O.Corpo.Consente

March 29, 2018 | Author: rapha.rezende | Category: Placenta, Pregnancy, Mouth, Muscle, Adolescence


Comments



Description

IIEste é o ii o I-Uinn /.IUn- /. 1114 e. eol-U 4t4 /.s -Uptes, d4 cont4 o ,!IU e i.p il-Uentou enc seu e pe Í.eu n4 p1,óp /.c ne. , ....• , p tn-e sse guiu no e «ceses, /.n Uitt isso, et4 su« pes,! COI-U /. e intdi e i . el-Up l I-U4 gene o 4 e COI-U f/. .stin4 /. ,!ue é O seu jeito QUANDO O CORPO CONSENTE Marie Bertherat Thérese Bertherat e Paule Brung s ... 1114 ,!ue níio n-4j4 e,! oco esses no e eceses ,!ue 4 to /.I-U I-Uíieníio e el-U c e ii c UI-U4 ~uíie, ese COI-UO ... e tn-e /.t, /. esco . e 4 IUn-4 - ,!ue jut g conn-ue tíio Í.el-U-, e e et4çíio 4 su p e, encn-e o-4 4te i4 e e speito. UI-U4 ii I-Uíie ptn-4, pente, p 4t g0 4téI-U e 41eto e nn-o. $otic t4 e i.p iênc i4 COI-UO peut4. ese e tn /.t 4 Tradução ESTELA DO SANTOS ABHEU 4n,!ü /. e tn-e e i,ptic4 o jo go l ç4s ,!ue nd4 se 1-U4niles /.l-U. p p ie-tn-e c4to e 1-U0 I-UentosI-Uuito c os 12414 12414 4 nO co n4sc l1- tento. s en« s 4n4tôI-Uicos e lisiotó gicos c etos, des -U n4 I-Uíie o gosto se ç ies sutis, o ese » n- .it41 t os ec o ó io po COI-U n te , COI-U 1997 continuo no oullO orelha ( Est ob CO o o gin t ente e cês co o titulo , po Édiliol1s du uil. is, /996 Co iglit © Édiliol1s du euil. e o /996 Co ght © i tins ontes Edito .. uto, 1997. para li prcscn«: l di Slill l' edição gosto de 1997 Tradução DO oi public Sumário I I E EU DI DI Consultoria técnica DI . Edson J. io - ncu oci gi e o ge! - especi li e e úbli b ll - ginecolog e obstet Revisão gráfica Cecíl d s Prorl ução gráfica Ge o es Paginação/Fotolitos tudio 3 Dese ol ento Edito i l Capa II l Laub Int u 7 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIr) (Câmara Brasileira do Livro, SI', Brasil) Bertherat. Marie Quando o corpo consente I Marie Berthcrar. Thérêse Bcrthcrat c Paulc Brung : tradução Esteja dos Santos Abreu. - São Paulo: Martins Fontes, 1997. Tüulo original: A Primeiro mês 13 Segundo mês 15 Terceiro mês 27 Quarto mês 41 Quinto mês 49 Sexto mês 57 Sétimo mês 95 Oitavo mês 107 ano mês 117 Trê s m s depois ... Movimentos 135 Referências bibliog 131 corps consenrant. Bibliografia. ISBN 85-336-0652-4 I. Bebês - Desenvolvimento 2. Cuidados pré-narais 3. Gravidez 4. Miie e bebê I. Bcnhcrat. Thércsc. 11. Brung. Paule. 111.Título. 161 97-2601 COI)-618,24 Índices para cal:íloJ.!() :-;i",tcllllilicn: I. Cuidados ri é-natni-, : Obstctrícin I>18,24 2. Grnvidc/ : Pl'cpmnÇno 1111\'11 nascimento : (I Oh,tCll'fcin () 18,24 3, Pr pnruçüo (l puno: OlhlclI íclll (,18,2-1 ru,." I odos () l l rescrvados ontes Edito . NIICI (·ol/.II'III('f{'() N'II//(/IIIO. 33013</0 01. o il {('/ (011) 2.19·3677 t-as (011) 605-6867 0,1 di/'I'IIO,I para UIII'II/'io n tin« ('-/11(//1: i/!f(l(rL/II{{rlin~fol/les.(,ol1/ li 11/1:1"I '1' '1' ',II/fI ri i on I(',5 .('0111 Introdução Este é o diário de minha filha Marie. Com palavras simples, cheias de bom-senso e sinceridade, ela conta o que experimentou em seu corpo e percebeu na própria carne. Durante nove meses. Para lhe transmitir isso, ela prosseguiu sua pesquisa com inteligência e rigor. Sempre de forma generosa e com a doçura obstinada que é o seu jeito de ser. Mas, que não haja equívoco. Esses nove meses de in-' certeza, de alegria, de ansiedade, de triunfo que a tornaram mãe não devem ser vistos como convite à caminhada fácil; nem estímulo para o comportamento condescendente e a atitude submissa. Com a força de sua experiência e de sua busca, Marie lhe diz:" ão se deixe tapear." Dar à luz é uma aventura pessoal. Diante das normas consensuais da medicina, não renuncie à sua autonomia; se sua gravid z não apre enta sinai de patologia, não se deixe irnpr ssionar .orn o aparato do "progresso", sem I r pronto a int .rf rir ..Telas de ultra-sonografia, uniforrn 'S bran 'OS, luvas de látex, perfusões, seringas ... E I ;ISSiSI i :1 :t1gll ns I artos. Difícil de esquec r. A erno<::10, ;1 illlvl1Sitl;1 I· 10 mom nto. O suor, o sangue. Além til' umn ('(li,,,; I .1 111;lis. Na sala toda branca, sob a luz fos1()lI'SI'I'IIII', () 'nrrl' algo que vem da noite dos tempos. P()I ('11111' I), npurclhos niquelados, laqueados, cremad()'" 11.1 11111.1 t'SIK' .ic de magia. E isso costuma aconte7 ----------~~ QUANDO O COlU'O CONSENTE .. ---------------------------• INTRODUÇÃO cer sempr no mesmo momento: no momento em que as contrações ão mais fortes, um pouco antes de aparecer a cabeça da criança e seu rosto coberto de secreções, como o de uma minúscula estátua velada. É aí que surge a magia. Chamo isso de magia, por não achar outra palavra melhor. Uma energia que não tem forma nem cor perpassa a sala. Vinda de onde? De dentro da mulher que lá está dando à luz? Energia que, por um breve instante, é palpável. Um instante muito rápido. Algo de selvagem, grandioso, violento como a vida e a morte. Mesmo quem tem o couro duro não fica insensível. a opinião das parteiras mais calejadas que conheço, a rotina não consegue apagar de todo essa impressão de estranheza. Não é surpreendente que se procure amordaçar e cercear essa força que brota de um corpo de mulher; tal força é quase intolerável para quem não estiver ali intimamente envolvido. Subjugar uma mulher grávida não é difícil. im, eis o paradoxo. Nesses momentos, ao lado de tanta força virtual, há muitos temores secretos. Muitas dCIViIas perguntas que ficaram sem respo ta. As mudanças [u 'S P r b m no corpo e as outras, mais profundas, que o Ih não ê. O embrião, oculto ao olhar, está tão pres .nt i quã ausente. O hábito de confiar em nossos olhos, e ap 'na n I s, nos deixa desconcertadas, preocupadas om aqui! qu é chamado o Mistério da Vida e que se passa dentro, na escuridão de nosso orpo. Torna-se então muito fácil sujeitar-s ,entregar-se às autoridades. É muito fácil confiar tod s os poder s a quem supostamente abe, mai do qu nós, o qu stá acontecendo conos o. Um médi o, um spccialista, um aparelho de ultra-sonografia, um exame de sangu , um exam ' de urina, qualqu r oisa nos inspira mais confiança 10 que nós m esmas. Enquanto isso, d ixamos scapar o essencial... Não r len 10 nos fiar em nossos sentidos, privadas de nos8 sos s entidos, passivas e submissas, optamos por deitar, desistir, d ixar-nos adormecer e ane tesiar. E, no ntanto, a natureza fez tanta coisa para transmitir a vida! Não m de esforços para produzir milhões de esperrnatozóid s cheios de audácia para se propulsarem e uma incansável seqüência de óvulos. Com prodigiosa força de atração, ela lança machos e fêmeas uns ao encontro dos outros. Prepara o corpo da mulher do modo mais engenhoso, a fim de facilitar o contato. Sua solicitude chega até a mergulhar o embrião num líquido salgado, muito parecido com as águas do oceano primitivo. Como para propiciar a vida, cujo despontar se deu nesse elemento. Depois dis o e de tantas outras façanhas destinadas a preservar nossa reprodução, como imaginar que, na última etapa, ela vá sabotar todo esse seu projeto? Como imaginar que o corpo dos mamíferos humanos não seja capaz de dar passagem ao fruto admiravelmente cultivado durante meses? Como imaginar que a natureza tenha justamente esquecido de prever a saída? "Todos nós somos belos e bem feitos" é o que reitero em meus livros. E o corpo da mulher é adequado para dar passagem ao feto que ele formou e carregou. Paule, uma parteira muito entendida no assunto, com quar nta anos de ofício, explicou a Marie como é feito o seu corpo e como preparar-s . Como deixar a criança passar pela via estreita. Facilitar a passagem, dar à luz com um corpo que consente, eis o segredo de Paule. Também a você, ela vai contar seu segredo. Escute essa mulher muito especial, profissional até a ponta dos longos dedos, que nem por isso deixa de ser calorosa e que fala com a ousadia de tantos anos de sucesso. Se acaso você estiver preocupada e sentir necessidade - posso imaginar - de uma palavra encorajadora, de uma explicação prática, deixe-se levar por Marie e Paule. Ela sabem do que estão falan 10. Vão ajudá-Ia a desco9 • • • • • . E também todo o trabalho com o corpo. a visão. Quando engravida. Fiquei emocionada. Os próprios sentidos estão subjugados por um deles. fez questão ele dar-lhe o nome de "Eugênio". Para tornar-se disponível à viela desse outro ente pequenino." O menino que acabava de nascer quando ouvi essas palavras pela primeira vez deve ter hoj vinte e cinco anos. o bem-nascido. O momento é já. qu você m havia ensinado. mas não apenas para aqueI em questão. "Ser é nunca parar de nascer". a natureza lhes oferece este presente: apagar a dualidade de seu ser e tomar consciência de sua unidade. Para sentir mais estabilida10 de e ficar menos vulnerável. um pouco surpresa. a compreender como facilitar o parto. ouvi essas palavras várias vezes. Essas mulheres nasceram para si mesmas na hora em que lhes nascia o filho. a mulher tem mais do que nunca o sexto sentido que lhe dá acesso ao próprio corpo. A cabeça ignora o corpo. moldada d eI ntro. E todas as jovens mulheres que haviam sido minhas alunas acabaram me ensinando por que. Durante nove meses. do qual as pessoas nada sab m. Como ignorar o interior qu se impõe a cada momento? É impossível adiar para outro momento. Sua mãe. "Foi minha boca que me ajudou de fato a ter um parto feliz. amado. ser é apenas uma fachaela. e a cabeça contém dois cérebros. é êse tbe 11 . Também eu vou lhe falar do trabalho que você pode efetuar em seu corpo e seus sentidos. Desejado. Desde então. sonhado mas. e a organização dos músculos. é preciso que você concentre todo o seu ser. Para muita gente. Ajudá-Ia a ser você mesma. a fachada.QUAl DO O COlU'O CONSENTE INTRODUÇÃO brir as potencialidade que há em você. é preciso tomar consciência da profundidade que existe atrás da fachada. e1isse-m certa vez uma delas. existem as sensações e emo õ s enterradas dentro do corpo. Meu trabalho era de fato uma prepara ão para o nascimento. mas ainda não compreendia. uma linda jovem de peI muito clara. isto é. Ela pressente que precisa se concentrar para. dois hemisférios. Para coabitar com outro ser num mesmo corpo. você precisa estar disponível a suas próprias ensações. dos quais sab m muito pouco. depois. Permitir o nascimento é o oposto da submissão cega. Não é indispensável estar grávida para ter a sensação de conter em si dois estranhos. que bloqueia a passagem de todos os outros. A musculatura do corpo é feita de duas partes conflitantes. eu as ajudara a dar à luz eI modo natural. Para a mulher grávida. apesar de tudo. O milagre é que as mulheres são capazes de reunir corpo e espírito. que muitas vezes se contradizem. o físico e o psíquico. Por trás da fachada. muda e se transforma. sem jamais ter pensado em prepará-Ias para o parto. se separar. a força e a fraqueza. estranho. Não é fácil sentir no próprio corpo a presença de um corpo estranho. anta) i sein (seio). mas de tanto impacto que torno a me levantar para conferir a fita do teste de gravidez. Estendida na cama. Pés encostados na parede. por homofonia. como se houvesse recebido uma missão. cujo primeiro sentido. há um jogo de palavras com o vocábulo enceinte. é "re imo": "o que delimita um espaço. estou eufórica. Nem consigo imaginar. investida do quê. (N. Investida. "Filha" me é bem mais próxima. não consigo pensar. da T) . pouso as mãos em minha barriga. G mais do que em "estado de gravidez". de bruços. na incrível temeridade dos bebês que decidem crescer num ventre de mulher. Nunca eu havia pro.PRIMEIRO MES "'- • I~ de novembro Esta manhã o céu está todo azul. Mas. Só quero continuar deitada com esta revelação no meu ventre e saborear sua presença. como se fosse uma cerca. um azul de inverno. Estou grávida. Então. Eu já conhecia 'você está grávida'. sinto-me em estado de secreta defesa". Olho o sol que faz desenhos no teto. Penso na audácia deste bebê. a autora faz aproximações com inte (. Leio a bula de novo: ece u lin no q da t s nte. Olhos fechados. De costas. olhos abertos. 'ela está grávida'. e impede o acesso a e e espaço". Além disso. Fran- • No original. muito luminoso. a cabeça mais baixa.nunciado ou escrito "estou grávida". ocê est g . traço leves círculos em torno do umbigo enquanto olho o teto. não sei. A palavra "mãe" soa para mim estranhamente abstrata. Frase banal. segundo o dicionário Petit Rob rt. Seja como for. quase ofuscante. estou grávida. Levo alguns segundos para perceber uma pequena senhora. Ela a hora marcada para a ) imagens "reais". Fico pensando no dia de sua concepção. na incrível batalha que um espermatozóide e um óvulo travaram para se implantar no meu útero. mas.. de onde parece vir o som. ) uma das salas de espera. Disse a mim mesma que. apesar de minhas tentativas. Náusea de mulher grávida. A ansiedade continua presente.. e isso me dá coragem. mas de mim. náusea de mãe ansiosa. Esta manhã acabou-se O consultório de minha obsessão: tenho primeira ultra-sonografia. Que determinação! Ao mesmo tempo. mais sinto meu bebê decidido . Tenho a impressão de que o pequeno ser que habita em mim tem uma vontade de ferro. que ainda não estou preparada. O pequeno ser que ocupa meu corpo e minha mente nem chega a constituir uma imagem. a mulher eleita.. Não a respeito dele. mas não estou J ) ) • I~ de dezembro A medicina moderna prefere oferecer-Ihes imaterialidade não gosta do imaginário das mães. Um grande aparelho munido de tela oferece um halo luminoso. conhecer-lhe com vontade. Gosto de ser a mãe escolhida por meu bebê. Fecho os olhos e não veJo nada. sua realidade ainda me escapa. mesmo assim para uma por- não sei de onde ela vem. é porque acha que eu sou capaz. SEGUNDO MÊS () () • 27 de novembro Quanto mais os dias passam. Há horas em que me digo que não vou conseguir nunca. Entro. "Senhora Bertherat!" A voz é imenso. não consigo deixar de ter dúvidas. se ele está aqui na minha barriga. mas eu a mantenho à distância enquanto olho as nuvens que correm pelo céu. sento-me em . E me vira o estômago . No entanto. "Doutora M:' indica a placa no alto da porta. não em geral.J ) é neutra. A sala está às escuras. () • 28 de novembro Esta presença invisível me inebria. profissional. a forma. Dirijo-me ) ta entreaberta. Esse bebê não passa de uma euforizante obsessão. Eu poderia consultar um manual. Hoje readquiri confiança. nem o preocupante embrião que deve ser. De minha capacidade de ser mãe. calcular sua altura e seu peso. Nem o nenê bochechudo que ele ainda não é. cinzenta como 14 15 ) . A ansiedade me aperta o coração.() () () j) ( ( QUAl'<DO o CORPO CO SENTE çoise Dolto dizia que os bebês escolhem seus pais. mas particularmente agora. atocaiada num canto. u in cujo nece l ento nõo ui o de oito di de à doto su- o que é a ultra-sonografía? A ultra-sonografia é um exame baseado no princípio dos ultra-sons. pergunto procurando controlar o tremor de minha voz.Isso não combina com o tamanho do embrião.1 que grudou no 17 16 . "Esses batimentos. Passa-se sobre a barriga da mãe um emissor-receptor de ultra-sons. Os ultra-sons recebidos são imediatamente traduzidos em imagens na tela e mostram. pergunto como uma tola: "Tão pequeno e já tem coração?" A ratinha não se digna a responder: O coração deve ser o que aparece em primeiro lugar: Sem coração não há vida. A Ora. registra: id in Meu bebê. ao mesmo tempo.tenho. chamado sonda. bam." No relatório da ultra-sonografia. Está muito pequeno. "Tire as meias e deite-se aí!" diz ela mostrando-me com um gesto do queixo a mesa de exames. M. levanta-se . luminosos. bam. Eu já gosto tanto deste meu embrião. sentada à mesa. Logo. A cavalgada desenfreada ressoa por toda a sala. é uma coisa que me tranqüiliza. os morcegos ou o golfinhos. Não sou dada a me lembrar desse tipo de data. A ratinha observa a tela. (.QUANDO O CORJ)O CO SENTI'. desse modo. não é? "Por favor. Seu silêncio é uma tortura. É absolutamente que lembra depressões anticiclônicas: por mais que eu arregale os olhos. A tela defronte fica cheia de pontos impossível decodificar a imagem. Estes usam os ultra-sons para se situar dentro da água. Com um rápido movimento circular. mas esse coração deve ter um corpo. "Não se pode fazer nada. mas por certos animais como os cães. mostre-me o bebê na tela. mas não diz nada. se há coração.." Ufa! a ratinha falou. corrige ela secamente e. não vejo nada que se pareça com um bebê ou com um pedaço de bebê. ela liga o som: bam. há vida. não. sinalizando assim aos golfinhos a presença de um banco de peixes ou d um rochedo. . Foi em I I de outubro! Tenho certeza.Aliviada. embrião". me comunica que há "descolamento das membranas com hematoma no pólo inferior do ovo". pega uma espécie de caneta de ponta achatada e passa-a pela minha pele. Pai"que não está crescendo direito? O que eu fiz de errado? A ratinha não tem piedade. a Ora. esses sons não são percebidos pelo ouvido humano. parece mesmo um ratinho.. Está absort na sua papelada. por causa do focinho pontudo. A ultra-sonografía obstétrica utiliza o mesmo princípio. meu bebê tem coração. Em compensação. _ Bebê. "H um! . porque .diz a ratinha. é o coração dele. gosto muito deles. "Pode se vestir:" A ratinha volta a sentar-se à sua mesa e me pergunta a data de minha última menstruação. Em geral.em pé. nele e refletem e retomam. M. "O que devo fazer?". é bom sinal. ela besunta minha barriga com um creme frio. Esta envia ultra-sons em dir ção ao útero e dele receb um eco. SEGUNDO MÊS um ratinho. Bem. Muito agudos. ou melhor.meu embrião não é normal. Arrisco 30 de setembro. Por que ela não fala? O que há de errado? Para completar o suspense. Compreendo que ela não quer me tranqüilizar: Só me resta voltar para casa e disfarçar os olhos cheios de lágrimas. É só esper I~" Mas esperar o quê? Minha língua está tão céu da boca. Não me enganei de porta. Um o quê? Um machucado? Será que eu esbarrei nele sem querer? Que mãe desastrada. Emitem vibrações sonoras que. tenho quase certeza do dia em que fizemos esse bebê. o que se passa no útero. ao encontrar um obstáculo. Eu gostaria de soprar minha t irnura. pensa-se em algo inerte dentro de uma casca que quebra. lábios. Perceber diretamente as informações da musculatura confere à pessoa uma confiança em si tão profunda que nada mais poderá usurpá-Ia. "Vamos tentar 'trabalhar'?" Ela não responde. só deixa entrever sinais cabalísticos. desfazer os monstros. na realidade causa pânico. o técnico.acabo de compreender agora . e u sopra :1 \11. orno 'li gO. Pela pele. eu conseguia. respiração fluida. Resolvo trabalhar os músculos dos maxilares. coração sereno. gostaria d soprar e transmitir. ouvidos e olfato. pelos olhos.não há nada de mais onfiávcl do qu a rapid 'Z a pr cisão d bilhões de 'lulas para garantir sua segurança bem-estar. para agarrar-se no interior de t u útero. Mas não é isso.\ mente. que supostamente deve dar segurança. meu ofício .111 i:1 do ela se machucava. ti s . ou excluí-los. se forem grandes ou pequenos demais.consiste apenas em ajudar as pessoas a desfazerem seus monstros. Entretanto. deita-se de costas. tem uma tela no lugar dos olhos. em desacordo com a norma. sãc os seus .Mas o exame. tantas mulheres desesperadas. Em nenhum outro momento é tão necessário habitá-I o com conforto: maxilares relaxados. levando-as a tocar a realidade mais tranqüilizadora: a do próprio corpo. Iunca com as técnicas do meu ofício. a sabedoria. Um exame. há tantos anos. feito para mostrar.1. Um hematoma é coisa corriqueira. músculos flexíveis da cabeça até a ponta dos pés. a boca que mais parece um'] 'slr 'il:\ linh:1 :11'1'0xeada. 18 nao tem ouvidos para escutar e só pensa numa coisa: faz 'r a triagem dos embriões. '01110:ll1ti. batalhando. Quando se diz 'um ovo'. sob um aspecto tão banal que ninguém desconfia da carga de angústia que eles podem provocar. ão é de admirar que fiquem machucados. junto com sua placenta gêmea.tO fundos. o aparelho. um aparelho. 19 . do meu para o orpo I 'Ia. grudado no aparelho. Agora." Ela aperta os lábios.) ) ) TI-TÉRESE QUANDO O COlU'O CONSENTE SEGUNDO MÊS j ) ) I I I I \) I I~ I I I Ela me dizia "sopra". mas o queixo começa a tremer. mas que não perde a noção do mundo exterior.gurança. Nunca tratei minha filha. s us n rvo são mensageiros através do labirint I corpo.. O teu bebê acaba de viver umas semanas agitadas. do coração. Vejo seus olhos que de r pente S' tomaram (. e vejo seu queixo espetado para o alto. a nuca tensa como e estivesse lutando para manter a cabeça fora da água. quando ela tinha um pesadelo. flexíveis e muito resistentes. na realidade calma de seu quarto e de nossas vozes na penumbra. como qualquer mancha roxa. só faz um gesto com a cabeça. Gerar uma criança torna o corpo muito alerta ..um universo fechado em i mesmo. os monstros são muito mais terríveis. Antigamente. Go taria de soprar esse conhecimento vindo do corpo. cujas mucosas e tão todas congestionadas. Tratei tanta gente. Os ovos humanos são irrequietos. a humildade e a paciên ia d tantas gerações de mulheres ant s d Ia ant s d mim. quer sorrir. "Os primeiros tempos do embrião de bebê não são nada fáceis. você está em contato permanente m o interior e o exterior. fica bom sozinho. considerá-los dentro das cat gorias estatísticas.justamente porqu . para alimentar-se.11 de poder soprar e aconchegá-Ia no 010. Eles batem e apanham. um profissional. em meio a restos de células e de serosidades sanguinolentas. . Dependem de uma r de de nervos paral Ia. Os olhos ficam marejados. nem um olhar. Nosso corpo. e o e cheg l bios. toldar o olhar. j que os il os. Coração disparado. Não deixar nada passar para fora. bloquear a respiração. é to. o oração dispara no peito. Formular palavras em pensamento é possível. p t nto do eito do esque en no de e c po uns segundos. N m um rito. Mas. para poder relaxar-se. tinentes. dosa-os e os distribui. e c língu be g . Obse co o t pi se n c ep nd Por que a boca? Por causa de todas a palavras que ficaram presas em tua língua. trabalho este que nosso cérebro consciente tem muita dificuldade de analisar e compreender. os pulmões respiram. Refaz o ento ou d s s. tent ndo sol es pel s in g . cerrar os dentes. nosso corpo freiou com todos os músculos. se ecis en-se. sent . as palavras gaguejadas não são per. é c sudos l . De língu l g -se. bater no próximo não se faz. a garganta apertada. porém.spiração. mãos úmidas. 21 / 20 . expressar dor e cólera. É o responsáv 1pelo teu bebê. Por fim. os músculos se contraem e. o l o e o e o o supe . e não precisas querer. E mais nada. que el ocupe todo o ço e e e . atropelam-se umas às outras. lima r . ficam à espera de uma ordem que não chega. Ele dispõe os hormônios n cessários. Não no momento exato. Detido em seu movimento. ou pé. na hora do nas imento. os punhos se apertam. como fazer isso? Muitas vezes. Ou estacar. o sangue circula. e ece s lguns segundos. Sair correndo não se faz. para que tudo aconteça perfeitamente dentro de teu corpo. O embrião do teu bebê aninhou-se em teu ventre graças a ele. Todos os outros movimentos propost S stão reunidos no fim do livro. acaba-se esquecendo. podes no ch que é lh . d lt p u n boc . que representa sua obra pr ciosa. Neste exato momento. Frear é tudo o que ele pode fazer. o teu coração está batendo. fugir se forem fracos sempre foi a forma de reagir dos seres vivos. o ritmo e a duração das contrações. -os is ol co molar. Desse modo. chamada sistema neurovegetativo. entre os dentes.propor perguntas. nem mesmo ter conhecimento disso. g . Mais tarde. não consegue fazê-Ia porque não sabe o que aconteceu com o corpo. nada que seja vivo. agitação não dependem dele. dizer palavras com a boca também . pedir contas. Nosso cérebro. que deveria dar essa ordem. Ele fica atento dia e noite para pres rvar em nó a vida. e que e edeç .QUANDO O CORPO CONSENTE SEGUNDO MÊS Mouimento' Este i sico sol os los dos l fazê-tos te eocue ou pouco . determina amam nto. . é ele que contrai o útero. não encontramos as palavras. O homem também. Só líng ic sec . ficase horas e horas ruminando tudo o que se queria ter dito. Os·animais se fing m de mortos quando acuados. Emitir palavras é o nosso modo de defesa como animal humano. Atacar se forem fortes. Nem uma palavra. nunca esquece nada. O corpo está a toda. e e os os. boc . Depois. nem 1. a interior com a exterior. e o da vagina solicita o do útero. suga. Os músculos dos maxilares são. A tomada de consciência de uma cavidade desperta a consciência de outra cavidade. Para que I' se acalme.J ) . os I robkmns elo.1 ser '111 r 'pl'lith . Se os maxilares se trancarem. beija. Como? Apr ndendo a conhecer os músculos que. Começa. nssim que os mús ulos cons . não deve ser deixado ozinho. e os músculos de tua boca fazem uma porção de movimentos dos quais não tens consciência. come. Após tais movimentos.' aprender a situá-los e a senti-los. a primeira. Devolver à musculatura da boca a amplidão fi iológica de seus movimentos.J ) J Ele faz um trabalho vital e magnífico. as articulaçõ s fora (I' prumo. eles exercem nos dentes . obs rvo que quem teme e tipo de acidente costuma t r os maxilares atarraxa tos por tensões. Soly Bensabat. profere palavras. 111'1 ilar 's I . uma vasta rede nervosa. por ons 'guintc. é muito suave. pela boca. bem apertadas.nundo. os mais fortes do corpo. em proporção a seu tamanho. 44. antes de encontrar as palavras adequadas.ulos. l. como uma abertura não se mexe sem a outra. a sua liberdade. conseguindo III '. A boca pode condenar todas as portas de teu corpo.laxar-sc. comes. O conhecimento da boca solicita o conhecimento da vagina. E. Sal 'r lislinguir Cl1t r ' os 111l1SCIII()s lu.um peso de quatro toneladas no espaço de vinte e quatro horas'. a que está mais no alto. com isso. X r uns c outros s para lament . pr ruo para o exagero. 1989. Não estou sugerindo que a pessoa desloque os maxilares. Fronteira entre o ext: rior e o interior. Cada vez que engolimos saliva. Le o fundo. sem teu conhecimento. e. ão é surpreendente. temos de harmonizar nosso cérebro consciente com o sistema nervoso involuntário. e. emoções demais e. nossa boca é também fronteira entr o con ciente e o inconsciente. 2. E em suas fibras eles guardam.) QUANDO O COJU'O CONSENTE SEGUNDO MÊs ) ) . exagere um pouco. sorris. língua e maxilares. não te dás conta do que fazes com os lábios. os maxilares se fecham com uma pressão de oitenta quilos. Aprender a soltá-Ios. Sugiro movim 'nlos minus . costuma ocorrer que um fluxo de palavras se liber . sensual. musculosa. porque os maxilares e os ouvidos têm nervos em comum. por exemplo. total Iluid '7. Tudo se completa. 'IS vczes. literalmente. sensorial. Dr. A boca é forte. contrações exageradas dos músculos. beijas.e em todo o nosso corpo . . das costas ou das pernas será vítima dessas contrações e terá grande dificuldade para soltar-se. Se a boca não relaxar. S mpre à frente desde o primeiro instante de nossa vinda ao . a musculatura também não relaxa. é preciso conseguir soltar os dentes.gu '11'1 r . E violenta. Embora. Antes de poder expressar a própria dor.i bio . Um oríficio lembra o outro. Ela detém a chave do equilíbrio neuromuscular do corpo todo.saparc . com sua . tanto a visão como a audição também melhoram. Quando contraídos. c'est Ia Paris: Fixot. p. fala . muito sensível. muito exatos ' I . É uma porta.li '"cios. O corpo é um todo. a musculatura do pescoço. se contraem.. a parte superior com a inferior. eles exercem nos dentes um peso médio de dois quilos.11 ' :1 st ess. '111. Não precisas fazer um curso de anatomia. ou escancará-las a seu bel-prazer. os ela língua 'os los ma ilar 'S. e o ato ele apertar os maxilares enfraquec nossa capacidade de escuta: nada consegue air e nada consegue entrar. Reage com d rnasiada força. aliás.como deglutimos com freqüência mesmo durante o sono. uma sensação num orifício da cabeça provoca sensações no orifício genital. ela prende. inúmeras tensões qu nem chegas a perceber. é tudo ao mesmo tempo. In pulsos demais. <lI . de energia incalculáveis.contém nada menos que dezessete músculos . sob controle óptico. através de movimentos precisos.'. ele tomará conta do bebê com todas as fibras de seus músculos. Desde qu foi descoberto. essa boca se abrirá para deixar passar com naturalidade a cabeça do bebê. a que ela oferece há muitos anos a seus pacientes.1 irn:. Conta-s' qu na (I '(':\ 1. crises. até há pouco. Teu corpo inteiro está voltado para a vida.1dI' KO os treinadores soviéticos. convulsões. Na hora certa. elas abortavam. Porque paira uma dúvida sobre o fato de teu bebê estar de acordo com as normas estatísticas. mentiu ou errou.II. invencíveis.. omo a água dos céus o fogo dos vulcões. 139 143. Volto a confiar no meu bebê corajoso. tudo . (1(. :1rc-clon 1 'Z 'a suavi lad xterna. provocaria um desastre. Hoje. Agora.\(1. como também a do pessoal médico. É de útero. TI-IÉRESE Ele vai conseguir. mas por mais que se e tudassem os trajetos nervosos.o que se refere à gravidez pode ser traduzi 10 m números estatísticos. Por mais que se perscrute com precí. com ou sem descolamento. Como querer (pie' I'. s -ja irrc jui to. Fiquei tão desorientada com a ultra-sonografia feita sem delicadeza! Movimentar meus maxilares ajudou-me a pôr para fora minha raiva: consigo respirar melhor. com ou sem hematoma.i. seu amor materno já não basta para me consolar. vasos e nervos. 2 e 3. Afinal. liberar a respiração.com suas perturbadoras contrações e retrações pode con eguir. Mas isso não impede que ele continue sus1 ito. Pelo menos. 11111. incapacidade e incoerência? Durante séculos.QUANDO O COHPO CO SENTE SEGUNDO MÊS boca oferecida. mude d volume e de forma. enios • 6 de dezembro boc n 1. Os h 'I ês S:IO r('sisl '11 tes e as mã s têm n"SS'1 OC:ISitlCl 'IV:1. wllllI'it':I.onunua a I ( I ) . A ansiedade. os músculos da nuca e os das costas. o coração já não bate disparado. pediam que elas ngravi lasscm: <11110111 te um tempo desenvolviam-se nelas os horrnónios V:-'pl' cíficos da gravidez que aumentavam sua força muscular. talvez penses que teu corpo te traiu..'() II.11'111). a concepção evocou os ritos mágicos e o temor daquilo que é incontrolável. e agora só restaria ruptura. sabe-se "tri <111\'11. causa preocupação: houve quem pensasse que ele viajava pelo corpo da mulher e. em grego. e feminino. força. porém.1.(". estavam presentes as forças de vida pujantes. O útero é inquietante. :1 .\() IlIO ()C]IIt'xc-ntimcntos ambíguos? Mesmo ('ltlIIIIIII.mxi '(\:1<1' . 24 Uma bioquímica extraordinária se estabelece em torno do embrião de teu bebê. Histeria..10 l\li TOl11ilil11 a o que cresce dentro dele. Talvez eu tenha me enganado na data . Os lábios da boca lembram os lábios do sexo. A das mulheres. que se usou o termo no século passado. O ventre da mulher tornou-s transparente.IIlC'lcla I. Depois de ter lutado tanto para existir. nove me.. meu bebê vai conseguir se agarrar. o útero está sob controle. se intumesça de vida . continua 1 re ente. Os conhecimentos em neurologia já estavam bem adiantados. A língua tão musculosa . . caso chegasse à cabeça. Depois. Há dias em que eu acredito nisso.I~. em outros não. foi preciso chegar a minha vez de preparar-me a ser mãe para que eu pedisse à minha mãe algo mais que seus braços aconchegantes e carinhosos. pp. Então. para aumentar o ICSl'lIlpl'ltllll de suas atletas.. o mistério das crises permanecia inexplicável.ou quase tudo . Hoje. rt'. e aceito sua ajuda como terapeuta.IIVl'1:IIT. mas encontra uma compensação nas pró teses mágicas da aparelhagem tecnológíca. a necessidade de compensação. "Qualquer perturbação da capa idade de sentir plenamente o próprio corpo preju lica a onfiança em si e a unidade do sentimento corporal..Assistimos a um filme sobre o parto numa sala da maternidade R. São Paulo: Brasiliense. Ou seja... minha resposta não satisfez. Somos treze: seis casais e uma mulher sozinha. Afuuçáo rio O!'/!. Três mulheres inacessíveis. Sua pergunta me pegou desprevenida. não sei o que se pode esper-ar de uma maternidade. Dirigime à maternidade R." O fato de descartar o sentido do tato e da audição. encaminharam-me para uma saleta onde uma moça de uniforme branco me explicou o funcionamento da casa. pp. • 1 O de dezembro desco os sculos lo - ) ) Segunda ultra-sonografia. de confinar a visão ao contorno de uma tela. escolher melhor suas palavras ao interpretar a primeira ultra-sonografia? Fiz minha inscrição no serviço de pré-natal Já não havia vaga no hospital V. cria. tudo entrou nos eixos."tome um litro de água antes de vir". Preenchidas as formalidades administrativas. Exceto para as mulheres. Respondi que desejava que meu parto fosse feliz.que é conhecida pelo atendimento caloroso e atento."É facultativo. não soube. TERCEIRO MÊS • 15 de dezembro ) ento n9 4 es. prejudica decerto a confiança em si. explicou a senhora das fichas. eu nunca pensara nisso.m fazê-Ia parecer.. Ver não as tranqüiliza."Na tela.ClSJ?/O. mas valeu a pena. M. o descolamento tornou-se um "minidescolamento" e o hematoma um "rnini-hematorna". mas o filme é tão bonito . Uma semana inteira de aflição à toa. 1995. Já havia seis pessoas na sala de espera quando cheguei! Uma hora de espera com a bexiga prestes a estourar. Elas não estão conectadas a esses aparelhos. Nunca tive um bebê. três mulheres dão à luz. a que está sozinha senta-se bem er-eta. olho fixo na televisão ao alto da parede. porque não é pelo olhar que elas estão ligadas ao filho. Wilhelm Reich. Em certo momento. Po. dissera-me a secretária quando telefonei para marcar hora.Pelo jeito. As mulheres estão grávidas e seguram a mão do marido. as consultas médi as obrigatórias e os exames a fazer. ou não quis. Seu conhecimento é infinitamente mais rico e mais profundo. cuja fama atrai todas as gestantes do bairro.) ) QUANDO O COIU'O CONSENTE ) ) ) . 143 e 144. uma após a outra.Você não é obrigada a vir. Não tão racional quanto qu 'f . sentados num tapete no chão. perguntoume o que eu esperava da mater-nidade R. O veredito dos ultra-sons foi muito apaziguador: o desenvolvimento do bebê é perfeito.que a Dra. • 17 de dezembro -t 3. alé m disso. A bexiga cheia achata as circunvoluções do intestino e ajuda a destacar o útero na ultra-sonografia.J ser ansiedade. O que estarão pensando? Sentindo? Jamais sabere27 I 26 . nem seus suspiros nem seus sorrisos são para nós. de nariz espetado. Cheguei com a bexiga cheia . mas eu não sabia o que acrescentar. Deixam que lhes sondem a barriga. Quando assistem a um filme sobre o parto. explica ele a um rapaz sorridente. Será o que me espera? Talvez. e há mulheres que concordam em ver o filme. "Minha mulher está grávida". enquadrado. Sem jeito e com vontade de rir. Do mesmo modo. que o visor da câmera fique entre suas pernas. Mas a comunicação entre nós não é direta. filmado. Mas. Mas deve submeter-se às leis da imagem.. colaboram. fazê-lo na cer. elas aceitam sem problema. O quê? Não sei. O que. que filmem o nascimento. Nem do pré prio parto. mas o oxigênio parisiense que estou respirando é o mesmo que circula em seu corpo e lhe irriga os órgãos. A leitura dos manuais para gestantes me revelou a presença de um espantoso intermediário entre meu bebê e mim: a placenta. Os do bebê ainda não funcionam. em zonas do ser inacessíveis ao olhar.' pele. que sem perder o sorriso cede-me o lugar Diante de tanta boa-vontade. moda. a estação de Lyon está cheia de gente e o trem. Em tempos comun . arte.QUANDO O CORPO CONSENTE TERCEIRO MÊS mos. recortado. Para prender o olhar do espectador. Mas a mulher não onscgue s 'r -spc ta lora quando espera um filho. Usurpação de título: minha barriga não aparece. O ar puro do campo deixou definitivamente meus pulmões. serei de fato uma gestante? E terei de revelar um segredo tão íntimo a um desconhecido? Desejo que minha barriga comece a crescer e fique logo evidente! • 3 de janeiro As férias já vão longe. E classificado de acordo com certas categorias. concordam. É como se recebessem mizalhas resI:> sequidas. as imagens conseguem atravessar a tela e tocar-lhes o coração. A realidade se passa fora do campo visual. THÉRESE Por que as mulheres na tela não falavam. acolhê-lo dentro de si. sexo. Ele será forçosamente achatado. Não sei como vou conseguir viajar de pé até Valence. em tempos comuns. Por causa da intrusão em sua intimidade e. Ocorre algo pr fun 10 que te irn . n '111 10 das outras mulheres. as imagens precisam ser cada vez mais espetacular s. pela necessidade de unidade de seu corpo. fotografado. os pais? Fico vermelha e sem graça até a partida do trem. 29 . Martin não hesita. Então. exibido. As mulheres não criam problema. Elas acabam de viver algo que não podemos compreender. Nenhuma fala. também. repleto. Filme mudo. Dás à luz orn lll. ou por que ficaste apenas olhando? Desejar um filho. agora as incomoda. é verdade que o corpo é mostrado.. que nos deixa perplexas. Quem precisa ser convencido da autenticidade de nosso bebê? O rapaz sorridente ou nós. algo não se afina com o espetáculo. antes ou depois do parto. que supervisiona e organiza todos os nossos contatos. os futuros pais ficam com lágrimas nos olhos: pela grande sinceridade e pela intensidade do mistério. gãos. barriga e costas. l 'lIS 'r28 • 24 de dezembro É noite de Natal. Ele tem de caber numa rubrica esporte. dentro delas. o alimento que como é que lhe permite desenvolver-se. O que leva ao estereótipo.rg nas raízes da humanidade. Ninguém vai se dar ao trabalho de olhar para um corpo em si. é isso. o pai revelado faz questão de explicar que não "está blefando". O espectador recebe choques visuais. seguidos de aneste ias pelas quais tudo lhe parece uma mistura uniforme. tudo isso não pode ser percebido pelo olhar. Eis o que ocorre: o organismo da mãe identifica a presença do corpo estranho e desencadeia o conhecido processo de autodefesa. . O sangue do bebê nunca está.incrustar-se na mucosa uterina. metade do pai. a placenta é comparada a um grande bolo. depoi. A placenta assemelha-se a uma árvore cheia de sangue ou. me1110r. não foi meu organismo que fabricou essa placenta.J ) J ) .J ) fundo uterino ---- cordão umbilical placenta uma veia duas artérias ---- - . hastes. Aliás. O conhecimento desse fabuloso mecanismo e da função da placenta me traz uma incrível serenidade. por determinado motivo. uma espécie de excrescência ventral. Isto é. O rebento não é rejeitado. deixando judiciosamente passar seus anticorpos. Por quê? Porque a placenta identifica os assassinos e faz com que trabalhem para ela.bonlco. e as copas cheias de vilosidades voltarn-s para a parede do útero. da placenta? tímetros de diâmetro e dois ou três centímetros de espessura. Em geral. diferente de mim.) e o oxigênio de que o bebê n ces ita. portanto. em latim.corpo estranho . O mais espantoso é que. É o intermediário indisp nsáv 'I qu 'se . fabrica uns vime hormônios indispensáveis ao feto. isto é.ncarr 'ga de todos os vaivéns entre o feto e a mãe. suas células. quer dizer bolo. As vilosidades estão ~mersas em pequenos lagos cheios de sangue materno. J . metade da mãe . A I lac . a fun 'ao Sem a placenta. As raízes dessas árvores estão situadas do lado do cordão umbilical.nta recolhe no sangue materno as moléculas nutri rucs (glicose para a energia. provêm do ovo. 1( vagina __ -\-_ 30 31 .scnvolv 'r se no ull' ro da mãe. o qual e renovado uunterruptamente E assim que o bebê se abastece: cada vilosidade contém uma artél!a para transportar o sangue r~ovo e uma v~la par~ livrar o bebe do sangue carregado de resíduos e de gas ca1'. Ora. no seu primeiro ano de vida. cálcio para os ossos .. líquido arnniótico colo cio útero -----4--4 . É a placenta que permite ao ovo . nossos dois organismos nem se tolerariam. a um punhado de árvores frondosas cujos troncos se dividem em inúmeros galhos. o vocábulo placenta. m contato du-eto com o da mãe: a troca anguínea se dá s mpr através das pare les das vilosidades. feITOpara os glóbulo verm lhos. o fim da gravidez. A placenta também é produtora. Mas estes ficam completamente ineficazes.) ) QUANDO O CORPO CO SE TE TERCEIRO MÊS --------- - ) Qual -. sangue de meu sangue". o bebê não poderia d . A placenta é um excelente antídoto para o clichê que designa o bebê como "carne de minha carne. ela atinge vinte cenSem ela.J . ) ---. a placenta não desempenhar seu papel de defensora do ovo. vergônteas e milhares de raminhos chamados vilosidades. como aliás as do cordão umbilical. Se. mas é um ser em si.J ) . e protetora: serve de filtro para a maioria das bactérias presentes no sangue materno. É a prova de que meu bebê não é um pedaço de mim. ocorre um aborto chamado "de origem imunológica". produz células assassinas e anticorpos. o bebê não pode viver. sem placenta. ela o purifica do gás carbônico dos resíduos.. graças aos quais o bebê fica imunizado contra doenças. que se chama hipotálamo. d . bem antes de nascer. o bebe e a mae estao continuamente imersos no mesmo sumo emocional.os pr cluz. a partir da placenta. que está empoleirado por cima dele. ainda se conh ce muito pouco a respeito do saber do poder dos bebês. porque não se sab ao certo qual do três habitant s . Qual dos dois começou? Nada prova que o fet~ nã? seja capaz de comunicar ele mesmo suas emo~oe~ a mãe e indicar-lhe quais são seus desejos e preferenClas. E com a raça humana? Seria interessante saber. THERESE A placenta. o f to ou a placenta . já preferias o salgado ~ adoravas viajar. que se espalha no sangue sob o golpe da emoção boa ou má. ra engraçado. O que ele faz escapa quase totalmente ao controle do córtex. . Dessa forma. e uma novilha mamando o leite destinado a um jovem touro nunca será uma boa vaca leiteira. o de coisas com sal e a querer viajar. . "Antigamente. Não se pareciam com a empregada.também somos animais . c ntudo.QUANDO O COIU'O CONSENTE TERCEIRO MÊS membrana ---. atravessa com facil~dade a ?lacer:ta. Paris: Fayard. voltei a meus gostos pessoais: fi ar sonhando s .~-- / t Superfície fetal da placenta. o cérebro moderno. influenciar de dentro os zostos e comportamentos maternos durante a gestação. Aliás. disse-me certa vez uma encantadora e inconsciente senhora. mas com a ama. a criação de animais . toda mulher -produz um leit que não lhe pertence e que. deixa passar a adrenalina. os dois sentidos. ess bezerro macho nunca será um bom reprodutor. Antes de nascer. que eu sei? Durante a gravid z. como o leite de uma ama. tem uma composição diferente'.pois <lu ' nasc ste.mpr n mesmo lugar . de filho para filho. mas do mais arcaico e mais animal. 1994. Ce que /se Doi/o. que não deixa passar as bactérias. Sab s .a mãe. sua ação oculta é conhecida há relativamente pouco tempo p Ia pesqui1. 33 .oAssim. ão dos hormônios vitais a s u desenvolvimento. pass 'i a gostar. por exemplo. Essa substância. e um bezerro for levado a mamar numa vaca que acabou de parir uma novilha . ora. eles mesmos preparam o leite da mãe. qu o f to t . aI orear doce o fundo. Não de nosso cérebro consciente.-----:T'-:?"'-- artérias . em certos casos pela vida afora. p. ~omo é. 247. pode influir nesta criança. feito para o filho que ela carregou no ventre e dado a outra criança para a qual não era destinado. Sabe-se também que os horrnónios maternos são produzidos sob o controle do cérebro.foi constatado que.rn uma grande autonomia em rela ão à mãe: lc mesmo regula a produ. as crianças ficavam parecidas com sua ama-de-leite. Madeleine Chapsal. Desse modo." I ão ' fácil explicar como se dá a passagem dos hormônio . Como? O hipotálamo está em ligação constante com a boca. um pouco assustada. Por meio de leves pressões. o "parassimpático". Os meus dias de mulher grávida têm a mesma indolência. que sabe tanta coisa. É também o S nhor por excelência do na cirn "'n10. pp. sa científica. o corpo foge ao meu controle e faz o que bem entende. um se antecipa ao outro. Sentia-me uma estranha. teu sistema nervoso torn. Aqueles dias glaucos em que tudo parecia inútil.a-se mais estável e confiante. Aqui estou eu. a pele. é o senhor da fome. que palha a adrenalina no sangue. Mouimentos n":' 5 e 6 espi cost . Há mulheres que contam mais com o an stesista. le l r amadurrci 10 () fruto não tem cabi- mento pensar que ele cai no sono na hora da vinda ao mundo. Assim que me deito. à força de anestésico . procura acalmar e refazer nos a energia ameaçada. Agora começa tudo de novo. 35 ) . Aos treze anos. • 12 de janeiro Cansaço e moleza. Ao longo da coluna vertebral. pois as mensagens circulam com facilidad ao longo das costas. Digamos que um empurra e o outro freia. O outro. horrnônio produzido em grande quantidade durante a gravidez. podes enviar através da musculatura rnensag ns para serenar os gânglios simpáticos. E sabe mesmo. já o nar-iz fica no mesmo lugar. Ao me levantar. que comanda a vida. os quadris se alargarem e o nariz indeciso se achatar no meu rosto. as narinas. do prazer. Ontem. isto é.) ) ) QUANDO O COlU'O CONSENTE TERCElRO MÊS ) ) ) ) ) ) j ) ) ~ ) ) J ) J . Podes ajudá-los a se porem de acordo. Um está de plantão de preferência à noite. O hipotálamo. sensível ao mínimo eflúvio. vi meus seios crescerem. O que é chamado de "simpático" stimuIa nas situações de estresse. de dia. qual teia de aranha que impede as mães de se agitar-em. Meus seios aumentam. é ele que acelera as contrações do coração e do vasos. Já vou explicar como trabalhar os olhos. ão percas tempo buscando sua localização exata. a barriga cresce. Adolescente ou mãe em botão. fecho os olhos e durmo. a prova a enfr-entar- ) ) é do mesmo calibre: sair de um estado para tornar-se outrem. O sono. Para o bem-estar teu e do bebê. todo os receptores dos sentidos que ficam na fronteira do interior com o exterior de teu corpo. o sono parecendo a grande escapatória. T '!TI às suas ore dens dois sistemas que dispõem d a õcs diferente complexas. os ouvidos. Estas conexõ s ão qual bebê que preci a ele carinho para acalmar o choro: têm necessidade de contato. T CI ois ele 1 'r atraído irresistivelmente dois ser" ele 1'r fundido :1 ('('lula !TIélS ulina com a feminina. como na adolescência. os olhos. encontram-se as conexões da rede de células nervosas. ' ele que comanda os movimentos do útero. só tenho vontade de uma coisa: deitar de novo. Podes contar com a competência de teu sistema nervoso. sujeita à for-ça hormo- nal De novo. E também do bem-estar. Não é como o esgotamento do atleta depois da prova: mais parece o torpor intermitente da adolescência. mas palpita sem parar. as conexões neurais. Quando trabalhas a boca. e nosso organismo se desregula. é indispensável o bom entendimento desses dois sistemas. da sede e do s xo. Li que é um dos efeitos da progesterona. mas nunca tanto quanto os neurônios funcionando num corpo saudável. O hipotálamo é o granel' manda huva da vida. exceto dormir e continuar a dormir. Contanto que não o adormeçam artificialmente. com pequenas bolas de cortiça que costumo usar. 145 147. o outro. Às vezes. Torno a sentir-me uma estranha. é formar barreiras. Infelizmente. hoje.e também os . em julho . as células dos músculos as do órgãos fazem um ince sante movimento vibratório e rítmico.também eles em movimento -. o que de certa maneira tranqüiliza. Transição por águas turvas.onflitos . ma . Lá estavas. Hoje. é o fator de nossa unidade e circula em nosso corpo dcsd o instante da concepção até o da morte. em teu corpo. não. no teu caso. porque estão na base da própria vida. Para a célula. Juntas. Ela está no seu corpo.são muito fortes.fabricá-I o. em dado momento. A linguagem do corpo é isso também. a futura mãe se pergunte se estava certa ao lançar-se em tal aventura? THÉREsE Teu bebê não esperou que lhe desses o consentimento de tua razão. já que ele existe. O teu sistema nervoso tateia.QUANDO O CORl'O CO SENTE TERCEIRO MÊS era deixar a infância pela incerteza da adolescência. ele não deixa os espermatozóides amadurecerem e os óvulos se formarem. Seria bom que não houvesse conflito. Há também quem diga que os distúrbios aparecem apenas em mulheres divididas. salivação e outras mazelas de mãe . Gosto mesmo é da explicação popular: o que a mulher prenhe vomita é a sua ansiedade. Pulsar e respirar é típico da vida.. Por nquanto. para não sentir as descargas vegetativas que-as acompanham. 37 . No mais tardar. há centenas de bilhões de células que estão pulsando e respirando com ritmo. a vida está a caminho. distinto do teu. teu orpo e o do bebê vibram m movimentos ínfimos e fortes que não percebes. caso a situação seja de estresse. Procura ajustar-s e adaptar-se da melhor maneira. ela é o próprio corpo. no seu quarto mês de embrião. é verdade. uma espécie de amora microscópica. carregá-Io dentro de si. quando as moções . ou então não deixa que as duas células reunidas consigam se implantar. a boca eca ou repleta de saliva. a 'mórula'. Mas nem todas as mulheres são assim! Esperar um filho. A energia. Reprimir as manifestações do corpo é enrij c r os músculos. Como o ritmo das ondas faz a força do oceano. os distúrbios da gestante náusea. Ninguém gosta de sentir náusea. respirar é inchar-se e contrair-se. é deixar a liberdade de adolescente pela responsabilidade materna. Dentro em breve. os livros não explicam direito as causas fisiológicas de minhas alterações internas. em total inconsciência .isto é. aspirar os líquidos do corpo e expulsá-los. quando era uma bolinha minúscula. Seu sistema nervoso se expressa. imaginar sua criação. o ritmo do bebê é o mesmo que o teu. ao animar ada um de nossos órgãos . Além disso. as que oscilam entre o desejo e a rejeição da gravidez. pode haver reviravolta maior? Será então de estranhar que. vertigem. Já não gosto muito da análise culpabilizante segundo a qual só as mulheres que rejeitam a gravidez sentem mal-estar. É desse modo que nos habituamos a recalcar nas profundezas do corpo todas as emoções. o fato de bloquear as manifestações corporais significa bloqu ar o corpo todo. Mas.ma n urov getativo. O teu sistema nervoso poderia ter impedido o encontro.. O ritmo de tuas células é que dá energia a teu corpo. As pessoas fazem de tudo para barrar a intrusão d 'L as s nsacões "vegetativas" isto é " " que pertencem ao sist . ele vai escolher um ritmo próprio. vômitos. Nosso organismo nunca esquece seus primórdios. e ela não consegue reprimir essas manifestações. Às vezes. feita de células muito parecidas que já pulsavam e respiravam. em total verdade . A mulher grávida. e que são mais importantes para ambos que os movimentos da respiração ou da circulação cio sangu .estão devidamente consignados nos manuais de gravidez.e aconteceu. O que é ótimo. foi ele quem decidiu. Acho que tudo vai acabar bem. Assim. Todos os seres humanos.J ) I I I I I) I A pulsação de todas as nossas élulas harmonizadas produz em nós uma incrível força en rgélica.J ) . Um organismo sadio deveria conseguir aproximar sem dificuldade os dois pólos originais: a boca e o sexo. tão congestionados. Invertemos em sentido próprio. porém. na cozinha. Não há reme emagrece dor que dê jeito. Durante meu trabalho. onuru . invertemos suas potencialidades e os destinamos à impotência. da nuca ao calcanhar s. todos os seres vivos têm uma vibração universal que os une.11l1\)VII1 1":11. No lado d cI . pernas estão em desacordo entre si.. iH Pensas que estou fugindo do assunto. costas.1111 (I()s iorm mtos profundos. sereno e muito alerta . Falam de Irigid . Essa força não se traduz pela nece sidade de agitação: ficamos de acordo com todo o nosso ser.J ) ) ) . Mas. Com a região lombar arqueada. em todos os músculos. Os mús ulos post 'rim 'S elo rpo têm um. a energia. Nossa cabeça está em desacordo com nosso corpo. e todo o nosso corpo está em desacordo com o mundo que o cerca. e nossos braços.los ) . o ovário. Costumamos empregar a força de nossas costas contra nós mesmos. e coisas nos parecem hostis e em interesse .rnr s . da pélvis e da parte inferior Ia ostas. pois pessoas. ao longo de dias e anos o organismo vai armazenando cansaço no músculos. ror motivos anatômi 'os -Tisiolàgicos bem precisos.) ) ) QUANDO O CORPO CO SENTE TERCEmo MÊS J ) . costuma-se dizer. todas as plantas. dos quais pretendo logo I ' Ialar. Acentuam ainda mais o arqueamento da região lombar e comprimem o sexo entre as pernas. nem fora. Há uma perda considerável de energia quando se mantêm os músculos contraídos. na hora de um conflito. nossos músculos se contraem. A mulher grávida não pode desp rdiçar com bloqueios nem uma migalha de sua energia. que chamo de zonas mortas. depois (\ . certas mulheres . na profundeza da bacia. sentimo-nos esgotados. T~'l11. não há literalmente contato dentro de nós mesmos. "Não há contato". se cristaliza. com o ritmo interrompido.e homens também .ntro. I 'I ilitl:ldv. forrnidáv I pod r de contração. quase mpr ' 1. N5 . que era fluida. ':llv dl' v. A pele. Mas a pessoa se sente esgotada. Aliás. Aparecem edemas e celulit . muitas vezes senti ao toque dos d dos essas zonas. Em vez de fazermos os músculos funcionarem para nosso bem-estar. todos os animais. o nosso caso. a cul t nada mais é que o indício externo do bloqueio dos músculos ias coxas. É claro que ninguém tem consciência ele estar fazendo força. prende-se às camadas musculares subjacentes. 39 . como solidificada. estás certa. em atitude de recusa. mais spessa. Concretamente é possível ver e tocar nos lugares em que a energia se acumula.ioria los à man 'ira '01110 CSL:l S' formando o eml rião d t u b bê.. Dessa forma. E eu não te deixava em paz. À mesa. os órgãos das zonas correspond nt e. vamos voltar ao único assunto que te interessa. eu continuava falando daquilo que era a minha paixão . o út rc. os é)rg. Gerar e dar à luz ão atos intensos.. As fibras musculares imobilizadas estão rígidas e contraídas. Vou explicar omo a potência de nossos mús ulo posterior s. No instante em que ocorre um golpe físico ou psíquico. porém. entre duas pessoas. quase sempre.) . não entendem e qua e sempre projetam o umbigo.quando peço que projetem o púbis. e as mulheres.nita is estã sofridos. em qualquer lugar da casa. minha filha? Já me conheces e sabes como antigam nte meu trabalho era minha preocu pação constante. porque e tão r 'Ia . Às vezes. aliás. meu girassol..us tormento superficiais. Se não encontra m um jeito de se relaxar. r pre enta ao mesmo tempo nossa força e nossa fraqueza. o púbis contraído. E sempre em determinados lugares do corpo. uma for a in rível. "É mesmo??? ento de nQ 7. Segundo Reich-. No orgasmo. QUARTO MÊS • 19 de janeiro A vida de grávida tem códigos e itens considerados rios. nõo . Dócil. As pulsações do orgasmo vaginal prenunciam as pulsações . o corpo aproxima dois órgãos particularmente importantes do ponto de vista embriológico. E no parto? Onde está inscrita a memória do medo? o corpo todo. o umbigo . reclama do meu creme "antiestrias'' . pp. O sermão fica registrado." A chamada à ordem é como um soco no meu estômago. "O bacinete direito é duas vezes maior que o esquerdo. pelo aparecimento do esquerdo. 1989. diria Françoise Dolto. 2.do útero na hora do parto. Meus ombros começam a desprender-se das minhas orelhas. a inferior escancarando-se como uma "cornucópia". o diâmetro do crânio. Por que falar aqui de orgasmo? Porque o orgasmo e o parto são parentes próximos e inquietantes. há ainda uma ultra-sonografia: obrigató- "É a i po que e ntu is . O esquecimento de meus preciosos óculos deixa-me entregue. ao veredicto do médico. No terceiro mês.gigantescas . Wilhelm R i h. arrastada pelo fluxo de uma pulsação serena. que se libera em grande quantidade pelo sistema nervoso. 148 e 149. e é por ele que pode ser dissolvida. de ventre e coração atados. uma aluna disse-me ter tido na hora do nascimento de seu primeiro filho uma sensação de gozo parecida com a do orgasmo. impaciente. o prazer ocorre por uma excitação das faces laterais do hipotálamo. B. 41 . informou-me o médico do pré-natal Qual mãe teria a co- is do ragem de evitá-Ia? Isso nem me passou pela cabeça. a respiração involuntariamente bloqueada em meus pulmões. mas em falta: o Dr. a boca e o ânus". "Ah! Esse tal de creme! Não consigo enxergar o outro. o corpo é invadido pela mesma substância hormonal . A cnrálisc do () . "Veja o pé direito!" Espero. afinal.QUA DO O COlUJO CO SENTE A mulher que dá à luz sem se violentar aproxima essas duas aberturas.Aí está ele!" Solto. O Dr.Tudo parece normal. Durante o orgasmo e durante o parto. bem antes da hora de dar à luz. Há alguns anos.provavelmente o inofensivo hidratante que eu tive a infeliz idéia de pasi os nõo isso! sar. de tudo. mede tudo o que vê: os ossos. "durante o orgasmo. e os ombros sobem de novo até perto das orelhas. .. a ocitocina . . B.. ão Paulo: Martins Fontes. Narizinho arrebitado. Os olhos das jovens mães. nada mais é para ele do que um momento de potencial má-formação.) ) ) ) ) ) I QUANDO O CORJ'O CONSENTE QUAKfOMÊS . .· Então o consolo de teus olhos é um pedaço de papel. essas palavras que não dizem nada ou dizem demais. A senhora deve estar comendo muito açúcar". resmunga o Dr. "Menina. e o di nóstico é de tiuo C o! e dos c sos. Esmera-se para colocar direitinho uma cruz nos quadrados previstos. E no entanto não gosto de açúcar.estão excluídas. o jogo de busca é uma espécie de ideog e. É uma graça. mas.. B. po que é u l c o ssô ic co g d ence licos. Chegando em casa. eu cut u esent Como amor'.pode voltar ao normal sozinho". solta ele enquanto redige o relatório.I. o sexo.lill \1111' 43 . lugar-comum da ultra-sonografia do terceiro mês: "A senhora quer saber o sexo da criança?" Troco um olhar com o pai. isto é. . uma abstração de bebê.É grave? .'V ('(lI11'1111(lill. Enterro tudo isso no ombro do futuro pai. Tenho a impressão de ser uma mãe horrível. boca retorcida. lágrimas caindo.É o rim. pelas noites em claro e pela angústia. Odeio essas frases curtas.11 tlL'. como no jogo. e imagino como fica cheio de si quando descobre na tela uma inédita. Ele desencarna os corpos.1111VÍl. '1'11:1 L"I. Uma aluna escreve-me da Itália: cujo lltu nuc espess de e did dos fêrnures e inferior à no ...Hum . Cinco di depois. não têm conseqüências. Ainda tenho direito a uma última proposta. rll) 1('111. O elevador está com defeito.. É melhor não dar importância.. • os olhos só te serviram para -honu .1THÉRESE rada dos utros SCI11i(I(). irresponsável. Os enganos? ão são raros e às vezes podem chegar a enormidades. Articulo um "até a próxima. que veio comigo. . o período de formação do embrião..e te t l ente éss o ognóstico. Eu gosto muito de você. :11('1'1:1. . Conseguem dar corpo a traçados. A ultra-sonografia não foi inventada para dar tranqüilidade à futura mãe. A organogenesia. doutor" só para dizer alguma coisa e saio depressa. '1'11:1 VLo.1(1:1 a ficar sozinha e a tomar a di. bi o esul dos t teiperfeitamente oi detect que est ultra-sonografia E 10 de l ei o." Decididamente. O seu negócio é a máformação: vive em busca de uma. seu coração e seu cérebro são na certa superdotados. não tem jeito. uma "pra valer". diz em tom de censura. números. Para alguns técnicos. um b bê irreconhecível . é sempre sim. sinais. ol u i '. que faz um esforço para parecer forte. Sim.É grave?? .. "Ah! É? Então deve ser o metabolismo do açúcar. um rim . sCI . minha qu rida. capazes de destrambelhar o corpo e a mente.um pé. Nada de corpo. eu ginecologis disse.O que é o bacinete? . que passam pelas lágrimas. que nenhum de seus colegas encontrou ainda.I. uma meninona". Que sorte: assim não preciso ver meu rosto no espelho: nariz vermelho. um jogo só deles e do qual as mulh res .'. cabeça bem r donda. Exceto para as mulheres. meu consolo é olhar o retrato colorido de nossa filhona. "Há um excesso de líquido amniótico. O trabalho do técnico é o inverso.não é capaz de estabelecer uma ligação entre essas representações de pedaços de feto em preto-e-branco vagando por uma tela e o teu bebê bem vivo.que não conhecem as regras e não estão a fim de jogar .:IO. o intuitivo e sensível. levar a termo corajosamente a gravidez? Porque têm uma vantagem imensa: a cabeça no lugar. o cérebro numerador também é falante. é claro. em códigos. as emoções. ei .ola primária: a hi- pertrofia do cérebro numerador e classificador em detrimento do outro. aquele que analisa com frieza. Se a palavra da mulher é diferente. segmenta. o hemi fé ri dir it . O contato com o corpo e a consciência desse contato lhes dão 1. Eu conseg os . Ou e do p elh Porque está cheia de ternura e não pode admitir um dano causado por pessoas.situado na cabeça acima do arcaico. um "crânio".. Apenas o hemisfério esquerdo se desenvolveu. nosso cérebro especificamente humano . Talvez seja esse o motivo por que a maioria das pessoas atingidas por violenta emoção não encontra palavras: não ocorre a ligação entre os dois hemisférios . Este existe em todo ser humano. Que diferença faz? O cérebro direito está em contato com o corpo. na mulher. a mú ica. É. Além disso. De tal modo que domina com facilidade. T c 1. quem presta atenção percebe: essa palavra é mais concreta. É verdade. . o calor humano competem ao outro. e o outro.QUANDO O COIU)O CONSENTE QUARTO MÊS do íntese ne se ç síntese e espe e defazer e dois e . mas só com meio cérebro. 373. que não entendem de nada.isava que o deixassem desenvolver-s . mais sensível. é porque vem de outro lugar. o direito e o esquerdo.J '. sem ele. . ("li rim: I ). o hipotálamo . privado de alimento. Aliás. 16 de fevereiro de 1995. Domina e nos retira metade do nosso ser. em transposições. converte a realidade em abstração. Passa por seu corpo e coração. 16 de ço. Nature. as que pensam que não sabem nada. mas I r' .1(.que comporta dois hemisférios. de fonte oficial.mbotudo.10. corre uma deformação bem conh 'i 1. 45 . indício de l ô .utir \. lcfinha. Agora. v. o centro da linguagem encontrase nos dois hemisférios'.um sofr . pode ser. pensar e falar com toda a cabeça.1. pode alguém ser especialista em números. e dois de indesc el. sobretudo as submissas. porque seus dois hemisférios cerebrais estão em ligação direta com o corpo. Agora. sabe-se que na mulher ele fala. não há consciência do corpo e são poucas as percepções corporais. com a barriga cheia de medo. Por muito tempo pensou-se que o cérebro esquerdo tinha a exclusividade da palavra e que o direito era silencioso. mesmo incompetentes. vou te contar o que talv z ainda não saibas e que recentemente agitou uma part da munidade científica: as mulheres têm a particularida I de falar tanto com o cérebro direito quanto com o squerdo. O centro da linguagem encontra-se no cérebro esquerdo. Saibam que podem sentir.'1 . é -sonog nesse ô do t se ne l de esp arnnios tipo de o - e que milagre? acrescenta ela. d sd o ini io Já estava ele com todas as suas possibilida I. A visão global dos seres e das situações. Como é que as mulheres conseguem. É preciso que as mulheres saibam disso.1 p. alheio ao sofrimento de seu gêmeo. o cérebro direito fí a . Refiro-me ao córtex. a imaginação. minha cara. não cons gue ajudá-lo a descarregar em palavras coerentes o excesso de dor. eu e no o tudo . . v 1. que tem pesadelos toda noite. Sei lá.' ama. mas sem perder o ânimo? E verdade que também existe a Antoinette. Muitas e muitas vezes. grávida de seis meses. Na hora. 11. ) • 25 de janeiro Falar com o cérebro direito é formidável.) I 8. pela vida. I' m0111. senti i s inúmeras v 'Z . Também não foi premeditação: meu filho pertence à categoria dos bebês desejados mas inesperados. Nem nos dias seguintes. Elas se atropelam.11IIII'IIICl'. será uma cura.111111. estabilidade e resistência.io por v I i1l1j()'.guir. por mais forte que ele seja. Por que não consigo me livrar desta ansiedade desde o dia em que apareceu a linha azul no quadradinho do teste? Por que não sou como a gorduchona Mathilde. 149 e 150.u". '. chorei.I'. diferente? Mes mo quando o bebê tiver nascido .. ses. Meu inconsciente. para lá. cujo sol é o ventre ocupado por outro ser? Mulher em trânsito. Hoje. mas não deixa de ser cansativo! A palavra que passa pelo corpo e pelo coração é a porta aberta a todas as perguntas sem resposta..111 1..1 II 'l'llhl~ESF N:le) dvr de quem .('11'"MIIIII)'.) Todos nós temos nossos fantasma . A inquietação persiste.) ) ) ) J QUANDO O CORPO CO SENTE QUARTO MÊS ) I abedoria. . como ouvi mais tarde..11. A minha talvez esteja ligada a esse sofrimento da infância. Mas. já que não consigo descobrir outro responsável. que espera-o terceiro filho com os 9utros dois agarrados à barra da saia.. concentrada. outras nebulosas. toda corada e feliz? Ou como Clara. E ag ira lu vai' cons . Há horas em que me pergunto se isso é normal.1I .1() po Ir 46 47 . me diz Martin carinhoso. Às vezes. grávida de três meos sõo elos.Idll" ) P cllI 1. Afinal. Para mim. pp. E que othilde contou tud . depois. dos olhos ri? realismo e amor . Até hoje.. ou vou continuar assim.1 11I'. quando cheguei à idade das expressões burocráticas.1'. acho que não foi acaso.Iv 1I1.rr () xohin: '1110 cio (IIIV 11. O que m é imp ssível fazer por ti. Quem é essa mulher? Serei eu? Mais do que eu? Eu que não me conhecia? Liberada do jugo do mundo. Por dentro. 1)11~1. elas já têm d nascen a. Um desses icebergs parece uma coincidência: será de fato coincidência? É a data de 15 de outubro. algumas explícitas.111. como se eu tiv s comido demais. O dia que a ultra-sonografia assinalou como presumível data da concepção do bebê. Quando estou só.lIe)f ~()IIIII\('l1le) c: it. e ele foi "produzido" num 15 de outubro. 11'11'. Dar ri viela . espero meu primeiro filho.tI 1'11 Ile .s. )11.11111111111'11 1)(.11) pc ado. pronuncio "papai" baixinho.A metamorfose apenas com çou.. centrada. e você é . "no exercício de suas funções". tenho a impressão de que a gravidez é uma tempestade que faz subir à tona pedaços de vida.ip. Mas a angústia da morte não se apaga com um ímpeto de vida. De perfil.( I (1)1 igd iIH'viLIV<'111)('111I' 01 voll. Ou será menos que eu? Uma mulher girassol. porque também me fez falta poder dizer essa palavra. As lágrimas brotam e não consigo segurar. são dois corações que batem m I voroço. outra. só se vê uma barriguinha. Mai que uma proteção. vais fazê-lo sozinha.1 Im1 <.lIt'l lleJo.. Morto com uma bala no coração. Ameaçadores icebergs flutuando para cá.IClIid I ('ltlC)(IOI1. para me acalmar.qu gu rda. decidiu fazer brotar a vida no lugar da morte.11. 15 de outubro é um domingo em que eu tinha quatro anos.. (' 1111111C1 I1 1111111". ri.u . não chorei. 1I I "p. O dia em que perdi meu pai. Foi o ar gelado da rua que me recompôs as idéi s.QUINTO MÊS • 27 de fevereiro Casamento.Aliás. • 28 de fevereiro Pois é. Foi mesmo um casam nto muito ngl acadoí 49 . Nada a ver com o que se imagina numa redação do tipo "Conte o dia de seu casamento".Casamento com chuva. comprado na véspera por minha mãe naTati.tio de Martin. Tínhamos escolhido uma igrejinha oriental com cheiro de incenso.O coro era levantino: enormes tenores barbudos que cantavam em árabe e em latim. Não sei como cheguei ao altar Nem como voltei p Ia nave no fim da cerimônia. casamento de ventura. Chegou a nevar! Para não sentir frio na igreja. segurando com uma mão o véu meio frouxo e com a outra o buquê de noiva. Posso imaginar como ela correu de um lado para outro até encontrar um agasalhoque servisse. eu estava com um bolero branco de pele sintética. nós nos casamos. uma tarefa e tanto me aguardava:responder aos apertos de mão. mas confuso. Pensando bem. Ao entrar na igreja. que ia perel nelo o grarnpos um a um. minhas pernas se puseram a tremer e meus olhos ficaram embaçados. bci jar muita gente e segurar o meu coque. foi mesmo um casamento atabalhoado! Comovente. mas o padre era belga. foi "ele". e por todas as suas formas. ele passou por todas as figuras dos antepassados de nossa humanidade. embora as estatísticas digam que os franceses se casam cada vez menos? Eu não queria me casar. a lanugem . ao completar quatro s manas d vida. ele não tinha rosto de gente? Antes. quando de repente eu o senti. Eu estava negando sua participação no caso. Ele é homem. Não entendia porque o fato de esperar uma criança tinha de levar ao casamento. 'i0 . a cabeça dele? Não sei. Até eu me ouvia e tinha a impressão de estar louca. Isso quer dizer que. quase imp IC ptív I. Seria a mão. há uma peça mestra de sua estrutura que 51 -. Como um sinal de reconhecimento. e nenhum outro homem interferiu na minha educação. houve hesitação em se reconhecer o feto como membro da família humana . Tanta certeza como se ele tivesse me cochichado ao ouvido. há um mês. meio criatura sem alma.. O prédio todo deve ter ouvido. meio animal. Ao completar dezoito semanas. durante séculos. quieta. coloquei minhas mãos sobre esse corpinho encafuado na minha carne. Seu primeiro sinal. a natur za r faz I modo compa to SU'l obra d quinh nt milhõ s dano d transformação. o joelho. Compreendo o desassossego de Martin. disso estou certa.) ) ) QUANDO O CORVO CONSENTE QUINTO MÊS ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) .era tido como um ser híbrido. Fugidio. Mas era ele. As duas primeiras células do ser humano trazem em si a memória de inúmeros antepas ados de a pecto cambiant . e os homens não carregam o bebê na barriga. v ntre da rnulh r ' um plan ta qu o mundo m seu secr to r constrói ind finidarncnt mini-oceano. barriga vazia. Por que iria eu achar legítima a pretensão de um homem embora amado e pai de meu filho . Talvez seja por causa dessas metamorfoses inquietantes que. • I? de março Ele se mexeu. Feições pálidas. antes. próprias para berçários? Porque. à noite. Por que estou te contando uma coisa que diverge das historinhas infantis.. o casamento era o único meio de apropriar-se de nosso bebê. seu "pedido" de casamento me perturbou. Eu estava sentada. Não lamento o casamento às pressas. com uma espécie de pelúcia recobrindo todo o corpo. casacas cinzentas e vestido branco feito para barriga meio volumosa. não fazem muita coisa. T u lindo b bê tornou-se peixe. não o fazem crescer. Pela primeira vez. uma contra a outra . Por que fiquei tão furiosa diante de um projeto afinal muito gentil e quase banal. Mas Martin entendia com clareza. neste momento é mamífero. Martin me disse "Vamos nos casar".) ) . Com uns arremedos de membros. Para ele. Não naquele momento. Achei que ele passava da conta: não tinha o direito de me propor casamento a pretexto de eu estar grávida. bebês e filhos eram negócio de mulher. Sei que é o início de um maravilhoso diálogo. mas só está em mim. sozinhos e rindo. Há um mês. dei um grito. fizemos tilintar nossas alianças. parecia um jovem alevino. teu bebê THERESE tem rosto de gente..de partilhar a responsabilidade por esse bebê? Levei tempo para dizer sim. tenho certeza. O que ficou de melhor recordação foi quando. com o aco vitelinico nutriz sobre a barriga. Para mim. o bebê existe.. ficou semelhante às criaturas semi-aquáticas e serniterrestres provenientes do oceano primitivo. as mãos e os pés estão perfeitos . Minha mãe criou sozinha meu irmão e eu desde a morte de meu pai. em todas as formas cambiantes desses corpos desde a noite dos tempos. De fato. sem gritar não por dentro. Em nov meses. Quando. pelo menos até o bebê nascer Como é então que vão assumir o papel de pai? Aos próprios olhos e aos olhos dos outros? Quando se tratava apenas de amar a dois. Embora seja de ambos. Agora. Ele e não eu. bastava que nos disséssemos nosso amor e estávamos em condições de igualdade amorosa. Ni10 foi um gorgulho de _. Somos dois. 53 . não o largam nunca. e que mudou tudo. De cada lado d nossa coluna. estás lembrada. porque não sabemos o que temos nas costas. sem exceção. Todos nós." Ninguém tem costas fracas. nenhum vertebrado. a que expomos à nossa frente desde que ela deixou de estar protegida entre as quatro patas quando nos erguemos nos dois pés: a garganta. basta relacionar entre si as informações que ela nos oferece. fibrosos.mda cabeça à cauda. e a córdula se formou. Os primitivos. mais antigo que o sexo. o bem-estar. a face anterior das pernas. da nuca aos calcanhares. numerosos. mesmo humano. mais antigo que os membros. nossa metade mais recente. e como consegues trazer em ti um bebê. e o primeiro de nossa história individual. Pode-se dizer que a córdula tomou o poder e modificou profundamente toda a organização do pequeno corpo. fazê-Ia nascer. de cada lado do eixo vertebral: eram as futuras vértebras e seus futuros músculos. Nas costas.u] s pa sam pelas per'i2 nas e continuam seu percurso por todo o corpo. era uma bolinha de células iguaizinhas. Dominam constant m nt . Dessa maneira. isto é. mas isso não quer diz r na h. menos numerosos que os primitivos de que já falei. Ele estava com três semanas. Somos feitos de dua metades. uma força bruta. A coluna e seus músculos foram delineados prioritariamente no corpo do embrião de teu bebê. Ela lhe forneceu um eixo. e ela responde: "Por que tenho as costas fracas. desde nossa origem como embrião e por toda a vida. O primeiro a se formar em nossa história de vertebrados. o peito. com naturalidade. e incitou as outras células a se "diferenciarem". primitiva. Somo' né qu permitimos isso. apertados. Algumas se alinharam ao longo do eixo na forma de um minúsculo tubo: era o esboço do sistema nervoso. det rmina o ixo do mbrião da cabeça à cauda. nenhum mamífero. instala uma linha divisória ntr as part s diant ira e traseira do corpo. Forte demais em relação ao resto da musculatura. vinda dos primeiros vertebrados. temos uma herança. o da futura coluna vertebral. os de aparência frágil têm de fato uma resistência surpreendente. O que é o resto? Nossa parte anterior. em pequenos blocos simétricos. Tens de contar com esse par para deixar nascer teu bebê: é um par mais antigo que o cérebro.QUANDO O CORPO CO SENTE QUI TO MÊS permaneceu praticamente intacta. a coluna vertebral e seus músculos. Determina também o ix ânt r -posterior. a dianteira do corpo. como se fôssemos peixes ou répt i . Outras células se alinharam. por se desconhecerem. feixes de músculos bem apertados pr nd . A parte anterior tem músculos diferentes. d 'l rm inam a forma d nosso corpo. pele ou órgãos. A natureza é muito coerente. Esses rnús 'uIas primeiros. a maioria das pessoas nem sabe situar. A ór lula. Insisto nessa particularidade da formação de teu bebê porque ela ajuda a compreender tua própria organização muscular: como és constituída e como te mexes. força sobre-humana. Então. organizados num só bloco de uma até a outra ponta do corpo. o equilíbrio. Pergunta a qualquer pessoa que sente dor nas costas o motivo dessa dor. por assim dizer. mais mole e vulnerável. da abeça aos pés. e essas metades. como já pude constatar muitas vezes com meus dedos durante o trabalho corporal. os m(15 . A córdula é um minúsculo cordão de células que se diferenciaram das outras. acostumados ao pod r. a barriga. É verdade que p rd rn s nossa auda de embrião. lutam abertamente. a qualidade e a força de no sos movim int s. estamos sob o comando de músculos específicos que. por que dói? Justamente porque é forte demais. a temos. não dava para perceber quais se transformariam em cabeça. no ntanto. Parecem desconhecer que temos p ma' continuam num bloco único de uma extremida I 'à utra. Ia nuca. para carregá-Ia no ventre. posíruo til' c xoras.. orno p rrnitir qu ' os músculos Ia regiílo lombar.que comanda o lado direito . Mas ver é justamente o que não podem fazer: os olhos estão voltados para a frente. Assim. Liberas a respiração. destinados a amaciar o corpo. sem transpíração. Podes . as leis da fisiologia estarão a teu favor. Por isso concluem que todos os músculos do corpo são moles.se acostuma também a perceber as sensações de teu corpo. só vêm a barriga e a frente das pernas. entre os ombros. Se eles se alongarem.onvcncê los .I. braços estendido para o tI r. O trabalho é bem mais amplo: leva à união de todas as fibras de tua musculatura. é porque do outro lado a região lombar é dura. a intensidade das contraturasl . boceja (cf. Os antagoni tas dos abdominais são os músculos lombar s. dos ml ros. Pode oferecer um contato firme e tranqüilizador a teus músculos com uma dessas bolinhas qu costumo utilizar no meu trabalho.ou na nu 'ti. videz torna a musculatura mais flexível e as idéias menos rígidas. a arcaica e a moderna. E assim. os músculos da barriga podem trabalhar. E. podes alongar os músculos da nuca. podes alongar a região lombar. podes tonificar os músculos da barriga.':I() soli 1:11iox.. sem esfalfamento. sem embrutecimento. Ainda não entendeste? Se a região lombar estiver contraída. :1 inl(·ligt'I\(·iíl. iodos os lominanu-x 1:1 ('. para que ela trabalhe para ti e não contra ti.) ) QUANDO O CORPO CONSE TE QUINTO MÊS J ) -. e.I<ll'in P(). joelhos dobrado. Não estarás fazendo trabalhar apenas os músculos da barriga. é preciso o acordo das duas partes. Tud Ih s s rvc d ' I ret xto para a contração.p los músculo dos pés. teu cérebro esquerdo . não podem mais se contrair. As leis da fisiologia proíbem qualquer ação a um músculo enquanto eu "antagonista" estiver contraído. A graa força e a fraqueza. comprimem as vértebras e deformam o corpo. afastadas. Os horm ~ni p cíficos. infor- mações circulam bem d pr ssa . até o esgotamento. Fico desolada guan 10 v 'jo o qu certas mulheres grávidas fazem p n an 10 lU lh '5 faz bem: respiração.I S' alongar '111 (111"15 das coxas. Se eles se alongarem. seus antagonistas se contraem... É um jogo sutil de todos os músculos do corpo que ob decem à intemporais I i fisiológi as da nat 1Ir za. I or exempl .. to 10.J ) ) j ) . A região lombar é cava. E não às futili Ia I.1 I larua <. Entendes o equívoco? Patético.. suas fibras se encurtam. Se a barriga é mole.105pós. As pes oa imaginam que os rnú eulos das costas são fracos: se pudes em ver os nós que têm na nuca. Começa com o lado direito do corpo.. perna.J ) ) ) ) ) ) ) ) estão sempre se contraindo. a posterior e a anterior.'I:1 trabalhar um 1(111) prc -iso pílra que os outros 1'(. também ama iam o spírito. na frente. h. porque 55 ) .t(· rior 5' alongu '111? I )csll'rtan 10 111. a barriga nada pode fazer. Eles contra !TI até o can aço. pela face posterior das pernas. No mesmo instante. ou 'lI" 11. Se os músculos lombares estiverem inibidos.J ) . os músculos da barriga não pod m trabalhar enquanto os lombares estiverem contraídos. (:()II\() de uma a outra ' t r 'midílcl . se os músculos lombares se contraem. está certo? Ficam inibidos. É preciso reconciliar ão. inclinada.' e a barriga. desse modo. agitadas.. na parte inferior das costas. desenho). para com a inteligência do corpo! Só uma coisa deve ser feita: permitir que os músculos dominantes se alonguem. não é nada complicado. Que falta de respeito para com a própria estrutura muscular. Ia mo Ia Iuga». I pé. se abaixam o nariz. a mínima emoção de nossa parte.' . que lhes parecem moles .lj:lI\1. Para pôr uma criança no mundo. o mínimo rnovim ruo. QUANDO O 010'0 CONSENTE o diafragma está intimamente ligado aos rnús .ulo: c.la costas. Logo adiante vou explicar isso. Ch ga à gra a natural de todos os teus gestos, à forma perfeita de teu corpo. ento nQ 9, pp. 150 e 151. SEXTO MÊS • 2S de março Hoje é o dia de meu aniv-rsário, faço trinta anos. Mas podia estar fazendo cinco ou seis, ou menos ainda. Minha percepção das coisas voltou à infância, ao tempo em que eu era bebê. Quando um cheiro agradável e calmante, como o odor de minha mãe, me dilatava as narinas de prazer. Quando o calor me fazia engasgar. quando um golpe de ar deixava meu corpo gelado e o barulho me fazia estremecer. Meus sentidos de bebê, tenros, tinham uma acuidade que perdi bem depressa. Conforme fui crescendo, eles ficaram embotados, contidos, educados. O convívio social me ensinou que pegar com a mão era sujo, que fungar era falta de educação. Coisa primitiva. Aprendi a olhar. A visão, sentido racional, tornou-se meu sentido predominante. Mas, agora, meu estado de mulher grávida apaga trinta anos de aprendizagem do uso correto dos sentidos. Eu me flagro aspirando, farejando. Numa mistura de prazer-desprazer. alguns cheiros me extasiam, outros me enjoam. O olfato passou a ser meu guia: é ele, em vez da visão, que me informa, me consola ou desorienta. Quando olho, não chego a ver; aliás, a vista fraqueja, como se os olhos não quisessem ir além da minha barriga. Meus ouvidos tornaram-se exigentes. Já não agüentam os sons muito fortes. Será que é porque sei que não estou sozinha nessa escuta? Meu bebê já tem o ouvido aguçado, reage aos sons violentos dando uns bons pinotes. Meu paladar também ficou estranhamente seletivo. Adoro certos alimentos, sobretudo frutas; outros me dão ânsias. Quando como, lembro-me de meu hóspede. O 57 ) ) ) ) ) ) ) QUANDO O CORl'O CONSENTE SEXTO MÊS sabor de minha comida passa para o líquido amniótico que cl suga, engole e inspira. O paladar dele está se formando, aprcnd a conhecer e a gostar do que eu gosto. .J ) THÉRESE É costume dizer que a mulh r grávida regríde, nada mau se, para Ia, r gredir sig- ) ) ) ) ) ) ) ) nifica voltar no tempo e reencontrar a vivacidade de seus sentidos. O nascimento da criança é um novo nascimento para a mãe, um co-nascimento". Já se registraram casos de mães deprimidas, doentes, que, de olhar fixo nos olhos de seu recém-nascido, voltaram a viver. De fato, todo recém-nascido é capaz de despertar na mãe reziões até então adormecidas, às quais ela nunca I::> tivera acesso. Reencontrar sentidos mais despertos e aguçados é, para a mulher, uma preparação ao nascimento que vem de dentro, ensinada pelo próprio corpo, ditada por seu sistema nervoso. De todas, é a preparação mais natural, mas tão discreta que, às vezes, nem dá para perceber seus sinais miúdos e frágeis. ão vem descrita em nenhum manual de obstetrícia. Quando os percebem, certas mulheres ficam atrapalhadas e consideram um contra-senso as mensagens exatas de seus sentidos. A natureza que faz tanta coisa para dar a vida, que orzaniza tão bem a fusão das duas primeiras células mao cho e fêmea, a secr ção d todas as sub tâncias vitais para o embrião, uas tran: f rrnações, sua maturidade, e tudo isso com grand m >ti ulo: idade, quer fazer ainda mais. Coloca no corpo Ia mulher uma segurança suplementar , uma prot cão. Mo lifica-lb ' ;1Spercepções sen, soriais e emocionais, I ara IlI':1 Ti;II1<;;I projeto amaem • No original, cos nce, qut' mófono 11\'1111111'" III~\"til' d.1 1 ) '('111111" 11>1111) () 11( COI2- , cujo significado é "conh 'UII\I'lll"" (N dur ça com serenidade. Decerto isso deve vir de muito longe, dos primórdios da humanidade. Era preciso defender-se, ter o instinto de sobrevivência, todos os sentidos a postos. O ruído de folhas pisadas podia ser indício de um predador, era preciso ter o ouvido alerta; e o nariz também, para ninguém se envenenar com uma planta da floresta e, assim, aniquilar toda a futura descendência; o tato das patas rugosas precisava ser mais delicado, para abraçar o filhote quando ele viesse se aninhar. Se tua visão ficou mais fraca, deve ser uma proteção arcaica que te obriga a limitar os passos. Já não precisas percorrer a floresta em busca de caça e de alimento e, por isso, não precisas limitar o olhar para liminuir as andanças. As representantes d zên r humano já não precisam parir no fun I l urna 'IV rna, l' S 'lIS recém-nascidos não orr 111 risco lc ser '111 o dt'vm:)(los IICl por animais carnív ros, () ;11111l'l1t q 1Il' vl;ls ('()Ill [11.1111 i () supermercado " 111I rinrr] io, 11:lolnxi('(): 1),1.(;1(Pll' leiam as etiquetas 'I miem disj xusnr () ()ILII(), 1':I1IIl'LlllI0, fi a-nos no fun I ) do corpo l'.">S 'impulso los S -ntidos, mais ág is à me li Ia qu ' diminui no ssa mobilidade. Arcaísmo qu na Ia tem d Iam ntável. Se a visão é menos penetrante, o olhar torna-se mais carinhoso. Menos totalitária, a visão cede sua esmagadora preponderância (oitenta por cento de nossas percepções sensoriais são habitualmente percepções visuais) aos outros sentidos. À audição, por exemplo. Mais aguçado, o ouvido torna a voz mais calorosa. As vibrações das vozes, da música, chegam a ti na íntegra, e não amputadas de algumas de suas modulações, como acontece com a maioria das pessoas. Essas vibrações estimulam teu sistema nervoso, fornecem-te energia. As modulações que teu ouvido percebe podem ser reproduzidas com facilidade por tua voz. A voz muda nesse período, e teu bebê, através do líquido amniótico, pode ouvi-Ia calorosa e sere59 H ) QUANDO O CORPO CONSE TE SEXTO MÊS na, ela o acalenta e lhe faz bem. Quase s rn] r a mulher grávida fica com voz mais potente, e certa cantoras atingem, na gestação, desempenhos mai esplendorosas do que nunca. É uma questão de ouvido mais atilado e de porte de cabeça mais elegante. O sentido do tato está em todo o nosso corpo, e não apenas na ponta dos dedos, como se imagina. O órgão do tato nos envolve completamente, em todas as partes em que nossa pele vive e respira. A gestante tem, em geral, a pele brilhante, sinal externo da saúde de eu sentido do tato. Teu invólucro de pele torna-se sedoso para acalmar as saudades do recém-nascido, arrancado à tepidez de seu universo líquido. Ela se torna mais receptiva às vibrações sonoras que te cercam. Tua pele escuta e ouve. Nossa voz não é apenas a emissão das cordas vocais, mas é a emissão de todo o nosso corpo. Costumam dizer que os olhos são o espelho da alma. assa voz nos traduz e nos trai, corpo e alma. Ela deixa ouvir nossos estados de alma - não apenas as emoções momentâneas, mas as profundas, que formam nosso caráter - e o estado de nosso corpo. Se certas zonas do corpo estiverem rígidas e bloqueadas, não conseguem vibrar ao som de nossa voz. Certas pessoas só conseguem falar entredentes, e outras só falam com a garganta; o som de suas vozes pára aí, nenhuma outra parte do corpo lhe faz eco. Mas, se os rnú culos de tuas costas - os dominantes - estão flexív i , tua voz vibra ao longo da coluna vertebral e faz cantar orpo inteiro. Costas, barriga, pescoço, diafragma, r SlO, ra ão, sexo: cada uma das partes de nosso corpo pode .antar como cantam juntos todos os instrum nt si' um" or [u stra. Por que a voz da mulher grávida fi "I (lirt rCI1Il'?Porque a posição de sua coluna vertebral se modilk». Os mÚ5 ulos posteriores do corpo são olidários, l'Slns kll1hra Ia. Da nuca aos (10 calcanhares, eles reagem como um único e grand músculo. Quando ficas grávida, a região lombar se arqueia, e a barriga se projeta irresistivelmente. Os músculos de tuas costas e da região lombar são praticamente o únicos a promover o beb ~; om ou m gravidez, faz parte da natureza deles s mpre qu r r int rf rir em todos os nossos movimentos. D· s m do, les s contraem mais ainda na região lombar. Tal contração na bas das costas t m a vantag 111 de Iib rar a nuca el suas costumeiras c ntraç Õ '5. S a nu a não tiver contraída, pode rt para a tua voz! A alongar-s . E, d '5S • modo, que laringe, qu cJ ixa d s r mpurrada para a frent ,p I achegar-se à coluna cervical, o som das cordas vo ais faz vibrar tuas vértebras e todo o teu corpo, até nde a flexibilidade elos músculos o permitir. Com toda a sua pele e seus ouvidos, o bebê está à escuta das vibrações benfazejas de tua voz; ela nutre seu sistema nervoso, seu cérebro, seus sentidos e sua memória tanto quanto as substâncias da placenta. ento i 10, e pp. 151 153. • 2 de abril É domingo. Sentada à sombra de uma cerejeira, ergo a cabeça, o céu está azul, o vento balança devagar os galhos da árvore. Faz um pouco de frio. Minha barriga dura e redonda empina a minha camiseta. De uns dias para cá, tudo mudou. Eu vivia com os olhos e o nariz colados na vigia do meu ventre, o olhar sempre esbarrando neste meu recinto fechado, minha fortificação materna. Agora, estou largando as amarras. Sinto-me como passagem, trilha cheia de vegetação, riacho piscoso, oceano amniótico. Ele vai sair; isso é uma certeza prazerosa. Levanto-me, e minha cabeça roça nos galhos mais baixos. É uma expedição incrível. 61 ) QUANDO O CO!U'O CONSENTE SEXTO MÊS ) • 4 de abril .J .J ) ) ) Parto. Em sentido figurado, o dicionário Petit Robert o define como "elaboração árdua, difícil".Em sentido próprio, o que é? Leio as páginas sobre "preparação para o parto" dos manuais de gravidez. Meus olhos pulam de um para outro método: sofrologia, ioga, haptonomia, piscina, canto, parto sem dor: Há para todos os gostos. Cabe perguntar se é um método ou uma mulher que dá à luzi Talvez valha a pena ir além dessas linhas lidas sem muita convicção? Inscrevi-me no curso de preparação para o parto, organizado pelo pré-natal. Hoje é a primeira aula.Tento os exercícios de "relaxamento"; aperte-soltei aperte-soltei O cheiro de suor e de mofo que os tapetes do chão exalam me lembra as aulas de ginástica no colégio. Depois temos uma aula teórica sobre o parto. É uma médica que dá a aula. Sentamo-nos em cadeiras dispostas em círculo. Faço força para prestar atenção, mas não consigo. Será o bebê-manequim desmontável, que a médica empurra numa velha bacia, a causa da minha fraca compreensão? Ou serão as outras mulheres? Algumas já estão com um barrigão enorme, dá para perceber que elas têm muita dificuldade em ficar sentadas naquelas cadeiras escolares. Não param quietas um instante. Algumas levantam o dedo para fazer perguntas. "Como se pode de que o o O que se se o bolso o solo de Fico aliviada ao perceber que não sou a única em dúvida. Quando a aula termina, bem que eu gostaria de prosear com minhas "colegas", mas todo mundo vai embora depressa. É pena. ) É uma mulher ou é um método que dá à Tr-rÉR.ESE luz? Uma mulher, é claro, mulher que neste momento está v tida de vermelho. Mulher suave e flamejante, de p rt . ob rb . Mulher com perguntas e dúvidas, mai autê nti 'as e er nas do que um otimismo 62 artificial que traria, subjacente, a angústia silenciosa e cada vez mais profunda . Algo muda em ti, em mim, entre nós. Lembro-me do dia em que, pela primeira vez, bem equilibrada nas tuas perninhas de bebê, largaste minha mão. ão sei ao certo se estavas com um ano ou um ano e três meses, mas me lembro bem de teus gritos de triunfo, C de meu espanto. Tenho a impressão de que uma força irresistível leva a ti e à criança. Largas minha mão, algo acontece conosco, continuamos próximas, mas o que eu podia te dar, já tens contigo agora e para sempre. Tua unidade está se constituindo e, junto com ela, tua autonomia. E a autonomia nã onsistírá ai nas m int ra r O pr' pri r? Harrn nizar I assa I), <lu' n , I LlX8 I ara Ir;Ís, COI11 pr nt, <1 fim til' ('OIlS 'gllir ri ';\1' ri 1'111, I, pv. l ln rmu nizar as luas 111 lati 'S (i;} I J'(l!l'i:1 1I11f.'(·III.IIIIf'.I' ,I ,1I<.t1 ca, qu fi 'a 'ITI nossas 'OSI:I,', c: ;1 <!tIlI.I, <lI\(' li<,\ 11,1 11<'11 te, qu não I arccc ('.'01;11 IVllllil1.1 1.1. 111.1.0., <l'I(' < ,III<',~,I nos a pr iosas ,ilX'rlllr:ls Jl.\I,1 () 1I111tHI!) (>, ()IIHl, , " boca, as narinas, que sao ';IP,I/.('S dl' 1()11I;11' '(.!tIl', Ic emitir reccl r, c os ouvi 10.'0, <lu ' 'li cnas r' .eb m, mas que são capazes I' se r .har, lc não mais querer ouvir. E se a autonomia .onsisuss também m poder emitir e receper sem ter me 10 do que se carrega dentro de si, e sem ter medo de ferir-se? Dar à luz é também emitir, pôr no mundo um ser vivo, tirá-Ia do fundo do próprio corpo. ão se dá à luz apenas com o útero e o sexo; dá-se à luz com os olhos. As pulsações de nossa energia provêm do alto do corpo. Os olhos, ouvidos, nariz, boca, pescoço, diafragma, barriga, pélvis são outros tantos níveis pelos quais a energia consegue passar; e essas pulsações suaves e contínuas imprimem a teu corpo o ritmo natural da contração e descontração. Mas, por vezes, os níveis são ciladas para a energia que aí se esgota; a primeira armadilha está nos olhos. Os 63 paradas há muito te. o tecido dos olho stão rígi I " incapazes de aceitar as vibrações de n sa própria nergia. Em sentido inverso. e continuam a sentir medo de todas as passagens. de todos os encontros. mas o rejeitam. Movimentar os olhos pode mexer com todos os upos de sofrimento da primeira infância.?s para o mundo. não podem fazer mal a ninguém. os níveis abaixo lei '5 fi~am privados de energia: a barriga e a pé Ivi L m os movimentos presos. mas nao veem. dizemos a toda hora e a respeito de tudo. Ficamos meio cegos. A i ento dos olhos nQ 11) pp.QUANDO O COJU'O CONSE TE SEXTO MÊS músculos. das pálpebras indica uma inibição dos músculo~ e um sofrimento tão secreto que nunca chegou ao nível da consciência. agora.do or] o perder brus~amente ua n rgia. Na hora do parto. o recém-~ascido as fecha com força para proteger-se. estou vendo".nt s qu poderiam nos ~ev_ar~ cura. "Estou vendo. ' Um feto com vinte e oito semanas já pode abnr as pálpebras.upo na borda das pálpebras. Seus olhos estão pregados num passado que poderia machucar se fosse feito algum movimento. eles estão quase sempre sem mobilidade. 65 . talvez por sua e~~rema sensibilidade. Mas ao m S111 t mpo. Durante rnuito tempo acreditou-se que os bebês nasciam cegos. à espera durante toda a vida de que algo lhes aconteça. eles ficam ofuscados pelas luzes das salas de parto. E melhor deixá-Ias cair e. Apenas uma imperceptível rigidez da testa.s~inadas aos olhos. Ver! Um terço de nossas vias nervosas são mesmo de. surdos e mesmo assim conseguimos. Nem é preciso ter consciência disso: nossO sistema nervoSO está atento e manda que os mantenhamos fixos para evitar o sofrimento. endurecido. A n rgia s b subitamente para o alto do corpo que. já não consegue superar a desordem. teus olhos estarão bem abertos' teu corpo será como um arco cuja corda corresponde ao olhar estendido de teus olhos à pélvis. ssa rigidez nos impede de fazer os ~rimeir s movim . Os movimentos que proponho são muito simples. mas. os nervos. das têmporas. Se os olhos nao (li! se movimentam com liberdade. por meio delas. obsoletas e sem motivo. e bem concretamente. quem fica deprimido tem o contorno dos olhos e das temporas congestionado. como foram olhadas e amamentadas. É uma velha história que começa quase sempr no momento de nossa chegada a este mundo. a part SLI pcrior com iça a sofrer.bert. O relaxamento arti~i~ial bru o ela p quena bacia altera o equilíbrio energeuco. Há anos. Para a g stantc. já que a superfície da cabeça fica dolori~a. Há pessoas que parecem nunca se acostumar. de que alguém as liberte. Há pessoas que têm. se a part inf ri r . ou melhor. um amigo psiquiatra orn ntava qu o nas estado de depres ão pé s-parto ra mai fr qüent mulheres que haviam r it a p ridural. Se sentimos os olh?s úridos. os olhos ':. elas olham. escoar serenamente o fluxo de energia que carrega a rigidez e a dor que temos atravessadas no corpo. na hora do parto. como se estiv~ssem sempre do outro lado. é o mundo que nos cai na cara. 153 e 154. A depressão que atinge o psiquismo atinge o corpo. Que sofrimento? Não apenas o do ofuscamento dos olhos do primeiro instante. após nove meses de imersão num claro-escuro tranqüilo. atrapalhado. mas não cegos.. mas também o modo como elas foram recebidas. mais tarde. O que chega primeiro é nossa cabeça. () trabalho c m os olhos e tao lmpc:rtante quanto os movim '1'1105 Ia bacia. devem ser lágrimas antigas. . foi então que compreendi que aquele tipo de trabalho podia ajudar muito as mulheres que eu preparava e . na casa dos sessenta. Por vezes. Esta mulher. Todas as mulheres dão à luz pensando na própria mãe. o mesmo jeito amavel e decidido. percebi qu a antiginásti 'a I () li:1 ir nkn: d. mas a realidade atual parece bem diferente. l:tI '0f)10 Thérese nos ensinara. Do nosso gru pinho de parteiras. até o dia em que. o que me entusiasmou e incentivou. Logo os partos ficaram mais rápidos. fiquei espantada COl-r: ~ sem~lhança. mas I go n v 1 a íd Ia de 111tegrar alguns de seus conhc irn nios nos ur o d~ preparação para o parto as irn 01110 na hora I nas irnen- to. uma respeita a outra. é uma força. da nuca até o cóccix . 0111 i a trabalhar o r laxarn -nto dos olhos. a maternidade. A tradição popular as considera muito ligadas ao parto. para o que podia ser o movimento da bacia. Dar a vida a uma criança é tornar-se mãe. A seguir. Meu ofício é sempre uma história de mãe e filha. e é também voltar a ser a filha de sua mãe. e compreendi que havia um jeito de favorecer o bebê com um trajeto mai direto.laxar suprimir () nu-do. Foi o que fiz à luz do ensino de Thé r' se. tive contato com algumas que nunca se referiram à sua função e. Ela chamava a atenção para a bacia. Tudo depen. Os partos tornaram-se deveras fáceis e muito bonitos . "parteira" era para mim apenas uma palavra. deitadas no chão. logo me cativou.'. Marie e Therese sao muito chegadas.QUANDO O CORPO CONSENTE SEXTO MÊS • 5 de abril As ri1ulheres que acabam de dar à luz sempre falam de seu médico obstetra. Na 61 () '(I. menos tortuoso. onseguimos encontráia e participamos de seus grupos. I kp()is.~ra P~ra nosso bem-estar pes oal. Quando conheci Marie.IO do medo: facilitar parto.. de falar com ela.. mas que ela nunca os havia observado junto nem havia percebido como interag m uns com os outros. que já não me agradavam tanto. Eu estava na pista certa. hoje de manhã. ~ssa parteira fez com que toda a nossa equipe lesse o livro. Thérese nos pediu que. no istrcit aminho que o traz ao mundo. viva e simpática. S nti que as mull vrt's n '. durante uma sessão.. como o percebíamos.ab '. talvez eu fosse a mais reticente. Ficamos com vontade de conhecer Thérêse. encostássemos bem a coluna. por isso. . por vezes. mas também muito pudicas. O relacionamento mãe e filha me toca muitíssimo.d: do :elaC1~namento entre a mãe e a filha.IV. o co~eç?. e quase nunca da parteira.nsar no trajctc do bebê que e tã para nas 'r. abandonando todos os exercícios clássicos. um entrave. Até conhecer Paule Brung. COIllCC 'i a P . Do entusiasmo à iniciativa.1 supr 'SS. da língua. Começamos a refazer juntas o que Thérese nos ensinara. () o que eu buscava: r . comecei a fazer um trabalho paralelo e deixei de lado alguns cursos tradicionais de preparação para o parto. os obstáculo mus ular s ósseos a transpor. Ambas têm o mesmo olhar. Durante os cursos de preparação para o parto.acompanhava até o parto. Compr endi qu a obstetrícia tradicional havia descrito minu io arncnt t dos os aspectos do percurso. 67 . d qu iix . Conheci Thérese no início da década de 80.llll bem mais à vontad . 18 . vértebra por vértebra.t. MEU ENCONTRO PAULE COM A ANTIGINÁSTICA ) ) Eu não sabia que Thérese tinha uma filha. Examinei as mulheres e constatei que os bebês estavam bem imersos na bacia. Comecei a dar indicações nesse sentido a minhas pacientes. Uma parteira da maternidade onde eu trabalhava havia descoberto O t su o seu primeiro livro. trabalhei a respiração. 'ra I rinr-ipnlnu-nt ' i. . nenhuma episiotomia a costurar. a dilatação. antes de escolher um ramo da medicina ou da paramedicina. Lamaze ficou fascinado: de retorno a Paris. atraída pela medicina. Aliás. Paule era também encarregada da higiene dos bebês e das mamadas. intrigado com a calma reinante na sala. Ao terminar os estudos. Na União Soviética. como aquele onde Paule trabalhava. mas acima de tudo muita incompreensão. No decurso do trabalho. é a palavra adequada: esse método. e era a primeira vez que isso era feito. entrou na escola de parteiras d Bord aux. E foi então que Paule se decidiu: ia s r parteira Aos dezenove anos. Nessa época. As mulheres tinham o direito ao aborto e o dever de dar à luz sem gritar. foi trabalhar num hospital parti ular m Paris.!" A pergunta sem resposta a intrigou por muito tempo. E um dia. atendentes e enfermeiras vieram juntar-se às parteiras.. o encaixe do bebê. o Dr.e controlava com a mão e o relógio a intensidade e a duração das conlongos. no décimo. Queria refletir bem. que não gritavam e aparentemente não sentiam dor. Era um bom recurso para diminuir o medo que elas 69 . As episiotomias ficaram rara . explica Paule: pessoal da puericultura. Naquela época as parteiras faziam todos os pc11 to . deixavam o hospital. Consistia antes de tudo. Para a época. os estudantes de medicina já sabiam pelos colegas: os plantões com Paule não têm graça. afirmou: "Você tem mãos de parteira"? Paule tinha então cinco anos! Isso foi há mais de meio século.não existia aparelho de monitorização . ão ocorria mais cesariana por anomalia de encaixe ou de dilatação. as mães se levantavam no oitavo dia e. Não dá para aprender nada. As dores do parto eram uma invenção ancestral para manter a mulher sob opressão. fez um estágio num pequeno hospital de província. de acordo com as proporções do atendimento.QUANDO O CORPO CO SE TE SEXTO MÊS o chefe da seção intere sou-se. O m dico só era chamado em ca()H so de cirurgia. diretor da maternidade da Casa de Saúde dos Metalúrgicos onde Paule trabalhava. nenhum fórceps para puxar. Dizia-se que as "beatas" que pariam aos gritos deviam ser descartadas. começava uma nova vida muito promissora. O Dr. em contar às mulheres o que ocorria durante a gravidez e o parto. Foi lá que Paule assistiu ao primeiro parto. logo rebatizado de "parto sem dor". as maternidades melhoraram. dois ou trações. Lamaze. renegava todo o passado. Paule verificava o ritmo cardíaco do bebê pelo estetoscópio . quem passava pelo corredor dava uma olhadela pela porta. e saía murmurando: "É formidável!" Aos poucos. Não havia sala reservada para isso nem parteira: o médico interno dava plantão em todas as seções e fazia os partos sozinho. vai ficar sabendo . os o util co o o oci os e os l o nós as e as os de e Em alguns hospitais. Em 1952. falaram do método psicoprofilático. no fim da década de 50. ensinou o método do parto psicoprofilático. De vez em quando. as crianças ainda eram trazidas pela cegonha. nenhuma complicação que sirva de treino para a gente! Havia quem dissesse: "Paule é uma artista!" Dava para perceber uma ponta de admiração. os fórce~s viraram exceção. Os po tos contou-me Paule. Aos dezoito anos. chegava até a servir as refeições às parturientes. fora à União Soviética onde havia assistido ao parto silencioso de mulheres soviéticas. • 6 de abril Por que Paule escolheu ser parteira? Seria por causa de sua velha vizinha e amiga que. sua mãe adiou a explicação para depois: "Quando você crescer. segurando-lhe as mãos. era um fato revolucionário. Quando Paule perguntou o que era uma parteira. Tom i-rn a part ira d s partos sem complicação. era-Ihes explicado o apagamento do colo. inspirado na teoria do reflexo condicionado descrita por Ivan Pavlov. as parteiras tinham de fazer tudo: os partos e os cuidados pós-parto. Pouco a pouco. de dominação da mulher.Paule. Mas ela pressentia que podia avançar ainda mais no trabalho sobre a dor. explicou-m p. Houve mulheres que ousaram dizer que não tinham gostado daquele parto chamado "sem dor".-me ela. s 70 71 . um belo dia. tudo ruiu. Como relaxar meus músculos para o consendeixar aberta a porta de minha bacia.tlJ. Enfim. o d s IlV IV1l1H'111ll II. como eram constituídos seus órgãos genltals . regular. feito para dar à luz. IHlI 11111.\" PI1l111'11. e ó hospitois o mesmo. ( ) que Paule me contou.lltl c!(". escrevia Leboycr: luz forte demais nas salas de parto. ui i otenç o às condições de ecepç o do bebê.) QUANDO O COlU'O CONSENTE SEXTO MÊS ) .1t' ( ((lI!. Se suo i . Meus lábios formul vam por quês e comos s m I rar r li queria saber e enL nd I~Desta v 7. Chegou-se ate a alguns exageros. Segundo ela. em 1973.mostrado. . Ao mesmo bom.lIdVI 01'.li'. o fato é que. Dar a vida a um ser tornou-se um magnífico percurso iniciático. mais direto. Frédéric Leboyer publicou seu livro Po~r ) une noissonce sons iolence. '')('1 '11. ) ) ) A ocitocina é um hormônio secretado pela hipófise.o que Irritou murtos ginecologistas. Ela me explicou como acompanhar meu bebê na hora do nascimento. Deixou-se um pouco de lado a mae ) J J e passou-se a olhar para o nascituro. com p. isso aliviava muito as parturientes.J sentiam. dtl 'qlldcld'. foram atribuídas notas: ótimo.J ) ) . Pode ocorrer que. como o muro de Berlim. cheio de pcrit (iels. cordão umbilical cortado muito depr ssa O livro do Dr. ) • 9 de abril Para que serve a ocitocina? Paule voltou a minha casa hoje cedo e conversamos durante horas. Familiarizouse com a acupuntura e a utilizou durante os partos. disse. barulho dos instrumentos d s vozes. a Farturiente receba sob a forma de perfusão.Também Ihes era .\'. Também aprendeu a massagear os pés. "O seu tir. pense. o bebê s com ilidode. graças ao parto sem dor. Eu havia lido e ouvido: "provação a ultrapassar". agitação. ((lIlll. mUItos tabus foram derrubados. ) ) J Mas. Seja como for." 'I1Il' Vt'111I '.IIIl() t'. Leboyer teve grande impacto. Depois. a fim de reforçar as contrações.lI eI(' '. sua função. PauI 111 f. Em certas clínicas. rápida e superficial. até o dia em que encontrou minha mãe. o qual provoca as contrações. feito "cachorrinho". Paule falou-me de meu corpo. eram receitados rernécíos po o .. É mesmo sistemático. é de fato bem diferente do que pud ouvir ou ler sobre o nascimento. mo( (lde po~isiense do rua dos esses onde (((//)(/111<'1 (/ p(// Iir c/c 1972. Falou-se de amestramento. dos ont e do ocitocino. sem saber como.\ cio pequena cabeça qu d p0l11.u« t' pCJli. As mulheres deviam preparar-se bem: "O parto s~m dor tem de 'ser merecido!" era o que se ouvia. Aprendiam a respirar de determinada forma. era o inverso do que havia Sido proclamado.i. "você passa por isso e depois esquece".Também ele sofre a violência do nascimento. pala vras que desatam os medos estabelecem a confiança. Mostrou como movimentar-me para lhe tornar o caminho mais fácil.(ltVt'11 . oCltocma sinteuca.ll li 10 pdl 10: ('li tinha a impressão d Lir OLIVill 10 um I om. eram s s os .. Pôr uma criança no mundo voltou a ser o ato simples e natural para o qual o corpo da mulher foi naturalmente feito. certos médicos C?nSlderam que a contração reforçada artificialmente atraves da ocitocina intética pode ser prejudicial ao bebê. E o i notu /.\ ções.ll/oIllt!O.1'Jd cl o tumadas às pergun as d 5COll 'XII Ias rnulh t s gr ávidas. quando a mulher recebe a peridural Contudo.. io uma pressão t explica . ul ." Paule também estudou muito a questão da dor. ~. ao passo que um alto do bebê é muito mais localizado.oruração-descontração: a 72 A contração uterina se dirige do fundo uterino para o colo (flechas internas). é simples: a contração endurece toda a barriga. as emoções violentas podem desencadear as contrações. a qual assim permanece por alguns segundos. Pode ocorrer que a mamãe confunda uma contração com um movimento do bebê. Para não haver engano. placenta ---f--l. como os músculos abdominais ou os do períneo.:i:l-fd---l- útero promontório bexiga reto ---\-~'\-tcóccix ânus vulva períneo orifício vaginal púbis meato urinário barriga de repente endurece e depois volta ao seu jeito macio.1I11 o colo do útero para o nascimento. a alternância contração-descontração é anárquica e apar ce em ritmo espaçado. dand s rnpr a irnpr 'SS2 I qu o parto é irnin nt . elas d sparc . ] OGO DE MÚSCULOS PAUL E Dar à luz é apenas acompanhar o nascimento de seu bebê. a fim de viver um momento único que prepara para a vida. A flecha do alto mostra a contração em seu ponto máximo. ao contrário da estriada.. da pelo próprio út ro. O cansaço. A musculatura lisa não recebe ordens. No fim da gravidez. As flechas externas indicam a tração do colo em direção ao fundo uterino para seu apagamento e dilatação.. no qual se encontra o bebê. Esse músculo cavo. É adaptar o corpo ao ritmo do nascimento.m .A. D poi . No decur Ia gr'lvi I . E sas contraçõ s pr 'IXlr. ( Llt 1"0 se preparou cuidadosamente para ssc j )go I' . 73 . O útero se contrai pela ação de duas substâncias hormonais: a ocitocina. se contrai e descontrai. Durante a gravidez. as ontraçõ s podem durar hora e repetirse nos dias seguint 5. não o conseguiria. que não costumam ser dolorosas. Um dia. o automóvel. talvez . I ri ra r 'aparecer no dia guinte.QUANDO O COlU'O CO SENTE SEXTO MÊS líquido amniótico ~~ ••• . E se pensarmos que talvez seja o feto quem detona o sinal e ordena o nascimento! O ritmo do parto é dado por um músculo: o útero. a nossa vida. A alternância não é comandada pela vontade da mãe: mesmo que ela quisesse. retada no fim da gravidez pela a prostaglandina produzihipófise da mã do f to. às vezes indolor s.tI \' '. Impressionada. J 1 em r---l ) . t'1111:11' \'111 \'UIII. telefona para a maternidade e diz: estou sangrando! A parteira vai explicar que talvez seja a perda do tampão mucoso e pedirá que você vá fazer um exame. períneo e vulva.J 3em A entrada na dança ocorre com maior ou menor rapidez de acordo com a mulher e com o tipo de útero. fi 'anel mais LI menos fechado ao orif il interno.1 I cl.1 do bebê vai ap lar-se IlO col() . situado no fundo da vagina. Vão abrir progressivamente o colo que fecha o útero e empurrar o bebê para o túnel formado pela bacia. Mas tem mais. Descida do bebê pelo canal pélvieo. A perda desse tampão mucoso que obstrui o colo é o primeiro indício do processo de parto.IIII ('11111 ) ~ ) 4 em 5 em 6em inicio da dilatação 7 em ) 8em 9 em J Progressão 10 em da dilatação do '01 til' lura: 1(' () 11. As contrações começam e não param mais. Esse colo. que tem de três a quatro centímetros de comprimento nas mulheres que estão no primeiro parto.ls ('()t1II':I~·()l'. vai portanto se encurtar lentamente até d saparecer. ao passo que o colo.t1llCl j)<1rIO. mais ou menos espaçadas e de intensidade variável. ' puxado para cima.) SEXTO MÊS ) ) QUANDO O CORPO CO SENTE ) ) perceba que está perdendo uns líquido viscosos e sanguinolentos. Empurra 1. diz-s qu 1 s apaga. mais ou menos longas. o útero se recolhe. O pré-trabalho caracterizase por contrações irregulares. o fundo do útero é empurrado para baixo. Sob o feito dessas contrações.·. Há duas fases: o trabalho preparatório chamado "pré-trabalho" e o verdadeiro trabalho.t11. I 75 I ) . :1 (·. 'k I 'v' transpor os museulos do períneo. O bebê. pronta para o encaixe. El começa virando 7() a abeça para a direita ou para a esquerda e a inclina para baixo. o colo se abre. três e. O parto chega à ter ira Ias ':. mais fort s. A cada contração. m rgulha na bacia e se encaixa para parti ipar 1<1 dilatacã completa do colo. depois dez. isto é. mais s guidas. às vezes ainda espaçadas. às vezes muito próximas. Serve também para proteger o bebê contra as infecções microbiana. ~ . Para isso. o colo quase sempre desaparece ao mesmo tempo em que se abre.ua assim que passa a contração. vagina e ânus. Quando o colo está completamente dilatado. Apresenta. Em geral. o caminho rá longo. Somente quando o colo está completamente apagado e a cabeça do bebê afunda. da v'lgin. que procura descer e sair das vias genitais. I ara tal. Se estes estiverem contraídos. r' . a criança prossegue seu caminho.{- ânus 77 . ua ruptura provoca um aumento d~ contrações. Tas mulheres que já tiveram um parto.e chegam a sessenta e a oitenta segundos no fim do trabalho.QUANDO O COUPO CONSENTE SEXTO MÊS a bacia.vinte. A dilatação se processa de um a dez centímetros. tem de terminar a o que é o períneo? o períneo é um músculo importante. por fim. que o quer expulsar. Essa bolsa funciona como dilatador. É com I lU bebê se defrontará quando for empurrado pejo útero. ele participa de modo positivo da passagem do bebê.t -xpulsão. trinta. D pai de entrar na bacia da mãe. O verdadeiro trabalho é uma fase muito int nsa. as contrações começam com intervalos de quinze minutos. d:t vulva. cinco. embora ainda possa voltar atrás. sua abertura tem dez centímetros. Sofre fortes pressões no momento do nascimento por causa da passagem da cabeça do bebê. enc~ixado na bacia. As contrações tornam-se também cada vez mais prolongadas . é que começa o verdadeiro trabalho. E. a dilatação do colo. a cab a avança. sua pressão ajuda o colo a se abrir. o espaço fica maior. Por que faz tanta coisa? Porque é mais fácil! A bacia é feita de tal jeito que é mais fácil transpor sua entrada numa linha oblíqua. o bebê 1 r ci a sair. As contrações tornam-se regulares.--orifício vaginal ~~~~7. O intervalo entre duas contrações vai portanto diminuindo.\ . até amam nto m qu Ia fica parada. Se as membranas que cercam e protegem o bebê ainda não s romperam.-c1itóris meato urinário . quarenta segundos . processo que redunda num nascimento mais rápido. depende de cada mulher. depois de percorrer esse túnel. aparecem a cada minuto. vai air. portanto. As contrações uterinas também provocam o aumento da pressão do líquido amniótico no qual o bebê ainda está imerso. A cabeça do bebe substitui então a bolsa I' água. O avanço é lento: a bacia é forrada de rnú culos muito fechados: os músculos do períneo. forma-se-um pequeno balão que se insinua no colo: é a bolsa de água. O períneo é formado por um conjunto de músculos que constituem o assoalho da bacia e estende-se do ânus às partes genitais. É por isso que é tão importante aprender a relaxá10: quando flexível. A cada contração. três orifícios: uretra. a placenta s descola mais dl'1 >11 . Às vezes.lll ) s. Mas a principal dificuldade é evidente. Um ombro se liberta. A principal dificuldade para o bebê a caminho cio mundo externo é fato de o PAUl E lJM U\MINII() I (li!" li )~() '1'0(\ () mun ti () c: 1I11<l n i111 ) 7H 79 ) ) . A mã pele junto à pel . E comovente e 10 "I b bê sobre a barriga. Começa então a surgir a cabeça. Para sair do útero. Tudo a alma.uiv 1I..1111 11..1 11111 111111 \'111 ) ) ) ) p. lI.. tência rotação da cabeça. o occipício na frente. ~ . IH'11I LI'! I" 11111111:'.!o I 11 .. agora ele a ergue para transpor a salda do estreito inferior. por exemplo I Quando percebi essa evidência.irn 'nLO.J ) • 10 de abril Ou 1"01 il o] i' (tI'.u. o bebê deve transpor a bacia materna.ti li. com ternura. A parteira ajuda-o um pouco. EI ' scgu ra ~I ma peja Cintura.a entrada da bacia.ll '1'111111'..( 111. 111. A mãe pode estender as mãos para pegar o bebe.111 rllll·I.r 11111111111 I I r.ti li.] l11d('. ele esboça uns movim 1111)S de reptação e há bebês que procuram o seio. uma pequena bo~a de cabelos.!'.) QUANDO O COlU'O CONSENTE SEXTO MÊs de seu coração.1'.lO ptl I'tI .1I1t111 11111111 J I 111 111111. todas as outras dificuldades tornaram-se menores e superáveis.J ) ) = ) ' ares pei t desse roteiro tradicional do nas . olha para ele I h ' Iala.!1 Ijlll' I1 111. De~a-se que ela sala suavemente.111.! " '. Como o út ro l' r _ trai após a saída do bebê. Os obstáculos são inúmeros .! r/ll!' ri 11. muito simples. cheguei a fazer um levantam nto.11 l "U . Ele a havia inclinado para transpo.: '. escuta o batim nto tão -onh 'Ciclo 'tranqüilizador (V 'ldll~rI It ) ) . É incrível. molhado~ la o a~aricia.Ich" pC! Cjll<' O'.!'... EJ está m '1<:1 10. O rn 'dicll ou a parteira podem tirá-Ia. a e com muito rneno risco d hemorragia.1111('.btllh. Mas o trabalho que fiz com Thérêse e tantos ano de prática e observação me levaram a "ver" muitas outras coisas no desenrolar dos acontecimentos. depois o o~tro.. que vem naturalmente e desliza devagar para fora. Chega a hora do delivramento. mas infelizmente as evidências nem sempre são vistas! É como quando se quer ocultar um tesouro: o melhor esconderijo é sempre o lugar mais à vista. I 111r!111'.'.I..1. Aparece o rosto.111 ( 1. tira-o todo do corpo da mãe. articulando a nuca com o púbis. p ga-o por baixo braços. a cabeça um pouco virada..1 :1'1. . Se o bebê suga. trazê-Ia para fora da VUIV. em cima da mesa da sala. com uma mão apoiada no fundo do útero a outra S(Wlrando o cordão. ele está na altura cI ) I" uhigo. Esse arqueamento materno é um nó. O fato de se arquear . olhos fechados. afasta o promontório e fa ilit.1 I' 11)1 ':1< líI :1 (ornar-s acolhedora e ir ao encon1111 c1111H'IH' () I'Sp:1 '() :I\) lominal no qual se situa o úte1II c1I1I1IIIIII.\. A cabeça do bebê pode ~~------------------.. o peso do corpo dividido entre as nádegas e os ombros. costas cavadas. se aproxima do osso do púbis. C()l1slal( i. O pior de tudo é que a passagem não é apenas angulosa.'1 linha r ta p rmitir que o bebê mergulhe c111<\1() Il:II:1 :1 S.lnl 111 qu a bacia vem para I I" 1111 . que basta suprimir o arqueamento \1. Qual é a causa? Muitas mulheres (e homens também) têm a parte inferior das costas arqueada.11.ou empinar.111 I>l'!l(' . I P.Il(' o promontório se aproxima do púbis e diminui a entrada do canal pélvico. promontório e.I I I.QUANDO O CORPO CONSENTE SEXTO MÊS trajeto não ser retilíneo. Por quê? Porque ele segue o arqueamento lombar da mãe. O resultado é imediato: a entrada do canal pélvico diminui. I' . () p:ll'a . que é a parte da coluna vertebral situada na junção do sacro com as últimas vértebras lombares. . ter dificuldade ba ia.1 ('\H' ':11' .também é uma forma conhecida de reação à dor. porque o peso do bebê empurra a barriga para a frente. A imagem tradicional da mulher que sente dor: punhos cerrados. O trabalho torna-se longo e doloro. como fazem os cavalos .II \.l. o púbis. assim. mas torna-se mais estreita. por isso. aumenta a entrada do canal p 'Ivic(). I 01" 111.IIIII do il1sl. O que acontece? O "promontório". Na hora das contrações. -sharrar ncs na k: -ntrar 80 HI ---I . vi mães que se arqueavam ainda mais.H 1.1 1115 'para o bebê. 1\1 roxirnando-se o púbi do umbigo. ao se aproximar do 1II11higl). Essa lordose obriga o bebê a seguir um caminho muito tortuoso: ele não está no eixo da descida. Por con111"1111 LI. I I I li I 11 'I I II '111 q li • 111 rg III ha r.() I' sta um lugar: a saída. o encaixe da cabeça. e as mulheres grávidas mais ainda. O bebê deve d cer e depoi ubir. c alguns de seus n rvos nasc '111 ntr as vértebra c rvicais. que alonga os músculos e libera os movimentos do diafragma. como o ato de afivelar o cinto de segurança no carro! THÉlU~sE ) Tu dás à luz com a pele. Felizm nt . É desagradável em qualquer momento da vida e insuportável para quem está dando à luz. à coluna vertebral. misturando suas fibras às dos músculos traseiros da coluna v rtebral. "UIll I seus parceiros. s u consentimento não é difícil de ser obtido. Quando o diafragma se bloqu ia. falar de três parceiros que têm um papel determinante nesse momento. O parto.'a irn] r SS. A a H2 respiração é uma função natural como a circulação do sangue ou o crescimento dos cabelos. no momento 111 qu nos f rmamos como embrião. Às vezes. inguém dá atenção a eles. tema involuntári . Se a respiração se bloqueia . i.) ) ) QUANDO O CORl)O CONSENTE SEXTO MÊS ) ) ) ) ) J ) Mas não é nada fácil desfazer uma lordose. como sabes. É exatamente o que impede a saída natural do recém-nascido.1ncr ()S() ximp. Esses vizinhos estão mancomunados com a musculatura posterior do corpo. Por isso é preciso combinar o trabalho da região lombar. se elas continuam arqueadas? Peço às mulheres que. no entanto. não escapa a sua autoridade. É muito importante que esse movimento se torne fácil e natural. depende estreitamente dos vizinhos. 'I' ~st:í sol C()I1SI:tlllvill fluência. que libera a abertura da 83 ) . é sempre na inspiração. AI"Ill clisxo.IIIV til' . Que se torne um reflexo. só depois é que ele migra para baixo. vital na h ra 10 pa no. o trabalho dos maxilares. O liafragma prende-se transversalmente ao corpo. separando e unindo a parte superior e a inferior. entre outros. Também el I! in I' (!. a expiração seguinte fica sempre incompleta e o pulmões cheios de ar. ao passo que as costas arqueadas impedem qualquer movimento do diafragma. da décima segunda à terceira vértebra dorsal.1 inllu '\lci:1 da nuca porqu foi .\O 1<. 1)11\:1 jl."'t·ll~. É aí que.: que vi . é claro. mas o útero. porque a grande preocupação é com as contrações do útero.I musculatura po terior. Isto é. Por isso. e muitas vezes à quarta vértebra lombar. Não' a I qu I 'vemos nos diril'ir diWl.r conheço que ela costuma se bloquear por vários motivos de ord rn íntima -. esse longo e forte movimento de toelo o corpo. ão basta sentar a pessoa ou pô-la em posição semideitada. nada pode ser feito com facilidad . Mas de que adianta. para que estejam preparadas no dia do parto. Ele se prende. nervos vem de nosso SiSIl'I1l. quero. em casa.u uo. alguns médicos acham que basta pôr a mulher sentada ou de cócoras para que a lordose desapareça. O diafragma. o 'tu 111111 Ii/. "Não sei' respirar".lIlll'll te para tornar a r spira 'ao muls livn-. o esboço do diafragma s ncontra no pescoço. Sua posição central ngana: t m. ela levanta as nádegas. I fato.lÍ que 'OIl1l''ou sua xis: ~'ncia. tem plenos pod r S c. o diafragma torna vassalo I I s. dos maxilares e da nuca que ela pode ser restabelecida. é por meio dos músculos das costa . Sem o acorelo dos músculos dominantes. fazem o parto em posição semi-sentada.l'1' tIS P . já que esta prevalece e impõe sua marca em todas as circunstâncias. não está isolado no meio do corpo. da cintura ao fundo das costa . o hospital. façam o exercício de mexer com a bacia. quando peço à mulher que movimente a bacia para diminuir o arqueamento. l'lv l'SI:1sol) . levando consigo seus nervos e vasos. () .ssoas. com toelos os órgãos e músculos. Tud o qu eles querem é ser reconhecidos como mestres ab lutos I todos os nossos movimentos. com. não é um ato voluntário. o que não é de admirar. \ a observar e compreend r. Fazer o quê? Antes do parto. se enrolam em volta das coxas e acabam se prendendo atrás. se recobrem e se reforçam. com a int 'li!'('IH'1. como dar à luz sem afastar as coxas? Poderia ocorrer a idéia de que nesse ponto a natur za é mal feita e que. A face interna das coxas com seus músculos fortes é um outro parceiro. la d para no fim om um obstáculo imprevisto. é pr isc "Ir fi luz ('()Ill (). Naturalmente.1 rtTi:!o 84 lombar tornar flexíveis os músculos da face interna das coxa . Ü I r '('i.. de estirar-se docilmente para deixar o útero agir. Se a parte inferior das costas se arqueia. ensinar-lhes a serenidade.. o diafragma r m um homé I g no orpo. também transversal ao . em direção à saída. Uma sociedade com leis e costumes firmados desde a noite dos tempos. eram chamados músculos da virgindade. Os urros mamíf . nada disso . Mas. o alongamento. um irrnãozinho. disse-me Paule hoje cedo. fibrosos. mais a região lombar fica comprimida. A mobilidade da musculatura das costas permite a mobilidade do diafragma. Outrora.tI()Ili'. Se eles se alongam. Se afastas as coxas.. no intuito de alongar os músculos adutores. Sua linguagem é mais sutil. Têm tanta força que querem mandar no parto.a borda superior do sacro . na qual não se entra ilegalmente.. encontra-se comprimido pela pressão dos músculos contraídos da região lombar. prepará-Ios para ficarem quietos. as pernas em X. porque têm a função de cerrar as coxas para dentro. Mas. uma junto à outra. Eles são revestidos de tecidos delicados. porque sentem na região lombar dores mais fortes do que em qualquer outro ponto do corpo.orpo+é perineo. os músculos lombares se contraem. Tomam conta de movimentos do corpo com os quais não têm nada a ver. quanto mais as coxas estão afastadas. nos ossos do fêmur. que navega com a cabeça à frente. São chamados de "adutores". Talv z eja um r squício lc nossa animalidade que não teve tempo I' s' :1jllsl:lr :1 11()V:I con li . O nervo ciático. "É 85 . formam um time com a musculatura posterior. Não sabia que se pode respirar por esse lugar. o "promontório" se projeta. A posição sentada no chão como Buda. A mobilidad do diafragma permite a mobilidade do períneo. porque fibras que vêm da nuca e que vêm das costas aí se cruzam. • II de abril "Respire com a vulva".à d bípede. Um não se mexe sem o outro.1 <lI!\' Il()S :ljU(\. Os problemas de "ciática" estão ligados à posição das coxas afastadas.. Fiquei meio espantada. Sua função deveria ser a de alongar-se. Presos aos ossos do púbis. os músculos do interior das coxas se alongam.. mas é qual mão de ferro em luva de veludo. depois de ter preparado tudo. t) . Logo. e a pele é bem fina entre as coxas.. cercando o sexo. É claro que. mas a parte inferior das costas se arqueia. Aliás.1I .ros não afa tam as patas para parir.é o obstáculo a ser vitado pelo bebê. A região lombar é o território dos músculos dominantes: é o lugar onde eles são mais potentes. que é grosso como um polegar.•atril L11)s lc nossa espécie. Músculos fortes num lugar que dá a impressão de fraqueza. eles são espessos. e e long os ento n 12p lo pp. O promontório . isto é.QUANDO O CORPO CO SE TE SEXTO MÊS vagina. 154 156 úsculos Há mulheres que chegam a falar de parto "pelos rins". não tem nenhuma da virtudes que lhe são atribuídas. Mas isso não significa forçar o afastamento das coxa .•. Peço às gestantes que respirem com a vulval A expressão já provocou riso em mais de um médico. As contrações não serviram para nada. ido. J . como se a vulva olhasse para o teto. É normal.0: durante uma pequena c ntra 'ao. o colo precisa estar relaxado. houve até quem pensasse que eu estava zombando deles! Minhas pacientes. É exaustivo e doloroso. isso não aju Ia na Ia. o púbi avança naturalmente para o umbigo.uucntr-. é um recurso fantástico para r laxar os músculos da bacia. r spire com a boca aberta e os maxilar s r 'I<lx" los. No momento em que você mexe a bacia. 87 ). Consegui ótimos resultados por meio do trabalho com a língua e os maxilares.J . No momento em que o ar sai. Ao inverso. A respiração pela vulva não tem nada a ver com a de tipo "cachorrinho". qu r i h '111 r:í.(llIns I'()!' ças contraditória: d-' um Ia 1o. No fim do parto. não adianta soprar com força. respire com mais força. são cinco respirações para uma contração de sessenta segundos. Não é o que pretendo. Eu as ensinava a respirar com a vulva ou a alargar a língua na boca. Em geral. não é brincadeira. apenas um fio de ar. r pir com suavidade.uliad : cmpat '. A nuca deve ficar bem alongada. Costumo p nsar n s . duraru uma contração mais fort .spiração deve ser uma resposta à int 'nsi(I:ldc c!n -ontra 8. () ur 'ro que: se -ontrai '010. acho que a mulher precisa estar muito concentrada no qu faz no mom nto lo parto. Ela não s distraiu um só it sl.II1IC I' seu proce so d parto. de acordo com as explicações de Thérese. 10 outro. r 'spil(' <Iv I{' v. aliá . 1\ r .0 c intrário. mas correspondc uma sensação real:' De fato. pois isso reforça a eficácia das contrações. relaxe a nuca e solte o ar pela vulva. porém. cujo objetivo era desviar a atenção das mulheres. No início da contração. r . a fim de que elas conseguissem relaxar a vulva e o períneo. explicou Paule rindo. sempre confiaram em mim: é uma coisa que precisa ser sentida! Fique em pé ou deite-se com a cabeça e os ombros recostados em travesseiros. Para que a contração tenha eficácia. quando as contrações tornam-se fortes. ão encha as bochechas como Louis Amstrong! 1\. ão se deve ter pressa quando se examina uma mulher. que nem se sabe bem onde ficam. Não é preciso pressa para retomar a respiração Só inspire de novo quando o corpo reclamar. 'I ês cnlal:tc!os -ntrc. e a coluna também. Na expiração. sobe pelas pernas e pela coluna vertebral. e o trabalho dura horas porque o útero deve redobrar o esforço. mas isso depende da capacidade respiratória de cada mulher. L mbro-m I urna pa i ente que era trapezista. os músculos feito um doid para abrir da bacia que se r tra m om a d r. Observei também que uma respiração apropriada ajuda muito a relaxar. tal como Thérese indicou. para não s ansar. conserve a coluna bem apoiada na cama. mas sem fazer força. Todas as mulheres a quem ensinei a respirar com a vulva obtiveram esse precioso relaxamento. R . Distender os músculos do períneo. imagine que o ar entra pelos seus pés. No hospital. protund. tenha medo e reaja contraindo-se. ) . pode sentir uma ligeira contração dos abdominais: não é mau sinal.splr . Muitas vezes fiz minhas pacientes tentarem essa experiência quando vinham à consulta. os médicos se habituaram a me mandar as pacientes que eles não conseguiam examinar.J ) PAUlE o RELAXAME TO DA BACIA J ) J ) ) ) ) ) ) ) Mesmo que o bebê esteja com o caminho livre. Se você estiver semi-sentada. Há quem não suporte os exames vaginais e os espéculos. para descer ele precisa encontrar descontraídos os músculos da bacia pela qual tem de passar.) ) QUANDO O COlU'O CONSE TE SEXTO MÊS J ) ) uma comparação. Ao inspirar. Nenhum nascimento é igual a outro.. Não acho que seja uma boa idéia.. ei coi sei eu do de que l endo. que podí ir dei e que no seguinte gente . cada contração tem efeito. não avançava . é um excelente modo de ir habituando ílS c-ont ra 'Õ s finais que são bem mais fort s doloridas. ento que se ent e . o t b lho de to i e l de ule e do que eu lido.de operação. Paule costuma pedir que o pai fique por trás da cabeça da mãe e coloque as mãos de leve sobre os ombro dela. IlClI I.além disso. Odile conta duas histórias muito diferentes. Algumas mulheres. sua presença pode ser positiva e estimulante. junto com elas consegui fazer com que o parto fosse normal! Enquanto era preparada a sala .. Deixa de haver força contrária para se opor ao trabalho do útero. e b longo.'>11\)111 'tidas a uma cesariana porqu o Irílh:t1llo. Ensinava-as a respirar com a vulva. il s . O pai eleve estar atento a isso e afastar-se discretamente . latação do colo. às vezes três ou quatro. con nci de que o início de um longo.. dê uma v Ita. te te po . As contrações sã mais 'fie. talvez estejam sendo obrigados a assistir a um acontecimento no qual não passam de espectador forçado. Esses nascrnentos estão entre as mais belas lembranças de Paule. Todas as que eu atendi por anomalia de dilatação ou de encaixe evitaram a cesariana. • 12 de abril Odile tem duas meninas.e. A mãe terá assim um estímulo para se concentrar na contração... o que as leva a embalar b h ~ P r m io do movimento da bacia. Há quem diga às parturientes em processo de parto: leia um livro. Como os músculos estão relaxados. Cada vez que ela retoma a respiração antes de uma contração.('1('111 . o pai. espécie de sei que. em compensação. porém. Ent o to b . Prefiro pedir-Ih s qu r spírern com a vulva. cesso Eu i um o. en i . l ei de ç o. pode ajudá-Ia a entrar de novo no ritmo do parto.. todas as mulheres a quem pedi que respirassem com a vulva e alargassem a língua chegaram à dilatação completa do colo em menos de seis horas. Já tive casos de mulh r s rI' ll1(ílS p:1101 . embora os dOISpartos tenham sido rápidos e sem complicações. mesmo que seja com amor. Ela pediu a Odile que escrevesse umas notas sobre o nascimento das filhas. 'S '.l C!(' di88 89 . Nos dois partos. e é isto que conta. não é o mesmo bebê. não gostam de ser tacadas nesse momento. ao invés das doze horas habituais nas primíparas. do 23 me o ogo penho . mas em cada parto ela pode estar com uma disposição diferente e sobretudo . tome um banho. l u nh . i s Eu ntin guAs Durante o parto. que faz o púl is se aproximar d vagar da barriga. Constatei com surpresa que.dl. Mesmo assim. A mãe pode ser a mesma.. que isso. A maioria ficava contentíss~ma de ter uma última chance de escapar à cirurgia.I/. eu ia perguntar-lhes se desejavam evitar a cesariana. Paule cstev I rc sente. se isso não lhes causar angústia.QUANDO O COHPO CONSENTE SEXTO MÊS o que pode fazer o pai durante o parto? Houve uma época em que os pais eram proibidos de entrar na sala de parto. elas relaxavam e dava~ à luz ~almamente. hoje. Odile conta o nascimento das filhas: que me à ç qu penso no de hilde. com uma pressão das mãos no momento em que ela solta o ar. devese ch de do o é o te que me ocorre à . De vez .) ) ) j QUANDO O CORPO CONSENTE SEXTO MÊS ) . Às 7h20 eu estava no solo de às 7h40 ilde t n scido. com todo o no sofá. o posi centrado no i ento de ul do b i . no do pul . A es de le me uito.. C/uc ctc/clc/(' V('I/(O o de seda. eu n tinh o idéio de como i essa sensação. ou e do . có nos pe e epios. em que e(l SO(l/J(IS~(. eu quis de maca nem de el que só de olh me i o pé até o ndo . de ente.tornava di cil o té do o b ci do do como eu durante "os eu n o consegui b ios . se eu sentindo o se rnovdo. que elo inho . mos isso sem nem e. A contração.. Eu tinh vontade de p e. Concentrado nesse nto. bebi um copo de uo e saímos. Qu l desses ele entos o deton O é que cont gurante ob igou. Elo disse u coisa muito do vamos ch o bulón n o dá t o. Eu estou me nascer o O de horas e vinte tos. bou. o caso de u go.eu e ito conss hora. ções eram di entes dos que senti O nascimento de ise um ento . A único cois em que eu n o dei de penem sar era no ç .me lí io. Os s de minutos do noscmento. estava que o l ate seguinte. tudo i COITH'Ç c 1/. elo p ion com o mão to o meu osso pu o. inh() cl l1hccic o! As pessoas em t de mim me encorajavam. E . eu solt os va o b . eu um pouco de o que me ocou v6mito. No o ento do cont is intenso e 00 n do e . hilde de ter mãe à de que n inho e pouco disposto o com elo. um gulho em mesmo.. o que me dei sossegado. A ponto de um certo com os que me cer. o . di i Icí ((I Ull1vendo o beça. que veio logo e me e inou. E i que e o fora. esse arranco . e io me depois do almoço. mesmo se no ho eu ti dito . E stiu d nte todo o i to. eu estava sentindo um ço. Eu senti ço s p ecndcn( . dus c so dessa ço Inc l que C/c cio no meu n p causo des o que ist em . ~(' lcl c/ corrente do oto de o bebê uito g Ito prsoc]o ou c/ ( os pés em do Ou i l nte lC lie os con(l(/ nte o po to. se trator de pn o po to. No hospi l. pelos seis do tarde. era ciso que eu nel que eu o domasse do sp ç o po isso. Para . bem intenso. qu l trulO nu co// /C I/CI. Embora esse o termo que me vem n gosto dele estou dos sem de do do indo à que do exterior à mãe e 00 bebê. uns nutos. Eu que que elo l eu engordara uito. os sugestões e os no solo de po to me eci distração i nte. (/ c IIc1/ te. i o do Uns cinco e no .Vamos espe ! Às seis horas. c I I 1II'}'ClII (I Para ise. senti dores p os com os que se te em caso de di sentado ou de cócoras . O de ou má. o c podi "descer" bem i mesmo tão ido que ise qu n no ed a solo de t lho e o 91 ) 90 ) . Às cinco do como o intensidade e o i dos con ções e acordei e juntos cronometramos o l so de o entre os contrações e o d de d . ss .e o deit . mos eu n q ser ecipit . eu coc . no sentido euo do l fora do que me era o . eu ido esol eu avisar . . ou três vezes. com lo tarde do sob os eo . pelo n eu sentira contrações. eu un nte e sol o ar de que.. de todo o meu o de conheci Durante t inutos.seguido c/ c/Ol 1(/11 1/1(1/]((' 1/0 1'/(' o. dos c o encostavam-se o no assento do sofá. O int era de cinco minutos.J J ) ) ) ) como me ensi e o nos semanas. Eu estava com medo de que le sse embora ch ndo que o po i p o di seguinte. os eu ti CJ /ll1/l/ /O c/( qll(1 (/quilo n o ia nunc e que eu n o i consegu/I "h'l/(o /)(/1(/ c 01/(1/1(1(1/ CI r pi undo. E aí. me mentar no i ora. ient de ce to o o ento de scul do bacia e li ndo o ar que me restava nos pulmões. E a amnésia pós-parto. 92 93 . oi. Elo COIl/ClVO o exl iênci que is h i codo su i como p / !i. De to.b l.QUANDO O CORPO CON ENTE SEXTO MÊS me gesto erguio bebê que de . in is n épo em que isso é qu e u op o. o e de l de Use. E nu em que os elo à lu em que.IH'I de . do to é ou l p i l pode. Quando lhe perguntei se tudo tinha corrido bem respondeu com voz fraquinha: "Ótimo!" Depois disse que foi preciso usar fórceps. do corpo cuja integridade foi espezinhada. esse étodo de concent c/c (/(()/11f>CI/1/1CI/1H'I1/0 do c n em seu pe do co/po c/I( (//111/1'( ('I. o segundo contou com . Aliás. de e lico e epet co o ento de eu bebé. seria chocante. Já que o bebê está são e salvo. A carga do não-dito pesa muito no coração e no corpo das mães. com se enid que u i SS('S 1l1()1I1('/l/()~. nem ao menos para lamentar.. um msdois dois tos em i e um curto. de corpo alegre. mas evasivas. deu à luz ontem. Entretanto. que u o d i descoque o e é l. É duro viver com uma dor que nem se ousa enunciar.. cabelhe o direito de estar aborrecida ou triste."Super-ótimo?" Não é a primeira vez que ouço mães que passaram pelo trio peridural-episiotornia-fórceps empregarem palavras no superlatrvo. independente do do édico. t nto.. el p iênci de inh . I. que ti de que eu começo desses com hoje como • 13 de abril Maud. mais profunda e difícil de levar em conta: a dor da alma magoada. ule se i o ui v / S o processo que cul i co e. /)(i . Isso me que o em Se o e . Mas logo acrescentou que não sentira nada porque lhe deram a peridural e haviam feito uma episiotomia. aquela que eu encontrava na escada subindo com dificuldade seu barrigão até o quinto andar.nQ ho do p to. minha vizinha ruiva. ela não ousa expressar sentimentos negativos. Eu me pergunto que palavra Maud teria empregado para descrever seu parto se não tivesse sido necessário o uso de fórceps . de u i. em geral ela já nem sabe bem o que aconteceu com ela. cho que esco é ntes de tudo só co um o no undo. A jovem mãe esquece tudo. Dunte noss s sessões de t lho. é pena que todo mundo se contente com disfarçar ou adormecer a dor aparente e deixe de lado a outra. É o to i l e raro e Eu n tinh o ínimo desejo de consi . junto equipe. Não ia ficar bem. o curto que o ego p ieu de l nõo sido p l. (' Inr: judou l i n i do sci ento e conscrwn (I ((/11110. Mesmo que Maud não tenha sentido nada. nto. não consigo entender como os fórceps ou a episiotomia podem ser vividos de coração alegre. Como se o encadeamento fosse tão banal que não houvesse motivo para queixas ou para reclamações. perdoa tudo quando tem seu bebê nos braç~s.. Tanto melhor. ou tanto pior? Em todo caso. Mas são sentimentos que uma jovem mãe não se permite. l me nos Eis . É que que só conheço um todo de que esse com conlho nh escol no de Use.o u mero dico. o é um to nódino. gu ei i el de que se ho à dente e que nestesi pe idu l em espec do i ci cunst6nci s u que com que me se do de i t i nos dois obstetras inteligentes e de ser que. t e t li nte que l vra de ulhe . de l . 1. PAIII I PU!. da bacia. II.l d .'.I.III1V. I'lcllll/I/I.li.11.l .(' dt' cll'i :1-10 sair .() sanitário para me enxergar inteira no esp Ih 'lu' Ilr.uicam nte chamados para os partos 'ujo heh~' l'sli t""SV vm posição sentada.lIr1('mpUr rat c!11I11I1I 11 11II1 I .I. I 1<'I I'.III" !10111\('1 .I (11111. ab 'rl(). Alii<>.(1'1(' (H.IIHc!('p.1t1. mOIIlI1.' 'isei ÉTKMO MÊS ) ) ) ) ) ) ) .. J I{I lOUCO I '11110.11 () 1H'lit'.11/\"~:( '.11\1 11. 11/111/1/1 til I 11u'dl( (I (1I1 doi I" o 11/11/111 pélll('II.\IHI 111111111111. eu estava brincando! Humor negro de mulh: 'I ~'.I( I corte.1 111.11111(11/(' ('1(.1 do 111lI I .10 e '1 bolsa de água bem distendida. v:-. I 1'.'"t1H'I.1 ti V('I Meu umbigo está saltado.I 11111111.111111111111111'111/1('IIIIl/II/IIIIII/II( 1I('«'~)(III()!"rstcí aílll. como se a cabeça do bebê arar' .pois eram sisl -m.11111'.\11 I 11<'(1". Orl'l (Ido pelo prr grama do PI(' 11011.I LI( I. não.\..11111 IIIIIH.1.1 I(I() do 1('('111 ~ nas: 1(11.11 I I I . o colo já estava com s t ccruím -tros I' libt. -ss ' pl im 'it()! r > • I 7 dr ahr I )11'. .lprov'il.( 111 () (11 li 1(' todo o meu corpo é solidário com essa nova b 1II'ig.111.1 :. O que vejo: uma barriga que está fOI .1I" 1'1.1(1(li in- 94 .ps.11i\.10' o 1)('ll(': falt. depois retiram-se as colh r s 'o h .111 ce.rdo.á-lo.11.1I111 11 11111li 1111111111"' 111111111111.IIII'I!C 'IJIII 111\1 11111'011'lllll1llldl Jldl.1 11'1111 h 11111111. Continuo a obSCI'VélÇ3 l' c 1I'.. I 111 I 1II'" 1 '.11 1'111(".I(I N 11 I 11'111111 c1111.1111111111 l"II.I IltI.'.11I11.\.11/1/1/11/ 11//11I I 1/11/11.1'.I. rn . pode-se ajudar a mulh 'r a r . \1.111.111<1 1':llllll.'.1 1111 .1'.11.11111 111"1.1111.( I( 111 1111I 111(I'.11111111)111'. 1IIII'(I.IO 11111111 1111.1. As cont ra1 <:(H"..1/1 I 11 II ti 1.j <111111r1: (' I II 111< 11.I CoIh('ld cio b bê ardl('(II'1I 111111111 I1111 111111111111111 c1(I/I'.. Garbosa e inexorável. (I\' (' i':IZ 'I'.1() rll! ( deld urna IJIII'I 1'111111111.o'. I nho que' '.\VI I 1111 P 1111'(I 1111111" 11 . /\1 (' meus quadris se inibiram para deixá-Ia espalhar-s .11(l1:1 ('()1I10 IIIll 1)1 '011.l'.LO NIIIII 11"\1111'1<' l'IIIjIIIIlI'1I1 1'(1111'11 11.IIIIIIIIII.Ie 1111. quando ão usados fór ' 'I s e porque os músculos da bacia estão tão ontraídos que o bebê não consegue virar a cabeça para transpor () -su 'ilO inf 'rior da bacia e sair.smo que 'I' s ja grande ou esteja em posição senta Ia.ra o primeiro filho. 1/1/1'////1" I 1III001ItlII I 1111/''. egura-se ntão com duas '0111 'r s a cabeça cio bebê para faz r 0111 que '1~1 fique no 'i 'o da saída.l ('()III 11 111111. ficou em posição s sntada cn: r ' '1 'til ima consulta e o parto. mas a mãe d iu a luz SVIlI dilkllld.) ) ) ) ) PAULE QU/\NDO o CORPO CONSENTE É POSSÍV1:L EV1TAR OS FÓRCEPS Com o meu m 'todo. \.tI( .ldv.111>11 11()V.Ir 11111111 IIIIIIIVIIIU 1111I 11111l1lll. .I<1()(OIPO. ajudei uma moça romena a clar à luz.laxar a bacia 'o h -bê desce. ) l1lúli '() dt> plantão e o anest si ta já estavam 1<'1. braços e coxas se arredondaram por amli'rlcll' .11)(.( ( ()Il'.l (xplll"dl "In IlI/('.1 () I)t'\)(' " !1. quas • IlUIlC. O estojo dos íórc . ponto de junção de 111 111101 tical escura recérn-surgida. sem necessidade d ir bus .de.1111(".111111<.I' '.1I'. S iu I '1 ê. Acho qu . t • 15 de abril Não tenho espelho grande em Cc Sc1.I banheira. ) ) ) usar fórceps.I:IV:1 pnlll to para ser usado.11' 1!l11:. se for iLO um trabalho 01'1" lO a tempo.1)('11' no 011.1 I/.llll() S.1 rI. Corte seguindo o pontilh. c\('ll().IIIII11()(IIIl'111.I ( I. Iljlllll 1111I111( 111/11111 (JlI<' ..1111111 111111'11. Em geral.().1 I1WI .Ir'l)cixv () 1111'111 1.(111.111111111111. Ela mantinha UII1 \)0111 ritmo de respiração e os rnovirncnt .... acho I 11l1J.rni 1.1 I" 1111 I 11.I.bê sai naturalmente. Quando a jovem mã ' ch 'gou .1VI(J.Id(..i\I<I. nru bros. pode ser aceito de modo tão passivo pelas lill ilhcrcs? Sei que Ihes é dito ser indispensável para evitar o rorn1)1111 nto do períneo. I li -m mais precioso que a integridade do corpo da mulher. nos granI Ii". com uma tal espada de Dâmocles sobre o sexo! dos maternidades' 1)( o Guio I. como durante o trabalho. Se for possível encontrar gente compreensiva. O tempo é precioso. o que aumenta o risco da necessidade de fórceps. declara o Guio dos IIlolcrnidades e.Iolomlas aumentou de mais de um terço. mas não empurrando e sim respirando. Ao empurrar. ou não tem vontade de empurrar. é tudo ser rápido. Em ambos os casos. que não atormente a parturiente.QUANDO O oro-o CONSENTE SÉTIMO MÊS desejável! Costumam diz r às parturientes que empurrem como "se fossem evacuar". quando dizem à mãe para empurrar.. Compro um (' folheio. acho uma maternidade onde o índice é de IO'Yo. a xpulsão torna-se mais longa.15 maternidades quase não a praticam? E nem por isso nessas ur. Será a verdadeira razão? Por que então algu111. sempre com a vulva. se o parto transcorre normalmente.\ do bebê? Qual a necessidade. mas com mais força. são calmas e muito espertas. continuan10 . comparadas. respire também com a vulva no momento em que a contração aparece. algumas mulheres se entem culpadas porque não conseguem fazer isso. são sistemáticas para os primeiros partos. Se você sentir vontade de empurrar. Paris: Enfanrs magazine. Hoje. Há duas situações quando a cabeça do bebê esbarra no períneo: ou você sente uma vontade irrefreável de empurrar o bebê. contraem o períneo. A criança escorregará progressivamente para fora de você. Encontro índices assustadores de episiotornias: em certos estabelecimentos. anuncia a capa. Que estranha associação de idéias! Empurrar por imposição também pode ser traurnatizante. Puxa! Mas. 65%. • 22 de abril acaba de sair: "154 maternidades VISitadas. hospitais modernos. comentadas". sem violência. Como esse costume 11 ' isso que parece. Então. de precipitar o curso natural dos acontecimentos? Certa parteira de uma grande maternidade parisiense conI.u tunentes na França fazem episiotomia. Mas POIIlll'. deve-se com antecedência procurar um entendimento às claras.. Aliás. pode responder a essa necessidade. é costum colocarem a mão sobre a cabeça do bebê para evitar que ele saia depressa demais e haja rompimento do períneo. se não houver jeito de escapar às injunções do médico ou da parteira. lamentando visivelmente. 40% dos casos. Ademais. omo se explica tal variação? A episiotomia deve ser uma C 11I. no espaço de dez anos.. querer apressar tanto a . chegam a 85%. . É 1110 também que a episiotomia apressa a saída do bebê. ao empurrar.uunções ocorrem mais rompimentos do que nas outras . Foi constatado. Não tenho a 1I11111ma vontade de deixar que me cortem a vagina para eu fazer I''/1 I da estatística de uma maternidade. observei que há mulheres que.' g stação.10. após nove meses de pacienI. Cuide des te és.lId. que a escolha da episiotoI' 11. ora.\ folhear o guia. procure empurrar erguendo a vulva para o alto. <sou-me. Já que sua freqüência varia não em função rk s casos mas em função das maternidades e dos hospitais! Não I" -t ndo entregar meu sexo a essa arbitrariedade. de fato. 60% das p. esse músculo precisa estar absolutamente flexível para deixar sair o bebê. 1994-1995. A regra. -m outros. Constatei que as crianças que nascem desse jeito. Eis o que você pode fazer na hora da expulsão.1era uma questão de cronograma hospitalar.llica bem arbitrária. a expulsão será feita com serenidade. o número total de epi'. Se não sentir vontade de empurrar. não é surpreendente que as parturientes contraiam os músI I dos.. En1. que o empurrar pode provocar o rompimento do períneo. 96 97 . tanto para o bebê quanto para a mãe.d)() in: rl':lIiz:IIHlo l)(llIIIIIIS. .(' nem pr '('iso I ()I' :1 111:11) sol lI' . r' "111 nascid() 1'l'SI ii.I.II\( li) -nios.vitar rom] .I~" . sobretudo se a incisão for grande.'-.I P. • 23 de abril "Somos as guardiãs pequena maternidade. porque são bem raros os rompimentos completos. pode ser dada a anestesia local.I 1).I ('.I (1. só há quatro indicações reais para a episiotomia: quando é preciso diminuir o sofrimento do feto. essa humilhante brutalidade que consiste em apertar a barriga da mulher para retirar-lhe a placenta. A costura é feita em três planos separados: vaginal. ljllllll . um pouco de tempo . não quis correr o do tempo".is ' im« li.I '.: C.) ) ) ) J QUANDO O COIU'O CO ENTE SÉTIMO MÊS o que é a episiotomia? É uma incisão feita na parte inferior da vulva para aumentar-lhe o diâmetro e deixar passar a cabeça da criança no momento da expulsão. Corta-se ao mesmo tempo a parede vaginal e o músculo. 111. Tempo tempo do nascimento. Até o precioso Jeanne. uma incisão na vulva que alarga o orifício vaginal. entre a vulva e o ânus ou médio-lateral em direção à nádega.io.('.. ) . porque a sucção dos mamilos ativa a expulsão.dH' 1'I)i~IIIIIIlIII.J ) J Todo o trabalho de parto.1111. Tornou-se uma prática rotineira. () I 1'. o que torna a intervenção quase indolor. aliás.nta. Senão. Tanto mais que o períneo é feito para deixar passar o bebê e que a vulva tem perfeita elasticidaele. A P '10 r~ll() (1(' sug 'rir :IS I anuri '1111'S<1111'I '.'I)ill'lll 1'(1111 a vulva. aliás. leva o períneo a se descontrair: o vaivé m da cabeça do beb ma sageía e se músculo. se cI scola com mais facilidade. E ninguém costuma falar das dificuldades sexuais provocada pelo perineo seccionado e costurado. Primeiro.II. há a cicatrização que pode ser dolorosa e demorada. A episiotomia é realizada no momen~ to de uma investida.1<" qu. De fato.1. muscular e cutâneo.. ainda pr '50 a plac .ida I'. muitos médicos praticam a episiotomia. quando a pressão da cabeça da criança provoca uma espécie de aneste ia fisiológica.II.1. disse-me a parteira de uma O tempo das mães. impedir o rebaixamento do assoalho pélvico. para isso. até para mulheres cujos músculos estão bem relaxados. o qu o faz p 'reler a clasti .1111 t' 1'()IIlI . é preciso que lhe dê em uma chance. Evitam-se assim a manobras de pressão.'() . É muitíssimo melhor.1 I II. uma bela mulher de trinta e oito risco do tempo escamoteado. anos. por qu não tentar? A episiotornia não é um ato s m conseqüências.1I1l10 l' qu.in . É efetuada pelo médico ou pela parteira. A incisão pode ser mediana. O tempo dos bebês em geral tão maltratado.1 mcnt S' poc a sugar () s . Constatei também que a alimentação vegetariana em fim de gravidez ajuda a tornar eis tecidos ma is fl xíveis. 98 ) PA LE COMO EV1TAR A EPISIOTOMIA? riga.1111:1~. . Esta.11 Para prevenir os rompimentos durante a expulsão. É pena. Cheguei a encontrar mulheres que sofreram a vida toda por causa de uma episiotomia mal costurada. é de todo inútil. que vão nascer.'. Mas. quase sempre com a ajuda de uma tesoura. gur<: () seu lx-l x-!" 1':1. I)i. Se a mãe gosta de legumes.(lI li!' . A epi iotomia é costurada após o delivramento (a expulsão da placenta). Preferiu ao 99 I ) . a incontinência urinária ou o rompimento do esfíncter ana1. Quando se efetua antes da fase de expulsão. levar até meses. é te o onde o gente se sinto bem e encon 00 que se desejo. Eu i nte. o bolso de uo se romuç sse o peu. lá ela sabia que lhe dariam o tempo de que ela e o bebê necessitavam. o à ni o t lho tinh . A o centí e A po que eu me b nquinho e me deA dil ntou. de que. A po te o desse bl ie ido. o.no io i l to o lho do A po tei disse que eu colo com dil de qu cen os. lhe de o . E é p eciso que o e me l. Depois. depois oluiu 6 do h . se n o tiro cochilo nos o entos em que elo i no sono. Sou uma ficha que 101 . do e como u njo. u no 25 de às 4-h32. . mas nenhum me conhece nem conheço nenhum. o E ndo. que ele o A e em pé. gente p so viver o g i todos os de é com o o e o . u c ento As cont ções co eç ito bonito. o te de conhece e ecebe com o nosso i que elo icou sob i bo go. os médicos se revezam e se parecem. te o que estou lhe escrever. Eu tin escolhido bem pequeno po que b que ni op os n iço . enho h 00 do bolso de e me dei inte à noite. Elo de que. no . de suspen 00 pescoço de e: de lodo.QUANDO O couro CO SE TE SÉTIMO MÊS hospital universitário onde seu pai é um grande professor uma pequena maternidade do interior.E o você dent o em Um beijo. Estou lug elo te p pelos ceps e me ido u p ocesso de po to o longo. aliás. posso di em e sossego. p oc ou o seio e c eçou o sug . De noite. decid os i p no noite do o e ni . . bem devagar. Depois. Elo p opôs que coso. elo io-noite. n . Eu vel de . Os entos idos com h me e i o episioto i e po sibilit ido ecu dos sculos do pe eo.. A judo do po ei com que eu i e o pe idu l. chegou o cho . dei que nós três os inhos um tempo..o o ço. como que do su eso. Será a sua profissão de arqueóloga que lhe incutiu esse respeito pelo passar do tempo? Sua filhinha Luna nasceu. nunconsegui cont ol i . Com del . un n ceu no seu it 23 de ço. em out o todo o do.. un sibilid des nestes i os meses de isos esc n os e chi eio como do todo di com o. eu n güento! i inei que u pudesse i tontos po tos em i e me t nto e doç . do eu sol o p onunci o l "be/J{\" é 11m ento do logi 100 de que e de que eu A o o . o que me p l. sinto que todo o ho de ntigin que du o me udo o à o I em suo pe l i como no odo de to e de . de com seu . Jeanne me escreveu uma bela carta de mãe. O que s me i o to de sol o o cont o e de e o l in io como é ese me ensin os eu n o líng con o e uito o tes. soube depois que ele pequeneo e. E conhece o t e o que t lho. As co pensei que pudesse ter tont. s d nte o d tem t lid que. nne • 25 de abril No pré-natal. e continuei o o n nhe de quente.. Viver d cont u o necesside n o beM ojuclou() sup t tudo. ti uitos poso do . O pedi só veio no seguinte po o in com idode. passo pela farmacêutica que conheço há muito tempo e peço-lhe que verifique a minha pressão. podem ajudar a detectar o estado do feto. Entorto o pescoço e a cabeça para seguir pelo gráfico os movimentos oscilatórios dos batimentos. não choro.Isso mostra que ele não está muito bem no lugar onde está.1I'<1 causa d sconforio . vou sair um pouco. O que. Por prudência.1 I1l<1l' 'I '111 . O bam-bam do coraçãozinho ressoa na sala. Qual IVG???Ah! Então a senhora nunca teve? Sem a mínima hesitação. Espero. Parece espantada. 103 . Um dia. com medo de tirar do lugar os receptores colocados à altura do ombro do bebê..lI) • 26 de abril O controle feito na Iarmá ia nao me dispensou das sessões de monitorização. ao . nem na rua..IMI d. a monitorização não deixa.A pressão voltou ao normal. é utilizado de modo quase si temático durante os partos. --------O que é a monitorização? l I O rnonitor é um aparelho que capta os batimentos do coração do feto e os retransmite. Ela me responde que já sabia. Faz o exame ginecológico e me anuncia que o colo está perfeito. Antes de voltar para casa. Um coração de bebê bate muito depressa: 120. É muito. é uma moça baixa.1 VoIlll. O nosso palpita de 60 a 75. Percebeu que o seu tensiómetro não estava funcionando: todas as gestantes que passaram depois de mim pela consulta estavam com 15 de pressão .Coitadas. Pouco confortáv I.É. "Pronto. A voz suave me pede que volte no dia seguinte para uma sessão de monitorização. ' um pequeno aparelho de alumínio que a ! arteira ou o médico 010 a obre a barriga da mil '. as letras foram riscadas. por exemplo. O estetoscópio de Pinard. . a pressão está muito alta.." Não consigo pensar onde ele poderia estar a não ser no lugar onde está. ) transita de mão em mão e que leio de cabeça para baixo. O aparelho me aperta o bíceps. vi um sinal parecido com IVG +. quando ela está pousada na mesa do médico.Não é bom para o bebê. Volto daqui a dez minutos. ele a obriga a ficar amarrada na cama. começo a ter minhas dúvidas. de ter inconvenientes." Lá estou eu sozinha. Considerada como a panacéia do controle. nem ao sair do consultório. porém. Desta vez. Se não tiveram a idéia de verificar a pressão num outro lugar. ele retoma o ritmo de costume. () <llll' (' () (.1() l'll uhra.1<l 1. A senhora está com 15 de pressão. com certeza. às vezes 140 pulsações por minuto. Em certas clínicas. 102 tos ardíacos do r '[o. Outras técnicas. "Vou medir de novo. a esta hora devem estar se amofinando. telefono para a médica e lhe comunico a boa notícia.Por quê? .1 . foi uma parteira que me atendeu e amarrou na minha barriga um cinto equipado com receptores que iriam "escutar" os batimentos do coração do bebê.1 r.J vcrifirar os IJ:1I i1111 '11 11.1 1IICIIIil()lil'. I30. Sinto o sangue bater nas veias. impede-a d concentrar-se. Os dez minutos me parecem muito longos. Desta vez.11 . é isso mesmo.) QUANDO O CORPO CONSENTE SÉTIMO MÊS ) . O bam-bam fica mais acelerado. Chegando em casa. Sento-me na saleta reservada da farmácia para colocar o aparelho: 13-8. vai fazer subir a pressão. () LISO tio t'slt'los('(lpio tI(' Ilil1.on para () 1 'he'.lgl'lll til' 1l. que me atende. Essa trapalhada me deixou preocupada: haveria algum outro erro na minha ficha? Na consulta do sétimo mês. barulh nto e perturI ador. Não me mexo.J . Responderam que se tratava do meu IVG. Perguntei o que queria dizer. A médica torce a boca. A bem da verdade. Nem na frente da médica.st lOSC(l! io 1 . Ba:. de olhos elaros e voz suave.É perigoso? ) . menos pesadas e menos coercitivas. prendo a respiração. a médica quis mantê-Ias. Estendo o braço direito para ela medir a pressão. O aparelho pode ser mais uma fonte de estresse para a mãe.la 1'1 ostar o ouvid . chego a ver um tatu cavando. Em meus pesadelos. o estresse nunca foi o melhor método de prevenção. enfim.. Sua percepção dos lugares foi-se aguçando aos poucos. Seu oceano amniótico devia parecer-lhe infinito. Ouviu vozes ou música. Na hora em que estou deitada e que Martin e eu podemos observá-Io e acariciá-Io à vontade. responsável pelo setor de saúde mãe/filho na Organização Mundial de Saúde: "Internar as gestantes em hospitais hiperequipados de material tecnológico acarreta o risco de que. Cada exame exige outro. todo nascimento e patológico ou comporta um risco patológico. para concluir a sessão. Ela dá uma olhada rápida no gráfico. principalmente para a gestante.QUANDO O CORl'O CONSENTE SÉTIMO MÊS Escuto. sobretudo à pobre mãe inexperiente.. 1992. Uma coisa é certa. de noite. repete-se o exame. Fico contente de vê-Ia de volta. sem insistir. Compreendeu que existia algo do lado externo. a um tratamento . que não se entrega a qualquer um. No começo. Se eu lhe perguntar o motivo de um novo exame. na qual fosse atendida sempre pela mesma pessoa. deve ter percebido que o mundo tinha um limite e era fechado. Depois. talvez até tenha percebido a luz. Mas. Ao tocar nas paredes do seu antro ovóide.. caso deseje ficar quieto.para a frente. veio o dia em que ele sentiu o afago de minha mão.Tanto mais agora. com respeito. cl~nte de seu diagnóstico e que não precisaria recorrer tanto as rnaqur- nas para compensar suas lacunas. região de alta segurança. que ele tem menos lugar para se esconder.. sinto-me espionada e torturada. • 2 de maio Mas quem é este bichinho que cresce na minha barriga? Dá pulos de gafanhoto ou de carpa. cavando . ! I I 'I 2. [. fora de seu mundo. o bebê era tão pequeno que devia custar muito a percorrer todo o seu espaço. Tal utilização pode levar a um diagnóstico inoportuno e. essa tecnologia seja usada. ela vai me sair com um rol enorme de argumentos peremptórios.mas não desconhecido de todo. Mesmo assim. Mergulho para trás. Sua teoria ficou confirmada. Infelizmente. Não me sinto protegida. Querem me mostrar que gerar um filho é assunto sério. com as duas. mesmo que a parturiente nao tenha necessidade de tanto. Mesmo quando tudo está normal. O número de exames praticados durante a gravidez e cada dia maior. entrei num círculo vicioso. Vai chegar o dia em que ele vai ter vontade de explorar esse mundo ainda invisível. !. meu útero parece ter encolhido nestes últimos tempos. Minha barriga tornou-se uma zona de risco. Fascinada.Tem preferência por certas horas. equilíbrio com duas mãos e. de preferência POI" uma parteira experlen:e. grande saliência à direita .. Sou o exemplo perfeito do que descreve Marsden Wagner. afinal. um longo bocejo de leãozinho. com uma só mão. oles de sages-fenuues. em quase todos ~s casos. acompanho com os olhos e com as mãos o acrobata pela superfície da minha barriga: pequena saliência à esquerda. em conseqüência. "Está tudo bem. Volte daqui a três dias para outra sessão. Laurence Pernoud. d().inade~ quado. Que solução adotar? Abster-se de todo controle seria pueril e provavelmente perigoso. embora a ciência médica demonstre que nem todos eles são de necessidade absoluta." Acho que é a gota d'água que faz o vaso transbordar. Mas.] O risco é a pressão exercida para assustar as mulheres e os responsáveis po!íticos ~a saúde.." . Talvez eu devesse ter escolhido uma pequena maternidade. principalmente. calome mais uma vez. Segundo essa maneira de ver. Para ele. De fato.\. ou então a barriga do pai que me enlaçava.. queda em parafuso. minha barriga é seu campo de esportes. Sei que a parteira só está cumprindo ordens.. salto duplo . Paris: Stock- 105 . os passos da parteira no corredor. O que será que ele vai achar. as pequenas instiluições já são raras e vão tornar-se cada dia mais raras.\ir'I~ t la iss uce. . com um sorriso. Maud me predisse marcas indelévocê dentro e isso veis: "O bebê toma conto de você.J ) ) J ) ) ) J ) 106 \ ) ) . dava pulos para todos os lados.) ) ) ) • 3 de maio Convidei para vir aqui em casa Maud. Maud me lastima. de mãozinhas cerradas em torno de seus sonhos. minha ditosa hereditariedade ainda me poupa das marcas brancas das estrias. o rosto de um ch de . cheio de rugas e escarificações!" Por enquanto. Olhe a h continuou acaba do de ela levantando o pulôver. costuma o explicou-me ela com um sorriso cansado. ela tem muito orgulho de seus estigmas. Seus movimentos chegavam a mexercom meu vestido. QUANDO O COlU'O CONSENTE . Para não desmentir a mãe. Muito séria. ficou quietinho no cesto. Meu bebê estava impossível.J J ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) . a minha vizinha cheia de olheiras por causa de seu recém-nascido. . /.! 111111111/1\111111/1111111 1/1 1111.I'pouco '.MÊ • 17 de lU •• o 11.1/111''1111' () I) 1 bô não iel(·I. Mesmo e assim. 11111111 1 111."!lI/II!.'1.l() 111 "I 11111111'I I 11111'11. ma/UIH bem silênCl(l •.1/ c/I) I/()'.I. \ /1'11/ /1/11/ 11'f 111/ IIIIIII/C// / 11/11 1'1 I11 (.ld.!'. S u objeme 11. 1. 11111111'11 111111I'III'(OllllnU.1 111111111111111111 11.. 11 I .1.1 I .i/clllnpt' 111. clínica na qual para <lI< I I 111/1111I 11 I' 111.1111I 1"lIh· ..11.1/111 I I1111I111.Og anota em dasIH·I.111111.í 11('( 'S .11 minha angústia e minha gUl-III raiv..1 p.1' .111 dCl I)(·!>(\ '1111' 11 dI0l1:1111'.! jld I 11 111111 VoIO c/ I'.!III>~.\11111 rlll '.1 I 11 11 I .' oit IVO III 'S.'//1 11111 I/ I 1".l um estão de- 1111 1111 111 I 1/11I I li 01I' 111 11111 I.111/1):1/111\ :011. /I" I) I'" . I 11 I I 1i li' linha oul: .: (' IIr I' r'll ".I •.i 107 . I 11"1 ..d. Ninrig.I '.! dlclIlO particular a mesc/v (lld.I "VII 1///1/.11 1111'01' .1 ( I 1111( 11If) I . '1I1V1H .\d"II"I/lIIII'II" I l(ll". 'II/r 11 .li flllll '11'I.11.11.! tl5i1(c!c.írio? 1)('1. .. icul /íqUIr/o pouc () V()III/ 11/111 .'/ C//ll/lltlllI/f1 '/r I.1'.unr l a [1(".1 li' 1111.!I. sert o a " 'li r " /lI I' 111di 1111111." 'C/ ()/ N I VClÇÕO '.1110ulllc1-sonograflasaindanão cheio daqui bast.!Cl ti "1(1.1 1.111'.1 . 11 VI 111 I 1.'.pilrll 1111 '1'/1/11 111 1"1.lIblinhddo). /111111.1""1111 /1.IIJ/ll'.111111/( lI.11111.\d1'II'.dllllllh"c/cl ou nervosa..()II()i~1 dnd 10 111/ ..! "!>'.i/pdçiio Paule da dissemelll'/I"I de barriga mude 111011'." I c/III I '."11 I' 11111 I .Ilu v. /o /'" /111 c/'/lI'I/ .dlllllll.( 'I • .11/1'.1'1110111 I.111 /111 I I (ljlOI? Ullld sessão de superali1 m 111.1 111'01.IIII( 1/ f I1 . Meu barcontinua deserto. I 111 c/11 li 11 I'.111/111' I).1101 11111. d.l tivo.1. c/o hospital l.1.1'. não usaríamos o procedimento. afirma o diretor do de11. atrás.01 [can-Pierre Relier". ~. 1993. decidido. até para confirmar o diagnóstico de gravidez.II'fol" e que lamenta não "ter direito" a ela: "É injusto que . Em Paris. 1 cei. profes'.1c1'.I :'1 li)'. 1<1'> I Ir111'r. Compararam dois grupos de recém-nascidos: no primeiro.. As mulheres apresentadas ' (11111(1 ""'mplo nos jornais costumam usar esta expressão entu. Os ginecologistas a utilizam cada vez mais. ao inverso de toda expectativa.1'. Conta que ouviu falar muito dessa ""I". A ultra-sonografia deveria detectar anomalias. não é a senhora que decide!" Eu seguro um "e por que não?" e refiro-me ao desconforto e estresse causados ao bebê. o pai-to sob anestesia peridural é novidade do kit-gravidez. no segundo. será que a quinta ultra-sonografia é mesmo necessária? Como o senhor escreveu que o líquido é 'abundante sem exagero' .1'I IOt ri: nõo se sente I I'TH li'. para os médicos.1I uwcrso.. Espera o 111 1111 '11'0filho para daqui a um mês.1 11I. respondeu que irá para a peque11. É verdade que há muita coisa escri1." Agora a voz está fora de si. "Minha senhora. a vinte e cinco quilômetros da casa dd.'-'. do parto sem dor. se possível em silêncio. Eram chamadas de molengas I "111. Artigo publicado na revista cicnulicn The ela se generalizou de tal modo que se tornou a resposta para todas as perguntas. as gestantes que pediam essa anestesia ainda 1I1 I. Paris: Robert Laffont. destinado a determinar o termo da gravidez. "É o típico abuso gerado pela tecnologia médica: o aparelho inventado pai-a responder <Inecessidades reais (o diagnóstico precoce de certas más-formações) é empregado para outros fins.419 mães só tinham feito um. 1. por favor. que mostrava o traseiro em todas as ultra-sonografias "dando as costas.1'. "Que idéia! Se houvesse algum inconveniente. na 18~ semana de gravidez. É incrível como a moda é ins" 1111111101 I I " . Sei muito bem que não me levariam a sério. • 22 de maio !\. IOH 109 /" .II'"ia peridural. 1. às vezes para suprir a incompetência clínica de seus utilizadores".QUANDO O CORPO CONSENTE OITAVO MÊs • 18 de maio Noite agitada mas boa conselheira.1(> que o e. a o 11111" I' 1<.IIIÚ.\:IICS me telefonou para avisar que está grávida.11 Lamento de medicina neonatal do hospital Port -Royal.I "lli". Mas disso ninguém fala." Silêncio estupefato ao telefone. "Alô.(Iri gente pode . É preciso matar a revolta no ovo. e nt qu 'il n isse. segundo as palavras da mãe. 9 de outubro de 1993.. Alguns gramas a menos que. " '11 1'11'1'" L IlL'licr. revistas e médicos a propõem I' r I'1. Desligo e desisto de falar do bebê de Maud. Ficaram muito surpresos ao constatar que..\1 a agüentar o sofrimento. I \1 I cscentou que está preocupada porque não vai receber . ao pincel dos ultra-sons que o amolava". Agnés casou-se com um car1l11)11'111) e mora há dois anos num vilarejo perdido na montanha. I'cor :IIIII(~i ~ onde ela vai dar à luz."ll1pre como uma panacéia. O avental branco se refaz e decide dar uma grande estocada. Obstetras australianos resolveram avaliar os efeitos de ultra-sonografias sistemáticas e freqüentes durante a gravidez.11111 rl anestesia peridural. 1. 1111 ri tli/lculdade para consegui-Ia. A hipótese inicial dos obstetras era que o controle intensivo devia ser benéfico. doutor.111'lnidadeda região. "cí em di l . 1Ili ". o grupo dos "muito acompanhados" tinha em média um peso inferior de vinte e cinco gramas em relação ao outro grupo de recém-nascidos. Parece comprovado que esta "escotilha" mágica tenha seus limites e que o seguro total contenha efeitos perversos. 'I. pesaram muito' . oito entre dez mulheres são subrneI I I.415 mães tinham feito uma série de cinco exames completos com ultra-sons (imagem por ultra-sonografia e fluxornetria Doppler). o que acelera de I-e~ pente as contrações e as dores. porém.em comum o silêncio e o não-dito que o: cercam. as maternidades Incitam a anestesia. esse tipo de parto disciplinado é muito tranqüilizador: Não há irritação. E tudo Surpresa. fui visitá-Ia na maternidade e perguntei o que havia sentido durante o nascimento. Com o é o coiso. A vida é dada do mesmo modo como se morre: se~ ousa~ sentir nada. ela fez a mesma pergunta à parteira da maternidade que respondeu. lhe. Ia nouvclle donne. O consenso a respeito da última técnica em destaque era geral. As parturientes que a desdenham complicam a rotina hospitalar. ~ Na mae.é feito o impossível para trazê-Ias de volta ao bom caminho.\ ("Id. Então. bem depressa. hurn". Lembro-me ainda de suas palavras desiludidas: "Paro o segundo o. e. Nas outras regiões. A revista mensal ion indica em seu l10 número de abril de 1994 o uso de pressões especialmente convln centes para levar a parturiente a aceitar o pai-to sob peridu3 ral . Quando seu filho nasceu. Ele lhe deu esta curiosa resposta: você um corro -quil e todo o co .1 moc. O to do filho. voltar ao trabalho. Os moi ivos omi dos tambem sao os mesmos: cn obrir a desordem 1. sem palavras.lncnv:lmente parecidos: muito medicalizados. Por C]lI l II. Mudar logo de casa. Infelizmente a engrenagem médica não perde tempo com conversa inútil. o silêncio perdura. gritos.Talvez também seja o caso de Agnes que lamenta. meio em dúvida."Se for 00 pelo Quando a mulher resiste aumentam a dos: de ocitocina na perfusão. "É que tudo se nos acrescentou ela. cada dia mais numerosas. Os rituais modernos do início e do término da Vida sao. Um nascimento desconcerta. é? D hi ulico. leu inúmeros artigos sobre essa anestesia e conversou com o ginecologista. air-bag e eios A5S. aliás. Artigo de Philippc Thomine: Péridu- rale. so por motivos organizacionais que q -" . .10sao mais nada? Ao dar entrada na maternidade. porém ' "ue na~. Prcfession sage-femme. refazer a vida. dizem à parturiente: e preciso o Acho . Primeiro. De fato. ' 'cJ . como para muitas outras. Mas será essa a verdadeira expectativa da mulher? Para Brigitte. Nascer..A maioria das grandes maternidades já está preparada para fazer partos sob anestesia peridural. so Interessa a parur de então o ato para o qual se preparam. que "tiveram direito" à peridural. I que momento ou para scrnpi 1). A força emocional. higiene.Ambo IC'1nck 'c' tllllq:rll ('Irl '>Ij{'!leio pOI um ao ntual técnico. propiciar o nascimento. . A Jovem mae deve esquecer a provação do nascimento. ou morrer ~eve ser um mero parêntese na "verdadeira" vida. n. dar ou perder a Vida. sem lágrimas. agitação: o corpo não sofre. a percentagem é bem menor por falta de equipamento ou de pessoal competente.ml du cuo . Como a morte. Brigitte é documentalista. eu se sob o e no deles. desde já o fato de não "poder recebê-Ia". Afinal' a mãe e d espos III " CIo ptll 10 (O!l10 o !l1OI tlHlllclo (1 ed . a moça que ela era. mas percebeu que não tinha escolha. Esquecer. "É como se eu eo nte o onestésico e o os contrações. de abril de 1994. estou certa de que o resultado não satisfaz. a mãe ntrcga sua identidade como o agonizante ab~lca. é ito s você qu sent dor ou q a nesrindo: tesio idu l Brigitte fez "hum. nasornento e a morte têm. que mora em Paris. Depois. Brigitte. tentam a arma fatal: a culpabilização . Fico surpresa com o pouco que tem a contar sobre o fato as mães que deram à luz sob aneste- O I I I' 3. falou-me de sua frustração: teve a impressão de haver sido completamente alijada do nascimeno . a fusão da dor com a alegria o mrsténo mexem com nossos parâmetros. Seja para sair de férias ou para dar à luz. Os moti ~os expllclt~s sa~ os mesmos: segurança. Aliás. no no do bebê. Os sobreviventes do mor~o: os parentes e amigos também devem atingir a mesma amnesra. Brigitte faz parte dessas mulheres. Pouco importa quem são ou fOIam. teve o parto sob anestesia. d~ sua ao sei hosprtalíz do. apagar tudo. ela nunca faz nada que não esteja programado. ~reocupa. 111 . Antes do parto. voltar a ser depressa. e sua ~ro~na mOI L .QUAl'\jDO o COlU'O CO SENTE OITAVO MÊS tidas a essa anestesia.io ( e da dor. Calar essa dor parece-Ihes vital. A_dor ntran 1 . porque ISS?ajuda a mae a se conhecer melhor. Não é para bancar a corajosa que digo não sentir medo de algo que está em mim. ela será minha. o medo de ser responsável por um outro ser Sel-á que a anestesia consegue aliviar esses medos? Não há muito tempo. nos braços. Nunca ouvi nada parecido.in.mtc 11'1 IlC)ra Id. o inicio do lho de . O teste da verdade é fulmídosr» A dor desenfreada galopa através dos músculos e os nervos. lan . uma passagem compulsória e inaceitável na era em que a farmacopéia permite sua isenção. claro! E você?" Não. o medo de sei. Para elas. cntr as p 'mas p~r to~o o corpo que está moldado p Ia nossa história' a sorvId~ gota a gota. por enquanto toda misteriosa. enfraquece. ejo os lh ~tondo consigo . A dor do parto não será uma dOI-imposta. Entendo sobretudo porque elas estão se preparando para dar à luz em lugares frios e impessoais. dia após dia. Entretanto.Você está? . o é o contração que dói. Não a do nascimento.o ~o corpo. é uma maldição herdada de mãe para filha.Estou. o susto do corpo todo são muito parecidos com? que observo às vezes no meu trabalho. Encafuada em algum lugar da memória do corpo. e já é minha. perguntou-me.consegue en SI e que elos se en g e o di . o corpo se revela em sua nudez integral.mãe. houve com certeza emoção. 01 . oculto. sobe o fund. e sem nunca se manifestar • 23 de maio Agnes me telefonou ontem à noite . nas pernas.ela que só costumava escrever uma vez por ano! O fato de estarmos na mesma situação nos aproxima. Esta merece ser anestesiada. Para fugir? Com certeza para fugir. a sensação dolorosa das contrações é intolerável. mas. o medo da emoção. Seja qual for a forma.iada no corpo. não estou com medo. ano após ano. Elos se debote com o . sim. nos quais todo mundo só fala de dor a suportar ou de anestésicos milagrosos que podem dar alívio. É o do que mos dent o de nós. . Mas não será um engodo? Por trás da fala anti-dor das mulheres não haverá outra coisa? O medo do desconhecido. ' Sacudido por uma tempestade inédita. ' . destrói.QUANDO O CORPO ONSE TE OJTAVOMÊS sia. Tr'[ÉRESE 112 113 . uma parteira formidável me contou o que sua experiência lhe ensinou a respeito da dor do parto. Nascer outra vez ao dar a vida. para sair do corpo e da alma enquanto o recém-nascido avança irresistivelmente ' d Os tremores. talvez seja isso: uma energia violenta que atravessa o corpo de alto a baixo. re?r~sada por muito tempo. Esta. Segundo ela. que vai ter a minha dor. Não quero. intuitivamente. avilta. Eu as entendo. acho que está muito certo. O que o co lo é o s ento "\ do p óp o . uma parte do nusterío. que ele es em nós tudo lto os ode Deixara própri~ dor manifestar-se pode ser indispensável. nos órgãos. Só quonem com o que em o . Como tu I~ se selar ! Ü a dor qu trazmos m nos que surg . Só se ~ue o sO de nós. Ouvi muitas mulheres falarem das dores do parto como de um sofrimento imposto. inclusive a conhecer seu propno nascimento.o parto . na pe e. O mistério do nascimento. no coraçao. quano os músculos repletos de emoções acabam cedendo ~ quando a memória. Não tem nada a ver com a dor do corpo machucado ou ferido. "E você não está com medo de sentir dor?. você estará relaxando esses músculos-chave. os pés e os dedos dos pés podem ajudar. o útero precisa redobrar esforços para superar o obstáculo muscular. mas sem experimentar as sensações tão fortes e poderosas da vinda ao mundo? Todo o trabalho de antiginástica com a língua. Ao respirar com a vulva durante as contrações. Nosso corpo não está inerte diante da dor.I chegada ao mundo. c: <j1l. o sexo e as pernas. o organismo materno secreta um horrnônio chamado endorfina.J A anestesia peridural consiste em injetar. o número de anestesias durante o trabalho de parto diminui ao mesmo tempo em que cresce a proporção de partos normais e naturais. Algumas se contorcem de dor. receio de soltar o filho. Se o relacionamento do pessoal da maternidade com a mãe for calmo e apaziguador.ISl' M'Il1 pre o medo e a angústia que provocam . Sv 11.J ) PAOLE As mulheres não reagem da mesma maneira à dor do parto. terá medo de cesariana.J . em si mesma. Ela deseja ou tem. cito A esse propósito. a secreção de endorfina aumenta. É um analgésico semelhante à morfina. por meio de uma agulha de ponta côncava. outras não sentem nada ou quase nada. que já não é quase utilizada. ela controlava muito bem as contrações até que a enfermeira. Ao dar à luz. ) A ) ) RESPEITO DA DOR ) . deixou de controlar as contrações. lembro-me da Sra. D. a bacia. mais longas e mais dolorosas. D. I. A dor também não é estranha à história emocional da mulher. A parturiente deixa de sentir a barriga. como torná-las suportáveis e como dominar a dor? Como conservar a calma e viver intensamente. Por diversas razões fisiológicas e psicológicas. ao contrário da anestesia geral. na parteira e no médico influem muito no modo como ela vai sentir dor. as contrações serão mais fortes.J ) . de pô-Ia no mundo? Tem medo da separação? Todo parto remete ao próprio nascimento. os olhos. quando as mulheres conhecem a parteira que as assiste. disse que iam para a "sala de torturas". principalmente na região lombar e na bacia. 4. oles de sages-fentmcs. um produto que insensibiliza os nervos da cintura para baixo e alivia assim a dor física. ficou subjugada pela dor e tivemos muita dificuldade para fazê-Ia retomar o trabalho correto. va: ter medo cios r{lrccj)s. ou não. ao levá-Ia para a sala de parto e achando que fazia uma piada. Como enfrentar as contrações. ele tem suas defesas próprias. A endorfina adormece a dor e proporciona bem-estar.1 dOI.. mas continua consciente . O bebê se encaixa mal. que verifico a cada nascimento. inserida entre duas vértebras. os maxilares. Um estudo feito na Inglaterra oles de s gese citado por jeannette Bessonard em femmes' mostra que. Thérese já explicou a ligação entr essas partes do corpo e os músculos da bacia. os tornozelos. mesmo em casos de cesariana usa-se a periclural. Orn .l' \ I por cesariana. op. As contrações não 115 114 I k . estava sorridente e tranqüila. O trabalho caminhava rapidamente. e o bebê será naturalmente levado pela contração uterina em direção ao canal que ele deve transpor para nascer. O ambiente. Quando chegou à maternidade. os lábios. I I I. Cai-se num círculo vicioso. I': 11111:1('(] \ ria antiga.) QUANDO O CORPO CONSENTE OITAVO MÊS ) o que é a anestesia peridural? ) . o meio no qual a mulher dá à luz. A mulher COI1l medo tem contrações exageradas elos músculos. a mãe revive o trauma de SU. Não fica totalmente desacordada. Se nasccu com a ajuda de fórceps. a confiança que ela tem."(.I. No momento do nascimento. Era a única frase que não poderia ter sido dita. A Sra. Ela só obedece à ordens do médico e sujeita-se a suas intervenções. NONO MÊS • 21 de junho A história de Francine é um sinal. nasceu na maternidade. É seu segundo filho: a primeira. Francine acaba de ter um menino. E o médico . uma menina. e e i do em que a de o chegou a 120 i oi 117 I i U/ sse n u! i e. Na Holanda. já que as patunentes / r:ao dão trabalho. amarradas. é provável que nem venha a precisar dela. Se você ainda não optou pela anestesia peridural e a deixou de lado como um coringa a ser usado caso a dor se torne insuportável.-'. e sobretudo de sentir. ancstesiadas. Preocupados. Eu n que ia o eu p to podi quel tei . gostam da anestesIa. pois sabia que a tachariam de doida. isso Vivi p e ho l ente se qu lque t nqüil . O hospit l era . o que está acontecendo. quase 50% das mulheres escolhem dar à luz em casa. Os c sos do p é. ela nem chegou a contar aos pais. pregada numa cama durante todo o trabalho. Não a era da maternidade. nos t tos uto. de não ser escutadas nem respeitadas. porém. quem decio de tudo. Dizem que a hipermcdicalização é a era glacial. g d cli de edo e soli o. porque o bebe sairá logo. famr1iae amigos fizeram de tudo para que ela desistisse da idéia. Dez por cento dessas mulheres têm de ir para o hospital durante o trabalho de parto. ( . a mulher !Ica ~onde nada a suportar. Não sentirá vontade nem necessidade de ser anestesiada.que praticamente deixam de existir. Acaba-se esquecendo que quem dá à luz é a mãe. Dizem que estão fartas de ser levadas de qualquer jeito. da vida. A mãe é forçada a abandona-Io em plena tormenta. oi cinco nos. de ser cortadas. mas 37% conseguem ter o filho em casa.Aliás. Vai viver o parto em toda a sua plenitude. e n~o o médico ou a parteira! A anestesia cria uma separaçao entre a mulher e seu corpo no momento em que ela mais tem necessidade de saber. po é . quanto ao bebe. não seguem juntos o mesmo percurso. Que . As parteiras costumam dizer e a ~n~stesia peridt. sem a possibilidade de fiar-se em suas sensações . Querem mudar. Nasceu em casa. O este me t ! tes. Incapaz de partIClP:-r. on ento . qu li po que decidi o bebê em ou cont o n sci ento de oé ie. Isso revela um novo estado de esptrl~o.t l nun me ulos. tem de enfre?tar sozinho as contrações. p to nto de l e. porque_ a função delas fica mais fácil. QUANDO O CORPO CO SENTE duram para sempre porque todas elas são efi~az~s: A dor existe mas dá para suportar. Outras.~ral as releza a um papel técnico. A parte superior do corpo assiste. impotente e submissa. A mãe fica imobilizada. à interve~ção médica efet~ada na parte inferior. de cont como de Ul sse. Sinal de alarme. Mulheres reclamam. os no tel . Qu ndo cheguei l . li un l 110 nlllh() ongustlos. e eu. em Cl de l/~n.. e dep es l no e . que era Igu l inho 00 .. Eu sentir mim. est ine . que o n l que po tos no ndo intei . era que os coide tudo que ~ ones. que era lug e. I todos ocu dlssl Ui bld pe o e me mostrou o coso. Eu com qu COI. Eu com e. no começo. guntei se eu podi co el disse eu como quisesse. ei ç pens que.e o . .!)OI 110 ut l (/ po t 110' co endou pou que eu !)OIlCO so. diriam os cheguei à à disseram-me que era tarde o i O colo ito Insistido comigo p eu n vir cedo . espons bili . eu me e In l o moruEm de me concen nos cont iquei ndo o en est no inh lho junto com todo undo. est hospit supe equip . prei istos. de que esse tipo de ui a . lo prim 1m . t o que sentindo o eu ondo. bei tendo no ginecologist Ele nunca se deu conta do eu des lento. . o i/ COll n l u uic Con. Elo disse que se e suge que eu to sse um . nos gestos que te de os n o o sco que be à e. os n b po me t ê-to. H seis . c cei tudo do s jeito.. odos os c ic que lê que elos h i enco o. eu nõo te te A te chegou.. elos ito os. o edo e escUl Gostei. el em que o nunc é desque é o elho p e enç o pos l. . Às sete do nhõ. osso el ion ento o tinh n do o com o c/i istenc do e d e. ieti ito nisso c o(ho que u. E s de 1 es 00 o p 00. puse -lhe uns tubos no n . os eCi ~ue era só po que todo undo diz que e po o bebe em ~ do e . eu de ito le t . uei . s el e fui me inscrever em outro p é.J ) ) ) ) ) ) ) ) . c ecei o ten nos ntes do te cont ções.. A elo co todo o sco p o ion l... gué cortou o co o e dei o bebê no solo 00 lodo.CIr IlI () !)/() 1I/ I cJ I Eu i O gosto pelo gl(I / c u ( t icu/d( el c/ ( I cJI I/ o ( ( II l.. era I ci v /. bé n o consegui co l ê n acredite.J solo.. en118 n iam vai ter sei foi que o de o em De fato. olh ndo. verificação do t dos ndentes. e b ocontin me de u pe que e sem espost era ele comigo d nte o noite. Meio jeito. . c o p te .. Fiquei se no e I l solio eu cont com o bebe. )(/! . O acontecimento o senti . . unc de c o espost te l elho.J ) ) ... coloc -no. . licou "O em lto do pescoço n é bl . lei e e consegUi lOU I Qu ndo o bebê iu. Elo oi uito b sei é i el. foi t o ples qu eu pen . Eu consegui desc n vivia de o com o do hospi l. Fiquei contente ter esc do o eplsloto ~ . Encontrei o ginecologis is qu pos. iquei todos u a do o obso um de l se no dos po te . todo o l p que inh g e e o to se p be . Eu me un o que oconrec n e o beb~ ch ntes do oo . t -se os du se o t ês. ei ndo à lu . . . eu era contra.) ) ) QUAl'lOO o CORPO CONSE TE NONO MÊS ) ) ) ) ) . . Elo nun me espondeu I 50 o licou o que ço isto . e ~co que ele su e. o gente ti Se do es. os os un espondidos pelos po com si plici . ei o. U noite. Qu dor ne do. sto o po to. t do glnec~logi co p em to o dele. untei se eu podi um pouco com o bebe. nõo ./( (/o. Eu Is que n qu e ei n o oe p o beb~ me i ess quel incisão' elo jeito. O co to entre nós e ito o. . nos os tinh solu . Ind uei cho que pode do 119 ) ) ) . depois. El me IIol1qOlildoc/c nun usou de te ll o . s iquei g do segundo. Io úituno II/ . ou Eu tin coragem de nd ne mim . que à em o endereço de em . combinam muito bem! o Todo mundo vive preocupado com as másformações no embrião do tamanho de uma semente. num cinema. con nho. ie olhou o bebê. Há dois dias. cou-se de que ele e nos o sós. dois fanáticos pela 7~Arte. eijo do ncine • 22 de junho Garance. O de igênio. A cerimônia começa daqui a meia hora. i muito sse c eçou o su . os bebês cobertos de Isso os muito. um pouco de batom. casam-se hoje . é i ilho se elo i po o o coso do ipe guntei o n i inho. A p tei n o disse . ele i no A ltou no seguinte e só elo os e lou do bebê. que se u120 de do Elo disse sob e o ho um que dei o ento . São chinelos. que ocê i à em coso. oi o qu to del . ne nos tou l que s em to no de um ecé -n ido. Os ombros arredondados de mulher grávida são bonitos. A do disse é um . Estou descalça. Consigo enfiá-Ia como um tomara-que-caia. a natureza repete seu prodígio milhões e milhões de vezes. que .QUANDO O COlU'O CONSENTE NONO MÊS só I I I' . É eio d o de co mos consegui s.sou-lhe g esse gesto. Ia esquecendo.. ponho uma echarpe verde-escura. o sangue i i l etc. o eleito de seu coração. o resultado é sempre o mesmo: não há sapato raso nem sandália que caiba nos meus pés inchados. e Etienne. A po tei me ou. o todo nós. eu me eu ciso o bebê . E o b dos hi s. eitei o co o com l pode io senA po tei u . não adianta.. Elo n o se eteu. Tudo está apertado. Depois. Cinderela de pés inchados. o lust oso que o e ch ie. O que ainda me serve são os sapatos de pano chineses. com a mesma segurança com que o Sol desponta no planeta. os com Elo me disse que ti me escutou i . o de que pude os i ele se no te . nisso. sei q te po i os . espicho para baixo. os juntos.. E liquei eu g e i que tudo jó po que o seu susto tenho sido um ito do em que nõo. nos e um pouco o mó so.. ou os têm o do c de no . viro de frente para trás. Mas estes chinelos são pretos. seres 121 TI-IÉRESE . sem e . o com o cheio de Depois elo chegou to o bebê. Experimento. desejo de todo o co que o de seu bebê de e . Visto um camisão de seda de flores rubras e verdes. A pl iu logo em seguido. com A me o bebê e deu um posso . in be de todos os lodos. Acabo achando um vestido tubinho de malha preta . Existem páginas e páginas nos manuais sobre as anomalias do feto. eu tin como o do bebê o . Entretanto. que o de l sob e o e de um do Eu o cae que. o p c tou o c o. a amiga de sempre. o de no i los o n o nos l . Nem uma linha sobre a perfeição dos recém-nascidos.1 r· Elo o que é que . Eu só penme i O bebê . curto demais. eu senti dor.. Com ou sem meias. Elo disse que não. vasculho meu armário à procura de uma roupa que me sirva. E. algo que não seja enfiar os pes nos sapatos e tentar esquecê-Ios. soltar os ombros. om pés pontudos. . Virar só para a esquerda e pronto. os movimentos como que parcelados. é a vida. dedinhos entortados e hcios le calos? Por que. as cicatrizes de intervenções cirúrgicas no abdome. da barriga. as repressões e compressões de todo tlP?· Mas é possível fazer algo. Penso no rosto do bebê. há poucas semanas. no seu sorriso imerso no líquido amniótico.) ) ) ) QUANDO O CORPO CONSENTE NONO MÊS ) ) ) ) . Os 123 . podes muito bem. dizem. com arcadas. um dia deve parecer uma eternidade para o feto. Como esquecê-Ias. pela base. O corpo não é feito só de músculos. a vida difícil. como tudo se articula no corpo. Vindas de cima. A meia-volta há meses não é praticada. os partos difíceis. Virar para a esquerda. Sei que não estão. A forma que tem na hora do nascimento. O tempo me parece suspenso. ou joanete. Será que isso nã vai na Ia? ao vale a pena ser compreendido? Será cabível imaginar um bebê. quando começam a inchar : já não entram no lugar onde. confessa tudo sobre nossas mazelas ocultas: a respiração bloqueada. • 7 de julho A expressão "vou ter um filho" assume sua dimensão total. mas só os músculos dão f~rma a_nosso corpo. A forma de nossos pés não consegue mentir. Q 74. Com dois travesseiros. ento dos pés nQ 73. mais estreitos no calcanhar que nos dedos. escondê-los. não estou dizendo que teus pes estão deformados. Um trabalho sobre os pés ajuda a circulação sanguínea e linfática. elas erguem os dedos. de _dar-lhe um beijo. não há nada a fazer. Ele está aqui e não está. . Mas. Sonhei com um relógio perdido. a musculatura fica fi xível rnaleável.do pe hurr:ano. então. J 56 e 757. que fica do outro lado. Dormir de preferência para o lado esquerdo. 122 Se aforma dos calçados femininos não se parece com a . O hallux valgus. talvez seja para tentar abafar o que os pes tem a dizer. do pescoço. nunca deveriam mudar. 157 • 29 de junho J ) I. a fim de não comprimir com o peso do bebê a vela cava. Eu me adapto a seu ritmo. ento dos to no elos 11.J j cujo corpo é organizado de acordo com um planc: I 'rfeito vêm ao mundo. pp. apenas deve surgir a arcada. Uma semana é um tempo Infinito para a criança. as dores do ciático. no seu corpo. ao longo da musculatura. as tensões pros eguem muito devagar durante meses e anos. soltar teu diafragma. isto é. não consigo respirar. e suas bordas retilíneas." Sei. virar para a direita. por xcrnplo. das pernas. a ansiedade. é um exemplo característico do bloqueio do diafragma. como neste momento precisas ficar bem firme no chão. quando chegam ao fim da cadeia muscular. Meus gestos sao cada vez mais lentos. existem estes horrívei pilões cuja forma nem de longe lembra os pés que há algumas d' cadas nasceram perfeitos? "É a vida. traz estabilidade e bemestar. se ar:lnhavam tão bem? Não. vou te lembrar que a arquitetura de nossos pés é um milag~"ede perfeição. De fato. quando se começa a ensaiar os primeiros passos. e assim permanece alguns meses após o parto. Durante a gravidez. pilares e s~us vinte e seis ossinhos interdependentes. eles suportam todas as tensões e dores de nosso corpo. abóbada. impondo-lhe um limite arbitrário evitamos ver a expressão torturada de sua forma autêntica. A noite foi longa. de bruços. aos pés. Tenho vontade de pegar nos braços meu filho. aliás. comprimem e deformam as articulações. . no dia em que já não tolera em seu organismo a presença do feto. cabeça tinha resolvido. Na noite de 10 d '. uma semana A parte .QUANDO O COlU'O CONSENTE NONO MÊS cientistas procuram saber o que desencadeia o nascimento. ac. consigo +'01 . Antes das férias e feriados. Na realidade. dois seres Uma parteira me explicou que isso significa se que nõo t o te po que tin p juntos . O útero quase não reagiu. Boa providência. Mais uma vez. Uma terceira tese. mais recente. O rim do feto secretaria uma substância que intervém na produção das prostaglandinas. Talvez haja acordo tácito entre mãe e filho? Após nove meses de uma ligação fusional. O processo de indução fracassa. explicou-me ela .. caso de Sonia não duzentas e quare~t:~~~hPartelras belgas fez um estudo I sobre eres cura graVidez foi rfi . Cf oles de - es. mas não têm certeza quanto aos mecanismos que induzem sua síntese. os conn em coso. para garantir que o médico escolhido vai estar presente. a mãe se mostra quase sempre hiperpossessiva depois do parto. fizeram-lhe uma perfusão de ocitócitos para provocar s contrações. ainda assim. o escon ecido. cont to com esse bu n de inh I o slgnlll queio tot l. Alguns pesquisadores acham que tudo se passa no âmbito da placenta. De comum acordo. Mas. a prostaglandina. mas o médico saía de férias no dia 5. eu 11 o nto Qu entend p que eu nõo o. otei no pel o . procedido assim. an o que . quando esse prazo não é respeitado. resolveu espera h d d evra haver alguma co. Sonia devia dar à luz no dia 10 de abril. edo edo d deI sair. Segunes o que o bebê onto do ela. é por pura conveniência que se induzem os partos. é preciso verificar se não houve engano na previsão). o corpo das mães resiste à intrusão do ritmo médico. fi uçao. na maioria das vezes. Entretanto. Ira e atacha. co ocar as pala. Uma e ui . h r. por exemplo. isso traz conseqüências: isic ente. e p s ceu o 1. " ona re onda para" I vras . mais orte que a quí' e exceção.. mas o O . ICIIIO. Natacha resolveu esar. e é melhor assim. Conhecem a substância hormonal que provoca o trabalho de parto. e me dele edo d d h nõo sei do o espeito de h . mas não estacorpo não Ele fioI' . ela ainda constatou que. outros pensam que é a mãe que toma a iniciativa. se for pela necessidade de tirar o feto de uma situação desfavorável: o bebê não consegue avançar. ou já expirou o termo previsto (e. ercentagem de também o caso de Natacha re~em-nasCldo~ men~s favorável. E. Às vezes. As conclusões do mais longo. d N . uma cesariana .Isso me um blot . " eu nõo. O ln o ige e esqueci tudo o que m~ conteceu no in nci Del . e e ilho i nõo têm est s ciente alcançar o de Aliás. 9 horas.A gem de dizer. maior uso dne auçaol. No dia I? de abril o 'b beA devdlada! a luzia pelo dia 23 de ' e e am a nao se t h 'fi O termo estava atrasado de m a rnaru estado. Há q março. o ritmo natural do nascimento é desprezado. o mistério permanece. marcaram o parto para o dia I~. op. . sofre. .Sonia não teve a cora racas: FOI preCiso fazer va de acordo com a ind . que Ia fazer o parto a dom' rt: ..artifiCial acarreta um trabalho . rn o u ilh 'Ç.. O bebê não av ncou I il Iarn nova perfusão. cit. Isa nesse atraso Po . É uma "vantagem" que várias maternidades oferecem agora à clientela apressada. mlca. 125 . a decisão de separar-se só pode ser tomada quando ambos se sentirem maduros para enfrentá-Ia. ho depois d I o Id . ós s seis ho en~ o caneta. . na geslcos maior p cesarianas e um Apgar dos' '. u us este me' p Duas folhas com uma letr d 10 ora me co c . h I pe eltamente normal e com bebês se estudo mostram que a~ ~en _ uma anomalia. considera a responsabilidade do bebê. ucos osprtais teriam crever. e abril. Sonia chegou à matcrnid d . Espera- ramoAs contrações continuaram muito fi . o parto pré-programado é cada vez mais freqüente.. varnos e vessar o Sena. t s depois a am u anCl .do recem-nasClC10 a' vida extra-uterma um c medir a adaptação . . tapo' s o nascimento. a dor diminui aos poucos.) '" ) ) ) ) ) QUANDO O CORPO CONSENTE NONO MÊS o que é o escore de Apgar? ) ) J J . Acho ótimo. Esse . Algo pal"ecido Com um animal de patas musculosas está agarrado à minha barriga É o útero que se contrai. Vinte rnmu o .J 126 ) ) . Os intervalos de minhas contrações ficam mais curtos. Mas a trégua é curta. mas devagar. o ar vai subindo pelos pés. percebido tanto os para e epipe _ .. a o 'b Ih abafado dos fogos e a as janelas fechadas. . T~lve~a~i~~=1g~~egar à maternidade . O que estou sentindo não se compara com nada imaginável. te muito tempo para atrade engarrafamentos. sobe quase até a nuca. Pelas buzina as qu . que achava que as primeiras contrações deveriam ser calmas. Procuro me concentrar. não sinto falta de mergulhos. tres. . todos na carruone e. nidade. h . Os movimentos ensaiados em casa são como balizas na tempestade. ouvimos ~. 'esplraçao a co ma .. Estou centrada e concentra127 ) ) • 13 de julho ) . Tudo novo. Deitada na . Logo eu. Na minha b~rnga tam oarto iminente.J . ção o tônus e os batírnen. " L' ~ ra Paris está em festa. . Quer tomar um banho para relaxar?" A maternidade acaba de reformar as salas de parto. Tudo recomeça com mais força Durante três horas. A parteira de plantão que eu nunca tinha visto me recebe distraída e me deita na mesa estreita de exames. maca. ele desce pela coluna vertebral e sai pela vagina. para não afundar na dor. de seis profissionais vestidos de azul-marin o. para diminuir o arqueamento da coluna vertebral. ergo as na egas pa~a Ia dos das ruas de Paris. Foguetes. as contrações que Indicam ~ lo valer: Soam onze horas no re ogd a cidade deve estar cheia . e chegaram para da igreja vizinha. nós os pais. Entramos dão da ruela que escapa a balbu. Está na hora. c . tória da ambulância clareia a escuriDá. a 2: o grito. ) ) . Fico de olhos abertos. Meu útero descansa. faço de novo os movimentos. teste leva em COI1 _ . t· os seis da equipe e . "O colo está com dilatação de dois centímetros. Pega-me a barriga e o peito. . subir ate a_ . o vaivém das contrações toma conta de meu corpo. . . obriga-me a uma concentração e a um esforço enormes. conclui a parteira. ao longo das pernas. Com a impressão de estar sendo levada por uma torrente. ar~m~çou o baile. Martin me encoraja com o olhar e a voz. As minhas não são. equipe" . I' Nunca eu havia 'd mortecer os saco eJos. A rebentação por fim se acalma. cada respiração me aproxima do objetivo. o animal de patas musculosas está domado. concentrada nos movimentos b I' 'a pára na frente da rnater. A grande banheira decorada com mosaicos é o orgulho das parteiras: foi uma delas que desenhou os motivos coloridos. Uma cnança em de entre 9 e 10 pontos . uz g~ra irdia do 14 de julho.-' o e dez rrunu os d O minuto. .Inu . solto o ar. E mais uma vez as coisas se acalmam. O relógio do corredor indica meia-noite. Mesmo com Começa a anortecei . d e se ouvem a rua. Que força é esta que toma conta de minha barriga? Eu inspiro. Sigo na maca e de elevador até as salas de parto. . 1 . a Virzinia Apgar validou há A anestesista norte-amencadn " scDorede Apgar" a fim de teste chama o e . Vou me levantar. a I '. bate à porta uma ter que chamar a ambulância. M' tos depois. Apóio bem as costas na cama e mexo a bacia seguindo o ritmo da contração. . quarenta anos um .' b adaptada chega a um Apgar tos cardíacos. mas a equipe I r . cinc itéri S q' te recebem notas e ta cinco CriellO. como eu nunca fizera na vida. "Não dá tempo de tomar banho". até o peito. Mas não por muito tempo: uma nova contração me apanha. em ouço nada: estou t d engarrafamento nao vejo n gente can an o. -ne manda ficar quieta. nem com nada que eu possa ter imaginado. Sou uma atleta em plena competição. Cada movimento. Já chegaram música.J ) ) "Dá para andar? A I .J ) ) ) . incontroláveis de minha barriga. Um deslizar progressivo para o mundo. Sou todas es~ a mae. Dilatação de oito.Tudo vai bem. A • - . as mais fantást' . Nossa filha. u er orte. diz a parteira. Nove meses.nha mãe. Agora faz três horas que ele avança. E de algumas horas para sair de 128 dentro de rni1m. os punhos fechados. passa a confiar em mim. caso seja necessário receber anestesia. "O senhor venha ver. Nem me reconheço. oonantes. Não se deve beber durante o parto. minha Sou a mulher arcaica. Olho mas não acredito. ela precisou de nove meses para tornar-se este pequeno ser independente. O bebê prossegue seu caminho. Martin pulveriza umas gotas de água em minha língua. O trabalho caminha. essa convicção? A parteira não fica presente o tempo todo. essa resistência.-'. Bom-dia. Minha filha. O colo está perfeitamente aberto. aqui está a cabeça". Dá uma olhada rápida e faz uma volta estratégica para junto do rosto concentrado da mãe. Suas rápidas visitas servem sobretudo para que ela examine o colo e me informe a progressão: quatro centímetros de dilatação. . QUANDO O CORPO CONSENTE ONOMÊS da em mim mesma. bastante força. . Vão saindo os ombros. que Jamais vivi. Julie! Ela está em cima de minha barriga. Sou a m lhas fimulheres forjadas pela vida. não vou empurrar. Dilatação de seis: a parteira segura o altímetro. nua e suada' sou . Transmiti a vida. as nádegas. A última simbiose. minha bisavó. De onde vêm essa força. E a estou sentindo para valer. empurrado por meu útero batalhador." O senhor pai mal tem coragem de ver. é evidente. empurre. Aguardo a contração e solto o ar com força. disseram-me. é ela mesmo. I . como se deve." Eu já contava com a ordem. encostada em meu coração. Agora não dá para explicar que.Essas horas de caos e . as pernas e os pés. avo. Imagino que está festejando com os 'colegas. Esta cabecinha. Acho que ela tem coisa melhor a fazer na sala de plantão. Eu sinto a cabeça. VIO encia sao as mais em 0Olho . a queda da Bastilha. icas. exclama a parteira. "É uma menina!". O corpo viscoso do bebê escorrega de meu sexo. o tronco. Sinto sede. O último gesto de um longo corpo a corpo. '!. por sugestão de Paule. "É agora. Dilatação de dez. diz a parteira que. Dá certo. Solto o ar mais uma vez. os olhos inchados. É uma medida preventiva. "Estou vendo a cabeça". para mim. "A cabeça. na hora do nascimento de minha filha. Menina que um dia perde o pai para sempre. E a confiança em minha filha. inimagináveis. violento. de separar-me dela para lhe dar a vida. Agora uma mulher dá a vida. Julie está com três meses. É como se uma reserva de força. forte. Já contei como foi a dor das contrações fulgurantes. Ela é literalmente borbulhante. se tivesse revelado.) • Três meses depois. como vivem? Penso muitas vezes nesse parto. Será que as crianças nascem como são. passados três meses. Não poderia ser de outro jeito. Além do caráter petulante de minha filha. porque incapaz de se comunicar. na intensa felicidade de ter acompanhado meu bebê em direção à vida. Ela estava certa. na força vital de nós duas. A emo131 f Ilr . Seu nascimento me fez nascer. arraigada nas profundezas do meu ser. Sua dor é brutal e muda. Sei agora. Quando me lembro de seu nascimento. rápido. acho que é parecida com ele.. Foi essa dor que senti de novo. Aumentou muito minha autoconfiança. Havia uma menina ferida. vinte e seis anos depois. Falei no meu diário daquela parteira que explicava que a dor sentida durante o parto é a dor que trazemos dentro de nós. Entendo essa selvagem chegada ao mundo.. que aconteceu durante aquelas horas uma coisa muito perturbadora e decerto vital. Aquelas horas de violento corpo a corpo nos aproximaram mais do que os nove meses de íntima coabitação. Como se o ato de deixar que minha filha siga em fi-ente. fosse prova de amor maior que o fato de carregá-Ia em mim durante nove meses. impronunciáveis. expressava-se a história de outra menina. a própria história. O parto estimulou zonas de minha memória até então inacessíveis.. nem impôs.a de seu corpo -. pensando que é o melhor"alhures" possível. mulheres que foram sobretudo feridas ou frustradas pelos partos sem respeito começam a procurar outra coisa. 58. ção do nascimento arrancou a tampa cuidadosamente apertada sobre a minha dor infantil. Decerto percebeu que eu preferia assim. Ele tinha de participar para pôr meu bebê no mundo. É preciso ir atrás delas. precisa ser descoberto pela própria interessada. Outras procuram pequenas maternidades onde existe calor humano. mas com confiança.QUANDO O COJU'O CONSE TE TRÊS MESES DEPOIS . Algumas preferem ter o filho em casa. (N. Vai descobrir que seu corpo foi feito para dar a vida. nenhumrecurso tecnológico me foi imposto. no bebê. A parteira era totalmente "discreta". e não me propôs. Ao descobrir a mais segura realidade . Cada vez mais. Penso muito nas mulheres que a química consegue calar. você vai adquirir confiança em si. É o que espero. nenhum gesto médico. nem nesse hospital nem em outras maternidades parisienses. E ninguém veio dar uma olhadela . eu a vi pouco. Porque meu corpo não podia tapear. um co-nascimento*: seu relacionamento futuro será melhor e mais confiante. Que pena não aproveitar essa fantástica oportunidade de renascer. da T. Mas todas sabem que esse caminho para um nascimento mais livre. parteiras atentas desejam ouvi-Ias e ajudá-Ias. Gostei muito disso. em todo caso. Nenhum anestésico. minha mãe e eu. Confiança em si. defender-se. que a técnica amordaça. Faça isso por você e seu bebê.. de redirnir-sel Mas é uma via que não está traçada de antemão. mais 'responsável. Não com um machado. Seria por causa dos festejos do 14 de julho? Seria o meu jeito confiante e decidido? Seria porque tudo se passou bem e depressa? Ninguém. O saber e a experiência dessas profissionais são insubstituíveis. como eu mesma consegui durante nove meses. Que pena perder uma terapia tão formidável como a do parto! . nada. Discretamente. É um nascimento a dois. fugir. Paule..que eu teria achado indiscreta . no meio que a cerca.) 132 133 . • Cf. interferiu nessa hora de chegada ao mundo. das quais ela apaga a memória. sei que não é o costume. Este livro também pode ajudar você. O que esperamos. nora à p..Talvez melhor do que qualquer tratamento psicanalítico. ela quase não me falou. Acho que não teria sido a mesma mãe para minha filha se eu não tivesse refeito esse percurso e tratado minha dor.na sala. Reviver a emoção da morte na hora de dar a vida torna a dor bem mais suportável. ) I J ) ) ) ) ) MOVIMENTOS ) ~) ) : ) .. ) ) . i ) I ) ) ..J ) ) I ) ) ) ) ) ) ) ). Só você pode perceber como esses movimentos vão modificando aos poucos o seu modo de relaxar os maxilares. Surpreendentes porqu . . Quantas vezes por dia ou por semana é para fazer? Só o seu corpo pode saber. São "movimentos imóveis". ão se trata c1. Com um pouco de concentração. são qual água benfazeja que. e peta-se que eles se tornem mais flexíveis e alongados. Seu ponto alto é a extrema precisão e os surpreendentes resultados obtidos. você consegue fazer alguns deles numa sala de espera. não sinta mais necessidac1. respirar e despertar a inteligência profunda de seu corpo. até o momento em que o corpo. uma cavidade reage à outra. ninguém imagina que também o olho direito fique mais aberto e a face direita mais relaxada. que você pode fazer com o pai de seu filho. São rápidos e não exigem grande preparação. no ônibus. à revelia de todo mundo. a cada dia. é absorvida em pequenas porções por suas células. a da frente responde à de atrás. um "programa" que é preciso cumprir e vencer a todo ust . sati feito. Mais do que "exercícios". Se sentir necessidade. faça diariamente os que mais lhe agradam. se depois de trabalhar o pé direito ou a perna. por assim dizer.Eis a descrição dos catorze movimentos já anunciados e mais outros dois. 137 . mexer os olhos. é isso que você vai constatar e assim. por exemplo. sentir como tudo está ligado dentro de seu corpo: a parte de baixo está sob a dependência da de cima. Entretanto. fisicamente. virar de cabeça para baixo". m contudo se separarem um do outro. Com ce faz n I. I> um Ia 10 para o outro. mas ti 'i c os lábios fc . siga d . os movimentos de todo o seu corpo prestes a se abrir para o nascimento. costumam perguntar minhas alunas. Mas sua língua e respiração vão tornar. po do céu bo os l os Este movimento da boca pode ser feito com você sentada numa cadeira.QUANDO O CORPO CO SENTE MOVIMEN'roS Você pode até melhorar a velocidad a precisão das ordens nervosas entre seu cér bro mC1 ulos. cujas mães não fizeram hipnose. o sistema neurovegetativo.) . citado em ho- Este movimento ajuda a distinguir os músculos da boca que têm o costume de fazer juntos uma porção de 139 138 . por exemplo. Se lhe vierem à cabeça.':>.hados. sozinhos. Seus olhos.qu 'nos "sim" om a cab 'a. Um recente estudo norte-americano mostrou que.magin I que seus lábios se alargam. Percepções preciosas para que você permaneça em contato e harmonia com seu beb durante toda a gravidez. aos olhos ou aos dedos do pé. pelo lado de dentro.licadarn nte. os músculos flexíveis e dóceis. d preferência descalça e com os pés bem apoiados no hã . p . são como elementos de um alfabeto indispensável para discernir os movimentos. o ç língu 1.squ rda. 2. assim como para reconhecer e aceitar sem medo. sempre com suavidad . de cem parturientes cujos bebês estavam em posição sentada. arnudos macios. t ntando descobrir com a ponta da língua a forma qu tem sua boca de lábios f chados.laxa 10. são parentes próximos do útero e do sexo. pod '111 les . Pas i a língua. desse modo. jou o edi abril de 1995. qual a forma de s u s rriso. a percepções do corpo. inguém vai pensar em soletrar letra por letra as palavras' de uma arrebatada declaração de amor na hora em que está sendo feita. e sua vontade de dar à luz será poderosa. Sabemos muito pouco a respeito dos movimentos ínfimos. Esses movimentos não dependem da vontade. oitenta e um se viraram espontaneamente após as mães serem submetidas a sessões de hipnose destinadas ao relaxamento. sempre de dentro. 1. Com a ponta da língua. Estão fortemente ligados ao seu sistema nervoso involuntário'. logie. mas decorrem estreitamente das emoções. D scubra as comissura à dír ita . A Para mim. 2. de dentro e de fora. elas descontraíram a parte inferior do útero. en o tando=s .ansar s )hr'" as r rnas. somente vinte e seis bebês conseguiram. quando chegar a hora. boca e respectivos movimentos representam um papel muito importante: embora por sua situação fiquem longe. à boca. No grupo-controle.e suaves. contínuos e profundos dos nossos órgãos dos sentidos. d I V" 0111os rnús ulos r . isto é. O medo e o estresse podem contrair as pupilas de seus olhos tanto quanto contraem os músculos de seu útero. As mãos b m soltas de palma para cima. ( n (jAMA).. "Os movimentos devem ser feitos na hora do parto?". T nte um Jev 'sorri e descubra. os do útero. Solte os maxilar '5. E preciso que a cadeira tenha a altura ad quada às suas p rnas. o ntorno d )$ lábios 'n 'o 'lados. que estava impedindo a criança de encaixarse normalmente. Pode aguçar as percepções dos mú culos que não são comandados voluntariamente como. sim. Só se atenha ao maxilar 141 140 . o quanto possível. Procure não contrair nem afundar a nuca. não deixe um milímetro sem ser examinado. no momento de soltar o ar.111 111111\1. o ritmo de sua respiração. para o lado. Faça isso duas ou três vezes. Que será ainda mais eficaz. esse é um movimento da boca.\'1111)1(' e ainda deitada.1<1 possui só I ara 'Ia dezess te músculos. encostada no chão. Bem forte. Pois é. Observe. encoste bem uma coxa na outra. leve a língua para a direita. quando sente qu vai soltar o ar. sozinha.QUANDO O CORPO CONSENTE MOVIMENTOS movimentos automáticos. tem força para afastar a palma de sua mão.1 Coloque com suavidade a palma de sua mão direita sobre a boca. você já tiver alongado os músculos da face interna das coxas. O u go do céu 110 :-. Vá com calma. em conseqüência. Contrair esses músculos conscientemente é a melhor maneira de conseguir que eles se alonguem e relaxem. Agora. A língua deve estar pontuda. Os músculos dos lábios também devem ficar passivos. A região lombar.111. Deixe a língua voltar ao seu lugar na boca e recomece. com calma. Abra e feche a boca como um peixinho de aquário. com a ponta da língua. Sempre com a nuca bem alongada. como já foi explicado no movimento nº 2.11 de sentar-se. pernas flexionadas. Agora. sem fazer nenhum movimento hru:ic<l ("<lII 1 . pode ficar sentada.' 11. sobre a gengiva dos molares superiores e volte lentamente para o meio. os maxilares encostados. a livrarse das tensõe nos maxilares e a facilitar o vaivém do ar aos pulmões. . Agora.I 11'/:1. Relaxe a pressão ao inspirar. Faça isso durante um ou dois minutos. rígida. Na primeira vez. mas não c rra los. encoste-a no céu da boca. as do corpo todo. ó estã trabalhando os masseteres. sem pro urar alt rá-lo.' <lt"v:lgrlr .hada.11.se. deix a l o 'a Ie ." cos. devagar. 2.. Relaxe na hora da inspiração. Observe como você respira e. Passiva. os que vêm da língua e os que vêm dos lábios. para a gengiva dos incisivos centrais.1 "II\'\('I ~. saber difer nciá-los e comandá-I os pode ajudar a relaxar as fortíssimas tensões musculares da boca e.sempre na hora de soltar o ar . pés encostados e pousados no chão. Faça com que este trabalho seja um puro movimento da língua. embora o conhecimento tátil e sensorial da própria boca pos a ajudar você a ocupar seu espaço interior. Entreabra os maxilar s e. executado de modo preciso na hora da expulsão do ar. procure apoiar a ponta da língua na palma da mão. antes de começar. Ao terminar os movimentos rt"ito~ dl'HI.I Como é o interior de sua boca? Quase ninguém sabe. Distinguir os movimentos que vêm dos maxilares. quando estiver habituada. tateie a palma da mão. Não contraia os lábios nem feche os maxilares após cada pressão. Depois. Com a ponta da língua bem à vontade. 3. VIII' '. os músculos do maxilar. Ap6i '-IiC no ('otOVl't<l 1>.cada vez com mais força. Faça isso por um minuto. 'I' int ' contrair a língua dentro da boca. Enrijeça a língua e procure empurrar a palma da mão . pousada dentro da boca. tentando deixar a língua muito grande. sem tapar as narinas. Relaxe agora a face interna das coxas. As coxas e tão juntas. Tente perceber como ela. Deite-se de costas. é melhor fazer este movimento estando deitada no chão'. I ou IU»). Percorra em todos os sentidos a parte rígida da abóbada palatina. em forma de cone. no assoalho da boca. Sente-se ou deite-se de costas no chão. pulmões. Cuidado para não contrair o ombro ou o braço . é um o so de forma triangular no fim da aluna.. a diferença de temperatura dentro de sua boca.ostas ' 'ônc. Deite-se no chão de costas. Relaxe a pressão quando você inspira. Percorra essa região em todos os sentidos. lentamente. Faça o mesmo percurso para o lado esquerdo.l V. ornpare o espaço interno do céu da boca direito om o squ . como dizem os livros de anatomia. Ao toque da língua. Tente sentir com a ponta da língua a diferença de relevo. Como um berço Para este movimento. para o véu palatino. Em .ls. que separa dois céus da boca.rdo. forma lima 'SI "'i' I berço onde ficam aninhado o útero c a barriga. quando sentir vontade de soltar o ar.ltl. encoste de novo o polegar direito à direita do céu da boca. os ossos dos "quadris" como se diz usualmente. Ajuda os músculos lombares a se descontraírem. E suba lentamente a arcada do céu da boca. Faça esse percurso interno vária vezes. se você se s ntir à vontade nesse movimento. mesmo que esse dente já tenha sido extraído ou nunca tenha apontado. Compare o lado direito com o esquerdo. procure o cóccix bem no fim da coluna . pressione o céu da boca com o polegar. a parte flexível do céu da boca. coloque a palma da mão esquerda sobre a mão direita.I 10 lado 1.v.1 '('01) v xa do lado Ias .ix. Pare nesse miniumbígo. Sempre com a maior precisão e leveza da mão. O sacro. firme mas sem violência. a se alongarem. É claro que suas unha d vem estar curtas. Ou mais ainda.ima. Vá apalpando o contorno dos ossos da bacia. Depois. tente seguir-lh o contorno. ) ) QUANDO O COlU>O CONSE 'TE MOVIMENTOS ) ) ) ) ) ) . no rego das nádegas. os dois dentes da frente. Por isso.1/):llIl. um dir ito e um esquerdo. sobre o púbis e o sexo. não insista. Apóie nele a língua no momento em que você solta o ar. Ele está situado bem mais abaixo do que se costuma imaginar. 4. Agora. mas elas precisam mesmo estar ~paradas I ara a chegada do bebê. Na época em que o tamanho do útero dificultar esse movimento. aos maxilares. pernas flexionadas. Pressione. o sacr a n i . Preste atenção na respiração e.1. Afaste ligeiramente as pernas e coloque a palma da mão direita entre as pernas.rior arti 1. 'óc~ . o movimento pode ser feito com os braços estendidos ao longo do 143 . depois.nada. quase no alto da arcada. você vai encontrar como que uma linha divisória. quando vo ê 'SlÚ I ..1rri '. aos 1!j2 brônquios e aos . Vá apalpando eu sacro. As "cristas ilíacas" . Volte para a parte rígida e para a gengiva. Siga delicadamente essa crista que separa seus dois palatos. ornpare suas sensações quanto ao s i s n. a ponta inf .om (. Retire o polegar. até o véu. SlI. em dir ção à gengiva do dente do siso superior direito.J ) ) i) superior. parando um instante sobre a raiz de cada dente.1forma . Com os dedos.1 h. Coloque a ponta da língua sobre a gengiva dos incisivos centrais. você precisa de uma bola bem mole. Tente.1is. Não precisa apertar. ir além dos molares. e o polegar esquerdo à esquerda do céu da boca. Encoste a polpa digital do polegar direito no lado direito do céu da boca.IIa-s' . durante umas dez respirações serenas. Faça pressão.ula-sc '0111 os ossos Ia h:lci:1 ' orn '1 úluma vórt hra lombar. do tamanho de um pequeno melão. pelo meio. desse modo. leve a ponta da língua para cima. você stá 1 rnbra ta. VacA vai encontrar com a língua uma espécie de pequeno "umbigo". umas dez vezes. D scans '. Os pés devem ficar um junto ao outro e bem encostados no chão. situado nessa crista. QUANDO O COlU'O CONSENTE MOVIMENTOS corpo. e contraia o interior das coxas. ficam prontas para receber sua barriga. como se os músculos concordassem de um lado para recusar do outro. à altura do sacro e da cintura. sacro. Preste atenção à respiração. Deixe a região lombar apoiar-se no chão com suavidade. É provável que ele se ponha aos pinotes. ossos da bacia . p rnas flexionadas. ser de até. Repita isso durante umas trê ou quatro respirações tranqüilas. Deite-se de costas. Desde que você perceba os movimentos do bebê.ento. se afundam como um berço. Tire a bola. 5.. e quando sentir vontade de soltar o ar. Depoi . Procure observar contra suas mãos a força dos músculos (os adutores) que ficam na face interna das coxas. é pr iso qu ..ix) c já não nc sta no chão. seu útero. seus líquidos. pés encostados um no outro. Costumo usar bolinhas de cortiça porque é um material suave e agradável ao tato. Tente perceber sua forma seu entorno a partir do contato com o chão. do c s e . por um jogo de compensações. não faça nada: isso é o mais difícil. Tente manter a nuca calma e alongada. Todas as partes ósseas. Obs rve Olll rr isão o lugar on Ic I começa a erguers (em lir '. Con entre a at nção no sacro. sua placenta e seu querido bebê. Pod m 144 145 . Descanse de leve as mãos na barriga e saboreie o conforto e a segurança do sacro encostado no chão. como no movimento nº 4. Os pontos correspondcm aos lugares onde devem ser colocadas as bolinhas. À medida que a parte inferior das costas se alonga. Repouse os braços ao longo do corpo. vai sentir também suas reações no exato momento em que você conseguir alongar as costas. ão 'I ponta inferior perto 10 Ó' . e coloque a bola sob o sacro e o cóccix. e tente relaxar os músculos "adutores" do interior das coxas.coluna vertebral. Depois. densas fort s da face posterior do corpo . mas sem forçar.v ~ t nha duas ou três bolinhas de dois c ntímetros de liâm tro. descanse as mãos ao longo do corpo. três centímetros se você suportar b m.se encostam no chão. talvez você sinta a nuca se arquear e encurtar. Conserve encostadas as pernas e também os pés. feliz por ficar à vontade nesse espaço que você lhe oferece. Para ste movim. aperte uma coxa contra a outra. e os ombros bem encostados no chão. no máximo. deixe os pés encostados um no outro e bem apoiados no chão.J ) j ) . da barriga.ostas. isto é.IJ os a ou tra. Tente descobrir na linha da cintura o espaço entre o osso da bacia (crista ilíaca) e as costelas. depois estique as p ma I V'lg~1r. não erga as costas para fazer isso. poderá num outro dia passar para o seguinte. Respire com calma em direção às bolinhas. simetricamente. Ao retirar as bolinhas.J ) ) ) ) Pegue uma das bolinhas de cortiça loqu '-. relaxe as costas. Atrás. Encost 0111 I elica I za as mãos na barriga. S u orpo fica pousado na bola... Com calma.. Depois. encoste a cintura no chão. os ombros. com as pernas ainda flexionadas. ou para baixo. dentro de um ritmo r no. faça também uma leve pressão sobre as bolas. imetricamente. Não no osso do acro. Quando você tiver dominado bem esses movimentos. Observe esse contato. ma que não S eja mu ito dolorido. de cada lado do sacro. da nuca. Pegue a bola macia.J . ficam as duas bolas de cada lado do sacro. j onha-a mais afastada do sacro. e observe com cuidado como se encostam no chão a cintura. sem fazer nenhuma contorção. coloque a bolinha à direita da cintura. Se for. D 's ans ' o ( 'I11j)O qu ' pu ler. UI1l:1 . e apr ci a'hrgu ':t. Tente soltar a. isto é. co t espi de .a ele suas . Mesmo que o contato seja leve. você se sentir bem -. as eventuais reações de suas costas. ficam as vértebras lombares. Encher. desde os ombros até o sacro.ou mais. Em seguida. 6.J . Abra a boca e deixe a língua alargar-se lá dentro. esvaziar.. mas dos lados você não sente nenhum osso nesse espaço. Assim que o lado direito entende esse contato com um corpo estranho. coloque a outra bolinha à esquerda. tire as bolinhas c m um g . cl i- xando escorregar os calcanhares no chão. você sente o contato. bem à direita para qu o contato fique mais perceptível e sem doer. Deite-se de costas. sem erguê-los nem mexer com as costas. Quando se sentir à vontade.. Cuidado. É claro que o corpo ainda deve ficar em contato com ela. fique descansando um pouco. encoste a cintura no chão. Co o pequeno pul o ent e seus ou idos .) ) ) ) QUANDO O COlU)O CO SENTE MOVIMENTOS ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) ) . O movimento é interno e muito leve. fazendo uma ligeira massagem no útero quando o ar pa sar. mais para a direita. não faça nada. coxas juntas. isto é. no lugar onde você sente que ele com :a as' ara tar do chão. melhor. do tamanho de um melãozinho . as costas. tensões da região lombar. é preciso mudar a bola d lugar. procure fazer uma leve pressão com o corpo sobre as bolinhas. coloque outra bolinha à esquerda. quando sentir vontade de inspirar.sto simples. 7. e como você percebe sua re piração. você tivesse dois minúsculos pulmões anexos que também quis s m respirar. Ao fim de um minuto .[ dir 'ita do sacro. perto do cóccix. na mesma altura. Depois. os calcanhares na mesma linha cios joelhos para 147 j ) ) . Abra a boca. Fique atenta ao ritmo da respiração.1 . Deite-se de costas. já está bem. bem para o lado de fora. Não acredite que. Assim. preste atenção na respiração. Faça como se. . dos ombros.. mas p . os pés encostados e bem apoiados no chão.rto d ' sua I orda. como se os pulmões se alongassem até a cintura. das coxas encostadas no chão. Quando sentir vontade de soltar o ar. Deixe os pés caír m à vontade e saboreie o apoio confortável da barriga das pernas. quanto mais dói. S'I TO a' ostas são como uma base firme. procure de novo o seu ponto de referência no teto.. sem erguê-Ia do chão. tornar O' movim . mas para o alto da cabeça. sem parar m nenhum dos lados nem no meio. Procure fazer pequenos "sim" com a cabeça. a língua bem larga e à vonA 149 . ou a Iíngua. quando você sentir vontade de soltar o ar. Agora. N(lO é pre iso faI H zcr barulho com a boca. Agora.ntos dos olhos mais livr '5. Procure alongar a nuca. Talvez você sinta o maxilar. apenas aberta e relaxada. Descanse os braços ao longo do corpo. como uma folha de nenúfar.. de faz r a rigi lei': "IS iniI i . são os olhos. Respire devagar. Várias vezes. sem fechar a boca. Deitada. Estique devagar as pernas. Abra bem o olho e olhe para o teto na direção de seu rosto. Refaça o movimento várias vezes. E olha um ponto do teto. mas só com a parte diant ira 10]1 scoço quando você aperta a bola com a cab ça. entre as orelhas. Abra a boca. Não é ele que deve se esforçar para ver o teto. tente não tirar os olhos do ponto de referência no teto. Os maxilares continuam soltos. por dua ou três vezes. d cada lado do seu rosto. relaxe ssa pressão na hora de inspirar. Apenas com os olhos. faça os olhos irem de uma bolinha para a outra. procure desfazer a crispação.~e' que vo nem perc Dia c qu fazem part da sua hi tória quase desde o seu prim iro clia ele vicia.I r('sl ira '. Depois. Coloque a bola grande e ma ia sob a cabeça. Espere que a cabeça.xo qu ' S' nchc 'se svazia levemente ao ritm de SU. sem mexer a cabeça. a uma distância que corresponda ao comprimento de s us braços.10. que se oferece à pas agem do ar. coxas juntas. nem barulho com a garganta. Tente não erguer a cintura nem mexer com a nuca. Concentre a atenção na nuca e nos ombros. É possível. deixe a língua bem alargada. ão precipite o ritmo da respiração. no momento em que solta o ar. Se a nuca quiser se contrair. Para isso. Coloque as duas bolinha no chão. Repita umas dez vezes. e volte para o centro. Nas prirn iras 2 s. Bata os cílios umas dez vezes. com os pé s encostados um no ou tro e bem apoiados no chão. à altura dos olho bem abertos.. Descanse as pernas ainda flexíonadas. Cuidado. Deixe a língua alargar-se na boca entreaberta. Abra a boca e relaxe a língua. tente voltar o olhar para a bolinha à esquerda. Agora. Sinta como a cabeça e os ombros se apóiam no chão. não empurre a cabeça para trás. tente fazer uma leve pressão na bola. atravé s <. faça est movimento leitada no chão. e o pescoço. na 1 ral ele cansam o peito e a barriga. Procure acalmá-lo e mexa só os olhos.QUANDO O COIU'O CONSENTE MOVIMENTOS que a cintura encoste bem no chão. deixando os calcanhares escorregarem um depois cio outro. 8. a nuca e o pescoço se habituem e consigam largar seu peso em cima da bola. dirija o olhar para a bolinha qu está à sua dir ita. querer também ir para a direita. descansado. Talvez você sinta uma grande diferença de movimentos entre um lado e o outro. Tente fazer pequenos "não" com a cabeça. mas abra bem os olhos.1 st trabalho. o rosto se afa ta u se aproxima ligeiramente dele. como se fosse um travesseiro. Coloqu as mãos entre as pernas e aperte uma coxa na outra. os olhos i . pr gada no hão. De acordo com a respiração. Descanse os braços ao longo do corpo. Retire a bola. não embaixo da nuca. Relaxe a pressão quando inspirar.mbai o Ia cab ça é uma espécie de pulmão an . encoste a cabeça no chão. Agora. Procure localizar com cuidado onde a sua cabeça e apóia no chão. Se con eguir. A cabeça continua bem encostada na bola. A bola g~~111(1' . procure rolar a cabeça para a dir ira p usar a orelha. Escolha pontos de referência de cada lado do rosto.e num banquinho. pelo olfato. procurando manter a cabeça no centro. bata os cílios bem depressa. flexione le novo as pernas e repita tudo com o lado esquerdo.antar " desse modo. Continue assim durante dois ou três minutos.. A voz materna.. volte o rosto para a frente e recomece. o seio nu triz da mãe. mais alerta e mais flexível. esse movimento não deve ser rápido..sem erguê-Ia . que estão s mpre se contraindo. Depois. descanse os braços ao longo do corpo. do lado esquerdo. Se. se puder.. eles procuram com o nariz. 9. provavelmente bem antes. paralelos e ligeiramente afastados. o bebê escuta com os ouvidos e. Role a cab ça para a direita e para a esquerda. o enche de bem-estar. continue o movimento durante dois ou três minutos.. Faça com a cabeça alguns "sim" tentando olhar para o peito e para a barriga. Depois. um pouco afastados e bem apoiados no chão. as costas. s vibrações c!' suas cordas vocais podem faz r a coluna vert bral . Toque com o dedo sua fontanela posterior. porque ela é revestida de músculos curtos. as pernas. Volt para o centro na hora de in pirar. Descanse as pernas flexionadas e. foi a fontanela que viu a luz em primeiro 151 . você fizer este movimento sentada. As coxas ligeiramente afastadas e bem na direção dos quadris. que sentir vontad de soltar o ar. que também você já fez se lhe deram tempo para tanto. e sobretudo não vir a cabeça para eles. no lugar onde os ossos se juntam. e propagam até a bacia. tente sentir qual dos dois lados parece mais leve. à altura dos olhos. deixando os calcanhares escorregar m no chão. Sente. os pés paralelos. Depois. no momento em l'iO 10. estenda as pernas. na qual. devagar. Agora. Apenas os olhos. Preste atençã no ritm da re piração. apertados. Alongar a nuca não é nada fácil. pernas flexionadas.como para pousar a orelha no chão. Aqui. o l c beç c u ecé ido . volte ao centro. Virar a cabeça para um lado e para o outro é um dos primeiros movimentos dos recém-nascidos. que seja por menos tempo. pés e pernas encostados. Deite-se de costas. provisoriamente. A perna direita talvez esteja agora mais comprida que a outra. as mãos soltas e estendidas com as palmas para cima. siga delicadamente o contorno do pavilhão auditivo (antes você deve ter tirado os brincos. nos dias seguintes. é claro) e aperte de leve. toque com os dedos a orelha direita. entre os dedos. a nuca se retrai e se esconde entre os ombros. perceba as sensações de s u rosto. tudo orncça na nu a. Depois. o lóbulo da orelha. À mínima emoção. lcsd o s xto mês. c m toda a pele. com os maxilares relaxados a máximo. em precipitar a respiração. estenda lentamente as pernas. São encurtados por natureza e p Ia acontecimentos da vida. Se não for desagradável. fibrosos. a respiração livr . role-a para a direita . Sente-se numa cadeira na qual os pés toquem bem o chão. bem como a respiração. do lado direito. o col ue teb l . Com vagar.I ) ) QUANDO O COIU)O CONSE TE MOVIMENTOS tade. É uma lembrança de seu nascimento: se você nasceu naturalmente. agora. livre e cheia de harmonia. Esse movimento arcaico. É uma ligeira depressão no alto da caixa craniana. eu o recomendo agora para melhorar a flexibilidade de sua nuca.. Continue esse vaivém várias vezes. Depois. Sem roupa para atrapalhar. Em seguida." cia desse som no seu corpo. descans um momento deitada de costas. vez mais para baixo. Depois. retome o movim nto n? 4. Depois. Procure ntil' o volume. sempre em busca do mesmo ponto. i to -. De pe to e de longe ou qu os olhos j de n . deixe passar um som por entre os lábios estendidos: "Mmma. Em seguida. Se sentir que dá para continuar. sobre o púbis e o sexo. a parte carnuda e a suavidade le seus lábios. cada vez que soltar o ar. feche os olhos.. Tente abaixar só a nuca.. tente manter a fontanela para cima e avance um pouco os lábios como e fosse dar um beijo. Fixe-o durante alguns segundos. Que seja apenas uma vibração interna. devagar. Procure fazer com que a boca continue passiva e a respiração livre. pernas flexionadas. comece a olhar no teto um ponto real ou inventado. Depois. o Deite-se de costas.1xando a pr ssão quand vo inspira. movimente os olhos rapidamente em todos os A 152 153 . deix os I raços s [tos ao longo 10 orpo e pro . que fica em cima da cabeça. retire a bola e deixe as co ta bem pousadas no chão.ur 'lJ errar as coxas lima na outra. da cabeça para os ombro . não as costas.ar b m no chão. Depois. Procure encost. no nariz. pés encostados e bem apoiados no chão. Acaricie a nuca de leve. acompanhe seu arredondado com a palma da mão. concentre a atenção na fontanela posterior. Afaste um pouco as coxas e coloque a mão direita entre as pernas. não insi ta. Se o tamanho da barriga lificultar ssa 010 ação da mão entre as pernas. repita o movimento por dois ou três minutos. respirando naturalmente. Os braco estendidos ao longo do corpo. mmma. Várias vezes.rtar. Erga a cabeça e repita várias vezes. coloque a mão esquerda obre a direita. com a mão desc ndo. e olhe d novo para o umbigo. d prefcrê nia om a palmas voltadas para o alto. Agora. Depois. feche os olhos e. acaricie o ombro esquerdo. que ficam na face interna das coxas.' a costas resistirem. estenda sobre as pernas suas mãos soltas. nos lábios.. Não confunda com a fontan Ia ant rior. Abra a boca. " /1. Com a mão direita. em erguer a cabeça. mas com um som sempre sutil. r '1. é melhor. Sempre de olhos fechados. Continue assim por um ou dois minutos. aperte uma coxa na outra com os músculo "adutores". sem bloquear o ar.. Depois. se não lhe custar esforço.. tentando perceber as vibrações de sua voz cada . unca faça o movimento seguinte sem antes retirar a bola. incline um pouco a cabeça para que ela possa "ver" o que se pas a diante de você. no qual e coloca uma bola mole sob o sacro durante alguns minutos. Com a mão esquerda. l11lTIJua Procure perceber a ressonân. com os olhos bem abertos. a língua bem alargada dentro da boca e os lábios sem se mexer. basta fazer isso quatro ou cinco vezes. mudando às vezes de tom. Deixe a boca entreaberta. erga os olhos para o teto. íntima. s '111 a p . na nuca. imagine que ela tem um olho. traga bruscamente o olhar para a barriga. com a palmas voltadas para cima. sob as pálpebras abaixadas. deixe as pernas ap nas juntas. no peito. dos lábios ao períneo.QUANDO O COlU'O CONSENTE MOVIMENTOS I: lugar. acaricie o ombro direito. J . perna f1exionadas. sem torcer os pés. Se mesmo assim as costas se arquearem.. sem contrair o ombro nem o braço.rnas l'st{'nditl:ls. Out 1'. p gue a bola grande e macia. escorregue os calcanhares para não abaular as costas. depois. Talvez você tenha a impressão de que os joelhos são "muito grandes". entre as coxas. ão é tão fácil as im . procur p rceb r a t mperatura de seu sopro que pas a sobre a língua a ada r spiração. como já vi 155 .) ) ) ) ) QUANDO O COHPO CONSENTE MOVIMENTOS sentidos. As fibras contraídas não têm mais capacidade para desempenhar sua função natural. l'ilÍ procure olhar o peito e a barriga. coloque-a sob o sacro. Por isso. Espere que a região lombar. Fique com as pernas estendidas e faça alguns "sim" com a cabeça. sem erguer a cabeça. Enfie os dedos indicador e médio da mão direita na boca e pressione a base do maxilar inferior. t nte p rceber se os maxilares estão mais soltos. ligeiramente puxado para o pescoço..1 vez. estenda devagar a p mas ' cI 's ans . Depois. a fim de alongar os músculos adutores. sem erguer as costas nem compensar de qualquer outra maneira. mas solte o ar devagar pela boca. . ) ) 12. concentre sua atenção nas pernas que estão estendidas. tentando olhar para o peito e a barriga. sem erguê-Ias do chão. Durante um minuto. I . mas não se trata disso: são os músculos das pernas que estão encurtados e repuxam as articulações dos joelhos. na altura da raiz dos dentes. Alargue a língua.xione as pernas. retire a bola e descanse . o que pode lhe parecer quase impossível. não se preocupe. Entretanto. Continue a in pirar pelo nariz. ri . por razões anatômicas e fisiológicas específicas. [) 'ite-se de novo de costas. Várias vezes. vire-se d lad para (I 'SCIIlS. Sem forçar a abertura. depois st nda o braço ao longo do corpo. se possível. Depois desse movimento q I ' (. O pouco que você fizer já ajuda a alongar a musculatura. Depois. Sentar-se em posição de Buda. que não devem erguer-se. e bem devagar tente aproximar os tornoz los. e a respiração mais s rena. como você faz quando está dorrnin 10 'sonha. Continue assim por um ou dois minutos. Ao tentar aproximar os tornozelos sem erguer os joelhos.. perto do s xo. Faça isso com delicadeza. h '111 curto. homens e mulheres. da nuca aos calcanhares. Ouando aface interna das coxa . De modo algum lhe parece que você esteja alongando algo em sua musculatura. não desanime. bem como por razões ligadas à história pessoal. coloque os dedos no osso da mandíbula. se você não conseguir encostar de todo os tornozelos as bordas internas dos pés.. Em seguida. estão contraídos na maioria das pessoas. Convém logo esclar er qu . na hora do nascimento elo b bê. como no movimento nº 4..J ) . Por enquanto. talvez você esteja sentindo que precisa fazer muita força entre as coxas. Mantenha assim o maxilar aberto. você está pedindo a eus músculos "adutor s" qu façam aquilo para que foram feitos: aproximar as coxas. é claro. mas eles estão tão acostumados a permanec r contraídos que se tornam impotentes.lr um I oucx . !TI in S rrados. todos os músculos posteriores do corpo precisariam estar flexíveis e soltos. Preste at nção em sua 110 a. sem dobrar a nuca para trás. pés bem apoiados. que seus músculos "adutores". pois. sem deixá-los "envesgar" para dentro. para ex cutar bem ess movimento. afastar as coxas à força. as costas e a nuca se acalmem e fiquem bem encostadas no chão. estique as pernas com cuidado. você vai precisar da absoluta flexibilidade desses músculos. Saiba.. e não em cima dos dentes.J ) ) Deite-se de costas. os "quadríceps"..m Dite-se de costa.vc o P " na bolinha no. Erga o pé direito para que todos os dedos do pé olhem para o teto. e forçar os músculos só pode provocar um reflexo inconsciente que leva a contrair a região lombar. Abra a I () '.I 'n p(.. feche os olho..urc m. no meio. se a face posterior da coxa está se alongando. Não apert s maxilares.. do com bastante calma.oloquc Lima ela. Repita várias vezes. nspir. com par os apoios do pé direito com os do esquerdo.'. aponte de novo os dedos do pé para o teto e. fique de pé. Fa a isso uu mx (Io/.. Tente aproximar d vagar s tornozelos. depois de bem deitada no chão. Deixe as mãos pousadas nas coxas.mu-r (l. tente abaixar o 157 . procure deixá-los alongados. QUANDO O COlU'O CONSENTE MOVIMENTOS fazerem com gestantes. O melhor modo de alongar a face interna das coxas e a parte inferior das costas é tentar aproximar seus tornozelos com suavidade e firmeza durante alguns segundos.' <!('<!o. o que é excelente para desenvolver percepções outras que a visão. • p ma estendidas. s o pé tivesse cintura. esforço esse que deve ser feito no momento de soltar o ar. tente percebê-lo por um rn . As leis da fisiologia muscular não aceitam isso. as ostas e os jo 'lhos. com as palmas viradas para cima. É normal: quando um grupo de músculos se alonga. Prepare as bolinhas de cortiça. que vem do tornozelo e repuxa a face posterior da perna e da coxa. Agora. você sente a contração na face anterior da coxa. para que o pé esquerdo encoste no chão. necessita da força dos músculos ant riorcs da coxa. para isso. 14. . descansá-los e alongar a musculatura. Você precisa mesmo é alongar a face posterior da coxa e. Depois.intura. pés descalços um pouco afastados e bem paralelos. procure afastar o dedinho mínimo para fora. relaxe a pressão ao inspirar. Ademais. Esse pequeno movimento. porque eles fraquejarn. é um logro e pod r p rigoso para a região lombar. concentre toda a atenção na perna direita que continua estendida. Dos pés à se on beç ou qu ndo s cost pelos t n los . momento m qu ' vo('~' v:li soltar o ar.' 'stvl1di los mas sem contraí-los. sem erguer o joelho nem torcer a perna. Evite retorcer os dedos do pé. b m ao lado do joelho direito.. procure empurrar o calcanhar para longe de você.. Refaça esse movimento diariamente por alguns s gundos.io diferente do olhar. 13. Sente-se e faça a mesma coisa com o pé esquerdo .. imagine que você respira pela planta elo pé tanto quanto pelos pulmões . sente-se numa cadeira. o que não é desejado. você não consegue ver seu pé se mexendo. os antagonistas se contra m. Você se surpreenderá com a rapidez e a qualidade dos resultados obtidos. Pro .. no lugar on I ' fi '~Iritl'l . Este movimento é um entre muitos que você pode fazer para aliviar os pés. bolinhas sob o pé. En ost ao máximo no chão a nu a. ndo pl nt dos pés espi .v 'Zl'S. ão precisa olhar para ele. de boca aberta e língua alargada . mant n 10 o I ' no seu eixo • isto é • sem desviar para o lado. pode ser difícil. Concentre a atenção no pé direito. alongue a nuca e leve bem ao alto sua fontanela posterior. Porque. flcxione a I erna esquerda. mas deixe a perna bem pousada e no eixo.. apoiando bem todo o dedos no chão. vo ê já conhece esse movimento. a cintura ou a nuca. como está explicado nos movimentos anteriores. procure sentir em qual dos pés você se sente mais segura. sem erguer o joelho. Depois.i ' d ' I . nem a cintura. os pontos de apoio do corpo no hão. Em seguida. I "i H Continue durante um ou dois minutos se pud r. Tente descobrir se. vocês podem preparar-se para ver com mais liberdade. Não se preocupe. Imagine que você vai esticar os músculos da cabeça aos calcanhares. e como as coxas. você prefere soltar o ar ou inspirar. Observ o ritmo da respiração. Faça várias tentativas diferentes. Seu companheiro também se senta com os joelhos flexionados. Momento precioso quando. nem os ombros. a três: você. Ele aproxima as costas das suas e. Deixe os tornozelos juntos. Pode sentir esse movim nto na parte I ost . Repita isso umas dez vezes. com todo o corpo. Um momento delicado em que.abaixe lentamente os dois pés. depois deixe cair os pés à vontad e descanse. suba o pé em ângulo reto. Não se espante se houver uma liferença entre os tornozelos. Depois. e recomece.QUANDO O COlU'O CONSENTE MOVIMENTOS () . dê alguns pa sos pela sala e perceba como se apóiam seus pés. não se esqueça de virar b m d vagar para o lado. tente enco tar os tornozelos.. que funde suas sensibilidades.. O menino que ele foi. as coxas um pouco afastadas e os pés bem pousados no solo. outra vez estenda os dedos.. Cost de ulhe cont cost de h e udo con . Para sentar-se. para escutar. tocar . Este movimento se faz a dois: seu companheiro e você. O pai também pode. curiosamente.IS 0111°1 lal. ao empurrar os calcanhares. Para que a respiração do pai se torne mais viva e mais solta.. os quadris. um pode achar que o outro vai pesar nele. explicados anteriormente.ma continu nessa direção. do corpo que se mexem e Tente perceber as regíõe se alongam de acordo com o m virnento dos tornozelos. não se pode n . a perna esquerda vai logo imitar a direita. bem devagar. Juntos. com as duas pernas estendidas.. com os dedos alongados o máximo possível. se preferirem. pés apoiados no chão.ostar os dedos no chão se as pernas ficam estendida . Depois . Para conceber. invadir seu território. e sempre mantendo os tornozelos encostados. nem a nuca. Deixem que o contato seja com159 . vai se encostando.ls? . O máximo possível. como a menina que você foi..1'l mus ulatura. Agora. da fontanela posterior aos calcanhares. as costas e a nuca se colocam e se movimentam ao andar. de costas para você. Empurre os calcanhares para longe de você. Ou. Depois descanse. tentando deixar estendidos todos os dedos do pé. ambos começam a perceber que as costas se entendem e se ajudam. também ele pode fazer os movimentos com a boca e com os olhos. imagine qu vo ~ vai pousar o dedão em primeiro lugar. porque a perna direita aumentou e os tornozelos não se encontram ...sempre com os tornozelos juntos . É um movimento de contato dos corpos reunidos. sofreu por não poder abrir livremente os olhos. afinal. viver a seu modo a gestação do bebê. com os joelhos flexionados. ou o mais próximo possível um do outro. forças e calor. Sente-se no chão. tente perceber a continuida I' I S1. Recomece lentamente esses dois movimentos: uma vez empurre os calcanhares. e erga os dois pés encostados. mantenha as pernas estendidas..ntrc . Abra a boca e tente dar a esses movimentos um ritmo que se harmonize bem com sua respiração.J ) ) ) pé direito para o chão. com os dedos apontados para o teto. sempre sem erguer os joelhos.rior dos j elhos? das coxas? da cintura? . o bebê e o pai do bebê. estenda devagar a perna esquerda e compare . com ternura e respeito por você mesma. a boca e os ouvidos para o seu ambiente.. Ce 1995. Chapsal. Paris: Plon. uche. Abram a boca. Coloque de leve as mãos embaixo da barriga. entre os ombros e. Você pode oscilar ligeiramente da frente para trás. 1992. ____ o lise do c do t São Paulo: Martins . Esse movimento é benéfico porque ajuda você a alongar os músculos das costas. como se fosse segurar o bebê nas mãos.QUANDO O CORPO CONSENTE pleto: cintura. Paris: Seuil. Lucien. Bem de leve. Coletivo. Ce que Paris: Fayard. e st . 1989. Abram ambos a boca e. 1985. is çoise Dolto. Soly. Depois. Fiquem atentos ao ritmo da própria respiração e ao ritmo da respiração do outro. Fontes. Vocês constatarão que suas costas respiram e se transmitem mutuamente uma rara sensação de segurança calorosa. uie sr) ( 1995. Procure. én t le. a cabeça. Histo es de Tomatis. com as costas perto do peito dele. 1989. Seu companheiro estende os braços e também coloca as mãos sobre as suas. Madeleine. u est l g ge. ois dis. Israel. como para segurar o bebê. os ombros. Co de peito de co . Paris: Gallimard. Quase imperceptível. o sacro. ) Seu companheiro senta-se com joelhos flexionados e afastados. procurem com calma acertar o ritmo de suas respirações. etit nuel de gué l ge desfemmes enceintes. Alfred. Sem forçar./ ) I ) 160 161 ( J ) 'í . região lombar. 1989. se possível. os ombros e o sacro. com as costas. 1995. c est Paris: Fixot. Sente-se nesse espaço. Paris: Ergo Press. .. Françoise. coloque as palmas das mãos embaixo da barriga. Ce Morin. Também é maravilhoso para que entre vocês três circule o calor. Paris: Stock-Laurence Pernoud. Reich. Françoise-Edmonde. Dolto. es dossie s de s nce. sem fazer peso com as mãos. costas contra o peito. Wilhelm. perto do púbis. e de vida. Seu companheiro também coloca a palma das mãos embaixo da barriga dele. Um ligeiro. São Paulo: Brasiliense. 1994. ligeiríssimo balanço.. oles de sages-femmes. oit. a ternura e o sopro da vida. entrar no máximo contato possível com o peito e a barriga dele. procure diminuir o arqueamento da cintura para que sua região lombar fique bem em contato com a barriga dele. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Bensabat. ( -' . 467 Jardim Paulistano 01444-040 São Paulo SP Tel.Endereços no Brasil das terapeutas madas por Thérese Bertherat.Réjane Benaduce Rua Visconde de Pirajá. .: (011) 985-5425 853-2340 . 303-406 22410-001 Rio de Janeiro RJ Tel.: (021) 247-6728 de antiginástica for- ) ) ) ) J .Andréa Cardoso Rua Laerte Assunção. nn.4. t e 4-1ú Ulú c40 td -. 4. .sce seu tit4~ tt ente. os ~estos e 4-05 4-t4 1 -s s. oU 4.iio c4-.e t. iene en« { es -íses.seu l .1 c4.o e lúut4e s tilú 4.e eci4-t 4- u iincl4- . 74é e.. 444. e UIú4- ocê esti eu Áe UIú4-t4e t.. - ( ( ( Copo Projeto gráfico Foto "UiIiOO 10:1') I:iidll I ~105. COIUO ~ci l Iú4.. isso.te si se ue ~tissiio e c~nti4-n 4- e COIúe t. 4. nicn« ue I) c ue c~nsente.1 tic4-1úCOIúOé túto o seu 1 COIúO e 4 4.ê. Ikgl!fIIlfJ j ) . 1 . eolúo p4-ute ~. -s 4-05 ês encont 4-lú.se u e -t é tt t~i I/{) 1 ut4-. esc Í.seios4- .4es stes« en« ocê. 4-uto 4 e t.-se..to - 0 eé4.e e.4-05 ~tenci4. Documents Similar To O.Corpo.ConsenteSkip carouselcarousel previouscarousel nexte.docx1ª Prova de Embriologia -14.2 (DIGITADA)Dinâmicas Para Trabalhar o Tema Gravidez Na AdolescênciaExercícios Na GravidezPrimodios Do Conceito de Genero SaffiotiAula 9 ppt - Fecundação, desenvolvimento embrionário e gestação.pdfO Livro Da Maternagem - Thelma B. OliveiraAssist en CIAAula Ciclos Da Vida ResumidoPEÇA PROFISSIONAL GESTANTEA Simdrome de Down - JoaniraAspectos Socias Da Gravidez Na AdoelscenciaA Percepção de Adolescentes Estudantes Do Instituto Federal Do Piauí Sobre a Prática AbortivaO CORPO COMO CAPITAL (Mirian Goldenberg).pdfTratamento da lombalgia e dor pélvica posterior na gestação por um método de exercíciosjornal da tardeAção Teratogênica Das VitaminasCaso DM1 e GestacaoAvaliaçãodaMaturidadeFetal3 Pré-eclâmpsia Grave Associada Ao TraumaPSICOTERAPIA FOCAL PARA GESTANTES – UMA ABORDAGEM NA PERSPECTIVA.pdfAntibioticoterapia das ITUs1.pptBenefícios Maca PeruanaExercícios Físicos Durante a GravidezA gravidez na adolescênciaL10020987_010.pdfronimoya-saberviver-jun09(3)Projeto CorrigidoAR_com e saude públicaPontos Especiais Da AcupunturaFooter MenuBack To TopAboutAbout ScribdPressOur blogJoin our team!Contact UsJoin todayInvite FriendsGiftsLegalTermsPrivacyCopyrightSupportHelp / FAQAccessibilityPurchase helpAdChoicesPublishersSocial MediaCopyright © 2018 Scribd Inc. .Browse Books.Site Directory.Site Language: English中文EspañolالعربيةPortuguês日本語DeutschFrançaisTurkceРусский языкTiếng việtJęzyk polskiBahasa indonesiaSign up to vote on this titleUsefulNot usefulYou're Reading a Free PreviewDownloadClose DialogAre you sure?This action might not be possible to undo. Are you sure you want to continue?CANCELOK
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.