Problemas da Cultura Científico

March 18, 2018 | Author: sarasilva10 | Category: Science, Existentialism, Economics, Bioethics, Knowledge


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Problemas da Cultura Científico-Tecnológica e Filosofia do Sentido IntroduçãoEste trabalho tem como objectivo congregar dois temas “ Problemas da cultura científico-tecnológica” e “Filosofia do sentido” contendo também uma abordagem sobre o que é a filosofia. Quanto ao primeiro tema, e dentro do subtema “bioética” tratar-se-á do subtema “Eutanásia”. A bioética, tem como significado etimológico bios (vida) e ethos (costumes). A bioética é uma ciência aplicada que consiste na reflexão dos procedimentos morais implicados no decorrer da aplicação das tecnociências biomédicas. A bioética envolve áreas que vão desde a deontologia e da ética médica que dizem respeito a problemas relacionados com o direito dos homens à “ecoética” ou “ética ambiental” que tem a ver com a filosofia da natureza. A ética aplicada distingue-se da ética teórica medida em que a segunda preocupa-se mais com as questões propriamente formais - argumentos éticos. A ética aplicada trata questões que se precedem com outras disciplinas (genética e biotecnologia, por exemplo) tendo também influencia em temas como a manipulação genética ou preservação da vida de outras espécies. Os problemas que a bioética debate são originários de interacções humanas na sociedade, sendo, pois, resolvidos sem a recorrência do principio filosófico chamado de “principio de autoridade”. O ser humano é considerado cognitiva e eticamente competente para que se dê a reflexão ética. A bioética tem três funções: a descritiva, a normativa e a protectora. Aqui se encontram algumas definições dadas por alguns Filósofos: "Eu proponho o termo Bioética como forma de enfatizar os dois componentes mais importantes para se atingir uma nova sabedoria, que é tão desesperadamente necessária: conhecimento biológico e valores humanos.” (Van Rensselaer Potter, Bioethics. Bridge to the future. 1971) “Bioética é o estudo sistemático das dimensões morais - incluindo visão moral, decisões, conduta e políticas - das ciências da vida e atenção à saúde, utilizando uma variedade de metodologias éticas em um cenário interdisciplinar”.(Reich WT. Encyclopedia of Bioethics. 2nd ed. New York; MacMillan, 1995: XXI). “A palavra „bioética‟ designa um conjunto de pesquisas, de discursos e práticas, via de regra pluridisciplinares, que têm por objecto esclarecer e resolver questões éticas suscitadas pelos avanços e a aplicação das tecnociências biomédicas. (...) A rigor, a bioética não é nem uma disciplina, nem uma ciência, a questão da existência é então uma questão filosófica. pois sua prática e seu discurso se situam na intersecção entre várias tecnociências (em particular. para começar. . A eutanásia poderá ser vista como uma imposição da sociedade já que as pessoas que estão em fase terminal são por vezes consideradas um “estorvo” . morais. mais o menos conflitivo. a filosofia tenta ir à raiz dos problemas. com suas múltiplas especializações). Nouvelle encyclopédie de bioéthique. se por quem precisa de ajuda ou mesmo em si mesmo. G. Assim. ela é um lugar de importantes embates (enjeux) para uma multidão de grupos de interesses e de poderes constitutivos da sociedade civil: associação de pacientes. não se limitando.. Hottois & J-N. Bruxelles: De Boeck. p. o direito e.) A complexidade da bioética é. (. está na encruzilhada entre um grande número de disciplinas. de ideologias. é pertinente a questão do existencialismo perspectiva filosófica que é utilizada pelo ser humano para explicar a sua própria personalidade e tudo o que o rodeia. grupos ecologistas. pode-se afirmar que o papel fundamental da filosofia é o da interrogação procurando assim conhecer o porque último de tudo o que rodeia o ser humano. O ser humano tem como característica principal a necessidade de atribuir um sentido à sua vida. politologia. a medicina e a biologia. psicologia. Em segundo lugar. ou seja. escolhi tratar do tema eutanásia porque é bastante actual e porque levanta muitos problemas éticos. agro-business. a filosofia e a teologia. G 2001. de maneira geral.. A noção de vida que se adquiriu ao longo dos tempos foi com base numa perspectiva meramente económica e utilitária.) e disciplinas que não são propriamente ciências: a ética. filosofias. Eutanásia No âmbito da bioética. corpo médico. tríplice.. ciências humanas (sociologia. Em primeiro lugar. Um exemplo de uma perspectiva existencialista e a do filosofo Leibniz que defende que é Deus quem confere todo o sentido á vida. sendo também esta a razão pela qual o Homem existe. de fato.nem uma nova ética. industrias farmacêuticas e de tecnologias médicas. Bioéthique.. “A filosofia e o sentido”. Há diferentes maneiras de encarar o sentido da vida se por Deus. bioindustria em geral” (Hottois. Sendo radical. Missa. 124-126) Quanto ao segundo tema. religiões. psicanálise. o espaço de encontro. associações paramédicas. Por fim. defensores dos animais. assim a vive-la ao acaso. A palavra eutanásia é composta por duas palavras gregas “eu” e “thanatos” e significa literalmente uma “boa morte”. A eutanásia é a morte de alguém que pode ser provocada por outrem a pedido do mesmo ou apenas com o consentimento da família. Assim quem defende esta posição associa o direito de morrer ao facto de o ser humano ter uma morte digna. Normalmente. Jeremy Benthan e John Stuart Mill puseram em questão a base religiosa da moralidade e a proibição absoluta do suicídio assistido. que não seja influenciada por um meio exterior. A eutanásia é involuntária quando realizada numa pessoa que poderia ter consentido ou recusada a sua própria morte acontece por vezes quando é a família quem decide a morte do paciente. Argumentos a favor: “O Homem começa a morrer na idade em que perde o entusiasmo” Balzac Um dos argumentos utilizado a favor da eutanásia e o “direito de morrer” em que se diz que se a sociedade dá tanta importância ao direito á vida porque não da-lo também ao direito á morte. Alguns filósofos britânicos como David Hume. por outro lado embora aceitasse que as verdades morais encontram-se na razão pensava que “o homem não pode ter poder para dispor a sua vida” A eutanásia voluntária tem a ver com o suicídio assistido em que a pessoa ajuda outra a acabar com a sua própria vida administrando-lhe por vezes medicamentos letais. . quando é administrada uma injecção letal A eutanásia passiva é assim quando se permite a morte de alguém por não permitir que se faça a medicação ou se retire o suporte á vida. É de evidenciar a necessidade da perfeita condição do doente em termos mentais para que se possa ser considerada eutanásia voluntária. ou seja. a pessoa que morre está em grande sofrimento e numa fase terminal da sua vida. por exemplo um ventilador. desde que a sua escolha seja voluntária. Kant. por exemplo um bebé. ou seja. A eutanásia é não voluntaria quando a pessoa a quem se retira a vida não tomou a decisão de acabar com a sua própria vida. A eutanásia activa é considerada assim quando alguém provoca a morte. justificando isto através do principio da autonomia e da liberdade que o homem pode ter de renunciar qualquer dos seus direitos. de carácter absurdo. para este autor a condição humana é absurda. a angústia e contingência. O existencialismo considera a existência como um ponto de partida para uma reflexão mais aprofundada. o significado e o valor das suas acções na vida. isto é. aspectos teóricos ou práticos e instintivos ou intencionais. “filosofia da liberdade” com os temas do projecto humano e da vivencia de valores. o mal é o que provoca o dano sendo que uma acção é boa ou ma segundo a utilidade ou o prejuízo que traz a sociedade. Há assim. Admite-se. Esta ciência difere das ciências ditas positivas pois nestas o Homem é apenas considerado no seu aspecto mais objectivo. ou seja. esta condição nada tema ver com o mundo. assim a legitimidade da vida seja num embrião indefeso. ou ate de um doente incurável. uma ausência de sentido e um ser que tem como . o que causa comodidade. So na defesa da legitimidade da vida humana como um direito me si mesmo faz com que a eutanásia não seja aceite pela sociedade actual Filosofia e o sentido Existencialismo Especulação filosófica que diz respeito à experiencia de vida do ser humano no seu dia-a-dia incluindo aspectos sociais e individuais. Quando o ser pensante se questiona acerca da sua existência foca alguns pontos como a orientação e a direcção dos seus actos. fazendo sentido a reflexão sobre os valores que a sociedade defende ou ate da própria legislação. o interesse e o conforto.Argumentos Contra: “O que não provoca a minha morte faz com que fique mais forte” Nietzsche Os argumentos utilizados contra a eutanásia são de origem moral e religiosa. Para os utilitaristas o bem moral é o útil. Posição de Albert Camus( nasceu em 1913 na Argélia) – Filosofia do absurdo Este filósofo defende que a existência é sem sentido. E a segunda. num deficiente motor. e a razão da finalidade da sua vida. A existência de cada ser humano insere-se num contexto histórico e social. A existência caracteriza-se com duas vertentes: “a filosofia do absurdo” com os temas. mas antes de mais. ser aquele que vê a vida preenchida de necessidades materiais e que entende que o ser humano deve ter alimento para o corpo mas no fundo o que precisa mesmo é de ter alimento para a sua mente. Os problemas da filosofia. Oxford. Autonomia. a nós seres humanos. É também um existencialismo ateu porque Satre Deus não existe.Satre.objectivo encontrar a razão pela qual esta no mundo. Abordagem a disciplina de Filosofia A Filosofia é utilizada pelo ser humano e tem em conta algumas características próprias. sendo considerado o único capaz de conferir sentido. Logo esta vertente opõe-se as concepções clássicas que justificavam a existência do mundo e do homem através de uma providência divina. A questões como o bem o e o mal os filósofos tem sempre determinadas e diferentes respostas. O mundo é para Camus. 2001. para que se faça uma reflexão crítica e aprofundada das nossas convicções e crenças que vamos adquirindo ao longo da nossa vida. que é Deus. para o autor. historicidade. segundo Aristóteles. Posição de J.P. Este autor defende que a existência do Homem precede a sua essência. Bertrand Russel. a filosofia tem também como função consciencializar-nos. caso contrário. ou seja. um mundo sem sentido. o homem não é nada e só depois cria a sua essência – “fundo dos ser metafisicamente considerado”. tudo estaria bem.Filosofia da liberdade Este filosofo tem um perspectiva de um existencialismo ateu. o quão e importante ter presente estas questões e embora a resposta a elas seja difícil estas devem sempre permanecer. e é neste ponto que reside uma das principais características da filosofia sendo ela universal. é necessário abordar o simples facto de o Homem ser “prático”. esta é chamada a filosofia da liberdade porque põe em evidencia as noções de existência e de vivencia dos valores. Oxford University Press. sobretudo aquelas que são espirituais. O problema é o simples facto de o Homem ter a necessidade de responder a todas as perguntas existenciais. A filosofia tem como principal objectivo adquirir conhecimento. ou seja o homem não pode desculpar as suas acções a esse ser transcendente. A filosofia não consegue dar respostas a todas as questões do ser humano. pp89-94 A filosofia apareceu com Tales de Mileto na Grécia antiga. . este filosofo criou assim algumas especificidades da filosofia. é de acrescentar a grande mediatização da disciplina Ética Aplicada. Alguns filósofos pré-socráticos recorrem a ciências como a Matemática com vista a esclarecer a dúvida e a racionalizar tudo o que é real. Após este período pré socrático a filosofia começa a incidir sobre questões que eram de origem antropológica e Metafísicas com alguns conceitos como a verdade e a opinião. entre muitas. uma atitude de diálogo e uma abertura a critica. que as pessoas atribuam uma maior importância a este tipo de questões. A reflexão filosófica exige condições propícias para que suga e se desenvolva. Se a angústia for considerada como sendo o desespero podemos afirmar que o Homem só sai do desespero quando se . é a experiencia da angústia. com o passar dos tempos em que podem encontrar-se as curas para certas doenças. ponto em que todos os existencialistas estão de acordo. visto que o futuro da humanidade está nestas simples atitudes com complexos pensamentos. Logo existo” Conclusão Em conclusão. para que o ser Humano fosse de encontro ao conhecimento verdadeiro de “eu” afirmando assim a grande importância do cogito: “Penso. È necessário. no caso a Bioética. A Epistemologia ira ser marcante na Era Moderna com a valorização da Matemática. De modo a concluir o tema da “Filosofia e o Sentido”. e da abertura a áreas como a Ontologia a ética a Lógica e a retórica a filosofia centra-se nas questões relacionadas com o Epicurismo o Estoicismo e o Cepticismo. universalidade e por ultimo a racionalidade. A eutanásia é uma grande questão filosófica. Depois da mudança de pensamento filosófico.radicalidade. A angustia é uma experiencia com grande carga emocional onde se misturam a admiração o espanto o terror e exaltação. segundo o ponto de vista da filosofia da liberdade. Relativamente a esta questão estão presentes princípios como o da autonomia. Assim. Mediante esta situação apresenta-se o facto de outros poderem decidir se podem ou não colocar fim a vida de alguém o facto de cada vez mais existir melhores condições de cuidados paliativos e também a evolução das ciências médicas. é de acrescentar que o simples facto de o ser humano procurar um sentido para a sua existência é também utilizar a filosofia como um meio para encontrar as suas próprias verdades as noções que durante toda a sua vida tenta afirmar perante si próprio e por todos os que os rodeiam. a condição humana. na medida em que põe em evidência a legitimidade da vida humana e a importância que lhe é atribuída em alguns casos. na sociedade actual. Tudo isto. pp89-94 .” Richard Taylor.. 174 Bibliografia . poderiam na verdade perguntar a si próprios qual o propósito de tudo isso. G 2001. Richard Taylor.ghente. http://ocanto. Bruxelles: De Boeck.org/bioetica/ . 124-126 . G. Oxford University Press. Van Rensselaer Potter.htm .net/lexb. The Meaning of Life. 17 . “The Meaning of Life” in Klemke. http://www. “The Meaning of Life” in Klemke. Encyclopedia of Bioethics. p. Hottois. 2001. 1971 . porque era precisamente o acto de construir. No entanto. D. New York. E. Bridge to the future. umas quantas estátuas partidas.esenviseu. e outros sinais de uma outra época e grandeza —. Reich WT.orienta por si próprio. p. E.. Bioéthique. as coisas não lhes pareceram assim na altura. Nouvelle encyclopédie de bioéthique. Bioethics. Hottois & J-N. D. que dava sentido à sua vida. e não o que acabou por ser construído. Missa. The Meaning of Life. p. Bertrand Russel. 1995: XXI Fontes informáticas . Oxford. 2nd ed. Os problemas da filosofia. MacMillan. se era naquilo que tudo se tinha transformado. O texto seguinte é um exemplo que demonstra a procura do sentido da existência humana: “Se os construtores de uma grande e florescente civilização antiga pudessem de algum modo ver agora os arqueólogos desenterrar os insignificantes vestígios do que outrora realizaram com grande esforço — ver os fragmentos de potes e vasos. crê ou aceita como válido firmemente. O . Eu. demonstra de forma científica o carácter fundamentalmente hereditário da inteligência relacional ou inteligência no sentido amplo e da própria existência de uma evolução teleológica ou finalista. A primeira que recordo foi a teoria da evolução por mutações aleatórias de Darwin e a dos genes dominantes e recessivos a que se referem as Leis de Mendel. pois é mais saudável compreender as coisas que aprendê-las. pude desenvolver de forma estruturada um conjunto de ideias alternativas em linha com o meu conhecimento pessoal as minhas reflexões sobre a vida e expô-las no livro da Teoria Geral da Evolução Condicionada da Vida. há coisas que não compreendemos mas que aceitamos porque são geralmente aceites. sempre pensei que existe uma grande influência da herança genética na inteligência pela minha educação. neste sentido o nosso conhecimento científico pessoal é mais reduzido que o geral. O que quero expressar é a distinção entre as crenças gerais.A Investigação Cientifica e os Interesses Económico-Político O conhecimento científico Uma característica do conhecimento pessoal é a dúvida metodológica. Ao longo da minha vida de estudante. temos que colocar certos limites ao conhecimento pessoal. ainda que sejam de carácter científico. tentei compreender as explicações elementares de outros livros de física moderna. Por sorte. A segunda vez que duvidei do conhecimento científico geralmente aceite. Também neste segundo caso pude escrever uma quatrilogia sobre os meus conhecimentos do pensamento intitulada Teoria Cognitiva Global no qual se inclui em anexo um trabalho estatístico que. A relatividade do tempo de Albert Einstein foi a terceira coisa que não tinha clara quando a estudei e muito menos clara quando. Mas. em muito poucas ocasiões me surgiram dúvidas razoáveis sobre a veracidade ou correcção do que estava a estudar quando a matéria fazia parte do conhecimento científico geralmente aceite. tão firmemente que anula a possível contradição com o conhecimento científico geralmente aceite. e o que alguém pensa. refere-se ao suposto carácter não hereditário da inteligência defendido pela doutrina oficial da psicologia e da sociologia económica. pelo contrário. experiência e natureza. claro. que pelas suas características está muito relacionada com a anterior. a meu ver. posteriormente. ou. não gosto e parece-me vontade de complicar o desconhecido. mas não de máximo esplendor. que é socialmente outorgada a um agente determinado. A última grande dúvida metodológica refere-se à famosa expressão do Século de ouro da literatura castelhana. espero não ficar com vontade de escrever um livro sobre o crescimento e características principais das línguas como sistemas de impulso vital. Dito de outra forma. Eu diria que o famoso século de ouro corresponde a uma etapa adolescente e de rápido crescimento. Digo problema. mas sim que tenho claro que me parece que não sabem do que estão a falar. o monopólio da competência científica. a genética e as neurociências avançaram muito na sua técnica ultimamente. de maneira autorizada e com autoridade). é o lugar. o tempo. o espaço de jogo de uma luta concorrencial. a inteligência e a herança.1982. devo reconhecer que os meus problemas com a relatividade quando não a compreendia eram muito mais comuns do que seria de esperar de uma teoria supostamente baseada no conhecimento científico. Não obstante. a evolução. ainda que haja que ter presente que também a biologia. porque a mim ocorreram-me outras ideias que acho que pode ser interessante expressá-las e. O que está em jogo especificamente nessa luta é o monopólio da autoridade científica definida. compreendido enquanto capacidade de falar e agir legitimamente ( isto é.” (BORDIEU. Perdão pela expressão! No final. para mim nunca teve sentido pensar que a literatura castelhana posterior fosse inferior. socialmente tem os seus riscos de integridade psíquica porque a física é uma área do conhecimento com características muito especiais. 122-123) Interesses económico-políticos . enquanto sistema de relações objectivas entre posições adquiridas (em lutas anteriores). visto que creio que foram quatro as dúvidas de maior transcendência por estar ligadas a conceitos essenciais da nossa vida como o amor.problema não é que não tenha claro. “O campo científico. logicamente. como capacidade técnica e poder social. além de compreender perfeitamente o conceito de relatividades do tempo da física moderna. Já que falei das dúvidas que me surgiram na busca do conhecimento pessoal na minha juventude. não quero acabar sem mencionar uma mais. se quisermos. de maneira inseparável. O . 2. o caminho está aberto para inúmeras realizações cujo alcance nunca fora tão longo e cujas consequências nunca assumiram tamanha margem de imprevisibilidade. com o seu contributo. Estamos no dealbar de um mundo novo. Será admirável o nosso mundo novo? A quem serve esta civilização que se diz moderna e funcional e. o homem fosse produzindo meios técnicos que se prestassem a tal objectivo.. 3. surgiu toda uma gama de produtos facilitadores da vida do homem. Etapa da máquina e da energia A força física é posta de lado. resumem a evolução da técnica: 1. mas elas implicam ainda esforço intelectual para conceber e orientar o trabalho e força física para o realizar. Etapa da automação Nesta fase. o homem apercebe-se da ampliação do seu poder. compreende-se que. os meios técnicos substituem o homem no que respeita não só ao trabalho físico mas também ao esforço intelectual. ao longo do tempo. A história dessa produção é assinalada por três etapas cruciais que. Pela ciência. podendo adoptar inéditos estilos de vida simplificadores das suas actividades. Esta última fase é a mais avançada e só foi possível depois de o homem transpor para a máquina determinados princípios organizativos existentes no seu próprio organismo. hoje em dia inseparável da técnica. nomeadamente a tendência para diminuir o esforço. Etapa da ferramenta As ferramentas são valiosos auxiliares nas tarefas humanas. A aplicação prática da ciência fez-lhe granjear crescente prestígio e impô-la à consideração do grande público. ao aparato das técnicas. em traços largos. Assim.Da ferramenta á automação Há séculos que a ciência goza de estatuto privilegiado relativamente aos demais aspectos da cultura. mas o homem continua a despender energias mentais para planear e dirigir as operações. Segundo Arnold Gehlen. o fascínio pela ciência e tecnologia deve-se ao facto de elas virem de encontro a determinadas tendências básicas do homem. A partir daí.. A admiração pelo conhecimento científico foi aumentando à medida que. sacrifica o espírito? . correspondente à época actual. pois a máquina trabalha por si. clarificando conceitos que nos ajudarão a concluir que talvez o homem esteja a ser vítima de si mesmo e não propriamente da ciência. individualidade. . A ciência como saber revelador da novidade e do progresso O conceito de ciência como manifestação reveladora do que é novo e como potenciadora de progresso é uma herança do Renascimento. talvez de modo simplista.. o espírito tolerado quando não reprimido . de certo modo. de certo modo. Esta imagem vem-nos do passado. nos atemorizam. Neste capítulo teremos oportunidade de reflectir um pouco sobre isso. (. astronomia. Porquê culpabilizar a ciência? Que representação fazemos do saber científico e do cientista? A ciência não é vista por um prisma meramente optimista.) O universo que o grande romancista inglês anima pertence. Do século XV ao XVII. . biologia.. cujos efeitos se traduzem na descoberta de mundos até então .. Mas talvez não seja bem assim.espírito. . a evolução científica como a única responsável pela instabilidade vivida e pelos problemas que actualmente se colocam. considerado realidade menor. Quase já não pode considerar-se uma ameaça: tomou corpo. resolver Do Saber ao Poder Grande número de pessoas considera.. . A imagem que dela fazemos é algo de dilemático. aos nossos dias. o conhecimento científico passa por um surto de expansão que possibilita novos conceitos nas áreas da geografia... tendo sido gradualmente construída com pressupostos característicos da mentalidade de dadas épocas históricas. Qual o lugar do homem numa sociedade dominada pela máquina? Qual o caminho para o indivíduo que reivindique a liberdade interior e o direito à sua . se quiser e souber. sociologia e epistemologia.) Mundo novo? Mundo intolerável? Mundo inabitável? Mundo de onde se deve fugir de qualquer maneira? Ou mundo a reconstruir pedra por pedra? Com uma pureza reconquistada? Aldous Huxley deixa-lhe este montinho de problemas que o leitor poderá. à sua singularidade? Para o indivíduo que queira caminhar pelos próprios pés? (. contrabalançando os aspectos que nos fascinam com outros que. de há longa data. A ciência como agente transformador de nossas vidas Na primeira metade do século XX. pelo poder que confere. as grandes Guerras Mundiais evidenciam. Fritz Haber. . em virtude de se destronarem importantes referenciais com que as pessoas estavam habituadas a contar. Contudo. geram uma imagem de ciência como algo de inacessível ao comum das pessoas. com todas as consequências daí decorrentes. a euforia do conhecimento não é imune a um certo sentimento de insegurança e de receio. prémio Nobel em 1918. separada do conhecimento vulgar pelos conceitos que domina e pela linguagem que utiliza. embora enalteça o conhecimento científico como imprescindível ao desenvolvimento do homem e progresso das comunidades. trazer consigo o gérmen de certas inquietações. os aspectos bipolares e contraditórios da ciência que. De geração em geração. a complexidade das suas teorias e a linguagem de que se serve. nela se adivinhavam. demonstra que a mesma ciência química se presta ao fabrico de fertilizantes úteis na agricultura e ao fabrico de armas de enorme potencial destrutivo. o homem começa a ver concretizado o seu velho sonho de dominar a natureza e de a controlar de modo eficiente. A aviação. apresenta-se como ingrediente essencial do desenvolvimento técnico que atingirá o seu ponto culminante na revolução industrial.ignorados. Com a máquina. afastado dos outros homens. permitindo ao homem realizar o sonho há muito tempo acalentado de voar. não deixa de. modificando. transformando a ciência numa quase religião. a aplicação de modelos mecânicos à experimentação a partir de Galileu e a sistematização do método experimental efectuada por Francis Bacon impulsionam fortemente a ciência. A especialização que a ciência exige. por sua vez. na prática. Esta. chegando a nós uma representação que. A ciência como instrumento de domínio da natureza Na Modernidade. e uma visão do cientista como um ser superior. apresenta o seu lado negativo ao possibilitar o lançamento de bombas mortíferas endereçadas à população civil. as concepções foram-se transmitindo. que poucos podem entender. concretização da liberdade humana. diferente. adicionando. por exemplo. A ciência como saber "superior" O iluminismo do século XVIII e o Positivismo do XIX enaltecem a razão e o saber científico. sociais e económicas. compromissos económicos. O sentimento nacional constituiu. mas é também portadora de aspectos negativos. pelos usos. pelos modos de vida e. ao mesmo tempo. Com as novas tecnologias da comunicação. enfraquecendo-o ou. Muitas pessoas vêem nestes acordos uma possibilidade de ingerência em assuntos internos que consideram pôr em risco a vida dos povos como entidades autónomas. pela língua. qual será a alternativa mais . Elas são obrigadas a estabelecer acordos políticos. mesmo. especialmente nas esferas políticas. Muitas vezes se mostra satisfação por fazer parte de determinada comunidade cultural unida por laços de tradição. dotadas de liberdade e de capacidade de autodeterminação. um valor incentivado e todos os cidadãos se orgulham da pátria a que pertencem. por projectos a realizar em comum e por valores a defender perante entraves ou ameaças externas. até. O sentimento nacional terá. como um problema na medida em que não acarreta apenas benefícios para a humanidade. que ser repensado. em todo o lado. a possível perda das nossas raízes culturais e da nossa identidade nacional. na medida em que nos defrontamos com tendências que parecem entrar em colisão com ele. Perante esta situação. Entre eles. aniquilando-o. Estamos todos em cima dos acontecimentos. ao alcance de todos. intercâmbios culturais que consideram vantajosos para a qualidade de vida dos cidadãos. pois é-nos possível estar todos. desde sempre. Muito se tem discutido acerca da globalização. portanto. ancorado na sua própria cultura. abarcável. Mas as nações não podem viver isoladas e voltadas apenas para si próprias. comentários e artigos de opinião evidenciadores das suas vantagens e inconvenientes.Globalização e interesses económico políticos A internet e outros recursos tecnológicos possibilitados pela informática estão a provocar uma revolução tão radical como a que foi operada pela máquina na revolução industrial. algumas questões se colocam: Sim ou não à globalização? Entre ser cidadão do mundo e pertencer à aldeia global ou estar exilado numa ilha. pois. A esta viragem civilizacional anda indissoluvelmente ligado o fenómeno da globalização. o mundo tornou-se mais pequeno. Os meios de comunicação social a ela têm dedicado editoriais. A globalização constitui-se. Geralmente os soldados mortos fazem parte da mão-de-obra menos qualificada. Até o desenvolvimento do capitalismo moderno. as guerras são execráveis (após várias experiências). como Maquiavel descreveu em “O Príncipe” no Capítulo VI (Dos principados novos que se conquistaram com as armas próprias e virtuosamente) e no Capítulo VII (Dos principados novos que se conquistam com as armas e fortuna dos outros). e uma das formas de aquisição deste era a conquista armada. reactivando. toda a economia da região. Como podemos ver no gráfico abaixo. que representa a percentagem de desempregados nos EUA. . isto faz com que o número de desempregados diminua. Nos dias de hoje. E como a história nos conta através dos exemplos do Império Romano. salvo quando a mortalidade é tão alta que a população adulta não é o suficiente para reactivar a economia. GUERRAS MUNDIAIS E SEUS BENEFÍCIOS A primeira e a segunda grande guerra mundial tiveram como razão principal a expansão (desejos imperialistas). o símbolo de riqueza era o domínio territorial. As guerras ao destruírem cidades (as vezes países inteiros) criam espaço para que haja crescimento económico através da reconstrução. as guerras foram utilizadas para adventos económicos. não obstante elas continuam e têm um impacto positivo sobre a economia. com a evolução do capitalismo e do direito internacional. de Alexandre (o Grande). consequentemente. aliado a isto existe o interesse político fazendo com que as guerras continuem a existir. etc. Nas guerras há muitos mortos. que nada mais é do que um desejo económico de apliar seus domínios. Reduzindo. os problemas e pressões sociais. assim.conveniente? O que será preferível? Consciência nacional e consciência planetária serão valores inconciliáveis? A Guerra e os interesses ecónomico-políticos INTRODUÇÃO Desde que os homens passaram a se organizar em grupos. portanto praticamente não tem impacto negativo na economia. O multiplicador dos gastos do governo nos demonstra que um aumento destes faz com que a renda aumente ?G/(1-PMgC). criando um extraordinário aumento da demanda agregada. principalmente na corrida espacial. Um dos principais benefícios da guerra são os gastos do governo com material bélico. seja por morte nos combates. GASTOS DO GOVERNO COM MATERIAL BÉLICO O governo de um país envolvido em uma guerra necessita comprar armas e equipamentos de guerra. ou pela reactivação da economia.Sempre que há guerra o número de desempregados diminui. Ou seja. portanto aumenta seus gastos. altera o nível de renda de equilíbrio mais que proporcionalmente. por exemplo: o computador teve propulsão durante a 2ª guerra mundial. a renda de equilíbrio depende directamente dos gastos do governo que. sendo a PMgC (propensão marginal a consumir) entre zero e um. e estes gastos têm um grande impacto sobre a renda. devido ao efeito multiplicador. a aeronáutica que teve maior impulso com a possibilidade de ser usada nas guerras. que é uma economia fechada com governo. AS CRISES TÊM AS MESMAS FUNÇÕES DA GUERRA . Fazendo com que a renda nacional aumente. pois segundo o modelo mais simples. a demanda agregada é dada por C+I+G. Durante os conflitos armados há um grande avanço nas técnicas e ciências. durante a guerra fria as ciências tiveram grande evolução. Tudo se apresenta como excesso da oferta sobre a procura. etc.” (Ribeiro. falência das empresas. 2001. será destruição de capital sob a forma mercadoria o que provocará a interrupção do movimento de circulação do capital. Esta ocorre quando uma mercadoria chega na esfera da circulação e não materializa seu valor no dinheiro. ou seja. pois existem ao mesmo momento e se excluem (ou um bem está em um lado ou no outro). redução dos negócios. p. A desorganização do movimento cíclico de um capital individual poderá propagar-se em cadeia bloqueando a circulação de outros capitais. Estaremos assim diante de uma crise” (Ribeiro. se o fosse ele revendia e não usava). porém. o valor idealizado pelo vendedor tem que ser materializado pelo dinheiro. pois graças a destruição ocorrida na segunda guerra mundial a economia pode crescer quase incessantemente. com a acumulação dos estoques. isto é o que se chama salto mortal da mercadoria. “Essa destruição não será uma simples destruição de mercadorias. Pois quando chega no mercado o valor incrustado na mercadoria tem dois caminhos: se materializa no dinheiro. A produção e a circulação (mercado) formam uma unidade de contrários da reprodução capitalista. desemprego. aumento da capacidade ociosa. 48) As mercadorias são unidades de contrário entre valor X valor de uso. 2001. ou será destruído. p. com o crédito e a evolução do sistema capitalista estas unidades estão cada vez mais separadas e a crise é uma forma violenta de restauração de sua unidade. o valor e valor de uso devem existir simultaneamente e se excluírem. Porém. só em nível de comparação. “A crise aparece como impossibilidade da venda das mercadorias produzidas. veja as taxas de crescimento média durante este período e após: . e para o comprador é valor de uso (porém não é valor. atingindo consequentemente a área da produção.A economia capitalista se nos mostra desenvolvida através de ciclos económicos de desenvolvimento e crise. sendo este caracterizado pela destruição do capital e aquele pela ocupação dos espaços económicos. queda do consumo. Para o vendedor é valor (mas não é valor de uso. senão ele as usava e não vendia). cancelamento das encomendas.87-88) EXEMPLOS Um dos exemplos de crescimento econômico decorrente da guerra foram os “trinta anos de ouro da economia” (1945-1973). Outro exemplo ocorre actualmente. na Gazeta Mercantil uma reportagem disse que: “desaceleração da economia leva a utilização da capacidade instalada a níveis baixo observados pela última vez em Agosto de 1983”. havia na proposta um aumento do deficit de mais de US$ 50 bi. e o The Wall Street Journal. com a economia Norte Americana que estava em crise antes dos atentados terroristas.Percebe-se que o primeiro período teve taxa muito maiores. para o Congresso aprovar aumentos sobre os gastos do governo e planos de redução da tributação em resposta ao ataque terrorista” E como pode-se ver. o governo passou a “ter motivo” para intervir na economia. Porém após os atentados do dia 11/09/2001. No dia 18/07/2001. na mesma reportagem. no dia 17/10/2002 disse que: “ A Casa Branca está aumentando a pressão sobre os congressistas. Além disso o Presidente Bush pediu ao Congresso para aumentar (dobrar) os gastos com segurança Como resultado tivemos estampado na Folha de São Paulo do dia 29/03/2002 . Porém. Novembro e Dezembro) houve um grande aumento do PIB (variação de cerca de 3%). No caso da guerra dos EUA contra o “terrorismo” por não haver um inimigo visível os gastos e impactos na economia são menores. O único incidente ocorrido neste período foi o “contra-ataque” dos EUA. técnicas e conceitos. Outros exemplos O desenvolvimento da ciência traz interesses económicos e políticos: Os cientistas investigam em todas as áreas. os EUA e a URSS. Na verdade o que há é uma intervenção do Estado na economia (como Keynes defendia). portanto. tendo o efeito saneador de uma crise. no final do século XIX) este aparelho além de poupar muito tempo e mão-de-obra aos operários ainda faz com que haja maior produção e facilidade nas tarefas realizadas. principalmente para os países ricos que podem financiar seus gastos. duas potências mundiais disputaram entre si a corrida á lua. de um modo geral a população. CONCLUSÃO Com base nesta pequena análise. não põe em xeque a confiança. fica claro que uma guerra pode ser muito boa para uma economia. dispêndio de tempo e custos das tarefas. foi o suficiente para tirar. e com as suas descobertas é possível desenvolver novos equipamentos. Em exemplo disso é o Tractor (que foi inventado a partir da invenção do motor a diesel. por um trimestre. faz com que haja uma reunificação das unidades do modo de produção capitalista. Mas destes exemplos podem constar os mais simples como o exemplo anterior até aos mais complexos como a ida á lua. são boas para o sistema. além de conseguir notoriedade e respeito. porém sem abalar o tese liberal do Estado não intervencionista. No séc. porém não terá fôlego.Percebe-se neste gráfico que no último trimestre (Outubro. pelo engenheiro francês de origem alemã Rudolph Christian Carl Diesel (1858-1913). isto em termos políticos. XX. a economia da recessão. e estes facilitam. também conseguiu benefícios monetários . As guerras. O país que atingiu esse feito (EUA). http://www.wikipedia.molwick.com/pt/metodos-cientificos/543-metodosinvestigacao.ufpb. o que provocou uma queda em flecha da economia Russa e esta acaba.br/revistaprisma/n0/bradson2.htm . no fim da guerra fria totalmente “desmembrada” Admitimos assim que o desenvolvimento da investigação cientifica traz bastantes beneficios tanto a nivel económico como politico. Pelo contrário a URSS. muito devido à aposta do desenvolvimento da investigação científica.html . o que mostra claramente o beneficio do desenvolvimento na investigação cientifica. nesta situação nota-se a discrepancia entre estes. perdeu notoriedade em termos económicos e políticos pois os compradores começaram a confiar mais nos produtos americanos. Filosofia 11º ano. http://www. Um outro olhar sobre o Mundo . Fontes .devido à venda dos seus protótipos e também das suas pesquisas. http://pt.org/wiki/Ci%C3%AAncia . Um exemplo desta situação é a diferença entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento.cchla.
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