Pastagens - Formação

March 29, 2018 | Author: Thomas Santiago | Category: Plough, Pasture, Soil, Phosphorus, Erosion


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PASTAGENS – FORMAÇÃOINTRODUÇÃO Para o sucesso no estabelecimento de pastagens devem ser levados em conta as condições de solo e clima da propriedade, bem como o uso previsto para a pastagem e, em função desses fatores, escolher a espécie ou espécies adaptadas a essas condições. Uma vez feita a escolha da espécie ou espécies a serem utilizadas, outros fatores devem ser considerados. Dentre estes, os que mais se evidenciam são: qualidade e preparo das sementes, fertilidade e preparo do solo, época e método de plantio e manejo de formação. Estes fatores, em conjunto ou isoladamente, poderão determinar o sucesso ou insucesso na formação de pastagens, ou ainda afetar a produtividade da pastagem ao longo do tempo. ESCOLHA DA ESPÉCIE OU CULTIVAR FORRAGEIRO FATORES A SEREM CONSIDERADOS: Cultivar ou genótipo • • • • • Adaptação - pressões bióticas e abióticas; Sistema de produção - uso e produtividade; Recursos (sentido amplo); Zoneamento edafoclimático; Diversificação; Produção de forragem; Valor nutritivo; Persistência; Facilidade de propagação e estabelecimento; Fitossanidade; Planta forrageira: principais atributos desejáveis • • • • • Disponibilidade de sementes no mercado Brachiaria brizantha - capim-braquiarão ou marandu B. decumbens - capim-braquiária; braquiária basilisk ou australiana Panicum maximum - capins colonião, tobiatã, tanzânia e mombaça Andropogon gayanus - capim de gamba; cv. Planaltina e Baetí. Stylosanthes guianensis - Estilosantes cv. Mineirão Calopogonium mucunoides – Calopo Adaptação a solos de baixa fertilidade B. decumbens - capim-braquiária; braquiária basilisk ou australiana B. humidicola - capim-quicuio da amazônia Andropogon gayanus - capim de gamba; cv. Planaltina e Baetí. Alfafa Tolerância à seca Cenchrus ciliaris . braquiária basilisk ou australiana Andropogon gayanus . .cv. Floralta. Florakirk. Tifton-68. Coast-cross. Roxinha.Calopo Alta produção de forragem.capim-quicuio da amazônia Tolerância ao frio Cynodon spp.amendoim forrageiro Panicum maximum . Mineirão Calopogonium mucunoides .Tifton-85.capim-setária. Planaltina e Baetí. Aruana Tolerância ao encharcamento Brachiaria mutica . Napier. Guaçu etc Panicum maximum Brachiaria brizantha Cynodon spp.capim de gamba.canarana Echinocloa sp.capim-elefante.capim de gamba.Alfafa Produção de feno . Planaltina e Baetí. Floralta. decumbens . responsivos à adubação nitrogenada Pennisetum purpureum . Ona. gramas estrela e Coast cross Medicago sativa . .capim-braquiarão ou marandu Tolerância à pragas e doenças Pragas: cigarrinha Brachiaria brizantha .Estilosantes cv. Florakirk. gramas estrelas e bermudas Hemarthria altissima .cv. Mineirão Calopogonium mucunoides .Estilosantes cv.Stylosanthes guianensis . Stylosanthes guianensis .angolinha do rio Brachiaria humidicola . .capim-braquiária. cv. Florona. Tifton-68.cv. Ona. Kazungula Hemarthria altissima .capim-braquiarão ou marandu Andropogon gayanus .capim-fino.Tifton-85. Bigalta Medicago sativa . cv. exigência em fertilidade. Mineirão Tolerância ao sombreamento Arachis pintoi . cv. . angola Setaria anceps . Doenças: Antracnose Stylosanthes guianensis .Estilosantes cv.capim-buffel B.Calopo Brachiaria brizantha . Bigalta Eriochloa sp. Florona. . para a produção dos ovinos. como tal.Tifton-85. Floralta.Capim de Rhodes Com problemas específicos para animais Brachiaria decumbens.cv. Tifton-68. Onde for possível. sob o ponto de vista econômico. para proteger o gado contra o sol. as gramíneas tropicais. Roxinha.Cynodon spp. 1 . adubação e controle de plantas invasoras.época de plantio e preparo do solo.Escolha das Espécies Forrageiras a . A locação das pastagens depende da topografia. como: . das aguadas e das facilidades de se realizar a construção de boas cercas. através de suas variações. . as técnicas mais recomendadas à formação da pastagem em sua propriedade.cuidados no plantio. é recomendável que haja disponibilidade de árvores ou bosque em cada pastagem. as chuvas e os ventos frios. a temperatura e a luminosidade (fotoperíodo) são os fatores mais importantes e os que promovem. Brachiaria arrecta . deve-se levar em conta que as altas produções são obtidas em solos de maiores fertilidade. Bigalta Medicago sativa .escolha das espécies forrageiras. o produtor deve procurar. que deve ser considerada como um plantio semelhante a outras culturas. gramas estrelas e bermudas Hemarthria altissima . as sazonalidades de produção das forrageiras. . .Alfafa Digitaria decumbens . Coast-cross.Eqüinos FORMAÇÃO DE PASTAGEM O investimento na formação ou implantação de pastagem pode ser considerado uma das atividades mais importantes. Transvala.Tanner grass Setaria anceps . Assim. .calagem. Pangola Chloris gayana .escolha do local para implantação da pastagem. .utilização da pastagem.fotossensibilização. determinando as espécies forrageiras a serem introduzidas.Bovinos e eqüinos -oxalatos Brachiaria humidicola . Esta prática é tão importante. Ona. da melhor maneira possível. . e.Local de plantio Na escolha do terreno que deve ser transformado em pastagem. Sabe-se que a produtividade do pasto está intimamente relacionada com aspectos. A maioria das espécies forrageiras não toleram solos encharcados. pela introdução de espécies forrageiras. Florona. Florakirk.cv. 2 . que são normalmente .Aspectos climáticos O clima de uma região exerce acentuada influência sobre a vegetação local. A precipitação pluviométrica. humidicola e andropogon são tolerantes. da erosão. em muitas regiões do Brasil.Topografia da região São grandes os riscos de erosão durante o processo de formação e utilização de pastagens em áreas montanhosas. começam a ter seus crescimentos prejudicados em condições de temperaturas abaixo de 20ºC.Aspectos do solo Foi observado que. inicialmente. Além destas considerações de aspecto geral. em parte. ou seja. Espécies do gênero Panicum.Tolerância à cigarrinha Nos últimos anos. com reflexos negativos na produção animal. b . as forrageiras têm suas adaptações individuais. Além dele. o clima tem uma considerável influência. Tomando como exemplo a tolerância ao alumínio no solo. como colonião. também permita uma boa cobertura vegetal do solo. porém não indicada para ovinos. uma acentuada incidência de cigarrinhas das pastagens (Deois flavopicta). pode-se considerar que as espécies como braquiária decumbens. portanto merecendo cuidados na escolha da área e na correção do solo. No inverno. por uma perda do valor nutritivo da forragem. o solo. seu crescimento vegetativo começa na primavera. inclusive em perfis mais profundos do solo. como é o caso da Brachiaria spp. Entretanto. Sua produção começa a decrescer no outono. além de apresentar um rápido estabelecimento. à substituição total e de forma desordenada das forrageiras nativas ou naturalizadas por outras espécies susceptíveis a essa praga. com o início das chuvas e aumento da temperatura inclusive do foto-período. quando normalmente ocorre o período reprodutivo. e da escolha de uma espécie forrageira que. com emissão da inflorescência e produção de sementes. pela morte das plantas. Apesar da escolha da . que podem ser vistos no Quadro 1. assim. d .originárias da África. Portanto. nos aspectos de topografia. Aruana. c . Tanzânia. são menos tolerantes. vem ocorrendo. como o de faixas alternadas e em nível. É oportuno informar que a diversificação. como os solos de cerrado. protegendo-o. O Quadro 4 mostra o grau de resistência de algumas gramíneas forrageiras a essa praga. numa etapa posterior. profundidade e principalmente fertilidade. esses riscos poderão ser diminuídos. um dos pontos fundamentais num programa de formação de pastagens é a utilização de espécies forrageiras resistentes a cigarrinhas. constitui fator determinante. Verifica-se que a produtividade de uma forrageira varia de acordo com as estações do ano. diminuição de sua palatabilidade e. centenário e variedades de capim-elefante. a produção torna-se muito pequena. visando a minimizar os efeitos tóxicos do alumínio. o uso de variadas espécies forrageiras é sempre aconselhável. através da adoção de métodos adequados de preparo do solo. portanto mais indicadas para área com alto alumínio. para a escolha da espécie forrageira a ser utilizada. Isto se deve. limitada basicamente pela baixa umidade no solo e temperaturas mais baixas. Os prejuízos causados por essa praga se caracterizam. . Misturas formuladas ricas em fósforo como 4-30-10 + zinco ou 4-30-16 + zinco são também apropriadas. É oportuno observar que o superfostato simples contém 10 a 12%. distanciados de acordo com a declividade do terreno e tipo de solo.Destoca do terreno. 1990) 3 .Calagem e adubação de Plantio O primeiro passo a ser realizado com relação a estas duas práticas é a análise de solo. para evitar possíveis erosões. e o produtor deve ter informações analíticas a respeito da qualidade desse calcário.Controle da erosão recomendam-se os terraços de base estreita. nos meses de agosto e setembro. nas camadas subsuperficiais (abaixo de 20 cm) do solo. b . (Botrel. devem-se levar em consideração outros fatores ligados ao estabelecimento e manejo das pastagens. no caso de pastagem. O preparo do solo deve ser realizado no fim do período da seca. construídos com arado de discos (passando 3 a 5 vezes no mesmo lugar). para as condições do Brasil Central. c . principalmente. para maior descompactação do solo e combate às plantas invasoras. recomenda-se uma segunda gradagem (após 20 dias da primeira). nivelados. fazê-la com trator de esteira. após a aração e antes da gradagem. 5 . provocadas por chuvas ocasionais. como as espécies do gênero Panicum e os cultivares de capim-elefante. caso seja necessária. É indicado para culturas anuais e perenes e. acompanhando os terraços.Aração deve ser o mais profunda possível. para que haja incorporação do fósforo. Esta adubação deve ser realizada. pode ser realizada com trator de pneu com lâmina. e realizada em nível. Na adubação de plantio. recomenda-se basicamente a aplicação de fósforo (superfostato simples. em toda a superfície do solo. o qual deve ser realizado no início da estação de chuva. A calagem ou aplicação do calcário deve ser em função da análise do solo e deve ser distribuída em toda a superfície do terreno. Em muitos casos.espécie forrageira ser de grande importância em programas de formação de pastagens. d . para eliminar o restante das ervas daninhas. ocorre de outubro a dezembro. Outro elemento importante para as plantas forrageiras é o enxofre. termofosfato). a fim de se garantirem a persistência e manutenção de sua produtividade. observando-se a análise de solo. As práticas mais recomendadas são: a . O calcário deve ser dolomítico (presença de magnésio). antes da aração. e o gesso agrícola.Uso do gesso agrícola O gesso agrícola (sulfato de cálcio) tem sido recomendado a áreas cujos teores de alumínio são altos e os de cálcio baixos. que. Deve ser realizada em nível. Em destocas leves. superfostato triplo. principalmente nos solos pobres em potássio.Época de Plantio e Preparo do Solo A umidade e o calor são importantes no momento do plantio. 4 . para aquelas formadas com espécies mais susceptíveis ao alumínio e mais exigentes em cálcio.Gradagem possui a finalidade de destorroar o solo e controlar as plantas invasoras. em torno de 15% de enxofre. O gesso.O gesso não é corretivo de acidez e não substitui o calcário. inclusive. As quantidades a serem aplicadas dependem dessa fração no solo. pode causar movimentação de nutrientes no solo com suas possíveis perdas. Consultar técnicos. se mobiliza rapidamente e se fixa nas camadas inferiores do solo. devem-se distribuir as mudas nos sulcos de maneira uniforme e cobri-las parcialmente com terra. Basicamente. distribuidores de calcário ou mesmo o plantio manual a lanço. Algumas constantes: braquiaria brizantha = 210. andropogon = 200. e o gesso. na camada de 30 a 50 cm abaixo da superfície do solo. está em função do índice de germinação e pureza das sementes. O calcário atua na camada arável do solo (onde foi aplicado). antes ou depois do calcário. Quando não se usa a plantadeira especial. Com isto. magnésio (do calcário) e outros cátions.Plantio O primeiro ponto a ser considerado é a quantidade de semente ou taxa de semeadura (Tx). que são arrastadas sobre o terreno. após dissolução. sendo: a . permitindo às plantas superar veranico e usar com maior eficiência os nutrientes aplicados ao solo. podem-se utilizar semeadeiras de cereais. com espaçamento de 50 cm. Tifton.Plantio superficial: . Encaminhar as amostras à análise química. 6 . devem-se adaptar atrás dos implementos rolos (de pneus por exemplo) ou mesmo uma peça de madeira ou correntes. expressa em kg/ha. solicitando também a análise do teor de argila. favorece o aprofundamento das raízes. Em seguida. de acordo com a espécie forrageira a ser plantada. Sua movimentação é acompanhada de cálcio. inclusive os ligados às empresas produtoras de semente. as sementes devem ser enterradas a uma profundidade de 1 a 2 cm. dentre elas podem-se citar: 'coast-cross'. para que a rebrota não seja prejudicada. abaixo dessa camada. além de melhorar as condições físicas do solo. b . a quantidade a ser utilizada está em função do valor cultural das sementes e de uma constante (K). A cobertura total das mudas deve ser evitada. O CNPGL (1995) menciona 3 métodos de plantio para o 'coast-cross'. e a toxidez do alumínio se reduz e. Muitas espécies forrageiras se propagam por mudas. O valor cultural (VC). Para a recomendação de gesso é necessária a análise do solo. Os sulcos são feitos manualmente com enxadas ou com sulcadores de tração mecânica ou animal. pois. colonião = 160. divide-se a constante pelo valor cultural (Tx = K/CV). Pode ser aplicado. braquiaria decumbens e humidicola = 180. grama estrela. capim-angola. em conseqüência.Plantio em sulcos: É o método mais eficiente. é também uma fonte de enxofre (em torno de 15%). que deve estar explícito na embalagem. para que haja maior contato da semente com as partículas do solo. Entretanto. tanner-grass (braquiaria de brejo). em excesso. Deve ser aplicado com critério nas doses recomendadas pelos técnicos. a uma profundidade de 15 a 20 cm. Para se chegar à quantidade mínima de semente ou à taxa de semeadura. é sempre conveniente. A maneira mais indicada para se realizar a semeadura é com o uso de semeadeiras especiais para pastagem. por sua vez. incorporado ou na superfície do solo. pois. Em geral. aumentam os teores destes elementos. maior número de plantas forrageiras por m2. d . .0 t/ha.5 t/ha. A aplicação de potássio será realizada de acordo com a análise de solo.0 litros/ha). c . Este método exige mais mão-de-obra. plantio superficial 4. 7 . com touceiras mais vigorosas.5 t/ha.Consiste na distribuição das mudas sobre a superfície do solo. por meio de uma leve gradagem. Recomendam-se também as formulações 20-0-20.melhor formação das pastagens. conseguindo-se um rápido estabelecimento da pastagem. . mas exige maior quantidade de mudas e de cuidados especiais. . Além dos métodos convencionais (manual ou mecânico). após a realização do último corte ou pastejo. . Em qualquer um dos métodos acima. plantio em covas 3.a antecipação no uso da pastagem pelos animais cobre os custos com a aplicação. 8 .4-D (Tordon). nitrocálcio. o controle das plantas daninhas através de herbicidas tem-se mostrado muito eficiente e com uma relação de benefício/custo bastante favorável.Quantidade de mudas: Depende do sistema de plantio adotado: plantio em sulcos 2. As vantagens do controle de plantas invasoras na implantação da pastagem são: . normalmente é necessário o controle de plantas invasoras ou daninhas. com mais de 60 dias de crescimento. e levemente cobertas com terra.menor necessidade de gastos com controle das plantas daninhas nos anos seguintes. É um método prático. Em pastagens recém-implantadas ou reformadas. . com espaçamento de 40 a 50 cm. a aplicação do herbicida deve ser realizada cerca de 30 a 45 dias após a semeadura. Nesse caso.Controle de plantas invasoras Após o plantio da forrageira. para que sejam bem incorporadas ao solo. Recomendam-se herbicidas à base de Picloram + 2. Nessa aplicação. utiliza-se de uma baixa dosagem de herbicida (ao redor de 1. devem-se seguir as recomendações do fabricante. Para seu uso.Adubação de cobertura Consiste na adubação nitrogenada e potássica e deve ser realizada a lanço. para impedir infestações da área de plantio com plantas indesejáveis. com imediata incorporação das mudas.5 a 2. 2005-20 ou 20-05-15.liberação da pastagem aos animais em aproximadamente 90 dias após o plantio. o que se torna altamente vantajoso. 30 a 40 dias após o plantio. uréia). Aplicar de 30 a 50 kg de nitrogênio/ha (sulfato de amônio. observando-se os teores de potássio no solo.Plantio em covas: As mudas são distribuídas em covas.maior perfilhamento das gramíneas. é preciso que as mudas estejam maduras. Recomenda-se evitar o corte das mudas em local onde existam plantas invasoras. . evita-se a concorrência das plantas daninhas com as gramíneas que estão emergindo. 1985).9 . Perdas de forragem normalmente ocorrem. PRODUTIVIDADE E QUALIDADE a)Efeito da planta: Um dos fatores que determina o crescimento das plantas forrageiras é a quantidade de forragem existente numa pastagem. caso contrário. seria necessário uma alta pressão de pastejo. a . O resultado será aparentemente a pouca utilização da pastagem. o que afetaria a persistência das plantas forrageiras. deixar sementear para posteriormente permitir o pastejo. estresses desnecessários do animal e manter o equilíbrio do ecossistema (solo-planta-animal). Muitos são os fatores biológicos e econômicos que controlam esse manejo. O estádio de crescimento das plantas forrageiras é importante na produção de forragem. Parece ser conveniente manter a pastagem com uma quantidade de forragem próximo do ponto máximo de produção. isto indica que se deve deixar as gramíneas entrarem no estádio reprodutivo para maximizar a produção e melhorar o aproveitamento da pastagem. de um modo geral. Aparentemente. a taxa de crescimento do vegetal se altera. menor digestibilidade e menor consumo por parte do animal. Existe uma relação entre a quantidade e qualidade de forragem.Utilização da Pastagem Quando bem formada. pois. a produção relativa passa a decrescer. À medida que ocorre a maturação da planta. devido a uma menor freqüência de utilização. por unidade de superfície. alterando. também causa redução na taxa de crescimento das plantas. A partir de tal ponto. A produção relativa de matéria seca torna-se maior. a utilização das pastagens (Gardner e Alvim. No entanto. Por outro lado. evitar riscos. Quando uma espécie passa do estádio vegetativo para o reprodutivo. Os primeiros pastejos devem ser realizados com lotação animal mais leve MANEJO DE PASTAGEM O manejo das pastagens tem como objetivos maximizar o lucro do produtor. que pode ser considerada para todas as espécies. após 90 dias a partir da germinação. até que seja atingido o ponto de maximização. conseqüentemente. a pastagem poderá. apesar de a produção de forragem continuar. e seus efeitos modificam o crescimento das espécies forrageiras. Caso a forrageira não tenha coberto todo o espaço de solo. um fator muito importante a ser considerado é o efeito do estádio de crescimento da planta sobre a qualidade da forragem. à medida que a quantidade de forragem existente na pastagem vai aumentando. O excesso de forragem no campo. ser utilizada pelo rebanho. além de reduzir a qualidade da forragem. entretanto essa suposta subutilização da pastagem promove benefício para o sistema com sobra de material vegetativo importante para o solo. há perdas de nutrientes. Efeito do fósforo . enquanto a análise do solo indicar deficiência de K. É preciso que o produtor seja capaz de adotar uma forma de utilização intermediária.utilização freqüente e intensiva das pastagens determina baixa produção de forragem. os mais importantes são os pastejos contínuos e rotacionados ou rotativos. as aplicações deste nutriente. O pastejo contínuo significa presença contínua de animais numa pastagem. se há efeito residual deste nutriente. Assim. porém de melhor qualidade. as altas produções de forragem obtidas acarretam grande remoção de nutrientes do solo. isto é. Existem divergências quanto à melhor maneira de utilização das pastagens. Entretanto. Vale lembrar. superfostato triplo) obtêm-se respostas mais acentuadas e imediatas. esse manejo pode proporcionar desaparecimento da espécie forrageira. aplicado no plantio. pois com o uso de fontes mais solúveis (Ex. ou seja. na forma de cloreto de potássio. seria o mais apropriado. entretanto. pois o crescimento das plantas pode ser muito reduzido em solos com deficiência de P. Não havendo. devem ser efetuadas juntamente com as de N. os manejos caracterizados pelo super ou sub-pastejo não são os mais adequados. e. As retiradas de enxofre (S) são também grandes. um fato que não suscita dúvidas é que certas espécies não suportam bem o pastejo contínuo. mas este elemento é facilmente fornecido através de fertilizantes como o sulfato de amônio e o superfostato simples. concorre para acidificar o solo. poucos são os solos que apresentam essas características. encontram-se estudiosos do assunto que argumentam a favor do rotacionado. Um solo bem drenado. uma 'pressão ótima de pastejo'. com presença de nutrientes essenciais e livre de elementos indesejáveis como o alumínio.: superfostato simples. com capacidade de reter água. por outro lado. destinadas a fornecer cálcio e PASTEJO CONTÍNUO E ROTACIONADO Há vários métodos de pastejo. o que torna necessária a aplicação de elementos indispensáveis ao bom desenvolvimento das forrageiras. podem-se citar duas leguminosas (alfafa e leucena) e o capim-elefante. que naturalmente interferem no manejo das pastagens. Assim sendo. uma vez que os . devem-se aplicar pequenas doses de calcário dolomítico. Há quem acredite que o pastejo contínuo é o mais eficiente. As retiradas de potássio (K) do solo são particularmente elevadas. Outros nutrientes: Em pastagens de gramíneas adubadas com N. que apresente ótimo teor de matéria orgânica. entre elas. que a desfoliação da forrageira não é realizada de forma contínua sobre as mesmas plantas. b) Efeito da fertilidade do solo: O nível de fertilidade do solo é altamente decisivo quanto ao crescimento de qualquer forrageira.P: A adubação de manutenção com P depende da aplicação inicial na fase de formação. Contudo. de um modo geral. é importante suprir a pastagem. No entanto. Fontes de fósforo é outro aspecto que deve ser considerado. e. Quando isto ocorrer. O uso contínuo de fertilizantes nitrogenados em pastagens. capaz de compatibilizar a produção do animal com a produção por área. e isto acontece com algum sacrifício da produção por animal. enquanto é baixo o ganho por área. ocorrerá fatalmente uma redução no desempenho por animal. devido ao período de descanso que as plantas necessitam para transformar o N absorvido em tecido novo. A influência da pressão de pastejo sobre o ganho por animal e sobre o ganho por unidade de área . 1985) PRODUÇÃO POR ANIMAL E POR ÁREA Alcançar a maior produção por área. tanto o ganho por animal. em redução na qualidade e no consumo animal. bem como maior monitoramento por parte do produtor. ocorre uma redução sucessiva na disponibilidade de forragem. O pastejo rotativo requer piqueteamento ou subdivisão da pastagem.animais executam naturalmente uma rotatividade em relação à unidade de plantas. o ganho por animal é alto. mesmo que a carga animal seja mais elevada. nas condições de subpastejo. como o ganho por área são prejudicados. Outro fato a ser considerado é que há uma tendência do maior aproveitamento da adubação nitrogenada no pastejo rotativo. ou seja. Neste caso. ao se compararem os dois. em última análise. Apenas nestas condições a pesquisa mundial tem encontrado pequenas vantagens a favor do pastejo rotacionado. Pode-se ainda observar que. (Gardner. conseqüentemente. Máximas produções por unidade de área só ocorrem com equilibrada utilização da forragem produzida. e. máximas produções por animal e por área não podem ser obtidas simultaneamente. . Para que este pastejo resulte em aumento da produção animal. deve ser o interesse básico na utilização das pastagens. conclui-se que este último poderá levar a conseqüências bem mais danosas à pastagem. haverá prejuízo direto. Outro fato é a não desfoliação da planta de uma só vez. Aumentando a pressão de pastejo. Para se obter maior produção por hectare. tanto para o animal como para a espécie forrageira. Deve-se considerar ainda que carga baixa resulta em excesso de forragem e. causando redução no ritmo de ganho (peso ou leite) por animal. é necessário trabalhar com altas taxas de lotação. Na situação de superpastejo.
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