ALIMENTAÇÃO MACROBIÓTICA MACROBIOTIC DIETAna Isabel Duarte Rodrigues da Silva Orientado por: Sónia Mendes Tipo de documento: Monografia Porto, 2008 i Índice Lista de Abreviaturas .............................................................................................. iii Resumo ................................................................................................................... v Palavras-Chave ....................................................................................................... v Abstract ................................................................................................................. vii Keywords............................................................................................................... vii I. Introdução ......................................................................................................... 1 II. Alimentação Macrobiótica ................................................................................. 2 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. III. IV. História da Macrobiótica ............................................................................ 2 Características da Alimentação Macrobiótica ........................................... 3 Alimentação Macrobiótica Zen .................................................................. 5 Alimentação Macrobiótica Padrão (AMP).................................................. 6 Alimentação Macrobiótica Infantil ............................................................ 12 Pirâmide Alimentar Macrobiótica (PAM).................................................. 13 Macrobiótica e Doenças Crónicas ........................................................... 15 As Algas Marinhas .................................................................................. 20 Análise Crítica ............................................................................................. 20 Notas finais .................................................................................................. 31 Referências Bibliográficas ..................................................................................... 35 Anexos .................................................................................................................. 40 Índice de Anexos ................................................................................................... 40 ii . iii Lista de Abreviaturas AMP – Alimentação Macrobiótica Padrão DRIs – Dietary Reference Intakes DHA .Ácido Docosahexaenóico IMC – Índice de Massa Corporal IMP – Instituto Macrobiótico de Portugal NRDA – Nova Roda dos Alimentos PAM – Pirâmide Alimentar Macrobiótica RDA – Recommended Dietary Allowances . iv . Poderá ser igualmente necessário fazer adaptações a dietas de grávidas e lactantes. alimentação natural. Contudo. esta poderá ser um tema interessante para futuros trabalhos científicos. Em relação ao papel da alimentação macrobiótica na prevenção e tratamento de doenças crónicas ainda é necessária a realização de mais estudos. pode também ser uma escolha aceitável para crianças se forem feitas as devidas alterações. atletas e idosos. Palavras-Chave Alimentação macrobiótica. Através de uma revisão bibliográfica tentar-se-á elucidar sobre a adequação da alimentação macrobiótica às necessidades do ser humano. A alimentação macrobiótica pode ser uma abordagem saudável e segura. nomeadamente o nutricionista. se familiarizar com a filosofia macrobiótica de modo a poder responder às necessidades alimentares da sua crescente população. Além disso. sugerindo possíveis adaptações. este tipo de alimentação. yin-yang .v Resumo Este trabalho pretende ser uma ferramenta para o profissional de saúde. vi vii Abstract The aim of this work is to support health professionals with an instrument designed to convert the macrobiotic diet familiar to them, helping to respond to the needs of this growing population. This review will focus on the adequacy of the macrobiotic diet to the human needs, suggesting possible adjustments. The macrobiotic diet can be a safe approach. Moreover, this kind of food pattern can be an acceptable choice for children if planed and adjusted carefully. Nevertheless, it can be necessary to make few adjustments to the diets of pregnant and lactating women, athletes and elderly. The role of the macrobiotic diet in the prevention and treatment of chronic diseases needs further investigation. However, it seems to be an interesting approach. Keywords Macrobiotic diet, natural food, yin-yan viii por diversos motivos (religiosos. higienista. Este trabalho pretende ser uma ferramenta para o profissional de saúde. Será a alimentação macrobiótica segura? Quais os seus benefícios e os seus riscos? Poderá ser utilizada em crianças? Que cuidados especiais as futuras mães deverão ter? Qual a relação entre este padrão alimentar e a prevenção e tratamento de doenças crónicas? É possível a adaptação deste tipo de alimentação à sociedade ocidental moderna? Estas serão algumas das questões que serão abordadas ao longo deste trabalho. económicos. é crescente o grupo de pessoas que. Existem variadas formas do ser humano se poder alimentar saudavelmente (1) . Uma alimentação saudável é aquela que tem em consideração as necessidades individuais de cada pessoa. etc. devendo ser suficiente. sendo também uma fonte de prazer.) (2). macrobiótica. Introdução A diversidade de padrões alimentares é uma importante característica da cultura humana. éticos. etc. se familiarizar com a filosofia macrobiótica de modo a poder responder às necessidades alimentares da sua crescente população. equilibrada. nomeadamente o nutricionista.1 I. variada e adaptada a cada situação e circunstância. filosóficos. ecológicos.). . Actualmente. sugerindo possíveis adaptações. adoptam uma alimentação não tradicional (vegetariana. Através de uma revisão bibliográfica tentar-se-á elucidar sobre a adequação da alimentação macrobiótica às necessidades do ser humano. (4) que significa grande ou longo. O termo seria posteriormente utilizado pelo sinólogo britânico Joseph Needham para descrever a filosofia subjacente à medicina e ciência chinesa (5). Este último. o pai da medicina ocidental. Entre os seus seguidores encontra-se Michio Kushi. Heródoto. e bios. Na sua obra “Dos Ares. Águas e Lugares. o médico e filósofo alemão Christoph Hufeland renovou o interesse na palavra macrobiótica. o termo macrobiótica foi reutilizado no Japão por Sagen Ishizuka e Yukikazu Sakurazawa.” Hipócrates introduziu o termo para descrever os indivíduos saudáveis e com longa vida (3) . utilizando-a para descrever um programa destinado a melhorar a saúde e prolongar o tempo de vida (3. . Ohsawa iniciou a macrobiótica como um conceito integrado.2 II. reconhecido como a principal autoridade em macrobiótica (3). após se ter mudado para Paris adoptou o nome George Ohsawa (3) . e teoria de transmutação biológica de Louis Kervran e George Ohsawa (6) . que significa vida . A palavra macrobiótica deriva do Grego macros. Ohsawa dedicou-se a definir a macrobiótica de forma a ser aplicada à vida moderna. Galeno. Aristóteles. 5) . baseado nas seguintes teorias: teoria yin-yang da medicina chinesa. teoria dos cinco elementos da medicina chinesa. Alimentação Macrobiótica 1. História da Macrobiótica A referência mais antiga da utilização da palavra macrobiótica é encontrada nos escritos de Hipócrates. No século XVIII. e outros escritores clássicos utilizaram a palavra macrobiótica para descrever um estilo de vida que incluía uma alimentação simples e equilibrada que promovia a saúde e a longevidade (3). Aproximadamente um século depois. Muitos optam por este estilo de vida por acreditarem ser o método mais saudável de se alimentarem. cafeína e álcool são considerados extremamente yin. como carne vermelha. frango. Contudo. Por outro lado. nomeadamente para doenças como o Cancro. Os alimentos centrais da cozinha macrobiótica reflectem influências asiáticas. sendo utilizados o arroz. as evidências do seu efeito protector continuam limitadas (10). miso. é compatível com muitas recomendações alimentares para a prevenção de doenças . sendo uma das delegações do Instituto Kushi de Boston. apesar de derivado de princípios filosóficos. Alimentos que incluam açúcar branco. é um padrão predominantemente vegetariano. sendo um dos estabelecimentos mais conceituados a nível internacional (7). Segundo os princípios da medicina asiática. que existem lado a lado e são consideradas complementares e opostas. mel. alimentos ricos em proteínas de origem animal. Além disso. algas marinhas. Características da Alimentação Macrobiótica A dieta macrobiótica é de criação relativamente recente e tem por base o antigo princípio yin-yang sob o qual se baseia a medicina tradicional chinesa (8) . surgiu o Instituto Macrobiótico de Portugal (IMP) que nasceu em 1985 com o nome de Instituto Kushi de Portugal. ameixa umeboshi) e raízes (daikon e lótus).3 Em Portugal. Ao longo dos seus anos de funcionamento. o IMP tornou-se o centro da educação macrobiótica em Portugal. denominadas yin e yang. esta dieta tem sido amplamente divulgada como tendo poderes curativos. condimentos asiáticos (tamari. Por esta razão. existem dois tipos de energia no universo. atum e marisco são exemplos de alimentos tidos como extremamente yang (9) (figura 1). O padrão alimentar macrobiótico. 2. padrões culturais alimentares e disponibilidade de alimentos (11).4 crónicas e promoção da saúde (5) . ambiente. A dieta macrobiótica é mais do que uma prescrição de alimentos específicos e da sua preparação. outros químicos e radiação electromagnética. ao evitar da exposição a pesticidas. alimentação tradicional. por isso. são mastigados completamente e ingeridos calmamente em ambiente pacífico (13) . Na dieta macrobiótica não estão recomendados suplementos alimentares. Figura 1 – Categorização geral dos alimentos em alimentos yin e yang (Adaptado de: The Macrobiotic Approach to Cancer: Towards Preventing and Controlling Cancer With Diet and Lifestyle (12)). sexo. assim como à redução dos níveis de stress (11). Além da abordagem alimentar. . Os alimentos são considerados sagrados e. 14) . nem alimentos fortificados (10. dá ênfase à actividade física. Este tipo de regime alimentar tem em consideração a idade. Apresenta-se como uma filosofia de vida espiritual e social. nível de actividade. Contudo. O objectivo é manter um bom equilíbrio yin-yang. artrite. aos 73 anos de idade. as saladas e frutos 15%. os cereais constituem 100% da refeição. Na dieta -3. existem dez maneiras de comer e de beber pelas quais se pode obter uma vida sadia e feliz. os vegetais 30%. nomeadamente o arroz integral (tabela 1). os cereais constituem 10%. filósofo e conferencista. Esta é uma doutrina paradoxal. Alimentação Macrobiótica Zen A dieta macrobiótica zen foi inicialmente proposta por George Ohsawa. e as sobremesas 5% da refeição. Segundo Ohsawa. frutos e vegetais. desde caspa. A alimentação macrobiótica zen representa um exemplo extremo da tendência para os alimentos naturais. profeta Japonês. A filosofia gira em torno de um sistema nutricional com o objectivo de prevenir e curar qualquer doença. que viveu a maior parte da sua vida em Paris e morreu em 1966. na dieta 7. biológica e fisiológica (15) . os produtos de origem animal 30%. os indivíduos que seguem a sua dieta terão maior longevidade e vigor. Ohsawa afirmou que a dieta macrobiótica pode curar todas as doenças. no presente e futuro (4). a sopa 10%. ou seja.5 3. uma panaceia. de acordo com a filosofia cosmológica. e doença coronária até Cancro. . Segundo Ohsawa. As 10 etapas de restrição alimentar progridem de -3 a 7 com a eliminação gradual de produtos de origem animal. psicose. uma vez que a adesão rigorosa a esta dieta (que no último estádio consiste na ingestão exclusiva de cereais integrais) resultou em alguns casos de morte. Kokoh. No gráfico 1. Em 1971. o American Medical Association Council on Foods and Nutrition emitiu uma declaração condenando a dieta macrobiótica zen. são apresentadas as proporções de alimentos que devem ser ingeridos diariamente neste tipo de alimentação. uma investigação revelou que o escorbuto e eventualmente a morte podem resultar da adesão a esta dieta apenas por uns meses. como uma ameaça à vida humana. 16) . não sendo necessário incluir alimentos de todas as categorias numa só refeição. uma mistura para alimentação infantil foi analisada. . Duas crianças alimentadas com Kokoh encontravam-se substancialmente abaixo de peso. O aporte energético era de apenas 40% das Recommended Dietary Allowances (RDA) (16).6 Cereais (%) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 Vegetais (%) 10 20 20 30 30 30 30 30 30 Sopas (%) 10 10 10 10 10 10 10 Carnes Saladas e frutas (%) (%) 10 20 20 25 30 10 10 15 Sobremesas (%) 5 5 Bebidas Dieta 7 6 5 4 3 2 1 -1 -2 -3 Menor Quantidade Possível Tabela 1 – Dez caminhos da saúde para a felicidade segundo Ohsawa (adaptado de: Zen macrobiotics: the art of rejuvenation and longevity (15)). Em 1965. e como uma filosofia que indiscutivelmente iria atrasar ou impedir os diagnósticos e terapias médicas adequados (4. Alimentação Macrobiótica Padrão (AMP) Michio Kushi foi o criador da macrobiótica moderna adaptando-a a partir da macrobiótica zen (5). 4. naturalmente processados. preparados das mais variadas formas.60% Vegetais 25 . Os temperos recomendados são o miso ou o tamari. O seu sabor não deve ser demasiado salgado. grãos ou leguminosas. temperos e condimentos e bebidas. algas (wakamé ou kombu). Estes poderão ser cozinhados através de diferentes métodos. Hortícolas Cerca de 20 a 30% da ingestão diária poderá incluir hortícolas crescidos localmente e produzidos biologicamente. fruta da época. Sopas Aproximadamente 5 a 10% da ingestão diária deve corresponder a sopa preparada a partir de vegetais.30% bebidas. Cereais integrais em grão 50 . Cereais integrais em grão Pelo menos 50% do volume de cada refeição pode incluir cereais integrais biológicos em grão e cozinhados. milho.7 Sopas 5% Leguminosas e algas 5 . Uma pequena porção pode ser reservada para saladas . Uma pequena parte poderá consistir em noodles ou massas e pães integrais não fermentados. centeio.10% Alimentos adicionais: Peixe e marisco. Gráfico 1 – Proporções gerais da dieta macrobiótica padrão (Fonte: autor). Nestes estão incluídos: arroz integral. millet. aveia. trigo e trigo mourisco. cevada. tempeh e natto podem igualmente ser utilizados. pimentos. . cebolinho. Estas podem ser cozinhadas com leguminosas e hortícolas. daikon. agrião. Para uso diário. folhas de mostarda. beringela. tomate. vinagre de umeboshi e outros.8 cruas. vinagre de arroz integral. curgete e abacate. couve. dulse e agar-agar podem ser preparadas de variadas forma. aramé. utilizadas em sopas. hijiki. recomendam-se hortícolas como repolho. Algas marinhas como nori. wakamé. Leguminosas e algas marinhas Aproximadamente 5 a 10% da ingestão diária poderá incluir leguminosas e algas marinhas cozinhadas. dente-de-leão. cenouras. dependendo da época do ano (geralmente aconselha-se o consumo destes alimentos no Inverno). cebolas. couve chinesa. Segundo a AMP deve-se evitar o uso regular de batatas (incluindo a batata doce e o inhame). grão-de-bico e lentilhas. beterrabas. Outras leguminosas poderão ser consumidas ocasionalmente. Um pequeno volume de pickles não temperados pode ser consumido diariamente. abóboras. nabo. espinafres. sal marinho. brócolos. espargos. ou servidas separadamente como acompanhamento e temperadas com quantidades moderadas de molho tamari. couve-flor. Produtos como tofu. As leguminosas mais adequadas para consumo frequente são feijão azuki. e outras variedades sazonais disponíveis. bardana. ameixa umeboshi. kombu. repolho chinês. nabiças. 9 Alimentos de consumo ocasional Se necessário ou desejado. carpa. Não é aconselhado o uso frequente de sumo de fruta. Xarope de arroz. devem evitar os frutos tropicais e semi-tropicais e dar preferência a frutos de clima temperado como as maçãs. . chá de cevada tostada (Mugi chá). chá de dente-de-leão e “café” de cereais (malte. chicória. Sementes e oleaginosas ligeiramente torradas – sementes de abóbora. Deve dar-se preferência à fruta biológica e da área geográfica. etc. incluindo frescos. Os habitantes de climas temperados. aproximadamente 5 a 10% do consumo alimentar desse dia poderá incluir peixe de carne branca como linguado. halibute ou truta. Está também recomendada a ingestão de quantidades moderadas de água (preferencialmente água de nascente ou poço de boa qualidade). ameixas.). amendoins e nozes – podem ser utilizados ocasionalmente como merendas. bagas e melões. solha. servida à temperatura ambiente e não fria. uma a três vezes por semana. pêras. chá de arroz integral tostado. Frutos ou sobremesas de frutos. secos e cozinhados. pêssegos. sésamo e girassol. consideram-se o chá de banchá tostado (chá de três anos). amazake e mirin (tipo de saqué doce) podem ser utilizados como adoçantes. bacalhau. malte de cevada. Para um gosto mais amargo pode-se utilizar vinagre de arroz integral ou de umeboshi. Bebidas Como bebidas recomendadas para uso diário. damascos. Qualquer chá tradicional não aromático e não estimulante pode ser utilizado. podem também ser consumidos duas ou três vezes por semana. outros adoçantes. chá corado. Condimentos picantes. vinagre artificial e bebidas alcoólicas fortes.10 Alimentos desaconselhados ou a evitar Num clima temperado. farinhas e seus derivados. vaporizados. leite e queijo). congelados e alimentos irradiados. refrigerantes. iogurte. sésamo. e baunilha. ou tratados quimicamente. café. molho de soja tamari ou shoyu e ameixas umeboshi (pickle de ameixa). aves. bebidas adoçadas artificialmente. ou alimentos que os contenham. mel. chocolate. pickles. Frutos tropicais ou semi-tropicais e sumo de frutos. devem-se evitar os seguintes alimentos e bebidas: Carne. chucrute. e qualquer alimento aromático ou estimulante. . Condimentos recomendados Na alimentação macrobiótica são recomendados como condimentos: gomásio (sementes de sésamo com sal). tekka (condimento produzido a partir de diferentes raízes). ovos. e todos os chás aromáticos ou estimulantes como o de menta ou hortelã. produtos lácteos (incluindo manteiga. Outras especificidades da AMP A alimentação macrobiótica difere de outros padrões alimentares não só pelo tipo de alimentos – consumidos pelas suas propriedades nutritivas (tabela 2). Todos os alimentos com corantes ou conservantes. melaço. açúcares refinados. Alimentos processados incluindo todos os enlatados. Todos os grãos refinados ou polidos. gordura animal. pó de algas marinhas. gelado. Tablas de composición de alimentos.8 ND 0.3 Cálcio (mg) 54 12 150 131 50 66 217 35 426 20 111 200 Ferro (mg) 1.8 6.00 8.4 ND 9.90 11. deflectores de chama. assar e grelhar são menos frequentemente usados (3) . dispensadores de molho de soja tamari.78 1. Release 15 (August http://www. Os métodos de confecção mais utilizados na alimentação macrobiótica são a cozedura em panela de pressão. Barcelona: Edicions Universitat de Barcelona.4 5.03 0.64 48.38 2. coadores de chá de bambu.51 18.5 Lípidos (g) 0. Por outro lado.96 14.3 Fibra (g) 0. A electricidade e as microondas (13) não são utilizadas na confecção e preparação dos alimentos .57 9. suribachi e surikogi. chopsticks.nal. cozedura ao vapor e nishime (cozedura numa menor quantidade de água).75 2. Além disso.7 Fósforo (mg) 5 11 80 774 112 153 174 ND 732 130 266 190 ND: não disponível. 2002): Tabela 2 – Composição nutricional por 100g de alguns alimentos utilizados na alimentação macrobiótica (adaptado de: Alimentaciones vegetarianas en la infancia y adolescência (2)).60 2. prensas de pickle. J.79 2.04 20.00 10.0 119 Proteína (g) 0.45 6. Institut Paul Lambin. fritar.92 3.07 11.74 8.7 1. .42 9.5 16.39 0. 2002. Fonte: CESNID.00 0 53. steamer de aço inoxidável.gov Absolonne.19 5. esteiras de bambu para sushi e panelas de pressão (17) (anexo 2). L'alimentation vegetarienne.57 2.1 5. steamer de bambu.96 4. métodos como saltear. raladores. sendo também utilizados utensílios próprios como espátulas.86 2.39 3.95 2.14 26.54 11.81 17. 1995.03 16. o uso de alimentos refrigerados ou congelados é limitado (13).9 5.6 Hidratos de carbono (g) 6.17 27.1 8.usda.35 3 21.11 como condimentos ou como substitutos dos produtos lácteos ou da carne (anexo 1) (2) – mas também pela sua forma de preparação e confecção.5 ND 0.72 20 17.3 0. cozedura simples. USDA National Nutrient Database for Standard Reference.10 10.18 7.76 0. Por 100g Agar Spirulina Wakamé Gomásio Húmus Miso Natto Seitan Tahin Tamari Tempeh Tofu Energia (Kcal) 26 26 45 567 171 206 212 92 595 60 193.54 5. cenouras. No anexo 6 é feita a comparação entre a análise nutricional referida e as Dietary Reference Intakes (DRIs) para homens e mulheres da faixa etária dos 19 aos 50 anos.12 Existem alguns remédios caseiros baseados na medicina oriental tradicional chinesa e japonesa. Udon noodles temperados com miso. Agriões e cenouras cozidos com molho de umeboshi e cebolinho. 5. Sopa de miso. Bolo de couscous com molho de pêra. Flocos de aveia. Abóbora assada. Alimentação Macrobiótica Infantil Na comunidade macrobiótica o aleitamento materno geralmente é aconselhado por um período superior aos geralmente recomendados 6 meses e a introdução dos alimentos sólidos é mais tardia. 4 e 5. Solha assada com arroz. A análise nutricional de um dia alimentar contendo as refeições do exemplo 2 encontra-se nos anexos 3. Na tabela 3 encontram-se exemplos de refeições macrobióticas. Daikon ralado com tiras de nori tostadas. Estes remédios são utilizados há milhares de anos com a finalidade de aliviar vários desequilíbrios causados por uma alimentação ou estilo de vida incorrectos (3). Ervilhas e cogumelos. Arroz integral temperado com ameixa de umeboshi. Exemplo 1 Pequeno-almoço Almoço Jantar Exemplo 2 Pequeno-almoço 2 Alimentos Sopa de miso com tofu. daikon. Couves de Bruxelas cozinhadas ao vapor. Couve cozida ao vapor. Café de grão Almoço 2 Jantar 2 Tabela 3 – Exemplos de possíveis refeições macrobióticas (adaptado de: The macrobiotic approach to cancer: Towards Preventing and Controlling Cancer With Diet and Lifestyle (12) e The Dietitian's Guide to Vegetarian Diets: Issues and Applications (10)). Chá Banchá Sopa de miso com kombu e cogumelos shiitake. Chá Banchá com limão Alimentos Flocos de aveia. Salada cozida com molho de tofu. Tostas de fermento de trigo integral com manteiga de maçã. Na prática. Sushi de pepino e sushi de tempeh-chucrute sushi. o período médio de . Tal como outros guias alimentares alternativos. . 6. introduziu a pirâmide macrobiótica “Great Life Pyramid”.13 amamentação é de 13 meses e rejeita-se a utilização de fórmulas industriais adaptadas. O movimento macrobiótico sugere que as mães diminuam o aleitamento materno introduzindo alimentos moles como arroz integral cozinhado de textura cremosa. Pirâmide Alimentar Macrobiótica (PAM) Michio Kushi.44 meses de idade. algas marinhas e fruta. Frutos e biscoitos de cereais integrais substituem os doces e os alimentos açucarados. constituem bons substitutos dos produtos lácteos durante a transição para uma dieta macrobiótica mais rígida (3. Este guia alimentar difere de outros como as pirâmides mediterrânica e vegetariana pois inclui explicitamente as algas marinhas e atribui uma menor importância aos frutos. hortícolas. e bebidas feitas a partir de leguminosas e derivados de cereais integrais. na dieta macrobiótica. apesar de não os excluir. puré de noodles. e as crianças podem apreciá-los com chá e amasake (uma bebida fermentada feita a partir de arroz integral doce) em vez de leite. podendo os alimentos mais duros serem introduzidos por volta dos 20 . millet. o principal defensor da macrobiótica (figura 2). Durante o ano seguinte. o consumo de carne vermelhas e produtos lácteos é minimizado (5). como amasake. flocos de aveia. Leite de soja ou leite de sementes/oleaginosas. o consumo destes alimentos vai gradualmente diminuindo. puré de leguminosas. 18). é defendida a utilização de uma mistura de água e grãos pois os seguidores deste tipo de alimentação não utilizam produtos lácteos (18). Se as mães não podem amamentar os seus filhos. 14 Figura 2 – Pirâmide alimentar macrobiótica proposta por Michio Kushi (retirado de: http://www. hortícolas. leguminosas. produtos lácteos. A pirâmide mediterrânica (anexo 8) pode ser vista como tendo 9 componentes: consumo elevado de azeite. ovos. frutos secos e sementes que formam a base da pirâmide.com (7)) Na pirâmide alimentar vegetariana (anexo 7) é dada ênfase aos cinco principais grupos de alimentos de origem vegetal: cereais integrais. leguminosas. Os grupos de alimentos opcionais que poderão ser evitados por alguns vegetarianos . Comparando as pirâmides alimentares macrobiótica. cereais. consumo moderado de peixe.e-macrobiotica. e consumo reduzido de carne e derivados. vegetariana e mediterrânica verifica-se que . consumo moderado de vinho. frutos. e doces – formam o topo da pirâmide (19). produtos lácteos. o consumo de queijo e iogurte é relativamente elevado (20) . frutos e hortícolas. Apesar do consumo de leite ser moderado.óleos vegetais. ampliando a gama de alimentos ou reduzindo-a. As dietas vegetarianas estão associadas a baixo peso corporal. A dieta macrobiótica adequa-se à constituição e condição do indivíduo. Inicialmente. leguminosas e hortícolas. as recomendações concentram-se também na prevenção de doenças crónicas (21) . respiração superficial. Desta forma pode ser utilizada para promover a saúde. prevenir ou tratar. Os seus criadores defendem que o princípio terapêutico mais importante desta dieta deve-se ao seu poder de alcalinização. que contrasta com a acidose metabólica crónica induzida pela alimentação moderna. Escolhas alimentares inadequadas em qualquer padrão. 7. menor incidência de determinadas doenças crónicas.15 nos três guias alimentares é salientada a importância do consumo de cereais. entre outros factores. vegetariano ou não vegetariano podem levar a problemas de saúde. Actualmente. O desafio é descobrir quais os componentes responsáveis pelos efeitos benéficos nos diferentes padrões alimentares (1) . as preocupações eram focadas apenas em problemas como fome e inadequação nutricional e as recomendações alimentares enfatizavam fontes alimentares animais para melhoria do estado nutricional. e menores custo de saúde quando comparadas com dietas não vegetarianas (22). saúde e longevidade dos indivíduos. . devido ao crescente conhecimento sobre a influência da alimentação na saúde. Outra semelhança é o facto de ser desvalorizado por estes guias o consumo de carne e derivados. ao clima e à actividade física. Macrobiótica e Doenças Crónicas Os padrões alimentares têm sérios efeitos no estado nutricional. stress e poluição ambiental (23). leguminosas e oleaginosas. Macrobiótica e Diabetes Bhumisawasdi et al testaram a adopção da filosofia macrobiótica num grupo de diabéticos tailandeses.16 Macrobiótica e Hipertensão A Hipertensão afecta muitos indivíduos em todo o mundo. verificando uma redução significativa nos níveis de glicose sanguínea. os benefícios de uma dieta macrobiótica equilibrada na manutenção de uma pressão arterial adequada ou na diminuição da mesma em hipertensos necessitam ser melhor investigados (24). As dietas vegetarianas. Apesar destes resultados. compararam a pressão arterial média de um grupo de indivíduos macrobióticos vegans com indivíduos seguidores de uma alimentação ocidental tradicional. incluindo a dieta macrobiótica. verificando que a pressão arterial sistólica era significativamente inferior nos indivíduos macrobióticos do sexo masculino (25). Sacks et al. hortícolas. Nestas dietas. pressão arterial e ritmo cardíaco (6) . peso. juntamente com as propriedades individuais de cada nutrimento na diminuição da pressão arterial (24) . enfarte e doença renal aumenta proporcionalmente. o risco de doença coronária. O efeito protector deve-se provavelmente ao facto do seu consumo contribuir para a redução de peso e modulação da viscosidade sanguínea. são ricas em frutos. a razão gordura polinsaturada/gordura saturada é elevada e estas são também relativamente baixas em gordura. magnésio e fibra. À medida que a pressão arterial aumenta. Existem muitas evidências do efeito da alimentação vegetariana na diminuição da pressão arterial. na . Além disso. Contudo. têm elevados teores de potássio. a sua alta morbilidade e mortalidade e os seus altos custos. os lípidos contêm mais do dobro de calorias que as proteínas ou hidratos de carbono complexos. é o facto de o processamento alimentar ser capaz de condensar o volume de muitos dos alimentos geralmente consumidos. Por esta razão. Um aspecto importante das dietas macrobióticas vegan é que o consumo de farinhas não é permitido. Com estas condições torna-se propício o desenvolvimento da Obesidade. os grãos são consumidos inteiros e não é utilizada a adição de açúcares. provavelmente terá um baixo índice glicémico em benefícios na prevenção desta patologia. . Tendo em conta a grave situação epidemiológica desta patologia. No gráfico 2 é ilustrada a comparação da AMP com a alimentação da sociedade moderna. Os resultados encontrados provêm de testemunhos ou observações anedóticas (23) . seria oportuno avaliar se esta dieta poderá ser uma alternativa apropriada no controlo terapêutico de doentes com Diabetes Mellitus tipo 2 (23). verificando-se a existência de muitas diferenças a nível nutricional. sendo grande parte proveniente de gordura animal saturada. (26) . o que poderá traduzir-se Macrobiótica e Obesidade A alimentação e a inactividade física são dois dos principais factores na etiologia da Obesidade (27) . Na alimentação moderna aproximadamente 42% da energia é fornecida pelos lípidos. Outro factor que poderá ser responsável pela contribuição deste tipo de alimentação no aumento da Obesidade.17 literatura científica são escassos os trabalhos que relacionam a alimentação macrobiótica e a Diabetes. Em peso. uma dieta deste tipo. sendo mais fácil ingerir uma maior quantidade de energia num menor espaço de tempo (3). parecem ser benéficos para a prevenção do aumento de peso. A menor densidade de macronutrimentos da dieta rica em alimentos hortícolas pode permitir uma saciedade maior a níveis de ingestão energética inferior. . Pode dever-se apenas ao facto de a ingestão energética ser menor nos indivíduos que seguem este tipo de dieta. do que nos não vegetarianos. > Gráfico 2 – Comparação da alimentação macrobiótica (A) com a alimentação moderna (B) (adaptado de The macrobiotic aproach to cancer: Towards Preventing and Controlling Cancer With Diet and Lifestyle (12)). em geral. tendem a ter menor peso corporal e menores níveis de Índice de Massa Corporal (IMC) do que os seus correspondentes não macrobióticos. o baixo teor de gordura e os níveis relativamente baixos de proteína na maioria destas dietas. Ainda não se sabe ao certo qual o mecanismo responsável por estes resultados. tal como qualquer outro tipo de alimentação equilibrado e bem planeado. como é o caso da dieta macrobiótica. ou quase vegetariana.18 W . aqueles que seguem uma alimentação vegetariana. Verificou-se em alguns estudos que. aparenta ser de utilidade tanto na prevenção da Obesidade e talvez como intervenção nutricional para a perda de peso. Apesar de ser óbvio que a dieta macrobiótica não é a solução para o controlo da Obesidade. O alto conteúdo em fibra. que se pensa conterem substâncias com propriedades anti-cancerígenas. . apresentando resultados semelhantes a dietas pobres em gordura. 13). poderá ser uma prudente intervenção para ajudar a resolver esta epidemia que tanto afecta a sociedade actual (21). principalmente crianças e mulheres que amamentam. mesmo suplementada (11. a dieta macrobiótica diminui os níveis de gordura e colesterol. Por outro lado. e minimiza o uso de alimentos ligados ao aumento de certos tipos de Cancro. os estudos disponíveis não sustentam o papel da alimentação macrobiótica no tratamento do Cancro. contribui para a redução de peso. Contudo. segundo alguns autores. podendo assim reduzir a incidência de Cancro e outras doenças crónicas em adultos (11). devendo para isso ser cuidadosamente planeadas de modo a assegurar variedade e adequação nutricional (28). no seguimento deste tipo de alimentação. Para indivíduos bem nutridos. podem ser utilizadas como auxiliar do tratamento convencional. As dietas macrobióticas podem ser compatíveis com uma alimentação saudável. A adopção rigorosa deste tipo de alimentação poderá ser prejudicial para os doentes oncológicos que possuem falta de apetite e necessidades energéticas e nutricionais aumentadas. Macrobiótica e Cancro A alimentação macrobiótica dá ênfase à utilização de alimentos.19 Dadas as graves consequências documentadas da Obesidade e a possibilidade de outros benefícios. o teor de minerais pode ser dez vezes superior. merecendo especial menção a B12. como no caso do ferro no Esparguete do Mar em comparação com o ferro das lentilhas ou. As proteínas contêm todos os aminoácidos essenciais.20 8. Serão assim destacadas pela sua presença no Oceano Atlântico e pela sua riqueza nutricional (anexo 9). relativamente ao leite de vaca. constituindo um modelo de proteína de alto valor biológico. ausente nos hortícolas terrestres e preocupação de muitos vegetarianos. favorecendo as eliminações e o trânsito intestinal. ou necessidade. III. proteínas e fibras (29). Tal como as dietas vegan. Análise Crítica As dietas alternativas são reconhecidas há séculos (30) . sendo alimentos com uma baixa densidade energética e pobres em gorduras e uma elevada concentração de minerais. A quantidade total de fibra que contêm é superior à da alface e semelhante à da couve. comparável em qualidade à do ovo (anexo 10). Nas algas marinhas as vitaminas estão presentes em quantidades importantes. Segundo um estudo do Conselho Superior de Investigações Científicas de Espanha é recomendado o fomento do consumo de algas pois estas têm uma grande densidade nutricional. Comparativamente às plantas terrestres. muitos indivíduos optam por dietas que contêm poucos ou nenhuns alimentos de origem animal (31) . no caso do cálcio na Wakamé e no Musgo da Irlanda. vitaminas. Por escolha. as algas marinhas são um alimento importante na alimentação macrobiótica. as dietas . As Algas Marinhas Embora não sejam usualmente utilizadas numa alimentação tradicional. nomeadamente de vitamina B12. Por exemplo. ferro e por baixos níveis de energia. especialmente de ferro. estas passam geralmente a alimentar-se de uma bebida caseira feita a partir de . cálcio. durante a infância. tendo sido reportadas muitas deficiências nutricionais. na alimentação macrobiótica é permitido o consumo ocasional de peixe de carne branca. Uma dieta adequada a um adulto. Não existe muita informação sobre a adequação nutricional da alimentação macrobiótica. cálcio e vitamina B12. pode ser responsável por carências nutricionais. dietas com baixa densidade energética e nutricional. vitamina D. tendo sido questionada a capacidade destas dietas restritas atingirem as necessidades. Indivíduos macrobióticos poderão correr risco de deficiências nutricionais. É comum e crescente o número de crianças que seguem dietas alternativas (30) . A maioria dos estudos existentes centra-se na adequação deste tipo de alimentação a crianças. pobres em gordura e de volume elevado. mas podem representar um risco para crianças devido à limitada capacidade do estômago (32) . grávidas e lactantes. zinco. Muitos estudos demonstraram que uma alimentação macrobiótica. Para se garantir que uma dieta macrobiótica é nutricionalmente adequada. Obter um aporte energético adequado pode ser um desafio numa dieta macrobiótica. Contudo. não é necessariamente apropriada para bebés e crianças. Quando se inicia a diversificação alimentar de crianças macrobióticas. dever-se-á verificar se esta é capaz de fornecer os nutrimentos mais dificilmente obtidos a partir de alimentos de origem vegetal. poderão ser benéficas para adultos.21 macrobióticas baseiam-se em alimentos de origem vegetal. especialmente durante a infância (33). Apesar de serem adicionadas algumas sementes. gordura. a ingestão energética no grupo macrobiótico era evidentemente insuficiente (34) . foram inicialmente alimentadas com kokkoh. comparativamente ao grupo controlo de crianças não macrobióticas. Em crianças que seguem uma . pobre em proteínas. Estudos confirmam a existência de deficiências em energia. A ingestão proteica média de crianças macrobióticas vegetarianas geralmente atinge ou excede as recomendações. a adição de gorduras é fortemente desencorajada na alimentação macrobiótica (10) . é consideravelmente inferior às recomendações. Vários casos de malnutrição verificaram-se em crianças que. na dieta da criança. Nesse estudo. proteína em crianças macrobióticas (33) . energia. Uma dieta baseada somente em grãos e hortícolas. Devido à densidade energética ser baixa durante o período de desmame dos 10 aos 12 meses de idade. especialmente sementes de sésamo. sementes de sésamo e feijão azuki (32). O crescimento de uma criança pode ser usado como indicador dos efeitos negativos de uma dieta macrobiótica. arroz integral doce. uma bebida produzida a partir de arroz integral. sem adição de gorduras pode ter um volume demasiado grande para fornecer a energia necessária a crianças (10). ferro e cálcio e que não contém vitamina B12 e vitamina D (10) . após o desmame. Dagnelie et al verificaram que o desenvolvimento era menor em crianças de 14 meses de idade que seguiam uma dieta macrobiótica. comparada com uma alimentação vegetariana. este tipo de alimentação poderá ter consequências adversas no crescimento e desenvolvimento das crianças. apesar de estas poderem consumir menor quantidade de proteína que crianças não macrobióticas (35). A ingestão energética de crianças que seguem uma alimentação macrobiótica.22 grãos. cálcio e ferro pode ter consequências negativas como anemia. Recomenda-se. Recomenda-se a redução da (36) ingestão de fibra por crianças com idade inferior a 2 anos . presentes nos . não é recomendado o consumo de dietas ricas em fibra a crianças com idade inferior a 2 anos. A ingestão insuficiente de vitamina D. que poderá ser obtida através da peneiração dos cereais antes da cocção ou da utilização de alguns cereais refinados (10) .23 alimentação macrobiótica. vitamina B12. fraco crescimento. A adição de gordura alimentar como fonte de energia ( 25-30% da ingestão energética) poderá ser alcançada através da inclusão de 20-25 g de óleo vegetal ou azeite por dia ou 40-50 g de oleaginosas ou sementes por dia (30. deficiências neuromusculares e. 36). o peso e o comprimento são mais afectados que em crianças que seguem uma alimentação vegetariana (30) . raquitismo. Por diminuir a densidade energética de uma dieta e eventualmente causar problemas de crescimento. A ingestão de cálcio em crianças macrobióticas poderá estar abaixo das recomendações e as suas dietas poderão conter substâncias. pela redução do aporte energético. mas é difícil estimar qual o seu impacto uma vez que estas dietas possuem muitas outras diferenças em relação a uma dieta tradicional (37) . Existem poucos dados sobre o efeito da fibra alimentar em crianças com idade inferior a 2 anos. capacidades cognitivas diminuídas. como margarina ou óleo vegetal adicionados a outros alimentos (10) . assim a inclusão de uma fonte de gordura alimentar. eventualmente. Pensa-se que devido ao rápido crescimento destas crianças esta pode provocar um atraso no mesmo. reduzindo a sua biodisponibilidade numa faixa etária com necessidades aumentadas. Outra preocupação é o facto de a fibra poder aprisionar os micronutrimentos no aparelho digestivo. a morte (31). Dagnelie et al verificaram a existência de anemia ferropriva em crianças com idade compreendida entre os 10 e os 20 meses de idade que seguiam uma alimentação macrobiótica (32) . São inibidores da absorção do ferro o fitato. Tofu. proteína. café. embora experiências mostram que alguns seguidores desta filosofia acham difícil a adopção desta medida (36). Recomenda-se o consumo de alimentos ricos neste nutrimento. Dagnelie et al verificaram que crianças macrobióticas apresentaram baixos níveis de cálcio (36) . algumas especiarias e fibra. cálcio. pão e cereais e a adição de fontes de vitamina C às refeições. cacau. ou alimentos ricos neste nutrimento como os produtos lácteos (30) . A inclusão de produtos lácteos ( 150-250 g/dia) como fonte de cálcio. Por esta razão. A partir dos 4 – 6 meses de idade. . algumas infusões de ervas. Processos de fermentação como os utilizados na produção de derivados da soja como miso e tempeh poderão também tornar o ferro mais biodisponível embora nem todos os estudos sustentem esta hipótese (35) . fazendo com que a quantidade de cálcio não seja suficiente (10) . podendo constituir as únicas fontes de cálcio em crianças macrobióticas após o desmame. Contudo. leguminosas. as dietas para estas últimas têm quantidades muito pequenas destes alimentos. oleaginosas.24 alimentos hortícolas. a alimentação destas deverá ser suplementada com cálcio. hortícolas e algas marinhas poderão ser adicionados alguns meses após o desmame. apesar de estes alimentos poderem fornecer cálcio suficiente para adultos e crianças. e riboflavina é recomendada. como derivados da soja. responsáveis por uma menor absorção do cálcio (30) . A vitamina C e outros ácidos orgânicos presentes em frutos e hortícolas podem aumentar a absorção do ferro e ajudar a reduzir os efeitos do fitato. as crianças necessitam de 1 mg/kg/dia de ferro. Como fonte de vitamina B12.9 – 1. Dagnelie et al verificaram a existência de raquitismo . Recomenda-se a inclusão de 100 – 150 g/semana de peixe gordo que fornece aproximadamente 0. elas também podem conter análogos que podem interferir com a sua absorção. quando a criança. 36) vitamina B12 em crianças macrobióticas .25 Apesar da dieta macrobiótica não ser sempre uma dieta vegetariana. Baixos níveis de vitamina D e massa óssea reduzida foram observados em algumas populações vegan de regiões nórdicas que não utilizavam suplementos ou alimentos fortificados. Segundo van Dusseldorp et al. Mesmo uma mudança para uma dieta não vegetariana poderá não ser suficiente para restaurar os níveis normais de vitamina B12. mas podem também apresentar repercussões na vida futura.3 μg/dia de vitamina B12. Apesar das algas marinhas poderem conter alguma vitamina B12 activa. Os efeitos adversos da deficiência em vitamina B12 na comunidade macrobiótica podem não se restringir apenas à infância. começa a consumir apenas alimentos de origem vegetal não fortificados. Dagnelie et al verificaram uma grande incidência de deficiência de (32. Uma alimentação macrobiótica rígida na infância prejudica substancialmente os níveis de vitamina B12 durante a adolescência. A inclusão de algas alimentares deve ser limitada na alimentação das crianças cuja ingestão de vitamina B12 é insuficiente. a deficiência em vitamina B12 poderá ser um dos factores responsáveis por desenvolvimento psicomotor tardio e atraso de crescimento em crianças macrobióticas. 36). particularmente em crianças que seguem uma alimentação macrobiótica (35). se a dieta contiver apenas quantidades moderadas de produtos de origem animal (38). após o desmame. a sua alimentação não contém vitamina B12 ou vitamina D (10) . bloqueando o seu metabolismo (10. são necessários produtos de origem animal como peixe. Por outro. gema de ovo ou óleos de peixe. Deve ser feito um esforço para adaptar as dietas infantis de acordo com esta filosofia. Por um lado. deve garantir-se a adequação nutricional da dieta. alimento não proibido na alimentação macrobiótica. por isso é frequente existir deficiência de vitamina D nas dietas macrobióticas (30) . assim que a exposição solar seja encorajada para assegurar uma adequada síntese de vitamina D e a inclusão do peixe na dieta. Parsons et al compararam um grupo de adolescentes holandeses que seguiam uma alimentação macrobiótica vegan durante a infância com não macrobióticos da mesma idade e sexo. um país com grande exposição solar. Contudo. de modo a que as alterações sejam as mínimas possíveis. estas populações não incluíam na sua alimentação alimentos de origem animal. . a fraca exposição solar poderá também ter sido responsável pela insuficiente síntese de vitamina D. É assim imprudente concluir que a alimentação macrobiótica provocará deficiência de vitamina D. Dwyer et al descobriram que a média de ingestão de vitamina D correspondia a um oitavo das RDA em crianças macrobióticas (41). principalmente em Portugal. como o peixe. verificando que os adolescentes macrobióticos tinham menor massa óssea (40) . A vitamina D é mais frequentemente encontrada em produtos lácteos fortificados.26 em crianças macrobióticas de idade compreendida entre os 10 e os 20 meses (39) . As recomendações feitas tiveram como base os princípios da filosofia macrobiótica. Após análise dos estudos é preciso ter em consideração o facto de nestes terem sido estudadas populações macrobióticas vegan nórdicas. A inclusão de 100 – 150 g/semana de peixe gordo fornece aproximadamente 2 – 3 μg/dia de vitamina D (30) . Recomenda-se. Os nutricionistas que aconselham os pais de crianças macrobióticas poderão enfrentar alguns desafios no desenvolvimento de dietas saudáveis para . a soja. recomenda-se a inclusão de produtos lácteos. Tem sido sugerido que as crianças macrobióticas devem incluir leite na sua alimentação. é naturalmente rica em componentes bioactivos como isoflavonas (42) . 44). sendo questionada a sua segurança para utilização em crianças.27 Tanto os suplementos alimentares como os alimentos fortificados são considerados incompatíveis com a filosofia macrobiótica (36) . Contudo. Foram encontrados efeitos adversos em estudos com animais. As fórmulas de soja contêm quantidades significativas de fitoestrogénios da classe das isoflavonas. Por outro lado. Contudo. Apesar da ausência de pesquisas científicas adequadas que quantifiquem o risco nas crianças. o consumo destes compostos activos nessa fase da vida deve ser feito com precaução (43. Tendo em conta que os produtos lácteos nunca fizeram parte da alimentação macrobiótica. Recomenda-se a realização de mais investigações sobre os efeitos a longo prazo do consumo de fitoestrogénios por bebés. É importante referir que os líderes da comunidade macrobiótica aceitaram aconselhar as famílias a introduzir leite de vaca na alimentação das crianças de modo a atingir as suas necessidades de cálcio e vitamina D (45). alimentos fortificados ou suplementos caso seja a única forma de garantir a adequação destas dietas. a sua utilização representaria uma alteração profunda nesta filosofia alimentar que poderia não ser aceite pela maioria dos macrobióticos. não existem provas de que o uso de uma fórmula de soja para bebés tenha efeitos adversos. Uma alternativa mais aceitável aos produtos lácteos poderá ser a utilização de uma fórmula fortificada de soja uma vez que alimentos derivados da soja são comuns na alimentação macrobiótica. Em virtude do aumento das em necessidades de cálcio na gravidez e lactação. cálcio. vitamina D e vitamina B12 em grávidas que seguem uma alimentação baseada em alimentos vegetais (21) . Apesar das dietas macrobióticas conterem quantidades razoáveis de ácido -linolénico. Além disso. se o aumento de peso materno e as escolhas alimentares durante a gravidez forem adequados. se esta for adaptada (10). ferro.28 esta faixa etária de acordo com as recomendações macrobióticas. ácidos gordos essenciais. Contudo. a sua utilização nesta fase da vida não tem necessariamente que ser excluída. o peso à nascença dos bebés macrobióticos deverá situar-se na mesma faixa de peso de bebés de mulheres não macrobióticas (45). são necessários cuidados especiais para obter determinados nutrimentos. verificou-se baixo peso à nascença dos recém-nascidos. mães que seguem a alimentação macrobiótica e outras dietas especiais poderão estar em risco de ter anemia perniciosa (47). A percentagem de mães que amamentam na população macrobiótica é elevada e estas tendem a amamentar por períodos superiores à população geral (10) contudo. Existe alguma evidência de que o fraco crescimento de bebés de mulheres macrobióticas dever-se-á à ingestão de quantidades insuficientes de leite materno encontrados (45) . Em algumas populações macrobióticas. é improvável que este seja convertido em Ácido . pode ocorrer desmineralização óssea materna. zinco. Apesar de muitos estudos apontarem para a inadequação da dieta macrobiótica para crianças. Têm sido expressas preocupações relativamente à adequação da ingestão de energia. Baixos níveis de vitamina D e baixa ingestão de cálcio foram lactantes macrobióticas. facto que tem sido atribuído ao baixo aumento de peso da mãe durante a gravidez (46). proteína. sementes. Caso não seja feita suplementação em ferro devem ser incluídos alimentos ricos em ferro e. Para grávidas com dificuldade em atingir as necessidades energéticas e o aumento de peso ideal. deve ser adicionada uma fonte de vitamina C às refeições. oleaginosas. Durante a gravidez e a lactação as necessidades nutricionais estão aumentadas (49) . peixe e produtos lácteos de forma a evitar deficiências em nutrimentos como ácidos gordos essenciais. ferro. Assim. independentemente do tipo de alimentação serão necessárias adaptações durante esta fase da vida para garantir a sua adequação. A composição mineral do leite materno varia pouco com a alimentação contudo. particularmente porque estas dietas contêm grandes quantidades de ácidos gordos n-6 competidores (48) . foram verificados níveis ligeiramente inferiores de magnésio e cálcio no leite de mulheres macrobióticas (45). . Mães que amamentam poderão seguir o mesmo tipo de alimentação que uma mulher grávida aumentando ligeiramente a ingestão alimentar de modo a atingir as recomendações energéticas e nutricionais da lactação.29 Docosahexaenóico (DHA) em quantidades suficientes para satisfazer as necessidades de grávidas e lactantes. se possível. recomenda-se igualmente o consumo de alimentos ricos em energia e nutrimentos como derivados de soja. zinco. Devido ao facto de mulheres macrobióticas alimentarem ao peito durante períodos de tempo superiores é importante fornecer aconselhamento adequado para garantir a adequação nutricional da dieta durante todo o período da lactação. abacate e leguminosas. Apesar de ir contra a filosofia macrobiótica recomenda-se a suplementação de todas as grávidas em ferro e ácido fólico. cálcio e vitamina D. Aconselha-se o consumo de ovos. dietas baseadas em alimentos hortícolas são ricas em fibra.30 Apesar de ser complicado obter uma população significativa para a realização de estudos. sementes. a adequação nutricional da alimentação a idosos só recentemente começou a merecer uma . especialmente quando a ingestão de hidratos de carbono é controlada. para assegurar que são atingidas as necessidades energéticas diárias (50). gravidez e lactação. atletas que consomem uma dieta rica em frutos. Seria importante determinar a adequação deste tipo de alimentação a outros grupos com necessidades especiais. adolescência. Recomenda-se que atletas com necessidades energéticas elevadas incluam na sua dieta alimentos densamente energéticos como oleaginosas. a sua necessidade é crescente. Contudo. tofu e tempeh. como alternativa aos alimentos de origem animal. ricos em hidratos de carbono e de grande volume. Contrariamente à infância. do risco de doença cardiovascular e da prevalência de outros factores de risco para esta doença. hortícolas e cereais integrais obtêm grandes quantidades de antioxidantes que ajudam a reduzir o stress oxidativo que acompanha o exercício rigoroso (21) . Não foi verificado efeito benéfico nem prejudicial de uma dieta vegetariana no desempenho físico de atletas. Embora se saiba que a combinação da actividade física regular e vegetarianismo tem sido associada à diminuição da gordura corporal. aumenta a sua ingestão diária de fibra. A substituição da carne por alimentos pobres em gordura. como Hipertensão e dislipidemia. cujo objectivo seja verificar se a alimentação macrobiótica é nutricionalmente adequada. Por outro lado. não foi investigada a relação entre a dieta macrobiótica e o estado nutricional de atletas. o que levanta preocupações acerca da sua capacidade de atingir as recomendações energéticas diárias de atletas com um programa de exercício árduo. tratando-se de adultos. Existem poucos estudos sobre o estado nutricional de idosos vegetarianos. será também apropriada a um idoso. os profissionais da área da saúde têm uma visão negativa da dieta macrobiótica. Notas finais De um modo geral. As RDA da vitamina D. IV. que foram directamente atribuídas à prática de dietas macrobióticas não adequadas a esta faixa etária. existindo também uma grande prevalência de doenças crónicas nesta faixa etária que podem estar associadas ao estado nutricional. Provavelmente. Em primeiro lugar é do conhecimento geral que a dieta macrobiótica pura é composta apenas por arroz. Isto deve-se a duas razões. uma dieta macrobiótica adequada a um adulto. a observação de comunidades macrobióticas na década de 70 revelou deficiências nutricionais graves em bebés e crianças de tenra idade. contudo é necessário considerar os nutrimentos cujas necessidades estão aumentadas nesta faixa etária. apesar de terem sido documentadas deficiências em alguns nutrimentos (51) . O risco de malnutrição nos idosos é elevado. a alimentação macrobiótica pode ser uma abordagem saudável e segura.31 maior atenção por parte dos nutricionistas. Pouco se sabe sobre a adequação da dieta macrobiótica a idosos sendo por isso recomendado que sejam estudadas populações macrobióticas idosas. No geral. Contudo. vitamina B6 e cálcio são superiores em indivíduos com idade superior a 51 anos (49) . Este tipo de alimentação pode também ser uma escolha aceitável para crianças se forem . Em segundo lugar. a ingestão alimentar de indivíduos vegetarianos parece ser favorável relativamente a perfis de risco de doenças crónicas. Através da comparação de guias alimentares de padrões alimentares diferentes. seja ele omnívoro.32 feitas as devidas alterações. com origem no oriente à sociedade ocidental. Em relação ao papel da alimentação macrobiótica na prevenção e tratamento de doenças crónicas ainda é necessária a realização de mais estudos. O “imperialismo nutricional” que insiste na recomendação de um único padrão alimentar deve ser evitado. não . Todos eles têm por base o consumo elevado de alimentos de origem vegetal e minimizam o consumo de alimentos de origem animal. mas de forma a garantir a diversidade. verifica-se que estes padrões possuem muitas semelhanças. é um interessante desafio para o nutricionista ajustar um tipo de alimentação. nomeadamente alimentação macrobiótica versus alimentação vegetariana e mediterrânica. por outro lado. Os nutricionistas devem assim respeitar a liberdade e diversidade quando fazem as suas recomendações. atletas e idosos. O aconselhamento alimentar deve basear-se na ciência. Tal como a alimentação macrobiótica zen evoluiu para a AMP. lactantes. sendo. O progresso científico não deve ser interpretado de modo a implicar que cada sucessivo avanço no conhecimento se aproxime de um único padrão alimentar platónico. identificando as potenciais preocupações e estratégias para garantir a adequação nutricional. Contudo. ricos em colesterol e gordura. nomeadamente a portuguesa. vegetariano ou macrobiótico. esta poderá ser uma abordagem interessante na medida em que é uma alimentação pobre em alimentos de origem animal. rica em alimentos de origem vegetal ricos em antioxidantes. Assim. É extremamente importante que os nutricionistas se familiarizem com os princípios de planeamento alimentar macrobióticos. Poderá ser igualmente necessário fazer adaptações a dietas de grávidas. Contudo. Por outro lado. Comparando estas recomendações com as da PAM verifica-se que ambos os guias alimentares salientam a importância dos cereais e hortícolas como alimentos base de uma alimentação saudável. As refeições servidas nas cantinas escolares devem basear-se nas recomendações da Nova Roda dos Alimentos (NRDA) (52) . Desta forma. deve ser possível garantir que haja sempre o prato de peixe como opção. Se. por outro. sendo difícil conciliar a filosofia macrobiótica e o estilo de vida ocidental moderno. Na nossa sociedade é cada vez menor o tempo destinado à preparação de refeições. e a própria soja são também alimentos de interesse quando se pensa na substituição da carne nas refeições escolares. uma criança macrobiótica poderá . uma criança macrobiótica deverá ter a possibilidade de almoçar numa cantina escolar. provavelmente um aumento na procura poderia contribuir para contornar este problema. o consumo de carne. segundo as recomendações da PAM. pois este é mais aceitável na comunidade macrobiótica. Por exemplo. A questão é: como pode um indivíduo macrobiótico manter o seu tipo de alimentação nestas circunstâncias? Actualmente já existem em Portugal restaurantes macrobióticos.33 será descabido tentar adaptar esta dieta à actualidade. por um lado. Apesar de actualmente a sua utilização geralmente não ser viável devido ao elevado custo. ovo e lacticínios deverá ser mensal. seja ela pública ou colectiva. como tofu e seitan. este tipo de alimentação ainda é desconhecido de grande parte dos portugueses. o estilo de vida actual condiciona a que cada vez mais seja necessário que as refeições sejam feitas fora do lar. Seria interessante promover refeições macrobióticas nutricionalmente equilibradas nas unidades de restauração. Contudo. Alimentos derivados da soja. é crescente o número de indivíduos que adoptam a alimentação macrobiótica e outras dietas alternativas. Assim. actual e individualizada acerca da nutrição macrobiótica. Muitos destes têm que ser importados. pois está cientificamente provado que estes métodos de conservação não alteram a qualidade dos alimentos. Existe actualmente exploração de algas comestíveis na Galiza. na PAM a sua importância é bastante inferior. sendo capazes de fornecer informação correcta. As algas também são um alimento interessante que deve ser melhor explorado. por uma sopa de couve-galega. Dada a sua presença na costa portuguesa e riqueza nutricional. É importante referir que grande parte dos alimentos utilizados na alimentação macrobiótica não é produzida no nosso país. Ao contrário da NRDA que dá ênfase ao consumo de frutos. por exemplo. é importante que o nutricionista seja capaz de fornecer informação adequada sobre o modo como pode um indivíduo . não o faça. aproxima-se mais do princípio de que os alimentos têm que ser o menos refinados possível. segundo a alimentação macrobiótica. sendo recomendado apenas o seu consumo semanal. aumentar o seu consumo de hortícolas. Apesar de.34 substituir uma sopa de miso. se dever dar ênfase ao consumo de alimentos minimamente processados e em natureza poderá ser viável a utilização de alimentos congelados. Os nutricionistas têm assim o importante papel de assistir os indivíduos macrobióticos ou os que demonstram interesse em adoptar esta dieta. uma criança macrobiótica pode perfeitamente optar por fruta à sobremesa e caso. comparativamente ao pão branco. conservados em vácuo ou em atmosfera modificada. De qualquer forma. poderia ser uma interessante aposta o incentivo ao desenvolvimento do comércio de algas em Portugal. contradizendo a teoria de que os alimentos devem ser de produção local. Tal como já é defendido. deve-se tentar que o pão servido seja de mistura o que. adaptando-as. Dwyer J. confecção. atletas e idosos. podendo a fusão de conhecimentos contribuir para uma melhor resposta às necessidades da população. quer a nível da alimentação. Este profissional de saúde deve também ser capaz de fornecer recomendações específicas para planear refeições macrobióticas adequadas a todas as etapas do ciclo de vida. mas também com os locais de aquisição dos produtos característicos deste tipo de alimentação. se um nutricionista não se sentir familiarizado com este tipo de alimentação. para ajudar a fornecer o melhor ambiente possível para atingir as necessidades nutricionais. Am J Clin Nutr. 1999. 70(3 Suppl):620S-22S . Mais ainda. quando necessário. Referências Bibliográficas 1. a indivíduos com necessidades alimentares especiais devido a alergias.35 macrobiótico atingir as suas necessidades nutricionais. quando mal planeadas. Tal parceria beneficiaria da discussão de pontos de vista diferentes. O nutricionista deve estar familiarizado não só com as opções macrobióticas nos restaurantes locais. principalmente em populações como crianças. quer a nível da culinária com a classe dos nutricionistas. É igualmente necessário não esquecer a importância dos membros familiares. tem a obrigação de ser capaz de encaminhar para alguém melhor qualificado. uma vez que estas dietas. Uma aposta interessante seria aliar os conhecimentos dos profissionais do IMP. grávidas. Convergence of plant-rich and plant-only diets. Deve ainda ter conhecimento básico de modo a instruir os indivíduos sobre métodos de preparação. O acompanhamento nutricional deve ser regular. lactantes. podem ser pobres em alguns nutrimentos. utilização e composição nutricional de alimentos incluídos na alimentação macrobiótica. em particular dos pais. doenças crónicas ou outras restrições. Chrysohoou C. Efecto terapéutico de la dieta macrobiótica Ma-Pi 2 en 25 adultos con diabetes mellitus tipo 2. Sacks FM. 89(12):2104-15 7. 2001. Rosner B. Disponível em: http://www. 63(1):1-8 25. Kushi M. 583(SEPT. 2006. 2004. 1988. Jack A. Panagiotakos DB. Whitten CG. Med Sci Monit. Nutr Rev. Vanna O. Shiatsu. 1974. 1971. Messina V. 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Acquired and inherited disorders of cobalamin and folate in children. Specker BL. 455-61. (4):55-56 . Nutritional concerns of lactating women consuming vegetarian diets. 39 . 40 Anexos Índice de Anexos Anexo 1 – Lista de alimentos consumidos numa alimentação macrobiótica geralmente não consumidos numa alimentação tradicional ................... a4 Anexo 3 – Análise de refeições macrobióticas (macronutrimentos) ........................................................... a1 Anexo 2 – Utensílios utilizados na cozinha macrobiótica ........................................................................................... a9 Anexo 8 – Pirâmide alimentar mediterrânica .................. a11 Anexo 10 – Composição de aminoácidos nas algas atlânticas e no ovo ..................................... a7 Anexo 6 – Comparação entre a análise de refeições macrobióticas e as DRIs ................... a8 Anexo 7 – Pirâmide alimentar vegetariana ................. a5 Anexo 4 – Análise de refeições macrobióticas (minerais) .......................... a10 Anexo 9 – Composição nutricional das algas atlânticas ... a6 Anexo 5 – Análise de refeições macrobióticas (vitaminas) .................................. a12 ............. 41 . . Hijiki e Kombu. . vermelhas ou verdes) têm baixo valor energético e são ricas em minerais (Mg. Ca. Ameixa salgada (umeboshi): Uma conserva muito usada no Japão. de onde é importada. Todas contêm pequenas quantidades de vitamina B12. K e I). Nori. A negras também são ricas em vitamina E. A quantidade ideal na sua preparação é 1 colher de sopa de erva Banchá levemente torrada para 1 litro de água. As algas vermelhas são especialmente ricas em pró-vitamina A. Wakame. proteínas. A composição vitamínica varia segundo a época do ano. Banchá: Usado como digestivo após as refeições. vitaminas e ácidos gordos essenciais. as negras e as verdes em vitamina C. A digestibilidade das suas proteínas é baixa excepto para a espirulina.a1 Anexo 1 – Lista de alimentos consumidos numa alimentação macrobiótica geralmente não consumidos numa alimentação tradicional Algas: as algas (negras. As ameixas são acondicionadas num barril de madeira. Destacam-se: agar-agar. Bardana: raiz muito utilizada pelos macrobióticos como alimento e como remédio. com sal marinho natural. fibras. por 3 anos ou mais. Chá de arroz integral: preparado com arroz integral torrado e folhas torradas de Banchá. P. Seitan: proteína vegetal do glúten do trigo. Obtém-se por cocção do glúten e extracção da farinha. . trigo e sal. Húmus: massa feita a partir de grão-de-bico. excepto que no natto adiciona-se um microrganismo para conseguir o efeito desejado na proteína de soja. tornando-os mais fáceis de digerir. Grãos germinados: grãos submetidos a um processo germinativo que modifica a sua composição química. Natto: produto de soja fermentada de forma semelhante ao tempeh. com sal marinho.a2 Gomásio: condimento obtido a partir da mistura de grãos de sésamo tostados e moídos. A sua riqueza em ácido glutâmico proporciona-lhe o sabor típico da carne. Miso (massa de soja): massa rica em sódio que resulta da fermentação de grãos de soja. A sua textura é semelhante à de um queijo fermentado. Usada como tempero. Serve como ingrediente para sopas. geralmente num caldo com gengibre. Tamari (molho de soja): composto de soja fermentada. Pode-se utilizar para acompanhar arroz ou dar aroma aos vegetais. tamari e alga kombu. aveia ou arroz. como condimento ou para barrar no pão. a3 Tahin: massa feita de sementes de sésamo cruas ou tostadas. Come-se habitualmente sob a forma de hambúrguer. esbranquiçado. com o qual podem ser preparados todos os pratos que usam outros tipos de trigo ou farinha de trigo. De sabor semelhante ao dos cogumelos frescos. Nota: Adaptado de Alimentaciones vegetarianas en la infancia y adolescência macrobiotic path to total health (17). Tempeh: produto de soja fermentada a partir de grãos inteiros de soja branca. Tofu: obtido a partir da coagulação de leite de soja. Usada para barrar o pão ou para temperar. (2) e The . macio ao mastigar. Trigo mourisco (ou sarraceno): grão pequeno. coador de chá de bambu. suribachi e surikogi. dispensador de molho de soja tamari. steamer de aço inoxidável.a4 Anexo 2 – Utensílios utilizados na cozinha macrobiótica Figura a1 – Utensílios utilizados na cozinha macrobiótica (espátulas e chopsticks. panela de pressão). (adaptado de: The Macrobiotic Way: The definitive guide to macrobiotic living (3)) . deflectores de chama. esteira de bambu para sushi. steamer de bambu. ralador. prensa de pickle. 1 -17.4 65.2 Vestígios 6.0 Jantar Sopa de miso Solha assada com arroz Daikon ralado Agriões e cenouras cozidos com molho de umeboshi e cebolinho Bolo de couscous com molho de pêra Café de grão 1 taça 1 porção ¼ chávena 1 porção 1 porção 1 chávena 59 396 5 81 287 -2126 3.1 16.0 39.4 12.7 -361.0 21.0 8. 2 colheres de sopa 1 chávena 260 210 2 420 86 2 10.6 0.9 0.0 5. com manteiga de maçã Chá Banchá 2 chávenas 2 fatias.5 -2.6 Vestígios Almoço Sushi de pepino e sushi de tempeh-chucrute sushi Salada cozida com molho de tofu Chá Banchá 1 porção 1 porção 1 chávena Lanche Amêndoas e sementes de girassol tostadas com passas ½ chávena 318 8.3 3.5 65.7 0.1 TOTAL Tabela a1 – Análise de refeições macrobióticas a nível de macronutrimentos (adaptado de: The Macrobiotic Approach to Cancer: Towards Preventing and Controlling Cancer With Diet and Lifestyle (12)).2 1.0 43.4 1.4 Pequeno-almoço Flocos de aveia Tostas de fermento de trigo integral.5 0.2 7.3 2.6 -79.7 70.0 1. .8 7.4 -40.a5 Anexo 3 – Análise de refeições macrobióticas (macronutrimentos) Alimento Quantidade Energia (kcal) Proteínas (g) Lípidos (g) Hidratos de carbono (g) 46.3 -- 2.0 0.7 9. com manteiga de maçã Chá Banchá Almoço Sushi de pepino e sushi de tempeh-chucrute sushi Salada cozida com molho de tofu Chá Banchá Lanche Amêndoas e sementes de girassol tostadas com passas Jantar Sopa de miso Solha assada com arroz Daikon ralado Agriões e cenouras cozidos com molho de umeboshi e cebolinho Bolo de couscous com molho de pêra Café de grão TOTAL 2 chávenas 2 fatias.8 Vestígios 3.a6 Anexo 4 – Análise de refeições macrobióticas (minerais) Alimento Quantidade Cálcio (mg) Fósforo (mg) Ferro (mg) Sódio (mg) Potássio (mg) Pequeno-almoço Flocos de aveia Tostas de fermento de trigo integral. 2 colheres de sopa 1 chávena 1 porção 1 porção 1 chávena ½ chávena 1 taça 1 porção ¼ chávena 1 porção 1 porção 1 chávena 44 54 -61 107 -88 148 66 9 264 18 -859 232 150 -177 77 -279 96 378 6 82 62 -1539 3.8 1. .3 344 257 -497 166 -17 349 361 150 165 254 -2560 292 245 -246 616 -594 205 525 195 350 398 -3666 Tabela a2 – Análise de refeições macrobióticas a nível de minerais (adaptado de: The Macrobiotic Approach to Cancer: Towards Preventing and Controlling Cancer With Diet and Lifestyle (12)).1 5.8 Vestígios 12.9 2.2 1.8 -39.1 6.8 0.0 1. 04 -1.3 -- 25 68 -- ½ chávena 16 1. .9 1.11 -0. 2 colheres de sopa 1 chávena 0 Vestígios -- 0.5 Vestígios 1 taça 1 porção ¼ chávena 1 porção 1 porção 1 chávena 83 140 3 12662 30 -14.10 0.6 -1.85 0.6 -- 0 Vestígios -- 1 porção 1 porção 1 chávena 800 1055 -- 0.789 0.4 1.50 0.02 0.34 0.70 0.4 6. com manteiga de maçã Chá Banchá Almoço Sushi de pepino e sushi de tempehchucrute sushi Salada cozida com molho de tofu Chá Banchá Lanche Amêndoas e sementes de girassol tostadas com passas Jantar Sopa de miso Solha assada com arroz Daikon ralado Agriões e cenouras cozidos com molho de umeboshi e cebolinho Bolo de couscous com molho de pêra Café de grão TOTAL 2 chávenas 2 fatias.38 0.41 0.6 -20.10 0.06 0.0 0.30 1.a7 Anexo 5 – Análise de refeições macrobióticas (vitaminas) Alimento Quantidade Vitamina A (UI) Vitamina B1 (mg) Vitamina B2 (mg) Vitamina B3 (mg) Vitamina C (mg) Pequeno-almoço Flocos de aveia Tostas de fermento de trigo integral.03 -3.3 22 Vestígios 10 80 31 -236 Tabela a3 – Análise de refeições macrobióticas a nível de vitaminas (adaptado de: The Macrobiotic Approach to Cancer: Towards Preventing and Controlling Cancer With Diet and Lifestyle (12)).16 -- 0.18 -- 6.06 -- 0.07 0.25 -0.18 -- 0. 85 1.0 54-75 36-48 Fósforo (mg) 1539 700 700 Vitamina B1 (mg) 3.a8 Anexo 6 – Comparação entre a análise de refeições macrobióticas e as DRIs Energia (kcal) Total da análise da refeição macrobiótica DRIs – Homens (19-50 anos) DRIs – Mulheres (19-50 anos) 2126 1800-2500 1200-1600 Cálcio (mg) 859 1000 1000 Vitamina A (UI) 14789 3000 2330 Proteínas (g) 79.07 1.3 16.10 Lípidos (g) 40.3 8 18 Vitamina B2 (mg) 1. .30 1.0 14.10 Hidratos de carbono (g) 361.20 1.1 --Sódio (mg) 2560 --Vitamina B3 (mg) 20.02 --Ferro (mg) 39.0 Potássio (mg) 3666 --Vitamina C (mg) 236 90 75 Total da análise da refeição macrobiótica DRIs – Homens (19-50 anos) DRIs – Mulheres (19-50 anos) Total da análise da refeição macrobiótica DRIs – Homens (19-50 anos) DRIs – Mulheres (19-50 anos) Tabela a4 – Comparação entre refeições macrobióticas e as DRIs para homens e mulheres da faixa etária dos 19 aos 50 anos (adaptado de: The Macrobiotic Approach to Cancer: Towards Preventing and Controlling Cancer With Diet and Lifestyle (12)). a9 Anexo 7 – Pirâmide alimentar vegetariana Figura 2 – Pirâmide alimentar vegetariana (adaptado de: Vegetarian food guide pyramid: a conceptual framework (19)) . a10 Anexo 8 – Pirâmide alimentar mediterrânica Figura 3 – Pirâmide alimentar mediterrânica (adaptado de: Can a Mediterranean diet moderate the development and clinical progression of coronary heart disease? A systematic review (20)) . .02 0.3 2030 940 600 3. Universidade Complutense de Madrid (Centro de Espectometria Atómica UCM).51 9 34. “Seaweed Resources in Europe” Tabela a5 – Composição nutricional de algas atlânticas (adaptado de: Algas do atlântico: Alimento e saúde (29)).4 1. “Consejo Superior de Investigaciones Científicas (Departamento de Metabolismo y Nutrición)”.9 4330 2620 310 0.8 35.02 0.1 52.7 720 59 435 240 14.05 0.2 1120 17 600 135 24.2 159 20.1 44.5 1350 1200 200 ND ND ND ND ND Fucus 7.1 30 810 16.7 68.02 ND 28.17 0.3 0.1 Análises produzidas por: “Xunta de Galicia”.6 640 ND ND ND ND ND ND Musgo da Irlanda 20.9 46.56 0.6 5.5 46.1 70 70 (solúvel) 325 2.5 Esparguete do Mar 8.07 0.5 1.3 34.a11 Anexo 9 – Composição nutricional das algas atlânticas Por 100 g de alga seca Proteínas (%) Lípidos (%) Glícidos (%) Fibra (%) Cálcio (mg) Ferro (mg) Magnésio (mg) Fósforo (mg) lodo (mg) Potássio (mg) Sódio (mg) Selénio (μg) Vitamina A (mg) Vitamina B1 (mg) Vitamina B2 (mg) Vitamina B12 (μg) Vitamina C (mg) Wakame Dulse 22.23 3.29 18 2 56 2.1 32.04 0.35 Nori 29 0.7 8250 4100 220 0.6 6810 4880 590 0.8 50 725 11 670 315 14.14 0.5 2500 2450 250 0.36 29 4.3 1380 20 680 235 22.5 560 50 610 235 55 7310 1595 17 1.3 43.6 0.6 0. “Centre d’Etude et de Valorisation dês Algues (CEVA)”.59 1.2 Agar agar 0.5 Kombu 6.21 3 0.1 34.7 330 23 370 235 17.5 2.7 1.03 ND 14.9 1.04 0.7 ND 41. Universidade de Santiago de Compostela.5 715 165 15. 7 2.4-9.5 7.2-4.3 n.92 3.3 3-4 ND 5.5 1.3 3.0-8.5 3.7 2.8 1.7-7.1-14.1 1.2 7.8 1.2-2.9-2.7 4.9-6.7-8.4-9.3 3.6 5.1-7.6-6.4-5.4-5.84-32. (ND.6-4.9 3.4 2.5 1.8 6.9-5.0 1.3 3.2-1.6-3.6-2.6 4.4 Kombu 1.9 4.0 3.1-9.5 7.4 2.2 2.1 1.0 1.1 4.5-2.6 2.3 Dulse 0.9 1.3-1.59 2.5-1.4 3.7 2.6-7.9 3.7 3.6 2.1 4.8 3.1-5.7-3.25 2.3-4.7 1.8-4.8 5.7 2.6-4.8-2.4 5.4 Esparguete do Mar 1.2 Musgo da Irlanda 1.4-5.7 10.6 0.4 4.8 4.5-1.3 6.6 2.4-8.3-7.0 5.84 2.3-9.1-7.0 5.8-6.1 3.4 1.) Sem dados Tabela a6 – Composição de aminoácidos nas algas atlânticas e no ovo (g por 100 de proteínas) (adaptado de: Algas do atlântico: Alimento e saúde (29)).6 4.5 5.8 10.8 4.6 0.29 4.8 2.1 2.2 4.0 4.25 15.7 3.2-6.2 1.4 3.7 1.5 14.1 1.d.2-5.7 0.4 3.5-5.1-1.6-5.9-16 7.9 5.6 3.7 7.7 12.8 6.3 3.4-5.0-7.4-6 3.7 3.4 ND 4.4-5.3 6.2-9.6-5.4 0.2 0.0 7.2-3.5 1.1-1.5 2 1.7-4.5-1.4-7.8 Análises promovidas por: "Centre d'Études et de Valorisation des Algues" (CEVA) (1) Dados de Ovoalbúmina de Arasaki: "Les Légumes de mer" (*) A histidina é essencial apenas no crescimento.5 3.2 4.3-10.a12 Anexo 10 – Composição de aminoácidos nas algas atlânticas e no ovo Essenciais Histidina * Isoleucina Leucina Lisina Metionina Fenilalanina Treonina Triptófano Valina Nâo essenciais Alanina Arginina Ácido Aspártico Ácido glutámico Cisteina Glicina Prolina Serina Tirosina Wakame 0.4 0. 4.2 7-10 5.7 4.7-5.4 3.2-28 2.5-2.1 4-4.4 3.4 6.1-3.8 Ovo (Ovoalbúmina) 4. .5-4.6-10.3 0.4 4.8-19.2 1-2.7 4.6 2.8-4.3-28.2 9.1-6.3 6.3 2-6.9 Nori 1.7 6.5-3.6 4.3-4 0.