Manual Prático de Avaliação Do HTP e Família



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1 .INTRODUÇÃO O HTP (House-Tree-Person) é uma técnica projetiva de desenho, que visa penetrar na personalidade do indivíduo. Neste livro estamos incluindo também os desenhos das Famílias (de Origem e Ideal) como um complemento do teste. Uma técnica projetiva é um instrumento que é considerado especialmente sensível a aspectos inconscientes ou velados do comportamento, que permite ou encoraja uma ampla variedade de respostas no sujeito. Hammer (1981) amplia o conceito de projeção de Freud, onde o que é projetado é sempre recalcado, e a define como a "colocação de uma experiência interna ou de uma imagem interna, no mundo exterior". E completa: "...a projeção é o processo psicológico de se atribuir qualidades, sentimentos, atitudes e anseios próprios, aos objetos do ambiente (pessoas, outros organismos ou coisas). O conteúdo da projeção pode ou não ser conhecido pelo sujeito como parte de si próprio". Seu criador John N. Buck (1948) percebeu por meio de sua experiência clínica que o tema Casa-Arvore-Pessoa são conceitos familiares mesmo para as crianças bem pequenas; portanto, mais facilmente aceitos para serem desenhados por sujeitos de todas as idades. Estimulam verbalizações mais francas e abertas do que outros temas. Descobriu-se que apesar de casas, árvores e pessoas poderem ser desenhadas em quase uma infinita variedade de modos, um sistema de avaliação quantitativa e qualitativa pode ser esquematizado para extrair informações úteis relativas ao nível da função intelectual e emocional do sujeito. O HTP (neste livro, como estamos incluindo os desenhos da Família de Origem e Ideal, usaremos a abreviação HTP-F) é uma técnica de desenhos basicamente não-verbal, que pode ser aplicada tanto em crianças, adolescentes e adultos como também em deficientes mentais, pessoas sem escolaridade, estrangeiros que não dominam plenamente o idioma, mudos, tímidos (retraídos) e nos que são bloqueados emocionalmente na área verbal. O desenho é anterior a linguagem escrita e é considerado uma das mais antigas formas de comunicação do ser humano. Isto é atestado pelos desenhos e pinturas dos homens das cavernas e dos povos primitivos, que fizeram com que chegassem até nós os seus interesses e expressões de aspectos de sua vida. 16 MANUAL PRATICO 13(3 HTP (CASA-ARVORE-PESSOA) L FAMÍLIA Muito antes de escrever, as crianças aprendem a desenhar e, quando desenham por lazer, geralmente retratam pessoas, casas, árvores, animais, sol, etc. Esses temas são vistos nos trabalhos de crianças de todas as terras e culturas, atestando a universalidade básica da mente humana e dos sentimentos. As crianças pequenas tendem a ignorar ou transformar a realidade em um mundo subjetivo, rico em fantasias. Os desenhos são representações, e não reproduções da realidade. O HTP-F alcança também uma função especial, proporcionando uma introdução minimamente ameaçadora e maximamente prazerosa, principalmente às crianças. Uma das vantagens da introdução dos desenhos destacadas por Di Leo (1987), especialmente com crianças, é que estes permitem "estabelecer um rapport rápido, fácil e agradável com a criança". Atualmente, os desenhos das crianças são considerados um meio privilegiado para a descoberta do seu mundo interno e da sua psicodinâmica, além de constituírem um modo natural de expressão para as mesmas. Sendo um meio de expressão e de comunicação, revela muito cio inconsciente daquele que desenha. O desenho projetivo, hoje em dia, é considerado uma fonte frutífera de informação e compreensão da personalidade, além cie econômica e profunda. Sempre que houver alguma barreira para a linguagem, o desenho apresenta um potencial facilitador na expressão da personalidade, servindo também como um meio de descontração, mesmo com uma criança tímida ou um adulto de atitude negativa. Da oportunidade de se observar e analisar um grande número de desenhos, fica claro o surgimento e a elucidação de sentimentos que os pacientes talvez nunca poderiam ser capazes de expressar com palavras, mesmo que estivessem inteiramente conscientes desses estados que os atormentam e os mobilizam. Os sentimentos e conflitos dos pacientes, sejam eles crianças ou adultos, freqüentemente infiltram-se em seus desenhos, involuntária e/ou inconscientemente (observar a análise dos desenhos na descrição de casos clínicos). O desenho não constitui uma reprodução fiel da realidade. É antes uma interpretação da realidade, uma maneira de ver as coisas e de se colocar diante delas. Coube à psicanálise desvendar que o inconsciente fala por meio de imagens simbólicas. Dessa forma, os sonhos, mitos, folclore, fantasias e obras de arte estão impregnados de determinismo inconsciente, sendo seu estudo e interpretação uma importante via de acesso ao inconsciente. "O HPT investiga o fluxo da personalidade à medida que ela invade a área da criatividade artística" (Hammer, 1981). A linguagem do inconsciente é fundamentalmente imaginativa e simbólica e, emerge com bastante facilidade por meio dos desenhos. Tanto a linguagem simbólica quanto o desenho alcançam níveis primitivos da personalidade, permitindo o acesso ao mundo interno. No HTP-F, os desenhos representam um reflexo da personalidade de seu autor e mostram mais sobre o artista do que sobre o objeto retratado. As atividades psicomotoras do sujeito 17 ficam gravadas no papel. O princípio básico da interpretação dos mesmos é que a folha de papel representa o ambiente e o desenho, o próprio sujeito, e é a partir dessa interação simbolizada que são realizadas as interpretações. A página em branco sobre a qual o desenho é executado serve como um fundo no qual o paciente nos oferece um vislumbre de seu mundo interno, de seus traços e atitudes, de suas características comportamentais, das fraquezas e forças de sua personalidade, incluindo o grau em que pode mobilizar seus recursos internos para lidar com seus conflitos psicodinâmicos, tanto interpessoais quanto intrapsíquicos. A linha feita pode ser firme ou tímida, incerta, hesitante ou audaciosa, ou, ainda, pode consistir em um ataque selvagem ao papel. Além disso, a percepção consciente e inconsciente do sujeito em relação a si mesmo e às pessoas significativas do seu ambiente determina o conteúdo de seu desenho. Partindo dessa idéia básica, o trabalho com desenhos segue uma seqüência de avaliação, em que vários traços gráficos são identificados em sua forma específica, segundo critérios próprios. Para interpretar o HTP-F, é necessário que o psicólogo tenha uma vasta experiência clínica, conhecimentos de psicopatologia, psicossomática e psicanálise, estudos sobre movimentos expressivos da personalidade e uma reflexão sobre os mitos e as lendas populares. Da mesma forma saber se as características dos desenhos são comuns ao mesmo grupo etário, sexual, cultural, etc. (em uma criança de 4 anos não se espera o desenho da figura humana completo). A metodologia do examinador precisa, por necessidade, ser tanto intuitiva como analítica, e confiar apenas em detalhes específicos pode ser enganador. Para uma análise substanciosa é importante uma relação dos detalhes com o todo, pois um traço gráfico isolado não significa muita coisa: é apenas um sinal, que adquire uma importância máxima quando existem muitos elementos apontados na mesma direção. Apesar disso, o examinador deve ter bom senso, pois alguns detalhes são mais incomuns e mais significativos que outros, como o retratamento explícito dos órgãos sexuais, a falta de telhado ou a porta em uma casa ou uma árvore de espinhos. Não se trata somente de uma questão de números de detalhes, mas também da qualidade destes. Após a primeira visão global dos desenhos, encaminha-se para a avaliação das partes individuais. As partes individuais são significativas em sua inter-relação com o todo, afetando reciprocamente o contexto global. Um paralelo pode ser feito com o que ocorre no corpo humano: quando uma parte está doente ou danificada, o corpo é afetado globalmente. Porém, o grau desse comprometimento é determinado pelo corpo, considerandoo um organismo que funciona como um todo (Dileo, 1987). O conhecimento do HTP-F permite ao psicólogo clínico realizar um processo de inferência clínica. Esta, no procedimento de exploração da personalidade, vai permitir ao profissional estabelecer uma série de hipóteses dinâmicas e estruturais sobre o indivíduo. Além disso, o HTP-F também tem-se mostrado extremamente útil, tanto no diagnóstico como no prognós- 18 MANUAL PRATICO13(3HTP (CASA-ARVORE-PESSOA) L FAMÍLIA tico das avaliações individuais. Sua aplicação durante o decorrer da terapia, em intervalos regulares, indica como o paciente está progredindo no tratamento e a validade das mudanças emocionais e comportamentais, E um instrumento sensível aos fluxos e refluxos das mudanças terapêuticas e menos influenciado pela lembrança das aplicações anteriores. 2. NORMAS PARA APLICAÇÃO Os desenhos devem ser executados na seguinte ordem: C A S A , ÁRVORE, FIGURA HUMANA, FIGURA H U M A N A D O SEXO OPOSTO A O D A PRIMEIRA DESENHADA, FAMÍLIA DE ORIGEM e o desenho da FAMÍLIA IDEAL. Segundo E. Hammer, a manutenção dessa ordem proporciona uma gradual introdução do examinando na tarefa de desenhar, levando-o gradativamente aos temas mais difíceis do desenho. O examinando é levado do auto-retrato mais neutro (CASA) ao de maior implicação afetiva, que é o desenho da FIGURA HUMANA. Para cada desenho se oferece, ao avaliando, uma folha branca, tamanho ofício. Caso ele não execute o desenho completo (como, por exemplo no desenho da FIGURA HUMANA, faça somente o rosto), deve recolher-se esse primeiro, oferecer-lne outra folha e instruí-lo para fazer o desenho de uma pessoa completa. Por uma pessoa completa, às vezes, é necessário informá-lo que esta apresenta cabeça, tronco, braços e pernas. Quando quaisquer dessas áreas estão omitidas, a figura é considerada incompleta, porém, se apenas uma parte de uma área é omitida, como, por exemplo, mãos, pés ou uma das partes do rosto, o desenho deve ser aceito como completo. Caso o examinando peça permissão para usar ou tenta usar qualquer auxílio mecânico (como, por exemplo, uma régua), é necessário instruí-lo que o desenho deve ser feito à mão livre. Depois que a bateria acromática estiver pronta, faz-se o inquérito (ver o capítulo de Inquérito). O examinador recolhe os desenhos e o lápis preto, dando novas folhas e a caixa de lápis de cor. O lápis preto deve ser recolhido, para que o examinando não seja tentado a fazer o contorno com lápis preto, para depois colori-lo. 2.1 - Material 1. 2. Sala privativa, com mesa e cadeiras adequadas e confortáveis. Folhas de papel branco, tamanho ofício. 5.2 . por exemplo: "Que tipo de casa devo desenhar?" ou "Não sei desenhar muito bem". preto. desenhe uma casa colorida". "Como você achar melhor" ou "Como você gostar". o examinando deve ter todas as possibilidades de escolha. desenhe uma casa. da melhor maneira que puder. Caso o examinando apresente-se tímido ou incapaz de uma boa execução. É importante que o examinador tenha o cuidado de não pedir ao examinando para desenhar "outra" casa. Para que o teste apresente uma maior fidedignidade. Aplica-se o questionário e depois pede-se que desenhe outra figura do sexo oposto ao da primeira desenhada. Procede-se da mesma forma em todos os desenhos. para os desenhos da F I G U R A H U M A N A e da A R V O R E . amarelo. porque a palavra "outra" pode significar que ele não deve repetir o mesmo tipo de desenho feito com o lápis preto. marrom. o examinador deve estimulá-lo e ao mesmo tempo deixar claro que o importante não são os dotes artísticos.20 MANUAL PRÁTICO DO HTP (CASA-ÁRYOIIE-PLSSOA) E FAMÍLIA 3. Para qualquer dúvida do examinando. verde. o papel deve ser apresentado com o eixo maior na horizontal. E assim deve proceder-se com os demais desenhos. e. azul. violeta e laranja. a caixa de lápis coloridos ou crayons (Hammer usa um conjunto de crayons marca Crayola) deve consistir de oito cores: vermelho. N o caso da F I G U R A H U M A N A . Hammer. o eixo maior deve ser na vertical. ou "outra" árvore. Segundo E. 2. Lápis. etc. . 4. e sim as qualidades de seu traçado e a compreensão do que foi pedido. Pode levar o tempo que quiser e apagar quando precisar. que não conta contra você.. o examinador deve calmamente responder: "Como você quiser". Caixa de lápis de cor ou crayon. O importante é fazer o melhor que consegidr". por favor. Para o desenho da C A S A e das FAMÍLIAS. de preferência o n° 2. como.Instruções O examinador deve falar ao sujeito: "Por favor. pede-se primeiro que desenhe uma pessoa qualquer. inicia-se a bateria cromática: "Agora.Borracha macia. Depois que a bateria acromática estiver pronta. Qualquer emoção manifestada pelo sujeito enquanto está desenhando ou sendo questionado a respeito de seus desenhos representa uma reação emocional à situação. ou se expressa dúvidas a respeito de suas habilidades. E importante que se observe como ele se entrega à tarefa. E apenas um indicador de problemas e somente quando temos uma gama de sinais apontados em uma mesma direção é que podemos pensar em uma patologia. esses detalhes ficam perdidos em um global terminado. o avaliador deve começar o inquérito relativo a cada um dos desenhos. de certa forma. caso contrário. O global pode parecer muito bom. Deve-se lembrar sempre que um sinal isolado não quer dizer muita coisa. O examinador deve ficar alerta quando a seqüência é alterada e anotar enquanto o desenho está sendo produzido.3. . Quando está realizando os desenhos. INQUÉRITO O examinador deve observar e anotar todos os movimentos e verbalizações do examinando. mas a dificuldade em produzi-lo cie uma maneira convencional pode ser o primeiro sinal de problema psicológico. que. o que as suas expressões revelam? ( ( ( ( ( ) ) ) ) ) Insegurança Tensão Negativismo Relaxamento Serenidade ( ( ( ( ( ) ) ) ) ) Ansiedade Arrogância Cautela Bom humor Confiança ( ( ( ( ) ) ) ) Desconfiança Hostilidade Autocrítica Alegria É importante observar a seqüência em que o examinando faz seus desenhos. Após o término dos desenhos. está direta ou simbolicamente representada ou sugerida nos desenhos. de forma confiante e confortável. estimulando-o sempre de forma tranqüila e despretenciosa. cie quem é essa casa? 02. Essa casa é: ( ) Feliz ( ) Amiga ( ) Confiável ( )Triste ( ) Agressiva ( )Barulhenta? Porquê? 11. como você a estaria vendo? ( )Na altura dos seus olhos ( )Abaixo ( ) Acima dos seus olhos 09. Quantos andares tem? 04. Por exemplo. Você gostaria de morar nela? 06. Quando você olha para a casa. Vamos imaginar que esse sol seja alguma coisa ou pessoa que você conhece. Em que essa casa faz você lembrar ou pensar? 10. Quantas pessoas moram nela? 03.Casa Uso da borracha: ( ) ) Excessivo Normal ) Não usa 01.MANUAL PRATICO13(3HTP (CASA-ARVORE-PESSOA) L FAMÍLIA 22 Nome: Idade: anos meses Data de nasc. ela parece estar perto ou longe de você? 08. Alguém ou alguma coisa já machucou essa casa? Por quê? 13. De que essa casa necessita mais? 14. Muito bem. vejamos agora se inventamos uma história sobre essa casa como se fosse uma novela ou uma peça de teatro. Q u e m seria? . Se você estivesse olhando essa casa. qual o cômodo que você escolheria para você? Por quê? 07. Falta alguma coisa nessa casa? 05. Você acha que a maioria das casas é assim? 12. Desenhe um sol. Se você fosse dono (a) ciessa casa e pudesse fazer com ela o que bem quisesse.: / / Data: /' /' Grau de escolaridade: 1 . Q u e m é ele (a)? 05. Q u e m a plantou? Por quê? 05.MARIA FLORENTINA N. Essa árvore está sadia? ___ 14. Por que você acha que ela está sadia? 15. Seqüência do desenho: 02.Árvore Uso da borracha: ( ) Excessivo ( ) Normal ( ) Não usa 01. você tem a impressão de que ela está: ( ) Acima ( ) Abaixo ( ) No mesmo plano que você 10. Olhando para a árvore. Essa árvore para você parece mais um homem ou uma mulher? Por quê? 08. Você pensa nela como estando: Viva ( ) Por que você acha que ela está viva? Morta ( ) Existe alguma parte morta nessa árvore? Por que você acha que morreu ? Há quanto tempo morreu? 07. Alguém ou alguma coisa já feriu essa árvore? 3 . Há algum vento soprando nessa figura? 12. O que ele (a) está fazendo? 06. GODINHO RETONDO 35 2 . Em que essa árvore faz você lembrar ou pensar? 13. Do que essa árvore mais necessita? 16. Ele (a) se dá melhor com o pai ou com a mãe? 07. Q u e tipo de árvore é essa que você desenhou? 03. Em que ano está na escola? ____ . Seqüência do desenho: 02. Quantos anos tem? 04.Pessoa Uso da borracha: ( ) Excessivo ( ) Normal ( ) Não usa 01. Essa árvore está sozinha ou em um grupo de árvores? 09. Isso é: ( ) um homem ( ) uma mulher ( ) um menino ( ) uma menina 03. Onde ela poderia estar situada? 04. Como está o clima nessa figura? 11. Q u e idade ela tem? ___ 06. Tem muitos amigos? 14. A pior é 18. Estuda ou trabalha? 02. Namora? 05. E os familiares? 23. Mais velhos ou mais novos? 15. O que mais o (a) preocupa? 13. O que mais quer da vida? 03. Qual é o clima nessa figura? 27. Qual é a parte mais bonita de seu corpo? _____ 10. As relações sexuais são gratificantes? . Tem vida sexual? 06. Prefere ficar só ou no meio de outras pessoas? 04. Do que ele (a) tem medo? 19.10 MANUAL PRATICO13(3HTP (CASA-ARVORE-PESSOA) L FAMÍLIA 08.Vive bem com o companheiro (a) ? 07. O que ele (a) mais quer da vida? 16. Q u e tipo de roupa está vestindo? Só Para Adultos 01. Se casado (a) . Imagine que o sol seja uma pessoa que você conhece. Como ele (a) se sente? Por quê? 12. Você gostaria de ser como essa pessoa? 21. Q u e m seria? 25. E a mais feia? 11. De que essa pessoa mais precisa? 20. O que as pessoas falam dele (a)? 22. Alguém já feriu essa pessoa? Por quê? 24. Você acha que a maioria das pessoas se sente assim? 26. O que ele (a) quer ser? 09. A melhor qualidade dele (a) é 17. MARIA FLORENTINA N. Quem é a mais triste ou a menos feliz? Por quê? 5 . Quem é a pessoa com quem você melhor se relaciona nessa família? Por quê? 07. Presume-se que o sol simbolize a figura de maior autoridade ou de maior calor e/ou afeto no ambiente. Quem está faltando? 05. Quem é a pessoa mais feliz desse grupo? Por quê? 09. 2. A disparidade de tamanho entre o sol e o total do desenho pode expressar a visão que o examinando tem a respeito de seu relacionamento com a pessoa representada pelo sol. Seqüência do desenho: Quem são as pessoas que desenhou? Em que família você estava pensando quando estava desenhando? Ao final de cada desenho é interessante pedir ao examinando que coloque um sol. Por que não está aí? 06. Seqüência do desenho 02.Família Ideal 1. Quem são as pessoas que desenhou? 03. GODINHO RETONDO 35 4 . Aí estão todos os seus familiares? 04.Família de Origem Uso da borracha: ( ) Excessivo ( ) Normal ( ) Não usa 01. . Quem é a pessoa com quem você tem mais dificuldade em se relacionar? Por quê? 08. 3. Resistências São casos de rejeição à tarefa proposta em graus diferentes de intensidade. precisa ser efetuada com bastante cuidado. FAMÍLIA DE ORIGEM e FAMÍLIA IDEAL).4. Negação .confiança no desempenho. o próprio sujeito e que somente a partir dessa interação simbolizada é que são realizadas as interpretações. sensação de ser inadequado para o cumprimento da tarefa. Uma série de itens faz parte da coleta de dados referentes à maneira como o indivíduo desenhou. podendo ocorrer. A interpretação de um dado só pode ser considerada correta depois de ter relacionado esse detalhe à configuração total obtida. Na avaliação dos desenhos deve levar-se em conta o princípio básico de que o papel representa o ambiente. Transtorno de Personalidade de Esquiva ou Transtorno de Personalidade Paranóide). a negação para desenhar e. no outro. E essencial que não se coloque peso demasiado em dados isolados. FIGURA HUMANA. em um extremo. Na análise qualitativa. o desenho. tanto cromático como acromático.intenso sentimento de inferioridade. dificuldade em arriscar-se e em receber julgamentos.1 . Para eíetuar uma análise qualitativa. necessitamos observar os seguintes itens: 4. devemos considerar todos os desenhos (CASA. . a execução adequada dos desenhos. ANÁLISE QUALITATIVA A avaliação do HTP-F. ARVORE. Não apresenta . bloqueios severos ou atitudes de negativismo e oposição em relação ao ambiente (comum em Fobia Social. FIGURA HUMANA DO SEXO O P O S T O AO DA DESENHADA. Análise seqüencial do conjunto dos desenhos Oferece pistas a respeito da quantidade de energia e disposição do avaliando.Tempo consumido O uso que o avaliando faz do tempo durante a execução fornece pistas valiosas referentes ao significado que os desenhos têm para ele.3 . ansiedade excessiva.2 . A depressão caracteriza-se por uma acentuada pobreza de detalhes ou incapacidade para completar os desenhos. equilíbrio emocional e mental. O avaliador precisa ficar atento tanto ao aumento quanto à diminuição psicomotora e observar se o sujeito deixa levar-se por associações emocionais despertadas pela tarefa. Transtorno de Ansiedade Generalizada ou Hipocondria). Aumento psicomotor-impulsividade. mas desenham livremente e colocam uma infinidade de detalhes.indícios de problemas e conflitos em relação à parte em questão (comum em pacientes com Esquizofrenia.13 MANUAL PRATICO13(3HTP (CASA-ARVORE-PESSOA) L FAMÍLIA Omissão de algumas partes do desenho . Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Transtorno Depressivo. Alguns pacientes inicialmente aceitam a tarefa de desenhar sem muito protesto. Por exemplo: abandonam a tarefa logo após terem produzido apenas a "cabeça" do desenho da FIGURA H U M A N A . Tempo de latência inicial . Decréscimo psicomotor .a maioria dos indivíduos bem ajustados começa a desenhar mais ou menos 30 segundos depois que as instruções foram dadas. Alguns pacientes começam ansiosos. sugerindo apenas uma ansiedade situacional. abertura a estímulos (sugere Transtorno de Personalidade Borderline). Quando ocorrem pausas durante . produzem um desenho razoavelmente bom na primeira tentativa. Desenvolvimento n o r m a l . 4. 4. outros consomem a mesma quantidade de tempo. Alguns pacientes desenham e apagam várias vezes.elevada fatigabilidade e em alguns casos depressão. mas demonstram fadiga óbvia no desenho seguinte.b o a energia. Pausas durante a realização do desenho . perdendo muito tempo. O avaliador deve relacionar o tempo total consumido com a qualidade dos desenhos. mas logo acalmam-se e trabalham eficientemente. qualquer pausa superior a mais ou menos que cinco segundos sugere conflitos com o que acabou de desenhar ou ainda com o que vai ser desenhado.depois de iniciado o desenho. traços fortes . vitalidade. insegurança. esforço dirigido. Traços com predominância de linhas decisivas. seguros e com perseverança para trabalhar e alcançar os objetivos).flexibilidade. traço leve . apresentam com mais freqüência um traço contínuo. insegurança. Crianças. GODINHO RETONDO 35 os comentários espontâneos do sujeito ou enquanto ele está respondendo ao questionário. iniciativa. energia. insegurança. equilíbrio e vitalidade. Muita pressão. decisão.baixo nível de energia. bom tonus muscular e equilíbrio emocional e mental (comum em indivíduos rápidos. em um extremo. medo de iniciativas ou humor agressivo (comum em alguns indivíduos inibidos e sugere Fobia Social).decisão. Pouca pressão. confiança em si mesmo ou medo. falta de adaptação com esforço para manter o equilíbrio da personalidade 011 ainda pode ser uma expressão de isolamento com necessidade de proteger-se de pressões externas (comum em Transtorno de Conduta. Transtorno de Personalidade Anti-Social. decisão e iniciativa e. controladas e livres . Traços longos ou extremamente contínuos .boa energia.excesso de energia. . capacidade de adaptação ou labilidade de humor. timidez.Pressão no desenhar Analisa o nível de energia do indivíduo. rapidez. Transtorno de Somatização e sugere também Transtorno de Ansiedade Generalizada). é indício de prováveis bloqueios.4 . de maneira geral. sentimento de incapacidade. Pressão média . com linhas firmes.falta de sensibilidade. 4. Variação na pressão . decididos. tensão. falta de confiança em si mesmo e em alguns casos repressão dos impulsos (comum em Deprimidos. Pessoas que apresentam o desenvolvimento cia técnica cio desenho utilizam-se de avanços e recuos 110 seu traçado. vitalidade. aguda consciência da necessidade de autocontrole. O tipo de linha e a pressão do traçado indicam. instabilidade e impulsividade (comum em pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline). no outro. Esquizofrênicos e sugere também Transtorno de Personalidade Dependente ou sentido artístico e/ou pessoas com personalidade mais sensível). falta de confiança em si ou ansiedade. agressividade e hostilidade para com o ambiente. grossas e pesadas.MARIA FLORENTINA N. ansiedade. Sombreamento não excessivo . hostilidade e dissimulação (sugere Transtorno da Conduta e/ou Transtorno de Personalidade Anti-Social). insegurança. comum em pessoas que agem mais pelo instinto do que pela razão (sugere Transtorno da Conduta e/ou Transtorno de Personalidade Anti-Social). insegurança. . confusão ou traços estranhos (olhos fora do rosto. e sugere Transtorno Depressivo). Traços peludos . mudando de direção . Alcoolismo.Indicadores de conflitos O tratamento diferencial dado a cjualquer área do desenho indica. na maioria das vezes. falta de objetivos.insatisfação com a produção. Reforços suaves ou raros . hesitação ao encontrar novas situações ou sentido artístico. pessoa sonhadora ou que mascara conflitos. medo de revelar os problemas. etc. sentimento de insignificância.sugere Esquizofrenia. Intoxicação por Drogas.brandura. remédios.emotividade. pois pessoas com aptidões para desenhos muitas vezes fazem uso desse recurso. de se expor ou debilidade física. fadiga extrema e sensibilidade excessiva (comum em Doenças Cerebrais. passividade de temperamento ou expressão auto-afirmativa. falta de confiança em si.agressividade.15 MANUAL PRATICO13(3HTP (CASA-ARVORE-PESSOA) L FAMÍLIA Traços com avanços e recuos .dissimulação da agressividade. intuição e sensibilidade (comum em pacientes excitáveis e com comportamento mais impulsivo. sensibilidade. incerteza. Quando em cada linha há indícios de estresse. falta de opinião própria e de pontos de vista bem firmados ou dissimulação de problemas. esgotamento nervoso. Traços trêmulos . ansiedade. timidez.tato. agressividade controlada e oposição (sugere Transtorno de Ansiedade Generalizada). Correções e retoques . angústia. temor.personalidade primitiva.insegurança. 4. conflitos nessa determinada área. sensação de ser desprovido de valor e sensação de ser incapaz de ser reconhecido como pessoa (sugere Transtorno Depressivo). Traços pontilhados ou denteados . Traços apagados . inibição. timidez.incerteza. Traços interrompidos. algumas vezes podendo sugerir agressividade e dissimulação (sugere Fobia Social). não-aceitação do meio ambiente. sugerindo Transtorno de Ansiedade Generalizada). mãos e dedos ou estão ligados a lugares errados ou não estão presentes) . medo. insegurança. E importante salientar que um sombreado nem sempre é ansiedade.6 . instintiva. 4. suas atitudes ante a vida intelectual. falta de autoconfiança ao se defrontar com situações novas ou sentimento de perda afetiva e de acobertamento da angústia ou da agressividade (comum em pessoas imaturas sexualmente e em alguns Homossexuais). das fantasias e do intelecto.comportamento emocional e adaptativo em equilíbrio e segurança.7 .MARIA FLORENTINA N. com a realidade e com a terra e a cabeça como sendo a fonte das idéias. As crianças cujo trabalho não é centralizado tendem a apresentar pouco controle e maior dependência. podemos intuir que os pés simbolizam o contato direto com o chão. Recobrir uma linha já traçada com riscos mais intensos . Lado esquerdo da página Lado direito da página Introversão Extroversão Impulsividade Necessidade de satisfação imediata Controle Satisfação controlada dos impulsos . Deve analisar-se de acordo com a área. Omissões de braços. assim como a maneira de estar no mundo. Sombreamento .Localização no papel A folha de papel simboliza o ambiente. medo. maior é a ansiedade. Quando todos os desenhos são colocados rigidamente no meio da página. insegurança ou descontentamento aberto e consciente. insegurança. pois assumem significados distintos. pode refletir racionalização da ansiedade. podemos pensar também em ansiedade. inflexibilidade ou insegurança. etc.ansiedade. e a localização cio desenho revela a adaptação do sujeito ao meio e como ele o manipula. falta de autoconfiança e desejo de perfeccionismo (sugere Fobia Social e/ou Transtorno de Ansiedade Generalizada). No caso de efeitos artísticos.insegurança.conflitos. pernas.ansiedade. mãos ou traços fisionômicos . GODINHO RETONDO 35 R a s u r a s ou b o r r a d u r a s resultantes de c o r r e ç õ e s . Quanto mais extensa a área sombreada. Meio da página ou centro . Fazendo uma analogia com a figura humana. conflitos. A metade superior pocle simbolizar a vida espiritual. maior a tendência ao materialismo. como que enfatizando o sentimento de que estão se empenhando bastante para não mostrar a depressão.17 MANUAL PRATICO13(3HTP (CASA-ARVORE-PESSOA) L FAMÍLIA Metade superior . Canto superior esquerdo Canto superior direito Passividade Reserva. e não na realidade. Alguns pacientes deprimidos fazem seus desenhos bem no alto. maior a tendência de buscar satisfação na fantasia. sem muito contato com a realidade também costumam fazer seu desenho no alto da página.quanto mais para baixo o desenho. Adultos inseguros em relação à própria capacidade. A metade inferior também simboliza o mundo da mãe terra. a fixação à matéria e a dimensão concreta. a fixação à terra e ao inconsciente. a tendência mística e o mundo do "grande pai". inibição Cantato ativo com a realidade Projetos para o futuro .quanto mais para cima o desenho. e geralmente estes são pouco minuciosos com uma deterioração progressiva tanto da qualidade das linhas quanto da quantidade de detalhes. que vivem como "flutuando no ar". Metade superior Metade inferior Tendência a buscar satisfação na fantasia Orientação para o concreto. preso a realidade Criatividade Insegurança Objetivos muito altos e possivelmente inatingíveis Auto-envolvimento Tendência a manter-se distante e inacessível Humor mais deprimido Metade inferior . Alguns pacientes deprimidos fazem seus desenhos na beira do papel. falta de controle ou inibição e idéias de grandeza. boa auto-estima. O tamanho das figuras fornece um paralelo entre a dinâmica. fantasia de auto-inflação. 4. adequação ao meio. GODINHO RETONDO V^ailLVJ 11UCL1U1 cjvjutiuu vanivj imciiui Regressão Impulssiviclade. (O desenho bem centrado pode indicar ambições e força de expansão do ego. Podem também simbolizar sentimentos de rejeição social e inferioridade a respeito do corpo. Figuras grandes . Crianças inseguras tendem a desenhar figuras pequenas.inteligência. também.perda de equilíbrio e insegurança. em contraste com as figuras grandes e ousadas das crianças seguras. pistas a respeito da auto-estima. com fantasias compensatórias de auto-expansão e evidência de agressividade com possível descarga motora no meio . auto-expansividade. Sugerem reação às pressões ambientais. o ambiente e as figuras parentais.) Figuras muito grandes que chegam a ultrapassar o limite da folha . Em um extremo. Em diagonal .35 MARIA FLORENTINA N.sugerem sentimento de constrição por parte do ambiente. pode reagir com grande valorização de si mesmo. porém preso pelo mundo da fantasia. o grau de adequação e a forma como está reagindo às pressões ambientais. capacidade de abstração e equilíbrio emocional. para encobrir sentimentos de inadequação. medo de ações independentes e necessidade de apoio (a interpretação é a mesma de janelas presas à margem das paredes). Oferece. Tamanho médio .8 . o paciente pode estar reagindo às pressões ambientais com sentimentos de inadequação e inferioridade e no outro. teimosia Conflitos Predominância de desejos í 1 onciLW instintos Fixação em estágios mais primitivos (é pouco usado) Figuras presas à margem do papel .falta de confiança.Tamanho das figuras Em geral o desenho ocupa de 1/3 a 2/3 da página.podem indicar tanto expansividade como inibição. com sentimentos de expansão e agressão. 9 .19 MANUAL PRATICO13(3HTP (CASA-ARVORE-PESSOA) L FAMÍLIA ou controle interno ineficiente (comum em casos orgânicos. um nariz. deve ter dois olhos. A ÁRVORE deve ter pelo menos tronco e copa. Esta deve possuir pelo menos uma porta (a não ser que somente o lado da casa esteja desenhado). A ausência de qualquer detalhe essencial é séria e quanto maior o número destas. Detalhes adequados .Detalhes no desenho Existem detalhes que são essenciais aos desenhos. Transtorno de Personalidade Esquizóide e/ou Transtorno de Estresse Pós-Traumático). baixa auto-estima. Transtorno de Personalidade Esquiva. maior a possibilidade de desajuste. Uso limitado de detalhes não essenciais . .quanto maior a disparidade. Transtorno de Personalidade Paranóide ou crianças com descontrole motor que não percebem o limite cia folha ou com tendência ao roubo). Figuras muito peqiienas. Criança que desenha figuras pequenas e grandes . a não ser que a posição não permita que todos os elementos apareçam. a criança que faz um desenho muito pequeno indica que as relações com o meio são sentidas como esmagadoras (sugere Fobia Social. Nas características faciais. repressão da agressividade. mas com problemas emocionais por sentimentos de inadequação.sentimento de inferioridade com dificuldade em se colocar no meio. tronco. Relação das partes do desenho em relação ao todo . percepção adequada e ajustamento ao meio. dois braços e duas pernas.bom teste de realidade e relação equilibrada com o ambiente. uma janela. o que também é significativo. Sugere eventualmente inteligência elevada. 4. uma boca e duas orelhas. minúsculas — sentimento de inadequação e rejeição pelo ambiente. a chaminé não constitui mais um detalhe essencial no desenho da C A S A . Figuras pequenas . Atualmente com o uso do aquecimento elétrico.inteligência. excesso de auto-controle e reação de maneira não adequada às pressões ambientais (comum em Depressivos e sugere também Transtorno de Personalidade Dependente). comportamento emocionalmente dependente e ansioso. inibição.dificuldade em responder de forma plenamente saudável às experiências. timidez. como. tendência ao isolamento. por exemplo. no desenho da CASA. a não ser que seja desenhada de tal maneira que somente um dos membros seja aparente. ou percepção tendenciosa de si mesmo e dos outros. parede e telhado. insignificância. A FIGURA H U M A N A deve apresentar cabeça. mais significativas serão as implicações patológicas. indicado por desenho minucioso ou sombreado. 4. sentimento de que o mundo é incerto e/ou perigoso. insegurança. insatisfação consigo mesmo.autocrítica. energia reduzida. indecisão. são encontrados com freqüência Transtorno de Personalidade Obsessivos-Compulsivos). órgãos internos vistos por meio da roupa ou pele parede transparente de forma que se observem os objetos dentro da casa. rigidez. em crianças pequenas.geralmente tendem a enriquecer o desenho. Apagar o desenho sem aperfeiçoá-lo não é bom sinal e quando o torna pior é mais significativo ainda. N a A R V O R E . como. GODINHO RETONDO 35 Detalhes inadequados ou uso mínimo de detalhes essenciais . não apresentam significado patológico (em adultos sugere Esquizofrenia).fuga e/ou conflito na área representada ou simbolizada pelo detalhe. tendência a defender-se contra o caos externo ou interno criando um mundo rigidamente organizado e altamente estruturado (desenhos exatos. etc. sugerem desordem emocional.como. na FIGURA HUMANA. falta de controle e fuga (sugere Fobia Social).10 . U s o exagerado .insegurança. por exemplo na CASA. dificuldade de entendimento. sentimento de vazio e retraimento (comum em Depressivos. a colocação de cortinas na janela ou material de parede. A constante necessidade de apagar na maioria das vezes significa conflito. . excesso de autocrítica.insegurança. que geralmente fazem desenhos apagados. com elementos rígidos e repetidos. cabelo ou roupa extremamente elaborados.MARIA FLORENTINA N. uma folhagem desenhada detalhadamente ou sombreada.Uso da borracha O uso da borracha só tem valor quando o sujeito mostra capacidade de melhorar o seu desempenho. Normal . não existindo nem uma linha fora de lugar. Detalhes não essenciais . porém. Detalhes excessivos . Detalhes bizarros . por exemplo. N ã o usa . com linhas tênues e sem detalhes).falta de crítica ou autoconfiança no desempenho. é invasivo e inflexível. exibidos em uma ampla faixa de contextos sociais e pessoais. sob condições normais. costumes ou valores religiosos e políticos professados pela cultura de oi gem do indivíduo. Um Transtorno de Personalidade é um padrão persistente de vivência íntima ou comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo. Os Transtornos de Personalidade não devem s^ confundidos com problemas associados à aculturação após a imigração ou à express? de hábitos. Os pacientes que apresentam algum transtorno mostram padrões inflexíveis e mal ajustados de relacionamento e percepção do ambiente e de si mesmos. Os traços são padrões persistentes no modo de perceber. é que levam a um Transtorno de Personalidade.i 11. Especialmente na avaliação de uma pessoa cie diferente origem « nica. relacionar e pensar sobre o ambiente e sobre si mesmo. O HTP-F como é uma técnica projetiva de desenho que visa penetrar na personalidade individual tem-se mostrado sensível a essas condições. J I 1 A Apenas quando os traços de personalidade são inflexíveis e desajustados. i O SIGNIFICADO DE ALGUMAS DOENÇAS DESTE MANUAL i i Este capítulo inclui uma variedade de condições e de padrões de comportamento clinicamente significativos. causando um sofrimento subjetivo ou um funcionamento significativamente prejudicado. Este padrão persistente é inflexível e abrange uma ampla faixa de situações pessoais e sociais e provoca sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. i i i i i . cultural e social do indivíduo. é útil obter informações adicionais a partir de informantes familiarizados con respectiva bagagem cultural (DSM-IV). é estável ao longo do tempo e provoca sofrimento ou prejuízo (DSM-IV). Os juízos acerca do funcionamento da personalidade devem le var em conta a bagager étnica. Kaplan (1993) define personalidade como a totalidade relativamente estável e previsível de traços emocionais e comportamentais que caracterizam a pessoa na sua vida cotidiana. tem seu início na adolescência ou começo da idade adulta. Por exemplo. a metodologia do psicólogo precisa por necessidade ser tanto intuitiva como analítica. as entrevistas diagnosticas e a análise do teste. Ocampo (1981). uma criança pequena ativa pode parecer hiperativa se mantida em um apartamento pequeno e fechado. O HTP-F tem-se mostrado sensível a várias patologias. Por exemplo. O ambiente físico também pode exercer seu papel. Para uma interpretação conclusiva. o psicólogo deve ter em mente que. as características particulares de personalidade devem ser evidentes na infância ou adolescência e continuam pela vicia adulta. Para se interpretar o teste. algumas interpretações deste manual são avaliações e pesquisas de outros estudiosos. indicando um transtorno.). . outras são sugestões e/ou achados clínicos meus (sugere . portanto. Souza Campos (1989). como foi especificado na introdução. ao perceber que vários sinais apontam para alguma delas. com quintal (Kaplan. o mais correto é o psicólogo com muita cautela perceber as "tendências" infantis daquele momento de vida. Q u a n d o todos os dados apontam numa mesma direção. Alem do HTP-F. deve fazer uma leitura mais minuciosa a respeito da mesma. As patologias aqui presentes foram escritas ue forma bastante resumidas. mas pode parecer normal em uma casa espaçosa de classe média. Hammer(1981). reforçar e.. por exemplo. 1993).. Alguns Transtornos de Personalidade surgem devido a um desajuste familiar. entrevistas com os familiares) para se colher os dados da história do paciente. Alguns traços que têm sido identificados na infância podem estar associados com Transtornos de Personalidade na idade adulta.. Laurenção Van Kolck (1975. O seu diagnóstico exige uma determinação de funcionamento a longo prazo. confiar apenas em detalhes isolados pode ser enganador. as características devem estar presentes por no mínimo um ano. contribuir para os Transtornos de Personalidade Anti-Social. como Rabin & Haworth (1966).). O psicólogo. uma criança ansiosa criada por uma mãe igualmente ansiosa está mais vulnerável a um Transtorno de Personalidade do que se fosse criada por uma mãe calma.160 Os Transtornos de Personalidade diferem das alterações de personalidade pelo tempo e modo de seu aparecimento. Battistone ( 1996) (comum em. A avaliação de um transtorno deve ser baseada em tantas fontes de informações quanto possíveis. antes de fechar um diagnóstico ou rotular o paciente. as crianças com temperamento medroso podem desenvolver Transtorno de Personalidade Evitativo. como. N a avaliação de crianças vale ressaltar que os traços de um transtorno freqüentemente não persistem inalterados até a vida adulta.1984). Azevedo (1996). deve-se ter em mente o motivo da consulta (queixa). o psicólogo deve se munir de entrevistas (muitas vezes espaçadas ao longo do tempo e no caso de crianças. As culturas que encorajam a agressividade podem. para um diagnóstico de Transtorno de Personalidade em um indivíduo com menos de 18 anos. Di Leo (1987).. involuntariamente.. furtos. Ainda assim. incluindo violência. Podem realizar repetidos atos que constituem motivo de detenção. propensão marcante para culpar os outros ou para oferecer racionalizações plausíveis para o comportamento que levou o paciente a um conflito com a sociedacie. GODINHO RETONDO 161 Este manual contém 857 possíveis interpretações gráficas. mas os clínicos do mesmo sexo podem considerá-las manipuladoras e exigentes. incapacidade cie experimentar culpa e de aprender com a experiência.MARIA FLORENTINA N. Associai. o conteúdo mental do paci- . que pode parecer grosseiramente incongruente com suas situações. conforme relatos do paciente. atitude flagrante e persistente de irresponsabilidacie e desrespeito por normas. Psicopática ou Sociopática. 405 são traços esperados dentro da normalidade ou apontam para algumas características individuais. regras e obrigações sociais. Os indivíduos com Transtorno de Personalidade Anti-Social não se conformam com as normas pertinentes a um comportamento dentro dos parâmetros legais. e 452 são avaliações indicativas nafnlopias: — de — alcumas —0 . e suas próprias explicações do comportamento anti-social fazem-no parecer algo impensado. indiferença insensível pelos sentimentos alheios. começaram durante a infância. Dissociai. Em vez disso. entretanto. Suas histórias. incapacidade de manter relacionamentos (embora não haja dificuldade em estabelecê-los). O Transtorno de Personalidade Anti-Social é caracterizado pela desconsideração e violação dos direitos dos outros. dentre elas esrãn: 3 — £ 0 Transtorno da Personalidade Anti-Social Neste manual existem 26 interpretações indicativas de Transtorno de Personalidade Anti-Social. particularmente punição. trata-se de uma incapacidade para conformar-se às normas sociais. fugas de casa. Os pacientes com Transtorno de Personalidade Anti-Social freqüentemente apresentam um exterior normal e até mesmo agradável e cativante. revelam muitas áreas de funcionamento vital desordenado. abuso de drogas e atividades ilegais são experiências típicas que. tais como destruir propriedade alheia. que se inicia na infância ou começo da adolescência e continua na idade adulta (DSM-IV). muito baixa tolerância à frustração e um baixo limiar para descarga de agressão. faltas à escola. é caracterizado por atos anti-sociais e criminais contínuos. mas não é sinônimo de criminalidade. Os indivíduos com personalidade anti-social demonstram uma falta de ansiedade ou depressão. As personalidades anti-sociais freqüentemente impressionam os clínicos do sexo oposto com seus aspectos exuberantes e sedutores. brigas. Mentiras. Para receber este diagnóstico o indivíduo deve ter pelo menos 18 anos e ter tido uma história de alguns sintomas do Transtorno de Conduta antes dos 15 anos. Ameaças de suicídio e preocupações somáticas podem ser comuns. É também chamado de Personalidade Amoral. irritabilidade e raiva. São pacientes que se situam no limite entre a neurose e a psicose e se caracterizam por afeto. podem ser necessárias para a revelação da patologia. estes pacientes parecem desprovidos de consciência. llUillVJl) ^AJUlj^Wl LCU. Também conhecida por Esquizofrenia Ambulatória. São altamente manipuladores e freqüentemente capazes de convencer outras pessoas a participar de esquemas que envolvam modos fáceis de obter dinheiro ou de adquirir fama e notoriedade. impotentes ou por terem o destino que merecem. iiioiavv^io. minimizando as conseqüências danosas de suas ações ou para simplesmente demonstrar completa indiferença. existe tensão. nas quais os pacientes são vigorosamente confrontados com as inconsistências em suas histórias. Personalidade "como se". É um padrão de instabilidade nos relacionamentos interpessoais.liA-I. As personalidades anti-sociais não falam a verdade e não se pode confiar nelas para levar avante qualquer projeto ou aderir qualquer padrão convencional de moralidade. abuso do cônjuge. Promiscuidade. De fato.iU. Um achado digno de nota é uma falta de remorsos por tais ações.iiiciiiciiiiVw. ou seja.LLLv>. embaraço social ou ambos. Podem mostrar-se briguentos num momento. o que eventualmente pode levar os outros a ruína financeira. deprimidos . auto-imagem e afetos. Os pacientes Borderline quase sempre parecem estar em estado de crise. Os pacientes com Transtorno de Personalidade Anti-Social são altamente representados pelos chamados "vigaristas".LlAw') ILia^WCO WU cJi a o a u n j ' i i u a i : u i i u^vtiav_. hostilidade. Caráter Psicótico ou Personalidade Emocionalmente Instável. os pacientes podem parecer compostos e dignos de credibilidade ao entrevistador. Até mesmo profissionais muito experientes são enganados por esses indivíduos. Como mencionado anteriormente. maltratado ou roubado alguém. Entretanto. Freqüentemente impressionam os observadores por terem uma boa inteligência verbal. Transtorno de Personalidade Borderline Neste manual existem 5 interpretações indicativas para Transtorno de Personalidade Borderline. Entrevistas estressantes. abuso infantil e condução de veículos sob os efeitos do álcool são eventos comuns na vida desses pacientes. Esquizofrenia Pseudoneurótica. bem como acentuada impulsividade (DSM-IV). suas oscilações de humor são bastante comuns.17 2 MANUAL PRÁTICODOHTP (CAS A-ÁRVORE-PESSOA) E FAMÍLIA ente revela completa ausência de delírios e outros sinais de pensamento irracional. Ou então culpar suas vítimas de serem tolas. Eles podem mostrar-se indiferentes ou oferecer uma racionalização superficial para o fato de terem ferido. sob a aparência. eles freqüentemente demonstram um senso aumentado de teste de realidade. MARIA FLORENTINA N. Podem ser muito depencientes daqueles com quem convivem e expressar uma raiva intensa contra seus amigos íntimos. fazer gastos irresponsáveis. podem exibir temporariamente comportamentos que podem ser confundidos com Transtorno de Personalidacie Borderline. Experimentam intensos temores de abandono e raiva inadequada. de falta de um senso de identidade consistente e. apesar da aparente exuberância de seus afetos. por conseguinte. Adolescentes e adultos jovens com problemas de identidade. engajar-se em sexo inseguro ou dirigir de forma imprudente. A natureza sofrida de suas vidas reflete-se em atos autodestrutivos repetidos. contudo. a ficarem a sós consigo mesmos. as opiniões. abusar cie substâncias. comer em excesso. O comportamento dessas pessoas é altamente imprevisível. GODINHO RETONDO 25 em outro ou ainda queixar-se de não sentirem coisa alguma. Da mesma forma os papéis. para expressar raiva ou para afastar-se cie afetos demasiadamente opressivos. i . raramente conseguem atingir o nível' máximo de suas capacidades. Freqüentemente. As personalidades Borderline. ora são suplicantes e carentes. a identidade sexual e os tipos cie amigos sofrem mudanças súbitas. Muitas vezes acreditam que este abandono i implica que eles são "maus". i Os indivíduos com Transtorno de Personalidade Borderline fazem esforços frenéticos para i evitarem um abandono real ou imaginado. Esses pacientes podem cortar os pulsos ou realizar outras automutilações para obterem auxílio de outros. especialmente quando acompanhados do uso de drogas. Esse medo de abandono está relacionado a uma intolerância à solidão e uma necessidade de ter outras pessoas consigo. as personalidades Borderline exibem relacionamentos interpessoais tumultuados. freqüentemente queixam-se do quanto se sentem deprimidos na maior parte cio tempo. os planos de carreira. não se importando com a qualidade da companhia. não conseguem tolerar a solidão e preferem uma busca desenfreada de companhia. apresentando uma auto-imagem totalmente instável. os objetivos. # # * 0 I I > Uma vez que se sentem tanto dependentes quanto hostis. queixam-se de sentimentos crônicos de vazio e tédio. ora são vingadores implacáveis. quando frustrados. mesmo diante de uma separação real de tempo limitado ou quando existem mudanças inevitáveis em seus planos. São pessoas impulsivas podem jogar. Apresentam instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade do humor. quando pressionados. As pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline na maioria das vezes apresentam um distúrbio de identidade. relacionado a u m a necessidade excessiva de proteção e cuidados ( D S M ' I V ) . Estas pessoas não gostam de estar sozinhas. Correm o risco de severa depressão. Autoderrotista ou Inadequada. O Transtorno de Personalidade D e p e n d e n t e é um padrão de comportamento submisso e aderente. evitam posições de responsabilidade e se tornam ansiosos se solicitados a assumir um papel de liderança. insegurança. Um cônjuge abusivo. assim. mesmo que não tenham interesse ou envolvimento no que está acontecendo. São pessoas que visam obter atenção e cuidados. infiel ou alcoólico pode ser tolerado por longos períodos de tempo para que a vinculação seja rompida. preferindo cargos subalternos. Os indivíduos com Transtorno de Personalidade Dependente muitas vezes se caracterizam por pessimismo e insegurança. Também conhecicio por Personalidade Astênica. não possuem autoconfiança e podem experimentar intenso desconforto quando sozinhas. quando enfrentam a perda de uma pessoa da qual eram dependentes. fazem com que outras pessoas assumam responsabilidade pelas principais áreas de suas vidas. Podem ficar "colados" em outras pessoas importantes em suas vidas apenas para não ficar sozinhas. como devem passar seu tempo livre e que faculdade cursar. . Os adolescentes com o transtorno podem permitir que seus pais decidam o que devem vestir. procuram outras pessoas das quais possam depender. Passiva. Pessimismo. Geralmente dependem de um dos pais ou do cônjuge para decidir onde devem viver. a se arriscarem à perda da ajuda daqueles em quem buscam orientação. tendendo a menosprezar suas capacidades e realizações. com quem devem sair. Os pacientes com Transtorno de Personalidade Dependente são incapazes de tomar decisões sem um excesso de aconselhamento e tranqüilização por outros. Os relacionamentos sociais limitam-se às pessoas das quais dependem e podem sofrer abusos físicos ou mentais por não conseguirem auto-afirmar-se. que tipo de trabalho devem ter e com que vizinhos devem fazer amizade. distorcidos por sua necessidade de estarem ligadas àquela outra pessoa. passividade e temores de expressar sentimentos sexuais e agressivos caracterizam o comportamento da personalidade dependente.17 2 MANUAL PRÁTICO DO HTP (CAS A-ÁRVORE-PESSOA) E FAMÍLIA Transtorno de Personalidade Dependente Neste manual existem 25 interpretações indicativas de Transtorno de Personalidade Dependente. São pessoas que se sentem tão incapazes de funcionar sozinhas. e seus relacionamentos são. As pessoas com esse transtorno subordinam suas próprias necessidades às dos outros. acreditando-se incapazes de funcionar adequadamente sem o auxílio de outras pessoas. tomam as críticas como prova de sua inutilidade e são desprovidos de autoconfiança e auto-estima. preferindo concordar com coisas que consideram erradas. por mais leve que seja. Elas são descritas pelos outros como "tímidas". pelo medo de que qualquer atenção possa trazer degradação ou rejeição. desaprovação ou rejeição. expressam incerteza e falta de autoconfiança. medo de estranhos e de situações novas. GODINHO RETONDO 165 Transtorno de Personalidade Esquiva ou Evitativo Neste manual existem 7 interpretações para o Transtorno de Personalidade Esquiva. As pessoas com Transtorno de Personalidade Esquiva ou Evitativo não participam de atividades de grupo. têm dificuldade de intimidade interpessoal. pois são hipervigilantes quanto à rejeição. sentimentos de inadequação e hipersensibilidade a avaliações negativas (DSM-IV). Raramente conseguem progredir muito ou exercer muita autoridade. da mesma forma que evitam fazer novas amizades. o aspecto mais notável é a ansiedade do paciente acerca de falar com o entrevistador. as personalidades evitativas freqüentemente assumem empregos secundários. Na entrevista clínica. inibidas. Por outro lado. Embora a timidez seja um percursor comum do Transtorno de Personalidade de Esquiva. Na maioria das vezes são pessoas tímidas. podendo considerar um esclarecimento ou uma interpretação como uma crítica.MARIA FLORENTINA N. "acanhadas". O modo tenso e nervoso do paciente parece aumentar e diminuir segunuo sua percepção quanto ao agrado que o profissional tem por eles. Na esfera profissional. isolamento. podendo falar de maneira autodepreciativa. ao menos que tenham certeza de que serão estimadas e aceitas sem crítica. Em vez disso. . Demonstram inibição em novas situações interpessoais. O comportamento esquivo começa com freqüência na infância. na maioria dos indivíduos ela tende a dissipar-se com a idade. que passam "invisíveis". A recusa a qualquer pedido que façam leva-as ao retraimento e a se sentirem magoadas. O Transtorno da Personalidade Esquiva caracteriza-se por um padrão de inibição social. quietas. Ao falarem com alguém. no trabalho parecem simplesmente tímidos e ávidos por agradar. embora consigam estabelecer relacionamentos íntimos quando existem garantias de uma aceitação sem críticas. devido a seus sentimentos de inadequação e baixa autoestima. São pessoas que se magoam facilmente com qualquer crítica ou desaprovação. quando os relacionamentos sociais com pessoas novas assumem uma especial importância. Mostram-se vulneráveis aos comentários e sugestões do entrevistador. Tendem a interpretar mal os comentários feitos por outras pessoas. "solitárias" e "isoladas". com timidez. Têm medo de falar em público ou fazer pedidos a outras pessoas. os indivíduos que desenvolvem o transtorno podem tornar-se progressivamente mais tímidos e arredios durante a adolescência e início da idade adulta. Essas pessoas evitam atividades profissionais ou escolares que envolvam contato interpessoal significativo por medo de críticas. considerando-os ridicularizantes ou depreciativos. As pessoas com esse transtorno parecem não possuir desejo de intimidade.166 Transtorno da Personalidade Esquizóide Neste manual existem 23 interpretações indicativas de Transtorno de Personalidade Esquizóide. fracos relacionamentos com seus pares e baixo rendimento escolar. Esses indivíduos podem ter uma particular dificuldade para expressar raiva. Ocasionalmente em circunstâncias muito incomuns em que se sentem muito à vontade para se revelarem. São pessoas que vivem absortas em si mesmas e freqüentemente se mostram indiferentes à aprovação ou crítica social. escolhendo passatempos solitários que não evolvam a interação com outras pessoas. podem apresentar pouco interesse sexual. O transtorno de personalidade esquizóide é diagnosticado em pacientes que exibem um padrão vitalício cie retraimento social. . sem reatividade emocional. As crianças com esta tendência na maioria das vezes passam horas desenhando. é enfrentada com onipotência ou resignação fantasiosa. A característica do Transtorno de Personalidade Esquizóide é um padrão invasivo de distanciamento de relacionamentos sociais e uma faixa restrita de expressão emocional em contextos interpessoais (DSM-IV). o que pode deixar essas crianças e adolescentes marcados como diferentes e sujeitos a zombarias. Essas pessoas geralmente são vistas como alienadas. reais ou imaginadas. preferindo a fantasia a uma sexualidade madura. não mostram perda da capacidade de reconhecimento da realidade. Uma vez que atos agressivos raramente são incluídos em seu repertório de respostas habituais. podem reconhecer sentimentos dolorosos principalmente relacionados às interações sociais. os adultos com o transtorno preferem o computador a qualquer interação pessoal. Embora as pessoas com Transtorno de Personalidade Esquizóide possam parecer autoabsortas e engajadas em devaneios excessivos. mesmo em resposta à provocação direta. O Transtorno de Personalidade Esquizóide peide aparecer pela primeira vez na infância ou adolescência na forma de solidão. Muitos preferem o trabalho noturno ao diurno. desenvolver e dar ao mundo idéias genuinamente originais e criativas. de modo que não tenham de lidar com muitas pessoas. mostram um exterior indiferente. a maior parte cias ameaças. Seu desconforto com a interação humana. Preferem passar seu tempo sozinhas a estarem com outras pessoas. o que contribui para a impressão de não possuírem emoções. mostram-se indiferentes às oportunidades de desenvolver relacionamentos íntimos e parecem não obter satisfação do fato de fazerem parte de uma família ou de algum grupo social. apresentam dificuldade em fazer algum amigo íntimo ou participar de uma turma. contudo. às vezes são capazes de conceber. As pessoas com o transtorno tendem a buscar empregos solitários que envolvem pouco ou nenhum contato com outros. sua introversão e afeto brando e constrito são ciignos cie nota. exibem um afeto restrito e parecem frios. contudo.167 Transtorno de Personalidade Esquizotípica Neste manual existem 9 interpretações indicativas de Personalidade Esquizotípica. excessiva suscetibilidade. baixo rendimento escolar. na forma de solidão. o pensamento e a comunicação estão perturbados. rígida ou constrita. O Transtorno de Personalidade Esquizotípica pode manifestar-se pela primeira vez na infância e adolescência. especialmente aos afetos negativos como a raiva. mas estes geralmente têm duração breve. temores ou fantasias infantis. de modo que muitas vezes parecem interagir com os outros de maneira inadequada. No Transtorno de Personalidade Esquizotípica. Esses indivíduos muitas vezes são considerados esquisitos ou excêntricos por causa dos maneirismos incomuns ou pelo modo esquisito de vestir-se. as pessoas com esse transtorno podem não conhecer seus próprios sentimentos. distorções cognitivas ou da percepção de comportamentos excêntricos (DSM-IV). os pacientes com Transtorno de Personalidade Esquizotípica podem descompensar-se e apresentar sintomas psicóticos. Essas crianças podem parecer "esquisitas" ou "excêntricas" e atrair gozações dos colegas. e na maioria das vezes o seu mundo interior está cheio de relacionamentos imaginários. pensamentos e linguagem peculiares e fantasias bizarras. ansiedade social. A característica principal desse transtorno é um padrão de excessiva emotividade e busca de atenção (DSM-IV). Podem ser supersticiosos ou declarar poderes de clarividência. Transtorno de Personalidade Histriónico Neste manual existem 9 interpretações indicativas de Transtorno de Personalidade histriónica. Também podem pensar que possuem poderes especiais de pressentir acontecimentos ou de ler os pensamentos de outras pessoas. bem como por sua desatenção às convenções sociais. Sob tensão. Na maioria das vezes eles não são capazes de lidar com toda a faixa de afetos e indicadores interpessoais necessários para relacionamentos bem-sucedidos. são extremamente sensíveis aos sentimentos dos outros. A característica essencial do Transtorno de Personalidade Esquizotípica é vim padrão invasivo de déficits sociais e interpessoais. no qual nada combina com nada. fracos relacionamentos com seus pares. . Como os pacientes esquizofrênicos. fazendo com que tudo soe mais importante do que realmente é. porém vago. impotentes. com freqüência representam papéis. Sua necessidade de reasseguramento é interminável. podem mostrar-se excessivamente provocantes ou sedutores. Estes pacientes não têm consciência de seus verdadeiros sentimentos e são incapazes de explicar suas motivações. Os relacionamentos a longo prazo podem ser deixados de lado para dar lugar a relacionamentos novos e excitantes. N a verdade. ocupacionais e profissionais. e sim para uma ampla variedade de relacionamentos sociais. e seus relacionamentos tendem a ser superficiais. Tendem a j I. Sua forte necessidade de dependência torna-os exageradamente crédulos e ingênuos. Os indivíduos com esse transtorno sentem-se desconfortáveis ou desconsiderados quando não são o centro das atenções e exteriorizam um comoortamento exuberante. lágrimas e acusações. em vez de sexualmente agressivos. Podem embaraçar os amigos e conhecidos por sua excessiva exibição pública de emoções. . suas emoções com freqüência dão a impressão de serem ligadas e desligadas com demasiada rapidez para serem profundamente sentidas. Nos relacionamentos íntimos apresentam dificuldade em adquirirem intimidade emocional. sem se dar conta disto. Os indivíduos com Transtorno de Personalidade Histriónica têm um alto grau de sugestibilidade. Exibem ataques de temperamento. e este comportamento não é dirigido somente para aqueles a quem têm interesse sexual ou romântico. os pacientes histriónicos são geralmente cooperativos e anseiam por fornecer uma história detalhada. exagerar seus pensamentos e sentimentos. Na maioria das vezes mostram-se vaidosos. absortos em si mesmos e instáveis.' dramático e extrovertido. os pacientes histriónicos podem ter uma disfunção sexual: as mulheres podem ser anorgásmicas e os homens. Entretanto. A aparência e o comportamento desses indivíduos na maioria das vezes são inadequados. o que pode levar a acusações de que estão fingindo. e suas opiniões e sentimentos são facilmente influenciados pelos outros e pelas tendências do momento.168 Também conhecida por Personalidade Histérica ou Psicoinfantil. Na entrevista. Geralmente têm um estilo de discurso excessivamente impressionista. caso não marquem sua presença ou se não estejam recebendo os elogios ou a provação esperada. mas seus relatos sobre estas fantasias são inconsistentes e podem ser tímidos ou conquistadores. Podem atuar segundo seus impulsos sexuais para confirmarem a si mesmos sua atratividade para com o sexo oposto. Fantasias sexuais sobre pessoas com as quais os pacientes estão envolvidos são comuns. as fantasias masoquistas em geral envolvem ser estuprado. 1993). derrotados ou humilhados (por exemplo. As pessoas com este transtorno escolhem pessoas e situações que levam ao desapontamento. sendo conhecidos como sadomasoquistas. mas geralmente se situa nos primeiros anos da vida adulta.169 Transtorno da Personalidade Masoquista Neste manual existe 1 interpretação indicativa de Transtorno da Personalidade Masoquista. culpa ou um comportamento que provoque dor (por exemplo. Transtorno da Personalidade Narcisista Neste manual existem 17 interpretações indicativas de Transtorno de Personalidade Narcisista. os indivíduos sentem-se perturbados por suas fantasias masoquistas. humilhação ou sofrimento a si próprio (Kaplan. 1993) acreditava que a capacidade masoquista para atingir o orgasmo seria perturbada pela ansiedade e sentimentos de culpa sobre o sexo. picando-se com alfinetes ou agulhas. A característica da Personalidade Masoquista consiste em obter gratificação infligindo dor. sem possibilidades de fuga. Freud (apud Kaplan. mesmo quando opções melhores se encontram claramente disponíveis. E comum também provocarem respostas de rejeição em outros e depois sentirem-se magoados. Geralmente rejeitam as tentativas alheias de oferecimento de auxílio. que podem ser invocadas durante o intercurso sexual ou masturbação. As fantasias masoquistas tendem a ter estado presentes na infância. fracasso ou mau tratamento. um acidente). preso ou atado por outros. uma nova conquista). Outros agem de acordo com seus desejos sexuais masoquistas por conta própria (por exemplo: atando a si mesmos. para depois sentir-se arruinado). Nesses casos. CID-10 (1993) eDSM-IV (1995) estáemParafiHas. Cerca de 30% dos masoquistas também possuem fantasias sádicas. provocando uma resposta irada. A idade na qual iniciam as atividades masoquistas com parceiros é variável. auto-administrando choques elétricos ou automutilando-se) ou com um parceiro. que são aliviadas pelo próprio sofrimento e punição. Depois de eventos pessoais positivos (por exemplo. mas não atuadas de outro modo. No Masoquismo Sexual. o cônjuge que ridiculariza a esposa em público. Masoquismo Sexual no Kaplan (1993). respondem com depressão. São pessoas que muitas vezes engajamse em auto-sacrificios excessivos não-solicitados e desencorajados por outros. . O Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsivo é caracterizado por u m padrão de p r e o c u p a ç ã o c o m organização. São pessoas que têm um sentimento grandioso cie sua própria importância. Lidam pobremente com as críticas devido à vulnerabilidade de sua auto-estima. e sua reação pode ser de desdém. lis- . não importando o que isto possa significar aos outros. Os traços narcisistas podem ser particularmente comuns em adolescentes. Neurose Obsessiva ou Neurose Obsessiva-Compulsiva. p e r f e c c i o n i s m o e controle mental e interpessoal (DSM-IV). Essas pessoas constantemente se preocupam com fantasias de sucesso ilimitado. Transtorno da Personalidade Obsessivo . Os que se relacionam com os narcisistas descobrem neles uma frieza emocional e falta de interesse mútuo. sua auto-estima é quase que invariavelmente muito frágil. aos quais se apegam de forma inapropriada. chegando a se impacientarem quando os outros falam de seus próprios problemas ou preocupações. Nas pessoas com Transtorno de Personalidade Narcisista o envelhecimento é mal vivenciado. poder. que estão além do entendimento das pessoas comuns. Eles tendem a formar amizades ou relacionamentos românticos somente se vislumbram a possibilidacie de que a outra pessoa vá ao encontro de seus objetivos ou que aumente sua auto-estima. São pessoas que carecem de empatia e têm grandes dificuldades em reconhecer os desejos ou sentimentos dos outros. o vigor e os atributos da juventude. uma vez que valorizam a beleza. raiva ou contra-ataque afrontoso. vivem a "caçar" elogios e ficam furiosos quando isso não ocorre. inteligência. acreditam ter necessidades especiais.IV). detalhes triviais. Também conhecido por Neurose Anancástica. Os indivíduos com Transtorno de Personalidade Narcisista exigem admiração excessiva.17 2 MANUAL PRÁTICO DO HTP (CASA-ÁRVORE-PESSOA) E FAMÍLIA O Transtorno de Personalidade Narcisista é caracterizado por um padrão invasivo de grandiosidade. beleza ou amor ideal. não indicando necessariamente que terão o transtorno futuramente. Essas pessoas esperam que lhes seja dado o que desejam ou julgam precisar.Compulsivo Neste manual existem 33 interpretações indicativas de Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsivo. Portanto. procedimentos. necessidade de admiração e de falta de empatia (DSM. podem ser mais vulneráveis do que os outros grupos às crises da meia-idade. os pacientes com esse transtorno tentam manter um sentimento de controle por meio de uma atenção exagerada a regras. Consideram-se especiais e esperam um tratamento especial. de senso de humor. por outro lado são. As habilidades interpessoais das pessoas obsessivo-compulsivas são extremamente limitadas. mesmo quando não possuem valor sentimental. insistem em uma obediência ao pé da letra. Transtorno de Personalidade Paranóide é caracterizado por um padrão de desconfiança e suspeita. A ênfase sempre está em um desempenho perfeito. sem qualquer flexibilidade de regras. Insistem em uma obediência rígida às regras. Tais pessoas são formais e sérias. Querelante ou Paranóide Sensitiva. prejudicam ou as enganam. Afastam as pessoas. Também podem ser miseráveis e mesquinhos e manter um padrão de vida bem abaixo daquele que seria possível. São capazes de realizar trabalhos prolongados. são pessoas que vivem sob uma constante desconfiança das pessoas em geral. Também conhecido por Personalidade Paranóide Expansiva. ainda que não exista qualquer evidência apoiando esta idéia. e também podem ser incapazes de jogar fora objetos usados ou inúteis. supõem que as outras pessoas os exploram. Passatempos ou atividades recreativas são abordadas como tarefas sérias. ávidas por agradar aos que vêem como mais poderosos do que elas próprias. chegando à exclusão de atividades de lazer e amizades. Fanática.MARIA FLORENTINA N. desprovidas. chegando a perder o ponto mais importante da atividade. Transtorno da Personalidade Paranóide Este manual contém 16 interpretações para Transtorno de Personalidade Paranóide. São pessoas que demonstram excessiva dedicação ao trabalho e à produtividade. sendo incapazes de tolerar o que percebem como infrações. Em razão de seu medo de cometer erros. a fim de se precaverem de futuras catástrofes. que exigem meticulosa organização e trabalho árduo. desde que sejam rotinizados. são incapazes de comprometer-se e insistem em que os outros se submetam às suas necessidades e. Recusam responsabilidade por seus próprios sentimentos e atribuem a responsabilidade a outros. As pessoas com este transtorno têm um respeito muito grande e rígido para com autoridades e regras. acreditando que os gastos devem ser rigidamente controlados. que é contida pelos rituais que impõem às suas vidas e tentam impor a outros. freqüentemente. são indecisos e relutam em tomar decisões. falta-lhes flexibilidade e tolerância. Geralmente suspeitam com base em poucas ou nenhuma evidência. horários ou formalidades. Por conseguinte. GODINHO RETONDO 171 tas. Qualquer coisa que ameace a rotina da vida destes pacientes ou sua estabilidade pode precipitar muita ansiedade. se preocupam com dúvidas infundadas quanto à . e não requeiram alterações às quais geralmente não conseguem se adaptar. de m o d o que os motivos dos outros são interpretados como malévolos (DSM-IV). Esses temas são vistos nos trabalhos de crianças de todas as terras e culturas. É antes uma interpretação da realidade. sol. Os desenhos são representações. casas. Da oportunidade de se observar e analisar um grande número de desenhos. Atualmente. fantasias e obras de arte estão impregnados de determinismo inconsciente. Sendo um meio de expressão e de comunicação. No HTP-F. As atividades psicomotoras do sujeito . Uma das vantagens da introdução dos desenhos destacadas por Di Leo (1987). Dessa forma. mitos. quando desenham por lazer. involuntária e/ou inconscientemente (observar a análise dos desenhos na descrição de casos clínicos). permitindo o acesso ao mundo interno. emerge com bastante facilidade por meio dos desenhos. O desenho projetivo. folclore. O HTP-F alcança também uma função especial. Os sentimentos e conflitos dos pacientes. os desenhos das crianças são considerados um meio privilegiado para a descoberta do seu mundo interno e da sua psicodinâmica. geralmente retratam pessoas. A linguagem do inconsciente é fundamentalmente imaginativa e simbólica e. As crianças pequenas tendem a ignorar ou transformar a realidade em um mundo subjetivo. freqüentemente infiltram-se em seus desenhos. mesmo com uma criança tímida ou um adulto de atitude negativa. sejam eles crianças ou adultos. além de constituírem um modo natural de expressão para as mesmas. sendo seu estudo e interpretação uma importante via de acesso ao inconsciente. proporcionando uma introdução minimamente ameaçadora e maximamente prazerosa. hoje em dia. rico em fantasias. revela muito do inconsciente daquele que desenha. os sonhos. servindo também como um meio de descontração. Sempre que houver alguma barreira para a linguagem. atestando a universalidade básica da mente humana e dos sentimentos. O desenho não constitui uma reprodução fiel da realidade. animais.17 2 MANUAL PRÁTICO DO HTP (CAS A-ÁRVORE-PESSOA) E FAMÍLIA Muito antes de escrever. é que estes permitem "estabelecer um rapport rápido. etc. os desenhos representam um reflexo da personalidade de seu autor e mostram mais sobre o artista do que sobre o objeto retratado. 1981). as crianças aprendem a desenhar e. Tanto a linguagem simbólica quanto o desenho alcançam níveis primitivos da personalidade. o desenho apresenta um potencial facilitador na expressão da personalidade. árvores. uma maneira de ver as coisas e de se colocar diante delas. é considerado uma fonte frutífera de informação e compreensão da personalidade. "O HPT investiga o fluxo da personalidade à medida que ela invade a área da criatividade artística" (Hammer. fica claro o surgimento e a elucidação de sentimentos que os pacientes talvez nunca poderiam ser capazes de expressar com palavras. além de econômica e profunda. principalmente às crianças. e não reproduções da realidade. especialmente com crianças. Coube à psicanálise desvendar que o inconsciente fala por meio de imagens simbólicas. mesmo que estivessem inteiramente conscientes desses estados que os atormentam e os mobilizam. fácil e agradável com a criança". O lranstorno de Personalidade Paranóide pode manifestar-se pela primeira vez na infância e adolescência. com a mesma rigidez (são os pais que educam seus filhos com mãos de ferro). Suas desconfianças e excessiva hostilidade podem ser expressadas em discussões agressivas. freqüentemente suspeitando da fidelidade do cônjuge. mas freqüentemente geram medo ou conflito em outras pessoas. Nas situações sociais. As pessoas com este transtorno mostram um padrão generalizado de comportamento cruel. sem qualquer justificativa adequada. Como são hipervigilantes para possíveis ameaças. dirigido para os outros. doentios. por uma tendência a ficar solitário. prejudicados ou de alguma forma defeituosos. muitas vezes coletam "evidências" triviais para apoiarem suas crenças ciumentas. Os adultos com o Transtorno relutam em ter confiança ou intimidade com outras pessoas pelo medo de que as informações que compartilham sejam usadas contra eles. geralmente lêem significados ocultos. A crueldade ou violência física é usada para infligir dor ou domínio e. Esses pacientes não possuem calor humano e se impressionam e prestam muita atenção a temas de poder e hierarquia. não para atingir algum objetivo (por exemplo: dominar alguém a fim de roubar). Transtorno da Personalidade Sádica Neste manual existe 1 interpretação indicativa de Personalidade Sádica. humilhante ou agressivo. ter fracos relacionamentos com seus pares. velada e parecer "frias" e sem sentimento de ternura. humilhante e agressivo. Na maioria das vezes são patologicamente ciumentos. Essas crianças podem parecer "esquisitas" ou "excêntricas" e provocar zombarias. 1993). podem comportar-se de maneira reservada. queixas recorrentes ou afastamento silencioso e visivelmente hostil. guardam rancores persistentes em perdoar os insultos. Essas pessoas geralmente também gostam de humilhar ou maltratar pessoas em frente de outros que geralmente trataram ou disciplinaram alguém. / E caracterizado por um padrão de comportamento cruel. expressando desdém por aqueles vistos como fracos. cujas ações são minuciosamente examinadas em busca de evidências de intenções hostis. que começa no início da vida adulta. No geral são pessoas de difícil convivência e na maioria das vezes enfrentam problemas com relacionamentos íntimos. . ofensas ou deslizes dos quais pensam ter sido vítimas. humilhantes e ameaçadores em comentários ou observações benignas. as pessoas com Transtorno de Personalidade Paranóide podem parecer práticas e eficientes.17 2 MANUAL PRÁTICO DO HTP (CAS A-ÁRVORE-PESSOA) E FAMÍLIA lealdade e confiabilidade de seus amigos ou colegas. no qual o indivíduo sente prazer pelo sofrimento psicológico ou físico da vítima (Kaplan. ansiedade e fantasias idiossincráticas. especialmente crianças. o sadismo é uma defesa contra medos de castração — os sádicos fazem a outros o que temem que lhes aconteça. De acordo com a teoria psicanalítica. No Sadismo Sexual. estuprar. que envolvem habitualmente o completo controle sobre a vítima. a atividade tende a ser repetida até que o indivíduo com Sadismo Sexual seja preso. cortar. queimar. o que causa excitação sexual é o sofrimento cia vítima. Transtono da Aprendizagem Neste manual existem 14 interpretações indicativas de Transtorno da Aprendizagem. esses transtornos caracterizam-se por um funcionamento acadêmico substancialmente abaixo do esperado. sem necessidade de aumentar o potencial de infligir sérios danos físicos. O prazer é extraído da expressão do instinto agressivo. Anteriormente chamado de Transtorno das Habilidades Escolares. a gravidade dos atos sádicos aumenta com o tempo.173 Em geral. Outros colocam em prática seus anseios sexuais sádicos com vítimas que não dão consentimento. As fantasias ou atos sádicos podem envolver atividades que indicam o domínio do indivíduo sobre a vítima (por exemplo: forçar a vítima a rastejar ou mantê-la em uma jaula) ou podem consistir em atar. inclusive nos animais. Geralmente. dar palmadas. mutilar ou matar a vítima. mas habitualmente ocorre nos primeiros anos da vida adulta. chegam a divertir-se ou sentir prazer com o sofrimento psicológico ou físico de outros. espancar. o indivíduo pode ter fantasias sádicas a fim de obter prazer. vendar. de leitura. Sadismo Sexual no Kaplan (1993). administrar choques elétricos. Essas fantasias sexuais sádicas tendem a ter estado presentes na infância. as pessoas com transtorno de personalidade sádica são fascinadas pela violência. escolarização e nível de inteligência (DSM-IV). Em todos esses casos. Os transtornos da aprendizagem são diagnosticados quando os resultados do indivíduo em testes padronizados e individualmente administrados. torturar. que se sente aterrorizada ante o ato sádico eminente. medidas de inteligência e educação apropriada à ida- . Quando o Sadismo Sexual é praticado com parceiros que não consentem com a prática. tendo em vista a idade cronológica. beliscar. armas. matemática ou expressão escrita estão substancialmente abaixo do esperado para a idade. A idade de início das atividades sádicas é variável. CID-10 (1993) e DSM-IV (1995) estáemParafilias. estrangular. bater. esfaquear. Alguns indivíduos com Sadismo Sexual podem dedicar-se a atos sádicos por muitos anos. entretanto. chicotear. ferimentos ou torturas. e existem muitos indivíduos com Transtornos de Aprendizagem sem essa história. Esses comprometimentos no aprendizado não são resultado direto de outros transtornos. Os adultos com Transtornos de Aprendizagem podem ter dificuldades significativas no emprego ou no ajustamento social. a presença dessas condições não prediz. memória ou uma combinação destes) freqüentemente precedem ou estão associadas com os Transtornos da Aprendizagem. A escolarização inadequada pode resultar em fraco desempenho em testes estandartizados de rendimento escolar. Anormalidades subjacentes do processamento cognitivo (por exemplo: déficits na percepção visual. da matemática. Desmoralização. Os transtornos da Aprendizagem devem ser diferenciados das variações normais na realização acadêmica e das dificuldades escolares devido à falta de oportunidades. tais como retardo mental. baixa auto-estima e déficits nas habilidades sociais podem estar associados com os transtornos de aprendizagem. invariavelmente. Embora predisposição genética. danos perinatais e várias condições neurológicas ou outras condições médicas gerais possam estar associadas com o desenvolvimento dos Transtornos de Aprendizagem. A taxa de evasão escolar para crianças ou adolescentes com transtornos de aprendizagem é de aproximadamente 40%. Os transtornos podem ser da leitura. déficits neurológicos grosseiros. Para um diagnóstico consistente de Transtorno de Aprendizagem o profissional deve assegurar-se de que os procedimentos de testagem da inteligência refletem uma atenção adequada à bagagem étnica ou cultural do indivíduo. em virtude de doenças mais freqüentes ou ambientes domésticos empobrecidos ou caóticos. embora eles possam ocorrer simultaneamente com tais condições. problemas visuais ou auditivos não corrigidos ou perturbações emocionais. . atenção. Crianças de bagagens étnicas ou culturais diferentes daquelas dominantes na cultura da escola ou cuja língua materna não é a língua do pais. da expressão escrita ou transtorno de Aprendizagem sem outra especificação. bem como crianças que freqüentam escolas de ensino inadequado. processos lingüísticos. A s crianças com essas mesmas bagagens também podem estar em maior risco para faltas injustificadas à escola. Transtorno da Ansiedade Generalizada Neste manual existem 14 interpretações indicativas de Ansiedade Generalizada.174 de. ensino fraco ou fatores culturais. podem ter fraca pontuação nesses testes. Os transtornos do desenvolvimento das habilidades escolares compreendem grupos de transtornos manifestados por comprometimentos específicos e significativos no aprendizado de habilidades escolares. e os problemas de aprendizagem interferem significativamente no rendimento escolar ou nas atividades da vida diária. O paciente considera difícil evitar que as preocupações interfiram na atenção a tarefas que precisam ser realizadas e têm dificuldade em parar de se preocupar. Transtorno de Conduta Neste manual existem 16 interpretações indicativas de Transtorno de Conduta. Durante o curso do transtorno. eles relatam sofrimento subjetivo devido à constante preocupação. palpitações. fôlego curto. tremores. Também conhecida por Neurose de Ansiedade. O transtorno apresenta uma condição crônica. mas queixas de sentimentos contínuos de nervosismo. finanças. freqüência da ansiedade ou preocupação são claramente desproporcionais à real probabilidade ou impacto do evento temido. o transtorno é caracterizado pelo fato de as pessoas se mostrarem patologicamente ansiosas acerca de tudo. Como em outros transtornos ansiosos.175 O Transtorno de Ansiedade Generalizada caracteriza-se por pelo menos 6 meses de ansiedade e preocupações excessivas e persistentes (DSM-IV). apresentam necessidade freqüente de reasseguramento ou então mostram um excesso de queixas somáticas. Embora os indivíduos com Transtorno de Ansiedade Generalizada nem sempre sejam capazes de identificar suas preocupações como "excessivas. atlético ou social. sensação de cabeça leve. tais como possíveis responsabilidades no emprego. Alguns dados sugerem que acontecimentos vitais estariam associados com o aparecimento do Transtorno de Ansiedade Generalizada. saúde dos membros da família. que se não tratada pode durar a vida inteira. ela é flutuante). infortúnios acometendo os filhos ou mesmo questões menores. Adultos freqüentemente se preocupam com circunstâncias cotidianas e rotineiras. duração. tonturas. com o desempenho escolar. resposta de sobressalto exagerada e desconforto epigástrico são comuns. junto com uma variedade de outras preocupações e pressentimentos. Medos de que o paciente ou um parente vai brevemente adoecer ou sofrer um acidente são freqüentemente expressados. boca seca. tensão muscular. e freqüentemente está relacionacio a estresse ambiental crônico. ocupacional ou em outras áreas importantes. os sintomas ciominantes são altamente variáveis. o foco da preocupação pode mudar de uma preocupação para outra. . sudorese. A intensidade. têm dificuldade em controlar a preocupação ou experimentam prejuízos no funcionamento social. Crianças com Transtorno de Ansiedade Generalizada tendem a exibir preocupação excessiva cora a sua competência. Reação de Ansiedade ou Estado de Ansiedade. Nesses casos é difícil controlar a preocupação que é irrealista ou excessiva e não restrita ou mesmo fortemente predominante em alguma circunstância ambiental em particular (isto é. Esses indivíduos podem ter pouca empatia e pouca preocupação pelos sentimentos. progressivamente. consumo de álcool. Condições domésticas caóticas. em geral. interpretando-as como mais hostis e ameaçadoras do que de fato são. a tolerância à frustração. A conduta é mais séria do que as travessuras e brincadeiras comuns das crianças e adolescentes. como também pode haver fugas de casa durante a noite. As crianças apresentam como padrão. Uma vez que seus modelos de papéis são deficientes e freqüentemente mudam. O transtorno de Conduta muitas vezes está associado com um início precoce de comportamento sexual. as crianças com este transtorno. tanto de um ideal de ego quanto de consciência. Julgamentos acerca da presença de transtorno de conduta devem levar em consideração o nível de desenvolvimento da criança. não existe a base para o desenvolvimento. perturbadoras e incapazes de desenvolver. percebem mal as intenções dos outros. o psicólogo com freqüência precisa recorrer a informações adicionais. Os comportamentos desses indivíduos podem levar à suspensão ou expulsão da escola. defraudação ou furto e sérias violações de regras. A perturbação do comportamento causa prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social. Os comportamentos do transtorno caem em quatro agrupamentos principais: conduta agressiva que causa ou ameaça danos físicos a outras pessoas ou a animais.176 A característica essencial do Transtorno da Conduta é um padrão repetitivo e persistente de comportamento no qual são violados os direitos básicos dos outros ou normas ou regras sociais importantes apropriadas à idade (DSM-IV). O transtorno de Conduta é caracterizado por um padrão repetitivo e persistente de conduta anti-social. desejos e bem estar dos outros. apesar de proibições dos pais. uso de substâncias ilícitas e atos imprudentes e arriscados. Especialmente em situações ambíguas. Uma vez que os indivíduos com Transtorno de Conduta tendem a minimizar seus problemas. Este diagnóstico aplica-se apenas a pessoas menores de 18 anos de idade. exigentes. podem ser grosseiras e não possuem sentimentos apropriados de culpa ou remorso. do que na população geral. conduta não-agressiva que causa perdas ou danos a propriedades. Os indivíduos com este transtorno também cometem sérias violações de regras. agressiva ou desafiadora. A auto-estima na maioria das vezes é muito baixa. 0 transtorno de Conduta é mais comum emfilhosde pais com distúrbios de personalidade antisocial e dependência de álcool. As crianças criadas em condições caóticas e negligentes tornam-se zangadas. Geralmente respondem com uma agressão que identificam como razoável e justificada. necessária para relacionamentos maduros. As crianças sentem pouca motivação para seguirem as normas sociais e são relativamente imunes ao remorso. iniciando-se prematuramente antes dos 13 anos de idade permanência fora de casa até tarde da noite. embora possam projetar uma imagem de "durão". acadêmico ou ocupacional. . abuso infantil e negligência estão associados com o transtorno de conduta e delinqüência. Transtorno de Estresse Pós-Traumático Neste manual existem 18 interpretações indicativas do Transtorno de Estresse PósTraumático. imaginação ou lembranças. que seus movimentos e comportamentos não são. Outra queixa comum é de que não estão produzindo seu próprio pensamento. Podem se iniciar aos 5 ou 6 anos de idade. apresentam consciência de que isto é apenas uma sensação e de que não são realmente um autômato. Transtorno Fóbico e Transtorno Obsessivo-Compulsivo.MARIA FLORENTINA N. Elementos da síndrome podem também ocorrer em indivíduos mentalmente saudáveis em estados de fadiga. doenças sexualmente transmissíveis. Experiências voluntárias induzidas de Despersonalização fazem parte das práticas de meditação e transe prevalentes em muitas religiões e culturas. Muitos deles freqüentemente podem ter dificuldade em descrever seus sintomas por temer que essas experiências signifiquem que estão "loucos". privação sensorial ou intoxicação alucinógena. mas habitualmente aparecem ao final da infância ou início da adolescência. Os indivíduos com Transtorno de Despersonalização mantêm um teste de realidade intacto. deles próprios. gravidez não-planejada e ferimentos por acidentes ou lutas corporais. isto é. . não devendo ser confundidas com o Transtorno. Mais comumente. Hipocondria. de algum modo. os fenômenos de despersonalização ocorrem no contexto de Doenças Depressivas. seu corpo e/ou ambiente estão alterados em sua qualidade. Transtorno de Despersonalização é caracterizado por u m sentimento persistente ou recorrente de estar distanciado dos próprios processos mentais ou do próprio corpo. A principal queixa do paciente é que a sua atividade mental. A Despersonalização é uma experiência comum. à medida que o indivíduo desenvolve maior força física. Transtorno de Despersonalização Neste manual existem 3 interpretações indicativas de Transtorno de Despersonalização. Os sintomas do transtorno variam com a idade. Os indivíduos com o Transtorno podem sentir-se como que mecanizados ou que estão em um sonho ou distanciados do próprio corpo. deve-se fazer esse diagnóstico apenas se os sintomas forem suficientemente severos para causar sofrimento acentuado ou prejuízo no funcionamento. acompanhado por um teste de realidade intacto (DSM-IV). capacidades cognitivas e maturidade sexual. dificuldades legais. GODINHO RETONDO 40 problemas de ajustamento no trabalho. Em geral. embora possa haver um lapso de meses ou mesmo anos antes do seu aparecimento.178 O Transtorno de Estresse Pós-Traumático caracteriza-se pela revivência de u m evento extremamente traumático. as pessoas muito jovens ou crianças e muito idosas têm mais dificuldade para lidarem com os eventos traumáticos do que aqueles na meia-idade. impotência ou horror. maior a probabilidade de as pessoas desenvolverem o transtorno. é um transtorno que pode ocorrer em qualquer idade. Quanto mais grave o estressor. A probabilidade de desenvolvimento do Transtorno de Estresse Pós-Traumático em pessoas após um desastre ou trauma está positivamente correlacionada à gravidade do estressor. sexuais e pseudoneurológicos (DSM-IV). . Presumivelmente. O Transtorno de Somatização é conhecido como Histeria. O Transtorno de Somatização é um transtorno polissintomático que inicia antes dos 30 anos. Os sintomas típicos incluem episódios de repetidas revivências do trauma sob a forma de memórias intrusas ou sonhos. e o uso excessivo de álcool ou drogas pode ser um fator de complicação. quando comparadas com os adultos jovens. Além disso. tendem a ter mecanismos de enfrentamento mais rígidos e a serem menos capazes de um enfoque flexível para os efeitos do trauma. Da mesma forma a ansiedade e a depressão estão comumente associadas aos sintomas. sintomas gastrintestinais. Também conhecido por Neurose Traumática. acompanhada por sintomas de excitação aumentada e esquiva de estímulos associados com o trauma (DSM-IV). compartilhando a experiência com outros. falta de responsividade ao ambiente e evitação de indicativos que relembrem ao paciente o trauma original. Transtorno de Somatização Neste manual existem 25 interpretações indicativas de Transtorno de Somatização. os efeitos do trauma podem ser exacerbados por incapacidades físicas e outras características da velhice. Similarmente. uma reação de choque aumentada e insónia. Há usualmente um estado de hiper-excitação autônoma com hipervigilância. pois fazer parte de um grupo de sobrevivente muitas vezes faz com que as pessoas lidem melhor com o trauma. Transtorno Psicossomático Múltiplo. estende-se por um período de anos e é caracterizado por uma combinação de dor. a probabilidade é menor. Quando o trauma é relativamente leve (um acidente automobilístico sem vítimas fatais). Os sintomas em geral iniciam nos três primeiros meses após o trauma. surgindo como uma resposta tardia a um evento ou situação estressante. mesmo na tenra infância. as pessoas idosas. Síndrome de Queixas Múltiplas ou Síndrome de Briquet. as crianças pequenas ainda não têm mecanismos de enfrentamento adequados para lidar com os insultos físicos e emocionais do trauma. O transtorno desenvolve-se em pessoas que experimentaram estresse físico ou emocional envolvendo uma resposta de intenso medo. vaga. mas sensações gastrintestinais (dor. etc. famintos por admiração. O humor deprimido e uma perda de interesse ou prazer são os sintomas-chave da depressão. O Transtorno Depressivo caracteriza-se por um ou mais Episódios Depressivos. sensibilidade. fobia à escola ou humor irritável ou rabugento. isto é. ensinem algumas crianças a somatizar. desesperança e sentimento de inutilidade. elogios e com freqüência são manipuladores. energia reduzida levando a uma fatigabilidade aumentada e atividade diminuída (DSM-IV). a apresentação . pelo menos duas semanas de humor deprimido. Transtorno Depressivo Neste manual encontram-se 56 interpretações indicativas para o Transtorno Depressivo. embora o exemplo dos pais. inconsistente e desorganizada. durante a qual muitas investigações negativas ou operações infrutíferas podem ser realizadas. Além ciisso. Os pacientes freqüentemente descrevem os sintomas da depressão como uma dor emocional agonizante. A causa do Transtorno de Somatização é desconhecida. As múltiplas queixas somáticas não podem ser plenamente explicadas por qualquer condição médica 011 pelos efeitos diretos de uma substância. Queixas sexuais e menstruais são também comuns. Os pacientes com Transtorno de Somatização geralmente descrevem suas queixas cie um modo dramático. emotivo e exagerado. muitos pacientes são oriundos de lares instáveis e foram fisicamente maltratados. eructação. auto-centrados. GODINHO RETONDO 179 A característica do Transtorno é um padrão de múltiplas queixas somáticas recorrentes e clinicamente significativas. dormência.) e erupções ou manchas estão entre as mais comuns. formigamento. É comum o discurso de desânimo. São descritos como dependentes. Freqüentemente vestem-se de modo exibicionista e podem ser sedutores e cativantes. em vez de um humor triste ou abatido. A história médica dos pacientes geralmente é circunstancial. com linguagem vívida e colorida. Eles muitas vezes buscam tratamento com vários médicos ao mesmo tempo. regurgitação. O curso do transtorno é crônico e flutuante e com freqüência está associado a rompimento duradouro do comportamento social. interpessoal ou familiar. Esses pacientes confundem seqüências temporais e não conseguem distinguir claramente os sintomas atuais da história passada.) e sensações cutâneas anormais (coceiras. no adulto e no idoso. A maioria cios pacientes tem longa e complicada história de contato com serviços médicos tanto primários quanto especializados. Durante a adolescência. imprecisa.MARIA FLORENTINA N. O Transtorno Depressivo pode ocorrer na criança. etc. Nas crianças observa-se um apego excessivo aos pais. Podem ser referidos sintomas relacionados a qualquer parte ou sistema do corpo. perda de interesse e prazer. o que pode levá-los a combinações de tratamentos complicados e por vezes prejudiciais. queimação. no adolescente. náusea. bem como os costumes culturais e étnicos. vômito. ). prejuízo escolar e profissional. O adulto deve apresentar pelo menos quatro sintomas adicionais. As alterações psicomotoras incluem agitação (por exemplo: incapacidade para ficar sentado. concentrar-se ou tomar decisões. pelo menos em algum grau. Em crianças uma queda abrupta no rendimento escolar pode refletir umafracaconcentração. comportamento anti-social. Com menor freqüência . durante os quais ruminam seus problemas. uma duração de pelo menos duas semanas é usualmente requerida para o diag- . preocupações cheias de culpa ou ruminações acerca de pequenos fracassos do passado. O apetite pode ser reduzido ou demonstrar uma avidez por alimentos específicos (por exemplo: doces ou outros carboidratos). mexer as pernas. ficar andando sem parar. extraídos de uma lista que inclui: alterações no apetite ou peso. concentrar-se ou tomar decisões. pensamento ou movimentos corporais lentificados. exacerbação de sintomas fóbicos ou obsessivos preexistentes ou preocupações hipocondríacas. "não ligo mais". fala diminuída em termos de volume. sono e atividade psicomotora. os pacientes apresentam sonolência excessiva. e motivação para pôr em prática novos projetos. Essas alterações devem ser suficientemente severas para serem observáveis por outros.17 2 MANUAL PRÁTICO DO HTP (CAS A-ÁRVORE-PESSOA) E FAMÍLIA clínica pode mostrar marcantes variações individuais. ou pensamentos recorrentes sobre morte ou ideação suicida. desempenho escolar pobre. Em alguns indivíduos. Esses indivíduos freqüentemente interpretam mal eventos triviais ou neutros do cotidiano como evidências de defeitos pessoais e têm um senso exagerado de responsabilidade pelas adversidades. na forma de episódios prolongados de sono noturno ou sono durante o dia. ou a falta de prazer com qualquer atividade anteriormente considerada agradável. como consumo excessivo de álcool ou drogas. etc. TC± Para episódios depressivos de todos os três graus de gravidade (leve. moderado ou severo). e 10% a 15% o cometem. Os familiares freqüentemente percebem esse retraimento social ou a negligência a atividades agradáveis. Os pacientes podem relatar menor interesse por passatempos. Aproximadamente 90% dos pacientes queixam-se de perturbações do sono. etc. sentimentos de desvalia ou culpa. planos ou tentativas de suicídio.) ou retardo psicomotor (por exemplo: discurso. iim cinh^mo nua co t-ocr^l t o ma nua \ r~ \ ü At*otr\ ciiii juiLV/iua j c icowivc ci iiiv^n CIIIL. Muitos pacientes relatam prejuízo na capacidade de pensar. e não apenas sentimentos subjetivos. há uma redução significativa nos níveis anteriores de interesse ou desejo sexual. Os pacientes deprimidos às vezes queixam-se de serem incapazes de chorar. Q u a s e todos os pacientes deprimidos (97%) queixam-se de energia reduzida. Aproximadamente dois terços dos pacientes deprimidos pensam em suicídio. A perda de interesse ou prazer quase sempre está presente. diminuição da energia. resultando em dificuldades para terminar tarefas. Em indivíduos idosos as dificuldades de memória podem ser a queixa principal. O sentimento de desvalia ou culpa associado pode incluir avaliações negativas e irrealistas da própria vida. dificuldade para pensar. especialmente despertar precoce ou despertares múltiplos à noite. sua freqüência e curso são muito variáveis. temor ou terror. É caracterizado por Ataques de Pânico inesperados e recorrentes acerca dos quais o indivíduo se sente persistentemente preocupado. mas normalmente pode começar no final da adolescência e início da idade adulta. tais como falta de ar. Outros tornam-se excessivamente apreensi- . A idade de início varia muito. Os indivíduos com Transtorno de Pânico apresentam preocupações acerca das implicações ou conseqüências dos Ataques de Pânico. Além da preocupação com os Ataques de Pânico e suas implicações. sensação de sufocamento e medo de "ficar louco" ou perder o controle (DSM-IV). Um ataque de pânico é representado por um período distinto no qual há o início súbito de intensa apreensão. em geral. porém. Transtorno do Pânico Neste manual existem 8 interpretações indicativas de Transtorno do Pânico. Os ataques de pânico constantes produzem medo de ficar sozinho ou ir a lugares públicos e geralmente é seguido de um medo persistente de ter outro ataque (CID-10). perder o controle ou ficar louco. Os sintomas ciominantes variam cie pessoa para pessoa. As preocupações acerca do próximo ataque ou suas implicações muitas vezes são associadas com o desenvolvimento de um comportamento de esquiva. estão presentes sintomas. imprevisíveis. dor ou desconforto torácico. Os ataques individuais usualmente duram apenas minutos. muitos indivíduos também relatam sentimentos constantes ou intermitentes de ansiedade não focalizada sobre qualquer situação ou evento específico. freqüentemente associados com sentimentos de catástrofe eminente. Alguns temem que os ataques indiquem a presença de uma doença não diagnosticada e ameaçadora à vida. Durante esses ataques. palpitações. experimenta um medo muito súbito e sintomas autômatos.181 nóstico. Geralmente há um medo secundário de morrer. usualmente apressada. portanto. seguidos por pelo menos um mês de preocupação acerca de ter u m outro Ataque de Pânico (DSM-IV). início súbito de palpitações. dor no peito. de onde quer que ele esteja. sensações de choque. os quais resultam em uma saída. Os aspectos essenciais são ataques recorrentes de ansiedade grave (pânico). Os ataques também podem ser percebidos como uma indicação de que estão ficando loucos ou perdendo o controle. ainda que às vezes sejam mais prolongados. apenas um pequeno número de casos começa na infância. Um paciente em um ataque de pânico. tontura e sentimentos de irrealidade (despersonalização) são comuns. os quais não são restritos a qualquer situação ou conjunto cie circunstâncias em particular e que são. mas períodos mais curtos podem ser razoáveis se os sintomas são bastante graves e de início rápido. dois ou mais) dos seguintes: delírios. Nenhum sintoma isolado é patognomônico de Esquizofrenia. a crença de terem uma doença ameaçadora à vida não detectada pode levar a uma ansiedade debilitante e crônica e a constantes consultas médicas. Os delírios expressam uma perda de controle sobre a mente ou o corpo e geralmente são considerados bizarros. Souza Campos (1989).delírios. o afeto. discurso desorganizado. o pensamento inferencial. a linguagem e a comunicação. Esses indivíduos também toleram menos os efeitos colaterais de medicamentos. Os transtornos esquizofrênicos são caracterizados por distorções do pensamento. alogia e avolição). referenciais. neste manual existem 31 interpretações indicativas de Esquizofrenia. Este padrão pode ser perturbador tanto do ponto de vista emocional como financeiro. da percepção e pelo afeto inadequado. o impulso e a atenção. a volição. . o monitoramento comportamental. somáticos. A Esquizofrenia é uma perturbação que dura pelo menos 6 meses e inclui pelo menos um mês de sintomas da fase ativa (isto é. alucinações. religiosos ou grandiosos). unicidade e de direção de si mesmo. Laurenção Van Kolck (1984). alucinações. Esquizofrenia De acordo comas pesquisas de Hammer (1981). Os delírios são crenças errôneas. Em pessoas onde o Transtorno do Pânico não foi convencionalmente tratado ou foi diagnosticado incorretamente. comportamento amplamente desorganizado ou catatônico e sintomas negativos (apatia.182 vos acerca do resultado de atividades e experiências rotineiras. o diagnóstico envolve o reconhecimento de uma constelação de sinais e sintomas associados com prejuízo no funcionamento ocupacional ou social. Seu conteúdo pode incluir uma variedade de temas (por exemplo: persecutórios. embora certos déficits cognitivos possam surgir com o tempo. Muitas vezes a consciência e a capacidade intelectual não apresentam prejuízos. discurso desorganizado e comportamento amplamente desorganizado ou catatônico) ou negativos (perda ou diminuição das funções normais . Os sintomas característicos de Esquizofrenia envolvem uma faixa de disfunções cognitivas e emocionais que acometem a percepção. a capacidade hedônica. A doença envolve funções básicas que dão à pessoa normal um senso de individualidade. particularmente aquelas relacionadas à saúde ou separação de pessoas queridas. habitualmente envolvendo a interpretação falsa de percepções ou experiências. Esses sintomas característicos podem ser conceituados como positivos (refletindo um excesso de distorções das funções normais . a fluência e a produtividade do pensamento e do discurso.embotamento do afeto. pobreza de discurso e embotamento de respostas emocionais) (DSM-IV). Muitos indivíduos são incapazes de manter um trabalho por períodos prolongados de tempo e estão empregados em um nível inferior ao de seus pais. A maioria dos indivíduos com Esquizofrenia não se casa. A avolição caracteriza-se por incapacidade de iniciar e persistir em atividades dirigidas a um objeto.MARIA FLORENTINA N. e a pessoa pode saltar de um assunto para outro ou as respostas podem não ter relação alguma com as perguntas. GODINHO RETONDO 18 3 As alucinações podem ocorrer em qualquer modalidade sensorial. Numa proporção de casos. que pode variar em diferentes culturas e populações. em vez de uma deteriorização no funcionamento. manutenção de uma postura rígida e resistência aos esforços de mobilização (rigidez catatônica). às vezes alcançando um grau extremo de completa falta de consciência (esturpor cata tônico). mas as alucinações auditivas são de longe as mais comuns e características da Esquizofrenia. entretanto. o funcionamento está claramente abaixo daquele que havia sido atingido antes do aparecimento dos sintomas. O curso do transtorno mostra igualmente uma grande variação e não é. A pessoa pode ficar sentada por longos períodos de tempo e demonstra pouco interesse em participar de atividades profissionais ou sociais. sendo geralmente experimentadas como vozes conhecidas ou estranhas. sem dúvida. O começo pode ser agudo. Tipicamente. que são percebidas como distintas dos pensamentos da própria pessoa. com pouco contato visual e linguagem corporal reduzida. A desorganização do pensamento é definida como o aspecto mais importante. podendo o indivíduo ser incapaz de terminar a escolarização. sendo que o indivíduo apresenta um discurso desorganizado. e a maior parte mantém contatos sociais relativamente limitados. A alogia (pobreza do discurso) é manifestada por respostas breves. Se a perturbação começa na infância ou adolescência. Um comportamento amplamente desorganizado também pode manifestar-se de várias maneiras. ou insidioso. com um desenvolvimento gradual de idéias e condutas estranhas. resistência ativa a instruções ou tentativas de mobilização (negativismo catatônico). O discurso dos indivíduos pode ser desorganizado de várias maneiras. pode haver um fracasso em conquistar o que seria esperado do indivíduo. A Esquizofrenia envolve disfunção em uma ou mais áreas importantes do funcionamento. Os sintomas negativos da Esquizofrenia respondem por um grau substancial de morbidade associada ao transtorno. inevitavelmente crônico ou deteriorante. adoção de posturas inadequadas ou bizarras (postura catatônica) ou excessiva atividade motora sem propósito e não estimulada (excitação catatônica). lacônicas e vazias. estando em um extremo o comportamento tolo e pueril até a agitação imprevisível. A comparação entre o indivíduo e seus irmãos não-afetados pode ser útil para esta determinação. Os comportamentos motores catatônicos incluem uma diminuição acentuada da reatividade ao ambiente. O afeto embotado é especialmente comum e se caracteriza pelo fato de o rosto da pessoa mostrar-se imóvel e irresponsivo. com comportamento seriamente perturbado. A disfunção persiste por um período substancial durante o curso do transtorno e não parece ser o resultado direto de qualquer aspecto isolado. a evolução é . O progresso educacional freqüentemente fica perturbado. O exibicionismo está quase inteiramente limitado a homens heterossexuais que se exibem para mulheres adultas ou adolescentes. As esposas de exibicionistas geralmente servem de substitutas da mãe. em outros. Em alguns casos. e o orgasmo acontece pela masturbação durante ou após o evento. Poucos indivíduos de grupos etários mais velhos são detidos. anos embora possa começar mais tarde. assustada ou impressionada. Exibicionismo Neste manual existem 13 interpretações indicativas para o comportamento exibicionista. a excitação do exibicionista é freqüentemente intensificada. A característica do comportamento Exibicionista é a exposição dos próprios genitais a um estranho ou a pessoas em lugares públicos. o que pode sugerir que a condição se torna menos severa após os 40 anos de idade (CID-10). A maior parte dos exibicionistas considera seus ímpetos difíceis de controlar e alheios ao próprio ego. A excitação sexual decorre da antecipação da exposição. o indivíduo tem a fantasia sexualmente excitante de que o observador ficará sexualmente excitado. As vezes o indivíduo se masturba durante a exposição (ou enquanto fantasia que se expõe). o exibicionismo é sua única atividade sexual. estes homens sentem-se castrados e impotentes. Para alguns. o indivíduo está consciente de um desejo de surpreender ou chocar o observador. A dinâmica do exibicionista reside na afirmação de sua masculinidade mediante a exposição do pênis e observação da reação da vítima .medo. O início em geral ocorre antes dos 18. surpresa ou aversão. geralmente não existe qualquer tentativa de uma atividade sexual adicional com o estranho. sem convite ou pretensão de contato íntimo (DSM-IV). mas outros mantêm o hábito simultaneamente a uma vida sexual ativa e dentro de um relacionamento duradouro. embora seus ímpetos possam tornar-se mais aguçados frente a um conflito no relacionamento. a quem o paciente esteve excessivamente apegado durante a infância. Se a pessoa para quem se exibe parece chocada. mas o começo tende a ser mais tardio nas mulheres (CID-10).17 2 MANUAL PRÁTICO DO HTP (CAS A-ÁRVORE-PESSOA) E FAMÍLIA para uma completa ou quase completa recuperação. Os sexos são mais ou menos igualmente afetados. . Inconscientemente. Se o indivíduo age sob influência desses anseios. voz indecisa ou dificuldade em se expressar. os pacientes com Fobia Social experimentam preocupações acerca de embaraço e temem que as outras pessoas os considerem ansiosos. permanecendo tipicamente na periferia das atividades sociais e tentando permanecer próximas a adultos conhecidos. Diferentemente dos adultos. e a ansiedade social deve ocorrer em contextos envolvendo seus pares. não apenas em interações com adultos. A Fobia Social caracteriza-se por ansiedade clinicamente significativa provocada pela exposição a certos tipos de situações sociais ou de desempenho. medo de rejeição e sentimento de inferioridade. Para este diagnóstico em crianças. pode haver choro. débeis. recusa em ir à escola ou esquiva de atividades sociais e encontros adequados à idade. as crianças com Fobia Social em geral não têm a opção de evitar completamente as situações temidas e podem ser incapazes de identificar a natureza de sua ansiedade. resposta esta que pode assumir a forma de Ataque de Pânico ligado à situação. Eles podem ter medo de falar em público em virtude da preocupação de que os outros percebam a sua ansiedade pelo calor ou gelo das mãos. diferentemente do Transtorno do Pânico em que os ataques são imprevisíveis e inesperados. imobilidade. apesar do Transtorno Fóbico. . isto pode não ocorrer com as crianças. Neurose Social. Elas podem apresentar declínio no rendimento escolar. é uma fobia que está usualmente associada a baixa autoestima. beber ou escrever em público. pelo medo de ser indiretamente avaliado por outras pessoas.185 Fobia Social Neste manual existem 16 interpretações referentes à Fobia Social. ataques de raiva. comportamento aderente ou permanência junto a uma pessoa familiar. Também podem esquivar-se de comer. "malucos" ou estúpidos. Histeria de Ansiedade ou Transtorno de Ansiedade Social. recusando-se a participar em brincadeiras de grupo. retraindo-se do contato. Muitos pacientes conseguem levar uma vida relativamente normal. A exposição à situação social ou de desempenho provoca uma resposta imediata de ansiedade. medo de críticas. podendo a inibição das interações chegar ao ponto do mutismo. Em crianças. Também chamada de Antropofobia. porque o objeto ou a situação fóbica é facilmente evitável. Nas situações sociais ou de desempenho temidas. deve haver evidências de que são capazes de relacionar-se socialmente com pessoas familiares. pelo medo de sentirem embaraço se os outros perceberem sua fobia. Crianças pequenas podem mostrar-se excessivamente tímidas em contextos sociais estranhos. freqüentemente levando ao comportamento de esquiva (DSM-IV). Embora adolescentes e adultos com este transtorno reconheçam que seu medo é excessivo ou irracional. avaliações negativas. do curso benigno ao longo do tempo e da avaliação apropriada do médico. O papel de doente oferece uma via de saída. preocupação com um órgão específico. A raiva dos hipocondríacos origina-se de decepções. a pessoa é capaz de reconhecer a possibilidade de estar exagerando a extensão da doença temida ou de não existir absolutamente qualquer patologia. doença específica ou sensações somáticas e ambíguas. e o medo ou as idéias inadequadas persistem apesar das garantias ao contrário. Os pacientes hipocondríacos podem acreditar ter uma doença séria ainda não detectada.17 2 MANUAL PRÁTICO DO HTP (CAS A-ÁRVORE-PESSOA) E FAMÍLIA Hipocondria Esse manual apresenta 14 interpretações indicativas de Hipocondria. A hipocondria também tem sido vista como uma defesa contra a culpa. Uma avaliação médica completa não é capaz de identificar a doença que responda plenamente pelas preocupações da pessoa. uma expressão de baixa auto-estima e um sinal de preocupação excessiva com a própria pessoa. e sua característica essencial é a preocupação persistente com a possibilidade de ter um ou mais transtornos físicos sérios e progressivos. Hipocondria é preocupação com o medo ou a idéia de ter uma doença grave. Reações hipocondríacas transitórias ocorrem após estresses maiores. podendo ser experimentados como uma punição merecida por erros passados (reais ou imaginários) e como uma sensação de ser mau e pecador. Dismorfobia Não Delirante. feito por uma pessoa que se defronta com problemas aparentemente insolúveis e insuperáveis. sendo desculpado dos deveres. A Hipocondria é também chamada de Transtorno Dismórfico Corporal. As respostas hipocondríacas transitórias ao estresse extremo geralmente apresentam remis- . e esta convicção persiste apesar de resultados laboratoriais negativos. Neurose Hipocondríaca ou Nosofobia. com base em uma interpretação errônea de sintomas ou funções corporais (DSM-IV). um senso de maldade inata. Os pacientes com Hipocondria podem alarmar-se ao lerem ou ouvirem sobre doenças ou ao saberem que alguém adoeceu ou por sensações e ocorrências nos seus próprios corpos. a crença não tem intensidade delirante. num meio de compensação e expiação (anulação). A hipocondria pode ser de origem sócio-cultural e tem sido vista como um pedicio de admissão ao papel de doente. rejeições e perdas passadas. A dor e o sofrimento somático transformam-se. A preocupação na Hipocondria pode envolver funções corporais. assim. porque ao paciente doente é permitido evitar obrigações nocivas e adiar desafios desagradáveis. Psicodinamicamente acredita-se que desejos agressivos e hostis em relação aos outros são transferidos (repressão e deslocamento) para queixas físicas. Entretanto. mas é expressa no presente por meio de solicitação da ajuda e preocupação de outras pessoas e posterior rejeição das mesmas como inefetivas. como morte ou doença séria de alguém importante ou uma doença ameaçadora à vida que foi resolvida. anormalidades físicas menores. inibição do desenvolvimento masculino pelos pais e perda na competição com irmãos e irmãs. As mulheres homossexuais. As causas do comportamento homossexual são enigmáticas. Entretanto. Homossexualidade Este manual contém 19 interpretações sugestivas de homossexualidade. as situações do início da vida que podem resultar no comportamento homossexual masculino incluem uma forte fixação à mãe. e a orientação sexual pode ser Heterossexual. 56% de uma amostragem de lésbicas teve intercurso antes de sua primeira experiência homossexual genital. mas podem tornar-se crônicas. a orientação sexual por si só não é considerada como u m transtorno. De acordo com a teoria psicodinâmica. esta experiência é. falta de cuidados paternais efetivos. e tipicamente não possui um forte componente afetivo. As mulheres mais do que homens homossexuais parecem ter experiências heterossexuais durante suas carreiras homossexuais primárias. particularmente se compartilhada com um companheiro. particularmente homens. Entretanto. de natureza exploratória. ao contrário daquilo que se descobriu em relação aos homens homossexuais. as descrições das mães de homossexuais femininas não eram diferentes das de heterossexuais. não com um adulto. A maioria dos homossexuais masculinos e femininos recorda o aparecimento de atrações românticas e eróticas por parceiros do mesmo sexo durante o início da adolescência. e certos fatores são pré-disponentes como doenças graves na infância. relatam uma conscientização acerca de atrações românticas pelo mesmo sexo antes da puberdade. De acordo com os dados de Kinsey (apud Kaplan. quando o estresse é resolvido. A Hipocondria pode iniciar-se em qualquer idade. Entretanto. são descritas como tendo pais ternos e íntimos. GODINHO RETONDO 187 são. comparadas com as mulheres heterossexuais. o claro reconhecimento da preferência por um (a) parceiro (a) do mesmo sexo tipicamente ocorre do meio ao final da adolescência ou após a idade adulta jovem. cerca de metade de todos os homens pré-púberes tem alguma experiência genital com um parceiro do mesmo sexo. A visão psicodinâmica sobre a homossexualidade feminina inclui uma falta na resolução da inveja do pênis. Em um estudo. experiência anterior com doença em um membro da família ou com a morte de alguém próximo ao paciente. se reforçadas por pessoas no sistema social do paciente ou por profissionais da saúde. Homossexual ou Bissexual. freqüentemente. 1993). Segundo a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10.MARIA FLORENTINA N. associada a conflitos edípicos não resolvidos. comparada com 19% de uma amostra de homossexuais masculinos que tiveram intercurso hete- . Alguns homossexuais. são utilizadas para mascarar profundos sentimentos de inferioridade. manifestada por sua necessidade de terem encontros ou conquistas sexuais demasiadamente freqüentes. Existem padrões variáveis de relacionamento prolongado entre homossexuais. As práticas sexuais nas quais os homossexuais se engajam são as mesmas praticadas pelos heterossexuais. Alguns destes pacientes podem ter impulsos homossexuais inconscientes. Os casais homossexuais masculinos estão sujeitos a discriminações civis e sociais e não têm o sistema de apoio social legal do casamento ou a capacidade biológica para a procriação. enquanto outros homossexuais tipicamente mantêm contatos sexuais apenas passageiros. A mulher tenta satisfazer suas necessidades de dependência.17 2 MANUAL PRÁTICO DO HTP (CAS A-ÁRVORE-PESSOA) E FAMÍLIA rossexual antes. Aproximadamente 40% das lésbicas tinham tido intercurso heterossexual durante o ano anterior à pesquisa. como entre os heterossexuais. a característica principal é a hipersexualidade de certos homens. No impulso sexual excessivo masculino (chamado de Don Juanismo ou Satiríase). os quais negam por contatos sexuais compulsivos com mulheres. com as limitações óbvias impostas pelas diferenças anatômicas. Tanto os homens com as mulheres podem ocasionalmente queixarem-se de impulso sexual excessivo como um problema por si só. freqüentemente. Existe. Alguns casais homossexuais vivem num relacionamento monogâmico ou primário por décadas. Após o sexo. Ninfomania é um termo descritivo que significa desejo excessivo ou patológico por coito. em uma mulher. . estes relacionamentos parecem ser menos estáveis e mais superficiais do que entre duas mulheres. entretanto. a maioria dos "Don Juans" não mais se interessa pela mulher. Os casais de mulheres experienciam menor estigmatização social e parecem ter relacionamentos monogâmicos ou primários mais duradouros (Kaplan. um medo intenso de perda do amor. Aquelas pacientes estudadas geralmente tiveram um ou mais transtornos sexuais. Existem poucos estudos científicos sobre a condição. 1993). geralmente incluindo anorgasmia. Impulso Sexual Excessivo Neste manual existem 17 interpretações indicativas de Impulso Sexual Excessivo. Embora existam mais relacionamentos estáveis entre dois homens do que anteriormente se pensava. em vez de gratificar os impulsos sexuais por intermédio de suas ações. usualmente durante o final da adolescência ou início da idade adulta (CID-10). As características comportamentais dos homossexuais femininos e masculinos são tão variadas quanto aquelas dos indivíduos heterossexuais de ambos os sexos. Suas atividades sexuais. armazenados e colecionados ou serem devolvidos disfarçadamente). Voyeurismo Neste manual existem 8 respostas indicativas de voyeurismo. onde o indivíduo vivência um sentimento subjetivo de crescente tensão antes do furto e sente prazer. Os objetos são furtados apesar de tipicamente terem pouco valor para o indivíduo. Também chamado de Cleptomania. abatimento e culpa entre os episódios de roubo (eles geralmente têm consciência de que o ato é errado e sem sentido). O roubo é um ato solitário. que pode ocorrer durante o Voyeurismo ou mais tarde. satisfação ou alívio ao cometer o furto (os objetos podem ser jogados fora. presenteados. O ato de "espiar" serve a finalidade de obter excitação sexual e geralmente não é tentada qualquer atividade sexual com a pessoa observada. É uma preocupação recorrente com fantasias ou atos que envolvam a busca ou observação de pessoas nuas ou envolvidas em carícias ou atividade sexual. mas isso não impede a repetição.MARIA FLORENTINAN. O furto não é cometido para expressar raiva ou vingança. O orgasmo em geral é produzido pela masturbação. nem é explicado por um Transtorno de Conduta. sem suspeitar que estão sendo observados. 1993). Embora algum esforço para ocultamente seja usualmente feito. GODINHO RETONDO _ _ 189 Roubo patológico Neste manual existem 8 interpretações indicativas para Roubo Patológico. geralmente estranhos. a se despirem ou em atividade sexual (Kaplan. embora a maioria das crianças e adolescentes que furtam não se tornam cleptomaníacos na idade adulta. que estão nus. como perdas. em resposta à recordação do que o indivíduo . realizado sem cúmplice. O Voyeurismo envolve o ato de observar indivíduos. separações ou término de relacionamentos importantes. Os sintomas de cleptomania tendem a aparecer em períodos de estresse significativo. A cleptomania ou roubo patológico pode começar na infância. O Roubo Patológico caracteriza-se por um fracasso recorrente em resistir a impulsos de roubar objetos desnecessários para o uso pessoal ou em termos de valor monetário (DSM-IV). que teria condições de comprá-los. os indivíduos que sofrem de cleptomania não costumam planejar seus furtos e nem levam em conta as possibilidades de serem presos. não é realizado em resposta a um delírio ou alucinação. Episódio Maníaco ou Transtorno de Personalidade Anti-Social. O indivíduo pode expressar ansiedade. mas isso raramente ocorre na realidade. Freqüentemente esses indivíduos fantasiam uma experiência sexual com a pessoa observada. o ato de espiar constitui a forma exclusiva de atividade sexual. sendo mais comum nos homens. . Em sua forma mais severa. e o curso tende a ser crônico. O primeiro ato de Voyeurismo freqüentemente ocorre durante a infância.190 testemunhou. Clin. Lima.icii i^iagmj^ucvj Alegre: Artes Médicas. 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