O Culto Rev. Onezio Figueiredo

March 20, 2018 | Author: Fúlvio Leite | Category: Liturgy, Christian Worship, Eucharist, Saint, Mass (Liturgy)


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O CULTOOPÚSCULO II APÊNDICE I - LOUVOR APÊNDICE II - ORAÇÃO Rev. Onezio Figueiredo “Deus é Espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” ( Jo 4.24 ). ÍNDICE 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 Apresentação: Mary Cleme Silvério Neves Definição Terminologia Expressões cúlticas de Israel Expressões cúlticas da Igreja Igreja, um santuário O Culto da Igreja Conjunto litúrgico Conjunto diacônico Artes litúrgicas Estética dirigencial Estética templária Liturgia cristã, herança judaica Liturgia sinagogal Ordem do culto sinagogal O que Deus que convoca Culto, realização do Espírito Modelo litúrgico Fundamentos litúrgicos da Didaquê Liturgia segundo Justino Mártir Liturgia no fim do III século e início do IV Culto calvinista Calvino e o Culto Ordem do culto calvinista Culto segundo as normas de Westminster Liturgia segundo O livro de Oração Comum Lições para a Igreja hoje Ordem psicológica do culto Templo, trono de Deus Liturgia da Oração Dominical Importância da ordem psicológica do culto Bibliografia Apêndices I - Lourvor Apêndice II - Oração 01 - Apresentação A liturgia, por vezes, tem sido incompreendida, gerando estéreis polêmicas, que culminam em divisões nas igrejas com algumas pessoas buscando novidades na forma de cultuar a Deus. Este trabalho do Rev. Onezio Figueiredo surge num momento oportuno historicamente importante. O frio formalismo “presbiteriano” bem como o barulhento “pentecostalismo” têm sido rechaçados na busca do equilíbrio. Tenho oportunidade de vivenciar a proposta do autor, participando dos cultos dominicais da Igreja Presbiteriana Ebenézer de São Paulo, pastoreada por ele. Às diferentes faixas etárias, a partir das crianças, é oportunizado o serviço da liturgia, entendida como “função de muitos e ação de todos”. Há música vocal e instrumental de boa qualidade, orações, leituras bíblicas, proclamação da palavra, e a postura de que “diante de Deus... submissão, respeito, consagração e reverência”. É um grande privilêgio apresentar um trabalho teórico do qual tenho vivenciado a prática. O autor, Rev. Onezio Figueiredo, é muito feliz em definir de forma objetiva, prática e com profundo conhecimento histórico e teológico o culto a Deus, resgatando suas raízes a partir das expressões cúlticas de Israel. Segundo o propósito do autor: “A Igreja que não esquece o caminho por onde passou, saberá, com certeza, onde está e para onde vai”. Este trabalho, mais completo que o primeiro opúsculo, publicado em 19991, e já na terceira edição, é leitura tranqüila e interessante para ser digerida em pouco tempo. No final, excelente apêndice sobre outro tema atual, polêmico e pouco compreendido: Louvor. A leitura é uma forma indireta de conhecer o pensador, Rev. Onezio Figueiredo. Tenho a honra e o privilégio de conhecê-lo pessoalmente, ser sua ovelha, conviver com sua família e desfrutar da experiência e conhecimento teológico desse irmão, um pouco mais velho, mas inteiramente criança na dependência do Soberano Senhor Jesus Cristo, a quem servimos. São Paulo, abril de l994 Ass.: Mary C. S. Neves. Nota: Mary é Assistente Social. Exerceu sua profissão na Prefeitura de São Paulo, capital, com extraordinária eficiência e elevada proficiência. Ocupou vários postos de liderança e cargos de confiança. É musicista de grandes méritos, regente coral de primeira linha, técnica em Organização de Eventos, e uma de nossas auxiliares no ministério litúrgico da Igreja. Casada com o Presbítero Adilson Neves, mãe de dois filhos e uma filha; todos na Igreja, e ativos. 02 - Definição de Culto Culto: Serviço prestado a Deus pelo salvo e pela comunidade em todas as atividades vitais e existenciais. Servir é a condição essencial do servo. No primeiro caso, trata-se da atividade constante do real servidor de Deus, que o serve de dia e de noite com sua vida, testemunho, profissão e adoração. No segundo, tem-se em vista a liturgia comunitária, a adoração dos irmãos congregados, o ser e a voz da Igreja. 03 - Terminologia Todas as palavras gregas para culto significam trabalho, serviço prestado a um superior, portanto.Hypereteo: Serviço de remador. mas sempre de cunho social. pela fé positiva e pela palavra autoritativa. nobre ou não. e mais. sem remuneração. salarial. a maioria inconsccientemente. conforme o grito de cadenciamento do dirigente. na consagração. Alguns. mais estas que aquelas. O “therapeuta” era livre para “doar” o seu trabalho como expressão de amor fraternal e comunitário. Os principais termos conotadores e denotadores do culto são: 01 . o que se faz em benefício da comunidade. e exclusivamente ele. como ficou definido. É o suserano comandando o Soberano. Numerosos hoje. modernamente. gratidão. entendem que culto é uma reunião de pedintes de bênçãos espirituais e materiais. movido pelo amor ao próximo. mas popularíssima entre os carismáticos “prosperistas”. geralmente exercido na área carita-tiva ou no serviço público. grandeza. 04 . sem livre arbítrio. transformam o culto numa sessão ordenatória e de cobrança na qual o homem poderoso. é um serviço que se presta a Deus. possui por criação e por natureza. bondade. 05 . uma propriedade exclusiva de Deus. Serve-se. Tudo que um escravo faz é para riqueza e glória de seu senhor. Os que mais pedem são os que menos servem. O escravo e sua produção pertenciam ao seu senhor. entendem que culto é “invocação da divindade”. reconhecimento. povo. na qualidade de filho. exige do Criador respostas unicamente positivas às suas petições e lhe cobra os direitos que. mas seu trabalho sincrônico compunha a força conjunta de maneira indispensável. supercrente. onde o culto se realizava em Israel. A doutrina do satanismo versus divinismo substitui a pessoa do pregador pela do exorcista. sabedoria. não como escravo dos adoradores. O “hyperetês” era um dentre vários. portanto. prestação de serviço público. pois aí Deus se manifestava. não havia lugar para “manifestações demoníacas”. Quanto mais festivo. Outros pensam que culto é uma festa espiritual com o objetivo de alegrar os fiéis.Therapeuo: Serviço voluntário. para que o Deus invocado se coloque a serviço dos invocadores. jamais por venalidade. na abnegação. 03 . um cultuador. mas como Senhor soberano e absoluto em santidade. 02 . pensam os ludinistas.Leitourgeo: “Leitourgeo” vem de “laos”.Diaconeo: Serviço fundamentado unicamente no amor. publicidade ou ostentação. Os idólatras acham que culto é veneração e adoração do divino consubstanciado ou materializado em ícones. do Espírito Santo contra o espírito satânico. trabalhista. No espaço sagrado. Outros ressuscitam o dualismo persa da luta do deus do bem contra o deus do mal. Era um trabalho de ação sincronizada. mais “espiritual” é o culto. Culto. O crente é “doulos” de Deus. portanto. Diácono é aquele que serve sem esperar qualquer tipo de retorno como recompensa. não poucos. justiça e poder. que lhes servem de símbolos e objetos de fé. e o culto se transforma numa batalha entre Deus e Satã. Muitos. Há os que revivem os cultos orgíacos do paganismo grecoromano. sem qualquer direito pessoal. Significa. trabalho. remar como escravo sob comando imperativo do administrador da embarcação.serviço prestado a Deus. e “ergon”. Crença absurda. O navegar do barco na velocidade ideal e na direção proposta dependia da união e do esforço harmônico de todos.Douleo: Serviço escravo do “doulos”. tanto no palácio real . “Latreia” sofreu conotações diferentes em decorrência do uso que dela faz o romanismo. originalmente. o perdão recebido mediante o sacrifício do Cordeiro. “Dulia” ( de doulos ) é o culto prestado à Virgem Maria. é culto ao Criador e Salvador. comemorativas. o sacrifício do crente efetivado por sua dedicação a Deus (Rm 12. exercido nas festas sagradas. na congregação confessante. consagra-doras e sacramentais. O culto do altar. embora sob orientação sacerdotal. no âmbito religioso. todas as festas de Israel tinham sentido duplo integrado: Civil e religioso. 06 . no templo ou fora dele. clerical por excelência. 04 . realizado com dedicação. no exterior do recinto sagrado.Latreuo . . individual e comunitária. onde a religiosidade confundia-se com o civismo. corpo de Cristo. no púlpito do profeta. se realizava clericalmente no templo. pois.As festas: As festas de Israel eram memorativas. Todo trabalho do cristão. igualando-se a Deus. “Latria”. O culto laico. A liturgia.2).Expressões Cúlticas de Israel 01 . era quem se dedicava exclusivamente ao serviço do templo quer na ordem cerimonial e ritual quer na manutenção e administração do imóvel. na comunidade que recebe o perdão do Salvador. o louvor. gerador da nação israelita. Por esta ordem se vê que a Virgem ocupa o segundo lugar na hierarquia divina. A adoração é filha da mordomia. A três delas todos os israelitas tinham a obrigação de comparecer: a. culto que se presta aos santos. à parte do ritualismo sacrificial em que se fazia representar pelo sacerdote. A palavra “latria” vem de “latron”. dos móveis e dos objetos consagrados a Deus e destinados ao culto.como no templo. mas isso não lhe impedia de ser um adorador de Javé. o culto que se presta a Deus e ao “Santíssimo Sacramento”. A essencialidade do culto de Israel preserva-se na Igreja: A adoração.1. o sacrifício de Cristo tipificado na Ceia. tinha formas rígidas em seu ritual ordenado e organizado por Deus. efetivava-se com mais liberdade de ação e expressão. A hóstia deificada é também chamada de “Corpus Christi”. Era. a confissão. merecendo a mesma honra.Clericalismo e laicismo: Sendo uma nação santa. o que se oferta em adoração. o que promove intermediação religiosa. eficiência e consagração. salário. o que oferece sacrifício a Deus. “Leitourgos”. portanto. no coral dos novos levitas. um povo teocrático. Os simbolismos do culto sacerdotal realizaram-se e se concretizaram em Cristo Jesus e são rememorados na mesa da eucaristia. uma semideusa. trabalho assalariado. O culto romano divide-se em três modos de adoração: “Hiperdulia”. rememorando a saída do Egito e a dádiva da Terra da Promissão.Latreia: Serviço sacerdotal. O leigo não tinha acesso ao lugar santo. além de rememorar o pacto mosaico. 02 . e laicamente. os cantores da Igreja sacerdotal. a gratidão em expressões gratulatórias e em oferendas. especialmente no Santo dos Santos. pela transubstanciação divinizase e se vitaliza. especialmente à hóstia que. Conteúdo: Lembrança do sofrimento sob a escravidão faraônica e da libertação. não escravo. a confissão de pecados. Páscoa: Comemoração seguida da festa dos pães asmos. Comemoravase do dia 14 a 21 de “nisan”. especialmente na hinologia salterial. inclusive nas guerras santas de conquista. pela oferenda do animal substituto em sacrifício. naquele lugar misterioso e sombrio. especialmente o do Dia da Expiação. A teofania templária esteve na visão dos profetas. a liturgia permanece. Conteúdo: Salvação. Festa da Expiação. nos eventos de adoração. peregrinação no deserto e vicariedade de Israel. santifica-o pelo poder de sua palavra. sem estabelecer fronteiras nítidas entre o cívico e o religioso. mas não eliminando. embora a dádiva do perdão só fosse possível mediante o derramamento do sangue da vítima. II Cr 7). Era o “dia da tristeza” pela constatação da existência e da persistência do pecado. A sublimação do homem acontece. União Cultural Editora. relembrando a dádiva da lei no Sinai e a bênção das colheitas na nova terra. não havia culto.Hekal e Debhir: Podemos dividir o culto de Israel em: Festivo. 03 . entrava no Santo dos Santos para interceder pelo povo. 04 . pois o culto organizado. por meio de Jesus Cristo. a mais importante era a do sétimo mês (tishri ). separado de todo povo. 128. p. reflexão e confissão. a sensorialidade. acima dela. tornou-se realidade na Igreja. pois Israel inteiro estava em contrição. seu poder perdoador. Caso típico é Isaias 6. isto mesmo”. pela recepção do anúncio sacerdotal do perdão e pela alegria de ser perdoado graciosamente. SP). Dissemos que ele “é colocado”. havia as festas das luas novas.2. Os salmos refletem as alegrias laudatórias das inúmeras festividades de Israel. durante as festas. onde estava a arca coberta pelo propiciatório. O Deus de Israel nunca foi um Deus ausente e secundário. A festa da expiação era a única em que o Sumo Sacerdote. Diante do “Majestoso e Numinoso”: Respeito. Não eram anárquicas e nem despropositadas. mas separando com muita clareza. coloca-o na fraternidade dos redimidos. espiritualizante por natureza. além das visões de Ezequiel. não podia haver hilaridade litúrgica. quando não mais havia famintos. Conteúdo: Renovação do pacto e lembrança da providência divina por meio de todos os atos libertadores de Deus. consagração e reverência absoluta. morta em seu lugar. No Santo dos Santos. A Igreja existe por causa dos . Na essência. coberta pelo propiciatório. provocando neles a reverência e os movimentos cúlticos de quem se defronta com o Todo Poderoso. e então lhe prestava culto pela confissão. a presença visível de Javé na nuvem de “shekinah” (Edersheim. “O sumo sacerdote ficava sozinho. Sem o depósito de ontem não haveria a reserva de hoje. Salvador e Rei. começo do ano civil. superando. Objetivavam manter a memória dos feitos de Javé. Festas de Israel. pois. “A arca de Deus se achava ali. gloriosa e glorificante de Javé. Diante de sua glória (shekinah) e majestade o povo prostrava-se em adoração. sua regência sobre os eleitos. c. Todo fiel adorador reconhecia a presença de Javé no templo. o mais santo de todos. comemorando a abertura do mês. nos dias 10 e 15 a 21 de “tishri”.As Teofanias: Na consagração do templo de Salomão a glória (shekinah) de Javé desceu sobre o tabernáculo para ali permanecer. meditação. Nesta festa também se comemorava o ano novo.b. Das festas religiosas com forte conteúdo de civismo não se há de deduzir nenhuma ordem litúrgica. chama-o. vestido de branco. seu Criador. redime-o pelo sacrifício de seu Filho. marcando o início de cada mês lunar. Sem a presença teofânica. prostra-o diante de seu altar como adorador. a espiritualidade do homem aflora. Festas do Pentecostes e das Semanas: Comemoração no mês de “sivan”. Destas. celebrava-se no interior do templo despido de qualquer hilaridade. O que era símbolo. Deus é quem o elege. habitava a “shekinah” de Javé. iluminado apenas pelo brilho das brasas do turíbulo”. o das festas programadas por Deus e realizadas fora do templo. marcando a presença de Deus com o seu povo (I Rs 8. o dia da expiação. Além das grandes festas. o sagrado do profano. Perante Deus. o começo do ano civil. quando ele é colocado frente a frente com o Sublime. seguida pela dos tabernáculos. consagrando-o. o novo Israel. No dia 10 de “tishri”. podemos afirmar que as igrejas históricas. em que o Cordeiro é . os oráculos e os cânticos corais levíticos compunham a liturgia. supunham. nós. e deveria servir de parâmetro para as igrejas cristãs de todos os tempos. sem a emulação de sua presença. no “debhir” ou Santos dos Santos. e somente por ele. Nela. de coisas santas. somente os sacrifícios. No “debhir” Deus falava e o homem ouvia. A grosso modo. Este quadro tem de ser levado em conta. em si mesma. as orações. torna-se vazio de sentido e falso. de palavras santas. e Paulo os deu. Ali era o local do silêncio. No ‘hekal”. 02 . ao som de instrumentos. os membros. quando se transferem expressões e imagens litúrgicas de Israel para a Igreja. Veremos depois a estrutura da liturgia sinagogal. apenas o diálogo Deus . inicialmente. isto é. 03 . mistério e festa. uma vez por ano. onde costumeiramente os sacerdotes sacrificavam intercessoriamente pelos pecadores e mediavam-lhes as oferendas gratulatórias. A reverência. herdando delas as tradições litúrgicas. a “shekinah” de Deus no meio dos eleitos. Toda Igreja agora é mais que um “hekal”. Sem a presença gloriosa de Cristo não há Igreja e o culto. Vejam a eleição de diáconos e a estabilidade ministerial: Tiago. os líderes carismáticos instituíam-se por “indicação direta”. do Espírito Santo. é. 04 . uma tradição litúrgica profundamente judaica e uma administração eclesiástica institucional. é um “debhir”. A eucaristia. enfáticos. lugar de santos. Soleníssimo: Culto executado pelo sumo sacerdote. protetores e redentores de Deus na história da redenção. Solene: Culto efetivado no “hekal” ou lugar santo. tem o mesmo propósito das comemorações de Israel: Manter viva a lembrança do que Deus já fez. No mundo exterior. pastor efetivo. como acontecia em Jerusalém.homem. local dos rituais ordinários (falamos do templo de Salomão ). lugar onde Cristo está como sujeito e objeto de nossa adoração. adaptadas e desenvolvidas. cantando. Apocalipse é um testemunho da glória (shekinah) de Deus em Cristo. A espontaneidade litúrgica precisa de limites.Tradição sinagogal: No mundo gentílico a Igreja apoiou-se. é inseparável de sua Igreja.Tradição cristofânica: A “shekinah” está sobre e em Jesus Cristo.atos criadores. são herdeiras da tradição ierosolomita. o que se mantém presente na Igreja e. 05 . nos cultos. não por eleição ou por indicação apostólica. Cristo é a cabeça do organismo eclesial. Onde dois ou três se reunem. pois. nas sinagogas. como a Presbiteriana. onde a fala de Deus era prioritária.Expressões Cúlticas da Igreja 01 . estabelecidas e regulamentadas por Deus. não a do homem.Tradição ierosolomita: Jerusalém. e dançando.Tradição carismática: A Igreja de Corinto produziu e transmitiu o carismatismo tanto na ordem administrativa como na litúrgica. aí é um “debhir”. o povo alegrava-se nas festas preordenadas. um santuário. Nenhum hino se cantava no Santíssimo. em consequência. um Santos dos Santos. Ele. segundo a fé cristã e a nova eclesiologia. e as carismáticas miram-se e se baseiam nos irrequietos e confusos irmãos coríntios. A Igreja de Jerusalém foi a líder de todas as outras. e esta lembrança é um alimento da fé. porém. e uma forma de cultuar a Deus. da hinologia transitória.3.3). emergente dos sentimentos e das circunstâncias culturais. bíblico e artístico. para venda de discos. zeloso. A solenidade do “hekal” vetotestamentário deve ser mantida no “hekal” neotestamentário.1-7). senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra” (Ap 14.2). onde a sensorialidade se expandia e onde o espiritual se confundia com o material na liturgia das festas. Deus conosco. é um coral sacerdotal reverente.11. reunião do povo sacerdotal em Cristo Jesus. Um povo sacerdotal não apresenta a Deus música de má qualidade. 7. com seus servos na assembléia litúrgica. lugar santo. a cristocentricidade da adoração é uma realidade. 14. Culto não é uma festa de religiosos exaltando um ícone ou buscando bênçãos dos céus. Toda a Igreja. Os leigos ficavam no exterior. respeitoso. é o sujeito e o objeto litúrgicos. E ninguém pode aprender o cântico. 07 . enriqueceu muito a adoração terrestre da Igreja primitiva e sofredora. pois a Igreja toda é um reino de sacerdotes. a “shekinah” divina. os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos). O verdadeiro cântico espiritual somente a Igreja invisível dos verdadeiros eleitos aprende. pois não procede dos cérebros humanos irregenerados. O personalismo não existe. O novo saltério da Igreja. e somente eles. A solenidade do culto celeste. aquela inteiramente santificada. As paixões.O Culto na Igreja Cristo presente.2. os sentimentos e as emoções espirituais misturavam-se com as naturais e as carnais nos atos “cúlticos”.10-11. 5. difere. incluídos no profano. Os sacerdotes. tinham acesso à parte mais sagrada do templo. à semelhança do coral levítico. Infelizmente.2-4 cf 19.18. completamente separada do mundo e das coisas profanas. de procedência duvidosa. 11.16.15. e o templo todo passou a ser um “hekal”. a comunhão dos salvos convocados por Cristo e .2. O culto do povo de Deus na terra deve ser figura do que acontece no céu.12. uma incontável multidão (Ap 4. A espiritualidade do canto é uma obra do Espírito e não um produto comercial destinado ao seguimento religioso do mercado consumidor. verdadeiramente espiritual. Cabeça da Igreja. diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. todos os redimidos. Hoje. a Igreja reunida. muitos cantores estão cantando para si mesmos. é o encontro do Senhor. separam bem o cântico realmente sacro daquele com pretensões de sacralidade. 2b. isto é. Os eleitos. 14. num cântico comunitário.15. que se efetiva nos céus e se realiza também na terra. E o local básico de reunião é o templo. Instrumento litúrgico do coral celeste: A harpa (Ap 5. apreende e executa. Cantam. aí estará o Tabernáculo. Jesus Cristo. mas da revelação de Deus: “Também a voz que ouvi era como de harpistas quando tange as suas harpas. CDs e fitas. A exaltação do Cordeiro se faz pela palavra oral e pelo cântico coral. A estes somaramse. promovido por este. do altar do Senhor.10-12. e muito. de rítmos que levantem associações mundanas concupiscentes. igualmente.Igreja. 12. o Sumo Sacerdote do templo. aqui na terra. E lá a reverência é levada a sério.colocado no centro da adoração dos santos. 8-14. o culto é sacerdotal.8. composto do levirato celestial (os anjos. Lamentável distorção do culto! 06 . Onde quer que os sacerdotes de Deus se reunem. Entoavam novo cântico diante do trono. um santuário O culto no Velho Testamento era estritamente sacerdotal. iluminados pelo Espírito. na visão apocalíptica. mercantilizando o canto sacro (sacro?). dirigentes infantis. pela “confissão positiva”. atividades. requerente de “direitos humanos” originais e inalienáveis. oração que não admite resposta negativa. O Cristo da cruz tem sido substituído pelo “Cristo da glória terrena”. dizem. a Igreja possui um “conjunto litúrgico” bem definido. serviços gráficos. coral. pois o suplicante não pede favor. Paulo entende que o motivo último do culto é a edificação do corpo de Cristo. a saúde. não de alguns clérigos privilegiados. Lamentável! 08 . O Culto a Deus é diacônico por excelência. cantores. secretarias. da teologia da prosperidade. orações e recitações credais. especialmente os que cooperam para a ordem e a unidade da Igreja. a liturgia é função de muitos e ação de todos. do “Cristo da satisfação temporal”. a sublimidade litúrgica. que é também diaconia. bateção de palmas. líderes dirigentes. serviços diplomáticos e outros. as expressões corporais devem ser reverentes e destinadas à reverência. diretorias departamentais. consentâneas com o local de adoração. regentes. ordenados por um sistema globalizante e harmoni- . Culto é qualquer serviço prestado a Deus. São deveres de Deus e direitos do ser humano. Sem as atuações setoriais dos vários serviços diacônicos. mover suavemente as mãos.Conjunto litúrgico Numa Igreja que exercita o sacerdócio geral de todos os homens. Junta Diaconal. leituras uníssonas. O trabalho diaconal durante o culto faz parte dele como componente necessário da liturgia. No “hekal” do templo os movimentos físicos não iam além de fechar os olhos. aplausos. São verdadeiros adoradores os que trabalham na Igreja em quaisquer funções. Tudo que ela faz e tudo o que se faz dentro dela e por ela. dedicados e eficientes no cumprimento de seus ministérios diversos. é um culto ao Criador e Senhor. Este conjunto harmônico dirige o serviço litúrgico do qual toda a comunidade participa por meio do responso: Cânticos. Enganam-se os que pensam que o culto somente se efetiva na reunião devocional dos crentes.reunidos pelo Espírito Santo para a edificação. submissa à soberania de Deus. No culto. leituras responsivas. ajoelhar-se. Jesus Cristo. levantar-se. diáconos. a hilaridade confunde-se com a espiritualidade. mas dos que são dinâmicos. danças. serviço de som. Nada de pulos. Semelhante teologia trocou a oração súplice. No tempo da “nova era”. O conjunto diacônico da Igreja se compôe de: Conselho. coreografias. E o Senhor de todos e de todas as coisas converte-se em submisso servo do homem. A soberania do homem está sendo colocada no lugar da soberania de Deus. ofícios e ministérios. Assim. O hedonismo e o ludinismo eram próprios dos cultos pagãos. composto de: Ministros (presbíteros docentes e regentes). a realização dos desejos nobres e a felicidade. Superintendente da Escola Dominical. a prosperidade. 09 . professores. reivindica direitos. a consagração maior não é dos que são “ativos” na reunião. habilitando o conjunto e cada membro para o exercício da fé e do testemunho cristão. instrumentistas. curvar-se.Conjunto diacônico A existência da Igreja. serviço de manutenção. exatamente como acontecia no “hekal” do templo de Salomão. a fé salvadora foi trocada pela “fé positiva”. a presença do Rei. Aliás. em si mesma. faz-se ao seu Cabeça. a comunhão e a respeitosa adoração ao Redentor. Cada ledor tem de ouvir a leitura dos irmãos para não se atrasar ou adiantar-se. particularmente o “halel”. A leitura uníssona significa: Leitura feita a uma só voz. engrandecer o Criador. visto ser o Pai dos artistas. qualificando a liturgia existencial do corpo eclesial. próprias das artes de representação nos palcos e nos palanques.zados pelo espírito de cooperação. salmos de 113 a 118. Na leitura dos salmos. jamais ser influenciada por ele. Longe. Leia para a Igreja. 03 . prioritariamente ao luteranismo com sua figura máxima.Artes litúrgicas Sendo Deus o Criador e Senhor de todas as coisas. 10 . do culto sinagogal. onde a criatividade humana. zelo doutrinário e técnica musical de seus hinos e cantatas. em qualquer aspecto. a tristeza invade o coração dos eleitos de bom senso. Os serviços integrados habilitam a Igreja. No momento da leitura a Igreja é uma única boca e um só ouvido. evidentemente. é o Rei dos reis. dono de tudo o que existe. Na Igreja também deve haver. das celebrações cúlticas da Igreja primitivada. a Igreja não será uma boa comunidade litúrgica. Bach. Deus. adaptando-a à reverência da adoração. evidencia a sensibilidade daquele que Deus criou à sua imagem e semelhança. pronunciando bem as palavras. procurando a ênfase ideográfica. melodias e ritmos popularescos. Deus. corinhos e canções originários da cultura popular ou advindos do folclore idolatrizado com ritmos de samba e linhas melódicas herdadas de “folias de reis” e candomblés. da liturgia reformada calvinista. O que tem dificuldades. Nota-se isto pela letra dos salmos. por doação divina. Não se há de louvá-lo com vulgaridade por meio de letras. pois. inclusive a disposição de se congregar. Salvador dos eleitos.de. augusto. sublimar os cultos. isto é. soberano.Recitativa: Na Sinagoga havia pessoas treinadas para leituras bíblicas.Arte da leitura comunitária: Na leitura responsiva o dirigente não deve quebrar o texto com erros e pontuações inexistentes ou desrespeitar os acentos gráficos e as pausas marcadas pelas vírgulas. certamente. a Igreja fala a Deus em uníssono. Repita muitas vezes a leitura em voz alta.Arte musical: A melhor música de Israel era a cantada no templo e nas festas solenes como a da expiação. tem de ser para ele. Além do mais. luteranos a calvinistas. treine em casa. As artes litúrgicas pricipais são: 01 . enriquecer as liturgias modernas. J. augusto e . S. nobilitavam-se pela qualidade literária. A melhor música. atropelando as palavras. fazendo coreografias cênicas. ou de “ôla” de estádios de futebol. Quando se ouvem hinos. é o Pai das artes. especialmente no campo das artes. criar para ele. como acontecia em Israel e nos tempos da Reforma. A música sacra clássica deve muito à Reforma. muito longe estão tais “cultos de louvor” da adoração instituída por Deus em Israel. observe os versos paralelos. cadenciada. 02 . pausadamente. Participar da liturgia. o melhor. Não leia correndo. precisa voltar aos nossos templos. Os antigos corais.santo”. não para si mesmo. falando e ouvindo ao mesmo tempo. é trabalhar na e para a Igreja em quaisquer atividades. da projeção do culto celeste revelado em Apocalipse. com a melhor entonação vocálica possível. pois presenciam a antes imaculada noiva do Cordeiro sambando. A Igreja. As igrejas reformadas elevaram o nível da música popular não concupiscente. reproduzindo gestos mímicos da adoração pagã. sem qualidade e nobreza. típicos de “mães. influenciá-lo. respirando nas pausas virgulares. tem de ser modelo para o mundo. é péssimo exemplo para a comunidade. Não se requerem hoje vestes sacerdotais. o templo deixa de ser verdadeiramente a Casa de Deus para se tornar. coral. O ambiente de culto deve ser solene.Estética dirigencial Não foi sem motivo que Deus determinou que os sacerdotes se vestissem adequadamente. respeitosa. 11 . sociais. 12 . A desarmonia do complexo litúrgico provoca mal-estar na comunidade. não se lhe demonstravam contrição. A veste descontraída induz à descontração. exige do dirigente indumentária decente. Enfim. para as celebrações litúrgicas. Lembrem-se de que a comunidade se posta de frente para os móveis. A nave precisa evocar o sentimento de reverência e introspecção meditativa. do órgão. Este desvelo estético deve prevalecer em nossos templos pela arquitetura adequada à realização e à solenidade dos serviços sagrados pela disposição do púlpito. mirando-se em seus líderes. utensílios. O ambiente da Igreja e a reverência ao Salvador requerem vestimenta adequada.Liturgia do sacrifício: O ponto de convergência do culto templário em Israel era o sacrifício. Não se esqueçam o pregador e o dirigente do culto de suas condições de servos de Cristo a serviço de Deus em nome da Igreja e com ela. e acabar relaxando o comportamento na Igreja durante o culto. O povo sagrado continua separado do mundo profano. digna. além de ser desrespeitosa. . E mais. meditação e contrição.Liturgia cristã. no entendimento dos agregados. 13 . ter alegria discreta e oferecer um ambiente de reflexão. da orquestra. não se recebia o perdão. e assim há de ser eternamente. herança judaica 01 . dirigente e pregador. que pode descuidar-se da indumentária. morais e políticos. não deve ser exaltado e aclamado da mesma forma com que se ovaciona e se louva o “Rei Momo” ou se vulgariza um santo do folclore brasileiro. mas a dignidade da pessoa de Cristo. que assim se vistam o dirigente litúrgico e o pregador. não se lhe confessavam os pecados. Senhor e cabeça da Igreja. O belo e o harmônico fazem parte da liturgia. Veja como Deus ordenou artística e esteticamente a sua construção e a disposição dos móveis e utensílios litúrgicos. e até com requinte e luxo. A vestimenta inadequada do dirigente. apenas num local de reunião onde se tratam de assuntos religiosos. despida de qualquer apelação ao luxo exagerado e à sedução. discreta.soberano. Igreja e mundo são antitéticos ente si. dos vasos ornamentais. Atentem para os termos respeitosos e reverentes com que Cristo se dirigiu ao Pai.Estética templária Examine a construção do templo. Como o símbolo moderno de respeito é o terno com camisa social e gravata. do piano. gratidão e submissão. Sem ele não se adorava a Deus. sem sacrifício não havia serviço litúrgico (pulchan). pela colocação do coral. o deus da reprodução e das ressurreições estacionais. 03 . que as mulheres e odaliscas entoavam ao sultão. não o das “revelações” extrabíblicas. o culto se preservava da invasão das “novidades” litúrgicas do paganismo reinante. pois. é central e essencial no culto cristão. não o transubstanciado (sacramentado) nos altares por ordenação sacerdotal. No Novo Testamento o pecador é realmente morto e ressurreto em Cristo. Ênfases do Culto Sinagogal: Ensino. compunha cânticos. podiam causar a contaminação do altar pelos ritmos percutidores acompnhados de coreografias e danças sensuais dos cultos da prostituição sagrada em que o sensualismo e o sexualismo eram confundidos com espiritualidade. O sacrifício da vítima em lugar do pecador era imprescindível. das bacanais. Declaração de perdão por meio do sacerdote.Herança sinagogal: Não lhe sendo permitido o sacrifício. lá estão suas raízes. o culto centraliza-se no sacrifício de Cristo reconstituído memorativamente no rito eucarístico. confessional no testemunho e confessante no culto. E não se deve esquecer que os cânticos. no essencial. para que seu perdão eterno tenha poder dinâmico e restaurador na continuidade da existência do escolhido. O que acontecia em Israel. 02 . c. muito influente e atraente. Não se permitia também a intromissão das “canções de harém”. Confissão de pecados com as mãos do confessando sobre a cabeça do vítima oferecida. e.No Novo Testamento. a Sinagoga centralizou o culto no ensino (limud). mas também é o ressurreto por ele. isto é. b. O que caracterizava seu “cântico espiritual” não eram as “inspirações” sentimentais e místicas. pois “sem derramamento de sangue não há remissão de pecados”. confissão. por sua natureza. macho que representava o “reprodutor sagrado”. na esperança de merecimento do perdão anual no grande dia da expiação. Ação de graças pela misericórdia do perdão. de igual maneira. na Igreja: Nossos pecados são depositados aos pés da cruz de Cristo em confissão. Morte da vítima. f. acontece. A Igreja é. mas de um cristocentrismo fundamentado exclusivamente da Palavra de Deus. pregação. O harém. seguindo a tradição salterial. d. hinológicos ou não. é herdeiro dos cultos da fertilidade nos quais as sacerdotisas. especialmente o da Torah e dos profetas bem como na confissão individual e coletiva de pecados e culpas. Cristo segundo a revelação bíblica.Ordem do culto sacerdotal: A ordem natural do culto sacerdotal em Israel era: a. com seu ritualismo sensorial. Cordeiro e Sacerdote. mas a fidelidade melódica e textual às Sagradas Escrituras e à hinódia salterial. No Velho Testamento o pecador era sacrificado simbolicamente na vítima que oferecia em holocausto. seculares ou sacralizadas. também . A sinagoga usava o saltério. Hoje Cristo é o sacrifício em lugar do pecador. na proclamação da palavra salvadora e na confissão de pecados. sobretudo no que se referia às adorações de divindades ligadas ao sortilégio e à fertilidade. ao mesmo tempo. A “didaquê” e o “kerygma” originaram-se da liturgia sinagogal. A confissão. Tais canções românticas visavam mais o erotismo que o agapismo. Desse modo. sempre conforme as linhas mestras da poesia e da melodia dos salmos. O culto. portanto. evitava também as influências profanas das orgias. Consciência de que Deus realmente perdoa os pecados confessados. Reconhecimento da presença real de Deus. A Igreja que confessa seus pecados e se humilha: Louva. e carregavam-se de gemidos e suspiros sensuais. O orgasmo marcava a “entrada” do espírito da divindade pagã no corpo do sacerdote em coito “sagrado” com a sacerdotisa. simbolicamente carregando os pecados confessados. é cristocêntrico. e produzia hinos novos. adora e serve ao Salvador. com objetivos catequéticos. e isto por seu culto fundamentado no ensino. onde se celebra a Ceia do Senhor. de onde se pronuncia o oráculo profético. Na verdade. e a do Aposento Alto. o sustentáculo da fé judaica. até que ele venha” (I Co 11.eucaristia. propagação e conservação dos valores culturais da fé de Israel. na confissão. sua teologia haveria de permanecer na intenção e na proclamação do pacto assim como no reavivamento da esperança escatológica: “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice. pois o sacramento é mais importante que a palavra. como parte essencial. normatização. sacramental e restrita aos membros. A sinagoga celebrava a liturgia da palavra. o templo. ainda apegados a sacrifícios incruentos. sacramentalista. mesmo esta estando inserida no mundo gentílico. viabiliza a Igreja e aprofunda-lhe a esperança escatológica. “literalmente sacrificado” incruentamente em favor do penitente. antiga cerimônia do Aposento Alto. É uma liturgia sacramentalista. na Igreja primitiva. altar da palavra. conservando holocaustos e altares em seus templos onde Cristo é. O mesmo papel tem o culto reformado. a mensagem bíblica. renovação do pacto da graça. mesmo ausente. Defendeu a tese de que a Santa Ceia deveria estar presente. estruturação. enquanto a mesa eucarística. sem levar em conta a sua substituição em Cristo Jesus. de duas liturgias distintas: A da Palavra. O falo (phalos) era o símbolo sagrado da fecundidade. pois em cada missa o Cristo é sacrificado na hóstia incruentamente para que seu “munus” vicário seja eficiente na expiação do pecado venial. A Igreja que não esquece o caminho por onde passou. o deus da reprodução. sem dúvida. São inestimáveis os papéis do templo e da sinagoga. Uma atenta leitura de Hebreus faria bem aos ritualistas sacrificiais.26). na formação. a dos sacrifícios. o púlpito. rememorização do Calvário. Isto. segundo o ritual da missa. esquecendo-se de que os passos do fim da jornada dependem dos que foram dados no início. restaurou o patrimônio cultural do “kerygma” e da liturgia sinagogal. com seus respectivos cultos. Calvino eliminou tal dicotomia ao estabelecer a unidade e universalidade da liturgia na bipolaridade: Palavra . enquanto o romanismo preservava a ritualística cerimonial e sacramental do templo judaico. o acesso dos gentios estava vedado.profetisas. sendo o oficiante indispensável como “mediador” da graça salvadora. equivalente ao altar. destinado aos catecúmenos e às pessoas não incluídas na membrezia da Igreja. Na liturgia calvinista. onde está e para onde vai. supomos. estão no centro do . com certeza. em todo culto e. anunciais a morte do Senhor. força que a mantém no caminho do êxodo cristão. o púlpito fica relegado ao segundo plano . Canções eróticas provenientes dos cultos da fertilidade ou dos sensualismos de haréns jamais penetraram os cultos do templo e da sinagoga. O altar. rasgar os nossos riquíssimos anais. a força mantenedora das tradições mosaicas. mantidos até hoje. mas não lhes dava todos os direitos próprios dos judeus. saberá. isto é. No sistema episcopal de culto. Desvirtuá-lo é destruir os monumentos da Reforma. prostituiam-se sacramentalmente com o sacerdote por meio do qual a divindade pagã fecundava o mundo. A história da redenção sumariza-se e se atualiza no culto pela presença de Jesus Cristo sem a qual não se realiza de fato. toma o lugar central do “debhir” do templo. tanto quanto a mesa eucarística. na esperança de perdão e na proclamação da lei e dos profetas. agora substituído pela Santa Ceia. O hermetismo litúrtico dos primeiros tempos da Igreja é também atribuído às perseguições e às delações de crentes fracos ou falsos. retrovisão dos grandes feitos redentores de Cristo Jesus. didática e querigmática. um dos sacrifícios. contribuiu para o surgimento. A Reforma. mas na sinagoga. em consequência. e o da Palavra. que Israel tinha de sobra. antevisão dos eventos escatológicos. ocupa o lugar central do culto. Grande parte da reforma manteve a dicotomia judaica dos dois cultos. a sinagoga foi o baluarte firme do judaísmo na dispersão. No templo. o novo templo de Deus no mundo. permitia-se-lhes o ingresso. A Ceia do Senhor reatualiza a aliança e. além de preservar o cântico salterial. Falta a nós cultura litúrgica. no qual se conserva o sacrário. Lembremos que a Igreja romana continua com a dos sacrifícios. pois o Deus de Israel tabernaculava com seu povo. Louvor: Quando se reconhecia a glória (shekinah) de Javé. Oração: Yotzer (o Criador). A Palavra de Deus. Oferecendo o sacrifício. com o Redentor e com seus irmãos redimidos. governador e Salvador. mas não sistematicamente. podendo variar apenas a colocação delas na ordem litúrgica. 15 . Era o momento de gratidão. Eis como se celebrava o culto sinagogal: 01 . e então agradecia. da esperança no reino porvir do Messias. e a celebração da Ceia do Senhor. Eram as efetivas realidades da existência de Javé e de sua presença real as causas geradoras e mantenedoras: Da vida dos eleitos. elementos básicos. A confissão preparava o fiel. que lhe davam forma e estrutura e lhe permitiam uma ordenação mais ou menos consistente e estável. da liturgia.5-23. Reiteremos: A Palavra de Deus e a Ceia do Senhor são a essência e o fundamento do culto. Calvino coraria de “santa indignação” com tal compreensão do culto. a eucaristia. pela Santa Ceia. são as duas colunas sobre as quais constrói-se a liturgia cristã. As demais partes da liturgia decorrem destas e as reforçam e confirmam. iniciando o momento de orações gratulatórias. de simbolismo. desobediência a Javé.culto. 14 . da bênção do pacto. Eis uma herança sinagogal reabilitada pela Reforma e que deve ser conservada na Igreja. Leitura freqüentemente usada: Ne 9. na Sinagoga. Jamais se imaginava um “Deus ausente”. . no mesmo grau de importância. o adorador cientificava-se dos favores divinos a ele propiciados. tanto o coletivo como o individual. Nesta parte do culto. laudatórias e intercessórias. portanto. Por exemplo: A oração de “louvor pelo conhecimento da glória de Javé”. O pecado não era visto como “ato de falha moral”. Seguia-se o ensino. Frases como estas são comuníssimas: “Eu dirijo a liturgia e o senhor prega”.Liturgia Sinagogal A liturgia da Sinagoga possuía. por uma enfática determinação talmúdica. Confissão de pecados: Sem confissão não se fazia a entrega da vítima sacrificial e. especialmente da “Torah” e dos profetas. uma “divindade distante” a ser “invocada”. Eles precisam saber que no culto ouvirão a palavra de Deus e comungarão. como já delineamos. de proeminência. da dádiva do lei. No entanto. na mente dos leigos e na “praxe” da Igreja a pregação e a Ceia ficam fora da ordem litúrgica. “Depois do culto o senhor fica com a palavra para celebrar a Ceia”. Depois vinha a “confissão de pecados”. Encerrava-se o serviço litúrgico com a Bênção Aaraônica. sistematicamente. Esta oração reafirmava a fé no Deus Criador. porém.Ordem do culto sinagogal As partes do culto sinagogal eram permanentes. obrigatoriamente dava início ao culto. ao sacrifício. a palavra antecede. O arranjo do espaço reservado ao serviço litúrgico do templo deve clarificar isto ao entendimento e ao sentimento dos fiéis. o que dá a vida e gera os movimentos. b. no templo. lida e proclamada. c. mas como transgressão da aliança. da realização do culto. Sem confissão a adoração não se realizava. que precedia.Primeira Parte a. o penitente criava a certeza do perdão de Deus. colocando o secundário no lugar do principal. na estrutura lítúrgica. o que faz todas as coisas. não havia culto. de significado. pelo contrário. por outro lado. adotou. aguardando a “visita” dos fiéis. buscando-o do transcendente para o imanente. estarem com Deus. d. geralmente. agregou-nos a ele. garantia o perdão tanto na esfera individual como na comunitária. Perdão: A vítima substituta. Os cânticos salteriais. O mesmo sentido epiclético se . a noiva. entravam aqui. oferecida por todos. A presença de Deus gera o culto. fez-nos seus adoradores. não que ela o tenha chamado para si. substituta da páscoa judaica e memorial do sacrifício de Cristo.Segunda parte: a. Amor-dedicação era o que nela se requeria. Comunicação didática. só tinha um esposo. c. Na Sinagoga não havia sacrifício. Oração de crença no Deus único (Ehad .para o grande “Dia do Perdão” nacional. isto é. a liturgia da Sinagoga. A fé verdadeira jamais é desviada do Criador para a criatura.O Deus que convoca O culto. Também se usava a “epiklesis” escatologicamente como jaculatória: “Vem. a assembléia litúrgica se reune em Deus. com ênfase na Palavra de Deus e na celebração da Ceia do Senhor. Portanto. Bênção Aaraônica: Observe que esta ordem obedece a uma seqüência lógica. Ensino: Lei e profetas. b. não mais vinculada ao sistema sacrificial do templo. d. Gratidão: Agradecia-se a Deus o perdão recebido e todas as demais graças. A Igreja primitiva. A “apiklesis” era uma súplica para que Cristo consagrasse os elementos eucarísticos. Retenhamos bem isto: A Igreja é a assembléia dos que Deus escolhe em Cristo Jesus. Havia no culto da Igreja primitiva a “apiklesis”. o da Igreja. Culto. mas não obrigatoriamente. congrega-se pelo poder atrativo e pela força imperativa do Salvador. 02 . tanto o do templo como o da sinagoga e. não pode ser “ascese” extática de místicos que pretendem “sair” do meio físico para “subirem” aos céus e lá. em “espírito”. não para “atrair” a presença de Deus. Diríamos que a Igreja (ekklesia-qahal) é eminentemente teocêntrica. não retórica. liturgicamente falando. agrupadas em: Adoração. Também não se define como “romaria” a sítios de “aparições” em que a “divindade” aparecida se limita ao espaço e ao tempo. pois acompanha os movimentos da alma em estado de adoração. f. gratidão e intercessão. efetiva-se por convocação de Deus.17-41. Israel. O culto é o sinal de que Deus “desceu” até nós. mas a idéia e a lembrança da vítima sacrificial estavam presentes e eram centralizantes no culto.único): Nesta se repudiava a idolatria e se afirmava pertencer a um único Senhor. Oração do amor (Ahabah): Por esta oração o penitente se declarava escravo de Javé. com as modificações necessárias. Declaração de fé (Shemah): Fazia-se a leitura de Dt 6. como se o culto começasse sem ele e fosse um meio de trazê-lo à terra. um tipo de invocação. Sem a presença de Deus não há culto verdadeiro. desse a eles conteúdo espiritual para que a comunhão se transformasse num meio de graças para os comungantes. e. ele convoca o seu povo para estar reunido no local onde seu nome se faz presente. sempre à sua disposição em quaisquer circunstâncias. 16 . Javé. Senhor Jesus (Maranata). Seu centro vital é Deus. e. não a reunião dos que invocam a divindade para que ela desça ao local dos invocadores. Oração das bênçãos: Eram dezoito orações ou uma oração só com dezoito seções. não o culto “chama” Deus para estar presente.4-9 ou Nm 15. o Redentor é que congrega em torno de si os seus eleitos. conseqüentemente. Regozijo espiritual. dedicação. ensino.Culto. produz o culto que sua Igreja expressa em atos litúrgicos. agradável e perfeita vontade de Deus”. Cl 3.3b). trabalha o aperfeiçoamento dos santos. f. No culto pagão. autor e consumador da fé. Ef 6.25. para que esteja sempre sobre ela. b. como fez no Velho Testamento. Ef 4.dava à petição da Oração do Senhor: “Venha o teu reino”. c. adoração. confissão. satisfações e desejos.16-22. encontramos.24. a eleição de presbíteros docentes e regentes. os elementos essenciais do culto em textos como: I Ts 5. louvor. A adoração verdadeira é produzida pelo Espírito Santo (Fp 3. da profecia (I Co 14.2).Submissão por via confessional.11. Jo 16.5 cf I Co 13). perdão. Rm 8. Este só experimenta a “boa.25. é a alegria de estar com Deus . 17 .Louvor. o homem estabelece as normas de adoração de seus deuses e as pratica. sempre conforme os seus interesses. O Espírito. os dons da pregação.19).2). quando oferece a ele a totalidade de sua vida.3) e do ensino (Rm 12.15.8). O regozijo sensorial desperta os sentidos e nos induz ao prazer e à satisfação sensórios. O culto bíblico é instituição divina. O convencimento do incrédulo é obra do Espírito (I Co 14. e o executa por meio de sua Igreja instrumentalizada pelo Espírito.28). jamais a pessoa de Deus para “comparecer” à reunião. e. como também não nos instrui explicitamente sobre a responsabilidade da entrega do dízimo. ao pregador compete pregar sempre. Ef 5.Ação de graças. Além de sua biblicidade e formas vetotestamentárias. inspirador da letra e da música (I Co 14. intercessão. I Co 14. proclamação. pelo seu Santo Espírito. Sem ele tal confissão de fé verdadeiramente não se pronuncia: “Ninguém pode dizer: Senhor Jesus! senão pelo Espírito Santo (I Co 12.7. Ef 5. dPregação. isto é. pois esta existe como consequência de sua presença.16-18. o amor que nos vincula a Deus e nos une aos irmãos é dádiva de Cristo mediante o Espírito (Rm 5.18. 18 .Oração.8-11). A distintiva sabedoria de conhecer e proclamar a Palavra de Deus. Estas são bíblicas por inferências e analogias.18-21.2. Por outro lado. O culto deve ser agradável a Deus.27. vem do Espírito Santo (I Co 12. A hinologia de que Deus se agrada vem do Espírito.24. O regozijo espiritual. por meio do culto. Ao profeta. uma realização do Espírito É pelo Espírito que a Igreja afirma que “Cristo é Senhor”. isto é. Assim acontece com o culto. E deus o criou e o organizou para que o homem o satisfaça.Modelo litúrgico 01 . Jd 20).Elementos litúrgicos no Novo Testamento: O Novo testamento não contém um manual de liturgia. pois a liturgia contém os instrumentos necessários para isso: “Reconhecimento da presente glória de Deus. Deus. Isto se dá de duas maneiras: Pela negação de si mesmo: pela consagração de si mesmo (Lc 9. consagração. não ao homem (Rm 12. A Igreja pode invocar o poder do Deus presente. Deus organiza o culto cristão. a guarda do domingo. no sacerdócio universal de todos os crentes.12). introspectivo por natureza.Ensino. g. embora não ordenados. Nos textos citados se encontram: a.23-27). Há delas “sinais” fortes e inconfundíveis pelos quais deduzimos e concluímos conteúdos e formas.3 cf Jo 4. a forma batismal. Não confundir o regozijo espiritual com ludinismo sensorial. a Santa Ceia para as mulheres.1. É também o Espírito que nos leva a Cristo e este nos coloca em comunhão com o Pai (Ef 2. corpo-espírito (Rm 12.26. comunhão. mas eles não os levavam para dentro da Igreja como ordem programática da liturgia. b. e possuir os que são templos do Espírito. do sinagogal e da liturgia da Igreja primitiva. é desconhecer que o culto é uma antevisão. o autor sagrado deles.Modelo litúrgico: A Igreja de Corinto ter servido de base eclesiológica. O culto bipolariza-se na Palavra de Deus e na celebração da Ceia do Senhor. que o culto do Novo Testamento não era anárquico e nem improvisado. em nada edifica a Igreja. como a de Corinto. contrição. uma antecipação escatológica da comunhão celeste dos filhos redimidos com o Cordeiro remidor. O culto não é e nem pode ser uma “disputa” entre o Espírito de Deus e o espírito satânico. A liturgia numa igreja com divisões e partidos. Portanto. 6) não servirá de modelo espiritual.A Palavra bíblica. Conservar. da comunidade e de cada fiel. Eis a liturgia da reunião e da dispersão. Cada comunidade possuía virtudes e defeitos. a de Jerusalém. como recomenda Paulo. o sacrifício vicário de Cristo. Deus. O maior e melhor dom geral para a fraternidade comunitária é o amor. do Sumo sacerdote. repetimos.Línguas: A língua estranha. do mesmo modo. bem como a estrangeira não interpretada. gratidão e missão. com avareza e carnalidade.18. mormente as gentílicas. sua Igreja. o perdão. pregação didática ou querigmática.5. pudesse servir de parâmetro para a Igreja universal. com crentes que não podiam ser chamados de espirituais.11b). Admitir que Satanás pode adentrar o Corpo de Cristo. pois espiritualidade de fato não existia. 03 .Exorcismo: O exorcismo não constava do culto vetotestamentário. a mais problemática de todas. pneumatológica e litúrgica para muitas igrejas. pelas informações recebidas por meio dos trechos mencionados. sabe o que lhes é bom ou conveniente (Mt 6.33.9. O mais importante carisma para a edificação da Igreja é a profecia. não perdendo nunca seus fundamentos bíblicos: a.15 cf Rm 12.20): “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome. Onde a Igreja se reune é o “Santo dos Santos”. 02 .e servi-lo dia e noite. jamais profanado. é a reunião dos salvos em Cristo Jesus. O lugar que o Espírito Santo ocupa não deixa espaço para o Demônio. Miremo-nos na Igreja ierosolomita ou na de Filadélfia contra a qual o Espírito não teve restrições. com irmãos apelando aos tribunais seculares contra outros irmãos. no Templo de Salomão.1. deus do lixo e das moscas. o “porco”. que é a Igreja. não penetra o “santuário” de Cristo. confissão. Observamos. e nem se apossa de nenhum de seus membros. Transformar o culto em sessão de exorcismo é profanar a Casa de Deus. para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3. que cuida de seus servos. local de encontro litúrgico de Cristo com seus remidos (Mt 18.12.l9). Os dons de exorcizar e de curar são equipamentos dos apóstolos. cujo culto nada tinha de carismatismo.2). com pecado de incesto. A ela o cordeiro diz: “Conserve o que tens. deve ser evitada (I Co 14. Responso do homem: Aceitação. nos esclarece que tudo deve ser feito com ordem e decência (I Co 14.10.40). como se uma camunidade primitiva. que se distanciava da Igreja-mãe. eis a ordem! O culto deve ser racional sem eliminar o emocional (I Co 14. A língua estranha (glossolalia) e o exorcismo não constavam da ordem do culto racional (logikos) da Igreja primitiva ierosolomita. convocados por Deus para adoração . Oferta de Deus ao homem: a. pois Paulo.1-5. é o mesmo que admitir o sacrifício de porco no altar santíssimo. E assim como nada impuro podia penetrar além do véu. 04 . exercidos na implantação do reino de Cristo.3. pois todos são templos do Espírito Santo. fundamentada na tradição judaica do templo e da sinagoga. mas de carnais (I Co 3. dedicação ou consagração. onde Jesus Cristo exerce o ministério de Sumo Sacerdote.6). Culto. dois poderosíssimos meios de graças concedidos à Igreja militante visível para sua edificação. corpo do Cordeiro. aí eu estou no meio deles”. o impuro dos impuros. Acima de tudo. do desejo irreprimível de servir. A ti seja a glória pelos séculos”. teu servo”. da edificação da alma contrita. pois a manifestação de Deus (teofania). da consagração. onde o Demônio não pode penetrar.Liturgia na Didaquê A Didaquê (ou o Didaquê). pela santa vinha de Davi. como se celebravam os serviços litúrgicos na Igreja primitiva: 01 . teu servo. da alegria do salvo. documento originário do primeiro século. e fé. nosso Pai. de Cristo (cristofania). porque eu sou Rei grande. Aqui a ordem inicial do culto aaraônico se obedece: a. b. “Acerca do cálice: Damos-te graças (eucaristia). reune-a desde os quatro ventos. santifica-a em teu nome. efetivadas perenemente na Igreja. Senhor. damos-te graças porque és poderoso. A ti seja a glória para sempre”. pelo conhecimento. Agradeça a Deus se nele o maligno não se manifesta. mas a nós nos agraciaste com o alimento espiritual e a bebida da vida eterna por instrumentalidade de teu servo. b. Senhor onipotente.Celebração eucarística: “A respeito de ação de graças assim fareis”: a. e meu nome é admirável entre as nações”. 02 . da paz interior. assim seja reunida a tua Igreja desde os confins da terra em teu reino! Porque tua é a glória.em espírito e em verdade. pois. “A ti seja a glória pelos séculos”. d. são incompatíveis com manifestações satânicas. e imortalidade. Confissão: Tal confissão se fazia à vista do reconhecimento da grandeza e majestade de Deus: “Porque isto é o que foi dito pelo Senhor: Em todo lugar e tempo oferecer-me-eis um sacrifício puro. acima de tudo. Não se orgulhe de no culto de sua Igreja “aparecer” muito “espírito mau”. e deste alimento e bebida aos homens para deleite. fez-se um. Também. que para ela . c. parti o pão e dai graças. sentida e percebida pelos crentes. Ação de graças: Gratidão pela certeza do perdão e da redenção. “Depois da distribuição dos elementos eucarísticos: Somos-te gratos. A Igreja. para que te sejam agradecidos. 19 . “Como esse fragmento estava disperso sobre os montes e. não deve transformar-se em sinagoga de Belzebu. a Igreja. são templos do Espírito Santo. de tua Igreja. disse o Senhor. depois de haver confessado as vossas transgressões”. frisemos. graciosas dádivas do Filho de Deus. para livrá-la de todo mal e fazê-la perfeita em teu amor. mostra. e. do regenerado. Comunhão: Ato memorativo de vinculação a Cristo e de fraternidade comunitária. e o corpo do crente. A ti a glória para sempre”. que fizeste habitar em nossos corações. pela vida e o conhecimento que nos deste a saber através de Jesus Cristo. nos sinais invisíveis do gozo espiritual. que nos deste a saber por meio de Jesus Cristo. O culto é. criaste todas as coisas por causa do teu nome. da harmonia com Deus e com os irmãos. por teu nome. iluminados pelo Espírito Santo. em princípio. teu servo. a qual nos fizeste conhecida por meio de Jesus Cristo. “Ação de graças pela criação e pela providência: Tu. uma “cristofania” permanente. teu o poder através de Jesus Cristo para sempre”. recolhido. nosso Pai. c. Pai santo. “E sobre o fragmento de pão: Damos-te graças. do perdão.Culto dominical: “Reunindo-vos no Dia do Senhor. o Corpo de Cristo. “Intercessão pela Igreja: Lembra-te. preparaste. Ofertório em favor dos irmãos humildes. c. Nada de improviso e de influências localistas. o Cântico de Débora. invocação do Verbo e do Espírito Santo para abençoarem o pão e o vinho. Note bem: Toda seção termina com uma doxologia. (1) g. j. Amém congregacional. Magnificate e textos do Novo Testamento metrificados e musicados. Ósculo da paz ou recepção carinhosa dos irmãos. l. colocação de dons e virtudes nas mãos de Deus. k. . Oração de Consagração. “Porque teu é o poder e a glória para sempre”. Amém”. uma declaração exaltatória da glória de Deus. sejam os grandes cantos veto e neotestamentários tais como: O Cântico de Míriam.) Em sua Apologia a Antonino Pio. Ação de graças pela criação. e passe este mundo! Hosana ao Deus de Davi! Se alguém é santo. Elaboração e regulamentação observam-se. Palavras da instituição. Distribuição dos elementos.C. entendendo que a Igreja é. b. Comunhão. Benedictus. f. d. se não o é. b. “Súplica para volta de Cristo (Maranata): Venha a graça. I Co 16. e. arrependa-se: Maranata. Dedicação. Epiclesis. Mantinham-se os vínculos com a velha dispensação. geralmente recitada pela congregação. de fato.22. 21. h. f.Anáfora ou Liturgia do Aposento Alto: ( * * ) a.Proanáfora: Missa Catechumenorum. Hinos e cânticos espirituais. Mt 24. recordação da Paixão. aproxime-se. ( * ). 20 .9. d. dos evangelhos e das epístolas.31. Orações comunitárias em forma de litania. e. Salmos e hinos. Destaques exortatórios.Proanáfora ou Liturgia da Palavra: ( * ) a. Intercessões. A Didaquê mostra-nos que a Igreja dos primeiros séculos possuía uma liturgia elabora. acredita-se. Exortações requeridas pelas lições ministradas.Liturgia segundo Justino Mártir (140 d. 02 . Depois das doxologias comumente liam-se os seguintes textos: Ap 4. providência e redenção (Cf Didaquê). m. Despedida dos fiéis. Instrução com base nos textos lidos. c.11. (2) i. Introdução dos elementos.15. registra os seguintes princípios de Ordenação do Culto: 01 . Memórias dos apóstolos: Textos dos profetas. a consumada herança davídica. Anamneses. executada pelo dirigente com respostas da comunidade. Misturava-se água ao vinho. l. Mensagem: (Uma ou mais). Ofertório. o. f. Atos e evangelhos. Oração dominical. após a qual se liam os nomes dos membros da Igreja local. inclusiva dos falecidos. profetas. Ação de graças pela redenção em Cristo. 2. Comunhão: Cantavam-se os hinos dos salmos 34 e 43. 21 .Missa Fidelium. d. h. r. Partição dos elementos. epístolas. Salmos selecionados: Entoados. a liturgia do período mencionado pode ser apresentada com a seguinte ordem: 01 . podendo ser intercalados entre lições. (3) b. Epiclesis. Preparação dos elementos. d. e. k. i. Litania diaconal final. Litania diaconal para catecúmenos e penitentes. q. Oração congregacional (às vezes o Pai Nosso). p. Intercessão. O Sanctus podia ser apenas monologado pelo ministro. t. Sanctus (citado a seguir). Palavras da instituição. Kyrie Eleison: A partir do terceiro século começa-se o uso do “Kyrie Eleison” após a oração de . b. (1) m. (2) n. s. Como modelo geral. Ação de graças pela: Criação. Ação de graças pela comunhão. c. Litania diaconal para os fiéis.Liturgia do Aposento Alto: a. Aleluias: Ação de graças ao Salvador. sacrifício. 02 .( ** ). Notas: 1. Lições: Lei. Elevação: “O Santo para os santos”. Sursum Corda: (citada em seguida).Liturgia da Palavra: a.Liturgia do fim do III século e início do IV. Bênção da paz ou saudação (Paz seja convosco). (4) g. c. (3) u. A palavra missa significa: Celebração da eucaristia. providência. (Acréscimo: Governo). Apresentação dos elementos eucarísticos. Despedida dos fiéis. Anamneses (recordação da Paixão). e. j. governo e salvação. (*) Despedida dos catecúmenos e penitentes. f. na hóstia transubstanciada em Cristo. Sursum Corda: Ministro: Levantai vossos corações. Ministro: Glória seja a ti. infiltrações. A Reforma quebrou.Culto reformado Na liturgia sinagogal. O essencial do culto romano é o sacerdote. 5. todo poderoso. mais pelas mãos de Calvino. estabelecendo o sacerdócio universal de todos os crentes. apesar do extremo zelo na vigilância. sem dúvida. A comunidade leiga depende. 22 . sacramentalista e clericalista. Liturgia do aposento alto: Nos períodos de perseguição da Igreja a “liturgia do aposento alto” era celebrada secretamente. 3. a partir do quarto século. pois.. C. estribada nas Escrituras e na Igreja primitiva. especialmente a da linha calvinista. Somente os membros “testados” dela podiam participar. surgido por volta do ano 300 d. para relacionar-se com Deus e dele receber o perdão. O celebrante deglutia o pão e ingeria o vinho primeiro. os sacramentos da Ceia e do batismo e a oração. mediador do perdão e do sacrifício de Cristo pela transubstanciação do pão em hóstia. As traições eram freqüentes. Também havia. a importância do culto que. seguindo aproximadamente a mesma ordem. o culto reformado. fixando-nos no extraordinário e insuperável Calvino.Calvino e o Culto: . procedentes dos mesmos fundamentos e expondo as mesmas verdades. Guardava-se um tempo em silêncio e oração para depois efetuar a distribuição. firma as bases do culto no fundamento bicolunar da Palavra de Deus e da Ceia do Senhor. A Reforma. Senhor Deus. 23. Senhor! * Penitentes: Os que estavam sob disciplina ou em observação. Isso se fazia para evitar possíveis envenenamento da comunidade. retornando aos tempos apostólicos e à primeira fase da patrística. Negando a centralização da Igreja no clero e a centralidade da liturgia romana na missa. pois. evitando a todo custo proeminências ou evidências sacerdotais. sem nos esquecermos de que foi Lutero o responsável pelos cantos corais e comunitários da Igreja. livros II e VIII. santo. dos tempos primitivos da Igreja ao da Reforma. a Reforma. esta dicotomia entre clero e leigo. conforme se vê no manual “Constituição Apostólica”.confissão ou depois da cada confissão dentro da oração confessional: “Tem misericórdia de nós”. Ministro: Demos graças ao Senhor. Congregação: Dar-lhas é digno e justo. Os hinos. como veremos. tal como se fazia na Igreja das origens. Passamos. Congregação: Levantemo-los ao Senhor. enriqueciam. pelo menos. com poucas modificações e adaptações. estruturou sua liturgia. Tal cerimônia secreta denominava-se “Disciplina Arcandi”. santo. 4. não raro. a Palavra iluminada. que desviam do Criador para a criatura o alvo litúrtico ou. do sacerdote. tornou-se demasiadamente cerimonialista. o culto deixou de ser uma “produção sacerdotal” para tornar-se uma “expressão” de toda comunidade relacionada mediante o Espírito. a Igreja primitiva buscou fundamentar seu culto. Sanctus: Ministro: Santo. Então. Congregação: Plenos estão os céus e a terra da tua glória. vindo como exilado da Suiça. 1540). encontrou um culto vibrante. com o “Kyrie Eleison”: “Senhor.Calvino. 24 . c. A orgia. para caracterizar e personalizar o culto reformado. h. a um consenso litúrgico. Leitura introdutória: Sl 124. Palavra bíblica de perdão. Textos declaratórios do perdão). a alma se eleva. deveria submeter-se a regras parametrais doutrinárias. declarado por sua palavra nas Escrituras. celebrado em espírito e em verdade. e. O gozo e a alegria espirituais vibram o espírito e enternecem o coração. tem misericórdia de nós”. Procurando levar as comunidades. d. Cada comunidade. disciplinares. mas a segunda (1542) pode ser encontrada na Biblioteca de Genebra. Criador do céu e da terra”. b. prestava seu culto local diferenciado. Calvino sabia. Cada comunidade prestando culto à sua maneira. governamentais e litúrgicas. O culto é importante demais para ficar à mercê de idiossincrasias de lideranças. a que denominou: “A Forma das Orações e a Maneira de Administrar os Sacramentos conforme o uso da Igreja Primitiva” (Estrarburgo. sepultamento. Lição (ou pastorais). à feição de seu líder. pois muitas divergências doutrinárias começam com individualismos cúlticos. O culto reflete a teologia eclesiológica e deve marcar a fronteira entre o mundano concupiscente e o sagrado espiritualizado.Liturgia da Palavra: a. da adoração comunitária e individual. Confissão de pecados (individuais e coletivos). mas desordenado. de maioria de composta de exilados franceses. porém. após cada mandamento.Ordem do culto calvinista (Manual Francês de Estrasburgo) 01 . trazendo também vários salmos metrificados com suas respectivas partituras musicais. “Colecta” por iluminação: Oração breve de dedicação (6). para ser unida. fazendo dele um evidenciador das novas doutrinas extraídas das Escrituras. A primeira edição desapareceu. ao chegar a Estrasburgo. da conduta moral e espiritual. Ambas. No culto a Deus. ou exposto às influências externas. Não havia unidade litúrgica entre as igrejas. Calvino entendia que a Igreja. Então redigiu o seu primeiro formulário litúrgico. nem sempre bem formadas. (1538). princípios normativos. aos desvios e às divisões. batizado.8: “O nosso socorro está em o nome do Senhor. tratou de estabelecer parâmetros. agita o corpo e estimula o prazer sensório. que a Bíblia é a única norma da fé. além de estabeleceram normas claras para o culto comunitário. Leitura do Decálogo com a comunidade respondendo. Sermão.Liturgia do Aposento Alto: . a porta ficaria aberta às distorções. Este manual continha normas gerais do culto. inclusive a piedosa. f. No mesmo ano da segunda edição. 02 . apareceu a primeira edição genebrina. g. Absolvição (Declaração de que o perdão vem de Deus. trazem fórmulas para casamento. e doutrinou a respeito. nas orgias sagradas o sensório evidencia-se e os sentimentos ( puros ou impuros ) confundemse. j. d. Hino ou Salmo metrificado. Hino ou Salmo metrificado. Oração de Invocação (Não da pessoa. Preparação dos elementos enquanto se canta o Credo Apostólico. Holanda. f. o. p. Momentos de Oração (Adoração. Palavras da instituição. Pastorais e anúncios.Culto Segundo Determinação de Westminster 01 . r. “Pai Nosso” parafraseado. . com modificações que não lhe afetavam a essência. g. f. n. d. Bênção Aaraônica e Apostólica. c. h. Dinamarca e outros. Salmo. Lição do Novo Testamento. k. m. Partição. e. Hino. França. constando. Intercessões. enquanto se canta um Salmo. Oração de consagração (eliminou-se a Epiclesis).Liturgia da Palavra: a. j. i. A liturgia de Calvino foi adotada pelas igrejas calvinistas da Inglaterra. l. m. e. Mensagem para crianças. b. Alemanha do Sul. i. q. mas conservou o essencial.a. k. Exortação. Doxologia final. Comunhão. Hino. l. g. mas do poder de Deus). c. Despedida dos fiéis pelo pastor. no “The Form of Prayers and Ministration of Sacraments” da Igreja Reformada Inglesa. hino ou antífona. “Colecta” de dedicação. Sermão (concluído ou não com oração). Intercessões. Apresentação da oferenda. Lição do Antigo Testamento. Eis a ordem do culto conforme o “Directory”: 25. Distribuição dos elementos. gratidão e súplica). Recitação do Credo dos Apóstolos. Chamada à adoração com sentenças bíblicas. b. h. Esta última fez algumas modificações. Hino para crianças. publicado em Genebra em “The Book of Common Prayer” (1552) e também no “Directory for Public Worship” da Assembléia de Westminster. “Colecta” pós comunhão (Oração breve de gratidão e despedida dos fiéis). Exortação. 26 . 13 .Colectas. Apresentação dos elementos. hino ou doxologia.Ação de graças.Lição do Antigo Testamento. c. k. Palavras de Consolo pós-comunhão: Recordam-se os irmãos mortos.Sufrágios (7).Sentenças Bíblicas. g. Calvino eliminou-a de sua liturgia. 16 .02 . 18 .Antífonas. Notas: 1. d. Oração de consagração. 2.Salmos em prosa e “Glória Patri”. “Colecta” de pureza (Oração breve para Deus purificar a vida do crente).Introdução (Versículos e respostas seguidos de “Glória Patri”). j. 8 . . 7 . 10 . 12 . Distribuição. i. Hino ou Salmo. b.Kyrie.Pai Nosso.Liturgia do Aposento Alto: a. Breves intercessões. f. 14 . Epiclesis: Invocação do Deus Pai para vitalizar os elementos eucarísticos.Credo Apostólico. 15 . Palavras bíblicas de convite à adoração. 6 . Comunhão. Bênção Apostólica.Hino. Salmo.Bênção Apostólica. Palavras da instituição.Cântico. 9 . l.Liturgia do Livro de Oração Comum 1 . 11 . 17 .Sermão.Oração Dominical. 4 .Confissão de Pecados. já triunfantes. 5 . 2 . e. para consolo dos que militam. h. Anamnesis: Parte da liturgia que relembra a paixão de Cristo com textos bíblicos e hinos sacros alusivos. 3 . ... (Ver Atos 1... Congregação . Exemplo de sufrágio da liturgia anglicana: Ministro . Senhor Deus Todo Poderoso! Plenos estão os céus e a terra de tua glória! Glória seja a ti.. direta..... Outro modelo de “Colecta”.. de acordo com a santa instituição de teu Filho nosso Salvador... Ministro ... 2 .....Lições para a Igreja de nossos dias 01 . Sufrágios: Sufrágios são diálogos entre o dirigente litúrgico e a comunidade. celebrassem o mesmo culto. nosso Senhor (Conclusão)... Foi muito usada na Igreja primitiva...3... em meio aos acontecimentos vários e mudanças frequentes........Afirmação de propósitos.Em nenhuma época da Igreja a liturgia foi desordenada.... 4.. ó Senhor! tua bênção sobre este Sacramento para que nos seja o instrumento que exiba efetivamente o Senhor Jesus” (Da liturgia escocesa de 1629). para que deste mundo. algumas vezes intercalados de orações........ Sua origem remonta à Sinagoga...Conclusão.. e Lutero inseriu-a em sua ordem do culto com pequenas modificações e adaptações à nova elesiologia......24.. tem misericórdia de nós. 5.... 4 .... Senhor!” ( ou: Nós também te damos Glória ).. Litania: A litania compõe-se de cláusulas intercessórias ditas pelo dirigente com a resposta da congregação pelo “Kyrie Eleison”: “Senhor... pelas portas do individualismo.Petição.. evitando introdução. 7.. Portanto. Colecta: Colecta é uma oração breve. Sanctus: “Santo.. Todos . Conclusão: Do qual Judas se transviou..... : E com o teu espírito. tem misericórdia de nós”... no essencial. : Oremos: Senhor tem misericórdia de nós. Consta da liturgia de toda a Idade Média.... Nunca a Igreja deixou a liturgia ficar à mercê de “estilos” individuais do ministro.. que pode ser com uma doxologia.. Sempre houve parâmetros para que todas as comunidades. mediante Jesus Cristo... único que podes governar as vontades e afetos rebeldes dos pecadores (Cláusula relativa).. : Oração do Senhor.Cláusula relativa.... o que equivale: Dedicai-vos ao Senhor. as cinco partes da Colecta são: 1 . 5 . 6. Congregação . Envia... sejamos feitos partícipes de seu mui bendito corpo e sangue.. Modelo de Epiclesis: “Pai misericordioso.25). Afirmação de propósitos: Para preencher a vaga neste ministério e apostolado. : Cristo.. Senhor... : O Senhor seja convosco......... Cláusula relativa: Que sondas os corações. Petição: Revela-nos qual destes dois tens escolhido. Sursum Corda: Era o apelo do dirigente litúrgico para que os fiéis se consagrassem a Deus: “Levantai vossos corações”. de elementos estranhos ao culto ou de influências .. nossas almas olhem para a felicidade verdadeira e eterna (Afirmação de Propósitos). com leis estruturais definidas: Invocação: Tu...... 3 . 27 .. rogamos-te que. concisa. concede a teu povo a graça de amar teus mandamentos e aspirar as tuas promessas (Petição).... Santo.. Santo.... Invariavelmente ao apelo ( Sursum Corda ) seguia-se a oração de consagração.. que conserva rigorosamente as cinco partes: “Deus todo poderoso (invocação)..Invocação..... Depois. entrega de nossas vidas a Jesus Cristo em “sacrifício vivo. O Batismo: o batismo. portanto. onde recebia o culto que seus escolhidos lhe prestavam: “O Senhor está no seu Santo Templo”. 03 . porque a salvação vem dos judeus” ( Jo 4. A confissão de pecados: A oferta não podia ser oferecida sem a devida confissão de pecados a Deus por meio do sacerdote.24 ). dedicação. A Santa Ceia nos faz lembrar tal mistério: “Isto é o meu corpo. “Isto é o meu sangue. “residia” no “Santo dos Santos”. Arrependimento lá. No Velho Testamento o culto realizava-se no pressuposto da “presença” de Javé que. Somos pois herdeiros de Israel. seu conteúdo e significado foram transferidos para a Santa Ceia. no Templo. Toda a teologia reformada sustenta que a Santa Ceia substituiu a Páscoa. Na Igreja o fato se repete: “Onde se reúnem dois ou três em nome de Jesus. No novo povo de Deus também é assim: Sem confissão verdadeiramente contrita de nossos pecados a Deus por meio do Sacerdote. na liturgia da Igreja. louvor.Nexos ou heranças da velha liturgia de Israel: a. inflexível.modernizantes. para remissão de pecados”..20b). realiza o Batismo em relação à Igreja. Porém. simbolicamente para nós. mas não rompe o liame entre a antiga e a nova ordem cúltica. petição. ia no meio dele. mas não se alteraram o simbolismo. o Deus que tabernacula conosco: “E eis que estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos” (Mt 28. Isto seria insensato por ignorar a própria dinâmica da vida e da história. de culto. A Igreja não pode olvidar suas raízes bíblicas do culto. O nexo permanece. derramado em favor de muitos. consagração. O que aconteceu com a Santa Ceia aplica-se igualmente ao batismo: Mudou-se a forma. mas arrependimento sincero. d. O Divino Mestre universaliza o culto ( Jo 4. o significado e o conteúdo. b. que é o nosso culto racional”.21 ) e espiritualiza a adoração ( Jo 4.Ordem fixa: Não defendemos uma ordem rígida.23. Jesus Cristo. “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.Devemos fazer hoje o que os nossos antepassados fizeram. Jesus declarou à mulher samaritana que a adoração mantém vínculos com o velho povo. mas realmente para eles. O que a Circuncisão realizava. e. Sacrifício: Os nossos antepassados judaicos ofertaram animais. O arrependimento leva à confissão. porque a nossa salvação vem dele por Jesus. A idéia de um Deus presente. confissão aqui. não invocável. O Culto. e muito atuais. não receberemos o perdão. 04 . era o meio pelo qual o adorador podia aproximar-se do Deus presente. logo. que será partido”. há coisas que não podem ser mudadas por fazerem parte . 02 . A glória de Javé (Shekinah) não se afastava do lugar santíssimo. Outros elementos litúrgicos: Os outros elementos litúrgicos do Culto de Israel como: Adoração. santo e agradável a Deus. para os reformados. é substituto da circuncisão. contrição.22 ). estão presentes. pois a última procede da primeira. A nova humanidade ofertou-se em holocausto na pessoa de Jesus Cristo. gratidão. mudaram-se os elementos. intercessão. que não é simplesmente declaração formal de culpa. nós (os judeus) adoramos o que conhecemos. súplica. isto é. Eis porque a Igreja primitiva e também a reformada deram muito valor ao “Culto do Aposento Alto”. c. pois a salvação vem de Israel: “Vós adorais o que não conheceis. o sangue da Nova Aliança. antes “tabernaculava” com seu povo. aí ele está” (Mt 18.. em relação a Israel.20). eucarístico. arrependimento aqui. Confissão lá. ela não morreu. que não deve ser invertida. mas não se há de mudá-la. O início do culto público deve possibilitar a “consciência da presença de Deus” na comunidade e “chamá-la à adoração”. possui uma ordem psicológica. Não lhe visualiza a glória. O Batismo. Exemplos: Pode-se achar a lei da gravidade muito velha. não lhe reconhece a majestade quem não tem consciência de sua presença real como Criador.da natureza do fenômeno. que não é acidental. de roupa suja. psicológica e até cronológica. e o testemunho interno do Espírito Santo. certamente receberá o perdão. O pecado era antes confessado sobre a vítima para então oferecê-la em sacrifício por intermediação sacerdotal. não havia a oferta do animal sacrificial substituto. os profetas e Moisés como testemunhas históricas e revelacionais. Também você não pode mudar a ordem lógica das coisas. 03 . a recepção do perdão são coisas velhas. sem confissão. Também assim deve nossa postura na presença de nosso Rei.Consciência da presença de Deus: Chamada à Adoração: O crente. e os adoradores perplexos com o inusitado da gloriosa companhia da Trindade. O primeiro gesto do súdito diante de seu rei era a inflexão. para que o culto seja verdadeiro e ele se integre realmente como adorador em espírito e em verdade. portanto. mas não superadas.Confissão: Diante da santíssima pessoa de Cristo. mas permanente. Todo Poderoso. Na ordem numérica o “dois” vem depois do “um”. a confissão de pecados. tendo Cristo no centro. no culto vetotestamentário. tem de tomar “consciência” de que está frente a frente com Deus numa “audiência” profunda e permanente. (“Eis que estou convosco”). Esta é a ordem lógica. leva-o a prostrar-se aos pés do Redentor em humilde confissão de seus pecados. o sacrifício de Cristo. Assim ocorre no culto da dispensação da graça: Quem se confessa a Cristo e se humilha perante sua imaculada pessoa. Como já dissemos. Antes de o crente receber o batismo não pode tomar a Santa Ceia. . Na liturgia.Ordem Psicológica do Culto 01 . Esta “descoberta”. teológica. delitos e culpas. indigno de estar diante do Salvador. objetivamente presente. da incrível diferênça entre o humano e o divino confrontados no tempo e no espaço litúrgicos. objeto e sujeito do culto. o perdão não pode vir antes da confissão por questão de ordenação psicológica. indigno. O adorador que não toma consciência da majestosa grandeza de Deus. Salvador. Olha para dentro de si mesmo e se descobre pecador. da indescritível santidade de seu Salvador. segundo a promessa. não preparado para festa.Visão da glória de Deus: A consciência da presença de Deus possibilita a “visão de sua glória”. mortal e relativamente desprezível. O culto é como uma transfiguração. especialmente no essencial ou fundamental: Ei-la: 28 . do fato ou do ser. 02 . Diante de Deus o servo que não se humilha é desrespeitoso e irreverente. Fazem parte do culto hoje como fizeram nos primeiros anos da Igreja. antiquada. a ressurreição do Salvador. obra do Espírito Santo. O Culto. não está preparado para reconhecer-se pecador. a Ceia. o crente se vê na presença de Deus Pai. Tanto o indivíduo como a comunidade devem confessar a Deus os seus pecados.04 . Aliviava-se e se considerava mais digno perante o Redentor. conduz à gratidão. arrependidos. de dádiva. O ofertante sabia que seus pecados confessados haviam sido expiados na morte e queima da vítima. com o coração e com o espírito. pelo consolo. também almejo para os meus amigos. pelo serviço ao próximo. Não é diferente na Igreja de Cristo. A edificação. sentimental e espiritual nos lábios do crente cujo coração é atingido pelo perdão de Cristo e repleto de gratidão. em grau elevadíssimo. um gostoso alívio. pela consagração a Deus. esteve no culto. comunitários. confessamos-lhe os pecados e dele recebemos o perdão. 08 . Anseia ver todos os seus amigos e parentes gozando as mesmas graças em Cristo Jesus. pela submissão ao Evangelho. falar dele. pela sinceridade.Intercessão: A intercessão e a edificação estão no mesmo bloco psicológico. seu ministério e sua deliciosíssima amizade. pela fraternidade. eu intercedo pelos pecadores junto ao Filho no qual me encontro. falar a respeito dele em todas as oportunidades. mais sugestivas. O crente que sai de um culto sem vontade de servir a Cristo. à consagração. Neste estado. tornase belíssimo. a gratidão do perdoado ao Perdoador. No fundo da alma o crente sabe que seus pecados foram perdoados e ele conservado na comunhão dos remidos sem restrições. à homenagem gozosa prestada ao benfeitor. não se beneficiou de suas bêncãos santificadoras. pelo espírito de igualdade. inclui a proclamação. O ministério da intercessão é o exercício do sacerdócio geral e individual. falar com ele.Dedicação ou Consagração: A gratidão é a expressão ética do amor. 06 . realizado e feliz. E isto de maneira espontânea. natural. O mesmo hino. pela comunhão. ao agradecimento. o fiel canta com a mente. Edifico-me com a Palavra de Deus. O que eu quero para mim. mais lindas. A consciência de perdão. pela amizade. O grato é o que ama e procura demonstrar o seu amor por meio de alguma forma de serviço. principalmente dos fracos. quase instintivo. de dedicar-se a ele de corpo e alma. Ao coração grato as coisas ficam mais impressivas. 05 . pelo amor-serviço. O assundo do crente é o Salvador. pelo testemunho interno do Espírito Santo ou pela palavra de perdão que ele. pela dedicação. Ela nos chama ao arrependimento e. do íntimo. Aflora de dentro. ao reconhecimento de débito. quando sinceramente confessados. segundo o beneplácito do Salvador.Perdão: Após a oferenda do sacrifício havia o conseqüente perdão. Seu impulso é interceder junto ao Deus por eles. sua pessoa. dominicalmente contado. sublime. Cristo pode dizer ao seu servo que seus pecados foram perdoados. pela cooperação. em consequência. Deve ser o momento do Culto em que se serve o banquete para sustento do povo de Deus e fortalecimento. Quem ama quer sempre: Ouvir o amado falar. Um sermão pregado a uma Igreja não edificada é como voz que clama do deserto. de proclamar a sua existência. tanto para cura física como para a salvação da alma. A gratidão conduz ao serviço. Cristo intercede por mim junto ao Pai. pela união com os conservos. o Verbo.Edificação: Edificar é construir pelo ensino.Louvor: O Louvor expressa. O andamento psicoló- . à dedicação. por isso desejo o mesmo para eles. pela compreensão. Há pecados individuais e há os coletivos. suplicando que Deus atue em suas vidas. 07 . ao impulso laudatório. pelo perdão. mas verdadeiramente dele não participou e. pois. de presente. A Santa Ceia entra no universo cúltico da dedicação. fala pelas Escrituras Sagradas. mas não se resume nela. pois segnificava estar na Casa do Senhor. Eis a ordem do superior para o inferior. cremos. do Santo e soberano para o pecador incapaz e tentado: a. Essa realidade mística se configura na reunião dos crentes. contém profundo conteúdo litúrgico e está formulada em ordem decrescente. tabernáculo de Deus entre homens. Reconhecimento da santidade de Deus: “Santificado seja o teu nome”.Templo. aí estão seus redimidos. local de sua presença. até que ela (a Páscoa) se cumpra no reino de Deus” (Lc 22. suplica a vinda do reino porvir. O culto. o tabernáculo celeste. substituta da Páscoa judaica: “Pois vos digo que nunca mais a comerei. Os profetas que mostraram. o israelita era possuído de uma reverência indescritível. onde pousava a glória (Shekinah) de Deus. Nada forçado. na verdade. a comunidade dos santos. pois nele estava o Santo dos Santos. pois. 30 . muitas vezes. na instituição da Santa Ceia. em visões. Onde está o santuário.16). b. em um determinado local separado e consagrado para tal fim. Salvador e Pai. sempre em Cristo. A Igreja. Esta imagem foi tão forte que constava nas visões apocalípticas tanto do Velho como do Novo Testamentos. Dentro desta visão psicológica. reino messiânico presente. o dirigente litúrgico caminhará a trilha natural. 29 .gico conduz o adorador ao clímax. “maranata”. c. confessar e adorar. Vejam que Cristo lhe dá esta dimensão quando diz. A doxologia final. portanto. da habilitação para as lutas duríssimas na batalha cristã contra o mal do pecado. como responso comunitário. do espírito humano que se coloca em adoração diante de seu Augusto Criador. Ao penetrar o templo. o poder e a glória para sempre. nada mecanizado. partindo da majestade de Deus. Amém”. sinal de sua glória. o templo. do preparo. e no que nele se realiza. . entronizado nos céus e terminando com o homem em situação relacional de conflito com o seu semelhante e em estado de fragilidade diante do tentador. O valor do templo reside no que ele contém. da incredulidade. Jesus Cristo. davam. foi usada na Igreja primitiva.Liturgia na Oração Dominical A Oração Dominical. que se celebra a Santa Ceia o quadro simbólico do culto sacrificial se repete e uma antevisão escatológica se realiza. O pecador se confronta com o “Santo” e sente a necessidade de santificar o seu nome. atestado de seu governo sobre seu povo. da mundanidade. ao estágio litúrgico da instrução. O Culto tem regras e formas: Sigamo-las sem automatizá-las. Contemplação da glória e da majestade de Deus: “Pai nosso que estás nos céus”. o culto comunitário em espírito e em verdade. Este trono terrestre veio a ser o símbolo do celeste. depois de cada petição. é uma assembléia de antecipação escatológica. Reconhecimento da existência do reino de Deus: “Venha o teu reino”. Toda vez. ensinada e recomendada por nosso Senhor Jesus Cristo. ponto de “encontro” entre o Rei dos reis e seus súditos. Trono de Deus Para Israel o templo era o trono de Deus na terra. um conteúdo escatológico ao culto no templo. nada estereotipado. Seu impulso era o de prostrar-se. na presença do Deus altíssimo. “Pois teu é o reino. nada rígido. adoração e louvor. E isto se processa liturgicamente na realidade coinônica da Igreja e na vida de cada crente. e. Os mesmos princípios litúrgicos fundamentais. a genuflexão do vidente em temor e adoração (Ap 1. diante da majestosa divindade trina: Pai. o desprotegido com o seu protetor. Contemplação da glória de Deus. O pecador se inclui nos rol dos que fazem a vontade de Deus. portanto. b. Reconhecimento da proteção divina: “Não nos deixes cair em tentação. na Oração do Senhor na mesma ordem: a. Os iluminados vêem a glória de Deus e sentem sua majestade. Primeiro. O encerramento de tão faustosa liturgia dá-se com o Amém dos quatro seres viventes (Ap 5.Importância da Ordem Psicológica do Culto A ordem psicológica do culto é tão importante. Reconhecimento da diária providência divina: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. d. a falsa grandeza das bestas emergentes respectivamente do mar e da terra e lhes prestam culto idólatra como também se prostram diante de Satanás. e nas cristofanias escatológicas do Apocalipse. o pecador carente de perdão com o Salvador. Enfrentamento do tentador e da tentação.17). o santíssimo. em princípio. Convivência comunitária. mas livra-nos do mal.14). Fazer a vontade de Deus é servi-lo. todas as demais criaturas da terra e dos céus (Ap 5. Reconhecimento do perdão divina: “Perdoa-nos as nossas dívidas.d. organizar uma ordem de culto. assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”. todas dentro da idéia da presença entronizada de Deus no templo celeste e terrestre do Rei dos reis. que se faz presente nas grandes teofanias de Israel. com os presbíteros (24 anciãos) deram início ao exuberante e reverente culto a Deus. os mesmos que. . impressionante cristofania. Os réprobos. f. e servi-lo e prestar-lhe culto. prestando-lhe. litúrgica.11. baseada nos temas peticionais da Oração do Senhor e sua doxologia final. Ela não pode.Relações interpessoais de perdão. Segue a doxologia final. A Oração do Senhor procura confrontar a criatura com o Criador. o presbiterato celeste (Ap 5. Ela mostra a correta postura do adorador. muito rica e muito bíblica. c. Confissão. A noção da presença do Cordeiro e a visão de sua glória provocam. g.14). conseqüentemente. No capítulo cinco. Além de ser uma ordenação de Cristo. Reconhecimento do reinado de Deus tanto nos céus como na terra: “Faça-se a tua vontade assim na terra como (é) no céu”. Consciência da presença de Deus. portanto. Pode-se. é riquíssima em conteúdo e necessária à adoração e à compreensão do que Deus exige de nós e do que devemos suplicar a ele. Consciência do perdão divino. 31. 6. intuitivamente. Deus tem uma relação de perdão com o redimido para que este tenha a mesma relação com o seu próximo. a visão da glória do Cordeiro. vêem o fausto. A Oração Dominical é preferencialmente comunitária. e. Que a vontade de Deus se realize pelo testemunho e missão de seu povo. eleito e redimido por Cristo. estão.12) Em seguida.13. f. ser eliminada sistematicamente da ordem litúrgica. há uma liturgia cósmica seguida por outra terrestre.1-17 com destaque do v. adoram-no os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos. Filho e Espírito Santo. pois. observáveis nas teofanias e nos cultos sacrificiais do templo. iludem os incautos por lhes darem impressão da “presença do divino”..Richardson. 10 . Ralph P.Edersheim. SP.: Synagogue. 1986.: Teologia do Antigo Testamento. mas à procura de benefícios pessoais imediatos. levam milhares à prostração idolátrica. de “divindades” pretensamente representadas em ícones ou seres da natureza. feitos ou não em nome de Deus ou de Cristo. 03 . da implantação do culto sacrificial.: O Culto Cristão.: El Culto Cristiano. 13 .C. 06 . 07 . N. encarnação e presença do Cordeiro redentor. Tudo agora. 11 .Richardson. SP. 1980.Kaiser Jr.Von Allmen. se consuma. ASTE. New York. A ordem psicológica do culto observa-se nas teofanias. Walter C.Davies. Buenos Aires. ASTE. baseado em Isaías 6. de “espíritos encostados”.Martin. SP 1966. Alfredo: Festas de Israel. artigo em The Interpreter’s Dictionary of the Bible. Artigo em “The Interpreter”s Dictionary of the Bible. I. 1962. na prestação do culto antecipador das coisas do fim ( até que eu venha)..2 em mente. Edições Vida Nova. como se pode observar.4. 09 . 1962. Artigo em The Interpreter’s Dictionary of the Bible.Davies. Muitos. Teologia e Prática. Abingdon Press. Trabalho escrito em 1993. os mais infiéis e desonestos. liturgicamente falando.. 04 . prestemos um culto racional (logikós) a Deus. na encarnação do Verbo. da eleição de um povo especial e adorador. nas visões apocalípticas da Igreja escatológica tanto no estado intermediário como na consumação. ASTE. 1973. Abrahan: Worship in NT Times. a liturgia proposta no primeiro opúsculo. . Abingdon Press. na organização da “liturgia da Ceia”. na cristofania. 05 .o Dragão que dá poder às bestas (Ap 13. Quando estabeleci como parâmetro do culto. Jonathan F. Artigo em The Interpreter’s Dictionary of the Bible. Argentina. Bibliografia 01 .Santos. Artigo em The Interpreter’s Dictionary of the Bible. Henton: Theophany. 1962.Von Rad.Y. SP. J. Methopress Editorial y Grafica. Henton: Worship in the OT. não procuram os “milagreiros” por causa da “adoração” a um ser transcendente. : Adoração na Igreja Primitiva. 02 . 1982. e acabam adorando anticristos. firmava-me. Reescrito em 1995. 12 . Edições Vida Nova. G. Com Rm 12. C. Biblioteca de Estudos Teológicos. da oferenda de sacrifícios.Cronbach. 08 . SP. porém. N. numa visão ampla veto e neotestamentária da liturgia nascida da “manifestação” de Deus.Maxwell. A idéia da “presença” do além por meio de supostas “entidades”.: Teologia do Antigo Testamento. G. Abingdon Press. Alan: Introdução à Teologia do Novo Testamento. União Cultural Editora Ltda. da necessidade da confissão de pecados.: Worship in the Times Christians. dos: O Culto no Antigo Testamento. 1963.J. 1968. espiritualmente falando.. William D.1. Os prodígios e milagres. G. SP.12). SP.Sonne.Y. Edições Vida Nova. ASTE. 5. clamar.8.Louvor Louvor. 03 . Tradução de Waldyr C. Is 38. Muitos entendem que o “louvor” é uma espécie de externalismo do contentamento interno do espírito que. 06 . um “louvor” ao Pai. APÊNDICES Apêndice I . 01 . quis Deus que ela lhe fosse inteiramen- . eventualmente.Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. II Cr 5. John D. holocausto e outros nos seguintes dicionários: 01 . Aqui. Havia os de louvação do rei. abençoar.Erhard. por louvor. Sacrifícios. Vida Nova. 23.12. em si mesmo.Calvino. Tabernáculo. Michigan. significava a totalidade da consagração do servo ao seu Senhor.12 ). Ei-los: “Barak”. pois todos os atos litúrgicos eram atos de louvor. Simplesmente cantar. A criar a humanidade em Adão e Eva.Vocabulário Bíblico. É significativo que o verbo louvar em hebraico ( hôdah ). A vida do servo de Deus. algumas vezes de incontrolável hilaridade.41. Davis. a tradução da Bíblia de Jerusalém é mais correta: “Entre as aclamações dos astros da manhã e o aplauso de todos os filhos de Deus”? Ainda temos “sîr”. Este. reprimido. Se maior: “Louvorzão”. aclamar.Dicionário de Teologia.1. 04 . CEP.Dicionário da Bíblia. primária.Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã. louvar. geralmente sem nenhuma ordenação temática ou coordenação litúrgica.35. é cantar muitos corinhos. 02 . explode em cânticos lúdicos. Sinagoga. “Rûa”.14 . Cantar louvores era uma parte significativa do culto. Outras temas litúrgicos do culto vetotestamentário podem ser traduzidos. cantar ( Sl 106.18 ). para Israel e para a Igreja primitiva. traduzido pela Septuaginta por “aineo” e “eucharisteo” tem a conotação básica. andar em sua presença e louvá-lo continuamente pela permanente e incondicional serviçalidade. Gerard: Revelação Messiânica no Velho Testamento. 17 .13.23. 16 . Luz para o Caminho. de “confessar” ( Gn 49.7.O Novo Dicionário da Bíblia. ASTE. é. Louvor. 31. Junta Editorial Cristã. São conceitos e definições parciais de louvor. mas não se constituía em única e nem a principal delas. Adoração. enaltecer ( Sl 117. Se o tempo da seção de cantos é menor: “Louvorzinho”.7 ). Há os que definem “louvor” como “gratidão a Deus”. para a nova geração de evangélicos. Campinas. SP. S. Templo. Perdão. Grand Rapids. mas nem todos os hinos do saltério eram de louvor a Deus. João : As Institutas ou Tratado da Religião Cristã. 05 . uma forma alegre de agradecimento. 1981. Ed. I Cr 16.3. elogiar. pronunciar uma bênção ( Sl 100. Dn 2. Gerstenberger ( Organizador ): Deus no Antigo Testamento.23 ).Louvor existencial: Israel foi retirado de entre as nações para ser um povo exclusivo de Deus. a mim me parece. Confissão. JUERP. Von Allmen. Vida Nova.30.Luz. Ed. pela submissão obediente e espontânea ao seu Senhor. 15 . Criador.Von Groningen. gritar ( Jó 38. 7.4 ): “Sabah”. Salvador e Rei.Artigos sobre Culto. porque o viver em Cristo é “logikè latréia” ( Rm 12. para que não alegassem ausência de princípios reguladores e paramétricos de comportamentos éticos. 342. litúrgicos e espirituais. depois de retardar a promessa com o cativeiro egípcio. Deus então. O Salvador. pois é. perante o Salvador sem reservas. “O verbo “hodah”. mas a totalidade do culto na integralidade da vida do salvo-servo e nos serviços litúgicos. obrigatoriamente. honestidade. Deus. morais. Sacrifício de louvor: Além do louvor costumeiro da confissão. recriou uma nova humanidade de regenerados. pois. o poderoso Senhor. fermentar.Em tudo dai graças. políticos. caiu em miséria moral e espiritual. um culto perene ao Salvador pelos seus atos. palavras. I.Inteira submissão do salvo ao Salvador. sociais. não era um determinado momento de cânticos alegres. pois implica em submissão. uma carta viva de Cristo. por sua encarnação. Nenhuma vítima se consumia no fogo do altar sem portar os pecados confessados do pecador substituto. reconhecimento. Foi um pacto de grande responsabilidade bilateral. Pelos pactos noético e abraâmico Deus pretendeu reorganizar um povo exclusivamente seu. feitos e diaconia. emanado do único que pode perdoar. delitos e desejos pervertidos. são formas existenciais de louvor.Reconhecimento de uma relação serviçal do servo com o seu Senhor.Reconhecimento do poder de Deus.te fiel e que cada ser humano tivesse como fim principal louvá-lo continuamente por sua existência direcionada pela fidelidade. enviou um seu Jesus Cristo. Por que Israel considerava a confissão como ato de louvor? Por ser: a. b. traduzido geralmente por “louvar”. A queda. na verdade. falhas. “confessar. Confissão de louvor: O louvor era. mantendo os fundamentos do pacto sinaítico. rompeu os laços da criatura com o Criador. e. Toda a adoração em Israel começava com a confissão de fé e de pecados. laudatórios. no Deus de Israel. E confessar é louvar. zeloso e de boas obras. Não foi possível em consequência da fragilidade do homem. que. e ainda se coloca.Reconhecimento de que há uma relação de dependência da criatura com o seu Criador. prioritariamente. Louvor para Israel. e se refere sempre a um fato divino acontecido anteriormente” (Von Rad. Não há separação ou dicotomia entre vida verdadeiramente cristã e adoração. a liturgia de Israel possuía. 1973). integridade. Teologia do V. santidade imaculada. ASTE. o Confessor. despido de qualquer hipocrisia e dominado somente pela verdade e pela sinceridade. pois não se constitui em reconhecimento completo e entrega total. liturgicamente formalizada. que lhe cultuasse com exclusividade. Salgar. significa.1 cf Rm 6. c. Assim temos: a. pág. aprovar. 02 . Testamento.Reconhecimento de que somente Deus perdoa o pecador confesso. em ação de graças pela existência do ofertante e sua permanência na presença do Rei de Israel. firmou com ele um novo pacto e lhe concedeu normas pactuais pela lei. O autor da Carta aos Hebreus retoma tal simbolismo. certamente virá como resposta restauradora. isolou-se em si mesmo. mas Israel fracassou.11-25) em que os pães sem fermento e a vítima sacrificial eram oferecidos a Deus. comunhão restrita. d. consagração irrestrita. alienado de seu Pai. uma confissão de fé. Vl. recolheu o seu povo. SP.13 ). O crente. em Israel. Confissão insincera não é louvor. frágil e recalcitrante. constituída de servos para o serviço do louvor perpétuo nesta e na existência eterna. Confissão significa que o crente não mais se esconde de Deus e nem oculta dele seus erros. porém. ofereçamos a Deus. por ordenação divina. na realidade. prostração diante do Salvador e confiança de que o perdão. o Filho do Homem. humilhação. E vem. b. uma confissão sincera de fé e de pecado. força emuladora do culto. sacrifício de louvor. Este sacrifício era. corrompeu-se. reconhecer. mostrando que ele se transformou em realidade para o cristão autêntico: “Por meio de Jesus.. f. o chamado “sacrifício de louvor” (Lv 7. O homem. e também para a Igreja. pensamentos. morte e ressurreição. pecou. transparentemente. vida.Reconhecimento de que o pecado é ofensa à divindade. uma vida de louvor. ao pé do Monte Sinai. o Perdoador. iluminar. que retirou seu povo do Egito com mão forte e braço estendido. que é o . sempre. Pela confissão de fé e de pecados o fiel colocava-se. 17). Por outro lado. disse: Pai. o “louvor” não contém na da de agradecimento. “expressão de elogio” ao Salvador ou “explosão de alegria” do crente não são biblicamente corretos. O crente tem de saber. Deus. prestou a Deus um “louvor de aceitação”: “Então Jó se levantou. f. Louvor de aceitação: É o caso de Jó que. seja sim ou não. não se restringe à gratidão e ao contentamento pelas bênçãos recebidas. mas irremediável. de juízo. e fiz assim e assim” (Js 7. e. de confiança e de certeza da resposta do Deus que sempre nos ouve e nos atende segundo sua soberana vontade e conforme as nossas necessidades. Louvor de julgamento: O judeu condenado. havendo dado graças (eucharistêsas). comprovadamente. a leitura de um texto bíblico confessional no contexto litúrgico ou a recitação do Credo dos Apóstolos são procedimentos de louvor a Deus. c. e disse: Nu saí do ventre de minha mãe. Foi assim com Jesus no túmulo de Lázaro: “E Jesus. pois. de natureza confessional e escatológica. Louvor de gratidão: O grato louva. porém. graças de dou porque me ouviste (Jo 11. A confissão de pecados de Acã. depois de receber as mais trágicas notícias. “E tudo dai graças”.20).21). Os conceitos de que o louvor é apenas um agradecimento a Deus por “boas dádivas” (a juízo do crente). portanto. doloroso. lançou-se em terra e adorou. O exemplo mais claro é o de Acã: “Então disse Josué a Acã: Filho meu. Respondeu Acã a Josué e disse: Verdadeiramente pequei contra o Senhor Deus de Israel.19. levantando os olhos para o céu. Não louvor de agradecimento. podemos ter certeza de que está nos ouvindo e nos responderá. na história e na Igreja. mesmo em circunstâncias de penúria. A celebração da Ceia. já nos ouviu no passado. O servo de Cristo tem de ser capaz de “louvar a Deus”. é um louvor a Deus. significam louvar e louvor a Deus. de pobreza. penoso. “é o fruto de lábios que confessam o nome de Cristo”. de falência. tomando o cálice. traidor da confiança de Javé.Louvor eucarístico: “Eucharisteo. g. que Deus é a verdade. não mo ocultes. reconhecendo-se faltoso. eucharistia”. mas que o Justo Juiz requer para que o condenado reconheça a justiça irretocável e necessária do julgamento. de tristeza. E. dá glória ao Senhor Deus de Israel. disse: Recebei e reparti entre vós” (Lc 22. mas com autenticidade e seriedade. Nessa confissão. que não pode ser esquecido por sua Igreja. rasgou seu manto. rapou a cabeça. mas reconhecidos por ele como de procedência divina. A Ceia do Senhor recebeu o nome de “eucaristia” por causa do louvor de Cristo no ato de sua instituição: “E. jamais descrê da resposta divina.41). e nu voltarei: o Senhor o deu. d. Logo. mas. mas de esperança. embora inexplicáveis. nossos conceitos de bem e nossos preceitos de bênção. de regozijo. louvamo-lo e exaltamos o seu nome. e daclara-me agora o que fizeste.fruto de lábios que confessam o seu nome” (Hb 13. Não se trata de louvor agradável. e a ele rende louvores. a justiça e o amor absolutos.15). Louvor de expectativa de livramento: O crente verdadeiro. Reconhecer a soberania de Deus tanto para perdoar como para condenar é atitude de louvor. O mesmo louvor se registra no ato distributivo do pão (Lc 22. por meio de Jesus Cristo. A confissão de fé pela qual nos tornamos servos de Deus e ingressamos na Igreja de Cristo e nela permanecemos é nossos “sacrifício de louvor”. é um louvor penitencial extremamente grave. antes de ouvir a sentença de julgamento. o Senhor o tomou: bendito (louvado) seja o nome do Senhor” (Jó 1. O louvor de Jó foi prestado em estado de profunda tristeza de consternação intensa: nada de alegria jubilosa. mesmo com sacrifício de sua vida.19).20. transportounos das trevas para o reino do Filho de seu amor. não somente por bênçãos pessoais. tinha de louvar o justo Juiz. Jó louvou o seu Deus por fatos trágicos. empregados e filhos. jamais de acordo com os nossos desejos. foi um ato de louvor que Von Rad chama de “Confissão de Louvor” (hodah todah). e princi- . Tal louvor. confrontado com uma situação de conflito ou diante de um problema humanamente insolúvel. as que davam conta de perdas irreparáveis de seu patrimônio. de gratidão. na expectativa de sermos atendidos. de enfermidades e de dor. mas pela providência divina e pelos feitos abençoadores e redentores de Deus no mundo. e louva a Deus do bojo da crise como Jonas o fez no ventre do grande peixe. contundente. do sofrimento. Sacrifício de louvor. mas ele louva o seu Deus em todas as circunstâncias de sua vida e da existência de sua Igreja.21). graças te dou (eucharistô soi) porque não sou como os demais homens” (Lc 18. Todos os cânticos mencionados incluem gratidão. possuindo uma fé muito frágil. a Deus.11). . No Velho Testamento temos memoráveis cantos de vitória e de júbilo: O de Moisés (Ex 15. O crente que só pede bênçãos pessoais e temporais. mesmo no meio de tribulações. 68-79). de sublimação espiritual por esforços próprios. A presença do Espírito Santo no interior do regenerado confere-lhe um permanente estado gozoso (I Ts 1.Regozijai-vos sempre. Quem se auto justifica não é justificado. fidelidade e justiça. orgulhosa e exaltadamente. louvar em todas as circunstâncias. porém. incertezas e angústias. só agradece a Deus as coisas boas que recebe. gente que nada mais têm para confessar. até sinceros. O crente que somente louva por regozijo é edonista. Canta às vezes com os lábios. isto é.. permuta da piedade por benesses divinas. amor. A jubilação do salvo é uma realidade. confiança em Deus e confissão de fé. louva-o permanentemente com sua vida regenerado e com o culto perene que lhe presta por sua existência e com sua adoração individual e comunitária. pois seu interesse é ser servido não servir. a seu juízo. vigilância em persistente oração: gratidão sem limitação. O louvor jubiloso não pode ser apenas intermitente. Não se o limitará exclusivamente a “louvores sacros” ou pretensamente sacros.16-18). Reduzir. sujos e inferiores. Perder o gozo da esperança e a paz interna. esperança. h. O Espírito Santo no crente gera o desejo de culto e de adoração em espírito e em verdade. O crente verdadeiro. como símbolos de santidade. isto é. que floresce nos tempos de jubilação e fenece nos momentos de tragédia. O de Míriam (Ex 15. isto é. presente em todas as atividades da Igreja e de cada um de seus membros.20. dando-lhe imarcescível esperança. não passa de falso servo.Orai sem cessar. Há. pelo grande livramento por meio da obra redentora de Cristo Jesus. paz. O “magnificat” de Maria (Lc 1. de santificação por méritos pessoais podem levar o falsamente piedoso a palavras e gestos de louvor. em desesperada insegurança e e em falta de perspectivas espirituais. 02. de perfeição espiritual. ainda hoje. por impulsão de sua natureza regenerada. `semelhança do fariseu. esperança. O de Débora (Jz 5). conseqüentemente. sem qualquer ostentação. Louvor de satisfação: Os conceitos de auto-afirmação religiosa. programado para uma determinada hora e marcado para um local específico. edonismo ou mercantilização. benignidade. Cantar louvores nos momentos de alegrias.palmente. “Em tudo dai graças”.Em tudo dai graças. o louvor a cânticos somente é não compreender a natureza do culto e os vários propósitos do louvor. satisfação. mas deixar de fazê-lo nos momentos de angústia e tristeza.46-55). egocentrização.29-32). não. Foi o que Jesus Cristo retratou na parábola do fariseu e do publicano. e “testemunhos” beatíficos. pessoas que se colocam. Cristo colocou no ser do redimido a essência da nova vida: Fé.6). Em tudo dai graças. sim. O fariseu “louvou” a Deus: “Ó Deus. Orai sem cessar. é “apagar o Espírito” para cair. naturalmente. a vida do crente é: Um permanente louvor. i. No Novo Testamento: O “Nunc Dimittis” de Simeão (Lc 2. O autêntico salvo é sempre grato ao Salvador. exercita as três ordenanças paulinas: Regozijo permanente e ininterrupto. 03. O “benedictus” de Zacarias (Lc 1.1-19). porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco” (I Ts 5. uma gratidão constante. gozo. que procedem da graça em Cristo Jesus. Observem as três ordenações imperativas: 01.Louvor jubiloso: “Regozijai-vos sempre. e à exibição de si mesmo como modelo dos supostamente fracos. mas não cessa de cantar com o espírito pois nele Cristo habita com sua eterna glória. uma oração ininterrupta. humildemente. Apêndice II . atos e palavras. quem abre a alma do crente à oração é Deus (Sl 51. e as responde positivamente. não produção de nosso intelecto. não se há de pensar a criatura dando ordens ao Criador. nada impede a oração do crente real. Jesus coloca.Certeza de que Deus recebe todas as nossas orações. suplicativas ou intercessórias.Consciência plena de que diante do Onipotente Criador. do poder e da santidade de Deus. planos. eleva ao Salvador tanto as preces súplices como as gratulatórias. A nós nos compete a aceitação com humildade e resignação. Como nada nos separa do amor de Cristo.26. segundo os seus propósitos. limitada e mortal criatura humana. a penúltima é de ação de graças.6). circunstanciais e oportunistas. à semelhança da fé. em seu Corpo. Dom de Deus. 02 . Igreja. jamais um direito ou um poder da finita. Gl 4. nos sofrimentos e na angústia. limitadíssimo. Oração sem comunhão com Deus nada significa. O exercício intenso e continuado da oração produz na vida do servo de Deus os seguintes resultados: a.26 ). ineficiente. nos parece a definição de J. sempre para o bem de seu eleito. mesmo que a resposta positiva lhe seja um “não” contundente.15.15). impotente. Nm 15. A vontade e os desejos da criatura não podem prevalecer diante do Criador.J. Os infortúnios não silenciam o verdadeiro crente.Oração. em espírito. vontade. pois não sabemos orar como convém ( Rm 8.Tipos de Oração.4-9 cf 11. e em cada um de seus membros a liturgia e a oração (Ef 6. imutável e infalível em seus decretos.Submissão incondicional à soberana vontade de Deus. Poder falar com Deus em oração é uma graça. Pertinente. mas uma concessão da graça divina para que o regenerado se mantenha sob a regência e cuidados do Regenerador.13-21.37-41). b. A oração. Jesus Cristo. incapaz.Portanto. Jo 4. tanto o querer como o realizar. um privilégio. A oração é obra do Espírito em nós. para que. pois. verbalizações ocasionais. . isto é. O culto sinagogal de Israel possuía dois modelos essenciais de oração: a.18. A oração está na vida da comunidade e do crente e não apenas em situações litúrgicas.8. absoluto. Deus opera tudo em todos.23.Oração. de seu poder e de seu amor por meio da palavra humana”. uma doxologia sobre o grande e indiscutível autor da paz. d. Von Allmen: “Oração é a partilha voluntária que Deus faz conosco de sua vontade. por meio do Espírito Santo. Obra do Espírito. A positividade da resposta pertence a Deus. mortal. nada representa espiritualmente. 03 . seguindo o Modelo. é um dom de Deus. c. b.Oração 01 . Shemah ( Dt 6. de nossa razão ou de nossa emoção (Rm 8. Como não se imagina um soldado comandando um general. falível. que. o redimido se coloca dentro de seu estado real: Pecador. o filho redimido se mantenha em diálogo constante e em comunhão permanente com seu Pai celeste em quaisquer situações ambientais e variações emocionais. 7. a última. É o milagre da graça! 04 . A oração não é o recurso da virtude humana pelo qual a criatura manobra o Criador. O desejo e a necessidade de orar incessantemente são características do regenerado.25).Pleno reconhecimento da paternidade divina.Efeitos da Oração. não lhe tiram dos lábios o culto ao Redentor.24 cf Rm 1. que dela dispõe como lhe aprouver. eterno. Tephilah ou Oração das Dezoito Bênçãos em que as três primeiras são de reconhecimento da grandeza. 2. 3.25-27. I Co 1. Paulo usa o mesmo verbo para louvar e confessar: “Exomologeomai”.18. 2. A oração é a expressão externa de um elo secreto estabelecido pelo Espírito Santo entre o ser adorado e o adorador (Mt 5. Bendizer. Gl 1.3. Cl 1.7.6. 10. discursiva.11. I Co 14.Paulo.2. 7. I Co 6.9. Fm 3.29.14.11.3.3.5.30. O que se diz aqui da oração vale também para os hinos. II Co 1. Fp 1.14. g. 8.24.21.18.I Co 14.15.A Oração na Ordem Litúrgica.23.2326.14. 06 .10) h.15.7. Fp 1.11.9. e ele louva.18.1. II Co 1.2.4.2. Não.3.18.1-3. a Oração é bem definida e ordenada nas Escrituras.9-11. louvor.18. benedictus: (Rm 1. Fp 1. até sem confessá-los.6.31.3). II Co 2.2. 16.18. c.12.4. mas diálogo com Deus de forma direta e simples. ação de graças.14.1-3.21. 4. 2. 15.9-12. confissão. repetitiva.31.10. intercede.9. 16. Ele é onisciente.16. Ef 1.3.3.20.15.5. Ef 1. Súplica. 6.20). 4.10-13. 2. I Ts 2. não servindo para projeção do ego de quem ora (Mt 5.12.14.Jesus ensina que a oração deve ser: a.11. 9. 7.5. b.16. Muitos irmãos ainda não aprenderam que a liturgia comunitária é um todo composto de partes distintas.7. c.2.9.12.9. Fp 1.17. 3. I Ts 1.2. II Ts 1.6.13.1-3.11.21.8.4. II Co 1. Oração na comunidade não é discurso público. agradece. bênção.3. por exemplo.12. 15. d. Teólogo da Oração: Paulo é o autor neotestamentário mais preocupado com a oração. 3. 2. 9. Exemplos orientadores: 07 . oração de confissão deve ser exclusivamente de confissão como a de adoração precisa ser especificamente de adoração.28.7. 3. Não se há de cantar um hino de louvor ou de adoração no momento de intercessão. 4.6. 14. e Deus não precisa de nossas explicações e descrições de fatos. 5.17. 11. É muito comum pedirmos um irmão que ore.13. Discreta.6).26. 2. 4. Íntima. 2. II Co 1. 10.27. e.8.24.19).12. Desorganiza a liturgia uma oração desviada de seus objetivos e deslocada de seu momento adequado.6.11). conhece as nossas necessidades atuais e aquelas que teremos no futuro (Mt 5. em confissão.2.20.6. No Culto há momentos específicos de adoração.30-33. Como se notou.29. Ef 1. 4. 4. suplica perdão de pecados.11.10. Fp 1. 5.6).13.24. Louvor (Rm 14.5.11. Gl 1.6. 11. pedido pessoal (Rm 1. II Co 12. 3.3.5).9-16.7). Fm 4) f. 15.34. 13.7. Doxologia de glorificação (Rm 1. Não é pelo muito falar que seremos ouvidos.14.15. 4. Deus requer ordem e especificação.13. I Ts 3.26.22. II Ts 1.14-19. Ef 1.16. 5.23-25. I Co 1. 4.8.5.25). 5.25. 05 . 6.25.4. especialmente a comunitária. Cada parte em seu lugar próprio na estrutura litúrgica.11. explicativa.8.2-5. 12.20. 2. 7.7. I Co 1.1.15. Cl 1.20.16.18. Adoração (I Co 14.311. 14.2.18.20.1025.16-23.6.17.17. Nele encontramos os seguintes aspectos da oração litúrgica: a. 13. desorganizando o conjunto litúrgico. 10.3. Exultação e gozo (Rm 5. 9.4.15.15. Ação de graças (Rm 1.16.11. Restringir-se ao assunto proposto significa que aquele que ora compreende a ordem do culto e com ela colabora. muitas vezes inadequadamente escolhidos.3.16. 9.4.11. b.23. Ef 3. 16.20.Oração de Adoração: .36.12.11.2.29. consagração e intercessão. Objetiva e curta.4. 9. 6.16. 2. I Ts 1.2. 4. Intercessão (bênção ou maldição) (Rm 1.9. 8. 3. A oração não deve ser longa.17. louva-te na terra. embora imperfeito. do governo. Restitui-me a alegria da tua salvação. Porém.Oração de Ação de graças: Momento em que a Igreja agradece bênçãos recebidas pela comunidade e por qualquer de seus membros. do amor e da fé. Queremos fazer o bem. Os pecados pessoais e íntimos devem ser confessados a Deus pessoal e intimamente. e ficarei mais alvo que a neve. Faze-me ouvir júbilo e alegria. do perdão e da graça. Exemplo: Senhor. a oração de confissão divide-se em duas partes: A primeira. a majestade.Oração de Confissão: Momento em que a Igreja confessa seus pecados. para que exultem os ossos que esmagaste. a vida física pela qual nos relacionamos com a natureza e com a sociedade. Por isso te adoramos face a face trazidos pelas mãos de teu Filho e congregados pelo teu Santo Espírito. deve ser confessado. Agradecemos-te a vida espiritual. sem reservas. espirituais. . teu Filho.Momento em que a Igreja é colocada pelo Espírito Santo diante de Deus como serva adoradora. especialmente no momento de oração silenciosa de confissão. Amém! Na verdade. Como povo de Deus constituído de pecadores. 09 . fraternidade e santidade. Agradecemos-te todas as dádivas materiais. vivermos em perfeita e santa unidade. de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar. inibições e truques. não pregamos a tua palavra com o nosso exemplo de unidade. em consequência. e a ela deste olhos para ver e coração para sentir as tuas infinitas grandezas. Senhor. A mesma Igreja que te exalta nos céus. teu Filho amado. Pedido de perdão: “Purifica-me com hissopo. e importa que teus adoradores o adorem em espírito e em verdade. inclusiva as graças da salvação. A segunda. Ela reconhece suas fraquezas e confessa publicamente seus pecados pela boca de um de seus membros. todos os pecados conscientes e também os inconscientes. Exemplo de ação de graças geral: Agradecemos-te. Pai. Externamos a nossa sincera gratidão a ti em nome de Jesus. ó Deus.4. Louvado seja sempre o teu nome. Recebe. da providência. e renova dentro em mim um espírito inabalável. Confissão: “Pequei contra ti. a Igreja peca. expõe a Deus. a nossa comunhão contigo e a fraternidade comunitária. O Salmo 51 nos mostra exatamente esse tipo de oração ( contrição-perdão). Confissão e súplica de perdão fazem parte do mesmo conjunto. mas conhecidos por Cristo. proclamarmos o teu Evangelho. que estão impedindo o crescimento espiritual da Igreja e de cada um de seus membros. da redenção. a dignidade e a pureza. o teu imensurável amor e a tua incomparável misericórdia. algumas vezes por infidelidade e outras por omissão. nem me retires o teu Santo Espírito. sentimos a beleza. e apaga todas as minhas iniquidades. da esperança. Exemplo: Senhor. mas a vaidade. Não me repulses da tua presença. é o sincero pedido de perdão. Senhor. Cria em mim. Nosso Senhor. lava-me. Perdoa-nos. Amém! 08 . e ficarei limpo. contra ti somente. o orgulho e a ostentação separam-nos uns dos outros e. mas o pecado nos impede.7-12 cf 51. sociais e econômicas. o louvor.13 ). tu nos constituíste em tua família para sermos um só corpo.5 ). Eu nasci na iniqüidade e em pecado me concebeu minha mãe”( Sl 5l. Agradecemos-te a Igreja e a família por serem bênçãos em nossas vidas e indispensáveis à nossa existência. não em culto público. a inveja. Esconde o teu rosto dos meus pecados. e fiz o que é mal perante os teus olhos. e sustenta-me com um espírito voluntário” ( Sl 5l. em nome de teu Filho Jesus.Oração de Louvor: Momento em que a Igreja reconhece a gloriosa soberania de Deus nas obras da criação. um coração puro. de teu povo em nome de Jesus. se o pecado individual é contra a comunidade ou lhe afeta a ordem. a Igreja te louva porque é tua filha. a santidade e a glória da tua presença. nosso Salvador. Tu és Espírito. Exemplo: Senhor. Adoramos-te em nome de teu Filho Jesus. Amém! 10 . pela pátria e pelo mundo. . para que recebam de tuas mãos a bênção da cura. como Sumo Sacerdote. e intercede por nós. como sacerdócio universal por ordenação divina. pela Igreja local.Oração de Intercessão: Momento em que a Igreja. Dia das Mães. intercede. casamento. santidade e fraternidade entre os irmãos. Exemplo: Pai. a Igreja. Mt 23. pela Igreja evangélica. não como seu substituto. pela Igreja Presbiteriana do Brasil. o clamor de teu povo em nome de teu Filho Jesus. Jesus. Recebe. pelos seus membros. para que seu testemunho seja mais autêntico e sua missão mais eficaz.7. Pai. uma só mente e um só coração. aquisição de imóveis. é o mediador de nossas preces e está conosco. para que sejamos uma só alma. pela pátria. 11 . como pensam muitos. mas submeter-se à sua mediação com muita humildade.2. ao mesmo tempo que se encontra no céu. Amém! Toda oração deve ser dirigida ao Pai em nome do Filho. para que nela haja unidade. pelos enfermos físicos e espirituais. intercede por ela mesma. à mão direita do Pai. onde quer que dois ou três se reúnem em seu nome. recuperação da saúde e tantas outras. O crente ora ao Pai por meio do Filho. ministra tua. carente de governos honrados e de submissão à tua palavra.14). feita em voz bem audível para que a comunidade toda possa dizer conscientemente: Amém! b) Orar em nome de Cristo não significa exercer procuração em seu lugar. Lembretes: a) A oração deve ser breve. concisa e objetiva (Ec 5. pelas autoridades.Amém! Pode-se e se deve fazer oração de ação de graças específicas por bênçãos especiais recebidas ou por algo que se obteve na ordem natural como: Aniversário. Mt 6. por mediação de teu Filho. no Santo dos Santos celeste. que nela colocaste.
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