Os meus amores_O conto das três maçãzinhas de ouro.pdf

March 29, 2018 | Author: Ana Diana | Category: Rabbit, Trinity, Love, Short Stories, Religion And Belief


Comments



Description

Os meusamores Trindade Coelho . 9 Em: COELHO......... Trindade – Os meus amores ~2~ ......... 3 Parábola dos sete vimes ..............................................................Agrupamento de Escolas André Soares Índice O conto das três maçãzinhas de ouro ...................................... porque eu já estou muito velho e não posso mais. qual queres mais: a minha bênção. que logo em seguida se foi embora. Trindade – Os meus amores ~3~ . eu não tenho que vos dar. qual queres mais: se o meu pão se a minha bênção. nem trabalho para lhes dar. lembrou-se de os despedir todos por esse mundo fora. e fez-lhe a mesma pergunta. que tinha só sete anos. Quando chegou a hora da partida. e ganhe para o seu sustento. Veio depois o mais novinho. e por isso é preciso que cada um de vós vá tratar da vida. e responderam o mesmo os outros todos até ao sexto. O pai partiu uma fatia de pão e deu-a ao filho. e nem sequer trabalho. e disse-lhe o pai as mesmas palavras: – Vê lá. Em: COELHO. Chamou-os então. Chamou depois o seguinte em idade. filho. Como não tinha com que os manter. filho. e disse-lhes assim: – Filhos. para que fossem procurar vida. e esse respondeu também que mais queria o pão. ou um bocado de pão para o caminho? – Mais quero o pão – respondeu o filho mais velho. o pai chamou o mais velho e disse-lhe assim: – Vê lá.Agrupamento de Escolas André Soares O conto das três maçãzinhas de ouro Era uma vez um pai que tinha sete filhos. mas nenhum deles disse palavra. Os rapazes ficaram todos muito pensativos. e a aparecida disse-lhe assim: – Queres tu justar-te comigo?. ou de algum amo para se apreitar.. – A ver se encontro um amo para me apreitar. O mais pequeno. E o pequeno foi algum tempo detrás da ama. e no fim dou-tos três maçãzinhas de oiro. e às vezes sentava-se debaixo de uma árvore. o que me der! – Bem. que é a soldada. porque nem idade tinha para se governar. – E então quanto queres ganhar? – Eu. Quem me dera! – respondeu logo o rapazinho. que se voltou para ele e disse-lhe assim: – Menino. então estamos justos! Mas olha lá que tens de me servir sete anos. tu onde vais? – A ganhar a vida – respondeu o pequeno. Até que à boca da noite encontrou uma mulher muito bonita..Agrupamento de Escolas André Soares O pequeno pôs-se a chorar. – e o pai deitou a bênção ao filho mais novo. Em: COELHO. Trindade – Os meus amores ~4~ . e respondeu que mais queria a bênção. Saíram os rapazes. – Sim senhora. à procura de trabalho. – Tão pequenino?! Ele então contou-lhe o que se tinha passado com o pai mais com os outros irmãos. e punha-se a chorar já muito cansado. que se foi embora sempre a chorar. quero. Queres? – Quero. sim senhora. esse a bem dizer nem sabia aonde ia. e cada um tomou por caminho diferente. e deu-lhe as maçãzinhas do ajuste. e quando já ia perto de casa.Agrupamento de Escolas André Soares Mas vai senão quando. que eram três. e mostrou-lhes as três maçãzinhas. e diz-lhe que é para te sustentar com elas. quando viram que nem mesmo depois de morto arrancavam as maçãzinhas da mão do irmão?! Em: COELHO. – mas qual não foi o espanto deles. logo ali resolveram matá-lo e tirar-lhas depois. ouviste? O pequeno foi-se logo embora muito contente. e se bem o pensaram melhor o fizeram. que haviam de chegar para ele e para os outros irmãos. assim como uma nuvem de fogo! – O pequeno nem tinha desconfiado. Trindade – Os meus amores ~5~ . e o mais novo contou aos irmãos a boa ama que tinha encontrado. Os três puseram-se então a conversar. Os irmãos ficaram cegos com o brilho do oiro. morto por dar ao pai as três maçãzinhas. e como o irmão não queria dar as maçãs. Por lá andou o pequeno sete anos. mais aos teus irmãos. à boamente. e no fim a ama mandou-o embora. mas por sinal ambos muito pobres. encontrou dois que já tinham voltado. os dois desapareceram no ar. e logo ali rogaram muito ao mais pequeno que lhes desse a cada um sua maçãzinha. que lhe pareceram a ele só sete dias. mas a ama era Nossa Senhora. – Toma! Dá-as a teu pai. Mas ele respondeu que só as dava ao pai. Toma. Mas não as dês senão ao teu pai. À vista disto. e o pai que as repartisse por todos como quisesse. Ficou o carvoeiro que nem sabia donde era! E como estava de caminho para ir para a aldeia. Mas daí a mês pouco mais. O carvoeiro. Que meus irmãos me mataram. que andava no monte a fazer carvão. e muito crentes que o seu crime se não saberia. pediu ao pastor que lha emprestasse. o pastor põe-na à boca. e foi-se dali onde a um carvoeiro. Trindade – Os meus amores ~6~ . e vê uma cana muito viçosa e muito bonita. pega na flauta e põe-se a soprar. e foramse para casa depois de o enterrar. porque ninguém o tinha presenciado. e a flauta impeça a dizer: Toca. carvoeiro. E ao cabo não nas levaram.Agrupamento de Escolas André Soares Os dois resolveram então enterrar o pequeno. Que meus irmãos me mataram. toca. O pastor ficou muito aterrado com o sucedido. ó pastor. e contou-lhe o caso. que nascia onde o pequeno estava enterrado! Cortou-a e fez uma flauta. – Mas vai senão quando. e a flauta que entra logo a dizer: Toca. e a flauta tinha a virtude de falar. um pastor passa por ali. inda mais espantado. a ver se lá plo povo adivinhavam aquilo. P’r amor de três maçãzinhas E ao cabo não nas levaram. Em: COELHO. P’r amor de três maçãzinhas. toca. toca. e que trazia carvão para aguçar umas ferramentas. dá-lhe a flauta para que a tocasse: – Toma! Toca essa flauta! Em: COELHO. e a flauta diz logo assim: Toca. A este tempo entrava na forja o pai do morto. O pai parece que o coração lhe adivinhou. e acudiu-lhe logo que as palavras da flauta diziam respeito à sua família. Nessa ocasião entrava na frágua um dos filhos do velho. e logo ali contou o que tinha acontecido e mostrou-lhe a flauta. ó ferreiro.Agrupamento de Escolas André Soares Levou a flauta o carvoeiro. que ficou também muito admirado quando lhe contaram o que dizia a flauta! Pega também nela o pobre do velho e põe-se a soprar. toca. que era um dos dois que já tinham voltado. Trindade – Os meus amores ~7~ . Mal o ferreiro a pôs à boca. O velho pôs-se muito branco. a flauta começou logo: Toca. Que meus irmãos me mataram. P’r amor de três maçãzinhas E ao cabo não nas levaram. e a primeira casa onde entrou foi a do ferreiro. Por três maçãzinhas d’oiro E ao cabo não nas levaram. porque. ó meu pai. Que meus irmãos me mataram. mal o rapaz entra na forja. no meio de uma nuvem de fogo! Logo em seguida a terra abriu-se e engoliu os dois irmãos! Em: COELHO. toca. e ela começa logo: Toca. meu irmão.Agrupamento de Escolas André Soares Leva o rapaz a flauta à boca. Trindade – Os meus amores ~8~ . que os levou onde tinha cortado a cana. e viu-se-lhe logo na cara o sinal do crime. não foram capazes de lhe tirar as maçãs. e. mas mal que o pai lhe tocou. Que tu mesmo me mataste. precisavam saber qual era o morto. não tardou que aparecesse o corpo do pequeno. na boa fé. levados à presença do cadáver. e cava-que-cava mesmo no sítio. os dois irmãos confessaram o que se tinha passado – e logo ali apareceu a Virgem Santíssima e arrebatou para o céu o corpo do pequeno. abriu a mão e largou-as logo. Mas como os filhos do velho eram sete e só dois é que tinham voltado. P'r amor de três maçãzinhas Que ao cabo não nas levaste! O rapaz ficou muito aterrado. Viu-se então que se tratava de um grande milagre. Foram-se então dali onde ao pastor. e numa das mãos as três maçãzinhas! Por mais que alguns fizeram. Parte esse vime. . e não lhe custou nada parti-los todos. O pequeno partiu-o. Em: COELHO. dizendo: . e era um rapaz muito reforçado e o mais valente da freguesia. trazendo cada um seu vime seco. O pai pegou no vime que trouxe o filho mais velho e entregou-o ao mais novinho. e daí a pouco tornaram a voltar. quero que cada um de vós me vá buscar um vime seco. Partido o último. Quando estava para morrer.Filhos. O mais velho tinha 25. Trindade – Os meus amores ~9~ . um a um. que tinha só 4 anos. Saíram os sete filhos.respondeu o pai ao mais pequeno. Depois o pai entregou ao mesmo filho mais novo. todos os outros.Agora parte também esse. chamou-os todos sete e disse-lhes assim: . e partiu.Agrupamento de Escolas André Soares Parábola dos sete vimes Era uma vez um pai que tinha sete filhos. e não lhe custou nada a partir. mas antes de morrer. o pai disse outra vez aos filhos: .Tu também . e disse-lhe: . .Eu também? . já sei que não posso durar muito.Agora ide por outro vime e trazei-mo.perguntou o mais pequeno. O pequeno partiu o vime. e mo traga aqui. que o pai lhe foi entregando. lembrai-vos disto e do que vos vou dizer: enquanto vós todos estiverdes unidos. fostes capazes de partir o feixe. . O pai disse-lhes então: . Pois bem. . cada um com seu vime.Não foi nenhum capaz de o partir?. . disse-lhe assim: .Não. nem dois juntos. todos juntos. e o mais velho de vós não pôde parti-los todos juntos: nem vós. facilmente sereis vencidos. e daí a pouco estavam outra vez ao pé do pai. nem vos fará mal. Mas logo que vos separeis. o mais pequenino de vós partiu sem lhe custar nada os vimes. Acabou de dizer isto e morreu .disse o pai. como irmãos que sois. porque viveram sempre em boa irmandade ajudando-se sempre uns aos outros.Toma este feixe! Parte-o! O filho empregou quanta força tinha. . ninguém zombará de vós. ou vencerá. E voltando-se para o filho mais velho.Agora dai-mos cá . atando-os com um vincelho. enquanto os partiu um por um. mas não foi capaz de partir o feixe. E dos vimes todos fez um feixe. nem três nem todos juntos.Não podes? .E algum de vós é capaz de o partir? Experimentai.Meus filhos. ou reine entre vós a desunião. não posso. . e como não houve Em: COELHO.perguntou ele ao filho.Agrupamento de Escolas André Soares Os filhos tornaram a sair. meu pai. Trindade – Os meus amores ~ 10 ~ .e os filhos foram muito felizes. Trindade – Os meus amores ~ 11 ~ . Em: COELHO. também nunca houve forças que os vencessem".Agrupamento de Escolas André Soares forças que os desunissem.
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.