Muryatan Santana Barbosa

March 31, 2018 | Author: Paulo Alves Junior | Category: Historiography, Antonio Gramsci, Sociology, Science, Learning


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Sérgio Ricardo da Mata, Helena Miranda Mollo e Flávia Florentino Varella (orgs.). Anais do 3º.Seminário Nacional de História da Historiografia: aprender com a história? Ouro Preto: Edufop, 2009. ISBN: 978-85-288-0061-6 Subaltern Studies: Pós-colonialismo e Desconstrução Muryatan Santana Barbosa1 Subaltern Studies é o nome comumente dado ao Grupo de Estudos Subalternos do Sul da Ásia, fundado em fins dos anos 1970, na Índia. Trata-se, originalmente, de um grupo de intelectuais indianos interessados na revisão da história do seu país, desde uma perspectiva pós-nacional específica: subalterna e pós-colonial. Tal intento, segundo o idealizador do grupo, o historiador Ranajit Guha, teria um sentido complementar. Isso porque, para desvelar a realidade do fenômeno subalterno seria necessária uma nova historiografia, que rompesse com os paradigmas eurocêntricos da historiografia indiana de cunho modernista: nacionalista ou colonialista. Desde tal perspectiva, o grupo conquistou larga influência na historiografia contemporânea, assim como entre intelectuais ligados as áreas de Estudos Culturais, Sociologia da Cultura e de crítica pós-colonial, sobretudo, no campo literário, a partir da obra de intelectuais indianos como Hommi Bhabha e Gayatri Spivak. A principal obra de divulgação do trabalho do grupo foi a coletânea A Subaltern Studies reader (1997, primeira edição: 1982). Parte do reconhecimento alcançado pelo Subaltern Studies está, sem dúvida, associado as inovações teórico-metodológicas que os pesquisadores do grupo tiveram que realizar para construir esta nova historiografia indiana. Neste ensaio, faz-se uma análise crítica, resumida, deste projeto, focando o paradoxo aí presente entre crítica pós- colonial, marxismo ocidental e desconstrução, em particular, foucaultiana. Os trabalhos de Ranajit Guha são especialmente importantes nesta linha de investigação. Nos prefácios às edições de Subaltern Studies Reader, Guha observa que o nascimento do grupo de “Estudos Subalternos” se coloca, teoricamente, como uma resposta ao fracasso da modernização indiana, resultante dos projetos nacionalistas pós- descolonização nacional. Para isto, Guha e seus discípulos viram na discussão sobre a subalternidade a possibilidade de fundar uma historiografia pós-nacionalista, interessada em mostrar os pressupostos eurocêntricos e os regimes de poder engendrados na modernização indiana, nas mais variadas escalas. Neste intento é que teria ressurgido, 1 Professor universitário, mestre em Sociologia e doutorando em História Social pela FFLCH/USP. É membro do NEACP (Núcleo de Estudos sobre África, Colonialidade e Cultura Política) e editor da Sankofa: revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana. E-mail para contatos: [email protected]/[email protected]. 1 entre 1783 e 1900. segundo Guha. Ou seja. em especial. entretanto. Aí. a herança de Gramsci é ali absorvida criticamente. lá. teria sido soterrado pela expansão da racionalidade instrumental da modernização pós- independência nacional (Guha. pois. Gramsci ajudaria entender a especificidade da dominação do Estado Colonial na Índia. Thompson. teria existido como uma dominação sem hegemonia. supostamente enterrado pela História tradicional. Cristopher Hill e Eric Hobsbawm. buscava averiguar “formas comuns ou idéias gerais na consciência rebelde” dos envolvidos.). uma evidente inspiração gramsciniana. 2009. que os Estudos Subalternos visariam destacar em sua re-escritura da história indiana. Isto ocorre. Tal situação só teria mudado com a ascensão do movimento de descolonização liderado pelo Congresso Nacional Indiano. Helena Miranda Mollo e Flávia Florentino Varella (orgs. Este saber. Vê-se. só ocorreu quando o discurso nacionalista das elites indianas foi remodelado pelos subalternos. mais difusas. analisou a experiência de cento e dez insurreições populares durante o período referido. Todavia. Thompson (Formação da classe 2 . ter-se-ia formulado uma nova dominação. em uma tentativa um tanto quixotesca. entretanto. Para Guha. aqui. ainda que remodelada. uma proximidade de investigação e de conteúdo. de Guha. como práxis política. especialmente em E. ao contrário do que ocorreu na Europa Ocidental. todavia. dialogando com a história social inglesa de E. P. no principal livro de Ranajit Guha: Aspectos elementares da insurreição camponesa na Índia colonial (1983). desde sua própria visão de mundo. É aí evidente. Guha pretendeu reescrever a história das insurreições camponesas na Índia colonial desde uma perspectiva de longa duração. que aproxima o trabalho de Guha aos trabalhos clássicos da historiografia inglesa sobre a classe trabalhadora naquele país. Seminário Nacional de História da Historiografia: aprender com a história? Ouro Preto: Edufop. ISBN: 978-85-288-0061-6 por exemplo. Há. por exemplo.Sérgio Ricardo da Mata. Para isto. P. hegemônica. o Estado Moderno. que a inspiração gramsciana. Segundo diz. por exemplo. com o intento explicito de retirar os aspectos marcadamente historicistas do seu pensamento. 1997: xviii). na esfera dos micro-poderes. Anais do 3º. Colonial. aparece de forma indireta. desta feita. a importância de Antonio Gramsci para o grupo. Neste livro. um país em que a sociedade política exerceu uma dominação através dos aparatos de repressão aos subalternos. Sua efetivação. É justamente este saber subalterno. Em muitos trabalhos dos Estudos Subalternos. esta herança é mediada por outras. Diz ele que. pois. creio que aí pode-se observar. que tal interpretação simplifica as possíveis diferenças epistemológicas existentes entre o trabalho pós-colonial dos Estudos Subalternos (no caso de Guha) e o dos referidos historiadores ingleses. se estaria. Deste modo. diferentemente do que poder-se-ia averiguar das narrativas clássicas da historiografia inglesa sobre o assunto. suprimindo a real heterogeneidade de tais insurreições subalternas. isto explicaria a diferença de interpretação entre eles. Assim. ao criticar a historiografia tradicional (nacionalista) indiana. 3 . um sentido linear de narratividade. Guha diz que esta estaria reproduzindo. sobre a classe trabalhadora indiana. 1963) e em E. Entretanto. como Thompson e Hobsbawm (entre outros) e Guha trabalham com épocas e lugares distintos. quiçá a mais importante. Assim sendo. em verdade. por esta mediação. 1981). cuja genealogia. poder-se-ia imaginar que a classe trabalhadora inglesa teria uma experiência de luta projetiva. a descrição de uma resistência heterogênea. ISBN: 978-85-288-0061-6 trabalhadora. Hobsbawm (Rebeldes primitivos.Sérgio Ricardo da Mata. funcionários públicos. diz respeito a construção da temporalidade na narrativa histórica. 1968. a Gramsci. segundo a qual os Estudos Subalternos seriam apenas uma vertente local da tradição historiográfica inglesa. pelo contrário. Como observa Michael Denning (2005: 47). Em que consiste tal diferença interpretativa? Uma explicação possível é atribuir tal diferença a uma questão de especificidade do “objeto de estudo”. Anais do 3º. Há. que só poderia ser definida em termos muito gerais. Os trabalhadores. de viés nacionalista. Seminário Nacional de História da Historiografia: aprender com a história? Ouro Preto: Edufop. não se observa no ensaio de Ranajit Guha. o sentido essencial da diferença que estes julgam ter também com a referida historiografia clássica inglesa. uma diferença substancial a ser colocada. uma narrativa de pretensão linear. enquanto que a indiana não. Ou seja. No prefácio a Subaltern Studies. policiais. Tal fato faz com que não se possa observar no trabalho de Guha (1983) uma historia sobre a “formação” da classe trabalhadora indiana.). esta crítica de Guha e seus colegas. se coloca contra a história tradicional indiana. todavia. Uma destas diferenças. Penso. Existe. equivocadamente. 2009. com sua historicidade própria. também. etc). seria procedente a assertiva de Arfir Dirlik (1997). Como foi dito. seria derivada dos discursos de repressão advindos dos poderes contra-insurgentes (magistrados. entretanto. implicitamente. Helena Miranda Mollo e Flávia Florentino Varella (orgs. em Subaltern Studies. segundo o historiador indiano. e. conforme trabalhadas por E. algo de novo em relação aos trabalhos clássicos da historiografia inglesa. Esta aproximação entre marxismo e desconstrução. classe. baseadas neste principio metodológico. no plano metodológico. só poderia ser identificada com a desconstrução das formais pelas quais certas categorias modernas -. ISBN: 978-85-288-0061-6 Apontando para esta problemática. apontando para uma indisfarçável simpatia de Guha. enquanto fenômeno social. Vigiar e Punir (1975). presente nos Estudos Subalternos – ainda que implicitamente – é uma característica própria desta historiografia pós-colonial. desconstrucionista. supostamente. Dipesh Chakrabarty (2002) é um dos poucos a explicitar tal posição. deles entre si.). e as possíveis estruturas elementares do imaginário coletivo destas revoltas. publico x privado. uma melhor análise do historiador das fontes históricas e da história das relações de poder inerentes a tais narrativas. tal contribuição seria devedora da percepção pós-colonial de que a subalternidade. Anais do 3º. supostamente. cidadania. Em especial. Como afirma Chakrabarty (2002).organizariam a compreensão do passado. a contribuição essencial dos Estudos Subalternos para as ciências humanas. em ultima instância. Seminário Nacional de História da Historiografia: aprender com a história? Ouro Preto: Edufop. uma radicalização da inter-disciplinariedade. o historiador da Escola Subalterna. uma marcante presença foucaultiana (em particular. No caso de Guha. de fato. de inspiração gramsciana é mediada por uma interpretação de viés desconstrucionista. destaca as críticas que Guha estabelece a noção de “revoltas primitivas” e/ou “pré-politicas”. no que tange a hermenêutica textual. É discutível o quanto as análises interpretativas da Escola Subalterna. do seu projeto arqueológico) no trabalho do historiador indiano. pois esta possibilitaria. Neste sentido. nesta obra. que visa desvelar como tais categorias 4 . a busca da subalternidade. trouxeram. como raça. pode-se observar que a diferença teórico- metodológica assinalada reflete. Esta examinaria as relações dos subalternos com as elites. daí sua gênese estruturalista. 2009.Sérgio Ricardo da Mata. Segundo este outro historiador indiano. etc . Rejeitando o historicismo inerente a tal categorização. Hobsbawm. Por isto. em Aspectos elementares da insurreição camponesa da Índia. Defende ele que esta seria. Guha observa que o trabalho do historiador deveria reconstruir uma hermenêutica própria das práxis rebeldes. com os trabalhos do “primeiro Foucault”. Para isso. em particular. Dipesh Chakrabarty (2002: 14-15). Estado-Nação. Guha e seus colegas defendem. Helena Miranda Mollo e Flávia Florentino Varella (orgs. este ancora sua análise das relações de poder inerentes às praticas discursivas. que dificilmente poderiam ser acusados de essencialismo (Spivak. a tarefa dos Estudos Subalternos. no estudo do discurso e da textualidade. por ser. supostamente. Spivak analisa a busca da subalternidade como uma questão estratégica importante para a crítica contemporânea. seria que os Estudos Subalternos e o pós-colonialismo contemporâneo ainda não teriam criado uma postura 2 Por este termo. afinal. criar uma nova historiografia: pós-colonial e subalterna. O pós-colonialismo e o artifício da História (1997. Nestes. Segundo Chakrabarty. a subalternidade enquanto heterogeneidade objetiva. Desta posição dúbia. poder-se-ia captar. geralmente de caráter literário. potencialmente essencialista. tem utilizado o termo para se referir a uma espécie de essência transgressora. por exemplo. para além da lógica dicotômica dos discursos. Spivak. enquanto différence (neologismo criado pelo filósofo J. não se fixando em uma única instância. original 1992) e Provincializando a Europa (2000). 2003). porém. Alguns intelectuais ligados aos Estudos Culturais. Seminário Nacional de História da Historiografia: aprender com a história? Ouro Preto: Edufop. questiona sua efetividade teórica e política. como Spivak. no trabalho da ensaísta indiana Gayatri C.).Sérgio Ricardo da Mata. Anais do 3º. 2009. para além das narrativas fundadas no mito da modernidade. de fato. como Pode o subalterno falar? (1988) e Estudos Subalternos: desconstruindo a historiografia (1986). o filósofo francês pretendeu traduzir o duplo movimento do signo lingüístico que é diferenciado ao mesmo tempo em que difere. veio do historiador Dipesh Chakrabarty. Pode-se observar tal fato. Derrida)2. gradativamente. em ensaios como. segundo o autor. Nestes ensaios. assim como outros autores contemporâneos da crítica pós-colonial. vê-se constrangida a defender a subalternidade. Spivak. É interessante observar como esta aproximação de Guha e outros intelectuais indianos ligados a Escola Subalterna com a desconstrução. A subalternidade revisitada. 1988a). a tornar-se uma linha auxiliar da critica literária contemporânea. Chakrabarty questiona a opinião corrente que a historiografia indiana contemporânea esteja conseguindo. Esta seria. os levou. 5 . Sua força seria justamente esta indefinição (Hall. de viés pós-estruturalista. Não existe uma tradução exata para o termo. por este procedimento metodológico. A razão fundamental para isto. Uma das primeiras tentativas de repensar esta crescente aproximação do pós- colonialismo com a hermenêutica textual. ISBN: 978-85-288-0061-6 modernas condicionaram uma percepção linear da temporalidade dos discursos sobre o passado. Helena Miranda Mollo e Flávia Florentino Varella (orgs. concomitantemente. em vestígios cada vez mais sutis de resistência. em relação às premissas do pensamento político moderno. Este fato é importante porque. Um dos exemplos mais importantes desta vivência subalterna. em Provincializando a Europa. não nega a cientificidade das ciências humanas. Segundo o historiador indiano. aí. ainda que contemporaneamente não passível de objetivação pelas ciências sociais. ainda que inexplicáveis à sua teorização.continuaria se reproduzindo corriqueiramente na contemporaneidade. provincializando a idéia hiper-real de “Europa” (enquanto local da racionalidade. para o historiador indiano.). pois sua trajetória seria marcadamente autônoma. 2009. ciência. teria pouco a dizer. 6 . Para Chakrabarty. aspectos da vida social indiana. Chakrabarty cita. mas fenômenos ontologicamente contemporâneos. Dever-se-ia. modernidade. o historiador indiano defende a necessidade de uma visão teórica que vise “provincializar a Europa”. que revelariam como esta vivência cultural . Neste sentido. sobretudo em relação às praticas culturais. segundo o autor. nem ressurgimento do pensamento místico. mas defende um caráter de incompletude destas. Sua posição. independente de sua existência aparentemente incompreensiva. Deste modo. ele se referiria a um projeto que desvele a heterogeneidade do meio social. Buscando demonstrar o seu ponto de vista. Sobre isto. Helena Miranda Mollo e Flávia Florentino Varella (orgs. etc) que colonizaria o mundo da vida. seria a trajetória e o pensamento político do líder da Independência Nacional Indiana: Mohandas (Mahatma) Gandhi. Em particular. Revelar-se-ia. Gandhi poderia ser visto como um exemplo da práxis subalterna. pois. um posicionamento colonialista sub-reptício dos cientistas sociais. este projeto complementaria a perspectiva tradicional da Escola Subalterna. para Chakrabarty. pois. ISBN: 978-85-288-0061-6 adequada diante dos fatos sociais sobre os quais a ciência social teria pouco a dizer. seja foucaultiana ou derridariana. Com isto. resquícios do passado. é fundamental afirmar que tais práticas não seriam. Seminário Nacional de História da Historiografia: aprender com a história? Ouro Preto: Edufop. dar-lhes vez e voz. a teoria desconstrucionista.subalterna . Anais do 3º. entender-se-ia a subalternidade como um caso particular da reconstrução das diferenças supostamente existente na realidade social.Sérgio Ricardo da Mata. Defende Chakrabarty que a superação deste equívoco deveria propiciar um olhar científico que reconhecesse a importância prática destes fenômenos sociais. neste sentido. Interessa-lhe ressaltar. 7 . em livros como O inimigo íntimo (1983). Nandy dá o nome de “tradicionalismo critico” há esta práxis independente. mas uma postura contemporânea ancorada em densa vivência cultural. a vida particular de um representante do Estado ou um político seria vista como parte integrante de sua missão pública. é discutível o quanto esta prática poderia tornar-se uma regra a- temporal da política. engendrada na cultura indiana. Helena Miranda Mollo e Flávia Florentino Varella (orgs. de acordo com os ideais de simplicidade e purificação. não é defender tal idéia. a aparente confusão entre publico e privado da pratica política não é apenas uma ausência de verdadeiros princípios cidadãos. com isto. colonial. nem advogar sua efetividade como postura ética. seja em sua tendência hegemônica. Evidentemente. O que interessa a Chakrabarty. O khadi na cultura indiana simboliza o ideal de purificação e simplicidade. todavia. há de se destacar um objetivo comum a estes autores: a tentativa de estabelecer uma epistemologia pós-colonial alternativa ao paradigma eurocêntrico. como na história indiana. segundo Chakrabaryy. Nos anos 1910 e 1920. seja em sua tendência contra-hegemônica.Sérgio Ricardo da Mata. Gandhi teria retomado o khadi ressignificando-o como uma postura de vida. pelo menos. sem. Apesar da diferença nas abordagens citadas. para aqueles influenciados pelo gandhismo. Neste contexto. esperar algo em troca. essenciais ao hinduísmo. O selvagem Freud e outros ensaios (1995). a de Chakrabarty. ISBN: 978-85-288-0061-6 Uma destas práticas gandhianas que Chakrabarty usa como exemplo é a do khadi. seja material ou espiritual. Nandy ressalta os aspectos da vida e do pensamento de Gandhi que concretizaram uma práxis supostamente autônoma de libertação diante do discurso ocidental. 2009. de modo paralelo. em sua releitura do líder indiano. Time Warps (2002).não moderna – ao Ocidente. neste particular. Anais do 3º. Neste sentido. pelo ensaísta indiano Ashis Nandy. o khadi tornou-se sinônimo da capacidade de se sacrificar ao extremo pelos interesses do povo. Uma posição próxima. na crítica metropolitana ao Ocidente. vem sendo elaborada. ontem e hoje. Assim como Chakrabarty. Esta parece ser de fato uma contribuição original da crítica pós-colonial ao pensamento social contemporâneo. por exemplo. fora do contexto indiano. etc. É vivência para o povo. Também Nandy vai buscar em Gandhi muito da sua inspiração para seus escritos. que busca re-estabelecer a crítica tradicional indiana . tratar-se-ia de uma visão de mundo autônoma. Segundo o sociólogo indiano.). a partir do khadi. Seminário Nacional de História da Historiografia: aprender com a história? Ouro Preto: Edufop. London/New York: Routledge.). São Paulo: Francis. Habitations of modernity: essays in the wake of Subaltern Studies. a partir de ensaios sobre sociologia do conhecimento e re-escritura da história. Chicago. Princeton. São Paulo: Boitempo. 263-294. GUHA. DENNING. The post-colonial studies reader. Minneapolis. 2000. Penso que esta percepção abre um campo de pesquisas não suficientemente desenvolvido pela sociologia e pelo pensamento historiográfico. pp. 1993. nem pós-moderno. Provincializing Europe: postcolonial thought and historical difference. DIRLIK. Belo Horizonte: UFMG. Subaltern Studies reader (1982-1995). A cultura na Era dos Três Mundos. 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Seminário Nacional de História da Historiografia: aprender com a história? Ouro Preto: Edufop. ISBN: 978-85-288-0061-6 Para isso. Homi. Gaiatry (Ed. Seria simplesmente não moderno. a crítica pós-colonial e subalterna visa analisar o contemporâneo que não é moderno. MN: University of Minnesota. MN: University of Minnesota. Anais do 3º. CHATTERJEE. no. Aijaz.). N. 1995. pp. Subaltern Studies reader (1982-1995).: Princeton University Press. nem anti-moderno. O local da cultura. Postcoloniality and the artifice of history: who speaks for “Indian Pasts”.). Princeton. London/New Jersey: Zed Books. Helena Miranda Mollo e Flávia Florentino Varella (orgs. _____________. LATIN AMERICAN SUBALTERN STUDIES GROUP. ________________. ISBN: 978-85-288-0061-6 ____________. History’s forgotten doubles. 2009. PRAKASH. Post-colonial criticism and Indian historiography. pp. Colonization of the mind. 44-66. Marxism and the interpretation of culture. Gayatri C. 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