Manual Do Formando

March 21, 2018 | Author: Hélio Sousa | Category: Waste, Water, Earth, Recycling, Natural Environment


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FORMAÇÃOLOUSACAPOTAS UFCD: 0349 - Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho conceitos básicos Índice DESIGNAÇÃO DA UFCD ................................................................................................................. 1 OBJECTIVOS ................................................................................................................................... 1 1. AMBIENTE ............................................................................................................................. 2 1.1. 1.2. PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DA ATUALIDADE ............................................... 2 RESÍDUOS ...................................................................................................................... 6 DEFINIÇÃO ............................................................................................................. 6 PRODUÇÃO DE RESÍDUOS ..................................................................................... 8 GESTÃO DE RESÍDUOS ............................................................................................... 8 ENTIDADE GESTORAS DE FLUXOS ESPECÍFICOS DE RESÍDUOS ............................. 9 ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO................................................................................. 10 BOAS PRÁTICAS PARA O MEIO AMBIENTE .......................................................... 10 1.2.1. 1.2.2. 1.3. 1.3.1. 1.3.2. 1.3.3. 2. SEGURANÇA E HIGIENE E SAÚDE NO TABALHO .................................................................. 12 2.1. CONCEITOS BÁSICOS RELACIONADOS COM SHST ...................................................... 12 TRABALHO ........................................................................................................... 12 SAÚDE .................................................................................................................. 12 SEGURANÇA NO TRABALHO ................................................................................ 12 HIGIENE NO TRABALHO....................................................................................... 12 SAÚDE NO TRABALHO ......................................................................................... 12 MEDICINA NO TRABALHO ................................................................................... 12 ERGONOMIA........................................................................................................ 13 PSICOSSOCIOLOGIA DO TRABALHO .................................................................... 13 ACIDENTE DE TRABALHO..................................................................................... 13 DOENÇA PROFISSIONAL ...................................................................................... 13 PERIGO ................................................................................................................ 13 RISCO PROFISSIONAL........................................................................................... 13 AVALIAÇÃO DE RISCOS E PREVENÇÃO. ............................................................... 13 2.1.1. 2.1.2. 2.1.3. 2.1.4. 2.1.5. 2.1.6. 2.1.7. 2.1.8. 2.1.9. 2.1.10. 2.1.11. 2.1.12. 2.1.13. 2.2. ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA THST ............................................... 14 OBRIGAÇÕES GERAIS DO EMPREGADOR E DO TRABALHADOR .......................... 14 2.2.1. 2.3. ACIDENTES DE TRABALHO ........................................................................................... 15 CONCEITO de ACIDENTE DE TRABALHO .............................................................. 15 CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO ............................................................. 16 CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO .............................................. 17 2.3.1. 2.3.2. 2.3.3. 2.3.4. 2.4. CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS DOS ACIDENTES DE TRABALHO ......................... 17 DOENÇAS PROFISSIONAIS ........................................................................................... 19 CONCEITO ............................................................................................................ 19 PRINCIPAIS DOENÇAS PROFISSIONAIS ................................................................ 20 2.4.1. 2.4.2. 2.5. PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS............................................................................. 20 RISCOS BIOLÓGICOS ............................................................................................ 21 AGENTES BIOLÓGICOS......................................................................................... 21 VIAS DE ENTRADA NO ORGANISMO ................................................................... 21 MEDIDAS DE PREVENÇAO E PROTEÇÃO.............................................................. 22 RISCOS FÍSICOS .................................................................................................... 22 AMBIENTE TÉRMICO ........................................................................................... 22 ILUMINAÇÃO ....................................................................................................... 23 RADIAÇÕES (IONIZANTES E NÃO IONIZANTES) ................................................... 23 RUÍDO .................................................................................................................. 23 VIBRAÇÕES .......................................................................................................... 24 RISCOS QUÍMICOS ............................................................................................... 24 RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO................................................................... 29 RISCOS ELÉTRICOS ............................................................................................... 33 RISCOS MECÂNICOS ............................................................................................ 37 RISCOS ERGONÓMICOS ....................................................................................... 38 RISCOS PSICOSSOCIAIS ........................................................................................ 41 2.5.1. 2.5.2. 2.5.3. 2.5.4. 2.5.5. 2.5.6. 2.5.7. 2.5.8. 2.5.9. 2.5.10. 2.5.11. 2.5.12. 2.5.13. 2.5.14. 2.5.15. 2.5.16. 2.6. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE ...................................................................... 42 CONCEITO ............................................................................................................ 42 TIPOS DE SINALIZAÇÃO ....................................................................................... 43 2.6.1. 2.6.2. 2.7. EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO COLETIVA E DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ................ 44 PRINCIPAIS TIPOS DE PROTECÇÃO COLETIVA E DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ...... 45 2.7.1. BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 51 ANEXOS ....................................................................................................................................... 52 DESIGNAÇÃO DA UFCD Ambiente, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho - conceitos básicos Código: 0349 Carga Horária: 25 horas OBJECTIVOS    Identificar os principais problemas ambientais. Promover a aplicação de boas práticas para o meio ambiente. Explicar os conceitos relacionados com a segurança, higiene e saúde no trabalho.   Reconhecer a importância da segurança, higiene e saúde no trabalho. Identificar as obrigações do empregador e do trabalhador de acordo com a legislação em vigor.  Identificar os principais riscos presentes no local de trabalho e na atividade profissional e aplicar as medidas de prevenção e proteção adequadas.   Reconhecer a sinalização de segurança e saúde Explicar a importância dos equipamentos de proteção coletiva e de proteção individual. Página 1 1. AMBIENTE 1.1. PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DA ATUALIDADE Os problemas ambientais vividos no mundo de hoje são consequência direta da intervenção humana no planeta e nos ecossistemas, causando desequilíbrios ambientais no planeta, comprometendo a vida. Um dos principais problemas vividos pela humanidade nos dias de hoje é o aquecimento global. Os principais problemas ambientais da atualidade são: -Aumento do Efeito de Estufa O efeito de estufa é um problema que cada vez mais afeta o planeta Terra. O efeito de estufa dá-se devido ao facto da radiação solar refletida pela superfície terrestre ser absorvida pelos gases presentes na atmosfera. Como consequência disso, a temperatura da Terra aumenta e não é libertada para o espaço. O efeito de estufa é provocado pela poluição da atmosfera, e não só, também pela poluição dos oceanos e dos solos. Os ”gases de estufa”, são gases como o dióxido de carbono, o vapor de água, o metano, entre outros .Estes gases evitam que o calor solar absorvido pela superfície terrestre, se escape para o espaço assim provocando um aquecimento no planeta (aquecimento global). -Destruição da camada de ozono Na estratosfera, o ozono atua como um filtro das radiações ultravioleta emitidas pelo Sol, evitando que a maioria atinja a Terra, mas na superfície, o gás ozono contribui para agravar a poluição do ar das cidades e dá origem às chuvas ácidas e desde há muito tempo que se sabe que a espessura da camada de ozono começou a diminuir, principalmente devido à emissão de clorofluorcarbonetos (CFC) para a atmosfera. Página 2 dejetos). um papel fundamental na distribuição da população e como suporte das atividades económicas. Grande parte da água do planeta é salgada. resultantes das suas inúmeras atividades:     Substâncias químicas e adubos utilizados na agricultura. assim formando as chuvas ácidas. Ácido Nítrico e também Ácido Clorídrico em pequenas quantidades. é um importante fator de desenvolvimento que desempenha. Desde sempre que o Homem se habituou a lançar na água os desperdícios sólidos e líquidos. formando assim o Ácido Sulfúrico . inodora e sem sabor). irrigação. E. Consumo público. Esgotos domésticos (detergentes. Detritos agrícolas. mas as maiores causas são formadas pela ação humana estes gases são as indústrias. consequentemente a exploração das águas tende a intensificar-se e a superar a sua reposição natural. produção industrial. Por outro lado. estas chuvas são produzidas quando o enxofre (S) e azoto (N) encontrado no ar se combinam com o oxigénio (O2) formando assim o Dióxido de Enxofre e Dióxido de Azoto. 3. óleos de cozinha. Página 3 . podendo. são devidos as emissões dos vulcões e alguns processos biológicos que ocorrem nos solos. -Sobrexploração e Poluição da Água Doce Pode parecer estranho afirmar que a água do planeta está a atingir níveis críticos quando praticamente 80% da sua superfície é coberta por água. nem toda esta água é potável.5). Os quais vão-se espalhar pela atmosfera e fundindo-se com as partículas de água que estão em suspensão.-Chuvas Ácidas As chuvas ácidas são caracterizadas pelo seu PH ácido ( abaixo de 4. destrói as propriedades da água. o consumo de água tem vindo a aumentar cada vez mais. 2. no entanto destacar-se algumas utilizações da água como para: 1. o que torna a sua utilização quase que infinita. parte das reservas de água doce são poluídas pelo Homem. O Homem com as suas experiências e com os seus comportamentos inconscientes. porém. As causas das chuvas ácidas são os gases lançados na atmosfera. desde sempre. Desperdícios industriais. A água. as centrais termelétricas e os veículos de transporte. Com a intervenção do Homem a água perde as suas características (incolor. ainda. pântanos e oceanos. além de ser um bem indispensável à sobrevivência dos seres vivos. Efluentes das centrais nucleares. lazer. destabilização das bacias hidrográficas. Juntas. do solo e a reciclagem do ar. Fugas em refinarias de petróleo.4. redução da biodiversidade e. em larga escala. com produção de oxigénio. que se lhe encontra associada. A Desflorestação deve ser distinguida da degradação florestal. As principais fontes de poluição são:       Agroquímicos usados na agricultura. Despejo de esgotos em alto mar. Em bom português pode-se descrever como o abate de árvores com vista a utilizar o solo por elas ocupado para outros fins. 5. agricultura. resultando em secas e inundações. que consiste na redução da qualidade das florestas. anterior à sua substituição por outras utilizações do solo. visto que as florestas desempenham um importante papel na remoção do Dióxido de Carbono. têm resultados devastadores:    erosão dos solos. atividades turísticas. economicamente mais rentáveis do que ter um conjunto de seres vivos que controlam os ciclos de água. entre outras. de grandes porções de floresta.  -Oceanos e Mares Ameaçados Os mares e Oceanos cobrem dois terços da superfície do nosso planeta e têm um papel muito importante para todo o meio ambiente. aumento do efeito de estufa. Página 4 . Esgotos urbanos. -Desflorestação O processo de Desflorestação consiste na remoção. Esgotos industriais. desportivas. A interferência desordenada do homem no meio ambiente é a grande causadora da perda da biodiversidade mundial.ameaçam os locais por predação. A Eliminação ou alteração do habitat pelo homem .é o principal fator da diminuição da biodiversidade. competição ou alteração do habitat natural. introdução de espécies exóticas . das quais apenas 13% estão descritas cientificamente (1. Ainda se conhece pouco sobre a biodiversidade do planeta. Calcula-se que existam entre 10 a 20 milhões de espécies. As causas da desertificação são:    Agricultura e a pecuária intensiva. A taxa de extermínio de espécies ocasionada pelo homem é 50 a 100 vezes superior aos índices de extinção por causa natural.   Página 5 . -Redução da Biodiversidade É a quantidade de espécies de organismos vivos existentes nos ecossistemas da Terra. 90% das espécies extintas acabaram em consequência da destruição de seu habitat. que são irrecuperáveis.  Acidentes com petroleiros e lavagem de tanques. poluição das águas. Despejo de resíduos nucleares. solo e ar . A desflorestação.ameaça muitas espécies marinhas e alguns animais terrestres. Em média. A retirada desordenada de vegetação nativa para construção de casas ou para atividade agropecuária altera o meio ambiente. desertificando-as.stressam os ecossistemas e matam os organismos. O principal impacto da perda da biodiversidade é a extinção das espécies.  super-exploração comercial . . A urbanização e a poluição provocadas pelo homem que têm causado uma diminuição das terras aráveis do mundo. Plantas e animais têm sido exterminados de maneira muito rápida pela ação humana.Desertificação É o fenómeno que corresponde à transformação de uma área em um deserto.75 milhões). os resíduos podem classificar. ao grande número de veículos em circulação. rios e vida marinha irá prejudicar cerca de 1500 milhões da população do mundo que é considerada pobre. Nas grandes cidades. à presença em massa de indústrias. -Clima Urbano Quase tudo que existe nas cidades tem origem artificial. de chuvas. DEFINIÇÃO Entende-se por resíduos. Por composição. A cidade é considerada uma grande modificadora do clima devido às intensas atividades humanas. asfalto nas ruas. Página 6 . nomeadamente os previstos em portaria dos Ministérios da Economia. da Saúde. A mudança nas características da atmosfera local é provocada pela substituição dos materiais naturais pelos urbanos. geralmente a camada de ar mais próxima ao solo é mais aquecida do que nas áreas rurais. como é o caso do clima . em conformidade com o catalogo europeu de resíduos. mas também na temperatura e nas chuvas da região. aprovado por decisão da comissão europeia . Por isso. do Desenvolvimento Rural e das Pescas e do Ambiente. RESÍDUOS 1. fenómeno chamado de ilha de calor. uma anomalia térmica que faz o ar da cidade tornar-se mais quente que o das regiões vizinhas. quaisquer substâncias ou objetos de que o detentor se desfaz ou tem a intenção de se desfazer. podemos observar o aumento da temperatura nas grandes cidades.1. As partículas emitidas pelos veículos automóveis e pelas indústrias produzem o aumento da quantidade de nuvens e.2. consequentemente. Tudo isso provoca mudanças profundas não só na atmosfera local. e à diminuição de áreas verdes.se em três tipos: -Resíduos orgânicos (é todo o resíduo proveniente dos seres vivos.2. prédios. pois a poeira e a fuligem (substância proveniente da decomposição do combustível) facilitam a condensação do vapor de água da atmosfera. o chamado clima urbano. que tem origem animal ou vegetal). O que existe de natural acaba sempre por apresentar alterações provocadas pela interferência do Homem. 1. da Agricultura. diminuição dos recursos das populações mais pobres do mundo-estragar florestas. ou seja. O Decreto-Lei n. encarado nas suas vertentes.  Definição de requisitos para que substâncias ou objetos resultantes de um processo produtivo possam ser considerados subprodutos e não resíduos. prevista a utilização de pelo menos 5% de materiais reciclados em empreitadas de obras públicas. ou seja. Por origem. o resíduo produzido em instalações públicas. apresenta 60% de composição orgânica e o restante são embalagens de plásticas.  Clarifica conceitos-chave como as definições de resíduo. e de preservação dos recursos naturais. vidros. qualquer material que teve exposição prolongada à radioatividade e que possui algum grau de radioatividade). bem como estimular o aproveitamento de resíduos específicos com elevado potencial de valorização.º 2008/98/CE do Parlamento Europeu e do Conselho..º 178/2006. promover o pleno aproveitamento do novo mercado organizado de resíduos.  Critérios para que determinados resíduos deixem de ter o estatuto de resíduo.  Resíduo nuclear ( composto por produtos altamente radioativos.. quer através da Reciclagem e Valorização. com as inerentes vantagens do ponto de vista da utilização eficiente dos recursos e do impacte ambiental. prevenção. o resíduo produzido em instalações comercias. de 17 de junho. de 19 de novembro de 2008. com vantagens para os agentes económicos.  Incentivo à reciclagem que permita o cumprimento destas metas. prevê-se a aprovação de programas de prevenção e estabelecem-se metas de preparação para reutilização. os resíduos classificam-se em cinco tipos:  Resíduo doméstico ( é constituído pelos resíduos sólidos produzidos pelas atividades residências. passando pelos operadores económicos até aos Página 7 . além de outros instrumentos jurídicos específicos.º 73/2011. geralmente é incinerado). podem conter agentes causadores de doenças. latas. reutilização. tratamento e reciclagem. produtos hospitalares que tiveram contato com radioatividade. de 5 de setembro e transpõe a Diretiva n. a cumprir até 2020. bem como restos de construções e demolições).-Resíduo inorgânico (inclui todo o material que não possui origem biológica ou que foi produzido através de meios humanos). relativa aos resíduos. e a distinção entre os conceitos de valorização e eliminação de resíduos. reciclagem e outras formas de valorização material de resíduos. prevê. como restos de combustível nuclear. preparação para a reutilização. quer ao nível da Prevenção. papéis.). que estabelece a terceira alteração do Decreto-Lei n. constituindo simultaneamente o reflexo da importância deste sector. como forma de consolidar a valorização dos resíduos. desde a Administração Pública.  Introduzido o mecanismo da responsabilidade alargada do produtor. -Resíduos altamente tóxico (resíduo nuclear ou hospital que precisam de receber tratamento especial ou podem causar sérios danos ambientais e na saúde humana). e dos desafios que se colocam aos responsáveis pela execução das políticas e a todos os intervenientes na cadeia de gestão.  Resíduo hospitalar (são produtos sem valor e considerados perigosos dentro de um hospital.  Resíduo sólido urbano (inclui o resíduo domestico. tendo em conta o ciclo de vida dos produtos e materiais e não apenas a fase de fim de vida. ambiental e como sector de atividade económica. no seu enquadramento legislativo:  Reforço da prevenção da produção de resíduos e fomentar a sua reutilização e reciclagem. A sua gestão adequada contribui para a preservação dos recursos naturais.  Resíduo industrial ( é gerado pelas indústrias e é geralmente altamente destrutivo para o meio ambiente). º 73/2011. de 19 de novembro. o seu carácter nocivo e os impactes adversos decorrentes da sua produção e gestão. bem como a descarga de resíduos em locais não licenciados para realização de tratamento de resíduos. e o seu impato ambiental.º 111/2001. Decreto-Lei n. de 20 de dezembro. a queima a céu aberto. bem como a monitorização dos locais de destino final.º2008/98/CE.4 kg de resíduos por dia. de forma a melhorar a eficiência da sua utilização e a proteção do ambiente e da saúde humana definindo também às exclusões do seu âmbito. relativa aos resíduos. a incineração de resíduos no mar e a sua injeção no solo. 1.º 3/2004. transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 178/2006 de 5 de setembro. Em Portugal cada habitante produz. de 3 de janeiro. de 23 de agosto. não só pelo estilo de vida de todos os nós mas também pela própria utilização inadequada dos materiais.º 46/2008. regional ou local. A gestão integrada de resíduos sólidos é um conjunto de metodologias com vista a redução não só da produção e eliminação de resíduos. Página 8 . de 17 de agosto. GESTÃO DE RESÍDUOS O regime geral de gestão de resíduos. em média.cidadãos. transporte. de 17 de junho (diploma RGGR).º 210/2009. Decreto-Lei n.º 190/2004. de 6 de abril. Tem como finalidade reduzir a produção de resíduos na origem. O Decreto-Lei n. bem como a diminuição dos impactes associados à utilização dos recursos.º 366-A/97. de 17 de junho procede.2. o que corresponde a uma produção média anual de 511 kg. Para a prossecução destes objetivos importa incentivar a redução de produção dos resíduos e a sua reutilização e reciclagem.2. A politica de resíduos assenta em objetivos e estratégias que visam garantir a preservação dos recursos naturais e a minimização dos impactes negativos sobre a saúde pública e o ambiente. à alteração dos seguintes diplomas: Decreto-Lei n. aprovado pelo Decreto-Lei n.º 73/2011. o abandono de resíduos. A elevada produção de resíduos. tem-se feito sentir nos últimos anos. administrativo e financeiro necessárias à deposição. Decreto-Lei n. Decreto-Lei n. É essencial que estas atividades se processem de forma ambientalmente correta e por agentes devidamente autorizados ou registados para o efeito estando proibidas a realização de operações de tratamento de resíduos não licenciadas. 1. valorização e eliminação dos resíduos.3. Decreto-Lei n. como o do melhor acompanhamento durante todo o seu ciclo produtivo. Pode entender-se a gestão de resíduos como o conjunto das atividades de carácter técnico. enquanto produtores de resíduos e agentes indispensáveis da prossecução destas políticas. do Parlamento Europeu e do Conselho.( Fonte: relatório caracterização da situação dos resíduos urbanos em Portugal Continental em 2009. de 3 de setembro.º 153/2003. recolha. DecretoLei n. na redação dada pelo Decreto-Lei n.Agência Portuguesa do Ambiente). PRODUÇÃO DE RESÍDUOS A produção de resíduos está presente em todas as atividades do nosso dia a dia. 1. tratamento. ainda.º 196/2003. incluindo o planeamento e a fiscalização dessas operações. O planeamento da gestão de resíduos é um meio de assegurar que a gestão de resíduos se inscreve e contribui para o desenvolvimento sustentável de um território nacional. depois de se proceder ao seu encerramento. gerir a produção dos mesmos no sentido de atingir um equilibro entre a necessidade de produção de resíduos. em geral. Este diploma é aplicável às operações de gestão de resíduos destinadas a prevenir ou reduzir a produção de resíduos. de 11 de julho. de 12 de março e Decreto-Lei n. passando pelos operadores económicos até aos cidadãos. Encontram-se licenciadas as seguintes entidades gestoras de fluxos específicos de resíduos: Fluxo de Embalagens Valorfito (Sistema integrado de gestão de embalagens e resíduos em agricultura) Valormed (Sociedade Gestora de Resíduos de Embalagens e Medicamentos. prevê. ENTIDADE GESTORAS DE FLUXOS ESPECÍFICOS DE RESÍDUOS O Decreto-Lei n. e transpõe a Diretiva n. no n. de 5 de Setembro.A:) Fluxo de Óleos Usados Sogilub (Sociedade de Gestão Integrada de Óleos Lubrificantes Usados.3. de 19 de Novembro de 2008.º 73/2011. enquanto produtores de resíduos e agentes indispensáveis da prossecução destas politicas.º 4 do artigo 10. Ecopilhas (Sociedade gestora de resíduos de pilhas e acumuladores) ERP Portugal (Associação Gestora de Resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos) GVB (Gestão e Valorização de baterias) Valorcar (Sociedade de gestão de Veículos em Fim de Vida.1.º 2008/98/CE do Parlamento Europeu e do Conselho. de 17 de Junho. no seu enquadramento legislativo. que criou a Autoridade nacional de Resíduos. além de outros instrumentos jurídicos específicos. a existência de um “Mercado de Resíduos”.1. e dos desafios que se colocam aos responsáveis pela execução das políticas e a todo os intervenientes na cadeia de gestão. Esta lei (DL178/2006 de 5 de Setembro). em que a sua gestão adequada contribui para a preservação dos recursos naturais.º 178/2006. Lda. quer ao nível da prevenção. Lda) Fluxo de Pneus Usados Valorpneu (Sociedade de gestão de pneus)           Página 9 . considerados nas suas vertentes.) Sociedade Ponto Verde (Sociedade Gestora De resíduos de Embalagens. ambiental e como sector de atividades económica. estabelece. relativa aos resíduos. quer através da reciclagem e a valorização. que estabelece a terceira alteração do Decreto-Lei n. ainda a possibilidade dos produtores do produto poderem assumir a responsabilidade pela gestão dos resíduos provenientes dos seus produtos através da celebração de acordos voluntários com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Lda) Fluxo de Pilhas e Acumuladores Amb3E (Sistema integrado de Gestão de resíduos de equipamentos elétricos e eletrotónicos (REEE).º-A. desde a administração publica. S. em geral. e o Plano Estratégico de Resíduos Hospitalares (PERH).3. e nessa altura será elaborado um novo plano. 1. Plano Estratégico Sectorial de Gestão de Resíduos Industriais (PESGRI). A Estratégia Nacional de Resíduos estabelece. A Estratégia Nacional engloba vários instrumentos de planeamento para esta área. BOAS PRÁTICAS PARA O MEIO AMBIENTE Página 10 . e cinco planos específicos. o Plano Estratégico de Resíduos Sólidos Urbanos (PERSU II). ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO A gestão de resíduos em Portugal é regulamentada com um conjunto de legislação. como objetivo geral de política nacional de gestão de resíduos.  Fluxo de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos Amb3E ERP Portugal Fluxo de Veículos em Fim de Vida Valorcar  1. a necessidade de assegurar um alto nível de proteção ambiental com vista à promoção do Desenvolvimento Sustentável. o atual plano está em vigor desde 2011 e cessa a 2020. Plano Estratégico de Resíduos Agrícolas (PERAGRI).2. o Plano Nacional de Resíduos (PNR). recursos e meios desenvolvidos em conformidade com um Plano Nacional de Gestão de Residuos. Plano Nacional de Prevenção de resíduos Industriais (PNAPRI). Nesta imagem. entre eles.3.3. estão descritos os diferente planos da estratégia nacional de gestão de resíduos e a sua hierarquia. Os resíduos não são só um problema de quem os trata. Enquanto produtores de resíduos temos responsabilidade pelo fim que lhes damos. Circuito da produção de resíduos: Os resíduos urbanos e industriais que acabam em lixeiras. sem o devido tratamento. As soluções para tal procedimento passam por reduzir o consumo de produtos supérfluos. 1 kg de lixo por dia. o que se traduz num grave problema ecológico e social. que não é biodegradável. O tratamento do lixo é baseado numa atitude protetora e economizadora daquilo que a natureza tem para nos oferecer. Página 11 . em média. A Política dos 3 R’s tem como principal objectivo sensibilizar as pessoas para uma correta gestão dos resíduos urbanos e industriais. prejudicam e contaminam gravemente o ambiente. dar uso a coisas já utilizadas e promover a reciclagem dos restantes resíduos que não podemos aproveitar. Cada um de nós produz. mas um problema de todos. 5. como na economia. com o objetivo de atingir uma meta.2.2. O trabalho também pode ser abordado de diversas maneiras e com enfoque em várias áreas. SAÚDE A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde como sendo o estado de completo bem-estar físico.1. O dia internacional do trabalhador é celebrado no dia 1 de Maio. na física. Página 12 . equipamentos. SEGURANÇA E HIGIENE E SAÚDE NO TABALHO 2. Assenta fundamentalmente em técnicas e medidas que incidem sobre o ambiente de trabalho.1.1. e modos operatórios). MEDICINA NO TRABALHO Medicina do trabalho ou medicina ocupacional é uma especialidade médica que se ocupa da promoção e preservação da saúde do trabalhador.3. 2. SAÚDE NO TRABALHO A saúde no trabalho está intimamente relacionada com a segurança e higiene com o objetivo de garantir condições de trabalho capazes de manter um nível de saúde dos colaboradores e trabalhadores de uma organização ou empresa. HIGIENE NO TRABALHO Integra um conjunto de metodologias não médicas necessárias à prevenção das doenças profissionais. 2.1.1. químicos e biológicos presentes nos componentes materiais do trabalho. SEGURANÇA NO TRABALHO Integra um conjunto de metodologias adequadas à prevenção de acidentes de trabalho. O médico do trabalho avalia a capacidade do candidato a determinado trabalho e realiza reavaliações periódicas da sua saúde dando ênfase aos riscos ocupacionais aos quais este trabalhador fica exposto. mental e social. tendo como principal campo de ação o reconhecimento e o controlo dos riscos associados ao local de trabalho e ao processo produtivo (materiais. Ou seja.1. 2. tendo como principal campo de ação o controlo dos agentes físicos. TRABALHO O trabalho é um conjunto de atividades realizadas.1. é o esforço feito por indivíduos. na filosofia. 2.6.4.1. a evolução do trabalho na história etc. CONCEITOS BÁSICOS RELACIONADOS COM SHST 2. 2. o conceito de saúde transcende à ausência de doenças e afeções. de alguém sofrer danos provocados pelo perigo. métodos ou práticas de trabalho. elevada ou reduzida.8. PERIGO Um perigo pode ser qualquer coisa potencialmente causadora de danos — materiais. AVALIAÇÃO DE RISCOS E PREVENÇÃO. Também é conhecida sob a denominação de psicologia do trabalho e das organizações pelo facto de poder analisar o comportamento em associações civis ou governamentais.11. ERGONOMIA Ergonomia é a ciência que procura alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o homem e o seu ambiente de trabalho 2.7. de 17 de Julho) e causa incapacidade para o exercício da profissão ou morte.1. As doenças profissionais em nada se distinguem das outras doenças.1.1.12. A psicologia do trabalho (ou laboral) é a área da psicologia que se encarrega de estudar o comportamento do ser humano no âmbito do trabalho e das empresas.9. perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de trabalho. consta da Lista de Doenças Profissionais (Decreto Regulamentar n. equipamentos.10.13.º 76/2007. produzindo lesão corporal.2.1.1. ou a morte 2. ACIDENTE DE TRABALHO É acidente de trabalho aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho. que identifica: Página 13 . RISCO PROFISSIONAL Um risco é a possibilidade. 2. 2. DOENÇA PROFISSIONAL Doença profissional é aquela que resulta diretamente das condições de trabalho. ou de ganho. 2. PSICOSSOCIOLOGIA DO TRABALHO A psicossociologia do trabalho é uma área que apareceu inserida na psicologia aplicada (os primeiros grandes estudos psicológicos sobre o trabalho encontram-se registados nesta área). A avaliação de riscos é o processo que mede os riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores decorrentes de perigos no local de trabalho. salvo pelo facto de terem a sua origem em fatores de risco existentes no local de trabalho. 2.1. É uma análise sistemática de todos os aspetos relacionados com o trabalho.1. é fundamental que todas as empresas. • Garantir que a implementação de medidas de prevenção deriva das avaliações de risco associadas às várias fases do processo produtivo. o registo dos resultados da avaliação e a revisão da avaliação a intervalos regulares. a possibilidade de os perigos serem eliminados e. de 10 de Setembro. para que esta se mantenha atualizada. disposições e medidas tomadas nas fases de licenciamento e de exploração da atividade da empresa. as medidas de prevenção ou proteção que existem. ou diminuir.º 102/2009. independentemente da sua categoria ou dimensão. cessar atividades ou afastarem-se do local de trabalho. quer no exterior das instalações. ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO NACIONAL DA THST 2. pelo exercício da atividade em condições de segurança e de saúde para os trabalhadores.1. em caso de perigo grave e iminente. ou deveriam existir. tendo em consideração os princípios gerais de prevenção. encontra-se previsto um conjunto de obrigações para o empregador. aos trabalhadores. para controlar os riscos. em todos os aspetos do trabalho e de forma continuada. realizem avaliações regulares. OBRIGAÇÕES GERAIS DO EMPREGADOR E DO TRABALHADOR Na Lei n. condições de segurança e de saúde aos trabalhadores • Zelar. A prevenção passa por um conjunto de políticas e programas. • Adotar medidas e dar instruções que permitam aos trabalhadores. quer no interior. estabelecimento ou serviço que visem eliminar. estabelecidos legalmente.   aquilo que é susceptível de causar lesões ou danos.  2. a garantia de que todos os riscos relevantes são tidos em consideração (não apenas os mais imediatos ou óbvios). Organizar os meios de prevenção tendo em consideração.2. Página 14 . os riscos profissionais a que estão potencialmente expostos os trabalhadores. a verificação da eficácia das medidas de segurança adotadas. incluindo todas as atividades relevantes. bem como também terceiros que possam ser susceptíveis aos riscos associados à realização dos trabalhos. • Assegurar a vigilância da saúde dos trabalhadores em função dos riscos a que estes se encontram potencialmente expostos nos seus locais de trabalho.2. entre outros aspetos. informação e formação adequadas e necessárias ao desenvolvimento da atividade em condições de segurança e de saúde. Uma avaliação de riscos adequada inclui. Pelas razões enumeradas. de modo a obter níveis eficazes de proteção da segurança e saúde dos trabalhadores. de forma continuada e permanente. se tal não for o caso. não só os seus trabalhadores. entre as quais: • Assegurar. • Fornecer. 3. estabelecimento ou serviço. encontra-se previsto um conjunto de obrigações para o trabalhador. • Comunicar. bem como as instruções determinadas pelo empregador. materiais e substâncias de trabalho. adotar as medidas e instruções previamente estabelecidas para tais situações.º 102/2009. quaisquer avarias e deficiências que possam originar perigo grave e iminente. de acordo com as instruções transmitidas pelo empregador. • Utilizar corretamente. • Zelar pela sua segurança e saúde. Considera-se também acidente de trabalho o ocorrido:  No trajeto de ida e de regresso para e do local de trabalho nos termos definidos em regulamentação específica. de imediato. perturbação funcional ou doença de que resulte redução na capacidade de trabalho ou de ganho ou a morte. • Comunicar. 2. avaliações de exposição e outras ações de relacionadas com os riscos profissionais e vigilância da saúde Na Lei n. bem como pela segurança e saúde de outros que possam ser afetados pelas suas ações ou omissões no trabalho. CONCEITO de ACIDENTE DE TRABALHO É entendido por Acidente de Trabalho aquele que se verifique no local e no tempo de trabalho e produza direta ou indiretamente lesão corporal. • Comparecer aos exames determinados pelo médico do trabalho.  Página 15 . gerais e específicas. entre as quais: • Cumprir as prescrições legais de segurança e de saúde. Na execução de serviços espontaneamente prestados e de que possa resultar proveito económico para a entidade empregadora. ACIDENTES DE TRABALHO 2.1. de imediato. • Em caso de perigo grave e iminente.3. máquinas. de segurança e saúde a serem aplicadas na empresa. • Observar as prescrições legais. bem como assegurar os contactos necessários com as entidades externas competentes. de 10 de Setembro. equipamentos. de acordo com as instruções transmitidas pelo empregador. em matéria de primeiros socorros e de combate a incêndio e evacuação. • Utilizar corretamente.• Estabelecer. os meios e equipamentos de proteção coletiva e individual. identificar os trabalhadores responsáveis pela sua aplicação. as medidas a adotar. associadas. quaisquer defeitos verificados nos sistemas de proteção. • Suportar os encargos com a organização e funcionamento do serviço de segurança e saúde do trabalho e demais medidas de prevenção → Exames. quando no exercício do direito de reunião ou de atividade de representante dos trabalhadores. estagiários e trabalhadores em formação profissional. em especial se o trabalho incluir lidar com máquinas perigosas. embora não seja fácil de apurar. • Praticantes. No local de trabalho. Os principais impactos da sinistralidade laboral geram-se sobre os trabalhadores. No local de trabalho. Página 16  . CAUSAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO Os acidentes de trabalho mais frequentes em Portugal são as quedas e os soterramentos. entre outros. estes acidentes são provocados pelo não seguimento das regras de segurança e pela não utilização de dispositivos de segurança. temporárias ou permanentes e sobre as empresas. nos termos do Código do Trabalho. Na maioria. O regime de reparação de acidentes de trabalho abrange: • Trabalhadores por conta de outrem de qualquer atividade (explorada com ou sem fins lucrativos). • Trabalhadores estrangeiros que exerçam atividades em Portugal. por solicitação do empregador. Fora do local ou do tempo de trabalho. quando os trabalhadores não tomam o pequeno-almoço. Em atividade de procura de emprego durante o crédito de horas para tal concedido por lei aos trabalhadores com processo de cessação de contrato de trabalho em curso. ao nível do absentismo gerado e do decréscimo da capacidade produtiva. De entre os processos subsequentes à ocorrência do acidente de trabalho destacam-se a reabilitação e a reintegração profissional dos trabalhadores acidentados. As hipoglicémias. quando exista autorização expressa da entidade empregadora para tal frequência. aprendizes. por forma a prevenir a sua ocorrência. ao nível da dimensão das consequências sobre a sua saúde. por não se ter dormido o suficiente ou quando se trabalha por turnos. Por exemplo. 2.3. Podem também contribuir para o surgimento dos acidentes de trabalho:   A ingestão de bebidas alcoólicas. é significativo. ou fora do local de trabalho. Fundamental será que a análise das causas de ocorrência dos acidentes de trabalho ajude os empregadores a implementar as medidas necessárias e adequadas. quando verificado na execução de serviços determinados pela entidade empregadora ou por esta consentidos. • Trabalhadores na dependência económica de empregador em proveito do qual presta serviços. quando em frequência de curso de formação profissional.    A ocorrência de acidentes de trabalho representa um custo que. que podem provocar lipotímias (desmaios) por falta de alimentação. A fadiga.2. Causas humanas:     stress falta de interesse incumprimento da regra de segurança (negligência) ingestão de álcool e drogas Causas materiais   Ausência de planos de manutenção de máquinas e equipamentos Mau estado de conservação dos materiais e equipamentos Causas Organizacionais     Ausência de sinalização de segurança Desorganização do espaço de trabalho Má avaliação dos riscos associados à tarefa ou ao local de trabalho Falta de informação e formação dada aos trabalhadores 2. estando diretamente ligadas a fatores económicos. os acidentes passariam a maior parte das vezes despercebidos. CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS DOS ACIDENTES DE TRABALHO Outra consequência dos acidentes são os custos que passaram a classificar-se em dois tipos:   Custos diretos Custos indiretos Página 17 . ferramentas. Podem ser apreciadas no plano material e humano:  No plano material.Podemos enumerar três tipos de causas: causas humanas. Se não as houvesse. o eventual decréscimo do rendimento aquando do seu retorno ao posto de trabalho.3. o valor do tempo perdido pelos colegas para o socorrer. etc. causas materiais e causas organizacionais.3.3. No plano humano.4. as consequências de um acidente podem ser muito nefastas. nomeadamente quanto aos problemas de readaptação física e reabilitação profissional. material de trabalho.  2. o valor dos danos causados nas instalações. o menor rendimento do operário que o substitui. surgem preocupações de vária índole. equipamentos. as consequências dos acidentes de trabalho são as mais diversas. tais como: a perda de parte do vencimento pelo sinistrado. Para além dos sofrimentos físico e moral sentidos pelo acidentado. indispensáveis à sua inserção numa nova atividade que possa ser desempenhada com as faculdades não comprometidas no acidente. CONSEQUÊNCIAS DOS ACIDENTES DE TRABALHO As consequências dos acidentes são as manifestações externas que permitem o seu reconhecimento. produtos. Tempo de investigação da(s) causa(s) do acidente. Os custos indiretos. São exemplos de custos indiretos:   Tempo perdido pelo acidentado e pelos outros trabalhadores. contrariamente aos anteriores. O facto de não serem quantificáveis não significa que estes custos. Página 18 . não sejam muito reais. são aqueles que podem ser diretamente imputados a dado acidente e por norma podem ser quantificáveis com facilidade. nem normalmente cobertos. São exemplos de custos diretos:     Salários. Também se designam por custos segurados. e são representados pelo respectivo prémio. Assistência médica e medicamentosa.Os custos diretos como o nome indica. e infelizmente muito superiores aos diretos. Pagamento do prémio de seguro. Indemnizações. embora mais subtis. Estes custos estão normalmente cobertos pelos seguros de trabalho. não são facilmente quantificáveis. Perdas de produção motivadas pela influência causada nos outros trabalhadores. consta da Lista de Doenças Profissionais e causa incapacidade para o exercício da profissão ou morte. Perdas comerciais por não satisfação de prazos de entrega. Perde o trabalhador que vê diminuídas as suas potencialidades como pessoa e como profissional. A participação de um diagnóstico presuntivo de doença profissional ao ISS é realizada pelo médico do trabalho ou por qualquer outro médico em todos os casos clínicos em que seja de presumir a existência de doença profissional e deve ser feita. nas respectivas contribuições.4. Perdas por produtos defeituosos produzidos após o acidente. com vista à proteção pelo regime de doenças profissionais. DOENÇAS PROFISSIONAIS 2. face ao reconhecimento como doente profissional. no prazo de 8 dias a contar da data do diagnóstico. um dos aspetos importante nos acidentes de trabalho é que todos perdem com isso.4. Um trabalhador é reconhecido como doente profissional quando lhe é certificada uma doença profissional pelo Instituto de Segurança Social (ISS). Perdas resultantes da degradação do nome e da imagem da empresa no mercado. em modelo próprio. Perdas da eficiência e da produtividade do acidentado após a recuperação. que tem que cobrar mais impostos para compensar os prejuízos resultantes da diminuição da qualificação da mão-de-obra e da diminuição da riqueza criada. o trabalhador tem direito à proteção e reparação. Uma doença profissional distinguem-se das outras doenças pelo facto de terem a sua origem em fatores de riscos existentes no local de trabalho. Perdas com o aumento dos desperdícios na produção após o acidente. CONCEITO É entendido por Doença Profissional aquela que resulta diretamente das condições de trabalho. perde a empresa cuja competitividade diminui. Tempo e gastos com o recrutamento. a seguradora que paga a indemnização mas não a totalidade dos prejuízos (os custos indiretos).      Naturalmente que os custos totais dos acidentes são a soma dos custos diretos com os custos indiretos. perde a sociedade em geral. perde também a sua família. com base em parecer de peritos médicos competentes. O regime de reparação de doenças profissionais abrange: • Trabalhadores vinculados por contrato de trabalho. • Trabalhadores independentes. isto é. Página 19 . seleção e formação de um substituto quando necessário.1. 2. • Trabalhadores que efetuem descontos. Nestes casos. declaração de assistência permanente de terceiros. a qual é atualizada por comissão competente para o efeito. as seguintes condições: • Estar o trabalhador afetado pela correspondente doença profissional. • Graduação da incapacidade. desde que se prove serem consequência necessária e direta da atividade exercida e não representem normal desgaste do organismo. 2. Para se verificar o direito à reparação emergente de Doença Profissional.2. Em traços gerais. cumulativamente. perturbação funcional ou doença que não estejam incluídas na Lista de Doenças Profissionais são indemnizáveis. há que verificar-se. PRINCIPAIS RISCOS PROFISSIONAIS Página 20 . E se o trabalhador tiver uma doença que não conste da Lista de Doenças Profissionais: A lesão corporal. • Se for o caso. o processo de certificação das incapacidades inclui: • Diagnóstico da doença.5.2. • Incapacidade permanente (parcial ou absoluta) para todo e qualquer trabalho. PRINCIPAIS DOENÇAS PROFISSIONAIS Existe elaborada uma Lista de Doenças Profissionais. A doença profissional pode determinar: • Incapacidade temporária (parcial ou absoluta) para o trabalho habitual.4. para efeitos de prestação suplementar. • Caracterização como doença profissional. • Ter estado o trabalhador exposto ao respectivo risco pela natureza da atividade ou condições ambientais e técnicas do seu trabalho habitual. 1. os meios de comunicação social noticiam a existência de alergias e sintomas diversos relacionados.5. os maiores riscos encontram-se nas explorações agrícolas. laboratórios e determinados locais de trabalho relacionados com o tratamento de águas e saneamento.VIAS DE ENTRADA NO ORGANISMO   Inalação do ar ambiente. RISCOS BIOLÓGICOS São aqueles que incluem infeções agudas ou crónicas. protozoários. alergia ou toxicidade no corpo humano. 2. AGENTES BIOLÓGICOS Os agentes biológicos são microrganismos capazes de originar qualquer tipo de infeção. com a qualidade do ar dos edifícios modernos. vírus. em geral.2. parasitoses. reações tóxicas ou alérgicas a plantas e animais. Como se classificam? Grupo 1 2 3 Risco para os trabalhadores Baixa probabilidade de causar doença Podem causar doença e constituir perigo para os trabalhadores Podem causar doença grave e constituir perigo grave para os trabalhadores Provocam doença grave e constituem um sério perigo para os trabalhadores Risco de propagação Meios de tratamento na coletividade Não Desnecessário Pouco provável Provável Existem Existem 4 Elevado Não existem 2. hospitais. fungos. Com frequência. matadouros. São considerados riscos biológicos: baterias.5.3. parasitas.5. helmitas e priões.2. Tradicionalmente. Página 21 . Ingestão de alimentos. Da sua presença nos locais de trabalho podem advir situações de risco para os trabalhadores. AMBIENTE TÉRMICO O ambiente térmico pode ser definido como o conjunto das variáveis térmicas do posto de trabalho que influenciam o organismo do trabalhador. radiações e humidade. Olhos. temperaturas excessivas. vibrações.6. As medidas preventivas a tomar terão de ser relacionadas com:  A rigorosa higiene de Locais de trabalho. 2. e na realização das tarefas que lhe estão atribuídas. de forma direta ou indireta na saúde e bem estar do mesmo. sendo assim um fator importante que intervém.  uso de equipamentos individuais para evitar contacto direto com os microrganismos.  controle médico constante. Mucosas.5.  A rigorosa higiene de Corpo e das roupas.  Destruição por processos de elevação da temperatura (esterilização) ou uso de cloro. que serão analisadas em laboratórios especializados.5. A verificação da presença de agentes biológicos em ambientes de trabalho é feita por meio de recolha de amostras de ar e de água.5.   Contacto cutâneo ou através de ferimentos. 2. pressões anormais.  vacinação sempre que possível.  ventilação permanente e adequada. de 16 de Abril) e organizar as atividades de segurança e saúde no trabalho nos setores profissionais de risco.5.4. RISCOS FÍSICOS São considerados riscos físicos várias formas de energia tais como: ruídos. MEDIDAS DE PREVENÇAO E PROTEÇÃO Para prevenir estas ameaças é necessário aplicar a legislação comunitária e nacional (Decreto-Lei nº84/97. 2. Página 22 . proporcionando dessa forma um aumento da produtividade. a percentagem de pessoas incomodadas é mais elevada relativamente ao tráfego aéreo. para um mesmo nível sonoro. Podem ser classificadas em 2 grupos:   Ionizantes: Raios X. – Exame médico periódico e. É possível controlar o ruído na fonte. os locais de trabalho devem ser concebidos de modo a privilegiar uma boa visibilidade. Microondas. motivação. Os níveis sonoros relacionados com o Ruído Ambiente raramente afetam o sistema auditivo. ILUMINAÇÃO Para obtenção de um bom ambiente de trabalho é necessário a existência de uma iluminação adequada. excecional. 2. radioterapia (Raios Gama) Não Ionizantes: Infravermelhos. seguido do rodoviário e por último o ferroviário. A correta iluminação dos locais e postos de trabalho tem grande influência. – Adoção de equipamentos de proteção individual adequados. Os transportes são os principais responsáveis. com o risco de exposição. A absorção das radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas lesões. ao tipo de radiação que se pretende evitar e às partes do corpo a proteger.5. – Redução do tempo de exposição.2. etc. quer na saúde dos trabalhadores. Raios lazer.7.etc A prevenção dos riscos associados às radiações passa fundamentalmente por: – Definição e identificação das áreas de trabalho de acordo.5. na transmissão e no recetor. dos trabalhadores expostos. RADIAÇÕES (IONIZANTES E NÃO IONIZANTES) São formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas. é reconhecido que.V. 2. além de afetar a segurança em geral. U. De acordo com vários estudos efetuados. – Observação e exame físico regular dos locais de risco. embora o ruído de atividades industriais e comerciais possa assumir relevo em situações pontuais. desempenho gral. Os efeitos mais frequentes traduzem-se em perturbações psicológicas ou fisiológicas associadas a reações de Página 23 . quer no seu rendimento.9. Uma iluminação correta num local de trabalho evita tensões psíquica e fisiológicas aos trabalhadores. se necessário.8. RUÍDO O ruído é uma das principais causas da degradação da qualidade do ambiente urbano.5. de 25 de Junho. fundições e transportes.º 82/2003. que atuam por transmissão de energia mecânica. do Parlamento Europeu e do Conselho. Nem todos os produtos químicos são perigosos.'stress' e cansaço.5. se não houver cuidados na sua utilização. O ruído interfere com as comunicações e provoca perturbações no sono. de 23 de Abril. Como é que podemos saber se um determinado produto químico é perigoso ou não? Em primeiro lugar o produto tem de estar classificado como tal de acordo com os critérios previstos na lei. é nos locais de trabalho. 2. industriais extrativas. a DRA estabelece um regime especial para as grandes infraestruturas de transporte rodoviário. quer nos locais de trabalho.º 146/2006. ferroviário e aéreo e para as aglomerações de maior expressão populacional. nomeadamente em construção e obras públicas. que transpõe a Directiva n. às infraestruturas de transporte e a outras fontes de ruído susceptíveis de causar incomodidade e ainda ao ruído de vizinhança. VIBRAÇÕES Segundo o decreto -leinº46/2006 de 24 de fevereiro.10. quer em nossas casas. O ruído é um problema de saúde pública.º 2002/49/CE. de 11 de Dezembro. emitindo oscilações com amplitudes percetíveis pelos seres humanos. RISCOS QUÍMICOS PRODUTOS QUIMICOS PERIGOSOS Os produtos químicos estão presentes em todo o lado. aplicando-se às atividades ruidosas permanentes. A informação sobre os riscos que as substâncias ou preparações perigosas apresentam para o homem e para o ambiente é transmitida pelos fabricantes ao consumidor no rótulo e/ou nas Página 24 . na capacidade de concentração e hipertensão arterial. Pode tratar-se de uma substância perigosa . equipamentos e ferramentas vibrantes.Decreto-Lei n.º 9/2007. principalmente na agricultura. ou de uma preparação perigosa (misturas ou soluções compostas por duas ou mais substâncias) . O âmbito do RGR é mais vasto do que o da DRA.º 732-A/96. As vibrações encontram-se presentes em quase todas as atividades. No entanto. relativa à avaliação e gestão do ruído ambiente (adiante designado por DRA). que aprova o Regulamento Geral de Ruído (RGR) e no Decreto-lei n. 2. temporárias. na indústria e construção civil que os produtos químicos perigosos são usados de forma intensiva. O controlo do ruído requer o empenho de todos.Portaria n. com riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores. Mesmo em nossas casas é importante sabermos que a utilização dos produtos químicos pode comportar perigos e que para os evitar temos que saber interpretar a informação do rótulo.5. de 17 de Janeiro. as vibrações são agentes físicos nocivos produzidos por certas máquinas. de 31 de Julho. O novo quadro legal relativo a ruído ambiente consiste no Decreto-lei n.11. exploração florestal. quanto mais tempo o aerodispersóides permanece no ar. Não possuem formas e volumes próprios e tendem a se expandir indefinidamente. névoas (partículas líquidas produzidas mecanicamente. etc os agentes químicos são encontrados em forma sólida. expectoração. que podem se manter por longo tempo em suspensão no ar. Página 25 . isolado ou em mistura. menor o tempo de permanência) e velocidade de movimentação do ar. de onde são expelidas através de tosse. As partículas maiores. segundo suas características tóxicas. peso específico (quanto maior o peso específico. Estas últimas assumem particular importância na indústria e construção atendendo à grande diversidade e quantidade de produtos químicos perigosos utilizados. pois podem ser absorvidas pelo organismo através do sistema respiratório. fumaça (sistemas de partículas combinadas com gases que se originam em combustões incompletas). Eles podem ser classificados de diversas formas.fichas de dados de segurança. obriga ao conhecimento dos riscos por parte do: empregador. Estas constituem a chamada fração respirável. técnico e/ou técnico superior de segurança. CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES QUÍMICOS QUANTO À SUA FORMA Antes de mais. que seja produzido. GASES: São dispersões de moléculas no ar. líquida e gasosa. agente químico é qualquer elemento ou composto químico. normalmente ficam retidas nas mucosas da parte superior do aparelho respiratório. fumos (são partículas sólidas produzidas por condensação de vapores metálicos). como por em processo “spray”) e neblinas (são partículas líquidas produzidas por condensações de vapores). visíveis apenas com microscópio. são chamados de contaminantes atmosféricos. A utilização dos agentes químicos numa empresa. inclusivamente sob a forma de resíduos. médico de trabalho e todos os trabalhadores. não podem ser total ou parcialmente reduzidos ao estado líquido. maior é a chance de ser inalado e produzir intoxicações no trabalhador. seja ou não intencionalmente produzido ou comercializado. produzidas mecanicamente por ruptura de partículas maiores). mesmo sujeitos à pressão fortes. misturadas completamente com este (o próprio ar é uma mistura de gases). Evidentemente. Estes podem ser classificados em: Aerodispersóides: São dispersões de partículas sólidas ou líquidas de tamanho bastante reduzido (abaixo de 100m. Os agentes químicos. As partículas mais perigosas são as que se situam abaixo de 10m. À temperatura ordinária. O tempo que os aerodispersóides podem permanecer no ar depende do seu tamanho. utilizado ou libertado em consequência de uma atividade laboral. quando se encontram em suspensão ou dispersão no ar atmosférico. ou pela ação dos cílios. Exemplos: poeiras (são partículas sólidas. estado físico. que ao contrário dos gases. nas vias respiratórias (provocando irritações. que alterou a redação da NR-09. por outro lado. De acordo com a definição dada pela Portaria n. Uma outra diferença importante é que os vapores em recintos fechados podem alcançar uma concentração máxima no ar. A penetração no organismo pode dar-se através da pele. e em geral provocam lesões mediatas (doenças). pelas vias respiratórias (inalação) ou por ingestão. EFEITOS NA SAÚDE Tal como os riscos físicos. já que a simples inalação de tal substância pode vir a ocasionar doenças como o saturnismo.VAPORES: São também dispersões de moléculas no ar. São os riscos gerados por agentes que modificam a composição química do meio ambiente. Podem ter origem em partículas sólidas. chamada de saturação. compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória. nas formas de poeiras. ou que. podem chegar a deslocar totalmente o ar de um recinto. são as substâncias. fumos. que não é ultrapassada. Página 26 . Podem também ter origem no manuseamento de produtos químicos líquidos ou sob a forma de gases (que podem também ter origem na evaporação de produtos líquidos ou sólidos). sólido ou gasoso. podem condensar-se para formar líquidos ou sólidos em condições normais de temperatura e pressão. os riscos químicos podem atingir também pessoas que não estejam em contato direto com a fonte do risco. possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. Os gases. resultantes do manuseamento de produtos que se encontram sob a forma de pó ou por desintegração com origem em processos mecânicos. VIAS DE EXPOSIÇÃO Os agentes químicos podem estar presentes no ambiente de trabalho no estado líquido.º 25. névoas. Por exemplo. gases ou vapores. neblinas. a utilização de tintas á base de chumbo introduz no processo de trabalho um risco do tipo aqui enfocado. pela natureza da atividade de exposição. Os efeitos na saúde dos trabalhadores dependem (entre outros fatores) da forma como os agentes entram em contacto com o organismo e podem fazer-se sentir na pele e nas mucosas provocando irritações cutâneas e queimaduras. sistema nervoso central … O conhecimento dos efeitos que os agentes químicos podem ter na saúde é assim muito importante e para isso as informações existentes nos rótulos das embalagens são valiosas. mas igualmente importante é ter atenção às fichas de segurança que devem ser sempre fornecidas com os produtos. embalagem e rotulagem das preparações perigosas. Se na preparação de substâncias contiver pelo menos uma substância perigosa. rins. por qualquer das vias referidas ou em conjunto e ao ser absorvidos passam na corrente sanguínea para órgãos alvo onde têm efeitos prejudiciais – fígado.º 1272/2008) harmoniza a anterior legislação da UE com o GHS (Sistema Mundial Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos). A terminologia antiga foi substituída como segue:  misturas em vez de preparações  «hazardous» em vez de «dangerous» (não se aplica à versão PT)  pictogramas em vez de símbolos  advertências de perigo em vez de frases indicadoras de risco  recomendações de prudência em vez de frases de segurança  Palavras-sinal (por exemplo: Perigo. CLASSIFICAÇÃO. após a avaliação. como utilizado para perigosas substâncias. O Regulamento CRE (classificação.bronquites. Só assim as ações dos serviços de segurança e do médico do trabalho podem ser direcionadas no sentido de prevenir os problemas específicos que decorrem dos riscos a que os trabalhadores são expostos. ROTULAGEM E ARMAZENAGEM UE/Diretiva 1999/45/CE relativa à classificação. edemas e cancros pulmonares e interferindo com as trocas gasosas provocando asfixia) ou podem ter efeitos nefastos no aparelho digestivo (daí a importância de restringir a possibilidade de os trabalhadores comerem ou fumarem nos locais de trabalho). Página 27 . rotulagem e embalagem) (Regulamento (CE) n. deve ser classificada como perigosa com mesmo tipo de símbolos e frases de risco normal. ou seja considerada perigosa. Atenção) em vez de Indicações de Perigo . um sistema das Nações Unidas destinado a identificar produtos químicos perigosos e a informar os utilizadores sobre os perigos inerentes. O GHS foi adotado por muitos países em todo o mundo e serve agora também de base à regulamentação internacional e nacional em matéria de transporte de mercadorias perigosas. Mas certos agentes químicos podem penetrar no organismo. as substâncias já colocadas no mercado têm de ser rotuladas de acordo com o Regulamento CRE. Página 28 .tem de se rotular e embalar de novo os produtos já colocados no mercado. O Regulamento CRE entrou em vigor em 20 de janeiro de 2009 e irá substituir progressivamente a classificação e rotulagem estabelecida nas Diretivas Substâncias Perigosas (67/548/CEE) e Preparações Perigosas (1999/45/CE). sem equipamento de proteção individual adequado.  evitar manipular produtos químicos irritantes ou corrosivos.as substâncias já devem ter sido reclassificadas.  instalar sinalização de segurança adequada e introduzir equipamento apropriado na deteção e/ou extinção de incêndios.Os novos pictogramas contornados a vermelho substituem progressivamente os familiares símbolos de perigo cor de laranja. deve. depois de extraída a quantidade necessária.  instalar duches de emergência e "lava olhos" para minimizar as consequências resultantes de projeções e salpicaduras em operações manuais. constituir um objeto de Todos numa empresa. Ambas as diretivas serão revogadas em 1 de junho de 2015. com tabuleiros que retenham possíveis derrames de rotura.  conhecer vias de acesso adequados à zona de armazenagem.  1 de dezembro de 2012 .  A partir de 1 de junho de 2015 .as misturas (anteriormente designadas preparações) devem ser classificadas de acordo com o Regulamento CRE.  1 de junho de 2017 . Datas importantes:  1 de dezembro de 2010 . Medidas de prevenção e proteção no caso de riscos de irritação e de queimaduras por contato:  fechar sempre os recipientes.  instalar dispositivos elétricos que devem ser antideflagrantes e com ligação à terra.  lavar as mãos e a cara depois da utilização. assim. colocar os produtos corrosivos separados e em recipientes de pequena capacidade o mais perto possível do solo. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO A prevenção dos riscos da exposição aos agentes químicos perigosos. Medidas de prevenção e proteção no caso de riscos de explosão e incêndio:  manter os produtos químicos oxidantes afastados dos inflamáveis e combustíveis. FENOMENOLOGIA DA COMBUSTÃO Para determinar e controlar o fogo. 2. Ainda que os processos de combustão sejam muito complexos. Combustível Comburente Energia de ativação É toda e qualquer substância que em presença do oxigénio e de uma determinada energia de ativação é capaz de arder. A combustão é uma reação de oxidação entre um corpo combustível e um corpo comburente.Medida de prevenção e proteção no caso de riscos de intoxicação:  atuar ao nível da conceção e métodos de funcionamento das instalações. ou ainda como complemento da proteção coletiva.  Alterar a organização do trabalho diminuindo o tempo de exposição e o número de trabalhadores aos contaminantes químicos. É o gás em cuja presença o combustível pode arder. ao manifestar-se sobre a forma de calor. podem representar-se mediante um triângulo no qual cada um dos seus lados. combustível. na natureza. apresenta-se nas mais diversas formas e variações. dificuldades no estabelecimento de regras de aplicação universal.  Introduzir equipamentos e sistemas de trabalho que em caso de fugas permitam detectá-las rapidamente e circunscrever a área contaminada. Modificar e corrigir o processo produtivo. É a fonte de energia que. Além do controlo ambiental da exposição. combustão. RISCOS DE INCÊNDIO OU EXPLOSÃO O FOGO COMO REAÇÃO QUÍMICA O fogo é uma combustão.12. ou seja. sendo do tipo exotérmica. pode provocar a inflamação dos combustíveis. de uma forma geral. impedindo a formação do contaminantes. comburente e energia de ativação. Esta é uma reação química particular acompanhada pela libertação de calor. aparentemente insignificantes. isto é. urina). que implica medição e avaliação dos contaminantes em fluidos biológicos (sangue. que podem influenciar por completo a forma como uma combustão decorre. A matéria.  Usar EPI´s até que os riscos sejam eliminados/ reduzidos a níveis considerados inofensivos para a saúde dos trabalhadores. comburente. assim como o procedimento mais correto para a sua extinção. considera-se o oxigénio como comburente típico que se encontra presente no ar ambiente (numa proporção de aproximadamente 21%). representa um dos três fatores essenciais para produzir um fogo: combustível. Este fenómeno de elevada complexidade apresenta.  Introduzir ventilarão geral e/ou extração localizada adequadas.  Automatizar o processo para evitar a manipulação direta do contaminante. com libertação de calor. por vezes. energia de ativação e reação em cadeia. Página 29 . uma reação exotérmica.5. para evitar que o incêndio se produza e para o extinguir é necessário conhecer os fundamentos do fogo.  Substituir uma substância tóxica por outra menos tóxica. é necessário fazer controlo biológico. A reação é provocada por uma determinada energia de ativação. Devido a esse facto. com o qual se produz a combustão de maneira continuada. A união sustentada destes três elementos leva ao aparecimento do quarto elemento. que compreende as condições necessárias para que se produza um fogo. PRINCIPAIS FONTES DE ENERGIA DE ATIVAÇÃO A energia de ativação necessária para a iniciação da combustão pode ter várias origens: Origem Térmica: • meios de ignição (fósforos. propôs-se uma nova representação. secador) • arco voltaico (abertura ou fecho interruptor) • eletricidade estática • descarga elétrica na atmosfera Origem Mecânica: • chispas provocadas por ferramentas ou atrito (contacto entre 2 peças metálicas em movimento Origem Química: • reação química Página 30 . em forma de tetraedro. No entanto. a Reação em cadeia.Estes três componentes formam o Triângulo do Fogo. muitos fenómenos anómalos que se produziam no incêndio não podiam explicar-se completamente tendo por base este triângulo. pontas de cigarros) • instalações geradoras de calor (fornos. caldeiras) • radiação solar (libertação de vapores) • superfícies quentes (placa de fogão) Origem Elétrica: • resistência (aquecedor elétrico. Esta representação aceitou-se durante muito tempo. Propano. etc. etc. Combustíveis: Hidrogénio. Ceras. Fogos de Gases Fogos que resultam da combustão de gases. Sódio. Diluição ou eliminação do combustível: é o método que consiste na separação do combústivel da fonte de calor ou do ambiente do incêndio. Magnésio. geralmente à base de celulose. Acetileno. Fogos de Metais (ou Fogos Especiais) Fogos que resultam da combustão de metais. Página 31 . cálcio. Gasolinas. Fogos de Líquidos (ou Fogos Gordos) Fogos que resultam da combustão de líquidos ou de sólidos liquidificáveis. Abafamento: è o método que consiste no isolamento do combustível e do oxigénio ou na redução da concentração deste no ambiente. É importante o seu conhecimento. Combustíveis: Madeira. Potássio. uma vez que cada tipo de fogo é extinto com um diferente tipo de extintor. Plásticos. Acetonas. os quais dão normalmente origem a brasas. etc. Tecidos. Classe B Classe C Classe D MÉTODOS DE EXTINÇÃO Existem quatro métodos de extinção (cada um válido para uma ou mais classes de fogo): Arrefecimento: é o método mais empregue e consiste em baixar a temperatura do combustível e do meio ambiente abaixo do seu ponto de ignição. etc. Éteres. Combustíveis: Álcoois. Combustíveis: Metais em pó (alumínio. Classe A Fogos de Sólidos (ou Fogos Secos) Fogos que resultam da combustão de materiais sólidos. Butano. Vernizes. Urânio. Papel.CLASSES DE FOGOS Os fogos possuem características diferentes consoante a sua origem e o material que está a sofrer a combustão. titânio). Óleos . Carvão. onde devem constar. para além das classes de fogos. MEIOS DE PRIMEIRA INTERVENÇÃO-EXTINTORES São considerados meios de primeira intervenção os extintores portáteis e as redes de incêndio armadas.  Extintor de gases inertes: gases quimicamente inertes (que não alimentam a uma combustão). como o gás carbônico (CO2) e o gás nitrogênio (N2) são utilizados. Abrir caixa metálica e exteriorizar o carretel.  Extintor de espuma: o combate ao fogo ocorre por meio de uma espuma mecânica. Redes de Incêndio Armadas (RIA) Água *Atualmente o Halon foi retirado do mercado Estes meios são aqueles que estão disponíveis no local e cuja utilização se destina ao combate de primeira linha. Manter extintor posição vertical. Verificar adequação ao tipo de fogo. data de inspeção e instruções de utilização. Meios de 1ª intervenção Extintores Portáteis Agentes extintor Pó químico • CO2 • Espumas • Água • Halons* procedimento geral utilização Verificar adequação ao tipo de fogo.Inibição da chama ou interrupção da reação em cadeia: Este método modifica a reação química. CLASSIFICAÇÃO DOS EXTINTORES Os extintores de incêndio podem ser classificados com base no produto que utilizam no combate às chamas. Página 32 . constam do plano de emergência e possuem sinalética própria. A localização e a identificação destes meios. alternando a libertação dos radicais livres produzidos na combustão e impedindo. portanto. Quer no caso dos Extintores Portáteis. em forma de um jato ou de uma neblina. encontram-se regulamentados. Depois de tomar medidas de segurança individual (não ser cercado pelo fogo pelas costas e observar a direção do vento). Puxar a agulheta e estender a mangueira em direção ao foco de incêndio. Direcionar o jacto para a base das chamas. verificar a sua adequação ao tipo de fogo de acordo com o agente extintor em uso.  Extintor de água (H2O): a água é pressurizada para fora do extintor. que esta se desenvolva. quer pelas equipas de primeira intervenção. No caso das RIA.  Extintor em pó: geralmente o bicarbonato de sódio (NaHCO3) é utilizado. Abrir o manípulo para colocar a mangueira em carga. antes do seu uso. a capacidade. Retirar cavilha segurança. avançar para o fogo. avançar para o fogo. podem ser usados quer pelos utilizadores das instalações. Direcionar o jacto para a base das chamas. como no caso das RIA. Efetuar curto disparo de verificação. a água e nos Extintores Portáteis consultar a inscrição no corpo do mesmo. Depois de tomar medidas de segurança individual (não ser cercado pelo fogo pelas costas e observar a direção do vento). bem como dos circuitos de evacuação. RISCOS ELÉTRICOS Tal como acontece com outras formas de energia.    Extintores de CLASSE A: Devem ser utilizados extintores de água ou de espuma.ESCOLHA DO AGENTE EXTINTOR A eleição do agente adequado dependerá. pelo menos. ou. B e C. o que classifica um extintor nas classes A. Essa classe se caracteriza pelos equipamentos de origem elétrica. no combate às chamas de origem fibrosa. passar corrente. ou seja. materiais ou ambos.5. uma vez que na classe B estão os materiais líquidos ou sólidos liquefeitos. Muito frequente. da classe de fogo e das características do combustível. um fio Contacto condutor) e um s diretos elemento condutor ligado à terra.  fechar o circuito elétrico. como madeira ou papéis. como motores ou estruturas energizadas. Extintores de CLASSE C: Devem ser utilizados extintores de pó químico ou de gases. Os danos materiais são normalmente resultantes de incêndios e/ou explosões provocados por deficiências na instalação. muito próxima deles. Os danos pessoais são resultantes da passagem de corrente elétrica pelo corpo humano. Página 33 . a eletricidade apresenta riscos e pode causar acidentes cujas consequências podem resultar em danos pessoais.  a pessoa estar em contacto com dois pontos do seu corpo a corpos sob tensão. sob tensão (por exemplo. Extintores de CLASSE B: Não se deve utilizar extintores à base de água. fundamentalmente. sobretudo para altas tensões. RISCOS DE CONTATO COM A CORRENTE ELÉTRICA: CONTATOS DIRETOS E INDIRETOS Para que se dê um acidente de origem elétrica é necessário que ocorra:  o circuito estar sob tensão. 2.13. altamente inflamáveis. Podem estabelecer-se diversos tipos de contacto com a corrente elétrica: Contacto entre uma parte ativa. indiretos Contacto entre duas massas que acidentalmente estão sob tensão e essa tensão é diferente. outro fio condutor). sob tensão diferente. sob tensão e uma outra parte ativa (por exemplo. Contacto entre uma massa acidentalmente sob tensão. a carapaça metálica de um eletrodoméstico . Muito raro. Página 34 . Contacto Relativamente s frequente. e um elemento condutor ligado à terra. por exemplo. Frequente.Contacto entre uma parte ativa. Página 35 . assim. dependendo da intensidade da corrente. Neste caso. Isso pode se agravar se o corpo estiver molhado. fazendo com que eles parem. 2 . MEDIDAS DE PREVENÇÃO E PROTEÇÃO Medidas informativas: Visam de algum modo dar a conhecer a existência dos riscos da eletricidade e consistem em: . aumentando o tempo de contato e agravando as lesões. Muitas pessoas morrem ao tentar cortar galhos de árvores que estão perto de instalações elétricas. Na maioria das vezes este choque apenas causa um pequeno desconforto. podem ocorrer queimaduras graves ou até mesmo a eletrocussão. lesa os tecidos nervosos e cerebrais. contrai os músculos. Isso ocorre porque estes corpos estão eletrizados e parte das cargas elétricas é transferida para o corpo da pessoa.Sinais de proibição. Além destes fatores devemos saber como a pessoa entrou em contato com a corrente elétrica. Dependendo do percurso da corrente no corpo humano ela pode causar muitas lesões e até a morte. contato com um corpo eletrizado e contato com circuito energizado. As lesões que as pessoas podem sofrer são diversas entre elas vamos ressaltar as quedas provocadas pelo choque. seus músculos são contraídos e ela pode ficar presa no condutor da corrente elétrica. Quanto maior a intensidade da corrente elétrica mais grave será a lesão. antes de qualquer contato com eletricidade devemos saber quais são estes cuidados. Muitos são os relatos de pessoas que recebem um choque ao sair do carro e encosta na lataria. trazendo com isso mudanças na intensidade da corrente. as maneiras são: atingida por um raio. precaução e informação. Assim. existem vários cuidados que devemos tomar a fim de evitar os efeitos da corrente elétrica que descreverei aqui. todas as lesões mencionadas acima podem ocorrer neste caso. Quando uma pessoa recebe este choque. provoca coágulos. os mais expressivos são: O trajeto que a corrente elétrica perfaz no corpo humano e a intensidade da corrente. mas essa resistência cai muito quando molhada. 3 – O contato por circuito energizado é o mais comum no nosso dia-a-dia e. A nossa pele é um bom isolante quando está seca. Os efeitos que a corrente elétrica pode causar no corpo humano dependem de vários fatores. esta descarga acontece em pontos onde distância entre as partes for menor. Por isso não devemos ficar próximos de árvores quando esta chovendo. pode causar algumas queimaduras. As lesões no organismo humano também se agravam quando a corrente elétrica passa por órgãos vitais. separei três maneiras e vamos utilizá-las para organizar nossa analise. ou quando estão chegando em casa e pegam num portão de metal. Nosso corpo conduz eletricidade e dependendo do percurso da corrente elétrica. a resistência do corpo pode mudar. mas. queimaduras e por fim a eletrocussão que é a morte causada por corrente elétrica. deixá-la inconsciente ou provocar uma queda onde as lesões também poderão ser graves.No contato com corpo eletrizado a pessoa recebe um choque de pequena duração. causando a morte. Quando um ser humano é atingido por um raio ele recebe uma grande descarga de energia. ao passar pelo corpo humano molhado a corrente elétrica causa graves queimaduras. e pode paralisar a respiração. Esta descarga elétrica é causada por uma diferença de potencial entre a atmosfera e a superfície da terra. na grande maioria dos casos. ou lesões que a pessoa terá. A corrente elétrica provoca graves queimaduras.EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA SOBRE O CORPO HUMANO A corrente elétrica pode ser fatal para o ser humano e. Este tipo de choque pode matar a pessoa imediatamente. Botas para eletricista. Primeiros Socorros em Acidentes Pessoais Produzidos Por Correntes Elétricas: Subtrair a vitima à ação da corrente: Afastar as pessoas desnecessárias.Utilizar de aparelhos com duplo isolamento.. .distâncias de segurança.Isolamento dos condutores.Afastamento . Para proteção nas instalações contra contacto diretos utilizam-se as seguintes medidas: . observando o seguinte: No caso de baixa tensão: Página 36 .Utilizar a tensão reduzida de segurança inferior aos limites considerados perigosos.Tapetes isolantes. Para proteção contra contactos indiretos pode-se: .Ligação adequada das massas acessíveis dos aparelhos e/ou equipamentos elétricos em associação com dispositivos de corte automático dos circuitos de alimentação respectivos (disjuntores).Utilizar ligações equipotenciais. Medidas de proteção: Para proteção de pessoas podem utilizar-se: . .Ferramentas isolantes.Luvas isolantes. .Utilizar circuitos separados de segurança. . . . .Capacetes.Normas de segurança. . . .Formação de pessoal.Uso de tensão reduzida de segurança. .Plataformas isolantes.Colocação de obstáculos. . . Cortar imediatamente a corrente. máquinas e equipamentos sem proteção. pelo que deverá. barrotes ou caixas de madeira secas). nesse caso. tapete de borracha. incêndio ou explosão. Se a vítima ficou suspensa dos condutores. antes de tocar na vítima.14. Página 37 . são maiores se o pavimento estiver molhado ou húmido. Ter em atenção que os riscos de electrocução. Afastar a vitima dos condutores. transporte e descarga de objetos. para afastar a vitima dos condutores. A manutenção preventiva eficiente e sistemática é a melhor. A principal medida para prevenir os acidentes por riscos mecânicos é realizar um programa de inspeções de segurança. constituída por panos ou peças de vestuário secas. animais peçonhentos e armazenamento inadequado. eletricidade. etc. isolando as mãos por meio de luvas de borracha. No caso de alta tensão: Cortar imediatamente a corrente. de um modo planeado e seguro.5. tomando as precauções seguintes: Isolar-se da Terra. e com recurso a um determinado conjunto de materiais e meios. ou por qualquer outro meio equivalente (tábuas. RISCOS MECÂNICOS TRABALHO COM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS Os riscos mecânicos estão relacionados às condições físicas (do ambiente físico de trabalho) e tecnológicas impróprias. 2. ferramentas inadequadas ou defeituosas. se movimentem cargas de um determinado ponto para outro. Se tal não for possível. Se for demorado o corte da corrente. Por meio de exame criterioso de todas as máquinas e instalações. São considerados riscos geradores de acidentes: arranjo físico deficiente. é necessita a intervenção de pessoa conhecedora do perigo. que pode ser efetuada manualmente ou com recurso a sistemas mecânicos. panos ou peças de vestuário secos ou utilizando varas compridas de madeira bem seca. pode ser necessário prever medidas no sentido de atenuar os efeitos de possível queda. capazes de colocar em perigo a integridade física do trabalhador. proceder-se com maior cuidado. afastar imediatamente a vítima dos condutores. colocando-se sobre uma superfície isolante. cordas bem secas. A movimentação mecânica de cargas permite que. para eliminar os riscos mecânicos de acidente MOVIMENTAÇÃO MECÂNICA DE CARGAS A movimentação de cargas compreende as operações de elevação. é possível evitar acidentes e reparar as situações de risco potencial. ao proceder ao salvamento da vítima. No entanto as suas verdadeiras causas são. etc. polias. A movimentação manual de cargas é uma atividade susceptível de envolver vários riscos não só adjacentes ao trabalho físico desenvolvido pelo trabalhador para movimentar as cargas. na maioria das vezes. No ponto de operação: ponto de corte. devido às suas características ou a condições ergonómicas desfavoráveis. inadequadas ou gastas  Erros de comando (inexistência de sinalização ou instruções dos comandos da máquina)  Arranque intempestivo da máquina  Impossibilidade de paragem da máquina em condições de segurança (inexistência ou deficiência de funcionamento dos sistemas de paragem de emergência) 2. A movimentação manual de cargas pressupõe a utilização do corpo do trabalhador como próprio “instrumento” de trabalho. etc. Página 38 . moldagem.: movimentos rectilíneos.5.manobra livre (ou movimentação). alternados. 3. Ex. metalomecânica. inadequados ou danificados  Desenho da máquina incorreto (está pensado unicamente para o produto final e não para a utilização por parte do trabalhador)  Instalação e montagem da máquina precária (movimenta-se. engrenagens.15. Ex. Os principais perigos mecânicos das máquinas estão diretamente relacionados com os seus órgãos móveis. estampagem. indústria têxtil. esmagamento ou empilhamento de material 2.Esta operação compreende as seguintes fases: . manivelas. há alguns onde assume um papel de destaque. Os trabalhos de transporte manual impõem a existência de uma carga estática a diversos músculos das goteiras verticais. junções. giratórios. Outras partes móveis: todas as partes que se movam enquanto a máquina trabalha com movimento reciproco. mecanismos de alimentação ou partes auxiliares das máquinas. e encontram-se em 3 áreas fulcrais: 1. Mecanismos de transmissão de força: qualquer componente do sistema mecânico que transmita energia às partes da máquina que executam o trabalho. regra geral. imputados ao operador que desempenha a tarefa. Os acidentes quando ocorrem são. correias. mas também relacionados com a própria composição dessas mesmas cargas – muitas vezes constituídas por diversificados materiais. .elevação (ou carga).)  Utilização inadequada da máquina (submeter a máquina a esforços para os quais não está dimensionada ou utilizá-la para outros fins que não aqueles a que se destina)  Manutenção da máquina deficiente ou inexistente  Ferramentas da máquina em mau estado. nem sempre completamente inócuos. como por exemplo: armazenamento. tais como:  Elementos de proteção em falta. construção civil. A movimentação manual de cargas está intrinsecamente associada a todos os sectores de atividade (desde as PME às grandes empresas) no entanto. perfuração. originadas por situações alheias ao trabalhador mais direto. correntes.assentamento (ou descarga). etc. comporte riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores. vibra. . RISCOS ERGONÓMICOS MOVIMENTAÇÃO MANUAL DE CARGAS A “movimentação manual de cargas” pode ser definida como sendo: qualquer operação de transporte ou sustentação de uma carga que. engates.: volantes. pode aumentar o risco de acidentes ou obrigar os trabalhadores a colocarem-se em posições inadequadas para conseguirem ver o que estão a fazer. Página 39 . Características do Ambiente de Trabalho: .Idade: o risco de lesões sacro-lombares aumenta com a idade e com a antiguidade de trabalho.Capacidade física do indivíduo (altura. condicionando o esforço muscular exigido na sua sustentação. pode desencadear uma redução nos reflexos dos trabalhadores. . transforma-se num trabalho pesado. O transporte manual de cargas. Esta dificuldade traduz-se posteriormente no aparecimento da sensação de fadiga.Repetitividade. . peso e força). O frio pode diminuir a sensibilidade das mãos. com a correspondente falta de oxigénio para a combustão do açúcar muscular. . provocando rapidamente fadiga com consequências gravosas. Esta. o que pode estar na origem de alguns acidentes ou incidentes .quer quanto à posição da máquina com que trabalha .Falta de experiência. manter a carga tão próxima do corpo quanto possível.Estabilidade e Equilíbrio: cargas desequilibradas ou instáveis originam uma distribuição irregular do peso. com alguma dificuldade. nomeadamente aumentando o risco de ocorrência de acidentes de trabalho ou de incidência de doenças profissionais. Acontece. envolvendo partes ou todo o corpo. . .Alcance: cargas cujo alcance exige a adoção de posturas extremas a nível dos membros superiores e tronco (flexão. Características das Tarefas: . por sua vez. . e associado a uma baixa eficiência do sistema muscular humano.Dimensão: cargas muito grandes impossibilitam a adoção das regras básicas de elevação e transporte. o fluxo sanguíneo fica reduzido.Pega: cargas difíceis de agarrar.Verifica-se que algumas vezes que os postos de trabalho estão bem adaptados ás características do operador .Pavimento irregular.Desta forma.).Peso: cargas com um peso superior a 20 kg tornam-se difíceis de sustentar pela maioria das pessoas.quer no espaço disponível ou na posição das ferramenta se materiais que utiliza nas suas funções . . Existem vários fatores de risco que tornam a movimentação manual de cargas perigosa e aumentam o risco de lesões. extensão ou rotação) condicionam um maior esforço muscular. também. .Duração: tarefas realizadas com demasiada frequência ou durante demasiado tempo. instável ou escorregadio pode aumentar o risco de acidentes.Espaço insuficiente para a movimentação manual de cargas pode conduzir à adoção de posturas inadequadas.Posturas Adotadas (exemplo: flexão/ rotação do tronco. elevação dos membros superiores. formação ou familiaridade com a tarefa. que na contração muscular repetida ou duradoura a evacuação de produtos ácidos do metabolismo. exigindo um esforço maior. . particularmente a nível da coluna lombar: Características da Carga: . Características Individuais: . nomeadamente.Iluminação: quando insuficiente. com extremidades aguçadas ou com materiais perigosos podem condicionar o risco de acidente e a ocorrência de lesões aos trabalhadores.Ambiente Térmico: o calor provoca cansaço nos trabalhadores e o suor dificulta a manipulação de ferramentas. . . tornando mais difícil agarrar objetos. originando um rápido cansaço muscular. . etc. faz-se devido à compressão quase permanente dos vasos. os vasos sanguíneos são comprimidos em consequência da contracção dos músculos pelo.Antecedentes médicos (nomeadamente a nível de lesões lombares). pode haver entorpecimento e dificuldade de movimentação e controle da perna. Medidas Organizacionais: A rotatividade de tarefas e a introdução de pausas de duração suficiente só deverão ser consideradas se a eliminação ou a redução dos riscos da movimentação manual de cargas for inevitável.Distração e fadiga que podem desencadear vários erros. por exemplo. 3. carrinhos e dispositivos de elevação pneumáticos. adotando-se a seguinte hierarquia de medidas de prevenção: 1. mantendo-o na posição vertical e procurar utilizar os membros inferiores como alavanca. . Página 40 . É muitas vezes considerada como a consequência do deslocamento do núcleo do disco intervertebral. . Isto acontece especialmente quando para além da incumbência de movimentação manual de cargas os trabalhadores também são solicitados para realizarem operações de comando de máquinas.Elevada incidência de traumatismos músculo-esqueléticos. . Para além da dor. 2. 4. provocando dor.  Lombalgias .Evitar o manuseamento de cargas não adequadas em termos de volume ou peso (de acordo o NIOSH.CONSEQUÊNCIAS PARA A SEGURANÇA E SAÚDE . . pelo menos.Aparecimento de patologias. com recurso a equipamento elétrico ou mecânico.Procurar adaptar pegas ergonómicas na carga manuseada para facilitar o levantamento e transporte.Aumento do absentismo. como transportadores ou empilhadores. não superior a 23 Kg). .Usar técnicas adequadas em função do tipo e especificidade da carga – evitar a utilização do tronco como alavanca. Medidas Técnicas: Se a movimentação manual de cargas não puder ser evitada. da redução dos riscos de movimentação manual de cargas. .  Ciática – dor na perna devido à irritação do nervo ciático.Aumento do número de acidentes e incidentes. exercendo um efeito de compressão sobre as raízes nervosas adjacentes. como monta-cargas. nomeadamente:  Hérnias Discais – consistem na projeção da parte central do disco intervertebral para além dos seus limites normais. Eliminação do Risco: Avaliar se a movimentação manual de cargas pode ser evitada.Conceber embalagens com formas e tamanhos apropriados ao tipo de objecto a manusear. Essa dor geralmente sentese desde a parte posterior da coxa e pode estender-se até à anca e aos pés. Os acidentes e os problemas de saúde podem ser prevenidos através da eliminação ou. considerar a utilização de dispositivos de apoio. Informação sobre os riscos e os efeitos negativos da movimentação manual de cargas para a saúde e formação sobre a utilização do equipamento e as técnicas corretas de movimentação. . RECOMENDAÇÕES A ADOPTAR NA MOVIMENTAÇÃO MANUAL DE CARGAS .situação dolorosa da região lombar ocorrida após um esforço brusco. Eis alguns exemplos de condições de trabalho conducentes a riscos psicossociais:    cargas de trabalho excessivas. manifestando-se através de problemas como o absentismo. Este processo é normal e tem permitido o homem sobreviver até aos nossos dias. utilizar meios auxiliares de elevação e transporte para movimentar as cargas.Os movimentos de rotação do tronco devem ser sempre evitados. . colocar as cargas em planos elevados relativamente ao solo (antes de proceder à elevação). o organismo volta para o seu estado normal.Quando o tipo de trabalho implica movimentos muito repetitivos ou monótonos. Página 41 . exigências contraditórias e falta de clareza na definição das funções. representam importantes custos tanto em termos de saúde para as pessoas como económicos para a empresa. da sua organização que afetam a saúde das pessoas através de mecanismos psicológicos e fisiológicos a que também chamamos de stress" (definição do método Istas21). sobretudo.. quando a ameaça desaparece. . a rotação de pessoal. deve-se procurar efetuar pequenas pausas acompanhadas de alguns exercícios. embora as suas consequências negativas para a saúde não sejam tão evidentes como as dos acidentes de trabalho ou as doenças profissionais. 2. os defeitos de qualidade ou o stress que.Os braços devem estar posicionados junto ao corpo de uma forma descontraída. Face a uma situação de ameaça. .As cargas a transportar devem estar devidamente acondicionadas e simetricamente distribuídas de modo a evitar oscilações e sobre-esforços. de forma a desentorpecer os músculos e articulações e melhorar a circulação. em conjunto. que se traduz em colocar o próprio organismo em situação de alerta para poder atuar. Os fatores psicossociais podem ser definidos como "aquelas características das condições de trabalho e.A movimentação de cargas deve ser efetuada em zonas que possuam o pavimento devidamente nivelado e desobstruído de obstáculos. .5.16. RISCOS PSICOSSOCIAIS Os riscos psicossociais têm a sua origem no complexo âmbito da organização do trabalho e. . Mais ou menos todos nós temos um conceito intuitivo do que seja o stress: uma resposta do organismo frente a uma situação que exige algum tipo de resposta. também podem ter uma relevância notável. falta de participação na tomada de decisões que afetam o trabalhador e falta de controlo sobre a forma como executa o trabalho.Sempre que possível. todo o nosso corpo se prepara para fugir ou lutar e.Sempre que tecnicamente possível. . para abranger quer os trabalhadores quer todos aqueles que temporariamente aí se encontrem (ex. a cor. mas também nos locais que habitualmente se encontram abertos ao público. acústicos.adaptando-se à situação que pretendem prevenir. embora estimulantes e por vezes desafiantes. aumento do absentismo. Nesse sentido. o número e dimensão dos sinais de segurança dependerão da importância dos riscos. assédio psicológico ou sexual. falta de apoio da parte de chefias e colegas. verbais. independentemente da dimensão ou tipo de empresa. mas de certo modo. "presenteísmo" (trabalhadores que se apresentam ao trabalho doentes e incapazes de funcionar eficazmente) e subida das taxas de acidentes e lesões. reforçado por acordos-quadro com os parceiros sociais sobre stresse no trabalho e sobre assédio e violência no trabalho. para as situações que. importa não confundir riscos psicossociais como a carga de trabalho excessiva com as condições. prestadores de serviços externos). Além disso. insegurança laboral. podem ser tratados da mesma forma lógica e sistemática que outros riscos de saúde e segurança no local de trabalho. Um ambiente psicossocial positivo promove o bom desempenho e o desenvolvimento pessoal. Além de problemas de saúde mental. fornecedores. em particular entre trabalhadores administrativos. A gestão do stresse constitui não só uma obrigação moral e um bom investimento para as entidades empregadoras como também um imperativo legal estabelecido na Diretiva-Quadro 89/391/CEE. qualquer que seja a atividade. CONCEITO . comportem riscos para a sua segurança. todas elas se complementam entre si. SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE 2. nos espaços onde elas se encontram. os trabalhadores afetados por stresse prolongado podem acabar por desenvolver graves problemas de saúde física. A sinalização de segurança deverá existir em todos os locais de trabalho. A forma utilizada. gestuais .6. Os custos estimados para as empresas e para a sociedade são significativos e chegam aos milhares de milhões de euros a nível nacional. como doenças cardiovasculares ou lesões músculo-esqueléticas. Para a organização. Todos os equipamentos de sinalização de segurança deverão ser mantidos em bom estado de conservação (limpeza e funcionamento). não devendo ser confundida ou afectada por qualquer outro tipo de sinalização ou fonte emissora estranha à sinalização de segurança. de forma rápida e inequívoca. Os trabalhadores sofrem de stresse quando as exigências inerentes à função excedem a sua capacidade de lhes dar resposta. bem como o bem-estar mental e físico dos trabalhadores. os efeitos negativos incluem um fraco desempenho geral da empresa. Ao considerar as solicitações profissionais.   má gestão de mudanças organizacionais. A sinalização de segurança tem por objetivo chamar a atenção das pessoas.6. comunicação ineficaz. dos perigos existentes e da extensão da zona a cobrir.: visitas. os riscos psicossociais e o stresse relacionado com o trabalho podem ser prevenidos e geridos com sucesso.1. o Pacto Europeu para a Saúde Mental e Bem-Estar reconhece a mutação das solicitações e a intensificação das pressões no local de trabalho e incentiva as entidades empregadoras a implementar medidas voluntárias suplementares Página 42 2.sinais coloridos. de um ambiente de trabalho construtivo em que os trabalhadores são bem preparados e motivados para dar o seu melhor. violência de terceiros. A sinalização de segurança e saúde reveste várias formas . Os períodos de absentismo tendem a ser mais longos do que os decorrentes de outras causas e o stresse relacionado com o trabalho pode contribuir para um aumento da taxa de reforma antecipada. Com a abordagem correta. 2. Sinais acústicos habitualmente para assinalar situações de alarme e de evacuação.2. Sinais de Obrigação Sinais de aviso Página 43 .6. existem disponíveis no mercado alguns outros sinais que poderão complementar as prescrições mínimas previstas na lei. quando a comunicação de viva voz não seja possível. apresentam-se seguidamente os sinais relativos à sinalização de segurança e saúde. se possam dar as indicações necessárias.TIPOS DE SINALIZAÇÃO Existem várias formas de sinalização universais e que se complementam entre si: Sinais coloridos (pictogramas ou luminosos) para assinalar riscos ou dar indicações. Os trabalhadores e os respetivos representantes têm uma melhor perceção dos problemas que podem ocorrer no local de trabalho. é essencial garantir também o envolvimento dos trabalhadores.para a promoção do bem-estar mental. De qualquer forma. Comunicação verbal. De acordo com a legislação vigente. Sinais gestuais para que. Embora as entidades empregadoras tenham a responsabilidade legal de assegurar a avaliação e o controlo adequados dos riscos no local de trabalho. A sua participação garantirá que as medidas aplicadas sejam adequadas e eficazes. pela aplicação de diversas medidas de segurança. substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou menos perigoso (substituir máquinas. 2.   Página 44 . EQUIPAMENTOS DE PROTECÇÃO COLETIVA E DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL Todas as profissões apresentam algum nível de risco para a saúde e bem-estar de quem as executa. materiais ou outros elementos causadores de perigo por outros meios alternativos). etc. deverá ser feita com a ajuda de faixas preto/amarelo ou então vermelho/branco. fornecer formação adequada aos trabalhadores. tais como degraus de escadas. que devem ser utilizados quando os riscos existentes não puderem ser evitados ou suficientemente limitados pelas medidas anteriores. reduzido ao mínimo. Proteção coletiva: métodos para proteger o maior número de trabalhadores. quedas ou passos em falso. que podem ser divididas em três etapas:  Medidas organizacionais: avaliar se a atividade de risco é realmente necessária.Sinais de obrigação Sinais de salvamento ou de emergência A sinalização de obstáculos e locais permanentemente perigosos. Equipamentos de Proteção Individual: (vulgo EPI). Maior ou menor. buracos no pavimento ou locais que apresentem um risco de choque. em conjunto. controlar a exposição a vapores através de sistemas de ventilação local em vez de recorrer a máscaras respiratórias). de um perigo comum (por exemplo. ou ainda risco de queda de materiais. pelo menos.7. A sinalização referida deverá ser feita tendo em conta as dimensões do obstáculo ou do local perigoso. este risco pode ser eliminado ou. como por exemplo. quer por pôr em perigo a sua condição ou por não permitir que execute com eficiência e conforto a sua tarefa. diferentes formas de os executar e diferentes meios utilizados para tal efeito. Como o próprio nome diz. conhecer que zonas do corpo há a proteger e para as quais existem EPI. devendo proteger todos os trabalhadores expostos a determinado risco O equipamento de proteção coletiva protege todos ao mesmo tempo. muitas vezes.1. e em primeiro lugar. é necessário proceder-se a uma identificação não só dos diferentes tipos de EPI existentes e dos diferentes materiais ou matérias que protegem. PRINCIPAIS TIPOS DE PROTECÇÃO COLETIVA E DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL Existindo diferentes tipologias de trabalhos a efetuar. os equipamentos de proteção coletiva (EPC) dizem respeito ao coletivo. uma máscara de solda ou um cinto de segurança para alturas. mas também. sendo um instrumento fundamental para diminuir a sinistralidade ao “transformarem” potenciais acidentes em incidentes.Os EPI são uma ferramenta útil mas que deve ser bem estudada para que a sua ação seja efetivamente preventiva e não prejudicial ao trabalhador quando os utiliza. É de notar que os EPI não são um substituto das medidas de prevenção e proteção coletiva mas sim o seu complemento. Esses equipamentos não são necessariamente de proteção de um coletivo. pois todos observam. são apenas de uso coletivo. reduzindo assim o potencial de lesão do trabalhador. 2.7. PROTEÇÃO DA CABEÇA E FACE: Página 45 . Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são equipamentos utilizados para proteção de segurança enquanto um grupo de pessoas realiza determinada tarefa ou atividade. usam ou são beneficiados. Usar tampões ou protetores auriculares pode ajudar a prevenir danos auditivos. faíscas quentes. superfícies quentes e perigos elétricos. A exposição a altos níveis de ruído pode provocar perda auditiva irreversível ou deficiência além de stress físico e psicológico. lascas grandes. PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES: Os trabalhadores expostos a substâncias perigosas através da absorção pela pele. vapores. e lesões elétricas como as causadas por queda ou objetos voadores. bem como objetos. As máscaras respiratórias geralmente cobrem o nariz e a boca ou todo o rosto ou cabeça e ajudam a prevenir doenças e lesões. Quando não é possível a instalação de um sistema de extração. gases ou líquidos pulverizados. abrasões severas. derrame de metais fundidos. ou a eliminação de materiais que ponham em risco a saúde respiratória. beneficiarão do uso de luvas de proteção. lesões de perfuração. como capacetes especiais ou blindagens. superfícies húmidas e escorregadias. radiação ótica. pós e faíscas. Página 46 .Os capacetes podem proteger de impactos na cabeça. queimaduras térmicas e temperaturas extremas perigosas. vapores. cortes severos ou lacerações. objetos fixos. os EPI. areia. PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES: As botas/sapatos de segurança podem ajudar a prevenir lesões ao proteger trabalhadores de perigos como queda de objetos afiados. Além dos óculos de proteção. metais fundidos. óculos com proteção lateral e proteção para o rosto podem proteger trabalhadores de fragmentos perigosos ou voadores. queimaduras químicas. os trabalhadores devem usar máscaras de proteção respiratória que minimizem os efeitos de saúde adversos causados por respirar ar contaminado como pós perigosos. névoas. partículas. ou contacto com condutores elétricos. fumos. Além de roupa resistente ao fogo e algodão resistente ao fogo. sintéticos e plástico. Data ou prazo de validade. mais uma vez somente em casos em que é aplicável. revisão e desinfeção. ou se for aplicável. utilização.      Página 47 . somente em casos em que tal é aplicável. os materiais usados nos EPI que cobrem todo o corpo incluem borracha.PROTEÇÃO DE OUTRAS PARTES DO CORPO: Em alguns casos. materiais perigosos ou dejetos e outros perigos. como para o comprador. Resultados obtidos em ensaios de conformidade efetuados para determinar os níveis ou classes de proteção do EPI. Género de embalagem apropriado para transporte do EPI. os trabalhadores devem proteger a maior parte do corpo contra perigos no local de trabalho. modelo e referências do EPI. Acessórios utilizáveis com EPI e. características de peças sobresselentes. Instruções de armazenamento. fluídos corporais. Classes de proteção adequadas a diferentes níveis de risco e aos limites de utilização correspondente. dos seus componentes. couro. acerca de:     Nome e endereço do fabricante. líquidos escaldantes. CRITÉRIOS A CONSIDERAR NA ESCOLHA DO EPI: Todos os EPI comercializados têm de obedecer a diversos requisitos. símbolos ou pictogramas apostos no EPI. que assim tem possibilidade de efetuar uma compra segura e dentro dos parâmetros legais existentes. manutenção. Estes servem para proteger tanto o fabricante que se encontre certificado para produzir determinado EPI. limpeza. sendo uma obrigatoriedade para qualquer fabricante de EPI incluir nos seus produtos informação. Significado de marcações. As informações obrigatórias devem responder aos requisitos de marcação CE. Marca. como exposição ao calor e radiação além de metais quentes. redigida na língua portuguesa. devem sensibilizar-se os trabalhadores que têm a necessidade de utilização dos EPI para:       Utilizarem o equipamento de proteção de forma adequada. • Corrimão. São exemplos de equipamentos de proteção coletiva:  Enclausuramento acústico de fontes de ruído. • Ar-condicionado/aquecedor para locais frios. Página 48 . peças ou engrenagens móveis. • Proteção de partes móveis de máquinas. Colocar. que deve envolver os trabalhadores na escolha do EPI mais adequado à tarefa a executar. Sinalizações. • Avisos. • Guarda-corpos. Saberem que tipo de equipamento de proteção é necessário. • Piso antiderrapante. Entenderem as limitações do EPI na proteção de trabalhadores contra lesões. • Fitas antiderrapantes de degrau de escada. • Ventilação dos locais de trabalho. • Placas sinalizadoras. • Iluminação. vestir e retirar EPI devidamente. • Barreiras de proteção contra luminosidade e radiação. • Exaustores para gases e vapores. • Sensores de máquinas.Para além de um estudo prévio. Manter o equipamento de proteção de forma adequada. • Tela / grade para proteção de polias. Estarem cientes de quando o EPI é necessário. ajustar. • Ventiladores. • Tornar obrigatório seu uso. • Sirene de alarme incêndio. • Purificadores de ar/água. • Chuveiro e lava olhos de emergência. • Substituí-lo quando danificado ou extraviado. • Responsabiliza-se por sua guarda e conservação. portanto seguem algumas dicas importantes: • Usá-los apenas para a finalidade que se destina. Página 49 .• Protetores de maquinas. • Cabines para pintura. • Adquirir o tipo adequado a atividade do empregado. • Treinar o trabalhador sobre seu uso adequado. • Comunicar qualquer alteração que o torne impróprio para o uso. É importante lembrar que os equipamentos de proteção coletiva devem ser usados com responsabilidade. Estas diretivas têm sofrido uma mudança de progressiva de temas. que exerçam as funções necessárias para salvaguardar o comprimento das imposições legisladas e a consequente que garantam saúde e segurança dos trabalhadores. Surge assim a obrigatoriedade de estabelecer serviços de SHST. adequando-as ao contexto nacional. à medida que surgem novos riscos emergentes e são perfeiçoados os padrões para os riscos existentes em função da evolução de técnicas disponíveis. os organismos internacionais emanam frequentemente diretrizes que tem por vista o controlo e divulgação da gestão dos riscos laboral. Página 50 . na qual todos os dias se desenvolvem novas tecnologias. Em Portugal os organismos legislativos transpõem as Diretivas emanadas pela União Europeia. nas empresas. são desenvolvidas diretivas que visam uniformizar os procedimentos nos Países Membros. Esta crescente evolução na operacionalização da política e fiscalização da gestão de riscos no contexto laboral leva ao aumento de obrigações do empregador. Acrescentando a este aspeto a diversidade de realidades existentes a nível internacional com grandes discrepâncias entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. por seu lado ganham mais direitos e expressão relativamente a esta matéria. no domínio da SHST. a qual é reforçada na legislação nacional. formas e tendências de trabalho. Os trabalhadores. Esta função revela-se uma das obrigações fundamentais do empregador. No panorama europeu. a gestão dos riscos profissionais é cada vez mais abrangente e enfrenta novos desafios.Conclusão Numa sociedade em desenvolvimento constante. Uma das funções essenciais dos técnicos de SST é a avaliação dos diferentes riscos a que os trabalhadores estão expostos com vista a proposta de medidas corretivas que visem a eliminação ou minimização dos riscos. de http://www.). F. Nunes.pdf Página 51 . Amadora: TEXTO EDITORES. Ed.) Obtido em 6 de Janeiro de 2013. (2008). Riscos emergentes e novas formas de prevenção num mundo de trabalho em mudança. (2009).eu/pt/topics/riskassessment/index_html Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho.act. (2009).europa. Porto: Porto Editora. Obtido em 1 de Abril de 2013.eu/pt/publications/factsheets/7 Agencia Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho. (s. Avaliação. (ACT. Obtido em 23 de Janeiro de 1013.europa.). F.pt/(pt-PT)/Paginas/default.d.gov. S. eliminação e redução substancial dos riscos profissionais. de https://osha.).ilo.BIBLIOGRAFIA Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho. Palmigrafica. (s. (2000). A. Obtido de https://osha. 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