Os Dogon e o mistério de Sírio

March 25, 2018 | Author: Anderson Diego | Category: Stars, Astronomy, Science, Science (General), People


Comments



Description

Os Dogon e o mistério de Síriopor Javier Garrido B., original em Paraciencias al Día Uma etnia relativamente primitiva da África ocidental parece possuir dentro de sua sabedoria tradicional conhecimentos astronômicos muito precisos sobre o sistema estelar de Sírio, ue s! s"o possíveis de obter utili#ando refinados recursos tecnol!gicos. $os referimos, obviamente, aos Dogon. %s mitos deste povo conteriam referencias claras & companheira invisível de Sírio, uma an" branca ue foi predita pela ci'ncia em ()** e descoberta em ()+,. -ais ue isso, a descreveriam com detalhes t"o e.atos uanto surpreendentes, considerando/a como muito pe uena e formada pelo metal mais pesado do mundo, e com um período orbital de 01 anos, virtualmente id'ntico ao calculado pela astronomia ocidental. 2 primeira vista, isto parece impossível. %s Dogon s! podem ter recebido um conhecimento desta classe de uma civili#a3"o cientificamente avan3ada. 4.traterrestre5 6tlante5 %u uem sabe simplesmente da civili#a3"o tecnol!gica geograficamente mais pr!.ima deles, a %cidental5 Sobre o suposto mito Dogon criou/se um segundo mito, adventício e moderno, ue se iniciou uando 7obert 8emple publicou em (9:0 o famoso livro ;8he Sirius -<ster<; =;% -ist>rio de Sírio;?. 4ste ;mito sobre o mito; inclui a visita de seres e.traterrestres & 8erra em um passado remoto. % artigo seguinte revisa diversos aspectos do tema. Explicações Se aceitarmos ue os Dogon efetivamente possuem e.traordin@rios e precisos conhecimentos astronômicos ue se encontram muito al>m de suas capacidades tecnol!gicas, > obrigat!rio perguntar de ue maneira obtiveram essa informa3"o. 6 resposta de 7obert 8emple A@ > conhecidaB de visitantes do espa3o e.terior provenientes de Sirio. 6lguns representantes do movimento 6frocentrista =como 6dams, Can Sertina e Delsing? t'm, por seu lado, propostas n"o menos interessantesB sustentam ue a e.trema acuidade dos olhos escuros =EEE? dos povos de ra3a negra lhes permitem distinguir Sírio B a olho nu, ou ue a melanina atua de modo similar a um telesc!pio infravermelho, ou recorrem aos egípcios, ue como n"o podemos ignorar, dispunham de poderosos telesc!pios =EEE?, e, al>m disso, como se fosse pouco, eram de ra3a negra =nenhuma destas tr's ;hip!teses;, se a chamarmos assim, t'm o menor fundamentoF o suposto telesc!pio egípcio se baseia em uma tamb>m suposta descoberta russa de uma suposta lente perfeitamente esférica, ue mesmo no caso G ainda duvidoso G de ue e.ista n"o poderia servir para construir um telesc!pio Htil de nenhuma forma?. Ima linha de argumenta3"o muito mais s!bria foi oferecida por Jan 7idpath e Karl Sagan =entre outros?, na pol'mica ue surgiu na publica3"o de The Sirius Mistery. Sagan e 7idpath sugeriram ue os conceitos astronômicos modernos incluidos dentro da mitologia Dogon poderiam ter sido assimilados por esta em uma >poca muito recente, possivelmente pouco antes ue esses mitos fossem registrados por Griaule e sua e uipe nos anos trinta e uarenta. Para apoiar esta hip!tese notaram ue nessa >poca todos os conhecimentos astronômicos atribuídos aos Dogon =incluindo um certo nHmero de erros !bvios? A@ estavam estabelecidos na astronomia moderna A@ h@ um bom tempo. Por e.emplo, a companheira de Sírio era conhecida desde ()+,. L claro ue os Dogon n"o poderiam ter ad uirido essa informa3"o sem ter mantido contato com uma civili#a3"o tecnologicamente avan3adaF entretanto de acordo com a proposta de Sagan e 7idpath, essa civili#a3"o muito provavelmente foi terrestre e n"o e.traterrestre. %s Dogon poderiam ter recebido esses conhecimentos de viaAantes, e.ploradores, comerciantes ou mission@rios, integrando/os sem grandes conflitos em seus mitos tradicionais. 8amb>m podem t'/los recebidos atrav>s de escolas francesas locais, ou talve# os membros da etnia ue lutaram com o e.>rcito franc's durante a J Guerra -undial os ouviram. Sagan comentou o problema em certa e.tens"o em seu livro ; O Romance da Ciência; =BrocaMs Brain?, no capítulo ;Anões Brancas e homenzinhos verdes;. 4le come3a afirmando ue ;n"o h@ ra#"o alguma para duvidar dos relatos de Griaule; =sobre isto falaremos depois?. -ais adiante encontramos uma cautelosa observa3"o ue > muito citada por cr>dulosB À primeira vista, a lenda de Sírio elaborada pelos Dogon parece ser a prova mais séria em favor de um antigo contato com alguma civilização extraterrestre avançada. % ue n"o > t"o citado > o ue est@ logo depoisB Não obstante, se examinarmos com mais atenção o tema não devemos ignorar ue a tradição astron!mica dos Dogon é puramente oral, ue não podemos reconstruí" la com absoluta certeza anteriormente aos anos #$ do século %% e ue seus diagramas não são nada além de desen&os traçados com um pedaço de pau sobre a areia. Sagan ressalta a ;riquíssima e deta hada !ama de materia e!end"rio# da mitologia Dogon, e nota ue#onde h" uma not"ve riqueza e!end"ria h"$ %ortanto$ uma %ro&a&i idade muito mais e evada de que a !um dos mitos sustentados coincida acidenta mente com desco&rimentos da ciência moderna ;. 4le ressalta ue a hip!tese de uma estrela associada a Sírio 6 ;%ode ter derivado natura mente da mito o!ia 'o!on$ na qua os !êmeos desem%enham um %a%e centra ;. Sagan admite, por>m, ue isto n"o e.plica as refer'ncias precisas ao período de revolu3"o e & densidade de Sírio BB ' conclusão imediata é ue o dito povo manteve contatos com uma civilização tecnicamente avançada. ' (nica uestão a resolver é) ue civilização, extraterrestre ou européia* Sagan considera muito mais prov@vel um contato recente dos Dogon com a astronomia ocidental ue com hipot>ticos alienígenas em um passado remoto, e imagina desta forma o encontroB +e,o com os ol&os de min&a imaginação um visitante franc-s ue no começo deste século .%%/ c&ega ao territ0rio Dogon, no ue então era a 1frica 2cidental francesa. 3uem sabe fosse um diplomata, um explorador, um aventureiro ou um pioneiro dos estudos antropol0gicos. ..../ ' conversação começou a girar em torno do tema astron!mico. Sírio é a estrela mais bril&ante do céu. 2 povo Dogon obse uiou o visitante com sua mitologia sobre a estrela. 4ogo, com um sorriso, c&eios de expectativa, talvez ten&am perguntado ao visitante pelo seu mito sobre Sírio ..../ 5 é também bem possível ue, antes de responder, o via,ante consultasse um carcomido livro ue levasse em seu e uipamento pessoal. Dado ue então a obscura compan&eira de Sírio era uma sensação astron!mica da moda, o via,ante intercambiou com os Dogons o espetacular mito por uma explicação rotineira. 6ma vez abandonada a tribo, sua explicação permaneceu viva na recordação, foi reelaborada e muito possivelmente, incorporada 7 sua maneira no corpo mitol0gico Dogon, ou no mínimo, em um de seus ramos colaterais. ..../ 3uando 8arcel 9riaule realizou suas investigaç:es mitol0gicas nas décadas de #$ e ;$, se encontrou anotando uma versão elaborada de seu pr0prio mito europeu sobre a estrela Sírio. Sagan tamb>m lembra ue nas primeiras d>cadas do s>culo ;a peculiar nature#a de Sírio B foi amplamente difundida em livros, revistas e peri!dicos;, em um debate ue ;impregnou a imprensa científica da >poca e pôde alcan3ar toda pessoa medianamente inteligente e culta;. % tema estava, ent"o, em foco na >poca, antes ue Griaule iniciasse suas investiga3Nes. %s cr>du los Aulgam inverossímil ou absurda a possibilidade de integra3"o dentro de uma mitologia de um conhecimento e.!geno procedente de outra cultura terrestre em um lapso de tempo muito curto =ah claroE, e como conse O'ncia > muito mais ;l!gico; e plausível ue ela provenha de seres anfíbios de SíriosP?. -as Sagan ressalta ue esse processo A@ ocorreu outras ve#es, ue est@ bem documentado, e cita diversos e.emplos, em especial as e.peri'ncias do Dr. Karleton GaAduseQ com os habitantes de $ova Guin>. 4 concluiB São muitas as explicaç:es alternativas para o mito de Sírio para ue possamos consider<"lo como prova conclusiva de contatos extraterrestres no passado. Para ue tal processo de assimila3"o possa ocorrer, > uma condi3"o indispens@vel ue o povo em uest"o tenha tido contato com elementos de outras culturas. -as os Dogon sempre s"o descritos pelos defensores da hip!tese e.traterrestre como uma etnia e.cepcionalmente remota e isolada, como se nunca tivessem visto o homem branco antes ue -arcel Griaule e sua e uipe os visitassem nos anos trinta. Jsto > correto5 $"o, n"o >. %s Dogon habitam a África %cidental, n"o a Rua, e a África %cidental em geral, e a regi"o do $íger em particular, estiveram na mira dos interesses coloniais europeus desde o s>culo SCJJJ. % famoso e.plorador escoc's -ungo ParQ A@ andou por essas regiNes em suas e.pedi3Nes de (:90 e ()10. 4m (9,: 7en> Kaill> conseguiu chegar a 8imbuQtu, a algumas centenas de uilômetros ao norte da @rea geogr@fica dos Dogon. 6 penetra3"o colonial francesa no territ!rio do atual -ali come3ou A@ em ()01F em ())1 a #ona A@ havia se tornado um protetorado, e sua con uista se completou em ()9). Desde (91: havia escolas francesas na @rea geogr@fica dos Dogon, e h@ refer'ncia de membros da tribo servindo ao e.>rcito franc's durante a Primeira Guerra -undial. 4m seus contatos com os Dogon Griaule utili#ou int>rpretes locais, incluindo alguns ue trabalharam para o governo colonial franc's =s! falta a ui ue algu>m sugira ue o domínio da língua francesa tamb>m > parte do legado milenar dos $ummos alienígenas?. 2 vista destes feitos torna/se bastante difícil continuar considerando os Dogon como um povo remoto e intocado, isolado da civili#a3"o ocidental. %utro detalhe interessante > ue n"o e.iste nenhum re!istro dessa ;e.traordin@ria sabedoria; astronômica anterior aos anos trinta, ou seAa, antes dos trabalhos de Griaule e sua e uipe. $em se uer h@ uma nota de algum dos viaAantes e e.ploradores ocidentais ue atravessaram a regi"o desde os fins do s>culo SCJJJ. Jsto ap!ia a id>ia de uma inclus"o muito recente de dados astronômicos modernos dentro de uma cosmogonia antiga. Sigamos rumo a outro dado ainda mais surpreendenteB da mesma maneira ue n"o e.istem registros anteriores a Griaule de ue os Dogon tinham ine.plic@veis conhecimentos astronômicos, tampouco outros antrop!logos ue trabalharam sobre o terreno de%oisdele conseguiram confirmar tais descobrimentos. -as sobre isso falaremos mais e.tensamente logo mais. Por outro lado, as alegadas afirma3Nes dos Dogon a respeito do sistema estelar de Sírio s"o chocantemente similares &s especula3Nes dos astrônomos europeus da d>cada de vinte, incluindo v@rios erros ue hoAe s"o bem !bvios. Por e.emplo, os astrônomos dessa >poca sabiam, devido aos seus efeitos gravitacionais e sua escala de magnitude, ue a companheira de Sírio era e.tremamente pesada, com uma densidade ao redor de +1.111 ve#es superiores & da @gua. De fato, foi a primeira an" branca descobertaF nos anos vinte isto causou sensa3"o, A@ ue n"o se tinha notícia de nenhum outro obAeto similar. $o suposto mito Dogon, isto se refletiria na descri3"o ue eles fa#em de Digitaria, ao consider@/la como a coisa mais pesada do universo. -uitas outras estrelas an"s s"o t"o ou mais pesadas ue Sírio B, por e.emplo, as estrelas de n'utrons. S! ue os astrônomos da >poca n"o conheciam este dado, nem tampouco devemos di#er, os sacerdotes Dogon. Pelo visto, os conhecimentos astronômicos dos ;$ummos;, apesar de dominar a viagem interestelar, n"o estavam muito al>m do ue sabiam os astrônomos terrestres nas primeiras d>cadas do s>culo SS. % mesmo pode ser dito da te!rica segunda companheira de Sírio, Sírio K, t"o generosamente identificada como 4mme Ta =mas isto merece um coment@rio mais detalhado, mais abai.o?. %utros erros s"o muito mais grosseiros, como a e.traordin@ria notícia de ue Digitaria ocupava em outra >poca a atual posi3"o do Sol. Se passarmos do espa3o interestelar ao sistema solar, o panorama > ainda mais desalentadorB tratam/se de conhecimento superados n"o na d>cada de vinte, mas em muitos casos em um s>culo ou mais. Saturno > identificado erroneamente como o planeta mais distante do sistema solar, dei.ando de lado Irano, descoberto em (:)( por Uerschel, e a $etuno, predito por Reverrier em ()*+ e identificado por Galle no mesmo ano =sem falar de Plut"o?. 4ste dado por si A@ pNe em dHvida ue a fonte original dos conhecimentos Dogon seAam s@bios e.traterrestres, A@ ue eles n"o teriam ignorado dois planetas t"o consider@veis. Da mesma forma, s! se mencionam as uatro luas galileanas de JHpiter, uando na realidade esse planeta tem pelo menos (+ sat>lites. 6lgumas outras omissNes s"o tamb>m curiosasB mencionam/se os an>is de Saturno, mas n"o se di# uma palavra sobre os ue circundam outros planetas maiores. Por e.emplo, os an>is de Irano foram descobertos em (9::. Seria uma observa3"o demasiadamente detalhista5 $a verdade, > certo ue os an>is de Saturno s"o consideravelmente mais conspícuos ue os de seus companheiros, mas tamb>m > certo ue o ue se est@ Aulgando a ui > verossimilhan3a de um conhecimento revelado aos humanos por nada menos ue uma super/ra3a e.traterrestres tecnologicamente avan3adaF com uma fonte desse porte devemos ser e.igentes e reclamar por precis"o nos detalhes. 4 resulta bastante contradit!rio ue o nível de detalhe ue nos > oferecido pelos Dogon, no ue se refere ao sistema solar, seAa e uivalente ao nível ue a astronomia moderna tinha em meados do s>culo SCJJJ, ou ue poderia ser obtido por um pe ueno telesc!pio levado Aunto do e uipamento de um e.plorador de finais do s>culo SJS e come3o do s>culo SS. Komo A@ se notou antes, a possibilidade de ue os Dogon tenham ad uirido conhecimentos astronômicos a partir de fontes modernas foi ualificada de inverossímil pelos defensores radicais da hip!tese e.traterrestre =e tamb>m dos 6frocentristas, ue a reAeitam por ser ;euroc'ntrica;?. 6s críticas A@ foram feitas no sentido de Aulgar improv@vel ue um processo assim pudesse ocorrer, em um lapso de tempo limitado, como tamb>m de reivindicar uma grande idade &s tradi3Nes ue falam desses conhecimentos. Vuanto ao primeiro ponto =dei.ando de parte os e.emplos citados por Sagan e ue foram citados antes?, o pr!prio 7obert 8emplo nos oferece =inadvertidamente? o ue pode ser uma evid'ncia bastante !bvia de assimila3"o de uma cren3a e.!gena por parte da mitologia Dogon. % personagem a uem se refere =apesar de denominado ;$ummo;? > facilmente reconhecívelB =2 Nummo foi crucificado e ressuscitou, e no futuro retornar< para visitar a >erra, desta vez na forma &umana=. Im $ummo crucificado ue logo ressuscita5 4ssa n"o parece muito a classe de informa3"o ue seria de se esperar de alienígenas ue dominam a t>cnica da viagem interestelar, mas sim o catecismo de algum pregador crist"o =com uma Segunda Cinda incluída?. 8amb>m e.istem outros e.emplos de hist!rias bíblicas ue os Dogon assimilaram em seus mitos, como a arca de $o> ue aparece no G'nesis, e ue eles consideram como uma lenda pr!pria. Kom respeito & grand e antiguidade das tradi3Nes ue falam de Sírio e de suas acompanhantes, tamb>m s"o necess@rios alguns esclarecimentos. 6firma/se ue a antiguidade demonstrada das cerimônias Sigui > de :11 anos =datando, portanto, ao s>culo SJJJ D.K.?. -ais uma ve#, a fonte original desta afirma3"o > o trabalho de -arcel Griaule. 6 prova material ue se oferece neste ponto s"o as m@scaras empregadas pela sociedade 6Wa nessas cerimônias, ue depois de cumprir sua fun3"o n"o s"o Aogadas fora, mas sim guardadas em refHgios protegidos. 6ntes de prosseguir, talve# seAa conveniente lembrar ue Griaule n"o dispunha de um m>todo fidedigno para datar as m@scaras encontradas nesses refHgios, A@ ue o m>todo de Karbono (* n"o foi inventado por Dillar Ribb< antes de (9*:, e esta parte de sua investiga3"o foi reali#ada em (9X). Komo conse O'ncia, ele reali#ou uma e.trapola3"o, contando as m@scaras ue haviam em um refHgio em particular =oito, os restos de uma nova, e tr's montes de p! ue assumiu ue correspondiam a tr's m@scaras adicionais?, e estimando ue foi feita uma m@scara nova a cada +1 anos, concluiu ue a cerimônia Sigui remontava at> o s>culo SJJJ. 4ntretanto em outros refHgios havia somente tr's ou uatro m@scaras, o ue torna a uest"o um pouco confusa. Podemos especular, por e.emplo, ue bastaria ue algumas m@scaras fossem movidas de um refHgio a outro em algum momento do passado para ue esta cronologia venha abai.o. De ual uer maneira, a ui > oportuno recalcar um ponto ue > fre Oentemente ignorado na discuss"o da antiguidade do conhecimento de Sírio BB ue as m@scaras e a cerimônia Sigui remontem a um passado remoto n"o di# absolutamente nada a favor ou contra a id>ia de ue os Dogon conheciam Sírio B desde tempos imemoriais caso a cerimônia Sigui esteAa relacionada apenas com Sírio. Sírio 6 > por si um obAeto astronômico atraenteF de fato > a estrela mais brilhante do firmamento =com uma magnitude de G (,*?. 4la chama a aten3"o de ual uer observador do c>u mesmo ue ele n"o saiba ue ela > circundada por uma ou mais companheiras invisíveis. %s Dogon =como os antigos egípcios? podem muito bem lhe conferir um papel central em seus mitos sem necessidade de ter conhecimento da presen3a de Sírio B, e assim celebrar em sua honra a mencionada cerimônia. 6l>m do mais, e.istem alguns detalhes ue levam a ainda mais dHvidas de ue a cerimônia Sigui realmente tenha algo a ver com Sírio B. Para come3ar, o suposto nome ue os Dogon d"o & brilhante Sírio 6B Sigu tolo, uerendo significar ;estrela de Sigui;. 6 estrela de Sigui > assim Sírio 6, apesar da te!rica preponderYncia da invisível Digitaria. 4m segundo lugar > bem chamativo ue os Dogon tenham optado por celebrar a cada sessenta anos =apro.imadamente? uma cerimônia em honra a um corpo estelar ue n"o podem ver cuAo período orbital > de cin Oenta anos =tamb>m apro.imadamente?. Seria muito mais congruente ue celebrassem a cada 01 anos. %utra ;prova; material ue sempre > tra#ida & tona neste ponto > um diagrama simb!lico ue os Dogon identificam como ;o ovo do mundo;. Segundo os divulgadores, trata/se de um ;preciso diagrama orbital;, no ual Sírio 6 se encontraria em um dos focos da elipse. 7obert 8emple A@ chegou a afirmar a respeito ue ;a analogia > t"o surpreendente ue at> mesmo o mais leigo est@ em condi3Nes de constatar a identidade das duas configura3Nes at> os mínimos detalhes;. Soa impressionante, mas a impress"o dura s! at> ue invistamos uma olhada = ue seAa com um olho ine.periente? ao desenho citado. 6 primeira coisa ue se observa > ue h@ um e.cesso de corpos ;estelares; dentro do ;sistema;B nada menos ue nove. Por ue tantos5 S! deveriam haver doisB Sigu tolo e Po tolo. Por pressuposto, 4mme Ta =;o sol das mulheres;? e seu sat>lite n"o tinham por ue aparecer, uma ve# ue A@ nos foi advertido ue recorrem em sua traAet!ria a uma distYncia muito maior ue Digitaria. Vual uer pessoa diria ue o ;preciso diagrama orbital; n"o > de nenhuma forma t"o preciso. Ima segunda olhada descobre outra anomaliaB na realidade se trata de um diagrama orbital muito estranho, A@ ue na suposta !rbita n"o h@ nenhum corpo. 6 estrela ue deveria estar sobre a !rbita =Po tolo? na realidade se encontra dentro dela. Pelo visto, o ue realmente surpreende n"o > a analogia =ine.istente? entre o ;ovo do mundo; e um diagrama orbital, mas sim ue algu>m possa fingir ue e.ista uma ;identidade das duas configura3Nes, at> nos mais mínimos detalhes;. %utra ve#, o ue se apresenta como ;prova; de uma afirma3"o e.traordin@ria cai muito abai.o de ual uer nível de e.ig'ncia, em especial uando nos > oferecido primores de precis"o ue n"o aparecem em parte alguma. 'cima, 7 es uerda) o =ovo do mundo=, tal como é representado pelos Dogon. À direita) a interpretação moderna, ue o converte em um =preciso diagrama orbital=. Nen&um dos numerosos ob,etos englobados dentro do ovo est< sobre a pretensa =0rbita=? dentro do =ovo= se encontram também corpos ue não t-m por ue estar ali, como 5mme @a ASírio B*C e NDEn tolo, ue segundo a suposta tradição Dogon estão a uma distEncia muito maior de Sírio ' ue Digitaria AFo toloC. Tripla? L muito pouco estimulante o fato de ue virtualmente todos os e.traordin@rios conhecimentos cosmol!gicos atribuídos aos Dogon A@ estavam firmemente assentados dentro da astronomia moderna antes ue os antrop!logos franceses visitassem esse povo. Por e.emplo, se dentro dessa suposta ;sabedoria tradicional; e.istisse refer'ncia a algum dado obscuro, s! descoberto muito recentemente, =como os an>is de JHpiter, ue eram desconhecidos antes da e.plora3"o da Co<ager (? o ;mist>rio; poderia ser considerado como uase ue insolHvel de uma perspectiva mundana. 4 segundo nos di#em os divulgadores do ;mist>rio de Sírio;, com 7obert 8emple & frente, essa > e.atamente a situa3"o. Im descobrimento bomb@stico veio a demonstrar ue os conhecimentos astronômicos dos Dogon estavam & frente da ci'ncia ocidental. Koncretamente, estamos falando do ;descobrimento; de Sírio K. $a primeira edi3"o de seu livro, 8emple fe# esta significativa ;profecia;B =Se Sírio B c&egar a ser descoberta, e se constatarmos ue é uma anã vermel&a, eu concluirei ue a informação dos Dogon foi completamente validada= 7ecordemos ue os Dogon n"o descrevem Sírio como um sistema bin@rio =Sírio 6 G Sírio B?, mas sim parecem falar de um sistema muito mais comple.o, um sistema estelar no mínimo triplo =no momento vamos nos abstrair dos outros elementos?B Sigu tolo, Po tolo e 4mme Ta. L um dado bem conhecido desde a metade do s>culo SJS ue Sírio > um sistema bin@rio, mas s! em (990 foi encontrada evid'ncia de ue haveria um terceiro componente. $esse ano, os astrônomos franceses Daniel Benest e J.R. Duvent publicaram em ;astronom< and 6stroph<sics; um artigo entitulado Js Sirius a triple star5, no ual baseando/se na an@lise orbital da bin@ria Sírio 6/B, e com a aAuda de uma simula3"o num>rica, ap!iam a id>ia da triplicidade de Sírio. Deve/se notar a ui ue no citado artigo Benest e Duvent n"o pretendem ;ter descoberto; ue Sírio > tripla, mas sim ue consideram altamente prov@vel ue assim seAa. De acordo com seus c@lculos, a te!rica Sírio K seria uma pe uena an" vermelha ue descreveria sua !rbita ao redor de Sírio 6 em uns + anos. 6t> agora, n"o foi possível confirmar visualmente esse descobrimento. % certo > ue, confirmada ou n"o, aos divulgadores a ;descoberta; de Benest e Duvent caiu como uma luva, e e les n"o dei.aram de tirar proveito dela desde o primeiro instante, apresentando/a como uma clamorosa confirma3"o da cone."o entre o povo Dogon e os antigos visitantes do espa3o e.terior. 4 como seria de se esperar, antes de tudo, o pr!prio 7obert 8emple aproveitou para lan3ar uma nova edi3"o de seu livro. Kuriosamente, o fato de ue a suposta ;4mme Ta; dos Dogon tem poucas características em comum com a estrela an" de Benest e Duvent n"o parece incomod@/los. Por e.emplo, o suposto período orbital de 4mme Ta seria de 01 anos, consideravelmente maior ue os seis anos ue estimam Benest e Duvent para sua an" vermelha. Sem falar ue caso essa estrela e.ista, teríamos ue demonstrar ue tem ao seu redor um sistema planet@rio, e ue neste sistema h@ condi3Nes para ue evolua a vida e uma civili#a3"o tecnol!gica como a dos fant@sticos ;$ummos; da lenda =e isto, na realidade, > muito pouco prov@vel?. 8alve# fosse apropriado perguntar se n"o > uma mera coincid'ncia afortunada ue os Dogon tenham imaginado Sírio como um sistema triplo, mas contra isso se poderia argumentar ue parece mais factível ue um conhecimento muito antigo a respeito foi se deteriorando progressivamente ao passar de forma oral de gera3"o a gera3"o. De ual uer forma, parece ue a proposta apari3"o no cen@rio de Sírio K Aoga por terra a possibilidade de ue os Dogon ad uiriram seus conhecimentos astronômicos de uma fonte terrestre e moderna. -as novamente, n"o > assim, pela simples ra#"o de ue a id>ia de ue Sírio > um sistema triplo n"o apareceu pela primeira ve# em (990 com Benest e Duvent, mas muito antes. $a verdade, a id>ia da prov@vel triplicidade de Sírio tem uma hist!ria singularmente antiga. 8"o cedo uanto ()9* =sim, ()9*? A@ se observaram irregularidades no movimento de Sírio B, o ue levou & suspeita de e.ist'ncia de um terceiro corpo estelar. Posteriormente, entre (9,1 e (9X1, surgiram ao redor de vinte relatos de observadores ue acreditavam ter visto uma pe uena estrela adicional no sistema. % primeiro desses relatos foi de Phillip Zo. em (9,1, uem informou ue a imagem de Sírio B parecia ser dupla. Zo. reali#ou esta observa3"o utili#ando o mesmo telesc!pio refrator com ue 6lvan KlarQ havia descoberto Sírio B em ()+,. %utros informes similares foram apresentados posteriormente por 7obert 8horburn 6<ton Jnnes e por Dillem U. van den Bos. Im pouco depois, em (9XX, Coronov, baseando/se na an@lise da velocidade radial de Sírio 6 entre ()99 e (9,+, postulou a hip!tese da duplicidade de Sírio 6, estimando um período orbital de *,0 anos para acompanhante. % interesse pelo te!rico terceiro componente de Sírio n"o decaiu drasticamente antes de (9:X, uando um detalhado estudo de Jrving D. Rindenblad =o mesmo astrônomo ue fotografou pela primeira ve# Sírio B? reali#ado ao longo de uase sete anos n"o conseguiu encontrar nenhum dado ue apoiasse sua e.ist'ncia. 6 uest"o a ui > ue de novo nos encontramos com o fato de ue um desses e.traordin@rios conhecimentos ue Griaule atribui aos Dogon A@ havia sido previamente discutido pelos astrônomos dos anos vinte. Se os supostos avistamentos de Sírio K na d>cada de vinte foram reais ou n"o =e muito provavelmente n"o foram? n"o tem a ui a menor relevYnciaB o importante > ue essa informa3"o, errada ou n"o, e.istia e circulava antes ue Griaule partisse com suas e.pedi3Nes & África e muito antes ue os sacerdotes Dogon aceitassem ;inici@/lo; em seus mais profundos segredos =em (9*+E?. Se algum viaAante ocidental interessado pela astronomia, digamos na d>cada de vinte ou trinta, levou aos Dogon a informa3"o maravilhosa acerca de Sírio B, pode tamb>m ter levado a da suposta Sírio K. $este sentido, e contra o ue pretendem os divulgadores, uma eventual confirma3"o da e.ist'ncia de Sírio K n"o demonstraria em absoluto ue os Dogon receberam na antiguidade informa3Nes de primeira m"o por visitantes e.traterrestres. Kaso contr@rio entretanto, se Sírio K n"o e.istir, isto favoreceria a id>ia de ue o ue os Dogon receberam foram informa3Nes contemporYneas e erradas de algum visitante muito mais terreno. Mais explicações 6t> o momento analisamos a e.traordin@ria afirma3"o de ue os mitos do povo Dogon cont'm uma estranha informa3"o astronômica cuAa fonte original > a visita de seres alienígenas procedentes de Sírio em um passado remoto, e observamos ue esta hip!tese tem pontos d>beis em sua argumenta3"o, al>m de e.istir pelo menos uma alternativa verossímil bem fundamentada. 4ntretanto, n"o se colocou em Auí#o a pr!pria e.ist'ncia dessa informa3"o dentro da cosmogonia Dogon. 6gora avan3aremos um passo a mais. 7ecapitulemosB a fonte original =e HnicaE? empregada por 7obert 8emple, 4ric Guerrier e outros divulgadores do ;-ist>rio de Sírio; > o trabalho de -arcel Griaule e sua e uipe reali#ado nas d>cadas de trinta e uarenta. -as Griaule s! se refere aos conhecimentos astronômicos dos Dogon em seu artigo In S<st[me Soudanais de Sirius, publicado em (901, e em Re 7enard PYle, ue Germaine Dieterlen publicou em (9+0, uando Griaule A@ havia falecido. $o resto de suas obras, incluindo a fundamental Dieu dMeau, os ignoram. 7elembremos o fato de ue a investiga3"o original de Griaule > a Hnica fonte ue nos refere ue os Dogon possuem um conhecimento secreto e estranho sobre Sírio. 6 uí cabe perguntarB podemos confiar de forma absoluta nessa fonte5 6ntes de mais nada, recordemos ue -arcel Griaule foi um antrop!logo eminente e respeitado, n"o um traficante de mist>rios ao estilo de von DaeniQen ou \echaria Sitchin =ou mesmo 7obert 8emple, apesar de suas credenciais acad'micas?. 4le teve uma pudorosa retic'ncia ao especular sobre a possível origem do suposto mito Dogon sobre Sírio =nada de atlantes nem de alienígenas procedentes do espa3o e.terior?. -as isso n"o implica ue suas afirma3Nes e m>todos n"o possam ser submetidos a revis"o e uestionamento. De fato, a metodologia de Griaule foi submetida a críticas h@ muitos anos. Kome3ando por sua declarada inten3"o de ;redimir o pensamento africano;, ue pode t'/lo levado a importantes erros de observador. 4le foi criticado em seu m>todo de obter informa3"o a partir de um Hnico informante atrav>s de um int>rprete, assim como na aus'ncia total de te.tos em idioma Dogon. $o ue isto implica > claroB n"o ouvimos o ue os Dogon sabem ou ignoram a respeito de Sírio, mas sim a Griaule =e a Dieterlen? interpretando/os. 4m (99( o antrop!logo belga Dalter 4.6. van BeeQ, de Itrech, depois de estudar os Dogon ao longo de on#e anos =desde (9:9 at> (991? publicou em Kurrent 6nthropolog< um artigo intitulado Dogon 7estudies. 6 Zield 4valuation of the DorQ of -arcel Griaule. $esse artigo, Can BeeQ nota, em primeiro lugar, o fato =realmente surpreendente? de ue os dados originais de Griaule e Dieterlen s"o HnicosF nenhum outro antrop!logo, trabalhando sobre o mesmo terreno, conseguiu reprodu#i/los. 4m outras palavras, n"o e.istiu nenhuma verifica3"o independente de suas afirma3Nes. 4le tamb>m atenta ue durante seus anos de investiga3"o com os Dogon, tampouco ele pôde encontrar o menor rastro do detalhado saber sobre Sírio ue Griaule lhes atribui. 6 inten3"o inicial de van BeeQ era encontrar evid'ncia das afirma3Nes de GriauleF mas ele finalmente teve ue aceitar ue e.istiam graves problemas a respeito. Can BeeQ falou com os informantes de Griaule, incluindo seu int>rprete/compilador, 6mbara, =JnneQou#ou, o sacerdote respons@vel pelo ;saber sobre Sírio; havia falecido em (90(?. Can BeeQ descobriu ue ;nenhum Dogon fora do círculo dos informantes de Griaule Aamais havia ouvido de Sigu tolo ou Po toloP 6inda mais importante, ningu>m, mesmo dentro do círculo dos informantes de Griaule havia ouvido ou entendido ue S írio era uma estrela dupla;. 6l>m disso, descobriu ue mesmo uando esses informantes sabiam de Sigu tolo, n"o eram capa#es de chegar a um acordo a respeito de ual estrela esse termo se referiaB ;para alguns, > uma estrela invisível cuAa ascens"o anuncia a festa Sigui, para outro > C'nus ue em uma posi3"o determinada aparece como Sigu tolo. 8odos concordam por>m ue eles aprenderam acerca da estrela de Griaule;. %bviamente os Dogon conhecem Sírio => a estrela mais brilhante do c>u?, mas segundo van BeeQ n"o lhe d"o o nome de Sigu tolo, e sim o de Dana tolo. 6l>m do mais, pontuali#a ue =contra o informado por Griaule? ;% conhecimento das estrelas n"o > importante ]para os Dogon^ nem na vida di@ria nem em seus rituais;, resultando para eles muito mais cruciais outros fenômenos celestes, como a posi3"o do sol e as fases lunares. Griaule obtinha seus dados em longas sessNes com um informante principalF o int>rprete/ compilador destas se3Nes =a respeito do ;saber de Sirio;? era 6mbara. L muito prov@vel ue neste processo Griaule reinterpretou as informa3Nes de seu tradutor de acordo com seus pr!prios conhecimentos =Griaule se interessava pela astronomia e a havia estudado em uma >pocaF sem dHvida conhecia a pol'mica sobre a nature#a de Sírio B, e > muito prov@vel ue estivesse a par dos avistamentos n"o confirmados de Sírio K na d>cada de ,1, tudo isso ocorreu antes ue iniciasse suas investiga3Nes na África?. Can BeeQ tamb>m nota ue a cultura Dogon d@ uma grande importYncia ao consenso e a evitar as contradi3Nes. 6o enfrentar/se com algu>m t"o respeitado e apreciado como Griaule, teriam preferido aceitar suas an@lises errôneas como pr!prias. $este cen@rio, a informa3"o sobre Sírio B teria partido do pr!prio Griaule, uem talve# pode ter interpretado mal alguma referencia relativa a uma estrela visível e pouco conspícua pr!.ima de Sírio como um reconhecimento de sua companheira invisível.6 este respeito, van BeeQ fa# mais duas observa3NesB a? 4m sua e.peri'ncia de on#e anos com os Dogon, observou ue eles tendem a dar novos nomes a obAetos de todas classes =incluindo as estrelas? s! com o fim de satisfa#er a curiosidade dos investigadores. b? Griaule tinha a tend'ncia de uerer controlar as situa3Nes, ao passo ue os Dogon procuram, sempre ue podem, evitar desacordos com os homens brancos. 4m especial com Griaule, ue os havia impressionado como um personagem muito importante. Se este lhes tivesse feito uma pergunta dirigida sobre se conheciam a companheira invisível de Sírio, muito provavelmente teria obtido uma resposta afirmativa, ainda ue na verdade n"o soubessem nada a respeito. Can BeeQ cita um e.emplo específico desta tend'ncia dos Dogon ao consensoB uma de suas narra3Nes e.plica a diferen3a entre eles e os brancos mediante uma hist!ria tomada do G'nesis =a da ebriedade de $o>?. S! ue a reivindicam como pr!pria e reAeitam ue se trate de uma hist!ria tomada dos brancos, e nisto coincidem tanto a ueles Dogon ue ainda mant'm suas cren3as tradicionais como a ueles ue s"o crist"os. Ima contra/e.plica3"o &s afirma3Nes de van BeeQ > ue o saber sobre Sírio > realmente muito secreto e conhecido s! por alguns poucos. 6 isto ele respondeB ;nem os mitos nem as can3Nes ]dos Dogon^ G apesar de serem sagrados G s"o secretos. De fato, o ;tem; ]conhecimento coletivo^ > conhecimento pHblico;. 6inda maisB ;6 uest"o >, ent"o, ue tais segredos possam ser secretos e ainda assim permanecer como parte de uma cultura. % significado compartilhado > um aspecto crucial em ual uer defini3"o de cultura, en uanto ue um segredo compartilhado por alguns poucos > por defini3"o marginalP 6ssim, se os segredos revelados a Griaule s"o parte da cultura Dogon, uma pessoa deve ser capa# de voltar a conseguir seu rastro;. Se as afirma3Nes de Griaule s"o Hnicas, n"o se pode di#er o mesmo das de van BeeQF outros antrop!logos, como JacQ< BouAou, com (1 anos de e.peri'ncia entre os Dogon, e Paul Rane, trabalhando tamb>m sobre o terreno, coincidem em suas conclusNes. $aturalmente, Dieterlen = ue faleceu em (999? e a filha de Griaule, Genevieve Griaule/ Kalame defenderam a obra deleF esta Hltima chegou a ualificar a crítica de van BeeQ como ;especula3"o desenfreada;. %utros críticos encontraram mais falhas nos ;descobrimentos; de Griaule. Komo Peter James e $icQ 8horpe, em seu livro 6ncient -<steries =(999?. 4les se referem fundamentalmente aos argumentos de van BeeQ, mas tamb>m encontram lugar para aportes pr!prios. Por e.emplo, notam s>rias diverg'ncias entre a interpreta3"o ue Griaule fa# e o ue ele mesmo relata ue lhes informaram os Dogon. 6ssim, a interpreta3"o de Griaule assume ue Po tolo > Sírio B, mesmo ue a informa3"o original seAa muito diferenteB ;Vuando Digitaria =Po tolo? est@ pr!.ima de Sírio, esta Hltima se fa# mais brilhanteF uando est@ mais longe de Sírio, Digitaria emite uma lu# oscilante, sugerindo v@rias estrelas ao observador;. Dificilmente pode/se di#er ue isto sugere uma acompanhante invisível de Sírio. James e 8horpe tamb>m consideram suspeito o antigo interesse de Griaule pela astronomia, e sugerem ue ele reinterpretou as respostas de seus informantes de acordo com seu pr!prios conhecimentos e ao ue deseAava ouvir. Conclusão Podemos resumir o estado atual do ue > considerado por muitos como a evidencia mais s!lida da visita de seres do espa3o e.terior & 8erra em um passado remoto nos seguintes pontosB •$enhum dos ;e.traordin@rios; conhecimentos astronômicos ue esses visitantes alienígenas dei.aram ao povo Dogon era desconhecido da astronomia moderna antes ue seus mitos fossem registrados nos anos trinta e uarenta. $isto se incluem v@rios erros !bvios, ue parece muito pouco prov@vel ue tenham vindo de uma civili#a3"o tecnologicamente avan3ada. •$"o e.iste nenhum registro pr>vio aos anos trinta e uarenta desse e.traordin@rio saber astronômico. •6 evid'ncia material a respeito desse e.traordin@rio saber > ambígua e suAeita a interpreta3Nes arbitr@rias, como o famoso ;ovo do mundo;, transformado em um ;diagrama orbital;. •4.istem e.plica3Nes alternativas verossímeis, como a de Karl Sagan, baseada em processos de assimila3"o cultural ue A@ foram observados entre outras culturas. •-ais importante todaviaB toda a lenda do saber secreto sobre Sírio do povo Dogon se baseia em uma Hnica fonte =Griaule?, e as afirma3Nes dessa Hnica fonte n"o puderam ser confirmadas por outros investigadores trabalhando sobre o mesmo terreno. Dito de outra forma, n"o houve uma verifica3"o independente dos dados. •%s dados e os m>todos empregados pela fonte original foram uestionados e criticados. •4 n"o > s! uma uest"o dos dados originais n"o terem sido verificados independentementeB a investiga3"o de Dalter van BeeQ aponta evid'ncias contra a id>ia de ue alguma ve# e.istiu entre o povo Dogon um estranho, detalhado e preciso conhecimento astronômico, fora das possibilidades reais de uma sociedade pr>/tecnol!gica. Pelo visto, a evidencia n"o > t"o s!lida uanto parece, ou como se uer fa#er crer. -esmo ue at> a 4nc<clop_dia Britannica %nline tenha sucumbido & demagogia e ao absurdo de aceitar ue a cerimônia Sigui se baseia na ;cren3a de ue h@ X111 anos anfíbios procedentes de Sírio visitaram os Dogon;. Para concluir, e s! como um dado curiosoB 7obert 8emple n"o repara no trabalho de van BeeQ na reedi3"o de seu livro 8he Sirius -<ster<. 4sta ;estranha; omiss"o n"o pode ser menos ue chamativa a um erudito de sua classe. L sem dHvida uma l@stima , A@ ue ele poderia e.por os in uestion@veis vínculos do antrop!logo belga com a `GB, a KJ6 e a $6S6, em seu intento coordenado por suprimir sua hip!tese. 6 cronologia o permitia =Dogon 7estudies > de (99(, e a reedi3"o de 8he Sirius -<ster< de (99)?, mas muito provavelmente fa# sentido se entendermos ue essa classe de refer'ncias o faria perder uma boa f@bula. aaa ota! 4sta > uma tradu3"o adaptada da introdu3"o e da segunda parte do artigo de Javier Garrido B. sobre os Dogon. 6 primeira parte omitida, por motivos de espa3o e trabalho =para tradu3"o? fornece informa3Nes aprofundadas e na verdade introdut!rias sobre o ;mito sobre o mito;, sobre os Dogon e sobre -arcel Griaule. % ap'ndice cont>m um trecho em ingl's de ;Dieau dMeau;, ou ;Konversations With %gotemmeli;, o te.to do pr!prio Griaule. 8udo isso pode ser achado seguindo o linQ para o artigo original, presente no come3o desta p@gina, logo abai.o do título. 6s fontes abai.o e suas descri3Nes foram dei.adas em castelhano pois > possível compreend'/las sem muito esfor3o. "ontes! Información general sobre los Dogon y su cultura Dogon artículo de la 5ncDclopGdia Hritannica 2nline. ' SummarD of t&e Dogon Bult de D. Ia&an. Notes on Harbara De8ott, Dogon 8asJs) ' Structural StudD of Korm and 8eaning SocietD"D292N resumen realizado por 8arlene 8. 8artin D Lobert 2. 4agace. Dogon BosmologD and t&e Mnterface of Nature and Bulture artículo de '&aron N. +aradD. Dogon Mnformation datos sobre la sociedad Dogon. 4e 8ali artículo de 8ic&el >étu sobre la Lep(blica de 8ali. Sobre Marcel Griaule 4N'fri ue de 8arcel 9riaule F<gina del 8usée de lNOomme, con motivo del centenario de 9riaule en PQQR. Bontiene muc&a informaci0n sobre sus expediciones D estudios. Aen francésC SummarD of 8arcel 9riauleNs SorJ artículo de 5ric TollD. Acerca del descubrimiento de Sirio B >&e StorD of t&e Bompanion of Sirius Información crítica >&e Dogon and Sirius artículo del >&e SJepticNs DictionarD. >&e Dogon Levisited por Hernard 2rtiz de 8ontellano, en DougNs 'rc&aeologD Site. 'rtículo amplio D bien documentado, del ue &e tomado muc&os datos. 5gDptians, Dogons, and Sirius) a summarD también de Hernard 2rtiz de 8ontellano. 5n este puntualiza D refuta algunas de las afirmaciones mas frecuentes del =misterio de Sirio=. >&e Sirius 8DsterD por Tames 2berg. 'n<lisis crítico de la primera edici0n del libro de >emple. Ban tales of Sirius be seriouslD breve artículo de TaD Mngram. >&e Sirius 4ie de Kilip Boppens. Das Sirius LUtsel. Sas Vissen die Dogon Wber Sirius ' und H * de Xlaus Lic&ter. >ambién de a uí &e extraido muc&a informaci0n (til. Aen alem<nC Oet mDsterie van Sirius en de Dogon. artículo publicado originalmente en =SJepter= en PQQY por Lob van 9ent. De esta p<gina &e tomado varios datos sobre la obras de 9uerrier D >emple. Aen &olandésC Ml mistero dei Dogon e Sirio H de 9. Bomoretto. Aen italianoC Etcétera F<ginas acríticas sobre el =misterio de Sirio= se encuentran a cientos en la Seb. For cuesti0n de principios, no acostumbro colocar enlaces a lugares ue fomenten la credulidad, la superstici0n D la pseudociencia ADa tienen una promoci0n tan abundante como inmerecida, así ue Zpara ué ofrecerles m<s*C pero por esta vez &e decidido &acer una excepci0n. 5n parte por ue &e citado material de esas p<ginas, D en parte para ue el visitante pueda &acerse su propia opini0n al respecto. >&e Sirius 8DsterD [ >&e Lobert >emple MntervieV rese\a de una entrevista a Lobert >emple por Faul Loland en Sig&ting 8agazine. Dogon artículo de 4oD 4aV&on en ufos.about.com. >&e Dogon, t&e Nommos and Sirius H una de tantas p<ginas sobre el =misterio=, aun ue muD discretamente menos crédula ue muc&as otras. 'l menos, sirve como referencia sobre algunos de los aspectos mas importantes del mito, D presenta una recreaci0n =artística= del Nummo Alo representa como una especie de &ombre" ranaC. ]]] No &e podido &allar material crítico sobre el =misterio de Sirio= en castellano en la Seb Abueno, tampoco en otros idiomas es muD abundante, ue digamosC. Sin embargo, la bella lengua de Bervantes no puede lamentar ue no se &aDa tratado el tema) &e encontrado varios artículos =no críticos= al respecto, en su maDoría de muD escaso valor. Basi todos se limitan a repetir datos de publicaciones en inglés, asociandoles, como valor agregado, maltraducciones, errores D exageraciones varias. Lese\o a continuaci0n unos pocos) 4os Dogon D la estrella Sirio de Bostantino Faglialunga Aotro misterio ue la ciencia actual no &a logrado descifrar etc, etc, etc^C 5l misterioso conocimiento Dogon en la Seb =5nigmas=. Si se uiere, es una buena exposici0n del mito, sin maDor originalidad. 4os dioses ue ba,aron de Sirio artículo de Tavier Sierra D 8anuel T. Delgado. Bontiene algunos gruesos =errores=, como inventarse un libro publicado por la &i,a de 9riaule en PQ_$, con datos de,ados por este D = ue no se atrevi0 a dar a luz=A````C? pero lo ue describen no es otra cosa ue el relato cosmog0nico de Dieu dNeau apublicado en PQ;R` Z3uienes son los Dogon* de Tes(s Lodríguez, en la revista de la BMBM. Oace un valiente intento de eliminar la discrepancia entre el período orbital de Sirio H D la periodicidad de la ceremonia =Sigui=, &aciendo ue esta se celebre cada b$ a\os en lugar de cada Y$. '&ora no le ueda sino convencer a los Dogon de ue cambien sus costumbres.
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.