O Brincar e suas Teorias Tizuko Morchida Kishimoto – Editora Cengage Learning – Brasil - 2002 O livro trata de concepções sobreo brincar provenientes de três campos de estudo: socioculturais, filosóficos e psicológicos. Perspectivas filosóficas sobre o brincar introduzidas por Froebel e Dewey merecem destaque, ao lado de teorias psicológicas como as de Wallon, Vygotsky, Bruner e Lacan, analisadas pelo grupo brasileiro. Só Brincar? Janet R. Moyles – Editora Artmed - Brasil Na obra, a autora justifica a inclusão do brincar no currículo da educação infantil e das séries iniciais e propõe formas efetivas de utilização do brinquedo no desenvolvimento integral das capacidades das crianças. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação Tizuko Morchida Kishimoto – Editora Cortez – Brasil - 2003 O livro mostra como o brincar surge ao longo da história da humanidade relacionado à criança e à educação, assumindo diversos significados. Entretanto, psicólogos, antropólogos, sociólogos e linguistas contemporâneos criaram referenciais teóricos para explicitar o brincar como uma ação metafórica, que contribui para o desenvolvimento integral da criança e propicia a construção do conhecimento. aprender brincando é mais rápido e efetivo porque é mais prazeroso. Psicopedagoga.Excelência do Brincar Janet R.br/ Aprender brincando é mais rápido e efetivo Compartilhar por E-mail Compartailhar no Orkut Autor: João Bittar/Arquivo do MEC Para a presidente nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Moyles e colaboradores – Editora Artmed – Brasil . para as crianças pequenas.com. este é um instrumento essencial de aprendizagem e crescimento.2005 Qualquer pessoa que tenha observado o brincar durante algum tempo reconhece que. http://portaldoprofessor. Quézia Bombonatto.mec.gov.br/conteudoJornal. terapeuta familiar. fonoaudióloga.html?idConteudo=1245 http://ludicidadeemacao. autora . professora. Os educadores que compreendem isso têm muito mais chances de produzir cidadãos equilibrados para o futuro. assim como crianças mais felizes no presente.blogspot. inclusive para as crianças. relacionar e inferir. em segundo lugar vem a educação formal. como observar e identificar.” ressalta. em flexibilidade e em socialização. conceituar. sabendo respeitar a força do oponente. “Há estudos que relacionam estresse e depressão como sintomas de crianças que não brincam”.e co-organizadora de livros na área da psicopedagogia. em capacidade de administrar tempo. atualmente. . é uma forma mais agradável e atraente para os alunos. tentam acelerar o aprendizado de seus filhos. diz.” enfatiza. o mais importante para a criança é brincar. modificados para transmitir e fixar conteúdos em sala de aula. Para Quézia. Para a psicopedagoga. aqueles que vão poder colaborar na aprendizagem de qualquer novo conhecimento. ela acredita que o uso de jogos de regras. Ela constata que os pais. Mas agenda cheia não combina com o universo infantil. manter-se ocupado é realmente importante.” destaca. “Dentro dos esquemas prévios de relação vão surgindo os esquemas de suas vidas e os ensaios de papéis futuros que elas irão assumir durante a existência. o lúdico é uma atividade particularmente poderosa para o exercício da vida social e da atividade construtiva da criança e as crianças privadas de brincadeiras perdem a oportunidade de ativação de seus recursos cognitivos e afetivos. “Ter obrigações resulta em disciplina. a prática pode resultar na perda de concentração e comprometer o aprendizado. acreditando que serão melhor sucedidos no futuro. Na visão de Quézia. perceber uma situação sob o ponto de vista oposto ao seu. Segundo ela. ativa e desenvolve os esquemas de conhecimento. comparar e classificar. na situação de brincadeira as crianças reproduzem esquemas próprios da realidade. “Competir dentro de regras. Em sua opinião. mesmo quando o espaço é restrito. Cita. a criatividade. ainda. E entende que a participação dos pais. Renata Meirelles. estimula a criatividade e desperta a inteligência da criança. fazer cabana. jogar bola. Com relação aos jogos eletrônicos. brinquedos baratos e simples que podem ser produzidos pelos próprios pais. da compreensão. podem ser uma ferramenta lúdica útil. não faça bagunça ou não cause transtornos em casa”.Ela frisa que brincar ajuda na socialização. Há inúmeras formas de diversão. Brincar de casinha. o documentarista norte-americano . Em sua avaliação. como caça ao tesouro. teatro de fantoches ou de sombras são alguns exemplos. desenvolvem o raciocínio e podem ajudar no processo da alfabetização. A conclusão é da mestre em educação. que coordena o projeto Brincadeiras Infantis na Região Amazônica (Bira). a leitura e a escrita. até porque é uma forma de aproximação com a criança. alerta. De acordo com Quézia. é fundamental. da matemática e outros tipos de conhecimentos. assegura. “Não deve ser uma atividade em que o pequeno se isole ou que o jogo seja oferecido para que a criança fique quietinha. ela e o marido. Em suas viagens pela região Norte do país. brincadeiras puras e simples. (Fátima Schenini) O valor do universo lúdico nas pequenas comunidades A compreensão do universo e a antecipação da realidade fazem parte da arte de brincar. como bonecos e carrinhos. ela afirma que existem excelentes opções para estimular o raciocínio. mas é necessário conhecer as condições e as necessidades de estágio de desenvolvimento em que se encontra a criança. nesse processo. diz Renata. da própria cultura. “Foi aí que criamos o projeto Bira. sem perder a diversidade”. Livre para brincar – O trabalho de Renata e Reeks é utilizado em oficinas e apresentações em escolas e instituições de ensino. especialmente em áreas mais afastadas da cidade grande”. mas não sabia como fazer direito. descobriu que as crianças fabricavam seus próprios brinquedos e tinham uma forma diferente de brincar. Como turista na Amazônia. que descobriu. Saem em busca da matéria prima. para auxiliar no processo educativo por meio do brincar. avalia Renata. cheia de atividades e brinquedos feitos por eles mesmo”. A habilidade das crianças ao manipular facões. Decidem o que querem como brinquedo e fazem. perfeito”. nessa experiência. avalia. relata. “Criamos um olhar apurado e reconhecemos nessas comunidades um potencial lúdico muito grande. Eles não compram brinquedos. “Elas são muito independentes. “O Brasil é uma nação rica na cultura própria da infância. de conhecimento. mas têm uma infância extremamente divertida. São ricas e essenciais para o desenvolvimento delas”. Resolvi então viajar pelo país para acompanhar de perto atividades diversas”. que a diversão começa desde a fabricação do brinquedo e não na relação de consumo. Durante seis meses. Renata e Reeks visitaram 13 comunidades ribeirinhas e três indígenas da região Amazônica. registraram em documentário um vasto repertório do patrimônio lúdico de comunidades ribeirinhas e indígenas. esculpem e lixam com a língua do peixe pirarucu. A pesquisa começou quando Renata decidiu introduzir brincadeiras no ensino. “Comecei com os jogos tradicionais. conta. “As brincadeiras trazem a essas crianças conotações de nomes. para fazer um intercâmbio de repertório e aproximar realidades. explica. Um trabalho artesanal. Renata afirma que é mais fácil . galhos e sementes chamou a atenção da professora.David Reeks. na época em que dava aulas de educação física em escolas particulares de São Paulo. (Rafânia Almeida) . uma vez que as crianças são ensinadas a providenciar sua diversão. as crianças sempre buscam recursos culturais. sem a direção específica do professor. infelizmente. se uma criança não brinca. se fecha aos processos exteriores e interiores. “Dentro da comunidade essas atitudes são uma reprodução da realidade em que vivem. Mas é preciso que ele acredite nesse processo”. E para realizar esse processo não há necessidade de muitos recursos. “O educador seria um acompanhante no processo livre da criança. onde a crianças começam a conhecer a natureza. É a compreensão de si e do mundo”. água e terra. Em suas viagens aos Estados Unidos. lamenta.ver jovens sem brinquedos na cidade de São Paulo do que nas comunidades visitadas na região Amazônica. Renata alerta que. ainda não é bem aceita em alguns centros educacionais”. considera. De acordo com a professora. “Por mais tecnológica que seja a educação. tem tentado fazer um intercâmbio com as crianças norte-americanas. pois é no brincar que inicia a forma de conhecer”. como buscar madeira no meio da floresta. outros países “são mais tímidos” no quesito brincadeira e são poucos os que valorizam o lúdico na educação. acredita a mestre em educação. se adaptam ao lugar onde estão”. Ela não estará exercitando a compreensão do que acontece nela própria e ao seu redor. Ela leva as brincadeiras e os vídeos feitos nas comunidades indígenas e ribeirinhas e aprende novas maneiras de brincar. afirma. É uma atividade divertida que. “Brincar é exercício espontâneo e livre da criança. salienta. conclui. Renata aconselha que os adultos abram mais espaço para os jovens e os deixem mais livres para suas atividades. “Será uma pessoa com mais dificuldades na vida adulta. como fazer uma casa. Pode ser até mesmo areia.