NEUROCIENCIA E EDUCAÇÃO

March 23, 2018 | Author: Nando Lua | Category: Cerebrum, Learning, Emotions, Self-Improvement, Memory


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NEUROCIENCIA E EDUCAÇÃO RESUMO DO TEMA PROPOSTO- Como a Neuroeducação e a Neuropedagogia podem ajudar a escola e o professor a tornar o aprendizado mais eficiente e mais interessante para o aluno? Estímulos Multi-sensoriais: as pesquisas mostram que o aprendizado será mais eficaz e a recordação da informação mais fácil se mais sentidos forem estimulados. Recompensas e motivação: a necessidade de uma recompensa imediata é característica das gerações atuais. Recompensas externas podem ser preocupantes no ambiente escolar, mas a criatividade do professor pode encontrar formas de recompensar o aluno em sala de aula de forma a motivá-lo nas atividades e conquistar sua atenção. Algo como dedicar um intervalo da aula para piadas, canções, jingles, se a atenção e participação de todos foi adequada no momento combinado. Memória: sem repetição a memorização não acontece, a rememoração falha, perde-se a informação, o tempo e a motivação. A quantidade de repetição vai depender da emoção envolvida na passagem da informação. Quanto mais emoção maior a chance da informação ficar cravada na memória dos seus alunos. Conhecimento prévio: dificilmente vai haver aprendizagem se a informação nova não está contextualizada e conectada a conhecimentos que já existem no cérebro da criança. Do concreto para o abstrato: o lobo frontal, sede do nosso pensamento abstrato, demora mais a se desenvolver, como vimos aqui isso se estende até a segunda década de vida. Dessa forma, parta de exemplos concretos para atingir ideações abstratas. auditivo e cinestésico. além de estimular habilidades sociais. Dois métodos principais funcionam muito bem para isso. Elas têm início. Nesse sentido ofereça um ambiente de ensino seguro. confortável e acolhedor. o que também estimula o desenvolvimento de habilidades de sequenciação e organização (córtex pré-frontal). O cérebro é um órgão social: a interação e desenvolvimento de habilidades sociais são fundamentais no processo de aprendizagem. associar esse padrão a padrões já armazenados por ele em seu cérebro e aí seja capaz de criar novos padrões. O cérebro procura por padrões: a informação é guardada em nosso cérebro através de padrões de reconhecimento. interagir com diferentes grupos sociais. auxilie o aluno a identificar o padrão. um é o uso de organizadores gráficos como mapas mentais e diagramas de Venn. aprender a escutar. sobretudo os efeitos do cortisol (hormônio do estresse) provocando a morte de neurônios no hipocampo (área da memória de longo prazo). . Estórias ou histórias: elas ativam muitas áreas cerebrais. outro é através da organização da informação em blocos lógicos e contextualizados. objetivos e procedimentos padrão. memórias e ideias. É fundamental que o Educador apresente a nova informação. Daniel Pink (2005) ressalta que a era atual requer uma forma de pensar que inclua a capacidade de detectar padrões e criar algo novo. meio e fim. regras. Estabeleça rotinas. Computadores e outras tecnologias: muitos sentidos são estimulados quando os estudantes trabalham em grupos fazendo pesquisas no computador. com nossas emoções. expressar suas emoções e ser empática. reconhecer sentimentos através da face e dos gestos. O trabalho é bastante visual. É importante para elas desenvolver a linguagem não verbal. O estresse inibe a aprendizagem: numerosas evidências apontam para isso. Os rituais de sala de aula podem contribuir para reduzir o estresse. ela deve ser capaz de falar e escrever sobre um conceito que praticou. Mas certifique-se de que na prática a criança realmente entendeu. o olhar e o toque.Práticas: quando uma informação é colocada em prática ela se torna patente em nosso cérebro. Nossas crianças da era digital encontram-se talvez mais aptas a se relacionar através de um teclado do que com a fala. mexem conosco. Suas regiões. A neurociência nos vem descortinar o que antes desconhecíamos sobre o momento da aprendizagem. lobos. desvendar os mistérios que . responsável pelas nossas emoções. Quando falamos em educação e aprendizagem. tornando-as mais “intensas”. é o estudo de como o cérebro aprende. ativa essas sinapses (ligações entre os neurônios por onde passam os estímulos). Contrabalance tecnologia e criatividade. em termos gerais. estamos falando em processos neurais. redes que se estabelecem. O cérebro. utilize música e muito.Arte e atividade física melhoram o desempenho intelectual: explore essas atividades o mais que puder. Mas qual o papel e função de cada região cerebral? Aonde o aprender tem realmente a sua sede e necessita ser estimulada adequadamente? Conhecer o papel do hipocampo na consolidação de nossas memórias. onde cada um precisa e interage com o outro. a cada repetição de um comportamento que queremos que seja consolidado temos circuitos que processam as informações que deverão ser então consolidadas. É o entendimento de como as redes neurais são estabelecidas no momento da aprendizagem. bem como de que maneira os estímulos chegam ao cérebro. muito visual ! A IMPORTÂNCIA DA NEUROCIÊNCIA NA EDUCAÇÃO Os avanços e descobertas na área da neurociência ligada ao processo de aprendizagem é sem dúvida uma revolução para o meio educacional. esse órgão fantástico e misterioso. nada mais é do que esse maravilhoso e complexo processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do ambiente. sulcos. reentrâncias tem sua função e real importância num trabalho em conjunto. neurônios que se ligam e fazem novas sinapses. da forma como as memórias se consolidam e de como temos acesso a essas informações armazenadas. a importância do sistema límbico. E o que entendemos por aprendizagem? Aprendizagem. A Neurociência da aprendizagem. A cada estímulo novo. é matricial nesse processo do aprender. podemos entender. pois há a possibilidade de se trabalhar simultaneamente mais de um sistema: o auditivo. pois possibilita estimular o raciocínio lógico. poder entender os mecanismos atencionais e comportamentais de nossas crianças com TDAH. compreender as vias e rotas que norteiam a leitura e escrita (regidas inicialmente pela região visual mais específica (parietal). as funções executivas e o sistema de comando inibitório do lobo pré-frontal é hoje fundamental na educação. Vários sites na internet nos disponibilizam esses jogos. cada órgão se conecta e se interliga nesse trabalho onde cada estrutura com seus neurônios específicos e especializados desempenham um papel importantíssimo nesse aprender. por exemplo. como é valioso aliar a música e os jogos em atividades escolares. consequentemente. assim como. Podemos compreender desta forma que o uso de estratégias adequadas em um processo de ensino dinâmico e prazeroso provocará. Estudos na área neurocientífica. desenvolver a ortografia de forma desafiadora e prazerosa para os alunos. Assim. os conceitos matemáticos e através de cruzadinhas e caça-palavras interativos. vem nos esclarecer que a aprendizagem ocorre quando dois ou mais sistemas funcionam de forma inter relacionada. Os games (adorados pelas crianças e adolescentes). o visual e até mesmo o sistema tátil (a música possibilitando dramatizações). a concentração. Como não penetrar nos mistérios da região temporal relacionado a percepção e identificações dos sons onde os reconhece por completo? (área temporal verbal que produz os sons para que possamos fonar as letras).envolvem a região frontal. sede da cognição. . linguagem e escrita. Assim. ainda em discussão no âmbito acadêmico. que reconhece as formas visuais das letras e depois acessando outras áreas para que a codificação e decodificação dos sons sejam efetivas. centrados no manejo do aluno em sala de aula. a atenção. afetando assim o funcionamento cerebral de forma positiva e permanente com resultados extremamente satisfatórios. Não esquecendo a região occipital que tem como uma de suas funções coordenar e reconhecer os objetos assim como o reconhecimento da palavra escrita. alterações na quantidade e qualidade destas conexões sinápticas. são fantásticos na sua forma de manter nossos alunos plugados e podem ser mais uma ferramenta facilitadora. mas sim. criam. as sinapses e o funcionamento desses sistemas. questionador e ativo nessa construção do seu próprio saber. O conteúdo antes desestimulante e repetitivo para o aluno e professor ganha uma nova roupagem: agora propicia novas descobertas. Quando ciente da modalidade de aprendizagem do seu aluno. viabilizam possibilidades e meios de fazer esse saber. É saber fazer uso de uma estratégia assertiva onde conhecimentos neurocientíficos e educação caminham lado a lado.Desta forma. plugado em uma era informatizada aonde a cada momento novas informações chegam ao mundo desse aluno. construindo juntos a aprendizagem. Professor e aluno interagem ativamente. divertidas. o grande desafio dos educadores é viabilizar uma aula que 'facilite' esse disparo neural. onde o aluno não é um mero observador. ricas em conteúdo visual e concreto. (e isso não está longe de termos na formação de nossos educadores) o professor saberá quais estratégias mais adequadas utilizar e certamente fará uso desse grande e inigualável meio facilitador no processo ensino – aprendizagem. envolvente e dinâmica. Uma aula enriquecida com esses pré-requisitos é mágica. sem que necessariamente o professor tenha que saber se a melhor forma de seu aluno lidar com os objetos externos é: auditiva. é dinâmico e flexível. novos saberes. Mas como desencadear isso em sala de aula? Como o professor pode ajudar nesse “fortalecimento neural”? Todo ensino desafiador ministrado de forma lúdica tem esse efeito: aulas dinâmicas. passivo e distante. participante. Mas como isso é possível? O que fazer em sala de aula? A seguir veremos algumas sugestões que podem ser adotadas: . Outra grande descoberta das neurociências é que através de atividades prazerosas e desafiadoras o “disparo” entre as células neurais acontece mais facilmente: as sinapses se fortalecem e redes neurais se estabelecem com mais facilidade. visual ou tátil. Rotinas estabelecidas reforçam comportamentos assertivos e organização. Opinando e criando as regras e normas adotadas. (hipocampo) . a consolidação do conteúdo se faz de maneira mais efetiva. Há uma riqueza de sites na internet que nos disponibilizam atividades muito ricas e prazerosas. 4. Tátil: material concreto e objetos de sucata planejados. Auditivo: música e bandinhas feitas com material de sucata. E quem não gosta de cantar? A aula fica muito rica e prazerosa! 3. O trabalho em equipe é extremamente prazeroso. A criatividade aflora e a aula se torna muito divertida. sempre com o conteúdo inserida nelas.Estabeleça regras para que haja um convívio harmonioso de todos em sala de aula. Relaxar após o trabalho prazeroso significa dar tempo para o cérebro escanear todo o conteúdo que vai ser assimilado. em dupla e em grupo.1. eles se sentirão responsáveis pela sala de aula.Estabeleça rotinas onde possam realizar trabalhos individuais. Crianças com TDAH. O “cantinho da leitura” é fundamental na sala de aula na ausência de uma biblioteca.Reserve um lugar com almofadas e tapete. filmes educativos. A criação de músicas sobre conteúdos é uma forma divertida de aprender. ativar o hipocampo (região responsável pelas memórias) e consolidar o que se aprendeu. livros. Visual: mural. para momentos de descanso e reflexão. que apresentam mal funcionamento das funções executivas se beneficiam com rotinas e regras pré estabelecidas). ativa as regiões límbicas (responsáveis pelas emoções) e como sabemos que o aprender está ligado à emoção. 2. limpeza e utilização dos materiais. filmes.Faça uso de materiais diversificados que explorem todos os sentidos. cartazes coloridos. fazendo com que os alunos sejam responsáveis pela organização. Talentos apareceram em sala de aula. o esquecimento. Desta forma. complexo e cada vez mais exigente. que se mostre atuante e voltada às exigências do aprendizado em nosso mundo globalizado. das estratégias facilitadoras que estimulam as sinapses e consolidam o conhecimento. . que os mantenham atentos e concentrados. ativa. Tomarmos posse desses novos e fascinantes conhecimentos é imprenscindível e de fundamental importância para uma pedagogia moderna. O professor que ministra bem os conflitos em sala de aula. pensante. única e especial. que tem "jogo de cintura" e apresenta o conteúdo com prazer. desta magia onde cada estrutura cerebral se interliga para que todos os canais sejam ativados. atividades que reforcem ainda mais esse conteúdo. veloz.A flexibilidde em sala de aula permite uma aprendizagem mais dinâmica e melhor percebida por todos os alunos. onde o maestro saberá o quão precisamente estão afinados seus instrumentos e como poderá tirar deles melodias harmoniosas e suaves! A neurociência se constitui assim em atual e uma grande aliada do professor para poder identificar o indivíduo como ser único. a neurociência disponibiliza ao educador moderno (neuroeducador). as nuances do desenvolvimento cerebral desta infância e os processos que estão envolvidos na aprendizagem a ele proporcionada.Trabalhar o mesmo conteúdo de várias formas possibilita aos alunos oportunidades de vivenciarem a aprendizagem de acordo com suas possibilidades neurais. para que aqueles que necessitem de maior tempo para realizar as atividades não sejam prejudicados com conversas e agitação dos mais rápidos. estar de posse desses importantes conhecimentos e descobertas será como reger esta orquestra. sabedores deste mecanismo neural que impulsiona a aprendizagem. onde a melodia sai perfeita. mantém seus alunos "plugados" na aula. Desvendando os mistérios que envolvem o cérebro na hora da aprendizagem. o desenvolvimento infantil. que aprende de uma maneira toda sua. Dê aos mais rápidos. impressionantes e sólidos conhecimentos sobre como se processam a linguagem.5. atuante. como numa orquestra afinadíssima. Assim. a memória. contemporânea. 6. ou seja. como até então imaginávamos. Esta nova base de conhecimentos habilita o educador a ampliar ainda mais as suas atividades educacionais. na verdade. que possibilitam a espécie humana progressos na comunicação. compreensão e no aprendizado e plasticidade cerebral. no dia a dia do educador. o conhecimento de que o cérebro continua a desenvolver-se. mecanismos mnemônicos (fundamentais para o entendimento da consolidação das memórias). neurônios espelho.Conceitos como neurônios. Estarão agora. . os transtornos comportamentais e da aprendizagem passaram a ser mais facilmente compreendidos pelos educadores uma vez que proporciona mais subsídios para a elaboração de estratégias mais adequadas a cada caso. interagindo com as características do cérebro de nosso aluno. em sala de aula. Um professor qualificado e capacitado. um método de ensino adequado e uma família facilitadora dessa aprendizagem são fatores fundamentais para que todo esse conhecimento que a neurociências nos viabiliza seja efetivo. O fracasso e insucesso escolar têm hoje um novo olhar. Graças a neurociência da aprendizagem. sinapses. já que uma nova e fascinante gama de informações e conhecimentos está á disposição do educador moderno. a aprender e a mudar não mais estarão sendo discutidos apenas por neurocientistas. abrindo uma nova estrada no campo do aprendizado e da transmissão do saber. pois uma nova visão de aprendizagem está a se delinear. sistemas atencionais (que viabilizam o gerenciamento da aprendizagem).
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