Seção 1.1: (Pierre Salama e Jacques Valier - "Una Introduccion a la economia politica" (cap.6 ) • Instabilidade da dinamica capitalista, gerando crises , a principio circunscritas localmente, mas que a partir de 1848 assumem proporções globais, por conta do crescente grau de mundialização (ou internacionalização) da economia capitalista. Os autores salientam a alternancia de ciclos de prosperidade e depressao (ou recessao), apontando esta como corolario da sobreacumulação (ou super produção) do capital, destacando as de 1!"! e #$. o o prosperidade% desen&ol&imento da produção, em 'ace de no&os mercados por e(pansao geogra'. ou surgim. de no&os setores de produção. depressão (ou recessão, ap)s 1!4*)% queda na produção, nas e(portações e nos in&estimentos, aumento do desemprego, etc. • • +les obser&am que quanto mais se a&ança no seculo ,, mais aumenta o grau de transmissao dos e'eitos das crises, nao obstante os di'erenciais de intensidade de pa-s para pa-s. .ossibilidades de crise% as crises economicas mani'estam se, de 'orma geral, por uma interrupção no processo normal de produção, e por uma diminuiçao na quantidade de mao de obra e instrumentos de trabal/o utilizados. 0as sociedades pre capitalistas, as crises se apresenta&am ou como destruição dos proprios produtores, ou dos meios de produção, em consequencia de catastro'es naturais ou sociais, o que pro&oca&a um descenso na produção. 1s crises pr2 capitalistas eram, portanto, crises de subprodução de &alores de uso, 'enomeno de penuria que sobre&em em razao de um insu'iciente desen&ol&imento da produção, essencialmente agricola. 3a nas crises capitalistas, ocorre algo totalmente di'erente% o que constitu-a as causas nas crises pr2 capitalistas (interrupção no processo normal de produção, e por uma diminuiçao na quantidade de mao de obra e instrumentos de trabal/o utilizados) sao, nas crises capitalistas, consequencias dessas. .or e(emplo, nas primeiras, uma epidemia le&a&a a uma diminuição da 'orça de trabal/o, le&ando 4 crise5 6a nas ultimas, a crise 2 que le&a a uma diminuição da 'orça de trabal/o. 7e 'ato, a crise capitalista se apresenta como uma crise de superprodução de &alores de troca5 nao se mani'esta por uma insu'iciencia na produção, mas sim por uma insu'iciencia na demanda sol&ente por mercadorias. .assa a e(istir mercadorias em e(cesso, em relação 4 demanda. 8odo ou parte do &alor de troca criado (na produção) nao pode ser realizado. +sse no&o tipo de crise (crise de superprodução), resulta das pr)prias caracteristicas da mercadoria, e do 'ato de que o capitalismo se caracteriza pela produção generalizada de &alores de troca, ao passo que nas sociedades pr2 capitalistas se produzia somente &alores de uso, para satis'azer as necessidades da comunidade. .ara que ocorram as crises, basta que os proprietarios das mercadorias nao encontrem clientes com din/eiro su'iciente para compra las pelo seu &alor, para realizar todo o &alor de troca delas. .ode se dizer que 2 este desdobramento do &alor, entre mercadoria e din/eiro, que cria a possibilidade das crises gerais de superprodução capitalistas. 1 crise 2 a e(pressao do carater particularmente contraditorio que re&este a acumulação de capital. 9ontraditorio porque os interesses dos capitalistas, indi&idualmente, con'litam com os interesses de sua pr)pria classe. .. e(emplo% :e um capitalista &; diminuir sua ta(a de lucro tende a, num primeiro momento, demitir trabal/adores e aumentar a intensidade de trabal/o dos que 'icam, esperando assim diminuir seus custos e aumentar suas margens de lucro. Indi&idualmente, e teoricamente, 2 possi&el que atin6a seus ob6eti&os, mas quando todos os capitalistas 'azem o mesmo, longe de se restabelecer a = medida que se desenrola a 'ase de prosperidade. +ssa unidade da produção e da con&ersao de&e ser a'irmada. se interrompe o processo de reprodução ampliada do capital. con'litam com as leis gerais do sistema. 1ssim. 1 crise de superprodução signi'ica que essa condição de equilibrio nao 2 nem nunca pode ser respeitada. 9omo nao /< plani'icação global para se determinar o mel/or momento para o aumento da produção. e 4 relaçao entre essas e o capital &aria&el. mas nem sempre ocorre necessariamente. no mercado. por conterem tempo de trabal/o social desperdiçado. +m certo momento. dai a possibilidade de crises. que &isam a apenas a ma(imizacao de seu lucro indi&idual. ") queda na ta(a de mais &alia (m>&). 7e 'ato. periodicamente. #) 4 medida que aumenta a capacidade de produção. as decisoes indi&iduais de cada capitalista. 6amais regular. . de&ido aos aumentos salariais (crescimento economico 'a&orece 4s lutas dos trabal/adores por mel/ores condições) e 4 impossibilidade de aumentar a duração do tempo de trabal/o alem de certo limite. a di'erença entre a o'erta e a demanda 'orça a queda dos preços. para que essa possa &er &endida a seu &alor.ara se captar o signi'icado essencial das crises de superprodução. mas tambem con&ertido em 'orma de din/eiro. nas crises de superprodução. e isso e(atamente porque supoe a e(ploração dos trabal/adores e a impossibilidade de integra los inteira e de'initi&amente. aparecem tres 'enomenos% 1) aumento da composiçao organica do capital ( c>& ). conclui se que o &alor de&e nao s) ser produzido sob a 'orma de mercadoria. b) a crise cria condições 'a&ora&eis para um no&o aumento da ta(a media de lucro e para a recuperação economica. crise ou poscrise. e as empresas que trabal/am em condiçoes des'a&ora&eis de produti&idades sao le&adas a ate 'ec/ar.ta(a de lucro. • :igni'icado da crise% 2 duplo ('also)% 1) a crise 2 a e(pressao de uma desproporção entre os dois grandes setores da produção. +m outras pala&ras% o mercado capitalista est< em equil-brio quando a o'erta e a demanda reciprocas de mercadorias 2 igual entre os dois setores da produção capitalista. em escala indi&idual ou de toda a classe de capitalistas. pois as decisoes de produção cabem aos capitalistas indi&iduais. 2 necessario &incular seu desen&ol&imento e suas consequencias aos mo&imentos das ta(as medias de lucro. e c/ega um momento em que a o'erta supera a demanda. ") . 1s mercadorias produzidas com menor produti&idade mostram se in&enda&eis. o que gera a anarquia do sistema. a crise se instaura. suscitado pela criação de bens de capital mais modernos. ou bens de capital5 a crise re'lete a necessidade desse desen&ol&imento desproporcional entre os dois setores. O desemprego produzido impede a realização das mercadorias produzidas5 a 'orma din/eiro 2 insu'iciente com relação 4 'orma mercadoria. 9ondições de equilibrio. aumenta a o'erta de mercadorias no mercado. se pode a'irmar que a) a crise se caracteriza por um 'orte e brusco descenso da ta(a media de lucro5 a lei (tendencial) se mani'esta na realidade. 1 e&oluçao da produção nao pode ser senao caotica. 9om isso. para que ocorra a reprodução ampliada do capital% a produção capitalista est< em equil-brio quando a produção de bens de produção suscita uma demanda de bens de consumo igual 4 demanda de bens de produção suscitada pela produção de bens de consumo. o qual sempre se encontra numa dessas 'ases% precrise. o que produz bens de consumo e o que produz bens de produção. a crise cria condições 'a&ora&eis a um no&o aumento da ta(a media de lucro. de bai(os salarios reais. a classe capitalista se es'orça para pagar os menores salarios possi&eis a seus empregados. assim. com consequente bai(a dos preços) e(plicam que num determinado momento ocorra uma brusca e 'orte diminuição da ta(a media de lucro. durante algum tempo. uma tendencia a lançar em circulação o minimo possi&el de din/eiro.I:8+08+:. +sta contradição entre a tendencia 4 e(pansão ilimitada da produção e a tendencia 4 restrição relati&a do consumo das grandes massas. . e os produtores mais arcaicos serão penalizados ou eliminados. o que acaba por limitar o poder de compra dos trabal/adores. • !ausas da crise 0esta seção. se descobre que /ou&e desperdicio de tempo de trabal/o. c) e. . pois se põe para trabal/ar as maquinas 3F +. +sses 'enomenos acabam aportando uma solução pro&is)ria ao problema da sobreacumulação de capital. a reação do sistema contra esse decr2scimo. o a6uste entre produção e consumo s) ocorre a posterior.or outro lado. ao passo que a realizaçao do &alor implica a necessidade de retirar cada &ez mais din/eiro de la circulação.or nao ser plani'icada a produçao capitalista. ao mesmo tempo que permitem uma no&a ele&ação da ta(a media de lucro. e 4s possibilidades de aumentar a 6ornada e a intensidade do trabal/o. a insu'iciente demanda de bens de consumo. +sses tr. aqueles se mostram desnecessarios. con6untamente.Os produtores que trabal/am com bai(a produti&idade nao conseguem ?+1@IA1? no mercado todo o &alor (c B & B m) de suas mercadorias. ao mesmo tempo. Cuando a produção c/ega no &alor 9 B D B m ao mercado. representando uma sançao (penalizando) ao desperdicio de tempo de trabal/o. . e o mercado nao absor&e esse &alor. mas se contrata 0OD1 G1O 7+ OH?1. le&ando assim 4 recuperação economica. desempen/am papel de rele&o na erupção de crises% a tendencia a limitar o consumo das massas e a anarquia da produção. os autores recon/ecem a di'iculdade de se apontar com acuidade as causas da crise. 9laro que o poder de compra limitado da classe trabal/adora nao representa o total do poder de compra num dado momento de uma economia5 o poder de compra da burguesia (bens de consumo e de capital) tambem se inclui nesse agregado. mas essa situaçao nao pode sanar permanentemente a 'alta de demanda de bens de consumo.s 'enEmenos (aumento de c>&. a crise. at2 porque a produção de bens de capital se destina. capaz de compensar. . 4s industrias que produzem bens de consumo. 9/amam atenção para dois elementos que. queda na ta(a de mais &alia (m>&) e aumenta a o'erta de mercadorias.re&alece. 1ssim. 2 atra&2s da crise que se realiza a tendencia decrescente da ta(a media de lucro. 1 demanda e'eti&a desses ultimos (bens de capital) pode signi'icar uma 'onte considera&el de mercado. 1s crises permitem adaptar periodicamente a quantidade de trabal/o e'eti&amente empregado na produção 4 quantidade de trabal/o socialmente necessario. signi'ica uma descapitalização (uma destruição de uma massa de materias primas e de maquinas) e uma depreciação de capital. e se estes nao possuem mercados. pois o tempo de trabal/o e'eti&amente empregado para sua produção 2 superior ao tempo de trabal/o socialmente necessario (produti&idade media). ao 'inal da depressao. sobretudo. 1 " tendencia a limitar o consumo das massas% Ora. a ni&el social. e dei(am claro que nao aportarão nada de no&o 4 problem<tica. b) aumento da ta(a de mais &alia (m>&) de&ido 4 e(istencia. mas as crises constituem. por de'inição. pela quebra e 'ec/amento de empresas. de&ido 4 queda do seu preço5 uma diminuição no &olume e no &alor total do capital constante. representa portanto um papel 'undamental na erupção de crises. e nao a priori. Ocorre% a) uma diminuição de c>&. que inter&em totalmente nessa e(plicação das crises% a contradição entre o maior desen&ol&imento da capacidade de produção e o desen&ol&imento restrito da capacidade de consumo das massas. 7e 'ato. !onclusao 1s crises de sobreprodução t. independentemente de todas as outras caracteristicas do modo de produção capitalista. a e(plicitação de todas as contradições inerentes ao capitalismo.s. que resulta da competição. 1 crise de 1!"! 2 um dos e(emplos de descapitalização e depreciação de ati&os mais brutais que o capitalismo con/eceu. e t. do aumento da composição organica do capital e da queda da ta(a media de lucro." " anarquia da produção% nao de&e ser considerada por si mesma como uma causa das crises.m sido cada &ez mais gra&es. menor intensidade das crises e aumento permanente de preços. 1 partir da "a guerra mundial. . inclusi&e durante as 'ases de recessao. ou se6a. 1 e(plicação essencial dessa mudança reside nas inter&enções do +stado burgu. a e(istencia de uma determinada proporçao entre a capacidade de produção e o poder de compra disponi&el para aquisição de bens de consumo 2 uma das condições de proporcionalidade necessaria para e&itar a ocorrencia de crises. contradições originadas na anarquia da produção. especialmente da contradição entre a tendencia a aumentar a produção e a de limitar relati&amente o poder de consumo das massas. a crise signi'ica a impossibilidade de manter o antigo ni&el de &alores de preço e de ta(as de lucro. com um maior &olume de capitais. 7e'initi&amente. 1 anarquia da produção atua con6untamente com a tendencia de bai(o consumo das massas. na produção de crises. 8rata se do con'lito entre as condições de acumulação e e(ploraçao do capital. as crises capitalistas passam a apresentar no&as caracteristicas% maior duração das 'ases de e(pansão.m ocorrido durante toda a /istoria do capitalismo industrial.
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