pdf - história da bruxaria

March 31, 2018 | Author: Cláudio Argolo | Category: Superstitions, Witchcraft, Science, Time, Reality


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Jeffrey B.russell & Brooks alexander História da Bruxaria Tradução Álvaro Cabral William Lagos Para Ky Russell e Michael Thomas. E para Anastásia Copyright © Jeffrey B. Russell & Brooks Alexander, 2007 Copyright © Editora Aleph, 2008 (edição em língua portuguesa para o Brasil) TÍTULO ORIGINAL: A new history of witchcraft TRADUÇÃO: Álvaro Cabral (capítulos 1 a 8) William Lagos (Introdução, Prefácio e capítulos 9 a 10) CAPA: Thiago Ventura e Luiza Franco REVISÃO TÉCNICA: Débora Dutra Vieira REVISÃO: Hebe Ester Lucas PROJETO GRÁFICO: Guilherme Xavier/Delfin EDITORAÇÃO: Delfin COORDENAÇÃO EDITORIAL: Débora Dutra Vieira EDITOR RESPONSÁVEL: Adriano Fromer Piazzi Ilustração p. 2: Bruxos no Ar, de Goya, c. 1794-5. Ilustra os pretensos poderes de levitação dos bruxos. Os chapéus cônicos, também usados para identificar os hereges na Idade Média, devem ter suas origens no simbolismo do “chifre de poder” ou da fertilidade. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, no todo ou em parte, através de quaisquer meios. Publicado mediante acordo com Thames & Hudson Ltd, London. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Russell. Jeffrey B. História da Bruxaria / Jeffrey B. Russell & Brooks Alexander ; tradução Álvaro Cabral, William Lagos. São Paulo : Aleph, 2008. Título original: A new history of witchcraft. Bibliografia ISBN 978-85-7657-044-8 1. Bruxaria - História I. Alexander, Brooks. II. Título 08-00109 CDD-133.4309 Índices para catálogo sistemático: 1. Bruxaria : História 133.4309 EDITORA ALEPH Rua Dr. Luiz Migliano, 1110 – Cj. 301 05711-900 – São Paulo – SP – Brasil Tel.: [55 11] 3743-3202 Fax: [55 11] 3743-3263 www.editoraaleph.com.br . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . o declínio da Bruxaria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 o crescimento da caça às bruxas . . . . . . . . . . . . . . . 137 . . . . . . 22 24 33 37 43 47 50 59 Parte i 3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 o auge da caça às bruxas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . a caça às bruxas na europa continental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 Bruxaria e mulheres . . . . . . o status legal da feitiçaria . . . . . . . . . . . . . . . as raízes da bruxaria européia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .suM Ário PrefÁCio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 6. . . . . . . . 96 Bruxaria nas ilhas Britânicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . a feitiçaria no mundo . . feitiçaria. . . . . . . . . . . . . a feitiçaria em tempos antigos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 introdução: o que é uma bruxa?. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Bruxaria. . . . 128 o ressurgimento romântico . . . . 65 da feitiçaria à bruxaria . . . . . . 89 5. . . . . . . . . . . . . . Bruxaria na Grã-Bretanha e nas colônias inglesas da américa do norte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 7. . . . . . . . 62 as heresias dualistas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 Bruxaria nas colônias americanas . . . . . . . . . . . . . . 118 os de julgamentos de salem . . . . . . . . . . interpretações da bruxaria européia . . . . . . . Bruxaria e sociedade. . . . . . . . . . . . 9 feitiçaria e Bruxaria HistóriCa 1. feitiçaria e religião . . folclore e religião na europa pagã . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . feitiçaria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 4. . . . . . . . . heresia e inquisição . . . . . 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151 os precursores: Leland. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . validação e mudança . . . . . . . Murray e Graves . . . . . . . . . . 198 11. . . . . . . . . . . . . 226 . . . . . . 151 Bruxaria como paganismo: Jarcke. . . . . . . . . 172 a releitura de Wicca: de doreen Valiente a alex sanders . . . . . . . . o papel da bruxaria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 217 Lista de iLustrações . . . . . . . . . . .Parte ii Bruxaria Moderna 8. . . . . . . . . . . . 203 aPêndiCe . . . . . . . . . . . . . . . . cultura pop e a ascensão dos paganóides . . . . . . . . 222 ÍndiCe reMissiVo . . . . . . . . . . Bruxaria neopagã: as origens . . . . . . . . . . . . . . 146 feitiçaria moderna . . . . . . . . . . Bruxaria neopagã: o movimento . . . . . . . . . . . . . sobrevivências e ressurgimentos . . . . . . . . . . . . . . . 170 10. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179 Cibercultura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 209 notas . . . . . . . . . . . . 195 olhando o futuro: crescimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173 o florescimento da diversidade: a bruxaria nos estados unidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Mone e Michelet . . . . . 165 descrevendo a bruxaria moderna . . . . . . . . . . . . . . . . . 211 BiBLioGrafia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 187 Bruxaria e a interface inter-religiosa . 146 9. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155 Gerald Gardner: o pai da bruxaria moderna . . . . . . . . . dentre estes. também. dando-me força quando encontrei dificuldades e sendo uma defesa contra o desespero. uma conclusão revisada [o Capítulo 11] e uma bibliografia completamente atualizada. Gostaria de agradecer a todos os que trabalharam comigo no livro original. um alto sacerdote wiccano. eu conheci. ofereço com alegria um agradecimento especial a nosso editor. cujo contínuo interesse no livro originou a nova edição. que trabalhou comigo na área da bruxaria histórica durante muitos anos e. teriam permanecido desconhecidos para mim. Brooks alexander . Gus diZerega e diana Paxson – bruxos cuja colaboração e amizade pessoal me abriram amplos caminhos de pesquisa e compreensão que. Victoria. foram uma profunda fonte de apoio e encorajamento durante este projeto. é um novo livro. pero hayas: “eu não creio em bruxas. diana M. especialmente minha falecida esposa. inclui um novo prefácio. envio meus agradecimentos especiais a anna Korn. Pamela C. a minha esposa. naturalmente. o criador inicial deste notável trabalho. Minha esposa. de outro modo. Conheço muitas pessoalmente. alison Harlow. russell Como a própria bruxaria moderna. que nos deixou um legado definitivo sobre o assunto.PrefÁCio na Galícia espanhola costuma-se dizer uma frase popular: yo no creo en meigas. mas elas existem!” Quer se acredite ou não nos poderes da bruxaria. entrevistei e conversei com um grande número de bruxos ao longo dos anos e seus generosos conselhos. também devo gratidão aos bruxos de mentalidade ecumênica do CoG (Covenant of the Goddess). russell. dois capítulos completamente novos (escritos por meu colaborador. e minhas filhas. agradeço. publicado pela Thames & Hudson em 1980. russell. cuja acessibilidade incansável facilitou muito minha pesquisa. finalmente. em muitos sentidos. Brooks alexander) que atualizam a história da bruxaria moderna. cujo conhecimento da bruxaria moderna tornou possível este novo livro. quero agradecer ao homem de ampla visão e profundidade de conhecimento. Jennifer Gibbons. que consistentemente lutaram (algumas vezes contra a resistência de membros de sua própria comunidade). insights e explicações pacientes foram indispensáveis para a criação deste manuscrito. por isso. esta apresentação é uma colagem das contribuições de muitas pessoas – entre as quais a dos próprios bruxos não é a menos importante. este livro é uma edição revista de A history of witchcraft. sinto-me honrado. Jamie Camplin. tenho uma dívida toda especial para com don frew. Jeffrey B. tem que se acreditar na existência de bruxas. Jeffrey russell. a Brooks alexander. uma nova introdução. em participar desta edição revista de seu livro. Leslie e anastasia. a fim de tornar sua religião mais amplamente conhecida e compreendida pelo público em geral. in trodução . a bruxaria é considerada como uma religião de pleno direito por numerosas instituições. hoje. a existência ou não de bruxas está intimamente relacionada à definição . quiromancia. abertura de canais (psicografia). Bruxas. nenhuma bruxa. drogas psicodélicas – e também à bruxaria. jamais tenha tido as características desse estereótipo. o vodu é uma religião que combina o cristianismo com o paganismo africano. o caminho para a obtenção de respostas mais profundas. isso é sinal de que tais pessoas interpretam mal tanto a bruxaria como o vodu. uma longa tradição artística que se estende do século xiii a Goya. fixaram essa imagem em nossas mentes. chapéus compridos e pretos em formato de cone. a de se satisfazer em receber um simples “sim” ou “não” como resposta –. exceto talvez em festas à fantasia. nem se a simples posse de tais poderes transformaria uma pessoa em bruxa. provavelmente eles lhe dirão que bruxas não existem. com verrugas no nariz. astrologia. o desempenho de Margaret Hamilton como a Bruxa Malvada em O Mágico de Oz e. recentemente. Por outro lado. a rainha Má de A Branca de Neve de Walt disney. algumas pessoas podem imaginar vagamente que bruxas praticam alguma coisa parecida com vodu. e muitos bruxos se esforçam ao máximo para dissociar sua imagem e suas práticas de qualquer forma de ocultismo. representados como velhas horrorosas. alguém que pretenda mergulhar mais fundo nessa questão encontrará muito pouca ajuda na maioria dos inúmeros livros populares oferecidos nas seções de ocultismo das livrarias.O que é uma bruxa? se você perguntar a seus conhecidos o que é uma bruxa. são muitos os trabalhos que se dedicam ao tarô. satanismo. e seus rituais são praticados como um meio de proteção contra a bruxaria. inclusive as forças armadas e o sistema legal dos estados unidos. de fato. que criam gatos pretos e dão gargalhadas malignas. afirmarão eles. em tempo algum. Bruxaria e ocultismo não são a mesma coisa. É verdade que muitas bruxas afirmam ter poderes psíquicos. e seus títulos estão na bibliografia deste livro. bruxas existem realmente. cristais. Cada um desses pontos de vista pode ser justificado. Provavelmente. todavia. outros podem dizer que “bruxa” é uma pessoa que tem poderes psíquicos. continuamente deplorou a tendência humana à dicotomia – por exemplo. (2) a bruxa adora o diabo: esta é a abordagem histórica para a bruxaria européia. assim. (3) a bruxa reverencia deuses e deusas e pratica a magia para boas causas: este é o enfoque adotado pela maior parte dos bruxos modernos. mediunidade. o equívoco mais comum a respeito da bruxaria é a concepção de que “bruxas não existem”. já há muitos livros que discutem seriamente o assunto. extraterrestres. bloqueando. nenhuma correspondeu jamais a esse estereótipo. o grande paleontólogo e ensaísta. mas isso não prova se de fato elas os possuem ou não. tábua ouija. dentre as bruxas que conhecemos. stephen Jay Gould. Há respostas mais acuradas e úteis para a pergunta que se coloca no título desta introdução: (1) bruxa é o mesmo que feiticeira: esta é a abordagem antropológica. existem muitos outros elementos para se caracterizar uma bruxa. bastante parecidas com cacarejos. por trás delas. são personagens imaginários. montadas em cabos de vassoura. outra concepção errônea é a de que as bruxas praticam a missa negra. ainda mais uma idéia equivocada. está aí a justificativa principal deste livro. mas igualmente errônea.adotada para caracterizá-las. em nenhum dos casos a vítima realiza um pacto voluntário com o espírito maligno. a noção de que o curandeiro é bruxo é um deles. já a obsessão é um ataque externo e f ísico perpetrado por tais espíritos malignos. mas o satanismo não tem absolutamente nada a ver com a bruxaria moderna. Ilustração marginal para o livro Le Champion des dames. outra afirmação incorreta que se faz sobre o assunto é que a possessão está relacionada com a bruxaria. de Martin Le Franc (cerca de 1451). é a de que a bruxaria é igual em qualquer parte do mundo. uma série de enganos nessas muitas definições deve ser mencionada antes de seguirmos em frente. e mesmo assim como uma espécie de sátira grosseira do catolicismo. Elas são representadas cavalgando uma vassoura e um bastão pelos ares. as grandes perseguições às bruxas ocorreram durante a renascença. existe. as acusações de bruxaria diabólica somente emergiram bem no final da idade Média. existem grandes e profundas variações entre a bruxaria das diversas culturas. a afirmação de que bruxas são mulheres velhas é igualmente uma distorção da verdade e um exagero leviano. a possessão é um ataque interno de maus espíritos sobre um indivíduo. a reforma e o século xVii. dentre outras formas. a única ocasião em que a celebração da missa negra foi historicamente registrada foi na corte do rei francês Louis xiV. tanto no passado como no A Rainha Má do Oeste. mas amplamente difundida. 10 História da bruxaria . a mulher velha e feia é o estereótipo da bruxa. na chamada bruxaria diabólica das épocas da renascença e da reforma européias. o curandeiro [witch-doctor] pratica a magia. Vestida de preto. Esse é um dos primeiros desenhos de bruxas na Europa medieval. a chamada bruxa voluntariamente convocava o mau espírito por meio de invocações. usando um chapéu cônico e ameaçando uma criança. a missa negra é desconhecida na história da bruxaria européia e certamente não faz parte do repertório dos bruxos modernos. por outro lado. outra idéia muito comum. por exemplo. Como demonstraremos mais adiante. uma grande diferença histórica entre a bruxaria européia e a das outras culturas. do filme O Mágico de Oz (1939). Quase todos os bruxos modernos condenam totalmente esse tipo de prática. uma invasão da psique. mas sua função é justamente a de combater as ameaças ou os efeitos da bruxaria. de fato. é a de que a bruxaria é um fenômeno característico da idade Média. alguns satanistas modernos celebram a missa negra mais ou menos pelas mesmas razões. Bem ao contrário. introdução 11 . 12 História da bruxaria . em vez de ser imposta por elites religiosas ou seculares. o que é uma bruxa? uma das respostas pode ser obtida nas raízes semânticas e no desenvolvimento dos variados termos ligados à sua definição. aproximadamente 110 mil pessoas foram torturadas. unificada) foram se formalizando. muitos homens praticaram a bruxaria. em inglês] deriva de wicca (pronuncia-se “uítcha”. o que. além disso. à medida que as inquisições (nunca houve uma única inquisição. Gradualmente. o número de bruxas e bruxos modernos vem crescendo enormemente. sob a acusação de bruxaria. nem com qualquer outra palavra com o significado de “wisdom” ou “sabedoria”. este fato cruel certamente não é trivial. conforme se observa pelo aumento dos livros dedicados ao assunto. sendo que 40 mil a 60 mil delas foram executadas. pintou cenas grotescas de bruxaria com propósitos satíricos. c. Mas. “mentir” e. por outro lado.presente. significava qualquer traidor ou alguém que quebra um juramento. desde a década de 1960. alfinetam imagens e carregam uma cesta com bebês mortos para usar em sua orgia canibalística. enfim. que é “bruxa”). raramente usado hoje. freqüentemente. desde a primeira edição deste livro. a partir do século xVi. também se traçaram regras estritas de procedimento e de aceitação de evidências para comprovação das acusações de bruxaria. atualmente. “verdade”. à revogação das condenações locais e à libertação de acusados. psicólogos e historiadores tratam a bruxaria como assunto sério. era Goya. usualmente. e leogan. o caso é semelhante do lado secular. originalmente. durante as perseguições às bruxas. “Warlock” deriva das palavras do inglês antigo waer. nos escalões médios. levou. antropólogos. Goya. datada de 1980. tanto mais acusados eram absolvidos. além do que muitas bruxas eram bastante jovens – muitas delas eram até crianças. as crenças em bruxas tiveram grandes efeitos psíquicos e sociais. um praticante masculino da bruxaria) e de wicce (“uitchê”. a palavra “witch” [“bruxa”. 1794-5. Aqui. entre 1450 e 1750. uma meia-verdade. Conjuro. a maioria das perseguições às bruxas foi realizada localmente e dirigida também por autoridades civis (além das eclesiásticas) e que se encontravam. introdução 13 . que quer dizer “jogar um feitiço” ou “lançar um encantamento”). os dois substantivos derivam do verbo wiccian (“uítchan”. em muitos sentidos. a palavra definitivamente não é de origem celta e não tem a menor relação com o verbo witan (saber) do inglês antigo. a explicação de que “witchcraft” [bruxaria] significa “a arte dos sábios” (craft of the wise) é inteiramente falsa. hoje. Mais ainda. trivial é outro erro. afetando um número significativo de culturas durante longos períodos de tempo. “a inquisição foi a responsável pela caça às bruxas” é mais uma afirmação cujo conteúdo é. ambos os termos pertencentes ao inglês antigo (Old English). deve ser tratada como um importante fenômeno religioso. e a bruxaria. Quanto mais o procedimento legal secular ia se tornando formal e centralizado (tal como no caso do Parlement de Paris. ele mesmo um cético. no máximo. que significa “bruxo”. as bruxas estereotipadas estão acompanhadas por familiares. tomar a bruxaria como algo sem importância. a corte suprema da frança setentrional). a caça às bruxas adquiriu características locais. é erroneamente determinado como “bruxo”. Contrariamente às crenças de alguns bruxos modernos. em grande extensão. a significação do termo “warlock”. realmente deriva da palavra wis do inglês médio. a palavra no inglês sempre foi ambivalente: algumas vezes se refere à simples feitiçaria. sendo então associado à bruxaria diabólica. ou “adivinho”. que o termo foi usado como sinônimo de “bruxo(a)”. a palavra “magic” [magia] freqüentemente implicou um sistema intelectual sofisticado. sorcier significa tanto feiticeiro como bruxo. Mas em francês. foi somente a partir de 1825. proveniente do grego mageia. em oposição às práticas 14 História da bruxaria . Sybil Leek.Uma bruxa moderna. os quais. Como no francês. significando um homem ou mulher de grande saber. possuíam certos conhecimentos e poderes extranormais. em inglês. a palavra grega magos designava originalmente os sacerdotes-astrólogos iranianos que acompanharam o exército do rei persa xerxes. “Wizard” [mago ou mágico]. e raramente. tornando-se de uso corrente durante o século xVi. a palavra francesa foi introduzida no inglês durante os séculos xiV e xV. com uma “bruxinha” de sua loja de antiguidades. acreditava-se. durante os séculos xVi e xVii designou um “high magician” [“alto mago”]. quando de sua invasão à Grécia (é bastante provável que os “reis magos” que viajaram para visitar o Menino Jesus fossem alguns desses astrólogos). do latim vulgar sortiarius. não é um termo muito útil para nós. “Magician” [mago] deriva do latim magia. a palavra “witch” se aplica a ambos os sexos. aplicado tanto a homens como a mulheres. outras vezes à bruxaria diabólica. hoje “wise” [sábio]. a palavra “wizard” surgiu por volta de 1425. “sorcerer” deriva da palavra francesa sorcier. o termo “warlock” foi reutilizado na escócia durante os séculos xVi e xVii. diferentemente de “witch”. tudo quanto existe deve ser natural. um deles é o de “superstição”. no século xiii. por meio da religião até chegar à ciência. porque. as pessoas pensam em superstição como alguma coisa que destoa da visão de mundo predominante em sua sociedade e naquele momento histórico. o “sobrenatural” é outro conceito que requer reflexão. muitas das crenças que vigoram neste século xxi podem algum dia vir a ser consideradas “superstições”. sempre que a bruxaria se enquadrar em uma visão coerente do mundo. a teoria do século xViii de que a humanidade progrediu e evoluiu naturalmente da bruxaria. Há muitos caminhos para a realidade. o número de superstições científicas. então. esta concepção é infeliz. se. embora as linhas de demarcação ainda sejam imprecisas. exceto dentro do contexto de um sentido técnico especial demarcado pela teologia cristã. os antigos egípcios. os cientistas algumas vezes mutilaram a busca do conhecimento ao declararem que certos temas não eram adequados a uma investigação científica. pelo menos parte do tempo. então essa crença se torna uma superstição também para você. para você mesmo. em seu conjunto. por exemplo. Comumente. não é necessário pensar na magia como uma abordagem inferior à da ciência. na realidade. se você defende uma crença sem convicção ou de maneira acrítica e não se preocupa em inseri-la adequadamente dentro de uma visão de mundo coerente. freqüentemente se pensa que a bruxaria envolve poderes sobrenaturais. porque o que não é científico em uma área da ciência em determinado período pode tornar-se científico em outro campo e em outra época. essa definição é a mais próxima do significado original da palavra. sem dúvida. “não científico” é um termo um pouco mais útil. se você defende um ponto de vista que examinou cuidadosamente e inseriu numa visão de mundo coerente. a crença de uma época é a superstição de outra. os anjos – ou os extraterrestres – existirem. não será uma superstição. eles fazem parte da ordem natural do universo. Bruxaria não é necessariamente superstição. os dayaks (grupo étnico natural do interior da ilha de Bornéu) do século xx e os bruxos modernos não são necessariamente mais supersticiosos que os leigos ocidentais do século xxi. os conceitos ligados a essas palavras também precisam de esclarecimento. não é mais encarada favoravelmente por grande número de eruditos. o mais importante de tudo é que não queremos recair na atual superstição dominante de que as únicas coisas verdadeiras são aquelas demonstráveis pela “ciência”. quer a ciência seja capaz ou não de demonstrar sua existência. religiosas e políticas modernas não é. embora ela pudesse ser se fosse sustentada por alguém que tivesse uma visão de mundo diferente. essa crença não é em absoluto uma superstição. embora ainda seja popular entre os políticos e muitos cientistas. que indicava uma crença ou prática falsa ou irracional. menor que o do passado. nesse processo. os católicos medievais. Mas os limites entre o natural e o sobrenatural vêm sendo continuamente reajustados. será mais útil definir superstição como uma crença que não está fundamentada em qualquer visão de mundo coerente. muitas vezes a denominação inglesa foi “high magic” [“alta magia”] (veja abaixo). porque contribui para o confinamento e a inflexibilidade do pensamento. Mas aqui é necessário ter cuidado.rudes da “sorcery” [feitiçaria]. a monumental History introdução 15 . o termo “sobrenatural” é demasiado vago para permitir uma definição. algumas pessoas são supersticiosas todo o tempo e todas as pessoas se tornam supersticiosas. no começo do século xxi. mas seus meios de obtenção do conhecimento são. além do científico. Há muitos caminhos para a verdade. cujos elementos se acham inter-relacionados – quem colhe uma flor perturba de algum modo a estrela mais distante. mesmo remotamente. busca o conhecimento. muito poucas pessoas foram acusadas ao mesmo tempo 16 História da bruxaria . noção reforçada alguns anos mais tarde. a alta magia intelectualizada dos primeiros astrólogos e adivinhos modernos não é parte integrante da história da bruxaria. minerais e outros fenômenos naturais. uma doutrina que foi cuidadosamente elaborada na europa. um universo ordenado e coerente. de fato. essa é a crença mágica da “correspondência”. existe realmente uma diferença fundamental entre a alta magia e a ciência. plantas. Thorndike sabia que as origens da ciência se encontram na magia (do mesmo modo que na religião) e que a maioria dos grandes cientistas dos séculos xVi e xVii também era formada por magos. a abordagem fisicista triunfou. um exemplo disso é o famoso “efeito Borboleta”. em geral. não recebeu esse nome por acaso. seu problema de validação é muito mais agudo do que aquele enfrentado no século xVii. escrita no século xx por Lynn Thorndike. Giordano Bruno and the hermetic tradition [publicada no Brasil com o título Giordano Bruno e a tradição hermética]. se alguém afirma que fez uma viagem astral ou que viu uma nave espacial intergaláctica ou que foram extraterrestres os construtores das grandes pirâmides ou que recebe mediunicamente um antigo sábio guerreiro. em oposição aos raros resultados que os altos magos conseguiam apresentar. vêm a provocar um tornado no Kansas. os sofisticados altos magos do século xVii sinceramente tentaram fundar sistemas coerentes. em um universo no qual todas as partes estão inter-relacionadas e afetam umas as outras. eventualmente. com a ciência fisicista derivada de John Locke e david Hume. a magia não pode ser submetida aos testes da investigação empírica ou ser codificada em uma teoria coerente. essa sofisticada alta magia. a magia moderna. a crença nessa pessoa deve ser suspensa até que as evidências se tornem absolutamente inquestionáveis. mesmo durante as grandes perseguições às bruxas que ocorreram na europa. portanto sua validação é problemática. e uma característica infeliz de muitos livros modernos que defendem a magia é a de realizarem poucas ou nenhuma tentativa nesse sentido. como a ciência. ao longo dos séculos que se sucederam. intelectualmente em voga durante o século xVii.of magic and experimental science1 em oito volumes. de fato. pela obra de frances Yates.2 aqui entra o conceito de alta magia oposto à simples feitiçaria. ainda no século xx. em que a perturbação do ar causada pelo bater das asas de uma única borboleta na frança pode desencadear uma série de eventos que. a base da alta magia é a crença no kosmos. durante algumas décadas. competiu seriamente. devido aos numerosos sucessos de caráter prático que demonstravam. mas nenhum deles obteve sucesso nessa empresa. existem evidências científicas de que isso de fato acontece. há um relacionamento entre cada ser humano individual e as estrelas. mas em cada um desses caminhos as regras do pensamento crítico devem ser empregadas para testar cada afirmação. desde o princípio da idade Moderna e dentro de padrões coerentes e sofisticados. incoerentes. Hoje em dia. somente permanecem os traços mais simples do sistema da alta magia. tais como os modismos verdadeiramente supersticiosos envolvendo a astrologia. não existe evidência alguma. usualmente. embora suas origens tenham sido comuns. do latim. os bruxos modernos têm um ponto de vista que difere tanto dos antropólogos. a palavra inglesa wicca. Há quem faça bruxaria e outro. outros adotam uma diferenciação africana que distingue os magos maléficos. mas a escolha das palavras inglesas foi arbitrária. outro busca obter o mesmo resultado espalhando nele esterco de novilho ao pôr-do-sol. acredita-se que bruxos causam pra- introdução 17 . tais como ervas e sangue para realizar encantos malignos. que já aparece em um manuscrito do século nono. que era uma forma de diabolismo – isto é. passou a ser usada como o sinônimo de maleficus. como dos historiadores. com maior acurácia. Presume-se que o poder exercido pelo bruxo ou feiticeiro seja um poder natural obtido pela compreensão do bruxo sobre esses relacionamentos ocultos e por causa da habilidade que manifesta em controlá-los. mas a exploração deles. enfatizamos que não existem tradições ou conexões de qualquer tipo entre os ditos adoradores do diabo do período da renascença e da reforma. as duas tradições são distintas e já estavam separadas nessa época. as definições e respectivas utilizações desses termos são variadíssimas. ou o kosmos – em vez de praticarem a baixa magia. a distinção é válida. e os modernos neopagãos. Bem diferente dos sistemas sofisticados da alta magia é a magia aplicada quase tecnologicamente com fins práticos. quer seja benéfica ou maléfica. neste livro daremos nossas próprias definições e o conjunto de suas utilizações. quer seja mecânica ou envolva a invocação de espíritos. argumentam que criaram uma nova religião. que não envolve a veneração dos espíritos. alguns paralelos são traçados entre os bruxos diabólicos e as crenças que floresceram em outras sociedades: em algumas culturas. a bruxaria realmente depende em parte da visão mágica do mundo: de que existem relacionamentos ocultos entre todos os elementos do cosmos. e aqueles que prejudicam os outros por meio de uma qualidade inerente e invisível que possuem (por exemplo. sacudindo uma vara de condão e entoando uma cantilena a fim de matar alguém). tecnologia: um homem fertiliza um campo cortando sobre ele a garganta de uma galinha à meia-noite. a feitiçaria é uma magia automática: realiza-se determinada ação e com ela obtêm-se os resultados correspondentes. os mesmos antropólogos atribuem o significado da palavra inglesa “sorcerer” [feiticeiro] aos primeiros e o de “witch” [bruxo]. entretanto. não obstante. alguns antropólogos não estabelecem nenhuma distinção entre feitiçaria e bruxaria. Mais uma vez. também se distinguem dos feiticeiros por adorarem deuses e deusas – ou a natureza. outros. os bruxos modernos também se diferenciam das bruxas históricas por rejeitarem tanto a crença no deus como no diabo cristãos. chamada neopagã. “Bruxaria” significa tanto a chamada bruxaria diabólica da caça às bruxas quanto a moderna bruxaria neopagã. significava originalmente “feiticeiro”. essa é a baixa magia ou simples feitiçaria. todavia. “feitiçaria” é a magia negra (ou baixa magia) praticada em todo o mundo.de praticar a magia e a bruxaria. suprimido durante longos séculos pelos cristãos. que significava um bruxo(a) adorador(a) do diabo. que usam objetos materiais. a maioria dos historiadores estabelece uma distinção entre a bruxaria européia. portanto. a bruxaria é uma sobrevivência do antigo paganismo. aos últimos. Para alguns deles. a adoração de espíritos malignos – e a feitiçaria de âmbito mundial. durante as perseguições às bruxas. ao contrário. diferentes percepções sobre o assunto. Contudo. pois não há evidências válidas. também as sociedades podem demonizar seus oponentes. assim. assim como as pessoas são passíveis de cometer (e de fato cometem) o erro de projeção negativa – atribuindo aos outros os sentimentos de hostilidade que têm dentro de si mesmas –. a projeção negativa é reforçada pela culpa. 18 História da bruxaria . quase insuportável para quem a projetou. porque há a possibilidade de que a suposta vítima se torne o centro das atenções e de compaixão. a feitiçaria e a bruxaria também podem funcionar como catalisadoras de um foco e um nome concreto para inquietações difusas. justamente. essa crença pode surgir de divisões familiares. explica eventos assustadores e mesmo fenômenos aterrorizantes. os antropólogos observam que “as acusações de bruxaria não são aleatórias”. expulsá-lo(a) da comunidade ou persegui-lo(a) de qualquer maneira dá aos ortodoxos um senso de camaradagem e de autojustificação. caso contrário. os bruxos medievais e os bruxos modernos simplesmente não se sustenta. de feudos ou de disputas por autoridade dentro de famílias ou grupos. dá ao indivíduo um senso de poder diante de um mundo muitas vezes incompreensível e amedrontador. na sociedade ocidental. seguem linhas sociais perfeitamente observáveis. em tempos de deslocamento e dissolução dos valores. a sociedade pode projetar sobre ela todo tipo de maldade que reprimiu em si mesma. uma das funções da feitiçaria é. a idéia de continuidade entre os antigos feiticeiros. uma abordagem semelhante é a de investigar em que pontos a bruxaria se encaixa na estrutura geral de uma sociedade. portanto. uma forma de corrigir erros ou de quitá-los: em geral. é possível que a crença na feitiçaria venha a alimentá-las. a maior parte dos rancores e genocídios étnicos. a culpa de transformar alguém em bode expiatório deverá ser muito maior. tal gesto pode facilmente sair pela culatra. ajuda a consolidar os limites de uma comunidade e a fortalecer a solidariedade contra hostilidades externas. porque o bode expiatório precisa ser culpabilizado. os antropólogos identificaram na feitiçaria de diversas sociedades padrões característicos de acusação que eram determinados pelas tensões existentes em relacionamentos sociais específicos. a feitiçaria é amplamente difundida em muitas sociedades. a quem não podem atingir de outra maneira. pelo menos em suas linhas benéficas.gas. a feitiçaria também pode servir como um estranho sistema de justiça. Quando um feiticeiro(a) é identificado(a) como agente de um poder hostil a determinada sociedade. mantêm intercurso sexual com cadáveres. exacerbá-las. freqüentemente é aceita como parte da cultura de algumas comunidades. até mesmo a crença na feitiçaria malevolente tem a sua função. caso contrário já teria desaparecido há muito tempo. a de aliviar tensões sociais. políticos ou religiosos deriva da demonização de oponentes. Mas. a feitiçaria simples. a criação de bodes expiatórios se torna intensa e amplamente difundida. abrindo. a crença na feitiçaria ajuda a definir e a sustentar certos valores sociais. ser útil.3 Muitos historiadores modernos adaptaram metodologias antropológicas e sociológicas ao estudo da feitiçaria e da bruxaria. praticam canibalismo e roubam crianças. deve. as maldições são empregadas pelos fracos contra os fortes. uma vez que essa pessoa é identificada como bode expiatório. ao invés de aliviar as tensões sociais. como ocorreu na europa durante a caça às bruxas. quando as inseguranças e os terrores da sociedade foram projetados sobre certos indivíduos que então eram torturados ou mortos. em tais condições. na abordagem da bruxaria moderna: Margot adler. podem contribuir para o esclarecimento das questões históricas mais fundamentais”. stuart Clark. edward Peters e rodney stark. erik Midelfort. mas tentar seguir todas elas poderia nublar o ponto central de que a idéia de bruxaria se desenvolveu ao longo do tempo. James a. podemos adiantar alguns dos mais influentes nomes. Brooks alexander. o essencial é conservar a mente aberta para evidências que possam. arthur C. modificar nosso ponto de vista. inclusive. em 1692] a fim de entender a época que produziu ambos”. nos mantendo dispostos à compreensão de nossos parceiros de estudos. eles utilizaram “a interação da [desta] história ‘ordinária’ e o momento extraordinário [os julgamentos das bruxas de salem. vivendo em comunidades ‘comuns’. tem sido extraordinário. Levack. e. o ressurgimento do interesse sobre a história da bruxaria. introdução 19 . e de que esse desenvolvimento é perceptível como um padrão histórico. Valerie flint. Lehmann.4 Qualquer que seja a abordagem. Brian P. “os historiadores […] começaram a perceber mais amplamente o quanto informações obtidas pelo estudo de pessoas ‘comuns’. Herrick e aidan Kelly. segundo Boyer e nissenbaum. robin Briggs. richard Kieckhefer. esse desenvolvimento começa na feitiçaria universal. Paul Boyer e stephen nissenbaum. como Wolfgang Behringer. H. C. mesmo quando não concordamos com eles. William Monter. ocorrido nas últimas quatro décadas.além dos estudiosos citados na bibliografia deste livro. Muitas abordagens apresentam valor considerável. basuto. 32 Circe. Covenant of the Goddess – CoG. Alemanha. Berkeley. cães. Henri. origem do termo. Chelmsford. coven. contracultura. Martha. correlacionada com a bruxaria. cátaros. África. Robin. Crowley. Tomás de. crucifixo ou sacramentos. Charles Godfrey. canibalismo. casa da bruxa de. Balingen. Burroughs. bacanais. anjos. bruxaria moderna. Bayley. festa da. Edmunds. Colmar. cavalos. Canídia e Sagana. bakweri. Algernon. Connecticut. Blocula. tribo africana. círculo mágico. significado do termo. Budapest. Calvino e calvinismo. Aix-en-Provence caso de Catherine Cordière em. deusa. bruxa. George. bode. Jane. Berwick. profanação. Robert. Cory. alexandrinos. classe social. Raymond. tribo africana. Aquino. Cordière. Boguet. 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