Deterioração da MadeiraPRINCIPAIS TÉCNICAS E MÉTODOS DE PRESERVAÇÃO DA MADEIRA ESTRUTURAS DE MADEIRA Prof. Mariana de Oliveira e Silva Introdução • Preservação de madeiras: conjunto de medidas preventivas e curativas para controle de agentes biológicos, físicos e químicos que afetam as propriedades da madeira. • Algumas espécies de madeira são mais resistentes a deterioração do que outras • mecanismos de auto defesa; • são mais raras e necessitam de anos para tornarem-se economicamente aproveitáveis. Métodos para impedir a deterioração de madeiras Remoção de substâncias preservativas: • A TIAMINA é um elemento essencial para o desenvolvimento de fungos apodrecedores. • Pode ser retirada pelo aquecimento da madeira a 100°C por 1 ou 2 horas. Métodos para impedir a deterioração de madeiras Controle de Umidade da Madeira • Manter a umidade abaixo de 20%. • Manter a madeira imersa (taxa de oxigênio é praticamente nula). . Controle Biológico • Utilização de microrganismos pode inibir o desenvolvimento de fungos apodrecedores. .Métodos para impedir a deterioração de madeiras Uso de biocidas • É o mais utilizado → introdução na madeira de substâncias químicas tóxicas aos organismos xilófagos. • Escolha do método depende: do preservativo a ser utilizado. quantidade a ser introduzida e o uso final. • Agrupados em duas classes e a aplicação pode ocorrer por diversos métodos. Uso de Biocidas Propriedades dos Preservativos da Madeira: • Ser tóxico a um grande número de organismos xilófagos. • Não provocar alterações nos materiais que esteham em contato com a madeira. • Possuir alta fixação na madeira. inodoro e insípido. • Não ser inflamável. • Ter baixa toxidez a organismos não xilófagos. • Possuir ação duradoura. . • Econômico e de fácil obtenção no mercado. • De preferência ser incolor. . • É repelente a água e não provoca corrosão em metais. • Possui forte cheiro característico.Tipos de Preservativos de Madeira Preservativos Oleosos e Oleossolúveis Creosoto • É um dos mais eficientes. • Em postes a concentração é de 130 kg/m³. • É obtido através da destilação de alcatrão de hulha e é uma mistura de mais de 200 substâncias diferentes. • Deixa a madeira escurecida e oleosa. bactericida e moluscocida e tóxico para o homem. .5kg/m³. • No Brasil é permitido apenas na forma de sal como preservante da madeira. inseticida. • Em postes a concentração é de 6.Tipos de Preservativos de Madeira Preservativos Oleosos e Oleossolúveis Pentaclorofenol • Obtido da reação entre o fenol e o cloro. • É fungicida. . • Baixa toxidez ao homem e animais.Tipos de Preservativos de Madeira Preservativos Oleosos e Oleossolúveis TBTO (Óxido de Estanho Tributílico) • Eficiente no tratamento contra brocas marinhas. • Apresenta compatibilidade com acabamentos. • 10 vezes mais tóxicos a fungos que o pentaclorofenol. previamente neutralizado. • Odor semelhante à gasolina. . • Empregado através de pincelamento ou imersão. • Aparência de um líquido verde escuro → a madeira fica esverdeada. mas de preço elevado. e o sal de cobre. • Apresenta problemas de corrosão em metais. principalmente o alumínio. • Muito eficiente.Tipos de Preservativos de Madeira Preservativos Oleosos e Oleossolúveis Naftenato de Cobre • Obtido através da reação entre o ácido naftênico. • Aceito no tratamento de madeiras que entrarão em contato com gêneros alimentícios.Tipos de Preservativos de Madeira Preservativos Oleosos e Oleossolúveis Quinolinolato de Cobre-8 • Fungicida eficaz e não tóxico a mamíferos. • É inodoro e incolor. • Possui preço elevado. . • É instável em contato com o solo. • Possui preço elevado.Tipos de Preservativos de Madeira Preservativos Oleosos e Oleossolúveis Compostos de Mércurio (Oleato de fenilmercúrio) • Venenoso (presença de mércurio). . • Baixa toxicez contra organismos xilófagos → eficiente termiticida. .Tipos de Preservativos de Madeira Preservativos Oleosos e Oleossolúveis Naftenato de Zinco • Substitui o Naftenato de Cobre → é incolor. • Exemplos: • Clordane – hidrolisa com facilidade. • Costumam ser adicionados a outros preservativos. • Dieldrin – não fitotóxico. • Muito eficientes contra insetos xilófagos. . • Lindane – inseticida e e tratamento de piolho e escabiose.Tipos de Preservativos de Madeira Preservativos Oleosos e Oleossolúveis Hidrocarbonetos Clorados • Utilizados para tratamentos de madeira que entrarão em contato com o solo. • A presença de mais de uma substância na madeira aumenta a sua eficiência contra um número maior de organismos xilófagos. objetivando com isso: • A precipitação de um composto insolúvel na madeira a partir da reação dos componentes originais e.Tipos de Preservativos de Madeira Preservativos Hidrossolúveis Compostos químicos com mais de uma molécula na sua formação. . Tipos de Preservativos de Madeira Preservativos Hidrossolúveis Boro e Ácido Bórico • Quando separados são praticamente insolúveis em água. • Sua mistura torna a solução bastante solúvel em água. • Facilmente lixiviável. • A mistura é tóxica a um grande número de fungos xilófagos. • Tratamento por difusão em madeiras recém cortadas. não devendo ser empregado em contato com o solo ou água. • Tratamento por pressão em madeiras secas. . • Após a secagem da madeira tratada ocorre a precipitação do arseniato de cobre e a evaporação da amônia. é tóxico a um grande número de fungos xilófagos.Tipos de Preservativos de Madeira Preservativos Hidrossolúveis Arseniato de Cobre Amoniacal • Utilizado em tratamento sob pressão. . • A amônia torna a solução mais solúvel em água e forma um complexo com o cobre que diminui o seu efeito corrosivo sob os metais. . • Dicromato de sódio tem duas funções: a) reduz o efeito corrosivo do sulfato de cobre e b) precipita o cobre na forma de cromato de cobre insolúvel.Tipos de Preservativos de Madeira Preservativos Hidrossolúveis Cromato de Cobre Ácido • É uma mistura de sulfato de cobre e dicromato de sódio. • É empregado sob pressão e oferece excelente proteção. • Possui diferentes formulações. • Empregado sob pressão confere uma excelente proteção. • Recomendado para as mais variadas situações. apresenta propriedades tanto fungicidas como inseticidas. pois. • O cromo provoca a precipitação de grande parte do cobre e arsênico na madeira. nas quais varia a porcentagem tanto de cobre como de cromo e arsênico. .Tipos de Preservativos de Madeira Preservativos Hidrossolúveis Arseniato de Cobre Cromatado • Comercialmente é conhecido como CCA. • Composto por Cloreto de Zinco (75. pode provocar a degradação química da madeira.5%). pois.Tipos de Preservativos de Madeira Preservativos Hidrossolúveis Cloreto de Zinco Cromatado • É pouco corrosivo e também apresenta propriedades de retardante de fogo.5%) e Dicromato de Sódio (22. • Não é recomendado para locais de alta temperatura e baixa umidade relativa. . • A presença de carbonatos de cálcio ou magnésio precipitam o sulfato de cobre. • A presença destes carbonatos no solo prejudica a eficiência do sulfato de cobre.Tipos de Preservativos de Madeira Preservativos Hidrossolúveis Sulfato de Cobre • Não pode ser empregado sob pressão em usinas de tratamento construídas com aço e aço doce. • Mais utilizado através do processo de difusão. . por isso não se deve utilizar água que contenham estes carbonatos no preparo da solução. porque o sulfato de cobre causa a sua corrosão. Fenotrin. Fenvalerato (S-5602). Tetrametrin. . Dieldrin. • Para postes em serviço → Cloropicrina. Furametrio. Phoxim. Fluoreto de Sulfurila. Permetrin (NREC-143). • Organofosforados: Clorpirifós. Aldrin. Brometo de Metila (CH3Br).Inseticidas • Organoclorados: DDT. Deltametrin (NRDC-161). Vapam. • Carbamatos: Carbaril. • Piretrina e Piretróides: Aletrin. Acephate. HCH (BHC). • Fumigantes: Fosfina (PH3). Endrin. Clordane e Heptacloro. Vorlex. com ação ainda não comprovada. Clocosilanos: Diclorosilano (fungicida). Bis-Tiocianato de Metileno + TCMTB = Busan 1009 (fungos) .Novos produtos • • • • • • • • • • • • Organoplúmbicos: Derivados orgânicos do chumbo (Acetato de Tributil Chumbo). IPBC e Troysan: fungicidas. Azaconazol: fungicida 10 vezes mais tóxico que o pentaclorofenol. Derivados Imidazólicos: 5-cloro-1 metil-4-nitro-dimiadozol (fungicida). Captafol: fungicida. Isotiazolonas: fungicidas. Sais de Sulfônio: fungicidas. ACA aditivado: melhora a ação do ACA já conhecido. Carboxilatos de Cromo: fungicidas. Tiocianametiltio Benzotiazol (TCMTB): Busan 30 (fungicida). MÉTODOS CONVENCIONAIS DE TRATAMENTO DA MADEIRA . em termos de massa de produto por volume de madeira tratada. • Variam de acordo com: • profundidade de penetração do produto preservativo. • uniformidade de distribuição.Métodos Simples ou de Baixos Custos de Investimento • Embora considerado simples sua utilização só se justifica se o material for convenientemente tratado. • Permitem obter bons resultados em termos de extensão de vida útil da madeira em uso. a partir da superfície da madeira. . cujo resultado confira a este uma extensão de vários anos em uso. • retenção. Métodos Simples ou de Baixos Custos de Investimento Tratamento por pincelamento - madeira seca • Aparentemente sem necessidade de maiores preocupações. • Aplicar um produto preservativo, líquido ou dissolvido, na superfície da peça que se pretende tratar. • Considerar a escolha do produto correto (toxicidade ao usuário da madeira tratada, viscosidade, cor, odor, compatibilidade com tintas e vernizes). • Considerar a espécie de madeira e os agentes biológicos a que ela é suscetível, a sua permeabilidade e a profundidade de tratamento requerida para impedir o ataque pelos organismos xilófagos. Métodos Simples ou de Baixos Custos de Investimento Tratamento por pincelamento - madeira seca • Proteção superficial da madeira. • Necessidade de tratá-la a maiores profundidades, logo é imprescindível a utilização de maiores quantidades de soluções, proporcionalmente à espessura da camada de madeira a ser tratada. • é necessário distribuí-la de forma homogênea sobre a superfície da peça a ser tratada, sem perdas por escorrimento. Métodos Simples ou de Baixos Custos de Investimento • • • • Tratamento por pincelamento - madeira seca Produtos hidrossolúveis não têm a mesma facilidade de penetração na madeira que a de produtos diluídos em solventes orgânicos finos, ou com viscosidade próxima à da água, devido à grande afinidade da água com o material celulósico. À medida que a camada superficial da madeira absorve água diminui-se a taxa de absorção da solução preservativa. O tempo necessário pode ser muito longo para a penetração desejada, proporcionando que a maior parte dos ingredientes da solução venha a se fixar por reação química com os constituintes da madeira, antes de atingirem a profundidade de penetração requerida. Com a utilização de produtos muito reativos (CCA) pode ocorrer o super tratamento da camada superficial da peça tratada. Métodos Simples ou de Baixos Custos de Investimento Tratamento por pulverização . • Necessidades de proteção: pessoa que trata a madeira e na vizinhança da área em que se está aplicando o produto. • Riscos de contaminação são muito maiores. especialmente em pequenos espaços e em encaixes de peças estruturais já montadas. • É justificada pela inacessibilidade de pincéis à superfície da madeira a ser tratada.madeira seca • Tecnicamente semelhante ao pincelamento. exceto pela utilização do pulverizador. . .madeira seca A escolha do produto preservativo. poderão ser feitas da mesma forma que a adotada para o método de tratamento por pincelamento.Métodos Simples ou de Baixos Custos de Investimento Tratamento por pulverização . e de outras variáveis do tratamento. a determinação da quantidade de solução para se alcançar determinada profundidade de penetração. a determinação da concentração da solução para se obter determinada retenção de ingrediente ativo pela madeira tratada. várias horas ou dias. • O tipo de solução mais recomendável para o encharcamento da madeira é o oleossolúvel de baixa viscosidade. até que se alcance a profundidade de penetração da solução desejada.Métodos Simples ou de Baixos Custos de Investimento Encharcamento da madeira – imersão da madeira seca • A madeira deve ser permeável o suficiente para garantir boa penetração da solução preservativa. • São normalmente submersas em soluções por tempo previamente determinado por experimentação. . • depende do tipo de solução empregado e da espécie de madeira. • o tempo pode variar de poucos segundos. especialmente quando não se pretende dar grande extensão de vida útil à madeira tratada ou o seu objetivo é fazer com que a madeira adquira também alguma característica adicional. . mas a absorção e a penetração do produto preservativo são mais lentos e/ ou limitados. • Tratamento por imersão rápida da madeira também é uma prática adotada.Métodos Simples ou de Baixos Custos de Investimento Encharcamento da madeira – imersão da madeira seca • Soluções hidrossolúveis também podem ser utilizadas no tratamento por encharcamento. “madeira verde” • Madeira roliça de pequeno diâmetro. . • Um número de peças é normalmente colocado em recipientes como o representado.Métodos de tratamento por substituição de seiva Tratamento por capilaridade ou transpiração radial . e normalmente destinada para usos como estacas ou mourões. recém abatida e descascada. contanto que suas porções aéreas fiquem espaçadas entre si o suficiente para que não haja comprometimento da circulação de ar entre elas e da qualidade do tratamento. em função das dimensões das peças. . • O recipiente deve ficar em local protegido de chuvas e com boa ventilação. comumente até a altura em que será enterrada para proporcionar maior proteção da porção da peça que ficará sujeita à condição mais crítica de deterioração.“madeira verde” • A madeira é parcialmente mergulhada na solução preservativa.Métodos de tratamento por substituição de seiva Tratamento por capilaridade ou transpiração radial . “madeira verde” • É utilizado um produto hidrossolúvel que reaja lentamente com os constituintes da madeira (CCB ou FCAP em concentrações entre 3 a 5%). • Há a difusão para o interior da madeira submersa no momento em que esta é posta em contato com a solução (sentido radial). até que a madeira drene o volume suficiente para garantir a retenção de preservativo desejada ao longo de todo o comprimento da peça de madeira . à medida que ocorre evaporação de água nas partes aéreas das peças. • Há necessidade de reposição periódica do volume de solução consumida.Métodos de tratamento por substituição de seiva Tratamento por capilaridade ou transpiração radial . e a ser drenado pelos capilares dos topos submersos (sentido longitudinal). Métodos de tratamento por substituição de seiva Tratamento por capilaridade ou transpiração radial . decorrentes da secagem dos topos.“madeira verde” Cuidados fundamentais: • A madeira deve conter elevada umidade → evitar a obstrução de seus capilares com bolhas de ar. • Impede a penetração do preservativo no sentido perpendicular às fibras na porção submersa por meio de difusão. . • Diminui a permeabilidade. • A remoção da casca deve ser bem efetuada. • O extremo da peça a ser mergulhada deve ser cortado imediatamente antes da submersão na solução → adequado fluxo da solução preservativa ao longo da peça a ser tratada. removendo completamente o tecido cambial existente entre a casca e o tecido lenhoso. ou recém abatidas com casca. • Originalmente o processo de tratamento consistia na introdução de solução preservativa em árvores ainda em pé. esta era drenada por efeito da transpiração de umidade pelas folhas. por um de seus extremos. • A solução preservativa é empurrada por pressão hidráulica para dentro da tora. com simultânea expulsão da seiva no extremo oposto.Métodos de tratamento por substituição de seiva Tratamento pelo Processo Boucherie Modificado. Ao se colocar a solução em contato com a madeira de alburno. galhos e folhas. .“madeira verde” • Preservação de madeira verde na forma de tora (postes). revestida por uma capa metálica.“madeira verde” • No processo modificado. . onde se adapta uma conexão de borracha sanfonada inflável. madeira recém abatida na forma de tora é colocada levemente inclinada sobre suportes. ainda com casca e com a porção basal na parte mais elevada.Métodos de tratamento por substituição de seiva Tratamento pelo Processo Boucherie Modificado. Atualmente são utilizados produtos como o flúor e o boro (ácido bórico. mas caiu em desuso por se tratar de um produto altamente corrosivo a metais que entram em contato com a madeira tratada. O preservativo a ser utilizado não deve ser muito reativo com os constituintes da madeira. tetraborato de sódio. A seiva é forçada a sair pelo outro extremo → até que se observe o escorrimento da solução preservativa no outro extremo. octaborato disódio).“madeira verde” A elevação usual é de 10 m. Era utilizado sulfato de cobre. . conferindo ao sistema uma pressão hidráulica de aproximadamente 1 atm.Métodos de tratamento por substituição de seiva • • • • • Tratamento pelo Processo Boucherie Modificado. Instalação necessária para o tratamento da madeira pelo Processo Boucherie modificado . Tratamento por Difusão • Baseia-se no fato que. • Em outras palavras. quando colocados em contato com a superfície da madeira no estado verde. ocorre a migração de moléculas para haver equilíbrio entre as zonas de potencial químico diferentes. produtos hidrossolúveis concentrados. diluem-se na água existente na madeira e migram gradualmente para o seu interior. . .Tratamento por Difusão Difusão simples • Colocar a madeira no estado verde. contendo alta umidade. • A forma mais ideal para tratar a madeira é pela imersão e manutenção do material na solução por tempo predeterminado. e mantê-la nesta situação por tempo suficiente para que os ingredientes ativos penetrem em profundidade e em quantidades satisfatórias para assegurar certa proteção. em contato com alguma solução preservativa hidrossolúvel concentrada. • Possibilita a aplicação por pincelamento ou pulverização. Tratamento por Difusão Difusão simples Cuidados que devem ser tomados: • A madeira deve conter elevada umidade (recém cortadas e descascadas) . . considerando-se também a mobilidade dos ingredientes ativos e o tempo que a madeira permanecerá imersa na solução. • O preservativo não pode reagir/se fixar com rapidez quando em contato com a madeira – produtos muito reativos deixam a camada superficial da madeira super tratada • Produtos mais usuais: CCB. • Há necessidade de se controlar e de se repor os ingredientes consumidos da solução para cada batelada.a água existente na madeira é fundamental para que a difusão ocorra com eficiência. o FCAP e a mistura de tetraborato de sódio decahidratado (borax) mais ácido bórico • A concentração da solução deve ser regulada em relação ao volume de material a ser tratado e à retenção desejada. à geometria e espessura das peças incluídas no tratamento e/ ou à profundidade de penetração desejada. A madeira tratada pode ser coberta com uma película impermeável durante o período de fixação do produto (1mês). . à concentração da solução. etc. • Após o tratamento ter sido efetuado. o material tratado deverá ser armazenado em local protegido de chuvas. para evitar lixiviação. idade da madeira. e em condições que não ocasione sua desidratação acelerada. • Assim como a temperatura da solução.Tratamento por Difusão Difusão simples Cuidados que devem ser tomados: • O tempo necessário para garantir adequada profundidade de penetração está relacionado à espécie de madeira. formando compostos insolúveis em água. . em tempos predeterminados em função da espécie. tipo de peça. os quais reagem com os produtos que constituem a madeira.Tratamento por Difusão • • • • Tratamento por difusão dupla . O objetivo é alcançar boa profundidade de penetração e retenção dos produtos na madeira com maior rapidez.“madeira verde” Semelhante à difusão simples. A madeira deverá estar com elevada umidade e devidamente descascada. e mergulhada na segunda solução. e outros fatores considerados de importância. exceto que se utilizam dois produtos hidrossolúveis aplicados na madeira em tempos diferentes. retirada e enxaguada. bitola. A madeira é mergulhada na primeira solução. Banho quente – frio (madeira seca) • Utilizado para preservar madeira de pequenas dimensões no estado seco. . ou hidrossolúveis que permaneçam estáveis em soluções aquecidas. e posteriormente substituí-lo rapidamente por produto à temperatura ambiente. ou resfriá-lo. • O preservativo mais adequado para tratar a madeira por este método é o creosoto. • Consiste em mergulhar a madeira descascada no estado seco em produto preservativo aquecido (ou à temperatura ambiente com posterior aquecimento). • Peças de madeira de maiores dimensões. com produtos preservativos de natureza oleosa. também podem ser utilizados. produtos oleossolúveis. B: depósito de produto oleoso frio. d: termostato. C: depósito de produto oleoso quente. b: chapa metálica vazada para sustentação da madeira. c: resistência de aquecimento.Banho quente – frio (madeira seca) A : Tanque de aço inoxidável com paredes duplas. . em corte. e: registro para esvaziamento e limpeza do tanque. preenchida com material para isolamento térmico. a: bomba de transferência. esta é retirada e estaleirada. • Verificada a absorção permitida.Banho quente – frio (madeira seca) Funcionamento • Produto aquecido: o ar se expande e escapa gradualmente da madeira. drena com facilidade o produto preservativo que se encontra em contato com a superfície externa da madeira. até atingir o ponto de equilíbrio entre as temperaturas do produto e do ar da madeira. auxiliado pela pressão atmosférica local e a redução da viscosidade da solução. (15% a 20% da absorção total) • Resfriamento da madeira e do ar remanescente no seu interior: cria-se pressão negativa em seu interior que. após escorrer o excesso existente na superfície da madeira. o produto preservativo frio é removido do tanque utilizado para o tratamento e. . espécie de madeira a tratar. tipo de produto preservativo a ser utilizado. robusto o suficiente para resistir esforços do vácuo e/ou pressão exigidos) e equipamentos auxiliares para efetuar o tratamento a contento (serpentinas de aquecimento. bombas de vácuo e de pressão.Tratamento da madeira em autoclave • Autoclave: um vaso (hermeticamente fechado.) • São confeccionados programas de tratamento específicos para o tratamento da madeira → definição do processo de tratamento a ser empregado. . etc. quantificação de tempo nas diferentes ações a serem procedidas durante o tratamento preservativo (vácuo e/ou pressão). Autoclave cilíndrica em uso comercial. oleosolúvel ou hidrossolúvel).Tratamento da madeira em autoclave • A madeira a ser tratada deverá estar descascada e no seu estado seco (20% a 25% de umidade) • Qualquer tipo de produto preservativo poderá ser utilizado (oleoso. . .A.AUTOCLAVE Desenho esquemático de uma planta de tratamento de madeira típica. Fonte: Montana Química S. . • Para evitar contaminação ambiental. a seiva da madeira e a solução preservativa removidas por sucção.Tratamento da madeira em autoclave Processo Gewecke • Surgiu com o desenvolvimento de produtos preservativos hidrossolúveis de boa fixação na madeira • É um dos mais eficientes. são introduzidas no cilindro de tratamento. ao tubo principal de sucção no interior de um cilindro de tratamento convencional. . • Aplicação de pressão no cilindro de tratamento (85 N/ mm²) para forçar a solução preservativa para o interior da madeira (normalmente CCA) e. • Ligação das conexões de sucção por tubos e/ou canos. simultaneamente. sucção da seiva pelas conexões colocadas nos topos das toras. • Recolhimento do vagonete carregado com as toras e fechamento do cilindro de tratamento. • Carregamento das toras em vagonetes e colocação de conexões em seus topos axiais para sucção da seiva da madeira por efeito de vácuo.Tratamento da madeira em autoclave Processo Gewecke Seguintes passos: • Descascamento das toras. separadas por uma fase à pressão atmosférica. . que posteriormente é substituído por solução preservativa.Tratamento da madeira em autoclave Processo duplo-vácuo • Utilizam-se duas fases de vácuo. uma denominada vácuo inicial (VI) e outra de vácuo final (VF). • Trata-se de um processo de célula cheia pelo fato do vácuo inicial drenar grande volume de ar existente na madeira seca. previamente ao tratamento da madeira. Tratamento da madeira em autoclave Processo duplo-vácuo . na pressão atmosférica fechamento da porta 2 Aplicação de Vácuo Inicial (VI) – início da Início da drenagem do ar naturalmente drenagem do ar da autoclave existente na madeira 3 Manutenção do máximo VI aplicado. e inicia a penetração da solução preservativa com a admissão de solução preservativa . com aumento reduzido por efeito da drenagem gradativa gradativo de vácuo no seu interior – à do ar existente na madeira medida que o ar sai da madeira. à medida que ele é para o interior da autoclave.Vácuo – Ocorrência por Fase Execução Na ou Dentro da Autoclave Na ou Dentro Da/Na Madeira 1 Autoclave aberta – fase de carregamento e Existência de ar. por Saída gradativa do ar existente na madeira recuperação sistemática.Fases de Processo Duplo. causa redução do VI aplicado na autoclave 4 VI estável ou com queda insignificante e Cessa a saída de ar com o equilíbrio entre início da admissão de solução preservativa. o VI e o vácuo criado no interior da auxiliada pelo vácuo produzido na autoclave madeira. Vácuo – Ocorrência por Fase Execução Na ou Dentro da Autoclave Na ou Dentro Da/Na Madeira 5 Liberação do VI criado por drenagem do ar da Absorção gradativa da solução autoclave. até atingir a pressão atmosférica. por efeito do gradiente de e criação de gradiente de pressão entre o pressão. até alcançar ponto econômico que determine o equilíbrio com a pressão atmosférica ou encerramento desta fase alcançar um ponto econômico que determine encerramento desta fase . atmosférica. a qual terá sua taxa interior e o exterior da madeira. até cessar a absorção de solução por efeito da redução gradativa do preservativa pela madeira. preservativa. ou alcançar um gradiente de pressão. este último gradativamente reduzida com a absorção em contato direto com a solução preservativa da solução e respectiva redução do gradiente de pressão 6 Manutenção do sistema à pressão Absorção de solução cada vez mais lenta.Fases de Processo Duplo. até alcançar estabilidade do vácuo aplicado na autoclave .a madeira ainda permanece com suas superfícies ¨molhadas¨ .Fases de Processo Duplo. mas com por meio de bomba de transferência.Vácuo – Ocorrência por Fase Execução Na ou Dentro da Autoclave Na ou Dentro Da/Na Madeira 7 Drenagem da solução existente na autoclave A madeira já se encontra tratada. solução em excesso em suas superfícies conduzindo-a para o depósito de solução (superfícies ¨molhadas¨) preservativa 8 Aplicação de vácuo fina (VF) com o objetivo A solução existente nas células das de remover o excesso de solução camadas superficiais da madeira é preservativa e promover a limpeza da gradativamente drenada. escorrendo para superfície da madeira o fundo da autoclave juntamente com excesso de solução que já se encontrava nas superfícies da madeira 9 Manutenção do VF Continuidade da drenagem da solução da madeira sob manutenção do VF. por bomba de transferência espera da fase de descarregamento 12 Abertura e descarregamento da autoclave ------------------ .Vácuo – Ocorrência por Fase Execução Na ou Dentro da Autoclave Na ou Dentro Da/Na Madeira 10 Liberação do VF aplicado na autoclave e O excesso de solução remanescente. é puxado para o seu interior 11 Drenagem do excesso de solução removida A madeira tratada permanece inalterada.Fases de Processo Duplo. à da madeira. retorno do sistema à pressão atmosférica existente nas superfícies da madeira. . pela aplicação de solução preservativa sob efeito de pressão hidráulica.Tratamento da madeira em autoclave • • • • • Processo Lowry Conhecido como Processo de Célula Vazia. caracterizando assim um processo de tratamento denominado de ¨tratamento de célula vazia¨. A madeira tratada teoricamente fica apenas com a sua superfície interna molhada pela solução preservativa. por não existir a fase de vácuo inicial (VI). Durante a impregnação da solução o ar é empurrado a maiores profundidades da superfície da madeira. dado o menor volume/ custo de solução preservativa a ser utilizada e a possibilidade de melhor controlar a exsudação do produto preservativo impregnado na madeira quando esta for instalada. Processo não é tão eficiente → Desenvolvimento do Processo Rüeping Tratamento é adequado para a utilização de produtos oleosos ou oleossolúveis. Tratamento da madeira em autoclave Processo Lowry . • Obtêm tratamentos mais uniformes que os alcançados pelo método Lowry. • Basicamente os mesmos procedimentos adotados na execução do Processo Lowry • exceto que na sua fase inicial.Tratamento da madeira em autoclave Processo Rüeping • Desenvolvido com o objetivo de obter melhor controle sobre o retorno do produto preservativo impregnado na madeira. e consequentemente à madeira. com prévia injeção de ar comprimido na madeira antes da admissão de solução no interior da autoclave. após o fechamento da porta da autoclave. se adiciona ar comprimido à autoclave. • Método ideal para a utilização de preservativos oleosos e oleossolúveis. . Tratamento da madeira em autoclave Processo Rüeping . em conjunto com Escambia Treating Company.Tratamento da madeira em autoclave Processo MSU • Desenvolvido pelo Dr. Florida. . e anunciado nos Estados Unidos da América em 1977 como um novo método de interesse econômico. William C. • Pode ser adaptado a qualquer dos processos convencionais sob pressão apresentados anteriormente. Kelso. do Laboratório de Produtos Florestais de Mississipi. mantendo-se constante a pressão do interior da autoclave por duas horas. • a solução é removida por baixo da autoclave enquanto ar comprimido é introduzido por cima. .Tratamento da madeira em autoclave Processo MSU • Consiste em substituir a solução preservativa existente no interior da autoclave por água quente ou vapor d água. por sua vez. imediatamente após a fase de impregnação da solução ter ocorrido na madeira. enquanto a madeira se encontra no interior da autoclave. manter também a solução impregnada no interior da madeira. com isso. para o produto preservativo impregnado. Com isso ocorre a sua precipitação/ fixação de forma acelerada. de forma a manter a pressão estável e. o ar comprimido é substituído por vapor d água ou por água quente. para que ocorra a transferência de temperatura do vapor ou da água (ou da água quente) para a madeira e. • removida toda solução preservativa existente na autoclave. sem perdas por lixiviação.Tratamento da madeira em autoclave Processo MSU Deve ser utilizado o preservativo arseniato de cobre cromatado (CCA): reativo o suficiente para que as reações de fixação do produto ocorram durante a fase de aquecimento. . Pode ser utilizado tanto no sistema de célula cheia como no de célula vazia. . para que possam ser recuperados depois da solução preservativa ser impregnada na madeira. Um veículo-solvente leva o produto preservativo para o interior da madeira e depois é evaporado e recuperado (apenas o preservativo fica na madeira) Os veículos devem ter baixo ponto de ebulição.Tratamento da madeira em autoclave • • • • Processo Cellon® ou Drilon “Processos de recuperação de solventes” → utilização de solventes orgânicos cuidadosamente escolhidos. condensado e levado de volta para o tanque de trabalho na forma líquida.Tratamento da madeira em autoclave Processo Cellon® ou Drilon • Formulação que tem sido usada comercialmente: gás liquefeito de petróleo (GLP). . • O vapor é coletado. completando assim o ciclo de tratamento. resfriado. • Quando o volume de solução preservativa desejado tiver penetrado na madeira. a solução do cilindro é levada de volta para o tanque de trabalho. Só então se aplica vácuo no sistema. éter isoprolílico (solvente auxiliar) e pentaclorofenos (preservativo) • Procedimentos usados para o tratamento de célula cheia: • Após a admissão de solução preservativa. com o objetivo de reduzir o ponto de ebulição do veículo-solvente e promover a evaporação da solução existente na madeira. esta é forçada a penetrar profundamente na madeira. Tratamento da madeira em autoclave VANTAGENS Economia de solventes orgânicos – nada ou muito pouco é consumido O tratamento efetuado alcança penetração profunda com rapidez A madeira entra e sai do cilindro de tratamento com a mesma umidade A madeira tratada sai do cilindro pronta para uso A madeira tratada continua com a mesma aparência de antes do tratamento A madeira tratada aceita materiais de acabamento da mesma forma que madeira não tratada DESVANTAGENS Necessidade de sistema hermeticamente fechado Necessidade de equipamentos robustos Necessidade de equipamentos custosos Riscos de explosão . utilizada para o tratamento da madeira pelo processo duplo-vácuo.Exemplos Planta de tratamento com autoclave de seção transversal retangular. . utilizada para o tratamento da madeira por processos que utilizam vácuo e pressão. .Exemplos Planta de tratamento com autoclave de seção transversal circular.
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