pisicologia - Monografia Psicossomatica

March 23, 2018 | Author: MarciusNogueira | Category: Meridian (Chinese Medicine), Blood, Liver, Kidney, Mind


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JOSÉ JOACIR DOS SANTOSA ABORDAGEM PSICOSSOMÁTICA E OS SISTEMAS ENERGÉTICOS FACIS/IBEHE Brasília 2005 JOSÉ JOACIR DOS SANTOS A ABORDAGEM PSICOSSOMÁTICA E OS SISTEMAS ENERGÉTICOS Monografia apresentada à FACIS/IBHE como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Psicossomática FACIS/IBEHE Brasília 2005 2 RESUMO Este trabalho tem como objeto o estudo a abordagem psicossomática como parte da busca do ser humano por uma maneira de viver harmoniosa, que reúna todas as dimensões da sua comunicação com as forças universais e as multidimensões dele mesmo. Apresenta-se tópicos de sua inserção e interdependência na história cultural do Oriente e a dificuldade dessa abordagem em se mostrar como um caminho na cultura Ocidental, onde o ser humano é visto como partes fragmentadas e independentes, apesar das inúmeras evidências da aridez desse caminho e da tentativa silenciosa de quebra desse padrão por parte das sociedades de vanguarda. Conclui-se que o adoecimento é favorecido pelo desvinculamento dos elos de ligação do ser humano com sua essência e que o Brasil, com sua rica biodiversidade, poderia mudar os rumos da política de saúde e adotar uma postura multidisciplinar, democrática, onde o cidadão possa decidir, escolher e canalizar o melhor caminho de busca da sua própria cura. ABSTRACT The object of my work is the study of the psychosomatic approach as part of the human being’s quest for a harmonious way of life which includes all dimensions of communication with all the universal forces and his/her own multi-dimensions. Presented are topics of man’s insertion and interdependence on the East’s cultural history and the difficulty this approach presents in showing how a path in Western culture, where the human being is seen as independent and fragmented parts despite abundant evidence of how arid such a path is and of the silent attempt to break such pattern on the part of the most advanced societies. The conclusion is that sickness is favored by cutting the ties of the human being with his/her essence and that Brazil, with its rich biodiversity, could change its policies regarding public health and adopt a multidisciplinary and democratic stand where the citizen can decide, choose and better choose the way to search for his/her own cure. 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ________________________________________________ 05 CAPÍTULO I ASPECTOS HISTÓRICOS DO OCIDENTE E DO ORIENTE __________________________ 06 CAPÍTULO II VISÃO ORIENTAL DOS FATORES EMOCIONAIS NA CAUSA DA DOENÇA __________ 10 O corpo denso, os 12 meridianos e o fluxo da energia vital ________________________________ 12 A circulação da energia vital ________________________________________________________ 14 Relação e interdependência de órgãos e vísceras _________________________________________ 15 As vísceras _____________________________________________________________________________ 17 CAPÍTULO III A INTERLIGAÇÃO DOS SETE CORPOS E OS FATORES DO ADOECIMENTO ________ 19 A essência yin e yang, os cinco elementos e os corpos sutis ________________________________ 22 Homens de São Paulo perdem a essência_______________________________________________ 23 Transplantados se recuperam com terapia floral em São Paulo __________________________ 24 As polaridades das forças yin e yang _________________________________________________ 24 A dificuldade de ver a olho nu ____________________________________________________________ 27 CAPÍTULO IV O QUE DIZEM OS CIENTISTAS? _________________________________________________ 28 CAPÍTULO V DE ONDE VEM A DOENÇA? _____________________________________________________ 31 A saída interdisciplinar ___________________________________________________________ 33 CONCLUSÃO ________________________________________________ 36 BIBLIOGRAFIA ______________________________________________ 39 4 INTRODUÇÃO O objetivo deste trabalho é indicar que a psicossomática não é um caminho novo que se apresenta como um resgate da essência humana. Mostra que há milênios e cada vez mais é praticada com naturalidade no Oriente, não necessariamente com esse nome, e que no Ocidente a política e profissionais de saúde cada vez mais mergulham no caminho interminável do esmiuçar. Haveria uma inter-relação no fenômeno biopsico-hitórico-socialespiritual, independente da geografia humana? A relevância do tema reside no fato de que a sociedade brasileira é multicultural, multiétnica, rica em biodiversidade, socialmente tolerante e que cada vez desenvolve a transculturalidade. No primeiro dos cinco capítulos, é feita uma são apresentados os “Aspectos históricos do Ocidente e do Oriente” onde a questão principal é: qual seria a idade da psicossomática? “A Visão Oriental dos Fatores Emocionais na Causa da Doença” é exposta no segundo capítulo, no qual a Medicina Tradicional praticada em vários países do Oriente é invocada como exemplo do tratamento holístico do ser. Agora existe um corpo denso interligado a seis outros menos densos ou sutis. Os canais invisíveis de circulação da energia vital, os meridianos, são um ponto de acordo entre o Oriente e o Ocidente. “A Interligação dos Sete Corpos e os Fatores do Adoecimento” compõe o terceiro capítulo, onde aparecem os cinco elementos da natureza influenciando o equilíbrio e o desequilíbrio do micro e do macrocosmo. A medicina Ocidental e as práticas holísticas se juntam em hospital de São Paulo. Mas, “O Que Dizem os Cientistas?” De onde veio a inspiração dos termos matemáticos abstratos? De Onde Veio a Doença? – pergunta-se no quarto e quinto capítulo. Quanto à metodologia, foram utilizados dados da empiria bibliográfica e da prática clínica do autor. 5 CAPÍTULO I ASPECTOS HISTÓRICOS DO OCIDENTE E DO ORIENTE A maioria das escolas filosóficas considera hoje que a saúde integral está diretamente relacionada com a maneira de viver do indivíduo e essa questão vem em direção oposta aos interesses da sociedade moderna ocidental, que não prioriza uma maneira de viver harmoniosa, onde haja integração equivalente, imediata e constante entre o corpo, a mente, a emoção e o espírito. Preso ao tempo, desvinculado de qualquer raiz cultural sólida, invadido pela mídia, desiludido, vilipendiado pelas ideologias e pela política e, ainda, sem ter como se dedicar a si mesmo, o ser humano ocidental vê, sem surpresa, que seu melhor espelho parece ser as lindas vitrines das inúmeras farmácias espalhadas pelos quatro cantos, onde ele pode fazer compras em um carrinho de supermercado. O melhor exemplo contrário a isso é o do povo tibetano. Isolada do mundo até 1948, quando foi invadida, ocupada e anexada pela China, a civilização tibetana pensava, vivenciava e ensinava a libertação do ego e da polaridade 1 , do equilíbrio do alimento e a convivência com os cinco elementos da natureza, e incentivava a junção de todas as partes naquilo que os taoístas chineses se apegaram para expressar o caminho do meio, sem a palavra “ou”: yin e yang, luz e sombra, frio e calor, etc. Abram Eksterman 2 diz que psicossomática “é um tema recente ao âmbito mundial, embora seus princípios estejam contidos na doutrina médica desde os tempos hipocráticos”. Já a pesquisadora Terry Clifford 3 conta que Dharmapala, o Lama que sistematizou a gramática tibetana, a qual junta o Sânscrito aos dialetos locais, passou anos de sua vida, como muitos outros tradutores, entre 1441 e 1528, traduzindo manuscritos e livros escritos antes da Era Cristã, em folhas de madeira de bambu. Segundo Clifford, das obras traduzidas e sistematizadas pelo monge, destaca-se o Theasury of Roots, que vem a ser um compêndio de remédios, fórmulas e receitas fitoterápicas de um antigo médico-lama chamado Nargarjura, o qual viveu no começo do primeiro milênio. A pesquisadora relata que esse livro é uma coletânea de fórmulas para o tratamento dos nervos e desordens cutâneas, febres, doenças de 1 Polaridade requer a escolha entre uma coisa ou outra. Cf. Thorwald DETHLEFSEN; Rudiger DAHLKE, A doença como caminho. 2 Medicina psicossomática no Brasil, In: MELLO FILHO, J. et al, Psicossomática Hoje, p.28. 3 Tibetan Buddhist Medicine & Psichiatry. 6 olhos, entre outras. “Trata-se de um precioso trabalho sobre tratamentos psicossomáticos” 4 porque para os tibetanos não há separação entre corpo, mente, emoção e espírito. Qual seria a idade da psicossomática? Do ponto de vista ocidental, a psicossomática ainda não nasceu para a grande maioria dos chamados trabalhadores da “área da saúde”, uma classe especial, elitizada, que ignora aquilo que não é mensurado, que não é visível, palpável, racionalizado, cortado em pedaços; que trata a doença e não o doente; que cada vez mais fica longe da filosofia dos terapeutas de Alexandria 5 . Aliás, talvez o grande vazio no conhecimento ocidental esteja nas cinzas da Biblioteca de Alexandria, que era o centro difusor de idéias da época, inclusive a filosofia do povo Essênio, que teria influenciado Jesus, e que foi incendiada pelos romanos. Do ponto de vista oriental, a melhor maneira de entender a psicossomatização é através do modus vivendi; é sentar-se em uma esquina da cosmopolita e hoje chinesa Hong Kong e perguntar aos transeuntes, de olhos puxados, em seus elegantes paletós ocidentais, o que lhes norteia a vida. Muitos acharão a pergunta idiota demais, parecida com “coisa de ocidental”, mas alguns imediatamente responderão: I Ching!. Este livro é conhecido como o “livro das mudanças ou das mutações” e os orientais o têm como um oráculo de consultas para a vida diária. Conta-se que se originou de desenhos feitos no casco de uma tartaruga há mais de cinco mil anos, e cujo significado é atemporal. Conseguiu sobreviver e ser recopiado ao longo dos séculos e chegou aos dias atuais, apesar das inúmeras guerras e revoluções entre as diferentes etnias chinesas e invasões estrangeiras na região. Segundo o I Ching, não são as coisas que mudam porque todas as coisas estão no seu processo natural de mudança. Não há uma ciranda russa nem coincidências ou acidentes. O que muda é a maneira de ver e esse olhar mutante só ocorre quando o indivíduo está em harmonia com a própria essência, porque tudo está conectado e ocorre simultaneamente no tempo e no espaço e isso não tem nada a ver com a filosofia espiritualista da causa e do efeito. Longe do paradoxo comunista chinês e diante de importantes decisões financeiras, pessoais, sentimentais e de saúde física, mental e espiritual, os jovens executivos de Hong Kong, assim como seus ancestrais faziam no ano 206 antes de Cristo, durante a dinastia Han 6 , recorrem aos leitores desse oráculo milenar para saber da sincronicidade de suas vidas naquele momento, enquanto saboreiam uma sopa de vegetais em caldo de soja, seguida de um chá da estação. 4 Terry CLIFFORD, Tibetan Buddhist Medicine & Psychiatry, p. XVII. Cf. Jean-Yves LELOUP, Cuidar do Ser: Fílon e os Terapeutas de Alexandria. 6 Cf. Edward L. SHAUGJNESSY, I Ching. 5 7 Em 1950, Carl Gustav Jung publicou Sincronicidade: Um Princípio de Conexões Acausais. Nesse ensaio, Jung evoca os filósofos Schopenhauer e Leibniz. O primeiro vale-se do conceito de prima causa para explicar a relação de simultaneidade significativa, de cuja expressão Jung cunha o termo sincronicidade. De Leibniz, é a idéia de harmonia preestabelecida. Para Jung, “não existe a mera coincidência”. Para os jovens executivos de Hong Kong, assim como para centenas de gerações de asiáticos, a maneira de viver é aquela transmitida e testada o bastante pelos ancestrais, sem necessariamente ter que se perder do processo evolutivo humano – o Japão é um dos países tecnologicamente mais desenvolvidos do mundo e mesmo assim não se desligou das tradições holísticas ancestral. Para os asiáticos, talvez a palavra psicossomática não faça o menor sentido, nem tenha uma idade porque, quando o assunto é conhecimento, não existe pai disso ou o pai daquilo; o que existe é o elo ancestral que impulsiona o olhar para o futuro. No Brasil, pioneiros na abordagem psicossomática como Danilo Perestrello – embora vinculado ao conhecimento estrangeiro, colonialista, importado, onde as universidades não sabem ainda hoje onde ficam as escolas primárias nem a medicina conhece as rezadeiras, os xamãs, os índios e o conhecimento popular – aponta, em sua tese 7 , que “os vários fatos observados na prática clínica evidenciam que soma e psiquismo formam uma só unidade; que a oposição entre os termos mental e corporal, físico e anímico, psíquico e somático carece de existência real”. Vale lembrar que a visão da psicologia e da medicina no Brasil é baseada no estudo do ser humano europeu, longe ainda e cada vez mais do brasileiro multicultural, que nunca vivenciou uma guerra, grandes calamidades e nem a histeria. Daquela época para cá, a abordagem psicossomática tem sido posta em prática por alguns “aventureiros” que correm o risco de serem chamados de bruxos pela psicologia fundamentalista. Nos dias atuais, a preocupação com a saúde pública nacional está sob a responsabilidade dos Ministérios do Trabalho e Emprego (normatização e fiscalização), Previdência e Assistência Social (questões de pecúlio e aposentadoria), e Saúde (políticas de saúde, envolvendo a prevenção e a intervenção). Aparentemente, as seqüelas dos anos de colonização e, mais recentemente, de ditadura militar ainda deixam ranços no avanço da política atual desses Ministérios, cujas ações mostram-se ainda desarticuladas e improdutivas na maioria dos casos. O que se tem visto nos inúmeros escândalos políticos publicados na imprensa é que cada governo usa esses Ministérios para acomodar seus quadros políticopartidários e barganhar troca de votos. Paralelamente, as escolas e as universidades ainda não 7 A Psiquiatria Atual como Psicobiologia, In: MELLO FILHO J. et al, Psicossomática Hoje, p.29. 8 se cruzam e isso dificulta a interação entre o microcosmo e o macrocosmo. Apesar disso, o país tem dado saltos no desenvolvimento e na industrialização, muitas vezes sem bases estruturais sólidas e capazes de colocar o elemento humano em um patamar giratório capaz de lhe dar condições de olhar para si mesmo como prioridade e capaz de fazer escolhas na maneira de viver, pensar, agir e se relacionar com o seu bem-estar, com bases ecológicas sustentáveis. Se não for assim, o desenvolvimento vai e o ser humano fica preso às malas de couro dos representantes dos laboratórios, aqueles que furam a fila de clientes. A medicina oficial, articulada por um seleto grupo de senhores, ainda pensa como os militares do golpe de 1964: o povo precisa ser protegido nas suas escolhas e a melhor delas é a farmácia, os planos de saúde, a especialização da especialização, e que não existe nada além do corpo frio, inerte, numerado. 9 CAPÍTULO II VISÃO ORIENTAL DOS FATORES EMOCIONAIS NA CAUSA DA DOENÇA A tradicional medicina oriental é um sistema de prevenção e tratamento da saúde holisticamente estruturado, espalhado por toda a Ásia, com ramificações continentais, onde o conhecimento é repassado de geração em geração por centenas de anos. Corpo, mente, emoção e espírito são tidas como estruturas interdependentes e a população procura resposta para os seus desequilíbrios nos templos. Neles, os mestres identificam sinais tristeza, tensão nervosa, raiva, preocupação, medo, excesso de trabalho e procuram associá-los, individualmente, a um órgão físico do corpo. Por exemplo, irritabilidade e raiva contida podem afetar o fígado, resultando em dores menstruais, dor-de-cabeça, avermelhamento da face e dos olhos, dizimia, secura da boca e tendinite. O diagnóstico é extremamente individualizado e considera os aspectos biopsico-histórico-social-espiritual do indivíduo. Uma vez detectado qual dos órgãos está em desequilíbrio, todo o tratamento terá esse órgão como base de investigação da causa da desarmonia. O destino desse paciente, entre outros, poderá ser: mudar a dieta para incluir alimentos específicos que apressem o equilíbrio do órgão, tomar chá, meditar, ser submetido à acupuntura e a exercícios físicos ligados às terapias energéticas e ou espirituais. Ainda usando o fígado e suas patologias como exemplo, inchaço dos seios, dor menstrual e irritabilidade durante o fluxo menstrual são tratados com ervas e acupuntura, enquanto que enxaqueca, dizimia, raiva contida e avermelhamento da face apontam para diferente tipo de padrão de desequilíbrio do fígado, que recebe outro tipo de intervenção. Por que será que enxaqueca ou dor-de-cabeça pode ter origem no desequilíbrio do fígado? Do ponto de vista da medicina oriental, o sistema de órgãos pode incluir tanto as funções fisiológicas densas do corpo (à maneira ocidental) quanto as dos corpos sutis, sem separá-las. Vejamos como pode ser feita uma leitura da emoção do ponto de vista oriental, através dos cinco órgãos, cada um ligado a um elemento: O fígado cuida para que a energia do sangue navegue com tranqüilidade pelo corpo. Encarrega-se também da secreção biliar, armazena sangue, e conecta-se com tendões, unhas e olhos. Compreendendo essas conexões, podemos perceber como uma conjuntivite pode estar vinculada ao desequilíbrio do fígado ou excesso de menstruação pode estar relacionada com dificuldades desse órgão em armazenar o sangue. Paralelamente às emoções, outros fatores como dieta, meio-ambiente, estilo de vida e hereditariedade também contribuem para o 10 desenvolvimento de tais desequilíbrios. Isto é, havendo interrupção do fluxo energético no fígado a conseqüência pode ser um estresse, etc. O baço cuida da digestão e absorção dos alimentos com a finalidade de gerar sangue novo. Mantém o sangue dentro dos vasos e conecta-se com músculos, boca e lábios. Habilita a capacidade de pensar, estudar e memorizar. Com o excesso de pensamento e de emoções, focalizando a mente em um assunto específico, de forma contínua, a energia do baço enfraquece e conseqüentemente aparece cansaço, perda de apetite, perda de muco, problemas digestivos, distensão abdominal, diarréia com perda de nutrientes, enfraquecimento dos músculos, lábios pálidos e finos, excesso de fluxo menstrual e outros desequilíbrios relativos a sangue. O pulmão está ligado à aflição, tristeza, falta de desinteresse pela vida. Esse órgão cuida da respiração, subindo, descendo e gerando com esse movimento uma espécie de dança dos demais órgãos. Faz a energia vital circular em forma de ar. Trabalha diretamente com os rins regulando o metabolismo da água. O seu equilíbrio está diametricamente ligado ao sistema imunológico e à resistência a bactérias e vírus. Regula as glândulas sudoríferas, os pelos do corpo e favorece a saúde da pele. Quando em desequilíbrio provoca a falta de ar, a dança diminui, desacelera o fluxo vital, baixa o volume de ar, aparece a fadiga, maior freqüência de gripe, resfriado, alergias, asma e outras patologias. A pele seca. A depressão se instala juntamente com choro. O desequilíbrio do coração aparece na falta de entusiasmo, de vitalidade, mente em constante estado de alerta, incansável, depressão, insônia e desespero. Emoções fortes param o fluxo vital que regula e transporta o sangue, gera a batida do pulso. O coração tem direta influência sobre a vitalidade e a energia fluídica espiritual, não mensurável, que aumenta e diminui, também, pela sensação de amar e ser amado. Conecta-se e influencia a cor da língua, o aspecto da epiderme do rosto e as artérias. Quando em desequilíbrio provoca insônia, pois perde a sonoridade e o ritmo (palpitações), pode acelerar o processo dos sonhos excessivos, confusos, a força da memória cai, favorecendo o aparecimento de desordens psicológicas e espirituais. O criador da psicanálise, Sigmund Freud (1858-1939), publicou em 1900 o livro Traumdeutung (Interpretação dos sonhos), e nele traça os princípios da utilização dos sonhos na psicanálise e no tratamento das neuroses. Para Freud, o conteúdo dos sonhos é o resultado dos desejos inconscientes, principalmente de sentido sexual, reprimidos no estado de vigília. O estado de sono cessa os julgamentos, anestesia a censura e libera o paciente para o uso livre de símbolos que revelam seus problemas mais recônditos e íntimos. Assim, o sonho é a 11 expressão de um desejo irrealizado e a liberação de um instinto reprimido, servindo de ferramenta ideal de tratamento. Para os budistas, sonhos e viagens astrais são a maneira que o espírito encontra para mergulhar na sua memória celular e trazer para a consciência o conteúdo que deve ser trabalhado, como arquivos soltos em um computar . Nesse mergulho, a essência espiritual traz à tona aquilo que em algum momento foi criado e que pode ter perdido o sentido original, tendo, assim, caído na rede de hierarquia do desequilíbrio físico e que precisa ser libertado. A terapia floral é excelente no afrouxamento dos sonhos. Os rins ligam-se ao medo, baixa estima, insegurança, desinteresse pelo momento presente, isolamento. Popularmente se dá um copo com água a uma pessoa assustada para que ela se reconecte. Acredita-se que só um rim faz o trabalho mais pesado porque o outro cuida da leveza do espírito e da sutileza dos demais corpos. É o órgão que sustenta a vida. Responde pela reprodução, crescimento, desenvolvimento e maturidade. Envolve-se com os pulmões no metabolismo da água e da respiração. Conecta-se com ossos, dentes, ouvidos e cabelos da cabeça. O seu desequilíbrio recai sobre o sistema urinário, a incontinência urinária, sudorese noturna, secura da boca (e do sistema linfático como um todo), lapsos de memória, dor lombar, zumbido, perda temporária da audição, acelera o embranquecimento e a queda de cabelos e osteoporoses. O corpo denso, os 12 meridianos e o fluxo da energia vital Com o argumento de que acupuntura não tinha bases científicas, porque se baseia no estudo dos meridianos invisíveis, a medicina oficial proibiu, a seus sócios, por resolução, o uso da acupuntura e da medicina tradicional, trazida por imigrantes e profissionais que se especializaram na China, Coréia e Japão. Essa proibição resultou em prisões e até cassação do direito de exercer a profissão. Em 1995, cerca de dois anos depois da proibição, sem que provasse cientificamente a invisibilidade dos meridianos, estudados há centenas de anos, foi publicada nova resolução oficial, segundo a qual a acupuntura é, daquela data em diante, especialidade médica. Sem entrar no mérito das questões referentes ao que é visível ou invisível, conveniente ou inconveniente, diferente ou não das sangrias, há mais de cinco mil anos sabe-se que os 12 principais meridianos não são visíveis, como alguns corpos sutis, mas atuam no corpo denso com mais de uma centena de outros, interligando os pontos energéticos e os famosos “rios do chi”, a energia vital (prana, ki, qi). Poderíamos dizer que o ser humano é como um charuto, enrolado por feixes luminosos multidimensionais, cuidadosamente elaborado e codificado de forma que o próprio ser não consiga desmanchá-lo, já que a capacidade autodestrutiva é enorme. 12 Os meridianos escondem-se entre os músculos e têm a função de ligar, regular, canalizar e manter o fluxo da energia vital do corpo, em diferentes formas de expressão e dimensão física. Os iniciados nas terapias energéticas como Reiki e Chi Kung podem sentir o fluir da energia por esses canais. Eles simétricos à linha meridiana e se dividem em membro superior e inferior, face interna e externa, de acordo com o seu trajeto, e estão ligados a um órgão ou víscera. É através deles que circula a energia vital que interliga os sete corpos. Os meridianos que nascem nas mãos são: Pulmão (ansiedade, emoção, afeto, relação com pai e mãe), Intestino Grosso, Pericárdio, Triplo Aquecedor, Coração (alegria) e Intestino Delgado. Já os que nascem nos pés são: Baço (preocupação), Fígado (raiva, fobia, frustração), Estômago (nervosismo, dificuldade de dirigir), Vesícula Biliar, Rins (medo, dificuldade com autoridade) e Bexiga. Diante de um processo de desequilíbrio, momentâneo ou prolongado, o fluxo vital é reduzido e a rede meridiana transmite as informações disponíveis para todo o sistema, produzindo, entre outras, as seguintes disfunções: - ligadas ao pulmão: perda do olfato, sinusites, irritação e inflamação da garganta, dor na cavidade da clavícula, gripe, dificuldade respiratória, sensação de tórax cheio e tenso, edemas. A pele e a respiração dão sinais de alarme e aparecem dores na linha do meridiano. - ao intestino grosso: tontura, visão turva, sangramento, escorrimento e entupimento do nariz, sangramento nas gengivas, mau hálito, coceiras abaixo do nariz, dor no ombro direito e na clavícula, problemas estomacais, inchaço no cólon, dor abdominal, diarréia, hemorróidas. - ao pericárdio: face avermelhada, segura na boca e garganta, mau hálito, pressão na garganta, inchaço na axila direita, sensação de pressão torácica do lado direito, angina, asma, taquicardia. - ao triplo aquecedor: dor-de-cabeça nas têmporas, zumbido, dor na garganta, torcicolo, formigamento no braço esquerdo, artrite e dor no dedo indicador esquerdo. - coração: vertigens, insônia e excesso de sonhos, esquecimento, estado agitado e histérico, falta de concentração, confusão mental, sabor azedo, palpitações, dor no peito, suor noturno. - ao intestino delgado: sensação de surdez, inchaço no tórax, frio e dor na garganta, rigidez no pescoço, dor no ombro esquerdo, tensão no tórax, ruído no estômago, dor lombar, dor no testículo. - ao baço: sabor estranho na boca, falta de apetite, sinais de alergia, anorexia, aumento do abdômen, hemorróidas, descontrole na urina, corrimento vaginal, dor no joelho, edema na perna direita, artrite e dor no calcanhar. 13 - ao fígado: tontura, dor-de-cabeça na testa, olho direito vermelho ou seco, barulho no ouvido, dificuldade de respirar, nariz entupido, dor no hipocôndrio, tensão pré-menstrual, problemas ginecológicos e fora da genitália, infertilidade, sabor azedo, incontinência urinária. - ao estômago: tontura e/ou vertigem, dor-de-cabeça na testa, conjuntivite, avermelhamento dos olhos à noite, catarata, glaucoma, problemas nas gengivas, dor abdominal, indigestão, constipação, dor no centro do joelho direito, dor ou tensão no pé direito. - à vesícula biliar: tortura, dor nas têmporas, na nuca e na direção do olho direito, sabor azedo, dor no pescoço, menstruação dolorosa, dor no servo ciático até o dedo mindinho do pé. - aos rins: dor-de-cabeça e nos olhos, rinite, tortura, dificuldade auditiva, perda de cabelo e de dentes, mastites, suor noturno, dor nos genitais, ejaculação noturna, ejaculação precoce, impotência temporária, pouco esperma, menstruação irregular, dor no peito do pé direito, fraqueza pela manhã. - à bexiga: rinite, dor nos olhos, dor-de-cabeça constante, dor e rigidez no pescoço, visão turva, dor lombar, dor ao urinar, cistites, dor na próstata, dor na parte traseira da perna esquerda até o calcanhar. A circulação da energia vital Ao longo dos meridianos encontram-se os que são chamados em japonês de tsubos (buracos). Esses tsubos servem para condensar energia e permitem o contato e a atuação sobre a energia dos meridianos de forma mais intensa. Os pontos são portas abertas para a recepção de estímulos externos, como pressão dos dedos, agulhas, queima de moxa e ventosas. Em 1953, o Doutor Yoshio Nakatani desenvolveu um "Ohmímetro" sensível o bastante para ser usado como detector de pontos de acupuntura na superfície da pele. Quando analisados por fotografia microscópica, estes pontos detectados revelam a existência de terminações nervosas e de vasos sanguíneos, e não são encontrados onde o aparelho não detecta estes pontos de acupuntura. Quando fotografados pelo sistema Kirlian, são vistos como pontos luminosos multicoloridos. Estes pontos, quando desequilibrados se encontram enrijecidos e sensíveis, favorecendo o processo de adoecimento. De acordo com o desequilíbrio, que impede o livre fluxo de energia Chi, os pontos manifestam-se vazios (kyo) ou cheios (jitsu). Ao longo e fora dos meridianos localizam-se cerca de mil pontos que quando estimulados podem tonificar ou sedar determinado órgão e víscera ou meridianos. Será que esses pontos estão ligados a 14 baterias recarregáveis? Guyton & Hall 8 dizem que “a célula não é simplesmente um saco cheio de líquido, enzima e substâncias químicas; ela também contém estruturas físicas muito organizadas, muitas das quais são chamadas organelas (baterias). Sem uma delas (e são muitas por célula), as mitocôndrias, mais de 95% do suprimento de energia cessaria” e a célula morreria. Isso nos faz lembrar que o corpo é um sistema integralizado, energético, vulnerável a alterações de toda ordem: física, mental, emocional e espiritual, já que é difícil de se contestar que tudo é energia. Relação e interdependência de órgãos e vísceras Os órgãos e vísceras são interdependentes, sujeitos aos ventos e tempestades do mundo externo e interno, do macrocosmo e do microcosmo. Qualquer ação ou reação funciona em cadeia, a qual aciona estímulos e/ou respostas dos sete corpos, do mais denso ao mais sutil. A tão comum prática da automediação perde-se nesse caminho. Veja a seguir a inter-relação entre órgãos e vísceras, de acordo com os princípios básicos da Medicina Tradicional Chinesa (MTC): Coração e pulmão: O coração controla o sangue e o pulmão a energia dele. “O que é sangue pertence ao coração e o que é energia ao pulmão”. “As funções do pulmão de dispersão, descanso e reunião dos vasos impulsionam as funções do coração de fazer circular o sangue”. Segundo a Medicina Oriental, a energia mora no sangue. Coração e baço: A função do baço de transporte e digestão normal permite que a formação do sangue seja plena e vigorosa. Excesso de preocupação “não somente consome silenciosamente o fluido vital do coração como também influencia a função de transporte e digestão do baço”. Se o baço estiver desordenado, as suas funções ficam irregulares, deixando o sangue sem fonte fornecedora de energia, acarretando a insuficiência de sangue e disfunções no coração e na circulação dessa essência vital. Os sinais desse desequilíbrio são: tontura, palpitação, insônia, sonhos em excesso distensões abdominais, faltas de apetite, cansaço e falta de brilho no rosto. Coração e fígado: O fígado armazena o sangue. O sangue é formado no baço, armazenado no fígado e é circulado pelo coração (elemento fogo). Se o fígado está desequilibrado e não armazena suficiente sangue, o coração vai circulá-lo de forma irregular. O bombardeamento normal do coração é quem controla o mental do ser humano. O fígado 8 Tratado de Fisiologia Médica, p. 10. 15 drena o sangue. Se a drenagem entrar em desequilibro, o armazenamento é afetado, o coração não recebe suficientemente sangue para circular e o mental entra em desequilíbrio (o fogo apaga). Coração e Rim: O rim está ligado ao elemento água. “O fogo do coração necessita descer até o rim e a água do rim necessita subir ao coração”. “Se o fogo do coração não puder descer ao rim, ele fica sozinho em excesso ou se a água do rim não puder chegar ao coração, ela condensa”. Quando o elemento água condensa, o corpo dá sinais de insônia junto com palpitação, fibrilação, lombalgia com os joelhos enfraquecidos, emissão involuntária noturna de esperma no homem e sonhos em excesso na mulher. Pulmão e baço: “A formação de energia no organismo humano depende da função do transporte e da digestão do baço e da função respiratória do pulmão”. O ato de respirar está ligado à distribuição da energia vital que o coração faz circular. “A energia pura (qing qi), que entra no corpo pelo pulmão, e a energia essencial da água e dos cereais, que vem do transporte e da digestão do baço e do estômago, são as substâncias básicas que vão formar a energia vital individual”. Cada um é saudável e equilibrado de acordo com o que respira, come e bebe. A insuficiência do baço manifesta-se em forma de dispepsia, distensão abdominal (barriga grande), diarréia e edemas. Pulmão e fígado: O pulmão comanda o descenso e o fígado a ascenso da energia. A coordenação dos dois movimentos é essencial para o desbloqueio da energia em todo o corpo. O desequilíbrio em um deles pode resultar na inversão do fluxo energético. Se o pulmão desequilibra, o calor seco fica em excesso no interior e o fígado perde a capacidade de drenagem e expansão, provocando tosse (com ou sem sangue) com sensação de plenitude e distensão no tórax e nos hipocôndrios, que pode resultar em dor-de-cabeça, tontura, face e olhos avermelhados. Pulmão e rins: A relação entre os dois diz respeito principalmente ao movimento dos líquidos e da respiração. O rim controla a água e o pulmão regula a passagem da água. A evaporação e o descenso dependem da vaporização da energia do rim. Um depende do outro para funcionar bem. Se o rim falhar, a porta fecha e a água sobe. Os alertas aparem na forma de bochecha vermelha, febre recorrente, suor noturno, tosse seca com rouquidão, dor lombar e fraqueza nos joelhos (nos homens pode influenciar na disfunção do pênis). Rim desequilibrado, as mãos e os pés ficam frios, com suor. Fígado e baço: A drenagem feita pelo fígado e a digestão impulsionada pelo baço, criando sangue novo, torna essa dupla interdependente. Se um entra em desequilibro afeta o equilibro do outro imediatamente. 16 Fígado e rins: O fígado armazena o sangue e os rins a essência vital dele. A relação entre os dois tem a ver com a transformação e formação. A essência vital extraída do sangue volta para ele como fonte renovadora e re-alimentadora de vida. Se o rim entra em desequilibro causa a insuficiência do fígado e por isso o fígado não consegue controlar a força Yang, que cresce, e vice-versa. Em chinês diz-se que quando isso ocorre, “a água não alimenta a madeira”. Baço e rim: A energia essencial do rim depende do suporte nutritivo da essência refinada e tratada da água e dos cereais para poder aumentar e amadurecer suas funções. O baço recebe e transporta a essência filtrada. O Yang do baço depende do Yang do rim. Se o Yang do rim é insuficiente, o Yang do baço não é aquecido, desencadeando dor com sensação de frio na região abdominal, que quase sempre produz diarréia com resíduos não digeridos de comida, resultando em perda da nutrição vital. As vísceras É falsa a impressão de que as vísceras são o final da linha de produção. Elas continuam o processo de extração das cinco substâncias dos alimentos até impulsionar a expulsão daquilo que não serve. As cinco substâncias são: energia, sangue, essência ou energia ancestral, espírito ou consciência e líquidos orgânicos (em chinês: Qi, Xue, Jing, Shen e Jin Ye, respectivamente). Depois que entra no estômago, o alimento começa a sofrer o processo digestivo. Entra em decomposição e passa para o intestino delgado, onde ocorre a separação entre as substâncias puras e impuras. A essência refinada dos alimentos é absorvida e distribuída pelo baço como nutriente para o corpo. O líquido que sobra desse processo é filtrado pela bexiga em forma de urina. O que é turvo se transforma em dejeto e segue para o intestino grosso. A urina filtrada pela bexiga passa pelas funções energéticas para ser eliminada pelo corpo. Os dejetos entram no intestino grosso e ao mesmo tempo em que são impulsionados para adiante, durante a formação das fezes, há a absorção pelas paredes do intestino grosso dos líquidos e resíduos nutritivos até que as fezes entram no corredor final de eliminação. Durante esse processo, ocorre a drenagem da bílis. A função das vísceras é transformar os líquidos e cereais em líquido orgânico vital. Os órgãos são Yin e as vísceras Yang. É essa polaridade energética inteligente que fortalece a interdependência, de forma que um órgão sabe o que acontece com uma víscera e vice-versa, em constante estado de alerta para que o sistema, como um todo, funcione com perfeição. Veja, a seguir, como uma víscera reage ao receber a informação, pelo meridiano, de que um órgão não vai bem: 17 Coração e intestino delgado: o meridiano do coração se conecta com o intestino delgado. Fogo em excesso no coração aquece em demasia o intestino delgado provocando diminuição na diurese. A urina fica vermelha, quente e com dor ao urinar. Ao contrário, se o calor excessivo estiver no intestino delgado, ele pode subir e alcançar o coração, causando irritação com angústia, deixando a língua vermelha, ulcerada. Pulmão e intestino grosso: Os seus meridianos se interconectam. Quando o pulmão enche e desce ajuda ao intestino grosso a impulsionar e vice-versa. Quando há calor em excesso no intestino grosso a energia não circula, influenciando a descida do pulmão. Isso gera tensão, plenitude torácica, dispnéia (dificuldade de respiração). Se a energia do pulmão estiver insuficiente, o movimento enfraquece, causando prisão de ventre com fezes ressecadas. O puro e o impuro não se separam e a diarréia leva os nutrientes. Fígado e vesícula biliar: O suco biliar se origina do excesso da energia do fígado e depende da função de depuração e drenagem do fígado para poder desempenhar a função excretora. Se o fígado estiver desequilibrado afeta a função de secreção e excreção da bile. A energia equilibrada do fígado produz o pensamento tático e a energia saudável da vesícula biliar facilita a tomada de decisões e julgamentos pelo cérebro. As decisões são baseadas em táticas. Rim e bexiga: A bexiga depende da atividade energética dos rins para eliminar a urina. Se a energia do Rim é abundante, a bexiga contrai e descontrai plenamente. No desequilíbrio, a bexiga perda a força e o controle. Esse descontrole gera incontinência urinária. Cada parte do corpo tem funções específicas e compartilhadas. Na dinâmica do universo corporal o processo do adoecimento não pode ser visto como uma manifestação isolada, como uma peça de carro que se troca sem afetar a máquina toda. O amontoado de linhas energéticas multidimensionais que forma o corpo humano visível pode direcionar uma falha ou uma deficiência em um órgão, por exemplo, e esse desequilíbrio ser apenas um reflexo, uma informação de um órgão distante transmitida pelos meridianos ou, ainda, reproduzindo um lampejo mental, emocional ou espiritual. Jung 9 diz que “para benefício do equilíbrio mental e mesmo da saúde fisiológica, o consciente e o inconsciente devem estar completamente interligados, a fim de que possam se mover em linhas paralelas”. 9 O Homem e Seus Símbolos, p. 52. 18 CAPÍTULO III A INTERLIGAÇÃO DOS SETE CORPOS E OS FATORES DO ADOECIMENTO Mesmo debaixo do fogo cerrado, conceitos e preconceitos dos fundamentalistas de plantão, alguns estudiosos ocidentais admitem a existência de fatores emocionais, mentais e espirituais, desta e de outras vidas, desencadeantes do processo de adoecimento físico, especialmente aqueles relacionados com a insatisfação pessoal; a falta de prazer; de afeto; de amor; o acúmulo de desprazeres; sofrimento, tristeza e carência afetiva transmitidos geneticamente; a falta de um projeto de vida; e desencanto e desencontro da pessoa com a sua mais pura essência espiritual, os quais interagem e aprofundam com os fatores econômicosociais-ambientais-culturais vinculados à sobrevivência – desemprego ou emprego ruim e sem perspectiva de melhoria; renda salarial insuficiente; poluição ambiental; pressões; insegurança social; perda de vínculos com a imagem, a cor, o som, o cheiro da comida – e a incapacidade de reagir. Cada indivíduo reage e interage com o universo de acordo com a própria experiência, que está vinculada, também, ao conjunto de informações genéticas densas (DNA genético) e sutis (o DNA sutil), passíveis de limitações. O DNA sutil é um espelho paralelo do DNA genético e armazena informações anteriores ao nascimento, isto é, trazidas ao longo dos tempos pelo processo de reencarnações sucessivas (Perispírito 10 ). O perispírito, um dos sete corpos sutis, está fortemente identificado como um banco de dados da emoção e funciona, também, como elemento de ligação e referência entre os demais corpos, visíveis para algumas pessoas consideradas paranormais. O mais denso é o corpo físico. A reflexão oriental sobre a sincronicidade dos cinco elementos da natureza diz que o vento move coisas, muda direções e é inconstante. A água é úmida, pesada, vai a baixos níveis, provoca lentidão e peso. O frio contrai e diminui atividade e movimento. O calor circula, ativa, expande, racha. A secura evapora. A conexão entre os padrões climáticos e metafísicos demonstra como o microcosmo do corpo reflete-se no macrocosmo da natureza universal (inundações, furacões, maremotos, enchentes, segura dos leitos dos rios). De acordo com a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a mais conhecida no Brasil em detrimento das demais desenvolvidas no Oriente, as causas das doenças são: clima, alimentação, estafa, neuroses, poluição, intoxicação, preferências pessoais, epidemias, acidentes, envelhecimento, 10 Cf. ZIMMERMANN, Fundamentos Psicanalíticos. 19 herança genética, etc. Muito recentemente a comprovação dessa teoria aparece em resultado de estudos científicos ocidentais sobre a baixa ou perda da fertilidade. No momento da morte, o desligamento do espírito processa-se com a liberação hierárquica dos cinco elementos contidos em nossos sete corpos, um por um. Os budistas dizem que os processos emocionais de desapego, compreensão da impermanência e o desenvolvimento da consciência têm forte influencia no sucesso ou fracasso do desligamento do corpo físico morto. Para os tibetanos, no momento da morte o ocupante depara-se com a sombra. Dependendo de sua constituição mental-emocional-espiritual, logo após a morte física o indivíduo tem dois caminhos: ou enfrenta as suas próprias limitações de consciência e vai ao encontro da sua própria luz (a essência universal) ou perde-se nas próprias armadilhas e no medo 11 . Alice Bailey 12 , ao fazer uma leitura dos Sutras de Patanjali, Mestre da Yoga, diz que, logo após a morte, a alma só tem duas opções: ou identifica-se consigo mesma ou com o mundo infinito das formas. Pitágoras falava da sombra dourada, afirmando que quando o ser se conscientiza e se integra, encontra ouro puro. Embora a denominação dos sete corpos sofra influência das línguas em que são mencionados, a mais conhecida é: corpos físico, etérico, astral ou perispírito, mental inferior e superior, búdico, átmico e causal (o nosso Eu Real que Jung chamou de Self, “a totalidade absoluta da psique” 13 , a união do consciente com o inconsciente com características transpessoais que vão muito além do ego “que constitui apenas uma pequena parte da psique”. Segundo Ramatis, Esses quatro veículos transitórios e passíveis de aperfeiçoamento, que nosso Eu Superior utiliza para atuar nos três mundos da ilusão (mental, astral e físico) ali construindo a ampliação consciencial que habilitaria o ser humano a retornar ao nível divino. [...] Os mais sutis, rápidos, interpenetrados nos mais densos e lentos. 14 Ou, resumindo o pensamento milenar Aumbandhâ 15 : “aquilo que está em cima é como o que está embaixo”. Esses planos ou campos dimensionais energéticos vibratórios têm várias faixas em mais de uma freqüência. O Eu Superior, a individualidade, está contido nos corpos átmico, búdico, causal (mental superior e mental abstrato). O Eu Inferior, a personalidade, está contido nos corpos mental inferior ou concreto, astral, etérico e físico. O corpo mental (intelecto) acumula os resíduos dos pensamentos “maus” – formando excrescências, vórtices 11 Sogyal RINPOCHE, The Tibetan Book of Living and Dying. The Light of the Soul, The Yoga Sutras of Patanjali. 13 Carl Gustav JUNG, O homem e seus símbolos, p.161. 14 Ramatis, Jardim dos Orixás, p.233. 15 Apud RAMATIS, Chama Cristica, p.130. 12 20 desequilibradas, “abscessos” estagnados (idéias fixas) e demais deformidades plasmáticas na matéria mental (sombra), a qual é susceptível à influência, manipulação, vampirização, domínio mental de seres humanos (líderes religiosos, chefes, etc.) e entidades espirituais confusas e perdidas nas dimensões físicas paralelas – a ilusão de Maya. Sabemos hoje que no corpo astral ficam as pegadas das emoções indesejáveis, raiz de patologias do corpo e da mente. Na história da filosofia ocidental esse entendimento tem sido muito lento porque os subsídios são de origem paranormal, recentes e disponíveis a sociedades mais abertas e multiculturais com a brasileira. Um bom exemplo dessa dificuldade nos traz o historiador Umberto Padovani (1894-1968) ao fazer considerações sobre a obra de Baruch Spinoza (1632-1677): Cada corpo tem uma alma, como cada alma tem um corpo; este corpo constituiria o conteúdo fundamental do conhecimento da alma, a saber: a cada modo de ser e de operar na extensão corresponde um modo de ser e de operar do pensamento. Nenhuma ação é possível entre a alma e o corpo. 16 O corpo físico adiciona toda essa carga às intempéries genéticas e emocionais. O corpo mental tem a capacidade de alterar a forma e a estrutura dos demais na doença e na cura, pelo pessimismo e pelos pensamentos autodestrutivos. O corpo causal (corpo mental superior ou corpo luminoso) é construído de acordo com as formas mentais positivas, equilibradas, limpas e puras formadas pelo estado de consciência do ser 17 , livre da limitação e do sofrimento. O corpo búdico é o nível da iluminação, que poucos atingem. O corpo átmico é pouco conhecido e estaria relacionado com a porção superior do Eu Real e do Eu Superior – a libertação. A psicossomática, em seu estágio atual, apenas trabalha com os corpos mental concreto, astral, etérico e físico. O autor acredita que, para trabalhar com a visão psicossomática, o profissional deve se desvincular dos conceitos e pré-conceitos estabelecidos e preparar-se para lidar com o novo e o desconhecido, com a habilidade de lidar com o conteúdo dos mundos suprafísicos. A medicina oficial ainda trabalha apenas com o corpo físico, com exceções. Sábios chineses, tibetanos, indianos e paranormais como Chico Xavier, guiado pela psicografia, concordam que o corpo humano é um feixe energético multidimensional de matéria e a interseção desses corpos forma vórtices energéticos visíveis para algumas pessoas. Esses vórtices proporcionaram aos estudiosos orientais, há centenas de 16 17 História da Filosofia, p.297. Cf. Arthur POWER, O corpo causal e o ego. 21 anos, o mapeamento e a decodificação dos meridianos, dos pontos de acupuntura, e deram número e seqüência a cada um deles. A essência yin e yang, os cinco elementos e os corpos sutis O esquema acima mostra a inter-relação dos cinco elementos da natureza, sobre os quais se podem fazer inúmeras leituras. Por exemplo, no sentido horário, água produz madeira, que gera o fogo, que revigora a terra e a faz produzir metal. Cada elemento está associado a um órgão interno. Somos constituídos por sete corpos, densos e sutis, encaixados pelos cinco elementos (água, madeira, fogo, terra metal), ligados por sete centrais energéticas principais conhecidas como chácras (vórtices), e entrelaçados por doze meridianos principais (canais energéticos portadores da essência vital), que por sua vez estão conectados a mais de uma centena de outros, os quais são base do estudo da acupuntura e da medicina tradicional oriental. “É como se houvesse uma força centrífuga que dirige o princípio espiritual” para o centro do corpo físico, imantando-o com forte magnetismo e em correspondência e consonância com o campo gravitacional da Terra 18 . Para o físico Fritjof Capra 19 , [...] à medida que estudamos os diversos modelos da Física subatômica, veremos que elas expressam, com freqüência, e sob diversas formas, o mesmo insight, segundo o qual os componentes da matéria e os fenômenos básicos que os envolvem acham-se todos interligados, em mútua interação e interdependência; em outras palavras, não podem ser entendidos como entidades isoladas, mas unicamente como partes integrantes do todo. A Teoria dos Cinco Elementos, que teve como expoente o filósofo chinês Zou Yan (350-270 a.C) explica a “complicada e intrínseca relação entre os elementos, que sevem de ajuste para o equilíbrio do corpo e previne um possível excesso ou insuficiência de cada um 18 RAMATIS, A chama Crística, p.80. 22 deles” 20 . Quando há exposição a vento, frio, calor, umidade ou secura no momento errado, esses elementos penetram através dos “buracos” da pele e, assim, no corpo físico, abrindo caminho para o desequilíbrio energético, já que somos essencialmente energia – nas mais variadas formas de expressão. Antigamente esses fatores contribuíam mais para o adoecimento de quem vivia e trabalhava longas horas no campo, desprotegido por má vestimenta ou falta de abrigo. Hoje, protegidos pelas casas e conforto das cidades, o desequilíbrio das mudanças climáticas, por exemplo, nos atinge pela fraqueza proporcionada por excesso de trabalho, descanso insuficiente, falta de luz solar, condições estressantes, alimentação e vida sexual desregradas, todo tipo de poluição e irradiação, desconexão com as forças da natureza e o divino, uso das drogas alucinógenas, e os fatores econômicos e sociais ditadores do comportamento. 21 Homens de São Paulo perdem a essência Recentemente, o Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, divulgou o resultado de pesquisa realizada nobre o número de sêmen da população masculina daquela cidade e chegou à conclusão que o número de sêmen vem diminuindo nos últimos dez anos, já atingindo o patamar de um terço. O estudo afirma que, apesar dessa queda, os homens continuam férteis, mas a coordenadora do Banco de Sêmen daquele hospital, Vera Beatriz Feher Brand, afirma que se a tendência de queda continuar “não sei onde vamos chegar”. Os especialistas acreditam que as principais causas da produção de sêmen na população masculina de São Paulo são: estilo de vida relacionado ao consumo de produtos industrializados, ao uso de remédios e produtos para a queda de cabelo, e à exposição a irradiações. A queda de número de sêmen é mesmo alarmante: de 100 e 150 milhões para 30 e 50 milhões. A coordenadora do Banco de Sêmen não mencionou se o estudo levou em consideração a população masculina viciada, por exemplo, em maconha, a qual interfere no sistema linfático do usuário e diminui todos os líquidos e fluidos vitais do corpo, da saliva à quantidade de esperma, culminando na impotência, na falta de concentração e alegria de viver e abrindo o campo magnético para interferências energéticas externas. Em artigo “Low fertility: The daddy of all problems”, publicado no jornal inglês Independent, de 11 de outubro passado, e assinado por Kate Hilpern, são apontados também como fatores desencadeantes do processo de falta de fertilidade masculina e feminina os 19 Fritjof CAPRA, O Tao da Física, p.104 Giovanni MACIOCIA, Os Fundamentos da Medicina Chinesa, p.21. 21 Erich FROMM, O medo à Liberdade. 20 23 alimentos chamados de “fast food” (sanduíche, prato-feito, etc.), dirigir automóveis por longas horas, poluição urbana do ar (carbono), exposição excessiva a computadores, telefones celulares, pesticidas, fumo, maconha (o artigo cita estudo realizado pela Doutora Sheena Lewis, professor da Queen´s University de Belfast, Irlanda, segundo o qual a maconha provoca a perda da força do esperma que o impulsiona na corrida para fertilizar um óvulo). Todos os fatores apontados estão relacionados à maneira de viver do indivíduo. (http://news.independent.co.uk/uk/health_medical/article318690.ece) Transplantados se recuperam com terapia floral em São Paulo A pesquisadora Talita Margonari desenvolve um serviço voluntário como terapeuta floral no ambulatório de transplantados renais da Escola Paulista de Medicina, Hospital do Rim e Hipertensão, Hospital São Paulo. As ferramentas de trabalho são essências florais, do Sistema Florais de Saint Germain, e bioeletrografia, com base em equipamentos desenvolvidos na Rússia, a partir do descobrimento da fotografia Kirlian. A pesquisadora recebe os pacientes transplantados em maior desequilíbrio (seja emocional – nervosismo, insatisfação/ou físico – hipertensão, início de rejeição de órgão, insônia), encaminhados pelos médicos, e faz as medições bioeletrográficas que resultam em imagens e gráficos os quais englobam informações do corpo todo, inclusive imagens coloridas dos campos sutis. Com base na leitura desse material, ela sugere o uso de essências florais. Cada essência trabalha aspectos específicos do processo emocional do paciente e a relação desse processo com o transplante recém-realizado, isto é, com a energia física e sutil do órgão transplantado. Não se sabe o que é mais surpreendente nesse trabalho: se as imagens (coloridas) energéticas externas que aparecem nos campos eletromagnéticos dos clientes ou a recuperação do equilíbrio desses campos com o uso, pelo paciente, das essências florais. As imagens, que poderíamos chamar de fotografia de nossos campos energéticos, mostram campos eletromagnéticos externos ao corpo que interagem com o órgão e a região transplantada. Eles parecem ter "personalidade" própria, diferente da do paciente que recebeu o órgão. A cada vez que o cliente retorna são feitas novas leituras bioeletrográficas. Quando colocadas no mesmo plano, é visível e notório a alteração dos campos eletromagnéticos (as formas começam a se desintegrar) e, paralelamente, a mudança de comportamento do cliente, refletida da melhor aceitação física do órgão transplantado pelo receptor, isto é, diminuindo os processos de rejeição, inclusive física. A pesquisadora cataloga esse material, juntamente com 24 os depoimentos dos pacientes durante todo o processo, inclusive relatos de memórias, lembranças, enfim, informações sobre sua biografia de vida, e divide as experiências com os médicos que trabalham nesse projeto. Essa interação entre medicina alopática e terapias bioenergéticas, chamadas pela Organização Mundial da Saúde como complementares, poderia significar, em um país com a dimensão do Brasil, não só um retorno ao elo humano perdido, aquele que começou os com xamãs, e que foi relegado ao que poderíamos chamar de conteúdo da sombra da medicina oficial. Essa união de todos os caminhos em prol da saúde poderia representar um salto quantitativo na vida brasileira, gerando empregos, democratização do conhecimento, etc. O trabalho da pesquisadora já foi apresentado, com sucesso, em palestras por todo o Brasil – de onde foram retirados subsídios para a informação acima – e em congressos internacionais. A polaridade das forças Yin e Yang As figuras acima representam as polaridades Yin e Yang, um conhecimento milenar oriental que norteia toda aquela cultura, das artes marciais às terapias energéticas. O gráfico da direita mostra as mudanças de estações no globo terrestre. Assim como as definições dos termos básicos da física, os conceitos sobre Yin e Yang são básicos e repetidos oralmente, por autores e até parece ser difícil adicionar um tópico novo a essas definições. Nas academias de artes marciais da Ásia esses conceitos e definições são ensinados como mantras, repetidos inúmeras vezes como que para preservar uma fórmula – exatamente como muitas definições de órgãos, vísceras e pontos de acupuntura. Talvez essas fórmulas-mantras tenham a intenção de facilitar o aprendizado já que o conhecimento no oriente não tem exclusividade de uma classe social e enfrentou, ao longo dos séculos, a dificuldade do analfabetismo, entre outras. 25 Talvez graças a essa falta de compromisso com uma estrutura organizada (do tipo sindical, classista, exclusivista) é que aquele conhecimento não se perdeu com a revolução comunista da China em 1948, com a invasão do Tibete na mesma época e com a queda do Império Britânico na Índia. De acordo com Ysao Yamamura 22 , e muitos outros escritores e mestres orientais anônimos que viveram nos últimos cinco mil anos, Yang e Yin são os princípios essenciais à existência de tudo o que existe no Universo. O Yang somente pode existir na presença do Yin, e vice-versa, e é esta a dualidade que determina a origem de tudo na natureza. Yang representa todos os aspectos que se caracterizam por atividade, calor, movimento, claridade, força, expansão, explosão, polaridade positiva, posição alta. O homem e o Sol são yang. Yin representa o menor, frio, repouso, escuridão, retração, implosão, polaridade negativa, posição baixa. A mulher e a Terra são yin. Só é possível entender a concepção de Yang e Yin no conjunto, ou seja, não há como conceber um dos aspectos isoladamente. Somente se pode saber o que significa calor caso haja um referencial frio. Só é possível entender o escuro quando há o referencial claro e assim por diante. Yang cresce; Yin decresce. Formam o equilíbrio dinâmico, que não está relacionado apenas com o corpo físico, mas também com os demais corpos sutis formadores de vórtices energéticos que chamamos de chácras. Não há como fotografar, medir ou pesar os vórtices energéticos nem os rios de Yin e Yang (embora na mitologia indiana eles tenham nomes e formas), mas eles são passíveis de equilíbrio e realimentação através de terapias energéticas, vibracionais, fitoterapia, acupuntura, ginástica, massagens, florais, etc. Se usarmos essa teoria tendo a Terra como exemplo, veremos que há polaridades, estações e tudo depende do equilíbrio energético-ecológico, o desenvolvimento “terapêutico” sustentável. Para ver o desequilíbrio atual da Terra basta mapearmos o ciclo das quatro estações e checarmos os jornais diários com suas notícias de acidentes naturais, furações incontroláveis, maremotos gigantescas, enchentes incontroláveis – causados pela devastação das camadas protetoras da terra, rios, florestas, mares, sítios minerais, poluição do ar, etc. Se somos um microcosmo com relação à Terra, seria possível sermos apenas um amontoado de carnes, nervos, músculos e sangue? 22 Acupuntura Tradicional, A Arte de Inserir. Nota do autor: alguns mantras tibetanos são usados na psicologia budista e no tratamento de saúde e os “clientes” são instruídos a repetir 108 vezes. Acredita-se que a célula cede à programação mental a ela imposta com esse número de vezes. 26 A dificuldade de ver a olho nu No início da corrida espacial, onde norte-americanos, russos e chineses tentavam desesperadamente enviar foguetes à Lua, aconteceram muitos acidentes com mortes. Os artefatos seguiam até um certo nível no espaço e batiam em algo invisível ao olho nu. Com o tempo os cientistas espaciais descobriam que haviam portas de saída da Terra, e hoje os ônibus espaciais e foguetes não tripulados levam até 36 horas no espaço ao redor da Terra para encontrar e passar por essas portas a caminho do espaço exterior. Com o ser humano acontece algo parecido. Desde civilizações muito antigas que se fala na existência de corpos sutis, invisíveis para algumas pessoas, atrelados ao corpo físico humano, mas que não se sabia como chegar até eles – estávamos dentro de uma cápsula sem saber como lê-la. A literatura sobre esse assunto é hoje vasta ao redor do mundo, e a comunidade científica, com poucas exceções, ignora o assunto, relegando tudo o que não é visível ao mundo das bruxarias, apesar do desenvolvimento alcançado com a energia atômica, os aparelhos ultra-som, celulares, de raios-x. A maior dificuldade da ciência é juntar e examinar todos os lados da vida. A astrologia, a astronomia e a física provam cientificamente que há, nas dimensões paralelas e subjacentes, um intercâmbio energético entre galáxias, planetas, estrelas, satélites etc. Quando Mercúrio aproxima-se da Terra, mesmo que seja a anos-luz, a temperatura da Terra aumenta, acidentes e acontecimentos são injetados de força e energia, muitas vezes descontroláveis, como queda de governos, sistemas, etc. Quando a Lua está cheia há pessoas que ficam agitadas, eletrizadas e os cachorros correm loucos e a maré sobe. As plantas têm maior concentração dos seus princípios ativos entre 16:00 h e 06:00 h da manhã seguinte e, mesmo assim, isso pode ser aprofundado ou retraído de acordo com todos os fatores físicos e energéticos do meio-ambiente. Do mesmo modo, os sete corpos se entrelaçam, são interdependentes e estão sujeitos a desgastes energéticos de toda natureza, internos e externos, por agressão intencional, por influência astrológica ou arquitetados por livre vontade, consciente ou não, do usuário. Tudo leva a crer que aí reside o equilíbrio ou o desequilíbrio. 27 CAPÍTULO IV O QUE DIZEM OS CIENTISTAS? Na página 306 de O Homem e Seus Símbolos, tratando de “A Ciência e o Inconsciente”, M. L. Von Franz diz: “O aspecto mais evidente dessa conexão (entre psicologia e microfísica) reside no fato de os conceitos básicos da física como o espaço, o tempo, a matéria, a energia, o contínuo ou campo, a partícula etc. terem sido, originalmente, idéias intuitivas semimitológicas, arquétipas, dos velhos filósofos gregos – idéias que foram evoluindo vagarosamente, tornaram-se mais precisas e hoje em dia são expressas, sobretudo, em termos matemáticos abstratos”. Alguns temas da física quântica têm implicações filosóficas, como a noção de vazio, impermanência (termo muito usado pela psicologia budista para definir o ciclo das encarnações para budistas tibetanos, indianos de várias correntes espiritualistas e espíritas brasileiros), sincronicidades (fatos concomitantes e contemporâneos) e teia de relações, saltos evolutivos, etc. Em uma entrevista de televisão, o físico indiano Deepak Chopra diz que “o espírito é um campo de possibilidades infinitas; minhas intenções têm um poder infinito de organização; estou alerta a conspirações da improbabilidade. Tudo é cármico”. Aqui está, resumidamente, a discussão de alguns cientistas sobre a energia e seus “descobrimentos”. Para Newton, Descartes e Darwin, o tempo e o espaço são absolutos; há uma relação estrita entre causa e efeito, previsibilidade e determinismo. A visão mecanicista, cientifista, via o universo cósmico (a grande máquina) vinculado a um determinismo rigoroso, causal e determinado. Tudo o que acontecia possuía uma causa determinada (grandes religiões reencarnacionistas ainda sustentam a teoria, de forma inflexível, da causa e efeito, como o Espiritismo Kardecista brasileiro, nascido na França há mais de um século). Acreditava-se, e há fortes recaídas na sociedade científica de hoje, que o mundo poderia ser descrito objectivamente, isto é, sem sequer mencionar o observador humano. Newton investigou os fenômenos físicos, e acreditava que o tempo não tinha nenhum vínculo material ligando o passando, o presente e futuro (o budismo acha a mesma coisa), ou seja, o tempo era absoluto e matemático, e a matéria era sólida. Os elementos do mundo newtoniano, que se moviam no tempo e no espaço absoluto, eram partículas materiais. Nas equações matemáticas eram 28 tratadas como pontos dotados de massa. O cientista concebia esses pontos como objetos pequenos, sólidos e indestrutíveis, dos quais a matéria é formada. Aqui o pensamento de Newton se assemelha ao pensamento filosófico grego (Demócrito). A diferença é que Newton inferia uma força entre as partículas, a gravidade, que ele achava que dependia apenas da massa e da distância, agindo de forma instantânea. Já René Descartes achava que tudo pode ser reduzido à menor parte (reducionismo), enquanto Darwin dizia que a natureza não dá saltos (linearidade). O cientista alemão Albert Einstein concebeu a teria da relatividade, segundo a qual as medidas do tempo e do espaço dependeriam da velocidade constante. Veja algumas das teorias energéticas desse cientista: O único valor constante é a velocidade da luz, que é de 300 mil quilômetros por segundo. 23 A velocidade da radiação eletromagnética (luz, raios-x, ondas de rádio, etc.) é uma constante absoluta. O que muda é o referencial. A velocidade máxima que se pode obter é menor que a da radiação. A massa aumenta com a velocidade (todo santo ajuda na descida). O tempo passa mais lento com o aumento da velocidade (dilatação do tempo, a impressão que se tem quando se está dentro de um avião no ar). O comprimento diminui com o aumento da velocidade (contração do espaço); Quando se aproxima da velocidade máxima, todas as leis e conceitos básicos (do que seja massa, energia, tempo e espaço) perdem o sentido (ponto de singularidade); À medida que se aumenta a velocidade, a energia do sistema que é acelerado aumenta (em exponencial), seu comprimento diminui e seu tempo passa mais lento. No ponto de singularidade (no infinito) a energia é infinita, o tempo pára e a massa some (o vazio da mente de que falam os budistas); Einstein morreu em 1955. Antes e depois de sua morte, muitos outros cientistas apresentaram estudos sobre a energia, inclusive da física quântica, considerada hoje como a nova fronteira. Segundo Fritjof Capra, em O Tao da Física (p.109), “a teoria quântica nos força a encarar o universo não sob a forma de uma coleção de objetos físicos mas, em vez disso, sob a forma de uma complexa teia de relações entre as diferentes partes de um todo unificado”. Por exemplo, a teoria da sincronicidade, anterior à quântica, já apregoava a interligação de todos os fenômenos e conseqüências advindas disso, como o tão discutido aquecimento da terra, causador dos desastres ecológicos atuais. Dizem que Einstein teria se manifestado, antes de morrer, contra o uso da energia atômica e especialmente para a fabricação de bombas. James Loverlock 24 diz que “a oposição à energia nuclear está baseada 23 Cf. www1.folha.uol.com.br/especial/2005/alberteinstein/teroria_da_relatividade, 06/10/2005. Cientista britânico, criador da Hipótese de Gaia (a terra), formulada em 1979, segundo a qual a “terra é um grande organismo”. Cf. Gaia precisa da energia nuclear, Folha de S.Paulo, 08.06.2004. 24 29 em medo irracional”. Ele fala das mudanças climáticas em curso, dos desastres ecológicos proporcionados pelo aquecimento da terra como o derretimento do gelo polar, o Protocolo de Kyoto que o governo norte-americano se recusa a assinar para não ter que adaptar a sua indústria poluente, o uso indiscriminado dos recursos naturais, especialmente o carbono, há séculos, e aponta a energia nuclear como “única fonte imediatamente disponível e imediatamente incapaz de causar o aquecimento global”. Diz que “precisamos parar de tremer diante dos diminutos riscos estatísticos de câncer por compostos químicos e irradiação” e justifica dizendo que “cerca de um terço de nós morrerá de câncer” de qualquer jeito, pela poluição do ar. Loverlock, que se diz “verde”, afirma nesse artigo que “não temos tempo para experimentar com fontes visionárias de energia”. E quando teremos? 30 CAPÍTULO V DE ONDE VEM A DOENÇA? Autores orientais repetem, incansavelmente, que se o medo ou o pânico for excessivo, a energia espiritual sofre uma agressão e o armazenamento das essências e dos líquidos vitais pelos cinco órgãos não acontece. Se o pesar é excessivo, a essência desaparece até a exaustão da vida. Se a energia da alegria é excessiva, a energia essencial se dispersa, não se recupera e nem é armazenada. Se a melancolia for excessiva, o mecanismo energético sofre um bloqueio e pára. Uma grande raiva aumenta o fogo do coração, agride a mente, causa confusão. Se o medo for excessivo, a energia espiritual se dispersa e não é reunida. Medo excessivo e prolongado diminui a energia vital e provoca o amolecimento ósseo e a queda da essência da medula óssea. Em resumo, se a emoção for forte, descontrolada, duradoura e repetitiva provoca desequilíbrios psicossomáticos, nem sempre bem-interpretados e percebidos na relação paciente-médico-terapeuta, especialmente porque não há, no Brasil, tradição nem política de saúde pública que dê base sólida a esse entendimento. A prática terapêutica cada vez mais conduz ao entendimento de que a doença é a materialização de uma emoção negativa e autodestrutiva. A complexidade aumenta quando os fatores emocionais estão em sincronicidade com as vibrações cósmicas. Diante disso, de onde vem a doença? O Dr. Edward Bach, criador da terapia floral, diz que “a doença vem do espírito”. A medicina tibetana acredita na forte relação e influência entre o espírito, a mente, corpo e a maneira de viver na formação das doenças. A natureza psicológica, emocional, espiritual interage com o mundo físico, da matéria e da não-matéria, cada um refletindo e influenciando o outro, gerando, assim, a qualidade de vida. Os tibetanos acreditam que já nascemos velhos. A experiência na barriga da mãe é psicossomática: sentimos, ouvimos, sofremos, rimos e participamos de tudo como se vivêssemos um sonho com aspectos reais e levamos nove meses para acordar para um novo ciclo de sonhos reais. Tudo o que foi percebido no período de incubação passa a fazer parte da nossa história real. A forma de encarar a saúde, com uma visão de abertura ou obstrução pode ser formada na gravidez. A causa das doenças são as obstruções no fluxo energético dos órgãos, vísceras, meridianos, chácras, vindas de comandos mentais, conscientes ou inconscientes, de decisões pessoais ou de influências externas, físicas ou sutis, de pessoas e de espíritos. 31 Guyton & Hall 25 aprofundam a discussão sobre os caminhos, transporte, alimentação dos fluidos do corpo: “cerca de 100 mililitros de linfa fluem por hora pelo canal torácico no humano em repouso, e aproximadamente outros 20 mililitros fluem para a circulação a cada hora através de outros canais, perfazendo um total de intensidade de fluxo de linfa estimado em cerca de 120 ml/h, isto é, entre 2 e 3 litros por dia”. O sistema linfático cuida essencialmente da imunidade e proteção do corpo, mas está ligado às emoções. Se o fluxo linfático ocorre também no repouso físico, imagine essa necessidade vital tendo que ocorrer em um ser humano submetido a condições de trabalho adversas, automatizado, repetitivo, prolongado e em posturas físicas incorretas, sem descanso nem limite de horas, sob frio, ruído, qualquer tipo de poluição, má ventilação, iluminação e alimentação! A maioria das empresas saiu da máquina datilográfica para o computador, mas não adaptou o espaço físico ao excesso de movimentos, o mobiliário, a iluminação, o aumento do volume, do ritmo, das exigências de produtividade implantadas sob a influência do engenheiro norte-americano Frederic Taylor (1856-1915), autor de The Principles of Scientific Management. Os pesquisadores do sistema imunológico e de estresse, Esther M. Sternberg e Philip W. Gold 26 , do Instituto Nacional de Doenças Mentais dos EUA, afirmam que “o cérebro e o sistema imunológico enviam sinais de um ao outro continuamente, em geral pelas mesmas vias, o que pode explicar como o estado mental influencia a saúde [...] a resposta imune é uma seqüência elegante e finamente ajustada de eventos celulares para eliminar substancias estranhas. [...] O estresse psicológico pode afetar a suscetibilidade do indivíduo a doenças infecciosas”. Os pesquisadores têm a “convicção de que a mente desempenha papel importante nas doenças físicas”. Outra avalanche de novos-velhos conceitos é trazida por inúmeros outros pesquisadores a respeito daquilo que os xamãs tibetanos diziam há milênios sobre o DNA humano (não necessariamente com essa denominação), especialmente sobre a ligação entre esse código, hoje mutável, e uma história anterior a ele – um filamento energético sutil, mutável, alterável, aperfeiçoável, ajustável, o DNA sutil. A pressão e a correria da vida moderna e suas conseqüências, ao contrário do que se possa pensar, empurra o ser humano de volta a momentos ignorados de sua própria história, às vezes bem recente: Sigmund Freud publicou, em 1891, o livro Aphasia, e quatro anos depois os seus estudos sobre “paralisias cerebrais infantis”. Vinte e cinco anos antes, bem perto dali, na França, Alan Kardec já fazia publicar O Evangelho Segundo o Espiritismo, numa época de 25 26 Tratado de Fisiologia Médica, p. 162. Em artigo publicado pela revista Scientific American, n. 4. 32 efervescência espiritualista que culminou com a publicação de outros livros hoje considerados clássicos pelo Espiritismo Kardecista, uma das maiores comunidades cristãs-encarnacionistas da América Latina, onde a homeopatia é praticada anteriormente a qualquer iniciativa da medicina oficial e onde se preconiza que a doença vem da alma. Kardec descreve o caminho da doença, tendo como nascedouro o espírito e materialização em alguns corpos sutis e no corpo denso, físico, e faz a ligação entre a vontade, a fé, a satisfação e a compaixão. Trinta e poucos anos depois da publicação do primeiro livro de Freud foi publicado uma das obrasprimas do esoterismo, A Treatise on Cosmic Fire, de ninguém menos que Alice Bailey, fortemente influenciada pela tradicional medicina tibetana, no qual ela discorre sobre a correlação entre cosmologia, filosofia, psicologia e a interligação de tudo com o sistema solar e os corpos etéricos, o macrocosmo e o microcosmo, e a hierarquia da existência humana. Um ano antes já havia sido publicado The Light of the Soul, também de Bailey. Quando Freud tinha 19 anos, e fazia apenas dois que estudava medicina em Viena, Helena Petrovna Blavatsky já tirava dúvidas de quem quer que fosse sobre o conhecimento xamânicoesotérico-psicológico na América e na Europa. Todos esses estudos falam do ser multidimensional, constituído de corpo, mente, emoção e espírito, onde um lapso de fragilidade da alma propicia o adoecimento. Será ainda possível resgatar para a sociedade moderna o elo perdido do equilíbrio? A saída interdisciplinar Segundo um ditado popular, o céu é de todas as estrelas. Mesmo assim, elas têm que lidar com a sutileza do excesso de luz solar para se tornar visíveis ao olho humano e, assim, protagonizar a fantasia e a poesia humanas. Ao trazermos a essência da poesia, tão necessária, para a vida real, e compreendermos que fazemos parte, influenciamos e sofremos influência de todas as estrelas e galáxias, o caminho mais viável de lidar com as diferentes dimensões que compõem o ser humano é o interdisciplinar. Cada ser humano interage com o universo de acordo com sua própria configuração física, mental, emocional e espiritual, construída desde o momento anterior ao nascer, com elementos de sua ancestralidade, de forma que todos os caminhos da padronização fundamentalista estarão equivocados. Há casos em que o controle medicamentoso alopático é essencial para combater os processos de dor, inflamação, prostração e psicossomatização profunda. Mesmo assim, nada impede que esse processo seja acompanhado de psicoterapia, fitoterapia, massagens, terapias 33 energéticas e outros recursos disponíveis de forma que o ser humano tratado não perca o perfume da sua essência. No caso do Brasil, o grande inimigo a vencer são as políticas públicas de saúde e suas instituições oficiais contrárias à democratização do trato da saúde. Por exemplo, o uso da fitoterapia cresce a cada dia, no Brasil e no mundo, mas os postos de saúde pública não podem trabalhar com ela. A biodiversidade brasileira é uma das mais ricas do Planeta, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão oficial do governo brasileiro, só autoriza o uso de menos de 40 espécies de plantas medicinais para o uso terapêutico, ignorando o conhecimento popular. De onde virão os princípios ativos utilizados pelos laboratórios farmacêuticos? Pesquisas recentes apontam os extratos secos das plantas Unha de Gato (Aids) e Erva Baleeira (dores musculares) como excelentes antiinflamatórios, mas o país prefere importar matéria-prima sintética, enquanto que os ricos laboratórios estrangeiros levam daqui as matrizes de extração dessa matéria. Na China e na Índia, a fitoterapia é a base de sustentação da saúde pública, aliada a outras terapias, inclusive à acupuntura, que, no Brasil, é motivo de luta entre classes porque a elite da saúde acha-se no direito de ditar regras, que mudam de acordo com a conveniência financeira. Hospitais norte-americanos admitem que terapias energéticas, aliadas à psicoterapia, facilitam a cicatrização, diminui o efeito emocional da dor e ajuda a restabelecer a autoestima. Hospitais de Taiwan usam a musicoterapia do tempo do Imperador Amarelo. Por exemplo, uma técnica milenar não-religiosa trazida do Japão chamada Reiki tem comprovado a capacidade de facilitar a desobstrução e a desprogramação mental “digital” dos corpos sutis, semelhante ao Qi Gong ou Chi Kung, utilizada nas artes-marciais para eliminar edemas, desgaste físico, emocional e espiritual. A ecologia mundial sofreu muito até que descobrissem que as baterias portáteis, de rádio e relógios, por exemplo, poderiam ser recarregadas. A energia universal penetra no corpo preenchendo e recarregando as necessidades energéticas dos centros de força (chácras) e meridianos, revitalizando os órgãos e vísceras. Com base nisso, a psicologia budista mostra que cada ser humano tem o poder e a capacidade de alterar todas as programações físicas, mentais, emocionais, energéticas e vitais, e esse poder só depende da decisão pessoal de lutar contra os laços, as âncoras, os ganchos, as emoções presas, em qualquer dimensão do nosso ser, criadas por nós mesmos ou por forças externas, mascaradas de amor ou ódio, nesta e em outras vidas. Para Von Franz 27 , “Jung estava realmente convencido de que o que ele chama de inconsciente liga-se, de uma certa maneira, à 27 A Ciência e o Inconsciente, In: JUNG, C. G., O Homem e Seus Símbolos, p.309 34 estrutura da matéria inorgânica – uma união que o problema das doenças chamadas “psicossomáticas” também parece indicar”. As escolas tradicionais de psicologia e psiquiatria ainda têm muita dificuldade de perceber e lidar com as sutilezas e multidimensões da energia porque isso implicaria em abordar aspectos da realidade suprafísica – inclusive a reencarnação e a sobrevivência da alma. A acupuntura é utilizada em larga escala, dentro e fora do Brasil, em substituição à anestesia, na diminuição no consumo de medicamentos alopáticos sintéticos, desbloqueia e facilita o equilíbrio dos canais de energia (meridianos), entre outros. Os medicamentos para Aids e doenças auto-imunes apontam para a fitoterapia com sucesso. Massoterapia facilita o fluxo sanguíneo, relaxa tensões e solta cargas emocionais. Terapia Floral, uma das muitas sugeridas pela Organização Mundial da Saúde, afrouxa a memória celular, traz insight através dos sonhos, como a homeopatia, e pode ser utilizada paralelamente a tratamentos medicamentosos alopáticos. Em seu artigo “Sono, sonho e homeopatia”, o professor Waldemar R. Magaldi Filho afirma: “atualmente sabemos que um indivíduo privado de sonhar entra em um estado de psicose a partir do segundo dia. Este fato nos faz ponderar que os sonhos estão para a manutenção psíquica, assim como os rins para a manutenção fisiológica”. A psicoterapia é essencial para qualquer ser humano, independente do processo individual, e quando associada a terapias corporais (por exemplo, drenagem linfática e demais terapias orientais), energéticas e vibracionais tem excelente resultado. Sem a expressão verbal dos processos mentais, não adianta mudar os móveis da empresa e o meio ambiente onde é exercido o trabalho, nem tampouco o tratamento das inflamações e as cirurgias com apenas medicamentos (exceto para casos graves). É preciso investigar a causa do processo de psicossomatização, da baixa auto-estima, da depressão, da inadequação, da falta de conexão com as forças do universo (madeira, terra, ar, fogo e metal). Todo o cuidado, no vasto universo de opções, é trazer o ser humano para o lugar de onde ele jamais deveria ter saído: ele mesmo, aqui e agora. 35 CONCLUSÃO Tendo em vista que o adoecimento é favorecido pelo desvinculamento, pelo abandono dos elos de ligação do equilíbrio biopsico-histórico-social-espiritual, nenhum tratamento é possível sem que haja uma mudança comportamental consciente e ecologicamente equilibrada, onde cada ser humano decida por si mesmo e de acordo com sua maneira de ser e viver. A inflamação pode ser curada, o pedaço pode ser extirpado, mas a memória celular impressa, resultante da conjugação da elaboração da fonte geradora nos sete corpos, costurada nos processos emocionais e mentais, fica armazenada, à disposição, esperando o gatilho para ser reativada. A doença parece ser um grito da alma ou “um meio necessário ao organismo para manter-se sadio” 28 . Sem mudanças estruturais e comportamentais, o ciclo de repetições não será quebrado e a informação ficará como um elo perdido, solto na dimensão do ser, como uma máquina quebrada, sem conserto, multiplicada nos hospitais públicos, nas cadeias superpopulosas e manicômios desumanos, imundos. Sem a participação efetiva do governo em processos educacionais de valorização da vida integral, que favoreçam a visão multidisciplinar, multicultural, não chegaremos a lugar algum. A população tenta reagir buscando aquilo que lhe preenche mas há repressões. Cometeremos os mesmos erros de outros países ocidentais como os Estados Unidos que busca hoje, desesperadamente, reabilitar a homeopatia. Um bom exemplo de integração do ser com sua essência é mostrado por René de Nebesky-Wojkowitz, em seu livro Oracles and Demons of Tibet, no qual é mostrada uma estreita relação entre o modo de vida dos tibetanos, a crença na sincronicidade e nos universos paralelos de deuses e demônios, muito parecida com os rituais afro-brasileiros, e qualidade de vida associada à longevidade, ao bem-estar, ao elo referencial do ser, completamente ignorado no contexto da saúde pública no país. A diferença reside no fato de que no Tibete essa maneira de viver de toda a população é incentivada, repassada, repetida e ensinada de pai para filho, e isso inclui meditação, prática de artes marciais e herbalismo – apesar da ocupação chinesa hoje. Há uma inter-relação que vai do plantio do arroz e o uso de ervas medicinais ao processo da morte física e a crença da libertação do espírito dos ciclos encarnatórios. A média de vida em algumas vilas tibetanas é de 120 anos, mesmo com a invasão chinesa desde 1948. Jung 29 diz: 28 GRODDECK, L’art de Déconcerter, p.15. 36 “Filemon, da mesma forma que outras personagens da minha imaginação, trouxe-me o conhecimento decisivo de que existem na alma coisas que não são feitas pelo eu, mas que se fazem por si mesmas, possuindo vida própria. Filemon apresentava uma força que não era eu. Em imaginação, conversei com ele, e disse-me coisas que eu não pensaria conscientemente. Percebi com clareza que era ele, e não eu, quem falava”. O advento do comunismo ateu de Mao, na China, nos anos quarenta do século passado, não conseguiu que o inconsciente coletivo perdesse a ligação com as direções, os cinco elementos, a saúde pelos meridianos invisíveis e fortalecidos com agulhas, massagem, chá de ervas, ginásticas meditativas e musicoterapia – teoria dos cinco tons do Livro do Imperador Amarelo. Pelo contrário, a saída de Mao Tse-Tung para o caos instalado na China pós-revolução foi recrutar todos os médicos, curadores, mestres de artes-marciais, fitoterapeutas e oficializou a MTC, especialmente pelos baixos custos e por estar diretamente relacionada com a prática popular. Hoje, em uma tarde de primavera em Pequim, é possível ver quatro gerações de mulheres caminharem de chinelos enquanto o Sol desaparece no poente. Por trás de cada uma há milênios culturais. Logo após a independência da Inglaterra, a Índia buscou a medicina tradicional, conhecida como Ayurvédica, e a população a adotou de tal forma que hoje conta-se as farmácias especializadas em medicamentos ocidentais na capital do país, Nova Delhi. O mesmo não acontece com índios, negros, brancos e mestiços brasileiros, por quê? Por que os japoneses de São Paulo conservam tradições já desaparecidas no próprio Japão? Por que os brasileiros de 500 anos ainda olham para o mar e dão as costas para o continente? Por que as nossas populações estão cada vez mais viciadas em drogas legais e ilegais? Por que cada vez mais aumentam as listas de exames laboratoriais quando o paciente busca uma simples consulta? No Brasil, cada vez mais se substitui o fio da meada da essência cultural popular pelo modelo falso e supostamente civilizado dos filmes de Hollywood -- uma imagem tão longe da realidade quanto as telenovelas brasileiras. O poderio econômico fala alto, grosso, constante e cada vez mais confiante nos seus convincentes métodos. O Brasil importa medicamentos fabricados por laboratórios internacionais que extraem da rica biodiversidade brasileira, nem sempre por caminhos lícitos, a essência que não valorizamos. É hoje o segundo maior produtor de homeopatia do mundo, depois da Índia. É o primeiro produtor mundial de essências florais. Mas, falta identidade e auto-estima. Falta aprender a buscar e preservar conhecimentos antigos adaptáveis aos tempos modernos. As ações governamentais, orquestradas por grupos corporativos, são no sentido de extinguir farmácias de manipulação 29 O homem e seus símbolos, p. 169 37 (consulta pública posta pela Anvisa), limitar a certos grupos o trabalho com homeopatia, acupuntura, fitoterapia (e outras terapias que podem ser desenvolvidas apenas a nível técnico), terapeutas holísticos, raizeiros, velhos homeopatas, acupunturistas e imigrantes orientais que trouxeram consigo a herança cultural milenar, etc. O governo trava a liberação das terapias complementares recomendadas pela Organização Mundial da Saúde há mais de 10 anos, apesar de o país ser um celeiro de recursos naturais e não ter condições de fiscalizá-los e preservá-los da depredação. Os estudos esotéricos e a MTC mostram como estamos complemente conectados, desde os órgãos físicos densos até as camadas sutis, até o macrocosmo universal e não podemos desconsiderar nem desperdiçar nenhum detalhe. Por outro lado, o desenvolvimento da pesquisa em busca do conhecimento popular poderia nos levar a um caminho similar ao encontrado pela China e pela Índia, libertando-nos da dependência externa, propiciando melhor qualidade de vida, com menor custo e maior disponibilidade de recursos, na manutenção da saúde, prevenção, reeducação e assistência à saúde publica barata e acessível a todos. Adicione a isso o número de postos de trabalho que poderiam surgir! A ciência oficial se faz surda, cega, demorada, cara, cruel, impessoal, sem alma. Há fortes indícios de que grande parte dos senadores e deputados brasileiros tem vínculos fortes com grupos corporativos onde o lucro é prioridade. Por outro lado, o crescente número de casos de erros no diagnóstico, causados por uma visão emperrada e arcaica, cada vez mais mecânica e fragmentada, do trato com a saúde pública, nos faz pensar que, por mais que queiramos, jamais conseguiremos viver como máquinas que se quebram, que se encostam, e que enchem os hospitais públicos como se fossem empórios esquecidos, empoeirados, mutilados e sem jeito. Embora haja um incentivo tendencioso para que percamos a noção de direção, cada vez mais se fortalece a necessidade de percorrermos o caminho multidisciplinar, onde o paciente tenha a auto-estima melhorada pelo simples fato de ter à sua disposição múltiplas possibilidades de escolha e resgate da sua essência divina, sem violências adicionais nem constrangimentos que o impeça de buscar a si mesmo. A prática clínica multidisciplinar e essencialmente psicossomatista tem mostrado, todos os dias, que o cliente reanima e investe no interesse pela vida quando lhe é oferecida a oportunidade de repensar sobre a sua capacidade de autocura. 38 BIBLIOGRAFIA BAILEY, Alice. A. The Light of the soul. 17. ed. Londres: Lucis Press, 1970. _________. A Treatise on Cosmic Fire. 20. ed. Londres: Lucis Press, 1973. BRENNAN, Bárbara Ann. Mãos de Luz. São Paulo: Pensamento, 1987. CAPRA, Fritjof. O tao da física. São Paulo: Cultrix, 1983. CLIFFORD, Terry. Tibetan Buddhist Medicine & Psychiatry, the Diamond Healing. Delhi: Motilal Banarsidas Pub., 1994. DETHLEFSEN, Thorwald; DAHLKE, Rudiger. A doença como caminho. São Paulo: Cultrix, 1996. ELLYARD, Lawrence. The Tao of Reiki. India: Scanset, 2001. FROMM, Erich. O medo à Liberdade. Rio de Janeiro: Zahar, 1983. GEDDES & GROSSET. Guide to The Ocult & Mysticism. Indonésia: Dave Dale House, 1999. GUYTON & HALL. Tratado de Fisiologia Médica. 10.ed. 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