Oexp12 Teste 6 Saramago

May 20, 2018 | Author: Anonymous y7GA7Jza1 | Category: Octopus, Nature


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TesteTeste 6 6 Sequência 4. José Saramago José Saramago Grupo I Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada. Na parte A, responde apenas às questões relativas ao romance de José Saramago que estudaste. A Lê o excerto de O Ano da Morte de Ricardo Reis. Ricardo Reis diz, Lá lhe ficou uma lembrança, o Pimenta responde, Muito obrigado ao senhor doutor, quando quiser alguma coisa é só dizer, todas estas palavras são inúteis, e isso ainda é o melhor que podemos dizer delas, quase todas, em verdade, hipócritas, razão tinha aquele francês que disse que a palavra foi dada ao homem para disfarçar o pensamento, enfim, 5 teria razão o tal, são questões sobre as quais não devemos fazer juízos perentórios, o mais certo é ser a palavra o melhor que se pôde arranjar, a tentativa sempre frustrada para exprimir isso a que, por palavra, chamamos pensamento. Os dois moços de fretes já sabem aonde devem levar as malas, Ricardo Reis disse-o depois de se ter retirado Pimenta, e agora sobem a rua, vão pela calçada para maior desafogo do transporte […]. A meio da rua têm os moços de 10 fretes de chegar-se para um lado, e então aproveitam para arrear a carga, respirar um pouco, porque vem descendo uma fila de carros elétricos apinhados de gente loura de cabelo e rosada de pele, são alemães excursionistas, operários da Frente Alemã do Trabalho, quase todos ves- tidos à moda bávara, de calção, camisa e suspensórios, o chapelinho de aba estreita, pode-se ver facilmente porque alguns dos elétricos são abertos, gaiolas ambulantes por onde a chuva 15 entra quando quer, de pouco valendo os estores de lona às riscas, que irão dizer da nossa civi- lização portuguesa estes trabalhadores arianos, filhos de tão apurada raça […]. Estamos perto. Ao fundo desta rua já se veem as palmeiras do Alto de Santa Catarina, dos montes da Outra Banda assomam pesadas nuvens que são como mulheres gordas à janela, metáfora que faria encolher os ombros de desprezo a Ricardo Reis, para quem, poeticamente, 20 as nuvens mal existem, por uma vez escassas, outra fugidia, branca e tão inútil, se chove é só de um céu que escureceu porque Apolo velou a sua face. Esta é a porta de entrada da minha casa, […] agora entremos todos, as duas malas pequenas, a maior, repartindo o esforço, paga- -se o preço ajustado, a esperada gorjeta, cheira a intenso suor, Quando tornar a precisar da gente, patrão, estamos sempre ali, não duvidou Ricardo Reis, se com tanta firmeza o diziam, 25 mas não respondeu, E eu sempre aqui estarei, um homem, se estudou, aprende a duvidar, muito mais sendo os deuses tão inconstantes, certos apenas, eles por ciência, nós por expe- riência, de que tudo acaba, e o sempre antes do resto. SARAMAGO, José, 2016. O Ano da Morte de Ricardo Reis. 22.ª ed. Porto: Porto Editora (pp. 250-252) (1.ª ed. 1984) 1. Justifica os comentários do narrador nas linhas 2-3, considerando o momento da ação. 2. Interpreta as referências aos “alemães excursionistas” (l. 12). 3. Relaciona a caracterização de Ricardo Reis apresentada no último parágrafo com os tópicos temáticos da sua poesia. 1 OEXP12TQA © Porto Editora aprender a colocar os dedi-nhos curtos nas teclas certas. confirmado de Gusmão por apelativo onomástico e firma escrita. embora se adivinhe o que fariam os três se chegassem à vista da máquina. 2. mais honorífico que efetivo. no último parágrafo. saber. muito verdade é o que se diz. ou de palavra.Teste 6 José Saramago A Lê o excerto de Memorial do Convento. pequenas causas. nem todos 25 se podem gabar destes favores. por ser isto coisa do futuro se retiraria o académico.:1982) 1. pois muito o frequenta. Já o padre Bartolomeu Lourenço regressou de Coimbra. Memorial do Convento.ª ed. […] Mora o padre cerca do paço. Interpreta a afirmação “são de tirar e pôr essas caras e palavras” (ll. ou o distrai lembrar-se de que vai assistir à lição de música de sua filha. diria o fidalgo que são trabalhos mecânicos. ainda não fez nove anos e já gran. honestamente. que em Mafra se está construindo um convento. e não entram. 173-174) (1. para Baltasar e Blimunda de nome também não. Apresenta dois traços caracterizadores de D. maior bem nos faria à alma perdoar-lhe a falta de humildade em nome das razões que deu. 29) com a intencionalidade dos comentários do narrador. 56. Relaciona o recurso ao provérbio “pequenas causas. este dia é hoje. como nela voará. e se el-rei o fez fidalgo capelão de sua casa e académico da sua academia. que.des responsabilidades lhe pesam sobre a redonda cabeça. assim possam ser- 5 -nos perdoados os nossos próprios pecados. Porto: Porto Editora (pp. ou reparou e usa de indulgência. não pode responder mais do que isto. Parece ter seu quê de imper- tinente a resposta. no contexto em que ocorre. que ainda não perdeu de todo as esperanças. Ora. quem somos nós para nos atrevermos a taxá-lo do pecado de orgulho. SARAMAGO. esse e outros. grandes efeitos. e nós. a infanta D. benévolo. De palavra e cara não parece ele que tenha mudado. mas por lhe querer bem el-rei. que ainda o pior de tudo não será mudar de nome. 2014. e não só verá voar a máquina. para só voltar quando fosse coisa passada. ficam ao portão da quinta do duque de 10 Aveiro. Mas estarei cá para ver. se o sabe. grandes efeitos” (l. por isso pergunta.ª ed. Viva 20 vossa majestade nem tanto quanto viveram os antigos patriarcas do Testamento velho. Saiba vossa majestade que a máquina um dia voará. mas de cara. Está a menina sentada ao cravo. não tanto por 15 obrigações firmes do seu título de capelão fidalgo. mas el-rei não faz reparo. e já vão onze anos passados. já é doutor em cânones. por nascer 30 uma criança em Lisboa levanta-se em Mafra um montanhão de pedra e vem de Lon- dres contratado Domenico Scarlatti. 3. são de tirar e pôr essas caras e palavras. faz um sinal ao padre para que se junte ao séquito. 2 OEXP12TQA © Porto Editora . ao que o padre Bartolomeu Lourenço. e ainda bem. João V. tão novinha. Maria Bárbara. com o nome adotado. fundamentando as tuas afirmações com elementos textuais. José. esconjuraria o capelão a obra diabólica ali manifesta. isto terá sido. 8-9). Verei voar a máquina um dia. e se está em alguma pedra. que no Camaleão são gala. temos lá o irmão Polvo. e Santo Ambrósio. lança-lhe os braços de repente. 4. 3. a que está pegado. traidor. significa “cabeça-pé” e remete para a sua estranha anatomia: os braços dire- tamente ligados a um dos lados da cabeça e o “tronco” (o manto semelhante a um saco) ao outro.: 1682) 1. As cores. ou pintar das mesmas cores de todas aquelas cores. “Sermão de Santo António”. com aqueles seus raios estendidos. 8). nem espinha. In Obra Completa (Direção de José Eduardo Franco e Pedro Calafate). 162) (1.ª ed. Con- siste esta traição do Polvo primeiramente em se vestir. testemunham contestamente2 os dois grandes Doutores da Igreja Latina. deus do mar que tinha a capacidade de se metamorfosear. com aquele não ter osso. como mais ordinariamente costuma estar. […] 5 Na atualidade. faz-se verde. e artifício. e fá-lo prisioneiro. faz-se branco. antes que saiamos delas. se está na areia. Interpreta a referência às “cores” (l. faz-se pardo. ou desta hipocrisia tão santa. existem mais de 750 espécies vivas conhecidas de cefalópodes.Teste 6 José Saramago B Lê o excerto do “Sermão de Santo António” do Padre António Vieira. porque nem fez tanto. Lisboa: Círculo de Leitores (p. faz-se da cor da mesma pedra. 2014. e grandes. A palavra é grega. no contexto da crítica dirigida ao polvo. Tomo II. Mas já que estamos nas covas do mar. parece um Monge. E daqui que sucede? Sucede que outro peixe inocente da traição vai passando desacautelado. que o dito Polvo é o maior traidor do mar. 4. que está de emboscada 15 dentro do seu próprio engano. Se está nos limos. que em Proteu3 são fábula4. Padre António. os polvos são cefalópodes. e o salteador. 5 parece a mesma brandura. Grupo II Nas respostas aos itens de escolha múltipla. com testemunho uniforme. e Grega. VIEIRA. se está no lodo. há ainda um amplo leque de lulas e 3 OEXP12TQA © Porto Editora . na folha de respostas. e mais o que prende. Lê atentamente o texto. mas outros O prenderam: o polvo é o que abraça. Além de cerca de trezentas espécies de polvos. a mesma mansidão. as figuras. contra o qual têm suas queixas. Volume X (Sermões Hagiográficos I). não menos que São Basílio. O Polvo. seleciona a opção correta. Fizera mais Judas? Não fizera mais. falsidade. o número do item e a letra que identifica a opção escolhida. Tal como os seres humanos são mamíferos. 5. Estabelece uma relação entre a dimensão alegórica do excerto e os objetivos do sermão. parece uma Estrela. 5. 2. capuz. E debaixo desta aparência tão modesta. Judas abraçou a Cristo. no Polvo são verdade. Escreve. com aquele seu capelo1 na cabeça. no 10 Polvo são malícia. camarões 30 louva-a-deus. 4 OEXP12TQA © Porto Editora . os predadores podem comer o animal inteiro. os polvos conseguem mudar a cor e a textura da sua pele. utilizando apenas 30 dois braços. […] A terceira componente do disfarce é a postura. Há alguns polvos. golfinhos. Olivia. (C) as alterações cromáticas mais rápidas verificam-se nos polvos que vivem essencialmente no fundo do mar.º 188. “O poder do oito”. Como conseguem fazê- -lo? O disfarce do polvo é composto por três elementos principais. muitos peixes e até outros octópodes – que são en- tusiásticos devoradores de polvos. como o polvo-pigmeu. as lulas) diferentes é a sua capacidade para se disfarçarem num ápice. Como os polvos não têm ossos. De acordo com o texto. O segundo elemento de disfarce é a 25 textura da pele. […] Os polvos e chocos que vivem em águas pouco profundas e são caçadores diur- 15 nos são os campeões mundiais da camuflagem. como o seu nome sugere. n. ora a um molho de algas. Ao longo de dezenas de milhões de anos. Cada tentá- culo de um indivíduo de grande porte pode atingir dois metros de comprimento e o animal pode pesar mais de cem quilogramas. ora a um pedaço de areia. JUDSON. são ínfimos. os polvos conseguem alterar a pele. 10 O polvo-gigante-do-pacífico é. em menor grau. animais estranhos que possuem 90 tentáculos e vivem no interior de carapaças. ora assemelhando-se a corais. Os polvos geram cor através de um sistema de pigmentos e refletores. (A) é comum a todos os cefalópodes a capacidade de se camuflarem. (B) o desenvolvimento da capacidade de camuflagem do polvo decorreu de necessidades de proteção e defesa. gigantesco. (D) através de um sistema de pigmentos e refletores. corvos marinhos. por exemplo. novembro de 2016 (pp. […] O que torna os polvos e os chocos (e. É como se utilizassem a pele para elaborar 20 imagens tridimensionais de objetos localizados perto de si. 47-56) 1. deslizam suavemente sobre o fundo do mar. que se enrolam de maneira a assemelhar-se a um monte de coral e. que deixa de ser lisa para passar a ser espinhosa. Outros. os refletores e os órgãos dos pigmentos permitem ao polvo criar uma enorme variedade de cores e padrões. O modo como um polvo se com- porta pode fazê-lo dar mais ou menos nas vistas. Um deles é a cor. Os polvos contemporâneos são uma família muito diversificada. […] No seu conjunto. 2016. E existem muitos animais – incluindo enguias. pesando menos de trinta gramas. os espécimes mais capa- zes de disfarçar-se foram tendo mais probabilidades de fugir aos predadores e gerar descendência. National Geographic Portugal.Teste 6 José Saramago chocos (ambos animais com dez membros) e algumas espécies de náutilos. Como conseguiram os polvos ser tão bem-sucedidos no disfarce? A resposta curta é: evolução. o disfarce não é invulgar: muitas criaturas evoluíram de maneira a assemelhar-se a algo que não são. Contraindo músculos especiais. Como é evidente. nas linhas 20-21 e 31. (D) lexical por substituição (hiperonímia-hiponímia). “lulas” (l. 5. nas linhas 34 e 35. Ao utilizar a interrogação retórica. nas linhas 18 e 19. (C) o recurso à conjunção “ora”. A utilização das palavras “cefalópodes” (l. 32-34). (C) complemento agente da passiva. (C) introduz uma explicação. (D) a modalidade apreciativa. “chocos” (l. (B) reforça uma opinião e introduz um argumento. (B) lexical por substituição (holonímia-meronímia). (B) a presença do predicativo do sujeito “uma família muito diversificada”.” (ll. O constituinte “por três elementos principais” (l. 7) exemplifica o processo de coesão (A) referencial. em ambos os casos. 6). (D) introduz um argumento. Com o recurso aos complexos verbais “pode atingir” e “pode pesar”. “polvos” (l. 4. 5 OEXP12TQA © Porto Editora . em ambos os casos. respetivamente. na linha 2. 21) desempenha a função sintática de (A) complemento oblíquo. 7) e “náutilos” (l. Refere o valor aspetual da frase: “Ao longo de dezenas de milhões de anos. nas linhas 11-12. (C) a modalidade epistémica com valor de probabilidade. respetivamente. os espécimes mais capazes de disfarçar-se foram tendo mais probabilidades de fugir aos predadores e gerar descendência. (B) a modalidade deôntica com valor de permissão. 6). 3. 7. (D) narrativas e descritivas. na linha 9. (B) explicativas e argumentativas. (C) descritivas e argumentativas.Teste 6 José Saramago 2. Contribui para a coesão frásica (A) a utilização do determinante possessivo. concretiza-se (A) a modalidade epistémica com valor de certeza. 6. a autora (A) solicita uma informação e reforça uma opinião. 1). (D) modificador. O texto é constituído por sequências (A) explicativas e descritivas. (D) a enumeração de “animais”. (C) lexical por repetição. (B) complemento do adjetivo. 8. respeitando as marcas do género. Redige um texto de opinião em que defendas um ponto de vista pessoal sobre a perspetiva veiculada pela frase citada.: /dir-se-ia/). considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco. I 5 x 20 pontos 100 1. “Um deles” (l. Para efeitos de contagem. Indica o princípio associado à coerência textual concretizado com o recurso às expressões “três elementos principais” (l. autor francês dos séculos XVIII e XIX. mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (ex. 3-4). a 5. “O segundo elemento” (l. II 10 x 5 pontos 50 III Item único 50 TOTAL 200 6 OEXP12TQA © Porto Editora . 21). 21). Escreve um texto bem estruturado. 24) e “A terceira componente” (l.Teste 6 José Saramago 9. Classifica a oração subordinada introduzida por “Como”. Grupo III No excerto de O Ano da Morte de Ricardo Reis transcrito no grupo I. Desvios dos limites de extensão indicados implicam uma desvalorização. 27).: /2017/). independentemente dos algarismos que o constituam (ex. Observações: 1. de duzentas a trezentas palavras. na linha 36. quando afirma: “razão tinha aquele francês que disse que a palavra foi dada ao homem para disfarçar o pensamento” (ll. a 10. Qualquer número conta como uma única palavra. Cotações Item Grupo Cotação (em pontos) 1. o narrador alude a Stendhal. 10. 2.
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