op2 - secageem

March 28, 2018 | Author: karonty | Category: Humidity, Thermal Conduction, Heat, Temperature, Convection


Comments



Description

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃOCENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS TÍTULO SECAGEM São Luís 2015 4 - SECAGEM 4.1 Introdução Como a evaporação, a secagem é um processo de transferência de massa, resultando na remoção de água ou umidade de um fluxo de processo. Enquanto a evaporação aumenta a concentração de componentes não voláteis na solução, o produto final nos processos de secagem é um sólido. Os processos de secagem reduzem o nível de soluto ou umidade para melhorar as características de armazenamento e manuseio do produto, manter a qualidade do produto durante armazenamento e transporte e reduzir o custo de frete (menos água para transporte). Trata-se de um dos principais processos aplicados na indústria. Em detrimento do uso em quase todas as situações é aplicado muitas vezes antes da embalagem do produto final. Por se tratar de um produto seco, segue-se parâmetros primordiais para o rendimento final. Segue o mesmo princípio da evaporação. Usam processos de transferência de calor condutivo e/ou convectivo para reduzir a concentração de componentes residuais voláteis em fluxos de processos que sejam ricos em compostos não voláteis. Assim, por possuir similaridades com os evaporadores apresentam as seguintes funcionalidades: Uma fonte de energia, mecanismos para alimentar o sistema de secagem, um sistema de condicionamento para que a alimentação e o produto fluam livremente no secador, mecanismos de transferência de calor e equipamento para separação de produto de vapor. Os modos operacionais podem ser contínuo ou batelada. Na operação contínua, tem-se economia de espaço, trabalho e combustível, sendo a descarga de produto mais uniforme que a de um secador em batelada operando com a mesma capacidade. Na operação em batelada, o trabalho é mais fácil e mais versátil, os secadores em geral são mais baratos, e se mostram uma boa alternativa quando a carga de material a ser seco é pequena. 4.2 - Mecanismo De Secagem O terceiro fator que controla a taxa de secagem, além da t e m p e r a t u r a d o a r e d a umidade, é a velocidade do ar. Quando o ar quente é soprado sobre um alimento úmido, o vapor de água se difunde através da camada limite de ar ao redor do alimento e é levado pelo ar em movimento. Um gradiente de pressão de vapor d’água é estabelecido entre o interior do alimento úmido e o ar seco. Esse gradiente provê a força motriz para a remoção de água do alimento A camada limite atua como uma barreira tanto para a transferência de calor quanto para a remoção de vapor de água durante a secagem. A espessura da camada é determinada principalmente pela velocidade do ar. Se a velocidade é baixa, a espessura da camada limite é maior, o que reduz tanto o coeficiente de transferência de calor quanto a taxa de remoção de vapor de água. Este sai da superfície do alimento e aumenta a umidade do ar ao redor dele, causando uma redução no gradiente de pressão de vapor de água e, portanto, na taxa de secagem. Portanto, quanto maior a velocidade do ar, menor a espessura da camada limite e maior a taxa de secagem. Resumindo, as características do ar que são necessárias para secar adequadamente um alimento úmido são: 1.Temperatura do bulbo seco moderadamente alta 2.Baixa UR 3.Alta velocidade do ar Durante este período. A umidade crítica não deve ser confundida com o valor de umidade de equilíbrio para o sólido em contato com um ar saturado. o sólido está com uma umidade tal que um filme de água existe sobre toda a superfície de secagem e esta água atua como se o sólido não estivesse presente. No caso de sólidos higroscópicos não porosos. As Figuras 01. quem controla a velocidade de secagem são as condições internas ao sólido. O período de velocidade de secagem decrescente O formato da curva de velocidade de secagem no período de velocidade decrescente depende do tipo de material. As condições externas devem ser ajustadas de maneira a não provocar danos às características do material. Em qualquer caso.Curva típica de velocidade de secagem para um Higroscópico Não-Poroso. sólido Figura 02 .Curva típica de velocidade de secagem para um Não-Higroscópico Poroso Figura 03 . existe uma faixa de umidade na qual a velocidade de seca se mantém constante. para os três materiais exemplificados. Aumentos na temperatura do ar ou em sua velocidade conduzem a um correspondente aumento na velocidade de secagem.7. A temperatura do sólido aproxima-se da temperatura de bulbo úmido do ar de secagem se não houver troca de calor por radiação ou condução por contato direto. o calor fornecido evapora primeiro a umidade superficial. A velocidade de secagem nesta situação é totalmente controlada pelas condições externas.4. como representado na Figura 01. 1. O valor de umidade que marca o final do período de velocidade de seca constante é denominado de Umidade Crítica.3. Este ponto assinala a situação em que a água superficial é insuficiente para manter um filme contínuo cobrindo a área de seca.Curva típica de velocidade de secagem para um sólido Higroscópico Poroso.1 – Velocidade de Secagem Constante sólido Figura 01 . 02 e 03 mostram que. e a movimentação da umidade dentro do . pois ocorre em situação de não equilíbrio e depende inclusive das condições de secagem não sendo uma propriedade do material. já que o mecanismo é similar ao do período de velocidade de seca constante porém com a área efetiva para troca de massa diminuindo a cada momento e a velocidade de seca continuando a ser calculada com referência a área A . Como conseqüência. A resistência à transferência de umidade para o ar é desprezível em relação à resistência de movimentação da umidade no interior do sólido. Com o prosseguimento da secagem. disponível para troca de calor. A velocidade de secagem no Estado Pendular é independente da velocidade do ar. O ponto C é denominado segundo ponto crítico. sendo a água substituída por ar. a superfície encolhe sobre um núcleo resistente originado-se rachaduras e empenamentos no corpo. saturada com vapor durante algum tempo. A Figura 03 apresenta a curva de velocidade de secagem para um sólido higroscópico poroso. À medida que os poros forem se esvaziando a superfície de evaporação recua para o interior do sólido e a área disponível para troca de massa diminui. Uma vez vaporizada a umidade superficial. Esta situação em que a água deixa de ser uma fase contínua recebe o nome de Estado Pendular. pois perdem água para o meio de seca e para os capilares de diâmetros menores. embora a taxa de evaporação por unidade de área úmida se mantenha constante. Por isto o primeiro trecho do período de velocidade decrescente é reto . Esta água ligada é removida por mecanismos de difusão de vapor através do sólido. sólidos deste tipo. muitas vezes tem a câmara onde se realiza a seca. A Figura 02 apresenta a velocidade de secagem para um sólido não-higroscópico poroso. Este estado em que a água constitui a fase contínua e o ar a fase dispersa é denominado Estado Funicular. . A curva no período de velocidade de seca decrescente apresenta um aspecto que depende da natureza e forma do material sem indicar um segundo ponto crítico.sólido se dá através de difusão no sentido de regiões mais úmidas (localizadas no interior) para regiões menos úmidas (situadas na superfície). Este fato é indicado pelo ponto C e a curva de velocidade a partir dele não é mais um trecho reto. atinge-se uma situação em que a água deixa de ser a fase contínua. Outro efeito observado em certos materiais é a concentração na superfície de certas substâncias contidas no corpo formando uma película superficial impermeável que bloqueia a saída da umidade. Após a remoção da água ligada resta ainda quantia considerável de água ligada. devendo o vapor se difundir através do sólido e o calor ser fornecido por condução a partir da superfície. Quando a água superficial se esgota os capilares de maior diâmetro esvaziam-se primeiro. pois o ar de seca remove a umidade desta região mais rapidamente do que o interior do sólido pode repor. nesta faixa de velocidade de secagem. Em geral os mecanismos de secagem destes materiais são bastante complexos para uma maior generalização. tanto o Estado Funicular como o Estado Pendular são compostos por água não ligada. Por estes motivos. As forças capilares são tanto maiores quanto menores forem os raio dos capilares. Alterações na velocidade do ar de seca não produzem qualquer variação na velocidade de secagem. Com isto possibilita-se que a umidade do interior do sólido migre para a superfície sem que esta resseque por uma perda maior para o ar de secagem. Estes materiais são compostos por uma rede de capilares de diferentes dimensões nas seções transversais. A temperatura superficial tende a aproximar-se da temperatura do ar de seca. a umidade das camadas superiores pode ficar muito menor do que aquela das camadas mais internas. Quando se efetua a secagem de um material deste tipo. .4 Velocidade e tempos de secagem As velocidades de secagem são determinadas expondo-se o material úmido a uma corrente de gás a temperatura e umidade dadas.4. • Gráfico : Teor de liquido versus tempo • Gráfico : Velocidade de secagem em função do teor de líquido 4.4.1 período de velocidade de secagem constante Ocorre quando o teor de líquido é suficientemente grande para que toda a superfície do material esteja completamente molhada. e medindo-se o teor de líquido como uma função de tempo. .2 período de velocidade de secagem decrescente Ocorre quando o teor de líquido não é suficientemente para molhar completamente a superfície do material.4. Experimentalmente a equação pode-se pode ser determinada como: Passo 1: Balanço de massa total.4. 0156 w1= 0.9 Kg água / Kg tecido seco w2= 0.1 Kg água / Kg tecido seco . T2 = 50°C ϗ2 = 0.Passo 2: Diagrama psicrométrico.0036 TW = 21°C ϗw = ϗ1 = 0. Utilizando de artifícios algébricos: Isolando o termo desejado. e substituindo os valores obtém-se: .Passo 3: Balanço de massa seção II. Passo 4: Igualando as velocidades constante e decrescente de secagem. Passo 5: Período de velocidade constante Passo 6: Período de velocidade de decrescente (queda). . determina-se Wc. teor de água critico. O agente de secagem (ar pré aquecido) passa sobre ou através do sólido.5 secagem por convecção. evaporando a umidade e transportando-a para fora do secador Tendo em mente o aumento da eficiência térmica e a economia de energia. onde o calor sensível é transferido para o material por convecção.Logo o tempo de secagem total é 4. condução e radiação SECAGEM POR CONVECÇÃO Este é um dos métodos mais comuns. uma recirculação total ou parcial do ar de secagem é também muito utilizada As condições de secagem podem ser controladas . tais como: bandejas. este método é o mais apropriado. placas. A temperatura do material é maior do que na secagem por convecção e os coeficientes de transferência de calor do material para a superfície aquecida e da superfície aquecida para o ar aquecido governam o total de calor transferido para o material. . Secagem por convecção sem circulação de ar. SECAGEM POR CONDUÇÃO Se o material a ser seco é muito fino ou muito úmido. : Secagem por convecção com circulação de ar.pela temperatura e umidade do ar aquecido. O calor é fornecido ao material úmido por condução (contato) de superfícies aquecidas. que suportam ou confinam o material. cilindros ou paredes de secadores . Tendo-se que a penetração da radiação infravermelha é baixa. 4. tais como filmes. O principal fator que governa a secagem nesse método é a transferência de calor e de massa não interface ar-produto.6 – Métodos de cálculos para período de velocidade de secagem constante Esse tipo de método de cálculo é aplicado de modo diferente dependendo do período. isto é . são avaliados através de dados experimentais . As equações existentes para a avaliação de coeficientes convectivos de calor e de assa são empíricas. pinturas e coberturas. Radiadores de baixa temperatura e lâmpadas de quartzo de alta temperatura são geralmente empregados como fonte de radiação infravermelha. o transporte de umidade e a difusão de vapor do sólido seguem as mesmas leis que a secagem por condução e convecção.SECAGEM POR RADIAÇÃO A energia térmica pode ser suprida através de vários tipos de fonte eletromagnética. a secagem por radiação é geralmente usada para materiais finos. onde o período é a taxa constante de secagem. Na secagem por radiação. fixando a velocidade de secagem. é a curva obtida pesando o produto durante a secagem numa determinada condição de secagem. Uma vez que o produto é colocado em contato com ar quente.7 Métodos de calculo para o período de secagem com velocidade de secagem decrescente. 4. do modo como se faz o contato ar-produto e de suas propriedades físicas. . em relação à evolução do tempo de secagem t). As condições de secagem são muito diversas. A evolução destas transferências simultâneas de calor e de massa no decorrer da operação de secagem faz com que esta seja dividida esquematicamente em três períodos que nós descreveremos a seguir. isto é. Prb . ou outro caso é a suspensão de uma partícula em um fluxo de ar. Figura 04: Curva de secagem exemplo. Rec Onde (a. de sua temperatura (T) e da velocidade de secagem (dX/dt). A curva (a) representa a diminuição do teor de água do produto durante a secagem (conteúdo de umidade do produto. a diferença de pressão parcial de vapor d'água existente entre o ar e a superfície do produto determina uma transferência de matéria (massa) para o ar. de acordo com as propriedades do ar de secagem e a forma como se faz o contato ar-produto: por exemplo. devido a sua composição. Uma parte do calor que chega ao produto é utilizada para vaporizar a água.b. ocorre uma transferência do calor do ar ao produto sob o efeito da diferença de temperatura existente entre eles. para um experimento utilizando ar de propriedades constantes. secagem com ar quente na superfície de um leito de partículas é um caso (a água estando situada dentro das partículas). Os produtos são muito diferentes entre si. Esta última se faz na forma de vapor de água. e suas dimensões. ao longo do tempo. estrutura.c) são constantes que adquirem diferentes valores em funções da geometria do produto. Na Figura 9.Nv = a. também chamada de taxa de secagem. são mostradas as curvas de evolução do teor de água do produto (X). Simultaneamente. X = XBS. a pressão parcial de vapor da água na superfície do produto (p) é débil e. constante. Durante este período. dX/dt em relação à evolução do tempo t). A velocidade de secagem é. esta última diminuirá até atingir o mesmo estado de equilíbrio. característica do fato de que as transferências de calor e de massa se compensam exatamente (lembre-se da psicrometria). É bom ressaltar que para os materiais biológicos é difícil a existência deste período. A curva (c) representa a variação da temperatura do produto durante a secagem (variação da temperatura do produto. pois as condições operacionais de secagem são tais que. Descrevendo os três períodos temos: Período 0 É o período de indução ou o período de se entrar em regime operacional. a temperatura do produto aumenta e tende assintoticamente à temperatura do ar.A curva (b) representa a velocidade (taxa) de secagem do produto (variação do conteúdo de umidade do produto por tempo. longe de ser uma propriedade física do material. Desde o momento em que a água começa a ser deficiente na superfície. Este período continua enquanto a migração de água do interior até a superfície do produto seja suficiente para acompanhar a perda por evaporação de água na superfície. seria conveniente denominar este ponto como o ponto de inflexão de taxa constante à taxa decrescente de secagem. as resistências de transferências de massa encontram-se essencialmente no interior do produto. é também constante e é igual à temperatura de bulbo úmido. o produto é geralmente mais frio do que ar. por conseguinte. A duração deste período é insignificante em relação ao período total de secagem. Período 2 Consiste no período de velocidade (taxa) decrescente de secagem. a transferência de massa e a velocidade de secagem também são débeis. pois este ponto. No começo. a quantidade de água disponível dentro do produto é bem grande. a troca de calor não é mais compensada. como no anterior. conseqüentemente. isto é. Este fenômeno continua até que a Transferência de Calor compense exatamente a Transferência de Massa. A água evapora-se como água livre. O calor chegando em excesso acarreta uma elevação da temperatura do produto ocorrendo um aumento de pressão e da velocidade de secagem. é a curva obtida diferenciando a curva (a). mas a interpretação mais freqüente é pelo abaixamento da pressão parcial de vapor . T em relação à evolução do tempo t). Apesar de alguns autores definirem o valor de teor de água do produto no ponto de transição entre os períodos 1 e 2 como sendo o teor de água crítico (Xcr). Esta redução da taxa (ou velocidade) de secagem é às vezes interpretada como uma diminuição da superfície molhada no período 2. Durante este período. A pressão de vapor de água na superfície é constante e é igual à pressão de vapor de água pura à temperatura do produto. Durante todo este período o fator limitante é a migração interna de água. a velocidade de secagem diminui. por sua vez. é um ponto que depende inclusive das condições operacionais de secagem. Período 1 Consiste no período de velocidade (taxa) constante de secagem. Se a temperatura do ar for inferior àquela do produto. fazendo com que a taxa de evaporação da superfície ao ambiente seja bem superior à taxa de reposição de umidade do interior à superfície do material. é a curva obtida medindo a temperatura do produto durante a secagem. por conseqüência. isto é. A temperatura do produto. Líquidos. a diferença entre a área da transferência térmica e a área da transferência de massa. granulares. cita-se a dificuldade de previsão da curva de velocidade de secagem. Um equipamento perfeitamente projetado é muitas vezes difícil de atingir.de água na superfície. Regime estacionário. nos quais o material é seco em condições que se assemelham às da produção. a escolha do secador é usualmente baseada em ensaios preliminares. pois muitos fenômenos físico-químicos podem ser complexos e de difícil previsão. Dentre estas. folhas.1 CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO Devido à grande variedade de tipos de produtos que devem ser secos por diferentes métodos.8. Direção do fluxo de calor e sólidos. 4. De 10 kg/h até 100 ton/h . 4. Ar quente. contracorrente e fluxo cruzado. Método do fluxo do agente de secagem Método do carregamento da umidade Forma do material úmido Tipo do fluxo do material (condição hidrodinâmica) Forma do material úmido Escala de operação Livre ou forçado Com agente externo de secagem. Por estas razões. a configuração do escoamento do gás. vapor superaquecido. pastas. e segundo STRUMILLO e KUDRA (1986) podem ser assim divididos (Tabela 1): Tabela 1: Critérios para a classificação de secadores. com absorção química da umidade. lama. contato. Líquidos. pastas. folhas. dielétrico Método de suprir o calor e sublimação. a variação das condições de secagem ao longo do secador. existe também uma variedade de projeto de secadores. pós. camadas finas. granulares. líquidos Tipo do agente de secagem aquecidos e gases rejeitados. O critério para se classificar os secadores são muitos.8 EQUIPAMENTOS A aplicação dos princípios de secagem ao projeto de equipamentos adequados para realizar tal operação unitária exige um estudo minucioso das diversas variáveis envolvidas no processo. infravermelho. No final deste período o produto estará em equilíbrio com o ar (X = Xeq) e a velocidade de secagem é nula. lama. Co-corrente. pós. com gás inerte. transiente ou disperso. o efeito das variáveis de operação e da escolha do equipamento relativamente às condições do produto seco. Critério para a classificação Exemplo do tipo do secador Pressão no secador Atmosférica ou vácuo Método de operação Contínua ou em batelada Convecção. camadas finas. O fator econômico habitual dos custos de processamento no que diz respeito às condições desejadas do produto. do ponto de vista do mercado consumidor também não pode ser desprezado. rotatório. esteira. KEEY (1978) divide os secadores segundo o meio de transporte do material (Tabela 2): Tabela 2: Métodos de transporte na secagem. leito fluidizado e muitos outros. Além deste critério. Secadores rotatórios . a secagem pode ser realizada. Fonte: KEEY (1978) TIPOS DE SECADORES:  Secadores para sólidos granulados e pastas No caso dos materiais particulados. O mesmo autor também afirma que usualmente os tipos de secadores podem ser divididos. folhas e placas. materiais viscosos e pastas finas. em que há dificuldade de retê-los numa tela metálica ou numa esteira transportadora com chapas perfuradas. Método Secador típico Material típico Material estático Secador de bandeja Grande variedade de materiais Secador rotatório Grânulos em queda livre Secador de rosca transportadora Materiais úmidos. basicamente.Construção do secador Bandejas. se o produto seco é requerido em uma forma especial. etc. tambor. conforme o secador instantâneo ou flash. segundo o regime hidrodinâmico e o fluxo de material. Material que cai por gravidade Material carregado em lâminas Material transportado em carrinhos Material carregado sobre rolos Material carregado em esteiras Material vibrado em esteiras Material suspenso no ar Secador de esteira vibratória Secador de leito fluidizado Material atirado através do ar Spray Dryer Secador de esteira Grande variedade de materiais rígidos Grânulos em queda livre Grânulos Soluções. o que se observa no secador à gravidade. fazendo o material cascatear através da corrente de gás. devem-se considerar também o método de aquecimento do agente de secagem. ou ainda soprá-lo juntamente com a corrente de gás. se o material é tóxico ou termolábil. impelir o mesmo em contracorrente ao gás numa unidade de disposição colunar. 1. pastas Secador túnel Grande variedade de materiais Secadores de cilindro aquecido Teias finas. como se faz no secador rotatório. a forma física da alimentação. túnel. • • • • No secador rotatório. vapor superaquecido ou ar aquecido eletricamente com o meio secante. os sólidos são separados do gás. etc. o que resulta numa taxa de secagem muito maior. 2. farinhas. 3. Utiliza-se este mecanismo de secagem quando se deseja secar parcialmente uma pasta ou uma massa úmida usando-se um tempo de contato muito curto. o secador à gravidade possui chapas aquecidas e é especialmente útil quando o empoeiramento é um problema ou quando se deseja dispor de regiões de temperatura variável. além de serem aplicados a processos com materiais granulares. a jusante do ponto de carga. de modo que estes permanecem suspensos no ar. fazendo a circulação de ar quente através de um leito de sólidos. O aquecimento é indireto e podem funcionar a baixas temperaturas. ou flash. pesticidas. Cada tabuleiro apresenta uma camisa de aquecimento. na região do eixo do tambor rotatório. Quando é desejado aumentar o tempo de contato ou uma secagem adicional do material seco na operação instantânea pode-se adotar um secador de leito fluidizado. Nos secadores a tambor rotatório. sólidos biológicos e lama. podem ser aquecidos com vapor ou água quente. milho. Secadores rotativos a vácuo: o material é agitado sob uma plataforma estacionária horizontal nem sempre é necessário à aplicação de vácuo. O sólido é elevado por peças suspensoras internas que controlam o cascatear através da corrente de ar. ocorre geralmente a velocidades muito alta. enquanto o ar é injetado através da cascata de grãos. . materiais cristalinos. principalmente devido a adequação do sistema de alimentação para fluidização dos alimentos e. é caracterizado pela injeção dos sólidos particulados numa corrente móvel de gás quente. Secadores de tabuleiro a vácuo: o aquecimento é realizado por contato com grelhas. soja. o agitador pode ser aquecida com a adição de vapor para fazer o mesmo com a tampa. O meio secante pode ser o ar. Secadores à gravidade Utilizado para secar sólidos particulados. usualmente num ciclone coletor. ou em necessidade de utilização de baixa temperatura. cebola em flocos. A certa distância. recuperando o solvente ou não. Estes equipamentos são aplicados à secagem de grãos. por exemplo. Os secadores rotatórios cônicos a vácuo são aplicados à secagem de produtos farmacêuticos. um gás de combustão a pressão atmosférica ou em pressão menor. Este sistema de secagem tem sido utilizado para secagem de batata em grânulos ou flocos. de modo que o material pode ser aquecido ao passar por algumas chapas e arrefecido ao passar por outras. de modo que os sólidos avançam gradualmente desde o bocal de alimentação até o bocal de saída. Esse tipo de secador apresenta aplicação limitada. cacau. cenouras. Secadores instantâneos A secagem instantânea. • Secadores de leito fluidizado: O sistema de leito fluidizado consiste na secagem do alimento. os sólidos são derrubados numa corrente contínua. a superfície exposta do sólido é muito maior que a exposta nos secadores de bandejas ou nos túneis secadores. O secador é muitas vezes inclinado. Utilizam-se gases de combustão. inseticidas. Fazem a secagem de polímeros. um gás inerte. Alguns modelos possuem tubos aquecidos a vapor de água para manter a temperatura do ar e atuar como superfícies de secagem. O filme de material seca até o nível final de umidade e é retirado. amidos. Nesses processos. em geral. plasma de sangue. Secador de Bandejas: Este é o modelo mais simples de secador. A qualidade de funcionamento de um secador por pulverização depende do tamanho da gota produzida pelo atomizador e da maneira como o meio gasoso se mistura com as gotas. sais. alguns produtos químicos e biológicos. e secagem de substâncias granulares ou para peças separadas. de pequena escala. amido. café. Secadores de tambor • • • Realizam o processo de secagem de materiais pastosos continuamente. deste modo. secagem uniforme devido à aplicação uniforme do filme. os cuidados devem se concentrar no controle das temperaturas de operação. aquecedores estão presentes. suspensões cerâmicas. sendo retirado somente após atingir o grau de umidade desejado. O material a secar é colocado em bandejas.4. 5. etc. concentrados metálicos. 2009). alta eficiência térmica. polpas de frutas e vegetais. os tambores girando nesse caso em sentidos contrários. cola animal. Secadores pulverizadores: Uma maneira prática de evaporar água de uma solução ou de uma suspensão de partículas sólidas consiste em pulverizar a mistura para um recipiente através do qual se faz passar uma corrente de gases quentes. . em flocos. polímeros. cereais matinais. densa e contínua. Aplicados nas áreas de laticínios. como leite. dentro do qual. inclusive os termos sensíveis como produtos farmacêuticos. Constam de cilindros horizontais giratórios aquecidos internamente por vapor d’água. operação contínua e instalação compacta. A temperatura das gotas permanece abaixo da temperatura de bulbo úmido do gás que faz a secagem até esta estar quase completa e o processo proporciona. utilizado para operações descontínuas. enzimas. Os secadores de tambores geminados são similares aos de tambor duplo. detergentes. uma produção em grande escala somente pode ser obtida quando se tem uma camada de sólido secante espessa. são fixas e o ar quente circula entre elas. 6. Os secadores de tambor duplo possuem uma alimentação do material lamoso que se dá entre os dois tambores girantes. não havendo escoamento contínuo do material (WEYNE. corantes. materiais inorgânicos. As bandejas. favorecendo a quebra de bolhas e homogeneização do revestimento da suspensão sobre os tambores. alimentos para bebês. alumina. Este tipo de secador é utilizado para sólidos em geral. penicilina. O tambor simples que funciona de modo semelhante aos anteriormente expostos. possuem vantagens como produto obtido granular. fermentos. pesticidas. O filme molhado alimentado (em forma de liquido ou pasta) é aplicado ao cilindro de metal rotatório. uma maneira prática de secar uma variedade enorme de substâncias que possam deteriorar-se a temperaturas elevadas. 1987). Este modelo é utilizado para secar. decantação e centrifugação. Secadores de transporte pneumático: Os secadores pneumáticos "Flash Dryer". além dos casos em que a produção é tão grande que os secadores de armários individuais implicariam demasiado manuseio. onde se deseja principalmente a remoção da umidade para obtenção de pós-secos. como aqueles que não podem ser aquecidos mesmo com temperaturas amenas. Secador tipo Túnel: Há o deslocamento contínuo de sólidos úmidos através da câmara de secagem pela montagem das bandejas em vagonetes. tais como: café. Suas principais aplicações é assar ou secar camadas de tinta e aquecimento de finas camadas de materiais. Num sistema alternativo. este método é muito caro. cebola. em seguida. ou então. secar antes da secagem é realizado no estado de vácuo. Secadores transportadora: São contínuas e podem operar no vácuo pode recuperar o solvente durante a secagem. o material é colocado num transportador de correia que passa através do túnel em contato com gases quentes. Secadores infravermelhos: Dependente da transferência de energia radiante para evaporar a umidade. A energia radiante é eletricamente fornecida via infravermelhos. 10. pela movimentação deste apoiado em roletes. O material é transportado em gases à alta temperatura e alta velocidade para um coletor de ciclone. 11. através do secador. por exemplo. caracteriza-se pela alteração do regime de um secador de bandeja de descontínuo para contínuo. Liofilizadores: O material é congelado e. Neste tipo. Como uma regra. sopas. Isto é feito pelo transporte do material mediante uma esteira transportadora. Este método é utilizado quando o material a ser seco não pode ser aquecido. produzindo um produto de melhor qualidade dentre todos os outros métodos. gelatina ou sabão e para a secagem de artigos de cerâmica. . mesmo com temperaturas baixas. Este tipo de secador. no caso de material sob a forma de folha úmida. 8. a secagem liofilizada é a que menos agride o material. sendo o túnel não necessariamente aquecido. 9.7. pois as taxas de secagem são baixas e usa-se o vácuo. tabuleiros de cera de parafina. Entretanto. A secagem dá-se numa corrente de ar quente. resultante de processos de filtragem. aquecedores elétricos ou a gás aquecido incandescente. frutas e certos produtos do mar (LIAPIS. bem como o modelo a túnel. A secagem liofilizada é utilizada para desidratar alimentos com dificuldades na secagem convencional. são adequados especialmente a sólidos úmidos. a secagem geralmente é realizada em combinação com a moagem. 5. visto que podem atuar de diversas maneiras com o intuito de obter o melhor produto possível. tanto em ensaios laboratoriais quanto em escala industrial. . CONCLUSÃO Os secadores possuem papel fundamental no processamento industrial. Equipamentos são remodelados e aperfeiçoados constantemente. já que a matéria-prima raramente chega a uma indústria em perfeitas condições de utilização. É perfeitamente plausível a consideração de que este seja um dos equipamentos mais importantes em uma indústria de processamento.
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.