Música, jogo e poesia na educação musical escolar

March 26, 2018 | Author: Silvio Mansani | Category: Pop Culture, Music Education, Poetry, Language Interpretation, Songs


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MÚSICA na educação básicaMúsica, jogo e poesia na educação musical escolar Viviane Beineke As ilustrações deste artigo foram cedidas por Diego de los Campos (2006). V . 3 N. 3 setembro de 2011 Viviane Beineke [email protected] Doutora e Mestre em Música – Educação Musical – pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora do Curso de Licenciatura em Música e do Programa de Pós-Graduação em Música da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Autora da coleção Canções do mundo para tocar (2001 e 2002) e do livro/CD/ CD-Rom para crianças Lenga la Lenga: jogos de mãos e copos (2006). Atua em temáticas relacionadas à formação de professores, produção de material didático e o ensino de música na escola básica, com ênfase na aprendizagem criativa. Resumo: O texto discute alguns entrelaçamentos e possibilidades de diálogo entre estudos sobre as culturas lúdicas da infância e a produção de música para crianças. Com uma abordagem lúdica do ensino de música, o texto focaliza o trabalho com canções brasileiras arranjadas para jogos de copos, buscando possibilidades metodológicas que valorizem a produção musical dos alunos. O repertório abrange canções, parlendas e trava-línguas, acompanhados com materiais simples, como copos plásticos e sons corporais. Inventando novas formas de brincar e tocar as músicas, procura-se favorecer a expressão criativa e prazerosa da criança no fazer musical coletivo. Os arranjos foram concebidos para a prática musical no contexto escolar e permitem múltiplas formas de utilização em sala de aula pelo professor. Music, game and poetry in school musical education Abstract: The text talks about a few links and dialogue possibilities between studies on childhood ludic culture and producing music for children. With the ludic approach of music teaching, the text focuses the work with brazilian songs arranged for glasses games searching methodological possibilities which value the students musical production. The repertory has traditional songs, tongue twister and jiber-jaber along with simple materials like plastic glasses and body sounds. Creating new ways to play with music, looking for the creative and pleasant expression of children while they create songs together in a group. The arrangements were conceived to music playing at school and allow multiple ways of using it in classroom by the teacher. Palavras-chave: culturas musicais infantis; jogos de mãos e copos; composição musical. Keywords: Children´s musical culture; glasses games; musical composition. BEINEKE, Viviane. Música, jogo e poesia na educação musical escolar. Música na Educação Básica. Porto Alegre, v. 3, n. 3, setembro de 2011. 9 Jorge Enrique Sossa (2005). Pescetti (2005) destaca três elementos: (1) as letras referentes ao mundo infantil. O autor enfatiza que não é necessário haver essas três características ao mesmo tempo. de modo a incluir a participação de compositores. 2005. intérpretes. 2005) vêm pesquisando as relações entre a produção. o arranjador ou o intérprete tenham jogado e joguem ao compor. . Eugênio Tadeu Pereira Produção de música para crianças No campo de estudo da música para crianças. o elemento mais importante na caracterização da canção infantil é a presença do jogo. Para Pescetti (2005). Esse movimento caracteriza-se por resultar de uma convocatória criada por artistas. com a mesma densidade ou importância. que brinca com um outro eu. do conhecimento mútuo entre educadores e compositores. um trabalho que precisa ser ampliado. abre-se a janela do encontro. sempre com a preocupação em respeitar a enorme diversidade de propostas. 2005. 2005. Sobre isso. 2005. Brum 2003. 2005). Essas reflexões fazem parte do Movimento Latino-americano e Caribenho da Canção Infantil. 2005). O autor esclarece que a canção não precisa ser um jogo em si. Tadeu. gestado nos encontros que se realizam desde 1995 em diferentes países. Rescala. deixando entrar uma fresta que nos leva a um universo diverso daquele em que costumamos estar. 2007.MÚSICA na educação básica Se brinca um eu com um tu. salienta a necessidade de serem conceitualizadas e problematizadas as propostas musicais para crianças¹ . educadores. Uma discussão central para quem produz música para crianças é o que a diferencia da música dos adultos. embora estejamos no mesmo lugar. (2) o trabalho com elementos musicais reduzidos/essenciais e (3) a presença do jogo. recepção e o consumo da música infantil. Burba. são elaboradas reflexões conjuntas sobre os trabalhos realizados. diversos autores (Bosch. mas que o compositor. Queiroz. referindo-se aos países caribeolatino-americanos. Sossa. Pescetti. 2005. pedagogos e educadores musicais (Gullco. circulação. Procurando mapear o que faz com que as canções se tornem “infantis”. porque a presença mais significativa de uma delas pode permitir que a outra receba um tratamento mais complexo. Tadeu. com a finalidade de apresentar propostas musicais para a infância no continente. 2007. arranjar ou * 10 Viviane Beineke 1. Gullco. produtores e diferentes personalidades preocupadas com a qualidade musical dos trabalhos sob um enfoque educativo responsável e que não ignore o direito das crianças de construir uma identidade cultural própria (Brum. Buscando desenvolver as identidades culturais dos participantes através do intercâmbio de experiências. 2003. ou de um programa de rádio. mas os professores precisam compreender como o brincar pode fazer Música. 2005. ao permitirem jogos musicais nos arranjos e na interpretação. Também há outros casos de canções em que a letra e a música são para adultos. visite o site: www. é o caráter lúdico de uma música. “Há muitas canções infantis cuja música poderia ser de uma canção para adultos. 24). que permite que se mantenha o “clima infantil”.com Escola e brincadeira na sala de aula No contexto do brincar. Para saber mais Para acessar canções. é importante diferenciar a brincadeira que acontece na sala de aula da brincadeira do jogo espontâneo. tocada ou brincada e quem são as pessoas que dela participam. muitas vezes significa cantar temas melódicos. 3 N. jogos e vídeos.” (Pescetti. no ensino de música. Esses jogos podem ser facilmente observados quando as crianças brincam em espaços não escolarizados. podem ser assimiladas pelo mundo infantil. p. Para ele. desconsiderando a música e o brincar como produções culturais. Por isso. 26) As músicas das crianças só fazem sentido quando compreendidas amplamente. como aquelas que reconhecemos como tais somente porque a letra se refere ao universo infantil.luispescetti. com a linguagem musical. As crianças não precisam saber por que brincam e o que estão aprendendo em suas brincadeiras. p. muitas vezes tal prerrogativa não é considerada. Cantar canções tradicionais. textos.V . é fundamental que os educadores reconheçam o seu papel como mediadores do brincar na educação. 3 setembro de 2011 interpretar a música. o que inclui todo o contexto do brincar. mesmo quando se apresentam materiais complexos que não são dirigidos exclusivamente às crianças. o que não diminui a importância do papel do educador em estabelecer e participar do brincar na escola. como ela é cantada. que “tenham jogado com as palavras. com as possibilidades timbrísticas e interpretativas” (2005. praticado pelas crianças sem intervenção nem orientação dos adultos. no entanto. Na escola. ou de uma aula. jogo e poesia na educação musical escolar 11 . como quando são cantadas canções “do folclore” sem estabelecer relações entre o contexto cultural e social no qual ela está inserida. O projeto objetiva a produção de material didático para o ensino de música na escola fundamental e.com. 25). Para a criança. ao mesmo tempo. brincadeiras cantadas. a brincadeira é uma forma de expressão. produzindo arranjos e composições musicais para uso dos próprios estudantes em suas práticas de ensino. Se o brincar se estabelece na sala de aula apenas como ferramenta para o ensino. Para saber mais visite o Portal Cultural Infância: www. ele perde seu potencial criador. 2005a). de possibilidade de expressão. O projeto “Produção de material didático para o ensino de música na escola” integra o Programa NEM – Núcleo de Educação Musical da Universidade do Estado de Santa Catarina (www. imaginativo.culturainfancia. Por isso. e esse significado precisa estar presente também nas brincadeiras estabelecidas na escola. estudar e vivenciar brinquedos tradicionais infantis. 2005a. é uma atividade que complementa a formação do acadêmico participante. mas pode conectar-se ao universo infantil ao brincar. que contradiz a “atitude da criança que brinca” (Pereira. para que possa dar significado e direção ao próprio fazer de educador (Pereira. parlendas. Leite (2002) salienta que os professores também precisam brincar. . O adulto não brinca como uma criança. além de jogos de mãos * 12 Viviane Beineke 2.br Jogos de mãos e copos no ensino de música Tais estudos nos motivaram a explorar jogos de mãos. em especial aqueles apresentados nos trabalhos de Eugenio Tadeu e Miguel Queiroz (Duo Rodapião) e Lydia Hortélio. Brincando com as crianças. De caráter permanente.udesc. p. ampliando o seu acervo de experiências. do Curso de Licenciatura em Música da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)² .br/nem). Pesquisa e Extensão que visa a formação de professores de música para a escola pública.MÚSICA na educação básica parte do seu trabalho. É necessário que o educador se aproprie do gesto de brincar e perceba como ele é importante para a criança. adivinhas e trava-línguas que animam o universo infantil no projeto “Produção de Material Didático para o Ensino de Música”. o projeto iniciou em 2001 sob coordenação da professora Viviane Beineke. para que possam assumir um caráter mediador com as crianças.ceart. reinvenção e ressignificação das suas ações. o educador tem um papel e uma função diferentes da criança que brinca. A pesquisa começou a ganhar forma quando passamos a ouvir. um Programa de Ensino. brincar de maneira infantilizada reflete uma concepção ingênua de infância. tornando-o mais crítico em relação ao material didático que utiliza e capaz de produzir seu próprio material. apresentando novos jogos ou outras regras para as brincadeiras. interagindo com a música de diversas formas: tocando em grupo. Experimentando novas maneiras de brincar. ouvindo e analisando. Refletindo sobre a forma como os jogos poderiam ser apresentados aos professores. Francisco Emilio Neis. utilizamos materiais simples e acessíveis.V . texto e acompanhamento das músicas. a criação de arranjos ou sua reinvenção em sala de aula. Macedo Godoy e Viviane Beineke. nos sentindo mais livres e capacitados para criar e recriar jogos musicais infantis. os movimentos da capoeira foram representados por improvisos utilizando sons do corpo. a flauta doce tornou-se um instrumento de percussão e sonoridades corporais foram exploradas. 3 N. objetos do cotidiano tiveram seu uso modificado: copos plásticos e cabos de vassoura se tornaram instrumentos musicais. Música. Ronaldo Steiner. além das crianças Bruno. fomos construindo um universo de possibilidades sonoras e musicais. Gisele Garcia Vianna. cada vez mais. Deodósio Juvenal Alves Júnior. trava-línguas e adivinhas e experimentamos outras maneiras de brincar e tocar as músicas³ . de Lydia Hortélio (Teatro Escola Brincante) e Pandalelê (Selo Palavra Cantada). Thiago Paulo Mützenberg. Com uma concepção de escrita musical comumente utilizada na música popular. publicado no Brasil pela Editora Ciranda Cultural (2006) e em Portugal pela Editora Foco Musical (2009). mas sem predefinir como esses elementos poderiam ser trabalhados. CD e CD-ROM foram editados pelo selo Papagayo Azul (2007). passamos a interagir com essas manifestações. João Vinícius e Yolanda. Fernanda Rosa da Silva. 4. nos tornando brincantes e. optamos por não definir detalhes de execução musical nem de arranjo. Gabriela Flor Visnadi e Silva. Lourdes Saraiva. Gabriela Flor Visnadi e Silva. escrevemos melodia. percutida. Na busca de conhecer melhor esses trabalhos. Participaram do trabalho de gravação do CD os músicos: Áurea Demaria Silva. participar do arranjo e brincar coletivamente. As brincadeiras musicais que deram origem aos arranjos do CD foram criadas por: Áurea Demaria Silva. CD e CD-ROM Lenga la Lenga: jogos de mãos e copos. marca o tic-tac do relógio4 . jogo e poesia na educação musical escolar 13 . Em um processo lúdico de criação. Nesse sentido. como elementos que podem desencadear o jogo. No Uruguai. jogos de mãos imitam o toque do berimbau e os tambores do maracatu. Vanilda L. as brincadeiras que apresentamos são apenas pontos de partida ou referências para o trabalho do professor em * 3. Criando jogos de mãos e copos. Como adultos que brincam. procurando favorecer a expressão criativa e prazerosa da criança no fazer musical coletivo. musicamos parlendas. criando e recriando arranjos. Nessas propostas. como tais. 3 setembro de 2011 brincados em Florianópolis (Silva. enquanto a flauta doce. Vanilda L. reinventando-as de diversas formas. elaboramos acompanhamentos rítmicos. improvisando. Dica Conheça também os CDs Abra a roda tin do lê lê. Assim. Um dos resultados do projeto consiste no conjunto de livro. além de cantar. fomos. Macedo Godoy e Viviane Beineke. explorando sonoridades percussivas com a flauta doce ou com o corpo. Para cada música elaboramos um jogo musical que permitisse às crianças. F. Sérgio Paulo Ribeiro de Freitas. Janis. 2004). F. Luiz Sebastião Juttel. Deodósio Juvenal Alves Júnior. cada criança ou grupo interagirá de forma diferente com as canções. entrando na brincadeira. para serem reproduzidas. dependendo dos seus interesses. através dos jogos que propusemos. atribuir significados próprios e transformar os jogos. Nessa perspectiva. mas as crianças nos mostram que este não é um problema. 34). Analisando as crianças em ação. à medida que elas mesmas encontram uma forma de brincar adequada à sua habilidade musical e instrumental. pudemos observar como as menores se relacionam com as brincadeiras musicais. Rabo do Tatu Jogo de copos e melodia: Viviane Beineke Legenda Adaptado de Beineke e Freitas (2006. inventam outras formas de realizar os jogos rítmicos. p. cada professor. criar novas formas de jogar e fazer música em conjunto. Nesse sentido. não nos preocupamos em estabelecer a faixa etária a que o material se destina. poderia surgir uma preocupação sobre o nível de dificuldade dos jogos de copos. entendendo que o jogo e a brincadeira não são práticas exclusivas das crianças nem da infância. porque estaríamos indo contra os princípios que geraram o trabalho: o seu caráter lúdico e brincante. Em qualquer idade podemos brincar. conhecimentos ou habilidades musicais. Compartilhamos então algumas atividades desenvolvidas a partir desse trabalho e começamos pelo Rabo do Tatu. pois observando como as crianças se apropriam das brincadeiras poderemos. de diferentes faixas etárias. Não estão sendo propostas experiências metódicas nem sistemáticas. Essa é uma ideia que deveria sempre permear a realização das músicas.MÚSICA na educação básica sala de aula. apropriando-nos de diferentes formas de brincar e fazer música coletivamente. 14 Viviane Beineke . com toda a naturalidade. Elas olham as crianças mais velhas realizando as músicas e. um jogo de copos criado a partir de tradicional parlenda infantil. com cada grupo. Para o professor. melhor ainda. 15 Música. explorando sobreposições. como a percussão corporal.V . porque o que convencionalmente seria um “erro” faz parte da brincadeira. estão todos em “estado de brinquedo”. ainda tão cheia de tradicionalismos e preconceitos sobre quem pode/sabe ou não fazer música. Na roda de dentro as crianças tocam flauta e na de fora cada criança tem à sua frente um copo plástico. o jogo musical favorece uma relação com o fazer musical na qual errar é permitido. o jogo de copos e uma melodia para flauta doce. A cada repetição. tocando cada vez mais rápido. Você pode propor que os alunos produzam arranjos em pequenos grupos utilizando uma variedade de recursos sonoros. nos revela que a brincadeira realmente aconteceu. Convém salientar que na área musical. num fazer musical movido pela alegria plena de quem brinca “por brincar” e sem medo de errar. O grupo deve combinar a forma de executar a música. Experimente substituir os copos por outras sonoridades. quebrando a métrica estabelecida no jogo. isso é muito importante. 3 N. totalmente envolvidos. p. variações de dinâmica e andamento: o texto falado. jogo e poesia na educação musical escolar . No final da brincadeira. alternando a parte falada com o acompanhamento de copos e a parte para flauta doce. O jogo é construído a partir de três elementos que podem ser combinados de inúmeras maneiras. porque então a brincadeira deu certo! A brincadeira “dá certo” quando o jogo começa a “dar errado” e não é mais possível acompanhar a música. E. Dica Assista a uma apresentação do Rabo do Tatu acessando o canal “musicanupeart” no YouTube. 3 setembro de 2011 Como brincar Em duas rodas. Qual a graça de brincar se tudo sempre “dá certo”? A gargalhada dos participantes no final da música. o jogo vai se “desmanchando”. como ponto de partida para as composições. uma dentro da outra. Como diria Pereira (2005a. 20). com copos espalhados por todo lado. Num primeiro momento pode ser interessante o professor oferecer algumas opções de poemas ou parlendas. Dessa maneira. as crianças sentam-se de frente umas para as outras. sons vocais ou de instrumentos. se tudo terminar com o grupo dando risada. trazendo nova sonoridade ao trabalho. A atividade também pode desencadear novas composições pelos alunos. O jogo também pode ser realizado sem a parte para flauta doce. o andamento vai sendo acelerado. Repare que nessa execução a cada repetição da música um dos participantes faz um improviso com os copos e depois são agregados instrumentos musicais ao arranjo. com apenas três notas. Tamiraco. Saco de pena. tena. Tico. fora! Ai. tu. companhia. Puxa o rabo do pneu. Quem saiu foi um coitado. A cadeira esborrachou. Tia. Coitada da comadre Foi parar no corredor. Sape gato Sape gato Lambareiro Tira a mão Do açucareiro.MÚSICA na educação básica Sugestões de versos tradicionais Puxa o rabo do tatu. Quem saiu fui eu. blex. Tira o pé Do açúcar. taco Ai. bai. 16 Viviane Beineke . Blix. bá. Quem saiu foi ela. tai Tonestai. Ene. Puxa o rabo da panela. Quem saiu foi tu. bai. bia. bene. Maria Figena. puf! O macaco foi à feira Não sabia o que comprar. Puxa o rabo do diabo. A comadre se sentou. Tira a mão. Do caf é. catena. Uma. Comprou uma cadeira Pra comadre se sentar. Fonte: NÓBREGA e PAMPLONA (2005). duna. * 5. passando os copos no pulso. O termo “zabelinha” deriva de “as abelhinhas”. pois embora o acompanhamento esteja escrito em compasso binário. Eles se diferenciam somente pela posição do copo: o primeiro padrão começa com o copo virando com a boca para baixo e no segundo padrão o copo está com a boca virada para cima. Jogo de copos Legenda Observe que o movimento dos copos é igual nos dois padrões do jogo de copos. resultando em uma polirritmia de binário com ternário. 3 N. todos cantam a canção. Como brincar Em roda. provocando o “erro”. ele soa como ternário. Aqueles que “erram” vão formando uma nova roda no centro e acompanham a canção com o jogo de copos sugerido acima. p. Adaptado de Beineke e Freitas (2006. rio. Música.V . Mato Grosso. Esse tipo de relação rítmica foi observada com frequência nos jogos de mãos pesesquisados por Silva (2004). O grupo vai acelerando o andamento. 3 setembro de 2011 Zabelinha Brinquedo cantado (tradicional) Jogo de copos: Viviane Beineke Na canção Zabelinha5 o jogo de copos cria uma textura rítmica interessante. para ficar igual à canção. recolhida por Iris Costa Novaes e registrada pelo Duo Rodapião no CD Dois a dois. 42). Canção procedente de Cuiabá. jogo e poesia na educação musical escolar 17 . ] eu acho que todo poeta é apaixonado por palavras! Poeta adora mexer e brincar com elas. se destacam das demais: pela melodia do som.MÚSICA na educação básica Jogo de palavras “[. 2006. pelo exotismo. pois vão aparecer “palavras deliciosas que. como acabei de dizer... 44) Marinheiro encosta o barco Roda de verso (tradicional) ional) Jogo de copos: Ronaldo d Steiner.” (Lima. p. até inventar e aprender palavras novas. examinar o som e o sentido. p. 43) Ricardo da Cunha Lima dá a dica de uma brincadeira divertida: procurar palavras no dicionário e ficar atento. 38).. Legenda Jogo de copos 18 Viviane Beineke . palavras com um sabor especial! Aí é só aceitar o convite daquela palavra e pronto! Já entramos na terra da poesia!” (Lima. p. St i Vanilda V ild L. L F. pela raridade. enfim.. F Macedo Godoy e Viviane Beineke Adaptado de Beineke e Freitas (2006. 2006. por algum motivo. Quem me dera só pra mim. dera. Música. Versos: A mar é que enche e vaza Deixa a praia descoberta. a quem dedicamos nosso trabalho. Vai-se um amor e vem outro. dona Lydia. * 6. os brincantes cantam o refrão e executam o jogo de copos. Maria Betânia Parizzi Fonseca. 3 setembro de 2011 Como brincar Em roda. Os versos são cantados por apenas um participante. Matheus Braga e Rosa Lúcia Mares Guia. e deixamos a sugestão de que novos versos sejam inventados ou adaptados à canção. 2009. Que do céu vem caindo Dois pinguinhos de água-de-cheiro. Quem me dera a sua mão. Receber do meu amor Um galhinho de jasmim. Passe a mão em seus cabelos. Repare que o um dos acompanhamentos sugeridos utiliza os mesmos movimentos que o acompanhamento de Zabelinha. Para ver se ainda está Como de primeiro era. recolhida por Lydia Hortélio6 . Conheça também KATER. em que os versos são inventados pelos participantes que cantam na roda. Carlos et al. Canção registrada por Lydia Hortélio no CD Abra a roda. Refrão: Marinheiro encosta o barco Que a morena quer embarcar Iáiá eu não sou daqui Eu não sou dali Eu sou do Pará. Quem me dera. Lydia explica que as rodas de verso configuram ritos de passagem da infância para a adolescência. (*) Junto com José Adolfo Moura. cada brincante poderá inventar um novo verso ou cantar um dos versos sugeridos abaixo. Nunca vi coisa tão certa. variando apenas o ritmo. com versos de Elisa Grota Funda . E você.V . jogo e poesia na educação musical escolar 19 . Para eu dar um aperto nela. dera. Marinheiro encosta o barco é uma roda de verso. Belo Horizonte: Editora Projecta.Serrinha/Bahia. tin do lê lê. Na versão aqui apresentada. 3 N. reproduzimos os versos sugeridos por Lydia. (*) Música na escola: jogos e instrumentos. Maria Amália Martins. metade tocando o primeiro padrão e metade tocando o segundo. Inicialmente. o grupo pode combinar de fazer improvisos com os copos. Legenda bater a mão em cima do copo.MÚSICA na educação básica Escatumbararibê Fórmula de escolha (tradicional) Jogo de copos: Viviane Beineke Adaptado de Beineke e Freitas (2006. a canção é acompanhada pelo jogo de copos. Como brincar Com os brincantes em roda. com os copos passando de um para outro. E percebemos que 20 Viviane Beineke . o acompanhamento não previa o movimento de passar os copos na roda. mas logo que uma criança disse: “esse não tem graça”. p. Entre uma repetição e outra. o jogo pode ser feito individualmente e depois os copos começam a ser passados na roda. passando o para esta mão O acompanhamento com copos pode ser realizado de duas maneiras: cada participante jogando sozinho ou em roda. No canal “escatumbararibe” do YouTube você pode observar um grupo de crianças realizando esse jogo e também assistir a alguns vídeos em que este e outros jogos de mãos e copos são ensinados. aconteceu um fato interessante. 38). No início. Perguntei por que e ela logo explicou que era porque “tem que passar o copo”. Quando trabalhamos esta canção com um grupo de crianças na escola. segurando-o pelo fundo e arrastando no chão ao virar para o lado Jogo de copos bater o fundo do copo na mão direita. A fábula. enquanto poesia se refere à arte em geral. é tão importante estarmos atentos ao que as crianças nos dizem. É justamente nessa passagem do copo entre os brincantes que se estabelece o jogo coletivo. Levando isso em conta. p. Podem ser complexificados pelos próprios alunos. de maneira abstrata. 3 setembro de 2011 a passagem dos copos de um para outro na roda fazia toda a diferença: o deslocamento de um trabalho que focaliza o desafio individual. que podem ser classificadas de acordo com suas características ou assuntos. “poema é o produto. Poesia. pois podemos sempre aprender com elas. Por isso. poema e gêneros poéticos O poeta Ricardo da Cunha Lima (2003) esclarece que os gêneros poéticos designam as categorias ou espécies de poesia. 54). geralmente recitados para as crianças e que se caracterizam por fórmulas repetitivas. algo concreto. Também é interessante saber a diferença entre poesia e poema.V . que nos dão um retorno vivo e repleto de significações sobre o trabalho que estamos desenvolvendo. Compor com base em suas vivências e saberes Música. podemos refletir também que na relação brincadeira e escola é preciso considerar que nem sempre o que propomos para a criança como brincadeira significa brincadeira para ela. Entretanto. 2005b. 149) do trabalho para que se estabeleça o brincar em sala de aula. Novas regras. o que consideramos mais importante é o espaço para a composição que pode ser desencadeado nesse processo. que podemos ler. tão valorizado na área da música. Sobre isso. arranjos ou adaptação para outros instrumentos musicais são possibilidades de ampliação do trabalho proposto. Elas precisam “se tornar donas” (Pereira. a parlenda e os trava-línguas são gêneros poéticos. um livro de poesia (assim mesmo. Os jogos são simples e todos eles podem ser facilmente adaptados para diferentes contextos. que para funcionar depende da colaboração no grupo. para um fazer coletivo. no singular) pode conter trinta poemas (e nunca trinta poesias)”. como ladainhas. à medida que sua execução não mais os desafia. O autor chama de parlendas os “versos e canções muito populares. transmitidas oralmente de geração em geração” (p. o madrigal. virtuosístico. novos acompanhamentos. Travadinhas e outros poemas O repertório que apresentamos aqui traz algumas possibilidades para o uso de jogos de mãos e copos em sala de aula. Como explica Lima (2000. 3 N. 53). p. que depende tanto do desempenho individual como grupal. jogo e poesia na educação musical escolar 21 . blogspot. novos jogos musicais . sendo ressignificadas pelos alunos. Fonte: Furnari (2004). desencadeando jogos e brincadeiras que exploram o brincar com a música e com a palavra. 22 Viviane Beineke . Destacamos a ludicidade poética presente nos trabalhos de Eva Furnari. Você troca? Travadinhas O pobre do grilo do brejo. Não confunda Picolé salgado Com jacar é mimado. numa consciência musical que se desenvolve quando tocamos. Combinadas a atividades de composição de jogos de copos. que podem elaborar seu trabalho de maneira que contemple suas expectativas e saberes. criados a partir das atividades aqui sugeridas. improvisamos e inventamos música. ouvimos. que exemplificamos a seguir. No trabalho em pequenos grupos é favorecida a interação entre os próprios alunos.com você pode conhecer várias outros jogos. Fonte: Furnari (2003).de copos e de palavras! Dica No blog www. Assim assado Era uma vez uma menina aventureira Navegava no sofá e voava na banheira.lengalalenga. Prendeu o brinco no prego. Carregava o gato na bolsa. Fonte: Furnari (2002a). A ideia é que as canções e os jogos de copos aqui apresentados sirvam como pretexto para novas invenções em sala de aula. As vivências musicais são enriquecidas quando se pode exercer uma variedade de papéis com a música. Compondo com Eva Furnari Não confunda Não confunda Careca banguela Com cueca amarela.MÚSICA na educação básica traz novos desafios. têm gerado novos desafios. Você troca um canguru de pijama por um urubu na cama? Você troca um espião com preguiça por um ladrão de salsicha? Fonte: Furnari (2002b). Conversava com minhoca. Era uma vez uma velha coroca. que criam novas regras. atribuindo sentidos próprios às suas músicas. criticamos. analisamos. cantamos. A rainha do repolho refogado Ri do rei do rabanete emburrado. V . Agradeço a Cláudia Ribeiro Bellochio e Áurea Demaria Silva pela leitura do texto e sugestões. quanto na fluência e na crítica musical. Nessa perspectiva. Trabalhando com as músicas que as crianças fazem. produzir e reinventar materiais didáticos para o ensino de música na escola. como diz Pescetti. analisar. o educador musical instiga-os a construir o seu próprio conhecimento. como também às músicas que elas compõem. a experiência musical com as crianças pudesse “incluir o professor como um ser humano com gostos e vivências para compartilhar” (2005. Música. 3 N. ampliar os valores estéticos. o professor pode atuar como um crítico sensível e articulado às relações que se estabelecem com a música em sala de aula. tanto na autonomia de pensamento. Acreditamos que o uso de elementos que fazem parte do próprio universo das crianças nas brincadeiras para a sala de aula é uma forma de valorizar o saber infantil. p. fantasias e o imaginário. Ao compartilhar esse processo com os alunos. dos jogos e brincadeiras. Acreditamos que a produção de materiais para o trabalho com música está ligada a processos de criação e recriação. de outro e de mais outro. É esse o sentido que move nosso projeto: experimentar. auxiliando os alunos a refletirem sobre as suas práticas musicais. podemos favorecer o reconhecimento e a valorização das diferenças. Para isso. Interessante seria se. inventam e reinventam quando têm espaço para isso. consideramos essencial que os professores se tornem menos consumidores e mais produtores de material didático. quando não se deseja oferecer “receitas” para serem “aplicadas”. o professor também precisa apropriar-se criativamente das canções. tornando o aprendizado mais significativo para a criança. 3 setembro de 2011 Considerações Elaborar materiais didáticos é sempre um desafio para professores e professoras. jogo e poesia na educação musical escolar 23 . Nesse sentido. respeitar e compreender as vozes dos nossos alunos. adaptar. à medida que aprendemos a ouvir. na busca por construir aprendizagens musicais significativas para os seus alunos. 39). em um processo comprometido com o seu desenvolvimento musical. sempre descortinando possibilidades de um trabalho. Isso tanto às músicas que as crianças aprendem umas com as outras quando brincam. um espaço que o professor deve garantir em sala de aula. Muitas vezes. Nessa perspectiva. de fato. motor ou rítmico. as crianças aprendem a jogar enquanto jogam. porque não há. produzindo suas próprias significações em interação com as significações atribuídas pelos outros jogadores. Assim. sendo necessário partilhar dessa cultura para poder jogar (Brougère. os seus usos são bastante distintos. Observando as crianças brincarem livremente. mas quando a brincadeira infantil é pensada do ponto de vista pedagógico.MÚSICA na educação básica Mosaico sobre o jogo e o brincar na infância O uso de jogos e brincadeiras é uma prática legitimada na educação musical por diversas tendências educacionais. 2002). A cultura lúdica das crianças emerge e se desenvolve no próprio jogo. fica evidente a importância dessas atividades para o seu desenvolvimento. colocando a brincadeira a serviço do desenvolvimento cognitivo. algum comportamento que permita definir claramente quando se está brincando ou não. entre outros. a criança é co-construtora da cultura lúdica e as interações supõem sempre uma interpretação das significações que vão sendo atribuídas pelos participantes. argumento utilizado para justificar as mais diversificadas metodologias. que se vão adaptando e produzindo novas significações. Brougère (2002) explica que o jogo só existe dentro de um sistema de interpretação das atividades humanas. sendo reduzida a atividades dirigidas (Leite. Assim. essa ideia é transposta para o ensino de forma reducionista. o que caracteriza o jogo é o estado de espírito com que se brinca. Assistimos então a uma “pedagogização” da brincadeira. Discutindo a dimensão social do jogo. 2002). É comum ouvirmos que as crianças “aprendem brincando”. quando ela perde seu caráter de experiência significativa. 24 Viviane Beineke . A ludicidade. embora o brincar não constitua atividade exclusiva das crianças. através das quais elas se definem em relação a uma diversidade de encontros. como também pelas formas culturais produzidas pelas próprias crianças.” (Giroux. constitui um traço fundamental das culturas infantis. 3 N. Para as crianças. segundo Sarmento (2004). criar novos significados e interpretações. 2005a). a todo momento. 49) A brincadeira permite. o brincar é condição da aprendizagem e da sociabilidade. jogo e poesia na educação musical escolar 25 . razão pela qual o brinquedo as acompanha nas diferentes fases da construção das suas relações sociais. buscando atribuir significados à sua vida e novas maneiras de experiênciá-la (Pereira. a defesa de ideias políticas e o prazer se encontram para construir concepções do que significa ser criança – uma combinação de posições de gênero. Música. raciais e de classe. “A cultura infantil é uma esfera onde o entretenimento. 3 setembro de 2011 Sarmento (2003) esclarece que é necessário compreender as culturas infantis com base na forma como as crianças interagem com as formas culturais produzidas para as crianças pelos adultos. p. 1995.V . permitindo que a criança cresça como sujeito de cultura. T. Travadinhas.montevideo.udesc. T. Não confunda. 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