Manual Do Diacono

April 2, 2018 | Author: gcl667 | Category: Deacon, Saint, Holy Spirit, Faith, Seventh Day Adventist Church


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O Ministério do DiáconoJoão Batista da Silva SUMÁRIO Introdução ..........................................................2 Origem do Diaconato ............................................3 Qualificações dos Diáconos em Atos 6 ....................6 Qualificações dos Diáconos em I Timóteo 3 ...........12 Qualificações das Diaconisas em I Timóteo 3 .........17 O Ofício do Diaconato .........................................19 Informações Gerais sobre o Diaconato...................26 Programa de Visitação para o Diaconato ...............30 Receitas para o Pão de Santa-Ceia .......................35 Conclusão .........................................................37 -1- Introdução Este material foi escrito para uso dos diáconos e diaconisas da Igreja Adventista do Sétimo Dia, obreiros voluntários, que bondosamente estão a serviço na causa de Deus. Embora os diáconos e diaconisas como um todo estejam apercebidos da importância dessa função na igreja, nenhum manual foi elaborado, até então, no sentido de orientar e esclarecer o ofício do diaconato. De forma simples, porém, prática, este trabalho tem como objetivo informar, orientar e sugerir atividades que visam uma melhor atuação no desempenho dessa classe de ministros que atuam na obra do Senhor. Oro a Deus para que o Espírito Santo ilumine e motive o diaconato no desempenho de uma obra de amor e serviço em favor do corpo de Cristo, a Sua Igreja. Pr. Érico Tadeu Xavier -2- Origem do Diaconato O diaconato nasceu na mente e coração de Deus. Foi a direção do Espírito Santo que levou as igrejas do Novo Testamento a criarem o diaconato. A sabedoria divina trouxe à luz o diaconato, dando-lhe existência, e ele tem, assim, uma finalidade divina. No relato da escolha dos homens que passaram a ser conhecidos como os sete diáconos da igreja apostólica, segundo está registrado em Atos 6:1-8, é-nos dito que eles foram escolhidos e ordenados para atender ao serviço da igreja. Convocando uma reunião dos crentes, os apóstolos foram levados pelo Espírito Santo a esboçar um plano para a melhor organização de todas as forças ativas da igreja. Chegara o tempo, declararam os apóstolos, em que os chefes espirituais que superintendiam as igrejas deveriam ser aliviados da tarefa de distribuir aos pobres, e de outros encargos semelhantes, de modo que pudessem estar livres para levar avante a obra de pregar o evangelho. “Escolhei pois, irmãos dentre vós”, disseram eles, “sete varões de boa fama; cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da Palavra”. -3- Este conselho foi seguido e, pela oração e imposição das mãos, sete varões escolhidos foram solenemente separados para seus deveres como diáconos – Atos dos Apóstolos, p. 89 Aqueles homens não recebem o nome de diáconos. São, quase sempre, chamados Os Sete. Contudo, há acordo geral em que a eleição daqueles sete varões qualificados significa realmente o início do diaconato como um cargo na igreja. É no terceiro capítulo da Primeira Carta a Timóteo que aparecem, cuidadosamente esboçadas por Paulo, as qualificações dos que deveriam servir a Igreja como diáconos. Também, no início de sua carta aos Filipenses, lemos isto: “Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos, com os bispos e diáconos” (Fl.1:1). Temos aqui forte base escriturística para afirmar que, começando na igreja em Jerusalém, o ofício do diaconato desenvolvera com a aprovação e a bênção do Espírito Santo. No grego do Novo Testamento aparece 30 vezes a palavra diakonos. Em vinte casos é traduzida por ministro. O vocábulo também é interpretado como servo e servidor. -4- Ellen White declarou que “O fato de terem sido esses irmãos ordenados para a obra especial de olhar pelas necessidades dos pobres, não excluía do dever de ensinar a fé. Ao contrário, foram amplamente qualificados para instruir a outros na verdade; e se empenharam na obra com grande fervor e sucesso” Atos dos Apóstolos, p. 90. -5- Qualificações dos Diáconos Em Atos 6 “Portanto, irmãos, escolhei dentre vós sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Nós, porém, nos dedicaremos continuamente à oração e ao ministério da palavra. E este parecer contentou toda a multidão, e elegeram Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, e Felipe, e Prócoro, e Nicanor, e Timão, e Parmenas, e Nicolau, e Prosélito de Antioquia; e os apresentaram ante os apóstolos, e estes, orando, lhes impuseram as mãos. E crescia a palavra de Deus, e em Jerusalém se multiplicava muito o número de discípulos, e grande parte dos sacerdotes obedecia à fé. Estevão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo” (Atos 6:3-8). Ellen White faz um importante apelo aos líderes da igreja, para que sejam cuidadosos na escolha de obreiros, inclusive de diáconos. Suas palavras são: “ Que o Senhor possa impressionar a mente e o coração de todos ligados ao sagrado trabalho de Deus acerca da importância de se averiguar se aqueles que são ministros, diáconos e anciãos são homens adequados e confiáveis ao rebanho do Senhor” – Comentário Bíblico Adventista, v. 7-A, p. 926. -6- Os versículos acima citados, de Atos 6, constituem a significativa passagem das Escrituras Sagradas que fala dos diáconos e de suas características. 1. Boa reputação – A palavra grega traduzida por boa reputação aparece 25 vezes no Novo Testamento, com a significação de dar testemunho. O capítulo 11 da Carta aos Hebreus diz que “os antigos alcançaram bom testemunho”, significando, com isso, que o povo dizia boas coisas a respeito deles. 2. Cheios do Espírito Santo – Os sete homens de Atos deveriam ser pessoas “cheias do Espírito Santo e de sabedoria”. A palavra cheio aparece em outras passagens muito significativas. Estevão estava “cheio de fé e poder”, Lucas diz que Jesus estava “cheio do Espírito Santo” (Lc. 4:1) João diz que o Verbo estava “cheio de graça e verdade” (Jô 1:14); Barnabé estava “cheio do Espírito Santo e de fé” (At. 11:24). Que significa essa plenitude do Espírito Santo ou de virtudes espirituais? O vocábulo grego que traduzimos por cheio (pleres) significa: coberto inteiramente, permeado totalmente por alguma coisa, completo, não faltando em nada. Estar cheio do Espírito Santo é estar completamente entregue à sua direção. Quando o Espírito Santo se apossa inteiramente do cristão, -7- produz nele santidade de vida e lhe confere o poder divino para realizar boas obras. Aqueles homens que serviram à igreja primitiva, como diáconos, devem ter sido pessoas profundamente espirituais. 3. Cheios de sabedoria – Os diáconos precisam ser pessoas cheias de sabedoria. Este vocábulo não exclui o senso comum e, nas páginas do Novo Testamento, ele sempre toma significado conforme o contexto. Encontramo-lo 21 vezes. Em Lucas surge ele para descrever a infância de Jesus: “Jesus crescia em sabedoria” (Lc. 2:52). Paulo chama Jesus “a sabedoria de Deus” (I Co. 1:24). Encontramos conforto na declaração de Tiago quando afirma: “Se alguém necessita de sabedoria peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente” (Ti. 1:5). Vemos que o significado desta palavra, em cada caso, nos é dado pelo contexto. Sabedoria aqui não significa, portanto, que o diácono tem que ser homem letrado. Os homens de muitas letras nem sempre são homens sábios. A vida e o ministério de qualquer pessoa, de fato, poderão ser mais ricos e de maior êxito quando está presente uma erudição verdadeira. Não obstante, a sabedoria aqui exigida é essencialmente da elevada ordem espiritual. À luz das responsabilidades do ofício, para o qual aqueles sete foram separados, fazia-se mais que necessário -8- uma sabedoria desta natureza, visto que, o êxito do cometimento, dela dependeria em grande parte. Falando de maneira geral, falando de maneira geral, teriam de ser homens que cuidassem tanto das necessidades físicas como das necessidades espirituais de muitíssimas pessoas, motivo pelo qual teriam de ser indivíduos altamente qualificados. 4. Cheios de fé – Os diáconos deveriam ser homens cheios de fé. Vemos que isso não se exigiu de modo direto; mas, quando lemos que escolheram Estevão porque era homem cheio de fé, torna-se clara esta inferência. Os diáconos, ocupando o lugar que Deus lhes determinou, legalmente eleitos pela igreja, realizando com devoção e com direção do Espírito Santo o programa traçado no Novo Testamento, contribuirão imensamente para que a igreja avance vitoriosamente. Estevão colheu ótimos resultados, e isto se dará igualmente com todos os diáconos verdadeiramente dedicados. O diácono que aspire ser um Estevão deve buscar diariamente o auxílio de Deus. Será homem de poder. 5. Homens de negócios – A orientação para a escolha dos primeiros sete apenas diz que seriam pelos apóstolos “constituídos sobre aquele importante negócio”. Precisamos examinar a palavra negócio a fim de evitar possíveis mal-entendidos. A palavra grega -9- aqui é chreia que, fundamentalmente, significa necessidade. Assim ela é traduzida 25 vezes. Esta passagem de Atos é a única em que se traduziu por negócio. Vemos, pois, que as Escrituras não oferecem base à idéia de que os diáconos é que devem decidir sobre as finanças da igreja. A igreja é que deve decidir sobre tais assuntos: Ellen White comenta: A designação dos sete para tomarem a direção de ramos especiais da obra mostrou-se uma grande bênção para a igreja. Estes oficiais tomaram em cuidadosa consideração as necessidades individuais, bem como os interesses financeiros gerais da igreja; e, pela sua gestão acautelada e seu piedoso exemplo, foram, para seus colegas, um auxílio importante em conjugar os vários interesses da igreja em um todo unido. – Atos dos Apóstolos, p. 89 O papel dos sete era aliviar os apóstolos para o seu trabalho de ensinar a Palavra. Hoje, pastores e anciãos necessitam do mesmo apoio dos diáconos. É relevante o pensamento de Ellen White sobre o assunto: “É necessário que a mesma ordem e sistema sejam mantidos na igreja agora como nos dias apostólicos. A prosperidade da causa depende grandemente de serem seus vários departamentos conduzidos por homens hábeis, qualificados para - 10 - suas posições. Os que são escolhidos por Deus para serem líderes em Sua causa, tendo a supervisão geral dos interesse espirituais da igreja, devem ser aliviados, tanto quanto possível, de cuidados e perplexidades de natureza temporal. Aqueles a quem Deus chamou para ministrar em palavra e doutrina devem ter tempo para meditação, oração, e estudo das Escrituras. Seu claro discernimento espiritual é diminuído ao entrarem em mínimos detalhes de negócios e no trato com os vários temperamentos da pessoas que se reúnem em qualidade de igreja. É próprio que todos os assuntos de natureza temporal se apresentem perante os oficiais qualificados e sejam por eles ajustados. Mas se soa de caráter tão difícil que frustre sua sabedoria, devem ser levados ao conselho daqueles que têm a supervisão de toda a igreja”. – História da Redenção, p. 260, 261 - 11 - Qualificações dos Diáconos Em I Timóteo 3 “Da mesma sorte os diáconos sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de torpe ganância, guardando o mistério da fé em uma pura consciência. E também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis. (...) Os diáconos sejam maridos de uma só mulher, e governem bem os seus filhos e suas próprias casas. Porque os que servirem bem como diáconos adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus.” (I Tim. 3:8-13) Estes versículos apresentam qualidades indispensáveis para o ofício do diaconato. Vejamos o que se requer dos diáconos: 1. Respeitáveis ou honestos – No grego é Lemnos, que significa nobre, sério e digno de respeito. Deus espera que Sua igreja eleja para diáconos pessoas que interiormente possuam certa dignidade, que tenham plena consciência do valor do homem e do divino privilégio de servi-Lo, que vivam - 12 - diretamente ligados a Ele, e que, assim, se tornem homens honestos e tragam dentro de si o índice da respeitabilidade. 2. De uma só palavra ou sinceros – Estas palavras representam o vocábulo grego dilogos, que pode significar de língua dupla, isto é, insincero, no sentido de alguém dizer uma coisa, mas querer dizer outra, ou de dizer algo para alguém e dizer algo diferente para outrem, sobre a mesma questão. Os líderes da igreja com freqüência agem como mediadores entre partes em conflito. E por muitas vezes, são tentados a falar com diferentes modos e tons, para pessoas diversas, ocultando informes para alguns e revelando-os para outros. Um diácono deve manter total honestidade e franqueza ao tratar com todos, sem qualquer favoritismo. 3. Não inclinados ao vinho – No versículo 3 se diz que o ancião ou pastor não deve se “dado ao vinho”. Noutra versão isto é traduzido por temperado, e ainda numa terceira por vigilante. Muitos acham grande conforto nesse fato porque, enquanto o pastor não deve fazer uso do vinho, do diácono simplesmente se exige que não beba muito vinho. Interpretam, então, o texto, afirmando que este dá certa liberdade aos diáconos no que respeita ao uso de bebidas alcoólicas, uma vez que não se excedam. - 13 - Mas não há base aqui para se criar escrituristicamente um duplo padrão. Na questão de bebidas alcoólicas, o diácono é responsável diante de Deus. Assim, um exame mais acurado da Bíblia nos mostrará que a pessoa que aceita a votação que faz dele, para o resto da vida, um servo da igreja, deve abandonar as bebidas alcoólicas, e mesmo a aparência disso, até o final de sua carreira neste mundo. 4. Não cobiçosos de torpe ganância – O termo grego aqui significa ganho desonesto ou simplesmente cobiça pelo ganho. Recomenda-se ao diácono que fuja do ganho desonesto e que não fique com um centavo que a outrem pertença. Roubar a Deus, em não se lhe devolvendo honestamente o dízimo, impossibilitará o diácono de exercer sua função. O amor ao dinheiro é mais uma disposição do coração, e é justamente neste sentido que este trecho bíblico alerta ao diácono. 5. Que guardem o mistério da fé em uma pura consciência – O mistério da fé significa que a doutrina cristã contém muitas revelações admiráveis, segredos abertos para benefício da humanidade. Há o Cristo, o Salvador, e suas boas novas de redenção; há as boas novas da glorificação e da vida eterna. E todos esses elementos são segredos franqueados, - 14 - são verdades divinas que antes estavam ocultas, mas que agora nos foram desvendadas. O diácono deve conhecer essas verdades, deve honrá-las e deve propagá-las. Ele é o guardião das mesmas, bem como o seu representante. Outrossim, deve confiar pessoalmente nesses mistérios, tornando-os conhecidos de outros mediante sua pregação e ensino. Também deve defendê-las contra os falsos mestres, o que é uma das ênfases constantes das epístolas pastorais. (ver I Tm. 1:1819). 6. Provados ou experimentados – No contexto no Novo Testamento isto deve significar aqueles que tinham dotes espirituais e que já haviam demonstrado a capacidade de usar dos mesmos corretamente. O diácono tem que ser provado, experimentado, primeiro. É muito fácil às igrejas deixarem-se levar pela forte personalidade de qualquer indivíduo ou serem arrastadas e enganadas pelo seu zelo aparente para com os negócios eclesiásticos, esquecendo-se de procurar saber qual a atuação do tal indivíduo nas congregações de onde ele veio. 7. Irrepreensíveis – O diácono precisa ser uma pessoa que esteja acima de qualquer reprovação, um indivíduo contra quem não se possa alegar coisa alguma. - 15 - Um homem de quem se falam coisas, acusado de desvios que desabonem sua vida, caráter ou ações, não estará habilitado a ser eleito para o diaconato. Devemos lembrar que não se elege uma pessoa para pô-la a salvo ou protegê-la dessas acusações. 8. Marido de uma só mulher e que governe bem sua casa – As Escrituras Sagradas em parte alguma dizem que o diácono deve ser casado. O que se diz é que deve ser marido de uma só mulher se estiver casado, evidentemente. O lar do diácono deve ser exemplo para os demais lares. À luz do que encontramos nas Sagradas Escrituras, deve haver exame cuidadoso do rol da igreja para a eleição de diáconos, pois eles são ministros também e, como tais devem proceder. - 16 - Qualificações das Diaconisas em I Timóteo 3 “Da mesma forma as mulheres sejam respeitáveis, não maldizentes, sóbrias e fiéis em tudo.” (I Tm. 3:11) 1. Responsáveis – É a mesma palavra para os diáconos, Lemnos, que significa ser honesto, sério, nobre. 2. Não maldizente – O vocábulo grego aqui é diabolos, e este é o único lugar no Novo Testamento em que se traduz por maldizente ou acusador. Em 35 vezes ele é traduzido por diabo. Em 2 vezes é traduzido por falso acusador. O Espírito Santo ensina que a diaconisa não deve ter os graves defeitos que este vocábulo apresenta. - 17 - 3. Sóbrias ou temperantes – A diaconisa deve ser alguém que apresenta uma vida de perfeito equilíbrio, vida esta que se abstém do que é nocivo e prejudicial e que usa moderadamente, e de acordo com a vontade de Deus, as boas coisas da vida. 4. Fiéis em tudo – Pessoas dignas de confiança nos assuntos a elas confiados. A fidelidade à família e a Deus também se espera da diaconisa. Nota: Existe muita discussão sobre as mulheres do verso 11, alguns acreditam serem esposas dos diáconos. Outros entendem como sendo as diaconisas. Pelo grego do Novo Testamento, não se pode determinar se Paulo refere-se às diaconisas ou às esposas dos diáconos. No entanto, quando ligamos este verso com Romanos 16:1-2, onde Febe é mencionada como diaconisa, cremos referir-se às irmãs diaconisas. - 18 - O Ofício do Diaconato Teve por origem a controvérsia que surgiu em torno do cuidado pelas viúvas da igreja de Jerusalém, tendo surgido para providenciar os problemas materiais mais essenciais da comunidade cristã; porém, o fato de que era exigido daqueles homens que fossem dotados de elevadas qualificações espirituais, mostranos que o trabalho material não era a única responsabilidade e labor de que estavam investidos. O manual da igreja (2000) apresenta as diversas atividades inerentes ao ofício do diaconato, que serão colocadas na seguinte ordem: 1. Cuidado dos enfermos e dos pobres (p. 57-59) – É da responsabilidade dos diáconos o cuidado dos enfermos e o socorro aos pobres e desafortunados. O dinheiro para essa obra deve ser provido pelo fundo da igreja para os necessitados. O(a) tesoureiro(a), mediante recomendação da comissão da Igreja, entregará aos diáconos, ou às diaconisas, o dinheiro que for necessário para auxiliar os casos de - 19 - necessidade. Este trabalho está especialmente a cargo dos diáconos e diaconisas, mas a igreja tem que ser plenamente informada das necessidades, para que se obtenha o apoio dos membros. 2. Preparativos para as cerimônias batismais (p. 35, 57-58, 66) – Os diáconos devem desempenhar sua parte nos preparativos necessários para essa cerimônia, a fim de que não haja confusão ou atraso. Os diáconos devem ajudar nas cerimônias batismais, certificando-se de que o local do batismo esteja preparado e de que os candidatos masculinos sejam atendidos, tanto antes como depois da cerimônia. As diaconisas ajudam nas cerimônias batismais, assegurando que as candidatas sejam atendidas, tanto antes quanto depois da cerimônia. Dão também conselhos e prestam o auxílio necessário no tocante às roupas apropriadas para o batismo. Devem ser providos roupões de material adequado. Nas igrejas em que são usados esses roupões, as diaconisas devem cuidar para que eles sejam lavados, passados e cuidadosamente repostos em seus lugares, para uso futuro. - 20 - 3. Ajudar na cerimônia da comunhão (p. 57-59, 78-79) – Na celebração do rito do lavapés, os diáconos ou diaconisas provêem tudo o que for necessário para a cerimônia, como toalhas, bacias, água (a uma temperatura confortável, conforme o exigir a ocasião), baldes, etc. Depois da cerimônia, devem cuidar para que os objetos usados sejam lavados e repostos em seus devidos lugares. Depois da Ceia do Senhor, grande cuidado deve ser exercido ao destino a ser dado a qualquer sobra de pão ou vinho, depois que todos tenham participado desses emblemas. A sobra do vinho que foi abençoado deve ser despejada ou derramada na terra. A sobra do pão que foi abençoado deve ser queimada. As diaconisas ajudam na cerimônia do lava-pés, prestando especial auxílio às mulheres visitantes ou às irmãs que se uniram à igreja recentemente. É o dever das diaconisas providenciar tudo o que for necessário para esta cerimônia, como cuidar de que a toalha da mesa, as toalhas de enxugar os pés, etc., usadas na celebração dos ritos, sejam lavadas, passadas e cuidadosamente repostas em seus lugares. - 21 - As diaconisas tomam as providências relacionadas com a mesa da comunhão; preparam o pão e o vinho, arrumam a mesa, despejam o vinho, colocam os pratos com o pão sem levedura e cobrem a mesa com a toalha preparada para este fim. Tudo isto deve ser feito antes da cerimônia começar. Algumas vezes é recolhida uma oferta para os pobres, enquanto a congregação deixa o templo. Depois da cerimônia, os diáconos e as diaconisas desocupam a mesa, recolhem os cálices e tomam conta do pão e vinho que sobraram, queimando ou enterrando o pão e derramando o vinho. 4 Ajudar nos cultos e reuniões (p. 58) – Nas reuniões da igreja, os diáconos geralmente são responsáveis por dar as boas-vindas aos membros e visitantes que forem chegando ao templo, e em ajudá-los, se necessário, a encontrar lugares em que possam sentar-se. Também devem estar prontos a colaborar com o pastor e os anciãos para o melhor desempenho das reuniões realizadas na igreja. - 22 - 5 Cuidado e manutenção da propriedade da igreja (p. 58, 66-67) – Em algumas igrejas, onde a responsabilidade pelo cuidado e manutenção da propriedade da igreja não é atribuída a uma comissão de construção, os diáconos têm essa responsabilidade. Os diáconos têm a responsabilidade de tomar providencias para que o edifício seja mantido limpo e em bom estado de conservação, e que o terreno em que se acha esteja limpo e seja o mais atraente possível. Isto inclui o trabalho do zelador. Em igrejas grandes, é muitas vezes necessário empregar um zelador. Os diáconos devem recomendar à Comissão da Igreja uma pessoa apropriada, e a Comissão é quem resolve, por voto, esse auxiliar. Ou a Comissão da Igreja poderá autorizar os diáconos a empregarem um zelador. Deve-se obter a autorização da Comissão da Igreja para todas as principais despesas de conservação. Todas as despesas de consertos, água, luz, combustível, etc., são entregues ao(à) tesoureiro(a) da igreja, para serem pagas. - 23 - 6 Visitação dos membros (p. 57, 59) – Uma responsabilidade importante dos diáconos é visitar os membros da igreja em seus lares. Em muitas igrejas isto é realizado distribuindo os membros por distrito e designando um diácono para cada distrito, com o objetivo de que visite cada lar pelo menos uma vez por trimestre. • Outras atividades do Diaconato 1. Contar as ofertas (p. 64) – Todas as ofertas gerais, que não estejam em envelopes, devem ser contadas pelo(a) tesoureiro(a) na presença de outro oficial da igreja, de preferência um diácono, e ser fornecido recibo a esse oficial. 2. Apoiar (p. 94) – Esta organização trabalha em estreita cooperação com os diáconos e as diaconisas da igreja. a ASA - 24 - 3. Distribuir o pão e o vinho (p. 80, 90) – A cerimônia da comunhão deve ser dirigida por um pastor ordenado ou pelo ancião da igreja. Os diáconos, embora sejam ordenados, não podem dirigi-la, mas podem ajudar a distribuir o pão e o vinho aos membros. 4. Comunhão para os doentes (p. 80) – Se algum membro estiver doente, ou se por outro motivo não puder ausentar-se de casa para assistir à cerimônia da comunhão na casa do culto, poderá ser realizada uma cerimônia especial para ele, em sua casa. Esta cerimônia pode ser dirigida por um pastor ordenado ou pelo ancião da igreja, que poderá ser acompanhado por diáconos ou diaconisas, que ajudem na cerimônia regular. - 25 - Informações Gerais sobre o Diaconato As informações foram extraídas do Manual da Igreja. Eleitos pela Igreja (p.49) – Tanto os diáconos como as diaconisas são eleitos pela igreja e seu cargo tem duração de um ou dois anos, dependendo do voto da igreja local. Os Diáconos devem ser ordenados (p. 56-57) – O diácono recém eleito não pode desempenhar suas funções sem que haja sido ordenado por um pastor ordenado, que tenha credenciais da Associação/Missão. O sagrado rito da ordenação deve ser efetuado com simplicidade, na presença da igreja, por um ministro ordenado, e pode consistir numa breve referência à função do diácono, às qualidades requeridas desse servidor da igreja e aos principais deveres que estará autorizado a desempenhar na igreja. Após uma breve exortação a que seja prestado um serviço fiel, o pastor, com a ajuda de um ancião, se isto for apropriado, ordenará o diácono por meio de orações e imposição das mãos. Se já havia sido ordenado como diácono e se manteve fiel aos princípios da igreja, não é necessário que seja ordenado novamente, mesmo que tenha sido transferido para outra igreja. Quando - 26 - terminar o período de serviço para o qual foi eleito, terá que ser reeleito para que possa continuar servindo como diácono. Se alguém que foi ordenado como ancião abrange essa função. Os diáconos não estão autorizados a presidir (p. 57) – O diácono não está autorizado a presidir nenhum dos ritos da igreja, nem poderá realizar a cerimônia matrimonial. Não pode presidir uma reunião administrativa da igreja, nem oficiar no recebimento ou na transferência de membros. Se a igreja não dispuser de alguém autorizado a realizar tais deveres, deverá entrar em contato com a Associação/Missão pedindo ajuda. Comissão de Diáconos (p. 56) – Onde a igreja tem um número suficiente de diáconos que justifique a formação de uma Comissão de Diáconos é conveniente organizá-la tendo como presidente o primeiro diácono ou chefe dos diáconos, e outro diácono que atue como secretário. Um grupo assim proporciona uma maneira bem ordenada de distribuir responsabilidade e coordenar a contribuição dos diáconos para o bem-estar da igreja. Também provê uma oportunidade de preparação para irmãos mais novos, devidamente selecionados para ser diáconos, a fim de que recebam instruções a respeito de seus deveres. O chefe dos diáconos é membro da Comissão da igreja. - 27 - Comissão de Diaconisas (p. 56-57) – Onde foram eleitas diversas diaconisas, deve ser formada uma Comissão dessas pessoas, presidida pela primeira diaconisa e tendo uma outra como secretária. Esta Comissão está autorizada a designar deveres às diaconisas individuais e coopera com a Comissão de Diáconos, especialmente em dar as boas-vindas aos membros e visitantes, e na visitação aos lares. Membros da Comissão da Igreja (p. 84) – Entre os oficiais que fazem parte da Comissão estão o diácono chefe e a diaconisa chefe. Relatórios a serem fornecidos pontualmente (p. 60) – Compete ao(à) secretário (a) da igreja fornecer pontualmente certos relatórios. Alguns deles são anuais, ao passo que outros são trimestrais. É essencial que sejam enviados ao(à) secretario(a) da Associação/Missão no tempo especificado, pois esses relatórios são importantes para a exatidão dos relatórios preparados por outras organizações da Igreja Mundial. As informações requeridas por esses relatórios poderão ser obtidas do(a) tesoureiro(a), do(a) secretário(a) do Ministério Pessoal, do diácono, do(a) secretário(a) da Escola Sabatina, do(a) secretário(a) da Sociedade de Jovens Adventistas, do(a) professor(a) da Escola Fundamental e dos dados que o(a) próprio secretário(a) já possui. - 28 - Relatórios em reuniões administrativas (p. 83, 92) – São reuniões especiais que podem ser realizadas uma vez por mês ou uma vez por trimestre, de acordo com as necessidades da igreja. Um relatório dos diáconos e das diaconisas a respeito das visitas feitas aos membros, de suas atividades em favor dos pobres e de quaisquer outros aspectos que estejam sob a sua supervisão. - 29 - Programa de Visitação para o Diácono O trabalho de visitação cristã certamente é uma das melhores maneiras de que dispomos para ganhar pessoas para Jesus Cristo, além de fortalecer a fé dos irmãos. Durante o seu ministério terrestre, Jesus “ia de casa em casa, curando os enfermos, confortando os tristes, consolando os aflitos e dirigindo palavras de paz aos abatidos” (Serviço Cristão, p. 114). Seguindo o exemplo de Cristo, devemos hoje fazer o mesmo. A quem visitar 1. Aos vizinhos, amigos, familiares e interessados no Evangelho – Pesquisas indicam que, provavelmente, 60% dos adultos batizados em nossas igrejas tiveram seu primeiro contato através de um familiar, amigo ou vizinho adventista. Isso comprova que as pessoas são atraídas à igreja por amizade. Ao visitarmos os vizinhos, procuremos demonstrar cristianismo prático: auxiliar aos enfermos, levar um pão caseiro, partilhar uma receita, emprestar ferramentas, consertar algo quebrado, etc. Uma visita cordial e amistosa sempre trará resultados positivos. Deve-se visitar, também, os interessados que visitam nossas igrejas - 30 - pela primeira vez (aqui o papel das recepcionistas em anotar o nome e o endereço é fundamental), os que tiveram interesse despertado por programa de rádio e televisão adventistas e os que solicitam estudos bíblicos. 2. Aos membros regulares, afastados e exmembros – Este é um trabalho que deve ser dirigido especificamente pelo pastor e/ou liderança da igreja (anciãos, diáconos e diaconisas). Ellen White, preocupada com a situação de muitos membros da igreja, fez uma série de perguntas aos anciãos e diáconos, que são: • Por que há, em nossas igrejas, muitos que não estão firmados, arraigados e fundados na verdade? • Por que se acham na igreja os que andam em trevas e não têm nenhuma luz, cujos testemunhos são pouco sinceros, frios e queixosos? • Por que existem pessoas cujos pés parecem prestes a desviar-se por veredas proibidas e que sempre têm a contar uma triste história de tentação e derrota? • Sentiram os membros da igreja sua responsabilidade? • Cuidaram os anciãos e diáconos dos fracos e desviados? • Compreenderam eles que os inconstantes estão em perigo de perder a alma? - 31 - • Procurastes por preceito e exemplo, firmar na Rocha Eterna os pés dos extraviados? Conselhos sobre a Escola Sabatina, p. 162 Diante disso, fica evidente a necessidade do ministério da visitação para animar, orientar e resgatar todo aquele que se encontra em dificuldades na fé. Objetivos da Visita aos Membros 1. Conhecer melhor o membro. 2. Animar os desanimados. 3. Incentivar a assistência aos cultos. 4. Orientar as pessoas quanto à devolução dos dízimos e ofertas. 5. Orientar e aconselhar os jovens. 6. Deter mexericos. 7. Desfazer inimizades. 8. Promover o estudo da Lição da Escola Sabatina e a leitura da Revista Adventista (supõe-se que o visitador seja um exemplo quanto a isso). 9. Incentivar o culto familiar e o trabalho missionário (aqui, também o visitador deve um exemplo). Visitando um Ex-membro Alguns princípios gerais se devem ter em mente ao visitar um ex-membro: - 32 - 1. Não condenar, nem procurar agradar demais. 2. Não defender nada, nem tomar partindo em qualquer questão. 3. Pedir desculpas pelas feridas do passado e solicitar uma oportunidade de corrigir o mal causado. 4. Admitir que, às vezes, os membros da igreja cometem erros, mas que Deus é sempre imparcial e justo. 5. Tratá-los como se ainda fizessem parte da igreja, inclusive chamando-os de irmãos. 6. Não tornar o caminho de volta mais difícil do que já é. O amor, como em outro caso qualquer, é a chave para ganhar os que se extraviaram. Apresentar o Evangelho de forma normal e, ao final, fazer um apelo para que retorne à igreja. Plano Sugestivo para Visita Sugestão 1 • Contato amistoso (bate-papo) introdutório. • Dizer o propósito da visita (de caráter espiritual). • Cantar uns dois ou três hinos (assentados mesmo). • Oração inicial (de joelhos). - 33 - • Breve estudo bíblico ou leitura de um texto do Espírito de Profecia. • Oração final (de joelhos). • Ir embora imediatamente para não desfazer a impressão deixada. Sugestão 2 • Pergunta 1. Que atividades os irmãos têm realizado para fortalecer a fé da família? • Pergunta 2. Que coisas os irmãos gostariam de mudar na vida espiritual? • Pergunta 3. Sobre o que o irmão gostaria que orássemos? • Oração final. Despedida. Um trabalho de visitação constante e bem elaborado trará resultados positivos, que só na eternidade se poderá avaliar. Lembre-se que “há famílias que jamais serão alcançadas pela verdade da Palavra de Deus, a menos que Seus servos entrem em seus lares”. (Review and Herald, 29 de dezembro de 1904). - 34 - Receitas para o pão de Santa Ceia São recursos para as diaconisas, extraídos do antigo Manual para Ministros: Receita 1 1 xícara de farinha fina (preferivelmente integral) ¼ de colher (das de chá) de sal 2 colher (das de sopa) de água fria ¼ xícara de azeite de oliva Peneirar a farinha junto com o sal. Verter a água no azeite, mas sem mexer. Adicionar isto aos ingredientes secos e misturar com um garfo, até umedecer toda a farinha. Esticar a massa, com um rolo, entre duas folhas de papel encerado, até que tenha a espessura de uma sólida massa de torta. Pôr a massa numa forma enfarinhada, mas não untada, riscando-a então com uma faca pontuda, de maneira a formar quadrinhos próprios para serem ingeridos pelas pessoas. Deve-se ter o cuidado de perfurar cada quadradinho para impedir que se formem bolhas de ar. Assar a 230°c, durante 10 a 15 minutos. Cuidar bastante nos últimos 5 minutos para que o pão não se queime. Esta receita será suficiente para servir cerca de 50 pessoas. - 35 - Receita 2 1 1 3 4 xícara de farinha fina (preferivelmente integral) colher (das de chá) de sal colheres (das de sopa) de puro azeite ½ colheres (das de sopa) de água fria Pôr o azeite numa tigela e adicionar o sal. Adicionar água vagarosamente, batendo constantemente com um garfo até que os ingredientes formem uma espessura emulsão branca. Adicionar depressa a farinha e misturar levemente até que forme uma massa. Estendê-la sobre uma tábua. Dobrá-la várias vezes e dar-lhe pancadas com um malho de madeira ou com um aparelho de amassar batatas até ficar elástica. Isto leva 5 a 6 minutos. Estirar a massa com um rolo até ficar com a espessura de uma crosta de torta, colocá-la numa forma untada e, com uma faca, riscar quadradinhos próprios para serem ingeridos pelas pessoas. Assar em forno moderado. Tostar apenas de leve, pois isto lhe dá um forte sabor. - 36 - Conclusão Este pequeno manual apresentou algumas informações e sugestões para diáconos e diaconisas. Que você, diácono ou diaconisa, procure aplicá-las em seu ministério de servir. Leia e releia este material tantas vezes quantas se fizer necessário. Procure memorizar as atividades do diaconato. Quando na dúvida, consulte o manual. Quando em comissão do diaconato, sugiro que alguns minutos sejam dedicados para recordar e discutir o conteúdo do mesmo. Lembre-se sempre de que ser diácono ou diaconisa é ser servo, servidor e ministro de Deus. Porque os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo Jesus. ( I Tim. 3:13 ) Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.(I Cor.15:58) - 37 -
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