modernidade e pós-modernidade

March 24, 2018 | Author: brunanico | Category: Sociology, Science, Modernity, Modernism, Marxism


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Pós-modernismo e educaçãoElson Rezende de Mello (Fonte: http://www.elsonrezende.hpg.ig.com.br/artigos/posmoder.htm) (sublinhado: Laerte) "Temos que compreender, de uma vez por todas, que todas as significações que constituem nosso mundo são simplesmente uma estrutura historicamente determinada e em contínuo desenvolvimento, e na qual o homem se desenvolve, e essas significações de nenhuma maneira são absolutas." (Karl Mannheim, em Ideologia e Utopia) O pós-modernismo se expande cada vez mais aos setores mais variados da teoria e do fenômeno social, e o campo da teoria educativa e da pedagogia não podia fugir também a esse influxo, o que impõe a necessidade de mapear esses terrenos, tendo em vista as novas realidades que resultam da ruptura ou do diálogo pós-moderno com o mundo cultural e social. Para tanto, repassamos algumas informações que alimentam essa discussão do pós-moderno, em um contexto que obriga, pelo menos, uma flexibilização de visões e conceitos, sobre os quais ainda hoje pesa uma crosta de dogmatismos e determinismos. Apoiado em análises de Tomaz Tadeu e outros autores, enfocamos o tema no campo da educação. A questão do pós-modernismo, em sua relação com a educação, chama a atenção, principalmente com a leitura do ensaio de Henry A. Giroux, "O Pós-modernismo e o Discurso da Crítica Educacional", publicado no livro de Tomaz Tadeu da Silva, Teoria Educacional Crítica em Tempos Pós-Modernos. Como o pós-modernismo se ralaciona com o discurso, a linguagem, a cultura, atravessados pela teoria e a prática do poder - a televisão e os media em geral estão no centro desses jogos de poder -, nada mais natural que o interesse com a questão se renovasse, agora de uma maneira até operativa, instrumental, para aqueles que, também, se preocupam e trabalham com a comunicação. A aproximação ao pós-moderno também pode se dar de acordo a necessidade de buscara teorias e discursos que possam enriquecer uma visão da realidade e ajudem a rejeitar as abordagens que já agora se fazem limitadoras no conhecimento dessa realidade. Não que o pós-modernismo se constitua em resposta cabal às teorias sociais e às inquirições culturais; não se trata de buscar fórmulas acabadas. Não obstante, o elemento interessante neste pensamento é a possibilidade de relativizar algumas verdades, ou todas as verdades, e de deslocar a idéia de absolutos da ciência social. A crítica que faz o pós-modernismo aos metarrelatos, no que têm principalmente de deterministas, é de destacar-se, ao relativizar as explicações dominantes, em que as teorias sociais pretenderiam dar da realidade uma visão acabada, bem articulada em todos os planos, tanto cultural, político, acadêmico e até científico. O enfoque pós-moderno pode proporcionar uma abertura de abordagem, numa multiplicidade de vozes sociais e teóricas, ainda que não saiba se realmente dê as respostas. E talvez já nem se trate mais disso. O pós-modernismo revitaliza ainda mais a idéia de processo, para combater o pressuposto de uma teleologia na história. Ainda que irradie um ar de desesperança, justamente a desesperança causada pela modernidade, porque é difícil viver esse processo aberto, sem as grandes finalidades, os grandes objetivos que justifiquem o trajeto. Pior a fragmentação resultante, se bem que já condizente com a realidade do século. De todos os modos, não é o pós-modernismo que instaura o fragmentário, entre outras realidades e fenômenos causados pela vida social sob o capitalismo (o socialismo real foi uma outra cara desse capitalismo?). O pós-modernismo só tem sentido mesmo, e por isso é discussão de nossa época, quanto existem as condições para o seu afloramento - o que é uma afirmação tautológica e acaciana - depois do modernismo e em plena modernidade. O seu elemento pós, assim se justifica em sua temporalidade. A discussão, então, está enfocada como crítica a situações teóricas, cognitivas e sociais que vieram se colocando o que denomina "ruptura com a modernidade" dentro de uma perspectiva de desenvolvimento desta. apresentado em estudos de Daniel Bell. Insistindo ainda com a questão. seu ponto principal é o de pôr em xeque o modernismo e o saber e a ciência que lhe dão sustentação.que vieram constituindo o sonho iluminista de progresso ilimitado. Para outros. tese e síntese. como já veremos. O que já é um elemento mais que contribui para a já assinalada falta de uma definição clara do que seja pós-modernismo. Destaque do cultural O pós-modernismo tem se disseminado com alto poder corrosivo. contudo. Sérgio Paulo Rouanet (1) não aceita a existência do pós-modernismo. Como teoria. ou um conceito periodizador. ou melhor. São etapas do pensamento e do conhecimento que se vão desdobrando . na ciência e na tecnologia . sem um arcabouço teórico e estatuto epistemológico que as envolvesse. possibilita um levantamento de interpretações da realidade social. ainda que existam analistas que afirmem que ele já se esteja acabando como fenômeno e possibilidade de análise dos produtos humanos. Mais além de suas definições ou indefinições. a problematizar a teoria crítica da Educação. não teorizações pós-modernas nesse mesmo campo . entretanto. Para Rouanet todos esses males. e até propondo o temo neomoderno para definir o fenômeno. ou um estilo. David Harvey situa o aparecimento do pós-modernismo entre 1968 e 1972. uma contribuição e realização que encarne sem deixar dúvidas. O que há são teorizações sobre o pós-moderno em algum campo do educativo. começando pela arquitetura. Ainda não se vê. Também é um condição existencial. Ao debate pós-moderno. os pressupostos pós-modernos. O rótulo de pós-moderno começou a identificar manifestações artísticas e fenômenos sociais. é até uma moda e. embora para ele tudo isso se dê no âmbito do modernismo. próprio. . observa-se que. expressão do desencanto. niilismo e descentramento deste fim de século e milênio.para não correr o risco de ampliar a afirmação a outras áreas. passou a existir no interior de disciplinas acadêmicas e áreas culturais. Como fenômeno social e cultural. justamente conformando-se com o Iluminismo e o nascente Capitalismo. lembrando sua crítica às metanarrativas e o dar voz às "minorias". embora marcando vários discursos e linguagens. cultural e política . estruturado. Alain Touraine e outros (4). O pós-modernismo coloca em questão a crença modernista na recionalidade. vai passar. Ou se ele teria um potencial revolucionário. com antítese. Uma vertente de conceituação se originou em torno do conceito de pós-industrial das décadas de 50 e 60. neste aspecto. porém. na teoria crítica da educação. Ou se não passa de comercialização e domesticação do modernismo. como toda moda.definindo e consolidando desde o Feudalismo. da modernidade. "a partir da crisálida do movimento antimoderno dos anos 60" (5). o pós-modernismo não tem assim um corpo teórico acabado. e também acompanham o que vai surgindo na esteira da aplicação da ciência e da tecnologia nas sociedades humanas atuais. não obstante estivessem sufocadas e não conseguissem expressão no intercâmbio teórico e político em seu momento. É assim que Huyssens (3) se refere ao pós-modernismo como transformação cultural e mudança de sensibilidade. que são atribuídos ao mundo moderno.e a velha dialética se realiza mais uma vez. a crítica pós-moderna. como teoria.apontando para um certo reordenamento epistemológico . e fora do debate acadêmico em torno à temática. E foi tendo um desenvolvimento interdisciplinar crescente. por exemplo. tanto como teoria social como condição de vida em sociedade. ou quando o conseguiam era com muita dificuldade e de maneira isolada. filosofia. levam a uma consciência de ruptura. afloram idéias e posturas que não necessariamente são pósmodernas. David Harvey (2) também se perguntava se o pós-modernismo não seria apenas uma revolta no interior do modernismo contra o "alto modernismo". o pós-modernismo não se materializa estritamente em uma disciplina. chegando até os estudos literários e. embora já existissem desde anos anteriores.que reproblematizam questões que aparentemente se haviam sedimentado no pensamento social e cultural. principalmente a partir de meados da década passada. À medida que as tecnologias informacionais se disseminam essa comutabilidade entre imagem e realidade se agudiza. estas categorias de análise perdem o sentido. Uma visão mais ou menos desencantada. É nesse espaço da cultura onde se poder realizar melhor o colapso da divisão entre realidade e imagem. estilo "fim da história" do Fukuyama. num ensaio recente em que discorria sobre a nova ordem mundial (10). estão completamente atravessadas por essa cultura (8). no plano das teorias. o saber científico da época. "reais". as imagens se fortalecem e se impõem ao espaço cultural.se tornaram culturais". de maneira rápida. depois do desastre e derrocada do chamado socialismo real.com seu sentido de espetáculo e jogo de linguagem e aparência . que permearia a visão de todas as instâncias sociais. Para Charles Newman.O pós-modernismo. principalmente em teorizações de Jean Baudrillard.que. E ele cita Fredric Jameson. muito mais que nas relações de exploração no trabalho. como para dar corpo a uma insatisfação com teorias. a ponto de se poder dizer que tudo o que compõe a vida social . que podem transmitir mais facilmente as orientações de um poder difuso. muito mais que nas relações fetichizadas da mercadoria . o pós-modernismo é somente o sistema representativo de uma "inflação do discurso". 1989) para melhor caracterizar a época e o conceito: "O pós-modernismo é um período de transição entre dois estágios do capitalismo. Impregna esta esfera da cultura toda a expressão do que é o homem moderno (pós-moderno?). se tem que contextualizá-lo no capitalismo que emerge na Segunda pós-guerra e chega a nossos dias quase como única formação econômico-social. por corriqueira. o debate pós-moderno: . e assim as imagens . culturas. como mais ou menos indicamos. de "Marxismo e pós-marxismo" (New Left Review. tanto conservadores como progressistas. É nessa cultura que hoje o homem se aliena. no qual as formas anteriores do econômico estão num processo de reestruturação em escala global. Três autores em destaque Peter McLaren (9) afirma que a pós-modernidade pode ser descrita "como uma época de coupure cultural e epistemológica. no desencanto já indicado. Para Steven Connor (11). com o primeiro elemento em sua materialização econômico-produtiva determinando o segundo. ainda tentando transformar esses discursos. Jameson chega mesmo. paralelamente a esse capitalismo tardio. rompe com o conhecido paradigma que contrapõe base e superestrutura. chegando inclusive a ser uma questão que num futuro já nem se coloque. São imagens construídas. Esse destaque do cultural. em especial as esferas da cultura da comunicação (6). que expressa uma condição contaminada pelas determinações sociais e culturais de nossa época. incluindo as formas antigas de trabalho e suas instituições e conceitos organizacionais tradicionais". que aponta agora para uma estratégia de globalização. cujos aspectos retóricos e de linguagem ganham centralidade na análise. O discurso pós-moderno. Assim. uma época na qual as fronteiras culturais e epistemológicas estão se desfazendo e os gêneros disciplinares se tornando indistintos". mais ou menos realista. Nesse jogo de espelhos. Deste modo. de mais a mais.do valor econômico e do poder de estado às práticas e à própria estrutura da psique . o que ele é ou deixa de ser em suas relações sociais. Estas fronteiras vão perdendo sentido. para se captar todas as implicações sociais e culturais do fenômeno. é uma visão com certo viés.e a realidade se permutam indistintamente. a fazer uma identificação entre pós-modernismo e a americanização. com evidentes conseqüências para a vida social. o pós-modernismo avança. com sentidos diversos. Fredric Jameson (7) constata que há uma "expansão da cultura por todo o domínio social. se move naturalmente no âmbito dessas realidades. neste caso. como vem ocorrendo nos países do Primeiro Mundo: as imagens da cultura. produzidas e propagadas pelos mass media substituíram o sentido do real. Há enfoques pós-modernos em todos os campos. que percorre todos os níveis da sociedade. Tanto serve para justificar o status quo. no mesmo estudo citado. apesar de sua incapacidade de apresentar uma resolução dos problemas advinda de uma sociologia do pós-moderno. de 1984. num só movimento. Visão um tanto distinta (. mas a interminável recombinação de peças fixas da máquina gerativa'. de 1979. Domínio e libertação total são descartados como constituindo discursos de terror e de consenso forçado. por isso mesmo mais envolvida com a condição pós-moderna. hoje. Lyotard tem sido suscitador para o debate pós-moderno. de maneira ainda mais sombria. com uma origem marxista. La Condición Postmoderne. Steven Connor. autores com os quais se tropeça em todo texto que aborde a questão. a partir do modernismo. vertente que apontaria a emergência dessa teoria na cultura mundial. Lyotard. o pós-modernismo é a lógica cultural do capitalismo avançado. considerando-se como crise o determinismo. já que na prática os autores continuam usando um termo pelo outro: o pós-modernismo. Para ele. Em seu lugar. como diz. Giroux (14) resume o pensamento de Lyotard: "Na visão de Lyotard.. Fredric Jameson e Jean Baudrillard. se esforça. Diz que o saber pós-moderno aguça nossa sensibilidade para as diferenças e reforça nossa capacidade de suportar o incomensurável (12). justamente um trabalho paradigmático do seu pensamento. marcou sua entrada na discussão com o livro. destaca que. vínculos e práticas sociais da modernidade. o significado do pós-modernismo está inextricavelmente relacionado às cambiantes condições de conhecimento e tecnologia que estão produzindo formas de organização social que enfraquecem os antigos hábitos.. em "correlacionar a emergência de novas características formais na cultura com a emergência de um novo tipo de vida social e uma nova ordem econômica" (15). faz uma distinção entre pós-modernismo e pós-modernidade. político e econômico. Henry A.) evidencia-se na descrição de John Rajchman do 'mercado mundial das idéias' que a teoria pós-moderna institui e do qual participa: em sua elasticidade e descentramento teórico. Ocupa-se do tema em algumas obras. Ele considera pós-moderna a incredulidade em relação aos metarrelatos.) De acordo com Lyotard. do qual também participou Cornélius Castoriadis (editaram na França uma revista com o mesmo título). dos três. Sua obra gera em torno da cultura de massa. contudo. do grupo "Socialismo e Barbárie". ou. é. Para ele. Baudrillard. Como anota ." Fredric Jameson. em que não pode haver prática. como diz Dana Polan."pode ser visto como um processo intelectual-discursivo que. do que ele chama "economia política do signo". Lyotard basicamente discute o saber científico e sua crise de legitimação. o saber científico estaria em busca de caminhos de saída da crise. entre as quais se destaca Portmodernism: or the Cultural Logic of Late Capitalism. já no campo da emergência de novas formas de arranjo social. multiplica opções críticas e as aprisiona em formas reconhecíveis e dissemináveis. típicas da modernidade (13). Steven Connor. (. Com sua concepção das metanarrativas. totalizantes. que no Brasil recebeu o título O PósModerno. um mundo do qual o conhecimento está constantemente mudando e no qual o significado não pode mais ser ancorado numa visão teleológica da história. as inovações técnicas. ainda com um tratamento marxista na discussão do pós-moderno. o que apresenta uma visão talvez mais desencantada. que tem um sentido de deslindar o terreno e quase nenhum valor operativo. e a pós-modernidade. E indica três autores cuja obra assinalaria a discussão da pós-modernidade social: Jean-François Lyotard. científicas e artísticas estão criando um mundo no qual os indivíduos devem traçar seu próprio caminho sem o auxílio de referentes fixos ou de arrimos filosóficos tradicionais. o pós-modernismo surge como um referente para designar um mundo sem estabilidade. configurados nas visões globalizantes.. também com uma tintura que em seu tempo foi marxista. "a obra de Jameson oferece o mais sugestivo relato de difícil e desigual relação entre cultura pós-moderna e pósmodernidade socioeconômica feito até agora". 'estrutura intensamente o discurso crítico como uma espécie de combinatoire mecanicista em que tudo é dado de antemão.. e já vai pela quarta edição. a teoria pós-moderna 'é como o Toyota do pensamento: produzido e montado em vários lugares diferentes e vendido em toda parte'". é. No Brasil. O desafio que impõe a teorização pós-moderna para a escola é o de buscar saídas que dêem conta da formação do homem neste final de século. contudo. Svi Shapiro. como já assinalou recentemente Tomaz Tadeu (17). na qual todas as fronteiras confundem-se em modelos de simulação. um sentido salutar e desafiador (16). ao invadir a cidadela da educação e sua teoria. Ele deplora. embora críticas. cultura. São expectativas que marcam. Há.em alguns casos até o transformando em discurso moral. Por contraditório que seja. recentemente. indica que há um interesse crescente entre os educadores para a discussão do questão de se vivemos ou não numa conjuntura pós-moderna e suas implicações para a avaliação do legado da tradição iluminista moderna. as teorias educativas refletem o que se desenvolve em outras áreas. Teoria Educacional Crítica em Tempos Pós-Modernos. posturas teóricas que se apóiam favoravelmente nos pressupostos pósmodernos. Tradicionalmente. os questionamentos pós-modernos. um elemento de transformação se cola também ao discurso educativo. ela representa uma forma de hiper-realidade. No livro de Tomaz Tadeu se destacam Peter McLaren. além do mais. Os educadores até esquecem que atuam no campo da cultura. Para Peter McLaren há pouca precisão no uso do termo pós-modernismo. levados à esfera das teorias e práticas da educação. no discurso de Jean Baudrillard a condição pós-moderna representa mais do que uma enorme transgressão das fronteiras que são essenciais à lógica do modernismo. o que para alguns ensejaria a aproximação da teoria crítica. uma proliferação infinita de significados. as que os discutem e não os aceitam e outras que matizam sua posição com relação à contribuição dessa teorização para a educação. que também seria moda na academia. a instituição educativa é um campo conservador. E um dos caminhos interessantes que a discussão pós-moderna pode levar para a educação é o da discussão cultural. Portanto. e Landon E. marca a discussão do pós-modernismo na educação o livro de Tomaz Tadeu (organizador). buscam conciliar a teorização pós-moderna com a teoria crítica da educação. em sua busca de respostas para a questão da transformação e formação. de acordo com o convergência que faz o pós-modernismo da cultura para o domínio social. o desafio que o pósmodernismo impõe é o da atualização.Henry A. não cair no relativismo (18) e desencanto que se desprendem de alguns dos enfoques do pós-modernismo. linguagem e poder (21). Desafio à educação O debate do pós-moderno que nos últimos anos chega ao campo da educação tem. desde já se pode indicar como um dos seus aspectos positivos o colocar em questão a capacidade de manipulação e moldagem das consciências que os estudos fundadores da Sociologia da Educação apontam como contribuição da escola. também. Giroux. dos pressupostos pós-modernos. até pelos compromissos que assume na sociedade. não obstante. O pós-modernismo. mas que no seu dia-a-dia vive separada dela. ou tem uma relação com ela não homogênea. o pensamento científico das ciências sociais (19) . que só recentemente se começou a tirar proveito desses debates para repensar a relação entre escola. . vão significar uma implosão de sua visão e metodologias. uma forma de relativizar esse discurso moral. mesmo que seja a atualização num nível de discussão e arejamento de idéias. publicado o ano passado. no livro. Giroux. Embora tomando-se certos cuidados para. Henry A. por exemplo. Beyer e Daniel P. tenha a definição que tenha. Os outros se posicionam contrários ao pósmodernismo. no mínimo. como vemos acontecer com o pós-modernismo. trazendo oito ensaios em que se discutem as relações entre o pós-modernismo e a teoria educacional crítica (20). Liston. Para começar. com um diálogo insuficiente. para uma educação que se deve toda à cultura. destacando a impossibilidade de absolutizar sentidos. Os avanços que nela se dão acontecem com mais lentidão. Os dois primeiros com posições que. O que levado para o campo das teorias educativas tem implicações dinamizadoras. Para ele. caracteriza a contribuição da modernidade no campo da educação. são as vidas e as experiências dos seres humanos que permanecem centrais ao projeto de uma pedagogia crítica." (22) Para ele a crítica pós-moderna oferece uma combinação de possibilidades reacionárias e progressistas. Giroux . Giroux aponta alguma contribuição do enfoque pósmoderno para a batalha educativa: "A ênfase pós-moderna na rejeição da formas de conhecimento e pedagogia que venham envolvidas no discurso legitimador do sagrado e do consagrado. que levam a que se questione a eficácia dessa teoria no tratamento das deliberações políticas e ." (25) Landon E. pelo menos na pedagogia crítica em seu sentido emancipatório (24)." Todo o seu ensaio é um reafirmar das possibilidades e das necessidades de transformação do homem e da conseqüente transformação da realidade. e que assim não seria adequado para o tipo de trabalho que os educadores são obrigados a fazer. afirma que a condição pós-moderna refere-se "às várias transformações discursivas e estruturais que caracterizam a cultura na era do capitalismo tardio". Criticam o pósmodernismo. fornecem as bases pedagógicas para radicalizar as possibilidades emancipatórias do ensino e da aprendizagem como parte de uma luta mais ampla pela vida pública democrática e pela cidadania crítica. culturais e sociais como construções históricas e políticas. que vieram descrevendo no ensaio. que está presente até mesmo no interior das forças de libertação. "Bastaria essa razão para que a contestação atualmente feita pelos vários discursos pós-modernistas fosse considerada e examinada criticamente pelos educadores. os autores chamam a atenção sobre que o pós-modernismo tem ajudado em estar alerta para as realidades e conseqüências de se marginalizar as vozes dos "outros". sua asserção de que todas as narrativas são parciais e seu apelo para que se realize uma leitura crítica de todos os textos científicos. acha que se deve reconhecer que as idéias e as iluminações pós-modernas fornecem advertências à pedagogia crítica: "1. Beyer e Daniel P. hegemônica e opressiva. levantam algumas limitações aos pressupostos pós-modernos. O discurso universal é o discurso dos privilegiados: tem sido precisamente em nome de valores universais ou estruturas ontológicas que a opressão tem sido praticada e legitimada. "apesar disso tudo". para a tendência a uma racionalidade técnica. Chega à conclusão de que contestar o modernismo significa redesenhar e remapear a própria natureza de nossa geografia social. Liston (26). Para eles. Argumenta que a base de uma pedagogia crítica não deve se desenvolvida em torno de uma escolha entre modernismo e pós-modernismo. que estaria preso num presentismo da particularidade e da análise do discurso que não deixa nenhuma possibilidade de desenvolver visões morais que possam levar à crítica e à ação social transformativa. política e cultural. No final de seu ensaio tão perspicaz. se bem afirmem que o pós-modernismo tem contribuído de forma importante para a compreensão do mundo educacional. Que o poder não pode simplesmente ser identificado com as forças da repressão e da exploração. No entanto. Henry A. Nessa visão. ocidental. o ponto de vista pós-moderno é antitético aos elementos de uma pedagogia crítica: "Seja qual for a importância da linguagem e do discurso. o pós-modernismo indica a necessidade de se ver o particular e o local. Não obstante."(23) Por seu lado. precisamente no campo das ações morais e políticas. a pedagogia não é reduzida ao frio imperativo metodológico de se ensinar interpretações conflitivas sobre o que conta como conhecimento. 2. no seu ensaio. Levantam os problemas. Svi Shapiro descrê da possibilidade de um enfoque pós-moderno na educação. Com ecos de Jameson. e seus vários discursos têm que ser examinados com grande cuidado se quisermos nos beneficiar política e pedagogicamente de seus pressupostos e de suas análises.Henry A. sua rejeição da razão universal como fundamento para as questões humanas. configurada na Nova Sociologia da Educação. como já vinha ocorrendo nos últimos vinte anos. incluindo principalmente os autores de ensaios no livro do qual foi organizador: 1) Os que buscariam traçar uma linha de conciliação entre os dois pensamentos. diante do pensamento pós-moderno. deveriam servir de freio para as exageradas asserções feitas em seu favor". No texto apresentado no VII Endipe. Ele integra o que denomina movimento pósmoderno à tendência de analisar e teorizar a educação através de uma Teoria Cultural. Um ano depois. fragmentada e incompleta. centrada. o momento das avaliações. o autor afirma que a autonomia do sujeito e de sua consciência cede lugar a um mundo social constituído antes e que o precederia. no presente trabalho. descentrada. colocando toda a tradição filosófica e científica ocidental moderna em suspeita como eurocêntrica. na linguagem e pela linguagem (31). E aponta as diferentes direções e posições que. de insights gramscianos sobre o campo cultural como campo de luta por hegemonia. contraditória. "Com o predomínio dos temas pós-modernos. E a consciência seria sempre parcial. progresso e ciência. determinada por certas dinâmicas centrais. Tomaz Tadeu o interpreta como continuidade a pelo menos uma das vertentes da tradição crítica em educação. O pensamento pós-moderno rejeitaria a noção de consciência unitária. ele estaria trabalhando com as noções de diferença e alteridade. como resultado de múltiplas determinações. A Nova Sociologia da Educação tratava questões de interesse e poder de forma genérica. através da incorporação das preocupações da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt. contudo.morais que os educadores devem enfrentar. (30) Tomaz Tadeu indica. o seu ensaio atual tem o valor de resenhar as diversas contribuições e posições do pós-modernismo em relação às teorias educativas (29). Começa seu ensaio. Chegado. Nos pressupostos pósmodernos a subjetividade é vista como fragmentada. racista. têm tomado os analistas educacionais críticos que trataram da temática. das quais seria devedora a Sociologia da Educação. auto-reflexiva. a preocupação com o conteúdo e a natureza do conhecimento veiculado pelas instituições educacionais volta com renovada e transformada ênfase". entretanto. E terminam fazendo um chamado de desconfiança no pósmodernismo: "Sua demonstrada incapacidade para fornecer as bases para o tipo de projeto político que deve constituir a transformação educacional. que há rupturas. indica que há mais rupturas e descontinuidades que permanências e continuidades. no qual teria descartado a visão pós-modernista em educação por considerá-la mera ideologia. . De todas as formas. auto-idêntica. numa problematização que inclui as próprias idéias de razão. "Sociologia da educação e pedagogia crítica em tempos pós-modernos" (27). racional. casos de Giroux e McLaren. Neste sentido. no entanto. Conceituando o pensamento pós-moderno em educação como contestação ao que se apresenta como conhecimento escolar. a Sociologia da Educação moderna e a crítica educacional pós-moderna também divergem na teorização sobre a consciência e a subjetividade. assim como os problemas e paradoxos conceituais e empíricos que contém. argumenta que o fez de uma forma ingênua e apressada. da influência do programa teórico e pesquisa de Pierre Bourdieu e do enfoque culturalista da Universidade de Birmingham. Tomaz Tadeu da Silva Tomaz Tadeu tem uma posição um tanto contraditória. a ver a educação em termos de campo político cultural. sobre as quais há uma ênfase no pensamento pós-moderno. fazendo uma pequena ressalva a um trabalho anterior seu (28). do que ele denomina balanço provisório entre Sociologia da Educação "moderna" e Crítica Educacional pós-moderna. falocêntrica. enquanto na teorização pós-moderna esses interesses são mais claramente identificados. Para ele. homogênea. conservadora. A busca é também de saber viver com a diferença. 3) Os que rejeitam os principais argumentos pós-modernos.(32) Ainda assim. Diz que a problematização que a análise pós-moderna traz à Sociologia da Educação e à Teoria Educacional Crítica deve ser levada em consideração. Lather. a partir de posições feministas. de niilista. Tomaz Tadeu aceita a contribuição da crítica pós-moderna no seu questionamento da noção de sujeito. e 4) Autores mais radicais que. e que essa análise pode ser regressiva. .2) Os que postulam uma quase completa ultrapassagem da análise moderna pela análise pósmoderna. ou instrumental teórico. O debate pós-moderno (que em algumas paragens já se vai esgotando) pode ser visto como uma possibilidade de abertura a algumas críticas necessárias à construção modernista do pensamento e da sociedade. A ingenuidade que vamos deixando pelo caminho tem de ser em função de construir algo. com o fragmentário. Shapiro. por outro lado. como diz Lyotard. em avançar na construção de um mundo melhor. na medida em que esse pensamento representa uma regressão em relação ao projeto de crítica radical das divisões sociais. em função das potencialidades humanas (por mais que isso possa ser aprisionado nas malhas curtas de uma metanarrativa). questionam seriamente a própria Pedagogia Pós-Moderna. sem perder de vista o contexto mais global. no que ele tem de desencanto. o que não permite uma perspectiva adequada para as avaliações e as conseqüentes ações. e já podemos falar um pouco mais abertamente. Suportar o incomensurável. Luk e Orner. por mais que este desiderato não se encaixe no discurso pós-moderno. que pode ser tremendamente reiterativo e paralisante. a posição que toma ele mesmo é esclarecida e de fundo sentido humanista. deve ser criticamente rejeitado. Desiderato Já destacamos o interesse no pós-modernismo como busca daquelas idéias e teorias que ajudem a entender a sociedade em que vivemos. o pós-modernismo já deixa suas marcas. e assim se desgastar muito mais rapidamente. consciência e subjetividade. como Ellsworth. expressando tantas inconformidades com o pensamento e a prática político-teóricos dominantes em determinados ghetos. como Beyer e Liston. mas. mas pode ter também conseqüências regressivas e conservadoras quando essa desconfiança em relação aos discursos e ao caráter ilusório de todos os discursos nos impede de fazer uma crítica de estruturas sociais que são bem reais e concretas e que têm efeitos bem concretos e reais sobre as vidas de pessoas e grupos. que possibilitem o desenvolvimento de um pensamento sem amarras. O complicado é que vivemos uma época de transição e transformações aceleradas. seja ou não uma moda passageira. De qualquer maneira. Daquelas idéias. se não deixa nenhum instrumento analítico que permita fazer sentido (ou visualizar) da dinâmica social global: "O reducionismo pan-discursivo do pós-modernismo pode ser útil para um projeto educacional crítico na medida em que nos torna conscientes a respeito dos efeitos de verdade de todos os discursos. E o que marca esse debate é sua auto-reflexividade e auto-referencialidade. Os mitos caem. Temos de ter uma forma de reconhecer. Levanta que a desconfiança das narrativas mestras e totais que faz a análise pósmoderna pode contribuir para o projeto crítico se prevenir que elas possam contribuir para a criação e manutenção da distribuição desigual de poder e de recursos. nomear e criticar essas estruturas". como Wexler. ela própria deve também ser questionada e problematizada. Termina o ensaio afirmando que o pensamento pósmoderno pode contribuir para a teoria educacional que ainda está em construção na medida em que for visto de forma crítica e problematizadora e sirva para aprimorar a teorização educacional crítica. para ter uma inserção na realidade que permita transformá-la. Por seu lado. Entretanto. Um cuidado que se impõe é o de não se enveredar por esse caminho como pura moda intelectual e teórica. RJ. 47. em 1934. em um estado de despersonalização que se manifesta em indiferença. Fredric Jameson.) Diante do contínuo e intolerável bombardeio de seus receptores físicos e mentais. ano 88. levando continuamente aos ouvidos os walkmans a todo o volume. obscurecendo as vidraças dos seus automóveis. sofre de embotamento afetivo e perde a capacidade de discriminar entre os múltiplos estímulos do meio. As razões do Iluminismo. Artes Médicas. de discernir o essencial do supérfluo. no campo da literatura. p.º 2. a alienação do indivíduo e o seus estranhamento de si próprio e dos outros. Petrópolis. Rouanet. sucedânea. op. citado por Steven Connor.. 11: "Parece que o abandono das metanarrativas é irreversível. p. 268-269. Edições Loyola. No livro que ele organizou se ressente a presença. e não para justificar e apoiar ainda mais a prática (neoliberal?) dominante que. pp. Fredric Jameson. Agosto de 1994. Tomaz Tadeu. Edições Loyola. in Cultura Pós-Moderna: Introdução às teorias do contemporâneo. p. Citado por David Harvey. Jean-François Lyotard. Como resultado. apatia e inérci é o autismo social. 231. ainda assim mais como divulgador e compilador. 4 ed. David Harvey. p. 1992.. 2 ed. Sérgio Paulo Rouanet. março-abril de 1994. "Muitos cidadãos defendem-se dos incessantes assaltos do meio isolando-se e protegendo os seus sentidos. anestesiando com drogas ou álcool suas emoções ou fixando-se na pequena tela ou no transístor dia e noite. SP. 6. Revista Vozes. pode servir para a renovação da educação.. 44. 15. São Paulo. cria-se um mundo no qual a essência humana de carne e osso torna-se menos real que as histórias que se apresentam no vídeo. 1992.Parece que não existe uma produção brasileira que trate da crítica pós-moderna na educação ou sobre a educação. 1993. 13. "Pós-Modernismo.. 24. Paz e Terra. pelo menos. conscientizar-se. "O adeus às metanarrativas educacionais"." (Luis Rojas Marcos. Pós-Colonialismo e Pedagogia". Os cidadãos movem-se como em transe. op. as vivências reais tornam-se ilusórias e remotas. José Olímpio Editora. foi usado pela primeira vez por Federico de Onis. op. ouvintes ou leitores passivos dos meios de comunicação. Rio de Janeiro. La ciudad y sus desafíos (Héroes y Víctimas). Cultura Pós-Moderna: Introdução às teorias do contemporâneo. p. realizado em Goiânia em junho deste ano. n. 12. 45. in Teoria Educacional Crítica em Tempos Pós-Modernos. Cit. David Harvey. 11. op. 15. in Depois da Queda. Cit. Companhia das Letras. a realidade da ficção. p. como espectadores.. com a exceção de Tomaz Tadeu. 10. de algum outro estudioso brasileiro. ao invadir a cidadela educativa. estes homens e mulheres optam por uma existência imaginária. SP. O fim destes processos anômicos de isolamento. numa antologia de poesia espanhola e hispano-americana.. 2. São Paulo. SP. RJ. in "A cidade Global". org. Citado por Steven Connor. Incapazes de alcançar uma vida pessoal frutificante. Cit. 1993. Robin Blackburn. para evitar a visão da realidade. evitando a comunicação face a face. Steven Connor. NOTAS 1. citado por Octávio Ianni. 4. O Pós-Moderno. Edições Loyola. Peter McLaren.. 3. num texto apresentado no VII Endipe. o indivíduo perde pouco a pouco a sua capacidade de responder e adota uma atitude defensiva de recuo e desinteresse. indica que o termo pós-moderno. apesar dos discursos. verdadeiramente abandonada. RJ) 9. possibilitando tirá-la desse atoleiro em que a meteram. São Paulo. fita megafônica ou o papel do diário. 1993. "Conversas sobre a nova ordem mundial". . Condição pós-moderna. mantêm a educação marginalizada.. Tomaz Tadeu da Silva. p. SP. Cit. Que o pós-modernismo sirva pelo menos a que os educadores se mexam. (. 1993. filme. 5. 8. Rio de Janeiro. 7. 1987. 44.. RS.. p. de Segunda mão. O pós-modernismo. São Paulo. org. Porto Alegre. p. em sua destruição mútua e desvalorização de fins políticos divergentes. "O fim da Esperança Radical? O Pós-Modernismo e o Desafio à Pedagogia Crítica". (Karl Mannheim. "Sin concepciones valorativas. 24. 24. Burbules e Suzanne Rice. op. limitada. Carlos A. p. como Karl Mannheim. parecem Ter falhado em fornecer explicações para os multifacetados e complexos sociais e políticos do mundo e da sociedade. porque ele ampliou o alcance do conceito. Madrid.. Espanha. in Tomaz Tadeu. às vezes correta. Kiziltan. 1993. in Tomaz Tadeu. 28. Como o evento fora organizado por um . parcial. 21. Svi Shapiro. de Nicholas C. 26. Giroux. p. org. in Teoria Educacional Crítica em Tempos Pós-Modernos. de Henry A. o ceticismo e o relativismo. de Mustafa Ü.. op. Ibidem. Tomaz Tadeu da Silva. 65. Beyer e Daniel P. cit. 27. 1992. 18. quando tratava da questão da objetividade no processo social. E que nisso residiria sua força. Cit. Peter McLaren. naquilo que se refere à chamada "virada lingüística". 107. cit. cit. 29. op.. Karl Mannheim. pelo menos em dado momento. op. in Steven Connor. 23. que começa com a afirmação de que a teoria educacional e a pedagogia encontram-se sitiadas . o pós-estruturalismo e o feminismo . "O Pós-Modernismo e o Discurso da Crítica Educacional". com a palestra "Antropologia e pós-modernidade: espaçotempo em questão". 22. Pós-Colonialismo e Pedagogia". 16. incluindo aquelas que tínhamos como mais críticas e transgressivas". O apego a certas metanarrativas tem servido apenas de justificação para que certos grupos conservem outros sob opressão. Henry A. pelos questionamentos colocados pelo pósmodernismo e pelo pós-estruturalismo. 44. p. Tomaz Tadeu da Silva. de Peter McLaren. cit. "Discurso ou Ação Moral? Uma Crítica ao Pós-Modernismo em Educação".. "Diálogo entre as Diferenças: Continuando a Conversação". Liston. Henry A. p. com a teoria "não mais obrigada a dar conta de tudo. ya sea en la esfera de lo social o de lo psíquico". Ainda que haja autores que recuperem o relativismo nas ciências sociais. 17. 20.levando a uma concepção de objetividade. 57. 1966). Os oito ensaios são os seguintes: "Pós-Modernismo. "O fim da Esperança Radical? O Pós-Modernismo e o Desafio à Pedagogia Crítica em Tempos Pós-Modernos". RS. "subverte todas as nossas mais queridas noções sobre educação. 15. Artes Médicas. Cit. no mês de julho de 1994. no se puede hacer nada. 110. "O pós-modernismo e o discurso da crítica educacional". de um pretenso debate sobre o pós-modernismo e a teoria social. Porto Alegre. Tomaz Tadeu conclui seu trabalho indicando que.. Bain e Anita Cañizares M. No texto apresentado no VII Endipe. William J. sin una mínima significativa finalidad. p. p.. Giroux.As metanarrativas. RS. cit. Fredric Jameson. Ideología y Utopía. Cherry Holmes. Tomaz Tadeu da Silva. p. de Tomaz Tadeu. Messeder Pereira tocava na temática pós-moderna para um curso no Mestrado.ele faz um deslinde crítico entre pós-estruturalismo e pós-modernismo. 25. O que produz e o que reproduz em educação. de Landon E. 42. às vezes errada. Beyer e Daniel P. e afirma que a posição pós-estruturalista. Ibidem. numa situação de crise. ao promover o autocriticismo e o autodomínio . 42. aqui na Faculdade de Educação/Ufmg. Não obstante. Landon E. e "Condições Pós-Modernas: Repensando a Educação Pública". Em 1989. "Um projeto social para o currículo: Perspectivas Pós-Estruturais". p. "Postmodernism and Consumer Society".pelo pósmodernismo. como todo mundo". A dependência em relação às metanarrativas políticas tem revelado uma tendência a produzir regimes totalitários e ditatoriais. op. chegando ao que denominou relacionismo. Tomaz Tadeu continua aprofundando sua abordagem da questão do pós-modernismo em sua relação com a teoria crítica da educação. É ilustrativa a participação de Tomaz Tadeu. Liston. não mais obrigada a prescrever uma série de receitas para todas as situações. Artes Médicas. de Cleo H. em sua ambição universalizante. No texto. 19.. op. Porto Alegre." 14. Giroux. ele observou que. se transformam em mio de salvação. op. a intelectual educacional pode talvez agora assumir sua tarefa política de participante coletiva no processo social: vulnerável. Aguilar. em Belo Horizonte. 2 ed. "Discurso ou Ação Moral? Uma Crítica ao Pós-Modernismo em Educação". 32. Isto ficou patente na intervenção desse professor de Filosofia. ao se impedir que se possa dialogar com sua obra. 124. o que é de praxe em certos currais. de fossilizá-lo. 31. a defender a obra marxiana. Nesse sentido.. pouco falou realmente do pós-modernismo e mais se justificou por estar agora enveredando por esses caminhos. para quem qualquer posição teórica ou prática que não se coadune com a hermenêutica marxiana é uma heregia.grupo de estudos marxistas. p. deslindando-a do marxismo mais geral que está sendo posto em questão ao não dar conta da problemática social e política de nosso tempo. 134. Tomaz Tadeu. Tomaz Tadeu.. o "debate" foi ilustrativo ao mostrar que ainda imperam posições ortodoxas. Essa atitude é uma forma de preservar Marx. o que tem suas implicações. cit. "O adeus às metanarrativas educacionais". "Sociologia da educação e pedagogia crítica em tempos pós-modernos". Definiu-se como estudioso que não se fecha para outras realidades intelectuais. sobretudo depois da derrocada do "socialismo real". que se fecham para a discussão intelectual e acadêmica: o companheiro de mesa de Tomaz Tadeu. que não é do caso discutir aqui. parece que ele veio com todo o cuidado em evitar possivelmente um choque de frente com posturas ortodoxas. mas também é uma forma de transformá-lo em peça de museu. se dedicou maçantemente a defender o marxismo (precisa?) e. in Teoria educacional crítica em tempos pós-modernos. Tomaz Tadeu. p. 30. Parece que querem defender a pureza e o acerto da obra marxiana. um professor de Filosofia. Com isso. op. .. E o senhor insistentemente reivindicava Marx como filósofo.
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