Introdução Segundo o Ministério da Saúde: Por planejamento familiar entende-se como conjunto de ações que têm como finalidadecontribuir para a saúde dos indivíduos e que permitem às mulheres e aos homens a escolha de quando querem ter um filho, o número de filhos que querem ter e o espaçamento entre o nascimento dos filhos, o tipo de educação, conforto, qualidade de vida, condições sociais, culturais e seus níveis, conforme seus princípios de necessidade. Sobre o planejamento familiar a Constituição Federal do Brasil estabelece: Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. A assistência em planejamento familiar deve incluir acesso à informação e a todos os métodos e técnicas para concepção e anticoncepção, cientificamente aceitos, e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas. Então devem incluir acesso à informação e todos os métodos para concepção e anticoncepção. Bom acesso a ínformação, vocês precisam saber claramente como funciona, o que nós estamos fazendo hoje é o acesso a informação e eu estou a disposição todos os dias na unidade pra que vocês venham conversar comigo e tirar as dúvidas e acesso a métodos e técnicas de concepção e anticoncepção, então vocês poderam escolher qual método contraceptivo utilizar. Para implantar na unidade um grupo de planejamento familiar devemos focar em alguns itens que são de suma importância para a adesão e funcionalidade desse grupo como: população alvo, local, profissionais envolvidos, estratégia, divulgação, tema, cronograma, técnica dítatica, entrevista definição do método, custo, benefício, agendamento de consulta. No Brasil, até a metade do século XX, poucas famílias deixavam de ter cinco ou seis filhos. Havia uma lógica razoável por trás de natalidade tão altas: a maioria da população vivia no campo, numa época de agricultura primitiva em que as crianças pegavam no cabo da enxada já aos sete anos. Quantos mais braços disponíveis houvesse na família, maior a probabilidade de sobrevivência, convivíamos com taxas de mortalidade infantil inaceitáveis para os padrões atuais. Ter perdido dois ou três filhos era rotina na vida das mulheres com mais de trinta anos, além da cirurgia e dos preservativos de barreira, não existiam recursos médicos para evitar a concepção. Na década de 1960, quando as pílulas anticoncepcionais surgiram no mercado e a migração do campo para a cidade tomou vulto, uma esdrúxula associação de forças se opôs terminante ao planejamento familiar no país: os militares, os comunistas e a igreja católica. Os militares no poder eram contrários, por julgarem defender a soberania nacional: num país de dimensões continentais, quanto mais crianças nascessem, mais rapidamente seriam ocupados os espaços disponíveis no Centro-Oeste e na Floresta Amazônica. Os comunistas e a esquerda simpatizante, por defenderem que o aumento populacional acelerado aprofundaria as contradições do capitalismo e encurtaria caminho para a instalação da ditadura do proletariado. A igreja, por considerar antinatural, portanto, contra a vontade de Deus, o emprego de métodos contraceptivos. O resultado dessas ideologias não poderia ter sido mais desastroso em 1970, éramos 90 milhões; hoje, temos o dobro da população, parte expressiva da qual aglomerada em favelas e na periferia das cidades. O que mais assusta, entretanto, não é havermos chegado à situação dramática em que nos encontramos; é não adotarmos medidas para remediá-la. Pior, é ver não apenas os religiosos, mas setores da intelectualidade considerarem politicamente incorreta qualquer tentativa de estender às classes mais desfavorecidas o acesso aos métodos de contracepção fartamente disponíveis a quem pode pagar por eles. É preciso dizer que as taxas médias de natalidade brasileiras têm caído gradativamente nos últimos cinquenta anos, mas não há necessidade de consultar os números do IBGE para constatarmos que a queda foi muito mais acentuada nas classes média e alta: basta ver a fila de adolescentes grávidas à espera de remédios.atendimento nos hospitais públicos ou o número de crianças pequenas nos bairros mais pobres. Os casais da classe média e os mais ricos. DIU. injeções e adesivos anticoncepcionais. deixando a falsidade de lado. têm acesso garantido a preservativos de qualidade. É justo oferecer vasectomia. iletradas. que podem criar os filhos por conta própria. estamos cansados de saber que aborto no Brasil só é proibido para a mulher que não tem dinheiro. porque. pílula. quando se trata de uma aspiração legítima de todo cidadão. As meninas mais pobres. não engravidam aos 14 anos para viver os mistérios da maternidade. Outra justificativa para a falta de políticas públicas destinadas a universalizar o direito ao planejamento familiar no País é a da má distribuição de renda: o problema não estaria no número de filhos. Como dar escola. enquanto os mais necessitados são condenados aos caprichos da natureza na hora de planejar o tamanho de suas famílias? Uma irresponsabilidade brasileira é a gravidez indesejada e a violência urbana. DIU. argumentam. cesta básica. a mãe de quatro filhos. . ao abortamento. diante das mulheres pobres que engravidam por acidente é caso de polícia literalmente. postos de saúde. mas na falta de dinheiro para criá-los. e estes morrem de medo de contrariar a igreja. que mal consegue alimentá-los. O planejamento familiar no Brasil é inacessível aos que mais necessitam dele. laqueadura. nessa área dependemos de políticas públicas. O problema é justamente porque somos um país cheio de gente pobre. embora a sociedade possa ajudar. em caso de falha. laqueadura e vários tipos de pílulas aos que estão bem de vida. vasectomia e. portanto dos políticos. Agem como se o planejamento familiar fosse uma forma de eugenia para nos livrarmos dos indesejáveis. para esse exército de crianças desamparadas que nasce todos os dias? Quantas cadeias serão necessárias para enjaular os malcomportados? A verdade é que. habitação. e educar filhos custa caro. merenda. não concebe o quinto só para vê-lo sofrer. Nem haveria necessidade de números tão contundentes para tomarmos consciência da associação de pobreza com falta de planejamento familiar e violência urbana: o número de crianças pequenas nas ruas dos bairros mais violentos fala por si. Como já vimos como será que é o Planejamento familiar no nosso país. merenda escolar. Basta passarmos na frente de qualquer cadeia brasileira em dia de visita para nos darmos conta do número de adolescentes com bebês de colo na fila de entrada. hospitais. Em 40 anos dobramos a população do país. postos de saúde. será que é eficaz? Provavelmente não. Cada criança concebida involuntariamente por casais que não têm condições financeiras para criá-las empobrece ainda mais a família e o País. habitação. Todos nós sabemos quanto custa criar um filho. . obrigado a investir em escolas. que vão conviver com pares violentos quando crescerem. Fome Zero e. ao negar o acesso dos casais mais pobres aos métodos modernos de contracepção. E por que não é totalmente eficaz? Em 1970 no Brasil tínhamos 90 milhões de pessoas. uma gestante recorre ao aborto. O de meninas em idade de brincar com boneca aguardando atendimento nas filas das maternidades públicas também. vacinas. porque aprofundamos perversamente a desigualdade social e criamos um caldo de cultura que contém os três fatores de risco indispensáveis à explosão da violência urbana: crianças maltratadas na primeira infância e descuidadas na adolescência. O que o pensamento religioso medieval e as autoridades públicas que se acovardam diante dele fingem não perceber é que. na construção de cadeias para trancar os malcomportados. Por que mais de quarenta por cento das gestações não são planejadas. E segundo o Ministério da Saúde a cada dez gestações não planejadas. comprometemos o futuro do País. mais tarde. Então os altos índices de gestações não planejadas e altos índices de abortos em clinicas clandestinas nos mostram que o planejamento familiar não é totalmente eficaz. medicamentos.A falta de planejamento familiar era uma das causas mais importantes para a explosão de violência urbana ocorrida nos últimos vinte anos em nosso País. seis vezes mais do que em 2003. que vise trabalhar a atenção integral. Existem ainda. Em 2010. a preocupação são as famílias que tem sete. Esse fator pode ter contribuído com a queda nos índices de abortos inseguros e. A pílula anticoncepcional e o Dispositivo Intrauterino (DIU) são os mais usados pelas brasileiras. menor é o número de filhos e quanto menor a escolaridade e a renda maior é o número de filhos. gestantes aos dez. focalizando outros aspectos da saúde reprodutiva. em 1986 apenas 55. e sabemos que com o acolhimento adequado da equipe de saúde e a disponibilização dos insumos fica mais fácil a adesão no planejamento familiar. estes passam fome.Outro dado importante para citarmos é que no Brasil em média o número de filhos estatisticamente se relaciona com a escolaridade e com a renda. O “Saúde Brasil 2009” realizado pelo Ministério da Saúde mostrou que o aborto passou de quarta para quinta causa de mortalidade materna. em todas as cidades do Brasil. vulnerabilidade às . A ação educativa em planejamento familiar deve ser realizada em pequenos grupos. na mortalidade materna. muitas gestantes que são adolescentes. planejadas pelas adolescentes para se auto afirmarem na comunidade que vivem ou encaram a gestação na adolescência como uma aproximação com o companheiro entre outros motivos. oito filhos e não tem como sustentar. distribuiu 50 milhões de cartelas de pílulas. tais como a sexualidade. usando metodologia participativa. Sobre a diminuição da mortalidade materna decorrente do aborto o Ministério da Saúde conclui que graças à política de distribuição de meios contraceptivos ajudou na diminuição no número de gravidezes indesejadas. conhecimento do corpo. tendo o objetivo de estabelecer um processo contínuo de educação.4% das mulheres faziam uso de métodos anticoncepcionais. Em 2008. Aquele que não tem dinheiro não pode ter filhos? É claro que pode. Esses últimos dados são mais otimistas. consequentemente. onze ou doze anos de idade. questões de gênero. foram distribuídas pílulas. Quanto maior a escolaridade e a renda das pessoas. Outra preocupação é o fato de que muitas gestações na adolescência que aparentemente são indesejadas e inoportunas são na realidade. sendo que em 2006 esse número aumentou para 80%. Segundo o Ministério da Saúde. . por exemplo. eficácia. não adianta apenas o conhecimento se os métodos contraceptivos não estiverem disponíveis na UBS. No processo do planejamento familiar é necessário a realização de ações educativas e preventivas. Neste processo de palnejamento familiar a equipe de saúde precisa disponibilizar para população primeiramente informações possibilitando o conhecimento e precisa disponibilizar também os métodos contraceptivos que são os insumos. precisamos pensar em um processo no qual as famílias da comunidade precisam de instrumentos para que elas possam se programar quanto ao seu crescimento ou não e como vai ser este crescimento. Explicado ainda como ocorre a gestação. como eles funcionam. efeitos colaterais e efeitos não contraceptivos para que o usuário possa ter a capacidade e a habilidade de reproduzir-se e de regular sua fecundidade. o aparelho genital masculino e feminino e o que implica na vida da pessoa ter um filho como disponibilidade de tempo e gastos. modo de uso. se o casal vai se adaptar melhor. de maneira que o usuário seja capaz de realizar uma escolha livre e informada. violência. informando sobre as diferentes opções de anticoncepcionais. como funciona o corpo do homem e da mulher. É de extrema importância orientar também sobre doenças sexualmente transmissíveis. o DIU. para que o casal tenha certeza se aquele método escolhido é o mais adequado. Quando pensamos em planejameto familiar. independente do método de escolha. direitos sexuais e reprodutivos. Ao realizar um grupo de planejamento familiar é importante explicar sobre cada método contraceptivo. e não adianta disponibilizar os métodos contraceptivos sem que a população saiba para o que é e como utilizar. é importante abordar vários outros assuntos. riscos e benefícios e eficácia. quais são as vantagens e desvantagens. proporcionando as informações claras e completas. Devem ser fornecidas as informações de maneira clara e completa sobre mecanismo de ação dos anticoncepcionais. não ter a camisinha. mas não é só isso.doenças sexualmente transmissíveis. Uma coisa complementa a outra. É orientado também a utilização dos métodos de barreira: preservativos femininos e masculinos. sobre os métodos contraceptivos para escolherem o método mais eficaz para o casal indo desde o preservativo. o que sente ao dizer eu quero ser estéril. depois passa por avaliação do enfermeiro. psicóloga entre outros e por último avaliação médica. é mais seguro fazer parto normal e agendar a laqueadura. entre outras perguntas. se aprovado é encaminhado para exames préoperatórios e para o hospital de referencia. no processo é perguntado se tem certeza sobre o método. quando o casal é jovem ou está junto a pouco tempo. xerox de documentos como Rg do casal. O objetivo é desencorajar ao método definitivo pensando na possibilidade do casal posteriormente querer ter filhos. mas o que observamos é que as mulheres e homens participam do grupo como sendo uma obrigação para conseguirem o único objetivo que é a cirurgia: laqueadura ou vasectomia. o que seria o ideal? Que grande parte da população em idade fértil da área de abrangência do Posto de Saúde ou da área do PSF. . Quando a escolha é a cirurgia primeiramente o casal passa pelo grupo de planejamento familiar para que não haja duvidas. É anexado. Alguns casos são negados. mas não é comum aprovação de laqueadura quando a paciente não tem historia de parto cesária. para ver se é o método mais eficaz para o casal. não se transforma um parto normal em parto cesária para fazer a laqueadura. dificuldades do método atual.Referente ao grupo de planejamento familiar que acontece nas Unidades Básicas de Saúde. podendo passar também por avaliação da assistente social. certidão de nascimento dos filhos. Ainda. entre outros e enviado para o comitê de planejamento familiar. colocando que existem diversos outros métodos reversíveis. comprovante de endereço. participasse do grupo para ficarem mais informadas sobre o funcionamento do corpo. isso seria o ideal. até o anticoncepcional oral. Se gestante também pode participar. método atual. DIU ou laqueadura e vasectomia entre outros. por exemplo. quase sempre é só a mulher que participa do grupo. FLUXOGRAMA DA ASSISTÊNCIA AO USUÁRIO EM PLANEJAMENTO FAMILIAR TRABALHO EDUCATIVO Entrevista individual ou com o casal Opção por método contraceptivo não cirúrgico Opção por método de esterilização cirúrgica Entrevista Reflexiva Sobre método de esterilização cirúrgica voluntária Acompanhamento do usuário Se a escolha por método for confirmada segue com a “Expressa Manifestação de vontade para Esterilização Cirúrgica Voluntária” Conferir os seguintes documentos necessários para a esterilização voluntária: .Certidão de nascimento de filhos (se houver) Consulta Médica Encaminhamento ao Hospital de Referência .Carteira de identidade .Certidão de casamento (se houver) . Não é um método recomendado. ainda hoje. porém. A Temperatura Basal baseia-se no fato de que após a ovulação ocorre um aumento da temperatura corporal. Assim. só deve ser utilizado por mulheres que tenham os ciclos menstruais regulares e que ovulem sempre no 14º dia do ciclo. o ideal é que seja realizada uma consulta com um especialista. dispositivos intra-uterinos. Os Métodos Comportamentais são métodos baseiam-se na observação das características do ciclo menstrual. contracepção hormonal e contracepção cirúrgica.3-0. Logo depois da menstruação. existe um período em que a vagina permanece muito ressecada. O índice de falha é alto porque muitos homens não conseguem controlar o momento da ejaculação e.São vários os métodos contraceptivos que existem. pois leva a um ato sexual incompleto e a ansiedade no casal. a mulher deve ter um período de alguns meses. o líquido seminal eliminado antes da ejaculação também contém . em 0. por três dias. alteram o comportamento do casal. o casal deve fazer abstinência desde o período em que existe pouco muco até três dias depois da data de maior elasticidade. além disso. Esse método. Ele fica mais elástico na época da ovulação. no qual ela avaliará sua temperatura todos os dias e anotará em um gráfico. Apresentam baixa eficácia. com abstinência sexual durante alguns períodos. a mulher tenta prever o período fértil por meio da análise do muco proveniente do colo uterino. abrindo os dedos). dependem de motivação e aprendizado e não protegem contra doenças sexualmente transmissíveis/AIDS. Consiste no cálculo do provável dia da ovulação e na abstinência sexual por 7 dias. Antes de iniciar o uso desse método. e o muco vai aumentando aos poucos e vai se tornando mais escorregadio e elástico (a mulher consegue fazer um "fio" com o muco. A Tabelinha é bastante utilizada. eles são classificados em cinco grupos: métodos de barreira. antes da ejaculação. O Muco Cervical. o que ajudará na determinação do padrão de elevação da temperatura. métodos comportamentais. Antes de utilizar qualquer método. A Ejaculação extravaginal ou coito interrompido consiste na retirada do pênis da vagina. nessa época.8ºC. A eficácia desse método aumenta quando a mulher utiliza espermaticida associado (o espermicida é um método químico de barreira que mata os espermatozóides ou impedem seu movimento até o óvulo). . Ele deve ser colocado pelo menos 15 minutos antes da relação sexual. de fácil colocação. geralmente a associação de um tipo de estrogênio e um tipo de progesterona. A Esponja é uma pequena esponja feita de poliuretano. além de provocar reações que matam os espermatozóides. que é colocado dentro do útero e leva a várias modificações do útero e da tuba uterina. desde que seja bem lavado após o uso.espermatozóides. Já os Métodos de Barreira impedem que os espermatozóides cheguem ao útero. O Dispositivo Intra-Uterino (DIU) é um dispositivo geralmente feito de cobre. largamente utilizado. impedindo que os espermatozóides cheguem ao útero. O Diafragma é um dispositivo de borracha ou silicone que recobre o colo uterino. É descartável. disponível no sistema único de saúde. ejaculação precoce e disfunção erétil (impotência). Quando usados sozinhos não conferem proteção adequada. Existem dois tipos principais: 1) o DIU de cobre. e conservado com um pouco de amido polvilhado. e deve ser retirado até 6 a 8 horas depois. Exemplo de um método de barreira é a Camisinha existem modelos masculino e feminino (raramente usado). O DIU é colocado pelo médico. de alta eficácia e que apresenta uma ação especial de alterar o muco do colo uterino. protege contra doenças sexualmente transmissíveis/AIDS. Pode ser reutilizado. além de proteger contra uma gravidez indesejada. Contracepção Hormonal são constituídos de hormônios sintéticos. mas depende de uso correto. É eficaz e o risco de gravidez é bastante pequeno. A camisinha masculina é um método bastante utilizado. e apresenta durabilidade de alguns anos (depende do tipo). Outro problema associado a esse método é que ele pode gerar. A grande vantagem é que. e 2) o DIU com hormônio (um tipo de progesterona). de preferência durante o período menstrual. Os Espermaticidas são substâncias que matam os espermatozóides. no homem. com espermicida. de forma que a mulher ingere duas pílulas até 72 horas após o ato sexual e mais duas 12 horas depois. O primeiro consiste no uso de pílula própria. Os Contraceptivos Orais são as famosas pílulas. São bastante eficazes e de fácil utilização. A Pílula do Dia Seguinte faz com que o útero fique desfavorável à gravidez. onde devem ser deixados por três semanas. aparecimento de manchas no rosto e leve ganho de peso. sem falhar. Durante seu uso. São inseridos dentro da vagina. Não atrapalha a relação sexual. São bastante eficazes. Anel Vaginal são anéis de material plástico. em mulheres com menopausa. em duas doses: a primeira até 72 horas após o ato sexual e a segunda 12 horas após a primeira. além de impedirem a gravidez. É importante tomar a pílula sempre no mesmo horário. com pausa de uma semana. Após o término da cartela. O outro método consiste no uso da pílula comum. Esses contraceptivos apresentam alguns efeitos benéficos. também contendo hormônio. promovem alívio da tensão pré-menstrual (TPM). pois a mulher não precisa ficar lembrando todos os dias de tomar a pílula. levam à regressão de cistos de ovário que produzem hormônios. Existem dois métodos. a mulher faz uma pausa de sete dias e reinicia o uso no oitavo dia. e é bastante eficaz. regularizam os ciclos menstruais. nem causa incômodo. Após a interrupção do uso. Os Adesivos Cutâneos são semelhantes aos utilizados na terapia de reposição hormonal. Os Contraceptivos Injetáveis existem duas modalidades: mensal e trimestral. É eficaz e de fácil uso. a mulher pode demorar algum tempo (até 9 meses) para conseguir engravidar. levando a um estado em que a mulher não ovula. reduzem a incidência de cólicas menstruais e diminuem o fluxo menstrual. podem ocorrer sangramentos irregulares. A mulher faz uma pausa de uma semana e reinicia o uso. Elas devem ser iniciadas no primeiro dia da menstruação e continuadas por 21 dias consecutivos. com uma taxa de gravidez muito baixa. recomendação especialmente válida para as minipílulas. e utilizados por três semanas. .Esses métodos atuam no centro regulador do ciclo menstrual. reduzem o risco de câncer de ovário e de endométrio (útero). Os adesivos são "colados" na pele. Mas esta nova intervenção só será possível conforme o tipo de laqueadura realizado e se não houve complicações posteriores. Assim como a vasectomia. clipes titânicos. A esterilização feminina consiste na ligadura tubária. entre outros recursos. o que torna a fecundação impossível. Quanto ao futuro desejo de reverter a cirurgia. a possibilidade da mulher conceber é reduzida a menos de 1%. Esta intervenção. lesar as artérias. Desta forma. A vasectomia é um procedimento ambulatorial. mas suas indicações são bastante específicas. demanda que o paciente fique internado e receba a aplicação da anestesia geral ou da espinhal.Esse método só deve ser utilizado esporadicamente. considerada muito confiável. pois o uso frequente leva à redução de sua eficácia. A laqueadura é um método contraceptivo utilizado para que as mulheres não mais engravidem. 70% das pacientes obtêm sucesso e conseguem ficar grávidas de novo. Este procedimento é definido por uma incisão e/ ou ligadura cirúrgica das trompas de falópio. embora sempre possam surgir obstáculos. queimadura das trompas. Devemos ficar atentos. com a ruptura do caminho por eles percorrido. porém. devido ao esquecimento da pílula ou ao fato de a camisinha ter estourado. Este cerco aos óvulos é concretizado por meio de anéis confeccionados com plástico. As técnicas mais passíveis de reversibilidade são as que se valem dos anéis de plástico e dos clipes de titânio. como a ação mal-sucedida do cirurgião. ou danificar a circulação e as tarefas do ovário. que a parceira continue a recorrer aos recursos contraceptivos para evitar doenças como a Aids. A masculina é a vasectomia. Também é indicada em casos de estupro. A Contracepção Cirúrgica é o único método de contracepção definitiva. provocando a menopausa prematura. ou laqueadura. é feita sob anestesia local e não causa nenhum tipo de disfunção sexual (como impotência). . através das quais passam os óvulos. É fundamental. não há mais a possibilidade deles se unirem aos espermatozóides. saindo dos ovários na direção do útero. que pode elaborar um nó mais intenso nas tubas uterinas. Esses métodos são de alta eficácia. Dessa forma. a cirurgia de laqueadura é um procedimento que rompe as tubas (ou trompas) uterinas que fazem a ligação entre os ovários e o útero.263. Caso a mulher se arrependa e queira novamente ter filhos.Por esta razão as mulheres devem ter muita certeza do que desejam ao optar pela laqueadura. desde que a cirurgia de laqueadura tenha sido feita levando-se em consideração a possibilidade de uma futura reversão. sem nenhuma intervenção. Embora elas não possam mais engravidar. a qual rege o Planejamento Familiar e determina estes requisitos. ou se houver uma cauterização muito extensa. a menstruação flui normalmente. a mulher não pode mais engravidar. o sucesso ou não de uma tentativa de reversão vai depender da forma como foi realizada a cirurgia. por onde novamente os óvulos podem transitar e encontrar os espermatozóides. pois nem sempre elas poderão reverter o quadro. a reversão . Pesquisas indicam que 60% das mulheres acalentam o desejo de engravidar novamente quando conhecem um novo par. as pacientes podem ser afetadas psiquicamente e o remorso não é incomum. A cirurgia de laqueadura pode ser desfeita se ela for realizada levando-se em consideração a possibilidade de uma futura reversão Um dos métodos de controle de natalidade mais antigos e polêmicos. Já em casa elas devem descansar ao longo de dez dias. de 1996. a menos que algum problema surja posteriormente. Em nosso país esta intervenção cirúrgica é prevista legalmente pela Lei 9. Somente as mulheres com idade superior aos 25 anos. As pacientes permanecem por dois dias internadas. É possível. Em algumas situações fora do comum a laqueadura sofre uma regressão natural. podem ser submetidas à laqueadura. Se for retirada uma parte muito grande da tuba. quando o corpo recria nas trompas o antigo canal. após a realização de duas ou mais cesarianas. Além disso. pois é dentro desse túnel que o óvulo encontra o espermatozoide e há a fecundação. para que possam ser observadas pelos médicos. um filho morre ou a vida econômica prospera. Os melhores resultados de reversão são obtidos por meio de microcirurgia de recanalização tubária. Alguns meses após a cirurgia o sêmen. o cirurgião extrai uma fração de cada um dos dois canais. Quando uma mulher tem as tubas uterinas rompidas. ela pode ser realizada no próprio consultório do cirurgião. substância expelida pelo homem no momento da relação sexual. a ovulação continua. um dos recursos contraceptivos de que os casais dispõem ao optar por não mais reproduzirem. órgãos incumbidos do transporte dos espermatozóides da região testicular ao pênis. o que implica em não poder mais ter filhos. Por meio desta técnica. Este procedimento é tão singelo que não exige nem mesmo que o paciente fique internado. não puder ser revertida. principalmente o homem. Se a laqueadura. por isso. O processo é simples. assim. conhecidos como dutos ou canais deferentes. pois envolve questões sociais. com distúrbios que impeçam o uso da pílula anticoncepcional ou nos casos em que a gravidez representa riscos graves à saúde. Depois disso. ela é. responsáveis pela fecundação dos óvulos femininos. não mais conduzirá em seu interior os espermatozóides. aplicada exatamente sobre o escroto. a volta das funções é conseguida em mais de 90% das ocasiões. A vasectomia é uma intervenção cirúrgica relativamente segura que permite ao homem eliminar sua fertilidade. não ocorre a fecundação do óvulo com o espermatozoide. a gravidez poderá ocorrer naturalmente. Este processo esterilizador só é aplicado quando o casal decide optar por este caminho de livre e espontânea vontade. religiosas e econômicas. a anestesia é local. se não houver outro impedimento. Contudo. O que ocorre é que o óvulo liberado não consegue seguir seu caminho através da tuba e. Isso não . o procedimento pode ser indicado para mulheres com muitos filhos.pode ficar prejudicada ou impedida. a mulher pode engravidar por meio de um método de reprodução assistida. A cirurgia de laqueadura é um assunto controverso. bolsa cutânea na qual estão localizados os testículos. A intervenção dura apenas de 15 a 20 minutos. Estudos indicam que ela não agrava a aterosclerose.significa. Há também outros meios de se praticar o controle de natalidade. Este mecanismo é repetido em cada duto. O nível de segurança desta operação é quase total. por esta razão é melhor consultar o médico sobre possíveis caminhos a serem adotados. o cirurgião efetua uma mínima incisão na pele da bolsa escrotal. É importante que o paciente siga as orientações médicas prescritas antes do procedimento cirúrgico. inflamação crônica que provoca a constituição de placas nas paredes dos vasos sanguíneos. pesquisas apontam que os índices de insucesso na cirurgia limitam-se a menos que 1%. Boa parte dos pacientes apresenta. são submetidos à retirada dos necessários fragmentos. Ele obtém sua ereção da mesma forma. como qualquer cirurgia. agora visíveis. Os membros do sexo masculino devem refletir bem antes de decidir realizar esta cirurgia. É normal que o paciente sinta alguma dor na região atingida e também o aparecimento de um pouco de sangue ou de outra substância no local do corte. ao longo de três ou cinco dias depois da vasectomia. Contudo. Quanto à ocorrência de câncer de próstata ou de testículo nos que recorreram a este método contraceptivo. igualmente. que o indivíduo perde ou tem seu desempenho sexual reduzido. a completa eficácia e a carência de obstáculos pósprocedimento dependem da vivência profissional do cirurgião e da tecnologia usada no instante da intervenção. o que certamente prevenirá futuros problemas. como muitos podem acreditar. É comum. e então os dutos deferentes. apenas com a ausência dos espermatozóides. no final os canais são restituídos à bolsa e a pele é costurada. . um certo inchaço e a cútis ligeiramente azul ou escura. pois ela é quase sempre impossível de ser revertida. Logo depois as partes restantes dos canais são atadas para que não ocorra a provável formação de um novo canal. os médicos garantem que eles não ficam mais suscetíveis a adquirir estas enfermidades. mínimas dificuldades na pele escrotal. Com o paciente anestesiado. retorno ao trabalho após cinco dias e exercícios físicos somente após uma semana. no mínimo. A vasectomia é um cirurgia simples com baixa taxa de complicações. Banho só após 24-48h. basta cortá-lo e depois suturar cada uma das pontas. inchaço na bolsa escrotal e dor local. A vasectomia é uma cirurgia simples que resulta em esterilização permanente do homem por impedir a liberação de espermatozoides no líquido ejaculado. mas neste período ainda podem haver espermatozoides viáveis no esperma. É sempre seguro confirmar esses prazos com o médico que realizou a operação. que os espermatozódes armazenados no epidídimo não mais conseguirão chegar à vesícula seminal. São precisos em média 20 ejaculações para se limpar todo o ducto. Deste modo. O urologista faz uma pequena anestesia local na pele da bolsa escrotal e com um pequeno corte exterioriza o ducto deferente. A vasectomia é um procedimento cirúrgico tão simples que não precisa ser feito em ambiente hospitalar. basta causar uma interrupção no ducto deferente. o esperma ejaculado passa a sair sem um único espermatozoide presente.8%. Após três meses indica-se uma avaliação do sêmen à procura de espermatozoides. Neste texto vamos explicar o que é a cirurgia de vasectomia e quais as chances de reversão. A taxa de sucesso da vasectomia é de 99. O paciente recebe alta alguns minutos após o término do procedimento e deve se manter em repouso por dois ou três dias. A lógica da cirurgia de vasectomia é muito simples. Nos dois ou três primeiros dias é possível haver dor e desconforto na região escrotal. O paciente pode voltar a ter relações sexuais após uma semana. A partir daí.A vasectomia é modo mais efetivo de contracepção masculina. entretanto costuma ser fraca e cede com analgésicos comuns. É possível nas primeiras semanas haver através da incisão dos ductos deferentes um pequeno vazamento de espermatozoides para dentro da bolsa . Se já não houver mais nenhum. Nos primeiros dias do pós-operatório é comum haver sangue no esperma. A cirurgia dura cerca de 15-20 minutos. o paciente pode ser considerado estéril. Esta dor. O granuloma é uma massa formada pela mistura de espermatozoides e células de defesa do nosso sistema imune. A vasectomia em alguns casos pode ser reversível. menores as chances da reversão ter sucesso. O homem continua a ejacular normalmente. Este vazamento pode desencadear uma reação inflamatória e a formação de granulomas do esperma. menos de um terço das reversões são efetivas. Outra complicação possível é a sensação de peso.escrotal. o risco de transmissão permanece o mesmo. plenitude ou dor na bolsa escrotal causado pelo acúmulo de espermatozoides no epidídimo. Quanto maior o tempo de vasectomia. a diferença é que não haverá mais espermatozoides no meio do esperma. Após 15 anos de vasectomia. que podem ser notados como pequenos nódulos dolorosos no trajeto do ducto deferente. mas a cirurgia de reversão é bem mais complexa. .Se o paciente vasectomizado tiver alguma DST. Após algumas semanas o testículo começa a diminuir a produção de espermatozoides e o organismo começa a absorver os já que existem. Também é importante destacar que a vasectomia é um método contraceptivo que não diminui a chance de transmissão ou contaminação por qualquer doença sexualmente transmissível (DST). São raros os casos onde não há melhora do desconforto e o paciente precisa ser avaliado novamente pelo urologista. resultando em uma melhora da congestão. é um processo demorado. Pensando um pouco nas dificuldades. divulgação adequada.Conclusão As dificuldades encontradas foram: Pouca adesão dos pacientes. participação predominantemente feminina. Da aprovação do processo até o dia da cirurgia demoram meses. Quem tem um convenio bom consegue agendar a cirurgia muito mais rápido e fácil. . Outro exemplo é o do trabalhador ou trabalhadora que trabalha no horário comercial e o posto funciona das oito da manhã as cinco da tarde. recursos humanos. O trabalhador de baixa renda que tem cinco filhos e quer fazer uma vasectomia pelo SUS. ele vai precisar perder dias de serviço para participar do grupo. material de insumos e educativos para a demanda. capacitação da equipe. a laqueadura demora para sair pelo Sistema único de Saúde (SUS) e o esposo não aceita usar camisinha. os hormônios a fizeram passar muito mal e engordar. provavelmente vai ficar com vergonha de descobrirem que ela iniciou a vida sexual e vai pensar que sua mãe vai descobrir também. Outra barreira é a distancia geográfica como quando pensamos em estados como o amazonas onde as pessoas precisam de barcos para chegar em alguns lugares. demora no agendamento de consultas. os pais não conversam com o adolescente ou não autoriza o uso por causa da religião. horário de atendimento da Unidade Básica de Saúde (UBS). da coleta de exames e das consultas. será que aquela adolescente que é conhecida no bairro ou na cidade pequena vai ter coragem de ir ao Posto de Saúde retirar o preservativo. Outro exemplo é a mulher que não se adaptou a pílula ou injeção. A igreja católica que é contra o uso do preservativo. Através das dificuldades traçamos as seguintes estratégias: Para realizar um bom planejamento familiar é necessário que a UBS tenha uma boa estrutura física. Outro exemplo o adolescente que quase nunca foi orientado sobre os métodos contraceptivos. como garantir planejamento familiar de qualidade. porque aprofundamos perversamente a desigualdade social e criamos um caldo de cultura que contém os três fatores de risco indispensáveis à explosão da violência urbana: crianças maltratadas na primeira infância e descuidadas na adolescência. O que o pensamento religioso medieval e as autoridades públicas que se acovardam diante dele fingem não perceber é que. é necessário o fortalecimento das estratégias em busca do pleno êxito. que mal consegue alimentá-los. vou citar um exemplo. etc. Embora a sociedade possa ajudar. dificuldade de acesso até chegar á uma Unidade mais próxima. Se associarmos a pobreza com falta de planejamento familiar e violência urbana: o número de crianças pequenas nas ruas dos bairros mais violentos fala por si. As queixas apresentadas por muitas mulheres são. não concebe o quinto só para vê-lo sofrer. Percebemos que a adesão do planejamento familiar em relação aos outros métodos contraceptivos que não a laqueadura ou a vasectomia é baixa. iletradas. não engravidam aos 14 anos para viver os mistérios da maternidade. portanto dos políticos. nessa área dependemos de políticas públicas. a mãe de quatro filhos. e estes morrem de medo de contrariar a igreja. comprometemos o futuro do País. todas pacientes que realizam pregnosticon na urina que é o teste de gravidez. Apesar dos avanços significativos do planejamento familiar no país. a pílula oral a mulher tem que ir retirá-la todos os meses. As meninas mais pobres. ao negar o acesso dos casais mais pobres aos métodos modernos de contracepção. . Agem como se o planejamento familiar fosse uma forma de eugenia para nos livrarmos dos indesejáveis. O de meninas em idade de brincar com boneca aguardando atendimento nas filas das maternidades públicas também. por exemplo. médicos e enfermeiros podem aproveitar as consultas.Entre as estratégias quando se tem uma UBS são os agentes comunitários que podem conversar com os usuários. quando se trata de uma aspiração legítima de todo cidadão. que vão conviver com pares violentos quando crescerem. quando é negativo é agendado no cartão o grupo de planejamento familiar e o profissional incentiva na participação. . informando sobre as diferentes opções de anticoncepcionais. até o anticoncepcional oral. proporcionando as informações claras e completas. quase sempre é só a mulher que participa do grupo. Ainda. DIU ou laqueadura e vasectomia entre outros.No processo do planejamento familiar é necessário a realização de ações educativas e preventivas. sobre os métodos contraceptivos para escolherem o método mais eficaz para o casal indo desde o preservativo. isso seria o ideal. mas o que observamos é que as mulheres e homens participam do grupo como sendo uma obrigação para conseguirem o único objetivo que é a cirurgia: laqueadura ou vasectomia. participasse do grupo para ficarem mais informadas sobre o funcionamento do corpo. o que seria o ideal? Que grande parte da população em idade fértil da área de abrangência do Posto de Saúde ou da área do PSF. de maneira que o usuário seja capaz de realizar uma escolha livre e informada. Referente ao grupo de planejamento familiar que acontece nas Unidades Básicas de Saúde. programa de atenção integral à saúde. Art. Regula o § 7º do art. neonato. Parágrafo único . em todos os seus níveis. que trata do planejamento familiar. em toda a sua rede de serviços. pré-natal. . ao homem ou ao casal. limitação ou aumento da prole pela mulher. 226 da Constituição Federal. I II III a a assistência como atividades assistência o ao parto.É proibida a utilização das ações a que se refere o caput para qualquer tipo de controle demográfico.Lei do Planejamento Familiar LEI Nº 9.As instâncias gestoras do Sistema Único de Saúde. pelo homem ou pelo casal. Art. 3º O planejamento familiar é parte integrante do conjunto de ações de atenção à mulher. 1º O planejamento familiar é direito de todo cidadão. que inclua. à básicas. observado o disposto nesta Lei. 2º Para fins desta Lei. obrigam-se a garantir. em todos os seus ciclos vitais. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: CAPÍTULO I DO PLANEJAMENTO FAMILIAR Art. dentro de uma visão de atendimento global e integral à saúde. DE 12 DE JANEIRO DE 1996. concepção atendimento ao puerpério e ao entre e outras: contracepção. ao homem ou ao casal. no que respeita a atenção à mulher. Parágrafo único . estabelece penalidades e dá outras providências.263. entende-se planejamento familiar como o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição. na prestação das ações previstas no caput. 8º A realização de experiências com seres humanos no campo da regulação da fecundidade somente será permitida se previamente autorizada. fiscalizada e controlada pela direção nacional do Sistema Único de Saúde e atendidos os critérios estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde. do câncer de mama e do câncer de pênis.Compete à direção nacional do Sistema Único de Saúde definir as normas gerais de planejamento familiar. técnicos e científicos que assegurem o livre exercício do planejamento familiar. 5º . 9º Para o exercício do direito ao planejamento familiar. fiscalizada e controlada pelo órgão de direção nacional do Sistema Único de Saúde. desde que autorizada. no que couber. Art. às instâncias componentes do sistema educacional. Parágrafo único .É dever do Estado. Art. . Art. filantrópicas ou não. meios. métodos e técnicas disponíveis para a regulação da fecundidade. nos termos desta Lei e das normas de funcionamento e mecanismos de fiscalização estabelecidos pelas instâncias gestoras do Sistema Único de Saúde. educacionais. com ênfase na capacitação do pessoal técnico. visando a promoção de ações de atendimento à saúde reprodutiva. 4º O planejamento familiar orienta-se por ações preventivas e educativas e pela garantia de acesso igualitário a informações.É permitida a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros nas ações e pesquisas de planejamento familiar. promover condições e recursos informativos. Art. através do Sistema Único de Saúde.o controle e prevenção do câncer cérvico-uterino. Art. garantida a liberdade de opção. 7º . em associação. V .O Sistema Único de Saúde promoverá o treinamento de recursos humanos.IV - o controle das doenças sexualmente transmissíveis. 6º As ações de planejamento familiar serão exercidas pelas instituições públicas e privadas. Parágrafo único . serão oferecidos todos os métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos e que não coloquem em risco a vida e a saúde das pessoas. Art. dificuldades de sua reversão e opções de contracepção reversíveis existentes. pelo menos. Somente é permitida a esterilização voluntária nas seguintes situações: (Artigo vetado e mantido pelo Congresso Nacional . a esterilização depende do consentimento expresso de ambos os cônjuges. incluindo aconselhamento por equipe multidisciplinar.8. na forma do § 1º.em homens e mulheres com capacidade civil plena e maiores de vinte e cinco anos de idade ou.Parágrafo único. A prescrição a que se refere o caput só poderá ocorrer mediante avaliação e acompanhamento clínico e com informação sobre os seus riscos. estados emocionais alterados ou incapacidade mental temporária ou permanente. período no qual será propiciado à pessoa interessada acesso a serviço de regulação da fecundidade. exceto nos casos de comprovada necessidade. de 19. testemunhado em relatório escrito e assinado por dois médicos. possíveis efeitos colaterais. desvantagens e eficácia. após a informação a respeito dos riscos da cirurgia. vasectomia ou de outro método cientificamente aceito. desde que observado o prazo mínimo de sessenta dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico. expressa durante ocorrência de alterações na capacidade de discernimento por influência de álcool. sendo vedada através da histerectomia e ooforectomia. drogas. vantagens. § 2º É vedada a esterilização cirúrgica em mulher durante os períodos de parto ou aborto. com dois filhos vivos. § 3º Não será considerada a manifestação de vontade. Art. por cesarianas sucessivas anteriores. 10. § 4º A esterilização cirúrgica como método contraceptivo somente será executada através da laqueadura tubária. visando desencorajar a esterilização precoce.Mensagem nº 928.risco à vida ou à saúde da mulher ou do futuro concepto. II . § 5º Na vigência de sociedade conjugal. § 6º A esterilização cirúrgica em pessoas absolutamente incapazes somente .1997) I . § 1º É condição para que se realize a esterilização o registro de expressa manifestação da vontade em documento escrito e firmado. 1997 Pena . Parágrafo único. drogas. Só podem ser autorizadas a realizar esterilização cirúrgica as instituições que ofereçam todas as opções de meios e métodos de contracepção reversíveis. Toda esterilização cirúrgica será objeto de notificação compulsória à direção do Sistema Único de Saúde. e multa. (Artigo vetado e mantido pelo Congresso Nacional) Mensagem nº 928. Parágrafo único .com manifestação da vontade do esterilizado expressa durante a ocorrência de alterações na capacidade de discernimento por influência de álcool. (Parágrafo vetado e mantido pelo Congresso Nacional) Mensagem nº 928.8. Realizar esterilização cirúrgica em desacordo com o estabelecido no art. II .A pena é aumentada de um terço se a esterilização for praticada: I . Cabe à instância gestora do Sistema Único de Saúde. cadastrar. 12. 14. regulamentada na forma da Lei. 13. 10 desta Lei.1997 Art. (Artigo vetado e mantido pelo Congresso Nacional) Mensagem nº 928. salvo o disposto no inciso II do art. de 19.1997 CAPÍTULO II DOS CRIMES E DAS PENALIDADES Art. É vedada a indução ou instigamento individual ou coletivo à prática da esterilização cirúrgica. se a prática não constitui crime mais grave. 11. . de dois a oito anos. É vedada a exigência de atestado de esterilização ou de teste de gravidez para quaisquer fins. fiscalizar e controlar as instituições e serviços que realizam ações e pesquisas na área do planejamento familiar.poderá ocorrer mediante autorização judicial. guardado o seu nível de competência e atribuições. de 19. 10 desta Lei. de 19. Art. Art.8. Art.durante os períodos de parto ou aborto.reclusão. 15.8. 16.estados emocionais alterados ou incapacidade mental temporária ou permanente. de 7 de dezembro de 1940 . As instituições a que se refere o artigo anterior sofrerão as seguintes sanções. sem direito a qualquer indenização ou cobertura de gastos ou investimentos efetuados. aos co-autores ou aos partícipes: I se particular a instituição: a) de duzentos a trezentos e sessenta dias-multa e. Art.848. II . Aplica-se aos gestores e responsáveis por instituições que permitam a prática de qualquer dos atos ilícitos previstos nesta Lei o disposto no caput e nos §§ 1º e 2º do art. Art. dos gestores e responsáveis dos cargos ou funções ocupados.Código Penal. judicial. 29 do Decreto-lei nº 2. multa.Se o crime for cometido contra a coletividade. de um a dois anos. qualquer e fim. Deixar o médico de notificar à autoridade sanitária as esterilizações cirúrgicas Pena detenção. de seis que meses a dois anos. Exigir atestado de de um esterilização a dois para anos. e realizar. 17. Induzir ou instigar dolosamente a prática de esterilização cirúrgica. se reincidente. Art. aplicando-se o disposto na Lei nº 2. multa. caracteriza-se como genocídio. Pena reclusão. reclusão. sem prejuízo de outras penalidades. afastamento temporário ou definitivo dos agentes do ilícito.se pública a instituição. . de 1º de outubro de 1956. Art. Art.889. Pena 18. III IV V em através através pessoa de de absolutamente indicada histerectomia incapaz. sem prejuízo das aplicáveis aos agentes do ilícito. 19. Parágrafo único . 20. para fim sem e ooforectomia. b) proibição de estabelecer contratos ou convênios com entidades públicas e de se beneficiar de créditos oriundos de instituições governamentais ou daquelas em que o Estado é acionista. suspensão das atividades ou descredenciamento. autorização de cesária exclusivo esterilização. em especial. a contar Art. II e III. 24. 44. III e IV e § 3º. CAPÍTULO III DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. caput e § 1º. 56. Revogam-se disposições Brasília. 159. caput e incisos I e II. contrário. caput e incisos I . e §§ 1º e 2º. Aplica-se subsidiariamente a esta Lei o disposto no Decreto-lei nº 2. 52. caput e §§ 1º e 2º. o disposto nos arts. observados.521 e seu parágrafo único do Código Civil. caput e incisos I. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de noventa dias. de 15. 47. 23. 129. caput e incisos I e II e III e parágrafo único. 63 do Código de Processo Penal. nos seus arts. 50. nesse caso.Art. II e III. de 7 de dezembro de 1940 . as instituições a que pertençam ficam obrigados a reparar os danos morais e materiais decorrentes de esterilização não autorizada na forma desta Lei. 49. 51. caput e parágrafo único. 22. e.O. combinados com o art. da Esta 25. caput e parágrafo único.Código Penal. § 1º e alíneas e § 2º. 48.1996 . 45. 46. publicação. incisos I. se for o caso. Os agentes do ilícito e. 1. 175º da Independência e 108º da República. 12 de janeiro de 1996. caput. 29.848. caput e §§ 1º e 2º. incisos I. 21. 43. Lei data entra em vigor as de na data sua de sua em publicação. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Este texto não substitui o publicado no D. Art. II e III . Art.518 e 1.U. § 2º.1. caput.