Apostila IOsteopatia Estrutural •Introdução à Osteopatia •Lombar •Ilíaco •Sacro 1 2 Índice Introdução a Osteopatia Conceitos, Princípios e Filosofia Osteopáticas ......................................................................................................................08 Conceitos de macrofisiologia articular e microfisiologia articular ..........................................................................................11 As Aferências e Eferências do Sistema Nervoso ..................................................................................................................14 Porção central do fuso ou área sensorial ...............................................................................................................................16 Fisiopatologia do espasmo muscular ....................................................................................................................................19 Manifestação Clínica dos Tecidos .........................................................................................................................................21 Técnicas Osteopáticas ..........................................................................................................................................................24 Princípios Universais da Raqui ..............................................................................................................................................25 As técnicas funcionais ..........................................................................................................................................................26 Ações das Técnicas nas Disfunções Osteopáticas ...............................................................................................................27 Ficha de Avaliação do IDOT...................................................................................................................................................29 Coluna Lombar Anatomia Óssea ....................................................................................................................................................................37 Sistema Ligamentar ..............................................................................................................................................................39 Sistema Nervoso...................................................................................................................................................................41 Sistema Muscular .................................................................................................................................................................45 Movimentos da Coluna Lombar.............................................................................................................................................50 Biomecânica Vertebral Segundo as Leis de Fryette ...............................................................................................................51 Lesão Osteopática ou Disfunção Somática ...........................................................................................................................52 Disfunções Somáticas Vertebrais ..........................................................................................................................................53 Lesões em Grupo Bilateral ....................................................................................................................................................54 Lei de Martindale e Lovet Brother ........................................................................................................................................55 Avaliação da Coluna Lombar .................................................................................................................................................56 Técnicas Osteopáticas Para Lesões Lombares......................................................................................................................59 Disfunções Musculares .........................................................................................................................................................63 Técnicas Mobilização de Baixa Amplitude ............................................................................................................................69 Exames Complementares do Segmento Lombar ...................................................................................................................70 Radiologia Osteopática..........................................................................................................................................................75 Contra-Indicações Radiológicas ............................................................................................................................................75 Ficha Avaliação do IDOT .......................................................................................................................................................77 3 .....................................................................97 Lesões Traumáticas .........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................100 Testes Clínicos ....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................139 Técnicas Osteopáticas para Lesões Sacras ...........................................................................................................................................................90 Biomecânica Sacroilíaca .......................................................................................................104 Disfunções Musculares ........................................................................................................................................127 Sistema Muscular ............................................................................98 Diagnóstico Osteopático das Lesões Íliosacras..89 Sistema Muscular ...................................................94 Lesões Ilio-Sacras ...........................................................................................................................................153 4 ...........................................................................................................................88 Sistema Vascular ....................121 Sistema Nervoso.............100 Avaliação da Articulação Ílio-Sacra..............................................................................Ilíaco Anatomia Óssea ...................................................................................................................................................................87 Sistema Nervoso..............................................................................................................................................................................................................................................................................................................85 Sistema Ligamentar ........................................................................95 Lesões Fisiológicas ...............................................142 Disfunções Musculares ..........................................................................................................101 Técnicas Osteopáticas .....................................................................................................................................................................................................................................130 Avaliação da Articulação Sacroilíaca ...........................119 Sistema Ligamentar .............128 Biomecânica .....................................................................................................................................................................112 Sacro Anatomia Óssea ...............................................................................................................123 Sistema Vascular .........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................149 Exames Complementares do Sacro...................................................................................................................................... Introdução Módulo I . 6 . A osteopatia tem como objetivo principal devolver as funções e auxiliar o organismo a encontrar seu próprio caminho de cura. Requer um conhecimento de anatomia. que continuam até os dias de hoje praticando medicina manual. através do toque manual. Hipócrates. século IV antes de Cristo. reestabelecendo e revertendo os seus processos patológicos. podemos afirmar que os conceitos de Hipócrates e suas observações foram incorporados à filosofia osteopática. Foi extremamente combatido por seus colegas de profissão. 7 . 2) A saúde depende da integridade de estrutura. mas os princípios de Still permanecem intocáveis e ainda hoje é um tesouro guardado por qualquer osteopata que se preze. etc. biomecânica e um aprendizado prático que leva tempo para ser adquirido. Atualmente. que é realizar algo com um único intuito: o de ajudar pessoas. articulações. modificar o comportamento dos tecidos e que as doenças tinham uma relação estreita com a estrutura corporal. 3) A estrutura viciosa é a causa fundamental das doenças. ligamentos. que deverão ser embutidos no espírito de quem a pratica. assim como até hoje a osteopatia continua sendo vítima dos profissionais da saúde que não a conhecem. Esta é a osteopatia e também o perfil do osteopata idealizado por esta instituição. criou um sistema de manipulações manuais que combinava o uso de medicamentos e cirurgias baseado em um conhecimento apuradíssimo de anatomia. deixou inúmeros seguidores. Em 1917. Requer uma experiência prática e holística que a permite lidar com os tecidos e estruturas do organismo de uma forma extremamente hábil. Além dos princípios. anatômicos e patológicos do que naquela época. tratamento e cura que se utiliza de recursos manuais para interferir na estrutura e função do organismo para obter os resultados desejados. médico grego. Se olharmos para a osteopatia hoje. já dizia desde antes de Cristo que a doença era provocada pela relação do homem com agentes externos como: alimentação e meio ambiente. gerando situações internas que acabavam em doenças. fisiologia e química existentes na época. após anos de pesquisas anunciou os princípios fundamentais nos quais baseava a prática de sua medicina: 1) O corpo produz suas próprias substâncias curativas. Também percebia a força natural do organismo de lutar contra essas situações. bem como suas técnicas. Still percebeu que era possível. Por volta de 1874. fáscias. “NOSSA NATUREZA É O MÉDICO DE NOSSAS DOENÇAS. É um sistema de cuidados com a saúde que tem princípios filosóficos. A osteopatia evoluiu.” Hipócrates. Still sempre foi convicto de seus métodos e nunca se deixou abater pelas críticas.Introdução a Osteopatia A osteopatia é um meio de diagnóstico. O reconhecimento dos seus pacientes e os resultados obtidos foram a confirmação da validade de seus métodos. Still teve uma carreira brilhante. Ficou muito conhecido em seu país e recebia doentes vindos de todas as partes. Reconhece que a patologia se instala devido a ocorrência de disfunções das estruturas músculo-esqueléticas (músculos. falecendo aos 89 anos. conhecemos melhor os conceitos fisiológicos.) e que o próprio organismo tem uma capacidade de se auto-curar e recuperar. Estes fatores poderiam influenciar negativamente o sistema de funcionamento do organismo. Está fundamentada em sólidos conhecimentos de anatomia e fisiologia. americano da Virgínia. fisiologia. O Dr. Suas teorias e fundamentos foram observados há muito tempo. Somado a tudo isso é necessário ainda incorporarmos a idéia inicial de Still. um médico chamado ANDREW TAILLOR STILL. A osteopatia é muito mais do que algumas técnicas manipulativas. deverá interferir para ajudar o corpo a retomar o caminho certo. O corpo humano é uma unidade integrada na qual estrutura e função são recíprocas e ao mesmo tempo interdependentes. LEON CHAITON Um osteopata deve ter em mente um objetivo básico quando examina um paciente: descobrir e corrigir aquilo que está estruturalmente incorreto e sempre que possível. sendo ela tanto de caráter viral. as suas relações e como todo esse sistema funciona. Princípios e Filosofia Osteopáticas Osteopatia – É um sistema de cuidados com a saúde que reconhece que a auto-cura e a habilidade de auto-regular o corpo depende de determinado número de fatores. “A osteopatia não é apenas uma abordagem mecanicista da doença. Para que isso ocorra é necessário conhecer muito a estrutura corporal (os tecidos. 8 . Através de mecanismos complexos. o corpo humano busca se auto regular ou auto-curar quando é atacado por algum processo patológico. Quando esses tecidos apresentam alguma forma de disfunção. mantendo seu equilíbrio. É uma adaptação que possibilita ao corpo ajustar-se à posição bípede contra as pressões gravitacionais. recuperar a função normal. bem como alguns métodos específicos desenvolvidos para facilitar uma avaliação estrutural precisa. a osteopatia se torna ineficiente ou contra-indicada. ligamentos. qualquer alteração na função resultará em mudanças estruturais. vísceras. que são fundamentais na recuperação dos processos patológicos. Nesse momento. incluindo condições favoráveis do meio ambiente (internas e externas). dependendo da natureza desta disfunção. Dá ênfase especial à importância mecânica do corpo e utiliza técnicas para detectar e corrigir estruturas e funções imperfeitas. quando essas existirem. Devemos reconhecer que essa capacidade de auto-regulação e auto-cura vai ocorrer em qualquer situação de agressão ao organismo.” ANDREW TAYLOR STILL Não é possível separar a prática osteopática das teorias que lhe dão origem e a fundamentam. todo tecido orgânico que constitui o corpo humano (músculos. mas um sistema autêntico e efetivo que tenta eliminar as causas de uma saúde prejudicada e busca fortalecer o poder curativo básico que existe dentro do próprio corpo. agindo nela. Isso nada mais é que a visualização da capacidade do organismo em se auto-curar ou auto-regular. possa reestruturar as funções. Os Princípios Filosóficos da Osteopatia A estrutura governa a função.Conceitos. A partir desse conhecimento é que podemos apontar as falhas. Ela se utiliza de métodos de diagnósticos comumente aceitos. ossos. seja ela mecânica ou fisiológica esta será responsável por danos estruturais que vão se instalar no organismo imediatamente ou ao decorrer do tempo. Uma infecção leva imediatamente a uma reação do organismo contra agentes agressivos. etc. Entendemos como estrutura. Essa batalha resulta em febre. A escoliose acontece numa tentativa do organismo de manter seus centros de gravidades. Vejamos alguns exemplos práticos. Existem mudanças na estrutura que são irreversíveis (exemplo uma lesão medular). Ele está sempre em busca da homeostase ou equilíbrio. Isto significa que qualquer modificação na estrutura alterará algum aspecto da função e inversamente. órgãos e articulações).). quanto mecanicista ou traumático. 2 – Princípio da auto-cura A osteopatia reconhece que dentro do corpo existe uma tendência constante em direção à saúde. A osteopatia depende de que a estrutura esteja intacta ou que aceite modificações para que. nutrição adequada e integridade estrutural normal. Quando tem algo que não pode ser mudado por meio de técnicas manuais. vasos. esta por sua vez determina a estrutura. Cabe ao osteopata interpretar essa linguagem corporal e reconhecer o caminho que o organismo está tomando para se auto-curar. articulações. que por sua vez. Cada articulação participa com sua função e se integra a este complexo sistema que nos possibilita os movimentos. e assim por diante. nervos. que se utilizam de um complexo jogo articular e funções musculares distintas. ela provocará neste segmento um estado de hiperexcitação. o sistema ósteo-músculo-articular se adapta para continuar funcionando. desta forma. 4 – Lesão circulatória ou Lei da artéria de Still Para que tenhamos uma estrutura saudável e funcional. fatores emocionais. esta produzirá um estado de hiperexcitação gama. vasculares. Quando nos movemos. são realizados pelos sistemas músculo-ósteoarticular. podemos influenciar praticamente todos os sistemas do organismo. postura inadequada etc. Quando uma lesão osteopática atinge um segmento. Uma vez instalada uma disfunção somática (lesão osteopática). Permite-nos entender como uma disfunção pode gerar sintomas à distância.3 – Segmento facilitado Este conceito é muito importante para filosofia e fisiologia osteopáticas. vasos. instalando desta forma uma lesão osteopática. Um segmento é o mesmo que um metâmero (unidade funcional vertebral composto de duas vértebras mais seus elementos nervosos.Um paciente. bem como os gestos desportivos. influenciará na articulação sacro-ilíaca. os ligamentos sacro-ilíacos. formando desta forma uma cadeia lesional. e todos os elementos que tiver ligação com este segmento estarão sujeitos a sofrer alterações. criando um novo segmento facilitado. ou como tecidos que aparentemente não fazem parte de uma disfunção poderão vir a sofrer. Ele poderá provocar um espasmo no psoas. mas devido a sua versatilidade e incrível capacidade de se adequar. Para a osteopatia. através da ativação dos mecanorreceptores articulares e musculares. articulares. imaginamos que este segmento acometido seja T12-L1. com que ocorra uma forte aferência no sistema nervoso central. Podemos afirmar que um gesto de nosso cotidiano necessita de vários músculos e várias articulações para acontecer. (Este mecanismo será detalhado nos capítulos seguintes). colocamos para funcionar todo o complexo ou quase todo o complexo.” (Irwin Koor). etc. Esta hiperexcitação ou facilitação neural poderá afetar os vários elementos de um metâmero. que por sua vez poderá afetar outros elementos deste metâmero. que por sua vez controla a vasomotricidade das artérias e veias. Uma disfunção somática poderá alterar o bom andamento do sistema ortossimpático. Todo este sistema é controlado por uma rede nervosa e nutrido por uma rede vascular. sofrerão por conta deste estado de facilitação. e nunca apenas uma articulação. Isto é o que caracteriza uma disfunção osteopática ou disfunção somática (perda da função articular). ligamentos) que comprometem a liberdade articular influenciando desta forma a biomecânica (vida mecânica) normal do sistema músculo-ósteo-articular. Vejamos um exemplo: . Então podemos concluir que. Os gestos de nosso cotidiano. Continuando com o exemplo. ao realizar bruscamente um movimento de rotação do tronco. traumatismos. (Exemplo: sentar. ligamentos.). 9 . influenciando desta forma a boa irrigação para os tecidos. É o seu principal componente dinâmico. que nos possibilita realizar os gestos de forma harmônica e perfeita. uma perda da mobilidade articular significa que o conjunto está comprometido. levantar. em resposta. que pode ser por uma perda mecânica normal ou uma aferência exagerada. se entendermos que não existe no organismo um só tecido que não pertença a um determinado metâmero. que por sua vez. restaurando. necessitamos que estas estruturas recebam um bom aporte sanguíneo e também tenham um bom influxo nervoso. Isto equivale dizer que tecidos como músculos. por exemplo. fará. Uma das funções da osteopatia através de suas técnicas é fazer com que os tecidos sejam bem nutridos (condição indispensável para a saúde deles) e também que os processos patológicos que geram estase venosa sejam o mais rápido possível reabsorvidos. podem interferir na fisiologia dos tecidos (músculos. o livre fluxo de sangue para os tecidos. Estes tecidos uma vez afetados poderão atingir novos segmentos. 5 – O sistema músculo esquelético para osteopatia “Ele é mais do que apenas uma estrutura que sustenta e contém as vísceras do corpo. Algumas situações que vão desde alterações nervosas. ou provocando congestões (edemas) pela perda de capacidade de reabsorção do sistema venoso. a partir de um segmento facilitado. manda uma hiperatividade gama que provoca um espasmo dos músculos monoarticulares. caminhar). isquiotibiais (hipomobilidade). por tradição. teremos a seguinte conseqüência biomecânica: 1o .Espasmos e hipertonias. ligamentos. romper arcos-reflexos patológicos. fará com que outras articulações que participam da mesma função sofram uma sobrecarga funcional ou realizem uma hiperfunção. Qualquer repercussão local poderá influenciar tecidos que se relacionam direta ou indiretamente com ela. . Vamos supor que nesta situação tivéssemos um bloqueio dos ilíacos em rotação posterior provocada por uma tensão parcial dos mm. desta forma. Temos que nos lembrar ainda de que este sistema é todo interligado. que para a osteopatia significa uma articulação hipomóvel. sobre as zonas de hipomobilidade ou fixação articular. nutrir todo o sistema.Muitas vezes este ônus é a instalação de uma patologia. superfícies articulares) em sua função normal. Será um erro grave um osteopata aplicar uma manipulação sobre uma zona hipermóvel.Diminuição do jogo articular. cápsulas. restaurar a mobilidade articular. Toda vez que tivermos uma articulação hipomóvel. Neste exemplo. no organismo uma seqüência de disfunções que a osteopatia denomina CADEIA LESIONAL ADAPTATIVA. atuando. Vejamos um exemplo prático: Durante um movimento de pegar um objeto no solo. tratando as zonas de hipermobilidade. como o próprio nome sugere. 4o . . Para que este indivíduo conseguisse pegar o objeto no chão. de forma indireta.rotação anterior dos ilíacos. normalizar os tecidos. pois elas são conseqüências de uma hipomobilidade. o organismo não deixará de realizar funções biomecânicas. 10 . para que isto ocorra. Uma perda de função articular.Pele com presença de muito pêlo e acnes – sugere que o seguimento abaixo esteja hipomóveis. são regiões de muitas funções ou função exagerada e é natural que as patologias ocorram com maior freqüência.uma flexão da tíbio-társica. Pensamos que ao desbloquearmos. . compensando a perda da função dos ilíacos ao alcançar o seu objetivo mecânico. 2o .Presença de cordões miálgicos. Podemos entender melhor essa afirmação descrita anteriormente.uma flexão do joelho. teria que aumentar a flexão dos joelhos ou a flexão das vértebras lombares (hipermobilidade). em detrimento daquela que está bloqueada.Teste de mobilidade positivo. Cria. estamos. ocasionada por uma disfunção primária que é a restrição que iniciou todo o processo. ou seja. Já as zonas de hipermobilidade. Conceito de hipo e hipermobilidade articular Como vimos anteriormente o organismo se utiliza de todo um complexo articular para se mover e realizar suas funções biomecânicas. Entendemos também que as zonas de hipomobilidade são regiões assintomáticas. devolvendo a elas as funções normais. tem-se a idéia do conceito que faz criar no organismo as zonas de hipomobilidade e hipermobilidade que desenvolverão hipermobilidades nas articulações que forem submetidas a hiperfunções e desenvolver hipermobilidade naquelas articulações que forem impedidas por seus tecidos periarticulares (músculos. não são nestes locais que as patologias vão se manifestar. A osteopatia deve entender todo este contexto e ter como metas devolver as funções normais. . • Marcas morfofuncionais de uma hipomobilidade: .verticalização do sacro junto com uma flexão das vértebras lombares. 3o . mas utilizará mais de uma determinada articulação.Tecido subcutâneo enrijecido e hipomóvel (pouco jogo de pele sobre o local examinado). devolvendo desta forma ao organismo uma boa condição de se auto curar. A osteopatia atua. . que a denominamos articulação hipermóvel. Será um grande acerto manipularmos uma zona hipomóvel. diretamente sobre a articulação e também sobre os tecidos periarticulares que por ventura contribuam para o bloqueio. . a presença de estrias sugere que o seguimento ou articulação que estiver abaixo esteja hipermóvel. retroversão pélvica. escoliose etc. não for possível o abaixamento da cabeça umeral durante o movimento de abdução. . cifose dorsal. antipulsão do ombro. mas sabemos que existe e que faz parte das funções articulares. após quarenta anos de prática. Temos duas fisiologias articulares. desta forma. Antes de iniciarmos o estudo sobre a macro e a micro. “Encarei. que muitas vezes não podemos enxergar a olhos claros. 11 .. Microfisiologia articular São os movimentos acessórios ou micromovimentos existentes nas articulações. Imaginamos agora uma outra situação: se por uma disfunção de microfisiologia. ele também permite micromovimentos de anterioridade. Retornando a explicação inicial. Conceitos de macrofisiologia articular e microfisiologia articular O entendimento destes dois conceitos são indispensáveis para a compreensão da metodologia osteopática.Teste de mobilidade negativo. É fácil compreendermos esta relação.Na pele. flexão do punho etc. sobretudo. e também. o atrito com o ligamento córaco-acromial.Durante um movimento de abdução (macrofisiologia) ocorre em uma determinada angulação um abaixamento da cabeça umeral (microfisiologia) para que o trocânter maior do úmero e os músculos do manguito possam passar livremente evitando. confortáveis para um terapeuta. foi uma descoberta e uma perturbação em meu trabalho do dia-a-dia. posterioridade. a microfisiologia dos osteopatas e a função muscular. Nunca é agradável.• Marcas morfofuncionais de uma hipermobilidade: . Esta ambigüidade encontramos em todas as articulações do corpo e o que temos que entender é que elas se completam ou acontecem simultaneamente. adução. podemos. A macrofisiologia articular É utilizada para determinar as atitudes posturais tais como antiversão pélvica. inferioridade e superioridade da cabeça umeral com relação à glena. . É também utilizada para determinar os grandes gestos.Hipotonia seguida de flacidez.. (macrofisiologia dinâmica). Da mesma forma que um ombro realiza antipulsão. então. Exemplo: -Antiversão pélvica vista em um exame postural (fisiologia articular estática). Podemos observá-la através de exames osteopáticos específicos. observar no organismo dois tipos de fisiologia articular: a macro e a micro. notar que estávamos errados”. É a fisiologia estudada pela medicina tradicional.Aumento do jogo articular. devemos entender primeiramente o conceito de fisiologia articular que é o mesmo que função articular. (macrofisiologia estática). sob muitos pontos de vista.Não temos presença de cordões ou sensações de enrijecimento subcutâneo.Um movimento de extensão da coluna vertebral seguida de uma extensão do quadril leva a um movimento de antiversão pélvica (fisiologia articular dinâmica). abdução. Vejamos um exemplo na articulação do ombro: . Esta função articular pode ser observada de duas formas: estaticamente ou dinamicamente. E tudo isso abala as idéias bem estabelecidas. . . Também para mim. certamente teremos o confronto das estruturas do manguito com o ligamento córaco-acromial ou acrômio.Tecido subcutâneo hipermóvel. . Marcel Bienfait fez esse comentário em seu livro de Fisiologia da terapia manual ao tomar conhecimento da microfisiologia articular. É um fato.. retropulsão. um impedimento de um bom gesto de abdução. extensão do quadril. Está inserido nesse contexto rupturas cápsulo-ligamentares. fraturas.Este exemplo não tem a intenção de explicar toda a biomecânica da abdução. portanto uma antiversão pélvica.Sub-luxação (hipomobilidade) . for um osteopata. Portanto. É de grande importância para o terapeuta manual. Este mesmo indivíduo ao praticar esporte. tendinoses. uma alteração postural típica de macrofisiologia estática. mas somente ilustrar a interação entre a macro e a micro e como uma pode afetar diretamente na outra. Haja visto que entendemos as disfunções. Em 80% dos casos clínicos.Hipotonia Patologia do Tecido Conjuntivo (Fáscia.Tensionamento Patologia Neural: . Patologias de Parâmetro Menor Patologia Muscular (Tônus): . O que existe são conceitos e formas de trabalho diferentes. cápsula e ligamentos): . Vejamos a situação a seguir: . podemos tirar uma conclusão óbvia: não existe um método ou terapêutica melhor que outra. É preciso entender que. incapacidades e disfunções. sofre um traumatismo. cujo mecanismo é uma flexão da coxa direita. Lesão de Parâmetro maior e menor A lesão de parâmetro maior se caracteriza por uma lesão estrutural do tecido seguido de reação inflamatória. A osteopatia trabalha quase que exclusivamente com os conceitos de microfisiologia. como causas do aparecimento das patologias. Quando realizarmos uma avaliação.Restrição Mecânica Patologia Articular: . Essas lesões são utilizadas pela medicina convencional para determinar o diagnóstico das patologias. com abordagens diferentes. será fácil enxergar a macrofisiologia (antiversão pélvica). mas também podem ocorrer de forma independente. Estas duas fisiologias podem ocorrer simultaneamente. São detectáveis aos exames laboratoriais e radiológicos. osteoporose.Espasmo . aponeuroses. ou seja.Podemos ter um indivíduo que apresenta uma hiperlordose lombar.Encurtamento . É o principal elemento de trabalho de um osteopata. são totalmente independentes. musculares. As lesões de parâmetro menor têm como característica principal a manutenção estrutural do tecido e é a principal responsável pelas deformidades. deformações congênitas. pois podemos através de técnicas modificar e normalizar a condição patológica dos tecidos.Compressão . quando as fisiologias se apresentam em disfunções. patologias degenerativas (artrose. etc).Sensibilização . os sintomas são devido às disfunções de parâmetro menor. Passa desapercebido pelos exames laboratoriais e radiológicos. Este gesto poderá levar a um bloqueio posterior do ilíaco direito (microfisiologia articular estática) – lesão osteopática. para que possamos interferir adequadamente e corrigi-las.Hipermobilidade 12 . em muitos casos. que continuará existindo neste paciente. apesar da interação. sendo em grande parte ignoradas nos exames clínicos. mas será difícil enxergar a microfisiologia (lesão posterior do ilíaco).Hipertonia . Para a terapia manual e osteopatia é a principal responsável pela formação das patologias de parâmetro maior. Esta situação só é possível devido a existência de duas fisiologias diferentes que. a não ser que o examinador conheça a existência da microfisiologia. temos que fazer uma correlação com a clínica do paciente. pode acometer todos os tecidos e sistemas. São seus elementos conjuntivos: epimísio. A fibra muscular contrai-se sob influência do influxo nervoso derivado de seu motoneurônio. são extremamente diferentes.N. Na verdade.Neurofisiologia das Patologias de Parâmetro Menor do Tônus Muscular Músculos tônicos e fásicos É importante entendermos que existe no organismo uma divisão dos músculos em tônicos e fásicos. segundo Marcel Bienfait. hipotonias.Elasticidade: é uma função conjuntiva que determina a capacidade de estirar de um músculo. uma fisiologia normal. condição indispensável para a boa saúde do sistema músculo esquelético. São de controle involuntário. espasmos. que as fibras lentas e curtas participam da manutenção da postura. sobre músculos curtos. na prática. Fibras de coloração pálida. são inervados por axônios de condução rápida (alfa-fásica). isto quer dizer que os músculos fásicos participam ativamente dos movimentos de grandes amplitudes. É rápida como as fásicas e também muito resistente. portanto. fisiológico. restaurando a mobilidade articular e tecidual. formam esta categoria os músculos dos membros responsáveis pelos grandes movimentos. de estabilização. Isto significa. normalmente monoarticulares e antigravitários. fásica. São inervados por axônios de condução lenta (alfa tônicos) e sistema intrafusal nutrido por motoneurônio (gama estático).Tonicidade: é uma fisiologia totalmente independente.T. Os grandes músculos fazem parte desta categoria. No plano patológico. Estabilizam articulações tendo um papel que se aproxima de função ligamentar. devolvendo desta forma. É este grupo de músculos que fixa as peças ósseas ou bloqueia articulações. . Esta divisão é citada por vários autores e podemos encontrá-la em vários livros. mas. que levarão as tensões musculares.C. endomísio. hipertonias. Esta divisão se dá pelas diferenças existentes entre eles no plano estrutural. portanto. são os estiramentos musculares provocados pelos grandes gestos e as tendinites e tenossinovites provocadas pelo uso repetitivo dos movimentos. ou seja. Para os praticantes da terapia manual e osteopatia basta uma divisão realizada por Burke (1973) que diz: A) Unidades motoras fásicas (Dinâmicos) São formadas por fibras longas.Contratibilidade: cuja função é da fibra muscular ou miofibrilas. não são apenas quatro propriedades. perimísio. o que lhe confere uma alta capacidade oxidativa. em contrapartida. alta atividade A. etc. uma grande quantidade de tecido conjuntivo que encontramos entre suas fibras. Possuem controle voluntário.Excitabilidade: é a porção nervosa da fisiologia da unidade motora. patológico e também no plano terapêutico. regulando a condução nervosa e vascularização. apresentam uma velocidade de contração rápida. As técnicas manuais utilizadas pela osteopatia visam normalizar a neurofisiologia destes músculos. Em geral.T. sistema glicolítico pouco desenvolvido. e sim quatro fisiologias diferentes e totalmente independentes. bandas Z e os tendões. Na prática. . fásica e um sistema glicolítico altamente desenvolvido com pouca quantidade de mitocôndrias que dão ao músculo uma baixa capacidade oxidativa. as afecções que mais acometem este tipo de músculo. fazendo com que ocorram as lesões osteopáticas ou disfunções somáticas. 13 . Fisiologia neuromuscular Os músculos apresentam 4 propriedades bem definidas: . nestes músculos. isto é. que pode aumentar proporcionalmente a solicitação estática que lhe forem impostas. . B) Unidades motoras estáticas Esses músculos são formados por fibras curtas. Nas patologias. mas não conseguem uma boa performance quando tratamos de manutenção postural ou estabilização articular estática. Por esta razão observamos. as afecções que mais acometem esses músculos são os distúrbios de tônus ocasionados por aferências ou eferências facilitadas. Estas qualidades fazem com que os músculos dinâmicos tenham uma alta potência na execução dos movimentos. fasciais. controlada pelo S. As fibras apresentam coloração avermelhada. qualidade que permite a este grupo uma grande capacidade de resistência à fadiga. o fazem ter uma pequena resistência à fadiga. uma tendência muito grande a desenvolver fibroses. contendo muitas mitocôndrias. mais rara e intermediária entre as duas primeiras. que são os elementos contráteis. C) Ainda temos uma terceira categoria. com lenta atividade A. de contração lenta. sede. Se este estado se mantiver por período relativamente longo.Uma hiperatividade gama (distúrbio da tonicidade) influenciará o fuso neuromuscular. que afetará de forma a estimular o motoneurônio alfa (distúrbio de excitabilidade). Tomemos como exemplo uma situação onde isso ocorre: . distinguem-se três categorias de receptores: Exteroceptores. ligamentos e cápsulas articulares. Classificação fisiológica dos receptores sensoriais Proposta por SHERRINGTON. As Aferências e Eferências do Sistema Nervoso São as vias pelas quais o sistema nervoso transmite informações de sua periferia para o centro (SNC) e.Nelas encontraremos todos os elementos necessários para que os músculos se mantenham saudáveis ou não. também. Com base nesses critérios. basta uma das fisiologias se desequilibrar. que por sua vez. As vias que levam informações da periferia para o centro (SNC) são denominadas vias aferentes. luz e som. esta classificação leva em conta sua localização e a natureza dos elementos que as atingem. etc. tendões. B – Os Interoceptores Localizam-se nas vísceras e nos vasos. Qualquer que seja a patologia teremos necessariamente uma alteração em pelo menos uma dessas propriedades. dor visceral. Dão origem a diversas formas de sensações viscerais como a fome. A – Os Exteroceptores Localizam-se na superfície externa do corpo. pressão. o prazer sexual. Partindo deste princípio. instalando um espasmo. fará com que o músculo se contraia (distúrbio de contratibilidade). Apesar dessas fisiologias serem diferentes e independentes. frio. instalando um processo de encurtamento ou fibrose. influenciando uma peça óssea e causando uma lesão osteopática. As vias que levam informações do centro (SNC) para a periferia são chamadas vias eferentes. do centro para sua periferia. Interoceptores e Proprioceptores. o tecido conjuntivo pode se densificar (distúrbio de elasticidade). através de seus influxos nervosos. Como vimos no exemplo acima. São estimulados a partir de uma deformação 14 . elas relacionam-se entre si para manter as funções musculares. onde são ativados por agentes externos como calor. Isto equivale dizer que qualquer alteração em uma delas afetará a outra. que certamente comprometerá as outras. C – Proprioceptores ou Mecanorreceptores Localizam-se nos músculos. podemos afirmar que a saúde dos músculos depende da saúde das suas quatro fisiologias. tato. Se quisermos curá-los temos que entendê-las. Os terminais pré-sinápticos estão localizados em sua maior parte nos dendritos. As mitocôndrias fornecem ATP. Paccini.. que são projeções finas que se originam do soma. o que é inibitório. podemos entender perfeitamente os mecanismos que levarão a uma lesão osteopática. um axônio único. encontramos a fenda sináptica. Antes. ácido gama-aminobutínico (Gaba). temos: Ruffini. temos as duas extremidades do fuso que equivalem a suas porções motoras. que estão presentes nos tecidos periarticulares. Cada fibra intrafusal é. Em seguida. etc. de abordarmos o fuso neuromuscular. respectivamente. poderemos ter um segmento facilitado em nível medular. formada de tecido conjuntivo. Uma sinapse é formada basicamente por três partes: Terminal pré-sináptico. Quando um potencial de ação se propaga sobre um terminal pré-sináptico vindo de algum receptor sensorial aferente. provocam abertura dos canais de potássio. Isto equivale dizer que toda vez que estimularmos um fuso provocaremos um estado de facilitação ou uma contração muscular reflexa. e os dendritos. poderão inibir ou excitar o neurônio pós-sináptico. que se estende do soma em direção ao nervo periférico. Logo após o terminal pré-sináptico. uma vez na fenda sináptica. a despolarização da membrana causa o esvaziamento das vesículas no interior da fenda sináptica e o transmissor liberado causa. A sua parte central equivale à área sensorial do fuso. Isto eqüivale dizer que toda vez que acionam o órgão tendinoso de Golgi. por sua vez. porém. vai levar a fibra nervosa ou muscular a um estado de contração ou de facilitação. Através do seu conhecimento. Ficará mais difícil de obter uma contração neste estado. Recebem este nome por pertencerem ao fuso. que são substâncias positivas. Isso permite a difusão rápida de íons potássio carregados positivamente para fora do neurônio pós-sináptico. temos uma porção central. etc. faremos uma revisão nas estruturas de uma sinapse e sobre suas substâncias neurotransmissoras. Sinapse refere-se a uma região de comunicação entre neurônios. dependendo das características dos seus receptores. Já o órgão de Golgi é um receptor que possui em seu terminal pré-sináptico substâncias inibidoras como glicínia. de forma a estarem em paralelo com essas fibras. na verdade. norepinefrina. Dentre os vários tipos de receptores proprioceptivos. fenda sináptica e neurônio póssináptico. quando liberadas na fenda sináptica. 15 . Desta forma. assunto importante para o entendimento de todo o processo neurofisiológico muscular. Para osteopatia. o fuso neuromuscular tem uma importância capital. Essas fibras intrafusais estão ligadas às fibras dos músculos esqueléticos denominados fibras extrafusais. como acetilcolina. um em cada extremidade das fibras. aumentando a negatividade intracelular. Anatomia e fisiologia das sinapses Um motoneurônio típico é composto de três partes principais: o soma. um músculo digástrico de pequeno calibre. Também aumenta a condutância de íons cloreto carregados negativamente no interior do neurônio pós-sináptico. que uma vez no meio intracelular. que. Corpúsculo de Golgi. Estrutura do Fuso Neuromuscular (FNM) Cada fuso é construído por uma dezena de pequenas fibras musculares esqueléticas denominadas fibras intrafusais. e uma pouca quantidade sobre o soma. que por sua vez poderá afetar vários tecidos ou órgãos através de uma eferência perturbada. ponto no qual um estímulo passa de um neurônio a outro. O órgão tendinoso de Golgi e o fuso neuromuscular se encontram presentes nos tendões e ventres musculares. Possuem em seu interior duas estruturas importantes: as vesículas sinápticas e as mitocôndrias. em especial. Esses receptores aferentes são extremamente importantes para osteopatia. Entre eles. modificações na permeabilidade da membrana pós-sináptica que levará a uma excitação ou inibição do neurônio ou do músculo. que corresponde à parte tendinosa de um músculo digástrico. O fuso neuromuscular é um receptor que faz sinapses essencialmente excitatórias. Mazzoni. seus influxos farão com que ocorra a sinapse inibitória nervosa ou músculo-nervosa. têm a capacidade de abrir os canais de Na+ e Ca+. que serve para a síntese de substâncias transmissoras.mecânica. temos a membrana pós-sináptica. que faz parte do neurônio pós-sináptico. As vesículas sinápticas contêm substâncias transmissoras que. Através de estímulos originados por eles. o que vai levar a um estado de inibição muscular. que é o corpo do neurônio. Substâncias excitatórias. o que também é inibitório. que possui dois ventres musculares. dependendo da origem de seu receptor. o fuso muscular é considerado um mecanorreceptor. ativando a área sensorial do fuso. Resposta das terminações primárias e secundárias ao comprimento do receptor Como vimos anteriormente. influenciando muito pouco a resposta dinâmica. o que torna a resposta estática maior. que poderá ser um estiramento (estímulos excitatórios) ou uma aproximação de suas inserções (estímulos negativos ou inibidores). devido ao seu aspecto se assemelhar a um buquê de flores. Elas também envolvem o fuso da mesma maneira que a anterior. mais especificamente do tronco cerebral. onde os fusos não possuem elementos contráteis. como veremos mais adiante. 2) Em cadeias nucleares – possuem os núcleos alinhados em cadeia ao longo da área receptora. como já 16 . Segundo. Esses dois tipos diferentes de resposta do fuso neuromuscular são extremamente importantes para os diferentes tipos de controle muscular. que são: Terminação primária e terminação secundária. portanto a resposta dinâmica do fuso torna-se tremendamente aumentada. Obs. O motoneurônio gama inerva as fibras intrafusais dos fusos neuromusculares. B) Terminação secundária Geralmente se encontra em um dos lados da terminação primária a fibra sensorial do tipo II com diâmetro bem menor. ocorrerá um aumento na freqüência de disparo e conseqüentemente. Estirando-se os fusos neuromusculares. A) Terminação primária (do tipo Ia) Na parte mais central da área receptora. Isto quer dizer que ele será ativado a partir de uma deformação mecânica. portanto. Esta terminação também é chamada de terminação em buquê. transmite sinais para níveis mais elevados do sistema nervoso central. são denominados de eferentes gamas. onde faz uma sinapse com o motoneurônio alfa. A terminação primária inerva tanto as fibras com saco nuclear como as fibras com cadeia nuclear.Porção central do fuso ou área sensorial Esta região receptora do fuso muscular está localizada na sua parte central. são encontrados dois tipos de terminações sensoriais. Inervação motora do fuso Vindo de centros superiores. desce pela medula anteriormente na substância cinzenta. que é responsável pela inervação das fibras musculares esqueléticas. deformará (provocará um estiramento). que por sua vez. Acredita-se que esses sacos contêm substâncias neurotransmissoras e fazem parte da especialização do fuso em suas respostas reflexas dinâmicas e estáticas. Uma descarga deste motoneurônio acarretará na contração das fibras intrafusais. Há dois tipos de área sensorial nos fusos: 1) Com bolsas nucleares – grande número de núcleos está congregado no interior de um saco expandido na porção central da área receptora. A resposta estática é muito pouco afetada. Essas vias aferentes sensoriais entram na medula pelas raízes sensoriais posteriores e seguem dois caminhos distintos: primeiro um ramo do nervo sensorial termina na substância cinzenta. Na área receptora do fuso. • Gama estático (gama e) Excita principalmente as fibras fusais em cadeia nuclear. Os nervos motores gama podem ser divididos em dois tipos diferentes: • Gama dinâmico (gama d) Excita principalmente as fibras intrafusais com saco nuclear. uma grande fibra sensorial envolve circularmente a região central do fuso e transmite impulsos em alta velocidade de condução. a níveis das fibras secundárias que reagem muito pouco com este tipo de situação. tanto as fibras sensoriais primárias tipo Ia. portanto. muito excitáveis. Presentes em toda substância cinzenta da medula. Enquanto que o encurtamento do fuso diminui essa freqüência de estímulos. Porém eles não estão sozinhos. Gama) e os interneurônios Os motoneurônios alfa e gama presentes na substância cinzenta da medula formam a eferência do SNC para os músculos esqueléticos. Os interneurônios são pequenas células. quando o estiramento é interrompido. damos o nome de resposta estática do fuso ou capacidade de adaptação lenta do fuso. levará a um estado de facilitação ou até mesmo de despolarização na sinapse. não representasse mais perigo algum ao músculo e que já não era mais necessário ficar ligado. que é seu papel. que voltam a uma condição extremamente baixa. ou para de crescer com relação à sua intensidade e é mantido. Esses comportamentos (dinâmicos e estáticos) são extremamente importantes para a clínica osteopática e podemos observá-los na forma de manifestação fisiológica dos receptores. temos como objetivo romper os reflexos patológicos.O alongamento de todo o músculo causará estiramento da região média do fuso. Quando aplicamos as técnicas manuais osteopáticas. É como se o sistema de defesa do músculo (fuso) interpretasse que aquele estiramento. mandando influxos até que estes cheguem a níveis extremamente baixos. ou seja. como as secundárias tipo II. que são chamados de reflexos. Desta forma os fusos podem enviar à medula espinhal sinais positivos. com estiramento. Podemos ter duas formas de comportamento do fuso ao ser estirado: resposta dinâmica e resposta estática. que é proporcional a intensidade e velocidade do estímulo. observamos que. À medida que o estímulo para de aumentar. por via reflexa teremos uma contração muscular. Os motoneurônios anteriores (Alfa. e sinais negativos. A razão desta citação está na importância de mostrar como um impulso que possa ser dirigido para um determinado nervo pode acabar interferindo um outro sistema nervoso. Duas possibilidades existem para estirarmos a porção central do fuso.vimos. No entanto. Toda vez que estiramos o fuso de maneira brusca e rápida há um aumento de influxo através das fibras sensoriais tipo Ia. 1. Isto tem uma implicação prática bastante interessante para entendermos os arcos reflexos que vamos estudar. gerados por encurtamento. e desta forma controlar e proteger o músculo. começa a diminuir seus influxos. devolvendo aos tecidos ou à articulação as suas funções neurais e mecânicas normais. que fazem conexões entre si e muitas delas inervam diretamente os motoneurônios anteriores. descarregam proporcionalmente ao estiramento. que não serão abordadas neste livro. encontramos os interneurônios. 17 . também cessam os influxos das fibras sensoriais do fuso tipo Ia. Este sistema é responsável por muitas funções integrativas da medula espinhal. Isto que dizer que o fuso reage rapidamente ao estiramento de sua porção central. gerados por estiramentos. ocorrerá uma excitação do receptor. com encurtamento de suas fibras. e de forma negativa. Resumo geral da estrutura do fuso e seu funcionamento Um fuso é estimulado a partir da deformação de sua área central de forma positiva. Resposta estática do fuso Acredita-se que este comportamento deve-se às fibras sensoriais do tipo II ou terminação sensorial secundária e acontece nas fibras em cadeias nucleares dos fusos. A esta forma de comportamento. observamos que as fibras primárias tipo Ia cessam imediatamente e cai a níveis extremamente baixos de influxos e a fibra secundária tipo II. permanecendo por um longo período tempo. o alfa para os músculos esqueléticos extra-fusais e o gama para os músculos esqueléticos intrafusais. Quando a porção receptora do fuso muscular é estirada lentamente. ou seja. através dos interneurônios o sistema alfa e gama se relacionam. Resposta dinâmica do fuso Ela se deve ao comportamento da fibra sensorial tipo Ia ou terminações sensoriais primárias e acontece nas fibras em saco nucleares dos fusos. mas de uma forma bastante lenta e gradativa. como resposta reflexa. que se traduz em espasmos musculares mantidos. tanto de estiramento como de encurtamento. que faz proporcionalmente as fibras sensitivas primárias mandar influxos para medula e. da mesma maneira que as 18 . desencadeando uma contração. através da sinapse com motoneurônios alfa. um fuso vai agir de forma reflexa na medula espinhal. desencadear uma forte contração muscular em resposta. dá-se o controle muscular. Também terão o mesmo comportamento que as sensoriais tipo II. como vimos anteriormente. A principal diferença entre o órgão tendinoso de Golgi e o fuso é que o fuso muscular detecta o comprimento do músculo e suas alterações e o órgão tendinoso de Golgi detecta a tensão muscular. regulando seu comprimento e tensão. Uma vez excitado. As técnicas funcionais se utilizam da ação reflexa negativa para conseguir descarregar os fusos e quebrar o arco reflexo patológico. Também diminuimos a qualidade (tonicidade) para melhor agirmos na qualidade (elasticidade) – já que não teremos um protetor (tônus reflexo) que nos impeça de chegarmos até os elementos elásticos dos músculos. Obs. Na prática isto equivale a dizer que toda vez que aproximamos as inserções de fuso ou encurtamos as inserções de um músculo os seus fusos diminuirão a descarga proporcionalmente ao encurtamento. o fuso avisa o SNC através de um estímulo inibitório máximo. das fibras eferentes alfa. as funções musculares e articulares. que aumentam os influxos através dos neurônios sensitivos primário e secundário. do autor: Este mecanismo possibilita realizar um exercício de estiramento mantido (alongamento) ou estiramentos repetidos sempre com a mesma intensidade e ritmo (técnica de stretching) para abaixar a descarga do fuso. enquanto o estímulo estiver aumentando teremos. À medida que o tempo passa. Os sinais no órgão tendinoso de Golgi são transmitidos por fibras nervosas do tipo Ib e. Assim. Consistem em fibras nervosas sensitivas aferentes do tipo Ib. da mesma maneira que o reflexo de estiramento positivo se opõe ao seu alongamento. já que elas fazem sinapses. por sua vez. O impulso gerado pelo fuso caminha através das fibras sensoriais. Ao mantermos um estiramento. que ativam o sistema alfa. Órgão tendinoso de Golgi São receptores sensoriais que possuem fibras encontradas na junção dos músculos com seu tendão. o efeito verificado é exatamente o oposto ao observado pelo estiramento. normalizando desta forma. uma excitação do receptor. que faz contrair as fibras intrafusais. ao início haverá uma contração reflexa deste músculo. estiram as áreas sensoriais. normalizando o excesso de descarga que pode ser a causa de um arco reflexo patológico. A contração das fibras intrafusais pelas fibras motoras gamas causará estiramento da porção central do fuso e. observamos um comportamento gradativo e decrescente das fibras sensoriais tipo II e. Na prática se formos alongar um músculo e mantivermos um estado de estiramento constante. que descarrega sobre a placa motora dos músculos esqueléticos. por sua vez. Desta forma. Reflexo de estiramento negativo Quando um músculo é encurtado. uma contração muscular proporcional. proporcional à intensidade do estiramento.2. As fibras sensoriais diminuem seus influxos proporcionalmente ao encurtamento e conseqüentemente teremos uma diminuição na contração muscular reflexa. Nesta condição podemos observar de uma forma dinâmica e estática. desencadeando uma contração. por via reflexa. o reflexo de estiramento negativo se opõe ao encurtamento muscular. ativa o sistema gama. cessa imediatamente a ação reflexa de contração. e este. ou seja. Reflexo de estiramento dinâmico O reflexo de estiramento dinâmico é desencadeado a partir de uma deformação brusca da área sensorial do fuso. conseqüentemente. Esta é a descrição e o mecanismo do reflexo de estiramento ou reflexo miotático descrito por Sherrington. Reflexo de estiramento estático Observamos este reflexo durante um estiramento mantido do fuso e conseqüentemente do músculo esquelético. Quando chegamos a limites extremos deste encurtamento. que por sua vez fazem uma sinapse excitatória com o motoneurônio alfa na medula. Assim que cessar o estímulo. conseqüentemente. o fuso vai se descarregando lentamente até chegarmos a níveis bem baixos. Este reflexo termina assim que o estímulo parar de subir. Estas. desta forma observaremos também uma perda gradativa e decrescente de contração muscular. vamos encontrar um músculo extremamente forte e o chamaremos na osteopatia de um músculo hipertônico. Na prática. com suas fibras intrafusais e extrafusais estiradas. por exemplo. na prática osteopática. Porém. A falta de O2. significa que ao encontrarmos um espasmo sempre teremos uma hipertonia antagonista. Este músculo em hiperatividade gama será extremamente débil ao teste de força. haja visto que possui atracamento importante dos miofilamentos. que denominamos espasmo. pode influenciar o sistema gama estático que. provocando dor. dificultando. que vem através do sangue para o músculo. como relaxamento muscular. dificultará o desatracamento dos miofilamentos de miosina e actina. vai manter uma contração das fibras intrafusais. É que quando estimulamos um Golgi por um aumento de tensão muscular (contração muscular). o que lhe confere uma debilidade aos testes de força quando for solicitado . O fuso estará descarregando excessivamente e conseqüentemente o mesmo acontece com os motoneurônios alfas. os sinais são transmitidos para medula espinhal para causar efeitos reflexos no próprio músculo estimulado. A lesão osteopática acontece devido a um arco reflexo patológico e as técnicas empregadas têm a função de normalizar essa ação reflexa patológica. será um músculo capaz de interferir na mobilidade dos ossos. As miofibrilas não estarão atracadas. Todas estas condições são favoráveis a uma contração muscular vigorosa e quando solicitamos este músculo em um teste de força. e o subproduto do metabolismo anaeróbico são substâncias tóxicas como ácidos. a importância clínica deste reflexo para os osteopatas é que as técnicas de músculo energia e as técnicas miotensivas se utilizam dos reflexos propiciados pelo Golgi para alcançar objetivos terapêuticos.: Quando este estado de espasmo bloqueia um movimento ósseo. Toda esta fisiologia discutida até aqui é extremamente importante para os praticantes de osteopatia. pois nessa situação ele não terá nutrientes. Esta situação é capaz de desequilibrar a mecânica normal das articulações e quando ocorre na pelve (sacro-ilíaca) e na 19 . Veremos melhor este mecanismo nas descrições das técnicas osteopáticas. Um músculo espasmado estará em um processo isquêmico. o que acarretará um déficit vascular para o seu ventre. a interferência via reflexos do órgão tendinoso faz com que o músculo sofra relaxamento instantâneo. é necessário ATP aeróbico. A falta de ATP aeróbico faz com que o músculo lance mão de suas reservas anaeróbicas por obtenção de ATP. Este músculo. Isto. Da mesma forma que no fuso. instalando o que os osteopatas classificam de lesão osteopática ou disfunção somática vertebral. Esta. Essas substâncias ocasionam nos músculos um estado de hiperpolarização.fibras primárias do fuso. o atracamento dos miofilamentos se manterão. teremos um músculo com uma capacidade diminuída de resistir a fadiga durante uma solicitação mecânica. por sua vez. se essas reservas forem insuficientes. Por exemplo. que certamente farão com que os motoneurônios alfa descarreguem da mesma forma criando um estado de contração mantida. amônia. pelo contrário. inteiramente inibitório. Este déficit vascular provoca uma anóxia tecidual. estará em um processo de anóxia e toxemia. Este reflexo evita que a tensão do músculo se torne excessiva de tal modo que. pois para que isso ocorra. possibilidades de deslizamento entre os miofilamentos. por toda essa circunstância mencionada. proporcionará aos seus antagonistas um estado de estiramento por conta da posição óssea. através de seus influxos. a contração do músculo. ou seja. ou seja. etc. um movimento brusco que causa um estímulo elevado do fuso. Fisiopatologia do espasmo muscular Um espasmo muscular é originado por uma hiperatividade gama mantida. Estas substâncias ativam receptores livres. O reflexo patológico mantido poderá ter origem no SNC ou através de mecanismos externos. e ainda não terá condições estruturais. Aqui está o fato que mais interessa em termos de osteopatia. Obs. Este músculo antagonista estará em sofrimento de estiramento. quando esta tensão chegar a limites extremos. estarão mais afastadas do que as de um músculo em estado normal. elas transmitem influxo para a medula e também para áreas centrais distantes. radicais livres. trazendo para si ou em sua direção as peças ósseas. a sinapse com motoneurônio alfa libera substâncias inibitórias como vimos anteriormente. também no golgi podemos observar uma resposta dinâmica e estática. Este é o mecanismo pelo qual uma vértebra perde parâmetros de sua mobilidade normal. no entanto. Diante desses fatos. desta forma. que ao chegar na substância cinzenta. Na prática significa que o meio intracelular ficará com um aumento de cargas negativas. Esse reflexo é. estira a porção central do fuso. através dos interneurônios. gerando no nível das fibras sensoriais de forma constante influxos aumentados. na periferia. instalando-se encurtamentos musculares e até mesmo a fibrose. propiciando condições favoráveis ao aparecimento de patologias.Satélite: é um ponto hipersensível na musculatura ou na fáscia. ou um estado de excitação anormal dos metâmeros. através das eferências anormais que estes seguimentos produzirão. por encurtamento ou tensionamento. Não pode ser ativado como resultado da atividade de um outro PGM em outra musculatura. uma perda da capacidade elástica desses tecidos. Como já vimos anteriormente. formada pelo motoneurônio alfa.Secundário: ponto hipersensível na musculatura ou na fáscia. Da mesma forma. Pode apresentar as demais características descritas para o ponto gatilho ativo. com respeito ao músculo que contem um PGM primário. isso trará repercussões a distância. com o passar do tempo. cápsulas. ou seja. por possuírem mais de uma placa motora. e também todos os princípios de ação das técnicas utilizadas por esses profissionais para a normalização deste sistema. . Pode ser ativado a partir de um PGM primário.Latente: zona ou ponto hipersensível localizado no músculo ou na fáscia. Este padrão de dor é especifico para cada músculo. e de forma espontânea referem padrão de dor em repouso ou em movimento. componentes vasculares. que pode estar associado ao uso repetido e intenso da musculatura esquelética. Toda essa fisiologia é imprescindível e se torna indispensável ao praticante de osteopatia. que são áreas de acúmulo de influxos facilitadores proporcionados pela proximidade da placa motora. neste caso estamos nos referindo ao ponto gatilho miofascial (PGM). Deve ser distingüido do ponto gatilho secundário. que pode chegar a ativar-se porque o músculo está localizado dentro da zona de referência de outro PGM. Patologias de Parâmetro Menor do Tecido Miofascial O tecido fascial pode ser acometido de duas formas em parâmetro menor. . produz uma limitação da extensibilidade máxima do músculo e também é débil. que denominamos de lesões osteopáticas. encontraremos esta situação nos músculos hipertônicos. A outra forma de encurtamento que encontramos no tecido conjuntivo ocorre devido a uma exposição mantida desse tecido em encurtamento devido às deformações posturais 20 . vísceras. Ponto Gatilho Miofascial A definição de um ponto gatilho é um ponto hipersensível em um tecido. que são dolorosos à palpação sobre esse ponto. provocando desta forma. Desta forma. etc. A manutenção de um estado de espasmo poderá. No encurtamento ocorre uma densificação do tecido conjuntivo que se caracteriza por um aumento das fibras colagenosas e diminuição do fluído. ossos. ossos. Com freqüência produzem alterações vegetativas especificas e referidas geralmente nas zonas de dor. apresentam uma sensação de rebote e endurecimento a palpação seguido de dor. produzirá seguimentos facilitados. Classificação dos PGM . que pode ser ativado por um sobre-uso crônico ou agudo de um músculo. A distribuição dos influxos na fibra muscular se dá em forma de caracol. Um ponto gatilho ativo é sempre sensível. Isto explica porque no local da junção mioneural temos mais influxos do que nas fibras mais afastadas. todos os músculos espasmados têm um ou vários trigger points. levar a uma estruturação (encurtamento. Desta forma. em músculos. . perda de elasticidade) do tecido conjuntivo.Primário: ponto hipersensível dentro de uma banda de musculatura esquelética tensa. É o local que este motoneurônio se relaciona com o músculo.Ativo: zonas hipersensíveis na musculatura ou na fáscia. poderá ocorrer desorganização de todo o sistema músculo esquelético. . Não produz dor espontânea e é doloroso somente a palpação. Podemos ter um ponto gatilho em ligamentos. Formação de Ponto Gatilho O músculo espasmado apresenta ainda ponto gatilho (trigger points). que quando é pressionado mostra maior sensibilidade do que as zonas adjacentes e pode dar dores referidas. Nela estão embutidos todos os mecanismos que levarão aos distúrbios neuro-músculo-esqueléticos.coluna. tecidos cicatricial e etc. ligamentos. porque o músculo é submetido a um sobre-esforço como sinergista ou antagonista suportando uma tensão maior do que o normal. Normalmente se encontra de forma antagônica ao encurtamento. O tensionamento é ocasionado pelo estiramento excessivo do tecido conjuntivo. Patologias de Parâmetro Menor do Tecido Neural O tecido neural pode ser acometido de três formas em parâmetro menor. quando se põe a faceta em sofrimento. Aumenta na anteflexão que retropulsa o disco. DOR LIGAMENTÁRIA: A dor aparece quando o local é mantido na posição por muito tempo e também no final das amplitudes articulares.Segundo Cyriax existem características dolorosas próprias: 21 . aumentam os sintomas com a pressão sobre o nervo. centrada sobre a vértebra concernida. membros cansados e pesados. diminuição dos fluídos e conseqüentemente perda da capacidade elástica tecidual. o que muitas vezes resulta em desconforto e dor ao paciente. défict muscular crônico. alterando a mecânica normal do corpo e gerando vícios posturais. A dor é descrita como em queimação. a dor geralmente é surda.Esta dor aparece imediatamente em latência não consegue amortizar as pressões. Isto gera assimetrias e impossibilidades mecânicas. uma dor da faceta articular lombar se manifestar durante os movimentos de F/E ou de S e R homolateral. de um lado temos um espasmo e do lado antagônico encontraremos uma hipertonia. escolioses. apenas restringe a mecânica normal. Ex: cifose. e até mesmo o tecido neural. sensibilização ou restrição mecânica. São responsáveis em grande parte pelas alterações posturais segmentares. A dor obedece o trajeto do nervo. Aumenta com a defecação que aumenta as pressões abdominais e intra-discal. diminuição dos reflexos. Sempre devemos ter em mente que ao encontrarmos um encurtamento fascial encontraremos no lado antagônico sofrimento tensional do tecido conjuntivo. Patologias de Parâmetro Menor Articular Incapacidade de um sistema articular funcionar adequadamente em uma ou mais direção.ou posições viciosas dos ossos. Ocorre igualmente uma força tensil sobre as inserções e uma adaptação do tecido conjuntivo a essa posição. Manifestação Clínica dos Tecidos DOR ARTICULAR: É uma dor óssea precisa. sem desencadear sintomas. Em caráter específico na função das articulações lesionadas. Se manifesta com uma limitação de movimentos nos testes de provocação neural. Pode estar envolvido nessa incapacidade tecido muscular. Está associada ao edema intra-neural e irritação do nervo nervorium. Isto faz com que ocorra uma densificação conjuntiva que se caracteriza pela diminuição do número e tamanho do sarcômero. por compressão. devido ao encurtamento do tecido conjuntivo neural. Se produz depois de um período de latência de 10 minutos a 1 hora. É desencadeada com movimentos que coloque o tecido sobre tensão. fascial. parestesias. que também é um estado de tensão. Aumenta no final do movimento quando chega a barreira óssea. DOR DISCAL: É uma dor aguda que se manifesta principalmente quando o corpo está sobre pressão da gravidade (posição de pé ou sentado: sentado retropulsa o núcleo para trás e põe em tensão o LCVP). Esses dois fatores acima citados são importantes pois podem determinar posições viciosas dos ossos e articulações. Podemos fazer uma analogia com as alterações de tônus muscular. Está associada a diminuição da condutibilidade nervosa. formigamentos crônicos. Os sinais clínicos da sensibilização são: dor neural aguda que aumenta com o estiramento do nervo. lordoses. A restrição mecânica não apresenta características dolorosas observadas acima (compressão e sensibilização). A compressão tem como sinais clínicos dor neural crônica. Os encurtamentos fasciais provocam alterações esqueléticas aproximando as peças ósseas. Padrão Neural: Dor irradiada ao longo do tecido neural. A dor aumenta com certos movimentos do tronco e quando é provocado.Desaparição das interlinhas articulares Anatomia de cada um dos elementos constituintes A) Radiografias estáticas 1. nervo raquídeo.Ligamento Interespinhosos: é responsável por dores na F mantida e ao endireitar-se. . Estes ligamentos podem apresentar dores referidas devido aos reflexos segmentários.Proliferação óssea . DOR VISCERAL: A dor projetada não aumenta com movimentos e obedece ao ciclo circadiano e da função visceral. Estudo da morfologia . descrevendo o seu trajeto com o dedo. O sofrimento da parte inferior do sulco provoca uma ciática tipo S2.Desaparição (câncer) .Indicam carga cálcica menor (osteoporose.Cápsula inter-apofisárias: são responsáveis pelas dores lombares unilaterais quando sentam do lado lesado. A ciática depende da parte ligamentária posta em tensão: A parte superior do sulco provoca uma ciática tipo S1.Padrão Articular: Dor centrada.Fraturas ( afastamentos) . Espasmo: quando as fibras de actina e miosina estão no máximo de suas contrações ocorre uma liberação de toxinas devido ao uso do sistema anaeróbico. A dor que se sente é descrita como surda ou difusa. A zona somática dolorosa não apresenta uma disfunção importante.Ligamentos SI: São responsáveis por dores tipo ciáticas localizadas no glúteo e face posterior do músculo. buscando algo que desperta a nossa atenção (anomalia anatômica) 1. precisa e localizada no teste de mobilidade. • Análise global.Destruição óssea .Transparência (osteoporose) . 2. . DOR NERVOSA: A dor de origem nervosa (raiz. . na contração muscular.Padrão Miofascial: Dor ao longo do tecido acometido em forma de “repuxe” com tecido sobre tensionamento. tornando-o fraco com a resistência diminuída de força muscular e possui uma barreira elástica. . .Erosão (infecção. Hodgkin. tumor) Zonas escuras: .Localizada no segmento ósseo indicam osteocondensação (infecção. A dor na F e S contralateral. Definição dos Padrões de Dor com Teste de Mobilidade Global . do tipo de contração muscular. ANÁLISE RADIOLÓGICA Análise radiológica • Descartar contra-indicações e dar informações Osteopáticas. Corpo vertebral .Localizada na interlinha articular indicam excesso de pressão (artrose e fixação articular) . reumatismos) .. Esta dor na S-R homolateral. radicular.Trocam de perna com freqüência para melhorar a dor. nervo periférico) é descrito pelo paciente como filiforme. Podem provocar dores projetadas tipo ciáticas. Provoca dores em barra e dores sobre a linha média raquídea.Aumento da densidade (vértebra de marfim.Ligamentos Sacro-ciáticos: são responsáveis por dores tipo radicular que irradiam para a região do tornozelo e panturrilha (ciatalgia S2) DOR MUSCULAR: A dor se manifesta no movimento. Paget – osteocondesações) 22 .Ligamento Ílio-lombares: A dor é na lateral lombar.Estudo da densidade Zonas claras: . osteolise). .Anomalias congênitas . câncer) .Densidade mais importante (tumor.Hipermobilidades . rotação e látero flexão isolada.Rigidez em látero flexão de um ou vários níveis vertebrais .Fixações articulares . 10.Anquilose (Pott. Alinhamento do corpo vertebral de frente .Instabilidade em casos de entorse . pelvisespondilite reumática) .Anterolistese (espondilolistese) 9.Mais densos (tumores osteocondensantes) .Bocejo discal antero-posterior 2.Lordose. reumatismos) 2.Fraturas (espondilolistese) .Hérnias intraesponjosas (Scheurman) 3. reumatismo. Apófises articulares posteriores . Alinhamento dos corpos vertebrais em perfil .Flexão / Extensão isolada de uma vértebra 8.Hipermobilidade e zonas de rigidez . cistos.Bocejo (hérnia discal. abscessos.Fixações articulares .Flexão / extensão isolada de uma vértebra . Alinhamento da parede posterior do corpo .Ângulo discal .Pinçamento (artrose) . Apófise espinhosa e transversa .Sindesmofitose (pelvisespondilite reumática) . retração muscular).Fraturas 5.Calcificação da cápsula (pelvisespondilite reumática) . Exames de perfil: .Retrolistese (afecção discal) . Pedículos .Desaparição (câncer osteolítico primário e secundário) 6.Pinçamentos (artrose) . Exames de frente em látero – flexão .. Sombras em tecidos moles .Fraturas .Bocejo discal com ausência de báscula vertebral (hérnia discal) 23 .Geodas (câncer.Desaparecimento (laminectomia) 7.Destruição (infecção. B) Radiografias Dinâmicas 1. protusão discal) . Espaço disco somático . Lâminas .Desaparição (câncer) 4. cifose .Esclerose. 4. para restaurar a função articular. Técnicas de tensão mantida Este tipo de técnica utiliza os princípios das técnicas de Thrust. O princípio geral destas técnicas é ir ao sentido da restrição de mobilidade (sobre um ou vários parâmetros restringidos) para romper aderências e regular o tônus muscular aplicando uma força suplementar do terapeuta ou do paciente. trações e compressões. associados a uma ou varias alavancas e com um ponto fixo para aumentar a potência. as fáscias. Um acúmulo de parâmetros até a diminuição do slack. Técnicas de Stretching O objetivo destas técnicas é estirar os ligamentos. 3. Técnicas de Bombeio Dirigem-se essencialmente as aponeuroses e aos ligamentos. 2. normalizar os tecidos restabelecer a mobilidade e devolver a saúde ao organismo. Estas técnicas se utilizam de movimentos de: translações. . Técnicas de articulações Dirige-se aos elementos periarticulares e estão baseadas em movimentos passivos e repetidos. Essas técnicas permitem ganhar amplitude de movimento.Cada movimento ativo e passivo são acompanhadas de numerosos reflexos de regulação e adaptações que incluem fenômenos de facilitação e de inibição. 24 . Técnicas Estruturais Todas as técnicas estruturais obedecem à lei de não dor. 1. A utilização de um pequeno rebote ao final da amplitude permite produzir mudanças mais rápidas nos tecidos. . angulações. se aumenta o estiramento para aproveitar uma nova amplitude conseguida.A força deve ser aplicada lenta e gradualmente para produzir uma mudança e um relaxamento dos tecidos. Uma vez localizada a zona de trabalho se faz uma alternância de trações no eixo da estrutura a estirar e de relaxamento até que se obtenha uma sensação de diminuição das tensões e da dor. O terapeuta aumenta e diminui a intensidade de sua ação de acordo com as informações recebidas dos tecidos. os músculos e os tendões utilizando alavancas. As técnicas podem ser estruturais ou funcionais: Obs: Cada técnica tem uma ação específica sobre um elemento anatômico concreto com um objetivo neurológico e mecanismo preciso. cápsulas e músculos) . a medida que os tecidos mudam.Técnicas Osteopáticas São instrumentos utilizados pelos osteopatas para tratar as disfunções.Utiliza-se uma amplitude curta para atuar sobre os elementos articulares (ligamentos. Técnicas Rítmicas Esta categoria de técnicas controla o ritmo de aplicação da técnica e a repetição. empurres que forçam o limite articular motriz. 1o tempo: se coloca flexão/extensão para se localizar o nível a manipular (alavanca primária). Obs: O estiramento da cápsula articular ao separar as facetas articulares.A separação das facetas articulares devem ser obtidas na metade das amplitudes articulares. o circulo irritativo que mantém o espasmo dos pequenos músculos monoarticulares (transverso espinhoso. O thrust necessita de uma força mínima se a posição do terapeuta é correta em relação ao plano articular e a colocação é correta. Contra indicações as técnicas com thrust Ósseas Câncer. dentro dos limites fisiológicos das amplitudes de movimento. faz com que estes param de descarregar suprimindo desta forma a hiperatividade gama. 6. esta pressão é mantida até que o músculo se distende. o terapeuta diminui lentamente a pressão. Técnicas de inibição Dirige-se ao espasmo muscular. a articulação se move até a barreira motriz nos três planos do espaço. permitindo alta velocidade da manipulação. osteoporose.Proporcionar alivio e comodidade ao paciente. anomalias congênitas e fraturas. O thrust se dá por uma contração breve e explosiva dos peitorais.Normalizar o sistema aferente local. separar as facetas articulares e restaurar a função articular. . . 25 . É nesse momento em que a tensão é mantida e o paciente utiliza ciclos respiratórios até se obter o relaxamento dos tecidos. pede-se ao paciente que detenha lentamente as contrações e o terapeuta diminui ao mesmo tempo sua contra-força. . e na preparação de uma articulação para manipulação com thrust. A técnica é aplicada em função das reações dos tecidos e do ritmo respiratório. dorsais e tríceps do terapeuta. a informação sensitiva veicula por fibras aferentes até o corno posterior da medula espinhal a este nível se produz inibição dos motoneurônios alfa e gama por tanto ocorre inibição do espasmo muscular que mantém a disfunção articular. raquitismo. Técnicas de energia muscular Utilizam-se contrações isométricas. Técnicas com Thrust . o que surpreende as facetas articulares. A força não pode produzir desconforto ao paciente. pela contração e relaxamento. consistem em exercer uma pressão perpendicular as fibras musculares. estimula os receptores de Paccini. costais e da pelve.O thrust é aplicado paralelamente ou perpendicularmente ao plano articular. 5. A força controlada deve se aplicada lentamente e relaxada lentamente: depois de uma tração de 3 segundos. É indicado para espasmos musculares. .A surpresa das defesas fisiológicas e a separação brusca das superfícies articulares surpreende o sistema nervoso central e provoca um black-out sensorial local. . reumatismo infeccioso e inflamatório.Provocar um reflexo eferente. o que permite obter um relaxamento. disfunções somáticas vertebrais. ou seja. etc) se quebra e o tônus muscular pode normalizar-se. Obs: A estimulação dos fusos neuromusculares e dos receptores de Golgi.Estimular os centros simpáticos e parassimpáticos para obter a ruptura do arco reflexo neurovegetativo patológico. 2o tempo: se coloca látero-flexão e contra-rotação.Liberar. Objetivos das técnicas com thrust .mas sem a aplicação do Thrust. para levar as tensões sobre as facetas articulares concernidas (alavanca secundária). Pede-se ao paciente que empurre na direção oposta e o terapeuta resiste ao movimento. . em uma das direções contra a barreira da articulação fixada. 2o princípio: thrust. Princípios Universais da Raqui 1o princípio: redução do slack. um aumento da circulação e uma diminuição da resposta aferente. Obs: Nessa técnica observa-se a ação do reflexo miotático negativo. Vasculares Calcificações artérias (cervical). Os parâmetros menores são compressão/tração deslizamentos laterais e ântero posteriores. reduzindo o slack.Nervosas Compressão medular. Permite obter a nível medular um silêncio neurológico sensorial que permite a normalização do tônus muscular. Tem casos que nossos instintos nos adverte que não devemos aplicar o thrust. Técnicas semidiretas Combina-se técnicas indiretas e diretas. Técnicas indiretas A colocação em tensão e o thrust são realizados unicamente com ajuda das alavancas superior e inferior. associando a um “tissue pull” (estiramento cutâneo) em direção a redução para eliminar o deslizamento de pele. O terapeuta com sua mão sensitiva. Estas técnicas vão no sentido da redução do espasmo muscular e da hiperatividade gama. tridimensional até a liberação total dos elementos periarticulares. Posição do terapeuta O terapeuta deve colocar seu corpo no espaço sobre a articulação à manipular. neuropraxia. Posição do paciente Deve permitir a colocação das alavancas necessárias para normalização da articulação: este posicionamento deve ser confortável para o paciente. câncer visceral (risco de metástase óssea). nos sentido da facilitação até o ponto neutro de mobilidade (ponto de Still) e manter esta posição de equilíbrio. Plano articular Está determinado pela anatomia: permite definir em que direção deve aplicar a força redutora. feeling do terapeuta. Os parâmetros maiores são flexão/extensão. As alavancas A redução do slack. As técnicas funcionais O princípio é ir no sentido da lesão. as forças não devem ser absorvidas pelos tecidos e sim passar pelos tecidos que deverão ser surpreendidos. 1. espasmo. no sentido oposto à barreira. A redução do slack se fará com ajuda de contatos diretos sem grandes alavancas. tração e deslizamento antero posterior e laterais). e utilizam como ajuda os ciclos respiratórios e as forças bioenergéticas do paciente. Utiliza-se macas especificas de drop. O contato é feito de forma direta sobre a articulação a ser manipulada. O thrust deve ser o mais rápido possível. latero-flexão e rotação) e também os parâmetros menores (compressão. até obter uma redução do tônus muscular na zona lesionada. além de ajudar a manter a cronicidade do arco reflexo patológico (facilitação 26 . Seu centro de gravidade deve estar colocado acima da lesão. 2. Técnicas diretas Se faz um contato simples (pisiforme) doble tênar ou doble pisiforme. hérnia discal exteriorizada. uma neuralgia local ou uma irradiação dolorosa. medo). Técnica Funcional de Jones O ponto trigger é uma zona hiperexcitável que ao ser palpada desencadeia manifestações dolorosas paroxísticas. 2. guia e palpa as mudanças que se produzem nos tecidos. gerando um alto poder reflexogeno. indolor para que se obtenha um relaxamento. receio do paciente (resistência. não integridade dos elementos periarticulares: rotura de músculos e ligamentos. a redução do jogo articular depende da combinação dos parâmetros de movimento maiores mas também pelos menores. bloqueando os níveis suprajacentes e subjacentes. latero flexão e rotação. Técnicas funcionais de Hoover O objetivo é encontrar cada direção. 1. diretamente sobre a articulação à manipular. cada parâmetro fácil e reuni-los para formar um caminho de tratamento (Free way). 3. Utiliza-se parâmetros maiores de movimento (flexo-extensão. Depois a tensão deve ser organizada através das alavancas para aumentar a eficácia do contato. cápsulas articulares. B) A lesão osteopática é uma tensão fascial que leva uma peça óssea em um sentido e a impede de ir a outro (Marcel Bienfait). Johnston. Esta zona de hiperexcitabilidade esta situada no tecido miofascial e pode se localizada em diferentes níveis (aponeuroses. . seminários. o que provoca um reflexo aferente para medula espinhal. dos músculos monoarticulares (corpúsculos de Golgi e fuso neuromuscular). Vejamos algumas situações a respeito do assunto: A) Lesão osteopática se traduz por uma hiperatividade gama (François Ricard). a diminuir a atividade gama (Francois Ricard). diminui sua atividade gama o que permite o músculo relaxar-se. fica clara a relação desses mecanismos com as lesões e técnicas osteopáticas. temos estimulação dos fusos neuromusculares e dos receptores de Golgi. como medida de proteção. 3. Técnicas Funcionais indiretas (Johnston) Combina os princípios das técnicas funcionais e das estruturais. busca-se os parâmetros de movimento fásceis e ganha-se amplitude contra a barreira. Coloca-se a articulação contra a barreira no sentido do parâmetro que se quer liberar e. tendões. Jones. assimetrias posturais e gestos dolorosos e limitados. mantendo essa posição. se produz também uma diminuição da tensão dos tecidos.Buscar o ponto de trigger com um dedo. (François Ricard).C. responsáveis pelo espasmo. Este conhecimento trará.Colocar muito lentamente a articulação na posição neutra sem provocar o reflexo de contração e estiramento. na medida que diminui a dor do trigger. ligamentos. em cada nova amplitude ganhada. Ações das Técnicas nas Disfunções Osteopáticas O objetivo é esclarecer os mecanismos microfisiológicos capazes de manter uma lesão osteopática e como as técnicas utilizadas pela osteopatia são capazes de interferir nestes mecanismos e reestabelecer suas funções. Os mecanismos neurofisiológicos são muito comentados e discutidos em cursos. (Irvin Korr). . músculos. G) As técnicas rítmicas de estiramento são transmitidas para os fusos e sistema nervoso central.N. C) A facilitação das vias motoras leva às tensões musculares constantes. . Sutherland) fazem uma aproximação das inserções dos músculos em espasmo. com certeza. depois com a outra mão buscar a posição da articulação no espaço. que estarão obrigados. 27 . D) As técnicas manipulativas (Thrust) provocam um estiramento da cápsula articular (corpúsculos de Ruffini). reduzindo sua tensão e a disparidade entre as fibras intrafusais e extrafusais. periósteo). que tem como resposta uma inibição dos motoneurônios alfa e gama.nervosa). O conhecimento desta neurofisiologia se torna indispensável para o terapeuta que se utiliza de técnicas manuais. Como acabamos de constatar. o fuso é estirado e volta a encontrar pouco a pouco seu comprimento inicial e os receptores sensoriais cessam de descarga (François Ricard). E) As técnicas funcionais (Hoover. também o S. F) As técnicas de Mitchel (energia muscular) diz que durante a contração isométrica. geralmente o parâmetro maior restringido.Manter esta posição durante 90 segundos para permitir normalizar o circuito gama. mas muito pouco esclarecedores. Busca ganhar amplitude contra a barreira em um só parâmetro de movimento. ao profissional uma confiança maior e também uma capacidade melhor para obter resultados e fazer prognósticos. 28 . Ficha de Avaliação do Idot Nome: Profissão: Endereço: Cidade Telefone: Avaliação Clínica Queixa principal: Queixa secundária: Data: Idade: História Clinica do Paciente Inspeção .Estática Vista anterior: Vista de perfil: Vista posterior: 29 . Inspeção Dinâmica (Mobilidade Global) – Lesões Osteopáticas Lombar/ Sacro-Iliaco/ Toracica/Cervical Obs: Definir Padrões de Dor no Teste de Mobilidade Global .Tetes Ortopédicos .Palpação Dinâmica e Testes Osteopáticos .Exames Complementares 30 .Palpação Estática . Análise do Sistema Nervoso Slump: D: E: D Ciático Crural Obturador 1 2 3 4 5 E Ciático Crural Obturador 1 2 3 4 5 PLEXO BRAQUIAL D Mediano Ulnar Axilar Radial Musculocutâneo 1 2 3 4 5 E Mediano Ulnar Axilar Radial Musculocutâneo 1 2 3 4 5 Sistema Estabilizador Sistema Visceral Crânio 31 . Cadeia Lesional 32 .