UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAISESCOLA DE ENGENHARIA Departamento de Tecnologia das Edificações III Patologias nas Edificações Alunos: Aneliza de Souza Braga Diva Karla Rocha Goncalves Roberto Hastenreiter Tânia Alencar de Morais Vanessa Mara Prof.: Dalmo Belo Horizonte, maio de 2009 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...........................................................................................................................3 OBJETIVO..................................................................................................................................5 PATOLOGIAS EM CONCRETO ARMADO ...........................................................................6 Armaduras Expostas e Concretos Danificados........................................................................6 PATOLOGIA EM REVESTIMENTOS CERÂMICOS ............................................................9 Origem das patologias..............................................................................................................9 Principais patologias em revestimentos cerâmicos................................................................11 PATOLOGIAS EM REVESTIMENTO DE PINTURA...........................................................19 PATOLOGIAS EM estruturas metálicas...................................................................................23 PATOLOGIA EM CONSTRUÇÕES DE MADEIRA..............................................................29 Agentes destruidores da madeira...........................................................................................29 Danos produzidos pelos diferentes agentes...........................................................................31 Os Famosos Cupins................................................................................................................32 CONCLUSÃO...........................................................................................................................35 REFERÊNCIAS........................................................................................................................36 2 INTRODUÇÃO A ocorrência de patologia nas construções tem aumentado nos últimos anos. Isto se deve a mão-de-obra não qualificada da indústria de construção. A falta de planejamento obriga a indústria da construção civil a trabalhar em repetidos ciclos que causam perdas dos elementos. A qualidade dos materiais utilizados também contribui para o aparecimento das patologias, pois podem trazer defeitos de fabricação, afetando assim o produto fina. O recebimento e armazenamento devem ser considerados para evitar possível depreciação do material. O uso inadequado de materiais, aliado à falta de cuidados na execução e somado à falta de manutenção, tem criado despesas extras aos usuários que muitas vezes com até menos de cinco anos de uso já necessita consumir recursos financeiros em reparos, reparos estes que poderiam inteiramente ser evitados. A combinação da má execução da impermebialização ou a sua ausência, o concreto permeável, a rigidez inadequada de elementos estruturais apresentaram elevada incidência na construção civil hoje. Essa combinação associada a falhas de execução explicam os problemas precoces de infiltrações, fissuras, corrosão da armadura, trincas, dentre outros. Segundo Pichhi, vários são os fatores que interferem na qualidade final do produto da construção civil, dentre eles podem-se citar: - No Planejamento, a definição dos níveis de desempenho desejados; - No projeto, a programação de todas as etapas da obra, os desenhos, as especificações e as descrições das ações; - Nos materiais, a qualidade e a conformidade com as especificações; - Na execução, a qualidade e a conformidade com as especificações; - No uso o tipo de utilização previsto para o ambiente construído aliado ao programa de manutenção. Para se obter a diminuição ou a eliminação dos problemas patológicos deve haver grande controle de qualidade nestas etapas do processo. Nas Figura 1 e Figura 2 apresentadas a seguir, seguem exemplos de algumas patologias comuns em obras civis. 3 Figura 1: Corrosão nas armaduras e infiltrações próximas as tubulações Figura 2: Corrosão nas armaduras. lixiviação do concreto provocado pela água 4 . o objetivo maior da Patologia das Estruturas. Por outro lado. mecanismos de ocorrência. o fato de uma estrutura em determinado momento apresentar-se com desempenho insatisfatório não significa que ela esteja necessariamente condenada. já iniciam as suas vidas de forma insatisfatória. talvez. O Conceito de Patologia das Construções Patologia estuda as causas. incluindo suas origens. Algumas delas. no limite. enquanto outras chegam ao final de suas vidas úteis projetadas ainda mostrando um bom desempenho. ou seja. pois este é considerado um co-responsável pela manutenção. posto que esta é a ocasião que requer imediata intervenção técnica. 5 . características e conseqüências. sintomas e conseqüências dos defeitos nas construções civis ou nas situações em que a construção não apresente um desempenho mínimo pré-estabelecido pelo usuário. atinge níveis de desempenho insatisfatórios. vida útil. a um custo compensador. devendo estar sempre disposto a suportar o custo com o sistema de manutenção concebido pelos projetistas. varia de acordo com o tipo de estruturas. A associação entre desempenho. durabilidade e manutenção é inevitável. em função da deterioração. Nota-se aqui a presença do usuário/proprietário como elemento participante. (SOUZA e RIPPER. irreversível. Conceito de Manutenção De acordo com SOUZA e RIPPER (2003). entende-se por manutenção de uma estrutura o conjunto de atividades necessárias à garantia do seu desempenho satisfatório ao longo do tempo. por falhas de projeto ou de execução. que deverá ser respeitado e viabilizado pelo construtor. de forma que ainda seja possível reabilitar a estrutura. Sabe-se que as estruturas e seus materiais deterioram-se mesmo quando existe um programa de manutenção bem definido. A avaliação desta situação é. sendo esta deterioração. mantendo-se a deterioração em níveis mínimos. 2003). O ponto em que cada estrutura. a situação ideal é desenvolver o projeto de forma que a execução seja bem feita e o trabalho de manutenção facilitado.OBJETIVO O objetivo deste é fazer uma apresentação das diversas patologias que podem se manifestar nas estruturas de concreto e das placas cerâmicas. o conjunto de rotinas que tenham por finalidade o prolongamento da vida útil da obra. Logo. Tal situação. contribuindo para a redução da vida útil e durabilidade das mesmas. sob as condições ambientais previstas na época do projeto e quando utilizadas conforme foi preconizado. é motivada pelo desconhecimento dos processos e mecanismos de degradação. ataques químicos. Em outras palavras. estabilidade e aptidão em serviço durante o período correspondente a sua vida útil.PATOLOGIAS EM CONCRETO ARMADO A existência de estruturas de concreto armado com patologias geradas por processos de deterioração gera insegurança e instabilidade. A durabilidade de uma estrutura pode ser definida como a manutenção de sua utilidade (sua utilização prevista em projeto). abrasão ou qualquer outro processo de deterioração. em muitos casos. ou ainda. a manutenção de um desempenho satisfatório. conservem sua segurança. execução e manutenção das estruturas de concreto. projeto. A NBR 6118: 2003 estabelece que as estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de modo que. Armaduras Expostas e Concretos Danificados Figura 3 e Figura 4: Exemplos típicos de corrosão de armaduras 6 . De acordo com o Comitê ACI-201 (1991). durante a sua vida útil). por um determinado período de tempo pré-concebido (isto é. bem como pela ausência de cuidados nas etapas de planejamento. a durabilidade também pode ser expressa como a capacidade da estrutura se manter em condições adequadas de funcionamento sem a necessidade de intervenções e reparos. escolha dos materiais. durabilidade pode ser entendida como a capacidade de resistir a ações de intempéries. Figura 5: Rigidez inadequada de elementos estruturais Figura 6 e Figura 7: Casos típicos de impermeabilização mal feita Figura 8: Pilar corroído com armaduras expostas e enferrujadas 7 . seja em paredes que não conseguem acompanhar as deformações excessivas da estrutura. 8 .Figura 9: Cobrimento da armadura inadequado gerando corrosão Percebe-se também um alto índice de fissuras. Figura 10: Espessura excessiva de revestimento Pode-se sugerir em relação a este caso de destacamento de revestimento. ocasionadas por corrosão da armadura. principalmente em pilares. em um caso. o uso de camada excessiva de revestimento para compensar a falta de prumo. ou fissuras longitudinais. que houve uso de material inadequado para o seu assentamento. Além de ser bastante atrativo pela baixa manutenção requerida e pelo padrão de acabamento reconferido à edificação. o problema pode ter sido causado. garantem mais conforto térmico. Aliadas à grande variedade de padrões. bancadas e piscinas de ambientes internos e externos.PATOLOGIA EM REVESTIMENTOS CERÂMICOS Placas Cerâmicas são os materiais. Quando há destacamento da placa cerâmica. Origem das patologias De acordo com Pedro (2002). 2004). em função da não observância das Normas Técnicas. que é a proteção e vedação da edificação contra a ação de agentes externos agressivos. etc. Os revestimentos cerâmicos protegem a construção contra infiltrações externas. que não respeitou o tempo em aberto da massa colante (FONTENELLE & MOURA. Recebem designações ais como: azulejo. cores e texturas. piso. ou de erros e omissões dos profissionais. compatíveis com a nobreza e custo do material. 2005). O uso do revestimento cerâmico de fachada tem sido uma prática cada vez mais freqüente no Brasil. quanto ao efeito estético e de valorização patrimonial. pastilha. 9 . os revestimentos cerâmicos são resistentes ao fogo e antialérgicos. que resultam em falhas no detalhamento e concepção inadequada dos revestimentos. porcelanato. principalmente nas regiões litorâneas. têm longa vida útil e são de fácil limpeza e manutenção. As manifestações patológicas são evidenciadas por alguns sinais que.São aquelas originárias da fase de projeto. oferecem boa resistência às intempéries e à maresia. (DUAILIBE. por falta de treinamento de mão-de-obra. pisos. isto não significa necessariamente que o problema foi causado pela própria placa. Em adição ao baixo custo de manutenção e à alta durabilidade. essas características fazem com que pastilhas e cerâmicas sejam as opções mais lembradas quando o objetivo é buscar diferenciais estéticos de mercado para um empreendimento. funcionam como proteção mecânica de grande durabilidade. embora muitas vezes apareçam em alguns componentes. por exemplo. de formas e tamanhos variados usados na construção civil para revestimento de paredes. a origem das patologias pode ser classificada em: Congênitas . podem ter origem em outros componentes de revestimento. melhorar a relação custo/benefício ou aumentar o valor agregado da construção. Os revestimentos da fachada devem apresentar as propriedades para os fins a que se destinam. resultante do emprego de mão-de-obra despreparada. produtos não certificados e ausência de metodologia para assentamento das peças.Ocorrem durante a vida útil dos revestimentos. sendo resultado da exposição ao meio em que se inserem. podendo ser naturais. 10 . Figura 12: Falha relacionada à fase de execução da obra Adquiridas .Sua origem está relacionada à fase de execução da obra.Figura 11: Ausência de detalhes construtivos (contraverga) Construtivas . decorrentes da agressividade do meio. ou decorrentes da ação humana ou de revestimentos não adequados. devido a acomodação do edifício como um todo. quando as tensões surgidas no revestimento cerâmico ultrapassam a capacidade de aderência das ligações entre a placa cerâmica e argamassa colante e/ou emboço. 11 . ou ainda nas áreas em que se observa o estufamento da camada de acabamento (placas cerâmicas e rejuntes). que pode ser imediato ou não. resultado de uma solicitação incomum. Geralmente estas patologias ocorrem nos primeiros e últimos andares do edifício. ou da argamassa colante. O primeiro sinal desta patologia é a ocorrência de um som cavo (oco) nas placas cerâmicas (quando percutidas).Figura 13 e Figura 14: Escola de Engenharia/UFMG (Prédio AS) Acidentais – Caracterizadas pela ocorrência de algum fenômeno atípico. seguido do destacamento destas áreas. As causas destes problemas são: - Instabilidade do suporte. devido ao maior nível de tensões observados nestes locais. Figura 15: Problema ocasionado por recalque da fundação Principais patologias em revestimentos cerâmicos Destacamentos ou descolamentos Os destacamentos são caracterizados pela perda de aderência das placas cerâmicas do substrato. devidas às movimentações diferenciais que ocorrem entre esses e as bases (THOMAZ. As trincas são rupturas no corpo da placa cerâmica provocadas por esforços mecânicos. Variações de temperatura também podem provocar o aparecimento de fissuras nos revestimentos. juntas de dessolidarização). gretamento e fissuras Estas patologias aparecem por causa da perda de integridade da superfície da placa cerâmica. que causam a separação das placas em partes. - Imperícia ou negligência da mão -de -obra na execução e/ou controle dos serviços (assentadores. 1989). mestres e engenheiros). - Ausência de detalhes construtivos (contravergas. A inclusão destes elementos no projeto de revestimento e o uso da argamassas bem dosadas ou colantes podem evitar o aparecimento de fissuras. - Utilização da argamassa colante com um tempo em aberto vencido. com aberturas inferiores a 1 mm e que não causam a ruptura total das placas. características um pouco resilientes dos rejuntes. As fissuras são rompimentos nas placas cerâmicas. dando a ela uma aparência de teia de aranha. que pode ficar limitada a um defeito estético (no caso de gretamento). Figura 16: Ausência de detalhes construtivos (juntas de movimentação) Estas patologias ocorrem normalmente nos primeiros e últimos andares do edifício. com aberturas superiores a 1 mm. Trincas. assentamento sobre superfície contaminada. O gretamento é uma série de aberturas inferiores a 1 mm e que ocorrem na superfície esmaltada das placas. 12 . ou pode evoluir para um destacamento (no caso de trincas). variações higrotérmicas e de temperatura. geralmente pela falta de especificação de juntas de movimentação e detalhes construtivos adequados.- Deformação lenta (fluência) da estrutura de concreto armado. Eflorescência É evidenciado pelo surgimento na superfície no revestimento. causando depósitos. 1995). Os sinais de que está ocorrendo uma deterioração das juntas são: perda de estanqueidade da junta e envelhecimento do material de preenchimento. manchas claras esbranquiçadas ou amareladas (SHIRAKAWA. este tipo de problema compromete o desempenho dos revestimentos cerâmicos como um todo. nos componentes na alvenaria. rejuntes). de depósitos cristalinos de cor esbranquiçada. nas argamassas de emboço. Estes depósitos surgem quando os sais solúveis nas placas de cerâmicas. O termo emboloramento. 13 . 1995). somados ataques de agentes atmosféricos agressivos e/ou solicitações mecânicas por movimentações estruturais. ou vinda de infiltrações. Em algumas situações (ambientes constantemente molhados) e com alguns tipos de sais (de difícil secagem). marrom e verde. sendo uma conseqüência do desenvolvimento de microorganismos pertencentes ao grupo dos fungos”. A perda da estanqueidade pode iniciar-se logo após a sua execução. podem causar fissuração (ou mesmo trincas) bem como infiltração de água. de acordo com Allucci (1988) constitui-se numa “alteração observável macroscopicamente na superfície de diferentes materiais. comprometendo a aparência do revestimento. que. através de procedimentos de limpeza inadequados. ou ocasionalmente. estes depósitos apresentam-se como uma exsudação na superfície. já que estes componentes são responsáveis pela estanqueidade do revestimento cerâmico e pela capacidade de absorver deformações. através dos poros dos componentes de revestimento (placas cerâmicas não esmaltadas. formando manchas escuras indesejáveis em tonalidades preta. Bolor O termo bolor ou mofo é entendido como a colonização por diversas populações de fungos filamentosos sobre vários tipos de substrato. Figura 17 e Figura 18: Ocorrência de Eflorescência em fachadas Deterioração das juntas Apesar de afetar diretamente as argamassas de preenchimento das juntas de assentamento (rejuntes) e de movimentação. O desenvolvimento de fungos em revestimentos internos ou de fachadas causa alteração estética de tetos e paredes. citando-se inclusive as argamassas inorgânicas (SHIRAKAWA. de fixação ou de rejuntamento. Estes sais em contato com o ar solidificam. Estes procedimentos de limpeza podem causar deterioração de parte do material aplicado (uso de ácidos e bases concentrados). são transportados pela água utilizada na construção. que aqui foi calculada por 6 m. conforme quadro a seguir.755) 6m p/vertical * Referente à paredes externas ** O dispositivo normativo prevê largura variável em função da extensão.Análises do Projeto Arquitetônico Para iniciarmos o projeto de RCF devemos. sendo dispensada atenção especial a panos de fachada cujas dimensões sejam superiores as recomendadas pela NBR 13755/1996. saliências ou reentrâncias podem fundamentar o posicionamento das juntas. segundo as dimensões máximas preconizadas pela NBR 13755/1996 e em consonância com o projeto arquitetônico. então: Equação 1: LT = Leu + L e: Equação 2: Leu = eu . visto que pela simples presença destes elementos ocorrerá um alívio de tensões. observar o projeto arquitetônico da edificação a ser revestida com material cerâmico. Para o dimensionamento das juntas de movimentação deverão ser obedecidos os parâmetros que seguem: A dilatação total (LT) é a soma da dilatação devido à expansão por umidade (Leu) mais a dilatação térmica (L t). Lo 14 t . juntamente com as recomendações de outros países : Tabela 1: Dimensionamento de juntas de movimentação Dimensionamento de juntas de movimentação Extensão máxima Área máxima Largura da junta 2 França 6 metros 32 m Estados Unidos 5 metros 12 mm Austrália 6 metros 12 mm Brasil* (NBR-8214) 6 metros 24 2 12 mm ** 3m p/horizontal Brasil (NBR 13. Posicionamento e dimensionamento de juntas de movimentação As juntas de movimentação deverão ser inseridas na fachada de modo que a mesma seja subdividida em “panos” menores. preliminarmente. Neste momento é interessante ressaltar que elementos arquitetônicos podem desempenhar função semelhante às juntas de movimentação. assim as solicitações acumuladas e não absorvidas pelas juntas de assentamento deverão ser absorvidas pelas juntas de movimentação. País Projetos em que os panos de assentamento sejam delimitados por elementos arquitetônicos tais como varandas. As juntas de movimentação deverão ser posicionadas. Figura 19: Tardoz da peça cerâmica. Caso 1 O edifício em tela situa-se à Rua Capelinha. em sua totalidade. dimensões de 20 x 20 cm. Na vistoria realizada pode-se observar que o material utilizado tornase inadequado para fachada. possuir garras poli orientadas no tardoz. α= coeficiente de dilatação térmica e. O imóvel foi revestido com material cerâmico. t Onde: Lo = comprimento inicial. 15 .Onde: Lo = comprimento inicial eu = expansão por umidade Equação 3: L t = Lo . esquina com a Rua Fagundes Varela. t = variação da temperatura Serão apresentados a seguir alguns casos estudados de patologias de revestimentos cerâmicos de fachada. pois não possuem garras poli-orientadas no tardoz. que promove um acréscimo de aderência à argamassa colante. sendo constituído de três pavimentos de apartamentos e um pavimento destinado a comercio e garagens. As peças para RCF prensadas deverão obrigatoriamente. α. ausência de juntas de movimentação e desolidarização e deficiência na aderência da argamassa com a peça cerâmica. um pavimento de garagens e um pavimento com halls de entrada e salão de festas.Figura 20: Descolamento de revestimento cerâmico na interface entre argamassa de assentamento e a peça cerâmica. Figura 21: Descolamento de revestimento cerâmico na interface entre argamassa de assentamento e a peça cerâmica. apresentando argamassa colante bem aderida à argamassa de regularização e argamassa colante com aspecto bem definido do tardoz da peça cerâmica assentada. 16 . Caso 2 O edifício do caso 2 constitui-se de um edifício de 17 pavimentos residenciais com 4 apartamentos em cada pavimento. apresentando argamassa colante bem aderida à argamassa de regularização e argamassa colante com aspecto bem definido do tardoz da peça cerâmica assentada. Foi observada uma área de aproximadamente 15 m² de área de descolamento de cerâmica. A argamassa de regularização apresenta desagregação parcial na superfície. Foi observada uma área de aproximadamente 30m² de área com descolamento de cerâmica (pastilha em porcelana preta). sendo utilizado RCF apenas em detalhes na fachada. 17 . pois é definido como um plano inclinado. sendo caracterizada pela ausência de juntas de movimentação e desolidarização. Tribunal de Justiça.Caso 3 O edifício do caso 3. Foi definido como “Outras Causas” em função de não apresentar patologia definida conforme bibliografia pesquisada. A característica dos elementos de Arquitetura é determinante para o aparecimento deste tipo de patologia. sendo que parte da água pluvial escorre pela fachada revestida de material cerâmico. argamassa sem o rompimento dos cordões de argamassa de assentamento. facilitando a deposição de sementes. é constituído de prédio com três pavimentos. A patologia apresentada sobre a forma de flora presente sobre o revestimento cerâmico. sendo quinze pavimentos destinados a diversas secretarias e o pilotis destinado ao atendimento público. Figura 22: Presença de flora sobre revestimento cerâmico. provável tempo em aberto excedido e a utilização de único tipo de argamassa para diferentes classificações das peças cerâmicas quanto à absorção. A patologia no revestimento cerâmico da fachada ocorreu próximo às janelas do décimo primeiro pavimento. Caso 4 O edifício sede do poder público municipal é constituído de um prédio comercial com dezesseis pavimentos. Pode-se observar que as patologias encontradas são bastante pertinentes ao material empregado no edifício aliado à arquitetura do mesmo. 18 . com três pavimentos com área revestida próxima de 1500 m². na argamassa de regularização. na interface da argamassa colante com a cerâmica. apresenta também falha na interface entre a argamassa de regularização e argamassa colante. apresentando desagregação desta argamassa. Figura 24: Ocorrência de descolamento de RCF em toda extensão do edifício. provável tempo em aberto excedido e ainda que nesta argamassa podem-se observar as características do tardoz da peça cerâmica. com desplacamento de argamassa de regularização. Caso 5 O caso estudado de número 6 é constituído de um prédio de utilização comercial. sendo que facilmente dedutível que esta interface seria afetada em função da má qualidade da argamassa de regularização. Esta obra apresenta falha em todas as etapas construtivas do RCF. sendo que foram observadas patologias na interface da Base com a Argamassa de Regularização. sendo possível observar que o tardoz da peça não conseguiu esmagar os cordões de argamassa.Figura 23: Descolamento de revestimento cerâmico na interface entre argamassa de assentamento e a peça cerâmica. a qual poderá ser tinta látex (PVA). tem que haver uma preparação da base que irá receber a pintura. sem qualquer tipo de poeira e outro tipo de contaminação. evitando assim o destacamento da pintura juntamente com o reboco ou aparecimento de bolhas na pintura. verniz e outros. como alvenaria e concreto. Figura 25: Infiltração de água em pintura e Figura 26: Infiltração em pintura de fachada 19 . antes de revestí-lo com pintura. madeira e outros. como o reboco ou emboço. tomar os devidos cuidados para evitar falhas e futuros problemas patológicos. acrílica. ou seja. às impermeabilizações desgastadas. deve-se. esmalte. é importante atentar para as camadas anteriores à pintura. óleo. à base de cal. verificar se sua superfície está lixada e limpa. deve-se.PATOLOGIAS EM REVESTIMENTO DE PINTURA No caso de revestimento de pintura. como o fundo preparador de paredes acrílico sempre diluído na proporção adequada prevista na própria embalagem. É importante verificar se há pontos de umidade ou vazamentos que podem ser devido às infiltrações pelo solo ou tubulações que estejam com falhas em suas instalações. às áreas que não foram devidamente impermeabilizadas como jardineiras e lajes sem telhados expostas ao tempo. As infiltrações de água são as causas mais freqüentes da deterioração das pinturas causando descascamentos.(Como ilustra as Figura 25e Figura 25). deve-se aplicar um produto que tenha a propriedade de unir as partículas soltas. após estas serem sanadas. manchas etc. Para a recuperação do revestimento sobre alvenaria ou concreto em que houve infiltrações. Podendo ser aplicado em qualquer tipo de substrato. destacamentos. sendo necessário no mínimo 28 dias. à base de cimento. dentre outros. infiltrações em banheiros e cozinhas devido ao desgaste da argamassa de rejunte por serem áreas em contato direto com água ou umidade. que devem ser devidamente curados. bolhas. Na preparação do substrato à base de cimento. saponificação. Ocorre o enrugamento da pintura quando é utilizada excessiva quantidade de tinta. A cal não tem boa aderência com a superfície constituindo uma camada cheia de pó. com camadas finas visando perfeita cobertura e secagem. Antes da aplicação da tinta deve-se lixar e limpar a superfície com pano úmido. Em paredes internas podem ocorrer quando após o lixamento não foi removido totalmente o pó da parede ou a tinta não foi devidamente diluída. Nesse caso deve ser removida a massa PVA logo após ser aplicado uma demão de fundo preparador diluído e corrigir os defeitos com a massa corrida acrílica em seguida repintar a superfície. as mesmas têm a característica de absorver muita tinta e de forma irregular. superfície com poeira ou à aplicação da tinta sobre caiação. sem preparação da superfície. por serem superfícies porosas. deixando assim a tinta que foi aplicada sobre caiação sujeita a descascar-se. visto que esses ambientes são favoráveis à proliferação de seres vivos que causam esse tipo de patologia. a seguir. à melhoria e economia do acabamento. Geralmente o aparecimento de bolhas em paredes externas é devido ao uso de massa corrida PVA e não a acrílica como recomendado. logo após aplicar um fundo preparador para receber a tinta. em superfícies interiores.Quando a base for reboco ou concreto. ou da poluição urbana sobre fachadas que não recebem manutenção. Por razões estéticas e para correções de pequenas imperfeições pode ser feito o emassamento total da superfície a receber pintura com massa acrílica para ambientes exteriores e à base de PVA. As provenientes de mofo são escuras ocorrendo em ambientes úmidos. 20 . mal iluminados e mal ventilados. Devendo antes de pintar sobre caiação. pingos de chuva. remover as partes não aderidas. No caso de manchas em pintura podem ser provenientes de mofo. ou até mesmo por causa de altas temperaturas no momento da pintura. Quando o problema é de descascamento da pintura em alvenaria pode ser devido à má diluição da primeira demão de pintura sobre o reboco. Como visto na Figura 27. seja em várias demãos sem aguardar o intervalo de tempo necessário entre estas. seja em uma demão. provocando manchas pela diferença de absorção tornando assim necessária a aplicação de seladores antes da pintura que visam à regularização e uniformização da absorção da tinta. florescências. após sua secagem aplicar o fundo recomendado para tal superfície. como dito anteriormente. rasas e sem continuidade.Figura 27: Pintura com manchas. Esse caso pode ser solucionado com lavagem da parede com água sem esfregar. com grande umidade relativa do ar ou em dias com ocorrência de ventos fortes. para evitar esse tipo de patologia. Podem ocorrer ainda trincas em paredes que de um modo geral são devidas às movimentações da estrutura. eliminar toda poeira com pano úmido. Muitos tipos de madeira eliminam resinas internas causando manchas durante e após a pintura ou envernizamento o que pode ser evitado com a 21 . Outro caso de patologia de pintura devido a esta ser aplicada sobre reboco úmido é o das manchas esbranquiçadas. e em seguida repintar com a tinta devidamente diluída. de acordo com cada ambiente. Manchas de pintura também podem ser ocasionadas por causa de pingos de chuva isolados em paredes recém-pintadas. também deve haver uma preparação da sua superfície antes da tinta de cobertura. devemos-se esperar os 28 dias necessários para a cura e secagem do reboco. podem ser provocadas por falta de tempo suficiente de hidratação da cal antes da aplicação de reboco ou camada muito grossa da Massa Fina. emassa-la com massa acrílica ou PVA. Recomenda-se não pintar em tempos chuvosos. Esse problema é causado pela reação da alcalinidade da cal e do cimento que compõe o reboco. em presença de certo grau de umidade. No entanto esse tipo de mancha não ocorre se cair realmente uma chuva. Saponificação é identificada quando as manchas sobre a pintura têm superfícies pegajosas podendo até escorrer óleo. que trazem para suas superfícies materiais solúveis de tinta capazes de manchá-las. com a acidez de alguns tipos de resina. Para solucionar esse problema as trincas devem ser abertas com ferramentas adequadas. As mais finas ou fissuras. conhecidas como eflorescências. Contudo. No caso da madeira. ou seja. Trincas e má aderência em madeira geralmente são provocadas pela aplicação de massa corrida PVA para correção de alguns defeitos da própria madeira. 22 . Nos casos em que houver utilização de soda cáustica para remoção de pintura em madeira. os quais devem ser corrigidos com massa óleo. quando não houver o aparecimento das manchas na madeira. estando assim preparada para receber a pintura de cobertura não se esquecendo de lixar corretamente e limpar a superfície com pano umedecido esperando o tempo necessário de secagem antes da etapa final de revestimento a fim de evitar o aparecimento de patologias.aplicação de solvente. evitando assim manchas na madeira. Contudo deve-se ainda aplicar o fundo para madeira. Essa aplicação deve se repetir quantas vezes necessárias até a eliminação total da resina no interior da madeira. antes de repintar deve ser eliminado todo vestígio da soda cáustica lavando com bastante água e aguardando a secagem total da mesma. por exemplo. em portas. já que se pode aprender a partir da análise das causas que conduziram uma estrutura metálica ao colapso ou a um funcionamento inadequado Nas estruturas metálicas podemos citar como causas principais de patologias as seguintes: - Falhas de projeto e de detalhamento - Falhas nos processos e detalhes construtivos - Qualidade ou utilização inadequada dos materiais - Falhas de manutenção ou ausência de manutenção preventiva - Utilização indevida da estrutura Em cada etapa de uma obra. o emprego de materiais impróprios. fabricação. pouco conhecida e bastante diferenciada da construção em concreto armado. Na construção metálica podem se definir as etapas da construção como sendo: concepção estrutural (projeto. utilização e manutenção. Outros fatores que levam ao aparecimento de patologias nas construções são: a concepção incorreta de projetos. a simples utilização da edificação e a falta de manutenção.PATOLOGIAS EM ESTRUTURAS METÁLICAS A construção em estrutura metálica possui uma metodologia própria. pode-se verificar a existência de ocorrências de falhas. montagem. detalhamento. detalhamento e dimensionamento). Uma das formas para reduzir o número de falhas é a divulgação delas. e as plantas de montagem) são as principais responsáveis pelos danos localizados e pela degradação precoce de uma estrutura. as falhas no projeto (considerando dentro do projeto: o cálculo. Segundo MESEGUER (1991). Em geral. porém a etapa de projeto ainda é a maior fonte delas. Evitar a repetição dos acidentes ou falhas é um desafio para todos os envolvidos no processo da construção metálica. as plantas executivas e construtivas. A falta de um bom detalhamento impede e dificulta a manutenção. A falta de domínio dessa nova técnica construtiva acarreta alguns problemas patológicos que comprometem o desempenho. a origem das falhas em edificações é distribuída conforme a Figura 28 abaixo: 23 . durabilidade e a vida útil de uma edificação. Figura 28: Média geral das falhas em edificações Fonte: MESSEGER 1991 As patologias mais comuns em estruturas de aço são: - Corrosão localizada: causada por deficiência de drenagem das águas pluviais e deficiências de detalhes construtivos. 24 . defeitos de solda. - Fratura e propagação de fraturas: Falhas estas iniciadas por concentração de tensões. - Flambagem local ou global: causadas pelo uso de modelos estruturais incorretos para verificação da estabilidade. A conexão é feita através de 4 parafusos Æ5/8" ASTM A-325. devido a detalhes de projeto inadequados. - Corrosão generalizada: causada pela ausência de proteção contra o processo de corrosão. deficiências na disposição de travejamentos. ou ainda. - Deformações excessivas: causadas por sobrecargas ou efeitos térmicos não previstos no projeto original. Os casos de estudo apresentados a seguir exemplificam as patologias observadas em estruturas metálicas. ou efeitos de imperfeições geométricas não consideradas no projeto e cálculo. numa edificação comercial. A Figura 29 apresenta a união de uma viga secundária com uma viga principal. ou variações de tensão não previstas no projeto. permitindo o acúmulo de umidade e de agentes agressivos. A viga principal é um perfil VS300x61. e a viga secundária é um perfil VS300x33. ou deficiências no enrijecimento local de chapas. A viga (1) é um perfil VS250x28. o gabarito de furação das vigas era coincidente. a furação da viga principal foi feita conforme plantas executivas. a viga (2) um VS300x33. que o erro foi de fabricação. A Figura 30 apresenta a seguir dois furos na coluna (3). Figura 30: Outro exemplo de falha no gabarito de furação Neste caso deveria ser avaliada a influência dessas aberturas na resistência do perfil da coluna. já que nas dimensões e detalhes de projeto. enquanto na viga secundária um dos furos foi deslocado para cima. principalmente. não previstas no projeto original. e a coluna um perfil CVS350x73. sendo que tais aberturas reduzem as abas das mesas do perfil. Foi constatado.Figura 29: Exemplo de gabarito de furação errado A ligação apresenta problemas de ajuste nos parafusos. tais aberturas foram executadas para permitir a passagem de tubulações elétricas. neste caso. 25 . A Figura 31 abaixo apresenta a falta de um parafuso de cada lado de uma ligação viga/coluna. Pode-se afirmar que no dimensionamento desse elemento não foram consideradas todas as possibilidades de carregamento. A Figura 32 abaixo mostra a flambagem global de uma diagonal composta de uma treliça.Figura 31: Exemplo de falha na fase de detalhamento Neste caso. Figura 32: Exemplo de falha no dimensionamento Após acontecer a falha. além da consideração de todos os estados limites possíveis. as furações foram conferidas conforme plantas. substituindo todas as diagonais nas treliças da cobertura. e constatou-se um erro de projeto. 26 . O uso correto de normas ou especificações reconhecidas. pois os gabaritos de furação da viga e da coluna não coincidiam. o fabricante da estrutura reforçou os elementos da diagonal. Uma revisão das plantas na fábrica poderia ter evitado a falha. Porém a falha foi produzida no detalhamento do projeto. teria permitido na etapa de projeto evitar este tipo de falha. e não foi realizada uma revisão de flambagem no elemento global e seus componentes. Figura 34: Exemplo de falha na ligação de duas peças Este tipo de falha gera excentricidades na transmissão de esforços. A Figura 34 abaixo apresenta a emenda de uma treliça realizada no canteiro de obra. É evidente que deve existir uma interação entre os projetistas de obras metálicas e de obras de concreto. 27 . ou ao menos quem projeta as bases de acordo com os dados do projeto metálico deveria se ajustar às dimensões fornecidas no projeto da estrutura metálica. sendo que o banzo tem duas seções de tubo quadrado diferentes. Uma operação de pré-montagem poderia ter evitado a falha. um controle dimensional.8. e a seção (2) 120x115x4.A Figura 33 abaixo mostra um dos problemas mais comuns na execução de projetos de estrutura metálica: a incompatibilidade dos projetos de estrutura metálica com os de concreto.8. a seção da peça (1) com dimensões 120x4. Figura 33: Exemplo de incoerência entre projtos A solução adotada neste caso foi complementar o apoio de concreto. Esta falha ocorreu durante a produção das peças componentes da treliça. já que aparecem esforços adicionais de flexão. Em alguns casos. faz-se necessária uma verificação de concordância entre as peças a serem montadas no canteiro de obra. assim como. no caso de tais esforços serem de compressão a redução na capacidade resistente do banzo é evidente. Figura 35: Exemplo de ajuste de erro de detalhamento na obra Um detalhamento consistente. tais erros não deveriam acontecer na prática atual dos projetistas de estruturas metálicas. assim como. controle dimensional. ou ainda. existe a possibilidade de o conjunto ficar com prováveis concentrações de esforços.A Figura 35 abaixo apresenta falhas que vieram a ocorrer apenas na fase de montagem da estrutura. sendo recomendável efetuar pré-montagens para assegurar o mínimo de falhas possíveis na montagem definitiva. provocando perdas humanas ou perdas econômicas importantes. Além do necessário reparo nas peças. Com as ferramentas já consagradas de desenho por computador (CAD). especificamente nas fábricas. na etapa de projeto. estado limite de utilização. e as modificações realizadas no canteiro para ajustar as coincidências entre elementos e ligações podem gerar pontos indesejáveis de fontes de falhas súbitas. As empresas que trabalham em estruturas metálicas sejam estas de projeto. É bom lembrar que as conexões são pontos críticos no desempenho de um sistema estrutural. Já. devem prever revisões de projetos conscientes e minuciosas no que diz respeito aos detalhes e conjuntos. Os detalhes registrados no projeto executivo não coincidiam na montagem e tiveram que ser solucionados em campo. O sucesso de uma obra em estrutura metálica inicia-se na sua concepção e no desenvolver de seu projeto detalhado para fabricação e montagem. fabricação ou montagem. evitaria as falhas mostradas nessas figuras. Os casos de falhas localizadas ou globais em estruturas metálicas podem levar estas ao colapso ao atingir algum dos estados limites de resistência. devem existir controles rigorosos das plantas executivas. 28 . ou redução das características mecânicas. em geral. assim como um controle de concordância na fábrica antes de construir os elementos e suas ligações. estas desvantagens podem ser facilmente contornadas através da utilização de preservativos. Dentre elas podem ser citadas sua susceptibilidade ao ataque de fungos e insetos. O sol: é o fenômeno que se designa por foto-degradação. Agentes abióticos Os agentes abióticos são: a água: produz fendilhação. No entanto. que representa uma exigência indispensável para os projetos de estruturas de madeira expostas às condições favoráveis à proliferação dos citados efeitos daninhos. O fogo: que destrói progressivamente o alburno e o cerne. Em algumas situações a madeira acaba comportando-se melhor que o aço. O tratamento da madeira é especialmente indispensável para peças em posições sujeitas a variações de umidade e de temperatura propícias aos agentes citados. ela resiste a altas temperaturas e não perde resistência sob altas temperaturas como acontece especialmente com o aço. a sua seção não queimada continua resistente e suficiente para absorver os esforços atuantes.PATOLOGIA EM CONSTRUÇÕES DE MADEIRA A madeira é um dos materiais de construção mais utilizado pelo homem. o aço não é inflamável. pois apesar dela ser lentamente queimada e provocar chamas. Contudo. Agentes destruidores da madeira Os fatores que causam as patologias em construções de madeiras são divididos em dois grupos: os agentes abióticos e bióticos. empenamento e putrefação da madeira. assim como também sua inflamabilidade. em termos de manuseio. Ver Error: Reference source not found abaixo: 29 . Vale lembrar que a madeira tem a desvantagem da sua inflamabilidade. mas em compensação não resiste a altas temperaturas. retrações. apresenta uma importante característica que é a baixa densidade equivalente a aproximadamente um oitavo da densidade do aço. Assim como o concreto e o aço. empolamentos. Desde as construções mais primitivas até as atuais temos exemplos de sua utilização. a madeira tem muitos pontos positivos dentre os quais podemos citar o de ser um material renovável e abundante no país. Ao contrário da madeira. alta resistência mecânica dentre outras. Mas apesar dos aspectos positivos podem ser citadas algumas desvantagens para a utilização da madeira. flavobacterium) - Fungos (cromógenos) - De putrefação Reino animal: - Mamíferos (coelhos e roedores) - Aves (pássaro carpinteiro) 30 . cypiphaga. Agentes mecânicos. na maior parte das vezes causam danos leves sobre a madeira. à exceção do fogo prolongado. destacam-se consoante a sua natureza: Reino vegetal: - Bactérias (bacilos. bacterium.Alburno – Capa esbranquiçada que se situa por debaixo da capa dos troncos lenhosos Cerne .Parte central mais seca e compacta do tronco e dos ramos maiores de uma árvore Figura 36: Seção transversal da madeira. Dentro dos principais agentes bióticos. As acima nos mostra claramente os danos causados por intempéries e conseqüentemente o ataque por fungos e insetos comprometendo assim estrutura. físicos e químicos Os agentes abióticos. O perigo destes reside no fato de que em muitas ocasiões são a via de entrada de agentes bióticos tais como fungos ou insetos como podemos ver nas Figura 38e Figura 37 a seguir: Figura 37e Figura 38: Fotos dos bancos de madeira da praça de serviço do Campus da UFMG. Estes danos afetam elementos vistos e só têm transcendência estética. acesso: 27/04/2009 Danos produzidos pelo sol Este tipo de ataque é causado pela ação dos raios ultravioletas sobre a lignina. A perda por secagem desta umidade produz quebras na madeira com o conseqüente aparecimento de brechas. fendilhamento e fissuras como podemos o exemplo da Figura 39 abaixo: Figura 39: Exemplo de fendas por perda de umidade.- Insetos xilófagos (que roem a madeira) - Coleópteros: carcoma e caruncho - Isópteros: térmitas - Lepidópteros: borboletas - Himenópteros: formigas Danos produzidos pelos diferentes agentes Danos causados pela água A água. Afeta o cerne e só em algumas ocasiões o alburno. Danos produzidos por variações de temperatura 31 . fundamentalmente térmitas e carcoma. atacando a madeira mais branda do alburno e produzindo o desfibramento superficial com o consequente aparecimento de crista (período de Outono/Inverno). criando as condições idôneas para o aparecimento de fungos de apodrecimento e para manter as condições de habitat de insetos xilófagos.ruadireita.com/info/img/e-seguro-viver-em-casas-de-madeira. Fonte: http://www. saturando os poros tubulares e quando alcança graus de umidade entre 25-35% produz o empolamento da mesma. vales (Primavera) e manchas de tons cinzentos causadas pela foto-degradação.jpg. em contato com a madeira penetra através das fibras. corrosivas e cúbicas. Excluídos os fósseis. Dentro da classe dos fungos distinguimos os cromogéneos. que embora possam afetar ligeiramente a capacidade resistente da madeira. mas geram umas substâncias fibrosas “hifas”. Estes atacam a madeira na sua fase de larva. mas o principal efeito é o aparecimento de manchas azuladas que atuam nas madeiras submetidas a temperaturas baixas. não voltando à madeira até porem ovos que iniciam um novo ciclo vital. secando a madeira. que se introduzem pelas fissuras da madeira degradando-a. que afetam as capacidades mecânicas da madeira. com cerca de 640 espécies. A Ordem Isoptera tem mais de 2000 espécies descritas. esta permanece protegida relativamente à ação do fogo. Outros tipos de fungos mais perigosos são os do apodrecimento/putrefação. habitualmente quando chegam à idade adulta perfuram a madeira e saem para o exterior. estão representados nas Américas por cerca de 90 gêneros em 5 famílias. Danos produzidos pelo fogo O fogo ataca de modo relativamente lento e progressivo.A madeira suporta bem as mudanças de temperatura sempre e quando sejam lentas e progressivas. Acima dos 275º. Danos produzidos por insetos xilófagos Os insetos xilófagos constituem os agentes bióticos mais frequentes nas madeiras de edificação afetadas pela degradação. pois os alados apresentam dois pares de asas quase iguais). sendo estas últimas as mais daninhas. existindo casos de imóveis que sofreram incêndios e cuja estrutura da madeira conservou o cerne das suas esquadrias intacto e por essa razão a sua capacidade resistente. Segundo o tipo de madeira classifica-se em putrefação branca (frondosas) ou castanha (coníferas) dependendo da lesão causada. O seu excelente desenvolvimento dá-se com graus de umidade entre 35 e 60% e ambiente ácido. a reação é exotérmica e quando se alcançam os 450º começa a causar um resíduo sólido em forma de carvão. Abaixo dos 275º só se liberta o vapor de água. uma vez seca e carbonizada superficialmente. dificultando o ataque do fogo. Os Famosos Cupins Os cupins reúnem-se todos na Ordem Isoptera (do grego. Danos causados por fungos Os fungos. enquanto decorre o seu desenvolvimento e crescimento. susceptível de queimar e por isso causar o colapso estrutural. isos = igual. já que se assim não for poderiam causar fendas ou fissuras. distinguiremos entre fibrosas. destruindo a estrutura das fibras. dando origem a vias de entrada de umidade favorecendo o aparecimento de fungos e insetos xilófagos. Em virtude do coeficiente inferior de dilatação da madeira. só por si mesmo não atacam diretamente a madeira. ptera = asas. 32 . Fonte: http://www. seja em diâmetro como podemos ver na Figura 41. O conjunto comunidade e ninho constitui a colônia. O ninho varia enormemente em complexidade arquitetural. O nome cupim é de origem Tupi e. Além de moradia o ninho provê segurança contra inimigos e contra as adversidades do meio ambiente. As comunidades de cupins vivem em ninhos. seja em altura. até uma construção muito elaborada.net/.net/ Os ninhos preservam as condições microclimáticas (especialmente temperatura e umidade) adequadas à vida saudável de todos os indivíduos. provavelmente serão assinaladas no nosso meio. Figura 41: Ninho de cupins. dependendo da espécie considerada. pois há muitas espécies novas para descrever e outras. Figura 40: Cupins. Nele se abrigam todos os 33 . Este número de espécies é seguramente subestimado.Registram-se no Brasil cerca de 290 espécies em 67 gênros. Fonte: http://www.cupim. Os cupins (ver Figura 40) são mundialmente conhecidos por térmites (do latim. Alguns ninhos podem atingir grandes dimensões. acesso: 27/04/2009. já descritas.cupim. termes = verme). Pode ser representado por simples conjunto de túneis difusos pelo solo e sem padrão arquitetônico bem definido. portanto. genuinamente brasileiro. de padrão bem definido e de grande beleza plástica. os reprodutores e os imaturos em várias fases de desenvolvimento. Suas colônias são construídas em locais escuros e escondidos. Cupins subterrâneos Alimentam-se de madeira e para atingir a sua fonte de alimento atacam edificações. 34 . Disseminam-se na época da primavera e verão e são atraídos pela luz durante o ciclo reprodutivo e podem ser vistos circulando lâmpadas e postes de iluminação pública em noites quentes (cupins alados ou siriris como são conhecidos popularmente). Utiliza-se de vãos existentes na alvenaria ou aproveitam os caminhos de passagem de conduítes de energia e telefonia. vindos do solo espalhando-se pela construção. vivem em colônias sem qualquer contato com o solo e não necessitam de fonte externa de umidade.indivíduos que não estão envolvidos em atividade externa de forrageamento (procura e coleta de alimento). Cupins de madeira seca Geralmente atacam peças e estruturas de madeira como telhados causando grandes prejuízos. 35 . execução e manutenção. ou durante a própria utilização do edifício. Este trabalho fica de alerta para os construtores e usuários. A partir dos estudos feitos durante este trabalho. se adequando aos rígidos programas de qualidade as patologias tendem a aparecer. pois estes problemas podem ser evitados durante as etapas construtivas. pode-se prever. foi observado que não só edifícios mais antigos como também os novos apresentam algum tipo de patologia. detectar ou corrigir defeitos visando evitar o aparecimento de falhas. realizando-se uma manutenção preventiva. Em relação à manutenção deve-se priorizar a manutenção preventiva.CONCLUSÃO Atualmente. E na grande maioria dos problemas patológicos tem origem relacionada com alguma falha na realização de uma ou mais das atividades no processo da construção de edifícios. embora em grande parte dos casos realiza-se apenas a manutenção coretiva. sejam estas devido às falhas de projeto. não é difícil encontrar problemas patológicos nos revestimentos verticais. mesmo com a indústria da construção evoluindo sempre com os mais variados produtos e. Notas em aula.uem.ddservice. http://usuarios. NBR 13755: Revestimentos de Paredes Externas com Placas Cerâmicas e com Utilização de Argamassa Colante. acesso em 22 de abril de 2009.br http://www. acesso em 27 de abril de 2009.REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.asefa. “Apostila: Estruturas Usuais de Madeiras”. CARRASCO. http://www..br/.vilabol.br/~zacarias/Notas_de_Aula_Madeiras. 36 .UFMG.sebrae.com. 2009.com.pdf.pdf http://patologiaestrutura.cupim. Dpto de Estruturas.uol.com.pdf.din. http://www.es/images/pdf/patologia15p.net/. acesso em 22 de abril de 2009.upf.br/~capizo/Graduacao/TCC/2005/Monografia/TG-EP-10-05.br/ http://www.biblioteca. EDGAR V. M. acesso em 27 de abril de 2009. http://www.