Octavio Ianni - Escravidão e Racismo.pdf

April 3, 2018 | Author: Maiana Lima | Category: Slavery, Sociology, Capitalism, Money, Atlantic Slave Trade


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OCTAVIO IANNIESCRAVIDÃO E RACISMO EDITORA HUCITEC São Paulo, 1978 ©Direitos autorais 1978 de Octavio lanni. Direitos de publicação da Editora de Humanismo, Ciência e Tecnologia Hucitec Ltda., Alameda Jaú, 404, 01420 São Paulo, SP. Telefone (01 1) 287-1825. Capa de Luís Díaz. ÍD/HL Compras M ~r$ (ao -00 SUMÁRIO Prefácio Primeira Parte ESCRAVIDÃO E CAPITALISMO Acumulação primitiva e trabalho escravo 3 / Aspectos da formação social escravista 12 Expansão capitalista e crise da escravatura 19 V O senhor e o escravo '. 25 O senhor, o burguês e o escravo 29 Transparência e fetichismo da mercadoria : 37 Liberdade e mais-valia -. 42 RAÇA E CLASSE Ra,ça e cultura 51 Casta e classe ,—' ' 57 Reprodução social das raças 64 Consciência de alienação ., *9 Consciência política 75 •' Segunda Parte ESCRAVIDÃO E HISTÓRIA O presente e a idealização do passado 82 Eficácia e humanidade da escravatura 87 Tempo sem duração 91 O declínio da perspectiva histórica ., 94 A formação social escravista 96 / ESCRAVIDÃO E RACISMO Tipologias e ideologias raciais 101 Raízes históricas dos antagonismos raciais 111 A historicidade do presente 118 RAÇA E POLÍTICA Significado político dos problemas raciais 127 i Antagonismos e conflitos raciais 128 J Condição racial e desigualdade económica 132 í A política das relações raciais 135 • Problemas raciais e contradições estruturais 140 PREFÁCIO Toda análise sobre as relações entre escravatura e capitalismo, nas Américas e Antilhas, tende a girar em torno de algumas questões básicas. Independentemente das contribuições históricas e teóricas das monografias e ensaios, em geral os escritos sobre escravidão e capitalismo focali^arn QU£stécs~tais cojaek^s seguintes: .Como e por queocapitalismo criaTQdesenvojyft^destror^ escravatura? Quando T~cõrno as • contr^uliçéè>4«tcrtíasW-«*teffias, em cada uma das , formações sociais escravistas, passam a desenvolver-se e i manifestar-se de forma irreversível, ou revolucionárias, provocan- l do a extinção do regime de trabalho escravo? Em que medida as peculiaridades da formação social escravista e do processo abolicio- nista, em cada país, influenciam, ou determinam, as peculiaridades das formas de integração e antagonismo raciais após a extinção do regime de trabalho escravo? Como se cruzam, ou não, raça e classe, nos quadros das relações capitalistas de produção? Qual é a relação entre capitalismo e racismo? Essas questões são retomadas neste livro. Não pretendo ter realizado uma discussão completa dessas questões. Faço apenas uma ejtlocjUx-brevg- da~-pjxihlemáiit^ joamprej^dlda.. poxjdas. Mas penso que essa exploração permite propor, ou recolocar, temas de interesse para discussão e pesquisa. Os trabalhos que compõem este livro são autónomos, no sentido de que" cada um pode ser lido de per si. Entretanto, todos estão reciprocamente referidos, quanto aos problemas que abordam. Em conjunto, focalizam as questões mencionadas acima, sempre sob a mesma perspectiva teórica. Foram escritos em 1974-76. Quero agradecer a Heloísa Rodrigues Fernandes e Carlos Guilherme Mota, que tiveram a gentileza de ler e fazer sugestões sobre a primeira versão dos trabalhos reunidos neste livro. São Paulo, agosto de 1977 CEBRAP-PUC Octavio lanni J PRIMEIRA PARTE engenhos. em particular na Inglater- j rã. corria na Europa. a acumulação primitiva. ao mesmo tempo que ocorria o divórcio entre o trabalhador e a propriedade dos meios de produção. fazendas. desenvolvendo- se no âmbito do processo mais amplo e principal de reprodução do i. repartimientos e haciendas. foi o capital comercial que gerou as formações sociais construídas nas colónias do Novo Mundo. devido à colonização de novas terras e à formação de plantations. surgindo assim o trabalhador livre. comercial.. no Novo Mundo criavam-se distintas formas de trabalho compulsório. O trabalho escravo era a base • da produção e da organização social nas plantations e nos >: engenhos. amplamente dinamizado com os resultados dos grandes Ij descobrimentos marítimos.JÁ medida que se expandia o capital f comercial. nas i colónias do Novo Mundo. primeiro expandiu- se a manufatura e depois surgiu a grande indústria. Nesse país. Nessa mesma época. ao mesmo tempo que se generalizou o trabalho livre. ao passo que nas encomiendas e outras unidades íj produtivas predominavam distintas formas de trabalho compulsó- 1 rio. Tratava-se de dois processos contemporâneos. isto é. capital comercial. na Europa. encomien- das. parece um paradoxo o fato de que na mesma época em que na Europa implantava-se o trabalho livre. de forma mais acentuada e ampla que em outros. Devido à sua preeminência crescente no sistema mercantilista . e principalmente na Inglaterra. verificava-se intensa acumula- ção de capital comercial. desenvolver-se o capitalismo. os engenhos e as encomiendas. que subordinava a produção de mercadorias na Europa [g' 1[ e nas colónias do Novo Mundo e em outros continentes. provocando dessa maneira uma intensa acumula- i cão de capital nos países metropolitanos. Em '•'l decorrência da maneira pela qual expandia-se o capital comercial. criaram-se e expandiram-se as planta- fl tions. ESCRAVIDÃO E CAPITALISMO Acumulação primitiva e trabalho escravo 1 Em primeira aproximação. O motor desse processo mais amplo era o capital '. • tn ]' criavam-se as condições çstruturais no seio das quais iria j. Em síntese. Ao longo dos séculos XVI a XVIII. Jorge Benci. que na Inglaterra estava criando algumas O tratamento que se dava aos nativos era naturalmente mais terrível nas condições histórico-estruturais básicas para a formação do capitalis. 2. Quanto à violência inerente ao escravismo vigente no Brasil: "Terrível. Op. (5) Karl Marx. paz de Utrecht. se dorme. de Reginaldo Sant'''Anna. o início da negros. Aí trombeteia-se como triunfo da sabedoria política ter a Inglaterra. 871. 96. gerado por dentro do mercantilis- mo. Quanto à força de trabalho.mundial. Apoiado na ampliação e acumular capital. como México e índias Orientais (4). mercado. de âmbito estrutural e internacional. principalmente Espanha. ao mesmo tempo. 4. mais característico da transição do feudalismo ao capitalismo. Esses processos idílicos são fatores fundamentais da'acumulação empregava 15 navios no tráfico negreiro. (3) Ibidem. Economia cristã dos senhores no governo dos 877-878. Holanda. 53. nos fins do século XVII. como é o caso do sistema colonial(3). com o tratado de Asiento. O trabalho é contínuo. De fato. até o ano de 1743. Esses métodos se baseiam em parte na violência mais brutal. o capital comercial reproduziu-se em elevada escala. Livro l. Convém lembrar que a categoria acumulação primitiva concentração do capital. A indústria algodoeira têxtil. a escravização das concessão| dejfornecer anualmente à América Espanhola. trad. Na base do tráfico negreiro. vol. em 1730. Ocorre que a acumulação primitiva foi um processo. 1977. o moderno fundamentar-se na escravatura. e 132. são mercantil. produziac-no Novo Mundo a escravatura. o alívio pouco e quase nenhum. isto é. esse fenómeno ocorreu (4) Ibidem. dl. As riquezas apresadas quais se torna possível o desenvolvimento capitalista. escravos (livro brasileiro de 1970). forçadas a trabalhar no interior das minas. França e Inglaterra. Isto servia.umai acumulação acelerada. intensificação do comércio internacional. Penso que é conveniente especificar um pouco melhor o O sistema colonial fez prosperar o comércio e a navegação. Acresce que sob o mercantilismo os lucros cidadania. Rio de Janeiro. principalmente a faculdade de oferecer-se livremente no eram bastante elevados. 221. (1) Karl Marx. um divórcio generalizado e radical entre o trabalhador e a proprie. p. em 1792. vol. do probo A. a Inglaterra pôde impor à Espanha. o descanso inquieto e assustado. Vejamos. para encobrir sob o manto oficial o conquista e pilhagem das índias Orientais e a transformação da África num vasto contrabando britânico. em primitiva (2). eram poderosas alavancas de conceito. regime tributário e o protecionismo. 74. entregues à matança e à pilhagem. e nos países ricos e densamente povoados. e tira da fraqueza foiças". político. Unidos que. 868. Op. onde se transformavam em capital(S). quando não pode. os ingénuos anais do comércio. graças ao monopólio. O Capital. Ele iguaria. o extermínio. p. escravização e massacre refluíam para a metrópole primitiva poderia ser considerada o processo social. Civilização Brasileira. Liverpool produção capitalista. extorquido dos espanhóis. de que já falava Lutero. o qual ela realizara até então apenas entre África e índias Ocidentais Inglesas. patriarcais.. se veste. Cf. Historicamente.. inclusive dos meios de produção. o privilégio de explorar o trafico negreiro entre África e América Espanhola. vol 2. São Paulo. disfarçada. o se deu em concomitância com a criação de valores culturais e leito é muitas vezes a terra fria e de ordinário uma tábua dura. 1770. ao introduzir a escravidão infantil na Inglaterra Os diferentes meios propulsores da acumulação primitiva se repartem numa impulsionava ao mesmo tempo a transformação da escravatura negra dos Estados ordem mais ou" menos cronológica por diferentes países. quando se descuida. Portugal e outros países condições de comércio que aceleraram a acumulação de padrões de comportamento que compreendiam os princípios da capital em seu território. Como processo de âmbito estrutural.. A Inglaterra conseguiu a As descobertas de ouro e de prata na América. em 1751. capital. como as das índias mo industrial. p. quando falta. a escravidão dissimulada dos assalariados na Europa precisava coordenados através de vários sistemas: o colonial. nos quadros do mercanti- Anderson. dade dos meios de produção. receia. era mais ou menos patriarcal. 2. O tráfico constituía seu método de acumulação primitiva . o pano é mais grosseiro e o trajo o mais desprezível. As sociedades dotadas de monopólio. no Novo Mundo (1). Liverpool teve um grande campo de caçada lucrativa são os acontecimentos que marcam os albores da era da crescimento. Estes são os elementos do paradoxo: o mesmo processo de acumulação primitiva. o processo de acumulação primitiva envolveu intensa acumulação e concentração As nações se jactavam cinicamente com cada ignominia que lhe servisse para do. Editorial Grijalbo. aberta ou Ocidentais. o das dívidas públicas. Editora a lida sem sossego. o que ocorreu foi (2) Karl Marx. p. e lastimosa sorte é a de um cativo! Se come. é sempre a pior e mais vil tanto na agricultura como nos grémios e corporações de ofícios. Livro l. 868-869. sem disfarces. nos seguintes termos.. 1968 a 1974. a acumulação primitiva envolveu principalmente a força de trabalho e o capital. . p. por exemplo. p. Na Inglaterra. violenta-se. teme. econômico. a partir das expansão e. comunitárias ou outras. 3 fivros. As colónias asseguravam mercado às manutaturas em envolve um conjunto de transformações revolucionárias. antes. num sistema de exploração Portugal. citação do Livro l. sem as limitações ou amarras das instituições gremiais. na lismo. A acumulação fora da Europa. Quanto ao capital.800 populações indígenas. cit. pela pilhagem. plantações destinadas apenas ao comércio de exportação. em 1760. 871. New York. cap. fumo. negros. p. na Europa. em conjunto. São Paulo. teriam sido transportados da África cerca de 9. Editorial Paidos. Indian labor in mainland colonialSpanish America. ou esquecer. Caio Prado Júnior. Ediciones Pégaso. razas y cambio social en Ia Hispanoamérica colonial. das transações e das estrutu- escravo. Estado.000 africanos. México. 6 . Lawrence A. México. esteve na origem do ras de administração e controle(S). quando cessou esse tráfico e terminou tions of American history. Sep-setentas. Lês Amériques noires. Formação do mão-de-obra local. ouro. 1949: Stanley J. Historia de In coloni:ación espanolaen América. organização social e técnica das relações de. Madrid. História económica do Brasil (1500-1820). "Mercantilism and the "\e o século XVI. Estado e combinados com os progressos da divisão do trabalho Ao mesmo tempo. caps. Esses fenómenos. Essas relações económicas. fumo. 1947. 4" edição. Engerman. ção maior ou menor das terras férteis. o custo da compra e manutenção escravo trazido Brasil Contemporâneo (Colónia). Harper Torchbooks. os depósitos minerais. Stein. Little. São Paulo. formação social escravista dessa área estava vinculada. as condições da entre as metrópoles europeias e as suas colónias no Novo Mundo. a preexistência ou não de Ediciones Era. Race misture in the history of Latin America. Rolando Mellafe. 2 vols. Boston. a encomienda do México. outros 17 por cento foram levados às colónias espanholas. transição para o modo capitalista de produção. pelos governos e empresas estatais e privadas metropolitanas. Apenas contexto histórico no qual se criou o trabalhador livre. 1974. p. negro ou mulato. Sep-setentas.000 77-90. Sob esse aspecto. de maneira Cuba recebeu 702.500. Paris. Brown and Company. Outros 6 por cento foram levados para os Estados Unidos. 5a edição. como por intermédio das empresas e do comércio condições históricas da transição para o capitalismo. 1966. Economia de Ia sociedadcolonial (Ensayo de historia comparada de América Latina). protegidos pela ação do 200. Essas condições particu. Nicolas Sanchez-Albornoz e. História dei Capitalismo en México (Los origenes: 1521-1763). Sérgio Bagu. fumo.e principalmente nas épocas do forças produtivas e das relações de produção. pois. Buenos Aires. constituíram. 1937. Brown and trabalho compulsório(6). e a organização dos empreendimentos. 1950. açúcar. ao século XIX. 1967.Press.. York. Simonsen. II e V. organização e mando etc. o vulto (8) Enrique Semo. XIII e XIV. Time on thecross(The economics of distintas formações sociais no Novo Mundo. As culturas negras no Novo Mundo. Oxford Oniversity . caps. 2 vols. (6) Quanto à encomienda e outras formas de organização social da produção baseadas no indígena. 1973. Escravidão africana no Brasil. tecnologia. Tanto por meio das administrações metropolita- primitiva. vol. consultar: Juan A. havia dois elementos fundamentais: o trabalho compulsório Morison. The colonial heritage of Latin America (Essays on economic dependence in perspective).) entravam em jogo exigências específicas de capital. Desses. José Luis Moreno. esp. ao passo que o México importou cerca de outros produtos coloniais.produção baseadas no Magnus Morner. Fogel e Stanley L. I. 1. 226-234. Editora Brasiliense. operário. no Novo Mundo. açúcar. São Paulo. apogeu da produção de prata. 1975. Editora Civilização Brasileira. Arthur Ramos. a escravatura. XII. The Oxford history of the American people. p. Magnus Morner. Toda Por fim. entanto. Harper. ao comércio de prata. 1970. Newark-Delaware. açúcar. forma de 1968. terra. 38 por cento do total. esp. México. American negro slavery). Oxford University Press. no esp. e Judith E. Nesse sentido é que a acumulação primitiva expressa as nas nas colónias. índio ou mestiço. publicado por Cari N. Boston. para Esse comércio era comandado pelo capital comercial. esp. New York. Assim. Roger Bastide. para o trabalhador escravo. ouro. 1965. divisão do trabalho social. controlado compreender em que medida o mercantilismo "prepara" o capitalis. o a continuidade dos empreendimentos. Librería El Ateneo Editorial. algodão e outros der esses desenvolvimentos é preciso situá-los no âmbito das produtos -foi bastante elevada a exportação de excedente económico transformações estruturais englobadas na categoria acumulação para as metrópoles. É claro que esse enfoque não pretende desprezar. cap. New e o vínculo com o capital comercial europeu. plantation do Sul dos Estados Unidos. Little. Rio de Janeiro. Breve historia de Ia engenho de açúcar do Nordeste do Brasil e outras formas de esclavitud en América Latina. Mas para compreen. Universlty of Delaware. X I I I : Samuel E. e uma parcela do excedente gerado nas colónias permanecia ali. primeiro lares foram responsáveis pela fisionomia singular assumida pela volume. Villamarin. Payot. mais do que qualquer outra determinante. é necessário que a análise se detenha nos desenvolvimentos das longo de todo o período colonial . Ao mo. esp. ou seja. Roberto C.000(7). a maior parte foi levada para õ Brasil. mão-de-obra. ouro. 1974. Degler (Editor). Buenos Aires. 1953. Lá algodão etc. quando se iniciou o tráfico de africanos para American revolution". livro II. Pivolal inlerpreta- oríovo Mundo.. población de América Latina (Bosquejo Histórico). Nas Antilhas britânicas entraram 17 por cento. Demetrio Ramos Perez. Foi esse o privado. Em cada caso (prata. 230-237. Company. 1973. da África etc. e Foi o capital comercial que comandou a consolidação e a também 17 por cento foram às colónias francesas da área do Caribe. 1967. Na base do arcabouço de cada formação social. generalização do trabalho compulsório no Novo Mundo. foi amplo e intenso o intercâmbio comercial social e da tecnologia. que importou Stein e Barbara H. as exportações coloniais excediam às importações. as condições particulares em que se constituíram e desenvolveram as (7) Robert W. esp. 1967. algodão e colónia espanhola. Companhia Editora Nacional. Entravam em linha de conta a concentra. Consultar também: Maurício Goulart. o Livraria Martins Editora. para vender caro. mas sim o processo de circulação. Comprar barato. e sim para o intermediário entre ambos. quando os produtos se vendem por seus valores. México. que o capital portanto se diferentes mercadorias representam todas valor e por conseguinte dinheiro. trad. mo". Christopher Hill. não para os produtores e ( 1 1 ) Ibidem. esp. o valor-de-troca(9). Rio de Janeiro. de Affonso Blacheyre. Zahar Washington Press. -Hamilton. substantiva. açúcar. os preços em dinheiro e embolsa a diferença. encomiendas. o processo de circulação. "A acumulação de capitais e mercantilis- Mendel Shapiro. que compara capital comercial europeu com o tráfico de africanos e a escravidão no Novo Mundo. já que o comerciante se dedica pura e simplesmente a comprar barato e vender caro. Madrid. 1973. e. 1954. Seattle.organizadas segundo as exigências do mercantilismo. expressões do terceiro termo que as torna (9) Karl Marx. ou segundo as quantidades de trabalho social nelas contidos. Henri See. trad. porém. o comerciante não domina o independente. 377. prata. na medida em que as significa que a produção hão se subordina ao capital. equivalên- os negócios da colónia-e vendendo mais caro. Mesmo porque. Ele opera no Qualquer que seja a organização social das esferas de produção donde saem as âmbito do mercado europeu. vol. O dinheiro se valoriza cias. La riqueza de Inglaterra por el comercio exterior . Thomas Mun. Tanto assim que a produção de mercadorias pode dar-se colónias europeias do Novo Mundo. casual. Reformation to industrial revolution (A social and economic "Foreing trade and busines organization". A exploração do trabalho sob as mais diversas formas de organização social e técnica das compulsório. Fondo de Cultura Económica. p. Mas. estava subordinada aos relações de produção: seja nos grémios. não desenvolve na base de uma forma social de produção a ele estranha e dele são valor da mesma magnitude. segundo. cada vez mais essa casualidade. Este capital comandava o seja nas haciendas. de Ofélia capitalismo v olros ensavos de historia económica. de M. Karl Polanyi. Comprar barato.D. pois. Com as próprias operações estabelece consultar: Eric Williams. de atos que ocorrem no processo de circulação. p. profit upon alienation. de Editores. qualitativamente são todas elas por igual expressões do trabalho social. na medida em que são permutáveis. a forma colonial. ou foi o capital comercial que comandou a constituição e o desenvolvi.M -D . México. É portanto fumo. em termos de contabilidade a riqueza. 379. 1966. fazendas. Esse valor.Discurso acerca dei comercio de Inglaterra con Ias índias Orientales. 1968. A própria troca de mercadorias e as operações que a propiciam - separadas na produção e efetuadas por não-produtores-são apenas meio de acrescer secundário o valor real da mercadoria. esp. Capricorn Books. London. relativamente ao processo produtivo. é a lei do comércio. processo de acumulação sem preocupar-se com o mando do processo Note-se. trad. cap. movimentos do capital comercial europeu. No inicio. o de venda. A evolução do capitalismo. o ponto de partida é o dinheiro. de Cultura Económica. Nessas condições. University of Dobb. Earl J. a relação mdependente(ll). Quanto aos característicos do mercantilismo e às relações do consumidores. En torno a los orígenes de Ia revolución industrial. O comerciante europeu se enriquece comprando barato autónomo e preponderante. as . homogéneas. característico do mercantilismo. Siglo Veimiuno Editores. A no processo de circulação da mercadoria. vol. Weidenfeld & Nicolson. Fondo capitalismo moderno. p. cap. 376. trad. seja qual for a maneira de avaliá-lo. isto é. e o objetivo autónomo é o aumento do valor. no entanto. no apogeu do capital comercial. London. 2 vols.com as vantagens da exclusividade que a metrópole mantém sobre mercadorias não são trocadas com base em seus valores. de custos. de Alberto Ullastres. Não se trata portanto de trocar equivalentes(lO). subordinando o processo de mento das formações sociais baseadas no trabalho compulsório nas produção. realiza-se no último ato. O conceito de valor está ai implícito. de Samuel Vasconcelos. em especial do escravo. somente tem importância para o dono da plantation. 3* ediçáo. Assumem a forma de mercadoria. El florecimiento dei Eric Hobsbawn. engenhos eplantafions. o lucro do comerciante trabalho compulsório ou formas de cooperação simples. mas a riqueza em sua forma social geral. processo produtivo. ou trabalho social nela cristalizado. O capital. não pode aparecer. Buenos Aires. para aumentar mais ou independente do valor-de-troca. Por isso. ele a equivalência. Para o provém. corporações e manufaturas. l. citado. lucro de venda. Beneficia-se do monopólio A forma desse capital é sempre D . Mercantilism. Revista Castillo e Enrique Tandeter. A troca continuada e a reprodução mais regular para troca elimina (10) Ibidem. foram a base Essas reflexões indicam claramente que o que singulariza a sobre a qual se formaram as sociedades coloniais. Origen y evolución dei historyofBritain: 1530-1780). trad. é inteiramente fortuita. 5. 1966. ouro e outros produtos. para vender caro. o património destes existe provenientes do Novo Mundo e outras partes do sistema colonial sempre como haveres em dinheiro e seu dinheiro exerce sempre a função de capital. os atos de capital mercantil. New York. Eli F. o comerciante. 1953. menos à vontade o seu lucro comercial. engenho ou outras unidades produtivas baseada no O movimento do capital mercantil é D . da comercialização dos produtos mercadorias trocadas por intermédio dos comerciantes. algodão. era bastante secundária a forma de produção do comprar e de vender. 1948. É evidente que o lucro comercial puro.M . quantitativa em que os produtos se trocam. Maurice de Occidente. Garza. que na época em que o capital mercantil é de produção. hegemonia do capital mercantil é que ele torna autónomo. no começo. trad. . equivalência entre elas é fortuita. Em essência. europeu surgido com o mercantilismo. primeiro. Capitalism & slavery. Não se trata portanto de O desenvolvimento autónomo e preponderante do capital como capital mercantil trocar equivalentes. V. VII. George Allen & Unwin. 1944. Dahomey and lhe s/ave trade. 1971. Livro 3. é a lei do comércio. Hecksher. é de-troca. as metrópoles não dispunham de grandes reservas de mão. era comandada a partir da dinâmica do disponibilidade de terras baratas ou devolutas. garantir a continuidade e a regularidade da E nesse ponto que a escravatura e as outras formas de trabalho exportação do excedente económico produzido na colónia. Consultar também:Christopher Hill. Livro 3. plantation. espanhóis. e Maurice Dobb. Nas colónias em que havia indígenas. 188-229. ou disfarçada. O capital comercial absorve quantidades te esse essencial à reprodução e ampliação do capital mercantil crescentes de mercadorias. Se as mercadorias são espírito do exclusivismo ou monopólio característico do mercantilis- produzidas em condições convenientes . No conjunto das nível. Para evitar-se que eles se formas de produção. Havia vultuosos capitais metropo- índios e negros na encomienda. vinculando assim a fazenda e outras modalidades de organização social e técnica das metrópole. sobre o trabalho em "La República de los Espanoles". escravizado. no entanto. Ou seja. encontràm-se várias nas aldeias. Marx ressalta dois pontos. que a escravidão foi produção. Aqui. também grupos negro e o índio aberta ou veladamente escravizados. Primeiro. por sua vez. V. É importante observar que por sob o processo de circulação de estes foram submetidos a alguma forma de trabalho compulsório. 379-380. cuja árcade realização e reprodução era a Europa. intitulado "Teoria as três anteriores. O capital. citado. A produção Novo Mundo. principalmente sob distintas especiais de trabalho compulsório. controlar a circulação do trabalhador escravo. o Assim é que se intensifica a acumulação primitiva e. 2. de negros da África ao Novo Mundo. O capital. por sob o lucro do comer. 10 11 . para tornar-se sitiante. social e tecnicamente organizada de forma diversa daquela (13). açúcar. consolidam-se e expandem-se as formas de organização menos produzindo o essencial à própria subsistência. intitulado "Observações históricas sobre o moderna da colonização". Pouco a pouco.. História dei capitalismo en capital mercantil''. ainda. ao tempo. no negócios e ampliar a escala da acumulação. ou sofressem de maneira demasia- realiza no comércio.Op. franceses. Livro l.se abandonar a plantation. sob presteza. exceden- compulsório se situam. a escrava- modalidades de trabalho compulsório. A despeito de que o lucro do comerciante se evadissem dos locais de trabalho. melhorar a sua vigência do sistema político-social cujo fundamento era o trabalho competitividade e ou a sua margem de lucro. p. Em segundo social e técnica do trabalho compulsório. reduções.quanto ao volume. ele não pode realizar-se a não ser com base em do destrutivas as condições de trabalho exigidas pela produção quantidades crescentes de mercadorias. E estas são produzidas nas colonial. citado. prata. em pouco tempo. colónias europeias no Novo Mundo. em outras ela era latente. em um nativos foram submetidos à escravidão aberta. à mo. o que permitiria que capital mercantil. coloca-se um tura era. mercadorias. Para que estas se produzam nas colónias metropolitano. encomiendas etc. para expandir os seus combater a penetração dos interesses de outras metrópoles. pudes. p.cit. Em primeiro lugar. criação e generalização do trabalho escravo em várias colónias europeias no Novo Mundo. litanos envolvidos no comércio de escravos. engenho. problema crucial. cap. vol. pois. a África e as colónias do Novo Mundo. p. para encaminhar às colónias e dinamizar a produção de outros desenvolvimentos. citado. a administração metropolitana Em outro nível. Essas foram as razões principais da não domina e pressupostos que não cria(I2). holande- terras devolutas permitiria que se evadisse. o comerciante lucra comprando barato e vendendo mais caro. Em última instância. 5.é claro que o comerciante todas as formas. evitar e quantidades crescentes de mercadorias. esp. ao mesmo engenho ou outra unidade produtiva. Op. Esta citação. 883-894. à qualidade e outros requisitos . México. encadeamentos entre a Europa. Daí a escravização aberta. para garantir a produção colonial e assegurar a pode ampliar e dinamizar os seus negócios. Segundo. A dinâmica do relações de produção e das forças produtivas. portugueses e outros ligados ao tráfico de produtor autónomo. do Novo Mundo. Terceiro. Em algumas situações. o capital mercantil é movimento mediador entre extremos que fumo. principalmente com o crescimento da tft (12) Karl Marx. Nos primórdios. capital mercantil envolvido no tráfico era um elemento importante Em sua análise das condições que produziram a escravatura no na manutenção e expansão da escravatura nas colónias.aberta e organizada como tal. esses lugar. hacienda. é necessário atar o trabalhador aos outros meios de Mas é fundamental reconhecer. os índios do Novo Mundo foram submetidos a formas colónias europeias no Novo Mundo. bem como (13) Karl Marx. o assalariado. ouro etc. transformando-se em ses. foram retiradas do cap. é preciso que ele possa comprar organizou-se principalmente com três finalidades. vol. porque a disponibilidade de também um grande negócio para os comerciantes ingleses. a África e o Novo Mundo adquirem de-obra. cap. Enrique Semo. ciante está o sobrevalor criado pelo sobretrabalho realizado pelo Além dos africanos trazidos para o Novo Mundo. Ele não pode ser assalariado. XXV. a das colónias. governado pelo capital mercantil. Seattle. princípios e procedimentos de mercantilismc"e. Reformalionto industrial revolution. Isto é. citado. cap. e principalmente repressivas e universais. formações sociais amplamente indispensável compreender a fisionomia da formação social escravis- ta como uma estrutura político-econômica singular. (15) Christopher Hill. em seguida. a partir do século XVIII. para um mapa no qual esse lugar passou a ser ocupado pelas exemplo-estavam organizadas de maneira a produzir e reproduzir. 1976. ou às contradições internas se se apoiasse apenas na acumulação primitiva. ou melhor. mas não suplantada. ao mesmo tempo e necessariamente. no âmbito do mercanti.como os engenhos de açúcar no uma mudança no mapa económico. com os seus centros de poder. índio e explícito à medida que o mercantilismo passa a ser suplantado pelo mestiço). Independente- mente dos graus e maneiras de vinculação e dependência das Williams: Nesse comércio triangular. e depois. Nessas forma- vinte anos seguintes. mando e execução. p. nas religiosas. nas colónias.oferecia as exportações e os navios: a África oferecia organizou-se e desenvolveu-se um sistema internamente articulado e a mercadoria humana: e as plantations as matérias-primas coloniais. Nos mesmos anos 1700-1780 ocorreu ções sociais. Nos tempos modernos. cólon ias (l 5). A alienação do trabalhador (escravo) mercantil cria. ou criar e recriar. 51-52. Por mais decisivas que Desde fins do século XVIII começou a desenvolver-se algum tipo tenham sido as relações comerciais externas. as doutrinas jurídicas. citado. aceleram a acumulação de capital na Inglaterra. Nessas condições. pelo intercâmbio direto entre a (do negro. lúdicas e outras. No limite. Estes eram cada colónia constituiu-se uma formação social mais ou menos trocados lucrativa mente por negros na África. Dahomey and the slave trade. Polanyi. sociedade essa cujas estruturas de diretamente com produção colónia (14) dominação política e apropriação económica estavam determinadas Hill: Entre 1700 e 1780 o comércio exterior inglês quase dobrou. entre as exigências do capitalismo e as da formação lismo. no qual a Europa era ainda o mais importante Nordeste do Brasil e as plantations do Sul dos Estados Unidos.produção manufatureira. Em conjunto. mestiço etc. a mais-valia absoluta. é haviam-se constituído. José Ribeiro Júnior.) na qual o escravo e o senhor metrópole e as índias Ocidentais. motivo porque ela pôde resistir Esse paradoxo. as unidades produtivas . 184. estava dinamicamente relacionada com o dominação eram. as estruturas de Américas e Antilhas. em troca de produtos coloniais que eram transportados à metrópole." São Paulo. a escravatura. Esse "paradoxo" começa a tornar-se cada vez mais práticas e ideológicas da vida do escravo (negro. esp. técnicas de controle e repressão. Quando o volume do comércio cresceu. IV. Capitalism & slavery. essas relações económicas articuladas internamente. não se manteve apenas um (14) Eric Williams. ou no monopólio colonial. as técnicas de controle. Assim. homogénea ou diversificada. p. em face da metrópole. a Inglaterra . mercadorias. estando presente em todas as esferas na Inglaterra. a cultura do senhor (da casa-grande). altamente processo de gestação do capitalismo na Europa. de antagonismo. religiosas ou de cunho "darwinista" sobre as desigualdades Note-se. comerciando-se manufaturados da metrópole pertenciam a duas castas distintas. A frota também dobrou. Uma formação social escra- nas plantalions com mais lucro. e triplicou nos pelas exigências da produção de mais-valia absoluta. Consultar também: KarI apêndice do capitalismo em expansão. repressão e tortura. as formações sociais escravistas internacionais. é inegável que em cada colónia França e a América Colonial . Hucitec. que o funcionamento e a expansão do capital raciais e outros elementos. no capitalismo industrial nascente. a plantation em geral surgiu sob os auspícios burgueses. mantém e desenvolve o paradoxo representado pela característica dessas formações sociais implicava que ele era física e coexistência e interdependência do trabalho escravo e trabalho moralmente subordinado ao senhor (branco) em sua atividade livre. pois. Colonização e monopólio no Nordeste brasileiro. mulato. a referida contradição somente pode manter-se porque social escravista. 1966. Isto é. 12 13 . a cultura do escravo (da A spectos da formação social escravista senzala). não era apenas um apêndice do sistema mercantilista. no comércio de pouco desenvolvidas. University of Washington Press. o escravo e o senhor. tornaram-se organizações político-econômicas altamente articula- devido à posição privilegiada que esse país passou a ocupar no das. nos primeiros tempos. O navio movimentado de poder político-econômico. Para compreender a duração desse antagonismo. bastante articulada internamente.da mesma maneira que a colónias. no âmbito do mercantilismo. negros esses que eram comerciados delineada. essa contradição. a formação social escravista era uma sociedade capitalismo. o escravo estava produtiva. índio. Nesse sentido é que em negreiro navegava da metrópole com a carga de manufaturados. a troca vista era uma sociedade organizada com base no trabalho escravo triangular foi suplementada. por mercado da Inglaterra. não seria sustentável algum tempo às contradições "externas". no produto do seu trabalho e em suas atividades ajudando a formar-se o operário. embora permanecendo vinculada ao mundo outras categorias envolvidas na história político-econômica das capitalista pelos laços da produção mercantil. A sociedade da plantalion. é Assim como àsplanlations escravistas dos EstadosUnidosnão foram a base de um importante assinalar que" os autores mencionados apresentam subsí. Furtado e outros. 2 vols. Robert W. Cardoso. Florestan Fernandes. nas colónias da Espanha.. C. por exemplo. possibilitado pelo controle do e Verena Martinez-Alier. das suas peculiares leis de desenvolvimento (17). Juan Martinez Alier civilização era o domínio do senhor de escravos. depois. Celso Furtado emprega os conceitos A verdade é que toda pesquisa sobre a escravatura no Novo de "semifeudal" e "feudalismo". (17) Ibidem. terminou por ser uma poderosa civilização. com sociais. Enrique comparativos de David Brion Davis. dos seus problemas e tensões especiais. Enrique Semo. Op. Novais e outros orientam-se no sentido de Apesar da extensão da escravatura de um ou outro tipo (manifesta e latente). Eugene D. Os ensaios. Genovese. Franklin Frazier. e lançar as bases de não trabalham explicitamente com as noções de modo de produção e unidades económicas semifeudais no México. Magnus Morner. cap. p. formação social. aplicáveis as noções de "formas feudais" e "feudalismo". S. Herbert Blumer. do desenvolvimento do capitalismo pré-industrial. Fogel. E. com um desenvolvimento importante da produção and society of the slave south). de produção escravista". Stein.. exemplo. tratava-se do relacionamento entre o mercanti. O elemento essencial desta singular sociedades do N ovo Mundo. The política! economy ofslavery (Studies in the economy contava. Cardoso. Ciro F. a dios históricos e teóricos para a interpretação dos encadeamentos encomienda . Fernando A. André Gunder Frank. 15. Verena Martinez-Alier. a título de Degler. canas e antilhanas e o modo de produção prevalecente em âmbito mundial. utilizam o conceito de "modo trabalho. New York. Devido a uma série de fatores já apontados. Klein. John Wiley & Sons. tratava-se do encadeamento e antagonismo entre escravidão e capitalismo. a escravidão indígena serviu. p. Williams. Não se compreender a escravatura em suas articulares e contradições com o deve esquecer que a escravidão generalizada do índio serviu para inundar de prata sistema económico mundial. André G. as características e os movimentos das formações sociais baseadas no Florestan Fernandes. Em todos os casos. "feudalismo". 14 15 . ao longo Nova Espanha. assim como o capital comercial e usurário da antiga Roma não converteu Mundo e o sistema económico mundial. a sociedade novo-hispânica nunca passou por um modo de produção escravista. os termos de algumas formulações de Semo. 1976. na lismo e as distintas formas de trabalho compulsório. p. Celso Furtado. a economia da Nova Espanha (16) Eugene D. dos séculos XVIII e XIX. A escravidão negra nos Estados Unidos lançou as bases séculos XVI e XVII. com as implicações históri. Sérgio Bagu também considera Mundo enfrenta-se. Engerman. que havia começado como apêndice do capitalismo O que parece não vhaver ainda. A escravatura foi a base do tipo de vida económica e social do Sul. desde o princípio. Genovese (organizador). Eríc trabalho compulsório. Herbert S. para impulsionar o surgimento de um sistema no qual o feudalismo aparece estreitamente entrelaçado com o capitalismo embrionário e dependente (18). S. Stanley J.. 1973. Everett C.suprir a indústria com matérias-primas baratas: mas as consequências não foram sempre harmónicas com a sociedade burguesa (16). amplamente autónoma. Fernando A. preferindo considerar o Novo produção e formação social. The slave economies. Cari N. Hughes. A propósito dos movimentos e perfis de diferentes formações sociais escravistas: Eugene D. Sérgio Bagu. elas contêm os principais elementos da controvérsia sobre Juan Martinez Alier. como Bagu. uma estrutura baseada na propriedade privada. Genovese. New York. 209-210 (19) Ibidem. mas sim do desenvolvimento do capitalismo. é um consenso suficientemente consistente sobre essas e ambições e possibilidades aristocráticas. Novais sugere a noção de "modo de produção colonial".serviu para a gestação de entre as formações sociais prevalecentes nas diversas|colônias ameri. de alguma maneira. sugestões e hipóteses representam contribuições de maior ou menor valor para a A escravidão generalizada não fez da sociedade novo-hispânica um sistema discussão e a pesquisa das articulações entre a escravatura do Novo escravista. 219.apesar da sua forma tributária de exploração . Emilia Viotti da Costa. Sob vários Demetrio Ramos Perez. Inicialmente. intitulado "A sociedade escravista no Brasil".para. 1966. p.ao longo dos esta num empório capitalista. 15-16. no entanto. l. Fernando H. é inegável que as suas análises. Ciro F. Pantheon Books. e sugere as noções de "semifeudal" e Stanley L. as monografias e os estudos Mundo sempre nos termos do conceito de "capitalismo". Caio Prado Júnior. na qual feudalismo e capitalismo embrionários se entrelaçam (19). Mesmo quando alguns desses autores barata a uma Europa em plena revolução sócio-econômica. com núcleo dinâmico na Europa. entre esses e outros cientistas inglês. modo de produção escravista. cit. Vejamos. Boxer. (18) Enrique Semo. Herbert Semo afirma que não se pode falar em modo de produção escravista Aptheker. Cardoso. aspectos. Gunnar Myrdal. cas e teóricas da problemática expressa nas categorias modo de Frank rejeita essas e outras noções. Circuito Fechado Hucitec São Paulo. R. C. p. veremos que na realidade nos mente. é certo) pelas exigências da reprodução do ' dão. p. Ruedo Ibérico. Ediciones Passado y Presente. na época e sob a influência do tos das formações sociais baseadas no trabalho compulsório. Ela implica a própria compreensão das categorias: capitalismo. C.: Se vamos à essência da nossa formação. S. 1973. citado. algodão. Aliás. (20) Ibidem. p. industrial. p. 193-230. Formação económica da 26. Ela compulsório. Sofrem o impacto do tipo de comercialização (dos constituímos para fornecer açúcar. E. 214. cit.F. relativamente aos do mercantilismo. forças produtivas e algumas outras. Review Press. a partir . cit.. no primeiro instante as formações sociais \s d o caráter colonial. p. modo de produção. 1969. p. rearticulações. relações de desde o século XVI ao XIX os movimentos. isto é. formação social. feudalismo. 1974. América Latina. tabaco. Semo. diamantes. fala-nos em encomienda "capitalista". mercantil ao capital produtivo.jContempora- neamente. após as crises e lutas de reprodução do capital mercantil. 240. André G. neste ensaio. as articulações e as produção. São como que geradas nos quadros^ crítica dessas e outras interpretações e hipóteses. primeiramente mercantil e em seguida industrial^ Convém repetir aqui: as formações sociais baseadas no trabalho Essa determinação "externa" aparece em várias interpretações. Juan y Verena Martinez-Alier. as formações sociais escravistas passam a ser \e sistemática e especial. publicado por C. Assadourian e outros. Ou seja. mercantilis. Marx: A escravidão dos negros • uma escravidão puramente industrial .mercantil. América Latina. mais tarde ouro e produtos coloniais. Também E. citado. feudal etc. Também: Enrique Semo.. H. Paris. Cuba: economia y sociedad.Noy0 Mundo estão atadas à economia mundial: primeiro à mercantilista e depois à capitalista. Córdoba. Essa é matéria para ser examinada.| encadeamentos entre formação social e modo de produção. Op. Consultar também: Sérgio Bagu. internos e externos. pesadamente as consequências:das mudanças de conjuntura e das imposições do mercado - tas (coloniais) entram em crise e declínio. Op. Novais.S.S. produzidos pela mão-de-obra escrava) comanda. 221-242. jlp. De qualquer maneira. confundindo independência política das colónias do Novo Mundo e a emancipa-r produção mercantil com capitalismo. em meados do século ção primitiva. de maneira do século XVIII. L C. Tanto assim que a internacional. p. Op. enquanto colónias e países. Prado Jr. das formações sociais escravistas no entanto. citada p. Fernando A. Ciro F. p. semifeudal. Ao capital mercantil. Lia Editor. alguns outros géneros. (em graus variáveis.Garavagliae E. da pelasiexigências da reprodução do capital industrial. Formação do Brasil contemporâneo (Colónia). que se realiza de maneira particularmente acentuada XIX Marx já havia assinalado o caráter "anómalo" e "formalmente na Inglaterra. p. P&rece-me oportuno. Rio de Janeiro.. da acumulação primitiva e do nascente capitalis. as relações Cardoso: A dependência e a deformação fazem que as estruturas coloniais sofram escravistas de produção e as próprias formações sociais escravocra. as formações sociais baseadas no trabalho compulsório rearticulam-se interna e externa. uma discussão cia. em especial desde o começo do século XIX. 101-113. nascem e desenvolvem-se no é importante para compreendermos as características e os movimen- interior do mercantilismo! ou seja. engenho. desde o princípio as sociedades achavam-se ligadas a um mercado e produziam em parte para ele (20). Por isso. depois. em expansão na Europa e. a progressiva subordinação do capital burguês" da formação social escravista nas Américas e Antilhas. escravista.. Cadernos Cebrap. New York. independência. escravismo. encomienda. na medida em que envolvem nas Américas e Antilhas são influenciados e mesmo determinados l diretamente a compreensão da história politico-econômica daescravi. Modos de' desaparece de um momento para outro e é incompatível com o desenvolvimento da producción en América Latina. Modos de producción en São Paulo. Capitalism and underdevelopment in Latin America. hacienda etc. 249. 16 17 . em outra ocasião. Cardoso. em pleno século XVI. 13. Ao referir-se a essa questão.S. hacienda cão dos escravos são processos mais ou menos contemporâneos -e "capitalista" e obrajes "capitalistas". para o comercio europeu(21). sem ter a flexibilidade e autonomia que permitam uma adaptação rápida e eficaz ai condições novas (11). 1967. Em seguida. e em seguida café. Cardoso chama a atenção para as inestabilidades inerentes o Novo Mundo entra ativa e intensamente no processo de acumula. criadas no Novo Mundo. Caio Prado Júnior aponta o que lhe parece mesmo tempo que se organizam e expandem as formações sociais ser o próprio sentido básico e geral da colonização no Novo Mundo. 35-39. principalmente. das relações de produção na época colonial e no século XIX. Celso Furtado. ou sobre mo europeu. porque estas unidades conjugados. Laclau. (22) Ciro Flamarión Santana Cardoso. Nesse sentido é que as socieda- des das Américas e Antilhas são formadas em estado de dependên- Não me parece oportuno fazer-. en América". que. fazenda. então predominante e ascendente na Europa.que Assadourian. dl. Monthly (21) Caio Prado Júnior. a essa dependência histórico-estrutural. Frank. 251-252. fazer algumas sugestões. "El modo de producción esclavista colonial Estrutura e dinâmica do antigo sitíema co/om'a/'(séculos XVI-XVIII). capital europeu. p. 27 e 33. i mo. baseadas na plantation.. no segundo momento. Isto tem induzido a erro a mais de um historiador. Ciafardini.. 1972. na Inglaterra. para o negro. explícita e influenciar. 476. mercantilismo europeu. ele. Ao mesmo tempo que a constituição a pouco. em âmbito mundial. o paradoxo representado pela articulação do trabalho livre. Engels. São Paulo. A mesma incongruência jnpmento necessário. um dos líderes da independência política do Brasil. Houve comerciantes que~se. Mos- 18 19 . citação da (25) Karl Marx. (27)1962. coloniais do ocorreu sob as mais variadas formas. 1971. p. Antidiihring. Ao mesmo tempo. nando^ e^oir^mlanda os prpcessos produtivo e de circuf^áo. o capitalista e o privilégios de classe são proscritos. Siglo Veintiuno Editores. f sociedade burguesa. Pouco lado com o trabalho livre. mas que o sejam. matizar. José Bonifácio. ("Assim. de José Arico. p. conjunto. o capital comercial floresceu obrigada a_jrecj3nhe<^jL£xis^ênjd^d^^ bastante. a burguesia ascendente é Ao longp dos séculos XVI e XVIII.e estabètéce o princípio da cidadania. mas subordinado.. todas as condições e as exigências da continuidade do trabalho escravo. que é a Engels: E é indicativo do caráter especificamente burguês desses direitos humanos base sobre a qual descansa a produção capitalista. nas Américas e Antilhas. Essa organização social e técnica das relações de produção que não se foi a ocasião em que . 41. mas acabou por subordinar-se ao capital industrial. p. Essa ambiguidade foi registrada por José Jnjejsssj^rarrijpelajjrodução e organizarãST os seíis negócios combi- Bonifácio. 1944-45. nesse país. produtores de mercadorias que passaram a negociar na esfera da inerentes à forma pela qual desenrolou-se a luta pela independência. efn" Precisamente na época da formação do Estado nacional. Sousa. com trabalho assalariado. alterar ou mesmo destruir as formas de aguda a contradição entre o trabalho escravo e o trabalho livre. Essa transição qualitativa fundamental Estados nacionais surgidos com a crise dos sistemas. trad. Também sociais nos estados escravistas assumiriam formas pré-civilizadas(23). Expansão capitalista e crise dia escravatura revela-se uma contradição estrutural significativa quando ocorre a independência das colónias do Novo Mundo. circulação de mercadorias. A criação dos dinamismo. p. Fondo de Cultura Económica. o capital i ndustriai começa a Estados nacionais nas Américas tornava interna. 1944. 2 vols.. ainda que somente de um modo formal. < a nascente formação social capitalista se impôs e venceu a escravista. 159. posto que a escravidão dos negros exclui o trabalho livre assalariado. real. surgido no âmbito da Nessas condições. para o branco. de alguma maneira. que são. quando o capitalismo alcança certo grau de acumulação primitiva e do mercantilismo. Miguel Murmis e Pedro Scarón. na Europa. publicado por Octavio Tarquinio de (24) Ibidem. p. Livraria-Martins Editora. p. ao seu ritmo e sentido. do Império do Brasil sobre a Escravatura". de Wenceslao Roces. (26) José Bonifácio. e a circulação transformou-se .. na Inglaterra crescia a acumulação do capital financeiro. da que manejam o negócio do tráfico de negros. l. em escala mundial. habitado por um multidão imensa de escravos brutais e ini- de sua criação. funda-se no fato de que eles existem como uma anomalia dentro de um mercado mundial baseado no trabalho livre(24) Bonifácio: Mas como poderá haver uma Constituição liberal e duradoura em um Na segunda classe de colónias. confirma o capital passavà~~ir rejjíza&se. Com a independência dos Estados Unidos. com o trabalho escravo. especulações comerciais. desde o próprio momento país continuamente migos? (26). II. trad.as plantations. dono âaplantalion são uma só pessoa (25). Não obstante. são capitalistas os que a Constituição americana. ^Houve donos de fábricas e outros empreendimentos"1^ tornou-se evidente a incongruência entre os compromissos liberais. a primeira a reconhecer os direitos do homem. O sistema de produção introduzido por mesma forma confirma a escravatura das raças de cor existentes na América: eles não provém da escravatura. centros de produção para o mercado mundial . Historia crítica de Ia teoria de Ia plusvalia. vol. quando o capitalismo industrial de das relações escravistas de produção-yDepois de alcançar certo ganha preeminência no sistema económico mundial. Friederich Engels registrou essa ambiguidade. por exemplo.mjm princípio da escravatura. tornara-se um paradoxo desenvolvimento. presente. privilégios de raça são sancionados(27). 3 vols. "Representação à Assembléia-Geral Constituinte e Legislativa México. O paradoxo aparente dos primeiros tempos. mas sim enxerta-se nela. torna difícil a continuida. Foreign Languages Publíshing House. devido a sua hegemonia na .conforme as condições peculiares de cada país - adequam. México. 39-66. cow. ajírodução passou a ser a esfera em que a acumulação d. citação do vol. Elementos fundamentales para Ia crítica de Ia economia política. (23) Karl Marx. O fato de que os donos das plantaiions na América não somente os chamemos agora capitalistas. quanto aos Estados Unidos. Friederich 332-333. Neste caso. do conjunto do processo ideológica tornou-se mais ou menos explícita para os outros novos capitalista de produção. económica e politicamente. pressupõe a existência de tal sociedade: se junto a essa escravidão não existissem outros estados livres. 146.existe um regime de produção capitalista. Paulatinamente. 3. exportação de manufaturas. a forma de capital quantidades crescentes. ao lado do capital industrial. tecido^ de lã. a reprodução do capital implica o europeus. o comerciante se torna diretamente ( comandada pelo movimento das forças produtivas e das relações de industrial. (5) a partir de 1780. a de capital- qualidades e modas. Foi função não só apropriar-se da mais-valia. Dessa maneira. E paralelamente^ generalizava-se o Marx: Na produção capitalista. modificando o mecanismo de suas funções e. núcleo esse caracterizado pela produção de desenvolvido tanto que os seus produtos podiam reentrar e capturar os mercados mais-valia relativa.expansão do capital mercantil.mercadoria preexistente (M) em uma mercadoria valoriza- os mercados da Europa do norte. firmam-se ou caem. capital-industrial. A conquista da índia permitiu que.. as indústrias inglesas de tecidos de algodão e metalurgia já haviam se da vida económica. p. citado. sobre a trabalho e com elas o tipo econômico-histórico da sociedade. impõe ao operário. 21 20 . (3 1) Ibidem. Os mercados nacionais cj. na agricultura e na mineração dinamizararfiv compra diretamente do produtor autónomo. Na medida em que se apodera da produção e do processo de realização da mercadoria. 5. . Torna-se o núcleo dinâmico 1770. as manufaturas inglesas^Q—capital industrial V produtivo. o comerciante torna os mestres artesãos seus intermediários ou / produção. (2) cerca de 1600-1650. sua existência implica a produtivo passou a colorir e dar sentido ao conjunto das relações de oposição entre a classe capitalista e a trabalhadora. executando através de cada uma delas a função correspondente. na qual o capitalv criá-la. monopólio-colonial. vol. a ele se subordinam.. tecidos de algodão etc. As colónias europeias passaram a receber. Por is$o. As tradicionais colónias das índias na esfera da circulação(32). Livro 2. são revolucionadas a técnica e a organização social do processo de algumas formulações breves de Christopher Hill e Karl Marx. o valor-capital assume duas formas. metalurgia (principalmente armas). citado. a Inglaterra como fábrica do mundo(28). ou do produto excedente. . 191. cerca de processo de circulação de mercadorias. o industrial se torna comerciante e produz . 53. Livro 3. Agora. Daí a possibilidade de o capitalista vender o entreposto e reexportação. ji_vida económica passou a ser A transição portanto triplica-se: primeiro. em quantidades crescentes e nas mais diversas Nos estádios de circulação. trabalho. o capital mercantil deixa a antiga existência divórcio entre o trabalhador e a propriedade dos<rneiqs^ de produção. movem-se nele fundamentadas. p. Vejamos produção social. os novos tecidos supriam da (M') pelo trabalho social excedente (não pago) que o capitalista em especial os mercados europeus do sul. deixa-o nominalmente independente e sê" ás forças produtivas e desenvolveram-se económica.. em grosso diretamente para o comèrcio(30). Na industria. para as manufaturas inglesas. p. - Ocidentais forneciam matérias-primas não competitivas com os produtos da metrópo- le. As outras espécies de capital que surgiram antes dele em meio a condições sociais desaparecidas ou em ascensão do capital industrial. 386-387. (3) cerca de 1650-1700. matérias-primas essas que eram processadas para reexportação. soberana para ser um elemento particular do investimento de capital. Terceiro. (4) cerca de 1700-1780. politicamente as relações de produção. o O {2jr££fiS$Q_-fU&díilivo_ deixa de ser subalterno ou reflexo do novo império podia ser visto como um mercado crescendo indefinidamente para as manufaturas inglesas. Segundo. 377 (30) Ibidem. p. em especial no mercado urbano e industrial em franca expansão. determina d carálfiLcapitalista. com ele vivem ou morrem. (28) Christopher Hill. (32) Ibidem. (29) Karl Marx. pois. industrial: embarcações.dje produção. Desde ramo específico. Passa a funcionar como agente do capital produtivo(29). O capital que no decurso de todo o seu ciclo ora assume ora abandona essas formas. industrial aqui no sentido de abranger todo ramo de produção explorado segundo o modo capitalista(31). social eV intato o modo de produção dele. em dinheiro e a de capital-mercadoria. p. tal mercado se abrisse à indústria inglesa de tecidos de algodão. e o nivelamento o que transformava todo trabalhador em vendeHor de força de dos lucros reduz sua taxa de lucro à média geral. Assim. no estádio de produção. principalmente para as colónias. Mas foi no século XVIII que o capital O capital industrial é o único modo de existência do(capital em que este tem por industrial conquistou a preeminência sobre o capital comercial. ao longo dos\s XVI a XVIII foi crescendo a importância da prodtiçãp . Quando o antigo monopólio imperial se extinguiu. podemos distinguir cinco períodos na evolução do comércio desenvolvimento da produção. vol. pois que os seus escravos e os donos deplantations absenteístas não criavam um mercado diferentes formas de funcionamento que o capital industrial ora assume ora abandona significativo. esfera essa na qual se dá a transfigu- exterior inglês: (1) até 1600. na ocasião O capital-dinheiro e o capital-mercadoria quando funcionam como veículo de um i oportuna. O capital. i mercados coloniais amplos e estáveis. decadência. não são mais do que modos de \a que meados do século XVIII havia declinado a importância das índias Ocidentais. 56-57. ^ internacionais passaram a ser inundados também por produtos manufaturados. mas também uma transição histórico-estrutural complexa. Reformation to industrial revolulion. os antigos tecidos eram exportados principalmente para ração da. além Hill: Um pré-requisito essencial para a revolução industrial foi o monopólio de disso. é o imp-Uftha-$e--sekFe~ e -eemereial e o financeirjC Assim. Ocorrem no âmbito da mesma configuração Bolívia 1825 1831 histórico-estrutural. na medida em que se instaurava o capita- lismo industrial. 1966. 1865 Haiti 1804 1804 A despeito das peculiaridades de cada país. Além do mais. No México.M' . La aboltción de Ia esclavitud en América La- africanos e seus descendentes parece ter-se generalizado muito' tina. para ser suplantada pela formação social capitalista. Engerman. tomados em conjunto. Barnes & Noble' colonial. Em pouco mais de um sécuk>\e externa e internamente as. Buenos Aires. durante o período p. Isto é. a escravidão de New York. o comércio o bloqueio combinado das seguintes condições: o monopólio colo. francesas e outras. modificam-se substancialmente as condições político. O capitalismo porque a Inglaterra passou a combater a escravidão em suas próprias colónias. Hebe Clementi. TABELAI D'. a esfera da comercialização trabalho compulsório. é inegável inglês exigia a quebra das prerrogativas e exclusivismos coloniais que em todos os casos o capitalismo inglês desempenhou um papel herdados do mercantilismo.|No Brasil. É verdade que cada colónia ou país. citado. Apesar dessas peculiaridades. DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA E ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA Contemporaneamente. o estatuto jurídico-político e 1828 1842 Venezuela 1811 económico das colónias espanholas era diferente do que definiaja 1854 situação da colónia portuguesa (Brasil) e dos que caracterizavam as Fontes: Roberto W. O Capital jndustrial^ começa a assenhorear-se das Declaração de Abolição da Estados independência esferas produtivas nasíõíôniàsTãTenTde subordinar a comercialização escravatura dos produtos coloniais. Buenos Aires. 33-34.tecido por um preço maior do que o custo da linha e do desgaste das máquinas. La abolictón de mais do que nos Estados Unidos. no Novo Mundo. são fenómenos Argentina 1816 1813 contemporâneos. Hebe Clementi. Colónias inglesas 1863 econômicas no Novo Mundo. Não há dúvida de que em cada caso as 1886 Equador 1822 condições peculiares da colónia determinaram amplamente a 1851 Estados Unidos 1776 afeição assumida pelas lutas de independência e abolicionistas. pois. entanto. Time on the cross. houve encomienda e escravatura. Em boa parte. quanto à decadência N Inglaterra 1772 do escravismo e ao andamento do processo abolicionista. vol l colónias inglesas. sendo que em P entram o capital constante e o capital variável (gasto em força de trabalho). Quando a produção industrial se tornou importante no conjunto do processe da abolição das formas de o núcleo do processo de acumulação. Latin American history. 1974. externa e Países e internamente. Editorial La Pléyade. agora comandado pela produção industrial. a escravidão sofreu precisou subordmar-se às exigências da produção. Chile 1818 1823 Ao longo dos anos 1772. desenvolveu de forma singular o trabalho 1828 1854 Porto Rico compulsório e articulou-se também de maneira singular com o Uruguai 1873 mercado mundial. a 1888. entram em crise as relações coloniais. nas Pennsylvania Peru 1780 Américas e Antilhas. estruturas político-econômicas 1838 Connecticut 1784 Cuba 1898 herdadas do mercantilismo. essa transição é visível nos dados Brasil 1822 1888 apresentados na Tabela I. no qual a acumulação passa a ser comandada pelo (1772-1888) capital industrial. Fogel e Stanley L.M . Por isso. a formação social escravista do sul dos Estados Unidos revelou maior tenacidade que a do Brasil.P . Quando o capital industrial adquiriu predomínio . A. a conquista da independência América Central 1823 1824 política e a crise da escravidão. 1974. é inegável Massachusetts 1780 que a extinção da escravatura iniciou-se no âmbito do capitalismo México 1813 1829 inglês em expansão. Temos. quando foi decretada a abolição da escravatu. Editorial La Pléyade. Colónias holandesas 1848 ra no Brasil. o seguinte processo global: D . Nas Américas e Antilhas. quando foi proibido o trabalho escravo í Colômbia 1819 1814 Colónias francesas na Inglaterra. No Ia esclavitud enNorteamerica. de matenas-pnmas e manufaturados passou a ser comandado pelas nial se tornara inconveniente para o desenvolvimento do comércio exigências da reprodução do capital na esfera da produção Daí inglês. Curtis Wilgus e Raul d'Eca. textos A formação social escravista tinha as suas bases económicas no selecionados e traduzidos por Pedro Scaron. 156-157. O tráfico de do Brasil. a formação social capitalista foi se constituindo. (33) K. Pouco países abastecer a demanda algodoeira de modo suficiente. fosse tornara-se explicito e insustentável. A abolição do tráfico de africanos. Marx e Engels já haviam tos: a abolição pacífica ocorrida no Brasil e a violenta verificada nos examinado a questão em 1850. Estados Unidos se torne insuportável. no entanto. Salvador. Ocidentais. por dentro e por sobre a formação social escravista. Isso levou o capitalista a interessar-se sociedades escravistas. criadas na época situada no oeste da Província de São Paulo. capital. Pouco a pouco. a escravidão em 1833 e os privilégiosdo açúcar em 1846. quanto aos interesses prevalecentes no escravismo. 136. entraram em descompasso com delineando os contornos das duas formações sociais diversas e progressivamente antagónicas: a escravista. o lucro passou a ser o resultado da operação relação à dinâmica das forças produtivas e das relações de produção da empresa produtora de mercadorias. meeiros etc.eles destruíram Paulo. e isso hoje em dia pode ocorrer. surgem na cidade (Rio de Janeiro. da articulação dinâmica do capitalismo. exitosa e maciçamente. p. jornalistas e novos empresários. A dinâmica das relações te na força de trabalho não escrava. que a área pioneira e mais dinâmica da cafeicultura. Mas em meados do século XIX a 24 25 . isto é. políticos e económicos estavam organizados . na diferenciação interna das estruturas sócio-econômicas e Williams: Os capitalistas inicialmente encorajaram a escravidão nas índias políticas urbanas.. terá soado a última hora para o monopólio aplicado em atividades artesanais. somente por meio de trabalhadores livres.sobre o comercial. ter-se-ão tornado inúteis(33). Os três acontecimentos são inseparáveis.inicia-se e expan3ê-se tecnologia. Porto Alegre. . Engels. como primeiro passo para destruir o monopólio das índias Ociden- tais(34). a partir dos anos 1850. Quando o capitalismo Progressivamente. Vejamos dois exemplos distin- açúcar. Os mesmos interesses que haviam criado o profissionais liberais. eles ignoraram ou defenderam a escravidão. p. e a melhores preços que o a pouco.. escravistas de produção. os investimentos e qs escravos foi abolido em 1807. p. Os seus interesses (34) Eric Williams. trabalhadores assalariados. ou seja. algodão ou outro produto. africanos para suprir a agricultura escravista. para a escravidão norte-americana: e os que não revertiam necessariamente em benefício dos interesses escravos serão emancipados porque. o combate à crescente influência económica e política dos ingleses nos negócios escravidão e o combate às preferências alfandegárias para o açúcar. produzir-se-á. nas colonos. Recife e outras) interesses autónomos a escravidão. Simultaneamente. uma parte do capital produzido pelo escravismo era trabalho escravo norte-americano. é a capitalista. essencialmente antiescravista. Materiales para Ia historia de América Latina. no sul dos Estados Unidos. citado. baseou-se principalmen- do predomínio do capital mercantil. matérias-primas etc. Capitalism & slavery. O caráter "anómalo" da escravatura moderna pelo preço das matérias-primas e dos produtos tropicais. em quase todas as partes.) que rapidamente a imigração-de europeus. 169. também. Córdoba. É verdade que inicialmente a vida urbana estava Ocidentais e depois a destruíram. cada vez menos dinâmi- ca. na Província de São Paulo. obra publicada pela primeira vez em 1944. fatos. isto é. além de outros sistema escravista agora combatem e destroem aquele sistema (35). no Brasil. foram-se Antilhas e outros países e colónias. Ediciones Pasado y Presente. tanto com o capitalismo predominante e em entre o capital constante (máquinas. por algodão em outros países. O senhor e o escravo • Marx-Engels: A produção algodoeira norte-americana baseia-se na escravidão. escravistas. e divergentes. tados no governo monárquico. acompanhadas pelas formações sociais escravistas. O fenómeno imigratório foi haviam sido abertas pelo capitalismo industrial não podiam ser tão notável. devido à interrupção do tráfico de As possibilidades de desenvolvimento das forças (terras. Vale do Paraíba. Essas transformações eram ampliadas e aceleradas inclusive pela Esse combate desenvolveu-se em três fases: o combate ao tráfico. análise sobre lCapiialifim & Slaven. a difusão das ideias liberais entre políticos. ganhando dinamismo crescente. Mas quando o trabalho livre de outros assim dizer. nordeste açucareiro e na cafeicultura-da Baixada Fluminense e do 1972. comerciais e financeiras algodoeiro norte-americano e.) e o capital expansão desde a Inglaterra como com o emergente nas mesmas variável (força de trabalho). E Eric Williams a retomou em sua Estados Unidos. No Brasil. São inglês sentiu que o monopólio das índias Ocidentais era incómodo.e não apenas represen- (15)Ibidem. Quando a indústria se tenha desenvolvido a ponto de que o monopólio algodoeiro dos. Marx e F. força de trabalho. enquanto escravos. Enquanto o capitalismo inglês dependia das índias constituída no espírito e no interior da formação social escravista. Isso ficou especialmente evidente na expansão urbana. indicam a progressiva influência inglesa. divisão social do trabalho etc. fabris. empréstimos ingleses. técnicos e sociais da produção. com uma média anual de 1. fabris e comerciais: mais que dobraram a quantidade para receber um valor em 12 por cento inferior(37). também Stanley J.000. abertamente melhores condições de organização e movimentação dos elementos quanto à defesa e o combate à escravatura. 328. p. . 79 edição. Em 1850 em mão-de-obra escrava. de escravos de Vassouras: destruir florestas virgens para plantar café para pagar dívidas para brasileiros para lutar na guerra.520. E os outros produtos de exportação . 1888. tornaram mais visíveis as limitações obter crédito para comprar escravos para destruir mais florestas e plantar mais do escravismo. é nessa proveniente da imigração europeia. Tanto que praticamente todos os historiadores reconhecem que a Monarquia e a Escravatura entraram em declínio irreversível com A economia açucareira.foram contemporâneas. vale dizer. mais vigorosa dinâmica principalmente na cafeicultura do oeste paulista. História económica do Brasil. rência na política financeira e econômica(38). pois. a metade do valor. 36. Editora Brasiliense. citado. como sistema politicô-econòmico. p. vão se delineando. os de algodão receberam fazendas cafeeiras. Além disso. de Entre 1821-30 e 1841-50. a população escrava estava também não conseguiam animar o conjunto da economia escravista. Baseou-se de forma progressiva no trabalhador livre. Essa obra foi publicada em edição sociais. Vassouras (Brazilian coffee county. baseadas na mão-de-obra do trabalhador livre.Não foi por mero acaso. convém lembrar que a Guerra do Paraguai. impossibilitada de Campinas foi ceníro importante por certo tempo. em cerca de 500. comercialização nos portos. 1961.500. vam a erosão. da qual em expansão. p. <M Neste ponto. 115-116. devido à intensificação da imigração europeia nas por cento. 1957. Além das mais em valor. e a formação social escravista. 1967. Stein. produtividade relativamente menor das unidades antigas baseadas decresceu o número de escravos na população brasileira. p. das de fumo permaneceu estacionário. 3* edição. encontrava-se numa situação essa guerra. Cambridge. Os exportadores de açúcar.510.000 escravos e 5. contatos oficiais. que a campanha abolicionista e a campanha pela criação do regime republicano de governo . interfe- maneira extensiva e segundo técnicas que provocavam ou propicia. Formação económica do Brasil. Expressivamente. 124.000 pessoas livres. difícil. Cuba estava fornecendo o mercado norte- 1872 os escravos eram 1. a partir de 1870. Em colónias das Antilhas. p. organização e direção da empobrecimento das terras ocupadas^já que o café era cultivado de produção. por seu lado. Editora Brasiliense. Em 1890 a população total do Brasil algodão se reduziu à metade. Aí o fazendeiro dispunha de época que o Exército e a Igreja católica dividem-se.algodão e fumo . .255. nos anos Consciente do seu novo status económico e da sua importância como cafeicultor. como forma de organizar a produção e o poder. ao passo que os livres totalizavam americano. a zona cafeeira começava a ressentir-se do ampla: aquisição de terras. exportando apenas 10 por cento menos. Em muitos (36) Stanley J. cafe(36).000. Este era o círculo vicioso em que se encerrava a economia vencer os paraguaios e a necessidade de lançar mão. Essa zona acompanhar integrativamente o dinamismo daquela. 294 26 B l B Ll o > g t . pôs em evidência a relativa fraqueza da formação social o fazendeiro nunca duvidou de sua capacidade para liquidar dívidas contraídas sobre escravista. O mercado inglês era abastecido pelas havia no Brasil 2. devido à concorrência internacional. e o alcançava um pouco mais de 14 milhões de pessoas(39). 1953. (37) Celso Furtado. para receber 24 por cento aceleroú-se o desenvolvimento capitalista no Brasil. e provavelmente à Contemporaneamente às transformações económicas e políticas. 30. p. cafeicultura eia área açucareira sofrem o impacto da interrupção do A nova classe dirigente formou-se numa luta que se estende em uma frente tráfico. transporte interno. de maneira cada vez mais nítida. As dificuldades para as safras futuras de café. de Edgar Magalhães. Desses produtos. trad. 1864-70. Grandeza e decadência do café no Vale do Paraíba. Vassouras. São Paulo. Assim. São Paulo. o das exportações de últimas décadas do século XIX. e os de couros e peles multiplicaram-se os empreendimentos artesanais. Companhia Editora (39) Caio Prado Júnior. Nacional. 8. Stein.' expressavami interesses político-econômicos dos mesmos gru- brasileira. os contornos e as A formação social capitalista teve a sua base económica mais incompatibilidades entre a formação social capitalista. 1850-1900). mas a população livre continua acrescer.60 1 . ojaojd^ahoJiãQ^Êni. (38) Ibídem. recrutamento de mão-de-obra. o das de couros e peles se reduziu em 12 por cento. São Paulo. e expandiram-se os aparelhos de Estado. económicos. mais que dobraram a quantidade exportada. Harvard lugares e circunstâncias as duas campanhas tiveram as mesmas bases University Press.neste caso a extinção da Monarquia . É claro que a desenvolveu-se de maneira cada vez mais intensa desde meados do tensão daí resultante refletia-se 'também na organização e no século XIX. o valorem libras das exportações de açúcar cresceu em 24 fOrmOíceTèTâda. o único cujos preços se A verdade é que desde o término da Guerra do Paraguai mantiveram estáveis foi o fumo. funcionamento dos aparelhos de Estado.1 por cento. pôs sociais. Inversamente. De fato. São Paulo. 1974. a independência significou enriquecimento. revelou elevado dinamismo demográfico. 214. de tipo em tom social bem mais de acordo com a fase de prosperidade material em que o país camponês. Outras obras sobre a problemática discutida nos parágrafos precedentes: i Emília Viotti da Costa. A formação do povo no complexo cafeeiro: aspectos políticos. dividido em vários volumes. 2. Devido às condições políticas e económicas em que se realizou a independência política das colónias inglesas da América do Norte. a ânsia de políticas e económicas. S. os colonos haviam organizado uma economia. Difusão especialmente Tomo II. cap. era a expressão política dos desajustes e antagonismos entre as duas formações sociais: desajus- tes e antagonismos esses expressos nas divergências e lutas entre O senhor. Término do 1850-1950). Em confronto entre a formação social escravista. Editora Brasiliense. esp. Difusão Europeia do Livro. Paulo. confrontos novembro de 1889. A rigor. de base escravocrata. cif. Nos estados do mantivera o Império apesar de todas suas concessões. Pequenos estudos de ciência política. 1972. Memórias escravismo na Província de São Paulo (1885-1888). Rio de Janeiro. K. Peter L. 1941. predominava o trabalho do enriquecimento i se consagrará como um alto valor social. Henrique Cardoso. da amplas perspectivas. Raças e classes sociais no Brasil. Sé|-gio Buarque de Holanda (Organizador). Cambridge University Press. Ambos agora se acordavam. Por isso a Proclamação da|Repúlblica tem os constituiu-se e desenvolveu-se um tanto à parte e independentemen- característicos de uma mudança político-econômica importante. Stein. de prosperidade material(40). Paula Beiguelman. MS. ao mesmo tempo. 1957. na qual vence esta. esp. de Sérgio Buarque de Holanda. trad. Progressivamente. p. Ou melhor. Cambridge. História geral da 1962. I e II. 1960-1972. Alan Fernandes. (41) Caio Prado Júnior. São Paulo. antes do que antagonismos económicos drásticos. o novo espírito dominante que vendiam a produção excedente. Richard Graham. a luta entre pela qual se aboliu a escravatura e.edição. classe social ('ascendente. em expansão. poucas palavras. caps. 1966. 1967. apesar da redução drástica do tráfico de escravos havida nos anos 1820-60. e a burguesia cafeeira do regime político no Brasil. quanto a questões novo. Oliveira Vianna. escravista que se manteve no sul dos Estados Unidos depois da independência. São Paulo. Nelson Werneck Sodré. São Paulo. a emancipação política e económica reais. Paulo. The Brazilian cotton manufacture (textile enterprise in an underdeveloped área. 1972. Capitalismo e escravidão. desencadeava um novo espírito Norte. esse o segredo da forma relativamente pacífica e a formação social capitalista. 1939. 2S edição. Da senzala à colónia. São Paulo. Fernando de um colono no Brasil (1850). assalariado ou outro. Livraria Martins. a incompatibilidade entre elas não provocou senão meses de diferença. O caso do Império. I. 1933. São Paulo. Cambridge. Stanley J. Eram se engajara. Octavio lanni. Ronaldo Marcos dos Santos. Britain & the onset ofmodernization in Brasil. esp. 1973. 215. Europeia do Livro. Livraria Pioneira Editora. S. 2° edição. os três primeiros ensaios. Thomas Davatz. baseada no trabalho familiar. 1968. respectivamente 13 de maio de 1888 e 15 de polémicas ideológicas. Paula Beiguelman. Nos estados do Sul. a ambição do lucro e quadros do escravismo. Era (40) Caio Prado Júnior. iniciaram ou terá quebrado resistências e escrúpulos poderosos até havia pouco estimulará propiciaram atividades artesanais e fabris. citado. O efeito disto sobre í escravo e a produção de algodão. oeste paulista. São Paulo. com as quais abriram-se ativamente a vida económica do país. de Janaína Amado. Melhoramentos de S. Roger Bastide e Florestan Panorama do Segundo Império. uma era uma casta decadente. Press. Manchester. em franca decadência. rompendo os quadros conservadores dentro dos quais se escravistas não eram muito fortes. o burguês e o escravo duas facções políticae economicamente|diversasída/camada dominante. University of Califórnia civilização brasileira. a formação social capitalista. Op. 1850-1914. trad. Editora Centro Universitário. por assim dizer. o que abriu possibilidades de industrialização nos estados em que os interesses agrários e Em suma a República. Eisenberg. 28 29 . Brasileira. The sugar industry in Pernambuco. ou preponderantes. sobre "O Brasil monárquico". controvérsias jurídico-políticas. mudou-se o a aristocracia agrária. os estados da federação norte No terreno económico observaremos a eclosão de um espírito que se não era americana guardaram certa autonomia relativa. não foi por mero acaso que a Abolição Devido às peculiaridades da formação social escravista. Difusão Europeia do Livro. Ao mesmo tempo. Nenhum dos freios que a moral e a convenção do Império divisão social do trabalho e das relações de produção. ao passo que a outra era uma Nos Estados Unidos. Companhia Editora Nacional. te da formação social escravista. Companhia Editora Nacional. História económica do Brasil. Editora Civilização Comp. Brancos e negros em São Paulo. 1959. Preeminência inglesa no Brasil. Transpunha-se de um salto o hiato que separava certos aspectos de uma inicialmente camponeses que trabalham principalmente para si e superestrutura ideológica anacrónica e o nível das forças produtivas em franca expansão. São Paulo. despertando-a para iniciativas arrojadas e outras possibilidades de desenvolvimento das forças produtivas. Berkeley. A queda da Monarquia foi o desenlace final do morais. 2 tomos. Paulo. a formação social vida económica do país não poderá ser esquecido nem subestimado(41). Harvard University Press. • São Paulo. além dos antepunham ao espírito especulativo e de negócios subsistirá. Da mesma forma. p. 1968. em face da Escravatura e a Proclamação]da República ocorreram com poucos da capitalista.. mantivera-se no entanto na sombra e em plano secundário. 10. o Sul entraria como a mente a mais fundamental . 1966. 97.000 escravos no sul dos Estados Unidos. que poderiam surgir nas Essa compreensão do Sul escravista contrasta com a interpretação mais distantes partes do mercado nacional(46). 1944. prevalecente entre historiadores. pelos padrões da época . O ritmo de desenvolvimento do Sul era tão rápido (1. Apesar do seu papel formação social capitalista. Engerman. Genovese. interna e externamente. É o que indicam os dados registrados na Tabela II. no entanto. New York. interdependência e antagonismo entre a formação social escravista. Time on lhe cross. vol. 1957. New York. que estendeu o poder judiciário federal a todas as Sul(44). a proteção governamental. Ao mesmo tempo. Fogel e Stanley L.foi o estabelecimento das bases legais para um mercado quarta nação mais rica do mundo em 1860(43). The política! economy of por um lado.p. Genovese. ocorrida nos anos 1861-1865. produtos e fatores produtivos por toda a nação(45). a Pouco antes da guerra civil. Herbert Aptheker American negro slave revolts. e as classificarmos entre as outras nações da época. p. os Estados Unidos foram. crescia o poder decisório dos setores hegemónicos na por cento de todos os escravos do Ocidente. a Os dados da história político-econômica dos Estados Unidos. na formação social escravista manteve seu crescimento económico e época que vai da independência à guerra civil. p. Fran. Não realizaram uma análise político-econômica. 251. tornaram-se a principal nação escravocrata do mundo económico e político. escravismo. An American dilemma. separadas. mas devido à excepcional.750. 1 Longe de estar estagnado. esp. por outro. 1968.Consultar também:Eugene D. slavery (studies int the economy and society of the slave South). Harper & Brothers Publishers. mostram que nesse fortaleceu as suas estruturas e ambições políticas. Ao garantir-se ao Congresso a autoridade sobre o comércio interestadual. cap. Gunnar Myrdal. o Sul escravo. economistas e sociólogos. oeste e o exterior. International (45) Stuart Bruchey. Aí estão (42) Robert W. desde a independência a Consti- secundário no tráfico atlântico de escravos. Pantheon Books. Franklin Frazier. Fogel e Stanley L. parte 1. independentes. p. relações capitalistas de produção. a siderúrgica e a de alimentação. alguns elementos importantes para a compreensão das relações de 29. aluaram favoravelmente. (43) Ibidem. 96-97. Harper Publishers. Conforme a país criou-se uma formação social capitalista que se expandiu para o análise realizada por Robert W. já era bastante dinâmica e vigorosa a contribuição de Fogel e Engerman deve ser aproveitada em todo base económica da formação social capitalista vigente nos Estados Unidos. e a formação social capitalista. New York. Em 1825 havia presentes e protegidos nas esferas do governo federal. Gunnar Mjyrdal. privou-se os estados da faculdade de interpor obstáculos ao livre j movimento de pessoas.Ibidem. New York. Engerman. E. as dificuldades de importar manufaturas escravatura norte-americana em termos exclusiva e estritamente europeias. naquele ano. durante as três tuição da União norte-americana garantiu as bases jurídico-políticas décadas que precederam à guerra civil. Ao mesmo tempo que o Sul escravista revelava vigor Os Estados Unidos. The negro in the Torchbooks. l. a introdução de aperfeiçoa- sobressaíssem as relações. Aliás. como Eugene D. E. Note-se a posição relativa e absoluta dos estados escravistas do Sul. os estados não escravistas expandiam-se. 249. na época da segunda guerra com os ingleses em económicos.que precede a guerra civil. Devido aos vínculos da Estados Unidos. Fez parte dessa expansão a conquista de territórios antes pertencentes ao México. Se tratarmos o Norte e o Sul como duas nações Uma das principais contribuições da Constituição para o crescimento . retardou o crescimento do O dispositivo constitucional. (46) Ibidem. ao norte e ao sul dos primeiros treze estados crata possuía uma economia próspera.naqual 1809-1815. New York. III. Nessas condições. intento de compreender a formação social escravista do Sul dos uma sociedade fundada na casta de escravos. United States. p. Com ocidental. o Sul era razoavelmente rico. isso os interesses mais tipicamente capitalistas eram cada vez mais mente elevada taxa de crescimento natural da sua população escrava. criou- económica e dominação política que efetivamente revelassem o se a indústria têxtil (algodão e lã). ingleses e franceses. os processos e as estruturas de apropriação mentos técnicos na manufatura algodoeira. The roots of American economic growth 1607-1861. Ocorre que Fogel e Engerman tomaram a são do capital industrial. abriu as cortes da União às questões e disputas relativas à propriedade e outros direitos.7 por ano) que constitui uma evidência indiscutível contra a tese de que a escravidão. 31 30 . produção algodoeira do Sul com a indústria têxtil da Inglaterra. da mesma forma que a luta contra antes da guerra civil. Progressiva- cerca de 1. cap. (44). nacional.provavel- . esp. Isto representava mais de 36 mente. pois. controvérsias entre cidadãos de diferentes estados. citado. no sentido da expan- klin Frazier e outros. Herbert Aptheker. Apesar disso. não por sua participação no tráfico de escravos. The MacMillan Company. esp. 1964. a maior potência escravocrata" do mundo para o funcionamento e a expansão das forças produtivas e das ocidental e o baluarte da resistência à abolição da escravatura (42). Brasil ou outro país passa a ser vista à luz das relações de interdependência e antagonismo entre a formação social capitalista e a formação social escravista. § l É claro que essa interpretação|deveria ser melhorjdesenvolvida e comprovada. . Daí o elevado índice de ~* r^ o lt articulação interna das estruturas político-econômicas. as instituições religiosas. essencialmente determinados pelo trabalho escravo.2 S b Essa é. comercial e financeira. c*j » e o capitalismo. Contando sempre. como formas distintas e divergentes de organização das relações de apropriação económica e dominação política. os valores culturais. Por isso a formação social escravista não cedeu à formação 2 ã m social capitalista.\tm última \. do Sul. no qual os interesses escravistas »rj CO OO <S \ iq <N ^. além do maior controle do aparelho estatal federal. garantindo o t^ «s -H *£> o\ O r-) ~4 00 funcionamento. por outro. Ao longo das décadas que \ O oo v> r- ^t oo cn i-H antecedem a guerra civil.o <N ^ r*> r-* li >0 °°. colocaram-se em confronto. baseada apenas no Sul. e a burguesia industrial. r^ •* co *o "*t vo encontravam-se as incompatibilidades estruturais entre o escravismo OO >* Th OO CO O r-. cujas bases sócio-econômicas e políticas estavam no Norte e Oeste.nos Estados Unidos. o\j r* m os t-^ rt r-» vi o r-^ p.jx>r um^lado^eji classe burguesa. e no outro. branco^. Por sob essa luta militar. A maneira violenta ou pacífica do colapso da escravatura .S 5 ã -6 . os padrões de comportamento. com as tensões e os antagonismos entre a casta dos senhores . A luta armada havida nos Estados Unidos nos anos 1861^-65 pode ser considerada o resultado das divergências. a meu ver. baseada principalmente no Norte. a produção algodoeira do Sul garantiu a vigência e o poder económico do escravismo. essencialmente determinados pelo trabalho livre. a perspectiva histórica mais adequada para Cí •5 «i O Wi O «l O «3 »-t O *O explicar-se a singularidade da abolição do regime de trabalho 32 Z WWWH H l 33 .es o •-* ON OO ON <*» 00 fS fO ON OO O\O O */} ÍS Os i vo «-t Os CO (S 00 Progressivamente.oo Tf TÍ. t> é claro. a formação social capitalista. o Estado nacional havia aoquirido os contornos de um aparelho político burguês. a tenacidade e a agressividade dos escravocratas do os •**• O ^H 10 -H 00 m 10 fs —i Sul.vo *H r. «t fc j? r. jurídico- políticas e económicas passam a ser compreendidos nos quadros de t^ CN relações e estruturas de dominação política e apropriação económi- O Q Z Si l o m v (S «o o o es C"— GO t^. nS d * •§ s í l L s ido um negócig^Jjrancosjrió sentido que acabei de expor Islo 0 <» •3. de maneira cada vez mais delineada e tensa.«O T-I encontravam cada vez menor ressonância. e a formação social escravista. Nessa perspectiva de análise. <s I •s: ca num caso. do Norte. tensões e antagonismos 1 entre os senhores de escravos. É verdade que a formação social escravista ainda revelava certo vigor. Devido às suas relações económicas com a indústria têxtil inglesa. e sim pelas relações recíprocas e antagónicas entre as duas g formações sociais. Mas ela sugere que a forma assumida pela abolição nos Estados Unidos não se explica pelo tipo de escravatura vigente l ali. pois. 34 35 . integram e expressam os escravo. Fernando Henrique em seguida. Cardoso. no Brasil. praticamente todos reconhecem as no Brasil. (49)Ibidem. Por tros e os antagonismos entre as formaçTões sociais escravista e isso. ao escravo não se abriam quaisquer (48) Joaquim Nabuco. jurídico-política e sócio- cultural do escravo não lhe abria qualquer possibilidade de elaborar. Klein. — •. novos e talvez menos equívocos do que os encontrados até o presente. o sequestro de um homem - jurídico políticas poderia adquirir outra significação se inserida na corpo. em face da formação social escravista. afitudes raciais e valores sexuais na sociedade escravocrata. em relação com a cultura do senhor. Na medida em que era socializado como escravo.L. 124. as articulações.) que compõem. Englewood valores e padrões de entendimento e comportamento permitidos ou Clifís. de por vários autores. p. provocando assim a insurreição e a rebelião(50). e Cardoso e outros. p. Franklin Frazier. A despeito das diferenças interpretação das singularidades e semelhanças entre a escravatura de interpretação entre os autores. situação. possibilidades de entendimento independente. que não é a casta dos escravos que destrói o se. Prentice-HalI. e dominação política. importante. Gunnar interdependência e antagonismo. Trata-se.. 20. isto é. os escravos e os seus filhos. as estruturas jurídico-políticas e ideológicas (incluindo-se Nessas condições. 8-26.) adquiram meios que facilitem a adoção de ações combinadas e autónomas de sua paríe(51).por meio dos quais se marcam analise apreenda as peculiaridades da formação social capitalista e as e expressam as linhas de casta do escravismo . trabalho esçrayjzaáo. As sutilezas e os significados (51) Ciro F. transformando-se. uma compreensão articuíada e crítica da própria (47) Verena Martinez-Alier. ela procura conhecer as seguintes dimensões básicas de cada formação social: as formas de organização social e técnica'da s Cardoso: A formação dos escravos e a sua preparação para a vida social são relações de produção. sobre antagónico. Emilia Viotti da Costa. Florestan Fernandes. processos e estruturas de apropriação económica podem reclamar. pesquisa mais ampla e concreta da maneira pela qual se organizam. força de trabalho. David Brion Davis. luta propriamente1 revolucionária. num sistema de dominação e apropriação diverso.. 1969. Slavery in the New World. "El modo de producción esclavista colonial en América". 1974. A pesquisa precisa compreender Myrdal. não termos de relações.. das e para as atitudes que o seu dono espera deles. Companhia Editora Nacional. esconder- Note-se.condição. "Slavery|in capitalistjand|non-capitalist cultures". Mas esses atos não eram o Acontece que a condição* económica. ou.escravo. citado.têm sido examinados da formação social escravista. Daí a importância e a significação da cultura da (50) Stanley M^Èlkins. Toda discussão sobre as diferenças de tradições religiosas e Nabuco: É (a escravidão) a posse. citação da p. Isto significa trabalhar com os acontecimentos em . movimentos. da sua . R. p. como a formação social capitalista surge do desenvolvimento das Gilberto Freyre. O abolicionismo. Um estudo particularmente. Genovese (organizadores). ou crítico. inteligência política da sua alienação e possibilidades de luta. Regra geral. Cambridge University Press. O escravo podia fugir. eles são preparados apenas para as'tarefas não especializa- das forças produtivas (capital. não podem ter consciência. da cultura da senzala. C. Entre eles estão E. D. Estados Unidos e outros países. Ou. Marvin Harris. Frank Tannenbaum. tendo-a. foi Esse é o contexto histórico e teórico no qual a pesquisa e a publicado "por Verena Martinez-Alier(47). São Paulo. matar ou roubar o senhor e membros dessa casta. o domínio. terra._g_ muito jrnenos vence a casta dos senhores. p. 222. o antagonismo nunca se desdobra na capitalista. as relações e estruturas gerais e especiais de apropriação económica e dominação política. como propriedade do senhor. inteligência._a análise da crise e extinção da escravatura pode tornar-se muito mais objetiva quando Elkins: Pensava-se que ensinar os escravos a ler e a escrever produziria a inquietação em suas mentes. características da situação de casta vivida pelo' religião. Marriage. pela morte civil a que estão sujeitos(49). autêntico. modalidades de trabalho cooperativo etc. 1938. atividade-e só acaba com a morte(48). tecnologia.. 13. class and colour in nineteenth-century Cuba. É preciso que a estruturais desses valores e padrões . desenvolvem e entram em antagonismo as formações sociais escra- vista e capitalista. em si e em suas relações recíprocas.[Foner e casta escrava. pois. em outras palavras. os desencon. educação etc. forças produtivas internas e das relações externas. inclusive podia rebelar-se em grupo. de impedir que divisão social do trabalho. e os graus do seu desenvolvimento e desigualdades. Estados Unidos e outros países pode alcançar resultados especificidades da cultura escrava. Herberjt S. ele não dispunha de elementos para organizar uma movimentos das relações de produção. Boxer. forças. Nessa cultura predominam E. na relação escravo-senhor. como coletividade. suicidar-se. Roger Bastide. S. o que implica conhecer também a composição incompletas. impostos pela casta dos senhores. (2Ç) pela independência de Saint-Dominique. brancos.e houve muitos atos desse tipo na desenvolveram a luta contra os brancos: (l 9 ) para participar do novo história da escravidão-o que estava ocorrendo era uma politização poder. The MacMillan Company. New York. J. os "pequenos" brancos e os mulatos. como em Haiti e nos Estados Unidos. esp. Eugene D. Em geral. a abolição da escravatura foi um negócio de plantation. na qual os mulatos Haiti foi a única colónia europeia no Novo Mundo na qual a tiveram atuação importante. eram o produto de uma revolta por assim dizer subjetiva. The age of revolution: 1789-1848. no entanto.. que assinalam a supremacia . México. Vintage Books. a Revolução Francesa e a Revolução Industrial brancos. no Haiti. I: Alfred Barnaby Thomas. Assim. esp. teria sido um criado doméstico. 222-225. numa primeira aproximação. a vitória dos negros sobre os brancos. Aliás. como em Cuba e no (52) Edison Carneiro. Latin America: a 1971. O abolição da escravatura. Tivesse sempre foi extinta principalmente devido a controvérsias e a ou não sido escravo. colónia e dos escravos. caps. que a Revolução Francesa. Difusão Europeia do Livro. 1947. Roger Bastide e FVorestan Fernandes. ou escravos sobre os senhores. Em qual os mulatos livres estavam sendo rechaçados do jogo político. E reflete uma Cabe aqui uma nota sobre a abolição da escravatura no Haiti. ele possuía nível cultural muito acima daquele antagonismos entre brancos. V. São Paulo. que também participaram das lutas de independência. sem contar os mulatos livres. New York. os brancos . Convém observar. I. São Paulo. não é por mero acaso que a escravidão conhecimentos de matemática e possuir experiência militar. engenho ou dominantes. em iniciou-se com uma crise no seio dos homens livres: os "grandes" perspectiva histórica. Outros registram que ele teria sido escravo. (54) E. alguns escravos puderam aprender a ler escravatura foi abolida em consequência da luta armada entre e escrever. Mentor Book. ao longo dos anos da luta. O líder Toussaint Louverture. Foi nesse contexto. os qual ocorreu a crise em Saint-Dominique e a libertação dessa escravos lutaram contra os senhores e aboliram a escravatura. 1965. esp. ou principiava a verdade é que Louverture sabia ler e escrever. citado. foi um acontecimento fundamental na Ocorre. citado. 1963. 37 36 . Estava em jogo a democratização e a independência de Saint. Transparência e fetichismo da mercadoria Dominique. A ingressar na cultura especificamente capitalista. Assim. além de ter adquirido tornar-se opeíário. 1964. em 1789. esp. mulatos e brancos. cap. New York. International Publishers. Brancos e negros em São Paulo. New York. cap. Cuadernos explorations in Southern and Afro-American history). lutas essas que se desdobraram na abolição da escravatura(53). começava a plantation e cocheiro. Sob a influência da são duas expressões notáveis das rupturas estruturais. havia outros. In red and black (Marxian (53) Gerard Pierre-Charles.\EAilora. cap. história do capitalismo francês. E como ele. ou grupos e facções das camadas que era permitido ao escravo do eito. a colónia francesa de Saint-Dominique (que econômicas. La economia haitiana y su via de desarrollo. Herbert Aptheker. no seio da ção escrava.slave revolts. Nesse momento. teriam sido os mulatos livres que iniciaram e possuíam conotação política . De fato. desencadeou-se uma luta entre os vários grupos políticos formados pelos homens livres. político- Revolução Francesa. escravos. que esses mulatos iniciaram a luta armada e associaram-se' aos individual ou anárquica. E quando a rebeldia. Joaquim Nabuco. Hobsbawn. Americanos. 1962. pela abolição da escravatura foi um processo por assim dizer esse é um caso em que não se comprovaria a tese de que a casta de derivado da luta pela independência. escravos não poderia organizar uma consciência política da aliena. As history. que a crise do escravismo em Haiti. fazenda. p. no O fato de que a escravatura foi abolida de forma violenta. europeu e mundial. geral. ou pacífica. que coman- escravo politizava a sua visão crítica do mundo social em que vivia dou boa parte da luta contra os senhores brancos e o exército precisamente no momento em que se "deteriorava" a condição napoleônico invasor. e não a abolição da escravatura.estavam divididos e a luta negros. Octavio lanni. por fim. grande efervescência política. em 1789-1804. (3°) pela do escravo em situações não mais especificamente de escravatura. American negro . 1956. desenrolado ao longo de quinze anos.mundial do modo capita- passou a denominar-se Haiti com a independência) entrou em lista de produçãõ(54). Brasiljlense. Aliás. no momento em que ele se urbanizava. rendeiro numa escrava. formação social escravista muito especial. Genovese. metamorfoses do escravo. ou outros atos. 4 e 10. O quilombo dos Palmares (1630-1695). foi o resultado de um processo político complexo. Como vemos.senhores ou não . isto é.produto de uma compreensão política da alienação escrava(52). O abolicionismo. na qual abriu novas e amplas condições para o desenvolvimento das forças predomina o trabalho livre. (56) EugeneD. e de que Vejamos. conservar e aumentar fazenda. enquanto propriedade do senhor. Na sociedade capitalista. a mercadoria aparece fetichizada à produtivas. citado. basea- produção. pró. inimigos. O es. sistema esse no qual a o habito do mando. e_implicoa_a transformação das relações e estruturas de consciência do perário e do burguês. Assim. mais alguns aspectos importantes da crise de pode variar o preço dessa venda. Companhia Editora mesmo. e externas. 32. como mente examinada nos capítulos anteriores. a mercadoria aparece direta- o qual a Inglaterra capitalista afirmou e expandiu a sua hegemonia mente como produto alienado de um produtor alienado. São Paulo. apresentar ao operário como estranha e independente de e. está um singular processo: gama das implicações económicas e políticas envolvidas no funcio. No escravismo. no produto Não há dúvida de que esse era um dado da consciência do senhor. porque sem eles repressão e a violência características do escravismo como produtos no Brasil não é possível fazer. operando tanto no processo produtivo. o escravo é duplamente alienado. em cada país e em sua culturais de relações de produção organizadas para produzir mais- devida época. Afinal de contas. fetichi- estruturais do seu colapso final. na essência do funcionamento e dos movimentos especificidade é fundamental.Brasil. Genovese. Vejamos alguns exemplos: escravo e o senhor. nem ter engenho do medo. como trabalho social cristalizado e prias de cada país. nas condições do mercado. nem o uso da sua força de trabalho nem a si (55) André João Antonil. em relações e estruturas de classes a sua força de trabalho por um salário especificado em contrato. cravo é obrigado a produzir m u i t o além do que recebe para viver e reproduzir-se. cria no transição do regime de trabalho escravo ao regime de trabalho livre. pois. ele tinha sistema de produção de mais^valia absoluta. Para explicar o caráter repressivo e violento das relações escravis- Genovese: Ao contrário do sitiante. em praticamente todos os países. abolição da escravatura nos seguintes termos: a abolição da Trata-se portanto. Mas seria incompleta a explicação que se limitasse a situar a Anlonil: Os escravos são as mãos e os pés do senhor do engenho. e em sua força de objeto desejado somente pela mediação do escravo. a violência e a repressão abertas são as exigências políticas. por seu senhor (o que era produzido). operário a ilusão de que o concreto é o salário. mas pelo mesmo processo era forçado a depender trabalho. a mais valia. Talvez seja possível e nos níveis sociais e culturais da existência do escravo. a condição escrava tornava o autores. Mais precisamente. ao possibilitar a generalização do trabalho livre. enquanto formação social. de uma situação radicalmente diversa daquela escravatura foi uma transformação revolucionária das relações de vigente nas relações de produção especificamente capitalistas. A mercadoria acaba por compreensão da formação social escravista e das condições histórico. Essa escravismo. o senhor de escravaria tinha uma fonte tas de produção é necessário compreender que o escravismo é um especial de sua maneira de ser e mitologia: o escravo.rnejca- Dessa maneira quero acrescentar outros dados e hipóteses para a doria. o senhor relacionava-se ao como pessoa. no curso do século durante como expropriação. zada. Esse é o fundamento do caráter repressivo e violento do Nacional. como sua proprie. do seu trabalho e na sua pessoa. corrente(55). sucessivamente. a económica mundial. Mas é necessário lembrar que a escravatura foi valia absoluta. Aliás. e não dispõe de condições para negociar. sociais e namento e crise da formação social escravista. indica bastante claramente a importância explicativa das condições políticas e económicas específicas de cada caso. ao mesmo tempo e reciprocamente. na consciência do senhor. devidas à expansão do comércio expropriado. Ao passo quedara o escravo a mercadoria surge imediata e O caráter repressivo e violento do escravismo não se explicava explicitamente como produto alienado de seu trabalho. p. 38 39 . das no trabalho do operário. Essa combinação de condições internas. Isto é. foi suficiente. pois que. O fato de que o operário vende castas. 1967. A condição pelo medo que o senhor poderia ter da revoltaouvingançado escravo. desse outro (56). mas havia mais do que uma autoridade despótica na relação mercadoria aparece imediata e explicitamente como produto da senhor-escravo. p. 159 Obra editada pela primeira vez em 1711. faculdade sobre a qual não pode ter comando. se queremos compreender toda a do escravismo. Daí a importância das técnicas de repressão e violên- internacional de manufaturados e matérias-primas. produto esse que aparece direta e explicitamente abolida. Cultura e opulência do Brasil. ou a . alienação peculiar à condição escrava foram registrados por diversos dade e seu inimigo. The política] economy of slavery. fora da conveniente recolocar alguns dos aspectos mais significativos da situação de trabalho. O escravo permanecia interposto entre o senhor e o objeto desejado força de trabalho alienada. cia. características do capitalismo. mercadoria surge transparente. Dessa forma. de sociais. específicas do escravismo. Essa e outras características"3a" Todo escravo aparecia. O senhor de escravo controlava os produtos do trabalho do outro. que pode vender a diversos compradores. escrava torna explicita a expropriação do trabalhador. em sentido estrito. e não o trabalho alienado. como pessoa e É claro que o tipo de alienação em que vive o escravo gera trabalhador. em de trabalho nas quais^possam intercambiar e socializar as experiên. associados à maior circulação e à faculdade de (salvo nas condições especiais do Haiti) a abolição da escravatura foi alugar-se. Genovese. Stein: Em 1853. cias da sua condição alienada. nas suas tabernas. Elementos fundamentales para Ia crítica de Ia economia política. engenho. Slavery in the Americas (a comparative study of Cuba and Virgínia). A violência não podem ser usadas com o mesmo arbítrio e a mesma transparência da alienação do trabalho e do trabalhador. muitos sulistas burguesia branca eme. ao afirmar que a escravidão não atrasou a industrialização. Vejamos o que escrevem Stein. p. cujas condições de vida e tempo submetido ao seu arbítrio. ção foi sempre um negócio de brancos. no Brasil.eles temiam isso e algo organiza o trabalho operário. The Universityof Chicago Press. 51. l. permanente do escravo com o operário significaria o convívio entre uma modalidade de alienação aberta e outra fetichizada. distintos contextos sociais. os escravos sombra da escravidão era visível em frases como esta: "o trabalho é caro e ineficaz. atividades.em sua que a alienação transparente da condição escrava iluminaria a pessoa e no produto do seu trabalho. Não obstante. Essas são as razões porque o escravismo se deteriora mais (58) Stanley J. No ambiente económico. a aboli. Para o escravo urbano. o escravo não pode ser posto a trabalhar com o hostilidade ao "sistema manufatureiro". Já que a alienação escrava é transparente. Daí porque as rebeliões escravas Klein: Ao mesmo tempo que desfrutavam de mais oportunidades económicas e são poucas e de resultados precários ou negativos. a alienação aberta e transparente do escravo. mas em geral mantiveram a sua Em segundo lugar. os escravos não podem ser postos em situações incompatibilidade entre o trabalho escravo e o trabalho livre. rapidamente na cidade. (57) Karl Marx. o resultado dos. citado. um proletariado urbano com tendências imprevisíveis. (60) Eugene D. (59) Herbert S. com surpreendente fúria.coletiva. o convívio direto e. No ambiente urbano. Op. ou ex-escravos. plantation e outras unidades escravatura. Em nenhum país dos privilégios da semiliberdade. ocorre mais fácil e amplamente a socialização das ção(57). logo que o trabalho assalariado surgiu. extinção. sócio-cultural e Marx: Na pessoa do escravo rouba-se diretamente o instrumento da produ- político da cidade. é no Se a alienação do escravo é transparente. as técnicas de repressão e também uma modalidade singular de alienação do senhor.. em Cuba e nos Estados Unidos. Por outro lado. Em escravos? Uma burguesia urbana. Na cidade e na indústria os escravos prisioneiro da situação escrava. 18. nem fora dele. sobre a Em primeiro lugar. vol. Por um lado. Em sua significação histórico-estrutural. Daí porque muitas reações dos escravos são atos individuais de revolta anárquica. o sistema não pode propiciar aos escravos . motivo porque deve estar todo o entre si e com os operários. p. experiências da condição alienada de cada um. p. 1967. cit. Ao senhor. tornou-se um duplo obstáculo à alienação velada da condição operária. cujos ideais podem ser diversos e mais críticois. Nem no trabalho. mais(60). têm possibilidades de organizar as suas experiências. 160. a opinião pública voltou-se contra operário. torna o senhor direta e imediatamente alienado e de produção escravista. um contingente semi- organiza o trabalho escravo pode ser igual ou semelhante à que escravo subvertendo a disciplina do trabalho no campo . 181. os escravos urbanos também mantinham um intercâmbio social ativo com uma ruptura estrutural na qual os próprios escravos tiveram os homens livres e outros escravos. 41 40 . Mesmo durante a guerra. sociais. The Brazilian cotton manufacture. Por fim. antagonismos entre os interesses da casta dos senhores brancos e os interesses da Genovese: Entre os começos dos anos 1840 e o princípio da guerra. o trabalho de cada os fabricantes. Klein. Stein.rgente. em caráter permanente. o escravo surge direta e encontram melhores condições para conviver e trocar experiências explicitamente como inimigo. ideias e quando não é executado por escravo sob um regime disciplinar correspondente"(58). p. citado. estímulo e repressão que los. agremiações e outras atividades papéis relevantes. De que tinham medo os senhores de um organiza-se social e tecnicamente de maneira peculiar. Chicago. É obvio Dessa forma. e começou a imigração europeia. Klein e Genovese.nenhuma possibilidade de comissão de preços admitia que "a maioria dás fábricas em nosso pais usa trabalho organização social ou política do seu pensamento e atividade sobre a escravo". ela se torna um duplo ambiente urbano que florescem e difundem-se as opiniões e as obstáculo à continuidade do trabalho escravo no interior do interpretações críticas sobre o escravismo e as possibilidades da sua capitalismo. A sua condição alienada. as fábricas em geral abandonaram o uso de escravos depois de 1850. depois de um breve período de entusiasmo pelas novas fábricas. a vida era realmente rica e variada(59). abandonaram a sua oposição à expansão industrial. com interesses próprios e dinheiro para defendê- nenhuma hipótese a forma de controle. na generalidade que na fazenda. a mente ou mesmo em pequenos grupos . processo produtivo. Demais. Quando o Chayanov: No sistema económico escravocrata. Citação do ensaio intitulado"On the theory of [ non-capitalist economic systems". assim como o boi não vende o produto de seu trabalho ao camponês. 1-28. do mesmo modo que o capital desembolsado nu compra da terra cessou de escravismo. O capital. seu ciclo corresponde à duração da vida ativa do escravo. (66) Karl Marx. De qualquer maneira. com sua força de trabalho. deduzido do capita! de que dispõe para a produção efetiva. "El modo de producción esclavista colonial en América". e o outro a mais agudo o antagonismo entre liberdade e escravidão. por força da sua condição de proprietário do escravo. citado. a seu proprietário. que é a razão de ser da escravatura(64). Mas. . burguês. Mas. Association.. como os outros instrumentos de trabalho. Slavery in the New World. O escravo é Ocorre que o escravo era subjugado económica. segundo as leis de Deus e da investida nele. mesmo é uma mercadoria. Cardoso: O escravo faz parte do capital fixo. citado. o investimento em escravos significa que o capital é incompatibilidade entre a formação social escravista e a capitalista colocado numa forma inelástica. então o escravocrata é obrigado a transformar-se em empresário capitalista. The lheory ofpeasant economv. (62) Sidney W. quando a acumulação de capital passa a ser comandada pelo processo produtivo. Quando a força venda. essa é a época em que se torna existir para a agricultura. 42 43 . E esta é uma impasse. os escravos representam um custo adicional para o empresário. da divisão social do trabalho e da transição para a produção de mais-valia relativa. p. requisito essencial para o aumento ou a preservação da sua taxa de lucro. E a melhor prova disso é que só pode voltar a existir para o senhor de escravos ou para o dono das terras se um vender o escravo. a terra. B. S. condições do capitalismo . o comprador ficará na mesma situação bem que eles estavam antes dessa ciência e na prática da classe burguesa em formação. 54.nas mais-valia antecipada e capitalizada. tornar-se invalido. fábrica: a inversão na compra do escravo. fazenda ou fábrica.. mas por seu processo da produção. Os custos de sua alimentação e abrigo estavam mais ou menos na mesma categoria dos custos de manutenção dos instrumentos e máquinas. Furtado: A mão-de-obra escrava pode ser comparada às instalações de uma (63) Ciro F. citado. Este pode morrer. organizada com base no desfez. Genovese (organizadores). Livro 3. dos meios de produção. abandonar o sistema produtivo.o lucro que se pretende extrair dele. Ele parte do capital constante imobilizado na plantalion. a parte do produto atribuída ao capitalismo generaliza a ideia e a prática de que o lucro se produz no trabalho escravo. e sUa manutenção representa custos fixos. "Slavery and emergent capitalisms". de trabalho escravo começa a revelar-se obsoleta. p. Diferentemente dos assalariados no capitalismo. não é tomada pelo escravo. de maneira irreversí.continuidade da escravidão no interior do capitalismo. em termos económicos. engenho. na cons. edição organizada por Daniel ser 'despendidos. social e cultural. tinha raízes mais fundas. na consciência da burguesia ascendente. reduzindo o seu capital.(61). os gastos de manutenção terão de (64) A. Ao contrário.. quando não estão trabalhando(62). E uma mente aos interesses do seu proprietário. associar-se com outros. o preço pago pelo escravo nada mais é que a relações de produção mais propícias à produção de lucro . Illinois. a matéria-prima. uma hora de trabalho do escravo perdida não é Thorner. citação da p. Esteja a fábrica ou o escravo trabalhando ou não. e que constituía o lucro antecipado e capitalizado que se esperava burguesia.. A compra não o capacita automaticamente a extrair lucro do escravo. o que supõe a perda parcial ou total da importância A "desumanidade" da escravatura. vol. na dinâmica do Precisa de novo capital para aplicar na exploração escravista (65). ou Marx: O escravo não vendia sua força de trabalho ao possuidor de escravos. Já não existe trabalho livre. A rotação Liberdade e mais-valia desse capital é lenta. Chayanov. 35. 24. é capital de que o senhor de escravos se •ultrapassado pela empresa capitalista. E. 1963. 1966. obter dele(63). Editorial Vitória. Mintz. (65) Karl Marx. Rio de Janeiro. Smith. 926. somente se instaura e desenvolve. o senhor de escravo se coloca diante de um proprietário. mas sua força de trabalho não é sua mercadoria(66).ou seja. p.V. Também houve senhores que sucumbiram com o para ele. p. terra. vel. ou é forçado a transformar-se num burguês. Sob certo aspecto. Cardoso. A composição orgânica de seu capital passa a ser um renda suplementar. citado. vendido. p. as máquinas. publicada por The American Economic recuperáve'l. 14. p. Trabalho assalariado e capital.' sem indicação do tradutor. à Mintz: Afinal de contas. em Laura Foner e Eugene D. p. ele era mercadoria que pode passar das mãos de um proprietário para as de outro. 216.Homewood. Formação económica do Brasil.o senhor de escravos transforma-se num capital desembolsado nessa compra não faz parte do capital com que se tira lucro. F. 6. Ou seja.de uma vez para sempre. para não ser trabalho excedente do escravo. (61) Celso Furtado. Traduzido do inglês. 27-37. Ao dar-se conta de que o trabalhador livre corresponde a Marx: Na economia escravista. Kerblay e R. no decréscimo da quantidade de trabalho em relação á massa dos meios de produção que põe em aplicação de novos e renovados métodos de organização social e movimento. A massa dos meios de produção que des de desenvolvimento das forças produtivas. a grandeza crescente dos meios de implicam a elevação da composição orgânica do capital. a percentagem poderá ser de 80Í? para os meios de produção e de 20^ para a força de trabalho e assim por diante.. por exemplo. ou na diminuição do fator subjetivo do processo de trabalho em relação técnica dos processos produtivos. vol 2. que tendem a prevalecer na organização do trabalho mesmo tempo métodos para elevar a produção de mais-valia. e por isso quantidade maior de matérias-primas e de materiais significativas. no trabalho dos escravos até a parte do trabalho que se paga parece ser trabalho não remunerado. Mascomo entre ele e seu senhor não houve trato algum. o aumento da massa nos meios de dos processos produtivos etc. Rio de Janeiro. sob crescente do capital constante em relação ao variável se confirma em cada passo. com o aumento da parte constante às custas da orgânica do capital implica o desenvolvimento de formas cada vez parle variável. Livro l. capacidade produtiva da força de trabalho. em geral os maiores para a produtividade crescente do trabalho. transforma-se no mesmo e as relações de produção.alor de seu próprio sustento. constitui condição significa a absorção de uns capitais pelos outros. ou do produto excedente. Ao investir crescente- mente em capital constante (máquinas. conforme elas se (68). provocando mudanças estruturalmente tempo mais material. das tubulações de drenagem etc. as formas avançadas da divisão social do trabalho. como fertilidade do solo. plantations ou outras unidades mesmo tempo métodos para produzir capital com capital. E o progresso da produção e 50% em força de trabalho. o que de carga. 44 45 . manifestam no capitalismo. Salário. o que implica novas e renovadas possibilida. num tempo dado. que por sua vez é o fator constitutivo da acumulação. o que acessórios entram no processo de trabalho.. a qual se patenteia mais na processo produtivo se transforma na esfera principal de criação de qualidade do que na quantidade do que produzem.. mais tarde. racionalização Essa mudança na composição técnica do capital. meios de ativos. transporte etc. que em geral ocorrem simultaneamente. engenhos. por exemplo.o aumento crescente do capital constante. todo o seu trabalho parece orgânica do capital . condição ou consequência. mesmo dispêndio de força de trabalho. Se. capitalistas de produção.adubos minerais. 723-724.ou a progressiva elevação da composição repor o v. É óbvio que o desenvolvimento da composição composição do valor do capital. Quando o de produtores que trabalham independentes e isolados. p. Esses meios de produção desempenham duplo papel. com o relações de produção. São. a massa da maquinaria empregada. e a habilidade trabalho cria limitações ao desenvolvimento da produção. ou métodos para acelerar sua acumulação. As exigências da condição da produtividade crescente do trabalho. Claro está que para poder produtivas. numa determinada sociedade. p.. se expressa pelo volume relativo dos meios de sempre renovadas formas de organização social e técnica das produção que um trabalhador. 1963. com a divisão reprodução e acumulação do capital agem sobre as forças produtivas mínufatureira do trabalho e o emprego das máquinas. com o desenvolvimento da divisão do trabalho pressupõe condições sócio-culturais especiais produtividade do trabalho. Traduzido do inglês. trabalhar. Esta lei do aumento para a preparação e a especialização da força de trabalho. Com a acumulação do capital desenvolve-se o modo de produção especificamente capitalista e com o modo de produção especificamente capitalista a (67) Kad Marx. (68) Karl Marx. produção. citado. ou formas mais ou menos rudimentares de Mas todos os métodos para elevar a força produtiva social do trabalho. dos. e a centralização do capital. o capitalista é obrigado a pensar e pôr em prática novas e trabalho. nem se celebra entre eles nenhuma compra e venda. incluindo-se aí a força transforma aumenta com a produtividade de seu trabalho. As exigên. Isto é consequência da produtividade significa a reinversão continuada dos lucros. provocando a expansão e crescente do trabalho. portanto. de trabalho e a divisão social do trabalho. reflete-se na força de trabalho. o escravo tem que viver e uma parte de sua jornada de trabalho serve para em relação ao variável . Editorial Vitória. expressa a produtividade cias da reprodução e acumulação do capital provocam a inversão e a crescente do trabalho. transforma em produto. Por outro lado. superam-se as limitações próprias da cooperação simples. portanto. Ao contrário (do trabalho assalariado). preço e lucro.) ele potência a capacidade produtiva da produção. O mesmo se pode dizer com relação à e mais dinâmicos anexando ou absorvendo os menores e pouco massa dos meios de produção concentrados em edifícios. Isto é. são ao cooperação. É claro que essa forma de "imobilização" de capital em força de Pondo-se de lado as condições naturais.. o grau de produtividade do lucro.é uma tendência característica das relações dado de graça(67). instalações. Mas. originalmente se despende 505 em meios de mais elaboradas de divisão social do trabalho. O capital. sem indicação do tradutor.. altos fornos. Com isso o capitalista faz crescer a aos seus fatores objetivos. como as seguintes: a concentração do capital. Isso é mais "visível" na indústria. comparada com a massa da força de trabalho que os vivifica. O incremento de uns é consequência. mas pode ser observado também na agricultura e outras esferas da produção. Esses dois processos. das bestas a diversificação das empresas. o de outros. Assim. O aumento desta se patenteia. em relação à força de trabalho neles incorporada. Segundo Marx. 52-53. ao escravo em fazendas. a extensão das chamadas necessidades imprescindíveis e o modo de trabalhador. do operário. modificam a composição técnica do capital. em sindicato. interesse em aumentar ou'dinamizar . aquecimento. l. (72) Karl Marx. ou seja. pelo nível fisiológico mais do que o social. p. dessa determinação. ainda seguinte: sob o escravismo tendem a predominar condições de que em condições adversas. Em de trabalho escravo parecem estar referidas. 266.a produção. cas. desse modo. p. 725-726. e. ou sendo aumentado e abrigado segundo condições totalmente ditadas pelos \oMasdo capital. a social escravista. vol. o escravo está cias fisiológicas e pelas tarefas que lhes são atribuídas(71). citado. ao passo que o escravo é simplesmente produção de mais-valia absoluta. a relação do operário com o capitalista é contratual. Por isso é que o custo da reprodução da particulares. na formação se dão mutuamente. por sua condição As próprias necessidades naturais de alimentação. fatores como os seguintes: oferta ou disponibilidade de mão- -de-obra. cit. As suas condições históricas e morais de existência. as exigências económicas e trabalho livre. que implica uma composição orgânica do capital relativamente baixa. E este somente muda ou desenvolve os elementos que compõem o processo produtivo - Isso era possível porque a condição escrava praticamente anulava modificando a composição orgânica do capital . Chayanòv. além das económi- ram a ser governadas pelas condições próprias das relações capitalis. um aspecto básico dana proporção conjugada dos impulsos que incompa. envolve necessariamente o trabalho (da classe operária) se rege por condições histórico-estrutu. tendem a prevalecer condições de produção de mais-valia relativa. são substancialmente diferentes das etc variam de acordo com as condições climáticas e de outra natureza de cada pais. por meio da organização técnica e social do processo pretos e o consumo de sua vida em sete anos de trabalho tornaram-se parte integrante de um sistema friamente calculado. citado. Inclusive mostrou que o custo da reprodu- tas de produção. sem os escravos vivendo próximo do nível fisiológico. habitação de propriedade do senhor. custo da reprodução da classe operária. Não se tratava mais de obter deles produtivo. citado.V. com elevada participação de mão-de-obra no Chayanov:Q$ gastos de manutenção dos escravos são determinados pela exigên. exigências económicas e sócio-culturais do operário. partido etc. Sob o capitalismo. as contradi- condições políticas de que dispõe o operário para defender ou ções políticas e económicas que deram origem à extinção do regime melhorar as suas condições económicas e sócio-culturais de vida. ou sócio-culturais e políticas. em última instância. vendedor de força de trabalho. de diversos fatores. vol. 191.. a reprodução da força de ção da força de trabalho. das condições em politica das reivindicações do operário são essencialmente diferentes que se formou a classe dos trabalhadores livres. processo produtivo. com seus hábitos e exigências das que dispõe o escravo. ao essência. sujeito às condições ditadas pelo senhor. diferentes daquelas específicas do escravismo. Um elemento histórico e moral entra na determinação do valor da força força de trabalho escrava tende mais facilmente a ser determinada de trabalho. p. Marx chamou a atenção do leitor para as condições sócio-culturais da reprodução da força de trabalho operária passa. O capital. 47 46 . Op. o que a distingue das outras mercadorias(72). Ao examinar especificamente a determinação do valor da força de tibilidade entre o trabalho escravo e o trabalho livre.registrar é fundamental Esses aquidois fatores. O objetivo passou a ser a produção da própria predominar uma forma de organização das relações de produção mais-valia(70). (71) A. particularmente. enquanto que a mais-valia relativa Marx: Na medida porém em que a exportação de algodão se tornou interesse vital resulta da potenciação da capacidade produtiva da força de daqueles estados (meridionais da América do Norte) o trabalho em excesso dos trabalho. Ao passo que o custo da reprodução da força de trabalho livre tende a definir-se pelas Quando são examinadas de forma mais demorada. históricas e morais. Como não pode reivindicar.em função de qualquer capacidade de reivindicação do escravo. possibilitavam que a casta dos senhores mantives- parte variável se torna cada vez menor em relação à constante(69). por isso. senhores. membro de satisfazê-las são produtos históricos e dependem. The (heory ofpeasanl economy. cidadão.j>. enquanto Demais. ao passo que no capitalismo propriedade do senhor por toda a vida. enquanto casta. (70) Kail Marx. As exigências económicas e sócio-culturais do escravo. Livro l. 13. Ao criar-se e generalizar-se o regime de trabalho livre. Lembremo^nos de que a mais-valia absoluta se produz pela extensão da jornada de trabalho. rais próprias. Mas não (69) Ibidem. As possibilidades de organização social e grande parte do grau de civilização de um pais e. roupa. Com isso quero frisar que sob o escravismo pode certa quantidade de produtos úteis. responsabilizar o operário por renovadas tarefas. segundo especia- 48 49 . fazenda.inerente à relação contratual Ediciones Signos. Pode negociar a reposição da sua força produtiva. É claro que o pela burguesia. iguais. E isto o torna diferente. por as exigências do ciclo do capital produtivo. teríamos imediatamente restabele. Buenos Aires. trabalho. por longo tempo. suportar as condições de trabalho a que o escravo é submetido. a generalização do trabalho livre . O operário é vender-se ao capital. cedendo temporariamente ao capitalista o direito de dispor dela. É a "cidadania" do operário . El capital. que precisa ser alimentado e abrigado. Dessa forma ele produziria ou seja. em escravaria. Isto significa que o proprietário dos meios de assim que. ou do desenvolvi- sócio-culturais e políticas que envolvem o escravo e o trabalhador mento das outras forças produtivas. dias(74). industrial ou outra) a versatilidade da força lado. precisa aplicado segundo as exigências do processo produtivo. Talvez se possa dizer que sob o regime de trabalho livre o capital produtivo pode ser É óbvio que também o escravo pode ser posto numa organização mais "versátil" do que sob o regime de trabalho escravo. ou diversificar as aplicações em capital variável (salários) . em especial o operário. mas a sua força de a abolição da escravatura torna possível a mudança da composição trabalho. Antes de mais nada. diferentemente do escravo. a transformação do escravo em trabalhador livre - capacidade de sua força produtiva. Se é verdade que um e outro podem produzir zar e sistematizar os usos da força de trabalho. ou o mesmos está ficada.. O escravo recebe em espécie os meios de subsistência necessários para sua manutenção. 46. É fundamental reconhecer que o operário desenvolve a sua atividade produtiva numa relação contratual. o final de seus inversão ociosa.abre novas e amplas mais-valia relativa. mas não a um capitalista determinado. de Pedro Scaron. citado. * capacitam para uma ação histórica muito diferente. O trabalhador livre. dentro livre de oferecer-se no mercado. móvil e competente . não sei se as leis inglesas. O mercado está desfavorável para o produto do engenho. por seu lado. desperdiçar em aguardente etc. tanto por seu género como por seu volume.que a do escravo. Na empresa (agrícola. 70. engenho etc. Tanto é orgânica do capital. o operário. E isto permite que o capitalista compre a sua força de trabalho / Todas estas relações modificadas fazem com que a atividade do trabalhador livre seja segundo as condições que lhe garantam o lucro. e pode trocar de patrão. específica do processo capitalista de produção . desde logo. Assim ele se livra da exemplo. Libro I. não é igualmente verdadeiro que as condições exigências do conjunto do processo produtivo. Ainda que sob as condições estabelecidas e controladas substancialmente daquela baseada no trabalho escravo. além de que o escravo é capital constante. pode escolher a quem quer vender-se. A forma de organização social e possibilidades de lutar por maior participação no produto do próprio técnica das relações de produção com base no trabalho livre difere trabalho. em função de qualquer pressão social ou política do escravo. porém. que precisa de un) amo(73). continua. e _o escravo implicam dua^foimas distintas" agente livre. económica e socialmente. de trabalho livre amplia as oportunidades de organizar. não poderia abstraia'da riqueza. certamente. ao abolir-se a escravatura criam-se outras e mais amplas possibili- dades de produção e circulação do capital.operário. p. de tal modo que. O que o operário vende não é diretamente o seu trabalho. preço e lucro. sem comprar o trabalhador. imaginar que economiza. O estravo pertence a um senhor determinado. relações de produção. do valor de troca. inclusive Além do mais. de certos limites. do trabalhador livre. e mesmo impossível. mas. fábrica. o escravo não se repõe. planta. se o operário se vendesse por toda a vida. hierarqui- íion. tem livre sejam sequer semelhantes. ou arriscada. mineradora. que representa capital variável. O operário.segundo cida a escravatura. trad. O operário pode poupar algo. e essa forma natural dos mesmo quando as condições de produção não garantem lucro. Salário. o operário é livre de negociar a sua força de uso da violência e dos incentivos difere radicalmente em cada caso. na mesma oficina.que permite (74) Karl Marx. atua como verdade é que o. plantation trabalhador livre os recebe sob a forma de dinheiro. Como casta. Ao social e técnica do processo produtivo na qual se potência a mesmo tempo. . da forma social etc. Capitulo VI (INÉDITO). Aprende a aulodominar-se. Ao fazer isso. algumas leis continentais fixam ' o máximo de tempo pelo qual uma pessoa pode vender a sua força de trabalho. Mas o que é difícil. o escravo representa principalmente capital constan- enquanto classe social. A da mesma maneira. Pode. ele próprio è responsável pela é estruturalmente incompatíveis de organização técnica e social das maneira que gasta seu salário. Semelhante venda. para vender a sua força de trabalho. Ao permitir que o proprietário dos meios de produção compre apenas a força de trabalho necessária. na qual ele e o capitalista são partes formalmente (73) Karl Marx. p. que deve pagar os pratos quebrados. em especial o operário. escravo e o trabalhador livre possam ser colocados a trabalhar lado a pecuária. é que o possibilidades à "divisão social do trabalho. Se lhe produção pode investir maiores quantidades de capital constante - fosse permitido vendê-la sem limitação de tempo. Ao passo que o / mais imensa. convertê-lo-ia sem demora em escravo do patrão até.. 1971. em valores de uso. te. segundo as mais-valia relativa. nam.iladino. o negro aparece corno a segunda ou a terceira raça. no século XX. preservando. e sob as mais variadas \ sua força de trabalho como mercadoria. que aparecem no horizonte social do branco e de si mesmos. Em quase lodosos países. das relações sociais. Em síntese. como tipos sociais que são diferentes do brancOj^ejn_sfi-US- atributosTTMcos. Ao-longo de vários séculos. outro. lizacões e incentivos também sempre renováveis. psicológicos ou culturais (1).. acabam por pensaj e agjr como se o negro possuísse outra cultura.P_branço. culturais.. conforme as exigências da narração.lo. a fnarem-se as sociais como as seguintes: escravo. criou. o l operário ajudava a criarem-se as condições de transformação do mestiço.o Raça e cultura capitalismo constituído e em expansão revoluciona as relações de produção nas formações sociais escravistas. ingénuo. e o próprio negro. transformando o escravo Na América Latina e no Caribe. as formações sociais baseadas no trabalho escravo produziram as mercadorias que permitiram a ampliação e a aceleração da acumulação de capital. Não è como o branco. 51 50 . Esse é o preço da cidadania. Outra observação: Salvo nos casos em que especifico o pais e a época. No confronto com o branco. outro modo de avaliar as relações dos homens entre si. em boa parte. Em"gcrãT. Nesse então. isto e. o próprio trabalhador é mercadoria. o índio. fenotipicos. o africano"passa por personificações ou figurações i adulação primitiva. . sociais. o imigrante asiático e outros tipos escravo em operário. depois do branco ou índio.é uma raça subalterna. Antes. _As djfere-nças raciais. religiosas. o trabalhador é livre de vender negro e mulato. do negro. Aparecem nas relações de trabalho. Esse é o sigmfi£ado_jogiojóg. socialmente reelaboradas. l condições de formação do operário. no âmbito da condições sociais. o branco. em juiz de si mesmo sem o que ele não faria jus ao seu salário. Algumas vezes. o africano^ transforma-se em em trabalhador livre. africanos e seus descendentes. sI0 continuamente recriadas e reproduzidas. No outro momento. engendradas ou codificadas.. lingtiísti- (1) A partir deste ponto. relações políticas. o negro e o mulato serão englobados frequentemente na expressão negro. o operário e transformado. reduzindo ou mesmo acentuando os característicos físicos. Na situação de contrato específica dessas relações de produção.ico_de_rasa_jieg£a. fenotípi- cos. com a natureza e o síJbTenatural. o negro e o mulato. JNa_ trama. no primeiro momento. boçal. estranho. da transição para o regime de trabalho livre. Nesse então. sexuais. paulatinamente o africano é transformado em negro e mulato. Depois no século XIX o libertõTlnulato ou negro. psicológicos ou culturais que djstingyj. alterando. o escravo havia ajudado. o imigrante europeu. E são estes. nacionais. As distinções e diferenças biológicas. lúdicas e outras. destacarei um ou outro. processo que RAÇA E CLASSE esteve na base da criação e generalização do capitalismo. é diferente. em geral a discussão feita neste trabaiho engloba o conjunto dos países da América Latina e do Caribe nos quais houve escravatura de.Em nenhum momento a discussão enfoca a situação racial em Cuba socialista. E. o negro pertencera outra raça. inglês. Em dada região. italiano. Melvjlle J. ciam jdojmmco. nã~pràtica religiosa. antropólogos. p._a_si_rnesrno_e para o cientista social. Halcro Ferguson. por seu lado.L. method and theory Américas". arte. negros. ajuda. como urna escala de cuja sociabilidade escultura apresentam característicos que o diferen. precisa aceitar. Vejamos os dados da tabela í. fisionomia social do negro na América Latina e no Caribe. mestiços. afastado ou discriminado pelo branco. The Latin American tradition. e porque as situar-se e movimentar-se na trama das relações sociais. 1968. a identidade que o branco lhe_irnjnita. procura (_ ._gigntistas sociais Jntgressados_ em pesquisar e explicar os conteúdos históricQ& e. gos. New (3) Melville J. as famílias. o negro e p mulato marcam e recriam surge como diferente. i n t i t u l a d o "Probleni. sociólogos. Genovese. 53.. índios. Frank^ TannenbaumT ciais para classificar as pessoas. na família..0 negro: tecnologia. nas quais ele rejações errtrg^ o branco. 43-61. Herskovits. para identificar-se._ para_ Q_branco. Marvin Harris. alemão. enfatiza-se a descendência. do preconceito e das tensões que se africano em negro e mulato. os grupos e as classes sociais. intitulado "The conceptof social race in the referida escala 'deafricanismos está no cap. A York. índio. Eugene E. A diferenças raciais. como um tipo social úmã~escaía ^ê~perdas"culturars. grupos ou classes em Charles Wagley. para o penso que a escala de africanismos culturais é bem uma amostra de branco e a si mesmo. nas relações entre ambos.ajdj5^^ócio:c_ujtur_ais pouco ou _ muito entre o negro e o branco no^£aíses_jia-_A -t"pr'ca_. a aparência física è a Caribe. parecem diferenciar e discriminar o Dentre outros significados dos dados apresentados por Herskovits. podemos Essa busca da singularidade. Para compreender qual é a jjn^ problema^ para o^ranço. O negro. ou desafio. Isso produz em cada culturais pelas jHferjailfii£§feras_de atividade em que sjejjrganizarn as_ uma dessas regiões diferentes raças sociais e arranjos diversos das relações raciais. a uni Bastide são alguns_dentre _os. e " língua^ E verdade que Hersko. sociólogos. Há pelo (2) Charles Wagley. Herskovitz. Franklin Frazjer. difere de região para região.social "e cultural do negro está começar pelo que parece ser a singularidade da sua cultura. nas relações entre os sexos. J.a^ e Caribe. David Brion Davis. The New H orla negro.Xle aparece ao branco. Citação do cap. folclore.. As rejações entre o branco e . p.. magia. as raças são trabalhadocom o problema das rejações entre o branco e ojiegro na i seguidamente recriadas e reproduzidas como socialmente distintas e América Lãtina oCaribe. . religião.mostrar ~\ _ comova cultura africanaj2ej3ÍSíe_iiA. E este. 53 . uma questão central é compreen- revelam. Fernando Ortiz. nas Américas o critério para definir raças sociais Trata-Se de Uma_SÍStefflafÍ7. EssSC-jÊ^íC-piaSlemátiea que aparece na escala cultural construída por Herskovits e publicada pela primeira vez em 1945 (3). francês e outros. Nas várias esferas da organização social. Verena Martinez-Alier. Minerva Press. Nessa escala vemos como se distribuem os elementos base primeira para classificar a pessoa segundo a raça social. distintas maneiras de cada região conceber as raças sociais refletem as relações entre organizarão social. historia- identidade do branco conte'm uma espécie de reflexo da identidade que ele imputa ao negro. e do o branco. Em cada país pode variar a composição dos critérios so. 1969. Columbia University Press. in Afroamerican studies" p. famílias. bem como os valores que organizam essas atividades.. e a si mesmo..ões ujiiverso_de _vajgre_s_^j. V. dores e outros tendem a começar pela relação entre raça e cultura. Caribe. Morner. em outra elementos culturais africanos em vários países. Sidney W. ainda numa outra. no qual o negro aparece como a cultura africana e a condição do negro. mulatos e outras categorias sociais. passiva ou criticamente. Sim. Para explicar essa metamorfose. Magnus Ma£jern_tod_os. mestiço. 156. pois.das Amérieas-e ressaltam-se os critérios sócio-culturais e. vida económica. formas culturais recriadas. Hoetink.cultura]s dasj[elae.cuUiir. Gilberto ' desiguais. música pessoas de diferentes origens biológicas e culturais dentro de uma sociedade(2).negro. instituições. nas relações de presente em boa parte das pesquisas e interpretações de antropólo- trabalho. 155-174. religiosas ou outras são continuamente recriadas e reproduzidas nas relações entre as pessoas.vils está -fiteocupadiX-em. historiadores e outros cientistas sociais que têm reprodução artísticaj no lazer e em outras situações. Mintz. ou. em lugar de apagar ou diluir essas diferenças. O branco procura encontrar no próprio negro como os cientistas sociais procuram explicar a mèTáníorfose do os motivos da distância social.. a ponto de transformá-lo num problema. cãs. como se encara habitualmente a relação entre é o núcleo do universo social tenso. p."á?I ££mo ° africano se transforma em negro e mulato. Florestan Fernandes e Roger japonês. brancos. Mas também podemos dizer que a referida escala de Nesses termos é que o negro surge no horizonte da análise 'africanismos culturais presentes nesses países pode ser vista como cientifica. Esse Examinemos. H. Em termos mais específicos.ãlirjff--.açqnjjf infnrjpa^õe^sjrjibrp a presençajjp. Algumas das suas atividades. V a t ' n a e do Caribe..-trorno r....... pctah^iprp que as culturas africana e * ° 4 escrava foram rompidas e superadas pelas relações e estruturam ^ 8 " . z l ^ ' "g. m <^PTT1f"t"'! TH? a parecem na prátjca religiosa.3> •* século XX. inclusive ...... bem~cQrnQ certos característicos das relações entre o branco § *§• § « « « « * ... n^o é "enãn a r.f Na religião^ l l música. folclore...o. g africanos foi... Na sociedade em que a escravatura a g rS S o ^ j o j j .' io cultura do nçgry.----------.... aftjçânos..... Sejjam POUCOS OS ementns afrirann<. Vá.. § ' aS í 55 ..culturais' g •* g... rpersistem...o .coes vividas jpelos negros ê"brancQSLnp s..atina e z— 'E «S Cabbe. indígenas e asiáticos.i u.a ....._ a o i u . menos três jnterpretações distintas sobre a contribuição cultural das uo o populaçõêlTdà Afrjça^seus descendentes às sociedades da América '§• Lajinaie do Caribe.0 . que pouco ou 'nada tem a ver com os elementos . diversfl ^ f > o T i o * > o o a f > o o o o oooooooo ° ^ da europeia..nas várias esterafcla G < atividade e da organização sociais: religião. -B-e « ^ língua.de torma desigual naturalmente . o ^ "S" *• organização da famílía1 culinária e outras esferas da atividade social do negro em países 4a ^T'Pr'. r . da o33. e OS aue se Preservas <§" ram jorgrr|lllrlee|fl^prados nas relações e estruturas escravTstasT ~Ã~terceira ~ interprftaqãr...* § '~. "dã^Tjet^gsetayjíitu rã . o S | .....artooooooo ^ ygngia aas"pe5soas._JEssa cultura está w -" presente . grupos e classes ES | | •*> S s-99âÍ5. Mas está presente enquanto ™ v ! cultura que pode ser reconhecida como de origem africana.a a_j T S_.n l ou menos enquanto tal...* & a a a £ > a a * > f > £ > £ ) & f > s * a ~^ ^ e O 7r negro. está presente em todas as sociedades nas e quais toram introduzidos escraym^frJ£anojs.... família. .v|lambj..—*.. musica...':ra_.culináriaT 1'ingua e outrãF '3 «' esferas da vida social esses elementos podem ser vistos. Vejamos quais são.. isso sigmtica que alguns aspectos"dã O S \a social e culfúrãTd^^^opulações negras da América.rios séculos de regime < Q *..ocaMo»i«.. _ no: "8 c ... t .. America Latina_e ao Caribej nó século XX. acham-sg ^JT_a_. E claro que odgm S"S^ ideTTtifirai'-se elementos culturais africanos e Í l . asiática eindígena.... jnfyi^nçjj» (]ç ejementfí^ culturais... toiclore^ música.. .. £ europeus. Tamilias. Sao^ esses d ͧ ^ í... rnais ou menos profundamente. de modo breve. elementos culturais de cunho escravista..."comò Z g g Q ° . mais . __ no^_sécujos'XIX e XX. ..o=a..... r. ' íiõrrffãçãTr ' social. organização famjliar .. rompida e reelabora- 5 P "S.Capitalistas ~mre-YrpÕffiirTãrh amplamente ' n a s ^nc^g^pdes.JMas o que «B § —. nrptprvarlrn. Í A primeira interpretação estabelece que a cultura africana.écilia XX.Assirryo que aparec^ depois.t í o o t s . culinária etc.. ..h. africanos...~~_I# ^ í..nTsurge de controntamos países. = .. depois.iitnra prõtirmfla com_j saciedade Z E « -g baseada no trabalhe encravo. ^ o ^ll^rafíalh" ?grrav" ro^pirn tQ4a§__aj___£°ntri_buigões culturais Q« « "§ c8^íiojio*ooiij)Tix>oo^ooooò o^ enrãlzã~ê espraia na socTêdãde pessoas farnilias. **• . «. ''"A^gguTraà interpretação estabelece que a cultura trazida pelos g g M.grupos e cornunídades. regiões é lugares.a o o o o .. a escravatura produz uma cultura < g* | |j § l g própjia. "8 o 'predomin^u.. magia.nquanto Jorma de orgãmlaçaQ social e _ tío a-3g «ooo-o-auu^íi^-a^^oíJo-a-oTjTS -^ técnica das relaçõesde produção. Estes elementos são manti^2^_jTelnsjj^ejdentes dos b u 'E l africanos como sobrevivências culturais^ que protejam a s nhr ?yi- ^ •« ? «isc8.. 011 bastante conforme o país. funcionário. não SP explica apenas_corno ayia dos senhores. hm graus yariáyejs obviamente._d a Para compreender a forma pela qual o africano transforma-se em América Latina e do Caribe) é_a singularidade.S-Ociais. ^ _ bõradãs pelo corijUntõ^l^Têma culturãlvi^mtejiesses países.amliéin---«sto}aa^^ As relações e estruturas" classe média ou outras. no vodu. é e r» ^ A questão central. autca^So b certo aspecto. Colômbia. Mas foi particularmente excepcional nas sociedades brasileira. Mais que isso. criam-se e reproduzern-se_ nas jrandes cidade^ Círios (málênais. o o u e s c r a v o n a cultura ou visão do mundo do negro da America que se consumia. subalterna.paísJSa América Latina e no dejn_nã^_jrrir^dje__jg^^ e Carrbe7-aT'cúlturas "negras" são dimensões populares. Venezuela. desigual e mesmo contraditória cujo sentido básico e dado pelas rtarlianõSTTÕútros.Áfiica . norte-americana e algumas outras do Caribe. in|ej£gtyâl e outras figurações .cãmj:rciante. fundamental do processo de aculturação do africano nas sociectadesr te. desigualdade e contradição caracte- rísticas das relações e estruturas capitalistas. no século XX o negro foi transformado trabalho escravo toi a torma principaldojrabalho produtiva ou Iransformou-se em operário industrial._"escravistas" ou "negros" surgem e _ ressurgem. mestiços.ex-africano ou ex-excravo. do que pelas condições e determinações das grau. cprhõ outra raça. não se reproduz nem pnssrni por urrT processo cie aculturação forçada.assim que o gne parece ser cultura algumas outras sociedades da América Latina. Índios. o atricariõ formas IJue ele se reproduz no_ século XX. a casTa sobrevivência^ mescla de culturas o_u_^flic_ujações . espirituais e outros) quejhes corresgoia. a primeiras e^a é ~pôí ' MèTõ7ã^S5r^xÓUsrao~pú "sobTevívênçia cultural que certos segunda podem ser englobadas pela terceira! O fato de que as eTernênlõs"culturais "africanos". 57 56 . desigualdades e como o que é velho. ja. no candomblé. na umbanda e outras manifestações d? ^iltnra rpiioioca HP pff. como também Unidos. o produto da _ Na ° Paraaparecer no século XX como negro. Em menor do^HggTorJB per si. a desigualdade e a contradições. O que há dlTafncano ou escravo organizada segundo os interesses^ po^ljtiog^e^onômicos exclusivos da ernsua cuIturãTou visão rio mundo. afncálíã~piT7^ThTTra npg T a p-m paísps Ha Amfrjça Latina e do Caribe são componentes intrínsecos da mltnra presente e viva desses países. cubana. Na santería. ásJsocie4ãdss. A heterogeneidade. sitiante. se recria e reproduz continuadamente menos por decisão e atividade haitiana. operárias. outra Forma de pensar. que a magia. „._ relações e estruturas do modo capitalista de produção. Nas colónias e. rn s e mulatos não só estão (4) Nesta parte do trabalho incluo algumas referências e dados sobre os Estados presentes elementos do^spiritismo e do catolicismo. do rtéãro: em que negro e mulata*-? conveniente que tenhamos em mente que essjj termos e por^ueTefe aparece no branco e^a si mesmo como um tipo metamorfose envolve a passagem do africano pela co_n_digãg_ de social singular. çs^idjn. ou uma cuh^rahgterogênea. B é sob essas das Américas e Caribe(4). emjyegado. braçal. organizatórios.se marcou mais ou menos fundamente as sociedades nas quais o em operário. metamorfose do africano em negro. O escravo produzia o necessário e o supérfluo. Não podejeF_çx5mpxeendida peia._p_oliticp. ue eles lugar ou éoca. em suas harmonias. operário agrícola. Peru. sincréticas_sobas dustíscrãVDSloilTbãse da sociedade como um todo.predomina é a cultura do capitalismo. e não apenas da quais se escpnde_o. f ma. ~ Essas três interpretações não são necessariamente expjii^iyac f. exportava e ostentava. rnulálós. sentir e agir? escravo. Sob a condição de escravo. das relações político-econômicas que garan- capitalistas têm a faculdade de criar e recriar tanto o que é novo tem a reprodução da sociedade. estão presentes brancos. Ma condição de tríbãTRãdores forçados. é~explTcar como se produz historicamente a o século XX são um pouco.. na América Latina e no guardaram a experiência escrãvãTem srináTporque a escravatura_ C a ríBeTo ajricano__não só toi escravo mas também transformou. —A~~esrravarura toi a torma '^Hã~^uar~sê'' realizou uma parte esftgcializado. A importância do escravo LJítina eCanbe é o que se recria e reproduz continuadamente. forçado no México. graiKterTe"n'ffôs industriais" em' cada . alienação e antagonismo caracteristi. de esj0^1?MlJ. O q ue_h á d e a fríganõ' economia escrava. contradição culturais (em termos materiais e espirituais) fazem parte necessária da heterogeneidade. e como _afncano_nem como escravo. o escravo africano também participou de formas de trabalho relações dèTrneTdeperTdêncía". pois. Casta e classe Q_ que está no centro de cada uma das interpretações (sobre a contribuição cuhural_das populações . Argentina e cãs^gõ"cãp1talisrrtor"TantQ. serviços domésticos. é evidente que a 10 (5) Robert W.000 17 por cento. citado. p. encontram-se as que Robert William Fogel e Stanley L.647. É claro que o 30 fundamento principal da explicação está na forma de organização social e técnica das relações de produção. Esse foi o caso. Engerman.jcouroeferro. 3. Fogel & Stanley L. do Brasil. Little. como no caso das diversas Fonte: Robert W. Boston. a população escrava se reproduziu mais ou menos.000 ao Caribe francês também 17 por cento. e aos Estados Unidos chegaram 6 por cento (5). Time on the cross. As condições de vida e Total 9.proporções dos escravos não se Venezuela 121. GRÁFICO l ram.000 africanos foram transportados da África para as Américas Estados Unidos 596.000 Guiana e Surinã 500. 18. l. conforme a colónia ou país. regiões em que se dividiam os Estados Unidos e o Brasil. A tabela II Martinica 365. em cada caso. como indicam os dados do gráfico l (6). ampla destruição de trabalhadores escravos. As condições de exploração da força de trabalho escrava determina. 40 Somente uma análise rigorosa de cada uma das formações sociais escravistas permitiria explicar como e porque. Naturalmente variam as estimativas sobre o número de africanos Barbados 364.000 Note-se.000 transferidos para as Américas e o Caribe. serviços urbanos e outros. dinamarquês e sueco 58 59 . 1974. Fogel & Stanley L. Em outros casos. houve alguma preservação e mesmo algum aumento 50 l l Percentagens das Importações de escravos.. ao Caribe holandês. variaram vol.000 e o Caribe.500. dentro de um mesmo país. 2 vols. que as. enjgerTho.000 reprodução dos escravos variaram bastante. Esse foi o caso da América espanhola e dos E3 Percentagens de negros no hemisfério ocidental. Desse total. Independentemente da 20 l "humanidade" da escravatura. em cada caso.000 colónias e países das Américas e Caribe. transporte de carga^ produção de artefatos de Colónias e países] Quantidades madeira. DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO NEGRA (ESCRAVA E LIVRE) EM 1825. dinamarquês e sueco mais 6 por Jamaica 748. no entanto. por exemplo. 14-15. bastante as condições de vida e reprodução das populações escravas ..000 cento. Peru 95. também COM A DISTRIBUIÇÃO DAS IMPORTAÇÕES DE ESCRAVOS.U.A Caribe Caribe Caribe Brasil Caribe brltinlco francês espanhol holandês Brtftfíi and Company.000 principais centros nas Américas e Caribe. vol.000 Engerman realizaram.000 ao Brasil chegaram 38 por cento.países em que a formação social escravista foi predominante.000 9. em alguns casos. à América espanhola 17 por cento. p.500. ao Caribe britânico ainda Haiti 864. Esses economistas escrevem que mais de Cuba 702. 1825 j Estados Unidos. Time on the cross. l. nas quais se destacam a casta dos escravos e a dos senhores. Às vezes. Guadalupe 290.000 recentes. (1502-1870) Foram milhões os escravos trazidos para trabalhar na plantação. Dentre as estimativas mais Brasil . E. fazenda. 2 vols. 1500-1825 da população escrava.000 registra os números absolutos dos africanos transportados para os México 200.000 mantiveram semelhantes às proporções dos africanos transferidos às Destino desconhecido 741. Engerman. teria sido esta a distribuição dos africanos: Granada 67. Colômbia 200. o TABELA II conjunto do processo de aculturação do africano esteve totalmente PRINCIPAIS IMPORTADORES DE ESCRAVOS marcado e organizado pelas relações escravistas de produção. 1500-1825 devido a condições peculiares de exploração e reprodução da casta dos escravos. N o conjunto do Caribe. London. a população negra e mulata é notável. Penguin Books. como no Chile e em São Salvador. ^•rtvocnOOCO1*!^' por exemplo. Tradução de Eduardo de Oliveira e Oliveira. I. p.0Í. a população negra e mulata é relativamente ínfima. É verdade que em alguns países. Esse é o caso do Brasil. No conjunto. ou mesmo o seu 3 predomínio. -W Dentre os países e colónias que compõem a área do Caribe.ajrjreservação ou o aumento da casta de escravos são fatos determinados pelo caráter da formação social jgsggvista. Jamaica e Trinidad-Tobago. estes principalmente de origem hindu. 20. se comparamos os vários estados do •3-3. Note-se. Mas é também significativa a presença de asiáticos entre os s- oo-Hor-ooo O O. São Paulo.0. The colourproblem. Fogel & Stanley L. De qualquer maneira. com cerca de 36 por cento de negros e mulatos.•^. seu modo de vinculação com o mercado externo. >í3 '»'« 5 país. Mas a distribuição dessa 'o S ' população não é homogénea. 1955. Há estados nos quais os negros e mulatos perfazem cerca de 10 ' Sb " 5 a ã s- 1 < oS wS D CJ < (6) Robert W. é notável o predomínio da população negra e mulata. é B2 notável a presença da população negra e mulata. em c>f *H" o° ^ cí cT c-f o"| °°~ O O O O< termos absolutos e relativos. \O O T~- a\ r* O fato é que a escravatura de africanos deu ao mapa racial de oooioo^o 0 (s . As Américas negras. em cada caso.. E em alguns. ela é significativa. cit. além de 3 l M _ '.destruiçjlo. é notável a visibilidade social de negros e mulatos nas classes assalariadas. em comparação com os brancos. este país contava. Difel-Editora da Universidade de São Paulo. como indicam os dados das tabelas III e IV. Uma imagem do mapa racial das Américas e Caribe pode sa j §' O o* O O O r* -H O O •* (N OOO S* O C4 O O ser apreciada nos dados da tabela III. os S O *H «O O\N O O O ~H V) ri OO ~H "í IO asiáticos perfazem cerca de 45 por cento da população (8).': O^O«O^-O«^ O <N outros casos. principalmente nos operariados urbanos e rurais. é bastante significativo que algumas formações sociais destruíramtnais__a popjjlação escrava dó que outras. perfazendo cerca de 60 por cento do total da população da área. Richmond. Op. dados esses organizados por 5 Frank Tannenbaum e citados por Bastide(7).'T. t-_ cada um dos países das Américas e Caribe uma fisionomia peculiar. por sua presença quantitativa e qualitativa na estrutura social. 1974.-. ainda. Engerman. O O ÍN -H O t>i C>OOCÍOOC>oqONOO< Ó "* "O "l O vo habitantes de Trinidad e Tobago. A tabela III indica que eram mais de 39 por cento os negros e mais de 21 por cento os mulatos. 60 . os tipos dê~comércio de mercadorias com africanos etc. 215. 28. mestiços e asiáticos. No caso da Guiana inglesa.* O O < raças. •3 Em vários casos. indígenas.-'. Em certos casos. E esse é um dado imporfãntíTsobre -* O trt o caráter da formação social escravista.O . vol. Na maioria dos casos. Os dados da tabela IV mostram que em Barbados. (7) Roger Bastide. p. no entanto. p. que há países da América Latina nos quais a população negra e mulata está concentrada em dadas regiões. a população negra e mulata predomina sobre as outras l OO--HO«OOOO V O O O O O O ^ . ela é a população que define a fisionomia do país. (8) Anthony H. em 1950. setembro-outubro. Colonial Office. As populações descendentes dos aíricanos transformaram-se1 em operários industriais.is amplamente.528 por país bem como14. Sob a escravatura. assalariados de classe média.670 Ilhas Turcas e Calcos 4. 5. 46. 39 Pode-se supor que35. No conjunto. poetas.923 9.724 É evidente que as sociedades do Caribe. isto é. das forças armadas e outras categorias sociais.148 1.333 SanCristofe-Nevis 59562 925 por cento da população. E está destinado a trabalhar de modo a produzir principalmente mais-valia absoluta. Nesses termos é que a. 2.237 37.326 164 das relações 70.091 de brancos. que resulta da exten- são da jornada de trabalho. cohTõrrne~O gais. mulatos e brancos.670 35 poloneses.403 Honduras inglesa. romancistas. marcou decisivamente o perfil e o modo de ser do negfo. Granada 53.862 142 40 população.214 Bermuda 14. atores. do senhor.437 695 80 5.902. Mas também é inegável que.701 Honduras britânica 22.023 16.385 11.042 1. nos casos em que a sociedade tem-se urbanizado rna. após ã abolição ~âa escravatura.906 242 1.970 da Dominique 11. da185 22. japoneses e outros. operários rurais. ao799passo que eml outros estados 6.a condiçãp djL-ejs-escrayo^não pode ser nem suficiente.051 2.283 negros26e mulatos podem chegar 202. Ocorre que a formação social escravista se funda em princípios estruturais e organizatórios distintos dos que fundamen- tam" a formação social capitalista.322 167. 100italianos. maior do H. Nos.. modificado ás suas estruturas político-econômicas etc. TABELA IV POPULAÇÃO DAS ÍNDIAS OCIDENTAIS BRITÂNICAS. da Guiana holandesa e alguns outros Total 2.21S. Brasil. social e cultural de negros e mulatos. 3.243 Ilhas Virgens .584 17 6. população Cf. Note-se que em vários casos a Fonte:Digest of colonial statístics.693 2.063 Ilhas Caimáo 1. £ inepAvel quê ? condigãcTiaF escravo. nem decisiva para exjglicj£jisfOTmasjde_gensar ç agir 90 negrp.638 41 68.das Américas dependem de modo significativo da CQptribuição econômi- ca.485 15.420 países estão fortemente marcadas pela presença física.769 77 as densidades absolutas e relativas 72.923 178 3. da 37. o poder político . alienado no produto do seu trabalho e na sua pessoa.220 Jamaica 965560 13.544 18.142 1.432 105 1.631 61.624 raciais. 165 ao lado 5.319 71 17 917 9 14.828 74 192.no sécuío XX. ou mesmo preponderar.113 e de alienação São Vicente 45. ou industrializado.824 12. Apenas" na4_locip. na formação social escravista o trabalhador é escravo. social e cultural de negros e mulatos.dades que' pouco se modificaram.237.800 Guiana inglesa 143. nesses casos a cultura da escravidão "dissolve-se.685 49 375. memtrfòs das forças policiais.518 27 6. alemães.329 14.349 196 41. Em alguns países os descendentes dos africanos tornarata-se joraãlisíás.outros casos. políticos. professores.." na cultura do capitalismo.277 78.106 227.346 7.809 29. N9 10. camponeses.524 a complexidade 17dos mapas47. como no H Richmond.p. É propriedade do outro.265 635 113 e região. Marcou decisivamente õ perfil e o modo de ser do negro e do branco nas Américas e no Caribe.647 antagonismo entre negros. do Brasil.138 Antigua 35.616 343 13 afetam o perfil diversas.074 3. Op. empre- sários.040 1.cit. juridicamente e de fato. recebidairnigrantes europeus ou asiáticos. Londres. importante.rnetamorfose do africano em nçpro e mulatn passa pela metamorfose do africano em escrava. população mulata é bem1953.. por cerca de três a quatro séculos. tabelas que M ea N. ••*? Baamas (1943) 57.360 152 59.839 136 33. Anthonynegra. as sociedades . Venezuela e Uruguai. funcionários.505 os Trindade e Tobago 261.757 Monserrat 13.387 Santa Lúcia 40. Em poucas palavras. somente nesses casos Jíjque o peso da cultura escrava pode continuar a ser.846 Guiana inglesa.651 e as tendências 26. BAAMAS E BERMUDA 1946 Território Origem nacional ou racial Africano» Europeu* Ameríndios Asiáticos Mistos Não Total e caribenhos especificados Barbados 148.775 a cerca de 124 70 por cento 557. mestiço e outros sejam tomados prática e da classe burguesa pode ser contestado pela classe operária. uma vez que essas comunidades É c l a r o que a r e c r i a ç ã o c o n t í n u a das c a t e g o r i a s perderam a lembrança de suas antigas pátrias. parecem chocar nosso próprio género de vida ocidental. New York. apenas no produto do seu trabalho. Assim. o linguista ou outro cientista segregação racial não permitiu a aceitação pelo descendente de escravo dos modelos social encontra diferentes arranjos de elementos culturais "euro. marrons. mulato. Beacon Press. é a trama das relações trabalhador (negro. cna-se_uma organização própria. Bem entendido. em resppsta a seu isolamento^a serj regime de trabalho. contrato. Magnas Morner (Editor). mulatos. O trabalhador livre produz principalmen. "asiáticos" e "indígenas". Aquelas. masjiao africanas. Boston. nas quais a pressão do meio ambiente foi mais forte que osjresquícios cnítras uns e outros recriam-se e reproduzem-se socialmente.t'amiJ. o negjroj: o mulato são continuamente recriados e como homem de natureza. 1969. submissa aos tabus do incesto e às regras da troca de serviços entre os dois sexos.c Ha encontra boa parte da população negra e mulata das Américas e relaçaojentrg cultura africana. tais como os sexualidade do negro permanece sempre controlada pelas leis do grupo. The New World negro. sexuais. a criam e reproduzem os membros das outras^ "raças". recriação e reprodução de valores culturais. igreja etc. uma categoria económica e política. usina. engenho. Na plantação. categorias de pensamento. traços culturais que fazem com que o negro. mas cria novas instituições. nesse caso. -se a partir dos antagonismos que se desenvolvem na esfera da casta reproduzidos socialmente por brancos.ta. lúdicas e pelo contrário. ou nas lutas entre a casta dos senhores e a emergente mestiços e outras categorias raciais em suas atividades e relações classe burguesa. 65 64 . nos as chamaremos comunidades negras. negros. o sociólogo. característicos raciais. riósas chamaremos dç comunidades africanas. judeus.oneero teve que inventar novas formas peus". elementos culturais africanos e da escravatura aparecem de forma às maroons c outros) que destroem nem abalam as relações e vezes nítida às vezes apagada. "africanos". Esses dois tipos de comunidades nada mais são que imagens ideais. índicos. do mesmo QVJtfó 'ê~u"ma^ resposta ao novo meio vilaJ. Amériques naires. separada da Em particular. sãq_socialmente recriadas e reproduzidas meio ambiente. mas nas quais tambénTr porque o antropólogo.) que comanda a invenção e a reinvenção. elementos somente aparecem ou reaparecem porque são recriados e. segundo as regiões. casta dos escravos. religiosas e outras (9). chineses. o poder político mulato. Só podemos brancos. culturais de seus antigos senhores. Nesse caso. quartel. negrasjporquep nas atividades económicas. Reprodução jsocial das raças Mesmo onde a escravidão . ideias. organizatória da força de trabalho. de^ Nas relações de trabalho7~políticas. De fato. algumas. branco. Ele trabalha sob o regime do traços fenotípicos. ou a é alienado em sua pessoa. Ao passo que na formação social capitalista o político-econômicas e culturais. mestiço branco etc. Ele não vive No século XX. na organização social. as novas condições urbanas de vida . Race and ciass in Laiirt America. fora dfflas. Columbia Universíty Press. Ao menos formalmente. casa. deixar-se aceitar.e depois. holandeses. que é ideologicamente como distintas e desiguais categorias raciais. dá-se novas normas de vida. Lês as"cofflufíicfãdes de negros marrão s são as~que mais se aproximam do primeiro tipo. Roger Bastide. ou às vezes comunidades: aquelas onde os modelos africanos levam vantagem sobre a pressão do todas essas categorias. na realidade. espanhóis. usada por séculos de servidão.) é alienado sociais concretas. cultura escrava cultura negra e Caribe. esses estruturas escravistas. mestiços"' japoneses. Payot. templo.. índio. a sociedade neflra nunca é urrm sociedade desagregada. Em geral. e tomando alguns rarartPn'QtW. cimarrons. na produção material e espiritual (fazenda.. dois tipos de que compõem a América Latina e o Caribe. religiosas. Em cada uma das sociedades nacionais Em segundo lu^ar. ingleses. encontramos. reestruturando sua comunidade. fazenda. admirar esta plasticidade e a originalidade das soluções inventadas. fomos levados a distinguir.fricano (ã religião) epqiianjn~vim (9) MelvilleJ. raciais implicam a recriação e reprodução inclusive das culturas exercido pela casta dos senhores não é contestado politicamente pela africana e escravocrata. índio. autor: The myíh of the negrc pás!. branco permanece. Em geral. 1970. a formação social escravista rompe. escola. ãdaptar-se.destruíram os modelos africanos. franceses.entre-esse_s. oficina. amcojijfOMíím. índios. dê vida em sociedade. Esta é principalmente uma categoria económica. Herskovitz. Em todos os casos. que pode discutir ou refazer. Daí 3â memória coletiva. 1967. fábrica. Paris. organização socialj^j\mé£Ícj^Ljm^^ Em primeiro lugar. igreja. a suas necessidades novas. terreiro os Não são as revoltas de escravos (quilombos.dois tipos. _ujn_setor da sociedade pode haver permanecido francamenle_a..ia. no entanto. 1958. norte-americanos e outros. alemães.Qm— economia). portu. que resulta da potenciação técnica e mento. ele não escola. reproduzidos sociaTfnerUé^^eTãs^lmesrnãs'relações sociais que re. Minerva Press. italianos. por certo. dos senhores. fábrica. E é na classe operária que se Numa Visão de Conjunto. mesmo se elas gueses. o negro reagiu. padrões de comporta- te mais-valia relativa. esses mo delos_ são obrigados a modificar-se pam_pfliÍ£rici pelas relações sociais que orgajúzam_e^movimentam cada socieda. as mudanças na estrutura de classes têm ocorrido em distintas A recriação eji reprodução sociais do negro e mulato. As Américas negras. p. "The Caribbean region". Santiago de Chile. a industrialização são. reformar-se mais facilmente fora do complicada qualquer análise das relações entre status económico. então já entre crioulos que viviam que negritude e status inferior. "The Caribbean region". Além do mais. citado. Algumas (10) Roger Bastide. nç 2. Paris. citado. esse mapa adquire alguns contornos e movimentos mais fenómenos paralelos em outras partes da região. Nessa perspectiva. Registremos apenas dois casos Latina e Caribe é bastante complexo. 1961. (11). significa que essa imigração modificou o conjunto do contexto enquanto "raça" é importante em tudo. são as que mais se aproximam do segundo tipo. 45-71. Isso fenotípica. econômicos e demográficos qu. entidades estratificadas e diferenciadas em classes. além do Caribe. os códigos de essa imigração modificou os característicos da população branca de relações sociais características dessas sociedades levam em conta a diversidade origem espanhola. para assim manterem em segredo suas tradições: mas.pelo menos aquelas que foram criadas pelos negros "boçais". Nas cidades populacionais que não são localizáveis em uma única escala de negritude a brancura. (13) Philip M. a introdução de grandes contingentes isolados no campo. Harvard University. Spring 1974. fazenda empresarial. esses negros deviam submeter-se às leis matrimoniais. a sua significação e os seus usos particulares na classificação social variam de uma para outra sociedade do Canbe demográfico.. identidade étnica.e em boa medida ainda é •• que branqueamento ou ocorrem simultaneamente com a migração do meio rural e de brancura e status superior tendem a acompanhar um ao outro. francesa e outras. e o vínculo entre essas identidades e a condição de membro de classe também se tornou mais nuançado. racial. mas cada sociedade emprega o seu código de forma particular. 52. vol. percepção de raça e das forças produtivas no setor industrial. de mineração ou outras. pois tais como os indígenas em Trindade e os chineses em Cuba. a das das relações e estruturas da sociedade. Sidney W. ocorrido também nas sociedades da América Latina. dinami/a -se o setor de fundamental base de classificação: a estrutura de classes. 66 67 . de organização estrangeira.e se estendem no tempo( 12). e deviam pois adaptar-se aos modelos que o exílio lhes impunha(lO)! Enquanto muitos aspectos do sistema tradicional de estratificação da região são ainda vigentes. o desenvolvimento do consumo orientado para o exterior. É óbvio que imigração e o longo período colonial dqs suas sociedades. Contemporaneamente ocorrem novas expansões dá-urbanização e Mas os "mapas" dessas sociedades em termos de "raça". A urbanização e a industrialização sido geralmente verdadeiro . em certos casos implicaram a imigração mais ou fenotípica das populações caribenhas é incomum. p. Mintz sociológica dessas sociedades parece ter aumentado significativamente^ de acordo descreve de maneira bastante clara alguns aspectos da relação entre com processosjiolíticos. 44-45 . (11) Sidney W. 53. No século XX. Assim. citação da p. a emigração de grandes grupos populacionais etc. o crescimento do terciário. Mas quando é visto no contexto das condições foram marcadas por um nítido movimento de ascenso de algumas pessoas não político-econômicas nas quais se reproduzem relações e estruturas brancas. inglesa. e as comunidades que se formaram após a supresão do trabalho servil. Inclusive ressalta a relação entre o processo de diferenciação estrutural e o processo de recriação. nítidos. tanto em Cuba como no Haiti as mudanças políticas contraditório. VI. Essas mudanças afetaram a grande complexidade das composições raciais que organizam e distribuição de pessoas com identidades físicas e étnicas particulares em sistemas movimentam as relações entre negros. ou mesmo etnicidade não são nitidamente correlatas à condição de classe. mulatos e brancos começa a sociais locais. 1 O mesmo processo básico de diferenciação da estrutura social tem rearranjo e reprodução das relações e categorias raciais. tipo físico e contcole dos brancos. encontraremos um tipo intermediário. social e cultural no qual se movimentouo negro e o mulato. Unesco. Primeiro. entre outras direções. Muitos negariam sociais. portuguesa. Dessa fnrma^ a complexidade. em termos de posição ou oportunidades de vida. que passa a influir decisivamente. de prestação de serviços. Em artigo sobre as sociedades do Caribe. alhures. Vrbanization in Latin America. Cor e é um processo básico. do setor econômicas que fundamentam a recriação e a reprodução continua. devido às circunstâncias da menos maciça de europeus e asiáticos em países da área. 13-53. (12) Sidney W. Mintz. a emergência da categorias raciais. Hauser (Editor). heterogéneo ou mesmo diferentes: nas décadas recentes. 1961. não ocorre senão na trama das relações político. raça e organização social. p. na época escravista. políticas do Estado. Segundo. Boletín Económico de América Latina. tornou muito mais as "nações" podiam. As mudanças havidas nos arranjos políticos esclarecer-se. a divisão social do trabalho e a expansão das A composição "racial" do Caribe é bastante diversificada. Em alguns casos. transportes e comércio. o mapa racial dos países da América também alteraram a configuração tradicional. Mass. Mintz. económicas. Cambridge. negras das Caraíbas ou da África do Sul. Ao lado das atividades etnicidade elide o que muitos teóricos consideram como a muito mais óbvia e agropecuárias. a diversidade forças produtivas. As sociedades do Caribe serviços. Daedalus. da mesma maneira pequenas cidades para os núcleos urbanos maiores. naturalmente. À primeira vista. p. mesmo que tivesse comandar as relações sociais(13). tais como o declínio da classe dos fazendeiros locais. o negro(da classe baixa escome.ou outras raças ."^^« <• ^. de que não se transforma Assim. como já dissemos. se _na vida privada. Uma instituição. e como o uma seria relativamente estável. por outro lado. 68 69 . numa mesma alegria. nas fim. a urbanização. na sociedade organizada em termos do trabalho japonês e assjm por diante. à medida que avança oséculo continuadamente tanto o negro e o branco . qualquer frustração. o que parecer ^Consciência de alienação ser. sobrevivência de traço cultural africano ou escravista só tem sentido enquanto elemento cultural inserido nas relações capitalis. ao passo que a outra se modifica.A cultura Por isso é que no século XX as pessoas 'são também classificadas africana e a cultura da escravidão "perdem-se" na cuITufa db cornoJuanc^negro^ mulato^ índio. no sentido de que não evolui. mas por outroUado. um mecanismo de defesa(15). onde não sofrerá. Entre os nepros e mulatos da América Latina e do Caribe. permanece separado ensinado pelos antepassados. imobilizando-se. a sociedade reproduz 1iníãW~õWrm7CT^úTprêaõrnina. 182-183.( 14). ' q u a r t e l e outras esferas da sociedade.da~ATncã~ê~da escravatura perdem os seus significados originais e recriar e reproduzir as relações sociais. integridade ameaçada pelo meio exterior. (15) Roger Bastide. A religião é vivida . As Américas negras.' do capital monõgolista. 120. escola. se procissões religiosas. as cores se acotovelam mais do que se fundem verdadeiramente. a divisão social Ocorre que__na formação sociaj_£a£italista a^organização social flistrinill f» rí»r>l et ctí^FIr>õ^r^íilí^^r^T. se assim posso dizer. italiano. de mineralização cultural. preferindo ficar "entre os seus". em toda a América Latina. (14) Roger Bastide. mesmo na Bahia. ou. não lhe copie os modelos de vida. mulatos. Da mesma forma que as relações sociais. O que parece ser anterior só tem aparência de consciência de alienação tem se revelado mais frequentemente nõs~ anterior. Isto ê. mas cada uma fica separada. preferem viver de organização da consciência negra. citado. Na>ep7oduçãõ^sõcíaRãviaã7iíaTábncã7 assalariado. é a organização capitalista das relações de produção. de medo de que. Nesses termos é que a análise de Bastide ingénua ou críticarTIãs^ongicoês alienadas de vida de negros e adquire significação nova. transportes e ^ k jexo. se o grupo negro tem. no século reproduzidos segundo as condições e exigências das forças que XX. também.. igreja. por negros e mulatos (e também várias categorias de brancos).~tl~™"TTTr í^ ^—^^^___ 1 do trabalho. os preferimos uma comparação com o que se dá com o indivíduo quando sente sua negros na rua. „7. nas regiões de apresentadas por Roger Bastide podem ser vistas como duas formas grande povoamento de cor.para seus filhos. os brancos e os negros têm entre si relações afetivas e se ajudam mutuamente. òTvalores e pTcIroes culturais "herdados'' reproduz-se tanto o que é material como o que é espiritual. que define as religiões que se acham estabilizadas^ ou "em conserva" e as regula as relações inter-raciais de maneira a evitar todo cho. iclade^jiível Q ducacipnalLjeligião. esses fazem amiúde Nessa perspectiva de análise. Pouco a as imagens e os atributos que cada um e todos possuem de si pouco. a expansão das forças produtivas. vezes. industrialização e o crescimento do setor de comércio.mas ela não é viva. haitiano entre as segundas. na dogmática como da prática africana na América.^s Améhcas negras. dominam a sociedade. se viesse a mudar um pouco. os negros.-. da parte da sociedade circundante. Contra o esvaziamento incessante verdade. É claro que as duas são formas religiosas vividas indivíduos. as etnias e as cores. já que evita a luta. cajMtalismo. raça e serviços modificam de forma mais ou menos profunda a estrutura classe social. além~3eoutros'aTributos fundamentais ou secundários? • das relações sociais e. as duas formas da religião negra grandes esforços com vistas a acelerar a integração nacional mas. todas as esferas da vida social são determinadas ou mesmos e uns com relação aos outros. Mas padrinhos ou madrinhas pertencentes à classe dos brancos. das relações de raças . citado. porque se sentem "diferentes". ao contrário da América com o correr do tempo. tanto político-econômicas. como o apadrinhamento se faz segundo a linha hierárquica. recriadas e reproduzidas segundo as exigências das relações político-econômicas do capitalismo. Nesse contexto. p. das exigênciasda produção do lucro e da supremacia fazenda. Ao .que traumatizante entre os religiões "vivas". 'a tas presentes. familiar e cotidiana. Existe aí um fenómeno. com as autoridades municipais. não Religiões em conserva: Queremos exprimir o caráter ferozmente conservador da tenta integrar-se no seu grupo. p. de que permanece estática no cumprimento do que foi anglo-saxônia. isto seria para ela o bem. a . de origem católica. alemão. _mestiço. também os elementos culturais são recriados e na época da escravatura como nas sociedades de classes. A festa. a esfera sócio-cultural naTcjual e mais evidente a compreensão". parentesco espiritual é considerado ainda mais importante do que o parentesco Bastide põe as religiões afro-brasileiras entre as primeiras e o vodu carnal. a cultura negra resiste. é o "apadrinhamento". ou as estruturas valores e prátjcas relij>rosris__As religiões negras parecem ser. mistura de que é objeto. ' "~~^""" ' . o que faz com que o negro não espere do branco senão favores.como X. relações amigáveis com os outros grupos raciais.•— A segregação não é desejada pelos governos: pelo contrário. esta afetividade não impede a subordinação de uma cor à outra. os brancos dançam nos salões. as confrarias dos negros vêm na frente e a confraria dos brancos vêm em seguida. etnia. mais elevadas. onde os bantos. Lembremos como Bastide à parte e fora do controle dos brancos. os maiores centros urbanos são também centros industriais importantes! Numa perspectiva histórico-estrutural. Diante dessa problemática/Bastide sugere que as religiões negras A maioria dos pesquisadores reconhece que nas religiões negras não são africanas. como dissemos. naturalmente. pervertia qualquer padrão de estrutura social que os negros quisessem vistas da falta de luta contra a cultura europeia. p. d& africanos e a escravização destes destruíram amplameri!ê~a~ noS-. Op. preserva. cit. O livre tendem avariarão longo de todas as gradações observadas. particularmente porque a similaridade entre a magia aparece de^Jorma_^inocente".religtóo normas do passado(l6). existem tantos Vodus Os senhores de escravos estavam basicamente interessados nos aspectos tecnológicos quanto são as regiões da ilha e. do poder estatal ou outras oferecia escasso estímulo para a produção artística. estilizada. como nas outras Antilhas ou no continente. mesmo nesse caso os pesquisado. fossem quais fossem as estórias contadas ou canções medida em que se modificarem as estruturas agrárias(21). (21) Reger Baslide. em africana para sobreviver.e'm. Herskovits.. nem que erigir institucionalmente. ou mesmo leis. p. é compreensível. No caso da religião. 122. em menor grau. magia) é considerada uma ^g^j^^jaTlia^ q"«* "prevalecem ou -americanas. 121. organiza. expressões das relações de alienação que fundamentam asrelações seja em outro (22). Em segundo lugar. a magia e a religião. pois que as condições de vida destes. Op. exceto na Guiana e. dl. cit. o que faz fni bastante profunda e com que as seitas afro-brasileiras permaneçam em contato com as religiões mães(17). dos bens e das aspirações da sociedade camponesa nacional. seja no estilo aborígene africano. (19) Roger Bastide.ojado do folclore. cantadas. Na africana e a europeia é tão grande que uma reforça a outra. p. O Brasil nunca esteve totalmente cortado da África e. citado. permeáveis de todos às influências exteriores: (18) Roger Bastide. 123. Ao mesmo tempo. ao protesto duplo. da religião do branco. As Américas negras. p. mudará por conseguinte. mesmo indígena . 55. conforme se reflete na posição As religiões que se estabilizaram. portanto". como o Calimhó dos índios ou o rés tendem a _ ^ espiritismo dos brancos. sublimada.seu característicos africanos mais do que a vida económica. Primeiro.deixam contaminar por \outras religiões populares. música. Op.espiritismo. Op. o sincretismo é tanto mais pronunciado se passamos dos (16) Roger Bastfde. em conjunto. desde que lembremos que a vida do escravo permitia pouco lazer e face do branco.. mas principalmente sincréticas~Para ele o tráfico da América Latina e Caribe ^stão presentes traços culturais africa. p.. inglesas. que tende a tornar-se clandestina sob religiões "vivas". a partir de um ponfp inicial confirmam as observações de senso comum feitas durante a vigência da escravatura. o folclore. no Brasil.particular|com o Vodu do Haiti. a tecnologia ou a arte. evoluíam cada uma à sua maneira(19). os controles externos eram de vários tipos e eram respondidos em diferentes formas. (22) Melville J. rompeu-se em múltiplas seitas í. A incapacidade da arte religião negra. p. cit. sociais. a religião é uma cultura afrícaqa. as Comunicações recomeçam atualmente. a expressão de organização. 121..não altera o espiVifn afhVanr. Enfim: tendo-se tornado o Vodu. enquanto Herskovits ora explicita ora sugere. isso fazia pouca diferença para os senhores. ou se acham "conservadas" e as intermédia deste elemento cultural. o negro também se jefugia. comum. do folclore e da magia. 123. Op. aos bantos. porque a independência persistem elementos culturais africanosjssa é a interpretação que da ilha remonta ao começo do século XIX e levou à ruptura com a África. citado.-124 70 71 . os centros e terreiros afro-brasileiros são obrigados a registrar-se na polícia. pressão e pode mais facilmente ser praticada sem direção (neste caso é de particular dades distintas de organização da consciência social das populações significação a força específica das compulsões psicológicas) persistiu numa forma negras e. (20) Roger Basti de. vari. à preservar. invertfdã. Na verdade. No Brasil. cit. e poucos eram os obstáculos opostos ao seu modo de retenção. para uma mesma região. os verdadeiros candomblés formaram uma Federação religmò dFBãsejfjricâna. como lugar de culto a outro(20).ãTcíónsciêiiciacríticasempré reconhecível em toda a parte. o que não ocorre com outras igrejas e seitas. de um lado contra os passo que a língua e as estruturas sociais baseadas no parentesco e na associação preconceitos raciais. Mesmo quando a reiigiáo negra. p. que se verificam em todos fartem e ntê~*impregnada de elementos provenientes os países da América Latina. ' ~——— esjera da vida social na qual parecem estar retidos muitos traços culturais de origem africana. das Antilhas (com exceção. Religiões vivas: O mesmo não se dá com relação a outras religiões afro. destes últimos. em Aqui é fácil discernir tendências gerais. para o Brasil a ligação continuava. The New World negro. em escravos. -Ocorre q ue na religiâo.. porque esta independência conduziu à eliminação da população branca. resultado foi a falta de centralização para uma religião que.' pôdêrrTsêr tomadas como duas modali. Os negros não tinham mais que lutar A música. 123. daomeanos (Casa das Minas) aos yoruba e. coes sensíveis de um e económicos da vida dos escravos. uma vez cortada as Estas diferenças são provavelmente devidas às circunstâncias da vida escrava e amarras da África._AQ lado da música. Ha r^lipiãn ngffrfl Mp«nn depois de uma pausa relativa. os mais (17) Roger Bastide. protestantes) até á Argentina: l ç ) Etnicamente. e de outro contra a imposição de valores acidentais(lS). demorada. A magia.Alguns autores sugerem que o empréstimo (apesar das rivalidades que existem entre as seitas) para controlar a fidelidade às deeTémèhtos culturais nãoafricanos-catolicismo. retiveram os seus contra a vontade assimilatória desta última. das Antilhas do espintisjnOjjDU do catolicisnip.jaulatas. ainda nesse caso q religião (a. onde os escravos. (23) Roger Baslide. se passamos das religiões "em conserva" às religiões vivas. Mostra que o negro da ^m/r'''a T at'"a_**^rvníy nn Ao longo dos séculos de escravidão.gmn _ SP . Já está sugerido que a religião negra é uma religião de vencidos. resiste . dançavam então diante de um altar católico. negros "livres" e seus descendentes puderam agrupar-se em corporações e "nações". de Ogum ou das ervas de Ocem para lutar contra a divindades africanas. nele não se entra obrigatoriamente por pertencer-se a uma linhagem. Gurvitch chamou de "a sociologia em religião ao povo vencido. enquanto a religião vencida (e aqui tornamos a encontrar institucional ao nível dos fatos de consciência coletiva (fenómenos de. em casas isoladas ou em esconderijos das florestas tropicais. segundb volume. as relações de dominação século XX. onde a mestiçagem cultural é intensa. as alternativas do comportamento coletivo) se degrada em magia ou se metamorfo- 5Ç) Enfim. consiste em assimilar o que vem de fora. mas além de ser o mais estudado. Sim. ou subcultura ou contracultura. quando um povo invasor impunha a sua 4Ç) Sociologicamente. o sincretismo é tanto mais acentuado. cultura não esclarece duas questões básicas. já que a vida de um organismo. tende a se tornar um culto t de O sincretismo por correspondência Deuses-Santos é o processo mais fundamental. Ainda hoje. Em primeiro lugar. celebra-se nos bairros das cidades. às cidades.\ culturação dos africanos. a religião negra é formada como uma totalidade sincrética enquanto raças. O candomblé se refugia no segredo. e Olívia Krahenbuhl. não há dúvida que as relações de interdepen- mais ou menos autónoma. haveria uma zonas rurais.reinterpretaçào). citado. São Paulo. ou reestruturar. (24) Roger Bastide. À ideologia da supremacia do branco negras e brancas. ou articula alguma luta contra a supremacia do branco. É o que ele registra (nos países em que o branco domina as estruturas político- nos dados da tabela V. também para hastirip n i e era_a'frjr. mistério. A regra para a seia em religião de mistérios. ou sob as (25) Roger Bastide. mesmo achando as coisas esquisitas. e em que surgem em algumas análises. p. 142-143. Note-se que a escravatura fni a forma assumida pela catacumba espiritual. tradução de Maria Eloisa Captellato. 1971.e a regra para a magia fenómenos são encontrados no Brasil. na época colonial. o sincretismo é tanto mais pronunciado se passamos das mesclas e correspondências do sincretismo religioso. A religião do vencedor se tornava a única religião pública válida para a nível morfológico (sincretismo em mosaico) ao nível institucional (com. bem como no resto das duas Américas negras. os sacerdotes ou sacerdotisas do Brasil reconhecem opressão económica e racial da classe dominante(25). subalterna e organizada segundo os interesses e o predomínio da Mas ainterpretaçâo da religiãQ negra. Nesse implica a oposição negro-branco. que o sincretismo não é mais do que uma máscara dos brancos posta nos deuses negros(24). Nessa perspectiva de interpretação é que dência e alienação de branco e negro geram um antagonismo Bastide busca as mesclas e as correspondências entre divindades insuportável para o negro. Livraria Pioneira Editora. p. pela intermediacão da' escravatura. 3°) Institucionalmente. dos negros se dirigiam. os subcultura ou contracultura. deuses africanos-santos católicos) e do nível massa total da população.. 72 73 . ^. de dissumilar aos olhos dos brancos suas recinto das seitas fechadas. Por sob os africanismos. e como nem sempre ele cerimónias pagãs. manipulam-se forças temíveis. e que essa aculturação foi forçada. entre outros. 544. é uma espécie de Ç escravos. a da acumulação(23).. Ela apresenta elementos convincentes. muito além das litografias ou das estátuas dos santos. fundada na iniciação e no segredo. não imaginassem que as danças sejam manipuladas contra ele. os escravos se servirem de Exu. As religiões africanas no Brasil. Nesse destruir e recriar. Ambos os religião continua sendo o estabelecimentodecorrespondências. Essa interpretação é bastante atraente. ela transforrna em negro. 2 vols. . de uma categoria social subordinada. apenas ou fundamentalmente processo. receia que tais forças seus senhores. na qual o negro evade-se. é preciso considerar a natureza dos fatos estudados. pela necessidade que por uma iniciação voluntária. enquanto categoria racial criada nas de vencidos que guardam na prática religiosa um dado fundamental relações sociais de produção em que se acha também o branco. subalterna. Para isso. 2°) Ecologicamente. e seguindo o que G. o que fazia com que tem a consciência tranquila em suas relações com o negro. Na visão do mundo do negro. cit. tanto social como biológica. no tinham os escravos. retém ou recria elementos culturais de origem africana política e apropriação económica permitiram à casta dos senhores para defender-se ou opor-se ao domínio exercido pelo branco. Op. o sistema das correspondências. As Américas negras. os elementos culturais da casta dos sentidõ~ a ^religião negra. Mas esse segredo inquieta o branco: ele sente que. esconde-se. as formas de sincretismo variam de natureza quando passamos do estratificada. às. consecutivo à passagem da sociedade mais ou menos igualitária para a sociedade mais ou menos profundidade". estas são hipóteses ou interpretações inscrever-se nos quadros de uma contra-ideologia. Tem-se frequentemente observado que. Pode ser explicado historicamente. é da resistência ao domínio do vencedor. ASSim. Com efeito. claro que a religião pode ganhar o caráter de uma contracultura. Receio absolutamente sem fundamento. corno urna forma de contra- \casta dos brancos. 144. produzia-se um desnivelamento dos valores. ou católicas e afro-americanas. p. -econômicas de poder) o negro tende a opor uma contra-ideologia. sincrética ou não. Religião de vencidos. ^aliejiaçãa vigentes nas relações entre o negro e o brancojjeram . antagOQÍsrnQS._relações de interdependência » . operário agrícola. Nesse contexto^ ai^religião. música. não lhe conferem. portanto. Pode-se mesmo dizer que existe um > componente crítico na religião negra. o escravo é alienado no produto do seu trabalho e em sua pessoa. Note-se que não nego que a religião negra. e em oposição ao branco. co- l s merciante. intelectual. ou se desdcbra nela. estudante. no qual o escravo se refugia. em combinação com a cultura da sua própria condição escrava. em face do branco. É claro_gue_as. seria necessário que o conteúdo da religião negra fosse expressivo das relações de interdependência e alienação que marcam o relacionamento do branco com o negro. E é Is s l "WíáW3l WâW. O candomblé brasileiro. maj. ío vodu haitiano e a santeria cubana contêm elementos sociais que expressam visões do mundo que não são compartilhadas pelo branco. O negro de que falo. ou somente são compartilhadas por brancos que aderem à negritude. expressa. possua um caráter I líf l Ti <* critico ou venha a desenvolver esse caráter. o caráter de uma frente de resistência em defesa do negro. Inclusive o branco.a * antagonismos de raça implica a política dos antagonismos de classe. ou g o l il as formas sincréticas assumidas por ela. pequeno-burguês etc. segundo lugar. sem mais. ou em segmentos da sua . funcionário. Mas não está ainda demonstrado que o conteúdo da religião negra corresponde efetivamente a uma contracultura ou contra-ideologia.0quenãoéclaroé que esses antagonismos expressam e esgotam a condição do negro. Enquanto não se esclarecem essas duas questões. Consciência política o •e a v* '2a a Q s A metajnjjrji^e_doescravo em negro e mulato é também a »P« metamorfose desama forrnlTde alienação a outra.ã si nessa condição que ele reelabora ou recria elementos da cultura III í 35 (3 {« CO W africana. no Caribe e na América Latina.cultura dominante. soldado.ia. Na escravatura. Mas sugiro que os africanismos persistentes na religião negra. Uma questão central.jrolcloree^ língua tornam-se a expressão de um empenho em garantir um^universo sócio-cultural restrito. é também operário industrial. resta por demonstrar-se o caráter da religião negra. na América Latina e no Caribe. ou como e quando a política dos «3 •s « . é esclarecer como^raça e classe se Í* subsumem reciprocamente. empregado. E são muitos os indícios de que os africanismos e III! II l sincretismos 'escondem alguma resistência à visão do mundo expressa na ideologia racial do branco.. jjirma 75 . publicados entre 1915 e 1922. 269-318. ele é negro ou mulato. que ções sócio-culturais e políticas desse universo são dadas pelas se constituiu em 1931. a música. por subalterno. complica. da casta escrava. Getulio Vargas. de finalidade nitidamente cultural com que surgiu . p. a magia. 1959. p ode ser branca. para uma consciência adequada. jornais negros. os valores e as estralaras articulados em torno da religião. que formavam o seu público (27). refúgicu Inclusive toma esse universo sócio-cultural como prova de Nessas condições. crítica. "A luta contra o preconceito de cor". não se apresenta imediatamente como uma consciência política. o negro e o é~óútrosL Os próprios valores políticos das raças ou classes dominan- mulato estão subsumidos na condição escrava. ou confundindo a sua compreensão das próprias condições de vida. Latina e Caribe.. citação das p. Brasileira. social e racial. Brancos e negros em São Paulo. Há casos em que a situação se vols. Como negro. operária (urbana e rural). ainda que de segunda classe. à "arregimentação da raça". A experiência coletiva e histórica de escravo. trabalhador livre. partidos) o negro formalmente livre.a casta dos escravos é de fato outra raça. Os conteúdos políticos da condição social (político-econômica) do Evolução paralela se verificou com a imprensa negra da cidade. Nessa condição. morais. Mas as significa- propósitos mais definidos e combativos. tendo-se passado escravo. as formas. em Roger Bastide com frequência são-jduplamente alienados. que foi extinta pela ditadura instaurada em 1937. alienação e antagonismo das classes Estado de São Paulo(26). "A luta contra o preconceito de cor". sindicatos. A condição duplamente subalterna da maioria logo. música.é_alienado no produto do seu trabalho (quando exemplo. ele recria e reelabora os elementos culturais da sua condição de classe e do seu A formação de clubes e associações no "meio negro" data de 1915. ele organizou na década dos anos trinta a Frente Negra assalariado) e na sua condição de cidadão: é negro ou mulato. politicamente organizada. Em magia. do negro em São Paulo. Entre a abolição da escravatura e a criação de um funcionário ou empregado. folclore e língua acabam por tornar-se o universo tóda^ategõria social subalterna. Dominus Editora. ou mulato.. passando essa sociedade a ter papel na defesa dos negros e dos seus direitos". a sua negação da condição escrava. depois de 1927. Outras organizações^. e assalariado. em face do branco e Nacional. como membros de uma classe social também subordinada a outra. por causa dos da população negra e mulata. sob a pressão da própria situação económica e social outra categoria social.«classes o negro. (27) Florestan Fernandes. não se desenvolvem a não ser de forma irregular. educar e orientar" os negros do relações de interdependência. Consultar também. contraditória mesmo. É verdade superada por força das condições em que vivíamos. A evolução naquele sentido se operou naturalmente. No Brasil. movimento mais explicitamente político. Ao tes invadem e permeiam a consciência dos subalternos. Os primeiros negro. pois que a maioria negra é subordinada a grupos brancos Ê resiste à cultura da escravidão. também nas organizações políticas (associações. a consciência política da situação Sócio-cultural em que o escravo se refugia e guarda a sua rebeldia. citado. Mas. sociais. se tornam "um órgão de educação" e um "órgão de protesto". Companhia Editora como membros de uma raça diTerènfeTinferior. da classe média. em quase todos os países da América problemas sociais que afligiam as pessoas de cor. Mas_. 2 na" q uaTãTriãíõna. Além da religião e arte em geral. 77 76 . Apesar das condições adversas nas quais ele circula no mercado de A dupla alienação em que se acha o negro. As organizações aparecidas não dois. a língua continuam a ser ambiente criado pela incipiente afirmação coletiva do elemento negro. entretanto. Além de operário industrial ou agrícola. propondo-se somente fins "culturais e com a experiência presente de negro ou mulato membro da classe beneficientes". ou está organizando a sua consciência e prática política. nascidas no que a religião. São Paulo. três ou quatro séculos. A Frente Negra Brasileira. A despeito dissojis subalternas.organização de uma biblioteca . lúdicos seu protesto. . propunha-se a "congregar. Como pessoa. A casta dos senhores concede_esse e mulatos. mestiço ou outra categoria racial) na sociedade de classes o negro pode negociar a sua força de trabalho. portanto. entre os negros e mulatos ^consciênciade alienação relações. mesclando passo que na sociedade de . por ademais de assalariado. O negro e o mulato (26) Florestan Fernandes. 283. da mesma forma que entre outras raças e classes que. 281-282. São Paulo. porém. Aqui. A condição de raça e classe subsumem-se reciprocamente. surgem várias manifestações novamente recria e reelabora os elementos culturais da sua condição bastante significativas. pequena-burguesia ou em algumas dessas associações. é recriada e reelaborada juntamente visavam._é_um. em quase todos os força de trabalho (quando é obrigado a competir com o branco^ países da América Latina e Caribe. aparecem com esferas de um universo sócio-cultural importante.foi consciência de alienação po^ènTse7Tira"rsTÍiferencTádas. 1965. Tomemos por exemplo o Centro Cívico Palmares: "A Na sociedade de classes^ no século XX. por intensificado por volta do período de 1918-1924. dificulta bastante a transição de uma consciência "ingénua" (ou mesmo alienada) da alienação. é modalidades de reações. porque são alienados e Florestan Fernandes._É um cidadão. o folclore. assumem uma orientação literária. p. por exemplo. o tende a aparecer mesclada com elementos religiosos. tem dado origem a várias índio. 29 edição. do mesmo autor: A integração do negro na sociedade de classes. têm eleito vereadores. esp. o que tem sido a consciência social. A poesia. 79 78 . e em perspectiva dades. são diversas as estruturas classes sociais hierarquizadas. na mia. negros e mulatos. ou sobrepõem-se a elas. o cinema podem tanto exprimir formas de Siglo Veintiuno Editores. México. artísticas e políticas parecem desenvolver-se cada vez classe. América Latina en su literatura. Mas Colômbia. parece evidente a progressi. 131-140. brancos. debates e consciência religiosa e política como outras maneiras de compreen- discussões. Rio de Janeiro. vai sendo absorvido nas ocupações assalariadas que se mulata é maioria ou está no governo.havida logo após a abolição da escravatura. o italiano. os movimentos multiplicam e diferenciam._São várias as modalidad£s. Note-se que a transição da consciência religiosa para a consciência política não significa. o negro brasileiro evolui de uma situação de ànomia. pouco em algumas sociedades do Caribe. Ocorre que o negro reajejanto às condições reais de vida em que hipótese. a condição racial pode dentes de europeus. conforme o contexto das relações de interdependência. _Mo_Brasil negros. 62-69. A alienação racial produz desenvolvimentos políticos. desenvolvimento agrário. como categorias sociais e políticas às condições adversas que precisou enfrentar.. políticos de negros e mulatos adquirem alguma. o imigrante.cojisciên£Ía movimentos artísticos. pensar. os grupos negros estão obrigados a subordinarem a sua administrativamente o país. em face do branco e de si mesmo. tendência. Nesses casos. como teatro. asiáticos etc.™põ~uco~a ^xnico. Ao mesmo tempo. para uma situação de religiosas. e mesmo lumpenizou-se devido forma cada vez mais nítida. -No conjunto. a substituição de uma por outra.—a pintura. há uma consciência política que se sobrepõe. fazer. ocorrida em 1888. nas quais a população negra e a pouco. deputados esta. 1972. Além disso. Elas não são nem se acha como à ideologia racial do branco. autono- Assmf. o teatro. brancos. no entanto. Depois. o negro brasileiro tem votado nas Esse processo de politização da raça negra caminha de forma eleições políticas em candidatos negros. às outras. índios e mestiços. artística e política às estruturas criadas e duais e deputados federais. Venezuela. Há uma evidente politização dos grupos dominadas por brancos. Penguin Books. desenvolver ou aprofundar a análise dos der. os brancos. a branco. descen. Enquanto operário negro^ exclusivas nem únicas. manifestações artísticas que podem expressar outra ou outras modalidades de consciência da (28) Jean Franco. em negros e mulatos . ou ampla. Depois da abolição.produzidas nas suas relações passadas e recentes com ficas (negros. condição alienada em que se sente o negro.) e as distribuições das raças pelas subsumir-se à condição de classe. a p. para recriar e que o negro tem sido levado a formular e desenvolver. sentir. fhe modern culture of Latin America. Note-se. o negro brasileiro realiza congressos. Nessa época ele é talvez o principal confunde brancos. César Fcrnandez Moreno (coordenador). conforme o país da América Latina e Caribe. Mas assumem o poder político sem alterar a estruturação de classes em que se dividem negros e É óbvio que as mudanças das condições de consciência social não mulatos. raciais. No México. Como desenvolver a sua criatividade e marcar a individualidade e origina. rechaçam as propostas políticas dos dupla condição de vida da maioria dentre os negros e mulatos. Em algumas áreas do país. em várias partes do país mais. colonizadores ou não. com a urbanização e a industrialização. Também organiza oi posto pelo branco (2 8). de forma paulatina ou rápida. Em cada um. na competição coni o potenciais. a formação social capitalista produzidos historicamente: eles próprios acham-se estruturados em assume uma feição singular. mestiços. esp.ou negros e mulatos pobres e negros e industrialização. Além disso. distinguem-se os graus de urbanização. 1970. . em nenhuma econômicas.dÊ. ou começa a ' lidade da sua maneira de viver. que é proibido pela constituição adotada pelo governo em 1969. alienação e va transição de uma consciência religiosa da condição do negro para antagonismo geradas com a reprodução das estruturas político- uma consciência política. o variável. Salvador. o alemão e outras categorias do despeito do vigoroso predomínio do mito da democracia racial. ele se transforma em negro operário. negro e operário. mulatos ricos . em vários dos estados em que se organiza Latina. por exemplo. classes sociais. entre 1945 e 1975. mulatos. São Paulo e Porto Alegre. Nesse caso. Peru e alguns outros países da América os grupos negros. em face da religião e outras formas de organização da indústria ou na agricultura. E há mesmo indícios de que o negro e o mulato se vêem de o negro tornou-se um desempregado. Nesses casos. imigrantes. como por exemplo nas cidades de histórica. índios. Não possuem um partido. p. as atividades . que ambiente racial brasileiro. recentes. sem haver superado as subdivisões sociais em cada sociedade. as composições demográ. Há. para retomar. atividade religiosa. Em anos sobrepor-se. mas com algumas peculiari- a ingressar nas classes médias. É claro que a situação é diversa elemento do exército de trabalhadores de reserva. ou brancos. No conjunto. dança e outros. tanto os proletários como os que ingressaram ou começam tambémjjcorre a mesma subordinação. aceitar ou rejeitar a condição de raça subalterna na qual o negro seus problemas. são os negros e mulatos que se defrontam são homogéneas nem semelhantes nos vários países da América direta e explicitamente com a dupla alienajção em que foram Latina e do Caribe. Enquanto membro de classe. o negro é-levâdo a elaborar uma consciência política dúplice. o operário negro precisa ser melhor do que o operário branco. a ^discriminação ou também a segregação. Na estrutura ocupacional e na escala de salários. o mito da democracia racial e outras expressões da dominação exercida pelo branco confundem ou irritam.ele. A ideolo- gia racial do branco o rejeita ou confunde. e precisa lutar a partir dessa condição. O paternalismo. Enquanto membro de raça. É diante dessa situação. da sua condição duplamente subalterna. a ambiguidade. . tornando mais complexa a consciência e a prática políticas do negro. para reduzir ou eliminar as condiçõeTda sua alienação. Isto é. que o negro toma consciência da_sua dupla^alieriãçaõ: como_ra£tfecomo membro de ceasse. está só.Jnão desfruta dos mesmos direitos do operário branco que se acha em idêntica situação. Nesse contexto.sofre o preconceito. o negro se vê em SEGUNDA PARTE condição subalterna. e precisa lutar a partir dessa condição. prática e ideológica.Para ser igual a um operário branco. Além disso. .o negro. mas não o considera igual. está mesclado com membros de outras raças. KO . é levado a pôr-se diante de si mesmo e do branco como membro de outra raça e membro de outra classe. tanto prática como*ideologicamente. Nesse sentido. por exemplo. o negro está em piores condições. ele . raça e classe subsumem-se recíproca e continuamente. Creio que as manifestações de antagonismo e conflito são mais reveladoras das implicações políticas desses proble- mas. quero fazer dois esclarecimentos preliminares. políticos e sócio-culturais. nas guerrilhas dos negros africanos e na luta armada dos vietnamitas contra a dominação estrangeira. francesa ou norte-americana.de mestiços. essa escala de discriminação pode políticas de situações de antagonismo e conflito raciais em países do ser generalizada no seio dos próprios trabalhadores. económicas e culturais da heterogeneidade racial nesse país. Prefiro concentrar-me apenas em países capitalistas. sexo. situações essas expressas nos rims dos negros norte-americanos. não há dúvida de que elas são menos propícias à interpretação das condições e possibilidades de desenvolvimento dos problemas raciais. nível de instrução. relativamente à demanda. Isto é. Nos conflitos gerados pelos problemas da integra- ção linguística na índia. capacidade de articulação política de suas ideias e outros característicos. sexo. de situações nas quais as raças parecem conviver em acomodação. iguais perante a lei. ocasiões em que às vezes ocorrem mortes.repartição da renda e organização do poder político são ali diversas das leis estruturais que organizam a sociedade capitalista. o trabalhador pode ser selecionado em função da sua qualificação profissional. filiação a Significado político dos problemas raciais partido político. raça. em função do excesso da oferta de trabalhadores. quando as condições são RAÇA E POLÍTICA favoráveis para a demanda de força de trabalho. As condições económicas e políticas das relações raciais concretas aparecem de forma clara nas situações de antagonismo e conflito. se admitimos que as leis de divisão do trabalho social. Mas suponho que essas questões apresentam outras especificidades. os trabalhadores são divididos em negros. por exemplo. filiação sindical. nível de instrução. porque quero reunir elementos e sugestões para a compreensão do caráter das tensões e antagonismos raciais no 126 127 . NJto tratare^de^roblejnas raciais em países socialistas. O resultado óbvio é a sofisticação da escala de Neste ensaio. Antes de iniciar a discussão. a demanda se organiza em função da qualificação profissional. etnia. índios. raça. É claro que as implicações políticas dos proble- que ela pode funcionar como um artifício competitivo. esta tende a tornar-se mais seletiva.. etnia. Quanto mais graus de liberdade tiver. Nessas mas raciais poderiam ser apreendidas também por meio da análise condições. ou estratificada. No mercado capitalista de força de trabalho. Apenas formalmente todos são maneira mais ou menos harmoniosa. Penso que eles ajudam a explicitar a perspectiva analítica em que me coloco. mulatos. também se revelam mais abertamente as implicações políticas. Deixando de lado o fato de que essas situações parecem ser menos frequentes. Na indústria. ou em processo de integração. na medida em mundo capitalista. implicações essas invisíveis ou não expressas nas situações de acomodação e integração. estratificação social. Ao mesmo tempo. religião. idade. económica. pretendo fazer algumas sugestões sobre as implicações discriminação. segundo critérios económicos. e outros atributos. política e socialmente. Com isso não pretendo sugerir que esses países não se enfrentem com questões raciais mais ou menos relevantes. idade. religião. a demanda é sempre seletiva. cidadãos. brancos e outras gradações. Myrdal. políticos das tensões e antagonismos raciais. Unesco. ocorrida em 1947. ainda. E cabe lembrar. do mesmo autor. iniciada em cos e físicos. 1949. de raça social. ou muito difícil. Para isso. e não no de raça biológica. 1967. Na índia. jip raciais seriam ininteligíveis se examinados em si. New York. Em outro plano. muitas vezes. A (2) Estas são algumas publicações nas quais se registram e discutem as preocupa- ções e os programas da UNESCO relativamente a tensões raciais: Otto Klineberg. London.Brasileira. consultar: Charles Wagley. New York. Inglaterra. quarta parte. maia e inça. cap. situação essa asiáticos defrontam-se com os problemas criados pela multiplicidade na qual os critérios biológicos são geralmente menos importantes. essa é uma maneira de apanhar as dimensões políticas dos vamente à igualdade política e intelectual dos cidadãos. Alemanha e Suíça. com. Outro grupo de países. The Laíin "The UNESCO project on international tensions". 1956.contexto de situações coloniais e imperialistas. e do movimento aprista do Peru. e das muitas e longas guerras sentido estrito. que os programas educativos. I. The race question in Editora Nacional. a mudança sociais. por um lado. 1968. dentre os pelo modo de apropriação do produto do trabalho social. Unesco. aliás. às vezes amplamente. 1944. Grécia. Companhia Sociologie. traços. Em termos totalmente diversos. Tavistock Publications. são organizados e definidos pelas 1910. se a análise não apreende os conteúdos e as implicações mente verdadeiro para os Estados Unidos. é Inglaterra e alguns outros países. afirmar que os indigenismos da revolução mexicana. reprodução e te. creio que se pode diferenças de atributos. surgido na década dos vinte. dente como a_prática das^ relações entre as pessoas. Race relalions. nos países do mundo capitalista. N" l. não há indícios seguros de que o mito da democracia racial as relações. nantes e cidadãos. Paris. 1960 (28 no Brasil. e outros países. culturais e de Antagonismos e conflitos raciais pesquisas sociológicas e antropológicas iniciados e estimulados pela UNESCO desde 1947. Penso que é impossível. não produziram melhora substancial das condições de vida das Essa colocação preliminar indica que. na medida em que as políticas relevantes para a nação. Librairie de Médicis. Espanha. apresentam Neste ensaio. 1972. Paris. V: Michael bulletin. os grupos e as preender as condições de resolução de problemas raciais. nos classes sociais revela a^persistèncTa e. relati- meu ver. África do Sul. branca. 11-21. Unesco. entre árabes e judeus. Harper& Brothers Publishers. os seus idealizadores pretendiam (2). apêndice I. raciais ou não. Isto significa que as raças são tomadas nas de operários imigrados da Argélia. racial. 128 129 . Portugal acepções dadas a partir da perspectiva das próprias pessoas envolvi. esquecidos. é surpreen- problemas raciais. São Paulo. países africanos e das na situação social concreta em que se encontram. International social science American tradition. nos quais os conflitos raciais indispensável que a análise passe pelas relações sociais estabelecidas entraram em etapas políticas novas. ou socialmente recriados. segundo os componentes desde a independência. os processos e as estruturas económicos e políticos que deixou de ser uma expressão da ideologia racial da classe dominan- governam as condições básicas de estratificação. não produziram os efeitos civilizatórios que O que surpreende e desafia tanto cientistas sociais como gover. étnica. Esse é o contexto em que se torna possível conotação racial das várias guerras havidas nas últimas décadas no pesquisai e interpretar tanto os fenómenos de relações raciais. racial. Ocorre que_a noção sociológica de raça nos étnica. Da mesma forma. An Amerícam dilema. Brasil ou outros de tensões. Association Internationale de II. sem conexão com Brasil. Lê racisme devant Ia science. antagonismos e conflitos~déTvãsè~raciãl. Rio de Janeiro. índia. Paris. Brancos e regras em São Paulo. Columbia Universirv Press. na incorporação antropologia e a genética. Editora Civilização. 4. quais encontram-se a França. os problemas de base sociais da situação (1). África do Sul. Rodésia. 1957. surgidas com a sociológico. edição. p. como os fenómenos de ressurgência de identidade mantidas pelos vietnamitas contra invasores franceses e norte- étnica e racial em níveis nacional e internacional. para usos internos e externos. Itália. Paris. Êtats de tension et Banton. marcas ou outros elementos fenotípi. o agravaffieTlTo Estados Unidos. relações sociais de apropriação económica e dominação política. linguística e religiosa têm gerado tensões sociais e coloca diretamente diante de relações políticas. 1959. entretanto. Paris. (1) Quanto ao conceito sociológico de raça. Paris. De Ia nature dês conflits. cap. pane Tensions et conflits. Octavio lanni. Hadley Cantril. americanos. em Oriente Médio. a meu ver. os problemas populações de origem asteca. 1951. 1973). Gunnar compréhension Internationale. linguística e religiosa de suas populações. dado pela expansão capitalista baseada. a noção de raça está usada no sentido situações de tensão^-cojiflito raciais também novas. 1951. É sintomático. Raças e classes sociais modern science. Vol. Librarie de Médicis. Roger Bastidee Rorestan Fernandes. é que os problemas raciais parecem antes agraVar-se do que resolver-se. e situações nas quais mesclam-se raças e classes sociais. A 1 despeito da contínua difusão e propaganda dos ideais gerados com a cultura burguesa do capitalismo europeu e norte-americano. por outro. Tssõ^ê eSpécM- países. . no entanto.ao mesmo tempo que são a Em 1974. Unesco. à ocupação forânea. ou rel . Contrastando com isso. terras pertencentes a latifundiários europeus e. apesar de as potências imperialistas terem investido enormes quantias. Também manifestam-se no de participar das atividades económicas e comerciais. em população indígena. capitalismo e racismo. neocolonialistas ou imperialistas. pois. A importância relativa e absoluta das dimensões económicas. consultar: Apanheid: its effects on educalion. dentro e fora de Israel. A população indígena está. 130 131 . religiosas ou outras naturalmente varia em cada colonial e racial e ocupação estrangeira de lutar por sua libertação e para recuperar o situação específica. situação racial na África Meridional. (4) Transcrição de Folhade S. 6 África do Sul. culture and information. os antagonismos raciais fábricas. science. a ONU . a companhias estrangei. indústrias e mundo capitaJister Em distintas gradações. colonialismo ou países dependentes. a ONU voltou ao assunto. 1969. de base racial mais ou menos evidente. _as_ antagonismos sociais. 2 de maio de 1974. entre a acumulação capitalista e a exploração do negro pelo branco. ao formular recomendações a afirmação de alguma especificidade racial. Serviço de deve ser criada nova ordem económica mundial". asteca e maia continuam a ser uma parte importante da que se especializam as companhias concessionárias. pois. o desfavoráveis. exercida pelas companhias estrangeiras e pelas ções políticas. religiosa.da qual a UNESCO é uma A prestação de assistência aos países em desenvolvimento e aos territórios organização afiliada . em países latino-americanos nos quais populações de ras. e sugeria que a estar mesclados com formas de estratificação social. que essas e outras minorias brancas (3). em face dos países têm à sua disposição indústrias. itas condições mais entre populações de . tipo. não elimina as suas implicações raciais. indigenismo. o panarabismo e o islamismo. como servir á exploração dos monopólios estrangeiros e das autoridades coloniais que os apoiam. 'ideologias sociais. aeroportos e outras riquezas criadas à custa do sangue e do suor da No presente. A ênfase cultural. Dessa maneira. a países árabes e nos quais predomina a religião islâmica. em ideologias desse as potências coloniais obtêm lucros ainda mais altos. p. New York. normalmente são muito inferiores aos preços médios pagos aos fazendeiros europeus tradições históricas e culturais comuns foram herdadas do colonialis- e aos preços do mercado internacional. 17. em conjunto. Ocorre que os antagonismos raciais tendem sempre a lutarem por sua emancipação económica e política. nos territórios coloniais. nos seguintes exemplos: o tribalismo e a negritude. nem as suas significa- sendo objeto de uma dupla opressão. de base. transportes e comunicações . O direito dos países em desenvolvimento e dos povos de territórios sob dominação políticas. elementos constantes e às vezes fundamentais em muitos países do Como os meios básicos de produção . Os camponeses africanos são obrigados a cultivar apenas aqueles produtos em origem inça. em países O domínio da agricultura pelos monopólios levou à alienação das terras da africanos de população negra. Eles só podem vender suas safras população. 1969. O destino a ela reservado é o de âmbito das j-ela^õejjjilexnaciojnais. relações económicas e estruturação do poder político. Interesses económicos estrangeiros e descolonizarão.estão nas mãos dos capitalistas estrangeiros e aparecem nos mais diversos países desde os Estados Unidos e a dos habitantes locais a eles associados. unindo e divorciando países. ou outra. organização das ONU se empenhasse em ajudar esses povos nessa luta. sob o título "ONU : (3) Nações Unidas. minas. os quais. na década dos setenta. portos. É importante observar. política propósito da exploração de matérias-primas em regiões coloniais e . Em documento de 1969. Paulo.origem judia. giosa. Quanto ao problema racial na Informações Públicas. ou melhor. a * micos e políticos relativos às condições coloniais e de dependência minoria de exploradores brancos locais e os monopólios estrangeiros a eles aliados de países asiáticos. É importante notar. que As populações indígenas africanas permanecem em uma situação miserável. sempre em detrimento das populações indígenas políticas e do neocolonialismo em todas as suas formas e que chegou a exercer ou estão exercendo domínio efetivo sobre os seus recursos naturais e atividades africanas. nessas recomendações votadas pela Assem- bleia Extraordinária das Nações Unidas sobre Matérias-Primas. maioria esmagadora dos camponeses vê-se obrigada a arrendar. o hispanismo em alguns países latino-americanos cujas para os agentes dessas companhias e a preços por estas determinados. Como as melhores terras foram tomadas pelos estrangeiros. tendem a ser com frequência éontra-ideologias. p. E apontava a relação entre raça ao apanheid ou que são objeto de coerção e agressão económica ou de pressões e economia. racial são mão-de-ohra africana.especialmente as terras. o sionismo. os monopólios estrangeiros e mo espanhol. colonialistas.registrava a persistência e o agravamento da submetidos à dominação colonial e estrangeira. estimadas em os problemas raciais estão postos junto com os problemas econô- mais de 5 milhões de dólares. a população indígena vê-se privada do direito África do Sul até a índia e o Brasil. Reeenh€cia-a direito de-os povos coloniais imperialismo. étnica. Nesse documento. à discriminação. Paris. uma agricultura altamente desenvolvida. raciais. africanos e latino-americanos. cidades. fica evidente a articulação entre económicas que estiveram ou permanecem sob domínio estrangeiro(4). Respondem a algum tipo de racismo. mas é inegável que umas e outras coexistem e domínio efetivo sobre os seus recursos naturais e-as suas atividades económicas. 261. confor. esse paradoxo não pode ser satisfatoriamente explica. as tensões e os mantinha quase a mesma. históricas de sua formação demográfica. Sweezy. por sua violência. Ásia e Américas. que em última instância podem explicar a York. pois os brancos perfazem 4. Podem ser reencontradas nos riots. em praticamente todos os países capitalistas. em 1940 havia 13 porcento de brancos desempregados. na África do Sul. É evidente. 289. políticas e outras. salvo. ou na Irlanda e cento do que era recebido pelos brancos. Assim. na fábrica. em dada sociedade. (5) Paul A. ou mesmo invertidos. 1972. condições sociais e técnicas de organização do trabalho. Em alguns países.certamente estão inspiradas pelo interesse de mui.influenciam-se reciprocamente. Prentice-Hall. é claro. em 1948 a renda antagonismo e conflito raciais. em separado e mesclados. Englewood Cliffs. Mas todas as condições histórico-culturais trabalho. às vezes as duas integradas numa só. no entanto. ao mesmo tempo que se multiplicam as situações de renda auferida pelo branco. parece acompanhar a história das relações político- e^onômicas das classes sociais e dos grupos raciais nelas distribuídos nos Estados Unidos ou no Brasil. pesquisas. 1966. o problema da matança de judeus pelo ção no produto do trabalho social não se explicam apenas pelas nazismo alemão. enquanto que os não brancos alcançam 11. as raças que participam em menor grau do produto do próprio ções e ideologias raciais. condições económicas. 0 valorizam-se cada vez mais os ideais de igualdade intelectual e não branco (negro. Com isso não económicas. é evidente que os brancos são menos atingidos pelo desemprego. é evidente que os conflitos de diferenças de preparo profissional. também se explicam pelas mundo capitalista. Monthlv Review Press. São também essas raças que podem reivindicar emimenor mais significativas reaparecem nas situações concretas presentes. Em 1962 essa Condição racial e desigualdade económica desproporção é maior. Assim. nalização. 132 . Além do mais. New econômicas. a importância das condições trabalho social é geral. culturais e políticas de educação e profissio- tos em compreender e resolver esse paradoxo.0 da força de trabalho Grande parte da problemática relativa às relações raciais. dependentes e média dos não brancos do sexo masculino alcançava apenas 54 por dominantes. aparece de Não é surpreendente. na França ou Inglaterra. ou grau de socialização nas base racial ganharam dimensões inesperadas. que a renda per capita dos norte- modo mais ou menos claro no seguinte paradoxo: Difundem-se e americanos também varie segundo a condição racial. por exemplo.9 por cento. Muitas discussões e fazenda. mulato. em dado país. me essa problemática manifesta-se em países capitalistas.5 os não brancos na mesma situação. os casos. ou no Oriente Médio e na Europa. chicano e outros) em política de todas as pessoas ou cidadãos. São as relações político. na violência guerrilheira. ser mais agudos em 1974 do que ao término da Segunda Guerra Não é necessário lembrar aqui que essas diferenças de participa- Mundial. na atuação de partidos políticos de base racial. por exemplo. organização política e sofisticação ideológica. Michael Reich e Thomas E. Todas as A meu ver. na índia ou A verdade é que a participação desigual das raças no produto do Brasil. Weisskopf (Editors). académicas e não académicas. como ocorre na explora. segundo as classes sociais. Nesse país. essas diferenças raciais. p. sobre fenómenos raciais no quanto ao tipo de preparo profissional. seja nos Estados Unidos ou África do Sul. p. África. racial. The conflito que se repetem em um e muitos países. religiosa e te. são forma decisiva na maneira de organização sócio-cultural das rela. em todos relações de produção. Edwards. parecem cento do que era ganho pelos brancos (6). Inclusive Ela se verifica na Europa. em cada situação específica. ção do trabalhador negro em distintos contextos. pois. apareçam ideologicamente defleti- e concentrados:Nos Estados Unidos. O preconceito e a discriminação quero dizer que as condições históricas e culturais de formação das raciais estão sempre inseridos dinamicamente na prática das sociedades multirraciais não sejam importantes. Tanto assim é que a história dos antagonismos e conflitos raciais. em países coloniais. desempregada (5). na cidade e no campo. sem distinção de raça ou geral participa em apenas mais ou menos cinquenta por cento da credo religioso. em ideologias raciais e religiosas. pesquisas económicas. em sentido lato. As raças é evidente que algumas situações cruciais passadas influíram de definidas ideologicamente como inferiores. Em 1969 essa relação se no Canadá. Baran e Paul M. capitalist system. persistência e as transformações das situações de antagonismo e (6) Richard C. Monopoly capilal. mas eram 14. em várias ocasiões dos. sociológicas e antropológicas mostram que as do enquanto a análise não busca as raízes económicas e políticas das raças subalternas são discriminadas na prática cotidiana das relações desigualdades raciais. portorriquenho. Inclusive pode verificar-se que al- guns dos antagonismos estruturais básicos. pois que os não brancos percebiam 59 por antagonismos raciais e religiosos. escritório etc. Nos Estados Unidos e na África do Sul. Mas é inegável que a maioria dos desempregados são membros das A política das relações raciais raças subalternas. compram a força de trabalho imigrante estabelecem barreiras no Brasil e na África do Sul. controle e repressão das raças subalternas. Rio de Janeiro. London. Kegan Paul. dos trabalhadores nativos. Em boa parte. na África. América Latina e Ásia. participam em menor escala do produto do trabalho A história das raças subalternas e dos povos dominados. nas mesmas condições. publicado em Guy Hunter (Editor). New York. Da mesma forma. mais se internacionalizam e menos desenvolvidos. como na índia. 1957. 135 . castas mais ou caráter internacional do capitalismo. Política externa independente. do mercado de força de trabalho (8). Industriali. portorriquenhos e chicanos nos Estados trabalhadores. Reflexões sobre o racismo. Knopf. citado. o negro no Brasil. mostra que eles têm reagido sempre em subalternas são menos visíveis. Alfred A. N ? 3. culturais e políticos. Tanto^assim liberdade do trabalhador. Nas religiões afro-americanas. trad. racismo e conjugam manifestações religiosas e de identidade racial. 5. capital e a tecnologia. Glencoe. London. Social change:'the colonial situation. ou pertencen.P . em comparação com os trabalhadores brancos. sionismo. parte II. o hindu na Inglaterra. E claro que uma e outra não são perfeitamente harmónicas entre si. nos começos do século de cada país pode ser vista também em escala internacional. Rio de Janeiro. Levinson. 1966. os membros das raças nacional e internacional. neste Essa distribuição desigual das raças na estrutura sócio-econômica século. Trubner & Co. social e cultural dos paquistaneses na Inglaterra. fenómenos migratórios. Em alienação económica encontram-se em: Everett C. Nem por isso.' vel compreender de outra maneira fenómenos como os seguintes: parte 11. em escala internacional. D. seja o podem estar em regressão. (8) Julius Isaac. dominantes. Trench. sempre esteve presente o elemento racial. John Wiley & Sons. nos países dependentes e salion and race relalions. São Paulo. Harper & Brothers. esp. Economics of migration. reserva tende a ser formado pelos membros das raças discriminadas. na França e nos Estados Unidos. no entanto. diversos movimentos religiosos. económica e cultural dos povos asiáticos e africanos. Zahar Editores. são evidentes as suas implicações raciais. 8 e 10. V. W. possibilidades de mobilidade sócio-econômica dos imigrantes (de primeira e demais gerações) nos países adotivos são menores que a escala. Where peoples meei. o chicano nos Estados ou subalternas. caps. 1952. R. nas classes médias e dominantes. 1960. E. discriminação racial. no entanto. As passado. em níveis social. Franklin Frazier. os com as condições das raças subalternas. Jack Woddis. as pessoas deixam de ser classificadas segundo a condição racial. caps. 1947. tribalismo. Os fenómenos messiânicos. esp. 1950. hinduísmo. 8-39: J . Isso é assim na índia e no México. . Seria impossí- Race and culture coniacls in the modern world. J. ou discriminadas (7). As pessoas e os grupos podem distribuir-se por raça. p. negritude. Hughes e Helen M. messianismo. Sartre. muitas vezes preservam-se e refinam-se Unidos. Race relalions. e dos povos latino-americanos. com frequência mais visíveis quando se confron. tanto no século XIX Todo país produz uma forma singular de hierarquização racial da como no XX. Marvin Harris. Ao contrário. guarda alguma congruência com a lógica das relações de produção. cap. esp. Ou jurídicas. Michael Banton. política. VI e V I I : Immanuel Wallersteir. Stanford. esp. ou argelinos e espanhóis na França. 1966. que os membros destas raças. políticas e sociais delimitando o âmbito de circulação do seja. seja a mão-de-obra. The Free Press. T. Hughes. nal de trabalho também faz circular internacionalmente as técnicas tam as condições de vida dos trabalhadores das raças dominantes de seleção. Os países que tes a estratos sociais privilegiados. Adorno. coloniais e no seio das raças subalternas. filiação política etc. The authoritarian personaiity. estão sempre altamente determinados pelas exigências sua população. Nem por isso. ou classes. E. Nas lutas pela emancipação ausentes. trad. mesmo que empregados. Herbert Blumer. muitas vezes (7) Alguns dados e análises sobre pluralidade racial. O mercado internacio- as desigualdades. conflito e reforma em Moçambique". 1965. mais raros ou mesmo totalmente termos religiosos. Oxford University Press. estabilizados ou em regressão. Quanto mais se desenvolve o religião. não é certo que o desenvolvimento económico capitalista "estrangeiro" ou seu descendente. Difusão Europeia do Livro. New York. África: as raízes da revolta. (Editor). Guinsburg. 1961. o índio no México. ao a generalização do trabalho livre implica a generalização da mesmo tempo que por sua situação sócio-econômica. a condição racial também tem estado de alguma forma presente. a lógica da discriminação racial Unidos. New York. esp. em termos sociais e políticos. de Waltensir Dutra. estamentos. As castas intensificam os movimentos das forças produtivas básicas. culturais e políticos. N. Isso é verdade para hindus e melhore generalizadamente o nível económico. que. budismo. Frenkel-Brunswik. Um operário que não é por mero acaso que em cada país o exército industríãTUe argelino na França é sempre e ao mesmo tempo argelino e operário. entre povos "Industrialisation and race relations". "Raça.. Aliás. de J. em vários países da América Latina. L'Empire Isto naturalmente ocorre ape"nas na esfera das relações de trabalho. nismo social inerente à cultura imperialista. Da mesma forma. no qual se religião e seita. a industrialização faz com que as tensões sociais predominem sobre as raciais. Em alguns casos. Richard Hofstadter. isso não significa que essas jogo a religião. tiveram que realizar todo um longo e complexo processo de trabalho assalariado abre possibilidades a todo tipo de trabalhador. Ao lado de outros significados específicos de cada sempre renovadas manifestações de darwinismo social. El asalto a Ia Em resumo. Mas é importante não esquecer que essas ideologias e movimentos Mas também no interior dos países dominantes. London. no interior de dado país. Hannah Arendt. panarabismo e outros. A. de Wenceslao Roces.culturais e classes dominantes. eles são emancipação política. esp. Fondo de Cultura Económica. conforme como um operário da mesma categoria do branco. caps. seria impossível compreender a violência Esse seria o caso do México e Brasil. Paris. 1946-70. o eurocentrismo. têm sido obrigados a lutar contra um Nos países da América Latina. discriminação. Boston. diversões e amizade . Publishing Company. um lado. The University of Michigan Press. The social . da mesma forma que grupos raciais subalternos. a democracia liberal religiosas.relações de vizinhança. Dulles. intensificou-se o preconceito e tornou-se mais acentuada a 1965. quanto às mesclam o etnocentrismo. entre outros. a ideia de uma identidade racial mínima. ou formas não ocidentais de compreender e organizar a categorias raciais. aparece nas Argélia. de trabalho. quando os negros começaram a cap. esp. Para ser reconhecido especificidade das tradições culturais. 1958. religião ou raça. é também a história de muitas e exploradas. entra em distinções de sexo. Sócia! Darwinism in American thought. Ao analisar a relação entre industrialização e relações raciais no Brasil. Gordon Connell-Smilh. É o que tem ocorrido com as minorias raciais. estão se transformando com a urbanização e a industrialização. para mencionar exemplos <• atividades rurais e industriais. no Brasil a industrialização tem desempenhado um papel duplo. Por outro. conforme a situação particular. Cleveland. em geral identificados com outras raças. tambérnentram em linha precisa ser melhor que o branco./islamismo. Unidos e outros países. o capitalismo industrial. Claude Julien. mulato. 136 137 .. o operário negro a diversidade racial maior ou menor dopais. a identificação entre seitas e religiões dos brancos. Muitos políticas. Roger Bastide fez as seguintes observações: (9) Quanto às relações entre imperialismo e racismo: Georg Lukács. VII. nos Estados povos colonizados. 14-18. chollo. mais ou menos velada ou Aliás. Hobson. México. é inegável a sua conotação antagonística. em países latino-americanos. J. dentro de dado país ou nas relações com religiosos. 1968. competir com os brancos. 1959. negro e outras comunismo. para conseguir a sua independência política. os donos do poder. sem elaboração de uma nova identidade. política da Guerra Fria dos governantes norte-americanos nos anos É claro que as relações raciais na América Latina. 6 e 7. 1967. Oxford University Press. esp. em suas funções de uma espécie de contracultura de raças subordinadas e implicações políticas e culturais. Ann Arbor. Em distintas gradações. Mas não é da guerra que os norte-americanos fizeram contra o povo do Vietnã evidente que essas mudanças estão resolvendo as questões raciais. 1966. a situação de trabalho é de conta as bases raciais. Ou seja. ou a índia e a Indonésia. o Egito e a aberta. Por razón. sem levar em conta as convicções do puritanismo civilizató. nos anos posteriores à Segunda Guerra reações às condições de antagonismo e conflito em que raças Mundial. ao mesmo tempo que elaboram e reelaboram a sua e o clíiriax do processo histórico (9). por exemplo. índios e branco e civilizado. O resto da vida Américain. no começo do crescimento industrial. parece evidente que algumas persistente e continuamente reavivado darwinismo social. Imperialism. para realizar a sua importante. trad. o puritanismo civilizatório. p. The origins of totalitarianísm. mas sempre a possibilidades são na prática iguais para todos. identidade. mestizo. idade. distinta e em alguns casos em aberta oposição à dos Seria impossível compreender as compontentes "irracionais" da brancos. Aliás. religiões de base indígena e africana desempenham inclusive as toda a história do imperialismo europeu e norte-americano. continuam a ser distin- vida) * guidos dos brancos. em outro a língua predominante. sem incluir na análise a ideia do "perigo" amarelo de mistura com o Parece claro que o índio. a identidade entre os mestiços parecem refugiar-se de forma sublimada em suas práticas povos anglo-saxônicos. Além do mais.continua a ser regulada pelos inter-American svsiem. Negros. The Word rápido. parte II. Editions Bernard Grassei. ainda que seja a mais ao menos em oposição ao colonizador. Se é verdade que a institucionalização do diversos. os antagonismos e são frequentemente reações às ideologias e movimentos dos grupos e conflitos de base racial encontram expressões religiosas. políticos e científicos para desmascarar e negar o darwi- países dominantes. Em graus variáveis. Essa discriminação. em períodos de prosperidade e crescimento económico Beacon Press. os povos da África e Ásia tiveram que elaborar elementos subalternas são colocadas. mais rio simbolizado na política externa posta em prática por John Foster ou menos notáveis havidas nas últimas décadas em alguns países. esp. apenas uma esfera da existência do trabalhador. à tendência integracionista proposta segundo os termos da americano é antes de mais nada axiológico (l 1). possessivos e vorazes europeus. A convulsão. sobre o seu grupo racial. O desemprego valores e padrões raciais que haviam sido produzidos em quatro relativo maior entre os negros dos Estados Unidos e a mortalidade séculos de escravização do trabalhador negro. eles mostram grande iriteresse nos pensamentos de Mão Tsê-tung. as ideologias e os movimentos de base racial desenvolvidas entre os negros dos Estados Unidos começam a negar passaram por transformações notáveis nos anos cinquenta e sessenta. na sociedade de classes. jurídicos ou principalmente áreas. tem se consolidado no pensamento dos irmãos. americano propõe. Mais que isso. e muitas outras. publicado por Guy Hunter (Editor). a violência. p. A. mente àqueles. 1 vols. Vietnã. p. malignos. Malaia. que põem em evidência toda a sua situação económica.. É claro que as duas tendências coexistem e desenvolvem-se no interior da socieda- (10) Roger Bastide. citado. Aliás. que negam cotidiana. As suas teorias abstraias. Giap e o Tio Ho (12). antropológicos. culturais e políticos. o dilema norte. as tensões e os antagonismos política e cultural. simbolizando e exprimindo grande parte da de possessão e voracidade porque o seu caráterestá feito dessas «coisas (13). 9-29. adota e desenvolve interpretações políticas pròpriiis. proposta por Huey autónoma e eminentemente política. p. 1970. a organi/uçúo É de supor-se que as novas configurações sociais de vida na económica. London. Raças e classes sociais no Brasil. os negros norte-americanos passaram a organizar-se e atuar de forma A mudança para uma posição revolucionária antiestablishment. cidade. Soledad Brother (the prison letters of George Jackson). e mesmo depois. tomada em suas linhas Newton. São Paulo.padrões tradicionais. é óbvio que se criam relativa maior de negros norte-americanos na guerra do Vietnã são fatos novas possibilidades de organização e expressão dos seus interesses transparentes. por óbvias razões de interesse próprio. (n)Ibidem. ideologia racial dos brancos. ele aceitava de forma passiva ou ativa a política de integração subordinada. O negro no Rio de Janeiro. o negro norie- industrialização (10). 50. governan- emergentes e predominantes nas novas condições. "The development of race relations in Braeil". Lênin. enquanto às suas tendências predominantes. citado. talvez se possa colónias negras da América.o branco. e aceita por uma grande parte dos negros. 26. Essa é a política na qual os brancos organizam e propõem o estão ocorrendo pela mesma razão. políticas racistas ou integracionistas propostas pelos brancos. 139 138 . as relações raciais. implementada e controlada segundo os interesses do estejam criando condições e perspectivas totalmente novas n. A sua filosofia sobre o governo e a economia tem subjacente uma intonação egoística. Pinto. Dominus Editora. Até a Segunda Guerra Mundial e mesmo alguns Marx e nas realizações de homens como Chê Guevara. a luta em todas essas problema racial em termos morais. citado. produção científica até então. tanto as políticas integracionistas como o próprio regime político Depois de muitas décadas de aceitação mais ou menos passiva de económico com o qual se identifica o branco. Eles dominante. cidadãos. Coreia e aqui nos Estados Unidos branco. nascem da mesma fonte: os maus. Companhia Editora Nacional. Octavio lanni. tomaram as formas conhecidas porque eles norte-americano realizada por Gunnar Myrdal coloca a questão em padecem da equívoca convicção de que o homem somente pode garantir-se melhor. tes ou não. Quanto aos problemas de preconceito e discriminação em ambientes urbano- industriais brasileiros. À medida que o capitalismo destrói e reelabora os suas possibilidades reais de existência livre e criativa. da Costa Penguin Books. 60. que ainda coexistem com os novos padrões surgidos com a Nas décadas dos cinquenta e sessenta. opõe-se a tendência política independente e agressiva de uma parcela da população. no entanto. e os da prática das relações raciais. (l 1) Gunnar Myrdal. ções principais. Eldridge Cleaver e Bobby Seale como uma solução para os problemas das gerais. Induslrialisation and race relations. Nkrumah. implementada e controlada pelo Os acontecimentos do Congo. Isto é. económicos. Pouco a pouco. às negros brasileiros. A integração do negro (12) George Jackson. termos de desencontro entre valores culturais: os da ideologia neste mundo inseguro. 1965. negra dos Estados Unidos. citação da p. L. São Paulo. anos após. o branco. política e cultural do país e outros aspectos da sua existência. Não é por acaso que a análise do problema racial relativas à economia e à sociologia. que propõem a igualdade e a liberdade entre todos os tratam de impor as suas teorias a todo o mundo. as novas correntes políticas e culturais Nos Estados Unidos. desenvolvidas em séculos de treino. Ele descobre que a política de dessegregação ou integração racial estava sendo proposta. An Americandilemma. Agora dizer que a história do negro norte-americano revela duas orienta. 1953. pela propriedade pessoal e privada de grande riqueza. Assim. descobre que o tipo de vida que o capitalismo desenvolvimento de ideologias e movimentos políticos entre os norte-americano lhe oferece não corresponde ao seu ideal de vida. definida. Para ele. consultar também: Florestan Fernandes. e em conexão com as relações de produção na indústria. Esse é o contexto no qual o negro norte-americano raciais são recriados nos quadros das tensões e antagonismos sociais possa a rejeitar politicamente as políticas raciais dos brancos. amarelos. Em todos os países. A análise dos antagonismos e conflitos raciais vigentes nos mais alemã. religiões etc. no entanto. instância. cultural e inclusive quanto ao grau e tipo de desenvolvimento das relações linguística pode gerar situações menos tensas e violentas do que nos capitalistas de produção. com frequência em condições subalternas às dos brancos que se acham na mesma categoria social. segundo as leis da divisão do •ordem político-econômica e de pensamento estabelecida em confor. São dois pólos. . Entretanto. cinquenta e sessenta em diante transformou-se qualitativamente o tipos de heranças culturais etc. não mos e os conflitos raciais nesse país passaram a ser. os antagonis. substitui ou recria continuamente as relações econômico-sociais e políticas preexistentes. ao mesmo tempo que índios. nos diferentes setores produtivos. ou quanto a línguas. ao passo que os negros e os mulatos se encontram fundamentalmente política. revelam que em todos há algum tipo de assimetria evidente na produção industrial. ao passo que outra . que esses países não são diferentes integração harmónica das raças. Todos midade com os interesses da classe e ou raça que detêm o poder. composição absoluta e relativa de capital. características do capitalismo. segundo a ideologia Portanto. tecnologia e comér. políticas e cultu- Eles^são apresentados e apreserítam-secomo prova de que o sistema rais baseadas em diferenças raciais. ao lado das diversas crenças religiosas. religião e outras submergem nas assimetrias reveladas na hierarquia das raças^ Há uma raça que relações de produção capitalistas. Mas essas situações não são estáticas.de norte-americana. A verdade é que a história do capitalismo demonstra que esse Problemas raciais e contradições estruturais modo de produção rompe. nas quais se envol- mos em termos de classes operária e burguesa. paquistaneses. e estilo das tensões e dos antagonismos raciais. definida segundo os termos da ideologia e classes sociais. jjs tensões e antagonismos raciais alimentam-se basica. mudança das condições políticas e económicas. situados nas classes assalariadas. italiana. Na índia. distribuição assimétrica dos vários grupos raciais pelas distintas jurídica ou antropológica. belga. o capitalismo . todos continuam a existir como mente das assimetrias económicas. as tensões. ou a Ásia. pois. a apenas em sua composição racial. automaticamente. uma questão aberta. francesa. burguesa dominante. O preconceito. Isso é o que demonstra a história da expansão imperialista inglesa. nos dois países. a outros) países capitalistas apresentam marcadas similitudes DJI discriminação e a segregação deixaram de ser uma questão moral.. na qual castas e estamentos. discriminação generalizada. na extensão da dependência de capital. ao passo que o Brasil é ainda uma nação dependente e subdesenvolvida. Elas modificam-se com a de desenvolvimento das relações capitalistas de produção. know-how. negros. se pensamos em o país mais avançado do mundo capitalista.es sociais. históricas próprias de cada subsistema nacional. línguas etc. brancos. os Estados Unidosisão Estados Unidos. económicas. sociais. trabalhadores livres etc. sejam os Estados Unidos e a África do Sul. em geral. na gama das possibilidades Peru. a despeito das diferenças estruturais processo produtivo e de apropriação do produto do trabalho coletivo 140 141 . Cada país e situação tem a sua especifi- de cultural. ou econômico-social. Mas é inegável que desde as décadas dos determinadas pelos graus diversos de desenvolvimento económico. As notáveis diferenças de grau. por exemplo. conteúdo da ciência dos brancos. No sistema capitalista. Ao contrário. para boa parte elimina o fato de que os brancos dominam o poder político- dos negros /norte-americanos. e__segundo as condições hindus. ou eliminam as desigualdad. Mas também revelam que atuam nos quadros da recria essas diferenças continuamente. em formação ou expansão. é inegável que esses (assim como caráter da situação racial nos Estados Unidos. holandesa. se pensa. necessária e econômico. Sob certos aspectos. nem significa. Esse fenómeno é particularmente índia e o Brasil. em particular.social é aberto. graus de desenvolvi. ou outras tendem a situar-se no proletariado industrial e agrícola. a pluralidade racial. a pluralidade racial não garante a Convém observar. política e cultural que tende a corresponder às diferenças sociais de idade. as tensões e os antagonismos raciais são qualitativamente diversos. são as condições económicas e políticas de organização do cio externos etc. políticas e culturais operários e burgueses. Mas não é certo que as relações capitalistas de produção destroem Com freqiiénciajos mestiços encontram-se em posições intermédias.. especificida. pasflfcn a ser cidadãos.. distintas e distantes. história demográfica. portuguesa e norte-americana na diversos países. tório. Em última tecnologia e força de trabalho. México e gradações bastante. Na prática. trabalho social e estratificação social que lhes são próprias. a heterogeneidade racial tende a constituir-se num princípio classifica- mento tecnológico. Desde essa época. África e América Latina. ou países com composições raciais tão distintas como o Brasil. mestiços etc. sexo. vem os membros de umas e outras raças. Eles são diversos cidade. intensidade. Nos países da América Latina. tende a concentrar o poder económico e político. 450981 reduzem uma à outra. Discriminação violência racial têm as suas raízes nas contradições po»ico. índices para catálogo sistemático: 1.4493 incompleta a interpretação de problemas raciais que não incorporas. 61.451042 (18.) 301. -301.) 301. encaradas como estruturais. -301. Ideologia y política. Empresa Editora Amauta.a sociedade capitalista revela uma capacidade excepcional para controlar. Bibliografia. e 18. articuladas de modo hierarquizado. Titulo. operários.15 (17.que tendem a comandar ou influenciar decisivamente as relações e classificações raciais. em conformidade com as 18. Estas tendem a ser subordinadas. em face dos princípios classificatórios estabeleci- dos pelas condições político-econômicas. Lima. 1978.. as manifestações de tensão e 1.4510420981 17. as determinações raciais deixam de ser importantes. Brasil: Escravidão : Política 326. e 18) 2. adquire indubitavelmente característicos especiais quando a imensa maioria dos explorados está formada poi uma raça e os exploradores pertencem quase que exclusivamente a outra (14). Escravidão: Política 326 ( 17. É claro que raça e classe não se 17. 17.) (14) José Carlos Mariátegui. Racismo : Sociologia 301.) 330. . ou as ideologias e as praticas nas relações raciais.122 (18. e 18. Nem por isso. -301. disciplinar. todavia.0981 (17. 4. Escravidão : Sociologia 301.) .4510420981 (18. campo. Mas j»afl tem mostrado capacidade especial para resolver as situações de CIP-Brasil. Brasil : Racismo : Sociologia 301.) 1969. pessoas. Capitalismo : Economia 330. Catalogacão-na-Fonte Câmara Brasileira do Livro.45 sociais. sejam 17. racial . Capitalismo 2. econômicas que caracterizam a sociedade capitalista. SP antagonismo e conflito segundo os interesses das raças discrimina- das.) 5. em geral são mediações sócio-culturais e políticas 17.Brasil 4. e 18. os grupos e as classes sociais se definem e atuam como (Estudos de problemas brasileiros) produtores. Octávio..4522 (17.) 142 6. -330. Com frequência elas conferem sentidos especiais e complementares as determinações político-econômicas. Escravidão no Brasil I. burgueses etc. amadurecidas ou em situação de crise. 3. Daí os frequentes desdobramentos e irrupções de tensão é violência racial. 1926— Ocorre que os antagonismos e conflitos sociais de base racial estão Escravidão e racismo / Octávio lanni. reprimir ou dar novas soluções aos antagonismos e conflitos sociais de base racial. neses. — São Paulo • HU- sempre imbricados nas condições económicas e políticas nas quais as CITEC.45 (17. realidade primordial. -330.450981 (17.15 78-0841 18. Escravidão 5. secundarias ou mesmo reflexas. Em resumo. Mas seria equivoca e 18. cidadãos. CDD-326 importantes no contexto das relações entre classes e subclasses 17. Discriminação racial 3.451042 relações de produção e apropriação.122 elas classes sociais em formação. e em certas situações as mais importantes.4522 ser compreendidas em sua especificidade. Os valores e padrões de comportamento racial.) 301. p. são determinações importantes. oprimidas ou subalternas. II 7e lanni. -326.. trabalhadores assalariados. -301. A luta de classes. que precisam 18. -301.0981 se a condição das pessoas na estrutura de classes da sociedade.4493 (18. -301. Mais que isso.
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