Manifestações Patológicas Nas Fachadas

March 17, 2018 | Author: bruno_moraispb | Category: Paint, Mortar (Masonry), Temperature, Humidity, Pathology


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1UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL RAFAEL LANZARINI LEAL LEVANTAMENTO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS FACHADAS DE UM GRUPO DE PRÉDIOS DA REGIÃO CENTRAL DA CIDADE DE NOVO HAMBURGO - RS São Leopoldo 2012 2 RAFAEL LANZARINI LEAL LEVANTAMENTO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS FACHADAS DE UM GRUPO DE PRÉDIOS DA REGIÃO CENTRAL DA CIDADE DE NOVO HAMBURGO - RS Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil, pelo Curso de Engenharia Civil, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS. Professor(a) orientador(a): Prof. Dr. Bernardo Fonseca Tutikian São Leopoldo 2012 3 Dedico a meu pai, Gilberto Dias Leal (em memória); À minha mãe, Ielda Lanzarini Leal e á minha esposa, Elen Fernandes Pereira. 4 AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer a todos que, comigo estiveram no decorrer dessa longa jornada de estudo e dedicação. Àqueles que de uma forma ou outra, tiveram uma parcela de contribuição para que este feito fosse realizado. Aos meus amigos e colegas de trabalho, que supriram minha falta nas diversas ocasiões em que não pude estar presente, aos meus familiares, à minha esposa, que esteve integralmente ao meu lado e que soube compreender minhas ausências. Ao meu querido pai, que infelizmente não esta em corpo presente entre nós, mas que com certeza esta tão feliz e emocionada quanto eu. Aos meus professores e colegas, em especial Professor Dr. Bernardo Fonseca Tutikian, e á todos que acreditaram e continuam acreditando que tudo é possível. A todos esses, o meu muito obrigado. então.5 “Sua tarefa é descobrir seu trabalho e. (Buda) . dedicar-se a ele”. com todo coração. Revestimento. Toda estrutura edificada necessita de acompanhamento periódico. sendo agravada pela falta de manutenção. Recentemente alguns casos de colapso em estruturas de concreto armado assolaram o país. . podem estar contaminadas com algum tipo de substância química. Aliado a esses motivos. manutenção inadequada e também pela mão de obra de baixa qualidade. desplacamento.6 RESUMO Assim como qualquer bem de consumo durável. contribuindo para o surgimento de manifestações patológicas. A origem da palavra patologia vem do Grego onde pathos significa doenças. pelo mau uso. evitando incidência das manifestações patológicas ou mesmo não às deixando surgir. surgindo assim as manifestações patológicas que são caracterizadas pelo surgimento de fissuras. as edificações também sofrem os desgastes naturais com o passar do tempo. manchas. etc. bolores. Palavras-chave: Manifestação patológica. evidenciando a falta de manutenção periódica e/ou corretivas nas edificações. Os problemas patológicos ocorrem quando um determinado componente da edificação atinge níveis insatisfatórios de desempenho. Manutenção periódica. anomalias e logia é o estudo dessas doenças. muitas vezes as origens dos insumos utilizados para o preparo das argamassas tanto as de assentamento quanto as de revestimentos. Fachadas. ...............................................................Chuva e vento na fachada de um edifício .................................................7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 ............Desagregação ................Edificação em estado de conservação ruim..... 51 Figura 19 ...................Eflorescência ................Edificação em estado de conservação regular...............................Fissura por movimentação térmica no perímetro da parede onde possui uma laje vinculada ...............Destacamento entre alvenaria e estrutura........... sem nenhuma lesão visível .................... 44 Figura 16 .................................... 28 Figura 6 .... 50 Figura 18 ......................................................Propagação das tensões devido aos efeitos térmicos em uma laje de cobertura com bordos vinculados ............................................ 2 lesões ............................................ provocado pelas movimentações térmicas diferenciais ........Água escorrendo pelas frestas das pingadeiras causando manchamento ................................ 36 Figura 13 .......................................................... 52 Figura 21 ............................ 35 Figura 11 .........................Juntas necessária para um melhor desempenho das fachadas revestidas com cerâmicas ..........................Edificação em bom estado de conservação apenas uma lesão ............................................... 31 Figura 8 ....................................................... 39 Figura 15 ...............................................Fissuras na parte superior da alvenaria ...Saponificação ................................Bolhas .......Efeitos da geometria no fluxo de água superficial.......................................... 22 Figura 2 ......Movimentação da laje de cobertura sob ação da elevação de temperatura ..............Distribuição das edificações quanto a orientação solar ........ 32 Figura 9 ............................................... 35 Figura 10 .............. 38 Figura 14 ......... 54 .................. 47 Figura 17 .......Fissuras à 45º nos vão de aberturas ..........Revestimento das fachadas da amostra ............... 24 Figura 4 ...................................Elementos atuantes sobre as paredes de edificações ....................................... 29 Figura 7 ........ 53 Figura 22 ........................................................Edificação em estado de conservação muito bom......................................... 3 lesões... 51 Figura 20 .......... 22 Figura 3 .................. 36 Figura 12 ........Distribuição das edificações analisadas .......................... 27 Figura 5 ........................................................ .................................................Prédio com incidência de manifestações patológicas de manchas e microrganismos ....Número de pavimentos das edificações amostradas ............. 57 Figura 27 ................. 71 Figura 43 . 70 Figura 42 .............Fissura vertical no detalhe da fachada do edifício ........................................Orientação solar das edificações lesionadas por fissuras ....................................................................Fissura horizontal nas sacadas do edifício .. separados pela orientação solar .... ........................ 58 Figura 28 ............................................8 Figura 23 ..........................Fissura horizontal provocada pela dilatação da laje ................ 55 Figura 24 ................................. 72 ..Distribuição por grupo de idade das edificações com incidência de fissuras nas fachadas .............. 66 Figura 37 .... 64 Figura 35 ..........................Distribuição das manifestações patológicas ...............Comparativo entre total de prédios e prédios com incidência de manchas e microrganismo.........................Comparativo entre quantidade total de prédios e prédios lesionados por manchas e microrganismos............................ 56 Figura 26 ................Comparativo entre total de prédios e prédios com incidência de fissuras nas fachadas......Comparativo entre total de prédios do grupo e prédios com incidência de fissuras................Elemento construtivo onde ocorrem as lesões......................Lesões mais frequentes nas edificações classificadas como em bom estado de conservação ... separados por grupo de idade .............................. 61 Figura 31 .... 66 Figura 38 .....................Tipos de fissuras mais frequentes ........................................................ separados por grupo de idade .....Percentual de prédios íntegros e com algum tipo de manifestação patológica ....Prédio com manifestações patológicas de manchas e microrganismos ........................................................................... 59 Figura 29 ..........Proporção entre os tipos de fissuras encontrados nas amostras . 61 Figura 32 ........Orientação solar das edificações lesionadas por fissuras ......................Fachada da edificação composta por mais de um tipo de revestimento ........... 63 Figura 34 ........... 67 Figura 39 ........ 62 Figura 33 .................. 65 Figura 36 ......................................................... 60 Figura 30 ........... 69 Figura 41 .................................................................Fissura do tipo mapeamento .................................. 68 Figura 40 ................ separados por estado de conservação .... 55 Figura 25 ..... ..............9 Figura 44 ........ ............... separados por grupo de altura.......................... 76 .............Orientação solar das edificações com incidência de descolamento em placas............................................. 75 Figura 47 ......... 74 Figura 46 .......................................................... .................... separados por estado de conservação . 73 Figura 45 ...Comparativo entre total de prédios do grupo e prédios com incidência de manchas e microrganismos.............................................................Percentual de prédios com incidência de manifestações patológicas de manchas e microrganismos..................Comparativo entre total de prédios e prédios com incidência de descolamento em placas .......... ......Classificação do regime de chuvas .Estimativa da temperatura superficial de lajes e paredes expostas à radiação......................................................................................................................................................Rotina de inspeção predial ..... 42 Quadro 4 .....................10 LISTA DE QUADROS Quadro 1 .............Classificação dos revestimentos argamassados ..................... 34 Quadro 3 .. em °F .....Classificação do ambiente quanto à agressividade da atmosfera local .... 18 Quadro 2 ............. 45 Quadro 5 ............................ 49 .....Critérios para estado de conservação das fachadas ......................................................................................................... 45 Quadro 6 . .....................Prédios lesionados por fissuras .... separados por grupo de idade ............................. ................... separadas pela orientação solar........................ separados por estado de conservação ..................11 LISTA DE TABELAS Tabela 1 ................ 73 Tabela 7 .Quantidade de edificações lesionadas por descolamento em placas............. 72 Tabela 6 ............... 60 Tabela 4 ..................Prédios com incidência de manchas e microrganismos....Prédios lesionados descolamento em placas .......................... 69 Tabela 5 ........ 53 Tabela 3 .Prédios com incidência de manchas e microrganismos................... 75 Tabela 8 ........ ........Quantidade de edificações separada por grupo de idades ................................................................ separados por grupo de altura...... 33 Tabela 2 ............................Quantidade de edificações lesionadas por manchas e microrganismos.......Relação entre abertura de fissura e danos nas edificações ................................................. 76 ..... .. 24 2..........................4 Descascamento ......2 OBJETIVOS .................5.......................... 15 1........1 Patologia das Fundações e Alvenaria ........ 16 1...................................5 Bolhas ...2.......................... 23 2.......................2.....................2 Manchas de Cor Branca com Aspecto Pulverulento ......... 28 2............................................................. 16 1...... 15 1......................12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................6 Enrugamento ........ 24 2....3 Desagregação .......................3 ESTRUTURA DA PESQUISA .........5........5.....................................................2........................... 18 2................3..................................5.................2............................................... 27 2....................................2....................................2.....................................................................2................ 25 2............ 16 1................................................................. 20 2...........1 Patologia Comum a todas as Alvenarias ...............2............1 Objetivo Geral ...............1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................1 Manchas de Cor Castanho ou de Ferrugem ......................... 23 2....... 29 2........ 27 2................... 26 2.......................................................................................6 Patologia dos Revestimentos Cerâmicos ............... 16 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................1..........................3.2...........................................2.............................2..........................1 REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS .................................4 Manchas de Mofo ......... 21 2................................................ 29 .................................................... 26 2...5 Patologia nas Pinturas ................3 Manchas de Cor .............................2 Objetivos Específicos ..............................................1 Eflorescência ...............................................2 Saponificação ...............2.3...................2 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ...............3 Manchas de Cor Branca Escorrida ..5..................................................... 25 2..2 Eflorescência .......2.............................................................................2...............2....... 24 2..2........................................ 29 2........................2...................2...........5...................................... 18 2....... ............................................... 47 3................... 68 4...................................4..............2 TIPO DE REVESTIMENTO ..........................6...1 Descolamento de revestimentos cerâmico .......................................................................................1 Locais com maior incidência de manifestações patológicas ..........3 ESTADO DE CONSERVAÇÃO ......5............................. 57 4....................................5 INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO DE FACHADAS ...........4 ESTADO DE CONSERVAÇÃO ....................2 OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES REFERENTES À EDIFICAÇÃO ....................... 43 3 MÉTODO DE PESQUISA .....6.....................6.....4......................6......................5 APRESENTAÇÃO...................3..........................................3 QUANTIDADE DE PAVIMENTOS ...................................................6 ANALISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS MAIS FREQUENTES ................. 78 ............4 Descolamento em Placas ...3 Manchas e microrganismos .................................................1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................1 Fissuras Causadas por Movimentações Térmicas ......................................................... 30 2...................... 37 2.................................. 40 2.........2 Manutenção de Fachadas ......1 AMOSTRAGEM .................................... ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................1 ORIENTAÇÃO SOLAR ..........................................................................2 Higroscópica e por Condensação .................................................... 40 2.................................. 59 4....... 56 4........................................6......................................... 47 3......................1 Inspeção de Fachadas ........................4 INFILTRAÇÃO ....2... 46 3............. 53 4.......................13 2.....................2 Fissuras . 53 4. 31 2................................... 77 5.... 38 2..................5....................................... 40 2..................... 74 5 CONCLUSÕES ........ 54 4..............1 Por Capilaridade............................................. 58 4.....................3 FISSURAS ........... 57 4....................................................................................................................... 48 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS REFERENTES ÀS AMOSTRAS ................................ 33 2.............. 55 4............... ........................ 79 REFERÊNCIAS ...............................2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ...................Ficha de caracterização da edificação ............................... 84 ANEXO B ............Ficha de caracterização as lesões na edificação ................................ 85 ................................14 5........... 80 ANEXOS ANEXO A ........................ O conhecimento das causas dessas manifestações é de extrema importância para engenheiros. Com o passar do tempo. as deteriorações nas edificações ficam mais evidenciadas nas fachadas. umidades. pois é ela quem recebe ininterruptamente as agressões provenientes do meio agressivo em qual estão expostas. e essa age como um agente catalisador das manifestações patológicas. entre outras manifestações patológicas. causando sensação de conforto e de bem estar quando sua integridade é constatada.1 JUSTIFICATIVA As manifestações patológicas existentes nas fachadas das edificações podem comprometer o desempenho da edificação e também diminuir seu valor patrimonial ou ainda na pior hipótese. contribuindo assim para que os erros construtivos ou qualquer outro tipo de falha executiva ou até mesmo falha em projetos possam ser conhecidos e difundidos entre os profissionais da área. pois através delas propagam-se fissuras. que aborda somente a manutenção ou conservação dos elementos construtivos que tenham avanços que se projetem sobre o passeio ou via pública e muros de arrimo. construtores e todos aqueles profissionais envolvidos na construção civil. Uma fachada em mau estado de conservação já é um forte indício de que naquela edificação exista algum tipo de manifestação patológica.15 1 INTRODUÇÃO As fachadas das edificações têm fundamental importância para a estanqueidade e para a contribuição da harmonia visual das cidades. Em algumas cidades brasileiras. contribuindo dessa forma para a melhoria contínua do setor. O grau de deterioração das fachadas pode ser um indicador do estado de conservação da edificação. 1. conforme a idade da edificação e seu uso. arquitetos. causar acidentes com seus usuários e pedestres. a única lei que trata sobre manutenção periódica de edificaçã o é Lei Complementar nº 29 de 31 de maio de 1989. A elaboração deste trabalho visa relacionar os elementos construtivos . pois a fachada mal conservada pode ser uma porta de entrada para umidade. bolor. já foi implantada a lei de inspeção predial periódica. Na cidade de Novo Hamburgo. 1. comercial e uso misto em um grupo de amostras de edificações da região central da cidade de Novo Hamburgo.2 OBJETIVOS 1. b) relacionar as manifestações os elementos patológicas mais frequentes nas fachadas.2.3 ESTRUTURA DA PESQUISA O trabalho esta estruturado da seguinte maneira: Capitulo 1 contém os objetivos que se pretende alcançar com tal trabalho. c) identificar construtivos com maior frequência patológicas. a justificativa e estrutura do trabalho.16 e as manifestações patológicas mais frequentes ocorridos nas fachadas dos prédios analisados. tipos de revestimentos das fachadas. estado de conservação. além dos assuntos sobre os tipos de manifestações patológicas que podem ser encontradas nas fachadas das edificações e as . d) identificar as possíveis causas das manifestações patológicas mais frequentes. 1.2 Objetivos Específicos Os objetivos específicos são: a) classificar as fachadas analisadas pelo seu estado de conservação. agregando conhecimento para o meio técnico e para o melhoramento das novas construções e também fomentar os profissionais envolvidos em projetos e recuperação de fachadas. 1. separando-os por idade. os tipos de revestimentos e suas funcionalidades. No Capitulo 2 trata-se da revisão bibliográfica.1 Objetivo Geral O objetivo do trabalho é relacionar as manifestações patológicas existentes nas fachadas dos edifícios de uso residências.2. aborda a conclusão obtida após analises e comparativos e sugestões para futuros trabalhos. O capitulo 5 é o final do trabalho. desempenho e manutenção necessária nas fachadas das edificações.17 ligações entre as interface de diferentes materiais. . Por fim. e as características dos prédios amostrados. gráficos comparativos agrupados por assuntos de interesse e comparação dos resultados aferidos em campo com as informações pesquisadas nas referencia bibliográficas. O Capitulo 3 fala sobre o método de pesquisa. abordaram-se assuntos referentes à conservação. O capitulo 4 esta relacionado com o resultado das pesquisas. Quadro 1 . 1-2) Em nossa região é frequente o uso da argamassa mista de cimento. podendo conter ou não aditivos ou adições que melhorem suas propriedades físicas.18 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2. 3) as argamassa são misturas homogêneas de agregados miúdos.Classificação dos revestimentos argamassados TIPO Revestimento de camada única Revestimento de duas camadas CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO Número de camadas aplicadas Revestimento com contato com o solo Revestimento externo Ambiente de exposição Revestimento interno Revestimento comum Revestimento de permeabilidade reduzida Comportamento à umidade Revestimento hidrófugo Revestimento de proteção radiológica Comportamento à radiações Revestimento termo isolante Comportamento ao calor Camurçado Chapiscado Desempenado Sarrafeado Acabamento de superfície Imitação travertino Lavado Raspado Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT NBR 13530/1995 (p.1 REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS Segundo Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT 13281/2011 (p. quanto para revestimentos externos. cal e areia. podendo ser preparadas na obra ou industrializadas. Os revestimentos argamassados são classificados conforme Quadro 1. aglomerantes inorgânicos e água. . tanto para fins de assentamentos de peças cerâmicas. Os revestimentos argamassados podem ser constituído por uma ou mais camadas. 2001a. 2005. regularização das superfícies. 1998a. estanqueidade. p. Emboço é: Camada de revestimento executada para cobrir e regularizar a superfície da base ou chapisco. propiciando uma superfície que permita receber o revestimento decorativo ou que se constitua no acabamento final (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR 13529. até funções de natureza estética. A etapa de execução do revestimento é a principal responsável por fenômenos patológicos observados posteriormente (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR 7200. com a finalidade de uniformizar a superfície quanto à absorção e melhorar a aderência do revestimento. 2). propiciando uma superfície que permita receber outra camada. 2). Reboco é: Camada de revestimento utilizada para cobrimento do emboço. sendo composta por chapisco. ou que se constitua no acabamento final (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR 13529. . p. p. 2). p. previstos em projetos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR 13529. 2). emboço e reboco ou somente por massa única. aplicada de forma contínua ou descontínua. 2001a. 2001a. condições de exposição.19 “As funções do sistema de revestimento vão desde a proteção à alvenaria. 15). Chapisco é: Camada de preparo da base. 2). PEREIRA. Sistema de revestimento é: O conjunto formado por revestimentos de argamassa e acabamento decorativo. p. compatível com a natureza da base. 2001a. p. de reboco ou de revestimento decorativo. acabamento final e desempenho. uma vez que se constitui do acabamento final das vedações” (BAUER. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT NBR 13529. d) se a propriedade for destruída. o construtor terá que dar um escravo de igual valor. recebendo o nome especifico de Patologia das Edificações. 2. . (FACHADA. em 1800 manifestações patológicas estudadas. c) se causar a morte de um escravo do dono da casa. o construtor reconstruirá a parede por sua própria conta. c) defeito de uso: 14%. na construção civil também é utilizada. tais como: a) se um construtor faz uma casa para um homem e não a faz firme e seu colapso causa a morte do dono da casa. ele deverá reconstruí-la por sua própria conta. fungos. o filho do construtor deverá morrer.2 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS Patologia é uma palavra originada do grego pathos (doença) e logia (estudo). caso a edificação sofresse algum tipo de dano. e) se um construtor faz uma casa para um homem e não as faz de acordo com as especificações e uma parede desmorona. apresentaram as seguintes causas: a) defeito de execução: 52%. citado por Ércio Thomaz. este é um termo muito conhecido na medicina. pois atribuía responsabilidades e penalidades rígidas para os construtores. que é o estudo dos problemas (enfermidade) que podem ser: fissuras. etc. bolor.20 Apesar de sabermos da grande importância que tem a fase de execução de revestimentos de fachadas. e seus consertos (terapia) (VERÇOZA. muitas empresas brasileiras ainda não possuem um projeto especifico de revestimento. Canóvas (1988) afirma que à 4000 anos na Mesopotâmia a patologia das construções já era uma ciência que preocupava o homem. b) se causar a morte do filho do dono da casa. desplacamento. o construtor deverá morrer. b) defeito de projeto: 18%.. 1991). O Centre Scientifique et Technique de La Construcion (Bélgica). 2003). a viga de fundação. recalque diferencial das fundações causam lesões nas edificações. e) dutos: 16% (VERÇOZA. entre eles: a) aplicação de cargas estruturais. b) rebaixamento do nível d’água. e) árvores de crescimento rápido em solos argiloso. conforme se retrata na Figura 1. conforme Verçoza (1991). inicialmente. geralmente. o problema mais comum que ocorre em fundações é o recalque diferencial. Conforme Verçoza (1991) é possível que o recalque diferencial não afete. p. c) colapso da estrutura do solo devido ao encharcamento. 1991.2. fissuras e rompimento de tubulações. surgindo somente pequenas fissuras que não são percebidas a olho nu. que certas movimentações na base da edificação podem acarretar em fissuramento de paredes. 2. d) inchamento de solos expansivos. Este tipo de lesão pode surgir por diversos fatores. Segundo Verçoza (1991). e as lesões se apresenta nas partes superiores das paredes.1 Patologia das Fundações e Alvenaria É quase que evidente.21 d) defeito dos materiais: 6%. tais como rachaduras. 8). . f) deterioração das fundações. 15) . tendo em vista que as alvenarias têm menor resistência à tração do que à compressão. como ilustra a Figura 2. aparecendo fissuras à 45º nas quinas das aberturas. segundo o mesmo autor. 14) Caso essa alvenaria possua vão de aberturas. p. Fonte: Verçoza (1991. resultando na queda do revestimento argamassado. 13) Ainda. p.Fissuras à 45º nos vão de aberturas Fonte: Verçoza (1991. em casos mais graves é de fácil percepção partes da alvenaria esmagada. Figura 2 . p. as fissuras se orientam em direção desses vãos.Fissuras na parte superior da alvenaria Fonte: Verçoza (1991.22 Figura 1 . de potássio. e geralmente já estão presente no material. encunhamento precoce em prédios estruturados e falta de vergas e contra vergas (VERÇOZA. materiais alcalinos solúveis são arrastados do interior da parede para a superfície pintada. 1991). de magnésio. esquadro mal executado. tijolos cerâmico. podemos elencar como os erros de construção. quando há presença de indústrias químicas na região (VERÇOZA. 1991). 1991). que ocorre pela eliminação da água de hidratação na forma de vapor.23 2.).2 Eflorescência A eflorescência é caracterizada pelo aparecimento de manchas ou por formação salina nas superfícies dos materiais (VERÇOZA. Esta manifestação patológica ocorre quando a tinta é aplicada sem que se aguarde o tempo de cura do revestimento argamassado. conforme ilustrado na Figura 3. que é de no mínimo 28 dias. argamassa. etc. causando manchas. a eflorescência pode também aparecer em formas de manchas esbranquiçadas em paredes recentemente pintadas.2. tais como: paredes fora de prumo ou fora de nível. fiadas sem amarração. contidos no material que está sendo utilizado (blocos cerâmicos. Com a secagem do revestimento argamassado. Com a presença da umidade.1 Patologia Comum a todas as Alvenarias Para este tipo de manifestação patológica. de ferro ou outros. este sal é dissolvido e migra para a parte externa da superfície. 2. Segundo Fazenda (2012).2. onde se depositam.1. . Esse tipo de manifestação patológica pode ser causado pela presença de sais solúveis de cálcio. Estes sais também podem ser trazidos pelo solo ou pela atmosfera. 3. sendo que o processo é semelhante ao de eflorescência (VERÇOZA. potássio ou cálcio).2. causando degradação microestrutural próxima à superfície (VERÇOZA. causando tensões no interior dos materiais. . que é a formação salina oculta no interior dos materiais. 2.2 Manchas de Cor Branca com Aspecto Pulverulento Geralmente essas manchas são causadas por ataques de sulfatos (magnésio.1 Manchas de Cor Castanho ou de Ferrugem Esse tipo de mancha é mais comum que ocorra em estruturas de concreto armado do que em alvenarias tradicionais. e em raras exceções também pode ser por carbonatos de cálcio ou de potássio. Essas manchas são originadas da ferrugem. 60) Outro tipo de eflorescência é a criptoeflorescência.3.3 Manchas de Cor 2. é comum que se ocorra em estruturas com pouco cobrimento da armadura.2. 2.24 Figura 3 .2.Eflorescência Fonte: Fazenda (2012. p. presente nos seus poros ou nas capilaridades do material. 1991). A criptoeflorescência pode ir aumentando com o passar do tempo. 1991). 25 Apesar de causar aspecto de degradação, em um curto prazo, a maior lesão que pode causar é a depreciação do imóvel (VERÇOZA, 1991). Esses sulfatos quanto expostos por longos períodos podem comprometer a capacidade portante da alvenaria. 2.2.3.3 Manchas de Cor Branca Escorrida Essas manchas são de difícil remoção, não sai somente com água, é necessário que se faça uma remoção mecânica dessa incrustação (VERÇOZA, 1991). A presença do carbonato é de fácil constatação, basta derramar uma pequena quantidade de ácido clorídrico nas manchas, o ácido clorídrico com a presença do carbonato, forma efervescência (VERÇOZA, 1991). Este fenômeno ocorre pela reação do hidróxido de cálcio com o gás carbônico presente na atmosfera (VERÇOZA, 1991). Esta manifestação patológica geralmente ocorre em paredes de tijolos à vista onde há escorrimento da argamassa com cal e falha no processo de limpeza. 2.2.4 Manchas de Mofo Esse tipo de manifestação ocorre pela presença de micro vegetal, também conhecido por fungos (VERÇOZA, 1991). Este tipo de manifestação patológica necessita de um ambiente propício para que os micros vegetais se desenvolvam. Esta manifestação provavelmente ocorrerá em lugares úmidos e com pouca ventilação (VERÇOZA, 1991). Os micros vegetais liberam enzimas, que vão atuar como um ácido, atacando o meio onde está presente e com o passar do tempo esse ataque pode causar a desagregação da superfície (VERÇOZA, 1991). Para a eliminação desta anomalia, segundo Fazenda (2012), por se tratar de ser um grupo de seres vivos, basta que se acabe com o meio propício para sua sobrevivência, para tanto é necessário: 26 a) lavar a superfície com uma solução de cloro e água potável na proporção de 1:2; esfregue com o auxílio de uma escova de náilon ou pano; o uso de hidro jateamento é recomendado nas áreas externas; b) aguardar 4 horas para que a solução aja sobre a superfície; c) banhar a superfície com água potável, para que se eliminem resíduos do cloro; d) aguardar a secagem e repintar. 2.2.5 Patologia nas Pinturas A pintura em si, não é só uma questão estética da obra, pois sua função principal é proteger o substrato pintado, dos efeitos danosos do meio em que está exposta. A pintura é considerada um revestimento de sacrifício, que se desgasta com o intemperismo, evitando assim que o material pintado não sofra a ação de desgaste. A edificação com uma pintura desgastada ou desplacada está mais propensa a desenvolver outras manifestações patológicas, visto que a estanqueidade do conjunto não estará íntegra, facilitando a entrada de umidade e ataques por poluição proveniente do meio. Segundo Fazenda (2012), na grande maioria dos casos, as manifestações patológicas nas pinturas estão relacionadas à fase de preparação da superfície. Estes problemas podem ressurgir, se os procedimentos de correção não forem devidamente seguidos. 2.2.5.1 Eflorescência Da mesma forma que ocorre a eflorescência nas superfícies de cimento, como visto anteriormente, na pintura ocorre de modo muito semelhante. Segundo Fazenda (2012), a evaporação da água contida na argamassa de revestimento dilui os sais solúveis contidos na formulação da tinta, arrastando esses materiais alcalinos solúveis do interior para o exterior, onde se depositam, causando as manchas. 27 Ainda, quando há a presença de água por trás da película da tinta, podendo ser por vazamento ou infiltração, este fenômeno pode surgir mesmo depois da cura completa do revestimento argamassado. 2.2.5.2 Saponificação Visualmente é muito semelhante com a eflorescência. Segundo Fazenda (2012), este fenômeno ocorre devido à alcalinidade natural da cal e do cimento que compõem o revestimento argamassado, essa alcalinidade com a presença de certo grau de umidade, reage com algumas resinas não adequadas, formando a saponificação, muitas vezes essa lesão apresenta um aspecto oleoso, e geralmente a superfície fica pegajosa. Figura 4 - Saponificação Fonte: Fazenda (2012, p. 60) 2.2.5.3 Desagregação De acordo com Fazenda (2012), esta manifestação patológica caracteriza-se pelo desprendimento de placas do filme da tinta, carregando junto, resíduos de argamassa do revestimento, conforme ilustrado na Figura 5. Ainda, segundo o mesmo autor, esta anomalia ocorre quando: a) a pintura é feita sem que se aguarde o tempo de cura do revestimento argamassado; 28 b) traço muito fraco do revestimento argamassado, tornando-o pulverulento; c) pintura nova sem que se lixe o substrato. Figura 5 - Desagregação Fonte: Pesquisa do autor 2.2.5.4 Descascamento Esta manifestação patológica é muito semelhante ao desagregamento, diferenciando-se pelo fato de que o filme da tinta não traz consigo resíduos de argamassa. Segundo Fazenda (2012), esta manifestação ocorre geralmente quando: a) pintura sobre superfície que esteja pintada a base de cal, sem que fosse preparada devidamente; b) pinturas com sua vida útil ultrapassada; c) na primeira pintura, a primeira suficientemente. demão não ter sido diluída Figura 6 . que pode estar em diversos lugares como.29 2. no próprio material.5.5 Bolhas Geralmente o fator causador das bolhas em pinturas é a presença de umidade. atingindo o filme da tinta no sentido de dentro para fora.2. ou adentrar por alguma fissura. etc. causando as bolhas..6 Enrugamento Segundo Fazenda (2012). esta manifestação ocorre pela pintura ter sido feita com uma camada muito espessa de tinta.2.2. por exemplo. com excesso de material ou também pode ocorrer por não se aguardar o intervalo entre demãos ou até mesmo pela superfície estar muito aquecida.Bolhas Fonte: Pesquisa do autor 2. 2. a Figura 6 ilustra essa manifestação patológica.5.6 Patologia dos Revestimentos Cerâmicos Segundo Campante e Baía (2003) as manifestações patológicas dentre os revestimentos cerâmico são: . 6. ficando com a superfície permeável e úmida. como vergas e juntas de dessolidarização. migrando para a face externa da placa. as placas cerâmicas não são as causadoras das anomalias e sim vítimas. Segundo apostila da cadeira de patologia. que pode penetrar pelo rejuntamento e dissolver os sais solúveis contido na argamassa e formar eflorescência. .30 a) descolamento de placas. b) fluência da estrutura de concreto armado. c) fissuras. tais como a umidade. pois todas as manifestações que ocorrem nesse tipo de acabamento são provenientes de alguma outra falha. Segundo Gastasldine e Sichieri (2010). e) deterioração de juntas.1 Descolamento de revestimentos cerâmico Este tipo de manifestação patológica pode ter diversas causas. Ainda. como os fungos. d) assentamento sobre superfície contaminada. e) expansão por umidade. as manifestações patológicas como escurecimento e eflorescência também são frequentes em fachadas revestidas com cerâmicas. segundo os mesmos autores. c) ausência de detalhes construtivos. e ocorre devido à perda da aderência da placa cerâmica com a argamassa colante ou pela falta de aderência entre a argamassa colante e o substrato ou pela ausência das juntas necessárias para que os revestimentos cerâmicos se deforme sem causar descolamento. O escurecimento ocorre quando a cerâmica não tem sua face externa esmaltada. do curso de engenharia civil da UNISINOS. b) trincas. os principais motivos para os descolamento são: a) instabilidade do suporte. 2.2. formando condições no ambiente para que se desenvolvam microrganismos. d) eflorescência. Segundo Thomaz (2001). trabalhando quase sempre no . aliado ao avanço tecnológico. a conjuntura socioeconômica de países em desenvolvimento. e baixa qualificação de mão de obra. tem levado a um ritmo cada vez mais acelerado de conduzir as obras. Figura 7 . baixo rigor de controle de serviços e materiais.3 FISSURAS A fissura.Juntas necessária para um melhor desempenho das fachadas revestidas com cerâmicas Fonte: Apostila de Patologia UNISINOS (2010) 2. assim como o Brasil. g) mau espalhamento da argamassa colante.31 f) uso de argamassa colante com tempo em aberto vencido. A Figura 7 mostra as juntas necessárias para um melhor desempenho das fachadas com revestimentos cerâmicos. além de comprometer a vida útil da edificação. também pode causar algum tipo de desconforto psicológico para seu usuário. que permitiu estudar os materiais de modo mais aprofundado. h) imperícia no processo (APOSTILA DE PATOLOGIA UNISINOS). 32 seu estado limite. A Figura 8 ilustra esses fenômenos. Figura 8 . d) vibração. por não suportarem as tensões. as fissuras surgem nos revestimentos. sendo que as de tração são as mais frequentes. e) reações químicas e alterações físicas.Elementos atuantes sobre as paredes de edificações Fonte: Grueger (apud GUIMARÃES. com pilares esbeltos e estrutura menos contraventada. 1997) . devido às seguintes ações: a) movimentação do substrato. EPITÁCIO. combinados com uma arquitetura mais arrojada. Segundo Paiva e Veiga (1990). b) acomodamento das fundações. contribuem para o surgimento de fissuras. c) variação de temperatura. causada pela ação do intemperismos. as principais movimentações diferencias ocorrem em função de: .ABNT. as fissuras podem ser dividias em mapeadas. Segundo Thomaz (2001). especialmente de faces externas. 1996). Tabela 1 .33 Segundo a NBR 13749/1996 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS . ou fissuras geométricas. vertical ou inclinada). a Tabela 1 mostra a relação entre as fissuras e os danos nas edificações. As fissuras de origem térmica podem surgir também pelas diferenças de movimento entre os materiais constituintes de um componente ou entre regiões distintas de um mesmo material. quando apresentadas de forma que conseguimos identificar a posição dessa fissura (horizontal. quando se apresentam em formato de mapas.3.Relação entre abertura de fissura e danos nas edificações Fonte: Thornburn e Hutchinson (1985 apud SOAREZ) 2. estão sujeitos à variação nas suas medidas geométricas (expansão ou retração).1 Fissuras Causadas por Movimentações Térmicas Todo elemento de uma edificação. sujeitos ao mesmo intemperismo (por exemplo. 2001). movimentações diferenciadas entre o revestimento e um componente do sistema). diferença de temperatura entre a face de uma laje exposta ao sol e a face contraria da mesma laje). enquanto que para paredes muito pesadas estes períodos podem ultrapassar 24 horas (LATTA apud THOMAZ.34 a) união de materiais com coeficiente de dilatação térmicas diferentes.Estimativa da temperatura superficial de lajes e paredes expostas à radiação. a temperatura de paredes com pouca massa entra em equilíbrio em período inferior a 1 hora. Quadro 2 . e do coeficiente de absorção solar (a). as fissuras ocorrida nas argamassa devido à variação térmica são geralmente distribuídas e com aberturas bastante reduzidas. c) gradiente de temperatura ao longo de um mesmo componente (por exemplo. 2001). p. Sob efeito da radiação direta do sol. posicionamento na edificação e a cor do elemento (Buildin Research Establishment apud THOMAZ. p. b) exposição de elementos a diferentes solicitações térmicas naturais (por exemplo. de acordo com a seguinte formulação indicada no Quadro 2 (LATTA apud THOMAZ. em °F Fonte: Thomaz (2001. As amplitudes de variação das temperaturas dos componentes de uma edificação podem ser bem acentuadas. 22) . 2001). variando ainda pela natureza do material constituinte. A temperatura superficial da face externa de lajes e de paredes pode ser estimada em função da temperatura do ar (tA). Segundo Yazigi (2002). cobertura em relação às paredes da edificação). p. p. 23) Figura 10 . 23) Normalmente este tipo de movimentação causa fissuras em todo o perímetro da parede no bordo onde a laje é vinculada. Figura 9 . .Propagação das tensões devido aos efeitos térmicos em uma laje de cobertura com bordos vinculados Fonte: Thomaz (2001. p.Movimentação da laje de cobertura sob ação da elevação de temperatura Fonte: Thomaz (2001. a Figura 11 ilustra esta situação. p.35 Segue nas Figuras 9 a 10 exemplos de formação de fissuras por movimentação térmica. p. provocado pelas movimentações térmicas diferenciais Fonte: Thomaz (2001. 25) Figura 12 . p.Destacamento entre alvenaria e estrutura. 26) . p.Fissura por movimentação térmica no perímetro da parede onde possui uma laje vinculada Fonte: Thomaz (2001. p.36 Figura 11 . e no grupo de edifício entre quatro e sete anos os problemas de umidade representou cerca de 86%. é uma solução somente de curta duração. que podem atuar maleficamente na saúde de seus habitantes. Segundo Ripper (1984). Em 1980. O mesmo autor afirma que cada caso é um caso. 2005). c) higroscópica. placas cerâmicas. Segundo Yazigi (2002). pintura entre os principais. b) de fluxo superficial ou de infiltração. causando doenças respiratórias e alérgicas e tam bém constrangimentos psicológicos.4 INFILTRAÇÃO É de conhecimento do meio técnico que a umidade é um dos principais vilões para a disseminação das manifestações patológicas em qualquer tipo de construção. somente com a substituição de revestimento úmido por outro novo com aditivo impermeabilizante não se consegue a eliminação da umidade. . o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) realizou uma pesquisa e constatou que nos edifício com um a três anos de idade 52% dos problemas típicos deviam-se pela presença de umidade. sendo os mais importantes os relacionados com a absorção d’água: a) capilar. outro levantamento também realizado pelo IPT constatou que 58% das manifestações patológicas de edifícios com um a quatro anos de idade eram provenientes de umidade (TÉCHNE. Além da degradação acelerada da construção. Em 2004. existem vários mecanismos que podem gerar umidade nos materiais de construção. e para cada tipo de caso temos um sistema correspondente de impermeabilização. d) por condensação. o ambiente úmido é propício para a propagação de fungos. como o revestimento argamassado.37 2. Além de provocar uma degradação acelerada nos diversos materiais. no caso de uma lamina d’água na fachada juntamente com a ação do vento. e caso a construção fique em contato direto com a umidade. por onde a água é conduzida pela tensão superficial para seu interior. evitando a fissuração dos componentes. As partes superiores de muros ou platibandas têm de ser protegidos por cumeeiras ou rufos. o efeito de capilaridade ocorre devido os materiais da construção possuírem canais capilares. Segundo Téchne (2005). é importante que o projetista atente para algumas questões como: projetar detalhes construtivos e colocação de pingadeiras fazendo com que a lamina d’água não escorra pela fachada conforme mostrado na Figura 13 e projetar juntas adequadas. em terrenos com fluxo superficial de água.Água escorrendo pelas frestas das pingadeiras causando manchamento Fonte: Téchne (2005) Os detalhes construtivos como pingadeiras.4. molduras entre outros. ocorrerá infiltração pelo fenômeno de capilaridade caso a construção que está . Para evitar esse tipo de problema. esta será transportada regularmente para cima.1 Por Capilaridade Segundo Yazigi (2002). caso contrário. Figura 13 . e caso essa água absorvida não seja eliminada pela ventilação.38 2. peitoris. o fenômeno de capilaridade também pode ocorrer em fachadas. pela face superior do elemento. auxiliam no controle da água de chuva que escorre pela fachada. a água acumulada pode escorrer pela fachada ou penetrar no interior da parede. Segundo Yazigi (2002). que force essa água contra o revestimento. 2008) . Este mesmo tipo de fenômeno pode acontecer nas fachadas. pelo fluxo superficial das águas de chuvas. Neste tipo de situação é interessante a execução de drenos no terreno.39 em contato com o solo não receba impermeabilização vertical adequada. A Figura 14 ilustra como a geometria dos detalhes construtivos contribui para evitar esse fenômeno. Figura 14 .Efeitos da geometria no fluxo de água superficial Fonte: Perez (1988 apud FAGUNDES NETO. c) nas fissuras horizontais nas paredes do último pavimento. Segundo Téchne (2005). criando assim microgotículas na superfície do material. Quanto menor forem os poros do material. próximo à laje. a umidade relativa do ar é fundamental para que ocorra essa condensação. ocorre umidade de condensação abaixo da temperatura de orvalho. 2. como qualquer outro tipo de bem de consumo durável. g) nas fissuras nos revestimentos de argamassa. a umidade geralmente é proveniente de infiltrações de água de chuva. e destacamentos da fachada. b) na fissura entre componentes estruturais e paredes de vedação. e) nas frestas na interface entre as esquadrias e a parede da fachada.2 Higroscópica e por Condensação Conforme Yazigi (2002).5. maior será a quantidade de condensação produzida. pelo grau e pelo tipo de salinização existente no material absorvente. .4. Esse tipo de fenômeno é mais comum que ocorra nas áreas térreas ou subterrâneas. mas não é somente a dimensão dos poros que influencia. f) nas fissuras no corpo da parede. podendo ser os pontos mais prováveis de infiltração: a) nas fissuras. em ambos os mecanismos a água é absorvida na forma gasosa. O mecanismo de absorção higroscópica é desencadeado pelo ar.5 INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO DE FACHADAS 2.1 Inspeção de Fachadas É inaceitável do ponto de vista técnico e financeiro. de que uma edificação não tenha um plano de manutenção implantado. no caso das fachadas. Naturalmente.40 2. d) no destacamento do encontro entre as paredes nos casos de juntas à prumo. tanto preventivas quanto corretivas. Na condensação capilar. a edificação necessita de manutenções. podendo ser identificados também com o auxilio de instrumentação. ela tem que ser encarada com um procedimento técnico. Este valor pode parecer pequeno.41 Estudos realizados em diversos países. O descaso com os cuidados necessário de manutenção é facilmente observado pelo fato de diversas construções serem retiradas de uso muito antes de cessar sua vida útil. de uso ou de manutenção predial empregada no . c) nível 3: equivalente aos parâmetros definidos para a inspeção de NÍVEL 2. e consequentemente o dimensionamento da equipe necessária para a realização da intervenção a ser feita. b) nível 2: vistoria para identificação das anomalias e falhas aparentes.ABNT. Para que se obtenha um resultado satisfatório no desempenho da edificação. Pelo valor consideravelmente relevante. porém acumulado ao longo da vida útil das edificações chega a ser equivalente ou até superior ao seu custo de construção (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS . seguindo uma lógica de custo e satisfação do usuário com os resultados alcançados. bem como análise de documentos técnicos referentes à edificação em estudo. para diferentes tipos de edificações. acrescida de auditoria técnica conjunta ou isolada de aspectos técnicos. Conforme NBR 5674/2012 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS . 2). é indispensável que haja planos de manutenção. demonstram que os custos anuais envolvidos na operação e manutenção das edificações em uso variam entre 1 e 2% do seu custo inicial.ABNT 2012. p. pois os níveis são separados conforme a profundidade de inspeção. que influenciam diretamente no custo do serviço. cuja responsabilidade exige capacitação da parte contratada. Neste nível de inspeção é elaborada por profissional habilitado em uma ou mais especialidades. Conforme o Manual de Inspeção Predial IBAPE/SP (2011). Segue abaixo os níveis: a) nível 1: identificação das anomalias e falhas aparentes. como visto anteriormente. a manutenção não deve ser feita de modo casual ou improvisado. realizada para orientar as atividades de manutenção. as inspeções prediais podem ser separadas por níveis. 2012) define-se inspeção como sendo uma avaliação do estado da edificação e de suas partes constituintes. preferencialmente com especialidade em engenharia de segurança. realizada por equipe multidisciplinar. que pode ser composta por engenheiro civil ou arquitetos. Na maioria dos casos. será de acordo com a complexidade e tipo de edificação Endógenas Anomalias Exógenas Natural Funcional Classificação das anomalias e falhas De planejamento Falhas De execução Operacionais Gerenciais . principalmente para reformas Inspeção dos tópicos da listagem de verificação A listagem dos componentes dos diversos sistemas a serem inspecionado. segundo Fagundes Neto (2008). que pode ser útil também na inspeção de fachadas. Manutenção e operação Obtenção de informações dos usuários. administradores ou responsável pela edificação Questionário de entrevista com os usuários ou responsáveis pela edificação. gestores. além de um engenheiro eletricista e engenheiro mecânico.42 empreendimento. Quadro 3 . Técnicos Docs. além de orientações para a melhoria e ajuste dos procedimentos existentes no plano de manutenção. O IBAPE/SP (2011) sugere uma rotina de inspeção predial conforme Quadro 3. a contratação se dará no Nível 2. Administrativos Verificação de documentos existentes Docs.Rotina de inspeção predial (continua) Nivel1 Determinação do Nível Nivel2 Nivel3 Docs. Exime o profissional de responsabilidade quando seu projeto não for obedecido pelo contratante Fonte: IBAPE/SP (2011) 2.43 Quadro 3 . perda pontual do desempenho (possibilidade de recuperação.Rotina de inspeção predial (conclusão) Critico Classificação e analise Regular das anomalias e falhas quanto ao grau de risco Mínimo Quando oferece risco a saúde. fazendo com que a mesma volte a recuperar seu estado inicial de desempenho. comprometimento recomenda-se intervenção imediata Perca de funcionalidade. Ordem de prioridade Recomenda-se que seja em ordem decrescente quanto ao grau de risco Indicação das orientações técnicas Apresentação de forma clara e de linguagem de fácil compreensão para leigos Atende Qualidade de manutenção Classificação do estado de conservação Não atende Atende parcialmente Classificação da condição de uso Uso regular Uso Irregular Recomendações gerais e de sustentabilidade Uso racional dos recursos naturais. . recomendase intervenção em médio prazo. possível paralização. consignar medidas de correção e melhorias no que se diz respeito a sustentabilidade Responsabilidades O profissional é responsável única e exclusivamente pelo escopo e pelo nível de inspeção contratada. ao meio ambiente. recomenda-se intervenção em curto prazo) Pequeno prejuízo à estética.5. deterioração precoce e pequena desvalorização. preservação do meio ambiente. baixo ou nenhum comprometimento do valor imobiliário. sem probabilidade de ocorrência de risco critico ou regular do sistema. É indispensável que a manutenção seja feita por profissional habilitado e qualificado para a realização do serviço. desvalorização acentuada. preservação do conforto e segurança do usuário.2 Manutenção de Fachadas A manutenção é a atividade realizada para a conservação ou para sanar algum problema apresentado pela edificação. sem prejuízo a operação direta. Segundo o mesmo autor. apesar da pintura ser uma das ultimas etapas de uma obra. são extremamente danosas à estanqueidade da fachada. nas manutenções em fachadas é de extrema importância que os responsáveis técnicos pelo serviço deem especial atenção aos seguintes itens de segurança: a) sistema de ancoragem dos andaimes suspensos. atentando para fatores que possam contribuir para uma degradação mais acelerada do meio. necessitando assim manutenções mais frequentes. A Figura 15 mostra a combinação entre chuvas e vento sobre uma fachada. b) ancoragem para cabo-guia.44 Segundo SINDUSCON-SP. as chuvas combinadas com ventos fortes. tendo em vista o regime de chuvas. c) critérios na escolha. é indispensável que sua fase seja concebida ainda em projeto. Conforme Fagundes Neto (2008). conhecidas popularmente como “chuvas tocadas à vento”. 2008). d) devida e correta utilização dos EPIs. uso e manutenção de cabos de sustentação. Figura 15 . 2008) Segundo Uemoto (2002 apud FAGUNDES NETO. as verificações das condições climáticas locais. reduzindo a vida útil do sistema. o grau de adversidade da atmosfera e a classificação do nível de agressividade devem ser .Chuva e vento na fachada de um edifício Fonte: Bauer (1988 apud FAGUNDES NETO. pois essa combinação acelera o processo de decomposição dos materiais. 45 considerados em um projeto de pintura. . Quadro 4 . mas de elevado regime de chuvas.Classificação do ambiente quanto à agressividade da atmosfera local Fonte: Bauer (1988 apud FAGUNDES NETO.Classificação do regime de chuvas Fonte: Bauer (1988 apud FAGUNDES NETO. visto que se trata de uma região urbana. 2008) Quadro 5 . 2008) A região demarcada para a extração das amostras estudadas enquadrase em ambiente de alto regimes de chuvas e de baixa agressividade atmosférica. os Quadros 4 e 5 expressam essas considerações. contendo campos como: idade.46 3 MÉTODO DE PESQUISA Para a obtenção das amostras a serem analisadas. A Figura 16 ilustra a demarcação das ruas e as respectivas unidades amostradas. orientação solar. e a segunda planilha referente às manifestações patológicas encontradas nas fachadas daquela edificação conforme podem ser observadas nos anexos. Marechal Floriano Peixoto. . Corte Real. Quintino Bocaiuva e Lucas de Oliveira e com as fichas de coletas de dados. tipo de revestimento. composta por duas planilhas de preenchimento. que são elas: Rua Lima e Silva. essa segunda ficha não era preenchida. entre outras informações referentes à sua caracterização. Mariano de Matos. caso não apresentassem nenhuma lesão. uma com a identificação da edificação. primeiramente foi demarcada a região central da cidade de Novo Hamburgo e selecionado aleatoriamente 8 ruas do centro da cidade. David Canabarro. Major Luiz Bender. foi considerada pertencente à rua em análise. 3. estava voltada para a rua em estudo. foi feito entrevista com os moradores ou responsável pela edificação que se encontrava presente na hora da visita. geralmente as respostas eram fornecidas pelo .47 Figura 16 . comercial e misto que estavam inclusas nas ruas em estudo.2 OBTENÇÃO DE INFORMAÇÕES REFERENTES À EDIFICAÇÃO Para obter as informações referentes à idade da edificação. Para as edificações de esquina.Distribuição das edificações analisadas Fonte: Google Maps (2012) 3. somente aquela edificação em que a fachada principal.1 AMOSTRAGEM A população de interesse são as fachadas dos edifícios de uso residencial. comercial ou mista foi de forma visual. b) 2° . conforme conhecimento do autor deste trabalho. foram marcados todos os revestimentos que compunham a fachada. a classificação foi de forma visual. A fachada principal foi a responsável pelo enquadramento da posição solar. Para a finalidade da classificação da edificação em residencial. ou algum trabalhador da portaria. foi utilizada uma bússola digital e feita a conferência com o mapa da cidade. contando o hall de entrada como pavimento. Quanto ao material de revestimento. Para obter a orientação solar correta. norte ou leste e assim para as demais posições. era solicitado a algum morador do prédio. que enquadrava a edificação em um dos grupos de idade.48 zelador ou porteiro do prédio. de 10 a 15 pavimentos e mais de 15 pavimentos. Nos casos em que as fachadas eram compostas por mais de um tipo de revestimento.muito bom: quando a fachada da edificação não possui problema patológicos visível. fachada totalmente íntegra. ficando distribuído da seguinte forma: a) 1º .3 ESTADO DE CONSERVAÇÃO Para mensurar o estado de conservação das fachadas. Somente foram utilizados os pontos cardeais. por este motivo optou-se por não introduzi-lo neste trabalho. quando se tinha dúvida. devido a dificuldade de se obter as informações confiáveis do real material que foi utilizado. acelerando o processo degradativo do material e diminuindo sua vida útil. deixando os colaterais de fora. de 5 a 10 pavimentos.bom: quando a fachada apresenta até duas manifestações patológicas que não comprometam de uma forma grave seu . 3. A altura da edificação foi feita de forma visual. separando-os em quatro grupos: até 5 pavimentos. Os materiais de que eram constituídas as paredes não foram considerados. foram criados quatro divisões conforme a quantidade de lesões ou pelo risco que essa lesão oferece a edificação. caso uma fachada apontasse a direção nordeste. era classificada pela maior inclinação que se dava entre os dois pontos cardeais. c) 3º . como manchas ou pintura com sua cor original levemente desmerecida. Quadro 6 .regular: quando a fachada apresentar até três manifestações patológicas com localização pontual ou generalizada.média Ruim 3 ou mais Pontual ou generalizada necessidade de manutenção imediata Alta Fonte: Elaborado pelo autor . d) 4º . independente da localização que ocorra a lesão. desde que esta anomalia não comprometa de forma significativa o desempenho da edificação.Critérios para estado de conservação das fachadas ESTADO DE CONSERVAÇÃO QUANTIDADEMÁXIMA DE LESÕES DISTRIBUIÇÃO GRÁVIDADE DA LESÃO Muito Bom Sem nenhuma lesão ------- ------- Bom até 2 Pontual com necessidade de manutenção em médio prazo Baixa Regular 2a3 Pontual ou generalizada com necessidade de manutenção em médio prazo Baixa .ruim: quando a fachada apresenta mais de três manifestações patológica. O quadro 6 ilustra a classificação das fachadas quanto à seu estado de conservação e seus critérios para o enquadramento.49 desempenho e estética. Edificação em estado de conservação muito bom. sem nenhuma lesão visível Fonte: Pesquisa do autor .50 Figura 17 . Edificação em bom estado de conservação apenas uma lesão Manchas e organismo Fonte: Pesquisa do autor Figura 19 .Edificação em estado de conservação regular. 2 lesões Manchas e organismo Fissura tipo mapeamento Fonte: Pesquisa do autor .51 Figura 18 . Edificação em estado de conservação ruim.52 Figura 20 . 3 lesões Fissura horizontal Manchas e organismo Desplacamento do revestimento argamassado Fonte: Pesquisa do autor . Tabela 2 . foram gerados gráficos que contivessem informações relevantes para uma futura interpretação de resultados. Figura 21 .Distribuição das edificações quanto a orientação solar Fonte: Elaborado pelo autor . de acordo com a Tabela 2.53 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS REFERENTES ÀS AMOSTRAS Após registrar os resultados obtidos “in loco” das inspeções das fachadas para uma planilha eletrônica.Quantidade de edificações separada por grupo de idades IDADE DA EDIFICAÇÃO QUANTIDADE DE EDIFICAÇÕES Anterior a 1980 12 1981 a 1990 4 1991 a 2000 4 2001 a 2010 6 Não disponível 6 Fonte: Elaborado pelo autor 4. Quanto à distribuição das edificações nos grupos de idade. percebe-se uma concentração maior nas edificações enquadradas no período anterior a 1980.1 ORIENTAÇÃO SOLAR Conforme demonstra a figura 21 a predominância de fachadas voltadas para as posições norte e sul se deu pelo motivo de que as ruas de onde se foi extraída as amostras. são predominantemente ruas no sentido leste-oeste ou vice-versa. Figura 22 . misturado com algum tipo de resina acrílica. pertencentes ao quadrante que estava mais próximo. em alguns casos podem ser agregadas com argamassa de cimento e areia.2 TIPO DE REVESTIMENTO Quanto ao tipo de revestimento. considerando as fachadas voltadas para os pontos colaterais. a soma das amostras estudadas é menor do que a soma dos tipos de revestimento.Revestimento das fachadas da amostra Fonte: Elaborado pelo autor ¹ Revestimento a base de mineral moído (mármore ou granito). . leste. o mais frequente foi a pintura. A Figura 22 mostra a quantificação dos revestimentos das fachadas amostradas e na Figura 23.54 Cabe salientar que foram consideradas somente quatro posições possíveis (norte. oeste). portanto é conveniente frisar que devido alguns edifícios terem suas fachadas compostas por mais de um tipo de revestimento. uma amostra de edificação com mais de um tipo de revestimento. 4. sul. 55 Figura 23 . A Figura 24 ilustra a proporção de edificações de baixa estatura (até 10 pavimentos) e edificações altas (mais de 10 pavimentos). ocorrendo em 4 casos. a amostra apresentou na maioria das vezes edificações de baixa estatura. ocorrendo em 10 casos e edificações de 11 a 15 pavimentos. ocorrendo em 18 casos. liderada pelas edificações com até 5 pavimentos. e em 2º lugar ficou as edificações entre 6 e 10 pavimentos.Fachada da edificação composta por mais de um tipo de revestimento Fonte: Pesquisa do autor 4.Número de pavimentos das edificações amostradas Fonte: Elaborado pelo autor . Figura 24 .3 QUANTIDADE DE PAVIMENTOS Quanto à quantidade de pavimentos. 16 edificações estão enquadradas no estado de conservação bom. visto que as edificações enquadradas nesta classificação apresentam alguma lesão sem risco eminente de interditar a edificação ou uma acentuada desvalorização do imóvel. O gráfico da Figura 26 mostra as lesões mais frequentes nas edificações classificadas como em bom estado de conservação. . Desses 26 edifícios lesionados. A distribuição do estado de conservação das fachadas mostrou-se bem desfavorável no quesito estado de conservação muito bom. não se aplicando aos demais componentes do prédio. que era a edificação que não contivesse manifestação patológica. isso quer dizer que essas edificações necessitarão de uma manutenção corretiva em médio prazo. A Figura 25 mostra esta diferença.56 4. Figura 25 .4 ESTADO DE CONSERVAÇÃO Cabe salientar que o estado de conservação e as demais analise referese somente às fachadas da edificação. dentre os 32 analisados.Percentual de prédios íntegros e com algum tipo de manifestação patológica Fonte: Elaborado pelo autor Como demonstrado na Figura 25. esta amostra possuía 82% das fachadas analisadas com algum tipo de manifestação patológica. o que corresponde a 26 edifícios com algum tipo de lesão. separando-os por grupos de interesse. pois a incidência dela é localizada. 4.5 APRESENTAÇÃO. percebe-se que a lesão fissura é a manifestação patológica mais recorrente. conforme Figura 27. ficando as seguintes manifestações patológicas analisadas: . seguida de manchas e microrganismo. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Com a coleta de informações já concluída. não se espalhando ao resto da fachada. 4.57 Figura 26 .Lesões mais frequentes nas edificações classificadas como em bom estado de conservação Fonte: Elaborado pelo autor Apesar de algumas lesões serem graves. descolamento em placas entre outras. o que facilita a terapia para o tratamento destas. partiu-se para o agrupamento de resultados. a ação danosa da lesão é reduzida. e com os resultados lançados em planilhas especificas.6 ANALISE DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS MAIS FREQUENTES Pelo resultado obtido com a coleta de dados das amostras. Optou-se por analisar as manifestações patológicas que aparecessem no mínimo em 7 casos. Distribuição das manifestações patológicas Fonte: Elaborado pelo autor 4.6. Figura 27 . pano cego.1 Locais com maior incidência de manifestações patológicas Os locais mais frequentes de ocorrência de algum tipo de manifestação patológica são as sacadas. . manchas e microrganismos 15 casos e descolamento em placas que apareceu em 7 casos.58 Fissuras 20 casos. platibanda e marquise conforme figura 28. 1989. p. pedras ou blocos de cimento. 151): “[. O elemento construtivo onde mais ocorreram manifestações patológicas foi nas sacadas...59 Figura 28 . Não raras vezes observam-se trincas originadas por uma somatória de causas. não sendo analisada a parte superior das marquises.] uma causa pode provocar diversas configurações de fissura e uma configuração pode ser representativa de diversas causas. 4. . Fonte: Elaborado pelo autor É conveniente salientar que as inspeções foram feitas de forma visual.2 Fissuras Segundo Verçoza (1991).. que é o local mais provável para o surgimento de fissuras. [. Conforme Chad (1979 apud THOMAZ..]”. as fissuras são um dos defeitos mais comum nas alvenarias. sendo responsável por aproximadamente 30% dos casos analisados.6. seja elas de tijolos cerâmicos.Elemento construtivo onde ocorrem as lesões. pois esta é a região tracionada do elemento construtivo. vertical e mapeamento). cabe salientar que 1 edifício apresentou os 3 tipos de fissuras (horizontal. conforme apresentado na Tabela 3.Tipos de fissuras mais frequentes Fonte: Elaborado pelo autor . vertical e mapeamento 1 Horizontal e mapeamento 3 Somente horizontal 9 Somente mapeamento 2 TOTAL 15 Fonte: Elaborado pelo autor Figura 29 . Tabela 3 . o mapeamento em 6 casos e a fissura vertical em 1 caso.Prédios lesionados por fissuras QUANTIDADE DE EDIFICAÇÕES COM INCIDÊNCIA DE FISSURAS NAS FACHADAS TIPOS DE FISSURAS Horizontal. 15 prédios apresentaram fissuras. A fissura horizontal apareceu em 13 amostras analisadas.60 Nas 32 amostras coletadas. conforme ilustrado no gráfico da Figura 29. Para efeito de cálculo. 3 edifícios apresentaram 2 tipos de fissuras (horizontal e mapeamento) e 11 edifícios apresentaram 1 tipo de fissura (ou horizontal ou mapeamento). faz com que surjam tensões de tração. a dilatação das lajes por consequência do aquecimento solar. sendo que no centro da laje essas tensões são nulas.Proporção entre os tipos de fissuras encontrados nas amostras Fonte: Elaborado pelo autor As Figuras 31 a 34 ilustram alguns casos ocorrido nas amostra estudadas. sendo crescentes no sentido dos bordos das .Fissura horizontal provocada pela dilatação da laje Fonte: Pesquisa do autor Segundo Thomaz (1989).61 Figura 30 . Figura 31 . Fissura horizontal nas sacadas do edifício Fonte: Pesquisa do autor As causas dos surgimentos de fissuras são de difícil constatação. faça surgir forças de cisalhamento ao elemento vinculado paralelamente. acarretando o surgimento de fissuras nas paredes no sentido longitudinal da laje. para que dessa forma se avalie com maior confiabilidade o motivo de seu surgimento. a Figura 32 ilustra um exemplo de fissura causada provavelmente pela água que escorre por entre o rejuntamento da peça cerâmica da pingadeira. É de extrema importância avaliar quando a fissura surgiu. Outro motivo que pode ter originado essas fissuras é a diferença do coeficiente de dilatação térmica entre o concreto e a argamassa de revestimento. provocando expansão do material. Figura 32 . fazendo com que a água infiltre na argamassa de revestimento.62 lajes. conforme ilustrado na Figura 31. fazendo com que essa. os detalhes construtivos quando mal projetados ou mal executados podem contribuir para o surgimento de fissura . . resultando no surgimento de fissuras. pois como visto anteriormente na revisão bibliográfica um tipo de fissura pode ter diversas causas e formatos diferentes. Conforme Thomaz (1989). p. se obteve 6 casos de fissuras do tipo mapeamento. segundo Thomaz (1989. “A retração das argamassas aumenta com o consumo de aglomerante.Fissura do tipo mapeamento Fonte: Pesquisa do autor Fissura do tipo mapeamento pode ser provocada por diversos fatores. espessura das camadas. com a porcentagem de finos existente na mistura e com o teor de água de amassamento e muitos outros fatores. Na amostra estudada. rápida perda de água durante o endurecimento por ação intensiva de ventilação e/ou insolação etc. número de camadas aplicadas. diversos outros estarão influenciando na formação ou não de fissuras de retração nas argamassas de revestimento: aderência com base. .”. tempo decorrido entre a aplicação de uma outra camada. Além desses fatores intrínsecos.63 Figura 33 . 115). conforme Thomaz (1991. nos contornos dos vãos das janelas de um único prédio. Essa expansão provoca o fissuramento e o lascamento do (“spalling”) do concreto nas regiões próximas às armaduras [..64 Figura 34 . ocorreu somente 1 caso de fissura vertical. .Fissura vertical no detalhe da fachada do edifício Fonte: Pesquisa do autor Nas amostras analisadas. produzem óxido de ferro. essa lesão foi registrada em alguns detalhes em concreto armado.. A idade das edificações lesionada por fissura ficou conforme ilustrado na Figura 35. as reações de corrosão.]. p. conforme ilustrado na Figura 34. independente de sua natureza. 124). cujo volume é muitas vezes maior do que o original de metal. Possivelmente esta lesão aconteceu pela oxidação da armadura. a Figura 36 ilustra esta situação. pode ser devido à idade das edificações. já que 67% das amostras com idade conhecida são construções anteriores a 1980 e que com a falta de um plano de manutenção. que é de aproximadamente 25 anos para revestimentos argamassados pintados a cada 5 anos. desplacamento. como esfarelamento. infiltrações entre outras. reduzindo a vida útil de projeto (VUP). constata-se que 50% das edificações com idade anterior a 1980 possuem este tipo de lesão. . pode ter contribuído para a perda de seu desempenho. Separando por grupo de idade os prédios lesionados por fissuras. Como visto anteriormente na revisão bibliográfica. que com o passar do tempo podem catalisar o surgimento de outras manifestações patológicas. as fissuras podem ser uma porta de entrada para a umidade.Distribuição por grupo de idade das edificações com incidência de fissuras nas fachadas Fonte: Elaborado pelo autor Possivelmente uma das prováveis causas das fissuras encontradas nas fachadas amostradas.65 Figura 35 . sendo o percentual mais alto (nos quais as idades são conhecidas). 66 Figura 36 . . chuvas. etc.Orientação solar das edificações lesionadas por fissuras Fonte: Elaborado pelo autor Como visto anteriormente a orientação solar sul é mais suscetível ao recebimento das adversidades climáticas. ventos. separados por grupo de idade Fonte: Elaborado pelo autor Figura 37 .Comparativo entre total de prédios e prédios com incidência de fissuras nas fachadas. “durante a vida da construção. 33). Também a umidade presente no ar pode ser absorvida pelos materiais de construção.67 Uma das causas de fissuramento de alguns componentes da construção civil é a variação dimensional do substrato atingido por umidade. Quando analisados pelo grupo de altura.Orientação solar das edificações lesionadas por fissuras Fonte: Elaborado pelo autor O fator altura provavelmente não é o fator decisivo para o surgimento deste tipo de lesão. são mais afetadas por este tipo de lesão. em algumas regiões. as faces de seus componentes voltadas para o exterior poderão absorver quantidades consideráveis de água de chuva ou. Segundo Thomaz (1989. esta semelhança se deu pelo motivo de que as edificações baixas são as edificações mais antigas. quer sob a forma de vapor. a Figura 38 ilustra esta situação. Figura 38 . . percebe-se que as edificações com até 5 pavimentos. p. até mesmo de neve. conhecido no meio técnico com movimentação higroscópica. quer sob a forma de água (condensação do vapor sobre as superfícies mais frias da construção)”. apesar do estudo mostrar que 61% das edificações com até 5 pavimentos apresentaram esta manifestação patológica. necessitam primordialmente. Quando analisados pela idade da edificação.6. as manchas e fungos são causados por agentes biológicos. a . separados pelo estado de conservação. como vista anteriormente nas revisões bibliográficas. 4. que entre outros fatores. apresentaram este tipo de lesão. de um ambiente úmido para se desenvolver. regular ruim).3 Manchas e microrganismos Conforme visto na revisão bibliográfica. Esse tipo de manifestação patológica ocorreu em 15 amostras dos 32 prédios analisados que corresponde a 48% do total das amostras.68 A figura 39 ilustra o comparativo entre total de prédios e prédios com incidência de fissuras. percebe-se que esta manifestação patológica esta presente em todas as 3 classificações (bom. isto provavelmente pelo motivo. percebemos que 67% das edificações com idade entre 2001 e 2010. Figura 39 .Comparativo entre total de prédios do grupo e prédios com incidência de fissuras. separados por estado de conservação Fonte: Elaborado pelo autor A distribuição das lesões quando separada as amostras por estado de conservação. que a fissura pode ser uma porta de entrada para a umidade e esta age como um agente catalisador das lesões. conforme ilustrado na Figura 40.69 Tabela 4 e a Figura 40 ilustram a quantidade e o percentual. respectivamente.Quantidade de edificações lesionadas por manchas e microrganismos. separados por grupo de idade Fonte: Elaborado pelo autor O gráfico da Figura 39. sugere que este tipo de lesão não depende da idade da edificação. .Comparativo entre quantidade total de prédios e prédios lesionados por manchas e microrganismos. Tabela 4 . dos prédios lesionados por manchas e organismos. separados por grupo de idade IDADE DA EDIFICAÇÃO QUANTIDADE DE EDIFICAÇÕES LESIONADAS POR MANCHAS E ORGANISMO Anterior a 1980 5 1981 a 1990 1 1991 a 2000 2 2001 a 2010 4 Não disponível 3 TOTAL 15 Fonte: Elaborado pelo autor Figura 40 . ficando mais tendencioso a acreditarmos que a orientação solar é um fator mais decisivo para o surgimento deste tipo de manifestação patológica. podendo ocorrer em edificações com menos idade e em edificações mais antigas. que ocorreram esta manifestação patológica.Comparativo entre total de prédios e prédios com incidência de manchas e microrganismo. separados pela orientação solar. Outro fator que pode ter contribuído para o surgimento desta lesão são os detalhes executivos mal projetados. o que certamente. . apresentaram este tipo de lesão. As fachadas orientadas para o sul recebem maior quantidade de umidade provenientes de chuvas e da própria atmosfera. junto com outros fatores contribuiu para o surgimento deste tipo de lesão. As Figuras 42 e 43 ilustram com fotos. contra 27% dos prédios voltados para o Norte. que percolam pela mesma. algumas edificações amostradas. que não cumprem com sua função de controlar e afastar das fachadas das edificações as laminas d’águas provenientes das chuvas. Figura 41 . separados pela orientação solar Fonte: Elaborado pelo autor A Figura 41 mostra que 73% dos prédios voltados para sul.70 A Figura 41 ilustra a quantidade e o percentual dos prédios lesionados por manchas e microrganismos. 71 Figura 42 .Prédio com manifestações patológicas de manchas e microrganismos Fonte: Pesquisa do autor . Prédios com incidência de manchas e microrganismos.72 Figura 43 . Tabela 5 . para evitar que depois de certo tempo. a fachada escureça e fique com o aspecto desagradável de construção velha (RIPPER. separados por grupo de altura. A Tabela 5 é a relação de edifícios analisados.Prédio com incidência de manifestações patológicas de manchas e microrganismos Fonte: Pesquisa do autor Fachadas revestidas com argamassas comuns ou especiais devem receber antes da pintura um fundo impermeável. p. É bastante recomendável a aplicação deste tipo de pintura impermeável também nos revestimentos de fachadas com argamassas especiais decorativas. ALTURA DA EDIFICAÇÃO QUANTIDADE DE EDIFICAÇÕES COM INCIDENCIA DE MANCHAS E MICRORGANISMO Até 5 pavimentos 7 De 6 a 10 pavimentos 6 De 11 a 15 pavimentos 2 TOTAL Fonte: Elaborado pelo autor 15 . separados por grupo de altura. exceto no caso de argamassas prontas para revestimentos externos que já contenham aditivos impermeabilizantes. onde foi constatada a presença de manchas e microrganismos. 47-48). 1984. como limpeza das fachadas com hidrojateamento e renovação da pintura.73 Os prédios de baixa estatura foram os mais atingidos por esta manifestação patológica.Prédios com incidência de manchas e microrganismos. separados por grupo de altura. que em casos mais acentuados podem acarretar uma acelerada desvalorização do bem. Fonte: Elaborado pelo autor Conforme Verçoza (1991). este tipo de lesão é mais prejudicial à estética da edificação. que sem as devidas manutenções periódicas. Figura 44 . provavelmente por serem prédios mais antigos. podem ter influenciado no surgimento desta manifestação patológica. Tabela 6 . separados por estado de conservação ESTADO DE CONSERVAÇÃO QUANTIDADE DE EDIFICAÇÕES COM INCIDENCIA DE MANCHAS E MICRORGANISMO Bom 8 Regular 5 Ruim 2 TOTAL Fonte: Elaborado pelo autor 15 .Percentual de prédios com incidência de manifestações patológicas de manchas e microrganismos. 6. ou da argamassa colante. por traço muito “pobre” ou muito “rico” em aglomerante da argamassa de revestimento. 88). o desprendimento em partes coesas da argamassa de revestimento ou o desprendimento de placas cerâmicas ou plaquetas das fachadas das edificações. conforme ilustrado pela Tabela 7.4 Descolamento em Placas A lesão descolamento em placas foi a terceira lesão mais recorrente nas amostras analisadas. “os destacamentos são caracterizados pela perda de aderência das placas cerâmicas do substrato. entende se por descolamento em placa. podendo ocorrer devido a umidade por infiltrações. Esta manifestação patológica ocorreu em 7 casos. ocorrendo em 7 casos analisados. separados por estado de conservação Fonte: Elaborado pelo autor 4. p.74 Figura 45 . neste trabalho. Quanto ao revestimento cerâmico. quando as tensões surgidas nos revestimentos cerâmicos ultrapassam a capacidade de aderência das ligações entre placas cerâmicas e argamassa colante e/ou emboço”.Comparativo entre total de prédios do grupo e prédios com incidência de manchas e microrganismos. pela presença de magnésio na cal. esta manifestação patológica pode ter diversas causas. conforme Campante e Baía (2003. Segundo Verçoza (1991). pela falta de chapisco. . entre outras. conforme ilustrado pela Figura 46.75 Tabela 7 . Argamassado 4 Descolamento de cerâmicas ou plaquetas 3 TOTAL 7 Fonte: Elaborado pelo autor Quando analisado esta mesma manifestação patológica. pelo grupo de idade. Figura 46 . percebe-se que esta lesão esta presente em quase todos os grupos. . conforme mostrado na Tabela 8 e Figura 47.Comparativo entre total de prédios e prédios com incidência de descolamento em placas Fonte: Elaborado pelo autor Quanto à orientação solar novamente as edificações orientadas para o sul foram as mais atingidas.Prédios lesionados descolamento em placas TIPOS DE DESPLACAMENTO QUANTIDADE DE EDIFICAÇÕES LESIONADAS POR DESPLACAMENTO Descolamento do revest. Orientação solar das edificações com incidência de descolamento em placas.76 Tabela 8 .Quantidade de edificações lesionadas por descolamento em placas. separadas pela orientação solar. Fonte: Elaborado pelo autor Quando analisado pela orientação solar. . novamente as edificações orientadas para o sul são as mais prejudicadas certamente por fatores climáticos mais desfavoráveis. conforme visto na revisão bibliográfica. ORIENTAÇÃO SOLAR QUANTIDADE DE EDIFICAÇÕES LESIONADAS POR DESCOLAMENTO EM PLACAS Norte 3 Sul 4 TOTAL 7 Fonte: Elaborado pelo autor Figura 47 . (fissuras. que com a falta de manutenção periódica pode ter contribuído para o surgimento dessas lesões. provavelmente por serem edificações mais antigas e que com a falta de manutenções periódicas adequadas. manchas e microrganismos e descolamento em placas).77 5 CONCLUSÕES Ao término dos lançamentos de dados referente às manifestações patológicas encontradas nas amostras analisadas. panos cegos e as marquises respectivamente. onde o projetista especifique o tipo de material. As sacadas provavelmente tiveram maior incidência de manifestações patológicas por serem elementos construtivos em balanço. os detalhes construtivos e o revestimento que cada edifício receberá. Os panos cegos foram os mais afetados por todos os tipos de manifestações patológicas. constata-se que as edificações com orientação solar sul. foram mais suscetíveis às manifestação patológica. As incidências de manchas e microrganismos poderiam ter sido reduzidas significativamente se as edificações contivessem detalhes construtivos bem projetados que afastasse de suas fachadas o fluxo d’água. platibandas. provavelmente causados pela variação dimensional da laje de cobertura que esta mais exposta a grandes amplitudes térmicas. As edificações consideradas de baixa estatura (até 10 pavimentos) foram as que contiveram as maiores incidência de manifestações patológicas. (4 casos). 65% dos casos são de edificações voltadas para orientação solar sul. essas ainda apresentam resultados satisfatórios de conservação. apesar de estarem entre os elementos construtivos onde se constatou incidência de manifestações patológicas. juntamente com este fator. favoreceu o surgimento das lesões. As platibandas tiveram grandes incidências de fissuras horizontais em seus contornos. pois a únicas manifestação . a inobservância de pingadeiras ou o mau rejuntamento das peças cerâmicas contribuíram para tal. mostrando como é importante que as edificações tenham projetos específicos de fachadas. Os elementos construtivos onde mais ocorreram manifestações patológicas foram as sacadas. As marquises. Nas 3 manifestações patológicas analisadas. isso se deve provavelmente pelo fato do município possuir uma lei que obriga as inspeções periodicamente. os tipos de lesões e a qualificação das edificações quanto ao seu estado de conservação. que apesar do aspecto de envelhecimento não apresenta prejuízo maior. teste não destrutivos e testes destrutivos quando forem necessários.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho alcançou seus objetivos. utilizando instrumentação. o que certamente contribuiu para tal conservação. tendo em vista que esta medida além de propiciar segurança aos usuários e a população como um todo. . 5. é conveniente que o município outorgue a lei de inspeção predial periódica.78 patológica encontrada neste local foram manchas e microrganismos. que com o passar do tempo. Cabe salientar que este trabalho tem o intuito de analisar as fachadas dos edifícios e para uma analise completa sobre o real estado de conservação das marquises é indispensável que seja feita uma analises criteriosa. podem prolongar sua vida útil. fator esse que contribui para o surgimento de fissuras. A expansão volumétrica devido à umidade higroscópica do material pode ter sido uma consequência da falta de projeto de fachadas. contribui para o aumento da vida útil das edificações e garantem uma maior valorização do imóvel. e contribuir para uma melhora significativa no aspecto visual da cidade. Uma grande quantidade das manifestações patológicas encontradas nas fachadas das edificações provavelmente foi causada pelo fluxo de lâmina de água que escorre pelos elementos construtivos do prédio. acelera o degaste natural dos revestimentos de sacrifício. sem que seja feita nenhuma manutenção preventiva. contemplando todas as etapas de inspeção. Esta mesma inspeção obrigatória seria muito bem aceita em todos os sistemas das edificações da cidade. acelerando a degradação da edificação. evidenciado as manifestações patológicas mais encontradas dentre um grupo de amostra. Para a conservação patrimonial do bem e para a segurança da população de uma forma geral. dessa forma as edificações já concebidas sem nenhum projeto de fachada. c) estudo e acompanhamento de desempenho dos revestimentos usados em fachadas de edifícios residenciais. sugere-se para futuros trabalhos: a) comparação de estado de conservação entre uma edificação com projeto de fachadas e uma outra edificação de porte semelhante sem projeto de fachadas.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS No intuito de amenizar o surgimento e a propagação de manifestações patológicas nas edificações. aumento da vida útil da edificação e conservação do imóvel. d) desempenho de edificações com sistema de pintura elastomérica.79 5. b) sistemas de terapia e prevenção às manifestações patológicas mais frequentes nas edificações. . NBR 13281: argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos: requisitos. C. uso e manutenção das edificações: conteúdo e recomendações para elaboração e apresentação. ______. Revestimentos de argamassa: características e peculiaridades. Rio de Janeiro. 2012. Rio de Janeiros.). 1995. SCHMITT. PEREIRA. 1 CD. . C. 2005.. L. ______. ______. Rio de Janeiro. 1996. 2002. ______. ______. BAÍA. 2. C.. Rio de Janeiro . 1998b. Rio de Janeiro. Rio de Janeiro. ______. Luciana Leone Maciel. 1997b. Brasília: SINDUSCON-DF/LEM-UnB. WORKSHOP NACIONAL GESTÃO DO PROCESSO DE PROJETOS NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS.. Sistemas de revestimento de argamassa: generalidades.UFSM. NBR 15270: blocos cerâmicos para alvenaria de vedação: terminologia e requisitos. A importância de melhor gerenciar a utilização de sistemas colaborativos para o desenvolvimento de projetos na indústria da construção civil. BORDIN.. 2001b. N. 1994. n. M. ______. BAUER. H.ABNT. Rio de Janeiro.80 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS . NBR 6136: bloco vazado de concreto simples para alvenaria estrutural. NBR 14037: manual de operação. Rio de Janeiro. 2003. Rio de Janeiro. Elton. 1998a. M. 2005. ______. GUERRERO. Rio de Janeiro. 1. CAMPANTE. NBR 5674: manutenção das edificações: procedimentos. F. Anais. São Paulo : CTE. ______. NBR 13749: revestimento de paredes e tetos de argamassa inorgânica. Porto Alegre: PUC/RS – EESC/USP . Rio de Janeiro. ______. J. Edmilson Freitas. NBR 13529: argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos: requisitos. 2001a. 1997a. A. v. NBR 13816: placas cerâmicas para revestimento: terminologia. In: BAUER. NBR 7200: execução de revestimentos de paredes e tetos de argamassas inorgânicas: procedimentos. Projeto e execução de revestimento cerâmico. NBR 13817: placas cerâmicas para revestimento: classificação. Elton (Org. 2002. Porto Alegre. NBR 13531: elaboração de projetos de edificações: atividades técnicas. 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Dissertação (Mestrado). Acesso em: 20 out. 2012. Acesso em: 20 out. Jorge M. 2. Tecnologia. V. Cap. ESTANQUEIDADE de fachadas à água de chuva. Levantamento de manifestações patológicas em revestimentos de fachadas das edificações da cidade de Pelotas. A. In: LABORATÓRIO NACIONAL DE ENGENHARIA CIVIL. 1989. Acesso em: 20 out. Patologia das edificações. VERÇOZA.br/engcivil/Material_Didatico/ECC1009_Fundacoes_A/Apostila/ 4_Recalque_de_fundacoes.82 THOMAZ.ufsm. Trincas em edifícios: causas. Ercio. São Paulo: Pini. . Disponível em: <http://www. 1991. J.pdf>. E. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA – UFSM. Porto Alegre: Sagra. 2012. prevenção e recuperação. 83 ANEXOS . Nº de Lesões 0 1a2 2a3 3a4 1.Uso (3) de 1990 a 2000 (1) Comercial (4) de 2000 a 2010 (2) Residencial (5) 2010 em diante (3) Misto 5 .Materiais Utilizado nas Paredes (1) reboco aparente (1) tijolo cerâmico (2) reboco com pintura (2) pedra maciça (3) pedras ornamentais (3) madeira (4) tijolos aparente (4) outros (5) pastilhas (5) não especificado (6) plaqueta cerâmica (7) cerâmica vitrificada 9 .Idade mais de 4 (1) anterior a 1980 (2) de 1980 a 1990 4 .Esquadrias (14) resina epóxi (1) madeira (15) chapisco (2) metal (16) textura (3) plástico (17) outros (4) composta .84 ANEXO A .Estado de conservação (1) Norte (1) Norte (1) muito bom (2) Sul (2) Sul (2) bom (3) Leste (3) Leste (3) regular (4) Oeste (4) Oeste (4) ruim 7 .Materiais utilizados no revestimento 8 .Orientação Fachada onde ocorre a lesão 6 .N° de Pavimentos 3 .Cobertura (8) concreto aparente (1) telha cerâmica (9) minerplast (granilha) (2) telhas metálicas (10) fulget (3) telhas fibrocimento (11) madeira (4) laje de concreto (12) plástico (5) Não informado (13) metal 10 .Ficha de caracterização da edificação Caracterização da Edificação Nome do Condôminio: Data: Endereço: Esquina: Possui marquise Sim Não Sim Não 2 . 85 ANEXO B .elemento Construtivo (1) acidental (1) pano cego (2) ascencional (2) soco (revest.Material onde ocorre a lesão 4 .Ficha de caracterização as lesões na edificação Caracterização das Lesões 1 -Tipo de lesão (1) Umidade (2) Fissura (3) Descolamento 2. junto ao solo) (3) infiltração (3) janela (4) de construção (4) portas (1) horizontal (5) moldura horizontal (2) verticais (6) moldura vertical (3) inclinadas (7) sacada (4) mapeamento (8) parapeito (1) em placas (9) platibanda (2) com esfarelamento (10) elemento decorativo (11) marquise (4) rachaduras (12) viga (5) erosão (13) pilar (6) eflorescencia (14) laje (7) corrosão (15) grade (8) manchas e organismos (16) soleira (9) vesículas (17) muro (10) apodrecimento (18) cobertura (11) elemento quebrado (19) peitoril (12) descoloração (20) outros (13) outros especifique: especifique: 3 .Localização vertical da lesão (5) plaqueta vitrificada (1) de 0 a 5 m (6) plaqueta ceramica (2) de 5 a 10 m (7) revestimento de pedra (3) de 10 a 15 m (8) pastilha (4) acima de 15 (9) plástico (5) generalizada (10) madeira (11) metal (12) resina epoxi (13) concreto parente (14) tijolos à vista (15) pedras maciças .Incidencia da lesão (1) reboco (1) localizada (2) fulget (2) generalizada (3) pintura (4) minerplast 5 . 86 (16) telhas (17) outros Especifique .
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