Demografia UnicampPorque os jovens profissionais da geração Y estão infelizes outubro 30, 2013 por igor_johansen Esta é a Ana. Ana é parte da Geração Y, a geração de jovens nascidos entre o fim da década de 1970 e a metade da década de 1990. Ela também faz parte da cultura Yuppie, que representa uma grande parte da geração Y. “Yuppie” é uma derivação da sigla “YUP”, expressão inglesa que significa “Young Urban Professional”, ou seja, Jovem Profissional Urbano. É usado para referir-se a jovens profissionais entre os 20 e os 40 anos de idade, geralmente de situação financeira intermediária entre a classe média e a classe alta. Os yuppies em geral possuem formação universitária, trabalham em suas profissões de formação e seguem as últimas tendências da moda. – Wikipedia Eu dou um nome para yuppies da geração Y — costumo chamá-los de “Yuppies Especiais e Protagonistas da Geração Y”, ou “GYPSY” (Gen Y Protagonists & Special Yuppies). Um GYPSY é um tipo especial de yuppie, um tipo que se acha o personagem principal de uma história muito importante. Então Ana está lá, curtindo sua vida de GYPSY, e ela gosta muito de ser a Ana. Só tem uma pequena coisinha atrapalhando: Ana está meio infeliz. Para entender a fundo o porquê de tal infelicidade, antes precisamos definir o que faz uma pessoa feliz, ou infeliz. É uma formula simples: Quando a realidade acaba sendo pior do que as expectativas. e definitivamente não são GYPSYs. vamos falar um pouco dos pais da Ana: Os pais da Ana nasceram na década de 1950 — eles são “Baby Boomers“. . ela está feliz. Para contextualizar melhor. Foram criados pelos avós da Ana. nascidos entre 1901 e 1924.É muito simples — quando a realidade da vida de alguém está melhor do que essa pessoa estava esperando. essa pessoa está infeliz. eles eram obcecados com estabilidade econômica e criaram os pais dela para construir carreiras seguras e estáveis. Eles queriam que a grama dos pais dela crescesse mais verde e bonita do que eles as deles próprios. 1980 e 1990. isso os deixou satisfeitos e otimistas. Algo assim: Eles foram ensinados que nada podia os impedir de conseguir um gramado verde e exuberante em suas carreiras. os pais da Ana embarcaram em suas carreiras.Na época dos avós da Ana. Então nos anos 1970. . o mundo entrou numa era sem precedentes de prosperidade econômica. Os pais da Ana se saíram melhores do que esperavam. Depois da fase de hippies insofríveis. mas que eles teriam que dedicar anos de trabalho duro para fazer isso acontecer. induzindo assim a uma identidade de protagonista especial lá em seus sub-conscientes. E eles não estavam sozinhos. Baby Boomers em todo o país e no mundo inteiro ensinaram seus filhos da geração Y que eles poderiam ser o que quisessem ser. não ser mais suficiente. ao ponto de aquele gramado verde de estabilidade e prosperidade. os pais da Ana a criaram com um senso de otimismo e possibilidades infinitas. tão sonhado por seus pais. .Tendo uma vida mais suave e positiva do que seus próprios pais. O gramado digno de um GYPSY também devia ter flores. Isso deixou os GYPSYs se sentindo tremendamente esperançosos em relação à suas carreiras. Essa mesma ferramenta mostra que a frase “carreira estável” saiu de moda. . e também que a frase “realização profissional” está muito popular. só um gramado verde não é lá tão único e extraordinário para um GYPSY. Enquanto seus pais queriam viver o sonho da prosperidade. O fato é. uma ferramenta do Google que mostra quanto uma determinada frase aparece em textos impressos num certo período de tempo. os GYPSYs agora querem viver seu próprio sonho. Cal Newport aponta que “seguir seu sonho” é uma frase que só apareceu nos últimos 20 anos.Isso nos leva ao primeiro fato sobre GYPSYs: GYPSYs são ferozmente ambiciosos O GYPSY precisa de muito mais de sua carreira do que somente um gramado verde de prosperidade e estabilidade. de acordo com o Ngram Viewer. . minha vida profissional vai se destacar na multidão”.Para resumir. GYPSYs também querem prosperidade econômica assim como seus pais – eles só querem também se sentir realizados em suas carreiras. cada indivíduo GYPSY acaba pensando que está predestinado a ter algo ainda melhor: Um unicórnio reluzente pairando sobre um gramado florido. mas como eu sou prodigiosamente magnífica. uma segunda ideia foi ensinada à Ana durante toda sua infância: Este é provavelmente uma boa hora para falar do nosso segundo fato sobre os GYPSYs: GYPSYs vivem uma ilusão Na cabeça de Ana passa o seguinte pensamento: “mas é claro… todo mundo vai ter uma boa carreira. Enquanto os objetivos de carreira da geração Y se tornaram muito mais específicos e ambiciosos. uma coisa que seus pais não pensavam muito. Então se uma geração inteira tem como objetivo um gramado verde e com flores. . Mas outra coisa está acontecendo. de um jeito fora do comum. o que põe em xeque a definição de especial: es-pe-ci-al | adjetivo melhor. os GYPSYs lendo isto estão pensando. Enquanto os pais da Ana acreditavam que muitos anos de trabalho duro eventualmente os renderiam uma grande carreira. “bom argumento… mas eu realmente sou um desses poucos especiais” – e aí está o problema. Ana acredita que uma grande carreira é um destino óbvio e natural para alguém tão excepcional como ela. e para ela é só .Mas por que isso é uma ilusão? Por que isso é o que cada GYPSY pensa. Uma outra ilusão é montada pelos GYPSYs quando eles adentram o mercado de trabalho. a maioria das pessoas não são especiais. maior. ou então “especial” não significaria nada. ou de algum modo diferente do que é comum De acordo com esta definição. Mesmo depois disso. nos Estados Unidos. Ele diz que “uma grande fonte de frustrações de pessoas com forte senso de grandeza são as expectativas não alcançadas. Mas os GYPSYs não vão apenas aceitar isso tão facilmente. Grandes carreiras consomem anos de sangue. suor e lágrimas para se construir – mesmo aquelas sem flores e unicórnios – e mesmo as pessoas mais bem sucedidas raramente vão estar fazendo algo grande e importante nos seus vinte e poucos anos. Elas geralmente se sentem merecedoras de respeito e recompensa que não estão de acordo com seus níveis de habilidade e esforço. Paul Harvey.questão de tempo e escolher qual caminho seguir. um professor da Universidade de New Hampshire. Suas expectativas pré-trabalho são mais ou menos assim: Infelizmente. e curiosamente carreiras tendem a ser muito difíceis. e expert em GYPSYs. fez uma pesquisa onde conclui que a geração Y tem “expectativas fora da realidade e uma grande resistência em aceitar críticas negativas” e “uma visão inflada sobre si mesmo”. . e talvez não obtenham o nível de respeito e recompensa que estão esperando”. o mundo não é um lugar tão fácil assim. mas na maioria das vezes faltam justificativas reais para essa convicção”. Mas a realidade não condiz com suas expectativas. fruto da ilusão sobre quem ela realmente é. Além disso tudo. por quê?”. Harvey sugere fazer a seguinte pergunta durante uma entrevista de emprego: “Você geralmente se sente superior aos seus colegas de trabalho/faculdade. mesmo sobre os primeiros anos após a saída da faculdade. Isso é por que a percepção da grandeza é geralmente baseada num senso infundado de superioridade e merecimento. Ele diz que “se o candidato responde sim para a primeira parte mas se enrola com o porquê. Ana se econtra aqui: A extrema ambição de Ana. E como o mundo real considera o merecimento um fator importante. talvez haja um senso inflado de grandeza. Eles são levados a acreditar. faz ela ter expectativas extremamente altas. os GYPSYs tem um outro problema. e se sim. deixando o resultado da equação “realidade – expectativas = felicidade” no negativo. combinada com a arrogância. E a coisa só piora. talvez por causa dos constantes e ávidos exercícios de construção de auto-estima durante a infância. depois de alguns anos de formada. que se aplica a toda sua geração: .Para aqueles contratando membros da geração Y. que eles são de alguma maneira especiais. enquanto as pessoas que estão tendo dificuldades tendem a não expor sua situação. por outro lado. Isso faz Ana achar.GYPSYs estão sendo atormentados Obviamente. e C) as pessoas que expôe mais suas carreiras (ou relacionamentos) são as pessoas que estão indo melhor. E embora eles tenham ouvido falar algo sobre seus colegas de tempos em tempos. só piorando seu tormento. A Ana. na maior parte do tempo eles não sabiam realmente o que estava se passando na carreira das outras pessoas. B) a maioria das pessoas expõe uma versão maquiada e melhorada de si mesmos e de suas realidades. . através de esporádicas conversas. As redes sociais criam um mundo para a Ana onde: A) tudo o que as outras pessoas estão fazendo é público e visível à todos. erroneamente. da época do ensino médio ou da faculdade. que todas as outras pessoas estão indo super bem em suas vidas. alguns colegas de classe dos pais da Ana. se vê constantemente atormentada por um fenômeno moderno: Compartilhamento de Fotos no Facebook. acabaram sendo mais bem-sucedidos do que eles. ela se sente desapontada. 3) Ignore todas as outras pessoas. O caminho específico ainda pode estar incerto.com/2013/09/why-generation-yyuppies-are-unhappy. Aqui vão meus conselhos para Ana: 1) Continue ferozmente ambiciosa. assim como você.com. o gramado do vizinho parece um campo florido maravilhoso. A verdade é que todas as outras pessoas estão igualmente indecisas. Essa impressão de que o gramado do vizinho sempre é mais verde não é de hoje. neste momento. Você é outro jovem profissional inexperiente que não tem muito para oferecer ainda. Na verdade. você não é especial. O mundo atual está borbulhando de oportunidades para pessoas ambiciosas conseguirem sucesso e realização profissional.Então é por isso que Ana está infeliz. Você pode se tornar especial trabalhando duro por bastante tempo. mas mesmo assim. 2) Pare de pensar que você é especial. Fonte do texto em inglês: http://www. seu início de carreira provavelmente está indo muito bem. e se você apenas se dedicar às suas coisas. ou pelo menos. apenas entre de cabeça em algo que você goste. duvidando de si mesmas. O fato é que. mas no mundo da auto-afirmação via redes sociais em que vivemos.waitbutwhy.br/comportamento/jovem/2013/09/porque-osjovens-profissionais-da-geracao-y-estao-infelizes .html Fonte em português: http://qga. e frustradas. mas ele vai se acertar com o tempo. se sentindo um pouco frustrada e insatisfeita. você nunca terá razão pra invejar os outros.
Report "Porque Os Jovens Profissionais Da Geração Y Estão Infelizes"