Manual ufcd 4309 Atividade económica.docx

UFCD4309 ATIVIDADE ECONÓMICA Atividade económica Índice Introdução ........................................................................................................... 3 Âmbito do manual.............................................................................................. 3 Objetivos .......................................................................................................... 3 Conteúdos programáticos ................................................................................... 3 Carga horária .................................................................................................... 4 1.Introdução à Ciência Económica .......................................................................... 5 1.1. Atividade económica .................................................................................... 5 1.1.1. Agentes económicos .......................................................................... 8 1.1.2. Circuitos económicos ........................................................................ 12 2.Bens e serviços ................................................................................................. 15 2.1.Noção e classificação ................................................................................... 15 2.2. Produção e processo produtivo .................................................................... 18 2.3. Sectores de atividade económica ................................................................. 19 3. O mercado....................................................................................................... 22 3.1. Oferta e procura ........................................................................................ 22 4. Política Monetária ............................................................................................. 26 4.1. Euro e Banco Central Europeu ..................................................................... 27 4.2. Inflação ..................................................................................................... 32 4.3. Emprego ................................................................................................... 34 5. Políticas económicas ...................................................................................... 36 5.1. Orçamental e fiscal ..................................................................................... 36 6. Produção de bens e serviços ............................................................................. 38 6.1. Bens – noção e classificação ....................................................................... 38 1 Atividade económica 6.2. Produção de bens, serviços e processo produtivo .......................................... 38 6.3. Fatores de produção, noção e classificação ................................................... 39 6.4. Emprego ................................................................................................... 43 6.5. Combinação dos fatores de produção ........................................................... 46 7. Mercado e as leis da oferta e da procura ............................................................ 48 7.1. Conceito de mercado .................................................................................. 48 7.2. Mercados de bens e serviços ....................................................................... 50 7.3. Mercados de trabalho ................................................................................. 53 7.4. Mercados financeiros .................................................................................. 55 7.5. Procura individual e procura agregada ......................................................... 56 7.6. Concorrência e o preço de equilíbrio ............................................................ 57 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................... 64 2  Relacionar o conceito económico de mercado e a formação dos preços em economia aberta. o seu cálculo e a sua relação com o nível de vida e o emprego. Conteúdos programáticos  Introdução à Ciência Económica  Atividade económica o Agentes económicos o Circuitos económicos  Bens e serviços o Noção e classificação o Produção e processo produtivo o Setores de atividade económica  O mercado o Oferta e procura  Política Monetária 3 . Atividade económica Introdução Âmbito do manual O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de curta duração nº 4309 – Atividade económica. Objetivos  Identificar o circuito económico e as funções dos vários agentes económicos.  Relacionar o conceito de inflação. de acordo com o Catálogo Nacional de Qualificações. serviços e processo produtivo o Fatores de produção. noção e classificação o Emprego o Combinação dos fatores de produção  Mercado e as leis da oferta e da procura o Conceito de mercado o Mercados de bens e serviços o Mercados de trabalho o Mercados financeiros o Procura individual e procura agregada o Concorrência e o preço de equilíbrio Carga horária  50 horas 4 . Atividade económica o Euro e Banco Central Europeu o Inflação o Emprego  Políticas económicas o Orçamental e fiscal  Produção de bens e serviços o Bens – noção e classificação o Produção de bens. como é o caso das matérias-primas. O PIB é a quantificação do valor de todos os bens e serviços finais produzidos num país durante determinado período de tempo.1. Atividade económica 1. troca e consumo de bens e serviços de um país ou outra área. O comércio permite que os bens sejam colocados à disposição dos consumidores de forma prática e conveniente. o A repartição de rendimentos: a venda dos bens gera rendimentos que são distribuídos por todos os agentes participantes na atividade económica e revela o contributo de cada um no processo produtivo. Atividade económica Conceito: a atividade económica é o sistema consolidado de ações humanas relacionadas com a produção. distribuição. prontos a ser comercializados. Traduz-se no conjunto de operações que visam a produção de bens e serviços suscetíveis de satisfazer as necessidades humanas com o objetivo final de produzir os bens e serviços pretendidos pela população. Os bens por um lado têm de ser transportados desde o produtor até ao utilizador. normalmente 1 ano. 5 . que depois de transformadas dão origem a produtos acabados. A atividade económica divide-se em 4 atividades. A medida mais abrangente do produto total de uma economia é o produto interno bruto (PIB). a saber: o A produção: a produção é a atividade onde os produtos são gerados através de processos de transformação. o A distribuição: engloba duas atividades.Introdução à Ciência Económica 1. que poderá ser o consumidor final ou um outro agente que os possa usar como intermédios no processo de fabrico de outros bens. ou seja. Atividade económica Cada interveniente obtém os rendimentos de acordo com a sua participação na atividade económica: o Os trabalhadores são remunerados através dos salários. da história da civilização. e esta só aparece quando existe escassez e escolha. 6 . o O consumo consiste na utilização imediata de um rendimento na aquisição de bens e serviços de modo a permitir a satisfação das necessidades imediatas. o A poupança é a utilização do rendimento diferido no tempo. da organização social. o Os detentores do capital auferem juros. quando os agentes renunciam à possibilidade de o utilizar no momento presente para poderem consumir no futuro. Só existe um problema económico quando existe a necessidade de tomar uma decisão. É inseparável da evolução tecnológica. transformação e distribuição de recursos naturais. A atividade económica gera riqueza através da extração. o A utilização de rendimentos: os rendimentos distribuídos pelos agentes que participam na atividade económica podem ter dois destinos: o consumo ou a poupança. da geografia e da ecologia do planeta Terra. o Os empresários recebem lucros. O problema económico Embora toda a realidade pode ser encarada de um ponto de vista económico. nem toda a realidade tem um problema económico. A principal razão que causa a escassez é a existência de necessidades humanas ilimitadas. tendo como objetivo satisfazer as necessidades humanas. A escassez consiste na impossibilidade de os bens disponíveis satisfazerem as necessidades presentes. bens e serviços. Encontramo-nos perante uma situação contraditória: de um lado. a racionalidade económica consiste na gestão eficaz dos recursos de modo a obter-se o máximo benefício. Assim. Se não houvesse escassez era possível ter todas as alternativas e. existe um custo. Tradicionalmente divide-se a economia de cada país em três setores:  Primário . Se é preciso escolher. se se pudesse ter todas as alternativas. não teria de haver uma escolha. que são ilimitadas. Exemplo: ao comprar um carro. Representa o valor da melhor alternativa que é sacrificada em proveito de outra atividade. do outro.compreende as atividades ligadas à natureza: agricultura. silvicultura. 7 . o custo de oportunidade é ter o dinheiro no banco ou fazer uma viagem. isso significa que para satisfazer uma necessidade é preciso sacrificar uma outra. pescas. caça ou indústrias extrativas. Tipos Os tipos ou setores da atividade económica correspondem a uma divisão das atividades económicas de cada país. Assim. a escassez dos recursos capazes de as satisfazer. ou seja. Atividade económica É importante notar que a escassez e a escolha estão ligadas. O custo de oportunidade A economia pode ser definida como a ciência da escolha entre recursos limitados. a multiplicidade das nossas necessidades. É a escassez que gera alternativas. o facto de não ser possível produzir tudo o que se deseja. Daí a razão de haver escolha reside na escassez. Estão no mesmo setor instituições que produzam bens ou prestem serviços de uma mesma classe. o custo da alternativa representa aquilo que tem de ser sacrificado para se obter um bem ou benefício. pecuária. de acordo com a essência da tarefa em questão. É aqui que reside o problema fundamental da economia. ou seja. Existe uma relação entre o nível de desenvolvimento de um país e a distribuição da sua população ativa pelos três setores. no sentido em que será a entidade normalmente de menor dimensão a partilhar um mesmo orçamento. mais atrasado economicamente deverá ser o país. influenciam de alguma forma a economia. através das suas decisões e ações.engloba o comércio. 1. Agentes económicos A sociedade é constituída por uma multiplicidade de agentes económicos. o turismo. em qualquer família há um conjunto de receitas e despesas que é gerido em conjunto e cuja gestão tem impacto sobre o bem-estar da família no seu todo. Cada agente económico corresponde a uma série de indivíduos. Os agentes económicos são indivíduos. instituições ou conjunto de instituições que.  Terciário (ou dos serviços) . a construção.engloba as atividades industriais transformadoras. a sua população vai sendo transferida para os setores industrial e de serviços. à partida. os transportes e as atividades financeiras. No entanto. esta metodologia não tem sido grandemente seguida. Vários autores propõem a individualização do ensino e da investigação do sector terciário. Atividade económica  Secundário .1. entidades e/ou instituições para os quais é possível reconhecer uma certa homogeneidade de comportamentos. 8 . À medida que ele se vai desenvolvendo. tomadas racionalmente. a produção de energia. O primeiro agente económico a considerar é o agente famílias que podem ser encaradas como o agente económico mais elementar.1. formando estas duas atividades o setor quaternário. Quanto maior for a população ativa a trabalhar no setor primário. outras instituições de crédito). bens e serviços que não são passíveis de serem objeto de transação nos mercados e que. no sentido em que se opõe ao consumo intermédio. satisfazem necessidades coletivas. é o agente a quem está associada a noção de consumo. Por fim. bens ou serviços que podem ser transacionados nos mercados. mas de contribuições obrigatórias por parte de quem gera rendimento. além disso. Estas funcionam como intermediários entre quem poupa (as famílias) e quem necessita de recursos financeiros para financiar a atividade produtiva (as empresas). este não tem por fim satisfazer diretamente necessidades. É ainda de salientar a particularidade de grande parte das receitas do Estado serem fruto não da sua atividade produtiva. Cabe também ao Estado contribuir para a justiça social por via de políticas de redistribuição de rendimento. consistindo sim na utilização de determinados bens e serviços para produzir bens e serviços adicionais. O consumo realizado pelas famílias designa-se consumo final. As famílias consomem bens e serviços para satisfazer necessidades. pelo papel particular que desempenha no sistema económico. normalmente. faz sentido considerar como agente económico as instituições financeiras (bancos. 9 . ou seja. Atividade económica Às famílias é normalmente atribuído um duplo papel no sistema económico: a elas cabe fornecer a força de trabalho que permitirá produzir bens e serviços. seguradoras. Outro grupo com homogeneidade de comportamentos que podemos identificar na economia é o agente empresas. de impostos. isto é. As empresas são unidades institucionais cuja principal função económica é a produção de bens e serviços comercializáveis. ou seja. É também considerado agente económico o Estado. que tem por missão a provisão de bens e serviços não comercializáveis. Há a possibilidade de se considerar um quinto agente económico. que seria o exterior ou o resto do mundo. Deste modo. 10 . a análise macroeconómica só fica completa quando consideramos também as relações comerciais e financeiras que os agentes económicos de um país estabelecem com os agentes económicos de outros países. Como normalmente a contabilização da atividade económica se faz para um espaço geográfico restrito (um país). Funções Famílias: • Consumo: utilização de bens e serviços na satisfação de necessidades.  Produção: processo através do qual se obtém os bens e serviços. os seus meios de produção). Atividade económica É relevante salientar que em termos de linguagem macroeconómica é clara a separação entre os termos poupança e investimento – a poupança é realizada pelas famílias (corresponde à parcela do seu rendimento disponível que não é dirigida a consumo no momento presente) e o investimento é concretizado pelas empresas (será a aplicação de recursos financeiros que lhes permite aumentar o seu capital. Empresas:  Repartição dos rendimentos: distribuição das mais-valias geradas durante o processo produtivo pelos diversos intervenientes nessa atividade. ou seja. mas antes uma forma agregada de considerar todos os agentes económicos residentes em todas as localizações com as quais a economia doméstica estabelece relações. o resto do mundo não será bem um agente económico. conforme a sua participação no processo. Os agentes económicos são classificados de acordo com o critério funcional que se baseia nas principais funções exercidas pelos agentes económicos na atividade económica. • Poupança: parte do rendimento que não é utilizada no consumo. as Instituições Financeiras que prestam serviços financeiros. cuja principal função na atividade económica é de consumir. como o financiamento aos que pretendem produzir. e os macro-sujeitos que agregam todas as unidades individuais que exercem a mesma função. À economia interessa o comportamento dos macro-sujeitos.  Redistribuição dos rendimentos: ação que consiste em tornar possuidor de um rendimento um determinado número de indivíduos que pela sua atividade ou qualificação não o teria recebido espontaneamente (minimizar as desigualdades económicas e sociais). Cada um dos agentes económicos utiliza os rendimentos recebidos para efetuar os seus consumos ou constituindo uma poupança. as Empresas cuja função principal é a produção de bens e serviços não financeiros. adquirir algo e não o conseguem suportar por si. queremos referir o conjunto de todas as famílias e de todas as empresas de determinado país ou região. quando falamos em Famílias ou em Empresas. Resto do mundo:  Conjunto dos agentes económicos não residentes que estabelecem relações económicas com residentes. Nesta situação. no âmbito da atividade económica. que garante a satisfação das necessidades coletivas da população e o Resto do Mundo (Exterior) com os quais trocamos bens. 11 . Atividade económica  Distribuição: conjunto das operações que permitem encaminhar um produto da fase final da fabricação para a fase do consumidor ou do utilizador. Estado:  Satisfação das necessidades coletivas da população (produção de B&S). unidades individuais de produção (empresa) ou de consumo (individuo/família). Os agentes económicos podem ser divididos em duas categorias. Os agentes económicos são as Famílias. os micro-sujeitos. a Administração Pública (Estado). onde depositamos as nossas poupanças. 1. O circuito económico representa a atividade económica e a forma como se estabelecem as relações entre os agentes económicos. é possível representar cada par de relações através de um circuito económico do mesmo tipo. pois nenhum país sobrevive sozinho. estabelecendo-se relações com os restantes países. É a esta interação que corresponde o funcionamento do sistema económico. Circuitos económicos Os agentes económicos encontram-se em permanente interação. considere-se apenas o circuito que se estabelece entre famílias e empresas (Fig. 1. 1 12 . Uma forma simplificada de representar as relações entre agentes é aquela que é conseguida através de um esquema que se designa por circuito económico. Atividade económica serviços e capitais. 1). Por uma questão de simplificação.2. De acordo com as funções descritas para cada um dos agentes económicos é possível representar cada par de relações através de um circuito económico do mesmo tipo. Fig. De acordo com as funções descritas para cada um dos agentes económicos. No caso em apreço. deste modo. Eliminar os fluxos monetários do circuito económico significaria estabelecer o extremamente forte pressuposto de que seria sempre possível encontrar uma coincidência de vontades: quando um professor de economia quisesse comer um bife teria de encontrar um talhante disposto a receber uma aula de economia. os quais respeitam às contrapartidas face aos fluxos reais. ou seja. quantidades concretas de bens e/ou serviços que são fornecidas por um agente económico a outro. na economia complexa em que hoje vivemos. num circuito económico como o representado. 13 . passíveis de serem executadas por troca direta. As linhas a cheio representam fluxos reais. a um fluxo real vai sempre corresponder um fluxo monetário de sentido contrário. As linhas a tracejado correspondem a fluxos monetários. Todo o bem ou serviço que é facultado por um agente económico a outro requer um pagamento da parte de quem recebe o bem ou serviço a quem o disponibiliza. a informação fundamental que o circuito económico transmite é que as relações entre agentes económicos não são. Na prática. e estas por sua vez facultam às famílias os bens e serviços com que elas satisfazem as suas necessidades. as famílias fornecem o serviço ‘trabalho’ às empresas. Atividade económica No esquema encontramos dois tipos de linhas. de modo que encontramos normalmente nas transações uma contrapartida financeira. 2 14 . Atividade económica Fig. mas servem para o produzir (os recursos: bens intermédios ou fatores). os bens são materiais ou imateriais (serviços). automóvel. na maior parte dos casos. a distinção entre bens e serviços não é relevante: ambos são produzidos e ambos são alvo de eventual consumo intermédio ou final). estritamente não são bens. se esgota no momento em que acabam de ser prestados. independentemente de ser material (pão. Podem-se ver.Noção e classificação Bens e serviços são tudo aquilo que contribui para o bem-estar dos indivíduos via consumo (é tudo aquilo que uma vez produzido permite satisfazer necessidades).1. Existem coisas que não satisfazem diretamente as necessidades humanas e. tocar e sentir. roupa. É o 15 . Os serviços podem igualmente ser designados por bens não materiais (de um ponto de vista económico. ar. Atividade económica 2. Um bem é tudo aquilo que satisfaz uma necessidade humana. De acordo com a sua natureza física. laranja).Bens e serviços 2. automóvel). o Os serviços (bens imateriais) são atividades humanas cuja realidade. conhecimento). ou imaterial (concerto musical. por isso. o Os bens materiais são coisas ou objetos com realidade material (esferográfica. ou seja. como gasolina. é necessário gastar dinheiro (ao contrário. ou não-duráveis. de uma aula. Os bens livres não possuem preço. sua utilização não implica relações de ordem económica. podendo ser duráveis. (o ar. de tal forma que. Bens materiais são aqueles que como o próprio nome diz. isto é. pois a terra oferece ar para todas as pessoas em quantidades maiores do que as desejadas por todos os indivíduos. Os bens económicos são relativamente escassos e supõe esforço humano na sua obtenção. São aqueles que existem em quantidade ilimitada e podem ser obtidos com pouco ou nenhum esforço humano. alimentos) e podem ser classificados em: o Bens de consumo: são destinados à satisfação das necessidades humanas. etc. Bens livres Os bens livres são aqueles bens intangíveis. Os bens podem também ser classificados em bens livres e bens económicos. a luz do sol). de livre acesso a todos e que não possuem valor. carros. Os bens económicos existem em quantidades limitadas. 16 . podendo tratar-se de um objeto com suporte físico ou de um serviço. Bens económicos São aqueles bens que permitem satisfazer necessidades económicas. bebidas. para os obter. ou seja. preço maior que zero. possuem preço. Atividade económica caso dos serviços de transporte. alimentos. O ar é um bem livre. de um programa de televisão. por esse motivo. como no caso de imóveis. são materiais e tangíveis (roupas. os bens livres são gratuitos). o mar. tem preço zero. Os bens económicos dividem-se em bens materiais e serviços. de um espetáculo. Pelo contrário. São aqueles bens utilizados na produção de outros. São. se uma dada necessidade só for satisfeita pela utilização simultânea dos dois. opostamente. eles deixam imediatamente de existir. se forem duradouros. edifícios. que são usados para satisfazer imediatamente uma qualquer necessidade. a laranja para a produção do sumo de laranja. Atividade económica o Bens de capital: empregados para provocar o surgimento de novos bens. ex: farinha. portanto. etc. Quanto a sua duração Quando se utilizam certos bens. Dois ou mais bens são substituíveis se for indiferente para o consumidor consumir qualquer um deles. Os bens económicos podem-se ainda classificar de acordo com os seguintes critérios: Quanto à função o Bens de consumo – Aquele bem que destina ao consumo final. porém são intangíveis. bens de capital. Bem não duradouro: aquele que ao satisfazer as suas necessidades perde as suas qualidades iniciais: o combustível. Por sua vez serviços são aqueles que possuem preço. como por exemplo: um serviço de advogado. ex: pão. A esses bens chamam-se perecíveis ou não-duradouros. o Bens de produção permitem. Serão. etc. manga. esta pronto a ser consumido. 17 . Mas tal já não acontece com os bens de consumo. ajudar na produção de outros. persistem. como no caso de equipamentos. sofrem uma alteração. complementares. Bem duradouro: aquele que ao satisfazer uma necessidade não perde as suas qualidades iniciais: uma casa. 1. etc. maquinários. instalações. uma consulta de médico. Quanto a sua relação com outros bens Os bens mantêm entre si certo tipo de relações. mesmo após uma ou mais utilizações. ao serem utilizados. 2. ex: o carro e as rodas ou combustível. Atividade económica Serão. não se utilizam sem a utilização de outros. levam a um produto final (ou acabado). 1. 2. A produção aparece de início como resultado de um trabalho produzido pelo homem. Está sempre estritamente dependente da tecnologia ao dispor da empresa. Para se produzir um bem é necessário seguir uma sequência de etapas através das quais as matérias-primas são transformadas em produtos finais. Esse conjunto de etapas designa-se por processo produtivo. Produção e processo produtivo A produção é a atividade económica que tem por objetivo a criação de bens e serviços para satisfação das necessidades.2. utilizam-se vários tipos de funções de produção que pretendem ilustrar a forma como os diferentes fatores se conjugam para se chegar a um produto final (são apenas regras matemáticas simples. Em teoria microeconómica. 2. O processo produtivo é a combinação de fatores de produção que proporciona a obtenção de um dado produto final. economicamente independentes se não mantiverem entre si nenhuma destas duas espécies de relações. por último. Bens complementares: são aqueles que se complementam. indicando que quantidade de output se obterá. Num processo produtivo são incorporados fatores que. Esta atividade é desempenhada pelas empresas ou unidades produtivas. após a sua transformação. 18 . se se utilizarem quantidades específicas de vários inputs). Bens sucedâneos ou substituíveis: aqueles que se podem substituir para uma satisfação idêntica: ex: margarina e a manteiga. capital e terra. K.Lb. 2. e m. valores reais.L)) .b.Tc) e a de Leontief (do tipo Q=min(a. modos de produção e recursos utilizados. respetivamente). a. Atividade económica As funções mais utilizadas são a de Cobb-Douglas (do tipo Q=m. 19 . L e T representam os três fatores classicamente considerados (trabalho.K. b e c representam valores numéricos positivos. isto é.em que Q representa a quantidade produzida. Sectores de atividade económica A classificação da atividade económica em três sectores é devida ao economista australiano Colin Clark nos anos 40.3. secundário e terciário) de acordo com os produtos produzidos. Um sector compreende então o conjunto das empresas que têm a mesma atividade principal.Ka. SECTOR SECTOR PRIMÁRIO SECUNDÁRIO SECTOR TERCIÁRIO A economia de um país pode ser dividida em setores (primário. Estes setores económicos podem mostrar o grau de desenvolvimento económico de um país ou região. tendo cada empresa uma única atividade principal. industrias agroalimentares. eletrónicos. alimentos industrializados. os serviços de informática. a pesca.). casas. O sector secundário diz respeito às atividade industrial considerado em sentido lato (energia. Por haver conhecimento tecnológico agregado aos produtos do setor secundário. O sector terciário inclui todas as atividades que não estão classificadas nos dois outros sectores. por exemplo. por exemplo. Os serviços são produtos não matérias prestados a terceiros para satisfazer determinadas necessidades. A produção e exportação de matérias-primas não gera grande riqueza para os países com economias baseadas neste setor económico. É o setor da economia que transforma as matérias-primas (produzidas pelo setor primário) em produtos industriais (roupas. Atividade económica O setor primário está relacionado à produção através da exploração de recursos da natureza. pecuária e caça. construção e obras públicas). as telecomunicações. É o setor primário que fornece a matéria-prima para a indústria de transformação. A exportação destes produtos também gera riquezas para as indústrias destes países. do clima. com os produtos industriais (um computador ou um mercedes). a saúde. os 20 . automóveis. São exemplos de atividades económicas do setor primário a agricultura. a mineração. pois depende muito dos fenômenos da natureza como. Países com elevado nível de desenvolvimento possuem uma significativa base económica concentrada no setor secundário. etc. refere-se o comércio. na medida em que possuem baixo valor acrescentado ao contrário do que ocorre. Este setor da economia é muito vulnerável. Como atividades económicas deste setor. máquinas. industria de bens de produção e de bens de consumo. a educação. o lucro obtido na comercialização é significativo. quanto maior for a população ativa a trabalhar no setor primário. maior é a presença de atividades do setor terciário.). Este setor é marcante nos países de elevado desenvolvimento económico. Com o processo de globalização. um subconjunto do sector terciário chamado “sector quaternário”. Atividade económica seguros. o turismo. etc. Em Portugal. os serviços de alimentação. Existe uma relação entre o nível de desenvolvimento de um país e a distribuição da sua população ativa pelos três setores. publicidade. o transporte. o terciário foi o setor da economia que mais se desenvolveu no mundo. De facto. Quanto mais rica é uma região. iniciado no século XX. mais atrasado economicamente deverá ser o país. essa tem sido a tendência já desde há vários anos. os serviços de limpeza. Distingue-se hoje. 21 . incluindo o conjunto dos serviços ligados à informação e à comunicação (imprensa. etc. informática. por vezes. serviços bancários e administrativos. À medida que ele se vai desenvolvendo. a sua população vai sendo transferida para os setores industrial e de serviços. enquanto que os custos das empresas são a base da oferta. A procura designa a quantidade de bens. num dado período. os compradores tendem a consumir menos desse bem e. Através da oferta e procura se demonstra como as preferências dos consumidores determinam a procura dos bens. mantendo-se tudo o resto constante. O mercado 3. Se por outro lado houver muitos a vender o mesmo produto (laranjas ou telemóveis) há excesso de oferta e os vendedores. Enquanto a procura reflete a intenção de compra face a determinado preço. Do equilíbrio entre a oferta e a procura resulta o preço e a quantidade transacionada de cada bem.1. tendo em conta os seus rendimentos e as suas preferências. A procura e o consumo são duas realidades distintas que não se confundem. A lei da oferta e da procura traduz-se sinteticamente no seguinte: quando o preço de um bem aumenta. Atividade económica 3. o consumo traduz-se numa despesa que já foi efetuada pelo comprador. 22 . serviços ou capitais que os compradores estão dispostos a adquirir a um determinado preço. diminuirão o seu preço. quando o preço de um bem diminui. mantendo-se tudo o resto constante. À medida que os compradores tentam adquirir mais de um bem. de forma similar. os vendedores aumentam o preço. Oferta e procura A oferta e procura são fundamentais para o entendimento correto do funcionamento do sistema de mercado onde cada mercadoria e cada serviço tem um preço. a quantidade procurada desse bem aumenta. para se verem livres dos stocks do bem. a oferta é função do preço de mercado. se o preço da gasolina duplica os consumidores ficam com menos rendimento e diminuem o consumo de gasolina e de outros bens. só a quantidade de bens que os vendedores estão na disposição de vender é que constitui a oferta. este é substituído por outros produtos similares. ou seja. Tal como a procura. porque estes podem decidir não vender. Assim. quer isto dizer que quando o preço de um bem se eleva. Por exemplo. o Quando o preço de um bem sobe. Este efeito é denominado de efeito de substituição. A procura individual é a quantidade desse bem que um consumidor está disposto a adquirir a um determinado preço. num dado período de tempo. destruir ou guardar uma parte dessa produção. o consumidor fica com maior poder de compra. Pelo contrário. se tudo o resto se mantiver constante. Logo. Este efeito é denominado de efeito rendimento. A procura é uma função decrescente em relação ao preço. Significa 23 . quando desce o preço aumenta a quantidade procurada. A procura agregada (ou global) é a soma de todas as procuras individuais. o conjunto da produção de sapatos de um país pode não constituir a oferta real dos produtores. baixando o preço do bem A. São duas as razões normalmente apontadas para este fato: o Quando o preço de um bem aumenta. os consumidores ficam com menos rendimento disponível pelo que consomem menos quantidade desse bem e dos outros bens. quando aumenta o preço da carne de vaca os consumidores tendem a comprar mais carne de frango. Da mesma forma. A oferta consiste na quantidade de bens e serviços que os vendedores estão dispostos a vender por um determinado preço. Por exemplo. é como se o seu rendimento tivesse aumentado. Atividade económica Para cada bem existe uma procura individual e uma procura agregada. É o efeito substituição. a quantidade procurada desse bem diminui. se considerarem que não vão ser convenientemente remunerados. a oferta é uma função crescente em relação ao preço. os preços dos bens complementares e dos bens substituíveis. Deste modo. o Preferências: as preferências (gostos) dos consumidores representam uma variedade de influências culturais e históricas e afetam a curva da procura. Mais indivíduos conduzem a um maior consumo. a tecnologia. onde a procura e a oferta se encontra obtemos o preço de equilíbrio. o Dimensão do mercado: medida pela população influencia de forma nítida a curva da procura. isto é. Mas. Preço de equilíbrio Todo o produto objeto de troca no mercado é sujeito a uma oferta e a uma procura. o Preços de bens relacionados: a procura de um dado bem tende a diminuir (aumentar) quando diminui (aumenta) o preço de bens substitutos. variável segundo o nível de preços. Com efeito. Com efeito. a oferta aumenta sempre que sobem os preços e diminui sempre que os preços descem. Fatores que influenciam a procura o Rendimento médio: com o aumento do rendimento médio os indivíduos tendem a comprar mais de quase tudo. Este preço é aquele em que a oferta iguala a procura. etc. 24 . mesmo que os preços não se alterem. aquele preço em que as intenções dos produtores (oferta) e as intenções dos compradores (procura) são iguais. não é apenas o preço do bem que influencia o nível da oferta desse bem. nomeadamente os custos dos fatores de produção. ou seja. aquele em que as vontades dos compradores e dos vendedores se harmonizam. Este preço é aquele em que a quantidade oferecida é igual à quantidade procurada. outros fatores podem ter influência. Assim. Atividade económica isto que as quantidades oferecidas dependem dos níveis de preços. o Influências específicas: a oferta de determinados bens é influenciada por fatores específicos como seja o clima na agricultura. ou seja fecharam-se as posições de compra e de venda. Num mercado concorrencial. o Política do governo: os impostos e as políticas salariais podem fazer aumentar o custo dos fatores de produção levando à contração da oferta. Equilíbrio O equilíbrio de mercado ocorre no preço a que a quantidade procurada é igual à quantidade oferecida. O preço de equilíbrio é também designado por preço de fecho do mercado. o Preço dos fatores de produção: quando o preço dos fatores de produção diminui a o custo de produção é menor e a oferta aumenta. Atividade económica o Influências específicas: a procura de determinados bens é influenciada por fatores específicos como seja a venda de chapéus-de-chuva em dias chuvosos. Fatores que influenciam a oferta o Tecnologia: o progresso tecnológico consiste nas alterações que diminuem a quantidade dos fatores necessários para a mesma quantidade de produto. Isto significa que todas as ordens de compra foram satisfeitas e a produção toda vendida. este equilíbrio resulta da intersecção das curvas da oferta e da procura e nele não há tendência para o preço descer ou subir. 25 . o Preços de bens relacionados: a oferta de um dado bem tende a aumentar (diminuir) quando diminui (aumenta) o preço de bens substitutos. por vezes. quer junto das empresas. Uma balança de pagamentos equilibrada (equilíbrio nas receitas e pagamentos internacionais). A taxa de juro pode ser utilizada para controlar o nível geral dos preços. a fim de atingirem os objetivos desejados. Eficiência económica.preços estáveis. Política Monetária A política monetária consiste no conjunto de medidas que os Estados aplicam para controlar a oferta de moeda. Ausência de inflação: o controlo do nível geral dos preços . iv. A taxa de reserva de caixa. iii. iv. Os objetivos associados à política monetária são: i. A taxa de juro que o Banco Central paga e cobra aos bancos comerciais condiciona as respetivas taxas praticadas pelos bancos comerciais. v. a imposição de algumas condições de concessão de crédito para regular a despesa do sector privado: i. Plafonds de crédito. ii. 26 . A taxa de redesconto. As operações de mercado aberto. Um nível de produção próximo do produto potencial (correspondente à taxa natural de desemprego). iii. Atividade económica 4. Uma distribuição do rendimento desejada pela comunidade. ii. quer junto dos particulares. Os instrumentos utilizados pela política monetária são o controlo da quantidade de moeda em circulação e a taxa de juro e. Se pelo contrário. o euro é a prova mais tangível da integração europeia. os níveis de empregabilidade. que em conjunto formam a zona euro. Através delas os governos podem influenciar os níveis da despesa total. Foi inicialmente utilizado como moeda virtual nas operações de pagamento que não envolviam notas e moedas. Quando o euro foi introduzido. através delas o governo pode influenciar os níveis de preços. Atividade económica Assim se o banco central subir a taxa de juro das operações passivas. as antigas moedas nacionais – como o marco alemão e o franco francês. a taxa de juro das operações ativas baixar. quer através do consumo público. está a incentivar a liquidez do mercado. 4. está a promover a poupança e retirar liquidez do mercado. As suas vantagens são óbvias para qualquer pessoa que viaje para o estrangeiro ou faça compras pela Internet em sítios estabelecidos noutros países da UE. Também. A introdução do euro em 1999 representou um passo muito importante no processo da integração europeia e constitui também um dos seus maiores êxitos: cerca de 330 milhões de cidadãos da União Europeia utilizam-no atualmente como moeda e usufruem de vantagens que continuarão a aumentar à medida que outros países da União Europeia forem adotando a moeda única. Euro e Banco Central Europeu Moeda comum a 18 dos 28 Estados-Membros da União Europeia. bem como para fins contabilísticos. substituindo.1. tornou-se a nova moeda oficial de 11 Estados-Membros. a taxa de crescimento e o nível de crescimento do produto. quer seja através da manipulação do nível do consumo particular. os níveis das taxas de inflação. enquanto as antigas moedas continuavam a ser utilizadas nas operações de pagamento em numerário e a 27 . em duas fases. do investimento privado e público e ainda das relações com o exterior. Estas condições são conhecidas como "critérios de convergência" (ou «critérios de Maastricht») e incluem a estabilidade de preços. e dos bancos centrais nacionais dos Estados-Membros que tinham adotado o euro. o euro foi introduzido fisicamente sob a forma de notas e moedas. no Tratado de Maastricht (Tratado da União Europeia). a estabilidade das taxas de câmbio e a solidez das finanças públicas. a política monetária passou a ser da responsabilidade do Banco Central Europeu (BCE). acordaram uma opção de exclusão no Tratado. que os dispensa de participar na zona euro. Em conjunto. Quando preencherem. Para além de facilitar as viagens. bem como as condições que os Estados-Membros devem preencher para poderem adotar o euro. O quadro em que é gerido o euro faz desta moeda uma moeda estável. O euro não é a moeda de todos os Estados-Membros. cuja eficácia aumenta. constituem o Eurosistema. Dois países. a Dinamarca e o Reino Unido. Posteriormente. enquanto os restantes (muitos dos novos Estados-Membros e a Suécia) ainda não preenchem as condições estabelecidas para a adoção da moeda única. contribuindo para a solidez das finanças públicas. Quando o euro se tornou realidade. uma moeda única é um elemento muito positivo do ponto de vista económico e político. com um baixo nível da inflação e taxas de juro baixas. em 1992. substituirão as suas moedas nacionais pelo euro. 28 . Atividade económica ser consideradas subdivisões do euro. Uma moeda única é também um complemento lógico do mercado único. em 1 de Janeiro de 2002. que estabelece as normas para a introdução da moeda única. determina os objetivos da União Económica Monetária e as responsabilidades de cada protagonista. com um nível de inflação baixo. entidade independente criada para esse efeito. O objetivo da plena realização da União Económica e Monetária e da adoção de uma moeda única só foi consagrado. O Banco Central conquistou o estatuto de instituição da União Europeia em 1998. embora tenham concordado em coordená-las a fim de alcançarem objetivos comuns de estabilidade. sedeado em Frankfurt. administrando o Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC). Por último mas não menos importante. elimina os custos de câmbio da moeda. pensões e mercado de capitais). A política orçamental (impostos e despesas) continua a ser da competência dos governos nacionais. como a subida inesperada do preço do petróleo ou a perturbação dos mercados cambiais. A dimensão e a força da zona euro protegem-na dos choques económicos externos. Goza de personalidade jurídica e de total independência face às instituições nacionais e europeias. é responsável pela gestão do euro e da política monetária da União Europeia. melhora o funcionamento da economia europeia. O BCE é administrado por três órgãos: 29 . da qual podem sentir-se cada vez mais orgulhosos à medida que a zona euro cresce e multiplica essas vantagens para os seus membros acuais e futuros. O BCE assegura o bom funcionamento da União Económica e Monetária. facilita o comércio internacional e confere à União Europeia uma voz mais forte nos fóruns internacionais. Atividade económica A utilização de uma moeda única aumenta a transparência dos preços. há que mencionar o facto de o euro dar aos cidadãos da União Europeia um símbolo tangível da sua identidade europeia. embora estes possam aderir a normas comuns de finanças públicas contempladas no Pacto de Estabilidade e Crescimento. crescimento e emprego. O Banco Central Europeu O Banco Central Europeu (BCE). Os governos nacionais também conservam a plena responsabilidade das suas políticas estruturais (emprego. em definir a política monetária da zona do euro. apesar do seu poder de decisão ser menor. Além disso. prepara as reuniões do Conselho do BCE e ocupa-se da gestão corrente do Banco. a Comissão Executiva dá as instruções necessárias aos bancos centrais nacionais. nomeadamente. tanto dos Estados-Membros que introduziram o euro como dos que ainda não o fizeram. O Conselho Geral reúne. Para tal.). é o BCE que define as condições mediante as quais os bancos centrais nacionais estão autorizados a intervir. elaborar relatórios de atividades. por conseguinte. O Conselho Geral é considerado o terceiro órgão de decisão do BCE. o Conselho do BCE pode. A sua principal função consiste. A Comissão Executiva assegura a aplicação da política monetária. o O Conselho Geral: o Conselho Geral é composto pelo Presidente e pelo Vice- Presidente do BCE. a sua missão é contribuir para as funções consultivas do BCE. O Conselho do BCE é o principal órgão de decisão do BCE. Banco de Irlanda. bem como por quatro vogais. fixar a taxa de juro à qual os bancos comerciais podem obter fundos junto do respetivo banco central. por exemplo. 30 . também é responsável por compilar informações estatísticas. definida pelo Conselho do BCE. É responsável por definir as orientações e tomar as decisões necessárias ao cumprimento das missões do BCE. cooperando com os bancos centrais nacionais dos Estados-Membros (Banco de Portugal. Em especial. bem como pelos Governadores dos bancos centrais do conjunto dos Estados-Membros da União. o A Comissão Executiva: a Comissão Executiva é composta pelo Presidente e pelo Vice-Presidente do BCE. os Governadores dos bancos centrais. Atividade económica o O Conselho do BCE: o Conselho do BCE é composto pelos membros da Comissão Executiva e pelos governadores dos bancos centrais nacionais dos Estados-Membros que adotaram o euro. etc. A principal competência do BCE é assegurar o funcionamento do Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC). Contudo. Banco de Itália. Para o efeito. Além disso. etc. São nomeados pelo Conselho Europeu. no âmbito do SEBC. o As relações internacionais com os bancos centrais e as instituições de crédito de países terceiros e as organizações internacionais. organismos públicos e outros intervenientes no mercado. antecipadamente. Os Estados-Membros podem emitir moedas. o O estabelecimento de regulamentos de modo a garantir a eficácia e solidez dos sistemas de pagamentos e de compensação. pelos empréstimos que lhes faz. em especial: o A emissão de notas e moedas. A taxa de redesconto: taxa de juros cobrada pelo Banco Central aos bancos comerciais. Atividade económica Assim. os bancos podem expandir os seus empréstimos e aumentar os seus depósitos. e vice-versa. mas é o BCE que deve autorizar. A taxa de reservas obrigatórias: quando a taxa de reservas obrigatórias baixa. quando o BCE ou os bancos centrais nacionais intervêm nos mercados de capitais. o As operações de “open market”. o As operações de crédito. o A imposição às instituições de crédito sedeadas nos Estados-Membros de constituir reservas obrigatórias junto do BCE ou dos bancos centrais nacionais. com as instituições de crédito ou outros intervenientes no mercado. o A abertura de contas junto do BCE e dos bancos centrais nacionais para as instituições de crédito. O BCE é a única entidade habilitada a autorizar a emissão de notas de banco na “zona do euro”. Os principais instrumentos de política monetária utilizados pelo Banco Central são: i. ou seja. as funções monetárias do BCE e dos bancos centrais nacionais são. São empréstimos de curtíssimos prazos. a quantidade da emissão. redescontando-lhe títulos que eles previamente tinham descontado aos seus clientes. ii. por exemplo. concedendo ou contraindo empréstimos. 31 . Uma alta da inflação faz-se geralmente acompanhar de decrescimento económico. 4. a capacidade dos bancos para criarem moeda.2. diminuindo a base monetária e. Uma subida significa sobretudo que se tem de pagar mais pelo mesmo produto. Quando a inflação sobe muito. vende títulos da dívida pública. outros descem. Alguns preços sobem. estimula o consumidor a adquirir bens e serviços. o banco central do país 32 . de forma multiplicada. Além disso uma inflação baixa torna mais interessante contrair um empréstimo porque os juros também são baixos nos períodos de uma inflação baixa. Fala-se de inflação quando se verifica um aumento geral dos preços dos bens e serviços e não quando apenas os preços de artigos específicos sobem. O Banco Central vende ou compra títulos do Estado com o propósito de alterar o volume de reservas dos bancos. A maioria dos países propõem-se como objetivo uma inflação anual à volta dos 2 a 3 por cento. logo as reservas dos bancos diminuem. Quando o Banco Central pretende diminuir a massa monetária. No caso de uma inflação alta pode acontecer que a população perde a confiança na sua unidade monetária e economia e esse país tornar-se assim menos interessante para investidores estrangeiros. Um teor baixo de inflação é benéfico para a economia. Manter a inflação baixa é um objetivo importante de governos e bancos centrais devido aos efeitos benéficos para a economia. A inflação faz com que se compra menos com um euro: um euro vale menos do que anteriormente. Inflação Numa economia de mercado. Atividade económica iii. os preços dos bens e serviços podem sempre mudar. As operações de mercado aberto ("open market"): a compra e venda de títulos da dívida pública. O contrário de inflação é a deflação.4% observados no mesmo mês do ano anterior (Eurostat). mas será histórica se for devida a uma dada conjuntura e. assim. abaixo dos 0. subindo as suas taxas de juros e desmoralizando desse modo o excesso de circulação de dinheiro. A deflação é inimiga do crescimento económico porque há a possibilidade de o consumidor adiar a aquisição de bens por esperar que estes num futuro próximo se tornem mais baratos. Ela será cíclica se for a que tipicamente ocorre nos períodos de expansão da economia. Nestas circunstâncias. Havendo deflação há uma descida do nível geral de preços. tenderão a consumir mais. Há vários tipos de inflação. haverá hiperinflação se as subidas de preços forem muito elevadas e inflação rastejante se forem pequenas. portanto.7% verificados em Abril e dos 1. Existem três grandes causas da inflação: i. muitas vezes. o que leva a um aumento geral dos preços. A taxa de inflação anual da zona euro fixou-se nos 0. puramente ocasional. haverá mais dinheiro no bolso das pessoas que. os bancos centrais e governos baixam as taxas de juros para estimular a economia. 33 . pode haver condições para o surgimento mas não ocorrer porque estão a ser tomadas medidas adequadas para a combater. Atividade económica intervém. Mesmo na inexistência de inflação. diz-se que existe inflação fechada (ou contida). A massa monetária em circulação: a inflação monetária é devida à massa monetária em excesso em circulação na economia provocada por excessos de criação de moeda. Por outro lado. Nos períodos de deflação. Após algum tempo podem adquirir-se cada vez mais bens pela mesma quantidade de dinheiro.5% em Maio de 2014. Quando o Estado investe em grandes obras públicas ou aumenta os salários da função pública. havendo aumentos salariais. Trata-se de promover uma política monetária expansionista. ou seja. Na hipótese de haver desemprego. o que elevará a quantidade de moeda disponível no mercado. o Recomprar títulos públicos no mercado. o nível de preços irá necessariamente subir. diminuir a percentagem dos depósitos que os bancos comerciais devem reter à ordem do Banco Central. os preços dos produtos finais terão necessariamente que aumentar também. se houver pleno emprego. Isto é válido para um aumento de qualquer custo. iii. a barreira da inflação. Emprego Nas últimas décadas os governos têm procurado a contribuição da política monetária para elevar o nível de atividade e de emprego da economia em curto prazo. como tal. o que pode ser feito utilizando-se vários instrumentos: o Aumentar as emissões de moeda. o Diminuir a regulamentação no mercado de crédito. de não haver aumento dos preços.3. "trocar papel por moeda". Os custos: se os custos de produção aumentam e as empresas pretendem manter as suas margens de lucro. ou no montante do crédito direto ao consumidor etc. a oferta será rígida e haverá inevitavelmente inflação. No entanto. há a possibilidade de a oferta conseguir acompanhar o incremento da procura pelo integral aproveitamento da capacidade produtiva e. o Diminuir a taxa de fundos de reserva. 34 . O preço do produto final só não aumentará. se a produtividade do fator trabalho também aumentar e na mesma proporção. na exata medida das necessidades dos agentes económicos. 4. ou seja. embora o caso mais frequente seja o de aumento dos custos salariais. O pleno emprego constitui. o que permitirá elevar o crédito bancário. para não gerar inflação. A procura: a existência de uma procura superior à oferta também faz elevar os preços. portanto. principalmente nos limites impostos aos prazos de empréstimos. Se a procura aumentar e a oferta (interna ou externa) não acompanhar esse aumento. Atividade económica ii. e não da produção e emprego. Apesar de um desemprego em nível agregado. o aumento da procura agregada conduz ao aumento da procura de emprego para fazer face ao maior nível de procura de bens e serviços. alguns setores ou ramos de atividade podem estar operando à plena capacidade. inevitavelmente levará ao aumento geral dos preços. Quanto maior for a moeda em circulação e disponibilidade de crédito. Contudo. menor será a taxa de juro de mercado e maior será a procura de bens e serviços. Por esta via. abrindo-se novo ciclo de desemprego. é oportuno salientar que a expansão monetária embora possa levar ao aumento temporário do PIB e do emprego. provocaria apenas aumento do nível de preços. Nesses setores. 35 . o estímulo ao aumento da procura agregada. Atividade económica Tais medidas causam impactos diretos sobre o nível de produto e rendimento da economia. por meio de políticas monetárias ou fiscais expansionistas. influenciam os incentivos dos consumidores e das empresas. por isso. Atividade económica 5.). 5. Em síntese estas políticas pretendem: i. Em teoria. Por outro lado.ao contrário do que ocorre com as 36 .) e as transferências do Estado que ampliam os rendimentos de determinados grupos (subsídio de desemprego e pensões dos reformados. Intervir na repartição do rendimento de forma a reduzir as desigualdades económicas e sociais e garantir a justiça e a equidade social. ii. Políticas económicas Uma política económica visa modificar e melhorar um certo estado económico-social. influenciam o rendimento disponível das famílias. portos e aeroportos) e custeio de bens e serviços públicos. com impacto no consumo e na poupança privada. A despesa pública compreende as compras do Estado (estradas. segurança e educação.1. os recursos arrecadados pelos governos são revertidos para o bem comum. Por um lado. salários da função pública. Regulamentar a atividade económica. etc. como o caso do desemprego ou da inflação. Os impostos afetam a globalidade da economia de dois modos. como saúde. etc. iii. Orçamental e fiscal A política orçamental diz respeito à despesa pública e aos impostos. Garantir uma melhor afetação dos recursos disponíveis de forma a melhorar o nível de qualidade de vida de todos os cidadãos. para investimentos (tais como infraestrutura: estradas. tanques. Mas não há vinculação entre receitas de impostos e determinada finalidade . de forma a evitar ou minimizar os efeitos da ocorrência de desequilíbrios. os impostos afetam os preços dos bens e dos fatores de produção e. 37 . que tem como base os tributos captados. decide aumentar ou diminuir determinado imposto. o pagamento de impostos não confere ao contribuinte qualquer garantia de contrapartida. cujas receitas são vinculadas à prestação de determinado serviço ou realização de determinada obra.em especial de educação e saúde -. A política fiscal de variação de impostos normalmente traz os retornos desejáveis a curto prazo. A política fiscal é a política de receitas e despesas do governo. A política fiscal inclui a aplicação de taxas progressivas (paga mais quem mais recebe) que se destinam a promover a justiça social. bem como a definição dos gastos do governo. O Estado aplica esta política quando. Envolve a definição e a aplicação da carga tributária exercida sobre os agentes económicos. Embora a lei obrigue os governos a destinarem parcelas mínimas da arrecadação a certos serviços públicos . Na prática traduz-se em o governo criar ou alterar a carga tributária com o objetivo de acelerar ou frear o ritmo económico. Atividade económica taxas e a contribuição de melhoria. por exemplo. podendo este incidir de igual modo sobre todos os cidadãos ou incidir de uma forma progressiva de acordo como os diferentes escalões de rendimento. Por outro lado. Os bens subdividem-se. 38 . Assim. A produção aparece de início como resultado de um trabalho produzido pelo homem. sendo por isso designados por bens livres. Produção de bens. Os bens podem existir em quantidades ilimitadas. 6.). Atividade económica 6. em bens livres e bens económicos. existem bens que são limitados face às necessidades existentes ou que não apresentam características necessárias à satisfação imediata das necessidades. Produção de bens e serviços 6. água do mar.1. sendo por isso submetidos a processos de transformação para se tornarem aptos ao consumo e à satisfação de necessidades. serviços e processo produtivo Num sentido corrente. ar.2. Os bens económicos podem ser classificados quanto à sua natureza. duração ou relações que estabelecem entre si. Bens – noção e classificação É considerado como bem tudo aquilo que é utilizado na satisfação direta ou indireta de uma necessidade humana. os bens escassos e resultantes de processos de transformação são designados por bens económicos. em função do seu custo. De acordo com a sua natureza física. os bens são materiais ou imateriais (serviços). etc. não sendo necessária dinheiro para os obter (sol. função. a produção designa a atividade económica que consiste em criar bens e serviços. que as unidades produtivas utilizam em proporções variáveis. o Homem necessita de dispensar energia física e intelectual (trabalho). a sua utilização pode ser livremente 39 . Existem fatores de produção fixos e variáveis. noção e classificação Fatores de produção são os bens necessários à realização de um dado produto final. Os primeiros são aqueles cuja quantidade utilizada não se pode alterar. O facto de os bens produzidos se transacionar num mercado e o facto de eles serem resultado de um trabalho remunerado.3. Há dois elementos distintos que permitem definir a produção. a teoria económica considera três fatores de produção: o capital. o conhecimento e a organização empresarial. como a tecnologia. Modernamente. São os elementos que tornam possível a existência de produção. ou seja. Os fatores de produção são limitados e escassos. Para realizar a atividade produtiva. Fatores de produção. o trabalho e os recursos naturais ou terra. ou obtidos a partir de fatores de produção (especialmente o trabalho e as máquinas igualmente transacionáveis no mercado) ”. não esquecendo as matérias-primas (os recursos naturais). Atividade económica Mas o economista reserva uma definição mais precisa para a noção de produção – como o trabalho e o capital –. que consiste em criar bens e serviços que se transacionam habitualmente no mercado. somaram-se-lhes outros. Já no caso dos últimos. 6. socialmente organizada. não existem em quantidade suficiente para produzir todos os bens desejados pela sociedade. Classicamente. de assegurar a utilização de diversas formas de riqueza na obtenção de novas riquezas (capital). criando assim nova riqueza na economia. O INSEE e a Contabilidade Nacional dão a seguinte definição de produção: é a “atividade economicamente. Em sentido lato. físico ou mental. é a capacidade do Homem desempenhar uma tarefa que se concretiza na transformação de objetos de trabalho através da utilização de determinados meios de trabalho. 40 . O trabalho pode assumir diversas formas. Trabalho Corresponde a todo esforço humano. mas mantendo as de outros) ou de período longo (se alterar as quantidades de todos os fatores). uma empresa pode reagir a alterações da procura do seu produto de duas formas: adotando um comportamento de período curto (alterando as quantidades utilizadas de alguns fatores. tendo em conta as características das funções desempenhadas no processo produtivo. consoante o tipo de esforço predominantemente desenvolvido e a natureza das funções desempenhadas. enquanto que a curto prazo coexistem fixos e variáveis (não existe a possibilidade anterior. do operário da construção civil. utilizando para tal os meios de trabalho. Logo. Assim. já que o lapso de tempo é demasiado pequeno para que tal seja conseguido). está a realizar uma atividade que exige o contacto direto com as matérias-primas e realiza-se. É esta distinção que define o importante conceito económico de período de reação das empresas. o serviço prestado de um médico. Atividade económica alterada. Por outras palavras. se assim o entender). sobretudo. como por exemplo. nas oficinas e nos campos. o trabalho é toda a atividade humana que leva à produção de bens e serviços e pela qual se aufere uma remuneração. todos os fatores são variáveis (a empresa tem tempo para alterar as suas quantidades. De facto. e por definição. podemos distinguir: o Trabalho direto: o trabalhador transforma as matérias-primas em produtos acabados. o trabalho de um agricultor no campo. a longo prazo. despendido na produção de bens e serviços. a supervisão de um gerente de banco. por exemplo. o trabalho de um tratorista. dos professores. 41 . como por exemplo. etc. No entanto o Homem pode utilizar quer máquinas. Por exemplo. No segundo caso tratar-se-á de trabalho manual. são trabalhos simples. o Trabalho físico: aquele em que predomina o esforço direto do Homem. o Trabalho intelectual: é aquele em que o esforço desenvolvido é predominantemente intelectual. quer ferramentas e utensílios. etc. o Trabalho de direção: é a atividade desenvolvida que consiste em orientar e coordenar grupos de trabalhadores. do vendedor. como acontece com a generalidade das atividades comerciais. em grande parte. o trabalho de um jardineiro ou de um pedreiro de construção civil. Por exemplo. o Trabalho de invenção: é o trabalho de carácter investigativo ou de pesquisa nos vários domínios do saber. como por exemplo. dos advogados. o trabalho executado na indústria. pelos chefes de departamento. mecânico. No primeiro caso consideraremos que se trata de trabalho mecânico. Por exemplo. o Trabalho qualificado: para a sua execução são necessários conhecimentos específicos.. na aplicação de conhecimentos ou técnicas já adquiridas. o trabalho dos médicos. o Trabalho não qualificado: para a execução deste trabalho não são requeridos conhecimentos ou técnicas especiais. as atividades desenvolvidas pelos gestores. etc. o trabalho executado pelo porteiro ou servente de pedreiro pode ser executado por qualquer indivíduo. administrativas e de prestação de serviços. etc. Atividade económica o Trabalho indireto: existem atividades que não exigem o contacto do trabalhador com as matérias-primas. dos programadores. a generalidade das tarefas que os indivíduos desempenham exige preparação escolar ou profissional prévia. entre outros. o Trabalho de execução: é aquele que consiste. Teremos como exemplo. etc. de um serralheiro. serviços. o trabalho do investigador científico. não exigindo para esse efeito qualquer qualificação ou preparação específica. o trabalho do empregado de escritório. etc. como por exemplo. nem todo o património constitui capital. ou seja. Atividade económica O fator trabalho num país corresponde ao conjunto da população em condições para participar no processo produtivo. Este conjunto da população residente recebe o nome de população ativa. quando o património não é utilizado na atividade produtiva. o conceito económico de capital abrange apenas o conjunto de bens (riqueza) que são utilizados na atividade produtiva. Ao conjunto de indivíduos excluído por o conjunto acima apresentado dá-se o nome de população inativa. neste caso. apresentam idades inferiores aos 65 anos e iguais ou superiores aos 15 anos de idade. a taxa de atividade dá-nos a relação percentual entre a população ativa e a população total anual. No entanto. isto é. Assim. Nesta sequência. São várias as aceções do termo capital. Com efeito. em simultâneo. No entanto. o termo capital pode ser utilizado como sinónimo de património ou riqueza. É constituído por tudo o que participa no processo produtivo com exceção dos recursos naturais e do trabalho. então. se o mesmo indivíduo adquirir um andar para instalar os escritórios da sua empresa. aqueles que se destinam à obtenção de novas riquezas. será considerado capital. um conjunto de bens que um indivíduo ou um grupo de indivíduos possui. em sentido económico. esta será considerada riqueza ou património. Se por exemplo uma indústria adquire um andar para habitação própria. Capital técnico No sentido vulgar. ele constitui apenas riqueza. A população ativa é constituída por todos os indivíduos com capacidade produtiva e que. 42 . ou seja a parte da população que não faz parte do processo produtivo. 4. Ex: Edifícios e equipamentos. ventos. A taxa de emprego permite saber qual é a percentagem de trabalhadores que têm efetivamente emprego. recursos minerais e hídricos. O índice mais habitual. marés. energia solar. Atividade económica o Capital Circulante: Constituída por Meios de produção não duradouros (matérias primas e matérias subsidiárias que desaparecem por que são incorporadas nos produtos acabados). que são utilizados na produção de bens económicos. Compreende todos recursos da natureza. pois se encontram na origem de todo o processo de produção. o Capital Humano: designa o conjunto das capacidades economicamente produtivas de um individuo. porém. mas que sofrem um natural desgaste devido ao uso e ao clima. uma profissão ou um ofício remunerado. a gravidade da Terra. Emprego Conceito: O emprego é uma ocupação. nomeadamente a sua instrução e formação. Por exemplo: se a taxa de emprego de um país for de 84%. 6. é a taxa de desemprego (a quantidade de desempregados sobre a população economicamente ativa). como florestas. o Capital Natural: referente aos recursos naturais disponíveis e utilizados no processo produtivo. o Capital Fixo: Constituída por Meios de produção duradouros utilizados várias vezes e que permitem a realização do processo produtivo por vários períodos. 43 . Recursos Naturais Renováveis Os recursos naturais ou reservas naturais constituem a base sobre a qual se exercem as atividades dos demais recursos. Dá-se o nome de taxa de emprego à razão entre a população ocupada e a população economicamente ativa (que está em condições de fazer parte do mercado laboral). Por isso. remunerada ou não. a taxa de desemprego do país seria portanto de 16%. com as políticas de utilização dessa capacidade e com a tecnologia empregada na produção. mas ao mesmo tempo duplicaremos o poder aquisitivo para esses bens. A taxa de emprego também pode estar associada à noção de pleno emprego. estão desocupadas ou paradas. estando a economia sempre em equilíbrio. John Stuart Mill dizia: "Se pudermos duplicar as forças produtoras de um país. As possibilidades de emprego que os sistemas económicos podem oferecer em certo período relacionam-se com a capacidade de produção da economia. Os economistas clássicos entendiam que o estado de pleno emprego dos fatores de produção (entre eles o trabalho) era normal. Atividade económica significa que 84 em cada 100 pessoas economicamente ativas têm emprego. Esse indivíduo será considerado como um desempregado apesar de talvez existir a oferta de trabalho suficiente para fazer parte do mercado." Dentro dessa linha de ideias. um conceito económico que supõe que todas as pessoas em idade laboral produtiva que desejam trabalhar têm emprego. por sua vez. a maior parte dos países reconhece o direito ao trabalho como um dos direitos fundamentais dos cidadãos. A procura de trabalho é portanto igual à oferta. Emprego é a função e a condição das pessoas que trabalham. em caráter temporário ou permanente. duplicaremos a oferta de bens em todos os mercados. Um sujeito pode fazer parte da população economicamente ativa e não ter trabalho porque não anda à procura do mesmo ou simplesmente porque não lhe interessa trabalhar. o 44 . Estas estatísticas nunca são precisas. o que se reflete numa taxa de emprego de 100% e uma taxa de desemprego de 0. As restantes 16 pessoas. Ter um emprego não só constitui o principal recurso com que conta a maioria das pessoas para suprir suas necessidades materiais como também lhes permite plena integração social. em qualquer tipo de atividade econômica. Atividade económica aparecimento de desempregados em certas épocas era explicado como a resultante de um desajustamento temporário. Este facto torna os bens mais escassos e por consequência aumenta o seu valor de troca. Os instrumentos das políticas de combate ao desemprego são de diversa ordem: o Aumento da escolaridade e a sua adaptação às necessidades reais da economia o A formação profissional contínua. O ajustamento (ocupação da força de trabalho desempregada) ocorreria quando os trabalhadores decidissem aceitar voluntariamente os salários mais baixos oferecidos pelos empresários População ativa: diz respeito ao conjunto de habitantes de um determinado país que se encontra a exercer uma profissão remunerada ou que procura emprego. há uma falha de mercado na alocação destes recursos. É constituída pelos empregados. o Diminuição da idade da reforma. 45 . significa dizer que os recursos humanos disponíveis não estão a ser bem utilizados. desempregados e pessoas que se encontram a prestar serviço militar. portanto. bonificações bancárias. isenções fiscais. etc. Quando há desemprego. Constitui um encargo para a sociedade e tende a provocar a subida dos preços uma vez que os desempregados não contribuem para a produção mas continuam a consumir. o Incentivo às empresas: concessão de subsídios. O desemprego facilita o surgimento do mercado negro de trabalho na medida em que os desempregados apesar de subsidiados baixam os seus rendimentos e as empresas pouco escrupulosas na ânsia de reduzir os seus encargos sociais aliciam os desempregados a trabalhar em situação ilegal. o Fomento de obras públicas. O mesmo acontece com o fenómeno da inflação. O desemprego é considerado um dos problemas mais graves da sociedade atual. para isso. A relação técnica representativa da combinação dos fatores de produção – recursos naturais. isto é modificando uma das variáveis dos fatores de produção). pelo que. dispensando trabalhadores.  Fomentar a formação profissional dos jovens. 6. trabalho e capital – e o nível de produção designa-se por função de produção. As medidas de prevenção e ativação para desempregados visam:  Fomentar a formação profissional dos jovens através de estágios profissionais.  Apoiar a criação do próprio emprego. F = f (L. Quando se ajustam todas a variáveis de produção estamos a efetuar uma análise de longo prazo. Atividade económica O Estado Português promove políticas ativas de empregabilidade através da implementação de medidas de prevenção e ativação para desempregados e de inclusão social.T) F –> nível de produção (quantidade produzida de um bem) L –> quantidade de trabalho utilizado no processo produtivo K –> quantidade de capital utilizado no processo produtivo T –> quantidade de recursos naturais utilizados no processo produtivo 46 .5. fazendo assim uma análise de curto prazo. através de estágios profissionais. ajustar-se-á os fatores produtivos (eventualmente. Combinação dos fatores de produção A combinação dos fatores produtivos é utilizada para encontrar um ponto de equilíbrio entre as quantidades produzidas e as quantidades vendidas. têm vindo a ser implementadas medidas de promoção de aprendizagens ao longo da vida com vista a combater o desemprego de longa duração e desemprego tecnológico e medidas de combate à desigualdade de oportunidades de que as mulheres são vítimas quanto ao acesso ao emprego e compatibilização com a vida do lar.K. Paralelamente. quando a procura diminui também a produção terá de diminuir. O trabalho é a componente mais importante da produtividade. A produtividade mede a eficiência da utilização da utilização dos fatores de produção. uma medida entre as entradas e as saídas. ou seja. quanto mais evoluídas as tecnologias utilizadas em toda a cadeia de valor. Com o cálculo da produtividade total procura-se pôr em evidência os resultados da intervenção de todos os fatores de produção. Para o efeito podemos calcular a produtividade média dos fatores de produção em termos físicos e monetários. entendermos a produtividade trata de “fazer as coisas bem”. A produtividade é um indicador que ilustra a eficiência de um dado sistema produtivo. é assim. Se entendermos por eficácia o “fazer as coisas certas” e por eficiência “fazer as coisas bem”. E verifica-se que para uma mesma intensidade de trabalho este indicador é tanto maior quanto melhor a organização da empresa. os resultados médios da produção. entre benefícios e custos. 47 . Atividade económica Produtividade Define-se produtividade como a relação entre uma certa medida de output e outra medida de input. mas o seu melhor desempenho está associado também á utilização de outros recursos do sistema produtivo. A produtividade do trabalho constitui a medida mais corrente da produtividade. A produtividade. entre eficácia e eficiência. quanto mais modernos os equipamentos. A produtividade total representa a produção média dos fatores de produção utilizados no processo produtivo. mede a eficácia de cada combinação dos fatores de produção. menor será a quantidade procurada e vice-versa. Atividade económica 7. A alteração por exemplo nos gostos dos consumidores provoca desequilíbrio. no qual se compram (se se for cliente) e se vendem (se se for comerciante) produtos de consumo. o aquele equilíbrio. os que procuram. em principio. do preço pelo qual ele pode ser adquirido. o mecanismo de mercado assegura. O mecanismo de mercado compatibiliza a oferta de um bem com a respetiva procura através do preço. O ponto de equilíbrio surge quando o preço torna compatíveis as vontades expressas pelos consumidores e pelos produtores. Nesta aceção primitiva. assim. Mercado e as leis da oferta e da procura 7. 48 . Em cada momento a quantidade de um certo bem que os consumidores estão dispostos a comprar depende. a palavra mercado diz respeito a um lugar determinado onde os agentes económicos realizam as suas transações. menor será a quantidade oferecida desse produto no mercado e vice-versa. Quanto mais baixo for o preço de um produto. Deste encontro resultará a definição do preço e da quantidade a transacionar do bem ou do serviço. os que oferecem. quanto maior for o preço de um produto. pode-se dizer também que há um preço de equilíbrio. Quaisquer que sejam as razões que influenciam a procura e a oferta de um bem. Conceito de mercado Em todas as cidades existe frequentemente um mercado.1. Aqui o mercado representa qualquer situação de encontro entre vendedores. Na sua aceção económica não existe a conotação geográfica. e os consumidores. por sucessivas correções. Atividade económica O mecanismo de mercado depois atuará como corretor até que se obtém um novo equilíbrio no mercado de certo bem. Deste modo, pode concluir-se que através das flutuações de preços se estabelece, em cada momento, um equilíbrio entre a quantidade oferecida e a quantidade procurada de um bem sujeito ao mecanismo de mercado. O preço torna-se, portanto, o fator fundamental ao funcionamento de uma economia de mercado sem que aconteçam, a longo prazo, distorções entre o que se pretende consumir e o que se produz. O papel do mercado não se limita à determinação do preço de equilíbrio. A atividade económica nunca se interrompe, e os preços modificam-se sem cessar. A procura de um produto superior à sua oferta não apenas provoca uma alta dos preços, mas também um conjunto de fenómenos económicos interligados. O “sinal” foi dado, os produtores irão produzir mais, talvez contratar mais trabalhadores ou adquirir novas máquinas (na esperança de gastos mais elevados), isto é, investindo. Este fenómeno terá repercussões noutros mercados (de capitais se a empresa pede emprestado para financiar o investimento, e o mercado do emprego), e todo o sistema económico altera-se. A exclusiva regulação da atividade económica pelo mercado constitui uma certa forma de conceber o funcionamento da economia. Esta é então considerada como um conjunto de mercados que asseguram o correto funcionamento da economia, sem a presença do Estado. Existe economia de mercado ou sistema de livre iniciativa quando os agentes económicos agem de forma livre, com pouca ou nenhuma intervenção dos governos mediante tabelamento dos preços ou restrições à produção. É, portanto, um mercado idealizado, onde todas as ações económicas e individuais respeitam a transferência de dinheiro, bens e serviços voluntariamente. Contudo, o 49 Atividade económica cumprimento de contratos voluntários é obrigatório. A propriedade privada é protegida pela lei e ninguém pode ser forçado a trabalhar para terceiros. Diferentemente do que ocorre na economia planificada ou economia de estado, onde a produção económica é dirigida pelo Estado, na Economia de mercado a maior parte da produção económica é gerada pela iniciativa privada. Indústria, comércio e prestação de serviços são controlados por cidadãos particulares, ou seja, são empresas do setor privado que detêm a maior parcela dos meios de produção. Existem dois tipos de mercados: de concorrência perfeita e de concorrência imperfeita. 7.2. Mercados de bens e serviços A macroeconomia observa a economia por quatro mercados: o Mercado de bens e serviços o Mercado de trabalho o Mercado monetário e de títulos o Mercado de divisas Através do mercado de bens e serviços tenta responder como se comporta o nível de atividades através da análise de todos os bens produzidos pela economia durante um determinado período de tempo e determina-se o chamado produto nacional. O preço desses produtos representa uma média de todos os preços produzidos é o chamado nível geral de preços. As diferentes estruturas de mercado estão condicionadas por três variáveis principais: número de firmas produtoras no mercado; diferenciação do produto; existência de barreiras à entrada de novas empresas. 50 Atividade económica No mercado de bens e serviços, as formas e mercado, segundo essas três características, são as seguintes: concorrência perfeita, monopólio, concorrência monopolística (ou imperfeita) e oligopólio. Mercado de concorrência perfeita Designa uma estrutura de mercado em que os vendedores e os compradores são suficientemente numerosos para que nenhum deles possa exercer uma influência significativa sobre os preços. Só os mecanismos de mercado determinam o preço de equilíbrio que se impõem a todos. Existe liberdade de entrada no mercado, ou seja uma empresa que queira produzir um bem poderá fazê-lo mesmo que outras empresas já o façam. Existe livre concorrência entre os produtores e os consumidores pois nenhuma das empresas pode impor quaisquer condições de venda ao consumidor e livre concorrência do lado dos consumidores pelo que nenhum pode mudar o preço do produto das unidades de produção, o preço dos bens depende do livre jogo da oferta e da procura no mercado, o Estado também não pode alterar os preços ou qualquer outra entidade do mesmo género. Outra característica deste tipo de mercado é a transparência: os produtores deverão poder conhecer os ramos e sectores da atividade económica mais lucrativos para poderem mobilizar os fatores de produção para essas atividades. A informação dos agentes económicos, em particular acerca da qualidade dos produtos é total. A mobilidade dos fatores de produção: o mecanismo de mercado pressupõe a fácil reconversão e deslocalização dos fatores produtivos, capital e força de trabalho, para os sectores que mais oportunidades lucrativas ofereçam aos produtores. A concorrência é pura quando existe atomicidade (os compradores e os vendedores são numerosos, ao ponto de não poderem por si só influenciar os preços), existência de muitos produtores a oferecer o produto e de muitos consumidores a procurá-lo, não se 51 trata-se de um monopólio (o monopólio é bilateral se houver também um único comprador). Ainda a homogeneidade dos produtos transacionados (são idênticos e substituíveis entre si – permitem satisfazer as mesmas necessidades) e verifica-se o princípio da livre entrada no mercado. a possibilidade de um só agente económico provocar alterações significativas no mercado. Este preço é superior àquele que resultaria da livre concorrência no seu próprio mercado. pois pode comprar bens a um preço mais baixo e de melhor qualidade. Atividade económica verificando. embalagens. modelos. não existe nenhum entrave ou barreira à entrada de novas empresas no mercado. ou seja. dado que são obrigadas a inovar os seus processos de fabrico. Uma empresa que é única no mercado pode fixar ela própria o seu preço. existe um limite para o poder de monopólio: a procura do consumidor. Mercado monopolístico: existem muitas unidades de produção pequenas mas que produzem bens não homogéneos. Nesta situação. Quando pelo menos uma dentre elas não se verificar. preços. ao concorrerem entre si. mas não pode subir sem limite. Em conclusão. Marcas. provocam a descida do preço dos produtos e a melhoria da sua qualidade. Mercados de concorrência imperfeita O monopólio e o oligopólio são as duas principais formas de concorrência imperfeita. no sentido de diminuir os custos de produção. que baixará se o preço aumentar. Sempre que existe alguma alteração do produto. 52 . Com efeito. deste modo. a concorrência é considerada imperfeita. as empresas. Quando um só vendedor propõe um certo produto. conteúdo. dando a cada produtor um certo poder para fixar o preço do seu bem existe uma concorrência monopolística. o consumidor beneficia da concorrência entre as empresas. o progresso é alavancado pelo investimento em pessoas. fornecedores de energia) e outras barreiras legais. A ideia central é de que investimento em educação é o grande instrumento que dar oportunidade de mobilidade ocupacional. Boing e Airbus). despesas de investigação exorbitantes) e por imposição do Estado mediante a restrição do número de licenças concedidas (telecomunicações. Oligopólio. de aumento salarial. as empresas em situação oligopolística procuram entender-se (cartel). algum poder. Estes acordos contudo são ilícitos e interditos pela política da concorrência. formação e da própria experiência profissional. Na concorrência imperfeita os preços dependem do poder que a empresa tiver no mercado. No mercado de concorrência monopolística o consumidor tem pouco poder. Tipos de mercado e poder sobre a fixação dos preços: na concorrência perfeita os preços resultam da interação entre a oferta e a procura. e o monopólio total poder. 53 . 7. Mercado de oligopólio: nestes mercados existem poucas unidades de grande dimensão a produzir o mesmo produto (RTP. e consequentemente. Galp e Repsol.3. o preço é acordado entre as várias unidades produtoras que se dividem entre regiões e clientes. representado pelo conjunto de competências que as pessoas adquirem através da educação. Cada vendedor pode influenciar o preço e cada um deles decide tendo em conta o que farão os outros.a empresa não tem poder para afixar os preços). Atividade económica A existência de monopólios explica-se pela presença de custos fixos elevados (infraestruturas dispendiosas. SIC e TVI. Neste caso. Mercados de trabalho Segundo a Teoria do Capital humano. Para evitar conflitos. a Teoria da Segmentação. os trabalhadores estão protegidos contra a insegurança e. bem como uma espécie de lealdade dos trabalhadores para com a empresa empregadora. a determinação dos salários não depende tanto da produtividade dos trabalhadores como de certos “procedimentos habituais” das firmas do sector que. os salários relativamente baixos desestimulam a adoção de técnicas poupadoras de mão-de-obra. existindo um dualismo de mercado. ao invés de dar ênfase ao papel da educação na explicação dos diferenciais de salários. o mercado secundário onde as possibilidades de qualidade do emprego são menores e onde as formas de inserção são caracterizadas por uma maior mobilidade externa. os empregadores compram uma certa quantidade de proteção contra greves. A existência da descontinuidade é conhecida como segmentação do mercado de trabalho. Neste mercado. Atividade económica Em contraponto. de outro. 54 . desloca o foco da questão para o local onde o salário dos trabalhadores é gerada: o mercado de trabalho. O mercado de trabalho representa uma agregação de todos os tipos de trabalhos existentes na economia. oferecendo boas condições de trabalho e possibilidades de desenvolvimento de carreira. em geral. estabilização e formação dos seus trabalhadores. No mercado primário. o mercado de trabalho é segmentado por ação das empresas e pelas suas estratégias. servem dois propósitos: de um lado. No mercado secundário. interrupções do processo produtivo. a saber: • Um mercado mais propício à qualidade do emprego. há estagnação tecnológica. que corresponde muitas vezes ao núcleo duro das empresas – mercado ou sector primário. baixa produtividade e mercados estagnados. Fundamentalmente. determinamos como se estabelece a taxa salarial e o nível de emprego. • Um outro tipo de mercado. 4. conhecimentos técnicos. existem outros fatores que. o mercado cambial (onde se confrontam a procura e a oferta de divisas). a procura de trabalho constitui a oferta de emprego. vocacionado para aplicações de excedentes de tesouraria e para o financiamento de ruturas financeiras de curto prazo. tais como as novas formas de trabalho. as necessidades das empresas em matéria de recursos humanos ou o excesso de mão-de-obra qualificada em algumas áreas profissionais ou de formação. habilitações literárias. etc. já que este é de longo prazo) e. Mercados financeiros Existem três grandes tipos de mercados financeiros: o mercado monetário (financeiro a curto prazo). A oferta de trabalho representa a procura de emprego. empregados ou não. O mercado de trabalho existente num determinado país compõe-se pelo conjunto de indivíduos economicamente ativos. com base nas suas qualificações (experiência profissional. Atividade económica Portanto. transacionam-se títulos com um 55 . por último. não dependendo diretamente do indivíduo. Componentes do mercado de trabalho O mercado de trabalho é a relação entre a oferta e a procura de trabalho.). enquanto no secundário é de permaneceram estagnados. No entanto. afetam o seu valor profissional e as suas possibilidades perante o mercado de trabalho. o mercado de capitais (que se distingue em relação ao primeiro quanto aos prazos de vencimento. características pessoais. por seu lado. No mercado monetário. a tendência dos salários no primário é de crescerem. cujo valor profissional está sujeito à lei da oferta e da procura. 7. obrigações. A taxa de câmbio é o preço de uma moeda expresso em unidades de outra moeda.5. das quais se destacam a mobilização das poupanças dos particulares e das empresas e o alargamento do leque de opções de financiamento dos investimentos produtivos das empresas. através da emissão de títulos mobiliários. Este mercado encontra-se vocacionado para financiamentos e investimentos de médio e longo prazo. Por seu lado. títulos de participação. dando assim liquidez ao mercado primário). O mercado de capitais subdivide-se em mercado primário (onde são colocadas as novas emissões de títulos) e secundário (onde se transacionam títulos emitidos e subscritos em períodos anteriores. 7. Procura individual e procura agregada 56 . Por fim. onde o Banco de Portugal e as instituições financeiras transacionam títulos para levar a cabo a política monetária previamente definida pelas autoridades monetárias: massa monetária em circulação e taxas de juro. em que instituições financeiras cedem liquidez entre si por períodos de tempo variáveis. o Mercado de Operações de Intervenção. O mercado de capitais tem importantes funções económicas. A este último (onde se recompram e revendem os novos títulos) chama-se habitualmente Bolsa de Valores. Atividade económica prazo de vencimento até um ano. etc. O principal segmento do mercado monetário são os mercados interbancários. Não há emissões de títulos. no mercado cambial (ou de câmbios) confronta-se a procura e a oferta de divisas (moeda estrangeira). onde participam o Banco de Portugal e outras instituições de crédito. no mercado de capitais têm lugar operações sobre títulos cujo prazo de vencimento é superior a um ano. Estes mercados são constituídos por: o Mercado Monetário Interbancário (MMI). como ações. equivalente ou superior à quantidade procurada. Atividade económica A procura de um determinado produto é definida como o agregado ou conjunto das intenções de aquisição desse produto por parte dos consumidores. e desce quando o preço aumenta. mas dos preços de outras marcas de cerveja. Não se confunde procura com aquisição. do rendimento e das preferências dos consumidores. Este comportamento dos consumidores pode ser explicado tanto pelo "efeito rendimento" como pelo "efeito substituição" 7. ex: A quantidade procurada pelo mercado não depende só dos preços da cerveja sagres. A procura individual é a quantidade desse bem que um consumidor está disposto a adquirir a um determinado preço. Para um dado preço existe uma quantidade procurada. variando inversamente ao preço. é bastante intuitivo: podemos aceitar com facilidade que o aumento do preço de um produto se traduza numa diminuição da procura desse produto. A procura agregada (ou global) é a soma de todas as procuras individuais.6. Concorrência e o preço de equilíbrio 57 . mas essa procura só se traduzirá em aquisições se existir quantidade suficiente de bens no mercado. parte da procura ficará por satisfazer. Para cada bem existe uma procura individual e uma procura agregada. das cervejas sem álcool. e pode ser enunciada da seguinte forma: a quantidade procurada de um bem aumenta quando o preço desce. A lei da procura relaciona a quantidade procurada de um produto com o respetivo preço. Este comportamento da quantidade procurada. No caso de não existirem bens em quantidade suficiente. A procura traduz apenas as intenções de aquisição. Este preço toma a designação de preço de equilíbrio. Quando se verificam condições de concorrência perfeita. ou seja. o Transparência do mercado. Um exemplo desta diferenciação. no sentido de que todos os consumidores e todos os produtores devem ter um conhecimento perfeito de todos os preços. Atividade económica Para que se verifique a concorrência perfeita deve ser preenchido um conjunto de condições. o mecanismo de mercado pressupõe a fácil reconversão e deslocalização dos fatores produtivos. esta tendência para a diferenciação mais ou menos artificial dos produtos é uma característica das economias modernas. no caso de não existir homogeneidade. ou seja. nas bancas do peixe. nas montras dos estabelecimentos. permitindo a existência de preços muito diferenciados e impedindo que haja uma concorrência perfeita. 58 . encontra-se nas calças de ganga (jeans) que. embora basicamente semelhantes. capital e força de trabalho. o preço de mercado tende a situar-se no ponto onde a oferta é igual à procura. o funcionamento do mercado aproxima-se duma situação de monopólio. são objeto de diferenciação por meio de características secundárias ou da "marca". o Mobilidade dos fatores de produção. e que nenhum deles tenha dimensão suficiente para influenciar o mercado. é por este motivo que a legislação obriga à afixação dos preços dos produtos. ou falta de homogeneidade. etc. sendo as principais as seguintes: o Atomização do mercado. para os setores que mais oportunidades lucrativas ofereçam aos produtores. o Homogeneidade dos produtos. onde cada produtor tende a ser o "monopolista" do seu próprio produto. no caso dos produtos serem diferenciados. que exista um grande número de consumidores e um grande número de produtores. mas os consumidores estão dispostos a comprar menos. E o motivo é fácil de compreender: a um preço mais elevado. Poderemos compreender melhor este conceito de estabilidade se procurarmos saber o que é que se passa se o preço de mercado (aquele que efetivamente ocorre no mercado num dado momento) não for um preço de equilíbrio. Para este preço não existe igualdade entre oferta e procura. os produtores estão dispostos a vender mais. Nesta situação de oferta superior à procura vão ficar muitos bens para vender pelo que se trata de uma situação insustentável. Vejamos o caso da figura seguinte. onde o preço P1 se encontra acima do preço de equilíbrio. O que acontece é que a oferta é superior à procura. O resultado é que o preço tenderá a descer para o ponto de equilíbrio. um ponto de estabilidade do mercado. e o preço de equilíbrio representa. 59 . de facto. o preço de equilíbrio corresponde ao ponto onde a curva da procura se cruza com a curva da oferta: Equilíbrio significa estabilidade. Atividade económica Conforme podemos ver na figura seguinte. Neste caso a procura é superior à oferta. 60 . O preço tenderá agora a subir para o ponto de equilíbrio. situação representada na figura seguinte. precisamente porque o preço é aliciante para os consumidores mas indesejável para os produtores. Atividade económica Vejamos agora a hipótese do preço de mercado se situar abaixo do preço de equilíbrio. Trata-se de uma situação insustentável. porque rapidamente os produtos se esgotarão no mercado. que se situa abaixo do preço de equilíbrio anterior. deslocações cujas causas já analisámos noutra parte deste capítulo. onde a curva da oferta se desloca de S para S2. 61 . de S para S1. o novo preço de equilíbrio estará acima do anterior. P1. Isto determina a fixação de um novo preço de equilíbrio. conforme se pode ver na figura seguinte. Se a curva da oferta se deslocar para a esquerda. Vejamos o caso da figura seguinte. Atividade económica Contudo o preço de equilíbrio não é sempre o mesmo: ele pode modificar-se em resposta a deslocações das curvas da oferta e da procura. em que a curva da oferta sofre uma deslocação de para a direita. No caso da curva da procura se deslocar para a esquerda. de D para D1. A deslocação da curva da procura para a direita. o resultado será a descida do preço de equilíbrio. traduz-se por uma subida do preço de equilíbrio. Atividade económica Vejamos agora o que acontece com as deslocações da curva da procura. representada na figura seguinte. conforme se pode ver na figura seguinte. 62 . de D para D2. Atividade económica 63 . Economia – Módulos 1 a 4. Manual nível 3 .eu Universidade Aberta Apontamentos “Introdução à Economia” http://sebentaua.pt/ 64 . Porto Editora.blogspot.Ensino profissional. Rita. Texto Editores. Fernando.ecb. Silva. Atividade económica BIBLIOGRAFIA Gomes.europa. 2010 Neves. 2009 Sites Consultados Banco Central Europeu http://www. O meu livro de economia. João César.