1PAIXÃO PELA VERDADE – a coerência intelectual do evangelicalismo Alister McGrath INTRODUÇÃO A palavra “evangelicalismo” continua a evocar imagens do anti-intelectualismo. Desde a sua emergência como presença importante no cristianismo global depois da Segunda Guerra Mundial, pelo menos grande parte do movimento evangélico não tem visto engajamento teológico sustentado como prioridade presente em sua agenda substancial. Por que isso? Quatro razões principais podem ser apresentadas: 1. O legado fundamentalista O evangelicalismo ainda retém, em alguns cantos, a reputação de ser intelectualmente pouco profundo. A presente fixação do movimento na cultura terapêutica estado-unidense do “sentir-se bem” que é igualmente culpada pela fraqueza intelectual do movimento. 2. A dominância do pragmatismo no evangelicalismo A natureza fortemente pragmática do movimento levou a uma ênfase no crescimento da igreja, pregação do sentir-se bem e estilos de ministério informados em grande parte pela psicologia secular. O evangelicalismo se tem tornado um movimento em massa precisamente porque os evangélicos estiveram preocupados em identificar e promover seu apelo popular. 3. O secularismo da academia Há uma percepção até bem difundida dentro das igrejas de que a teologia acadêmica, em grande parte, perdeu quaisquer ligações que um dia pode ter tido com a missão, preocupações e vida da igreja. Teólogos acadêmicos ocasionalmente se referem ao evangelicalismo como ingênuo. 2 4. O elitismo da teologia acadêmica O distanciamento que a academia toma das realidades da vida cotidiana está ligado em grande parte, pelo menos na percepção popular, ao elitismo da própria academia. O evangelicalismo precisa assegurar que sua preocupação com o apelo popular nunca seja ganha ou mantida lançando-se fora as raízes teológicas profundas da fé cristã, que lhe fornece estabilidade e profundidade por meio das divisões entre gerações. Uma teologia puramente “acadêmica” é elitista e irrelevante; uma teologia populista pode ter apelo à massa sem ter profundidade nenhuma. Teologia entendida acertadamente, diz respeito à profundidade intelectual e espiritual e ao poder de durabilidade. Em consequência da falta de importância dada à preocupação de cristãos comuns, por parte dos teólogos acadêmicos, e da pouca profundidade da teologia populista, seria bom que evangelicalismo incentivasse a emergência de reflexão teológica séria sustentada de um ponto de vista compromissado dentro da comunidade cristã, e visse os teólogos como crentes que pensam por si e por outros, dentro da comunidade da fé. Os melhores intelectuais podem existir e operar fora da academia. Nesta obra decidi não adotar a posição defensiva. Em vez disso proponho-me a expor a coerência da visão evangélica de teologia, e tratar criticamente com seus rivais contemporâneos. Reconheço plenamente que as perguntas críticas dirigidas contra a visão evangélica do empreendimento teológico no contexto acadêmico não podem ser ignoradas. Contudo, desejo poder apresentar uma visão evangélica para a teologia, sem ser forçado constantemente a defensiva, por causa das implicações negativas que isso tem para a subsequente apresentação dessa visão. Esse livro, portanto, representa uma exploração crítica, mas também positiva, dos fundamentos intelectuais, da coerência e da credibilidade do evangelicalismo. Definição operante de Evangelicalismo: 1. Um enfoque, tanto devocional como teológico, na pessoa de Jesus Cristo, especialmente sua morte na cruz; 2. A identificação da Escritura como autoridade suprema em matéria de espiritualidade, doutrina e ética; 3. Uma ênfase na conversão ou no “novo nascimento”, como uma experiência religiosa que transforma a vida; 4. Uma preocupação em compartilhar a fé, especialmente por meio de evangelização. CAPÍTULO 1 - A SINGULARIDADE DE JESUS CRISTO Uma das características principais da visão do mundo modernista é o direito de dominar. exploraremos o entendimento evangélico do lugar de Jesus Cristo em relação à fé cristã. Há muito tempo o evangelicalismo é compromissado com a noção de uma revelação particular que tem validade universal. retém autoridade intrínseca fundamentada e enfocada nele mesmo e em sua obra. a afirmação daquela é o primeiro passo importante na defesa dessa última. A razão da sua singularidade é a figura histórica que se constituiu no seu centro – Jesus Cristo. em vez de dominá-lo à luz dos costumes sociais transitórios contemporâneos. mas sobre um compromisso libertador para com quem nos livra de sermos escravos da opressão de um mundo faminto por poder. Neste capítulo inicial. sobre uma servidão auto imposta. em um contexto cultural ocidental no qual o direito que o indivíduo tem de criar os próprios mundos é afirmado vigorosamente. A insistência evangélica na autoridade de Jesus Cristo não é. A autoridade desse ensino não é inerente. Jesus Cristo é de importância constitutiva e definitiva para o cristianismo. O evangelicalismo é fortemente contra cultural a esta altura. O Evangelicalismo é enfático em afirmar não meramente a singularidade de Cristo. A autoridade de Cristo reside em seu ensino. A autoridade de Jesus Cristo Para o evangelicalismo. em vez de ser inerente. no entanto. mas deriva de sua correlação com princípios morais já existentes.3 O Cristianismo é singular entre todas as religiões do mundo. mas também a sua natureza definitiva. Qualquer autoridade que ele possua é derivativa. . defendendo o direito fundamental do cristianismo de ser dominado por Cristo. portanto. o evangelicalismo declara ser um movimento sob a autoridade e soberania de Cristo. Modernismo e domínio O evangelicalismo é fortemente contracultura. Ele encarna os contornos da vida redimida. morte e ressureição de Jesus Cristo. a existência cristã só é possível na base da vida. . Cinco aspectos do entendimento cristão: 1. não um livro.4 A importância de Jesus Cristo A compreensão evangélica da importância de Jesus Cristo é que ele é tanto constitutivo como ilustrativo da vida cristã. c. Em outras palavras. Nossa preocupação é enfatizar que a morte e ressurreição são vistas como de importância básica para o evangelho cristão. A centralidade da cruz de Cristo é tema principal da teologia e espiritualidade evangélicas. O evangelicalismo representa uma tentativa inflexível e séria de levar todos os nossos conceitos de Deus e de nós mesmos a serem criticados à luz de como e em que Deus deseja ser conhecido. e por ela. b. e a natureza e conformação dessa existência são em si incorporadas em sua vida. a. Jesus é a personificação e a auto revelação de Deus. Talvez um dos temas mais evidentes do Novo Testamento seja o papel fundamental da cruz em relação à salvação. A noção de revelação coloca um desafio direto à autonomia humana. A cruz é vista como a base exclusiva da salvação. A importância soteriológica de Jesus Cristo: O novo testamento afirma que a salvação só se torna possível e disponível por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Jesus Cristo não é somente a base da salvação. A importância mimética de Jesus Cristo. A importância revelacional de Jesus Cristo: Para os cristãos. Isso não significa que se deva pensar em Jesus Cristo puramente como um exemplo de homem a quem os cristãos são obrigados a imitar. A cruz é vista como o centro de todo o pensamento cristão. No cerne da fé cristã está uma pessoa viva. 2. A cruz é tratada como o ponto inicial da teologia autenticamente cristã. 3. inspiradas e informadas. Para o cristão. Jesus é visto aqui como exemplo de fé. O conteúdo cristológico da proclamação cristã é minimizado nos escritos de Rudolf Bultmann. Na proclamação da igreja. antes. à sua pessoa e obra.5 Imitação é. Neste processo. que é o fundamento e critério da teologia evangélica. Estas cinco considerações estão por trás da afirmação cristã decisiva de que Deus se revelou em Jesus Cristo. como de ser conformado. permanece-se distinto de o mundo. não somos nós que atuamos. E o recurso central que distingue a igreja do mundo é Jesus Cristo. 5. Há um fundamento e motivação cristológicos para a evangelização. em lugar de ser visto como seu objeto. A ênfase evangélica a respeito do senhorio de Cristo tem implicações para o evangelismo. especialmente Paul Tillich. a Cristo. e rejeitando qualquer tentação de cair em generalidades. portanto. que faz a evangelização ser um aspecto essencial da resposta de crentes. a teologia cristã é primeira e. A identidade de Jesus Cristo é tal. A importância querigmática de Jesus Cristo: O conteúdo da proclamação cristã é Jesus Cristo. que o evangelicalismo nunca viu como extra opcional para uns poucos selecionados. não tanto de conformar-se. mas como integral para a vida e testemunho da igreja. a atuação é de Deus. o fruto e não a precondição da fé. viver ek pisteôs é viver de acordo com a estrutura da existência estabelecida e definida pela história de Jesus Cristo. Tornar-se cristão é começar o processo. é transmitida a fé de Jesus. afirmando e reconhecendo a particularidade de sua cruz e ressurreição. sobretudo preocupada com a identidade e importância de Jesus Cristo. . simultaneamente. Um dos aspectos mais inconfundíveis do evangelicalismo é a sua afirmação dual da importância de permanecer em um mundo enquanto. 4. tanto individual como corporativamente. é a marca comprovadora dessa experiência e conhecimento. Conclusão Para os evangélicos. não a fé em Jesus. e refletida na história de Paulo. Gerhard Ebeling e. A importância doxológica de Jesus Cristo: Compromisso não é meramente o resultado natural de uma experiência e do conhecimento autenticamente cristão a respeito de Deus. que um apelo a Cristo é simultaneamente um apelo a Escritura. nos voltar. A Escritura e Jesus Cristo A Escritura é vista como um canal. Talvez nesse ponto que o evangelicalismo mostra mais claramente sua continuidade teológica e espiritual com a Reforma. a sua preocupação de assegurar que a vida e o pensamento da comunidade cristã estão fundamentados em. assim como um apelo à Escritura é um apelo a Cristo. agora. ela não deve ser identificada diretamente com essa auto revelação. e continuamente reavaliados à luz da Escritura. A compreensão evangélica de autoridade da Escritura enfoca-se particularmente na pessoa e obra de Jesus Cristo. Embora a Escritura seja portadora dessa auto revelação em Cristo.6 A compreensão evangélica do íntimo relacionamento entre Jesus Cristo e a Escritura é tal. afirmando a centralidade e soberania de Jesus Cristo em todas as matérias de fé e vida. Esse ponto é tão importante que podemos examiná-lo em maior detalhe. Há uma ligação orgânica essencial entre os dois. como se esses pudessem ou devessem ser separados. Esta observação nos leva à ênfase evangélica sobre a autoridade da Escritura. Evangélicos observam que o próprio Jesus Cristo via a Escritura (em seu caso o Antigo Testamento) como tendo sido entregue por Deus ao homem. Contudo há uma ligação inextricável e íntima entre a palavra de Deus encarnada e a palavra de Deus na Escritura. Contudo isso não pode ser entendido como significando que o evangelicalismo é “uma religião de um livro”. Mostramos honrar a . Não é questão de ou a Bíblia ou Cristo. que por sua vez está centralizado em sua pessoa e obra. CAPÍTULO 2 – A AUTORIDADE DA ESCRITURA O princípio da suficiência da Escritura é de importância central para o Evangelicalismo. pelo meio do qual Deus se auto revela em Jesus Cristo. o evangelicalismo enfoca-se na pessoa e obra de Jesus Cristo. e que Jesus Cristo torna-se conhecido para nós por meio do testemunho da Escritura. para a qual poderemos. Antes. Ela não é Jesus Cristo. é tornar-nos controlados por ideias e valores cujas origens se acham fora da tradição crista – e potencialmente tornar-nos escravizados por eles. Se há uma crise. que vivemos depois de Cristo. esta diz respeito à maneira em que essa autoridade é articulada e formalizada no nível teológico. em que é a Escritura que nos traz a um conhecimento de Jesus Cristo. O mesmo Deus que deu Jesus Cristo de as Escrituras como testemunho de Cristo. Reconhecer a autoridade da Escritura é. com certas abordagens mais antigas sendo agora vistas como respostas condicionais a evoluções culturais gerais. têm se afastado das formas do cristianismo biblicamente centrado está desaparecendo. Permitir que nossas ideias e valores tornem-se controlados por qualquer coisa ou pessoa que não a auto revelação de Deus na Escritura é adotar uma ideologia. tanto ao reconhecer como verdadeiras as Escrituras que ele mesmo recebeu. Livra-nos da exigência escrava que nos faz seguir cada tendência cultural. A insistência cristã na autoridade da Escritura reflete a determinação de não permitir que nada além da herança cristã se torne norma para o que é verdadeiramente “cristão”. algo profundamente libertador. temos acesso à Palavra viva de Deus. como quando admitimos serem as que a igreja nos transmitiu um testemunho de Cristo divinamente inspirado. o número de cristãos que consideram a Escritura como autoridade está aumentando. particularmente na época do Iluminismo. como simpatizantes de tendências mais liberais. A autoridade da Escritura A Escritura estava no coração da devoção e pensamento cristãos. o número dos que.7 Cristo. . e decorrendo do acaba de ser dito. Em segundo lugar. É precisamente pela palavra escrita da Escritura que nós. Recuperar a Bíblia permiti-nos imitar a Cristo. a cristologia e autoridade escritural são inextricavelmente ligadas. que nos é entregue na história. em vez do mais recente capricho de uma cultura fragmentada e confusa. e todas elas. pois. Para dizer a verdade. e oferece-nos uma estrutura pela qual podemos julgá-las. em vez de uma teologia. Essa preocupação com experiência humana é associada particularmente com existencialismo. elas tentam basear teologia em fundamentos “universais”. Começamos considerando que autoridade se pode atribuir à Cultura. tirados somente do mundo secular. Tradição As duas primeiras são características de abordagens “liberais” para a teologia. . quer sejam radicais ou conservadores. conduzindo a uma janela igualmente breve de credibilidade para teologias que se baseiam em costumes práticas sociais contemporâneas.8 Uma teologia que tem base em valores. Abordagens rivais à autoridade Temos quatro áreas em questão: 1. como oposto ao mundo externo da vida cotidiana. Cultura: Alguns escritores liberais têm argumentado que a teologia deve buscar sua legitimação e justificativa pública engajando-se com a cultura ocidental. aflitas com a particularidade da fé cristã. e do cristianismo em particular. O “espírito da época” acaba por mostrar-se bastante efêmero. Tem enfatizado a importância dos aspectos subjetivos da religião em geral. Isso implica em uma universalidade teórica para com “o mundo moderno” e para com “a cultura ocidental” que está ausente na realidade. Razão 4. que tem procurado restaurar uma percepção da importância da vida interior de indivíduos tanto para a teologia como para a filosofia. Relaciona-se ao mundo interno e subjetivo da experiência. 1. Experiência: A experiência é um termo impreciso. 2. Cultura 2. torna-se impotente para criticar esse mundo. Experiência 3. Razão: . a teologia se dirige a experiência. A teologia cristã visa assim a dirigir-se a. A experiência é vista como algo para ser interpretado. para ser opostas de maneira radical. Em segundo lugar. A teologia visa a interpretar a experiência. que argumenta que a teologia cristã oferece uma estrutura interpretativa pela qual a experiência humana pode ser interpretada. constitui-se no primeiro dado da religião. como manifestações públicas e culturalmente condicionadas. atitudes e sentimentos. segundo Lindbeck. que argumenta que a experiência provê um recurso fundamental para a teologia cristã. Em primeiro lugar devemos notar a insistência enfática dentro de pelo menos uma linha de tradição cristã: a experiência e realidade são. inclusive o cristianismo. é sua óbvia incorreção fenomenológica gritante. e afirmações de formas pré-lingüísticas de consciência. a experiência é um explicandum. seja qual for ela. em vez de algo que em si é capaz de interpretar. 2. Segundo. algo que em si requer ser interpretado. Primeiro.2. Segundo essa abordagem. a fim de capturar seu sentido.9 Duas abordagens principais podem ser observadas: 2. Em terceiro lugar. interpretar e transformar a experiência humana. vê as religiões. A abordagem que se tornou especialmente associada com os escritores liberais. 3.1. A principal objeção a essa teoria. há uma aparente suposição de que a presente experiência de um indivíduo. pelo menos potencialmente. uma questão séria exige atenção com respeito ao “conteúdo” ou “referente” de uma experiência. a teologia interpreta a experiência. A teologia cristã oferece uma estrutura pela qual as ambiguidades da experiência podem ser interpretadas. assim explicada. A teoria “experimental-expressiva”. É como uma rede que podemos lançar sobre a experiência. A abordagem tradicional. associada ao evangelicalismo. contextos históricos e regiões geográficas. uma nova atitude começou a desenvolver-se. totalmente mal colocada – confiança na razão em matéria de religião se desenvolveu? Três estágios podem ser identificados. foi argumentado que. e depois escolhemos chamar de “Deus”. em todas as culturas. Para o Ilusionismo.1. e assim ter acesso ao conhecimento de Deus. sendo aceito onde endossa o que a razão tem a dizer. cristianismo tem de seguir. Até a metade do século XVII. ou ao domínio da igreja. mediado apenas pela revelação.10 Com o surgimento do Ilusionismo veio à demanda de que a sabedoria deve ser universalmente acessível. argumentou-se. em ponderar bem as implicações de certos aspectos da auto revelação de Deus. 3. baseada em argumento e evidência. foi rejeitada por bases morais.2. A teologia cristã clássica. É obra da nossa mente. argumentava-se. A esta altura. Esta abordagem ao cristianismo (ou. que é uma dependência exclusiva somente sobre a razão humana. Como foi que essa notável – e. torna-se racionalismo. era racional. O Ilusionismo. Razão é capaz de estabelecer o que é certo sem precisar qualquer assistência da revelação. precisamos dar ênfase à diferença entre “razão” e “racionalismo”. essa forma de deísmo tingido com cores palidamente cristãs) trata de Deus como uma ideia. Razão é a faculdade básica humana de pensar. e sendo descartado onde segue o próprio caminho. como o evangelho era racional. era inteiramente apropriado demonstrar que o cristianismo fazia sentido e se apoiava em fundamentos completamente razoáveis. e não apresenta nenhuma ameaça à fé – a não ser que seja vista como a única fonte de conhecimento sobre Deus. Deus tem . cada um deles levando naturalmente para o que se segue: 3. A ideia de um conhecimento “privilegiado” de Deus. Mas o cristianismo tradicional argumentava que Deus não podia ser simplesmente postulado desse modo cruamente racionalista. Criamos essa ideia. uma ideia que geramos dentro da nossa mente. Deus estava causando problemas morais por limitar a revelação à pessoa de Jesus Cristo. argumentou-se. uma construção da mente humana. que podem parecer idênticos para alguns. Então. Inicialmente. portanto. O Cristianismo. todas podiam usá-la. a razão fornecia exatamente um recurso universalmente válido. e uma recusa de permitir que qualquer peso seja dado à revelação divina. mais acertadamente. incluindo toda a teologia evangélica responsável. É teologicamente neutra. Como a revelação não era universal. especialmente na Inglaterra e Alemanha. precisa ser dito. Todas as pessoas tinham uma faculdade racional. qualquer sugestão dessas deveria ser rejeitada como formadora de um “escândalo de particularidade” Esse conhecimento tinha de ser universalmente acessível. ao texto da Escritura. faz uso completo da faculdade humana do raciocínio – por exemplo. Deus é algo postulado. engajando-nos. levando em conta as formas em que esta foi lida no passado. É uma percepção da dimensão geral da fé cristã. esta posição racionalista foi empurrada até a sua conclusão lógica.11 de ser experimentado. Finalmente. . A Bíblia não pode ser lida como se nunca tivesse sido lida antes. avaliada e interpretada no passado. e. sobre um período extenso de tempo. em vez disso. e sim um modo particular de se entender a Bíblia que a igreja cristã tem reconhecido como responsável e confiável. o que provê lembranças fortes da natureza corporativa da fé cristã. As histórias e liturgias das igrejas constantemente nos fazem lembrar que a Escritura já foi lida. Os evangélicos têm tido sempre a tendência de ler a Escritura como se fossem os primeiros a fazer isso.3. Tradição: Para alguns escritores a “tradição” tem bastante autoridade. são coinerentes. interpretação e luta com a Escritura. 4. Há mais na interpretação da Escritura do que qualquer crente pode individualmente discernir. A Escritura e a tradição não são. “Tradição” é assim entendida acertadamente (por exemplo. para serem vistas como duas fontes alternativas de revelação. Precisamos lembrar que outros já estiveram lá antes de nós. que tem força de autoridade por causa da sua antiguidade. Tradição seria entendida aqui como o que designa uma doutrina ou crença tradicional. Mas o Deus da pura razão está preso dentro dos limites de mentes humanas. ele tem de ser encontrado de frente. pois. pelos reformadores. Autoridade bíblica e crítica bíblica O movimento crítico bíblico enfocou a atenção na Bíblia como um livro humano escrito por autores humanos. A ideia de “tradição” é de importância para o evangelicalismo moderno. Ele é alguém que nos engaja. Esse processo de receber a revelação escritural é “tradição” – não uma fonte de revelação somada a Escritura. força-nos a reavaliar a ideia que fazemos Dele. Tradição é uma disposição de ler a Escritura. É uma disposição para atribuir peso aos pontos de vista dos que nos precederam na fé. 3. o que inclui a interpretação da Escritura. e já a leram antes que nós o fizéssemos. E mentes pequenas contribuem para um Deus pequeno. que põe em dúvida o individualismo superficial de muitos evangélicos. como Lutero) na forma de uma história de discipulado – e leitura. 12 O que dizer. Positivamente. têm notado as limitações do método crítico. examinando. Quando a Bíblia é recebida e ensinada como a Palavra de Deus. . é mais do que justificada. dos achados críticos que têm parecido contradizer a autoridade divina da Escritura? Os evangélicos têm respondido a essas descobertas de duas maneiras. em muito. Negativamente. em que ela nos contra sobre somo as coisas são. A noção de “teologia bíblica” Segundo Gabler. Como Lutero afirmou. a teologia de escritores bíblicos do mesmo modo como se poderia estudar a teologia do judaísmo primitivo patrístico ou do segundo-templo. Estudar “teologia bíblica” tornou-se um exercício em história cristã. porém. mas de pôr à mostra a configuração completa do pensamento do qual individualmente eles dão testemunho. A teologia sistemática não trata apenas de repetir afirmações ou temas bíblicos. por meio do qual oferece transformar nossa vida interior – uma oferta que. e leva a uma ênfase na evangelização como meio pelo qual outros podem compartilhar dessa mesma “amizade transformadora” (James Houston). Autoridade bíblica e experiência pessoal Um elemento final em qualquer exposição de autoridade bíblica é o de sua convicção subjetiva – uma ideia expressa de maneiras bem diferentes como o “ressoar do toque da verdade” (J. e ser transformados como resultado disso. como já vimos.B. ela fala às necessidades e situações pessoais com um poder e relevância que confirmam a autoridade inerente que lhe foi dada por Deus. Phillips) ou o “testemunho interno do Espírito Santo” (João Calvino). mas para encontrar o “Deus que comanda” (Deus mandantus). A Escritura. possui também um componente subjetivo. a “teologia bíblica” era para ser entendida como uma disciplina puramente histórica e descritiva. nós lemos a Escritura não simplesmente para saber dos comandos de Deus (mandata Dei). possui uma dimensão fortemente objetiva. enquanto que a “dogmática” era uma disciplina normativa ou prescritiva. têm reconsiderado aspectos de seu entendimento de autoridade bíblica. na experiência evangélica. Reduzir a revelação a princípios ou conceitos é suprimir o elemento de mistério. em vez disso. dando mostra de afirmações doutrinárias. no processo de formulação doutrinária. Nossa visão é formada e informada pela história de Jesus de Nazaré. Com base nessas sugestões escriturais. aos atos de Deus. alicerçando-o no terreno sólido das contingências de nossa existência histórica. O fato de muita da própria Escritura fazer uma narrativa tem sido omitido. A narrativa é relida e revisionada à luz dessa estrutura conceitual. relembrada na celebração eucarística de sua morte e ressurreição e nos benefícios entendidos e trazidos. marcadores e sinalizadores de caminhos bíblicos. Reconhecer a qualidade narrativa da Escritura permite que seja recuperada a plenitude da revelação bíblica. santidade e maravilha na auto manifestação de Deus. possibilitando que evitemos pensar no cristianismo em termos de abstrações universais. uma existência histórica específica. em ações. Revelação diz respeito aos oráculos de Deus. dentro da Escritura: essas funcionam como pontos iniciais para o processo de geração de estruturas conceituais mais sofisticadas. mas aponta para uma vida vivida. A Bíblia não articula um conjunto de princípios abstratos. e à pessoa e presença de Deus. Por quê? Um fator que parece ser de especial importância nesse respeito é a maneira em que o evangelicalismo é responsivo diante de seu contexto intelectual. É evidente que há estruturas conceituais. Narrativas são baseadas em história. como que em algum sentido incorporando e dando substância a tal conjunto de princípios. ligadas a estruturas narrativas. no curso da qual modificações à estrutura .13 Escritura e narrativa Terminamos esta análise do papel da Escritura no pensamento evangélico enfocando uma questão de importância considerável na erudição bíblica recente: o reconhecimento da posição primária do gênero narrativo dentro da Escritura. Essa narrativa possui uma subestrutura interpretativa. e. e ser então empregadas como uma estrutura conceitual para a interpretação da narrativa. afirmações doutrinárias podem ser feitas. Há sim um relacionamento dinâmico entre a doutrina e a narrativa bíblicas. os quais reconhecemos como incorporando a forma ou molde de nossa vida e comunidades como cristãos. Narrativas precisam ser interpretadas corretamente. poderia ser interpretado como uma afirmação da necessidade de correlacionar continuamente à narrativa generativa e os conceitos resultantes.14 são sugeridas. A doutrina fornece a estrutura conceitual pela qual a narrativa bíblica é interpretada. A narrativa da Escritura não é nenhuma exceção. em última análise. A primazia da narrativa como uma categoria interpretativa para a Bíblia. A Reforma poderia razoavelmente ser interpretada como um reexame atrasado da estrutura medieval católica de conceitualismos à luz de sua narração generativa. Há. 2. entre a estrutura interpretativa e a narrativa. permitindo que ideias e valores do mundo ganhem uma presença e influência imerecida e nada bem-vinda dentro do cristianismo. o slogan da Reforma. A primazia da linguagem sobre a experiência . Narrativas exigem interpretação. Três seguintes características fundamentais do pensamento pós-liberal: 1. portanto. A primazia hermenêutica do mundo criado pelas narrativas bíblicas sobre o mundo da experiência humana. O princípio sola Scriptura é. de feedback. CAPÍTULO 3 – EVANGELICALISMO E PÓS-LIBERALISMO A estratégia liberal de reconhecer normas e fontes de autoridade teológica derivadas de fora da revelação cristã é vista ser algo como um cavalo de Tróia. A característica peculiar do pós-liberalismo pode estar localizada em sua rejeição dos projetos totalizadores da modernidade. um processo de interação dinâmica. ecclesia semper reformanda. entre doutrina e Escritura. similarmente. uma asserção da primazia da narrativa fundamental da Escritura sobre qualquer estrutura de conceitualismos que ele possa gerar. 3. a doutrina cristã oferece a estrutura conceitual pela qual a narrativa da Escritura é interpretada. ecclesia reformata. O liberalismo acabou tornando o secularismo digno de crédito para o cristianismo em vez de ser ao contrário.isto é. mas podem assim mesmo apontar para ela. Não há nada distintivamente liberal sobre ser academicamente sério e culturalmente informado. O resultado dessa abordagem é bem simples: silencia os cristãos. como sinalizadores. a sua insistência em que doutrinas cristãs tradicionais devem ser reafirmadas ou reinterpretadas a fim de harmonizá-las com a tendência da época. A apologética é assim entendida como fundamentada em e controlada pela teologia sistemática. coisas que por sua natureza desafiam redução a essas palavras. A abordagem fortemente fundacionalista do liberalismo ocidental clássico resulta em sua tarefa de uma busca programática por base universal de assuntos socialmente importantes como moralidade e religião. . apesar disso. existe uma ressonância fundamental entre palavras e experiência. com cada e toda estratégia apologética sendo vista como provisória e heurística. respondendo à situação particular que está sendo tratada.15 Definindo liberalismo Talvez a característica mais distinta do movimento seja o seu acomodacionismo . A apreciação de Lindbeck sobre o evangelicalismo O critério fundamental aqui é que palavras humanas não podem definir experiências adequadamente. proibindo-os de terem quaisquer “insights” distintos que precisem ser ouvidos em público. O pós-liberalismo evita esse desastre apologético. A linguagem da teologia cristã funciona sob-restrições semelhantes às que afetam a poesia: ela é obrigada a expressar em palavras. Como uma língua é correlacionada com uma forma de vida (como Wittergenstein colocou em relação a “jogos de linguagem”). “Religião” é. Essas regras não são estabelecidas pela teologia. portanto. a língua. A teologia regula a maneira em que cristãos falam sobre Deus. Cristo e assim por diante. já são dadas no material bíblico em si. em muito como a gramática coloca as regras que governam o uso da linguagem. Nesse sentido a teologia não introduz nada de novo ao material bíblico. Para o evangelicalismo. O que é verdade? A teologia é essencialmente interessada na descrição de regras intrabíblicas para se falar com Deus. então. É um esqueleto que dá força e forma à carne da experiência. “Verdade” é assim igualada com – virtualmente ao ponto de ser reduzido a – consistência. mas não comenta sobre a pretensão de que tais declarações sejam verdadeiras. teologia é só a gramática que a regula. Por que a Bíblia? . uma tradição religiosa é correlacionada com a forma de vida que ela gera e reflete. mas simplesmente expõe as estruturas que já estão presentes. Para os evangélicos. A dimensão cognitiva da doutrina cristã é a estrutura sobre a qual a experiência cristã é apoiada.16 Para caricaturar a doutrina cristã. o canal por meio do qual é transmitida. o pós-liberalismo reduz o conceito “verdade” a “coerência interna”. a teologia é fundamentada sobre a auto revelação de Deus e avaliada na base dessa mesma auto revelação. ou coerência interna. como mero jogo de palavras ou como uma tentativa de reduzir o mistério de Deus a proposições é deixar de apreciar a maneira em que as palavras nos servem. de alguma forma nos teria contado. irrelevante. A razão. CAPÍTULO 4 – EVANGELICALISMO E PÓS-MODERNISMO Definindo o Ilusionismo A característica primária do movimento pode ser encontrada em sua declaração da onicompetência da razão humana. Jesus Cristo era apenas um de muitos mestres religiosos. argumentava-se. mas por causa do que ela é. e uma desilusão mais geral com o assim chamado mundo “moderno”. A ideia de alguma espécie de revelação sobrenatural era descartada. e de negligenciar. . A ascensão do movimento que é agora geralmente conhecida como “pósmodernismo” através do mundo ocidental é um resultado direto do colapso dessa confiança na razão. Áreas que podem ser identificadas para demonstrar a influência do Iluminismo: 1. 2. suprimir ou negar seu cunho narrativo. Espiritualidade: Existe uma tendência de ver espiritualidade em termos de entendimento do texto bíblico – isto é. não por causa do que a comunidade cristã escolheu fazer com ela. A natureza da Escritura: Existe uma tendência dentro do evangelicalismo de tratar a Bíblia simplesmente como uma fonte de doutrinas cristãs. e entendendo seu fundo histórico e seu sentido para hoje. Os evangélicos há muito insistiram em que a prioridade da Escritura repousa em sua inspiração.17 A Escritura tem autoridade. por ser julgada sem importância. por determinada comunidade ou indivíduo. a leitura da Bíblia tirando sentido de suas palavras e ideias. que nos contou coisas que qualquer um com certo grau de senso comum. independentemente de ser reconhecida como tal. e do que ela transmite. A razão reinava suprema. era capaz de revelar tudo o que precisamos saber sobre Deus e moralidade. Apologeticamente. que se deleita no pluralismo e divergência. quando há tantas alternativas rivais. A conclusão desta linha de pensamento é tão simples como é devastadora: “a verdade é que não há nenhuma verdade”.18 Precisamos ir para trás do Ilusionismo e recuperar as mais antigas e autênticas abordagens à espiritualidade. A natureza de pluralismo . Definindo o pós-modernismo O pós-modernismo é geralmente entendido como algo de sensibilidade cultural sem absolutos. a pergunta que surge no contexto pós-moderno é a seguinte: como podem elas ser levadas a sério. em relação às questões a respeito da verdade. certezas fixas ou fundamentos. CAPÍTULO 5 – EVANGELICALISMO E O PLURALISMO RELIGIOSO O evangelicalismo afirma de maneira segura que o evangelho cristão é singular. A área da teologia cristã mais sensível a essa evolução é a apologética tradicionalmente vista como uma tentativa de defender e recomendar as pretensões do cristianismo para o mundo. O pós-modernismo declara que todos os sistemas de crenças devem ser vistos como igualmente plausíveis. Há um compromisso pré-existente com o relativismo ou pluralismo dentro do pós-modernismo. Algo é verdadeiro se é verdadeiro para mim. e quando a própria “verdade” se tornou uma noção desvalorizada? Ninguém pode pretender possuir a verdade. como as que são encontradas em escritores como Jonathan Edwards. É tudo uma questão de perspectiva. e não pode ser confundido ou identificado com nenhuma outra religião ou filosofia de vida. ou John e Charles Wesley. e que objetiva pensar profundamente o “estabelecimento” radical de todo o pensamento humano. Essa abordagem presume que os participantes no diálogo estão todos falando de praticamente a mesma entidade. que pode ser nitidamente. gerando uma percepção cumulativa que transcende às particularidades de cada uma. O fato e a mitologia clássica grega. o diálogo oferece um estilo de abordagem que permite que essas perspectivas sejam reunidas. Religião é uma categoria bem definida. Esses pressupostos relativistas já se tornaram profundamente enraizados dentro da sociedade secular. O que é religião? Um exemplo da dependência excessiva de categorias ocidentais pode ser visto em relação ao próprio termo “religião”. Os relatos dados por esses cegos sobre o que tocaram e sentiram são bem diferentes. permitindo assim a cada participante sair mais rico e informado. Diálogo e respeito mútuo A ênfase distinta colocada sobre o “diálogo” dentro do pluralismo parece repousar sobre um modo socrático de diálogo. cirurgicamente distinguida de “cultura” como um todo. todos estes. mas sim do colapso da ideia do Iluminismo de conhecimento universal. que se divertem fazendo com que pessoas cegas apalpem diferentes partes de um elefante. poderem ser chamados de “religiões” denota que isso é uma categoria alarmantemente ampla e difusa. Tem havido recentemente um esforço resoluto para se reduzir todas as religiões ao mesmo fenômeno básico global.19 O surgimento de uma ideologia de pluralismo religioso – melhor visto como uma subcategoria de pluralismo intelectual e cultural em seu direito. as várias e diversas religiões da Índia terem sido enganosamente reunidas sob o termo genérico “hinduísmo”. o totemismo e o animismo. embora superficialmente irreconciliáveis. o confucionismo. combinadas. No contexto de diálogo inter-religioso. a abordagem é muitas vezes comparada a um rei e seus cortesãos. muitas vezes com a suposição específica de que eles existem em detrimento da fé cristã. que acontece estarem vendo de perspectivas diferentes. particularmente dentro do pós-modernismo. em vez de como uma entidade específica – é a consequência não tanto de alguma percepção de uma fraqueza da parte do cristianismo. as descrições podem facilmente ser harmonizadas como perspectivas diferentes sobre a mesma realidade maior. o cristianismo. o taoísmo. sem qualquer característica realmente distinta. Assim. . Encontrando nas ações e paixões e Jesus Cristo a identidade de Deus. Uma abordagem evangélica às religiões e à salvação – o entendimento cristão de “Deus” A história religiosa humana mostra que ideias humanas naturais sobre o número. mas o culto a um Deus que optou por tornar-se conhecido. A natureza da Salvação A declaração “todas as religiões oferecem salvação” é assim potencialmente pouco mais do que uma tautologia. e essa salvação é moldada em sua imagem. A maioria dos pluralistas religiosos ocidentais parece trabalhar com um conceito de Deus formatado pela tradição cristã. Em resumo: para os cristãos. Por trás dessas convergentes imagens de salvação está o tema comum a todas: “salvação em e por meio de Cristo” – isto é o mesmo que dizer que salvação é uma possibilidade somente por causa da vida. natureza e caráter os deuses é notoriamente vaga e misturada. cultuar. O Novo Testamento dá uma nova guinada nessa evolução usando para isso a sua linguagem sobre “o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”. sozinha. A luz dessa abordagem pode-se destacar três afirmações: . contudo. morte e ressurreição de Jesus Cristo. Deus é revelado cristologicamente. Este ponto é de importância considerável. não os deuses em geral (as censuras de Israel contra a religião canaanita sendo especialmente importantes aqui).20 Cada perspectiva é genuína e válida. quer isso seja reconhecido abertamente ou não. A ênfase cristã é sobre a necessidade de adorar. é inadequada para descrever a maior realidade da qual é apenas parte. Precisamos agora destacar mais claramente um ponto decisivo para determinar o que é especificamente cristão: a importância da cruz como marca característica dos cristãos. A atração do pluralismo está não tanto em suas reivindicações de ter a verdade (que cada vez mais são concedidas serem notavelmente esquivas e pouco profundas). notamos que dois temas centrais do modernismo são: 1. Um desejo de dominar matéria crua – cultural. no sentido cristão do termo. CONCLUSÃO: TALVEZ O MAIOR DESAFIO PRA O EVANGELICALISMO NA PRÓXIMA GERAÇÃO SEJA DESENVOLVER UM COMPROMISSO INTELECTUAL CADA VEZ MAIOR SEM PERDER SUAS RAÍZES NA VIDA E FÉ DOS CRENTES COMUNS. bases e meios de obter-se a salvação. intelectual ou física – para encaixá-la com os desejos da humanidade. O cristianismo é a única religião que oferece salvação no sentido cristão desse termo. 2. . Salvação. mas em suas reivindicações de promover tolerância entre as religiões. que insiste em que tudo precisa ser visto como um aspecto de uma grande teoria ou “metanarrativa”. 2. 3. ao explorar os contornos intelectuais do modernismo.21 1. Uma ânsia “totalizadora”. Stalinismo Religioso? Pluralismo e a agenda da modernidade Mais cedo. O cristianismo tem um entendimento específico da natureza. é proclamada como uma possibilidade para os que estão presentemente fora da comunidade cristã.