1A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL NO PROCESSO DA ESCOLHA PARA O MERCADO DE TRABALHO Aline Hofmann Rodrigues 1 Alessandra Rodrigues Jacoby 2 RESUMO O presente artigo teve como objetivo fazer um levantamento bibliográfico das produções dos últimos quinze anos com a intenção de apresentar como o constructo da Orientação Profissional tem influenciado no processo da escolha no mercado de trabalho. Para tanto, foram realizadas consultas a bases de dados que reúnem publicações nacionais. Entre os resultados gerais, considerando as pesquisas nacionais, verificou-se que a maioria dos estudos empregou o método de pesquisa com estudos teóricos, onde foram encontrados oito artigos, em detrimento de sete estudos quantitativos e seis qualitativos. Também foram relacionadas dez dissertações de mestrado e duas teses de doutorado. Ainda é necessário que novas pesquisas sejam realizadas. E, pelo fato da Orientação Profissional ser bastante relevante, é importante que se faça avaliações das produções científicas com o intuito de orientar novas pesquisas, produções e intervenções desse ramo. Pois a área da Orientação Profissional, apesar de estar expandindo cada vez mais, precisa estar bastante articulada e coerente dentre as suas propostas e interesses. Palavras Chave: Orientação Profissional, Escolha Profissional, Orientação Educacional ABSTRACT This article aims to review the literature of the productions of the last fifteen years with the intention of presenting how the construct of vocational guidance has influenced the process of choice in the labor market. Therefore, consultations were held to databases that gather national publications. Among the results general, considering the national research, it was found that most studies employed the method of theoretical research, where they found eight articles, rather than seven quantitative and qualitative six. Were also related ten dissertations and two PhD theses. It is still necessary that further research be conducted. And because of the Vocational Guidance be quite relevant, it is important to make assessments of the scientific production in order to guide 1 Psicóloga, Acadêmica do Curso de Pós Graduação em Avaliação Psicologica da FACCAT. Endereço Postal: Rua Borbonite, 150, Canela-RS. Email:
[email protected] 2 Psicóloga, Mestre em Psicologia Clínica, Especialista em Recursos Humanos, professora do curso de Psicologia das Faculdades Integradas de Taquara – FACCAT.
[email protected]. 2 further research, production and intervention of this branch. Because the area of Professional Counseling, despite being increasingly expanding, need to be very articulate and coherent among its proposals and interests. Keywords: Career Guidance, Professional Choice, Educational Guidance INTRODUÇÃO A escolha de uma profissão nem sempre foi algo que preocupasse a humanidade. Nossos ancestrais se organizavam com o objetivo de manter a sobrevivência da espécie. Como o trabalho realizado era praticamente os mesmos para todos, não havia a necessidade de organizarem-se em hierarquias (OLIVEIRA, 2009). As atividades que eram realizadas naquela época estavam baseadas na caça, na pesca e no plantio dos alimentos (KRAWULSKI, 1998). Com o tempo o trabalho foi mudando de configuração e começou a ser passado de geração para geração, quem definia a futura vida profissional era a família de origem de cada cidadão. O trabalho era pouco valorizado perante a sociedade e era visto como algo árduo, as atividades não dependiam das escolhas e sim de sua origem social (OLIVEIRA, 2006). No período da Terceira Revolução Industrial, época em que a produção e o consumo eram realizados em grandes escalas gerando um trabalho repetido e cansativo, surge a orientação profissional com o objetivo de aumentar a laboriosidade crescente, garantindo cada vez mais a produção em massa, buscando ajustar as habilidades e competências dos trabalhadores em determinadas funções. Neste momento inicial era descartada a satisfação e a auto realização das pessoas (LASSANCE E SPARTA, 2003). Para Lassance e Sparta (2003), alguns movimentos históricos desde o início do século XV contribuíram para que a visão do trabalho fosse vista como algo que dignificasse o homem. O trabalho era visto como algo que gerava certa estabilidade ao homem, uma segurança que era possível planejar o seu futuro em longo prazo através do emprego (VALORE E VIARO, 2007). Foi somente na segunda metade do século XX que a Orientação Profissional começou tomar outros rumos. Coma influência da Carl Rogers, o foco foi mais na decisão do orientando, não sendo mais o orientador o detentor Dependendo dos resultados alguns testes poderiam ser aplicados (SANTOS. sendo que as práticas mais relevantes são as psicométricas. O ISOP (Instituto de Seleção e Orientação Profissional) foi criado no Brasil em 1947. propôs mudanças para o desenvolvimento social focando a atenção em grupos desfavorecidos como imigrantes. Diante do exposto presente artigo tem como objetivo fazer um levantamento bibliográfico das produções dos últimos quinze anos com a intenção de apresentar como o constructo da Orientação Profissional tem influenciado no processo da escolha no mercado de trabalho. No início do século XX foi o pioneiro na integração teórica e técnica com o intuito de facilitar para que as pessoas escolhessem suas profissões. Resultando então nas escolhas de acordo com a gratificação e realização de cada pessoa. 2005).3 do saber. 2003). 2012). Frank Parsons é considerado como o fundador da orientação profissional. Ele também visava uma melhora na sociedade. Para tanto. O objetivo era através dos estudos científicos orientarem principalmente a classe média alta. no Brasil a Orientação Profissional sofreu forte influência europeia. foram consultados outros artigos teóricos e conferidas informações disponíveis na internet sobre o método e os indexadores de . mulheres e pessoas de baixa renda. a clínica e a psicossocial. Esse instituto formou os primeiros especialistas da área da psicologia em orientação profissional (ABADE. através de um projeto político. Outro aspecto que colaborou para a evolução desse processo foi as Teorias Evolutivas que abordavam a escolha profissional como algo que faz parte do desenvolvimento e das vivências do sujeito. norte-americana e latino-americana. Seu trabalho era realizado em duas etapas: a primeira era um questionário para autoanálise com 116 questões e a segunda etapa era agendado uma entrevista individual onde eram discutidos os resultados. sentindose satisfeitos com os resultados (LASSANCE E SPARTA. Conforme Abade (2005). MÉTODO O primeiro passo da pesquisa foi o da escolha das bases de dados nacional que oferecessem resultados consistentes e atualizados no campo da Psicologia. em alguns casos. . caso ainda restasse dúvida quanto à pertinência dos artigos.4 diferentes fontes de busca científica. Diante dos resultados obtidos inicialmente. Tendo como objetivo fazer um levantamento bibliográfico das produções dos últimos quinze anos com a intenção de apresentar como o constructo da Orientação Profissional tem influenciado no processo da escolha no mercado de trabalho. Para todos os casos. Por fim. foram eleitas as Bases de Dados em Psicologia (BVS–Psi) para a pesquisa e. Explica-se que assim que os artigos eram considerados relacionados com o tema e selecionados. interesse profissional. percebeu-se a necessidade de selecionar o material através da análise dos títulos e. Esta análise foi feita através da leitura de todos os títulos e a seleção daqueles que. Resultados e Discussão Para apresentação e discussão dos resultados. Todos os artigos que continham a expressão completa no título foram selecionados. orientação vocacional. ou diretamente no periódico. também dos resumos. teste vocacional e escolha profissional. Os descritores utilizados nesta pesquisa foram: orientação profissional. portanto foram eliminadas todas as referências relacionadas que não puderam ser acessadas através da própria base. o portal de periódicos da CAPES e o Scielo. as referências encontradas foram separadas em artigos teóricos (Tabela 1) e empíricos. que reuniram um grande número de referências às quais não apresentavam uma relação entre os termos pesquisados. a busca pela localização do texto completo era realizada no próprio periódico onde fora publicado. assim também foram automaticamente relacionados os mesmos termos no plural. pareciam ter relação com o assunto pesquisado. Em seguida. O critério de escolha destas bases ocorreu por serem consideradas as mais abrangentes entre as disponíveis até o momento e por agregarem fontes consistentes de dados científicos. somente foram considerados os artigos que permitiram o acesso aos textos completos. inicialmente. os resumos eram lidos e eliminados aqueles que não atendiam ao objetivo deste estudo. Uma última tabela apresenta as dissertações e teses encontradas na pesquisa (Tabela 4). somente trinta e três artigos foram considerados relacionados ao tema pesquisado. . geralmente. De todos estes resultados. Os estudos qualitativos são aqueles que utilizam como métodos. classificados em quantitativos e qualitativos. pesquisa de campo. tratam os dados estatisticamente e utilizam um grande número de sujeitos na coleta dos dados (TURATO. 2006). por exemplo: estudos de caso. Destes. sete são quantitativos. Quanto aos artigos empíricos. posteriormente. Os artigos foram considerados teóricos quando se tratava de revisões da literatura ou pesquisas bibliográficas. conforme as Tabelas 2 e 3. seis são empíricos qualitativos. Como instrumentos de coleta de dados.5 sendo que os empíricos foram. dez dissertações de mestrado e duas teses de doutorado. estes deveriam apresentar uma pesquisa aplicada de natureza quantitativa ou qualitativa. oito são teóricos. utilizam as entrevistas semi-dirigidas. 2005). os grupos focais ou a observação (Günther. análise de documentos. Já os estudos quantitativos trazem relações de causa-efeito. 2008 Revista Brasileira de Orientação Profissional Psicologia Clínica 2 ALMEIDA et al 3 ANDRADE et al 4 KRAWULSKI A orientação profissional e o significado do trabalho 1998 5 SARRIERA Uma perspectiva da orientação profissional para o novo milênio 1999 6 SILVA et al A Orientação Profissional no contexto da Educação e Trabalho 2004 7 SPARTA O Desenvolvimento Profissional no Brasil. Desta forma. .6 Conforme tabela 01 se pode observar que os artigos teóricos nacionais encontrados na literatura sobre OP datam entre (1998-2008).bvsal ud. Tabela 01 – Artigos teóricos nacionais Nº Autores Título Ano Fonte 1 ABADE Orientação profissional no revisão da produção científica uma 2005 Adolescência. família e escolhas: Implicações na orientação profissional.org/scielo. O processo de orientação vocacional frente ao século XXI: perspectivas e desafios.phd ?pid=S141498932002000300 008&script=sci_ar ttext> Revista Brasileira de Orientação Profissional Revista Brasileira de Orientação Profissional Revista Brasileira de Orientação Profissional Revista Brasileira de Orientação Profissional Revista Brasileira de Orientação Profissional A tabela 02 é de artigos empíricos quantitativos sobre OP a qual é composta de artigos que datam entre o ano de 2003 e o ano de 2012. observa-se que a partir de 2003 o foco nas pesquisas quantitativas publicadas aumentou. Orientação 2003 8 SPARTA et al Modelos e instrumentos de avaliação em orientação profissional: Perspectiva histórica e situação no Brasil 2006 da Brasil: 2002 Disponível em: <http:pepsic. Não foram localizados na literatura pesquisada estudos com os temas relacionados que fossem de anos posteriores. o que demostra que a partir de 2009 não foram publicados artigos relacionados a pesquisas qualitativas sobre Orientação Profissional.bvsalud.org/10. Revista Brasileira de Orientação Profissional 4 SILVA et al Avaliação de um serviço de orientação profissional: a perspectiva de exusuários.or g.doi.or g/scielo.bvsalud. Psico-USF 2006 Revista Brasileira de .phd?pid=S167933902003000100003&s cript=sci_arttext>.phd?pid=S141303942005000200008&s cript=sci_artext>. Revista Brasileira de Orientação Profissional 2007 Revista Brasileira de Orientação Profissional A tabela 03 mostra os artigos empíricos qualitativos sobre OP que foram publicados entre o ano de 2001 e o ano de 2009. 2012 5 SPARTA et al Exploração vocacional e informação profissional percebida em estudantes carentes 2012 6 TEIXEIRA et al 2007 7 VALORE et al Produção científica em orientação profissional: Uma análise da revista brasileira de orientação profissional Profissão e sociedade no projeto de vida de adolescentes em orientação profissional Disponível em: <http://pepsic. Disponível em: http://pepsic.bvsalvd.7 Tabela 02 – Artigos empíricos quantitativos Nº Autores Título Ano Fonte 1 ALMEIDA et al 2006 Revista Brasileira de Orientação Profissional 2 NEIVA et al 2005 Revista Brasileira de Orientação Profissional 3 RIBEIRO 2003 .scielo.org . Tabela 03 – Artigos empíricos qualitativos Nº Autores Título Ano Fonte 1 COSTA Orientação profissional: um outro olhar 2007 2 LASSANCE et al A orientação profissional e as transformações no mundo do trabalho 2003 3 NORONHA et al 2006 4 NORONHA et al Orientação profissional e vocacional: análise da produção científica Análise de teses e dissertações em Disponível em: <http://dx. Demandas em orientação profissional: um estudo exploratório em escolas públicas Interesses em adolescentes que procuram orientação profissional.phd?pid=S167673142003000200002&s cript=sci_arttext>.scielo. Um estudo sobre a maturidade para a escolha profissional de alunos do ensino médio.159 0/S010365642007000400005> Disponível em: <http://pepsic. Universidade Federal de Santa Catarina Dissertação. Universidade Federal do Rio Grande do Norte Tese. Dissertação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Universidade de São Paulo . Tabela 04 – Teses e dissertações sobre Orientação Profissional Nº Autores Título Ano Fonte 1 CARAN Riscos psicossociais e assédio moral no contexto acadêmico. Relação entre vocação. Universidade São Paulo 4 OLIVEIRA 2009 5 OLIVEIRA 6 OLIVEIRA Os sentidos da escolha da profissão. Gênero em processo de Orientação Profissional.8 orientação profissional 5 SILVA et al 6 SOUZA et al A orientação profissional como rito preliminar de passagem: sua importância clínica Oficina de Orientação Profissional em uma Escola Pública: Uma Abordagem Psicossocial Orientação Profissional 2001 Psicol. Pontifícia Universidade Católica de Campinas . Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Tese. Os significados do trabalho para a juventude – um estudo sócio-histórico com adolescentes ricos De quem é o vestibular? A mãe frente à diferenciação do filho.PUC Dissertação. Universidade Federal de Minas Gerais Dissertação. Dissertação. 7 OLIVEIRA 8 SPARTA 9 VERIGUINE 10 VILELA 11 MANFREDINI 12 SANTOS Uma escolha profissional equivocada como geradora de crise no jovem universitário: um estudo fenomenológico A exploração e a indecisão vocacionais em adolescentes no contexto educacional brasileiro Autoconhecimento e informação profissional: implicações para o processo de planejar a carreira de jovens universitários Significado do trabalho e uma escolha acadêmico-profissional: um estudo com universitários primeiranistas Características sociodemográficas e de personalidade de adolescentes em processo de orientação profissional: a técnica de Zulliger como instrumento de análise. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Dissertação. 2011 2011 2000 2006 2003 2008 2003 2012 2012 Dissertação. por jovens de baixa renda: um estudo em psicologia sócio-histórico. Universidade Católica de Pernambuco Dissertação. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Dissertação. 2007 2 ESBROGEO 2008 3 GONZAGA A avaliação da orientação profissional em um grupo: o papel da informação no desenvolvimento da maturidade para a escolha da carreira. escolha profissional e nível de stress. Universidade de São Paulo Dissertação. estud 2009 Psicologia Profissão Ciência e As teses e dissertações de Mestrado sobre OP (2000-2012) mostram que nos últimos dois anos as pesquisas nessa área aumentaram as publicações. conforme a tabela 04. MEIRA E VASCONCELOS. Os anos que mais tiveram publicações foram 2003 e 2006. os avanços tecnológicos estão bastante acelerados. em 2007. Esses dados mostram que não houve uma crescente constante nas publicações nos últimos quinze anos. pois enfoca várias questões internas de cada pessoa. 2002). com isso as pessoas precisam buscar cada vez mais atualizações para o mercado que as esperam.9 Conforme tabelas apresentadas pode-se observar que de 1998 a 2002 foram encontrados apenas um artigo publicado sobre o tema pesquisado por ano. Almeida e Silva (2006) acrescentam ainda que tais . Na sequencia. Já em 2006 outra vez deparou-se com cinco artigos. De acordo com Sarriera (1999). expandindo conhecimento incluindo a dados relacionados às desigualdades entre as classes sociais. deixando de lado algumas outras. pois quanto mais capacitadas e preparadas estiverem. orientação sexual. mais chances terão de se inserirem no campo do trabalho. Como a orientação pode ser vista O mercado de trabalho exige crescentes conhecimentos aprofundados em determinadas áreas que anteriormente não eram tão visadas. no ano seguinte. gerando muito desemprego. No ano de 2003 houve um aumento para cinco artigos encontrados nas pesquisas. foram diminuindo gradativamente um artigo por ano. De 1998 a 2013 as publicações oscilaram. Onde no ano de 2010 não foi localizado nenhum artigo publicado relacionado ao tema pesquisado. No entanto. sendo estes duas teses de doutorado. 2008 e 2009. estando relacionada ao interesses pessoais e com a personalidade das pessoas (SANTOS. em 2004 já diminuiu novamente para um artigo e em 2005 foram dois artigos encontrados. Hoje a Orientação Profissional não fica mais apenas limitada a questões escola-trabalho. 2012). sendo assim o trabalhador precisa estar em constante aprimoramento de sua mão de obra para não ficar desempregado (ANDRADE. A Orientação Profissional ainda carece de pesquisas atualizadas. raça. No ano de 2011 apenas dois artigos foram achados e no ano seguinte esse número aumentou para quatro. dentre outros. 2006). No entanto não pode ser vista como uma “resposta mágica”. A escolha profissional pode gerar muita ansiedade. como por exemplo: egressos de trabalhos. mas todos os níveis sociais devem ter acesso a este serviço pois o propósito da orientação é a inclusão e não a exclusão das pessoas. Na década de 80. estudantes de nível superior que desejam trocar de curso. podendo hoje ser desenvolvido em diversas áreas. 2007). As atividades profissionais podem ser consideradas uma das ocupações mais relevantes na vida das pessoas (NORONHA E AMBIEL. reconhecendo mais suas vontades. esse processo de intervenção não pode ser caracterizado como um processo . NOCE E ANDRADE. 2003). da cultura e da política ocasionam uma constante metamorfose afetando toda a população. principalmente os adolescentes que neste período estão em busca da inserção no mercado de trabalho. pois optar por uma carreira profissional é um processo complexo (SILVA.10 mudanças possuem características relevantes no processo da carreira profissional. dentre elas estão: o local. portadores de deficiências. 2003). 2007). por isso é importante que o jovem busque sempre informações de cunho verídico e fundamentado. plano de carreira. o salário. algo que resolva tudo relacionado às profissões (COSTA. reconhecimento. muitos outros critérios estão presentes nas tomadas de decisões dos jovens. pois o complexo mundo das profissões e o processo da globalização da economia. orientação de carreira. população socioeconomicamente desfavorecida (RIBEIRO. no decorrer dos anos esse tema foi aumentando suas proporções. no entanto. os colegas. sendo importante o auxilio de um profissional capacitado. E além das atividades que uma profissão envolve. a rotina do trabalho. Tais tecnologias trazem muitas vezes informações que não tem um fundamento ético e verdadeiro. a orientação profissional era associada à escolha de um nível superior. buscando suas escolhas com responsabilidade e conhecimento. no entanto. Costa (2007) ainda acrescenta que a orientação profissional não pode ser restrita e diretiva para um nível superior. Silva e Soares (2001) sugerem que o objetivo da Orientação Profissional não é apenas a escolha de uma profissão e sim um processo de amadurecimento de cada indivíduo. promoção e participação nos lucros (NEIVA. Esbrógeo (2008) aponta que é preciso ficar atento. ainda há falta de informações consistentes para facilitar os jovens para suas escolhas profissionais. No entanto. Neiva. Sendo que tais informações devem proporcionar uma melhor estruturação para os projetos de vida de cada jovem. NOCE E ANDRADE. Silva. podendo ser oferecidas por órgãos públicos ou privados. É importante expor aos jovens que eles precisam se preparar para um mundo que exige diversas habilidades das pessoas. As escolas particulares também tiveram vantagem sob as públicas no que diz respeito à maturidade profissional. A maior contribuição que a orientação profissional pode proporcionar é o autoconhecimento e o aprendizado de cada um (ALMEIDA E SILVA. não sendo necessário que essas orientações sejam restritas às profissões que exijam nível superior (RIBEIRO. 2006).11 terapêutico. o tempo de duração também é variável de acordo com cada proposta oferecida. e o delineamento que cada um busca pode ser por meio das escolas ou não. principalmente para os alunos de escolas públicas. ainda acrescenta que muitos alunos que ingressam em um estudo de nível superior pela primeira vez fazem poucas reflexões sobre a . Miranda e Esteves (2005) relatam que em um estudo realizado em Curitiba-PR com 950 alunos do ensino médio. Muitas vezes esses serviços são oferecidos com o intuito de buscar uma melhor colocação dos profissionais no mercado de trabalho. 2003). usando o instrumento de avaliação o EMEP (Escala de Maturidade Profissional) apresentou uma diferença significativa nos resultados obtidos em relação ao sexo dos participantes e do tipo da instituição. que é preciso buscar um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal e que o aprendizado é continuo (SILVA. em relação às instituições de ensino. A quem se destina Silva. 2003). Não havendo diferenças apresentadas em função do turno em que os alunos estudavam. Há várias formas de buscar capacitações. As meninas demonstraram ter mais maturidade do que os meninos. Vilela (2003). Lassance e Soares (2004) salientam que é muito importante proporcionar Orientação Profissional aos jovens brasileiros. Sparta. Também há uma necessidade de ampliar cada vez mais a Orientação Profissional para várias vias. Podendo ser aproveitado esses grupos para desenvolver a orientação profissional (SILVA E SOARES. planejando o futuro e traçando alguns projetos (SILVA. nem ao corpo docente ou qualquer coisa do gênero (OLIVEIRA. 2001). Eles precisam resignificar muitos projetos de vida. proporcionando esse trabalho além dos estudantes os demais trabalhadores e os desempregados (SILVA. 2003). Bargagi e Andrade (2005) afirmam que o processo da escolha profissional não ocorre apenas no período da adolescência. É na adolescência que os jovens começam a buscar suas identificações através dos seus grupos. 2006). o jovem tende a refletir sobre suas questões pessoais e profissionais. Já a indecisão vocacional é considerada quando o jovem precisa fazer algumas escolhas. Segundo Oliveira (2006). e sim por um período de vida muito maior. Silva. dessa forma conseguem elaborar melhor suas questões pessoais. Sendo assim. a cada semestre observa-se um aumento dos alunos que buscam apoio a profissionais. Essas incertezas que os alunos apresentam nesse período não estão relacionadas às infraestruturas dos cursos. 2000). é imprescindível que os profissionais estejam em constantes atualizações e aperfeiçoamentos (KRAWULSKI. até mesmo nas suas instituições. pois não estão satisfeitos com a escolha . No período da adolescência os jovens estão definindo sua identidade. isso gera muitas dúvidas. NOCE E ANDRADE. Para Sparta (2003). nesse momento ele tem alguns ganhos e perdas. 2004). O trabalho é visto além da forma de sustento também como realização pessoal. na adolescência. No entanto.12 futura vida profissional. afirmam que nos últimos tempos a demanda pelo interesse por parte dos adultos tem aumentado o que pode estar relacionado à instabilidade profissional. Os estudantes têm chegado cada vez mais jovens nos cursos superiores e frequentemente imaturos. 1998). A exploração vocacional é caracterizada quando ele busca nesse processo muitas informações sobre as diversificadas profissões. Lassance e Soares (2004). estão condicionadas as evoluções sociais. LASSANCE E SOARES. com o intuito de buscar orientações sobre seus cursos. pois estão crescendo e precisam deixar para trás algumas questões que traziam segurança enquanto crianças (Oliveira. no entanto. No entanto. Já os jovens de famílias de baixa renda tendem a se inserirem no mercado de trabalho em média de seus quatorzes anos. São difíceis aqueles que trabalham como aprendizes e tem seus direitos preservados e garantidos. respeitando as habilidades de cada pessoa. Nesse processo podem ser utilizados alguns materiais. técnicas. madura. bens e realizações pessoais. A maioria dos jovens inicia na universidade sem ter conhecimentos no currículo do curso que pretendem cursar. Por isso é de extrema importância a Orientação Profissional de forma que possui instrumentos da área da psicologia que auxiliam o sujeito a reconhecer melhor suas potencialidades. conforme a idade vai aumentando os direitos passam a ser mais acatados (OLIVEIRA. observa que os alunos que já realizam alguma atividade trabalhista se diferem dos demais. Para os adolescentes de classe médio-alta é comum que eles busquem profissões relacionadas são modelo de seus pais. segundo Veriguine (2008).13 profissional. ressignificando seu papel enquanto profissional (OLIVEIRA. bem como alguns testes de uso exclusivo do psicólogo. o que pode estar relacionado com a falta de informação do meio ao qual estão inseridos. NOCE E ANDRADE. quanto mais jovens ingressarem menores são seus direitos trabalhistas. A aplicação dos testes psicológicos facilita o entendimento do psicólogo no processo de orientação profissional. 2003). Facilmente abandonam ou trocam de curso com o objetivo da satisfação profissional. esse processo é de suma . pois o teste quando bem aplicado fornece informações bastante relevantes com características objetivas. proporcionando uma escolha mais segura. porém. Tais instrumentos são considerados bastante eficazes (SILVA. 2009). Mas. Por outro lado. Dessa forma obtêm o sustento. as quais são profissões satisfatórias e correspondem a suas expectativas. Sparta (2003). éticas e qualificadas (NORONHA E AMBIEL. 2006). visto que. 2006). Pois. é preciso que se aprofundem questões pessoais com esses jovens. com boa remuneração e reconhecimento. as crianças da classe social médio-alta são incentivadas a estudar e apresentar bom desempenho para que assim possam garantir um futuro profissional melhor. pois tem uma visão mais negativa em relação à realidade profissional. o orientador profissional deve ter um conhecimento bastante consolidado nessa área de atuação e uma visão ampla da psicologia. proporcionando um espaço de conversa também sobre as potencialidades de cada indivíduo. Nessa fase. 2012). caso isso não ocorra fica inadequado e desqualificado o trabalho. como profissionais liberais. 2001). 2003). Bardagi e Teixeira (2006).14 importância na vida dos jovens. desconhecendo até mesmo questões pessoais. 2008). Almeida e Silva (2006) enfatizam que um bom recurso a ser utilizado são as orientações em grupo. muitas vezes o jovem não está preparado para resolver questões simples da sua vida. pois uma escolha adequada é o que praticamente todos almejam (MANFREDINI. onde os profissionais podem executar seus serviços para várias empresas. reconhecendo também suas questões pessoais. ficando cada vez mais evidente a importância de uma boa Orientação Profissional para os jovens do nosso país (SARRIERA. 1999). Como poderia ser a orientação profissional Nem sempre os conteúdos estudados em sala de aula são parâmetros para a realidade encontrada fora da mesma. Mas para isso é fundamental que esse profissional esteja em constante aperfeiçoamento (VERIGUINE. resultando em conclusões inválidas. com muitas incertezas no aspecto trabalhista (LASSANCE E SPARTA. Principalmente nesta nova sociedade pós-industrial que se mostra instável. a inteligência. ética e profissionalismo do psicólogo. Sparta. dificultando suas escolhas (SILVA E SOARES. sua própria identidade. o qual busca traçar o perfil de acordo com as aptidões. afirmam que esse processo deve ser realizado com muita qualidade. compartilham sentimentos. O que tem apresentado um aumento constante são os empregos temporários. citam dois modelos de Orientação Profissional. Andrade. Um é o Modelo de Avaliação Psicológica Centrada no Resultado. Meira e Vasconcelos (2002). o interesse e a personalidade de cada orientando com o objetivo da escolha de uma profissão mais adequada conforme as características de cada sujeito em . de forma que há uma troca de experiência. Portanto. 2006). pois o foco maior é no planejamento de cada indivíduo através da aprendizagem das suas escolhas. estando em primeiro lugar investigar os interesses do cliente (SILVA. O propósito não é só definir uma profissão. Além disso. para ele mesmo. e sim um maior autoconhecimento do orientando (SPARTA. Bertollo e Rolke. tendo em vista que estes aspectos aparecem frequentemente nas discussões das intervenções em grupos. são utilizados vários testes psicológicos para auxiliar na avaliação. Já o outro é o Modelo de Avaliação Psicológica Centrada no Processo. Além disso. Se houver uma escolha mais consciente pode-se minimizar esse problema social (VILELA. 2003). parte do princípio que não é necessário fazer o uso de testes psicológicos. é fundamental também que o orientador esteja atento para as mudanças que estão ocorrendo no mercado de trabalho. dominando as técnicas. É importante que o profissional também esteja qualificado e seguro em suas atividades. Almeida e Pinho (2003) sugerem que é importante que a influência da família possa ser trabalhada durante esse processo de escolha. testes ou escalas ao qual está propondo a avaliar. . Ribeiro (2003) aborda que esse processo deve ser realizado de uma forma continuada. As decisões profissionais podem estar relacionadas tanto nas questões internas quanto nas externas. proporcionando um melhor desenvolvimento profissional. tanto escolar quanto profissional. NOCE E ANDRADE.15 avaliação. Para tal. 2003). Quando os alunos por algum motivo abandonam o curso superior acabam gerando um custo social. Souza. Muitas vezes os pais criam expectativas pessoais em cima de seus filhos e isso também deve ser retratado para ficar bem sucedido. Menandro. independente que seja para seus pais. tratando das informações das profissões e o que os levam às suas escolhas. (2009) consideram ser fundamental que seja dialogado nos encontros com os adolescentes temas relacionados ao convívio social. buscando sempre o comprometimento e a ética no seu propósito (LASSANCE E SPARTA. pois o jovem pode reconhecer essas influências e elaborá-las de uma forma consciente e coerente com seus projetos pessoais. BARDAGI E TEIXEIRA. para órgãos públicos ou particulares. traçando metas profissionais. 2003). frente à separação dos filhos perante o vestibular as mães ficam ansiosas. Considerações Finais A família possui um papel fundamental na escolha profissional dos jovens.’’ 2008). percorrendo de uma forma consciente e madura. é importante também que os professores estejam em sintonia entre eles mesmos. se isso não ocorrer de uma forma compreensiva e bem elaborada pode ser prejudicial. no entanto. pois pode gerar influencias sem resultados eficazes. (2002) devem estar em consonância com as mudanças que ocorrem economicamente. Tais influências . PINHO. Meira e Vasconcelos (2002) se a Orientação Profissional ficar restrita apenas aos cursos superiores e ao mercado de trabalho pode ocorrer do sujeito não alcançar resultados satisfatórios. pois ainda consideram os filhos dependentes e imaturos. 1998). interferem na escolha profissional dos filhos e atribuem a conquista do vestibular a elas mesmas.Pois o trabalho não deve ser considerado como algo árduo. rotineiro. os demais docentes e com a instituição de ensino (CARAN. Como afirmam Andrade. O que vem ao encontro das afirmações de Costa (2007). Pois o papel do orientador é auxiliar no processo das escolhas. Muitas vezes. Meira e Vasconcelos. 2007). demonstram uma relação simbiótica. E para que haja um melhor ensino para esses alunos que estão buscando um futuro promissor. independente do grau de instrução.16 independente da faixa etária que as pessoas se encontram. que refere que e escolha profissional deve estar interligada com o conhecimento que o sujeito possui e da realidade do mercado de trabalho. gerando um desconforto e inseguranças na sua decisão (ALMEIDA. culturalmente e socialmente. Essas necessidades. de acordo com Andrade. facilitando o acesso do sujeito aos seus projetos pessoais. Ribeiro (2003) acrescenta que a Orientação Profissional deve ser focada também em traçar estratégias para que os jovens tenham recursos suficientes para ingressarem no mercado de trabalho nos mais diversos ramos de atividades. essas influências podem ser tanto implícitas quanto explícitas. desgastante ou cansativo e repetitivo (KRAWULSKI. Almeida e Pinho (2008) sugerem que além de todas as questões que podem ser abordadas com os jovens nesse período de orientação é possível e importante que se faça um trabalho também com os pais. Para Almeida e Pinho (2008). causando mais dificuldades e incertezas ainda. seja pelo medo de fracassar ou por uma escolha mal elaborada (GONZAGA. Mesmo que muitas vezes o trabalho seja visto de forma ambivalente. uma Orientação Profissional bem sucedida é necessário que esse processo seja bem aprofundado. ora como punitivo. proporcionando ao jovem um momento de reflexão. pois se esse trabalho não for realizado corretamente pode abrir margens para informações sem fundamentos verdadeiros. Andrade. Esse trabalho poderia ser realizado em grupos de discussões e reflexões. propícia para investigar o que muitas vezes pode estar por trás dessas escolhas. com o objetivo de amenizar a ansiedade e orientar sobre esse processo que ocorre com os adolescentes. uma vez que os familiares muitas vezes acabam ficando ansiosos e inseguros na expectativa de que seus filhos sejam bem sucedidos profissionalmente. E. caso isso não seja feito pode desqualificar todo o trabalho desenvolvido. cada profissão exerce um papel diferenciado dentro da sociedade. não deixando de lado as questões familiares. 2000). pelo fato do jovem se sentir pressionado na fase que antecede os vestibulares pode ocorrer distorções cognitivas. 2011). Segundo Andrade. É importante que haja uma visão holística com intuito de rever as mais diversificadas questões possíveis. Meira e Vasconcelos (2002) afirmam que é de extrema importância que os profissionais não se limitem a apenas utilizar testes psicológicos.17 podem interferir negativamente no planejamento da vida do jovem (OLIVEIRA. pois o trabalho é fundamental para a nossa civilização. 2001). para que o jovem não se sinta cada vez mais confuso é importante que ele busque orientações precisas. . Meira e Vasconcelos (2002). dessa forma o trabalhador busca cada vez mais se qualificar. ora dignifica. independente da forma que tenha sido feita essa escolha. se profissionalizar (SILVA E SOARES. e sim confrontar os resultados com outras técnicas. Seus esforços. PACANARO. LASSANCE. uma vez que passamos a maior parte da vida trabalhando. acarretando um peso importante na vida do ser humano. a orientação sexual e a raça. SILVA E BARDAGI. SARTORI. é importante que se faça avaliações das produções científicas com o intuito de orientar novas pesquisas. pelo fato da Orientação Profissional ser bastante relevante. consciente e clara.18 A escolha profissional é um fator muito importante na vida das pessoas. Aspectos esses que o jovem deve ser informado de uma forma precisa. E. FERRUZZI. auxilia o jovem a compreender e decidir suas opções profissionais (ANDRADE. 2006). suas dificuldades e limitações são maiores. reconhecimento profissional. Conforme Oliveira (2009). NASCIMENTO. objetiva. 2002). mas existem alguns dados que apontam que é difícil para esses jovens darem continuidade aos estudos. COZZA. dentre outros. ANDRADE. Sendo assim. realista. produções e intervenções desse ramo (NORONHA. algumas mudanças de interesses e possibilidades podem ocorrer durante a vida. MIGUEL. Tendo em vista as formas que o trabalho ocorre na sociedade. ainda carecem alguns estudos que investigue as questões relacionadas a algumas desigualdades entre as classes sociais. No entanto. sua inserção e satisfação profissional. Pois a área da Orientação Profissional precisa estar bastante articulada e coerente dentre as suas propostas e interesses (TEIXEIRA. pois ainda há muitas diferenças em relação à faixa salarial. ocupação de alguns cargos. MEIRA E VASCONCELOS. Veriguine (2008) afirma que atualmente a Orientação Profissional possui um enfoque interdisciplinar e busca uma melhor compreensão do homem com o trabalho. Dessa forma a escolha deve ser realizada também de acordo com o mercado de trabalho. a Orientação Profissional. REFERÊNCIAS: . pois muitas vezes precisam custear os estudos. Santos (2012) refere que apesar de vários movimentos e da expansão do mercado de trabalho. NUNES. TAKAHASHI. ainda há poucas pesquisas com a população menos favorecidas que pretendem cursar um nível superior. 2007). 2006. O processo de orientação vocacional frente ao século XXI: perspectivas e desafios. Ribeirão Preto.20. escolha profissional e nível de stress. família e escolhas: Implicações na orientação profissional. Campinas. Dissertação (Mestrado). n. A orientação profissional e as transformações no mundo do trabalho. Acesso em: 19 out. Maria Célia. 2003.2 n. Relação entre vocação. COSTA. Universidade São Paulo. 2008.173-174. Luís Ventura de.7n. Orientação profissional: um outro olhar. vol. de Jesus Maja.bvsalvd. Universidade de São Paulo. LASSANCE. ALMEIDA. 1998. Monica. p. 2012. SILVA. ALMEIDA. Disponível em: <http://dx. v.bvsalud. Revista ABOP v. 2006. VASCONCELOS. Flávia Lemos. A orientação profissional e o significado do trabalho. .doi.1590/S0103-65642007000400005>.phd?pid=S141498932002000300008&script=sci_arttext> . Marystella Carvalho. 2. Edite.PUC. 2012.19 ABADE. 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