Manual Cenoura

March 17, 2018 | Author: 805mhe3 | Category: Packaging And Labeling, Soil, Root, Irrigation, Agriculture


Comments



Description

p r o g r a m ap r a x i s x x i d i s q u a l D I S Q U A L optimização da qualidade e redução de custos na cadeia de distribuição de produtos hortofrutícolas frescos Manual de Boas Práticas Instituições do consórcio D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A CARACTERIZAÇÃO Aspectos Gerais A cenoura pertence à família Umbelifere e o seu nome científico é Daucus carota L. A origem da cenoura parece estar localizada na Ásia, na área do Afeganistão, onde é possível encontrar cenouras em estado espontâneo. Cultivada desde há mais de 2 mil anos, foi muito apreciada por determinadas classes sociais da Grécia antiga. As primeiras cenouras eram de cor branca, amarela e púrpura e não cor–de-laranja. As variedades actuais provêm de modificações destas variedades, iniciadas no século XVII, pelos holandeses. A cenoura é rica em vitaminas A, B, C e em caroteno, precursor de vitamina A. Cem gramas de cenoura correspondem a 42 calorias (Aubert S., 1981). O consumo regular de cenoura é bastante eficaz no combate a doenças como as anemias e as avitaminoses. O caroteno confere protecção contra alguns cancros e tem efeitos muito benéficos na saúde da pele e da visão. As cenouras parecem, também, oferecer alguma protecção contra a acção dos raios ultra-violeta, ajudando a pele a proteger-se contra agressões climáticas e aparecimento de rugas. É diurética e excelente reguladora dos mecanismos cardiovasculares e do trânsito intestinal devido à presença de compostos celuloso-pécticos e de fibras longas lenhificadas pouco digeríveis. 1 D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A A cenoura é a hortaliça mais utilizada na preparação de alimentos para crianças após o desmame, sendo um alimento recomendado em caso de diarreias ou outros distúrbios do tubo digestivo. Isto faz com que a cenoura seja considerada um produto dietético por excelência e seja objecto de uma vigilância atenta. Características Morfológicas A cenoura é uma planta bianual, embora seja cultivada como anual, de raiz fusiforme, grossa e carnuda de cor normalmente alaranjada e de sabor adocicado. No primeiro ano, em condições normais, desenvolve primeiro uma roseta de folhas e armazena posteriormente as suas reservas na raiz, hipertrofiando-a. A cor laranja intensa da cenoura é devida ao seu elevado teor em caroteno e elevada taxa de β/α caroteno, representando um índice interessante da qualidade e um importante factor de marketing. Cultivares A cenoura apresenta uma grande diversidade a nível da forma, do comprimento e da cor. Podemos distinguir vários tipos entre os quais: Nantes, Chantenay, Parisiense, Amsterdam, Flakkee e Imperador. O mercado em fresco está dominado pela cenoura tipo Nantes que corresponde a uma raiz cilíndrica lisa, bem arredondada na extremidade, com colorido intenso e isenta de colo verde ou violeta. Quanto aos outros tipos são utilizados principalmente na indústria de transformação, como por exemplo: para sumos, alimentos para bebé e dietética (Chantenay); para congelação inteiras (Parisiense, mais curtas e redondas e Amsterdam, mais compridas e finas) e a Flakkee para congelação cortadas (macedónia). Tendo em atenção o comprimento das raízes (curto, semicomprido ou comprido) e o seu período de produção (precoce, tardio), poder-se-ão agrupar algumas variedades do seguinte modo: - Raízes curtas e precoces com início de produção em Abril/Maio: Banghor, Guérande, S.Mamede, Redonda Parisiense; 2 Perdas Associadas à Cadeia Em Portugal não são conhecidas estimativas fiáveis das perdas que ocorrem na cadeia dos frutos frescos. Ílhavo. . Flakkee. Touchon. 3 . Australiana. sendo durante os meses de Junho a Novembro o período de maior produção. Época de Colheita Cultiva-se ao longo de todo o ano. Só através da identificação e quantificação das perdas que ocorrem nas diferentes fases da cadeia será possível a optimização da qualidade e redução de custos na cadeia de distribuição. Montijo. Peniche.compridas com início de produção em Junho/Julho: Nantes. Bombarral. Chantenay. O ciclo cultural das cultivares precoces de raiz curta e semi-comprida dura aproximadamente 3 a 4 meses quando a cultura se realiza na Primavera/Verão e 5 a 7 meses nos cultivos invernais. Época de Comercialização A cenoura é comercializada durante todo o ano.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A . Alcochete e Salvaterra de Magos). Americana. Aveiro (Vagos.Nicolau.Raízes compridas com início de produção em Agosto/Outubro (produção tardia): S. Zonas de Produção Em Portugal as zonas de produção mais significativa localizam-se na região do Ribatejo-Oeste (Óbidos. Caracterização da Cadeia A cadeia de distribuição da cenoura mais comum é apresentada esquematicamente na Figura 1.compridas são actualmente as mais difundidas nas principais regiões produtoras. As cultivares de cenoura semi . Contudo podem existir cadeias mais curtas (entrega directa) onde não acontecem algumas destas fases. Oliveira do Bairro) e EntreDouro e Minho (Póvoa de Varzim e Esposende). Berlicum.Raízes semi . aquisição de sabor amargo. poderão surgir alterações na cenoura que vão comprometer a sua comercialização: murchidão e perda de peso. em 1998 e 1999. Figura 1: Cadeia de distribuição típica da cenoura PRODUÇÃO CAMPO COLHEITA TRANSPORTE PRÉ-ARREFECIMENTO INSTALAÇÕES DE CALIBRAÇÃO EMBALAGEM E CONSERVAÇÃO PREPARAÇÃO EMBALAGEM CONSERVAÇÃO TRANSPORTE ENTREPOSTO DISTRIBUIÇÃO E VENDA TRANSPORTE LOJA TRANSPORTE 4 .D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A Quando as condições pós–colheita não são apropriadas. alterações de cor. perda de brilho. danos de refrigeração e alterações da composição. Segundo indicação de uma empresa de distribuição nacional. emissão de folhas e raízes. os principais motivos de rejeição à entrada nos entrepostos. doenças parasitárias. À entrada nas lojas os acidentes na central e a presença de manchas castanhas são os motivos de rejeição mais comuns. são o aparecimento de podridões. alterações epidérmicas e exemplares partidos. D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A PRODUÇÃO Condições Edafoclimáticas Clima A cenoura é uma planta de regiões temperadas sendo o clima temperado marítimo bastante favorável à sua produção. em caso de seca.Lenhificação do coração • Temperatura execessivamente alta: . As condições climáticas anteriores à colheita têm muita importância na capacidade de conservação e duração do tempo de vida das cenouras. a raiz adquire um aspecto menos cilíndrico. formando-se no seu interior um reticulado fibroso que deprecia o valor comercial.Floração precoce .Coloração fraca . manta térmica.Modificações na forma . Efeitos Estado hídrico do solo • Falta de água: .Dificuldade de penetração da raiz no solo • Excesso de água: .Coloração mais clara das raízes .Maior mortalidade das raízes . etc Na Tabela 2 estão indicadas algumas das temperaturas óptimas ao longo do crescimento da cenoura. É exigente relativamente à humidade e.Aparecimento de “manchas de água” . A chuva e a humidade relativa nas duas semanas que precedem a colheita são bastante desfavoráveis.Tamanho mais reduzido . 5 .Raízes mais curtas .Forma esférica √ Cobertura do solo (“paillage”) com túneis.Aparecimento de fungos √ Regas Acção preventiva Tabela 1: Efeito dos factores climáticos e respectivas medidas preventivas na cultura da cenoura √ Drenagem Temperatura • Temperaturas baixas: . a rega. com pH entre 6 e 6. a textura. de factores como: a preparação do terreno e as diversas intervenções realizadas pelos agricultores. os riscos fitossanitários (fungos no solo).18 Tsolo . Operações Culturais O êxito da cultura da cenoura depende. a actividade radicular. A manutenção qualitativa da estrutura do solo e da sua porosidade deve prever o arejamento. Preparação do Terreno A preparação do terreno tanto à superfície como em profundidade é importante para a implantação da cultura. bem drenados. a estrutura e a estabilidade estrutural e ainda a humidade do solo. a facilidade de penetração das raízes.qualidade do lote. profundos. a lavoura permite enterrar os detritos vegetais da cultura anterior e incorporar os estrumes e adubações de 6 .28 Solo A planta prefere terrenos arenosos ou areno-limosos. Além de melhorar a estrutura do solo. calibre. O crescimento da raiz faz-se em função de factores como a intensidade de compactação.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A Tabela 2: Temperaturas óptimas no desenvolvimento da cenoura FASE Germinação das sementes Fixação do caroteno Desenvolvimento da raiz TEMPERARTURA ÓPTIMA (ºC) 16 – 18 15 .20 Tar . a porosidade.13 . a actividade de microorganismos e a evolução da temperatura.5 e ricos em matéria orgânica (M.). etc. tratamentos fitossanitários e adubações e da sementeira propriamente dita semeador e sementes .O. A cenoura não resiste em absoluto à acidez do terreno e é geralmente considerada como uma cultura hortícola sensível à salinidade. para além dos factores edafoclimáticos. para o desenvolvimento da raiz e qualidade à colheita.23 . capacidade de troca de catiões. devendo ser evitadas: . já que a aplicação de um estrume mal decomposto.actividade biológica do solo.crescimento da planta. . a manutenção da fertilidade depende. da aplicação de quantidades abundantes de matéria orgânica. Nos solos arenosos. deverão ser tomadas algumas precauções: . . originando deformações radiculares. conduz a um aumento de raízes bifurcadas.O aprofundamento excessivo das lavouras que promove a degradação da matéria orgânica. . . que fica pronto para a desinfecção. em boa medida. As práticas a seguir referidas estão na origem destas alterações.migração dos elementos nutritivos. . 7 . antes da cultura da cenoura. .retenção da água. Ao estrumar. Muitas vezes as técnicas culturais contribuem para a alteração da conformação geológica conduzindo a uma diminuição da estabilidade estrutural o que leva à má nutrição da planta e à redução da taxa de matéria orgânica.As passagens das alfaias em solos demasiado húmidos que induzem a formação de calos e zonas de compactação.propriedades físicas do solo. O nível de matéria orgânica no solo é muito importante já que actua a vários níveis: .Não usar estrume com muita palha.Não usar estrume demasiado fresco. . já que podem ser criadas heterogeneidades no solo e aumentar o número de raízes bifurcadas.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A fundo. A lavoura deve realizar-se quando o solo apresenta boas condições de humidade e não deve ser muito profunda (normalmente 25-30 cm) pois corre-se o risco de trazer à superfície a terra menos fértil. Após a incorporação de matéria orgânica deverá realizar-se uma gradagem para uniformizar a superfície do terreno. como o milho. Uma boa cama para a semente deverá incluir: . O produto é aplicado no terreno na forma pura.10-1. facilitando o seu desenvolvimento.camada de 4 cm de terra fina a fim de facilitar a germinação. Uma semente de boa qualidade deve estar em bom estado. Como parte do produto se volatiliza. A rolagem favorece a subida de água por capilaridade e a humidificação da semente. Armação dos Camalhões A armação dos camalhões serve para impedir. a operação de arranque das raízes bem como outras operações culturais como a aplicação de herbicidas. Após ser aplicado ao solo. batata. a acumulação de água no perfil do solo onde se desenvolvem as raízes. deve-se regar para obstruir os poros da superfície. adubações de cobertura e regas.20 m de largura e 20 a 25 cm de altura. Desinfecção A desinfecção do solo pode ser feita com metame sódio. durante a cultura. 1. . Sementeira Outro dos factores que condiciona o sucesso da cultura é a qualidade das sementes. 8 . apta a germinar e ter a garantia da cultivar. após a sua incorporação. com um tractor onde se instalou uma barra perfurada ligada ao reservatório do desinfectante. Estes camalhões têm normalmente 4-5 linhas. impedindo assim que o gás se escape para a atmosfera. deverá ser imediatamente incorporado com uma fresa ou similar. .zona suficientemente porosa e com estrutura homogénea com cerca de 20-25 cm de profundidade.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A . alho porro.As rotações de culturas com fracas restituições. entre outras. A preparação da cama para a semente consiste na criação de uma camada de terra suficientemente fina para assegurar um bom contacto com a semente e favorecer a acção dos herbicidas de superfície.O planeamento incorrecto das regas que pode comprometer a taxa de mineralização da matéria orgânica. através da prática de regas ligeiras ou utilização de cobertura com agro-textil. No conceito actual de produção orientada para a qualidade e a protecção do ambiente contra a poluição é exigida prudência no que respeita a esta operação. A rega excessiva pode provocar ainda alterações vulgarmente denominadas por “manchas de água” que correspondem a pequenas fendas de bordos irregulares nas cenouras.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A A profundidade da sementeira e a densidade (número de cenouras por m2 ou ha) devem permitir o desenvolvimento homogéneo das cenouras com o mínimo de concorrência. este problema é facilmente ultrapassado desde que correctamente calibrados. As cenouras bem regadas mostram-se mais lisas do que as que tiveram falta de água. são muitas vezes criadas. Rega A manutenção de um teor constante de humidade permite à cenoura um aumento no rendimento e melhoria da qualidade. da natureza dos solos. junto às plantas. Ao manter um bom nível hídrico. evita-se uma lexiviação significativa dos nutrientes e a secagem da superfície. Apesar da rega por aspersão ser actualmente o sistema mais comum. condições de humidade que favorecem o desenvolvimento de doenças. Uma boa gestão da rega é condicionada pela escolha adequada dos equipamentos e pela sua condução que deve ser feita em função do clima. particularmente entre a preparação do solo. Fertilização A fertilização tem de ser vista em conjunto já que integra numerosas interacções. Esta característica é geralmente tomada como um critério de qualidade. 9 . Com os semeadores actuais em linhas ou em faixas. do estado da cultura e do sistema cultural. as adubações e a rega. . . para que a cenoura possa absorver facilmente os elementos minerais).400 CaO 70 .200 P2O5 30 . O fraccionamento em três aplicações com 1/5 à sementeira e duas aplicações de 2/5 em cobertura.conhecer o suporte da cultura que passa forçosamente por uma análise de solo. Isto acontece porque as necessidades da planta são efectivamente mais baixas nas primeiras 6 ou 7 semanas do seu ciclo vegetativo. Tabela 3: Exportações da cultura de cenoura (kg/ha) (Fonte: Ctifl.Aumento do teor em nitratos nas raízes. Azoto A falta de azoto manifesta-se por um crescimento deficiente e clorótico. . .70 K2O 200 .Sensibilidade ao “cavity spot”.preparar bem o solo (circulação livre da água.Redução da taxa de emergência. Sendo um nutriente facilmente lexiviado.Redução do rendimento comercial. nitrato de amónio ou por um adubo nitroamoniacal ou amoniacal. do ar e das raízes no solo.conhecer as extracções da cultura da cenoura. prejudicam e criam as reacções seguintes: .150 MgO 15 . .D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A Uma boa gestão da nutrição mineral passa por: . enquanto que as adubações excessivas e inadequadas às necessidades. tem-se revelado o mais apropriado em relação a outras alternativas que preconizam uma adubação mais reforçada à sementeira.usar um plano de adubação racional. a sua aplicação ao solo de uma forma fraccionada parece ser a mais prudente. O azoto pode ser fornecido pelo nitrato de potássio. 10 .20 É necessário notar que a parte aérea das plantas na altura da colheita fica na parcela: desta maneira restitui-se ao solo uma parte dos elementos extraídos.1992b)) Rendimento ton/ha 40 N 120 . . Os nitritos assim formados têm a faculdade de tornar não funcional a hemoglobina dos glóbulos vermelhos. 11 . os nitritos podem combinar-se no aparelho digestivo com compostos azotados e formar as nitrosaminas que são poderosos agentes cancerígenos. Tem uma acção benéfica no desenvolvimento das raízes sendo factor importante na qualidade e no rendimento da cultura. A adubação potássica exige o conhecimento dos teores relativos de potássio e magnésio do solo e o fraccionamento das aplicações (sulfato de potássio em fundo. provocando principalmente nos bebés. Fósforo Este elemento intervém como transportador de energia. No entanto. Potássio Este elemento possui uma grande mobilidade no interior da planta e tem uma função reguladora nas trocas intercelulares e no transporte dos produtos de síntese. o principal problema está ligado à possibilidade de certas enzimas do tubo digestivo transformarem os nitratos em nitritos. A quantidade de nitratos presente no solo e disponível para a planta é fortemente dependente da fertilização e da mineralização do azoto. Por sua vez. nitrato de potássio à sementeira e de cobertura). O seu papel é importante em caso de fraca luminosidade. A ingestão elevada de nitratos pode causar hipertensão arterial. A cenoura absorve preferencialmente esta forma. com a elevação da temperatura e quando há microorganismos presentes. tanto na fotossíntese como na respiração. problemas de oxigenação do sangue.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A Nitratos A forma nitrato é a mais corrente e a mais importante no solo. Favorece a síntese dos glúcidos e a migração destas substâncias nos órgãos de reserva. hipotiroidismo e baixa actividade cerebral. A concentração dos nitritos em cenouras aumenta com o tempo de armazenagem. Será no entanto necessário prevenir o antagonismo que existe com o potássio. Note-se que esta pulverização terá algum efeito na luta contra a podridão cinzenta que aparece no decurso da armazenagem. A cenoura tem um nível de exigência médio deste elemento. nas mais velhas. A carência do boro pode ser colmatada fornecendo ao solo 1 a 3 kg de Borax/ha ou por pulverizações de Solubor. As reacções da planta são múltiplas: . Magnésio Este elemento constituinte da clorofila é indispensável à actividade fotossintética. conduzem a queimaduras marginais. Por isso. a carência de boro parece ser mais frequente. 12 . Boro Em caso de secura. a concentração de magnésio deve ser equilibrada: uma carência em magnésio provoca sobre as folhas jovens uma clorose ligeira.alteração das raízes que nos casos mais graves ficam com cor castanha. Cálcio Este elemento é um dos constituintes da parede celular contribuindo para a resistência dos tecidos vegetais. bastante mais marcada sobre as folhas mais velhas que podem começar a secar. . Para recuperação da cultura pode-se efectuar pulverizações foliares de sulfato de magnésio. O magnésio deve ser fornecido antes de mais ao solo.aparecimento de manchas de cor cinzento escuro à superfície da cenoura pouco tempo após a lavagem (cerca de 1 hora).D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A As carências em potássio provocam um enrolamento das folhas que. É necessário ainda à síntese de numerosos elementos e à sua reserva.crescimento reduzido das folhas que tomam uma cor alaranjada. . a rotação de culturas constitui uma importante prevenção na luta contra pragas e doenças do solo ao permitir uma redução significativa das populações de certos patogénicos. Assim. em especial os resíduos de pesticidas em quantidades muito importantes e o aparecimento de raças resistentes de inimigos das 13 . deve inscrever-se num programa conjunto de condução da cultura. pelo menos a curto prazo. Estas características. A protecção química é o método mais simples.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A Controlo de Infestantes Cerca de três dias após a sementeira deve ser aplicado um herbicida de pré-emergência. Com efeito. necessita da parte do produtor de uma atenção acrescida.evitar deixar cenouras na parcela. tendem a conduzir a abusos que se saldam por alguns problemas no terreno. . que pode ser de ordem profilática. . . o mais rápido e o mais eficaz. poderá ser feita uma segunda aplicação de herbicida.escolher as variedades mais resistentes e tolerantes às doenças e pragas. . a protecção da cultura contra as doenças e pragas. sobretudo azotada. sobretudo a sua fácil utilização. deve-se: . . A primeira forma de combate consiste em prevenir os ataques antes que eles ocorram.escolher as variedades melhor adaptadas às condições climáticas da região e ao ciclo cultural.utilizar sementes sãs. realizada no cumprimento da regulamentação ambiental nacional e europeia. após a colheita.semear em terreno são. genética e química. As ervas que sobreviverem a estes tratamentos deverão depois ser mondadas manualmente. A protecção da cultura de cenoura.praticar uma rotação de culturas suficientemente longa e evitar culturas precedentes que possam fomentar a doença. Quando a parte aérea da cenoura apresentar uma altura de 4-5 cm. Pragas e Doenças Embora não seja totalmente eficaz. bem drenado e evitar excessos de fertilização. De entre os fungos que afectam mais frequentemente a folhagem da cenoura. Os pesticidas utilizados têm frequentemente um efeito perverso acrescido: actuam não apenas sobre o alvo para o qual são homologados. frequentemente bifurcadas) Aparecimento de galhas na raiz principal e nas secundárias Repetição de culturas no mesmo solo Rotação de culturas (>5 anos) Evitar o transporte de terra de zonas infectadas para zonas sãs Desinfectar os solos Utilizar nematodicidas Semear nas parcelas infectadas espécies com acção nematodicida Afídeos (piolhos) (Cavariella Deformações e encrespamento das folhas Enfraquecimento das plantas Temperaturas adequadas ao desenvolvimento da praga Presença de hospedeiros (flora local) Tratar a flora exterior (arbustos e flores) Eliminar infestantes Promover a luta biológica aegopodii) 14 . Tabela 4: Condições favoráveis ao aparecimento de pragas e acções preventivas Pragas Sintomas Condições favoráveis Meios de luta / Acções preventivas Eliminar infestantes Utilizar insecticidas Promover a luta biológica Mosca da cenoura (Psila rosae) Redes de galerias na raiz Perda de vigor Amarelecimento das folhas da base Avermelhamento da folhagem Repetição de culturas no mesmo solo Presença de umbeliferas durante todo o ano Nemátodos (Heterodera carotae) (Pratylenchus spp) (Melodoigyne spp) Perturbação do crescimento normal em comprimento (cenouras curtas e deformadas. mas também sobre o conjunto do ecossistema.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A culturas. alguns fungos que afectam a parte aérea. Embora as doenças da cenoura mais preocupantes sejam aquelas que atacam directamente a raiz. têm uma repercussão negativa importante sobre a produção e qualidade da raiz. a alternaria e o oídio. estão o míldio. ao enfraquecerem a planta. que mais tarde tomam um aspecto de “algodão” azulado a violeta característico Focos de bolor superficial que mais tarde se tornam cinzentos escuros Falta de rotação Presença de infestantes contaminados Excesso de água Podridão negra (Thielaviopsis basicola e Chalaropsis thielavioides) Falta de rotação Presença de infestantes contaminadas Restos da cultura com inóculo Cultivo em solos infectados aliado a condições de conservação quentes e húmidas 15 .D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A Doenças Mídio (Plasmopara nivea) Sintomas Manchas amarelas na parte superior das folhas e na parte inferior “algodão” branco e denso Pequenas manchas acastanhadas com auréola amarelada nas folhas mais velhas Aspecto queimado característico Manchas castanhas esbranquiçadas pulverulentas inicialmente arredondadas que acabem por cobrir todo o folíolo Condições favoráveis Densidade elevada de plantação HR elevada (90%) Condensação sobre as plantas Temperatura (10. com contornos bem limitados que provocam concavidades secas Desinfectar os solos Efectuar rotação de culturas Usar tratamentos preventivos com fungicidas específicos Drenar os solos Efectuar calagens Usar fertilizações azotadas equilibradas Efectuar rotação de culturas Utilizar densidades que permitam bom arejamento Proceder a fertilizações equilibradas Eliminar do campo as plantas doentes Fazer rotações longas Eliminar as plantas doentes Drenar o solo Utilizar na rotação plantas desfavoráveis ou resistentes ao fungo Fazer rotações longas Eliminar as plantas doentes drenar o solo Colher e manusear com cuidado Refrigerar adequadamente Sclerotinia ou bolor branco (Sclerotinia Esclerotiorum) Sintomas ao nível do colo e da base dos pecíolos sob a forma de podridão mole que fica coberta de um “algodão” branco Rizoctonia (Rizoctonia violacea) Pequenos aglomerados miceliares com pequenas pontuações negras. sulcatum) Formação de uma ou mais manchas elípticas translúcidas.25°C) Nível de azoto elevado Meios de luta / Acções preventivas Evitar regar ao fim do dia Evitar períodos húmidos demasiado prolongados Usar tratamentos preventivos com fungicidas específicos Utilizar cultivares resistentes Usar fertilizações azotadas equilibradas Tabela 5: Condições favoráveis ao aparecimento de doenças e acções preventivas Alternariose (mancha negra) (Alternaria dauci) Oídio (Erysiphe heraclei ou Erysiphe umbelliferarum e Leveillula taurica) HR (50%-70%) Temperatura (2025°C) Desenvolve-se preferencialmente em período estival quente e seco Nível de azoto elevado Falta de rotações Restos da cultura infectada Presença da água na forma livre na base das raízes Excesso de água Nível de azoto elevado Solos infectados (Falta de rotação das culturas) Stress ambiental e nutricional Excesso de água Solos pesados Clima húmido e temperatura amena (15°C) Densidades elevadas Excesso de azoto Usar tratamentos químicos específicos Podridão invernal (Phytophthora megosperma) Manchas vítreas formando um anel castanho transversal à raiz Rotações de mais de 5 anos Eliminar os restos da cultura Realizar drenagens Usar fertilizações azotadas equilibradas Doença das manchas secas ou “Cavity spot” (Pythium violae e P. devem ser realizados tratamentos preventivos com Captana. não menos importante. podendo transformar-se em fendas que podem ser confundidos com o acidente fisiológico provocado por desequilíbrios hídricos.Oídio (Erysiphe heraclei ou Erysiphe umbelliferarum) A luta química é habitualmente realizada em simultâneo com a praticada contra a Alternaria. Mancozebe ou Oxicloreto de Cobre+Zinebe (substâncias activas aconselhadas em protecção integrada) se estiverem reunidas as condições climáticas para o desenvolvimento destes fungos. Iprodiona. . Vinclozolina. . em Portugal ainda não se encontra nenhuma substância activa homologada para a cultura. temperatura demasiado elevada e. .Sclerotinia ou bolor branco (Sclerotinia sclerotiorum) Pode-se manifestar tanto no campo como durante a conservação.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A Ao nível da produção. . a podridão negra da cenoura é apontada como uma importante doença de conservação que conduz a importantes perdas pós–colheita. uma deficiente qualidade das cenouras colhidas.Podridão negra (Thielaviopsis basicola e Chalaropsis thielavioides) Esta doença é tipicamente de conservação.) para combater esta doença. sendo no segundo caso uma das doenças mais importantes na diminuição da qualidade pós-colheita. .Doença das manchas secas ou ‘Cavity spot’ (Pythium violae e P. Procimidona.Míldio (Plasmopara nivea) e Alternariose (Alternaria dauci) Durante o período vegetativo. Os danos aparecem como consequência de más condições de conservação: sacos de embalagem insuficientemente perfurados. 16 . etc. Diclofluanida. sulcatum) As manchas secas podem ser acompanhadas por microfendilhamentos longitudinais que. essencialmente no Verão. Embora noutros países se usem alguns pesticidas (à base de Benomil. à medida que a raiz engrossa também evoluem. embora os produtos indicados para cada doença sejam distintos. sintomas e prevenção Cenouras bifurcadas Cenouras fendidas Rachamento longitudinal Boa drenagem Manuseamento cuidado Epiderme esbranquiçada ou parda Formação de película de tecidos mortos que vão descamando Conservar em condições de temperatura e humidade adequadas Não armazenar por períodos superiores a 1 mês Sabor amargo - Bom controlo ambiental dentro das câmaras Aparecimento de novas folhas e raízes - Bom controlo ambiental dentro das câmaras 17 . Na Tabela 6 estão indicados os acidentes fisiológicos mais frequentes.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A Se o solo ou a câmara de conservação estiverem contaminados. é muito difícil controlar estes fungos devido à sua grande tolerância aos fungicidas. Acidentes Fisiológicos Como factores depreciativos da qualidade e do rendimento da cultura aparecem ainda os acidentes fisiológicos dependentes principalmente das condições climáticas e pedológicas. Acidentes Colo verde Sintomas Aparecimento de colo verde Desenvolvimento de raízes secundárias que tuberizam Condições favoráveis Formação de fendas de retracção no solo Certos nemátodos e fungos Excesso de água no solo Solo mal mobilizado Estrumações abundantes antes da sementeira Desequilíbrios hídricos Fraca densidade de sementeira Golpes sofridos nas operações pós-colheita Atmosfera com fraca humidade relativa Perda de água após a colheita Ferimentos sofridos após a colheita Lavagem Exposição ao etileno Aumento de temperaturas e humidade baixa durante a conservação Períodos prolongados de armazenagem em condições desfavoráveis Meios de luta / Acções preventivas Praticar amontoa ligeira Semear em bandas (6-8 cm) Desinfecção de solos Drenagem dos solos Fertilizações equilibradas Mobilização do solo Tabela 6: Condições favoráveis ao aparecimento de acidentes fisiológicos. calibragem e embalagem que se seguem. 18 . Sujidade. as isocumarinas. 7. No entanto. 8. 5. Bifurcações. Figura 2: Defeitos depreciativos da qualidade: 1. que estão directamente ligadas ao gosto amargo das cenouras. sobretudo mecânica. Coloração verde no colo. 3. 5. Forma não regular. é mais frequentemente relacionado com acidentes fisiológicos que podem produzir-se antes ou depois da colheita. 7. e nas operações de transporte. 6. 2. Fendas cicatrizadas. 4. provocam um aumento da síntese de certas substâncias. por exemplo). Sabor Amargo As lesões que a cenoura sofre durante a colheita. 3. 1. 4.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A Cenouras Fendidas O rachamento longitudinal das cenouras pode dever-se a ataques parasitários (Pythium. 2. Fendas devidas à lavagem. Excesso de calibre. lavagem. Falta de firmeza (murchas). 6. 8. as cenouras podem manter-se por algumas semanas no solo.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A COLHEITA Depois de alcançado o desenvolvimento óptimo. da abertura de fendas no terreno e do aspecto da cenoura (diâmetro. Figura 3: Campo de cenouras Critérios de Definição da Data de Colheita A data da colheita depende do estado de desenvolvimento. a qualidade diminui: as folhas amarelecem. pode rachar e tomar uma cor verde na zona do colo. Porém. o índice refractométrico e a firmeza são actualmente os parâmetros mais considerados. Embora não exista nenhum parâmetro físico-químico objectivo que defina com precisão a data de colheita. arredondamento da extremidade apical da cenoura). a raiz lenhifica no centro. 19 . é habitual o arranque de algumas plantas para verificar o estado de desenvolvimento da raiz. Com base no conhecimento do tempo de duração normal do ciclo cultural. perde sabor. apesar das cenouras ganharem em peso. aspecto liso da epiderme. se necessário.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A Figura 4: Colheita de cenoura Técnicas de Colheita As operações de colheita incluem o arranque. a limpeza. Figura 5: Recipientes de recolha de cenoura no campo 20 . e a recolha para recipientes. a eliminação da folhagem. D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A A colheita pode ser manual. Actualmente a colheita mecânica está muito desenvolvida devido. a cenoura degrada-se rapidamente devido ao seu elevado metabolismo. A epiderme começa a descamar e os tecidos em redor dos cortes começam a perder a cor. PREPARAÇÃO Descarga A descarga deve ser cautelosa de forma a que sejam evitados danos mecânicos no produto. Após a lavagem. pela sua folhagem erecta e resistência à tracção. para evitar o aumento da temperatura. afectando o aspecto exterior da raiz. A atenuação dos efeitos de degradação passa por: .Garantir um bom estado sanitário à colheita. Lavagem A lavagem das cenouras permite a cicatrização mais rápida das feridas e reduz o aparecimento de podridões. . às consideráveis vantagens na redução dos custos de produção relacionados com a mão-de-obra e à existência de cultivares que. de forma a evitar os períodos de mais calor. Boas Práticas na Colheita da Cenoura Após a colheita. sobretudo. A eficácia desta operação inclui a adição à água de lavagem de fungicidas ou desinfectantes de forma a controlar a propagação de doenças. a superfície das cenouras fica húmida e em certas zonas existe água livre.Colher de manhã bem cedo.Reduzir ao mínimo o tempo entre a colheita e o acondicionamento. resultado da eliminação de esporos e outras formas de propagação de doenças. semi-mecânica ou mecânica. .Colocar os palox ou caixas ao abrigo do sol. . É por isso aconselhável a manutenção do produto a 21 . estão bem adaptadas a este tipo de colheita. . O produto que foi rejeitado. de desenvolvimento e de coloração um pouco mais pronunciados do que na categoria I.controlar o tempo de exposição. Na categoria I é incluído produto de boa qualidade e com as características da variedade. . 22 . Triagem A selecção deve ser extremamente rigorosa de modo a evitar a conservação de produto que não irá ser comercializado.10C) de forma a minimizar a propagação de microorganismos. Devem ser rejeitadas as cenouras secundárias. Desta forma os custos de conservação são reduzidos e no caso de podridões evita-se a contaminação de cenouras sãs. Pré-Arrefecimento O arrefecimento é feito por aspersão com água fria (“hidrocooling”). No anexo I encontram-se especificadas as características de cada categoria de acordo com as normas em vigor.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A baixas temperaturas (0 . Na categoria II a cenoura pode apresentar alguns defeitos de forma. partidas e podres.usar água de qualidade.regular a temperatura da água. Cuidados a ter na Lavagem . Na categoria Extra apenas deve ser encontrado produto de qualidade superior. Separação em Categorias Existem três categorias que diferenciam a qualidade da cenoura: Extra. I e II. normalmente a 00 C e com adição de 2 % de hipoclorito de sódio. desenvolvimento e coloração. sendo permitidos ligeiros defeitos de forma. Com o choque térmico pretende-se cortar os efeitos da acção bacteriana. . deve ser recolhido para contentor próprio e descartado logo que possível. com isenção completa de defeitos e com as características da variedade.eliminar a água em excesso. sendo obrigatório respeitar: Calibre minímo .D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A Calibragem A separação por calibres é feita com base no diâmetro máximo ou no peso da raiz (sem rama). . Quando em molhos. Disposições Cenouras primor* e cultivares de raízes pequenas Categoria Extra Categoria I Categoria II Tabela 7: Calibragem e homogeneidade de calibre Calibragem facultativa. área circundante).Limpar regularmente o pavilhão (tectos. Cuidados a ter na Preparação Nas instalações: . 23 . As raízes de um mesmo molho devem ter um calibre uniforme.10 mm ou 8g Calibre máximo . Quando a raiz é cortada rente ao colo. Na Tabela 7 é apresentada a relação entre o peso e o calibre. chão.40 mm ou 150g Calibragem facultativa. paredes.Limpar regularmente os equipamentos envolvidos na triagem de produto não conforme (cilindros e alvéolos) e a linha de calibragem. contudo o calibre minímo deve ser respeitado 20 mm ou 50g - Cenouras de conservação e variedades grandes Calibragem obrigatória Calibre mínimo Calibre máximo Homogeneidade de calibre (diferença máxima de calibre entre cenouras da mesma embalagem) 20 mm ou 50g 45 mm ou 200g 20 mm ou 150g 20 mm ou 50g 30 mm ou 200g * Raízes que não sofreram qualquer paragem de crescimento Apresentação A cenoura pode ser comercializada em molhos ou cortada rente ao colo. a rama deve ser aparada sem danificar a raiz. a rama deve ser fresca verde e sã. com o maior cuidado. 24 . a protecção contra a desidratação é menor. no entanto. . Com o produto: . para períodos considerados longos. variedade.Manipular a cenoura na linha de calibragem durante a selecção. .Formar o pessoal para as operações específicas. qualidade e calibre. não são necessárias perfurações nos sacos plásticos das cenouras.Iluminar convenientemente as instalações. – Numa mesma embalagem os molhos devem ter um peso praticamente uniforme e estar regularmente alinhados numa ou várias camadas. .Arrefecer as cenouras imediatamente após a colheita.Evitar a condensação ao nível da epiderme de forma a controlar o desenvolvimento de microrganismos. Cuidados a ter no Embalamento – O conteúdo de cada embalagem deve ser homogéneo no que respeita à origem. . Estes sacos devem ser correctamente paletizados e o peso máximo não deve exceder os 1000 kg. EMBALAGEM As cenouras podem ser acondicionadas em sacos plásticos de polietileno perfurado com capacidade de 1 kg de produto. Embora as cenouras embaladas em sacos de malha permitam um melhor arejamento minimizando o desenvolvimento de patogénicos.Limpar regularmente as embalagens usadas para a colheita e comercialização. O uso de perfurações permite o arejamento do produto e evita a acumulação de água devida a transpiração. convém que os sacos sejam perfurados. Os sacos de plástico são por sua vez acondicionados em sacos de rede com capacidade para 20 kg de produto.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A . A cenoura é também comercializada a granel. Se comercializadas num curto período de tempo. Temperatura 00C Humidade relativa 95-98% Tabela 8: Condições óptimas para a conservação de cenoura Resposta ao Etileno A exposição ao etileno induz o desenvolvimento de sabor amargo. que podem chegar aos 3 meses. limpos e tais que não provoquem ao produto quaisquer alterações externas ou internas. – As embalagens ou lotes destinados a expedições a granel devem estar isentas de corpos estranhos. – O acondicionamento deve permitir durante a manutenção e transporte uma protecção adequada ao produto. – As caixas reutilizáveis devem estar igualmente limpas e tais que não provoquem qualquer dano ao produto. melão ou maçã deve por isso ser evitado. Resposta à Atmosfera Controlada (AC) O uso de AC em cenouras não promove o aumento da vida útil em relação ao ar normal. 25 . como tomate. A aplicação de ozono nas últimas etapas de uma conservação prolongada pode ajudar a diminuir os ataques fúngicos. Concentrações de CO2 acima dos 5 % promovem a podridão e baixas concentrações de O2 não são bem toleradas resultando geralmente no aumento da acção bacteriana. – Os materiais utilizados no interior da embalagem devem ser novos. O armazenamento e transporte com hortofrutícolas produtores de etileno.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A – A parte visível da embalagem deve ser representativa do conjunto. CONSERVAÇÃO Período de Conservação A cenoura pode ser conservada por períodos longos. Acresce o facto dos veículos transportarem cargas mistas com diferentes exigências ao nível da temperatura e humidade relativa. referidas anteriormente. – Não exceder a capacidade das câmaras. 26 . – Evitar variações bruscas de temperatura. na ausência deste tipo de transporte podem ser usados pequenos contentores com refrigeração autónoma. Apesar de normalmente serem usados veículos refrigerados entre o entreposto e a loja. sendo necessário o mesmo cuidado e precauções referidos para as etapas anteriores. – Manter corredores entre paletes de forma a permitir uma correcta circulação do ar. nas outras fases da cadeia de distribuição. DISTRIBUIÇÃO Expedição A distância entre o local de produção e o de consumo é por vezes muito grande sendo necessário transporte refrigerado. Actualmente já existem carros com divisórias móveis que admitem duas ou três temperaturas diferentes permitindo assim o transporte simultâneo de produtos congelados e frescos.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A Cuidados a ter na Conservação – Limpar regularmente as câmaras. O transporte com temperatura controlada tem custos muito superiores aos do transporte à temperatura ambiente e por isso a optimização dos veículos é ainda mais importante. O carregamento para o transporte deve ser feito em condições de temperatura e humidade relativa óptimas. a cadeia de frio é muitas vezes interrompida. – Abastecer o ponto de venda à medida das necessidades. – Evitar misturas com produtos produtores de etileno. – Identificar adequadamente os contentores (palox). Por exemplo. obrigando-se o sistema de frio do veículo a fazer o arrefecimento. para garantir uma boa repartição de ar sobre todo o compartimento do veículo.Fechar a porta do veículo e pôr os ventiladores em funcionamento assim que as paletes estejam na galera. fechar as portas e ligar o aparelho de frio até que sejam retomadas as operações.Garantir que durante o transporte o produto não sofre oscilações importantes de temperatura. . Para que estes problemas sejam evitados devem ser tomadas as seguintes precauções antes de carregar o veículo: . . o arrefecimento é lento. .Colocar o produto no veículo de transporte à temperatura pretendida. externa e interna. prevendo um espaço livre de 10 a 20 cm abaixo do tecto. . . Uma alternativa interessante passa pela existência de um cais refrigerado para expedição permitindo que o carregamento se faça directamente para o veículo.Uma vez iniciado efectuar o carregamento sem demora. O cais deve estar isolado do exterior por portas de bandas de borracha que se ajustam ao perfil do veículo. . uma vez que no transporte refrigerado apenas se mantém a temperatura do produto (sem o arrefecer). . 27 . . Esta prática deve ser evitada porque como o sistema de frio está dimensionado apenas para manter a temperatura.Estacionar o veículo de transporte o mais próximo possível da câmara frigorífica onde se encontra armazenado o produto e sempre que possível ligar estes dois por um túnel. . do veículo e garantir a ausência de qualquer cheiro e/ou humidade no interior da caixa.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A Cuidados a Ter Durante o Carregamento Os problemas mais comuns na expedição são devidos a variações de temperatura.Limitar a altura máxima de carregamento.Se o processo de carga for interrompido por qualquer motivo.Não carregar lotes onde tenham sido detectadas temperaturas anormais.Assegurar a limpeza.Arrefecer previamente a galera frigorífica à temperatura recomendada e testar o sistema de circulação de ar. É frequente o carregamento deste tipo de produtos em veículos de transporte secundário sem pré refrigeração. Abastecer o ponto e venda à medida das necessidades. Como Conservar Correctamente a Cenoura Quando guardada na parte inferior do frigorífico e cenoura tem um tempo de vida útil de 5 a 6 dias.Colocar na banca/expositor apenas embalagens limpas. 28 .Conservar em câmara frigorífica a temperaturas entre 5 e 100C. estaladiças e de pele viçosa.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A VENDA Manipulação no Ponto de Venda No ponto de venda é também necessário que sejam tomadas algumas precauções de modo a não comprometer todo o processo anterior: . .Manter as etiquetas sempre limpas. não engelhadas. No entanto. não rachadas. firmes. para que isso seja possível. deve-se assim: . Como Comprar Cenoura de Qualidade A cenoura é dos legumes mais resistentes.Expor em quantidade suficiente. .Rotular de forma visível e precisa.Proteger da luz.Cuidar diariamente da apresentação e limpeza do espaço destinado à venda dos produtos. . . . Exposição no Ponto de Venda O sucesso da venda dos produtos passa também pela forma como os produtos são apresentados ao consumidor.Evitar variações bruscas de temperatura. .Iluminar e arranjar bem o produto. . devem escolher-se raízes bem coloridas. .Não colocar os produtos em contacto com o pavimento. . sendo possível conservar durante vários dias no frigorífico e manter as suas qualidades iniciais. S. SISTRUNK. Soc. 2000 . BRADLEY G. Guide pratique.La carotte. 1978 . FRITZ.-Revue Horticole.L. Lisboa MADRP. 1981 . P. MADRP. INVUFLEC. 1967 Planting date. 223-234.V.La carotte.Lisboa. Cah.d.R. 90. J. LIEW. W. A. [MADRP]. Invuflec. 1992 b . Techniques modernes de production.K. 52: 231-238. 1977 .La carotte: maladies et ennemis. A.. Sci.Diét. PRANGE. R.Horticultura herbácea especial. État des connaissances. Procedings of the Americam Society of Horticultural Science. SMITTLE. GARDE.A.La carrot (Daucus Carota L. Acta Hortic.. 1973 .A.Secretaria de Estado da Modernização Agrícola da Qualidade Alimentar – Normalização das Frutas e Legumes. 1999 . 1992 a .H.Normas de Qualidade – Produtos Hortofrutícolas Frescos. Paris. Tome 2. KATTAN. Paris. J. Mundi-Prensa. irrigation.] . E CORNILLON P. Invuflec. 76 pp.) Reviue de quelques facteurs d´intérêt diététique.A. Paris. Amer. 16:173-188. GARDE.. 1988 .Culturas hortícolas. J.). D.La carotte. MAROTO. PELLETIER.M. D. 1999 .La salinité: aspects théoriques et practiques . Paris. 469 pp.Variation in plant size and the timing of carrot production.modes de contrôle. N.. Acta Horticulturae.. 297-304. [s. 566 pp. J.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A BIBLIOGRAFIA AUBERT. Garantia da Qualidade – Guia Prático para o Consumidor. Lisboa. C.Determination of ripeness of carrots. 29 .Qualidade e Apresentação de Frutas e Legumes – Guia Prático para o Pequeno Retalhista. 119(3): 563-567. 1989 . harvest sequence and varietal effects on carrot yields and quality. GPPAA. Clássica Editora.. 198. Tome 1. 1987 . CTIFL..A. GOUNY P. 3ªed. Lisboa. 1974 . BOHEC. Madrid. [MADRP].. Hort. 124 pp. 1994 . 142:3-7.. Nutr. HABBEN. MADRP.Effect of ozone and storage temperature on postharvest diseases and physiology of carrots (Daucus carota L. BENJAMIM L. CTIFL. J..Anuário Hortofrutícola. 294 pp. A. 1998 b . La protagonista: Quién es y qué nos ofrece? Horticultura.Origen y composición nutritiva. 30 . RIAMBAU. Reus. vol. 1996 . R. 128: 76-77.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A NAMESNY.II.Post-recoleccion de hortalizas. Ediciones de Horticultura. não lenhosas. . . incluindo as raízes lavadas envolvidas em turfa pura. .sãs.para as raízes lavadas. as cenouras devem apresentar-se: . são excluídos os produtos que apresentem podridões ou outras alterações que as tornem impróprias para consumo. . .1. praticamente isentas de quaisquer impurezas grosseiras.inteiras.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A ANEXO I Normas oficiais de qualidade para a cenoura (Regulamento CE nº 730/99. . suficientemente enxutas após a lavagem eventual. tendo em conta as disposições previstas para cada categoria e as tolerâncias admitidas.firmes.não espigadas. 2. .isentas de odores e/ou sabores estranhos. isto é. 2. 31 . Características Mínimas Em todas as categorias. . com exclusão das cenouras destinadas à transformação industrial.não bifurcadas e desprovidas de raízes secundárias.limpas. praticamente isentas de matérias estranhas visíveis. que se destinem a ser apresentadas ao consumidor no estado fresco.para as outras raízes. Disposições Relativas à Qualidade O objectivo da norma é definir as características de qualidade que as cenouras devem apresentar depois de acondicionadas e embaladas. isto é: . .praticamente isentas de parasitas. Definição do Produto A presente norma diz respeito às cenouras das variedades (cultivares) de Daucus carota L.praticamente isentas de ataques de parasitas. .isentas de humidades exteriores anormais. de 7 de Abril) 1. . Ficam excluídas as cenouras que apresentem uma coloração verde ou violácea/púrpura no colo.ter aspecto fresco. apresentar ligeiros defeitos a seguir indicados.apresentar-se isentas de danos causados pelo gelo. As raízes devem: . conservação ou apresentação na embalagem. nem a sua qualidade. As raízes devem: .não estar gretadas.ter aspecto fresco. .ser lisas. . .ter forma regular. .chegar ao lugar de destino em condições satisfatórias. .2.apresentar-se isentas de contusões e fendas. 2. no entanto. com excepção de alterações muito ligeiras e superficiais.suportar o transporte e as outras movimentações a que são sujeitas.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A O desenvolvimento e o estado das cenouras devem permitir-lhes: . Não devem apresentar defeitos. . b) Categoria I As cenouras classificadas nesta categoria devem ser de boa qualidade e devem apresentar as características da variedade ou do tipo varietal. Podem. desde que estas não prejudiquem o aspecto geral do produto. Classificação As cenouras são classificadas em três categorias a seguir definidas: a) Categoria “extra” As cenouras classificadas nesta categoria devem ser de qualidade superior obrigatoriamente lavadas e devem apresentar as características da variedade ou do tipo varietal. desde 32 . Podem apresentar os defeitos a seguir indicados. . o limite é de 2 centímetros. conservação e apresentação: . conservação e apresentação: . mas respeitam as características mínimas acima definidas. . desde que mantenham as características essenciais de qualidade. até ao limite de 2 centímetros. é admitida uma coloração verde ou voilácea/púrpura no colo.ligeiros defeitos de forma. 33 . para as outras raízes.ligeiros defeitos de coloração. até ao limite de 1 centímetro. 3. c) Categoria II Esta categoria abrange as cenouras que não podem ser classificadas nas categorias superiores. . . para as outras raízes. Para as raízes cujo comprimento não exceda 10 centímetros. é admitida uma coloração verde ou violácea/púrpura no colo.pequenas fendas cicatrizadas. Disposições Relativas à Calibragem O calibre é determinado pelo diâmetro máximo ou pelo peso da raiz (sem rama).D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A que estes não prejudiquem o aspecto geral do produto.defeitos de forma e coloração. o limite é de 3 centímetros. nem a sua qualidade. .fendas ou gretas devidas à manutenção ou à lavagem.fendas cicatrizadas que não atinjam o coração.pequenas fendas ou gretas devidas à manutenção ou à lavagem. Para as raízes cujo comprimento não exceda 10 centímetros. D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A a) Cenouras primores (raízes que não sofreram qualquer paragem de crescimento) e variedades pequenas O calibre mínimo é fixado em 10 milímetros de diâmetro ou 8 gramas de peso. O calibre máximo é fixado em 40 milímetros de diâmetro ou 150 gramas de peso. Para as cenouras da categoria I. 4. 4.5 % em peso de raízes que não correspondam às características da categoria. As cenouras classificadas na categoria II devem apenas satisfazer as disposições relativas ao calibre mínimo. mas que estejam em conformidade com as da categoria I ou sejam 34 .1. b) Cenouras de Conservação e Variedades Grandes O calibre mínimo é fixado em 20 milímetros de diâmetro ou 50 gramas de peso. no caso de cenouras expedidas a granel. o calibre máximo não pode exceder 45 milímetros de diâmetro ou 200 gramas de peso e a diferença de diâmetro ou a diferença de peso entre a raiz mais pequena e a maior contidas na mesma embalagem não deve exceder 20 milímetros ou 150 gramas. a diferença de diâmetro ou a diferença de peso entre a raiz mais pequena e a maior contidas na mesma embalagem não deve exceder 30 milímetros ou 200 gramas. são admitidas tolerâncias de qualidade e de calibre no que respeita a produtos que não satisfazem os requisitos da categoria indicada. Para as cenouras da categoria “Extra“. Disposições Relativas às Tolerâncias Em cada embalagem ou lote. Tolerâncias de Qualidade a) Categoria “extra” . mas que estejam em conformidade com as da categoria II ou sejam excepcionalmente admitidos nas tolerâncias desta categoria. Disposições Relativas à Apresentação 5.5 % em peso. em peso. em peso. Homogeneidade O conteúdo de cada embalagem ou lote.2. em peso.10 %.1. Tolerâncias de Calibre Para todas as categorias. no caso de produtos a granel. qualidade e calibre (desde que. de cenouras partidas e/ou desprovidas da sua extremidade. deve ser homogéneo e consistir apenas em cenouras da mesma origem. deve ser representativa do conjunto. a calibragem seja obrigatória). variedade ou tipo varietal. no entanto. com exclusão dos produtos afectados por podridão ou qualquer outra alteração que os tornem impróprios para consumo. 35 .10 %. . A parte visível do conteúdo da embalagem ou do lote. c) Categoria II . Ficam. 4. de raízes que não correspondam às características da categoria nem às características mínimas. no que respeita a este último critério. . 5. .Além disso.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A excepcionalmente admitidos nas tolerâncias desta categoria.10 % em peso de raízes que não correspondam às características da categoria. de raízes com um ligeiro vestígio de coloração verde ou violácea/púrpura no colo. 10% em peso de raízes que não correspondam às disposições relativas aos requisitos de calibragem. excluídas desta tolerância as cenouras partidas e/ou desprovidas da sua extremidade. para as cenouras partidas são admitidas até ao limite de 25 %. b) Categoria I . no caso de expedição a granel. As raízes de um mesmo molho devem ter um calibre sensivelmente uniforme.3. de papéis ou selos que contenham indicações comerciais. verde e sã.em pequenas embalagens. . sem danificar a raiz. É autorizado o emprego de materiais e nomeadamente. As raízes podem ser apresentadas: . As embalagens. limpos e tais que não possam causar aos produtos alterações externas ou internas.D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A 5. a turfa utilizada não é considerada um corpo estranho. b) Cortadas Rente ao Colo A rama deve ser aparada ou cortada junto ao colo. ou lotes. desde que a impressão ou a rotulagem sejam efectuadas com uma tinta ou uma cola não tóxicas. Apresentação As raízes podem ser apresentadas em diferentes formas: a) Em molhos As raízes são apresentadas com a rama que deve ser fresca. Os materiais utilizados no interior da embalagem devem ser novos. os molhos devem ter um peso sensivelmente uniforme e estar regularmente alinhados numa ou várias camadas. Numa mesma embalagem. No caso de cenouras lavadas envolvidas em turfa pura. .a granel (carregamento directo num meio ou num compartimento de um meio de transporte) para a categoria II. no caso da expedição a granel. 36 . devem estar isentas de corpos estranhos.2. 5. Acondicionamento As cenouras devem ser acondicionadas de modo a assegurar uma protecção conveniente do produto.dispostas em várias camadas ou não acamadas na embalagem. indeléveis e visíveis do exterior. para a categoria “Extra”.calibre. 6.5. . legíveis.categoria. regional ou local. 6. Disposições Relativas à Marcação Cada embalagem deve trazer. expresso pelos diâmetros ou pelos pesos mínimos e máximos (facultativo). a indicação “embalador e/ou expedidor” (ou uma abreviatura equivalente) deve figurar na proximidade desse código (identificação simbólica).D I S Q U A L - M A N U A L D E B O A S P R Á T I C A S - C E N O U R A 6. Características Comerciais . mesmo se o conteúdo for visível do exterior. as indicações acima referidas devem constar de um documento que acompanha a mercadoria ou de uma ficha colocada de forma visível no interior do veículo de transporte. eventualmente.“cenouras primores” ou “cenouras de conservação”. as seguintes indicações: 6.3.se o conteúdo não for visível do exterior: .1. Identificação Embalador e/ou expedidor – nome e endereço ou identificação simbólica emitida ou reconhecida por um serviço oficial. .nome da variedade ou do tipo varietal. em caracteres agrupados do mesmo lado.2. .“cenouras em molhos” ou “cenouras”. .4.número de molhos para as cenouras apresentadas em molhos. zona de produção ou designação nacional. 6. Marca Oficial de Controlo (facultativa) Para as cenouras expedidas a granel (carregamento directo num meio ou num compartimento de um meio de transporte).se for caso disso “ cenouras envolvidas em turfa”. Contudo sempre que seja utilizado um código (identificação simbólica). 37 . Origem do Produto País de origem e. . 6. Natureza do Produto .
Copyright © 2024 DOKUMEN.SITE Inc.