Unesp: IA – Pós Graduação em Fundamentos da Cultura e das ArtesIniciamos com as proposições artísticas do séc.XX, como processo de criação desenvolvido pelos artistas em suas produções e pesquisas, como Marcel Duchamp, que propõe um urinol como fonte e discute : a arte enquanto produção pautada no conceito e nas ideias; provoca diversas opiniões e inquietações; leva o expectador a pensar o que é arte? por que alguns objetos são chamados de arte e outros não? busca da perfeição. Ainda associam imagens acadêmicas com o uso de diferentes tipos de mídias presentes no cotidiano. pensando arte como uma janela para o mundo.As pessoas ainda acreditam num conceito de arte renascentista: de cópia da realidade ( mimetização). . A arte precisa problematizar a sociedade. na reflexão na formação de sujeitos. como construção de conhecimento. propositora de inquietações. . a vida enquanto: prática do saber. como ferramenta metodológica para operar pesquisas em educação. XXI? Quem é responsável pela existência de obra de arte? O artista ou expectador? . Como pensar arte no séc. com a revolução industrial e a reorganização do espaço urbano. XVIII. Na década de 60 do séc. quando se discute arte como experiência artística ou estética. XX .Houve mudanças significativas no modo de se ver arte: Modernismo . experimentada. percebida. que deve ser sentida. na metade do séc. . os paradigmas vão mudando de acordo com os anseios da sociedade. fazendo com que a pesquisa e o conhecimento sejam constantes e móveis. pois a experiência passa a fazer parte da construção de conhecimentos e das pesquisas. .Neste contexto o conhecimento científico também passa por mudanças. assim como investigação a campo. ou seja. pois tem o propósito de compreender a explanação e a especificação do fenômeno social. problematizados na preocupação com a pesquisa no campo das artes e da arte/educação.A pesquisa em artes se estrutura e se constituiu a partir dessas novas construções conceituais no campo do conhecimento artístico. situadas dentro das perspectivas de estudo qualitativo. . apenas a prova da existência da pesquisa em arte. Elliot. Esse tipo de pesquisa é de caráter indutivo na interpretação de dados. pois esta inserido no ambiente natural dos acontecimentos. 1998) em seu posicionamento de observação e investigação. Os dados são descritivos. sendo este. sendo que o processo é muito mais interessante que o produto.Seu foco é a construção do significado. O pesquisador é o principal instrumento para coleta de dados. . e nunca é neutro ( Eisner. tendem a trabalhar numa perspectiva qualitativa. as pesquisas em arte. mas que observam a arte não simplesmente enquanto representação artística. . mas como campo de experiência estética e arte como campo de pesquisa para as ciências humanas e sociais.Assim. Tema: UMA EXPERIÊNCIA A/R/TOGRÁFICA NO CANADÁ Scheila Maçaneiro¹ Faculdade de Artes do Paraná .UNESP: IA – Fundamentos da Comunicação e das Artes ANÁLISE ESTRUTURAL DE ARTIGO CIENTÍFICO E PROJETO DE PESQUISA. professora. onde há um entrelugar educacional que proporciona aos artistas/pesquisadores/professores de existirem em contigüidade. realizados no Canadá. . pesquisadora da Universidade da Columbia Britânica em Vancouver. num híbrido despertar do texto-imagem. texto-corpo. proposta por Rita Irwin.Justificativa: O presente texto é um relato de estudos sobre o doutoramento. a/r/tography. Por meio da metodologia de pesquisa educacional baseada nas artes. como modo de auxiliar pesquisadores de Dança à uma forma pessoal e significativa de investigação. sendo um terreno fértil para vivências.Objetivos: Através de uma abordagem sócio-cultural. . a a/r/tografia é uma linguagem de fronteiras. Como não existia nenhuma pesquisa que envolvesse Dança a PEBA. exploração e transgressão de territórios. a autora foi a Vancouver para entender melhor esse processo metodológico. assim como de seus alunos. enquanto professores e sujeitos da investigação. uma aproximação teórica para sua pesquisa de doutorado.Metodologia: Pensar a Arte e suas significações representa trabalhar a arte por meio de conexões. um lugar para relacionar as identidades de artista/pesquisadora/professora. . a autora encontrou na metodologia A/r/tography (A/R/TOGRAFIA). Nesse sentido. que vem exercendo ao longo de sua vida profissional. Fez um estudo bibliográfico e depois conectou sua experiência artística educacional através dos 6 "renderings" da A/r/tografia. onde alunos egressos. relacionando a voz de seus alunos em suas práticas educacionais a todo o seu percurso .enquanto artista/pesquisadora/professora. usufruiu do referencial da Autobiografia. metáfora e metonímia. excessos. professores de Arte no ensino formal. aulas significativas e não meramente entretenimento. Dentro desses conceitos e pela possibilidade rizomática que essa metodologia permite. aberturas. priorizem um pensamento de espaços e lugares intermediários. processos criativos e não somente reproduções. pesquisa viva.Desse modo. reverberações. onde pode enfim. construir redes. . ela procura possibilidades de práticas docentes em dança. ou seja. contigüidade. escrito por Rita Irwin (2004). Os pesquisadores Barone e Eisner (2012. especialmente. mídias. .contextos e educação(2008). ampliar o guarda-chuva conceitual que define o significado de pesquisa em si”.Fundamentação Teórica: Por meio da leitura do livro Interterritorialidades. encontrei o artigo. “A/r/tografia: uma mestiçagem metonímica”.2) afirmam que a pesquisa baseada em arte tem como objetivo “redefinir e. p. organizado por Ana Mae Barbosa e Lilian Amaral. prática (praxis) e criação (poesis). . pesquisar e ensinar. seguido no século 20 por Dewey que propõe a vivência estética por meio do intelecto. valorizando muito mais processos do que resultados. sentimentos e funções práticas. Enraizada no pensamento rizomático de Deleuze e Guattari (2004). Através desse referencial.Para Irwin (2004) Aristóteles foi o primeiro articulador da relação teoria (theoria). a a/r/tografia estimula a buscarmos o que existe entre e dentre as práticas do fazer arte. a A/r/tografia surge para relacionar as identidades exercidas pelo artista. o pesquisador e o professor por meio de uma perspectiva dialética e de investigação viva. p. mestiçagem (IRWIN.Conclusão: Entre os conceitos trabalhados na a/r/tografia está a A/r/t como mestiçagem que oferece ao artista/professor/pesquisador um espaço instigador para vivências. 2004) é uma linguagem de fronteira e por isso um lugar de elementos hifeinizados. re-viver e re-fazer (Irwin 2004) suas práticas estéticas pedagógicas. priorizando com isso o valor do significado em detrimento da certeza. Conforme Pinar (apud Irwin. Artistas que desejam pesquisar e ensinar encontram na A/r/tografia algo provocador para re -pensar. Sob uma perspectiva sócio-cultural. faz com que a/r/tógrafos fiquem atentos e prontos para avançarem as fronteiras de suas próprias percepções. A necessidade do questionamento vivo. exploração e transgressão de territórios. . complexos. 2004.23). e ver a arte. para uma produção de conhecimento e aprendizagem a partir de múltiplas perspectivas. curiosidade. entrelugares da arte e texto. como se fosse pela primeira vez. pesquisa e ensino. Relacionamentos entrelugares da arte. condições para uma organização de idéias e como usufruir sobre seus questionamentos de pesquisa. inquirição.proporcionando a oportunidade de se ver.” Com a intenção de oferecer aos a/r/tógrafos. permitindo aos alunos emergir em realidades submersas. . Irwin e Springgay (2008) estabelecem seis conceitos de reflexão: 1. desviar-se dos suportes diários e convencionais como artista-pesquisador-professor.“A A/r/tografia provoca questionamento. Contigüidade: ênfase na identidade do artista. pesquisador e professor existente simultaneamente e em continuidade. entrelugares da atividade e produção artísticas. 2. nas relações entre pessoas. investigações artísticas por meio de pintura. composição musical. Metáfora e metonímia: ênfase na existência de novos significados e relacionamentos entrelaçados. Aberturas: ênfase em abrir conversações e relacionamentos. escritos de jornais. diários. 4. artefatos de coleções. performances e artefatos educacionais assim como diários de professores. . Dados para pesquisa qualitativa provenientes de entrevistas. fotos. Questionamento vivo: ênfase nas práticas e experiências vivas. documentários. crônicas. coisas. jornais estudantis 3. não necessariamente passivos e sim abertos a contradições e resistências. p. Excesso: ênfase no que está fora do aceitável.xxxi) . prática e a atividade criativa. 5. 6.xxxi) . É um movimento “entre as fronteiras da teoria. . prática e a atividade criativa.sendo importante salientar que esses conceitos não são fechados e estão em permanente movimento “entre as fronteiras da teoria. 2008. novas descobertas. permitindo que cada um impacte o outro” (IRWIN E SPRINGGAY. permitindo que cada um impacte o outro” (IRWIN E SPRINGGAY. p. Reverberações: ênfase no movimento dinâmico favorecendo mudanças para novos significados. 2008.. Campinas: Autores associados. Rita. Interterritorialidade: mídias. Pesquisa em arte: um paralelo entre arte e ciência. 1998.Referências Bibliográficas: MOMOLI. A/r/tografia: uma mestiçagem metonímica. na linha de pesquisa Ética. SESC SP. Graduado em Licenciatura em Artes pela Universidade do Oeste de Santa Catarina.com ZAMBONI. Alteridade e Linguagem da Educação. AMARAL. UNIARP e UnC . danielmomoli@hotmail. Ensino da Arte e Pesquisa em Artes Visuais e Docência. Especialista em Educação Interdisciplinar pelo Instituto de Desenvolvimento do Alto Uruguai. Professor do Curso de Artes Visuais da Faculdade VIZIVALI. Daniel Bruno. São Paulo: SENAC SP. . A. Silvio Antonio.M.(orgs). OS DESAFIOS DA PESQUISA EM ARTE: ENTRE A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E A METODOLOGIA DA PESQUISA EM ARTES VISUAIS . Mestrando em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.PARFOR nas disciplinas de Historia da Arte. IRWIN. In BARBOSA. contextos e educação. 2008. L. Being with A/r/tography. possui graduação em Dança e graduação em Educação Física pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná. C.com SPPRINGAY.Preliminares: A/r/tografia como Metodologia e Pedagogia em Artes. Mestre em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (2008). Belidson . GOUZOUASIS.MAÇANEIRO.Doutoranda em Educação (grupo Laborarte) na Universidade de Campinas .). Integrante do grupo de pesquisa arte.. S. IRWIN. DIAS. L. (Orgs..Unicamp. Professora do Curso de Dança da Faculdade de Artes do Paraná desde 1986. educação e formação continuada da FAP. P. LEGGO.Sheila . smacaneiro@gmail. . Rotterdam: Sense Publishers.. R. 2008. 1. Nubia Saraiva. . Erica Hijo. Rosangela Lucena .