Norman Geisler & William Nix - Introdução Bíblica - Como a Bíblia chegou até nós.doc

March 27, 2018 | Author: foltranfernando | Category: Prophet, Bible, God, Love, Truth


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Norman L. Geisler William E.Nix Introdução Bíblica Como a Bíblia chegou até n s Digitalização: Dumane http://semeadoresdapalavra.top-forum.net/portal.htm Nossos e-books são disponibilizados gratuitamente, com a única finalidade de oferecer leitura edificante a todos aqueles que não tem condi !es econ"micas para comprar. #e voc$ % financeiramente privilegiado, então utilize nosso acervo apenas para avalia ão, e, se gostar, aben oe autores, editoras e livrarias, adquirindo os livros. #&'&()*+&# )( ,(-(.+( e-books evang%licos /#0N 12-3453-675-5 8ategoria: +efer$ncia &ste livro foi publicado em ingl$s com o t9tulo From God to us: how we got our Bible por 'ood: ,ress ; <=3> por ?he 'ood: 0ible /nstitute of 8hicago ; <==3 por &ditora .ida ?radutor: *s@aldo +amos &ditor: Aabiani 'edeiros ?odos os direitos reservados na l9ngua portuguesa por &ditora .ida, +ua Búlio de 8astilhos, 716 6462=-666 #ão ,aulo, #, C ?elefaD E6<<F 7=7-1533 (s cita !es b9blicas foram eDtra9das da &di ão 8ontemporGnea da ?radu ão de Boão Aerreira de (lmeida, publicada pela &ditora .ida. 8apa: 8itara &ditora/Hrace (rruda contra!ca"a IN#$%&'()% B*BLIC+ Como a Bíblia chegou até n s )e onde nos veio a 09bliaI 8omo podemos ter certeza de que sJ os livros certos foram inclu9dos na 09bliaI ( 09blia cont%m errosI Kuais são as cJpias mais antigas da 09blia de que dispomosI 8omo podemos ter certeza de que o teDto da 09blia não foi mudando ao longo dos anosI ,or que hL tantas tradu !es da 09blia, e qual delas devo usarI &ssas são apenas algumas das muitas perguntas importantes acerca da 09blia, cuMas respostas são debatidas neste livro. 8om simplicidade e clareza, os autores discutem os seguintes aspectos, dentre outros: a inspira ão, o cGnon b9blico, os principais manuscritos, a cr9tica teDtual, as tradu !es mais antigas e as vers!es modernas. N medida que vão cobrindo todo o campo da /ntrodu ão ao &studo da 09blia, encontram-se por todas as pLginas do livro eDplica !es cuidadosas dos pontos mais significativos. &ste livro % ideal para #eminLrios e /nstitutos 09blicos, estudo b9blico em grupo, para classes de &scola )ominical e para o estudo pessoal da 09blia. Norman L. Geisler % catedrLtico de ?eologia #istemLtica no #eminLrio ?eolJgico de )allas. William E. Nix % consultor editorial e educacional em )allas, no ?eDas. 67<>-4 8ategoria: +efer$ncia Conte,do <. * carLter da 09blia....................................................................................5 7. ( natureza da inspira ão.........................................................................<2 4. ( inspira ão do (ntigo ?estamento........................................................75 >. ( inspira ão do Novo ?estamento..........................................................>6 2. &vid$ncias da inspira ão da 09blia.........................................................27 5. (s caracter9sticas da canonicidade..........................................................57 3. * desenvolvimento do cGnon do (ntigo ?estamento.............................3> 1. ( eDtensão do cGnon do (ntigo ?estamento...........................................15 =. * desenvolvimento do cGnon do Novo ?estamento..............................<67 <6. ( eDtensão do cGnon do Novo ?estamento.........................................<<4 <<. (s l9nguas e os materiais da 09blia.....................................................<75 <7. *s principais manuscritos da 09blia...................................................<4= <4. *utros testemunhos de apoio ao teDto b9blico....................................<2< <>. * desenvolvimento da cr9tica teDtual..................................................<2= <2. ( recupera ão do teDto da 09blia........................................................<3> <5. ?radu !es e 09blias aramaicas, sir9acas e afins..................................<11 <3. ?radu !es gregas e afins.....................................................................76< <1. ?radu !es latinas e afins.....................................................................7<> <=. (s primeiras tradu !es para o ingl$s..................................................775 76. (s tradu !es da 09blia para o ingl$s moderno....................................7>6 7<. (s tradu !es para o portugu$s............................................................72> -. % car.ter da Bíblia ( 09blia % um livro singular. ?rata-se de um dos livros mais antigos do mundo e, no entanto, ainda % o bestseller mundial por eDcel$ncia. O produto do mundo oriental antigoP moldou, por%m, o mundo ocidental moderno. ?iranos houve que ML queimaram a 09blia, e os crentes a reverenciam. O o livro mais traduzido, mais citado, mais publicado e que mais influ$ncia tem eDercido em toda a histJria da humanidade. (final, que % que constitui esse carLter inusitado da 09bliaI 8omo foi que ela se originouI Kuando e como assumiu sua forma atualI Kue significa Qinspira ãoQ da 09bliaI #ão essas as perguntas para as quais se voltarL o nosso interesse neste cap9tulo introdutJrio. + estrutura da Bíblia ( palavra Bíblia E-ivroF entrou para as l9nguas modernas por interm%dio do franc$s, passando primeiro pelo latim biblia, com origem no grego biblos. *riginariamente era o nome que se dava R casca de um papiro do s%culo Di a.8. ,or volta do s%culo // d.8, os cristãos usavam a palavra para designar seus escritos sagrados. %s dois testamentos da Bíblia ( 09blia comp!e-se de duas partes principais: o (ntigo ?estamento e o Novo ?estamento. * (ntigo ?estamento foi escrito pela comunidade Mudaica, e por ela preservado um mil$nio ou mais antes da era de Besus. * Novo ?estamento foi composto pelos disc9pulos de 8risto ao longo do s%culo / d.8. ( palavra testamento, que seria mais bem traduzida por Qalian aQ, % tradu ão de palavras hebraicas e gregas que significam QpactoQ ou QacordoQ celebrado entre duas partes EQalian aQF. ,ortanto, no caso da 09blia, temos o contrato antigo, celebrado entre )eus e seu povo, os Mudeus, e o pacto novo, celebrado entre )eus e os cristãos. &studiosos cristãos frisaram a unidade eDistente entre esses dois testamentos da 09blia sob o aspecto da ,essoa de Besus 8risto, que declarou ser o tema unificador da 09blia. < (gostinho dizia que o Novo ?estamento acha-se velado no (ntigo ?estamento, e o (ntigo, revelado no Novo. *utros autores disseram o mesmo em outras palavras: Q* Novo ?estamento estL no (ntigo ?estamento ocultado, e o (ntigo, no Novo reveladoQ. (ssim, 8risto se esconde no (ntigo ?estamento e % desvendado no Novo. *s crentes anteriores a 8risto olhavam adiante com grande eDpectativa, ao passo que os crentes de nossos dias v$em em 8risto a concretiza ão dos planos de )eus. +s seç/es da Bíblia ( 09blia divide-se comumente em oito se !es, quatro do (ntigo testamento e quatro do Novo. LI0$%1 &% +N#IG% #E1#+2EN#% + lei 34entateuco5 6 7 l8ros 4oesia 6 7 li8ros 1. Gênesis 2. Êxodo 3. Levítico 4. !me"os #. Deute"on$mio 1. %& 2. 'almos 3. ("ov)"*ios 4. +clesiastes #. , -.ntico dos -.nticos 9istoria 6 -: li8ros 1. %osu) 2. %uízes 3. /ute 4. 1'amuel #. 2'amuel 0. 1/eis 1. 2/eis 2. 1-"$nicas 3. 2-"$nicas 14. +sd"as 11. eemias 12. +ste" +. 2aiores 4ro;etas 6 -< li8ros B. 2enores 1. ,s)ias 2. %oel 3. 8m&s 4. ,*adias #. %onas 0. 9i7u)ias 1. aum 2. :a*acu7ue 3. 'o;onias 14. 8geu 11. <aca"ias 12. 9ala7uias 1. 5saías 2. %e"emias 3. Lamentaç6es 4. +ze7uiel #. Daniel 1 =. ->"ist? t>e t>eme o; t>e @i*le? de o"man Geisle" A->icago? 9oodB ("ess? 1302C. LI0$%1 &% N%0% #E1#+2EN#% E8angelhos 9ist ria 1. 9ateus 2. 9a"cos 3. Lucas 4. %oão 1. 8tos dos 8D&stolos E"ístolas 1. /omanos 2. 1-o"íntios 3. 2-o"íntios 4. GElatas #. +;)sios 0. FiliDenses 1. -olossenses 2. 1Gessalonicenses 3. 2Gessalonicenses 14. 1Gim&teo 11. 2Gim&teo 12. Gito 13. Filemom 14. :e*"eus 1#. Giago 10. 1(ed"o 11. 2(ed"o 12. 1%oão 13. 2%oão 24. 3%oão 21. %udas 4ro;ecia <. (pocalipse ( divisão do (ntigo ?estamento em quatro se !es baseia-se na disposi ão dos livros por tJpicos, com origem na tradu ão das &scrituras #agradas para o grego. &ssa tradu ão, conhecida como a Versão dos se tuaginta E-SSF, iniciara-se no s%culo /// a.8. ( 09blia hebraica não segue essa divisão tJpica dos livros, em quatro partes. (ntes, emprega-se uma divisão de tr$s partes, talvez baseada na posi ão oficial de seu autor. *s cinco livros de 'ois%s, que outorgou a lei, aparecem em primeiro lugar. #eguem-se os livros dos homens que desempenharam a fun ão de profetas ,or fim, a terceira parte cont%m livros escritos por homens que, segundo se cria, tinham o dom da profecia, sem serem profetas oficiais. O por isso que o (ntigo ?estamento hebraico apresenta a estrutura do quadro da pLgina seguinte. ( razão dessa divisão das &scrituras hebraicas em tr$s partes encontra-se na histJria Mudaica. O provLvel que o testemunho mais antigo dessa divisão seMa o prJlogo ao livro !ira"ue, ou E#lesi$sti#o, durante o s%culo // a.8. * %ishnaEensinoF Mudaico, Bosefo, o primeiro historiador Mudeu, e a tradi ão Mudaica posterior tamb%m deram prosseguimento a essa divisão tr9plice de suas &scrituras. &I14%1I()% &%1 LI0$%1 &% +N#IG% #E1#+2EN#% 9EB$+IC% + lei &'ora( 1. Gênesis 2. Êxodo 3. Levítico 4. !me"os #. Deute"on$mio %s "ro;etas &Nebhiim( +. 4ro;etas anteriores 1. %osu) 2. %uízes 3. 'amuel 4. /eis %s escritos &)ethubhim( +. Li8ros "oéticos 1. 'almos 2. ("ov)"*ios 3. %& B. Cinco rolos (Megilloth) 1. , -.ntico dos -.nticos 2. /ute 3. Lamentaç6es 4. +ste" #. +clesiastes B. 4ro;etas "osteriores 1. 5saías 2. %e"emias 3. +ze7uiel 4. ,s Doze C. Li8ros hist ricos 1. Daniel 2. +sd"asH eemias 3. -"$nicas +sta ) a disDosição encont"ada nas ediç6es Iudaicas mode"nas do 8ntigo Gestamento. -;. The Holy Scríptures, according to the Masoretic Text e Bíblia hebraica, o"ganizada Do" /udolD> Jittel e (aul +. Ja>le. * Novo ?estamento faz uma poss9vel alusão a uma divisão em tr$s partes do (ntigo ?estamento, quando Besus disse: Q... era necessLrio que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de 'ois%s, nos ,rofetas e nos #almosQ E-c 7>.>>F. ( despeito do fato de o Buda9smo ter mantido uma divisão tr9plice at% a presente data, a Vulgata latina, de Ber"nimo, e as 09blias posteriores a ela seguiriam o formato mais tJpico das quatro partes em que se divide a se tuaginta. #e combinarmos essa divisão com outra, mais natural e largamente aceita, tamb%m de quatro partes, do Novo ?estamento, a 09blia pode ser divida na estrutura geral e cristoc$ntrica apresentada no quadro da pLgina seguinte. (inda que não eDistam raz!es de ordem divina para dividirmos a 09blia em oito partes, a insist$ncia cristã em que as &scrituras devam ser entendidas tendo 8risto por centro baseia-se nos ensinos do prJprio 8risto. 8erca de cinco vezes no Novo ?estamento, Besus afirmou ser ele prJprio o tema do (ntigo ?estamento E't 2.<3P -c 7>.73P Bo 2.4=P Tb <6.3F. )iante dessas declara !es, % natural que analisemos essa divisão das &scrituras, em oito partes, por tJpicos, sob o aspecto de seu tema maior C Besus 8risto. -ei +ntigo #estamento TistJria No8o #estamento ,oesia ,rofecia &vangelhos (tos &p9stolas (pocalipse Aundamento da chegada de 8risto ,repara ão para a chegada de 8risto (nelo pela chegada de 8risto 8erteza da chegada de 8risto 'anifesta ão de 8risto ,ropaga ão de 8risto /nterpreta ão e aplica ão de 8risto 8onsuma ão em 8risto Ca"ítulos e 8ersículos da Bíblia (s 09blias mais antigas não eram divididas em cap9tulos e vers9culos. &ssas divis!es foram feitas para facilitar a tarefa de citar as &scrituras. #tephen -angton, professor da Universidade de ,aris e mais tarde arcebispo da 8antuLria, dividiu a 09blia em cap9tulos em <773. +obert #tephanus, impressor parisiense, acrescentou a divisão em vers9culos em <22< e em <=22. Aelizmente, estudiosos Mudeus, desde aquela %poca, adotaram essa divisão de cap9tulos e vers9culos para o (ntigo ?estamento. + ins"iração da Bíblia ( caracter9stica mais importante da 09blia não % sua estrutura e sua forma, mas o fato de ter sido inspirada por )eus. Não se deve interpretar de modo err"neo a declara ão da prJpria 09blia a favor dessa inspira ão. Kuando falamos de inspira ão, não se trata de inspira ão po%tica, mas de autoridade divina. ( 09blia % singularP ela foi literalmente Qsoprada por )eusQ. ( seguir eDaminaremos o que significa isso. 'ma de;inição de ins"iração &mbora a palavra ins ira*ão seMa usada apenas uma vez no Novo ?estamento E7?m 4.<5F e outra no (ntigo EBJ 47.1F, o processo pelo qual )eus transmite sua mensagem autorizada ao homem % apresentado de muitas maneiras. Um eDame das duas grandes passagens a respeito da inspira ão encontradas no Novo ?estamento, poderL aMudar-nos a entender o que significa a inspira ão b9blica. &escrição bíblica de Ins"iração (ssim escreveu ,aulo a ?imJteo: Q?oda &scritura % divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em Musti aQ E7?m 4.<5F. &m outras palavras, o teDto sagrado do (ntigo ?estamento foi Qsoprado por )eusQ Egr., theo neustos( e, por isso, dotado da autoridade divina para o pensamento e para a vida do crente. ( passagem correlata de <8or9ntios 7.<4 real a a mesma verdade. )isto tamb%m falamosQ, escreveu ,aulo, Qnão com palavras de sabedoria humana, mas com as que o &sp9rito #anto ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.Q Kuaisquer palavras ensinadas pelo &sp9rito #anto são palavras divinamente inspiradas. ( segunda grande passagem do Novo ?estamento a respeito da inspira ão da 09blia estL em 7,edro <.7<. Q,ois a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens santos da parte de )eus falaram movidos pelo &sp9rito #anto.Q &m outras palavras, os profetas eram homens cuMas mensagens não se originaram de seus prJprios impulsos, mas foram Qsopradas pelo &sp9ritoQ. ,ela revela ão, )eus falou aos profetas de muitas maneiras ETb <.<F: mediante anMos, vis!es, sonhos, vozes e milagres. /nspira ão % a forma pela qual )eus falou aos homens mediante os profetas. 'ais um sinal de que as palavras dos profetas não partiam deles prJprios, mas de )eus % o fato de eles sondarem seus prJprios escritos a fim de verificar Qqual o tempo ou qual a ocasião que o &sp9rito de 8risto, que estava neles, indicava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos que a 8risto haviam de vir, e sobre as glorias que os seguiriamQ El ,e <.<<F. Aazendo uma combina ão das passagens que ensinam sobre a inspira ão divina, descobrimos que a 09blia % inspirada no seguinte sentido: homens movidos pelo &sp9rito, escreveram palavras sopradas por )eus, as quais são a fonte de autoridade para a f% e para a prLtica cristã. .amos a seguir analisar com mais cuidado esses tr$s elementos da inspira ão. Definição teológica da inspiração Na única vez em que o Novo ?estamento usa a palavra ins ira*ão, ela se aplica aos escritos, não aos escritores. ( 09blia % que % inspirada, e não seus autores humanos. * adequado, então, % dizer que: o produto e inspirado os produtores não. *s autores indubitavelmente escreveram e Aalaram sobre muitas coisas, como, por eDemplo, quando se referiram a assuntos mundanos, pertinentes a esta vida, os quais não foram divinamente inspirados. ?odavia, visto que o &sp9rito #anto, conforme ensina ,edro tomou posse dos homens que produziram os escritos inspirados, podemos, por eDtensão, referir-nos R inspira ão em sentido mais amplo. ?al sentido mais amplo inclui o ro#esso total por que alguns homens, movidos pelo &sp9rito #anto, enunciaram e escreveram palavras emanadas boca do #enhorP e, por isso mesmo, palavras dotadas da autoridade divina. O um processo total de inspira ão que cont%m os tr$s elementos essenciais: a causalidade divina, a media ão prof%tica e a autoridade escrita. +ausalidade di,ina. )eus % a Aonte ,rimordial da inspira ão da 09blia. * elemento divino estimulou o elemento humano. ,rimeiro )eus falou aos profetas e, em seguida, aos homens, mediante esses profetas. )eus revelou-lhes certas verdades da f%, e esses homens de )eus as registraram. * primeiro fator fundamental da doutrina da inspira ão b9blica, e o mais importante, % que )eus % a fonte principal e a causa primeira da verdade b9blica. No entanto, não % esse o único fator. %edia*ão ro-.ti#a. *s profetas que escreveram as &scrituras não eram aut"matos. &ram algo mais que meros secretLrios preparados para anotar o que se lhes ditava. &screveram segundo a inten ão total do cora ão, segundo a consci$ncia que os movia no eDerc9cio normal de sua tarefa, com seus estilos literLrios e seus vocabulLrios individuais. (s personalidades dos profetas não foram violentadas por uma intrusão sobrenatural. ( 09blia que eles produziram % a ,alavra de )eus, mas tamb%m % a palavra do homem. )eus usou personalidades humanas para comunicar proposi !es divinas. *s profetas foram a causa imediata dos teDtos escritos, mas )eus foi a causa principal. /utoridade es#rita. * produto final da autoridade divina em opera ão por meio dos profetas, como intermediLrios de )eus, % a autoridade escrita de que se reveste a 09blia. ( &scritura Q% divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em Musti aQ. ( 09blia % a última palavra no que concerne a assuntos doutrinLrios e %ticos. ?odas as controv%rsias teolJgicas e morais devem ser trazidas ao tribunal da ,alavra escrita de )eus. (s &scrituras receberam sua autoridade do prJprio )eus, que falou mediante os profetas. No entanto, são os escritos prof%ticos e não os escritores desses teDtos sagrados que possuem e ret$m a resultante autoridade divina. ?odos os profetas morreramP os escritos prof%ticos prosseguem. &m suma, a defini ão adequada de inspira ão precisa ter tr$s fatores fundamentais: )eus, o 8ausador original, os homens de )eus, que serviram de instrumentos, e a autoridade escrita, ou #agradas &scrituras, que são o produto final. +lgumas distinç/es im"ortantes A inspiração em contraste com a revelação e a iluminação TL dois conceitos inter-relacionados que nos aMudam a esclarecer, pela contraposi ão, o que significa inspira ão. #ão eles a revela ão e a ilumina ão. +evela ão diz respeito R ex osi*ão da verdade. /lumina ão, R devida #om reensão dessa verdade descoberta. No entanto, a inspira ão não consiste nem em uma, nem em outra. ( revela ão prende-se R origem da verdade e R sua transmissãoP a inspira ão relaciona-se com a recep ão e o registro da verdade. ( ilumina ão ocupa-se da posterior apreensão e compreensão da verdade revelada. ( inspira ão que traz a revela ão escrita aos homens não traz em si mesma garantia alguma de que os homens a entendam. O necessLrio que haMa ilumina ão do cora ão e da mente. ( revela ão % uma abertura obMetivaP a ilumina ão % a compreensão subMetiva da revela ãoP a inspira ão % o meio pelo qual a revela ão se tornou uma eDposi ão aberta e obMetiva. ( revela ão % o fato da comunica ão divinaP a inspira ão % o meioP a ilumina ão, o dom de compreender essa comunica ão. Inspiração dos originais, não das cópias ( inspira ão e a conseqVente autoridade da 09blia não se estendem automaticamente a todas as cJpias e tradu !es da 09blia. #J os manuscritos originais, conhecidos por autJgrafos, foram inspirados por )eus. *s erros e as mudan as efetuados nas cJpias e nas tradu !es não podem ser atribu9dos R inspira ão original. ,or eDemplo, 7+eis 1.75 diz que (zarias tinha 77 anos de idade quando foi coroado rei, enquanto 78r"nicas 77.7 diz que tinha >7 anos. Não % poss9vel que ambas as informa !es esteMam corretas. * original % autorizadoP a cJpia err"nea não tem autoridade. *utros eDemplos desse tipo de erro podem encontrar-se nas atuais cJpias das &scrituras Ee.g., cf. / +s >.75 e 78r =.72F. ,ortanto, uma tradu ão ou cJpia sJ % autorizada R medida que reproduz com eDatidão os autJgrafos. .eremos posteriormente at% que ponto as cJpias da 09blia são eDatas Ecap. <2F, segundo a ci$ncia da cr9tica teDtual. ,or ora basta-nos observar que o grandioso conteúdo doutrinLrio e histJrico da 09blia tem sido transmitido de gera ão a gera ão, ao longo da histJria, sem mudan as nem perdas substanciais. (s cJpias e as tradu !es da 09blia, encontradas no s%culo DD, não det$m a inspira ão original, mas cont$m uma inspira ão deri,ada, uma vez que são cJpias fi%is dos autJgrafos. )e uma perspectiva t%cnica, sJ os autJgrafos são inspiradosP todavia, para fins prLticos, a 09blia nas l9nguas de nossa %poca, por ser transmissão eData dos originais, % a ,alavra de )eus inspirada. .isto que os originais não mais eDistem, alguns cr9ticos t$m obMetado R inerrGncia de autJgrafos que não podem ser eDaminados e nunca foram vistos. &les perguntam como % poss9vel afirmar que os originais não continham erro, se não podem ser eDaminados. ( resposta % que a inerrGncia b9blica não % um fato conhecido empiricamente, mas uma cren a baseada no ensino da 09blia a respeito de sua inspira ão, bem como baseada na natureza altamente precisa da grande maioria das &scrituras transmitidas e na aus$ncia de qualquer prova em contrLrio. (firma a 09blia ser a declara ão de um )eus que não pode cometer erro. O verdade que nunca se descobriram os originais infal9veis da 09blia, mas tampouco se descobriu um único autJgrafo original fal9vel. ?emos, pois, manuscritos que foram copiados com toda precisão e traduzidos para muitas l9nguas, dentre as quais o portugu$s. ,ortanto, para todos os efeitos de doutrina e de dever, a 09blia como a temos hoMe % representa ão suficiente da ,alavra de )eus, cheia de autoridade. Inspiração do ensino, mas não de todo o conteúdo da Bíblia 8umpre ressaltar tamb%m que sJ o que a 09blia ensina foi inspirado por )eus e não apresenta erroP nem tudo que est$ na 09blia ficou isento de erro. ,or eDemplo, as &scrituras cont$m o relato de muitos atos maus, pecaminosos, mas de modo algum a 09blia os elogiaP tampouco os recomenda. (o contrLrio, condena essas prLticas malignas. ( 09blia chega a narrar algumas das mentiras de #atanLs Ee.g., Hn 4.>F. ,ortanto, a simples eDist$ncia dessa narra ão não significa que a 09blia ensine serem verdadeiras essas mentiras. ( única coisa que a inspira ão divina garante aqui % que se trata de um registro verdadeiro de uma mentira satGnica, de uma perversidade real de #atanLs. Ns vezes não estL perfeitamente claro se a 09blia registra apenas um mero relato do que algu%m disse ou fez, ou se ela estL ensinando que devemos proceder de igual forma. ,or eDemplo, estarL a 09blia ensinando que tudo quanto os amigos de BJ disseram % verdadeI #eriam todos os ensinos daquele homem QdebaiDo do solQ, em &clesiastes, ensino de )eus ou mero registro fiel de pensamentos vãosI #eMa qual for a resposta, o estudante da 09blia % admoestado a não Mulgar verdadeiro tudo quanto a 09blia a-irma sJ por ter apar$ncia de verdade. * estudante da 09blia precisa procurar seu verdadeiro ensino, sem atribuir verdade a tudo quanto estL escrito em suas pLginas. )e fato, a 09blia registra muitas coisas que ela de modo algum recomenda, como a asser ão: QNão hL )eusQ E#l <>.<F. &m todas as passagens, o que a 09blia estL declarando deve ser estudado com cuidado, a fim de se apurar o que ela estL ensinando na verdade. #J o que a 09blia ensina % que % inspirado, e não todas as palavras relacionadas a todo o seu conteúdo. +esumindo, a 09blia % um livro incomum. 8omp!e-se de dois testamentos formados de 55 livros, os quais declaram ou comprovam a inspira ão divina. 8om inspira ão queremos dizer que os manuscritos originais da 09blia nos foram concedidos pela revela ão de )eus e, eDatamente por isso, det$m a absoluta autoridade de )eus, para formar o pensamento e a vida cristã. /sso significa que tudo quanto a 09blia ensina constitui tribunal de apela ão infal9vel. * prJDimo tJpico de estudo diz respeito R natureza eData da inspira ão da 09blia. :. + nature=a da ins"iração * primeiro grande elo da cadeia comunicativa Qde )eus para nJsQ chama-se inspira ão. TL diversas teorias a respeito da inspira ão. (lgumas delas não se coadunam com o ensino b9blico sobre o assunto. Nosso propJsito, portanto, neste cap9tulo, tem dois aspectos: primeiro, eDaminar as teorias a respeito da inspira ão e, segundo, apurar com a mLDima precisão o que estL impl9cito no ensino da 09blia a respeito de sua prJpria inspira ão. +s 8.rias teorias a res"eito da ins"iração (o longo da histJria, as teorias a respeito da inspira ão da 09blia t$m variado segundo as caracter9sticas essenciais de tr$s movimentos teolJgicos: a ortodoDia, o modernismo e a neo-ortodoDia. (inda que essas tr$s perspectivas não se limitem a um único per9odo, suas manifesta !es primordiais são caracter9sticas de tr$s per9odos sucessivos na histJria da igreMa. Na maior parte dessa histJria, prevaleceu a visão ortodoDa, a saber: a 09blia . a ,alavra de )eus. 8om o surgimento do modernismo, muitas pessoas vieram a crer que a 09blia meramente #ont.m a ,alavra de )eus. 'ais recentemente, sob a influ$ncia do eDistencialismo contemporGneo, os teJlogos neo-ortodoDos t$m ensinado que a 09blia torna0se a ,alavra de )eus quando a pessoa tem um encontro pessoal com )eus em suas pLginas. Ortodoxia a Bíblia ! a "alavra de Deus ,or cerca de <1 s%culos de histJria da igreMa, prevaleceu a opinião ortodoDa da inspira ão divina. *s pais da igreMa, em geral, com raras manifesta !es menos importantes em contrLrio, ensinaram firmemente que a 09blia % a ,alavra de )eus escrita. ?eJlogos ortodoDos ao longo dos s%culos v$m ensinando, todos de comum acordo, que a 09blia foi inspirada verbalmente, i.e., % o registro escrito por inspira ão de )eus. No entanto, tem havido tentativas de procurar eDplica ão para o fato de o registro escrito ser a ,alavra de )eus ao mesmo tempo que o -ivro obviamente foi composto por autores humanos, dotados de estilos pessoais diferentes uns dos outrosP essas tentativas conduziram os estudiosos ortodoDos a duas opini!es divergentes. (lguns abra aram a id%ia do Qditado verbalQ, afirmando que os autores humanos da 09blia registraram apenas o que )eus lhes havia ditado, palavra por palavra. )e outro lado, estão os estudiosos que preferiam a teoria do Qconceito inspiradoQ, segundo a qual )eus sJ concedeu aos autores pensamentos inspirados, e os autores tiveram liberdade de revesti-los com palavras prJprias. )itado verbal. Na obra de Bohn +. +ice, *ur Hod-breathed book C the 0ible WNosso livro soprado por )eus C a 09bliaF,7 encontramos uma apresenta ão clara e bem ordenada do ditado verbal. * autor descarta a id%ia de que o ditado verbal seMa mecGnico, sustentando que )eus ditou sua ,alavra mediante a personalidade do autor humano. O que )eus, por sua atua ão especial e provid$ncia, foi quem formou as personalidades sobre as quais posteriormente o &sp9rito #anto haveria de soprar seu ditado palavra por palavra. (ssim, argumenta +ice, )eus havia preparado de antemão os estilos particulares que ele prJprio deseMava, a fim de produzir as palavras eDatas, ao usar estilos e vocabulLrios predeterminados, encontrLveis nos diferentes autores humanos. .* resultado final, então, foi um ditado palavra por palavra da parte de )eus, as &scrituras #agradas. 8onceitos inspirados. &m sua #:stematic theolog: W?eologia sistemLticaX, (. T. #trong apresenta uma visão que vem sendo denominada inspira ão conceitual.4 )eus teria inspirado apenas os conceitos, não as eDpress!es literLrias particulares com que cada autor concebeu seus teDtos. )eus teria dado seus pensamentos aos profetas, que tiveram toda a liberdade de eDprimi-los em seus termos humanos. )essa maneira, #trong esperava evitar quaisquer implica !es mecanicistas derivadas do ditado verbal e ainda preservar a origem divina das &scrituras. )eus concedeu a inspira ão conceitual, e os homens de )eus forneceram a eDpressão verbal caracter9stica de seus estilos prJprios. #odernismo a Bíblia $O%&'# a "alavra de Deus (o surgir o idealismo germGnico e a cr9tica da 09blia Ev. cap. <>F, surgiu tamb%m uma nova visão evolu9da da inspira ão b9blica, a par do modernismo ou liberalismo teolJgico. *pondo-se R opinião ortodoDa tradicional de que a 09blia % a ,alavra de )eus, os modernistas ensinam que a 09blia meramente #ont.m a ,alavra de )eus. 8ertas partes dela são divinas, eDpressam a verdade, mas outras são obviamente humanas e 7 4 'urfreesboro, #@ord of tht -ord, <=5= Grand 1a ids, 1e,ell, 2345 apresentam erros. ?ais autores acham que a 09blia foi v9tima de sua %poca, eDatamente como acontece a quaisquer outros livros. (firmam que ela teria incorporado muito das lendas, dos mitos e das falsas cren as relacionadas R ci$ncia. #ustentam então que, pelo fato de esses elementos não terem sido inspirados por )eus, devem ser reMeitados pelos homens iluminados de hoMeP tais erros seriam resqu9cios de uma mentalidade primitiva indigna de fazer parte do credo cristão. #J as verdades divinas, entremeadas nessa mistura de ignorGncia antiga e erro grosseiro, % que de facto teriam sido inspiradas por )eus. * +on#eito da ilumina*ão. )efendem alguns estudiosos que as Qpartes inspiradasQ da 09blia resultam de uma esp%cie de ilumina ão divina, 'ediante a qual )eus teria concedido uma profunda percep ão religiosa a alguns homens piedosos. ?ais percep !es teriam sido usufru9das com diferentes grada !es de compreensão, tendo sido registradas com mistura de id%ias religiosas err"neas e crendices da ci$ncia, comuns naqueles dias. )a9 resultaria um livro, a 09blia, que eDpressa vLrios graus de inspira ão, dependendo da profundidade da ilumina ão religiosa eDperimentada por qualquer dos autores. 6 #on#eito da intui*ão. Na outra eDtremidade da visão modernista estão os estudiosos que negam totalmente a eDist$ncia de algum elemento divinos na composi ão da 09blia. ,ara eles a 09blia não passa de um caderno de rascunho em que os Mudeus registravam suas lendas, histJrias, poemas etc., sem nenhum valor histJrico.> * que alguns denominam inspira ão divina não seria outra coisa senão intensa intui ão humana. )entro desse folclore Mudaico a que se deu o nome de 09blia, encontram-se alguns eDemplos significativos de elevada moral e de g$nio religioso. ?odavia, essas percep !es espirituais são puramente naturalistas. &m absolutamente nada, passam de intui ão humanaP não eDistiria inspira ão sobrenatural, tampouco ilumina ão. %eo(Ortodoxia a Bíblia torna(se a "alavra de Deus No in9cio do s%culo DD, a reviravolta nos acontecimentos mundiais e > 7enri8 W. ,an L66N, !tor9 o- the Bible, Garden +it9, Garden +it9, 23:2, . ;;5 a influ$ncia do pai dinamarqu$s do eDistencialismo, #oren Yierkegaard, deram origem a uma nova reforma na teologia europ%ia. 'uitos estudiosos come aram a voltar-se de novo para as &scrituras, a fim de ouvir nelas a voz de )eus. #em abrir mão de suas opini!es cr9ticas a respeito da 09blia, come aram a levar a 09blia a s%rio, por ser a -onte da revela ão de )eus aos homens. 8riando um novo tipo de ortodoDia, afirmavam que )eus fala aos homens mediante a 09bliaP as &scrituras tornam0se a ,alavra de )eus num encontro pessoal entre )eus e o homem. N semelhan a das outras teorias a respeito da inspira ão da 09blia, a neo-ortodoDia desenvolveu duas correntes. Na eDtremidade mais importante estavam os demitizadores, que negam todo e qualquer conteúdo religioso importante, factual ou histJrico, nas pLginas da 09blia, e cr$em apenas na preocupa ão religiosa eDistencial sobre a qual medram os mitos. Na outra eDtremidade, os pensadores de tend$ncia mais evang%lica tentam preservar a maior parte dos dados factuais e histJricos das &scrituras, mas sustentam que a 09blia de modo algum % revela ão de )eus. (ntes, )eus se revela na 09blia nos encontros pessoaisP não, por%m, de maneira proposicional. Visão demiti<ante. +udolf 0ultmann e #hubert *gden são representantes caracter9sticos da visão demitizante. (mbos diferem entre si, uma vez que *gden não v$ nenhum cerne histJrico que d$ consist$ncia aos mitos da 09blia, embora 0ultmann consiga enDergar isso. (mbos concordam em que a 09blia foi escrita em linguagem mitolJgica, a da %poca de seus autores, %poca ML passada e obsoleta. ( tarefa do cristão moderno % demitizar a 09blia, ou seMa, despi-la de seus traMes lendLrios, mitolJgicos, e descobrir o conhecimento eDistencial a ela subMacente. (firma 0ultmann que, a partir do momento que a 09blia % despida desses mitos religiosos, a pessoa encontra a verdadeira mensagem do amor sacrificial de )eus em 8risto. Não % necessLrio que a pessoa se prenda a uma revela ão obMetiva, histJrica e proposicional, a fim de eDperimentar essa verdade pessoal e subMetiva. )a9 decorre que a 09blia torna0se a revela ão de )eus aos homens, mediante uma interpreta ão adequada Ei.e., demitizadaF, quando a pessoa depara com o amor absoluto, eDposto no mito do amor altru9sta de )eus em 8risto. ,or isso, a 09blia em si mesma não % revela ão algumaP % apenas uma eDpressão primitiva, mitolJgica, mediante a qual )eus se revela pessoalmente, desde que demitizado da maneira correta. En#ontro essoal. / outra corrente da neo-ortodoDia, representada por Yarl 0arth e &mil 0runner, nutre uma visão mais ortodoDa das &scrituras. 0arth reconhece que eDistem algumas imperfei !es no registro escrito Eat% mesmo nos autJgrafosF e, no entanto, afirma que a 09blia % a fonte da revela ão de )eus.2 (firma ele que )eus nos fala mediante a 09blia-que ela % o ve9culo de sua revela ão. (ssim como um cão ouve a voz de seu dono, gravada de modo imperfeito na grava ão de uma fita ou disco, assim tamb%m o cristão pode ouvir a voz de )eus que ressoa nas &scrituras. (firma 0runner que a revela ão de )eus não % proposicional Ei.e., feita or meio de palavrasF.5 (ssim, a 09blia, como se nos apresenta deiDa de ser uma revela ão de )eus, passando a ser mero registro da revela ão pessoal de )eus aos homens de )eus em eras passadas. ?odavia, sempre que o homem moderno se encontra com )eus, mediante as &scrituras #agradas, a 09blia torna0se a ,alavra de )eus para nJs. &m contraposi ão R visão ortodoDa, para os teJlogos neo-ortodoDos a 09blia não seria um registro inspirado. (ntes, % um registro imperfeito, que apesar dessa mesma imperfei ão, constitui o testemunho singular da revela ão de )eus. Kuando )eus surge no registro escrito, de maneira pessoal, a fim de falar ao leitor, a 09blia nesse momento torna0se a ,alavra de )eus para esse leitor. % ensino bíblico a res"eito da ins"iração 'uitas obMe !es t$m sido levantadas contra as vLrias teorias da inspira ão, as quais partem de diferentes concep !es, tendo variados graus de legitimidade, dependentemente do Gngulo de observa ão da pessoa que as formula. .isto que o obMetivo deste estudo % levar o leitor a compreender o carLter da 09blia, o crit%rio anal9tico que escolhemos visa a avaliar todas essas teorias, levando em considera ão o que as &scrituras revelam a respeito de sua prJpria inspira ão. 8omecemos com o que a 09blia ensina formalmente sobre essa questão e, depois, eDaminemos o que se acha 2 5 =o#trine o- the Word o- God, Naperville, (llenson, <=25, v. < &+hur#h dogmati#s(, .>3;0>. 'heolog9 o- #risis New ?or8, !#ribner, 23;3, , :2 logicamente impl9cito nesse ensino. O )ue a própria Bíblia ensina a respeito de sua inspiração No cap9tulo anterior eDaminamos de modo gen%rico o ensino de dois grandes teDtos do Novo ?estamento a respeito da inspira ão E7?m 4.<5 e 7,e <.7<F. ( 09blia declara ser um livro dotado de autoridade divina, resultante de um processo pelo qual homens movidos pelo &sp9rito #anto escreveram teDtos inspirados EsopradosF por )eus. .amos agora eDaminar em minúcias o que significa essa declara ão. / ins ira*ão . ,erbal. /ndependentemente de outras afirma !es que possam ser formuladas a respeito da 09blia, fica bem claro que esse livro reivindica para si mesmo esta qualidade: a inspira ão ,erbal. * teDto clLssico de 7?imJteo 4.<5 declara que as gra hã, i.e., os teDtos, % que são inspiradas. Q'ois%s escreveu todas as palavras do #enhor...Q EZD 7>.>F. * #enhor ordenou a /sa9as que escrevesse num livro a mensagem eterna de )eus E/s 46.1F. )avi confessou: Q* &sp9rito do #enhor fala por mim, e a sua ala,ra estL na minha bocaQ E7#m 74.7F. &ra a ala,ra do #enhor que chegava aos profetas nos tempos do (ntigo ?estamento. Beremias recebeu esta ordem: Q... não te esque as de nenhuma ala,ra@ EBr 75.7F. No Novo ?estamento, Besus e seus apJstolos ressaltaram a revela ão registrada ao usar repetidamente a eDpressão @est$ es#rito@ Ev. 't >.>,3P -c 7>.73,>>F. * apJstolo ,aulo testemunhou: Q... falamos, não com ala,ras de sabedoria humana, mas com as que o &sp9rito #anto ensina...Q E<8o 7.<4F. Boão nos adverte quanto a não Qtirar quaisquer ala,ras do livro desta profeciaQ E(p 77.<=F. (s &scrituras Ei.e., os es#ritos( do (ntigo ?estamento são continuamente mencionadas como Aala,ra de )eus. No c%lebre sermão da montanha, Besus declarou que não sJ as palavras, mas at% mesmo os pequeninos sinais diacr9ticos de uma palavra hebraica vieram de )eus: Q&m verdade vos digo que at% que a terra e o c%u passem, nem um Mota ou um til se omitirL da lei, sem que tudo seMa cumpridoQ E't 2.<1F. ,ortanto, o que quer que se diga como teoria a respeito da inspira ão das &scrituras, fica bem claro que a 09blia reivindica para si mesma toda a autoridade verbal ou escrita. )iz a 09blia que suas palavras vieram da parte de )eus. / ins ira*ão . lena. ( 09blia reivindica a inspira ão divina de todas as suas partes. O inspira ão plena, total, absoluta. @'oda &scritura % divinamente inspirada...Q E7?m 4.<5F. Nenhuma parte das &scrituras deiDou de receber total autoridade doutrinLria. ( &scritura toda Ei.e., o (ntigo ?estamento integralmenteF, escreveu ,aulo, @. divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em Musti aQ E7?m 4.<5F. & foi al%m, ao escrever: Q... tudo o que outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escritoQ E+m <2.>F. Besus e todos os autores do Novo ?estamento eDemplificam amplamente sua cren a firme na inspira ão integral e completa do (ntigo ?estamento, citando trechos de todas as &scrituras que eram para eles de autoridade, at% mesmo os que apresentam ensinos fortemente pol$micos. ( cria ão de (dão e de &va, a destrui ão do mundo pelo dilúvio, o milagre de Bonas e o grande peiDe e muitos outros acontecimentos são mencionados por Besus deiDando bem clara a autoridade deles Ev. cap. 4F. ?odo trecho das #agradas &scrituras reivindica total e completa autoridade. ( inspira ão da 09blia % plena. O claro que a inspira ão plena estende-se apenas aos ensinos dos autJgrafos, como ML afirmamos Ecap. <F. ?odavia, tudo quanto a 09blia ensina, quer no (ntigo, quer no Novo ?estamento, % integralmente dotado de autoridade divina. Nenhum ensino das &scrituras deiDou de ter origem divina. * prJprio )eus inspirou as palavras usadas para eDprimir os ensinos prof%ticos. +epitamos: a inspira ão % plena, a saber, completa e integral, abrangendo todas as partes da 09blia. / ins ira*ão atribui autoridade. Aica, pois, saliente o fato de que a inspira ão concede autoridade indiscut9vel ao teDto ou documento escrito. )isse Besus: Q... a &scritura não pode ser anulada...Q EBo <6.42F. &m numerosas ocasi!es o #enhor recorreu R ,alavra de )eus escrita, que ele considerava Lrbitro definitivo em quest!es de f% e de prLtica. * #enhor recorreu Rs &scrituras como a autoridade para ele purificar o templo E'c <<.<3F, para p"r em cheque a tradi ão dos fariseus E't <2.4,>F e para resolver diverg$ncias doutrinLrias E't 77.7=F. (t% mesmo #atanLs foi repreendido por 8risto mediante a autoridade da ,alavra escrita de )eus: Q&stL escrito W...X &stL escrito W...X &stL escrito...Q. Besus contra-atacou as tenta !es de #atanLs com a ,alavra de )eus escrita E't >.>,3,<6F. (lgumas vezes, Besus declarou o seguinte: Q... era ne#ess$rio que se #um risse tudo o que de mim estava es#rito na lei de 'ois%s, nos ,rofetas e nos #almosQ E-c 7>.>>F. ?odavia, % em outra declara ão de Besus que encontramos apoio ainda mais forte do #enhor R autoridade inquestionLvel das &scrituras: QO mais fLcil passar o c%u e a terra do que cair um til sequer da leiQ E-c <5.<3F. ( ,alavra de )eus não pode ser anulada. ,rov%m de )eus e estL envolta na autoridade divina que o prJprio )eus lhe concedeu. Implicaç*es da doutrina bíblica da Inspiração TL certos fatos que, embora não formalmente apresentados na doutrina da inspira ão, acham-se impl9citos. .amos tratar aqui de tr$s deles: a igualdade entre o (ntigo e o Novo ?estamento, a variedade da eDpressão literLria e a inerrGncia do teDto. / ins ira*ão di< res eito igualmente ao /ntigo e ao No,o 'estamento. / maioria das passagens citadas acima a respeito da natureza plena da inspira ão refere-se diretamente ao (ntigo ?estamento. 8om base em que, então, podem aplicar-se Epor eDtensãoF ao Novo ?estamentoI ( resposta a essa pergunta % que o Novo ?estamento, R semelhan a do (ntigo, reivindica a virtude de ser &scritura #agrada, escrito prof%tico, e toda a &scritura e todos os escritos prof%ticos devem ser considerados inspirados por )eus. )e acordo com 7?imJteo 4.<5, toda a &scritura % inspirada. (inda que a refer$ncia eDpl9cita, aqui, refira-se ao (ntigo ?estamento, % verdade que o Novo ?estamento tamb%m deve ser considerado &scritura #agrada. ,edro, por eDemplo, classifica as cartas de ,aulo como parte das Qoutras &scriturasQ do (ntigo ?estamento E7,e 4.<5F. &m <?imJteo 2.<5, ,aulo cita o evangelho de -ucas E<6.3F, referindo-se a ele como Q&scrituraQ. ?al fato % mais significativo ainda quando consideramos que nem -ucas, nem ,aulo fizeram parte do grupo dos doze apJstolos. .isto que as cartas de ,aulo e os escritos de -ucas E-ucas e (tosP v. (t <.<, -c <.<->F foram classificados como &scritura #agrada, por implica ão direta o resto do Novo ?estamento, escrito pelos apJstolos, tamb%m % considerado &scritura #agrada. &m suma, se Qtoda &scritura % divinamente inspiradaQ e o Novo ?estamento % considerado &scritura, decorre disso claramente que o Novo ?estamento % encarado com a mesma autoridade do (ntigo. Na verdade, % eDatamente assim que os cristãos, desde o tempo dos apJstolos, t$m considerado o Novo ?estamento. &les o consideravam com a mesma autoridade do (ntigo ?estamento. (l%m disso, de acordo com 7,edro <.76,7<, todas as mensagens escritas de natureza prof%tica foram dadas ou inspiradas por )eus. &, visto que o Novo ?estamento reivindica a natureza de mensagem prof%tica, segue-se que ele tamb%m reclama autoridade igual R dos escritos prof%ticos do (ntigo ?estamento. Boão, por eDemplo, refere-se ao livro do (pocalipse da seguinte forma: Qpalavras da profecia deste livroQ E(p 77.<1F. ,aulo afirmou que a igreMa estava edificada sobre o alicerce dos apJstolos e profetas do Novo ?estamento E&f 7.76P 4.2F. .isto que o Novo ?estamento, R semelhan a do (ntigo, % um teDto dos profetas de )eus, ele possui por essa razão a mesma autoridade dos teDtos inspirados do (ntigo ?estamento. / ins ira*ão abar#a uma ,ariedade de -ontes e de gBneros liter$rios . * fato de a inspira ão ser verbal, ou escrita, não eDclui o uso de documentos literLrios e de g$neros literLrios diferentes entre si. (s &scrituras #agradas não foram ditadas palavra por palavra, no sentido comum que se atribui ao verbo ditar. Na verdade, hL certos trechos menores da 09blia, como, por eDemplo, os )ez 'andamentos, que )eus outorgou diretamente ao homem Ev. )t >.<6F, mas em parte alguma estL escrito ou fica impl9cito que a 09blia % resultante de um ditado palavra por palavra. *s autores das #agradas &scrituras eram escritores e compositores, não meros secretLrios, amanuenses ou estenJgrafos. TL vLrios fatores que contribu9ram para a forma ão das &scrituras #agradas e dão forte apoio a essa afirmativa. &m primeiro lugar, eDiste uma diferen a marcante de vocabulLrio e de estilo de um escritor para outro. 8omparem-se as poderosas eDpress!es literLrias de /sa9as com os tons lamurientos de Beremias. 8ompare-se a constru ão literLria de suma compleDidade, encontrada em Tebreus, com o estilo simples de Boão. )istinguimos facilmente a linguagem t%cnica de -ucas, o m%dico amado, da linguagem de ?iago, formada de imagens pastorais. &m segundo lugar, a 09blia faz uso de documentos não-b9blicos, como o -ivro de Basar EBs <6.<4P 7#m <.<1F, o livro de &noque EBd <>F e at% o poeta &pim$nedes E(t <3.71F. #omos informados de que muitos dos prov%rbios de #alomão haviam sido editados pelos homens de &zequias E,v 72.<F. -ucas reconhece o uso de muitas fontes escritas sobre a vida de Besus, na composi ão de seu prJprio evangelho E-c <.<->F. &m terceiro lugar, os autores b9blicos empregavam vasta variedade de g$neros literLriosP tal fato não caracteriza um ditado monJtono em que as palavras são pronunciadas uma apJs a outra, segundo o mesmo padrão. Hrande parte das &scrituras % formada de poesia Ee.g., BJ, #almos, ,rov%rbiosF. *s evangelhos cont$m muitas parLbolas. Besus empregava a sLtira Ev. 't <=.7>F, ,aulo usava alegorias EHl >F e at% hip%rboles E8l <.74F, ao passo que ?iago gostava de usar metLforas e s9miles. ,or fim, a 09blia usa a linguagem simples do senso comum, do dia-adia, que salienta a ocorr$ncia de um acontecimento, não a linguagem de fundamento cient9fico. /sso não significa que os autores usassem linguagem anticient9fica ou negadora da ci$ncia, e sim linguagem popular para descrever fen"menos cient9ficos. Não % mais anticient9fico afirmar que o sol permaneceu parado EBs <6.<7F do que dizer que o sol nasceu ou subiu EBs <.<2F. )izer que a rainha de #abL veio Qdos confins da terraQ ou que as pessoas no ,entecostes vieram Qde todas as na !es debaiDo do c%uQ não % dizer coisas com eDatidão cient9fica. *s autores usaram formas comuns, gramaticais de eDpressar seu pensamento sobre os assuntos. ,or isso, o que quer que fique impl9cito na doutrina dos escritos inspirados, os dados das &scrituras mostram com clareza que elas incluem o emprego de grande variedade de fontes literLrias e de estilos de eDpressão. Nem todas as mensagens vieram diretamente de )eus, mediante ditado. ?ampouco foram eDpressas de modo uniforme e literal. O preciso que se entenda a inspira ão da perspectiva histJrica e gramatical. ( inspira ão não pode ser entendida como um ditado uniforme, ainda que divino, que eDclua os recursos, a personalidade e as variadas formas humanas de eDpressão. Cns ira*ão ressu De inerrEn#ia. / 09blia não sJ % inspiradaP % tamb%m, por causa de sua inspira ão, inerrante, i.e., não cont%m erro. ?udo quanto )eus declara % verdade isenta de erro. 8om efeito, as &scrituras afirmam ser a declara ão EaliLs, as prJprias palavrasF de )eus. Nada do que a 09blia ensina cont%m erro, visto que a inerrGncia % conseqV$ncia lJgica da inspira ão divina. )eus não pode mentir ETb 5.<1FP sua ,alavra % a verdade EBo <3.<3F. ,or isso, seMa qual for o assunto sobre o qual a 09blia diga alguma coisa, ela sJ dirL a verdade. Não eDistem erros histJricos nem cient9ficos nos ensinos das &scrituras. ?udo quanto a 09blia ensina vem de )eus e, por isso, não tem a mLcula do erro. Não % poss9vel refugir Rs implica !es da inerrGncia factual com a declara ão de que a 09blia nada tem para dizer a respeito de assuntos factuais ou histJricos. Hrande parte da 09blia apresenta-se como histJria. 0astam as tediosas genealogias para atestar essa realidade. (lguns dos maiores ensinos da 09blia, como a cria ão, o nascimento virginal de 8risto, a crucifica ão e a ressurrei ão corpJrea, claramente pressup!em mat%rias factuais. Não eDistem meios de QespiritualizarQ a natureza factual e histJrica dessas verdades b9blicas, sem praticar viol$ncia terr9vel contra a anLlise honesta do teDto, da perspectiva cultural e gramatical. ( 09blia não % um comp$ndio de 8i$ncias, mas, quando trata de assuntos cient9ficos em seu ensino, o faz sem cometer erro. ( 09blia não % um comp$ndio de TistJria, mas, sempre que a histJria secular se cruza com a histJria sagrada em suas pLginas, a 09blia faz refer$ncia a ela sem cometer erro. #e a 09blia não fosse inerrante e não estivesse certa nas quest!es factuais, emp9ricas, comprovLveis, de que maneira seria poss9vel confiar nela em quest!es espirituais, não suMeitas a testesI 8omo disse Besus a Nicodemos: Q#e vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiaisIQ EBo 4.<7F. >. + ins"iração do +ntigo #estamento #erL que a 09blia realmente se diz inspirada ou seria essa id%ia mera reivindica ão feita pelos crentes a respeito deste livroI Aalando mais especificamente, serL que cada parte ou cada livro da 09blia se diz inspiradoI Nos prJDimos dois cap9tulos estaremos tentando responder a essas perguntas. ,rimeiramente, eDaminemos a reivindica ão do (ntigo ?estamento a favor de sua inspira ão. + rei8indicação do +ntigo #estamento a ;a8or de sua ins"iração * (ntigo ?estamento vindica para si a inspira ão divina, com base no fato de se apresentar perante o povo de )eus e ser por esse povo recebido como pronunciamento prof%tico. *s livros escritos pelos profetas de )eus eram conservados em lugar sagrado. 'ois%s colocara sua lei na arca de )eus E)t <6.7F. 'ais tarde, ela seria mantida no tabernLculo, para ensino das gera !es futuras E)t 5.7F. 8ada profeta, depois de 'ois%s, acrescentou seus escritos sagrados R cole ão eDistente. (liLs, o segredo da inspira ão do (ntigo ?estamento estL na fun ão prof%tica de seus escritores. O Antigo &estamento na )ualidade de texto prof+tico * profeta era o porta-voz de )eus. (s fun !es do profeta ficam esclarecidas nas vLrias men !es que a ele se fazem. * profeta era chamado homem de )eus E<+s <7.77F, o que revela ser ele escolhido por )eusP era chamado servo do #enhor E<+s <>.<1F, o que mostra sua ocupa ãoP mensageiro do #enhor E/s >7.<=F, o que assinala sua missão a servi o de )eusP vidente E/s 46.<6F, o que revela a fonte apocal9ptica de sua verdadeP homem do &sp9rito E*s =.3F, o que demonstra quem o levava a falarP atalaia E&z 4.<3F, o que manifesta sua prontidão em realizar a obra de )eus. (cima de todas as designa !es, entretanto, sobressai a de QprofetaQ, ou seMa, o porta-voz de )eus. &m razão do prJprio chamado, o profeta era algu%m que se sentia como (mos C QAalou o #enhor )eus, quem não profetizarLIQ E(m 4.1FC ou como outro profeta, que disse: Q... eu não poderia desobedecer R ordem do #enhor meu )eus, para fazer coisa pequena ou grandeQ ENm 77.<1F. (ssim como (rão havia sido profeta ou porta-voz de 'ois%s EZD 3.<F, pois deveria falar Qtodas as palavras que o #enhor havia dito a 'ois%sQ EZD >.46F, assim tamb%m os profetas de )eus deveriam falar somente aquilo que o #enhor lhes ordenasse. (ssim dissera )eus aos profetas: Q,orei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falarL tudo o que eu lhe ordenarQ E)t <1.<1F. (l%m disso: QNada acrescentareis ao que vos ordeno, e nada diminuireisQ E)t >.7F. &m suma, profeta era aquele que dava a saber o que )eus lhe havia revelado. *s falsos profetas eram identificados gra as Rs suas profecias falsas e pela falta de confirma ão miraculosa. (ssim declara o livro de )euteron"mio: QKuando o tal profeta falar em nome do #enhor, e o que disse não acontecer nem se realizar, essa palavra não procede do #enhorQ E)t <1.77F. #empre que se punha em dúvida um profeta ou se eDigia sua confirma ão, )eus deiDava claro, por meio de milagres, a quem havia chamado. ( terra se fendeu e tragou a 8ore e aos demais que contestaram a voca ão de 'ois%s ENm 75.<6F. &lias foi eDaltado sobre os profetas de 0aal, quando estes pereceram no fogo ca9do do c%u E<+s <1.41F. (t% mesmo os magos do &gito reconheceram os milagres divinos realizados por meio de 'ois%s, quando disseram: Q... /sto % o dedo de )eus...Q EZD 1.<=F. #empre ficou bem claro na fun ão do profeta de )eus que o que dizia era palavra da parte de )eus. .eremos, pois, que as passagens do (ntigo ?estamento eram consideradas declara !es prof%ticas. TL vLrias maneiras de comprovarmos tal enunciado. /s de#lara*Des ro-.ti#as eram es#ritas. 'uitas declara !es prof%ticas eram transmitidas oralmente, mas interessa-nos aqui o fato de que muitas delas eram registradas, sendo esses registros considerados declara !es do prJprio )eus. Não hL a menor dúvida de que as palavras escritas de 'ois%s fossem consideradas dotadas de autoridade divina. QNão se aparte da tua boca o li,ro desta leiQ EBs l.1F foi a eDorta ão aos filhos de /srael. Bosu%, sucessor de 'ois%s, tamb%m Qescreveu estas palavras no li,ro da lei de )eusQ EBs 7>.75F. Kuando o rei queimou a primeira mensagem escrita que Beremias lhe enviara, o #enhor ordenou ao seu profeta: Q?oma ainda outro rolo, e escreve nele todas as palavras que estavam no primeiro roloQ EBr 45.71F. * profeta /sa9as recebeu esta ordem: Q?oma um grande rolo, e escreve neleQ E/s 1.<F. )e modo semelhante, Tabacuque recebeu esta ordem da parte de )eus: Q&screve a visão, e torna-a bem leg9vel sobre t$buas, para que aquele que a ler, corra com elaQ ETc 7:7F. *s profetas posteriores usavam os escritos dos profetas que os antecederam considerando-os ,alavra de )eus escrita. )aniel ficou sabendo que o eD9lio babil"nico de seu povo estava chegando ao fim ao ler a profecia de Beremias. (ssim escreveu o profeta )aniel: Q&u, )aniel, entendi pelos li,ros que o número de anos, de que falou o #enhor ao profeta Beremias...Q E)n =.7F. 6s es#ritores do /ntigo 'estamento eram ro-etas. ?odos os autores tradicionais do (ntigo ?estamento são denominados profetas, seMa como t9tulo, seMa como fun ão. Nem todos eram profetas por ter estudado para isso, mas todos possu9am o dom da profecia. (ssim confessou (mos: Q... &u não era profeta, nem filho de profeta W...X. 'as o #enhor W...X me disse: .ai, profetiza ao meu povo /sraelQ E(m 3.<>,<2F. )avi, a quem se atribui a cria ão de quase metade dos salmos, eDercia a fun ão de rei. No entanto, assim testificou esse rei: Q* &sp9rito do #enhor fala por mim, e a sua palavra estL na minha bocaQ E7#m 74.7F. * Novo ?estamento acertadamente o denomina profeta E(t 7.46F. )e modo semelhante, o rei #alomão, autor dos livros de 8Gntico dos 8Gnticos, ,rov%rbios e &clesiastes, teve vis!es da parte do #enhor E<+s <<.=F. )e acordo com Números <7.5, as vis!es eram um meio de )eus mostrar ao povo quem eram seus profetas. &mbora )aniel fosse estadista, o prJprio #enhor Besus o denominou profeta E't 7>.<2F. 'ois%s, o grande legislador e libertador de /srael, % denominado profeta E)t <1.<2P *s <7.<4F. Bosu%, sucessor de 'ois%s, era considerado profeta de )eus E)t 4>:=F. #amuel, Nata e Hade foram profetas que escreveram E<8r 7=.7=F, da mesma forma que /sa9as, Beremias, &zequiel e os doze profetas menores. %ante,e0se um registro o-i#ial dos es#ritos ro-.ti#os. 8omprovadamente não hL registros de escritos não-prof%ticos conservados a par da compila ão sagrada, que teve in9cio com a lei de 'ois%s. ,arece que houve continuidade de profetas, e cada um acrescentava seu prJprio livro aos escritos prof%ticos anteriores. 'ois%s guardou seus livros ao lado da arca. ( respeito de Bosu% estL escrito que acrescentou seu livro R compila ão eDistente EBs 7>.75F. #eguindo-lhe os passos, #amuel acrescentou suas palavras R compila ão prof%tica, pois a seu respeito estL escrito: Q& escreveu-* num livro, e o p"s perante o #enhorQ E<#m <6.72F. #amuel fundou uma escola de profetas E<#m <=.76F, cuMos alunos mais tarde se chamariam Qfilhos dos profetasQ E7+s 7.4F. &Distem inúmeros testemunhos nos livros dLs 8r"nicas segundo os quais os profetas guardavam com cuidado as histJrias. ( histJria de )avi havia sido escrita pelos profetas #amuel, Nata e Hade E<8r 7=.7=F. ( histJria de #alomão foi registrada por Natã, (9as e /do E78r =.7=F. * mesmo aconteceu no caso das histJrias de +oboão, de BosafL, de &zequias, de 'anasses e de outros reis Ev. 78r =.7=P <7.<2P <4.77P 76.4>P 44.<=P 42.73F. Na %poca do eD9lio babil"nico, no s%culo ./ a.8, )aniel se referiu R compila ão de escritos prof%ticos dando-lhe o nome de QlivrosQ E)n =.7F. )e acordo com &zequiel E<4.=F, havia um registro oficial dos verdadeiros profetas de )eus. ?odo aquele que transmitisse profecias falsas era eDclu9do do rol oficial. #J os verdadeiros profetas de )eus eram oficialmente reconhecidos, e sJ os escritos desses profetas eram guardados ao lado dos escritos inspirados. )esde os tempos mais remotos de que temos registro, todos os 4= livros do (ntigo ?estamento ML compunham esse acervo de escritos prof%ticos. .oltaremos a esse assunto posteriormente Ev. caps. 3 e 1F. ,eivindicaç*es específicas do Antigo &estamento a favor de sua inspiração ( inspira ão do (ntigo ?estamento não se baseia meramente numa anLlise gen%rica dessa parte da 09blia como escrito prof%tico. TL numerosas reivindica !es, nas pLginas de cada livro, especificamente sobre sua origem divina. &Daminemos tais reivindica !es de acordo com a divisão aceita atualmente dos livros do (ntigo ?estamento em lei, profetas e escritos. / ins ira*ão da lei de %ois.s. )e acordo com ZDodo 76.<: Q&ntão falou )eus todas estas palavras...Q. &ssa afirmativa de que )eus falou algo a 'ois%s se repete dezenas de vezes em -ev9tico Ee.g., <.<P 1.=P <<.<F. * livro de Números registra incontLveis vezes:Q... o #enhor falou a 'ois%s...Q Ee.g., <.<P 7.<P >.<F. )euteron"mio acrescenta:Q... falou 'ois%s aos filhos de /srael, conforme tudo o que o #enhor lhe ordenara a respeito deles...Q E<.4F. * resto do (ntigo ?estamento declara em un9ssono que os livros de 'ois%s foram outorgados pelo prJprio )eus. Bosu% imp"s imediatamente os livros da lei ao povo de /srael E<.1F. Bu9zes refere-se aos escritos de 'ois%s como Qmandamentos do #enhorQ E4.>F. #amuel reconheceu que )eus havia nomeado a 'ois%s l9der do povo E<#m <7.5,1F. Nas 8r"nicas, os registros mosaicos são tidos por Qlivro da lei do #enhor, dada por interm%dio de 'ois%sQ E78r 4>:<>F. )aniel diz que a maldi ão escrita na lei de 'ois%s % Qo Muramento que estL escrito na lei de 'ois%s, servo de )eus W...X. &le confirmou a sua palavra, que falou contra nJs...Q E)n =.<<,<7F. (t% mesmo em &sdras e em Neemias eDiste o reconhecimento da lei de )eus dada a 'ois%s E&d 5.<1P Ne <4.<F. * consenso unGnime do (ntigo ?estamento % que os livros de 'ois%s foram outorgados pelo prJprio )eus. / ins ira*ão dos ro-etas. #egundo a atual divisão do (ntigo ?estamento, feita pelos Mudeus, os livros dos profetas abrangem os antigos profetas EBosu%, Buizes, #amuel e +eisF e os profetas posteriores E/sa9as, Beremias, &zequiel e os doze profetas menoresF. ?amb%m esses vindicam autoridade divina. QBosu% escreveu estas palavras no livro da lei de )eusQ EBs 7>.75F. )eus falou aos homens em Buizes E<.<,7P 5.72F e em #amuel E4.<<F, que falou e escreveu a todo /srael E>.<, cf. <8r 7=.7=F. *s profetas posteriores trazem inúmeras vindica !es de inspira ão divina. ( c%lebre eDpressão Qassim diz o #enhorQ, com que encetam suas mensagens, ocorre centenas de vezes. )e /sa9as at% 'alaquias, o leitor % literalmente bombardeado por eDpress!es revelador as da autoridade divina. #ob o aspecto cronolJgico, o (ntigo ?estamento se encerra nessa se ão, conhecida por ro-etas, não havendo testemunhos posteriores no (ntigo ?estamento sobre a inspira ão dessa parte da 09blia. No entanto, hL refer$ncias dentro dos profetas a outros autores prof%ticos que escreveram seus livros em %poca anterior. )aniel considerou o livro de Beremias inspirado E)n =.7F. &sdras reconheceu a autoridade divina de Beremias E&d <.<F, bem como a de (geu e a de [acarias E&d 2.<F. Numa passagem de grande importGncia, [acarias refere-se R inspira ão divina de 'ois%s e dos profetas que o precederam, dizendo que seus escritos eram Qpalavras que o #enhor dos eD%rcitos enviara pelo seu &sp9rito mediante os profetas que nos precederamQ E3.<7F. &sses vers9culos eliminam toda dúvida quanto ao fato de os livros que estão na se ão das &scrituras Mudaicas conhecida como profetas apresentarem ou não a vindica ão de inspira ão divina. / ins ira*ão dos es#ritos. O provLvel que o (ntigo ?estamento originariamente tivesse apenas duas divis!es bLsicas: a lei e os profetas Ev. 8ap. 3F. &sta última se ão seria dividida posteriormente em profetas e escritos. ?alvez essa divisão ocorresse com base na posi ão oficial do autor: era ele profeta por ocupa ão ou simplesmente pelo dom divinoI *s que fossem profetas pelo dom se enquadrariam na categoria de escritos. #almos, o primeiro livro dessa cole ão, fora escrito em grande parte por )avi, que dizia que seus salmos lhe haviam sido ditados C letra por letra C pelo &sp9rito E7#m 74.7F. 8Gntico dos 8Gnticos, ,rov%rbios e &clesiastes tradicionalmente são atribu9dos a #alomãoP seriam o registro da sabedoria que lhe fora concedida por )eus Ev. <+s 4.=,<6F. ,rov%rbios cont%m vindica !es espec9ficas de autoridade divina. &clesiastes E<7.<4F e BJ Ecap. 41F encerram-se com uma declara ão de serem ensino autorizado. * livro de )aniel baseia-se numa s%rie de vis!es e sonhos oriundos da parte de )eus E)n 7.<=P 1.< etcF. .Lrios livros deiDam de apresentar vindica ão de inspira ão divina: +ute, &ster, 8Gntico dos 8Gnticos, -amenta !es, &sdras-Neemias e 8r"nicas. #e o livro de +ute foi escrito por #amuel, como parte de Buizes, fica sob a vindica ão gen%rica de escrito prof%tico. )e semelhante modo, -amenta !es, livro escrito por Beremias, % prof%tico. BL vimos que 8Gntico dos 8Gnticos % obra derivada da sabedoria concedida por )eus a #alomão. ( tradi ão Mudaica atribui 8r"nicas, &sdras e Neemias a &sdras, o sacerdote, e a Neemias, que atuou com autoridade prof%tica na repatria ão de /srael, remindo essa na ão do cativeiro babil"nico Ecf. &sdras <6 e Neemias <4F. Não se menciona quem escreveu o livro de &ster, talvez para que se preservasse seu anonimato naquele ambiente pagão e hostil. ( visão do livro de &ster % notadamente MudaicaP esse livro serve de autoridade escrita para a celebra ão da festa Mudaica do ,urim. ?al fato significa vindica ão impl9cita de autoridade divina. &m suma, então, quase todos os livros do (ntigo ?estamento oferecem alguma vindica ão de inspira ão divina. Ns vezes se trata de autoridade impl9cita, mas em geral hL uma declara ão eDpl9cita do tipo Qassim diz o #enhorQ. )o in9cio ao fim, a doutrina da inspira ão do (ntigo ?estamento estL solidamente instalada em numerosos trechos, os quais sustentam sua origem divina. Apoio do %ovo &estamento - vindicação de inspiração feita pelo Antigo &estamento .emos tr$s formas de abordagem ao eDaminarmos o ensino do Novo ?estamento a respeito da inspira ão do (ntigo ?estamento. TL as passagens que se referem R autoridade divina do (ntigo ?estamento #omo um todo, genericamente. TL as refer$ncias R inspira ão de determinadas artes ou se*Des do (ntigo ?estamento. Ainalmente, hL cita !es de li,ros es e#í-i#os do cGnon Mudaico. ,efer.ncias do %ovo &estamento - inspiração do Antigo &estamento * Novo ?estamento reconhece a inspira ão do (ntigo ?estamento de muitas maneiras. Ns vezes, o Novo ?estamento usa eDpress!es como Q&scriturasQ, Q,alavra de )eusQ, Qa leiQ, Qos profetasQ, Qa lei e os profetasQ e QorLculos de )eusQ. Es#rituras ., de longe, o termo mais comum usado no Novo ?estamento em refer$ncia ao (ntigo. )e acordo com ,aulo, Q?oda Es#ritura W(ntigo ?estamentoX % inspirada por )eusQ E7?m 4.<5F. )isse Besus: Q( Es#ritura não pode ser anuladaQ EBo <6.42F. 8om freqV$ncia o Novo ?estamento emprega o plural, Es#rituras, para referir-se R cole ão de escritos Mudaicos dotados de autoridade divina. +espondeu Besus aos fariseus: QNunca lestes nas Es#riturasF@ E't 7<.>7F e Q&rrais, não conhecendo as Es#rituras, nem o poder de )eusQ E't 77.7=F. * apJstolo ,aulo Qdiscutiu com eles sobre as Es#rituras@ E(t <3.7F, e os crentes de 0er%ia eDaminavam Qcada dia nas Es#rituras@ E(t <3.<<F. Nessas e em muitas outras refer$ncias, o Novo ?estamento reconhece que o (ntigo ?estamento como um todo são escritos inspirados por )eus. Aala,ra de =eus % eDpressão que aparece menos comumente, mas talvez seMa a alusão mais forte R inspira ão divina do (ntigo ?estamento. &m 'arcos 3.<4, Besus acusou os fariseus de invalidar Qa palavra de )eusQ, e empregou a eDpressão como sin"nimo de Q&scriturasQ. TL numerosas refer$ncias R Q,alavra de )eusQ, embora nem todas identifiquem com clareza o (ntigo ?estamento. ,aulo argumentou assim: QNão que a palavra de )eus haMa falhadoQ E+m =.5F. &m outra passagem ele se refere R sua recusa em falsificar a palavra de )eus E78o >.7F. * autor de Tebreus declara que Qa palavra de )eus % viva e eficazQ ETb >.<7F. ( declara ão do apJstolo ,edro C Q)ele Wi.e., de 8ristoX dão testemunho todos os profetasQ E(t <6.>4F C dificilmente se limitaria a algo que não fosse o (ntigo ?estamento como um todo, R vista de -ucas 7>.73,>>. *s teDtos que com mLDima clareza identificam todo o (ntigo ?estamento como ,alavra de )eus não deiDam dúvida quanto R realidade de sua inspira ão divina. Lei em geral % palavra que se refere ao (ntigo ?estamento como forma abreviada de Qlei de 'ois%sQ. ( lei representa apenas os cinco primeiros livros das &scrituras Mudaicas. No entanto, em certos casos, a palavra lei se aplica a todo o (ntigo ?estamento. Boão <6.4> provavelmente % um desses casos mais significativos. .isto que a cita ão % eDtra9da de #almos 17.5, fica bem claro que não se refere R lei de 'ois%s. ( palavra QleiQ % usada aqui em rela ão a Q&scriturasQ e a Q,alavra de )eusQ, mostrando que a refer$ncia se faz a todo o (ntigo ?estamento. &m Boão <7.4>, as pessoas mencionam Qa leiQ, ainda que em outro teDto Besus fa a refer$ncia a Qsua WdelesX leiQ EBo <2.72F, e, em (tos, ,aulo a identifique como Qa lei dos MudeusQ E(t 72.1F. ,aulo introduziu uma cita ão do (ntigo ?estamento com a seguinte frase: Q&stL escrito na leiQ E<8o <>.7<F. &m seu famoso sermão do monte, Besus empregou o termo lei como sin"nimo de Qlei e profetasQ, eDpressão que, como vemos, refere-se claramente aos documentos inspirados por )eus, a que se dL o nome de (ntigo ?estamento E't 2.<1F. / lei e os ro-etas, ou Q'ois%s e os profetasQ, % o segundo t9tulo mais comumente atribu9do Rs &scrituras Mudaicas. O designa ão que ocorre dezenas de vezes no Novo ?estamento. Besus a usou duas vezes em seu famoso sermão E't 2.<3P 3.<7F, afirmando ter vindo R terra a fim de cumprir Qa lei e os profetasQ, os quais Mamais haveriam de passar. -ucas <5.<5 apresenta Qa lei e os profetasQ como a revela ão divina at% a %poca de Boão 0atista. &m sua defesa perante A%liD, ,aulo declarou ser Qa lei e os profetasQ todo o conselho de )eus que ele, como Mudeu devoto, havia praticado desde sua Muventude E(t 7>.<>F. &ram Qa lei e os profetasQ que eram lidos nas sinagogas E(t <4.<2F, de que a +egra de *uro, ou o maior dos mandamentos, % a súmula moral E't 3.<7F. 6s ro-etas ,e< por outra se referia a todo o (ntigo ?estamento. .isto ser o (ntigo ?estamento enuncia ão prof%tica, não % de surpreender que seMa chamado, Rs vezes, Qos profetasQ. * fato de o (ntigo ?estamento ser chamado Rs vezes @Es#rituras dos profetasQ mostra que se tem em mente um grupo de livros E't 75.25F. Na verdade, o t9tulo QprofetasQ % usado em paralelo com a eDpressão Qa lei e os profetasQ E-c 7>.72,73F, referindo-se claramente a todo o (ntigo ?estamento. 6r$#ulos de =eus sem dúvida % eDpressão que tenciona comunicar essa id%ia. (parece duas vezes e refere-se Rs &scrituras do (ntigo ?estamento. )isse ,aulo a respeito dos Mudeus: Q(s palavras de )eus lhe foram confiadasQ, isto %, aos Mudeus E+m 4.7F. Noutra passagem, declara-se a necessidade de algu%m Qensinar os princ9pios elementares dos orLculos de )eusQ ETb 2.<7F. ,ortanto, a palavra escrita do (ntigo ?estamento % a ,alavra de )eus. Est$ es#rito % eDpressão que se encontra mais de noventa vezes no Novo ?estamento. ( maior parte das ocorr$ncias dessa eDpressão introduz cita !es espec9ficas, mas algumas t$m aplica ão gen%rica ao (ntigo ?estamento como um todo. &is alguns eDemplos desta última aplica ão: Q,or que, pois, estL es#rito que o Ailho do homem deve sofrer muito e ser reMeitadoIQ E'c =.<7P cf. <>.7<F. ?emos aqui um resumo do ensino gen%rico sobre a morte de 8risto no (ntigo ?estamento, em vez de uma cita ão veterotestamentLria espec9fica. -ucas <1.4< % uma refer$ncia mais definitiva ainda: Q& se cumprirL no Ailho do homem tudo o que os profetas es#re,eram@. TL outros teDtos ainda, como Q,ois dias de vingan a são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão es#ritas@ E-c 7<.77F, que dão apoio R tese segundo a qual os escritos do (ntigo ?estamento como um todo eram considerados inspirados por )eus. ,rediziam tudo a respeito de 8risto e era inevitLvel que se cumprissem. Aara "ue se #um rissem as Es#rituras % eDpressão encontrada com muita freqV$ncia no Novo ?estamento em refer$ncia ao (ntigo ?estamento como um todo. Besus disse Qque era necessLrio que se cumprisse tudo o que de mim estava escritoQ na -ei, nos ,rofetas e nos #almos E-c 7>.>>F. &m outra ocasião, disse o #enhor: QNão penseis que vim destruir a lei ou os profetasP não vim para destru9-los, mas para cumpri-losQ E't 2.<3F. &ssa fJrmula mais de trinta vezes introduz uma cita ão espec9fica do (ntigo ?estamento ou uma refer$ncia a essa parte da 09blia. #empre se referem R natureza prof%tica das &scrituras, outorgadas que foram por )eus, e, necessariamente, devem ser cumpridas. ,efer.ncias do %ovo &estamento a seç*es específicas do Antigo &estamento * segundo ind9cio no Novo ?estamento de que o (ntigo ?estamento era considerado inspirado por )eus são as refer$ncias R autoridade de certos trechos das &scrituras hebraicas Ee.g., a lei, os profetas e os escritosF. / lei e os ro-etas, como mostramos acima, referem-se a uma divisão do (ntigo ?estamento em duas partes. &ssa refer$ncia ocorre dezenas de vezes no Novo ?estamento. /ndica todos os escritos inspirados, desde 'ois%s at% Besus E-c <5.<5F, considerados ,alavra eterna de )eus E't 2.<1F. (l%m das refer$ncias Rs duas partes em conMunto, hL outras que tratam da lei e dos profetas de modo separado. / lei em geral designa os primeiros cinco livros do (ntigo ?estamento, como ocorre em 'ateus <7.2. Ns vezes a eDpressão % Qa lei de 'ois%sQ E(t <4.4=P Tb <7,2F. &m outras passagens esses livros são chamados simplesmente, \'ois%s] E78or 4.<2F, Qos livros de 'ois%s^^ E'c <7.75F ou Qos livros da leiQ EHl 4.<6F. &m cada caso recorre-se R autoridade divina do ensino mosaico. * Aentateu#o como um todo era considerado proveniente de )eus. *s ro-etas em geral identifica a segunda metade do (ntigo ?estamento Ev. Bo <.>2P -c <1.4<F. &mpregam-se tamb%m as eDpress!es Qas escrituras dos profetasQ E't 75.25F e Qo livro dos profetasQ E(t 3.>7F. Nem sempre fica claro que esses t9tulos se referem apenas aos livros escritos apJs o minist%rio de 'ois%s, embora Rs vezes isso esteMa muito bem especificado, como revela a separa ão dos dois t9tulos. No que concerne ao t9tulo ro-etas, eDatamente o fato de significar porta-vozes de )eus revela a inspira ão divina dos livros que levam essa designa ão E7,e <.76,7<F. 6s es#ritos não % termo neotestamentLrio. ?rata-se de designa ão não-b9blica usada para dividir os escritos prof%ticos em duas partes: a escrita por profetas profissionais EQos profetasQF e a escrita por outros tipos de profetas EQos escritosQF. &Diste apenas uma alusão no Novo ?estamento a uma poss9vel divisão do (ntigo ?estamento em tr$s partes. Besus referiuse a Qtudo o que de mim estava escrito na lei de 'ois%s, nos ,rofetas e nos #almosQ E-c 7>.>>F. Não ficou claro aqui se o #enhor estava destacando os #almos, em vista de seu significado messiGnico especial, como parte da QleiQ e dos QprofetasQ, a que ele se referiu anteriormente no mesmo cap9tulo Ev. 73F, ou o primeiro livro da se ão conhecida agora como QescritosQ. #eMa qual for o caso, a natureza messiGnica e prof%tica dessa suposta terceira parte do (ntigo ?estamento faz que ela se destaque como inspirada por )eus. &, se houver apenas duas se !es no cGnon do (ntigo ?estamento Ecomo veremos no cap. 3F, o resto das &scrituras inspiradas ML foi estudado quando tratamos do designativo QprofetasQ. ,efer.ncias do %ovo &estamento a livros específicos do Antigo &estamento )os 77 livros do cGnon Mudaico mencionados por Bosefo &+ontra G ion, i, 1F, cerca de <1 são citados no Novo ?estamento como autorizados. Não se encontram men !es a Buizes, a 8r"nicas, a &ster e ao 8Gntico dos 8Gnticos, ainda que haMa refer$ncias a acontecimentos de Buizes ETb <<.47F e de 8r"nicas E't 74.42P 78r 7>.76F. ,ode haver uma alusão a 8Gntico dos 8Gnticos >.<2 na refer$ncia que Besus faz a QLguas vivasQ EBo >.<6F, mas tal cita ão não seria apoio R autoridade do livro. )e maneira semelhante, a provLvel refer$ncia R Aesta do ,urim, de &ster =, em Boão 2.<, ou a similaridade entre (pocalipse <<.<6 e &ster =.77 não poderiam ser consideradas apoio R inspira ão de &ster. ( autoridade divina investida sobre o livro de &ster % satisfatoriamente atestada de outra forma Ev. cap. 1F, não, todavia, mediante cita !es do Novo ?estamento. Kuase todos os <1 livros restantes do cGnon hebraico são citados com autoridade no Novo ?estamento. ( cria ão do homem em H$nesis E<.73F % citada por Besus em 'ateus <=.>,2. * quinto mandamento de ZDodo 76.<7 % citado como &scritura em &f%sios 5.<. ( lei da purifica ão dos leprosos, registrada em -ev9tico <>.7-47, % citada em 'ateus 1.>. Números % mencionado indiretamente, pois em <8or9ntios hL refer$ncia a acontecimentos registrados naquele livro, refer$ncia essa para admoesta ão dos cristãos E<8o <6.<<F. Números <7.3 registra a fidelidade de 'ois%s, sendo essa passagem mencionada com autoridade em Tebreus 4.2. )euteron"mio % um dos livros mais citados do (ntigo ?estamento. Besus o menciona duas vezes em sua tenta ão E't >.> e >.3P cf. )t 1.4 e 5.<5F. Bosu% recebeu a promessa da parte de )eus: Q... não te deiDarei, nem te desamparareiQ E<.2F, a qual % citada em Tebreus <4.2. Besus citou o incidente de <#amuel 7<.<-5, em que )avi comeu os pães da proposi ão, em apoio R autoridade do #enhor de eDercer certas atividades no dia de sLbado. ( resposta de )eus a &lias, em <+eis <=.<1 % citada em +omanos <<.>. &sdras-Neemias provavelmente são citados em Boão 5.4< Ecf. Ne =.<2F, ainda que a provisão de Qpão do c%uQ a /srael por parte de )eus tamb%m seMa citada em outras passagens E#l 31.7>P <62.>6F. ( autoridade divina do livro de BJ E2.<7F % demonstrada de modo claro por ,aulo: QHomo estL escrito: &le apanha os sLbios na sua prJpria astúciaQ E<8o 4.<=F. * livro de #almos % outro do (ntigo ?estamento que se menciona com muita freqV$ncia. &ra um dos favoritos de Besus. 8ompare 'ateus 7<.>7 C Q ( pedra que os edificadores reMeitaram, essa se tornou a pedra angularQ C com #almos <<1.77. ,edro citou o salmo 7 em seu sermão do )ia de ,entecostes E(t 7.4>,42F. Tebreus apresenta abundGncia de refer$ncias aos #almosP o primeiro cap9tulo cita os salmos 7,<6>,>2 e <67. ,rov%rbios 4.4> C Q&le escarnece dos escarnecedores, mas dL gra a aos humildesQ C % citado com toda clareza em ?iago >.5. Não eDiste cita ão literal de &clesiastes, mas algumas passagens cont$m doutrinas aparentemente confiLveis. ( declara ão de ,aulo Q?udo o que o homem semear, isso tamb%m ceifarLQ EHl 5.3F % parecida com a de &clesiastes <<.<. * desafio para que se evite a luDúria da Muventude E7?m 7.77F reflete &clesiastes <<.<6. *utros eDemplos são os seguintes: a morte % determinada por )eus ETb =.73P cf. &c 4.7FP o amor ao dinheiro % a fonte do mal E<?m 5.<6P cf. &c 2.<6FP não devemos multiplicar palavras vãs em nossas ora !es E't 5.3P cf. &c 2.7F. /sa9as % outro autor do (ntigo ?estamento muito citado no Novo. Boão 0atista, em 'ateus 4.4, apresentou Besus com a cita ão de /sa9as >6,4. Na sinagoga de sua cidade natal, Besus leu /sa9as 5<.<,7: Q* &sp9rito do #enhor estL sobre mimQ Ecf. -c >.<1,<=F. ,aulo citava /sa9as com freqV$ncia Ecf. +m =.73P (t 71.72-71F. Beremias 4<.<2 % citado em 'ateus 7.<3,<1, e a nova alian a de Beremias Ecap. 4<F % citada duas vezes em Tebreus 1.1 e <6.<5. -amenta !es, apenso a Beremias na rela ão dos 77 livros da 09blia hebraica, % mencionado em 'ateus 73.46 Ecf. -m 4.46F. &zequiel % citado em diversas ocasi!es no Novo ?estamento, ainda que nenhuma cita ão seMa literal. * ensino de Besus a respeito do novo nascimento EBo 4.2F pode ter-se originado em &zequiel 45.72,75. +omanos 5.74 declara: Qo salLrio do pecado % a morteQ, o que reflete &zequiel <1.76: Q( alma que pecar, essa morrerLQ. * uso que Boão faz das quatro criaturas viventes E(p >.3F reflete com clareza &zequiel <.<6. )aniel % identificado pelo nome no sermão do monte, pregado por Besus E't 7>.<2P cf. )n =.73P <<.4<F, e 'ateus 7<.46 reflete )aniel 3.<4. *s doze profetas menores foram agrupados no (ntigo ?estamento hebraico. TL muitas cita !es desse grupo de escritos. ( famosa eDpressão de Tabacuque Q* Musto pela sua f% viverLQ ETc 7.>F % mencionada em tr$s ocasi!es no Novo ?estamento E+m <.<3P Hl 4.<<P Tb <6.41F. 'ateus 7.<2 cita *s%ias <<.<: Q)o &gito chamei a meu filhoQ. )iante disso, verificamos que sJ Bu9zes-+ute, 8r"nicas, &ster e 8Gntico dos 8Gnticos deiDam de ser mencionados com clareza no Novo ?estamento. No entanto, Buizes apresenta acontecimentos histJricos a que a Novo ?estamento faz alusão como aut$nticos ETb <<.47F. & talvez Besus tinha 8r"nicas em mente ao fazer refer$ncia ao sangue de [acarias E't 74.42F. /sso faz que apenas &ster e 8Gntico dos 8Gnticos fiquem sem uma refer$ncia eDpl9cita no Novo ?estamentoP e isso ocorreu, sem dúvida, porque os autores do Novo ?estamento não tiveram oportunidade de mencionar tais livros. &ster % o livro bLsico da Aesta do ,urim, e 8Gntico dos 8Gnticos era lido na grande Aesta da ,Lscoa, que reflete a estima que a comunidade Mudaica lhe votava. * Novo ?estamento dL apoio R vindica ão de inspira ão divina do (ntigo ?estamento como um todo, de todas as suas partes e de quase cada um de seus livros. (l%m disso, hL refer$ncias diretas e repletas de autoridade a muitas das grandes personalidades e dos grandes acontecimentos do (ntigo ?estamento, dentre os quais a cria ão de (dão e de &va E't <=.>F, o dilúvio do tempo de No% E-c <3.73F, o chamado miraculoso de 'ois%s E-c 76.43F, a miraculosa provisão material para /srael no deserto EBo 4.<>P 5.>=F, os milagres de &lias E-c >.7>,72F e Bonas no ventre do grande peiDe E't <7.><F. Con;irmação ou conciliação? ( despeito do grande número de cita !es do (ntigo ?estamento e de sua autoridade, houve quem cresse que nem Besus, nem os apJstolos confirmaram, de fato, a inspira ão e a confiabilidade dessa parte da 09blia. &m vez disso, afirmam tais estudiosos, os autores do Novo ?estamento estariam conciliando seus teDtos Rs cren as Mudaicas aceitas na %poca. ?rata-se de hipJtese refinada, mas sem substGncia. O teoria que não se coaduna com os fatos das &scrituras, nem com as vindica !es de 8risto. (s refer$ncias mais numerosas e significativas quanto R genuinidade e R inspira ão divina do (ntigo ?estamento v$m dos lLbios do prJprio Besus, que Mamais demonstrou tend$ncia para a concilia ão. ( eDpulsão dos cambistas de dinheiro de dentro templo EBo 7.<2F, a denúncia dos Qguias cegosQ E't 74.<5F e dos Qfalsos profetasQ E't 3.<2F e a advert$ncia aos mestres em evid$ncia EBo 4.<6F dificilmente seriam tidas como sinais de concilia ão. (liLs, Besus repreendia sem rodeios as pessoas que se aferravam Rs tradi !es e não R ,alavra de )eus Ecf. 't <2.<-5F. #eis vezes num único cap9tulo E't 2F, Besus contrap"s a verdade a respeito das &scrituras Rs falsas cren as que haviam surgido e se eDpandiam. * #enhor as denunciou assim: Q*uvistes que foi dito@ Ee não QestL escritoQF e Qeu, por%m, vos digoQ. Besus não hesitava em declarar Q&rraisQ E't 77.7=F, quando os homens estavam errados. 'as, quando os homens entendiam a verdade, o #enhor os estimulava, dizendo-lhes: Q+espondeste bemQ E-c <6.71F. * ensino de Besus a respeito da autoridade divina do (ntigo ?estamento % tão incondicional e tão isento de transig$ncias, que não se pode reMeitar esse ensino sem reMeitar as palavras de Besus. #e algu%m não aceitar a autoridade do (ntigo ?estamento como &scritura #agrada, tal pessoa p!e em dúvida a integridade do #alvador. #eMa o que for que se diga a respeito da inspira ão do (ntigo ?estamento, uma coisa % certa: o prJprio (ntigo ?estamento reivindica a prJpria inspira ão. & o Novo ?estamento a confirma de modo maravilhoso. @. + ins"iração do No8o #estamento *s apJstolos e profetas do Novo ?estamento não hesitaram em classificar seus escritos como inspirados, ao lado do (ntigo ?estamento. #eus livros eram respeitados, colecionados e circula na igreMa primitiva como &scrituras #agradas. * que Besus declarou ir inspira ão a respeito do (ntigo ?estamento o #enhor prometeu tamb%m quanto ao Novo ?estamento. .amos eDaminar a promessa de inspira ão e seu cumprimento nas pLginas do Novo ?estamento. % No8o #estamento rei8indica ins"iração di8ina TL dois movimentos bLsicos na compreensão das reivindica !es do Novo ?estamento a respeito de sua inspira ão. ,rimeiramente temos a promessa de 8risto de que o &sp9rito #anto guiaria os disc9pulos no ensino de suas verdades, que constituem o fundamento da igreMa. &m segundo lugar, hL o cumprimento aclamado disso no ensino apostJlico e nos escritos do Novo ?estamento. A promessa de $risto a respeito da inspiração Besus nunca escreveu um livro. No entanto, endossou a autoridade do (ntigo ?estamento Ev. cap. 4F e a promessa de inspira ão para o Novo ?estamento. &m vLrias ocasi!es, o #enhor prometeu a concessão de autoridade divina para o testemunho apostJlico dele mesmo. / #omissão dos =o<e. Kuando o #enhor enviou seus disc9pulos para pregarem o reino dos c%us E't <6.3F, ele lhes prometeu a dire ão do &sp9rito #anto. QNaquela mesma hora vos serL concedido o que haveis de dizer, pois não sois vJs que falareis, mas o &sp9rito de vosso ,ai % quem fala em vJsQ E't <6.<=,76P cf. -c <7.<<,<7F.( proclama ão que os apJstolos fizessem de 8risto teria origem no &sp9rito de )eus. 6 en,io dos setenta. ( promessa da un ão divina não se limitava aos )oze. Kuando Besus enviou os setenta, para que pregassem Qo reino de )eusQ E-c <6.=F, ordenou-lhes: QKuem vos ouve, a mim me ouveP quem vos reMeita, a mim me reMeita...Q E-c <6.<5F. &les voltaram reconhecendo a autoridade de )eus at% mesmo sobre #atanLs em seu minist%rio E-c <6.<3<=F. 6 sermão do monte das 6li,eiras. &m seu sermão no monte das *liveiras, Besus reafirmou sua promessa antiga aos disc9pulos: Q... não vos preocupeis com o que haveis de dizer. * que vos for dado naquela hora, isso falai, pois não sois vJs os que falais, mas o &sp9rito #antoQ E'c <4.<<F. (s palavras que pronunciassem viriam de )eus, mediante o &sp9ritoP não viriam deles mesmos. 6s ensinos durante a Hltima #eia. ( promessa da orienta ão do &sp9rito #anto ficaria mais claramente definida por ocasião da última ceia. Besus lhes prometeu: Q'as o 8onsolador, o &sp9rito #anto, que o ,ai enviarL em meu nome, vos ensinarL todas as coisas e vos farL lembrar de tudo o que vos tenho ditoQ EBo <>.75F. &is por que Besus não escreveu seus ensinos. * &sp9rito daria nova vida R memJria dos disc9pulos que os aprenderamP seriam orientados pelo &sp9rito em tudo quanto o #enhor lhes havia ensinado. )e fato, disse Besus: QKuando vier o &sp9rito da verdade, ele vos guiarL em toda a verdadeQ EBo <5.<4F. Q?oda a verdadeQ ou Qtodas as coisasQ que 8risto ensinara seriam relembradas aos disc9pulos pelo &sp9rito. * ensino apostJlico seria inspirado pelo &sp9rito de )eus. / Grande +omissão. Kuando Besus enviou seus disc9pulos C Q... ide e fazei disc9pulos de todos os povos, batizando-os em nome do ,ai e do Ailho e do &sp9rito #anto, ensinando0os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandadoQ E't 71.<=,76F C , fez-lhes a promessa tamb%m de que teriam toda a autoridade nos c%us e na terra para realizar a tarefa. ( palavra dos disc9pulos seria a ,alavra de )eus. A promessa de $risto reivindicada pelos discípulos *s disc9pulos de 8risto não se esqueceram da promessa do #enhor. &les pediram-lhe que seu ensino tivesse eDatamente o que Besus lhes havia prometido: a autoridade de )eus. & eles o fizeram de vLrias maneiras: dedicando-se ao que sabiam ser a continua ão do minist%rio de ensino de 8risto, crendo fervorosamente que seus ensinos teriam a mesma autoridade e poder do (ntigo ?estamento e afirmando de modo espec9fico em seus escritos que eles tinham a autoridade de )eus. / a-irma*ão de estarem dando rosseguimento ao ensino de +risto. -ucas afirma ter apresentado um relato eDato de Qtudo o que Besus come ou não sJ a fazer, mas tamb%m a ensinarQ em seu evangelho. &le dL a entender que (tos registra o que Besus continuou a fazer e a ensinar mediante seus apJstolos E(t <.<P cf. -c <.4,>F. Na realidade, segundo consta, a primeira igreMa se caracterizava pela devo ão ao Qensino dos apJstolosQ E(t 7.>7F. (t% mesmo os ensinos de ,aulo, que se baseavam nas revela !es diretas de )eus EHl <.<<,<7F, estavam suMeitos R aprova ão dos apJstolos E(t <2F. ( prJpria igreMa do Novo ?estamento, como se sabe, foi edificada Qsobre o fundamento dos apJstolos e dos profetas Wdo Novo ?estamentoXQ E&f 7.76P cf. 4.2F. O verdade que as declara !es orais dos apJstolos que viviam na %poca tinham a mesma autoridade de seus escritos E<?s 7.<2F, e tamb%m e verdade que os livros do Novo ?estamento são o único registro aut$ntico do ensino apostJlico de que dispomos hoMe. ( restri ão de que todo membro dos doze apJstolos deve ser testemunha ocular do minist%rio e da ressurrei ão de Besus 8risto E(t <.7<,77F elimina a sucessão apostJlica que não passaria do s%culo /. & o fato de não eDistir ensino apostJlico aut$ntico al%m do encontrado no Novo ?estamento limita tudo quanto os apJstolos ensinaram ao que se encontra no Novo ?estamento, i.e., aos seus 73 livros. (o lado do (ntigo ?estamento, esses livros são considerados inspirados, dotados de autoridade divina, visto que sJ eles são verdadeiramente apostJlicos ou prof%ticos Ev. cap. <6F. &m suma, 8risto prometeu que todo o ensino apostJlico seria dirigido pelo &sp9rito. *s livros do Novo ?estamento são o único registro aut$ntico que temos do ensino apostJlico. )a9 decorre que sJ o Novo ?estamento pode reivindicar para si o t9tulo de registro autorizado dos ensinos de 8risto. +om ara*ão entre o No,o e o /ntigo 'estamento. ( promessa de 8risto de que inspiraria os ensinos dos apJstolos e o cumprimento de tal promessa nos escritos do Novo ?estamento não são os únicos ind9cios de sua inspira ão. *utro ind9cio % sua compara ão direta com o (ntigo ?estamento. ,aulo reconhecia claramente a inspira ão do (ntigo ?estamento E7?m 4,<5F, ao chamL-lo Q&scriturasQ. ,edro classificou as cartas de ,aulo ao lado das demais Q&scriturasQ E7,e 4.<5F. & ,aulo menciona o evangelho de -ucas, chamando-o Q&scrituraQ E<?m 2.<1, citando -c <6.3F. Na verdade, em outra passagem o apJstolo atribui a seus prJprios escritos a mesma autoridade das Q&scriturasQ El<m >.<<,<4F. * livro de Tebreus declara que o )eus que falou em tempos antigos, mediante os profetas, nestes últimos dias tem falado da salva ão por seu Ailho ETb <.7F. & prossegue o autor, afirmando: Q... tão grande salva ão W...X a qual, come ando a ser anunciada pelo #enhor, foi-nos depois confirmada pelos WapJstolosX que a ouviramQ ETb 7.4F. *s apJstolos foram o canal da verdade de )eus no Novo ?estamento, assim como os profetas no (ntigo. ,ortanto, não % de estranhar que os livros apostJlicos seMam colocados no mesmo n9vel de autoridade dos livros inspirados do (ntigo ?estamento. #ão todos prof%ticos. )e fato, ,edro escreveu que os escritos prof%ticos advieram mediante inspira ão divina E7,e <.7<F, e os escritos do Novo ?estamento reivindicam claramente a condi ão de prof%ticos. Boão chama a seu livro profecia e se classifica entre os profetas E(p 77.<1,<=F. *s profetas do Novo ?estamento estão na lista, Munto com os apJstolos, dos alicerces da igreMa E&f 7.76F. O provLvel que ,aulo tamb%m tivesse seus prJprios escritos em mente quando falou a respeito da Qrevela ão do mist%rio que desde os tempos eternos esteve oculto, mas que se manifestou agora, e foi dado a conhecer pelas &scrituras dos profetas, segundo o mandamento do )eus eterno, a todas as na !es para obedi$ncia da f%...Q E+m <5.72,75F. ,aulo afirma em &f%sios 4.4,2 que Qo mist%rio W...X me foi manifestado pela revela ão, como acima em poucas palavras vos escrevi. W...X o qual em outras gera !es não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora Wnos tempos do Novo ?estamentoX foi revelado pelo &sp9rito aos seus santos apJstolos e profetas Wdo Novo ?estamentoXQ Ecf. &f 7.76F. (ssim % que os escritos prof%ticos do Novo ?estamento revelam o mist%rio de 8risto predito nos escritos prof%ticos do (ntigo ?estamento. ( semelhan a do (ntigo, o Novo ?estamento % uma declara ão prof%tica da parte de )eus. 1ei,indi#a*ão direta de ins ira*ão nos li,ros do No,o 'estamento. No prJprio teDto dos livros do Novo ?estamento hL numerosos ind9cios de sua autoridade divina. #ão eles eDpl9citos e impl9citos. *s evangelhos apresentam-se como registros autorizados do cumprimento das profecias do (ntigo ?estamento a respeito de 8risto Ecf. 't <.77P 7.<2,<3P 'c <.7F. -ucas escreveu a fim de o leitor poder saber a verdade acerca de 8risto, Qfatos que entre nJs se cumpriram, segundo nos transmitiram os que desde o princ9pio foram deles testemunhas oculares, e ministros da palavraQ E-c <.<,7F, Boão escreveu seu evangelho para que os homens cressem: Q ... para creiais que Besus % o 8risto, o filho de )eus, e para que, crendo, tenhais .ida em seu nomeQ EBo 76.4<F. & o apJstolo acrescenta que seu testemunho % verdadeiro EBo 7<.7>F. * livro chamado (tos dos (pJstolos, tamb%m escrito por -ucas, apresenta-se como registro autorizado do que Besus continuou a fazer e a ensinar mediante seus apJstolos E(t <.<F. /sso foi visto tamb%m como cumprimento de profecia do (ntigo ?estamento Ecf. (t 7 e Bl 7F. .isto que ,aulo citou o evangelho de -ucas como Q&scrituraQ E<?m 2.<1F, torna-se evidente que tanto o apJstolo como -ucas consideravam a continua ão do relato evangel9stico, i.e., o livro de (tos, teDto autorizado e tamb%m inspirado por )eus. ?odas as cartas de ,aulo, de +omanos at% Ailemom, reivindicam inspira ão divina. &m +omanos, ,aulo comprova sua voca ão divina para o apostolado E+m <.<-4F. * apJstolo encerra sua carta com a afirma ão de que se trata de teDto prof%tico E+m <5.75F. ,aulo no final de <8or9ntios diz: Q(s coisas que vos escrevo são mandamentos do #enhorQ E<8o <>.43F. &le inicia 78or9ntios repetindo a afirma ão de que % apJstolo genu9no E8o <.<,7F. Nessa carta ele defende seu apostolado de modo mais completo do que em qualquer outra carta do Novo ?estamento E78o <6-<4F. HLlatas nos apresenta a mais forte defesa que ,aulo faz de suas credenciais divinas. (o falar da revela ão feita a ele do evangelho da gra a, ele escreveu: QNão o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revela ão Besus 8ristoQ EHl <.<7F. &m &f%sios, o apJstolo declara tamb%m: Q... o mist%rio que me foi manifestado pela revela ão, como acima em poucas palavras vos escrevi...Q E&f 4.4F. &m Ailipenses, ,aulo admoesta os crentes duas vezes a que sigam o padrão apostJlico de vida EAp 4.<3P >.=F. &m 8olossenses, assim como em &f%sios, ,aulo sustenta que seu of9cio de apJstolo lhe foi dado diretamente por )eus, Qpara cumprir a palavra de )eusQ E8l <.72F. ( ,rimeira 8arta aos ?essalonicenses encerra-se com esta admoesta ão: Q,elo #enhor vos conMuro que esta ep9stola seMa lida a todos os santos irmãosQ E<?s 2.73F. (nteriormente, o apJstolo havia lembrado a esses irmãos: Q... havendo recebido de nJs a palavra da prega ão )eus, a recebestes, não como palavra de homens, mas Esegundo %, na verdadeF, como palavra de )eus...Q E<?s 7.<4F. ( #egunda 8arta aos ?essalonicenses tamb%m termina com uma eDorta ão: Q... se algu%m não obedecer R nossa palavra por esta carta, notai o tal, e não vos associeis com ele, para que se envergonheQ E7?s 4.<>F. ( respeito da mensagem de <?imJteo, o apJstolo escreveu: Q'anda estas coisas e ensina-as. W...X ,ersiste em ler, eDortar e ensinar, at% que eu vLQ E<?m >.<<,<4F. Nesse teDto, ,aulo coloca sua prJpria carta no mesmo n9vel do (ntigo ?estamento. #ua carta e o (ntigo ?estamento deveriam ser lidos nas igreMas, por terem a mesma autoridade divina Ecf. 8l >.<5F. ( segunda carta a ?imJteo cont%m a passagem clLssica sobre a inspira ão divina das &scrituras E7?m 4.<5F e a eDorta ão para que os crentes sigam o padrão das palavras sadias que receberam de ,aulo E7?m <.<4F. Q8onMuro-te, pois, diante de )eus e de 8risto Besus...Q, escreveu o apJstolo, Qprega a palavra, insta a tempo e fora de tempo...Q E7?m >.<,7F. )e maneira semelhante, ,aulo ordenou a ?i to: QAala estas coisas, eDorta e repreende com toda a autoridadeQ E?t 7.<2F. &mbora o tom da carta a Ailemom seMa intercessJrio, ,aulo deiDa bem claro que ele poderia ordenar tudo que ali estL pedindo por amor EAm 1F. Tebreus 7.4,> deiDa bem evidente que este livro C seMa quem for o autorC baseia-se na autoridade de )eus outorgada aos apJstolos e Rs testemunhas oculares de 8risto. *s leitores são admoestados a que se lembrem de seus l9deres, aqueles que Qvos falaram a palavra de )eusQ ETb <4.3F. & a seguir o autor continua a admoestar: Q+ogo-vos, por%m, irmãos, que suporteis esta palavra de eDorta ão, pois vos escrevi resumidamente ETb <4.77F. ?iago, irmão do #enhor Besus EHl <.<=F e l9der da igreMa de Berusal%m E(t <2.<4F, escreve com autoridade apostJlica Rs doze tribos da )ispersão E?g <.<F. ( ,rimeira 8arta de ,edro afirma ser proveniente do QapJstolo de Besus 8ristoQ E<,e <.<F e cont%m admoesta !es tipicamente apostJlicas E<,e 2.<,<7F. ( #egunda 8arta de ,edro originou-se de Q#imão ,edro, servo e apJstolo de Besus 8ristoQ, lembrando aos leitores que o Qmandamento do #enhor e #alvador, dado mediante os vossos apJstolosQ tem a mesma autoridade das predi !es dos profetas do (ntigo ?estamento E7,e 4.7F. ( ,rimeira 8arta de Boão % de algu%m que ouviu, viu, contemplou a 8risto e lhe tocou com as mãos E<Bo <.<F. Nesta carta, o apJstolo Boão apresenta o modo de verificar a verdade e o erro E<Bo >.<,7F, afirma que a comunidade apostJlica % proveniente de )eus E<Bo 7.<=F e escreve a fim de confirmar a f% dos verdadeiros crentes E<Bo 2.<4F. ( #egunda e a ?erceira 8arta são do mesmo apJstolo, Boão, tendo, portanto, a mesma autoridade Ecf. 7Bo 2.3P 4Bo =.<7F. Budas escreveu um teDto sobre Qa salva ão que nos % comumQ, em defesa da f% Qque de uma vez por todas foi entregue aos santosQ EBd 4F. ( Qrevela ão de Besus 8risto, que )eus lhe deuQ E(p <.<F, descreve a origem do último livro do Novo ?estamento. Q&u, BoãoQ, escreve o apJstolo,QW...X estava na ilha chamada ,atmos por causa da palavra de )eus W...X no dia do #enhor, e ouvi detrLs de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: * que v$s, escreve-o num livro, e envia-o Rs sete igreMas que estão na _sia...Q E(p <.<6,<<F. Nenhum outro livro da 09blia traz declara ão mais vis9vel de sua inspira ão da parte de )eus do que o (pocalipse. ( advert$ncia para que não se profanem suas palavras tem o apoio de uma amea a de Mulgamento divino das mais fortes nas &scrituras. ?rata-se de confirma ão muito pertinente R vindica ão de que todo o Novo mento % ,alavra inspirada de )eus, em p% de igualdade com o (ntigo ?estamento. +"oio A rei8indicação de ins"iração do No8o #estamento TL dois tipos de evid$ncias que demonstram haver total apoio R reivindica ão que o Novo ?estamento faz acerca de sua inspira ão divina. Uma delas acha-se dentro do prJprio Novo ?estamentoP a outra inicia-se com os pais da igreMa, que seguiram os apJstolos. Apoio - reivindicação de inspiração dentro do %ovo &estamento ( igreMa do s%culo / não agiu com ingenuidade ao aceitar certos escritos como inspirados. Besus havia advertido seus disc9pulos a respeito de falsos profetas e de enganadores que haveriam de vir em seu nome E't 3.<2P 7>.<6,<<F. ,aulo havia eDortado os tessalonicenses para que não aceitassem os ensinos err"neos de cartas que pretensamente teriam vindo da parte dele E7?s 7.7F. Boão advertiu seus leitores com grande fervor: Q(mados, não creiais em todo esp9rito, mas provai se os esp9ritos v$m de )eusQ E<Bo >.<F. No s%culo / ML estavam em circula ão ensinos falsos e incorretos a respeito de 8risto Ecf. -c <.<->F. ,or essa razão, a igreMa do per9odo neotestamentLrio precisava estar discernindo a mentira da verdade desde o in9cio. ?odo livro sem a firma apostJlica E7?s 4.<3F deveria ser recusado. * fato de os livros serem lidos, citados, colecionados e passados de mão em mão, dentro das igreMas do Novo ?estamento, assegura-nos que eram tidos como prof%ticos ou divinamente inspirados desde o come o da igreMa de 8risto. / leitura Hbli#a dos li,ros do No,o 'estamento. &ra costume Mudaico ler as &scrituras no sLbado Ecf. -c >.<5F. ( igreMa deu continuidade a esse costume no dia do #enhor. ,aulo admoestou a ?imJteo a que persistisse Qem ler, eDortar e ensinarQ E<?m >.<4F. & aos colossenses ,aulo escreveu: Q)epois que esta ep9stola tiver sido lida entre vJs, fazei que tamb%m o seMa na igreMa dos laodicenses, e a que veio da -aodic%ia lede-a vJs tamb%mQ E8l >.<5F. ( leitura em público dessas cartas como &scrituras #agradas % prova de sua aceita ão desde o in9cio, pela igreMa do Novo ?estamento, por terem autoridade divina. / #ir#ula*ão dos li,ros do No,o 'estamento. * teDto de 8olossenses, mencionado acima, revela outro fato muito importante. *s livros escritos para uma igreMa tencionavam ser de valor para outras igreMas tamb%m, e por isso circulavam para leitura pública. O poss9vel que essa prLtica de intercambiar os livros inspirados induziu os l9deres da igreMa a produzir as primeiras cJpias do Novo ?estamento. &ssa ampla circula ão de cartas mostra que outras igreMas, al%m daquela que originariamente fora a destinatLria, reconheciam tais cartas como #agradas &scrituras e assim as liam. / #ole*ão dos li,ros do No,o 'estamento. *s livros dos Novo ?estamento circulavam entre as igreMas para ser lidos, mas ,edro tamb%m nos informa que eram colecionados. ,arece que o prJprio ,edro possu9a uma cole ão das cartas de ,aulo que aquele apJstolo classificava plenamente como escritos inspirados no mesmo n9vel do (ntigo ?estamento. (ssim escreveu ,edro: Q?ende por salva ão a longanimidade de nosso #enhor, como tamb%m o nosso amado irmão ,aulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada. &m todas as suas cartas ele escreve da mesma forma, falando acerca destas coisas. W...X os indoutos e inconstantes WasX torcem, como o fazem tamb%m com as outras Es#rituras, para sua prJpria perdi ãoQ E7,e 4.<2,<5F. ?ais livros circulavam entre as igreMas, eram lidos, copiados e colecionados pelas igreMas do Novo ?estamento, sendo colocadas ao lado do cGnon do (ntigo ?estamentoP sem ser questionados, esses livros eram tidos como escritos inspirados. +ita*ão dos li,ros do No,o 'estamento. *s livros do (ntigo ?estamento foram escritos ao longo de um espa o de tempo muito maior que os do Novo. O por isso que hL mais cita !es de profetas mais antigos pelos profetas mais recentes do (ntigo ?estamento. * fato, por%m, de haver cita !es de livros mais antigos do Novo ?estamento em livros mais recentes dessa parte da 09blia revela-nos outro fato: aqueles livros eram tidos como inspirados por seus contemporGneos. ,aulo cita o evangelho de -ucas, chamando-o &scritura, em <?imJteo 2.<1. Q)igno % o obreiro do seu salLrioQ Ecf. -c <6.3F. Budas cita com clareza 7,edro 4.7,4, ao escrever: Q... os quais diziam: No último tempo haverL escarnecedores, andando segundo as suas 9mpias concupisc$nciasQ EBd <1F. -ucas faz refer$ncia a sua obra anterior E(t <.<F, e Boão faz alusão a seu prJprio evangelho E<Bo <.<F. ,aulo menciona outra carta que havia escrito aos cor9ntios E<8o 2.=F. (inda que alguns desses eDemplos não nos fornecem cita !es formais, aMudam, no entanto, a ilustrar a realidade de que dentro do prJprio Novo ?estamento eDiste o reconhecimento que um autor sagrado faz de outro. &sse processo amplo, generalizado, de fazer circular, ler, copiar, colecionar e citar os livros do Novo ?estamento ilustra satisfatoriamente o reconhecimento de que esses livros reivindicavam inspira ão divina. Apoio - reivindicação de inspiração da Igre/a primitiva ?odos os autores do Novo ?estamento são mencionados pelo menos por um pai apostJlico por terem autoridade divina. &sses pais da igreMa vieram uma ou duas gera !es apJs o encerramento do Novo ?estamentoEi.e, antes de <26 d.8F. Na verdade, eles representam o v9nculo ininterrupto da reivindica ão do Novo ?estamento a favor de sua inspira ão divina, desde os tempos dos apJstolos, passando pela funda ão da igreMa e, sem quebra nem interrup ão, pelos s%culos e mil$nios que se seguiram 6s rimeiros ais da igreIa. *s escritos mais antigos do cristianismo cont$m inúmeras refer$ncias Rs &scrituras do Novo ?estamento. 'uitas dessas cita !es trazem as mesmas designa !es autorizadas de quando os autores do Novo ?estamento citam o (ntigo. ( pretensa E ístola de Barnab. Ec. 36-<46F, obra atribu9da infundadamente ao companheiro de ,aulo, cita 'ateus 75.4< como aquilo que Q)eus disseQ E2.<7F. )epois, chama 'ateus 77.<> Q&scrituraQ E>.<>F. 8lemente de +oma, em sua E ístola aos #oríntios Ec. =2-=3F, chama os evangelhos sinJticos E'ateus, 'arcos e -ucasF Q&scriturasQ. &le emprega tamb%m as eDpress!es Qdisse )eusQ e QestL escritoQ, a fim de indicar passagens do Novo ?estamento Ecf. caps. 45 e >5F. /nLcio de (ntioquia E<<6 d.8.F escreveu sete cartas, nas quais fez numerosas cita !es do Novo ?estamento. ,olicarpo Ec. <<6-<42F, um dos disc9pulos do apJstolo Boão, fez muitas cita !es dos livros do Novo ?estamento em sua E ístola aos -ili enses. Ns vezes, esse autor introduz tais cita !es com termos como Qdizem as &scriturasQ Ecf. cap. <7F. ( obra denominada * astor, de Termas Ec. <<2-<>6F, foi escrita em estilo apocal9ptico Evis!esF, semelhante ao de (pocalipse, com inúmeras refer$ncias ao Novo ?estamento. 6 dida"uB Ec. <66-<76F, ou Ensino dos do<e a Jstolos, como Rs vezes % chamado, registra muitas cita !es livres do Novo ?estamento. ,apias Ec. <46-<>6F inclui o Novo ?estamento num livro intitulado Cnter reta*ão dos dis#ursos do !enhor, mesma eDpressão usada por ,aulo em refer$ncia ao (ntigo ?estamento, em +omanos 4.7. ( chamada E ístola a =iogneto Ec. <26F faz muitas alus!es ao Novo ?estamento sem um t9tulo. Aica notJrio o seguinte, no uso que os pais apostJlicos fizeram do Novo ?estamento: o Novo ?estamento, R semelhan a do (ntigo, era tido como inspirado por )eus. 8om freqV$ncia as cita !es são livres e sem men ão da fonte original. ?odavia, qualquer pessoa que ler os escritos dos pais apostJlicos necessariamente verL que os livros do Novo ?estamento gozavam da mesma elevada estima atribu9da ao (ntigo ?estamento. Aais da igreIa de . o#a osterior. / partir da segunda metade do s%culo // encontra-se apoio cont9nuo R reivindica ão de inspira ão feita pelo Novo ?estamento. Bustino 'Lrtir Em. <52F considerava os evangelhos Qa voz de )eusQ &/ ologia, <,52F. QNão devemos suporQ, escreveu ele, Qque a linguagem prov%m de homens inspirados, mas da ,alavra )ivina que os moveQ E<,45F. ?aciano Ec. <<6-<16F, disc9pulo de Bustino, cita Boão <.2 como Q&scrituraQ, no cap9tulo <4 de sua / ologia. Crineu Ec. <46-767F, em sua obra +ontra heresias, escreveu: Q,ois o ,ai de todos nJs deu o poder do evangelho a seus apJstolos, por interm%dio de quem viemos a conhecer a verdade W...X esse evangelho que eles pregaram. )epois, pela vontade de )eus, eles nos legaram as &scrituras, para que fossem ^pilar e alicerce^ de nossa f%Q E2,53F. 8lemente da (leDandria Ec. <26-7<2F classifica os dois ?estamentos, o Novo e o (ntigo, como igualmente inspirados por )eus, com a mesma autoridade divina, dizendo: Q(s &scrituras W...X na -ei, nos ,rofetas e, al%m dessas, no aben oado &vangelho W...X são vLlidas por causa de sua autoridade onipotenteQ &!trKmata L!ele*DesM, 7,>61-=F. ?ertuliano Ec. <56776F afirmava que os quatro evangelhos Qsão edificados na base certa da autoridade apostJlica, de modo que são inspirados em sentido muit9ssimo diferente dos escritos de um cristão espiritualQ. 3 TipJlito Ec. <36-745F, disc9pulo de /rineu, oferece-nos uma das mais definitivas declara !es a respeito da inspira ão encontradas nos pais primitivos. Na sua obra 'ratado sobre +risto e o /nti#risto, ao falar dos escritores do Novo ?estamento, assim se eDpressou: &sses homens aben oados W...X tendo sido aperfei oados pelo &sp9rito da profecia, são dignamente honrados pela prJpria ,alavra, foram trazidos a uma harmonia 9ntima W...X como instrumentos, e, tendo a ,alavra dentro deles, por assim dizer, a fim de fazer ressoar as notas W...X pelo #enhor foram movidos, e anunciavam o que )eus queria que anunciassem. O que eles não falavam de sua prJpria capacidade W...X falavam daquilo que lhes era WreveladoX unicamente por )eus.1 *r9genes Ec. <12-72>F, professor em (leDandria, tamb%m nutria opini!es fortemente enraizadas quanto R inspira ão. 8ria ele que Qo &sp9rito inspirou cada santo, fosse profeta, fosse apJstoloP e não havia um &sp9rito fios homens da antiga dispensa ão e outro naqueles que foram inspirados por ocasião do advento de 8ristoQ &=os rin#í ios(. O que em sua plenitude e inteireza Qas &scrituras foram escritas pelo &sp9ritoQ E<5,5F. * bispo 8ipriano Ec. 766-721F confirmava com toda a clareza a inspira ão do Novo ?estamento, declarando ser ele Q&scrituras )ivinasQ dadas pelo &sp9rito #anto. &us%bio de 8esar%ia Ec. 752-4>6F, notLvel historiador da igreMa, eDp"s e catalogou os livros inspirados dos dois ?estamentos em sua 7istJria e#lesi$sti#a. (tanLsio de (leDandria Ec. 7=2-434F, conhecido 8omo o Qpai da ortodoDiaQ, por causa de sua defesa da divindade de 8risto contra Nrio, foi o primeiro a usar a palavra #Enon em refer$ncia aos livros do Novo ?estamento. 8irilo de Berusal%m Ec. 4<2-4<5F fala das Q&scrituras divinamente inspiradas tanto do (ntigo como do Novo ?estamentoQ. )epois de relacionar os 77 livros das &scrituras hebraicas e 75 do Novo ?estamento Etodos menos o (pocalipseF, acrescentou: Q(prendei tamb%m 3 0rooke Aoss `0#?8*??, /n introdu#tion to the stud9 o- the gos els, Ne@ aork, 'acmillan,<=67, p. >7<. 1 (p, ibid., p. ><1-<=. 8olchetes de `estcott. diligentemente, com a igreMa, quais são os livros do (ntigo ?estamento, e quais são os do Novo. & rogo-vos com veem$ncia: Não leiais nenhum dos escritos apJcrifosQ &=as Es#rituras sagradas(. O desnecessLrio prosseguir. 0asta-nos salientar, nesta altura, que a doutrina ortodoDa da inspira ão do Novo ?estamento teve continuidade ao longo dos s%culos, passando pela /dade '%dia, chegando R +eforma e penetrando no per9odo moderno da histJria da igreMa. -ouis Haussen resumiu a situa ão muito bem ao escrever o seguinte: 8om a eDce ão única de ?eodoro de 'opsu%stia Wc. >66X, W...X verificou-se que foi imposs9vel produzir, no longo decurso dos oito primeiros s%culos do cristianismo, um único doutor da igreMa que negasse a plena inspira ão das &scrituras, a não ser a nega ão que se encontra no seio das mais violentas heresias que t$m atormentado a igreMa cristã.= &m resumo, portanto, a inspira ão do Novo ?estamento baseia-se na promessa de 8risto de que seus disc9pulos seriam dirigidos pelo &sp9rito em seus ensinos a respeito do #enhor. *s disc9pulos creram nessa promessa e a assimilaram, havendo claros ind9cios de que os prJprios autores do Novo ?estamento, bem como os de sua %poca, reconheceram o cumprimento dessas promessas. 8riam em que o Novo ?estamento havia sido divinamente inspirado, pelo que, desde os primJrdios do in9cio dos registros cristãos, tem havido apoio unGnime R doutrina da inspira ão do Novo ?estamento, em igualdade de condi !es com o (ntigo ?estamento. 7. E8idBncias da ins"iração da Bíblia *s cristãos t$m sido desafiados, ao longo dos s%culos, a apresentar as raz!es em defesa de sua f% E<,e 4.<2F. .isto que as &scrituras se firmam nos alicerces da f% em 8risto, repousou sobre KT ombros dos apologistas cristãos a tarefa de apresentar evid$ncias da /nspira ão divina da 09blia. 1ei,indi#ar que a 09blia % inspirada por )eus % uma coisa, mas #om ro,ar = 'heo neustia: the plenar: inspiration of the Tol: #criptures, trad. )avid #cott, 8hicago, 0/8(, n.d., p. <4=->6, essa reivindica ão % coisa bem diferente. (ntes de eDaminarmos as evid$ncias que dão apoio R doutrina da inspira ão da 09blia, vamos resumir com precisão o que afirma a doutrina da inspira ão. $esumo da rei8indicação a ;a8or da ins"iração da Bíblia Não devemos confundir inspira ão da 09blia com inspira ão po%tica. ( inspira ão que se atribui R 09blia diz respeito R autoridade dada por )eus quanto a seus ensinos, os quais hão de formar o pensamento e a .ida do crente. 0xplicação bíblica da inspiração ( palavra ins ira*ão significa Qsoprado por )eusQ, ou seMa, Qque passou pelo hLlito de )eusQ. O o processo mediante o qual as &scrituras, a saber, os escritos sagrados, foram revestidos de autoridade divina no que concerne R doutrina e R prLtica E7?m 4.<5,<3F. &sse revestimento divino foi dado aos escritos, não aos escritores. No entanto, estes foram movidos pelo &sp9rito para escreverem suas mensagens vindas de )eus. ,or Uso, a inspira ão, quando vista como processo total, % fen"meno sobrenatural ocorrido quando escritores movidos pelo &sp9rito registraram para escreverem suas mensagens sopradas por )eus. &Distem tr$s elementos nesse processo total de inspira ão: a causa divina, a media ão prof%tica e a resultante autoridade de que se reveste o documento Ev. caps. < e 7F. 6s trBs elementos da ins ira*ão. * primeiro elemento da inspira ão % a sua #ausa: =eus, que a origina. )eus % a Aor a ,rimordial que moveu profetas e apJstolos a escrever. ( motiva ão primLria por trLs dos escritos inspirados % o deseMo de )eus de comunicar-se com o ser humano. * segundo fator % a media*ão humana. / ,alavra de )eus nos veio por meio de homens de )eus. )eus faz uso da pessoa humana como instrumento para transmitir sua mensagem. ,or último, a mensagem prof%tica escrita foi revestida de autoridade di,ina. (s palavras dos profetas são a ,alavra de )eus. /s #ara#terísti#as dos es#ritos ins irados. ( primeira caracter9stica da inspira ão fica impl9cita no fato de que se trata de escrito inspirado, ou seMa, % inspira ão ,erbal. (s prJprias palavras dos profetas foram dadas por, )eus mesmo, não ditadas, mas pelo emprego do vocabulLrio e do estilo dos prJprios profetas, dirigidos pelo &sp9rito. ( inspira ão afirma ainda ser len$ria Etotal, completaF. Nenhum trecho das &scrituras foge ao alcance da inspira ão divina. (ssim escreveu ,aulo: Q?oda &scritura % divinamente inspiradaQ. (l%m disso, a inspira ão implica a inerrEn#ia dos ensinos dos documentos originais Echamados autJgrafosF. ?udo quanto )eus proferiu % verdadeiro e isento de erro, e a 09blia % tida como enuncia ão de )eus. ,or fim, a inspira ão resulta na autoridade divina de que se revestem as &scrituras. * ensino da 09blia se imp!e ao crente no que tange R sua f% e prLtica. A reivindicação da Bíblia )uanto - sua inspiração ( inspira ão não % algo que meramente os cristãos atribuam R 09bliaP % reivindica ão que a prJpria 09blia faz a respeito de si mesma. TL praticamente centenas de refer$ncias no teDto da 09blia que afirmam sua origem divina Ev. caps. 4 e >F. / rei,indi#a*ão da ins ira*ão do /ntigo 'estamento. * (ntigo ?estamento afirma ser um documento com mensagem prof%tica. ( eDpressão muito comum Qassim diz o #&NT*+Q enche suas pLginas. *s falsos profetas e suas obras foram eDclu9dos da casa do #enhor. (s profecias que comprovadamente provinham de )eus foram preservadas em lugar especial, sagrado. &ssa cole ão de escritos sagrados que ia aumentando foi reconhecida e muito citada como ,alavra de )eus. Besus e os autores do Novo ?estamento tinham esses escritos na mais contaP para eles, não podiam ser revogados por serem a prJpria ,alavra de )eus, cheia de autoridade e de inspira ão. 'ediante numerosas idas ao (ntigo ?estamento como um todo, a suas se !es bLsicas e lamente cada um de seus livros, os autores do Novo ?estamento atestaram com toda a for a e convic ão a certeza da inspira ão divina que se reveste o (ntigo ?estamento. / rei,indi#a*ão da ins ira*ão do No,o 'estamento. *s escritos apostJlicos ousadamente aludidos da mesma forma autorizada por que se caraterizava o (ntigo ?estamento como ,alavra de )eus. &ram chamados Q&scriturasQ, QprofeciaQ etc. 8ada livro do Novo ?estamento cont%m reivindica ão de autoridade divina. ( igreMa do per9odo neotestamentLrio fazia circular, lia, colecionava e mencionava os livros do Novo ?estamento, ao lado das &scrituras inspiradas do (ntigo ?estamento *s da era apostJlica e os que de imediato lhe sucederam reconheciam a origem divina dos escritos do Novo ?estamento, ao lado da autoridade fina do (ntigo ?estamento. #alvo casos de her%ticos, todos os grandes pais da igreMa cristã, desde os tempos mais remotos, creram na inspira ão divina do Novo ?estamento, e assim a ensinaram. &m suma, sempre houve uma reivindica ão cont9nua e firme da inspira ão do (ntigo e do Novo ?estamento, desde o tempo de sua composi ão at% o presente momento. Nos tempos modernos, essa reivindica ão vem sendo seriamente desafiada por muitos estudiosos dentro e fora da igreMa. &sse desafio mostra a necessidade de fundamentarmos a reivindica ão de inspira ão da 09blia. +"oio A rei8indicação bíblica de ins"iração *s defensores da f% cristã t$m reagido a esse desafio de maneiras variadas. (lguns transformaram o cristianismo num sistema racional, oub6# afirmam crer por ser QabsurdoQ, mas a grande massa de cristãos bem informados, ao longo dos s%culos, tem evitado tanto o racionalismo como o fide9smo. #em sustentar a irrevocabilidade absoluta, nem o ceticismo completo, os apologistas cristãos t$m dado Quma razão da esperan a que hL nelesQ. ( seguir apresentamos uma s9ntese das evid$ncias da doutrina b9blica da inspira ão. 0vid.ncia Interna da inspiração da Bíblia TL duas esp%cies de evid$ncias que se devem levar em conta no que diz respeito R inspira ão da 09blia: a evid$ncia que brota da prJpria 09blia Echamada evid$ncia internaF, e a que surge de fora da 09blia Econhecida como evid$ncia eDternaF. TL vLrias esp%cies de evid$ncia interna ML apresentadas. / e,idBn#ia da autoridade "ue se auto#on-irma. TL quem afirme que a 09blia fala com autoridade prJpria, cheia de convic ão, R semelhan a do rugido de um leão. * #enhor Besus enchia as multid!es de grande admira ão, porque Qos ensinava como tendo autoridadeQ E'c <.77F, e, de modo semelhante, a eDpressão Qassim diz o #enhorQ, encontrada nas &scrituras, fala por si mesma. Kuando uma voz falou a BJ, sa9da de um redemoinho, ficou bem evidente para o patriarca ser a voz do #enhor EBJ 41F. (s palavras das &scrituras não precisam ser defendidasP precisam apenas ser ouvidas, para que se saiba que são a ,alavra de )eus. * modo mais convincente de demonstrar a autoridade de um leão % soltL-lo. )e modo semelhante, a inspira ão da 09blia não precisa ser defendidaP antes, os ensinos da 09blia precisam apenas ser eDplanados. (firma-se que )eus pode falar mais eficazmente quando fala por si mesmo. ( 09blia pode defender sua prJpria autoridade, desde que sua voz se fa a ouvir. / e,idBn#ia do testemunho do Es írito !anto. /ntimamente relacionado com a evid$ncia da autoridade das &scrituras, que se demonstra por si mesma, temos o testemunho do &sp9rito #anto. ( ,alavra de )eus confirma-se perante os filhos de )eus pelo &sp9rito de )eus. * testemunho 9ntimo de )eus no cora ão do crente, R medida que este vai lendo a 09blia, % evid$ncia da origem divina da 09blia. * &sp9rito #anto não sJ dL testemunho ao crente de que este % filho de )eus E+m 1.<5F, mas tamb%m afirma que a 09blia % a ,alavra de )eus E7,e <.76,7<F. * mesmo &sp9rito que comunica a verdade de )eus tamb%m confirma perante o crente que a 09blia % a ,alavra de )eus. )esde o s%culo / o consenso da comunidade cristã, na qual opera o &sp9rito #anto, tem sido que os livros da 09blia são a ,alavra de )eus. (ssim, a ,alavra de )eus recebe confirma ão da parte do &sp9rito de )eus. / e,idBn#ia da #a a#idade trans-ormadora da Bíblia. *utra evid$ncia denominada QinternaQ % a capacidade que tem a 09blia de converter o incr%dulo e de edificL-lo na f% cristã. (ssim diz Tebreus: Q( palavra de )eus % viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes...Q E>.<7F. 'ilhares e milhares t$m eDperimentado esse poderP viciados em drogas t$m sido curados pela ,alavraP delinqVentes t$m sido transformadosP o Jdio tem cedido lugar ao amorP tudo isso pela leitura da ,alavra de )eus E<,e 7.7F. *s entristecidos recebem conforto os pecadores são repreendidos, os negligentes são eDortados pelas &scrituras, ( palavra de )eus tem o poder, o dinamismo transformador de )eus. ( evid$ncia de que )eus atribuiu sua autoridade R 09blia estL em seu poder evangel9stico e edificador. / e,idBn#ia da unidade da Bíblia. Uma evid$ncia mais formal da inspira ão da 09blia estL em sua unidade. #endo constitu9da de 55 livros escritos ao longo de < 266 anos, por cerca de quarenta autores, em diversas l9nguas, com centenas de tJpicos, % muito mais que mero acidente que a 09blia apresente espantosa unidade temLtica C Besus 8risto. Um problema C o pecadoC e uma solu ão C o #alvador BesusC unificam as pLginas da 09blia, do H$nesis ao (pocalipse. #e a compararmos a um manual m%dico redigido sob tão grande variedade, a 09blia apresenta marcas notLveis de unidade divina. &ssa % uma questão de inigualLvel validade, uma vez que nenhuma pessoa ou grupo de pessoas engendraram a composi ão da 09blia. *s livros iam sendo colecionados e acrescentados, R medida que iam sendo escritos pelos autores, os profetas. &ram guardados simplesmente por serem tidos como inspirados. #J mediante refleDão posterior, tanto da parte de profetas Ee.g.,<,e <.<6,<<F quanto de autores de gera !es futuras, % que se descobriu que na verdade a 09blia % um livro sJ, cuMos Qcap9tulosQ foram escritos por homens sem conhecimento vis9vel de sua estrutura global. * papel desses autores da 09blia seria comparLvel ao de diferentes escritores que estivessem escrevendo cap9tulos de uma novela, sem que tivessem nem mesmo um esbo o geral da histJria. ?oda a unidade que a 09blia demonstre certamente adveio de algo que se achava fora do alcance de seus autores humanos. 0vid.ncia externa da inspiração da Bíblia ( evid$ncia interna da inspira ão %, em grande parte, de natureza subMetiva. +elaciona-se Rquilo que o crente v$ ou sente em sua eDperi$ncia pessoal com a 09blia. 8om a poss9vel eDce ão da última evidencia mencionada, a saber, a unidade da 09blia, a evid$ncia interna estL dispon9vel apenas para os que se acham dentro do cristianismo. * incr%dulo não ouve a voz de )eus, tampouco sente o testemunho do &sp9rito de )eus e Mamais sente o poder edificador das &scrituras em sua vida. #e o incr%dulo não penetrar pela f% no interior do cristianismo, essa evid$ncia pouco ou nenhum valor e persuasão terL em sua vida. O aqui, então, que a evid$ncia eDterna eDerce papel crucial. Aunciona como balizas ou sinais que conduzem ao QinteriorQ da verdadeira vida cristã. ?rata-se de testemunho público de algo inusitado, que serve para atrair a aten ão do ser humano para a voz de )eus nas &scrituras. / e,idBn#ia baseada na histori#idade da Bíblia. Hrande parte do conteúdo b9blico % histJria e, por isso mesmo, pass9vel de constata ão. &Distem duas esp%cies principais de apoio da histJria b9blica: os artefatos arqueolJgicos e os documentos escritos. No que diz respeito aos artefatos desenterrados, nenhuma descoberta arqueolJgica invalidou um ensino ou relato b9blico. (o contrLrio, como escreveu )onald B. `iseman: @/ geografia das terras mencionadas na 09blia e os remanescentes vis9veis da antigVidade foram gradativamente registrados, at% que hoMe, em sentido mais amplo, foram localizados mais de 72 666 locais, nesta região, que datam dos tempos do (ntigo ?estamentoQ.<6 (liLs, grande parte da antiga cr9tica R 09blia foi firmemente refutada pelas descobertas arqueolJgicas que demonstraram a eDist$ncia da escrita nos dias de 'ois%s, a histJria e a cronologia dos reis de /srael e at% mesmo a eDist$ncia dos hititas, povo at% hL pouco sJ mencionado na 09blia. ( descoberta amplamente divulgada dos rolos do mar 'orto ilustra algo não muito bem conhecido, a saber, que eDistem milhares de manuscritos tanto do (ntigo como do Novo ?estamento, o que contrasta com o punhado de originais dispon9veis de muitos clLssicos seculares de grande importGncia. /sso significa que a 09blia % o livro do mundo antigo mais bem documentado que eDiste. O verdade que nenhuma descoberta histJrica representa evid$ncia direta de alguma afirma ão espiritual feita pela 09blia, como, por eDemplo, a reivindica ão de ser inspirada por )eusP no entanto, a historicidade da 09blia fornece com certeza uma comprova ão indireta de sua inspira ão. O que a confirma ão da eDatidão da 09blia em quest!es factuais confere credibilidade Rs suas declara !es e ensinos em outros assuntos. )isse Besus: Q#e vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiaisIQ EBo 4.<7F. / e,idBn#ia do testemunho de +risto. * testemunho de 8risto % evid$ncia relacionada R da historicidade dos documentos b9blicos. .isto <6 /r#haelogi#al #on-irmation o- the 6ld 'estament, in: +arl F. 7. 7EN1?, org., 1e,elation and the Bible, Grand 1$ ids, Ba8er, 23>N, . O420;. que o Novo ?estamento % documentado como livro histJrico e esses mesmos documentos histJricos nos fornecem o ensino de 8risto a respeito da inspira ão da 09blia, resta-nos apenas presumir a veracidade de 8risto, para convencer-nos firmemente da inspira ão da 09blia. #e Besus 8risto possui alguma autoridade ou integridade como mestre religioso, podemos concluir que a 09blia % inspirada por )eus. * #enhor Besus ensinou que a 09blia % a ,alavra de )eus. #e algu%m quiser provar ser essa assertiva falsa, deverL primeiro reMeitar a autoridade que tinha Besus de se pronunciar sobre a questão da inspira ão. (s evid$ncias escritur9sticas revelam irrefutavelmente que Besus confirmou a autoridade divina da 09blia E.. cap. 4F. * teDto do evangelho como um todo, com amplo apoio histJrico revela que Besus era homem de integridade e de verdade. * argumento portanto, % este: se o que Besus ensinou % a verdade, e Besus ensinou que a 09blia % inspirada, segue-se que % verdade que a 09blia % inspirada por )eus. / e,idBn#ia da ro-e#ia. *utro testemunho eDterno dotado de grande for a em apoio da inspira ão das &scrituras % o fato da profecia cumprida. )e acordo com )euteron"mio <1, o profeta era tido como falso quando fazia predi !es que não se cumprissem. (t% o presente momento, nenhuma profecia incondicional da 09blia a respeito de acontecimentos ficou sem cumprimento. 8entenas de predi !es, algumas delas feitas centenas de anos antes de se cumprirem, concretizaram-se literalmente. ( %poca do nascimento de Besus E)n =F, a cidade em que ele haveria de nascer E'q 2.7F e a natureza de sua concep ão e nascimento E/s 3.<>F foram preditos no (ntigo ?estamento, bem como dezenas de outras minúcias de sua vida, morte e ressurrei ão. *utras profecias, como a da eDplosão da instru ão e da comunica ão E)n <7.>F, a da repatria ão de /srael e a da repovoa ão da ,alestina E/s 5<.>F, estão sendo cumpridas em nossos dias. *utros livros reivindicam inspira ão divina, como o /l#orão o partes do Veda. ?odavia, nenhum desses livros cont%m predi !es do futuro. * resultado % que a 09blia conta com um argumento muito forte a favor de sua autoridade divina: suas profecias, que sempre se cumprem. / e,idBn#ia da in-luBn#ia da Bíblia. Nenhum outro livro tem sido tão largamente disseminado, nem eDercido tão forte influ$ncia sobre o curso dos acontecimentos mundiais do que a 09blia. (s &scrituras #agradas t$m sido traduzidas em mais l9nguas, t$m sido impressas em maior número de eDemplares, t$m influenciado mais o pensamento, inspirado mais as artes e motivado mais as descobertas do que qualquer outro livro. ( 09blia foi traduzida em mais de mil l9nguas, abrangendo mais de =6c da popula ão do mundo. #uas tiragens somam alguns bilh!es de eDemplares. *s bestsellers que t$m vindo em segundo lugar, ao longo dos s%culos, nunca chegam perto do detentor perp%tuo do primeiro lugar, a 09blia. ( influ$ncia da 09blia e de seu ensino sobre o mundo ocidental estL bem R mostra para todos quantos estudam a histJria. * papel de forte influ$ncia desempenhado pelo *cidente sobre o desenrolar dos acontecimentos mundiais fica igualmente evidente. (s &scrituras Mudeu-cristãs t$m influenciado mais a civiliza ão que qualquer outro livro ou combina ão de livros do mundo. Na verdade, nenhuma outra obra religiosa ou de fundo moral no mundo eDcede a profundidade moral contida no princ9pio do amor cristão, e nenhuma apresenta conceito espiritual mais maMestoso sobre )eus do que o conceito que a 09blia oferece. ( 09blia apresenta ao homem os mais elevados ideais que ML pautaram a civiliza ão. / e,idBn#ia da mani-esta indestrutibilidade da Bíblia. / despeito Eou talvez por contaF de sua tremenda importGncia, a 09blia tem sofrido muito mais ataques perversos do que seria de esperar, em se tratando de um livro. No entanto, a 09blia tem resistido a todos os ataques e a todos os seus atacantes. )iocleciano tentou eDterminL-la Ec. 464 d.8FP no entanto, a 09blia % hoMe o livro mais impresso e mais divulgado do mundo. 8r9ticos da 09blia no passado tachavam-na de composta, na maior parte, por historietas mitolJgicas, mas a arqueologia lhe comprovou a historicidade. #eus antagonistas atacam seus ensinos, tachando-os de primitivos e obsoletos, mas os moralistas eDigem que seus ensinos a respeito do amor seMam postos em prLtica na sociedade moderna. *s c%ticos t$m lan ado dúvidas sobre a confiabilidade da 09bliaP todavia, mais pessoas hoMe se convencem de suas verdades do que em toda a histJria. ,rosseguem os ataques da parte de alguns cientistas, de alguns psicJlogos e de alguns l9deres pol9ticos, mas a 09blia permanece ilesa, indestrut9vel. &la se parece com uma muralha de um metro e meio de altura por um metro e meio de largura: % inútil tentar derrubL-la com assopros. ( 09blia continua mais forte que nunca, depois desses ataques. (ssim se manifestara a seu respeito o #enhor Besus: Q,assarL o c%u e a terra, mas as minhas palavras não passarãoQ E'c <4.4<F. / e,idBn#ia oriunda da integridade de seus autores humanos. Não eDistem raz!es sJlidas em que basear a id%ia de que os autores das &scrituras não eram honestos e sinceros. ,or tudo quanto se sabe de suas vidas e at% pelo fato de haverem morrido por causa da f% que abra aram, os autores da 09blia estavam totalmente convencidos de que )eus lhes havia falado. Kue faremos de mais de quinhentos homens E<8o <2.5F que apresentam como evid$ncia da autoridade divina de sua mensagem o fato de terem visto a Besus de Nazar%, crucificado sob o poder de ,"ncio ,ilatos, agora vivo e em perfeitas condi !esI Kue faremos da afirma ão deles, segundo a qual viram a Besus cerca de doze vezes, num per9odo de um m$s e meioI e segundo a qual conversaram com ele, comeram com ele, viram suas feridas, tocaram-no, e at% o mais c%tico dentre eles caiu de Moelhos e clamou: Q#enhor meu e )eus meuQ EBo 76.71FI #e algu%m crer que estavam todos intoDicados ou iludidos, isso seria equivalente a violentar a prJpria credulidade, se considerarmos o número de vezes em que 8risto se encontrou com seus disc9pulos apJs a ressurrei ão e se considerarmos a natureza desses encontros, al%m do efeito duradouro que eDerceram sobre os disc9pulos. ?odavia, depois de aceitar o fato fundamental da integridade desses homens, ainda vemos diante de nJs o fen"meno inusitado de pessoas C centenas delasC que enfrentariam a morte por causa da convic ão de que )eus lhes havia concedido autoridade para falar e para escrever em nome do #enhor. Kuando homens sadios mentalmente, dotados de reconhecida integridade moral, reivindicam inspira ão divina e oferecem como evid$ncia o fato de haverem mantido comunica !es com o 8risto ressurreto, todos as pessoas de boa f%, que buscam a verdade, precisam reconhecer a realidade desses fatos. &m suma, a honestidade dos escritores da 09blia constitui comprovante da autoridade b9blica que reveste seus escritos. *utros argumentos t$m sido formulados para comprovar a inspira ão da 09blia, mas os principais, os que sustentam o maior peso da defesa, são esses. #erL que esses argumentos ro,am que a 09blia % inspiradaI Não. Não representam provas dotadas de conclus!es racionais inescapLveis. (t% mesmo um filJsofo amador pode criar contra-argumentos que neutralizam a lJgica da argumenta ão. &, ainda que tal argumenta ão comprovasse a inspira ão da 09blia, não se concluiria da9 que os argumentos conseguiriam ersuadir e satisfazer a todos. &m vez disso, temos evid$ncias, testemunhos, testemunhas. 8omo testemunhos, precisam ser eDaminados para uma avalia ão global. ( seguir, o Múri que eDiste na alma de cada pessoa deverL tomar sua decisão C decisão fundada não em provas racionais, inescapLveis, mas em evid$ncias que ficam Qacima de quaisquer dúvidas racionaisQ. ?alvez tudo que seria necessLrio acrescentar aqui % que, se a 09blia estivesse sob Mulgamento num tribunal, e fiz%ssemos parte do Múri, e dev$ssemos apresentar um veredicto, com base num eDame global, completo, das reivindica !es e das credenciais alegadas da 09blia como &scrituras #agradas, inspiradas por )eus, ser9amos compelidos a votar da seguinte forma: Q( 09blia % culpada de ser inspirada, conforme acusa ãoQ. * leitor tamb%m precisa tomar sua decisão. ,ara os que t$m a tend$ncia R indecisão, resta o lembrete incisivo das palavras de ,edro: Q#enhor, para quem iremos nJsI ?u tens as palavras da vida eternaQ EBo 5,51F. &m outras palavras, se a 09blia C com sua reivindica ão categJrica de ser inspirada, com suas caracter9sticas incomparLveis e suas credenciais múltiplasC não for inspirada, então, a quem ou a que nos dirigiremosI O nela que encontramos as palavras de vida eterna. C. +s características da canonicidade Kue livros fazem parte da 09bliaI Kue diremos a respeito dos chamados livros ausentesI 8omo foi que a 09blia veio a ser composta de 55 livrosI Nos prJDimos cap9tulos trataremos de responder a essas perguntas. &sse assunto intitula-se canonicidade. ?rata-se do segundo grande elo da corrente que vem de )eus at% nJs. ( inspira ão . o meio pelo qual a 09blia recebeu sua autoridade: a canoniza ão % o processo pelo qual a 09blia recebeu sua a#eita*ão definitiva. Uma coisa % um profeta receber uma mensagem da parte de )eus, mas coisa bem diferente % tal mensagem ser reconhecida pelo povo de )eus. 8anonicidade % o estudo que trata do reconhecimento e da compila ão dos livros que nos foram dados por inspira ão de )eus. &e;inição de canonicidade ( palavra #Enon deriva do grego 8anDn EQcana, r%guaQF, que, por sua vez, se origina do hebraico 8aneh, palavra do (ntigo ?estamento que significa Qvara ou cana de medirQ E&z >6.4F. 'esmo em %poca anterior ao cristianismo, essa palavra era usada de modo mais amplo, com o sentido de padrão ou norma, al%m de cana ou unidade de medida. * Novo ?estamento emprega o termo em sentido figurado, referindo-se a padrão ou regra de conduta EHl 5.<5F. 0mprego da palavra 1c2non1 pelo cristão da igre/a primitiva Nos primJrdios do cristianismo, a palavra cGnon significava QregraQ de f%, ou escritos normativos Ei.ev as &scrituras autorizadasF. ,or volta da %poca de (tanLsio Ec. 426F, o conceito de cGnon b9blico ou de &scrituras normativas ML estava em desenvolvimento. ( palavra cGnon aplicava-se R 09blia tanto no sentido ativo como no passivo. No sentido ativo, a 09blia % o cGnon pelo qual tudo o mais deve ser Mulgado. No sentido passivo, cGnon significava a regra ou padrão pelo qual um escrito deveria ser Mulgado inspirado ou dotado de autoridade. &sse emprego em duas dire !es causa certa confusão, que tentaremos dissipar. ,rimeiramente, vamos verificar o que significa cGnon em rela ão R &scritura no sentido ativo. &m seguida, verificaremos seu sentido passivo. Alguns sin3nimos de canonicidade / eDist$ncia de um cGnon ou cole ão de escritos autorizados antecede o uso do termo #Enon. / comunidade Mudaica coligiu e preservou as &scrituras #agradas desde o tempo de 'ois%s. Es#rituras !agradas. Um dos conceitos mais antigos de cGnon foi o de escritos sagrados. * fato de os escritos de 'ois%s serem considerados sagrados se demonstra pelo lugar santo em que eram guardados, ao lado da arca da alian a E)t 4<.7>-75F. )epois de o templo ter sido edificado, esses escritos sagrados foram preservados em seu interior E7+s 77.1F. ( considera ão especial dada a esses livros especiais mostra que eram tidos como can"nicos, ou sagrados. Es#ritos autori<ados. ( canonicidade das &scrituras tamb%m % designada autoridade divina. ( autoridade dos escritos mosaicos foi salientada perante Bosu% e perante /srael EBs <.1F. ?odos os reis de /srael foram eDortados a esse respeito: QKuando se assentar no trono do seu reino, escreverL para si num livro uma cJpia desta lei W...X. 8onservarL a cJpia consigo, e a lera todos os dias de sua vida, para que aprenda a temer ao #enhor seu )eus, e a guardar todas as palavras desta lei...Q E)t <3.<1,<=F. .isto que esses livros vieram da parte de )eus, vieram revestidos de sua autoridade. #endo escritos dotados de autoridade, eram can"nicos, i.e., normativos, para o crente israelita. Li,ros "ue #ons ur#am as mãos. Na tradi ão de ensino de /srael, surgiu o conceito de livros tão sagrados, ou santos, que aqueles que os usassem ficariam com as mãos QconspurcadasQ. (ssim diz o 'almudeP Q* evangelho e os livros dos hereges não maculam as mãosP os livros de 0en #ira quaisquer outros livros que tenham sido escritos desde sua %poca não são can"nicosQ E?osefta aadaim, 4,2F. (o contrLrio, os livros do (ntigo ?estamento hebraico na verdade tornam imundas as mãos, porque são santos. ,or isso, sJ os livros que eDigissem que seu leitor passasse por uma cerim"nia especial de purifica ão % que eram considerados can"nicos. Li,ros ro-.ti#os. 8omo ML dissemos antes Ecap. 4F, determinado livro sJ era considerado inspirado se escrito por um profeta, ou porta-voz de )eus. (s obras e as palavras dos falsos profetas eram reMeitadas e Mamais agrupadas e guardadas num lugar santo. )e fato, segundo Bosefo &+ontra G ion, <,1F, sJ os livros que haviam sido redigidos durante o per9odo prof%tico, de 'ois%s at% o rei (rtaDerDes, podiam ser can"nicos. (ssim se eDpressou Bosefo: Q)esde (rtaDerDes at% a nossa %poca tudo tem sido registrado, mas nada foi considerado digno do mesmo cr%dito das obras do passado, visto que a sucessão eData de profetas cessouQ. Aoram, can"nicos apenas os livros de 'ois%s a 'alaquias, pois sJ esses foram, escritos por homens em sucessão prof%tica. )o per9odo de (rtaDerDes Es%culo /. a.8.F at% Bosefo Es%culo / d.8F, não houve sucessão prof%ticaP por isso, não faz parte do per9odo prof%tico. * 'almude faz a mesma afirma ão, dizendo: Q(t% esta altura Ws%culo /. a.8X os profetas profetizavam mediante o &sp9rito #antoP a partir desta %poca inclinai os vossos ouvidos e ouvi as palavras dos sLbiosQ E#eder *lam +abba, 46F. ,ortanto, para ser can"nico, qualquer livro do (ntigo ?estamento deveria vir de uma sucessão prof%tica, durante o per9odo prof%tico. + determinação da canonicidade &ssas considera !es em torno da canonicidade aMudam-nos a esclarecer o que significa &scrituras can"nicas. ( confusão eDistente entre os sentidos ativo e passivo da palavra #Enon trouDe ambigVidade R questão do que determina a canonicidade de um livro. Alguns conceitos deficientes sobre o )ue determina a canonicidade Aoram apresentadas vLrias opini!es a respeito do que determina a canonicidade de um escrito. &ssas posi !es confunde os cGnones, ou regras mediante as quais o crente descobre que determinado livro % inspirado Esentido passivo da palavra #Enon(, com os cGnones dos escritos normativos que foram descobertos Esentido ativo da palavra #Enon(, (ssim, tais teorias são insatisfatJrias quanto aos conceitos sobre o que determina a canonicidade de um livro. .amos eDaminL-las de modo sucinto. / #on#e *ão de "ue a idade determina a #anoni#idade. ( teoria segundo a qual a canonicidade de um livro % determinada pela sua antigVidade, que tal livro veio a ser venerado por causa de sua idade, erra o alvo por duas raz!es. ,rimeira: muitos livros velh9ssimos, como o livro dos Mustos e o livro das guerras do #enhor EBs <6.<4 e Nm 7<.<>F nunca foram aceitos no cGnon. &m segundo lugar, hL evid$ncias de que os livros can"nicos foram introduzidos no cGnon imediatamente, e não depois de haverem envelhecido. & o caso dos livros de 'ois%s E)t 4<.7>-75F, de Beremias E)n =.7F e dos escritos do Novo ?estamento produzidos por ,aulo E7,e 4.<5F. / #on#e *ão de "ue a língua hebrai#a determina a #anoni#idade. O insatisfatJria tamb%m a teoria segundo a qual os livros que fossem escritos em hebraico, a l9ngua QsagradaQ dos hebreus, seriam considerados sagrados, e os que houvessem sido escritos em outra l9ngua não seriam introduzidos no cGnon. ( verdade % que nem todos os livros redigidos em hebraico foram aceitos, como % o caso dos livros apJcrifos e de outros documentos antigos não-b9blicos Ev. Bs <6.<4F. (l%m disso, hL se !es de alguns livros aceitos no cGnon sagrado que não foram escritas em hebraico E)aniel 7.>bC 3.71 e &sdras >.1C 5.<1P 3.<7-75 foram escritos em aramaicoF. / #on#e *ão de "ue a #on#ordEn#ia do texto #om a ?ora determina a sua #anoni#idade. O uma visão err"nea, concernente R 'ora Elei de 'ois%sF. Nem % necessLrio mencionar que quaisquer livros que contradigam a 'ora deviam ser reMeitados, tendo em vista a cren a de que )eus não poderia contradizer-se em suas revela !es posteriores. &ssa teoria, por%m, despreza duas quest!es de grande importGncia. &m primeiro lugar, não era a 'ora que determinava a canonicidade dos escritos que lhe sucederam. (ntes, o fator determinante da canonicidade da 'ora era o mesmo que determinaria a de todas as demais &scrituras #agradas, a saber, que os escritos fossem inspirados por )eus. &m outras palavras, a concep ão de que a concordGncia com a 'ora determina a canonicidade de um documento % insatisfatJria porque não eDplica o que foi que determinou a canonicidade da 'ora. &m segundo lugar, tal teoria % demasiado generalizante. 'uitos outros teDtos que estavam de acordo com a 'ora não foram aceitos como inspirados. *s pais Mudeus criam que seu 'almude e %idrash concordavam com a 'ora, mas Mamais os consideraram can"nicos. * mesmo vale dizer de muitos escritos cristãos em rela ão ao Novo ?estamento. / #on#e *ão de "ue o ,alor religioso determina a #anoni#idade. &ssa % outra hipJtese: que o valor religioso de um livro determina sua inclusão no cGnon sagrado. *utra vez temos aqui o carro adiante dos bois. O aDiomLtico afirmar que, se um livro não tiver algum tipo de valor espiritual, deve ser reMeitado e eliminado do cGnon. ?amb%m % verdade que nem todos os livros que possuem algum valor espiritual seMam automaticamente can"nicos, como o comprovam alguns tesouros da literatura Mudeu-cristã, dos quais são alguns apJcrifos. * fato mais importante, no entanto, % que essa teoria faz confusão entre causa e efeito. Não % o valor religioso que determina a canonicidade de um teDtoP % sua canonicidade que determina seu valor religioso. )e forma mais precisa, não % o valor de um livro que determina sua autoridade divina, mas a autoridade divina % que determina seu valor. A canonicidade + determinada pela inspiração *s livros da 09blia não são considerados oriundos de )eus por se haver descoberto neles algum valorP são valiosos porque provieram de )eus C fonte de todo bem. * processo mediante o qual )eus nos concede sua revela ão chama-se inspira ão. O a inspira ão de )eus num livro que determina sua canonicidade. )eus dL autoridade divina a um livro, o os homens de )eus o acatam. )eus revela, e seu povo reconhece o que o #enhor revelou. ( canonicidade % determinada por )eus e descoberta pelos homens de )eus. ( 09blia constitui o QcGnonQ, ou QmedidaQ pela qual tudo mais deve ser medido e avaliado pelo fato de ter autoridade concedida por )eus. #eMam quais forem as medidas Ei.e., os cGnonesF usadas pela igreMa para descobrir com eDatidão que livros possuem essa autoridade can"nica ou normativa, não se deve dizer que QdeterminamQ a canonicidade dos livros. )izer que o povo de )eus, mediante quaisquer regras de reconhecimento, QdeterminaQ que livros são autorizados por inspira ão de )eus sJ confunde a questão. #J )eus pode conceder a um livro autoridade absoluta e, por isso mesmo, canonicidade divina. * sentido primLrio da palavra cGnon aplicado Rs &scrituras % aplicado na acep ão ativa, i.e., a 09blia % a norma que governa a f%. * sentido secundLrio, segundo o qual um livro % Mulgado por certos cGnones e % reconhecido como inspirado Eo sentido passivoF, não deve ser confundido com a determina ão divina da canonicidade. #J a inspira ão divina determina a autoridade de um livro, i.e., se ele % can"nico, de natureza normativa. + descoberta da canonicidade * povo de )eus tem desempenhado um papel de cabal importGncia no processo de canoniza ão, ao longo dos s%culos, ainda que tal papel não tenha natureza determinadora. ( comunidade de crentes arca com a tarefa de chegar a uma conclusão sobre quais livros são realmente de )eus. ( fim de cumprir esse papel, a igreMa deve procurar certos caracter9sticos prJprios da autoridade divina. 8omo poderia algu%m reconhecer um livro inspirado sJ por v$-loI Kuais são os elementos caracter9sticos que distinguem uma declara ão de )eus de um enunciado meramente humanoI .Lrios crit%rios estavam em Mogo nesse processo de reconhecimento. Os princípios de descoberta da canonicidade Nunca deiDaram de eDistir falsos livros e falsas mensagens Ev. caps. 1 e <6F. ,or representarem amea a constante, fez-se necessLrio que o povo de )eus revisse cuidadosamente sua cole ão de livros sagrados. (t% mesmo os livros aceitos por outros crentes ou em tempos anteriores foram posteriormente questionados pela igreMa. #ão discern9veis cinco crit%rios bLsicos, presentes no processo como um todo: <F * livro % autori<ado C afirma vir da parte de )eusI 7F O ro-.ti#o C foi escrito por um servo de )eusI 4F O digno de #on-ian*a C fala a verdade acerca de )eus, do homem etcI >F O dinEmi#o C possui o poder de )eus que transforma vidasI 2F O a#eito pelo povo de )eus para o qual foi originariamente escrito C % reconhecido como proveniente de )eusI / autoridade de um li,ro. 8omo demonstramos antes Ecaps. 4 e >F, cada livro da 09blia traz uma reivindica ão de autoridade divina. 8om freqV$ncia a eDpressão categJrica Qassim diz o #enhorQ estL presente. Ns vezes o tom e as eDorta !es revelam sua origem divina. #empre eDiste uma declara ão divina. Nos escritos mais didLticos Eos de ensinoF, eDiste uma declara ão divina a respeito do "ue os #rentes de,em -a<er. Nos livros histJricos, as eDorta !es ficam mais impl9citas, e as declara !es autorizadas são mais a respeito do "ue =eus tem -eito na histJria de seu povo Eque % Qa histJria narrada por )eusQF. #e faltasse a um livro a autoridade de )eus, esse era considerado não-can"nico, não sendo inclu9do no cGnon sagrado. .amos ilustrar esse princ9pio de autoridade no que se relaciona ao cGnon. *s livros dos profetas eram facilmente re#onhe#idos como can"nicos por esse princ9pio de autoridade. ( eDpressão repetida Qe o #enhor me disseQ ou Qa palavra do #enhor veio a mimQ % evid$ncia abundante de sua autoridade divina. (lguns livros não tinham nenhuma reivindica ão de origem divina, pelo que foram reIeitados e tidos como não-can"nicos. ?alvez tenha sido o caso do livro dos Mustos e do livro das guerras do #enhor, *utros livros foram "uestionados e desafiados quanto R sua autoridade divina, mas por fim foram aceitos no cGnon. O o caso de &ster. Não antes de se tornar perfeitamente patente que a prote ão de )eus e, portanto, as declara !es do #enhor a respeito de seu povo estavam inqVestionavelmente presentes em &ster, recebeu este livro lugar permanente no cGnon Mudaico. Na verdade, o simples fato de alguns livros can"nicos serem questionados quanto R sua legitimidade % uma seguran a de que os crentes usavam seu discernimento. #e os crentes não estivessem convencidos da autoridade divina de um livro, este era reMeitado. / autoria ro-.ti#a de um li,ro. *s livros prof%ticos sJ foram produzidos pela atua ão do &sp9rito, que moveu alguns homens conhecidos como profetas E7,e <.76,7<F. ( ,alavra de )eus sJ foi entregue a seu povo mediante os profetas de )eus. ?odos os autores b9blicos tinham um dom prof%tico, ou uma fun ão prof%tica, ainda que tal pessoa não fosse profeta por ocupa ão ETb <.<F. ,aulo eDorta o povo de )eus em HLlatas, dizendo que suas cartas deveriam ser a#eitas porque ele era apJstolo de 8risto. #uas cartas não foram produzidas por um homem comum, mas por um apJstoloP não Qpor homem algum, mas por Besus 8risto, e por )eus ,ai, que o ressuscitou dentre os mortosQ EHl <.<F. #uas cartas deviam ser acatadas porque eram apostJlicas C sa9ram de um porta-voz de )eus, ou profeta de )eus. ?odos os livros deveriam ser reIeitados caso não proviessem de profetas nomeados por )eusP essa era a advert$ncia de ,aulo. *s crentes não deviam aceitar livros de algu%m que falsamente afirmasse ser apJstolo de 8risto E7?s 7.7F, conforme advert$ncia de ,aulo tamb%m em 78or9ntios ti . <4 a respeito dos falsos profetas. (s advert$ncias de Boão sobre os falsos messias e para que os crentes provassem os esp9ritos enquadram-se nessa mesma categoria E<Bo 7.<1,<= e >.<-4F. Aoi por causa desse princ9pio prof%tico que a segunda carta de ,edro foi obMetada por alguns da igreMa primitiva. &nquanto os pais da igreMa não ficaram convencidos de que essa carta não havia sido forMada, mas de fato viera da mão do apJstolo ,edro, como seu primeiro vers9culo o menciona, ela não recebeu lugar permanente no cGnon cristão. / #on-iabilidade de um li,ro. *utro sinal caracter9stico da inspira ão % o ser um livro digno de confian a. ?odo e qualquer livro que contenha erros factuais ou doutrinLrios Esegundo o Mulgamento de revela !es anterioresF não pode ter sido inspirado por )eus. )eus não pode mentirP as palavras do #enhor sJ podem ser verdadeiras e coerentes. N vista desse princ9pio, os crentes de 0er%ia aceitaram os ensinos de ,aulo e pesquisaram as &scrituras, para verificar se o que o apJstolo estava ensinando estava de fato de acordo com a revela ão de )eus no (ntigo ?estamento E(t <3.<<F. * mero fato de um teDto estar de acordo com uma revela ão anterior não indica que tal teDto % inspirado. 'as a contradi ão de uma revela ão anterior sem dúvida seria ind9cio de que o ensino não era inspirado. Hrande parte dos apJcrifos foi reMeitada por causa do princ9pio da confiabilidade. #uas anomalias histJricas e heresias teolJgicas os reMeitaramP seria imposs9vel aceitL-los como vindos de )eus, a despeito de sua apar$ncia de autorizados. Não podiam vir de )eus e ao mesmo tempo apresentar erros. (lguns livros can"nicos foram "uestionados com base nesse mesmo princ9pio. ,oderia a carta de ?iago ser inspirada, se contradissesse o ensino de ,aulo a respeito da Mustifica ão pela f% e nunca pelas obrasI (t% que a compatibilidade essencial entre os autores se comprovasse, a carta de ?iago foi questionada por alguns estudiosos. *utros questionaram Budas por causa de sua cita ão de livros não-confiLveis, pseudepigrLficos Evv =,<>F. )esde que ficasse entendido que as cita !es feitas por Budas < não podiam conferir nenhuma autoridade Rqueles livros, assim como as cita !es feitas por ,aulo, de poetas não-cristãos Ev. tb. (t <3.71 e ?t <.<7F, não poderia conferir a esses nenhuma autoridade, nenhuma razão haveria para que a carta de Budas fosse reMeitada. / nature<a dinEmi#a de um li,ro. * quarto teste de canonicidade, Rs vezes menos eDpl9cito do que alguns dos demais, era a capacidade do teDto de transformar vidas: Q... a palavra de )eus % viva e eficaz...Q ETb >.<7F. * resultado % que ela pode ser usada Qpara ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em Musti aQ E7?m 4.<5,<3F. * apJstolo ,aulo revelou-nos que a habilidade dinGmica das &scrituras inspiradas estava implicada na a#eita*ão das &scrituras como um todo, como mostra 7?imJteo 4.<5,<3. )isse ,aulo a ?imJteo: Q... as sagradas letras W...X podem fazer-te sLbio para a salva ão...Q Ev. <2F. &m outro teDto, ,edro se refere ao poder de evangeliza ão e de edifica ão cristã da ,alavra E<,e <.74P 7.7F. *utros livros e mensagens foram reIeitados porque apresentavam falsas esperan as E<+s 77.5-1F ou faziam rugir alarmes falsos E7?s 7.7F. (ssim, não conduziam o crente ao crescimento na verdade de Besus 8risto. (ssim dissera o #enhor: Q8onhecereis a verdade, e a verdade vos libertarLQ EBo 1.47F. * ensino falso Mamais libertaP sJ a verdade possui poder emancipador. (lguns livros da 09blia, como 8Gntico dos 8Gnticos e &clesiastes, foram questionados por alguns estudiosos os Mulgarem isentos desse poder dinGmico, capaz de edificar o crente. )esde que se convenceram de que 8Gntico dos 8Gnticos não era sensual, mas profundamente espiritual, e que &clesiastes não % um livro c%tico e pessimista, mas positivo e edificante Ee.g., <7.=,<6F, pouca dúvida restou acerca de sua canonicidade. / a#eita*ão de um li,ro. ( marca final de um documento escrito autorizado % seu reconhecimento pelo povo de )eus ao qual originariamente havia destinado. ( ,alavra de )eus, dada mediante seus profetas e intendo sua verdade, deve ser reconhecida pelo seu povo. Hera !es posteriores de crentes procuraram constatar esse fato. O que, se determinado livro fosse recebido, coligido e usado como obra de )eus, pelas pessoas a quem originariamente se havia destinado, ficava comprovada a sua canonicidade. #endo o sistema de comunica !es e de transportes atrasado como era nos tempos antigos, Rs vezes a determina ão da canonicidade de um livro da parte dos pais da igreMa eDigia muito tempo, e esfor o. O por essa razão que o reconhecimento definitivo, completo, por toda a igreMa cristã, dos 55 livros do cGnon das &scrituras #agradas eDigiu tantos anos Ev. cap. =F. *s livros de 'ois%s foram a#eitos imediatamente pelo povo de )eus. Aoram coligidos, citados, preservados e at% mesmo impostos sobre as novas gera !es Ev. cap. 4F. (s cartas de ,aulo foram recebidas imediatamente pelas igreMas Rs quais haviam sido dirigidas E<?s 7.<4F, e at% pelos demais apJstolos E7,e 4.<5F. (lguns escritos foram imediatamente reIeitados pelo povo de )eus, por não apresentarem autoridade divina E7?s 7.7F. *s falsos profetas E't 3.7<-74F e os esp9ritos de mentira deveriam ler testados e reMeitados E<Bo >.<-4F, como se v$ em muitos eDemplos dentro da prJpria 09blia Ecf. Br 2.7P <>.<>F. &sse princ9pio de aceita ão levou alguns a "uestionar durante algum tempo certos livros da 09blia, como 7 e 4Boão. #ão de natureza particular e de circula ão restritaP % compreens9vel pois, que houvesse alguma relutGncia em aceitL-los, at% que essas pessoas em dúvida tivessem absoluta certeza de que tais livros haviam lido recebidos pelo povo de )eus do s%culo / como cartas do apJstolo Boio. O quase desnecessLrio dizer que nem todas as pessoas deram pronto reconhecimento Rs mensagens dos profetas de )eus. )eus assumia a defesa rigorosa de seus profetas, contra todos quantos os reMeitassem Ee.g., <+s 77.<-41F. &, quando o #enhor era desafiado, mostrava quem era seu povo. Kuando a autoridade de 'ois%s foi desafiada por 8ore e seus asseclas, a terra se abriu e os engoliu vivos ENm <5F. * papel do povo de )eus era decisivo no reconhecimento da ,alavra de )eus. * prJprio )eus havia determinado a autoridade que envolvia os livros do cGnon que ele inspirara, mas o povo de )eus tamb%m havia sido chamado para essa tarefa: descobrir quais eram os livros dotados de autoridade, e quais eram falsos. ,ara auDiliar o povo de )eus nessa descoberta, havia cinco testes de canonicidade. O procedimento para a descoberta da canonicidade Kuando nos pomos a discorrer sobre o processo de canoniza ão, não devemos imaginar uma comissão de pais da igreMa, carregando pilhas de livros, tendo diante dos olhos a lista desses cinco princ9pios orientadores. ?ampouco houve uma comissão ecum$nica nomeada com o obMetivo de canonizar a 09blia. * processo era muit9ssimo natural e dinGmico. * desenvolvimento da histJria real da cria ão do cGnon do (ntigo e do Novo ?estamento serL discutido mais tarde Ecaps. 3 e =F. * que devemos registrar aqui % como as cinco regras determinadoras da canonicidade foram < usadas no processo de descobrir que livros eram inspirados por )eus, sendo, por isso, can"nicos. /lguns rin#í ios estão a enas im lí#itos no ro#esso. &mbora todos os cinco elementos esteMam presentes em cada documento escrito e inspirado, nem todas as regras de reconhecimento ficam vis9veis na decisão sobre a provLvel Eou improvLvelF inspira ão de cada livro. Nem sempre parecia imediatamente Jbvio ao antigo povo de )eus que determinado livro fosse QdinGmicoQ ou QautorizadoQ. &ra-lhes mais Jbvio o fato de um livro ser Qprof%ticoQ e QaceitoQ. .oc$ pode ver facilmente como a eDpressão impl9cita Qassim diz o #enhorQ desempenhava papel de grande importGncia na descoberta e na determina ão dos livros can"nicos, reveladores do plano redentor global de )eus. No entanto, Rs vezes acontecia o contrLrioP em outras palavras, o poder e a autoridade de um livro eram mais vis9veis do que sua autoria Ee.g., TebreusF. )e qualquer maneira, todas as cinco caracter9sticas estavam presentes na descoberta e na determina ão de cada livro can"nico, ainda que alguns desses princ9pios sJ fossem aplicados de modo impl9cito. /lguns rin#í ios atua,am de modo negati,o no ro#esso. (lgumas das regras de reconhecimento atuavam de modo mais negativo que outras. ,or eDemplo, o princ9pio da confiabilidade eliminava mais depressa os livros não-can"nicos, não tendo a mesma rapidez para indicar os can"nicos. Não eDistem ensinos falsos que, apesar disso, seMam can"nicosP no entanto, hL muitos escritos que eDp!em a verdade sem Mamais terem sido inspirados. )e modo semelhante, muitos livros que edificam ou apresentam dinGmica espiritual positiva não são can"nicos, embora nenhum livro can"nico deiDe de ter importGncia no plano salv9fico de )eus. #emelhantemente, um livro pode reivindicar autoridade sem ser inspirado por )eus, como o mostram os muitos livros apJcrifos, mas nenhum livro pode ser can"nico sem que seMa revestido de autoridade divina. &m outras palavras, se a um livro faltar autoridade, % certo que não veio de )eus. 'as o simples fato de um livro reivindicar autoridade para si mesmo não o torna, i so -a#to, inspirado. * princ9pio da aceita ão tem fun ão primordialmente negativa. Nem mesmo o fato de um livro receber aceita ão de parte do povo de )eus significa prova de sua inspirado. 'uitos anos depois, passadas algumas gera !es de cristãos, alguns destes, mal-informados a respeito da aceita ão ou da reMei ão pelo povo de )eus dos livros propostos, atribu9ram reconhecimento local, temporal, a certos livros não-can"nicos Ee.g., alguns livros apJcrifosP v. caps. 1 e <6F. * simples fato de um livro qualquer ter sido aceito em algum lugar, por alguns crentes em 8risto, de modo algum constitui prova da canonicidade e da inspira ão de tal livro. * reconhecimento inicial de determinado livro, pelo povo de )eus, que estava na melhor posi ão poss9vel para testar a autoridade prof%tica desse livro, % elemento de cabal importGncia. -evou algum tempo at% que todos os segmentos das gera !es posteriores de cristãos ficassem totalmente informados a raspei to das circunstGncias iniciais. (ssim, a aceita ão por parte desses cristãos posteriores % importante, mas funciona como apoio adicional. 6 rin#í io realmente essen#ial substitui todos os demais rin#í ios. No alicerce de todo o processo de reconhecimento eDiste um princ9pio fundamental C o da natureza prof%tica do livro. #e um livro houver sido escrito por um profeta prestigiado e honrado de )eus, e se ele afirmar que apresentarL uma enuncia ão autorizada da parte de )eus, nem hL necessidade de formular as demais perguntas. O claro que o povo de )eus reconheceu esse livro como poderoso e verdadeiro, quando lhes foi entregue por um profeta de )eus. Kuando não havia confirma ão direta da voca ão desse profeta da parte de )eus Ecomo freqVentemente havia, cf. ZD >.<-=F, então a confiabilidade, a habilidade dinGmica desse livro e sua aceita ão pelo povo, ou seMa, pela comunidade cristã original, seria elemento essencial para o reconhecimento posterior de sua inspira ão. ( questão de poder ou não a falta de confiabilidade afastar a confirma ão de um livro prof%tico % puramente hipot%tica. Nenhum livro concedido por )eus pode ser falso. #e um livro que se considera prof%tico apresenta falsidade inquestionLvel, % preciso que se reeDaminem suas credenciais prof%ticas. )eus não pode mentir. )essa forma, os outros quatro princ9pios servem para conferir o carLter prof%tico dos livros do cGnon. <. % desen8ol8imento do cDnon do +ntigo #estamento ( histJria da canoniza ão da 09blia % incrivelmente fascinante. ?ratase de um livro escrito e coligido ao longo de quase dois mil anos, sem que cada autor estivesse consciente de como sua contribui ão, i.e., como seu Qcap9tuloQ se enquadraria no plano global. 8ada contribui ão prof%tica era entregue ao povo de )eus simplesmente com base no fato de que )eus havia falado a esse povo mediante o profeta. )e que maneira a mensagem se encaiDaria na histJria total era algo que o profeta desconhecia inteiramente, e at% mesmo para os crentes que de in9cio ouviam, liam e reconheciam a mensagem. #omente a consci$ncia dos cristãos, capazes de refletir nisso, em %poca posterior, % que poderia perceber a mão de )eus movimentando cada autor, mão que tamb%m moveria a cada um para produzir uma histJria global sobre a reden ão de que sJ )eus mesmo poderia ser o autor. Nem os profetas que compuseram os livros, nem o povo de )eus que veio coligindo esses livros tiveram consci$ncia de estar edificando a unidade global dentro da qual cada livro desempenharia uma fun ão. +lgumas distinç/es "reliminares )eus inspirou os livros, o povo original de )eus reconheceu-os e coligiu-os, e os crentes de uma %poca posterior distribu9ram-nos por categorias, como livros can"nicos, de acordo com a unidade global que neles entreviam. &is o resumo da histJria da canoniza ão da 09blia. .amos agora eDplicar em detalhes algumas distin !es importantes, impl9citas nesse processo. Os tr.s passos mais importantes no processo de canoni4ação TL tr$s elementos bLsicos no processo gen%rico de canoniza ão da 09blia: a inspira ão de )eus, o reconhecimento da inspira ão pelo povo de )eus e a cole ão dos livros inspirados pelo povo de )eus. Um breve estudo de cada elemento mostrarL que o primeiro passo na canoniza ão da 09blia Ea inspira ão de )eusF cabia ao prJprio )eus. *s dois passos seguintes Ereconhecimento e preserva ão desses livrosF, )eus os incumbiria a seu povo. Cns ira*ão de =eus. Aoi )eus quem deu o primeiro passo no processo de canoniza ão, quando de in9cio inspirou o teDto. (ssim, a razão mais fundamental por que eDistem 4= livros no (ntigo ?estamento % que sJ esses livros, nesse número eDato, % que foram inspirados por )eus. O evidente que o povo de )eus não teria como reconhecer a autoridade divina num livro, se ele não fosse revestido de nenhuma autoridade. 1e#onhe#imento or arte do o,o de =eus. Uma vez que )eus houvesse autorizado e autenticado um documento, os homens de )eus o reconheciam. &sse reconhecimento ocorria de imediato, por parte da comunidade a que o documento fora destinado originariamente. ( partir do momento que o livro fosse copiado e circulado, com credenciais da comunidade de crentes, passava a pertencer ao cGnon. ( igreMa universal, mais tarde, viria a aceitar esse livro em seu cGnon cristão. *s escritos de 'ois%s foram aceitos e reconhecidos em seus dias EZD 7>.4F, como tamb%m os de Bosu% EBs 7>.75F, os de #amuel E<#m <6.72F e os de Beremias E)n =.7F. &sse reconhecimento seria confirmado tamb%m pelos crentes do Novo ?estamento, e principalmente por Besus Ev. cap. 4F. +ole*ão e reser,a*ão elo o,o de =eus. * povo de )eus entesourava a ,alavra de )eus. *s escritos de 'ois%s eram preservados na arca E)t 4<.75F. (s palavras de #amuel foram colocadas Qnum livro, e o p"s perante o #enhorQ E<#m <6.72F. ( lei de 'ois%s foi preservada no templo nos dias de Bosias E7+s 74.7>F. )aniel tinha uma cole ão dos QlivrosQ nos quais se encontravam Qa lei de 'ois%sQ e Qos profetasQ E)n =.7,5,<4F. &sdras possu9a cJpias da lei de 'ois%s e dos profetas ENe =,<>,75-46F. *s crentes do Novo ?estamento possu9am todas as Q&scriturasQ do (ntigo ?estamento E7?m 4.<5F, tanto a lei como os profetas E't 2.<3F. A diferença entre os livros can3nicos e outros escritos religiosos Nem todos os escritos religiosos dos Mudeus eram considerados 8an"nicos pela comunidade dos crentes. & Jbvio que havia certa importGncia religiosa em alguns livros primitivos como o livro dos Mustos EBs <<F. <4F, o livro das guerras do #enhor ENm 7<.<>F e outros Ev. <+s <<.><F. *# livros apJcrifos dos Mudeus, escritos apJs o encerramento do per9odo do (ntigo ?estamento Ec. >66 a.8F, t$m significado religioso definido, mus Mamais foram considerados can"nicos pelo Muda9smo oficial Ev. cap. 1F. ( diferen a essencial entre escritos can"nicos e não-can"nicos % que aqueles são normativos Et$m autoridadeF, ao passo que estes não são autorizados. *s livros inspirados eDercem autoridade sobre os crentesP os não-inspirados poderão ter algum valor devocional ou para a edifica ão espiritual, mas Mamais devem ser usados para definir ou delimitar doutrinas. *s livros can"nicos fornecem o crit%rio para a descoberta da verdade, mediante o qual todos os demais livros Enão-can"nicosF devem ser avaliados e Mulgados. Nenhum artigo de f% deve basear-se em documento não-can"nico, não importando o valor religioso desse teDto. *s livros divinamente inspirados e autorizados são o único -undamento para a doutrina . (inda que determinada verdade can"nica receba algum apoio complementar da parte de livros não-can"nicos, tal verdade de modo algum confere valor can"nico a tais livros. &sse apoio terL sido puramente histJrico, destitu9do de valor teolJgico autorizado. ( verdade transmitida pelas &scrituras #agradas, e por nenhum outro meio, % que constitui cGnon ou fundamento das verdades da f%. A diferença entre canoni4ação e categori4ação dos livros da Bíblia ( incapacidade de distinguir as se !es em que se divide o (ntigo ?estamento hebraico Elei, profetas e escritosF dos est$gios ou per9odos em que a cole ão de livros se formou tem causado muita confusão. )urante anos a teoria modelar da cr9tica tem sustentado que as &scrituras hebraicas haviam lido canonizadas por se !es, seguindo as datas alegadas de sua composi ão: a lei Ec. >66 a.8F, os profetas Ec. 766 a.8.F e os escritos Ec. <66 a.8F. &ssa teoria originou-se na cren a err"nea, segundo a qual essa #ategori<a*ão tripartida do (ntigo ?estamento representava seus estLgios de #anoni<a*ão. 8omo veremos em breve, não eDiste rela ão direta entre essas categorias e os acontecimentos. *s livros das &scrituras Mudaicas foram reagrupados vLrias vezes desde quando foram redigidos. (lguns deles, de modo especial os que fazem parte dos escritos, foram redigidos e aceitos pela comunidade Mudaica s%culos antes das datas que os teJricos da cr9tica lhes atribuem. Com"ilação "rogressi8a dos li8ros do +ntigo #estamento * primeiro e mais fundamental fato a respeito do processo de canoniza ão dos livros do (ntigo ?estamento % que essa primeira se ão da 09blia não se constitui de tr$s partes, mas, quando muito, de duas. (s refer$ncias mais antigas e mais repetidas do cGnon empregam as seguintes eDpress!es: Q'ois%s e os profetasQ, Qos profetasQ ou simplesmente Qos livrosQ. &m nenhuma parte das &scrituras, quer na literatura eDtrab9blica, quer no per9odo inicial da era cristã, eDiste alguma prova do chamado terceiro estLgio can"nico, constitu9do de escritos que teriam sido compostos e coligidos apJs a %poca da lei e dos profetas. No que diz respeito R canonicidade, os chamados escritos sempre fizeram parte da se ão can"nica comumente denominada profetas. A evid.ncia de um c2non constituído de duas partes / #lassi-i#a*ão trí li#e. No entanto, at% mesmo antes da %poca do Novo ?estamento, havia uma tradi ão crescente, segundo a qual haveria uma terceira se ão que compreendia alguns livros do (ntigo ?estamento. No prJlogo do livro apJcrifo !ira"ue Ec. <47 a.8F, hL refer$ncia R Qlei e os profetas e os outros livros de nossos paisQ, lidos por seu av" Ec. 766 a.8F. ,or volta da %poca de 8risto, o filJsofo Mudeu Ailo fez uma distin ão tr9plice do (ntigo ?estamento, ao falar de QW<X leis e W7X orLculos transmitidos pela boca dos profetas, e W4X salmos e qualquer outra coisa que estimule e aperfei oe o conhecimento e a vida consagradaQ E=e ,ita #ontem lati,a, 4,72F. * prJprio Besus fez alusão a uma divisão tr9plice, quando falou: Qna lei de 'ois%s, nos ,rofetas e nos #almosQ E-c 7>.>>F. 'ais tarde um pouco, no s%culo /, Bosefo, o historiador Mudeu, referiu-se aos 77 livros das &scrituras hebraicas, Qcinco pertencentes a 'ois%s W...X os profetas W...X em treze livros. *s quatro livros restantes Waparentemente BJ, #almos, ,rov%rbios e &clesiastesX cont$m hinos a )eus, e preceitos para a conduta humana E+ontra G ion, C,1F. ,or volta do s%culo v d.8, o 'almude Mudaico EBaba Bathra( relacionou onze livros numa terceira divisão chamada os Es#ritos &)ethubhim(. ( 09blia hebraica relaciona-os da mesma forma at% hoMe Ev. cap. <F. .Lrias conclus!es muito importantes podem ser tiradas desses dados, ,rimeira: os fatos não mostram que a atual classifica ão de escritos, que cont$m << dos 77 livros, % anterior ao s%culo v d.8. #egunda: a refer$ncia mais antiga, segundo a qual a classifica ão dos livros possui uma terceira divisão, recua at% Bosefo, que apresenta quatro se !es. &ssa % uma forte evid$ncia contra a reivindica ão dos cr9ticos, segundo os quais )aniel, 8r"nicas, &sdras e Neemias teriam sido livros posteriores, relacionados entre os escritos que não haviam sido canonizados senão no s%culo / d.8. ?erceira: do total de 77 livros, alguns dos quais teriam sido colocados na se ão dos escritos, sJ havia quatro no in9cio, chegando a onze entre os s%culos / e .. Nenhum desses fatos dL apoio R concep ão de que houvesse um grupo de livros, dentre os quais )aniel, 8r"nicas, &sdras e Neemias, não inclu9dos no cGnon Mudaico at% o s%culo / d.8. O certo que houve uma tend$ncia no in9cio para colocar os livros do (ntigo ?estamento numa classifica ão tr9plice Epor raz!es que não se entendem totalmenteF, e o número de livros nessa se ão foi crescendo com o passar dos anos. ?odavia, o número e as diferentes disposi !es desses livros não tinham nenhuma rela ão essencial com a divisão dupla, bLsica, nem com o desenvolvimento do cGnon do (ntigo ?estamento. / #anoni<a*ão em duas artes. (s refer$ncias mais antigas e persistentes ao cGnon do (ntigo ?estamento mostram que se tratava de uma coletGnea de livros prof%ticos com duas divis!es, a lei de 'ois%s e os profetas que surgiram depois dele. .amos rastrear essas evid$ncias na histJria. (ntes mesmo do eD9lio Es%culo vi a.8F, ML havia ind9cios de uma classifica ão dos livros em duas se !es: 'ois%s e os profetas depois dele. &Dplica-se isso pela atribui ão de uma posi ão especial a 'ois%s, o grande legislador, e por causa do estabelecimento de uma comunidade de profetas depois de 'ois%s E<#m <=.76F. ,ela %poca do eD9lio, )aniel se referira aos QlivrosQ, os quais seriam os da Qlei de 'ois%sQ e Qos profetasQ E)n =.7,5,<<F. * profeta pJs-eD9lico [acarias Es%culo vi a.8F menciona: \...não ouvissem a lei, nem as palavras que o #enhor dos eD%rcitos enviara pelo seu &sp9rito mediante os profetasQ E[c 3.<7F. Neemias faz a mesma distin ão ENe =.<>,7=,46F. )urante o per9odo intertestamentLrio, prossegue essa mesma distin ão dupla. )eus falava mediante Qa lei e os profetasQ E7'c <2.=F. * %anual de dis#i lina da comunidade de Kumran coerentemente se refere ao (ntigo ?estamento como a lei e os profetas E<.4P 1.<2P =.<<F. ,or fim, no Novo ?estamento essa distin ão dupla de lei e profetas % mencionada pelo menos dezenas de vezes. .Lrios fatos significativos brotam de um estudo das refer$ncias do Nevo ?estamento R QleiQ e aos QprofetasQ. &m primeiro lugar, trata-se de uma eDpressão que abrange todos os livros do cGnon hebraico. -embremonos Ev. cap. 4F de que cerca de <1 dos 77 livros do (ntigo ?estamento hebraico são mencionados autorizadamente no Novo ?estamento Etodos, menos Buizes, 8r"nicas, &ster e 8Gntico dos 8GnticosF. &mbora não haMa cita ão clara desses quatro livros, hL alus!es a eles. Kuando Besus disse: Q( lei e os profetas duraram at% BoãoQ E-c <5.<5,7=,4<F, estava referindo-se a todos os escritos inspirados anteriores aos tempos do Novo ?estamento. 'ateus 77.>6 traz a mesma alusão: Q)estes dois mandamentos Wsobre o amorX depende toda a lei e os profetasQ. Besus usou a mesma eDpressão quando ressaltou as verdades abrangentes, messiGnicas, do (ntigo ?estamento: Q& come ando por 'ois%s, e por todos os profetas, eDplicoulhes o que dele se achava em todas as &scriturasQ E-c 7>.73F. -ucas informa-nos que Qa lei e os profetasQ eram lidos na sinagoga no sLbado E(t <4.<2F. (o tentar convencer os Mudeus de que era completamente ortodoDo, o apJstolo ,aulo afirmou crer Qem tudo que estL escrito na lei e nos profetasQ E-c 7>.<>P cf. 75.77F. (s refer$ncias ao (ntigo ?estamento como a lei e os profetas no sermão do monte % de importGncia crucial E't 2.<3P cf. +m <.7F. )eclarou Besus: QNão penseis que vim destruir a lei ou os profetasP não vim para destru9-los, mas para cumpri-los. &m verdade vos digo que at% que o c%u e a terra passem, nem um Mota ou um til se omitirL da lei, sem que tudo seMa cumpridoQ E't 2.<3,<1F. Uma declara ão forte como essa dificilmente estaria deiDando de lado uma parte das &scrituras Mudaicas, mas abrangendo todos os livros. ( partir desses fatos, chegamos R conclusão de que a refer$ncia modelar a todo o cGnon das &scrituras do (ntigo ?estamento edifica-se sobre a distin ão entre 'ois%s e os profetas que viriam depois. /sso se iniciou numa %poca anterior ao eD9lio e estabeleceu-se sistematicamente at% a %poca de 8risto. .isto que o Novo ?estamento cita de modo espec9fico todos os 77 livros do cGnon hebraico, reconhecido pelos Mudeus do s%culo / d.8, chegamos tamb%m R conclusão de que os limites ou a eDtensão desse cGnon foram definidos para nJs. * cGnon hebraico cont%m todos os 7> livros que posteriormente Es%culo v d.8.F seriam relacionados em categorias tr9plices: a lei, os profetas e os escritos. (ssim, seMa qual for a origem da tend$ncia para dividir os dezenove QprofetasQ em duas se !es de oito Qprofetas e onze escritosQ, sabemos sem sombra de dúvida não ser essa a base de um desenvolvimento progressivo do cGnon, em tr$s estLgios, que sJ se completaria quando os escritos viessem a ser aceitos no s%culo / d.8. O desenvolvimento do c2non do Antigo &estamento Não eDistem dados suficientes para compor a histJria completa da forma ão do cGnon do (ntigo ?estamento. No entanto, eDistem dados dispon9veis que permitem tra ar um esquema global e ilustrar alguns elos de vital importGncia. * resto precisa ser proMetado, lan ando mão do eDerc9cio de Mulgamento racional. * primeiro fator significativo no desenvolvimento do cGnon do (ntigo ?estamento foi a cole ão progressiva dos livros prof%ticos. ?ais livros foram preservados como escritos divinos autorizados. / e,idBn#ia da #ole*ão rogressi,a dos li,ros ro-.ti#os. )esde o in9cio, os escritos prof%ticos foram reunidos pelo povo de )eus e reverenciados 8omo escritos sagrados, autorizados, de inspira ão divina. (s leis de 'ois%s foram preservadas ao lado da arca no tabernLculo de )eus E)t 4<.7>-75F e, mais tarde, no templo E7+s 77.1F. Bosu% acrescentou suas palavras Qno livro da lei de )eus. &ntão tomou uma grande pedra, e a erigiu ali W...X Munto ao santuLrio do #enhorQ EBs 7>.75F. #amuel informou os israelitas a respeito dos deveres de seu rei Qe escreveu-o num livro, e o p"s perante o #enhorQ E<#m <6.72F. #amuel cuidava de uma escola de profetas, cuMos alunos eram chamados Qfilhos dos profetasQ E<#m <=.76F. )e acordo com &zequiel, havia um registro oficial de profetas e seus escritos no templo E&z <4.=F. )aniel refere-se aos QlivrosQ que continham a Qlei de 'ois%sQ e os QprofetasQ E=.7,5,<<F. *s autores dos livros de +eis e 8r"nicas estavam cientes da eDist$ncia de muitos livros escritos pelos profetas que narravam toda a histJria anterior ao eD9lio Ev. abaiDo Q( evid$ncia da continuidade prof%ticaQF. &ssa evid$ncia gen%rica da eDist$ncia de uma cole ão progressiva de livros prof%ticos se confirma pelo uso espec9fico de escritos de profetas antigos feito por profetas que viriam mais tarde. *s livros de 'ois%s são 8itados por todo o (ntigo ?estamento, desde Bosu% E<.3F at% 'alaquias E>.>F, incluindo-se a maior parte dos grandes livros intermediLrios E<+s 7,4P 7+s <>.5P 78r <>.>P Br 1.1P )n =.<<P &d 5.<1 e Ne <4.<F. &m Bu9zes <.<,76,7< e 7.1, hL refer$ncias a Bosu% e a acontecimentos narrados em seu livro. *s livros de +eis citam a vida de )avi conforme narrada nos livros de #amuel E.. <+s 4.<>P 2.3P 1.<5P =.2F. 8r"nicas faz uma revisão da histJria de /srael registrada desde H$nesis at% +eis, incluindo-se o elo genealJgico mencionado apenas em +ute E<8r 7.<7,<4F. Neemias = resume a histJria de /srael 8onforme o registro de H$nesis a &sdras. Um dos salmos de )avi, o salmo <1, estL registrado em 7 #amuel 77. TL refer$ncias aos ,rov%rbios de #alomão e ao 8Gntico dos 8Gnticos em <+eis >.47. )aniel cita Beremias 72 E)n =.7F. * profeta Bonas recita parte de muitos salmos EBn 7F. &zequiel menciona BJ e )aniel E&z <>.<>,76F. Nem todos os livros de determinada %poca são mencionados em livros de %poca posteriorP todavia, hL men !es suficientes para demonstrar que eDistia uma cole ão crescente de livros divinamente inspirados, dotados da autoridade divina, de que os profetas subseqVentes faziam uso, citando-os em suas profecias. / e,idBn#ia da #ontinuidade ro-.ti#a. Touve, pois, uma cole ão crescente de escritos prof%ticos: o (ntigo ?estamento em forma ão. 8ada profeta que surgia ligava sua histJria aos elos da histJria eDistente, narrada pelos seus predecessores, formando uma corrente cont9nua de livros. .isto que o último cap9tulo de )euteron"mio não se apresenta como profecia, entendemos que 'ois%s não escreveu a respeito de seu prJprio sepultamento. O provLvel que Bosu%, seu sucessor nomeado por )eus, tenha registrado a morte de 'ois%s E)t 4>F. * primeiro vers9culo de Bosu% estL ligado a )euteron"mio: Q)epois da morte de 'ois%s, servo do #enhor, disse o #enhor a Bosu%, filho de Num...Q. Bosu% acrescentou algum teDto ao de 'ois%s e colocou-o no tabernLculo EBs 7>.75F. Buizes retoma o teDto no final de Bosu%, dizendo: Q)epois da morte de Bosu%, os filhos de /srael perguntaram ao #enhor...Q. ?odavia, o registro não ficou completo senão nos dias de #amuel. /sso se demonstra repetidamente pela declara ão: @Na"ueles dias não havia rei em /sraelQ EBz <3.5P <1.<P <=.<P 7<.72F. ( essa altura, a continuidade prof%tica se estabeleceu mediante uma escola dirigida por #amuel E<#m <=.76F. )essa escola haveria de surgir uma s%rie de livros prof%ticos que cobririam toda a histJria dos reis de /srael e de BudL, como a amostragem seguinte nos ilustra: <. ( histJria de )avi foi escrita por #amuel Ecf. <#mF, por Nata e por Hade E<8r 7=.7=F. 7. ( histJria de #alomão foi registrada pelos profetas Nata, (9as e /do E78r =.7=F. 4. *s atos de +oboão foram escritos por #ema9as e por /do E78r <7.<2F >. ( histJria de (bias foi acrescentada pelo profeta /do E78r <4.77F. 2. ( histJria do reinado de BosafL foi registrada pelo profeta Beú E78r 76.4>F. 5. ( histJria do reinado de &zequias foi registrada por /sa9as E78r 47.47F. 3. ( histJria do reinado de 'anasses foi registrada por profetas an"nimos E78r 44.<=F. 1.*s demais reis tamb%m tiveram suas histJrias narradas pelos profetas E78r 42.73F. Kualquer pessoa que esteMa familiarizada com os livros b9blicos que abrangem o per9odo de )avi at% o eD9lio, verL que os livros prof%ticos relacionados acima não são id$nticos, aos livros de #amuel, +eis e 8r"nicas. &m cada caso repete-se que @o resto dos atosQ do rei Aulano de ?al estL escrito Qno livroQ do profeta 0eltrano. *s livros b9blicos parecem resumos prof%ticos tirados de teDtos mais longos, registrados por profetas posteriores, numa sucessão iniciada por #amuel. O interessante ressaltar que não houve men ão de Beremias, o qual escreveu antes do eD9lio Mudaico e durante esse eD9lio, ter escrito uma dessas histJrias. No entanto, Beremias era um profeta escritor, como mostram seus livros EBeremias e -amenta !esF e como ele claramente afirma numerosas ocasi!es Ecf. Br 46.7P 45.<,7P >2.<,7P 2<.56,54F. (liLs, o escriba 0aruque nos informa que Beremias contava com a aMuda de um secretLrio. Aalando de Beremias, ele confessa: Q8om sua boca ditava-me todas estas palavras, e eu as escrevia no livro com tintaQ EBr 45.<1P v. tb. >2.<F. (l%m disso, o último cap9tulo de +eis corresponde dos teDtos de Beremias 7, 4=,>6 e ><. &sses são outros ind9cios de que Beremias era responsLvel r ambos os livros. 'ais tarde, no eD9lio, )aniel afirma ter tido acesso aos livros de 'ois%s e dos profetas. 'enciona não sJ Beremias, dentre eles, mas cita a predi ão do cativeiro de setenta anos, eDtra9da do cap9tulo 72 Ecf. )n =.7,5,<<F. 8om base nesses fatos, % razoLvel supor que o resumo dos escritos prof%ticos, que tomou a forma dos livros b9blicos dos +eis, teria sido obra de Beremias. (ssim, a continuidade dos profetas a partir de 'ois%s, Bosu% e #amuel se completaria com as obras de Beremias. )urante o eD9lio, )aniel e &zequiel continuaram o minist%rio prof%tico. &zequiel reconheceu um registro oficial de profetas nos arquivos do templo. &le declarou que os falsos profetas Qna congrega ão do meu povo não estarão, nem serão inscritos nos registros da casa de /sraelQ E&z <4.=F. &zequiel referiu-se a )aniel por nome como notLvel servo de )eus E&z l>.<>,76F. .isto que )aniel possu9a uma cJpia dos livros de 'ois%s e dos profetas, dos quais o livro de Beremias, podemos presumir razoavelmente que a comunidade Mudaica no eD9lio babil"nico possu9a os livros de H$nesis a )aniel. )epois do eD9lio, &sdras, o sacerdote, voltou da 0abil"nia levando consigo os livros de 'ois%s e dos profetas E&d 5.<1P Ne =.<>,75-46F. Nos de 8r"nicas sem dúvida ele registrou seu relato sacerdotal da histJria de BudL e do templo Ev. Ne <7.74F. 8r"nicas estL ligado a &sdras-Neemias pela repeti ão do último vers9culo de um, como o primeiro vers9culo do outro. 8om Neemias completa-se a cronologia prof%tica. 8ada profeta, desde 'ois%s at% Neemias, contribuiu para a cole ão sempre crescente de que fora preservada pela comunidade dos profetas a partir de #amuel. *s 77 E7>F livros das &scrituras hebraicas foram escritos por profetas, preservados pela comunidade dos profetas e reconhecidos pelo povo de )eus. (t% agora não eDistem evid$ncias de que outros livros, chamados QescritosQ, houvessem alcan ado canoniza ão depois dessa %poca Ec. >66a.8F / e,idBn#ia de "ue o #Enon do /ntigo 'estamento se #on#luiu #om os ro-etas. (t% agora mostramos que as &scrituras hebraicas como um todo haviam sido coligidas em duas grandes se !es: os cinco livros de 'ois%s e os dezessete Eou dezenoveF profetas que sucederam a 'ois%s. )emonstramos tamb%m que houve continuidade nesses escritos prof%ticosP cada profeta apoiou-se na autoridade dos escritos anteriores, de outros profetas, e acrescentou sua contribui ão R crescente cole ão das &scrituras #agradas. Na %poca de Neemias Ec. >66 a.8F, a sucessão prof%tica havia produzido e coligido os 77 livros do cGnon hebraico. .amos agora comprovar esta última argumenta ão, e demonstrar que não havia uma terceira se ão do cGnon, escrita e reconhecida, depois dessa %poca. (s evid$ncias, resumidamente, são as seguintes: <. Não se eDplorou o chamado 8oncilio de BGmnia Ec. =6 d.8F, %poca em que, segundo se afirma, a terceira se ão dos escritos teria sido canonizada. ,ara os Mudeus, não houve um concilio autorizado. +ealizou-se apenas uma reunião de especialistas. (ssim, não houve um oficial, nem corpo de oficiais dotados de autoridade, a fim de reconhecer o cGnon. ,or isso, não houve canoniza ão de livros em BGmnia. 7. * livro de )aniel, que na opinião da alta cr9tica pertencia R se ão de escritos, porquanto era tido como livro mais recente Es%culo u a.8.F e não-prof%tico, havia sido relacionado por Bosefo entre os livros dos profetas. )os 77 livros, dissera Bosefo, sJ quatro, talvez BJ, #almos, ,rov%rbios e &clesiastes, pertenciam R terceira se ão. )aniel, sendo um dos outros livros, deve ter sido relacionado entre os profetas, por Bosefo. ( descoberta de um fragmento antigo de )aniel, entre os rolos do mar 'orto Ev. cap. <7F e a refer$ncia que Besus fez a )aniel como profeta confirmam M essa posi ão. 4. * Novo ?estamento cita quase todos os livros do cGnon hebraicoP mesmo os chamados escritos. No entanto, o Novo ?estamento relaciona-os a todos claramente sob a dupla classifica ão de lei e profetas Ecf. 't ^ 2.<3P 'c <4.<< e -c 7>.73F. >. * livro de #almos, relacionado na terceira se ão por Bosefo, fazia parte dos profetas. Besus usou a eDpressão Q'ois%s W...X ,rofetas e W...X #almosQ num paralelismo com a eDpressão Q'ois%s e todos os profetasQ E-c 7>.73,>>F. Besus falou aos Mudeus e citou um salmo, dizendo: QestL escrito na vossa lei@ EBo <6.4>,42F, identificando-a como &scrituras, a ,alavra de )eus. ?udo isso mostra com mLDima clareza que os #almos faziam parte das &scrituras Mudaicas can"nicas, conhecidas como Qa -ei e os profetasQ. Na verdade, o Novo ?estamento com toda a autoridade cita limos como &scrituras, mais do que qualquer outro livro do (ntigo ?estamento. /sso tamb%m comprova que os #almos eram considerados can"nicos antes de <66 a.8. 2. )e acordo com Bosefo &+ontra G ion, i,1F e com o 'almude, a sucessão d profetas encerrou-se com 'alaquias nos dias de Neemias. (ssim registra o 'almude: Q)epois dos últimos profetas, (geu, [acarias e 'alaquias, o &sp9rito #anto apartou-se de /sraelQ. (l%m disso, Mamais o 4.* ?estamento cita algum outro livro, depois de 'alaquias, como autorizado. Nossa investiga ão demonstra que, no que diz respeito Rs evid$ncias, o cGnon do (ntigo ?estamento se completou por volta de >66 a.8. Tavia duas se !es principais: a lei e os profetas. Kuase todos os 77 E7>F livros distribu9dos entre as duas se !es são mencionados pelo Novo ?estamento como #agradas &scrituras. Não eDiste apoio escritur9stico nem histJrico para a teoria de uma terceira divisão conhecida como QescritosQ, que estaria aguardando canoniza ão em data posterior. &m vez disso, os livros inspirados foram incorporados ao cGnon sob a denomina ão de Qa lei e profetasQ. &ssa #anoni<a*ão foi um processo duplo. #eMam quais forem os fatores que conduziram a uma #ategori<a*ão tr9plice, paralela e subseqVente desses livros do (ntigo ?estamento, um fato parece salientarse com toda clareza C o cGnon completo do (ntigo ?estamento % mencionado sempre como Qa lei e os profetasQ. E. + extensão do cDnon do +ntigo #estamento ( aceita ão inicial dos 77 livros Ecorrespondentes eDatamente aos nossos 4=F das &scrituras hebraicas não resolveu a questão de uma vez por todas. &studiosos de eras posteriores, nem sempre totalmente conscientes dos fatos a respeito dessa aceita ão original, tornavam a levantar quest!es concernentes a determinados livros. ( discussão deu enseMo a que surgisse uma terminologia t%cnica. *s livros b9blicos aceitos por todos eram chamados QhomologoumenaQ Elit, falar como umF. *s livros b9blicos que em certa ocasião tivessem sido questionados por alguns foram classificados como QantilegomenaQ Efalar contraF. *s livros não-b9blicos reMeitados por todos foram intitulados Qpseudep9grafosQ Efalsos escritosF. Uma quarta categoria compreendia livros não-b9blicos aceitos por alguns, mas reMeitados por outros, dentre os quais os livros questionLveis, chamados QapJcrifosQ Eescondidos ou duvidososF. Nosso tratamento girarL em torno dessa classifica ão em quatro tipos. %s li8ros aceitos "or todos F homologoumena ( canonicidade de alguns livros Mamais foi desafiada por nenhum dos grandes rabis da comunidade Mudaica. )esde que alguns livros foram aceitos pelo povo de )eus como documentos produzidos pela mão dos profetas de )eus, continuaram a ser reconhecidos como detentores de /nspira ão e de autoridade divina pelas gera !es posteriores. ?rinta e quatro dos 4= livros do (ntigo ?estamento podem ser classificados como QhomologoumenaQ. *s cinco eDclu9veis seriam 8Gntico dos 8Gnticos, &clesiastes, &ster, &zequiel e ,rov%rbios. .isto, por%m, que nenhum desses livros foi alvo de obMe ão muito s%ria, nossa aten ão pode voltar-se para os outros livros. %s li8ros reGeitados "or todos F "seude"ígra;os Hrande número de documentos religiosos espúrios que circulavam entre a antiga comunidade Mudaica são conhecidos como Qpseudep9grafosQ. Nem tudo nesses escritos QpseudepigrLficosQ % falso. )e fato, a maior parte desses documentos surgiu de dentro de um conteDto de fantasia ou tradi ão religiosa, possivelmente com ra9zes em alguma verdade. 8om freqV$ncia a origem desses escritos estava na especula ão espiritual, a respeito de algo que não ficou bem eDplicado nas &scrituras can"nicas. (s tradi !es especulativas a respeito do patriarca &noque, por eDemplo, sem dúvida são a raiz do livro de &noque. )e maneira semelhante, a curiosidade a respeito da morte e da glorifica ão de 'ois%s sem dúvida alguma acha-se por trLs da obra (ssun ão de %ois.s. No entanto, essa especula ão não significa que não eDista verdade nenhuma nesses livros. (o contrLrio, o Novo ?estamento refere-se a verdades implantadas nesses dois livros Ev. Bd <>,<2F e chega a aludir R penit$ncia de Banes e Bambres E7?m 4.1F. &ntretanto, esses livros não são mencionados como dotados de autoridade, como &scrituras inspiradas. N semelhan a das cita !es que ,aulo faz de alguns poetas não-cristãos, como (rato E(t <3.71F, 'enGnder E<8o <2.44F e &pim$nides E?t <.<7F, trata-se tão-somente de verdades verificLveis, contidas em livros que em si mesmos nenhuma autoridade divina t$m. ( verdade % sempre verdade, não importa onde se encontre, quer pronunciada por um poeta pagão, quer por um profeta pagão ENm 7>.<3F, por um animal irracional e mudo ENm 77.71F ou mesmo por um dem"nio E(t <5.<3F. *bserve que nenhuma fJrmula como QestL escritoQ ou Qsegundo asd &scriturasQ % utilizada quando o escritor sagrado se refere a tais obrase QpseudepigrLficasQ. O poss9vel que o fato mais perigoso a respeito desses falsos escritos % que alguns elementos da verdade são apresentados comi palavras de autoridade divina, num conteDto de fantasias religiosas que em geral cont$m heresias teolJgicas. O importante que nos lembremose de que ,aulo cita apenas aquela faceta da verdade, e não o livro pagão M como um todo, como conceito a que )eus atribuiu autoridade e fez constar do Novo ?estamento. A nature4a dos pseudepígrafos *s pseudep9grafos do (ntigo ?estamento cont$m os eDtremos da fantasia religiosa Mudaica eDpressos entre 766 a.8. e 766 d 8 (lguns desses livros são inofensivos teologicamente Ee.g., #l <2<F, mas outros cont$m erros histJricos e claras heresias. )esafia-se com vigor a genuinidade desses livros pelo fato de haver quem afirme que foram escritos por autores b9blicos. *s pseudep9grafosQ refletem o estilo literLrio vigente num per9odo muito posterior ao encerramento dos escritos prof%ticos, de modo que muitos desses livros imitam o estilo apocal9ptico de &zequiel, de )aniel e de [acarias -ao referir-se a sonhos, vis!es e revela !es. No entanto, diferentemente desses profetas, os Qpseudep9grafosQ com freqV$ncia tornam-se mLgicos. *s pseudep9grafosQ ressaltam, sobretudo, um brilhante futuro messiGnico, cheio de recompensas para todos quantos vivem em sofrimento e abnega ão. #ob a superf9cie eDiste, com freqV$ncia, um motivo religioso inocente, por%m desencaminhado. ?odavia, a infundada reivindica ão de autoridade divina, o carLter altamente fantasioso dos acontecimentos e os ensinos questionLveis Ee at% mesmo her%ticosF levaram os pais do Muda9smo a considerL-los espúrios. * resultado, pois, % que tais livros foram corretamente rotulados de Qpseudep9grafosQ. O número dos pseudepígrafos / cole ão modelar de Qpseudep9grafosQ cont%m dezessete livros. (crescente-se o salmo <2<, que se encontra na versão do (ntigo ?estamento feita pelos #etenta. ( lista principal % a seguinte: Lend.rios <. * livro do Bubileu 7. &p9stola de (rist%ias 4. * livro de (dão e &va +"ocalí"ticos &id.ticos 4oéticos 9ist ricos >. * mart9rio de /sa9as <. <&noque 7. ?estamento dos doze patriarcas 4. * orLculo sibilino >. (ssun ão de 'ois%s 2. 7&noque, ou 6 li,ro dos segredos de Eno"ue 5. 70aruque, ou 6 a o#ali se siría#o de Baru"ue f 3. 40aruque, ou 6 a o#ali se grego de Baru"ue <. 4'acabeus 7. >'acabeus 4. ,irque (bote >. ( histJria de (icar <. #almos de #alomão 7. #almo <2< <. Aragmentos de uma obra de #adoque )e modo nenhum essa lista % completa. *utros são conhecidos, mesmo alguns muito interessantes que vieram R luz quando da descoberta dos rolos do mar 'orto. )entre esses estão o GBnesis a J#ri-o e Guerra dos -ilhos da lu< #ontra os -ilhos das tre,as etc. Ev. cap. <7F. %s li8ros Huestionados "or alguns F antilegômeno A nature4a dos antilegomena *s livros que originariamente eram aceitos como can"nicos, e mesmo mais tarde tamb%m assim reconhecidos, tendo sido, por%m, obMeto de grave controv%rsia entre os rabis, durante o processo de canoniza ão, são de grande interesse para nJs. No cap9tulo anterior, vimos como todos os 4= livros do (ntigo ?estamento foram de in9cio aceitos pelo povo de )eus, vindos dos profetas. )urante os s%culos seguintes, surgiu e desenvolveu-se uma escola de pensamento diferente, dentro do Muda9smo, que passou a questionar/entre outras coisas, a canonicidade de certos livros do (ntigo ?estamento que, antes, haviam sido canonizados. ,or fim, tais livros foram reconduzidos ao cGnon sagrado, por haver prevalecido a categoria de inspirados que lhes havia sido atribu9da de in9cio. No entanto, em vista de tais livros terem sido, nesta ou naquela %poca, difamados por alguns rabis, passaram a chamar-se QantilegomenaQ. f 0Gruque estL relacionado entre os apJcrifos Ev. p, =7F. O número dos antilegomena ( canonicidade de cinco livros do (ntigo ?estamento foi questionada / numa ou noutra %poca por algum mestre do Muda9smo: 8Gntico dos 8Gnticos, &clesiastes, &ster, &zequiel e ,rov%rbios. 8ada um deles tornou-se controvertido por raz!es diferentesP todavia, no fim prevaleceu a autoridade divina de todos os cinco livros. +Enti#o dos +Enti#os. (lguns estudiosos da escola de #hammai consideravam esse cGntico sensual em sua ess$ncia. #abidamente numa tentativa de abafar a controv%rsia e defender a canonicidade do 8Gntico dos 8Gnticos, o rabino (quiba escreveu o seguinte: -ivre-nos )euse Ningu%m Mamais em /srael criou controv%rsia acerca do 8Gntico dos 8Gnticos, alegando não tornar imundas as mãos Wi.e., não ser can"nicoXP todas as eras somadas não equivalem ao dia em que o 8Gntico dos 8Gnticos foi dado a /srael ?odos os &scritos são santos, mas o 8Gntico dos 8Gnticos % o #anto dos #antos. << 8omo bem observaram alguns, o simples fato de surgir uma declara ão desse teor dL mostras de que algu%m duvidou da pureza desse livro. Kuaisquer que tenham sido as dúvidas voltadas para o alegado carLter sensual do 8Gntico dos 8Gnticos, foram mal orientadas. O muito mais provLvel que a pureza e a nobreza do casamento fa am parte do propJsito essencial desse livro. #eMam quais forem as quest!es levantadas a respeito das vLrias interpreta !es, não deve prevalecer nenhuma dúvida concernente R inspira ão desse livro, desde que seMa visto da perspectiva espiritual correta. E#lesiastes. ( obMe ão que Rs vezes % atirada contra esse livro % que ele parece #.ti#o. (lguns at% o t$m chamado 6 #Enti#o do #eti#ismo. * rabino (quiba dizia: Q#e hL algo em questão, a questão gira em torno sJ do << Terbert )(N0a, 'he %ishnah, *Dford, *Dford Universit: ,ressg, <=44, p, 317. &clesiastes We não do 8GnticoXQ.<7 Não resta a menor dúvida a respeito do tom Rs vezes c%tico do livro: Q.aidade das vaidades W...X tudo % vaidadee W...X nada hL novo debaiDo do sol W...X na muita sabedoria hL muito enfadoP o que aumenta o conhecimento aumenta a tristezaQ E&c <.7,=,<1F. * que se negligencia quando se acusa o livro de ceticismo % tanto o conteDto dessas declara !es quanto a conclusão geral do livro. Kualquer pessoa que procure a mLDima satisfa ão QdebaiDo do solQ com toda certeza hL de sentir as mesmas frustra !es sofridas por #alomão, visto que a felicidade eterna não se encontra neste mundo temporal. (l%m do mais, ( conclusão e o ensino gen%rico desse livro todo estão longe de ser c%ticos. )epois Qde tudo o que se tem ouvidoQ, o leitor % admoestado, Qa conclusão %: ?eme a )eus, e guarda os seus mandamentos, pois isto % todo o dever do homemQ E&c <7.<4F. ?anto no que se refere ao &clesiastes, 8omo ao 8Gntico dos 8Gnticos, o problema bLsico % de interpreta ão do teDto, e não de canoniza ão ou inspira ão. &ster. &m vista da aus$ncia do nome de )eus nesse livro, alguns pensaram que ele não fosse inspirado. ,erguntavam como podia um livro ser ,alavra de )eus se nem ao menos trazia o seu nome. (l%m disso, a histJria do livro parece ter natureza puramente secular. * resultado % que se fizeram vLrias tentativas para eDplicar o fen"meno da aparente aus$ncia do nome de )eus em &ster. (lguns acreditaram que os Mudeus persas não estavam na linhagem teocrLtica, e por isso o nome do )eus da alian a não se relacionava a eles. *utros sustentam que a omissão do nome de )eus % proposital, a fim de proteger o livro da possibilidade do plLgio pagão: o nome de )eus ser substitu9do por um falso deus. (inda outros conseguem ver o nome de BeovL ou /av% EaT`TF num acrJstico em quatro momentos cruciais na histJria, o que em si eliminaria a possibilidade. #eMa qual for a eDplica ão, uma coisa % certa: a aus$ncia do nome de )eus % compensada pela presen a de )eus na preserva ão de seu povo. &ster e as pessoas que a cercavam eram devotas: prescreveu-se um MeMum religioso, e &ster eDerceu <7 /bid. grande f% E&t >.<5F. * fato de )eus haver concedido grande livramento, como narra o livro, serve de fundamento e razão da festa Mudaica do ,urim E&t =.75-71F. 0asta esse fato para demonstrar a autoridade atribu9da ao livro dentro do Muda9smo. E<e"uiel. Tavia pessoas dentro da escola rab9nica que pensavam que o livro de &zequiel era antimosaico em seu ensino. ( escola de #hammai, por eDemplo, achava que o livro não estava em harmonia com a lei mosaica, e que os primeiros dez cap9tulos eDibiam uma tend$ncia para o gnosticismo. O claro, então, que, se houvesse contradi !es no livro, ele não poderia ser can"nico. No entanto, não se verificaram contradi !es reais em rela ão R 'ora. ,arece que outra vez teria sido mera questão de interpreta ão, e não de inspira ão. Aro,.rbios. ( obMe ão a ,rov%rbios centrava-se no fato de alguns dos ensinos do livro parecerem incompat9veis com outros prov%rbios. Aalando dessa alegada incoer$ncia interna, assim diz o 'almude: Q?amb%m procuraram esconder o livro de ,rov%rbios, porque suas palavras se contradiziam entre siQ EQ#habbathQ, 46bF. Uma dessas supostas contradi !es encontra-se no cap9tulo 75, em que o leitor % eDortado a responder e ao mesmo tempo não responder ao tolo segundo sua tolice: Q+esponde ao tolo segundo a sua estult9cia, para que não seMa ele sLbio aos seus prJprios olhosQ E,v 75.>,2F. ?odavia, como outros rabis t$m observado, o sentido aqui % que hL ocasi!es em que o tolo deve receber resposta de acordo com sua tolice, e outras ocasi!es em que isso não deve ocorrer. .isto que as declara !es estão eDplicitadas em vers9culos sucessivos, forma leg9tima da poesia hebraica, quem os redigiu não viu nenhuma contradi ão.^ ( frase qualificativa que indica se algu%m deveria ou não responder a um tolo revela que as situa !es que eDigem rea !es diferentes tamb%m são diferentes. Não eDiste contradi ão em ,rov%rbios 75, nenhuma contradi ão ficou demonstrada em nenhuma outra passagem de ,rov%rbios, e, por isso, nada atravanca o caminho da canonicidade. %s li8ros aceitos "or alguns F a" cri;os * Gmbito mais crucial de desacordo a respeito do cGnon do (ntigo ?estamento entre os cristãos % o debate sobre os chamados livros apJcrifos. &m suma: esses livros são aceitos pelo catJlicos romanos como can"nicos e reMeitados por protestantes e Mudeus. Na realidade, os sentidos da palavra a o#r9 ha refletem o problema que se manifesta nas duas concep !es de sua canonicidade. No grego clLssico, a palavra a o#r9 ha significava QocultoQ ou Qdif9cil de entenderQ. ,osteriormente, tomou o sentido de esot.ri#o, ou algo que sJ os iniciados podem entender, não os de fora. ,ela %poca de /rineu e de Ber"nimo Es%culos /// e /.F, o termo a o#r9 ha veio a ser aplicado aos livros não-can"nicos do (ntigo ?estamento, mesmo aos que foram classificados previamente como Qpseudep9grafosQ. )esde a era da +eforma, essa palavra tem sido usada para denotar os escritos Mudaicos não-can"nicos originLrios do per9odo intertestamentLrio. ( questão diante de nJs % a seguinte: verificar se os livros eram escondidos a fim de ser preservados, porque sua mensagem era profunda e espiritual ou porque eram espúrios e de confiabilidade duvidosa. Nature=a e n,mero dos a" cri;os do +ntigo #estamento TL quinze livros chamados apJcrifos Ecatorze se a E ístola de Qeremias se unir a Baru"ue, como ocorre nas vers!es catJlicas de )ouaiF. 8om eDce ão de ; Esdras, esses livros preenchem a lacuna eDistente entre 'alaquias e 'ateus e compreendem especificamente dois ou tr$s s%culos antes de 8risto. Na pLgina seguinte se podem ver suas datas e classifica ão: Argumentos em prol da aceitação dos apócrifos do Antigo &estamento *s livros apJcrifos do (ntigo ?estamento t$m recebido diferentes graus de aceita ão pelos cristãos. ( maior parte dos protestantes e dos Mudeus aceita que tenham valor religioso e mesmo histJrico, sem terem, contudo, autoridade can"nica. *s catJlicos romanos desde o 8oncilio de ?rento t$m aceito esses livros como can"nicos. 'ais recentemente, os catJlicos romanos t$m defendido a id%ia de uma deuterocanonicidade, mas os livros apJcrifos ainda são usados para dar apoio a doutrinas eDtrab9blicas, tendo lido proclamados como livros de inspira ão divina no 8oncilio de ?rento. *utros grupos, como os anglicanos e vLrias igreMas ortodoDas, nutrem deferentes concep !es a respeito dos livros apJcrifos. ( seguir apresentamos Um resumo dos argumentos que em geral são aduzidos para a aceita ão desses livros, na cren a de que det$m algum tipo de canonicidade: 2./lusDes no No,o 'estamento. * Novo ?estamento reflete o pensamento i registra alguns acontecimentos dos apJcrifos. ,or eDemplo, o livro de Tebreus fala de mulheres que receberam seus mortos pela ressurrei ão Tb <<,42F, e faz refer$ncia a 7 %a#abeus 5 e <7, *s chamados apJcrifos ou pseudep9grafos são tamb%m citados em sua amplitude pelo Novo ?estamento EBd <>,<2P 7?m 4.1F. ;.Em rego "ue o No,o 'estamento -a< da ,ersão dos !e tuaginta. ( tradu ão grega do (ntigo ?estamento hebraico, em (leDandria, % conhecida como !e tuaginta E-SSF. O a versão mais citada pelos autores do Novo ?estamento e pelos cristãos primitivos. ( -SS continha os livros apJcrifos. ( presen a desses livros na -SS dL apoio ao cGnon aleDandrino, mais amplo, do (ntigo ?estamento, em oposi ão ao cGnon palestino, mais reduzido, que os omite. 4.*s mais antigos manus#ritos #om letos da Bíblia. *s mais antigos manuscritos gregos da 09blia cont$m os livros apJcrifos inseridos entre os livros do (ntigo ?estamento. *s manuscritos /le h, ( e 0 Ev. 8ap. <7F incluem esses livros, revelando que faziam parte da 09blia cristã original. >. / arte #ristã rimiti,a. (lguns dos registros mais antigos da arte cristã refletem o uso dos apJcrifos. (s representa !es nas catacumbas Rs vezes se baseavam na histJria dos fi%is registrada no per9odo intertestamentLrio. #+BEL+ &E LI0$%1 +4IC$IJ%1 Versão revista padrão <. #abedora de #alomão Ec. 46 a.8.F 7. &clesiLstico E#iraqueF E<47 a.8.F 4. ?obias Ec. 766 a.8.F GBnero do li8ro )idLtico +eligioso Versão de Doual * livro da sabedoria &clesiLstico ?obias +omance TistJrico ,rof%tico -endLrio >. Budite Ec. <26 a.8.F 2. <&sdras Ec. <26-<66 a.8.F 5. <'acabeus Ec. <<6 a.8.F 3. 7'acabeus Ec. <<6-36 a.8.F 1. 0aruque Ec. <26-26 a.8.F =. &p9stola de Beremias Ec. 466-<66 a.8.F <6. 7&sdras Ec. <66 a.8.F <<. (di !es a &ster E<>6-<<6 a.8.F <7. *ra ão de (zarias Es%culos / ou // a.8.F E8Gntico dos tr$s MovensF <4. #usana Es%culo / ou // a.8.F <>. 0el e o )ragão Ec. <66 a.8.F <2. *ra ão de 'anass%s Es%culo / ou // a.8.F Budite 4&sdras f <'acabeus 7'acabeus 0aruque <-2 0aruque 5 >&sdras ff &ster <6:> h <5:7> )aniel 4:7>-=6 ff )aniel <4 ff )aniel <> ff *ra ão de 'anass%s f >. 6s rimeiros ais da igreIa. (lguns dos mais antigos pais da igreMa, de modo particular os do *cidente, aceitaram e usaram os livros apJcrifos em seu ensino e prega ão. & at% mesmo no *riente, 8lemente de (leDandria reconheceu 7 Esdras como inteiramente can"nico. *r9genes acrescentou %a#abeus bem como a E ístola de Qeremias R lista de livros b9blicos can"nicos. /rineu mencionava 6 li,ro da sabedoria, e outros pais da igreMa citavam outros livros apJcrifos. 5. / in-luBn#ia de /gostinho. (gostinho Ec. 42>->46F elevou a tradi ão ocidental mais aberta, a respeito dos livros apJcrifos, ao seu apogeu, ao atribuir-lhes categoria can"nica. &le influenciou os conc9lios da igreMa, em Tipo E4=4 d.8.F e em 8artago E4=3 d.8F, que relacionaram os apJcrifos como can"nicos. ( partir de então, a igreMa ocidental passou a usar os apJcrifos em seu culto público. 3. 6 +on#ilio de 'rento. &m <2>5, o concilio catJlico romano do pJs-+eforma, realizado em ?rento, proclamou os livros apJcrifos como can"nicos, declarando o seguinte: * s9nodo W...X recebe e venera W...X todos os livros, tanto do (ntigo ?estamento como do Novo Wincluindo-se os apJcrifosX C entendendo que um único )eus % o (utor de ambos os testamentos W...X como se houvessem f ff -ivros não aceitos como can"nicos no 8oncilio de ?rento, em <2>5. -ivros não relacionados no sumLrio de )ouai por estarem apensos a outros livros. sido ditados pela boca do prJprio 8risto, ou pelo &sp9rito #anto W...X se algu%m não receber tais livros como sagrados e can"nicos, em todas as suas partes, da forma em que t$m sido usados e lidos na /greMa 8atJlica W...X seMa anLtema.<4 )esde esse concilio de ?rento, os livros apJcrifos foram considerados can"nicos, detentores de autoridade espiritual para a /greMa 8atJlica +omana. N. Rso não0#atJli#o. (s 09blias protestantes desde a +eforma com freqV$ncia continham os livros apJcrifos. Na verdade, nas igreMas anglicanas os apJcrifos são lidos regularmente nos cultos públicos, ao lado dos demais livros do (ntigo e do Novo ?estamento. *s apJcrifos são tamb%m usados pelas igreMas de tradi ão ortodoDa oriental. =. / #omunidade do mar %orto. *s livros apJcrifos foram encontrados entre os rolos da comunidade do mar 'orto, em Kumran. (lguns haviam sido escritos em hebraico, o que seria ind9cio de terem sido usados por Mudeus palestinos antes da %poca de Besus. +esumindo todos esses argumentos, essa postura afirma que o amplo emprego dos livros apJcrifos por parte dos cristãos, desde os tempos mais primitivos, % evid$ncia de sua aceita ão pelo povo de )eus. &ssa longa tradi ão culminou no reconhecimento oficial desses livros, no 8onc9lio de ?rento E<2>5F, como se tivessem sido inspirados por )eus. 'esmo nãocatJlicos, at% o presente momento, conferem aos livros apJcrifos uma categoria de paracan"nicos, o que se deduz do lugar que lhes dão em suas 09blias e em suas igreMas. ,a4*es por )ue se re/eita a canonicidade dos apócrifos *s oponentes dos livros apJcrifos t$m apresentado muitas raz!es para eDclu9-los do rol de livros can"nicos. #eus argumentos serão apresentados na mesma ordem dos argumentos levantados pelos que advogam a aceita ão de um cGnon maior. <4 Ahili !+7/FF, org., 'he #reads o- +hristendom, Sa, ed. re,., New ?or8, 7ar er, 2323T . N2, ,. ;. 2./ autoridade do No,o 'estamento. * Novo ?estamento Mamais cita um livro apJcrifo indicando-o como inspirado. (s alus!es a tais livros não lhes emprestam autoridade, assim como as alus!es neotestamentLrias a poetas pagãos não lhes conferem inspira ão divina. (l%m disso, desde que o Novo ?estamento faz cita !es de quase todos os livros can"nicos do (ntigo e atesta o conteúdo e os limites desse ?estamento Eomitindo os apJcrifos C v. cap. 3F, parece estar claro que o Novo ?estamento indubitavelmente eDclui os apJcrifos do cGnon hebraico. Bosefo, o historiador Mudeu, reMeita eDpressamente os apJcrifos, relacionando apenas 77 livros can"nicos. ;. / tradu*ão dos !e tuaginta. / ,alestina % que era o lar do cGnon Mudaico, Mamais a (leDandria, no &gito. * grande centro grego do saber, no &gito, não tinha autoridade para saber com precisão que livros pertenciam ao (ntigo ?estamento Mudaico. (leDandria era o lugar da tradu ão, não da canoniza ão. * fato de a !e tuaginta conter os apJcrifos apenas comprova que os Mudeus aleDandrinos traduziram os demais livros religiosos Mudaicos do per9odo intertestamentLrio ao lado dos livros can"nicos. Ailo, o Mudeu aleDandrino, reMeitou com toda a clareza a canonicidade dos apJcrifos, no tempo de 8risto, assim como o Muda9smo oficial em outros lugares e %pocas. )e fato, as cJpias eDistentes da -SS datam do s%culo /. d.8. e não comprovam que livros haviam sido inclu9dos na -SS de %pocas Einteriores, O. / Bíblia #ristã rimiti,a. *s mais antigos manuscritos gregos da 09blia datam do s%culo /.. #eguem a tradi ão da -SS, que cont%m os apJcrifos. 8omo foi observado acima, era uma tradu*ão grega, e não o #Enon hebraico. Besus e os escritores do Novo ?estamento quase sempre fizeram cita !es da -SS, mas Mamais mencionaram um livro sequer dentre os apJcrifos. No mLDimo, a presen a dos apJcrifos nas 09blias cristãs do s%culo /. mostra que tais livros eram aceitos at% certo ponto por alguns cristãos, naquela %poca. /sso não significa que os Mudeus ou os cristãos como um todo aceitaram esses livros como can"nicos, isso sem mencionarmos a igreMa universal, que nunca os teve na rela ão de livros can"nicos. :. / arte #ristã rimiti,a. (s representa !es art9sticas não constituem base para apurar a canonicidade dos apJcrifos. (s representa !es pintadas nas catacumbas, eDtra9das de livros apJcrifos, apenas mostram que os crentes daquela era estavam cientes dos acontecimentos do per9odo intertestamentLrio e os consideravam parte de sua heran a religiosa. ( arte cristã primitiva não decide nem resolve a questão da canonicidade dos apJcrifos. 2. *s rimeiros ais da igreIa. 'uitos dos grandes pais da igreMa em seu come o, dos quais 'elito, *r9genes, 8irilo de Berusal%m e (tanLsio, depuseram contra os apJcrifos. Nenhum dos primeiros pais de envergadura da igreMa, anteriores a (gostinho, aceitou todos os livros apJcrifos canonizados em ?rento. 5. * #Enon de /gostinho. * testemunho de (gostinho não % definitivo, nem isento de equ9vocos. ,rimeiramente, (gostinho Rs vezes faz supor que os apJcrifos apenas tinham uma deuterocanonicidade &+idade de =eus, <1,45F, e não canonicidade absoluta. (l%m disso, os 8onc9lios de Tipo e de 8artago foram pequenos conc9lios locais, influenciados por (gostinho e pela tradi ão da !e tuaginta grega. Nenhum estudioso hebreu qualificado esteve presente em nenhum desses dois conc9lios. * especialista hebreu mais qualificado da %poca, Ber"nimo, argumentou fortemente contra (gostinho, ao reMeitar a canocidade dos apJcrifos. Ber"nimo chegou a recusar-se a traduzir os apJcrifos para o latim, ou mesmo inclu9-los em suas vers!es em latim vulgar &Vulgata latina(. #J depois da morte de Ber"nimo e praticamente por cima de seu cadLver, % que os livros apJcrifos foram incorporados R Vulgata latina Ev. cap. <1F. 5. * 8oncilio de ?rento. ( a ão do 8oncilio de ?rento foi ao mesmo tempo pol$mica e preMudicial. &m debates com -utero, os catJlicos romanos haviam citado 'acabeus, em apoio R ora ão pelos mortos Ev. 7'acabeus <7.>2,>5F. -utero e os protestantes que o seguiam desafiaram a canonicidade desse livro, citando o Novo ?estamento, os primeiros pais da igreMa e os mestres Mudeus, em apoio. * 8oncilio de ?rento reagiu a -utero canonizando os livros apJcrifos. ( a ão do 8oncilio não foi apenas patentemente pol$mica, foi tamb%m preMudicial, visto que nem todos os catorze EquinzeF livros apJcrifos foram aceitos pelo 8oncilio. ,rimeiro e #egundo &sdras E4 e >&sdras dos catJlicos romanosP a versão de )ouai denomina < e 7&sdras, respectivamente, os livros can"nicos de &sdras e NeemiasF e a *ra ão de 'anasses foram reMeitados. ( reMei ão de 7&sdras % particularmente suspeita, porque cont%m um vers9culo muito forte contra a ora ão pelos mortos E7&sdras 3.<62F. (liLs, algum escriba medieval havia cortado essa se ão dos manuscritos latinos de 7&sdras, sendo conhecida pelos manuscritos Lrabes, at% ser reencontrada outra vez em latim por +obert -. 0entle:, em <13>, numa biblioteca de (miens, na Aran a. &ssa decisão, em ?rento, não refletiu uma anu$ncia universal, indisputLvel, dentro da /greMa 8atJlica e na +eforma. Nessa eData %poca o cardeal 8aMetan, que se opusera a -utero em (ugsburgo, em <2<1, publicou +oment$rio sobre todos os li,ros histJri#os -idedignos do /ntigo 'estamento, em <247, omitindo os apJcrifos. (ntes ainda desse fato, o cardeal Simenes havia feito distin ão entre os apJcrifos e o cGnon do (ntigo ?estamento, em sua obra Aoliglota #om lutense E<2<>-<2<3F. ?endo em mente essa concep ão, os protestantes em geral reMeitaram a decisão do 8oncilio de ?rento, que não tivera base sJlida. 1.Uso não0#atJli#o. * uso dos livros apJcrifos entre igreMas ortodoDas, anglicanas e protestantes foi desigual e diferenciado. (lgumas os usam no culto público. 'uitas 09blias cont$m tradu !es dos livros apJcrifos, ainda que colocados numa se ão R parte, em geral entre o (ntigo e o Novo ?estamento. (inda que não-catJlicos fa am uso dos livros apJcrifos, nunca lhes deram a mesma autoridade can"nica do resto da 09blia. *s não-catJlicos usam os apJcrifos em seus devocionais, mais do que na afirma ão doutrinLria. =. *s rolos do mar %orto. 'uitos livros não-can"nicos foram descobertos em Kumran, dentre os quais comentLrios e manuais. &ra uma biblioteca que continha numerosos livros não tidos como inspirados pela comunidade. .isto que na biblioteca de Kumran não se descobriram comentLrios nem cita !es autorizadas sobre os livros apJcrifos, não eDistam evid$ncias de que eram tidos como inspirados. ,odemos presumir, portanto que aquela comunidade cristã não considerava os apJcrifos can"nicos. (inda que se encontrassem evid$ncias em contrLrio, o fato de esse grupo ser uma seita que se separara do Muda9smo oficial mostraria ser natural que não fosse ortodoDo em todas as suas cren as. ?anto quanto podemos distinguir, contudo, esse grupo era ortodoDo quanto R canonicidade do (ntigo ?estamento. &m outras palavras, não aceitavam a canonicidade dos livros apJcrifos. $esumo e conclusão * cGnon do (ntigo ?estamento at% a %poca de Neemias compreendia 77 Eou 7>F livros em hebraico, que, nas 09blias dos cristãos, seriam 4=, como ML se verificara por volta do s%culo /. a.8. (s obMe !es de menor monta a partir dessa %poca não mudaram o conteúdo do cGnon. Aoram nu livros chamados apJcrifos, escritos depois dessa %poca, que obtiveram grande circula ão entre os cristãos, por causa da influ$ncia da tradu ão grega de (leDandria. .isto que alguns dos primeiros pais da igreMa, de modo especial no *cidente, mencionaram esses livros em seus escritos, a igreMa Eem grande parte por influ$ncia de (gostinhoF deu-lhes uso mais amplo e eclesiLstico. No entanto, at% a %poca da +eforma esses livros não eram considerados can"nicos. ( canoniza ão que receberam no 8oncilio de ?rento não recebeu o apoio da histJria. ( decisão desse concilio foi pol$mica e eivada de preconceito, como ML o demonstramos. Kue os livros apJcrifos, seMa qual for o valor devocional ou eclesiLstico que tiverem, não são can"nicos, comprova-se pelos seguintes fatos: <. ( comunidade Mudaica Mamais os aceitou como can"nicos. 7. Não foram aceitos por Besus, nem pelos autores do Novo ?estamento. 4. ( maior parte dos primeiros grandes pais da igreMa reMeitou sua 8anonicidade. >. Nenhum concilio da igreMa os considerou can"nicos senão no final do s%culo /.. 2. Ber"nimo, o grande especialista b9blico e tradutor da Vulgata, reMeitou fortemente os livros apJcrifos. 5. 'uitos estudiosos catJlicos romanos, ainda ao longo da +eforma, reMeitaram os livros apJcrifos. 3. Nenhuma igreMa ortodoDa grega, anglicana ou protestante, at% a premente data, reconheceu os apJcrifos como inspirados e can"nicos, no sentido integral dessas palavras. N vista desses fatos important9ssimos, torna-se absolutamente necessLrio que os cristãos de hoMe Mamais usem os livros apJcrifos como se foram ,alavra de )eus, nem os citem em apoio autorizado a qualquer doutrina cristã. 8om efeito, quando eDaminados segundo os crit%rios elevados de canonicidade, estabelecidos e discutidos no cap9tulo 5, verificamos que aos livros apJcrifos falta o seguinte: <.*s apJcrifos não reivindicam ser prof%ticos. 7.Não det$m a autoridade de )eus. 4.8ont$m erros histJricos Ev. 'obias <.4-2 e <>.<<F e graves heresias teolJgicas, como a ora ão pelos mortos E7%a#abeus <7.>2W>5XP >F. >. &mbora seu conteúdo tenha algum valor para a edifica ão nos momentos devocionais, na maior parte se trata de teDto repetitivoP são teDtos que ML se encontram nos livros can"nicos. 2. TL evidente aus$ncia de profecia, o que não ocorre nos livros can"nicos. *s apJcrifos nada acrescentam ao nosso conhecimento das verdades messiGnicas. 3. * povo de )eus, a quem os apJcrifos teriam sido originariamente apresentados, recusou-os terminantemente. ( comunidade Mudaica nunca mudou de opinião a respeito dos livros apJcrifos. (lguns cristãos t$m sido menos r9gidos e categJricosP mas, seMa qual for o valor que se lhes atribui, fica evidente que a igreMa como um todo nunca aceitou os livros apJcrifos como &scrituras #agradas. K. % desen8ol8imento do cDnon do No8o #estamento ( histJria do cGnon do Novo ?estamento difere da do (ntigo em vLrios aspectos. &m primeiro lugar, visto que o cristianismo foi desde o come o religião internacional, não havia comunidade prof%tica fechada que recebesse os livros inspirados e os coligisse em determinado lugar. Aaziamse cole !es aqui e ali, que se iam completando, logo no in9cio da igreMaP não hL not9cia, todavia, da eDist$ncia oficial de Uma entidade que controlasse os escritos inspirados. ,or isso, o processo mediante o qual todos os escritos apostJlicos se tornassem universalmente aceitos levou muitos s%culos. Aelizmente, dada a disponibilidade de teDtos, hL mais manuscritos do cGnon do Novo ?estamento que do (ntigo. *utra diferen a entre a histJria do cGnon do (ntigo ?estamento, em compara ão com a do Novo, % que a partir do momento em que as discuss!es resultaram no reconhecimento dos 73 livros can"nicos do Novo ?estamento, não mais houve movimentos dentro do cristianismo no sentido de acrescentar ou eliminar livros. * cGnon do Novo ?estamento encontrou acordo geral no seio da igreMa universal. %s estímulos "ara Hue se coligissem o;icialmente os li8ros .Lrias for as contribu9ram para que o mundo cristão da antigVidade providenciasse o reconhecimento oficial dos 73 livros can"nicos do Novo ?estamento. ?r$s dessas for as t$m significado especial: a eclesiLstica, i teolJgica e a pol9tica. O estímulo eclesi5stico - lista dos can3nicos ( igreMa primitiva tinha necessidades internas e eDternas que eDigiam o reconhecimento dos livros can"nicos. /nternamente havia a necessidade de saber que livros deveriam ser lidos nas igreMas, de acordo com prLtica prescrita pelos apJstolos para a igreMa do Novo ?estamento E<?s 2.73F. )o lado de fora da igreMa estava a necessidade de saber que livros deveriam ser traduzidos para as l9nguas estrangeiras das pessoas convertidas. #em uma lista dos livros reconhecidos, aprovados, seria dif9cil para a igreMa primitiva a eDecu ão dessa tarefa. ( combina ão dessas for as eDerceu pressão sobre os primeiros pais da igreMa para produzirei uma lista oficial dos livros can"nicos. O estímulo teológico - lista dos can3nicos *utro fator dentro do cristianismo primitivo estava eDigindo um pronunciamento oficial da igreMa a respeito do cGnon. .isto que toda a &scritura era proveitosa para a doutrina E7?m 4.<5,<3F, tornou-se cada vez mais necessLrio definir os limites do legado doutrinLrio apostJlico, necessidade de saber que livros deveriam ser usados para ensinar a doutrina com autoridade divina tornou-se questão que eDercia pressão cada vez maior, por causa da multiplicidade de livros her%ticos que reivindicavam autoridade divina. Kuando o herege 'arcião publicou uma lista muit9ssimo abreviada dos livros can"nicos Ec. <>6F, abarcando apenas i evangelho de -ucas e dez das cartas de ,aulo Ecom a omissão de < e 7?imJteo e de ?itoF, tornou-se premente a necessidade de uma lista completa dos livros can"nicos. ( igreMa viu-se presa em meio a uma tensão provocada, de um lado, por quem queria acrescentar livros R lista dosQ can"nicos e, por outro, por quem queria eliminar alguns livros, de modo que o "nus da decisão recaiu sobre os primeiros pais da igreMa, para que definissem com precisão os limites do cGnon sagrado. O estímulo político - lista dos can3nicos (s for as que pressionavam a canoniza ão culminaram na pressão pol9tica que passou a influir na igreMa primitiva. (s persegui !es de )iocleciano Ec. 467-462F representaram um forte motivo para a igreMa definir de vez a lista dos livros can"nicos. )e acordo com o historiador cristão &us%bio, houve um edito imperial da parte de )iocleciano, de 464, ordenando que Qas &scrituras fossem destru9das pelo fogoQ. Não deiDa de ler ir"nico que 72 anos antes o imperador 8onstantino se QconverteraQ ao cristianismo e dera ordem a &us%bio para que se preparassem se distribu9ssem cinqVenta eDemplares da 09blia. ( persegui ão motivou um eDame s%rio da questão dos livros can"nicos: quais eram realmente can"nicos e deveriam ser preservadosI * pedido de 8onstantino tamb%m tornou necessLria a cria ão da lista de livros can"nicos. + com"ilação e o reconhecimento "rogressi8os dos li8ros canLnicos TL evid$ncias fortes a mostrar que os primeiros cristãos coligiram e preservaram os livros inspirados do Novo ?estamento. ?ais livros sem dúvida alguma foram copiados e circularam entre as igreMas primitivas. No entanto, em vista de não eDistir uma lista oficial divulgada, o reconhecimento universal levou vLrios s%culos para ocorrer, at% que as press!es ocasionaram a necessidade de tal lista. 0vid.ncias neotestament5rias de um c2non crescente * Novo ?estamento havia sido escrito durante a última metade do s%culo /. ( maior parte dos livros havia sido escrita para as igreMas locais Ee.g., a maior parte das cartas do apJstolo ,auloF, e alguns foram dirigidos a pessoas em particular Ee.g., Ailemom, 7 e 4BoãoF. *utros livros tinham em mira auditJrios mais amplos, na _sia *riental E<,edroF, na (lia *cidental E(pocalipseF e at% mesmo na &uropa E+omanosF. O provLvel que algumas dessas cartas tivessem origem em Berusal%m E?iagoF, outras viessem de +oma, nos confins do *cidente E<,edroF. Tavendo tio grande diversidade geogrLfica de origens e destinatLrios, % compreens9vel que nem todas as igreMas haveriam de possuir, de imediato, cJpias de todos os livros inspirados do Novo ?estamento. (crescentem-se =< problemas de comunica ão e de transporte, e fica mais fLcil ver que teria preciso algum tempo at% que houvesse um reconhecimento geral de todos os 73 livros do cGnon do Novo ?estamento. (pesar de tão grandes dificuldades, a igreMa primitiva come ou de imediato a coligir todos os escritos apostJlicos que pudessem autenticar. / sele*ão dos li,ros -idedignos. )esde o in9cio havia escritos falsos, não-apostJlicos e, portanto, não-fidedignos em circula ão. ,or causa de alguns desses relatos fantasiosos sobre a vida de 8risto, -ucas, o companheiro de ,aulo, assumiu o compromisso de escrever seu evangelho, dizendo: ^?endo muitos empreendido uma narra ão dos fatos que entre nJs se cumpriram W...X pareceu-me tamb%m conveniente descrev$-los a ti, J eDcelente ?eJfilo, por sua ordem, havendo-me ML informado minuciosamente de tudo desde o princ9pio, para que tenhas plena certeza das coisas em que foste ensinadoQ E-c <.<->F. * que se depreende do prJlogo de -ucas % que, em seus dias Ec. 56 d.8F, ML havia alguns relatos ineDatos em circula ão a respeito da vida de 8risto. #abemos com certeza que os cristãos de ?essal"nica foram advertidos quanto a falsas cartas que lhes teriam sido enviadas em nome do apJstolo ,aulo. Q+ogamo-vosQ, escreveu o apJstolo, Qque não vos demovais do vosso modo de pensar, nem vos perturbeis W...X por ep9stola, como se procedesse de nJs, como se o dia de 8risto ML tivesse chegadoQ E7?s 7.76F. ( fim de que os crentes verificassem a confiabilidade de suas cartas, o apJstolo se despedia dizendo: Q&u, ,aulo, escrevo esta sauda ão com meu prJprio punho. &ste % o sinal em cada ep9stola. O assim que escrevoQ E7?s 4.<3F. (l%m disso, a carta seria enviada por um portador pessoal da parte do apJstolo. /nforma-nos mais o apJstolo Boão que Besus fez muitos outros sinais Qque não estão escritos neste livroQ 6o 76.46F, visto que, se todos fossem escritos, Qcuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que seriam escritosQ EBo 7<.72F. ( partir da multiplicidade de atos de Besus que não foram registrados pelos apJstolos, surgiram muitas crendices a respeito da vida de 8risto, que eDigiram o eDame dos apJstolos. &nquanto as testemunhas oculares da vida e da ressurrei ão de 8risto estivessem vivas E(t <.7<,77F, tudo poderia suMeitar-se R autoridade do ensino e da tradi ão oral dos apJstolos Ev. <?s 7.<4P <8o <<.7F. TL quem acredite que as tradi !es oculares dos apJstolos formaram o 8Br9gma Elit., proclama ãoF, queP funcionou como uma esp%cie de cGnon dentro do cGnon. Kuer o 8Br9gma fosse o crit%rio, quer não, fica bem claro que at% mesmo a igreMa apostJlicasP havia sido convocada para ser seletiva em apurar a confiabilidade dase muitas histJrias e ensinos a respeito de 8risto. &m seu evangelho, Boão destruiu uma crendice que circulava no seio da igreMa do s%culo /, segundo a qual ele Mamais morreria EBo 7<.74,7>F. &sse mesmo apJstolo tamb%m escreveu uma advert$ncia forte aos crentes, dizendo: Q(mados, não creiais em todo esp9rito, mas provai se os esp9ritos v$m de )eus, porque ML muitos falsos profetas t$m surgido no mundoQ E<Bo >.<F. &m suma, eDistem muitas evid$ncias de que no seio da igreMa do s%culo / havia um processo seletivo em opera ão. ?oda e qualquer palavra a respeito de 8risto, fosse oral, fosse escrita, era submetida ao ensino apostJlico, dotado de toda autoridade. #e tal palavra ou obra não pudesse ser comprovada pelas testemunhas oculares Ev. -c <.7P (t <,7<,77F, era reMeitada, *s apJstolos eram pessoas que podiam afirmar: Q* que vimos e ouvimos, isso vos anunciamosQ E<Bo <.4FP eram o incontestLvel tribunal de apela ão. (ssim escreveu outro apJstolo: QNão vos fizemos saber o poder e a vinda de nosso #enhor Besus 8risto, seguindo fLbulas artificialmente compostas, mas nJs mesmos vimos a sua maMestadeQ E7,e <.<5F. &ssa fonte primordial de autoridade apostJlica era o cGnon, mediante * qual a primeira igreMa escolheu os escritos aos quais obedeceria, pois eram os ensinos dos apJstolos E(t 7.>7F. (ssim, o QcGnonQ vivo das testemunhas oculares tornou-se o crit%rio mediante o qual os escritos can"nicos primitivos vieram a ser reconhecidos, e o prJprio )eus deu testemunho aos apJstolos ETb 7.4,>F. / leitura de li,ros autori<ados. *utro sinal de que o processo da canoniza ão do Novo ?estamento iniciou-se imediatamente na igreMa do s%culo / foi a prLtica da leitura pública oficial dos livros apostJlicos. ,aulo havia ordenado aos tessalonicenses: Q,elo #enhor vos conMuro que esta ep9stola seMa lida a todos os santos irmãosQ E<?s 2.73F. )e modo semelhante, ?imJteo foi instru9do a apresentar a mensagem de ,aulo Rs igreMas ao lado das &scrituras do (ntigo ?estamento. Q,ersiste em lerQ, escreveu o apJstolo, QeDortar e ensinar, at% que eu vLQ E<?m >.<4P cf. tb. v. <<F. ( leitura em público das palavras autorizadas de )eus era um costume antigo. 'ois%s e Bosu% o praticaram EZD 7>.3P Bs 1.4>F. Bosias pediu que se lesse a 09blia em seus dias E7+s 74.7F, e o mesmo fizeram &sdras e os levitas: Q-eram no livro da lei de )eus, esclarecendo-a e eDplicando o sentido, de modo que o povo pudesse entender o que se liaQ ENe 1.1F. ( leitura das cartas apostJlicas Rs igreMas % uma continua ão da longa tradi ão prof%tica. TL uma passagem significativa a respeito da leitura das cartas apostJlicas nas igreMas. ,aulo escreveu assim aos colossenses: Q)epois que esta ep9stola tiver sido lida entre vJs, fazei que tamb%m o seMa na igreMa dos laodicenses, e a que veio de -aodic%ia lede-a vJs tamb%mQ E8l >.<5F. Boão prometeu uma b$n ão a quem lesse sua carta em voz alta E(p <.4F, a qual ele enviara a sete igreMas diferentes. ?udo isso demonstra com clareza que as cartas apostJlicas tinham por intuito ser lidas por um grupo muito maior do que uma congrega ão. ?odas as igreMas no tempo e no espa o teriam a obriga ão de l$-las, e, R medida que as igreMas iam recebendo, lendo e coligindo essas cartas, cheias de autoridade divina, lan avam os alicerces de uma cole ão crescente de documentos inspirados. &m suma, as igreMas estavam envolvidas num processo incipiente de canoniza ão. &ssa aceita ão original de um livro, o qual era autorizadamente lido nas igreMas, teria importGncia crucial para o reconhecimento posterior de um livro can"nico. / #ir#ula*ão e a #om ila*ão dos li,ros. BL havia nos tempos do Novo ?estamento algo parecido com uma declara ão de cGnon das #agradas &scrituras, aprovada tacitamente, circulando pelas igreMas. )e in9cio nenhuma igreMa detinha todas as cartas apostJlicas, mas a cole ão foi crescendo R medida que se faziam cJpias autenticadas pela assinatura dos apJstolos ou de seus emissLrios. Não hL dúvidas de que as primeiras cJpias das &scrituras surgiram dessa prLtica de fazer que circulassem. N medida que as igreMas foram crescendo, a necessidade de novas cJpias foi-se tornando cada vez maior, pois mais e mais congrega !es deseMavam ter sua compila ão para as leituras regulares e para os estudos, ao lado das &scrituras do (ntigo ?estamento. ( passagem de 8olossenses previamente citada informa-nos que a circula ão das cJpias das cartas era costume apostJlico. TL outros ind9cios ainda dessa prLtica. Boão havia recebido essa ordem da parte de )eus: Q* que v$s, escreve-o num livro, e envia-o Rs sete igreMas que estão na _sia W'enorXP a Ofeso, a &smirna, a ,%rgamo, a ?iatira, a #ardes, a Ailad%lfia e a -aodic%iaQ E(p <.<<F. ,or tratar-se de um único livro para muitas igreMas, o livro deveria circular entre elas. O tamb%m o caso de muitas das ep9stolas gerais. ?iago % dirigida Rs doze tribos da )ispersão E?g <.<F. ,edro escreveu uma carta aos Qestrangeiros da )ispersão, no ,onto, na HalLcia, na 8apadJcia, na _sia e na 0it9niaQ E<,e <.<F. (lguns estudiosos t$m pensado que a carta de ,aulo aos &f%sios tenha sido uma carta-circular gen%rica, visto que a palavra e-.sios não estL presente nos manuscritos mais antigos. ( carta % dirigida simplesmente Qaos santos que estão em Ofeso, e fi%is em 8risto BesusQ E&f <.<F. ?odas essas cartas-circulares revelam o in9cio de um processo de canoniza ão. ,rimeiro, as cartas foram obviamente endere adas Rs igreMas em geral. ( seguir, cada igreMa era obrigada a fazer cJpias das cartas, para i poder realizar estudos e a elas referir-se. ( ordem no Novo ?estamento para que se estudem as &scrituras Esem eDce ão das cartas apostJlicasF não s9- significa uma única e mera leitura formal, e nada mais. *s cristãos eram admoestados a ler continuamente as &scrituras E?m >.<<,<4F. ( única maneira pela qual se poderia realizar isso no seio de um número crescente dL igreMas era fazer cJpias, de tal sorte que cada igreMa ou grupo de igreMa tivesse sua prJpria compila ão de escritos autorizados. ?odavia, algu%m poderia perguntar se hL alguma evid$ncia no Novo ?estamento de que tais compila !es de escritos estavam-se desenvolvendo. 8om certeza. ,arece que ,edro possu9a uma cole ão das cartas de ,aulo, as quais ele colocava ao lado das Qoutras &scriturasQ E7,e 4.<2,<5F. ,odemos presumir que ,edro possu9a uma coletGnea das obras de ,aulo, visto não haver razão plaus9vel por que ,edro devesse ter a posse das cartas originais de ,aulo. (final, tais cartas não foram escritas de propJsito para ,edro, mas para as igreMas espalhadas por todo o mundo da %poca. /sso demonstra que haveria outras coletGneas que atenderiam Rs necessidades das igreMas que iam crescendo. * fato de um escritor citar outro escritor tamb%m revela que tais cartas coligidas eram divinamente inspiradas e dotadas de autoridade. Budas menciona ,edro EBd <3P v. tb, 7,e 4.7F, e ,aulo menciona o evangelho de -ucas como &scritura #agrada E<?m 2.<1P cf. -c <6.3F. -ucas presume que ?eJfilo estava de posse de um primeiro livro ou tratado E(t <.<F. (ssim, o processo de canoniza ão desde o in9cio da igreMa estava em andamento. (s primeiras igreMas foram eDortadas a selecionar apenas os escritos apostJlicos fidedignos. )esde que determinado livro fosse eDaminado e dado por aut$ntico, fosse pela assinatura, fosse pelo emissLrio apostJlico, era lido na igreMa e depois circulava entre os crentes de outras igreMas. (s coletGneas desses escritos apostJlicos come aram a tomar forma nos tempos dos apJstolos. ,elo final do s%culo /, todos os 73 livros do Novo ?estamento haviam sido recebidos e reconhecidos pelas igreMas cristãs. * cGnon estava completo, e todos os livros haviam sido reconhecidos pelos crentes de outros lugares. ,or causa da multiplicidade dos falsos escritos e da falta de acesso imediato Rs condi !es relacionadas ao recebimento inicial de um livro, o debate a respeito do cGnon prosseguiu durante vLrios s%culos, at% que a igreMa universal finalmente reconheceu a canonicidade dos 73 livros do Novo ?estamento. + con;irmação da com"ilação o;icial dos li8ros canLnicos &videncia-se de vLrias maneiras a confirma ão da canonicidade do Novo ?estamento. -ogo apJs a era dos apJstolos, v$-se nos escritos dos primeiros pais da igreMa o reconhecimento da inspira ão de todos os 73 livros do Novo ?estamento. &m apoio ao testemunho dos apJstolos temos as antigas vers!es, as listas can"nicas e os pronunciamentos dos 8onc9lios eclesiLsticos. ?odos Muntos constituem elo de reconhecimento desde a concep ão do cGnon, nos dias dos apJstolos, at% a confirma ão /rrevogLvel da igreMa universal, em fins do s%culo /.. O testemun6o dos pais da Igre/a sobre o c2non -ogo apJs a primeira gera ão, passada a era apostJlica, todos os livros do Novo ?estamento haviam sido citados como dotados de autoridade por algum pai da igreMa. ,or sinal, dentro de duzentos anos depois do s%culo /, quase todos os vers9culos do Novo ?estamento haviam sido citados em um ou mais das mais de 45 mil cita !es dos pais da igreMa Ev. cap. <4F. .isto que os testemunhos patr9sticos a favor do Novo ?estamento ML foram verificados Ev. cap. >F, não os repetiremos aqui. * diagrama seguinte mostra com eDatidão qual pai da igreMa citou qual livro como &scritura nos primeiros s%culos. No entanto, o leitor deve ser acautelado sobre o caso de um pai primitivo da igreMa não ter feito refer$ncia a um livro: isso não deiDa necessariamente impl9cita a reMei ão desse livro por ser não-can"nico. * argumento do sil$ncio, nesse caso, como ocorre em geral, % bastante fraco. ( não cita ão pode revelar meramente falta de ocasião por parte do pai da igreMa de mencionar determinado livro nos escritos que chegaram at% nJs. ,ara ilustrar isso, o prJprio leitor poderia perguntar-se quando foi que citou pela última vez a carta a Ailemom ou 4Boão. Nem todos os livros do Novo ?estamento são citados por todos os primeiros pais da igreMa, mas todos os livros são citados como can"nicos por pelo menos um desses pais. ( conclusão % que esse fato basta para demonstrar que o livro havia sido reconhecido como apostJlico desde o in9cio. O testemun6o das listas primitivas e das traduç*es do c2non *utras confirma !es do cGnon do s%culo / encontram-se nas tradu !es e nas listas can"nicas dos s%culos // e ///. Não se poderiam fazer a menos que houvesse primeiro o reconhecimento dos livros que deveriam ser inclu9dos na tradu ão. /ntiga siría#a. Uma tradu ão do Novo ?estamento circulou na #9ria, pelo fim do s%culo /., representando um teDto que datava do s%culo //. /nclu9a todos os 73 livros do Novo ?estamento eDceto 7,edro, 7 e 4Boão, Budas e (pocalipse. * famoso especialista em 09blia, 0. + `estcott, observou: Q( harmonia geral entre esse WcGnonX e o nosso % eDtraordinLria e de grande importGnciaP as omiss!es são de fLcil eDplica ãoQ.<> *s livros , omitidos foram originariamente destinados ao mundo ocidental, e a igreMa sir9aca ficava no *riente. ( distGncia e a falta de comunica !es com obMetivo de verifica ão atrasaram a aceita ão definitiva desses livros no que tange R 09blia oriental, a qual havia sido publicada antes de essa evid$ncia estar R disposi ão. /ntiga latina. * Novo ?estamento havia sido traduzido para o latim antes do ano 766, tendo servido de 09blia para a igreMa ocidental, da mesma forma que a !iría#a tinha servido para a igreMa oriental. ( /ntiga latina continha todos os livros do Novo ?estamento com eDce ão de Tebreus, de ?iago e de < e 7,edro. &ssas omiss!es são o reverso das que se notam na 09blia sir9aca. Tebreus, <,edro e provavelmente ?iago foram escritas para igreMas no *riente e no mundo mediterrGneo. )a9 ter demorado muito tempo para que suas credenciais fossem reconhecidas no *cidente. ( segunda carta de ,edro apresentou um problema especial que serL discutido no cap9tulo <6. * que interessa % que, entre as duas primeiras 09blias da igreMa, houve reconhecimento da canonicidade de todos os 73 livros do Novo ?estamento. +Enon muratJrio &254 d.+(. (l%m do cGnon obviamente abreviado do herege 'arcião E<>6 d.8F, a lista can"nica mais antiga encontra-se no fragmento muratJrio. (lista de livros do Novo ?estamento corresponde eDatamente R da /ntiga latina, omitindo-se apenas Tebreus, ?iago ele 7,edro. `estcott sustenta que provavelmente houve uma falha nos <> 0rooke Aoss `&#?8*??, / general sur,e9 o- the histor9 o- the #anon o- the New 'estament, 3. ed., Ne@ aork, 'acmillan, <1=5, p, 7>=-26. manuscritos com a poss9vel inclusão de tais livros em alguma %poca. <2 O um tanto inusitado que Tebreus e <,edro estivessem ausentes, ao passo que os livros menos freqVentemente citados, Ailemom e 4Boão, estivessem inclu9dos. D i cita ão ou alusão o i dado como aut$ntico I i dado como pol$mico +Jdi#e baro#J#io &;4S(. *utro testemunho de apoio do primitivo cGnon do Novo ?estamento vem de um cJdice intitulado *s sessenta li,ros. 'ediante eDame cuidadoso, esses sessenta livros inclu9am 5> dos 55 livros can"nicos da 09blia. #J faltava &ster, do (ntigo ?estamento, e <2 2 Cbld., , ;;O (pocalipse, do Novo. ( canonicidade de (pocalipse estL bem atestada em outras passagens de outros autores, tendo o apoio de Bustino 'Lrtir, de /rineu, de 8lemente de (leDandria, de ?ertuliano e da lista do +Enon muratJrio. Eus.bio de +esar.ia &#. O:4(. ( situa ão do cGnon do Novo ?estamento no *cidente no in9cio do s%culo /. foi bem resumida pelo historiador &us%bio, em sua obra 7istJria e#lesi$sti#a E4,72F. &le relacionou como totalmente aceitLveis os 73 livros do Novo ?estamento, eDceto ?iago, Budas, 7,edro e 7 e 4Boão. &sses, ele relacionou como questionados por algunsP ele mesmo reMeitava de vez o (pocalipse. (ssim, todos, menos o (pocalipse, haviam recebido aceita ão, ainda que algumas das cartas gerais sofressem alguma forma de questionamento. /tan$sio de /lexandria &#. O5O(. Kuaisquer dúvidas eDistentes no *cidente a respeito das cartas gerais e do (pocalipse foram removidas nos cinqVenta anos que se seguiram R obra de &us%bio. (tanLsio, o ,ai da *rtodoDia, relaciona com clareza todos os 73 livros do Novo ?estamento como can"nicos &+artas, 4,753,2F. )entro de uma gera ão, tanto Ber"nimo quanto (gostinho teriam confirmado a mesma lista de livros, de modo que os 73 livros permaneceram no cGnon aceito do Novo ?estamento Ev. (H*#?/NT*, =a doutrina #ristã, 7.1.<4F. 6s +on#ílios de 7i o &O3O( e de +artago &O35(. * testemunho de apoio ao cGnon do Novo ?estamento não se limitou a vozes individuais. )ois conc9lios locais ratificaram os 73 livros can"nicos do Novo ?estamento. ( varia ão no cGnon do (ntigo ?estamento aceita por esses conc9lios ML foi discutida no cap9tulo 1. ?amb%m eDiste uma lista proveniente do #9nodo de -aodic%ia E4>4-41<F, que inclui todos os livros, menos o (pocalipseP mas onze estudiosos t$m questionado a genuinidade dessa lista. )esde o s%culo . a igreMa tem aceito esses 73 livros como o cGnon do Novo ?estamento. &mbora mais tarde houvesse obMe !es ao cGnon do (ntigo ?estamento, a igreMa em todos os seus principais ramos continua, at% hoMe, a reconhecer apenas esses 73 livros do Novo ?estamento como apostJlicos. ,ara resumir: o processo de coligir os escritos apostJlicos confiLveis iniciou-se nos tempos do Novo ?estamento. No s%culo // houve eDame desses escritos mediante a cita ão da autoridade divina de cada um desses 73 livros do Novo ?estamento. No s%culo ///, as duvidas e as obMe !es a respeito de determinados livros prosseguiram, culminando nas decis!es dos pais da igreMa e dos conc9lios influentes do s%culo /.. ( partir de então, ao longo dos s%culos, a igreMa vem sustentando a canonicidade desses 73 livros. -M. + extensão do cDnon do No8o #estamento Kuais teriam sido, precisamente, os livros do cGnon do Novo ?estamento que foram obMetados na igreMa primitivaI 8om base em que obtiveram sua aceita ão definitivaI Kuais foram os livros apJcrifos do Novo ?estamento que giraram ao redor do cGnonI &ssas perguntas são o ponto de partida de nosso debate neste cap9tulo. %s li8ros aceitos "or todos F homologoumena 8omo o (ntigo ?estamento, a maioria dos livros do Novo foi aceita pela /greMa logo de in9cio, sem obMe !es. ?ais livros foram chamados homologoumena, porque todos os pais da igreMa se pronunciaram favoravelmente pela sua canonicidade. *s homologoumena aparecem em quase todas as principais tradu !es e cGnones da igreMa primitiva. &m geral, 76 dos 73 livros do Novo ?estamento são homologoumena. /ncluem-se todos menos Tebreus, ?iago, 7,edro, 7 e 4Boão, Budas e (pocalipse. *utros tr$s livros, Ailemom, <,edro e <Boão, Rs vezes ficam fora do reconhecimento. No entanto, % melhor dizer que foram omitidos, não questionados. 8omo os livros chamados homologoumena foram aceitos por todos, voltaremos nossa aten ão para outros grupos de livros. %s li8ros reGeitados "or todos F "seude"ígra;os )urante os s%culos // e ///, numerosos livros espúrios e her%ticos surgiram e receberam o nome de seude ígra-os, ou escritos falsos. &us%bio os chamou livros Qtotalmente absurdos e 9mpiosQ. A nature4a dos pseudepígrafos ,raticamente nenhum pai da igreMa, nenhum cGnon ou concilio declarou que um desses livros seria can"nico. No que concerne aos cristãos, esses livros t$m principalmente interesse histJrico. * conteúdo deles resume-se em ensinos her%ticos, eivados de erros gnJsticos, doc%ticos e asc%ticos. *s gnJsti#os eram uma seita filosJfica que arrogava para si conhecimento especial dos mist%rios divinos. &nsinavam que a mat%ria % mL e negavam a encarna ão de 8risto. *s do#etas ensinavam a divindade de 8risto, mas negavam sua humanidadeP diziam que ele sJ tinha a apar$ncia de ser humano. *s mono-isistas asc%ticos ensinavam que 8risto tinha uma única natureza, uma fusão do divino com o humano. Kuando muito, tais livros eram acatados por alguma seita her%tica ou recebiam outra cita ão por parte de um dos pais ortodoDos da igreMa. ( corrente principal do cristianismo seguia &us%bio e Mamais os considerou nada, a não ser espúrios e 9mpios. N semelhan a dos pseudep9grafos do (ntigo ?estamento, tais livros revelavam desmedida fantasia religiosa. &videnciavam uma curiosidade incurLvel para descobrir mist%rios nãorevelados nos livros can"nicos Ee.g., acerca da infGncia de BesusF, e eDibem uma tend$ncia doentia, mJrbida de dar apoio a idiossincrasias doutrinLrias, mediante fraudes aparentemente piedosas. Taveria, talvez, um resqu9cio de verdade por dentro das fantasias apresentadasP todavia, os pseudep9grafos precisam ser totalmente QdemitizadosQ, a fim de que se descubra essa verdade. O número dos pseudepígrafos * número eDato desses livros % dif9cil de apurar. ,or volta do s%culo S/S, AJtio havia relacionado cerca de 716 obras. ( partir de então muitas outras apareceram. +elacionamos abaiDo alguns dos pseudep9grafos mais importantes e das tradi !es a eles relacionadas: EVANGELH ! <. * E,angelho de 'om. Es%culo /F % uma visão gnJstica dos supostos milagres da infGncia de Besus. 7. * E,angelho dos ebionitas Es%culo //F % uma tentativa gnJstico-cristã de perpetuar as prLticas do (ntigo ?estamento. 4. * E,angelho de Aedro Es%culo //F % uma falsifica ão doc%tica e gnJstica. >. * Aroto0E,angelho de 'iago Es%culo //F % uma narra ão que 'aria faz do massacre dos meninos pelo rei Terodes. 2. * E,angelho dos egí #ios Es%culo //F % um ensino asc%tico contra o casamentoN contra a carne e contra o vinho. 5.* E,angelho ar$bi#o da in-En#ia EIF registra os milagres que Besus teria praticado na infGncia, no &gito, e a visita dos magos de [oroastro. 3. * E,angelho de Ni#odemos Es%culos // ou .F cont%m os (tos de Ailatos e a =es#ida de Qesus. 1. * E,angelho do #ar inteiro Qos. Es%culo /.F % o escrito de uma seita monofisista que glorificava a Bos%. =. ( 7istJria do #ar inteiro Qos. Es%culo .F % a versão monofisista da vida de Bos%. <6. * assamento de %aria Es%culo /.F relata a assun ão corporal de 'aria e mostra os estLgios progressivos da adora ão de 'aria. <<. * E,angelho da nati,idade de %aria Es%culo ./F promove a adora ão de 'aria e forma a base da Lenda de ouro, livro popular do s%culo S/// sobre a vida dos santos. <7. * E,angelho de um Aseudo0%ateus Es%culo .F cont%m uma narrativa sobre a visita que Besus fez ao &gito e sobre alguns dos milagres do final de sua infGncia. <4-7<.E,angelho dos do<e, de Barnab., de Bartolomeu, dos hebreus Ev. Q(pJcrifosQF, de %ar#ião, de /ndr., de %atias, de Aedro, de Fili e. A" ! <. *s (tos de Aedro Es%culo //F cont$m a lenda segundo a qual ,edro teria sido crucificado de cabe a para baiDo. 7. *s /tos de Qoão Es%culo //F mostram a influ$ncia dos ensinos gnJsticos e doc%ticos. 4. *s (tos de /ndr. EIF são uma histJria gnJstica da prisão e da morte de (ndr%. >. *s /tos de 'ome EIF apresentam a missão e o mart9rio de ?ome na 9ndia. 2. *s /tos de Aaulo apresentam um ,aulo de pequena estatura, de nariz grande, de pernas arqueadas e calvo. 5-1. /tos de %atias, de Fili e, de 'adeu. E#$!" LA! <. ( +arta atribuída a nosso !enhor . um suposto registro da resposta dada por Besus ao pedido de cura de algu%m, apresentado pelo rei da 'esopotGmia. )iz o teDto que o #enhor enviaria algu%m depois de sua ressurrei ão. 7. ( +arta erdida aos #oríntios Es%culos //, ///F % falsifica ão baseada em <8or9ntios 2.=, que se encontrou numa 09blia arm$nia do s%culo .. 4. (s &!eis( +artas de Aaulo a !Bne#a Es%culo /.F % falsifica ão que recomenda o cristianismo para os disc9pulos de #$neca. >. ( +arta de Aaulo aos laodi#enses . falsifica ão baseada em 8olossenses >.<5 E?amb%m relacionamos essa carta sob o t9tulo Q(pJcrifosQ, p. <76-<F A# %AL&#!E! <. / o#ali se de Aedro Etamb%m relacionado em Q(pJcrifosQF. 7. / o#ali se de Aaulo. 4. / o#ali se de 'ome. >. / o#ali se de EstB,ão. 2. !egundo a o#ali se de 'iago. 5. / o#ali se de %essos. 5./ o#ali se de =ositeu. *s tr$s últimos são obras coptas do s%culo /// de cunho gnJstico, descobertas em <=>5, em Nag-Tammadi, no &gito.f '"(A! )(A! <. Li,ro se#reto de Qoão ;. 'radi*Des de %atias O. =i$logo do !al,ador &sses tr$s tamb%m são de Nag-Tammadi, e permaneceram desconhecidos at% <=>5. f Rma introdu*ão aos a o#ali ses, ,o#B ode en#ontrar no rimeiro ,olume da #ole*ão New 'estament a o#r9 ha, org. or Edgar 7enne#8e a Wilhelm !#hmeemel#her &Ahiladel hia, Westminster, 23SO(. .isto que os grandes mestres e conc9lios da igreMa foram praticamente unGnimes na reMei ão desses livros, em razão da total falta de confiabilidade ou em virtude das heresias, são adequadamente chamados pseudep9grafos. #eMa qual for o fragmento de verdade que porventura preservem, torna-se obscurecido tanto pela fantasia religiosa como pelas tend$ncias her%ticas. ?ais livros não sJ deiDam de ser can"nicos como nenhum valor apresentam no que concerne aos fins devocionais. * principal valor que t$m % histJrico, pois revelam as cren as de seus autores. %s li8ros Huestionados "or alguns * antilegomena )e acordo com o historiador &us%bio, houve sete livros cuMa autenticidade foi questionada por alguns dos pais da igreMa, e por isso ainda não haviam obtido reconhecimento universal por volta do s%culo /.. *s livros obMeto de controv%rsia foram Tebreus, ?iago, 7,edro, 7 e 4Boão, Budas e (pocalipse. A nature4a dos antilegomena * fato de esses livros não terem obtido reconhecimento universal o in9cio do s%culo /. não significa que não haviam tido aceita ão por parte das comunidades apostJlicas e subapostJlicas. (o contrLrio, esses livros foram citados como inspirados por vLrios estudiosos primitivos Ev. caps. 4 e =F. ?ampouco o fato de terem sido questionados, em certa %poca, por alguns estudiosos, % ind9cio de que sua presen a no cGnon atual seMa menos firme do que a dos demais livros. (o contrLrio, o problema bLsico a respeito da aceita ão da maioria desses livros não era sua inspira ão, ou falta de inspira ão, mas a falta de comunica ão entre o *riente e o *cidente a respeito de sua autoridade divina. ( partir do momento em que os fatos se tornaram conhecidos por parte dos pais da igreMa, a aceita ão final, total, dos 73 livros do Novo ?estamento foi imediata. O número dos antilegomena 8ada livro sofreu questionamento por raz!es particulares. Nesta altura de nossa pesquisa, cabe uma breve eDposi ão sobre os porqu$s das obMe !es que cercaram cada livro e sua aceita ão definitiva. 7ebreus. Aoi basicamente a anonimidade do autor que suscitou dúvidas sobre Tebreus. .isto que o autor não se identifica e não afirma ter sido um dos apJstolos ETb 7.4F, o livro permaneceu sob suspei ão entre os cristãos do *riente, que não sabiam que os crentes do *cidente o haviam aceito como autorizado e dotado de inspira ão. (l%m disso, o fato de os montanistas her%ticos terem recorrido a Tebreus em apoio a algumas de suas concep !es err"neas fez demorar sua aceita ão nos c9rculos ortodoDos. (o redor do s%culo /., no entanto, sob a influ$ncia de Ber"nimo e de (gostinho, a carta aos Tebreus encontrou seu lugar permanente no cGnon. * fato de o autor da carta aos Tebreus ser an"nimo deiDou aberta a questão de sua autoridade apostJlica. 8om o passar do tempo, a igreMa ocidental veio a aceitar que Tebreus era oriundo da pena de ,aulo, o que evidentemente resolveu a questão. Uma vez que o *cidente estava convencido do cunho apostJlico desse livro, nenhum obstLculo permaneceu no caminho de sua aceita ão plena e irrevogLvel no cGnon. * teor do livro % claramente confiLvel, tanto quanto sua reivindica ão de deter autoridade divina Ecf. <.<P 7.4,>P <4.77F. 'iago. ( veracidade do livro de ?iago foi desafiada, tanto quanto sua autoria. 8omo no caso da carta aos Tebreus, o autor da carta atribu9da a ?iago não afirma ser apJstolo. *s primeiros leitores e os que se lhes seguiram puderam atestar que esse era o ?iago do c9rculo apostJlico, o irmão de Besus Ecf. (t <2 e Hl <F. ?odavia, a igreMa ocidental não teve acesso a essa informa ão original. ?amb%m havia o problema do ensino a respeito da Mustifica ão e das obras, conforme ?iago o apresenta. * aparente conflito entre seu ensino e o de ,aulo, sobre a Mustifica ão pela f%, representou um peso contra a carta de ?iago. (t% 'artinho -utero chegou a chamar ?iago de Qcarta de palhaQ, colocando-a no fim do Novo ?estamento. No entanto, em decorr$ncia dos esfor os de *r9genes, de &us%bio Eque pessoalmente recomendava a aceita ão de ?iagoF, de Ber"nimo e de (gostinho, a veracidade e a apostolicidade dessa carta vieram a ser reconhecidas pela igreMa ocidental. )essa %poca at% o presente, ?iago vem ocupando sua posi ão can"nica no cristianismo. O claro que sua aceita ão baseia-se na compreensão de sua compatibilidade essencial com os ensinos paulinos a respeito da Mustifica ão do crente pela f%. !egunda #arta de Aedro. Nenhuma outra carta do Novo ?estamento ocasionou maiores dúvidas quanto R sua autenticidade do que 7,edro. ,arece que Ber"nimo entendeu o problemaP ele afirmou que a hesita ão em aceitL-la como obra aut$ntica do apJstolo ,edro deveu-se R dessemelhan a de estilo com a primeira carta do apJstolo. TL algumas diferen as notLveis de estilo entre as duas cartas de ,edro, mas, não obstante os problemas lingV9sticos e histJricos, hL mais do que amplas raz!es para que aceitemos 7,edro como livro can"nico. `illiam A. (lbright, chamando a aten ão para as similaridades com a literatura do Kumran, data 7,edro anteriormente a 16 d.8. /sso significa que essa carta não % fraude forMada no s%culo //, mas carta que se originou no per9odo apostJlico. * ,apiro 0odmer Ep37F, recentemente descoberto, cont%m uma cJpia de 7,edro oriunda do &gito, do s%culo //i. &ssa descoberta tamb%m revela que 7,edro estava sendo usada com grande respeito pelos cristãos coptas, em %poca bem primitiva. 8lemente de +oma, bem como a obra Aseudo0Barnab., dos s%culos i e n respectivamente, citam 7,edro. ?emos al%m disso os testemunhos de *r9genes, de &us%bio, de Ber"nimo e de (gostinho, do s%culo /// ao v. (liLs, hL mais comprova !es de 7,edro que de alguns clLssicos do mundo antigo, como as obras de TerJdoto e de ?uc9dides. Ainalmente, hL evid$ncias internas a favor da confiabilidade de 7,edro. TL na carta caracter9sticas e interesses doutrinLrios notadamente petrinos. (s diferen as de estilo podem ser eDplicadas facilmente, por causa do emprego de um escriba em <,edro, o que não ocorreu em 7,edro Ev. <,e 2.<7F. Arimeira e segunda #artas de Qoão. (s duas cartas mais curtas de tamb%m foram alvo de questionamento quanto R autenticidade. * escritor se identifica apenas como Qo presb9teroQP por causa dessa anonimidade de sua circula ão limitada, as cartas não gozaram de ampla aceita ão, ainda que fossem mais amplamente aceitas do que 7,edro. ,olicarpo e /rineu haviam aceito 7Boão como confiLvel. 6 +Enon muratJrio e a /ntiga latina continham ambas. ( semelhan a em estilo e em mensagem com <Boão, que havia sido amplamente aceita, mostrou ser Jbvio que as outras duas vieram do apJstolo Boão tamb%m Ecf. <Bo <.<->F. Kuem mais seria tão 9ntimo dos primitivos crentes asiLticos, de tal modo que pudesse escrever com autoridade sob o t9tulo afetuoso de Qo presb9teroQI * termo resbítero EanciãoF era usado como t9tulo pelos demais apJstolos Ev. <,e 2.<F, pelo fato de denotar o cargo que ocupavam Ev. (t <.76F, enquanto apostolado designava o dom que haviam recebido Ecf. &f >.<<F. Qudas. / confiabilidade desse livro foi questionada por alguns. ( maioria da contesta ão centrava-se nas refer$ncias ao livro pseudepigrLfico de &noque EBd <>,<2F e numa poss9vel refer$ncia ao livro /ssun*ão de %ois.s EBd =F. *r9genes faz ligeira men ão desse problema &+oment$rio sobre %ateus, <1,46F, e Ber"nimo declara especificamente ser esse o problema EB&+jN/'*, Vidas de homens ilustres, cap. >F. No entanto, Budas foi suficientemente reconhecida pelos primeiros pais da igreMa. /rineu, 8lemente de (leDandria e ?ertuliano aceitaram a confiabilidade desse livro, como o fez o +Enon muratJrio. (s cita !es pseudepigrLficas t$m uma eDplica ão, a qual se valoriza muito pelo fato de tais cita !es não serem essencialmente diferentes das cita !es feitas por ,aulo de poetas não-cristãos Ev. (t <3.71P <8o <2.44P ?t <.<7F. &m nenhum desses casos os livros são citados como se tivessem autoridade divina, tampouco as cita !es representam aprova ão integral de tudo que os livros pagãos ensinamP os autores das cartas b9blicas meramente citam um fragmento de verdade encravada naqueles livros. * ,apiro 0odmer Ep37F, recentemente descoberto, confirma o uso de Budas, ao lado de 7,edro, na igreMa copta do s%culo ///. / o#ali se. &sse livro havia sido considerado parte dos antilegomena no in9cio do s%culo /., pelo fato de alguns haverem levantado dúvidas quanto R sua confiabilidade. ( doutrina do quiliasmo EmilenarismoF, achada em (pocalipse 76, foi o ponto central da controv%rsia. * debate em torno do (pocalipse provavelmente durou mais que qualquer outro debate sobre outros livros neotestamentLrios. ( controv%rsia chegou at% fins do s%culo /., O de estranhar, contudo, que o (pocalipse tenha sido um dos primeiros livros a ser reconhecidos entre os escritos dos primeiros pais da igreMa. Tavia sido aceito pelos autores do dida"uB e do astor, por ,apias e por /rineu, bem como pelo +Enon muratJrio. ?odavia, quando os montanistas agregaram seus ensinos her%ticos ao livro de (pocalipse, no s%culo ///, a aceita ão definitiva desse livro acabou sofrendo uma demora mais longa. )ion9sio, o bispo de (leDandria, levantou sua voz influente contra o livro de (pocalipse, em meados do s%culo ///. 'as essa influ$ncia se desvaneceu quando (tanLsio, Ber"nimo e (gostinho ergueram-se em defesa do (pocalipse. ( partir do momento em que se tornou evidente que o livro de (pocalipse estava sendo mal usado pelas seitas her%ticas, embora houvesse sa9do da pena do apJstolo Boão E(p <.>P v. 77.1,=F, e não dentre os hereges, assegurou-se o lugar definitivo desse livro no cGnon sagrado. &m resumo: alguns pais da igreMa haviam-se posicionado contra os antilegomena. /sso ocorrera por causa da falta de comunica ão, ou por causa de mLs interpreta !es que se fizeram desses livros. ( partir do momento em que a verdade passou a ser do conhecimento de todos, tais livros foram aceitos plena e definitivamente, passando para o cGnon sagrado, da forma eData como haviam sido reconhecidos pelos cristãos primitivos desde o in9cio. %s li8ros aceitos "or alguns F a" cri;os ( distin ão que se faz entre os apJcrifos do Novo ?estamento e os livros pseudepigrLficos não % autorizada. &stes, na maior parte, não haviam sido aceitos pelos pais primitivos e ortodoDos da igreMa, nem pelas igreMas, não sendo, portanto, considerados can"nicosP mas os livros apJcrifos gozavam de grande estima pelo menos da parte de um pai da igreMa. A nature4a dos apócrifos do %ovo &estamento *s apJcrifos do Novo ?estamento quando muito tiveram o que (leDander #outer chamou Qcanonicidade temporal e localQ.<5 Taviam sido aceitos por um número limitado de cristãos, durante um tempo limitado, mas nunca receberam um reconhecimento amplo ou permanente. * fato de esses livros possu9rem mais valor do que os Qpseudep9grafosQ sem dúvida eDplica a mais elevada estima de que gozavam entre os cristãos. TL diversas raz!es por que são importantes, e faziam parte <5 ?he teDt and canon of the Ne@ ?estament, -ondres, )uck@orth, <=<4, p.<31-1<. bibliotecas devocionais e homil%ticas das igreMas primitivas: <F revelam os ensinos da igreMa do s%culo //, 7F fornecem documenta ão da aceita ão dos 73 livros can"nicos do Novo ?estamento e 4F fornecem outras informa !es histJricas a respeito da igreMa primitiva, no que concerne R sua doutrina e liturgia. O número dos apócrifos do %ovo &estamento &numerar os livros apJcrifos do Novo ?estamento % tarefa dif9cil, porque depende da distin ão que se faz entre apJcrifos e pseudep9grafos. #e o crit%rio for a aceita ão por pelo menos um dos pais ortodoDos ou as listas dos primeiros cinco s%culos,ff estL armado o debate. E ístola do Aseudo0Barnab. &#. 54053(. &ssa carta, que teve ampla circula ão no s%culo /, encontra-se no +Jdi#e sinaíti#o, sendo mencionada no sumLrio do +Jdi#e Be<a E)F, nos remotos anos de 226. Aoi mencionada como &scritura tanto por 8lemente de (leDandria como por *r9genes. #eu estilo % semelhante ao de Tebreus, mas seu conteúdo % mais alegJrico. (lguns t$m questionado se esse documento realmente % do s%culo /. 'as, como disse 0rooke Aoss `estcott: Q( antigVidade da carta estL firmemente comprovada, mas sua confiabilidade % mais do que questionLvelQ.<3 * autor da carta % um leigo que não reivindica autoridade divina Ecap. <F, e obviamente não % o 0arnab% que se nomeia entre os apJstolos do Novo ?estamento E(t <>.<>F. E ístola aos #oríntios &#. 3S(. )e acordo com )ion9sio, de 8orinto, essa carta de 8lemente de +oma havia sido lida publicamente em 8orinto e em outros lugares. ?amb%m se encontra do +Jdi#e alexandrino E(F, por volta de >26, e &us%bio nos informa que essa carta havia sido lida em muitas igreMas &7istJria e#lesi$sti#a, 4,<5F. ,rovavelmente o autor teria sido o 8lemente mencionado em Ailipenses >.4, mas a carta não reivindica inspira ão divina. Nota-se o emprego um tanto fantasioso de declara !es do (ntigo ?estamento, e o apJcrifo Li,ro da sabedoria % citado como &scritura no cap. 73. * tom da carta % evang%lico, mas seu esp9rito % ff Q*rtodoDoQ denota que o livro estL de acordo com os ensinos dos credos e dos conc9lios dos primeiros cinco s%culos, como o +redo dos a Jstolos, o +redo ni#eno et#. <3 / general sur,e9 o- the histor9 o- the #anon o- the New 'estament, . ><. indubitavelmente subapostJlico. Nunca houve ampla aceita ão desse livro, e a igreMa Mamais o reconheceu como can"nico. 7omília antiga. / chamada !egunda e ístola de +lemente Ec. <76<>6F havia sido erroneamente atribu9da a 8lemente de +oma. Aoi conhecida e usada no s%culo //. No +Jdi#e alexandrino E(F consta no fim do Novo ?esta mento, ao lado de 2+lemente e de !almos de !alomão. Não eDistem evid$ncias de que esse livro em certa %poca haMa sido considerado can"nico. #e isso aconteceu, certamente teria sido em pequena escala. * cGnon do Novo ?estamento o eDclui at% hoMe. 6 astor, de Termas &#. 2>02:4(. Aoi o livro não-can"nico mais popular da igreMa primitiva. &ncontrava-se no +Jdi#e sinaíti#o ESF, no sumLrio de Be<a E)F, em algumas 09blias latinas, sendo citado como inspirado por, /rineu e por *r9genes. &us%bio relata que esse livro era lido publicamente nas igreMas e usado para instru ão na f%. 6 astor, de Termas, % grandee alegoria cristã e, R semelhan a do eregrino, de Bohn 0un:an, posteriormente ficou em segundo lugar em rela ão aos livros can"nicos em circula ão na igreMa primitiva. 8omo outro livro, !abedoria de !ira"ue &E#lesi$sti#o(, dentre os apJcrifos do (ntigo ?estamento, * astor tem valor %tico e devocional, mas nunca foi reconhecido pela igreMa como can"nico. ( nota no Fragmento muratJrio sintetiza a classifica ão do astor na igreMa primitiva: Q)eve ser lidoP todavia, não pode ser lido na igreMa para o povo, nem como se estivesse entre os profetas, visto que o número destes ML estL completo, tampouco entre os apJstolos, at% o fim dos temposQ.<1 * dida"uB, ou Ensino dos do<e a Jstolos &#. 24402;4(. &ssa obra primitiva tamb%m gozou de grande prest9gio na igreMa primitiva. 8lemente de (leDandria a mencionava como &scritura, e (tanLsio afirma ser ela usada na instru ão ou catequese. No entanto, &us%bio a colocou entre os Qescritos reMeitadosQ, como o fariam os primitivos pais mais importantes, depois dele, e a igreMa em geral. ?odavia, o livro tem grande importGncia histJrica, como elo entre os apJstolos e os pais primitivos, com suas muitas <1 Tenr: 0&??&N#*N, =o#uments o- the +hristian +hur#h, *Dfordg *Dford Universit: ,ress, <=>3, p. ><. refer$ncias aos evangelhos, Rs cartas de ,aulo e at% ao (pocalipse. No entanto, Mamais foi reconhecido como can"nico em nenhuma das tradu !es oficiais e listas produzidas pela igreMa primitiva. / o#ali se de Aedro &#. 2>4(. ?rata-se de um dos mais velhos dos apocalipses não-can"nicos do Novo ?estamento, tendo circulado em larga escala na igreMa primitiva. O mencionado no Fragmento muratJrio, no sumLrio de Be<a E)F e por 8lemente da (leDandria. #uas imagens vividas do mundo espiritual eDerceram forte influ$ncia no pensamento medieval , de que derivou o Cn-erno, de )ante. 6 Fragmento muratJrio foi questionado a respeito de sua confiabilidade, havendo quem reclamasse do fato de o livro não ser lido publicamente nas igreMas. ( igreMa universal nunca reconheceu como can"nico. /tos de Aaulo e de 'e#la &254(. O livro mencionado por *r9genes, estando no sumLrio do +Jdi#e Be<a E)F. #e despido de seus elementos mitolJgicos, trata-se da histJria de ?ecla, senhora proveniente de /c"nio, supostamente convertida pelo minist%rio de ,aulo segundo consta em (tos <>.<-3, 'uitos estudiosos acreditam que esse livro traga uma tradi ão genu9na, mas a maioria inclina-se a concordar com (dolf von Tarnack em que o livro cont%m Qforte dose de fic ão e pouqu9ssima verdadeQ. &ssa obra Mamais chegou perto de obter reconhecimento can"nico. +arta aos laodi#enses &s.#ulo CVF(. O obra forMada ML conhecida por Ber"nimo, a qual aparece em muitas 09blias do s%culo ./ ao S.. (ssim observou B. 0. -ightfoot: Q&ssa carta % um punhado de frases paulinas costuradas entre si sem nenhum elemento conector definido, e sem obMetivo claroQ.<= Não apresenta peculiaridades doutrinLrias, sendo tão inJcua quanto pode ser uma obra falsificada. &sses elementos combinamse com o fato de haver um livro com o mesmo t9tulo, mencionado em 8olossenses >.<5, resultando em tal obra vir a aparecer muito tarde nos c9rculos cristãos. (inda que o 8oncilio de Nic%ia n E313F tenha advertido a igreMa contra esse livro, chamando-o Qcarta forMadaQ, ele reaparece na %poca da +eforma, em l9ngua alemã e tamb%m nas 09blias inglesas. (pesar disso, Mamais obteve reconhecimento can"nico. <= !aint AaulUs e istles to the +olossians and to Ahilemon, Grand 1a ids, Vondar,an, 23S>, . ;N>. * Fragmento muratJrio menciona um livro com esse mesmo t9tulo, mas alguns estudiosos Mulgam tratar-se de uma refer$ncia R 8arta aos &f%sios ou a Ailemom, que ,aulo chamava Qcarta de -aodic%iaQ. ?al confusão eDplica a persistente reapari ão desse livro não-can"nico, que, sem sombra de dúvidas, não % de fato can"nico. E,angelho segundo os hebreus &S>0244(. ,rovavelmente esse % o evangelho não-can"nico mais antigo que eDista, o qual sobreviveu apenas em fragmentos encontrados nas cita !es feitas por vLrios pais primitivos da igreMa. )e acordo com Ber"nimo, alguns o chamavam verdadeiro evangelho, mas isso % questionLvel, tendo em vista o fato de a obra apresentar pouqu9ssima semelhan a com o 'ateus can"nicoP % livro em muitos aspectos de natureza mais pseudepigrLfica que apJcrifa. *s primitivos pais da igreMa provavelmente o usavam mais como fonte homil%tica, não tendo Mamais obtido categoria de livro b9blico can"nico. E ístola de Aoli#ar o aos -ili enses &#. 24N(. ,olicarpo, disc9pulo do apJstolo Boão e mestre de /reneu, constitui elo importante com os apJstolos do s%culo /. ,olicarpo não advogou inspira ão divina para sua obraP disse que apenas ensinava as coisas que havia aprendido com os apJstolos. TL pouca originalidade nessa ep9stola, visto que tanto o conteúdo como o estilo foram tomados por empr%stimo do Novo ?estamento, de modo especial da carta de ,aulo aos filipenses. &mbora a carta de ,olicarpo não seMa can"nica, % fonte valiosa de informa !es a respeito de outros livros do Novo ?estamento que ele prJprio cita como can"nicos. !ete e ístolas de Cn$#io &#. 224(. &ssas cartas revelam familiaridade incontestLvel com os ensinos do Novo ?estamento, de modo especial com as cartas de ,aulo. No entanto, o estilo das cartas % mais Moanino. /rineu cita a carta escrita aos ef%sios, e *r9genes cita tanto a E ístola aos romanos como a enviada aos ef%sios. /nLcio, que segundo a tradi ão teria sido disc9pulo de Boão, não reivindica para si a virtude de falar com autoridade divina. (os ef%sios, por eDemplo, ele escreve: QNão dou ordens a vJs, como se eu fora personagem importante W...X Aalo-vos como co- disc9pulo que sou de vJsQ Ecap. 4F. #em dúvida as cartas são aut$nticas, não, por%m, apostJlicas e, por isso, não can"nicas. &sse tem sido o consenso da igreMa ao longo dos s%culos. *s escritos genu9nos do per9odo subapostJlico são os mais úteis, sob o aspecto histJrico, visto que revelam o estado da igreMa e o reconhecimento dos livros can"nicos do Novo ?estamento. ,odemos resumir tudo isso dizendo que a grande maioria dos livros do Novo ?estamento Mamais sofreu pol$micas quanto R inspira ão, desde o in9cio. ?odos os livros originariamente reconhecidos como inspirados por )eus, que mais tarde sofreriam algum questionamento, chegaram a gozar plena e definitiva aceita ão por parte da igreMa no mundo inteiro. 8ertos livros não-can"nicos, que gozavam de grande prest9gio, que eram muito usados e que tinham sido inclu9dos em listas provisJrias de livros inspirados, foram tidos como valiosos para emprego devocional e homil%tico, mas nunca obtiveram reconhecimento can"nico por parte da igreMa. #J os 73 livros do Novo ?estamento são tidos e aceitos como genuinamente apostJlicos. #J esses 73 encontraram lugar permanente no cGnon do Novo ?estamento. --. +s línguas e os materiais da Bíblia (t% este momento nosso estudo tem-se centrado ao redor dos dois primeiros elos da cadeia vinda de )eus para nJs. * primeiro elo % a inspira ão, que envolvia a outorga e o registro da revela ão de )eus para o homem, mediante os profetas. * segundo elo % a canoniza ão, que envolvia o reconhecimento e a compila ão dos registros prof%ticos pelo povo de )eus. ( fim de compartilhar esses registros com os novos crentes e com as gera !es futuras, era necessLrio que se copiassem, traduzissem, recopiassem e retraduzissem esses livros. &sse processo constitui o terceiro elo da corrente de comunica ão, conhecido como transmissão da 09blia. .isto que a 09blia vem passando por quase dois mil anos de transmissão Enão computando o (ntigo ?estamentoF, % razoLvel que se pergunte se a 09blia em portugu$s, de que dispomos hoMe, no final do s%culo DD, constitui reprodu ão eData dos teDtos hebraicos e gregos. &m suma, at% que ponto a 09blia sofreu danos no processo de transmissãoI ( fim de responder a essa pergunta e tratar bem desse assunto, serL necessLrio que eDaminemos a ci$ncia da cr9tica teDtual Ev. caps. <> e <2F, que compreende as l9nguas e os materiais da 09blia, bem como as evid$ncias documentais dos prJprios manuscritos Ev. caps. <7 e <4F. + im"ortDncia das línguas escritas #eios alternativos de transmissão .Lrias alternativas estavam abertas diante de )eus, quando decidiu escolher um meio de transmitir sua verdade aos homens ETb <,<F. &le poderia ter usado um ou mais dos ve9culos empregados em vLrias ocasi!es, ao longo dos tempos b9blicos. ,or eDemplo, )eus usou anMos nos tempos da 09blia Ev. Hn <1,<=P (p 77.1-7<F. * lan ar sorte, al%m do Urim e do ?umim, tamb%m foi empregado, a fim de procurar saber a vontade de )eus EZD 71.46P ,v <5.44F, da mesma forma que se ouvia a voz da consci$ncia E+m 7.<2F e da cria ão E#/ <=.<-5F. (l%m disso, )eus usou vozes aud9veis E<#m 4F e milagres diretos EBz 5.45->6F. ?odos esses ve9culos sofriam algum tipo de limita ão ou defici$ncia. &nviar um anMo para que entregasse cada mensagem de )eus, a cada ser humano, em cada situa ão, ou empregar vozes aud9veis e milagres diretos, tudo isso seria dif9cil de administrar e repetitivo. -an ar sorte ou a simples resposta positiva ou negativa advinda do Urim e do ?umim eram limitados demais, em compara ão com outros ve9culos de comunica ão de massa com maior amplitude e melhores recursos, sendo capazes de prover descri !es minuciosas. *utros meios de comunica ão, como vis!es, sonhos e as vozes da consci$ncia ou da cria ão, em certas ocasi!es sofriam a influ$ncia do subMetivismo, da distor ão cultural e at% da corrup ão. &ra o que se verificava sobretudo ao comparL-los com alguns meios mais obMetivos de comunica ão, os quais faziam uso da linguagem escrita. A língua escrita em geral #eria incorreto dizer que todos aqueles meios de comunica ão, sem eDce ão, não eram bons, uma vez que de fato foram meios que )eus usou para comunicar-se com os profetas. No entanto, havia um Qcaminho mais eDcelenteQ, mediante o qual o #enhor se comunicaria com os seres humanos de todas as eras por meio dos profetas. )eus decidiu fazer que sua mensagem se tornasse algo permanente e se imortalizasse por meio de um registro escrito entregue aos homens. ?al registro seria mais preciso, mais permanente, mais obMetivo e mais facilmente disseminLvel do que qualquer outro meio. Are#isão. Uma das vantagens da linguagem escrita sobre os demais ve9culos de comunica ão % a precisão. ,ara que um pensamento seMa captado e eDpresso por escrito, % preciso que tenha sido claramente entendido pelo autor. * leitor, por sua vez, pode entender com mais precisão um pensamento que lhe tenha sido comunicado mediante a palavra escrita. .isto que os conhecimentos entesourados pelo ser humano, at% o presente, t$m sido preservados na forma de registros escritos e de livros, pode-se compreender por que )eus escolheu esse processo a fim de comunicar-nos sua verdade. AermanBn#ia. *utra vantagem da linguagem escrita % sua perman$ncia. 8onstitui meio pelo qual se pode preservar o pensamento ou a eDpressão, sem que os percamos por lapso da memJria, por vacila ão mental ou por intrusão em outras Lreas. (l%m disso, o registro escrito estimula a memJria do leitor e instiga sua imagina ão, de modo que passa a incluir inúmeras implica !es latentes nas palavras e nos s9mbolos do registro. (s palavras são maleLveis e permitem o enriquecimento pessoal do leitor. 6bIeti,idade. / transmissão de uma mensagem por escrito tamb%m tende a tornL-la mais obMetiva. ( eDpressão escrita carrega consigo uma marca de irrevocabilidade eDtr9nseca a outras formas de comunica ão. &sse carLter definitivo transcende a subMetividade de cada leitor, o que complementa a precisão e a perman$ncia da mensagem transmitida. & mais: a palavra escrita combate a mL interpreta ão e a mL transmissão da mensagem. =issemina*ão. *utra vantagem da linguagem escrita sobre os demais meios de comunica ão % sua capacidade de propaga ão, ou disseminado. /ndependentemente do cuidado com que se processa uma comunica ão oral, sempre eDiste uma probabilidade maior de corrup ão e de o /tera ão das palavras utilizadas em rela ão R comunica ão escrita. &m resumo, a tradi ão oral tende a sofrer corrup ão, em vez de preservar uma mensagem. Na dissemina ão de sua revela ão R humanidade, de modo especial Rs gera !es futuras, )eus escolheu um modo eDato de transmitir sua ,alavra. As línguas bíblicas em particular (s l9nguas utilizadas no registro da revela ão de )eus, a 09blia, vieram das fam9lias de l9nguas sem9ticas e indo-europ%ias. )a fam9lia sem9tica ge originaram as l9nguas bLsicas do (ntigo ?estamento, qual seMam o hebraico e o aramaico Esir9acoF. (l%m dessas l9nguas, o latim e o grego representam a fam9lia indo-europ%ia. )e modo indireto, os fen9cios eDerceram um papel importante na transmissão da 09blia, ao criar o ve9culo bLsico que fez que a linguagem escrita fosse menos complicada do que havia sido at% então: inventaram o alfabeto. /s línguas do /ntigo 'estamento. * aramaico era a l9ngua dos s9rios, tendo sido usada em todo o per9odo do (ntigo ?estamento. )urante o s%culo ./ a.8, o aramaico se tornou l9ngua geral de todo o *riente ,rJDimo. #eu uso generalizado se refletiu nos nomes geogrLficos e nos teDtos b9blicos de &sdras >.3 C 5.<4P 3.<7-75 e )aniel 7,> C 3.74. * hebraico % a l9ngua principal do (ntigo ?estamento, especialmente adequada para a tarefa de criar uma liga ão entre a biografia do povo de )eus e o relacionamento do #enhor com esse povo. * hebraico encaiDouse bem nessa tarefa porque % uma l9ngua i#tJri#a. &Dpressa-se mediante metLforas vividas e audaciosas, capazes de desafiar e dramatizar a narrativa dos acontecimentos. (l%m disso, o hebraico % uma l9ngua essoal. (pela diretamente ao cora ão e Rs emo !es, e não apenas R mente e R razão. O uma l9ngua em que a mensagem % mais sentida que meramente pensada. (s línguas do No,o 'estamento. (s l9nguas sem9ticas tamb%m foram usadas na reda ão do Novo ?estamento. Na verdade, Besus e seus disc9pulos falavam o aramaico, sua l9ngua materna, tendo sido essa a l9ngua falada por toda a ,alestina na %poca. &nquanto agonizava na cruz, Besus clamou em aramaico: Q... Eli, Eli, lema saba#tEni, que quer dizer: )eus meu, )eus meu, por que me desamparasteIQ E't 73.>5F. * hebraico fez sentir mais sua influ$ncia mediante eDpress!es idiomLticas que mediante declara !es dessa natureza. Uma dessas eDpress!es idiomLticas do hebraico traduzidas em portugu$s de diversas maneiras % @e sucedeu queQ. *utro eDemplo da influ$ncia hebraica no teDto grego, vemos no emprego de um segundo substantivo, em vez de um adMetivo, a fim de atribuir uma qualidade a algo ou a algu%m. 8omo eDemplo citamos as eDpress!es: Qobra da vossa f%P do vosso trabalho de amor, e da vossa firmeza de esperan aQ E<?s <:4F. (l%m das l9nguas sem9ticas a influenciar o Novo ?estamento, temos as indo-europ%ias, o latim e o grego. * latim influenciou ao emprestar muitas palavras, como QcenturiãoQ, QtributoQ e QlegiãoQ, e pela inscri ão tril9ngVe na cruz Eem latim, em hebraico e em gregoF. No entanto, a l9ngua em que se escreveu o Novo ?estamento foi o grego. (t% fins do s%culo S/S, cria-se que o grego do Novo ?estamento era a Ql9ngua especialQ do &sp9rito #anto, mas a partir de então essa l9ngua tem sido identificada como um dos cinco estLgios do desenvolvimento da l9ngua grega. &sse grego #oin. era a l9ngua mais amplamente conhecida em todo o mundo do s%culo /. * alfabeto havia sido tomado dos fen9cios. #eus valores culturais e vocabulLrio cobriam vasta eDpansão geogrLfica, vindo a tornar-se a l9ngua oficial dos reinados em que se dividiu o grande imp%rio de (leDandre, o Hrande. * aparecimento providencial dessa l9ngua, ao lado de outros desenvolvimentos culturais, pol9ticos, sociais e religiosos, durante o s%culo / a.8, fica impl9cito na declara ão de ,aulo: Q'as vindo a plenitude dos temposN )eus enviou seu Ailho, nascido de mulher, nascido sob a lei] EHl>.>F * grego do Novo ?estamento adaptou-se de modo adequado R finalidade de interpretar a revela ão de 8risto em linguagem teolJgica. ?inha recursos lingV9sticos especiais para essa tarefa por ser um idioma intele#tual. &ra um idioma da mente, mais que do cora ão, e os filJsofos atestam isso amplamente. * grego tem precisão t%cnica de eDpressão não encontrada no hebraico. (l%m disso, o grego era uma l9ngua quase uni,ersal. / verdade do (ntigo ?estamento a respeito de )eus foi revelada inicialmente a uma na ão, /srael, em sua prJpria l9ngua, o hebraico. ( revela ão completa, dada por 8risto, no Novo ?estamento, não veio de forma tão restrita. &m vez disso, a mensagem de 8risto deveria ser anunciada no mundo todo: Q... em seu nome se pregarL o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as na !es, come ando por Berusal%mQ E-c 7>.>3F. % desen8ol8imento das línguas escritas Os avanços na escrita (inda que o (ntigo ?estamento nada diga a respeito do desenvolvimento da escrita, podemos discernir tr$s estLgios desse desenvolvimento. No primeiro estLgio acham-se os i#togramas, ou representa !es rudes que antecederam a escrita atual. &ram figuras que representavam seres humanos ou animais, como o boi, o leão e a Lguia. 8om o passar do tempo, os pictogramas foram perdendo sua posi ão dominante como meio de comunica ão escrita. Aoram substitu9dos por ideogramas, figuras que representavam id%ias, em vez de pessoas e obMetos. Um obMeto como o sol representava o calorP um homem de idade representava a velhiceP a Lguia, o poderP o boi, a for a e o leão, a realeza etc, de modo que tais ideogramas gradualmente foram substituindo os pictogramas. *utra eDpansão dos pictogramas foram os -onogramas, ou tra os que representavam sons, em vez de obMetos ou id%ias. Uma boca poderia representar o verbo falarP o ouvido, o verbo ouvirP uma perna, o verbo andarP uma cabe a de leão poderia significar um estrondoP a cabe a de um pLssaro, um som delicadoP uma harpa, a música e assim por diante. )eu-se um passo gigantesco no desenvolvimento da escrita, depois de longo tempo, quando os fen9cios desenvolveram sua maior inova ão na histJria da comunica ão escrita: o al-abeto. A era da escrita (s evid$ncias da escrita na antigVidade de modo algum são abundantes, mas as eDistentes pelo menos bastam como eDpressão elevada do desenvolvimento cultural, ,arece que a escrita se desenvolveu durante o /. mil$nio a.8. No // mil$nio a.8. vLrias eDperi$ncias conduziram ao desenvolvimento do alfabeto e de documentos escritos por parte dos fen9cios. ?udo isso se completou antes da %poca de 'ois%s, que escreveu não antes de mais ou menos <>26 a.8. BL em c. 4266 a.8. os sum%rios usavam tabuinhas de barro para a escrita cuneiforme, e registravam acontecimentos de sua histJria na 'esopotGmia. 8omo eDemplo desse tipo de escrita, temos a descri ão sumeriana do dilúvio, que teria sido gravada em 7<66 a.8. Tavia no &gito Ec. 4<66 a.8.F alguns documentos escritos em hierJglifos EpictografiaF. )entre esses escritos eg9pcios primitivos estavam 6s ensinos de )agemni e 6 ensino de Atah07ete , que datam de c. 7366 a.8. ( partir de c. 7266 a.8. usavam-se teDtos pictogrLficos em 0iblos EHebalF e na #9ria. &m 8nosso e em (tchana, grandes centros comerciais, apareceram registros gravados anteriores R %poca de 'ois%s. *utros elementos correspondentes de meados a fins do n mil$nio a.8. acrescentam mais evid$ncias de que a escrita ML se havia desenvolvido bem antes da %poca de 'ois%s. &m suma, 'ois%s e os demais autores da 09blia escreveram numa %poca em que a humanidade estava QalfabetizadaQ, ou, melhor dizendo, ML podia comunicar seus pensamentos por escrito. %s materiais e os instrumentos de escrita Os materiais de escrita *s autores das &scrituras empregaram os mesmos materiais em uso no mundo antigo. ,or eDemplo, as tabuinhas de barro eram usados não sJ na antiga #umLria, ML em 4266 a.8, como tamb%m por Beremias E<3.<4F e por &zequiel E>.<F. (s edras tamb%m eram usadas para fazer inscri !es na 'esopotGmia, no &gito e na ,alestina, para grava ão, por eDemplo, do +Jdigo de 7amur$bi, dos teDtos da pedra de +oseta e da pedra moabita. Aoram empregadas tamb%m na região do rio do 8ão, no -9bano, e em 0ehistun, na ,%rsia E/rãF, como tamb%m por escritores b9blicos Ev. ZD 7>.<7P 47.<2,<5P )t 73.7,4P Bs 1.4<,47F. * a iro foi usado na antiga Hebal E0iblosF e no &gito por volta de 7<66 a.8. &ram folhas de uma planta, que se prensavam e colavam para formar um rolo. Aoi o material que o apJstolo Boão usou para escrever o (pocalipse E2.<F e suas cartas E7Bo <7F. Velino, ergaminho e #ouro são palavras que designam os vLrios estLgios de produ ão de um material de escrita feito de peles de animais. * velino era desconhecido at% 766 a.8, pelo que Beremias teria tido E45.74F em mente o couro. ,aulo se refere a pergaminhos em 7?imJteo >.<4. *utros materiais para escrita eram o metal EZD 71,45P BJ <=.7>P 't 77.<=,76F, a #era &Cs N.2P 46.1P Tb 7,7P -c <.54F, as edras re#iosas EZD 4=.5-<>F e os #a#os de lou*a EJstracosF, como mostra BJ 7.1. * Rnho era usado no &gito, na Hr%cia e na /tLlia, embora não tenhamos ind9cios de que tenha sido usado no registro da 09blia. Os instrumentos de escrita .Lrios instrumentos bLsicos foram empregados para que se produzissem os registros escritos nos materiais mencionados acima. )entre eles estava o estilo, instrumento em formato de pontalete triangular com cabe ote chanfrado, com que se escrevia. &ra usado de modo especial para fazer entalhes em tabuinhas de barro ou de cera, sendo Rs vezes denominado pena pelos escritores b9blicos Ev. Br <3.<F. * #in<el era usado para fazer inscri !es em pedra, como em Bosu% 1.4<,47. BJ refere-se ao cinzel denominando-o Qpena de ferroQ E<=.7>F, com a qual se poderiam fazer grava !es na ro#ha.. / ena era usada para escrever em papiro, em couro, em velino e em pergaminho E4Bo <4F. *utros instrumentos eram usados pelo escriba para desempenhar as tarefas escriturLrias. Beremias refere-se a um #ani,ete que algu%m usou a fim de destruir um rolo EBr 45.74F. #eu uso mostra que o rolo teria sido feito de um material mais forte que o papiro, que podia ser rasgado. * canivete tamb%m era usado quando o escritor deseMava afiar a pena, quando esta come asse a ficar rombuda ou gasta pelo uso. ( tinta era o material que acompanhava a pena e ficava no tinteiro. ( tinta era usada para escrever em papiro, em couro, em pergaminho ou em velino. .$-se, desse modo, que todos os materiais e instrumentos dispon9veis aos escritores no mundo antigo tamb%m estavam R disposi ão dos escritores da 09blia. + "re"aração e a "reser8ação dos manuscritos *s escritos originais, aut$nticos, sa9dos da mão de um profeta ou apJstolo, ou de um secretLrio ou amanuense, sempre sob a dire ão do homem de )eus, eram chamados autJgra-os. &sses não eDistem mais. ,or essa razão, precisaram ser reconstitu9dos a partir de manuscritos e vers!es primitivas do teDto da 09blia. ?ais manuscritos oferecem evid$ncias tang9veis e importantes da transmissão da 09blia para nJs por parte de )eus. A preparação dos manuscritos /ntigo 'estamento. (inda que a escrita hebraica tenha-se iniciado antes da %poca de 'ois%s, % imposs9vel precisar seu surgimento. Não eDistem manuscritos que teriam sido produzidos antes do cativeiro babil"nico E215 a.8.F, mas houve uma verdadeira avalancha de cJpias das &scrituras que datam da era do 'almude Ec. 466 a.8-266 d.8F. )urante esse per9odo surgiram dois tipos gen%ricos de cJpias manuscritas: os rolos das sinagogas e as #J ias arti#ulares. *s rolos das sinagogas eram considerados QcJpias sagradasQ do teDto do (ntigo ?estamento, por causa das regras rigorosas que cercavam sua eDecu ão. ?ais cJpias eram usadas em cultos, em reuni!es públicas e nas festas anuais. Um rolo separado continha a 'ora E-eiFP parte dos Nebhiim E,rofetasF vinha em outro roloP os )ethubhim E&scritosF, em outros dois rolos e os %egilloth EQ8inco rolosQF, em cinco rolos separados. *s %egilloth sem dúvida eram escritos em rolos separados a fim de facilitar a leitura nas festas anuais. (s cJpias particulares eram consideradas cJpias comuns do teDto do (ntigo ?estamento, não usadas em reuni!es públicas. &sses rolos eram preparados com grande cuidado, ainda que não fossem controlados pelas rigorosas regras que regiam a confec ão de cJpias das sinagogas. *s deseMos do comprador determinavam a qualidade de cada cJpia. +aramente a pessoa obtinha uma cole ão de rolos que contivesse o (ntigo ?estamento em sua integralidade. No,o 'estamento. *s autJgrafos do Novo ?estamento desapareceram hL muito tempo, mas eDistem ainda muitas evid$ncias que garantem a suposi ão de que tais documentos teriam sido escritos em rolos e em livros feitos de papiro. ,aulo mostrou que o (ntigo ?estamento havia sido copiado em livros e em pergaminhos E7 ?m >:<4F, mas % provLvel que o Novo ?estamento tenha sido escrito em rolos de papiro, entre os anos 26 e <66 d.8. ,or volta do come o do s%culo //, introduziram-se cJdices de papiro, mas estes tamb%m eram perec9veis. 8om a chegada das persegui !es dentro do /mp%rio +omano, as &scrituras passaram a correr perigo de eDtin ão e ML não foram copiadas sistematicamente at% a %poca de 8onstantino. 8om a carta de 8onstantino a &us%bio de 8esar%ia, as cJpias sistemLticas do Novo ?estamento se iniciaram no *cidente. ( partir de então, o velino e o pergaminho tamb%m foram empregados nas cJpias manuscritas do Novo ?estamento. #J na era da +eforma % que as primeiras cJpias impressas da 09blia tornaram-se dispon9veis. A preservação 7e a Idade8 dos manuscritos 8omo não houvesse um processo de impressão na %poca em que as cJpias eram manuscritas, a idade e a preserva ão dessas cJpias devem ser apuradas por outros meios que não a data da publica ão impressa nas paginas iniciais. *s meios empregados na apura ão da idade de um manuscrito inclu9am os materiais empregados, o tamanho da letra, seu formato e pontua ão, as divis!es do teDto e outros fatores diversos. *s materiais constituem pista importante. ,ara propJsitos atuais, sJ se consideram os materiais usLveis no preparo de rolos ou de livros. *s materiais mais antigos são as peles, embora seu uso acarretasse rolos pesados e volumosos do (ntigo ?estamento. No tempo do Novo ?estamento usavam-se rolos de papiro, por ser baratos, em compara ão com o velino e com o pergaminho. *s cJdices de papiro foram introduzidos para que os rolos individuais fossem unificados num sJ volume, por volta do come o do s%culo // d.8. * velino e o pergaminho foram usados para o (ntigo ?estamento na %poca do Novo ?estamento E7?m >.<4F, e para o Novo ?estamento apJs o per9odo de persegui !es no s%culo /.. &ra comum restaurar pergaminhos, recopiando-se os manuscritos quando os escritos iam ficando apagados. Ns vezes os pergaminhos eram totalmente apagados para receber novos teDtos, como aconteceu no caso do +Jdi#e e-raimita EcF. &sse tipo de manuscrito tamb%m era chamado alim sesto Egr., Qraspado de novoQF ou rees#rito Etermo oriundo da forma latinaF. * papel foi inventado na 8hina no s%culo // d.8. e introduzido no ?urquestão *riental no come o do s%culo /.P depois passando a ser manufaturado na (rLbia, no s%culo viu, introduzido na &uropa no s%culo S, ali manufaturado no s%culo S// e usado comumente no s%culo S///. #urgiram outros desenvolvimentos na manufatura do papel que podem aMudar a apurar a idade de um manuscrito, a partir da anLlise do material de escrita. * tamanho da letra e seu formato tamb%m constituem evid$ncias que possibilitam apurar a data de um manuscrito. * formato mais antigo das letras hebraicas faz lembrar o formato de garfo das letras fen9cias. &sse estilo prevaleceu at% a %poca de Neemias Ec. >>> a.8F. )epois disso, passou-se a usar a escrita aramaica, visto ter-se tornado a l9ngua falada em /srael durante o s%culo v a.8. )epois do ano 766 a.8, o (ntigo ?estamento era copiado com letras quadradas, em estilo aramaico. ( descoberta dos rolos do mar 'orto, em Kumran, em <=>3, lan ou mais luzes no estudo da paleografia hebraica. &sses manuscritos revelaram a eDist$ncia de tr$s tipos diferentes de teDto, bem como diferen as de grafia, de regras de gramLtica e, at% certo ponto, diferen as de vocabulLrio em rela ão ao teDto massor%tico. Na %poca dos massoretas, os escribas Mudeus que padronizaram o teDto hebraico do (ntigo ?estamento Ec. 266-<666 d.8.F os princ9pios do fim do per9odo talmúdico tornaram-se um tanto estereotipados *s manuscritos gregos do per9odo do Novo ?estamento em geral eram produzidos em dois estilos: literLrio e não-literLrio. #em dúvida alguma o Novo ?estamento era escrito no estilo não-literLrio. )urante os primeiros tr$s s%culos, o Novo ?estamento provavelmente circulava por fora dos canais regulamentares do com%rcio de livros em geral, por causa do carLter pol9tico do cristianismo. )urante os tr$s primeiros s%culos em que se formaram a igreMa e o cGnon do Novo ?estamento, vLrias tradi !es orais e escritas seguiram as idiossincrasias de int%rpretes e das modas da %poca, criadas pelos escribas. #J a partir do s%culo /. % que se fizeram esfor os s%rios para revisar os manuscritos. * estilo das letras usadas nessas revis!es e nos manuscritos primitivos % chamado un#ial EmaiúsculoF. (s letras eram copiadas separadamente, sem espa o entre palavras e frases. &sse processo lento de copiar um manuscrito foi usado at% o s%culo S. ,or essa %poca a procura de manuscritos era tão grande, que se desenvolveu um estilo de escrita mais rLpido. &sse estilo #ursi,o empregava letras menores, ligadas entre si, com espa os entre as palavras e as frases. ( esses manuscritos se atribuiu o nome de minHs#ulos, estilo que se tornou dominante na era de ouro da cJpia manuscritora, do s%culo S/ ao S.. / ontua*ão acrescenta mais luz R pesquisa da idade de um manuscrito. )e in9cio as palavras eram ligadas umas Rs outras, e usava-se pouca pontua ão. )urante o s%culo vi os escribas come aram a fazer emprego mais profuso da pontua ão. (o redor do s%culo ./// come aram a usar não sJ espa o, mas ponto-final, v9rgula, ponto-e-v9rgula, acentos e, mais tarde, o ponto-de-interroga ão. &sse lento processo completou-se em torno do s%culo S, sendo empregado na escrita cursiva da idade de ouro da cJpia de manuscritos. (s di,isDes do texto. 8ome aram a ser usadas nos autJgrafos do (ntigo ?estamento, em alguns livros, como o de -amenta !es, e em certos trechos, como o salmo <<=. Aoram criadas se !es adicionais no Aentateu#o, antes do cativeiro babil"nico, chamadas sedarim. )urante o cativeiro babil"nico, a 'ora foi dividida em 2> se !es chamadas arashi99oth, que posteriormente seriam outra vez subdivididas. (s se !es de %a#abeus foram criadas durante o s%culo // a.8. &ram divis!es dos profetas, chamadas ha htaroth, correspondentes Rs seradim da lei. )urante a %poca da +eforma, o (ntigo ?estamento hebraico come ou a seguir a divisão em cap9tulos feita pelos protestantes. ?odavia, algumas divis!es em cap9tulos ML haviam sido colocadas nas margens, em <446. *s massoretas acrescentaram sinais vocLlicos, posteriormente chamados massor%ticos, Rs palavras hebraicas. 'as sJ depois de =66 d.8, % que a divisão em vers9culos do (ntigo ?estamento come ou a tornar-se padronizada. &m.<23<, _rio 'ontano publicou o primeiro (ntigo ?estamento hebraico com marca !es de vers9culos nas margens, bem como divis!es em cap9tulos. (ntes do 8oncilio de Nic%ia E472 d.8F, o Novo ?estamento era dividido em se !es. ?ais se !es eram chamadas 8e halaia EgregoF, diferentes das modernas divis!es em cap9tulos. * +Jdi#e Vati#ano E0F adotava outro sistema, no s%culo /., e &us%bio de 8esar%ia usava ainda outro. &m tais divis!es, os vers9culos eram maiores do que os atuais, mas os cap9tulos eram menores. &ssas divis!es sofreram modifica !es graduais a partir do s%culo S///. * trabalho de modificar foi efetuado por &st$vão -angton, professor da Universidade de ,aris e mais tarde arcebispo da 8antuLria, embora muitos estudiosos atribuam o cr%dito ao cardeal Tugo de #t. 8her Em. <754F. ( 09blia de `:cliffe E<417F seguiu esse padrão. &sse sistema acabou padronizado, visto que seria de base para as vers!es e tradu !es posteriores. *s vers9culos modernos ainda não haviam surgido, embora fossem utilizados no Novo ?estamento grego publicado por +oberto &st%fano, em <22<, e introduzidos na 09blia /nglesa em <223. &m <222 foram colocados numa edi ão da 09blia em latim, a Vulgata, publicada por &st%fano. ( primeira 09blia inglesa que empregou a divisão atual de cap9tulos e vers9culos foi a Bíblia de Genebra E<256F. Fatores di,ersos. *utros fatores estão presentes no processo de data ão de um manuscrito: o tamanho e o formato das letras, a ornamenta ão do manuscrito, a grafia das palavras, a cor da tinta, a teDtura e a cor do pergaminho. ( ornamenta ão dos manuscritos foi-se tornando cada vez mais elaborada nos manuscritos unciais, do s%culo /. ao /S. ( partir de então o ornamento entrou em decl9nio, pois as letras unciais passaram a ser copiadas com menor cuidado. &sses fatores variados influenciaram tamb%m os manuscritos chamados QminúsculosQ, desde essa %poca at% a introdu ão das edi !es e tradu !es impressas da 09blia, no s%culo S./. )e in9cio, sJ se usava tinta preta na produ ão de um manuscrito. 'ais tarde seriam empregadas outras cores: o verde, o vermelho e outras. )a mesma forma que a l9ngua falada vai mudando ao longo dos s%culos, assim tamb%m mudam os componentes f9sicos dos manuscritos. )esse modo, a qualidade cambiante da teDtura dos materiais influi no processo de envelhecimento dos manuscritos, e constitui elemento importante na apura ão de sua idade. ,esultados Uma pesquisa superficial das evid$ncias dispon9veis, concernentes R idade e a preserva ão dos manuscritos, oferece-nos algumas informa !es importantes a respeito do valor de determinado manuscrito em rela ão R transmissão da 09blia. *s manus#ritos do /ntigo 'estamento geralmente v$m de dois amplos per9odos de produ ão. * per9odo talmúdico E466 a.8.-266 d.8.F produziu manuscritos usados nas sinagogas e outros em estudos particulares. &m compara ão com o per9odo massor%tico posterior E266<666 d.8F, aquelas cJpias de manuscritos primitivos são em número menorP todavia, são cJpias consideradas QoficiaisQ, cuidadosamente transmitidas. )urante o per9odo massor%tico, o processo de copiar o (ntigo ?estamento sofreu completa revisão em suas regrasP o resultado foi uma renova ão sistemLtica das t%cnicas de transmissão. *s manus#ritos do No,o 'estamento podem ser classificados em quatro per9odos gen%ricos de transmissão: <. )urante os tr$s primeiros s%culos a integridade do Novo ?estamento resulta do testemunho combinado de fontes, por causa do carLter de ilegalidade do cristianismo. Não se encontram muitos manuscritos completos desse per9odo, mas os eDistentes são significativos. 7. ( partir dos s%culos /. e ., apJs a legaliza ão do cristianismo, houve a multiplica ão de manuscritos do Novo ?estamento. &ram produzidos em velino e em pergaminho, em vez de papiro. 4. ( partir do s%culo vi, os manuscritos passaram a ser copiados por monges que os coligiam e deles cuidavam em mosteiros. Aoi um per9odo de reprodu ão não respaldada pela cr9tica, de aumento de produ ão, mas de decr%scimo da qualidade do teDto. >. (pJs a introdu ão dos manuscritos chamados QminúsculosQ no s%culo S, as cJpias dos manuscritos multiplicaram-se rapidamente, e prosseguiu o decl9nio de qualidade na transmissão teDtual. -:. %s "rinci"ais manuscritos da Bíblia *s escritos clLssicos da Hr%cia e de +oma ilustram de modo eDtraordinLrio o carLter da preserva ão dos manuscritos b9blicos. &m contraposi ão ao número total de mais de 2 mil manuscritos, do Novo ?estamento conhecidos hoMe, outros livros histJricos e religiosos do mundo antigo praticamente desaparecem. #J 5>4 eDemplares da Clíada de Tomero sobreviveram em forma de manuscrito. )a 7istJria de 1oma, de ?ito -9vio, restaram apenas 76 eDemplares, e a obra Guerras g$li#as, de 8%sar, sJ se conhece mediante = ou <6 manuscritos. )a obra de ?uc9dides, Guerra do Aelo oneso, dispomos em apenas 1 manuscritosP as 6bras de ?Lcito sJ podem ser encontradas em 7 manuscritos. Uma pesquisa das evid$ncias em manuscritos do (ntigo ?estamento, embora não seMam tão numerosas como as do Novo, revela a natureza e a comprova ão documentLria dos teDtos originais da 09blia hebraica. %s manuscritos do +ntigo #estamento &m compara ão com o Novo ?estamento, hL relativamente poucos manuscritos antigos do teDto do (ntigo ?estamento. &ra o que se verificava sobretudo antes da descoberta, em <=>3, dos rolos do mar 'orto. 'as esse acontecimento proporcionou enseMo para nosso estudo das traI di !es do 'exto massor.ti#o e dos rolos do mar %orto. O &exto massor+tico (t% recentemente, sJ uns poucos manuscritos hebraicos do (ntigo ?estamento eram conhecidos. (liLs, antes da descoberta dos manuscritos +airo +erte<a, em <1=6, sJ 34< manuscritos hebraicos haviam sido publicados. O por isso que a edi ão corrente da Bíblia hebrai#a, de Yittel, baseia-se em apenas quatro principais manuscritos, mas sobretudo em um deles Eo +Jdi#e do Leningrado(. Nessa tradi ão, os principais teDtos foram copiados durante o per9odo massor%tico, como comprovam as seguintes amostras. * manuscrito +Jdi#e do +airo ou +Jdi#e #airota EcF E1=2 d.8.F talvez seMa o manuscrito massor%tico mais antigo dos profetas, e cont%m tanto os profetas antigos como os posteriores, mais recentes. * +Jdi#e de Leningrado dos ro-etas ou +Jdi#e babilKnia dos ro-etas osteriores E'S 0 4F, tamb%m conhecido como +Jdi#e de L!ãoM Aetersburgo E=<5 d.8F, cont%m apenas os últimos profetas E/sa9as Beremias, &zequiel e os )ozeF, tendo sido escrito com vocaliza ão babil"nica. * +Jdi#e /le o E=46 d.8.F do (ntigo ?estamento ML não estL mais completo. )eve ser a principal autoridade em 09blia hebraica a ser publicada em Berusal%m, tendo sido corrigida e vocalizada por (aron ben (sher, em =46 d.8. * +Jdi#e do %useu BritEni#o E*riental >>>2F data de =26 d.8P trata-se de um manuscrito incompleto do Aentateu#o. 8ont%m apenas de H$nesis 4=.76 a )euteron"mio <.44. * +Jdi#e de Leningrado E0 <= ( *U -F E<661 d.8.F % o maior manuscrito do (ntigo ?estamento, o mais completo. Aoi escrito em velino, com tr$s colunas de 7< linhas por pLgina. *s sinais vocLlicos e os acentos seguem o padrão babil"nico, colocados acima da linha. * +Jdi#e 1eu#hlin E'# /d. 7<<5<F dos profetas E<<62 d.8.F cont%m um teDto revisto que atesta a fidelidade do +Jdi#e de Leningrado. *s fragmentos de +airo Gene<a E266-166 d.8F, descobertos em <1=6, no 8airo, estão espalhados por diversas bibliotecas. &rnst `urth@ein afirma eDistirem cerca de <6 mil manuscritos b9blicos e fragmentos de manuscritos desse depJsito. * número relativamente reduzido de antigos manuscritos do (ntigo ?estamento, com eDce ão do +airo Gene<a, pode ser atribu9do a vLrios fatores. * primeiro e mais Jbvio % a prJpria antigVidade dos manuscritos, combinada com sua inerente destrutibilidadeP esses dois fatores concorrem para o desaparecimento dos manuscritos. *utro fator que militou contra a sobreviv$ncia dos manuscritos foi a deporta ão dos israelitas R 0abil"nia e ao dom9nio estrangeiro apJs o retorno R ,alestina. Berusal%m foi conquistada >3 vezes, em sua histJria, sJ no per9odo de <166 a <=>1 d.8. /sso tamb%m eDplica por que os teDtos massor%ticos foram descobertos fora da ,alestina. *utro fator que influi na escassez de manuscritos do (ntigo ?estamento diz respeito Rs leis sagradas dos escribas, que eDigiam que os manuscritos gastos pelo uso ou com erros fossem enterrados. #egundo uma tradi ão talmúdica, todo manuscrito que contivesse erro ou falha e todo aquele que estivesse demasiado gasto pelo uso eram sistemLtica e religiosamente destru9dos. ?ais prLticas sem dúvida alguma fizeram diminuir o número de manuscritos que se poderiam encontrar algures. ,or fim, durante os s%culos . e ./ d.8, quando os massoretas Eescribas MudeusF padronizaram o teDto hebraico, acredita-se que de modo sistemLtico e completo destru9ram todos os manuscritos que discordassem do sistema de vocaliza ão Eadi ão de letras vocLlicasF e de padroniza ão do teDto das &scrituras. 'uitas evid$ncias arqueolJgicas e a aus$ncia de manuscritos mais antigos tendem a dar apoio a esse Mulgamento. * resultado % que o teDto massor%tico impresso do (ntigo ?estamento, como o temos hoMe, baseia-se nuns poucos manuscritos, nenhum dos quais com origem anterior ao s%culo S d.8 (inda que haMa relativamente poucos manuscritos massor%ticos primitivos, a qualidade dos manuscritos dispon9veis % muito boa. /sso tamb%m se deve atribuir a vLrios fatores. &m primeiro lugar, hL pouqu9ssimas variantes nos teDtos dispon9veis, visto serem todos descendentes de um tipo de teDto estabelecido por volta de <66 d.8. )iferentemente do Novo ?estamento, que baseia sua fidelidade teDtual na multiplicidade de cJpias de manuscritos, o teDto do (ntigo ?estamento deve sua eDatidão R habilidade e R confiabilidade dos escribas que o transmitiram. 8om todo o respeito Rs &scrituras Mudaicas, sJ a eDatidão dos escribas, no entanto, não basta para garantir o produto genu9no. (ntes, a rever$ncia quase supersticiosa que dedicavam Rs &scrituras % de primordial importGncia. #egundo o 'almude, sJ determinados tipos de peles podiam ser utilizados, o tamanho das colunas era controlado por regras rigorosas, o mesmo acontecendo com respeito ao ritual que o escriba deveria seguir ao copiar um manuscrito. #e se descobrisse que determinado manuscrito continha um único erro, a pe a era descartada e destru9da. ?ão severo formalismo dos escribas foi responsLvel, pelo menos em parte, pelo eDtremo cuidado aplicado no processo de copiar as &scrituras #agradas. *utra categoria de evid$ncias quanto R integridade do teDto massor%tico encontra-se na compara ão de passagens duplas do prJprio teDto massor%tico do (ntigo ?estamento. * salmo <>, por eDemplo, reaparece de novo como salmo 24P grande parte de /sa9as 45C 4= reaparece em 7+eis <1.76P /sa9as 7.7-> corresponde a 'iqu%ias >.<-4, e grande parte de 8r"nicas se encontra de novo em #amuel e em +eis. Um eDame dessas passagens, bem como de outras, revela não sJ substancial acordo teDtual, mas tamb%m, em certos casos, igualdade quase absoluta, palavra por palavra. +esulta disso a conclusão de que os teDtos do (ntigo ?estamento não sofreram revis!es radicais, ainda que as passagens paralelas tenham origem em fontes id$nticas. *utra prova substancial quanto R eDatidão do teDto massor%tico procede da arqueologia. +obert )ick `ilson e `illiam A. (lbright, por eDemplo, fizeram numerosas descobertas que confirmam a eDatidão histJrica dos documentos b9blicos, at% mesmo no que concerne aos nomes obsoletos de reis estrangeiros. ( obra de `ilson, ( s#ienti-i# in,estigation o- the 6ld 'estament W/nvestiga ão cient9fica do (ntigo ?estamentoX, e a de (lbright, From the !tone /ge to +hristianit9 W)a /dade da ,edra ao cristianismoX, podem ser consultadas em busca de apoio para essa concep ão. ?alvez o melhor tipo de evid$ncias em apoio R integridade do teDto massor%tico % encontrada na tradu ão grega do (ntigo ?estamento, conhecida como !e tuaginta ou -SS. &sse trabalho foi eDecutado durante os s%culos // e /// a.8, em (leDandria, no &gito. Na maior parte, % praticamente uma reprodu ão livro por livro, cap9tulo por cap9tulo do teDto massor%tico e cont%m diferen as estil9sticas e idiomLticas comuns. (l%m disso, a !e tuaginta foi a 09blia que Besus e os apJstolos usaram, e a maior parte das cita !es no Novo ?estamento foram tiradas diretamente dessa tradu ão. No todo, a !e tuaginta constitui-se correspondente do teDto massor%tico e tende a confirmar a fidelidade do teDto hebraico do s%culo D d.8. #e não houvesse nenhuma outra evid$ncia, a comprova ão da fidelidade ao teDto massor%tico poderia ser aceita com confian a, em razão das evid$ncias aqui apresentadas. Os rolos do mar #orto &ssa grande descoberta ocorreu em mar o de <=>3, quando um Movenzinho Lrabe E'uhammad adh-)hibF estava perseguindo uma cabra perdida nas grutas, a doze quil"metros ao sul de Berico e um e meio quil"metro a oeste do mar 'orto. Numa das grutas ele descobriu umas Marras que continham vLrios rolos de couro. &ntre esse dia e fevereiro de <=25, onze grutas que continham rolos e fragmentos de rolos foram escavadas prJDimo a Kumran. Nessas grutas, os ess$nios, seita religiosa Mudaica que eDistiu por volta da %poca de 8risto, haviam guardado sua biblioteca. #omando tudo, os milhares de fragmentos de manuscritos constitu9am os restos de seiscentos manuscritos. *s manuscritos que trazem o teDto do (ntigo ?estamento são os de maior interesse para nJs. ( Hruta < % a que havia sido descoberta pelo Movem Lrabe, a qual continha sete rolos mais ou menos completos e alguns fragmentos, dentre os quais o mais antigo livro que se conhece da 09blia &Csaías G(, um %anual de dis#i lina, um +oment$rio de 7aba#u"ue, um / J#ri-o de GBnesis, um teDto incompleto de /sa9as WCsaías B(, a 1egra da guerra e cerca de trinta 7inos de a*ão de gra*a. Na Hruta 7 foram encontrados outros manuscritosP essa gruta havia sido descoberta por bedu9nos que roubaram alguns artigos, )escobriram-se ali fragmentos de cerca de cem manuscritosP nenhum desses achados, por%m, foi tio espetacular como o que se descobriu nas demais grutas. Na Hruta 4 foram achadas duas metades de um rolo de cobre que dava instru !es sobre como achar sessenta ou mais lugares que continham tesouros escondidos, a maior parte dos quais em Berusal%m ou em seus arredores. ( Hruta > Ea Hruta da ,erdizF tamb%m havia sido pilhada por bedu9nos, antes de ser escavada em setembro de <=27. No entanto, verificou-se que haveria de ser a gruta mais produtiva de todas, visto que literalmente milhares de fragmentos foram recuperados e reconstitu9dos, quer mediante compra dos bedu9nos, quer em decorr$ncia da peneira ão arqueolJgica da poeira do solo da gruta. Um fragmento de #amuel que se encontrou aqui % tido como o mais antigo trecho de hebraico b9blico conhecido, pois data do s%culo /. a.8. Na Hruta 2 acharam-se alguns livros b9blicos e outros apJcrifos em avan ado estado de deteriora ão. ( Hruta 5 revelou a eDist$ncia de mais fragmentos de papiro que de couro. (s Hrutas de 3 a <6 forneceram dados de interesse para o arqueJlogo profissional, nada, por%m, de interesse relevante ao estudo que estamos empreendendo. ( Hruta << foi a última a ser escavada e eDplorada, em come os de <=25. (li se encontrou uma cJpia do teDto de alguns salmos, incluindo-se o salmo apJcrifo <2<, que at% essa data sJ era conhecido em teDtos gregos. &ncontrou-se, ainda, um rolo muito fino que continha parte de -ev9tico e um 'argum EparLfraseF aramaico de BJ. &stimulados por essas descobertas originais, os bedu9nos insistiram nas buscas e descobriram outras grutas a sudoeste de 0el%m. (qui, em 'urabba^at, descobriram alguns manuscritos que traziam a data e alguns documentos da segunda revolta Mudaica E<47-<42 d.8F. &sses documentos aMudaram a confirmar a antigVidade dos rolos do mar 'orto. )escobriu-se tamb%m outro rolo dos profetas menores Ede Boel a (geuF, cuMo teDto se aproDima muito do teDto massor%tico. (l%m disso, descobriu-se ali um palimpsesto, o papiro sem9tico Eo primeiro teDto havia sido raspadoF mais antigo de que se tem not9cia. * segundo teDto nele gravado era em hebraico antigo, dos s%culos .// e ./// a.8. .Lrios tipos de evid$ncias tendem a dar apoio Rs datas dos rolos do mar 'orto. &m primeiro lugar estL o processo do carbono <>, que dL a esses documentos a idade de <=<3 anos, com margem de varia ão de 766 anos E<6cF. /sso significa que tais documentos datam de <51 a.8. a 744 d.8. ( paleografia Eestudo da escrita antiga e de seus materiaisF e a ortografia Ereda ão correta das palavrasF marcam a data de alguns desses manuscritos anterior a <66 a.8. ( arqueologia trouDe mais algumas evid$ncias paralelas, mediante o estudo da cerGmica encontrada nas grutas: descobriu-se que era da baiDa &ra Telen9stica E<26-<54 a.8.F e da alta &ra +omana E54 a.8-<66 d.8F. Aor fim, as descobertas de 'urabba^at corroboraram as descobertas de Kumran. ( natureza e o número dessas descobertas do mar 'orto produziram as seguintes conclus!es gerais a respeito da integridade do teDto massor%tico. *s rolos fornecem espantosa confirma ão da fidelidade do teDto massor%tico. 'illar 0urro@s, em sua obra 'he =ead !ea s#rolls W*s rolos do mar 'ortoX, mostra que eDistiram pouqu9ssimas altera !es do teDto, num per9odo aproDimado de mil anos. +. -aird Tarris, em sua obra Cns iration and #anoni#it9 o-the Bible W( inspira ão e a canonicidade da 09bliaX, sustenta que eDistem menos diferen as nessas duas tradi !es, em mil anos, do que em duas fam9lias de manuscritos do Novo ?estamento. Hleason (rcher, autor de / sur,e9 o- 6ld 'estament introdu#tion W,esquisa para introdu ão ao (ntigo ?estamentoX apJia a integridade do teDto massor%tico ao declarar que tal teDto concorda com o manuscrito de /sa9as encontrado na Hruta < em =2c de seu conteúdo. *s restantes 2c compreendem lapsos Jbvios da pena e varia !es de grafia que ocorreram naquele 9nterim. 2anuscritos do No8o #estamento ( integridade do (ntigo ?estamento foi confirmada em primeiro lugar pela fidelidade do processo de transmissão, posteriormente confirmada pelos rolos do mar 'orto. ,or outro lado, a fidelidade do teDto do Novo ?estamento baseia-se na multiplicidade de manuscritos eDistentes. O fato que do (ntigo ?estamento restaram apenas alguns manuscritos completos, todos muito bonsP mas do Novo possu9mos muito mais cJpias, em geral de qualidade mais precLria. 8hama-se manuscrito um documento escrito a mão, em contraste com uma cJpia ou eDemplar impresso. 8omo dissemos no cap9tulo anterior, o Novo ?estamento foi escrito em letras de imprensa, conhecidas pelo nome de unciais Eou maiúsculasF. ( partir do s%culo vi esse estilo caiu em desuso, sendo gradualmente substitu9do pelos manuscritos chamados minúsculos. &stes predominaram no per9odo que vai do s%culo /S ao S.. *utros testemunhos sobre a fidelidade do teDto do Novo ?estamento procedem de outras fontes bLsicas: manuscritos gregos, antigas vers!es e cita !es patr9sticas. *s manuscritos gregos são a fonte mais importante, e podem ser divididos em tr$s categorias. &ssas categorias de manuscritos comumente recebem o nome de papiros, unciais e minúsculos, em vista de suas caracter9sticas diferenciadas. O9 papiros *s manuscritos classificados como papiros datam dos s%culos n e m, quando o cristianismo ainda era ilegal, k as &scrituras #agradas eram copiadas nos materiais mais baratos poss9veis. &Distem cerca de 75 manuscritos do Novo ?estamento em papiro. * testemunho comprobatJrio que esses manuscritos proporcionam ao teDto % valios9ssimo, visto que surgiram a partir do alvorecer do s%culo //, apenas uma gera ão depois dos autJgrafos originais, e cont$m a maior parte do Novo ?estamento. .amos comentar aqui os representantes mais importantes dos manuscritos de papiro. * p27 ou Fragmento de Qohn 19lands E<<3-<41F % o mais antigo e genu9no que se conhece traz um trecho do Novo ?estamento. Aoi escrito de ambos os lados e traz partes de cinco vers9culos do evangelho de Boão E<1.4<-44,43,41F. * p>2, o p>5 e o p>3, os ,apiros 8hester 0eatt: E726F, consistem de tr$s cJdices que abrangem a maior parte do Novo ?estamento. * p>2 compreende trinta folhas de um cJdice de papiro que cont$m os evangelhos e (tos. * p>5 traz a maior parte das cartas de ,aulo, bem como Tebreus, faltando, por%m, algumas partes de +omanos, <?essalonicenses e toda 7?essalonicenses. * p>3 cont%m partes do (pocalipse. * p55, o p37 e o p32, os ,apiros 0odmer E<32-772F, compreendem a mais importante descoberta de papiros do Novo ?estamento, desde o ,apiro 8hester 0eatt:. * p55 data de 766 d.8P cont%m algumas por !es do evangelho de Boão. * p37 % a mais antiga cJpia de Budas e de < e 7,edro que se conheceP data do s%culo /// e cont%m vLrios livros, alguns can"nicos, outros apJcrifos. * p32 cont%m -ucas e Boão em unciais cuidadosamente impressos, com toda a clarezaP data de <32 a 772. ,or isso, % a mais antiga cJpia de -ucas de que se tem not9cia. Os unciais *s mais importantes manuscritos do Novo ?estamento como um todo são considerados em geral os grandes unciais, escritos em velino e em pergaminho, nos s%culo /. e .. &Distem cerca de 7=3 desses manuscritos unciais. )escreveremos a seguir alguns dos mais importantes desses manuscritos. *s mais importantes deles, o S, *0, *( e *8, não estiveram R disposi ão dos tradutores da 09blia do rei ?iago. Na verdade, sJ * ) esteve R disposi ão desses tradutores, que o utilizaram pouco. 0astaria esse fato para que se eDigisse uma nova tradu ão da 09blia, depois que esses grandes documentos unciais foram descobertos. 6 +Jdi#e Vati#ano &B( talvez seMa o mais antigo uncial em velino ou em pergaminho E472-426F, sendo uma das mais importantes testemunhas do teDto do Novo ?estamento. Aoi desconhecido dos estudiosos b9blicos at% depois de <>32, quando foi catalogado na 0iblioteca do .aticano. Aoi publicado pela primeira vez em <11=-<1=6 em fac-s9mile fotogrLfico. 8ont%m a maior parte do (ntigo ?estamento grego E-SSF, o Novo ?estamento grego e os livros apJcrifos, com algumas omiss!es. Aaltam tamb%m nesse cJdice H$nesis <.<->5.71P 7+eis 7.2-3,<6-<4P #almos <65.73-<41.5, bem como Tebreus =.<> at% * fim do Novo ?estamento. 'arcos <5.=-76 e Boão 3.21-1.<< foram omitidos do teDto de propJsitoP o teDto todo foi escrito em unciais pequenos e delicados, sobre velino fino. 6 +Jdi#e sinaíti#o &a, Gle-e( % o manuscrito grego do s%culo /. considerado em geral a testemunha mais importante do teDto, por causa de sua antigVidade, eDatidão e ineDist$ncia de omiss!es. ( histJria de sua descoberta % das mais fascinantes e romGnticas da histJria do teDto b9blico. * manuscrito foi descoberto por ?ischendorf, conde alemão, no 'osteiro de #anta 8atarina, no monte #inai. &m <1>> ele descobriu >4 folhas de velino que continham por !es da #eptuaginta E<8r"nicas, Beremias, Neemias e &sterF, num cesto cheio de fragmentos usados pelos monges com o fim de acender fogueiras. * conde apanhou esses fragmentos e os levou para -eipzig, na (lemanha, onde at% hoMe permanecem com o nome de +Jdi#e Frederi#o0/ugustanus. Numa segunda visita, em <124, o conde ?ischendorf nada encontrou de novidade, mas em <12= partiu para sua terceira visita, sob a dire ão do czar (leDandre //. Kuando ele estava prestes a partir, voltando para casa, o mordomo do mosteiro mostrou-lhe uma cJpia quase completa das &scrituras e mais alguns livros. ?odas as pe as foram subseqVentemente entregues ao czar como Qpresente condicionalQ. &sse manuscrito % conhecido hoMe como +Jdi#e sinaíti#oP cont%m mais da metade do (ntigo ?estamento E-SSF e todo o Novo Ecom eDce ão de 'c <5.=-76 e Bo 3.21C 1.<<F, todos os livros apJcrifos do (ntigo ?estamento, a E ístola de Barnab. e 6 astor, de Termas. * teDto foi escrito em eDcelente velino, feito de peles de ant9lopes. * manuscrito sofreu vLrias Qcorre !esQ de escribas, as quais se denominam Y. &m 8esar%ia, no s%culo ./ ou .//, um grupo de escribas introduziu outras altera !es teDtuais conhecidas como Sca ou Scb. &m <=44 o governo ingl$s comprou o 8Jdice sina9tico por cem mil libras esterlinas. & depois foi publicado num volume intitulado !#ribes and #orre#tors o- +odex !inaiti#us W&scribas e corretores do 8Jdice sina9ticoX em <=41. 6 +Jdi#e alexandrino &/( % um manuscrito do s%culo v, muito bem conservado, que se posiciona logo depois de 0 e de _lefe, como representante do teDto do Novo ?estamento. &mbora alguns tenham datado esse cJdice em fins do s%culo /., provavelmente % o resultado do trabalho de um escriba de (leDandria, no &gito por volta de >2 d.8. &m <631 esse cJdice foi dado de presente ao patriarca de (leDandria, que lhe deu a designa ão que ostenta at% hoMe. &m <57< foi levado a 8onstantinopla, antes de ser entregue a sir ?homas +oe, embaiDador ingl$s na ?urquia, em <57>, para apresenta ão ao rei ?iago /. &le morreu antes de o manuscrito chegar R /nglaterra, pelo que foi entregue ao rei 8arlos i, em <573. ( aus$ncia do manuscrito nesses anos todos impediu que o documento fosse consultado pelos tradutores da 09blia do rei ?iago, em <5<<, embora todos soubessem de sua eDist$ncia na %poca. &m <323, Borge n ofertou o manuscrito R 0iblioteca Nacional do 'useu 0ritGnico. 8ont%m integralmente o (ntigo ?estamento, eDceto algumas partes que sofreram mutila !es EHn <>.<>-<3P <2.<-2,<5-<=P <5.5-=P <+s W<#mX <7.<1C <>.=P #/ >=.<=C 3=.<66 e a maior parte do Novo ?estamento, faltando apenas 't <.<C 72.5P Bo 5.26C 1.27 e 78o >.<4C <7.5F. * cJdice cont%m 2 e ;+lemente e !almos de !alomão, com a aus$ncia de algumas partes. #uas grandes letras quadradas, unciais, estão escritas em velino muito finoP o teDto % dividido em se !es mediante o emprego de letras maiores. * teDto % de qualidade variLvel. * +Jdi#e e-raimita EcF provavelmente se originou na (leDandria, no &gito, por volta de 4>2. Aoi levado R /tLlia ao redor de <266 por Bohn -ascaris e depois vendido a ,ietro #trozzi. 8atarina de 'ediei, italiana, mãe e esposa de reis franceses, o comprou em <244. (pJs sua morte, o manuscrito foi colocado na 0iblioteca Nacional de ,aris, onde permanece at% hoMe. Aalta a esse cJdice a maior parte do (ntigo ?estamento, constando dele partes de BJ, ,rov%rbios, &clesiastes, 8Gnticos dos 8Gnticos e dois livros apJcrifos C !abedoria de !alomão e E#lesi$sti#o. (o Novo ?estamento faltam 7?essalonicenses, 7Boão e parte de outros livros. * manuscrito . um alim sesto Eraspado, apagadoF rees#rito em que originariamente estavam gravados o (ntigo e o Novo ?estamento. * teDto sagrado foi apagado para que nesses pergaminhos se escrevessem serm!es de &fraim, pai da igreMa do s%culo /.. 'ediante reativa ão qu9mica, o conde ?ischendorf foi capaz de decifrar as escritas quase invis9veis dos pergaminhos. &sse manuscrito estL guardado na 0iblioteca Nacional de ,aris, e deiDa R mostra sinais e evid$ncias de duas fases de corre !es: a primeira, c7 ou cb, foi realizada na ,alestina, no s%culo vi, e a segunda, c4 ou 8c, foi acrescentada no s%culo /S, em 8onstantinopla. * +Jdi#e Be<a E)F, tamb%m chamado +Jdi#e de +ambridge, foi transcrito em >26 ou 226. O o manuscrito bil9ngVe mais antigo que se conhece do Novo ?estamento, escrito em grego e em latim, na região geral do sul da HLlia EAran aF ou do norte da /tLlia. Aoi descoberto em <257 por ?eodoro 0eza, teJlogo franc$s, no 'osteiro de #anto /rineu, em -ião, na Aran a. &m <21< 0eza deu-o R Universidade de 8ambridge. 8ont%m os quatro evangelhos, (tos e 4Boão <<C <2, com varia !es tiradas de outros manuscritos, nele indicadas. TL muitas omiss!es no teDto, tendo permanecido apenas o teDto latino de 4Boão <<C <2. 6 +Jdi#e #laromontano Ed7 ou dp7F % um complemento do s%culo vi do cJdice d, datado de 226. 8ont%m grande parte do Novo ?estamento que estL faltando em ). )7 aparentemente originou-se na /tLlia, ou na #ardenha, tendo recebido seu nome de um mosteiro de 8lermont, na Aran a, onde foi descoberto por 0eza. (pJs a morte de 0eza, o cJdice ficou na posse de vLrios indiv9duos, at% ser comprado pelo rei -u9s S/., para integrar a 0iblioteca Nacional de ,aris, em <525. Aoi publicado integralmente pelo conde ?ischendorf em <127. &sse cJdice cont%m todas as cartas de ,aulo e Tebreus, embora esteMam faltando +omanos <.<-3,7346 e <8or9ntios <>.<4-77, em grego, e <8or9ntios <>.1-<1 e Tebreus <4.7<74, em latim. &sse manuscrito bil9ngVe foi escrito de modo art9stico, em velino fin9ssimo, de alta qualidade. * grego % bom, mas a gramLtica latina em alguns trechos % inferior. * +Jdi#e washingtoniano&w( data do s%culo /. ou in9cio do .. 8harles A. Areer, de )etroit, em <=65, o havia adquirido de um negociante do 8airo, no &gito. &ntre <=<6 e <=<1 foi editado pelo professor T. (. #anders, da Universidade de 'ichigan, estando hoMe na /nstitui ão #mithsoniana, em `ashington, )8. &sse manuscrito cont%m os quatro evangelhos, por !es das ep9stolas de ,aulo EeDceto +omanosF, Tebreus, )euteron"mio, Bosu% e #almos. ( ordem dos evangelhos %: 'ateus, Boão, -ucas e 'arcos. 'arcos cont%m o final mais longo E'c <5.=-76FP entretanto, acrescenta uma inser ão apJs o vers9culo <>. & um cJdice volumoso, feito de velino, cuMos tipos de letras são misturados de modo curioso. Os minúsculos (s datas dos manuscritos minúsculos Edo s%culo /S ao S.F mostram que em geral são de qualidade inferior, se comparados aos manuscritos em papiros ou unciais. ( importGncia desses manuscritos estL no relevo dispensado Rs fam9lias teDtuais e não R sua quantidade. #omam > 5>4, dos quais 7 5>5 são manuscritos e < ==3, lecionLrios Elivros antigos que a igreMa usava no cultoF. (lguns desses manuscritos minúsculos mais importantes estão identificados abaiDo. *s minúsculos da fam9lia aleDandrina são representados pelo ms. 44, Qrei dos cursivosQ, datado do s%culo /S ou S. 8ont%m todo o Novo ?estamento, menos o (pocalipse. O propriedade da 0iblioteca Nacional de ,aris. * teDto cesareense emprega um tipo que sobreviveu na Aam9lia <, dentre os manuscritos minúsculos. &ssa fam9lia cont%m os manuscritos <, <<1,<4< e 76=, e todos datam do s%culo S// at% o S/.. ( subfam9lia italiana do tipo cesareense % representada por cerca de doze manuscritos conhecidos por Aam9lia <4. ?ais manuscritos haviam sido copiados entre os s%culos S/ e S.. /ncluem os manuscritos <4,5=,<7>, 746, 4>5, 2>4, 311, 175, 171, =14, <51= e <36=. Bulgava-se de in9cio que alguns desses manuscritos tinham teDto de tipo s9rio. 'uitos dos demais manuscritos minúsculos podem ser colocados em uma ou outra das vLrias fam9lias teDtuais, mas sustentam-se por seus prJprios m%ritos e não por pertencerem a uma das fam9lias de manuscritos mencionadas acima. &ntretanto, no todo, foram copiados de manuscritos minúsculos ou manuscritos unciais primitivos, e poucas evid$ncias novas acrescentam ao Novo ?estamento. ,roporcionam uma linha cont9nua de transmissão do teDto b9blico, enquanto os manuscritos de outras obras clLssicas apresentam brechas de novecentos a mil anos entre os autJgrafos e suas cJpias manuscritas, como se pode ver nos eDemplos das Guerras g$li#as, de 8%sar, e das 6bras, de ?Lcito. ->. %utros testemunhos de a"oio ao texto bíblico ( transmissão do teDto b9blico pode ser rastreada com certa clareza a partir de fins do s%culo // e in9cio do /// at% os tempos modernos por meio dos grandes manuscritos. *s elos que ligam esses manuscritos ao s%culo /, no entanto, são uns poucos fragmentos de papiros e algumas cita !es dos pais apostJlicos. (l%m dessas evid$ncias, hL materiais oriundos de descobertas arqueolJgicas, como os papiros não-b9blicos, os papiros b9blicos ou relacionados R 09blia, os Jstracos e as inscri !es. %s "a"iros não!bíblicos ( descoberta de papiros, Jstracos e inscri !es modificou algumas cren as bLsicas a respeito da prJpria natureza do Novo ?estamento. (t% o surgimento das obras de 'oulton e de 'illigan, Vo#abular9 o- the Gree8 New 'estament, illustrated -rom the a 9ri and other non0literar9 sour#es W.ocabulLrio do grego do Novo ?estamento, com eDemplos de papiros e de outras fontes não-literLriasX E<=<>F, de (. ?. +obertson, / grammar o- the +ree8 New 'estament in light o- histori#al resear#h WHramLtica do grego do Novo ?estamento R luz das pesquisas histJricasX E<=<>F, e de (dolf )eissman, Light -rom the /n#ient East W-uz oriunda do antigo *rienteX Etrad. de <=74F, o Novo ?estamento era considerado livro escrito de modo misterioso, entregue aos seres humanos numa l9ngua que se supunha ser a do &sp9rito #anto, (s obras desses homens, combinadas com os esfor os de outros, demonstraram indisputavelmente que o Novo ?estamento era um eDemplo lúcido de linguagem coloquial do s%culo / , o grego #oin.. )escobriram que o Novo ?estamento não havia sido escrito numa Qlinguagem perfeitaQ, como alguns pais latinos da igreMa haviam presumido, mas que em seu vocabulLrio, sintaDe e estilo, o Novo ?estamento realmente % um registro do grego coloquial do s%culo /. (l%m disso, descobriram entre os papiros não-b9blicos o pano de fundo que constitu9a os antecedentes religiosos e culturais do s%culo /. &Daminando as semelhan as culturais entre esses papiros e o Novo ?estamento, verificaram que tamb%m havia umas seitas concorrentes, ou religi!es que faziam trabalho missionLrio. * mundo antigo tornou-se um livro aberto que refletia os mesmos padr!es de vida e de interesses refletidos na 09blia. ( fraseologia do Novo ?estamento era semelhante R do ambiente em que se inseriaP aliLs, a linguagem da religião popular, da lei e da adora ão ao imperador era semelhante R do Novo ?estamento. * fato de uma l9ngua comum ser usada no Novo ?estamento e no ambiente ao redor não implica que o Novo ?estamento e o ambiente que o cercava tinham o mesmo sentido um do outro. &m outras palavras, os mesmos termos usados por diferentes religi!es no mLDimo poderiam apresentar sentidos paralelos, Mamais, por%m, os mesmos: o sentido do cristianismo era muito diferente do sentido mundano ao redor. No entanto, algumas conclus!es são inevitLveis, como mostram os papiros nãob9blicos. )entre essas, salienta-se o fato de que o Novo ?estamento não foi escrito numa por assim dizer l9ngua do &sp9rito #anto. &m vez disso, havia sido escrito no grego comum Ecoin%F, comercial, do mundo romano, a l9ngua do povo e dos mercados mundiais. (l%m disso, os estilos da sintaDe e o vocabulLrio de ,aulo, bem como os estilos de outros autores eram amplamente utilizados no s%culo /. &sses fatos nos levam a crer que, se o grego do Novo ?estamento era a l9ngua comum do s%culo /, segue-se que o Novo ?estamento deve ter sido escrito no s%culo /. 4a"iros bíblicosN stracos e inscriç/es Os papiros bíblicos (l%m dos materiais de escrita sobre que versamos no cap9tulo <7, outros papiros suplementares trazem mais esclarecimento ao teDto do Novo ?estamento. Um grupo de livros não-can"nicos, Logia de Qesus &=i<eres de Qesus(, foi descoberto entre os papiros. Uma compara ão de seu conteúdo com o teDto can"nico revela sua natureza apJcrifa. ,ouca dúvida deve eDistir de que tais =i<eres apresentam um apelo local, possivelmente her%ticoP no entanto, deram origem a vLrias cole !es de QdizeresQ que refletem a eDperi$ncia religiosa popular dos s%culos / e //. Os óstracos *s Jstracos são cacos de cerGmica freqVentemente utilizados como material de escrita entre as classes mais pobres da antigVidade. &Demplo do uso desse meio de escrita % uma cJpia dos evangelhos registrados em vinte pe as de Jstracos. #eriam o que se poderia chamar Qa 09blia do pobreQ. &ssas pe as de cerGmica Ev. /s >2.=F permaneceram negligenciadas pelos estudiosos durante muito tempo, mas haveriam de lan ar mais luz ao teDto b9blico. (llen ,. `ikgren relacionou cerca de < 57> amostras desses humildes registros da histJria, em sua obra intitulada Gree8 ostra#a Wlstracos gregosX. As inscriç*es (larga distribui ão e a grande variedade de inscri !es antigas não sJ atestam a eDist$ncia dos teDtos b9blicos na %poca, mas tamb%m a importGncia deles. TL abundantes grava !es em paredes, pilares, moedas, monumentos e outros lugares que t$m sido preservadas como testemunhas do teDto do Novo ?estamento. &ssas testemunhas, no entanto, são mero apoio, não tendo grande importGncia na corrobora ão do teDto genu9no do Novo ?estamento. Os lecion5rios *utra testemunha do teDto do Novo ?estamento que em geral tem sido subvalorizada são os numerosos lecionLrios Elivros usados no culto da igreMaF, que continham teDtos selecionados para leitura, tirados da prJpria 09blia. &sses lecionLrios serviam de manuais, sendo usados nos cultos ao longo de um ano. ( maior parte desses manuais teria surgido talvez entre os s%culos .// e S//, e deles sobreviveram dezenas de folhas e fragmentos de folhas, datados dos s%culos iv e vi. #J cinco ou seis lecionLrios sobreviveram intactos, copiados em papiro, com letras unciais, ainda que essas houvessem sido substitu9das pelo tipo de grafia denominado minúsculo. &mbora 8aspar +en% Hregor: houvesse relacionado cerca de < 2>2 lecionLrios gregos, em seu +anon and text o- the New 'estament W8Gnon e teDto do Novo ?estamentoX E<=<7F, cerca de 7 666 foram utilizados na obra cr9tica da United 0ible #ocieties W#ociedades 09blicas UnidasX, 'he Gree8 New 'estament E<=55F. ( grande maioria dos lecionados consiste de teDtos para leitura tomados dos evangelhos. *s demais consistem de teDtos de (tos, Rs vezes ao lado de trechos das cartas. (inda que fossem ornamentados com muita elabora ão e Rs vezes at% contivessem nota !es musicais, . preciso que se admita que os lecionLrios t$m apenas valor secundLrio no estabelecimento do teDto genu9no do Novo ?estamento, No entanto, desempenham papel importante na compreensão de passagens espec9ficas das &scrituras, como Boão 3.24C 1.<< e 'arcos <5.=-76. +s remiss/es "atrísticas ao texto bíblico (l%m dos manuscritos e da variedade de elementos que dão testemunho do teDto do Novo ?estamento, o estudioso da cr9tica teDtual disp!eP de cita !es patr9sticas das &scrituras que o aMudam na busca do verdadeiro teDto. *s pais que fizeram tais remiss!es e cita !es viveram nos m primeiros s%culos da igreMa. * fato de terem estado ao lado dos apJstolosP e terem usado os teDtos fornece informa !es a respeito da Lrea, da data e do tipo eDatos do teDto largamente utilizado pela igreMa primitiva. A +poca dos pais da igre/a .isto que o cGnon do (ntigo ?estamento foi encerrado e reconhecido antes da %poca de 8risto, a atitude dos pais da igreMa primitiva Edo s%culo C ao /.F pode ser sintetizada da seguinte maneira, nas palavras de 0. & `estcott: 8ontinuam a considerar o (ntigo ?estamento um registro completo e duradouro da revela ão de )eus. Num ponto notLvel eles levaram essa cren a mais longe do que antes. 8om eles, a individualidade de vLrios escritores entra em segundo plano. ,raticamente consideravam o livro todo uma declara ão divina sJ.76 76 ?he 0ible in the 8hurch, 7. ed., Ne@ aork, 'ac'illan, <113, p. 14->. Kuando se considera o uso do Novo ?estamento, o quadro % mais diversificado, e o papel dos pais da igreMa muito mais significativo, uma vez que o cGnon do Novo ?estamento não havia ainda sido definitiva e completamente reconhecido at% o s%culo /.. &m virtude dessa situa ão, serialP útil tra ar de novo, com brevidade, a histJria do reconhecimento do cGnon a fim de aMustar o foco da posi ão assumida pelos pais primitivos da igreMa. ( segunda metade do s%culo / viu o processo de sele ão, de escolhaE-c <.<->P <?s 7.<4F, de leitura E<?s 2.73F, de circula ão E8l >.<5F, de compila ão E7,e 4.<2,<5F e de cita ão E<?m2.<1F da literatura apostJlica. ?odos os 73 livros do Novo ?estamento foram escritos e copiados, come ando a ser distribu9dos entre as igreMas antes de encerrar o s%culo /. Na primeira metade do s%culo //, os escritos apostJlicos tomaramse conhecidos mais genericamente e circulavam com maior amplitude. ,or essa altura todos os livros do Novo ?estamento eram citados como &scrituras #agradas. *s escritos dos pais tamb%m circulavam amplamente e eram lidos nas igreMasP o fato de mencionarem os livros do Novo ?estamento como autorizados, em suas lutas contra os grupos her%ticos, em seus diLlogos com os incr%dulos e em suas eDorta !es contra as imperfei !es revela muita coisa a respeito da histJria, da doutrina e das prLticas da igreMa primitiva. Na segunda metade do s%culo //, os livros do Novo ?estamento eram amplamente reconhecidos como &scrituras #agradas, da mesma forma que o foram os do (ntigo ?estamento. Aoi o per9odo das atividades missionLrias, quando as &scrituras foram traduzidas para outras l9nguas, R medida que a igreMa se espalhava para fora das fronteiras do /mp%rio +omano. Aoi tamb%m durante esses anos que alguns comentLrios come aram a aparecer, como a obra de ,apias, Cnter reta*ão dos dis#ursos do !enhor, o +oment$rio sobre os e,angelhos, de TerLcleon, e +oment$rio sobre o / o#ali se. * =iatessaron de ?aciano tamb%m veio a lume. *s escritos dos pais da igreMa eram abundantes, com cita !es do Novo ?estamento como &scrituras autorizadasP todos os livros, menos cinco, foram citados sob essa designa ão no Fragmento muratJrio Ec. <36F. )urante o s%culo ///, os livros do Novo ?estamento foram coligidos para formar um catLlogo único de Qlivros reconhecidosQ, mas separados dos escritos cristãos de outra natureza. Aoi durante esse s%culo que ocorreu um impulso tremendo nos escritos cristãos dentro da igreMa, como atestam os 7.xa la, de *r9genes E09blia em seis colunasF, e outros. BL não havia apenas duas classes de escritos cristãos Eas &scrituras e os escritos dos pais primitivosF, visto que surgiu um #or us de escritos apJcrifos e outro de escritos pseudepigrLficos. * surgimento desses diferentes tipos de escritos deu for a ao processo de selecionar e de escolher bem toda a literatura religiosa da igreMa. &sses testes e outros induziram por fim ao reconhecimento do Novo ?estamento can"nico e R dirim$ncia das dúvidas a respeito dos livros ainda sob obMe ão quanto R inspira ão divina e R canonicidade. Kuando raiou o s%culo /., o cGnon do Novo ?estamento ML estava confirmado e reconhecido. *s escritos dos pais primitivos apresentam o consenso dos cristãos acerca do cGnon do Novo ?estamento, conforme ML mostramos nos cap9tulos = e <6. :ue fi4eram os primeiros pais da Igre/a O verdade que o testemunho dos pais primitivos ocorreu bem cedoP aliLs esse testemunho % mais antigo que os melhores cJdicesP todavia, não % confiLvel sempre. )eterminado pai da igreMa poderia ter citado um teDto variante, registrado num manuscrito errado e, dessa forma, perpetuaria o erro. (l%m disso, o escrito de outro pai da igreMa poderia ter sido alterado, ou estado suMeito a corrup ão no processo de comunica ão, da mesma forma que o teDto grego do Novo ?estamento corria tal risco. Um terceiro fator seria o prJprio m%todo da cita ão feita pelo pai da igreMa. ,oderia ter sido cita ão ao p% da letra, cita ão livre, parafraseada ou talvez mera alusão. (inda que a cita ão fosse eData, ao p% da letra, seria importante discernir se foi feita de memJria ou lida de um teDto escrito. (inda que o teDto estivesse sendo lido, seria importante que se apurasse outro elemento: se o leitor era membro de algum grupo her%tico. #e um pai da igreMa citasse determinada passagem mais de uma vez, seria necessLrio comparar os teDtos mencionados, a fim de verificar se são id$nticos ou diferentes. Ainalmente, se foi usado um amanuense, talvez esse secretLrio tivesse tomado notas e procurasse a passagem mais tarde. Não obstante todas essas dificuldades, as evid$ncias dos autores patr9sticos % de tão grande importGncia que o trabalho de purificar o ouro, separando-o da ganga vale todo o esfor o. ( importGncia desse trabalho pode ser resumida em quatro vantagens obtidas: mostram a histJria do teDto do Novo ?estamento, apresentam as melhores evid$ncias quanto ao cGnon do Novo ?estamento, fornecem um meio de datar os manuscritos do Novo ?estamento e aMudam a precisar a %poca em que as tradu !es, as vers!es e as revis!es do Novo ?estamento ocorreram. :uem foram os principais pais da igre/a )urante algum tempo, antes do 8oncilio de Nic%ia E472F, havia tr$s amplas classes de escritores patr9sticos: os pais apostJlicos E36-<26F, os pais antenicenos E<26-466F, os pais nicenos e os pai pJs-nicenos E466->46F. #eus escritos deram tremendo apoio ao surgimento do cGnon do Novo ?estamento, de duas maneiras. ,rimeiramente, citaram como autoriza-do cada livro do Novo ?estamento. &m segundo lugar, citaram com autoridade praticamente todos os vers9culos dos 73 livros do Novo ?estamento. $itação dos livros do %ovo &estamento pelos pais da igre/a * quadro Q?estemunhos da igreMa primitiva sobre o cGnon do Novo ?estamentoQ Ecap. =F precisa ser revisto neste momento. (o redor do final do s%culo /, cerca de <> livros do Novo ?estamento haviam sido citados. ,or volta de <<6 d.8. ML havia dezenove livros reconhecidos por cita ão. )entro de mais quarenta anos E<26 d.8.F cerca de 7> livros do Novo ?estamento haviam sido reconhecidos. (ntes do t%rmino do s%culo //, i.e., cerca de cem anos depois de o Novo ?estamento ter sido escrito, 75 livros haviam sido citados. #J 4Boão, talvez por causa de seu tamanho diminuto e insignificGncia doutrinLria, ficou sem corrobora ão. ?odavia, dentro de cerca de uma gera ão, *r9genes haveria de confirmar a eDist$ncia de 4Boão, como o fizeram tanto o +Enon muratJrio quanto a /ntiga latina, mais ou menos na mesma %poca. ( maior parte dos 73 livros foi reconhecida muitas vezes por vLrios pais da igreMa, ainda no s%culo /. $itaç*es de versículos do %ovo &estamento pelos pais da igre/a Não sJ os pais primitivos da igreMa citaram os 73 livros do Novo ?estamento, mas citaram quase todos os vers9culos de todos os 73 livros. 8inco pais, de /rineu a &us%bio, fizeram quase 45 666 cita !es do Novo ?estamento.7< !ir )avid )alr:mple dizia ter encontrado entre as cita !es dos s%culos // e /// Qtodo o Novo ?estamento, eDceto onze vers9culosQ. Não sabemos da eDist$ncia de outro livro do mundo antigo que eDista in totJ dessa forma: espalhados por milhares de cita !es individualizadas e selecionadas. * fato espantoso % que o Novo ?estamento poderia ser reconstitu9do simplesmente a partir das cita !es feitas ao longo de duzentos anos apJs ter sido redigido. % testemunho oriundo dos antigos escritos a" cri;os ( despeito de sua natureza her%tica e das fantasias de ordem religiosa, os escritos apJcrifos dos s%culos // e /// d.8. fornecem um testemunho corroborativo da eDist$ncia dos livros do cGnon do Novo ?estamento. &les o fazem de vLrias maneiras. ,rimeiramenteP os nomes desses livros apJcrifos, com seus alegados autores apostJlicos, são uma imita ão muito vis9vel dos livros genu9nos, escritos pelos apJstolos do Novo ?estamento Ev. cap. <6F. &m segundo lugar, eDiste com freqV$ncia uma depend$ncia literLria e doutrinLria dos livros can"nicos, refletida nos falsos escritos. &m terceiro lugar, o estilo e o g$nero literLrio imitam os livros do s%culo /. &m quarto lugar, alguns desses livros Ee.g., a E ístola aos laodi#enses, supostamente do s%culo rvF são semelhantes em conteúdo aos livros b9blicos Ede modo espec9fico &f%sios e 8olossensesF. &m quinto lugar, alguns dos livros gnJsticos do s%culo ///, de Nag-Tammadi, no &gito Edescobertos em <=>5F, citam vLrios livros do Novo ?estamento. * E,angelho da ,erdade cita a maior parte do Novo ?estamento, incluindo-se Tebreus e (pocalipse. ( E ístola de 1egino cita < e 78or9ntios, +omanos, &f%sios, Ailipenses, 8olossenses e a narrativa da transfigura ão, tirada dos evangelhos, usando linguagem Moanina em certos lugares. $esumo e conclusão (l%m dos tr$s mil manuscritos gregos, eDistem ainda cerca de dois mil manuscritos de lecionLrios que apJiam o teDto do Novo ?estamento. (l%m do apoio literLrio de documentos não-b9blicos que se encontra nos papiros, hL numerosos documentos sob a forma de Jstracos e de inscri !es 7< Norman -. Heisler b `illiam &. NiD, ( general introduction to the 0ible, 8hicago, 'ood:, <=15, p.423. com cita !es b9blicas. 0astariam as cita !es b9blicas feitas pelos pais primitivos da igreMa para que praticamente todo o Novo ?estamento estivesse preservado. (fora todas essas testemunhas, eDistem inúmeras alus!es e cita !es dos s%culos n e in, encravadas nos livros apJcrifos, as quais dão testemunho direto da eDist$ncia da maioria dos 73 livros do Novo ?estamento. No todo, temos aqui um testemunho altamente significativo do teDto b9blico. -@. % desen8ol8imento da crítica textual Uma vez reunidos todos os manuscritos e as demais evid$ncias que dão testemunho quanto ao teDto das &scrituras, o estudante da cr9tica teDtual torna-se herdeiro de uma tradi ão grandiosa. &le passa a ter R sua disposi ão grande parte dos documentos que devem ser usados a fim de apurar a verdadeira reda ão do teDto b9blico. &ste cap9tulo trata do desenvolvimento histJrico da ci$ncia da cr9tica teDtual. &istinção entre a alta crítica a baixa crítica -evantou-se muita confusão e controv%rsia em torno da questão da QaltaQ cr9tica Ecr9tica histJricaF e da QbaiDaQ cr9tica Ecr9tica teDtualF da 09blia. ,arte dessa controv%rsia resultou da mL compreensão do termo #ríti#a aplicado Rs &scrituras. &m seu sentido gramatical esse termo diz respeito meramente ao eDerc9cio do Mulgamento. Kuando se aplica R 09blia, % usado no sentido de eDerc9cio do Mulgamento da prJpria 09blia. ?odavia, eDistem dois tipos bLsicos de cr9tica, e duas atitudes bLsicas diante de cada tipo. *s t9tulos atribu9dos a esses dois tipos de cr9tica nada t$m que ver com sua importGncia, conforme ilustra o debate que se segue. A alta crítica 76istórica8 Kuando se aplica o Mulgamento dos estudiosos R autenticidade do teDto b9blico, esse Mulgamento se chama alta cr9tica ou cr9tica histJrica. * assunto dessa tipo de Mulgamento dos especialistas dias respeito R data do teDto, seu estilo literLrio, sua estrutura, sua historicidade e sua autoria, * resultado % que a alta cr9tica na verdade não % parte fundamental da mat%ria /ntrodu ão Heral ao &studo da 09blia. (ntes, a alta cr9tica % a prJpria ess$ncia da /ntrodu ão &special. *s resultados dos estudos da alta cr9tica, feitos pelos herdeiros da teologia her%tica dos fins do s%culo S.///, não passam de um tipo de fruto altamente destrutivo. * /ntigo 'estamento. ( última data atribu9da aos documentos do (ntigo ?estamento induziu alguns estudiosos a atribuir seus elementos sobrenaturais a lendas ou mitos. /sso resultou na nega ão da historicidade e da autenticidade de grande parte do (ntigo ?estamento por parte dos estudiosos c%ticos. Na tentativa de mediar entre o tradicionalismo e o ceticismo, Bulius `ellhausen e seus seguidores desenvolveram a teoria documental, a qual prop!e datar os livros do (ntigo ?estamento de modo menos sobrenaturalista. * resultado foi que desenvolveram a teoria B&), sobre o (ntigo ?estamento. ?al teoria baseia-se em grande parte no argumento de que /srael não possu9a escrita, antes da monarquia, e que um 8Jdigo &lo9sta E&F e um 8Jdigo Bavista EBF baseavam-se em duas tradi !es orais a respeito de )eus EQ&Q indicava o nome de &loim e QBQ o nome de BeovL Waah@ehXF. ( esses foi acrescentado o 8Jdigo )euteron"mico E)F Edocumentos atribu9dos ao tempo de BosiasF e o chamado #acerdotal &@Ariestl9@ em ingl$s, de onde se origina o QpQF do Muda9smo pJs-eD9lico. &ssas opini!es não agradaram aos estudiosos ortodoDos, pelo que se levantou uma onda de oposi ão. &ssa oposi ão surgiu sJ depois de longo tempo, de modo que o mundo dos estudiosos na maior parte seguiu a teoria de `ellhausen, de `. +obertson #mith e de #amuel +. )river. Kuando, finalmente, a oposi ão levantou sua voz contra a Qcr9tica destrutivaQ, esta foi considerada insignificante, desprezada e arquivada. &ntre os opositores estavam os proponentes de uma Qcr9tica construtivaQ, como `illiam Tenr: Hreen, (. T. #a:ce, Aranz )elitzch, Bames *rr, `ilhelm 'oller, &duard Naville e +obert)ick `ilson. 6 No,o 'estamento. ( aplica ão de princ9pios semelhantes aos escritos do Novo ?estamento surgiu na escola de teologia de ?Vbingen, por orienta ão de Teinrich ,aulus, de `ilhelm de `ette e de outros. &sses homens desenvolveram princ9pios que desafiavam a autoria, a estrutura, o estilo e a data dos livros do Novo ?estamento. ( cr9tica destrutiva do modernismo induziu R cr9tica da forma, aplicada aos evangelhos, R nega ão da autoria de ,aulo da maior parte das cartas a ele atribu9das at% então. 8hegou-se R conclusão de que sJ se poderia reconhecer como autenti#amente paulinas as QKuatro HrandesQ E+omanos, HLlatas, < e 78or9ntiosF. ,or volta do final do s%culo S/S, estudiosos ortodoDos competentes come aram a desafiar a cr9tica destrutiva da escola da alta cr9tica. )entre esses estudiosos ortodoDos estavam Heorge #almon, ?heodor von [ahn e +. T. -ightfoot. ( obra desses homens quanto R alta cr9tica deve certamente ser considerada cr9tica construtiva. Hrande parte do trabalho recente feito no campo da alta cr9tica revelou sua natureza racionalista na teologia, ainda que reivindicasse estar fundamentada na doutrina cristã ortodoDa. &sse racionalismo mais recente manifesta-se mais abertamente quando versa sobre certos assuntos como os milagres, o nascimento virginal de Besus e sua ressurrei ão f9sica. A baixa crítica 7textual8 Kuando o Mulgamento dos estudiosos se aplica R #on-iabilidade do texto bíbli#o, ela % classificada como baiDa cr9tica ou cr9tica teDtual. (baiDa cr9tica aplica-se R forma ou ao teDto da 09blia, numa tentativa de restaurar o teDto original. Não deve ser confundida com a alta cr9tica, visto que a baiDa cr9tica, ou cr9tica teDtual, estuda a forma das palavras de um documento, e não seu valor documental. 'uitos eDemplos de baiDa cr9tica podem ser encontrados na histJria da transmissão do teDto b9blico. (lguns desses eDemplos foram produzidos por leais defensores do cristianismo ortodoDo, mas outros provieram de seus mais veementes opositores. *s estudiosos que se interessam por obter o original de um teDto, mediante a aplica ão de certos crit%rios ou padr!es de qualidade, são cr9ticos teDtuais. &m geral, o trabalho desses homens % construtivo, e sua atitude bLsica, positiva. (lguns deles seguem o eDemplo de 0. A. `estcott, sir Arederick H. Yen:on, 0ruce '. 'etzger e outros. *s que usam esses crit%rios para tentar destruir o teDto são Qdescobridores de defeitosQ, apenas se interessam por encontrar falhas, e seu trabalho % basicamente negativo e destrutivo. .isto que muitos dos que abra aram a alta cr9tica investiram muito tempo e energia no estudo da cr9tica teDtual, tem havido uma tend$ncia para que se classifiquem todos os cr9ticos teDtuais com o termo QmodernistasQ, cr9ticos destrutivos ou cr9ticos apegados R Qalta cr9ticaQ. (o fazerem isso, alguns cristãos virtualmente Qatiraram o beb$ no ralo Munto com a Lgua do banhoQ. )esaprovar a cr9tica teDtual meramente por que certos cr9ticos da Qalta cr9ticaQ empregaram esse m%todo em seu trabalho dificilmente representa uma posi ão MustificLvel, digna de ser defendida. ( questão mais importante não % se a cr9tica % alta ou baiDa, mas se % sadia, ortodoDa, ?rata-se de assunto de evid$ncias e de argumenta !es, não de pressuposi !es aprior9sticas. % desen8ol8imento hist rico da crítica textual ( histJria do teDto da 09blia na igreMa pode ser dividida em vLrios per9odos bLsicos, de modo especial com refer$ncia ao Novo ?estamento: <F o per9odo de reduplica ão Eat% 472F, 7F o per9odo de padroniza ão do teDto E472-<266F, 4F o per9odo de cristaliza ão E<266-<5>1F e >F o per9odo de cr9tica e de revisão E<5>1 at% o presenteF. Neste per9odo de cr9tica e de revisão, tem havido uma luta entre os proponentes do QteDto recebidoQ e os que advogam o QteDto criticadoQ. Nesse debate o teDto criticado tem ocupado a posi ão de predominGncia. (inda que não haMa muitos estudiosos hoMe que defendam seriamente a superioridade do teDto recebido, deve-se observar que não eDistem diferen as substanciais entre o teDto recebido e o teDto criticado. (s diferen as porventura eDistentes entre ambos são meramente de ordem t%cnica e não doutrinLria, visto que as variantes não acarretam implica !es doutrinLrias. (pesar disso, tais estudos Qcr9ticosQ com freqV$ncia são úteis para interpretar a 09blia, e para todos os propJsitos prLticos as duas tradi !es teDtuais comunicam o #onteHdo dos autJgrafos, ainda que esteMam separadamente guarnecidas de pequenas diferen as escribais e t%cnicas. O período de reduplicação 7at+ ;<=8 ( partir do s%culo /// a.8, os estudiosos de (leDandria tentaram restaurar os teDtos dos poetas e proseadores gregos. Aoi nesse centro cultural que a versão do (ntigo ?estamento chamada !e tuaginta E-SSF veio R luz, entre cerca de 716 e <26 a.8. (leDandria tamb%m era um centro de cristianismo durante os primeiros s%culos da igreMa, posi ão que conservou at% o surgimento do islamismo, no s%culo vu. &ntende-se que essa cidade seria o centro de atividade intelectual, na tentativa de restaurar o teDto da 09blia antes de 472. ?odavia, não houve basicamente nenhuma cr9tica teDtual verdadeira do Novo ?estamento durante esses s%culos. Aoi, antes, um per9odo de reduplica ão de manuscritos, em vez de avalia ão de teDtos. No entanto, em contraposi ão a (leDandria, na ,alestina, de 36-<66 d.8, estudiosos rab9nicos efetuaram diligente trabalho teDtual no (ntigo ?estamento. (s #J ias dos autJgra-os Eat% <26F. )urante a segunda metade do s%culo /, os livros do Novo ?estamento eram escritos sob a dire ão do &sp9rito #anto, sendo, portanto, inerrantes. Não hL dúvida, por%m, de que as cJpias desses autJgrafos, feitas em papiro, vieram a perder-se com o tempo. 'as antes de perecer focam providencialmente recopiadas, e circularam pelas igreMas. (s primeiras cJpias foram feitas ao redor de =2 d.8, logo depois de os originais terem sido produzidos. ?ais cJpias tamb%m eram feitas em rolos de papiroP mais tarde, haveriam de ser recopiadas em cJdices de papiroP mais tarde, seriam usados velinos e pergaminhos. ,oucas dessas cJpias chegaram at% nJs, se % que realmente chegaram. 8onquanto houvesse muitas cJpias dos autJgrafos, no in9cio nem todas tinham a mesma boa qualidade, visto que, tão logo come aram a ser feitas, erros e lapsos de escrita foram-se imiscuindo. ( qualidade de uma cJpia dependia da capacidade do escriba. (s cJpias de grande eDatidão eram muito caras, por serem trabalho de escribas profissionais. (lguns escribas menos categorizados faziam cJpias inferiores, ainda que o baiDo custo permitisse uma distribui ão mais ampla. (lgumas cJpias tinha p%ssima qualidade, por serem feitas por pessoas sem qualifica ão profissional, para uso de indiv9duos ou grupos especiais. (s #J ias das #J ias E<26-472F. Kuando o per9odo apostJlico estava chegando ao fim, as persegui !es contra a igreMa foram-se tornando cada vez mais generalizadas. ,ersegui !es esporLdicas culminaram em duas persegui !es imperiais sob o comando dos imperadores )%cio e )iocleciano. *s cristãos, al%m de terem de enfrentar intensa persegui ão, sofrendo at% mesmo a morte, freqVentemente viam suas &scrituras #agradas confiscadas e destru9das. &m decorr$ncia dessa destrui ão, havia o perigo de as &scrituras se perderem, ficando a igreMa sem seu -ivro #agrado. ,or isso, os cristãos costumavam fazer cJpias de quaisquer manuscritos que possu9ssem, com a maior rapidez poss9vel. .isto que os escribas corriam o perigo de ser perseguidos, caso fossem apanhados, as &scrituras freqVentemente eram copiadas por QamadoresQ, e não por QprofissionaisQ, i.e., pelos prJprios membros da igreMa. Numa situa ão como essa, era mais fLcil os erros penetrarem no teDto. &nquanto isso, nesses mesmos anos, a igreMa de (leDandria iniciara um trabalho pioneiro em sua Lrea geogrLfica: comparava teDtos e os publicava. /sso, por volta de 766-726. * eDemplo de iniciativa dessa igreMa foi seguido em outras partes do /mp%rio, de modo que se criou um trabalho bLsico de cr9tica teDtual, quando se deu a persegui ão do imperador )%cio E7>=-72<F. *r9genes em (leDandria trabalhou em sua obra 7.xa la, embora Mamais viesse a ser publicada integralmente. (l%m desse trabalho a respeito do (ntigo ?estamento, ele escreveu comentLrios sobre o Novo ?estamento, tornando-se uma esp%cie de cr9tico teDtual. &ntre outros eDemplos de trabalhos primitivos na Lrea da cr9tica teDtual estL Lu#ian re#ension, a obra de Bulius (fricanus sobre !usanna, e a de ?eodoro de 'opsu%stia, +Enti#o dos #Enti#os, na região ao redor de 8esar%ia. &sses cr9ticos primitivos eDecutaram uma esp%cie de sele ão elementar e revisão dos documentos, mas suas obras não conseguiram deter a onda de cria ão casual, não-sistemLtica e em grande parte sem obMetivo de teDtos paralelos, ou variantes do teDto do Novo ?estamento. O período de padroni4ação 7;<=(>=??8 )epois de a igreMa ter-se libertado da amea a de persegui ão, logo apJs a promulga ão do &dito de 'ilão E4<4F, sua influ$ncia se fez sentir no processo de cJpia dos manuscritos da 09blia. &sse per9odo ficou marcado pela introdu ão de cJdices de velino e de pergaminho e, no final do per9odo, de livros feitos de papel. )urante esse per9odo, os unciais gregos cederam lugar aos manuscritos minúsculos, i.e., obras impressas foram substitu9das por outras escritas num tipo modificado de escrita cursiva. (o longo desse per9odo, as revis!es cr9ticas dos teDtos eram relativamente raras, eDceto pelos esfor os de estudiosos como Ber"nimo Ec. 4>6->76F e (lcu9no de /orque E342-16>F. ?odavia, o per9odo especial entre 266 e <666 testemunhou a obra massor%tica no teDto do (ntigo ?estamento, de que resultou o 'exto massor.ti#o. Kuando o imperador 8onstantino escreveu a &us%bio de 8esar%ia, dando-lhe instru !es para que providenciasse 26 eDemplares das &scrituras 8ristãs, iniciou-se um novo tempo na histJria do Novo ?estamento. Aoi o per9odo da padroniza ão do teDto, quando o Novo ?estamento come ou a ser copiado com todo o cuidado e fidelidade, a partir dos manuscritos eDistentes. * teDto de uma região particular era copiado por copistas dessa região. Kuando 8onstantino transferiu a sede do /mp%rio para a cidade que levou seu prJprio nome E8onstantinoplaF, seria bem razoLvel supor que tal cidade haveria de dominar o mundo de fala grega, e que seus teDtos escritur9sticos haveriam de tornar-se os teDtos predominantes para a igreMa. Aoi o que ocorreu, sobretudo tendo em mente o patroc9nio do imperador, que mandou produzir cJpias cuidadosas do teDto do Novo ?estamento. &m decorr$ncia do precedente criado por 8onstantino, grande número de manuscritos copiados com todo o cuidado foram produzidos ao longo da /dade '%diaP todavia, revis!es oficiais, planeMadas com o mLDimo cuidado, eram relativamente raras. .isto que assim se desenvolveu a padroniza ão do teDto, houve pouca necessidade de classificar, avaliar e criticar os primeiros manuscritos do Novo ?estamento, * resultado foi que o teDto b9blico permaneceu relativamente intocado por todo o per9odo. 'ais ou menos no fim dessa %poca tornou-se poss9vel a total padroniza ão do teDto, havendo ilimitado número de eDemplares mais ou menos id$nticog/ mediante a introdu ão de papel barato e da imprensa. *s eDemplares da 09blia impressos em papel tomaram-se mais abundantes depois do s%culo S//. ,or volta de <>2>, Bohann Hutenberg desenvolveu o sistema de tipos mJveis para a imprensa, e assim abriu a porta para os esfor os favorLveis a uma cr9tica mais cuidadosa do teDto, durante a era da +eforma. O período de cristali4ação 7>=??(>@AB8 No per9odo da +eforma, o teDto b9blico entrou no per9odo de cristaliza ão, assumindo a forma impressa em lugar da manuscrita. &nvidaram-se esfor os no sentido de se publicarem teDtos impressos da 09blia com a maior precisão poss9vel. 8om freqV$ncia esses teDtos eram publicados em vLrios l9nguas simultaneamente, incluindo t9tulos como a Aoliglota #om lutense E<2<>-<3F, a Aoliglota de /ntu.r ia E<25=-37F, a Aoliglota de Aaris E<57=->2F e a Aoliglota de Londres E<523-5=F. ,ublicou-se tamb%m nesse per9odo Ec. <272F uma edi ão modelar do 'exto massor.ti#o, sob a dire ão editorial de Bacob ben 8ha::im, Mudeu-cristãoP o teDto se baseava em manuscritos que datavam do s%culo S/.. * teDto % essencialmente uma revisão do massoreta 0en (sher Efl. c. =76F, tendo-se tornado a base de todas as cJpias subseqVentes da Bíblia hebrai#a, tanto em forma de manuscrito como impressa. * trabalho que se fez no Novo ?estamento foi mais variado e abrangente, em seu alcance, em conseqV$ncia da inven ão de Hutenberg. * #ardeal Fran#is#o Ximenes de +isneros E<>43-<2<3F, da &spanha, planeMou a primeira edi ão impressa do Novo ?estamento grego, que haveria de sair do prelo em <267. )everia constituir parte da Aoliglota #om lutense, consistindo em teDtos em aramaico, em hebraico, em grego e em latim, publicada na cidade universitLria de (lcalL &+om lutum, em latimF, depois do que a edi ão receberia esse nome, ao ser publicada ali em <2<> e em <2<3. 8onquanto fosse o primeiro Novo ?estamento impresso, não foi o primeiro a ser colocado no mercado. * papa -eão D nãoP emitiu o imprimLtur senão em mar o de <276. Nunca se conseguiu apurar satisfatoriamente quais teriam sido os manuscritos gregos em que sei baseou a obra de SimenesP e surgiram algumas quest!es a respeito dasg declara !es de Simenes na dedica ão. =esid.rio Erasmo Ec. <>55-<245F, de +oterdã, estudioso e humanista holand$s, teve a honra de editar o primeiro Novo ?estamento grego que veio a público. BL em <2<>, &rasmo havia tratado dessa obra com o impressor Bohann Aroben, da 0asil%ia. &rasmo viaMou para a 0asil%ia em Mulho de <2<2, a fim de procurar alguns manuscritos em grego, para que ficassem ao lado de lua prJpria tradu ão latina. &mbora os manuscritos que ele encontrou precisassem de revisão, &rasmo prosseguiu em seu trabalho. ?rabalhava depressaP sua primeira edi ão, publicada em mar o de <2<5, continha numerosos erros, tanto de natureza tipogrLfica como mecGnica. 0ruce '. 'etzger afirma em sua obra 'he text o- the New 'estament W* teDto do Novo ?estamentoX, que o teDto de &rasmo, o qual posteriormente se tornaria a base do chamado 'extus re#e tus, não se baseou em manuscritos primitivos, mas em teDtos que não passaram por uma revisão confiLvelP conseqVentemente, seus teDtos bLsicos não eram dignos de confian a.77 (propria receptividade dada R edi ão de &rasmo do Novo ?estamento em grego teve natureza mista. (pesar disso, ao redor de <2<= 77 0ruce '. 'etzger, ?he teDt of the Ne@ ?estament, Ne@ aork, *Dford Universit: ,ress, <=5>, p.==-<66. tornou-se necessLria nova edi ão. &ssa segunda edi ão tornou-se a base da tradu ão que -utero fez da 09blia para o alemão, embora ele usasse apenas mais um manuscrito em seu trabalho. *utras edi !es surgiram em <277, em <273 e em <242. ?odas essas edi !es basearam-se no teDto bizantino, continham trechos de manuscritos bem recentes e inclu9am por !es espúrias como <Boão 2.3,1, bem como a tradu ão feita por &rasmo para o grego, a partir do teDto latino, de alguns vers9culos do (pocalipse. 1oberto Est.-ano, impressor da corte real em ,aris, publicou o Novo ?estamento grego em <2>5, em <2>=, em <226 e em <22<. ( terceira edi ão E<226F foi a primeira edi ão que continha um aparato cr9tico, ainda que fossem meros quinze manuscritos. &ssa edi ão baseou-se na quarta edi ão de &rasmo, e foi a base do 'extus re#e tus. #endo publicada, essa terceira edi ão haveria de tornar-se o principal teDto da /nglaterra. &m sua quarta edi ão, &st%fano divulgou sua conversão ao protestantismo e implantou a divisão do teDto em vers9culos. 'eodoro Be<a E<2<=-<562F foi o sucessor de Boão 8alvino em Henebra. 0eza publicou nove edi !es do Novo ?estamento, apJs a morte de seu famoso predecessor, em <25>, e uma edi ão pJstuma, a d%cima, veio a lume em <5<< .(mais saliente edi ão publicada por 0eza surgiu em <217, em que ele incluiu alguns teDtos do +Jdi#e Be<a E)F e do +Jdi#e #laromontano E)7F. * fato de ele usar pouqu9ssimo esses manuscritos pode-se atribuir a que diferiam muito radicalmente dos teDtos de &rasmo e da +om lutense. /sso resultou em que as edi !es do Novo ?estamento grego de 0eza estavam de acordo, em geral, com a edi ão de &st%fano, dee 226. #ua influ$ncia estL no fato de que tendia a popularizar e estereotipar o 'extus re#e tus. *s tradutores da versão do rei ?iago usaram a edi ão de 0eza de <211 a <21=. Boa,entura e /braão El<e,ír E<214-<527 e <2=7-<527F produziram o teDto recebido &'extus re#e tus(. * teDto de &st%fano divulgou-se por toda a /nglaterra, mas o de 0oaventura e de (braão tornou-se o mais popular do continente europeu. ?anto o tio quanto o sobrinho eram grandes empreendedores na Lrea de publica !esP a empresa deles em -eiden publicou sete edi !es do Novo ?estamento entre <57> e <313. ( edi ão de <57> usou basicamente o teDto da edi ão de 0eza de <252, e a segunda edi ão E<544F % a fonte do t9tulo dado a seu teDto, como informa o prefLcio: Q?eDtum ergo habes, nunc ab omnibus receptum: in quo nihil immutatum aut corruptum damusQ. (ssim foi que do teDto publicitLrio do editor tirou-se um termo atraente &textus re#e tus significa QteDto recebido, aceitoQF para designar o teDto grego que haviam captado das edi !es de 0eza,, de Simenes e de &st%fano. &sse teDto % quase id$ntico ao de &st%fano, que serviu de base para a tradu ão do rei ?iago. No entanto, o teDto bLsico era de origem muito recente, e tirado de um punhado de manuscritosP al%m disso, vLrias passagens foram inseridas que nenhum apoio tinham nos teDtos antigos. #J as novas descobertas de manuscritos confiLveis, nova classifica ão e compara ão poderiam remediar a situa ão. O período de crítica e de revisão 7>@AB at+ o presente8 No encerramento da era da +eforma, a 09blia passou por um per9odo de cr9tica e de revisão que, na verdade, se comp!e de tr$s per9odos curtos. 8ada subper9odo caracteriza-se por uma fase importante de cr9tica e de revisão, a saber, foram per9odos de prepara ão, de progresso e de purifica ão. O importante que nos lembremos de que todas essas fases de cr9tica foram mais construtivas que destrutivas. 6 eríodo de re ara*ão E<5>1-<14<F caracterizou-se pela reunião e pela classifica ão de teDtos b9blicos. Kuando 0rian `alton E<566-<55<F editou a Aoliglota de Londres, incluiu os teDtos paralelos da edi ão de &st%fano, de <226. &ssa obra poliglota continha o Novo ?estamento em grego, em latim, em s9rio, em et9ope, em Lrabe e em persa Eos evangelhosF. Nas anota !es apareceram os vLrios teDtos paralelos recentemente descobertos do +Jdi#e alexandrino E(F e um aparato cr9tico feito pelo arcebispo Usher. &m <532 Bohn Aell E<572-<515F publicou uma edi ão an"nima do Novo ?estamento grego em *Dford que trazia evid$ncias, pela primeira vez, das VersDes gJtia e boaíri#a. &ntão, em <363, Bohn 'ill E<5>2-<363F reimprimiu o teDto de &st%fano, de <226, e acrescentou cerca de 46 666 variantes tiradas de quase cem manuscritos. &ssa obra foi uma contribui ão monumental para os estudiosos subseqVentes, porque lhes proporcionou uma base ampla de evid$ncias teDtuais confiLveis. +ichard 0entle: E<557-<3>7F foi um importante estudioso clLssico que emitiu um boletim em que anunciava um teDto do Novo ?estamento que ele Mamais concluiu. No entanto, ele conseguiu que outras pessoas Muntassem teDtos e tradu !es dispon9veis para um eDame intensivo. &ntre esses estudiosos estavam Bohann (lbrecht 0engel E<513-<327F, que estabeleceu um dos cGnones bLsicos da cr9tica teDtual: deve-se preferir o teDto dif9cil ao fLcil. Um dos estudiosos que eDaminavam documentos ao lado de 0entle: e havia demonstrado disposi ão desde o in9cio para a cr9tica teDtual foi Bohann Bakob `ettstein E<5=4-<32>FP foi ele quem publicou o primeiro aparato que identificava os manuscritos unciais com letrLs maiúsculas romanas e os manuscritos minúsculos com numerais arLbicos. &le tamb%m defendia o princ9pio sadio segundo o qual os manuscritos devem ser avaliados pelo seu peso autorizado, e não por seu número. * fruto de seus esfor os ao longo de quarenta anos foi publicado em <32<-<327, em (msterdã. ( reimpressão da obra Arolegomena, de `ettstein, se fez em <35>, por Bohann #alomo #emler E<372-<3=<F, conhecido como o Qpai do racionalismo alemãoQ. &le seguiu o padrão estabelecido por 0engel de classificar os manuscritos por grupos, mas levou esse processo a um desenvolvimento maior. #emler foi o primeiro estudioso a aplicar o termo re#ensão a grupos de testemunhas do Novo ?estamento. &le identificou tr$s dessas recens!es: a aleDandrina, a oriental e a ocidental. ?odos os teDtos posteriores foram considerados por #emler como misturas desses teDtos bLsicos. ( pessoa que na verdade desenvolveu de modo completo os princ9pios de 0engel e de #emler foi Bohann Bakob Hriesbach E<3>2-<1<7F. &le classificou os manuscritos do Novo ?estamento em tr$s grupos EaleDandrinos, ocidentais e bizantinosF, e lan ou os alicerces de todo o trabalho subseqVente do Novo ?estamento grego. &m sua obra, Hriesbach estabeleceu quinze cGnones de cr9tica teDtual. -ogo depois de publicar a primeira edi ão do seu Novo ?estamento E<332-<333F, vLrios outros estudiosos publicaram cola !es que aumentaram enormemente a disponibilidade de evid$ncias teDtuais oriundas dos pais da igreMa, das primeiras vers!es e do teDto grego. 8hristian Ariedrich 'atthaei E<3>>-<1<<F publicou um aparato cr9tico valioso em seu Novo ?estamento grego e latino, pois acrescentou novas evid$ncias com base em tradu !es eslavas. Arar: Yarl (lter E<3>=-<16>F, estudioso Mesu9ta de .iena, acrescentou mais evid$ncias com base em manuscritos eslavos e em mais vinte manuscritos gregos, al%m de outros manuscritos. )e <311 a <16< um grupo de estudiosos dinamarqueses publicou quatro volumes de uma obra teDtual sob a dire ão de (ndre@ 0irch E<321-<17=F. Nesses volumes os teDtos do +Jdi#e Vati#ano E0F apareceram em tipo impresso pela primeira vez. &nquanto isso, dois estudiosos catJlicos romanos trabalhavam intensamente num teDto. &ram Bohann -eonhard Tug E<352-<1>5F e seu disc9pulo Bohannes 'artin (ugustinus #cholz E<3=>-<127F, que desenvolveram a teoria segundo a qual uma Qedi ão comumQ &8oine e8dosis( apareceu apJs a degenera ão do teDto do Novo ?estamento, no s%culo ///. #cholz acrescentou 5<5 novos manuscritos ao crescente corpo de teDtos dispon9veis, e salientou, pela primeira vez, a importGncia de atribuir proveni$ncia geogrLfica, que estaria representada por diversos manuscritos. &ste último ponto foi ampliado por 0. T. #treeter em <=7>, como parte de sua teoria de QteDtos locaisQ. )epois de algum tempo, #cholz adotou a classifica ão de manuscritos elaborada por 0engel e publicou um Novo ?estamento em <146-<145, que mostrava uma regressão para o 'extus re#e tus, visto que ela seguia o teDto bizantino, em vez do aleDandrino. #omente em <1>2 #cholz mudou seu parecer, favorecendo então os teDtos aleDandrinos. * eríodo de rogresso E<14<-<11<F % aquele em que surgiu a cr9tica construtiva, que se salientou no agrupamento de teDtos. * rompimento com o teDto recebido se fez mediante homens como Yarl -achmann E<3=4<12<F, que publicou o primeiro Novo ?estamento grego inteiramente baseado num teDto cr9tico e na avalia ão de teDtos paralelos, ou variantes teDtuaisP -obegott Ariedrich 8onstantin von ?ischendorf E<1<2-<13>F, que procurou, descobriu e publicou manuscritos e teDtos cr9ticosP #amuel ,rideauD ?regelles E<1<4-<132F, que serviu de instrumento para afastar a /nglaterra do teDto recebidoP e Tenr: (lford E<1<6-<13<F, que escreveu numerosos comentLrios e deitou por terra a rever$ncia pedantesca e indevida ao teDto recebido. O preciso que se mencionem vLrios outros grandes estudiosos, nessa altura da histJria, visto que esses tamb%m desempenharam pap%is-chave no desenvolvimento da cr9tica teDtual. 8aspar +ene Hregor: completou a última edi ão do Novo ?estamento grego de ?ischendorf, com um proleg"meno E<1=>F. &ssa obra foi fonte principal de teDtos, da qual os estudiosos ainda dependem, bem como a base do catLlogo universalmente aceito de manuscritos. )ois estudiosos de 8ambridge, 0rooke Aoss `estcott E<172-<=6<F e Aenton Bohn (nthon: Tort E<171-<1=7F, ficaram R altura de ?ischendorf, pois fizeram contribui !es impressionantes ao estudo do texto do No,o 'estamento. Aubli#aram a obra 'he New 'estament in the original Gree8 L6 Novo ?estamento no original gregoB E<11<-17F, em dois volumes. * teDto dessa obra ficou R disposi ão de uma comissão de revisão que produziu o English re,ised New 'estament WNovo ?estamento ingl$s revisadoX, em <11<. #uas concep !es não eram originais, mas baseavam-se nas obras de -achmann, de ?regelles, de Hriesbach, de ?ischendorf e de outros estudiosos. * emprego de seu teDto para a English re,ised ,ersion W.ersão inglesa revisadaX, e a eDplica ão completa que apresentaram de suas opini!es, na introdu ão, fizeram crescer o 9ndice de aceita ão de seu teDto cr9tico. No entanto, alguns estudiosos defensores do teDto recebido não pouparam esfor os na argumenta ão contra o teDto de `estcott e de Tort. ?r$s desses foram Bohn `. 0urgon E<1<4-<111F, que denunciou com toda a veem$ncia o teDto cr9tico, A. T. (. #crivener E<1<4-<1=<F, que foi bem mais suave em sua cr9tica, e Heorge #almon E<1<=-<=6>F, que lamentou a falta de peso atribu9da aos teDtos QocidentaisQ por parte de `estcott e de Tort. ( Qteoria genealJgicaQ de `estcott e de Tort dividiu os teDtos em quatro tipos: sir9acos, ocidentais, neutros e aleDandrinos. * tipo sir9aco de teDto inclui os teDtos sir9acos propriamente ditos, os antioquinos e os bizantinos, como (, &, A, H, T, #, ., [ e a maior parte dos minúsculos. * tipo ocidental de teDto para `estcott e para Tort tinha ra9zes na igreMa s9ria, mas havia sido levado mais longe, na dire ão do *cidente, como se observa na =elta E(F, na /ntiga latina, na !iría#a# e no teDto da fam9lia 'heta E F, tanto quanto se sabia. * tipo neutro de teDto supostamente tinha origem no &gito e inclu9a os cJdices 0 e /le h ESF. * quarto tipo era aleDandrino e compreendia um número menor de testemunhos do &gito, que não eram do tipo neutro. &ssa fam9lia compunha os teDtos c, -, a fam9lia 44, o !aídi#o e o Boaíri#o. )e acordo com `estcott e Tort, houve um ancestral comum EDF na raiz do teDto neutro e do aleDandrino, que teria sido primitivo e muito puro. * grLfico abaiDo mostra o relacionamento de cada uma dessas fam9lias de teDtos do Novo ?estamento: * eríodo de uri-i#a*ão E<11< at% o presenteF testemunhou a rea ão contra a teoria de `estcott e de Tort, que nada fizeram senão destronar o teDto recebido e mais ainda: eliminar a possibilidade de surgimento de outros teDtos que seriam utilizLveis na cr9tica teDtual. *s principais oponentes do teDto cr9tico foram 0urgon e #crivener, estando entre seus maiores defensores 0ernhard `eiss E<173-<=<1F, (leDander #outer E<134<=>=F e outros. *s argumentos contra o teDto cr9tico podem ser resumidos da seguinte forma: <F o teDto tradicional utilizado pela igreMa durante < 266 anos deve ser correto por causa de sua durabilidadeP 7F o teDto tradicional possu9a centenas de manuscritos que lhe eram favorLveis, enquanto o teDto cr9tico sJ possu9a uns poucos dos primitivos e 4F o teDto tradicional % melhor porque % mais antigo. (pJs a morte de 0urgon e de #crivener, a oposi ão ao teDto cr9tico foi encarada com menos seriedade pelos estudiosos. +ut gra;os *cidental ESF (ncestral 8omum (leDandrino #ir9aco "e+tus re,eptus E?eDto recebidoF Neutro *utro cr9tico da posi ão `estcott-Tort foi Termann Areiherr von #oden E<127-<=<>F. &sse estudioso iniciou sua obra numa base diferente da de `estcott e de Tort, mas confirmou em sua obra ENovo ?estamentoF muitas das descobertas daqueles dois. &mbora contasse com volumosos recursos financeiros para seu trabalho, o empreendimento de .on #oden tem sido considerado um grande fracasso. No entanto, ele concordou com outros oponentes, ao afirmar que `estcott e Tort tinham uma magn9fica no ão da revisão sir9aca, bem como do teDto sir9aco. ( situa ão encaminhou-se para a reinvestiga ão dos teDtos usados por `estcott e por Tort. *s resultados dessa cr9tica especializada, sumamente construtiva, podem ser vistos no status atual da teoria `estcott-Tort. *s tipos de teDtos foram reclassificados por causa das cr9ticas de .on #oden e de outros estudiosos. ( fam9lia sir9aca recebeu novo nome: bizantina, ou antioquina, em vista da possibilidade de confundir-se com a /ntiga siría#a. No momento eDiste um reconhecimento geral de que houve grande mistura entre os tipos de teDtos aleDandrinos e neutros,, e que ambos os tipos na verdade são varia !es ligeiras de tipos de teDtos da mesma fam9lia. O por isso que a designa ão de teDto aleDandrino inclui agora o teDto neutro. Numa reavalia ão do tipo de teDto ocidental, os estudiosos apuraram a eDist$ncia, na verdade, de tr$s subgrupos C +Jdi#e ), /ntiga latina e /ntiga siría#aC pois os estudiosos concordam em que o teDto em geral não % confiLvel, quando eDaminado em si mesmo. )esde o falecimento de `estcott, de Tort e de .on #oden, descobriu-se um novo tipo de teDto: o cesareense. ?rata-se de uma fam9lia de teDtos que fica a meio termo entre os teDtos aleDandrinos e ocidentais, ou possivelmente mais perto dos ocidentais. (s mais recentes cola !es desses teDtos estão dispon9veis nas obras de &berhard Nestle, No,um 'estamentum grae#e e 'he Gree8 New 'estament W* Novo ?estamento gregoX, da United 0ible #ocieties, editadas por Y. (land e outros. &m geral essas obras fazem uma classifica ão dos manuscritos da seguinte forma: aleDandrinos, cesareenses, ocidentais e bizantinos. .isto que o teDto recebido segue o teDto bizantino, basicamente, % quase redundante afirmar que sua autoridade não % altamente considerada pelos estudiosos. -7. + recu"eração do texto da Bíblia &mbora não se tenham not9cias da eDist$ncia de autJgrafos do (ntigo e do Novo ?estamento, eDistem numerosas cJpias manuscritas e cita !es R disposi ão dos estudiosos da 09blia, que os aMudam em seus esfor os no sentido de recuperar o teDto b9blico original. &m complementa ão Rs evid$ncias que vimos discutindo nos últimos cap9tulos, dispomos de evid$ncias de apoio ao teDto b9blico, provenientes de suas vLrias tradu !esP esse assunto serL discutido nos prJDimos cap9tulos. No momento, nosso interesse serL a questão do papel da cr9tica teDtual na restaura ão do prJprio teDto, e não a tradu ão desse teDto nas inúmeras l9nguas. % "roblema da crítica textual * problema da cr9tica teDtual gira em torno de tr$s quest!es bLsicas: genuinidade e confiabilidade, evid$ncias de manuscritos e as variantes. (inda que cada integrante desse assunto tenha sido mencionado repetidamente em nossas discuss!es anteriores, % necessLrio que se d$ um tratamento mais minucioso aos tJpicos em questão. A autenticidade e a confiabilidade /utenti#idade . termo que se emprega na cr9tica teDtual em refer$ncia R verdade sobre a origem de um documento, ou seMa, sua autoria. 8omo mostramos no cap9tulo <>, a autenticidade % assunto que concerne primordialmente R /ntrodu ão &special ao estudo da 09blia, visto que se relaciona a questão como autoria do teDto data e destinatLrio dos livros b9blicos. ( /ntrodu ão Heral estL interessada em quest!es como inspira ão, autoridade, canonicidade e confiabilidade dos livros da 09blia. (s perguntas a que a autenticidade responde são estas: Q&sse documento realmente procede da fonte ou autor que se alegaI O verdadeiramente obra do escritor a que se atribuiIQ. +on-iabilidade refere-se R verdade dos fatos ou do conteúdo dos documentos da 09blia. ?rata primordialmente da integridade EfidedignidadeF e da credibilidade EverdadeF dos registros. &m suma, um livro pode ser aut$ntico sem ser confiLvel, se quem se professa escritor % verdadeiramente seu autor, ainda que o conteúdo não eDpresse a verdade. & mais: um livro pode ser confiLvel sem ser aut$ntico, caso seu conteúdo seMa verdadeiro, mas o autor alegado não seMa realmente quem o escreveu. ,ortanto, no estudo da /ntrodu ão Heral, o interesse estL na integridade do teDto, com base em sua credibilidade e autoridade. ,resume-se que determinado livro b9blico, que recebeu autoridade divina e, por isso mesmo, credibilidade, tendo sido transmitido com integridade, possui automaticamente autenticidade. #e houver uma mentira no livro a respeito de sua origem ou autoria, de que forma se poderia crer em seu conteúdoI As evid.ncias dos manuscritos 8reio que serL ben%fico que se fa a, neste momento, um resumo das evid$ncias dos manuscritos, com respeito ao teDto b9blico. +ever o assunto nos revelarL a diferen a bLsica de abordagem da cr9tica teDtual de cada ?estamento. * /ntigo 'estamento sobreviveu e chegou at% nJs em alguns manuscritos completos, a maioria dos quais data do s%culo /S d.8. ou % de data posterior. TL, entretanto, abundantes raz!es para que acreditemos que essas cJpias são boas. .Lrias evid$ncias apJiam essa afirma ão: <F as poucas variantes eDistentes nos manuscritos massor%ticosP 7F a harmonia quase literal eDistente entre a maior parte da -SS e o 'exto massor.ti#o hebraicoP 4F as regras escrupulosas dos escribas que copiavam os manuscritosP >F a similaridade de passagens paralelas do (ntigo ?estamentoP 2F a confirma ão arqueolJgica de minúcias histJricas do teDtoP 5F a concordGncia em grande parte com o Aentateu#o samaritanoP 3F os milhares de manuscritos +airo Gene<a e 1F a confirma ão fenomenal do teDto hebraico advinda das descobertas dos rolos do mar 'orto. 6 No,o 'estamento. #eus manuscritos são numerosos, como tamb%m são numerosos os teDtos paralelos, com variantes. 8onseqVentemente, fazse necessLria a ci$ncia chamada cr9tica teDtual, para que haMa recupera ão do teDto original do Novo ?estamento. 'ais de 2 666 manuscritos gregos que datam do s%culo // em diante dão testemunho do teDto. &m contraposi ão ao (ntigo ?estamento, que conta apenas com uns poucos manuscritos bons, o Novo ?estamento possui muitos manuscritos de qualidade inferior, i.e., apresentam mais variantes. As variantes ( multiplicidade de manuscritos produz número correspondente de variantes. & que, quanto maior o número de manuscritos copiados, maiores eram as possibilidades de erros cometidos pelos copistas. ?odavia, em vez de constituir empecilho R tarefa de recupera ão do teDto b9blico original, essa situa ão na verdade se torna eDtremamente ben%fica. (s ,ariantes do /ntigo 'estamento são relativamente raras, por diversas raz!es: <F havia uma única tradi ão importante de manuscrito, pelo que o número total de erros % menorP 7F as cJpias eram produzidas por escribas oficiais que trabalhavam seguindo regras rigorosasP 4F os massoretas sistematicamente destru9am todas as cJpias em que se detectassem QerrosQ ou variantes. ( descoberta dos rolos do mar 'orto serviu de espantosa confirma ão da fidelidade do 'exto massor.ti#o, o que se comprova pelas conclus!es de estudiosos do (ntigo ?estamento como 'illar 0urro@s, em sua obra 'he =ead !ea !#rollsP +. -aird Tarris, em Cns iration and #anoni#it9 o- the BibleP Hleason -. (rcher, Br., / sur,e9 o6ld 'estament introdu#tion e A. & 0ruce, !e#ond thoughts on the =ead !ea !#rolls WUma investiga ão mais aprofundada sobre os rolos do mar 'ortoX. Uma soma total dos testemunhos desses estudiosos % que eDistem tão poucas variantes entre o 'exto massor.ti#o e o dos rolos do mar 'orto, que esses confirmam a integridade daquele. #empre que hL diverg$ncias, os rolos do mar 'orto tendem a dar apoio ao teDto da !e tuaginta E-SSF. .isto que o 'exto massor.ti#o deriva de uma fonte singular, que fora padronizada por estudiosos Mudeus aproDimadamente em <66 d.8., a descoberta de manuscritos anteriores a essa data esparge nova luz na histJria do teDto do (ntigo ?estamento de antes dessa %poca. (l%m das tr$s tradi !es teDtuais bLsicas do (ntigo ?estamento que ML haviam sido reconhecidas Emassor%tica, samaritana e gregaF, os rolos do mar 'orto revelaram a eDist$ncia de tr$s outros tipos de teDtos: um protomassor%tico, um roto0!e tuaginta e um proto-samaritano. (s tentativas por tra ar as linhas de relacionamento entre essas fam9lias de teDtos ainda se acham em fase embrionLriaP a situa ão eDige estudos profundos e dedica ão. ,resentemente, o 'exto massor.ti#o % considerado bLsico, visto que tanto o teDto samaritano Ev. cap. <5F como a !e tuaginta Ev. cap. <3F baseiam-se em tradu !es do teDto hebraico. No entanto, os rolos do mar 'orto mostram que eDistem passagens em que a !e tuaginta traz o teDto preferido. * problema bLsico % apurar a grandeza da diferen a eDistente entre as tradi !es hebraica e grega. (s ,ariantes do No,o 'estamento. (s variantes do Novo ?estamento são muito mais abundantes do que as do (ntigo, em vista do maior número de manuscritos e das numerosas cJpias não-oficiais que foram feitas, de carLter particular. 8ada vez que se descobre um manuscrito novo, aumenta o número bruto de variantes. ,ode-se ver isso comparandose o número aproDimado de 46 666 variantes, segundo cLlculo de Bohn 'ill, em <363, Rs quase <26 666 computadas por A. T. (. #crivener em <13> e Rs mais de 766 666 recalculadas em nossos dias. TL certa ambigVidade em afirmar que hL cerca de 766 666 variantes, visto que essas representam apenas cerca de <6 666 passagens do Novo ?estamento. #e uma única palavra foi escrita erroneamente em 4 666 manuscritos diferentes, são contadas como 4 666 variantes. Uma vez entendido o processo de contagem e se eliminem as variantes de ordem mecGnica EortogrLficaF, as variantes mais importantes que permanecem são surpreendentemente poucas sob o aspecto num%rico. ,ara que se compreenda integralmente o significado das variantes nos teDtos paralelos e se apure a reda ão correta Ea originalF, % necessLrio, primeiro, que se eDamine de que forma essas variantes se introduziram no teDto b9blico. &mbora esses princ9pios tamb%m se apliquem ao (ntigo ?estamento, são usados aqui apenas com refer$ncia ao Novo. &m geral, os estudantes cuidadosos da cr9tica teDtual acreditam haver dois tipos de erros: os não0inten#ionais e os inten#ionais. (s altera !es teDtuais não-intencionais de vLrios tipos surgem da imperfei ão natural do ser humano. #ão numerosas, e aparecem na transcri ão dos teDtos. *s erros da vista humana, por eDemplo, resultam em vLrios tipos de variantes. )entre esses, hL os que resultam da divisão err"nea de uma palavra, o que acaba por gerar novas palavras. .isto que os manuscritos originais não separavam as palavras entre si, mediante espa os, a divisão mental err"nea de quem lia e copiava a palavra redundava em novo teDto C err"neo. .amos usar um eDemplo em portugu$s: W&N8*N?+&/'&8*'('()*8(#?&-*0+(N8*X poderia significar W&N8*N?+&/-'& 8*' ('()* 8(#?&-* 0+(N8*.X ou W&N8*N?+&/-'& 8*' ( '_ )* 8(#?&-* 0+(N8*.X. ( omissão de letras, de palavras e at% de linhas inteiras do teDto ocorria quando um olho astigmLtico pulava de um grupo de letras ou palavras a outro grupo semelhante. &sse erro em particular % causado por homoteleuto Efinais semelhantesF. Kuando apenas uma letra estL faltando, o erro se chama ha logra-ia Egrafia simplesF. 1e eti*ão % o erro oposto R omissão. Kuando a vista apanhasse a mesma letra ou palavra duas vezes, esse erro era chamado de ditogra-ia. Aoi a partir de um erro desse tipo, com alguns manuscritos chamados minúsculos, que surgiu o seguinte teDto: QKual quereis que vos solteI 0arrabLs, ou Besus, chamado 8ristoIQ E't 73.<3F. ( trans osi*ão . a inversão de duas letras ou palavras, e tecnicamente se denomina met$tese. &m 78r"nicas 4.>, a transposi ão de letras alterou as medidas do pLtio do templo de #alomão para <76 c"vados em vez de 76, como corretamente aparece na -SS. *utras confus!es com letras, abreviaturas e inser !es de escribas eDplicam os demais erros desses profissionais da cJpia. &sse % o caso sobretudo no que diz respeito Rs letras do hebraico, que tamb%m são usadas como números. ,ode-se ver alguma confusão no (ntigo ?estamento, quando hL diverg$ncia entre os números de passagens correspondentes. .eMa-se, e.g., >6 666 em <+eis >.75 em oposi ão a > 666 em 78r"nicas =.72P os >7 anos em 78r"nicas 77.7, contra-pondo-se R anota ão certa de 77 anos em 7+eis 1.75, % erro que tamb%m se enquadra nessa categoria. *s erros decorrentes da audi ão sJ ocorriam quando os manuscritos eram copiados por um escriba que ouvia o ditado de quem os lia. /sso eDplica por que alguns manuscritos Edepois do s%culo v d.8.F trazem 8amelos EcordaF em vez de 8amBlos EcameloF, em 'ateus <=.7>P 8authasomai Eele queimaF em vez de 8au#hasomai Eele se gloriaF em <8or9ntios <4.4, e outras altera !es semelhantes no teDto do Novo ?estamento. *s erros de memJria não são numerosos, mas por vezes um escriba se esquecia da palavra eData na passagem e a substitu9a por um sin"nimo. O poss9vel que se tenha deiDado influenciar por uma passagem ou verdade paralela, como no caso de &f%sios 2.=, talvez confundida com HLlatas 2,77, mais a adi ão de Tebreus =.77: Q... não hL remissão Wde pecadosXQ. *s erros de Mulgamento em geral são atribu9dos R mL ilumina ão ambiental ou R mL visão do escriba que copiou o manuscrito. Ns vezes as notas marginais eram incorporadas ao teDto nesses casos, ou tais erros seriam resultado da sonol$ncia do escriba. #em dúvida alguma ter9amos uma dessas causas na raiz da reda ão variante de Boio 2.>, de 78or9ntios 1.>,2 etc. Ns vezes % dif9cil diferenciar o caso e dizer se determinada variante resultou de um Mulgamento err"neo ou de mudan as doutrinLrias intencionais. #em dúvida <Boão 2.1, Boão 3.24 - 1.<< e (tos 1.43 enquadram-se em uma dessas categorias. *s erros de grafia são atribu9dos a escribas que, gra as a um estilo imperfeito ou a um acidente, escreviam de modo pouco definido ou impreciso, e assim cometeram erros posteriormente enquadrados como erros de visão ou de Mulgamento. &m algumas ocasi!es, por eDemplo, o escriba poderia esquecer-se de inserir certo número ou palavra no teDto que estava transcrevendo, como no caso da omissão de número em <#amuel <4.<. (s mudan as intencionais eDplicam grande número de variantes, ainda que a vasta maioria seMa atribu9da a erros não-intencionais. &rros cometidos de propJsito poderiam talvez ter sido motivados por boas inten !es, mas % certo que são altera !es deliberadas do teDto. &ntre os fatores que influ9ram na inser ão de altera !es deliberadas num teDto b9blico estão as variantes gramaticais e lingV9sticas. &ssas ,ariantes ortogr$-i#as na grafia, na eufonia e no l%Dico repetem-se muito nos papirosP cada tradi ão escribal tinha idiossincrasias prJprias. )entro dessas tradi !es o escriba poderia tender a modificar seus manuscritos, a fim de fazer que se conformassem com as tradi !es. (s mudan as, nesse caso, inclu9am nomes prJprios, formas verbais, acertos gramaticais, mudan as de g$nero e altera !es sintLticas. (s mudan*as litHrgi#as encontram-se em grande número nos lecionLrios. #eriam feitas pequenas altera !es no in9cio de uma passagemP Rs vezes uma passagem grande era resumida sJ para uso no culto. Ns vezes uma mudan a desse tipo passava a incorporar o prJprio teDto b9blico, como foi o caso da QdoDologiaQ na ora ão dominical E't 5.<4F. (s mudan*as harmoni<a#ionais aparecem com freqV$ncia nos evangelhos, quando o escriba tentou harmonizar um relato num documento com passagem correspondente de outro documento Ev. -c <<.7-> e 't 5.=-<4F, ou em (tos =.2,5, que se alterou a fim de ficar mais em acordo literal com (tos 75.<>,<2. )o mesmo modo, algumas cita !es do (ntigo ?estamento foram ampliadas, em alguns documentos, para se harmonizarem com maior precisão R -SS Ecf. 't <2.1 com /s 7=.<4, em que a eDpressão este o,o foi acrescentadaF. (s mudan*as histJri#as e -a#tuais Rs vezes eram introduzidas por escribas bem-intencionados. Boão <=.<> foi alterado em alguns manuscritos, de modo que neles se l$ hora QterceiraQ em vez de QseDtaQ, e 'arcos 1.4<, em que Qdepois de tr$s diaQ foi alterado para Qno terceiro diaQ, em alguns manuscritos. (s mudan*as sin#r.ti#as resultam da combina ão ou da mistura de duas ou mais variantes, de modo que se cria um único teDto, como provavelmente % o caso de 'arcos =.>= e +omanos 4.77. (s mudan*as doutrin$rias constituem a última categoria de altera !es propositais dos escribas. ( maior parte das altera !es doutrinLrias deliberadas foram introduzidas com vistas na ortodoDia, como a refer$ncia R ?rindade, em <Boão 2.3,1. *utras altera !es, ainda que surgidas por causa das boas inten !es, t$m tido o efeito de acrescentar ao teDto algo que não fazia parte do ensino original naquela altura. ?alvez seMa esse o caso da adi ão de QMeMumQ R palavra Qora ãoQ em 'arcos =.7=, e do chamado Qfinal mais longoQ desse mesmo evangelho E'c <5.=-76F. ?odavia, nem mesmo aqui o teDto % her%tico. O importante que se ressalte, nesta altura, que nenhuma doutrina cristã baseia-se num teDto sob obMe ão, e todo estudioso do Novo ?estamento precisa estar consciente da iniqVidade que % alterar um teDto simplesmente com base em considera !es doutrinLrias infundadas. Kuando se comparam os teDtos chamados variantes, do Novo ?estamento, com outros teDtos de outros livros que sobreviveram desde a antigVidade, as conclus!es são maravilhosasP pouco falta para que as consideremos espantosas. ,or eDemplo, embora haMa cerca de 766 666 QerrosQ nos manuscritos do Novo ?estamento, eles sJ aparecem em cerca de <6 666 trechos, e apenas cerca de uma seDag%sima parte deles ergue-se acima do n9vel das trivialidades. `estcott e Tort, &zra (bbot, ,hilip #chaff e (. ?. +obertson avaliaram com o mLDimo cuidado as evid$ncias e chegaram R conclusão de que o teDto do Novo ?estamento tem pureza superior a ==c. N luz do fato de haver mais de 2 666 manuscritos gregos, cerca de = 666 vers!es e tradu !es, as evid$ncias da integridade do Novo ?estamento estão fora de questão. /sso % vLlido sobretudo quando consideramos que alguns dos maiores teDtos da antigVidade sobreviveram em apenas um punhado de manuscritos Ev. cap. <7F. Kuando se compara a natureza ou a qualidade desses escritos com os manuscritos b9blicos, estes ficam em posi ão audaciosamente saliente no que concerne R integridade. 0ruce '. 'etzger fez um eDcelente estudo da Clíada, de Tomero, e da %ahãbhãrata da 9ndia, em sua obra +ha ters in the histor9 o- New 'estament textual #riti#ism W8ap9tulos da histJria da cr9tica teDtual do Novo ?estamentoX. &m seu estudo, o autor demonstra que a corrup ão teDtual desses livros sagrados % muito maior do que a que acometeu o Novo ?estamento. ( /l9ada % particularmente cab9vel para esse estudo, por ter tanta coisa em comum com o Novo ?estamento. )epois do Novo ?estamento, a /l9ada % a obra que tem o maior número de manuscritos dispon9veis hoMe, mais que qualquer outra obra E>24 papiros, 7 unciais e <11 minúsculos, ou seMa, 5>4 no totalF, N semelhan a da 09blia, essa obra foi considerada sagrada, sofrendo mudan as teDtuais, e seus manuscritos em grego tamb%m passaram pela cr9tica teDtual. &nquanto o Novo ?estamento apresenta cerca de 76 666 linhas, a Clíada tem cerca de <2 666. (penas >6 linhas Ecerca de >66 palavrasF do Novo ?estamento inspiram dúvidas, mas 35> linhas da Clíada estão sob questionamento. ,ortanto, 2c da Clíada sofreram corrup ão, contra menos de <c do Novo ?estamento. * poema %pico nacional da 9ndia, %ahãbhErata, sofreu um processo mais grave ainda de corrup ão. O cerca de oito vezes maior que a Clíada e a 6diss.ia Muntas, com cerca de 726 666 linhas. )essas, cerca de 75 666 linhas estão corrompidas teDtualmente, i.e., pouco mais de <6c. (ssim % que o Novo ?estamento não sJ sobreviveu em um número maior de manuscritos, mais que qualquer outro livro da antigVidade, mas sobreviveu em forma muito mais pura E==c de purezaF que qualquer outra obra grandiosa, sagrada ou não. (t% mesmo o /l#orão, que não % livro antigo, pois originou-se no s%culo .// d.8, sofreu o processo de aparecimento de grande número de variantes que precisaram da revisão de *rthman. )e fato, ainda eDistem sete modos de ler o teDto Evocaliza ão e pontua ãoF, todas baseadas na revisão de *rthman, que se fez cerca de vinte anos apJs a morte do prJprio 'aom%. %s "rincí"ios da crítica textual ( aprecia ão completa da tarefa Lrdua de reconstruir o teDto do Novo ?estamento a partir de milhares de manuscritos com dezenas de milhares de variantes pode dar-se, em parte, pelo estudo de quantos cr9ticos teDtuais se engaMaram nesse trabalho. &sses usaram dois tipos de evid$ncias: as eDternas e as internas. 0vid.ncia externa / evid$ncia eDterna distribui-se em tr$s variedades bLsicas: cronolJgica, geogrLfica e genealJgica. (s evid$ncias #ronolJgi#as dizem respeito a data do tipo de teDto, e não R data do prJprio manuscrito. *s tipos de teDto mais antigos trazem teDtos que devem ser preferidos, em vez de teDtos posteriores, mais recentes. ( distribui ão geogr$-i#a dos testemunhos independentes em acordo entre si, no apoio a uma variante devem ser preferidos aos testemunhos que t$m proDimidade ou relacionamento maior. *s relacionamentos genealJgicos entre os manuscritos seguem o que foi tratado no cap9tulo <>. )as quatro fam9lias teDtuais mais importantes, a aleDandrina % considerada a fam9lia mais confiLvel, ainda que Rs vezes apresente uma corre ão dos QestudiososQ. *s teDtos que contam com o apoio de bons representantes de dois ou mais tipos de teDtos devem ter prefer$ncia sobre um único tipo de teDto. * teDto bizantino em geral % considerado o mais pobre de todos. Kuando os manuscritos que se encaiDam em determinado tipo de teDto dividem-se no apoio que dão a determinada variante, o verdadeiro teDto provavelmente . o dos manuscritos que em geral se mostram mais fi%is a seu prJprio tipo de teDto, o teDto que difere dos demais tipos de teDto, o teDto que % diferente da fam9lia teDtual bizantina ou o teDto que caracteriza melhor o tipo de teDto a que pertencem os manuscritos em questão. 0vid.ncia interna / evid$ncia interna classifica-se em duas variedades bLsicas: a transcripcional Eque depende dos hLbitos dos escribasF e a intr9nseca Eque depende dos hLbitos dos autoresF. ( e,idBn#ia trans#ri #ional baseia-se em quatro assertivas gen%ricas: o teDto mais dif9cil Epara o escribaF % prefer9vel, de modo especial se for sensatoP o teDto mais curto % prefer9vel, a menos que tenha surgido por omissão acidental de algumas linhas, em razão de finais semelhantes ou de elimina ão intencionalP deve-se preferir o teDto verbalmente mais dissonante das passagens paralelas, ainda que seMam cita !es do (ntigo ?estamentoP e deve-se preferir a constru ão gramatical, eDpressão ou termo menos refinados. ( e,idBn#ia intrínse#a depende da probabilidade daquilo que o autor provavelmente escreveu. O determinada pelo estilo do autor ao longo do livro Ee em outras passagensF, pelo conteDto imediato da passagem, pela harmonia do teDto com o ensino do autor em outra passagem Ebem como com outros teDtos can"nicosF e pela influ$ncia do conteDto geral do autor. (o eDaminar todos os fatores internos e eDternos da cr9tica teDtual, % essencial que se perceba que seu uso não % meramente uma aplica ão da ci$ncia, mas tamb%m de uma arte delicada. (lgumas observa !es podem aMudar o iniciante a ficar familiarizado com o processo da cr9tica teDtual. &m geral, a evid$ncia eDterna % mais importante que a interna, visto ser mais obMetiva. (s decis!es devem levar em conta a evid$ncia interna tanto quanto a eDterna, na avalia ão do teDto, visto que nenhum manuscrito ou tipo de teDto cont%m todas as grafias corretas. &m algumas ocasi!es, diferentes estudiosos aparecerão com posi !es conflitantes entre si, R vista dos elementos subMetivos da evid$ncia interna. Hleason (rcher sugere, muito cautelosamente, as prioridades que deveriam ser empregadas no caso de encontrar-se uma variante teDtual: <F deve-se preferir o teDto mais antigoP 7F deve-se preferir o teDto mais dif9cilP 4F deve-se preferir o teDto mais curtoP >F deve-se preferir o teDto que eDplique melhor as variantesP 2F o apoio geogrLfico mais amplo dado a um teDto faz que ele seMa o preferidoP 5F deve-se preferir o teDto que se conforme melhor com o estilo e com o vocabulLrio do autor e 3F deve-se preferir o teDto que não d$ sinais de desvio doutrinLrio. + "r.tica da crítica textual * modo mais prLtico de observar os resultados dos princ9pios da critica teDtual % comparar as diferen as entre a Versão autori<ada do rei 'iago EYB.F de <5<<, baseada no teDto recebido, e a Versão adrão ameri#ana E(#.F, de <=6<, ou a Versão adrão re,isada E+#.F, de <=>5 e <=27, que se baseiam no teDto cr9tico. Uma pesquisa de vLrias passagens servirL para ilustrar o procedimento usado para fazer a reconstitui ão do verdadeiro teDto. 0xemplos do Antigo &estamento =euteronKmio O;.N prove outro eDerc9cio interessante sobre a critica teDtual do (ntigo ?estamento. * 'exto massor.ti#o . acompanhado pelo teDto do rei ?iago EYB.F e pela (#., ao dizer: Q* (lt9ssimo distribuiu as heran as Rs na !es W...X determinou os limites dos povos, segundo o número dos filhos de /sraelQ. ( +#. seguiu o teDto da -SS: Qde acordo com o número dos filhos Wou anMosX de )eusQ. Um fragmento de Kumran dL apoio ao teDto da -SS. #egundo os princ9pios da cr9tica teDtual que mostramos anteriormente, a +#. estL correta porque <F traz o teDto mais dif9cil, 7F tem o apoio do manuscrito mais novo que se conhece, 4F estL em harmonia com a descri ão patriarcal de os anMos serem Qfilhos de )eusQ Ecf. Bo <-5, 7.<P 41.3 e possivelmente Hn 5.>F e >F eDplica a origem da outra variante. Va#arias 2;.24 ilustra a mesma questão. (s vers!es YB. e (#. seguem * 'exto massor.ti#o: Q*lharão para mim Wo /av%X, a quem trespassaram . ( +#. segue a Versão teodosiana Ec. <16 d.8P v. cap. <3F ao traduzir: QKuando olharem aquele a quem trespassaramQ. * 'exto massor.ti#o preserva a reda ão preferida porque <F baseia-se em manuscritos mais antigos e melhores 7F % o teDto mais dif9cil e 4F pode eDplicar as demais reda !es com: base no preconceito teolJgico contra a divindade de 8risto, ou pela influ$ncia da mudan a ocorrida no Novo ?estamento da primeira para a terceira pessoa, na cita ão dessa passagem Ecf. Bo <=.43F. *utras variantes importantes entre o ?eDto massor%tico e a -SS foram esclarecidas mediante a descoberta dos rolos do mar 'ortoP nesses eDemplos, tendem a dar apoio a -SS. )entre tais passagens estão Tebreus <.5 EYB.F, que segue a cita ão de )euteron"mio 47.>4 a famosa passagem de /sa9as 3.<> EQe serL o seu nome &manuelQF, em vez da reda ão massor%tica: Qela chamarL seu nomeQ. ( !e tuaginta traz uma versão de Beremias com 56 vers9culos a menos em rela ão ao 'exto massor.ti#o, e o fragmento de Kumran de Beremias tende a apoiar o teDto grego. ?ais ilustra !es não devem ser tomadas como quadro uniforme dos rolos do mar 'orto, sempre dando apoio ao teDto da !e tuaginta, visto que não eDistem muitas variantes do 'exto massor.ti#o entre os manuscritos encontrados nas grutas do mar 'orto. &m geral os rolos tendem a confirmar a integridade do 'exto massor.ti#o. (s passagens indicadas aqui são meros eDemplos dos problemas e dos princ9pios da cr9tica teDtual, no eDerc9cio dos estudiosos de eDpurgar o teDto do (ntigo ?estamento de eventuais incorre !es. 0xemplos do %ovo &estamento %ar#os 2S.30;4 EYB.F apresenta-nos o problema teDtual mais grave, que nos deiDa mais perpleDos, dentre todos. &sses vers9culos estão ausentes em muitos dos mais antigos e melhores manuscritos, como o S E_lefeF, *0, o itk &/ntiga latina(, a !iría#a sinaíti#a, muitos manuscritos arm$nios e alguns et9opes. 'uitos dos antigos pais da igreMa não demonstram ter conhecimento desse problema, e Ber"nimo admitia que essa passagem havia sido omitida em quase todas as cJpias gregas. )entre as cJpias que cont$m esses vers9culos, algumas tamb%m trazem um asterisco ou Jbelo, a fim de indicar que se trata de adi ão espúria ao teDto. TL ainda outro final que ocorre em vLrios unciais, em alguns minúsculos e em cJpias de vers!es antigas. * longo final com que estamos tão familiarizados, vindo da YB. e do teDto recebido, encontra-se em grande número de unciais Ec, ), -, ` e 1 L'hetaM, na maior parte dos minúsculos, na maior parte dos manuscritos da /ntiga latina, na Vulgata latina e em alguns manuscritos sir9acos e coptas. No +Jdi#e w, o final longo eDpande-se depois do vers9culo <>. ( decisão sobre qual desses finais % o prefer9vel ainda % controvertida, visto que nenhum dos finais propostos eleva-se como se fora o original, R vista das poucas evid$ncias teDtuais, por causa do sabor apJcrifo e do estilo diferente do de 'arcos percept9vel em todos os finais. (ssim, se nenhum desses finais % aut$ntico, torna-se dif9cil crer que 'arcos <5.1 não % o final original. Bohn `. 0urgon fez uma defesa do teDto recebido Evv. =-76F e, mais recentemente, '. van der .alk, ainda que se admita que % muito dif9cil chegar a uma solu ão ou decisão sobre qual final % o original de 'arcos. 8om base nas evid$ncias teDtuais conhecidas, parece mais plaus9vel admitir que o final original do evangelho de 'arcos % o vers9culo 1. Boão 3.24 C 1.<< EYB.F relata a histJria da mulher apanhada em adult%rio. &stL inserida entre par$nteses na (#., com uma nota que diz que os manuscritos mais antigos omitem essa passagem. ( +#. coloca a passagem em questão entre par$nteses, no final do evangelho de Boão, com uma nota que diz que as antigas autoridades colocavam-na ali, ou depois de -ucas 7<.41. Não eDiste nenhuma evid$ncia de que essa passagem fa a parte do evangelho de Boão porque <F não estL nos manuscritos gregos mais antigos e melhoresP 7F nem ?aciano nem o teDto da /ntiga siría#a dão sinais de t$-la conhecido, estando ausente tamb%m nos melhores manuscritos da !iría#a eshita, nos da 8opia, em vLrios da GJti#a e da /ntiga latinaP 4F nenhum autor grego faz refer$ncia a essa passagem senão no s%culo S//P >F seu estilo C e interrup ãoC não se enquadram no conteDto do quarto evangelhoP 2F aparece inicialmente no +Jdi#e Be<a em c. 226P 5F vLrios escribas colocam-na em outros lugares Ee.g., depois de Bo 3.45P Bo 7<.7>P Bo 3.>> ou -c 7<.41F e 3F muitos manuscritos que incluem essa passagem indicam haver dúvidas sobre sua integridade, marcando-a com um Jbelo. * resultado % que tal passagem pode ser preservada como se fora uma histJria verdadeira, mas da perspectiva da cr9tica teDtual, deve ser colocada como ap$ndice de Boão, com uma nota que diga que a passagem não tem lugar determinado nos manuscritos antigos. 2 Qoão >.5 EYB.F estL ausente na (#. e na +#., sem eDplica !es. ?odavia, eDiste uma eDplica ão para essa omissão, a qual representa uma historieta interessante sobre o processo da cr9tica teDtual. Kuase não eDiste apoio teDtual para a reda ão apresentada pela YB., em nenhum documento grego, ainda que haMa apoio na Vulgata. &ntão, quando &rasmo foi desafiado, e lhe perguntaram por que ele não inclu9ra essa passagem em seu Novo ?estamento grego, em <2<5 e em <2<=, o estudioso respondeu rapidamente que a incluiria na prJDima edi ão, desde que algu%m lhe mostrasse pelo menos um manuscrito antigo que lhe desse apoio. )escobriu-se um minúsculo grego do s%culo S./, o manuscrito de <276, do frei franciscano Aro:, ou +o:. &rasmo cumpriu sua promessa e incluiu esse teDto em sua edi ão de <277. ( YB. seguiu o teDto grego de &rasmo e assim foi: com base num único manuscrito tardio, insignificante, desprezou-se todo o peso e autoridade de todos os demais manuscritos gregos. Na verdade, a inclusão desse vers9culo como genu9no quebra quase todos os cGnones principais da cr9tica teDtual. 8om base nos casos acima estudados, deveria ficar claro que a cr9tica teDtual % uma ci$ncia e tamb%m uma arte. Não basta afirmar que a 09blia % o livro mais bem preservado, que sobreviveu desde os tempos antigos, mas lembremo-nos tamb%m de que as variantes de certa importGncia representam menos da metade de <c de corrup ão teDtual, e que nenhuma dessas variantes influi em alguma doutrina bLsica do cristianismo. (l%m disso, a cr9tica teDtual tem R sua disposi ão uma s%rie de cGnones que, para todos os efeitos prLticos, capacita os estudiosos b9blicos a recuperar de modo completo o teDto eDato dos autJgrafos hebraicos e gregos das &scrituras C não sJ linha por linha, mas palavra por palavra. -C. #raduç/es e Bíblias aramaicasN siríacas e a;ins ( transmissão da revela ão da parte de )eus para nJs gira em torno de tr$s desenvolvimentos histJricos significativos: a inven ão da escrita antes de 4666 a.8P os in9cios da tradu ão antes de 766 a.8P os desenvolvimentos da imprensa antes de <566 d.8. BL vimos antes a reda ão e a cJpia dos manuscritos originais da 09blia, bem como o papel, o m%todo e as prLticas da cr9tica teDtual na preserva ão do teDto dos documentos originais. (qui dirigiremos a aten ão R tradu ão da ,alavra de )eus. * presente cap9tulo serL devotado ao estudo dos primeiros esfor os na tradu ão da 09blia, e Rqueles que por meio da l9ngua empreenderam esses esfor os. (ntes, todavia, de voltarmo-nos para essas tradu !es, % preciso que entendamos com clareza certos termos t%cnicos da histJria da tradu ão da 09blia. &e;iniç/es e distinç/es TL defini !es mais precisas de alguns termos bLsicos usados no estudo da tradu ão da 09blia, do que as defini !es usadas de modo geral. * estudante cuidadoso da 09blia deve evitar a confusão desses termos. Definiç*es 'radu*ão tradu*ão literal e translitera*ão. &sses tr$s termos estão intimamente correlacionados. ?radu ão % simplesmente a transposi ão de uma composi ão literLria de uma l9ngua para outra. ,or eDemplo, se a 09blia fosse transcrita dos originais hebraico e grego para o latim, ou do latim para o portugu$s, chamar9amos esse trabalho tradu ão. #e esses teDtos traduzidos fossem vertidos de volta para as l9nguas originais, tamb%m chamar9amos isso tradu ão. ( 'he new English Bible WNova 09blia inglesaX EN&0F E<=5<,<=36F % uma tradu ão. N tradu ão literal % uma tentativa de eDpressar, com toda a fidelidade poss9vel e o mLDimo de eDatidão, o sentido das palavras originais do teDto que estL sendo traduzido. ?rata-se de uma transcri ão teDtual, palavra por palavra. * resultado % um teDto um tanto r9gido. O o caso da obra ?oungUs literal translation o- the 7ol9 Bible W?radu ão literal de aoung da 09blia #agradaX E<1=1F. ( translitera ão % a versão das letras de um teDto em certa l9ngua para as letras correspondentes de outra l9ngua. O claro que uma tradu ão literal da 09blia fica sem sentido para uma pessoa de pouca cultura, diante de um teDto que lhe soa esquisito. No entanto, a translitera ão de palavras como QanMoQ, QbatizarQ e QevangelizarQ foram introduzidas nas l9nguas modernas. Versão, re,isão, ,ersão re,ista e re#ensão. &sses termos t$m estreito relacionamento entre si. ?ecnicamente falando, versão % uma tradu ão da l9ngua original Eou com consulta direta a elaF para outra l9ngua, ainda que comumente se negligencie essa distin ão. * segredo para a compreensão % que a versão envolve a l9ngua original de determinado manuscrito. ,ara todos os efeitos prLticos, a N&0 % uma versão, tomando-se essa palavra nesse sentido. ( 'he 1heims0=oua9 Bible E<217-<56=F e a )ing Qames ,ersion W.ersão do rei ?iagoX EYB.F E*U /uthori<ed ,ersion, (., <5<<F não foram traduzidas a partir das l9nguas originais. ( 1heims0=oua9 foi traduzida da Vulgata latina, que % tradu ão tamb%m, enquanto a YB. % a quinta revisão da versão de ?:ndale. No entanto, a 1e,ised ,ersion W.ersão revisadaX E+. *U &+.F E<11<,<112F, a 'he /meri#an standard ,ersion W.ersão padrão americanaX E(#.F E<=>5, <=27F e a 1e,ised standard ,ersion W.ersão padrão revisadaX E+#.F E<=>5,<=27F são vers!es no sentido mais comum da palavra. &ntenda-se, por%m, que o fator crucial % este: uma versão deve ser J trabalho de traduzir um teDto da l9ngua original. +evisão, ou versão revista, % termo usado para descrever certas tradu !es, em geral feitas a partir das l9nguas originais, que foram cuidadosa e sistematicamente revistasP, cuMo teDto foi eDaminado de forma cr9tica, com vistas em corrigir erros ou introduzir emendas ou substitui !es. ( YB. % um eDemplo de tal revisão, como tamb%m as edi fles da 09blia chamadas 1heims0=oua90+halloner e +#.. / New /meri#an standard Bible WNova 09blia americana padrãoX EN(#0F E<=54,<=3<F % o eDemplo mais notLvel e recente de uma completa revisão do teDto b9blico. Aar$-rase e #oment$rio. ,arLfrase % uma tradu ão QlivreQ ou QsoltaQ * obMetivo % que se traduza a id%ia, e não as palavras. )a9 que a parLfrase % mais uma interpreta ão que uma tradu ão literal do teDto. Na histJria da tradu ão da 09blia, esse tipo de teDto tem sido muito popular. Na antigVidade, ao redor do s%culo .//, por eDemplo, 8edmão fez parLfrases da 8ria ão. &ntre as mais recentes parLfrases temos a obra de B. 0. ,hillips, New 'estament in modem English WNovo ?estamento em ingl$s modernoX ( Bíblia na linguagem de hoIe E0-TF, da #ociedade 09blica do 0rasil e a Bíblia ,i,a de Yenneth ?a:lor.f * comentLrio % simplesmente uma eDplica ão das &scrituras. * eDemplo mais antigo desse tipo de trabalho % o %idrash ou comentLrio Mudaico do (ntigo ?estamento. &m anos recentes t$m surgido tradu !es da 09blia conhecidas como QampliadasQ- elas cont$m comentLrios impl9citos, Rs vezes eDpl9citos, do teDto, dentro da prJpriaQ tradu ão. 0astam dois eDemplos para ilustrar esse tipo de 09blia: a de Yenneth #. `uest, Ex anded translation o- the New 'estament W?radu ão ampliada do Novo ?estamentoX E<=25-<=2=F, que usou os f 7$ em ortuguBs as +artas ara hoIe, tradu*ão de Ahilll s das e ístolas do No,o 'estamento, ubli#ada or Edi*Des Vida No,a. / Bíblia Vi,a . ubli#ada em ortuguBs ela Ed. %undo +ristão. &N. do E.(. mesmos princ9pios para as vLrias partes do discursoP a -ockman Aoundation tentou todos os esfor os para traduzir a 'he am li-ied Bible W( 09blia ampliadaX E<=52F, que seria tamb%m um comentLrio que emprega travess!es colchetes, par$nteses e itLlicos. Distinç*es ,ara que apreciemos de modo integral o papel desempenhado pelas tradu !es da 09blia, % importante que compreendamos que o prJprio processo de traduzi-la % ind9cio da vitalidade de que a 09blia goza no seio do povo de )eus. -ogo de in9cio as tradu !es constitu9ram parte fundamental da vida religiosa dos antigos Mudeus. &sses deram ! primeiro passo a preceder todas as tradu !es posteriores. Na igreMa primitiva, as atividades missionLrias eram acompanhadas por diversas tradu !es da 09blia outras l9nguas. 8om o passar do tempo, surgiu mais uma fase na histJriaQ da tradu ão da 09blia, com o desenvolvimento da imprensa * resultado foi que devemos fazer perfeita distin ão entre as tr$s categorias gen%ricas de tradu !es da 09blia: as tradu !es antigas, as medievais e as modernas. /ntigas tradu*Des da Bíblia. (s tradu !es mais antigas continham trechos do (ntigo ?estamento e Rs vezes tamb%m do Novo (pareceram antes do per9odo dos conc9lios da igreMa Ec. 426 d.8.F, abarcando obras como o Aentateu#o samaritano, os 'arguns aramaicos, o 'almude, o %idrash e a !e tuaginta E-SSF. -ogo apJs o per9odo apostJlico, essas tradu !es antigas tiveram prosseguimento na versão de _qVila, na revisão de #9maco, nos 7.xa la de *r9genes e nas vers!es sir9acas do (ntigo ?estamento. (ntes do 8oncilio de Nic%ia E472F surgiram tradu !es do Novo ?estamento para o aramaico e para o latim. 'radu*Des medie,ais da Bíblia. (s tradu !es da 09blia produzidas durante a /dade '%dia em geral continham tanto o (ntigo como o Novo ?estamento. Aoram conclu9das entre 426 e <>66. )urante esse per9odo as tradu !es da 09blia eram dominadas pela Vulgata latina de Ber"nimo Ec. 4>6->76F. ( Vulgata constituiu a base tanto dos comentLrios como do pensamento, por toda a /dade '%dia. Aoi dela que surgiu a parLfrase de 8edmão, a obra 7istJria e#lesi$sti#a, de 0eda, o .enerLvel, e at% mesmo a tradu ão da 09blia para o ingl$s, feita por `:cliffe. ( 09blia continuou a ser traduzida para outras l9nguas durante esse per9odo. 'radu*Des modernas. (s tradu !es modernas surgiram a partir da %poca de `:cliffe e de seus sucessores. #eguindo o eDemplo de `:cliffe, visto que foi ele o pai da primeira 09blia completa em ingl$s, `illiam ?:ndale E<>=7-<245F fez sua tradu ão diretamente das l9nguas originais, em vez de usar a Vulgata latina como fonte. )esde essa %poca surgiu uma multiplicidade incr9vel de tradu !es que continham o total ou apenas partes do (ntigo e Rs vezes tamb%m do Novo ?estamento. -ogo apJs o desenvolvimento dos tipos mJveis de Bohann Hutenberg Ec. <>2>F, a histJria da transmissão, da tradu ão e da distribui ão da 09blia adentra uma era inteiramente nova. ( tradu ão da 09blia aMudou a manter o Muda9smo puro, nos últimos s%culos antes de 8risto, como mostra nosso tratamento sobre o Aentateu#o samaritano e os 'arguns. ( tradu ão chamada !e tuaginta Ev. cap. <3F foi feita em grego, em (leDandria, no &gito Einiciando-se entre 716-726 a.8F, e serviu de fundo Rs tradu !es para o latim e para outras l9nguas Ev. cap. <1F. &ssas tradu !es foram vitais para a evangeliza ão, para a eDpansão e para o estabelecimento da igreMa. )esde a +eforma a dissemina ão da 09blia vem resultando em tradu !es em numerosas l9nguas. * papel desempenhado pela 09blia em ingl$s tem sido important9ssimo entre as modernas tradu !es Ev. caps. <= e 76F. Nosso debate seguirL essas linhas tJpicas, gen%ricas, iniciando-se com as tradu !es para o aramaico, para o sir9aco e outras que se lhes relacionam. #raduç/es "rinci"ais (s mais antigas tradu !es da 09blia tinham o propJsito duplo que não pode ser subestimado: eram usadas a fim de disseminar a mensagem dos autJgrafos ao povo de )eus, e aMudL-lo na obriga ão de manter a religião pura. ( proDimidade dos autJgrafos tamb%m indica sua importGncia, visto que conduzem o estudioso da 09blia de volta aos primJrdios dos documentos originais. O "entateuco samaritano * Aentateu#o samaritano pode ter-se originado no per9odo de Neemias, em que se reedificou Berusal%m. Não sendo na verdade uma tradu ão, nem versão, mostra a necessidade do estudo cuidadoso para que se chegue ao verdadeiro teDto das &scrituras. &ssa obra foi, de fato, uma por ão manuscrita do teDto do prJprio Aentateu#o. 8ont%m os cinco livros de 'ois%s, tendo sido escrito num tipo paleo-hebraico, muito semelhante ao que se encontrou na pedra moabita, na inscri ão de #ilo%, nas +artas de La"uis e em alguns manuscritos b9blicos mais antigos de Kumran. ( tradi ão teDtual do Aentateu#o samaritano % independente do 'exto massor.ti#o. Não foi descoberto pelos estudiosos cristãos senão em <5<5, embora fosse conhecido dos pais da igreMa, como &us%bio de 8esar%ia e Ber"nimo, tendo sido publicado pela primeira vez na obra Aoliglota de Aaris E<5>2F e, depois, na Aoliglota de Londres E<523F. (s ra9zes dos samaritanos podem ser encontradas na antigVidade, na %poca de )avi. )urante o reinado de *nri E116-13> a.8.F a capital havia sido estabelecida em #amaria E<+s <5.7>F, e todo o +eino do Norte veio a ser conhecido como #amaria. &m 347 a.8. os ass9rios, sob ?iglate-,ileser /// E3>2-373F, conquistaram a parte nordeste de /srael e estabeleceram a pol9tica de deportar os habitantes e importar outros povos cativos para outras terras conquistadas. #ob #argão // Eem 37< a.8.F seguiu-se o mesmo procedimento, quando esse rei conquistou o resto de /srael. ( (ss9ria imp"s o casamento misto sobre os israelitas que não haviam sido deportados, a fim de garantir que nenhuma revolta ocorresse, pois os povos estariam automaticamente perdendo sua nacionalidade e absorvendo as culturas de outros povos cativos E7+s <3.7>C <1.<F. )e in9cio os colonos adoravam deuses prJprios. Kuando os Mudeus voltaram do cativeiro babil"nico, ou um pouco depois disso, esses colonos aparentemente deseMaram seguir o )eus de /srael. *s Mudeus impediram que os samaritanos fossem integrados, e estes, por sua vez, se opuseram R restaura ão Ev. &d >,7-5P Ne 2,<<C 5P<=F. No entanto, por volta de >47 a.8, a filha de #ambalate com o neto do sumo sacerdote &liasibe, * casal misto foi eDpulso de BudL, e tal incidente provocou o fato histJrico do rompimento entre Mudeus e samaritanos Ev. Ne <4.74-4<F. ( religião samaritana como sistema separado de adora ão na verdade data da eDpulsão do neto do sumo sacerdote, em cerca de >47 a.8. ,or essa %poca, um eDemplar da 'ora pode ter sido levado a #amaria e colocado no templo que havia sido constru9do no monte Herizim, em #iqu%m ENablusF, onde se estabelecera um sacerdJcio rival. &ssa data no s%culo v pode eDplicar tanto o teDto paleo-hebraico quanto a dupla categoriza ão ou divisão do Aentateu#o samaritano em -ei e livros não-can"nicos. &sse apego samaritano R 'ora e o isolamento desse povo, separado dos Mudeus, resultou em que a -ei foi submetida a uma tradi ão teDtual R parte. * manuscrito mais antigo do Aentateu#o samaritano data de meados do s%culo S/. e trata-se de um fragmento de um pergaminho C o rolo chamado (bisa. * cJdice do Aentateu#o samaritano mais antigo traz uma nota sobre ter sido vendido em <<>=-<<26 d.8, embora fosse muito mais velho. ( 0iblioteca ,ública de Nova /orque abriga outro eDemplar que data de cerca de <747. /mediatamente apJs a descoberta desse eDemplar, em <5<5, o Aentateu#o samaritano foi aclamado como superior ao 'exto massor.ti#o. No entanto, depois de cuidadoso estudo, foi relegado a posi ão inferior. #J recentemente esse documento reobteve um pouco de sua antiga importGncia, ainda que seMa considerado at% hoMe de menor importGncia do que o teDto massor%tico da lei. *s m%ritos do teDto do Aentateu#o samaritano podem ser avaliados pelo fato de apresentar apenas 5 666 variantes em rela ão ao 'exto massor.ti#o, e em sua maior parte constituem diferen as ortogrLficas que se considerariam insignificantes. TL ali a afirmativa de que o monte Herizim % o centro de adora ão, e não a cidade de Berusal%m, com acr%scimos aos relatos de ZDodo 76.7-<3 e )euteron"mio 2.5-7<. Ns vezes o Aentateu#o samaritano e a !e tuaginta concordam a respeito de uma reda ão que, todavia, Q% diferente do 'exto massor.ti#oP provavelmente isso se deva a que aqueles trazem o teDto original. No entanto, o Aentateu#o samaritano reflete tend$ncias culturais na ambienta ão hebraica, como inser !es sectLrias, repeti !es das ordens de )eus, impulsos no sentido de modernizar certas formas verbais antigas e tentativas de simplificar as partes mais dif9ceis da reda ão hebraica. Os targuns aramaicos / origem dos targuns. TL evid$ncias de que os escribas, ML nos tempos de &sdras ENe 1.<-1F, estavam escrevendo parLfrases das &scrituras hebraicas em aramaico, Não estavam produzindo tradu !es, mas teDtos eDplicativos da linguagem arcaica da 'ora. (s pessoas que realizavam esse trabalho de produzir parLfrases eram #hamados methurgemanP desempenhavam papel importante na comunica ão da palavra de )eus em l9ngua hebraica Eque aos ouvidos samaritanos soava tão eDJticaF, na l9ngua do dia-a-dia que o povo entendia bem. (ntes do nascimento de 8risto, quase todos os livros do (ntigo ?estamento tinham suas parLfrases ou interpreta !es EtargunsF. (o longo dos s%culos seguintes o targum foi sendo redigido at% surgir um teDto oficial. *s mais antigos targuns aramaicos provavelmente foram escritos na ,alestina, durante o s%culo // d.8, embora haMa evid$ncias de alguns teDtos aramaicos de um per9odo pr%-cristão. &sses teDtos primitivos, oficiais, do targum, continham a lei e os profetas, embora targuns de %pocas posteriores tamb%m inclu9ssem outros escritos do (ntigo ?estamento. .Lrios targuns não-oficiais, em aramaico, foram encontrados nas cavernas de Kumran, cuMos teDtos seriam substitu9dos pelos teDtos oficiais do s%culo // d.8. )urante o s%culo ///, todos os eDemplares do 'argum alestino o-i#ial, abrangendo a lei e os profetas, foram praticamente engolidos por outra fam9lia de parLfrases dos teDtos b9blicos, chamadas 'arguns aramai#o0babilKni#os. (s cJpias do targum que contivessem os demais escritos sagrados, al%m da lei e dos profetas, continuavam a ser feitas eDtra-oficialmente. 6s targuns "ue mais se desta#aram. )urante o s%culo /// d.8, surgiu na 0abil"nia um targum aramaico sobre a 'ora. ,ossivelmente se tratasse de uma versão corrigida de teDto palestino antigoP mas tamb%m poderia terse originado na 0abil"nia, tendo sido tradicionalmente atribu9do a *nquelos E*ngelosF, ainda que tal nome provavelmente resultasse de confusão com _qVila Ev. cap. <3F. * 'argum de B"natas ben Uzziel % outro targum babil"nico em aramaico, que acompanhava os profetas Eos primeiros e os últimosF. )ata do s%culo /., sendo uma tradu ão mais livre do teDto que a tradu ão de *nquelos. &sses targuns eram lidos nas sinagogas: o teDto de *nquelos ao lado da ?ora, que se liam em sua inteirezaP B"natas era lido ao lado de sele !es dos profetas &ha htaroth, pl.F. .isto que as demais partes do (ntigo ?estamento EescritosF não eram lidas nas sinagogas, não se produziu nenhum targum oficial, mas havia cJpias não-oficiais usadas pelas pessoas de modo particular. ,elos meados do s%culo .// surgiu o 'argum do seudo0QKnatas, sobre o Aentateu#o. ?rata-se de uma mistura do 'argum de 6n"uelos e alguns teDtos do %idrash. *utro targum apareceu ao redor do ano 366, o 'argum de Qerusal.m, do qual sobreviveu apenas um fragmento. Nenhum desses targuns % importante sob o aspecto do teDto, mas todos prov$em informa !es importantes para o estudo da hermen$utica, visto que indicam a maneira por que as &scrituras eram interpretadas pelos estudiosos rab9nicos. O &almude e o #idras6 #urgiu um segundo per9odo na tradi ão dos escribas do (ntigo ?estamento, entre <66 e 266 d.8., conhecido como o per9odo talmúdico. * 'almude Elit., instru ãoF desenvolveu-se como um corpo da lei civil e can"nica hebraica, com base na 'ora. * 'almude basicamente representa as opini!es e as decis!es de professores Mudeus de cerca de 466 a 266 d.8, consistindo em duas principais divis!es: o %idrash e a Gemara. / %ishna Erepeti ão, eDplica ãoF completou-se perto de 766 d.8, como se fora um digesto hebraico de todas as leis orais, desde o tempo de 'ois%s. &ra altamente considerada como a segunda lei, sendo a 'ora a primeira. ( Gemara Et%rmino, finaliza ãoF era um comentLrio ampliado, em aramaico, da %ishna. Aoi transmitida em duas tradi !es: a Gemara alestina Ec. 766F e a Gemara babilKni#a, maior, dotada de mais autoridade Ec. 266F. * %idrash Elit., estudo teDtualF na verdade era uma eDposi ão formal, doutrinLria e homil%tica das #agradas &scrituras, redigida em hebraico ou em aramaico. )e mais ou menos <66 at% 466 d.8, esses escritos foram reunidos num corpo teDtual a que se deu o nome de 7ala8a EprocedimentoF, que era uma eDpansão adicional da 'ora, e 7agada Edeclara ão, eDplica ãoF, ou comentLrios de todo o (ntigo ?estamento. 6 %idrash de fato diferia do 'argum neste ponto: o %idrash eram comentLrios, em vez de parLfrases. * %idrash cont%m algumas das mais antigas homilias do (ntigo ?estamento, bem como alguns prov%rbios e parLbolas, teDtos usados nas sinagogas. &raduç*es siríacas ( l9ngua sir9aca EaramaicoF de algumas partes do (ntigo ?estamento e at% mesmo de alguns manuscritos do Novo ?estamento, era comparLvel ao grego #oin. e ao latim da Vulgata. * aramaico era a l9ngua comum do povo nas ruas. .isto que os Mudeus da %poca do #enhor Besus sem dúvida alguma falavam o aramaico, a l9ngua daquela região toda, % razoLvel presumir que os Mudeus que moravam na vizinha #9ria tamb%m falassem esse idioma. ,or sinal, Bosefo relata que os Mudeus do s%culo / faziam proselitismo nas Lreas a leste da antiga N9nive, perto de (rbela. #eguindo o eDemplo deles, os primeiros cristãos partiram para a mesma Lrea geogrLfica e prosseguiram at% a _sia 8entral, a 9ndia e a 8hina. ( l9ngua bLsica desse grande ramo do cristianismo era o sir9aco, ou o que A. A. 0ruce chamava Qaramaico cristãoQ. Uma vez que a igreMa come ou a mover-se, saindo da #9ria, desenvolvendo seus esfor os missionLrios, tornou-se premente a necessidade de uma versão da 09blia especial para essa região. !iría#a eshita. ( 09blia traduzida para o sir9aco era comparLvel R Vulgata latina. &ra conhecida #omo Aeshita Elit., simplesF, * teDto do (ntigo ?estamento da Aeshita deriva de um teDto surgido em meados do s%culo // ou in9cio do ///, embora a designa ão Aeshita date do s%culo /S. O provLvel que o (ntigo ?estamento houvesse sido traduzido do hebraico, mas recebeu revisão a fim de conformar-se com a -SS. ( Aeshita segue o 'exto massor.ti#o, supre eDcelente apoio teDtual, mas não % tão confiLvel, como testemunha independente do teDto genu9no do (ntigo ?estamento. (credita-se que a edi ão padrão do Novo ?estamento sir9aco derive de uma revisão datada do s%culo v, feita por +abbula, bispo de &dessa E><<->42F. #ua revisão de fato se fez em manuscritos que continham vers!es sir9acas, cuMo teDto foi alterado para aproDimar-se mais dos manuscritos gregos que na %poca eram usados em 8onstantinopla E0izGncioF. &ssa edi ão do Novo ?estamento sir9aco, mais a revisão cristã feita no (ntigo ?estamento sir9aco, viria a ser conhecida como Aeshita. &m obedi$ncia R ordem de +abbula, segundo a qual um eDemplar de sua revisão fosse colocado em cada igreMa de sua diocese, a Aeshita obteve ampla circula ão de meados do s%culo v at% seu final. &m decorr$ncia de sua atua ão, a versão Aeshita veio a tornar-se a versão autorizada dos dois ramos principais do cristianismo sir9aco, os nestorianos e os Macobitas. Versão siro0hexa l$ri#a. * teDto siro-heDaplLrico do (ntigo ?estamento era uma tradu ão sir9aca que ocupava a quinta coluna das pLginas da obra de *r9genes intitulada 7.xa la Ev. cap. <3F. &mbora fosse traduzida por volta de 5<5 por ,aulo, bispo de ?ela, essa obra na verdade Mamais criou ra9zes nas igreMas sir9acas. /sso aconteceu em parte por causa da tradu ão fortemente literal do teDto grego, em viola ão ao idioma sir9aco. &sse carLter literal da tradu ão fez que o teDto siro-heDaplLrico se tornasse ferramenta muito útil para determinar o teDto correto dos 7.xa la. (lguns trechos desse manuscrito sobreviveram no +Jdi#e mediolanense, que consiste em 7 +eis, /sa9as, os )oze, -amenta !es e os livros po%ticos EeDceto #almosF. * Aentateu#o mais os livros histJricos sobreviveram at% cerca de <23>, mas depois desapareceram. N semelhan a da Aeshita, o teDto dessa versão % basicamente bizantino. =iatessaron de 'a#iano Ec. <36F. ?aciano foi um cristão ass9rio, disc9pulo de Bustino 'Lrtir em +oma. )epois da morte de seu mentor, ?aciano voltou a seu pa9s de origem e produziu uma harmonia dos evangelhosP R base de Qtesoura e colaQ, denominada =iatessaron Elit., atrav%s dos quatroF. ( obra de ?aciano % conhecida principalmente mediante refer$ncias indiretas, mas havia sido amplamente utilizada e popularizada, at% ser abolida por +abbula e ?eodoreto, bispo de 8irro, em >74, pelo fato de ?aciano ter pertencido R seita her%tica dos encratitas. ( obra de ?aciano tornou-se tão popular que &fraim, pai s9rio da igreMa, escreveu um comentLrio sobre ela, antes que ?eodoreto conseguisse que todas as cJpias Ecerca de cemF fossem destru9das. ,ara substituir o =iatessaron, ?eodoreto apresentou outra tradu ão dos &vangelhos dos Kuatro &vangelistas. .isto que o =iatessaron não sobreviveu, % imposs9vel saber se originariamente havia sido escrito em sir9aco ou, mais provavelmente, em grego e, depois, traduzido para o sir9aco. * comentLrio de &fraim sobre o =iatessaron foi escrito em sir9aco, mas tamb%m se perdeu. Uma tradu ão arm$nia do comentLrio sobreviveu, no entanto, assim como duas vers!es arLbicas do =iatessaron. (inda que a obra original do =iatessaron fosse calcada fortemente no Novo ?estamento, e pudesse suportar a cr9tica teDtual, constitui testemunho secundLrio, a partir de uma tradu ão e do comentLrio traduzido, e acrescentaria pequeno peso ao teDto original dos evangelhos. *bserva-se, contudo, um fato: o =iatessaron recebeu influ$ncia de teDtos do Novo ?estamento, tanto do *riente como do *cidente. %anus#ritos da (ntiga sir9aca. * =iatessaron não foi a única forma de teDtos dos evangelhos usada pelas igreMas sir9acas. &ntre os estudiosos havia a tend$ncia de mant$-los separados, e l$-los separadamente. (t% mesmo antes da %poca de ?aciano, escritores como Teg%sipo mencionaram outra versão sir9aca da 09blia. &sse teDto dos evangelhos em sir9aco antigo era t9pico do teDto ocidental, tendo sobrevivido em dois manuscritos. * primeiro deles % um pergaminho conhecido como !iría#a #uretonianaP o segundo % um palimpsesto conhecido como !iría#a sinaíti#a. &sses documentos eram chamados Q*s #eparadosQ, pelo fato de virem tramados entre si, R fei ão do =iatessaron de ?aciano. &mbora haMa diferen as entre os dois teDtos, ambos refletem a mesma versão de um teDto que data de fins do s%culo //, ou in9cio do ///. Nenhum teDto do resto do Novo ?estamento em sir9aco antigo sobreviveu at% nossos dias, embora tenham sido reconstitu9dos com base em cita !es nos escritos dos pais da igreMa oriental. 6utras ,ersDes siría#as. ?r$s outras vers!es sir9acas requerem um comentLrio especial, ainda que reflitam teDtos que surgiram depois daqueles de que ML tratamos. &m 261 completou-se mais um Novo ?estamento sir9aco, que inclu9a os livros omitidos pela Aeshita E7 ,edro, 7 Boão, 4 Boão, Budas e (pocalipseF. Na verdade, o trabalho era uma revisão da 09blia toda feita pelo bispo ,olicarpo, sob a dire ão de [enaia EAiloDenoF, bispo Macobita de 'abugue, situada a leste da #9ria. N tradu ão !iría#a -iloxeniana revela que a igreMa sir9aca não aceitara o cGnon do Novo ?estamento como um todo at% o s%culo ./. &m 5<5, outro bispo de 'abugue, ?omLs de Teracl%ia, reeditou o teDto filoDeniano, ao qual adicionou algumas notas marginais ou o revisou completamente, num estilo bem mais literal. &ssa revisão ficou conhecida como a versão !iría#a hera#leana, embora a parte do (ntigo ?estamento tenha sido feita por ,aulo de ?ela, como informamos anteriormente. * comentLrio cr9tico do livro de (tos da heracleana % o segundo documento mais importante que traz o teDto ocidentalP sJ % ultrapassado em importGncia pelo +Jdi#e Be<a. / terceira versão sir9aca % conhecida como !iría#a alestinense. Não eDiste versão completa do Novo ?estamento relacionada R !iría#a alestinense. O provLvel que seu teDto date do s%culo v e sobreviveu em fragmentos apenas, em sua maior parte oriundos de lecionLrios dos evangelhos que datam dos s%culos S/ e S//. &raduç*es secund5rias (inda que o Aentateu#o samaritano, o 'almude e os mais antigos manuscritos do %idrash houvessem sido escritos em paleo-hebraico, com caracteres hebraicos, e, por isso, nem chegam a qualificar-se como tradu !es, prov$em todavia uma base para os trabalhos posteriores de tradu ão, pois fazem que as &scrituras fiquem dispon9veis ao povo de )eus. *s targuns aramaicos e as vLrias tradu !es sir9acas da 09blia refor aram mais ainda essa tend$ncia, ao colocL-las nas l9nguas bLsicas dos Mudeus e dos cristãos primitivos. ( partir dessas vers!es bLsicas surgiram vLrias tradu !es secundLrias. ?ais tradu !es secundLrias t$m pouco m%rito teDtual, mas dão indica ão da vitalidade bLsica das miss!es cristãs e do deseMo dos novos crentes de terem a ,alavra de )eus em suas prJprias l9nguas. 'radu*Des nestorianas. Kuando os nestorianos foram condenados no 8oncilio de Ofeso E>4<F, seu fundador, NestJrio Em. c. >2<F, foi colocado num mosteiro, como parte de um compromisso que levou muitos de seus seguidores a aderir a seus adversLrios. No entanto, os nestorianos persas separaram-se e fundaram uma igreMa cismLtica. &spalharam-se pela _sia 8entral e at% o eDtremo leste da _sia, traduzindo a 09blia para vLrias l9nguas R medida que se iam deslocando. )entre essas tradu !es estão as chamadas vers!es sogdianas. #ão vers!es baseadas nas &scrituras sir9acas e não nos teDtos hebraicos e gregos. #J pequenos fragmentos dessa obra permaneceram, e todos do s%culo /S em diante. Nenhum desses teDtos, todavia, % significativo, visto serem tradu !es de uma tradu ão. ( devastadora a ão de ?amerlane, Qo chicote da _siaQ, quase eDterminou os nestorianos sua heran a, perto do final do s%culo /.. 'radu*Des ar$bi#as. )epois do surgimento do islamismo EapJs a T%gira, ou fuga de 'aom% em 577 d.8F, a 09blia foi traduzida para o Lrabe, a partir do grego, do sir9aco, do copta, do latim e de vLrias combina !es desses idiomas. ( mais antiga das vLrias tradu !es arLbicas aparentemente derivou-se do sir9aco, talvez da /ntiga siría#a, mais ou menos na %poca em que o islamismo surgiu como pot$ncia considerLvel na histJria Ec. 376F. 'aom% E236-547F, fundador do islamismo, sJ conhecia a histJria do evangelho mediante a tradi ão oral, e assim mesmo com base em fontes sir9acas. ( única tradu ão padronizada do (ntigo ?estamento para o Lrabe % a que foi feita por um estudioso Mudeu, #aadia Haon Ec. =46F. N semelhan a das tradu !es nestorianas, as tradu !es arLbicas abrangem desde o s%culo /S at% o S///. (s tradu !es arLbicas, com eDce ão do (ntigo ?estamento, baseiam-se em tradu !es e não nas l9nguas originais, pelo que oferecem pouca aMuda R cr9tica teDtual, se % que podem aMudar em alguma coisa. 'radu*Des ara o antigo ersa. )uas tradu !es dos evangelhos para o persa antigo são conhecidas, mas basearam-se em teDtos sir9acos do s%culo S/. e num teDto grego posterior. &sse apresenta alguma semelhan a com o teDto cesareense, mas apresenta pouco valor quanto R cr9tica teDtual. -<. #raduç/es gregas e a;ins )urante as campanhas de (leDandre, o Hrande, os Mudeus foram alvo de considerLvel favor. N medida que ele avan ava em suas conquistas, ia estabelecendo centros de popula !es e de administradores que cuidassem dos novos territJrios que ia conquistando. 'uitas dessas cidades receberam o nome de (leDandria, transformando-se em centros de cultura, em que os Mudeus recebiam tratamento preferencial. (ssim como os Mudeus haviam abandonado sua l9ngua materna, o hebraico, trocando-a pelo aramaico, no *riente ,rJDimo, abandonaram o aramaico a favor do grego, em cidades grandes como (leDandria, no &gito. -ogo apJs a morte de (leDandre, em 474 a.8, seu /mp%rio foi dividido pelos seus generais em vLrias dinastias. *s ptolomeus ficaram com o controle do &gito, os sel$ucidas dominaram a _sia 'enor, os antigonidas ficaram com a 'aced"nia e surgiram, então, vLrios reinos de menor importGncia. No que diz respeito R 09blia, a dinastia do &gito, sob os ptolomeus, % de importGncia primordial. &ssa dinastia recebeu seu nome de ,tolomeu / #Jter, filho de -ago, governador de 474 a 462 e rei de então at% sua morte, em 712. Aoi sucedido por seu filho ,tolomeu // Ailadelfo E712-7>5F, que se casou com a irmã, (rs9noe, seguindo o costume dos faraJs. )urante o reinado de ,tolomeu // Ailadelfo, os Mudeus receberam privil%gios pol9ticos e religiosos totais. ?amb%m foi durante esse tempo que o &gito passou por um tremendo programa cultural e educacional, sob o patroc9nio de (rs9noe. Nesse programa inclui-se a funda ão do museu de (leDandria e a tradu ão das grandes obras para o grego. &ntre as obras que come aram a ser traduzidas para o grego, nessa %poca, estava o (ntigo ?estamento hebraico. )e fato, era a primeira vez que o (ntigo ?estamento estava sendo traduzido para outra l9ngua, como dissemos no cap9tulo <5. Nosso tratamento agora gira em torno dessa tradu ão e de outras que a ela se relacionam. + 1e"tuaginta 3LOO5 *s l9deres do Muda9smo em (leDandria produziram uma versão modelar do (ntigo ?estamento em l9ngua grega conhecida pelo nome de !e tuaginta E-SSF, palavra grega que significa setenta. &mbora esse termo se aplique estritamente ao Aentateu#o, que foi o único trecho da 09blia hebraica que se traduziu totalmente durante o tempo de ,tolomeu n Ailadelfo, essa palavra viria a denotar a tradu ão para o grego de todo o (ntigo ?estamento. ( prJpria comunidade Mudaica mais tarde perdeu o interesse de preservar a sua versão grega, quando os cristãos come aram a usL-la eDtensivamente como seu (ntigo ?estamento. &Dclusão feita ao Aentateu#o, o resto do (ntigo ?estamento provavelmente foi traduzido durante os s%culos // e /// a.8. O certo que se tenha conclu9do antes de <26 a.8, porque a obra % discutida numa carta de (rist%ias a AilJcrates Ec. <46<66 a.8F. &ssa carta de (rist%ias relata como o bibliotecLrio de (leDandria persuadiu ,tolomeu a traduzir a 'ora para o grego, para uso dos Mudeus dessa cidade. & prossegue dizendo que seis tradutores de cada uma das doze tribos foram selecionados, terminando o trabalho em apenas 37 dias. &mbora as minúcias desse acontecimento seMam pura fic ão, pelo menos mostram que a tradu ão da !e tuaginta para uso dos Mudeus aleDandrinos % confiLvel. ( qualidade da tradu ão dos #etenta não % a mesma, uniformemente, em toda a obra, o que nos leva a vLrias observa !es bLsicas. ,rimeira: a -SS abrange desde translitera !es literais, servis, da 'ora, a tradu !es livres do teDto hebraico. #egunda: deve ter havido um propJsito em vista, para a produ ão da -SS, diferente dos propJsitos da 09blia hebraicaP esta, por eDemplo, servia para leituras públicas nas sinagogas, enquanto a -SS apenas representaria uma obra especializada dos escribas. ?erceira: a -SS foi um esfor o pioneiro na tradu ão do teDto do (ntigo ?estamento, e um eDcelente eDemplo de tal empreendimento. Ainalmente, a -SS de modo geral % fiel ao teDto do (ntigo ?estamento hebraico, como dissemos no cap9tulo <7. No entanto hL uma questão grave no que concerne R !e tuagintaP hL passagens em que ela difere do 'exto massor.ti#oP e outras em que os rolos do mar 'orto concordam com a !e tuaginta, em oposi ão ao teDto hebraico. ,odem-se indicar vLrias passagens que sublinham essa constata ão, como )euteron"mio 47.1, ZDodo <.2, /saias 3.<>, Tebreus <.5EYB.F, que cita )euteron"mio 47.>4. (l%m disso, os rolos do mar 'orto tamb%m cont%m alguns dos livros e teDtos apJcrifos do (ntigo ?estamento, como o salmo <2<, sJ conhecidos mediante a -SS. ( partir das evid$ncias dessas variantes de vLrios teDtos, podemos observar tr$s tradi !es bLsicas do (ntigo ?estamento: a massor%tica, a samaritana Ev.cap.<5F e a grega E-SSF. &m geral o 'exto massor.ti#o . o melhor, mas em vLriasQ passagens a -SS * supera. 6 Aentateu#o samaritano reflete diferen as sectLrias e culturais em rela ão ao teDto hebraico, e a -SS % uma tradu ão não um teDto original. No entanto, quando ambos concordam entre si, contra o 'exto massor.ti#o, . provLvel que reflitam o teDto original. O preciso lembrar todavia, que a -SS em geral % fiel ao 'exto massor.ti#o como tamb%m são fieis os rolos do mar 'orto. Uma compara ão das variantes num dado cap9tulo da 09blia pode ilustrar isso. &m /sa9as 24, e.g., temos <55 palavras, e entram em questão somente <3 letras. )ez dessas letras são simples quest!es de grafia, não influindo de modo algum no sentido da passagem. *utras quatro letras são o resultado de mudan as estil9sticas de pouca monta, como conMun !es acrescentadas pelos escribas. (s tr$s letras remanescentes compreendem uma única palavra, \luz], que se acrescenta ao vers9culo << sem influir muito no sentido. &ssa palavra tem o apoio da -SS e do rolo do mar 'orto C/ /sbI &sse eDemplo e t9pico do manuscrito integral de Csaías (. &le for a o leitor a observar a confiabilidade do teDto do (ntigo ?estamento de tal modo que reconhe a que nem mesmo todas as variantes conseguem mudar nossa compreensão do ensino religioso da 09blia. Hra as a essa qualidade, a importGncia da -SS % facilmente observLvel &la serviu de ponte religiosa sobre o abismo eDistente entre os Mudeus Ede l9ngua hebraicaF e os demais povos Ede l9ngua gregaF, uma vez que atendia as necessidadesPdos Mudeus de (leDandria. ( -SS serviu tamb%m para cobrir o lapso histJrico que separava os Mudeus do (ntigo ?estamento dos Mudeus e dos cristãos de l9ngua grega que adotaram a -SS como seu (ntigo ?estamento, usando-a ao lado do Novo ?estamento. (l%m disso, a -SS representou um precedente importante para os missionLrios e para os estudiosos cristãos para que produzissem tradu !es de toda a 09blia em varias l9nguas e dialetos. #ob o aspecto teDtual, a -SS elimina o vazio que separava o (ntigo ?estamento hebraico dos grandes cJdices da igreMa ,a ENlefe, (, 0, 8 e outrosF. (inda que a -SS não reflita a eDcel$ncia do teDto hebraico, pelo menos demonstra sua pureza. %utras 8ers/es gregas ( cr9tica Mudaica durante os primeiros s%culos do cristianismo resultou numa rea ão dos Mudeus contra a !e tuaginta. ?al rea ão Mudaica produziu nova onda de tradu !es do (ntigo ?estamento, como a tradu ão grega conhecida como versão de _qVila e mais uma, conhecida como versão de #9macoP e chegou at% a provocar o surgimento de uma grande obra de cr9tica teDtual em meados do s%culo ///, os 7.xa la, de *r9genes. ?odas essas obras desempenham papel importante no estudo da cr9tica teDtual, visto estarem mais prJDimas dos autJgrafos do que muitas cJpias de manuscritos hebraicos ainda eDistentes. A. A. 0ruce acredita que hL duas grandes raz!es pelas quais os Mudeus reMeitaram a -SS nos primeiros s%culos da igreMa. ,rimeiramente, a -SS havia sido adotada pelos cristãos como seu (ntigo ?estamento, e usavamna livremente na propaga ão e na defesa da f% cristã. &m segundo lugar, foi criada ao redor do ano <66 d.8. uma edi ão revista do teDto modelar hebraico. )e in9cio continha o Aentateu#o e mais tarde passou a incorporar o resto do (ntigo ?estamento. * resultado dessa revisão foi o estabelecimento do 'exto massor.ti#o. ,or não eDistir um teDto bLsico aceitLvel tanto por cristãos como por Mudeus, os estudiosos Mudeus decidiram corrigir a situa ão fazendo novas tradu !es gregas de suas &scrituras hebraicas. / ,ersão de G"Yila Ec. <46-<26 d.8F. Aez-se uma nova tradu ão do (ntigo ?estamento para os Mudeus de l9ngua grega, durante a primeira metade do segundo //. Kuem a empreendeu foi _qVila, que, segundo se diz, teria sido parente do imperador (driano, tendo mudado de #inope para Berusal%m como funcionLrio público. &stando em Berusal%m, _qVila converteu-se ao cristianismo, mas viu-se incapaz de libertar-se de suas id%ias e hLbitos pr%-cristãos. Aoi repreendido em público pelos presb9teros da igreMa, ficou ofendido e abandonou o cristianismo, tornando-se adepto do Muda9smo. 8omo pros%lito Mudeu, teve como mestre o famoso rabi (quiba, e traduziu o (ntigo ?estamento para o grego. Hrande parte dessa histJria sem dúvida foi inventada, mas _qVila provavelmente foi um pros%lito Mudeu da região do mar Negro, homem de grande prest9gio durante a primeira metade do s%culo //. &le produziu uma nova tradu ão para o grego, do (ntigo ?estamento, a partir do teDto hebraico. &sse % o _qVila erroneamente associado ao 'argum de 6n"uelos, como mencionamos no cap9tulo <5. ( versão do (ntigo ?estamento feita por _qVila % obra servil, rigidamente acorrentada ao teDto hebraico. (inda que usasse palavras gregas, o padrão de pensamento as estruturas de linguagem prendem-se Rs regras hebraicas de composi ão. No entanto, o teDto de _qVila veio a tornar-se a versão grega oficial do (ntigo ?estamento usado pelos Mudeus não-cristãos. ( obra sobreviveu apenas em fragmentos e cita !es. / re,isão de 'eodJ#io Ec. <26-<12F. * prJDimo trabalho importante de tradu ão do (ntigo ?estamento para o grego % atribu9do a ?eodJcio. TL controv%rsia quanto ao eDato lugar e data em que ele eDecutou seu trabalhoP parece que foi uma revisão de uma versão grega anterior: ou a -SS, talvez a de _qVila, ou possivelmente outra versão grega qualquer. ( opinião mais fact9vel % que ?eodJcio, natural de Ofeso, % quem teria realizado a obraP esse autor teria sido pros%lito Mudeu ou cristão ebionita. #ua revisão % mais livre do que a versão de _qVila e, em algumas passagens, substitui algumas das eDpress!es antigas da -SS. ( tradu ão que ?eodJcio fez de )aniel logo substituiu a versão da -SS entre os cristãos, e alguns dos primitivos catLlogos das &scrituras. #ua tradu ão de &sdras-Neemias teria substitu9do a que se encontra na -SS. / re,isão de !íma#o Ec. <12-766F. #9maco aparentemente seguiu a ?eodJcio tanto no tempo como no engaMamento teolJgico, embora alguns datem seu trabalho antes do de ?eodJcio. Ber"nimo acreditava que #9maco era um cristão ebionita, mas &pifGnio afirma que ele era um samaritano convertido ao Muda9smo. ,ara nossos propJsitos, esse desacordo não faz grande diferen a, visto que o obMetivo do trabalho de #9maco era produzir uma tradu ão idiomLtica do teDto para o grego. * resultado % que #9maco ocupa o lugar oposto ao de _qVila como tradutor. &le estava preocupado com o sentido de sua tradu ão, e não com a eDatidão do teDto. ?endo isso em mira, no entanto, devemos notar que #9maco mostrou elevados padr!es de eDatidão que eDerceram profunda influ$ncia sobre os tradutores da 09blia que viriam mais tarde. &le foi capaz de transformar eDpress!es hebraicas em eDpress!es gregas eDcelentes, perfeitamente idiomLticas, o que coloca #9maco muito perto de qualquer tradutor de hoMe, segundo o conceito moderno dos deveres de um tradutor. 8uriosamente, #9maco eDerceu maior influ$ncia sobre a 09blia latina do que sobre as tradu !es gregas posteriores, visto que Ber"nimo fez uso considerLvel desse autor enquanto esteve compondo sua Vulgata. 6s T%Dapla de 6rígenes Ec. 7>6-726F. (s tradu !es da 09blia hebraica para o grego resultaram nas quatro tradu !es teDtuais diferentes, por volta do in9cio do s%culo /// d.8: a -SS, a versão de _qVila e as revis!es de ?eodJcio e de #9maco. &ssa situa ão tumultuada abriu espa o para a primeira tentativa realmente vLlida e de realce para a cr9tica teDtual. &sse trabalho foi empreendido por *r9genes de (leDandria E<12-72>F. ,or causa das muitas diverg$ncias eDistentes entre os vLrios manuscritos da -SS, das discrepGncias eDistentes entre o teDto hebraico e o da -SS e das vLrias tentativas de revisar as tradu !es gregas, *r9genes aparentemente decidiu apresentar um teDto grego satisfatJrio do (ntigo ?estamento para o mundo cristão. ,or conseguinte, seu trabalho foi essencialmente uma revisão, em vez de versão, pois corrigiu as corrup !es teDtuais e tentou unificar os teDtos hebraicos e gregos. &le tinha um obMetivo duplo: mostrar a superioridade das vLrias revis!es do (ntigo ?estamento sobre o teDto corrompido da -SS e prover uma visão comparativa dos teDtos hebraicos corretos, contra os teDtos divergentes da -SS. &le seguia a id%ia de que o (ntigo ?estamento hebraico era na verdade uma Qtranscri ão inerranteQ da verdade revelada ao homem. *s 7.xa la Ecompostos de seis partesF dividiam-se em seis colunas paralelas. 8ada coluna continha uma versão particular do (ntigo ?estamento, o que fazia que a obra fosse sumamente volumosa. Na primeira coluna, *r9genes colocou o teDto hebraico. Na segunda coluna vinha uma translitera ão grega do teDto hebraico. ( tradu ão literal de _qVila aparecia na terceira coluna, com a revisão idiomLtica de #9maco na quarta coluna. *r9genes colocou sua prJpria revisão da -SS na quinta coluna, e acrescentou a revisão de ?eodJcio na seDta coluna. &m seus 7.xa la dos #almos, *r9genes acrescentou outras tr$s colunas, mas em sJ duas delas inscreveu tradu !es diferentes. &le tamb%m produziu um trabalho separado chamado '.tra la, que eram os prJprios 7.xa la em que ele omitiu as colunas número um e dois. ( tremenda obra de *r9genes não sobreviveu Rs agruras do passar do tempo, embora &us%bio e ,anf9lio publicassem a quinta coluna Ea tradu ão feita pelo prJprio *r9genes da -SSF com adi !es. &ssa obra sobreviveu no +Jdi#e sarra,iano EHF do s%culo /. ou ., que cont%m trechos de H$nesis a Buizes. ?rata-se da única edi ão grega de alguma importGncia, a qual se preservou, embora haMa uma versão sir9aca dos 7.xa la que data do s%culo .//, e alguns manuscritos individuais que tamb%m sobreviveram. ( realiza ão grandiosa de *r9genes pode ser avaliada pelo que tem sido descoberto e revelado a respeito de suas t%cnicas voltadas para a cr9tica teDtual. &le descobriu muitas corrup !es, omiss!es, adi !es e transposi !es nas cJpias da -SS de sua %poca. 'uitas dessas descobertas foram feitas quando se compararam as vLrias revis!es do (ntigo ?estamento grego, mas *r9genes estava preocupado primordialmente em fazer que os teDtos da -SS ficassem em maior harmonia com o teDto hebraico da primeira coluna de seus 7ixa la. &le desenvolveu um sistema bem elaborado de marca !es cr9ticas a fim de revelar os problemas encontrados, ao chegar at% sua prJpria tradu ão na quinta coluna. /sso possibilitava ao leitor ver as corruptelas que *r9genes havia corrigido, as omiss!es e as adi !es que ele havia feito e os lugares em que certas palavras haviam sido transpostas entre os vLrios teDtos gregos. *r9genes usava um Jbelo EC F, ou tra o horizontal, a fim de indicar que certa palavra ou eDpressão aparecia na -SS, mas não eDistia no teDto hebraico original. Kuando certa eDpressão constava do teDto hebraico, mas havia sido omitida na -SS, *r9genes a acrescentava, conforme a revisão de ?eodJcio, e marcava seu in9cio com um asterisco ED ou nF. &le indicava o final dessas corre !es com o metJbelo E:F. Kuando transcrevia passagens curtas, *r9genes as colocava no mesmo lugar em que apareciam na -SS, e indicava-as com uma combina ão asterisco-Jbelo ED ou C F no in9cio e um metJbelo no final. Nas transposi !es de passagens longas a ordem hebraica era restaurada, numa tentativa de fazer que a -SS ficasse em maior conformidade com o teDto hebraico. O verdade que a obra de *r9genes teve importGncia monumental, mas cumpre observarmos que seu obMetivo principal era diferente dos obMetivos do cr9tico teDtual de nossos dias. * propJsito de *r9genes era prover uma versão grega que correspondesse intimamente, tanto quanto poss9vel, ao teDto hebraico. * cr9tico teDtual de hoMe esfor a-se por recuperar o teDto original da prJpria -SS, como evid$ncia de como era o teDto hebraico antes do desenvolvimento do 'exto massor.ti#o. ( transmissão da -SS de *r9genes, desacompanhada das marca !es diacr9ticas que ele prJprio produziu, levou R dissemina ão de um teDto grego do (ntigo ?estamento corrompido, em vez de contribuir para a produ ão e para a preserva ão de uma versão da !e tuaginta que se conformasse ao teDto hebraico daqueles dias. #e os 7.xa la de *r9genes houvessem sobrevivido at% nossos dias, seriam um tesouro de valor incalculLvel, pois seriam a cJpia do teDto hebraico modelar do s%culo /// d.8. e nos aMudariam a resolver a disputa a respeito da pronúncia das palavras hebraicas, fornecendo informa !es a respeito das vers!es e dos teDtos gregos dos dias de *r9genes. #J uma tradu ão da quinta coluna sobreviveu, em grande parte pelo trabalho do bispo ,aulo de ?ela, no teDto siro-heDaplLrico, numa cJpia do s%culo .///, que neste momento estL guardada no museu de 'ilão. 6utras re#ensDes da !e tuaginta. No in9cio do s%culo /., &us%bio de 8esar%ia e seu amigo ,anf9lio publicaram suas prJprias edi !es da quinta coluna de *r9genes. * resultado foi que deram proMe ão R -SS, que se tornou a edi ão em muitos lugares. )ois outros estudiosos tamb%m tentaram fazer uma revisão do teDto grego do (ntigo ?estamento. Tes9quio, bispo eg9pcio, martirizado em 4<<, fez uma recensão que sJ se preservou em cita !es do teDto feitas por autores da igreMa no &gito. ( recupera ão de seu trabalho dependeu de cita !es de autores como 8irilo de (leDandria Em. >>>F. (s obras de 8risJstomo Em. >63F e de ?eodoreto Em. >>>F podem ser usadas a fim de recuperar outra recensão do (ntigo ?estamento grego conhecida como 1e#ensão de Lu#iano. -uciano era morador de #amosata e de (ntioquia, tamb%m martirizado em 4<<. &ssas duas revis!es, acopladas Rs obras de _qVila, de ?eodJcio, de #9maco e de *r9genes, deram aos cristãos o Novo ?estamento grego, no norte da #9ria, na _sia 'enor, na Hr%cia, no &gito e em Lreas de Berusal%m e da 8esar%ia. ?udo isso se realizou antes da %poca de Ber"nimo. No que concerne ao estudioso teDtual moderno, as vLrias tradu !es do (ntigo ?estamento são testemunho valioso do teDto hebraico. +s traduç/es do texto grego &ntre a multidão que se Muntou no )ia de ,entecostes, em Berusal%m, estavam Qpartos, medos e elamitas e os que habitam na 'esopotGmia, Bud%ia e 8apadJcia, ,onto e _sia, Ar9gia e ,anf9lia, &gito e parte da -9bia perto de 8irene, forasteiros romanos, tanto Mudeus como pros%litos, cretenses e LrabesQ E(t 7.=-<<F. &ssas pessoas sem dúvida precisavam das &scrituras em suas l9nguas, para que pudessem estudL-las e usL-las a fim de propagar sua f%. BL discutimos a tradu ão dos teDtos do (ntigo e do Novo ?estamento para o sir9aco EaramaicoF no cap9tulo <5, por causa do 9ntimo relacionamento que essas tradu !es tinham com a tradu ão do (ntigo ?estamento por Mudeus que falavam o aramaico. ,or essa razão, nossa aten ão se dirigirL aqui a outras tradu !es do teDto grego. $opta * copta % a última forma de escrita eg9pcia antiga. #eguiu-se aos desenvolvimentos anteriores como os hierJglifos, as escritas hierLtica e demJtica Ev. cap. <<F. ( l9ngua grega, com sete caracteres demJticos que lhe foram acrescentados, tornou-se a forma escrita do copta, por volta do in9cio da era cristã. &sse sistema de escrita tinha vLrios dialetos para os quais a 09blia foi traduzida. !aídi#o &de 'ebas(. * dialeto copta do sul do &gito E(lto &gitoF era o sa9dico Ede ?ebasF. &ra falado na região da ?ebas antiga, onde o Novo ?estamento foi traduzido no come o do s%culo /.. *s manuscritos desse dialeto representam as vers!es coptas mais antigas do Novo ?estamento, que ,ac"mio Ec. 7=7-4>5F, o grande organizador do monasticismo eg9pcio, eDigia que seus seguidores estudassem com toda a dilig$ncia. ( data remota da Versão saídi#a transforma-a em testemunho importante do teDto do Novo ?estamento. &ssa versão relaciona-se basicamente com o teDto aleDandrino, ainda que os evangelhos e (tos sigam o modelo ocidental. Boaíri#o &de %Bn-is(. No 0aiDo &gito Eao norteF, perto de '$nfis, na região do )elta, usava-se outra l9ngua copta ao lado do grego. &ra região prJDima a (leDandriaP sua localiza ão central e sua importGncia na histJria da igreMa primitiva refletem-se no fato de o copta boa9rico ter-se tornado o dialeto bLsico da igreMa no &gito. * fato de essa região estar prJDima de (leDandria e o cont9nuo uso do grego nesse centro provavelmente eDplicam o porqu$ de as vers!es boa9ricas do Novo ?estamento terem aparecido depois das vers!es sa9dicas. * único documento boa9rico primitivo que sobreviveu % o Aa iro Bodmer, que cont%m o evangelho de Boão &Aa iro Bodmer ///F. * manuscrito estL seriamente mutilado na parte inicial, estando em melhores condi !es onde se registra Boão > em diante. O um manuscrito que lan a muita luz sobre dois problemas teDtuais: Boão 2.4b,> e Boão 3.24 C << Ev. cap. <2F. ( Versão boaíri#a aparentemente se relaciona com o teDto de modelo aleDandrino. =ialetos do #entro do Egito. / terceira Lrea dos dialetos coptas % aquela que fica nos centros de ?ebas e de (leDandria. *s dialetos centrais do &gito classificam-se em faiúmico, acm9mico e subacm9mico, segundo B. Tarold Hreenlee. Não eDiste mais nenhum eDemplar do Novo ?estamento nesses dialetos, embora Boão esteMa quase completo. Um papiro do s%culo /. cont%m um cJdice no dialeto faiúmico com Boão 5.<< C 2.<<. ( linguagem % mais prJDima do sa9dico que do boa9rico, o que o classifica como teDto do modelo aleDandrino. ?odos os manuscritos do (ntigo ?estamento nos dialetos coptas seguem a !e tuaginta. 0tíope N medida que o cristianismo se espalhou pelo &gito e penetrou a &tiJpia, surgiu a necessidade de outra tradu ão da 09blia. &mbora não se possa fazer nenhuma declara ão autorizada a esse respeito, a tradu ão et9ope do (ntigo ?estamento grego parece ter sido revista R luz do teDto hebraico, com in9cio no s%culo /.. (o redor do s%culo .// essa tradu ão estava terminada, e a do Novo ?estamento foi feita a seguir. ( tradu ão completa para a l9ngua et9ope provavelmente foi realizada por monges s9rios que se mudaram para a &tiJpia durante a controv%rsia monofisistaEs%culos . e ./F e o surgimento do islamismo Es%culos .///F. ( influ$ncia deles foi profunda, como mostra o fato de a igreMa et9ope ter-se mantido monofisista. Nos s%culos . e S//, fizeram-se recens!es no Novo ?estamento et9ope. ,osteriormente esse teDto foi influenciado por tradu !es coptas e LrabesP e % poss9vel que na verdade se tenha baseado em teDto de manuscritos sir9acos, e não nos originais gregos. *s manuscritos et9opes provavelmente datam do s%culo /. e ., o que reduz mais ainda a importGncia da 09blia et9ope tendo em vista a cr9tica teDtual. *s manuscritos sobreviventes revelam mistura teDtual, sendo por%m de origem basicamente bizantina. * (ntigo ?estamento inclui o livro não-can"nico de 2Eno"ue Ecitado em Bd <>,<2F e o Li,ro do Qubileu. /sso mostra que a igreMa et9ope aceitava um cGnon mais amplo que o aceito pelas demais igreMas. #obreviveram mais de cem cJpias manuscritas da 09blia et9ope, nenhuma por%m anterior ao s%culo S///. O verdade que esses manuscritos merecem talvez maiores estudos, mas % provLvel que serão negligenciados em vista de serem relativamente recentes. Cótica Não estL bem esclarecido em que %poca o cristianismo penetrou a Lrea das tribos germGnicas entre o +eno e o )anúbio. &ssa região foi evangelizada antes do 8oncilio de Nic%ia E472F, visto que ?eJfilo, o bispo dos godos, ML estava em atividade. *s godos situavam-se entre as principais tribos germGnicas e desempenharam papel importante nos acontecimentos da histJria da &uropa durante o s%culo v. ( primeira tribo a ser evangelizada foi a dos ostrogodos, na região do baiDo )anúbio. * segundo bispo deles, olf9las E4<<-41<F, Qo apJstolo dos godosQ, liderou seus convertidos at% a Lrea hoMe conhecida como 0ulgLria. (li ele traduziu a 09blia grega para o gJtico. &sse empreendimento teve grande importGncia, sobretudo se of9las realizou de verdade a tarefa a ele atribu9da. 8onsta que of9las criou um alfabeto gJtico e a forma escrita dessa l9ngua. Kuer ele tenha de fato feito tal fa anha, quer não, esse bispo empreendeu fidel9ssima tradu ão para o gJtico, no s%culo /. Ec. 426F a partir da recensão que -uciano fez do (ntigo ?estamento. ,oucos fragmentos restaram desse (ntigo ?estamento, que olf9las não traduziu totalmente. &le achava que os livros de #amuel e de +eis tratavam demais de guerras, para serem entregues Rs tribos gJticas que amavam tanto as atividades b%licas. #ão maiores os fragmentos que sobraram do Novo ?estamento gJtico traduzido por olf9las. ?rata-se do monumento literLrio mais antigo que se conhece num dialeto alemão, não tendo sido encontrado, todavia, um único eDemplar completo de uma cJpia manuscrita. #ua tradu ão prende-se quase literalmente ao teDto grego do tipo bizantino, pelo que diz pouca coisa ao cr9tico teDtual moderno. * principal valor da Versão gJti#a estL em que se trata do mais antigo documento literLrio em l9ngua do grupo germGnico, a que pertence o prJprio ingl$s. #obreviveram seis fragmentos, dos quais o +Jdi#e argBnteo, @o cJdice de prataQ, escrito em velino púrpura em letras prateadas e algumas douradas. ?odos os demais manuscritos gJticos são palimpsestos, eDceto uma folha de velino de um cJdice bilingVe gJtico-latino. * gJtico, R semelhan a do copta, % uma l9ngua para a qual se criou a forma escrita com o único propJsito de escrever as &scrituras #agradas na l9ngua do povo. ?odos os seus manuscritos abrangem os s%culos . e ./. Arm.nia N medida que as igreMas s9rias desenvolviam seu minist%rio evangel9stico, iam contribuindo para vLrias tradu !es secundLrias da 09blia. ?ais tradu !es são chamadas secundLrias porque derivam de outras tradu !es, e não dos manuscritos das l9nguas originais. Uma das mais importantes dessas tradu !es secundLrias % a arm$nia, ainda que nem todos os estudiosos concordem que se trate de tradu ão da tradu ão. (firma-se em geral ter havido duas tradi !es bLsicas acerca da origem da tradu ão arm$nia. )iz a primeira que 'esrobe Em. >4=F, soldado que se tornou missionLrio, criou um novo alfabeto a fim de aMudar #aaque E/saque, o Hrande, 4=6->4=F a traduzir a 09blia a partir do teDto grego. ( segunda tradi ão afirma que sua tradu ão baseou-se num teDto sir9aco. &mbora ambas as afirmativas tenham seus m%ritos, a segunda parece enquadrar-se melhor R realidade, derivada do sobrinho e disc9pulo do prJprio 'esrobe. (s tradu !es arm$nias mais antigas foram revistas antes do s%culo .///, de acordo com alguns QcJdices gregos dignos de confian aQ, levados de 8onstantinopla depois do 8oncilio de Ofeso E>4<F. &ssa revisão obteve o mLDimo prest9gio ao redor do s%culo ./// e continua a ser hoMe o teDto arm$nio mais comumente usado. * manuscrito mais antigo que chegou at% nJs desse teDto revisto data do s%culo /S. * fato de ser tão antigo e sua estreita afinidade com os teDtos cesareenses ou bizantinos fazem que seMa importante no que diz respeito R cr9tica teDtual. &mbora a questão ainda não tenha sido resolvida, o teDto dos evangelhos tende para o padrão cesareense. ( primeira tradu ão arm$nia do (ntigo ?estamento foi eDecutada no s%culo . e revela marcante influ$ncia eDercida pela !iría#a eshita, ( tradu ão baseada na revisão heDaplLrica foi revista de acordo com a ,eshita. Ceórgica 7ib+rica8 ( HeJrgia, região montanhosa entre o mar Negro e o mar 8Lspio, ao norte da (rm$nia, recebeu a mensagem cristã no s%culo /.. (proDimadamente em meados do s%culo v, a HeJrgia tinha sua prJpria tradu ão da 09blia. .isto que o cristianismo se espalhou pela HeJrgia a partir da (rm$nia, não % de surpreender que essa mesma rota tenha sido seguida na tradu ão da 09blia. &ntão, se o (ntigo ?estamento arm$nio fosse tradu ão da -SS ou da !iría#a eshita, e o Novo ?estamento fosse tradu ão da /ntiga siría#a, teriam sido tradu !es secundLrias. ( tradu ão geJrgica constituiu um passo para o lado, por ser baseada em tradu ão arm$nia. (inda que a tradu ão arm$nia fosse feita a partir do original grego, a tradu ão geJrgica seria secundLria. * alfabeto georgiano, R semelhan a do arm$nio e do gJtico, foi criado eDpressamente para o registro da 09blia. (companhando o passo dessa depend$ncia cultural, todos os manuscritos sobreviventes da 09blia geJrgica indicam que ela segue a tradi ão teDtual arm$nia. ( continua ão das tradu !es da 09blia pelo povo de )eus, R medida que ia seguindo o precedente estabelecido pelos Mudeus, que haviam produzido tradu !es em aramaico e em sir9aco do (ntigo ?estamento, motivou as primeiras tentativas reais para colocar todo o (ntigo ?estamento em outra l9ngua, o grego. ( -SS foi produzida nos s%culos m e n a.8. (inda que a qualidade dessa tradu ão varie, ela dL informa !es valiosas ao cr9tico teDtual no que diz respeito ao teDto hebraico do (ntigo ?estamento. (l%m disso, foi um eDemplo a ser seguido pelos demais tradutores, R medida que iam procurando meios de comunicar a ,alavra de )eus. 8om a ascensão do cristianismo, os Mudeus deiDaram de lado a -SS, e outras tradu !es e revis!es foram aparecendo. ?udo isso culminou na grandiosa obra de *r9genes, os 7.xa la. N medida que o cristianismo continuava a espalhar-se, outras tradu !es foram empreendidas. (fim de eDecutar a tarefa de traduzir, os missionLrios desenvolveram a l9ngua escrita de muitos povos. &sse fato por si sJ faz da 09blia a maior for a a dirigir a histJriaP e oferece tamb%m a razão por que alguns estudiosos das &scrituras produziram tradu !es secundLrias, enquanto muitos a traduziram diretamente das l9nguas originais do (ntigo e do Novo ?estamento. -E. #raduç/es latinas e a;ins * cristianismo ocidental produziu apenas uma grandiosa tradu ão da 09blia, que foi transmitida ao longo de toda a /dade '%dia, a Vulgata latina, de Ber"nimo. )esde que essa tradu ão emergiu e atingiu posi ão predominante, assim permaneceu, Mamais desafiada, durante mil anos. *utros estudiosos ML haviam traduzido as &scrituras para o latim, antes de Ber"nimo, mas, a fim de obtermos uma compreensão melhor de sua fa anha, vamos eDaminar essas tradu !es anteriores. +ntiga latina (ntes de apresentar um retrato eDato das tradu !es da 09blia para o latim, precisamos entender o ambiente lingV9stico do mundo antigo em geral e do /mp%rio +omano em particular. &Daminaremos os aspectos lingV9sticos e culturais da vida no mundo antigo mediante sua estrutura geogrLfica, antes de nos voltarmos para a tradu ão latina. O Oriente "róximo *s tesouros culturais do *riente ,rJDimo haviam sido variados, sob os aspectos lingV9stico, pol9tico e social, na %poca em que o Novo ?estamento foi escrito. &m qualquer momento, nos tempos antigos, falavam-se vLrias l9nguas na Lrea ao redor da ,alestina. (companhando a marcha das mudan as pol9ticas da %poca, a l9ngua oficial da região sofria altera !es radicais. *s idiomas importantes das &scrituras foram tratados no cap9tulo <<, mas seus per9odos de dom9nio precisam ser revistos, para que possamos ter boa perspectiva do processo geral da transmissão da 09blia. 6 aramai#o. -ogo apJs o cativeiro babil"nico, o idioma oficial da ,alestina era o aramaico. &ra usado pelos escribas hebreus ML nos dias de &sdras ENe 1.<-1F. ,or sinal, foi em aramaico que se escreveram os targuns, durante o per9odo #oferim E>66 a.8.-766 d.8F, o 'almude e o %idrash, no per9odo entre <66 a.8. e 266 d.8. Ev. cap. <5F. Na %poca do Novo ?estamento, o aramaico era a l9ngua falada pelo povo, tendo sido a l9ngua materna de 8risto e de seus disc9pulos. 6 grego e o latim. )epois das campanhas de (leDandre, o Hrande E442-474 a.8F, o grego tornou-se a l9ngua oficial dentro dos limites do territJrio conquistado. Hrande parte desse territJrio mais tarde seria incorporada pelo /mp%rio +omano, incluindo-se o *riente '%dioP foi quando o grego prevaleceu como l9ngua oficial tanto do &gito como da #9ria, sob os imp%rios ptolemaico e sel$ucida, e tamb%m da ,alestina, durante a independ$ncia hasmoneana E<>7-54 a.8F. ,or ocasião da morte de _talo /// E<44 a.8F, o reino de ,%rgamo submeteu-se a +oma e, por volta de 54 a.8., todo o *riente foi incorporado ao /mp%rio +omano. ( l9ngua latina acompanhou esse crescimento do &stado +omano e espalhou-se como idioma militar do *riente ,rJDimo. A Cr+cia =ialetos helBni#os. Tel$nico % termo que se aplica R cultura grega da &ra 8lLssica. )eriva da palavra grega que quer dizer Hr%cia: 7ellas. *s vLrios dialetos hel$nicos Edo gregoF relacionam-se Rs tr$s ondas de imigra ão que aportaram na parte sul da pen9nsula dos 0Llcãs, durante o n mil$nio a.8: a imigra ão M"nia, a acaica e dJrica. *s M"nios foram empurrados para ornar &geu at% a B"niaP outros gregos imigraram ou fundaram col"nias no *riente ,rJDimo, no norte da _frica e at% no sul da /tLlia e nas ilhas do 'editerrGneo. (inda que os gregos se dividissem numa s%rie de pequenos estados, estavam unidos pela l9ngua comum em seus vLrios dialetos. * mais famoso desses dialetos era o Ltico, que chegou ao cl9maD quando se deu a unifica ão dos estados gregos, com o obMetivo de fazer oposi ão aos persas E>=6-16 a.8F, sendo esses liderados por )ario / e seu filho SerDes. Nos prJDimos cinqVenta anos o /mp%rio (teniense ergueu a cultura grega a alturas gloriosas. ( guerra do ,eloponeso E>4<->6> a.8.F trouDe a derrota de (tenasP as cidades-estados gregas lutaram enquanto seguiam caminhos prJprios. Ailipe //, rei da 'aced"nia E42=-445 a.8.F, cedeu o trono ao filho, (leDandre E425-414 a.8F, que viria a transformar em realidade o sonho do pai de voltar a reunir os gregos, ao esmagar as revoltas em 442. 8om sua ascensão, surge a era helen9stica. 6 grego helenísti#o. ( cultura hel$nica pertencia aos povos de l9ngua grega. ( cultura helen9stica, por sua vez, era imposta aos povos cuMa l9ngua materna não era o grego, apJs as conquistas de (leDandre, o Hrande. &sse avan o intencional da cultura e da civiliza ão grega usou como l9ngua bLsica uma forma lingV9stica nova, mas comum Eo 8oine diale8tos(, que derivava da mistura de vLrios dialetos gregos, conquanto primordialmente derivasse do Ltico. )urante vLrios s%culos, desde a morte de (leDandre, o #oin. haveria de tornar-se a l9ngua oficial do *riente ,rJDimo e do &gito, bem como da Hr%cia e da 'aced"nia. (liLs, foi nesse dialeto que se fez a tradu ão do (ntigo ?estamento, a !e tuaginta, ou -SS, em (leDandria Ev. cap. <3F. N medida que os romanos iam penetrando a Hr%cia e o *riente '%dio, e de modo especial apJs a batalha do _cio E4< a.8.F, o latim passou a ser a l9ngua usada pelos militares, pelo fato de a república romana transformar-se em /mp%rio +omano sob o comando de *taviano. &mbora os gregos continuassem a despender suas energias em atividades independentes, ML não estavam mais na posi ão de lideran a no mundo antigo. A It5lia ( partir do s%culo / a.8, verdadeiramente todos os caminhos iam dar em +oma. (li estava o maior imp%rio que o *cidente ML havia visto. #eu progresso foi cont9nuo, a partir do s%culo D a.8, quando nem mesmo +oma havia sido fundada Ec. 324F. ,or volta de 26= a.8. os reis tarqV9nios foram eDpulsos da cidade, e nasceu a +epública +omana. )essa %poca em diante a principal cidade do -Lcio e suas aliadas come aram a crescer, atingindo enormes dimens!es territoriais ao longo do rio ?ibre e controlando a maior parte da pen9nsula /tLlica Ec. 752FP o latim tornou-se a l9ngua comum do povo. )e 75> a <>5 a.8, +oma esteve em conflito com 8artago, col"nia africana da Aen9cia, o que resultou nas guerras púnicas. (ntes ainda de tais guerras cessarem, +oma invadiu a Lrea oriental do 'editerrGneo, a /l9ria e a 'aced"nia Ec. 77=-<>1F. ,or volta de <>1 a.8., a 'aced"nia tornou-se prov9ncia romana e, em <44, _talo m entregou seu reino E,%rgamoF a +oma. ( presen a intrusa dos soldados romanos no *riente ,rJDimo fez que o latim se tornasse a l9ngua militar e comercial Eembora não a l9ngua oficialF do *riente. Na /tLlia, de modo especial em +oma, o povo era bil9ngVe. ( l9ngua literLria das pessoas das classes mais elevadas era o grego, e at% mesmo a literatura latina seguia os padr!es gregos. &mbora tanto os escravos como as pessoas livres fossem bil9ngVes, a l9ngua militar e comercial era o latim. )urante os primeiros anos da igreMa, os cristãos de +oma em geral falavam grego, como demonstram as cartas de ,aulo e as de 8lemente. #J mais tarde % que os cristãos romanos come aram a usar o latim como l9ngua de comunica ão escrita. )urante os s%culos /. e ., as tribos germGnicas usavam o latim em vez do grego, mais literLrio, como ve9culo de comunica ão. ,ode-se entender isso com facilidade, se nos lembrarmos de que as tribos germGnicas entraram em contato mais imediato com as legi!es romanas e com os mercadores, muito antes de conhecerem a literatura latina. A Dfrica (s l9nguas bLsicas do norte da _frica eram o grego e o latim. * grego era usado no &gito, sob os ptolomeus, sendo (leDandria o centro das tradu !es do (ntigo ?estamento hebraico e de outras obras para o grego. 'ais longe, a oeste, o latim tornou-se a l9ngua bLsica do /mp%rio +omano, visto que essa região ficou sob a influ$ncia dos contatos administrativos, comerciais e militares, antes at% das guerras púnicas. * latim viria a ser a l9ngua materna de alguns escritores cristãos como ?ertuliano Eque escreveu tanto em grego como em latimF, 8ipriano e outros. ( igreMa primitiva dentro do /mp%rio +omano usava o grego como l9ngua literLria, e sJ mais tarde passaria a usar o latim e outras l9nguas, porque essas se tornaram necessLrias e amplamente divulgadas. As traduç*es para o latim antigo &mbora o latim fosse a l9ngua oficial, a l9ngua comum do *cidente, o grego manteve sua posi ão de l9ngua literLria de +oma e do *cidente at% o s%culo ///. (o redor dessa %poca, as tradu !es das &scrituras #agradas para o latim antigo ML estavam circulando no norte da _frica e na &uropa, o que indicava que os cristãos come aram Eno s%culo //F a eDpressar o deseMo de uma tradu ão da 09blia para o latim. 6 /ntigo 'estamento. Uma das mais antigas tradu !es conhecidas das &scrituras hebraicas, no *cidente, foi aquela conhecida pela alcunha de /ntiga latina, redigida antes de 766 d.8. &ra uma tradu ão feita a partir da -SS, no norte da _frica, tendo sofrido certa influ$ncia Mudaica. &ssa tradu ão latina foi largamente usada e citada no norte da _frica. ?eria sido esse o (ntigo ?estamento usado por ?ertuliano e por 8ipriano no s%culo //. Touve, segundo parece, acr%scimo pJstumo dos apJcrifos não revistos dessa tradu ão R Vulgata de Ber"nimo E(ntigo ?estamento latinoF. ( não ser pelas cita !es e pelos fragmentos que chegaram at% nJs dos manuscritos da /ntiga latina, nada mais sobrou dessa obra. #eu valor para o cr9tico teDtual de nossos dias % quase nulo. 6 No,o 'estamento. ( versão do Novo ?estamento tamb%m chamada /ntiga latina % assunto completamente diferente. #obreviveram dessa obra cerca de 73 manuscritos dos evangelhos, mais 3 do livro de (tos, 5 das cartas paulinas e alguns fragmentos das cartas gerais e do (pocalipse. ?ais manuscritos datam do s%culo /. at% o S///, não eDistindo, por%m, nenhuma cJpia do cJdice. &sse fato mostra que a /ntiga latina continuou a ser copiada muito tempo depois de haver sido desaloMada pela Vulgata. * Novo ?estamento da /ntiga latina, de data muito antiga, constitui um dos mais valiosos testemunhos documentais das condi !es do Novo ?estamento no *cidente. O representado por dois, possivelmente tr$s diferentes teDtos. * teDto africano era usado por ?ertuliano e por 8iprianoP um teDto europeu aparece nos escritos de /rineu e de NovacianoP e um teDto itLlico &Ztala( . mencionado nas obras de (gostinho. &m vez de considerar o teDto de (gostinho o precursor da Vulgata, a tend$ncia recente tem sido considerL-lo simples refer$ncia R Vulgata. #e for esse o caso, haveria apenas dois teDtos diferentes do Novo ?estamento na /ntiga latina. * teDto africano reflete-se no 8Jdice bobiense EkFP % uma tradu ão tosca e livre do teDto grego, datando do s%culo //. * teDto europeu % representado por dois cJdices: o 8Jdice vercelense EaF, escrito por &us%bio de .ercelli, morto em 436-43<, e o 8Jdice veronense EbF, que serviu de base para a .ulgata latina. + 0ulgata latina *s numerosos teDtos da /ntiga latina que apareceram ao redor da segunda metade do s%culo /. induziram a uma situa ão intolerLvel. &m virtude desse problema, )Gmaso, bispo de +oma E455-41>F, providenciou uma revisão do teDto da /ntiga latina. * resultado desse esfor o chama-se Vulgata latina. O propósito da tradução )Gmaso de +oma demonstrou profundo interesse pelas &scrituras, bem como pelos estudiosos de quem se tornara amigo e a quem patrocinava. &stava perfeitamente ciente da diversidade de vers!es, tradu !es, revis!es e recens!es b9blicas no s%culo /., e acreditava estar fazendo falta uma nova versão autorizada das &scrituras latinas. +on-usão de textos latinos. 8omo dissemos anteriormente, havia muita confusão a respeito dos teDtos latinos da 09blia. ?al diversidade advinha do fato de o (ntigo ?estamento latino ser na verdade uma tradu ão da -SSP o Novo ?estamento havia sido traduzido em ocasi!es informais, não-oficiais. &Demplo disso pode-se ver na tradu ão latina usada por ?ertuliano. &le era bil9ngVe, capacitado para ler e escrever em grego e em latimP usava o teDto africano da /ntiga latina at% fazer sua prJpria tradu ão. Não havia fim para os problemas causados por tais tradu !es relGmpagos, de modo especial se outras pessoas tentassem comparar a autoridade teDtual subMacente R obra de ?ertuliano. /s muitas tradu*Des então existentes. Tavia inúmeras tradu !es das &scrituras, mas o latim tornava-se rapidamente a l9ngua oficial da igreMa. (l%m das tradu !es mencionadas nos cap9tulos <5 e <3, houve dois teDtos bLsicos da /ntiga latina no *cidente. Não era de admirar que )Gmaso deseMasse uma tradu ão nova, autorizada, sobre a qual se poderiam basear as doutrinas oficiais da igreMa. 7eresias e #ontro,.rsias. )entro do /mp%rio +omano passou a eDistir muitas controv%rsias entre cristãos e Mudeus. (t% mesmo dentro da igreMa houve inúmeras controv%rsias, logo depois do surgimento de grupos her%ticos como os marcionitas, os maniqueus e os montanistas, que baseavam suas doutrinas em seus prJprios cGnones e tradu !es de livros da 09blia. ( controv%rsia ariana ocasionou o 8oncilio de Nic%ia E472F, o de 8onstantinopla / E41<F e o de Ofeso E>4<F. ( controv%rsia em torno da tradu ão do (ntigo ?estamento por Ber"nimo com base no original hebraico reflete não sJ os conflitos entre cristãos e Mudeus, mas a cren a mais problemLtica ainda sustentada por muitos l9deres cristãos, dos quais (gostinho, segundo a qual a -SS era verdadeiramente a ,alavra inspirada, inerrante, da parte de )eus, em vez de mera tradu ão não-inspirada baseada em originais hebraicos. / ne#essidade de um texto modelar. Tavia outros fatores que eDigiam uma tradu ão nova, autorizada: dentre esses, a eDig$ncia dos estudiosos de um teDto modelar, autorizado e confiLvel, que fosse o ve9culo das atividades didLticas da igreMa, de seus programas missionLrios e de sua defesa das doutrinas estabelecidas nos grandes conc9lios. ( transmissão de eDemplares das &scrituras Rs igreMas do /mp%rio eDigia um teDto digno da mLDima confian a EfidedignoF, mas essa situa ão real sublinhava tal eDig$ncia e necessidade. O autor da Eulgata latina #ofr"nio &us%bio Ber"nimo Ec. 4>6->76F nascera de pais cristãos, em &stridão, na )almLcia. Tavia sido educado na escola local at% sua ida a +oma, com a idade de doze anos. )urante os oito anos seguintes, Ber"nimo estudou latim, grego e autores pagãos, antes de tornar-se cristão, com a idade de dezenove anos. -ogo apJs sua conversão e batismo, Ber"nimo devotou-se a uma vida de r9gida abstin$ncia e de servi o ao #enhor. ,assou muitos anos perseguindo uma vida semi-asc%tica de ere-mita. )e 43> a 43=, empregara um rabino Mudeu para que lhe ensinasse o hebraico, enquanto estivesse residindo no *riente, perto de (ntioquia. Aoi ordenado presb9tero em (ntioquia antes de partir para 8onstantinopla, onde passou a estudar sob a orienta ão de HregJrio de Nazianzo. &m 417, foi convocado por +oma para ser secretLrio de )Gmaso, bispo de +oma, e nomeado membro de uma comissão para revisar a 09blia latina. O provLvel que Ber"nimo tenha aceitado o proMeto em virtude de sua devo ão a )Gmaso, pois sabia que as pessoas de menor instru ão se oporiam fortemente a sua tradu ão. A data e o lugar da tradução Ber"nimo recebeu a incumb$ncia em 417 e iniciou seu trabalho quase imediatamente. ( pedido de )Gmaso, introduziu uma ligeira revisão nos evangelhos, completada em 414. Não se sabe qual teria sido o teDto latino que ele usou para fazer sua revisãoP provavelmente teria sido do tipo europeu, o qual ele corrigiu de acordo com o teDto grego do tipo aleDandrino. -ogo apJs ter terminado a revisão dos evangelhos, morre-lhe o mecenas E41>F, tendo sido eleito novo bispo de +oma. Ber"nimo, que aspirava a esse cargo, ML havia terminado uma revisão rLpida do chamado !alt.rio romano quando regressou ao *riente e se estabeleceu em 0el%m. No entanto, apJs sua partida, fez uma revisão mais superficial ainda do resto do Novo ?estamento. ,or ser desconhecida a data dessa revisão, alguns estudiosos acreditam que nem sequer ele fez o trabalho. )e volta a 0el%m, Ber"nimo voltou sua aten ão a uma revisão mais cuidadosa do !alt.rio romano, que completou em 413. &ssa revisão % conhecida como !alt.rio galileu, empregado atualmente no (ntigo ?estamento da Vulgata. 0aseou-se de fato nos 7.xa la de *r9genes, a quinta coluna, sendo mera tradu ão dos #almos. ?ão logo havia terminado sua revisão dos #almos, Ber"nimo iniciou a revisão da -SS, embora esse trabalho não fizesse parte de seus obMetivos iniciais. &stando em 0el%m, Ber"nimo havia /niciado seu trabalho de aperfei oar seus conhecimentos do hebraico, de modo que pudesse eDecutar uma nova tradu ão do (ntigo ?estamento diretamente das l9nguas originais. *s amigos ao redor aplaudiram seus esfor os, mas outros, muito longe, come aram a suspeitar que Ber"nimo estaria MudaizandoP alguns se enfureceram quando Ber"nimo lan ou dúvidas sobre a Qinspira ão da !e tuaginta@. ( partir dessa %poca, ele se tornou mais envolvido com sua tradu ão e com a supervisão dos monges de 0el%m. ?raduziu o !alt.rio hebrai#o com base no teDto hebraico usado na %poca, na ,alestina. Na verdade, sua tradu ão Mamais suplantou o !alt.rio galileu, nem o !alt.rio romano, no uso litúrgico, embora fosse calcada nas l9nguas originais e não em tradu !es. Ber"nimo continuou a traduzir as &scrituras hebraicas a despeito da oposi ão e da saúde precLria. Ainalmente, em >62, completou sua tradu ão latina do (ntigo ?estamento hebraico, que não recebeu boa acolhida de imediato. Nos últimos quinze anos de vida, Ber"nimo continuou escrevendo, traduzindo e revisando sua tradu ão do (ntigo ?estamento. Ber"nimo pouca aten ão deu aos apJcrifosP sJ com grande relutGncia produziu uma tradu ão apressada de algumas passagens de Qudite, de 'obias e do resto de Ester, mais as adi !es de =aniel C antes de morrer. * resultado foi que a versão dos livros apJcrifos, pertencente R /ntiga latina, foi adicionada R 09blia chamada Vulgata latina na /dade '%dia, sobre o cadLver de Ber"nimo. A reação perante a tradução Kuando Ber"nimo publicou sua revisão dos evangelhos, fez-se ouvir acrimoniosa rea ão a ela. 8omo seu trabalho fosse patrocinado pelo bispo de +oma, a oposi ão silenciou-se. #ua relutGncia de prosseguir com a revisão do restante do Novo ?estamento atesta a possibilidade de Ber"nimo estar consciente da morte iminente de )Gmaso, seu patrocinador. * fato de Ber"nimo ter sa9do de +oma apenas um ano apJs a morte do mecenas apJia essa cren a, e as revis!es mais brandas que fez quando de fato revisou o restante do Novo ?estamento mostra sua preocupa ão de conquistar a aprova ão da cr9tica. ( ado ão do !alt.rio romano pela igreMa de +oma revela que lL se deu seu primeiro uso e que a per9cia de Ber"nimo ML se fazia notJria. Uma vez que o !alt.rio gali#ano foi aceito pelas igreMas de fora de +oma, parece que )Gmaso não foi tão influente na cr9tica da obra inicial de Ber"nimo. Kuando Ber"nimo come ou a estudar o hebraico em 0el%m e ao traduzir o !alt.rio hebrai#o, suscitaram-se contra ele severos protestos de acusa ão. Aoi acusado de presun ão, de fazer inova !es il9citas e de cometer sacril%gio. Não sendo algu%m que encarasse a cr9tica com tranqVilidade, ele usou os prefLcios de suas tradu !es e revis!es como ferramentas de contra-ataque, &sses elementos sJ puseram mais lenha na fogueira, e a tradu ão de Ber"nimo foi recha ada por muitas das mais importantes autoridades eclesiLsticas. &ntre esses cr9ticos achava-se (gostinho, que se pronunciara contra a tradu ão do (ntigo ?estamento, mas sinceramente apoiava suas revis!es do Novo ?estamento apJs 4=1. ( posi ão de (gostinho nos fornece uma visão sintetizada do que ao longo da histJria ocorreu ao (ntigo ?estamento da Vulgata. Nos primeiros anos dessa tradu ão, (gostinho e a grande maioria das autoridades eclesiLsticas influentes opuseram-se R tradu ão por não se fundamentar na -SS. ,or sinal, (gostinho e os demais usaram a revisão neotestamentLria de Ber"nimo, embora insistissem com ele para que fizesse a tradu ão do (ntigo ?estamento tomando como base a -SS, que se Mulgava inspirada. /mediatamente apJs a morte do grande estudioso, em >76, sua tradu ão do (ntigo ?estamento conquistou vitJria absoluta sobre as demais tradu !es. Não % poss9vel precisar com Musteza se isso se deveu meramente ao peso da tradu ão, pois a cr9tica e a denúncia mordazes R sua tradu ão dificilmente seriam desconsideradas por conta de seus m%ritos. ( Vulgata passou a ser o teDto modelar da 09blia, reconhecido eDtra-oficialmente, em toda a /dade '%dia. #omente no 8oncilio de ?rento E<2>5-<254F, entretanto, foi oficialmente elevada Rquela posi ão pela /greMa 8atJlica +omana. &ntrementes, foi publicada em colunas paralelas, ao lado de outras tradu !es. Kuando o latim se tornou a l9ngua predominante dos estudiosos europeus, outras tradu !es e vers!es se desvaneceram, ficando em segundo plano em rela ão R Vulgata de Ber"nimo. Os resultados da tradução )e interesse primordial para o estudante da 09blia moderna % o peso da Vulgata latina em compara ão a outras tradu !es. ,or essa razão, deve ela ser eDaminada R luz da histJria. 8omo se tem dito, o Novo ?estamento da Vulgata era tão-sJ uma revisão do teDto da /ntiga latina, e não uma revisão cr9tica por assim dizer. * teDto dos apJcrifos contidos na Vulgata . de valor ainda menor, ML que se trata simplesmente do teDto da /ntiga latina aneDado R tradu ão veterotestamentLria de Ber"nimo, salvo eDce !es de pouca monta. * (ntigo ?estamento da Vulgata % mat%ria inteiramente diversa, entretanto, visto tratar-se na realidade de uma revisão do teDto hebraico, e não apenas outra tradu ão ou revisão. * teDto do (ntigo ?estamento % assim muito mais importante para os estudiosos da 09blia que o do Novo. &ra inevitLvel que o teDto da Vulgata se corrompesse na transmissão ao longo da /dade '%dia. ,or vezes, essa corrup ão resultava de uma transcri ão inadvertida e da interpenetra ão de elementos do teDto da /ntiga latina qual era muitas vezes publicada. &m toda a /dade '%dia, tentaram-se nos monast%rios vLrias revis!es e recens!es do teDto da Vulgata. /sso gerou o acúmulo de mais de 1 666 manuscritos da Vulgata. &ntre esses manuscritos, evidencia-se a maior quantidade de Qtranscontamina ãoQ de tipos teDtuais. (l%m disso, o 8oncilio de ?rento baiDou um Q)ecreto concernente R edi ão e ao uso dos livros sagradosQ, segundo o qual Qde todas as edi !es latinas W...X a dita antiga Vulgata W...X W%X tida como confiLvelQ. O Musto perguntar qual das 1 666 cJpias manuscritas e qual edi ão da Vulgata em especial devem ser tidas como autoridade mLDima. ,or conseguinte, o 8oncilio de ?rento ordenou que se preparasse uma edi ão confiLvel, da Vulgata. 8onvocou-se uma comissão papal para a tarefa, mas não p"de vencer as muitas dificuldades que tinha pela frente. ,or fim, em <2=6, o papa #iDto v publicou uma edi ão prJpria apenas alguns meses antes de morrer. ( edi ão siDtina foi pouco aceita entre os estudiosos, sobretudo os Mesu9tas, e somente circulou por pouco tempo. HregJrio S/. E<2=6-<2=<F ascendeu R cLtedra papal e imediatamente estava pronto para revisar o teDto siDtino drasticamente. #ua morte súbita teria levado a termo a revisão do teDto siDtino não fosse o interesse renovado de seu sucessor, 8lemente vi E<2=7-<562F. &m <56>, publicou-se uma nova edi ão da Vulgata, confiLvel, conhecida como edi ão siDtino-clementina. )iferia da versão siDtina numas > =66 variantes e passou a ser o teDto predominante da Vulgata, suplantando at% mesmo a edi ão de Hutenberg, impressa na 'ongúcia entre <>26 e <>22. )esde <=63, uma revisão cr9tica do (ntigo ?estamento da Vulgata foi empreendida pela ordem beneditina. * Novo ?estamento foi submetido a uma revisão cr9tica por um grupo de estudiosos anglicanos de *Dford. Aoi encetada pelo bispo Bohn `ords@orth e pelo professor T. B. `hite, entre <133 e <=75, sendo conclu9da por T. A. ). #parks, em <=2>. ( coer$ncia do teDto da Vulgata % muito pouca desde o s%culo ./, e seu carLter geral % algo imperfeito. Não obstante, a influ$ncia da Vulgata na l9ngua e na cultura do cristianismo ocidental tem sido imensa, embora seu valor para a cr9tica teDtual não se lhe aproDime. Kuando se descobre o teDto de Ber"nimo a partir de sua prJpria cr9tica teDtual, ele revela que o Novo ?estamento de Ber"nimo era uma revisão da /ntiga latina de fins do s%culo /. e seu (ntigo ?estamento era versão de fins do s%culo /. ou come o do s%culo v do teDto hebraico em uso no *riente. *s apJcrifos mostram que Ber"nimo não lhes destinava muito apre o, uma vez que sJ com relutGncia traduziu quatro livros, e que eram muito populares nos c9rculos catJlicos romanos. #J uns poucos indiv9duos reconheceram seu erro em aceitar o (ntigo ?estamento da -SS como autorizado e inspirado, apoiando a precisão do teDto hebraico que servia de fonte da versão de Ber"nimo, a Vulgata. &ntre eles, estava (gostinho, bispo de Tipo, que seria a voz predominante no s%culos seguintes da histJria da igreMa. Naqueles s%culos, a Vulgata passou a ser a edi ão predominante da 09blia na /dade '%dia. ?amb%m serviu de base para a maioria dos tradutores da 09blia anteriores ao s%culo S/S. +s traduç/es secund.rias &m meados do s%culo /S, formou-se na &uropa centro-oriental o /mp%rio 'orLvio. &sse reino foi tomado pelo cristianismo, e seus l9deres eclesiLsticos usaram o latim em sua liturgia. *s leigos não conheciam o latim, e +ostislav, fundador do reino, solicitou que se enviassem sacerdotes eslav"nicos para realizar os cultos na igreMa na l9ngua do povo. Nessa %poca sJ o eslav"nico era falado nessa região da &uropa. &m resposta R solicita ão de +ostislav, o imperador 'iguel m enviou dois monges R 'orLvia sa9dos de 0izGncio E8onstantinoplaF. *s monges eram os irmãos 'etJdio e 8onstantino, naturais de ?essal"nica. 8onstantino mudou seu nome para 8irilo ao ingressar no monast%rio. ( fim de eDecutar sua tarefa, os irmãos criaram um novo alfabeto, conhecido como alfabeto cir9lico. 8omp!em-se de 45 letras e % ainda o meio de escrita do russo, do ucraniano, do servo-croata e do búlgaro. * alfabeto cir9lico suplantou o alfabeto local, o glagol9tico, no s%culo S. -ogo apJs entrarem na região, 8irilo e 'etJdio come aram a traduzir os evangelhos para o antigo eslav"nico. )epois, esses QapJstolos aos eslavosQ come aram a traduzir o (ntigo ?estamento. (creditou-se em certa altura que a tradu ão fora da -SS, mas evid$ncias recentes mostram que na verdade fora eDecutada a partir do latim. * Novo ?estamento segue o teDto bizantino, embora com muitas interpreta !es ocidentais e cesareenses. ( maior parte dos manuscritos eslav"nicos se comp!e de lecionLrios, e a primeira tradu ão em si pode ter sido na forma de lecionLrio. )as demais tradu !es fundamentadas no teDto latino, somente as tradu !es anglo-saD"nica e frGncica requerem informa !es. * teDto anglosaD"nico serL tratado no cap9tulo <=, e a tradu ão frGncica foi publicada em edi ão bil9ngVe. O conhecida por um fragmento de manuscrito do s%culo viu com trechos de 'ateus ao lado de um teDto latino. -K. +s "rimeiras traduç/es "ara o inglBs ( corrente sa9da de )eus at% nJs toma novo rumo dessa vez. * teDto b9blico nas l9nguas originais e nas primeiras tradu !es dão lugar R transmissão particular do teDto na l9ngua inglesa. &mbora u (ntigo ?estamento tenha sido escrito sobretudo em hebraico, e o Novo tenha sido escrito basicamente em grego, eDistem mais tradu !es modernas da 09blia em ingl$s que em qualquer outra l9ngua. #raduç/es "arciais "ara o antigo e "ara o médio inglBs * ingl$s % uma esp%cie de dialeto-ap$ndice do baiDo-alemão, que em si pertence ao ramo teut"nico ocidental do grupo teut"nico de l9nguas da fam9lia indo-europ%ia. ( fim de colocL-lo no seu devido cenLrio % preciso tra ar um esbo o dos antecedentes da l9ngua inglesa e do lugar que nela ocupa a 09blia. O desenvolvimento recente da língua inglesa Não se sabe com certeza como a l9ngua inglesa se desenvolveu, mas a maioria dos estudiosos segue a orienta ão de 0eda, o .enerLvel Ec. 534342F, que data seu in9cio em cerca de >26 da era cristã. * per9odo de >26 a <<66 % denominado anglo-saD"nico, ou do antigo ingl$s, por ter sido dominado pela influ$ncia dos anglos, dos saD!es e dos Mutos em seus vLrios dialetos. (pos a invasão normanda de <655, a l9ngua sofreu a influ$ncia de dialetal escandinavos, e o per9odo do m%dio ingl$s apareceu de <<66 a <266. &sse foi o per9odo de Heoffre: 8haucer E<4>6-<>66F e de Bohn `:cliffe. (pJs a inven ão da prensa mJvel por Bohann Hutenberg Ec. <>2>F, o ingl$s entrou em seu terceiro per9odo de desenvolvimento: o do ingl$s moderno E<266 at% o presenteF. &sse per9odo de desenvolvimento foi precipitado pela grande mudan a vocLlica no s%culo que se seguiu R morte de 8haucer e precedeu ao nascimento de `illiam #hakespeare. 8om esses antecedentes em mente, nosso levantamento das vLrias tradu !es da 09blia para o ingl$s deve ser mais significativo. As traduç*es parciais para o antigo ingl.s 7A=?(>>??8 / princ9pio, apenas quadros, prega !es, poemas e parLfrases eram usados para comunicar a mensagem da 09blia aos britGnicos. (s primeiras tradu !es de partes das &scrituras basearam-se nas tradu !es da /ntiga latina e da Vulgata, e não nas l9nguas originais, o hebraico e o grego, e nenhuma delas continha o teDto da 09blia toda. Não obstante, elas ilustram a maneira pela qual a 09blia entrou para a l9ngua inglesa. +edmão &m. #. SN4(. / histJria de 8edmão % encontrada na 7istJria e#lesi$sti#a, de 0eda. )ela faz parte um trabalhador pouco talentoso do mosteiro de `hitb:, em aorkshire, na Nortúmbria, que deiDou uma festa certa noite por medo de ser intimado a cantar. 'ais tarde nessa noite, ele sonhou que um anMo lhe ordenara que cantasse sobre como as coisas foram criadas no princ9pio. *utras parLfrases e poemas cantados por 8edmão inclu9ram a histJria completa do H$nesis, o $Dodo de /srael do &gito, a encarna ão, a paiDão, a ressurrei ão e a ascensão do #enhor, a descida do &sp9rito #anto, os ensinamentos dos apJstolos etc. #ua obra tornou-se a base para outros poetas, escritores e tradutores, pois transformou-se na 09blia popular dos seus dias para o povo. 8onseguintemente, os cGnticos de 8edmão eram decorados e disseminados por todo o pa9s. /ldhelm &S:40543(. (ldhelm foi o primeiro bispo de #herborne em )orset. -ogo depois do ano 366, ele traduziu o !alt.rio para o antigo ingl$s. Aoi a primeira tradu ão direta de qualquer parte da 09blia para a l9ngua inglesa. Egberto &-l. #. 544(. &gberto da Nortúmbria tornou-se arcebispo de /orque pouco depois da morte de 0eda. &le foi tamb%m o mestre de (lcu9no de /orque, que foi mais tarde chamado por 8arlos 'agno para estabelecer uma escola na corte de (iD-la-8hapelle E(achenF, ,or volta de 362, &gberto traduziu os evangelhos para o antigo ingl$s pela primeira vez. Beda, o Vener$,el &S5:05O>(. 'aior estudioso da /nglaterra e um dos maiores de toda a &uropa dos seus dias, 0eda residiu em Barro@-on-the?:ne, na Nortúmbria. )e lL, ele escreveu sua famosa 7istJria e#lesi$sti#a e outras obras. &ntre essas obras encontrava-se uma tradu ão do evangelho de Boão, cuMo propJsito foi provavelmente o de suplementar os tr$s outros traduzidos por &gberto. #egundo relatos tradicionais, 0eda terminou a tradu ão na hora da morte. /l-redo, o Grande &N:30342(. (lfredo foi um estudioso de primeira, al%m de ter sido rei da /nglaterra E136-=6<F. )urante seu reinado, a -ei )anesa foi estabelecida sob o ?ratado de `edmore E131F. * tratado continha somente duas estipula !es para os novos súditos: batismo cristão e fidelidade ao rei. Buntamente com sua tradu ão da 7istJria e#lesi$sti#a de 0eda do latim para o anglo-saDão, ele tamb%m traduziu os =e< mandamentos, eDcertos do ZDodo, 7<C 74, de (tos, <2.74-7=, e uma forma negativa da 1egra $urea. Aoi durante o seu reinado que a /nglaterra eDperimentou um reavivamento do cristianismo. /ldred &-l. #. 3>4(. *utro elemento foi introduzido na histJria da 09blia inglesa quando (ldred escreveu um comentLrio nortumbriano entre as linhas de uma cJpia dos evangelhos escrita no latim do final do s%culo .//. O da cJpia latina de &adfrid, bispo de -indisfarne E5=1-37<F, que a obra de (ldred recebe seu nome, os E,angelhos de Lindis-arne. Uma gera ão depois, o escriba irland$s 'ac+egol fez outro comentLrio anglo ! saD"nico conhecido como E,angelhos de 1ushworth. /el-ri# &-l. #. 2444(. (elfric foi bispo de &:nsham, em *Dfordshire, `esseD, quando traduziu partes dos sete primeiros livros do (ntigo ?estamento. &ssa tradu ão e outras partes do (ntigo ?estamento que ele traduziu e citou em suas homilias basearam-se no teDto latino. 'esmo antes da %poca de (elfric, os E,angelhos de Wessex foram traduzidos para o mesmo dialeto. &sses elementos constituem a primeira tradu ão eDistente dos evangelhos para o antigo ingl$s. As traduç*es parciais para o m+dio ingl.s 7>>??(>A??8 ( conquista normanda E<655F deu-se gra as R disputa em torno do trono de &duardo, o 8onfessor. 8om ela, o per9odo do dom9nio saD"nico na /nglaterra chegou ao fim, e um per9odo de influ$ncia normando-francesa se fez sentir sobre a l9ngua dos povos conquistados. )urante esse per9odo de dom9nio normando foram feitas outras tentativas de traduzir a 09blia para o ingl$s. 6rm ou 6rmin &-l. #. 2;44(. *rm foi um monge agostiniano que escreveu uma parLfrase po%tica dos evangelhos e de (tos acompanhada de comentLrio. &ssa obra, o 6rmulum, . preservada em um único manuscrito de 76 666 palavras. &mbora o vocabulLrio seMa puramente teut"nico, a cad$ncia e a sintaDe mostram a influ$ncia normanda. Guilherme de !horeham &-l. #. 2O;4(. #horeham freqVentemente recebe o cr%dito de ter produzido a primeira tradu ão em prosa de uma parte da 09blia para um dialeto sulista do ingl$s, embora eDista alguma dúvida quanto a ele ter sido realmente o tradutor dessa obra de <476. 1i#ardo 1olle &-l. #. 2O;402O:4(. +olle % conhecido como o Q&remita de TampoleQ. Aoi responsLvel pela segunda tradu ão literal das &scrituras para o ingl$s. .ivendo perto de )oncaster, em aorkshire, fez sua tradu ão da Vulgata latina para o dialeto ingl$s do norte. #ua tradu ão do !alt.rio foi amplamente divulgada e reflete o desenvolvimento da tradu ão da 09blia inglesa at% a %poca de Bohn `:cliffe. As traduç*es completas para o m+dio ingl.s e para o ingl.s moderno em fase inicial &mbora não houvesse nenhuma 09blia completa em ingl$s antes do s%culo S/., diversos ind9cios apontavam para o aparecimento iminente de uma. ( ampla circula ão do !alt.rio literal de +olle na eData %poca em que a corte papal passava por lutas se associou ao chamado cativeiro babil"nico E<46=-<433F. &sse acontecimento e suas conseqV$ncias formaram o pano de fundo para a obra de outros tradutores b9blicos. As traduç*es da Bíblia dos s+culos FIE e FE Qohn W9#li--e &#. 2O;402ON:(. `:cliffe, a Q&strela d^(lva da +eformaQ, viveu durante o cativeiro babil"nico, tempo em que viveram Heoffre: 8haucer e Boão de Haunt. &m seu recuo contra a apatia espiritual e a degenera ão moral dos cl%rigos da /nglaterra, ele foi for ado R notoriedade como oponente do papado. `:cliffe afastou o latim escolLstico como ve9culo de comunica ão e dirigiu seu apelo ao povo ingl$s na l9ngua comum. #eu apelo foi dirigido por meio dos lollardos, ordem de pregadores itinerantes tamb%m conhecidos como os Qsacerdotes pobresQ. &sses lollardos cruzaram o pa9s pregando, lendo e ensinando a 09blia em ingl$s. ,ara poder aMudL-los em sua tarefa, era necessLria uma nova tradu ão da 09blia. ( tradu ão do Novo ?estamento foi completada em <416, e o (ntigo ?estamento apareceu em <411. &mbora essa tradu ão completa seMa atribu9da a `:cliffe, ela foi terminada depois de sua morte por N9colas de Tereford. (s tradu !es foram feitas a partir de manuscritos da %poca da Vulgata latina. *s manuscritos sobre os quais essas tradu !es se basearam refletem uma qualidade e uma tradi ão teDtual geralmente inferiores, mas serviram de base para a primeira tradu ão completa da 09blia em ingl$s. 8om a tradu ão que `:cliffe fez da 09blia, uma nova %poca na histJria da 09blia foi instaurada. Um dos princ9pios bLsicos de `:cliffe foi estabelecido por Tampole, a saber, que os tradutores não buscariam nenhuma palavra estranha e usariam o ingl$s mais fLcil e mais comum, que fosse o mais parecido com o latim, a fim de que aqueles que não soubessem latim pudessem, por interm%dio do ingl$s, chegar a muitas palavras latinas. Qoão Aur,e9 &#. 2O>:02:;N(. Boão ,urve: desempenhou o of9cio de secretLrio de `:cliffe e % reconhecido por ter feito uma revisão da primeira 09blia de `:cliffe em <4=2. &ssa revisão % comumente conhecida como a Versão osterior de W9#li--e, e aquela como a Arimeira ,ersão de W9#li--e, embora o termo ,ersão não se aplique estritamente a nenhuma delas. ( revisão feita por ,urve: substituiu muitas constru !es latinas por eDpress!es inglesas nativas. &la tamb%m substituiu o prefLcio de Ber"nimo por um eDtenso prJlogo escrito por ,urve:. * resultado final foi o cont9nuo enfraquecimento da influ$ncia papal sobre o povo ingl$s. Na forma mais ampla, a primeira 09blia inglesa completa foi publicada, revisada e circulada antes da obra de Boão Tuss Ec. <45=-<><2F na 0o$mia. &la foi tamb%m publicada antes da inven ão de Bohann Hutenberg Ec. <>2>F, desenvolvimento revolucionLrio que teve efeito refreador na dissemina ão das tradu !es de `:cliffe. As traduç*es da Bíblia do s+culo FEI ( transforma ão da /nglaterra e tamb%m de toda a &uropa seguiu-se R +enascen a e R caracter9stica que a acompanhou: o reavivamento literLrio, a eleva ão do nacionalismo e o esp9rito de eDplora ão e de descoberta. * ressurgimento dos clLssicos seguiu-se R queda de 8onstantinopla em <>24, Bohann Hutenberg E<7=5-<>51F inventou a prensa mJvel e papel mais barato foi introduzido na &uropa. &m <>25 foi publicada a Bíblia %a<arin. ( l9ngua grega come ou a ser estudada publicamente na Universidade de ,aris em <>21, a primeira gramLtica grega surgiu em <>35 e um vocabulLrio grego foi publicado em <>=7. &m <>11, a 09blia hebraica foi publicada, a primeira gramLtica hebraica saiu em <264 e o primeiro vocabulLrio hebraico apareceu em <265. 'esmo antes de <266, havia mais de oitenta edi !es da 09blia latina publicadas na &uropa, a uma gera ão de distGncia da introdu ão em <>35, na /nglaterra, por 8laDton, do novo m%todo de imprensa. (liLs, o cenLrio era tal que se fez necessLrio um estudioso para moldar os originais hebraico e grego em ingl$s escorreito, pois nenhuma simples conversão do teDto latino seria suficiente para satisfazer R demanda da situa ão. William '9ndale &#. 2:3;02>OS(. `illiam ?:ndale foi o homem que podia fazer o que era necessLrio, e ele teve a f% e a coragem para perseverar a todo custo. (pJs tentativas malfadadas de fazer sua tradu ão na /nglaterra, embarcou para o 8ontinente em <27>. (pJs outras dificuldades, finalmente imprimiu o Novo ?estamento em 8ol"nia, no fim de fevereiro de <275. #eguiu-se uma tradu ão do Aentateu#o, em 'arburgo E<246F, e de Bonas, na (ntu%rpia E<24<F. (s influ$ncias de `:cliffe e de -utero eram evidentes no trabalho de ?:ndale e o mantiveram sob constantes amea as. (l%m disso, essas amea as eram tantas, que as tradu !es de ?:ndale tiveram de ser contrabandeadas para a /nglaterra. ?endo chegado lL, eDemplares foram comprados por 8uthbert ?unstall, bispo de -ondres, que as fez queimar publicamente em #t. ,aul^s 8ross. (t% mesmo sír ?homas 'ore E<>31-<242F, humanista, presidente da 8Gmara dos ,ares, na /nglaterra de Tenrique .///, e autor de Rto ia, atacou a tradu ão de ?:ndale por pertencer R mesma Qseita perniciosaQ da tradu ão alemã de -utero. &m <24>, ?:ndale publicou sua revisão do H$nesis e come ou a trabalhar numa revisão do Novo ?estamento. ,ouco depois de completar essa revisão, foi seqVestrado na (ntu%rpia e levado R fortaleza de .ilvorde, em Alandres. (li continuou a traduzir o (ntigo ?estamento. &m agosto de <245, foi condenado por heresia, destitu9do do seu of9cio sacerdotal e entregue Rs autoridades seculares para ser eDecutado. ( eDecu ão deu-se no dia 5 de outubro. Na hora da eDecu ão, ?:ndale clamou: Q#enhor, abre os olhos do rei da /nglaterraQ. Naquela hora eData os acontecimentos na /nglaterra conspiravam para a realiza ão do último pedido do tradutor. %iles +o,erdale &2:NN02>S3(. 'iles 8overdale, assistente e revisor de provas de ?:ndale na (ntu%rpia, tomou-se a pe a-chave na impressão da primeira 09blia completa em ingl$s. &ssa obra foi pouco mais que uma revisão da tradu ão completa de ?:ndale, acrescida de percep !es eDtra9das das tradu !es alemãs. 8overdale introduziu resumos de cap9tulos e algumas novas eDpress!es no teDto da sua tradu ão. ?amb%m estabeleceu o precedente de separar o (ntigo ?estamento dos livros apJcrifos nas 09blias traduzidas depois que a Vulgata latina atingiu sua posi ão de proemin$ncia na igreMa ocidental. ( tradu ão de 8overdale foi reimpressa duas vezes em <243, novamente em <226 e mais uma vez em <224. Não obstante, a verdadeira sucessora da edi ão de <242 foi a Grande Bíblia de <24=. Aalaremos sobre essa 09blia em breve. 'homas %atthew &#. 2>4402>>>(. ?homas 'atthe@ foi o pseud"nimo literLrio de Bohn +ogers, o primeiro mLrtir das persegui !es sob o dom9nio de 'ar: ?udor. &le tamb%m fora assistente de ?:ndale. &m <243, publicou outra 09blia em ingl$s combinando os teDtos do (ntigo ?estamento de ?:ndale e de 8overdale com a revisão de <242 do Novo ?estamento feita por ?:ndale. &ssa 09blia não foi publicada de novo senão em <2>= e <22<. &m <2>=, uma edi ão levemente revisada tamb%m foi publicada, e em <22< apareceu uma 09blia que trazia a inscri ão Q)e 'atthe@Q na pLgina de rosto, mas continha o (ntigo ?estamento de ?averner e a edi ão de <2>1 do Novo ?estamento de ?:ndale. Bohn +ogers se recusava a colocar seu nome verdadeiro em trabalho que tivesse sido feito por outros, embora os publicasse. &m vez disso, ele usava o pseud"nimo literLrio, ?homas 'atthe@, e acrescentava copiosas notas e refer$ncias. (l%m das edi !es de ?:ndale e de 8overdale, ele tomou muito de empr%stimo das edi !es francesas de -efkvre E<24>F e de *livetan E<242F. Kuando publicou sua edi ão de <243, f$-lo com a permissão de Tenrique .///. 8om a sua publica ão, havia duas 09blias inglesaiF autorizadas, em circula ão dentro de um ano apJs a morte de ?:ndale. #eus assistentes haviam continuado o trabalho do companheiro martirizado, e outros seguiriam seus passos. 1i#hard 'a,erner &2>4>02>5>(. ?averner foi um leigo com grandes 88T nhecimentos do grego. &m <24=, aplicou seu talento a uma revisão da 09blia de 'atthe@ e produziu uma tradu ão que aproveitava muito mais o artigo grego. Não obstante, a obra de ?averner logo seria ultrapassada por ainda outra revisão da 09blia de 'atthe@, a Grande Bíblia, de <24=. Grande Bíblia &2>O3(. (s notes e os prJlogos das duas principais tradu !es inglesa que circulavam em <24=, a de 8overdale e a de 'atthe@, constitu9am uma afronta tão grande para tantos grupos da /nglaterra, que Tenrique viu se viu freqVentemente intimado a providenciar uma nova tradu ão livre de interpreta !es. ?homas 8rom@ell Ec. <>12-<2>6F, presidente da 8Gmara dos ,ares sob Tenrique .///, protestante, foi autorizado a dar prosseguimento a esse empreendimento. 8om a aprova ão adicional de ?homas 8ranmer E<>1=-<225F, primeiro arcebispo protestante da 8antuLria, 'iles 8overdale disp"s-se a preparar um novo teDto para ela e usar o trabalho de outros homens no lugar do seu, publicado havia menos de dois anos. #ob a dire ão de 8overdale, a Grande Bíblia foi oferecida como meio de acalmar as tens!es advindas da situa ão da 09blia na /nglaterra. &la recebeu seu nome devido ao grande tamanho e formato, pois era maior que a de qualquer edi ão anterior e caprichosamente enfeitada. ( pLgina de rosto era uma fina Dilogravura atribu9da a Tans Tolbein, que mostrava Tenrique .///, 8ranmer e 8rom@ell distribuindo 09blias ao povo que por sua vez bradava Q.ivat +eDQ e Q)eus salve o +eiQ. ( 09blia não continha nenhuma dedicatJria e apresentava apenas prefLcios simples. (l%m disso, os livros apJcrifos foram removidos do restante do teDto do (ntigo ?estamento e colocados num ap$ndice intitulado QTagiJgrafaQ Eescritos sagradosF. ( situa ão ficou eDtremamente embara osa pelo fato de a maioria dos bispos da igreMa ainda ser catJlica romana. &mbora a Grande Bíblia recebesse autoriza ão para ser lida nas igreMas em <241, sua posi ão delicada ficou mais amea ada ainda pelo fato de não ser nem uma versão, nem a revisão de uma versão, mas a revisão de uma revisão. Bíblia de +ranmer &2>:4(. &m abril de <2>6, foi publicada uma edi ão especial da Grande Bíblia. &la trazia um prefLcio de ?homas 8ranmer, então arcebispo da 8antuLria, e algumas outras revis!es baseadas na obra anterior de 8overdale. ( essa seguiram-se cinco outras edi !es antes do final de <2><. &ssas 09blias são chamadas Qde 8ranmerQ em razão do prefLcio que ele escreveu para elas. Nesse prefLcio encontra-se a declara ão: Q&sta . a 09blia destinada ao uso das igreMasQ. ( 09blia de <242 e a 09blia de 'atthe@, de <243, tinham sido permitidas, mas essa era uma tradu ão indubitavelmente autorizada, o que a tradu ão de <5<< nunca chegou a ser. Na terceira e na quinta dessas seis edi !es da 09blia de 8ranmer, um aviso foi impresso na pLgina de rosto dizendo que os bispos ?unstall e Teath haviam Qsupervisionado e eDaminadoQ a edi ão. O uma ironia curiosa o fato de que ?unstall, quando bispo de -ondres, houvesse condenado ?:ndale e sua obra. (gora ele autorizava oficialmente uma 09blia que continha em grande parte a tradu ão de ?:ndale e as revis!es dela. (t% <2>3, a 09blia de 8ranmer atingiu uma policio predominante nas igreMas. &m <2>= e <224, foi novamente reimpressa, e a ordem de 8ranmer não foi revogada nem mesmo durante os breves e turbulentos anos do reinado de 'ar: ?udor E<224-<221F. Bíblia de Genebra &2>>5,2>S4(. )urante a persegui ão sob o comando de 'ar: ?udor, muitos reformadores fugiram para o continente em busca de seguran a. &ntre aqueles que se estabeleceram em Henebra encontravam-se estudiosos e amantes da 09blia, como 'iles 8overdale e Bohn YnoD Ec. <2<4-<237F, os quais produziram uma revisão que viria a eDercer grande influ$ncia no povo da /nglaterra. &m <223, um do grupo, chamado Huilherme `hittingham, cunhado de Boão 8alvino, produziu uma revisão provisJria do Novo ?estamento. &ssa foi a primeira vez que o Novo ?estamento em ingl$s se dividia em vers9culos, embora tivesse sido assim dividido no Novo ?estamento grego de &st%fano, bem como em edi !es anteriores em latim e em hebraico. -ongos prJlogos foram acrescentados Rs tradu !es, Muntamente com súmulas de cap9tulos e copiosas notas marginais. Aoi introduzido o grifo na tradu ão para indicar lugares em que o ingl$s eDigia palavras não encontradas no teDto original. -ogo depois do Novo ?estamento ter sido publicado em Henebra, foi iniciado o trabalho de revisar cuidadosamente toda a 09blia. &m <256, foram completados o (ntigo ?estamento e uma revisão do Novo que inclu9am as mais recentes evid$ncias teDtuais, e teve in9cio a longa e movimentada histJria da Bíblia de Genebra. &m <5>>, a Bíblia de Genebra ML havia passado por <>6 edi !es. &la foi tão popular, que fez frente R Bíblia dos bis os E<251F e R primeira gera ão da chamada Versão autori<ada E<5<<F. Aoi largamente usada entre os puritanos, citada repetidamente nas pLginas de #hakespeare e usada at% mesmo na mensagem eDtra9da de Q*s tradutores aos leitoresQ, na tradu ão de <5<<. &mbora suas anota !es fossem mais brandas que as de ?:ndale, eram calvinistas demais tanto para &lizabete / E<221-<564F quanto para ?iago / E<564-<572F. Bíblia dos bis os &2>SN(. / Bíblia de Genebra não foi patrocinada pela igreMa oficial, mas tornou-se rapidamente a 09blia de cada casa do reino. #eu sucesso imediato ocasionou uma nova revisão da Grande Bíblia, a 09blia autorizada das igreMas. * trabalho foi confiado a um grupo de estudiosos que inclu9a cerca de oito bispos, da9 o nome de Bíblia dos bis os. &les usariam a Grande Bíblia como ponto de partida para sua revisão, e, conquanto a inten ão fosse a de fazer apenas pequenas altera !es, alguns bispos foram al%m das instru !es recebidas. *s revisores tinham mais conhecimento do grego do que do hebraico, e seu trabalho no Novo ?estamento % superior ao trabalho efetuado no (ntigo. ( Bíblia dos bis os foi publicada em <251, em -ondres, Qcum privilegio regiae maMestatisQ. #ua parte do Novo ?estamento foi publicada em papel mais espesso do que a do (ntigo, a fim de suportar o maior uso. &la continha dois prefLcios, um de 8ranmer e um de 'atthe@ ,arker, então arcebispo da 8antuLria. (ssim como a Grande Bíblia, ela continha poucas notas nas margens. ( convoca ão de <23< decretou que fossem distribu9dos eDemplares por todo o pa9s, nas casas de cada bispo e arcebispo, em toda catedral e em toda igreMa, se poss9vel. )e <251 a <5<<, essa tradu ão conciliatJria era geralmente encontrada nas igreMas. Não obstante, a Bíblia de Genebra ML havia conquistado os lares do pa9s. #ua desvantagem insuperLvel, entretanto, não impediu que a Bíblia dos bis os fosse usada como base para a famosa revisão de <5<<. +s traduç/es modelares da bíblia em inglBs &nquanto os protestantes se ocupavam em fazer tradu !es da 09blia para a l9ngua da /nglaterra, seus correspondentes catJlicos romanos come avam a sentir deseMo semelhante. (pJs a morte de 'ar: ?udor em <221, &lizabete / ascendeu ao trono, e os eDilados catJlicos romanos de seu reino empreenderam uma tarefa semelhante R dos eDilados protestantes em Henebra, durante o reinado de 'ar:. ( multiplicidade e a diversidade das tradu !es foi tanta, que quando ?iago i assumiu o trono em <564, fazia-se necessLria uma tradu ão mais unificada, para que os vLrios grupos dentro da igreMa pudessem recorrer a uma autoridade comum em seus debates teolJgicos. &m decorr$ncia dos esfor os então postos em a ão, a 09blia do rei ?iago, a mais influente de todas as tradu !es dos protestantes ingleses, foi produzida. A Bíblia de ,6eims(Douai 7>=B<,>@?G8 &m <251, um grupo de catJlicos romanos eDilados da /nglaterra fundou a Aaculdade /nglesa de )ouai, em Alandres. &les procuravam treinar sacerdotes e outros que preservassem sua f% catJlica. `illiam (llen E<247-<2=>F, c"nego de *Dford durante o reinado de 'ar: ?udor, liderou a funda ão da faculdade e sua mudan a para +heims, na Aran a, quando surgiram problemas pol9ticos em <231. &m +heims, a Aaculdade /nglesa passou R dire ão de outro estudioso de *Dford, +ichard 0risto@ E<241<21<F, que fora a )ouai em <25=. )urante essa %poca, (llen foi chamado a +oma, onde fundou outra Aaculdade /nglesa e mais tarde passou a cardeal. &m <2=4, a Aaculdade /nglesa de +heims voltou para )ouai. ( hierarquia romana deseMou uma tradu ão inglesa da Vulgata latina, e (llen eDpressou esse deseMo por carta a um professor da faculdade em )ouai, em <231. Hregor: 'artin Em. <217F, ainda outro estudioso de *Dford, empreendeu a tarefa. 'artin havia obtido o t9tulo de %aster o/rts E'(F em <25>. Nessa %poca, renunciou ao protestantismo e foi a )ouai para estudar. &m <236, passou a dar aulas de hebraico e de &scritura #agrada. &le deu prosseguimento R sua tradu ão do (ntigo ?estamento ao ritmo de cerca de dois cap9tulos por dia at% sua morte em <217. -ogo antes de sua morte, o Novo ?estamento foi publicado com muitas notas. &ssas notas foram feitas por 0risto@ e por (llen. (os seus esfor os aliaram-se os de outro protestante convertido ao catolicismo, `illiam +e:nolds, embora seu papel na tarefa não seMa conhecido com certeza. &nquanto a tradu ão de +heims do Novo ?estamento E<217F tivesse sido proMetada para contrapor-se Rs tradu !es inglesas protestantes, ela teve algumas limita !es s%rias. Aoi uma versão fraca do teDto para o ingl$s e se baseou em outra tradu ão, e não na l9ngua original do Novo ?estamento. *s tradutores se guardaram Qcontra a id%ia de que as &scrituras deviam sempre estar na nossa l9ngua materna, ou de que deveriam ser ou foram ordenadas por )eus para ser lidas indiferentemente por todosQ. Não apenas isso, mas os tradutores não esconderam o fato de estarem fazendo um trabalho pol$mico, como mostram suas copiosas notas. * Novo ?estamento foi reeditado em <566, em <57< e em <544. &ntrementes, o (ntigo ?estamento, que de fato foi traduzido antes do Novo, teve sua publica ão adiada. -imita !es financeiras e o aparecimento de diversas novas edi !es do teDto da Vulgata impediram a publica ão da tradu ão de )ouai do(ntigo ?estamento at% <56=. #ua segunda edi ão foi lan ada em <542. ( tradu ão em si foi iniciada por 'artin e provavelmente terminada por (llen e por 0risto@, com notas a mente fornecidas por ?homas `orthington, embora os pormenores seMam tão obscuros, que essas quest!es não podem ser precisas com certeza. &la foi baseada no teDto de -ouvain, não oficial, da VulgataE<2>3F, editado por Tenten, mas conformou-se ao teDto siDtino-clementino de <<=7. ( tradu ão em si foi toda uniforme, at% no uso ultraliteral dos latinismos. (s notas eram basicamente proMetadas para fazer a interpreta ão do teDto harmonizar-se aos decretos do 8oncilio de ?rento E<2>5-<254F. * Novo ?estamento de +heims esteve em circula ão tempo suficiente para eDercer influ$ncia importante nos tradutores da 09blia inglesa de <5<<. ( tradu ão de )ouai do (ntigo ?estamento, contudo, não foi publicada a tempo de influenciar esses tradutores. 8om uma rainha protestante no trono e com um rei protestante por sucessor, a 09blia de +heims-)ouai tinha pouca possibilidade de competir com as tradu !es protestantes ML no mercado ou substitu9-las, ( escassas de reimpress!es da 09blia de +heims-)ouai revela que os catJlicos Qnão temiam que os poucos eDemplares eDistentes fossem encontrados nas mãos de cada lavradorQ. )epois de <542, foram feitas diversas reimpress!es, mas a segunda edi ão revisada não surgiu senão em <3>=-<326, quando +ichard 8halloner, bispo de -ondres, deu sua importante contribui ão. A Bíblia do rei &iago 7>@>>8 &m Maneiro de <56>, ?iago / foi convocado a comparecer R 8onfer$ncia de Tampton 8ourt em resposta R ,eti ão 'ilenar que recebeu ao dirigir-se de &dimburgo para -ondres apJs a morte de &lizabete /. ,erto de mil l9deres puritanos haviam assinado uma lista de queiDas contra a igreMa da /nglaterra, e ?iago deseMava ser o pacificador nesse novo reino, colocando-se acima de todos os partidos religiosos. &le tratou os puritanos com maus modos na confer$ncia, at% que Bohn +e:nolds, presidente puritano da Aaculdade 8orpus 8hristi, em *Dford, levantou a questão de ser feita uma versão autorizada da 09blia para todos os partidos dentro da igreMa. * rei eDpressou seu apoio R tradu ão porque o aMudaria a livrar-se de duas das tradu !es mais populares e elevar a sua estima aos olhos dos súditos. Aoi nomeada uma Munta, R semelhan a daquela da Bíblia de Genebra, que ?iago considerava a pior de todas as tradu !es eDistentes. &la e a Bíblia dos bis os eram as 09blias que ele esperava suplantar na igreMa. #eis grupos de tradutores foram escolhidos: dois em 8ambridge para revisar de <8r"nicas a &clesiastes e os livros apJcrifosP dois em *Dford para revisar de /sa9as a 'alaquias, os evangelhos, (tos e o (pocalipseP dois em `estminster para revisar de H$nesis a 7 +eis e de +omanos a Budas. (penas >3 dos 2> homens escolhidos trabalharam de fato nessa revisão da Bíblia dos bis os. #uas instru !es estabeleciam que eles deviam seguir o teDto da Bíblia dos bis os, a menos que notassem que as tradu !es de ?:ndale, de 'atthe@, de 8overdale, de `hitchurche e de Henebra correspondessem mais de perto ao teDto original. &sse teDto original se baseou em poucos ou nenhum dos teDtos superiores dos s%culos de S// a S., uma vez que seguiu as edi !es de <2<5 e de <277 do teDto grego de &rasmo, incluindo-se sua interpola ão de <Boão 2.3. Usar a Bíblia dos bis os como ponto de partida significava que muitas das antigas palavras eclesiLsticas seriam mantidas na nova revisão. )e forma não oficial, a recente publica ão da 09blia de +heims-)ouai influenciaria a reintrodu ão de muitos latinismos no teDto. (s notas marginais acompanharam a nova revisão, e a chamada Versão autori<ada nunca chegou a ser de fato autorizada, nem ser de fato uma versão. &la substituiu a Bíblia dos bis os nas igreMas porque nenhuma edi ão dessa 09blia foi publicada depois de <565. #er lan ada no mesmo formato que a Bíblia de Genebra conferiu R publica ão de <5<< maior influ$ncia, assim como para isso contribuiu o uso que fez de eDpress!es precisas. ( longo prazo, a grandeza de sua tradu ão conseguiu vencer a competi ão com a influente Bíblia de Genebra dos puritanos, sua principal rival. ?r$s edi !es da nova tradu ão apareceram em <5<<. *utras edi !es foram publicadas em <5<7, e sua popularidade continuou a eDigir novas impress!es. )urante o reinado de 8arlos i E<572-<5>=F, o ,arlamento -ongo estabeleceu uma comissão para deliberar sobre a revisão da chamada Versão autori<ada ou produzir uma tradu ão totalmente nova. #omente revis!es insignificantes resultaram em <57=, <541, <524, <36<, <357, <35= e duas edi !es posteriores. &ssas tr$s últimas revis!es foram feitas pelo dr. 0la:ne: de *Dford. &las variaram em cerca de 32 mil pormenores do teDto da edi ão de <5<<. ,equenas mudan as continuaram a surgir no teDto at% datas recentes como <=53 no teDto da Versão autori<ada que acompanha a New !#o-ield re-eren#e edition WNova edi ão de refer$ncia de #cofieldX. &ntrementes, foram feitas tentativas de trazer amplas altera !es e corre !es Rs tradu !es inglesas da 09blia em virtude de novas descobertas teDtuais e por conta da natureza mutLvel da prJpria l9ngua. :M. +s traduç/es da Bíblia "ara o inglBs moderno ( 09blia % o livro mais divulgado do mundo. Uma das evid$ncias mais fortes disso % o grande número de tradu !es e a variedade de l9nguas para as quais ML foi traduzida. ( 09blia inteira ML foi traduzida para mais de duzentas l9nguas, e partes dela aparecem em mais de mil l9nguas e dialetos. &ssas tradu !es ilustram amplamente o elo definitivo na cadeia que prov%m de )eus para nJs, mas nossa principal preocupa ão e aten ão serão dirigidas R tradu ão da 09blia para o ingl$s. Nosso levantamento estarL centrado nas tradu !es com base nas 09blias de +heims-)ouai e do rei ?iago, de fins do s%culo S. e come os do S./. +s traduç/es e as 8ers/es cat licas romanas ( principal tradu ão da 09blia em ingl$s para os catJlicos romanos durante a era da +eforma foi a de +heims-)ouai, de <217,<56= Ev. cap. <=F. &la se imp"s lentamente, mas veio a dominar o cenLrio at% <542P sendo publicada diversas vezes apJs essa data. Não obstante, não se tratou da única tradu ão catJlica romana da 09blia para o ingl$s. A Bíblia de ,6eims(Douai($6alloner &mbora diversas impress!es da 09blia de +heims-)ouai fossem feitas apJs <542, não foi senão em <3>=-<326 que +ichard 8halloner, bispo de -ondres, publicou a segunda edi ão revisada. &ssa edi ão foi pouco mais que uma nova tradu ão da 09blia para o ingl$s, pois aproveitou diversas melhorias na tradu ão da 09blia feitas durante o s%culo S.///. &m <3<1, e.g uma nova tradu ão do Novo ?estamento da Vulgata foi publicada por 8ornelius Nar:. &m <346, +obert `itham, presidente da Aaculdade /nglesa de )ouai, publicou uma revisão do Novo ?estamento de +heims. &sse apresentava certas revis!es atribu9das a 8halloner, que havia sido colega de `itham em )ouai apJs sua conversão do protestantismo. Uma quinta edi ão do Novo ?estamento de +heims foi publicada em <341. &la continha algumas revis!es geralmente atribu9das a 8halloner e foi a primeira edi ão revisada desse Novo ?estamento publicada em mais de um s%culo Ea quarta edi ão revisada fora publicada em <544F. &m <3>=, 8halloner publicou seu No,o 'estamento de 1heims re,isado, o que fez novamente em <326,<327,<354 e <337. #ua revisão do Novo ?estamento de )ouai foi publicada em <326 e em <354. )esde aquele tempo, outras edi !es da 09blia de +heims-)ouai foram publicadas, mas praticamente todas baseadas na revisão de <3>=<326. ,or conseguinte, o padre Tugh ,ope observou corretamente que Qos catJlicos de fala inglesa do mundo todo t$m para com o dr. 8halloner uma imensa d9vida de gratidão, pois ele lhes forneceu pela primeira vez uma versão portLtil, econ"mica e de fLcil leitura, que, a despeito de uns poucos defeitos inevitLveis, suportou o teste de duzentos anos de usoQ.74 ?em havido tantas revis!es e edi !es dessa 09blia de 8halloner, que ela difere muito da 09blia original de +heims-)ouai, ML não sendo correto identificar essa obra pelo nome da sua predecessora. &, por sinal, a tradu ão que 8halloner fez da 09blia. A Bíblia da $onfraria de Doutrina $ristã ( primeira 09blia catJlica romana dos &stados Unidos E<3=6F foi uma grande edi ão in0"uarto do (ntigo ?estamento de )ouai e uma mistura de diversas revis!es de 8halloner combinadas com a edi ão de <327 do teDto do Novo ?estamento de +heims-8halloner. &ssa 09blia foi na realidade a primeira 09blia in0"uarto de qualquer esp%cie em ingl$s a ser publicada na (m%rica do Norte. )e <1>= a <156, Arancis ,atrick Yenrick fez uma nova revisão da 09blia de 8halloner em seis volumes, embora alegasse ter feito sua tradu ão da Vulgata latina, apJs comparL-la diligentemente com os teDtos hebraicos e gregos. )essa %poca em diante, outras edi !es apareceram nos dois lados do (tlGntico. &m <=45, teve in9cio uma nova revisão do Novo ?estamento de +heims-)ouai sob os ausp9cios da Bunta &piscopal da 8onfraria de )outrina 8ristã. Aoi nomeada uma Munta de 71 estudiosos, para que 74 / . Luther /. WECGLE, English ,ersions sin#e 2S22, in: 'he +ambridge histor9 o- the Bible, New ?or8, +ambridge Rni,ersit9 Aress, 23SO, , OS5, ,. O. trabalhassem na revisão sob a dire ão de &d@ard ,. (rbez. * teDto usado como base foi o da Vulgata latina, mas foram aproveitadas as melhorias recentes advindas das pesquisas de estudiosos da 09blia. 'uitas das eDpress!es arcaicas das revis!es anteriores foram eliminadas, como tamb%m muitas das copiosas notas. * teDto foi organizado em parLgrafos, e foi empregada a ortografia americana. ( grLfica #t. (nthon: Huild ,ress publicou o No,o 'estamento da +on-raternidade em <=><, que foi prontamente adotado pelos catJlicos de fala inglesa em todo o mundo em decorr$ncia da #egunda Huerra 'undial. * papa ,io S// publicou a enc9clica =i,ino a--lante ! iritu E<=>4F declarando que as tradu !es da 09blia podiam basear-se nos teDtos originais em hebraico e em grego, e não apenas na Vulgata latina. &ssa foi uma brusca inversão na posi ão tomada pelos tradutores da 09blia de +heims-)ouai Ev. cap. <=F. (pJs as restri !es do tempo da guerra terem ca9do, a 8onfraria come ou a publicar uma nova versão do (ntigo ?estamento (o contrLrio de qualquer tradu ão feita por catJlicos em mais de um mil$nio e meio, essa seria baseada nas l9nguas originais e não em alguma tradu ão latina anterior. (t% <=53, os quatro volumes foram conclu9dos e publicados. 8ome ou-se a trabalhar, então, sob a dire ão de -ouis A. Tartman, numa nova versão do Novo ?estamento. &m <=36 a New /meri#an Bible WNova 09blia americanaX foi publicada. &la baseavase nos mais recentes aperfei oamentos da cr9tica literLria e foi traduzida diretamente dos teDtos hebraicos e gregos. A tradução de Hnox )a mesma forma que a 09blia da 8onfraria de )outrina 8ristã % a 09blia catJlica romana oficial dos &stados Unidos, a tradu ão de YnoD % a 09blia catJlica romana oficial da Hrã-0retanha. &la foi solicitada por +onald ( YnoD em <=4=, quando ele, rec%m-convertido ao catolicismo romano, pro-p"s R hierarquia inglesa a produ ão de uma nova tradu ão. &mbora uma nova tradu ão para o ingl$s tivesse sido publicada em <=42 &Versão de Westminster das Es#rituras !agradas(, e um novo teDto da Vulgata latina viesse a lume em <=>2, depois da enc9clica do papa ,io S//, em <=>4, monsenhor YnoD não incorporou esses materiais no seu Novo ?estamento E<=>2F, nem nas tradu !es do (ntigo ?estamento E<=>=F. &m vez disso, baseou suas tradu !es no teDto da Vulgata sixtino0#lementina de <2=7. 8ontudo em <=22, a hierarquia romana deu sua san ão oficial R tradu ão de YnoD para os catJlicos de l9ngua inglesa. )esde o in9cio, a tradu ão de YnoD repousa sobre um alicerce muito mais fraco que o da versão da 8onfraria (mericana sua sucessora, a No,a Bíblia ameri#ana. &ssas são baseadas em mais recentes evid$ncias de manuscritos, bem como nos teDtos das l9nguas originais. (l%m disso, a tradu ão de YnoD traz teDtos e tradu !es inferiores aos da Versão de Westminster das !agradas Es#rituras, que permanece obra não-oficial. As traduç*es católicas em linguagem moderna / posi ão inicial da /greMa 8atJlica +omana para com a publica ão das &scrituras por leigos foi longe de entusiasta. * papa ,io /S condenou as sociedades b9blicas de seitas pestilentas em seu famoso !ílabo de erros E<15>F, cerca de sessenta anos apJs a funda ão da #ociedade 09blia 0ritGnica e &strangeira, em <16>. &le refletia a atitude da hierarquia catJlica romana em geral, mas havia quem achasse que a 09blia deveria ser colocada nas mãos dos leigos catJlicos. Aoi ML em <1<4, e.g., que um grupo entusiasta de membros da igreMa fundou a #ociedade 09blica 8atJlica +omana e publicou a 09blia de +heims-)ouai sem notas. &m <1<2, o mesmo grupo publicou outra edi ão melhorada da mesma tradu ão. &ntrementes, apareceu um bom número de edi !es da 09blia para os catJlicos romanos, dentre as quais a Bíblia de +o9ne E<1<<F, a Bíblia de 7a9do#8 E<1<<-<1<>F, o No,o 'estamento de New#astle E<1<7F, a Bíblia de !9er E<1<4-<1<>F, a Bíblia de %a#Namara E<1<4-<1<>F, o No,o 'estamento de Bregan E<1<>F e a Bíblia de Gibson E<1<5-<1<3F. *utras 09blias foram publicadas durante todo o s%culo S/S, tanto na /nglaterra quanto nos &stados Unidos. &m <=6<, uma admirLvel versão dos evangelhos foi publicada pelo padre dominicano Arancis #pencer. &le completou o restante do Novo ?estamento logo antes de sua morte, em <=<4, mas essa obra sJ foi publicada em <=43. * No,o 'estamento do leigo foi publicado pela primeira vez em -ondres, em <=71. 8ontinha o teDto de 8halloner do (ntigo ?estamento, na pLgina esquerda, e notas pol$micas, na direita. &m <=42, uma eDcelente nova versão do Novo ?estamento foi publicada sob a supervisão editorial de 8uthbert -atte:, #.B. &ssa Versão de Westminster das !agradas Es#rituras se baseou nas l9nguas originais do Novo ?estamento, mas não recebeu a san ão oficial da hierarquia catJlica romana. #eguindo os mesmos princ9pios, o primeiro fasc9culo do (ntigo ?estamento foi publicado. * trabalho continuou, mas demorou a ser conclu9do por conta da morte de -atte:, em <=2>. ,or causa da posi ão da tradu ão de YnoD, % dif9cil imaginar que a Versão de Westminster receberL reconhecimento oficial da igreMa. Uma versão completamente americanizada do Novo ?estamento surgiu em <=>< como o primeiro fasc9culo da .ersão da 8onfraria de )outrina 8ristã. &m <=25, Bames (. Yliest e Boseph -. -ill: publicaram mais outra tradu ão intitulada No,o 'estamento tradu<ido do grego original #om notas ex li#ati,as. ,rovavelmente a mais importante tradu ão recente nessa categoria produzida por estudiosos catJlicos romanos % ( Bíblia de Qerusal.m. &mbora seMa traduzida dos teDtos originais, ela deve muito R La Bible de Qerusal.m E<=5<F, cuMa introdu ão e notas foram traduzidas sem varia ão substancial, diretamente para o teDto ingl$s. &ssas notas representam 6 trabalho da ala QliberalQ dos estudiosos catJlicos da 09blia, embora a tradu ão em si seMa basicamente literal e contemporGnea em estilo. +s traduç/es e as 8ers/es Gudaicas &mbora os Mudeus tenham buscado preservar o estudo da &scritura em sua l9ngua original Eo hebraicoF, nem sempre t$m conseguido atingir esse obMetivo. &les encontraram os mesmos problemas enfrentados pelos catJlicos romanos e pela 09blia latina, como mostra a prJpria eDist$ncia da !e tuaginta E-SSF. BL no s%culo /// a.8, os Mudeus viram a necessidade de traduzir sua 09blia para a l9ngua falada em (leDandria. ( tradu ão de partes do (ntigo ?estamento para o aramaico atesta mais ainda o fato de eles nem sempre conseguirem estudar a 09blia na l9ngua hebraica. )urante toda a /dade '%dia, as condi !es sob as quais os Mudeus viveram não favoreciam nenhum tipo de estudo. (posi ão da igreMa quanto ao papel deles na crucifica ão de 8risto tornou-lhes mais dif9cil ainda participar abertamente dos estudos da 09blia. Não obstante, em torno de <>66, eles come aram a fazer tradu !es novas e diferentes do (ntigo ?estamento para vLrias l9nguas. Não foi senão cerca de quatrocentos anos depois dessas primeiras tradu !es, contudo, que os Mudeus come aram a traduzir o (ntigo ?estamento para o ingl$s. &m <31=, o ano da +evolu ão Arancesa, surgiu uma versão Mudaica do Aentateu#o que declarava ser uma emenda R 09blia do rei ?iago. &m <14=, um trabalho parecido foi publicado por #alid Neuman. &ntre <12< e <125, o rabino 0enisch produziu uma 09blia completa para os Mudeus de fala inglesa. Uma tentativa final de emendar a 09blia do rei ?iago para uso dos Mudeus foi feita por 'ichael Arielander em <11>. &m <124, /saac -eeser afastou-se notavelmente da tradi ão ao produzir sua versão de / Bíblia hebrai#a, uma 09blia que vinha sendo preferida nas sinagogas inglesas e americanas havia muito tempo. (ntes da virada do s%culo, entretanto, o carLter insatisfatJrio do trabalho de -eeser foi detectado, e a #ociedade 09blica Budaica resolveu revisL-lo durante sua segunda conven ão bienal de <1=7. N medida que o trabalho de revisão continuava, tornou-se notJrio que ela teria de ser praticamente uma tradu ão de todo nova. (pJs tempo considerLvel gasto na reorganiza ão do proMeto, a #ociedade Budaica de ,ublica ão finalmente lan ou sua nova versão da 09blia hebraica. ,ublicada em 2325, essa revisão seguiu de perto a Versão adrão ameri#ana E(#.F E<=6<F. ( #ociedade Budaica de ,ublica ão não parou seu trabalho com a publica ão de <=<3. (pJs o lan amento da Versão adrão re,isada E+#.F e a atividade para publicar a (fora Bíblia inglesa EN&0F, ela come ou a trabalhar na publica ão de uma nova tradu ão do (ntigo ?estamento. &m <=57, publicou a 'ora e em <=5= lan ou os %egYloth. &ssas duas vers!es são baseadas no 'exto massor.ti#o do (ntigo ?estamento. ,or sinal, o t9tulo completo da publica ão de <=57 % esclarecedor nesse aspecto: 'ora: uma no,a tradu*ão das !antas Es#rituras segundo o ?eDto massor%tico. &la não reivindica ser uma nova versão, e seu prefLcio respalda o t9tulo ao declarar que tem o propJsito de Qaperfei oar substancialmente as vers!es anteriores ao traduzir tanto as nuan as quanto os significados das palavras e das eDpress!es, sem deiDar de levar em conta a for a das formas e das constru !es gramaticaisQ. ( fim de realizar sua tarefa, os tradutores utilizaram percep !es negligenciadas dos estudiosos Mudaicos antigos e medievais, bem como novos conhecimentos do *riente ,rJDimo. +s traduç/es e as 8ers/es "rotestantes #eguindo o princ9pio da +eforma de interpreta ão particular, os protestantes produziram um número maior de tradu !es particulares da 09blia do que os catJlicos romanos. (lgumas das primeiras tradu !es derivaram das descobertas de novos materiais manuscritos, visto que nenhum dos grandes manuscritos tinha sido descoberto na %poca da tradu ão do rei ?iago Ev. cap. <>F, eDceto o +Jdi#e Be<a E)F, muito pouco usado. (ntes de eDaminar essas tradu !es particulares, devemos deter-nos em algumas das tentativas oficiais de fazer a 09blia do rei ?iago alinhar-se com as descobertas dos manuscritos. A Bíblia inglesa revisada ?odas as revis!es da 09blia do rei ?iago mencionadas no cap9tulo <= foram feitas sem autoriza ão oficial eclesiLstica ou real. (liLs, nenhuma revisão oficial dessa 09blia foi apresentada por mais de um s%culo depois do trabalho do dr. 0la:ne: E<35=F. (lgumas das revis!es que chegaram a ser publicadas foram de imprudentes, com adi !es como a cronologia de Ussher. Não obstante, houve algumas revis!es eDcelentes de carLter nãooficial, como no caso de uma edi ão an"nima de / Bíblia !agrada #ontendo a .ersão autorizada do /ntigo e do No,o 'estamento, #om muitas emendas E<1><F. No prefLcio dessa revisão não-oficial da 09blia do rei ?iago, o autor menciona ter usado manuscritos ainda não dispon9veis em <5<<. 8om as melhorias entre os estudiosos da 09blia durante o s%culo S/S, incluindo-se o acúmulo de manuscritos mais antigos e melhorei, com as descobertas arqueolJgicas no mundo antigo como um todo e com as descobertas arqueolJgicas no mundo antigo como um todo e com as muitas mudan as na sociedade inglesa e na sua l9ngua, a revisão da 09blia do rei ?iago de carLter mais QoficialQ tornava-se obrigatJria. (ntes que isso pudesse ser realizado, entretanto, um grupo de estudiosos notLveis publicou a Edi*ão ,ariorum do No,o 'estamento de nosso !enhor e !al,ador Qesus E<116F. *s organizadores dessa obra, +. -. 8lark, (lfred Hood@in e `. #anda:, fizeram essa revisão por Qordem especial de sua maMestadeQ. &les tiveram a tarefa de revisar a 09blia do rei ?iago R luz das vLrias leituras das melhores autoridades em teDtos. ,or conseguinte, a Bíblia ,ariorum seguiu a tradi ão de ?:ndale, de 8overdale, da Grande Bíblia, da Bíblia de Genebra, da Bíblia dos bis os e das vLrias edi !es da 09blia do rei ?iago. (l%m disso, contudo, ela preparou o caminho para a Bíblia inglesa re,isada. 6 deseMo muito difundido de uma revisão plena da Bíblia autori<ada resultou numa convoca ão da ,rov9ncia da 8antuLria em <136. #amuel `ilberforce, bispo de `inchester, prop"s revisar o Novo ?estamento em que os teDtos gregos revelassem tradu !es ineDatas ou incorretas no teDto do rei ?iago. * bispo *llivant ampliou a proposta e incluiu o (ntigo ?estamento e os teDtos hebraicos. ,or conseqV$ncia, dois grupos foram nomeados. *riginariamente havia 7> membros em cada grupo, mas foram mais tarde ampliados para cerca de 52 revisores de diversas denomina !es. &sses grupos come aram a trabalhar em <13<, e em <137 um grupo de estudiosos americanos foi convidado a participar do empreendimento em carLter consultivo. (s editoras das Universidades de *Dford e de 8ambridge assumiram os custos do proMeto sob a condi ão de lhes serem dados privil%gios autorais eDclusivos do produto pronto. 'ais de tr$s milh!es de eDemplares da revisão foram vendidos nos &stados Unidos e na Hrã-0retanha em menos de um ano. * (ntigo ?estamento foi lan ado em <112, os livros apJcrifos em <1=5 E<1=1 nos &stados UnidosF e a 09blia completa foi publicada em <1=1. &mbora o teDto da revisão fosse muito mais eDato que o da 09blia do rei ?iago, levaria diversas gera !es para que as altera !es nas palavras e nos ritmos fossem aceitas. ,arte da tradu ão da Bíblia inglesa re,isada não satisfez completamente a Munta americana de revisão, mas seus membros haviam concordado em não dar por catorze anos Qnenhuma san ão R publica ão de qualquer outra edi ão da Versão re,isada que não fosse a publicada pelas editoras daquelas universidades inglesasQ. &m <=6<, foi publicada a Edi*ão adrão ameri#ana da Versão re,isada, denunciando a eDist$ncia de algumas, edi !es não-autorizadas ou não-padronizadas dessa versão, publicadas antes daquela %poca. *utras revis!es foram feitas pela Munta americana, como a mudan a dos nomes Q#enhorQ para QBeovLQ e @7ol9 Ghost@ LEs irito !antoM para @7ol9 ! írit@ W&sp9rito #antoX, (s estruturas dos parLgrafos foram revisadas e abreviadas, e breves cabe alhos foram acrescentados. (os poucos, a Versão adrão ameri#ana E(#.F ganhou aceita ão nos &stados Unidos e come ou at% a ser importada pela Hrã0retanha. 8omo a sua equivalente inglesa, a (#. perde a beleza da 09blia do rei ?iago, mas suas interpreta !es mais corretas t$m-na tornado muito aceitLvel por parte de professores e estudantes da 09blia. &m <=7=, os direitos autorais passaram para o 8oncilio /nternacional de &duca ão +eligiosa, que fez nova revisão do teDto. 8omo as tradu !es anteriores, que erigiam seu trabalho sobre o alicerce deiDado por `illiam ?:ndale, a (#. foi a obra de muitas mãos e diversas gera !es. A Bíblia padrão revisada 'eio s%culo depois que a revisão inglesa da 09blia do rei ?iago foi publicada, o 8oncilio /nternacional de &duca ão +eligiosa eDpressou seu deseMo de utilizar as grandes melhorias advindas recentemente dos estudiosos da 09blia. * teDto de `estcott e de Tort do Novo ?estamento Ev. cap. <>F fora incisivamente modificado por conta das descobertas de papiros e de novos manuscritos. (demais, o estilo e o gosto literLrio da l9ngua inglesa continuavam a mudar, de modo que uma nova revisão se considerou necessLria. &m <=43, o 8oncilio /nternacional autorizou uma Munta a empreender essa revisão. ( Munta da revisão se constituiu de 77 estudiosos notLveis que deveriam seguir o significado da Versão adrão ameri#ana E+#.F, a menos que dois ter os da Munta concordassem em mudar a interpreta ão. Aoram usados como parGmetros o emprego das formas mais simples e mais atuais dos pronomes, salvo em refer$ncia a )eus, e tamb%m a ordem mais direta das palavras. (trasado pela #egunda Huerra 'undial E<=4=-<=>2F, o Novo ?estamento não surgiu senão em <=>5, com o (ntigo sendo publicado em <=27 e os livros apJcrifos em <=23. &ssas publica !es foram lan adas apJs tremenda campanha de publicidade que p"s em movimento rea !es quase previs9veis. &m contraposi ão R Versão adrão ameri#ana, a Versão adrão re,isada foi acusada de velar passagens messiGnicas tradicionais, como no caso da substitui ão de QvirgemQ por Quma MovemQ, em /sa9as 3.<>. (s cr9ticas ao Novo ?estamento não foram tão contundentes, embora fossem contundentes o bastante. Não obstante todas as cr9ticas, a Versão adrão re,isada fornece R igreMa de fala inglesa uma revisão atualizada da 09blia baseada no QteDto cr9ticoQ Ev. cap. <>F. A %ova Bíblia Inglesa Não satisfeita com a id%ia de que a Versão adrão re,isada fosse uma continua ão da antiga tradi ão das primeiras tradu !es da 09blia inglesa, a (ssembl%ia Heral da /greMa da &scJcia reuniu-se em <=>5 a fim de deliberar sobre uma tradu ão completamente nova. Uma Munta comum foi designada em <=>3, e tr$s grupos foram escolhidos: um para o (ntigo ?estamento, um para o Novo e um para os livros apJcrifos. 8. T. )odd foi nomeado presidente do grupo especializado em Novo ?estamento e em <=>= foi nomeado diretor de toda a tradu ão. * Novo ?estamento da No,a Bíblia inglesa surgiu em <=5<, com o (ntigo ?estamento e os livros apJcrifos sendo publicados em <=36. *s princ9pios de tradu ão da No,a Bíblia inglesa buscaram apresentar um idioma ingl$s que fosse Qperp%tuoQ, evitando tanto os anacronismos quanto os modernismos ef$meros. *s tradutores procuraram tornar essa versão simples o suficiente para transmitir seu significado sem ser Lrida nem vulgar, pois esperavam produzir uma tradu ão que fosse uma segunda versão fidedigna, a par da 09blia do rei ?iago. 'ais de quatro milh!es de eDemplares da No,a Bíblia inglesa foram vendidos durante o primeiro ano de publica ão. )iferindo bastante tanto da Versão inglesa re,isada quanto da Versão adrão re,isada, que a precederam, seus tradutores freqVentemente deiDavam de lado as tradu !es literais do teDto, especialmente quando achavam que o teDto permitia duas poss9veis interpreta !es. (l%m disso, a No,a Bíblia inglesa tem sido criticada por seus anglicismos e por sua concentra ão sobre a inteligibilidade e não sobre a literalidade do significado, bem como pela reorganiza ão cr9tica de algumas se !es do (ntigo ?estamento. /sso indubitavelmente reflete a influ$ncia da teologia contemporGnea por interm%dio dos tradutores. 8onsiderando-se todas as coisas, entretanto, essa tradu ão continuou a tradi ão de seus antepassados ingleses e % uma obra valiosa em si mesma. A %ova Bíblia padrão americana )urante a d%cada de <=56, tentou-se fazer mais uma revisão da Versão adrão ameri#ana. &sse esfor o foi empreendido pela Aunda ão -ockman, na tentativa de reviver bem como revisar aquela versão. ( Munta de tradu ão declarou seu propJsito quLdruplo no prefLcio que acompanha o Novo ?estamento E<=54F. &m <=36, a 09blia toda foi publicada seguindo 6 mesmo obMetivo quLdruplo. &les buscaram ser fi%is aos teDtos hebraicos e gregos originais, ser gramaticalmente corretos, ser compreens9veis para as massas e dar o devido lugar ao #enhor Besus 8risto. *s tradutores da No,a Bíblia adrão ameri#ana EN(#.F tentaram renovar a Versão adrão ameri#ana, a Qrocha da veracidade b9blicaQ. &mbora não tenham chegado aos p%s da obra literLria de outras vers!es modelares no processo de tradu ão, produziram uma herdeira útil e fiel da Versão adrão ameri#ana. *utra tradu ão mais ou menos oficial foi recentemente efetuada sob os ausp9cios da #ociedade 09blica de Nova /orque. /ntitula-se Bíblia !agrada: no,a ,ersão interna#ional. ( parte do Novo ?estamento foi lan ada em <=34, e o (ntigo ?estamento estL previsto para <=35.f As traduç*es dos s+culos FEIII e FIF (o lado das tradu !es apresentadas acima, houve a publica ão de bom número de tradu !es e de vers!es não-oficiais. &m <364, e.g., )aniel `hitb: editou uma Aar$-rase e #oment$rio do No,o 'estamento. &d@ard `ells veio em seguida com um teDto revisado da 09blia do rei ?iago chamado /s tradu*Des #omuns #orrigidas E<3<1-<37>F. &m <3>2, `illiam `histon, conhecido por sua tradu ão de Bosefo, publicou um No,o 'estamento rimiti,o e Bohn `esle: fez cerca de <7 666 mudan as no teDto da Bíblia autori<ada. &d@ard Tor@ood fez uma 'radu*ão liberal do No,o 'estamento em <351 para completar as tradu !es do s%culo S.///. )urante o s%culo S/S, esfor os para traduzir o (ntigo ?estamento come aram a aparecer com maior freqV$ncia. * primeiro deles foi / Bíblia se tuaginta, publicada por 8harles ?hompson em <161. &m <1>>, -ancelot 0renton lhe deu continuidade publicando sua Versão se tuaginta do /ntigo 'estamento. * estudioso #amuel #harpe, adepto do unitarismo, publicou seu No,o 'estamento em <1>6 e seu /ntigo 'estamento em <152. &ntrementes, +obert aoung produziu sua 'radu*ão literal da Bíblia E<157F, e )ean (lford publicou seu No,o 'estamento grego e uma revisão da Bíblia autori<ada em <15=. Bohn Nelson )arb:, l9der dos /rmãos ,l:mouth, publicou uma No,a tradu*ão da Bíblia E<13<,<1=6F, enquanto Boseph 0r:ant +otherham publicava / Bíblia real*ada E<137, <=67F. ?homas Ne@berr: editou / Bíblia do inglBs durante a d%cada de <1=6. Um dos mais conhecidos eDemplos de tradu !es de trechos da 09blia aparece na ,ida e as e ístolas de !ão Aaulo, de `. B. 8on:beare e B. #. To@son E<=5>F, em que a tradu ão estL embutida num comentLrio. f * teDto ingl$s ML se acha devidamente conclu9do. (demais, a #ociedade 09blica /nternacional presenteou os falantes do portugu$s com o Novo ?estamento E<==4F da Nova versão internacional e trabalha com afinco com vistas no lan amento do (ntigo. EN. )o &.F As &raduç*es do s+culo FF / grande profusão de tradu !es da 09blia em ingl$s não ocorreu senão neste s%culo, quando os grandes manuscritos haviam sido descobertos, o sentimento público procurava tradu !es coloquiais, tentativas estavam sendo feitas de empreender tradu !es oficiais e mais evid$ncias dos teDtos foram descobertas. )esde então praticamente tem havido um desfile de estudiosos e de suas tradu !es. (rthur #. `a:, estudioso clLssico, abriu o desfile com sua tradu ão de /s #artas de Aaulo E<=6<F. * ano seguinte ML testemunhou a publica ão do No,o 'estamento do s.#ulo SS, baseado no teDto de `estcott e de Tort. Um estudioso consultado para essa tradu ão, +ichard Arancis `e:mouth, traduziu * testamento grego resultante, que foi publicado postumamente, em <=64, e minuciosamente revisado por Bames (. +obertson, em <=7>. ?alvez o empreendimento mais ambicioso de um sJ homem tenha sido / Bíblia !agrada em inglBs moderno E<1=2,<=64F, por Aerrar Aenton. &la se baseou em manuscritos hebraicos, caldeus e gregos. Bames 'offat, estudioso de *Dford, publicou 6 No,o 'estamento E<=<4F e 6 /ntigo 'estamento E<=7>F, que depois combinou em Rma no,a tradu*ão da Bíblia E<=71F. ( obra de 'offat % caracterizada por seu tom escoc$s, liberdade de estilo e de linguagem e sua tend$ncia teolJgica modernista. * equivalente americano de 'offat aparece em / Bíblia #om leta: uma tradu*Ro ameri#ana E<=73F, de &dgar B. Hoodspeed. H. `. `ade apresentou uma nova tradu ão organizada no que ele acreditava ser a ordem cronolJgica dos livros em 6s do#umentos do No,o 'estamento E<=4>F. ( Versão #on#ordante das !agradas Es#rituras E<=75ss.F baseou-se no princ9pio de que toda palavra do original deveria ter equivalente ingl$s. &m <=43, 8harles 0. `illiams publicou o No,o 'estamento na linguagem do o,o, no qual tentou transmitir o significado eDato dos tempos verbais do grego para o ingl$s. )urante esse mesmo ano, Aaulo ,isto das trin#heiras, de Herald `arre 8ornish, foi publicado postumamente. `. 8. `and produziu /s #artas do No,o 'estamento em <=>4, no formato de um bispo escrevendo uma carta mensal R sua diocese. &m outra tentativa de fazer a 09blia chegar Rs mãos dos leigos, B. T. Tooks atuou como presidente de uma Munta que traduziu a Bíblia inglesa b$si#a E<=>6-<=>=F, fazendo uso de apenas mil palavras QbLsicasQ do ingl$s. 8harles Yingsle: `illiam tentou fazer obra semelhante n* No,o 'estamento: uma tradu*ão em sim les E<=27F. Uma tentativa conservadora de produzir o equivalente da .ersão adrão re,isada foi produzida sob a dire ão de Herrit .erku:l, de 0erkele:, na 8alifJrnia. &ssa tradu ão da 09blia foi intitulada Versão de Ber8ele9 em inglBs moderno E<=>2,<=2=F e, mais recentemente, Bíblia em linguagem moderna E<=3<F. &m <=5= essa obra foi revisada e publicada como Bíblia !agrada: a no,a ,ersão de Ber8ele9 em inglBs moderno. (pJs lan ar diversos fasc9culos, B. 0. ,hillips publicou o No,o 'estamento em inglBs moderno E<=21F.f #ua parLfrase era muito diferente das publica !es dos testemunhas-de-MeovL: a 'radu*ão do no,o mundo das Es#rituras #ristãs gregas E<=26F e a 'radu*ão do no,o mundo das Es#rituras hebrai#as E<=24F, que traziam o nome da #ociedade ?orre de .igia de 09blias e Aolhetos. Um ilustre estudioso Mudeu, Tugh B. #chonfield, tentou reconstruir a Qleg9timaQ atmosfera Mudaica do Novo ?estamento para os leitores gentios n* No,o 'estamento legítimo E<=22F. Heorge '. -amsa fez sua / Bíblia !agrada a artir de antigos manus#ritos o#identais E<=44-<=23F, dos manuscritos da !iría#a eshita Ev. cap. <5F e não dos manuscritos gregos. Yenneth #. `uest sucedeu a B. 0. ,hillips na publica ão de sua 'radu*ão am liada do No,o 'estamento, em diversos fas-c9culos antes de ser definitivamente combinada em <=2=. #ua obra, Muntamente com a publica ão de ( Bíblia am liada E<=21,<=5>F, da Aunda ão -ockman, seguiu a tradi ão de 8harles 0. `illiams. ( propJsito, / Bíblia am liada . quase um comentLrio. &m <=5<, *laf '. Norlis publicou 6 No,o 'estamento sim li-i#ado em inglBs #omum, e +. Y. Tarrison traduziu os !almos ara hoIe para acompanhL-lo. Um ano depois, Yenneth ?a:lor come ou a publicar partes da Bíblia ,i,a como parLfrase. ( tradu ão completa da Bíblia ,i,a foi publicada em <=3<, e tem tido circula ão incrivelmente ampla nos milh!es de eDemplares vendidos. &ntrementes, A. A. 0ruce aumentou essa tradi ão de tradu !es parafraseadas publicando (s #artas de Aaulo: uma ar$-rase am liada E<=52F. ( #ociedade 09blica (mericana publicou sua Boas no,as ara o homem moderno, tamb%m conhecida como No,o 'estamento na linguagem de hoIe, em <=55. (t% <151, mais de dez milh!es de eDemplares tinham sido vendidos, e em <=3< essa publica ão ML estL em sua terceira edi ão. (l%m do Novo ?estamento, as Boas no,as ara o homem moderno E?&.F ML inclu9ram partes do (ntigo ?estamento, dentre as quais #almos, BJ f TL desse tradutor em portugu$s a obra +artas ara hoIe E.ida Nova, <==4F. EN. do &F. e ,rov%rbios.ff +s traduç/es e As 8ers/es ecumBnicas 8om a grande profusão de 09blias catJlicas romanas, Mudaicas e protestantes sendo publicadas, era inevitLvel que numa era ecum$nica houvesse tentativas de produzir 09blias ecum$nicas. * No,o 'estamento: edi*ão #atJli#a da ,ersão adrão re,isada E<=52F encaiDa-se nessa categoria. &mbora seMa realmente o teDto da Versão adrão re,isada, com cerca de 7> mudan as bLsicas Eenumeradas no ap$ndiceF e notas acrescentadas, ela foi oficialmente aprovada para uso dos catJlicos romanos. &ntre algumas das mudan as nos teDtos estão a mudan a de @brothers@ EQirmãosQ, usado em linguagem geralF para @brethren@ EQirmãosQ, usado em linguagem formalF, nas refer$ncias feitas R fam9lia de Besus E'ateus <7.>5,>1F, e QdeiDL-laQ em vez de Qdivorciar-se delaQ, com refer$ncia a Bos% e a 'aria E'ateus <.<=FP o acr%scimo de Qe MeMumQ a Qora ãoQ, em 'arcos =.7=P bem como a reintegra ão do longo final do evangelho de 'arcos E<5.=-76F e o incidente da mulher apanhada em adult%rio em Boão 3.21C 1.<< Ev. cap. <2F. ( primeira tentativa feita por uma Munta ecum$nica unida de produzir uma 09blia comum % ( Bíblia En#ora E<=5>F. #ob a dire ão editorial de `illiam A. (lbright e de )avid Noel Areedman, ela se diz internacional e interdenominacional em sua abrang$ncia. &specificamente afirma contar entre os tradutores muitos estudiosos protestantes, catJlicos e Mudeus de muitos pa9ses. #eu esfor o % o de oferecer a todos os povos de fala inglesa todo o conhecimento significativo, histJrico e lingV9stico, que influencia a interpreta ão dos registros b9blicos. &la estL sendo produzida em volumes separados, sendo que cada um deles serL acompanhado de uma introdu ão completa e de notas. ( edi ão revisada da Versão adrão re,isada foi publicada como parte do Novo ?estamento d( Bíblia #omum, em <=34. &mbora seMa cedo demais para estimar o valor dessa tradu ão ou de seu sucesso como empreendimento ecum$nico, % dif9cil ver como possa manter a sua unidade, visto que cada livro estL sendo produzido por estudiosos de tão variadas perspectivas teolJgicas e culturais. 'esmo que a unidade seMa ff &ssa versão ML se encontra completa em ingl$s sob o t9tulo 'oda9Us English ,ersion equivale a / Bíblia na linguagem de hoIe, da #ociedade 09blica do 0rasil. EN. do &.F. mantida, conMectura-se que efeito as diversidades teolJgicas terão sobre a unidade total da mensagem b9blica. 'esmo olhando de relance, entretanto, essa procissão de tradu !es modernas % suficiente para revelar que o s%culo DD, como nenhum s%culo antes na histJria humana, possui a maior prolifera ão de tradu !es da 09blia, tanto num esfor o oficial quanto não-oficial. 8om essa grande diversidade e multiplica ão das tradu !es vem uma responsabilidade maior do que nunca de compreender e transmitir todo o conselho de )eus contido em seu -ivro inspirado. :-. +s traduç/es "ara o "ortuguBs Neste cap9tulo procuraremos apresentar um breve histJrico da tradu ão da 09blia em portugu$s, tanto em ,ortugal quanto no 0rasil.f 4eríodo das traduç/es "arciais @Venturoso@ ou @Bem0/,enturado@. ( despeito de esse t9tulo ter sido atribu9do a d. 'anuel como o principal incentivador das grandes navega !es, mais bem-aventurado que esse rei portugu$s foi um de seus antecessores, d. )iniz E<73=-<472F, por ter sido a primeira pessoa a traduzir para a l9ngua portuguesa o teDto b9blico, tornando assim poss9vel a futura grande navega ão dos leitores de l9ngua portuguesa pelo imenso mar da ,alavra de )eus. Hrande conhecedor do latim clLssico e leitor da Vulgata, d. )inis resolveu enriquecer o portugu$s traduzindo as #agradas &scrituras para o nosso idioma, tomando como base a Vulgata latina. &mbora lhe faltasse perseveran a e sJ conseguisse traduzir os vinte primeiros cap9tulos do livro de H$nesis, esse seu esfor o o colocou em uma posi ão histJrica-mente anterior a alguns dos primeiros tradutores da 09blia para outros idiomas, como Boão `:cliffe por eDemplo, que sJ em <416 traduziu as &scrituras para o ingl$s. f &ste cap9tulo foi eDtra9do da Bíblia de re-erBn#ia 'hom son com algumas adapta !es, * teDto % da autoria de Befferson 'agno 8osta e (braão de (lmeida. Aernão -opes afirmou em seu curioso estilo de cronista do s%culo S., que d. Boão / E<412- <>44F, um dos sucessores de d. )iniz ao trono portugu$s, fez grandes letrados tirar em linguagem os &vangelhos, os (tos dos (pJstolos e as ep9stolas de ,aulo, para que aqueles que os ouvissem fossem mais devotos acerca da lei de )eus &+rKni#a de d. Qoão C, segunda parteF. &sses Qgrandes letradosQ eram vLrios padres que tamb%m se utilizaram da Vulgata latina em seu trabalho de tradu ão. &nquanto esses padres trabalhavam, d. Boão /, tamb%m conhecedor do latim, traduziu o livro de #almos, que foi reunido aos livros do Novo ?estamento traduzidos pelos padres. #eu sucessor, d. Boão //, outro grande defensor das tradu !es do teDto b9blico, mandou gravar no seu cetro a parte final do vers9culo 4< de +omanos 1: Q#e )eus % por nJs, quem serL contra nJsIQ, atestando assim quanto os soberanos portugueses reverenciavam a 09blia. 8omo nessa %poca a imprensa ainda não havia sido inventada, os livros eram produzidos em forma manuscrita fazendo-se uso de folhas de pergaminho. /sso tornava sua circula ão eDtremamente reduzida. ,or ser trabalho lento e caro, era necessLrio que ou a /greMa +omana ou algu%m muito rico assumisse os custos do proMeto. Ningu%m mais indicado para isso que os nobres e os reis. *utras figuras da monarquia de ,ortugal tamb%m realizaram tradu !es parciais da 09blia. ( neta do rei d. Boão / e filha do infante d. ,edro, a infanta d. Ailipa, traduziu do franc$s os evangelhos. No s%culo S. surgiram publicados em -isboa o evangelho de 'ateus e trechos dos demais evangelhos, trabalho realizado pelo frei 0ernardo de (lcoba a, que pertenceu R grande escola de tradutores portugueses da +eal (badia de (lcoba a. &le baseou suas tradu !es na Vulgata latina. ( primeira harmonia dos evangelhos em l9ngua portuguesa, preparada em <>=2 pelo cronista .alentim Aernandes e intitulada =e Vita +hristi, teve os seus custos de publica ão pagos pela rainha dona -eonora, esposa de d. Boão //. 8inco anos apJs o descobrimento do 0rasil, d. -enora mandou tamb%m imprimir o livro de (tos dos (pJstolos e as ep9stolas universais de ?iago, de ,edro, de Boão e de Budas, que haviam sido traduzidos do latim vLrios anos antes por frei 0ernardo de 0rinega. &m <255 foi publicada em -isboa uma gramLtica hebraica para estudantes portugueses. &la trazia em portugu$s, como teDto bLsico, o livro de *badias. Outras traduç*es *utras tradu !es em l9ngua portuguesa, realizadas em ,ortugal, são dignas de men ão: *s "uatro e,angelhos, traduzidos em elegante portugu$s pelo padre Mesu9ta -uiz 0randão. No inicio do s%culo S/S, o padre (nt"nio +ibeiro dos #antos traduziu os E,angelhos de %ateus e de %ar#os, ainda hoMe in%ditos. O fundamental salientar que todas essas obras sofreram, ao longo dos s%culos, implacLvel persegui ão da /greMa +omana, e de muitas delas sJ escaparam um ou dois eDemplares, hoMe rar9ssimos. ( /greMa +omana tamb%m amaldi oou a todos os que conservassem consigo essas Qtradu !es da 09blia em idioma vulgarQ, conforme as denominavam. 4eríodo das traduç/es com"letas &radução de Almeida 8oube a Boão Aerreira de (lmeida a grandiosa tarefa de traduzir pela primeira vez para o portugu$s o (ntigo e o Novo ?estamento. Nascido em <571, em ?orre de ?avares, nas proDimidades de -isboa, Boão Aerreira de (lmeida, quando tinha doze anos de idade, mudou-se para o sudeste da _sia. (pJs viver dois anos na 0atLvia Eatual BacartaF, na ilha de Bava, /ndon%sia, (lmeida partiu para 'Llaca, na 'alLsia, e lL, pela leitura de um folheto em espanhol acerca das diferen as da cristandade, converteu-se do catolicismo R f% evang%lica. No ano seguinte come ou a pregar o evangelho no 8eilão EhoMe #ri -ankaF e em muitos pontos da costa de 'alabar. Não tinha ele ainda dezessete anos de idade quando iniciou o trabalho de tradu ão da 09blia para o portugu$s, mas lamentavelmente perdeu o seu manuscrito e teve de reiniciar a tradu ão em <5>1. ,or conhecer o hebraico e o grego, (lmeida p"de utilizar-se dos manuscritos dessas l9nguas, calcando sua tradu ão no chamado 'extus re#e tus, do grupo bizantino. )urante esse eDaustivo e criterioso trabalho, ele tamb%m se serviu das tradu !es holandesa, francesa Etradu ão de 0ezaF, italiana, espanhola e latina &Vulgata(. &m <535, Boão Aerreira de (lmeida concluiu a tradu ão do Novo ?estamento, e naquele mesmo ano remeteu o manuscrito para ser impresso na 0atLviaP todavia, o lento trabalho de revisão a que a tradu ão foi submetida levou (lmeida a retomL-la e enviL-la para ser impressa em (msterdamã, na Tolanda. Ainalmente, em <51< surgiu o primeiro Novo ?estamento em portugu$s, trazendo no frontisp9cio os seguintes dizeres, que transcrevemos i sis litteris: * Novo ?estamento, isto he, ?odos os #acro #anctos -ivros e &scritos &vang%licos e (postJlicos do Novo 8oncerto de Nosso Aiel #alvador e +edentor /esu 8risto, agora traduzido em portugu$s por Boio Aerreira de (lmeida, ministro pregador do #ancto &vangelho. 8om todas as <icen as necessLrias. &m (msterdam, por .iuva de B. .. #omeren. (rmo <51<. 'ilhares de erros foram detectados nesse Novo ?estamento de (lmeida, muitos deles produzidos pela comissão de eruditos que tentou harmonizar o teDto portugu$s com a tradu ão holandesa de <543.6 prJprio (lmeida identificou mais de dois mil erros nessa tradu ão, e outro revisor, +ibeiro dos #antos, afirmou ter encontrado número bem maior. -ogo apJs a publica ão do Novo ?estamento, (lmeida iniciou a tradu ão do (ntigo, e, ao falecer, em 5 de agosto de <5=<, havia traduzido at% &zequiel ><.7<. &m <3>1, o pastor Bacobus op den (kker, de 0atLvia, reiniciou o trabalho interrompido por (lmeida, e cinco anos depois, em <324, foi impressa a primeira 09blia completa em portugu$s, em dois volumes. &stava, portanto conclu9do o inestimLvel trabalho de tradu ão da 09blia por Boão Aerreira de (lmeida. (pesar dos erros iniciais, ao longo dos anos estudiosos evang%licos t$m depurado a obra de (lmeida, tornando-a a preferida dos leitores de fala portuguesa. A Bíblia de ,a6meIer ?radu ão completa da 09blia, ainda hoMe in%dita, feita em meados do s%culo S./// pelo comerciante hamburgu$s ,edro +ahme:er, que residiu em -isboa por 46 anos. * manuscrito dessa 09blia se encontra na 0iblioteca do #enado de Tamburgo, na (lemanha. &radução de Jigueiredo Nascido em <372, em ?omar, nas proDimidades de -isboa, o padre (nt"nio ,ereira de Aigueiredo, partindo da Vulgata latina, traduziu integralmente o Novo e o (ntigo ?estamento, gastando dezoito anos nessa laboriosa tarefa. ( primeira edi ão do Novo ?estamento saiu em <331, em seis volumes. Kuanto ao (ntigo, os dezessete volumes de sua primeira edi ão foram publicados de <314 a <3=6. &m <1<= veio R luz a 09blia completa de Aigueiredo, em sete volumes, e em <17< ela foi publicada pela primeira vez em um sJ volume. Aigueiredo incluiu em sua tradu ão os chamados livros apJcrifos que o 8oncilio de ?rento havia acrescentado aos livros can"nicos em 1 de abril de <2>5. &sse fato tem contribu9do para que a sua 09blia seMa ainda hoMe apreciada pelos catJlicos romanos nos pa9ses de fala portuguesa. Na condi ão de eD9mio filJlogo e latinista, Aigueiredo p"de utilizarse de um estilo sublime e grandiloqVente, e seu trabalho resultou em um verdadeiro monumento da prosa portuguesa. ,or%m, por não conhecer 12 l9nguas originais e ter-se baseado tão-somente na Vulgata, sua tradu ão não tem suplantado em prefer$ncia popular o teDto de (lmeida. + Bíblia no Brasil &raduç*es parciais Na<ar.. &m <1>3 publicou-s%, em #ão -u9s do 'aranhão, * No,o 'estamento, traduzido por frei Boaquim de Nossa #enhora de Nazar%, que se baseou na Vulgata. &sse foi, portanto, o primeiro teDto b9blico traduzido no 0rasil. &ssa tradu ão tornou-se famosa por trazer em seu prefLcio pesadas acusa !es contra as Q09blias protestantes, que, segundo os acusadores, estariam falsificadasQ e falavam Qcontra Besus 8risto e contra tudo quanto hL de bomQ. &m <13=, a #ociedade de -iteratura +eligiosa e 'oral do +io de Baneiro publicou o que ficou conhecida como / rimeira edi*ão brasileira do No,o 'estamento de /lmeida. &ssa versão foi revista por Bos% 'anoel Harcia, lente do 8ol%gio ). ,edro nP pelo pastor '. ,. 0. de 8arvalhosa, de 8ampos, +io de Baneiro, e pelo primeiro agente da #ociedade 09blica (mericana no 0rasil, pastor (leDandre 0lackford, ministro do evangelho no +io de Baneiro. 7ar a de Csrael foi o t9tulo que o notLvel hebra9sta ,. +. dos #antos #araiva deu R sua tradu ão dos #almos publicada em <1=1. &m <=6=, o padre #antana publicou sua tradu ão do &vangelho de 'ateus, vertida diretamente do grego. ?r$s anos depois 0as9lio ?eles publicou a tradu ão do -ivro de BJ, com sangrias po%ticas. &m <=<3 foi a vez de B. -. (ssun ão publicar o Novo ?estamento, tradu ão baseada na Vulgata latina. ?raduzido do velho idioma et9ope por &steves ,ereira, o livro de (mos surgiu isoladamente no 0rasil em <=<3. #eis anos depois, B. 0as9lio ,ereira publicou a tradu ão do No,o 'estamento e do Li,ro dos !almos, ambos baseados na Vulgata. ,or essa %poca surgiu no 0rasil Einfelizmente, sem indica ão de dataF a Lei de %ois.s &Aentateu#o(, edi ão bil9ngVe hebraico-portugu$s, preparada pelo rabino 'eir 'asiah 'elamed. * padre Tuberto +ohden foi o primeiro catJlico a traduzir no 0rasil o No,o 'estamento diretamente do grego. ,ublicada pela institui ão catJlica romana 8ruzada 0oa &speran a, em <=46, essa tradu ão, por estar baseada em teDtos considerados inferiores, sofreu severas cr9ticas. &raduç*es completas &m <=67, as sociedades b9blicas empenhadas na dissemina ão da 09blia no 0rasil patrocinaram nova tradu ão da 09blia para o portugu$s, baseada em manuscritos melhores que os utilizados por (lmeida. ( comissão constitu9da para tal fim, composta de especialistas nas l9nguas originais e no vernLculo, entre eles o gramLtico &duardo 8arlos ,ereira, fez uso de ortografia correta e vocabulLrio erudito. ,ublicado em <=<3, esse trabalho ficou conhecido como 'radu*ão brasileira. (pesar de ainda hoMe apreciad9ssima por grande número de leitores, essa 09blia não conseguiu firmar-se no gosto do grande público. 8oube ao padre 'atos #oares realizar a tradu ão mais popular da 09blia entre os catJlicos na atualidade. ,ublicada em <=46 e baseada na Vulgata, essa tradu ão possui notas entre par$nteses defendendo os dogmas da /greMa +omana. ,or esse motivo recebeu apoio papal em <=47. ( primeira revisão da 09blia em portugu$s feita pela ?rinitarian 0ible #ociet: W#ociedade 09blica ?rinitLriaX foi iniciada no dia <5 de maio de <143. &ssa decisão foi tomada seis anos apJs a forma ão da #ociedade. * primeiro proMeto escolhido para a publica ão da 09blia numa l9ngua estrangeira pela #ociedade foi o portugu$s. * rev. ?homas 0o:s, do ?rinit: 8ollege, 8ambridge, foi encarregado de liderar o empreendimento. No ano de <=5=, em #ão ,aulo, foi fundada a #ociedade 09blica ?rinitariana do 0rasil, com o obMetivo de revisar e publicar a 09blia de Boão Aerreira de (lmeida como a Edi*ão #orrigida e re,isada -iel ao texto original. &m <=>4, as #ociedades 09blicas Unidas encomendaram a um grupo de hebra9stas, helenistas e vernaculistas competentes uma revisão da tradu ão de (lmeida. ( comissão melhorou a linguagem, a grafia de nomes prJprios e o estilo da 09blia de (lmeida. &m <=>1 organizou-se a #ociedade 09blica do 0rasil destinada a Q)ar a 09blia R ,LtriaQ. &ssa entidade fez duas revis!es no teDto de (lmeida, uma mais aprofundada, que deu origem R Edi*ão re,ista e atuali<ada no Brasil, e uma menos profunda, que conservou o antigo nome +orrigida. &m <=53, a /mprensa 09blica 0rasileira, criada em <=>6, publicou a sua Edi*ão re,isada de /lmeida, coteMada com os teDtos em hebraico e grego. &ssa edi ão foi posteriormente reeditada com ligeiras modifica !es. 'ais recentemente, a #ociedade 09blica do 0rasil traduziu e publicou / Bíblia na linguagem de hoIe E<=11F. * propJsito bLsico dessa tradu ão tem sido o de apresentar o teDto b9blico numa linguagem comum e corrente. &m <==6, a &ditora .ida publicou a sua Edi*ão #ontem orEnea da Bíblia de /lmeida. &ssa edi ão eliminou arca9smos e ambigVidades do teDto quase tricentenLrio de (lmeida, e preservou, sempre que poss9vel, as eDcel$ncias do teDto que lhe serviu de base. Uma comissão constitu9da de especialistas em grego, hebraico, aramaico e portugu$s, coordenada pelo +ev. -uiz #a:ão, trabalha em uma nova tradu ão das &scrituras para a l9ngua portuguesa, sob o patroc9nio da #ociedade 09blica /nternacional, com o t9tulo No,a ,ersão interna#ional, da qual ML se publicou o Novo ?estamento em <==4. #ão tamb%m dignas de refer$ncia: a 09blia traduzida pelos monges di 'eredsous E<=2=FP / Bíblia de Qerusal.m, traduzida pela &scola 09blica de Berusal%m Epadres dominicanosF e editada no 0rasil por &di !es ,aulinas em <=1<, com notas, e a Edi*ão integral da Bíblia, trabalho de diversos tradutores sob a coordena ão de -udovico Harmus, editado pela .ozes e pelo 89rculo do -ivro, tamb%m com notas. ( ilustra ão acima monstra a origem e o desenvolvimento da 09blia em l9ngua portuguesa, bem como os fundamentos sobre os quais descansa cada versão sucessiva.
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