OS ENFERMEIROS ENQUANTO AGENTES DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE Validação da Escala de Práticas e Comportamentos de Educação para a Saúde.

March 27, 2018 | Author: xonxo | Category: Nursing, Family, Learning, Cognition, Psychology & Cognitive Science


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OS ENFERMEIROS ENQUANTO AGENTES DE EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE: Validação da Escala de Práticas e Comportamentos de Educação para a Saúde.Autores: Ana Bernardinoª, Cátia Machadoª, Elsa Alvesª, Hélder Rebouçoª, Renata Pedroª, Pedro Gasparb; a b Licenciados em Enfermagem pela Escola Superior de Saúde de Leiria Professor Adjunto na Escola Superior de Saúde de Leiria Resumo: Apresentamos o estudo da validade e fidelidade da Escala de Práticas e Comportamentos de Educação para a Saúde (EPCEPS). Neste estudo exploratório, quantitativo e transversal utilizou-se uma amostra não probabilística, acidental, de 301 enfermeiros (38 homens e 263 mulheres) que trabalhavam em instituições de saúde (198 em Hospitais e 103 em Centros de Saúde) no Distrito de Leiria, em Setembro de 2007. A média de idades foi de 37,49 anos (s=8,60) e do tempo de exercício profissional foi de 13,98 anos (s=8,27). A EPCEPS é constituída por sete factores, que explicam 71,85% da variância total. Todos os itens têm uma saturação superior a 0,465 e não se verificam correlações simultâneas com dois factores em que a distância entre ambos os valores seja inferior a 0,1. O coeficiente de Cronbach (=0,939) indicou uma boa consistência interna dos itens na avaliação do construto. Conclui-se que a estrutura da escala é pertinente e a sua utilização é uma possibilidade para desenvolver o conhecimento das práticas e comportamentos de Educação para a Saúde mais frequentemente adoptados pelos enfermeiros, auxiliando a reflexão sobre as formas de planear e executar acções de desenvolvimento de competências específicas. INTRODUÇÃO A promoção da saúde em geral e a Educação para a Saúde (EpS) em particular, devem ser encaradas como tarefas de cidadania organizadas, em que se verifique a participação activa dos cidadãos. Não obstante esta necessidade de participação colectiva, os enfermeiros desempenham um papel relevante enquanto agentes de EpS. Após Alma-Ata e do período de questionamento do modelo biomédico que se lhe seguiu e procurou esclarecer que o centro da atenção da enfermagem deve estar voltado para a promoção da saúde e prevenção da doença na pessoa vista como um todo, inserida na família e comunidade e interagindo com os profissionais de saúde (CARVALHO e CARVALHO, 2006), a EpS tornou-se cada vez mais cuidados de enfermagem ao ser humano, são ou doente, ao longo do ciclo vital, e aos grupos sociais em sua máxima capacidade funcional tão rapidamente quanto possível (Regulamento do Exercício importante na enfermagem (LASH, 1990), profissão que na área da saúde tem como objectivo prestar que ele está integrado, de forma que mantenham, melhorem e recuperem a saúde, ajudando-os a atingir a Profissional dos Enfermeiros, 1998). E neste sentido, o papel do enfermeiro passa por possibilitar a autonomia, criar oportunidades, reforçar convicções e competências, respeitando as decisões e os ritmos de aprendizagem dos utentes, num processo de crescimento e desenvolvimento. Todo o enfermeiro deve ser, por inerência das suas funções, um educador para a saúde. No que diz respeito ao conteúdo funcional de todas as categorias da Carreira de Enfermagem (Decreto-Lei n.º 437/91 parcialmente alterado pelos Decretos-Lei n.º 412/98 e 411/99), na alínea c) do artigo 7 do Decreto-Lei n.º 437/91 faz parte a execução de cuidados de enfermagem que integrem processos educativos e que (4) participar com os indivíduos no processo de tomada de decisões. considerando os seus conhecimentos prévios. e (8) conseguir que os utentes respondam e se adaptem aos desafios e obstáculos que encontrem. saber dar suporte. quer aos utentes. 2006). comunicar alguma coisa ao Pagina 2 de 9 . É necessária uma verdadeira interpretação da cultura dos CARVALHO. valores e comportamentos (CARVALHO e saber. isto é. AMADO e outros (1999) acrescentam que. 2006). 2005). com base na sua formação e para optimizar a sua função enquanto agente educador. A EpS implica transmitir informação de forma compreensível para a população. (2) criar uma relação de ajuda. compreender as doente/família. (6) desenvolver as suas próprias capacidades de comunicação e aconselhamento. ou seja. Assim. (3) criar interesse e entusiasmo pelo bem-estar dos utentes. Nos Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem (2001) definidos pela Ordem dos Enfermeiros. (2) Determinar o que o utente pretende aprender. culturalmente neutra. também se concentram em dar o feedback e a avaliação apropriados a fim de estimular a aprendizagem (4) Colher os dados do utente. WILSON e WILKENSTEIN. é primordial saber Interpretar. o enfermeiro ajuda os clientes a alcançarem o salientada a importância do desempenho do papel de agente de EpS ao referir-se que na procura máximo potencial de saúde. De entre as competências específicas definidas por LASH (1990) destacam-se: (1) escutar activamente os indivíduos e identificar quais as suas convicções acerca da saúde. 2006). (6) Incentivar e promover a aprendizagem do utente (PACHECO e CUNHA. Avaliar os dados de forma a identificar as necessidades de aprendizagem. e (4) Fornecimento de informação geradora de aprendizagem cognitiva e de novas capacidades pelo utente. (5) ajudar a clarificar as escolhas à disposição dos utentes. através de: (1) Identificação da situação de saúde da população e dos recursos do utente/família e comunidade. (5) participação do utente no processo de aprendizagem. e (7) Ajudar no estabelecimento de prioridades de Torna-se claro que os enfermeiros necessitam de diferentes tipos de competências para um efectivo desempenho do papel de agentes de EpS. tendo em atenção os factores de aprendizagem. (2) Criação e aproveitamento de oportunidades para promover estilos de vida saudáveis identificados. É essencial Educar. crescimento e desenvolvimento. Recorrendo ao léxico da Classificação Internacional para a Prática da Enfermagem (CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMEIRAS. valores e atitudes dos utentes. deve saber escutar. assim como respeitar a autonomia de cada pessoa. ou transmitir conhecimentos pertinentes para a saúde do necessidades de saúde da população. é possível fazer uma reflexão acerca do que deve caracterizar o enfermeiro em EpS. Esta função aponta claramente para a realização de actividades de EpS. o enfermeiro deve ser imparcial.promovam o auto-cuidado do utente. Posteriormente. numa sequência de intervenções vão desde (1) Identificar o que o utente pretende indivíduos. (7) conferir autoridade quer a si próprios. Não basta a simples transmissão de informação científica e técnica. Para tal. respeitar crenças. (3) Promoção do potencial de saúde do utente através da optimização do trabalho adaptativo aos processos vitais. (3) Entender a motivação e aptidão para aprender. família e comunidade. Os educadores eficientes (HOCKENBERRY. saber guiar. é permanente da excelência no exercício profissional. não basta Informar. ou também importante fornecer a informação sistematizada integrando-a no devido contexto. Raramente. do diálogo. Frequentemente e Muito frequentemente ou Sempre). A elaboração e validação da escala EPCEPS fez-se com base em 29 questões do tipo Likert com cinco respostas alternativas (Nunca. a Escala de Práticas e Comportamentos de Educação para a Saúde (EPCEPS). seja. Os itens foram pontuados de 1. através do Orientar que é dirigir o prossecução da excelência em Enfermagem.doente/família. Às vezes. o enfermeiro deve facto de tornar as coisas compreensíveis e claras.49 anos (s=8. sexo.27). sendo para tal. quais os factores que as influenciam e quais são mais frequentem relatadas. pois só assim consegue Estimular. achamos pertinente averiguar de que forma os enfermeiros relatam as suas práticas e comportamentos enquanto agentes de EpS. Pontuações mais elevadas correspondem a práticas e comportamentos de educação para a saúde. no que respeita à idade. A média de idades foi de 37. Para tal. de Saúde) no Distrito de Leiria. a 5 para a resposta Muito frequentemente ou Sempre.98 anos (s=8.60) e do Material O instrumento de colheita de dados foi um questionário construído para o efeito. através Colaborar. local de trabalho e grau Pagina 3 de 9 . para a resposta Nunca. ou seja. relatados mais frequentemente. obter os melhores resultados em termos de saúde. necessário dar as informações sistematizadas. de Optimizar a sua saúde. capacitar os indivíduos a tomar as suas próprias decisões. Neste contexto. acidental. é Instruir. Procedimento O questionário resultou do aperfeiçoamento de uma versão que foi ensaiada num grupo de 18 enfermeiros com características similares à amostra pretendida. trabalhar em conjunto com o doente/família. assume primordial importância o doente/família para as melhores decisões relacionadas com a saúde. de modo a Permitir. procedeu-se à elaboração e validação de uma escala. em Setembro de 2007. ou Explicar. ou Ensinar. e também Aconselhar ou. Contudo. MÉTODO Participantes A recolha de dados foi realizada numa amostra não probabilística. ou dar uma oportunidade ao doente/família. de 301 enfermeiros (38 homens e 263 mulheres) que trabalhavam em instituições de saúde (198 em Hospitais e 103 em Centros tempo de exercício profissional 13. Por não se ter encontrado nenhum instrumento validado para o efeito. ou Porque ainda se observam dificuldades na assumpção plena do papel de agente de EpS que se exige na incitar os indivíduos a adoptar comportamentos saudáveis. isto é. O valor mais baixo da correlação (entre cada item e o total da escala a que pertence quando esta não contém o item) é de 0.Escala de Práticas e Comportamentos de Educação para a Saúde é constituída por vinte e a regra de Kaiser e seguida de rotação ortogonal do tipo varimax.1 ponto).939 para o total da escala) e verifica-se que. um a um.939 para os itens e 0. e (4) apresentaram saturação. (3) saturaram em mais que um factor (diferenças inferiores a 0. procedeu-se ao estudo da fidelidade determinando o coeficiente de consistência interna Alfa de Cronbach (tanto para a globalidade dos itens como para o conjunto da escala após irem sendo excluídos um a um) e à inspecção da validade dos itens (através da inspecção da em componentes principais.académico. A inspecção da validade dos itens fez-se através da inspecção da correlação de cada item com a escala total excluindo o item. tanto para a globalidade dos itens como para o conjunto da escala após irem sendo excluídos. Os valores são muito bons. segundo a regra de Kaiser e seguida de rotação ortogonal do tipo varimax. inferior a 0. e inspecção da correlação entre os nove itens. após autorização das respectivas Direcções (4 Hospitais e 9 Centros de Saúde). (2) baixaram o Alfa de Cronbach. Após a análise das respostas verificou-se não existir necessidade de proceder a alterações. inferiores a 0. análise factorial pelo método de condensação em componentes principais. segundo factores. com carácter de anonimato e de confidencialidade dos dados. correlação de cada item com a escala total excluindo o item. de acordo com Hill & Hill (2000). pelo que considerámos o instrumento de avaliação definitivo. excluindo o item. e foram O Quadro 1 mostra a fidelidade avaliada através da consistência interna de cada um dos itens e da escala total. e pretende avaliar as práticas e comportamentos de educação para a saúde auto-relatados pelos enfermeiros.20 pontos. O preenchimento foi voluntário. O preenchimento do questionário definitivo decorreu nas instituições de saúde envolvidas.450 pontos. (de 0. Pagina 4 de 9 . e eliminados os itens que: (1) apresentaram correlações com a escala total. o que significa que quando estão presentes melhoram a homogeneidade da escala. O estudo da fidelidade fez-se determinando o coeficiente Alfa de Cronbach. Neste processo foram seleccionados 29 itens. RESULTADOS Características psicométricas da EPCEPS A EPCEPS . análise factorial pelo método de condensação inspecção da correlação entre os factores). A fidelidade e validade Partindo de 45 itens iniciais.935 a 0.39. no factor. na maioria dos casos descem quando os itens são excluídos. 52 0. Avalio os conhecimentos do doente depois da EpS 1-5 41. Promovo. é saturado sobretudo variância total.62 0. Permito que a família exponha as suas dúvidas 1-5 36.67 0.51 0. O factor 4 .15 0.15 0.58 0. Avalio os conhecimentos da família antes da EpS 1-5 42.Estatísticas de homogeneidade dos itens e coeficientes de consistência interna (Alfa de Cronbach) da EPCEPS (n.937 4.Quadro 1 .58 0.54 0.937 4. associado a 6. Permito que o doente exprima os seus desejos e sentimentos 1-5 38.79 0.77 0.85% da variância total.59 0.Explicação e O factor 6 -Promoção de reflexão.936 3.54 0.74 0. dvd´s…) 1-5 Escala Total EPCEPS 29-140 α de r do Cronbach Média Desvio total quando Padrão sem o o item é item excluído 3.937 4.91 0.65 0. O factor 5 . habilidades e capacidades do doente e família.50 0.939 4.18 0.78 0.87 0.31 1.42 0.66 0. E o factor 7 .61 0.58 0.88 0.936 3.Inclusão da Família.52 0.939 4. de espaços de reflexão.72 0. Adequo a linguagem utilizada em EpS a cada doente 1-5 21.78 % EpS.937 3.85 0.82 0. Crio oportunidades para a família demonstrar aquilo que aprendeu 1-5 34. associado a 3.939 115.23 0.32 0.54 0.67 0.936 3. explicação e exemplificação de procedimentos durante a EpS.937 4.83 0. Limites Pagina 5 de 9 .70 0.44 0. relacionados com a promoção.74 0.31 0. é saturado sobretudo pelos itens relacionados com a comunicação. Avalio as habilidades/capacidades adquiridas pelo doente 1-5 44. é saturado sobretudo pelos itens da variância total.Aconselhamento.936 4.64 0.75 0.59 0. Adequo a linguagem utilizada em EpS a cada doente de acordo com a sua situação social 1-5 23.62 0. Descrição do item 8.74 0.63 0.Esclarecimento de dúvidas e expressão de sentimentos.72 0. total.937 4. Promovo.92 0. é saturado sobretudo pelos itens exemplificação de procedimentos.71 0.89 0. Adequo a linguagem utilizada em EpS a cada doente de acordo com as suas crenças e valores 1-5 22.29 0.04 0. associado a 5. Permito que a família exprima os seus desejos e sentimentos 1-5 39. Incentivo a família a demonstrar o que aprendeu 1-5 35. Explico à família os procedimentos enquanto os realizo 1-5 14. em EpS. é saturado sobretudo pelos itens relacionados com a inclusão da família no processo de relacionados com o aconselhamento em EpS. Aconselho o doente quando este me procura 1-5 28.65 0. Esclareço as dúvidas expressas pelo doente 1-5 33. Disponibilizo informação adicional em diferentes formatos (folhetos.55 0. O factor 3 . associado a 8. Avalio os conhecimentos do doente antes da EpS 1-5 40.936 3. O factor 2 .91 % da variância total. Exemplifico à família o que pretendo que ela execute 1-5 19. para o doente.30 0.937 4.465 e não se verificam correlações simultâneas com dois factores em que a distância entre ambos os valores seja inferior a 0.69 0.50 0.937 3. Tomo a iniciativa de aconselhar o doente 1-5 26.43 0.80 % da O factor 1-Avaliação de resultados da EpS.935 3. associado a 3. Todos os itens têm uma saturação superior a 0.81 % da variância total.60 0.11 0.93 0.936 3.Adequação da linguagem.61 0. espaços de reflexão 1-5 24.938 3. associado a 38. associado a 4.35 0. Exemplifico ao doente o que pretendo que ele execute 1-5 13.16% da variância total.94 0. Explico ao doente os procedimentos enquanto os realizo 1-5 11.97 0.89 0.30 0.76 0.79 0.º = 301).937 3.62 0.94 0.936 4.936 4.45 0.68 0. Esclareço as dúvidas expressas pela família 1-5 37. espaços de reflexão 1-5 25.938 4.08 13.76 0.73 0.39 0. após a rotação varimax explicam 71.39 0.937 3.68 0. é saturado sobretudo pelos itens relacionados com o esclarecimento de dúvidas e a promoção de oportunidades para expressão de sentimentos.936 3.938 4.83 0.55 0.935 3.66 0. é saturado sobretudo pelos itens relacionados com a adequação da linguagem em EpS.939 A análise factorial pelo método de condensação em componentes principais (Quadro 2) e segundo a regra de Kaiser (raízes latentes iguais ou superiores a um) extraiu 7 factores que.85 0.935 3. 9.87 0. Aconselho a família quando esta me procura 1-5 32.41 0.937 4.84 % da variância total.1.58 0.74 0. cd´s. Promovo a presença da família nas sessões de EpS 1-5 Comunico ao doente os procedimentos que planeio realizar 1-5 10.80 0. Avalio os conhecimentos da família depois da EpS 1-5 43. para a família.00 0. Avalio as habilidades/capacidades adquiridas pela família 1-5 47.85 % da variância pelos itens relacionados com avaliação de conhecimentos.75 0. Tomo a iniciativa de aconselhar a família 1-5 27. 247 0.081 0.221 0.735 0.180 0. 38.051 0.112 0.80 F3 0.162 0.051 0.61* 0. 34.39* 0.036 0.231 0.780 0. 13.135 0.142 0. espaços de reflexão Promovo.038 -0.139 0.756 0.376 1.064 0.166 0.362 0.306 0.756 0.130 0.126 0.066 0.78 3 3 3 No Quadro 3 podemos observar que todas as correlações entre os diferentes factores e o total da escala são positivas e muito significativas (p< 0.47* 0. 21.269 0.255 0.788 0.658 0.765 0.156 0.783 0.207 0.211 1.629 0.622 0.086 0.083 0.34* 0.001).82* F2 1.170 0.026 0.341 0.082 -0.107 1.009 0.240 0.315 0.083 0.078 -0.176 0.110 0.56* 0.00 0.070 0.780 0. Solução após rotação varimax (n.205 0.259 0.783 0.86 Teste da esfericidade de Bartlett = 6550.699 0.233 0. 35. Avalio os conhecimentos do doente antes da EpS Avalio os conhecimentos do doente depois da EpS Avalio os conhecimentos da família antes da EpS Avalio os conhecimentos da família depois da EpS Avalio as habilidades/capacidades adquiridas pelo doente Avalio as habilidades/capacidades adquiridas pela família Esclareço as dúvidas expressas pelo doente Permito que a família exponha as suas dúvidas Esclareço as dúvidas expressas pela família Permito que o doente exprima os seus desejos e sentimentos Permito que a família exprima os seus desejos e sentimentos Promovo a presença da família nas sessões de EpS Explico à família os procedimentos enquanto os realizo Exemplifico à família o que pretendo que ela execute Crio oportunidades para a família demonstrar aquilo que aprendeu Incentivo a família a demonstrar o que aprendeu Tomo a iniciativa de aconselhar o doente Tomo a iniciativa de aconselhar a família Aconselho o doente quando este me procura Aconselho a família quando esta me procura Adequo a linguagem utilizada em EpS a cada doente Adequo a linguagem utilizada em EpS a cada doente de acordo com as suas crenças e valores Adequo a linguagem utilizada em EpS a cada doente de acordo com a sua situação social Promovo.278 0.42* 0.185 0.91 F6 0. 36. garantindo que a adequação do modelo factorial a esta matriz de correlações é elevada.276 0.170 -0. p< 0.132 0.075 0.031 0.074 -0.294 0.039 0. p< 0. para o doente.284 0. 42.682 0.33* 0.155 0.0001) e a medida de Keiser-Meyer-Olkin (KMO = 0.135 0.826 0.780 0.169 0.75* F3 1.187 0.187 0. 41.001 0.342 -0.068 0. F1 1.819 0.840 0.178 0. 39.120 0.366 h2 0.318 0. 26.174 0.837 F5 0. 10.758 0. 9.660 0.095 0.136 0.164 0.776 0.232 0.137 0.225 -0.38* 0.204 1.014 0.194 0.090 0.201 0. 33.161 0.811 0.087 0. permitindo interpretações unidimensionais.132 0.140 0.070 -0.225 0.264 0.751 0.00 0.81 F4 0.006 0.119 0.102 0.44* 0.226 0.793 0.086 0.797 0.215 0.706 0.725 0.631 0. 37.082 0.596 0.11 3.0001 Eigenvalues Variância Explicada (∑ = 71.783 0.169 0.13 3. 19.070 0. 32.083 0. 22.145 0.Matriz de correlações de Pearson entre os quatro factores e o total da EPCEPS Factores Avaliação de resultados da EpS F1 Esclarecimento de dúvidas e expressão de sentimentos F2 Inclusão da Família F3 Aconselhamento F4 Adequação da linguagem F5 Promoção de reflexão F6 Explicação e exemplificação de procedimentos F7 EPCEPS Total * Significativo para p≤ 0.86.090 0. 14.137 0.165 0.167 0.750 0.320 0.º = 301).42* 0.315 -0.120 0. As correlações entre os factores são muito significativas (p< Pagina 6 de 9 .60) permitem afirmar que tendem a medir o mesmo constructo.171 0. 40.64* 1. 27.084 0.617 0.201 0.582 1.041 0.181 0.00 0.083 0.82* F4 F5 F6 F7 1.633 0.078 0.008 -0.774 0.60* 0. Quadro 3 .265 0.16 F1 0.740 0.131 0.00 0.093 0.292 0.690 0.102 0.001 .00 0.48 8. 24. 28. 8.619 0.69 5.117 0.112 11.84 F7 KMO = 0.050 0.248 0.00 0.60* Os valores das correlações (entre 0.85% ) Número de itens 6 6 5 4 0. 11.46* 0.Foi rejeitada a hipótese da matriz de correlação constituir uma matriz de identidade (χ2 = 6550.73* 1.149 0.36* 0.061 0. cd´s.192 0.045 0.078 0.713 0. Quadro 2 .43* 0.148 0.69* 1.46* 0. 25.117 0.001 0.791 0.773 0.077 2.151 0.53* 0.465 0.86.063 0. 43.40* 0.322 0.798 0.40 0.196 0.124 0.646 0.035 0. dvd´s…) Comunico ao doente os procedimentos que planeio realizar Explico ao doente os procedimentos enquanto os realizo Exemplifico ao doente o que pretendo que ele execute Descrição do item 0. 44. 23.059 0.760 0.802 0.711 0.294 0.771 0.82 e 0.228 0.133 0.010 0.215 0.094 0.056 0. espaços de reflexão Disponibilizo informação adicional em diferentes formatos (folhetos.86 ) aproxima-se da unidade.644 0.809 0.57* 0.624 0.792 0.227 -0.323 0.07 38.077 0.00 0.55 F2 -0.086 0.098 0.203 0.167 0.141 0.48* 0.39 4.215 0.103 0.141 0.111 0.452 0.245 0.823 0.067 0.558 0.41* 0.156 0.687 0.Análise factorial da EPCEPS pelo método de condensação em componentes principais.015 0.142 0.153 -0.067 0.126 0.383 0.178 0.200 0.201 0. 47.97 6.060 0.182 0.132 0.075 0.189 0. para a família.802 0. os enfermeiros auto-relataram de forma positiva as suas práticas e comportamentos.649 0. mas nos factores verifica-se que os enfermeiros mais velhos relatam mais frequentemente (Factor 2) e o Aconselhamento (Factor 4). diferenças estatisticamente significativas para os factores 2 – Esclarecimento de dúvidas e expressão de sendo os factores 2 e 7.026 0. para o total da escala. práticas auto-relatadas pelos enfermeiros e o tempo de exercício profissional é positiva e estatisticamente Quadro 4: Matriz de correlações de Pearson entre os factores e o total da EPCEPS.047 -0. foi em média o menos pontuado (quadro 5).157 0.014 0.025 -0. verifica-se que existem sentimentos. Por outro lado o factor 6.115 -0.387 0.001).025 0.050 0. As diferenças Pagina 7 de 9 .0. Porém. verificamos que.062 0.048 0.059 0. os mais pontuados.028 -0.036 -0.000 -0.954 p Adequação da linguagem Promoção de reflexão Explicação e exemplificação de procedimentos Total da EPCEPS Na globalidade. no que diz respeito ao factor 2 (Esclarecimento de dúvidas e expressão de sentimentos). respectivamente Esclarecimento de dúvidas e expressão de sentimentos e mais frequente práticas e comportamentos relacionados com o esclarecimento de dúvidas e expressão de Apuramos ainda que os enfermeiros que trabalham em Centro de Saúde relatam práticas e comportamentos de EpS mais frequentes do que os enfermeiros que trabalham em Hospital.129 -0.534 0. relativo à promoção de espaços de reflexão.310 0.624 0. e 5 – Adequação da linguagem.082 -0.128 -0. e a Idade e tempo de exercício profissional Factor F1 F2 F3 F4 F5 F6 F7 Avaliação de resultados da EpS Inclusão da Família Aconselhamento Esclarecimento de dúvidas e expressão de sentimentos r Idade p Tempo de Exercício r -0.281 0. em função do tempo de exercício profissional.047 0.027 0. e não são estatisticamente significativas para o total da escala.808 1.003 0. praticas e comportamentos relacionados com o Esclarecimento de dúvidas e expressão de sentimentos Também não se observaram diferenças significativas nas práticas e comportamentos de EpS auto- relatados pelos enfermeiros. a correlação entre as significativa. Estes resultados sugerem que as mulheres relatam de forma sentimentos e com a adequação da linguagem. Porém. As diferenças médias entre homens e mulheres são pequenas. No que diz respeito aos principais resultados obtidos (quadro 4) verificamos não existir correlação significativa entre a idade e as práticas e comportamentos de EpS auto-relatados pelos enfermeiros.421 0.667 0.000 0.409 0. Estes resultados apontam para a utilização quer dos resultados globais da escala. quando se analisam os factores isoladamente. Explicação e exemplificação de procedimentos. quer dos subtotais dos factores. em função do seu Grau Académico.948 0.089 -2.742 1.996 p 0.065 0.64 0.54 DP -1.64 0.64 0.007 0.57 0.34 118.20 3.34 3.81 0.º=103) 3.30 4. e não foram estatisticamente significativas.58 0.61 DP 115.91 0.63 4.394 -0.54 0. quer para os factores.63 0.63 0.398 t 0.57 12.86 0.79 0.03 4.63 0.598 0.77 3.594 -1.03 4. enfermeiros.01 0.68 4.729 0.71 3.614 0.34 M Mulheres (n.113 FACTOR FACTOR FACTOR FACTOR FACTOR FACTOR FACTOR Avaliação de resultados da EpS Esclarecimento de dúvidas e expressão de sentimentos Inclusão da família Aconselhamento Adequação da linguagem Promoção de reflexão Explicação e exemplificação de procedimentos Total EPCEPS 1 2 3 4 5 6 7 3. Quadro 5: Médias e desvios padrões observadas nos factores da EPCEPS.006 0. em função do Sexo.55 0.721 -2.60 DP Licenciatura e/ou mestrado (n.26 3.28 3.31 115.79 4.37 3.36 3.896 Pagina 8 de 9 .41 0.04 4.038 0.13 0.76 0.71 4.69 DP 0.14 4.08 M 4.427 0.005 -3.º=198) Local de trabalho Centro de Saúde (n.701 0.540 0.78 0.71 0.001 0.17 0.346 -0.16 3.são estatisticamente significativas para o total da escala e para os factores.001 Grau Académico Bacharelato (n.345 0.71 0.66 0.º=104) Avaliação de resultados da EpS Esclarecimento de dúvidas e expressão de sentimentos Inclusão da família Aconselhamento FACTOR 5 Adequação da linguagem FACTOR 6 Promoção de reflexão FACTOR 7 Explicação e exemplificação de procedimentos Total EPCEPS FACTOR FACTOR FACTOR FACTOR 1 2 3 4 4.03 3.773 -0. As diferenças de médias entre os enfermeiros bacharéis quer para o total da escala.15 M Hospital (n.257 p -1.46 3.150 -2.64 0.68 0.41 115.77 4.34 113.73 0.25 4.090 0.75 0.151 p 0. Sexo FACTOR FACTOR FACTOR FACTOR FACTOR FACTOR FACTOR Avaliação de resultados da EpS Esclarecimento de dúvidas e expressão de sentimentos Inclusão da família Aconselhamento Adequação da linguagem Promoção de reflexão Explicação e exemplificação de procedimentos Total EPCEPS 1 2 3 4 5 6 7 110.527 t 0.25 3.57 14.516 0.59 0.40 4.69 0.67 0.003 0.38 3.440 -0.20 M 0.º=263) 13.39 M Homens (n.47 0.10 0.54 0.213 -1.946 -2.79 4.13 3. e resultados do teste t-Student.90 DP -2.796 1. Local de trabalho e Grau Académico.14 4.72 4.65 0.459 0.028 0.54 14.93 4.010 0.74 0. Não se observaram diferenças significativas nas práticas e comportamentos de EpS auto-relatados pelos e os enfermeiros licenciados e/ou mestres foram pequenas.170 0.79 4.77 4.131 0.18 4.º=38) 18.88 4.51 13.52 0.977 -3.619 0.358 -2.63 0.74 0.23 3.03 DP M 0.58 4.º=197) 3.004 0.131 t 0.74 0.26 4.936 -2. à excepção do factor 7 – relacionado com a Explicação e exemplificação de procedimentos.71 0. Revista Nursing – Edição Portuguesa nº 27 (Abril. ISBN: 10-85-352-1918-8 PACHECO. mas é consensual que os enfermeiros devem assumir um papel de relevo. Port. em que todos os cidadãos têm um papel a desempenhar. Sandra – Convicções e comportamento na educação da saúde. Revista Nursing – Edição Portuguesa nº 131 (Março. CUNHA.print. Sílvia. AMADO. Amâncio. CARVALHO. – Wong Fundamentos de Enfermagem Pediátrica. 35-42. [S.. 5723-5741 Decreto-lei nº 412/98 de 30 de Dezembro. Disponível na Internet: http://www. & HILL. David. ISSN: 0871-65196.sdum. 7257-7264 Decreto-lei nº 411/99 de 15 de Outubro. p. Enfermeiros].php?page=29&view=news:Print&id=58 HOCKENBERRY. 2001. 1990). Diário da República I Série. Com este estudo elaborou-se e validou-se a Escala de Práticas e Comportamentos de Educação Para a Saúde (EPCEPS). 19-22. e a sua utilização é uma possibilidade para desenvolver o conhecimento das práticas e comportamentos de Educação para a Saúde mais frequentemente adoptados pelos enfermeiros. Revista Nursing – Edição Portuguesa nº 211 (Junho.]: Ordem dos Enfermeiros. [S. 2005. e identificar áreas de formação específicas e prioridades no desenvolvimento de competências.]: Ordem dos Enfermeiros. Graça – Eixos de valores em Promoção da Saúde e Educação para a Saúde. 2000.pt/handle/1822/4647 CONSELHO INTERNACIONAL DE ENFERMEIRAS. que revelou adequada validade dos itens e fidelidade. Susana – A Educação para a Saúde nos Cuidados de Saúde Primários: o papel do enfermeiro. ISBN 92-95040-36-8 LASH. M.print. Para tal é importante conhecer as práticas e comportamentos de Educação para a Saúde mais frequentemente adoptados pelos enfermeiros. Marilyn J. Referências Bibliográficas CARVALHO. Marilyn L. 1999). 2005 .uminho. A. A estrutura da escala mostrou-se pertinente. p. Disponível na Internet: http://repositorium.CONSIDERAÇÕES FINAIS Os esforços na Educação para a Saúde devem ser encarado numa perspectiva de cidadania.M. Lisboa: Edições Síbalo. Nº 300 (98-12-30). [Acedido a 20 de Abril de 2008].l. 6959-6960 Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem. Suiça. Nº 241 (99-10-15). Regulamento do Exercício Profissional dos Enfermeiros.ordemenfermeiros. 1996. 2005. [Lisboa : Ass. Braga: Universidade do Minho. Disponível na Internet: http://www.l. p. Investigação por questionário. 2006. auxiliando a reflexão sobre as formas de planear e desenvolver acções de desenvolvimento de competências específicas. 46-48. Isabel e outros – Opinião dos utentes face ao ensino em grupo. HILL. WILSON. WINKELSTEIN.pt/index. [Acedido a 15 de Março de 2008].ordemenfermeiros. ISSN: 0871-6196. Nº 257 (91-11-08). Pagina 9 de 9 .pt/index. ISSN: 0871-6196.CIPE Versão 1 : Classificação Internacional para a Pratica de Enfermagem. Alexandre Soares e outros. Rio de Janeiro: Elsevier. Diário da República I Série. p.php?page=168 Decreto-lei nº 437/91 de 8 de Novembro. p. Trad. Diário da República I Série. 2006). p. [Acedido a 20 de Março de 2008].
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