O Santo Sudário

March 20, 2018 | Author: guiceron | Category: Shroud Of Turin, Pigment, Science, Saint, Red


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Apesar de todas as negações que têm Mario Moroni ocorrido periodicamente, há mais de dois Há cerca de vinte anos, dedica-se a mil anos os cristãos acreditam experiências e estudos sobre o Santo Shroud (Sociedade Britânica de tenazmente que o Santo Sudário seja o Sudário. É membro da British Society for the lençol fúnebre que envolveu no sepulcro Turin encontrar o autor ou o falsificador, como se diz, da controvertida imagem, sabendo que isto seria de grande conforto para todos aqueles que não querem crer. Com o Nosso Senhor Jesus Cristo. Procuramos Estudos sobre o Santo Sudário de Turim) e do Centro Internazionale di Sindologia di Torino (Centro Internacional de Pesquisas sobre o Sudário de Turim). Autor de numerosas congressos memórias nacionais apresentadas e em internacionais, pensamento projetou-se, sobretudo, como expert voltado, sobretudo a esses amigos que numismático na condução de numerosas e perderam tudo, menos a razão, interessantes campanhas experimentais escrevemos científico. este ensaio técnico- para a verificação ligadas de à algumas formação das da Considerando que uma problemáticas técnica para ser capaz de reproduzir imagem, à datação dos tecidos de celulose uma obra de arte deve satisfazer todas e outros. as características nela presentes e Francesco Barbesino render-se aos meios técnicos e aos Diplomado da suposta realização, esta obra Politécnica em de engenharia Milão, industrial, como conhecimentos à disposição na época trabalha no Departamento de Química da primeiro comprova que tanto artistas quanto falsários não poderiam ter feito tais milagres (só de pensar, sentimos responsável pelo Laboratório de Provas Materiais, depois como cientista sênior no Centro de Informações, de Milão. Estudos Participa e de Experiências repugnância), afinal por mais que sua numerosos programas multidisciplinares de arte seja universal e tenha ainda assim pesquisas como expert em provas materiais eles estavam presos às limitações e envelhecimento de materiais poliméricos. técnicas de sua época. Há muitos anos faz parte da Aliança Católica, uma associação cívica cultural para a difusão da doutrina social da Igreja Católica. SANTO SUDÁRIO A IMPOSSIBILIDADE DE FALSIFICAÇÃO . . Mario Moroni e Francesco Barbesino SANTO SUDÁRIO A IMPOSSIBILIDADE DE FALSIFICAÇÃO TRADUÇÃO ANTÔNIO LOTTI NETO 1ª edição . História I. Santo Sudário. SP. tradução Antônio Lotti Neto.com. Brasil) _____________________________________________________________________ Moroni. Amadio Coordenação de Produção Editorial: Katia F.br Proibida qualquer reprodução. total ou parcial.966 _____________________________________________________________________ Índices para catálogo sistemático: 1. Santo Sudário : Origem histórica : Cristologia 232. 2005. 1 3 5 7 9 0 8 6 4 2 0 40 5 .br e-mail:sac@celebris. Bibliografia.com. Título original: Apologia di un falsário : Un'indagine sulla Santa Sindone di Torino. Sem a permissão expressa do editor. Francesco Barbesino. Santo Sudário 2.br Editor Responsável: Ítalo Amadio Editor Assistente: Roberto F. Amadio Autoria: Mario Moroni e Francesco Barbesino Tradução: Antônio Lotti Neto Projeto Editorial: Marco Polo Henriques Assessor Teológico: Padre Cleodon Amaral de Lima Capa e Projeto Gráfico: Walter Mazzuchelli Produção editorial: ACWM Artes Gráficas Revisão: MineoTakatama Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro. Santo Sudário .com.966 © Copyright – todos os direitos reservados à: Av.com. . Casa Verde.br – e-mail: [email protected]ítulo. ISBN 85-89219-41-0 1.São Paulo : Celebris.riedeel. Mario Santo Sudário : a impossibilidade de falsificação / Mario Moroni. 04-8091 CDD-232. 455 – Casa Verde CEP 02519-000 – São Paulo – SP www.celebris. seja mecânica ou Eletrônica.www.Falsificação 3. Escolher um pano de Unho puro. para envolver o corpo de um condenado à morte não era coincidência . pode às vezes causar dúvidas aos incrédulos ou aos humanos de pouca fé. mas o pano de linho que envolveu Jesus de Nazaré pode ser uma fonte que inspire a aumentar a nossa fé. no Japão. sem queimá-lo. sem costuras ou emendas. o que é verdade.era já o Senhor . que é o resultado de um fenômeno divino impossível de ser imitado ou repetido por mãos humanas. Quanto mais estudarmos e vivermos o Sudário. Criar um falsário imaginário para o "Grande Milagre" faz-nos valorizar ainda mais o poder e a glória de Deus. mais saberemos que não há coincidência. em 1390. a pedido de todos os cristãos. ao contrário da "energia divina" que impregnou de sangue o Sudário. tomou a decisão infeliz de editar uma bula para afirmar que o Sudário não era verdadeiro. Quando o papa Clemente VII. recebeu como recompensa divina o título de "anti-papa" e teve de negá-la depois de três meses. de primeiríssima qualidade para a época. Ouvimos alguém dizer que não necessitamos do Santo Sudário para acreditarmos em Cristo. A bomba atômica deixou marcas nos escombros da grande explosão. mas mesmo assim estaremos diante da maior relíquia da Cristandade e do maior milagre científico em tamanho e complexidade.Apresentação a edição brasileira A genialidade de Mario Moroni e Francesco Barbesino por pouco não causou aos leitores a impressão de que o livro tratava como uma criação real o que na verdade constitui uma fábula. O Santo Sudário. e sim o dedo do Criador em tudo. apesar de destruir e queimar. Que coragem! Não podemos permitir que inescrupulosos tentem manchar a vida artística de Leonardo da Vinci dando-lhe a autoria da pintura divina. muito mais belo em físico e espírito. Até hoje temos de esclarecer essas afirmações levianas. de 1. em Chambery . porte atlético. Sabemos da vaidade dele ao assinar suas obras. falarmos do teste do carbono 14. Ao examinar o Sudário por meio da termografia. hoje. a fervura realizada pelas irmãs clarissas. o que não condiz com o artista a comparação com o corpo físico de Jesus. A maneira. apoiadas por grandes autoridades da época. já não podem ser levados a sério. É até ridículo. o qual. Para esses estudos não foram levados em consideração: a manipulação das mãos que jogaram água para apagar o incêndio de 1532. mais clara torna-se a grandeza da ressurreição. uma vez que os atuais cientistas apontam centenas de causas e motivos que redundaram no maior erro interpretativo da história do Santo Sudário. exatamente próximo à barba. como uma zona fria. que afirmava ser o Sudário da era medieval. os remendos colocados no Sudário. não teria capacidade de imitar Deus. para exame. a retirada. onde há maior quantidade de sangue. e.local das peregrinações das pessoas que pretendiam tocar o Sudário. quanto mais aparelhos e técnicas são criados e descobertos. com os avanços da ciência. a forma. percebemos a cor amarela como emissora de calor e a cor azul. 78 quilos. os resultados obtidos pelo infeliz Walter McCrone. a energia e a técnica utilizada por Deus para ressuscitar seu filho Jesus ainda são ignoradas pelo homem.80 metro. em 1978. membro do Sinédrio e amigo de Pilatos. mesmo com o auxílio do demônio. de parte da borda. e. e .manifestando-se por meio da vontade de José de Arimatéia. sem dúvida. pois. e não do centro do Sudário. Ao sugerir o subtítulo "A impossibilidade de falsificação" foi apenas para induzir o leitor a perceber que a beleza do livro estava em criar um gênio farsante. Mario Moroni e do Dr. por mais sábios que fossem. Que os leitores se enriqueçam e aumentem seus conhecimentos após a leitura desta fábula escrita por dois gênios. Os detalhes do flagelo e do suplício apresentados neste livro levam-nos à reflexão de que somos felizes por acreditar sem tê-lo visto. por meio de tinta. Dr. conferir a expressão de morte por agonia e ressurreição por divindade. encontrado no Sudário. bastava à afirmação de que nenhum tipo de tinta contém hemoglobina. Francesco Barbesino nos levaram ao interior deste livro para dizer aos ouvidos dos falsários: "Vocês. isto é. pigmento existente apenas no sangue. As qualidades humanas e científicas do Dr. estudado e muito pesquisado.é isso que encanta a "ciência divina". Sobre o sangue humano tipo AB. capaz de separar o lado santo do lado onde o carrasco arrancou parte da barba de Jesus. lembrandonos que o Pai não se esqueceu de atender a todos os tipos e especialidades da ciência. mas nunca conseguiram. o pólen de plantas em extinção. levando a Boa Nova a todos os humildes de coração. José Humberto Cardoso Resende Presidente do Centro Sindonológico Brasileiro Presidente da Associação Santo Sudário de Jesus Professor limiar da Universidade Gama Filho . não teriam o dom do autor. Muitos falsários tentaram durante anos reproduzir o Sudário.tudo isso reforça e enaltece os autores. alimentando-nos de coragem para continuar a evangelização verdadeira. a fotografia em três dimensões . a fim de que cada um tivesse a sua maneira de comprová-lo. A terra impregnada no Sudário. nosso Pai e Senhor Deus". paradoxal. Nós estamos na era da propaganda: o ponto principal é apresentar suas próprias teses conscientemente. sem incertezas. . inventam-se novas para dar continuidade. eles organizam entre si e convergem para uma conclusão de certeza racional. que não cultuamos a ciência. Até mesmo se alguém se irritasse em demonstrar o contrário lhe ocorreria muito tempo para analisar. então. Os conhecimentos adquiridos nas mais variadas disciplinas dentro desse venerado achado histórico que é o Santo Sudário de Turim fornecem numerosos e concordantes indícios de sua autenticidade. da autenticidade dos documentos à veracidade dos testemunhos. A coisa não é. o significado dos achados pode fazer uma vida ser resistida em suas próprias negações. Porém. verificar e rebater: desse modo.Prefácio Há muito tempo um espírito puro duvidou que Napoleão tivesse existido. o que não faltam são falsificadores. objeções para as quais já se respondeu. Sempre há um grande número de distraídos ou desinformados que proporcionam ótima audiência. Se colocarmos tudo sistematicamente em discussão. é pacífico que não podemos prestar atenção a essas respostas definitivas e nunca alcançaremos a Verdade. não obstante os indícios são evidenciados. portanto. Para nós. Quando. Nos debates sobre o Sudário de Turim foram inseridas freqüentes demonstrações de velhas teses contestadas. os próprios limites de cada pesquisa sobre documentos históricos não autorizam uma objeção irracional. Em todo o caso. Certamente não basta um indício que defina a origem de um documento ou um achado histórico. o golpe quase sempre tem sucesso. que tem outras saídas a serem reveladas que não essas das investigações técnico-científicas. sem erros. não contentes de ter devastado o campo da política. e quando se quer tirar de um elemento as análises dos resultados conclusivos. nos colocam em uma atitude ao mesmo tempo ideológica e anti-científica. como os sociólogos nos informam. Não se trata de renunciar às próprias hipóteses de trabalho. que é o caráter real de qualquer pesquisa. O Sudário é um exemplo disso. uma canção da Divina comédia. perfeitamente definidos. coisa que outro perito teria hipotetizado já como possível.Se a ciência alcançou hoje. isso também é devido aos inúmeros homens da ciência cujo os preconceitos e a ansiedade de serem os protagonistas são maiores e mais proeminentes em comparação com a procura da Verdade. mas simplesmente verificar todos os fatos antes de falar. o apólogo. não no sentido de ser necessariamente impossível desenvolver um modelo (certamente complexo). querem ridicularizar o da ciência. Com efeito. O mesmo ocorreu ao expert em estatísticas. menor nível de conscientização dos últimos duzentos anos. outros. Às vezes parece que as ideologias. alguns notáveis. mas no sentido de que algumas (coincidências) nos pegarão de surpresa. batendo as teclas de uma máquina de escrever ao acaso. quando um chimpanzé. Essa confluência é em si mesma um milagre. O Santo Sudário de Turim é o resultado da confluência de numerosos fatores. contudo. Algumas coincidências às vezes se manifestam totalmente inesperadas sem que possam achar uma explicação no campo dos fenômenos. . começou a compor. é realmente das ideologias assumir um detalhe como chave de interpretação geral da realidade. parecendo haver uma estreita aliança com o milagre. não. que irá permitir um dia a reprodução em todos os seus particulares dessa venerada relíquia. negligenciando os modos interdisciplinares. de grande paciência e de menos preconceitos. o pano de Turim. contrariamente a todas as outras pessoas que. idealizamos um super-homem.Para falar dessa venerada relíquia. E. tão modesto. tão qualificado. precisariam de tempo. tão culto. sem incertezas. naturalmente. não desfrutando da mesma sorte supracitada. da ajuda do bom Deus. poderia ser capaz de fabricar. tão intelectualmente superior ao seu tempo que nos faz recordar de perto o chimpanzé do apólogo. OS AUTORES . Este com sorte. ...................................................................... 81 A ferida nas costas .............................. e sobre o supercílio esquerdo ............................. 48 O incêndio de 1532 confunde as cartas ...................................................................... 47 Gênese natural por contato .......................... 56 Uma primeira consideração ........ 27 A impressão térmica .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 100 O Sudário é autêntico ........................................................................................................... 24 A imagem....................................................................................... 24 O pano .............................................................. 18 Um grande tecnólogo......................................................................................... 77 ........ 75 A coroa de espinhos ............................................................................................................................................................. 16 A procura da data do nascimento ................................................................................................................. 11 Introdução ...................................................................... 92 Uma pequena fonte de luz ...................................................................................................................................................................................................................................... 94 As respostas dos obscuros ................................................................................................................... 25 O quadro ........................................................... 65 Os aromas................................... 65 A terra ..................................................................................................................................................... 76 A ferida do pulso esquerdo ................................................................ 35 Radiação nuclear e outras formas de energia ................................... 74 O flagelo ...................................................................................................................................... 83 A moeda sobre o olho direito............................................................................ 85 ........................................................................................................................................................................................................................ 114 ................... 68 Um doutor anticonformista ............................................................... 63 Um grande conhecedor do mundo antigo ............... 67 O pólen ............................ 90 Uma segunda consideração ................................................................................................................................................................................................................................................................................................ÍNDICE Prefácio ................................................ 94 As análises com o C14 ........................... e ao pé direito ...................................................................................................................................................................................................... 44 Imagens negativas naturais ........................................................ . Cientistas e profissionais renomados classificam essa crença como infantilidade. que o santo Sudário estava preservado na Catedral de Turim. O presente trabalho é a descrição dessa busca e dos resultados obtidos. Hoje o panorama mudou. e nós agiríamos com insensatez se não analisássemos. da criação da espinha dorsal à bomba atômica. de boa-fé. as indicações e as sugestões de alguns cientistas ilustres que durante anos se dedicaram a um trabalho de desmitificação radical. o semblante humano de Jesus crucificado.colocar em dúvida a ciência -. . quase um dever cívico . no caso específico. Desnecessário dizer que isso seria muito útil. Com base na postulação citada fomos à procura do falsificador ou do artista (o dolo não deixa de estar implícito) . pois devemos tudo a ela. Não nos restam dúvidas sobre a veracidade Ao Santo Sudário. com base na postulação de que o Sudário é um ícone elaborado em tempos posteriores aos da Paixão. à esquerda do altar principal onde foi gravado natural ou milagrosamente. como documentamos no item "O Sudário é autêntico". herança de tempos imaturos.Introdução Durante muitos séculos os nossos antepassados e as pessoas crédulas retiveram na memória.o autor do famoso ícone. . logo nos primeiros passos encontramos gravíssimas dificuldades. considerada autêntica. Assim. Os "fanáticos do Sudário" sublinham em altos brados a existência de elementos que comprovariam a sua veracidade desde os primeiros séculos da era cristã e tornariam plausível a fabricação do venerado Sudário já na época de Jesus. bem como os grandes olhos fechados e as faces inchadas. no monte Sinai. diversos exemplos podem ser citados: um sarcófago preservado em Santo Ambrósio. o bigode irregular e o chumaço de cabelo caído no rosto em forma de E. A tese deles é que através dos séculos a arte paleocristã e conseqüentemente a bizantina teriam retomado os traços somáticos da face representados no Sudário1. mas uma grande personalidade da história do progresso humano. desfrutou de grande credibilidade. e aos olhos deles tal imagem. infelizmente. Também os imperadores bizantinos não mostraram grande imaginação ao representar o rosto do Salvador. um ícone do século VI preservado no monastério de Santa Catarina. o nariz reto com a ponta achatada e as narinas dilatadas.A procura procura da data do nascimento Ao buscar a origem dessa longa história e tentar determinar a data de nascimento daquele que em nossa opinião não foi um falsificador. um afresco nas catacumbas de Comedela. do século IV. até o ano anterior à queda de Constantinopla. os longos cabelos que caem nas costas e escondem as orelhas. Miguel III (843). de 380 d. em Milão. . causada pela quarta cruzada. em Roma. que mantiveram idêntico ao de Justiniano II (692). Para 1 São características a barba espessa.C. de forma que haja uma perfeita continuidade entre os dois lados da imagem. todavia. revelaria que no rigor de sua morte uma perna apareça visivelmente mais curta em relação àquela à qual estava sobreposta. 15/03/1985. Godofredo de Charny. Naturalmente isso não fornece nenhuma contribuição para determinar a data de nascimento do nosso herói. sobrepor as imagens à do rosto do Sudário e determinar as correspondências observadas entre elas. um dos joelhos mais flexionado que o outro. carrega consigo todas as 2 A. pois ele não nos deixou incidências para que pudéssemos identificar detalhes da cultura e. utilizando o método das perícias judiciais para o reconhecimento das impressões digitais ou dos traços somáticos. na nossa pesquisa ficou comprovado que o artista do Sudário deve ter nascido nos primórdios do ano da graça de 1356. Ressaltam que nos tribunais dos Estados Unidos bastam 14 pontos de congruência para que o reconhecimento seja oficial. nº 6. em particular. 24. mas simplesmente que os traços do vulto de Jesus foram notados desde os primórdios da era cristã (talvez o Sudário original?) por artistas que conheciam bem esse período e reproduziam com perfeição cada detalhe. não demonstram. "Polarized Image overlay technique: a new image comparison method and its applications". fazem espelhar dois semi-rostos: o do Sudário propriamente dito e aquele tirado do ícone. e eles já acharam mais de 145 pontos entre o rosto do Sudário e uma moeda de Justiniano II2! Essas experiências. que o gênio que queremos revelar não tenha existido.demonstrar que o que está reproduzido é o rosto. in: Applied Optics. ou. Whanger. os chamados pontos de congruência. porque sabemos por meio de documentos que o Sudário dele aparece em Lirey. na França. embora sejam um pouco sugestivas. na crucificação. da arte figurativa de sua época. 766-772 3 3. . D. Whanger e M. do afresco ou da moeda. Entretanto. Tanto conheciam a tradição iconográfica bizantina que reproduziram um Cristo manco do pé direito3. que pode ser de um século qualquer da nossa era. na diocese de Troves. cujo proprietário. pp. Na verdade. cópia cartácea Camusat. de um lado. depois de um período em que a região foi palco de várias guerras. em confiança aos cânones. 10 quilômetros de Troyes). Ofendido pela falta de respeito à sua autoridade. . Mas monsenhor d'Arcis não se dissuadiu da idéia. Paris. Constantino VII e Romano I (945-959). essa tela para ser ostentada4. e o bispo d'Arcis. o Sudário reaparece em público. e Arquivo Nacional. 422v. Cansado das polêmicas surgidas entre cânones e senhores de Charny. p. quando. mas em junho do mesmo ano uma outra revogação concede nova indulgência àqueles que continuaram a visitar Lirey o local onde se conservou "com veneração. Troyes. Parecia um julgamento definitivo. pois ali afirmou 4 Carta do bispo de Troyes. de outro. mas uma cópia. Cartum L 746. Arquivo Departamental de l'Aube. Naquele ano. Dizem ainda que o lençol foi doado ao conde Godofredo I de Charny pelo rei Filipe VI de Valois como recompensa pelo desempenho dele durante a invasão de Calais. Romano III (1030) e Manuel I (1180). I. Fazem o povo acreditar (ou eles acreditam sem pestanejar?) que se trata do lençol fúnebre que envolveu Jesus no sepulcro. 17 -original em pergaminho. o papa Clemente VII emitiu em janeiro de 1390 uma bula ordenando que todos deveriam aceitar que o pano não era o verdadeiro Sudário. para Godofredo I de Charny datada de 28 de maio de 1356. nº 22 . trinta anos mais tarde.ornamentações do rei da França e morre no dia 19 de setembro do mesmo ano na Batalha de Poitiers. mas tem a oposição do bispo diocesano monsenhor d'Arcis. e Godofredo II. recebe a concessão real e pontifical para ostentação (1389). o Macedônio (869). deu. Henrique de Poitiers. o Sudário com as impressões de Nosso Senhor Jesus Cristo". Todavia. na qual os presidentes se cumprimentam pela feliz conclusão dos trabalhos da colegiada. preparou um esboço de memorando que se tornou famoso. Porém os Charny se defenderam com eficácia daquilo que soava como uma acusação implícita de fraude mais ou menos voluntária. que recorre ao rei pedindo a revogação de tal concessão. sucessor do pai. depois de ter erguido uma igreja colegiada em Lirey (pequena cidade situada a Basílio I. são consideradas as provas resplandecentes de que o Sudário é uma pintura 5 H. o bispo de Troyes. in: Estudos Católicos. sem data e sem assinatura. jan. Sudarion. não se encontra nenhuma referência a esse documento. que permitem afirmar que os escritos nunca foram enviados às cortes de Avignon5.explicitamente que sua primeira ostentação. mas recordam as várias cartas de Charny. réu confesso. pp. 2/09/1993. ocorreu sem a autorização de seu precursor. tinham escondido o lençol até meados de 1389.. Os responsáveis por esse engano. mas um gênio do qual não podemos nem imaginar a imensidão da sua grandeza. 23-31. Leynen. Fossati. sobretudo da enviada ao bispo. "Os mais antigos. nº 287. Nesse caso. relativos às querelas entre monsenhor d'Arcis e o senhor de Charny. . documentos sobre o Sudário". descoberta admirável. Isso está de acordo com o que foi exposto acima e o exame dos documentos depositados na Biblioteca Nacional de Paris. Deixando de lado todas as prevenções possíveis. pois é aqui que o monsenhor d’Arcis erra: se o suposto falsificador e o autor do Sudário são a mesma pessoa. em 1355. que conduziu uma indagação sobre o pano e descobriu o pintor. e o modo como foi pintada a obra do artista. em se tratando do Sudário. e L. que com astúcia o havia pintado. e o que conta mais na nossa investigação é o nome do dito pintor que teria pintado a obra. mas faltam as referências relativas à investigação que foi conduzida pelo antecessor. Henrique de Poitiers. que é muito significativa e não menciona o memorando. Desafortunadamente possuímos somente dois impressos do memorando: uma cópia do outro. agora em nosso poder. aquilo que apareceu na frente do seu antecessor não é um ladrão de galinhas qualquer. ter descoberto a fraude. 1985. e de modo genérico. aquelas preciosas cópias do memorando. Enrico di Poitiers (atos do processo contra os Charny ou outro documento). o memorando diz somente. Os fiéis ao Sudário não deixam de observar que nas escrituras de Clemente VII. o cônego Ulisse Chevalier. professor doutor da Universidade Católica de Lyon. segundo artigo da revista Nature. de uma sociedade em que todos são catalogados. empenha-se. uma manufatura originária da alta Idade Média. a análise com o carbono 14 foi introduzida para datar com grande precisão o Sudário: como os peritos em espectrometria de massa e aceleração (EMA) dos três laboratórios encarregados da análise já previam. Com grande probabilidade. Sobretudo. todavia. a constituir uma verdadeira e própria cruzada com tal fervor que foi necessário a intervenção da Santa Sé para apagar o ímpeto tido como excessivo6. 251-253. e. o Sudário foi datado entre os anos 1260 e 1390. fotografados e estampados várias vezes. L. pela sua obra de arte. 1990. o seu prodigioso saber. pp. por assim dizer. como diríamos hoje. Internazionale.do século XIV ou mais corretamente. é possível que essa seja uma ilusão de óptica para nós. que apresenta o resultado dessa análise. Se caminharmos. em 1988. Società Editrice . E para fazer render ainda mais viva a imagem que aparece devemos separar os dotes técnicos dos artísticos e dos morais sem negligenciar. viveu por volta do século XIV na França. Depois o jesuíta Herbert Thurston. É a demonstração definitiva que o linho do Sudário de Turim é de origem medieval. Sindone o no Turim. nem entre o mais alto clero existe essa convicção: primeiramente. Precisamos admitir que do mestre do Sudário sabemos bem pouco. 6 P. . no início do século XX. Baima Bollone. na contramão. todavia. Finalmente. e fala-se ainda da sua pessoa. podemos concordar que sabíamos dele muito mais do que nos parecia à primeira vista. que tem o mérito de ter desmitificado o Sudário. na homônima voz da Enciclopédia Católica. os homens. . Roma. com um desenho de espinha de peixe. C. Siliato. adquire um efeito agradável e estético. Alguns deduzem que entre os poucos linhos antigos conservados até hoje aquele similar ao Sudário foi casualmente perdido.36 metros de comprimento e 1.10 metro de largura. O comprimento é justificado pelo fato de que uma parte do tecido vinha colocada embaixo do cadáver e o que restava era costurado e recobria a parte anterior. costurado à mão. 1983. Nenhum tecido antigo. reflete completamente as características encontradas no pano.a armadura. ou mais recente. o Sudário é um longo lençol funerário de linho rústico. Todavia. e se considerarmos os três elementos que o constituem . mas qual a melhor prova que se pode apresentar que um gênio solitário não é o artista? 7 M. a matéria-prima e o entrelaçamento urdido da trama -. transpassado com duas ou mais voltas. pp. não existe nada igual ao pano do Sudário. de 4.Um grande tecnólogo O pano Começaremos primeiramente pelo pano: como é de nosso conhecimento. Indagine su um ântico delitto. judeus e romanos7. É um tipo de tecido muito macio que já tinha sido notado no distante período neolítico e foi observado também nas antigas amostras de linhos sírios. O tecido de espinha de peixe ou sarja francesa. segundo um notável conhecedor de tecidos. Piemme. egípcios. . 157-159. e alguns atribuíam o fato à pura casualidade. O nosso artesão deixou no pano. proveniente da área egípcio-palestina8. N. Cada trama do tecido é composta 8 Gabriel Vial afirmou que poderia tratar-se de resíduos devido à normal poluição através dos séculos. de cabelos longos.Por fim. Pelo contrário não se encontrou nenhum vestígio de lã. analisadas por outro laboratório têxtil. Schwalbe e R. existem alguns tecidos sírios e palestinos da época imperial que apresentam os mesmos entrelaçamentos. 9 . LA. . Gilbert Raes nos faz observar que as bandas laterais (que poderiam ser de época posterior) não apresentam traços de algodão. pois existem poucas diferenças entre a imagem e o linho circundante. 3-49. 1982. também o laboratório de Oxford encontrou fibras estranhas que. barba e bigodes. As duas imagens que se contrapõem pela cabeça mostram um corpo não lavado.A summary of the 1978 investigation". e em alguns pontos do corpo. como se fosse de propósito. afirma ser do tipo erbaceum. como rosto. algumas fibras de algodão empilhadas uma nas outras que o professor Raes. pés e costas. revelaram ser de algodão. e um vulto confuso. além disso. Uma imagem quase tênua e esfumada marrom-clara. A imagem Como todos sabem. e. outros recordam que segundo a lei mosaica (Deuteronômio 22. Somente de perto pode-se perceber as bordas da imagem9. espalhadas por todo o corpo. completamente manchado de sangue. o Sudário reproduz em tamanho natural a imagem frontal e dorsal de um corpo humano definido com riqueza de detalhes. durante as análises de 1988. o entrelaçamento das fibras do tecido (Z) não é usual. pulsos. aparecem amplas manchas vermelhoescuras e muitas outras menores. Porém. um expert em tecidos. in: Analytica Chimica Ata. surge do fundo do pano. "Physics and chemistry of the Shroud of Turin . A imagem é muito fraca e em baixíssimo contraste com o suporte da tela.11) era severamente proibido misturar fibras animais às vegetais e os hebreus usavam teares diferentes para tecer o algodão e a lã. Rogers. pp. 135. por uma ligeira diferença da intensidade das cores. O advogado Secondo Pia. Aquele que todos os cristãos conhecem. Surgiu um retrato em negativo perfeitamente visível no qual as áreas de maior relevo eram mais escuras e as reentrâncias. in: ACS Advances in Chemistry. pois ela é colorida de modo uniforme. Collegamento Pro Sindone. Carlino. então proprietária do Sudário. Depois de algumas tentativas malsucedidas por falta de iluminação. e chamadas bibliográficas. Archaeological Chemistry III. e em particular o vulto do Salvador. com a expectativa de que. Com algumas chapas de negativos ainda gotejantes. futuros cientistas pudessem decifrar a imagem? Provavelmente sem a aplicação de uma técnica 10 E. foi descoberta durante a ostentação que ocorreu em Turim entre 25 de maio e 2 de junho de 1898. J. 1994. foi autorizado a tirar algumas fotografias do pano. disse ao seu colaborador: "Veja. 11 Uma ótima descrição das circunstâncias. mais claras. com novas técnicas. mas rica em detalhes. No microscópio. Jumper et al./out. as fibras que reproduzem a imagem aparecem bem corroídas e refletem a luz muito mais que as outras. 3-34. um fotógrafo amador e de fama internacional. La ripresa delia fotografia delia sacra Sindone durante l'Ostensione del 1989. cada uma com sua intensidade. . Ela foi concedida pela Casa dos Savóia. sintética. O amarelado parece ser atribuído a uma oxidação e desidratação. in: Luigi Fossati. por ocasião das núpcias do príncipe herdeiro Vittorio Emanuele com Elena dei Montenegro. A imagem do Sudário. em 28 de maio conseguiu uma chapa de metal de 50 por 60 centímetros. set. 1984. com a conseqüente deterioração da celulose que compõe as fibras10. "A comprehensive examinalion of the various stains and images on the Shroud of Turin". nº 205. American Chemical Society.de 50 a 100 fibras torcidas entre si: na área onde aparece o claro-escuro não existem muitas diferenças de intensidade de cores. Era o próprio Pia quem revelava as fotografias. pp. Como não pensar com espírito bizarro que tinha criado uma foto de existência efêmera. reproduzida em milhares e milhares de cópias. se isso não é um milagre11". experiente em microscopia e microanálise. Infelizmente esses voluntariosos não conseguem dar-se conta de certos dados históricos e da objetividade em relação ao objeto. Estes últimos atribuíram a Leonardo também a invenção da máquina fotográfica: o vulto do Sudário seria um auto-retrato onde o corpo foi fotografado com a aparência de um homem crucificado propositalmente. propondo soluções não de todo satisfatórias. constatou-se que a menos de 1 metro de distância as bordas da imagem desaparecem (pela neutra inibição lateral). mas com uma inversão fotográfica que fizesse emergir inesperadamente as linhas evanescentes. Ele levantou a possibilidade de executar uma série de observações no microscópio e analisar algumas amostras tiradas por .pictórica que entraria em acordo com a coloração superficial das fibras. existem alguns documentos que dão conta da presença do Sudário na França (revogando aqueles precedentes muitas vezes citados pelos partidários do pano) já na metade do século XIV . Uma das mais renomadas autoridades que sustentam a tese de que o Sudário é uma obra pictórica do século XIV é o americano Walter McCrone. Não obstante é arriscado sustentar. O quadro Todavia. Por exemplo. utilizando um pincel bem comprido. que o Sudário é trabalho de Leonardo da Vinci. como já foi mencionado. Infelizmente. mas nada nos impede de pensar que o nosso artista tenha pintado a uma certa distância do pano. a hipótese de que uma técnica pictórica é a base da revelação da imagem encontra ainda hoje crédito em numerosos cientistas e pesquisadores. como afirma Maria Consolata Corti e os ingleses Clive Price e Lynn Picknett.cem anos antes do nascimento de Leonardo (1452). utilizada para dar fundo à pintura. naturalmente os espectros desse Heller e Adler. A presença de traços de pigmentação no pano do Sudário pode ser atribuída aos artistas que realizaram cópias dele: nos últimos trabalhos. Traços de pintura ou de pigmentos não estariam presentes nem mesmo na área da imagem12. portanto. de ultramarino. que. contrariamente a McCrone e Skirius. Tratava-se então. Principalmente sob a forma de celulose. as cópias foram colocadas em contato com o original. acrílico colorido. por Ray Rogers. que alguns pigmentos tenham caído sobre o Sudário. As cores amareladas das fibras do linho seriam devidas ao envelhecimento de uma cola de origem animal. Enfim. partícula fundamental do ocre vermelho. o grau de pureza encontrado no oxido de ferro exclui pigmentos naturais encontrados na "terra". em diversos pontos do Sudário: estava mais presente sobre o corpo do que sobre as manchas de sangue. Naturalmente as objeções não tardaram a surgir: uma nova análise das fitas adesivas não revelou nenhuma reação ao mercúrio. que fizeram análises químicas. De fato. McCrone descobriu uma segunda pigmentação vermelha utilizada no passado pelos pintores (o sulfeto de mercúrio ou cinábrio). Comunicou então ter descoberto que um artista medieval teria utilizado o ocre vermelho para retocar ou criar a imagem. resultado que sugeriria a exclusão dos vermelhões. por outro lado. pêlos e partes de insetos. poderia escurecer com o passar do tempo. encontraram somente uma pequena partícula de cinábrio (sulfeto de mercúrio). 12 . tornando-se "relíquias" para expor à reverência dos fiéis. em 1978. que tinham distinguido algumas partículas de pigmento de ouro. em que o artista teria utilizado uma mistura de dois pigmentos: o ocre (uma solução muito diluída que se prendeu no pano por causa da cola de origem animal na imagem do corpo) e a mistura de vermelhão nas manchas de sangue. McCrone encontrou vestígios de oxido de ferro (Fe203). E possível. de uma habilíssima obra de arte. em tudo e por tudo. Existem grandes quantidades de ferro (e de cálcio) em conseqüência do processo de fabricação usado na preparação do Unho. de azurita e vermelhão. como outros resíduos estranhos nele encontrados: cera.meio de uma fita adesiva. em 32 pontos do Sudário tidos como significativos. do cabelo ao nariz. embora a água que escorria na tela para apagar o incêndio não tenha inibido a imagem. Ver nota 9. O exame microscópico não havia revelado traços de sedimentação das fibras nem escorrimento capilar dos líquidos. o oxido de ferro (Fe203). como deveria ter ocorrido na presença de substâncias repelentes como cera e óleo. R. e não sabiam se estavam em condições de criar uma imagem perceptível a olho nu. 14 L. No entanto. N. e não se compreende por que McCrone atribuiu aquilo que observou necessariamente ao século XIV Enfim os supostos pigmentos não apresentavam nenhuma das transformações ocorridas em conseqüência de um acontecimento: o incêndio da Santa Capela de Chambery. Foram descobertos. Observou-se exatamente o contrário. traços de ferro idênticos àqueles que McCrone havia encontrado14. Dizem que pelo fato de McCrone não ter fornecido estimativa quantitativa da densidade de partículas que circundam as fibras ou da sua concentração por unidade de área. danificando-o. mineral impuro que se encontrava nos reservatórios de água para apagar o incêndio de 1532. que é de 2 ug/cm2. As variações encontradas são de 2 : 5 ug/cm2. com áreas de 1 cm2 e intervalos de 1 cm. ao contrário do ocre vermelho comum. Embora em alguns casos encontraram-se 30 ug no pano e 10 na imagem. in: Physics and chemistry of the Shroud of Turin. Também a fluorescência ao raio X não foi capaz de reconhecer a presença de pigmentação orgânica: não se encontraram diferenças significativas na composição dos elementos entre a área da imagem e a da base. foram utilizados tipos de materiais de pintura de milhares de anos atrás. A. o oxido de ferro (Fe2O3). o ferro puríssimo em forma de anéis enzimáticos espalhado por quase todo o tecido. que onde as queimaduras se entrelaçam com a imagem não se vê variação do tom da cores nem da intensidade delas. na verdade. inicialmente. analisaram também uma linha do vulto do Sudário. Schwalbe e R. em dimensões microscópicas que McCrone. foi encontrado somente há menos de duzentos anos. A. . Percebeu-se que. em 1532. tinha revelado. Morris e outros definiram uma mínima quantidade de oxido de ferro visível (Fe203). além da existência de maior quantidade nas manchas de sangue. Rogers. onde se encontrava o Sudário. os valores medidos não estavam nem mesmo a uma distância suficiente para explicar ao menos uma reverificação da imagem. 13 Heller e Adler demonstram que sobre o linho do Sudário existem três tipos de ferro: o ferro proveniente da fabricação do linho. Em geral.composto de ferro apresentam-nos comprimentos de ondas completamente diferentes dos demonstrados por McCrone13. Também no caso dos traços de sangue. sangue pisado no pé direito e na imagem dorsal). com grande probabilidade. A essas procuras são entrelaçadas e sobrepostas as pesquisas italianas conduzidas pelo professor Baima Bollone. separaram três pontos da imagem (feridas nos flancos. V. Provas microquímicas para separar a proteína (sensibilidade de 1 a 10 nanogramas) das mesmas fibras provenientes de diversos pontos do pano deram resultado positivo somente nas áreas de sangue. in: J. deve ter utilizado sangue verdadeiro. uma auréola fluorescente. Enfim. pp. 16 . "Ultraviolet fluorescence photography of the Shroud of Turin". Os autores. 15 . mas. utilizada para separar a proteína. Rara certificarem-se de que era verdadeiramente sangue humano. em grande concentração.Miller e S. esse enorme crescimento foi constatado somente há algumas décadas. a camada. se dissolve na prótese. que fornece um resultado positivo no teste de albumina e negativo no de hemoglobina. 49. D. 71-85. em torno das manchas de sangue. Embora nas bordas das manchas de sangue encontram-se fibras revestidas de uma camada de cor dourado-amarelada. descobriu-se então que o soro enzimático é fluorescente. of Biological Photo-graphy. Isolaram a porfirina. nº3. Esta última. um componente que contribui para a coloração do sangue. Pellicori. 15. cujos resultados estão de acordo com o precedente. a prótese. que dá fluorescência vermelha aos raios ultravioleta. em tiras com fibras manchadas de sangue. no entanto. adotaram soro com anticorpos fluorescentes que se fixam aos antígenos da espécie biológica colocados abaixo da imunização e se tornam visíveis mediante um microscópio de luz ultravioleta. como tantos outros cientistas. McCrone. a hemoglobina. Todavia. jul. F. utilizando a técnica espectrofotométrica. A possibilidade de identificar glóbulos humanos também à distância de milhares de anos foi preventivamente verificada nas múmias egípcias. São as características típicas do soro de sangue que confirmam o resultado da análise física que indicavam apenas soro (invisível a olho nu) em torno das manchas de sangue visíveis somente em presença de raios ultravioleta16. sobrepujou a genialidade do nosso artista. Com provas sucessivas. O revestimento avermelhado das fibras se dissolve completamente em uma solução de enzimas. avançou a hipótese de que as pequenas partículas vermelhas de ocre são flocos de sangue espalhados por todo o pano por causa das numerosas restaurações. e é aí que está o possível indicador da presença de sangue15. assim como ocorre nos rompimentos dos glóbulos vermelhos quando traumatizados. 1981.. foram capazes de reconhecer albumina ebilirrubina. Portanto.Um trabalho de grande importância foi aquele que Heller e Adler realizaram com métodos microespectrofotométrico. nas sucessivas experiências. perfuração do pulso pelo prego. que não se limitou a uma longínqua semelhança. um outro componente do sangue. Todavia. A profundidade é sugerida com base nas sombras e elaborada inconscientemente no cérebro de quem vê a imagem. vem-se utilizando um analisador de imagens estelares para sobrepor à análise da fotografia oficial do Sudário tiradas em épocas diferentes. constatou-se a diferença de quanto se obteria com fotografias normais. não desiste da realização de novos estudos para defender corajosamente as próprias interpretações.Sucessivas pesquisas em 1979 parecem confirmar as graves objeções que se opunham à hipótese de McCrone que. Uma primeira característica que se opõe à hipótese da pintura é uma singular propriedade do Sudário comumente indicada como tridimensional e consiste no fato de ter informações relativas a uma terceira dimensão. sem qualquer distorção. Pelo contrário. ponto por ponto. são fotografias semelhantes às estelares. no entanto. . Com efeito. Transformando. em que as imagens contêm informações relativas a uma terceira direção. de alturas diversas. São mais brilhantes nas áreas de contato (como nariz. Tomando como hipótese a relação entre o grau de escurecimento dos vários pontos da imagem do pano do Sudário e a distância do corpo sobreposto. repetidos experimentos com fotografias de cópias pictóricas. Vale dizer que as fotografias comuns têm somente duas dimensões. nas quais a profundidade é somente intuída pelas sombras produzidas pela iluminação. A luminosidade pode ser medida por uma equação matemática que avalia a distância existente entre o corpo e o tecido. rosto e sobrancelha) e diminuem à medida que aumenta a distância entre o corpo e o pano. em que a luminosidade das imagens está relacionada à distância real da estrela. obtém-se uma imagem tridimensional proporcional ao tamanho do corpo. as várias intensidades luminosas em relevos verticais. forneciam resultados enganosos. devidamente elaboradas do Sudário. Elas não apresentavam a análise matemática daqueles traços de direcionamento que são inevitavelmente aplicados nos manuais de cores. Ver nota 10. Por exemplo.Uma segunda característica encontrada mediante análise eletrônica muito sofisticada foi a falta de direção da imagem. chega-se a eliminar as manchas de sangue e os sinais de feridas da face do vulto. Com ajustes próprios (filtros numéricos). isolando as marcas. verifica-se o maior ou menor grau de escurecimento dos milhares de células nas quais foram decompostas as imagens fotográficas do Sudário. removendo pequenos coágulos de sangue que cobrem as fibras na área da imagem. J. porque os halos de soro visíveis ao redor das manchas de sangue são de sangue coagulado. isso nada prova. Naturalmente. E as provas disso se perdem. foi possível subtrair da imagem complexas informações relativas ao suporte do pano. de tal forma que se obtém um rosto sereno e magnífico. com a utilização de um outro filtro numérico. como aconteceu alguns séculos antes com monsenhor d'Arcis. Utilizando um microdensitômetro. e isso não é coisa atual! E não se crê que para pintar tenha sido utilizado sangue tirado anteriormente. ou dissolvendo-os completamente eles apresentam sinais de erosão muito limitados se comparados àqueles do Sudário privado de impressões que foram analisados apenas sob os halos do soro17. pois o 17 E. brotado de um corpo vivo. observamos que. Associando-se um valor numérico ao grau de escurecimento de cada uma das células medidas. O sangue é analisado então antes de se formarem as impressões: dispõem-se as manchas de sangue e depois se pinta no espaço livre uma imagem anatomicamente congruente. Em seguida. . faz-se o procedimento da elaboração digital da imagem. senão o fato de que também os estudiosos mais sérios dificilmente irão render-se. à genialidade e ao espírito bizarro do nosso artista. Jumper el al. tinha recolhido na cidade de Pera. pp. 15/10/1988. nem tampouco que conhecessem o modo de crucificação dos romanos. (Corriere delia Será. levado para fora da cidade e enterrado. com a ajuda de um servo mouro. sobre o qual temos como pesquisar e que foram observados somente no século XX e em notável contraste com toda a iconografia medieval. por exemplo. na pior das hipóteses. um ramo de amoreira preta adornando a cabeça. nos rastros das fábulas do Renascimento é que se descobriu um certo Diego Baffo que. nos anos 600 ou 700. Evangelho nas mãos. muito menos um pobre-diabo submisso. em S. ou das histórias em quadrinhos de Dylan Dog18. de 4 metros de comprimento. e não a tradicional coroa de espinhos. e não a cruz inteira). Uma hipótese em certo sentido muito simples: trata-se das impressões deixadas por um homem medieval efetivamente crucificado. 48-49. flagelado. Rodante: La scienza convalida Ia Sindone. a marca que foi deixada nas costas pela trave horizontal (vinha arrastando somente a trave horizontal. Milano. a Paixão de Jesus. Essa observação nos leva a uma das hipóteses mais radicais de formação da imagem. Provavelmente isso só poderia ter acontecido em um castelo do deserto (Templo). em 1453. coroado de espinhos. morto tragicamente. o corpo de um homem do qual os turcos tinham feito um rolo e largado em cima de um linho velho.) . Massimo. 18 Não obstante. o patíbulo. e somente a ferida do tórax apresenta tal característica morfológica. Não se deduz que os falsificadores soubessem que o cadáver tivesse deixado impressões no lençol.sangue que brota de um morto tem a parte branca do soro separada da vermelha. e com uma ferida na costela produzida por uma ponta de lança. para cumprir com uma obra de misericórdia corporal em memória do filho. 1994. Não era um condenado à morte comum. com uma população de monges sádicos tirados diretamente do filme O nome da rosa. que foi abandonado. Todavia também a hipótese mais simples apresenta-se sem qualquer dificuldade. como. como veremos a seguir. pois ninguém da era medieval mandaria executar uma pessoa desse modo extravagante e estranho às execuções capitais. a fibrina se fluidifica. em séculos de fervorosa crendice popular. 239-241. Pode-se notar. Agora podemos dizer que em determinadas condições. uma parte desse líquido (fibrogênio) permanece presa a formas de minúsculas fibras (fibrina) que formam algo semelhante a uma rede. é uma realidade plausível caso se aceitem as teses de uma pontual repetição das circunstâncias narradas no Evangelho e também da dificuldade que tiveram em 19 N. pp. 1983. . "La fibrinolisi nella genesi Dell’impronta sindonica". Masini. poucas horas depois de formada. 20 C Brillante. (P. Segundo Vignon. que é invisível a olho nu. pp. O Santo Sudário de Turim. mas sim para estabelecer um contato físico com o próprio território. mas visível em fluorescência sob luz ultravioleta. os quais não se preocupam com sua veracidade ou não. pois na base dos mecanismos de fibrinólise19 somente depois de 36 a 40 horas de contato se obtém impressões hemáticas decalcadas e daí com contornos precisos como aqueles do Sudário20. existem uns quarenta sudários piamente visitados por milhares de peregrinos. o de o corpo permanecer no Sudário por 36 horas. 31-35. 1988. se liqüefaz muito lentamente (fibrinólise)". Alguns reis não tomaram posse por acaso. scienza e fede. de estudar tanto e vir a assassinar alguém para fazer acreditar ser autêntica uma relíquia. uma vez formado. porque esses que se apresentam intatos indicam claramente que o corpo não foi movido levantando-se o pano. Desse modo forma-se o coágulo que tende a estancar a saída do sangue. nota-se que elas estão em toda parte até os dias de hoje. Sebastiano Rodante mostrou experimentalmente que são necessárias 36 horas para se obter um decalque Analógico àqueles que se encontram no Sudário. O coágulo. todavia.. ou que ela tenha tido contato físico com a verdadeira ou incorporasse uma parcela dela. pressionando pa-ra fora a parte mais líquida (soro). No máximo. Vignon. Este último dado. "Conhecer o Sudário". "a fibrina se dissolve lentamente e quando está dissolvida pela metade se obtém uma boa transferência". in: Conexão Pró-Sudário. Turim.Além disso. Não havia nenhuma necessidade então. Também o dr. o tempo em que o corpo permaneceu em contato com o pano. diz: "quando sai sangue de uma ferida. in: La Sindone. que na verdade é o mesmo ainda hoje para nós: como seria possível interromper o contato do corpo com o lençol sem arrancar um coágulo de sangue e sem machucar os contornos. nº1. se a cópia é autêntica. Clueb. Permaneceria assim um modo de esclarecer outro mistério. 1978). Bolonha. assim a cada coágulo que se forma no corpo tende a formar ao redor dele um halo de soro. jan/fev. se retrai. pelo menos aproximadamente. Bottega de Erasmo. N. C. Todavia. pp. A hipótese da coloração ou da radiação foi proposta em 1930 por N. de cor sépia. Stevenson. K. que podem anular uma à outra. das mais sofisticadas às mais alegóricas. abr.. . Geoffrey Ashe deu a notícia definitiva (bastante curiosa).separar o corpo das manchas de sangue. com a louvável intenção de mostrar que o Sudário é obra de 21 . No caso específico. A primeira pressupõe que ela tenha sido obtida mediante uma coloração utilizando baixo-relevo metalizado a quente. G. Caselli. Tal hipótese foi aceita por D. Para descobrir a técnica utilizada pelo nosso gênio. Dédalo. in: Sindon. E l'uomo creò Ia Sindone. em um pano quando esse fosse colocado em contato com um objeto metálico e aquecido. 1982. Há mais ou menos vinte anos a hipótese de contato térmico vem sendo reaberta e sustentada como a verdadeira causa da formação da imagem do Sudário na opinião de alguns estudiosos22. com o desenho de um cavalo em relevo no centro21. 10. Bari. do nosso ponto de vista. muitas vezes sensatas. "What sort of picture? An experimental clue to the nature of the body impressions". Pesce Delfino. não permaneceu por muito tempo. em 1950. 22 .Ashe. trata-se de um medalhão de bronze. 1966.S. observaremos as mais interessantes e suas objeções. Carreno. de como obter uma imagem negativa esfumada. V. e foram propostas numerosas. Judica Cordiglia. de cerca de 9 centímetros de diâmetro. E. confirmaria que. se um corpo foi envolto no Sudário. B. Habermas e G.I. Começaremos com a hipótese da formação da imagem. R. 1619. MossoJ. A impressão térmica Em 1966. Noguier de Malijay e sucessivamente por G. Willis.G. L. de Torino. A verdade é que se sugerem métodos relativamente simples que pressupõem possam identificar um falsário e no final das investigações não se pode deixar de reconhecer a grandeza absoluta do artista desconhecido que até hoje se esconde atrás do Sudário. mesmo com a ausência de traços que evidenciam a putrefação. Negligenciando as hipóteses miraculosas. vamos a outra solução. Dossier 16. Nova York. uma irradiação térmica que provoca estreitamento no tecido também é considerada entre as hipóteses menos fantásticas por diversos defensores do Sudário. un mistero che sisvela. Exames feitos com o espectrofotômetro mostram que as impressões do corpo e as queimaduras produzidas pelo incêndio de 1532 refletem a luz do mesmo modo26. segundo as quais para obter uma impressão chamuscada é necessário manter uma certa distância entre o linho e o modelo metálico quente. Como se verá a seguir é difícil imaginar um original mais rico de particularidades e de maior precisão que o Sudário atualmente em nosso poder. 1981. 1982. in: Canadian Society Forensis Science lournal. 27 .J. Verdetto sulla Síndon. 14. com maior perfeição que a cópia e a possibilidade de observá-lo para tal fato. Vittorio Pesce Delfino. a indeterminação dos contornos. de cor amarelo-pálida. K. a cor e uma acentuada tridimensionalidade. Inqueston the Shroud of Turin. Habermas. E. 229. Nickell. 1983/1987. 81-103. 24 C Papini. outros ainda impregnam de água quente o pano e espalham no baixo-relevo oxido de ferro25. um habilidoso falsificador de 130023. Adler. D. pp. O modelo térmico é cientificamente sugestivo. R. H. Turim. O maior defensor da impressão a quente é o diretor do Instituto de Antropologia da Universidade de Bari. 26 . De fato. La Sindone.um personagem definido. "A chemical investigation of the Shroud of Turin". . onde nada é confiado à imaginação. e o microdensitômetro aplicado a uma das fotografias do Sudário não revela diferença de cor entre a imagem e as áreas queimadas. p. Queriniana. Claudiana. 1982. Stevenson e G. que se tenha "ausência de contato direto com a impressão24". porque a impressão conseguida na tela por irradiação apresenta algumas características idênticas àquelas do Sudário: a negatividade. além das fibras de celulose da área chamuscada. apresentarem o mesmo fenômeno de desidratação e oxidação que se encontram nas fibras da imagem27. Brescia. Outros fazem hipóteses análogas. isto é. Helle re A. 25 J. que descarta a 23 Normalmente um falsário pressupõe a falsificação de um perfeito original conhecido. Aquela da direita..]. como vimos. A cópia se obtinha trabalhando em baixo-relevo em bronze aquecido de 220 a 230 ° C. Ver nota 22. como teria podido o falsificador reproduzir aquelas características físico-químicas notadas somente na medicina atual. Desse ponto de vista. não existe nada na imagem do Sudário que não seja perfeitamente explicável e reproduzível (ver nota 18).. tratados não muito urbanamente no seu livro. é formada por um coágulo circular (que corresponde a uma ferida provocada pela 28 V. se observarmos as manchas de sangue que se encontram na fronte. os "amigos do Sudário". e as críticas radicais não cessam. que hoje em dia só se pode observar em pessoas gravemente traumatizadas? Nesse caso. do qual não existe nenhuma dúvida. na raiz do cabelo. isto é. por exemplo. duas delas são particularmente interessantes. A sobreposição em baixo-relevo teria alterado o sangue como se revela nas áreas chamuscadas pelo incêndio de 1532. por meio de puros e simples retoques pictóricos com a mesma cor ocre vermelho. Nesse caso. Pesce Delfino. único no seu gênero. . na verdade. não cobre a imagem e portanto as manchas de sangue formam-se antes da imagem. que consegue distinguir o sangue coagulado das feridas que sai pelo costado? E como conhecia o excesso de bilirrubina. foram reproduzidas. por meio de pirogravura utilizando uma ponta metálica arredondada e aquecida ou com um simples modelo metálico [. Naturalmente. O sangue. do qual não permanecem traços nem na memória. não o privaram de críticas. como a falta de caracteres dos estilistas medievais e a dificuldade de medir a intensidade das cores em um pano longo de mais de 4 metros em baixo-relevo.possibilidade de que o Sudário seja uma reprodução falsa elaborada na era medieval28: Não é necessário recorrer a nada de diferente do que o falsificador tenha utilizado para a realização do vulto em que as características essenciais. La Sindone un enigma alla prova della scienza. não homogêneo. Uma pergunta vem à tona: "Como poderia o falsificador conhecer a dinâmica da circulação venosa e arterial e assim distingui-las entre si. .. Em uma fotografia ampliada muitas vezes pode-se ver muitíssimo bem que esse sangue tem um caráter nitidamente arterial. A forma pontiaguda da coroa de espinhos lesionou a veia. 230. Milão. a outra. Rizzoli. até os ombros. esquecidas no Ocidente e redescobertas somente a partir do século XII. do dr. até a sobrancelha. brota de uma artéria em jatos ritmicamente intermitentes.. se ela foi descoberta por Andréa Cisalpino somente em 159330? Ainda se fazem objeções sobre uma outra característica. não visível a olho nu e não correspondente à cópia obtida por contato em baixo-relevo. a ferida da qual escapa esse duplo jato de sangue corresponde ao do ramo frontal da artéria temporal superficial.] é aquela da fronte com a forma de Y ou 3 invertido de cor homogênea. o estreitamento obtido na cópia atravessa o pano. 31 0 Petrosillo e E. 1988. mas sobre o Sudário interessam-nos apenas algumas fibras visíveis na 29 Essa citação é extraída do panfleto. isto é.ponta do espinho da coroa). As escrituras de Galeno (século II d. e a curiosa forma de um 3 invertido se deve às rugas formadas sob os espasmos de dor sofrido pelo músculo frontal29. uma das quais. Ver nota 24. deve-se recordar que a obra cisalpina coloca-se de pronto em um vasto movimento de emancipação dos erros de ortodoxia galênica em matéria de circulação do sangue que se inicia no Ocidente em meados dos anos 500. II Centro. p. A oxidação das fibras produzida entre 180 e 200 ° C pela pirólise do carboidrato de celulose fosforosa. Automaticamente. que diante dos raios ultravioleta. apresenta a cor laranja fluorescente31. 30 Cario Papini escreve. Contudo. A outra mancha de sangue [.. mas sempre estudadas pelos bizantinos". O nosso falsário era bizantino? Talvez nem mesmo medieval? Quanto a Galeno. breve mas eficaz. 1990. do qual se desprendem duas gotas de sangue.C). com um nítido caráter de sangue venoso. desce por toda a cabeleira. Ia Sacra Sindone é próprio falsa? Parabiago (Mi). Basta consultar o verbete "circulação sangüínea" em qualquer enciclopédia para certificar-se.. perpendicularmente afronte. a esse propósito: "Mais uma vez se esquece ou se desvaloriza o excepcional desenvolvimento da arte médica e dos conhecimentos anatômicos conseguidos no oriente bizantino e árabe. uniforme. Giovanni Fumagalli: Ma allora . e isso não ocorre com o Sudário. Marinelli. entre tantos outros. Moroni. 33 É a conclusão do livro citado na nota 22. Siracusa. que a tela (Sudário) tenha sido preparada com qualquer substância por nós ignorada para favorecer o (cozimento) e evitar a queimadura. Cario Papini propôs uma metodologia paralela à precedente. por fim. in: La Sindone-lndagini scientifiche. Atas do IV Congresso Nazionale di Studi sulIa Sindone. o professor nunca mais viu. por completo teste experimental: toma-se um cadáver de aproximadamente trinta anos. mas não indispensável. Basta somente um retoque manual com sangue verdadeiro ou com uma substância ainda ignorada para reproduzir todos os sinais da Paixão e. 17-18/10/1987. fundem-se os dois relevos em bronze totalmente limados e retocados. "Sulla formazione naturale e sulla strinatura acciden-tale dell’immagine sindonica". Propõe-se uma possível sucessão de operações que deverá passar. 1988. o Sudário de Turim33. tiram-se dois moldes de gesso das partes posterior e anterior. aquecidos a uma temperatura constante de 250 a 350° C. Ainda uma anotação: é provável. naturalmente. juntar as manchas edemáticas utilizando provavelmente sangue animal ou humano.superfície. mesmo não se sabendo A confirmação por aproximação de que 32 M. . graças a um braseiro constante de carvão ou lenha. Em seguida foi demonstrado experimentalmente que uma impressão térmica igual àquela produzida pelo professor Pesce tem um crescimento muito superficial e desaparece depois de dois anos32. Por outro lado. cujo aspecto corresponda aos traços tradicionais de Jesus.isso é tudo. O modelo metálico é tirado de uma fusão normal do cálculo de um cadáver humano. A única variante proposta é a idéia de cozimento a uma distância muito próxima mediante uma tela enrugada. Para o autor é quase certo que o método funcione. e deixa-se durante um determinado tempo a uma pequena distância da tela de Unho tecido em um tear flexível ao longo do eixo mediano para seguir a curvatura do bronze . nem de longe. 142-185. pp. Paoline. o falsário. R. que recobrem o modelo com pó de carbono dissolvido em um tipo de cola e transferido ao tecido com uma colher quente e vapor. teria esticado a tela no baixo-relevo e depois a teria friccionado com a mistura de pós. Nessa resenha de defensores do método térmico. os enviados da Convenção tiveram a surpresa também de encontrar um tear metálico a 'Estampa Perfurada' que. jan. as experiências foram percebidas em 1994 por Emily Craig e Randal Bresee36. Como prova. na qual muitos serão realmente negligenciados por necessidade. não se pode excluir um personagem singular. pesquisador científico que em 1978 levantou a hipótese de a imagem ser feita de uma mistura de aromas (aloé e mirra) ou de pigmentação em pó colorido. Segundo Nickell.. 1994. 557). Bresee./fev. J. "Image formation and the Shroud of Turin". além de produzir uma imagem privada de tridimensionalidade. está em um artigo de Papini34 que informa: "quando seqüestraram o Sudário da Catedral de Besançon. sobreposta ao Sudário. 1794. não realiza uma impressão espelhada. of Image Science and Technology. Paris. 38. . foi fechado com o golpe de 18 de maio de 1799. como acontece no Sudário. e não por um contato direto com o baixo-relevo colocado embaixo dela. que vinha assim periodicamente pintada de vermelho vivo" (originalmente em Monitor. correspondia perfeitamente às 'manchas edemáticas. Infelizmente esse tear foi perdido. mas o sentimento francamente jacobino do Monitor35 garante uma informação objetiva não formada por preconceitos eclesiásticos. aplicada em uma tela impregnada de água quente e estendida sobre um baixo-relevo. do qual 34 35 Artigo que apareceu em Riforma. Il Moniteur fundado em 1789. mostra o resultado de uma tela colocada em contato com o baixo-relevo de Bing Crosby. para obter um melhor resultado. p. Análogas como metodologia. já que o decalque é feito friccionando o vermelho ocre sobre a tela. Craig e R. 5/04/1996. A técnica de Joe Nickell. 36 E. A.um método similar foi usado por um falsificador. Joe Nickell (nota 25). nº 7. L. pp. Em ambos os casos o resultado foi desolador. O manequim foi colocado em um sepulcro. abr. A. extraído do boletim químico farmacêutico. continha grossos pigmentos secos e não prestavam para serem transferidos para uma superfície de linho áspero com aquelas dimensões e serem submetidos ao vapor. "Wie istdas Abbild entstanden? Forschungergebnisse und Fragen zumturiner Crabtuch" in: Das Fels. 40 Oswald Scheuerman. jul/ago.) Segundo o autor. 1978. Os pesquisadores tiveram de constatar que o fundo feito à mão.resulta uma reprodução sem definição. com manchas de sangue ressecadas.. a sudoração poderia ter sido rápida e reduzida a um simples banho no Cadáver em solução de natrão (carbonato de sódio). Provas conduzidas por M. 17. Moroni por meio de telas umedecidas e tratadas com aromas forneceram imagens chamuscadas e passadas ao avesso. Em geral as resoluções obtidas experimentalmente ficaram muito longe da original... "New evidence may explain imageon Shroud of Turin". Como. XII. Judica obteve impressões superficiais certamente melhoradas com base em células metálicas. E aqui poderíamos prosseguir: segundo Samuel Pellicori37. Enfim. Bedeschi. é a ação acidificante38 dos sais de Qumran ou de Natron39. Schwalbe e R. Nuovi studi e ricerche.fasc. G. M. Segundo outros. 39 Sal de Qumran é rico em minerais de potássio.A. sobre o qual foi espalhado carbonato de cálcio e. 1934. Siliato. especificamente sobre as mãos. 38 37 . in: Biblical Archeology Rewiew. 42 J.Riggi di Numana. Kohlbeke E. Il Piccolo. Indagine su un antico delitto. "La Sindone immagine eletrostática?". para outros ainda são os campos eletrostáticos40-41. como o natrão do Egito. o aloé vinha sempre misturado com uma solução salina. No processo de embalsamamento usado na época de Jesus. Por outro lado as imagens obtidas por Nickell e Craig-Bresee não resolvem os problemas das manchas de sangue que no Sudário estão presentes exatamente nos pontos onde falta a imagem. Rogers. Piemme. n º4. Nitowski. 1986. 28-9. Roma. 1982. 20. em Jerusalém. a 46° C. Op. 41 Judica Cordilla. colocou-se uma tela embebida de aromas e realizou-se sucessivas experiências sobre uma tela seca recoberta de aloé e mirra em pó. 115-122. cit. utilizando um manequim oco de mais ou menos 1 metro de comprimento cheio de água quente. no cálcio. Alba. Raolíne. Turim. materiais orgânicos. out. envolvido em linho. magnesio. nº4. in: La Sindone. e G. no caso de Jesus. Rapporto Sindone. coberto com um lençol impregnado de pó de aloé. 1978 -1982. sódio. é o ácido lático da sudoração e da secreção cutânea absorvido pelo linho que produz ao longo do tempo a aparição da imagem. (Texto de E.N. L. umedecido com solução de sal de Qumran. Foi feita uma experiência sobre um modelo de gesso. cloro e bromo. 1983. pp. também nesse caso o foco do incêndio de 1532 e a água utilizada para apagá-lo teriam alterado as substâncias orgânicas aplicadas na imagem. pp. são comparadas às artes visíveis no Sudário. Concluímos essa resenha com uma experiência sugestiva. 18-29. Esta última re-produção sobre a tela seca. e de pessoas vivas. 1986. A arqueóloga Nitowsky42 conduziu provas em campo. para reproduzir seja o ambiente rico de pó de carbonato de cálcio. como devia ser o buraco usado como sepulcro. que se tornaram ácido em conseqüência do fortíssimo trauma. . permanece notável porque. sangue diluído em solução salina e vinagre. "Progress in high resolution scanning ion microscopy and secondary ion mass spectroscopy imaging microanalysis". todavia. R. o mesmo material encontrado entre as fibras do Sudário. segundo Nitowski. pp. A identidade viria a ser confirmada por Levi-Setti43 mediante análise com a microssonda eletrônica. 535-552. na área dos pés ensangüentados. et al. in: Scanning Electron Microscopy. obtiveram-se amostras de rocha do interior de tumbas das proximidades de Jerusalém: constatou-se em seguida que se tratava de aragonite. tinha acolhido o corpo de Jesus depois da crucificação.sucessivamente. 1985. que. 43 Levi-Setti. pela primeira vez. em vez de cálcio comum com pequena quantidade de ferro e estrôncio. A campanha experimental não conseguiu obter resultado que provasse conclusivamente a formação da imagem. seja o suor e o sangue. . Radiação nuclear e outras formas de energia Logo após a explosão da bomba atômica em Hiroshima, quando já se observava o dano causado e já se começava a reorganização da vida depois da terrificante tragédia, os habitantes supersticiosos podiam observar com espanto um singular fenômeno: nas paredes dos edifícios e às margens das estradas, apareceram algumas imagens44: uma torre retangular que aparecia no teto da Câmara de Comércio; alguns perfis humanos, como o de um pintor no ato de molhar a ponta do pincel na lata de tinta; ou um homem no ato de chicotear o cavalo estava impresso na fachada de pedra dos edifícios45. Uma intensa faixa de luz teria projetado as sombras dos corpos humanos, queimados instantaneamente pelo calor, imprimindo-as na pedra que se preservou da calcificação46, nas áreas onde estavam as imagens. Em conseqüência da análise desses extraordinários fenômenos, em 1978, José Luis Correño-Etxeandia47 levantava a hipótese de que a impressão do Sudário 44 45 Hersey, J. Hiroshima. Londres, Penguin Books, 1972, pp. 99-100. A ausência de calcificação na área onde aparece a sombra projetada da figura humana nos impulsionou a verificar um fragmento de material cerâmico de revestimento externo das paredes do Nissei Hospital de Hiroshima revestido da onda térmica da explosão (fornecido pelo Museu de Hiroshima). O professor M. Bertolani, da Universidade de Modena, que examinou no microscópio o fragmento cerâmico e a substância extraída do cimento, confirmou que o cimento se manteve "calcificado" sem nenhuma particular variação de seus componentes. 46 V. Pesce Delfino. Op. cit, p. 229. 47 L. Carreno-Etxeandia. La Sindone ultimo repórter. Alba, Edizioni Paoline, 1978. fosse equivalente àquelas imagens. Segundo tal hipótese, a figura do Sudário teria sido impressa no pano por efeito de uma "energia radiante intensa e de brevíssima duração". Ter-se-ia verificado uma transformação da matéria em energia igual à de uma explosão atômica. Além da "explosão luminosa de energia" de Correno, outras hipóteses foram avantadas como a de uma ação fotorradiante de Bougarde-La Dardye, que aparece em 1902, ou da ação radioativa do corpo de Noguier de Malijay, ou da ação fotofulgurante de Caselli48. Infelizmente essas intuições, apesar de engenhosas, não se apóiam em nenhuma experiência e permanecem, por ora, sem provas. Recentemente um estudioso de Siracusa, o dr. Sebastiano Rodante, desenvolveu a hipótese do desprendimento de um raio de luz solar do cadáver. Uma intensa radiação luminosa ultravioleta instantânea, nas primeiras 36 horas de contato com a pele úmida do suor do sangue, teria melhorado a visibilidade da impressão já delineada no pano úmido e impregnado de aromas49. Para obter uma confirmação experimental, foram realizadas numerosas experiências nas catacumbas de S. Giovanni, em Siracusa, um ambiente bastante sugestivo que reproduzia as condições do sepulcro do qual fala o evangelista Mateus e possuía a umidade necessária. Foi utilizada uma reprodução fotográfica do vulto do Sudário, na qual foram perfurados, com agulhas finas, as partes onde se presumia que tivessem estado em contato direto com o corpo e o pano. Os raios solares, ao atravessar os pequenos furos, uns bens próximos dos outros, imprimiam no lençol as impressões do rosto com claros-escuros invertidos. Rodante concluiu que esse mesmo mecanismo poderia ter estampado no Sudário as impressões atualmente 48 49 S. Rodante. La scienza convalida Ia Sindone. Milão, Massimo, 1994, pp. 73-74. Idem. La realtà della Sindone. Milão, Massimo, 1987. existentes. As imagens obtidas são boas. Todavia para um artista medieval (o dito falsário), realizar um procedimento análogo àquele do dr. Rodante, teria encontrado dificuldades consideráveis. A imagem mais evidente é aquela que parecia uma foto tirada do Sudário inteiro, ou uma semelhante a um cadáver, que não se entenderia porque em seguida teria se aplicado um outro método artificioso para obter uma segunda. Aqueles que acreditam, ao contrário, podem admitir, sem nenhum constrangimento, que, no sepulcro, o corpo ressurgido teria emitido uma luz muito intensa; há exemplos dessa ocorrência nos Evangelhos e nos Atos dos Apóstolos. Mas isso nos leva para fora do campo da ciência experimental. Também o dr. Jackson cria sua própria hipótese50, que é parecida com a do dr. Trenn51, da Universidade de Toronto. A origem da imagem do Sudário foi atribuída a um efeito fotoquímico sobre a celulose produzida por uma radiação de raios X de baixa intensidade ou de ultravioleta emitida do próprio corpo por um breve período. Essa impressão aparece como uma imagem branca; com o tempo, teria invertido, por envelhecimento natural, o contraste da imagem até atingir as condições atuais, em que ela aparece mais escura de fundo sotoposto. Como se teria formado a imagem? Jackson supõe que, em certo momento, o corpo que estava sob o pano e o sustentava teria iniciado a emissão de radiações, e com o passar do tempo teria ficado "penetrável", permitindo ao pano afrouxar-se. O corpo teria deixado sua impressão no tecido, enquanto esse atravessava em tempo maior para aqueles de maior altura. Também nesse caso a hipótese pressupunha um evento não verificável. Além disso, durante a passagem as radiações teriam deixado a impressão também no lado superior do pano enquanto teria agido de modo totalmente adverso na parte dorsal, que teria ficado estática. 50 Jackson. Shroud spectrum, na 28-29, set, 1988, pp. 516-519; além da conferência de Rosetum di Milano, em 24/03/1990. 51 D.WhangereM. Whanger. Collegamento pro Sindone, nº 6, mai./jun., 1994, p. 42. in: La Sindone. podem reservar surpresas: as impressões dos vegetais emergem. Um outro tipo de impressão. de modo natural. Ia fede.J. percebe-se que o negativo de tais imagens emerge por um natural enegrecimento das cores claras52. Ajaccio. 1981. em uma nova folha56. O autor afirma que os traços de ácido lático contido nos vegetais podem ter sido impressos com o tempo na celulose do papel. dez. La Santa Sindone rivelata dalla fotografia. Clueb. São as marcas também indicadas como "figuras de Volckringer"54. Não é raro encontrar impressões que se formaram através do tempo. e algumas delas apresentaram também um caráter tridimensional. foi demonstrado que os vegetais não completamente ressecados que deixaram uma impressão fizeram em cinqüenta anos a transferência para uma outra. apresentado em 28/05/1984. Por analogia. in: Sindon. em Caen. obtido por reação química. por um longo tempo.Turim. in: Procure du Carmel de l'Action de Graces. 53 C. G. "Reiazione al Centre d'Etudes Théologiques". Ia scienza. CIS. 1981. 2º ed. "The image formation process of the Shroud of Turin and its similarities to Volckringer patterns". 31. (C. mais suave. 1983. Turim. 52 0 fenômeno é atribuído a uma reação química que se manifesta com o passar dos anos e é facilitado pela umidade: o enxofre do zinabrese une ao do chumbo.. Chiavarello. "Di eventuali tracce di sostanze colorate o colorate-coloranti sulla Sindone". flores e frutos55. ornamentada pelas histórias de São Francisco pintadas por Giotto e pelas imagens evanescentes das pinturas de Cimabue.. . A. "Le probleme des Impreintes devant Ia Science". Idem. 56 Idem. é aquele que aparece no verso de um selo de 1859 produzido pelo contato da goma-arábica com as substâncias azotadas da tinta. levantou-se a hipótese de que a imagem do Sudário poderia ter sido feita com a produção do ácido oléico formado pelo contato entre os compostos azotados (amoníaco e uréia) presentes no suor do homem do Sudário e os aromas balsâmicos53. Até mesmo os velhos herbários.Imagens negativas naturais Na parte superior da Basílica de Assis. SEI. De Salvo. Elas atribuem as impressões à desidratação das folhas. 55 M. Bolonha. 54 J. tão queridos dos nossos avós. Chiavarello. Enrie. Volckringer. que depois de 45 anos deixou a impressão de uma coloração sépia. E. mas para Paul 57 Encontrado por M. pensar que tais caracteres não sejam somente próprios da impressão anterior do Sudário. Transcrito por V. reprodução graciosa da guarda suíça.A. portanto. Também um gracioso flautista da guarda pontifícia suíça. As cores são do tipo "mineral" ou natural (como todas as cores utilizadas antes da metade dos Oitocentos). Moroni no Álbum au collection complete et historique des costumes de Ia Cour de Rome. seja da vegetal. cópia fiel. deve ter conseguido uma impressão tridimensional bem como as partes do corpo mais sobressalentes que essa61.) 61 A elaboração do dorso. De Salvo. portanto. Para obter a própria transferência. os objetos devem necessariamente ser aderentes à folha de papel sem a existência de luz. executada pelo professor Nello Balossino. e ainda inédita. 59 M. em uma estampa em cores pintada à mão que se encontra nas páginas internas de um livro dos meados dos Oitocentos57. 58 Elaboração tridimensional feita pelo dr. 60 De Salvo afirma que a mais surpreendente semelhança entre a imagem do corpo do Sudário e as amostras de Volckringer é que estas podem ser reconstruídas em relevo tridimensional utilizando um analisador tridimensional VP-8. reflorescida nas colinas ao redor de Turim e conservadas pela professora Delia Beffa. que aderiu ao pano subjacente. de Turim. seja proveniente da cor mineral58. É importante sublinhar que a impressão. cit. confirma o caráter tridimensional deste lado da imagem. Também a parte dorsal do corpo. 1862. Morgan.Um dos autores do presente texto recuperou uma anêmona-dos-bosques. . assim como se pode fazer com a imagem do corpo de Sudário. Austrália. Gênese natural por contato As flores que descolorem nos herbários tinham então produzido uma imagem de coloração sépia. 1991. nas velhas folhas amareladas. foi reproduzido por contato e apresenta a típica cor sépia pálido. Volckringer. a hipótese de que a informação tridimensional das impressões no Sudário seja reconduzir exclusivamente a distância entre o corpo e o pano. muito similar àquela da imagem do Sudário. The holy Shroud: Science confronts the imprints. Podese. Harper. Op.J. É inverídica. resulta tridimensional59-60. Paris. K. (J. Estados Unidos. da família das ranunculáceas. Moran com a Estek Kodak Company North Carolina. diluídas em óleos vegetais. mas para nós que não professamos a atividade médica. L Baima Bollone. em colaboração com Colson. não sugeriam somente recordações românticas. Na realidade. mesmo com a presença de aloé e mirra para acelerá-la. vapores que se transformam em lastros fotográficos na câmara escura. l'archeologie. assistente da Politécnica de Paris. no entanto. à temperatura ambiente. causados pela fermentação da uréia. biólogo e pintor francês. A essa primeira tentativa são seguidas outras verificações e experiências de valor seguro. 203-204. pp. provavelmente por evaporação dos ácidos por elas liberados. igual à do Sudário. já em 1902. cit. que a transformação do aloé em carbonato de amoníaco não ocorre no primeiro período depois da morte. mas um preciso mecanismo de formação da imagem. presentes na abundante sudoração que cobria o cadáver.. 63 O professor Bollone faz notar. todavia. se lembrarmos que em 1896 o coronel Colson. liconographie.Vignon. (P. l'histoire. A celulose do papel alterou-se na superfície em contato com as flores. malgrado se referisse a amplas áreas do corpo completo e em contato direto com o tecido63. Ia Logique. Vignon. op. Com base em tais indícios. a sua clássica teoria denominada "vapor gráfico62": os vapores de amoníaco úmidos.) . chegou-se à conclusão mais tarde que não se tratava de aperfeiçoar o método. Le Saint Suaire de Turin devant Ia science. mas da dificuldade de obter-se uma imagem de alta definição. Ver nota 19. Vignon anunciava. havia descoberto que o zinco emite. Os efeitos dos vapores cadavéricos naturalmente deveriam ser decorrentes do aumento da distância entre corpo e o pano. resultavam totalmente fora de foco. Deve-se notar que no pano também a parte dorsal apresenta o mesmo grau de definição da anterior. teriam escurecido as partículas de aloé dispersas no pano. soa um 62 P. Não poderia um processo análogo ser a origem da impressão no Sudário. mediante difusão ou irradiação. Vignon reproduzia sobre a tela umedecida com pó de aloé e mirra algumas partes cadavéricas: as imagens. Turim.126-136. pp. 51-61. 1975. Convicto. "Contributo sperimentale allo studio della genesi delle impronte della Santa Sindone". mas as impressões foram passadas pela parte oposta do tecido e os coágulos de sangue ficaram imprecisos. Cordiglia64 espalhou uma mistura de pó de aloé e mirra sobre cadáver. 65 R. O dr. pp. Paoline. Milão.„pp. "Le impronte delia Sindone non derivano soltanto da radiazione di varie lunghezzed'onda. "Ipotesi sulla natura delle impronte sindoniche". n°-21. 419-423. in: La Sindone e Ia Scienza. op. in: La Santa Sindone nelle ricerche moderne. 6-12. O dr. in: Sindon. I Convegno internazionale di studio Roma -Torino Anno Santo 1950. sucessiva à formação da imagem. Sindone". in: Sindon.1982. usou pela primeira vez mistura de suor e sangue espalhados por toda a superfície do corpo. "Ricerche ed esperienze sulla genesi dei le impronte delia S. As experiências foram retomadas em 1970 pelo dr. Rodante utilizou pedacinhos de gesso com mistura de suor e sangue salpicados e recobertos sucessivamente por um pano úmido embebido de uma solução aquosa misturada com aloé e mirra durante aproximadamente trinta horas. "Mixturam myrrae et aloe -Rilievi di semeiotica sindonica". de que a impressão no Sudário tivesse sido formada espontaneamente por contato67. "II sudore di sangue e le impronte della Sindone". . Romanese. cit. Leinì (Turim). Os resultados obtidos foram apreciáveis. "Ipotesi e nuovi esperimenti sulla genesi delle impronte". 1978. pp. pp. 64 G. Completou a esfumatura da impressão exposta ao vapor de água. in: Risultati del Convegno Nazionale del 1941. As impressões apareciam somente de um lado do pano. os aromas em pó que emplastavam os invólucros de sangue foram aplicados aos panos com soluções aquosas. 37-51. 67 S.". nº31. 66 S. fazendo-a aderir a uma tela impregnada de azeite e de essência de aguarrás. 1941.tanto macabro. L'uomo delia Sindone é il Cristo. Rodante admite uma fixação fotográfica no pano ainda úmido. Ata do II Congresso Internazionaledi Sindonologia. in: La Santa Sindone nelle ricerche moderne. Romanese65 aspergiu o rosto do cadáver com uma solução de água quente e sal e colocou sucessivamente sobre ela um pano embebido de aloé e mirra pulverizado. Risultati dei Convegno Nazionaie di studi sulla Santa Sindone. Os coágulos de sangue eram perfeitos e bem-definidos: somente os mais marcantes ultrapassavam a espessura do pano..Judica Cordiglia. Turim. 1979. 1951. 1941. como Vignon. Rodante.. O dr. Rodante. Rodante66. 23-26. pp. in:Sindon. e vice-versa. Naturalmente não se excluiu a presença de uma reação química por causa dos aromas. como. com a parte esquerda colocada na direita. um molde em cera do vulto do Sudário. não pelo fato da condensação que se forma S. Ao modelo experimental. Roma. entre outros. umedecidos com mistura de suor e sangue mais diluída. 69 Texto lideo em 21 de abril de 1902 no Salão da Ciência de paris por Yves Delage e publicada por Revue Scientifique. Rodante. "Ipotesi sulla natura delle impronte sindoniche". Rodante por Mario Moroni. Ao molde foi colado um linho parecido com o do tecido do Sudário. Os vapores produzidos são menos intensos nas superfícies mais próximas do lençol que os encontrados nas mais distantes69". 68 . se bem que limitada. portanto. o suor de sangue e a umidade eram os elementos determinantes para a reprodução espontânea das imagens68. a grande nitidez com que se apresentam os sinais deixados pelos golpes do flagelo. colou-se uma pele magra de gamo borrifada de sangue e de bilirrubina e foram aplicados cabelo. Orizzonte Medico. A imagem contato direto aparece somente em um lado do linho e alcança apenas as fibras superficiais. 3/05/1902.Podia-se. in: L'uomo delia Sindone. concluir que os aromas. A hipótese de que a imagem se teria formado espontaneamente por contato pareceria ser a que apresenta maior grau de probabilidade e poderia explicar. A experiência com a mistura de suor e sangue foi retomada com a mesma metodologia do dr. PoliglottaVaticana. alguns particulares relevantes sobre o Sudário. da contribuição. por exemplo. nem se exclui essa mesma reação química por causa do suor da pele. dos vapores cadavéricos: "Os vapores alcalinos podem provir da fermentação em carbonato de amônia da uréia. 1979. abundante no suor encontrado no tecido utilizado durante o suplício. A impressão se apresenta como um negativo fotográfico. umedecido de uma solução de aloé e mirra. barba e bigode naturais. mas pela ação da mirra. por exemplo. que estava internado no Thorthon Hospital. e "Newsletters". de Lancashire. que sobre a cobertura do colchão estava impressa a imagem inteira de um homem. O pijama que o defunto vestia foi jogado fora. funcionária do departamento de limpeza. e do colchão da cama foi tirado a cobertura sintética que resultava manchada e foi esfregada com água sanitária. Todavia. Wilson. 31/01/1988. as manchas de sangue são explicáveis na caso do contato da tela com o corpo ferido. 70 71 G. um indiano de aproximadamente quarenta anos da Índia Ocidental.1988. Tamburelli contém uma informação tridimensional. mas não a imagem: a sua tridimensionalidade exclui o "mecanismo de contato". Uma inesperada demonstração da possibilidade de decalque natural de um cadáver no lençol foi fornecida involuntariamente por um certo sr. Jackson. porque aquela realizada experimentalmente. Seguindo a tradição. 72 I. in: British Society for the Turin Shroud. "Magazine". . A mesma consideração vale para a impressão de ambas as voltas plantares. A afirmação não é aceitável porque a mancha hemática. Alguns dias após a morte dele. aquela da fronte. nº 19. nº3. 1981. como as condições climático-hematológicas70. Les. Imbalsamo. e com características de tridimensionalidade71 não se iguala em fineza à do Sudário: segundo J. “Il linguaggio della Sindone: formazione dell’immagine”. em 9 de março de 1981. provavelmente será necessário procurar outros fatores que ainda não estão perfeitamente definidos. in: Sunday Observer. por causa de um câncer no pâncreas72. Esses dois detalhes importantes não se afinam com a hipótese de que a impressão é o resultado de uma projeção ortogonal. observou. O “mecanismo vertical” do corpo na tela não explica a formação do vulto do homem do Sudário que se encontra com a cabeça um pouco inclinada para a frente e não na posição perfeitamente horizontal. que devem ter contribuído para completar e esfumaçar a imagem. dez. os coveiros tinham levado do hospital o corpo envolto no lençol. não sem um certo terror.embaixo do lençol amassado se mostrar quase impermeável. In: Sindon. estudada pelo professor G. se bem que bem definida. Patricia Olivers. das costas e dos braços. A difusão de coloração do rosto é confirmada pela elaboração eletrônica que tomando como ponto de referência a cor do filete de Um caso adicional é aquele do beato Charbel Makhlouf. Mais recentemente. verificou que o Sudário traz as características da face. Além das mãos. o professor J. Tinha qualquer coisa de estranho e completamente fora do comum nas manchas em que estava trabalhando. de Londres. mas estampada com tal precisão que se podia distinguir varias veias". são visíveis as áreas encravadas e os contornos das pernas magras. Enfim a descoberta: "Pois enquanto Patricia Oliver olhava novamente ela gelou de incredulidade. Os defensores do Sudário fazem observações de que também o homem do Sudário deveria apresentar uma abundante sudoração na face inteira. O reconhecimento canônico. morto no Líbano em 1898. A mandíbula apresenta-se voltada para baixo. o alemão Oswald Scheuerman. notou-se uma imagem no pano que cobria o colchão". assinalou um caso análogo ocorrido em um hospital alemão e reportado pelo dr. Por acaso.” Depois que esse singular fenômeno veio a público. alguns dias depois. ocorrido em 1950. A impressão deixada pelo tumor estava particularmente marcada. enquanto a do corpo estava mais fraca. meio confusas. com a palma virada para cima . monge maronita. o estudioso do Sudário. Tem-se notícia de um outro Sudário encontrado sobre uma múmia em uma tumba de Antinoopolis durante as escavações de 1902. Camerom do London Hospital Medical School. que apresentam uma coloração ligeiramente mais clara. sugere a causa da formação dessa imagem: "Qualquer forma de reação enzimática é devida à liberação do líquido do corpo que é típica de câncer no pâncreas"73. foi mostrado publicamente em Paris e depois transferido ao Louvre. Nieper: "Há alguns anos tínhamos um paciente internado em nosso hospital que sofria de tumor no rim. com impressões e lineamento de um vulto. notável médico-legista. rica em substâncias colorantes de sangue. onde já não é encontrado.mas sem resultado: as manchas não desapareceram. quando se estava refazendo o leito. Claramente distinguiu na cor de carne da cobertura do colchão a imagem fantasmagórica de uma mão. 73 . Esse Sudário.fraca. pp. com igual intensidade de cor. encontra sobre o vulto do Sudário numerosos pontos vermelhos juntos. 51-66. . Na confirmação observa-se que o vistoso filete de sangue assume no negativo fotográfico uma coloração verde-azulada. analogamente à imagem inteira que apresenta uma ligeira cor azulada.sangue no rosto. mais ou menos esfumaçada. 3/03/1985. sugerindo assim a presença de uma transudação hemática74. 74 Media Duemila. . a raspadura estaria limitada apenas à imagem. De fato. 1980. por irradiação ou por contato em baixo-relevo aquecido. 1. expert nos efeitos que as cores produzem sobre diversas substâncias. confirma a hipótese de Jackson: a cor de toda a imagem é 75 J. S. . Accetta e J. Naturalmente se as impressões tivessem sido produzidas artificialmente. p.O incêndio de 1532 confunde as cartas Para desorientar ainda mais aqueles que procuram descobrir a refinada tecnologia do artista incógnito há o fato de que a imagem obtida de modo natural não tem nenhum tipo de raspadura ou coisa similar em sua superfície. entretanto o Sudário apresenta raspaduras em todo o comprimento. ou mediante qualquer forma de radiação eletromagnética.921. Applied Optics. A estrutura superficial da imagem do corpo e a área de fundo são essencialmente as mesmas. Accetta e Baumgart75 encontraram uma impressionante semelhança entre as características espectrais das áreas onde está presente a imagem do Sudário e outras áreas raspadas do pano. Baumgart. em vez disso está em todo o pano do Sudário. Também Ray Rogers. e é fácil imaginar que as áreas raspadas do linho e das impressões são verificadas contemporaneamente na mesma temperatura por efeito de uma mesma fonte de calor. S. nº19. lê-se: O Santo Sudário de Chambery queimou-se sem que se pudesse salvar um único pedaço. Calvino. cit. Op. N. A. L. 1982. Commentari crítíco. S. L. Por volta da meia-noite de 4 de dezembro de 1532. É historicamente comprovado que o Sudário esteve em contato com um forte calor entre os dias 3 e 4 de dezembro de 1532. talvez algum herege tenha colocado secretamente um carvão aceso. em Chambery. 138-140. 78 P.. quando se iniciava a festa de Santa Bárbara. o frade franciscano François Rebelais. Cilbertjr. dizia: Quando um Sudário queima. Sindondi N. Piano. Eredi Bianco e Comp. A summary of the investigations". "Physics and Chemistry of the Shroud of Turin. 77 R.. estava convicto de que o Sudário se tivesse perdido no meio do incêndio. dentro de um nicho do altar78. nas áreas levemente raspadas. pp. 79. 1833. pp.. ou alguém inadvertidamente tenha deixado uma tocha meio apagada79. Schwalbe e R. in: Analytica Chimica Acta. Baeta Boline. O lençol funerário (certamente seco) encontrava-se dobrado e colocado em uma valiosa caixa de madeira revestida de prata com ornamentos em ouro. Schwalbe76 afirma que as fibras.930-1.986. 1980. Op. 76 . ne 135. Baeta Boline. in: Applied Optics. G. na Santa Capela especialmente construída pelo duque de Savóia para abrigar a preciosa relíquia. 3-49.idêntica à do restante do pano. Roger e Marian Gilbert77 concluíram que as impressões do corpo e as queimaduras refletem a mesma luz. pp. 1. Rogers. começou na Santa Capela um enorme jogo. 138-140. Em uma de suas escrituras. Uma testemunha da época. "Ultraviolet visibile reflectance and fluorescence spectra of the Shroud of Turin".archeologici sopra Ia S. Cilbert. assemelham-se muito às cores fibrosas observadas na área da área da imagem. Provavelmente temos debaixo dos olhos os efeitos de um desastroso incêndio. cit. Gesù Cristo venerata in Toríno. que vivia naquele tempo. M. E M. L. pp. sempre se encontra um outro no dia seguinte! L. 79 78. P. Mas o coro estava fechado por uma robusta cancela. porém os nomes nunca foram transcritos.Dizia-se também que. 80 81 Maria Grazia Siliato. 1891. 16-26. porque alguns ferreiros de livre e espontânea vontade correram em meio ao fogo e trouxeram para fora a caixa do Santo Sudário. 1989. efetuouse um reconhecimento por parte do bispo de San Giovanni di Moriena e do cardeal Lodovico Garrevod. . Abade Léon Bouchage. Il mistero della Sindone. É isso que se procura demonstrar experimentalmente e dessa pesquisa aparecerão outras mais. queimando até os ossos das mãos para abrir uma passagem e pegar a caixa de prata.. Imprimerie C. É bem provável que o linho do Sudário. Mas alguém havia avistado as labaredas de fogo através da neve. cujo nome merece ser relembrado porque forçou as barras mais torcidas. quando o conselheiro ducal Philippe Lambert apercebeu-se do incêndio."80 O fato é que em 15 de abril de 1534.. Como contraprova foi proposto introduzir o pano em um recipiente de ferro e colocá-lo ao fogo para testar se queimava rapidamente. Dois frades franciscanos estavam com ele. o pano não foi de fato queimado. Casale Monferrato.. Drivet. dois anos após o incêndio. "O fogo já havia chegado ao armário e ao seu conteúdo. 83. Piemme. possa resistir em condições especiais a um calor intenso produzido por um incêndio.o ferreiro Gillaume Poussod. Chambery. Depois dessa verificação nasceram duas novas e opostas interpretações: a primeira sustentava que tinha sido um milagre que o Sudário tivesse sido salvo em meio àquele fogaréu. Le Saint Suaire de Chambery a Saint-laire-en-Ville. E o vento noturno soprava pelas portas espalancadas e alimentava o incêndio.. pp. A segunda imaginava que o Sudário fosse naturalmente anti-fogo porque era de amianto. como outros tecidos. e foi verificado que esse pano era aquele mesmo que existiu antes do famigerado fogo81. p. 5 metros do solo. seja alojado em uma gruta escavada na parede que se encontra ainda hoje escondida atrás do altar. "A gruta. in: Sindon. ao redor da borda. como veio reportado em várias teses. Experiências sucessivas sobre temperaturas externas e internas ao cofre necessárias para obter uma chamuscação idêntica àquela que se observa no Sudário (ver acima) confirmam que o cofre deveria estar completamente envolvido pelas chamas como teria acontecido se tivesse sido recolocado em um armário. seja guardado em um nicho no altar. foi escavado um pedaço de 5 centímetros. Nos lados são ainda evidentes 4 cravos utilizados muito provavelmente para murar as sapatas de sustentação da tela. são ainda visíveis no alto e embaixo da gruta dois furos efetuados quase no meio. A determinação da temperatura máxima no interior do relicário durante o incêndio de Chambery foi objeto de numerosas experiências conduzidas por Mario Moroni: a coloração resultante da amostra do tecido deveria naturalmente coincidir com aquela típica do Sudário.65 metro de comprimento. Tem 1. de fato. ele correu seriamente o risco de se perder. de tal modo que pudesse recobrir uma superfície de 36 por 27 centímetros"82. Operou-se experimentalmente em escala de ½ 82 Ver A. "II problema delle Bruciature e Ia questione storica". com a evidente função de servir de apoio para colocação de grades e telas de proteção. que deveriam servir para prender duas pequenas grades.Em qualquer um dos casos sobre o lençol do Sudário. inserida na parede constituída de blocos de pedra asperamente cortados e ainda hoje chamuscada. de 80 por 60 centímetros cada uma. está situada a 2. Essas saliências demonstram que a gruta não foi construída para proteger a preciosa relíquia: isso. De fato. era um pouco maior que a tela dobrada várias vezes em si mesmo.Tonelli. 8/4/1962 . Na parte frontal da gruta. 60 centímetros de altura e 50 centímetros de profundidade. enquanto a média registrada internamente atingia 190° C para o cofre. Turim. e 170° C para o pano dobrado. A hipótese mais provável é que as lâminas si. Gervasio. mantinham inalteradas as próprias cores originais. d) o Sudário de Chambery foi colocado no cofre com três lados em contato com as paredes enquanto só um estava distante. "Bruciature. foi plausível que fosse colocado um pano no relicário para proteção da tela. p.colocando uma amostra do tecido similar àquele do Sudário em um cofre de cobre prateado forrado por madeira. 10. dirigindo-se a cada ângulo do cofre as chamas de um fogaréu. extraídas do pano. que a percorrem por inteiro no sentido do comprimento.. . c) a temperatura externa não justifica a fusão de uma liga de prata igual àquela utilizada para cunhar moedas (54% de cobre e 43% de prata). Contrariamente à hipótese de alguns estudiosos. CIS. A temperatura externa atingia 550° C. os experimentos foram realizados. macchie ed aloni che si riscontrano sul lessuto della Sindone".5 metros do solo). pelas bordas. Depois de uma série de provas preliminares. A campanha experimental foi rica em indicações: a) se o cofre experimental estivesse colocado em uma gruta (a 2. 1976. cifras que forneciam a desejada cor amarelo-pálida confirmada pelo exame foto calorimétrico. in: Sindon. entre Ver R. como aquela atrás do altar descrita e refigurada em velhos documentos. disposição que deu origem às duas chamusca duras enegrecidas. out. Por outro lado. as temperaturas alcançadas não produziriam as duas chamuscaduras enegrecidas e visíveis no Sudário. Mesmo as amostras de pano manchado de sangue e soro colorido. nº 24.83 83 foram soldadas em estanho. aqueles que se carbonizam são os lados não aderentes à parede. b) para preservar as duas primeiras camadas superiores de uma marcante chamuscada foi indispensável envolver a tela em um pano de puro linho. 662 e 0. por incisão. e também que a variação é mais acentuada naqueles colocados abaixo. Explica-se. portanto. em 48 quadros) resulta respectivamente 0.Os exames confirmaram que existe uma progressiva variação de cor do primeiro ao último chamuscado. . não pode ser atribuída ao peso do cadáver ou a um simulador desse porque é reencontrado também na área do peito.679%. O fator de luminosidade médio do 27º e do 39º chamuscado (a cópia foi pregada como sendo o Sudário. Chamuscadura marcada que. as tonalidades mais evidentes que aparecem sobre o Sudário na área do dorso e do tórax. . ninguém conseguiu reproduzir em um pano de mais de 4 metros uma imagem leve e precisa. da qual. Apesar do saber acumulado ao longo dos séculos. em situações mais favoráveis. com uma segurança surpreendente na utilização do sangue venoso e arterial de pessoas vivas ou mortas. tem de se conhecer a chave de leitura. Alguns tentaram. por exemplo. certamente com a melhor das intenções. como nos códigos cifrados. que se revela depois dessa viagem histórico-científica como o maior tecnólogo de todos os tempos. Criou-se uma figura evanescente. ou uma obra tecnologicamente fabricada de empenho medíocre. desvendar o mistério do Sudário. Apesar de ter feito algum progresso seguro no conhecimento dos mecanismos da formação da imagem e ter acertado a importância de alguns fatores experimentais. a presença de aloé e mirra. os cientistas de hoje. uma obra que somente um gênio poderia realizar. como. de absoluto realismo. que é o negativo fotográfico. O professor Piazzoli afirmou que "é tão absurda a . apenas chegaram perto.Uma primeira consideração Tudo o que foi mencionado sobre o método de formação da imagem. não faz mais que confirmar a excelência do nosso artista. como os antigos..existência do Sudário. nós também somos obrigados a repetir: Hic Rodus.. hic salta. Mas já é tempo também de considerarmos outros aspectos do nosso personagem. . que Pesce Delfino produz Sudários. Piazzoli. quer dizer: Façam-nos ver pelo menos um dos Sudários dessa rica produção para que possamos também acreditar. "Ecco le falle della Sindone". in: L’Unità. O articulista é mestre em física geral da Universidade de Pádova.” Beato ele! Todavia. 84 A. 23/03/1996. a seu bel-prazer84. profundo conhecedor do Evangelho (em particular João 19. Bologna.39). porque a presença dos aromas no Sudário é coisa certa. cardeal Micbele Pellegrino. Turim. da comissão de especialistas nomeada pelo cardeal Pellegrino com relação à temática 85 P.. estamos certos de que. estão em: Supp. Também Michael Adgé86 confirmou que a resposta negativa de 197387. in: La Sindone: scienza e fede. Rivista Diocesana Torínese. in: Sindon. "Rilievi sperimentali su alcune proprietà del Taloe e della mirra". O professor Baima Bollone85. foi necessário aspergir os dois aromas no pano. Turim.. Clueb. Adgé. aloé. 86 M. Baima Bollone. CIS. 1983. nº 30. dez. . 1981. L. "Primi risultati delle ricerche sí fili della Sindone prelevati nel 1978". Nesse caso. visíveis no microscópio óptico. Ata do II Congresso Nazionale di Sindonologia. jan. fotografou as fibras por ele retiradas em 1978 e descobriu alguns materiais morfologicamente idênticos à mirra.Um grande conhecedor do mundo antigo Os aromas Não podemos afirmar com absoluta certeza que o aloé e a mirra foram utilizados pelo nosso humanista para produzir a imagem. em 1969. Nesse congresso foi demonstrado que 2 miligramas de aloé são suficientes para eliminar a coloração esverdeada produzida por 1 miligrama de sangue em solução de benzina e água oxigenada. 1976. mirra ou saponáceo sobre um tecido. 87 Pesquisas e estudos realizados pela comissão de especialistas nomeados pelo arcebispo de Turim. revelando que o traçado micro espectrofotométrico do fragmento de um fio extraído do pano do Sudário correspondente ao do pé direito da imagem apresenta a mesma composição inorgânica obtida experimentalmente por meio de uma mancha de sangue. na do professor Gaetano Intrigillo. Fasola e G. sucessivamente.natural das supostas manchas de sangue. Sebastiano Rodante e. “Relazione preliminare all’analisi chimica del materiale prelevato all’ interno dei sepolcri delle catacombe ebraiche di Villa Torlonia a Roma”. que observou um simples erro de transcrição onde se fala em cem libras de uma mistura de mirra e aloé: uma quantidade excessiva para um cadáver. . op. M. Vigliano. Ver também intervenção às discussões no fechamento do IV Congresso Nazionale di Studi sulla Sindone. Em seguida. in: La Sindone – Indagini scientifiche. e muitas destas últimas descobertas confirmariam as pesquisas de Giovanni. 88 V. Turim. ou nas paredes do interior do sepulcro. in: La Sindone e Ia scienza. p. mesmo indireta. e analisadas duas amostras provenientes de locais diferentes. em seguida apagou-o com água de resfriamento e obteve coágulos e contornos segmentados como aqueles que podem ser observados no Sudário. ambas consistentes em fragmentos de tufo e na superfície uma substância enegrecida. todavia. Paolíne. 1978.. descobertos nas catacumbas hebraicas de Vila Torlonia. em Roma. Foi possível distinguir grupos de comportamento cromatográficos análogos àqueles dos derivados de antracêmicos presentes no aloé e traços de material resinoso como a mirra. Moroni fez uma simulação do incêndio de 1532. Esse tipo de procedimento não foi documentado no Talmud ou por outros escritos hebraicos. Fasola obtém outras confirmações das catacumbas hebraicas ao sul de Roma designada Vigna Randanini88. foi atribuída exclusivamente à presença do aloé. Uma outra confirmação. M. 423. Experimentos análogos foram conduzidos na presença do dr. traços de materiais resinosos e elementos presentes no aloé foram encontrados no terreno das tais catacumbas. cit. Coero Borga. Ata do II Congresso Internazionale di Sindonologia a cura di P. mas não para ser passada como uma solução aquosa sobre as telas funerárias. provém do costume de untar as paredes dos locais reservados aos hebreus do século I. pôs fogo em um pano embebido de solução de aloé e mirra. A tela utilizada. O tecido foi então redobrado segundo o esquema proposto por Tonelli: constatou-se que um dos ângulos chamuscados sobrepostos permanecia mais elevado do que os outros três. molhado. Jesus foi imediatamente envolvido no lençol sem que tivessem tido tempo de lavar o corpo 89 Baima Bollonecita no volume L’impronta di Dio. foi umedecida previamente em uma solução aquosa de aloé e mirra. e em toda a espessura da tela sem alcançar o ângulo mais alto. Essa porção triangular foi somente umedecida por capilares e mantiveram uma coloração mais escura. Sobre a tela não se observou nenhum tipo de sinal que indicasse o limite entre a área molhada e aquela aonde a água não chegou. Tonelli. A tela do experimento. Como contraprova utilizou-se uma velha tela cheia de pó não impregnada de aromas. com base nos traços deixados no Sudário pelo incêndio de 1532. Milão. Dobrada em quarenta e oito partes. . também in: Rivista dei Giovani. em um ângulo da cobertura. transportado para o sepulcro. determinou o modo segundo o qual a tela tinha sido dobrada no relicário89. por causa da sedimentação da soldadura de estanho. uma vez desdobrada. clareou-se porque cedeu boa parte da solução aquosa de aromas absorvida com antecedência. com metade da dimensão da do Sudário. A terra O evangelista narra que. que. Mondatori. o documento “Verso l’ostensione della Sindone”. de fato. Uma similar disposição explica como a água do resfriamento penetra. 15/08/1933.Para essas experiências fez-se referência aos estudos do professor A. apresentava algumas manchas quadrangulares de contornos segmentados e de coloração mais intensa que no restante do tecido que. 1985. do mesmo modo foi deixada por oitenta horas umedecida em água rica em calcário. ele foi um dos fundadores de um método de indagação em criminologia baseado nos estudos do pólen das plantas. 1983. mas pequenos traços que não fugiam ao microscópio91. O suíço era Max Frei. Lagrange. Também os cristais de aragonite colocados na área dos pés. jan/fev. CIS. . calcanhar e nariz um pouco de terra misturada com sangue. S. dirigiu por vinte e cinco anos o serviço científico da Polícia Criminal de Zurique e foi professor especializado em criminologia92. 34-43. Sinopse dos quatro evangelhos segundo a sinopse grega.dele90. Brescia. Turim.pertence a um só tipo de planta. tradução que foi objeto de detalhadas críticas. encontrados nas tumbas escavadas na rocha. Frei diz que qualquer grão de pólen . o prefácio de Paolo Barbera e Piero Ottaviano no volume da nota 62. Vê-se. pp. op. enquanto em João é utilizado o termo bandagem. os mesmos.o elemento que fecunda as plantas superiores . nas proximidades de Jerusalém. Isso não fugiu aos olhos do nosso artista. 139140. O argumento foi retomado por L. "Ricordo del prof. 91 F. Mas. 92 P. 14. Max Frei-Sulzer (1913-1983)". Morcelliana. cap. um dos elementos mais originais que embelezam a nossa obraprima não teria sido colhido até hoje se o acaso não o houvesse conduzido para debaixo dos olhares atentos de um estranho senhor suíço. O minúsculo grão (vinte dividido por duzentos milésimos de milímetro) tem uma proteção externa muito resistente. in: Arqueologia. o que lhe permite permanecer inalterado por milhares de anos. 1970. e denominado "palinologia". que pediu ao tribunal de Turim que autenticasse as fotografias feitas do Sudário pelo dr. in: Sindon. Sobre as pirâmides foi encontrado grãos de pólen de mais de cinco mil anos de existência. o que é mais importante. Ver também Sindone o no. como já mencionamos. que colocou sobre o joelho esquerdo. Fossati na Coligação Pró-Sudário em março-abril de 1994. por exemplo. 1981. "O Sudário de Turim através do microscópio". pp. L Baima Bollone. Nenhum simples coágulo visível a olho nu. Evans. PellicorieM. mostram a precisão inigualável da reconstrução. Judica Cordiglia alguns anos atrás. Os sinóticos falam de lençol. O pólen Portanto. Uma vez que mais de 95% desses grãos provêem das cercanias dos lugares onde 90 J. formado em 1937. nº 34. onde o professor Bollone faz uma rápida síntese de toda a façanha relativa à individualização dos grãos de pólen. cit.. pp. Raoline. Assim. Incluindo os grãos de pólen obtidos na segunda retirada. na noite de 21 de novembro de 1973. Turim. Frei trabalha meticulosamente por diversos anos. pp. Trata-se então de identificar e classificar os eventuais grãos de pólen encontrados nas tiras. 277-284. Palestina. Constantinopla. pouco antes do início da primeira transmissão de televisão. a desejada autorização e pôde aplicar algumas tiras adesivas em diversos pontos do pano (um total de 240 centímetros quadrados de superfície). . segundo as lendas. 1979. Chipre. sete. Frei: "II passato delia Sindone alla luce della palinologia". 27-29/11/1981. a presença do Sudário rendia-se inexpugnável. malgrado as grandes dificuldades burocráticas que se opunham ao projeto. Uma nova retirada foi feita em 1978. o material polínico necessário para uma confrontação. de terrenos rochosos do Oriente Médio.são encontrados. em várias áreas geográficas. antiga Edessa. identificou cinqüenta e seis tipos de grãos existentes até os dias de hoje. Começam assim as viagens de Frei por todo o longo Mediterrâneo onde a tradição reza que tenha transitado o Sudário: França. Frei foi golpeado por uma notável quantidade de pó que foi encontrada na tela e pediu insistentemente a retirada de algumas amostras. "Identificazione e classificazione dei nuovi pollini della Sindone". Coletadas para uma comparação quase resumida entre algumas fotografias e o Sudário. na longínqua Urfa. Bolonha. Frei obteve. e se o material bibliográfico disponível não for suficiente. entre eles destacamos: dezesseis são de zonas arenosas e salinas. limitada às partes mais externas do linho. recolher pessoalmente. in: Atas do II Congresso Internazionale di Sindonologia. até o planalto turco. 1983. 7-8/10/1978. in: Atas do II Convegno Nazionale di Sindonologia. iguais à da Palestina. um sinal importante de que naquele lugar floresce um determinado tipo de planta. que. programada há muitíssimo tempo. a presença deles é um achado. 191-200. depois fornece os primeiros resultados93. Clueb. duas florescem aos pés dos muros de 93 M. . transportadas por insetos. L "Principal: avvenimenti da quando Ia Sindone passo ai Savoia". Alguns desses grãos estão presentes também em Constantinopla. existem casos em que as espécies botânicas são dificilmente distinguíveis umas das outras. provavelmente uma lembrança da ostentação concedida pelo duque de Savóia a Vercelli pelo laborioso trabalho executado no período da morte de Amadeu IX94. set/out. dezesseis. mas os ventos típicos não sopram por toda a costa oriental do Mediterrâneo. in: Collegamento Pro Sindone. Como os sucessivos estudos confirmaram. e por isso não justificariam a presença dos grãos de pólen orientais. metade dos grãos provém de flores entomofilias. Houve uma objeção de que esses poderiam. em plantas européias comuns. enquanto um deles é típico dos arredores da cidade. seria necessário analisar um elevado número de grãos.. Trata-se de fato de espécies que não se encontram na Europa. para um diagnóstico correto. isto é. 1993.Jerusalém. enquanto a outra metade está presente em espécies de larga difusão transportadas pelos ventos de regiões por onde. Como se observou. que tinha como capital "Edessa". por isso os grãos de pólen não fazem parte dos materiais fracionados existentes em cores antigas. e outros doze. em condições excepcionais. Não se encontram vestígios de coloração. Foram até mesmo encontrados traços de aloé. com base em indícios e documentos históricos. serem transportados pelo vento e atravessarem o Mediterrâneo. 94 Fossati. transitou o Sudário. de regiões orientais da atual Turquia. nem nas diversas estações de floração. As pesquisas de Frei forneceram provas indiciais muito significativas. Existe também o do arroz. Outros dezesseis tipos se encontram tanto na Europa quanto no Oriente. portanto. 22-27. Os autores reconheceram vinte e oito flores primaveris da Palestina. "Indicazioni floreali per Porigine geográfica delia Sindone di Torino". e de modo análogo na moeda emitida durante o reinado do imperador bizantino Miguel III (842867). pp. "The current status of pollen research and prospect for the future". Alguns levantaram a hipótese de que o Sudário pode ter sido usado como toalha de altar nas cerimônias solenes de Páscoa. Paris. Symposium. 495-500. não podemos nos surpreender com mais nada. Com que segurança! Poderia ter caído facilmente em uma armadilha juntando. Turim. encontrou diversas espécies de flores visíveis na tela. Cielt. present and future. Eis então outro enigma: como teria feito o nosso artista para procurar os grãos se o maior deles mede somente dois décimos de milímetro? Mas. Ipotesi senza valore". "Floral coin and other non-body images on tht Shroud of Turin" in: Symposium Scientifique International sur le Linceul de Turin. Por outro lado. Whanger e M. 2001. uma planta endêmica que cresce no solo de Israel. a presença do zigophyllum dumosum. em vinte e cinco delas. C. essas flores deveriam ser bem visíveis porque motivos florais aparecem em muitos ícones. 12-21 . mas tal hipótese parece não ir ao encontro de nenhuma das últimas pesquisas iconográficas e textuais98. in: Il Telo .. WHANGER. da Universidade Judaica de Jerusalém. 97 A. "Sindone tovaglia dell'ultima cena. in: idem. mai. por exemplo. past. que na fotografia as impressões de flores frescas se entrevêem em torno do vulto do Sudário e alguns desses fragmentos foram reencontrados sobre o Sudário pelo arqueólogo Paul Maloney96. 95 A.Em vez de realizar essa análise. cit.Rivista di Sindonologia. Maloney. no Sinai. verificou-se. Int. além de outras plantas de origem oriental. que valendo-se das clássicas fotografias e dos negativos do Sudário. D. sob luz polarizada95. Sindon-Effatà. pp. in: Relazione al Symposium Scientifique International sur le Linceul de Turin. foi revelada. tirados em várias épocas. na auréola da imagem de Cristo. 2-5/03/2000. pp. agora que começamos a conhecê-lo. Danam. Frei já havia encontrado os grãos de pólen. Essas observações foram analisadas novamente por Avinoam Danin. G. "Micro-traces of plants on the Shroud of Turin as geographical markers. 98 Zaninotto. Particularmente. Scient. . 96 P. com certeza./dez. Op. in: The Turin Shroud. 7-8/09/1989. TorinoCantalupo. e em uma pequena área do Jordão97. e Marta Mariotti. planta muito conhecida além da Palestina e em todo o Oriente Médio. Por fim os pesquisadores de hoje ficaram muito espantados que se tenha encontrado grão em meio ao pó existente na tela. um possível itinerário do Sudário: Jerusalém. da Universidade de Módena. em Jerusalém.qualquer grão de oliveira. e o reaparecimento em Lirey. Porém nas mais recentes e sistemáticas indagações das professoras Daria Marchetti. não se encontram vestígios desse pólen. na região da Toscana -. Edessa e Constantinopla são etapas obrigatórias. Então os grãos de pólen provêm desses lugares! Falta somente Chipre99. sobre as circunstâncias do Sudário no período que vai dos dois saques de Constantinopla à obra das milícias da IV Cruzada (1204 e 1204). . 99 É uma das inúmeras hipóteses. em diversas localidades do Oriente .Horto das Oliveiras. não sem incertezas cronológicas. ou no mel das colméias situadas nos campos das oliveiras. qualquer ano antes de 1356. sobre os blocos de musgos retirados dos muros para secar. da Bertolani Universidade de Florença. nas oliveiras ou nos pés delas. na Turquia. Edessa e Adana. E qual é a prova do seu saber enciclopédico! Existe uma série de indícios que descrevem. de remota probabilidade. mas o nosso humanista teria tido bons motivos para não colocá-los em outros falsos indícios. na França. Godofredo de Charny. quando morre em batalha o primeiro possuidor certo do Sudário. e Campiglia. . . sem esquecer qualquer detalhe. 100 A frase é do professor Yves Delate e foi extraída do volume de fr. não existem traços de qualquer concessão à arte da sua época. Como todos os verdadeiros sábios. Saint-Rarres-LèsVaudes. o nosso artista nos mostra um outro aspecto da sua personalidade. não se prende àqueles defeitos considerados de tradição. Na sua obra de arte. aquilo que os críticos chamam de estilo.Um doutor anticonformista Para reproduzir os sinais da Paixão e da sucessiva crucificação. sem qualquer deslize. nem chegam perto do original. é fiel somente à verdade.1986. Um ilustre professor francês de anatomia comparada já em 1902 escrevia: "A imagem é de um realismo extremo e impecável. e se refuta a cada conformismo. caracteres que não se encontram em nenhuma obra iconográfica de qualquer época100". tomo I. Éditions de Ia Contre-Reforme Catholique. Bonet Eymard: Le Saint Suaire preuve de Ia mort et de Ia résurrection du Chríst. Mas vamos às particularidades. Já apresentar o morto completamente nu em plena época medieval é uma audácia sem precedentes. não cede nada à esquematização. Das cópias da tela que os pintores se esforçaram por reproduzir nas décadas seguintes não se conhecem mais de quarenta. nada às conveniências. B. que. que produziam no condenado um efeito devastador. . As elaborações digitais da imagem do Sudário e as fotografias em cores com fluorescência no campo do ultravioleta realizadas em Turim. de 1934 a 1948. se prolongado. Pellicori.J. membro da Academia de Ciências. 102 D. pelos pesquisadores americanos102 trouxeram elementos adicionais para uma confirmação definitiva.O flagelo As impressões frontais e. 103 É o flagrum. sobretudo. depois de um estudo profundo sobre o Sudário. pois l'Accademía. V. entre outros. se recusou a publicar integralmente. a dorsal apresentam pequenas manchas. ou ossos de animais. Os magistrados romanos eram sempre seguidos por carrascos que carregavam no ombro esquerdo um maço de varas de 101 P. 1965. é autor de uma das mais significativas obras já publicadas pelos estudiosos dessa primeira geração: La passion du Christ selon le chirurgien. professor de anatomia comparada da Sorbonne de Paris. "Digital enhancement of images of the Shroud of Turin". Op. escarnava até os ossos. Miller. D. Albuquerque. cit Ver também referência na nota 16. 1977. per spirito repubblicano. J. Paul Vignon e alguns médicos101 foram os primeiros a supor que se tratava de sinais de flagelação dos quais falam os evangelhos de Mateus. Apostolat des Éditions. em 21 abril de 1902 apresentou as suas conclusões em uma publicação intitulada Llmmagine di Cristo visibile sul Santo Sudarío di Torino. Com a definição das imagens intensificada não foram individualizadas nem 120. e um agnóstico convicto. em grupos formados por pregas paralelas que sobem oblíquas até as lâminas dos ombros. cirurgião militar durante a I Guerra Mundial e do Hospital São José de Paris. E. em 1978. As dorsais aparecem em forma de leque. com pesos de chumbo nas extremidades. Yves Delage. F. o médico Pierre Barbet. Marcos e João. e S. do qual já se escreveu. Descobriu-se que se tratava de feridas provenientes de contusão e corte e tinham cerca de um décimo de milímetro. Vignon. in: Proceedings of the United States Conference of Research on the Shroud of Turin. unidas entre si por duas ou três escoriações transversais. encontrado nas escavações de Herculano e nas catacumbas de Roma. porque nem os cidadãos romanos estavam isentos. Lorre. também. Era com essas fustigações que se puniam os escravos. O flagelo romano103era composto por tiras de couro. Tratava-se evidentemente de sinais de flagelação. Lynne J. que se encontra em algumas moedas romanas e foi. in: Atas do III Congresso Nazionale di Studi sulla Sindone. onde os sinais visíveis de sangue perfazem mais de trinta perfurações. Trani. Isso também foi notado pela freira Clarisse. Os sinais de flagelação que se observa no Santo Sudário confirmam o testemunho do evangelista Lucas quando afirma que a vontade inicial de Pilatos era infligir ao acusado uma flagelação de severo castigo. Intrigillo. Todavia. enquanto. que foi entregue a ela sob custódia. a punição não podia matar o réu. amarrado por uma corda de cor vermelha. A coroa de espinhos A coroa de espinhos é uma outra prova de audácia que se coloca em rota de colisão com toda a imagem medieval. Não era uma coroa pequena. mesmo que o número de chibatadas fosse imposto por ordem do magistrado. a pedido de P. pp. depois do incêndio de Chambery. repugnando. de joelhos. remendava e cobria a tela. Também as manchas de sangue produzidas pela perfuração não deixam dúvidas. a vontade dos judeus de condená-lo à morte. 104 Citação tirada de S. Coero Borga e G. Rodante: "Sudario e anamnesi". porém. Durante a operação de restauro ela observou a sua divina testa perfurada por grossos espinhos dos quais escorriam sangue que grudava em seu rosto104. que era o símbolo e ao mesmo tempo o instrumento do poder de coerção da autoridade. Nos exércitos romanos. Milão. 281-292. 13-14/10/1984. para os soldados do rei as culpas gravíssimas não era coisa insólita. Paoline. Na era republicana os cônsules conseguiam as varas até mesmo fora dos limites da cidade pois só com elas atestavam o seu direito de vida ou morte.olmo. . mas um verdadeiro capacete que envolvia toda a cabeça. com agulhas de ouro. pelo contrário. a flagelação seguia até a morte com varas ou qualquer outro tipo de instrumento iguais aos supracitados. Barbet assegura a probabilidade de que existissem uns maços no pretório para o aquecimento da corte romana. colocando-se a fonte luminosa do lado do avesso do Sudário. que se bifurca seguindo duas direções. e que foi preservado como um tributo à pia mãe do imperador Constantino.24. sem dobrar-se. seja venoso. hoje notada perfeitamente por nós105. sugere um movimento alternado da cabeça. Por exemplo.L. A ferida do pulso esquerdo Uma grande ferida é perfeitamente visível no pano. Turim. "La coronazione di spine ali a luce delia Sindon". P. à esquerda do vulto. com a anatomia topográfica da cabeça. mais escura. e ainda hoje pode ser 105 106 S. Baima Bollone. 1976. Op. Helena. e o de sangue arterial sobre as têmporas. Rodante. n. bem visíveis sobre a fronte. o escorrimento de sangue venoso em forma de 8. utilizado pelos antigos carpinteiros romanos. de mais ou menos 1 centímetro: é a marca de sangue que preencheu o buraco do prego depois que este foi retirado. cit. à esquerda da imagem. seja arterial. in: Sindon. revelaram uma mancha quadrada. na área do pulso esquerdo. . As análises obtidas com a luz ultravioleta. sobre o púbis. Baima notou que as diferenças entre outros ramos espinhosos do zizyphus são bastante flexíveis.O professor Rodante verificou a exatidão de diversos traços desse tipo de sangue. o qual já mencionamos. 320. p. enquanto o direito permanece escondido. mas seus espinhos penetram como agulha na pele106. CIS. um desses pregos quadrados de cabeça chata. porque as mãos permanecem cruzadas. Do professor Baima Bollone aprendemos que a tradição quer a coroa de espinhos formada por um emaranhado de ramos de zizyphus (espinho-de-cristo). Dillen. de outra forma não se entenderia como o martelo poderia tê-lo golpeado. 108 Do ponto de vista anatômico entende-se por mão o conjunto formado pelos dedos. um caminho natural onde o prego passa facilmente. e onde se mantém solidamente pelo osso do pulso e pelos Vigamentos anulares anteriores110. B. e este significado também era assim. para dar equilíbrio ao peso. no passado. Sobretudo os médicos que se interessaram pelo Sudário sentiram a necessidade de uma verificação experimental. Ver nota 100. 109 Na realidade. normal. há pouco amputado. que era o peso estimado de Nosso Senhor Jesus Cristo. de 8 milímetros de largura. a força que se exerce ao longo de cada braço. Observa também que o prego passando por aquele furo natural. para sustentar um corpo de mais de 80 quilos. fazendo-a destacar-se. 1937. e o pendura. Na realidade. porque a verificação dos quatro dedos foi encontrada na imagem anterior à época em que teriam levantado essa hipótese. Então vai à procura do ponto onde o Sudário parece indicar e o encontra. Mas eis a primeira dificuldade: toda a tradição pictórica mostra o crucifixo com os pregos que penetram nas palmas das mãos. Cinq plaies de Christ. mediante os braços que formam um ângulo de 60 graus em relação ao vértice. que é aproximadamente aquele apresentado pelos braços de um crucificado. Bastam dez minutos com um pequeno balanço para que o prego rasgue inteiramente a palma da mão. É o espaço assim referido por Destot: uma passagem anatômica préformada. Ambos deveriam ser juntados posteriormente. E com isso voltamos ao antigo problema: a data de nascimento do nosso artista. Barbet introduz um prego na palma da mão de um dos braços. ou a 3 de maio de cada ano quando os pregos da Santa Cruz descem ao nível do altar-mor da Basílica de Milão107. Barbet. amarrado a um peso de 40 quilos109. a palma e o pulso.visto na Basílica de Santa Cruz. provavelmente. enquanto o nosso artista faz sair sangue dos pulsos108. teria provavelmente lesado o nervo médio que comanda a flexão do polegar da mão. 110 P. Bonnet Eymard. Issoudun. mostra somente quatro dedos na mão esquerda. Naturalmente o homem do Sudário (era lícito duvidar disso?). é agora de 80 quilos. 107 Esse prego leva soldado na cabeça um anel o qual fez-se concatenar um segundo. em Roma. in: fr. demonstrou-se em seguida que basta que o nervo seja excitado por um simples esfregão para que o polegar se flexione e se solte embaixo da palma da mão. . Carella e G. São visíveis também em um medalhão.. cenas da vida de Cristo. Todas essas imagens foram realizadas antes do incêndio de 1532. que provocou outras e bem mais relevantes queimaduras. Abaixo dessa imagem foi retratada a cena do encontro da santa mulher com o anjo. Um outro documento antigo de manufatura seria do século XII. n?43. pp. "Un précieux monument d'art byzantine du l'ancíen tresordu saint Pierre: l'umbella de jean VII". em destaque. recordação de uma peregrinação por Lerey. um Cristo morto com as mãos cruzadas. e. 49-110. in: Rivista di archeologia cristiana. alternadamente. personagens bíblicos e da Igreja. n?43.114 Retornemos ao pulso rasgado. Croquison. 112 111 . in: La Sindone. The mysterious Shroud. Miller. nuovi studi e ricerche. Atas do III Congresso Nazionale di Sindonologia di Trani. di Mônaco. 1967. entre a decoração aparece o pomposo palio. A. em 1606. Quase dois séculos antes do manuscrito de Pray. formando um ângulo de trinta graus entre eles. Aparecem figuras simbólicas. cit. 131-135.1988. em torno de 1355. "Un précieux monument d'art byzantine du l'ancíen tresordu saint Pierre: l'umbella de jean VII". tabelião apostólico e arquivista do capítulo de São Pedro. Do pulso escorrem duas gotas de sangue que sobem pelo antebraço. "Caratteristiche sindoniche nel crocefisso delleTremiti". 163. A mão direita com quatro dedos cobre a esquerda. 1967. pp.Quatro dedos mostra o Cristo ungido por Nicodemos do manuscrito Pray de 1192. Wilson e V. e em uma tela de Durer. de 1516. Croquison. 49-110. conservado na Biblioteca Nacional de Budapeste111. Esse pálio litúrgico fazia parte da decoração do Oratório de João VII Giacomo Grimaldi. No princípio do século XX o desenho voltou à tona. p. ao centro. no arquipélago de Tremiti (1016)112. D. 113 J. op. Nova York. 114 J. Aos seus pés está um tecido no qual aparecem quatro grupos de queimaduras: são pequenos furos dispostos em L e semicírculos idênticos àqueles que se encontram no Sudário à altura dos rins e da panturrilha. pp. o crucificado com quatro dedos se encontra no Santuário de Santa Maria ao Mar. bordado em ouro e prata. como se o crucificado tivesse assumido durante o suplício. Doubleday. in: Rivista di archeologia cristiana. duas diferentes I. é o já mencionado palio do papa João VII (705-708)113. descreveu e desenhou antes que o Oratório fosse demolido. o que acarretava falta de espaço para as cruzes e falta de cruzes para as vítimas. para desmoronar a resistência inimiga realizavam-se quinhentas execuções por dia. NS-1989-Q. Para incrementar o divertimento. aparentemente pouco significativas. Em outras circunstâncias. que se prenderam a uma cruz com bandagens amarradas sobre os pulsos. Turim.posições. É o que narra. . pp. Baima Bollone. Entretanto. Flávio Josefo na Guerra judaica: durante o assédio a Jerusalém dos anos 70 depois de Cristo. com as respectivas bifurcações. existiam muitas variantes do suplício. Certo. Com efeito. devemos considerar que no Império Romano a crucificação foi abolida em 314 por : Constantino. Nº 1. As duas gotas de sangue. Aventaram hipóteses de que o condenado levanta o corpo para poder respirar e depois volta à mesma posição. in: Sindon. Damasco em 1247 (P. e seus assistentes. CIS. que originalmente era 115 A última execução capital mediante crucificação foi a de um escravo turco em . pressupõem conhecimentos precisos da crucificação. por exemplo. os experimentos realizados por Herman Mudder. utilizavam também cordas. a circulação do miocárdio tornava-se cada vez mais insuficiente. Alguns deles desmaiaram depois de alguns minutos. os legionários faziam os inimigos assumirem as mais impensadas posições. L. e se pode duvidar que a modalidade de execução no império turco do século XIV tenha sido igual às romanas de catorze séculos atrás. as duas gotas de sangue dos pulsos indicavam uma modalidade de crucificação que estão de acordo com as leis da física. 23-29). demonstraram que não seria possível resistir por muito tempo nessa desconfortável posição: a respiração tornava-se cada vez mais difícil. o gás carbônico acumulava-se nos pulmões e no sangue. porque os legionários utilizavam sobretudo aquilo que tinham à sua disposição. um suplício demasiadamente difundido no mundo romano115. e com o pouco que sabemos daquele antigo suplício: o condenado era obrigado a transportar o patibulum. um radiologista alemão. Todavia. Somente quando lhes fosse permitido permanecer um pouco nas pontas dos pés é que se notava um retorno às condições normais. mas um dos soldados. Depois que o condenado tivesse sido fixado ao patibulum. . no caso de Jesus. para depois cair na mesma posição. sobre os inferiores ninguém Rara um estudo mais apurado da crucificação romana ver as publicações do professor Cino Zaninotto. Esses testemunhos concordam com as golfadas de sangue no pulso. colocando entre as pernas um banquinho ou debaixo dos pés um supedâneo. Algumas vezes. Edizioni Paoline. e o próprio Pilatos ficou espantado.. pregado pelos pés com dois pregos116. o condenado procurava um modo de levantar-se pelos pés. Rodante. salvo poucas exceções. Logo após os pés terem sido pregados. 116 . transpassou o seu flanco. o condenado era estendido na terra com os braços abertos. ver G. ou em partes. Até o século XII as imagens.33-34) narra que por isso não Lhe quebraram as pernas. Atas do IV Congresso Nazionale di Studi sulla Sindone a cura di S. Especialmente : sobre o número de pregos. se o problema da crucificação pelos membros superiores é aceita por quase todo o universo. estendendo os braços na posição horizontal. não tinha nem banquinho nem supedâneo. Mas o Evangelho atesta que Jesus morreu na cruz depois de apenas três horas. Milão. e ao pé direito Motivo de debates entre os estudiosos. mostram Nosso Senhor Jesus Cristo. pregado pelos pulsos ao patibulum e depois levantado verticalmente. por aquele pouco tempo consentido pelos pregos. faziam continuamente. dessa forma. enquanto o corpo pendia para baixo. foi o fato de que Jesus tivesse sido crucificado pelos membros inferiores com um ou dois pregos. 1988. na hipótese de que. in: ia Sindone .Indagini scientífiche. 17-18/10/1987. era içado com cordas. Por isso o sangue escorria do pulso em duas direções diferentes. Zaninotto: "La crocifissione a quattro chiodi e l'uomo della Sindone". manifestava naquela posição sinal de asfixia. Todavia. para prolongar o sofrimento do condenado. No nosso caso.uma trave também utilizada para pregar os escravos fugitivos. João (19. com um golpe de lança. Siracusa.. pois contém os ossos de um homem que foi crucificado. acelerava a morte. Para saber mais sobre Giv'at ha-Mivtar ver: V.que viveram em um trágico período. sugeriu uma solução sem. os pés estão praticamente invisíveis. reacendeu o debate. nº20. O crucificado tem escrito o próprio nome. enfim. à destruição do templo em 70 d. enquanto os pregos transpassavam o calcanhar direito. em aramaico. em um lado da urna de pedra que contém os ossos. Tzaferis. No 117 A localidade tem o nome de Giv'at ha-Mivtar (colina da divisão). pp. em Jerusalém. Uma das urnas tem uma importância particular. o nosso discreto artista pouco se comprometeu e mais uma vez. Na imagem frontal. e. os 10 centímetros. 18-32. mas o significado da ultima palavra é incerto. Um acontecimento fortuito. um para cada pé.C. que o prego no calcanhar não superava. bloqueando os movimentos. Havia fratura na tíbia e no perônio esquerdo. contudo. Esses sinais traumáticos indicam que o prego das mãos penetrava na área do carpo. aparece nitidamente a impressão completa da planta do pé direito e do calcanhar esquerdo como se a tela tivesse sido virada de cabeça para baixo. porque muitas delas revelam sinais de morte violenta. fincados à direita e à esquerda da base. apresentá-la imediatamente com evidência.mulheres. com aquela sutileza que já conhecemos.1978. o Grande. fora dos muros de Damasco. Mas não foi mencionado que se procedesse sempre do mesmo modo. o condenado havia sofrido a fratura nos membros inferiores (crurifragium). homens e crianças . Os arqueólogos israelenses estão certos de que estas pessoas viveram nos anos que vão da morte de Herodes. o único exemplo de um crucificado que foi encontrado117. São as tumbas escavadas na rocha: dentro das quinze urnas de pedra que foram conservadas encontraram restos de trinta e cinco pessoas . . Lê-se JOÃO-JOÃO FILHO DE HCQWL. in: Israel Esploration Journal. enquanto na dorsal. De qualquer forma. pode-se supor terem usado dois pregos. com a ponta curvada. e o antebraço apresentava uma bandagem na área do rádio. "Jewish tombs at and near Giv’at ha-Mivtar . que.está de acordo.Jerusalém". MillereS. 118 G. 1989. o nosso artista quis nos mostrar que. Diamo le prove. Naturalmente o nosso artista não se esqueceu de que os membros inferiores do Sudário não devam apresentar sinais de ruptura. O sangue desce. Op. sem turgidez. que se abre em numerosos filetes. Ricci. 47V. o pé esquerdo estava sobreposto e a strito contacto com o direito118. mas coágulos com um halo de soro ao redor (encontrado também nesse caso pela fluorescência do ultravioleta)119. A ferida nas costas É ainda o evangelista João que nos fala do soldado que feriu Jesus morto com uma lança. um corte elíptico de 45 milímetros de comprimento e 15 de largura. segundo o seu parecer. há a reprodução de uma chaga feita por uma arma de corte. 49. 119 . cit. como em outros pontos da tela. Edizioni Carroccio. pelo abdômen e o encontramos sobre o dorso. Uma ferida da qual saiu sangue e água. Da ferida escorre uma abundante golfada de sangue cadavérico já separado em seus componentes corpusculares e soro. pp. nítido. como era visto que já estava morto não Lhe quebraram as pernas.revelado também com a radiação de ultravioleta -. F. um furo quadrado . do qual faz comparação na imagem anterior com uma mancha de sangue tão larga quanto a superfície superior do pé. pois. Pellicori. Com grande maestria e discrição. com a forma de uma larga faixa. pois. Por outro lado. Vigodarzere (PD). L'uomo delia Sindone é Cesü. não uma impressão contínua. a 12 centímetros do esterno. Também nesse caso nada foi esquecido na criação de uma imagem de total veracidade. a posição dos pés que não estão na mesma altura e que deu lugar à lenda de Cristo manco pareceria estar a favor desta última hipótese. segundo narra o evangelista João.plantar direito. Na parte direita do tórax. D. como são as feridas de pessoas mortas. na área do metatarso. e bordas abertas. sinal de que o coração já não batia. C. feria tanto com a ponta como com o fio. Os procuradores tinham sob seu comando tropas auxiliares." Essa lança era semelhante aos exemplares provenientes das escavações arqueológicas e idênticas em comprimento à encontrada em Jerusalém e datada da época da guerra judaica. foi transformada em província romana. L. La Sindone-lndagini scientifiche. S. Le lesioni di punta ed il colpo di lancia visibili sulla Sindone. 1988.C. Em geral a lâmina era em forma de folha de salgueiro e. Cinisello B. parecia uma arma pertencente ao exército romano e às tropas auxiliares: "Quando. .. Rodante. Quase seguramente o nosso artista não pôde revelar a relíquia original. Edízioni Paoline. pelo menos até o final dos anos 70 d. conservada nos palácios imperiais de Constantinopla do século VIII até a queda do Império Romano do Oriente (1204). que não formou em seu território. aquela que a tradição atribui ao centurião Longino.A lança do Sudário. portanto. nenhuma legião. foi confiada por isso a um procurador. mas é certo que foi adquirida de modo ainda ignorado e com excepcionais conhecimentos. A lança era a arma por excelência do exército romano. Rilievi di anatomia topográfica e radiologica. entre as populações nãojudaicas da Palestina120. 120 In: Coppini. em 6 d. tanto no campo médico quanto no arqueológico. de tal forma que os romanos davam a ela o nome de Quiriti. a Judéia recebia pela primeira vez um presídio e considerada como de escassa importância estratégica. o militar que reconhece a divindade de Jesus no momento da sua morte. levadas por eles para o ponto mais alto do seu território. Judica Cordiglia..357. pp. mas de acordo com seu estilo. ao observar as elaborações feitas no período das revelações das fotografias em branco e preto. que lhes permitia obter uma imagem tridimensional. "Images of coins on a burial cloth?". Jackson et al. 74-94.J. que só compreenderá aquele que se esforçar em compreender. Conference of Research on the Shroud of Turin. que em uma ampliação em relevo sobre os olhos do vulto do Sudário sobressaem duas espessuras da dimensão de um botão. 1977. e outra. in: K. J. como uma moeda121. de forma circular. "The three dimensional image of Jesus burial cloth". "Computer related investigation on the Holy Shroud". John Jackson e Eric Jumper.A moeda sobre o olho direito O nosso humanista sabe também que não podemos duvidar nem do campo arqueológico nem da numismática antiga. S.). pelo dr. ou seja. em 1931. entre outros. . Nova York. Jumper ei ai. Eric Jumper assinala. naturalmente não de maneira explicita. pp. Quase nessa mesma época um farmacêutico de Stradella. Proceedings ofthe 1977 U. em 1977. distinguia sobre as pálpebras do vulto do Sudário duas superfícies em relevo: uma. de modo crítico. (ed. J. Jackson et al. Nesse caso a solução do enigma sabiamente proposto está fácil.350-1. revelada. Pietro Ugolotti mesmo 121 E. jul. em 1969. porque ele mesmo nos disse. 1. Stevenson. in: idem. in: The Numismatist. Ele nos deixa uma primeira pista. ou em slides coloridos. pelos investigadores americanos da Academia de Aeronáutica dos Estados Unidos. quando executaram a elaboração eletrônica das impressões das fotografias do Sudário. P. E. tiradas por Enrie. P. elíptica. 1978. Essa não foi a única e interessante descoberta do dr. porque. e não teria uma grande ressonância entre os cientistas. XXI. de "Tibério César".C. Instituto da Enciclopédia Italiana.C. uma das insígnias do poder dos magistrados e dos sacerdotes sobre os itálicos122. a princípio o lituo foi uma espécie de batuta mágica. . Temos. jesuíta e professor da Universidade de Loyola. isto é. Com a ajuda de um expert em numismática. foi cunhada pelo procurador Pôncio Pilatos123. as seguintes para os decimais. de 30-31 d. isto é. ele pesquisa catálogos e realiza testes. em grego. indicações com LlZ (o símbolo 5 é um antigo sinal minúsculo introduzido entre as primeiras letras do alfabeto com valor 6). uma espécie de bastão. em relevo. governou a Judéia de 26 a 36 d. O padre Filas atribuiu então o decalque das letras que aparecem no Sudário à moeda de Pilatos porque tinha o mesmo cunho. Também Tácito o menciona em seu Annali. Milão. na cúria dos Salii palatini. Rômulo serviu-se para repartir. em Chicago. de aproximadamente 17 milímetros de diâmetro. portanto. I. Verossimilmente. para as moedas de 29-30 d.C. com a extremidade superior arqueada e sem nós. conservava-se um lituo do qual. de acordo com o ritual etrusco. falamos de Pilatos. às quais correspondem as letras LIH. a dileptun lítuus. O símbolo que aparece é um lituo. segundo a lenda. depois do evangélico Flavio Giuseppe em Antichità giudaiche e Fílon de Alexandria em Legazione a Caio. A data de emissão das moedas é precedida por um L que significa do ano (genitivo de termos lukabas). Em agosto de 1979. A. de uma moeda. Uma moeda similar. e é impressa com letras maiúsculas do alfabeto grego: as primeiras nove letras para as unidades. por ironia. com idêntica inscrição. C. era proveniente de um farmacêutico de Stradella. o padre Filas. indicadas com LIZ. as regiões da cidade por ele fundada. Em Roma. identificou sobre a pálpebra direita da área em relevo quatro letras dispostas em arco: Y. Rizzoli. empregado para delimitação do templo. 1934 Mesmo que alguns neguem que isso existiu. e por fim. e o mesmo símbolo tido como procedência do procurador Valério Grato (15-26 122 123 Enciclopédia Italiana. para no final descobrir a existência de moedas de bronze de pequeno diâmetro em cujas bordas aparecem as palavras TIBEPIOY KAICAPOC. e o padre Filas pergunta se não se trata de uma escrita parcial. grosso. as de 31-32 d. do espaço celeste correspondente ao espaço terrestre que deveria ser consagrado. enquanto observava algumas ampliações das fotografias de Enrie. Quinto dos procuradores romanos.C. porém. 126 Em um crânio.) e uma de Herodes Arquelau (4 a. Cavedoni (1856). onde se obtém simplesmente a imagem captada pela objetiva fotográfica. Ainda recentemente apareceu. Antes de tudo.C).C-6 d.C. KAI-CAPOC se inicia com K e não com C.C. Fazem referências a moedas dilepton litus datadas LIA D. Vocês imaginariam aplausos entusiásticos à frente de tamanha descoberta. F. numerosos argumentos se opõem a uma plena aceitação do que afirmava o padre Filas. enquanto no outro duas moedas de Herodes Agripa I (37-44 d.C. 12-13/07/1996. quando o padre Filas encontrou uma moeda da coleção que mostrava um C em vez do K. Madden(1864). Nesse caso foram revelados dois pequenos fatos. que essas emulsões são visíveis no negativo. mesmo não sendo de Stradella. uma moeda de Hircano II (63-40 a.)124. Há algumas objeções. . Um erro primário por não ser expert em língua grega? Somente dois anos depois.C). moeda grega de pequeno valor. Pelo contrário. Sestini (1796). quando o pobre padre tornou pública a notícia. o segundo revela uma moeda de Herodes Agripa I na câmara funerária da família do sumo sacerdote Caifás.d. Esses achados confirmam o costume de colocar moedas nos olhos dos defuntos. De fato. Mas era costume hebraico colocar moeda nos olhos dos defuntos? Também aqui sucedem-se infindáveis querelas. do período próximo ao período em que viveu Jesus: o primeiro revela moedas na parte posterior interna de dois dos crânios encontrados no Cemitério Comunitário Israelita de Jerico126 e. segundo a qual os caracteres maiúsculos que o professor Filas teria acreditado distinguir não são senão bastõezinhos prateados retilíneos e curvos. segundo as quais as moedas eram colocadas na boca como óbolo. essa objeção foi arquivada. 125 "Cometi demolisco la tesi della monetina impressa sull’ occhio del Cristo". nas nuances fotográficas visíveis no microscópio. in: Bari Será. em 24 d. a tese do professor Pesce. do qual fala Luciano de 124 A moeda mostra no verso a data LIA. mas não na impressão. caderno Cultura. É notado. sobre essa notícia125. encontrou um grande ceticismo. quando não uma verdadeira hostilidade. ano XI deTibério. 329-343. Moroni. De fato. 129 Uma confirmação adicional foi dada por um arqueólogo israelita de Tel Aviv. Esse estudo permitiu também revelar que algumas letras de teor erudito não eram dispostas circularmente ao lado do báculo: do "C".D. out.)129. o XVI de Tibério (29-30 d. Ainda objeções. II. tav. que impedia que Caronte repetisse a passagem de Stige. pp. XXII. os lítius riverse tinham invertida também a legenda. v. repontava um dilepton lituus do tipo retrograde (invertido) também datado LIZ.Herod the Great through bar Cochba.C. um objeto que se vê pelo avesso. Lituus dilepta issued A. 66-78. Se a imagem é um decalque. que no volume Ancient Jewish Coinage. 1984. "The dating of the Shroud of Turin: two rare. 30-31 d. H. nº 2. em um extremo. um apaixonado colecionador californiano de moedas hebraicas cunhadas pelos procuradores romanos128.C. BrameJr. um interessante artigo de Brame. ano XVII de Tibério. a moeda deveria apresentar um báculo muito parecido com um ponto de interrogação. 24-25 by Valerius Gratus and A. . Mas também a escrita deveria estar de cabeça para baixo. Nova York. 128 A. mesmo que o estudo de testes e análise dos catálogos de pesquisas numismáticas introduzam sempre o báculo da forma já notada. n. isto é. É Mario Moroni que formula a objeção127.Indagini scientifiche. um mês antes de sua morte prematura. ao "A" 127 M. O professor Filas enviou-lhe em janeiro de 1985. No verso é nitidamente legível Is. Há evidências da presença de moedas de pequeno valor no fundo da caixa craniana apenas no caso em que caem no buraco orbital através da fissura superior. Ele cedeu a Moroni alguns exemplares da rara moeda de Pôncio Pilatos com o ambicionado ponto de interrogação. 1982. um dado que ninguém havia notado: se o báculo resultava invertido.D.Samósata. in: La Sindone . Y. 32. Meshroer. também o teor erudito do negativo deveria estar da mesma forma. pp. A objeção aparece com evidência somente após um novo estudo eletrônico realizado pelo professor Balossino em abril de 1996. in: The Augustan. nota 127. II. então a de Filas deveria ter o báculo girado de acordo com o eixo de cento e oitenta graus. "Ulteriore prova della presenza sull’occhio destro dell’Uorno della Sindonedi una rara moneta emessa da Ponzio Pilato". 23g . Amphora Books. 29-30 by Pontius Pílatus". previously unrecognized. Moroni e F. in: P. Entre esses estão as pequenas moedas". moedas que. cit. É claro que uma quantidade de objetos de dimensões reduzidas e de modestíssima massa não serve a esse propósito.resultam claramente colocadas sobre a parte recurvada do lituo "riverse" interrupções nas áreas de sobreposição130. os patologistas-legistas. "Em uma matriz feita de pedra refratária (forma e contra-forma) escavada para a impressão das moedas. 165. Emergiram também dois leves traços paralelos colocados ao lado da haste vertical do lituo: em cada probabilidade os sinais permanecem em círculo durante a cunhagem. Ricci. por causa da fusão. O exemplo para responder às objeções que as impressões teriam deixado impressas em todas as cartas reportadas na cunhagem e em perfeita posição circular132 foi necessário para especificar as formalidades da produção em série das moedas menores do tempo de Pilatos.O grande livro do Sudário. nota 122. L. Barbesino. que se comunica por uma canaleta de alimentação na qual escorria o metal fundido. 132 G. não eram de maneira alguma perfeitamente circulares e apresentavam ângulos oblíquos e cortes. a solidificação desse metal é extraída da forma 130 M. pp. como atestam os exemplares por nós observados. pp. Não se pode deduzir que a moeda foi rebatida imprimindo em um primeiro momento o báculo invertido depois da letra Y CAI. . 131 "As pálpebras.Op. Um pequeno peso é capaz de impedi-las. no momento da instauração da rigidez cadavérica. Cimpronta di Dio. poucas horas depois da morte. tendem a abrir. p. Há quem afirme que pequenas moedas (1. 2000. com o tempo deslizam dos olhos de uma pessoa com a cabeça apoiada no próprio peito porque são pequenas e leves. É importante observar como os traços deixados pelo nosso artista tenham estimulado cada tipo de análise. nota 94. 217-220. que conhecem as sensibilidades musculares do rigor mortis disseram que um pequeno peso consegue impedir o soerguimento das pálpebras131. Sobre o Sudário duas moedas de Tibério César . algumas vezes apêndices. Todavia.8 gramas mais ou menos) não podem manter as pálpebras. São Paulo. Baima Bollone. 91-92. . in: Spatial Data Analysis Laboratory. "Analysis of digital on the Shroud of Turin". e assim até a liberação de todas as moedas133. de 8/7/1996. dois segmentos muito profundos que podem aparecer em um ponto qualquer da cunhagem. 1983. . Também o Sudário apresenta esses traços sob a haste vertical do lituo. do dr. "Some result in the processing of the Holy Shroud of Turin". Robert Haralik135 diretor do Laboratório de Análise de Dados Espaciais da Politécnica da Virgínia. aluno do professor Tamburelli e docente de elaboração eletrônica da Politécnica de Turim136. programa Mixer. Haralik. e sobre o supercílio esquerdo A descoberta de uma moeda sobre a pálpebra direita traz um importante confronto com a recente descoberta de uma segunda moeda sobre a arcada do supercílio esquerdo. do decalque de uma moeda de Pôncio Pilatos que tem no centro o 133 M." Mario Moroni encontrou em uma das moedas de Pilatos que estava em seu poder outra data. do Departamento de Informática da Universidade de Turim134. 134 G. A cargo da Delegação Lombarda do Centro Internacional do Sudário de Turim. 1981. como lhe acrescentam outras duas: um O e outro C (O YCAI C). Bovisio Masciago. II Giorno e Avvenire. 1991. 135 R. notável estudioso do Sudário.Tamburelli. RAIII. Quem deu a notícia foi o professor Baima Bollone.. Pami3. Vol.M. e o professor Nello Bolossimo. "Quella moneta di Pilato sull’occhio destro". todos de 7/07/1996. com um formão. faz soltar o modelo da primeira moeda. Virgínia Polytecnic Institute. que não somente identifica o lituo e as quatro letras de Filas. Elas estão apoiadas na extremidade da bigorna. A descoberta não-científica do padre Filas recebe seguidas confirmações: do professor Tamburelli. Trata-se. Storia – Scienza Archeologia. Ela também apareceu nos jornais diários de circulação nacional: La Stampa. e o fundidor.matriz com uma pinça depois que o bronze se liquefaz para formar a coleção de moedas. a terceira. a segunda. e também os sinais deixados pelo formão na fabricação das moedas. nov.. . Moroni. Blacksburg (Virgínia). in: IEEE Transaction on Pattren Analysis and Machine Intelligence. também nesse caso. in: La Sindone questo mistero. n?6. 136 A notícia foi dada na Rádio e Televisão Italiana. O cunho tem 16 milímetros de diâmetro e peso inferior a 2 gramas. mãe de Tibério: IOYAIA KAICAPOC. bem visível. recordou-se do óbolo da viúva do qual falava Jesus. 137 Em um dos lados da moeda estão representadas três espigas de cevada em baixo-relevo como nome de Júlia Augusta. na reprodução das moedas sobre os olhos. . sem a presença de lentes de aumento. uma pequena concha com cabo137.C). Talvez o nosso artista. Ao redor da borda lê-se TIBEPIOY KAICAPOC e a data Lis (29 d. desse modo sem o risco de ver aquilo que não existe. Experiências de decalque sobre a tela úmida da parte em relevo de uma das tais moedas sujas com sangue ressecado deram resultado positivo: o símbolo reproduzido é igual àquele que está sobre o Sudário.simpulum. por isso não sustentam as mais profundadas indagações. ou talvez desdenhoso da ignorância que o circundava. e. que muitas vezes não sabem como poderiam ter conseguido detalhes estupendos. o que deveria parecer quase uma blasfêmia aos seus contemporâneos! Mais uma vez nenhum estilo. transmitiu aos seus sucessores uma obra que os contemporâneos descobriram a duras penas. Os pontos fracos que deixa são. médico e arqueológico. Não somente os paladinos do Sudário. testemunho de um inconformismo livre de preconceitos. mas também aqueles que estão convictos de que seja obra de um artista desconhecido. inventam soluções infantis. nenhuma expressão pessoal. É certo que essa imagem. assim. talvez desgosto da incompreensão geral. destruiu cada traço de suas obras-primas (o Sudário por certo não foi a única) . mas uma imagem que parece saída de uma objetiva fotográfica. Modestíssimo. deixa-nos estupefatos com o seu realismo e a sua impressionante precisão na humanidade da era espacial. única em toda a arte medieval. e.Uma segunda consideração Os sinais da crucificação e as moedas encontradas sobre as pálpebras não contestam a grande sabedoria de um artista de espírito um pouco zombeteiro e a sua cultura enciclopédica. nenhum vôo da fantasia. ricos de informações que muitas vezes se perdem na ciência do século XX. ou insensatas do ponto de vista histórico. aparece por um momento como falsificador em um documento controverso e depois desaparece por completo na escuridão. Se fosse um artefato do século XIV a ciência atestaria dois fatos contraditórios entre eles (A. Upinsky: La science à l'épreuve du Linceul. Em uma época próxima Leonardo estava na boca de todos. Aqui fala-se de uma crise epistemológica no sentido de que todas as informações científicas convergem. enquanto ele. Paris. Upinsky. talvez não valorizada de modo justo. Um fato infeliz. conferência no Symposium Scientifique International de Paris sur le Linceul de Turin.e por fim os instrumentos e os aparelhos que serviram para criá-las138. Uma análise epistemológica dos dados científicos no que diz respeito ao Sudário. 7 8/09/1989). foi conduzida pelo dr. OEIL. malgrado objeção e incerteza em torno do pano. 138 . A. A. certamente mais hábil e conhecendo Leonardo. depois de ter descoberto que na matéria viva um isótopo de carbono. em 1962.89% aproximadamente) e o C13 (1.11% aproximadamente). Dois estáveis no tempo. o C12 (98. Em 1952 um químico da Universidade de Chicago. No carbono são notados cinco isótopos. . professor de química pelo Instituto de Estudos Nucleares de Chicago. deixou de absorver carbono da atmosfera.Uma pequena fonte de luz As análises com o C14 C14 Nos anos 50 existem afortunadamente uma sofisticada técnica para datar os achados arqueológicos. Do carbono 139 Witlard Frank Libby. isto é. dos quais só o C14 encontra-se em quantidade infinitesimal (um átomo em cada mil bilhões de átomos de carbono) e a um tempo de transformação suficientemente longo podendo ser utilizado em uma datação. recebeu. elementos que têm o mesmo número atômico e massa diferente. em particular o C14. isto é. o prêmio Nobel pela pesquisado método da radiodatação com radioisótopos. idealizou um método139 para medir a idade dos achados de natureza orgânica. o C14. deteriora-se com o tempo. Com esse isótopo pode se quantificar o tempo transcorrido desde quando uma substância orgânica vivente deixou de viver. e três instáveis. diminuindo quando cessa o equilíbrio com o ambiente externo. o conteúdo do C14 diminui (de maneira exponencial) com o passar do tempo. Nesse caso. ocorre a destruição da amostra. pois são necessários aproximadamente 5.700 anos para que a concentração se reduza à metade. . foram realizados os espectrômetros de massa e aceleração que separavam os átomos de C14 dos outros isótopos e os contavam diretamente.assimilado pelos animais e pelos vegetais. A amostra nesse caso permanecia à disposição para análises posteriores. Depois de uma série de manobras e contra-manobras. A transformação é relativamente lenta. enquanto precedentemente ocorria a necessidades de esperar alguns meses. a de executar análises em poucas horas. e o seu valor atual é um índice de tempo transcorrido pela paralisação das mudanças com o meio externo. portanto. da Secretaria do Vaticano. que o mantinha constante. porém. Baseava-se no fato de que o C14 quando caía. media-se a quantidade de radioatividade resídua em comparação àquela inicial de uma amostra análoga. e com uma ínfima quantidade de material necessário. Portanto. depois de 1979. a autorização para a retirada de pequenas amostras do tecido do Sudário 140 Pertence aos medidores ditos proporcionais porque os números de átomos radiativos vêm estimados em base ao número de desintegrações radioativas realizadas em um certo intervalo de tempo. ao contrário da concentração do C14. espectrômetros de massa e aceleração. Em seguida. emitia partículas β e. três laboratórios dotados com esse aparelhamento AMS obtiveram. em 1987. grande parte se conserva inalterada no tempo (C12 e C13). são máquinas muito caras e complexas. Os AMS (Accelerator Mass Spectrometer). Os primeiros aparelhos de medição não passavam de um simples medidor Geiger140. mas apresentam uma vantagem. alguns décimos de milímetros muito inferiores àqueles medidores de última geração. que se transforma continuamente em azoto 14. em Niagara-on-the-Lake. O professor Baima Bollone escreve: "Nenhum dos vinte e um analisadores (aqueles que aparecem no artigo que reporta os resultados das análises de N. que se realizou no Canadá. da Universidade do Oeste de Ontário.) é um verdadeiro expert do Sudário em bibliografias citadas sobre estudo do Sudário. Os operadores. e mesmo o coordenador. do ponto de vista psicológico. o professor W S. Pois no ambiente dos analistas do AMS foi difundida a idéia de que o Sudário de Turim fosse de origem medieval e obteve-se essa informação. As condições nas quais se desenvolveram as análises foram. todos coordenados pelo dr. no IV Simpósio Internacional sobre Espectrografia de Massa com Acelerador. cardeal Michele 141 Rara uma explanação detalhada dos acontecimentos ligados à datação do Sudário com os espectrômetros de massa por aceleração. quase perfeitas. Pessano (Milão). e posterior a 1169. é improvável que a imagem superficial do Sudário de Turim seja anterior a 969 d. Moroni. 14. Barbesino e M. . C. L'ordalia del carbonio . e o de Arqueologia e História da Arte de Oxford. em 1987. 1996. consultar: F. eram quase privados de conhecimento sobre o aspecto daquilo que deveriam analisar e ainda mais: a maior parte deles já estava convicta de que se tratava de uma falsidade medieval. na Universidade de Rochester. Tite. A.d. de Tucson. Trata-se dos resultados das pesquisas dos estudos computados pela comissão de experts nomeada pelo arcebispo de Turim.para o procedimento da análise de data da tela141: foram os laboratórios da Universidade do Arizona.A. Mimep-Docete. Durante o banquete oficial. da Politécnica Federal de Zurique. do British Museum. entreteve os companheiros de mesa com o tema "O Sudário de Turim relíquia ou ícone?" Segundo o professor Dale. Dale. Foi determinado que com as amostras do Sudário fosse fornecido a cada laboratório um par de amostras das quais estivessem certas as datações em procedência: segundo um método de análises às cegas. para enxugar a estrutura operacional. etc. pelo Guardião do Sudário. .”142 Desse modo as eventuais sugestões de caráter fidedigno não influenciaram os seus trabalhos e fixou-se na decisão do resultado. mais conhecido pelas virtudes pastorais do que por conhecimentos científicos. O artigo apresenta o Sudário sob termos errôneos etc. Baima Bollone. Sindone o no. cit. Foram eliminadas as análises preliminares das fibras e dos eventuais resíduos de poluição. afirmava: "Pessoalmente. foi possível retirar do Sudário 478 miligramas de tecido. os resultados 142 P. de 14/01/1989. É a única porção da história que temos". de quatro para dois: o British Museum. mesmo que na dispersão dos valores obtidos pelos três laboratórios resultaram um pouco excessivos. as datas não deveriam ser comunicadas aos laboratórios. L. representado pelo dr. Tendo eliminado os laboratórios que adotavam a contagem proporcional. e querendo mais pormenores. Em uma entrevista ao The Tablet. na pessoa do cardeal de Turim.Pellegrino e publicado em 1976. quando os bispos da época lamentaram a idéia de ser falso. Reduziu-se. a não ser a das análises completadas. o número de avais pedidos. Por exemplo. Os resultados foram de fato aqueles que se esperavam. economizando assim alguns meses de trabalho. Porém o dr. Tite comunicou com antecedência as datas das amostras em referência. considerando justamente que poderia contar com a credibilidade dos pesquisadores. eram considerados seguros. Tite. o professor Edward Hall. Anastasio Ballestrero. op. cerca de 150 para as análises e uma reserva para cada eventualidade. e a Santa Sé. a coisa notável a propósito do Sudário de Turim é que o primeiro e único documento preciso e histórico são as duas menções do século XIV. Se os valores encontrados fossem coincidentes com os notados também na datação das amostras do Sudário. : analista de Oxford. penso que não há o menor senso de um original do século I ficar parado. . os carbonistas apresentaram os resultados como a prova de uma falsidade medieval. "Intervalles de confiance et datation radiocarbone du Linceul deTurin". Todavia. Xavier de Guibert. 10-12/06/1993 publicado por F. Segundo o Thelegraph de 25 de março de 1989.foi acolhido com simpatia. 1 milhão de libras esterlinas para a atividade desenvolvida e em particular por ter estabelecido no ano anterior que o Sudário de Turim era uma falsidade medieval. 143 . O dinheiro foi utilizado para fundar uma cátedra de ciência arqueológica. pp. Michael Tite.. em 1989. O procedimento adotado fornecia um valor estatístico do assim chamado nível significativo (significance level) que impunha a reconsideração dos valores obtidos. in: Actes du Symposium Scientifique International. levava para as livrarias um volume de título significativo: O Sudário desmascarado: descoberto o maior falsário de todos os tempos. Ver nota 144. P. 319-338.1%. F. Paris. ao mesmo tempo que um amigo deles. ocorre observar que. empurrados pelos próprios entusiasmos científicos. pp. mas esse tipo de distribuição só pode ser feita. porque não eram homogêneos entre si143. O limite mínimo de valor aceitável é de 5% e este. Essa interpretação cruel abria a estrada a uma objeção ainda mais insidiosa. o benemérito reverendo Sox. 144 R.deveriam ser reconsiderados. 185-205. Xavier de Guibert. O professor Hall. Essa datação é com certeza um resultado importante na pesquisa do nosso artista. o intervalo estabelecido pelos laboratórios . Todavia o valor correto que se obtém de cálculo é de 4. Van Oosterwyck.1260-1390 . diretor do Laboratório de Oxford. recebeu. Le radiocarbone face au Linceul de Turin. 1993. se as amostras fossem homogêneas entre si144. portanto é o valor que aparece no artigo de apresentação dos resultados. "a nova cátedra será ocupada pelo dr. de quarenta e cinco homens de negócios. 1999. Os resultados obtidos pelos três laboratórios pressupunham que os valores individuais provenientes das análises dispunham-se de acordo com uma distribuição normal. Uma boa síntese em M. Roma. Todavia. diretor do Laboratório de Pesquisas do British Museum. Jounvenroux. que igualmente desfiou uma lista preponderante para desmascarar a fraude sobre o Sudário de Turim". Gastuche e C. Paris. A obra de Existem procedimentos estatísticos para verificar que os descartes de valores obtidos pelos laboratórios individualmente sejam puramente casuais e não devido a erros de procedimento ou a um mostruário não significativo. desmistificação de Sox foi extenuante. Já em 1980, seu amigo e também pesquisador, dr. Walter McCrone, analisando o material removido da tela pelos pesquisadores do STURP (Shroud of Turin Research Project - Projetos de Pesquisa do Sudário de Turim) crê ter achado a prova de que o Sudário é uma pintura de idade medieval. Voa então para a Inglaterra e fornece a notícia da glamourosa descoberta sob a forma de comunicação privada para a British Society for the Turin Shroud (Sociedade Britânica para o Sudário de Turim) da qual é secretario o reverendo Sox. O Catholic Herald publica, em setembro de 1980, a notícia que se difunde para todo o noticiário mundial. Sox pede demissão de secretário e rapidamente escreve o livro A imagem sobre o Sudário – É o Sudário de Turim uma vigarice?, onde pede desculpas ao público por tê-lo involuntariamente enganado com uma relíquia que a ciência demonstrou ser falsa. Infelizmente as provas de McCrone não encontraram confirmação e ele teve, definitivamente, de abandoná-las depois dos resultados das pesquisas realizadas pelos pesquisadores do STURP. O próprio professor Tite reconheceu em seguida que não acreditava que se deveria, necessariamente pensar em uma falsificação, coisa sem dúvida difícil de estabelecer por meio de uma análise que se concentrava somente na tela. Mas, como se sabe, os erros de interpretação científica demoram para desaparecer e depois de dois anos da datação com C14 o British Museum inaugura uma grande mostra que ficou aberta ininterruptamente por seis meses com o título “L’arte Del Tinganno", na seção "Individuazione scientifica dei falsi e delle contraffazioni", destacando uma enorme imagem positiva, de tamanho natural, do negativo do Sudário. De qualquer forma é preciso reconhecer que os carbonistas tiveram o mérito de uma data de partida certa. O próprio dr. Tite afirmou: "Eu creio que o carbono seja a única certeza"145. Na verdade, ninguém ousou discutir o método de datação com C14; todavia, aqueles que ainda crêem que o Sudário seja uma autêntica relíquia e não aceitam o definitivo veredicto da ciência não tardaram a desenvolver discussões, que brevemente aqui indicaremos por razões de objetividade. As respostas dos obscuros Antes de mais nada é necessário dizer que não se tem certeza de que a poluição que se impregnou no Sudário tenha sido removida pelas amostras analisadas. A área de onde foi retirada a amostra, próxima ao assim chamado "ângulo de Raes", é a mesma onde, em 1973, também foi extraído um fragmento de tecido e é um dos pontos mais expostos à contaminação. De fato, encontra-se em um dos dois ângulos pelos quais o Sudário vinha sendo explicado durante a ostentação. Por outro lado, a poucos centímetros de distância de um dos pontos carbonizados pelas gotas de metal fundido durante o incêndio de 1532, provém uma das bordas manchadas pela água usada para apagar o incêndio, onde se acumularam produtos de pirólises e depositou-se toda a sujeira dos séculos146. As fotografias tiradas em 1978 mostram, na mesma área de retirada, um provável emaranhado enegrecido de natureza indeterminada147. Os três laboratórios que realizaram as análises não revelaram, durante o tratamento preliminar de limpeza com diversos agentes químicos, nenhum indício significativo de poluição nas amostras148. Esse surpreendente resultado foi interpretado por alguns, Entrevista para o quinzenal católico L'homme nouveau, de 15/10/1989. O. Petrosillo e E. Marinelli. La Sindone: um enigma alla prova della scienza, op. cit., p. 75. 147 L. Baima Bollone. Sindone o no, op. cit., p.282. 148 Escreve o dr.Willy Wölfli, diretor do laboratório de Zurique: "A fuligem de um incêndio, assim como os grãos de pólens, poderiam contaminar uma amostra. Por isso todas as amostras foram examinadas microscopicamente a fim de encontrar e remover qualquer material estranho". Em nosso caso nenhum material deste tipo foi descoberto (Collegamento Pro Sindone, maio-junho, 1989, pp. 30-31). 146 145 particularmente prevenidos, como a prova de que as amostras teriam sido substituídas antes de terem sido entregues aos laboratórios; e por outros, mais simplesmente, como indicativo da impossibilidade de remover o material poluente. Não se pode, no entanto, concluir que as amostras extraídas contenham remendos e fios estranhos, muitas vezes invisíveis à primeira vista. O laboratório de Tucson, por exemplo, encontrou no pedacinho do Sudário que lhe foi entregue um fio de seda vermelho e fiozinhos azuis, evidentemente não vistos por aquele que o retirou149. Todavia, por uma estranha contradição, quase uma inversão de papéis, os partidários do Sudário dizem que as análises, mesmo executadas corretamente, não poderiam ter fornecido como data histórica o ano no qual morreu Nosso Senhor. Independentemente dos resultados de 1988, que considero privados de autenticidade pela força operacional que estão certos de terem individualizado, e assim não atentaram que a análise radiocarbônica determinou como data histórica não o primeiro século, mas uma data mais próxima dos nossos dias. Na época dos nossos avós, quando os lençóis ainda eram de linho e guardados nos armários como patrimônio de família, todos sabiam que com o tempo o linho, sobretudo se exposto à luz, amarelaria. A coisa para a química orgânica é simples: o linho é formado por cerca de 70% de celulose pura e composto por longa cadeia linear de moléculas totalmente iguais, que com o tempo agregam grupos químicos chamados cromóforos, que causam o amarelado. Esse fato, que, como dissemos, era já notado pelas nossas avós, não é privado de conseqüências porque Ocorre assinalar que as afirmações reportadas foram registradas por B. Bonnet-Eymard com a autorização dos interlocutores. Os pesquisadores de Tucson fizeram uma macrografia do fio de seda vermelho (o Sudário foi fixado por setas ao seu suporte em uma tela da Holanda ou "holandesa", e protegido na parte superior por um pano avermelhado) e um deles, Toolin, afirmou a Bonnet-Eymard tê-lo conservado; todavia, durante a demonstração, foi impossível encontrá-lo. [A Contra-Reforma católica do século XX, nº271,fev./mar.,1991, pp. 36-37 e figura 31.) 149 e isso também. Esse grupo de cromóforos que entram para fazer parte da molécula que compõe a cadeia (e que contém carbono fresco. a linearidade das cadeias poliméricas da celulose é datada pela presença de numerosos pontos de hidrogênio que se mantêm grudados uns aos outros (zonas cristalinas). isto é. já sabia-se. e aumenta a possibilidade de agressão por parte do ambiente circunstante. ao contrário. isto é. isto é. o qual se junta àquele já presente no tecido) mostra. 150 Os remendos são aqueles pedaços de tecido aplicados no Sudário na área carbonizada e hoje removida depois da restauração para conservação feita em 2002. 151 M. das vicissitudes que estes sofreram no percurso dos séculos. O processo de agregação acelera-se na presença de luz e de calor. . diminui a resistência do polímero aos agentes externos151. que o sistema foi aberto. Orvieto. apenas empiricamente. os pedaços de tecido aplicados pelas Clarissas nas partes do pano e do Sudário destruídas pelo incêndio de 1532. in: Worlwide Congress Sindone 2000. Bettinelli et all. mediante fotografia por transmissão colocou em confronto os remendos. Este último apresenta um amarelado maior que os remendos150. No local onde essas ligaduras diminuem os fachos serão menos regulares e compactos (zonas semicristalinas ou amorfas). a postulação de base de cada radiodatação: depois de morta. 27-29/08/2000. Vermon Miller. Por outro lado. Experimentalmente foi demonstrado que o tratamento térmico (não aqueles de normal limpeza ácida e alcalina) aumenta a zona amorfa. mas da história de qualquer tecido. Entre outros. um expert em fluorescência ultravioleta e reflexometria do Instituto Brooks. Demonstrou-se então que nos tecidos antigos a amplitude das áreas amorfas não depende somente da idade do tecido. a substância orgânica analisada cessa completamente qualquer tipo de troca e permite ao C14 deteriorar-se sem qualquer interferência exterior (em física se diz que é um sistema fechado). "Impiegodi tecniche chimico-fisicheper Io studio Dell’invecchiamento delle fibredi lino".põem em dúvida o caso dos tecidos de origem vegetal. "Possible rejuvenation modalities of the radiocarbon age of the Shroud of Turin". Desde 1993. "Verifica di una ipotesidi ringiovanimento radiocarbônico".Dessa forma não podemos nos esquecer da existência de substâncias complementares. iniciou-se uma campanha experimental seguindo as D.-B. assinalar que com base na hipótese da formação da imagem do Sudário formulada por um professor da Faculdade de Medicina de Montpellier. A. present and future" . no entanto. 5-7/06/1998. 152 . As duas substâncias. in: Actes du Symposium Scientifique International. Kouznetsov et al. pp. na França154. J. in: III Congresso Internacional di Studi sulla Sindone. in: Ciornale Italiano di Sindonologia. Cielt. 4. 515-522. Moroni et al. Infelizmente.Simpósio Internacional de Ciência.1996. 1999. 12-17. in: I./ago. mai. 154 J. nº 23. "Protoni e neutroni le chiavi dell'enigma. v. Roma. "Detection of alkylated cellulose archaeological line texile samples by capillary electrophoresis Mass spectrometry". 2000. 66. Turim. mas particularmente a lignina. aumentos no conteúdo do C14. Il Telo". 2-5/03/2000. in: Analytical Chemistry. iguais a um rejuvenescimento de 160 e de 300 anos153. Richmond. Moroni. Vale relembrar que o único parâmetro notado com relativa precisão é a temperatura máxima alcançada pelo pano. são fortes reagentes. Constatou-se que a presença contemporânea de três elementos é indispensável às provas para obter um aumento no teor do C14: a temperatura. "Effect of fires and biofractionation of carbon isotopes on results of radiocarbon dating of old textiles: the Shroud of Turin". já foram conduzidos numerosos experimentos de simulação do tal incêndio152. que compreende numerosos laços dobrados. of Archaeological Science. M. Vale. que vem também revelada pelo espectrômetro com base na coloração do Sudário. Todavia. 23. 153 M. F.1/12/1994. o vapor aquoso e os íons prateados. Sindon Effatà. foi possível reencontrar. como a pectina e a lignina. Trine. Virgínia. 1993. Rinaudo. past.365. The age ofthe Shroud of Turin. 18-19/06/1999. 293-300. que impregnam os fachos das fibras e não são removidos durante o trabalho na tela. in: "The Turin Shroud. pp. pp.-B. "Nouveau mécanisme de formation de l'image sur le Linceul de Turin ayantpur entrainerunafausse radiodatation médiévale". 109-121. O único acontecimento interessante com o Sudário foi o incêndio de 1532 na capela do castelo de Chambery. variando os parâmetros da simulação..359-4. in: Shroud Turin Conference. depois da análise do AMS. Turim. Cantalupo. Rinaudo. de Guibert. das vicissitudes do pano sabe-se muito pouco. X. pp. pp. mais recentemente. Nice. 156 155 . "The 1988 Shroud of Turin radiocarbon tests reconsidered". Roma. 18-20/06/1999. pp. 1993. e apresentaram enriquecimento em C13 e C14 variando de 2 a 3% até 20%. "Dates radiocarbone sur tissus d'âge archéologique bien connu". Pode-se também observar que o conteúdo de carbono nos três pedaços do Sudário analisados em 1988 variava gradualmente em virtude da distância entre eles e a borda da tela. deveria produzir alguma dúvida sobre o ponto onde não deveriam efetuar a retirada de amostras do Sudário. Richmond.J. pp. se analisamos um tecido sintético que escapou da destruição de um supermercado porque estava protegido da ação do fogo e da água em um invólucro de plástico dentro de uma caixa de papelão. Editions du Cielt. 219-228. Houve propostas dos modelos teóricos e foram realizadas análises estatísticas dessa hipótese de variação da concentração isotópica156. a um sucessivo tratamento de simulação térmica depois da irradiação. Paris. que. outros. publicado por François-Xavier de Guibert. 1988. Van Oosterwyck Gastuche. 157 M. in: Actes du III Symposium scientifique International du Cielt. 61-82. malgrado o fato de o carbono ser considerado um ótimo material para avaliar a radiodatação. 10-12/06/1993. in: Actes du Symposium Scientifique International. Paris. mais adiante. entretanto. Ver nota 146. B. Propp. a 760 a 1.030 anos para aqueles submetidos também à sucessiva simulação térmica155. Um outro possível mecanismo de aumento e diminuição local do teor de C14 é a difusão a quente dos isótopos de carbono. As análises com o espectrômetro de massa e aceleração determinou o rejuvenescimento radiocarbônico igual a 360 anos para as amostras irradiadas e. P. e individualizarmos os traços chamuscados na zona das dobras obteremos tiras de carbono indeléveis que resistiram ao ataque ácido e básico. Por exemplo. C. "On the evidence that the radiocarbon date of the Turin Shroud was significantly affected by the 1532 fire". com picos de 50%157. in: Shroud of Turin International Research Conference. nas proximidades da zona carbonizada.realizações das análises realizadas nas amostras de linho antigo. Walsh. alguns submetidos à irradiação de neurônios. Jackson e K. uma modalidade que foi excluída pelos analistas da AMS. solos. mas é demonstrado que as variações podem surgir mesmo se este permanecer constante. Mas não se demonstrou até agora que cerca de 230 espécies de Unho. Ivanov. expressão solidamente normalizada em 25%. coníferas que crescem a mais A. cit. não é possível encontrar a variação no teor dos isótopos. in: The Turin Shroud. altemative approaches. "Carbon dating of theTurin Shroud: reasons for scepticism. past. e tal distribuição biológica não se mantém constante. prospects and further research". albumina e carboidrato. nota-se que elas fornecem um valor de teor do C14 presente ano a ano nos anéis anuais das plantas. folhas e frutos. alturas ou hábitat dos mais diversos. mas pode multiplicar-se de acordo com a variedade dos fatores externos158. existe na planta uma concentração de C14 igual àquela que se encontra na atmosfera circundante. 159 O coeficiente de divisão é δC13=[(C13/C12)]planta/ (C13/C12)ATMOSFERA-1|x1000. 158 .Mas os mecanismos que podem alterar os resultados das análises de radiocarbono em um tecido de linho não terminam aqui. Freqüentemente somos informados. 479-494. Quanto às curvas dendrocronológicas. apenas para controle. isto é. pp. bienais ou perenes e crescem em todos os tipos de clima. Todavia. a planta é formada por raiz. Tais variações podem atingir de 5 a 6%. de um coeficiente de divisão159. nome da distribuição de uns isótopos nas varias zonas de um organismo vivente. pode variar de componente a componente da planta. caule (que por sua vez é composto por numerosos elementos). introduzindo erros absolutos de quatrocentos a quinhentos anos. É improvável que em todas essas partes da planta o teor de C14 se mantenha idêntico ao do ambiente externo. a intervenção do cálculo de tempo entre a morte de uma planta e a análise do radiocarbono é possível porque até a morte da planta ela estaria em equilíbrio com o ambiente externo. O fracionamento isotópico. Antes de mais nada. plantas herbáceas que podem ser anuais. qualquer um dos quais pode ter uma função diversa e um conteúdo diferente de lipídios. Se a relação (Cl3/C12) planta permanece invariável. op. contenham a cada ano em suas fibras o mesmo teor de C14 dos troncos dos Primus aristata. present and future. Cistorino.Van Oostrerwyck Gastuche: Le radiocarbone face au Linceul de Turin. se tais explosões coincidirem com o período de crescimento das plantas. 161 160 . "Prime osservazioni sulla fine struttura della Sindone al microscópio eletrônico a scansione". são notadas diferenças imperceptíveis160. P. a luz e a umidade. Borga e E. Isso poderá influir notavelmente na concentração de C14 do linho. cit.. da água ou da atmosfera161. e observava que esta última pode causar o desenvolvimento de microorganismos como fungos ou bactérias provenientes do solo. especialista em química de tecidos da Politécnica da Virgínia. op. A dra. 162 P. Cardamone. "Flax cellulose: characterization and aging". 1977. catalogava. cit. Jeannette Cardamone. com um pico de atividade de duração de 30 a 35 dias. pp. entre os fatores que favorecem o degrade das cores. J.000 metros de altura nas White Mountains da Califórnia. in: Symposium Scientifique International sur Ie Linceul de Turin. A análise destas plantas que forneceram. Baima Bollone. Por exemplo. L. mediante uma procura extremamente árdua. observou-se uma superfície poluída trazendo em abundância um material que pertence aos esporos e hífens de fungos existentes162. M-C. out. in: Sindon. a explosão das supernovas determinam um notável aumento de radiação proveniente do espaço. Já em 1977 observando com um microscópio eletrônico a remoção (SEM) de um fio do Sudário. Além da transitoriedade existe um breve período de concentração do C14 na atmosfera que os anéis das plantas não conseguem indicar corretamente.15-22. op.de 3. XIX. retirada pela princesa Clotilde de Savoia em ocasião dos remendos de 1868. Morano. para os dados do aristata acrescentam a essas plantas de talo alto crescidas na Irlanda. mas virá registrada de modo muito mais diluído em um anel de crescimento anual. a base das atuais curvas dendrocronológicas. Todavia. que. M. se só se confrontarem as mais recentes curvas de Klein (e outros) com aquelas de Stuiver e Pearson. nº 26. Era essa a avaliação da exceção que foi recentemente levantada nos resultados da radiodatação. Um microbiólogo de origem mexicana, Leoncio GarzaValdes, ao estudar antigos manufaturados da cultura pré-colombiana, recordou que estes às vezes estavam cobertos por depósitos naturais produzidos pela interação entre alguns tipos de cogumelos e bactérias. Depósitos que crescem no tempo mesmo depois de centenas de anos após essa simbiose, para criar uma camada contínua em cima de uma superfície. Não somente, mas essa simbiose encontra um habitat propício em ambiente salino, como aquele criado pelo carbonato de sódio utilizado para clarear tecidos antigos. Por que não seria possível que também sobre o Sudário se formasse uma camada bioplástica? Uma primeira observação com um simples microscópio portátil de um fragmento de linho que se pensasse provinha do Sudário163 mostrava a presença de bactérias, uma das quais viva; portanto, valia a pena aprofundar-se na pesquisa. No laboratório de genética da Universidade do Texas, em San Antônio, desenvolvia-se um estudo que confirmava a intuição inicial164. Existe então uma possibilidade concreta de que o C14 medido provenha, em parte muito notável, da bainha bioplástica formada em torno das fibras, onde, na troca com o ambiente externo, poderia estar até hoje em ação. Também os carbonistas se preocuparam com isso. O professor Harry Gove, da Universidade de Rochester, um dos pioneiros no estudo da radiodatação com os aparelhos (AMS) e um dos artífices do resultado computado pelos carbonistas em 1987 sobre o Sudário É provável que se trate dos resfriamentos dos trabalhos de C. Riggi di Numana durante a retirada das amostras para a radiodatação em abril de 1988. Todavia, a coisa não é certa porque de toda operação coordenada pelo professor Tite, compreendido o destino do material-resíduo, não existe nenhum verbal oficial. O cardeal Ciovanni Saldarini, atual guardião do Sudário, deixou em 15 de setembro de 1995 uma declaração na qual afirma que não é verdadeira a existência de material residual em mãos de terceiros e caso existisse seria restituído à Santa Sé, que é a sua legitima proprietária. 164 Trata-se de fungos da família Trichenothelia que agem internamente com a bactéria Cyanobacteria, formando camadas que vão de 1 a 500 milésimos de milímetro. A barra que cobre os fios do Sudário foram confrontadas com a dos antigos artefatos. Ver L. Garza-Valdes em Bio plastic coatíng on the Shroud of Turin, a preliminar report, Simpósio sobre o Sudário de Turim, San Antonio - Texas, 11 de setembro 1993. De outra parte... a limpeza com o método standard não garante a remoção dos fungos. Ocorre um método mais seletivo (Radiocarbono v. 28, nº1, 1986, pp. 170-174). 163 de Turim, ofereceu sua colaboração ao dr. Garza Valdes para colocar em prática um método de datação radiocarbônica na efetiva celulose do tecido do linho do Sudário sem tomar conhecimento do revestimento bioplástico.165 Também na controvertida datação de uma múmia egípcia encontrou-se logo o ano, mediante a radiodatação executada sobre uma bandagem que envolvia um íbis do antigo Egito. A análise colocou em evidência a possibilidade de extrair bioplásticos alterando o resultado obtido com os aparelhos AMS. A pesquisa na qual tomou parte o dr. Gove revelou que entre a bandagem e o íbis que envolviam essa múmia se observava uma diferença no C14 igual a um intervalo temporal compreendido entre 370 e 730 anos. Na relação final diz-se que as medidas incluem a possibilidade de que o revestimento bioplástico observado na fibra da faixa do íbis produz uma idade radiocarbônica de centenas de anos mais jovem que a sua verdadeira idade166. Essas eram as observações dos antigos obscurantistas; hoje, após dez anos de aprofundamento, parece que estamos próximos de ser mais incisivos. Primeiramente, constatamos que uma data muito distante da presumida morte de Jesus pode antes demonstrar que o Sudário é uma falsidade medieval, mas também o contrário, que o tecido orgânico interagiu, com o passar do tempo, com o ambiente externo e, se assim é, o único valor obtido da análise de recusa é aquele histórico da morte do Sudário. Em segundo lugar, é oportuno começar a considerar o fato decisivo de que o linho não é uma celulose pura. Freqüentemente o detrator do Sudário extrai a celulose pura e depois descobre que, primeiro, é necessário uma simulação térmica, 165 166 Entrevista concedida à jornalista Ida Molinari, de Turim, em 27/01/1995. H. E. Gove et al. "A problematic source of organic contamination of linen", in: Nuclear Instruments and Methods in Physics Research, B 123, 1997, pp. 504-507. como a famosa experiência da mosca, que, depois da retirada de sua garra, constatou-se que não voava mais. Temos de analisar também que aquela que vem trabalhada não é a fibra elementar composta de 98% de celulose pura, mas a chamada fibra técnica, composta pela fibra de celulose, acompanhada de sustentação complementar que cresce com ela e não pode ser removida: pectina, lignina, substância incrustada etc. A fibra técnica é um legado em face paralela, e a fibra elementar está entrelaçada formando uma estrutura similar à de uma corda, reagrupada para formar o fio do linho. Uma simples cadeia se dispõe no espaço de modo que favoreça ao máximo a formação de numerosos pontos de hidrogênio que se unem uns aos outros. Se bem que a simples ligação de hidrogênio seja fraca diante do grande número de ligações que se equivalem complexamente a outras ligações mais fortes. Quanto maior o número de pontos de hidrogênio maior será o feixe de moléculas firmes e regulares, se falarmos agora de uma área cristalina. Porém, se, ao contrário, o feixe for menos regular e compatível com essa outra área, os mais atacados dos agentes externos serão os semi-cristais ou amorfos167. Em experiência recente168 demonstrou-se, com a difração do raio X, que o tratamento térmico diminuiu o grau de cristalinidade da celulose e a área amorfa cresce quando se aumenta a temperatura; só após o tratamento normal de limpeza e o rescaldo é que podemos avaliar o grau de pureza de uma substância. Em uma outra demonstração com o infravermelho temos que a área amorfa é a mais rica do grupo carbossilícico e R. T. Morrisone R. N. Boyd. Chimica orgânica. Milão, Ambrosiana, 1965, pp. 859-860; C Copedé. La carta e II suo degrado. Florença, Nardini, 1991;J.C. Roberts. The chemistry ofpaper, The Royal Society of Chemistry. 168 M. Bettinelli et al. "Impiegodi tecnich chimico-fisiche per Io studio dell’ invecchiamento delle fibredi lino", in: Worlwide Congress Sindone 2000, Orvieto, 27-29/08/2000; M. Moroni et at. "Analisi radiocarbonicae datazione della Sindone di Torino", in: I Congresso Internacional e II Congresso Brasileiro sobre o Santo Sudário, Rio de janeiro, 27-29/06/2002. 167 . Sem falar dos revestimentos bioplásticos. com o qual se escrevia o hebraico e o aramaico do tempo de Nosso Senhor e foi reencontrado em numerosos documentos. na melhor das hipóteses. o mecanismo proposto pelo russo não nos reporta à época de Jesus. pré-góticos e o hebraico quadrado. mas esse é o enésimo enigma! Ainda uma vez o sempre atento dr. n°. o único sobre o qual parecia termos um mínimo de certeza. mas. mas. e a certeza moral da existência dele sugerem ainda uma vez mais o problema por onde iniciamos. observar-se-ia um rejuvenescimento de 537 anos169. um ilustre filósofo e paleógrafo. Sem entrar (não queremos entediar o exausto leitor) no problema da decifração das palavras. como todos fazem. Naturalmente todas essas objeções que não demonstram a mínima admiração pelo nosso artista. os grupos químicos que contêm carbono fresco podem agregar-se à celulose do Unho. Mas não havia entendido de que tratavam os escritos. 1994.. escreveu qualquer coisa sobre o Sudário. latinos. na sua crítica a Kouznetsov. Ao menos se tivessem deixado. e podemos nos consolar que.carbônico. porque. aquele sobre a data de nascimento. que depende da história de cada tecido. supplemento.50. saberá que coisa fez o nosso artista? Utilizou na escrita antigos caracteres gregos. 1994. sozinho. uma assinatura e uma data! Na verdade. fev. cujo teor não está diretamente relacionado com a história do linho. e então procurou um amigo de sua confiança.mai. dom Aldo Marastone. podemos escolher entre a data dos carolíngios e aquela dos Valois (será que teria sido súdito do rei da França?). como diz o professor Georges Salet.Salet: artigo publicado em La Lettre Mensuelle du CIELT. e não aquela cristalina. nº53. Ugolotti descobriu alguns escritos sobre o supercílio esquerdo e outros ao redor do vulto e dos joelhos. G. entre os 169 . que é o desgaste proveniente do ataque vindo do ambiente externo. quanto ao Seu nascimento. Marion e AL. La Sacra Sindone . Inútil dizer que também o professor Marastone. utilizou uma técnica. 171 Na seqüência os pesquisadores do Instituto Óptico de Orsay aplicaram na imagem do vulto do Sudário as técnicas de codificação digital. diante de tanta habilidade e sabedoria filológica. 1988. Courage. Neri Pozza.quais os famosos rótulos de Qumran170. forma-se no final do século I d. a qual não somos ainda capazes de indicar com certeza. . acabou caindo na armadilha e se convenceu da autenticidade do pano171.C. recomendamos o capítulo 6 de Sindone o no. o hebraico quadrado. onde o argumento. Ainda mais para imprimir de modo indelével tais características sobre o pano. 170 A escrita hebraica clássica. é tratado com riqueza de informações. confirmando e ampliando as precedentes observações.Nuove Scoperte. Para uma exposição orgânica do argumento. Vicenza. Ver A. . modesto e brincalhão ao mesmo tempo. o cadáver não-lavado. devemos. preferiu consignar à posteridade uma obra-prima rica em elementos escondidos que poderiam sem dúvida ter descoberto. reconhecer que nos transmitiu uma inigualável imagem de Nosso Senhor. das mais racionais às seguramente geniais. Os sinais enigmáticos que se encontram no Sudário são os testemunhos do seu isolamento. a queda. Porém. que ainda não se aplacou. a crucificação. um depois do outro. o encontramos na imagem e em outras informações preciosas. mas não conclusivas Estamos chegando ao fim da nossa procura e podemos dizer que agora conhecemos perfeitamente os dotes intelectuais e o perfil moral e psicológico do nosso artista. assim como do seu absoluto anti-conformismo. Um doutor em cultura enciclopédica e ao mesmo tempo um grande tecnólogo. São eles que desencadearam para cada particularidade do Sudário uma confusão de suposições. Afastado da fama. se ainda não podemos pronunciar o seu nome nem conhecermos o século no qual trabalhou. de todo verossímil. Mas não somente isso: se removermos da imagem os coágulos de sangue e os sinais da paixão que deturpam . a ferida nas costas das quais saíram sangue e água. como num jogo de quebra-cabeça chinês. de qualquer forma. O Sudário nos descreve o Homem Sofrido: a flagelação. tudo quanto narram os Evangelhos. os sinais de uma morte rápida. a coroa de espinhos.Considerações finais. assim como o decalque ao . resulta. É essa a máxima invenção do nosso artista. Na verdade. só partindo dessa interpretação. e o sangue escorrido dessa ferida lateral compõe-no. são. o mais espetacular dos filhos do homem que nos transmitiu. não está somente sobre a parte frontal e dorsal do corpo. mas também sobre os lados e o quadril. porque nenhum aprendiz de bruxo de baixo calibre saberia idealizar uma imagem de tamanha beleza. em posição externa à imagem corpórea. um Vulto de inefável e tranqüila beleza e uma majestade verdadeiramente soberana. ao lado dos olhos. ou nos braços e cotovelos. Às tais feridas laterais corresponde o sangue que está na área do cabelo. sem sombra de dúvida. ela se apresenta como uma projeção ortogonal do corpo estendido. Porém. de agora em diante está acertado que as manchas avermelhadas. Os traços hemáticos de diversas formas estão em vários pontos na duplicação da imagem. segundo o Salmo 45. traços de sangue humano. sobre o quadril. Estas manchas de sangue foram decalcadas "antes" da imagem corpórea. que se encontram um pouco em qualquer lugar da tela. muitos dos decalques de sangue da tela do Sudário que pareciam incompreensíveis ou casuais conseguiram pela primeira vez encontrar uma explicação satisfatória. segundo os autores. Antigamente isso não tinha despertado interesse particular. que conseguiram provas experimentais de que o lençol que envolve uma forma volumétrica em contato com a ferida. descobriremos. segundo as palavras de Daniel Rops. pequenas e grandes. O Sudário é autêntico autêntico Na realidade. Quando a tela for estendida sobre um plano. na altura dos rins.o vulto. dezembro de 2003 (no prelo). Nova Série. Moroni. 173 N. . nº19. Barbesino. Centro Internazionaledi Sindonologia.lado da planta do pé. "Conferiria sperimentale dei due diversi meccanismi di formazione delle macchie ematiche e dell’immagine presenti sulla Sindone di Torino". ou o do calcanhar esquerdo. Finalmente é interessante notar que recorrer ao artifício de um simples baixo-relevo ou de uma imagem pictórica convencional não forneceria o perfil das manchas laterais. in: Sindon. F. Por este preciso motivo podemos dizer que Leonardo da Vinci não realizou o Sudário! 172 M. Balossino et al. in: idem. Turim. "Nuovi sludi e considerazioni sull’ipotesi di formazione dell’immagine sindonica per irraggiamento". ou ainda ao longo do tornozelo do pé direito172-173. de aproximadamente 380 d. em Milão. C. colocado ao lado do semivulto do Santo Sudário.Semivulto de Cristo esculpido em um sarcófago conservado na Igreja de Santo Ambrósio. . Semi-vulto de Cristo em uma tela nas catacumbas romanas de Comodilla. no ano 692 d. . O semi-vulto de Cristo em sólido áureo de Justiniano II. C. século IV. encostado ao Santo Sudário. colocada ao lado do semi-vulto do Santo Sudário. do século VI. . Colocado junto do semi-vulto do Santo Sudário.Semi-vulto de um ícone de Cristo conservado no Monastério de Santa Catarina de Alexandria. Castelli. . 1978).Algumas das imagens significativas do Santo Sudário: A primeira fotografia. Pia. 1898). A primeira fotografia elaborada eletronicamente (C. em negativo (S. Enrie.A fotografia em positivo. em 1931. Miller durante a análise de 1978. aparentemente na mesma tela e com a impressão da cabeça contraposta. A parte frontal e dorsal do corpo. . O Sudário. Foto de G. uma ao lado da outra. tirada por V. Ercoline. W. Jackson. .Imagens impressas por onda térmica durante a explosão da bomba atômica em Nagasaki. Jumper. E. Reconstrução tridimensional do "corpo" do Sudário conseguida à base dos negativos da imagem dos pesquisadores americanos J. O tecido do Sudário de Turin . no detalhe a entrada lateral da sacristia. . uma imagem de 1833.A Santa Capela de Chambery onde ocorreu o incêndio de 1532. antes e depois da prova. .Uma das caixas utilizadas para a experiência de simulação do incêndio de Chambery. Numerosas anêmonas reproduzidas por contato (45 anos depois) Impressão pintada à mão reproduzida por contato . Os pólens das oliveiras entre aqueles retirados do Sudário. . Papini (nota 24). salvo exclusão da prova experimental. Eis aqui os aparelhos propostos por C.Nem todos concordam com a dificuldade de "fabricar" o Sudário. .Fotografia original da parte do lençol com digitais deixadas pelo paciente de nome Less falecido no Asilo de São José de Thornton (Liverpool). .Motivos florais nas moedas do imperador bizantino Michele III.
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