Mulheres no Sertão Nordestino

March 27, 2018 | Author: Elton Victor | Category: Slavery, Marriage, Family, Woman


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8º SEMINÁRIO DE HISTÓRIA DO PIAUÍ IGRUPO: Elton Victor Jhonatas Rodrigues Jonas de Oliveira Nayara Alessandra Nayhara Santos Rhafael Peres SEMINÁRIO VIII Autora dos textos: Miridan Brito Knox Falci Livros abordados: 1 - História das Mulheres no Brasil. Autora: Mary Del Priore Texto: Mulheres do Sertão Nordestino Lançado em 2004, pela Editora Contexto. SEMINÁRIO VIII Autora dos textos: Miridan Brito Knox Falci 2. A Criança na Província do Piauí. Lançado em 1991, pela APL (Academia Piauiense de Letras) MULHERES DO SERTÃO NORDESTINO (José Medeiros . A mulher do rico é dama A do pobre é costureira Não pode comprar a máquina Termina sendo rendeira Pobre sentada na mó Por lhe faltar a cadeira A pobre rede é de palha A porta. simples esteira. Usa panela de barro Pra cozinhar macaxeira.O pobre e o rico) .A pobre sem um vintém Não compra nada na feira. o sertão nordestino retratado no texto já não existe mais.INTRODUÇÃO:  Segundo a autora. era uma terra de modo de vida excêntrico para as populações do Sul. onde perduraram tradições e costumes antigos e específicos. . CARACTERÍSTICAS:    ´ f inin ultr ss rr ir s cl ss sµ. t st nt s. Como j afirmado anteriormente. . c nt invent rios ou livros e emória. o sert o nordestino sobre o qual nos debruçamos aqui n o existe mais. As ulh r s n t n s ç r c s n lit r tur c r l. Assim. aumentando a participação feminina significativamente.OS NÚMEROS:     No final do século XVII. como a natalidade a mortalidade era muito alta. . Diminuição da população branca. Mudanças na formação social ocorreram em 1758 com a chegada de muitos casais do norte de Portugal. a população era predominantemente masculina. RETRATOS DA MULHER LIVRE ´Qual era a aparência da mulher livre?µ  ´água. . mesmo em locais mais ricos. gados e escravos.  Nos inventários o ue eram constatados como luxo era a uantidade de fazendas. XIX.  Mesmo as mulheres ricas costumavam se vestir com certa simplicidade se comparadas com as da elite litorânea. águaµ.  A mulher enfeitada de jóias é rara no séc. mostra-nos apenas o sexo masculino. feita por Spix & Martius. . As variações fisionômicas são explicadas pela chegada de outras escravas ue já possuíam a mistura de outras etnias e regiões.RETRATOS DA MULHER ESCRAVA ´Como era. recorremos aos anúncios de fuga ou venda de escravos. a escrava do sertão?µ. passado. fisicamente. A única representação do séc. En uanto algumas não podiam trabalhar. o . outras realizavam trabalhos para garantir seu sustento.AS ATIVIDADES FEMININAS o As mulheres de classe mais abastada não tinham muitas atividades fora do lar. Maria Josefa Clementino de Sousa. . porém não conseguiu entrar. A mulher não era considerada cidadã política.A MULHER INSTRUÍDA Amélia Freitas foi à primeira mulher brasileira do sertão nordestino a concorrer a uma cadeira da Academia Brasileira de Letras. Um exemplo de mulher analfabeta foi à filha do visconde da Parnaíba. a primeira mulher a ocupar a cadeira da Academia Piauiense de Letras ao norte da província. . como foi o caso de Luísa de Amélia de Queiroz Brandão.A MULHER INSTRUÍDA Várias mulheres letradas tiveram seus desta ues. A MULHER E SUA FAMÍLIA A família da mulher de elite estava estabelecida há mais de 100 anos na sua respectiva região. como Bahia e Pernambuco. . e na exploração da terra em forma de grandes latifúndios despertou o desejo de fixação das famílias. Muitas delas vieram de outras regiões. Uma economia baseada na pecuária extensiva. trazendo seus próprios escravos. agricultura de subsistência. o poder ficou concentrado nas mãos de famílias de elite (oligar uias).A MULHER E SUA FAMÍLIA No final do século XIX e início do século XX. Formação de uma grande população pertencente a famílias não-consangüíneas. . Dentre as famílias mais antigas destacamos os Coelho Rodrigues que se ligaram a família paulista Vieira de Carvalho. A MULHER E SUA FAMÍLIA As mulheres ricas possuem um sobrenome de família que os mantém na história ligada a um tronco familiar. e as pessoas se referiam a elas pelo nome do proprietário (quando era autorizado). foram trazidas pelos colonizadores sem possuir um nome familiar. . coisas que podiam ser vendidas. As escravas eram tratadas como bichos. problemas com a herança e dote. . pela dificuldade de encontrar um parceiro a sua altura. os pais começavam a procurar um noivo para suas filhas. Quando se passava as ´primeiras regrasµ (menstruação) e as meninas fizesse corpo de mulher.DA NECESSIDADE DE CASAR  Muitas mulheres não conseguiram casar entre alguns motivos.  Angústia por não casar até os 25 anos de idade.  Noção de valorização do matrimônio.  Recebiam conselhos da mãe para terem comportamento moderado e repleto de zelo.  .  Os enxovais eram compostos de peças de linhos mandadas bordar e guardar com papel de seda em baús.DA NECESSIDADE DE CASAR A confecção de enxovais era feitas a partir dos 12 anos de idade das meninas. patrimônio territorial e inter-relação das famílias oligárquicas locais. As festas solidificavam os laços de amizade. Virgindade era pré-requisito. . Festas e piqueniques serviam de encontro para os jovens.O CASAMENTO ´ACERTADOµ DA MULHER DE ELITE O matrimônio era mais um acordo entre famílias. Mulher obrigada à aceitar o noivo escolhido pelo pai. Desobediência de aceitar as escolhas dos pais era ofensa grave e gerava exclusão da noiva das relações familiares. . apenas o marido poderia administrar os bens da esposa. DOTE: Parte da herança da noiva entregue pelo pai adiantadamente ao noivo. Até 1916.O CASAMENTO ´ACERTADOµ DA MULHER DE ELITE Casamentos co-sangüíneos freqüentes. Fartura demonstrava riqueza familiar. acompanhado de alaúdes e violino. Havia também. .FESTA DA ELITE Festas longas e fartas. coros de escravinhos e violeiros contratados. Moças educadas tocavam valsas ao piano. Toda família de elite tinha um membro da classe sacerdotal. junho e julho.FESTA DA ELITE Maioria dos casamentos eram realizados nos meses de maio. . época de frutas em grande quantidade para confeccionar especiarias alimentares para a festa. Não envolvia dotes. Também era de grande valor. pois poderia despertar desejo de outros homens.O CASAMENTO DA MULHER POBRE     Normalmente não era ´acertadoµ. Mulher muito bonita despertava desconfiança. . ilegítimos a lei sagrada.O CASAMENTO DA MULHER ESCRAVA   Também casavam. mas fora dos ´laços sagrados do matrimônioµ. Destaque para escrava Esperança Garcia: denunciou os maus-tratos que sofria e a separação de seu marido imposta pelo seu administrador. ou seja. . ´Carta d·a metadeµ: .Documentos feitos através das bases do Império e utilizados nos casamentos com o intuito de prever uma comunhão de bens do casal que era o costume local. .O REGIME DOS BENS 1 . declaravam que haviam acordado por contrato de dote e segundo o direito civil de não comunhão de bens. ou seja.Quando queriam a divisão de bens.O REGIME DOS BENS 2 . .Divisão de bens: . um contrato pré-nupcial.  Se o casamento não fosse realizado a mulher era considerada ´perdidaµ.  Vingança era muito usual na época para limpar o nome da família.O RAPTO CONSENTIDO Mulher consentia ao raptor levá-la a noite para se casarem escondidos sem o consentimento da família.  .  Raptor que não casava iria ser punido pela família da noiva ou pela sociedade.  As mulheres passaram a casar dos 12 para 14 anos e os homens dos 14 para 16 anos.  .O RAPTO CONSENTIDO A possibilidade de escolha livre só foi possível quando reduziram a maioridade de 25 para 21 anos em 1813.  . amparo financeiro e social. sem status ou bens e que não haviam casado e encontravam em homens mais velhos. até casados.  Tinham certo poder e prestígio devido ao marido. porém esta deveria saber ´o seu lugarµ.CUNHÃ Mulheres jovens. canaviais. baús e santos de madeira. algumas jóias e adereços do lar. couro de gado e veado. . posses de terra. Eram principalmente as fazendas. enxadas e apetrechos agrícolas. Também de manifestava em escravos. pois eram unidades produtivas e que valiam pelas terras que possuía. roças. solas.A RIQUEZA DAS MULHERES Raramente ultrapassavam um monte de 10 contos de réis. engenhos. plantações. devido da decadência que o sistema econômico. Sertão do Piauí e do Ceará extinguiram a escravidão antes das outras regiões. Para ter segurança em relação à alforria.MULHERES VENDIDAS E ALFORRIADAS Separação entre mães e filhos geraram extremo desconforto e tensão aos escravos. . e ocasiona dispensa de mão-de-obra escrava. era preciso passar este em cartório. Mantinham relações sexuais forçadas. Vendê-las a região sul era mais lucrativo. sem possuir o laço sagrado e legal do casamento.  Era vista apenas como aquela que ´guardava a sementeµ.TER FILHO EM UMA ESCRAVA Era elevado o número de filhos naturais e ilegítimos de escravas com os donos de fazenda.  . como objeto sexual.  Eram tratadas como ´coisaµ. A CRIANÇA NA PROVÍNCIA DO PIAUÍ . e os limites provinciais daquela sociedade e no que isso afetou em seu crescimento e entendimento. . ricas e pobres.INTRODUÇÃO Segundo a autora. livres e escravas. Miridan Falci. Devido a ausência de informações sobre elas. a autora cruzou várias informações existentes para utilizá-las como fontes. o texto tem como objetivo estudar a história das relações entre a criança e o mundo rural. DO TEMPO DE NASCER E APARECER. Apadrinhamento: fortificava laços nas famílias.. . batismo significava inserção social. Mulheres morriam constantemente no parto. Vida conjugal voltada para a procriação.. Tornar-se cristão era excepcionalmente importante para a criança. .. Sua vida seria determinada em função de ser livre/escravo/legítimo/natural. aceitos pela sociedade por compaixão.DO TEMPO DE NASCER E APARECER. A criança ira trazer a marca social da hierarquia.... Filhos de mães solteiras. DO TEMPO DE BRINCAR.. e o de criança livre e escrava.. As brincadeiras não são diferentes das dos demais locais do mundo. . apenas o que era ou não permitido para cada classe. Diferencia-se apenas as brincadeiras crianças ricas e pobres. 1. menino-macho tomava banho com seu bando no riacho Mocha. ´ Bicicleta. ´ Em Oeiras. ´ Brincar de baladeira. brincar nos riachos à procura de frutas. ´ Caçada e pescarias. ´ Montava em carneiros. ´ . ´ Aos 4 ou 5 anos. BRINCADEIRA DE ´MENINO-MACHOµ Brincar de montaria com haste de carnaubeiras. ´ Pular macaca (amarelinha). ´ Brincavam de roda e dançavam. BRINCADEIRA DE ´MENINO-FÊMEAµ Brincavam de pedrinhas. ´ .2. ´ Pular corda e brincar com bonecas (bruxinhas de pano). Mulheres. eram em sua maioria. Ficava a cargo dos padres o ensino básico... . analfabetas. Poucas pessoas eram alfabetizadas. Destaque para Padre Marcos que ensinava vinte alunos a se alfabetizarem se custeio nenhum.DO TEMPO DE APRENDER A LER. mesmo os mais ricos. aos 8 anos.  O aprendizado e aumento de trabalho são conseqüências do aumento das necessidades materiais e distinções de classe da região. acompanham os pais aos campos.  Portugueses trazem costumes e modelos ocidentais que geram padrões de disciplina.DO TEMPO DE COMEÇAR A TRABALHAR Meninos.  Meninas.  . obediência e bom comportamento. ficam em casa com a mãe. escovavam roupas. lavavam os pés das pessoas da casa e visitantes. pajens. engraxavam e balançavam redes. Crianças pobres livres: ´meninos-de-recadoµ e ´meninos de botar águaµ. além de cobaias do exército. 2. . Escravos: buscavam jornal e correio. 1. encilhavam cavalos.DO TEMPO DE COMEÇAR A TRABALHAR Trabalho de menino-macho:  Realizavam tarefas para ricos e podres. DO TEMPO DE COMEÇAR A TRABALHAR  Em Oeiras.. cortinas. bordadeiras.. varandas de rede. serventes. Trabalho de menino-fêmea:  Foram rendeiras.) . Piripiri e União. criado. cozinheiras e trabalharam com filet (confecção de colchas. Teresina. etc. tecelonas. roceiras. a registros de roceiros. toalhas de mesa. além de pequenos vaqueiros. CONCLUSÕES . Agradecemos pela atenção de todos! .
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