Estudos em modalidades esportivas de combateEstudos em modalidades esportivas de combate: estado da arte Resumo O objetivo do presente texto foi apresentar o estado da arte dos estudos sobre as modalidades esportivas de combate (MEC). Inicialmente, é destacada a relevância destas modalidades, tanto do ponto de vista histórico, quanto em relação à sua representatividade em competições internacionais, como os Jogos Olímpicos. Também são apresentadas as áreas mais comuns de atuação do profissional de Esporte nas MEC, bem como as iniciativas de organização de eventos, publicações, grupos de estudos e instituições científicas direcionadas às MEC. Posteriormente, estudos com possibilidade de aplicação em diferentes áreas de intervenção - preparação física, técnica e tática, gestão e organização - por parte do profissional do Esporte foram destacados. Finalmente, perspectivas de novos estudos e aspectos relacionados à preparação profissional são evidenciados. UNITERMOS: Profissão; Educação Física e Treinamento; Artes marciais; Esportes de combate. Introdução O presente texto irá abordar exclusivamente aspectos relacionados às modalidades esportivas de combate (MEC). Embora tais atividades mantenham interface com as lutas (L) e com as artes marciais (AM), é possível considerar que as MEC são formas “esportivizadas” das anteriores, possuindo características comuns às demais modalidades esportivas (GUTMANN, 1978): 1) quantificação; 2) superação; 3) burocratização e institucionalização, via federações e organizações; 4) secularização; 5) especialização; 6) racionalização. No Ocidente, os primeiros confrontos atléticos envolvendo ações de lutas, que se aproximam das atuais MEC, ocorreram na Grécia Antiga. A luta, o pugilato e o pancrácio faziam parte dos Jogos Olímpicos e dos outros Jogos disputados pelas cidades-estados gregas (POLIAKOFF, 1987). Inclusive, a ideia de sobrecarga progressiva do treinamento físico é aludida a Milo de Crotona, atleta de luta que, segundo a lenda, realizava seu treinamento de força utilizando um bezerro, o que resultava em aumento progressivo da carga à medida que o animal crescia (KRAEMER & HAKKINEN, 2004). Neste período, e em preparação aos Jogos Olímpicos da Antiguidade, os primeiros modelos de organização dos processos de treinamento também foram estruturados por Philostratus (POLIAKOFF, 1987). Os romanos, por sua vez, apresentavam ações de luta em formato mais “espetacularizado”: as disputas entre Gladiadores. Estudos sobre anatomia e as primeiras intervenções ortopédicas, cirúrgicas e de reabilitação de indivíduos engajados em combates corporais foram organizados por Galeno, em decorrência do tratamento dos Gladiadores (NACHMITTAG, 2002). Assim como para as demais modalidades esportivas, as MEC surgiram no final do século XIX, especialmente com as disputas de boxe na Inglaterra, e ganharam força com a inserção nos Jogos Olímpicos, especialmente durante a “Guerra Fria”. No que diz à inserção olímpica dessas modalidades, é importante notar que o número de medalhas em disputa nas MEC não estabilizou em nenhum momento da história olímpica moderna e representarão, em Londres 2012, aproximadamente 25% do total de medalhas (FRANCHINI, 2007). Assim, é natural que os países que objetivam melhor posicionamento no quadro de medalhas invistam em pesquisa e preparação de profissionais para atuação com essas modalidades (FRANCHINI, 2007; FRANCHINI & DEL VECCHIO, 2008). Neste sentido, o presente artigo trata das principais áreas de intervenção nas MEC, assim como das iniciativas de pesquisas sobre as MEC, eventos científicos, associações e publicações que *Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo. **Escola Superior de Educação Física, Universidade Federal de Pelotas. Áreas de atuação e investigação em Educação Física e Esporte Emerson FRANCHINI* Fabrício Boscolo Del VECCHIO** Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.25, p.67-81, dez. 2011 N. esp. • 67 F. A atuação no setor de preparação física. No setor de orientação técnica e tática. técnica e tática de atletas.25. 2006). 2011. Esse setor é mais amplo em termos etários. PÉREZ. E. orientação técnica e tática. v. federações. São Paulo. O segmento de gestão e organização das MEC contempla. Áreas de intervenção nas modalidades esportivas de combate Em linhas gerais. com inserção pouco pronunciada de graduados em Educação Física e Esporte sem experiência prévia . 68 • Rev. . bras. ocorre normalmente em clubes. A atuação nesse setor envolve a organização de eventos e competições.prática por mais de cinco anos . é possível identificar inúmeros eventos científicos para a divulgação de resultados de pesquisas com essa temática. em 2009. não existem muitas análises sobre a produção acadêmica em relação às L/AM/MEC (CORREIA & FRANCHINI. em 2006. a realização de eventos alguns dias antes dos seus respectivos Campeonatos Mundiais.FRANCHINI. Atualmente. 2011 N. realizados a cada dois anos. 2009. que conta atualmente com oito linhas de pesquisa.67-81. organização e gestão das diferentes modalidades (DEL VECCHIO & FRANCHINI. uma vez que contempla também os processos de iniciação às diferentes MEC e pode ocorrer. especialmente no que diz respeito à preparação física. representadas por atletas a partir dos 1415 anos de idade. 2010. Arti del Budo e Sport di Combattimento. além das academias. DISTASO. têm discutido a possibilidade de criação de uma associação internacional de pesquisa. como no Annual Congress of the European College of Sport Science de 2001 e no American College of Sports Medicine’s Annual Meeting de 2008. atualmente em sua décima edição. Dentre os principais eventos. 2011). isto é. No caso da luta. clubes e associações. no âmbito escolar como atividade extracurricular. com as categorias principais e de veteranos. bem como à gestão nas MEC. 2006). a realização de algumas edições destes eventos resultou na criação da International Association of Judo Researchers (IAJR). promoção de cursos de capacitação e atualização. o qual proporciona maior facilidade de inserção do profissional de Educação Física e Esporte. Fís. é muito comum a presença de ex-atletas e ex-praticantes. têm incentivado a apresentação dos resultados dessas pesquisas. como a Association de Recherches et de Réflexion sur les Sports de Combat et les Arts Martiaux (ARRESCAM). Educ. porém. existem associações científicas para o desenvolvimento e divulgação do conhecimento relativo à essa temática de modo mais amplo e com maior abrangência. destacam-se os Simpósios Científicos de Pesquisa em Judô. ligas e confederações. promotora do Jorrescam. recentemente foi criado periódico específico para a divulgação de pesquisas na área. ou de caráter mais local. PÉREZ & CALDERON. os profissionais de Educação Física e Esporte atuam nos seguintes segmentos das MEC: preparação orgânica e funcional (preparação física).B. como a International Martial Arts and Combat Sports Scientific Society. & DEL VECCHIO. MAIETTA. Para o judô e para a luta. com edições desde 1999. liderados por Willy Pieter. Outros eventos frequentes são o Journées de Recherches et de Réflexions sur les Sports de Combat et les Arts Martiaux (Jorrescam). dias antes do Campeonato Mundial de Judô. GIANGRANDE & VILLANI. associações e academias das diferentes modalidades. modalidades como o “taekwondo” e a luta também têm adotado estratégia similar. com as categorias de base. alguns pesquisadores. atualmente em sua sexta edição. e o Simposio Internazionale di Karate Tradizionale.nas diferentes MEC. Esporte. Também é possível verificar a realização de sessões temáticas em alguns eventos de maior porte. bem como a responsabilidade sobre a logística de equipes em preparação e deslocamento para competições (DEL VECCHIO & FRANCHINI. esp. e da International Network of Wrestling Researchers (INWR). GUTIÉRREZ & CALDERON. entidades governamentais. p. organização e gerenciamento de equipes multidisciplinares. GUTIÉRREZ. Ênfase é dada em pesquisas com implicações diretas para a intervenção junto isso não seria tarefa de especialista na modalidade de combate? às MEC. Além das associações de pesquisa específicas às modalidades listadas acima. Pesquisas em modalidades esportivas de combate De modo geral. Para o “taekwondo”. o Journal of Wrestling Science. dez. o que parece indicar que a obtenção de verba para a realização de investigações nesta área ainda é incipiente (GUTIÉRREZ.25.g. Os resumos apresentados no Annual Congress of the European College of Sport Science também apresentaram aumento expressivo de 1999 a 2008. 2011). Eletronic Journals of Martial Arts and Sciences. 2009). 1987) e 2) quantificação das ações técnicas realizadas durante os combates em ambiente competitivo Rev. BIANCHI. 2007. 2010). análise no período de 1998 a 2008 identificou que apenas 2. TVEIT & REFSNES. PÉREZ & CALDERON. SIKORSKI. Shobukan. da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.Journal of Martial Arts Anthropology. Esporte. YAMASHITA. FRANCHINI & LIMA-SILVA. FRANCHINI & TANI. MIYAHARA. GOMES. 2000). com crescimento bastante acentuado (> 250%) no número de publicações a partir de 2006. seguida pela Ortopedia (7%). existem periódicos específicos sobre as L/AM/MEC. Com base em levantamento realizado junto ao Diretório de Grupos de Pesquisas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnologia (CNPq) no dia 7 de junho de 2011. MEIRA JÚNIOR. o Journal of Martial Arts and Combat Sports.9% dos artigos publicados em 11 dos mais respeitados periódicos nacionais tratavam de L/AM/MEC. que possui versão espanhola (Revista de Artes Marciales Asiáticas) com tradução dos artigos do inglês para o espanhol e adição de material original em espanhol. GOMES & TANI. Educ. 2011. FRANCHINI. 2007. Os balanços numéricos e temáticos sobre a produção acadêmica relacionada às L/AM/MEC são escassos. p. 2007. é possível encontrar grupos de pesquisas que têm como foco central as L/AM/ MEC. o Journal of Sport Sciences and Medicine já publicou três edições especiais sobre MEC. sendo que houve maior direcionamento para estudos relacionados à Biodinâmica do Movimento Humano e aos Estudos Sócio-culturais da Educação Física em poucas manifestações da cultura corporal (e. 2006. que conta com diversos periódicos abordando diferentes aspectos das L/AM/MEC. Em termos internacionais. da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo. Grupo de Estudo e Pesquisa em Lutas e Artes Marciais. da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. mas os autores do levantamento também citam a dificuldade para obtenção de financiamento das pesquisas. MEIRA JUNIOR.Estudos em modalidades esportivas de combate Adicionalmente. STERKOWICZ. Com efeito. cerca de 93% dos artigos não fizeram referência a qualquer suporte financeiro para a condução das pesquisas. outro com análise da produção mundial (GUTIÉRREZ. esp. 2008. YOSHIMURA. apresentados por ordem de criação reportada: Grupo de Estudos e Pesquisas em Lutas. CSERGÖ. 2002. 2009). São Paulo. dez. ROI & BIANCHEDI. do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina. Artes Marciais e Modalidades de Combate. Ido . e acrescentam que isso pode estar associado à baixa popularidade das L/AM/MEC no meio acadêmico (DISTASO et al. Pesquisas com transferência de conhecimento para intervenção em aspectos técnicos e táticos de atletas de modalidades esportivas de combate Os estudos sobre técnica e tática nas modalidades esportivas de combate podem ser direcionados a aspectos associados à iniciação esportiva ou processo ensino-aprendizagem (FRANCHINI. YIOU & DO. subdivididas em duas frentes de investigação científica: 1) determinação da estrutura temporal nas diferentes fases das lutas (DEL VECCHIO. Os autores indicaram presença de poucas pesquisas de cunho aplicado do ponto de vista da intervenção profissional e sócio-educativa. • 69 . bras. 2008. 2011 N. Foi localizado levantamento recente no Brasil (CORREIA & FRANCHINI.Capoeira e Judô) relacionadas às L/AM/MEC (CORREIA & FRANCHINI. MIYAMOTO & MORIWAKI. Fís. MAJLE & LAKSA. 2011. foi possível encontrar quatro grupos. NILSSON. GULLSTRAND.67-81. HIRATA & FRANCHINI. indicou que a maior parte das publicações envolvendo L/AM/MEC é feita na área de Ciências do Esporte (42%).atualmente o único nessa temática com indexação na Web of Science. 2002. levantamento em três bancos de dados da Web of Science. Journal of Asian Martial Arts. Lutas e Rendimento. DEL VECCHIO. 2011) e um sobre os resumos relacionados ao tema em um dos principais eventos científicos na área de Ciências do Esporte (DISTASO et al. correspondente ao período de 2000 a 2009. dos quais merecem destaque: Archives of Budo . PÉREZ & CALDERON. v. IIDE. GOMES. Em termos nacionais.. MICKIEWICZ. SANTOS. HIRATA & CHACON-MIKAHIL. Contudo. PIETER & HEIJMANS.. 2010). ou para a estruturação das rotinas do treinamento técnicotático.. Em território nacional. 2008b. JACOBS. existindo poucos estudos contendo processos matemáticos mais complexos que visam ao estabelecimento de eventos críticos para a definição de pontuações nas diferentes MEC. STERKOWICZ & FRANCHINI. No judô. MATSUSHIGUE. DEL VECCHIO. Especificamente no judô.. que indiquem com precisão o que será realizado. MURRAY.) apresentam características de esforço:pausa de 2:1 ou 3:1 (DEL VECCHIO et al. esp. observou-se que homens que perderam os combates fazem o primeiro ataque mais frequentemente. 2007. níveis competitivos e ao longo de diferentes anos (CALMET & AHMAIDI. (DEL VECCHIO. alguns estudos foram conduzidos para determinar quais técnicas foram mais empregadas pelos lutadores em diferentes fases das competições e quais características diferenciavam atletas de diferentes grupos etários. CALMET. com o companheiro de treino em posição estática (GOMES et al.. especialmente de competições de diferentes níveis competitivos. 2002. O estabelecimento da estrutura temporal tem sido importante para identificação da relevância do treinamento intervalado no aprimoramento físico. Na oportunidade. 1981). identificam duas diferenciações relevantes: 1) superioridade do ensino quando as técnicas de projeção são praticadas com o parceiro em movimento em relação à situação comumente utilizada. estatística das lutas resultou em informações quanto às características dos lutadores de “taekwondo”. 2011. 2010. 1997. 2010. E. 2010. 2011.et al. PERRI & SOAVE. MATSUSHIGUE. FRANCHINI & DEL VECCHIO. e marcam mais pontos no primeiro round.25. 2008b. MIARKA. HARTMANN & FRANCHINI. 2008b). FRANCHINI & LIMA-SILVA.B. RAMON. 2011. 2007. Esporte.. FRANCHINI. JARDIM & BARROS NETO. CASTARLENAS & PLANAS. 2001). 2003.. MARCON et al. p. 2009. 2011). em 2000. 2002). em investigação durante os Jogos Olímpicos de Sydney.) exibem ações com intervalos mais prolongados. 2011) ou com foco no desenvolvimento de ferramentas que possibilitem ao técnico melhores análises das lutas de seus atletas e respectivos oponentes (MARCON et al. MIARKA & FRANCHINI. HARTMANN & FRANCHINI. ao passo que as MEC de percussão (karatê. as MEC mistas. Fís.ex. 2010). apresentam relação esforço:pausa intermediária às duas anteriores. DEL VECCHIO et al. MIARKA et al. 1982). JACHNER.. luta. pois tal estratégia de treino atende às especificidades de ações durante situações reais de competição (DEL VECCHIO. SANTOS. HIRATA & FRANCHINI. v. CALMET & FRANCHINI. dez. 2008. HIRATA & FRANCHINI. EVERT. Contudo.. 2010. OHTANI & IMANAKA. p. ERASMUS & HÜTLER. MATSUSHIGUE. existe carência de publicações que tenham analisado volumes elevados de dados. Complementarmente. MIARKA et al. . 2002). VAN MALDEREN. 2002) e 2) desempenhos mais elevados quando a prática pelo “método do todo” é realizada em detrimento à “prática por partes”. 2010. Em relação à outra área de investigações.67-81. 2010. pesquisas produzidas por pesquisadores brasileiros têm indicado e comprovado a eficácia de procedimentos poucos comuns na rotina de ensino das MEC. ao passo que os vencedores aplicam mais contra-ataques e pontuam mais nos “rounds” subsequentes (KAZEMI. com relações esforço:pausa de 1:6 a 1:9 (IIDE et al. como mixed martial arts (MMA). “muay thai”. S TERKOWICZ & F RANCHINI . tem sido demonstrada como variável discriminante entre lutadores de diferentes níveis (MORI. Os resultados preliminares desses estudos acerca da temporalidade indicam que as MEC de domínio (judô. categorias.ex. NILSSON et al. 2007. 2011). Brazilian jiu-jitsu.FRANCHINI. DEL VECCHIO. entre 1:2 e 1:3 (DEL VECCHIO. MIARKA et al. Considerando que há a necessidade de armazenamento e processamento de grande quantidade de informação sobre essas características. JULIO. SANTOS. Educ. 2006. No que diz respeito ao processo de iniciação às MEC. São Paulo. 2000). NILSSON. HEINISCH. 2011). 2009. BEYER. 2006). 70 • Rev. identificação dos padrões de movimentos subsequentes dos lutadores e predição do desempenho competitivo baseada em resultados de lutas pregressas (AOYAGI & MATSUURA. 2004. FRANCHINI et al.. 2004. MARCON.. no karatê. bras. 2009. 1997. 2010. comumente utilizada nas sessões de iniciação ao judô (GOMES.. alguns autores dedicaram esforços para a criação e validação de programas computadorizados para esta finalidade (MARCON et al. DERIEMAEKER & C LARYS . HIRATA & FRANCHINI. por exemplo. p. diversos estudos têm sido conduzidos para determinação das características técnicas de lutadores de alto rendimento (BENEKE.. 2011 N. gêneros. FRANCHINI & LIMA-SILVA. FRANCHINI et al.. Nesse sentido. 2010). Adicionalmente. a capacidade de antecipação e de reconhecimento de padrões de movimentos em fases iniciais de sua execução. MIARKA. “taekwondo”.. HARTMANN & FRANCHINI. F. FRANCHINI & STERKOWICZ. faixas etárias e gêneros. 2010. Por sua vez. 2002. indica-se que domínio elevado de diferentes técnicas de projeção (superior a 10 golpes) e habilidade de projeção com deslocamentos em mais de três direções parece ser fator diferencial entre competidores de alto nível (FRANCHINI & DEL VECCHIO.. & DEL VECCHIO.. HIRATA & FRANCHINI. As MEC são atividades de difícil mensuração durante ações específicas dos treinamentos. ROI & BIANCHEDI. MATHEUS & DEL VECCHIO. FRANCHINI. TOCCO. especialmente. MIARKA. NAKANISHI. 2003. 2007. 1998) e chutes (ROSCHEL. 2006. São Paulo. FRANCHINI et al. BERTUZZI & KISS. DEGAKI. COTINAUD & LACOUTURE. 2009. TAKITO & KISS. FRANCHINI. o arranco e o arremesso (ARUGA. CURBY. como o supino reto. No boxe. BENEKE et al. 2009.67-81. ONDA & UBUKATA. WATANABE. 2011a. YAMASHITA. esses tipos de ergômetro envolvem tecnologia relativamente sofisticada e têm sido utilizados basicamente na França e no Japão. HORSWILL. 1992). CRISAFULLI. 1989. DEL VECCHIO. Isso se deve à considerável dificuldade de mensuração de respostas fisiológicas em condições competitivas ou de simulação de luta (CALMET. MIRZAEI. TRICOLI & FRANCHINI. FRANCHINI. BATISTA. 2011 N. MATSUSHIGUE & KISS. 2011a. com intuito de comparar atletas de diferentes níveis competitivos. 2003. Rev. 2002) e de potência muscular nos grupos musculares responsáveis pela entrada de uma técnica de projeção (FRANCHINI et al. FRANCHINI. com a expectativa de detectar aspectos potencialmente críticos para o elevado desempenho nestas modalidades (FRANCHINI et al. BERTUZZI. UCHIDA. MOREIRA. MATSUSHIGUE. BARROSO. além da necessidade de elevada velocidade para a realização dessas técnicas (MORI. YOON. SHIRASE & UBUKATA. 2007. TRILLES & LACOUTURE.. • 71 . FRANCHINI & DE ARAÚJO. OHTANI & IMANAKA. 2009). TAKITO. 2002). Fís. KISS & STERKOWICZ. competições. que tem sido utilizado por diversas seleções nacionais e em diferentes estudos (FRANCHINI. LOTURCO. ASO. pois é a partir desses aspectos que o treinador consegue informações relevantes para a preparação física do atleta (FRANCHINI. DYSON. especialmente em estudos com análises de atletas pertencentes às seleções nacionais (ARTIOLI et al. FRANCHINI. 2008a). 2007. 2003). IMAMURA. o que levou alguns pesquisadores a estabelecerem tabelas normativas utilizando diferentes exercícios com uso de barras e anilhas. 2011b) em situação envolvendo a pegada no “judogi”. força. DEL VECCHIO & STERKOWICZ. UGRINOWITSCH. MILIA. FAFF & STARCZEWSKA-CZAPOWSKA. 2005. GUALANO. 2002) ou pela execução de socos (IMAMURA. 2009). Esporte. 2010). No judô. potência muscular e flexibilidade. Em linhas gerais. KANEKO. SILVA NETO & MATHEUS. p. YOSHIMURA. 2007. v. YOON. POLACOW & LANCHA JUNIOR. existe dinamômetro validado para análise da força durante socos consecutivos (SMITH. NAKANISHI. 2011a). os pesquisadores têm encontrado valores elevados de resistência de força de preensão manual e de membros superiores em lutadores de MEC de domínio. MONTEIRO. 2004. e já conta com respectiva tabela classificatória (FRANCHINI. SCOTT & GALEA. ALMANSBA. 2004.. MILLER. ITEYA. 2009. DEL VECCHIO & STERKOWICZ. dez. RAHMANI-NIA & MOGHADAS. NUNES. DE MORAES BERTUZZI. HARTMANN & FRANCHINI. FRANCHINI.. FRANCHINI. MELIS & CONCU. STERKOWICZ & FRANCHINI. ONDA. MORAES & DEL VECCHIO. CAPPAI. MATSUSHIGUE & ARTIOLI. MELLO. 2002). YANAGISAWA.. KIMURA. 2008. ergômetros específicos para a execução das técnicas de projeção foram desenvolvidos e avaliados (BLAIS. 2010). “Brazilian jiu-jitsu” e luta (FRANCHINI et al. WELK & VAN HANDEL. inúmeros pesquisadores têm se dedicado ao processo de elaboração e validação de testes e procedimentos específicos para as diferentes MEC (ALMANSBA. 2005b. o agachamento. há grande volume de material sobre a caracterização de atletas de MEC (CHAN. simulações e. YAMASHITA. TAKITO. PIETER & MOLONEY. potência e capacidade anaeróbias. Contudo. NAKAMURA. Desta forma. como judô. 2009. 1994). BORKOWSKI. CALMET & AHMAIDI. SAITO & TAKEUCHI. HORSWILL. 2009) ou em comparações entre atletas de diferentes níveis competitivos (FRANCHINI. 2011b) e dinâmica (ARUGA. NISHIMURA & NAKAZAWA. diversos estudos têm direcionado atenção a variáveis como potência e capacidade aeróbias. STERKOWICZ. proposto por STERKOWICZ (1995). 2008. TAKITO & BERTUZZI. 2008) e exista grande variação na demanda fisiológica colocada sobre os atletas destas modalidades durante a situação competitiva (ARTIOLI. TAKITO. bras. Assim.. 2003. DEGUCHI.Estudos em modalidades esportivas de combate Pesquisas com transferência de conhecimento para intervenção em aspectos de preparação orgânica e funcional de atletas de modalidades esportivas de combate Embora os aspectos técnicos e táticos sejam considerados primordiais para o alto rendimento nas MEC (FRANCHINI & DEL VECCHIO. Para esta modalidade. Educ. 2001. 2010). VITELLI. 2011a. FRANCHINI & STERKOWICZ. SMITH. merece destaque o Special Judo Fitness Test. ARSATI. 2009. FRANCHINI. LIMA-ARSATI. YOON.. Também no judô. SCOTT. LEPLANQUAIS. 2005.25. BATISTA. o processo de avaliação física dos lutadores é parte importante do planejamento do treinamento. FIEBIG & SILVA. 2009). FRANCHINI. TAKITO & DEL VECCHIO. BERTUZZI. FRANCHINI. diferentes autores propuseram testes de resistência de força isométrica (FRANCHINI. Assim. esp. uma vez que é comum que atletas apresentem resultado positivo para o uso de diurético. prejuízo em testes específicos (SMITH et al. 2011). uso de laxantes e diuréticos (ARTIOLI & FRANCHINI. 2009). em relação a lutadores não classificados (ALDERMAN. 2010). FRANCHINI. 2005) e de sabotagem das balanças de conferência para prejudicar uma atleta cotada para a conquista de medalha nos Jogos Olímpicos de Sydney. Esporte. 1994). Embora essa estratégia pareça funcionar. De modo complementar. UMEDA. restrição da ingestão energética ou jejum no dia anterior à pesagem. 2001. SOLIS & LANCHA JUNIOR. T OTSUKA & S UGAWARA . NEWTON & FLECK. 72 • Rev. de isolamento (DEGOUTTE. de fadiga. indução de vômito. 1990). diminuição da memória (CHOMA. especialmente pela diferença nos limites das categorias de peso. FILAIRE. 2010. 1990. E. 2004). Apesar dos inúmeros aspectos negativos associados ao procedimento de “perda de peso”. de raiva. isto é. de lesões durante a competição (GREEN. F. FILAIRE. KOZIRIS. DEGOUTTE. 1964) e anaeróbio (KRAEMER.. o resultado é controverso quando o ganho de peso após a pesagem oficial foi analisado em competições de nível nacional. MASO. Y AMAMOTO . NAKAJI. do vigor. BÈGUE. sendo que no “taekwondo” o uso de coletes com sensores passou a ser feito recentemente (DEL VECCHIO. 2006. CARLSON & SCOTT. 2004). e da aplicabilidade destas informações nos diferentes programas de treinamento físico. em decorrência dos meios utilizados. como restrição da ingestão de líquidos. diminuição dos desempenhos aeróbio (SALTIN. PETROU. consumo de pílulas dietéticas. VOLEK.25. a prevalência desta prática é bastante alta entre lutadores. SHIMOYAMA. procedimentos específicos têm sido recomendados para o karatê (NUNAN. RUBIN. LAC. FRANCHINI & LANCHA JUNIOR. Fís. FILAIRE et al. como morte de um atleta de judô em preparação para os Jogos Olímpicos de Atlanta. p. 1998). FOGARTY-HOVER & ROLF. SCOTT. em decréscimo de desempenho competitivo: o atleta João Derly sagrou-se bicampeão mundial de judô na categoria -66 kg após se ver impedido de lutar na categoria -60 kg e o atleta Leandro Guilheiro se tornou vice-campeão mundial de judô após ter mudado da categoria -73 kg para a categoria -81 kg. aumento dos estados de confusão. 1988). 2000). ROUVEIX. Embora variável entre as diferentes MEC. . uso de agasalhos e sacos plásticos. 1998). SFORZO & KELLER. 2010a). VIANO & BIR. JOUANEL & LAC. STEEN & BROWNELL. DEL VECCHIO & PIETER. de depressão. BROWN. da insatisfação com o próprio corpo (WOODS. TRIPLETT-MCBRIDE. WILSON & MASLAND. MEUFFELS. JOUANEL. 2007). STERKOWICZ.67-81. da concentração e da auto-estima. a redução brusca de massa corporal parece estar associada a diversos eventos negativos. 2006. Outro problema bastante frequente nas MEC é o processo conhecido como “perda de peso” desses atletas. PANNAFIEUX & FERRAND. 2000 (VILLAMÓN. tem sido utilizada para mascarar o uso de esteróides (HALABCHI. Educ. ao passo que outra pesquisa indicou que os lutadores que conquistavam medalhas haviam recuperado quantidade maior de massa corporal. necessariamente. dez.. Em todos esses estudos existe o problema da quantificação precisa da intensidade de esforço realizada durante as ações específicas. ou no dia da competição (ARTIOLI. 2001). 1990. 1996 e de três atletas universitários de luta olímpica (ARTIOLI & FRANCHINI. 2011 N. SILVA & GUGLIELMO. HALE & JANAWAY. 1998). FRY. 2005). SILVA NETO & MATHEUS. DICK & HAYES. v. 2009) e o judô (FRANCHINI. LANDERS. 1999. além do emprego de sensores de força e bonecos de impacto similares aos utilizados em “crash tests” para análise da força (WALIKO. bem como com os dois últimos casos de “doping” no judô brasileiro (ARTIOLI & FRANCHINI. existem relatos na literatura de pressão por parte do pai de uma criança de cinco anos de idade para que reduzisse sua massa corporal em 10% para disputar competição de luta olímpica (SANSONE & SAWER. COLOMBIER. 2004). Adicionalmente. Por outro lado. PEQUIGNOT & FILAIRE. No que diz respeito a testes de aptidão aeróbia. o “taekwondo” (SANT’ANA. 2007). Exemplos pontuais no judô brasileiro indicam que a mudança para categoria superior de massa corporal não implica. 2000). bras. São Paulo. que consiste em uma rápida redução da massa corporal em dias próximos.B.FRANCHINI. a “perda de peso” tende a contribuir para o sucesso em competições regionais (WROBLE & MOXLEY. nesse intervalo. & DEL VECCHIO. 2003). Neste contexto. PARK & ROEMMICH. os casos de “doping” nas MEC também são normalmente associados a esse processo. GORDON. com valores entre 55% das competidoras de judô (FABRINI. esp. um estudo demonstrou que lutadores classificados não recuperavam maior quantidade de massa corporal entre a pesagem oficial e a primeira luta da competição (HORSWILL. NICASTRO. LYNCH. ESPARTERO & GUTIÉRREZ. HORSWILL. 2010. com casos recentes de “doping” por furosemida em atletas de luta olímpica participantes dos Jogos Olímpicos da Juventude. FRANCHINI. STEEN & BROWNELL. 2006). os lutadores parecem adotar essa estratégia por considerarem que poderiam enfrentar atletas mais fracos ou menores (ARTIOLI. AMA. 2007) e de transtornos alimentares (DALE & LANDERS. substância que embora seja ergolítica. que analisava de forma diferente as mesmas ações quando a coloração era modificada. 2009. MIYAMOTO & RANVAUD. 2011 N.. MEDIJAINEN. 2010.em 1997 . Outro aspecto agravante é a precocidade desse processo.. havia sempre favorecimento ao atleta vestindo vermelho (HAGEMANN. ao analisarem os mesmos vídeos ora considerando a versão original ora analisando a versão invertida (azul aparecia como vermelho e vermelho como azul). 2005. 2001. HILL & BARTON. GUALANO. 2010c. IGLESIAS. 2009). KASHIWAGURA. 2007. 2010) a 89% dos lutadores de judô (ARTIOLI. 2011). indicar procedimentos para uma redução menos danosa aos atletas (BURKE & COX. MCANDREW. F RANCHINI . FRANCHINI & LANCHA JUNIOR. OPPLIGER. TAKESIAN. 2005. no boxe e na luta (estilos livre e Greco-romano) os lutadores empregam vestimentas vermelhas e azuis. SCAGLIUSI..25. 2008). BENATTI. com valores intermediários entre atletas de luta olímpica (KINIGHAM & GORENFLO. com o “taekwondo”. CHOU. das quais têm sido investigadas academicamente a arbitragem (NAVARRO. HARRIS e ROBERTS (2005) e MATSUMOTO et al. HARRIS & ROBERTS. Assim. (2007) evidenciaram que o uso do “judogi” azul resultava em vantagem competitiva. pois alguns pesquisadores da psicologia evolutiva evidenciaram que existe vantagem em competir usando vermelho em relação ao azul (BARTON & HILL. SOLIS. modificou artificialmente as cores das vestimentas e indicou que o viés era gerado pela arbitragem. FRANCHINI. no “taekwondo”. os lutadores tendem a reduzir cerca de 5% de sua massa corporal. MATSUMOTO. 1990) e atletas de “taekwondo” (FLEMING & COSTARELLI. Contudo. HATA & TAKEUCHI. Antes os dois lutadores usavam vestimentas brancas com faixas vermelha ou branca sobre a faixa indicativa de sua graduação e a partir daquele ano passaram a usar vestimentas azuis ou brancas (DIJKSTRA & PREENEN. NEVILL & LANE. incluindo aqueles que parecem não sofrer efeitos negativos pronunciados em decorrência da redução acentuada de massa corporal (ARTIOLI et al. Em linhas gerais. S CAGLIUSI K ASHIWAGURA . ROWE. o que poderia interferir no crescimento e desenvolvimento dos atletas (ROEMICH & SINNING. 2006). 2010c. isto é. ROWE. Estudo posterior. 2010b). DICK & KLOSSNER. PÄÄSUKE. ARTIOLI et al. MENDER. BALMER. Porém. STRAUSS & LEIβING. 2010d). 2005).. 2010b. HARRIS & ROBERTS. pois muitos atletas tendem a iniciá-lo durante a puberdade (ARTIOLI et al. 2010b). a coloração da vestimenta empregada pelos lutadores (BARTON & HILL. SUTTON. MORTON. ROGER. Pesquisas com transferência de conhecimento para intervenção em aspectos de organização e gestão nas modalidades esportivas de combate As competições de MEC apresentam inúmeras características peculiares. ARTIOLI. Educ. SMITH et al.. TIMPMANN. HORSWILL. 2008.67-81. GAYTON & LANGEVIN. 2006. KONNO. 2003. FUCHS & LANCHA JUNIOR. HORSWILL. 2009. sendo que condutas mais arriscadas e extremas tendem ser realizadas por lutadores de maior nível competitivo (ARTIOLI et al. FUCHS & LANCHA. MARINS & FRANCHINI. propor estratégias organizacionais para combater esse processo (ARTIOLI. esse processo tem sido questionado. dez. 2010b). 2005). MOURIER. NEVILL & WILLIAMS. G UALANO & L ANCHA J UNIOR . 2010. 2005. GUALANO. ERELINE & GAPEJEVA. TSAI. • 73 .Estudos em modalidades esportivas de combate BRITO.. 2008). ROEMICH & SINNING. 2005) e o efeito do local de realização da competição (BALMER. Estudos de ROWE. inúmeras publicações têm sido realizadas no sentido de validar instrumentos para quantificação dos processos (A RTIOLI . Esporte. São Paulo. 2007. MACLAREN. enquanto estes dois grupos de autores recomendaram pesquisas adicionais para investigar o fenômeno e a preparação dos árbitros (considerando-os como possível origem do problema). SCOTT. ROBERTSON. 2010b. 2009.a Federação Internacional de Judô (FIJ) instituiu o uso do “judogi” azul nas competições internacionais. 2002). 2000). 1996) e resultar em condutas mais extremas na idade adulta (ARTIOLI et al. DIJSTRA e PREENEN (2008) atribuíram a vantagem do azul durante os Jogos Olímpicos Rev. 2005. 1996). 1997). HILL & BARTON. FRANCHINI. os lutadores são requisitados a utilizarem vestimentas com cores diferentes. 1992. Para facilitar a visualização por parte do público. LEGRAND & GUEZENNEC. e a maior parte dessa redução ocorre na semana anterior à competição (ARTIOLI & FRANCHINI. investigar o processo de recuperação dos atletas (OÖPIK. UTTER. KERVILER. p. STEEN & BROWNELL. 1993). Fís. SABARENSE. bras. esp. v. BIGARD. Mais recentemente . CHANG & FANG. Em decorrência desse quadro. GRAPPE & ROUILLON. 74 • Rev. ao passo que em outro estudo (BALMER. bras.. inclusive. foram localizados alguns estudos que confirmaram a existência do “home-advantage” nas MEC. NEVILL & LANE. E.FRANCHINI. MCANDREW. os financiamentos nestas frentes de investigação são mais raros. e explorando faixas etárias. Esporte. investigações sobre os efeitos do exercício intermitente de alta intensidade (OISHI & IWATA.. Há. NEVILL & WILLIAMS. estudos têm registrado os efeitos da coloração da indumentária e do local de realização das competições no sucesso competitivo. São Paulo. Educ. Acerca do desempenho esportivo e do processo de treinamento físico. bem como as estratégias de planificação do processo de treino devem ser aprofundadas. p. cursos de pós-graduação. Neste contexto. 0.66 para nocautes técnicos e 0. Embora estratégias de ensino-aprendizagem com características mais abertas se mostrem adequadas (GOMES et al. grupos de estudos e. em casa e fora de casa) da luta olímpica (GAYTON & LANGEVIN. Portanto. há de serem criados centros de iniciação às MEC. . Boas estratégias neste sentido poderiam englobar promoção de cursos de aperfeiçoamento profissional e maior quantidade de relações entre universidade e entidades esportivas. é preciso que haja um questionamento quanto ao sistema de ranqueamento utilizado em algumas MEC. gêneros e níveis diferentes de habilidade. os controles da intensidade e da carga de treino por variáveis psicobiológicas (como percepção subjetiva de esforço. 2002). conhecido na literatura internacional como “home-advantage”. Nacionalmente estas iniciativas deveriam ser estimuladas e ampliadas.e. por serem subjetivamente julgadas (BALMER. estudos quanto às formas de aquisição e prática das habilidades em diferentes MEC devem ser conduzidos com maior frequência. dez. bem como as respostas orgânicas de lutadores frente aos esforços na competição e no treinamento. NEVILL & WILLIAMS.57 para nocautes. 2005). 2009). Considerações finais De modo geral. 1993) e no boxe (BALMER.B. Na atualidade. v. de Atenas ao sistema de chaveamento. por outro lado. 1992. Porém. Embora este fenômeno seja mais estudado em modalidades esportivas cujos confrontos são realizados em sistema de ida e volta. Fís.e. com estruturas horizontal (i. ao se unir tais achados com os modelos de classificação atuais. também. esp. 2011). os autores encontraram que a probabilidade esperada de ganhar em casa aumentava quando o resultado dependia do julgamento dos árbitros (0. o êxito em competições prévias proporciona diferentes quantidades de pontos para determinação dos atletas classificados para os Jogos Olímpicos. diferentes estudos já observaram que a quantidade de pesquisas no campo das MEC tem aumentado. aprofundamento e especialização) adequadas. sendo que em um estudo a modalidade estava agrupada com a ginástica. 2003). emprego de diferentes exercícios de força e sua capacidade de potencialização pós-ativação (MIARKA. concentrações de cortisol e testosterona e variabilidade da frequência cardíaca). certo esforço em se articular o âmbito acadêmico com o trabalho profissional (WILLIAMS & KENDALL. 2011 N. BALMER. Portanto. como o judô. a partir de periódicos científicos de divulgação. 2011). em confrontos duplos (isto é. 2007). pesquisas analisando as possíveis causas do impacto da cor sobre o desempenho e estratégias viáveis para contornar esse problema são necessárias. diferentes modalidades) e verticalmente (i. 2003). F. & DEL VECCHIO. Na perspectiva do sucesso esportivo.25. 2010. o problema central está no fato de que o número de competições em um continente (Europa) é muito maior proporcionalmente ao número de países filiados à FIJ (JULIO. 2005. ao analisarem lutas do Campeonato Europeu. imunoglobulina A. DEL VECCHIO & FRANCHINI.. DUGUÉ.67-81.74 para decisão por superioridade dos pontos). NEVILL & LANE. Aspecto organizacional que também tem sido investigado é a existência da vantagem de competir em casa. RAVIER. 27. as the Olympic Games. A. 2010b. Martial arts. Perda de peso em esportes de combate de domínio: revisão e recomendações aplicadas.. 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