Matos & Tomanari - 2002 - Analise Do Comportamento No Laboratorio Didatico

May 6, 2018 | Author: anafranca | Category: Behaviorism, Science, Behavior, Thought, Psychology & Cognitive Science


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Sumário I. A presentação......................................................................................... 1 II. Por um a ciência natural: A Análise Experimental do Comportamento .................................................................................... 5 III. O laboratório didático como oportunidade de iniciação científica para alunos de graduação em Psicologia ..................... 13 IV. Como estudar o comportamento .................................................... 19 V. Com quem trabalhar: O sujeito experimental ............................ 35 ANEXO 1: Breve nota sobre a manutenção de um biotério de ratos ........................................................................................................... 49 ANEXO 2: Princípios norteadores para o trabalho e o cuidado com anim ais de laboratório ................................................................ 56 VI. Onde trabalhar: O ambiente exp erim en tal................................... 59 ANEXO 3: Notas adicionais sobre o ambiente experimental .... 67 VII. Como m edir e como representar a medida. Como inform ar sobre o trabalho re a liz a d o ................................................................... 69 ANEXO 4: Sugestões sobre como elaborar relatórios científicos ................................................................................................ 87 M B A ANÁLI SE D O C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O V III. Práticas de laboratório com o rato albino: Instruções prelim inares ......................................................................................... 97 a. “As conseqüências do que fazemos são importantes para o nosso fazer?” ........................................................................................ 103 Prática 1. Mensuração do nível operante da resposta de pressão à b a r r a ..................................................................................... 105 Prática 2. Treino ao bebedouro ...................................................... 107 Prática 3. Modelagem da resposta de pressão à barra .............. 109 Prática 4. Reforço contínuo da resposta de pressão à barra (CRF I) ........................................................................................ 112 b. “ Somente conseqüências filogeneticamente importantes podem atuar como reforçadores?” ................................................. 117 Prática 5. Reforço contínuo da resposta de pressão à barra (CRF II) ...................................................................................... 118 Prática 6. Extinção da resposta de pressão à barra ................... 119 Prática 7. Reforço secundário .......................................................... 120 Prática 8. Recondicionamento da resposta de pressão à barra (CRF III) ..................................................................................... 123 c. “ Subseqüência ou conseqüência? O comportamento supersticioso” ....................................................................................... 131 Demonstração. Reforço independente de resposta (FT) .............. 132 d. “ É importante que o fazer tenha sempre um a e m esm a conseqüência?” .................................................................................... 141 Prática 9. Esquema de reforço intermitente em razão f i x a ..... 142 e. “O que ocorre antes do fazer é importante para esse fazer?” .. 149 Prática 10. Controle de estímulos com um esquema múltiplo F R -E X T .................................................................................................... 152 Prática 11. Controle de estímulos com um esquema múltiplo FR-EXT ................................................................................ 163 f. “O que fazemos enquanto esperam os?” ou, “ Uma maneira alternativa de realizar a Prática 1 1 ” ................................................ 171 Prática 11a. Comportamento ad ju n tivo ......................................... 173 g. “ Se aprendermos a fazer algo em um ambiente, só o faremos nesse ambiente?” ou, “Quão rígidos somos?” ............................ 181 s u m á r i o H g Prática 12. Generalização sob e stím u lo s....................................... 184 Prática 13. Reversão de um a d iscrim inação................................. 19 0 h. “Aquilo que fazem os pode ser/criar condição para fazerm os outra coisa?” ou, “Como se estabelecem seqüências comportamentais?” ............................................................................. 197 Prática 14. Encadeamento de respostas ........................................ 198 i. “Por que observamos um a coisa ou evento?” ............................ 20 9 Prática 15. Resposta de observação................................................. 2 11 IX. Práticas de laboratório com o estudante universitário ............. 221 a. “ Podemos m udar o modo como um a pessoa fala?” ................. 223 Prática 16. O uso de pronomes na cultura brasileira ............... 226 b. “O que fazem os quando em conflito?” ......................................... 239 Prática 17. Efeitos de instruções passadas e de instruções presentes ............................................................................................... 241 c. “Variáveis sociais são importantes?” ............................................. 257 Prática 18. Observando a ocorrência de operantes verbais em situação de interação s o c ia l.............................................................. 258 d. “ Posso afetar o modo como um a pessoa decide ou pensa?” ... 277 Prática 19. A formação de conceitos ............................................. 280 Apêndice I: Obras traduzidas para a Língua Portuguesa .................. 289 Apêndice II: Fichas de apresentação dos estímulos referentes à Prática 17 ................................................................................................. 291 Apresentação ocê tem em mãos um manual para ser usado nas aulas práticas de Análise Expe­ rimental do Comportamento, em cursos de graduação. Este manual tem origem nos materiais didáticos desenvolvidos e empregados ao longo dos anos pelos autores na tarefa de introduzir a Análise Experimental do Comportamento aos alunos do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. Neste manual, você encontrará textos introdutórios para as práticas de laboratório, exercícios de laboratório com o rato albino (ou qualquer outro animal de pequeno porte) em caixas manuais de condicionamento operante, exercícios com estudantes univer­ sitários nos mais diversos contextos e também algumas informações comple­ mentares que o ajudarão no gerenciamento dessas atividades, bem como na manutenção do biotério, do equipamento experimental etc. As práticas de laboratório aqui descritas devem ser necessariamente prece­ didas ou acompanhadas por aulas teóricas pois, apesar deste manual lidar com alguns aspectos conceituais da Análise Experimental do Comportamento, não é seu objetivo explorá-los teoricamente. Por meio deste manual, esperamos que os alunos entrem em contato com o comportamento, observem-no, registrem-no, manipulem variáveis ambientais, e verifiquem os efeitos que estas exercem sobre o comportamento e vice-versa. Uma característica fundamental deste manual diz respeito a sua tentativa de propiciar, no laboratório, condições para que a postura e o pensamento científicos façam parte das atividades diárias dos alunos, ao lidarem com os fenômenos da Psicologia. Acreditamos que o importante para isso é a própria postura, a lingua­ gem e a estratégia didática do professor. Assim, as atividades no laboratório não poderão se resumir a demonstrações contemplativas de processos comportamen- tais, ao treino de técnicas e procedimentos e, muito menos, à interação do aluno com programas de computador que simulam grosseiramente o comportamento de organismos vivos. Ao contrário, o livro focaliza problemas relativos ao compor­ tamento e à lógica por trás de uma busca de suas soluções. Em outras palavras, os exercícios propostos neste manual estão apresentados na forma de questões que deverão ser respondidas experimentalmente. Caberá ao professor utilizar essas Não há. eventualmente. principalmen­ te. o aluno recebe seu animal no começo das atividades e trabalha em parceria com ele até o fim dessas atividades. . Promover esta situação dá ao professor a oportunidade de discutir com seus alunos sobre a necessidade ética e a impor­ tância científica de se realizar experimentos com sujeitos infra-humanos. Apesar de cada uma delas tratar de um conteúdo específico. um repertório que seja pré-requisito para outra. os resultados deverão ser tratados e analisados pelos alunos. A seqüência de práticas com o rato albino é realizada com um único e mesmo sujeito. pois a prática com sujeitos humanos. A ANÁLI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O questões para promover o contexto investigativo de cada um dos exercícios. será certamente um a tarefa do professor proceder com uma seleção do que irá levar aos alunos em função do programa do curso. interesses envolvidos. a seqüência de prá­ ticas com ratos. em qualquer uma delas. enriquecem significativamente as discussões em classe. Aproveitando-se do fato de que cada uma das práticas com sujeitos humanos pode ser realizada em uma única sessão. a despeito da seqüência de práticas apresentada neste manual. As práticas com sujeitos humanos. ao contrário do que ocorre com as práticas anteriores. é importante atentar para as informações que constam na introdução de cada exercício. os dados coletados com ratos. Em nossa experiência. Concluída. excedem-nos quanto. à variedade de temas tratados. Após a coleta de dados. as práticas são inter-relacionadas na medida em que repertórios comportamentais adquiridos em uma atividade poderão se constituir em requisito para a execução da seguinte. parece aumentar a motivação dos alunos e minimizar eventuais as­ pectos negativos relacionados com o uso de ratos como sujeitos experimentais. À medida que o curso transcorre. Para isso. embora isso possa ser feito. carga horária. como primeiro contato dos alunos com o laboratório. percorre-se. portanto. quando remetidos aos dados cole­ tados com os sujeitos humanos. Contudo. o professor deverá mostrar como as conclusões se apóiam na metodologia empregada e como se estendem. e pode ser abordada e discutida em si mesma como uma pequena investigação. sugerimos que as aulas de laboratório sejam iniciadas com um a delas. As práticas de laboratório aqui apresentadas contemplam os conteúdos mínimos que devem constar em um curso introdutório de Análise Experimen­ tal do Comportamento e. os alunos vislumbram a multiplicidade de variá­ veis envolvidas na experimentação com sujeitos humanos da qual decorre uma análise de dados quase sempre complexa. isto é. são relativamente independentes entre si uma vez que não precisam ser realizadas com o mesmo sujeito. Nesse momento inicial do curso. Esta dis­ cussão seria uma introdução ao início das práticas com ratos. o professor terá a possibilidade de configurar o conjunto de práticas que irá adotar e a sua seqüência. Durante esta discussão. Por essa razão. este planejamento tem sido bem-sucedido. referendando o enfoque conceituai estudado nas aulas teóricas. quando então o professor deverá retomar a questão inicial do exercício. então. então. os pontos positivos e negativos que encontrar. adapte os parâmetros para as condições específicas de seu laboratório. neste ponto. A importância de se dominar a comu­ nicação científica. passar para relatórios completos. No desenrolar do curso. não apenas por meio de relatórios mas também de painéis. com o tempo. introdução e método etc. por meio. corrija os relatórios e aponte. agora. resumos etc. quando a habilidade dos alunos ainda é pequena. dar prosseguimento à discussão com os alunos enfo­ cando. preferencialmente. é evidente. eventual­ mente. sugerimos ao professor que. ao final da coleta de dados. De modo geral. comunicações orais. os resultados obtidos e discuti-los. pode ter a função de dar condições para o aluno empregar os conceitos aprendidos. à medida que novos relatórios forem sendo elaborados. . da elaboração de relatórios. dar as boas-vindas a professores e alu­ nos e esperar que este manual propicie as melhores condições de uma aprendizagem cheia de entusiasmo e descobertas. o professor certa­ mente poderá ou deverá fazer adaptações às especificidades de seu próprio curso. o início de cada uma das práticas traz nossas previsões quanto ao tempo e ao número de sessões exigidas ou recomendadas. podemos considerar que. No entanto. Para uma boa condução destas atividades. expressar-se com clareza e precisão. e interpretação de resultados. compreensão. contando com sessões semanais de laboratório de duas ou. Finalmente. discutir e interpretar dados etc. De modo geral. APRESENTAÇAO Para a realização das práticas propostas no presente manual. descrever os procedimentos. por exemplo. execute-as antes e. permitir aos alunos executar a prática propriamente dita e.) no início das atividades e. em cada um. Consideramos fundamental que o pro­ fessor. Resta-nos. consideramos essencial que os alunos cheguem ao laboratório tendo lido o material de cada uma das práticas antecipadamente. é importante que o profes­ sor não valorize aspectos formais em detrimento de habilidades como compreender os objetivos da prática. alertamos o professor para o fato de que a rotina das práticas aqui propostas é baseada nas caixas de condicionamento operan­ te fabricadas pela FUNBECC. principal­ mente nos repertórios de análise. A sua realização em equipamentos de diferentes fabri­ cantes pode exigir que o professor faça pequenas adaptações em parâmetros de procedimento. as exigências devem ser gradualmente aumentadas. o manual já se encontra devi­ damente apresentado. de três horas cada. Para ajudá-lo nessa tarefa. especialmente nas práticas iniciais.. Nossa experiência tem sido no sentido de solicitar relatórios parciais (só méto­ do. antes de realizar as prá­ ticas aqui descritas. Por fim. sugerimos que a realização das atividades de laboratório conte com a colaboração de monitores. As aulas de laboratório. Em vista disso. método e resultados. A habilidade de produzir materiais de comunicação científica é essencial na for­ mação do estudante de Psicologia. o professor terá tempo suficiente para promover a discussão neces­ sária com seus alunos acerca dos objetivos e dos procedimentos a serem emprega­ dos (com ênfase na lógica do planejamento e controle experimentais) antes do início de cada uma das práticas. pela primeira vez com seus alunos. elaborar e descrever tabe­ las e gráficos. o processamento dos dados e/ou a elaboração do relatório. Sendo o comportamen­ to e o ambiente eventos naturais e independentes. a relação entre eles pode ser interpretada como um a relação funcional entre variáveis. tal . A Análise Experimental do Comportamento é um a área da Psicologia que se insere no contexto das disciplinas das ciências naturais. por exemplo). a Química. Os comportamentos são processos naturais.um agente autônomo que causa o comportamento das pessoas e que opera em um construto hipotético denominado mente . No paradigma da Análise Experimental do Comportamento.a causa de um comportamento. estarem os estudando ex­ perimentalmente alguns princípios e leis de um a área da Psicologia denominada “Análise do Comportamento” . estaremos propondo um a postura científica para a tarefa do estudo do comportamento.. a Física. nesta área. tais como a Biologia. Por uma ciência natural: a Análise Experimental do Comportamento este livro. e são dirigidos pelo ambiente . como respirar. Um a instância de explicações m etafísi­ cas para o comportamento recusada pela Análise Experimental do Com ­ portamento é atribuir ao self . próprios dos organism os vivos. explicações que recorrem a fatores que não existam nas dim ensões espacial e temporal (não se aceitam explicações metafísicas ou sobrenaturais. não se uti­ lizam . Porque é um a ciência natural. digerir etc. Especificam ente.não por fatores adimensionais. os orga­ nism os que se comportam são vistos como produtos naturais de proces­ sos biológicos evolutivos. Nossa opção se justifica por avaliarmos que esta área da Psicologia é a que m ais sistematicamente tem realizado um programa experimental de investigação dos processos comportamentais. “des-ensinados” . Nesse sentido. disponibilizar para nossa cultura um a form a de conhe­ cimento e um a tecnologia que possam ajudar a tornar nossa maneira de viver m ais eficiente. a que não temos acesso direto. Esse esforço é parte da responsabilidade social e profissional de todos: pais. Esse conjunto de ações dos analistas comportamentais é freqüente­ mente denominado “controle do comportamento” . e assim fazendo. Fornece os princípios e descreve a form a de aplicação destes princípios em um a . não m ais do que procurar identificar as variáveis e as condições que afetam nosso comportamento. A Análise do Comportamento é um a disciplina básica que pode dar suporte científico a várias form as de atuação em diferentes campos nos quais compreender o comportamento hum ano seja importante. ou eventos do ambiente físi­ co e social. eventos comportamentais são descritos e estudados em suas relações com outros eventos. sejam estes últimos eventos comporta­ mentais do próprio ou de outros indivíduos. verbal e emocional) são vistos como modificáveis. o comportamento não é o produto de algo misterioso. os educa­ dores (e a m aioria dos outros profissionais) só são bem-sucedidos se de fato conseguem mudar o comportamento de seus aprendizes. para o analista do comportamento. e até m ais alegre. políticos. identificáveis e passíveis de controle. m enos arbitrária. podendo ser ensinados e. Debaixo da rubrica dessa disciplina. para o analista do comporta­ mento. subse­ qüentemente. o comportamento é a variável dependente e os fatores do ambiente são as variáveis independentes. Em Análise Experimental do Comportamento. professores. O comportamento é. Leis que descrevem seu desenvolvimento e mudança são descritas e testadas. enfer­ m eiras etc. comportamentos de qualquer tipo (motor. tecnologias baseadas nestas leis podem ser desenvolvidas para produzir e/ou para evitar e/ou para modificar esses processos. assistentes sociais. m ais justa. fora de nosso controle. predições baseadas nestas leis são feitas e.A ANÁLI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O como ocorre em qualquer ciência natural. engenheiros. de que nos adiantaria entender um comportamento se isso não resultasse em form as de melhorá-lo? Por exemplo. Apesar da aparente hostilidade que possa haver no termo “controle do comportamento” . conseguir controle sobre as variáveis que afetam o comporta­ mento é sempre importante para quem tem o objetivo de contribuir de alguma form a para a melhoria das condições de vida de todos nós. e os vários processos pelos quais o comportamento pode ser modificado. advogados. até certo ponto. Da pers­ pectiva da Análise do Comportamento. Ademais. Ou seja. este significa. A Análise de Comportamento privilegia o estudo daquilo que se cos­ tuma chamar “aprendizagem ” (embora em outras áreas da Psicologia esse fenôm eno seja interpretado diferentemente). produto de eventos do ambiente (e aqui se inclui sua história pas­ sada). ou até m esm o um sentimento de orgulho ou de amor. esses efeitos têm ocorrido há gerações e gerações. políticas e religiosas. Por meio de um a ciência como a Análise do Comportamento.. tais como sentimentos de liberdade. e também uma filosofia da ciência. entretanto. como.gover­ namentais. Por evidenciar as fontes de controle do comportamento. Envolve várias tecnologias comportamentais aplicadas. Do m esm o modo. terapia comportamental. não apenas os comportamentos observáveis das pessoas. de um tipo novo de “querer” . o exercício de certos controles pode ser “des-ensinado” . nem seus procedimentos são ambíguos. de m aneira alguma. e até em nossos lares. Os resultados obtidos pela Análise do Comportamento não têm. A Análise do Comporta­ mento não se limita ao estudo de valores e da ética. os efeitos que exercem sobre as pessoas envolvidas podem ser discutidos por todos. em nossa vida diária e na de nossos antepassados. aos pais definirem como transm i­ tir suas experiências de vida a seus filhos. ficamos passivamente submetidos a elas. de pecado ou de vergonha. escolhidos como objetivos a serem alcançados ou a serem evi­ tados. Na verdade. artistas. ensi­ no programado. um a origem misteriosa. São princípios que permitem a um a enferm eira decidir como agir em relação a seu paciente. a um líder liderar. no sentido algébrico do termo). Quando desco­ nhecemos essas manipulações. chegar a esses resultados. A Análise do Comportamento é um a disciplina inclusiva. esses princípios nos possibilitam compreender e modificar. educa­ dores. muitas vezes. muito confiáveis) que podem então ser transpostos para nossa atuação em hospitais. mas cujo nome tradicional é “Behaviorismo Radical” (Radical signi­ ficando fundamental ou raiz. Terapeutas. esta filosofia tem sido chamada “ Selecionismo” (embora alguns prefiram “ Behaviorismo Materia­ lista”). . comunidades. é possível atuar ativamente sobre os fatores que controlam nosso com ­ portamento. bem como de culpa. m as tam bém seus sentimentos e emoções. escolas. empresas. se correta e adequadamente ensinadas. só para citar algum as. Mais recentemente. técnicas de contra-controle podem ser (e têm sido) desenvolvidas.POR U M A C I Ê N C I A NATURAL: A ANÁLI SE E XP ERI MENTAL DO C O M P O R T A M E N T O série de casos (infelizmente ainda em núm ero não muito grande. mas com certeza. por exemplo. pessoas em qualquer campo que inclua a mudança do comportamento hum ano podem. a um artis­ ta a criar modos para atrair um a audiência. medicina comportamental. a um indivíduo a entender como um a amizade pode ser fortalecida ou a um a sociedade a como efe­ tivar seu com prom isso para com a educação dos jovens. como resultado de manipulações feitas por certos grupos ou certas agências sociais. independentemente do nosso conhecimento sobre eles e. ensino individualizado etc. m as objetiva saber como produzi-los. sob nomes diferentes conforme a área na qual é praticada. num a obra mais acessível ao grande publico. Os termos desta unidade são classes funcio­ nais . F. a menos que seja empiricamente verificável” . About Behaviorism. “a filosofia da Análise do Comportamento” . diante da ciência e diante do conhecimento. que estuda o comportamento dos organism os dentro de coordenadas espaço-temporais. a Psicologia é um a ciência natural. essa postura foi explicitada e aprofundada. e na sua interação com o ambiente. Não se trata. não como uma teoria sobre o conhecimento ou a natureza da realidade. influenciou profundamente as ciências físicas e naturais dos séculos XIX e XX. da análise lingüística e da análise semântica. É dele a frase “em ciência natural. posto que sua unidade m ínim a de análise é a relação resposta-conseqüên- cia (e não a resposta isolada). nenhuma afirmativa é admissível. portanto. na obra Science and Human Behavior. ramo da Biologia. principalmente no que se refere ao seu antiformalismo. Seu pensamento conti­ nuou evoluindo e. sua postura filosófica pôde ser melhor compreendida. seu objeto de estudo é a interação comportamento-ambiente. por meio de um estu­ do da linguagem . físico e filósofo austríaco. de 1953. em 1974. Skinner (19 04-199 0). nem voltada exclusivamente para o indivíduo. filósofo austríaco. Posteriormente. O artigo The Operational Analysis o f Psychological Terms. mostrando-se suas im plica­ ções para o estudo do comportamento humano. só acessíveis ao próprio sujeito. o Behaviorismo Radical. É radical na medida em que nega ao psiquism o a função de explicar o com ­ portamento. por meio da crítica da linguagem. A ANÁLI S E DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O O Behaviorismo Radical: Bases filosóficas O Behaviorismo Radical é um a postura filosófica diante do mundo. Reflete. Nesse sentido. e a seu posicionamento inabalavel­ mente empírico-descritivo. embora não negue a possibilidade de. influente no surgimento do positivismo lógico. mas sim voltada para 0 estudo 1 Ludwig Wittgenstein (I889-I95I). também. de um a Psicologia voltada exclusivamente para o ambiente (como concluem apressadamente alguns de seus críticos). um a grande influência de Mach2. O Behaviorismo Radical propõe que o objeto de estudo da Psicologia deva ser o comportamento dos seres vivos. estudar eventos encobertos. é onde Skinner pela prim eira vez expõe aquilo que passou a ser chamado. Considerava a filosofia um compromisso com a clarificação lógica do pensamen­ to. especialmente do homem. 2 Ernst Mach (I838 -I9I6 ). Suas colocações levaram à uma crítica severa da Física Mecânica de Newton e ao desenvolvimen­ to da Teoria da Relatividade de Einstein. às suas posições assum idas diante do problema da construção de teoria. As bases do Behaviorismo Radical encontram-se na obra do psicólogo americano B. Esta postura reflete muito a influência da obra de W ittgenstein1 e sua teoria geral da linguagem. Para o behaviorista radical. de 1945. .e não entidades estruturais que se definem mutuamente. tais como o pensamento e as emoções. seleção essa que ocorreria pelas conseqüências desse com­ portamento sobre o ambiente e. sobre sua sobrevivência. bem como. todo ser vivo evolui e transform a seu repertório comportamental continuamente. por sua vez. observável por outros indivíduos).PO R U M A C I Ê N C I A NATURAL: A ANÁLI SE E X P E R I ME N T A L DO C O M P O R T A M E N T O das contingências que contatam os dois. suas relações funcionais com essas condições. Esses conta­ tos são bidirecionais: o comportamento m uda o ambiente em que ocorreu e é. Para entendê-los. modificado por esse novo ambiente que ajudou a modificar. de contin­ gências culturais (atuando no nível das práticas grupais de um a cultura ou sociedade). Por força dessa contínua seleção. por eficazes em garantir a adaptação e a sobrevivência. observável apenas pelo próprio indivíduo). não utilizados como explicações do comportamen­ to observável. Esse modelo revela influências diretas da Teoria da Evolução das Espécies de Darwin. de contingências ontogenéticas (atuando no nível dos repertórios comportamentais dos indivíduos) e. no que se refere. quanto do m undo privado (e. é necessário conhecer as condições em que estes pensamentos e sentimentos ocorrem. sobre o próprio indiví­ duo em suas relações com esse ambiente. Esta seleção ocorreria em função dos efeitos dessa caracte­ rística sobre a adaptação de seu portador ao ambiente existente e. tanto do mundo externo ao organism o (e. alguns comportamentos são eliminados. por inadequados. Para Skinner. como comportamentos. o comportamento está sempre em construção e recons­ trução e deve ser compreendido considerando-se que o organism o vivo sofre influências de contingências filogenéticas (atuando no nível do banco genético das espécies). o ambiente deve ser entendido de forma ampla. F. Mais especificamente. m as tam bém as com ­ portamentais. em última análise. à maneira como essa teoria descreve os mecanismos pelos quais um a determinada característica fenotípica de um a espécie é selecio­ nada e subsiste. B. Nesse sentido. e para os efeitos desse contato sobre o modo de agir e proceder de todos nós. tais transformações são direcionadas pelas conseqüências que tais conta­ tos produzem (maior aptidão para a sobrevivência ou não). conseqüentemente. principalmente. No Behaviorismo Radical. portanto. Skinner propôs um modelo de seleção do comportamento. e outros são manti­ dos. não só as características anatômicas e fisiológicas. os pensamentos e os sentimentos de um a pessoa. Nesse crivo. passam por sucessivos crivos de um a seleção baseada nos contatos dos organism os vivos com seu ambiente. por­ tanto. Segundo o Modelo de Seleção pelas Conseqüências de Skinner (1981). devem ser explicados. Como forma de compreender as mudanças que ocorrem no comporta­ mento dos organismos. podendo se tratar. . dizemos simplesmente Análise do Comportamento. tais como os de reforço. do sujeito como seu próprio controle. Na verdade. Essa metodologia. Mas 0 analis­ ta do comportamento não prescinde da replicabilidade. e não acei­ taria relatos na primeira pessoa. ou apenas questões conceituais estão enfocadas. foi adaptada e detalhada para uso na Psicologia. A abordagem do analista do comportamento a seu objeto de estudo implica em uma sofisticada metodologia de sujeito único. regular e sis­ temática que fazem prescindir da estatística como medida do resultado de um a intervenção experimental. apenas para m encionar alguns exemplos. Seu programa de pesquisa básica tem o objetivo de produzir conheci- 5 C. Historicamente. porém questiona a natureza do que está sendo observado. Esta maneira de trabalhar foi descrita pela pri­ meira vez e usada sistematicamente por Claude Bernard3. 4 A designação Análise Aplicada do Comportamento é freqüentemente empregada quando nos referimos ao con­ junto de pesquisas aplicadas em Análise do Comportamento. em 1865. Dentre as múltiplas concepções errôneas sobre o analista do comporta­ mento estão afirmações como a de que ele não usaria auto-observação. esquemas de reforço. de operante. não estudaria as variáveis que determinassem o auto-conhecimento. Este programa de trabalho pode ser sucintamente descrito como sendo a análise das interdependências fu n­ cionais entre o conjunto de variáveis do comportamento e o conjunto de variáveis do ambiente antecedente e conseqüente. a prim eira proposta clara deste program a de pesqui­ sa em Psicologia surgiu em 1938 com a obra de Skinner The Behavior o f Organisms: An experimental analysis. Os procedimentos laboratoriais da Análise do Comportamento envol­ vem técnicas elaboradas. fisiólogo francês. como modelagem. e um a linguagem própria que são usados pelo analista do comportamento para compreender empírica e cientificam en­ te o comportamento dos organismos. ele usa. e fazem prescindir do acordo entre diferentes observadores externos como critério de verdade. isto é. A Análise do Comportamento envolve pesquisa básica e aplicada4. essas técnicas e esses conceitos garantem a explicitação do comportamento em suas relações com o ambiente. estuda e aceita. conhecido e relatado. Quando a distinção entre pesquisa básica e aplicada é irrelevante. m as devemos reconhecer que este programa mudou muito desde então. A ANÁLI S E DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O ■KÃ Análise Experimental do Comportamento: A produção de conhecimento básico e aplicado Do corpo filosófico que consiste o Behaviorismo Radical. esvanecimento. . de punição. em 1960. decorrem um programa de trabalho. e de equivalência de estím u­ los. de um a form a tão evidente. sua linguagem inclui um a série de conceitos descritivos. por Murray Sidman. pai da medicina experimental. Bernard (1813-1878). C. M „ FERRARA. F. B. 270-277. Behaviorismo Radical. P.. Tactics o f scientific research. SILVA. MACHADO. Selection by consequences. 137-158. Schliemann. SKINNER. M. New York: Knopf. New York: Macmillan. SKINNER. MATOS. Simpósio Brasileiro de Pesquisa e Inter­ câmbio Científico. A. T. porém. Psi­ cologia: ciência e profissão. Já seu programa de pesquisas aplicadas tem um enfoque voltado para a transpo­ sição e adaptação dessas leis para condições específicas ao ser humano. Em geral. L ’Introduction à la médecine expérimentale. A. J. B. (1974)*. H. (1938). * Obras já traduzidas para a Língua Portuguesa (veja o Apêndice I). no contexto de sua interação com múltiplas (e nem sem pre completamente identificadas) variáveis. Brasiliense. F. M. 5(2). Psychological Review. About Behaviorism. M. geralmente. (1990). SKINNER. 501-504. T. POR UMA C I Ê N C I A NATURAL: A ANÁLI SE E XP ERI MENTAL DO C O M P O R T A M E N T O mento acerca das leis gerais que descrevem as relações funcionais entre o comportamento e o ambiente. 585-592. 67-91. 52. M. Hutz. The operational analysis o f psychological terms. F. (1960)*. Controle experimental e controle estatístico: a filosofia do caso único na pesquisa comportamental. B. FIGUEIREDO. C. 42(8). MATOS. The Behavior o f Organisms: An experimental analysis. Science. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERNARD . A „ SÉRIO. F. L. (1982) Consciência e Propósito no Behaviorismo Radical. M. (1945). A Análise Experimental do Comportamento: o estado da arte. C. A. D. 2 e 3). M.. F. B. Ciência e Cultura. 34-39. (1994). (Orgs. pois. M. P. Epistemologia e Problemas humanos.. J. n. buscando-se a solução de problemas. isto é. ocorrem fora do laboratório. L. A „ HUN- ZIKER.fr/claude-bernard/ieme/texte-int. Em B. Realizam-se. 14(1. M. Essas pesquisas são. LOPES JR. L. 53-66. São Paulo. L„ ANDERY. (19 9 L). Prado Júnior (Org. SIDMAN. (1989). LEITURAS RECOMENDADAS DE ROSE. com todo o rigor metodológico deste. no contexto de aplicação e uso dessas leis.). Skinner. M. (1865). MATOS. . (1981). A.. damesme. execu­ tadas em situações de laboratório experimentalmente controladas. A. M. Em C. SKINNER. O modelo de conseqüenciação de B.cnrs. tanto quanto possível. New York: Appleton-Century-Crofts. Porto Alegre: ANPEPP. F. SKINNER. A.) Filosofia e Comportamento. (1953)*. 213(31). Science and Human Behavior. New York: Basic Books.cfm. D. B. http://lcp. C. e A. M. Psicologia: Teoria e Pes­ quisa. a capacidade de oferecer condições ao pesquisador de controlar e m anipular adequadamente as variáveis de interesse. podemos otimizar o controle de variáveis de modo a garantir m aior pre­ cisão na observação dos efeitos daquelas que m anipulam os sobre aquelas que m ensuram os. controle esse possí­ vel nas condições de laboratório. O que define um laboratório é. Em relação a esse objetivo. Nele. o laboratório é o local de produção científica por excelência. As atividades realizadas em um laboratório didático em Análise Experimental do Comportamento deveriam se colocar sob controle de dois objetivos fundam entais. por m ais que sejam os levados a im aginar um laboratório como um local especial. basicamente. m as sim sua rela­ tiva capacidade de gerar conhecimento científico fidedigno. conseguirm os um bom controle das variáveis rele­ vantes. isso significa que a sala de aula é um excelente “laboratório” . ou o contrabalanceamento de seus efeitos. um a série de fenôm enos . Por meio do controle de variáveis. tendo em vista um problema de pesquisa a ser respondido. de modo a facilitar a análise e a identificação de relações funcionais. torna-se viável. Se tivermos um a pergunta cuja resposta só possa ser obtida em sala de aula e. no que diz respeito àquelas variáveis em particular. Um deles é propiciar ao aluno a opor­ tunidade de testar e estudar alguns princípios básicos da Análise do Comportamento. repleto de materiais e equipamentos. em qualquer área das Ciências Natu­ rais. ou o seu relativo isola­ mento. Contudo. não é o local e sua infra-estrutura que definem um laboratório. 3 O laboratório didático como oportunidade de iniciação científica para alunos de graduação em Psicologia D ■ I ^ H a r a se trabalhar experimentalmente. se nessa situação. seja por intermédio de modificações em conheci­ mentos previamente adquiridos) m as. es­ quem as sim p les e com plexos de reforçam ento. controle do comportamento por estím ulos aversivos etc. • O contato do aluno com a metodologia experim ental típica da A ná­ lise do Comportamento. reforço secundário. e principalmente. Especifica­ mente. pode vir a fazer parte desse processo de construção (Machado e Matos. diferenciação e indução de respostas. Watanabe. Nesse sentido. Sendo introduzido ao pensamento científico por m eio de exer­ cícios de laboratório. O segundo objetivo para as atividades em um laboratório em A náli­ se do Comportamento. estas práticas de laboratório buscam promover: • O contato do aluno com um a pergunta (“problema de pesquisa”) a ser respondida experimentalmente. a utilização da resposta de pressão à barra como paradigma do operante. Por meio de discussões com os . Cada exercício traz seu delineamento expe­ rimental descrito e justificado. extinção. foram elaboradas pensando-se em como elas poderiam se constituir em condições para que essa iniciação ocorra. Gom ide e Weber. de atitudes que fazem parte do modo de pensar e de atuar de um pesquisador. igualm ente importante em se tratando de labo­ ratório didático. recomenda-se que o professor promova um a discussão. As práticas de laboratório. o uso da freqüência de respostas como variável funda­ mental. o aluno.) podem ser estudados utilizando-se procedimentos básicos descritos em vários exercícios práticos de laboratório (Guidi e Bauerm eister. principal­ mente. 1970.A ANÁLI S E DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O comportamentais (tais como: reforço. Para tanto. Kerbauy. o uso do delineamento experimental de sujeito único em vez de um delineamento de grupo etc. podem ser pontos de discussão 0 uso de ratos ou de seres hum anos como sujeitos. 1998). o aluno não só aprende que o conhecimento científico está em constante processo de construção (seja por meio de novas descobertas. assim como seus procedimentos específicos. Por exemplo. Nos exercícios propostos há pelo menos um a questão experimental explicitamente apresentada para cada um dos exercícios. sobre 0 delinea­ mento e os procedimentos nele empregados. 19 9 8 . Lombard-Platet. enca­ deamento. d iscrim inação e generalização de estím ulos. 1974. e Cassetari. seria o de promover condições para a iniciação científica do estudante nos modos de pensar e investigar de um a ciência experi­ mental. 1990). que ele. tais como as propostas neste m anual. anterior à execução de cada exercício. a iniciação científica no laboratório didático deve se dar não só pela aquisição de conhecim entos e habilidades m as. no sentido de que. as divergên­ cias que ocorrem entre os resultados de um a observação não siste­ mática sobre o comportamento de um organism o (feita pelos alunos durante a execução dos exercícios). é possível se identificar as variáveis que controlam um determinado comportamento e modificá-lo. Um a hipótese que não possa. Ao professor. os alunos entram em contato com as noções de previsão e controle em Ciência. baseadas na expe­ riência passada do pesquisador. em princípio. não é um a hipótese que tenha lugar em ciência. é possível levantar um a discussão sobre a im portân­ cia dos resultados de um a pesquisa. No laboratório. falseáveis e parcimoniosas. ou até m esm o identificar. com situações em que os dados não confirm am suas hipóteses. qualquer que seja a resposta. Frente à evidência da possibilidade de se intervir desse modo no comportamento de um organism o vivo. se o problema investigado é relevante e a metodolo­ gia adequada. • O contato do aluno com as representações quantitativas dos dados como meio de analisar comportamento. • O contato do aluno com a observação e o registro do comportamento dos organismos como meio de compreender e eventualmente alterar esse comportamento. m as sim de um a série de análises e escolhas baseadas em um referencial teórico e em dados empíricos produzidos por outros estudiosos. Além disso. e a posterior análise quantitativa dos resultados. e em práticas estabelecidas pela comunidade científica. ser demonstrada como falsa. com a precisão que propicia. um determinado fenôm eno comportamental. esta tem sua significân- cia (afinal. inerentes e essenciais à atividade de demonstração e teste do conhecimento acumulado. cabe apontar aos alunos o papel da replicação em ciência. deve-se privilegiar de antemão a explicação que se mostrar mais econômica e discreta (parcimônia). o professor deve procurar mostrar que a metodologia de um estudo científico não deriva de um a receita pronta. elim inar hipóteses tam bém é um a tarefa relevante em ciência). . isto é. e da importância de que um a explicação seja elaborada em termos tais que permita sua verificação ou não (ou seja. que um a explicação seja elaborada não só em termos empíricos mas que seja falseável). Muitas vezes. Nessa oportunidade. • O contato do aluno com a “frustração experim ental” . quaisquer que sejam eles.O L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O C O M O O P O R T U N I D A D E DE I N I C I A Ç A O C I E N T Í F I C A P A R A A L U N O S alunos. oferecem circunstâncias propícias para se evidenciar a importância do registro sistemático e do tratamento de dados como form a de analisar. • O contato do aluno com a necessidade de explicar o comportamento estudado e de que estas explicações sejam verificáveis. porque são propostos exercícios de laborató­ rio com ratos e seres hum anos. e Bauermeister. D.o que o pesquisador fez..deve ser constante. bem como sob seu julgamento. B. (1998). quan­ to para ensinar atitudes científicas. Por isso. Exercidos de laboratório em Psicologia. LOMBARD-PLATET. idealizado e mantido para isso. Análise experimental do comportamento: Manual de laboratório. São Paulo: Cairu. R. GOMIDE. No mais. A. L. com os resultados obtidos no exercício sobre com portam ento verbal em sujeitos hum anos (Prá­ tica 16). São Paulo: Edicon. e Cassetari. a divulgação do trabalho científico . sem ambigüidades e de form a com­ pleta. passíveis de replicação. KERBAUY. O cientista deve ser hum ilde e reco­ nhecer que seu trabalho é um trabalho coletivo. portanto. suas investigações e descobertas devem ser. São Paulo: EDART. (I974).A ANÁLI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O • O contato do aluno com a importância de colocar suas descobertas à disposição da comunidade. P. 4 6 5 ) podem ser analisados. • O contato do aluno com situações em que se discutem as d iferen­ ças entre o com portam ento de organism os de diferentes espécies. No presente m anual. em contextos am plia­ dos. os resultados obtidos no exercício de refor­ ço da resposta de pressão à barra em ratos (Práticas 3 . Análise experimental do comportamento: Exercícios de laboratório com pombos. I. V. A ciência avança por meio do contínuo acú­ mulo de conhecimento produzido por inúm eros pesquisadores nos m ais diferentes locais do planeta. Psicologia Expe­ rimental: Manual teórico e prático de análise do comportamento. Watanabe. com parativam ente.. M. Por exem plo. C. se possível. e Weber. pois ele se constitui em um ambiente de trabalho especial­ mente construído. L. H. Os relatórios feitos pelos alunos são form as de exercitar a comunicação científica. por qualquer pesquisador. M. N. As comunicações científicas. . Tanto para ensinar princípios elementares do comportamento. R. podem ser discutidas as sim ilari­ dades e as diferenças nos processos com portam entais dessas duas espécies. Curitiba: Editora da UFPR. e de fazê- lo com clareza e precisão. (1998). (1970). a ciência necessita de constantes confirmações do conhecimento adquirido. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GUIDI. L. as condições propícias existem no laboratório. V. em qualquer laboratório que tenha condições para tanto. como e com que resultados . portanto. O. A. devem oferecer todas as informações necessárias para que o trabalho realizado possa ser repli­ cado. 5. (2000) Maximizando o uso do laboratório didático de Psicologia no ensino de conceitos e práticas. G. LEITURA RECOMENDADA TOMANARI. M. (1990). Em R. Santo André: Arbytes. 647-652. .) Sobre comportamento e cog­ nição. M. R. A. L. M. Kerbauy (Org. O laboratório em cursos de graduação em Psicologia: buscando m udar atitudes. e MATOS. 42(9). Ciência e Cultura. vol. Y. 79-83. de C.O L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O C O M O O P O R T U N I D A D E DE I N I C I A Ç Ã O C I E N T Í F I C A P A R A A L U N O S M ACHADO. Em ciência. nesse caso. as condições em que um evento ocorre e as m udanças pelas quais este evento passa durante ou após essa ocorrência. sejam passíveis de um a descrição e. eles podem ser descritos por leis da nature- . determinados fenômenos relacionados ao modo de agir destes últimos. explicar é descrever as características da ocorrência de um fenôm eno. por um lado. estuda o comportamento dos animais como um a estratégia antes de investigar. Freqüentemente. ou seja. por outro. nos seres humanos. Isto é. freqüentem ente. Variáveis independentes e variáveis dependentes Os cientistas possuem certas crenças e/ou atitudes que orientam seu modo de trabalhar. Os eventos da natureza não são caóti­ cos nem ocorrem ao acaso. 4 Como estudar o comportamento B m Psicologia estuda as ações dos seres vivos. cons­ titui um modelo. Um con­ junto de leis (descrições de relações entre fenôm enos de interesse) que sejam confiáveis. e assim possam ser explicados pela descri­ ção desta relação. as leis que descre­ vem as relações entre essas ações e outros eventos da natureza. ela busca descobrir as leis que descrevem seu objeto de interesse. um instrumento que nos ajuda a pensar e entender nosso objeto de estudo. eles supõem que esses fenôm enos possam ser rela­ cionados a outros eventos. Como qualquer outra ciência. Eles supõem que os fenôm enos da natureza. válidas e possuam um certo grau de generalidade. não sejam espontâneos. a Matemática será m uito útil como instrum ento de descrição dessas relações. As relações que o cientista descreve. prever a ocorrência desses eventos comportamentais. Fazem os isso manipulando a variável independente (nos term os do exem plo anterior. Nesse ponto. e as ocorrências com portam entais variáveis dependentes. isto é. tam bém . Quando um a relação pode ser observada entre mudanças na variável independente (condições do ambiente) e mudanças na variável depen­ dente (ações das pessoas). na freqüên cia de episódios de agressão ou de irri­ tação etc. essas m udanças e suas relações1. as condições físicas em que o trabalho se realiza. Se eu verifico que as pessoas consistentem ente fum am m ais e ficam m ais irritadas ou agressivas após longas horas de trabalho ininterrupto e cansativo. se posso descrever certas relações entre o comportamento de um organis­ mo e seu ambiente. deform a sistemática. dem ons­ trar e provar a veracidade e a generalidade dessa relação. que a minha variável dependente está funcionalmente relacionada com a variável independente que controlei e m anipulei. dize­ m os que as ações dessas pessoas são um a função daquelas condições ambientais. são relações entre variáveis independentes e variáveis dependentes. Em Psicologia. e nossa atividade de laboratório visa justamente treinar o aluno naque­ les métodos e estratégias que permitam descobrir e/ou demonstrar leis sobre o comportamento. métodos e estra­ tégias que permitam a descrição de relações entre eventos comportamentais e outros eventos da natureza. e sobre as quais postula leis. há instru­ ções sobre como realizar certas m anipulações e exercer certos controles sobre determ inadas variáveis am bientais. os cientistas supõem que os eventos da natureza sejam previsíveis. ela é insuficiente. o tipo de trabalho realizado etc. Contudo. . E há. confiável e replicável. Há instruções sobre que aspectos do com portam ento desses organism os deverão ser observa­ dos e m edidos. 1 Esta suposição é um a das bases deste livro. Conseqüentemente. Neste manual.). instruções sobre como identificar p ossí­ veis relações funcionais entre estes dois conjuntos de variáveis. A ANÁLI S E DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T O R I O D I D Á T I C O za. posso também. denom inam os as ocorrências am bientais variáveis independentes. É necessário.) e observando se há um a m udança sistem ática na variável dependente (na quantidade de cigarros fum ados. tam bém . leis que descrevem essas condições. isto é. os exercícios propostos demonstram que. em bora a descrição dessas relações seja neces­ sária e importante. alteram os o núm ero de horas de trabalho. a partir do conhecimento dessas con­ dições ambientais. Nos exercícios de laboratório apresentados neste m anual. eu posso prever a ocorrência desses com portam entos quan­ do observo que “longas horas de trabalho ininterrupto e cansativo” estão se passando. a demonstração pode ser encerrada. inicialmente. há m uito mais concordância sobre as observações dos alunos do que sobre suas inferências. comentará que o animal está privado de comida e que irá colocar na gaiola algumas pelotas de comida.” . Após um período total de 10 minutos. Em geral. apenas pelo docente da disciplina. No caso. "cheirou a bola" etc. Experim entação. "esteve curioso" etc. por meio dos próprios comentários dos alunos.) e os que explicam o que ele fez (ex: "esteve com m edo". A seguir. que a escrevam. e esse fato deve ser apontado. "ficou parado". O professor dirá aos alunos que eles deverão observar o animal por alguns minutos. retirando-se o animal da sala. Os comentários que descrevam o que o animal fez (ex: "a n d o u ". Antes. A diferença entre esses comentários deve ser apontada e discutida. porém. "u rin o u ". O professor perguntará então aos alunos o que viram. a atribuição de causação deve ser apontada como uma inferência. em seguida. em caso positivo. dentro da caixa. discutirem em classe essas observações. que as inferências freqüentem ente são explicações. um rato albino privado de comida por cerca de 12 horas. Para tanto. Ao tratar deste tópico o professor deverá traçar a distinção entre o relato de um com portam ento observado e o relato de uma inferência sobre um com­ portam ento observado. ou algo semelhante. poderá colocar sobre uma mesa. à vista dos alunos. C O M O E S T U D A R O C O M P O R T A M ENTO Mas antes. registrar o que acontece e o que esse animal faz para. deve ser lido. A e B. por estes também). apresentamos algumas sugestões de como um professor pode conduzir uma discussão em classe sobre a questão "observação versus inferência". é uma pergunta com que tan to o cientista quanto o profissional se defrontam em seu trabalho. se isso ocorrer. O professor pode mostrar. Passados cerca de cinco minutos mais ou menos. escrevendo na lousa os comentários. Demonstração. O b s e rv a ç ã o e In fe rê n c ia (sugestões para o professor) Como devemos estudar um fenôm eno que nos interessa? Observando-o e descrevendo-o? Ou observando-o e fazendo inferências sobre suas causas? Esta é uma pergunta im portante e fundam ental em qualquer estudo. é preciso distinguir entre um a observação e um a inferên­ cia (o trecho em destaque que se segue até o subtítulo “Controle de variá­ veis. o professor colocará com cuidado uma bola de ping-pong. em uma caixa grande que tenha a parede frontal feita de material transparente. e não descrevem realmen­ . o professor perguntará se os alunos têm alguma hipótese sobre o "não com er" e. o animal não come a comida oferecida.) devem ser escri­ tos em duas colunas separadas. após os alunos terem realiza­ do as atividades solicitadas. Após alguns minutos. o professor deve pedir aos alunos que descrevam o que acham que o animal fará. Em geral. e então. A partir daí. senão suas pretensas causas. Ou seja. mais do que elabo­ rar inferências. Para facilitar essa discriminação. no pri­ meiro caso. precisamos testá-las. defecou. Alguns pro­ cedimentos sugeridos pelos alunos podem envolver outras inferências e assim sucessivamente. sujeitas a outras tantas interpreta­ ções. o professor poderá apro­ fundar a questão "inferência". mostrando-se que este é um tip o de inferência. em geral não verificável e. a depender das respostas obtidas. portanto. Em relação ao segundo caso. e que o teste de variáveis mediacionais é impossível. não aceitável. e essa diferença deve ser apontada. IN FERÊN C IAS DEVEM SER VERIFICADAS. Deve apontar que. e sobre que eventos observados os levaram a inferir isto ou aqui­ lo. Para ser aceito. freqüentem ente um processo m ediador foi suposto. o uso de rótulo é uma prática inadequada. . Esta suposição deve ser apontada. não descreve exatamente o que o rato faz. com cer­ teza. A discussão deve ser encaminhada de tal modo que fique claro que o problema não é a inferência sobre uma relação entre variá­ veis ambientais e variáveis com portam entais. e quando se trata de uma inferência genuí­ na em geral sobre as causas do urinar. mas postula uma razão pela qual ele está fazendo algo. "urinou. e se afastou apressadamente de X "). ou o que os levou a explicarem. e sim a não verificabilidade dos fenôm enos sobre os quais baseamos nossas inferências. um rótulo deve passar por uma definição prévia e sobre a qual os membros de uma comunidade concordem. e sim sobre uma relação entre essas variáveis e supostos processos mediacionistas. e deve ser usado apenas dessa maneira. aquilo que viram. Nesse sentido. o problema não é a inferência. portanto. É im portante mostrar que. o pro­ fessor poderá indagar dos alunos o que querem dizer com a expressão "está com m edo". IN FERÊN C IAS PASSÍVEIS DE VERIFICAÇÃO DEVEM SER FORM ULADAS EM TERMOS DE C O M ­ PORTAM ENTOS E DE EVENTOS Q U E POSSAM SER DIRETAM ENTE OBSERVADOS. desta ou daquela maneira. defecar etc. a observação do com portam ento e a manipulação de variáveis do ambiente. o professor poderá escolher algumas inferências levantadas pelos alunos e perguntar-lhes como essas poderiam ser testadas.A ANALI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O te o que está acontecendo. por empregar expressões pouco específicas e. distinguindo quando uma expressão tal como "o animal está com medo de X " é uma expressão ou rótulo que se refere a um conjunto ou seqüência de comportamentos (tais como. inferência de causação. enquanto os procedimentos mais válidos envolverão. "o rato está com m edo". Por exemplo. O professor pode perguntar aos alunos se eles acham que o animal que eles acabaram de observar teria reagido do mesmo modo se ele tivesse joga­ do a bola de ping-pong na gaiola em vez de tê-la lá colocado gentilmente. No primeiro caso. o problema de inferir con­ dições dentro do organismo (estados fisiológicos. "ele estava com medo de X porque se afastou de X ". e c) que expliquem brevemente . o professor distribuirá entre os alunos fo ­ lhas de papel contendo a lista de ações que se segue. "privação de com i­ da"). b) que definam em term os com portam entais duas palavras den­ tre aquelas que marcaram como rótulos. Em seguida a essa discussão. enfatizando a todo m om ento o delicado equilíbrio existente entre "m e d o " como inferência e "m e d o " como um rótulo para uma série de com portam en­ tos. mesmo quando pudermos medir estados fisiológicos. e a prova da existência do medo pelo afastar-se). pedindo a) que assi­ nalem aquelas ações que representam inferências (I). enquanto estados emocionais e mentais. descrições (D). será necessário demonstrar se eles são estados correlates ou antecedentes cau­ sais dos comportamentos observados. suas distâncias relativas em relação ao animal. que se afasta da bola aproximando-se da comida. se eles acham que as reações do animal seriam diferentes se a bola já estivesse na gaiola quando o animal fosse colocado lá etc. Assim como também deve ser apontado o fato que. "m e d o " etc. É im portante enfatizar. está de fato a) se afastando da bola ('com medo da bola')'. Uma outra pergunta que exige uma resposta mais complexa. ou está c) fazendo as duas coisas?' Ao discutir as alternativas é essencial introduzir a noção de manipulação das variáveis "b o la " e "com ida" (e o paralelo desta última. ser medi­ dos. estados mentais. ou rótulos (R).) como explicações para o com portam ento. em determinadas condições.. emoções. C O MO ESTUDAR O COMP ORTAMENTO Pode-se pedir que os alunos sugiram definições de "fo m e ". também. O professor deve mostrar que o recurso à manipulação dessas variáveis dispensa o recurso à suposição de variáveis intervenientes. também pode ser colocada: Como poderíamos demonstrar que um rato. Deve ser apontado o fato que estados fisiológicos podem. a explica­ ção do afastar-se pelo medo. lembranças etc. bem como deixar claro como este segundo recurso possui caráter circular ("ele se afastou de X porque estava com m edo". não. deve-se apontar a natureza das inferências existentes nessas expressões. bem como. ou está b) se aproximando da comida ('desejando a comida')'. é essencial definir esse rótulo.A ANALI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O com o poderíamos testar a inferência suposta no uso de duas palavras mar­ cadas como inferências. Lista de palavras/frases a serem classificadas como Descrições. ao mesmo tem po em que se mostra que algumas palavras podem ser usadas ora como inferências ora como rótulos (o que as torna menos desejáveis que aquelas palavras puramente descritivas). ou em que se baseia. Deve apontar que o risco inerente ao uso dessas palavras reside no fato de que meu interloculor nem sempre saberá a que de fato eu me refiro quando as uso.Relatar um sonho (D) . embora descrições sejam mais trabalhosas.Seguir uma instrução lida (D) . por esta razão. É pos­ sível mostrar que.N ão iniciar contatos sociais. A lista não deve conter o gabarito. Inferência« ou Rótulos .Gostar de Brahms (l)(R?) . longas e demoradas.Dormir (D) .Com prar e ouvir discos com músicas de Brahms.Ir bem nas provas.Registros de atividade REM (D) . falar sobre a música de Brahms etc. Assim. quando uma palavra é usada como explicação do com portam ento ela é uma inferência. ser rápido na solução de problemas. quando é usada como des­ crição. caso ele não seja um term o referendado pelo uso comum. Neste últim o caso. obter um alto Q l em testes de "inteligência" (D) . As respostas a esse exercício de classificação devem ser discutidas com a classe. têm sido preferidas em ciência.Sonhar 0) .Cansaço (l)(R ? ) .C om preender (0(R?) .Andar (D) .Andar rapidam ente (D) .Recusar-se a continuar a andar (D) . são mais claras e específicas e. em geral.Timidez (l)(R?) . em geral.Estar com pressa 0)(R?) . a longo prazo. não responder a contatos sociais sutis ou breves (D) .Ler (D) . ela é um rótulo. (D) -A g ir com inteligência (0(R?) . e. Se uma palavra é um rótulo ou é uma inferência depende de como é definida. do com ­ portamento do rato e das alterações em seu ambiente. mas registramos extensivamente as ocorrências dos fatores que com ele se relacionam (tanto ambientais como comportamentais). Para demonstrarmos a existência de um a relação funcional entre dois eventos. Intervenções em fenômenos naturais. se depender somente dessas obser­ vações e registros. um a vez que há um a sistematicidade entre os dois eventos. A depender da metodologia que utilizamos. precisamos fazer algo mais do que observações e registros sistemáticos. em que deixamos o fenômeno ocorrer à revelia. Por exemplo.então”). CO MO ESTUDAR O COMP ORTAMENTO Controle de variáveis. que precisamos exercer algum grau de controle sobre o fenômeno. podemos verificar possíveis relações entre esses eventos. Por exemplo. a seqüência em que aparecem. A partir de medidas como essas. podemos em pregar diferentes metodologias de estudo.. Para investigarmos o comportamento dos organism os. o fenôm eno de interesse pode ser acessado quer por observações sistemáticas acompanhadas por registro dos dados. por meio do planejamento de nossas intervenções e do controle de variáveis. esperar as ocasiões em que as intervenções deseja­ das ocorram naturalmente) e avaliar os efeitos dessa intervenção sobre o comportamento. Isto significa. o tipo de informação obtida possui diferentes qualificações. não poderia ser qualificada como sendo um a relação funcional (“se. então. A ocorrência sistemática desses eventos. Demonstração. No entanto. isto é. poderia ser qualificada como sendo um a correlação (relação “quando. quer pela manipulação explícita e planejada das circunstâncias em que o fenôm eno aparece. por exemplo). se fizer­ m os observações sistemáticas sobre as ações de um rato albino na caixa em que vive. entre outras possíveis). seja um controle das variáveis que o compõem (uma intervenção no fenôm eno por meio de produção de variações no ambiente.então”). Experimentação. fazem parte do que chamamos de experimentação. um a relação de dependência entre eles. Para entender­ m os o que é experimentação e como. o acender da lâmpada e o limpar-se. que tenham como objetivo identificar relações funcionais entre eventos ambientais e comportamen­ tais. podemos demonstrar a . digam os que obser­ vamos que sem pre que um a lâmpada na caixa-ambiente do rato se acen­ de o anim al emite comportamentos de limpeza. sua distribuição no tempo. A ssim como em qualquer campo da ciência natural... em outras palavras. precisamos intervir no ambiente em que o organismo se encontra (ou. poderemos registrar as alterações que ocorrem no am bien­ te (caixa viveiro) e no comportamento do anim al (a freqüência de ocorrên­ cia de certas respostas.. seja um controle em termos de registro. Essa relação. indica a existência de um a relação entre eles. em diferentes dias da semana ou do ano. dependem de (ou m antêm um a relação funcional com) um terceiro evento não identificado. um a vez que as duas medidas aumentam e dim inuem sistemática e correspondentemente. e vice-versa). ambos. Ao descrevermos os fenôm enos naturais por meio de leis ou funções. podemos tentar provocar alte­ rações em um evento (variável independente) que acarretem um a conse­ qüência prevista e desejável em um outro (variável dependente). por exemplo). controlar um fenôm eno natural significa. Nesse caso. pre­ dizer o valor da temperatura a partir de um valor de pressão. efeitos da alti­ tude do local onde fizem os nossas medições. ou se ambos. basicamente. além de sermos capazes de fazer previsões. em caso afirmativo. De posse de instrumentos para m edir tanto a temperatura (termômetro) como a pressão (barômetro). nesse caso. um a de temperatura e outra de pressão que poderiam ser submetidas a cálculos. de que forma. não poderíamos afirm ar se esta variação sistemática decorre dos efeitos de um evento sobre o outro e qual afeta qual (ou seja. vamos tomar um exem­ plo da Física. conhecê-lo de tal modo que identificamos m inim am ente as variáveis que o compõem e. se há um a relação de dependência entre eles e. o que nos permitiria predizer o valor de um a a partir de um valor da outra (por exemplo. e fazer. teríamos duas séries de medições. demonstrar um a relação funcional entre even­ tos tem um importante papel no que se refere a dois objetivos centrais em ciência. a cada dia e em cada lugar. um a série de medições desses dois fenôm e­ nos. aumentos na pressão e na temperatura podem ser. Em ciência. Em outras palavras. poderíamos nos dirigir a dife­ rentes pontos na Terra. Em termos científicos. Após termos tratado nossos dados. de posse de um a lei (descrita por um a função matemáti­ ca. podemos vir a form ular leis que o descrevam. talvez eles nos perm itissem identificar um a correlação entre nossas duas séries de m edidas tal como “a valores crescentes de pressão. na função y = x + 1. Queremos saber se m edi­ das de temperatura e pressão se relacionam e. fosse de nosso . Digamos que. Ao final dessa coleta de dados. qual a direção desse efeito).A ANÁLI S E DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O existência de relações funcionais entre eventos. No entanto. o controle e a previsão dos fenôm enos naturais. Por exemplo. correspondem valores crescentes de temperatura”. na verdade. Digamos que tenhamos interesse em estudar cientificamente a rela­ ção entre temperatura e pressão atmosférica. com isso. que você já deve ter visto no segundo grau. Um a possibilidade de procedermos com tal avaliação seria por meio da observação e do registro sistemáticos desses eventos ocorrendo na natureza. por exemplo. podemos fazer previsões acerca dos fatores que inte­ gram essa função. ter-se-ia demonstrado um a cor­ relação entre estes dois eventos. ou da velocidade e da força dos ventos nesse local etc. Essa alta variabilidade em nossos dados obscureceria a relação alvo do estudo. de atuação sobre o fenômeno. a vegetação local. sabemos que a variável x deverá assum ir o valor 4. Na ausência de controle experimental. seremos capazes de controlar y. e somente por isso. A esse tipo de manipulações planejadas de variáveis cham am os de “controle experimental”. Porque conhecemos a fun­ ção que relaciona as variáveis y e x. exercemos algum controle sobre y. controlar/eliminar esses outros fatores. 0 fato de não ter­ mos demonstrado a existência de uma relação funcional entre pressão e temperatura (e apenas termos verificado sua correlação) impede que pos­ samos exercer qualquer controle sobre os valores ou estados que um deles assum e em relação ao outro. e nem m esm o sofisticados cálculos estatísticos iriam evidenciá-la precisamente. o que nos impediria de ver que relações mantêm entre si. A m elhor alternativa seria realizarmos intervenções planejadas em nosso fenômeno. na prática. Mantendo-os constantes é como se os estivésse­ mos eliminando (ou pelo m enos seus efeitos). Poderíamos controlar estes outros fatores mantendo-os constantes (ou eliminando-os se possível). seria extremamente difícil. a hora da medição etc. permite- nos dizer que. o fato de poder fazer previsões. e não deveriam ser ignorados. Fornecer a possibilidade de previsão e. um fato que poderíamos constatar é que elas poderiam ter sido repletas de in ­ fluências de outros fatores presentes. senão ausente. a presença ou não de ventos. podemos verificar que relações m antêm com os eventos nos quais estamos interes­ sados. por outro lado. em um a relação correlacionai. a relação entre pres­ são e temperatura. portanto. principalmente. im agine o quanto nossos registros de temperatura não teriam refletido a um idade do ar. Mesmo quando não possamos alterar x. poderiam se relacionar com pressão e temperatura. também tor­ nariam im possível esse estudo. ou poderíamos medir exaustivamente todos estes outros fatores em todas as suas variações. medindo-os. a realização de m ensurações exaustivas e repetitivas demandaria um tempo e esforços que. Em nossas medidas de pressão e temperatura na natureza. Por exemplo. de certa forma. C O MO ESTUDAR O COMP ORTAMENTO interesse que o evento y assum isse o valor 5. Esses fatores seriam todos relevantes. encontra-se diminuída. a partir dele. é um a im portan­ te característica que. nossas medidas de temperatu­ ra e de pressão poderiam apresentar um a grande variabilidade. Se formos capazes de produzir altera­ ções em x. Nas condições de investigação na natureza que hipotetizamos acima. . senão improvável. Retornando a nosso exemplo hipotético da Física. o que nos possibilitaria demonstrar que pressão e temperatura mantêm um a relação de depen­ dência entre si. presente em um a relação funcional. sobre y. introduzir. os demais fatores (umidade. . aos poucos. uma ciência natural. caminhando para a compreensão dos fenôme­ nos em toda a sua complexidade. As próprias características físicas de laboratórios no mundo todo são relativamente padronizadas. os fundamentos metodológicos para a investigação do comportamento dos organismos vivos são análogos àqueles que vimos no exemplo que tomamos da Física. Ou seja. à medida que vai compreendendo como fun­ cionam os pedaços desse jogo. Dizemos que o cientista cria um paradig­ ma da natureza. mas que. prever e intervir (sobre) o comportamento dos organismos. mas principalmente de intervenção e. Na Psicologia. modelos e teorias. e estaríamos. é o laboratório. no entanto. Com isso. deixando de lado toda a sua complexidade e riqueza.). em um laboratório. vem estabelecendo seu corpo de conhecimento científico desde mais recentemente. não esque­ çamos. e medir as mudanças correspondentes nos valores de pressão. outros equipamentos especiais podem detectar mudanças mínimas no fenômeno de interesse efetuando registros contínuos e isentos. quanto de sua manipulação. poderíamos idealizar uma câmara experimental no interior da qual pudéssemos intervir sistematicamente nos valores assumidos por diversos fatores que afetam a relação pressão/temperatura (tais como um i­ dade. poderíamos.A ANÁLI S E DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O Um local especialmente adequado para o exercício tanto do controle experimental. de registro. Em um laborató­ rio. equipamentos especiais podem efetuar mudanças nesses ambientes. explicar. reconstrói essa complexidade. vegetação etc. ventos. já possui um conjunto amplo e sistemático de leis e modelos capazes de des­ crever. fazendo-a assumir determi­ nados valores preestabelecidos. existem as condições necessárias para que o fenômeno investigado seja esmiuçado (isto é. e em particular a Análise Experimental do Comportamento. analisado). para que relações funcionais entre eventos possam ser identificadas. suas inúmeras leis. Tendo compreendido suficientemente bem esta relação. É verdade que a Física está estabelecida há muito tempo. vegetação etc. artificialmente. assim. poderíamos manter os outros fatores em valores constantes. Como o nosso interesse reside na relação fun­ cional entre temperatura e pressão. o que se reflete no acúmulo de conhecimentos sobre a natureza. por exemplo. ambientes especiais podem ser construídos para isolar variáveis indesejáveis. por boa medida. manipular os valores de pressão). A Psicologia. e manipular.). mudanças precisas quanto a sua magnitude e duração e quanto ao momento em que ocorrem. um laboratório freqüentemente dispõe de condições especiais para a realização de controle experimental. para que possamos intervir nos eventos (fazendo-os assumir determinados valores ou estados) em vez de esperar que variem naturalmente. gradual e planejadamente. procuraría­ mos compreender como temperatura e pressão se relacionam a esses outros fatores. então. para que eventos sejam relativamente isolados. temperatura (e depois. presença de correntes de ar. Por exemplo. tais como fre­ qüência com que ingeriram bebidas ou alimentos que contivessem cafeína durante o dia. não pode ser tão pequeno que comprometa quer a hegemonia dos grupos. Por outro lado. cabe ao experimentador procurar identificar as variáveis relevantes ao comportamento a ser estuda­ do. os fatores relevantes para o fenômeno estudado estariam distribuídos igualmente entre esses grupos.. qualquer diferença verificada entre os grupos pode ser atribuída a essa variável. nos quais sexo. com amostras suficientemente grandes. estresse etc. Em pesquisas que envolvem o comportamento dos organismos. apenas. uma vez que. solicitaríamos que bebessem. Para realmente conhece-la. emprega o modelo estatístico. mas os submete a todas as demais condições pelas quais passam os sujeitos do grupo experimental (grupo controle).exceto pela exposição à variável independente . Importante nesse momento é a consulta à literatura científica sobre esse assunto. o experimentador não introduz este fator.. hora destas ocorrências etc. pediríamos que registrassem um a série de eventos que consideramos relevantes para o experimento.. acredita-se. Por exemplo. os sujeitos de ambos os grupos são idênticos e passam por condições idênticas . Um delineamento experimental pos­ sível para investigar esta questão consistiria em formar dois grandes grupos de sujeitos4. em estudos do comportamento. sugerimos consultar textos específicos de metodologia de grupo e de estatística. Inicialmente. probabilisticamente. idade. existem diferentes métodos de investigação experimental. nenhum dos grupos teria qualquer fator prepon­ derante. imagine um experimento em que procurássemos saber quais são os efeitos da ingestão de cafeína sobre as horas noturnas de sono das pessoas. o pesquisador deve planejar estratégias experimentais que permitam manipular sistematicamente as variáveis de seu interesse. a atribuição dos sujeitos em cada grupo é. Este número tem restrições no sentido de que não pode ser tão grande que inviabilize o estudo. Um a vez que. induti­ vamente. este seria nosso grupo experimental. ran- dômica. hábito de tomar café ou chá. . na m esm a quan­ tidade. medica­ mentos ingeridos. (registro de possí- . . Acredita-se que. C O M O ESTUDAR O C O MP OR TAME NTO Este corpo de conhecimento vem se acumulando ao longo dos anos. Esta explanação sobre a metodologia de pesquisa utilizando grupos de sujeitos é bastante geral e tem. objetivos introdutórios. trabalhando com pelo menos dois grupos2 (supostamente idênticos3) de sujeitos. por meio de demonstrações e replicações empíricas. Às pessoas de um dos grupos poderíamos solicitar que. Todos eles fundamentam- se na noção de controle de variáveis. (variáveis intervenien­ tes) fossem igualmente prováveis em ambos. ao longo de um a semana. A seguir. quantidade. Para se obter grupos supostamente idênticos de sujeitos. Às pessoas de ambos os grupos. Aos sujeitos de um deles o experimentador introduz o fator cujos efeitos sobre o compor­ tamento deseja conhecer (grupo experimental). quer a homeosdaticidade das medidas.O número de sujeitos que devem compor grupos experimentais e de controle é objeto de determinação estatísti­ ca. Às pessoas do outro grupo. exercícios realizados. em geral. Aos sujeitos do outro grupo. café descafeinado antes de dormir (este seria o grupo controle). Um método freqüentemente usado pelos psicólogos. bebessem um a xícara de café diariamente antes de dormir. um exercício de formular boas questões. os fenômenos que envolvem o estudo de compor­ tamento mostram-se quase sempre bastante complexos e raramente permi­ tem conclusões categóricas como em nosso exemplo. além da cafeína.dos efeitos excitatórios da cafeína não poderia ter interferido nos resultados? (para evitar questões desse tipo. teríamos de pedir. tanto quanto de procurar respondê-las. Pelo número de questões que você pode formular. antes de dormir. influenciar os resultados desse estudo. na verdade.. supondo que nossos grupos sejam de fato comparáveis e que nós conseguíssemos controlar devidamente as variá­ veis atuantes no fenômeno. por isso. O ideal seria isolar a substância. A propósito. cafeína. as perguntas verdadeiramen­ te científicas são aquelas cujas respostas sejam falseáveis. Verá que procurar respostas em ciência é. que os sujeitos de ambos os grupos registrassem o núm e­ ro de horas dormidas durante a noite. é possível que. aparen­ temente simples. Na prática de pesquisa. os pesquisadores do exemplo acima não deveriam ter informado aos sujeitos o quê estavam consumindo. Uma afirmação que seja impossível de ser verificada. pode gerar inúmeras outras perguntas. isto é. Portanto. assim como as perguntas sobre a ingestão de alimentos que contivessem cafeína. E.. não tem valor científico. prova­ velmente. existem. obtida expe­ rimentalmente por meio de uma comparação entre esses dois grupos. . as comparações entre os grupos são feitas com ajuda da Estatística. sugerimos que você pense em outras variáveis que pode­ riam. O fato de os sujeitos do grupo experimental saberem . além das possíveis variações entre os grupos. mesmo que. Esta seria um a evidência científica. Uma nota adicional em relação aos estudos que comparam grupos de sujeitos refere-se ao fato de que. principalmente. uma explicação científica deve estar sempre aberta para ser desqualificada como uma explicação. em relação a esta variável. Como um exer­ cício de reflexão. sua cor e sabor etc. você verá como esse experimento. Além dessas medidas. necessariamente. variações entre os sujeitos de cada grupo. estatisticamen­ te. por cima de outras res­ postas obtidas por outros estudos. e ministrá-la aos sujeitos de alguma outra maneira que não permitisse sua identificação). é claro. Por causa dessas variações internas ao grupo. permitiriam sua identificação.como muitas pessoas sabem . este tipo de delineamento experimental apresen­ ta uma grande variabilidade de resultados e. perceberá que as respostas em ciência são construídas gradualmente.na dose contida em uma xícara de café . haja indícios de que o grupo experimental difere do grupo controle quanto à variável dependente. Na prática isso é muito difícil pois o cheiro do café.A ANÁLI S E DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O veis variáveis intervenientes). haja sujeitos no grupo experimental que não diferem de sujeitos no grupo controle. e por­ tanto demonstrada como falsa. Em nosso experimento hipotético. os efeitos da ingestão de cafeína . uma diferença estatisticamente significativa entre as médias de horas de sono para cada grupo estaria refletindo. O comportamento é estudado no nível do indivíduo que se comporta. onde A é uma situação em tudo idêntica à situação B. Este delineamento é freqüentemente denominado delineamento A-B-A. C O MO ESTUDAR O COMP ORTAMENTO Em estudos do comportamento. são dispensadas as análises estatísticas. e não ao nível do grupo a que pertence. ou ainda. Ao ado­ tar o delineamento do sujeito como seu próprio controle. estando porém ela presente (ou tendo sido removida) na situação B. como referência). momento ou condições. os efeitos de uma variável sobre o seu comportamento são pontuais. Em Análise Experimental do Com­ portamento. e que ao interagir com as peculiarida­ des das situações que cada um de nós enfrenta. esse delineamento supõe que só podemos com ­ parar os resultados do desempenho de um indivíduo com ele mesmo. Por meio do emprego desta metodologia. exceto pelo fato que a variável de interesse não está presente (ou está presente). o analista do comportamento considera uma heresia nivelar essas diferenças por meio de uma média estatística. o analista do com­ portamento está levando essa idiossincrasia em consideração. devemos analisar o comportamento deste organismo como um a unidade indivi­ dual. será analisado e comparado pelo pesquisa­ dor. em outra situação. utiliza-se o método de investigação chamado de “método do sujeito como seu próprio controle” ou “método de sujeito único” . “delineamento N = i” (Sid- man. O delineamento experimental de sujeito único O delineamento experimental de sujeito único ou do sujeito como seu próprio controle parte do princípio de que. Como 0 indivíduo se compor­ ta em cada uma dessas situações. Considerando-se que a história de vida de cada um é altamente idiossincrática. necessariamente. qualquer diferença seria portan­ to devido às diferenças de situação. uma ação de uma pessoa é um produ­ to único de uma série de fatores dentre os quais a situação a que esta pessoa está sendo exposta e a história passada dessa pessoa com relação às variáveis relevantes na situação presente. Algo como tomar os salários pagos a mulheres (2X) e homens (5X) para a mesma tarefa. i960). por compa­ rações estatísticas de grupos de sujeitos. e não um suposto “comportamento grupai”. essa diversificação torna-se ainda maior. a investigação empírica da relação comportamento-ambiente não precisa se dar. que estará usando o comportamento do sujeito como seu próprio controle (isto é. para compreendermos e podermos modificar o comportamento de um organismo vivo. não a variações individuais. Em outras palavras. não probabilísticos. . Para o analista comportamental. alternativamente a delineamentos de grupo. calcular sua média (3>5X) e concluir que todos são tratados eqüitativamente. e não um comportamento médio de um grupo de indivíduos. que. inclusive para você (Condição B). ou a quan­ tidade de bebida alcoólica que você próprio tenha consumido etc. uma vez que parece haver uma correspondência entre esses dois fatos. linha de base). outros fatores intrínsecos à situação também podem ter dado sua contribuição. Nessa Condição B. entre eles. Porém. pela ausência e pela presença da variável independente. muito provavelmente. respectivamente. comparativamen­ te à Condição A. Um a vez que essas duas condições - linha de base e intervenção . sem conversar com as pessoas.A ANÁLI S E D O C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O O delineamento de sujeito único comporta algumas variações. à chegada da pessoa alcoolizada na festa. Durante a tomada de um a linha de base. Se a reti­ rada da variável independente for acompanhada por uma mudança no . supostamen­ te. rindo e se divertindo (Condição A. num a segunda modificação do ambiente experimental (Fase ou Condição A). a passagem do tempo e o avanço da hora. basicamente. No entanto. o sujeito seja exposto novamente à condição de linha de base. sem a intervenção do pesquisador. pois. Essa mudança em seu comportamento pode­ ria ser atribuída. Ao m esmo tempo faz os registros do comportamento que está sendo estudado. a um a primeira condição denominada de linha de base (Fase ou Con­ dição A). A um a certa hora. Esta demonstração fica mais forte se. chega a esta festa uma pessoa alcoolizada. Daí o nome delineamento A-B-A. As medidas tomadas na fase de linha de base referem-se às variáveis que. o experimentador expõe o sujeito a todas as condições que serão uti­ lizadas ao longo de todo o estudo. Como uma forma mais efetiva de demonstrar que as alterações no com­ portamento de um organismo são causadas por uma mudança ambiental específica . você nota mudanças no seu comportamento. o delineamento de sujeito único requer. no início do experimen­ to. qualquer modificação no compor­ tamento do sujeito pode ser atribuída a essa diferença. após a condição experi­ mental. falando coisas inconvenientes para todos. exceto pelo fato que a variável de inte­ resse estará ausente. ao se remover a variável de interesse. sério. interferem ou dizem respeito àquelas que o investigador está particu­ larmente interessado em analisar. imagine-se numa festa em que você está conversando com as pessoas. Na condição seguinte (Fase ou Condição B). o investigador introduz um a modificação no ambiente experimental e regis­ tra os efeitos dessa intervenção sobre o m esm o tipo de comportamento medido durante a linha de base. este consiste em submeter o sujeito.diferem. O objetivo da fase de linha de base é obter medidas do comportamento em um a situação que representaria o estado de funciona­ mento de um indivíduo. a medida do comportamento voltar a valores próximos daqueles observados durante a linha de base.e não por uma outra variável não identificada pelo experimentador . Para exemplificar o princípio do delineamento de sujeito como seu pró­ prio controle.. Você deixa de conversar e brincar com os outros e passa a ficar quieto em um canto. Em que situações esses delineamentos são úteis? REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA SIDMAN. Evidentemente. D. usan­ do a m esm a lógica A-B-A. A. N. Diseno experimental sin estadística. pesquise no livro de Sidm an (1960) as estratégias de utilização do delineamento de sujeito único em situações em que não é possível ou desejável o retorno à fase de linha de base. (1974). Lattal (Orgs). R. Obra já traduzida para a Língua Portuguesa (veja o Apêndice I). Se ela assim fizesse. Trillas. R. Voltando a nosso exemplo. H. De fato! Pare agora e. Am s­ terdam. 585-592. e SOLSO. 42(8). C. JOHNSTON. Dizemos que o efeito daquela pessoa (variável independente) ficou demonstrado duplamente: pelas mudanças produzidas com a sua intro­ dução e pelas mudanças produzidas com a sua retirada. e PENNYPACKER. Tatics o f scientific research. New York: Pergamon Press. M. (1990). isto é. H. m esm o com a saída dela da festa. MATOS. M. M. J. como uma forma de se certificar do papel exercido pela chegada da pessoa alcoolizada sobre a sua mudança de comportamento. Elservier. Ciência e Cultura. O.. Una introduccion al metodo cientifico en Psicologia. (1975). e você então voltasse a rir e a conversar com as pessoas. ainda. pois sempre se poderia dizer que “o estrago já fora feito” com os comentários inconve­ nientes daquela pessoa. Controle experimental e controle estatístico: a filosofia do caso único na pesquisa comportamental. BAYÉS. S. CASTRO. Além disso. H. H.. JOHNSON. S. e NELSON. (I99I). LEITURAS RECOMENDADAS BARLOW. México: Ed.: Lawrence Erlbaum. . (I960)*. Iversen e K. M. e que “jam ais eu poderia m e sentir à vontade outra vez” . Experimental Analysis o f Behavior (Part I). L. R. C. podería­ mos dizer que ficou demonstrada a influência daquela pessoa sobre seus com­ portamentos. CO MO ESTUDAR O COMP ORTAMENTO 33 comportamento do sujeito. Barcelona: Ed. HAYES. A. Hillsdale. intermediar diferentes condições experimen­ tais (A-B-A-C-A). Em I. PERONE. (1975). (1980). H. situações muito freqüentes em contextos clínicos e aplicados de modo geral. (1975). Fontanella. pense e proponha maneiras de contornar esse dilema. The scíentistpractioner: Research and accountabilíty in clinicai and educational settings. São Paulo: EPU. o ideal seria que a Condição A fosse restabeleci­ da no que se refere à variável independente que estamos considerando.Introdução ao planejamento experimental em psicologia: estudo de casos. o experimentador estará confirmando os efeitos da variável que manipulou. nunca a situação é tão sim ples assim . Procure saber também dos casos experimentais em que um a condição de linha de base pode intermediar um a ou m ais repetições da condição experimental (A-B-A-B-A) ou pode.J. New York: Basic Books. Strategies and tatics ofhuman beha­ vioral research. que a pessoa alcoolizada pudesse ser convencida a se retirar da festa. Experimental design in the analysis o f free-operant behavior. no sentido de se assemelhar com aquele descrito na linha de base inicial. espécie que utilizaremos em alguns exercícios deste manual . pelo 1 E não só em laboratórios de estudo do comportamento senão também em laboratórios de fisiologia. o comporta­ mento de animais não-humanos é estudado como referência ao compor­ tamento humano. o que elimina. Isto é possível porque. algumas formas de interação são específicas de cada espécie. testes de substâncias farmacológicas são sem pre realizados extensivamente em sujeitos que não pertencem à espécie hum ana antes de serem utilizados com seres humanos. como psicólogos e biólogos vêm relatando há décadas. Entre algum as destas vanta­ gens estão: i) a possibilidade de controle genético. Ratos . submeter pessoas a procedimentos expe­ rimentais necessários para o avanço do conhecimento científico. No entanto. freqüentemente. Por exemplo. e por isso. . genética etc. as trans­ posições do conhecimento obtido em estudos com sujeitos não-humanos devem ser cuidadosas e sempre baseadas nas devidas comprovações empíricas. muitas formas de interação organismo-ambiente são básicas e comuns às diversas espécies animais. Entretanto. são muito usados em estudos de comportamento em laboratórios no mundo todo por propiciar um a série de vantagens para o experimentador no que se refere a controle experimental1. 5 Com quem trabalhar. Em Análise Experimental do Comportamento não é muito diferente. por m oti­ vos éticos e/ou metodológicos. farmacolo­ gia. nem sempre é possível. O sujeito jf experimental I B si K J U P s i c o l o g i a tem como um dos seus principais objetivos compreender o comportamento humano.. A ANÁLI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T O R I O DI D Á T I C O menos parcialmente. os organism os da nossa própria espécie. 3) a possibilidade de acompanhar a história experimental do sujeito da pes­ quisa. experim en­ tos realizados com seres hum anos enfrentam necessariam ente dois tipos de dificuldades: a) devem lidar intrinsecam ente com a com plexida­ de comportamental própria dos processos de aprendizagem envolvidos no comportamento hum ano (processos esses que incluem . de manutenção relativamente barata. em outras circunstâncias. o comportamento verbal). de serem anim ais pequenos de fácil cuidado e manuseio. São ratos albinos (linhagens Wistar ou Sprague-Dawley) ou pig- . Entretanto. o que nos perm i­ te trabalhar com anim ais homogêneos quanto à sua bagagem e história genética. e b) envolvem a vasta e desconhecida (para o experimentador) história pré-experimental que as pessoas inexoravel­ mente levam à situação experimental e que. ou seja. No entanto. afinal de contas. A seguir. A história experimental reflete-se no comportamento atual de qual­ quer organismo. Algum as pesquisas de laboratório envolvem trabalhos com o ser hum ano. conhecer esta história permite que o pesquisador compreenda m ais amplamente 0 fenôm eno comportamental estudado. de algum a form a. ou com sujeitos hum a­ nos. interage com as contingências vigentes no experimento. O rato albino Os ratos que mais comumente empregamos em estudos de laborató­ rio são originários de linhagens genéticas selecionadas. apesar des­ sas dificuldades. vamos tratar de algum as particularidades que devemos co­ nhecer sobre os sujeitos com os quais estaremos trabalhando nos exercí­ cios propostos neste manual. Além disso. existem questões em píricas a serem investigadas cujas respostas são obtidas somente por meio da experimentação direta com seres hum anos. e de se reproduzirem com facilidade em biotério. Neste m anual. as diferenças comportamentais que poderiam ser derivadas de diferenças genotípicas. a este conjunto de vantagens. desejam os conhecer melhor. de viverem tempo suficiente para que possam participar de experimentos relativamente longos. entre outros. o que nos possibilitará que trabalhemos diretamente com os organism os que. há exercícios que serão realizados com estudan­ tes universitários. não seria viável. Sem um controle adequado das variáveis ambientais que atuam sobre o comportamento dos organism os. dificilmente um experimentador pode descrever suficientemente bem o seu fenôm eno. 2) a possibilidade de controlar variá­ veis ambientais que. soma-se o fato de os ratos serem m am íferos e dóceis. os ratos devem encontrar água e comida constantemen­ te disponíveis em suas gaiolas. Quando se estuda o comportamento de organism os em laboratório. após o qual podem vir à luz entre 7 e 10 filhotes. evidentemente. Nesta condição. entre estados lum inosos (luzes piscando intermitente­ mente em diferentes freqüências. o peso do rato é chamado . São m am íferos e se reproduzem com facilidade em biotério. quando estes já atingiram a maturidade. Isso é muito im por­ tante para o bem-estar dos animais. são utilizados ratos machos. contate a pessoa responsável pelo biotério. a velocidade com que cresce é m enor após tornar-se adulto.o bioterista (pessoa responsável pelo biotério). pois esses afetam diretamente o repertório de comportamento dos organism os. Outra form a de acompa­ nhamento é pela observação do comportamento e da aparência geral dos animais. mas percebem diferenças entre intensidades lum inosas e. Caso observe algum a anomalia. C O M QU E M TRABALHAR: O SUJ EI TO E XPERI MENTAL 37 mentados (linhagem Long-Evans) descendentes do rato norueguês. os anim ais são mantidos sob rígido controle de higiene e saúde. No biotério. professores. para a realização adequada do trabalho experimental. em estudos de comportamento. pesquisadores. apresentam sensibilidade visual à luz. umidade e luminosidade. um rato privado de alimento ou de água se comporta de modo diferente de um rato saciado. U m laboratório que estudasse o comportamento de anim ais não poderia existir sem que houvesse um local adequado para o alojamento dos sujeitos experimentais. Não enxergam cores. espé­ cie Rattus norvegicus. No biotério.e. existe um a série de fatores relacionados ao alojamento e à manutenção dos anim ais que precisam ser cuidadosamente controlados. os anim ais devem ficar alojados sob condições controla­ das de temperatura. por serem albinos. Esses anim ais possuem um sistema auditivo acura­ do e. no entanto. Desde que não estejam em experimentação. é importante ficar atento a alterações no comportamento dos ratos. Um a form a de acompanhar o estado de saúde dos anim ais se dá por m eio da medição freqüente de seu peso. Duran­ te sua vida. assim como um rato sadio versus um enfer­ mo. Por exemplo. deve-se estar atento a possíveis variações de compor­ tamento. alunos . Durante a execução dos exercícios de laboratório. igualmente. por exemplo). assim como a seu estado físico e limpeza. um rato nunca deixa de crescer. os experimentos em pregam ratos com 10 0 a 120 dias de idade. um biotério. Quedas acentuadas de peso podem sinalizar a existência de enfermidades. Seu período de gestação é de cerca de 20 dias. decorrentes de alterações no ciclo horm onal do animal. Normalmente. para a saúde das pessoas com as quais os anim ais entram em contato . Duran­ te os prim eiros 90 dias de idade. isto é. Quando são uti­ lizadas ratas fêm eas. o desenvolvimento biológico do rato é bastante acelerado. Muito freqüentemente. não é a todo m om ento que água e comida exercem função reforçadora (pense no que ocorre com sua fom e logo após você ter ingerido um farto almoço). precisarem os con­ tar com um a conseqüência relevante para o animal. os ratos deverão estar em regim e de privação. você deverá transportá-lo para o laboratório. É importante que isso seja feito com tranqüilidade. irão se conhecer. ao início e ao fim dos exercícios.■ A A NÁ L I S E DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O de peso ad libitum2 (abreviado como peso aã lib. de tal m aneira que será altamente provável que a substância da qual estiverem sendo privados. de um rato de laboratório é maior. Nos exercícios de laboratório com ratos. o biotério. No transporte do animal. como as conseqüências do comportamento de um organism o podem afetar o modo como este se comporta. Adiante. e vice-versa. atue como reforço para determinados com portam en­ tos do sujeito. assim qualificados por aum entarem a probabilidade de ocor­ rência do com portam ento que os produzem . assim como para reti­ rá-lo da caixa experimental e recolocá-lo na gaiola. um a vez que tem comida constantemente dispo­ nível e m enor gasto de energia. estaremos observando. Como seu anim al fica alojado em um ambiente especial. No entanto. o peso ad lib.que são conseqüências biologicamente importantes para os organism os vivos são usadas como reforçadores. que visa estabelecer o papel reforçador da água ou da com ida no m om ento da experim en­ tação. Para que durante os exercícios possam os conseqüenciar efe­ tivamente o comportamento que querem os estudar. Em nossos estudos. água ou comida . Nesse prim eiro encontro (esperamos que ele seja o mais amigável possível). Para par­ ticipar dos exercícios descritos neste m anual.). e de m esm a idade. este devida e individualmente identificado por um núm ero. existe um a operação. você pegará o animal com suas mãos. você e seu respec­ tivo rato. Por isso. irem os utilizar conseqüências denominadas reforçadores primários positivos. Em estudos de com ­ portamento com anim ais em laboratório. mantenha o máximo silên­ cio possível e evite fazer movimentações bruscas. apontaremos algumas poucas regras de m anuseio que podem garantir um bom relacionamento entre vocês. à vontade. Basicam ente. Em comparação com um rato solto na natureza. denominada privação experimental. . ao ser apresentada duran­ te o experimento. Para retirar o rato de sua gaiola-viveiro e colocá-lo na caixa experimental. Previamente ao início dos exercícios de laboratório. a form a de conhecer o sujeito experimental será m a­ nuseando-o. apresentados neste m anual. entre outras coisas. Lem- 2 Do latim. a privação consiste em restringir o acesso de um organism o à substância que se pretende usar como reforçador. garantindo haver espaço de livre movimentação do braço com que vai pegá-lo. m ante­ nha o ambiente tranqüilo. aproxime sua mão lentamente na direção do rato. você deve tomar alguns cuidados bastante sim ples ao pegá-lo. Para evitar que isso ocorra. uma eventual mordida ou arranhão do rato não requer outros cuidados além de uma adequa­ da desinfecção da área atingida com água corrente abundante e sabão. pois os movi­ mentos bruscos assustam o animal (Figura V-i). Em situação de perigo. Basicamente. é com um colocarmos e tirarmos a mão da caixa repetidas vezes. sem fazer movimentos bruscos. A seguir. livre de sons altos. Coloque a gaiola onde o animal está alojado nas proximidades da caixa experim en­ tal. 3 Tendo ratos de procedência confiável. “ata­ cando” por cima. alguém muitas vezes maior do que ele e. Não faça isso. o rato pode procurar se defen­ der e escapar3. COM QUEM TRABALHAR: O SUJEITO EXPERIMENTAL 39 bre-se de que ele deve estar mais assustado do que você. risos e gritarias. e sendo estes mantidos em um biotério dentro dos padrões de higiene e controle de zoonoses. Em caso de hesitação. como outros predadores de sua espécie. I FIGURA V -l| Forma inadequada de se aproximar do animal. . Existem formas adequadas de se pegar o rato. sobre as costas do animal próximas ao pescoço deste. ajuste a descrição). . 71/ \ V' À A . pois você deverá envolver o rato com seus dedos. deixe-a parada aí por alguns instantes e. espalmada. ■/ — ■ tçy | FIGURA V-2| Aproximar-se do animal com as costas da mão. Atente para o posicionamento de sua mão. A ANÁLI S E DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O Em vez disso. apoie a palma de sua mão nas cos­ tas do anim al (Figura V-3). Imaginando que você seja destro (caso seja canhoto. o seu polegar direito deverá ser coloca­ do abaixo da pata esquerda do rato. coloque sua mão contínua e lentamente dentro da caixa. facilita o manuseio do animal. Aproveite a oportunida­ de e. encoste as costas de sua mão no dorso do animal. Apóie a sua mão. Fazendo assim . lenta e carinhosamente. o rato tende a se imobilizar. com firmeza. mas suavemente. fazendo-lhe algum carinho (Figu­ ra V-2). Seu dedo médio deverá estar abaixo da pata direita do rato (Figura V-4). vagarosamente. Seu dedo indicador deverá ser posi­ cionado entre a cabeça e a pata direita. COM Q U E M TRABALHAR: O SUJEI TO E XPERI MENTAL | FIGURA V-3| Posicionamento adequado dos dedos ao aproximar a mão para segurar o animal. FIGURA V-4 Forma adequada de segurar o animal. . A ANÁLI S E DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O Segurando o rato dessa forma. tome cuidado para que ele não esteja com as unhas presas em algum lugar (na grade da gaiola. você poderá quebrar as unhas do anim al ou até m esm o arrancá-las. mas gentilmente. nas bordas da caixa de experimentação etc. Quando for erguer o rato. empurre-o para dentro se necessário. ao menos por curtas distâncias. . para não machucá-lo (Figura V-5). Se estiverem presas e você puxá-lo. Após colocar 0 rato na caixa experimental. Segure-o com firmeza. pois isso mantém o anim al m enos agitado (Figura V-6). ao fim do experimento. tomando cuidado para não prender o rabo do animal na porta. Para transportá-lo. sem apertá-lo. Agora você poderá colocá-lo na caixa de experimentação ou. trazê-lo de volta para a gaiola-viveiro. FIGURA V- Forma inadequada de segurar o animai. apoie-o sobre sua mão esquerda. feche a porta desta caixa. você praticamente imobiliza o pesco­ ço dele evitando que ele possa virá-lo e também impedindo que você o machuque.). . você deverá preparar e manter no laboratório fichas de registro como mostra a Figura V-7. COM Q U E M TRABAL HAR: O SUJEI TO E XP ERI MENTAL \ | FIGURA V-é Forma adequada de segurar o animal. para manter a identificação dos ratos e registrar as etapas do trabalho que você realizará no decorrer dos exercícios de laboratório (con­ trole da história experimental do rato). Rato N9: Nom e d o aluno: Turma: Data Prática ! O b se rv açao Visto i FIGURA Modelo de ficha de identificação e acompanhamento dos exercícios de laboratório com ratos. fornecendo apoio a suas patas. Por fim . complete a ficha com a data de realização do exercício do dia. em ser sujeito da pes­ quisa. provavelmente não poderíamos dizer isso a elas. No entanto. A ssim que tiver sido feita a dis­ tribuição dos ratos devidamente identificados entre os alunos. nem sempre isso é completamente possível até que 0 experimen­ to esteja encerrado. o nome do exercício. fatores éticos. veja qual é o núm ero e o peso do seu animal e preencha o cabeçalho da ficha. pois esta informação pode prejudicar. imediatamente após 0 término de cada sessão experi­ mental. Este consentimento é.A ANÁLI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O Adquira e traga para o laboratório um a ficha pautada de cartolina nas dimensões aproximadas de 20 x 10 cm. A cada aula de laboratório. Como regra geral. Por exem plo. verbal. os participantes devem ser voluntários e consentir. O professor ou o monitor dará um visto em seus registros. que se atinja o objetivo da investigação. Caso queira saber maiores detalhes sobre o cuidado com os ratos e com a manutenção do biotério. caso estivéssemos interessados em estudar a freqüência com que as pessoas piscam seus olhos em situação natural. explicitamente. um a pesquisa não pode ser desenvolvida apenas com base em seu objetivo científico. Convocar sujeitos que consintam em participar de um a pesquisa implica em esclarecê-los devidamente sobre os objetivos do trabalho. essas considerações devem permear todo o processo de experimen­ tação. O objetivo da pesquisa é. O participante humano Todo e qualquer trabalho científico que envolva a experimentação com organism os vivos é norteada por diversos fatores que precisam ser considerados pelo experim entador ao planejar e executar a sua pesqui­ sa. bem como eventuais observações de ocorrências não previstas. A obtenção de participantes para um a pesquisa é um dos aspectos que antecede a experimentação e deve ser cuidadosamente planejada em conformidade com os seus objetivos. não raro. você poderá encontrá-los no Anexo 1. Quando se trata de estudos com crianças ou pessoas portadoras de defi­ ciência mental. muitas vezes. Em se tratando de experimentação com pes­ soas. se não inviabili­ zar. no entanto. incluindo o procedim ento que antecede e o que segue à experimentação em si. pois essa informação eliminaria a naturalidade da situa­ . No entan­ to. solicita-se que o participante ateste 0 seu consentimento por escrito. obviamente. por exemplo. um dos fatores centrais que norteia o delineamento e a execução de qualquer investigação. devem fazer parte de um conjunto de considerações. o consentimento é obtido por meio de seus pais ou res­ ponsáveis. outras informações devem ser fornecidas ao sujeito previamente ao início do experimento. A própria necessidade de que. A possibilidade de participar ou não do experimento. o experimentador deve fornecer ao participante as instruções ou diretrizes sobre o funcionamento da sessão. em notas. a qualquer momento. podendo deixá- lo. Sob nenhum pretexto devem ser dadas informações falsas. 1. sem a necessidade de fornecer qualquer ju s­ tificativa.”. no momento da sessão experimental. em cré­ ditos. Ao final do estu­ do.) à participação do sujeito. Entre elas. 5. Juntamente com os objetivos da pesquisa. é costumeiro explicar que questões adicionais serão respondidas após a realização do estudo. assim como sobre o esque­ m a em que esta será oferecida. . contudo. A inexistência de qualquer conseqüência danosa. para os resultados da pesquisa. 6. informações genéricas e m ínim as. para que o experimentador as leia ao sujeito. em qualquer meio de divulgação.. em pagamento de transporte para chegar ao local da pesquisa etc. havendo retribuição.. 2. Estas instruções devem. 4. A provável duração e 0 núm ero de sessões do experimento. nesse caso. ou para que ambas as possibilidades sejam executadas. portanto. todos os esclarecimentos devem ser fornecidos aos sujeitos. 3. Durante um a sessão experimental. deve-se. que o estudo possa trazer ao participante. certamente. No momento que imediatamente antecede 0 início de um experi­ mento. o sujeito deve ser informado sobre sua existência. dispensá-lo como sujeito do estudo. A garantia acerca de seu anominato por ocasião da divulgação dos re­ sultados da pesquisa pois. devem ser apresentadas ao sujeito para que ele m esm o as leia. a identifi­ cação dos participantes deverá ser sempre codificada. Se o participante insistir. A existência ou não de retribuição (em dinheiro. suas questões podem ser respondidas. caso o participante tenha questões acerca de algum aspecto sobre 0 qual não podem ser fornecidas informações antecipadas. Essas instruções são elabora­ das de acordo com o procedimento do estudo e. psicológica. for­ necem os esclarecimentos necessários para o momento. COM Q U E M TRABALHAR: O SUJEI TO E XPERI MENTAL ção. como “este estudo tem o objetivo de saber como as pessoas agem em diferentes situações que lhes sejam apresentadas. exercem um a importante influência na m aneira como a pessoa vai interagir com as condições experimentais. intervindo no objetivo de nossa pesquisa. contudo. de qualquer natureza (física. em objetos. ser redigi­ das antecipadamente pelo experimentador e. moral). algu­ mas informações mais específicas sobre o estudo terão de ser omiti­ das até a completa realização do experimento. Em geral. Seria o caso. este sujeito teria resultados diferenciados da população em geral em decorrência de sua história pré-experimental particular. para a sessão experimental. que é o comportamento auto-instruído. como vere­ mos adiante. o participante tem todo o direito de receber as informações acerca de sua participação no experimento e ter todas as suas dúvidas esclarecidas. tais como a história de vida do sujeito. Por exemplo. é desconhecida e que.A ANÁLI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O Ao final da pesquisa. as individualidades genotípicas. inform ar os resultados obtidos. estão envolvidos na realização de estudos com sujeitos humanos. fornecer detalhes do procedimento e. até mesmo. assim postos. à ses­ são experimental. este tipo de comportamento pode se referir a comporta­ mentos que ocorrem em função de regras formuladas pelo próprio parti­ cipante acerca das contingências em vigor na sessão experimental. nesse sentido. Como parte da rotina do experimento. manifesta-se no experimento. sua experiência passada com testes psicológicos no sentido de acreditar que a pesquisa deva se tratar de testes de inteligên­ cia ou de personalidade. mas pode não ser nossa variável de interesse e. a história de vida do sujeito experimental pode afetar os resultados de um estudo. vamos im aginar um procedimento de discriminação em que o participante receba pontos todas as vezes que . No entanto. Alguns outros aspectos. o modo como realiza a tare­ fa experimental (o que em si não é mal. Essas formulações estão estreitamente relacionadas com a história pré-experi­ mental do participante e podem ser incoerentes com aquilo que é propos­ to no experimento. prejudicar o entendimento de como esta atua). Um desses aspectos refere-se ao fato de que um a pessoa que partici­ pa de um experimento traz. U m outro aspecto relevante à experimentação com participantes hum anos diz respeito a um tipo de comportamento. caso seja de interesse do sujeito. esclarecer o objetivo da pesquisa. o expe­ rimentador deve estar à disposição para. Por exemplo. podem afetar. ao participarem de um a pesquisa feita por psicólogos ou estudantes de psicologia. por exemplo. Durante um experimento. para o experimentador. A despeito de qualquer crença que seja levantada. de submeter um a pessoa poliglota ou um estudante de lingüística a um a investigação sobre comportamento verbal. inevitavelmente. tragam. A participação em um experimento de um a pessoa com preocupações como essas. é muito com um que pessoas leigas. sua rica e muito individual história de vida que. inteligência e personalidade não seriam o foco de um estu­ do em Análise Experimental do Comportamento). nem todos os testes psicológicos referem-se à medida de inteligência ou de personalidade (na verdade. de algum a forma. a princípio tipica­ mente humano. Muito provavelmente. e o estado motivacional na tarefa experi­ mental proposta. de alguma forma. A ssim sendo. Reforçadores desse tipo são ditos generalizados porque normalmente funcionam como reforço para a maioria das pessoas. Por exem plo. u m elogio. sejam eles ratos. Ética e experimentação com organismos vivos: Considerações finais Em se tratando de experimentação com organism os vivos. tendo em vista sua história de vida específica. Em estudos com animais mantidos em biotério. para si. pombos. deve evitar procedi­ mentos que os submetam a sofrimento desnecessário. princípios éticos. pode ser constrangedor e até aversivo para um a pessoa muito tímida. durante o experimento. para um a determinada pessoa. de dinheiro. A obtenção de pontos. deve procurar utilizar sempre o m enor número possível de sujeitos. de elogios. Ao desenvolvermos um a pesquisa. Se o participan­ te formular. sejam eles seres humanos ou não. a despeito de privações ou necessidades específicas. de brin­ quedos (quando os sujeitos são crianças). sua função reforça- dora generalizada pode e deve ser confirmada na situação experimental. Isso ocorrerá não porque o participante não possa distinguir cores. estabele­ cem que o pesquisador. ou estudantes universitá­ rios. crianças. o procedimento de privação é empregado como um meio de se tornar altamente provável que certos elementos exerçam. mas porque não as julga relevantes. pois. eventualmente. devemos nos guiar sempre por princípios éticos que garantam que os sujeitos tenham seus direitos res­ guardados. ele nunca receberá pontos. deve mantê-los em . Por exemplo. No entanto. operações de privação não são utili­ zadas por razões éticas óbvias. a hipótese de que o importante para a execução da tarefa são as formas das figuras e não suas cores. função reforçado- ra. COM Q U E M TRABALHAR: O SUJ EI TO E XPERI MENTAL relaciona corretamente duas figuras considerando sua cor. é possível que um desses elementos não exer­ ça função reforçadora. ao trabalhar com animais. são empregados reforçadores generalizados de natureza social. mas não rece­ ba pontos quando as relaciona considerando sua forma. que para a m aioria das pessoas é um reforçador. Em experimentos com humanos. como form a de manter os participantes hum anos engajados nas tarefas experimentais propostas pelo experimentador. em vigor nos Estados Unidos e seguidos pela maioria dos laboratórios de Psicologia no Brasil. são exemplos de reforçadores sociais generalizados. de demonstrações de aprova­ ção. temos sempre que estar atentos às questões de natureza ética que envolvem o respeito à integridade física e psicológica dos participantes. na maioria das situações. e agir segundo ela. (APA.. Guidelines for Ethical Conduct in the Cart and Use o f Animais.5a. (1998). http: //www. assim como cursos de pós-graduação. encontram-se descritos os princípios norteadores para o trabalho e o cuida­ do com animais de laboratório. H. Ethical principies in the conduct o f research with human participants. A. H.) Experimental Analysis o f Behavior . APA (1992).. (1974). estabelecidos pela American Psychological Association (APA). I. Iversen e K. CA: Brooks/Cole. N. a APA também estabelece princípios éticos a serem seguidos (APA. N. Belmont.A ANÁLI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O condições adequadas de saúde e higiene etc.Exercícios de laboratório em Psicolo­ gia. 1999).html. 47. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APA (1999. C. LANE. Curitiba: Editora da UFPR. os transcreveremos neste manual. New York.apa. estão elaborando um código de ética para regulamentar o trabalho com seres hum anos em pesquisas de campo e de laboratório.org/sdence/anguide. 15 9 7 -16 11. (1991). M. H. Em relação a estudos e pesquisas com humanos. A. Edição. 1992). instruções fornecidas. GUIDI. P. A. Diversas sociedades científicas e profissionais.Part I. American Psychological Association. Em I. Lattal (Orgs. L. B. A. e BEM. Análise Experimental do Comportamento: Manual de laboratório . A laboratory manual for the control and analysis of behavior. São Paulo: Edart. GOMIDE. Elsevier. LEITURAS RECOMENDADAS ATOR. D. (1965). No Anexo 2. e WEBER. . No Brasil existe um código de ética para a atuação profissional do psicólogo. Os exercícios de laboratório com ratos e humanos apresentados neste manual levam em consideração os princípios éticos existentes.Subjects and instrumentation. procedimentos empre­ gados etc. Por serem menos conhecidos os princípios éticos para o trabalho com animais. novembro). e todas as pessoas que venham a estar envolvidas de alguma forma com estes exercícios deveriam igualmente assum ir o compromisso de respeitar e divulgar tais princípios. no que se refere às variáveis estudadas. D. American Psychologist. porém esses são mais conhecidos e dispensam transcrição. e BAUERM EISTER. evitando-se condições estres- santes para estes. deve haver um bioterista especialmente treinado para o exercício desta função. o que pode levar a um m anuseio inadequado que cause desconfor­ to ao animal. Por motivo de higiene e saúde. preferencialmente. no biotério deve ser proibido o consu­ mo de alimentos e bebidas. Contudo. seria recomendável que luvas de borracha fossem utilizadas durante a lim peza de gaiolas de anim ais e de bandejas de detritos. Um deles refere-se à localização do biotério que.Breve nota sobre a manutenção de um biotério de ratos lgun s cuidados especiais devem ser tom ados com relação à m a n u ­ tenção de u m biotério para ratos e aos cuidados para com esses sujeitos experim entais. o transpor­ te dos anim ais pode ser feito rapidamente. A ssim . Tam bém por razões de saúde dos anim ais e das pessoas que entram em contato com eles. deve estar próximo do laboratório. todo biotério deve estar sempre sob a responsabi­ lidade e supervisão de um docente. Tam bém para evitar o estresse dos anim ais. os locais onde estes permanecerem algum tempo (no laboratório ou no biotério) devem ser silenciosos e arejados. Não é recomendável o uso de luvas de qualquer espécie no m anuseio destes anim ais pois estas dim inuem a sensibilidade de nossas mãos. . Para o cuidado dos anim ais e a manutenção e lim peza geral do bioté­ rio. assim como deve ser terminantemente proi­ bido fumar. Não recomendamos bicos de vidro uma vez que esses quebram-se com facilidade. o que os torna m ais ativo à noite. cuja composição básica é balanceada (milho. os animais adultos ficam normalmente acomodados em gaiolas individuais onde recebem água e comida. fósforo bicálcico. e umidade relativa do ar entre 40 % e 70% . A comida dos ratos deve ser balanceada. farelo de trigo. A troca de água das garrafas deve ser diária. adequada para mantê-los em condições saudáveis1. muitas vezes. ferindo animais e/ou quem os manu­ seia. carbonato de cálcio. Este arejamento deve ser feito por exaustores comerciais. A ANÁLI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D ÁTI C O Condições ambientais do biotério As dependências do biotério devem ser mantidas à temperatura ambiente entre 18 e 27 graus centígrados. Alojamento No biotério. O bio­ tério deve ter um bom sistema de arejamento do ambiente que garanta a troca de ar. têm alta sensibilidade à luz). dentro do biotério. tanto em sua intensidade (os ratos usados são albinos e. quer para a lavagem de garrafas de água e gaiolas. sob baixa luminosidade. farelo de soja. A água forneci­ da deve estar em garrafas plásticas de aproximadamente 200 ml de capacidade. marca PURINA. por exemplo). No entanto. esses podem ser de 14 e 10 horas. No biotério. os períodos de dia e noite (estes são. A luminosidade tam ­ bém deve ser controlada. Os ciclos claro-escuro são um a variável muito importante em estudo de ritmos cir- cadianos. . para se ajustar aos trabalhos de um laboratório. A garrafa de água deve receber 0 mesmo número de identificação que consta da gaiola. de 12 horas de luz acesa intercaladas com 12 horas de luz apagada. quanto ao ciclo claro- escuro que determina. e deve ser tomada acessível aos animais através de bicos inseri­ dos na parte frontal das gaiolas. normalmente. é necessário haver pelo menos um a pia com água corrente disponível quer para higiene pessoal das pessoas que utili­ zam o biotério. farelo de arroz cru. prote- 1 Existe atualmente no mercado a ração comercial Labina. e guardada em reservatórios fechados. Os ratos são organism os noturnos. farinha de carne. As janelas devem ser protegidas por persianas de alum ínio que pos­ sam manter 0 biotério livre de claridade excessiva. para evitar-se uma eventual propagação de doenças entre os animais. Cada gaiola deve ser clara­ mente identificada por um número em etiqueta metalizada. uma vez que as janelas devem permanecer fechadas para evitar a entrada de insetos e outros animais. sal e pré-mix) e enriquecida com vitaminas. portanto. Nesse caso. pois. a sua gaiola deve ser lim pa e desinfetada antes de receber um novo animal. eventualmente. Esta forração deveria ser trocada freqüentemente (três vezes por semana seria o ideal). fungos e odores). por exemplo). seria bastante recomendável que os ratos recebessem periodicam en­ te suplem entos vitam ínicos (Vitagold. pois m ateriais porosos . As garrafas de 2 Autoclave é um equipamento que lava e esteriliza materiais em condições de pressão e temperatura elevadas. As gaiolas devem possuir chão vazado que permita que os dejetos caiam em um a bandeja logo abaixo. o fundo da caixa é forrado com serragem de madeira autoclavada2. Higiene do biotério U m fator muito importante para a m anutenção das condições sau­ dáveis aos anim ais é a higiene do biotério. A ração colocada no chão de um a gaiola fatalmente entrará em contato com urina e dejetos. é essencial que as bandejas de detritos localizadas sob as gaiolas sejam forradas com papel e que este seja trocado diariam ente. deve-se evitar colo­ car mais do que seis ou sete pelotas de ração por dia em cada gaiola. quanto mais espaço ocuparem.perm item o acúm ulo de sujeira e proliferação de bactérias. . os procedimentos de lim peza e desinfeção das suas gaiolas (e. Nesse caso. tornando-a inútil do ponto de vista nutricional). Quando um rato for eliminado. não perm anecendo em contato com o anim al.m adeira. Além da ração balancea­ da. No caso de haver animais doentes ou com suspeita de alguma enfermidade. É recomendável que a ração que vai ser colocada nas gaiolas o seja em recipientes suspensos nas paredes laterais destas. por exemplo . das gaiolas próximas) devem ser executados com maior freqüência. Em m uitos biotérios. livre de um idade e de luz direta do sol (umida­ de e luz direta degradam os m inerais e vitam inas existentes na ração. as gaiolas são gavetas que se encaixam em estantes. Se o uso de um recipiente suspenso não for possível. am bas de aço inoxi­ dável (a propósito. estas devem ser lavadas fre­ qüentemente e banhadas em solução desinfetante (Obanol ou Marcosol) diluída em água. Existem biotérios em que os ratos ficam alojados em caixas de poli- propileno com fundo não vazado. Quaisquer que sejam as gaiolas usadas. dentro de um biotério é recom endável que o m obi­ liário seja sem pre de metal. tanto m aior a probabilidade de serem contaminadas. principalm ente quando submetidos a períodos longos de experimentação (acima de oi­ to meses).BREVE N O T A S O B R E A M A N U T E N Ç Ã O DE U M B I O T É R I O DE R A TO S 51 gida de outros anim ais. A N E X O > . Por isso. As informações referentes a cada . estes podem. para prom o­ ver a adaptação dos animais que chegam ao novo local de alojamento. ser incor­ porados ao biotério. de outros centros de pesquisa ou de fornecedores particulares. antes. e animais de diferentes espécies devem estar em salas separadas. livre de m anuseios.caso haja condições físicas e pessoas habilitadas para isso. geralmente. O biotério. portas e janelas do biotério devem ser lavadas com produto bactericida. idealmente. U m a vez por ano. aquisição. todas as gaiolas devem ser esterilizadas e as paredes. assim como os recipientes de comida devem também ser lavados e desinfetados.. Caso sejam encontrados animais nessas condições. é um local em que as zoonoses encontram-se controladas. Criação. é aconselhável deixá-los cerca de cinco ou seis dias em adaptação ao novo ambiente (sala de quarentena). logo após a chegada de ratos pro­ venientes de fornecedor externo. além de outros eventuais fatores mais específicos (sazonalidade do fornecedor. Quando for necessário introduzir no biotério animais vindos de fora. caso isso seja necessário. eles não devem ser usados como sujeitos experimentais. por exemplo). então. deve-se examinar os animais procurando-se verificar ocorrências de anomalias físicas bem como de doenças. Após terem passado pela quarentena e ter-se garantido que os animais recém-chegados encontram-se saudáveis. como o início do semestre letivo. No período que inicia a quarentena. o período de quarentena ou adaptação ao biotério (veja abaixo). A entrada de ani­ m ais estranhos ao biotério deve ser terminantemente proibida. Passado esse período. quarentena Os ratos albinos usados em laboratório podem ser criados no próprio biotério . e para submetê-los a um tratamento preventivo. A quarentena é importante para prevenir que os animais que chegam tragam doenças. os ratos devem ser pesados e esta informação anotada ao lado de seu núm ero de identificação. com água e comida à vontade. a idade que os animais deverão ter (10 0 -120 dias) no início das aulas. passar por um período de isolamento (quarentena). estes deverão. em um a sala específica para esta finalidade. Quando adquiridos externa­ mente.A ANÁLI S E DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T O R I O D I D Á T I C O água e seus bicos. A seguir. ou podem ser adquiridos externamente. deve-se tomar um especial cuidado em relação ao contato dos anim ais do biotério com animais externos. um a vez que a criação de animais para pesquisa exige conhecimentos técnicos . eles deverão ser encomendados com antecedência considerando- se vários fatores. pode ser tratada com soluções de Neguvon diluído em água. Cuidado deve ser tomado para não molhar o focinho. Núm ero de identífícaçao dos animais e seus pesos Data 01 02 03 04 05 06 O bservação A saúde dos animais A manutenção adequada do biotério previne o surgim ento de enfer­ midades nos animais. Um modelo de folha de pesagem para uso diá­ rio é apresentado abaixo. data de chegada ao biotério (caso tenham procedência externa). um tratamento para essa doença. Ao pri­ meiro sinal de anormalidade. é a labirintite.A N E X O 1 . deve-se solicitar ajuda especializada. as pessoas que m anuseiam os anim ais devem estar atentas ao comportamento e ao estado físico geral dos m esm os. com a ajuda de um algodão. porém rara. Esta solução deve ser aplicada na região da pele afetada. corrimento nasal e respiração obstruída..devem ser anotadas em um diário de biotério.origem. O animal passa a andar com a cabeça inclinada lateralm en­ te. A prevenção da sarna requer a manutenção da lim peza no biotério.doença de pele estreitamente correlacionada com am bien­ tes sem higiene e com alimentação inadequada . e observações acerca do desenvolvimento e eventuais problemas de saúde . pois não há. Expô-los a alterações bruscas de temperatura pode facilitar o aparecimento de doenças respiratórias cujos sintomas freqüen­ tes são espirros. urina e restos de alimento de um anim al não entrem em contato com outro. os ratos devem receber água e comida à vontade. É alta­ mente recomendável que o biotério conte com serviços de um médico veterinário com experiência no trato com estes animais. maior cuidado para que dejetos. Como regra. Este animal deve ser eliminado imediatamente. quando suspenso pelo rabo dobra-se formando um ângulo com este. A sarna . Durante a quarentena.BR E VE N O T A S O B R E A M A N U T E N Ç A O DE U M B I O T É R I O DE R A T O S rato . ainda. data da pesagem. data de nascimento. Exemplo de folha de diário de biotério para controle de peso e do estado geral dos ratos. de rápida propagação. Um a doença altamente infecciosa. a execução do procedimento de quarente­ na. e o fornecimento de alimentação balanceada aos ratos. olhos e conduto auditivo dos animais. . trabalharemos com privação de água. com seu medo. Quedas bruscas de peso podem indi­ car presença de enfermidades. em que as sessões experimentais ocorrem um a ou duas vezes por semana. pois. seus pesos devem ser registrados. pegar o animal pelo cangote. 0 m anuseio é um a oportunida­ de para um a inspeção do estado geral de saúde dos ratos. por meio do controle do peso. diante de um animal agressivo. A A N Á L I S E D O C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O Controle de peso dos animais Durante sua estada no biotério. o esquem a de privação recomendável seria controlar o acesso dos anim ais à água dei­ xando-a disponível por apenas 15 minutos diários. pelo menor tempo possível (e nunca para transportá-lo). como se pega um gato. os ratos devem ser pesados diaria­ mente. a pesagem diária é um controle experimental. pela sua mansidão. Durante períodos de experimentação. Algumas dessas formas são. No diário de biotério. Isto não deve ser feito pelo aluno. Ratos que estejam muito agressivos e que apresentem dificuldades de manuseio podem. provocar reações de ataque por parte desses animais. deve chamar o professor3. Se a natureza das manipulações experimentais exigirem. Nesses 3 Recomendamos que fora do período de aula o professor e/ou o bioterista manuseiem adequadamente o animal para que ele volte a seu estado de mansidão. Com isso. Além disso. entre outras. pelo m enos. Após os exercícios. algum aluno pode. o que facilitará mais tarde o trabalho dos alunos. 50 minutos. Manuseio dos animais: Informações adicionais Cinco ou seis dias após a chegada dos animais ao biotério. Para ratos utilizados em laboratório didático. Contudo. Ratos albinos foram selecionados no mundo inteiro como sujeitos experi­ mentais ideais. pode-se acompanhar a saúde dos animais. ser pegos pelo rabo. em regime de priva­ ção. de preferência nos m esm os horários. enquanto durar o experimento. entre outras características. os anim ais acostumam-se a ser manipulados e ficam mais m ansos e dóceis. os anim ais devem ter livre acesso à água por. Nos exercícios propostos neste manual. ou pelo rabo. Formas inadequadas de se pegar o rato provocam desconforto e agres­ são e devem ser evitadas a todo custo. que. Nas 24 horas que ante­ cedem 0 início das sessões experimentais os anim ais não devem receber água (recomendamos o aumento desse período para 36 horas antes da sessão de modelagem). é recom en­ dável iniciar seu m anuseio diário. . o animal deverá permanecer. é importante. o rato costuma ficar menos agitado. enquanto o professor corrige erros de manuseio e apresenta modelos adequados. enquanto ele é mantido firme. colocando-o na palma da mão ou no braço. Após apresentar o rato albi­ no para a classe. o professor demonstrará como manuseá-lo corretamen­ te. nunca pelo meio ou pela extremidade.A N E X O 1 . ter a oportunida­ de de pegar seu animal. para que se evite quebrar o rabo do animal e machu­ cá-lo ainda mais. Com essa segurança extra. explicando detalhadamente a maneira adequada de pegar e transportar esse animal.BREVE N O T A S O B R E A M A N U T E N Ç Ã O DE U M B I O T É R I O DE R A T O S casos. Recomendamos que antes de os alunos começarem a trabalhar com o animal experimental o professor reserve um dia para ensiná-los a forma correta de pegar e transportar esses animais. Um a dica para facilitar o manuseio do animal é dar-lhe apoio para as patas. Cada aluno individualmente deveria. procurar segurar o animal pela parte do rabo mais próxi­ ma ao corpo. então. junto ao corpo. . preso pela outra mão. Se a natu­ reza de um estudo requer a sobrevivência do animal. I962. Os cuidados pós-operatórios dispensados a anim ais devem m inim i­ zar seu desconforto durante a necessária convalescência. adotando-se para tanto práticas aceitáveis. devem ser utili­ zadas técnicas adequadas para evitar infecções. 1 Texto traduzido do original “Guiding principles for the humane care and use o f animals” . Procedimentos cirúrgicos devem ser feitos sob anestesia adequada. 4. 2. Um a pesquisa que submeta anim ais a desconforto deve ser conduzida apenas se o pesquisador estiver convencido de que tal desconforto é necessário. American Psychological Association. Se o estudo não requer a sobrevivência do animal. elaborado pelo Comittee on Precautions and Standards in Animal Experimentation. sendo que os procedimentos m ais invasivos devem ser realizados sob anestesia geral. desconforto aos anim ais expe­ rimentais. e condições ambientais higiênicas. Os cuidados e a alimentação de todos os anim ais experimentais devem ser feitos de acordo com práticas de laboratório aceitáveis e devem levar em consideração conforto físico. ao final da cirurgia. AN EXO 2 Princípios norteadores para o trabalho e o cuidado com animais de laboratório1 1. 5. na medida do possível. e a importância da pesquisa o justifica. Deve-se evitar. sob anestesia local. . e os menos invasivos. Todos os anim ais submetidos à experimentação devem ser adquiri­ dos dentro da lei. tratamento respeitoso. este deve ser eliminado de um a form a humanitária. 3. sua manutenção deve ser feita estritamente de acor­ do com as leis e regulamentações locais e federais. quer visando sua formação quer o avanço da ciência. 8. a respon­ sabilidade de sanar a situação e evitar que ela se repita. Violações das regras acima devem ser imediatamente comunicadas ao responsável pelo laboratório.P R I N C Í P I O S N O R T E A D O R E S P AR A O T R A B A L H O E O C U I D A D O C O M A N I M A I S DE L A B O R A T Ó R I O 6. se assim considerar necessário. bem como. a quem cabe. U m a cópia dessas regras deve ser afixada em todas as salas em que estejam alojados anim ais e onde sejam conduzidos experimentos com animais. por sua vez. 7. . de comunicar a outras autoridades ad­ ministrativas o ocorrido. As regras para a condução desse tipo de trabalho devem ser as m es­ m as para a condução de pesquisas. No caso de anim ais serem utilizados por estudantes.A N E X O 2 . seu trabalho deve ser super­ visionado diretamente por um professor ou pesquisador experiente. mas. é o laboratório. Como estamos trabalhando com seres vivos. Para estudarmos o comportamento dos organism os não hum anos na situação controlada de laboratório. luzes intensas. odores fortes são alguns exemplos de inter­ ferências que não devem existir em um laboratório. . Um ambiente onde deva ser possível manipular. As caixas operantes caracterizam-se por serem suficiente­ mente sim ples e por permitirem que as unidades mais básicas da relação funcional entre as ações do organism o e seu ambiente sejam evidencia­ das. estuda-se o comportamento operante. 1938). movimentação. F. a Análise Experimental do Comporta­ mento faz uso de equipamentos muito particulares da área. caixas operantes1. Skinner. seu idealizador. as chamadas caixas de estudo do comportamento operante ou. Nelas. calor ou frio. deve ser feito em um ambiente especial. Esse local. em I938). sim plesm ente. as variáveis que fazem parte do estudo do fenômeno de nosso interesse. suas leis e seus princí­ pios. excesso de ruídos. sistemática e planejadamente. o estudo científico desse comportamento. 6 Onde trabalhar: O ambiente experimental estudo do comportamento pode e deve ser feito em qualquer situação. o local que serve como laboratório deve ser livre de interferências indesejáveis aos nossos estudos. que é o comportamen­ to que opera sobre o ambiente modificando-o e que é modificado pelo resultado dessa operação sobre o ambiente (Skinner. tipica­ mente. De modo geral. 1 As caixas de estudo do comportamento operante são também denominadas caixas de Skinner (uma referência a B. Barra de respostas 11. Argola 3. sons. e as variáveis relativas às ações dos organis­ m os são medidas em função das nossas manipulações no ambiente. No interior de um a caixa de condicionamento operante. do tipo mais freqüentemente encontrado no Brasil2. Porta e teto transparentes 7. "Concha” d'agua 12. Unidade de controle do bebedouro 14. Lâmpadas 5. as caixas operantes permitem a identificação. Fio de energia elétrica 10. Alto-falante 2. seguem o protótipo das caixas norte-america­ nas dos anos 6o. A Figura V I-1 ilus­ tra um a caixa de condicionamento operante para ratos. Mecanismo do bebedouro intensidade luminosa | FIGURA VI-1| Caixa de condicionamento operante para ratos contendo acessórios que podem fazer parte do equipamento utilizado em práticas específicas descritas neste manual. Cronômetro 4.) e para a mensuração dos efeitos que essas m ani­ pulações têm sobre o comportamento dos organismos. Bandeja de detritos 8. o con­ trole e a manipulação de variáveis experimentais.São Paulo. originalmente fabricadas pela FUNBECC . Assoalho engradado 9. há recursos para a manipulação de eventos ambientais (apresentação e retirada de luzes. água etc. comida. as variáveis ambientais são m anipuladas. Reservatório d'agua 13. . 1. 2 Estas caixas. Em geral. Unidade de controle da 6.■ A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Por constituírem um ambiente relativamente sim ples para o estudo do comportamento. Na situação de repouso. quando sofre um a força em sua parte superior. que são de material transparente (vidro ou acrílico) e permitem observar o anim al (Item 1 na Figura VI-1). Quando estudos envolvem o comportamento humano. seja claro. mas exigem um a filmadora ou um observador hum ano. sua latência. que não seja ambígüo quanto à sua ocorrência. ONDE TRAB ALHAR : O AMB IENTE EXPERIMEN TAL Um a caixa de condicionamento operante padrão tem as dimensões aproximadas de 25. de metal (aço anodisado fosco ou alumínio) exceto a porta e o teto. à disposição do animal.0 cm. sua força. A depender da espécie de organis­ mo estudada.0 cm x 20 . ou “bicar” . no caso da barra dos ratos. é um disco de acrílico iluminado. Em caixas de ratos. inclina-se. Em um a caixa operante. apontar e clicar com o mouse ou um joystick. Suas paredes laterais são. localizado na parede lateral da caixa. tais como. tocar o monitor de vídeo equipado com um a tela sensível ao toque etc. gesticular etc. por sua duração. sua forma. Alguns componentes das caixas ope­ rantes dependem de energia elétrica para funcionar.0 cm x 20 . de modo que os dejetos dos anim ais passem por entre as barras (Item 2) e se depositem em um a ban­ deja localizada logo abaixo (Item 3). sua fre­ qüência etc. e um a variedade de respostas pode ser empregada. . por exemplo. no caso dessas respostas. Em caixas de pombos. este manipulando tem form as e m ecanism os de atuação diferentes. a caixa operante precisa ser conectada a um a tomada elétrica (Item 4). manipulandum (plural: manipu- landa) e operandum (plural: operando). 4 Com equipamentos tecnologicamente avançados. a função de qualquer manipulando é dispo­ nibilizar ao organism o a possibilidade de emitir um comportamento que. em latim. como falar. o principal manipulando é um a barra situada a cerca de 6 cm do assoalho da caixa (Item 5). As ações de um organismo vivo podem ser medidas de diferentes maneiras. usando um computador. olhar. Outras respostas podem ser registradas. Por isso. e que possa ser facilmente mensurado. o m anipu­ lando. bem definido. encontra- J Outros termos usados para se referir ao manipulando de respostas são. O chão da caixa é formado por barras cilíndricas dispostas paralelamente. a barra mantém-se paralelamente ao chão. um ou m ais m anipulandos3 de respostas. em geral.4. onde os pombos podem bicar. A caixa operante é construída para avaliá-las em termos de sua freqüência de ocorrência. No interior de um a caixa operante existe. hoje em dia é possível registrar respostas que não têm efeito mecânico sobre o ambiente tal como. pressionar diferentes teclas do teclado. no caso do disco dos pombos) são derivadas do tipo de m ecanis­ mo do m anipulando empregado que. para o experimentador. Tais características da resposta (“pressionar”. em geral. um a saleta é usada como ambiente experimental. enquanto o m anipulando é mantido presssionado. 5 Um micro-interruptor é um a pequena chave eletromecânica situada do lado de fora da caixa que. o m ecanism o elétrico passa m omentaneamente ao estado ligado. Nas caixas operantes de ratos. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO se acoplado a um micro-interruptor5 (Item 5 na Figura VI-2). acende e apaga uma lâmpada. quando mecanicamente acionado. um a função atribuída ao micro-interruptor ligado à barra de respostas é controlar o acionamento do m ecanism o do bebedouro (Item 6 na Figura VI-i). Em sua posição normal. Porque se trata de um componente mecânico. A função básica deste micro-inter­ ruptor é atuar como um a chave liga-desliga. Unidade de controle do bebedouro 5. . ele mantém-se no estado ligado. desligado. Barra de respostas 2. Solenóide \ FIGURA Vl-2| Mecanismo de acionamento do bebedouro em visão frontal detalhada. Reservatório d'água 4. liga um mecanismo elétrico. “Concha" d'água 3. Quando é acionado por meio da resposta do sujeito ao manipulando den­ tro da caixa. o acionamento do micro-interruptor é acompanhado por um clique sonoro. Uma chave com uma função semelhante a um micro-interrup- tor é o interruptor de luz que. sob efeito de uma força mecânica. 1. Micro-interruptor 6. este componente mantém o m ecanism o elétrico a ele conectado. ONDE TRABALHAR : O AMBIENTE EXPERIMENTAL Nas caixas operantes. Figura VI-2). e enquanto ela lá permanecer. ruído sonoro gerado pelo acionamento do micro-interruptor. quando o bebedouro é desativado. colocada a chave na posição M. basicamente. tem efei­ tos importantes sobre o comportamento dos sujeitos. o acionamento do bebe­ douro permanecerá no modo automático. As caixas operantes devem possibilitar duas form as de ativação do bebedouro. tornando a água acessível ao rato. A ativação do bebe­ douro é acompanhada por um ruído sonoro que. quando energizado pela corrente que deixa passar o micro- interruptor. Figura VI-2). O m ecanism o do bebedouro localiza-se na parte externa da caixa operante. o bebedouro permanecerá des­ ligado (D). Assim . elas podem variar em alguns aspectos de sua aparência. Um a delas é aquela acima mencionada. isto é. enche a “concha” com água e. pelo animal. encaixando-se na abertura do chão da caixa. porém esta quantidade pode variar em diferentes caixas a depender do fabricante. de um a gota d’água produzida pelo acionamento do bebedouro. Esta concha é acessível de dentro da caixa operante através de um a pequena abertura no chão da caixa experimental. e acionamento do bebedouro). Este pistão está ligado a um a haste a qual é. o braço do bebedouro m ergulha m omentaneamente no reservató­ rio. como conseqüência. Quando o bebedouro é ati­ vado. por meio de um a resposta de pressão à barra. A chave de controle externo do bebedouro pode ser colocada em três posições. Se colocada posição “para cim a” (A). a gota d’água fica à disposição do rato. Figura VI-2). Abaixo da haste há um reservatório de água (Item 3. no interior da caixa. Figura VI-i e Item 2. como se verá. retorna à posição anterior. há um a peque­ na “concha” (Item 7. Por exemplo. Se colocada na posição central. Na extremidade desta haste. o bebedou­ ro permanecerá mergulhado no reservatório de água. a maio- . no interior da caixa. ao passar para a posição A ou D. Outra form a de acionamento do bebedouro se dá externamente pelo experi­ mentador pelo acionamento de um a chave na unidade de controle do bebedouro (Item 9. Entre as alterações ambientais derivadas da resposta de pressão à barra. O tamanho desta concha é variável. O ideal é que ela comporte de 0. a principal delas é a apresentação.02 a 0 . então. Desse modo. respostas de pressão à barra emitidas pelo rato produzem. Figura VI-i e Item 4. a haste do bebedouro voltará à sua posição norm al e a “concha” cheia de água se elevará até o chão da caixa operante. Existem diferentes modelos de caixas operantes e.0 6 m l de água. ocorrerá cada vez que a barra no interior da caixa operante for pressionada. Se colocada na posi­ ção “para baixo” (M). movimenta um pistão. movimentada. por isso. alterações ambientais (deslocamento da barra. É composto. o acionamento do bebedouro será m anual. isto é. por um solenóide (Item 6 na Figura VI-2) que. Figura VI-i). ou fre­ qüências (Item 12. Além das caixas operantes que fornecem 0 ambiente experimental com que vamos trabalhar. fazem parte do material necessário para a rea­ lização dos exercícios propostos neste manual. o qual. As caixas de condicionamento operantes de ratos. os sons de um a caixa podem interferir em outra e vice-versa. Em algumas caixas operantes. planilhas de registro de . pode haver outros m anipulandos. já foi dito. em qualquer caixa operante você irá encontrar as m esm as características funcionais básicas. Em relação aos estím ulos lum inosos. é possível empregar estímulos sonoros de diferentes naturezas (som contínuo e pulsante). A barra de respos­ tas. podem também possibilitar a apresentação de outros eventos em seu interior. você pode utilizar um relógio que seja de fácil leitura e que marque segundos. No entanto. Os valores interm ediários 2 . a lâm pada se acendará com a m enor intensidade possível. a m aior intensidade.A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO ria é fabricada em alumínio. que o rato pode tocar ou passar pelo seu interior (Item 13. em um laboratório didático em que mais de um a caixa é usada ao m esm o tempo. Por isso. Alguns laboratórios usam um cronômetro (Item 14. No interior da caixa. m as todas efetuam as m esm as operações matemáticas básicas. a argo­ la não é conectada ao bebedouro. Estes eventos são. Variam-se os modelos. as caixas operantes podem ter um a lâm pada presa externam ente a seu teto (Item 10 . m as algum as são de aço. é retangular e achatada. apertando-se o botão 5. comprometendo os exercícios de todos. além da barra. Apesar das diferenças que possam existir entre diferentes modelos. 0 controle manual externo do bebedouro (M) deverá ser usado. Figura VI-i). é cilíndrica. A argola é colocada no centro da caixa por uma fixação no teto à qual fica dependurada. Figura VI-i). será necessário contar a passagem do tempo. a não ser que se garanta um adequado isolamento acústi­ co. para isso. respostas à argo­ la podem ser conseqüenciadas por um a gota de água mas. é transparente. tal como um a argola. em outras. A caixa de controle padrão possui cinco botões (geralmente num erados de 1 a 5). Figura V I-i). Caso seja de interesse. 3 6 4 geram intensida­ des interm ediárias. Por m eio de um a caixa de controle que altera a resistência da corrente elétrica que passa pela lâm pada (Item 11. além de contarem com um a barra na qual respostas produzem a apresentação de água. estímulos lum inosos ou sonoros. Caso o seu não disponha de um. Apertando-se o botão 1. intensidades. O m esm o acontece em relação a um a calculadora. Diferentemente da barra. em geral. o uso de sons como estímulos é desaconselhado nesses laboratórios. pode-se gerar lum inosidade em diferentes intensidades no interior da caixa. Para a realização de alguns exercícios propostos no presente manual. Figura VI-i). em alguns modelos. disponíveis comercial­ mente. e o compu­ tador. repassa as instruções. Acreditamos que. o aluno observa mais atentamente o comportamento do m esm o e entra em contato direto com as contingên­ cias experimentais e os efeitos da manipulação das variáveis ambientais sobre o comportamento do organismo. Informações complementares. Existem caixas de condicionamento operante... No Anexo 3 você encontrará notas adicionais sobre o equipamento básico de condicionamento operante. N E de pressões à barra Freqüência Freqüência Ns de absoluta acum ulada reforços 1 X X X ///X / / X X // / // / X X X 20 20 9 2 //////X ///X //X ////X /// 22 42 4 3 ! 11X1 í i 111IX X X I11X11111 23 65 5 4 /1/X/// / X/X/ / ÍXI I I/ 1? 84 4 5 ///X //////X //X /X X ///// 22 106 5 6 X X X / / 1X11X I I X ! 1111! 1 20 126 6 7 . aconselhamos que os professores auto­ m atizem apenas parcialmente a coleta de dados e m antenham o registro manual. por sua vez.. Nas caixas operantes computadorizadas. no entanto. ao controlar as contingências na caixa e ao registrar as respostas do animal. O experimentador dá a instrução ao computador sobre a tarefa que este deve executar (programa). . nas quais a manipulação dos eventos ambientais é feita por meio de um computador ligado à caixa. . Para fm s didáticos. Nas planilhas de registro iremos m arcar as ocorrên­ cias do comportamento de interesse.. Data: / / Anim al Ne Privação: h _______ Aluno: Prática: Início: h min Fim: h min Duração: min M in . sob a form a de sinais elétricos. ONDE TRABALHAR : O A MBIENTE EXPERIMENTAL dados (Figura VI-3). in- . à caixa.. | FIGURA Vl-3| Modelo de uma folha de registro semelhante às que serão usadas para coleta de dados nas práticas de laboratório descritas neste manual. a ocorrência de determinados even­ tos ambientais. e a passagem do tempo.. o registro do comporta­ mento do animal também pode ser um a tarefa atribuída ao computador. New York: Appleton-Century-Crofts. A.A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO cluindo a descrição de equipamentos utilizados m ais freqüentemente em laboratórios de pesquisa (registrador de respostas acumuladas. Experiments in operant behavior. (1991). Iversen e K. SKINNER. Em I. A.Part I. New York: Elsevier. .) Experimental Analysis o f Behavior . F. caixas de condicionamento para pombos. (1938). B. “ Subjects and instrumentation”. REFERg N C|A5 BIBLIOGRÁFICAS ATOR. N. entre outros). New York: Appleton-Century- Crofts. (1967). H. você poderá encontrar mais informações em Ator (1991) e Reese (1967). P. The Behavior of Organisms. Lattal (Orgs. E. REESE. sua lim peza deve ser feita com um a esponja de aço. o interior da caixa. As caixas também devem passar por uma vistoria periódica para se detec­ tar qualquer mau funcionamento das mesmas. Especial cuidado deve ser dado à lim peza das barras que constituem o chão da caixa expe­ rimental.São Paulo. Aos leitores interessados em adquirir equipamentos. são bem mais sofisticados que os nacionais. . Isto é especialmente importan­ te de ser feito antes do início do semestre letivo. um a certa quantidade de limo poderá se formar. contando por vezes com recursos que os tomam aptos para a realização de pesquisas. Mello Moraes.05508-900. O papel toalha que forra a bandeja de dejetos deve ser descartado e a bandeja deve ser lavada diariamente. as caixas de condicionamento operante deverão ser lim ­ pas e higienizadas. Existem fabricantes nacionais e estrangeiros de equipamentos para estu­ do do comportamento operante. as paredes e as barras cilíndricas que com põem o chão da caixa devem ser lim pos com sabão neutro ou álcool. O reservatório de água sob o bebedouro deve ser esvaziado e guardado seco. como na parte inferior das barras. AN E XO 3 Notas adicionais sobre o ambiente experimental A pós a utilização. SP . o bebedouro. caso contrário. Periodicamente. O mecanismo de bebedouro das câmaras operantes freqüentemente apresenta desajustes mecânicos gera­ dos pela sua própria utilização . os m anipulandos de respostas. colocamo-nos à disposi­ ção1 para indicar aqueles que recomendamos e aqueles que sugerimos evitar. normalmen­ te computadorizados. Av. O aperto de parafusos que prendem a barra de respos­ tas é um outro item que deve ser freqüentemente revisado.a propósito. que deve ser passada tanto na parte superior. Em geral. Departamento de Psi­ cologia Experimental. Os equipamentos estrangeiros. Prof. os ajustes necessários no equipamento são feitos regulando-se a pressão de parafusos e porcas. todo laboratório deveria contar com ferramentas básicas como chaves de fenda e alicate de ponta e corte. I72I . 1 As pessoas interessadas podem enviar correspondência para o Instituto de Psicologia USP. tendo em vista determinadas características da situação. 10/30=0. medidas. ajudando-nos a prever e possivelmente a controlar o fenôm eno de interesse. Algum processamento das medidas brutas pode ser necessário ou para “cor­ rigi-las” . As observações feitas e suas medidas são denominadas dados brutos. no início do ano letivo. Se as duas professoras trabalharam com classes de 30 alunos. Como informar sobre o trabalho realizado Contando e processando a contagem Qualquer form a de conhecimento científico só avançou significativa­ mente. em si nada significam . antes de m ais nada. Eu preciso verificar. como que o evento. . por meio de procedimentos confiá­ veis que garantam tanto que a contagem efetuada seja verdadeira. ou seja. ou para torná-las comparáveis a outras medidas em diferentes situações. mas. se a prim eira trabalhou com um a classe de 30 alunos e a segunda com um a classe de 20 alunos. 7 Como medir e como representar a medida. então a prim ei­ ra realmente reprovou m ais do que a segunda (15/30=0. sendo contado. se esses alunos tinham. quando suas observações puderam ser quantificadas.33) e pode ser considerada mais ineficiente. com quan­ tos alunos cada professora trabalhou e.50. isto é. Por exemplo: se um a professora de inglês reprova 15 alunos e outra reprova apenas 10. repertórios comparáveis. em segundo lugar. contudo. seja de fato aquele que estamos tentando estudar e compreender. que núm eros são representações dos eventos. não posso sim plesm ente concluir que a prim eira é m enos efi­ ciente que a segunda. É preciso ter claro. precisam ser obtidos de form a aceita pela comunidade científica. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O então eu devo concluir que ambas reprovaram um núm ero igual de alu­ nos (15/30=0,50; 10/20=0,50) e são igualmente ineficientes. Este proces­ so de “levar em consideração o núm ero total de alunos em cada classe” representa um a correção dos dados brutos em relação ao núm ero de alu­ nos reprovados; e é um processamento necessário para tornar esses núm eros comparáveis. Um a medida processada é denominada sim ples­ mente dado, ou ainda resultado. U m outro exemplo de processam ento da m edida da eficiência das professoras de inglês deveria levar em conta a possível diferença no conhecimento de inglês que os alunos de cada classe já possuíam no in í­ cio das aulas. Se os alunos de um a das turm as estivessem muito mais avançados que os da outra turma, e possuíssem muito m ais conheci­ mentos da língua inglesa do que essa outra turma, eu deveria levar isso em conta no m eu cálculo das notas desses alunos. Eu poderia conside­ rar as notas em um pré-teste inicial e em um pós-teste final; m inha medida de eficácia seria, então, o índice de m udança de um teste para o outro, e não sim plesm ente o valor absoluto na prova final. Com esta consideração, a m inha medida de desem penho fm al teria sido corrigida pelo nível de entrada dos alunos, o que torna, agora, os resultados des­ tas duas classes comparáveis (evidentemente que, para efeitos de apro­ vação ou de classificação dos alunos, esta consideração não se aplica; ela se coloca apenas se eu pretendo avaliar a eficácia do método de ensino das duas professoras). Um tipo de transform ação de medidas são as estatísticas descritivas. Elas são úteis para sum ariar um a grande quantidade de dados, e, por­ tanto, facilitam a comunicação dos dados quando estes são muitos (embora nem sem pre perm itam ver as relações funcionais existentes pois, ao sum ariar, elas agregam os resultados). Para m ostrar que esta­ tísticas são um a form a de comunicação, ou seja, um a linguagem , im a­ gine se eu perguntasse a um a classe de 4 0 alunos quantas horas gastaram no último fim de sem ana navegando pela internet, e quantas horas dedicaram ao estudo. M esm o que eu escrevesse as respostas na lousa, lado a lado, seria arriscado tirar algum a conclusão sobre elas. Mas se eu calcular a média, a mediana, e a moda destes nú m eros1 será m ais fácil um a comparação entre eles. Diante da possibilidade de calcu­ lar m édias, m edianas e modas, alguém poderia se perguntar: Mas por que três m edidas, não bastaria um a só? E nesse caso, qual delas? É reco­ m endável que, aqui, o aluno interrom pa esta leitura e reveja suas 1 Seria adequado que aqui o professor discutisse essas estatísticas como medidas de tendência central, isto é, como sumários que permitam caracterizar o desempenho geral de uma classe de fenômenos - horas na internet - , em comparação com outra classe de fenômenos - horas estudando para uma prova. COMO MEDIR E COMO REPRESENTAR A MEDIDA. COMO INFORMAR SOBRE O TRABALHO REALIZADO noções de Estatística Descritiva, especialm ente aquelas relativas à distri­ buição de freqüência e a medidas de variabilidade2. A escolha de um a ou outra estatística depende da representatividade dessa m edida em relação aos dados brutos, isto é, depende da variabilidade desses dados. Em outras palavras, qual processam ento de m edida em pregar, depende, até certo ponto, dos próprios dados! Outro tipo de transformação dos dados leva em conta certas peculia­ ridades das condições em que eles foram obtidos, como nos dois exem ­ plos acima sobre as professoras de inglês. Se a um a criança forem apresentadas 10 palavras para ela decorar, e a outra criança, apresentadas 15 palavras, não será possível um a comparação direta entre o desem pe­ nho destas duas crianças para decidir qual delas decorou mais palavras. A primeira criança tem um limite superior de 10 palavras (só poderá aprender até 10 palavras), enquanto a segunda tem um limite de 15 pala­ vras. Isso implica que seja necessário, de algum a maneira, relativizar esses dados brutos no que concerne à memorização, para torná-los com ­ paráveis. A proporção entre o núm ero de acertos e o núm ero total de oportunidades de acertar (número de palavras decoradas dividido pelo núm ero de palavras apresentadas), ou porcentagem de acertos (o produ­ to do núm ero de palavras decoradas dividido pelo núm ero de palavras apresentadas, multiplicado por 100) representam o núm ero de acertos corrigido ou, m ais propriamente, relativizado, e é o índice de acertos que deve ser utilizado na comparação entre essas crianças. Em Psicologia, este processamento de medida é dos mais com uns e valioso: a freqüência de ocorrência de um evento (ex: núm ero de alunos de inglês aprovados ou núm ero de palavras decoradas) relativamente à fre ­ qüência total de observações efetuadas (número total de alunos na classe ou núm ero total de palavras apresentadas). Dizemos que esta proporção (ou freqüência relativa de ocorrência por oportunidade), sob certas condições, permite inferir sobre a probabilidade futura de ocorrência do evento que está sendo estudado. Como qualquer medida, ela está sujeita a um a série de erros e variações. Contudo, quanto m ais repetimos nossa medida do fenômeno, ou quanto melhores forem as condições sob as quais realiza­ m os essas medidas, m enos erros e m enos variações ocorrem; quando sucessivas medidas da freqüência relativa de um fenômeno atingem sua assíntota, dizemos que atingimos as condições para um a inferência con­ fiável sobre esse fenômeno. 2 O professor poderia rever com os alunos o cálculo e o significado da estatística desvio padrão. Ao discutir com os alunos quais as relações entre as três transformações (média, mediana e moda) entre si, e sobre qual delas infor­ ma melhor sobre os resultados da classe, o professor deve mostrar que essa segunda questão só pode ser respon­ dida analisando-se a medida de variabilidade. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Um a outra medida relativa importante em Psicologia é o cálculo da freqüência de ocorrência de um fenôm eno por tempo. Se eu observo uma criança por 10 m inutos na escola e registro 10 ocorrências de comporta­ mento de birra, e depois a observo em casa por 10 minutos e registro 25 ocorrências desse m esm o comportamento, eu devo ponderar m eus regis­ tros pelo tempo de observação: 10 respostas/10 minutos = 1,0 resposta por minuto; 25 respostas/10 minutos = 2,5 respostas por minuto. Ao pon­ derarmos nossas medidas dessa forma, dizemos que calculamos a taxa de ocorrência desses comportamentos. Um a medida de ocorrência por oportunidade é um a medida discreta do fenômeno de interesse. Em pregam os esta medida quando concebe­ m os o fenôm eno de interesse como um processo descontínuo ou quan­ do efetuamos m edidas esporádicas do fenômeno. U m a m edida de ocorrência por tempo concebe o fenôm eno de interesse como um proces­ so contínuo, ou seja, toma o comportamento como um a interação inin­ terrupta entre organism o e ambiente. Esta segunda postura cam inha lado a lado com o estudo de organism os individuais por meio de medidas repetidas de um m esm o comportamento em um m esm o indivíduo (em oposição ao estudo de um grupo de indivíduos como se fossem um a uni­ dade, ou seja, por meio de medidas de um m esm o comportamento em vários indivíduos). O principal foco de interesse neste m anual é o estudo da aprendiza­ gem, concebida como produto da interação do indivíduo com seu meio ambiente. Podemos estudar e descrever processos de aprendizagem observando e registrando mudanças na topografia das respostas de um organismo. Por exemplo, quando registramos como um jogador de bas­ quete atira a bola de diferentes maneiras, empregando diferentes partes do corpo e diferentes grupos de m úsculos, podemos estudar a evolução desses movimentos até atingirem um padrão mais ou m enos estável de desempenho (ou, dentro de outros interesses, poderíamos estudar a rela­ ção destes movimentos com a eficácia do arremeso do jogador, com sua força, ou com seu gasto de energia etc.). Um a outra m aneira de m edir a aprendizagem deste jogador seria em relação ao produto desses m ovi­ mentos, isto é, registrando a diminuição no núm ero de erros ou o aumento no núm ero de acertos (“cestas efetuadas”). A medida de erros (ou de acertos) deveria ser relativizada pelo número de tentativas (ou seja, deveríamos calcular sua freqüência por oportunidade), ou deveria ser ponderada pelo tempo do jogador em campo (taxa da resposta). Um a outra medida de aprendizagem seria quase que puramente temporal: a latência ou o tempo que o jogador demora para passar um a bola (ou para arremessá-la), após tê-la recebido. COMO MEDIR E COMO REPRESENTAR A MEDIDA. COMO INFORMAR SOBRE O TRABALHO REALIZADO Representando a contagem Dados podem ser representados como gráficos para um a apreensão m ais rápida de sua evolução e de suas tendências. Em qualquer estudo experimental, em geral se m edem mudanças no fenôm eno de interesse à medida que m udanças em algum outro fenôm eno ocorrem tam bém (em geral as m udanças neste segundo fenô­ meno são planejadas ou até m esm o provocadas pelo pesquisador. Em estudos ditos correlacionais, não m anipulam os e, freqüentem ente, não podemos controlar as variáveis independentes, e assim nos lim itam os a medi-las em suas variações. O problema é que, não manipulando-as, não podemos de fato dem onstrar se é X que afeta Y ou vice-versa, pois as m udanças em ambas, em geral, ocorrem paralelamente. Estudos experimentais caracterizam-se exatamente pelo fato de m anipularm os a variável que supomos causal, enquanto observamos (medimos) as m udanças que porventura ocorram no fenôm eno de interesse. Estudos experimentais dão m aior segurança na identificação de relações funcio­ nais entre eventos naturais. De qualquer modo, é praxe representar as medidas de mudanças nas variáveis estudadas, sejam elas correlacionais ou não, em gráficos de coordenadas cartesianas (é útil aqui que os alunos revejam suas aulas sobre funções matemáticas). Freqüentemente, a variável dependente (ou a de m aior interesse, no caso de estudos correlacionais), é representada no eixo vertical ou da ordenada, e a variável independente, no eixo hori­ zontal ou da abscissa. A cada valor da variável independente eu confiro para verificar qual foi a mudança produzida na variável dependente (ou, em estudos correlacionais, a cada valor de um a variável eu confiro o valor da outra) e assinalo o ponto de interseção nas coordenadas. As funções assim geradas podem ser representadas por um a linha unindo esses pon­ tos de interseção. Quando as diferenças entre um ponto de interseção e seu subseqüen­ te imediato são sempre zero, dizemos que a função é linear e a relação entre as variáveis estudadas é representada por um a linha reta. Quando as diferenças entre cada ponto de interseção e seu subseqüente são nega­ tivas, dizemos que a função é positiva; quando as diferenças são positivas, dizemos que são funções negativas. Isto é, conforme os valores assum i­ dos pela variável dependente (indicadas no eixo da ordenada) aumentem ou dim inuam em valor absoluto, dizemos que as funções são positivas ou negativas (ver curvas a/b /f e c/d/g, respectivamente, na Figura VII-i a seguir). Por outro lado, dizemos que essas funções são positivamente ou negativamente aceleradas, conforme o ritmo dessas mudanças (seu valor relativo) aumente ou dim inua (ver curvas a/c e b/d, respectivamente, na A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Figura VII-i abaixo). Nesse sentido, dizemos que as curvas f e g abaixo, têm aceleração constante, e a curva e tem aceleração nula (descubra você m esm o as razões dessas afirmativas). i FIGURA V ll-l| Tipos de curvas simples representando diferentes funções. Um a função pode, portanto, ser analisada quanto à sua linearidade (reta ou curva), quanto à direção de sua inclinação (positiva, quando o fenô­ meno aumenta; negativa, quando diminui; e de inclinação zero quando o fenômeno não muda), e quanto à aceleração de sua inclinação (isto é, a velocidade com que o fenômeno muda: aceleração positiva, quando muda progressivamente cada vez m ais depressa; aceleração negativa, quando este muda progressivamente cada vez mais devagar; aceleração constan­ te, quando o fenômeno m uda sempre por incrementos iguais, e acelera­ ção nula quando o fenômeno não muda). Todas as funções descritas e representadas até aqui apresentam um a não importa a sua natureza) assum iriam as funções representadas pelas cur­ vas mostradas nas Figuras V II-1 e VII-2 e. Curva em U Invertido).COMO MEDIR E COMO REPRESENTAR A MEDIDA. respectivamente (o reverso desta última. sociais. advinhe. Contudo. respectivamente. Aliás. alguns fenômenos podem apresentar um tipo de função no início de nossas observações e depois m udar para um outro tipo de função (por exemplo. serem positivamente aceleradas e depois m udarem para negativamente aceleradas. as curvas h e i. essas curvas têm nom es próprios. em seguida. se chama. Curva em S e Curva em U. . confira com o gabarito a seguir. Tente im aginar que fenôm enos (comportamentais. na Figura VII-2 a seguir). ou podem ser funções negativas que se transform am em positivas como. COMO INFORMAR SOBRE O TRABALHO REALIZADO determinada tendência desde o início até o fim das observações efetua­ das. exatamente por causa disso. para depois passar por um período de crescimento cada vez mais lento até quase não mais ocorrer. m onotôníca negativam ente acelerada.■ A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O N O L A ß O K A T O RI O D I D Á T I C O G abarito das Figuras V II-1 e VI1-2 a) função não linear. de inclinação zero (paralela ao eixo da abscissa). para ob ter moedas. Indica um fenôm eno que cresceu lenta­ m ente em seus primeiros momentos. Ex: o número de poltronas vagas em uma sala de cinema diminui com o fun­ ção linear do número de ingressos vendidos para aquela sessão. negativa. positiva. à medida que a variável independente cresce tam bém . m onotôníca negativam ente acelerada. positiva e em segui­ da negativam ente acelerada. negativa. m onotôníca. Indi­ ca um fenôm eno que diminuiu lentam ente em seus primeiros m om en­ tos e depois cada vez mais rapidam ente à medida que a variável independente cresce tam bém . em seguida mais rapidam ente. positiva. h) função não linear. Ex: o número de roubos e assaltos com o função do número de desempregados. i) função não linear. . com o função do tem po despendido na tarefa. f) função linear. positiva. bidirecional em U. Ex: o número de casos novos d e dengue com o função do número de dias desde o primeiro caso observado. Ex: ao abastecer o carro. m onotôníca positivamente acelerada. e) função linear. Ex: fre­ qüência de quadros por segundo apresentados durante a exibição de um film e com o função da duração do filme. b) função não linear. Indi­ ca um fenôm eno que cresceu lentam ente em seus primeiros m om entos e depois cada vez mais rapidam ente à medida que a variável indepen­ dente cresce tam bém . Ex: a resistência a infecções com o função do grau de anemia. Ex: o intervalo entre respostas de puxar uma alavanca. não-m onotônica em S. d) função não linear. c) função não linear. negativa. de aceleração constante. Indica um fenôm eno que diminuiu rapidam ente em seus primeiros m om entos e depois cada vez mais lentam ente à medida que a variável independente cresce tam bém . positiva. de aceleração constante. passando depois por um período de quase não mudanças. Indi­ ca um fenôm eno que cresceu rapidam ente em seus primeiros m om en­ tos e depois cada vez menos rapidam ente à medida que a variável independente cresce tam bém . negativa e em seguida positiva. m onotôníca. a quantia a ser paga ao frentista aum enta com o fun­ ção linear do volum e de combustível colocado no tanque. m onotôníca positivamente acelerada. Indica um fenôm eno que diminuiu rapidam ente em seus primeiros momentos. g) função linear. Ex: o número de roubos e assaltos com o função do número e qualidade dos em pregos ofertados. a natureza da variável dependente. antes de elaborar um gráfico. Por exemplo: estou medindo o tempo que estudantes dem oram para resolver um problema de Física quando em silêncio. C O M O I N F O R M A R S O B R E O T R A B A L H O R E A L I Z A D O para novam ente mudar rapidam ente aum entando.C O M O M E D I R I. se isso for desejável. Ex: o número total de apostas na m ega-sena com o uma função da variável "classe social do apostador". ou com a ocorrência de um outro fenômeno B. eu registrasse separadamente o tempo consu­ mido na tarefa. no exemplo acima. Na verdade. Um dos gráficos m ais com uns é aquele em que se mede a freqüên­ cia com que um fenôm eno A ocorre com a passagem do tempo. ta re fa H om ens Silêncio 05 min 10 s 05 min 50 s Orquestra 05 min 3 0 s 08 min 00 s M etaleiros 10 min 30 s 06 min 14 s Um a vez dispostos os dados em um a tabela é muito m ais fácil elabo­ rar um gráfico. para estudantes do sexo fem inino e do sexo masculino. a temperatura em cada dia do m ês seria representada por um gráfico no qual a temperatura estaria no eixo vertical e o dia do m ês no eixo horizontal. deveríamos montar uma planilha com os dados coletados. Nas linhas de um a tabela. à medida que a variável independente cresce tam bém . isto seria indicado como um a subdivisão da segunda coluna (variável dependente). os dados poderiam ser apresentados como na tabela abaixo: o i '■ ■ Silêncio 05 min 30 s Orquestra 06 min 45 s M etaleiros 08 min 2 2 s Se. Neste caso. C O M O RF P R I:S E M A R A M F D 1 D A . Outro exemplo: o núm ero médio de horas para elaborar um determinado trabalho escolar para alunos de cinco diferentes faculda­ . O fenômeno A é representado na ordenada (ou eixo do Y) e o fenômeno B na abcissa (ou eixo do X). e quando ou uma orquestra sinfônica ou um grupo de metaleiros está tocando. indicamos os parâmetros da variável independente (ou daquela variável que possui mais categorias observa­ das) e nas colunas da tabela. nas case- las da tabela anotamos os valores assum idos pelo fenômeno observado. esta planilha é denominada tabela. Por exemplo. em geral. . Como exercício. pois as diferentes escolas são unidades discretas. Um a figura deve manter um a certa proporção entre o tamanho de sua abscissa e sua ordenada. quan­ do for o caso. Em seguida. Veja nos exemplos dados anteriormente como isso foi feito. identificar a unidade de medida etc. Você deve ficar atento para dar nom es às variáveis. represente esses dados em gráficos. No primeiro exemplo. em geral essa proporção é de 3/3 para 2/3. quando isso for necessário as diferentes curvas devem ser diferen­ ciadas por traçados e símbolos. isto é. Por fim . que serão identificados por um a legenda. ou formas combinadas das duas. no exemplo dado acima). a tabela deveria ter um comprimento m aior que sua largura). pois estaríamos trabalhando com duas variáveis quantitativas contínuas. curvas) são traçados unindo-se os pontos assinalados pela interseção das coordenadas. Curvas e tabelas seguem certas normas estéticas e/ou práticas.A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO des (nesse caso as horas estariam na ordenada e as faculdades na abcis- sa). No segundo exemplo. usando-se um a escala logarítmica. bem como aos aspectos estéticos das tabelas e dos gráficos. Usam os polígonos para unidades contínuas e recomenda-se o uso de histogramas quando a variável independente é um a variável qualitativa ou de categoria. usar a página de papel como a usaríam os normalmente para escrever (portanto. as barras devem ser diferenciadas por sombreamentos ou cores diferentes. em um histograma. não deveríamos usar um polígono. Do m esm o modo. do conteúdo da tabela propriamente dito (isto é. deve-se construir um a tabela usando o papel na vertical. As unidades de medida devem ser assinaladas nos eixos de form a linear (com incrementos iguais para as unidades num éricas iguais). monte duas tabelas com dados im aginários. quando m ais de um a barra se referir à m esm a variável qualitativa (ex: média de horas para executar um trabalho em inglês e média de horas para fazê-lo em português para cada faculdade. representaríamos os dados por um a linha poli­ gonal. você deve redigir nom es para essas tabe­ las e gráficos. De preferência. um a contendo os dados relativos à temperatura medida dia-a-dia durante um a sem ana na cidade de São Bento do Sapucaí e a outra contendo o tempo médio gasto pelos alunos de cinco cursos de Psicologia para resolverem um a determinada prova de Estatística. Deve-se evitar colocar muitas curvas em um m esm o eixo carte­ siano. das caseias). Polígonos (ou como se diz comumente. e essa diferença tam bém deve ser devidamente identificada por legendas. Esses nomes devem permitir a um estranho compreender . histo­ gramas são linhas retas unindo esses pontos ao eixo da abcissa (costuma- se engrossar estas linhas de m aneira que pareçam verdadeiros retângulos ou barras). ou. Destaque os títulos de linhas e colunas de um a tabela. como duas variáveis se relacio­ nam e são um poderoso instrumento de análise dos dados em um estu­ do científico. quanto mais precisa um a medida. na tabela apresentada anteriormente um bom título poderia ser: “Tempo médio para a realização de um problema de Física por estudantes secun- daristas sob diferentes condições de estimulação auditiva” . não necessariamente mostra que ela é válida. As variáveis A e B têm um a relação direta e positiva? Ou são inversamente proporcionais? Sua relação m uda com o núm ero de ocor­ rências? Um a outra pergunta que o cientista freqüentemente se faz é: “Quão estreitamente essas variáveis se relacionam?” . ao sujeito ou população de onde os dados provêm (por exemplo. aumenta dia-a-dia com a repetição do teste. Gráficos e funções mostram. analisando uma variável. o fato de um a medida ser confiável. poderemos. A ssim como. Contudo. Um a única medida do fenômeno. m ais con­ fiável ela é. Se medirm os o número de horas consumidas para elaborar um relatório num domingo ensolarado em que há um jogo do Brasil contra Argentina. portanto. isto é. Isto é. na verdade. Por exemplo: a freqüência com que um rato acerta as entradas em um labirinto múltiplo. porém. Anotando seu desempenho ao longo de vários dias. discutir o resulta­ do do jogo. precisa. Para isso. e elaborar o relatório” . Um a medida é válida quando ela mede realmente o fenômeno que intentamos medir. e este m esmo título poderia ser empregado se os dados fossem apresentados sob forma gráfica). e sim o “número de horas para assistir ao jogo. Outra forma de representação dos dados: Curvas acumuladas A freqüência com que um fenômeno ocorre é um a medida de sua força bem como de sua probabilidade de ocorrência futura. os títulos de tabelas e gráficos devem se referir às variáveis dependente e independen­ te. estar medindo não o “núm ero de horas para elaborar relatório” . posso prever em quantas sessões ele deixará de cometer erros. Necessitamos de medidas repetidas ao longo do tempo (ao longo de várias sessões de observações). com que grau de certeza ou precisão posso prever a ocorrência da outra variável? Obviamente. A velocidade com que esse animal percorre o labirinto também é um a medida da força desse comportamento. é insuficiente para um a boa predição acer­ ca de seu futuro. COMO IN FO RM A R SOBRE O TRABALHO REALIZADO o que está sendo medido e em que circunstâncias. até atingir a câmara final. beber cerveja. e não outro. o número de acertos (que ao aumentar a cada sessão experimental nos diz que esse .COMO MEDIR E COMO REPRESENTAR A MEDIDA. as taxas de C l e C2 na primeira metade de nossa observação são diferentes. A e B. enquanto a taxa de C2 cai da prim eira para a segunda m eta­ de de nossa observação. a diminuição no tempo que o anim al gasta para percorrer esse labirinto em sessões sucessivas.9 e 2. m as seu ritmo varia a depender da hora do dia. correlacionadas. Se quisésse­ m os fazer um a extrapolação sobre a ocorrência desses comportamentos nos próximos minutos. como exemplificado na tabela a seguir. Um padeiro faz 300 pãezi­ nhos por hora. a expectativa é que C l continue a aumentar. suas taxas são respectivamente 1. Um a medida das ocorrências desses fenô­ m enos realizada minuto a minuto nos daria um a segurança ainda maior em nossas descrições e predições. a proporção de acertos e a velocidade do desempenho são medidas. Um a forma de tratar esses dados. E se quiséssem os descrever a evolução desses comportamentos ao longo do tempo. enquanto C2. por exemplo. mas sua taxa local terminal (nos últimos 5 m inutos. No . Vejam os um a aplicação do que dissem os. também nos inform a sobre sua aprendizagem. quer a freqüência de toques por m inu­ to que é capaz de executar (evidentemente que a taxa pode ser calculada por qualquer unidade de tempo. Contudo. quer a freqüência de palavras por minuto que ela digita. a taxa para C l é relativamente constante da prim eira para a segunda metade de nossa observação. Se fôssem os fazer um a extrapolação com base nessas duas medidas (o que é in sufi­ ciente) diríamos que C l continuará no m esm o ritmo. até certo ponto. que permanecerá estável. enquanto a de C2 não se altera. em Psicologia usa-se mais freqüente­ mente a taxa por minuto). Na Situação A. por exemplo). a taxa terminal de C l é quase o triplo de sua taxa inicial. mas não na segunda metade. posso levantar a hipótese de que de manhã está sonolento e demora para acordar. Na Situação B. e que incorpora num a única medida tanto a freqüência do fenô­ meno quanto sua distribuição no tempo é a chamada taxa de ocorrência de um fenômeno (a que já nos referim os anteriormente). Um comportamento ocorre 30 vezes em 16 minutos.A A N Á L I S E DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO anim al está aprendendo o caminho do labirinto). é possível que a distribuição ao longo destes 16 e 20 minutos tenha sido diferente de momento para momento. isto é. caso contrário. continuará caindo até ficar abaixo de C l. posso dizer que está cansado. pro­ vavelmente. Observemos dois comportamentos C l e C2 em duas situações. ultrapassando C2. do núm ero de horas que já trabalhou./m in. deveríamos observá-los e medi-los minuto a minuto.3 resp. Na verdade. enquanto outro ocorre 46 vezes em 20 minutos. A taxa de res­ postas de um a datilografa poderia ser. durante todo 0 tempo. Se sua taxa é m aior no início do dia que no final. deveríamos levar em conta não apenas sua taxa total. Ou ainda. no final do dia eu consul­ taria os marcadores de registros de produção e de tempo. ou . e a Freqüência de ocorrência do fenômeno (variável dependente) na ordenada. isto signifi­ ca que. Posso ter um aparelho que conte os pães à medida que estes são produzidos e jogados em um a esteira (essa esteira. O papel se desloca para a esquerda e a caneta para cima. desenvolvido nos Estados Unidos por Ralph Gerbrands. o contrataria para o turno da tarde. quando o fenômeno não ocorre por um tempo.1 11-20 min 21 respostas 2. é o Registrador Cumulativo.0 Cl 01-10 min 25 respostas 2. um segundo padeiro tem um a produção que se altera em função de um a nova máquina de fazer pão que seu patrão recém adquiriu.1 Situação B Cl 01-10 min 08 respostas 0. Se sua taxa (produção de pães) aumenta com o passar dos dias. se sobrepuserm os um eixo cartesiano à curva resultante teremos o Tempo (variável independente) na abcissa.0 C2 01-10 min 31 respostas 3. A Figura VII-3. Em cim a do papel há um a caneta que inscreve um a linha no papel à medida que este é puxa­ do. Do m esm o modo. digo que ele está aprendendo a utilizar a nova máquina. COMO INFORMAR SOBRE O TRABALHO REALIZADO C o m p o rta m e n to Tempo Ocorrências Taxa (R/m) Situação A Cl 01-08 min 14 respostas 1. que correria a um a velocidade constante. abaixo representa 0 que foi dito. no segundo. ele consiste em um motor que puxa um form u­ lário de papel contínuo a um a velocidade constante.8 11-15 min 10 respostas 2. esta caneta é deslocada para cima cada vez que o fenôm eno que está sendo registrado ocorre. Devido a essas características dize­ mos que a curva assim traçada é um a curva de registros cumulativos. poderia ter um dis­ positivo que acionasse um contador de tempo). a linha tra­ çada fica paralela ao eixo da abscissa.6 primeiro caso. É importante observar que a caneta não volta a posições anteriores quando a freqüência cai: os valores anteriores são sempre somados aos valores subseqüentes. o patrão deveria optar por um intervalo de descanso durante o qual o padeiro pudesse dormir. Basicamente.5 11 -20 min 13 respostas 2. Um aparelho como esse já existe para uso nos laboratórios de pesquisa em Psicologia. Mas eu não preciso ficar de relógio em punho contando a quantidade de pães que nosso padeiro produz ao longo do dia.COMO MEDIR E COMO REPRESENTAR A MEDIDA.9 09-16 min 16 respostas 2. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO |FIGURA VII-3 Representação esquemática de um sistema automático para geração de curvas acumuladas. curva de freqüências acumuladas. Como supomos que a aprendizagem é um processo cumulativo e contínuo, esta é um a maneira ideal de repre­ sentar o fenôm eno da aprendizagem. Na tabela a seguir indicamos um a possível produção de pães, por minuto, por parte de nosso padeiro. Tempo Produção: Operação Produção: em freqüência de freqüência minutos simples acumulação acumulada 1 0 Z ero 0 2 0 0+0=0 0 3 4 0+4=4 4 4 0 4+0=4 4 5 3 4 + 3= 7 7 6 1 7 + 1= 8 8 7 1 8 + 1= 9 9 8 0 9+0=9 9 9 0 9+0=9 9 10 3 9 + 3= 12 12 Na Figura VII-4 abaixo, esses dados seriam representados por uma curva de freqüência simples mais ou menos como no gráfico à esquerda, e por um a curva de freqüência acumulada como no gráfico à direita. C O M O ME D I R E C O M O REPRESENTAR A ME D I D A. C O M O I N F O R M A R SOBRE O T R AB AL HO R E A L I Z A D O 83 P r o d u ç ã o d e P ã e s 14 T3 -2 a ^ 3 c 3 E 10 c.0 3 O m < ô .2 so 2 '5 c or o <® 0) 1 O ffl- LU DD 10 T em po (mim) T em po (min) I FIGURA VII- Produção de pães ao longo de 10 minutos de observação. O gráfico à esquerda mostra os dados repre­ sentados por freqüências simples de ocorrências, o da direita p or freqüências de ocorrências acumuladas. A vantagem de um a curva de freqüência acumulada é que ela mostra o desenvolvimento do comportamento como um processo contínuo de interação com o ambiente. Coerentemente, curvas acumuladas desse tipo só são elaboradas para organism os individuais (medidas repetidas ao longo do tempo de um m esm o fenôm eno comportamental para um m esm o indivíduo). É importante observar que, em um a curva acumulada: a) quando não ocorre o fenômeno de interesse, a curva é um a linha reta paralela à abscissa; quando ocorre, a curva é sempre positiva; b) quanto mais freqüente o fenômeno, maior a aceleração da curva; c) quanto m enos freqüente o fenômeno, m enor a aceleração da curva. Ou seja, 1. quanto mais rápido o fenômeno, tanto m enores as pausas entre suas ocorrências e tanto menores os trechos das linhas horizontais parale­ las à abscissa; 2. quanto m ais freqüente o fenômeno, tanto maior a inclinação da linha para cima e, quanto menos freqüente o fenômeno, tanto m enor a inclinação da linha para cima; 3. do m esm o modo que no caso das relações funcionais já descritas, dá- se o nome de aceleração positiva a um aumento na freqüência de ocorrência do fenômeno; e de aceleração negativa a um a diminuição na sua freqüência; A ANÁLI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T O R I O D I D Á T I C O 4. a inclinação de um a curva acumulada indica sua aceleração, e esta pode variar de um trecho para outro da curva. Portanto, mudanças de inclinação em um a curva acumulada indicam mudanças na freqüên­ cia de ocorrência do fenômeno de interesse. Ao realizar os exercícios descritos neste manual, muito freqüente­ mente você estará trabalhando com curvas acumuladas. A seguir, um exercício para você testar sua aprendizagem do que foi dito sobre este tópico. Você deverá traçar um a curva de freqüência acumulada, a partir dos dados da tabela abaixo e elaborar um título para a m esm a (decida o que está sendo medido e em que circunstâncias e use essas informações para criar o título). Complete a tabela e trace um a curva acumulada cor­ respondente aos dados desta. Depois, confira a sua curva com 0 gabarito ao final deste capítulo. EXERCÍCIO Título: Tempo em Freqüência Freqüência Ponto minutos simples acum ulada 01 5 a 02 0 03 0 04 0 05 0 b 06 3 c 07 0 08 0 d 09 6 e 10 6 11 0 f 12 0 13 1 14 1 15 1 R 16 4 17 4 18 4 h 19 3 20 3 21 3 i COMO MEDIR F. C O M O R E P R E S E N T A R A M E D I D A . C O M O I N F O R M A R S O B R E O T R A B A L H O R E A L I Z A D O Trace a curva acumulada, identificando os eixos (nome das variáveis e seus valores) e responda por escrito às questões a seguir. QUESTÕES RELATIVAS AO EXERCÍCIO 1. Q ual a freqüência de ocorrência por minuto entre os minutos 1 e 5? E entre os minutos 6 e 10? Entre 11 e 15 ? Entre 16 e 2 1 ? O que isso indica? 2. Verifique se sua curva se assemelha à curva apresentada no final deste capítulo, se a resposta for sim, prossiga com as questões; se a respos­ ta for não, verifique onde e por que ocorrem as diferenças, e corrija-as. 3. Q ual é a taxa inicial (trecho ab) e a final (trecho hí)? Com pare a inclinação da curva nestes trechos. O fenôm eno ocorre mais ou menos fre­ qüen tem ente no início do que no fim da observação? O que isso indica? 4. Com pare os trechos bc e de. H ouve mudança na aceleração da curva? Em que sentido? O que isso indica? 5. Descreva e com pare os trechos ef, fj» gh e hi. H ouve m udança na aceleração da curva? Em que sentido? O que isso indica? 6. N o geral, a curva tem uma aceleração positiva ou negativa? Justi­ fique. Informando a comunidade acerca de seu trabalho Não basta realizar seu trabalho. Freqüentemente esse trabalho nos foi solicitado por alguém e devemos enviar um relatório sobre o trabalho para esse alguém, seja ele um chefe de seção, seja um colega de uma equipe interdisciplinar, seja um cliente etc. No caso de um a pesquisa, a divulgação do resultado é condição sine qua non para avaliar a qualidade do trabalho e aferir sua confiabilidade. Todo trabalho de pesquisa é, por definição, criativo e inovador, revolucionário mesmo. Nesse sentido, ele precisa ser aferido constantemente. Sua apresentação em congressos científicos e por meio de artigos publicados em revistas científicas garan­ te esta verificação. A divulgação de um trabalho, científico ou profissional, se faz prece­ der pela elaboração de um texto que o descreva, um artigo a ser submeti­ do à com unidade. Em um curso ou estágio esse texto pode ter características mais simples, em geral é feito sob a form a do que se pode­ ria denom inar “um relatório”. No Anexo 4, apresentamos algum as suges­ tões sobre como elaborar um relatório com finalidades didáticas. A ANÁL I S E DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O LEITURAS RECOMENDADAS EDWARDS, A.L. (1985). Experimental design in psychological research. New York: Harper & Row. MILLENSON, J.R. (1967)*. Principles o f Behavioral Analysis. New York: MacMillan Co. (Especialmente a secção 2.6 do Capítulo 2, e a secção 3.6 do Capítulo 3). APA (1994)''. Publication Manual of the American Psychological Association. Washington, DC: APA, 4a. ed. revista. Gabarito do exercício: curva acumulada Freqüência acumulada Tempo (min) " Obras traduzidas para a Língua Portuguesa (veja 0 Apêndice I). o cuidado com o estilo. a descrição das con­ dições em que o trabalho se realizou e de como os registros foram pro­ cessados deve ser feita sem ambigüidade ou omissões. Ligia Maria de Castro M. em termos dos comportamentos de quem edita e de quem lê. trechos do Manual de Publicação da American Psychological Association. deve ser capaz de entender o procedimento utilizado e de replicá-lo. ao minis­ trarmos uma disciplina de pós-graduação no Departamento de Psicologia Experimental da USP. juntamente com a Profa. portanto. Maria Lúcia Dantas Ferrara realizamos uma adaptação daquela tradução. Ao longo destes anos observamos que esta última versão tem sido utilizada em várias disciplinas em vários cur­ sos do país. mais do que apresentar regras. são lidos por pessoas ocupadas e. sem indicação de sua origem. em geral. simplificando as instruções e adaptando-as às necessidades de nossa pós-gradua­ ção. não as dis­ cutiremos aqui. Por isso. por volta de 19 8 1. é necessário aprender a ser conciso. Evidentemente. 1 Nota explicativa sobre a origem do texto “Sugestões sobre como elaborar relatórios científicos”: Em I970. Aproveita­ mos para agradecer a Lourenço Barba por sua cuidadosa revisão gramatical desta versão das instruções. verificando ou ampliando os resultados de seu estudo. procuramos mostrar sua razão de ser. e com a ortografia são essenciais . porém. as regras do bem escrever devem ser seguidas. Relatórios científicos. com a gramática. juntamente com a Profa. Finalmente. ser levada ao extremo em que a clareza de com unica­ ção seja prejudicada.. A economia no escrever não deve contudo. em alguns manuais de exercícios de laboratório. Posteriormente. adaptando-as para uso do aluno de graduação. por volta de I978. Machado. selecionamos e tra­ duzimos. A NE XO 4 Sugestões sobre como elaborar relatórios científicos1 8 ^ ^ K ü ^ a fin a lid a d e prim eira de um relatório de pesquisa é inform ar o leitor acer­ ca das circunstâncias em que um experimento foi realizado e seus resul­ tados. Sentimo-nos felizes em ver que essas instruções têm sido tão úteis e as reproduzimos atualizadas aqui. pois isso fugiria aos objetivos e extensão deste manual. Um a pessoa. simplificamos ainda mais radicalmente aquelas instruções. lendo o relatório de alguém. . . por outro lado. e inclusive foi publicada. juntamente com os alunos daquela disciplina. envolve pelo m enos três partes: um a descrição dos organismos estudados. um a discussão ou apreciação desses resultados. Um a prática recomendada na elabora­ ção de um bom título é verificar se ele identifica as variáveis envolvidas . isto é. Um bom relatório científico se compõe de algum as partes que des­ crevem os passos que 0 cientista seguiu desde quando “pensou” o seu problema. em geral. é razoavelmente longo e detalhado. o(s) nome(s) de seu(s) autor(es) e da instituição onde 0 trabalho foi realizado (no caso de relatórios realizados como parte das atividades de um a disciplina. passan­ do por como ele buscou sua resposta. Assim . com o seu nome apresentado como um subtítulo. informações suficientes para que ela possa distinguir um artigo do outro. desde quando perguntou algo para a natureza. é óbvio) um a introdução ou apresentação do problema que está sendo investigado. Identificação do trabalho U m a folha de rosto protege o texto e apresenta o trabalho. até. isto é.A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Um exame dos periódicos em Psicologia dos últimos anos revela uma evolução no estilo e conteúdo dos relatos de pesquisa. em Psicologia.. em uso cor­ rente nos Estados Unidos. bem como identificar se o artigo em questão de fato lhe interessa. um relatório científico inclui (além de sua identifica­ ção. analisaremos sucintamente os objetivos de cada um a des­ sas partes e daremos algum as sugestões de como cada um a delas deveria ser organizada e redigida.o qual pode ser u m questio­ nário ou um equipamento por exemplo . um a descrição dos resultados obtidos. O título da maioria dos artigos de revistas científicas. lembrando que cada um a dessas partes deve ser devidamente identificada. um a descrição do material utilizado . e um a descrição de como o cientista procedeu na sua investigação. e no qual iremos nos basear para a atualização das regras que devem nortear a elaboração de um relatório científico. Um bom guia para a preparação desses relatórios é o Publica­ tion Manual o f the American Psychological Association (1994). esses deveriam conter o nome da disci­ plina e 0 do docente responsável). certas convenções acabaram por se estabelecer. a resposta que ele conseguiu. Com os limites im ­ postos pela clareza e pela brevidade. A idéia por trás é fornecer à pessoa que está folheando um a revista científica. A seguir. os Sujeitos ou participantes da pes­ quisa. por sua vez. um a descrição do método empregado nesta investiga­ ção (que. e um a referência às obras lidas que ajudaram o cien­ tista nessa caminhada. que procedimentos em pre­ gou). e finalmente. Deve con­ ter o título do trabalho. um a descrição dos procedimentos que produziram estes resultados é absolutamente necessária. é essencial apresentar um conjunto de dados e de pesquisas relevantes para entender a relação. ela apresenta a rationale do estudo. ou então. talvez com outro referencial teórico. É m uito pouco provável que um problem a de pesquisa já não tenha sido abordado por outro cientista. Se o experimento foi planejado para investigar um a certa relação empírica já postulada. ou do experimento. ou como se diz. Um exemplo de um título com essas características seria “X COMO U M A FUNÇÃO DE Y ” . O propósito do estudo. X refere-se à variável dependente (o comportamento estudado) e Y à variável independente (as condições ambientais controladas ou m ani­ puladas pelo pesquisador). porque ela coloca para a comunidade a pergunta formulada. e não um artigo científico. Em geral. Em geral. a lógica que permitiu a colocação da hipótese. principalmente.A N E X O 4 . “O EFEITO DE Y SOBRE A A Q U ISIÇÃO DE X ” . um título nesse estilo contém tam bém um grau indubitável de informação. bem como as razões para for­ m ular essa pergunta. se os dados das pesquisas que estamos revendo e apresentando são inconclusivos ou conflitantes. um a boa Introdução ambienta o leitor com o problema aborda­ do pelo experimento. Introdução A prim eira parte de um relatório é um a introdução a esse relatório. algum as pesquisas e dados relativos a esse problema. Ela deve conter um a revisão da literatura científica relevante para acompanhar a colocação do problema e a evolução no modo de tratá-lo. Freqüentemente pode ser importante acrescentar também a descrição dos procedimentos destes trabalhos e pesquisas anteriores. é im por­ tante que a Introdução apresente um background teórico sobre o qual se baseia a hipótese. na maioria dos casos. A Introdução é um a parte muito importante do relato do trabalho.S U G E S T Õ ES S O BJR E C O M O E L A B O R A R R E LA T Ó R I O S CI E N T í FI COS 89 no trabalho: dependentes e independentes. Embora essa convenção produza um certo grau de estereotipia. essa inconsistência é fruto de peculiaridades no procedimento. deve ser claramente definido ou ao final ou no início da Introdução. não estimamos como essencial que o aluno elabore um resum o de seu relatório. que permite ao leitor um rápido contato com o trabalho como um todo. e. Considerando que o relatório a que nos referim os neste manual é um relatório de atividade realizada no âmbito de um curso de graduação. . Se o estudo foi planejado para testar um a determinada hipótese. já que. um artigo científico se faz acompanhar de um resumo de 2 0 0 palavras mais ou menos. Em ambos os casos. Contudo. .”. dão à comunidade condi­ ções de avaliar a validade do estudo. dependendo de como você construiu a frase (“os autores interpretaram . Em ciência os meios são tão importantes quanto os fins. aumentando a generalidade de suas conclusões. e um esquem a da seqüência das condições experimentais às quais os organis­ mos foram expostos. ou quem sabe até da m esm a m aneira que agora está sendo estudado. Como já foi dito.. com outros controles etc. Ao se referir aos procedimentos da literatura você deve usar os verbos no passado (“os estudos investigaram .A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO talvez com outros procedim entos. sua confiabilidade. Método O propósito dessa seção é dar ao leitor informações sobre como o cientista estudou o fenômeno que lhe interessava.”). Algum as vezes. dando sua identificação completa (como isto é feito. será objeto de dis­ cussão m ais adiante). ao problem a ou ao procedim ento em questão. ou não.. seguido da data de publicação dos m esm os. e deve permitir que outros pesquisadores repliquem o trabalho relatado. A replicação de um tra­ balho é um a parte essencial do construir o conhecimento científico. retoma esses artigos e livros. são introduzidas novas variáveis. freqüentemente. bem como. do equipamento e do material empregados no estudo. na Introdu­ ção. Um a descrição completa e correta de como fazemos algo é a única m aneira pela qual alguém tem condições de realmente enten­ der o que fizem os. O(s) sobrenome(s) do(s) autor(es) desses trabalhos. inclui-se nesta parte um a descrição . devem ser feitas referências aos trabalhos que trataram anterior­ mente desse problema. aos estudos relevantes às hipóteses. A lista de referências bibliográficas. Em replicações. e de replicar o que fizemos. basta como referência no corpo do relatório. pois ela permite que outros pesquisadores entendam o trabalho e assim o aceitem ou não. “os dados m ostram ”). Esta parte do relato é muito importante e deve ser feita com todo o cuidado. e assim . de interpretar e avaliar os resultados do que fizemos.. os resultados dos estudos cita­ dos podem vir indicados no presente ou no passado. ao final de cada trabalho. ou novos parâmetros das variáveis e assim verifica-se também a generalidade do estudo anterior. isto é. esta parte do relato científico se divide em pelo menos três outras partes: um a descrição dos organism os estudados. por­ que permite verificar se os resultados são. produto de alguma peculiaridade do método empregado. A ssim . talvez de form a indireta ao estudar outro fenôm eno. porém. das condições. Aqui também se descrevem os estímulos empregados. A descrição dos organism os com quem o estudo foi feito é identifica­ da com o subtítulo “ Sujeitos”.). no caso de animais. especificando a seqüência das fases experimentais).). sua seqüência e interação com o comportamento dos organism os estudados. ISÍResultados Nesta parte do relatório devem ser apresentados os resultados do experimento. você deve indicar o esquema de privação ao qual o animal foi submetido (“com privação de comida por 24 horas” . Em “Material ou Equipamento” deve-se indicar com o quê o trabalho foi feito e suas características principais. explicita-se o critério para form ar os grupos. Além disso. Esta descrição deve permitir a identificação dos organismos pela sua espécie (ex. “sob pri­ vação de água por 12 horas”). bem como. descreve-se 0 material utilizado e seus critérios de elaboração (Ex. sua história de vida experimental deve ser brevemente descrita (“o sujeito tinha sido exposto anteriormente a um esquema de condicionamento em caixa de Mowrer com som e choque como estímulos e saltar como resposta”). Se 0 experimento envolve grupos de sujeitos. as técnicas de coleta dos dados. experiência prévia com a situação de trabalho (“ingênuo”.A NEXO 4 . se não padronizados. “estudante universitário” . se o experimento é com seres humanos. O ideal é organizar essas informações em ordem cronológica (por exemplo. se estes são seres humanos. “rato W istar”). modelo e marca. “com trei­ no prévio em X ”. sexo. idade. se estes são animais. Usam-se tabelas para apresentar dados numé- . transcrevem-se as instruções fornecidas aos participantes. figuras abstratas etc. se não padronizado. Se os sujeitos não são ingênuos.: “caucasiano” . se foi usado um questionário. Em “ Procedimento” deve-se descrever em detalhe todas as operações realizadas duramente o estudo. sob form a quantitativa. e “ Participantes”. “crianças sem treino de alfa­ betização” etc. Se foi utilizado algum equipamento padroni­ zado dar seu nome. descrevê-los.: listas de sílabas sem sentido. dar sua referência. descrevê-lo (apenas as características importantes para o controle das variáveis e que possam afetar 0 comportamento do organism o estudado). A seção de Método deve ser escrita com o verbo no passado (pois o estudo se refere a um a ação acabada) e na voz ativa. Se o experimento envolve seres humanos. fundamentando-os com a apresen­ tação de gráficos e tabelas.SUGESTÕES SOBRE C O M O E LA BORAR REL ATÓR I O S CI ENTÍ FI COS de tratamento de dados. teste ou escala padronizados. Por exemplo. se esse tratamento apresenta algum a peculiari­ dade ou inovação. os estímulos empregados. elas deverão ser colocadas ao final do relatório. no texto. o seu local de inserção deve ser indicado. Ambos devem ser numerados (em arábico) e identificados por títulos que se refiram às variáveis m ani­ puladas e observadas. represen­ tando diferentes variáveis. Fase II. Figuras . fotografias destes. Figuras devem ser numeradas consecutivamente. as medidas das quais elas se derivam. Se não for possível inserir a figura no texto. um a após a outra e. Se dois polígonos ou histogram as são desenhados no m esm o eixo.). A m on­ tagem das tabelas e gráficos deve seguir a m esm a lógica ditada pelo pla­ nejamento dos procedimentos experimentais: ela deve se referir ao problema sob investigação. latência. A representação de um a variável contínua se faz com um polígo­ no. O título deve identificar as variáveis envolvidas.) e separadas por linhas sólidas. fluxogramas etc. use símbolos diferentes para identificar cada 2 Para maiores detalhes ver o Capítulo VII a que este anexo se refere. e cada eixo deve ser devidamente identificado com um nome. polígonos. porcentagem etc. Porcentagem de acerto etc. na ordem em que elas são referidas no texto. um a variável discreta. histo­ gramas.Esse termo é aplicado a uma variedade de representações grá­ ficas incluindo diagramas de aparelhos. m assa em gram as etc. A ANÁLI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O ricos conglomerados e/ou processados. a tarefa m aior aqui é o tratamento de dados que facilitem a visualização dos resultados e a elaboração de gráficos e tabelas. é representada por histogramas. Tabelas . e com a variável indepen­ dente na abscissa. usando a con­ venção abaixo: Inserir a Figura x aproximadamente aqui Gráficos devem ser construídos em um sistema de eixos cartesianos. Marcas num eradas em cada eixo devem indicar a esca­ la do desenho. as condições sob as quais estas mensurações foram feitas. e acompanhadas de um título que deve aparecer acima da tabela.Dados puramente num éricos são apresentados em tabelas num eradas consecutivamente de form a independente da numeração das figuras. As colunas e as linhas devem ser identificadas (Fase I. bem como. com a variável dependente no eixo da ordenada. Os dados que aparecem no corpo de um a tabela indicam as categorias das medidas efetuadas (fre­ qüência.) e as unidades devem ser indicadas (tempo em minutos ou segundos. Média. Na verdade. . em geral. e as estatísticas apresentadas. usam-se gráficos para facilitar a visualização de tendências nos resultados2. ou qualificando interpretações anteriores por outros autores. Se resultados inesperados são obtidos. um a consideração dos resultados obtidos no estudo. deve-se procurar característi­ cas do delineamento ou da execução do experimento que possam justifi­ car esses resultados. bem planejado e bem executado. . Em geral. freqüentemente. e decodifique esses símbolos em um a legenda. nesta parte do relatório retoma-se a pergunta que motivou 0 trabalho e tenta-se respondê-la. as implicações destas sobre estudos anteriormente citados. juntamente com a descrição desses resultados. Tabelas e gráficos não devem ser simplesmente enfileirados. Esta descrição deve seguir a ordem de realiza­ ção das fases ou da seqüência do estudo. Orga­ nize sua seção de Resultados de tal maneira que os dados sumariados nas figuras e tabelas sejam apresentados de maneira coesa. essencialm ente. você deve se guiar pela sua apresentação da seção de Resultados. freqüentemente. novas perguntas são levantadas e sugestões decorrentes para novas pesquisas são colocadas. Contudo. álibis desta natureza não são substitutos para um procedimento bem pensado. Eles devem ser apresentados e descritos. e com pa­ rando esses resultados com os obtidos em estudos anteriores conside­ rados relevantes. bem como as implicações teóricas e/ou aplicadas do trabalho. e descritas as relações entre as variáveis apresentadas. tal como apresentada na subse­ ção de Procedimento.A N E X O 4 . Dados apresentados devem sempre ser descritos no tempo presente. ou sobre hipóteses form ula­ das. Indique as conclusões a que chegou. isto ocorre principalm ente quando o procedi­ m ento utilizado é bastante complexo e/ou o estudo envolveu m uitas fases. Isto é muito importante de ser feito. No texto. Este é o momento em que. apresentan­ do um a posição nova. os autores extrapolam seus dados ao elaborarem suas inferências. um bom gráfico mantém certas proporções entre seus eixos: 2/3 (ordenada) e 3/3 (abscissa). Para elaborar esta seção. pois. Discussão Freqüentem ente esta parte do relatório pode vir escrita junto com a seção de Resultados. Toda e qualquer interpretação deve ser fundamentada nos dados existentes. Deve-se apontar aqui qualquer aspecto do trabalho que limite a generali­ dade das conclusões. tendo em vista os objetivos da pesquisa.cada figura ou tabela deve ser referida pelo seu número.SUGESTÕES SOBRE C O M O ELABORAR REL ATÓRI O S CI ENTÍ FI COS um a delas. Esta seção é. um atrás do outro em um relatório. Em outras palavras. levados pelas suas suposições. E para experimentador. c) no caso de capítu­ los de livros. Certas abreviações são de uso com um como S para sujeito. etc. R para resposta. FI para intervalo fixo etc. Quando um autor tem vários trabalhos em co-autoria com outras pessoas.A ANÁ L I S E DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O Referências Bibliográficas Nesta seção deve ser colocada a lista de referências relativa aos artigos e livros citados no trabalho. estas devem ser apresentadas em parênteses logo após a palavra a que se referem. ^ITnformações Gerais Se abreviações forem utilizadas. Contudo. Ao fazer referência a artigos. SD para estímulo discriminativo. usa-se o sobre­ nom e dos colaboradores para ordenar os trabalhos. e elas também deveriam ser consultadas. deve ser em ordem alfabética por sobrenom e do autor. CS para estímulo condicionado. menciona-se o título do livro. livros e capítulos de livro. Quando um m esm o autor tem vários traba­ lhos. maiúsculas. IET para intervalo entre tentativas. US para estímulo incondicionado. ou seja. o nome da cidade onde este foi publicado e o da casa edi­ tora. o nome da cidade onde este foi publicado e da casa editora. usam -se as iniciais do prim eiro nom e para orde­ nar os trabalhos citados. Um relatório deve ser conciso. menciona-se o título do artigo segui­ do pelo nome do periódico. O para organismo. e a seguir o título do livro. A única parte do relatório em que se permite um a certa redundância é a subseção . O m anual da APA deveria ser consultado para m aiores detalhes de pontuação. A maioria dos periódicos científicos publicados no Brasil têm instruções sobre essas normas. após o(s) nome(s) do(s) autor(es). quando o termo a que ela se refere for de fato freqüentemente empregado. A seguir. suas páginas. a) no caso de artigos. em parênte­ ses. espaços.o autor deve se colocar na posição de um cientista objetivamente analisando o com­ portamento do sujeito. Não se num eram as referências. menciona-se o nome do capítulo. Nomes de livros e de periódicos devem aparecer em destaque (itálico ou grifos). o núm ero do volume e as páginas em que o artigo aparece. um a abreviação só deve ser utilizada quando ela for necessária e útil. estes são ordenados pelo ano de publicação. Esta listagem . Usam-se o pronome im pessoal e a voz passiva . coloca-se o ano da publicação. b) no caso de livros. sem prejuíso de sua clareza. RT para tempo de reação. e isso deve ser feito antes de usar a abreviação propriamente dita. Quando vários autores têm o m esm o sobrenom e. assim como explicações que recorram a causas não observadas.SUGESTÕES SOBRE C O M O ELABORAR R ELATÓRI OS CI ENTÍ FI COS de Procedimento e. Publication Manual of the American Psychological Association.A NEXO 4 . Antropom orfísm os devem ser evitados. i^ F E R E N C I A BIBLIOGRÁFICA APA (1994). se certa forma. revista. os títulos das figuras e tabelas. Washington. ed. APA: 4a. DC. . estaremos levando em conta tanto as condições ambientais presentes como as passadas. manipular algumas variáveis (as indepen­ dentes) e registrar os efeitos dessas alterações sobre o comportamento do sujeito (variável dependente).. Esta­ remos trabalhando com mudanças comportamentais comumente deno­ minadas A PREN D IZAG EM . Isto significa que as observações e registros ocorrerão ao longo do tempo. A análise dos resultados mostrados por esses registros permitirá entender o fenômeno comportamental estudado... aquelas que fazem parte da história individual de cada sujeito. Instruções preliminares O laboratório de estudos operantes com animais tem a finalidade de permitir ao aluno observar diretamente as alterações produzidas no com­ portamento do rato albino em função de mudanças em um ambiente experimentalmente controlado. ou seja..em suas relações com o que ocorre no meio ambiente. nós esta­ remos interessados em analisar o comportamento. as ações de nosso sujeito experimental . Estaremos identificando processos básicos que nos ajudam a compreender como eventos do meio ambiente podem estar relaciona­ dos com o comportamento dos indivíduos em geral.o rato albino .. será importante que o aluno esteja atento para identificar: . Nesse sentido. 8 Práticas de laboratório com o rato albino . Em todas as sessões de laboratório propostas neste capítulo. isto é.. e assim um a prática poderá implicar em várias sessões experimentais. Nessa análise.. o aluno terá a oportunidade de utilizar o método experimental. inclusive o do ser humano. Além de observar diretamente o comporta­ mento do seu sujeito experimental.. isto é. e principalmente. b) o que ocorre no meio ambiente após esse fazer (ou seja. e uma sugestão de análise de dados) deve ser cuidadosamente lido pelo aluno antes das sessões nas quais os exercícios serão realizados. a resposta do sujeito. O bioterista será o responsável pela manutenção e privação dos animais. Por isso. . estarem os utilizando sujeitos com um a relativa semelhança entre si do ponto de vista genético. o que este modo permite evitar de erros de interpretação. O pro­ fessor deverá discutir também.A ANÁLI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O a) o que o sujeito faz em um determinado momento ou circunstância (o que o sujeito faz. se possível. vale a pena lem ­ brar que elas também são importantes para a compreensão da relação Organismo-Ambiente. do docente responsável pela disciplina e. como este modo se relaciona com a pergunta. e deverá auxiliar os alunos no m anuseio dos ratos. com a presença de monitores. Docente e monitores terão a função de orientar os alunos nas atividades desenvol­ vidas no laboratório. Não é suficiente que o professor discuta com os alunos os detalhes do Procedimento a ser seguido para a realização do exercício do dia. Todas as práticas de laboratório animal serão realizadas em um ambiente experimental especialmente planejado para m inim izar interfe­ rências indesejáveis e m axim izar a oportunidade de observação e registro dos comportamentos de interesse. como este modo per­ mite um bom controle das variáveis relevantes etc. será considerada uma amostra de um a classe m ais ampla de comportamentos). As práticas de laboratório deverão ocorrer com a presença do bioteris- ta. a Apresentação do exer­ cício em questão. Nossa experiência tem mostrado que quanto mais os alunos entendem as razões para se fazer aquele exercício (qual é a pergun­ ta cuja resposta estamos buscando. senão o seu fracasso. Vale também lembrar que iremos trabalhar com um animal que não terá tido acesso a água por algum as horas antes da sessão experimental. o que se pretende conhe­ cer sobre o comportamento) e a lógica do delineamento proposto (por que fazer deste modo. ou melhor. além de estarmos lidando com animais supostamente íntegros organicamente. O material relativo aos exercícios (sua apresentação. Apesar de não manipularm os variáveis fisiológicas. seus procedimen­ tos. c) em que circunstâncias ele faz o que faz (ou seja. A não leitura prévia do material de instrução acarre­ tará um a maior dificuldade na realização da prática. ou seja. É impor­ tante ressaltar que essa leitura prévia é indispensável para a realização do experimento proposto. quais as mudanças ou conseqüências produzidas por essa resposta). quais as condições ou os antecedentes dessa resposta).) mais corretamente eles realizam a tarefa e com mais envolvimento. A realização dos exercícios propostos para um a sessão experimental. Esta discussão preliminar pode tomar de 30 a 60 minutos no início do curso mas. à medida que 0 aluno vai dominando os conceitos e procedi­ mentos da área. sobre as relações entre o pro­ cedimento e os possíveis resultados. deverá ser feita um a discussão conjunta sobre todos os resultados e as implicações conceituais dos m es­ mos.. toma cerca de duas horas. adaptativa- mente falando. ou ainda. e algum as respostas já podem ser levantadas pelos alun os. essa discussão deverá ser retomada na sessão subse­ qüente. sobre m aneiras alternativas de se realizar o exercício etc. em geral na m esm a sessão. questões sobre como organizar os dados. e 0 sig­ nificado do que fo i feito. A ssim . Após 0 térm ino de cada sessão experim ental. m as também como forma de estimar o tempo necessário para desenvolver seu curso. Comportamento controlado por contingências é m ais maleável e mais eficaz. 0 tempo necessário para essa discussão vai diminuindo. após um a m aior elaboração dos dados. N esse sentido fo ram in c lu í­ das neste m anual. bem como suges­ tões de como estes resultados poderão ser objeto de um a Discussão. como fo i feito. Ao final de um a fase do trabalho. antes da discussão das instruções acerca do novo exercício a ser realizado naquele dia. Algum as destas questões. após as instruções para a realização do exercício. outros tomam duas ou três sessões. contudo.. os alunos deverão re­ ceber instruções sobre como processar os Resultados. O professor pode usar essas e outras questões para instigar no aluno 0 pensar sobre 0 que fo i feito. Questões relativas ao uso do método experimental nesse tipo de . incluindo o transporte dos anim ais do biotério no início das atividades. O professor deverá realizar ele m esm o todos os exercícios não só como form a de se fam iliarizar com os possíveis problemas que podem surgir. Nossa experiência tem mostrado que im ediatam ente após a realização de cada sessão de exercício é o m om ento m ais eficaz para discutir o que foi feito. até m esm o a discussão de alguns resultados im ediatam ente visíveis deve ser iniciada. em vez de sim plesm ente obedecerem instruções.. só poderão ser devidamente apreciadas e respondidas após um a m aior reflexão por parte do aluno. P R Á T I C A S DE L A B O R A T Ó R I O C O M O R A T O A L B I N O Essa discussão prelim inar é importante para que os alunos com ­ preendam as contingências experimentais e participem do seu desven­ dar. Quando isso for possível. deverão ser elaborados gráficos e tabelas. e para o biotério ao final delas. as razões para se fazer 0 experimento acabaram de ser discutidas. do que o comportamento controlado por regras. alguns são feitos isoladamente. Ao final de um a série de práticas. algum as vezes. e discutidas as implicações dos resultados para os objetivos pro­ postos. outros são feitos em seqüência. Alguns exercícios são feitos num a única sessão. Ao chegar. enfim . Ocorrendo qualquer problem a. poder-se-ia solicitar um relatório completo. ao chegar ao laboratório. Posteriormente. todo o mate­ rial que os alunos. muitas delas se interpenetram e seus resultados ficam m ais claros se analisados comparativamente. seria conveniente que ele chegasse com antecedência para organizar seu ambiente de trabalho. num a etapa final. Todo dia. Assim . deixando para reali­ zar em classe. m esm o porque. o aluno deve cham ar im ediatam ente o professor buscan­ do ajuda. b) um a descrição do método utilizado para resolver o problema (sujeito. e um a discussão desses resultados. c) um a descrição dos principais resultados alcançados (inclusive com tabelas e gráficos). ou havendo qual­ quer dúvida. houvesse um es­ paço para a colocação de sacolas. a discussão dos dados. a bande­ ja de detritos da câmara experimental deve ser forrada com um a folha de . Após cer­ tificar-se de que as tom adas e plugues estão ligados. pode-se solicitar um a descrição dos procedimentos utili­ zados e a elaboração de algum as tabelas ou gráficos. Somente então. Finalmente. deve-se solicitar apenas a descrição dos sujeitos e material empregado (isto pode ser feito após os alunos terem sido introduzidos ao laboratório e terem aprendido a m anusear os ratos com que trabalharão). e procedi­ mento).A A N Á L I S E D O C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O investigação em Psicologia poderão ser levantadas para am pliar o âmbito da discussão. Inicialmente. pastas. a cuba de água do bebedouro deverá ser enchida com água limpa. por ser demasiadamente complexa. Em seguida. com um a colocação dos objetivos do trabalho e sua lógica experimental. equipamento e/ou material. Atrasos sem pre implicarão em movimentação e barulho. carregam consigo e que não serão utilizados nos exercícios de laboratório. com ponentes fundam entais na realização de qualquer exercício. por exemplo. Especial atenção deve ser dada ao funcionam ento correto da barra de respostas e ao m ecanism o de acio­ nam ento do bebedouro. redigir um relatório das atividades realizadas. a critério do professor. em geral. Nossa experiência tem apontado que essa habilidade deve ser ensina­ da gradualmente. Após certificar-se de que tudo está funcionando bem. o aluno se sentará à sua bancada de trabalho. o aluno deverá seguir um a peque­ na rotina preparatória do seu trabalho. e isto deve ser evitado para não perturbar os alunos que já estiverem com o exercício em andamento. o qual deverá conter a) um a introdu­ ção à questão ou problema proposto. oralmente. tendo em vista os objetivos do trabalho. casacos etc.. Não acreditamos que seja necessário elaborar um relatório para cada prática realizada. fora do laboratório. os alunos poderão. Seria conveniente que. deverá testar o fu n ­ cionam ento de seu equipam ento. este é o momento para apresentar essas dúvidas ao professor. recolher o papel que cobre a bandeja de detritos. os alunos devem solicitar ajuda ao professor (e não de um colega). o aluno deve lembrar-se de que seus colegas também estão trabalhando e. P R Á T I C A S DH L A B O R A T Ó R I O C O M O R A T O A L B I N O papel. Sobre a bancada de trabalho deverão estar um lápis. intato. os inevitáveis resíduos deixados sempre atrairão outros animais. Se alguém precisar falar. assim . já que deverá sofrer nova privação de água. Se tiver qualquer dúvida sobre como proceder em relação a qualquer aspecto de sua atividade. não m udar a posição da bancada. folhas de instruções e de registro. Durante a realização de seu trabalho. . Se surgirem problemas. esvaziar a cuba de água do bebedouro.. NÃO É PERM ITIDO FU M A R NO LABORATÓRIO. se o anim al apre­ sentar indícios de não estar bem ou se estiver agindo de m aneira estra­ nha. não anestesiado etc. criando problemas de higiene geral. cronômetro. A ssim como atrasos. um a vez que as atividades são cumulativas. deve fazê-lo em um tom de voz baixo e suave. as faltas às sessões experimentais de laboratório devem ser fortemente desencorajadas. levantando um braço. para que não haja um descompasso no andamento dos trabalhos da classe. para o animal. Todas as faltas devem ser repostas antes da realização da prática seguinte. Não recomendamos trazer qualquer form a de lanches para o recinto do laboratório. não arrastar a cadeira. o aluno permanecerá em seu lugar aguardando a instrução para começar o trabalho. e apresentar-se ao professor para um visto na ficha de reali­ zação de atividades (v. um estresse a m ais. se o equipamento falhar. e nada m ais. qualquer coisa que per­ turbe o ambiente afetará o trabalho de todos e deve ser evitado: não der­ rubar coisas no chão. Não devemos nos esquecer de que estamos trabalhando com um organism o vivo. os alunos deverão devolver o animal com que trabalharam ao biotério. Toda reposição implica em trabalho extra para todos e. e colocá-lo no lixo. e em um ambiente relativa­ mente poroso (a câmara não tem isolamento acústico e visual). Ao final de cada dia de trabalho no laboratório. Figura V-7). Se tudo estiver em ordem. .. Esta sessão deve ser precedida de um a cuidadosa discussão sobre o procedimento de modelagem... . As Práticas 5 e 6 serão executadas na segunda sessão experimental..... . à medida do nível operante da resposta de pressão à barra. no m ínim o. referem-se: 1. ao reforço contínuo dessa resposta. atingem m elhor seus objetivos didáti­ cos e experim entais se realizadas no m esm o dia. quanto para dar condições para a realização das Práticas 7 e 8 que procurarão responder à questão seguinte. a) As conseqüências do que fazemos são importantes para o nosso fazer? (Práticas 1 a 6 )1 ■ .. A ssim . Programamos essas quatro práticas para ocorrerem num a única e primeira sessão experimental de... 6o minutos. ao treino do controle discriminativo pelo som do bebedouro. As Práticas l a 4 serão executadas nesta primeira sessão experimental.... à m odelagem da resposta de pressão à barra. tanto para com­ plementar a resposta a esta questão... e 4... Essas quatro práticas se interdependem do ponto de vista da ló g i­ ca experim ental e. PRIM EIRA SESSÃO EXPERIMENTAL ( PRÁTICAS 7 A 4 ) As quatro prim eiras práticas de laboratório. na verdade. 3. .. em bora cada A questão aqui colocada será respondida no conjunto das Práticas l a 6. 2.. programadas em qual­ quer curso introdutório de Análise Experimental do Comportamento.. 7 e 8) e. tam bém serão realizadas quatro práticas (Práticas 5. quanto na sua interpretação de resultados. a principal pergunta a ser respondida pelo conjun­ to dessas quatro prim eiras práticas será: EXISTE RELAÇÃO ENTRE AQUILO Q U E UM O RGAN ISM O VIVO FAZ E AS CO N SEQ Ü ÊN CIAS Q U E ESSE ATO PROVOCA N O A M BIEN TE? Na verdade. As Práticas 7 e 8. por se dirigirem a um a problem ática ligeiram ente diferente. verificar se a resposta de pressão à barra continua presente no reper­ tório do sujeito após o intervalo de vários dias decorridos desde a ses­ são anterior. pode ser feita em conjunto. Cada prática tem por objetivo responder a um a ou m ais perguntas específicas. estabelecem as condições necessárias para a realização e a discussão da Prática 7. seu registro. e sua análise de dados. 2. agora. Na verdade. serão constantem ente feitas referências cruzadas a um a ou a outra prática. a saber. Sua discussão. submeteremos novamente os anim ais ao procedimento de reforçamento contínuo e. de novo. e por isso serão introduzidas e brevemente discutidas a seguir. e 4. as duas prim eiras práticas da segunda sessão experim en­ tal (Práticas 5 e 6) também se dirigem a esta pergunta. serão introduzi­ das m ais adiante. 2. A Prática 5 (Reforço Contínuo. tanto em sua lógica experim ental. Para isso. as Práticas 5 e 6 p erm i­ tem com pletar a discussão das questões levantadas nas Práticas 1. enquanto isso. Contudo. 3. sim ultaneam ente. enquanto. Contudo. um a depende da outra. cada um a tem seu procedim ento e o processam ento de dados será feito separadam ente para cada prática. a análise será feita pelo procedimento oposto: o evento reforçador será removido para . o aluno vai poder verificar de um a outra m aneira aquilo que foi verificado na Prática 4. a probabilidade de ocorrência dessa respos­ ta. isto é. aumentar a força.A A N Á L I S E D O C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O um a delas tenha seu procedim ento. Não obstante. qual é o efeito do reforçamento sobre o comportamento. registraremos a freqüên­ cia dessa resposta. 6. Na Prática 6 (Extinção). CRF II) tem como objetivos: 1. con­ tudo. SEGUNDA SESSÃO EXPERIMENTAL Na segunda sessão experim ental. a freqüência da resposta diminui. principalmente no ambiente externo. ou seja. Para melhor evidenciar o efeito de nossa eventual intervenção experimental sobre esta resposta. você poderá verificar como se comporta um rato ao entrar pela prim eira vez em um a caixa de condicionamento operante. esse tipo de controle (por medida) nos permitirá dizer se nossa intervenção tem efeitos específicos . você terá a oportunidade de observar e registrar o comportamento do seu sujeito antes que ele passe por qualquer m ani­ pulação experimental. e que são afetados pelas mudanças que nele produzem) no seu nível basal (isto é. você terá em m ãos dados suficientes para comparar o desempenho de seu sujeito antes e depois de sua intervenção experimental (isto é. seu sujeito experimental já apresenta o comportamento de interesse. comportamentos que produzem mudanças substanciais no ambiente. do nível em que o sujeito opera sobre o ambiente antes de qualquer intervenção experimental. No caso. inequivoca­ mente. Prática Número 1 M EN SU RAÇÃO DO NÍVEL O PERANTE DA RESPOSTA DE PRESSÃO À BA RRA APRESENTAÇÃO Em sua primeira prática de laboratório com anim al (M ENSURAÇÃO DO NÍVEL OPERANTE). no seu nível pré-experi­ mental). Esta observação é importante porque aferirá se. na ausência do reforçador. poderíamos posteriormente comparar as mudanças que porventura ocorram nessas diferentes respostas com aque­ las que ocorrerem quanto à de pressão à barra.AS C O N S E Q Ü Ê N C I A S D O Q U E F A Z E M O S S ÃO I M P O R T A N T E S P A R A O N O S S O F A Z E R ? que se possa verificar se o efeito de sua ausência sobre a freqüência de respostas é o oposto ao de sua presença. assim demonstrar. Como estaremos observando comportamentos operantes (isto é. verificar-se-á se. O registro do nível operante consiste em se observar e anotar a fre­ qüência com que um organismo emite um ou mais comportamentos. denom inam os esta prática de M ENSU RAÇÃO DO NÍVEL OPE­ RANTE. seria importante medir o nível operante de outras res­ postas também. ou seja. durante a observação do nível operante e do desem ­ penho sob reforçamento contínuo). o efeito dessa intervenção. estamos interessados na freqüência com que seu animal pressiona a barra de resposta que se encontra no interior da caixa experimental. Assim . A ssim fazendo. e. e em que nível. Pos­ teriormente (após realizar as práticas de M ODELAGEM e de REFORÇA- MENTO CONTÍNUO). A cada três esfregadelas conte um a nova ocor­ rência. enrugando-o e movimentando as vibrissas.Considere um a ocorrência deste comporta­ mento quando o animal tocar a barra com um a ou mais das patas dian­ teiras ou com a cabeça. para efeitos de comparação. Farejar (FA). Seque a concha do bebedouro. portanto. 4. Verifique o funcionamento da sua caixa experimental. do piso ou das paredes da caixa experimental. 3. ao lado da caixa experimental. 1. Verifique se de fato a taça do bebedouro está se enchendo após o funcionamento do m ecanism o que controla o bebedouro. conte um a nova ocorrência. Preencha o cabeçalho de sua folha de registro e deixe-a sobre a mesa.Considere um a ocorrência deste comportamento quando o anim al esfregar as patas dianteiras na cabeça e/ou focinho e/ou corpo. 2. Levantar-se (LE)— Considere um a ocorrência deste comportamento quando o anim al levantar-se nas patas traseiras aproximando o focinho do teto ou do topo das paredes da caixa experimental. Deixe a chave de comando da caixa de controle na posição “Desligado” .Considere um a ocorrência deste com portam en­ to se o rato apenas tocar a barra com um a ou duas patas dianteiras ou com o focinho. Verifique o nível da água na concha. Tocar a barra (TB) .A ANÁLI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O (ou não) e. sem contudo levantar-se nas patas traseiras. porém sem produzir depressão da m esm a e/ou o “clique” já mencionado.Considere um a ocorrência deste comportamento quan­ do o animal aproximar o focinho. produzindo um a depressão na barra de tal forma que se ouça o “clique” característico do m ecanism o da barra em funcio­ namento. Quando o anim al for colocado na caixa. Assim . Limpar-se (LI) . PRO CEDIM ENTO Durante a prática de Nível Operante (NO) você vai precisar da folha de registro referente à Prática 1 e de duas folhas de papel milimetrado. duas ou três vezes. se deve (ou não) ser introduzida contingentemente (ou não) a um a determinada resposta. . nenhum a gota de água deve estar disponível nessa concha. estaremos registrando a freqüên­ cia com que ocorrem os seguintes comportamentos: Pressionar a barra (PB) . A cada dois segundos de duração deste comportamento. Verifique se a barra de respostas está bem firm e e funcio­ nando. defecar. em cada caseia das colunas assinaladas NO.AS C O N S E Q Ü Ê N C I A S D O Q U E F A Z E M O S S ÃO I M P O R T A N T E S P A R A O N O S S O F A Z E R ? 5. “tensão fisiológica”). por 10 minutos. Essa associação “ruído-água” é indispensável para a fase de modelagem. deve fazê-lo de form a sistemática e com critérios definidos. Estamos treinando o anim al a se aproximar do bebedouro porque este é o recurso que temos a nossa disposição para liberar água para o animal. Contu­ do. Coloque seu anim al na caixa experimental e dê início à m edida do Nível Operante. utilizando a folha de registro apropriada. Você pode desconsiderar os outros comportamentos que seu anim al vier a apresentar. mas. para rea­ lizarmos a Prática 3. isto é. afastar-se da barra e do próprio bebedouro. Explicando melhor. Prática Número 2 TREINO AO BEBED O U RO APRESENTAÇÃO O Treino ao Bebedouro (TB) é um a etapa intermediária. Ao funcionar. Terminados os dez minutos de nível operante. Como você aprenderá m ais tarde. à prática de Treino ao Bebedouro (veja instruções para a Prá­ tica 2). na qual você estará ensinando seu anim al a pressio­ nar a barra de respostas localizada logo acima da abertura para a concha do bebedouro. o fato de o anim al encontrar um a gota de água cada vez que o bebe­ douro for acionado. minuto a minuto. 7. dê início. gradualmente. Tem como objetivo fazer com que o anim al se aproxime do bebedouro quando ouvir o ruído de funcionamento deste. se o fizer. por incompatibilidade entre as reações produzidas pela água (“ aproxima­ ção” . preparatória à m odelagem da resposta de pressão à barra. Zere seu cronômetro e registre. o bebedouro produz um som (algo como um “clanckt”) que pode produzir reações indesejáveis no animal como urinar. água esta que podemos considerar um a conseqüência filogeneticamente im portan­ te para um organism o vivo privado de água. isso ocorre quan­ do este ruído adquire propriedades de controle discriminativo. reduzirá a magnitude dessa reação. 6. “relaxamento”) e pelo ruído (“afastamento”. ou pode registrá-los. imediata­ mente. Retire seu anim al do biotério e traga-o para o laboratório. o que estamos fazendo é emparelhar (asso­ ciar) o som do bebedouro com a presença da água. a ocorrência de cada resposta (de acordo com as definições anteriores). . Em termos de procedimento. Se ele não beber. 10 segundos para o rato encontrar e beber a água. realizando o treino de bebedouro. ao ouvir o som do bebedouro funcionando. o afastamento de cabeça seja maior ou por m ais tempo. Nessa fase é importante que você não deixe o anim al se afastar do bebedouro. Faça isso m ais três vezes exigindo que. Repita isso m ais três vezes. Após 0 Passo 2. Imediatamente após o término do registro do Nível Operante. Mude novamente seu critério de acionamento do bebedouro. Libere um a gota de água apenas quando o anim al estiver longe do bebedou- . Contudo. o anim al se volta imediatamente para o bebedouro (isso indica que a associação ruído-água está funcionando). os efeitos imediatos da apresentação de água sobre a resposta. acione-o novamente deixando nova gota de água disponível para o animal. e então passe para o Passo 2. Como não queremos que seu sujeito fique lambendo o bebedouro 0 tempo todo. 3. PRO CEDIM ENTO 1. 4. inicie o procedimento de Treino ao Bebedouro. aum en­ tando o intervalo entre um acionamento e outro do bebedouro. principalmente no início da modelagem. conseqüentemente. no m áxi­ mo. ao ocorrer o ruído. acione o bebedouro novamente várias vezes e aguarde que o anim al dele beba antes de passar para o Passo 2. acione o bebedouro a cada três segundos até ele encontrar e beber a gota de água. Se isso não ocorrer. Para isso. Espere. assim . a cada vez. Neste momento. Enquanto o anim al estiver ainda lambendo o bebedouro. da barra de respostas que se situa logo acima da abertura para a concha do bebedouro. Alguém poderia se perguntar “Qual a razão de todos estes cuidados prelim inares” ? No início de qualquer treinamento é indispensável que as conseqüências produzidas pelo comportamento de interesse se façam sentir IM ED IATA E CO N SISTENTEM ENTE. libere um a nova gota de água enquanto ele ainda estiver bebendo a segunda gota. o anim al provavelmente se aproximará deste e. espere que ele afaste a cabeça do bebe­ douro e acione o m ecanism o de liberação de água. Como há um a certa distân­ cia física entre a barra e o bebedouro. senão inviabilizar.1 08 A ANÁLI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O Após ser exposto a essa associação entre ruído e água. é preciso m udarm os novamente nosso critério de libera­ ção de água. acione o bebe­ douro deixando-o com um a gota de água disponível. pode enfra­ quecer. o som que este produz (e que está associado à água) poderá atuar como um efeito imediato e sistemático. 2. subseqüente ao pressionar da barra de resposta. estaremos em condições de iniciar a Prática 3. Verifique se. o tempo entre a pressão à barra e o consum o de água. usarem os um a técnica denominada modelagem. anote na folha de registro o número de gotas de água efetivamente consumidas pelo seu animal. O método de aproximações sucessivas toma. Como parte dessa técnica. NOTA: 1. ou quando o sujeito a quem preten­ demos ensinar algo tem dificuldades especiais. Reforçar diferencial- mente consiste em conseqüenciar algum as respostas (aquelas que dese­ jam os fortalecer) e não reforçar outras (aquelas que são incompatíveis com o desempenho desejado). Se isto ocorrer. Neste método. Prática Número 3 M ODELAGEM DA RESPOSTA DE PRESSÃO À BA R R A APRESENTAÇÃO Esta prática tem como objetivo EN SIN A R o rato a pressionar a barra de respostas que se encontra no interior da caixa experimental. o critério de qual classe de respostas será refor­ çada) é mudado gradualmente. O nom e é em pre­ gado porque dá bem a idéia do que estamos fazendo: moldando.Modelagem da Resposta de Pressão à Barra. ou quando os próprios pré- requisitos necessários para aquilo que pretendemos ensinar estão ausen­ tes do repertório do sujeito. isto é. dê início à Prática 3 . 2. seu anim al se dirige a ele. Não deixe de anotar a hora de início e término desta prática para depois calcular sua duração. As prim eiras aumentarão em freqüência e . este método parte do nível operante do organismo. o comportamento do nosso sujeito experimental. Isto pode ser importante se quiserm os avaliar o estado de privação/saciação de água do rato. Durante o Treino ao Bebedouro. de tal form a que ele incida sobre respos­ tas que. o critério de reforçamento (ou seja. O procedimento por meio do qual realizaremos essas aproximações sucessivas é denominado reforçamento diferencial. Este método é empregado sempre que desejamos ensinar um desempenho complexo. ao ocorrer o ruído do bebe­ douro. Para tanto. respostas mais simples porém que existem com alguma força. Faça isso por três vezes.AS C O N S E Q Ü I . você usará o método de aproximações sucessivas ou mudanças graduais. Verifique se. N C I A S D O Q U E F A Z E M O S S AO I M P O R T A N T E S P A R A O NOS SO 1 AX I H T ro. cada vez m ais. como um escultor. como problemas de desenvolvimento ou déficit de repertório. como ponto de partida. se aproximem da resposta desejada. A escolha das respostas que deverão ser ou não conseqüenciadas depende do repertório que seu anim al estiver apresentando no momento em que você iniciar seu trabalho. PRO CEDIM ENTO 1. Quando o anim al aprender a pressionar a barra. Mudando gradualmente o critério de reforçamento. ou seja. não é o mais importante para nossos objetivos. inicialmente. e passar a reforçá-la liberando água imediatamente após a sua apresentação. suficiente para acionar o mecanismo do bebedouro (você ouvirá o “clique” da barra sendo deslocada). seria conveniente que você.8 A ANÁLI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O as últimas entrarão em extinção. Você deverá selecionar a resposta mais próxima da resposta de pressão à barra que seu sujeito emitir (isto pode ser sim plesm ente “olhar para a barra” . “permanecer próximo à barra. Observe que a forma final da resposta que esta­ mos tentando instalar é emitida ficando o rato sobre as patas traseiras e pressionando a barra com um a ou ambas as patas dianteiras até pro­ duzir um a depressão da m esma. Por exemplo: “cam inhar ou permanecer em local afastado da barra” . Prática 4 . Assim . porém com as quatro patas no piso e o focinho abaixo do nível da barra” . antes de ir para o laboratório. ou m ais sim plesm ente “ficar pró­ ximo a ela”). Passe a liberar água (acio­ nando a chave de comando da caixa de controle para a posição Manual) somente para aqueles comportamentos que m ais se aproxi­ m em da resposta de pressão à barra desejada. A topo­ grafia dessa resposta.Reforço Contínuo. “voltar-se em direção oposta à barra” e. ou “tocar a barra com as patas ou com o focinho” são comportamentos indis­ pensáveis para que a resposta de pressão à barra eventualmente ocorra. “ficar próximo à barra e nessa situação levantar-se sobre as patas traseiras” . m as sim o seu efeito no meio ambiente. você conseguirá conduzir seu sujeito a desem penhos bem diferenciados daqueles que ele apresentava inicialmente. num estágio m ais avança­ do do treinamento. seguindo a seqüência que você imaginou. Note que alguns comportamentos são incompatíveis com essa res­ posta. Anote o horário de início do procedimento. que a pressão à barra seja forte o suficiente para acionar o mecanis- . Esta seqüência deveria ser um bom guia para você determinar as etapas a serem utilizadas como crité­ rio durante seu processo de modelagem. será dado início im e­ diato à prática seguinte. Por outro lado. im agi­ nasse a seqüência de posições e movimentos que um rato deve apresen­ tar para poder finalm ente “pressionar um a barra cilíndrica localizada na parede frontal da câmara experimental” . Alguns poucos anim ais pressionam a barra com o focinho. AS C O N S E Q Ü Ê N C I A S D O Q U E F A Z E M O S S AO I M P O R T A N T E S P A R A O N O S S O F A Z E R ? 111 mo do bebedouro e, conseqüentemente, produzir a liberação automá­ tica da água. Você notará que aqueles anim ais que pressionam com o focinho ou com o corpo eventualmente passarão a pressionar com a pata (isto se dá possivelmente devido ao efeito combinado de duas variáveis: “atraso de reforçamento2” e “custo de respostas3” , já que essas respostas, a longo prazo, são m enos eficazes). 2. Quando a resposta inicial que você escolheu para ser reforçada aumentar em freqüência, passe a exigir um a resposta um pouco mais próxima da resposta terminal. Novamente, espere essa resposta ser fortalecida antes de aumentar a exigência de seu critério de reforça­ mento; isto em geral significa quatro ou cinco reforços consumidos em cada etapa. (Anote a resposta que está reforçando em cada etapa de seu procedimento de aproximações graduais, escrevendo o nome da m esm a e a quantidade de gotas de água consum ida a cada etapa). Procure não liberar m ais que cinco reforços em cada etapa para evi­ tar que o sujeito sacie (ou que se fixe demasiado num a etapa interm e­ diária) antes de aprender a pressionar a barra. A TEN Ç Ã O : Não modifique bruscamente sua exigência, dando gran­ des saltos em seu critério de reforçamento diferencial! Às vezes, o ani­ mal está sendo treinado em um a etapa N e apresenta um a resposta de um a etapa mais avançada N+3, e o aluno decide passar a reforçar somente as respostas N+3. Por exemplo, a resposta sendo treinada é “aproximar a cabeça da barra” e, num determinado momento, o ani­ mal pressiona a barra com um a das patas. A tendência dos alunos é considerar isso um a evidência de que podem saltar etapas intermediá­ rias (“passar a cabeça por cima da barra”, “levantar-se nas patas trasei­ ras” etc.) e assim passam a exigir a resposta de pressão à barra. Isto poderá produzir a extinção da resposta N sem garantir a resposta N+3. 3. Outro aspecto a ser lembrado: é im portantíssimo que o evento refor- çador ocorra imediatamente após a resposta que pretendemos forta­ lecer, ou cuja freqüência buscam os aumentar. Essa seqüência temporal “ Resposta>Reforço” é importante e deve ser empregada de m aneira precisa e imediata, pelo m enos nos prim eiros dias de nosso trabalho com esse animal. Evite reforçar respostas incompatíveis (quanto m aior o intervalo entre um a resposta e sua conseqüência, 2 Atraso de reforçamento se refere ao intervalo entre a emissão de uma resposta e 0 acesso à conseqüência reforça- dora; quanto maior esse intervalo, menos eficaz a operação de conseqüenciação. 3 Custo de resposta refere-se ao «sforço total que um organismo deve despender para obter acesso a um reforçador. É medido em termos de energia gasta (deslocar uma barra de l versus lo gramas, emitir 1 versus 15 pressões, per­ correr uma distância de 10 versus 40 cm etc.) ou de efeitos colaterais indesejados (0 focinho do rato é uma parte muito sensível e delicada de seu corpo, usá-lo para pressionar uma barra de metal pode, com a repetição do ato, produzir uma inflamação na área ou até lesões). ■ A ANÁLI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O m aior a probabilidade de que outras respostas, algum as incom patí­ veis, ocorram nesse intervalo). Diz-se que modelar é um a arte, pois além de não possuir regras fixas, exige um observador atento, preciso e rápido na tomada de decisões, bem como um a pessoa bastante familiarizada com todas as etapas da resposta que deseja ensinar. 4. O critério para o encerramento da m odelagem é a emissão de cinco respostas consecutivas de pressão à barra (sem outras respostas inter­ mediárias). Atenção: nesse estágio, reforce apenas as respostas em que a pressão à barra for executada com um a ou ambas as patas dian­ teiras. Quando isso ocorrer, coloque a chave de comando da caixa de controle na posição Automático, para que as respostas de pressão à barra passem a ser reforçadas automaticamente. 5. Imediatamente após a m odelagem ter sido finalizada, dê início à Prá­ tica 4 - Reforço Contínuo (CRF I) e anote o horário de término da Modelagem. IMPORTANTE: A qualquer momento, durante a Modelagem, se você tiver alguma dúvida, ou se seu animal ficar parado muito tempo, ou pas­ sar a dormir, ou se você não conseguir passar de um a etapa da modela­ gem para outra, não hesite em chamar o professor; não corra o risco de colocar um a resposta adequada em extinção, ou de estabelecer um a res­ posta inadequada. Prática Número 4 REFO RÇO CO NTÍN UO DA RESPOSTA DE PRESSÃO À B A R R A (C R F I) APRESENTAÇÃO O Reforço Contínuo (CRF4) tem como efeito imediato fortalecer a res­ posta de pressão à barra, e com isso mantê-la em alta freqüência no reper­ tório comportamental de seu sujeito. Na Prática 4, toda resposta de pressão à barra será reforçada pela apresentação imediata de um a gota de água, e nenhum a gota será apresentada sem que tal resposta tenha sido emitida. O nome Reforço Contínuo se origina dessa contingência: cada resposta é reforçada, não há solução de continuidade. - Esquemas freqüentemente são designados por siglas cuja origem está em sua denominação em inglês, assim rercTco contínuo origina-se da expressão correspondente em inglês Continuous Reinforcement. AS C O N S E Q Ü Ê N C I A S D O Q U E F A Z E M O S S A O I M P O R T A N T E S P A R A O N O S S O F A Z E R 5 113 O reforço contínuo da resposta de pressão à barra encerra a prim eira sessão experimental (Prática 4, CRF I) e é retomado na Prática 5 (CRF II) quando inicia a segunda sessão. PR O C EDIM ENTO (CRF l) Imediatamente após o critério de m odelagem ter sido alcançado, você deve colocar a chave de comando da caixa de controle na posição Autom á­ tico. Durante a Prática 4, você vai utilizar a m esm a planilha de registro usada durante a Prática 1. Nas caseias das colunas denominadas CRF I, você deve anotar a freqüência das m esm as respostas anteriormente defi­ nidas e observadas (ver Prática 1 - Nível Operante). 1. A chave de comando da caixa deve ser mantida na posição Autom áti­ co durante toda a duração desta prática, para garantir o reforçamento automático e imediato de cada resposta de pressão à barra. 2. Anote a freqüência das m esm as respostas registradas durante a Prá­ tica 1 - Nível Operante, m inuto a minuto. 3. Periodicamente, observe se o nível de água na cuba localizada abaixo do bebedouro está adequado para o bom funcionamento do aparelho. 4. Encerre esta prática após o anim al ter pressionado a barra 2 0 0 vezes ou após 15 minutos, contados a partir do início do CRF, o que ocor­ rer primeiro. Se, durante a prática, seu anim al parar de responder, notifique o professor. 5. Ao final da prática, retire o anim al da caixa, reconduza-o ao biotério, e anote o horário de término da sessão. 6. Execute os procedimentos de lim peza da caixa e de higiene pessoal. A ANÁLI SE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O Folhas de Registro: Práticas í, 2, 3 e 4 PRÁTICA 1 : NÍVEL O PERANTE (NO) PRÁTICA 4 : REFO RÇO CO NTÍN UO (C R F l) Data: / / Início: h min. Término: h min. Anim al Ns Alunos: Pressionar Tocar Farejar ; Levantar ; Lim par-se Min. NO CRF 1 NO CRF 1 NO CRF 1 : NO CRF 1 ^ NO CRF 1 1 i ; ; 2 3 4 5 6 j ; 7 8 1 | 9 1 j ! 10 i ! T o ta l PRÁTICA 2 : TREINO AO BEBED O U RO Início: h min. Término: h min. Duração: min. Número de gotas de água consumidas pelo sujeito: AS C O N S E Q Ü Ê N C I A S DO Q U E F A Z E M O S SÃO IM P O R T A N T E S PARA O NOSSO FAZER? 115 PRÁTICA 3 : MODELAGEM Início: h min. Término: h min. Duração: min. Etapas da modelagem: (nome e total de gotas) 1) 2) 3) 4) ................... 5) 6) 7) 8) TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS REFERENTES ÀS PRÁTICAS I 2, 3, E 4 1. A partir dos dados de freqüência das diferentes respostas observadas durante os exercícios de Nível Operante (NO) e Reforço Contínuo (CRF I), calcule a taxa de respostas (respostas por minuto, Resp/min) em cada prática e preencha a tabela abaixo, elaborando um título para a mesma. T a b e la 1 ~ ............... ............ .... Freqüência das respostas observadas Respostas N ível o p e ra n te C RF 1 observadas Total Resp/m in Total Resp/m in Pressionar Tocar Farejar Levantar Lim par-se 2. Faça um histograma representativo dos dados acima (analise e esco­ lha qual destas medidas é m ais representativa: a freqüência total ou a relativa?). Elabore um título para esse histograma. 3. Quais as respostas mais freqüentes durante o NO (identifique duas e dê suas taxas)? Por que estas respostas seriam as mais freqüentes? (Para o momento, procure responder em termos de aquisição filoge- nética). 4. Descreva o procedimento de Treino ao Bebedouro e explique por que esta etapa foi necessária. entre a fase de NO e a de CRF? 7. na ordenada. na abscissa. Qual a freqüência da resposta de pressão à barra durante o NO? E qual a freqüência desta resposta durante o CRF? Há um a diferença? A que ela pode ser atribuída? Por quê? 8. Descreva a evolução da freqüência da resposta de pressão à barra.0 DI J D Á T 1C O 5a. 11. b) some cumulativamente esses totais lançando os resultados num a nova coluna (Freq. A partir destes resultados. Isto é. some o total do minuto N ao total no minuto N +i e coloque este valor na linha correspondente ao m inuto N +i. ao longo do tempo.). . Absol. deverão ser representados os minutos de duração da Prática 4 e. Entre os dados da coluna Freq. o total de respostas de pressão à barra emitidas a cada minu­ to e coloque os dados num a coluna de freqüência absoluta de respos­ tas (Freq.1: 116 A A N Á L 1S E D O C O M P O R T A M E N T O N O L A B O R A T Ó R 1. finalizando a curva.). 6. c) Construa um espaço cartesiano em que. Acum. Se a seqüência que você efetivamente empregou diferiu da idealiza­ da. baseando-se na curva que você acabou de desenhar. Volte à Tabela 1. descrevendo o critério de reforçamento em cada uma. Justifique a escolha dessas etapas e dessa seqüência. Em seguida. e assim sucessivamente. num a folha à parte. como você responderia à pergunta: “ Exis­ te relação entre o que o sujeito faz e as conseqüências que sua ação produz no meio am biente?” Esteja preparado para discutir estas questões em classe e apresentar seus dados (tabelas e gráficos) para o professor. Enumere as etapas que você im aginou para realizar a m odelagem da resposta de pressão à barra. em termos de procedimento. a freqüência acumulada de respostas de pressão à barra. explique o porquê em termos do comportamento do animal. e una os pontos. As respostas mais freqüentes durante o Nível Operante continuam com a m esm a freqüência durante o CRF? Qual a sua nova freqüên­ cia? Por que esta mudança? 9. Faça um gráfico de freqüência acumulada para as respostas de pres­ são à barra durante a Prática 4. Dê um título para esse gráfico. 5b. Qual a diferença básica. Para tanto a) some antes. 10. Acum. tornarem-se reforçadores ao longo do desenvolvimento ontogenético de um indivíduo dessa espécie. Dizem os que a água é um evento filogeneticamente importante. não obstante. ou como conseqüência significativa. porém de um a maneira ligeiramente diferente. preparam as condições necessárias para que possamos colocar a pergunta acima. 6. As Práticas 5 e 6 estão ligadas. Obviamente. Nas Práticas 1 a 4. um a questão digna de . em relação ao qual fomos selecionados ao longo de nossa evolução biológica. independentemente de qualquer aprendiza­ gem. A esse respeito. Nelas. O que indagamos agora é se eventos que não adquiriram propriedades reforçadoras ao longo da evolução de um a espécie. previamente à realização daquela sessão. nosso sujeito experimental havia sido privado de água. independentemente de qualquer experiência ou característica indi­ vidual dos organism os vivos. metodologicamente. e. à pergunta coloca­ da na sessão anterior sobre a importância das conseqüências de nossos atos. e essa substância é um compo­ nente vital de nosso organism o biológico sem a qual não podemos sobre­ viver.b) Somente conseqüências filogeneticamente importantes podem atuar como reforçadores? (Práticas 7 e 8) SEGU ND A SESSÃO EXPERIMENTAL ( PRÁTICAS 5 A 8 ) Esta segunda sessão será composta por quatro práticas (Práticas 5. 7 e 8). podem. conceitualmente. essas duas práticas tam­ bém estão ligadas às práticas anteriores com relação à questão da conse- qüenciação de nossos atos. trabalhamos tão somente com água como evento reforçador. Dizemos que a água atua como evento reforçador. como o nome diz. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO nos colocarmos é se somente eventos filogeneticamente importantes podem atuar como eventos reforçadores. volta à mesma freqüência anterior). nesta Prática 8. última prática desta segun­ da sessão. ou seja. o que demonstraria a ductibili- dade do comportamento operante e a reversibilidade de nossas intervenções. se tornou um reforçador secundário. iremos trabalhar com um esquem a de reforçamento intermitente1 e. então decorre que existe u m segun­ do nível de seleção comportamental. . Podemos aprender um a dependência a eventos que não são filogeneticamente importantes? Se a resposta é positiva. Na Prática 8 (CRF III. na próxima sessão de laboratório. e podendo N ser variável ou fixo. como foi dito. os alunos reinstalarão a água como evento conseqüente à respos­ ta de pressão à barra. podem se tornar reforçadores. dependendo de certas condições (que serão des­ critas e demonstradas na Prática 7). vai poder verificar como este som. assim não entraremos em detalhes sobre sua 1 Reforço intermitente é aquele. verificando se este comportamento recupera sua força (ou seja. isto é. provavelmente devido à sua associação (empare- lhamento) com a água (reforçador primário). o aluno vai poder responder ã questão colocada acima sobre a exclusividade ou não do controle. O recondicionamento da resposta de pressão à barra (Prática 8) será necessário pois. a resposta preci­ sa estar presente no repertório do animal com um a freqüência inicial alta. que não ocorre regularmente. A propósito. já iremos dar início ao procedimento de reforçamento intermitente. 0 aluno vai poder verificar de form a m ais conclusiva aquilo que foi dito na Prática 2 sobre os efeitos do som do bebedouro. O aluno terá executado aquilo que em termos de delineamento experimen­ tal se denomina “Delineamento A-B-A-B” (onde A representa ausência da operação “água contingente à resposta de pressão à barra” e B representa a presença dessa operação. Recondicionamento). podendo ocorrer a cada N respos­ tas ou a cada N segundos. de eventos filogeneticamente importantes. Prática Número 5 REFO RÇO CO NTÍNUO DA RESPOSTA DE PRESSÃO À BA RRA (C R F II) A Prática 5. nossa intervenção experimental). Eventos peculiares e específicos a nossa vida. Na Prática 7 (Reforço Secundário) desta segunda sessão experim en­ tal. a ontogenética. sobre nossos comportamentos. Ao m esm o tempo. é essencialmente um a continuação/repeti­ ção da Prática 4 (CRF I). para isso. resposta ocorreu no meio do minuto. PROCEDIMENTO 1. Fazendo isso. estamos realizando um procedimento denominado EXTIN­ ÇÃO. Prática Número é EXTINÇÃO DA RESPOSTA DE PRESSÃO À BA RRA APRESENTAÇÃO O objetivo desta prática é confirmar. continue reforçando até o final do minuto m esm o que. Coloque-o na caixa e dê início ao reforçamento contínuo. Retire seu animal do biotério e traga-o para o laboratório. a concha do bebedouro está sendo enchida após o funcionamento do m ecanism o que contro­ la o bebedouro. Verifique se a barra de respostas está bem firm e e funcionando. bastando dizer que ela mantém o procedimento de reforça- mento contínuo utilizado anteriormente. de fato. você ultrapasse as 2 0 0 res­ postas previstas. Zere seu cronômetro e registre minuto a minuto o núm ero de respostas de pressão à barra emitidas (cada resposta deve estar sendo automatica­ mente reforçada.S O M E N T E C O N S E Q Ü Ê N C I A S F ILOG E N E T I C A M E N T E I M P O R T A N T E S P O D E M A T U A R C OM O R E F O R Ç A D O R E S ? 119 constituição. Para esta confirmação. Quando procedemos dessa forma. 7. ao iniciar o próximo minuto. se a resposta de pressão à barra é mantida pelas suas conseqüências. veja instruções específicas a seguir). Prepare a folha de registro que será utilizada nas Práticas 5 a 8. com isso. Considerando que este procedimento é o oposto daquele de refor- . Deixe a chave de controle da caixa na posição Automático. coloque a chave de comando da caixa na posição Desligado. iremos rom per a rela­ ção de contingência entre a resposta e o reforço. Verifique o funcionamento da sua caixa experimental. você estará dando início ao procedimento de Extinção (Prática 6. Verifique se. atente para o seguin­ te: se a 200. Após. 4. mude o controle para Desligado para dar início à Prática 6. no m ínim o. 2 0 0 respostas reforçadas em CRF. 2. 3. caso isso não ocorra. 5. Deixe um a gota de água disponível na concha do bebedouro. chame o professor). 6. Para facilitar seus cálculos de taxa de resposta. Verifique o nível da água na cuba. por meio de um procedimento oposto ao de reforçamento. Contudo. Reforço Secundário. 3. como ocorre com a água. o sexo. agora reaparecem). seria de se esperar que seu efeito também fosse o oposto. você vai precisar dela novamente. como visto em nossas práticas anteriores. o calor. 6. Após o encerramento do quinto minuto. Continue anotando na folha de registro a freqüência de resposta de pressão à barra. Você pode também observar a freqüência de outras respostas. aquelas observadas durante a prática de nível operante e modelagem. m ais tarde. e que haviam sido “deslocadas”. isto é. respostas anteriormente eficazes. 4. para não produzir barulho nas proximidades do bebedouro. PRO CEDIM ENTO 1. Encerre esta prática após o anim al permanecer 5 minutos consecuti­ vos sem emitir a resposta de pressão à barra. Utilize a m esm a folha de registro usada na Prática 5. e principalm en­ te. vamos verificar se isto de fato ocorre. o descanso etc. Deixe a cuba cheia ao lado de sua caixa experimental. 5. para verificar se elas ressurgem (este é um efeito comum do procedimento de extinção. remova a cuba de água. Coloque a chave de comando da caixa na posição Automático e dê iní­ cio à Prática 7 . Nesta prática. ou após 15 minutos a partir do início do procedimento de Extinção (seu professor apontará a opção a ser seguida). Os estímulos reforçadores nem sem pre têm um a relação óbvia com nossa sobrevivência como espécie. Faça um sinal ao lado do minuto no qual você deu início ao procedimento de Extinção. Prática Número 7 REFO RÇO SECU N D ÁRIO APRESENTAÇÃO Você já deve ter pensado que muitas das coisas que fazem os não são conseqüenciadas por estímulos reforçadores facilmente identificados ou que estejam relacionados a funções biológicas básicas. 2. Pro­ ceda com cuidado para não derramar água na m esa. Esses eventos têm um a função importante filogeneticamente falando. Coloque a chave de comando da caixa na posição Desligado. isto é. Ela deve­ rá permanecer nesta posição ao longo desta prática. a comida. que é a de m anter o . que produzisse um a diminuição no responder.■ A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T O R I O DIDÁTICO çamento. Ao longo de nossas práticas você deve ter percebido que o “clankt” característico do funcionamento do bebedouro esteve associado temporal­ mente à apresentação de água. ou seja. o bebedouro. conseqüen- ciaremos cada resposta de pressão à barra com o ruído característico do funcionamento do bebedouro.” . isto é. com um reforçador primário). isto é. ou seja. isto é. Durante a Prática 7. ele precedia a toda apresentação de água e. m as ao fato de que esses foram aprendidos. adquiridos primariamente. Mas. isto é. Portanto. ou até m esm o com outro reforçador condiciona­ do já fortemente estabelecido. por um elogio. e dos quais os outros se originam). se ele pode realmente ser considerado um reforçador condicionado. nenhum a gota de água será . era simultâneo à emissão da resposta de pressão à barra. mas. não se refere à sua importância. na ausência do som do bebedouro este. pelo contato visual com outras pessoas etc.. Estu­ dos mostram que. Na Prática 6. Por outro lado. Certos estímulos não funcionam originalmente como reforçadores. como a cuba de água do bebedouro foi removida na Prática 6 e assim a manteremos. por pedaços de papel marcados “R $. O objetivo da Prática 7 é investigar se esse ruído de fato adquiriu propriedades reforçadoras. um importante fator que permite a um estímulo “neutro” tornar-se reforçador secundário é a sua apresen­ tação temporalmente próxima de um estímulo reforçador primário. um a aquisição filogenética (donde advém a expressão “reforçadores prim ários” .SOMENTE CON SEQÜÊN CIA S FILOGENETICA MENTE IM PORTANTES PODEM ATU AR COMO R E F O R Ç A D O R ES ? equilíbrio homeostático de nosso corpo. o estímulo neutro deve preceder o reforçador estabelecido. Isto é. m as adquirem propriedades reforçadoras. reforçadores secundários. e estudam como estímulos inicialmente “neutros” tornam-se reforçadores sob o tó­ pico de Reforço Secundário.. ao contrário dos reforçadores primários. praticamente. tornam-se reforçadores condicionados (este é um outro nome dado para reforçadores secundários) se forem emparelhados com um reforçador incondicionado (isto é. você expôs o seu animal ao procedimento de extinção e provavelmente observou que a freqüência da resposta de pressão à barra claramente dim inuiu em relação à freqüência registrada durante a vigên­ cia do reforçamento contínuo (Prática 5). como explicar o fato de que algum as pessoas possam ter seus comportamentos reforçados por sorri­ sos. sur­ gidos depois). por exemplo).. são um a aquisição ontoge- nética (donde advém a expressão “reforçadores secundários” . nesta apresentação. e este processo é maximamente eficaz se a apre­ sentação do estímulo neutro preceder também a resposta que produz o reforçador já estabelecido e durar até a apresentação deste último. o som do bebedouro funcionando preenchia as condições para que ele se tornasse um reforçador secundário ou condicionado. A denominação dada a esses reforçadores. não funcionava (durante o procedimento de Extinção.? Os analistas do comportamento também notaram isto. e não 0 momento em que você ligou o bebedouro vazio. pois. poderemos observar o efeito deste som sobre a freqüência da resposta que o produz. o rato não “sabe” que você ligou o bebedouro em automático!).Recondicionamento da Resposta de Pressão à Barra. Você deve continuar anotando. NOTA: Ao analisar os dados da Prática 7. o momento em que ele emitiu sua prim eira resposta. Assim . acione o bebedou­ ro manualmente duas ou três vezes a intervalos de 5 segundos. minuto a minuto. Encerre esta prática 5 minutos após a prim eira resposta que seu ani­ m al apresentar nesta etapa. isto é. Antes de iniciar esta prática. a fre­ qüência da resposta de pressão à barra. produzindo seu ruído característico. se não ocorrerem respostas de pressão à barra (afinal de contas. Discuta com seu professor por que essa correção no cálculo da duração desta prática é importante. 2. Coloque a chave de comando da caixa de controle na posição Automá­ tico: 0 bebedouro será acionado automaticamente após cada resposta de pressão à barra. a cuba de água foi deslocada para fora do bebedouro logo após o quinto minuto da prá­ tica anterior. com cuidado. porém a gota de água não será apresentada ao animal. a cuba de água sob o bebedouro. Recoloque. . lembre-se. Após três minutos contados do início desta prática. certifique-se de que realmente retirou a cuba do bebedouro. PRO CEDIM ENTO 1. 3. Acione o bebedouro duas ou três vezes e dê início à Prática 8 (CRF III) . Assinale na folha de registro o momento no qual foi dado início a essa prática. leve em conta o momento em que de fato o animal entrou em contato com a nova contingência. sem que esse efeito fique contaminado pela produção paralela de um a gota de água. Verifique se o nível de água é adequado.A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO apresentada ao animal. 4. A folha de registro da Prática 7 será a m esm a utilizada nas Práticas 5 e 6. A lém disso. Continue utilizando a m esm a folha de registro que você vem usando nas Práticas 5 a 7 assinalando. inicialmente em CRF e. é necessário fortalecer novamente a res­ posta de pressão à barra que se encontra em franco processo de extinção. Para isso. como em CRF). PRO CEDIM ENTO 1. e assim cada resposta seria reforçada. m SOMENTE C O N SE Q Ü ÊN CIA S FILOGE N ETICAMENTE IMPORT ANT ES PODEM A TU A R COMO REFORMADORES? 123 Prática Numero 8 RECO N D ICIO NAM EN TO DA RESPOSTA DE PRESSÃO À BA RRA (C R F III) APRESENTAÇÃO O objetivo desta prática é preparar o anim al para o trabalho a ser rea­ lizado na Prática 9. em seguida. o momento em que teve início a Prática 8. porém na ausência de outros reforçadores subseqüentes. refere-se a Fixed Ratio. ela não foi conseqüenciada pela apresentação de água. tornan­ do 0 seu efeito bastante passageiro. A sigla usada para indicar o procedimento de Razão Fixa. se um reforçador secundário é apre­ sentado repetidamente como conseqüência de um a resposta. conseqüenciaremos a resposta de pressão à barra com água. 0 reforçador secundário teve um a curta história de pareamentos com o reforçador prim ário. Esta resposta certamente está enfraquecida no repertório comportamen- tal do anim al pois. . em vez de após cada resposta (evidentemente que poderíamos fixar este núm ero em um . Quando um esque­ m a de FR está em vigor. FR 5 indica que a quinta resposta será seguida de reforço. apresentando água a cada duas respostas de pressão à barra. Assim . Indicamos este núm ero fixo por um dígito após a sigla FR. . na m esm a. Esta mudança de CRF (ou FR 1) para FR 2 visa apenas habituar o ani­ m al ao procedimento a ser empregado na próxima prática experimental. em um esquem a de refor- çamento intermitente denominado Razão Fixa (FR2). seu equivalente em inglês. o organismo é reforçado após a em issão de um núm ero fixo de respostas. durante as Práticas 6 e 7. Dessa form a. ele tem sua efetividade diminuída. Durante a Prática 8. por exemplo. FR. Na prática de hoje usarem os um FR 2. Estudos m ostram que a eficácia de um reforçador secundário depende de seu pareamento periódico com outros reforçadores. Alternativa­ mente. 4. coloque a chave de controle na posição Desligado. 9. para as res­ postas não seguidas de água. Ao fazer isso. Mantenha este procedimento por 10 minutos.■ A ANALISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO 2. 6. chame o professor. ser um pouco m ais demorada. Anote o horário de término da sessão e retire o animal da caixa e reconduza-o ao biotério. Se. assim. Durante o FR 2. passe a chave para a posição Automático de form a que após a resposta seguinte de pressão à barra seu anim al tenha acesso a um a gota de água automaticamente. Continue anotando a ocorrência de respostas de pressão à barra. após o próximo reforçamento. Anote a ocorrência de respostas de pressão à barra. Esta opção poderia. 8. porém. Execute os procedimentos de lim peza da caixa e de higiene pessoal. minuto a minuto. volte para a posição Desligado. e assim sucessivamente. você poderia simplesmente colocar a chave de controle na posi­ ção Automático e esperar seu animal eventualmente responder. e um “X ” para aquelas reforçadas (daqui por diante use sem pre esse recurso para anotar respostas reforçadas e não reforçadas). . após dois minutos. 5. m inuto a m inu­ to. Em seguida. seu anim al não tiver apresentado pelo m enos 10 respostas durante esse período. Após três minutos em CRF. proceda do seguinte modo (você deverá ser rápido e estar muito atento ao com ­ portamento de seu animal): após o último reforçamento. Inicie esta prática acionando manualmente o bebedouro duas vezes com cinco segundos de intervalo entre os acionamentos. utilizando um sinal como este. após um a resposta. optamos por acionar manualmente o bebedouro e acelerar o processo. 3. coloque- a na posição Automático. 7. diferencie as respostas reforçadas das não reforçadas. inicie o esquem a de FR 2 assinalando este momento na folha de registro. separadamente) . 6. 7 a S Data: / / Início: h min. Término: h min. escrevendo o respectivo nom e/núm ero da m esm a. 7 e 8. para cada um a das práticas. Anim al N° Alunos: (Assinale na m argem esquerda o momento em que iniciar as Práticas 5. Não se esqueça de reiniciar a partir do zero a contagem de respostas quando for preencher as colunas de Freqüência Absoluta e Freqüência Acumulada. 6. S O M E N T E C O N S E Q Ü Ê N C I A S F 1 L O G E N E T 1 C A M E N T E I M P O R T A N T E S P O D E M A T U A R C O M O RE F O R Ç A D O R E S 5 Folha de Registro: Práticas 5. Freqüência da resposta de pressão à barra j F. 16 17 18 19 20 ! 21 22 1 23 24 | j | 25 26 i I 27 28 29 j 30 j 31 \ 32 ! 33 j 34 | 35 l | 36 37 i . Absol. Acum . ! j 38 : 39 40 41 . F.■ 126 A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T O R I O DIDÁTICO Min. 48 1 ! ' i ! i 49 . i . No entanto. 6. j 45 1 : i ! 46 . Acum . Na ocasião da análise dos dados referente às Práticas i a 4. ! 47 . 52 53 i j 54 : i j 55 : ! 56 57 ' í 58 . Portanto. TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS REFERENTES ÀS PRÁTICAS 5. 7. . 60 j . Absol. sua resposta baseou-se nos dados coletados nas qua­ tro prim eiras práticas. com base nos dados obtidos no conjunto das Práti­ cas 1 a 6. ! Freqüência da resposta de pressão à barra F. F. realizadas nesta segunda sessão. avaliando a resposta . í 44 ! i ! . 50 : 51 . 59 . responda novamente à questão acima. você deve ter notado. E 8 1. 42 1 . agora.S O M E N T E C O N S E Q Ü Ê N C I A S F I L O G EN E T I C A M E N T E I M P O R T A N T E S P O D E M A T U A R C O M O RE F O R Ç A D O RE S ? 127 Min. 43 : . você foi solicitado a responder à pergunta: “ Existe relação entre o que o sujei­ to faz e as conseqüências que sua ação produz no m eio ambiente” ? Naquela ocasião. esta pergun­ ta abrange também as Práticas 5 e 6. Use. aplica) aplica) Prática 8) 3. Descreva as tendências da curva grafada. Preencha a tabela abaixo com os dados referentes à taxa de resposta por minuto durante: a) o total de duração de cada prática. e c) nos cinco últimos m inutos de cada prática. um a seta para indicar o ponto de mudança e escreva o nome ou sigla do procedimento empregado. b) nos cinco prim eiros minutos de cada prática.A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO que você havia dado anteriormente. o m o­ mento em que cada procedimento foi introduzido. 4. 7 e 8 indicando. Atente particularmente para os seguintes pontos: . Os dados das Práticas 5 e 6 m udam as conclusões a que você havia chegado anteriormente? Eles fortalecem-nas ou enfraquecem-nas? Explique. 2. por exemplo. 6. Faça um gráfico da freqüência acumulada das respostas de pressão à barra ao longo das Práticas 5. A resposta de pressão à barra. Procedim ento Taxa geral Taxa inicial Taxa term inal (Resp/min) (5 minutos) (5 minutos) CRF 1 (Prática 4) C R F II (Prática 5) Extinção (Prática é) Reforço secundário (Prática 7 ) C R F III (não se (não se (Recondicionam ento. 6. ainda faz parte do repertório comportamental do rato na ocasião do início da Prática 6? A passagem de tempo é um a variável necessária para que ocorra esquecimento? Justifique sua resposta com seus dados. aprendida na Prática 5. no gráfico. e relacionando estes resultados com os pro­ cedimentos empregados. Compare também a taxa terminal do CRF I com a inicial do CRF II. Compare as taxas iniciais e terminais no CRF I (Sessão 1) e no CRF II (Sessão 2). Essas taxas estavam aumentando ou dim inuindo ao longo de cada um a dessas práticas? E ao longo das duas práticas? Você diria que seu anim al já havia estabilizado seu desem penho ou que estava ainda aperfeiçoando-o? 5. completando sua descrição com os dados da tabela. Compare a taxas geradas em CRF I (Sessão 1) e CRF II (Sessão 2). 6. Os estímulos associados à liberação da água adquiriram algu­ m a propriedade reforçadora? (Ou seja. são suficientes para alterar a probabilidade de ocorrência de um a resposta em extinção. (Para serm os m ais precisos. ele se mantém indefinidamente. 7. urinar. pressionar a barra violenta e rapidamente. A resposta de pressão à barra depende de reforçamento para ser fortalecida/ mantida no repertório de um indivíduo? Após ter havido aprendi­ zagem de um comportamento. você verificou a ocorrência de respostas ditas emocionais (por exemplo. essa compara­ ção deveria ser feita com os prim eiros cinco minutos após a primeira resposta emitida durante a prática de Reforço Secundá­ rio). defecar etc. m esm o sem reforçamento? O efeito da retirada do reforçamento é imediato? Justifique. Você poderia dizer que seu anim al reaprendeu? 7. Observando o comportamento do anim al durante a Extinção (Prática 6). respostas como morder a barra. você notou em seus dados um aumento no responder à barra nos pri­ meiros momentos da extinção antecedendo à diminuição gradual em sua freqüência? Analise e discuta esses dois fatos procurando identi­ ficar possíveis relações entre eles. se apresentados contingentemente a essa resposta?) e) Compare as taxas terminais em Extinção e em Reforço Secundário (que poderia ser denominado tam bém Extinção II).) acompa­ nhando a diminuição da freqüência de respostas à barra? Além disso. Compare ago­ ra com a taxa de Recondicionamento. d) Compare a taxa de respostas obtida nos últimos cinco minutos de Extinção com a taxa obtida nos primeiros cinco m inutos de Refor­ çamento Secundário. coçar-se fortemente. e em seguida com a taxa terminal em Extinção.SOMENTE CONSEQÜÊNCIA S F ILOGENETICAMENTE IMPORTANTES PODEM ATU AR COMO R E FO RÇ A D O RES? 129 a) Ocorreu alteração na freqüência de respostas de pressão à barra nas Práticas 5. e 8? b) Qual foi o sentido dessa alteração ao longo dessas práticas? A fre­ qüência aumentou ou dim inuiu? Essa alteração acompanhou algum tipo de intervenção experimental? c) Compare a taxa terminal em CRF II com a taxa inicial em Extin­ ção. . . observando 0 comportamen­ to de um rato privado de água. para cada um a das duplas de alunos. várias respostas de um único rato serão objeto de registro e análise por parte de todos os alunos. apresentações que não requerem a emissão de qualquer resposta por parte do rato. Durante esta demonstração. conforme fizemos nas práticas anteriores. A critério do professor. cada dupla de alunos poderá ter seu próprio animal. em termos de conjun­ ções de histórias de reforçamento entre 0 presente exercício e as outras práticas propostas neste manual afetariam a continuidade de nosso traba­ lho. este sujeito não poderá ser o m esmo que vem sendo utilizado. a demonstração proposta tem como objetivo propi­ ciar condições para que os alunos verifiquem. sejam estas reforçadores prim ários (Práticas l a 6) ou secundários (Práticas 2 e 7). é possível transform ar este exercí­ cio de demonstração em um a prática de laboratório bastando que. Este exercício se articula com os dois con­ juntos de práticas realizadas até o momento e permite enriquecer a análise e a discussão acerca do papel das conseqüências sobre o com por­ tamento dos organism os. no entanto. contudo. providencie-se um novo rato ingênuo. A realização desta demonstração deve requerer entre 9 0 e 120 minutos. os efeitos produzidos neste comportamento por apresentações repetidas de água. \ 1 •* A * *» c/ Subsequencia ou consequencia/ âP> O comportamento supersticioso presente exercício é um a sugestão ao professor de atividade de dem ons­ tração no laboratório didático. para isso. Em linhas gerais. Obviamente. específico para esta atividade. pois as interferências. após terem demonstrado no laboratório a importância. estabelecemos um a rela­ ção de contingência resposta-reforço em que a liberação de água dependia do anim al emitir o comportamento de pressionar um a barra de metal. separadamente. isto é. a resposta e a conseqüência mantinham. a resposta de pressão à barra passou a predom inar no repertório comportamental do anim al após esta resposta ter sido m odela­ da. Sob estado de privação de água. o aumento na fre­ qüência de respostas de pressão à barra foi atribuído. de proximidade temporal. a uma. comparativamen­ te aos demais comportamentos registrados em nível operante (farejar. nas práticas de Mo­ delagem e Reforço Contínuo (Práticas 3. fortalecemos esta constatação ao verificar que a interrupção da relação de contingência durante períodos de extin­ ção foi suficiente para dim inuir a freqüência do comportamento de pres­ sionar a barra. por oposição. então. para a manutenção do comportamento de pressionar a barra?” Seria a proxim i­ . A partir desses resultados. Na Prática 6. isto é.■ A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Nota ao Professor Sugerim os a realização desta atividade após os alunos terem executa­ do as Práticas 1 a 8. relação de contingência entre esta resposta e a apresentação de água (conseqüência). natural­ mente. podemos agora proceder com um a análi­ se complementar acerca dos fatores responsáveis pela eficácia do reforço.). como temos enfati­ zado. O conteúdo dessas práticas iniciais é pré-requisito importante para se discutir e explicar conceitualmente o comportamento supersticioso. disso decorre a questão: “Quais teriam sido. para o comportamento de eventos que lhe são conseqüen­ tes. pudemos observar que. além desta relação de contingência. podemos legitimamente argum en­ tar que. um a forte relação de contigüidade entre si. levantar-se etc. Nas condições experimentais das práticas anteriores. a apresentação de água dependia da emissão de um a resposta de pressão à barra (relação de con­ tingência) e a seguia imediatamente (relação de contigüidade). Ou seja. Exercício de Demonstração REFORÇO INDEPENDEN TE DE RESPOSTA (FT) APRESENTAÇÃO As Práticas 1 a 6 demonstraram o papel fundamental da conseqüên­ cia reforçadora para a instalação e a manutenção do comportamento de pressionar a barra pelo rato albino. ao m esm o tempo. Especificamente. No entanto. os papéis exercidos pela contingência e pela contigüidade. E. 4 e 5). havíamos afirmado que. afinal. diferentes comportamentos. Com isso. foi demonstrado o papel facilitador do som do bebedouro no processo de m odelagem da resposta de pressão à barra. independentemente do que o anim al fizesse? Nesta situação. Para expressar esta relação. no entanto. não haveria qualquer relação de contingência necessária entre as respostas desse animal e a apresentação de água. além da relação fundamental de contingência (conseqüência).SUBSEQÜÉNCIA OU C O N S E Q Ü Ê N C I A ? O C O M P O R T A M E N T O SUPERSTICIOSO 133 dade temporal entre a resposta e a apresentação de água. antes m esm o do anim al abaixar- se e lam ber o bebedouro). m aior a sua efetividade como reforçador. Dito de outra forma: Como se comportaria um rato ingênuo e pri­ vado de água quando colocado em um a situação em que o m ecanism o do bebedouro fosse freqüentemente acionado. respectivamente). é útil e m ais eficaz apresentar a conseqüência reforçadora o m ais próximo pos­ sível da ocorrência do comportamento em questão (na Prática 2. independente­ mente da contingência entre esses eventos. pois. dizemos que o atraso do reforço é um parâmetro de sua eficiência. esta justaposição é um a forma . quanto mais imediata a con­ seqüência. Quando se instala um comportamento cuja freqüência de ocorrência é muito baixa (ou um comportamento cujo custo de em issão é alto). a resposta seria “sim ” . embora um a relação de conseqüênciação (contingência) seja importante. vamos expor nosso sujeito experimental a um a condição em que iremos apresentar-lhe água repetidamente. em m omentos distintos. O exercício de demonstração a seguir ajudará a entender por que. porém na ausência de qualquer relação sistemática entre essas apresentações e seu comporta­ mento. a proximidade temporal entre um comportamento e o evento que o segue também desem penha um papel importante (subse- qüência) na manutenção do comportamento. suficiente para aumentar a freqüência desse comportamento? Ao discutirmos o Treino ao Bebedouro e a Modelagem (Práticas 2 e 3. Esta justaposição seria suficiente para afetar o comportamento do nosso rato? Pelo que vim os nas práticas anteriores. À medida que o comportamento se instala e se estabiliza. a proxi­ midade temporal comportamento-conseqüência também parece sê-lo. em intervalos m ais ou menos curtos porém regulares. estes diferentes comportamentos estariam sendo afetados por esta justa­ posição entre resposta e água. pois este era apre­ sentado imediatamente após a resposta. estariam sendo ju s­ tapostos temporalmente com o acionamento do bebedouro carregado de água. Para avaliarmos o papel da contingência na relação “pressão à barra” e “água”. por exemplo. estávamos apontando para o fato que. embora em m enor grau. esta relação temporal deixa de ser tão importante. m as é verda­ de que continua havendo um a relação entre a eficácia do reforço e sua proximidade temporal da resposta reforçada. em um ambiente mais rico. denom inam os esses com portamentos de su­ persticiosos. Explicando de outra forma. eles podem entrar em extinção. Em um a situação de atraso de reforço regular. Esta relação seria acidental e não contingencial. Por outro lado. um a variedade m aior de respostas acabaria por ocorrer em ju s­ taposição ao acionamento do bebedouro: a cada acionamento. E estaria demonstrado que não basta a proximidade temporal. poderia ser classificada como um a relação de contingência já que esta pequena gama de respos­ tas aumentaria em freqüência. porém de form a m ais ou m enos sistem ática em termos temporais. Neste último caso. eles sem pre acabam competindo com os comportamentos de interesse. pois somente esta relação de dependência garante a sistematicidade e a repetitividade necessárias para a seleção do comportamento de interesse. Tecnicam ente. na situação de reforçamento indepen­ dente de resposta. E esse efeito seria tanto maior quanto mais freqüen­ temente esta justaposição ocorresse. funcionalmente. é possível que um a gama pequena de res­ postas acabasse sendo freqüentemente justaposta à apresentação da água. Arranjos experimentais que propiciam condições para a ocorrência de com portamentos supersticiosos são aqueles nos quais vigoram apresentações atrasadas do reforço. Em um ambiente restrito (como nossa caixa experimental). e os definim os como sendo aqueles que são m odificados ou mantidos por relações acidentais entre respostas e reforço. em contraposição a relações de contingência implícita ou explicitamente program adas (Catania. quando é possível a justaposição repetida de um determ inado com portam ento e um evento fílogeneticam ente im p or­ tante. mas é importante a relação de dependência entre “pressão a barra” e “água” . e isso expli­ ca porque dissem os acima que “o atraso do reforço é um parâmetro de sua eficiência” . um a res­ posta diferente estaria acabando de ocorrer. usando intervalos m ais longos e/ou irregulares entre apresentações de água.» A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO de conseqüenciação. mas atuaria como um a relação de conseqüência e. O trabalho de Skinner (1948) sobre o comportamento supersticioso no pombo exemplifica esse conceito e pode servir ao professor como m aterial de apoio no que diz respeito à definição de comportamento . usando intervalos curtos entre os sucessivos acionamentos do bebedouro. na m edida em que não há um a relação de contingência verdadeira. Com porta­ m entos supersticiosos podem ser extremamente voláteis. 1998). bem como arranjos em que os eventos reforçadores são apresentados inde­ pendentem ente de qualquer comportamento do organism o. é altamente provável a ocorrência de com portamentos m antidos por relações acidentais entre esse comportamento e esse evento subse­ qüente. nenhum a resposta em particular aumentaria em freqüência. o professor deverá apresentar brevem ente aos alunos um a rápida introdução sobre os objetivos desta demonstração. seqüencialmente. neste exercício. baseados nas categorias de comportamentos listadas abaixo. os alunos deverão pre­ parar a folha de registro referente ao presente exercício e ter lápis e bor­ racha à mão. os alunos deverão observar e registrar o com­ portamento do anim al por 10 minutos contados a partir da introdução do sujeito na caixa experimental. discutindo o trabalho de Skinner (1948). O procedimento seguirá os três passos descritos a seguir: 1. Após a breve introdução feita pelo professor. PROCEDIMENTO O exercício de hoje consistirá basicamente em um a atividade de demonstração. . privado de água por 36 horas1 antes do início da atividade no laboratório. descrito abaixo). O anim al deverá ser colocado no interior de um a caixa de condicionamento operante cuja localização. os alunos deverão registrar. Previam ente ao início do exercício. A seqüência e o local (próximo ou distante da região do bebedouro) em que os comportamentos ocorrem são dados importantes para a questão que queremos responder. Mais tarde. S U B S E Q Ü Ê N C I A OU C O N S E Q Ü Ê N C I A ? O C O M P O R T A M E N T O SUPERSTICIOSO 135 supersticioso. permita aos alunos visualizar o anim al de form a fácil e direta. preferencialm ente instigando-os com questões como as colocadas acima. haverá ocasião para um a retom ada dessas questões. Durante parte do exercício (Passo 2. a densidade de reforço na sessão é bastante alta. sugerim os ao professor dar prosseguim ento à discussão relativa ao tema. por cerca de 60 m inutos os alunos não estarão com prom etidos com ativi­ dades de observação e registro sistem áticos do com portam ento do ani­ mal. 1 Recomendamos a privação por 36 horas porque. o professor deverá colocar o animal na caixa experimental e registrar a hora de início da sessão. O procedimento a ser executado utilizará um rato experi­ mentalmente ingênuo. Sendo assim. no recinto. O recipiente de água do bebedouro deverá estar cheio. os comportamentos emitidos pelo anim al na folha de registro. Observação e Mensuração do Nível Operante Neste primeiro passo. por exemplo. Durante esse tempo. e discus­ são de resultados. A ssim que todos os alunos estiverem prontos. análise da metodologia tipicamente empregada. o que pode levar o animal rapidamente à saciação. Consi­ dere um a ocorrência deste comportamento quando o anim al esfregar as patas dianteiras na cabeça e/ou focinho e/ou corpo. deverá ser considerado aquele lado em que a resposta predominar (espacial ou temporalmente). Limpar-se no lado direito ou esquerdo da caixa (LI-D ou LI-E) . das paredes ou do teto de cerca da metade da caixa experimental. um a pessoa (um m onitor ou auxiliar) deverá sentar-se atrás da caixa experim ental (isto é. isto é. do piso. trace uma linha imaginária que a divida nas metades esquerda (inclui a parede oposta do bebedouro) e direita (inclui a parede do bebedouro). Lamber o bebedouro (LAB) . próxima à barra (FAR-D) ou distante da m esm a (FAR-E)2.Considere um a ocorrência deste compor­ tamento a cada dois segundos que o animal passar lambendo ou m orden­ do a concha do bebedouro. os alunos não efetuarão qualquer registro do com- 2 Tendo uma visão frontal da caixa. cam inhar para longe do m esm o. por 6 o m inutos contados a partir do encerram ento do passo anterior. Afastar-se do bebedouro pelo lado direito ou esquerdo (AF-D ou AF-E) - Considere um a ocorrência deste comportamento quando o animal. Identifique espacialmente onde se encontra localizado o anim al no momento da res­ posta. trata-se do esquem a FT 15 s (Tempo Fixo). Tecnicam ente. conte um a nova ocorrência deste comportamento. Nos casos am bíguos quanto ao lado da caixa. Para isso. Durante este passo. predominantemente na metade direita (LI-D) ou esquerda (LI-E) da caixa experimental. A cada três esfrega­ delas. levar a chave de controle do bebedouro para a posição Manual) em intervalos fixos e regulares de 15 segundos. respectivamente.Considere um a ocorrência deste comporta­ mento quando o anim al pressionar a barra produzindo nela um a depres­ são acompanhada pelo som “clique” do relê. Farejar do lado direito ou esquerdo da caixa (FAR-D ou FA R -E)—C on­ sidere um a ocorrência deste comportamento a cada dois segundos que o anim al aproximar o focinho. pelo lado direito e esquerdo da barra. Identi­ fique por AF-D e AF-E quando o anim al afastar-se. 2. Liberação de água em Tempo Fixo a cada 1 5 segundos (FT 1 5 s) Este segundo passo do exercício consiste em expor o sujeito experi­ m ental a um a fase de liberação de água independentem ente de um a resposta específica (ou como dizem os. sem que esta pessoa possa ver o rato) e deverá acionar o m ecanism o do bebedouro (isto é.■ 136 A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Pressionar a Barra (PB) . que se encontra junto ao bebedouro. . enrugando-o e movimentando as vibrissas. de “reforço grátis”). A análise dos regis­ tros feitos pelos alunos pode ser realizada por meio de um a média da classe. os alunos deverão repetir a observação e registro dos comportamentos do anim al exatamente como o fizeram no prim eiro passo deste exercício. com seus alunos. contudo. m as acom panharão a explanação do assunto pe­ lo professor. o auxiliar continuará acionando o bebedouro a intervalos regulares de 15 s. Registro dos comportamentos observados no Passo 1 Neste terceiro passo. O professor que estiver familiarizado com caixas experimentais automatizadas poderá aproveitar esta oportunidade para discutir. Para tanto. por 10 minutos contados a partir do 6o° m inu­ to após encerrado o FT 15 s. na seqüência de ocorrência. 3. . o professor deverá retom ar o ani­ mal ao biotério e dar prosseguim ento à discussão sobre o tópico Comportamento Supersticioso com os alunos. Durante o Passo 3. agora. adicionalmente ao registro dos comportamentos emitidos. Assim . será importante um a compa­ ração dos registros efetuados durante os Passos 1 e 3. os alunos deverão anotar.SUBSEQÜÊNCIA OU C O N S E Q Ü Ê N C I A ? O C O M P O R T A M E N T O SUPERSTICIOSO portamento do anim al. nos dados observados e registrados. as vantagens desse tipo de equipamento sobre o registro e controle m anuais. todas as instâncias de apre­ sentação de água. baseando-se. Encerrado este passo. NÍVEL OPERANTE Min. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Folhas de Registro: Exercício de d e m o n s t r a ç ã o Data: / / Início: h min. Término: h min. Com portam entos 1 1 2 3 4 5 6 7 ! 8 ' 9 10 . Alunos: Pressionar a barra = PB Lamber o bebedouro = LAB Afastar-se do bebedouro pelo lado direito ou esquerdo = AF-D ou AF-E Farejar do lado direito ou esquerdo da caixa =FAR-D ou FAR-E Limpar-se no lado direito ou esquerdo da caixa = LI-D ou LI-E Apresentação de água = SR PASSO 1 . Você verifica em seu registro alguma rela­ ção entre os comportamentos emitidos pelo anim al nos Passos 1 e 3 com o local do bebedouro (lado direito da caixa) ? 4. Identifique quais comportamentos no Passo 3 foram seguidos pela apresentação de água.Nível Operante? E durante o Passo 3 .FT 15 s? Quais comportamentos apre­ sentaram queda de freqüência? Quais apresentaram aumento? 2.APRESENTAÇÃO DE ÁGUA INDEPENDENTE DE RESPOSTA Min. . Existe um a (ou mais) seqüência de comportamentos que se repete m esm o que com pequenas variações? (Essa análise deve ser feita separadamente para o Passo 1 e para 0 Passo 3). Que comportamentos foram mais freqüentes durante o Passo i . Analise os comportamentos que você registrou quanto ao local da caixa em que ocorreram. Você verifica alguma relação sistemática entre determinados comportamentos que apresentaram queda de freqüência (ver Questão 1) e o funcionamento do bebedouro? E entre os comportamentos que apresentaram aumento de freqüência? 3. Conte a freqüência com que cada comporta­ mento foi seguido de água. Com portam entos 1 2 3 4 ! 5 i 6 | 7 8 9 10 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS REFERENTES AO EXERCÍCIO DE DEMONSTRAÇÃO í. SUBSEQÜÈNCIA OU C O N S E Q Ü Ê N C I A ? O COMPORTAMENTO SUPERSTICIOSO 139 PASSO 3 . 38. o sinal de chamar surge sem pre apenas cinco segundos depois.■ A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO 5. como você avalia o papel da contingência e da contigüida- de para a modificação e manutenção do comportamento? 7. a) Um a pessoa telefona para casa. C. . REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS SKINNER. A partir do tema de hoje. “ Superstition” in the pigeon. o comporta­ mento. b) Ao longo de um curso os estudantes fazem provas no m eio do se­ mestre letivo. analise-as. 4 e 5). em que a liberação de água dependia da resposta de pressão à barra. New Jersey: Prentice Hall. 9. F. 6. c) da variedade de comportamentos que possam ser emitidos em função da riqueza do ambiente. discuta o comportamento supersticioso em termos: a) do papel da repetitividade da justaposição resposta-reforço. Esta justaposição tem ­ poral foi suficiente para fortalecer a ocorrência desta resposta? Justi­ fique. em ambas. bem como tendo observado hoje o comportamento do animal. (1948). Journal of Experimental Psychology. b) do tamanho do intervalo entre seguidas apresentações do reforço.4h Edition. Com base no que você aprendeu no exercício de hoje. a conseqüência. porém os professores somente lhes entregam o re­ sultado da prova após o encerramento do semestre. as relações de contingência e de contigüida- de existentes. Tendo realizado as práticas de Modelagem e Reforço Contínuo (Prá­ ticas 3. Você poderia cham ar alguns dos comportamentos observados no Passo 3 de “comportamentos supersticiosos” ? Por quê? 8. * Obra já traduzida para a Língua Portuguesa (veja o Apêndice I). Leaming . Que comportamentos poderíamos esperar que ocorres­ sem com pessoas expostas a cada um a dessas situações? Poderíamos esperar comportamentos supersticiosos? Poderíamos prever quais seriam esses comportamentos? Justifique. Em esquem a FT. Leia as duas situações a seguir e identifique. d) da variedade de comportamentos que possam ser emitidos em função da riqueza do repertório comportamental do organismo. A. 168-172. é possível que algum as apresentações de água tenham sido antecedidas por pressões à barra. B. CATANIA. Após discar o núm ero. (1998)*. em vez de um a seqüência de respostas dife­ rentes. às vezes. erguer-se e descer produzem mudanças no campo visual. Tem os.). porque. cada um a des­ sas respostas é. mais ou m enos cinco deles. mantida por um a conseqüência. como se verá na Prática 14.. como os gregos já diziam. Cada um a des­ sas conseqüências acaba sendo emparelhada com a gota de água. seqüências inteiras de respostas aparentemente mantidas por um a única conseqüência: o anim al se aproxima da barra.d) É importante que o fazer tenha sempre uma e mesma conseqüência? já vimos que não é necessário que ocorra sempre a m esm a conseqüência para que um a resposta se mantenha. lamber. Já vimos. e aproxima-se do bebedouro. A diferença é que aqui as variações nas conseqüências são m ais sutis. no campo auditivo. pressiona a barra. e . aqui. ergue-se nas patas traseiras. do nível em que realizamos nossa análise. A pergunta que nos colocamos agora é sobre a necessidade de que haja sempre um a conseqüência para cada ocorrência do comportamento. O m esm o ocorre quando. um a gota de água. pressio­ nar. no campo gustativo etc. na verdade. u m estímulo reforçador secundário. nas práticas anteriores. desce. no campo tátil. às vezes. tocar e pressionar. ninguém se banha no m esm o rio duas vezes. A resposta a essa questão depende. um exemplo de um a seqüência de diferentes atos. eu tenho a repetição de um a m esm a resposta (se bem que. Aproximar-se. ser seguida por um a gota de água e. direta ou indiretamente. certa­ mente. e um a única conseqüência programada. pelo som que a acompanha. D isse­ mos “aparentemente” . a resposta de pressão à barra que vimos estudando pode.. toca a barra com a(s) pata(s) dianteira(s). lambendo-o. de modo sistemático ou variável. aumentando o valor do FR. Uma recomendação ao professor: Se seu curso tem uma duração restrita. em que o valor de FR aumenta ou dim inui conforme o desempenho do animal. se reforçarmos intermitentemente as respostas observadas. recomendamos encurtar a Prática 9.■ 142 A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO quase todas no campo proprioceptivo (e. elas passarão a apresentar muito maior resistência à extinção e/ou às interferências e interrupções.Recondicionamento. nas obras de Ferster & Skinner (1957) e Gilbert & Keehn (1972). esta sessão terá um a fase inicial de CRF. demonstraremos que não é necessário refor­ çar com água cada e todas as respostas de pressão à barra de um organis­ m o para que ele se mantenha apresentando-as. em seguida. A prática desta sessão experimental tem a ver com esta questão: o que acontece se. Prática Número 9 ESQUEMA DE REFORÇAMENTO INTERMITENTE EM RAZÃO FIXA APRESENTAÇÃO Nesta etapa do trabalho. Estaremos trabalhando com um esquema de Razão Fixa (FR) ajustável. este aumen- ! Uma excelente revisão destas questões pode ser vista. estare­ m os reforçando as respostas de pressão à barra intermitentemente. Como todo cuidado é pouco quando um organis­ mo está aprendendo algo difícil. é muito importante. em nível introdutório. em vez de reforçarmos cada emissão de um determinado tipo de comportamento. . reintroduziremos o FR 2. variáveis). um a vez que tenham ganho controle sobre nosso comportamento. No final da Prática 8 . você já introduziu seu ani­ m al ao esquema FR 2. e. em um nível bastante mais avançado. iremos m udar o critério de reforçamento. por isso m esmo. gradualmente. feito na Prá­ tica 10. que na verda­ de passaria a ser apenas uma preparação inserida dentro da Prática 10. esse controle é muito mais forte e difícil de ser rompido do que com seqüências hetero­ gêneas. após um certo núm ero de reforços. em um esquem a de Razão Fixa. aconselhamos instruir seus alunos a passarem para a Prática 10 após atin­ girem pelo menos FR 12. isto é. no artigo de Machado (1986) e. liberarmos o reforçador apenas para grupos de em issões desse comportamento1? Para responder a esta questão. Então. mas toma algumas sessões. Se a carga horária de seu curso é pequena. Pelo contrário. O exercício de controle de estímulos. Distensão de razão é um fenômeno semelhante à extinção. 2. Assinale na folha quando isso ocorreu. esta passagem de FR 2 para FR 25 deverá ser introduzida gradualmente. volte a chave para Desligado. após a resposta N-i. Mantenha seu animal em CRF por 10 ou 15 respostas (a depender de seu desempenho) e em seguida passe para FR 2. . Estaremos tentando levar o sujeito experimental a apresentar 25 respostas antes de liberarmos um a gota de água. após a Nesima resposta e o seu conseqüente reforço. por meio de estágios intermediá­ rios.).. ao colocá-lo na caixa. e assim sucessivamente. contudo. . quando você passou de FR 2 para FR 3 etc. anote o horário de início da sessão. marcando com “ /” a ocorrência de um a resposta não seguida por reforçamento e com “X ” aquela seguida por reforçamento. 5. Pegue seu animal no biotério e. a em is­ são da resposta de pressão à barra. também. cin­ qüenta e dois. Utilize a folha de registro disponível ao final desta prática. Mantenha o FR 3 por oito reforçamentos e observe se seu animal está apresentando pausas de 5 segundos2 ou mais entre um a resposta e outra. até cinqüenta e cinco”. Assim . Preencha o cabeçalho da folha de registro. você deverá usar 0 m esm o procedimento empregado no final da Prática 8. 3. mude o critério para FR 3. sem o correspon­ dente aumento na magnitude do reforço). mude a chave para Automático. J Uma maneira simples e prática de contar o tempo em segundos é dizendo pausadamente “cinqüenta e um. Quando não ocorrerem m ais pausas. 4. deixe a chave de comando na posição Automático com um a gota de água no bebedouro. K É I M P 9 R T A N T E Q' U E O F A Z E R T E N M A S E M P R E U M A E M ES M A C O N S E Q Ü F N C J A ? 143 to (ou diminuição) dependerá da quantidade e da duração das pausas que cada animal apresentar durante a execução do FR em vigor. para atingir FR 25 você deverá estar empregando os m esm os princípios e cuidados que em pre­ gou durante a m odelagem da resposta de pressão à barra.. a fim de se evitar aquilo que se chama “distensão de razão”. minuto a minuto. Alterne a posição da chave de controle de Automático para Desligado: Desliga­ do durante a emissão de N-i respostas. Depois de verificar 0 funcionamento da sua caixa experimental. PROCEDIM ENTO 1. o momento em que ocorreram as mudanças no valor do FR (por exemplo. Após cinco reforços. associado a um a passagem muito rápida de valores baixos de FR para valores altos (ou associado a um valor muito alto da razão exigida. Durante toda a Prática 9 você registrará. 6. Anote. Enquanto o esquem a de FR estiver em vigor. passe para FR 5. .A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO 7. retire seu anim al da caixa. ou até que ele tenha recebido 10 0 reforços neste valor. Mantenha o esquem a FR 5 por cinco reforços. reconduza-o para o bio- tério. Ao registrar as respostas em FR 18. NOTA 2: Em qualquer momento. 12. tente estimar a pausa após refor­ ço (o tempo entre a i8 â resposta de um FR e a i? resposta do FR sub­ seqüente). Mude novamente para FR5 e m antenha por dois reforços. até parar de beber e/ou de pressionar a barra. Contu­ do. NOTA 1: Lembre-se de que você não deve aumentar o valor do FR se o seu animal estiver com baixa taxa de respostas (respondendo lentamente e apresen­ tando pausas). talvez você tenha de voltar a um valor mais baixo de FR. Se isso ocorrer repetidas vezes. e execute os procedimentos de lim peza da caixa e higiene pes­ soal. Cham e o professor se isso ocorrer). Reforçar uma resposta após um a longa pausa pode fortalecer o comportamento incom ­ patível que ocorreu durante a pausa. Mude para FR 9. Registre essa estimativa após cada resposta reforçada. em FR 12. seu anim al já apresentou 11 res­ postas e você m udou o controle do bebedouro para Automático. Usando os critério acima. de FR 12 para FR 9. Volte. mude para FR 15. 13. mude para FR 18. então. Mantenha o esquem a de reforçam en­ to em FR 18 até que o sujeito entre em saciação (se isso ocorrer. 14. a chave para Desligado e espere que ocorram duas respostas com um a pequena pausa entre elas antes de liberar o reforço devido. Usando os critérios combinados de cinco reforços e ausência de pausas de 5 segundos ou m ais. Volte para FR 3 por dois reforços. 11. 9. ele agora não responde e já se passaram 5 segundos. evite liberar o reforço após um a longa pausa (5 segundos). por exemplo. m ude para FR 12. Usando os critérios de oito reforços e ausência de pausas de 5 segun­ dos ou m ais. 8. Faça isso e chame o professor para que ele possa verificar se sua decisão foi correta. 10. Ao final da sessão. Suponhamos que. seu anim al provavelmente começará a beber menos. É. Animal Ne Alunos: (Identifique o momento em que mudou cada valor de FR) Min. Absol.. Término: h min. F. 1 2 3 4 5 6 7 ! 8 i 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 . Acum ..u m a ^ e m e s m Folha de Registro: Prática 9 Data: / / Início: h min. Freqüência da resposta de pressão à barra F.IM PO RTAN TE q u e o FAZER TENHA s e m p r e . A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Min. F. Acum . 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 | 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 4! 42 43 44 45 46 . A b s o l. F re q ü ê n c ia d a re s p o s ta d e pressão à barra F. Faça o mesmo para as cinco últimas respostas re- . e seu animal pode ter atingido esses crité­ rios em diferentes momentos. Freqüência da resposta de pressão à barra F. Calcule a média das pausas pós-reforço das cinco prim eiras respostas reforçadas em FR 18. Qual a maior? Explique. A bsol. Faça um gráfico de freqüência acumulada de respostas de pressão à barra para esta prática. É I M PO R T A N T E QUE O F A Z E R T E N H A SEMPRE UMA E MESMA CONSEQÜÊNCIA? 147 Min. 3. 47 i ! 48 1 49 ! 50 j i ! j 51 ! 52 53 . A cum . e com a proporção de reforço por resposta em CRF e FR 18. Observando as possíveis variações na inclinação da curva. Qual é a maior? Compare as proporções refor­ ço/resposta em CRF e FR 18. Assinale nesta curva os momentos aproximados em que introduziu cada valor de Razão Fixa. j 54 ! 55 ! 56 ' 57 ï 58 i 59 : 60 ! TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS REFERENTES À PRÁTICA 9 1. Como nossa unidade tem­ poral de medida é o minuto. 4. F. essa marcação será apenas aproximada. descreva essas varia­ ções e reladone-as com as variações nos critérios de desempenho em FR. Monte um a tabela com as taxas de resposta por minuto em CRF e em FR 18. 2. Compare essas taxas. B. (1957. }. C. R. (1986). p. . Schedule effects: Drugs.). Toronto: University o f Toronto Press.) Schedules o f reinforcement. drinking and aggression. Esquemas de reforçamento positivo: Esquemas simples. M. em seguida. D. A literatura científica descreve um padrão típico (pausa após reforço e. 1-15. B. MACHADO. F. & SKINNER. As pausas após o reforço em FR 18 m udaram ao longo da permanência desta contingência? Por quê? 5. (1972) (Orgs. M. 12(2).■ A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO forçadas. C. New York: Appleton- Century-Crofts. Psicologia. & KEEHN. um jorro de respostas) para o desempenho em Razão Fixa. Você obteve esse desempenho? Por quê? REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERSTER. GILBERT. L. . . e) O que ocorre antes do fazer é importante para esse fazer?1 ■I . Se as contingências forem iguais (“ausência de guarda rodoviário em toda a estrada” e.. . O que determina essa variação no comportamento de nosso amigo motorista? A resposta a essa pergunta está na análise das contingências reforçadoras presentes nessas diferentes situações.. Veja Suges­ tões ao professor ao final da Prática 11.... ^ ^ ^ ^ J e s t a nova etapa de nosso de trabalho no laboratório.... estaremos tentando í responder à seguinte questão: “ Por que um m esm o indivíduo se compor­ ta de diferentes m aneiras frente a diferentes situações?” ... Por exemplo.. ... baixíssim a probabilidade de ser multado). freqüente­ mente se atrasa quando vai a festas em casa de amigos? Ou por que ele dirige seu carro a 140 km /h na estrada. Mas se as contingências forem diferentes (presença de guarda rodoviário em trechos longos com descidas e ausência do guarda em tre­ chos cheios de árvores e curvas. por que um indivíduo que é pontual quando vai ao cinema.. reduzindo a velocidade apenas quando se aproxima de pontos onde existe vigilância rodoviária? Respon­ der que isso ocorre porque as situações são diferentes não é um a boa res­ posta.. alta e baixa probabilidade de 1 Daremos ao professor a oportunidade de optar entre estudar o comportamento sob controle de estímulos da maneira tradicional. e portanto. nosso amigo agirá de modo igual em todas elas.. a despeito das diferenças físicas entre essas situações (diferentes paisagens nos diversos trechos da estrada). e estudar também o possível desenvolvimento de um comportamento adjuntivo. pois então a próxima pergunta seria “Por que as situações/eventos são diferentes?” . portanto. as contingên­ cias são apresentadas não simultaneamente e cada um a delas é sinaliza­ da por mudanças no ambiente. Alguém poderia argum entar que a própria conseqüência da resposta sinalizaria o esquem a em vigor: sem ­ pre que o sujeito recebe reforço em CRF. pára. o que define um Esquema Múltiplo de Reforçamento. Associada a cada nível de ilum inação (ou circunstância antecedente ao comportamento). O processo com portam ental básico relacionado a esses com porta­ m entos será investigado nas duas práticas que se seguem . ele dem ora m ais tempo para se instalar. nosso motorista provavelmen­ te agirá de modo diferente nesses diferentes pontos da estrada. m as não sob controle dos estímulos antecedentes e. estará em vigor durante um certo tempo um a contingência de reforçamento em Razão Fixa (FR). mas tam bém das circunstâncias pré-existentes). Essa situação. a probabilidade de que continue a recebê-lo por outras respostas é alta. A idéia é verificar se. os estím ulos antecedentes (a luz ambiente) tam bém passaram a controlar a probabilidade de em issão do comportamento desse organism o. por m eio da conseqüen- ciação diferencial. trabalharemos com um esquem a múltiplo de dois componentes. e. no outro. é um exemplo de Esquem a Complexo de Reforçamento. quatro ou N compo­ nentes? Sim. sim. ele está respondendo discriminativamente. poderíamos. continua a responder. dos conseqüen­ . Poderíamos trabalhar com um Múltiplo CRF-Extinção? Não! Ou melhor. em outras palavras. quando recebe reforço. Nessas condições. em que mais de um a contingência está em vigor. o sujeito experim ental agirá de modo diferente quando a luz estiver acesa e quando a luz estiver apa­ gada. no componente de extinção. Por se tra­ tar de u m comportamento m ais complexo do que sim plesm ente pressionar a barra continuam ente (afinal. No caso. tudo dependeria de nossa habilidade e do tempo que dispu­ séssem os para realizar essa tarefa. mas nossa demonstração de controle pelo estí­ mulo antecedente ficaria enfraquecida.150 A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO multas. nós direm os que ele discri­ m ina as contingências e está sob controle do estím ulo lum inoso que as sinaliza. direm os que. quando um a res­ posta não é reforçada. Poderíamos trabalhar com um múltiplo de três. sim . Nas práticas que se seguem . duas situações diferentes. respectivamente. por outro lado. terem os um a contingência diferente. um a contingência de Extinção (EXT). nesses trechos). U sarem os como analogia para os dois trechos de estrada. Se o seu desem penho for diferente. dois níveis de iluminação na caixa experimental. em um deles. esse desem penho depende não só de relações entre o comportamento e suas conseqüências. há um a alta probabi­ lidade de que as respostas subseqüentes também não o sejam. nessas condições. um organismo. ou. e quando não o recebe. sem dúvida. essas opções implicariam em um maior número de sessões de treino. desviam nossos objetivos de pesquisa quando não se transfor­ m am eles próprios. ou em seres hum anos que têm dificuldade de comunicação. São esquemas muito usados em Psicologia Sensorial e Percepção. a combi­ nação FR-EXT é bastante eficaz para produzir resultados rápidos e. um esquem a de reforçamento intermitente! No caso de esquem as intermitentes.FR 30? Sim. cognitivos etc. estamos abrindo um a porta para o estudo de processos denominados atencionais. o que seria denominado um Esquema Complexo de Segunda Ordem). não seguida de reforço. para efeito de demonstração experimen­ tal do fenômeno que está sendo estudado. enfatizam variáveis do sujeito e/ou processos internos não acessíveis. dizemos que o desempenho do sujeito está sob con­ trole do esquem a de reforçamento. É por essa razão que se usa. tanto antecedentes como conseqüen­ tes. a expressão Controle de Estímulo é preferível por­ que enfatiza variáveis do ambiente que podem ser estudadas e controla­ das. e m esm o discriminação. especialmente quando se quer estudar funções psicofísicas e fenômenos de percepção em animais. percepção. perceptivos. Contudo.controle do comportamento pelo estímulo antecedente . Poderíamos trabalhar com um Múltiplo FR 15 . Recomendamos a leitura dos textos listados nas Referências Biblio­ gráficas ao final da Prática 11 para 0 acompanhamento deste tópico. nem m esm o será possí­ vel dizer que a ocorrência de reforço sinaliza qual o componente em vigor. de termos denominativos em termos explicativos. freqüente­ mente. cognição. Atenção. Quando a probabilidade de reforçamento deixa de ser um a propriedade exclusiva do comportamento e passa a ser um a propriedade da relação entre o com por­ tamento e as condições ambientais. . um a resposta seguida de reforço não sinaliza necessariamente que outras serão seguidas tam ­ bém. tem essa função. O fenômeno sendo estudado nas Práticas 10 e 11 . Contudo. Voltando à nossa prática de hoje.O QUE O C O R R E A N T E S DO F A Z E R É I M P O R T A N T E P A R A E S S E F A Z E R ? tes. Dado o tempo de que dispomos. não sinali­ za necessariamente que outras também não serão seguidas de reforço. prin­ cipalmente. que demonstram o processo de desenvolvimento do controle pelo estímulo antecedente. Nessa situação. do m esm o modo. assim como com qualquer outra combinação de esquemas sim ples (ou com combinações de esque­ mas complexos. contudo. Esquemas múltiplos são particularmente úteis quando se deseja in s­ talar um a discriminação simples sob controle de estímulos exterocepti- vos.também é conhecido com o nome m ais tradicional de Discriminação de Estímulos. A mudança na luminosidade. Se os componentes tiverem um a duração variável. um a resposta. luminosidade . Segundo. Verifique o funciona­ mento da unidade de controle nessas intensidades2. mantendo o sujeito. independentemente da contingência de reforço a que está associada. Como nosso sujeito é um rato albino.em si m esm a. tem algum efeito somatório. em vez de luz acesa na intensidade l ou 5. Primeiro. e os desempenhos em Extinção também sob efeito das duas intensidades lum inosas. Contudo. deveremos instalar o estimulador lum inoso em cim a do teto da caixa e testar o funcionamento do controle de luz. A m aneira m ais sim ples de program ar um esquem a múltiplo é esta­ belecer um a duração padrão para cada esquem a e random izar suas apre­ sentações. O primeiro controle será feito no início da Prática 10. seria importante verificar (isto é. como e quanto (o que nos permitirá “deduzir” esse efeito colateral do efeito prin­ cipal que estamos estudando). ainda assim esta prática e a subseqüente poderão ser realizadas: basta instalar uma lâmpada (6 watts é suficiente) no teto da caixa e acioná-la com um interruptor comum de luz. você estará trabalhando com um esquem a M ULT FR-EXT. como vínhamos fazendo. A depender do compo­ nente do múltiplo. verifi­ car se a mera introdução de luzes na situação já não é suficiente para afe­ tar o desempenho de nosso sujeito experimental e. Nesse caso. A Turm a A trabalha­ rá com FR sob I-i e Extinção sob I-5. essa lâmpada deverá estar acesa ou na intensidade 1 ou na 5 (que passarem os a indicar como I-i ou I-5). Para isso. será possível estim ar o efeito desta variável . Comparando os desempenhos em FR num a e noutra condição de luminosidade. no qual os componentes do múltiplo serão sinalizados por diferentes níveis de luminosidade na caixa experimental. FR sob I- 5 e Extinção sob I-i. verificar se o pareamento da intensidade 1 ou da intensidade 5 com Extinção (ou com reforçamento em FR). A Turm a B fará o oposto. Só então será introduzida a contingência de Extinção sob um a das luzes. ora em I-5 e medindo o desempenho do sujeito. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Prática Número 10 CONTROLE DE ESTÍMULOS COM UM ESQUEMA MÚLTIPLO APRESENTAÇÃO Nas próximas duas práticas (10 e 11). se for o caso. controlar) dois aspectos de nossa situação de trabalho. como nosso sujeito já vem trabalhando sob o nível 2 Se 0 laboratório não dispuser desse material. . em FR e colocando a luz ora em I-i. O segundo controle será feito dividindo-se a classe em duas turmas (A e B). o exercício será realizado com “luz apagada” e “luz acesa”. retardaria a ocor­ rência da saciação e permitiria que trabalhássemos por m ais tempo. os componentes do múltiplo serão apresentados em ordem quase randômica. um a alternativa m elhor seria estabelecer a duração do componente de Extinção m aior do que a de FR. o pro­ cedimento de extinção pode ficar em efeito por 6o. Tente agora explicar por que os componentes devem ser apresenta­ dos em ordem aleatória. trabalhando com um FR 10. dois. Isso vai contaminar nossos resultados e dificultar nossa análise. para im aginar o que acon­ tecerá: no início do componente EXT o sujeito pára de responder. A ssim sendo. ele começa a responder. A ssim . elaborou seqüências para reforçamento que cumprem critérios entre os quais estão aqueles que utilizaremos no esquema múltiplo. além do m ais. ao final de um certo tempo em extinção. O componente de extinção terá um a duração de 6o segundos. ou três reforços. A ssim . representado pelo Esquem a de Reforça- 3 L. Como o tempo de exposição ao componente de FR será m enor que ao componente de Extinção. qualquer organism o começa a discrim inar que após um certo intervalo de tempo as contingências m udam ou de FR para EXT. em vez de sim plesm ente serem alternados (na verdade. um novo procedimento. portanto. dim inuirem os o critério de desempenho em FR para evitar o risco de que a resposta de pressão à barra entre em extinção também durante o componente de FR. deve ser evitado. sob um esquem a múltiplo como o que esta­ m os usando (e antes de ficarem completamente sob controle discrim i­ nativo da luminosidade). em I933. a depender do sorteio mencionado. como estabelecemos que um componente não pode ocorrer mais de três vezes em sucessão. Como estabelecemos que um componente não pode ocorrer m ais de três vezes em sucessão. essas respostas serão seguidas da eliminação da lum inosidade associada a EXT e da apresentação da lum inosidade associada a FR. em vez de manter os dois esquem as com a m esm a dura­ ção. Depois de algum tempo. isto. Estaremos. 120 ou 180 segundos. pois não permitiremos que um componente se repita a si m esm o por m ais do que três vezes consecutivamente). Se esse m om ento coincidir com o final do componente EXT. nossa tarefa mais difícil será a de extinguir o responder sob um a das intensidades da luz. o esquem a de FR pode ficar em efeito até um . talvez tam bém sobre encadeamento. O Q U E O C O R R E A N T E S DO F A Z E R É I M P O R T A N T E P A R A E S S E F A Z E R ? 153 de estimulação lum inosa característica do laboratório. Gellerman é um pesquisador que. a depender de um sorteio pelas séries de Gellerm an3. novam en­ te. Você já aprendeu o suficiente sobre reforçadores secun­ dários e. mas retoma esse desem penho nos m om entos finais. . W. portanto. O componente de FR dura até que tenha ocorrido um reforço. ou de EXT para FR. o uso da contingência de DRO significa que respostas de pressão à barra durante o componente EXT não serão seguidas por água e/ou m udanças de lum inosidade (isto é. espera-se que as respostas de pressão à barra nessa situação sejam elim inadas. Repetindo: 1. Como o nom e diz. clínicas. se nossa análise estiver correta. se comparada com as mais recentes evoluções na tecnologia comporta- mental disponíveis hoje e que estão sendo empregadas em laboratórios. Portanto. o que foi dito no parágrafo anterior sobre as durações de EXT na verdade refere-se a dura­ ções m ínim as. exceto “aque­ la” específica. a partir do 55o segundo entra em efeito a contingência DRO 5. e se para durar 180 segundos. como o que estaremos usando. reiniciando a contagem de 5 segundos. nem por reforçadores prim ários nem por secundários). FR 10 e Extinção. recomendamos o uso de um esquema de intervalo variável. Na verdade. Está achando complicada a prática de hoje? Ela parece complicada ape­ nas porque estamos juntando vários conceitos e procedimentos que até aqui havíamos estudado isoladamente. A contingência de DRO será introduzida nos últim os 5 segundos de duração do componente EXT se 0 componente seguinte for um FR (na folha de registro. escolas e indústrias por analistas do comportamento. O reforço secundário somente ocorrerá para outras respostas que não as de pressão à barra. será utilizado. você mudará o nível de intensidade lum inosa da caixa a intervalos. Com isso. pois este permite uma transição para o componente de extinção de forma mais suave. cada resposta zera o reló­ gio. Inicialmente. ela é bastante simples. a partir do 115° segundo. as tarefas de controle e registro são múltiplas e complexas e a probabilidade de ocorrência de erros de execução é maior. você poderá verificar se essa mudança na lum inosi­ dade da caixa afeta o desempenho de seu anim al quando as contin- J A sigla DRO corresponde à expressão em inglês Differential Reinforcement o f Other Responses. Não recomendamos o emprego de VI com equipamento controlado manualmente. esses componentes de EXT estão indicados por um asterisco). A ssim . um esquem a múltiplo de dois componentes. é escrito de m aneira abreviada como se segue: M ULT FR 10-EXT (DRO 5 s)5. se program ada para 120. e assim . Enquanto 0 DRO estiver em efeito.1 54 A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO mento Diferencial de Outras Respostas (DRO4). A propósito. . nesse esquem a reforçamos qualquer resposta. a partir do 175o segundo. mantendo 0 m esm o esquema de reforçamento 0 tempo todo. 5 Em laboratórios com equipamento de controle totalmente automatizado. se a extinção está programada para durar 6 0 segundos. Dentro da prem issa que o estímulo discriminativo que sinaliza FR pode se tornar um reforço secundário (o que explicaria o responder ao final do componente EXT). duas folhas de papel milimetrado (por aula). Mude a iluminação e as contingências de acordo com o programado para sua turma. de form a que a resposta seguinte (a décima) seja automaticamente reforçada. colo­ que a chave de comando na posição Desligado e apenas após a em is­ são de mais nove respostas coloque-a na posição Automático. Em seguida. 5. Preen­ cha o cabeçalho da folha de registro. 1. será empregada a contin­ gência D RO 5 s. deixe a chave de comando na posição Automático. Pt O Q U E O C O R R E A N T E S DO F A Z E R É I M P O R T A N T E P A R A E S S E F A Z E R ? gências são iguais nas duas situações. Em seguida. Mantenha seu anim al em FR 10 por seis minutos. ao colocá-lo na caixa. Depois de verificar 0 funcionamento da sua caixa experimental (inclusive a iluminação sobre ela). anote o horário de início da sessão. para a Turm a B. 0 FR ocorrerá na intensidade I-5 e a EXT na I-i. traga para o laboratório: um cronômetro ou relógio com marcador de segundos. Nos prim eiros 30 minutos em esquem a múltiplo. com um a gota de água no bebedouro e a luz da caixa acesa na intensidade I-i. A classe será dividida em duas turmas: para a Turm a A. m udando a lum i­ nosidade da caixa conforme assinalado na folha de registro. e o nível de água no bebedouro. 3. PRO CEDIM ENTO Para realizar esta prática. 4. Prepare com antecedência a folha de registro relativa a esta prática. um a calculadora. Verifique o funcionamento de seu relógio. Nos 5 segundos fm ais do componente EXT. 2. você introduzirá contingências diferentes para cada nível de iluminação e verificará se o desempenho de seu sujeito continua o m esm o ou se modifica-se conforme a luminosidade da caixa. . assinale na folha as respectivas intensidades lum inosas para evitar dúvidas durante a realização do experimento. confira a turma para qual você foi designado. Pegue seu anim al no biotério e. 2. Inicie o procedimento para a instalação de controle de estímulo. Continue marcando res­ postas não reforçadas com o sinal e respostas reforçadas com o “X ” . reforce a primeira resposta emitida após o início do componente FR. lápis e borracha. Após saber a qual turm a você per­ tence. o FR ocorre­ rá na intensidade I-i e EXT na I-5. Imediatamente após a liberação do reforço. Não se esqueça de alternar a posição da chave de con­ trole do bebedouro de Automático para Desligado conforme o desem ­ penho do animal. volte a chave para a posição Desligado e assim sucessivamente. 3. pro­ ceda da seguinte maneira: a cada resposta que ele apresentar. Prossiga até que pelo m enos 6o componentes de extinção tenham se passado.A prim eira resposta de pressão à barra no com ­ ponente FR. sem pressionar a barra. c) Contagem em FR . deve ser reforçada e. Ao final da sessão. assinalando na folha esses acréscimos. zere o relógio e conte 5 segundos de espera. ou até que seu animal tenha mostrado indícios de saciação. reconduza-o para o bio- tério.Ao final de um componente EXT e antes de passar para FR. os com ponen­ tes de FR antecedidos por um componente de EXT encontram-se indicados por asterisco duplo. você verá programada um a seqüência semi- randomizada de 6 0 apresentações de cada componente. b) DRO . Na folha de registro. retire seu animal da caixa. Em classe. portanto. após sua designação a um a das turmas.A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO 6. No desenrolar do exercício. apenas a última pode ter dura­ ção m aior que 6 0 segundos). Se ele responder nesses últimos momentos. você deverá alterar a luminosidade da caixa no momento e para os valores indicados na folha de registro. 8. ape­ nas à última se aplica o DRO e. a contagem das respostas para a próxi­ m a razão de FR deve ser iniciada.Na folha de regis­ tro relativa a esta prática. certifique-se de que 0 anim al está há 5 segundos. então.Durante todo o tempo em que o esquem a múltiplo estiver em vigor. 7. no m ínim o. ao passar de EXT para FR. a intensidade correspondente. e execute os procedimentos de limpeza da caixa e de higiene pessoal. d) Folha de registro e de controle das contingências . . OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: a) Luzes . aí. inicie seu proces­ samento dos dados. assinale na coluna Duração o tempo que o componente de fato ficou em efeito (em um a seqüência de EXTs. Não mude de linha para não alterar a randomização. e somente nesta passagem . na colu­ na Luz da folha de registro. assinale. Enquanto aguarda que os outros colegas terminem. Término: h min. A cum . Mantenha a duração m ínim a dos componentes de EXT em 60 s. Luz Respostas/Reforço Resp. e de reforçar a prim eira resposta que se seguir à mudança de EXT para FR (**). Min. 1-1 1-5 1-1 1-5 1 1-1 2 1-5 3 1-1 4 1-5 5 1-1 6 1-5 b) Nos próximos 30 minutos. reforce também a prim eira resposta emitida no componente de FR e encerre imediatamente o componente.FR I-5 = EXT Turma B: I 5 = FR 1-1 = EXT_____________ __ ____ ______ Data: / / Início: h min. O Q l. Anim al Na Alunos: Turma a) Inicie o procedimento mantendo o esquema FR lo por seis m inu­ tos e alternando as intensidades lum inosas no interior da caixa como indicado abaixo. Com p. A cum .l OCORRI AN IÍS !)ü J A / h R I. Luz Respostas/Reforço Duração (s) 1 FR ** 2 FR 3 EXT* 4 F R ** 5 EXT* . Seq. I M P O R I A N I I PARA : SSí IA / IR r Folha de Registro: Prática 10 Turma A: 1-1 . Não se esqueça do DRO 5 s (*). Resp. 19 EXT 20 EXT* 21 FR ** 22 FR 23 EXT* ! 24 FR ** j 25 EXT 26 EXT j i j i | i 27 EXT* 28 F R ** ■ i i 29 FR | 30 EXT* . . Luz Respostas/Reforço Duração (s) 6 FR * * 7 FR 8 EXT 9 EXT 10 EXT* 11 FR ** 12 FR I | 13 EXT* 14 FR ** . Com p. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Seq. 15 EXT I 16 EXT* ! 17 FR ** i 18 FR . Com p. mantenha 0 procedimento anterior. po­ rém. passe agora a reforçar apenas a 10 a resposta emitida no com ponen­ te de FR. Luz Respostas/Reforço Duração (s) 31 FR 32 FR 33 EXT 34 EXT* 35 FR 36 FR 37 EXT* 38 FR 39 EXT 40 EXT* 41 FR 42 FR 43 EXT 44 EXT* 45 FR 46 FR 47 EXT 48 EXT* 49 FR 50 EXT* 51 FR 52 FR 53 EXT . Seq. O Q U E O C O R R E A N T E S DO F A Z E R É I M P O R T A N T E P A R A E S S E F A Z E R ? c) A partir do 3 1o minuto. ■_____ 1GO A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Seq. Luz Respostas/Reforço Duração (s) 54 EXT* 55 FR 56 EXT* 57 FR 58 FR 59 EXT 60 EXT* 61 FR 62 FR 63 EXT 64 EXT* 65 FR 66 EXT 67 EXT* 68 FR 69 FR 70 EXT* 71 FR 72 FR 73 EXT I 74 EXT 75 EXT* 76 FR 77 FR 78 EXT* 79 FR . Com p. t> q : H O C O R R E A N T E S D O F A Z E R. Luz Respostas/Reforço . J M P O R T A N T E PA RA ES S E F A Z ER ? Seq. Com p. . D uração (s) | 1 80 ji EXT* | ! í 81 FR 82 FR 83 EXT i | 84 EXT ! i 85 EXT* : 86 FR 87 EXT* i 88 FR 89 FR í 90 EXT* 91 FR | j 92 FR 1 93 EXT 94 EXT* 95 FR | 96 EXT* j 97 FR | 98 FR 99 EXT 100 EXT* 101 FR ! 102 FR i 103 EXT 104 EXT* 105 FR .j . c) no total da sessão. Comp. A partir da tabela com as freqüências de respostas em FR com I-i e com I-5 durante os seis minutos iniciais desta sessão. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Seq. recomendamos que as taxas de . Caso positivo. Calcule as taxas de respostas de seu sujeito em cada componente do múltiplo: a) nas prim eiras 10 exposições a cada componente. m inuto a m inu­ to. elas são maiores no início ou no fim do treino? Observação: Nesta e nas práticas subseqüentes. Exis­ tem diferenças? Em caso afirmativo. esse efeito se manteve ao longo dos 3 minutos de cada estado luminoso? 2. b) nas últimas 10 exposições a cada componente. a unidade de registro de tempo raramente será 1 minuto. verifique se o nível de luminosidade teve algum efeito sobre o res­ ponder. Luz Respostas/Reforço Duração (s) 106 EXT 10 7 EXT* 10 8 FR 10 9 110 EXT* 111 FR 112 FR 113 EXT 114 EXT 115 EXT” 116 FR 117 118 EXT* 11 9 FR EXT* TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS REFERENTES À PRÁTICA 10 1. Assim . 6o segundos de duração. pois a pergunta a que se dirigiam já foi respondi­ da. onde permanecia. Estes com portam en­ tos se alteraram ao longo do tempo? 5. com os m esm os valores. ou seja 59. para o componente EXT. Faça um gráfico de respostas acumuladas de pressão à barra minuto a minuto. escreva um a apresentação (Introdução) para a prática de hoje. Na Prática 11. tanto para FR como para EXT. Descreva. Você estará em pre­ gando o m esm o esquem a múltiplo. cada componente. espere que ele termine o FR 10. Na folha de registro. e um a seção de Método (sujeito. como havia na Prática 10. pois a instalação de um controle do comportamento por estímulos antecedentes é um processo demorado. o que fazia etc. devem ser eliminados. equipamento e procedimento). A m aneira de trabalharmos com 0 FR m udará ligeiramente. Exemplo: um sujeito emitiu 64 respostas em 1 m inuto e 5 segundos. 4 . como seu anim al agia durante FR e durante EXT.1 resp/min. Como agora os componentes têm a m esm a duração pode acontecer que o ani­ m al esteja respondendo em FR e os 60 segundos (ou 120 . ou 180 segun­ dos) se esgotem antes que ele tenha terminado a exigência de 10 respostas. O controle do responder por reforçamen- to secundário continua em efeito (DRO 5 s). O que fazer neste caso? Se ele estiver respondendo rapidam en­ te. cada linha representa. ficará em efeito por 6o segundos (com a possibilidade de ocorrerem repetições como na sessão anterior).98 resp/seg.O QUE OCORRE ANTES DO F A Z E R É I M P O R T A N T E P A R A E S S E F A Z E R ? 163 respostas sejam calculadas pela unidade segundos e depois convertidas para a unidade minuto. porém em condições ligeiramente diferentes. 3. mas o reforçamento da pri­ m eira resposta em FR seguindo-se a mudança de EXT para FR será descontinuado. sem pausas entre respostas. Para facilitar seu trabalho. libere o . os prim ei­ ros 6 minutos de exposição contínua a FR. Prática Número 11 CONTROLE DE ESTÍMULOS COM UM ESQUEMA MÚLTIPLO FR-EXT APRESENTAÇÃO O exercício desta sessão nada m ais é do que um a continuação do exercício anterior. Além disso. Em casa. de m aneira geral. seja de FR ou de EXT. suge­ rim os que faça um a interpolação da taxa quando ocorrer um a exten­ são da duração deste componente por efeito do DRO. ou seja 0. Até agora você analisou o desempenho de seu anim al nos com ponen­ tes do múltiplo verificando se o desempenho em FR se mantinha e aque­ le em extinção diminuía. pois é isso que ele indica: o grau de discriminação dos dois níveis de luminosidade. Se ele estiver pausando. Faça o registro do comportamento do anim al da m esm a form a que na sessão anterior. Nos dois casos. c). como estamos trabalhando com durações iguais de componente. Ou seja. mude a intensidade e o componente (você estará refor­ çando o padrão de “responder sem pausas”). a duração da sessão será de cerca de 90 minutos. b. Pro­ ceda da seguinte forma: a) some o total de respostas durante todas as apresentações do componente FR 10. PROCEDIM ENTO Antes de começar a sessão. b) faça o m esm o para as respostas durante o componente de extinção. NOTA: Existe um outro procedimento empregado para estabelecer controle de estímulos que produz um desempenho diferencial muito m elhor e mais rapidamente do que o procedimento clássico empregado nas Práticas 10 e 11. denominado Treino de Discriminação sem Erro (Terrace. deno­ minando esse valor RC2. então.A ANALISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO reforço e. Esse índice. contudo. verifique se ele o está desempenhando com ou sem pausas e proceda como indicado acima. Hoje. é denominado índice Discriminativo (ID). 1963a. No componente EXT. apenas muito gra- . no caso. Existe um a m aneira de fazê-lo na qual você funde os dois valores num índice comparativo. tentaremos fazer um a análise comparando os valores de taxa de resposta em cada um deles. assinale na folha de registro a duração do componente de FR. Note que a folha de registro da Prática 11 apresenta 45 compo­ nentes de FR 10 e 45 componentes de EXT dispostos em seqüência semi- randômica. o controle do responder por reforçamento secundário continua em efeito (DRO 5 s). Esse procedimento. Se seu animal iniciou um FR mas não o terminou. prepare a folha registro com 0 preenchi­ mento do cabeçalho e da seqüência de apresentação dos níveis de lum ino­ sidade que correspondem aos componentes do esquema múltiplo para sua turma. A duração do componente de extinção é inicialmente muito curta. c) calcule o ID usando a fórm ula ID = R C i /(R C i + R C 2) (até duas casas decimais). m ilésim os de segundos e. espere a próxima pausa (de no máximo 3 segundos) e mude a intensida­ de e o componente (você estará extinguindo/punindo o comportamento de pausar). deve ser iniciado quase imediatamente após um a resposta ser modelada. denominando esse valor R C i. A reação dos sujeitos que passaram por este procedimento. leia um dos artigos do Prof. vibração da caixa etc. Nessas condições. Se você quiser saber qual é esta diferença. A depender do desempenho do sujeito. Anim al NQ Alunos: Turma (*) DRO 5 s. Terrace mencionados acima. ela é aumentada. Min. ocorrem diferenças de intensidade ao longo de mais de um a dimensão de estímulo (iluminação. Com p. isto é.). Folha de Registro: Prática 11 Turma A: I. Luz Respostas/Reforço I Duração ($) 1 FR 2 FR i j 3 EXT i i j 4 EXT* i 5 FR 6 FR | 7 EXT* | 8 FR . m O Q U E O C O R R E A N T E S DO F A Z E R É I M P O R T A N T E P A R A E S S E F A Z E R ? dualmente. sem respostas durante o componente de extinção. Término: h min. o controle de estímulo se estabelece quase sem “ erros” . | ! . As condições antecedentes para os dois componentes são muito diferentes. som. essas diferenças vão sendo reduzidas ou eliminadas e apenas um a é mantida ao final. é muito diferente daquela dos animais submetidos ao procedimento clássico. quando submetidos a drogas e/ou a um a extinção da discriminação.1 = FR I-5 = EXT Turma B: I-5 = FR 1-1 = EXT Data: / / Início: h min. 9 EXT 10 EXT* 11 FR ! 12 FR . . Com p. i Í 14 EXT* I I 15 . 34 EXT* : . 17 EXT i I 18 EXT* i If FR : i 20 EXT* i ■ 21 FR .. 37 EXT* i ! i : 38 FR . i 22 FR : 23 EXT : ! ! : 24 EXT* ! ■ ! 25 fr : I ! ! 26 EXT* . . Luz j R espostas/R eforço D uração ($) 13 EXT . : 27 fr : : i 28 fr i : 29 EXT : : I 30 EXT* i I I T .. I 35 FR .a A ANALISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Min. -. I 36 « r : : I . I i 31 FR : : : 32 FR : ' ' I : 33 EXT : .. lé FR I . 46 fr . » 50 EXT* . 56 FR ! 57 EXT* ! j j i 58 FR : ! ! 59 FR . 0 Q U E O C O R R E ANTES DO F A Z E R É I M P O R T A N T E PARA ESSE F A Z E R ? Min. 63 EXT : 64 EXT* . 47 FR . Com p. i . . ! j 51 FR j ! 52 FR : . ! 60 EXT* s 1 61 fr . j . Luz Reipostas/Reforço D uração (s) 39 FR : : j 40 EXT* 41 FR j 42 fr : 43 EXT ! ! ! 44 EXT j 45 EXT* . ! 53 EXT i i : . i 62 FR . i 1 i : 54 EXT ! 55 EXT* . ! 48 EXT* i ! 49 . . A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O N O L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Min. 71 FR ! 72 FR 73 EXT 74 EXT* 75 FR 76 EXT 77 EXT* 78 FR i 79 FR 80 EXT* j 81 FR i 82 FR 83 EXT 84 EXT 85 EXT* 86 FR ! 87 FR | j 88 EXT* 89 FR 90 EXT . ! 69 EXT ! 70 Ex t * . Com p. . Luz Respostas/Reforço Duração ( s ) 65 P* 66 EXT* 67 FR 1 ! 68 FR . Para enriquecer a discussão em classe. Compare a curva de EXT das Práticas 10 e 11. minuto a minuto. 9. Considerando as questões anteriores. Monte um a tabela com os dados das Práticas 10 e 11. 6. 2. 2. você diria que a aprendizagem é um processo gradual ou súbito? 5. o que os dados sugerem? Compare as curvas de EXT e FR da Prática 11. os dados e a discussão relativos à Prática 11. A depender dos índices alcançados. tendo em vista o que sabe sobre controle de estímulos. no mesmo eixo de coordenadas. Ao final da Prática 11. E se não tivéssemos empregado a contingência de D RO para o componente de Extinção? 8. O que os dados indicam? 4. bem como sua evolução ao longo das práticas. Com esses dados. Esteja preparado para responder a essas questões durante a discussão geral em classe. Releia a pergunta apresentada no início da Prática 10 e veja como os dados e as análises acima podem contribuir para você respondê-las. o que os dados sugerem? 3. Identifique as duas curvas. o professor pode coletar os dados (taxa de resposta em cada componente. para os 10 prim eiros e 10 últimos minutos de cada sessão e/ou índices discriminativos da Prática 11) de cada sujeito e apresentá-los em um a tabela. Reveja as questões 2 e 4 relativas à Prática 10 e estenda-as aos dados da prática de hoje. o professor pode solicitar aos alunos que cal­ culem o índice discrim inativo nos 10 últim os m inutos da sessão. Redija um a discussão desses dados. separada­ mente para os sujeitos da Turm a A e da Turm a B. Você acha que se usássem os CRF em vez de FR os resultados seriam os m esm os? Discuta. Compare os desempenhos nas duas práticas. Pode colocar esses índices em um a grande tabela no quadro negro e discuti-los com a classe. Atualize seu relatório acrescentando o procedimento.O Q U E O C O R R E A N T E S DO F A Z E R É I M P O R T A N T E P A R A E S S E F A Z E R ? TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS REFERENTES À PRÁTICA 11 1. Calcule 0 índice discriminativo do seu anim al para os 10 primeiros e outro para os 10 últimos minutos de M ULT FR 10-EX T para a Prática 11. Faça um gráfico de respostas acumuladas para FR e EXT. pode-se então conduzir um a discussão para verificar quais os efeitos das diferentes combinações entre os dois componentes e os dois níveis de iluminação. 7. SUGESTÕES AO PROFESSOR 1. pode- . (1933). Os alunos dessas duas turmas deveriam registrar. Uma outra maneira de conduzir este exercício de controle de estím u­ los é combiná-lo com um exercício sobre comportamento adjuntivo (“O que fazemos enquanto esperam os?”). morder.W. cheirar. (1963c). O controle dos estímulos sobre o comportamento.A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO rá repetir esta sessão visando alcançar graus de discrim inação m ais elevados. 140. A2. (1992). 6. especialmente durante o componen­ te de Extinção. os alunos das sub-turmas A2 e B2 introduziriam um segun­ do manipulando na caixa experimental (a argola). A discussão poderá ser dirigida para um a comparação entre o desempenho dos sujeitos. 42(1). S. Em E.) Novas contribuições da Psicologia aos processos de ensino e de aprendiza­ gem. A. 318-319. ou UM A M ANEI­ RA ALTERNATIVA DE R EALIZA R A PRÁTICA 1 1 ” . S. Discrimination learning with and without “errors”. Journal of the Experimental Analysis of Behavior. além da resposta de pressão à barra. B2 (a manter-se a divisão ante­ rior pelo nível de iluminação usado. TERRACE. Science. H. Psicologia. por exemplo). 3. . porém. Alencar (Org. São Paulo: Cortez. TERRACE. Chance orders of alternating stimuli in visual discrimination experiments. Análise de Contingências no Aprender e no Ensinar. S. respostas em relação ao novo manipulando (tocar. MATOS. 6. Errorless discrimination learning in the pigeon: Effects o f chlorpromazine and imipramine. (1963a). M. H. dependendo das preferências do professor). REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS GELLERMAN. (1963b). (1981). Journal of the Experimental Analysis of Behavior. Cada turma seria então divi­ dida em duas sub-turmas A i. 223-232. 206-208. 1 . quando da realização da Prática 11. B i. A. S. 141-163. Errorless transfer o f a discrimination across two continua. H. 1 -27. leia o Exercício f deste capítulo “O QUE FAZEM O S ENQUANTO ESPERAM OS?. L. M. Journal o f Genetic Psychology.1 5 - MATOS. Todos os alunos fariam o exercício de controle de estím u­ lo tal como programado na Prática 10. TERRACE. Para maiores detalhes. 7(2). .f) O que fazemos enquanto esperamos? ou. estaremos introduzindo um a mudança em nossa caixa experimental de form a a podermos analisar m elhor o que ocorre durante a extinção da resposta de pressão à barra. Uma maneira alternativa de realizar a Prática 11 aso você opte por realizar a Prática 11 desta m aneira alternativa (Prática 1 1 -A). Esse manipulando. basicamente estaremos continuan­ do a analisar o efeito de variáveis antecedentes sobre nosso comporta­ mento. além disso. esta­ rem os introduzindo um segundo manipulando na caixa experimental. Nesta nova sessão experimental. ainda assim deve ler cuidadosamente e até o fim as instruções rela­ tivas à pergunta “O que ocorre antes do fazer é importante para esse fa­ zer?” (Práticas lo e 11). Apesar da inoperância desse segundo manipulando. porém. Contudo. daqui por diante denominado “m anipulando alterna­ tivo”. Para isso. pode ser a argola. que será presa ao teto da caixa pela sua haste. a mensuração da freqüência de respostas a ele nos servirá a dois propósitos. U m deles será tentar responder à questão “ Um a contingência que atua sobre um comportamento (por exemplo. O outro propósito será utilizar esta medida como linha de base para a Prática 14 (“Aquilo que fazem os pode ser um a condição para fazermos outra coisa?”). a contingência de extinção para resposta de pressão à barra durante o M ULT FR-EXT) pode afetar indiretamente outro comportamento (por exemplo. o comportamento de tocar ou chei­ rar um a argola?)” . as respostas a esse segundo m anipulando não terão qualquer conseqüência programada pelo experimentador. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Com a introdução de um segundo manipulando de respostas no inte­ rior da caixa operante durante a segunda sessão de esquem a múltiplo. em outras palavras. Encontraríamos diferenças no comportamento do animal em relação ao m anipulando alternativo ao com pararm os estas duas con­ dições? Ou seja. afinal. Por isso. 390). respectivamente) e as respostas emitidas ao manipulando inoperante? E para completar nossa análise. Enquanto esperam os que este tenha condições de ocorrer. Em nossa prática de laboratório. seja reforçada. Quando trabalhamos sob um esquem a de intervalo (FI ou VI). em termos m ais práticos: Quando estamos no aero­ porto esperando a chamada para o embarque. haveria um a relação sistemática entre a disponibilidade ou não de reforço na barra principal (componentes de reforçamento ver­ sus extinção. Por exemplo. O comportamento principal (aquele que será reforçado com a viagem e suas conseqüências) é o de embarcar. emitimos outros comportamentos. os adjun- tivos. conform e define Catania (1998). Ou. trata-se do “responder que acompanha fidedignamente algum a outra resposta produzida ou ocasionada por um estímulo. especialmente com estím u­ los apresentados de acordo com esquem as temporalmente definidos” (p. encontraríamos diferenças no comportamento do ani­ mal em relação à aquisição de um operante sob controle discriminativo quando houvesse ou não a possibilidade de em issão de um outro ope­ rante em um segundo m anipulando? . muito freqüentemente vamos à lanchonete tomar um cafezinho. embora tenhamos trazido na sacola livros e revistas exatamente para essa finalidade. poderem os avaliar instâncias de comportamento adjuntivo dire­ cionados ao segundo manipulando. m esm o que tenhamos acaba­ do de tomar um antes de sair de casa. Daí seu nome “Adjuntivo”. na qual as respostas de pressão à barra do rato encontram-se sob controle de um esquem a M ULT FR- EXT. em duas condições: quando se encontram em vigor as contingências de FR. Comportamento adjuntivo. Prática 11. basicamente. podemos conduzir um exercício de controle de estímulos combinando-o com um exercício sobre comportamento adjuntivo. ou compramos um livro ou revis­ ta para ler na viagem. estamos também esperando que a resposta principal. podemos proceder com um a análise de dados que nos forneça elementos para tentar respon­ der à questão “O que fazemos enquanto esperam os?”. poderíamos perguntar como a presença desse m anipulando alternativo afeta o próprio curso de aquisição do controle de estím ulos que vínham os estudando. comportamentos adjuntivos ocorrem m ais fre­ qüentemente com esquem as temporalmente definidos. e quando vigoram aquelas de extinção. e o registro das respostas emitidas a ele. Ou seja. deve-se fazer um a leitura cuidadosa e completa de todas as instruções e considerações sobre as Práticas 10 e 1 1. . A m esm a seqüência descrita para a Prática 11 tradicional será usada aqui. A2.VÊ F A Z E M O S E N Q U A N T O ESN. ALT 2 . As turmas A i e B i continuarão a realizar a Prática 11 da m aneira tradicional. PRO CEDIM ENTO Antes de começar a sessão marque. com um a ou duas patas dianteiras. no interior da caixa. Contudo. A PR ÁTI CA 11 173 Prática Número 11 -A COMPORTAMENTO ADJUNTWO APRESENTAÇÃO Antes de mais nada.Farejar: Considere um a ocorrência deste comportamento quando o anim al aproximar o focinho de qualquer parte do manipulando alternativo.LI Z A R.R A M O S ? ou.. dividiremos novamente as turmas. os níveis de luminosidade que correspondem aos compo­ nentes do esquem a múltiplo.Tocar a barra: Considere um a ocorrência deste comporta­ mento se o rato apenas tocar qualquer parte do manipulando alternativo. já que seu pleno entendimento é pré-requisito para a realização desta prática. A cada dois segundos de duração desse comportamento.Morder: Considere a ocorrência deste comportamento quan­ do o anim al morder qualquer parte do m anipulando alternativo. foi introduzido o segundo manipulando de resposta e que ele esteja firm em ente preso ao teto da caixa. Assegure-se que. U M A M AN EI R A A L T ER N A T I V A D E R EA. Para facilitar seu trabalho. sugerim os o uso de siglas e o registro das seguintes respostas alternativas à resposta de pressão à barra no m anipu­ lando principal: ALT 1 . para podermos analisar os efeitos da introdução de um segundo manipulando na caixa experimental. tal como descrito anteriormente. as turm as A2 e B2 introdu­ zirão em suas caixas experimentais um manipulando alternativo e regis­ trarão também as respostas emitidas em relação a esse manipulando. continuaremos a manter a divisão da classe em duas turmas. na folha de registro referente a esta prática. A e B.. Para prosseguirm os com nossa análise comparativa dos efeitos de diferentes níveis de iluminação sobre a aquisição e desenvolvimento do controle de estímulos sobre um operante discriminativo. agora. Bi e B2. conte um a nova ocorrência. em A l. ALT 3 . as respostas ao segundo manipulando (ALT 1. Luz ■ Respostas ao manipulando Respostas ao 2® Duração principal/reforço m anipulando j (*) j i j 1 FR I 2 FR . 3 EXT | 4 EXT* | | 5 FR j i i 6 FR I 7 EXT* . ALT 2. bem como a som a das três. Adicionalmente. Todas as respostas devem ser registradas à medida que ocorrem. bem como as apresentadas mais adiante. Em relação à análise do comportamento adjuntivo. Folha de Registro Prática 11-A Turma A1: 1-1 = FR. Com p. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Hm termos da resposta de pressão à barra (manipulando principal. no que for possível e cabível. Turma A2: idem + m anipulando alternativo Turma B1: I-5 = FR. Em relação à análise da discriminação do responder à barra. Turma B2: idem + m anipulando alternativo Data: / / Início: h min. 1 1 j . durante cada componente do múltiplo. Utilize as sugestões para a análise da Prática 11. o controle do responder por reforçamento secundário continua em efeito (DRO 5 s). registre. I-5 = EXT. verifique se ele o está desempenhando com ou sem pausas e proceda-eomo indicado anteriormente. Min. ALT 3). Anim al Ne Alunos: Turma (*) DRO 5 s. minuto a minuto (ver folha de registro). separadamente. 1-1 = EXT. PB). durante a vigência do componente FR e durante a vigência do com ­ ponente de Extinção. Se seu animal iniciou u m FR m as não o terminou. proces­ se seus dados e discuta-os de acordo com as instruções da Prática 11. mantenha as contingências e faça o registro do comportamento do anim al da m esm a form a que na sessão anterior. Término: h min. No componente EXT. processe seus dados considerando cada resposta separadamente. 24 EXT* 25 FR . I I i i ! ! i 23 EXT 1 . Com p. U M A M A N E I R A A L T E R N A T I V A DE R E A L I Z A R A P R Á T I C A 11 175 Min. Luz Respostas ao manipulando Respostas ao 2a Duração principal/reforço m anipulando (*) 8 FR t EXT í 10 EXT* 11 FR : 12 FR 13 EXT 14 EXT* 15 FR 16 FR 17 EXT 18 EXT* 19 FR j 20 EXT* 21 FR i i : : 1 22 FR . O Q U E F A Z E M O S E N Q U A N T O E S P E R A M O S ? ou. ' 26 EXT* I i 27 FR 28 FR 1 29 EXT 1 30 EXT* 31 FR I ! 32 FR . i .176 A ANALISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Min. i ! i I 55 EXT* 56 FR 57 EXT* | . Luz Respostas ao manipulando Respostas ao 2e Duração principal/reforço manipulando (*) j 33 EXT 34 EXT* 35 FR !! 36 EXT j 37 EXT* 38 FR \ 39 FR | 40 EXT* 41 FR I 42 FR I ! 43 EXT I í ! . 44 EXT 45 EXT' : 46 FR : 4? FR j 48 EXT* 49 FR í 50 EXT* 51 FR | i i 52 FR ! 53 EXT 54 EXT . Comp. EXT* . i Luz ! Respostas ao m anipulando ! Respostas ao 2 a Duração principal/reforço m anipulando (s) 58 : FR ! | j 59 . FR . U M A M A N E I R A A L T E R N A T I V A DE R E A L I Z A R A P R Á T I C A 11 Min. EXT . 64 . Com p. FR | I 60 EXT" : : í 61 FR . FR 69 : EXT . O Q U E F A Z E M O S E N Q U A N T O E S P E R A M O S ? ou. . | : | • 70 EXT * : : 71 : FR 72 : FR 73 EXT 14 EXT'* ! 75 i m 76 i EXT 77 : EXT* . 68 . í j 78 ! FR . I ! | 62 FR i 63 . 66 i EXT* 67 FR i . j i 65 . FR 80 : EXT* 81 : FR i ! i L 82 : FR . 79 . em FR e em EXT para cada um a das Turm as A i. b) idem nos 10 minutos iniciais da Prática 1 1 -A. Com p. B i. dependendo se a contingência para PB.A : SUGESTÕES A D IC IO N A IS 1. 0 que eles indicam? 4. Compare os resultados de b) com d). Compare os resultados de b) com c). e B2. 2. c) idem nos 10 minutos finais da Prática 1 1 -A. nos 10 minutos fi­ nais da Prática 10. FR ou EXT? . d) para o manipulando alternativo separadamente em FR e em EXT para cada um a das Turm as A2 e B2. Compare c) com e). o que eles indicam? 5. Calcule e coloque em um a tabela a taxa de respostas (Resp. 0 que eles indicam? Houve diferenças no respon­ der ao manipulando alternativo. nos 10 minutos iniciais da Prática 11a. Como você não tem um a contingência explícita e diferencial para as respostas no m anipulando alternativo. Luz Respostas ao manipulando Respostas ao 2* Duração principal/reforço m anipulando (s) 83 EXT 84 EXT 85 EXT* 86 FR 87 FR 88 EXT* 89 FR 90 EXT TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS REFERENTES À PRÁTICA 11./min.): a) para o manipulando principal. o que eles indicam? Houve dife­ renças no responder ao manipulando alternativo dependendo se a contingência para PB era FR ou EXT? 6. e) idem nos 10 minutos fm ais da Prática 1 1 -A. separadamente. é possível que estas apresen­ tem muita variabilidade de animal para animal. Compare os resultados de a) com b). 3. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO M in. Sugerim os que os dados sejam tratados em termos de médias para cada turma. A2. FI). 8. New Jersey: Prentice Hall. você acha que os resultados seriam diferentes? Para verificar sua resposta expe­ rimentalmente. Considere as respostas dadas acima e discuta as questões levantadas nas apresentações desta prática. '' Obra já traduzida para a Língua Portuguesa (veja o Apêndice I). C.A.4'h Edition. Atualize seu relatório acrescentando o procedimento.O Q U E F A Z E M O S E N Q U A N T O E S P E R A M O S ? ou. um esquem a de intervalo fixo. U M A M A N E I R A A L T E R N A T I V A DE R E A L I Z A R A P R Á T I C A 11 7. Learning . no lugar do esquema de razão fixa. Caso tivéssemos utilizado. por que você não pede ao professor para deixá-lo fazer o teste no laboratório? REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA CATANIA. (1998)*. um esquem a temporal no qual o reforçamento dependesse da passagem do tempo (por exemplo. 9. . os dados e a discussão relativos à prática de hoje. e a fazer outra coisa (afinal não existe vácuo comportamental!) quando sob a intensidade I-i. terei condi­ ções de trabalhar com um paciente fóbico?” Em outras palavras: “Quão rígidos som os?” Nosso sujeito experimental aprendeu a pressionar a barra sem pau­ sas durante a apresentação de um a determinada intensidade lum inosa. empregamos técnicas de reforçamento diferencial sob diferen- . “Ter aprendido como modelar um rato no laboratório m e ajudará a ensinar um a criança a escrever?” . O que acontecerá se agora apresentarmos a esse sujeito outras intensidades de luz? Vam os supor que ele aprendeu a trabalhar em FR quando sob a intensidade I-5. o que ele fará? E se apresentarmos intensidades intermediárias. estudamos como se desenvolve um comportamento diferenciado sob controle de estímulos. assim como eu espero que vocês trans­ firam o que aprenderam neste laboratório para a sala de aula e/ou para um a atuação clínica? Nas duas práticas anteriores (Práticas 10 e 11 ou 11-A). e confundo-a com um amigo m eu?”. I-4 e I-3. ou ainda. assim como confundo outras pessoas na rua com m eus amigos? Ele conseguirá transferir aquilo que aprendeu sob a intensidade I-5 para as intensidades 1-6 e I-4.g) Se aprendermos a fazer algo em um ambiente. “Tendo aprendido sobre as técnicas de controle de estímulo. Quão rígidos somos? pergunta acima pode soar um pouco confusa. o que ele fará? Ele confundirá as intensidades. Se apresentarmos agora intensidades mais elevadas. 1-6 e I-7. ao longe. ou então. e a fazer alguma outra coisa (inclusive dormir) sob outra intensidade lum i­ nosa. só o faremos nesse ambiente? ou. O que estamos perguntan­ do é “Por que às vezes vejo um a pessoa na rua. estaremos apresentando intensidades intermediárias de luz. portanto. Se continuássemos a reforçar a resposta de pressão à barra sob estas novas intensidades. quer quando a discrim i­ nação não foi completa. Dizemos que ocorreu um a discriminação quando um organismo reage de m aneira bem diferente. dizemos que ocorreu um a generalização quando um organismo reage de maneira mais ou menos igual na presen­ ça de dois ou mais estímulos antecedentes. não estaremos usando reforço para o res­ ponder sob os novos valores de estímulo. porém semelhantes. não precisaremos treinar a generalização. talvez o fenôm eno não fosse tão facilmente observável. e apropriada. e com razão. por assim dizer. digamos I-5 e I-4 ou I-3.A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO tes condições ambientais antecedentes e observamos um processo deno­ minado Discriminação de Estímulos. é necessário realizar a Prática 12 em extinção. na presença de dois ou mais estímulos antecedentes. com a m esm a dimensão de estímulo com que trabalhamos anteriormente: a intensidade de um a luz ambiente. Na Prática 13. Como em qualquer teste. Na verdade. Se apresentássem os uma intensidade muito diferente. ora em Extinção. discriminação e generalização são verso e reverso da m esm a moeda. Para mostrar que realmente a generalização. agora. tendo ensi­ nado um a discriminação entre I-i e I-5 nas práticas anteriores. o “mundo vira de ponta cabeça” . Trabalhando na m esma dimensão de estímulo e com valores não muito diferentes daqueles empregados anteriormente. isto é. garantimos a ocorrência de um a transferên­ cia de funções entre. alguém poderia dizer. Na Prática 12. ou a transferência de função de estímulo. quer quando os estímulos antecedentes parti­ lham de certas propriedades. Na Prática 12. ocorre após um treino discriminativo. intermediárias em relação àquelas sob as quais nosso sujeito aprendeu a trabalhar ora em FR. estaremos vendo o que ocor­ re quando revertemos completamente as contingências associadas a dife­ rentes condições ambientais. Denominamos este segundo processo de Generalização de Estímulos. Estaremos lidando. estaremos vendo um outro efeito do controle de estímulos que ocorre. estaremos verificando o que ocorre quando. por exemplo. Algo semelhante talvez ocorresse se apre­ sentássemos um outro estímulo. na m esm a caixa expe­ rimental etc. tudo depende dos estímulos com que trabalhamos e de como m edim os o comportamento. podere­ mos sim plesm ente testar se ocorre um a generalização daquele treino para condições novas. um a campainha tocando em vez de luzes. Na Prática 12. utiliza­ mos um a variedade maior de estímulos. m ais discriminação implica em m enos generalização e vice-versa. que sim plesm ente estaríamos continuando nosso treino discriminativo anterior. com a única diferença que. Con­ . I-20 por exemplo. I-3 ou I-2. talvez a resposta de pressão à barra desaparecesse antes de con­ seguirm os obter dados conclusivos. na Prática 12. esse desempenho não pode ser atribuído ao reforçamento des­ sas respostas. 14 ou 15 após a Prática 12. Se o laboratório não dispõe desta unidade. NOTAS AO PROFESSOR: 1. é possível que a resposta de pressão à barra passe a ocorrer em freqüências tão baixas que não seja possível detectar variações em sua ocorrência (efeito “chão”). Como estaremos trabalhando com quatro valores de intensidade lum inosa em extinção e apenas um em FR. Para isso. cinco valores. se sub­ metêssem os o animal a um a sessão de um a hora ou mais de completa extinção. e sim a um a transferência das funções controladoras exer­ cidas por I-5 (ou por I-i) sobre elas. . Portanto. Caso 0 professor decida realizar as Práticas 13. sob a m esm a intensidade de luz com que essa resposta vinha sendo reforçada. será necessário recuperar suficientemente o desempenho do sujeito no esquema múltiplo FR EXT. com um a freqüência maior com que cada um a das demais será apre­ sentada. continuare­ m os a reforçar a resposta de pressão à barra em FR. A ssim . como nosso treino discriminativo foi relativamente curto. Para isso. será necessário recuperar o desempenho do sujeito no esquema múltiplo FR EXT. Caso o professor decida realizar as Práticas 14 ou 15 após a Prática 13. pelo menos. o procedimento utilizado nos 10 minutos finais da Prática 12 deverá ser o m esmo utilizado na Prática 11. mas não reforçaremos essa resposta (ou qualquer outra) sob as dem ais intensida- des apresentadas. recomendamos substituí-la pela realização da Prática 13. se nosso sujeito apresentar respostas para I-4. Assim .S E A P R E N D E R M O S A F A Z E R A L G O E M U M A M B I E N T E . tam ­ bém para evitar um a extinção completa e muito rápida. 2. sugerim os retomar o proce­ dimento utilizado na Prática 11 nos 30 minutos finais da Prática 12. A Prática 12 só poderá ser realizada se o equipamento disponível no laboratório possuir um a unidade de controle de intensidade lum ino­ sa de. S Ó O F A R E M O S N E S S E A M B I E N T E ? ou. estaremos apre­ sentando a intensidade lum inosa em que originalmente trabalhamos em FR. 3. Q U A O R Í G I D O S S O M O S ? 183 tudo. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Prática Número 12 GEN ERALIZAÇÃO SO B ESTÍMULOS APRESENTAÇÃO A fim de verificarm os se nosso sujeito se comporta como eu, confun­ dindo estímulos, sejam eles pessoas ou intensidades de luz, a primeira coisa que devemos fazer é am pliar o núm ero de estímulos que estaremos apresentando ao nosso sujeito. Assim , você deverá verificar se a unidade de controle de intensidade lum inosa da luz, que está sobre o teto da caixa experimental, está funcionando para as cinco intensidades que estaremos empregando: I-i, 1-2, I-3, I-4, e I-5. Você estará apresentando essas intensidades em um a ordem, mais ou m enos ao acaso. Um a apresentação inteiramente ao acaso seria dese­ jável, para elim inar os possíveis efeitos de seqüência (1-2 sem pre antes de I-4, ou I-3 sempre depois de I-i), ou de contraste (uma luz I-3 depois de um a luz I-i pode produzir um a reação na retina, denominada “contras­ te” , cuja magnitude é muito m aior do que a que seria produzida se a mudança fosse de 1-2 para I-3. A conseqüência disso pode ser um a reação ao primeiro I-3 como se este estímulo fosse, de fato, de intensidade muito maior). Isto representa a interferência de variáveis que, no momento, não estamos interessados em investigar, mas que, se não controladas, produ­ ziriam variabilidade nos resultados, mascarando as possíveis relações funcionais a serem descritas. Contudo, um a apresentação inteiramente ao acaso supõe igual probabilidade de ocorrência dos eventos e, já vimos anteriormente, que um a probabilidade de reforçamento em FR 10 em 1/5 do tempo pode produzir um a extinção muito rápida do desempenho de nosso sujeito. Assim , num a seqüência de seis componentes, a intensida­ de associada ao esquem a FR será apresentada duas vezes e cada um a das demais intensidades será apresentada um a vez. Os alunos da Turm a A continuarão a dispensar reforço em FR 10 durante a luz I-i (e utilizarão a contingência de extinção sob todas as demais intensidades de luz); os alunos da Turm a B continuarão a dispen­ sar reforço em FR 10 durante a luz I-5 (e utilizarão a contingência de extinção sob todas as demais intensidades de luz). Cada intensidade será apresentada por 6 0 segundos, e nenhum a intensidade será apresentada duas vezes sucessivamente. A contingência de D RO estará suspensa durante esta prática, nova­ mente para evitar um a extinção muito rápida. Se o seu anim al não tiver completado as 10 respostas exigidas em FR e o tempo de duração deste componente tiver expirado, m ude a lumino- ........ m S E A P R E N D E R M O S A F A Z E R A L G O E M U M A M B I E N T E , S Ó O F A R E M O S N E S S E A M B I E N T E ? ou. Q U Ã O R Í G I D O S S O M O S ? 185 sidade de acordo com o programado. Na próxima apresentação do com ­ ponente FR, comece a contar a partir da enésim a resposta apresentada anteriormente. Por exemplo: a) em FR o sujeito apresentou 10 respostas e recebeu reforço, em seguida apresentou m ais 4 respostas e o tempo aca­ bou; b) a próxima intensidade programada foi apresentada com a contin­ gência de extinção etc.; c) eventualmente, a contingência de FR entra em vigor novamente; como o anim al já emitiu 4 respostas anteriormente, você deve exigir apenas m ais 6 respostas para liberar o reforço, e assim por diante. Prepare a folha de registro referente a esta prática. Note que há 60 linhas de registro, correspondendo a 6 0 apresentações de diferentes intensidades lum inosas1. Escreva, na coluna correspondente, as intensi- dades lum inosas a serem apresentadas, usando a seqüência de apresen­ tação das intensidades a seguir, conforme a turma à qual você pertence. Note que, na folha de registro, já se encontram assinaladas as intensida­ des lum inosas com uns às Turm as A e B. Turma A , I-: 1, 3, 5, 1, 4, 2, 1, 2, 4, 5, 1, 3, 5, 4,1 , 2 , 3, 1, 2, 1, 4, 3, 1, 5, 1, 4, 2, 1, 5, 3, 4, 1, 3, 5, 1, 2, 3, 5, 1, 2, 4, l 5, 1, 3, 4, 1, 2, 1, 3, 2, \,4, 5, 3, 1, 5, 4, 2, 1. Turma B, I-: 5 3-'/ 1 1/5-'/4 ■/2 5 ■'/2 *-/4 1/1 1/ 5 3 1 1/4 *i5 t 2 3 -O5 2 5-// 4 3 5 1 5 4 2 5 1 3 4 5 3 1 5 2 3 1 5 2 41 / 5 1 151 3*'/ 4 '/5 2 fc/ 5 3-'/ 2 5 4 1 3 5 1 4 2 5 Tradicionalmente, os resultados de um desempenho sob um teste de generalização são apresentados na form a de um gráfico denominado Gradiente de Generalização. Neste gráfico, as taxas de respostas são assi­ naladas na ordenada e, na abscissa, são colocados os valores dos estím u­ los testados; o gráfico é um a curva sim ples, isto é, não cumulativa. Se a 1Observação: Se o professor pretende realizar as Práticas 13, 14 ou 15, é aconselhável reduzir a duração da Prática 12 para apenas 50 minutos, reservando os últimos lo minutos para a reintrodução das contingências em vigor durante a Prática 11. ■ A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO curva resultante é paralela ao eixo da abcissa, diz-se que a generalização é total; se a curva apresenta um a inclinação em relação a esse eixo, diz-se que houve generalização, e a medida da generalização é a medida do ângulo dessa inclinação. PROCEDIMENTO O procedimento de hoje é semelhante àquele empregado nas Práti­ cas 10 e li, com as mudanças já discutidas anteriormente. Prepare sua folha de registro com cuidado, assinalando as intensidades de luz, con­ form e as seqüências dadas. Na Prática 13, você não deverá empregar a contingência de DRO. Se seu animal apresentar evidências de estar entrando em extinção total (para todas as intensidades) alerte o professor. É possível que seu profes­ sor mude as contingências nos últimos minutos desta prática. Verifique com ele qual prática será realizada na próxima sessão experimental para se certificar do procedimento correto a adotar. Você trabalhará até com ­ pletar 60 minutos de exposição às contingências programadas acima, ou m udará as contingências antes disso, de acordo com o estabelecido pelo seu professor. Folha de Registro: Prática 12 Turma A: 1-1 = FR I-3/4/5 = EXT Turma B: I-5 = FR I-1/2/3 = EXT Data: / / Início: h min. Término: h min. Anim al Na Alunos: Turma Min. Com p. Luz Respostas/Reforço 1 FR 2 EXT 1-3 3 EXT 4 FR 5 EXT 1-4 6 EXT 1-2 S E A P R E N D E R M O S A F A Z E R A L G O E M U M A M B I E N T E , S Ó O F A R E M O S N E S S E A M B I E N T E ? ou, Q U Ã O R Í G I D O S S O M O S ? A ANALISI: DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Mio. 3.2 FR 33 EXf - .j 34 Ví 35 fft 36 £XT t-f 37 38 .f: y'jr 39 «í 40 : .. 41 EXT ■~4 M '«t* v. 43 EXT f;(í 45 EXT S-i 46 ; í-’s 1 1 ^ 1 .fv, .Cs; i 1 j ! J 4-S £.x r Fft 50 EXT Verifique, neste ponto, se você deve continuar com o teste de genera­ lização nos próximos 10 minutos. Neste caso, continue o registro como abaixo. Caso você deva retomar o esquem a M ULT FR Ext de linha de base, continue o registro na tabela (B). S E A P R E N D E R M O S A F A Z E R AL G O EM UM A M B I E N T E . 60 feKT . Lu* 51 M? 52 ■ 53 FXT 54 CXT 85 EXT* 56 m 57 ' EXT* ------.---------..Retomada do Esquem a Múltiplo FR EXT (linha de base) Min. SO O F A R E M O S N F S S L A M B 1 E N I T ? o u. 59 fP.-------- 58 ffí. Exr S-3 56 rp 57 feXT 58 EXT 1-4 59 EXT S~? 60 FR Registro (B) . Comp. Q U Ã O R Í G I D O S S OMOS ? Min. Luz k-ií sp *>st as. Hf torvo 51 EXT í~2 52 FR 53 S-4 54 EXT 55 . e) a pessoa foi reforçada no passado por conversar com seu amigo. Será que isso é possível? A prática de hoje verifica exatamente essa possibilidade por meio do procedimento de . de relance. você usou o total de respostas ou a taxa de respostas? Por que usou um a e não outra? 6. Prática Número 13 REVERSÃO DE UMA DISCRIMINAÇÃO APRESENTAÇÃO Você ensinou seu anim al a discriminar. Às vezes. Quando um a pessoa “confunde” alguém que vê na rua. isto é. Calcule o índice Discriminativo entre I-i e I-5. Em relação à pergunta anterior. a agir de m aneira dife­ rente a depender da iluminação na caixa experimental. Calcule a taxa de respostas de pressão à barra em cada intensidade de iluminação (resp/min). o que na verdade está se passando? a) a pessoa é confusa. b) a pessoa enxerga mal. O que ele indica? 4. f ) a pessoa foi reforçada no passado por conversar com estranhos na rua. Calcule a taxa de respostas em cada intensidade para os lo p ri­ m eiros e para os lo últim os m inutos e coloque os resultados na m esm a tabela da questão anterior. e queremos que essa pessoa passe a fazer exatamente o oposto daquilo que lhe ensinam os. H ouve m udança ao longo do tem po? Em que sentido? À que essa m udança pode ser atribuída? 3.A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS REFERENTES À PRÁTICA 12 1. Desenhe um gradiente de generalização para seus dados. 2. d) a pessoa foi reforçada no passado por confundir outras pessoas com amigos. nós ensinam os coisas aos outros e depois m udam os de idéia. e parava de trabalhar na presença de um nível de ilum ina­ ção que sinalizava um a probabilidade de reforçamento zero. Houve mudança em relação ao desempenho na Prática 11? Por quê? 5. Lance estes dados em um a tabela. Ele trabalhava bas­ tante na presença de um nível de iluminação que sinalizava reforçamento intermitente. c) 0 amigo e a pessoa vista na rua têm algum as características em comum. com um amigo. Lembre-se de que os componentes têm a m esm a duração e. Você vai proceder exatamente como na Prática 11. PRO CEDIM ENTO Prepare a folha de registro da Prática 13 considerando a seqüência das contingências. A-Turma A vai passar a reforçar em FR 10 durante a luz de inten­ sidade I-5 e usará um procedimento de extinção durante a luz de intensidade I-l. Q U A O R Í G I D O S S O M O S ? reversão de discriminação. libere o reforço.S E A M B I E N T E ? ou. Nos dois casos. aplique a con­ tingência de DRO 5 s. espere a próxima pausa (de no máximo 3 segundos) e m ude a intensidade e o componente. com atenção à reversão das condições luminosas. Se ele esti­ ver pausando. A Turm a B vai passar a reforçar em FR 10 durante a luz de inten­ sidade I-i e usará um procedimento de extinção durante a luz de intensidade I-5. ' OS A I A / : . Faça 0 registro do comportamento do anim al da m esm a form a que na Prática 11. verifique se ele está desempenhando com ou sem pau­ sas e proceda como indicado acima. ou 180 segundos) se esgotem antes que ele tenha ter­ m inado a exigência de 10 respostas. No componente EXT. pode acontecer que 0 animal esteja respondendo em FR e os 60 segundos (ou 120 . Assinale. porém as contin­ gências estarão revertidas: . . se o seu animal iniciou um FR mas não o terminou.FAREMOS NE S. .\V W H i l i A I . ' . Se ele estiver respondendo rapida­ mente. SO O . como antes. e então m ude a intensidade e 0 componente. em seguida.R A : (><) I M >. qual a condição de iluminação em cada componente de acordo com a sua turma. Não se esqueça de marcar a duração efetiva de cada componente. sem pausas entre respostas. assinale a duração do componente de FR na folha de registro. espere que ele termine o FR 10. O controle do responder por reforçamento secundário durante os componentes de EXT seguidos por FR será mantido em efeito (DRO 5 s). No componente de FR.:• A R R T N D l R\ . 3 | EXT | I 4 I EXT* I 5 . Duração (s) 1 . A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Folha de Registro: Prática 13 Turma A: 1-1 = EXT I-5 = FR Turma B: I-5 = EXT 1-1 = FR Data: / / Início: h min. Término: h min. FR • 6 j FR í 7 j EXT* ! j j 8 FR 9 | EXT ! 10 !' EXT* . 18 EXT* i 19 { FR i 20 ! EXT* . . Luz R e s p o s ta s /R e fo rç o . Animal N2 Alunos: Turma (*) DRO 5 s. ! C om p. j 13 EXT j 14 : EXT' I 15 ! FR I ■ lê i FR . 12 j FR . 11 i FR | . FR j 2 I FR . 17 EXT . Min. 44 EXF : i 45 EXT* i 46 FR . 38 FR J 39 FR i j 40 EXT* | 41 FR .S E A P R E N D E R M O S A F A Z E R A L G O E M U M A M B I E N T E . S Ó O F A R E M O S N E S S E A M B I E N T E ? ou. 30 EXT* 1 31 FR 1 32 FR i j 33 EXT . 42 FR i 43 EXT . 27 FR . : ! 28 FR 29 EXT . Com p. ! Luz 1 R espostas/R eforço Duração (s) 21 FR . 23 EXT : 24 EXT* ^ 25 FR . Q U Ã O R Í G I D O S S O M O S ? 193 Min. 26 EXT* . 22 FR . : j 34 EXT* ! 35 FR : 36 EXT j 37 EXT* 1 . . Se a resposta for positiva. considere a Prática 13 encerrada. ( . . 51 FR . 53 : EXT . . verifique com 0 seu professor se você deve recuperar 0 desem penho do sujeito no esquem a múltiplo FR EXT como na Prática ll. Lu* Respostas/R eforço .. Duração ($) \ 47 FR : 48 : EXT* . . . 49 ' FR 50 EXT* . replique o procedimento Mult FR EXT de acor­ do com a folha de registro a seguir. 52 FR . A ANALISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Min. 54 EXT : j 55 : EXT* 56 1 FR : | 57 EXT*' i 58 FR : | 59 FR : j 60 EXT* : i Neste ponto. . Comp. . Caso contrário. Luz i Respostas / R eforço Duração (s) 1 FR 2 FR 3 EXT 4 EXT* I 5 FR 6 FR j i 7 EXT* 8 FR j ! 9 EXT l 10 EXT* í 11 FR 12 FR i 13 EXT 14 EXT* 15 FR ! 16 FR 17 EXT 18 EXT* ! 19 FR 20 EXT* .M^ só o F AR EMOS NESSE AMBI ENTE? ou .LAPMNDMM9S. Com p. Min.5. Término: h min.A.. QUÃO r í g i d o s SOMOS? Folha de Registro: Recuperando a discriminação de linha de base Turma A: 1 1 = FR I-5 = EXT Turma B: I-5 = FR 1-1 = EXT Data: / / Início: h min. Animal N" Alunos: Turma (*) DRO 5 s.. Extinção? 2. 11 e 13. O que o seu sujeito fez quando a resposta que vinha sendo reforçada deixou de sê-lo? Este desempenho é semelhante aquele que ele apre­ sentou durante a Prática 6 . de FR. você diria que as mudanças no responder sob as diferentes condições de iluminação são imediatas ou não? Essa comparação permite dizer que um a con­ tingência. Redija um a discussão geral envolvendo as Práticas 10. Compare seus dados com o que a literatura sobre o assunto relata. você diria que é possível reverter o comportamento de um organismo? Como isso pode ser alcançado? 3. Com p. 1. pode afetar também o responder sob outras contingências (interação comportamental)? . A ANALISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO M in. que atue sobre o responder em certas condições. Analisando o desempenho em FR e EXT nos 10 prim eiros minutos da Prática 11 e nos 10 prim eiros minutos da Prática 13. 26 EXT* i 27 FR 28 FR 29 EXT 30 EXT* TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS REFERENTES Á PRÁTICA 13 Processe seus dados de maneira que seja possível um a comparação entre os dados desta prática e aqueles da Prática 11. Atualize seu relatório. Comparando os dados das Práticas 11 e 13. por exemplo. Luz Respostas/Reforço i Duração (s) 21 FR : 1 22 FR 23 EXT 24 EXT* ! 25 FR . O que fará agora? Você não pode se diri­ gir diretamente ao portão de embarque. descrevemos um a possibilidade de seqüência bem-sucedida do ponto de vista do passageiro. Por exemplo. Feito isso. o valor 0. Ela confere a passagem e seus documentos e. o comprovan­ te de bagagem e. sem o cartão de embarque. tem que passar antes pelo balcão da companhia aérea e apresentar a sua passagem à funcionária que vai lhe atender. de cadeias comportamentais. após dirigir-se ao portão cujo núm ero lhe tiver sido indicado. é importante que o índice discriminativo nos dez últimos com­ ponentes do MULT FR EXT tenha alcançado. sem se apresentar no bal­ cão da companhia com sua passagem . Malas e passagem em punho. Esse episódio ilustra um a seqüência relativamente sim ples de com ­ portamentos que. Como se estabelecem seqüências comportamentais?1 ||||| |H ^ ^ |o c ê está saindo de férias. que pelo menos 80% das respostas naquele período tenham sido emitidas nos componentes de reforçamento). em seguida. caracteriza-se pela dependência de um comportamento em relação a condições produzidas pelo comporta­ mento anterior. pelo menos. não se pode passar pelo portão de embarque. portando o qual você poderá embarcar. despacha sua bagagem. Seqüências desse tipo são denominadas. Caso não se tenha atingido esse grau de discriminação. desce do táxi na área de embarque do aeroporto. só então. No exemplo anterior. h) Aquilo que fazemos pode ser/criar condição para fazermos outra coisa? o u . você receberá o cartão de embarque.80 (isto é. o passageiro não obtém o cartão de embarque. Por sua vez. . tecnicamente. Dependendo das circuns- 1 Nota ao professor: Para a execução desta prática. entre outras coisas. recomendamos ao professor que proponha repetição(ões) da Prática 11 imediatamente antes do início da Prática 14. ela devolve a passagem . por m eio dos cham ados esquem as encadeados. fundam entalm ente. nossas vidas estão repletas de cadeias claramente mais longas e complexas. a visão do balcão de sua companhia aérea (Estímulo Discriminativo 1) fez com que você apresentasse a baga­ gem e os documentos no balcão dessa companhia aérea (Comportamen­ to i) e não de outra. De posse do comprovante de pagamento. se você. o rato albino. emitimos um a série de comportamentos com um a certa regularidade e previsibili­ dade. ao se apresentar no balcão da companhia aérea foi notificado de que a taxa de embarque não está paga. esta notificação deve ser a condição (isto é. No exemplo do viajante. Em esquem as encadeados.1 A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO tâncias. você deverá. Esse comportamento tem como conseqüência a obtenção do cartão de embarque (Conseqüência l). Ao longo desses anos. ir ao caixa efetuar o pagamento devido. realizar uma seqüência diferente. Considerem os nossa vida acadêmica. Como seqüências de tal longevidade e complexidade se estabele­ cem e se mantêm no repertório de um indivíduo? Prática Número 14 ENCADEAM ENTO DE RESPOSTAS Na prática que realizarem os hoje. Ingressam os na prim eira série do primeiro grau aos sete anos de idade. pela dependência de um comportamento em relação aos efeitos do anterior. retom ar ao balcão da companhia e retirar o seu cartão de embarque. utilizando os recursos de labo­ ratório. aos vinte e três anos de idade. torna provável que você vá até o portão de embarque onde se encontra o avião no qual você em bar­ cará. então. e depois. em vez de ir ao portão de embarque. diferentes seqüências de comportamentos podem se estabelecer. vam os tentar instalar um a cadeia de com portam entos no repertório de nosso colaborador. você deverá. e não a outro portão qualquer (Comportamento 2). o estímulo discriminativo) para você. term inam os nosso curso universitário. a ocorrência de um comportamento é pré- requisito e estabelece a oportunidade para a ocorrência do comportamen­ to seguinte. Comparativamente a esses exemplos. Este cartão de em bar­ que (Estímulo Discriminativo 2). Sem grandes interrupções. Por exemplo. por sua vez. então. Ou seja. nós nos graduamos no segundo grau em torno de dezesseis anos. cada um a sob controle de seus estímulos específicos. essa ação tem como conseqüência o defrontar-se com 0 referido portão (Conseqüência . vam os analisar e procurar com preender seqüências compor- tam entais que se caracterizam . Para isso. hoje. dependendo da Turm a A ou B à qual o sujeito pertença. Já ensinamos a nosso rato que somente quando a luz está acesa. .2 |ü Diagrama da cadeia de respostas que deverá ser estabelecida no laborató­ rio durante a prática de hoje. o pressionar a barra será seguido de água (Figura XIV-2). tem função dupla: como foi dito. Na presença da luz.A QU ILO QUE F A Z E M O S PODE S E R / C R I A R C O N DI Ç Ã O P ARA F A Z E R M O S O UT R A COISA? do Comportamento 2 e discriminativo para o Comportamento 3). é m ais provável que você passe por ele (Comporta­ mento 3) e tenha acesso ao avião (Conseqüência do Comportamento 3).ou Turm a B). esse comportamento deverá ser conseqüenciado pelo acender da luz nas Intensidades I-i ou I-5.ou Turm a A e em intensidade forte para a outra metade . ela pode atuar como estímulo reforçador secundá­ rio para o comportamento ao qual se seguiu e como estímulo discrim ina­ tivo para o comportamento que se seguirá.l H H Diagrama de uma cadeia de respostas. Hoje vamos introduzir um segundo manipulando em nosso ambiente experi­ mental. Estan­ do diante do portão. Em uma cadeia. Na situação de laboratório. a conseqüência (SR) do comportamento anterior (Ri) atua como estímulo discriminativo (SD) para a emissão do comportamento seguinte (Ri+1). um a argola presa ao teto da caixa experimental. em um a determinada condição (em intensidade fraca para metade da classe . seja esta conseqüência natural ou artificial. Visão do balcão da companhia aérea (SD1) ~* Apresentar bagagem e docu­ mentos (R 1) Obtenção do cartão de em barque (SR 1/SD 2) Dirigir-se ao portão de em barque (R2) Visão do portão de em barque (SR2/SD3) Passar pelo portão de em barque (R3) Acesso ao avião (SR3) ■ ■ F IG U R A X I V . Note que a conseqüência de um comportamento. iremos tentar estabelecer um a cadeia semelhante a essa. um a resposta de pressão à barra libera água. A Figura XIV-i mostra essa seqüência. É essa dupla função que mantém as respostas de um a seqüência comportamental unidas e na ordem m ais eficaz para produzir o reforço final. como anteriormente (Prática 11). Cada uma das unidades Estímulo Discri- minativo-Comportamento-Conseqüência que compõem a cadeia é chamada de elo. Quando nosso sujeito tocar a argola. Escuro ( S D í ) Tocar a argola ( R I ) A presentação d e luz (R 1 /SD 2) 4 Pressionar a barra (R 2) 4 Agua (SR2) ^ ■ f í GURA X iV . Como devemos proceder para instalar um a seqüência comportamental. Antes de iniciar a Prática 14. adicionalm en­ te à barra de respostas. o aluno deverá garantir que. lápis e borracha. A prática de hoje se constituirá de duas partes. para estabelecer um novo comportamento. de tal m aneira que seus elos se orga­ nizem em um a cadeia com portam ental. recomendamos enfaticamente que o índice discriminativo calculado com base nos dez últimos componentes do M ULT FR Ext seja superior a 0. Adicionalmente. como um pedaço de madeira. Caso não seja. ao m esm o tempo que introduz um novo conceito. o tocar a argola. Em linguagem técnica. em virtude de sua associação com a água. uma tira de couro presa ao teto etc.m A ANÁLISL DO C O M P O R T A M HN T O N O L A B O R A T O R I O DIDÁTICO Note que. tal como a esquem atiza­ da na Figura XIV-2. ao discutirm os que a apresentação do som do bebedouro após a pressão à barra aumentava a freqüência dessa resposta (que estava em extinção). A prática de hoje procurará dem onstrar essa explicação. o de encadeamento de respostas. é aconselhável m an­ ter os sujeitos sob treino discriminativo até que tal índice seja obtido. . Iremos executar exa­ tamente o m esmo procedimento da Prática 11. exceto pelo fato de que. a argola esteja afixada no interior da caixa de con­ dicionamento operante. diríam os que o som do bebedouro era um estímulo discrim inativo para a resposta de procurar e lam ber o bebedouro. e era tam bém u m estímulo reforçador secundário para a resposta anterior de pressionar a barra.80. A primeira terá o obje­ tivo de propiciar. é im portante que o rato tenha passado anteriorm ente . um desempenho de linha de base no esquem a múltiplo FR Ext na presença de um a argola. atribuím os esse aumento a um a função reforçadora adquirida pelo som.pelas Práticas 10 e 11 (treino discri­ minativo). Caso um a argola não esteja disponível. no repertório de nosso rato? Como dem onstrar que nossos comportamentos não ocorrem ao acaso m as se constituem de form a organizada? PRO CEDIM ENTO A Prática 14 consistirá no estabelecim ento da seqüência de respos­ tas diagram ada na Figura XIV-2. estaremos trabalhando com um reforço secundário. o acender da luz. qualquer outro manipulando pode ser usado. Naquela prática. aos sujeitos. Ao apresentarm os a Prática 7.m esm o que não tenha sido im ediatam ente antes . agora. serão usados um cronô­ metro ou relógio com marcador de segundos. Para realizar a Prática 14. Para realizar a prática de hoje. já havíam os sugerido esta dupla fu n­ ção dos estím ulos que precedem os estím ulos reforçadores filogenetica- m ente importantes. ao colocá-lo na caixa experimental. deverá ser inserida a argola no interior da caixa experimental. separadamente). as respostas de tocar a argola deverão ser anotadas. Linha de Base em Mult FR Ext . A segunda parte consistirá no estabelecimento da cadeia de respos­ tas. ou seja. a duração deste passo será de cerca de 10 minutos. uma pressão à barra é seguida de um a apresentação de água.AQUILO QUE FA ZE M OS PODE SE R/ C RI A R CONDIÇÃO. Você utilizará duas folhas de registro. Contudo. um a para a linha de base em esquema múltiplo e outra para o encadeamento. inicialmente. Se o ani­ m al tocar ou cheirar a argola. anote o horário de início da sessão na folha de registro referente ao esquem a múltiplo FR 10 Ext. Para a execução da prática de hoje.. irão vigorar. nesta. Verifique o funcionamento de seu relógio ou cronômetro. acenderemos a luz naquela intensidade associada a FR. A chave de controle do bebedouro deve estar. Considere um a ocorrência da resposta de tocar sem pre que o rato encostar parte do corpo (seja ou um a pata. o registro de respostas de tocar a argola. siga os seguintes passos: 1. Deixe a chave de comando de luz na posição apagada. minuto a minuto (isto é. Esta primeira parte terá a duração de 10 minutos. Na folha de registro específica para o esquem a múltiplo. acres­ centando. Inicie as atividades verificando o funcionamento da sua caixa experi­ mental (inclusive a iluminação sobre ela). sendo que. dar-se-á início ao procedimento de encadeamento propriamente dito. 5 componentes de reforçamento (FR 10) e 5 componentes de Extinção. complete as condições lum inosas (I-i e I-5) nos componentes correspondentes. e o nível de água no bebe­ douro.PARA FA ZER M O S O U T R A COISA? 201 para todos os sujeitos. Nos componentes de EXT . Certifique- se acerca da turma a que seu rato pertence (Turma A ou B) e. 2. Respostas à argola não terão qualquer efeito previamente programado. a este. na presença desta. em seqüência semi-aleatória (cada componente de um minuto não poderá se repetir por mais do que três vezes consecutivas). ou as duas. após o que a luz é apagada e tudo recomeça. para cada componente. Encerrada esta parte. passa a vigorar o esquem a de CRF. nesta folha de registro. Ou seja.Pegue seu anim al no biotério e. na posição Desligado. na folha de registro. porém. verifique a intensidade lum inosa que tem acompanhado a apresentação do componente de FR. para isso. em especial. Note que. Utilize. ou 0 focinho etc. Faça o registro do comportamento do anim al da m esm a form a que na Prática 11. Esta será iniciada no escuro. um a condição ambiental nova.) na argola. há 5 componentes de FR 10 e 5 com po­ nentes de EXT dispostos em seqüência semi-randômica. a notação “a” . contada a partir da apresentação do estímulo discriminativo. especialmente porque respostas exploratórias em relação a esse m anipulando sofreram extinção durante os 10 minutos do Passo 2. acenda imediatamente a luz da caixa usando para isso a inten­ sidade que. Atenção: Na presença da luz acesa. o registro de respostas (de pressão à barra e de toque na argola) deverá ser feito. Observação: Após o início do Passo 3. marque as respostas no momento em que efetivamente ocorre­ ram. na seqüência em que forem sendo emitidas. e que não foram. Entre a apresentação da luz e uma resposta A. no entanto. o esquem a DRO 5 s deverá estar em vigor. deverá ser sem pre seguida de água. Para instalarmos esta resposta. tocar a argola imediatamente. então. na fase anterior. A ssim que ocorrer a prim eira pressão à barra. um a res­ posta de pressão à barra. também.A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO antecedidos por FR (identificados por asterisco na folha de registro). A luz deverá permanecer acesa até que ocorra o acionamento do bebedouro como conseqüência de uma pressão à barra. ser desligada. minuto a minuto. acompanhou 0 componente de FR. Caso o seu sujeito não emita esta resposta até 3 minutos depois de iniciado o passo de encadeamento. e que não foram. A ssim que o bebedouro for acionado. execute a modelagem desta resposta conforme descrito no Passo 4 abaixo. inicie imediatamente a fase de treino do encadeamento de respostas (Passo 3 a seguir). um a resposta à argola deverá ser registrada. o encadea­ mento de respostas tem início com a luz da caixa apagada. utilizando a notação “B ”. Caso a execução de uma cadeia coincida com uma mudança na marcação de minutos na folha de registro. logo após acender a luz. mas não produzirá qualquer conseqüência previamente programada. coloque o controle do bebe­ douro na posição Automático. anote o tempo transcorrido. Encadeamento . 3. necessariam en­ te. Anote as respostas à argola que foram seguidas pelo acender da luz utilizando a notação “A ”. Nem todos os sujeitos emitirão respostas à argola logo após inicia­ do este Passo 3.Tanto para a Turm a A quanto para a B. o rato não irá. este tempo indica a latência da nova resposta sendo instalada (tocar a argola). Por isso. Em esque­ m a de reforçamento contínuo. se o rato emitir um a resposta de tocar a argola. as respostas à barra que foram seguidas pela apresentação de água. Registre. tal­ vez seja necessário se proceder com um a m odelagem desta resposta . a luz deverá. utilizando a notação “a”. mesmo que isso implique em ter A e B em linhas distintas. Ao final dos 10 minutos. Na folha de registro destinada ao Passo 3. utilizando a notação “b”. retorne imediatamente o controle para a posição Desligado enquanto apaga a luz da caixa. A prática de hoje deverá ser finalizada após 50 cadeias terem sido completadas. Na folha de registro. acenda a luz quando o rato emitir um a resposta de olhar ou voltar a cabeça na direção deste manipulando. Mantenha a luz acesa até que um a resposta à barra ocorra e seja conseqüenciada pela apresentação de água. retire seu animal da caixa. Vá sim plesm ente alterando a exigência da resposta dirigida à argola (após a resposta de olhar. considere a m odelagem encerrada. para efeito de m odelagem da resposta de tocar a argola. inicie seu proces­ samento dos dados. além de reforçar a resposta de tocar. reconduza-o para o bioté- rio. 6. e execute os procedimentos de limpeza da caixa e higiene pessoal. A conseqüência de tocar a argola será a apre­ sentação da luz que. reforce aproximar-se.AQUILO QUE FA ZEM OS PODE SE R/ C RI A R CONDIÇÃO PARA FA Z ER M O S OUT RA COISA? 203 usando a técnica já conhecida de aproximações sucessivas (reveja. anote se houve necessidade de se pro­ ceder com a m odelagem da resposta de tocar a argola e o momento em que esta teve início e fim . Ao final da sessão. a Prática 3). A ssim que o rato esti­ ver tocando consistentemente a argola. se necessário. 5. . deverá atuar como um estímulo discriminativo para a resposta de pressão à barra. 4. depois chei­ rar e assim por diante) enquanto mantém as m esm as contingências para 0 restante da seqüência comportamental. Portanto. Enquanto aguarda que os outros colegas terminem. . Prática 14 Turma A: 1-1 = FR I-5 = EXT Turma B: I-5 = FR 1-1 = EXT Data: / / Início: h min. Término: h min. Anim al N° Alunos: Turma (*) DRO 5 s. Com p. 4 EXT* j 5 FR ! 6 FR I 7 EXT* i 8 FR I 9 EXT i . 10 EXT* .* A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Folha de Registro. Min. | Luz Respostas/Reforço 1 FR j 2 FR i 3 EXT . AQUILO QUE FA ZEM OS PODE SE R/C RIA R CONDIÇÃO PARA FA ZE R M O S OUT RA C O I S A 5 Inicie agora © procedim ento de encadeamento A .Resposta de tocar a argola seguida pelo acender da luz a.Resposta de pressão à barra seguida pela apresentação de água b. Resposta de tocar a argola na presença da luz acesa B . Resposta de pressão à barra no escuro Períodos de Tocar a argola (A/a) Total de 1 minuto Pressionar a barra (B/b) cadeias Latência de B 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 . plote no eixo da abscis- . os comportamentos intermediários reforçados. comparando-os com os dados do Passo 3. Complete a análise de dados acima com os registros de latência de res­ posta. 4. e o número de cadeias completadas com cada um deles. Descreva se você teve de fazer um a modelagem por aproximação sucessiva do tocar na argola. Se sua resposta é positiva. Para cada um a das 50 cadeias emitidas. inform e quan­ to tempo esta modelagem durou. Faça um gráfico acumulado representando os dados da tabela construída. Descreva e analise os dados mostrados nesse gráfico. para as respostas de pressão à barra e tocar a argola (quatro colunas). 3. 2. Considerando-se que cada reforço liberado (água) indica que uma cadeia foi completada. 5. Faça a m esm a coisa com relação ao Passo 2. faça um a tabela de freqüência acu­ mulada na luz e no escuro. calcule o núm ero de cadeias completadas nos 10 primeiros minutos do Passo 3 e nos 10 minutos finais. Utilizando os dados do Passo 3. Descreva e analise os dados desse gráfico. Construa um gráfico de colunas representando esses dados. separadamente.206 A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Períodos de Tocar a argola (A/a) Total de 1 m inuto Pressionar a barra (B/b) cadeias Latência d e B 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS REFERENTES À PRÁTICA 14 1. Responda. Dê exemplos de cadeias de respostas identificáveis no comporta­ m ento hum ano. às questões que tínhamos colocado inicialm en­ te nesta prática. ou dirigir um carro. 7. finalmente. . Esquematize as cadeias e aponte todos os comportamentos. Identifique as cadeias de respostas envolvidas no escrever. Descreva e analise os dados mostrados nesta figura. estím ulos discrim inativos e con­ seqüências envolvidos. 6.A QU IL O QUE F A Z E M O S PODE S E R / C R I A R C ON D IÇ Ã O P ARA F A Z E R M O S O U T R A COISA? sa o valor da latência correspondente. tocar violão. a perda do negócio. Equipamento e Pro­ cedimento. sabendo-as. Sob con­ trole das horas. olhemos as horas m esm o sabendo que isso não muda absolutamente em nada a passagem do tempo. com isso. i) Por que observamos uma coisa ou evento?1 { ■ T l íj^ ^ ^ ^ J u i t o s de nós usam os relógios no pulso. Nota ao Professor: a) A Prática 15 pode ser realizada nos moldes um pequeno trabalho de investigação que encerra os exercícios de laboratório com ratos. podemos alterá-la. Nessa situação. pelo menos. É verdade que. pode ser alterada em função das horas (estí­ mulos discriminativos) visualizadas no momento em que foi emitido o comportamento de olhar o relógio (comportamento de observação).80. subdivida por seções Sujeito. pode telefonar para a sua secretária pedindo-lhe que peça que as outras pessoas o esperem para dar início à reunião e. a relação específica entre o comportamento de se atrasar ou perder a reunião e sua possível conse­ qüência. o que torna possível e provável : que. a seção de Método desta prática está sendo apresentada sob a forma característica de um projeto de investigação científica. freqüentemente. ele pode evitar perder o negócio. em algum as situações. referindo-se ao forte con­ trole que um mostrador de relógio exerce sobre o seu comportamento. 0. Por exemplo. é importante que 0 índice discriminativo nos dez últimos componentes do MULT FR Ext tenha alcançado. um executivo preso em um congestiona­ mento de trânsito tem um a reunião na qual deverá estar presente para garantir um importante negócio. saber as horas afeta diretam en­ te um a determinada relação resposta-conseqüência. . Há até m esm o quem se auto denomine “escravo” do relógio. Sob tais circunstâncias. Por esta razão. b) Para a execução da Prática 15. pois. isto é. olhar o relógio permite ao executivo saber se e por quanto tempo está atrasado. entretanto. Saber as horas não o permite acelerar o fluxo de carros na rua ou alterar a passagem do tempo. Esta condição será semelhante àquela descrita na Prá­ tica 11. im agine o m esm o executivo preso no trân­ sito. Por exemplo. o que manteria o comportamento das pessoas de olhar os pon­ teiros do relógio? Tecnicamente. As respostas de tocar a argola irão produzir somente os estímulos discriminativos associados aos esquem as de reforçamento e de extinção. pois produz 0 estímulo reforçador a ser consumido (água). podemos argum entar que nem todas as relações resposta-conseqüência podem ser alteradas pela verifi­ cação das horas. nestas condições. 1983). e a resposta de tocar a argo­ la é denominada Resposta de Observação. todas as luzes serão apagadas. nas quais estão presentes condições que não são afetadas pela verificação das horas. a resposta de pressão à barra é denominada Resposta Consumatória. vamos m anter inicialmente a contingência M ULT FR Ext para a resposta de pressão à barra. comportamentos mantidos pela produção de estímulos discriminativos. talvez ele não pudesse nem m esm o evitar que as pes­ soas iniciassem a reunião sem a sua presença. são chamados de respostas de observação (Dinsmoor. estaremos investigando algum as condições que m antêm respos­ tas de observação emitidas por nosso sujeito experimental. A propósito. Para isso.A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Dada a m esm a situação. As respostas de observação não alteram a programação de reforços na barra de respostas. Após 20 minutos. mas não conseqüênciadas). isto é. se o executivo em questão não dispusesse de um telefone por perto ou se seu celular estivesse sem bate­ ria. e o esquem a em vigor nos com ponen­ tes de reforçamento será FR 5. comportamentos como o de olhar as horas. por exemplo. Na prática de hoje. exceto que a argola deverá ter sido introduzida no interior da caixa de todos os sujeitos (as respostas a esse manipulando deverão ser regis­ tradas. um a resposta específica a um segun­ do manipulando (tocar a argola) permitirá um breve acesso ao estímulo discriminativo relativo ao esquem a em vigor. Em situações como essa. Nesta situação. Entretanto. m as os esquem as FR e EXT continuarão em vigor (MISTO FR EXT). pois produz o estímulo discri­ minativo (Luz I-i ou I-5). . Encadeamento. isso já foi feito. Em outras palavras. como foi o caso na Prática 11. também. ao contrário. estaremos ensinando nosso rato a produ­ zir estímulos discriminativos em seu ambiente e. reforçam ento e extinção. Para realizarmos essa prática. nossos sujeitos experimentais deverão ter passado pelo treino discrim ina­ tivo descrito na Prática 11. POR Q U E O B S E R V A M O S U M A C O I S A OU E V E N T O ? Prática Número 15 RESPOSTA DE OBSERVAÇÃO IN T R O D U Ç Ã O Na presente prática. o estímulo reforçador água. a resposta de tocar a argola produzirá somente o discriminativo associado ao reforçamento. suas emoções. ao m esm o tempo. ou à extinção da resposta de pressão à barra e. quer mudando as condições ambientais. vigoram apresentações. permitirá investigar mais especificamente a função dos estímulos discri­ minativos. não . Na prática de hoje. quer mudando o seu comporta­ mento. fundamentalmente. ao identificar as contingências. nas palavras de Skinner (1953). esta­ remos estudando como isso pode ser feito. Durante o procedim ento de treino da resposta de observação esta­ rá em vigor um esquem a m isto. de diferentes com ponentes. Em am bos. por exemplo. porém com um a diferença. vamos procurar investigar comportamentos cuja conseqüência é. no caso das Práticas 10 e 11. Em nossa prática de hoje. Você consegue im aginar a relevância do comportamento de observa­ ção em um contexto clínico no qual o terapeuta deva ajudar o seu pacien­ te a atentar (observar e registrar) para os seus próprios comportamentos. a longo prazo. o paciente estaria produzindo SDs úteis para a análise e modificação do seu compor­ tamento ou. ao contrário do que ocorre em esquem a m últiplo. Na Prática 14 . úteis para encontrar uma solução ao problema em questão. durante o esquem a m isto. O esquem a m isto é m uito sem elhan­ te ao esquem a m últiplo. os diferentes com ponentes (FR e Extinção) eram acom panhados por diferenças nos níveis de ilu m in a­ ção no interior da caixa. a apresentação de estímulos discri­ minativos das contingências em vigor. Ou seja. A resposta de tocar a argola durante a ausência de luz sem pre produzia o estímulo discriminativo que controlava a contingência de reforço para a resposta de pressão à barra e. No entanto. em seqüência sem i-aleatória. seus sentimentos? Fazendo isso o terapeuta m axim iza a probabilidade de o cliente discrim inar contingências e se adaptar a elas. por isso. no esquem a m isto os estím ulos discrim inativos exteroceptivos perm anecem ausentes. por m eio da resposta de tocar a argola. é necessário que o sujeito tenha passado anteriormente pelas Práticas 10 e 11. Em outras palavras: Organismos em i­ tiriam comportamentos específicos cuja única conseqüência seria a pro­ dução de “inform ação” ? M É TO D O Sujeito No presente experimento. os compo­ nentes de reforçamento da resposta de pressão à barra. qualquer objeto que atue como um segundo mani­ pulando de resposta pode servir aos nossos propósitos. Contudo. uma segunda barra. isto é. Para a realização deste. Em ambas. As condições para o estabelecimento e a manutenção de respostas de observação pela apresentação de estímulos discriminativos exteroceptivos serão nosso objeto de estudo hoje. um a argola presa ao teto2. É imprescindível também que a divisão em turmas realizada nas Práticas í o e 11 seja mantida. Equipam ento Será utilizado o m esm o equipamento que estamos empregando em nossas práticas de laboratório. Este segundo m anipulando será utilizado para as respostas de observação. será utilizado o m esm o rato albino das prá­ ticas anteriores. Procedim ento A Prática 15 será constituída de duas partes. . um segundo m anipulando de resposta. isto é. uma tira de couro. que os ratos da Turm a A (FR na intensidade I-i e EXT na I-5) e os da Turm a B (FR na intensidade I-5 e EXT na I-i) sejam mantidos em seus grupos originais. produzindo estím ulos discrim inativos extero- ceptivos. em esquem a de 2 Um trapézio. Isto garante que a m esm a correlação entre a intensida­ de lum inosa dos estímulos discriminativos e as contingências vigentes em cada componente do múltiplo seja aqui mantida. Para a realização desta prática. enfim.■ 212 A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO existirá essa diferença nas intensidades lum inosas quando F R e/ou Extinção estiverem em vigor. o esquem a m isto poderá ser temporariamente transformado em esquem a m últiplo. é necessá­ rio que seja colocado no interior da caixa operante. antes de iniciar a ses­ são. Os componentes terão sempre um minuto de duração. situação temporária produ­ zida por resposta de observação). o m esm o procedimento da Prática 11. serão alternados aleatoriamente com componentes de extinção. devem ser anotadas. 1. na seqüência em que ocorrerem. A luz no interior da caixa pode­ rá estar apagada (esquema misto. . o bebedouro será acionado ao final da 5â resposta. b) se o componente de Extinção estiver em vigor. Durante esta segunda parte da Prática 15. c) deverá ser inserida um a argola no interior da caixa experimental (respostas à argola não terão qualquer efeito previamente programado. os esquem as de FR 5 e Ext para a res­ posta de pressão à barra estarão em vigor conforme a seqüência pré- estabelecida na folha de registro. Encerrada esta parte. como será detalhado abaixo. Lembre-se que as contingências programadas na barra de respostas e na argola são independentes. irão vigorar. bem como as respostas de tocar a argola (A). o esquem a Mult FR 5 Ext será substituído pelo esquem a Misto FR 5 Ext. b) o uso do esquem a D RO 5 s ao final dos componentes de Ext seguidos por FR será descontinuado. caso o sujeito toque a argola (resposta de observação). independentemente da con­ dição lum inosa no interior da caixa um a entre duas coisas poderá acontecer: a) se o componente de FR estiver em vigor. sendo que. A despeito da luz no interior da caixa estar ausente ou presente. os estím ulos exteroceptivos que acom pa­ nham os componentes de FR e Extinção estarão norm alm ente au­ sentes. em seqüência semi-aleatória (cada componente de um minuto não poderá se repetir por m ais do que três vezes conse­ cutivas). Contudo. Iremos executar. o estímulo discrim inativo corres­ pondente ao componente em vigor deverá ser tem porariam ente apresentado. 10 componentes de reforçamento (FR 5) e 10 componentes de Extinção.Na segunda parte da prática de hoje. nesta. 2. POR QUE O B S E R V A M O S U MA C OI S A OU EVENTO? FR 5. Na folha de registro. Portanto. três condições lum ino­ sas poderão vigorar a cada momento. Linha de base em esquema Mult FR 5 Ext . Respostas de Observação . No esquem a misto. basicamente. nada ocorrerá.A prim eira parte desta prática terá como objetivo estabelecer um a linha de base em múltiplo FR 5 Ext. as respostas de pressão à barra reforçadas (B) e não reforçadas (b). porém serão registradas). dar-se-á início à parte 2. Esta prim eira parte terá a duração de 20 minutos. situação original) ou acesa na intensidade I-5 ou I-i (esquema múltiplo. exceto pelos seguintes fatores: a) o esquem a FR 10 deverá ser substituído por FR 5. Cada componente terá a duração fixa de 6 0 s. se o anim al pressionar a barra. respostas de tocar a argola deverão tão somente ser registradas. Quando a luz no interior da caixa estiver apagada. quando este será seguido por um componente de outro tipo.214 A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O N O L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Em seu estado original. na ausência do toque na argola. a luz deverá ser acesa. serão realizados 25 componentes de FR 5 e 25 componentes de Extinção. A segunda parte da Prática 15 terá duração total de 50 minutos. anote as respostas de pressão à barra e de tocar a argola. na linha correspon­ dente. ". Ao final de 10 s. O tempo máximo de cada apresen­ tação de luz (I-l ou I-5) será de 10 s. se ele estiver pausando. a duração da apresentação da luz será m enor do que 10 s. b). nesse caso. na seqüência em que ocorrerem. isto é. se o rato tocar a argola. Luz (A. . como os componentes FR e EXT. use o m esm o critério anterior.. Nesse caso. Estas respostas deverão ser registradas juntamente com a indicação da condição lum inosa sob a qual ocorre­ ram. estiver em vigor (FR ou Extinção).” Lembre-se que. mude o com ­ ponente. Sob a luz apaga­ da. porém as contingências em vigor para a resposta de pressão à barra deverão ser mantidas até o final da dura­ ção prevista para esse componente.. isto é.. pode acontecer que o anim al esteja respondendo em FR e os 6 0 s (ou 120 ou 180 s) se esgotem antes que ele tenha terminado a exigência de 5 respostas. b. espere que ele termine o FR 5 e. Nesse caso. por exemplo.. a luz que esti­ ver acesa deverá ser apagada. a luz no interior da caixa deverá permanecer apagada. o rato poderá tocar a argola faltando menos de dez segundos para o encerramento e mudança de componente (isto é. mudança de FR para Ext ou de Ext para FR). Portanto. b. no momento dessa resposta. você deverá acender a luz de intensidade correspondente ao componente que. então. Você deverá anotar com um código diferente as respostas de pressão à barra reforçadas (B) e não reforçadas (b). Escuro (A) . Se ele estiver responden­ do rapidamente. Por exemplo. bem como as res­ postas de tocar a argola (A). espere a próxima pausa e mude o componente. Na folha de registro. Na presença das luzes I-i e I-5. m as ela deverá ser apagada juntamente com o encerramento do componente. . | 4 EXT | 5 FR | 6 FR | 7 EXT 8 FR l 9 EXT j 10 EXT 11 FR 12 FR ! ... Toque na argola Min. Pressão à barra não seguida de apresentação de água A ..... Término: h min. P O R Q U E O B S E R V A M O S U M A C O I S A OU E V E N T O ? Folha de Registro: Prática 15 Turma A: 1-1 = FR I-5 = EXT Turma B: I-5 = FR 1-1 = EXT Data: / / Início: h min. Anim ai N2 Alunos: Turma B...... Com p.. | Luz Respostas 1 FR i 2 FR j 3 EXT . i 18 EXT | i .... 13 EXT 14 EXT | 15 FR | 16 FR j 17 EXT ! I . Pressão à barra segida de apresentação de água b. 19 FR | 20 EXT ! .. 29 EXT . Luz i Eventos: Luz/Escuro (B. 44 : EXT . Com p.Presença de 1-1 ou I-5 Min. . b» A) 21 FR . EXT j 24 : EXT ! 25 i FR . 22 . FR 23 . 27 ! FR : í 28 : FR . 37 ■ EKT . FR i 42 FR . 38 : FR 39 : FR 40 : EXT : 41 . 26 EXT . 43 : EXT . 30 EXT .Ausência de 1-1 ou I-5 Luz . .■ A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Inicie agora a Parte 2. Respostas de Observação Escuro . 31 ! FR 32 : FR : 33 EXT j 34 . EXT ‘ 35 : FR 36 ■ EXT . P O R Q U E O B S E R V A M O S U M A C O I S A OU EVENTO? Min. j Luz Eventos: Luz/Escuro (B. Com p. 57 EXT 58 FR 59 FR I 60 EXT ! 61 FR 1 62 FR I 63 EXT 64 EXT 65 FR I 66 EXT ! 67 FR 68 FR 69 EXT Í 70 EXT i . b. 56 fr . A ) 45 EXT í i 46 FR i 47 FR j 48 EXT 49 FR I 50 EXT ! j 51 FR 52 FR I 1 53 EXT 1 i ! 54 EXT : 1 55 EXT . Sob qual condição lum inosa as respostas à barra e à argola ocorreram com m aior fre­ qüência? Em qual condição ocorreu m aior freqüência de reforça- m ento das respostas B? Com o esses dados ajudam a entender o comportamento do rato? 5. planeje e elabore tabe­ las e/ou gráficos que descrevam os resultados que você obteve de forma a procurar responder à questão levantada na introdução deste estudo. Como esses resultados podem ser analisados? 4. Compare as respostas na barra na prim eira e na segunda parte desse exercício. 3.A A N Á L I S E DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS REFERENTES À PRÁTICA 15 No ponto do curso em que nos encontramos. Abaixo estão algumas sugestões que poderão ajudá-lo nessa tarefa. Como se encontrava o índice discriminativo ao final da prim eira parte e o que ocorreu após a mudança para a segunda? 2. Elabore um a form a de analisar a seqüência de respostas à barra e à argola em função do componente em vigor. 1. tendo em vista os objetivos do presente experimento. analise as respostas B. Faça o m esm o em relação às respostas à argola. Como seus resultados ajudam a responder à questão: Estímulos dis­ criminativos mantêm respostas de observação? . Sendo assim. b e A em função da presença e da ausência das luzes. Em relação à segunda parte do estudo. O que você pode concluir desta análise? 6. é esperado que a experiên­ cia que você vem acumulando nas atividades realizadas no laboratório até o momento tenha propiciado condições para que você possa tratar e analisar os resultados da presente prática com relativa autonomia. (1983). A. 6. Science and human behavior. The Behavioral and the Brain Sciences. J. 693-704. * Obra já traduzida para a Língua Portuguesa (Veja o Apêndice I) . B. SKINNER. Observing response and conditioned reinforcement. & POR Qí 1 O BS E R V A M O S U M A C O I S A O U E V E N T O ? 219 M f e r ê n c ia s b ib l io g r á f ic a s DINSMOOR. New York: Macmillan. F. (1953)*. evidentemente. embasa todo o curso. Evidentemente que algum as cautelas devem ser tomadas quanto ao conhecimento prévio que os alunos que atuarão como sujeitos possam ter dos objetivos e procedimentos envolvidos nessas práticas. Recomendamos começar o semestre com a prim eira dessas novas práticas. a Prática 1 6 . verifica-se o conflito entre história passada e condições presentes sobre o comportamento de “nomear a cor com que um a palavra está escrita quando essa palavra . caso contrá­ rio. todas as variáveis e objetivos envolvidos nessas práticas dizem respeito a questões tipicamente hum anas. 9 Práticas de laboratório com o estudante universitário s quatro últimas práticas de laboratório deste m anual são propostas para serem feitas com um participante especial. alguns como sujeitos e outros como experimenta­ dores. Com exceção da Prática 18 . nossa experiência anterior. hábitos esses instalados de longa data pela comunida­ de verbal a que a pessoa pertence. por abordar a questão da conseqüencia- ção do comportamento. todas podem ser realizadas com os pró­ prios alunos servindo. contaminados. os resultados serão. evita-se um contato prévio do aluno com seu conteúdo. Sendo a prim eira. Um a terceira razão: começar o curso com esta prática é um fator motivacional adicional. Na Prática I7. A ssim sendo. na determinação de nossos atos presentes. já que ela. o ser humano. As duas primeiras práticas desta série de quatro trazem à baila explici­ tamente a questão de quão importante é nossa história passada. já que os alunos “adoram ” estudar seus próprios comportamentos. Na Prática 1 6 o que se procura demonstrar é que se pode mudar os hábitos lingüísti­ cos de um a pessoa. podem afetar nossas práti­ cas verbais). porém. um a que pode ser realizada como um exercício escrito de análise de trechos da literatu­ ra ficcional. como variáveis tais como a classe social a que pertencem os participantes. adequados para fins didáticos. ao reforçar diferencialmente o comportamento das pessoas de identificar instâncias de um conceito. que nos permitirão demonstrar a formação de conceitos como um fenômeno comportamen- tal que se estabelece na história de contingências pela qual passa o indi­ víduo. é um a proposta para se estudar como form am os conceitos abstratos. Tendo por base um a análise do comportamento verbal conforme as categorias verbais propostas por Skinner ( 1957 ). Esse exercício é apresentado em duas versões. em outras palavras. a) aquelas sobre os comporta­ mentos respectivamente de nomear cores e textualizar palavras.222 A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO nomeia outra cor diferente daquela com que está escrita” (explicando: es- rever a palavra “azul” com um a caneta de cor vermelha e pedir que alguém diga o nome da cor com que se escreveu a palavra). Será que. estaremos lidando com conceitos sim ples. conseguiríam os estabe­ lecer este conceito em seu repertório comportamental? . Nesta. finalmente. e outra a ser realizada como exercício de observação (ativida­ de de campo) extra-classe. ou a detenção de informações sobre alguém. Na Prática 18 trabalhamos com variáveis sociais. procura-se verificar como o equilíbrio das chamadas “forças sociais” afeta nosso discurso (ou. b) e o conflito entre antigas regras de leitura e regras atuais e recentes. Duas fontes de contro­ le sobre o comportamento são manipuladas. A última prática. elege o seu estudo como tema pri­ vilegiado. dar-lhes instruções. as relações funcio- 1 Este texto e as instruções que o seguem foram elaboradas sob orientação da prim eira autora por duas alunas de Pós-graduação do PSE-IP-U SP. Maria de Lourdes Passos e Katia Damiani e testadas em nosso laboratório (Matos... da Filolo­ gia e da Psicologia. compreendendo o quanto o hom em está im erso num a cultura sustenta­ da predominantemente na linguagem . ” . F. do CD Chico Buarque. A lista pode tornar-se infindável. seu autor....para emocionar as pessoas. 1989) linguagem desempenha um papel especialmente importante na vida hu­ mana. literária etc. I9 9 5) a partvt de um a idéia de Skm ner y 37V . a ) Podemos m u d a r o m o d o c o m o uma pessoa fala?1 “Palavra minha Matéria. ler sobre o que queremos aprender. palavra. da Gramática. a Análise Experimental do Comportamento. Dam iani e Fiochtengaíten... (Umapalavra. . estabeleceu um quadro teórico e metodológico inovador para o estudo do comportamento verbal. Skinner. Passos. poética. Citm o. buscando identificar os aspectos do ambiente físico e cultural que o determinam.... de uso cotidiano. “bater papo”. palavra Que me conduz Mudo E que me escreve desatento. como é o caso da Lógica. da Lingüística. isto é. Várias disciplinas buscam deslindar sua natureza e funciona­ mento.. minha criatura. Com a publicação de Verbal Behavior (1957). Usam os as várias form as da linguagem . de Chico Buarque...técnica. B. Dentro da Psicologia. de qualquer maneira. obras literárias etc. será a aprovação social. resolução de problemas. que se acha disponível em CD ROM. Como bem disse o poeta. tais como. Nosso experimento insere-se nesta linha. Esta versão do exercício é muito mais flexível já que permite um a maior escolha do comportamento verbal a ser conseqüenciado: o uso de pronomes. é interessante notar. em relação a ela. eles passam a agir em oposição a ela. A conseqüência foi o alar­ gamento das possibilidades de investigação da Análise do Com portam en­ to. Vamos realizar um a investi­ gação experimental para tentar responder à questão: ‘As conseqüências daquilo que dizemos podem alterar como falamos?’. independia de o falante ter ou não percebido que estava recebendo aprovação2. utilizando . mas. No decorrer de nossa investigação. um sorriso. também somos “escritos” por elas. o uso de pronomes3. esta conseqüência diferencial consistia em alguma forma de interação social sinalizadora de aprovação. A construção das frases é feita por seleção de um dos componentes. que passou a se ocupar de objetos de estudo tais como o pensamento (inclusive sob as formas de pensamento lógico e científico). aplicada contingentemente 2 Na verdade. um a parte delas tendo como objetivo demonstrar que este era susceptível de alterações em função de suas conseqüências. nossa experiência mostra que. e alguns o fazem. pedia-se ao sujeito experimental que falas­ se alguma coisa.224 A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO nais entre este ambiente e o comportamento. Os resultados mostravam que. isto é. aquela que vamos manipular. Este aumento revela que a conse­ qüência empregada pelo experimentador funcionou como um estímulo reforçador e que 0 comportamento a ele contingenciado foi positivamente reforçado. a fala do sujeito era seguida por um a conseqüência diferencial (diferencial porque tratava-se de um a conseqüência aplicada a um comportamento específico e não a outro). Matos. independia de o sujeito estar ou não “consciente” do fato de estar sendo reforçado. tipicamente. 1958). um “hum -hum ” ou um aceno positivo com a cabeça. efeito de instrução. 3 Baseados nos procedimentos propostos neste exercício. Pavão e Benassi (1999) elaboraram um a versão informatizada (VERBAL 1. ocorria um aumento na freqüência com que esta expressão se repetia (Krasner. conseqüenciando um a determinada expressão verbal do sujeito desta forma e com estes elementos. palavras no plural. Tomanari. Nessas pesquisas. Geralmente. por exemplo. Se o que ele dissesse se encaixasse dentro de um critério previamente estabelecido pelo experimentador. quando os alunos discriminam essa relação.51) deste experimento. A verificação de tal processo de reforçamento. a utilização de um complemento verbal. o uso da flexão do tempo verbal. um tipo de pronome ou uma classe de verbos. procuraremos verificar os efeitos de aplicar conseqüências sociais diferenciais sobre a freqüência de emissão de um a classe de ope­ rantes verbais. ou de uma combina­ ção de pronomes e tempos verbais. O livro de Skinner desencadeou um a série de pesquisas relativas ao comportamento verbal. Nossa variável independente. não apenas escreve­ mos as palavras. então poderemos concluir que a aprovação social não teve efeito sobre o comportamento de escolher este ou aquele pronome. PODEMOS MUDAR O MODO COMO UMA P ESS O A FALA? a nossa variável dependente. na formulação de frases. a conseqüência diferencial usada pelo experimenta­ dor funcionou como reforço na utilização daquele pronome específico. será iniciada a fase que realmente nos interessa. podemos concluir que. a conseqüência diferencial inibiu o comporta­ mento. Finalmente. não serão aplicadas conseqüências dife­ renciais ao uso de qualquer pronome. de um de seis pronomes do caso reto ‘eu. investigaremos a freqüência com que o sujeito for­ mula frases empregando um pronome previamente selecionado por nós. essa freqüência for maior na Fase I do que na Fase II. O primeiro momento é o de Linha de Base. o uso. aquela em que manipula­ remos a variável independente para observar seus efeitos sobre a variável dependente. em dois m omentos diferentes de nossa sessão experimental: I .Condição de Reforçamento: Imediatamente após a Linha de Base. diz respeito a um a medida do comportamento obti­ da durante o período de apresentação de nossa variável independente. Nesta fase. que nos fornecerá um a medida do comportamento anterior à manipulação de nossa variá­ vel independente. na Condição de Linha de Base (Fase I). As conseqüências também podem ser manipuladas (pontos. vós. II . Se.Condição de Linha de Base: Como o nom e sugere. ele(ela). nós. Se o mouse do computador para acionar menus. contrariamente ao esperado. figuras ou frases). apenas serão registradas as frases tal como form uladas pelo participante para que. possa­ mos avaliar a freqüência com que usa cada pronome. . O delineamento experimental utilizado será o de sujeito único. Estaremos medindo a fre­ qüência com que o sujeito usa cada um dos seis pronomes. a freqüência do pronome sele­ cionado for igual àquela observada na Condição de Reforçamento (Fase II). já que iremos comparar m omentos diferentes do desempenho de um m esmo sujeito. se a freqüência em I for menor que em II. isto é. eles(elas)’ (pronome esse previamente escolhido pelo experimentador). posteriormente. empregadas em contingências de reforço e/ou punição positivas. de fato. é um a fase na qual a freqüência do comportamento de interesse (nossa variável depen­ dente) é registrada para ser usada na avaliação dos efeitos da variável experimental. Se. Durante essa fase. especialm en­ te aquele sobre o qual a operação de reforçamento estiver atuando. Vamos comparar a freqüência com que o participante de nosso estu­ do emprega o pronome selecionado. por outro lado. tu. O segundo momento corresponde à manipulação experimental. isso sugeriria que. os dados de linha de base já nos mostram que a freqüência de escolha dos diferentes prono­ mes não é a mesma. sujeitos experimentais. para cada experimentador. experi­ mentadores e. Neste caso. Inicialmente. um delineamento de grupo. Metade da classe tra­ balhará com um pronome e a outra metade trabalhará com outro pronome. algumas preparações a fazer. deverá haver um sujeito correspondente. e pode mesmo variar de região para região do país. e se a única diferença relevante entre os dois momentos é que na Fase I não for­ necemos nenhum a conseqüência para a emissão de qualquer pronome. . o que refletiria práticas culturais diversas). Nesse caso. Os alunos trabalharão em duplas de forma que. Os alunos que servirão como sujeitos do experimento não poderão ler antecipadamente o texto referente a esta prática. Nesse caso. portanto. em um segundo nível de análise dos dados. corres­ pondente à opção feita. os alunos poderão trabalhar em trios. Prática Número 16 O USO DE PRO N O M ES NA CULTURA BRASILEIRA APRESENTAÇÃO Nesta prática de laboratório. Antes de iniciarmos o tra­ balho. um deles será o sujeito e dois serão experimen­ tadores. Se quisermos contudo comparar os efeitos de contingências reforçado- ras aplicadas sobre diferentes pronomes (como se verá. Um grupo de alunos será de experimentadores e outro de sujeitos4. temos. estaremos nos referindo a esta segunda opção. Nas instruções que se seguem mais adiante. Caso o professor decida o contrário. o professor deverá explicar as instruções do exercício 4 Opcionalmente. dividindo entre si as tarefas (um deles executará o procedimento e o outro fará o registro das respostas do sujeito). basta selecionar um dos dois pronomes sugeridos e seguir as instruções para um dos grupos. alguns. estaremos compa­ rando os dados desses dois grupos de sujeitos entre si. se ela ocorrer. se m antemos constantes todas as outras variáveis que poderiam estar relacionadas com o comportamento observado. outros. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO o sujeito é o m esmo. a classe será dividida em dois grupos com número igual de alunos. as instru­ ções para o tratamento de dados também deverá sofrer uma seleção. os próprios alunos serão. usaremos. ao passo que na Fase II apresentamos um a conseqüência diferencial depois de um certo pronome dito pelo sujeito. então podemos atribuir a esta conseqüência a diferença entre os dois desempenhos. Além disso. acoplado ao delinea­ mento de sujeito único. para que sejam de fácil com ­ preensão para os sujeitos. cada um deles com os seis pro­ nomes do caso reto. utilizando 0 mesmo material. A realização desta prática requer que o professor planeje-a antecipadamente. inibidora ou facilitadora. terem os evidências de que os resultados de nosso estudo serão de fato derivados do reforço dife­ rencial e não de um a. diferen­ tes pronom es a serem reforçados. por exemplo. 0 material de experimentação: cartões contendo pronomes. cada um . e folhas de registro. antecipadamente. Os verbos foram arbitrariamente escolhidos entre os usados na vida cotidiana. e outro para o qual vigora o reforçam ento do uso do pronom e “ N Ó S” (Grupo B). 2. Nosso objetivo com este experimento é verificar os efeitos de se reforçar diferencialm ente o uso de um determinado pronom e. e as duplas isoladas entre si5. de um pronom e específico. A3. vam os atribuir. cartões contendo. Com isso. No procedim ento aqui apre­ sentado. verbos concretos ou abstratos. um verbo e folhas de registro6. 1. esses verbos se referem a situações 5 Como este é um experimento de curta duração (cerca de 30 minutos). eventual característica. Cada dupla deve retirar com o monitor um cartão de pronomes. A2. aí permanecendo até o fmal do experimento. conforme descritos a seguir). Cartões com pronomes: Serão utilizados cartões em folhas tama­ nho A-4 para apresentação dos pronomes. em cada um deles. Além disso. a diferentes sujeitos. Esse cartão deverá ser colocado na fren­ te do sujeito. e a disponibilidade de locais ade­ quados para a realização do experimento de tal form a que ele possa ser feito sem interferências. A4 e assim por diante. estará im presso um verbo. As duplas que com põem o Grupo A serão num eradas e cham adas de A l. sendo que. cartões com verbos. PODEMOS MUDAR O MODO COMO UMA PESSOA FALA? 227 aos experimentadores na ausência dos sujeitos. Para avaliarm os esta questão. deverá ter sido confeccio­ nado. Cada cartão conterá um a seqüência aleatória de pronomes para controle da variável “ordem de aparecimento do pronom e” . . Para realizarmos esta prática de laboratório. im pressos em fonte e tamanho que facilitem sua visualização a mais ou menos 80 centímetros de distância. Cartões com verbos: Cada dupla trabalhará com 80 cartões. o número de conjuntos de material de coleta disponíveis (cartões com pronomes. os sujeitos deverão form ar dois grupos. B2 etc. as duplas do Grupo B serão denom ina­ das B i. sem ruídos. Os 80 verbos que serão apresentados aos sujeitos são ou da prim eira ou da segunda conju­ gação. considerando o núm e­ ro de duplas a serem formadas. 6 Veja-se em anexo exemplos de seqüências de pronomes e uma lista com os verbos. um grupo para o qual vigora o reforçam ento do uso do pronom e “ E U ” (Grupo A). a classe pode ser dividida em equipes que realizarão 0 experimento uma após a outra. e apresentar o cartão seguinte. deve estar a folha de registros. Este é o caso de verbos irregulares ou defectivos que. Procurou-se não selecionar verbos que pudessem induzir os sujeitos a usar preferencialmente um pronome em relação a outros. O experimentador controlará a apresentação dos cartões de verbos. No final destas instruções apresentamos um modelo da folha de registro que deverá ser utilizada para cada experimentador. 3. o que dificulta sua distribuição balanceada nas fases experimentais. o experimentador deve retirar o cartão da sua frente colocando-o de lado. O experimentador deve anotar. A cada cartão exposto ao sujeito. a distribuição dos tipos de verbos foi balanceada entre a fase de Linha de Base e a de Reforçamento: cada um a das duas fases deve ter proporcionalmente o m esm o núm ero de verbos das duas conjugações e de verbos com sentido concreto e abstrato. m anter a folha de registro fora da visão do sujeito. marcar no espaço corresponden­ te o pronome usado pelo sujeito em cada um a das 80 tentativas e anotar as respostas às perguntas feitas no final do experimento. O experimentador deverá preencher o cabeçalho. portanto. Assim que o sujeito finalizar uma frase. Na frente do experimentador. por razões éticas. virados de cabeça para baixo. utilizando os números presentes na margem superior direita no verso de cada cartão. colocada de modo a não permitir a sua visualização pelo sujeito. PRO CEDIM ENTO Antes de chamar o sujeito experimental para dar início aos trabalhos. começando do cartão numerado #1. Folha de Registro: A folha de registro contém núm eros correspon­ dentes aos 80 verbos (e por isso a manutenção de sua ordem de apresen­ tação é importante) e espaços para registro da freqüência do uso de pronomes. ao retirá-los. o experimentador deve conferir se a sala está arrumada com duas cadei- . o pronome utilizado pelo sujeito para cada verbo a ele apresentado. Para tanto. Deve-se manter um ritmo de apresentação dos cartões que permita a construção de cada frase pelo sujei­ to e o seu respectivo registro pelo experimentador. Nessa disposição. na folha de registro. com o verbo voltado para baixo. O experi­ mentador deverá sentar-se à frente do sujeito e manter a pilha de cartões à sua frente. Tam bém foram excluídos verbos que evocam situações aversivas ou constrangedoras. este deverá permanecer na sua frente até que ele complete um a frase. Não foram usados verbos da terceira conjugação porque eles são raros. poderá virar um cartão por vez de modo a colocá-lo em posição de leitura defronte o sujeito. ele deverá verificar se os 8o verbos estão ordenados. Em seguida. Esta ordenação deve ser realizada de forma decrescente. foram elim ina­ dos.A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO variadas. deve-se apresentar ao sujeito. estaremos garantindo que todos os sujeitos. folhas de instrução. o experimentador deve perguntar ao sujeito se ele entendeu o que está sendo pedido e. com exceção daquele cartão que o experimentador estiver apresentando ao sujeito. . V O C Ê PODE USAR O VERBO EM QUALQUER TEMPO. o experimentador se limitará a apresentar o car­ tão com o verbo seguinte depois que o sujeito acabar de emitir a frase e o respectivo registro for realizado. NÃO DESANIME. N Ã O IMPORTA Q UE A FRASE SEJA LONGA OU CURTA. N Ã O IMPORTA Q UE A FRASE SEJA LONGA OU CURTA. PORTANTO. o experimentador deve se lim itar a ler novamente as instruções sem fazer qualquer outro comentá­ rio. Desta forma. lápis e borracha. cartão com pronomes. O sujeito deverá sentar-se à frente do experi­ mentador. deverá ser lida. VOCÊ PODE ACHAR A TAREFA DIFÍCIL MAS LOGO ELA PARECERÁ MAIS FÁCIL. portanto. V O U MOSTRAR A VOCÊ CARTÕES CONTENDO. cartões com verbos ordenados. deve continuar. A PRINCÍPIO. se positi­ va a resposta." O experimentador vai apresentar os 8o cartões com verbos da pilha ordenada anteriormente. embora estejam trabalhando com experimentadores diferentes. ou construir frases sem pronome. É im portan­ te frisar que. todos os cartões de verbos esta­ rão com o verso em branco visível. Se durante o trabalho o sujeito fizer perguntas. começando pelo cartão de verbo #1.PODEMOS MUDAR O MODO COMO UMA PESSOA FALA? 229 ras. V O C Ê PODE USAR O VERBO EM QUALQUER TEMPO. pausadamente. Ao iniciar-se a sessão. a seguinte instrução ao sujeito: "O PROPÓSITO DESTE EXPERIMENTO É VERIFICAR CO M O AS PESSOAS CONSTROEM FRASES E ELE NÃO ENVOLVE AVALIAÇÃO DE INTELIGÊNCIA OU DE PERSONALIDADE. Fase I . SIM­ PLES OU CO M PLEXA. não importa qual o prono­ m e utilizado pelo sujeito.Os 2o prim eiros verbos deverão ser utilizados para a coleta de dados relativos à Linha de Base. mesa. o cartão com os pronomes e deixá-lo diante dele durante todo o experimento) E QUE UTILIZE O VERBO EM QUESTÃO. VERDADEIRA OU FALSA. o experimentador deve interrompê-lo e dizer: "LEM BRE-SE DE Q UE VOCÊ DEVE CONSTRUIR UMA FRASE Q U E COM ECE CO M UM DOS PRONOMES DESTE CARTÃO (aponta o cartão com pronomes) E Q UE UTI­ LIZE O VERBO EM QUESTÃO. UM VERBO N O INFINI­ TIVO. D i g a em v o z alta u m a frase q u e co m ece com um dos pro no m es d e st e CARTÃO (nesse momento. Ao final da leitura das instruções. VERDADEIRA OU FALSA. SIM­ PLES OU COMPLEXA. recebam as m es­ m as instruções. CADA UM . durante a experimentação. V O C Ê ENTEND EU?" Se o sujeito pedir m ais esclarecimentos. ou frases sem o verbo apresentado. Ao term inar o experimento. sempre que o sujeito acabar de dizer a frase que contém o pronome selecionado. Se o sujeito errar e em seguida se corrigir. inclusive. estaremos dando um a “dica” do que estamos conseqüencian- do. Use essas expressões de forma aleatória e de m aneira natural e aprovadora. “Muito Bom” etc. se não empregar um pronome no início da frase. Coloque um “X ” ao lado do número da tentativa na qual isso ocorreu para que você possa se lembrar depois.Quanto ao registro dos pronomes utilizados pelo sujeito. um aceno suave com a cabeça podem estar funcionando como conseqüências sem nos darmos conta disso. Além disso.E possível que o sujeito. . Temos que estar atentos. Ao reforçar use expressões tais como: “Certo” . além do uso dos pronomes ELE e ELES. o experimentador deve fazer algumas perguntas e anotar as respostas no verso da folha de registro: 1. O que levou você a escolher este ou aquele pronome? 7 Não escolhemos os pronomes “Tu” e “Vós” porque têm utilização muito pequena em nossa vida cotidiana. formas sutis de reforço social. “Ótimo”. o experimentador deve anotar o segundo pronome. o que dificultaria a comparação de seu uso com 0 uso de pronomes que não apresentam for­ mas femininas. Registro . se o sujeito for do grupo A e o uso do pronome “ NÓ S” se o sujeito for do grupo B7. se ele disser um a frase com um pro­ nome e logo em seguida utilizar um outro pronome. A probabilidade de que se construam frases com eles é muito baixa e seria até mesmo possível que os sujeitos não emitissem uma única resposta com eles. ou não utilizar o verbo apresentado. também. Do m esmo modo. para cada sujeito. o experimentador deve riscar. o experimentador deverá reforçar positivamente a utilização do pronome “ E U ”. ao elaborar suas fra­ ses.A partir. Evite o sorriso arti­ ficial e o “muito bem ” automático e seco. com exceção de comunidades no sul do país. a linha referente àquela tentativa. um olhar de aprovação. do verbo andar (vigésimo primeiro verbo).230 A ANALISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Fase II . para não emitirmos um a con­ seqüência inadvertida para outros desempenhos. o experimentador deve anotar a segunda resposta. Após o experimento . Aceita-se. É importante deixarmos que o sujeito complete toda a frase para só então apresentarmos o elogio. devemos estar atentos para não apresentar um elogio para frases que não iniciem com pronome. tais como um sorriso. Muitas vezes. ou sem o verbo apresentado. Os pronomes “ Ele” e “Eles” têm formas femininas (“ Ela” e “ Elas”) relacionadas. se o sujeito não empregar qualquer pronome. por essa razão também não foram escolhidos. as variações ELA e ELAS. O que você achou do experimento? 2. se este teria sido o caso. Seria inte­ ressante tentar investigar. “Muito Bem”. na folha de registro. de maneira que o experimenta­ dor não poderia manipular sua variável experimental. Como você construiu suas frases? Você se baseou em algum critério? Qual ou quais ? 3. Caso contrário. esteja seguindo alguma hipótese relativa ao experimento. j j . í 5 i> ! : : 1 1 : i 1 í : : 17 37 j . j 23 ! : ! 43 í . 1 1 ! : ! « ^ 1 49 ! ^ : ! . *! 30 1 : 1 50 11 i . . 7 i 1 i i 27 47 i . . : 2 i i j 22 j 42 . j 25 1 i . 4 : i j ! j 24 [ : 44 5 1 ! . ele i nós vós i eles s 1 : 1 21 I i ■ ■ i 41 ! . 45 . r . : i 8 j i í . . ! 6 ! j 26 46 . ! 31 I : j si 1 ■ í í : 12 ! 1 j 32 ! j 52 13 1j í: ': !i 33 . 10 .Folha de Registro . 48 9 . í . i . .! 1 . ! . í 1. : j 34 ! j i ! 1 54 . . ■ 1 15 : !: 1: . i Total i i i j : Total : : : j Total j | .Prática 16 . ! : i j 53 14 1 : . . 3 I 1 . . . 1 28 ! í j .Comportamento verbal como um operante Equipe: Data: Sujeito: Nome Sexo Idade Grupo Pronome reforçado Verbo eu 1 tu j ele j nós i vós ! eles Verbo eu tu j ele I nós i vós . j 6§ J . 19 i i ! ! 39 ! ! j 59 j ! i 20 40 .: : }1 35 ! ! i i ! 55 I . j 57 j : i j i 1 : 18 38 j ! j . . ! i 16 36 ï ! : . . elas Verbo eu ! tu . j 58 1 i . Preencha sua tabela e em seguida responda as questões abaixo. Faça a m esm a coisa com os dados da Fase de Reforçamento. vamos analisar os dados de todos os par­ ticipantes em seus diferentes grupos. nos dizem sobre o uso de pronomes na cultura brasileira? O que os dados com ­ parativos das Fases I e II nos dizem sobre a questão se podemos ou não m udar o modo como um a pessoa fala? .Pré e pós-intervenção Fases Eu Tu Ele/a Nós i Vós Eles/as Total : F . Durante a Fase de Reforçamento os pronomes apareceram com a m esm a freqüência observada na Linha de Base? Quais pronomes subiram e quais abaixaram em freqüência? 5. %] F % F % F j % : F i % F 1 % F % . Na segunda.■ A ANALISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS REFERENTES À PRÁTICA 16 Tendo coletado os dados. Discuta esses resultados em termos do possível papel do reforço. Linha de Base. Exemplo para Tabela 1 . considere os títulos desta prática. 6. 1 : j \ \ j I 1 m ento j j 1 1 j \ 1. vamos tratar e analisar os dados de cada participante. Dê um título à tabela. indicam alguma característica dos hábi­ tos lingüísticos regionais? 3. PRIMEIRA ETAPA: ANÁLISE DOS DADOS DE CADA SUJEITO IN D IV ID U A LM E N T E Com os dados da folha de registro. você deverá construir um a tabela (Tabela 1) como a seguinte. O que os dados da Fase I. Estas freqüências m udaram ao longo das 20 tentativas? 4. As diferenças. Na primeira. Conte o núm ero de vezes que o sujeito utili­ zou os diferentes pronomes nas prim eiras vinte tentativas e calcule a por­ centagem. precisamos. Ao se colocar essas questões para dados grupais. agora. Nosso tratamento e análise de dados terão duas etapas. se ocorreram. Os diferentes pronomes foram utilizados com freqüências diferen­ ciadas na Linha de Base? Qual deles é o m ais e o m enos freqüente? 2. Linha de 1 | base ! Reforça. organizá-los para que possam os compreendê-los e interpretá-los. . ! 41-60 ! . . Abaixo damos um mode­ lo para a Tabela 3 e a partir dela você deve elaborar um modelo para a Tabela 4. Exemplo para Tabela 2 . apresentando os resultados em blocos de 20 em 20. a porcentagem relativa à Fase de Reforçamento. Faça a m esm a coisa para os dados da Tabela 2. você fará duas colunas para cada um deles. . ! . : . vamos construir a Tabela 3 para agruparmos os dados de todos os sujeitos da classe em rela­ ção aos dados da Linha de Base (verbos de 1 a 20). j ! Com base em cada um a das tabelas acima. e os dados da Fase de Reforçamento (verbos de 2 1 a 80) na Tabela 4. Um a análise global. | I 2 1-4 0 . Se isto ocorreu. Desenhe um eixo cartesiano. Para isso. na abcissa. Desta forma. independentemente da variável manipulada. . : 61-80 : . : : i . : : : : . você vai construir um grá­ fico de barras para o sujeito da sua dupla.Aquisição í E u . não mostraria este fato. SEGUNDA ETAPA: ANÁLISE DOS DADOS DOS GRUPOS A E B Esta é um a tarefa que deve ser compartilhada entre todos os alunos com a supervisão do professor. . : .PODEMOS MUDAR O MODO COMO UMA PESSOA FALA? 233 É possível que o sujeito tenha mudado o uso do pronome ao longo do experimento. construa um a segunda tabela (Tabela 2) como a primeira. i I I I . tal como esta mostrada na Tabela 1. . T u j E le / a : N ó s V ó s E le s / a s j T o ta l Tentativas F ' % F 1% i F . considerando os blocos de ten­ tativas analisados. faça a coluna correspondente à porcentagem de uso do pronome “E U ” durante a Linha de Base e. Para os dados da Tabela 1. . junto a ela. coloque os seis pronomes. porém. poderemos avaliar o fenôm eno analisando as respostas em blo­ cos de tentativas. % F : % F ! % F % 1 F % 0-20 . Na ordenada coloque os dados relativos à porcentagem de uso dos prono­ m es e. Dê um título à tabela. . Deixe um espaço e repita a m esm a coisa para os outros pronomes. A partir da Tabela 1. . Nós • Vós ! Eles/as i Nulo I GRUPO A .PRONOME "NOS" j LB% j I REF.PRONOME "E U "____ __ _ _ _ __ I _______L B [ j ] . Para isso.. B 1 B 2 B i | ! j . % _ : i Difer. % I I | : ... % i Nota: A linha denominada “Difer... .LINHA DE BASE Equipe Eu 1 Tu Ele/a j Nós ] Vós j Eles/as .... : B n . 7 ~ [ _ REF. _ .T " . ! [ ___ Difer.. vamos agrupar esses dados para os dois Grupos A e B. ] í : : : Agora. : GRUPO B . . j I J . . vamos construir a Tabela 5. Exemplopara a Tabela 5 í Equipe j Eu j Tuj Ele/a . % ” refere-se à diferença entre as porcentagens obser­ vadas durante a Fase I e a Fase II.. para cada um dos grupos experimentais.. % 1 j | _ : ...... __ ! { .. . Nulo A 1 A 2 A i A n Total P ercen t. i : i : : Porcent.. \ Total . I I REF. a partir dos dados das Tabelas 3 e 4. [ .. _ i : i _ _ REF. conforme o modelo a seguir.A ANALISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Exemplo para a Tabela 3 FASE 1 . .. . 1 .. r - .Fase Sí l .. .. . F a s e li 1 í i ' ! ■ ■ .. ..... .... para todos os sujeitos.. vamos... Exemplo para as Tabelas 6A e 6B .. V e r b o s d e 4 1 a 6 0 ... ... .. As m esm as questões que se referiam aos dados individuais de cada sujeitos (referentes às Tabelas 1 e 2) podem... .. PODEMOS MUDAR O MODO COMO UMA PESSOA FALA5 Por fim . < ... .. A 2 etc... ____ __ : _________ : : i ' . construir a Tabela 7. i V e r b o s d e 6 1 a 8 0 . para a Tabela B...— . . Compare esse nível de análise com aquele refe­ rente aos dados de seu sujeito. -. . ...fa se ! Verbos de 2 1 a 4 0 ... F a s e II .. .. ~ .. ser formuladas em relação aos dados gerais da classe.. para a Tabela A e o nom e da equi­ pe B 1................ i ' ! í .Fase II tq u íp e k.. . " N í r " . sum ariar nossa análise do desenvolvim en­ to do fenômeno estudado..... vamos analisar o desenvolvimento do fenômeno de 20 em 20 tentativas para todos os sujeitos... . n Total i Verbos de 4 ! a 6 0 .......... ' !V: TV ■ Fk' . Vamos construir as Tabelas 6A e 6B a partir dos dados da Tabela 2. Você deve escolher 0 nome da equipe A 1.....■ t íi : Nv... . usando os m esm os cuidados e critérios que usam os na montagem das Tabelas 3 e 4..... ..... . ...... ...'N u io A i/B! . ' . .. Veja os exemplos a seguir.U ? < rf 4 0 ... ........ . T u ...... Analise os dados nesse nível e veja 0 que você pode concluir. agora... .... E S e ! N ó s : Vó$ < E l e s : N u l o E u : 'T u E l e Hós V ó s E l « N u i o G r u p o V e r b o s d e 1 a 2 0 1 V e r b í * ... a partir das Tabelas 6A e 6B... Exemplo da Tabela 7 i E u ... ..... ....... G r u p e s .... . Totaí Finalmente.... .... ” •*' 2 .i . .. ... . ou a mudança gradual nos hábitos linguís­ ticos de nossos sujeitos. agora... No< : VÓ! | Ele'......... . Verbos de 1 a 20 .. B 2 etc.. ... .. Isso nos permitirá estudar a aquisi­ ção do novo comportamento.. L'c Nos : Vos : fcles 'N u ! Aí/BI ■ ..... ..... conforme o modelo a seguir... . . ...... . Elabore títulos para cada tabela. f a s e ....... .......Fase 11 Verbos de 61 a 80 . Vamos. ..:... ' ~.<..... deve-se escrever u m número em ordem seqüencial. no canto superior. negrito.■ A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO LA B O R A T O R I O DIDÁTICO LISTA DE VERBOS A SEREM UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO DOS CARTÕES COM VERBOS Nota: Recomendamos que se escreva cada verbo em fonte A R I AL tama­ nho 6o. No verso de cada folha ou cartão. usando um a folha ou cartão para cada verbo. REPRESENTAR ANDAR GANHAR RESTAURAR MANDAR RODAR PERMANECER ACHAR GOSTAR ENGANAR ESCOLHER TENTAR LEMBRAR VOLTAR APRENDER MOSTRAR INDICAR VENDER NOTAR DANÇAR FAVORECER ACABAR LAVAR DETERMINAR DEFENDER ADMINISTRAR LOCALIZAR LEVANTAR ESTUDAR AJUDAR COLOCAR IMAGINAR VERIFICAR PARAR INTERROMPER ANOTAR ESPERAR APRESENTAR REVELAR PROCURAR ESCREVER FABRICAR COPIAR ALUGAR RELATAR TRATAR ESCONDER FECHAR ACONSELHAR TELEFONAR CHEGAR PASSAR CONVIDAR CHAMAR v ia ja r ENTREGAR PLANTAR CONTINUAR ENFEITAR AMAR FALAR ENTENDER AUMENTAR COLAR PRECISAR DERRUBAR PULAR PERGUNTAR BUSCAR CONTAR PRETENDER COLABORAR DESENHAR CONFIRMAR TRABALHAR AMPARAR EXPERIMENTAR DESMONTAR CANTAR ENSINAR . M.. São Paulo: PSE-IP-USP. Studies o f the conditioning o f verbal behavior. M. T. (1958). PASSOS. 5. K. L„ DAMIANI. Verbal I. B. Verbal Behavior. CD-ROM. A „ PAVÃO. (1957)*. Frochtengarten. I. SKINNER. TOMANARI. Resumos de Comunicação Científicas. 148. O comportamento verbal como operante: uma experiência didática. (1999). Psychological Bulletin. (1995). L. F. * Obra já traduzida para a Língua Portuguesa (veja o Apêndice I). A. 5I. vol. 55. 461. M. S. m PODEMOS MUDAR O MODO COMO UMA PESSOA FALA? REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KRASNER. BENASSI.. F. G. CIRINO. C.170- MATOS. . M. New York: Apleton-Century-Crofts.. Y „ MATOS. impedindo seu avanço etc....- 1 Nota ao Professor: Se pretende trabalhar com os próprios alunos como sujeitos estes deverão ser alertados de que não deverão ler antecipadamente estas instruções. . isso é especialmente verdade para as medidas temporais..... Em linguagem comum. embora muito provavelmente o conhecimento prévio da tarefa não altere substancialmente os resultados. Isto é. da sala... R3 etc. essas alternativas de resposta vão entrar em “competição” . Na verdade o ideal seria dividir a classe em duplas “experimen- tador-sujeito” e retirar os alunos que atuarão como sujeitos...... R3=telefonar para a polícia pedindo socorro........ mas existem outras alternativas: R2=seguir as leis de tráfego.. R5=pegar o m eu rodinho de lim par 0 parabrisa e tentar “varrer” a lava.. Minha pri­ meira reação é atravessar 0 farol vermelho (Ri). que já adquiriram uma força relati­ vamente alta de emissão.. estou no m eu carro diante de um sinal vermelho quando noto pelo retro­ visor que a lava de um vulcão avança rapidamente sobre mim. b) O que fazemos quando em conflito1 m ... ao instruir os que atuarão como experimenta­ dores.. R4=sair do carro para avisar os outros motoristas. por meio da experiência passada. que o sujeito emita um a resposta Ri que se opõe (“entra em conflito”) a respostas R2. . Estas diferentes alternativas se estruturam segundo o que Catania (1998) denomina “um a hierarquia comportamen- tal” e que reflete a força relativa (vide. probabilidade de ocorrência) desses diferentes comportamentos no repertório do indivíduo.. Esta é uma boa medida. ■ L A A J u i t a s experiências de laboratório sobre o fenômeno denominado “interfe­ rência” ou “conflito” envolvem tarefas que requerem que o sujeito emita um a resposta que se opõe ou ao comportamento prescrito pelas instru­ ções vigentes ou a um a resposta que já foi aprendida em relação àquela situação... Por exemplo. os valores absolutos dos resultados podem ser afetados mas não suas diferenças relativas. Dizemos que há um conflito nessas situações porque um comportamento com um a alta probabilidade de ocorrência (responder na Intensidade X e não responder na Intensidade Y). pelo m enos no início da Prática 13. água vs com ida etc. duração do treino anterior. as técnicas de eliminação de um comportamento indesejável. novamente. Em oposição. havia um conflito entre o controle exercido pelas contingências até então presentes e o controle exercido pelas novas contingências agora presentes. Assim . m agnitude e tipo do reforço (0. Variáveis que eventualm ente poderão ser a explicação dos fenôm enos com portam entais observados. Provavelmente.).. Esta é um a estratégia que. tem po e tipo de privação. isto é. peso relati­ vo da barra etc. nos perdem os de vez. etc. Enfim. Façamos aqui um parênteses para um com entário sobre linguagem e clareza.). e se. constatando seu efeito (em bora freqüentem ente as pessoas usem estes termos com o explicações do fenôm eno). .240 A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO No laboratório de estudos com anim ais foram estudadas situações como a que acabamos de descrever (ver Práticas 10. nos satisfizermos com explicações nominalistas. com baixa probabilidade de ocorrência. A o falarmos em variáveis controladoras im ediatam ente nos ocorrem coisas com o custo da resposta (ex: FRIO vs FR 30. quando discutiu.06 cc de água. o professor. além de descrever o procedimento de extinção também deve ter mencionado a técnica de “reforçar comportamentos incompatíveis com aquele considerado inde- sejado” . 11 e 13). ao em pre­ garmos termos com o "co n flito " ou "interferência" estamos denom inan­ do o produto dessas variáveis. enquanto um novo e incompatível compor­ tamento (responder na Intensidade Y e não responder na Intensidade X). O problem a é que aos nos centrarmos no produto e não no processo perdem os de vista como estudar o fenôm eno. em classe. nos ocorrem variáveis que estão atuando na situação e que poderem os manipular testando seu efeito sobre a estruturação do repertório com portam ental de nosso sujeito experim ental. não m ais é seguido de reforço (ou represen­ ta um a economia de energia). agora é seguido de reforço. Alguns ani­ m ais foram submetidos a um esquem a de FR 10 na presença de uma intensidade lum inosa X e a um de Extinção na presença de outra intensi­ dade Y (Práticas 10 e 11). etc.02 cc de água vs 0. recorre à noção de oposi­ ção entre variáveis controladoras do comportamento. posteriormente essas condições foram reverti­ das (Prática 13). Assim . . no qual nossas experiências passadas (ou treino escolar) resultaram em uma regra com as quais as instruções atuais para realizar a tarefa entram em “conflito”. de palavras que norm alm ente não estão associadas a cores (até podem se referir a objetos que tem cores. o nome da cor da tinta em que as palavras estão escritas. Nomear a palavra (textualizar ou ler a palavra) ou nom ear a cor da palavra (tactar ou dizer a cor com que a palavra foi escrita) estão em conflito. m as não necessariamente esta ou aquela cor). a palavra VERM ELHO pode estar escrita em tinta azul. isto é. conflito de desejos. 3 Este exercício também pode ser discutido no âmbito de comportamento controlado por regras. Um adulto pode pra­ ticar esta tarefa por muitos dias e ainda assim não conseguir evitar com ­ pletamente os erros. demorará muito m ais tempo do que normalmente gastaria para simplesmente ler palavras. isto é. Estaremos comparando o a) desempenho de um a pessoa em um a tarefa adaptada do teste de Stroop com o b) desempenho em um a tarefa de nomeação de cores de desenhos de objetos neutros. mas nesse caso o peso maior da análise dos dados deve recair sobre variáveis temporais. Ele deve ignorar as palavras e responder somente às cores. o professor pode também realizar este exercício com alunos que tenham conhecimento prévio do procedimento. O teste de Stroop original 2 Nesse sentido. O QUE F A Z E M O S Q U A N D O EM CONFLI TO? 241 Prática Número 17 EFEITOS DE IN STRUÇÕ ES PASSADAS E DE IN STRUÇÕ ES PRESENTES APRESENTAÇÃO Há muito tempo a Psicologia estuda situações de conflito: conflito entre forças sociais. conflitos entre grupos e nações. o sujeito é defrontado com palavras que nom eiam cores. porém estas palavras estão escritas em tinta colorida diferente daquela cor que a palavra nomeia. ou para dizer o nome de objetos coloridos2. Nossa prática de hoje envolverá três tarefas. No laboratório um a tarefa de conflito foi im agina­ da por J. A tare­ fa do sujeito é dizer. a palavra A Z U L pode estar escrita em tinta amarela etc. Este é basicamente o problema que estaremos estudando hoje: em que medida nossa história passada de aprendizagem interfere ou facilita novas aprendizagens3. ou. evitando os erros. No teste de Stroop. e isso é muito difícil devido à nossa experiência passa­ da com leitura de palavras (provavelmente um a criança recém-alfabetiza- da não cometeria tantos erros quanto um adulto). conflito de interesses. como é conhecida essa tarefa. sucessiva e rapidamente. Ridley Stroop em 1935. que normalmente não tem cores (ex: asteriscos coloridos) ou com o c) desempenho em um a tarefa de nom ea­ ção de cores de palavras neutras. Os m em bros dos pares deverão sentar-se um em frente ao outro e longe dos demais pares. Em term os m ais sim ples. qual dim en­ são de estímulo controla a atenção do sujeito. revela um tipo de controle de estímulo que pode ser atribuído à história passada dos sujeitos. Na verdade. De quebra estarem os controlando a rela­ ção “cor-palavra” . Os alunos trabalharão em pares. controle determinado pela situação presente). Deverão falar em voz baixa para não atrapa­ lhar o trabalho do par ao lado. A análise dos efeitos dos diferentes tipos de estímulos. o que se observa é o “conflito” entre o efeito do controle por palavras escri­ tas (“palavras são para serem lidas”. É importante que o sujeito não seja daltônico. interferência. diante de palavras etc. O material do exercício consiste de: . trabalhando quer com palavras que nom eiam cores.K A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO se refere tão somente à nomeação de cores de palavras referentes a cores. de efeito de história passada e/ou de controle instrucional. isto é. quer com palavras que nom eiam objetos neutros no que diz respeito a suas cores. A dimensão que controla mais (ou aquela a qual reagimos com maior freqüência. à sua familiaridade com cores e palavras (reve­ lada pela sua reação diante de cores. em nosso estudo estaremos controlando duas outras dim ensões do desempenho envolvido no teste de Stroop (a nomeação da cor de dese­ nhos neutros e a nomeação de cores de palavras neutras) e assim podere­ m os avaliar melhor seus resultados. bem como a relação “palavra-ícone” . 3. Mais importante. o conteúdo da palavra ou a cor da palavra? Este exercício possibilita. permite que esses problemas sejam vistos de um a outra pers­ pectiva: no contexto de aprendizagem. ou aquela a qual “prestamos atenção”) é aquela com a qual temos maior experiência conseqüenciada. que se recoloquem vários problemas clássicos da Psicologia para discussão em classe (mas principalmente para discussão sobre o modo como essa Psicologia clássi­ ca aborda essas questões): conflito. Isto é. foco de atenção. 2. portanto. trabalhando com pala­ vras e com desenhos (asterisco). PROCEDIM ENTO 1. neste exercício.). controle esse determinado pela nossa experiência cultural passada e o efeito do controle pelas instruções presen­ tes do experimentador (“diga o nome das cores das palavras”. um servirá como sujeito e outro como experimentador. estarem os com parando os efeitos de trei­ nos e/ou instruções anteriores (“diante de palavras > ler palavras”) com contingências e/ou instruções atuais incom patíveis (“diante de palavras > nom ear a cor da palavra”). Este assunto também é discutido em algumas áreas da Psicologia sob o título de “atenção”. As folhas a serem utilizadas com os estímulos Palavras Neutras são denomina­ das Folhas de Registro FR-lN. c) Visores ou “janelas” : tiras de cartolina com um recorte para visua­ lização de um estímulo (asterisco ou palavra) de cada vez. Todas as cores. NCC-2. PAU SA. Como o exercício será feito usando a estratégia do sujeito como seu próprio controle será necessário controlar 0 efeito da ordem de apre­ sentação dos estímulos NCC. PNC e AST. e as que serão utilizadas com os estímulos Nomes de Cores em Cores. As fichas de palavras colo­ ridas que nom eiam cores são denom inadas Nomes de Cores em Cores (NCC-l. NCC-2. Grupo III— PNC-i. As fichas contendo a série de dese­ nhos sem sentido são denom inadas Asteriscos em Cores (AST-i. NCC-l. NCC-l. Os estímulos (palavras e asteriscos) estão dispostos em cada ficha em ordem semi-randômica. NCC-2. PAU SA. O Q U E F A Z E M O S Q U A N D O EM C ON F L I T O? 243 a) Fichas de Apresentação dos Estímulos: folhas de papel contendo ou um a série de asteriscos coloridos. aparecem com igual freqüência de ocorrência (N=44). .A ST-i. esta aleatorização se aplica tanto à cor do estímulo quanto ao conteúdo da palavra (uma determinada cor e/ou palavra nunca aparecem m ais de duas vezes seguidas). idem FR-2C. d) Cronômetros com marcador de segundos. AST-l. idem FR-2A. NCC-2. Nenhum nome de cor será escrito em tinta daquela cor. NCC-2). N CC-l. ou um a lista de palavras coloridas (nomes de palavras e nomes de objetos). b) Folhas de Registros: folhas de papel contendo as respostas corre­ tas e espaço para assinalar as respostas do sujeito (cor nomeada) e anotar o tempo de realização da tarefa. 4. AST-2. as Folhas de Registro (ver modelos ao final desta prática) compõem três conjuntos de duas ou quatro folhas. PNC-2). os pares “ sujeito- experimentador” serão divididos em quatro grupos. NCC-2.NCC-i. assim como todas as palavras. com a seguinte seqüência de apresentação dos estímulos para cada grupo: Grupo I . NCC-2. AST-2. Assim . PNC-2. Ex: VERM ELHO nunca será escrito em cor vermelha. As fichas de palavras coloridas que nom eiam objetos neutros quanto a suas cores são denom inadas Palavras Neu­ tras em Cores (PNC-i. A ST-i. PAU SA. PNC-i. PNC-i. Grupo II . de Folhas de Registro FR-iC. As Fichas de Estímulo (ver modelos ao final deste manual) são três conjuntos de duas ou quatro fichas. idem FR-2N. NCC-l. PNC-2. AST-2). AST-2. PNC-2. aquelas a serem utilizadas com os Asteriscos são denominadas Folhas de Registro FR-lA. NCC-i. Do m esmo modo. deverá verificar o funcionamento do cronômetro. AST-i e 2. FR -iA e FR-2A. Enquanto os sujeitos estão nomeando as cores dos estímulos. 9. 7. e um visor de papelão. A apresentação dos estímulos será feita em duas etapas. AST-2. colocará as Fichas de Estímulos na seqüência em que serão utilizadas. 6. E). PNC-2. Para tanto deve disparar o cronômetro e dar a ordem Comece.). o experimentador deve anotar tam ­ bém o tipo de erro cometido. Se o sujeito persistir no erro. NCC-2. Você . gaguejar. E. os experimentadores devem ir conferindo suas respostas com aquelas im pressas na folha de respostas. Em seguida. o experimentador deverá ler as instruções (ver abaixo) para seu sujeito e. natureza do estím u­ lo. grupo. colocar na sua frente o primeiro conjunto de Fichas de Estímulo e dar início ao exer­ cício. Quando o sujeito terminar a leitura de um a Ficha de Estímulos o experimentador deve anotar na folha de respostas o tempo (em m inu­ tos e segundos) que 0 sujeito gastou para executar a tarefa. A ST-i.■ A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Grupo IV . Quando o sujeito cometer um erro o experimentador deve marcá-lo (E) m esm o que o sujeito se corrija. NCC-i. praguejar etc. e um visor) necessário para a rea­ lização da tarefa. de m odo que o que está escrito ou desenhado fique visível. se este as entendeu.N CC-l. C o lo q u e o visor sobre a primeira linha. aliás. PAU SA. PNC-l. entre a apre­ sentação das prim eiras quatro Fichas de Estímulos (Primeira Etapa) e das últimas quatro (Segunda Etapa) deve haver um a pausa de alguns poucos segundos para descanso. uma de cada vez. bem como qualquer form a de compor­ tamento pouco esperado (Ex: rir. FR-iN e FR-2N. Após conferir todas as folhas cuidadosamente. Do m esm o modo. ou seja. O aluno que atuará como experimentador em cada dupla deverá veri­ ficar a que grupo pertence e retirar o material (Fichas de Estímulo NCC-l e NCC-2. este deve ser marcado tantas vezes quantas for repetido (E. Se possível. hora de início do exercício. em tinta colorida. NCC-2. Nas linhas de cada folha estarão escritas palavras ou dese­ nhados asteriscos. Quando estiver pronto. PNC-l e 2. se o sujeito não se corrigir o experimentador deve cham ar sua atenção para o erro solicitando que o corrija antes de prosseguir. nome do sujeito. e depois colocá-las na ordem da execução do experimento. 5. Folhas de Registro FR -iC e FR- 2C. 10. 8. deverá preencher o cabeçalho das Folhas de Registro com as inform a­ ções relevantes. IN STRU ÇÕ ES PARA SEREM LIDAS AO SU JEITO PELO EX PER I­ MENTADOR: "V ocê vai receber várias folhas de papel. transcreva seus dados para a FOLHA DE REGISTRO GERAL. RESUM O S DAS INSTRUÇÕ ES PARA O EXPERIM ENTADO R (Itens 6. dê a ordem de começar. prepare as Folhas Registro preenchendo-as e colocando-as na ordem correta. 9 e io acima): . Não acrescen­ te mais nada às instruções. 7. li. Se errar. am arelo. Q uan do eu disser C O M EC E. . A o chegar ao fim de uma folha rem o­ va-a e repita o procedim ento com a folha seguinte. Anote o tempo de início da tarefa na Folha de Registro. Tendo nom eado todos os estímulos da pri­ meira linha. Anote o tempo de início da segunda tarefa na respectiva Folha de Registro. Prepare as Fichas de Estímulos na ordem correta. . corrija seu erro antes de prosseguir. Anote os acertos e erros na Folha de Registro. . Leia as instruções ao sujeito. Você en ten d eu ?" Se o sujeito não entendeu as instruções leia-as novamente. a não ser para apontar-lhe um erro (“Você errou”) e pedir que o corrija (“Corrija”). O QUE F A Z E M O S Q U A N D O EM CONFLI TO? 245 vai trabalhar da esquerda para a direita. Ao final.. Apresente ao sujeito o primeiro conjunto de Fichas de Estímulos.. diga o nom e das cores das palavras ou desenhos na ordem em que aparecem (as cores são: verm elho. Apresente ao sujeito o segundo conjunto de Fichas de Estímulos. 8. . Quando o sujeito term inar com o prim eiro conjunto. e assim sucessivamente. conforme instruções abaixo. Entre a prim eira e a segunda etapa. Faça isso o mais rapidam ente possível. permita que seu sujeito des­ canse por alguns segundos. Sem pre corrija seus erros. e de cima para baixo. anote o tempo transcorrido. . demonstrando a colocação e a movimentação do visor. prepare o cronômetro. DIGA APEN AS A C O R DE CADA ESTIMULO. Não converse com seu sujeito durante a realização do exercício. azul e verde). dispare o cronômetro. mova o visor para a linha de baixo e proceda do mesmo m odo. dê a ordem de começar (“Comece”) e dispa­ re o cronômetro. . indo da esquerda para a direita. . . s verd e azul laran ja verm elh o azul v e rd e azul laranja laranja v erm elh o v erm elh o v e rd e laran ja v erm elh o verd e azul verm elh o azul laranja v e rd e v e rd e laran ja v erm elh o azul v e rd e v erm elh o azul v e rd e laran ja azul laran ja v e rd e azul laranja v erm elh o laran ja v erm elh o v erm elh o v e rd e azul azul v e rd e azul laranja v erm elh o v e rd e laran ja v e rd e verm elh o azul laran ja laran ja v erm elh o v erm elh o v e rd e azul azul verm elh o verm elh o v e rd e azul laran ja laranja verm elh o azul laran ja v e rd e v e rd e verm elh o v e rd e azul laran ja v erm elh o laranja laran ja v erm elh o v e rd e azul azul azul v erm elh o v e rd e laran ja verm elh o azul v erm elh o laran ja v e rd e v e rd e azul azul v e rd e laranja laran ja laran ja azul v e rd e v erm elh o v e rd e v erm elh o azul azul v e rd e laran ja v erm elh o azul v erm elh o verm elh o azul laran ja laran ja v e rd e v e rd e verm elh o laran ja azul v e rd e azul v erm elh o laran ja v e rd e v e rd e v e rd e verm elh o azul laran ja laran ja laranja azul v erm elh o v erm elh o verm elh o v e rd e azul laran ja v erm elh o azul v e rd e azul v e rd e laran ja laran ja v e rd e azul v e rd e v erm elh o v erm elh o v e rd e azul laran ja laran ja v erm elh o v e rd e laran ja v e rd e laran ja v erm elh o azul azul laran ja v erm elh o v e rd e azul verm elh o v erm elh o azul laranja v e rd e azul laran ja v e rd e v erm elh o azul verm elh o laran ja v e rd e Total de erros: Duração em segundos: .m . A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Folha de Registro FR-1C para uso com a Ficha NCC-I Alunos: Grupo: Hora de início: h min.. s Hora do térm ino: h min.. . ff O QUE F A Z E M O S Q U A N D O EM CONFLI TO? 247 Folha de Registro FR-2C para uso com a Ficha NCC-2 Alunos: Grupo: Hora de início: h min... . Duração em segundos:... s laranja verm elh o v e rd e verm elh o azul azul laran ja v e rd e verm elh o laranja v e rd e v e rd e azul azul laran ja verm elh o v e rd e v erm elh o azul verm elh o v e rd e laran ja verm elh o laran ja azul v e rd e azul azul laranja laran ja v e rd e v erm elh o verm elh o azul v erm elh o verm elh o azul azul v e rd e v e rd e laran ja laranja laran ja ve rd e azul v e rd e v erm elh o verm elh o laran ja laranja azul laranja verm elh o v e rd e v erm elh o azul azul v e rd e laranja verm elh o azul laranja v e rd e azul verm elh o laranja laranja v e rd e azul v e rd e verm elh o laran ja azul verm elh o azul v e rd e laranja v erm elh o laranja verm elh o v e rd e azul v e rd e azul azul laranja v erm elh o v e rd e laranja v e rd e laran ja v erm elh o laranja azul v e rd e verm elh o verm elh o azul verm elh o azul laran ja laranja v e rd e azul verm elh o azul v e rd e laranja v e rd e verm elh o laranja v e rd e v erm elh o laranja v e rd e v e rd e laran ja azul verm elh o azul v e rd e azul v erm elh o azul v e rd e laran ja azul v erm elh o v e rd e verm elh o laran ja v e rd e laran ja v e rd e v e rd e verm elh o azul verm elh o verm elh o laran ja azul laran ja azul v e rd e laran ja verm elh o v e rd e v erm elh o v e rd e azul v e rd e azul laran ja azul v e rd e laranja verm elh o v erm elh o laran ja laran ja azul v e rd e azul azul v erm elh o v e rd e v e rd e v erm elh o azul verm elh o v e rd e laran ja laran ja azul v erm elh o laran ja Total de erros.... s Hora do térm ino: h min. . s v erm elh o laran ja v erm elh o azul v e rd e laran ja v e rd e laranja v e rd e azul laranja azul v e rd e azul v e rd e v erm elh o v e rd e v erm elh o laran ja azul v erm elh o azul v erm elh o v e rd e azul laran ja azul laranja verm elh o azul v e rd e azul v erm elh o v e rd e azul v e rd e laran ja azul verm elh o laran ja v e rd e laran ja verm elh o v e rd e verm elh o v erm elh o azul v e rd e laran ja azul laran ja v erm elh o azul azul verm elh o v e rd e azul v erm elh o laran ja azul v e rd e verm elh o laran ja azul verm elh o laran ja laranja v e rd e laranja azul v e rd e verm elh o laran ja verm elh o azul v erm elh o v erm elh o v e rd e azul laran ja v e rd e laran ja v e rd e verm elh o azul azul v erm elh o azul v erm elh o laran ja v e rd e verm elh o v e rd e laran ja verm elh o v e rd e laranja v e rd e laranja v erm elh o v e rd e verm elh o azul v e rd e azul v e rd e laran ja v erm elh o laran ja azul v erm elh o azul v erm elh o laran ja laran ja laran ja v e rd e azul v e rd e azul azul v e rd e laran ja v e rd e laran ja verm elh o v e rd e azul azul v e rd e v erm elh o laran ja v e rd e azul v e rd e v erm elh o laran ja v e rd e azul laran ja azul verm elh o laran ja v e rd e azul laran ja v erm elh o laran ja v erm elh o v e rd e laran ja verm elh o azul verm elh o v erm elh o v e rd e v e rd e laran ja v e rd e azul laran ja azul azul v e rd e v erm elh o laran ja laran ja v erm elh o v e rd e azul v erm elh o v e rd e azul laran ja v erm elh o laran ja Total de erros. . Duração em segundos:...■ A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Folha de Registro FR-1N para uso com a Ficha PNC-1 Alunos: Grupo: Hora de início: h min....... s Hora do térm ino: h min.. * O QUE F AZ E M OS QUANDO EM CONFLITO? Folha de Registro FR-2N para uso com a Ficha PNC-2 Alunos: Grupo: Hora de início: h min. s Hora do térm ino: h min. s laran ja v e rd e azul v e rd e azul v erm elh o laran ja laran ja v erm elh o v e rd e laran ja azul verm elh o v e rd e azul v e rd e laranja v e rd e azul v erm elh o laranja v e rd e verm elh o laran ja v erm elh o azul laran ja laran ja azul v erm elh o verm elh o azul laran ja v erm elh o v e rd e v e rd e laran ja azul laran ja v erm elh o v erm elh o laran ja azul v erm elh o azul azul verm elh o azul azul laran ja verm elh o v e rd e laran ja laran ja laran ja azul v erm elh o verm elh o azul laran ja v e rd e v erm elh o v e rd e azul laranja v e rd e azul v erm elh o laranja laranja azul v e rd e v erm elh o verm elh o azul laran ja azul verm elh o v e rd e laran ja azul v e rd e verm elh o v e rd e azul verm elh o azul verm elh o v e rd e azul verm elh o v e rd e laranja v erm elh o laran ja laranja azul v e rd e v e rd e laranja v e rd e v erm elh o v erm elh o azul v e rd e azul v e rd e v erm elh o laranja azul laran ja v e rd e azul v e rd e laran ja verm elh o v e rd e laran ja v erm elh o v e rd e verm elh o azul v e rd e v erm elh o azul verm elh o azul laranja verm elh o v e rd e v erm elh o azul v e rd e azul v e rd e v e rd e laran ja v erm elh o laran ja azul v erm elh o v e rd e azul v e rd e laranja laran ja v e rd e laran ja v e rd e azul laranja verm elh o laran ja v e rd e v erm elh o v e rd e azul laran ja laran ja azul laran ja verm elh o v e rd e laran ja azul v e rd e v e rd e azul v e rd e verm elh o azul laran ja verm elh o azul verm elh o v e rd e Total de erros: Duração em segundos: . . ... s v erm elh o v e rd e azul laran ja v erm elh o laran ja laran ja v erm elh o v e rd e azul laran ja azul azul v e rd e v erm elh o v e rd e v e rd e laran ja v e rd e azul laran ja verm elh o azul verm elh o v erm elh o laran ja verm elh o laran ja verm elh o v e rd e azul verm elh o laranja v e rd e azul v erm elh o laran ja v e rd e azul laran ja v erm elh o laranja v e rd e azul v e rd e v erm elh o v e rd e azul azul v e rd e azul v e rd e laranja v e rd e laran ja laran ja v e rd e azul v e rd e azul v erm elh o azul verm elh o laranja laran ja v e rd e laran ja verm elh o laran ja azul v e rd e verm elh o azul v e rd e azul v e rd e laranja v e rd e laranja verm elh o v e rd e verm elh o v e rd e laran ja v erm elh o azul verm elh o azul verm elh o laran ja v e rd e laran ja v e rd e verm elh o azul v erm elh o verm elh o v e rd e azul laran ja v e rd e verm elh o laran ja v erm elh o azul laran ja laranja v e rd e laranja azul v e rd e verm elh o laranja azul v erm elh o verd e azul v erm elh o laran ja azul laran ja verm elh o azul azul v erm elh o v erm elh o azul v e rd e laran ja azul v e rd e laran ja verm elh o v e rd e verm elh o v e rd e laranja azul verm elh o laran ja v e rd e azul verm elh o v e rd e azul laran ja azul laranja verm elh o azul v erm elh o azul verm elh o v e rd e azul v erm elh o v e rd e verm elh o laranja azul laran ja azul v e rd e azul v e rd e laran ja v e rd e laranja v e rd e azul v erm elh o laran ja verm elh o azul v e rd e laran ja Total de erros.250 A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Folha de Registro FR-1A para uso com a Ficha AST-1 Alunos: Grupo: Hora de início: h min. Duração em segundos:.. s Hora do térm ino: h min..... s Hora do térm ino: h min......... s azul laran ja v erm elh o azul v erm elh o v e rd e v e rd e azul v e rd e v erm elh o laran ja verm elh o v e rd e laran ja azul v e rd e azul laran ja laranja azul laran ja v erm elh o laranja v e rd e verm elh o laranja v e rd e laran ja v e rd e azul verm elh o v e rd e azul v e rd e laran ja v e rd e laranja v erm elh o laran ja azul verm elh o azul v e rd e azul v e rd e verm elh o azul laranja verm elh o v e rd e verm elh o azul v e rd e verm elh o azul v erm elh o v e rd e laranja verm elh o v e rd e laran ja v e rd e azul v e rd e laranja azul v e rd e verm elh o laran ja azul v e rd e v erm elh o v erm elh o azul v e rd e laran ja azul v e rd e v e rd e laran ja verm elh o v e rd e laranja verm elh o laranja verm elh o azul v erm elh o v e rd e azul azul v e rd e verm elh o v e rd e azul laranja azul verm elh o v e rd e laranja azul v e rd e v erm elh o v erm elh o azul v e rd e azul verm elh o laranja laranja v e rd e verm elh o v e rd e azul laran ja azul v erm elh o verm elh o azul laran ja verm elh o v e rd e laran ja laranja laran ja azul verm elh o azul azul laranja v erm elh o laranja azul verm elh o azul v e rd e laran ja azul laran ja v erm elh o v erm elh o azul laran ja verm elh o v e rd e azul laran ja laranja azul verm elh o laran ja v e rd e verm elh o laranja verm elh o v e rd e laran ja v e rd e azul v erm elh o laranja azul verm elh o v e rd e azul v erm elh o laran ja laranja verm elh o v e rd e laranja v e rd e azul v e rd e azul v e rd e Total de erros:..... O QUE F A Z E M O S Q U A N D O EM CONFLI TO? Folha de Registro FR-2A para uso com a Ficha AST-2 Alunos: Grupo: Hora de início: h min..... Duração em segundos: .. ------.! 1 AST-2 ! N CC -2 Suj.2 ! Total ! Grupo IV NCC-1 PNC-1 N CC -2 ! PNC-2 AST-1 NCC.-------------. NCC-2 j PNC-2 Suj.-. j ---------------------. ! Grupo IV NCC-1 PNC-1 N C C -2 PNC-2 AST-1 1 NCC-1 j AST-2 . NCC-2 NCC. ! Suj. 1 5 Suj. 2 ! í Total ! i .----— ------------.! PNC-1 ! NCC-2 T PNC-2 Suj. 2 ■ Total Grupo III PNC-1 NCC-1 PNC-2 I N CC -2 NCC-1 > AST-1 .i A ANÃLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Modelo de Folha de Registro Geral da Classe ERROS Prim eira E ta p a Segunda Etapa Grupo i A5T-1 NCC-1 AST-2 NCC-2 NCC-1 i PNC-1 .. ! 1 ! Suj.----------------. 1 ! . PNC-2 i N C C -2 Suj.-- Tota ! TEMPO DE REALIZAÇÃO DA TAREFA (em segundos) | Prim eira Etapa Segunda Etapa Grupo 1 AST-1 NCC-1 AST-2 . 1 1 'j■ Total ! . 2 .I ----------------- Total G rupo II NCC-1 AST-1 N CC -2 j AST-2 PNC-1 NCC-1 .----------------. N CC -2 1 AST-2 Suj.--------------------.. 2 ---------------------. 2 ! i ' 1 i í 1 Total Grupo II NCC-1 " AST-1 í N CC -2 AST-2 PNC-1 I NCC-1 i PNC-2 1 N C C -2 Suj. . 1 ! S uj... 1 Suj. Suj. 1 I Suj.---------. AST-1 . N C C -2 ! AST-2 Suj. N C C -2 Suj.L ----------. 2 -----. 1 Suj. 2 Total Grupo 111 PNC-1 NCC-1 PNC-2 N C C -2 NCC-1 .-----4--.-------.1---------------..j ----------. -------------------. . . ou seja. 3. idem das prim eiras apresentações de Nomes de Cores em Cores (NCC-i). Usando dados médios dos quatro grupos construir tabelas e histogra­ mas que permitam a análise do efeito da ordem de apresentação de cada estímulo. . Se você anotou o tempo em minutos e segundos transforme-os em segundos. a) erros na prim eira etapa: . . em cada etapa (não esquecer dos títulos das tabelas e dos histogramas). 2. Há efeito de ordem da prim eira para a segunda apresentação de cada estímulo? Este efeito depende da etapa do estudo? Depende da natu­ . no espaço referente a seu grupo. c) tempo de realização de cada tarefa na prim eira etapa: . . . idem das segundas apresentações de Palavras Neutras (PNC-2). . d) tempo de realização de cada tarefa na segunda etapa: . . idem das prim eiras apresentações de Palavras Neutras (PNC-i). idem das segundas apresentações de Nomes de Cores em Cores (NCC-2). b) erros na segunda etapa: . idem aos cálculos feitos em a). idem das prim eiras apresentações de Palavras Neutras (PNC-1). . um a para erros e outra para tempo). 4. média das prim eiras apresentações de Asteriscos (AST-i). Transcreva os dados para as Folhas de Registro Geral (atenção! existem duas folhas.média das prim eiras apresentações de Asteriscos (AST-i). idem das segundas apresentações de Asteriscos (AST-2). idem das segundas apresentações de Palavras Neutras (PNC-2). em segundos”). . Some todos os erros cometidos para cada conjunto de estímulo e escreva na respectiva Folha de Registro. idem das prim eiras apresentações de Nomes de Cores em Cores (NCC-i). idem das segundas apresentações de Nomes de Cores em Cores (NCC-2). O Q UE F A Z E M O S Q U A N D O EM C ONF LI T O? 253 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS REFERENTES À PRÁTICA 17 1. que permitam a comparação dos dados da pri­ meira e da segunda apresentação de cada estímulo. Com os dados dos quatro grupos em mãos o professor pode optar por fazer os cálculos indicados abaixo. idem aos cálculos feitos em b). ou pode solicitar que os alunos o façam (é conveniente trabalhar com duas decimais para “erros” e com um a decimal para “tempo de execução da tarefa. idem das segundas apresentações de Asteriscos (AST-2). DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Neste experimento quais foram as duas variáveis controladas? Quais foram as variáveis independentes controladas? E as dependen­ tes? Elas afetaram igualm ente 0 desem penho dos sujeitos? Com o 0 “conflito” foi afetado pelos diferentes tipos de estím ulos empregados? Que outra m edida (estatística) seria necessária para poderm os avaliar esses resultados? Que tipo de comparação é m ais relevante para a dis­ cussão do problem a “conflito” ? A natureza das variáveis envolvidas na situação de “conflito” é importante? . Isso ocorre em am bas as etapas? Isto ocorre igual­ m ente para todos os estím ulos? Para as duas m edidas? O que isso significa? 7. porém separe as médias considerando a prim eira ou segunda apresentação dos estím ulos. Os sujeitos cometem m ais erros quando dizem as cores de desenhos neutros. ou de palavras que nom eiam cores? Isto se m antém da prim eira para a segunda etapa? O que isso indi­ ca? O m esm o acontece quando se mede o tempo gasto na tarefa? O que isso indica? 6.■ A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO reza do estímulo? Depende da natureza da medida (erro ou tempo)? O que isso indica? 5. em cada etapa. Faça isso sem levar em conta se trata-se da prim eira ou da segunda etapa do exercício. Considerando-se ainda os dados do Item 3. verifique se o núm ero de erros (ou o tempo gasto) dim inui ou aum enta de um a apresen­ tação para outra. quatro grupo e duas apresentações por eta­ pa). e Nomes de Cores em Cores versus Palavras Neutras em Cores. de palavras neutras. O núm ero de erros durante a nomeação de Nom es de Cores em Cores é igual a depender da na­ tureza da outra tarefa sendo feita? Isso m uda da prim eira para a segunda apresentação? O que acontece com o tempo gasto? O que isso indica? ATENÇÃO: Como você vai estar comparando todo tipo de medida entre si. ou seja. use sempre a m esm a escala para seus gráficos! Não se esqueça dos títulos dos gráficos e das tabelas. Construa tabelas e histogram as (com títulos) que perm itam a comparação do desem penho sob os três estím ulos. Calcule a média geral para todos os grupos para cada etapa e cada estímulo (N=4. Monte tabelas e/ou histogram as com esses dados. Recalcule agora todas as médias gerais de modo a poder analisar 0 desem penho diante dos estím ulos Nomes de Cores em Cores versus Asteriscos. (1935) Studies o f interference in serial verbal reactions. A. Por que apresentar mais de um a lista de cada estímulo? Por que as condições experimentais e de controle (identifique-as) neste experimento foram alternadas? Por que fazer o experimento em duas etapas em vez de apenas uma? REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CATANIA. C. E. STROOP. um a vez que a variabilidade grupai pode obscurecer este fenômeno). Journal of Experimental Psychology. (1998)* Learning . O QUE F A Z E M O S Q U A N D O EM CONFLI TO? 255 A magnitude dos resultados com um m esm o tipo de estimulo é dife­ rente de um a ordem de apresentação para outra? É diferente de uma etapa para outra? Há um efeito de familiarização (o desempenho m elho­ ra com a repetição)? (Talvez os dados individuais do seu sujeitos sejam m ais adequados para se responder a esta última questão.4th edition. New Jersey: Prentice Hall. " Obra já traduzida para a Língua Portuguesa (veja o Apêndice I). 18. . 643-662. J. por universitários.. ele não introduziu ou retirou características da situação. Skinner a clas­ sificaria como um a variável de terceiro nível (1981). e algo que poderíamos denominar “difamação” ou melhor. escolheu ou não analisá-la. estaremos selecionando a classe socioeconomica a que pertencem os interlocutores (ou dizendo de maneira mais direta e transparente. A prática de hoje pode ser realizada com duas fontes de dados: ou cole­ tamos nossos dados de comportamento verbal observando em situação natural1 como duas pessoas interagem socialmente. se a disponibilidade de tempo e circunstâncias. ou coletamos nossos dados analisando diálogos extraídos de um a obra literária2. c) Variáveis sociais são importantes? a Prática 16 já vimos como o elogio de um a pessoa pode funcionar como um reforço para o uso. estaremos observando situações e registrando o comportamento verbal das pessoas presentes nessas situa­ ções. O elo­ gio. de diferentes pronomes. assim o determinar. diferentemente da água. um de observação do comportamento. Trata-se de um reforço secundário adqui­ rido no contexto lingüístico-cultural de um a comunidade. Na análise e interpretação desse comportamento verbal. Talvez a expressão “situação natural” devesse ser substituída por “situação do dia-a-dia” .. No primeiro caso. 0 professor pode decidir realizar apenas uma das atividades propostas. . recorrere­ m os a variáveis sociais. status. “ameaça de difam ação” . mas este já é assunto para um outro curso. No exercício de hoje não estaremos manipulando variáveis. apenas iden­ tificou-as e. como classe social. da comida ou do sexo não é um a variável filogeneticamente importante. em função disso. ou a habilidade dos alunos em termos de observação. estare- 1 Por situação natural aqui estamos nos referindo a um a situação sendo analisada que não foi construída pelo experimentador. se poderia discutir até que ponto a presen­ ça de um observador em uma situação já não é um fator de intervenção. e sim selecionada por ele. Na verdade. 2 Na verdade. realizados em laboratório. No segundo caso. sua análise será parcial. Você estará registrando e analisando parte do repertório verbal de a) pessoas de diferentes profissões e classes sociais em b) dife­ rentes situações. havendo tempo e disponibilidade. com anim ais e seres humanos). Você fará isso. Por meio dessa análise. por outro lado. nesta prática estaremos fazendo um a tentativa de análise sistemática e objetiva de relações interpessoais por meio do estudo das categorias de comportamento verbal observado durante essas interações. Em outras palavras. na feira ou no açougue. sem aces­ so a “patroas e empregadas”. nem sempre você poderá categorizar adequadamente o comportamento verbal das per­ sonagens lidas e observadas. analisando diálogos extraídos de um a obra prim a da literatura portuguesa (O Primo Basüio. na realização dessa análise funcional. portanto. Katia Irie Teruya teve a excelente idéia de sugerir a análise da obra O Primo Basüio. o que foi feito. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO m os identificando quem detém o poder de compra e quem vende sua mais-valia). Como se verá ao final dos exercícios. Prática Número 18 OBSERVANDO A O CO RRÊN CIA DE O PERANTES VERBAIS EM SITUAÇÃO DE INTERAÇÃO SOCIAL APRESENTAÇÃO Nesta prática. em seguida. sociais e econômicas . portanto. Para evitar esta limitação em nossa análise. . de Eça de Queiroz) e. por exemplo. obser­ vando e registrando a interação de um a empregada com sua patroa e com um vendedor. 1957).controlam o comportamento verbal dessas pessoas. Evidentemente que. você deverá inferir quais dessas variáveis . antes e depois de uma delas descobrir um fato difamante sobre a outra3. 3 Em 19 9 9 . As categorizações de comportamento verbal que estaremos usando (Skinner.físicas. inicialmente. ao tentarmos realizar esta primeira atividade em nosso curso na USP. você deverá realizar a atividade de coleta de dados fora do laboratório. estaremos analisando a interação verbal entre duas pessoas (de classes sociais distintas). Uma de nossas alunas. ao estudo do discurso das pessoas. nos defrontamos com uma série de dificuldades advindas do fato que a maioria dos alunos morava em “repúblicas estudantis” e. você não terá à disposição o conhe­ cimento de todas as variáveis atuando sobre o comportamento em ques­ tão e. representam um a aplicação dos princípios e conceitos da Análise Experimental do Com por­ tamento (extraídos portanto de estudos experimentais. É importante notar que falante e ouvinte possuem (devem possuir) um repertório verbal comum. em que ordem). Vale lembrar que. em sua velocidade e duração. O M an d o .Numa dada comunidade verbal. "Esperei" é seguido pela espe- . 35-146]. isto é. Primeiro há diferença nos estímulos que controlam 0 com portam ento verbal.Skinner (1957). sobre o comportamento do outro. o ecóico e 0 tato. New York. para Skinner.F. Apresentaremos a seguir um breve levantamento de alguns operantes ver­ bais. sobre o tom de voz empregado etc. e aguardar as instruções do professor sobre qual das duas realizará (ou se realizará ambas e. Segundo. 0 propósito desse levantamento é descrever relações funcionais possíveis entre o com portam ento verbal do falante (como uma variável dependente) e 1) os estímulos discriminativos que o antecedem e 2) as conseqüências que o seguem (como variáveis independentes). o mando. e mais detalhes sobre a vida pregressa dessas pessoas. Dito em palavras m ais sim ples. o comportamento verbal de alguém só é reforçado pela intermediação de um ouvinte (pessoa ou grupo). VARIÁ VEIS SOCIAIS SÃO IMPORTANTES? necessitaríamos de registros mais prolongados. na form a ou topografia do com portam ento. A leitura do texto é essencial para você poder desen­ volver um instrumento de categorização das verbalizações registradas. há diferença no sistema de resposta envolvido (vocal ou motor). Este não é o objetivo manifesto nesses exercícios. o comportamento verbal se distingue dos demais apenas porque seu efeito ocorre principalmente sobre o ambiente social. na unidade mínima de resposta. é este “outro” o responsável por prover 0 reforço para aquele que em itiu o com­ portamento verbal sob análise. sobre o próprio ambiente físico e social no qual vivem. Aliás. Appleton-Century-Crofts. apenas aquelas míni­ mas necessárias para a identificação básica de algumas categorias verbais. pp. embora talvez m enos precisas. Após ler o texto a seguir. você deverá ler as instruções das duas atividades recomendadas para esta prática. de B. Quando 0 leitor observa os diferen­ tes tipos de com portam ento verbal. nota diferenças em dois aspectos princi­ pais. na m agnitude ou intensidade do operante. nesse caso. "ALGUNS TIPOS DE COMPORTAMENTO VERBAL [resumido e adaptado de Verbal Behavior. Não abordaremos aqui todas essas diferenças. especialmente treinado por um a comunidade verbal. F. 1957. Skinner. sobre algumas das categorias de operantes verbais descritas por B. certas respostas são caracte­ risticamente seguidas de certas conseqüências. Isso deve ser feito apontando todos os eventos relevantes nos com portam entos de ambos . empregare­ mos o term o M ando. é seguido pela saída de alguém. e nós podemos aum entar a probabili­ dade de sua ocorrência criando tal condição. "D o c e !". ainda. e as contingências reforçadoras devem explicar a origem e a manutenção do com portam ento de ambos. pode ser definido com o a) um operante verbal em que a resposta é reforçada por uma conseqüência espe­ cífica e b) que ele está sob controle de determinadas condições de privação ou de estimulação aversiva que atuam sobre o falante. então.. Em uma análise com- portam ental. "Passe o sa l\" específica uma ação (passar) e um reforçador (o sal). isto é. esquivar-se de prováveis conseqüências aversivas por não fornecer o pão. é caracteristi­ camente seguido por uma conseqüência.. ou pode obter um eventual reforço por parte do falante por entregar o pão (SR°).■ A ANALISE DO C O M P O R T A M E N T O N O L A B O R A T Ó RI O D I D Á T I C O ra de alguém e "S h. podemos concluir que o mando.falante e ouvinte . Quando um com portam ento é reforçado de uma determinada maneira.. reconhecendo a existência de certos determinantes. O mando do falante ("Pão p o r favor". tem o mesmo efeito que abrir uma porta e empurrar a pessoa pela porta afora. ou seja... Algumas vezes é conveniente se referir a esta relação dizendo que um mando "especifica" seu reforçador (ou o estímulo aversivo a ser evitado ou rem ovido). Quando um operante verbal. Existem paralelos não-verbais: "F o ra l"..Sh\" é reforçado por meio da redução de uma condição aversiva. O primeiro intercâm bio tem lugar quando a mera presença do ouvinte proporciona a ocasião (SDF) para o mando de um falante fam in to ("Pão p o r favor").. Um mando. "Sh. entre a form a desse operante e o com por­ tam ento do ouvinte que produzirá este reforçador)."Espere!". não basta considerar somente a resposta inicial do falante. dando o pão (R°). O mando. No caso do mando. especificam o com portam ento do ouvinte e o reforçador para o falante. de uma determinada form a. Consideremos um episódio em que uma pessoa pede pão à outra. a privação ou estimulação aversiva responsável pela força de cada evento deve ser especificada. sua probabilidade de ocorrer no com portam ento do falante é função da privação associada com este reforçador.Sh!'. Grande parte do com portam ento ver­ bal de crianças pequenas é dessa espécie. "Sh. fazendo barulho. RF) fornece uma ocasião em que o ouvinte pode. em geral. precisamos analisar o episódio total da fala. (d) atua princi­ palmente em benefício do falante. O efeito do com portam ento do .S h\". O operante verbal "D o ce !" terá maior probabilidade de ocor­ rer depois de um período de privação de doce. que um mando é caracterizado pela relação peculiar entre a form a da respos­ ta e o reforçador recebido (isto é. por silêncio. c) Pode-se dizer. dizemos em análises sintáticas e gramaticais que ele representa o "m od o im perativo". Portanto. que. Para entender o com portam ento verbal. em sua seqüência tem poral adequada. Uma estimulação auditiva que fornece ocasião (SD0) para a resposta não-verbal do ouvinte de passar o pão. d) Pergunta .quando o com portam ento do ouvinte é positiva­ mente reforçado por outras conseqüências além daquelas implícitas no com­ portam ento do falante. como em "Seja um anjo e dê-me uma bebida". verifica-se que é característica de muitas culturas que o reforçam ento de um mando seja seguido por um operante verbal do falante que aumenta a probabilidade do ouvinte continuar a em itir aquela resposta produtora de reforço para o falante: "O b rig a d o ". reforçadores generalizados não estão associados a um estado espe­ cífico de privação. O controle de estímulo sobre o com portam ento verbal é exercido em alguns casos por estímulos verbais e. Além disso. b) Ordem . i)Lisonja . eles suplementam nossas suposições a respeito da motivação dos dois indivíduos. g) Per­ missão .quando o ouvinte está inclinado a agir de uma determinada forma mas é contido por uma ameaça. Tipos de mando: a) Pedido . o ouvinte escapa de uma estimulação aversiva. ao em itir o com portam ento especificado no mando. quando ouvida pelo falante. nestas circunstâncias. em outros. e) Conselho . até certo ponto. o que explica. h) M ando Implícito .a inclinação do ouvinte em responder pode ser aumentada por lisonja ou elogio. Assim.quando.um mando que especifica uma ação verbal por parte do ouvinte. VARIÁVEIS SO CI AI S SAO I M P O R T A N T E S ? ouvinte sobre o falante é o de reforçar-lhe o mando pela apresentação de pão (SRF).quando o ouvinte já está.uma vez que o com portam en­ to verbal sob a form a de mando atua principalmente em benefício do falante. mandos repetidos provavelmente geram contra-controle por parte do ouvinte. Esta segunda estimulação auditiva fornece um reforçador para o ouvinte (uma promessa de dívida?). o mando que cancela a ameaça é comumen- te chamado de permissão.Uma grande parte do com portam ento verbal consiste em nomear ou descrever algo ou alguém. Esse estímu­ lo verbal pode tam bém contribuir para a ocasião de uma resposta verbal por parte do ouvinte ("D e nada") que. Estes dois últimos intercâmbios não são uma parte integral do mando. seu controle antece­ dente não é tanto por um estado de privação. f) Aviso . o com portam ento de passar o pão. Tendo como critério a semelhança entre a form a do estímulo e a da resposta. O Ecóico . e seu reforço é um reforçador generalizado. por não-verbais. motivado a reforçar o falante. como por um estímulo discriminativo ambiental. por outras razões. Como sabemos. . o caráter do mando pode ser amenizado: a resposta "Á g u a \" não é tão provável de ser bem-sucedida quanto a resposta "Estou com sede" ou "Posso beber um pouco de á g u a ? ". sendo que este operante verbal não pro­ duz um reforçamento específico para o falante. reforça a res­ posta "O b rig a d o ". c) Súplica - quando o com portam ento do falante gera uma disposição emocional no ouvinte.quando o com portam ento do ouvinte é reforçado por reduzir uma ameaça implícita no mando. a resposta do organismo.a 2t32 A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO podemos dividir o com portam ento verbal sob controle de estímulos verbais em cinco categorias: ecóico. Portanto. Sons produzidos pelo próprio falante . cópia. um evento.Na análise de qualquer com portam ento há três eventos a serem considerados: a condição antecedente. Isto acon­ tece quando um operante ecóico foi freqüentemente pareado com reforço. parece razoável supor que a aquisição pela criança da resposta ecóica " Boneca" seja um evento que atua como reforçador para o com portam ento da mãe. O com portam ento do falante gera um padrão sonoro similar àquele do com portam ento verbal do modelo. o operante verbal Ecói­ co. no caso de mandos. e uma condição conseqüente.são ditos auto-produzi- dos.a criança . de maneira que o próprio operante adquiriu valor de reforçador condicionado. eles podem também funcionar como SDs para o falante de maneira que o primeiro som pro­ duzido controle o segundo som auto-produzido. isto é. ditado e textual4. a mãe como ouvinte está treinando a criança (o falante) a ecoar. na presença do qual a vocalização da criança é reforçada se houver uma corres­ pondência entre o SD e a R. apresentando um reforçador (“ M u ito bem") contingente à ocorrência da resposta vocal da criança igual à sua resposta vocal. Por meio da estimulação auditiva que estes sons produzem. mesmo que haja uma correspondência ponto por ponto entre o estímulo e a resposta. É im portante notar que quem ecoa é o objeto de nossa análise. e a criança diz "Boneca" e a mãe lhe sorri ou diz "M u ito b em " (refor- çador generalizado). Para uma descrição das demais veja-se Matos (1992). No exemplo anterior. estiver presente durante o episódio verbal sob análise). Uma audiência. e assim por diante. Em operantes ecóicos. para conside­ rarmos uma resposta ecóica. A vocalização inicial da mãe produz um SD auditivo. podem ser antecedentes (não-verbais) para o com portam ento verbal. é um estado emocional ou m otivacional. o falante. há uma correspondência ponto por ponto entre resposta e estímulo. um animal etc. O com portam en­ to verbal sob o controle de tais estímulos é tão im portante que é freqüente- 4 Devido aos objetivos da presente prática descreveremos aqui apenas a primeira categoria. O Tato . Temos um exemplo de com portam ento ecóico quando a mãe diz à criança "Diga bone­ ca" (SD). É importante lembrar que uma resposta pode ser considerada ecóica somente se o estímulo ecoado estiver presente imediatamente antes da resposta (isto é. O operante ecóico é a base para o desenvolvimento poste­ rior de repertórios verbais mais complexos. Con­ tudo. não basta que a pessoa repita o que alguém disse há algum tempo. O operante verbal ecóico é o caso mais simples de com portam ento verbal sob controle de estímulos verbais. um objeto. existem operantes verbais que não são controlados por antecedentes verbais. . o estímulo antecedente é verbal. Portanto. ou seja. intraverbal. ou "descreve" sua variável controladora (a única relação funcional útil é expressa na afirmação de que a presença de um dado estímulo aumenta a probabilidade de ocorrência de uma dada resposta. Grosso modo. o estudante de zoologia é reforçado quando diz " Peixe teleóstele". o mando permite ao ouvinte inferir algo sobre as condições internas (de privação ou do estado emocional) do falante. Entretanto. Dizemos infere porque ele realmente não tem acesso a elas. ou mesmo de uma figura deste. por exemplo). Nesse caso. declara. por exemplo). a relação essencial entre a resposta e o estímulo controlador é precisamente a mesma que no com portam ento ecóico (e nos demais que tam bém são controlados por estímulos verbais. ele apresenta uma mnemónica do com portam en­ to "que entra em co nta to" com o m undo físico. 9 Y M . Sinal. a resposta se refere à. . Um tato pode ser definido como um operante verbal em que uma resposta específica do falante é evoca­ da por um determinado objeto ou evento.! S.YE. esta resposta passará a especificar uma propriedade do estímulo (a propriedade de ser um cachorro e não um gato). Pode ser tentador dizer que. mas essa é também a essência do tatoI). na presença de um objeto (uma boneca. e. nomeia. O term o "Tato" será utilizado em tais casos. cópia. ou quando. ou por uma propriedade do objeto ou evento. O tato emerge com um operante verbal da maior importância devido ao controle característico exercido pelo estímulo discriminativo e sua origem: este controle é estabelecido pela comunidade verbal reforçadora. Símbolo e outros termos da lógica e da semântica levam-nos a esquemas de referência e enfatizam m uito mais a resposta verbal em si do que a relação controladora. O fato de um tato ser em itido pode depender de outras variáveis. na presença de um cachorro. por exemplo) estamos estabelecendo um controle discriminativo desse estímulo sobre essa resposta (outra comunidade estabele­ cerá o mesmo controle para a resposta "d o g ". independentemente das circunstâncias externas. uma criança freqüentem ente recebe algum tipo de reforço generalizado ao dizer "Boneca". nesse caso. denota. por exemplo). Ao reforçarmos uma dada resposta na presença de um dado estímulo (a resposta “ A u-au". enquanto o tato permite ao ouvinte supor algo sobre as circunstâncias em que ocorre o com­ portam ento do falante independentemente de suas condições internas5. diante de um peixe teleóstele. o ouvinte infere sobre essas condições. ou descreve seu estímulo.Á. mas. no tato. É improvável dizermos que uma resposta ecóica "m enciona".SOCIAís SÃO IMPORTANTHS? 263 mente tratado com exclusividade nos estudos da linguagem e nas teorias de significado. Não há um term o adequado para esse tipo de operante.. ditado ou intraverbal). A contingência de três termos nesse tipo de operante é exemplificada quando. menciona. sempre 5 Isso não exclui a possibilidade de que um falante possa emitir um tato acerca de suas condições internas (Estou com fome.1. como o textual. O rom ance O Primo Basüio analisa as relações dentro do casam ento e o comportamento da pequena burguesia lisboeta. antes (Situação 1) e depois (Situação 2) da descoberta das cartas comprometedoras. ampliando seu contato com o ambiente. seduzida por Basílio. decide-se por usar um guarda-chuva ou. recém-chegado do exterior.■ A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO que ele fo r emitido. durante um a ausência m ais prolongada do marido. do escritor português. mais prudentem en­ te. o trai. ficar em casa). há uma ventania forte. Luísa (a patroa do expe­ rimento) é um a m ulher romântica e sonhadora. podemos dizer que o com portam ento na form a de um tato funciona para benefício do ouvinte. sem distor­ ções. A trama continua. Eça de Queiroz. O tato é principalmente útil para o ouvinte por inform á-lo sobre condições às quais pode não ter acesso (o ouvinte acabou de acordar e. além disso. não torna este exercício inválido. Educada sob influência de frouxos princípios m orais e religiosos. que primava por retratar a realidade de form a objetiva. Na adolescência. imaginativa e entediada. O fato desses dados serem fictícios. m as para nossas finalidades é suficiente a transcrição dos diálogos entre Luísa e Juliana. escola literária da segunda metade do século XIX. hom em mais velho e rico. procurando apontar as falhas nessa realidade como form a de esti­ m ular a m udança das instituições e dos comportamentos hum anos. Trocam um a reveladora correspon­ dência am orosa e Juliana. seguindo os padrões burgueses de sua fam ília. Em termos gerais. casara-se com Jorge. isto é. e tal com portam ento é estabelecido na comunidade verbal por esta razão. Luísa nam orara seu prim o Basüio. fiel. Trata-se de um a obra perten­ cente ao Realism o. digo "U m tem poral se aproxima"). retirados de um a situação fictícia. a empregada. à sem elhança da perso­ nagem na qual foi inspirada. a conselho de um a tia. m as não casara com ele. Em m a Bovary. tendo acesso aos tatos do falante. apodera-se de algum as das car­ tas e passa a chantagear Luísa. apesar de não amá-lo. a sua form a é determinada somente por características específicas do ambiente (quando nuvens negras se aproximam digo "Vai cho­ ver". se. INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PRIMEIRA ATIVIDADE ANÁLISE DE U M A INTERAÇÁO SOCIAL EM U M A OBRA DA LITERATURA Você analisará as transcrições de diálogos extraídos da obra O Primo Basüio. . romântica. Tra­ balha como empregada doméstica em período integral para a primeira participante. estão os diálogos a que nos referim os. O marido goza de boa situação financeira. tanto porque a patroa passa a evitar a em pre­ gada. assinale “Outros” . caucasianas. transcritos a seguir. não chegou a concluir o 1° grau escolar. e tentará categorizar as falas de cada um a das personagens nas categorias verbais de mando.. sem filhos. Editora Itatiaia Limi­ tada. adultas. e pertence à alta burguesia. É solteira. A prim eira (Pi). Observe tam bém que a freqüência de diálogos entre as duas m ulheres dim inui após a descoberta das cartas. Não possui atividade de trabalho remunerado. Note que apenas foram transcritos os diálogos. de Eça de Queiroz. porém é alfabetizada. naturais de Lisboa. 1987. ecóico e tato. consulte as sugestões de tratamento e análise dos dados para completar seu trabalho relativo a esta atividade. quando em dúvida ou quando a verbalização pertencer a outra cate­ goria. A segunda participante (P2) tem cerca de 47 anos de idade. 6 Os diálogos foram extraídos da segunda edição da obra O Primo Basílio. sem filhos. Participantes Duas mulheres.Situação Antes (P2 vem anunciar a visita de uma pessoa consi­ derada indesejável pelo marido ) P2: . A seguir. Juliana! Bem.Está ai a senhora L. VARIÁVEIS SOCIAIS SÃO IMPORTANTES? 265 Para a realização desta atividade você lerá os trechos selecionados do romance de Eça6. vá. foi contratada pelo marido em gratidão pelos cuidados que tivera com a tia m oribunda deste. é casada. tem aproximadamente 25 anos. Trechos em que o próprio narrador relata um a interação verbal entre as personagens não foram transcritos. Após esse processamento inicial. isto é. mais jovem. . e as páginas indicadas correspondem às da referida edição. e um a breve descri­ ção dos “participantes”.. das personagens. Dados Página 16 . completou o liceu (nosso 2° grau). Portugal.Situação: Antes (Pi cobra de P2 peças de roupa que deveriam estar prontas) P i: . como porque esta passa a gastar a maior parte do tempo passeando e visitando pessoas. Veja como se arranja! Os coletes hão de ficar à noite na mala! Página 17 .Tanto lhe recomendei. Situação: Antes (após a primeira viagem do marido) P i: ..Situação: Antes (após 0 marido saber da visita indesejável) P i: . Página 21 . Passei a noite em claro.Está claro que não! Tola! Quem lhe diz que era segredo? E para que m andou entrar? Não lhe tenho dito muitas vezes que não recebo a senhora L.. Pi: .A senhora dá licença que eu vá logo ao médico? Pi: . E não se demore. Credo mulher. . mulher. mulher! Estão a bater há um a hora! P2: . Pl: . Página 24 .Aquele sujeito de ontem! Pi: .Mente! Cale-se! Página 45 .. mas não se demore. vá! Página 66 .Hem? A senhora L. já lhe disse. P2: .? Para que mandou entrar.A senhora não quer luz? Pr.? P2: .Para que foi você dizer quem esteve ou quem deixou de estar? P2: .Está bom. Mais! O que é que você tem? P2: .Juliana! Juliana! Pl: . hem? Página 35 .■ A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO P l: . Você parece a im agem da morte.Mande entrar. m inha senhora.Situação: Antes (alguém toca ã porta e P2 demora a atender) Pi: . P l: .Todos. vá. . Puxe-me essa saia atrás. m inha senhora. Página 69 .Enjôos.. m inha senhora.Situação: Antes (P2 vem perguntar algo a Pi) P2: .A senhora nunca m e disse nada.Vá-se.Você não ouve. não? Pl: . Mas arranje tudo antes.Pensei que não era segredo. diga-lhe que já vou.Vá.Situação: Antes (Pl devaneia pensando em Basüio e P2 entra no aposento às escuras) P2: .O vento abrandou? P2: . Pi: . Hão de ficar à noite na mala antes de se ir deitar.. peso no coração..Situação: Antes (P2 se prepara para sair) Pl: .Pois sim.Que é? P2: .A senhora não precisa mais nada.Está a noite muito bonita.A senhora sempre quer que engome os coletes todos? Pl: .Ponha-a no quarto. . Página 78 ..Quando a senhora quiser o chá.Não.. haviam de ser nove horas.Não. não disse para onde. . P2 entra) P2: . que entre... Pl: .Situação: Antes (após uma visita de Basílio. Mais tarde Página 111 .Que lhe disse? P2: . Página 97 .Não.Credo..A senhora não quer chá? Pi: .. P2: .. Como não sabia. Não quis entrar. Pi: .Situação: Antes (P2 passa mal e Pi vem saber a razão da como­ ção) P2: . P i: .Quem tocou há bocado? P2: . Pi: .Veio aí o senhor S. abra as janelas. J Depressa! Página 138 . Vá pôr um xale para acompanhar a senhora L ... P2: ..Situação: Antes (Pl se arruma.. Esteve a conversar comigo o senhor S. Página 81 .. mulher. disse que voltava. após uma visita de Basílio) Pi: .? Mande entrar. Se a senhora não precisa de nada.Ouça.Foi a pontada.O senhor C.Olhe. Mando entrar? Pi: . Esteve a conversar por mais de m eia hora!.. ou alguém.De certo! Página 88 . na sala e mais tarde no quarto) P2: .Vinha saber se queriam luz.Que a senhora tinha saído com a senhora F..Situação: Antes (Basílio vem visitar P i) Pi: .Situação: Antes (ao abrir uma porta Pi depara-se com P2) Pi: .Situação: Antes (Pl devaneia pensando em Basílio.Está ali o sujeito de costume.Vá... se vier o senhor S..Ah..Situação: Antes (Basílio e Pl estão conversando na sala e chega uma visita) P2: ... vou ao médico. que susto. VA RIÁVEI S SOCIAIS SÃO IMPORTANTES? Página 77 .Situação: Antes (P2 comunica que um velho amigo do casal esti­ vera na casa) P2: . vá! Página 135 .. Pi: . Meu primo B....Foi o senhor S... no quarto. P l: . im aginei que nada servia.Situação: Antes (ao acordar Pi recebe uma carta de Basüio) P2: . diz que vem do hotel.Que diz você? P2: . rua. Pi: .Foi um papel que eu atirei para o caixão.A senhora faz favor? Esta carta.■ A ANALISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Pl: .Como a senhora costuma vir sem pre mais tarde. perdeu-se algum papel? Pi: . E não querendo.Hei de sair se eu quiser! Se eu quiser! A senhora não m e faça sair de mim! A senhora não me faça perder a cabeça! Olhe que nem todos os papéis foram para o lixo! P i: . m inha senhora. sabe que mais? Não estou para a aturar! P i: .Ah! Deixe ver! Página 148 .Que as cartas que a senhora escreve aos seus amantes tenho-as eu aqui! . P2: .E está à espera da resposta.Estava agora.Situação: Depois (P i se atrasa e perde um encontro com Basüio) Pi: . fazem-se-lhe as contas! P2: . P i: .Que estava agora..Quem anda aí? P2: . como é costume. não tem resposta. sou eu.No barril do lixo. Página 146 . Muito boas noites.Situação: Depois (Pi recebe uma carta de Basüio) P2: .Que lhe importa a que horas eu venho? Que tem você com isso? A sua obrigação é arrum ar logo que eu m e levante. que estive a fechar a sala.. Vão para 0 quar­ to. ela amassa ejoga a carta no cesto de lixo. P2 varre 0 aposento.Bem. Pi volta) P i: .Credo mulher! Não é necessário fazer mistérios! Página 189 . m inha senhora.Despejei.Saia! Saia imediatamente! Nem m ais um momento nesta casa! P2: . m inha senhora. P i: .Então você ainda não arrum ou o quarto? P2: . Por que.olhe. m inha senhora! Página 139 .Você despejou o caixão dos papéis? P2: . Onde 0 despejou você? P2: . sim .Sou eu. m inha senhora. vejo eu! São três horas da tarde e ainda o quarto neste estado! P2: . Que vem do hotel. Pi: .Minha senhora! Minha senhora! É um criado com essa carta.Situação: Antes (Pi escrevia uma carta a Basüio quando 0 marido chega. está à porta. Pi: . estou farta! Vá buscar o dinheiro onde quiser.A senhora ou me dá seiscentos mil-réis ou eu não largo os papéis! Pi: . aparecer-lhe com tafularias por baixo. Mandei ao hotel esta tarde.Oh mulher. com a pontada no coração.. Mas a senhora pensa que me logram? Raios me partam.Que é. se quero um a gota de . todo o dia. é verdade. em vale de lençóis.Que fiz eu para isto. Nem cinco réis de menos! Tenho passado anos e anos a ralar-me! Para ganhar meia moeda por m ês. e é logo engraxar. VARIÁVEIS SOCIAIS SAO I V! P O R T A N T E S ? 269 Página 212-214 ~ Situação: Depois (Pi conta a Basílio sobre as cartas perdidas e ele decide viajar. quer ir ver quem lhe parece. sou um a ladra. m eu Deus? Que fiz para isto? P2: . suja. que por o seu amante se safar. ou tão certo como eu estar aqui. tudo que lhe apetece. arrum ar.Se a senhora pensa. passar.Seiscentos mil-réis! Onde quer você que eu vá buscar seiscentos mil-réis? P2: . boas sedas. nem canseiras.Ao inferno! Ou m e dá seiscentos mil-réis.. P2 vai visitar uma tia que a aconselha como fazer uso das cartas) P2: . para algum a cousa era! Queria pedir ao primo da senhora que me ajudasse! Estou cansada de trabalhar. mulher? P2: . varrer. apanhei a carta no cesto. e cá a negra. tirei as outras do gavetão. enquanto a senhora está de pânria! É que eu levanto-me às seis horas da m anhã. de m adrugada até à noite. labutar. para o inferno! E 0 criado ia à noite com as malas. e quero o m eu descanso. que há de ser falada em Portugal! Pi: . isto há de ficar assim? P i: . a matar-se.Pois que lhe parece? Que eu coma os restos e a senhora os bons bocados! Depois de trabalhar. H á um m ês que me ergo com o dia para m eter em goma. e a negra? A negra a esfalfar-se! P2: . sem cuidados.A senhora faz favor de me dar um a palavra? Então a senhora im a­ gina que isto há de ficar assim ? A senhora im agina que por o seu amante se safar. com 0 ferro na mão! E a senhora sai a passeios. estafo-me a trabalhar. e a senhora muito regalada.A senhora diz bem. o que desejava é que ele me ajudasse. isto há de ficar em nada? P i: .. É verdade! E foi para isto. O primo da senhora tinha desarvorado! Tinha ido para o lado dos Oli­ vais. tipóias. o seu marido há de ler as cartas! Pi: . Não ia fazer escândalo. engomar! A senhora suja. sua ladra? P2: . sabe que eu guardei as cartas.Senhora. pelo amor de Deus! P2: .. se não houver um a desgraça nesta casa. para me pagarem! A m inha vez havia de chegar! Tenho sofrido muito.Quanto você quer pelas cartas. lá vai... Quer que vá pôr a lamparina.. O que eu quero é 0 m eu dinheiro aqui escarrado.. P2: . naturalmente.Não. Eu voltei para fazer 0 meu serviço como dantes. se eu não for mostrar a carta ao seu hom em . credo. Quero fazer o m eu serviço. m inha senhora? Pi.. se depois de eu receber o m eu dinheiro esta boca se tornar a abrir! Pi: .Muito boa noite. um dia levando água para 0 quarto encontra P2) P2: . se não rua. e até lhe digo. eu já pedi perdão à senhora.Mas. e aqui tem os papéis. m inha senhora.Não. P l: . . . ou 0 papel há de ser falado! Ainda este teto me rache. que há de andar arrastada pelas ruas da amargura! P2: . .Situação: Depois (P2 deixa 0 emprego.. m inha senhora. sempre espero que a senhora faça o que prometeu. aos seus amigos. P2: .Está o chá na mesa. e de catar frincha por frincha. m inha senhora. e 0 que lá vai. tem a negra de desaparafusar a cama. trancada no quarto. quem mo dá? Tenho de o comprar! A senhora já foi ao .Pois bem.Não. m inha senhora! Por que não chamou? Pi: .A senhora chora! Tam bém eu tenho chorado muita lágrima! Ai! Eu não lhe quero mal. verdade. sem ter seguro o pão da velhice. aqui a criada sou eu. m eu quarto? É um a enxovia! A percevejada é tanta que tenho de dorm ir quase vestida! E a senhora se sente um a m ordedura..■ A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO vinho. que morta seja eu neste instante com um raio. Página 223 . talvez seja pior para todos. para o hospital.Situação: Depois (Pi passa a evitar P2. Quem m anda agora sou eu! P2: . certamente que não! Que se divirta.Oh. P2: . Página 221 . A senhora parece que tem medo de me ver. o m eu rico dinheiro. Espere uns dias. eu lhe arranjarei 0 dinheiro.Mas dê-me a senhora o m eu dinheiro. que goze! O que eu quero é 0 m eu dinheiro. U m a criada! A criada é o anim al! Trabalha se pode. Verdade.Não tem dúvida. mas depois decide voltar) P2: . m inha senhora! Isto assim não pode continuar. P2: . à vizinhança toda. Mas chegou-me a m inha vez. Agora se a senhora não quer saio e. Mas o que se passou foi um repente de gênio.Oh..A senhora não precisa de mais nada? Pi: . E lá largar as cartas não largo. é arranjar quem me ajude. que tem? Vá.O senhor Jorge volta amanhã.] Página 253..Pois pode estar certa que esta boca.Você vai sair? P2: .Lá isso. P i: . um a série de curtos episódios. em que P2 pressiona Pi para obter (e consegue). e aos poucos vai deixando de cum ­ prir com suas tarefas na casa. Página 229 .... Isto quando o senhor voltar é que são os ajustes de contas.Situação: Depois (na expectativa da volta de Jorge) P2: . Pi: .Oh. P2: . Pl: . móveis. Jorge viajando) Pi: .. [Ocorrem.É 0 que eu vinha dizer à senhora.Eu não estou para aturar o gênio de seu marido..Não! Fico. que era hoje 0 seu dia de folga.Mas. Pi: . primeiro. Pi: . quando Pi está passando a roupa) P2: . O que peço à senhora é que se for da sua vontade e me quiser ir ajudando. esteja certa! P2: . a cena seguinte ocorre. vá. Da m inha boca não há de vir mal a ninguém . O que eu quero é um bocadinho de pão para a velhice. Não posso deixar de sair.. Pi: .Quer alguma coisa..Situação: Depois (0 marido aborrecido com 0 estado de suas rou­ pas chama a atenção de P2 e sai.Mas as camisas.Eu a ajudarei.Situação: Depois (alguns dias depois. m inha senhora. agora.... m inha senhora! Eu não quero dar desgosto a ninguém . P2: . com os diabos. percebe senhora? Se quer..Eu vou sair. mas eu tinha tanta precisão de sair também.. P2: ..Então a senhora não decidiu nada? Pi: . Eu hei de arranjar. O que você quiser.. P2: . quem as engoma? P2: . V A R I Á V E I S S O CI AI S SÃO I M P O R T A N T E S ? 271 Página 224 .. Se a senhora não lhe custasse ficar só. sim. quem engoma as camisas? P2: ..Que é. depois roupas.Ah! Bem.A senhora J.Juliana! Mas você ao m enos nestes prim eiros dias. a maioria relatada pelo narador..Engome-as a senhora! Olha a sarna! . minha senhora? Pi: . P2: .Ainda não pude arranjar nada.Bem. P l: . um quarto melhor. Escute Juliana. Se a interação for interrom pida antes dos 10 m inutos.Então em que ficamos? Pi: . . vai-se. forneça estas in form a­ ções em seu protocolo de registro (ver a seguir). já se vê! E a senhora agora ouça! E a senhora agora é andar-m e direita. É pô-la na rua! Página 2gy . Fica ai o rol....É m andar J. ou em outro m om ento do dia. desavergonhada embora..Vem ver se lhe levo alguma coisa? E ainda cá me ficam quatro camisas.. Por hoje. o consentimento para o uso desse equipamento. por exemplo). ou entre diferentes participantes (para o caso de diferentes vendedores. previamente. No caso de um registro ocorrer ao longo de diferentes m om entos (com intervalos intervenientes sem a presença das duas pessoas que permita a observação de sua interação). pois isto alterará a validade de seus dados. Pi vai ao quarto de P2) P2: . por razões éticas. E quero as m inhas contas! P i: . obter.A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Página 2g6 . P2: .) P2: . não se vá.Situação: Depois (depois de Pi demitir J..Que saia já! O jantar faço eu.. e está tudo acabado. assi­ nale o fato e reinicie a observação e o registro tão logo a interação seja reiniciada. das pessoas envolvidas. Ao reiniciar um a observação. INSTRUÇÕES pARA A REAUZAÇÃO DA SEGUNDA ATIVIDADE ANÁLISE DE U M A INTERAÇÁO SOCIAL EM SITUAÇÃO NATURAL Para a realização da segunda atividade desta prática você deverá observar e registrar por 20 m inutos as interações verbais entre duas pessoas em duas situações distintas (10 m inutos para cada situação é suficiente). trabalhe apenas pelo período que faltava para com pletar os 10 m inutos.Situação: Depois (P2 briga com a outra criada. pois embora ele garanta um a maior fidedignidade de registro. Procure fazer 0 registro de forma discreta de modo a não interferir ou causar embaraços às pessoas observadas..A J. neste ou em outro ambiente. seria necessário. se não eu lhas cantarei.. Não recomendamos o uso de um gravador. por outras razões Jorge exige que Pi demita P2. Que quer mais? P2: .... Se você necessitou de vários protocolos para um a m esm a situação. Ao final dessa atividade prática. afinal nosso “ambiente” para efeitos dessa análise é a classe socioe- conômica do outro7). cozinha ou qualquer outro cômodo da casa. SITUAÇÃO 2 . m as junte- os para montar suas tabelas e análises. entre­ gue seus registros (protocolos). você pode registrar as interações da empregada com diferentes feirantes no curso de um único dia). açougues ou com vende­ dores ocasionais são em geral muito curtas e unilaterais e você precisará de várias sessões de observação para obter um a amostra com duração suficiente para sua análise. Isto significa que você deverá preencher vários protocolos de registro. apresente-os separadamente para efeito de registro. Não esqueça de m arcar o tempo de início e fim da m esma. Interações em padarias. juntamente com seu relatório. Se necessário. 7 Para verificar a veracidade dessa afirmativa seria interessante realizar as observações do fato em diferentes espaços físicos e comparar a freqüência das categorias verbais observadas em cada um. passe a limpo seu regis­ tro colocando cada fala de um a pessoa em um a linha. Nossa experiência é que estas interações são m ais ricas e prováveis de ocorrer em feiras de rua (nesse caso. . Preencha um protocolo de registro imediatamente antes ou im edia­ tamente depois de realizar sua observação. V A R I A V E I S SO CI AI S SÃO I M P O R T A N T E S ? 273 SITU AÇÃO l .Interações verbais entre algum(uns) vendedor (es) e a m esm a empregada doméstica. no curso de um dia de trabalho desta última (pode ser na sala. acompanhados de suas tabelas e análises (ver a seguir).Interações verbais entre um a dona de casa (“patroa”) e sua auxiliar doméstica (“empregada”). .......... Dê nome às tabelas....... ................. Conte o núm ero de frases e o número de palavras emitidas por cada um dos participantes... o aluno poderá comparar os resultados de ambas................. bem como o total da categoria........... Identifique em seu registro de observação a categoria do comporta­ mento verbal observado (mando....H ora: in ic io _______________ __ té rm in o ___ __ Pessoas observadas (id a d e aproxim ada.. Ao final............ Etc............... ... mas sua consecução deve ser feita em separado para cada ativida­ de....... Calcule um a razão de proporção S 1/S 2 para frases e para palavras...... ...... . ...... ...... 52: Registro (transcreva a fala de cada interlocutor): 52 .............. SITUAÇÃO (assinale) ..... 1 .. especifique-as...... ........ Monte um a tabela para a situação 1 e outra para a situação 2................................... Quando um a categoria possuir várias subcategorias (ou tipos)....... se quiser..... 2 Loca!:................ sexo» profissão) (não use nomes......... SI ..................... ... 2........... 1.......... ......... Dia: .... indicando os dados de cada participante. tato........ use os critérios e conceitos de Skinner (1957)..................... ....... Para realizar esta análise........ use códigos): S I : .................................... (Dica: pro­ cure identificar as condições antecedentes e conseqüentes das verba­ lizações)... TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS REFERENTES À PRÁTICA 18 Estas instruções valem para as duas atividades que compõem esta prática................ ........... A tiv id a d e : .■ A ANALISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO M O DELO DE PRO TO CO LO DE REGISTRO A SER PREENCH ID O PARA CADA SITUAÇÃO DE REGISTRO N o m e d o A lu n o : .......... outros)........................... ecóico........... ..... pp. para corrigir esta diferença.) e/ ou características das pessoas envolvidas. Compare-os. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS HOLLAND. 213.) SKINNER. 7. Anais da X X I Reunião A nual de Psicologia.. pp. vol. Belo Horizonte: Editora Itatiaia lim i­ tada. (1981). Descreva os dados das Tabelas 3 6 4 . SBP. ambiente físico etc. Science. Ribeirão Preto. vol.20 Edição. Seleção pelas conseqüências: um a análise teórica. m as também. é um a tarefa que a Psicologia só poderá realizar usando. 333-341. 7. F.G. SKINNER. Verbal Behavior. Conte o núm ero de ocorrências. emitidas por cada um dos participantes. relacionando-as a aspectos ou características da situação e/ou características das pessoas envolvidas. o núm ero de ocorrências pode variar de pessoa para pessoa. 501-504. (re­ impresso em 1984 no periódico Behavior and Brain Sciences. VARIÁVEIS SOCIAIS SAO IMPORTANTES? 3. . 4. Descreva os dados das Tabelas 1 e 2. B. Identifique os reforçadores que atuam em cada situação. indicando a freqüência (F bruto) de ocorrência para cada participante. M. vol. As categorias formais de comportamento verbal em Skinner. Como cada pessoa pode ter falas de diferentes durações em função de suas atividades. Compare-os. A. 195-208. reforçadores. QUEIROZ. (1984). pp. 1974). F. Monte um a tabela para a situação 1 e outra para a situação 2. G. F. (um behaviorista americano bastan­ te conhecido por suas pesquisas e estudos em educação) de que o estudo das relações de poder. não só os princípios comportamentais já conhecidos. SKINNER. MATOS. (1992). identi­ ficando quem detém o controle dos reforçadores (Holland. Con­ tudo. Selection by consequences. Holland. 5. 4. Are behavioral principies for revolutionaires? Behavior Modífication. (1987). São Paulo: Abril Cultural. calcule a porcen­ tagem de ocorrências de cada categoria (F percentual) em relação ao total de cada participante. B. Explique suas dife­ renças ou igualdades. (1957). Tendo as respostas dadas nos itens anteriores. Em Coleção Os Pensadores. J. Explique suas dife­ renças ou igualdades. New York: Appleton-Century-Crofts. B. deve ser um a tarefa da Psicologia. principalmente. autoridade e subm issão etc. pp. 477-481. por meio do estudo das relações de produção. o que você diria acer­ ca da afirmativa de J. relacionando-as a aspectos ou características da situação (tipo de atividade. diz ele. O primo Basílio . Identifique quem detém estes reforçadores. (1974). em cada categoria. 6. E. Dê nome às tabelas. entre indi­ víduos e entre classes sociais. discriminação e generalização de estímulos. analisem os porque a palavra “azul” (tal como usada por nós). o céu hoje está . constitui a base do pensamento científico e filosófico.d) Posso afetar o modo como uma pessoa decide ou pensa? egundo Catania (1998). Esses grupos de instâncias são as clas­ ses (abstrações ou conceitos) de que Catania fala. m as conseguim os sobreviver nesse m undo porque pensamos abstratamente. Usando e trabalhan­ do com estes princípios comportamentais. Dizemos. m as os discri­ mina dos estímulos de outras classes. poderemos ensinar um a pessoa a desenvolver o conceito prescrito nesta prática. estaremos articulando alguns dos tópicos estudados nas práticas de laboratório com ratos. Entender como form am os conceitos é muito importante porque. basicamente. conceito é um a classe de estím ulos tal que um organismo generaliza entre todos os estímulos na classe. Na verdade. esta é um a definição antiga. como os gregos antigos já haviam descoberto. representa um conceito. as características com uns são as dimensões dos estímulos sobre as quais generalizamos. Para tanto. como reforçamento dife­ rencial. pensar conceitual- mente. desde 1950 Keller e Schoenfeld já a haviam proposto. as características essenciais são aquelas dimensões sobre as quais discri­ m inam os esses estímulos de outros. Na prática de hoje. iremos tratar do processo pelo qual as pessoas for­ m am conceitos. Form ar classes. Exemplificando melhor. m as podemos aprender as características comuns e essenciais de grupos de instâncias. é entender como pensam os abstratamente. Vivemos em um mundo de instâncias. Não conseguiríam os aprender todas as particularidades de cada instância. ainda assim. Pare agora esta leitura e tente explicar para alguém porque o próprio termo “cor” representa um conceito. sei muito bem quando um a cadeira é um a cadeira. piscinas e calças. no caso. ou um a banqueta. assim que. ou que a banana é azul.). 1995). ou que a nuvem é azul. ou a calça esta “m arrom de sujeira”. nem uma m esa. o seu formato. a água daquela piscina é azul. ou a piscina está verde limoso etc. O que eu possuo é um a concepção (um conceito) do tipo de objeto que m elhor caberia ali. de ser alta ou baixa. m as reagi­ m os de modo diferente (empregando outras palavras) a outras proprieda­ des do céu. Sakamoto.usando o termo azul todas aquelas propriedades. material absolutamente inusitado para nós e. Ao lidarmos com conceitos. muitas vezes. e Wakita. não dizemos que o fogo é azul. Como aprendemos a diferenciar um a cadeira de outros objetos ao m esm o tempo que integra­ m os inúm eros objetos. os fatores responsáveis pela sua integração em um a classe. Tratamos como iguais . Neste tra- 1 Existe uma grande disputa na Psicologia.. mas não escolherei um sofá. m as que é amarela. m as que é branca. ou seja. na classe das cadeiras. de ser usada para sentar ou para colocar coisas. Esta é um a herança infeliz de um a Psicologia menta- lista. em nossos contatos com o ambiente. ao falarmos com um decorador dizemos “Tenho um a idéia do que desejo colocar aqui. “cadeira” também é um conceito.. . Nesse sentido. De acordo com a definição ante­ rior de conceito. Ao m esm o tempo. se possuir uma linguagem é uma condição ou não para formarmos clas­ ses conceituais. A origem dos conceitos está em nossas experiências. Mas hábitos lin­ güísticos são difíceis de serem abandonados. Ou melhor. Em um a exposição de arte moderna. do jeans e da piscina como um a classe1. o tamanho do objeto. azul é um conceito. sob a m esm a denominação de cadeira? Em outras palavras. Existe um a infinidade de cadeiras diferentes entre as quais provavelmente escolherei uma. da calça e da piscina (como quando o céu está cinza em um dia de tempestade. podemos nos deparar com um a cadeira em forma. com céus. e nem m esm o um a poltrona. ou sua cor. mal parecem ter as m esm as propriedades. feita de m adei­ ra ou de ferro. cor. esta calça jeans é azul. Independente­ mente de ter assento estofado ou não. como form am os conceitos? Um a pesquisa realizada por investigadores japoneses procurou estudar esta questão (Watanabe. Não é o material de que é feito. mas que é vermelho. a reconheceremos imediatamente como um a cadeira.m 278 A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T O R I O DIDÁTICO azul. é um a palavra com a qual designam os o fato que nos comportamos diante de certas proprieda­ des do céu. trata­ m os como azul diferentes estímulos que. muitas vezes bem distintos entre si. um a cadeira!” . freqüentemente falamos em “idéias” como se nossas idéias a respeito de algo fossem a origem dos conceitos que empregamos. Conform e concluíram os pesquisadores. de um fe­ nômeno de formação de conceitos e não de um a repetição do aprendido. os pombos m ostraram discrim inar as obras de Monet e Picasso e. Tratava-se. 0- P OS S O A F E T A R O M O D O C O M O U M A P E S S O A D E C I D E OU P E NS A ? 279 balho. poderia dizer que os pom ­ bos haviam sim plesm ente form ado cadeias ou seqüências comporta- mentais e não classes de estímulos. os anim ais “haviam decorado a quais pinturas deveriam responder de um modo ou de outro”. isto é.. usando este ou aquele disco. que não faziam parte daquele grupo de pinturas utilizadas durante o treino discriminativo (ver Prática 12). poderíamos dizer que estes anim ais estavam dando “nom es” às diferen­ tes pinturas).. Watanabe e seus colegas realizaram alguns tes­ tes adicionais. entre as pinturas expostas. sim plesm ente. Ao final deste treino. O controle de estímulos foi suficientemente forte e bem feito para expan­ dir os limites particulares das pinturas que com punham as classes origi­ nalmente treinadas. Ou seja. É como se os pombos tivessem formado os conceitos “pinturas de Monet” e “pinturas de Picasso” e. ao m esm o tempo. Seria o caso de alguém se perguntar se o treino discriminativo com Monet foi significativamente mais rápido que com Picasso. aquelas de autoria de cada um desses artistas. o comportamento dos pombos estaria demonstrando a formação de dois conceitos: “quadros por M onet” e “quadros por Picas­ so” . Em um desses testes. ao passearem visitando diferentes m useus pelo mundo. Em outras palavras. em um a linguagem m ais técnica. Em relação a estas pintu­ ras nunca antes vistas. dem onstraram genera­ lização entre as pinturas anteriormente conhecidas de cada artista e as novas pinturas sendo agora mostradas. um procedimento de reforçamento diferencial sob duas condições distintas de estím ulos antecedentes (ver Práticas 10 e 11). portanto. os resultados mostraram que os pombos também escolhiam correta e sistematicamente. Prevendo esta crítica. realmente. . A lguém poderia discordar dizendo que. m ostraram generalizar entre as diferentes pinturas de cada um desses pintores. pombos aprenderam a discrim inar pinturas de Monet e de Picas­ so após terem sido submetidos a um procedimento de discrim inação sim ples. os novos quadros apresentados. fossem capazes de reconhecer. os resultados m ostraram que os pombos bicavam um disco ilum inado na presença de pinturas de Monet e outro disco na pre­ sença de pinturas de Picasso (ao bicar os diferentes discos de resposta. afinal este último passou por tantas fases e influências ao longo de sua vida. os pesquisadores expuseram os sujeitos a pinturas de Monet e de Picasso nunca antes apresentadas e. m esm o sem conhecer todas as obras desses artistas. suficientem ente adequado para nossas finalidades didáticas. Os alunos que servirão como sujei­ tos não poderão ler antecipadamente o texto referente a esta prática. Os cartões deverão ser idênticos no que se refere ao desenho da estrela. por m eio de reforçamento diferencial. irem os em pregar um procedim en­ to sem elhante ao utilizado na pesquisa de Watanabe e colaboradores í 1 9 9 5 ).). A realização desta prática requer que o professor planeje-a antecipadamente. . estarem os lidando com um conceito sim ples. irem os m ostrar um a série de figuras. ou seja. aplicarem o procedimento proposto em pessoas que não fossem de sua turma de estudan­ tes. e a outra metade a de sujeitos experimentais. Os alunos trabalharão em duplas de forma que. algum as terão características com uns e poderão ser consideradas instâncias de um conceito. A pesar de sim ples. deverá haver um sujeito correspondente. Em linhas gerais. Além disso. para cada experimentador. pode-se estabele­ cer um conceito? MATERIAL Para a realização da presente prática. Para cada figura apresentada ao sujeito. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Prática Número 19 A FORM AÇÃO DE CO N CEITO S2 APRESENTAÇÃO Na prática de hoje. metade da classe assumiria a função de experimentador. e a disponibilidade de locais ade­ quados para a realização do experimento de tal forma que ele possa ser feito sem interferências. Antes de iniciar o trabalho. Será que. e as duplas isoladas entre si. nos perm i­ tirá dem onstrar que a formação de conceitos não é um fenôm eno espontâneo. irem os conseqüenciar diferencial - mente o seu comportamento de classificar a figura como ‘V erdadeira’ ou ‘Falsa’ (seja lá qual for a idéia de verdadeiro e falso que o sujeito pos­ suir). o professor deverá explicar as ins­ truções do exercício aos experimentadores na ausência dos sujeitos. Entretanto. por exemplo). dentre estas. a eles. Uma outra possibilidade seria os alunos realizarem a prática entre eles próprios. na função estri­ ta de experimentadores.Vam os solicitar a participação de colegas para serem sujeitos de nossa prática e. porém deve­ 2 NOTA AO PROFESSOR: Uma possível estratégia para a realização desta prática seria os alunos. tanto do ponto de vista científico como temporal. você deverá ter disponível um conjunto de 120 cartões contendo os contornos de um a estrela (do tipo ‘dois grandes triângulos equiláteros que se intersectam de tal m aneira que qualquer um a das pontas de um deles é cortada pela base do outro’) e um asterisco pintado de um a cor de destaque (azul. 0 professor deverá formar os dois grupos e designar suas funções. sem ruídos. o número de conjun­ tos de material de coleta disponíveis (cartões com figuras. folhas de registro etc. portanto. se estabelece a partir da história de contingências pela qual passa o indivíduo. todas dife­ rentes entre si. considerando o número de duplas a serem formadas. por exem­ plo. A distribuição dos asteriscos nessas dife­ rentes posições deverá ser equiprobabilizada. P O S S O A F E T A R O M O D O C O M O U M A P E S S O A D E C I D E OU P E N S A ? 281 rão diferir entre si quanto à localização e tamanho do asterisco. c. com indicação das regiões em que deverão estar desenhados (a. embaixo. pois a predominância de qualquer uma dessas características no material utilizado pode afetar diretamente nos­ sos resultados de modo indesejado para o propósito da presente prática. por exemplo. metade dos asteriscos que ocupam as posições “a” deveria ter tamanho pequeno e metade grande. 5 em cada um dos 6 triângulos). em 6 0 cartões). d). Isto é. em 6 0 cartões) ou grande (9 m m. os cartões irão também diferir com relação ao tamanho do asteris­ co. 30 (a) deverão mostrar o asterisco em qualquer um dos seis triân­ gulos menores formados pela intersecção dos dois grandes triângulos (idealmente. em cima. c Localizaçao dos asteriscos na estrela. portanto. Além disso. o asterisco poderá estar dentro (6o cartões) ou fora da estrela (6o cartões). à direita e à esquerda). e 30 (d) nos seis ângulos externos formados pela intersec­ ção dos dois grandes triângulos. mais em cima ou mais embaixo etc. isto é. a exata localização do asterisco deverá também variar (afastado ou perto das linhas. Em relação aos car­ tões que contiverem um asterisco fora da estrela. Para manter a equiprobabilidade destas características no conjunto de cartões3. 3 Manter a equiprobabilidade das características que diferenciam os cartões é um importante controle experimen­ tal. em igual probabilidade.) (ver ilustração adiante). do m esmo modo. e 30 (b) no hexágono central (no centro. . o asterisco poderá ser pequeno (3 m m de diâmetro. O m esm o deve ser respeitado para as demais posições. 30 (c) deverão mostrar o asterisco na ponta externa de qualquer um dos seis triângulos menores já mencionados. Em relação aos cartões que contiverem um asterisco dentro. b. e tamanhos relativos dos asteriscos . você deverá selecionar. no canto superior direito. com a estrela voltada para baixo. Ao iniciar a sessão. Logo em seguida. asterisco pequeno. os cartões deverão ser numerados. sob orienta­ ' ção do professor. Durante seu uso. Convide. a tarefa pode parecer difícil. que deverá ser um local silencioso. e finalmente ordenados de 120 a 0 1. . Antes de trazer o sujeito experimental para a sessão. no verso. eles deverão ser distribuídos ao acaso pelos dois parâmetros (posições relativas à estrela . Prepare a folha de registro. e o núm ero no verso voltado para o experimentador. de tal form a que não haja m ais do que três cartões sucessivos com o asterisco na m esm a posição. de uma avaliação de inteligência ou de personalidade. Eu vou lhe mostrar uma seqüência de figuras. os cartões deverão form ar um a pequena pilha sobre um a mesa. o sujeito a entrar no ambiente experimental. as seguintes in s­ truções ao participante: "O objetivo desse experim ento é verificar com o as pessoas se saem em uma tarefa do tipo "Verdadeiro" ou “ Falso". folhas de in s­ trução. em ordem decrescente. N o inicio. de forma alguma. PRO CEDIM ENTO Previamente ao início da sessão. mesa.■ 282 A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Confeccionados os cartões. Cada um deles poderá submeter os seus sujeitos à formação de um destes quatro conceitos aqui propostos. Tente acertar o máxi­ mo que vo cê puder. em confirm o se v o cê acertou ou errou. Em seguida. pausadamente. você deverá ler.interior e exterior . asterisco grande. de m aneira discreta. Q uero que v o cê diga "Verdadeiro" ou "Falso" para cada uma delas. a série de cartões ordenados e dispostos sobre a m esa como instruído acima.pequeno e grande). você deverá con­ ferir se a sala está arrum ada e possui duas cadeiras. A tare­ fa é muito simples. N ão se trata. lápis e borracha. nem mais do que três cartões sucessivos com o asterisco do m esm o tamanho (a folha de registro traz essa seqüência). Peça à pessoa que se sente à sua frente. asterisco fora da estre­ la. então. confortável e livre de interrupções. mas pros­ siga na tarefa independentem ente disso. um a das cinco características seguintes que classificam o conjunto de cartões4: asterisco dentro da estrela. isto é. Você entendeu? Podem os com eçar?" 4 O professor poderá formar quatro grupos de alunos para realizar esta prática. durante a experimentação. não use expressões faciais ou sorrisos. você deverá dizer. diga a ele “Quero que você diga ‘Verdadeiro’ ou ‘Falso’ para cada figura que eu lhe m ostrar” . Muito bem !’ etc. defronte um cartão com um asterisco grande. coloque o cartão sobre a m esa. ini­ cie com a apresentação dos cartões. considere para regis­ tro somente aquela que você conseqüenciou diferencialm ente (ver procedimento a seguir). dado que a característica asteris­ co grande foi selecionada. constituem. ao fmal da leitura das instruções. e assim sucessivam ente. m esm o que traba­ lhem com experimentadores diferentes. Pegue o prim eiro cartão pelo canto superior direito. ou expressões equivalentes. face para o sujeito. A outra ocasião será quando a pessoa d isser “ F a lso ” para um a figu ra que não corresp ond er ao conceito a ser form ado (Por exem plo. você deverá reforçar diferencialmente o desempenho do sujeito logo em seguida a suas respostas. recebam as m esm as instruções. na frente dos cartões ainda não utilizados. na presente prática. se a pessoa disser “V erdadeiro” . em duas ocasiões. defronte um cartão com um asterisco pequeno. se a pessoa disser “ Falso” . todos os cartões deverão estar com o lado com o desenho da estrela voltado para baixo. Se. ‘Errado’. desvire o cartão (estrela para baixo) e. ‘Correto’. Você pode fazer isso dizendo ‘Certo!’. bem como o seu tamanho (pequeno ou grande). Procure fazê-lo de modo natural. logo em seguida. apresente o segundo cartão. “ Certo” ). “ Certo”). você deverá dizer. Sendo assim . as qua­ tro características dentre as quais um a deverá ser submetida a reforça­ mento diferencial. Você deverá apresentar os 12 0 cartões começando com 0 cartão nQ1. . A Formação do C on ceito (reforçam ento diferencial) A localização do asterisco (dentro ou fora da estrela). logo em segu i­ da. evite muita variação de tom de voz. você deve se limitar a ler novamente as instruções sem fazer qualquer outro comentário. ameno. em seguida. Se o sujeito não se manifestar. w P O S S O A F E T A R O M O D O C O M O U M A P E S S O A D E C I D E OU P E N S A ? 283 Se o sujeito pedir mais esclarecimentos. estaremos garantindo que todos os sujeitos. o sujeito disser que as entendeu. É importante frisar que. exceto aquele que o experimentador estiver apresentando ao sujeito. Você deverá dizer “ Certo” . dado que a característica asterisco grande foi selecionada. Desta forma. Caso a pessoa dê m ais do que um a resposta. vire-o expondo o desenho da estrela. Após um a resposta. anote-a na folha de registro conform e instruções abaixo. U m a será quando 0 sujeito disser “V erdadeiro” para um a figura que seja um a instância do conceito a ser form ado (Por exem plo. até o últi­ mo. tam bém em duas ocasiões. logo em seguida. não tratar-se. isto é. Escreva quan­ do. em função do conceito que o sujeito deverá formar. defronte um cartão com um asterisco grande. ou expressões equivalentes. você deverá dizer. Durante o experimento. Acom panhe o exemplo mostrado no modelo de folha de registro abaixo. acom panhe a seqüên­ cia de apresentação dos cartões na folha de registro (para isso. em relação ao cartão correspondente. Basta acompanhar com precisão a seqüência de cartões na folha de registro. a folha de registro traz as possíveis respostas do sujeito para cada um dos car­ tões. se a pessoa disser “Verdadeiro” . portanto. o experimenta­ dor deverá. Antes de in i­ ciar a sessão. dado que a característica asterisco pequeno foi selecionada. você deverá. Escreva “+ ” quando. assinalar a conseqüência que deverá ser dada para cada um a desta duas possíveis respostas. você deverá dizer. “ Erra­ do”). baseado na indi­ cação prevista. para cada um a destas possibilidades de res­ posta. localize a célula correspondente à resposta dada pelo sujeito (V ou F) e diga Certo quando houver o sinal “+ ” e Errado quando houver o sinal . localizar a resposta do sujeito e dizer. se a pessoa disser “ Falso”. tratar-se de um a instância correta do conceito a ser estabelecido. A outra ocasião será quando a pessoa disser “ Falso” para um a figu ­ ra que corresponder ao conceito a ser formado (Por exemplo. Quando os cartões forem confeccionados. verdadeiro ou falso. A coluna “ Suj/Exp” (Sujeito/Experimentador) divide-se nas duas possibilidades de resposta do sujeito. à posição rela­ tiva do asterisco (interna e externa) e ao seu tamanho (pequeno ou gran­ de). isto é. a conseqüência que deve emitir. estas características deverão estar obrigatoriam ente presentes nos cartões. o experimentador não preci­ sará analisar a resposta do sujeito para decidir se deve dizer “Certo” ou “ Errado” . defronte um cartão com um asterisco pequeno. Antes de iniciar a sessão. A prim eira coluna identifica os cartões e sua seqüência. “ Errado”). escrever o sinal “+ ” ou ao lado direito de cada um a delas. Verdadeiro (V) ou Falso (F). dado que a característica asterisco pequeno foi selecionada. As segunda e terceira colunas referem -se. Um a será quando o sujeito disser “Verdadeiro” para uma figura na qual a posição relativa do asterisco não for um a instância do conceito a ser formado (Por exemplo.■ A ANALISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Você deverá dizer “Errado”. Durante a sessão. logo em seguida. aconselham os utilizar um a régua). Para evitar erros de procedimento durante a coleta de dados. respectivamente. ao contrário. v. F- 2 I In ■ O : V+ I F~ : 3 | Ex I G . I S u j/E x p 1 i In I P . assim que houver um a seqüência de dez sinais “+ ” circundados. V -. mas todos os cartões tiverem sido apresentados. e Certo. utilize um a cópia da folha de registro. ou F . C a rtã o ! Pos. A cada resposta do sujeito. o experim en­ tador deverá dizer Certo. se o sujeito disser Falso. e Errado. . o experi­ mentador deverá dizer Errado. m P OS S O A F E T A R O M O D O C OM O U M A P E S S O A D E C I D E OU P E NS A ? 285 Modelo exemplificado da folha de registro e sua utilização. começando novamente pela prim eira linha. V'+ . f+ A folha de registro exemplificada acima refere-se ao estabelecimento do conceito “Interno” . F- ! 5 ^ Ex . retorne-os à posição inicial e volte a apresentá-los. Para registrar esta segunda apresentação do conjunto de cartões. e especialmente suas anotações. isto é. S T am . por isso. Encerre a sessão assim que o sujeito acertar dez vezes consecutivas. com relação ao cartão n° 3. coloque- a em um a prancheta apoiada em seu colo. O . Encerre definitivamente a sessão após a segunda apresentação dos 120 cartões independentemente do núm ero de acertos apresentado pelo sujeito. é importante que o sujeito não veja a folha de registro.de acordo com as respostas do sujeito. com relação ao cartão n° l. independentemente de estarem ou não acompanhados por V ou F. Enquanto executa o procedimento. se o sujeito disser Verdadeiro. Ao contrário. . Caso o critério não tenha sido atingi­ do. se o sujeito disser Verdadeiro. faça um círculo ao redor de V+. 4 I In i P : y-f . \/_ : p-f. Portanto. F+. se o sujeito disser Falso. Término: h min. Alunos (experim entador): . A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Folha de Registro: Prática 19 Sujeito (iniciais): Início: h min. P OSS O A F E T A R O MODO C OMO UMA P E S S OA DEC ID E OU PENSA? ... ■" 81 EXT G ! V ! F 104 IN P V F 82 IN G : V .. Pos... um a vez que a sessão era interrom ­ pida assim que o sujeito tivesse lo acertos consecutivos.. para cada um a das categorias (“ In” . Some a freqüência das respostas V+. P 113 EXT P V . | T am .. y ' f 107 IN P V 85 !N G V . o gráfico relativo ao conceito estabelecido com seu sujeito. separadamente. V -. F 109 EXT G V F 87 EXT : G . V i F 110 IN P V F 88 EXT G : v j f 111 IN G V F 89 EXT P v : f 112 EXT P V p 90 ÍN . . 3. . 80 IN P : V .. Quais foram as dimensões de estímulo controladas neste exercício? Como foi feito esse controle? Qual era a dimensão crítica (dimensão crítica = aquela que controla a contingência de reforçamento) ? Com que variações esta dimensão poderia aparecer e ainda assim ser asso­ ciada ao reforço? 2. F 108 EXT G V F 00 *0 íN : P : V . v i f 101 EXT G V F 79 IN . Sujeito/Exp ! C artão Pos. 84 EXT . mas lembre-se de que o último bloco pode con­ ter um núm ero m enor de cartões.. em particular.V . C artão . Analise. Faça isso por bloco de 20 cartões. F 103 IN P V ■ .. Tam . G V : F 102 IN G V F . F+ e F -.. P . Descreva o desenvolvimento do acerto ao longo da sessão. . F 105 EXT G V F 83 IN P 106 EXT P V F :. G V ! F 114 EXT G V F 92 EXT G . Construa quatro gráficos de colunas (número de acertos por blocos de cartões).:— 75 EXT P v : f 98 IN G V F 76 IN G V F 99 ÍN P V F fj 77 íN : : v . Sujeito/Exp --------------.. . L í .. Compare os quatro gráficos construídos. F 100 EXT P V F 78 EXT G . um para cada categoria. “ Ext” . “ P” e “G ”). v ! f 91 IN . v : f 115 IN G V 93 EXT P V í F 116 IN P V F i 94 ÍN P ■ v : f 117 EXT c V F G » EXT G v ! F 118 IN G V it EXT P v : f 119 IN p V F 97 !N G \' ! f 120 EXT F P v TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS REFERENTES À PRÁTICA 19 1. Pigeons’ discrimination of paintings by Monet and Picasso. Analise separadamente os acertos do tipo V+ e do tipo F+ para o seu sujeito. 165-174. W. 63. Principles o f Psychology. Analise-as em função das características particulares de cada um dos conceitos. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS CATANIA. Descreva as semelhanças e diferenças que você identificar. A partir dos gráficos que você elaborou.. Caso seu professor tenha decidido form ar grupos de alunos que esta­ beleceram diferentes conceitos. o que você pode dizer sobre o processo de formação de conceitos? O procedimento de reforça- mento diferencial foi acompanhado por um núm ero crescente de acertos? 5. J. New York: Appleton-Century-Crofts. C. Journal o f the Experimental Analysis o f Behavior. A. M. New Jersey: Prentice Hall. Obras traduzidas para a Língua Portuguesa (veja Apêndice I). e WAKITA. WATANABE. e SCHOENFELD. S. SAKAMOTO. S. (1950)*. (1998)*. F. reuna os dados de seus colegas e compare os resultados.e F 6. KELLER. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO 4. Learning 4* Edition. Faça o m esm o com relação aos tipos V . . N. (1995). SKINNER. Brasilia: Ed. B. Princípios de Análise do Comportamento. S. Sobre 0 Behaviorismo. (1998/199 9). M. KELLER. A. SKINNER. (1953/1991). (1950/1973). SIDMAN. N. Comportamento verbal. B. Linguagem e Cognição. (1960 /19 76). B. . Porto Alegre: ArtMed. F. São Paulo: Cultrix. Aprendizagem: Comportamento. W. F. Porto Alegre: ArtMed. (1957/1978). São Paulo: Brasiliense.Ciência e Comportamento Humano (6a. e SCHOENFELD. (1967/1975). Coordenada. SKINNER. APÊNDICE I Obras Traduzidas para a Língua Portuguesa APA (1994 /20 0 1). F. São Paulo: EPU.R. J. MILLENSON. ed). Manual de Publicação da American Psychological Association. Princípios de Psicologia. São Paulo: Martins Fontes. C. CATANIA. Táticas da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix. F. (1974/1993). APÊNDICE II Fichas de apresentação dos estímulos referentes à Prática 17. no meio de mesma. Para tanto aconselhamos usar uma ficha de cartolina de aproximadamente 15 cm x 21 cm. . deve ser feito um corte de mais ou menos 1 cm x 14 cm de modo a permitir a visão de uma linha de estímulos por vez. Nesta ficha. "Efeitos de instruções passadas e instruções presentes"1 ' O docente deve confeccionar um visor. A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Estímulos: Nomes de Cores em Cores .NCC-i V ERM ELH O V ER D E A ZU L L A R A N JA VERM ELH O L A R A N JA L A R A N JA VERM ELH O V ERD E A ZU L L A R A N JA AZU L AZU L V ER D E VERM ELH O V ER D E V ERD E L A R A N JA V ERD E AZU L L A R A N JA VERM ELH O AZU L V ERM ELH O VERM ELH O L A R A N JA VERM ELH O L A R A N JA VERM ELHO V ERD E AZU L VERM ELH O L A R A N JA VERD E A ZU L VERM ELH O L A R A N JA V ERD E AZU L L A R A N JA V ERM ELH O L A R A N JA V ERD E AZU L V ERD E VERM ELH O V ERD E AZU L A ZU L V ER D E AZU L V ERD E L A R A N JA V ER D E L A R A N JA L A R A N JA V ER D E AZU L V ERD E AZU L VERM ELH O AZU L VERM ELH O L A R A N JA L A R A N JA V ERD E L A R A N JA VERM ELH O L A R A N JA AZU L V ER D E VERM ELH O AZU L V ERD E AZU L V ER D E L A R A N JA V ER D E L A R A N JA VERM ELH O V ER D E VERM ELH O V ERD E L A R A N JA VERM ELH O A ZU L VERM ELH O AZU L VERM ELH O L A R A N JA . R g s E N T A Ç Ã O D OS E S T Í M U L O S V ER D E LARAIUJA V ER D E V ERM ELH O A ZU L VERM ELH O V ERM ELH O V ERD E A ZU L L A R A N JA V ER D E V ERM ELH O L A R A N JA V ERM ELH O A ZU L L A R A N JA L A R A N JA V ER D E L A R A N JA V ER D E V ERM ELH O L A R A N JA A ZU L VERM ELH O V ER D E A ZU L V ERM ELH O L A R A N JA A ZU L L A R A N JA VERM ELH O A ZU L A ZU L VERM ELH O L A R A N JA A ZU L V ER D E L A R A N JA V ERM ELH O V ERD E V ER D E L A R A N JA A ZU L V ERM ELH O L A R A N JA V ERM ELH O V ER D E A ZU L L A R A N JA A ZU L L A R A N JA VERM ELH O VERM ELH O A ZU L V ERM ELH O V ER D E A ZU L V ER D E V ERM ELH O L A R A N JA L A R A N JA A ZU L V ER D E A ZU L V ER D E L A R A N JA V ER D E L A R A N JA V ERD E VERM ELH O L A R A N JA V ERM ELH O A ZU L L A R A N JA . A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Estímulos: Nomes de Cores em Cores .NCC-2 L A R A N JA V ERM ELH O AZUL VERM ELH O V ERD E V ER D E A ZU L V ER D E L A R A N JA VERM ELH O V ER D E L A R A N JA A ZU L V ER D E A ZU L L A R A N JA L A R A N JA A ZU L L A R A N JA VERM ELH O L A R A N JA V ER D E V ERM ELH O L A R A N JA V ER D E L A R A N JA VERM ELH O V ER D E A ZU L V ER D E L A R A N JA V ER D E L A R A N JA V ERM ELH O L A R A N JA A ZU L VERM ELH O A ZU L V ER D E A ZU L V ER D E VERM ELH O A ZU L L A R A N JA V ERM ELH O V ERD E VERM ELH O A ZU L V ER D E V ERM ELH O A ZU L VERM ELH O V ER D E L A R A N JA V ERM ELH O V ERD E L A R A N JA V ER D E A ZU L V ER D E L A R A N JA A ZU L V ER D E V ERM ELH O L A R A N JA A ZU L V ER D E V ERM ELH O V ERM ELH O AZUL V ERD E L A R A N JA AZUL V ER D E V ER D E L A R A N JA VERM ELH O V ERD E L A R A N JA V ERM ELH O L A R A N JA VERM ELH O A ZU L VERM ELH O V ER D E AZU L . F IC H A S DE A P R E S E N T A Ç Ã O DOS EST ÍM U LO S A ZU L V ERD E VERM ELH O V ER D E A ZU L LARAIUJA A ZU L VERM ELH O V ERD E L A R A N JA A ZU L VERD E VERM ELH O V ERM ELH O AZU L V ER D E A ZU L VERM ELH O L A R A N JA L A R A N JA V ER D E VERM ELH O V ERD E AZU L L A R A N JA A ZU L VERM ELH O V ERM ELH O A ZU L L A R A N JA V ERM ELH O V ER D E L A R A N JA L A R A N JA L A R A N JA A ZU L VERM ELH O AZU L A ZU L L A R A N JA V ERM ELH O L A R A N JA A ZU L VERM ELH O A ZU L V ER D E L A R A N JA AZU L L A R A N JA VERM ELH O V ERM ELH O AZU L L A R A N JA VERM ELH O VERD E A ZU L L A R A N JA L A R A N JA A ZU L VERM ELH O L A R A N JA V ER D E VERM ELHO L A R A N JA VERM ELH O V ERD E L A R A N JA V ERD E AZU L VERM ELH O L A R A N JA A ZU L VERM ELH O V ERD E A ZU L VERM ELH O L A R A N JA L A R A N JA V ERM ELH O V ERD E L A R A N JA VERD E AZU L V ER D E AZU L V ERD E . A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Estímulos: Palavras Neutras em Cores .PNC-1 PO LTRO N A JA N E L A PO LTRO N A C A SA GARFO JA N E L A GARFO JA N E L A G A RFO C A SA JA N E L A C A SA GARFO C A SA GARFO PO LTRO N A GARFO PO LTRO N A JA N E L A C A SA PO LTRO N A C A SA PO LTRO N A G A RFO C A SA JA N E L A C A SA JA N E L A PO LTRO N A C A SA GARFO C A SA PO LTRO N A GARFO C A SA GARFO JA N E L A C A SA PO LTRO N A JA N E L A GARFO JA N E L A PO LTRO N A GA RFO PO LTRO N A PO LTRO N A C A SA GARFO JA N E L A C A SA JA N E L A PO LTRO N A C A SA CA SA PO LTRO N A GARFO C A SA PO LTRO N A JA N E L A C A SA GARFO PO LTRO N A JA N E L A CA SA PO LTRO N A JA N E L A JA N E L A GARFO JA N E L A C A SA GARFO PO LTRO N A JA N E L A PO LTRO N A C A SA PO LTRO N A PO LTRO N A GARFO C A SA JA N E L A G A RFO JA N E L A GA RFO PO LTRO N A C A SA C A SA PO LTRO N A C A SA PO LTRO N A JA N E L A . F I C H AS DE A P R E S E NT A Ç Ã O DOS E S T ÍM U L O S 297 G A RFO PO LTRO N A GA RFO JA N E L A PO LTRO N A G A RFO JA N E L A GARFO JA N E L A PO LTRO N A GARFO PO LTRO N A C A SA G A RFO C A SA G A RFO JA N E L A PO LTRO N A JA N E L A C A SA PO LTRO N A C A SA PO LTRO N A JA N E L A JA N E L A JA N E L A GARFO C A SA G A RFO C A SA C A SA GARFO JA N E L A GARFO JA N E L A PO LTRO N A GARFO C A SA C A SA GARFO PO LTRO N A JA N E L A GARFO C A SA GARFO PO LTRO N A JA N E L A GARFO C A SA JA N E L A C A SA PO LTRO N A JA N E L A GA RFO C A SA JA N E L A PO LTRO N A JA N E L A PO LTRO N A GARFO JA N E L A PO LTRO N A C A SA PO LTRO N A PO LTRO N A G A RFO GARFO JA N E L A GARFO C A SA JA N E L A C A SA C A SA GARFO PO LTRO N A JA N E L A JA N E L A PO LTRO N A GARFO C A SA PO LTRO N A GARFO C A SA JA N E L A PO LTRO N A JA N E L A . PNC-2 JA N E L A GARFO C A SA G A RFO CA SA PO LTRO N A JA N E L A JA N E L A PO LTRO N A GARFO JA N E L A C A SA PO LTRO N A GARFO C A SA GARFO JA N E L A GARFO C A SA PO LTRO N A JA N E L A GARFO PO LTRO N A JA N E L A PO LTRO N A C A SA JA N E L A JA N E L A C A SA PO LTRO N A PO LTRO N A C A SA JA N E L A PO LTRO N A GARFO GARFO JA N E L A C A SA JA N E L A PO LTRO N A PO LTRO N A JA N E L A C A SA PO LTRO N A C A SA C A SA PO LTRO N A C A SA C A SA JA N E L A PO LTRO N A GARFO JA N E L A JA N E L A JA N E L A C A SA PO LTRO N A PO LTRO N A C A SA JA N E L A GARFO PO LTRO N A GARFO C A SA JA N E L A GARFO C A SA PO LTRO N A JA N E L A JA N E L A C A SA GARFO PO LTRO N A PO LTRO N A C A SA JA N E L A C A SA PO LTRO N A G A RFO JA N E L A C A SA GARFO PO LTRO N A G A RFO C A SA PO LTRO N A C A SA PO LTRO N A G A RFO C A SA . A A N Á L I S E DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O Estímulos: Palavras Neutras em Cores . ..A ...................-............... N................ T A Ç Ã O D OS E S T Í M U L O S PO LTRO N A GARFO JA N E L A PO LTRO N A JA N E L A JA N E L A C A SA GARFO GARFO JA N E L A G A RFO PO LTRO N A PO LTRO N A C A SA GARFO C A SA GARFO PO LTRO N A JA N E L A C A SA JA N E L A GARFO C A SA GARFO JA N E L A PO LTRO N A G A RFO JA N E L A PO LTRO N A GARFO PO LTRO N A C A SA GARFO PO LTRO N A C A SA PO LTRO N A C A SA JA N E L A PO LTRO N A GA RFO PO LTRO N A C A SA GARFO C A SA GARFO GARFO JA N E L A PO LTRO N A JA N E L A C A SA PO LTRO N A GARFO C A SA GARFO JA N E L A JA N E L A GARFO JA N E L A GARFO C A SA JA N E L A PO LTRO N A JA N E L A GARFO PO LTRO N A G A RFO C A SA JA N E L A JA N E L A C A SA JA N E L A PO LTRO N A GARFO JA N E L A C A SA G A RFO GARFO C A SA GARFO PO LTRO N A C A SA JA N E L A PO LTRO N A C A SA PO LTRO N A G A RFO ............. F I C H A S DE A P R E S E ..................................... 300 A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O D I D Á T I C O Estímulos: Asteriscos em Cores .AST-i # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # . F ! C H AS DE A P R E S E N T A Ç A O D O S E STÍ M U LOS ES # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # . A ANÁLISE DO C O M P O R T A M E N T O NO L A B O R A T Ó R I O DIDÁTICO Estímulos: Asteriscos em Cores .AST-2 # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # . FICH AS dh a P R ES EN T A Ç A O DOS E S T Í M U L OS # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # # . í 384 .Barucri . 4195-1805 Fax 4195 .A ( C o m Filmes Fornecidos Pelo K d ito r ) D ept0 C om ercial A lam ed a A raguaia. Im pressão e A cabam ento O esp G ráfic a S .Taniboró fel. 190! .
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