O Objeto de Estudo Do Behaviorismo

March 31, 2018 | Author: Cris Lino | Category: Behaviorism, Behavior, Psychology & Cognitive Science, Thought, Learning


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O Objeto de estudo do Behaviorismo4 Os principais objetos de estudo da teoria behaviorista de Watson eram os elementos do comportamento, ou seja, os movimentos musculares do corpo e as secreções musculares. Sendo uma ciência do comportamento, a psicologia tratava exclusivamente dos atos passíveis de descrição objetiva, sem o emprego de terminologia subjetiva ou mentalista. Apesar de a meta estabelecida reduzir todo o comportamento em unidades de estímulo-resposta (E-R), o behaviorista basicamente devia envidar esforços para compreender o comportamento do organismo na totalidade. Por exemplo: embora e resposta fosse apenas um espasmo do joelho, ela também poderia ser mais complexa. Watson chamava essas respostas mais complexas de “atos”. Considerava atos de resposta inclusive os fatos de comer, escrever, dançar ou construir uma casa. Em outras palavras, o ato envolve movimento do organismo no espaço. Aparentemente, Watson concebia os atos de resposta em função da realização de alguma meta que afetasse o ambiente de algum indivíduo, e não como uma simples conexão dos elementos musculares. Entretanto, os atos do comportamento, independentemente da sua complexidade, podiam ser reduzidos em respostas glandulares ou motoras inferiores. As respostas podem ser explícitas ou implícitas. São explícitas notórias e diretamente observáveis. As respostas implícitas são as que ocorrem dentro do organismo e eram observadas por meio de instrumentos. No que tange aos métodos e ao objetivo de estudo, o behaviorismo de Watson foi uma tentativa de construir uma ciência livre de noções e métodos subjetivos, ou seja, uma ciência tão objetiva quanto à física. Ele desenvolveu a sua psicologia de acordo com a crença básica de que todas as áreas do comportamento devem ser consideradas em termos objetivos de estímulo- resposta. A seguir analisaremos a forma de tratamento dispensada por Watson. A três temas principais: Os Instintos Watson alegou que os comportamentos aparentemente instintivos são, na verdade, respostas condicionadas socialmente. Ao adotar a visão de que a aprendizagem – ou o condicionamento- seria a chave para a compreensão do desenvolvimento humano, tornou-se um ambientalista radical, indo ainda mais longe: não apenas negava os instintos como também se recusava a admitir no seu sistema qualquer tipo de talento, temperamento ou capacidade herdado. Concluiu, de forma simples e otimista, ser possível treinar uma criança para se tornar o que se desejasse que ela fosse, pois não havia fatores genéticos limitadores. As Emoções Para Watson, as emoções não passavam de simples respostas fisiológicas a estímulos específicos. Um estímulo (como a ameaça de uma agressão física) produz mudanças físicas internas, tais como o aumento do batimento cardíaco, acompanhado das respostas explícitas apropriadas e adquirias. Essa explicação para as emoções nega a existência de qualquer percepção consciente da emoção ou as sensações dos órgãos internos. Cada emoção envolve um padrão particular de mudanças fisiológicas. Embora Watson tenha observado que respostas emocionais têm envolvimento no movimento explícito, acreditava nas reações internas como sendo predominantes. Assim, a emoção constitui uma forma de comportamento implícito no qual as reações internas são expressas por manifestações físicas como o rubor das faces, a transpiração ou o aumento do batimento cardíaco. Os Processos do Pensamento O sistema behaviorista de Watson tentou reduzir o pensamento a comportamento motor implícito. Ele alegava ser o pensamento, como todos os demais aspectos do funcionamento humano, uma espécie de comportamento sensório-motor. Partia do princípio de que o comportamento do pensamento envolvia movimentos ou reações de fala implícitas. Desse modo, reduzia o pensamento para a fala subvocal que dependia dos mesmos hábitos musculares aprendidos para a expressão da fala explícita. À medida que nos tornamos adultos, esses hábitos musculares tornam-se inaudíveis e invisíveis porque pais e professores nos reprimem para pararmos de conversar alto com nós mesmos. Assim, o pensamento se torna uma forma de conversação silenciosa. O behaviorismo exigia provas objetivas de movimentos implícitos da fala, portanto, Watson realizou tentativas experimentais para registrar os movimentos da língua e da laringe (chamadas caixa de voz) durante o pensamento. Apesar da sua incapacidade de assegurar resultados mais confiáveis, continuou convicto da existência dos movimentos implícitos de fala. Insistia que a comprovação dependia apenas do desenvolvimento de equipamentos de laboratório mais sofisticados. Behaviorismo Metodológico   1  2  3  4  5 ( 30 Votes ) O antigo behaviorismo metodológico distingue mundo objetivo de mundo subjetivo e a ciência deve lidar apenas com o mundo objetivo, ou seja, com o mundo “fora” do sujeito, sendo por isso obehaviorismo metodológico também chamado de “a psicologia do outro”. Para o realismo dobehaviorismo metodológico em termos de estudo o comportamento real ocorre no mundo real e os nossos sentidos (auxiliados por instrumentos ou usados na observação direta) nos fornecem somente dados sensoriais sobre o comportamento real, e sendo assim, nunca o conhecemos diretamente, pois só o acessaremos indiretamente através de nossos sentidos. Assim o behaviorista metodológico tenta descrever os eventos comportamentais em termos tão mecânicos quanto possível e o mais próximo possível da fisiologia. Consiste na teoria explicativa do comportamento publicamente observável da Psicologia, a qual postula que esta deve ocupar-se do comportamento animal (humano e não humano) apenas quando for possível uma observação pública para obter uma mensuração, ao invés de ocupar-se dos estados mentais que possam gerar ou influenciar tais comportamentos. Assim o behaviorismo metodológico acredita na existência da mente, mas a ignora em suas explicações sobre o comportamento. Para obehaviorismo metodológico os estados mentais não se classificam como objetos de estudo empírico. Seus postulados foram formulados predominantemente pelo psicólogo americano John Watson. Obehaviorista metodológico não nega a existência da mente, mas nega-lhe status científico ao afirmar que não podemos estudá-la pela sua inacessibilidade. John B. Watson, com a publicação do seu artigo intitulado "Psicologia: como os behavioristas a vêem", inaugura, em 1913, o termo que passa a denominar uma das mais expressivas tendências teóricas ainda vigentes: o Behaviorismo. O termo inglês "behavior" significa "comportamento", razão pela qual usamos, no Brasil, Behaviorismo como também Comportamentalismo, Análise Experimental do Comportamento, entre outros, para nos referirmos à visão teórica em pauta (FURTADO, op.cit.). Ao postular o comportamento como objeto de estudos da Psicologia, Watson estabelece um objeto de estudos "observável e mensurável, cujos experimentos poderiam reproduzir diferentes condições e sujeitos” (ibid. p.45). As concepções de Watson, representam uma grande oposição à introspecção, movimento que vigorava na época, assim como rejeitavam também a analogia como métodos. As proposições de Watson, portanto, trouxeram respostas essenciais aos objetivos que os psicólogos buscavam na época e contribuíram para o rompimento definitivo da psicologia com a sua tradição filosófica. O behaviorismo metodológico toma como base o realismo. O realismo defende a idéia de que há um mundo real, que ocorre no mundo real, sendo que é a partir desse mundo real externo - objetivo - que constituímos o nosso mundo interno - subjetivo. Paradoxalmente, temos contato apenas com a nossa experiência interna que nos é dada pelos nossos sentidos. Isso porque o mundo externo, objetivo, não nos é accessível diretamente. Assim, os nossos sentidos nos fornecem apenas dados sensoriais sobre aquele comportamento real que nunca conhecemos diretamente (BAUM, op.cit). Como behaviorista metodológico, portanto, o interesse de Watson concentra-se na busca de uma psicologia livre de conceitos mentalistas e de métodos subjetivos e que possa reunir condições de prever e de controlar. Para tanto, torna-se importante, em compasso com o realismo, estabelecer uma dicotomia entre o mundo objetivo-mundo subjetivo. À ciência, constituída de métodos próprios ao estudo do mundo objetivo, caberia lidar apenas com o mundo que está 'fora' do sujeito, o mundo que é compartilhado, accessível a outras pessoas e com o qual, por conseguinte, todos poderiam, potencialmente, concordar. Entendendo que o homem possui um aparato orgânico que se ajusta ao ambiente em que vive por meio de equipamentos hereditários e pela formação de hábitos, Watson defende a idéia de que o comportamento deve ser estudado como função de certas variáveis do meio, sob o argumento de que certos estímulos levam o organismo a dar determinadas respostas. Nessa linha de raciocínio, ele procura descrever os eventos comportamentais atribuindo- lhes um caráter mecânico e o mais próximo possível da fisiologia, uma vez que as razões que estariam subjacentes ao 'levar' o homem a desempenhar o comportamento deveriam ser tratadas isoladamente. O behaviorismo de Watson fundamenta-se em uma das leis mais famosas do behaviorismo metodológico que é a de Pavlov: o condicionamento clássico, ou o reflexo incondicionado que consiste, tomando as palavras de Furtado (op.cit.:47), "em respostas que são eliciadas (produzidas) por estímulos antecedentes do ambiente (ex. contração das pupilas quando há luz forte sobre os olhos)”. Aprofundando e ampliando tais noções, Watson chega ao conceito de "reflexo condicionado" que consiste em interações estímulo- resposta (ambiente-sujeito) nas quais o organismo é levado a responder a estímulos que antes não respondia. Isso se dá em função de um pareamento de estímulos, como por exemplo: imergir a mão na água gelada e ouvir o som de uma campainha repetidas vezes. Depois de um certo tempo, a mudança de temperatura nas mãos poderá ser eliciada apenas pelo som da campainha, isto é, sem a necessidade de imersão das mãos (FURTADO, op.cit.). A formulação do behaviorismo de Watson é representada pela relação S-R, onde S é o estímulo do ambiente e R a resposta do organismo. Teoria do Reforço de Skinner 79 Skinner denominou reforços os eventos que tornam uma reação mais freqüente, que aumentam a probabilidade de sua ocorrência. Por exemplo, no experimento de Skinner, o reforço era o fornecimento de uma bolinha de comida logo após o animal Ter pressionado a barra. Desenvolvida inicialmente pelo psicólogo norte-americano Burrhus Frederic Skinner (considerado como um dos pais da psicologia comportamental), a Teoria do Reforço, conclui que as ações com consequências positivas sobre o indivíduo fazem que as práticas tendem a ser repetidas no futuro, enquanto o comportamento que é punido tende a ser eliminado. As consequência são positivas sempre que as pessoas sentem prazer com a sua própria performance. Segundo a Teoria do Reforço, o comportamento das pessoas pode ser influenciado e controlado através do reforço (recompensa) dos comportamentos desejados e ignorando as ações não desejadas (o castigo do comportamento não desejado deve ser evitado na medida em que tal contribuiria para o desenvolvimento de sentimentos de constrangimento ou mesmo de revolta). Skinner defende mesmo que o comportamento das pessoas pode ser controlado e informado por longos períodos de tempo sem que estas se apercebam disso, inclusivamente sentindo-se livres. Uma técnica defendida por Skinner é a modificação do comportamento organizacional que consiste na aplicação da Teoria do Reforço aos esforços para a mudança nas organizações e assenta em dois princípios basilares: primeiro as pessoas atuam da forma que acham mais gratificante e recompensadora; segundo, o comportamento pode ser influenciado e determinado pela gestão das recompensas a ele associadas. Classificação dos reforços Skinner classifica os eventos reforçadores em positivos e negativos. Alguns reforços consistem na apresentação de estímulos, no acréscimo de alguma coisa à situação (por exemplo, alimento, água). Estes são chamados reforços positivos. Outros consistem na remoção de alguma coisa da situação (por exemplo, muito barulho, calor ou frio extremos, choque elétrico). Estes são denominados reforços negativos. Em ambos os casos. O efeito do reforço é o mesmo: a probabilidade da resposta será aumentada. Reforçadores Existem segundo Skinner, reforçadores primários, secundários e generalizados. Como exemplo do primeiro, temos o alimento e o sexo. Ambos podem ser usados para aumentar a freqüência de uma resposta. Eles são reforçadores para a espécie, ou seja, apenas aqueles sensíveis a eles sobreviveram. No cotidiano temos uma mãe que só deixa o filho almoçar após ter terminado o dever de casa e um homem que após se reconciliar com a esposa, fazem sexo para comemorar. Já os demais reforçadores, dependem dos primários para se tornarem efetivos, ou seja, eles precisam ser pareados (precisam acompanhar) os primários por certo tempo para que possam agir por si. No dia-a-dia a atenção é um grande exemplo de reforçador secundário. Por último os reforçadores generalizados são aqueles que possibilitam o acesso a todos (ou quase todos) os demais. O seu maior representante é o dinheiro, capaz de possibilitar os demais reforçadores. Skinner - Biografia de Skinner Nascido em Susquehanna, na Pensilvânia, Skinner cresceu em ambiente muito estável e de muito afeto. Frequentou a mesma pequena escola de ensino médio em que se formaram os seus pais; na cerimônia de formatura, havia apenas ele e mais sete outros colegas. Quando criança gostava de construir vagões, jangadas, aeromodelos, chegando a montar uma espécie de canhão a vapor para atirar pedaços de cenoura a batata sobre o telhado. Passou anos tentando desenvolver uma máquina de movimento perpétuo. Gostava de ler sobre os animais e mantinha diversas espécies de tartarugas, cobras, lagartos, sapos e esquilos. Em uma feira local, viu alguns pombos realizando performances; e, anos mais tarde, treinou algumas dessas aves para realizar alguns truques. O sistema de psicologia de Skinner reflete as próprias experiências de infância. De acordo com seu ponto de vista, a vida é produto da história de reforços. Afirmava que sua vida foi premeditada e organizada de acordo exatamente do modo que seu sistema ditava como devia ser a vida de todo ser humano. Acreditava que suas experiências estavam relacionadas exclusiva e diretamente aos estímulos do próprio ambiente. Formou-se em Letras - Inglês, com distinção Phi Beta Kappa, e desejava tornar-se escritor. Em um seminário de redação de que participou no verão. O poeta Robert Frost elogiou seus poemas e contos. Por dois anos, depois de se formar, trabalhou escrevendo, mas chegou a conclusão de que não tinha nada a dizer. Deprimido pelo fiasco como escritor, pensou em consultar um psiquiatra. Considerava-se um fracasso, e sua auto estima estava despedaçada. Além disso, estava desiludido no amor; mais ou menos meia dúzia de mulheres rejeitaram-no. Veja A Biografia de Skinner Completa Biografia de Skinner O Behaviorismo de Skinner Em diversos aspectos, a posição de Skinner representava uma renovação do behaviorismo de Watson. Um historiador afirmou: "O espírito de Watson é indestrutível. Limpido e purificado, ele respira através dos trabalhos de B. F. Skinner" (MacLeod, 1959, p. 34). Embora Hull também fosse considerado um behaviorista severo, há diferenças nas visões de Skinner e as suas. Enquanto Hull dava destaque a importância da teoria, Skinner defendia um sistema empírico (conhecimento derivado de experiências cotidianas, que provém de tentativas, erros e acertos) sem estrutura teórica para a condução de uma pesquisa. Veja o Behaviorismo de Skinner Completo O Behaviorismo de Skinner Skinner - Frases de Skinner Um pássaro não canta por estar feliz, ele está feliz porque canta. (Frases de Skinner) Um ambiente físico e cultural diferente fará um homem diferente e melhor. (Pensamentos de Skinner) Triunfar sobre a natureza e sobre si mesmo, sim. Mas sobre os outros, nunca. (Frases de Skinner) Como as pessoas se sentem é, geralmente, tão importante quanto o que elas fazem. (Pensamentos de Skinner) Poderíamos solucionar muitos dos problemas de delinquência e criminalidade, se pudéssemos mudar o meio em que foram criados os transgressores. (Frases de Skinner) O que é o Amor se não outro nome para reforçamento positivo? (Pensamentos de Skinner) Os métodos do Behaviorismo de Watson   1  2  3  4  5 ( 20 Votes ) 12 Quando a psicologia teve início formalmente, estava ávida por se aliar à antiga, bem estabelecida e mais respeitável ciência natural da física. A nova psicologia tentou adaptar os métodos naturais científicos às própias necessidades. Essa tedência foi ainda mais clara no caso do behaviorismo. Watson insistia em que a psicologia se limitasse aos dados das ciência naturais, ao que fosse possível de observação. Em poucas palavras: a psicologia devia limitar-se ao estudo objetivo do comportamento. Somente os métodos objetivos rígidos de investigação deviam ser adotados nos laboratórios dos behavoristas. Para Watson, esses métodos incluìam. . a obsevação, com e sem o uso de instrumentos; . métodos de teste; . o método de relato verbal; . o métododo reflexo condicional. A observação constitui a base fundamental para os outros métodos. Métodos de teste objetivo já eram adotados, mas Watson propôs tratar os resultados dos testes como amostragens do comportamento, e não como indicadores das qualidades mentais, para ele, o testenão media a inteligência nem a personalidade, ao contrário, simplesmente media as respostas do indivíduo à situação do estimulo de ser submetido ao teste. A questão do relato verbal foi ainda mais controversa. Como Watson rejeitava tão claramente a introspecção, o uso do relato verbal no laboratório deixava uma abertura às críticas. Alguns psicólogos consideraram o ato comprometedor, afirmando ter Watson introduzido a introspecção pela porta dos fundos, depois depois de tê-la enxotado pela da frente. Por que ele aceitara o relato verbal? apesar da aversão pela introspecção, não pode ignorar os trabalhos realizados pelos psicofísicos com o uso da introspecção. Portanto, sugeriu que as reações orais, por serem obseváveis objetivamente, seriam significativamente para o behaviorismo, assim como qualquer tipo de resposta motora. "Falar é fazer - ou seja, comportar-se. Falar abertamente ou para nós mesmos (pensar) é um comportamento tão objetivo quanto jogar beisebol" (Watson, 1930, p. 6.). Todavia, a adoção do método do relato verbal no behaviorismo foi uma concessão muito questionada. Os adversários de Watson acusavam-no de fazer um jogo de palavras, de estar oferecendo apenas uma mudança semântica. Ele rebatia, concordando com que os elatos verbais talvez não fossem precisos e, portanto, não seriam os substitutos adequados da abservação objetiva. Por isso restringia o seu uso para as situações em que pudessem ser verificados, como na descrição das diferenças tonais. Os relatos verbais não-verificáveis, como o pensamento sem imagens e os relatos dos estados de sentimento, seriam descartados. O método do reflexo condicionado foi adotado em 1915, dois anos depois da fundação formal dobehaviorismo. Os métodos de condicionamento eram pouco usados, no entanto, Watson foi bastante responsável pela sua ampla aplicação na pesquisa psicológica americana. Ele contou ao psicólogo Ernest Hilgard haver se interessado muito pelos reflexos condicionados ao estudar o trabalho de Bekhterev, embora mais tarde também creditasse a Pavlov esse interesse (Hilgard, 1994). Watson descrevia o condicionamento em termos de substituição de estímulo. A resposta torna-se condicionada quando associada ou conectada a um estímulo diferente daquele que a originou. (No caso dos cães de Pavlov, a resposta condicionada consistia na salivação mediante o som da campainha e não pela visualização da comida.) Ele escolheu esse tratamento por oferecer um método objetivo de análize do comportamento, de redução em unidades básicas, ou seja, em ligações de estímulo-resposta (E-R). Todo comportamento podia ser reduzido a esses elementos, portanto o método de reflexo condicionado permitia aos psicólogos conduzirem investigações acerca da complexidade do comportamento humano em laboratórios. Desse modo, Watson mantinha a tradição atomística e mecanicista estabelecida pelos empiristas britânicos e adotada pelos psicólogos estruturalistas. Sua intenção era estudar o comortamento humano da mesma maneira qe os físicos estudavam o universo, separando-o em partes componentes, entre elas átomos e elementos. Para a psicologia, esse enfoque exclusivo nos métodos objetivos e a eliminação da introspecção significaram uma mudança na natureza e no papel do sujeito humano no laboratório de psicologia. Para Wundt e Titchener, o indivíduo desempenhava o papel tanto do observador como do observado, já que observavam a própria experiência consciente. O seu papel era muito mais importante do que o do pesquisador. No behaviorismo, os indivíduos em si tornaram-se menos importantes. Eles não mais observaram; em vez disso, eram observados pelo pesquisador. Com essa mudança de enfoque, o sujeito humano do laboratório, normalmente chamado de observador, passou a ser conhecido como sujeito. Os verdadeiros observadores eram os pesquisadores, spicólogos responsáveis pela pesquisa que estabeleciam as condições experimentais e registravam as respostas dos sujeitos. Desse modo, o indivíduo foi rebaixado de posto. Não mais observava as próprias características, apenas exibia os comportamentos. E praticamente todos exibem comportamentos: bebês, crianças, pessoas portadoras de distúrbios mentais e emocionais, pombeos ou ratos. Esse ponto de vista reforçou a imagem da psicologia de semelhança entre o homem e a máquina. Como notou um historiador, "Insere-se um estímulo em uma das pequenas aberturas para, em seguida, sair um pacote de reações" (Burt, 1962, p. 232). O Operacionismo   1  2  3  4  5 ( 9 Votes ) O operacionismo, principal característica do neobihaviorismo, tinha por objetivo proporcionar uma linguagem e uma terminologia mais objetivas e precisas a ciência e livrá-la dos “pseudoproblemas”, ou seja, dos problemas não observáveis ou não demonstráveis fisicamente. O operacionismo sustenta que o valor de qualquer descoberta científica ou de construção teórica dependa da validade dês operações empregadas para determiná-los. A visão operacionista foi promovida por Percy W. Bridgman (1882-1961), ganhador do Prêmio Nobel de física e psicólogo da Harvard University. O seu livro, The logic of modern physics (1927), chamou a atenção de muitos psicólogos. Bridgman insistia na definição exata dos conceitos da física e no descarte de todos os conceitos que não possuíssem referentes físicos. Utilizemos como exemplo o conceito de comprimento. O que queremos dizer quando nos referimos ao comprimento de um objeto? Evidentemente, entenderemos o significado de comprimento se soubermos especificar o comprimento de todo e qualquer objeto e, para o físico, isso é suficiente. A determinação do comprimento de um objeto requer algumas operações físicas. O conceito de cumprimento, assim, é definido quando se determinam as operações de mensuração do comprimento, ou seja, o conceito de comprimento envolve tão somente e apenas um conjunto de operações; o conceito é sinônimo do conjunto correspondente de operações. (Bridgman, 1927. P. 5.) . Desse modo, um conceito físico equivale ao conjunto de operações ou de procedimentos que o determinam. Muitos psicólogos acreditavam que esse conceito seria muito útil nos seus trabalhos e estavam ansiosos para utiliza-lo. A insistência de Bridgman em descartar os pseudoproblemas, ou seja, as questões que desafiam a resposta resultante de qualquer teste objetivo conhecido, era muito bem-vista pelos psicólogos behavioristas. As proposições que não podem ser submetidas a um teste experimental, como a existência a natureza da alma, não têm nenhum valor científico. O que é a alma? Como observá-la no laboratório? É possível medi-la manipulá-la sob condições controladas para determinar seus efeitos no comportamento? Se a resposta for negativa, o conceito não é dotado de nenhuma utilidade, significado ou importância para a ciência. Seguindo esse raciocínio, o conceito de experiência consciente individual ou privada consiste em um pseudoproblema para a ciência da psicologia. Não é possível determinar nem investigar a existência ou as características da consciência por meio de métodos objetivos. Assim, de acordo com a visão operacionista, a consciência não tem lugar na psicologia científica. Os críticos alegavam que o operacionismo não passava de uma afirmação um pouco mais formal dos princípios já aplicados pelos psicólogos para definir as idéias e os conceitos em relação aos seus referentes físicos. No livro de Bridgman, há muito pouco sobre o operacionismo que não se relacione com os trabalhos dos empiristas britânicos. A tendência do longo prazo de psicologia americana seguia em direção à objetividade de metodologia e do objeto de estudo, portanto pode-se afirmar que a visão operacionista em relação à pesquisa e a teoria já fora aceita por muitos psicólogos. Entretanto, desde a época de Wilhelm Wundt, na Alemanha, os físicos vinham sendo, para nova psicologia, exemplos de perfeição da respeitabilidade científica. Muitos psicólogos sentiram-se obrigados a seguir esse modelo de papel. No fim, os psicólogos acabaram empregando mais amplamente o operacionismo do que os físicos. Conseqüentemente, a geração dos neobehavioristas atuantes entre as décadas de 1920 e 1930 incorporou o operacionismo na sua abordagem de psicologia. Bridgman viveu tempo suficiente para testemunhar tanto a aceitação como o descarte dooperacionismo na psicologia. Com 79 anos, ciente do seu estado terminal, Bridgman terminou o sumário da edição em sete volumes de todos os seus trabalhos, enviou-o para o editor e suicidou-se. Temia esperar mais tempo e ficar incapacitado para tal ação. Na carta deixada antes de suicidar-se, escreveu: “Provavelmente, este é o último dia em que terei condições de faze- lo” (apud Nuland, 1994, p. 152). Behaviorismo Social: o Desafio Cognitivo Bandura, Roter e outros seguidores da abordagem sociobehaviorista eram, em princípio, behavioristas, mas adotavam uma forma de behaviorismo bem distinta da de Skinner. Eles questionavam sua total negação aos processos mentais ou cognitivos e propunha em seu lugar uma aprendizagem social ou uma abordagem sociobehaviorista, uma reflexão sobre um movimento cognitivo mais amplo na psicologia como um todo. As teorias de aprendizagem social marcam um terceiro estágio (o estágio neo-neobehaviorista) no desenvolvimento da escola de pensamento behaviorista. A Teoria Social Cognitiva A teoria social cognitiva de Bandura é uma forma de behaviorismo menos radical que a de Skinner e reflete o espírito dos tempos, o impacto do renovado interesse da psicologia nos fatores cognitivos. Mesmo assim, a visão de Bandura ainda era behaviorista. Sua pesquisa tinha como meta observar o comportamento dos indivíduos durante a interação. Não usava a introspecção nem enfatizava a importância da recompensa ou do reforço na aquisição ou modificação do comportamento. Além de ser uma teoria behaviorista, o sistema de bandura era cognitivo. Ele enfatizava a influência dos esquemas de reforço externo dos processos de pensamento, tais como crenças, expectativas e instrução. Para Bandura, respostas comportamentais não são disparadas automaticamente por um estímulo externo, como em uma máquina ou em um robô. Ao contrário, as reações aos estímulos são auto-ativadas, iniciadas pela própria pessoa. Quando um reforço externo altera o comportamento, é porque a pessoa tem consciência da resposta que esta sendo reforçada e antecipa a recepção do mesmo reforço ao repetir o comportamento da próxima vez em que a situação ocorrer. Embora bandura concordasse com Skinner a respeito da possibilidade de mudar o comportamento humano por meio do reforço, também sugeriu e demonstrou na prática, a capacidade de as pessoas aprenderem quase todos os tipos de comportamento sem receber diretamente qualquer reforço. Para ele, não é necessário receber sempre reforço para se aprender algo. A aprendizagem também ocorre por meio do reforço vicário, ou seja, mediante a observação tanto do comportamento das outras pessoas como das suas conseqüências. A capacidade de aprender por meio de exemplos e de reforço vicário parte do princípio de que somos capazes de antecipar e avaliar as conseqüências do que observamos nas outras pessoas, mesmo não passando pela mesma experiência. É possível o próprio comportamento, observando as conseqüências, ainda que não experimentadas, de determinado comportamento e fazendo uma opção consciente de agir ou não da mesma forma. Bandura acredita não existir uma ligação direta entre estímulo e resposta, ou entre comportamento e reforço, como afirmava Skinner. Para ele, há um mecanismo interposto entre estímulo e resposta, que nada mais é do que o processo cognitivo do indivíduo. Desse modo, o processo cognitivo exerceu um papel importante na teoria social cognitiva de Bandura, diferenciando a sua visão da de Skinner. Na opinião de Bandura, não é o esquema de reforço em si que produz efeito na mudança do comportamento de uma pessoa, mas o que ela pensa desse esquema. A aprendizagem ocorre não pelo reforço direto, mas por meio de “modelos”, observando o comportamento de outras pessoas e nele fundamentando os próprios padrões. Para Skinner, o controlador do reforço regula o comportamento. Para Bandura, o controlador do modelo social regula o comportamento. Bandura conduziu pesquisas completas sobre as características dos modelos que influenciam o comportamento humano. A do individuo é modelar o próprio comportamento com base no comportamento de pessoas do mesmo sexo e idade, u seja, nos nossos semelhantes que conseguiram resolver problemas similares aos nossos. Há uma propensão também de se deixar impressionar por modelos de prestígio e status superiores ao nosso. O tipo de comportamento envolvido afeta a amplitude da imitação. A tendência é de imitar mais os comportamentos simples do que extremamente complexos. A hostilidade e a agressividade tendem a ser muito mais imitadas, principalmente pelas crianças. Assim, o que se vê na vida real ou na mídia, muitas vezes, determina o nosso comportamento. A abordagem de Bandura consiste em uma teoria de aprendizagem “social”, porque estuda a formação e a modificação do comportamento nas situações sociais. Bandura criticou Skinner por usar um único sujeito na observação (na maioria das vezes, ratos e pombos) em vez de pessoas interagindo umas com as outras. Poucas pessoas vivem isoladas socialmente. Bandura considerava que os psicólogos não devem considerar relevantes para um mundo moderno as descobertas de pesquisas que ignorem as interações sociais. Locus do Controle   1  2  3  4  5 ( 2 Votes ) Rotter concentrou rasoável pesquisa nas crenças a respeito da origem do reforço. Algumas pessoas consideram o reforço dependente do próprio comportamento e alegam a existência de um locus de controle interno. Outras pessoas acreditam no reforço dependente das forças externas - como o destino, a sorte ou as atitudes de outros indivíduos; alegam a existência do locus do controle externo (Rotter, 1966). Obviamente, tais percepções acerca da origem do controle exercem variadas influências sobre o comportamento. Para as pessoas que percebem a existência do locus de controle externo, as próprias habilidades e ações não exercem muita influência nos reforços que recebem. Convencidas da falta de poder em relação as forças externas, não se esforçam em tentar mudar ou melhorar a situação. As pessoas que percebem a existência do locus de controle interno acreditam ser responsáveis pela própria vida e por isso atuam apropriadamente. A pesquisa de Rotter demonstrou que as pessoas com locus de controle interno tendem a ser física e mentalmente mais saudáveis do que as outras. Em geral, sua pressão sanguínea é mais baixa, apresentam menos infartos, ansiedade e depressão e são mais hábeis ao lidarem com o extresse. Obtêm as melhores notas na escola e acreditam ter maior liberdade de escolha. São mais populares e sociáveis e apresentam elevado grau de auto- estima. Além disso, o trabalho de Rotter sugere que olocus de controle é adquirido na infância por meio do comportamento dos pais e dos responsáveis pela criação. Pais de adultos com locus de controle interno tendem a ser solidários, generosos ao elogiarem as realizações (reforço positivo), coerentes na disciplina e a demonstrarem atitudes não autoritárias.
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