Planejamento da Alfabetização: como estratégias didáticas podem incluir todos os alunos Profa. Dra. Luciana Piccoli UFRGS/FACED/DEC GEALFA - ABEC Desafios da docência em alfabetização Todos os alunos me chamam ao mesmo tempo durante as atividades, como faço para atendê-los? Como planejar se tenho alunos que ainda não conhecem todas as letras e outros que já escrevem textos? O QUE FAZER? COMO FAZER? Com 25 alunos em uma turma de 1º ano, como posso fazer intervenções individuais? Tenho alunos que raramente terminam as atividades e outros que acabam tudo rapidamente. O que fazer? “a progressão da classe não é mais a única preocupação. O movimento rumo à individualização dos percursos de formação e à pedagogia diferenciada levam a que se pense a progressão de cada aluno.” (Perrenoud, 2000, p. 40) Homogeneidade Heterogeneidade (Dalla Zen, 2006) Direito à semelhança Direito à diferença (Ilustração: Sílvia Farret) Avanços dos alunos na escrita Alfabético Silábico-alfabético Silábico Pré-silábico 3 13% 5 22% Alfabetizado Alfabético Silábico-alfabético Silábico 3 14% 8 35% 4 19% 7 30% 8 38% MARÇO JUNHO (Thalita Barski, 2014 – 2º ano) 6 29% Avanços dos alunos na leitura MARÇO JUNHO Não realizou a leitura 12 3 Leitura de palavras 4 6 Leitura de pequenos textos 8 15 (Évelin Assis , 2015 – 2º ano) Administrar a progressão das aprendizagens. (Perrenoud, 2000) Conceber e administrar situaçõesproblema ajustadas ao nível e às possibilidades dos alunos. Escolha das situações propostas: nível médio da turma e ZDP Ajuste de cada situação aos outros níveis Formação inicial do alfabetizador na Região Sul (Piccoli, 2015) 6,61% Saber didático na formação docente (Lerner, 2002) Instrumento essencial: registro de classe Objeto de ensino e de aprendizagem Análise de registros de classe como “coluna vertebral” da formação docente. Diários de classe • Relatório de observação. • Projeto didático. (Graciela Soares – 1º ano) • Diagnóstico dos conhecimentos dos alunos no início do estágio. • Planejamento semanal: quadrosíntese e planos diários com descrição das estratégias de ensino e exemplos de materiais didáticos produzidos. (Camila Mette – 1º ano) • Registros diários e semanais do ocorrido: comentários e anotações sobre o dia, produções orais e escritas das crianças, fotografias. • Reflexão semanal. • Análise geral do estágio e avaliação das aprendizagens dos alunos. (Évelin Assis, 2015 – 2º ano) Registros diários Diários de aula: instrumento de desenvolvimento profissional “Os diários como um grande recurso para explicitar os próprios dilemas em relação à atuação profissional.” (Zabalza, 2004, p. 18) (Camila Mette – 1º ano) Turma organizada em grupos com atividades diferentes em momentos diferentes. Música Planetinha – Pe. Zezinho: “O que é que uma criança poderá fazer de bom para proteger a vida e salvar o que restou?” (Camila Mette – 1º ano) Produção coletiva e interativa Escreva sua opinião: (Camila Mette – 1º ano) Reflexão semanal Durante toda a aula até a hora da produção do cartaz coletivo eu estava preocupada sobre como eu iria gerir a construção do cartaz e a escrita dos post-its (ainda mais sabendo que a produção do cartaz teria que ser no chão). Contudo, fui em frente com meus objetivos! E não é que a atividade deu certo? Reflito: por que deu certo? Acredito que consegui fazer uma explicação oral clara; expliquei o que cada um faria: 3 grupos de confecção do cartaz, 3 grupos na escrita dos post-its e, após o recreio, invertem-se os afazeres dos grupos. Também porque tanto a confecção do cartaz, como a escrita dos post-its são atividades que interessam às crianças e elas gostam de fazer. Além disso, as crianças sabiam que o cartaz seria exposto no corredor da escola e que outras pessoas poderiam contribuir, colando post-its nele. O sucesso da atividade deu-se por meio da escolha de estratégias corretas. A atividade também possibilitou que as crianças adquirissem conhecimento e elas mesmas perceberam isso. (Camila Mette – 1º ano) Vanessa: que palavra tu quer escrever? Carlos: quero escrever bola. Vanessa: então como é que se escreve bola? Carlos: o B e o L. Vanessa: Não. BÓ (fala somente a sílaba inicial da palavra). Carlos: o Ó. Vanessa: acertou! E o LA? Carlos: L. Vanessa: e o que mais? Carlos: o L e o A. Vanessa: acertou! Profe, como posso ensinar? (Elise Vasques, 2014 – 2º ano) Grupos de trabalho Vanessa: Quase sempre eu sentava no grupo do Carlos porque eu sei ajudar ele nas letras. Carlos: Eu lembro que a Vanessa me ajudou e agora eu já sei até escrever e ler! “criar dispositivos múltiplos, não baseando tudo na intervenção do professor.” (Perrenoud, 2000, p. 58) Poema “Bola de gude” de Ricardo Azevedo •Leitura •Declamação •Montagem em gincana •Apresentação em conselho de classe participativo Conceber e fazer evoluir os dispositivos de diferenciação. (Perrenoud, 2000) Desenvolver a cooperação entre os alunos e certas formas simples de ensino mútuo. (Elise Vasques, 2014 – 2º ano) Marcos: Paulo, a gente já tá na atividade, nos ajuda aqui que depois a gente te ajuda a copiar a data. Paulo: Tá. Marcos: Porto Alegre, 14 de abril de 2014 (lendo para Paulo). Paulo: PO, PO... Marcos: P, O, R, T, O (soletra para Paulo). Paulo: Deu! Marcos: A, L, E, G, R, E. Tentar ser rápido pra gente fazer o texto da Páscoa. Paulo: Os números eu já sei. Marcos: A, B, R, I, L. “Entre grupos homogêneos e heterogêneos, entre adaptação às necessidades de cada um e enriquecimento pelas diferenças, intercalar permanentemente os modos de agrupamento.” (Meirieu, 2005, p. 121) Interação, cooperação e solidariedade Marcos: No começo eu era atrapalhado e aí os meus colegas ajudaram e depois até eu já tava ajudando. (Elise Vasques, 2014 – 2º ano) Engenharia didática (Dolz, 2009) (Laura Bagatini – 1º ano) Destaco a satisfação em perceber o envolvimento das crianças em todas as atividades propostas e a importância de materiais qualificados para a alfabetização. Além disso, o material não é potente sozinho, mas as intervenções que são feitas a partir dele e nos momentos certos tornam as atividades mais significativas e desafiadoras. (Laura Bagatini – 1º ano) Capacidade de alternar diferentes métodos ao longo do tempo. Diferenciação pedagógica (Meirieu, 2005, p. 202, 203) “é um procedimento aberto, vetorizado por objetivos comuns e regulado pela observação em tempo real do trabalho dos alunos.” Atributo de organizar tempos de trabalho individuais. Implantação de grupos de necessidade. Docência solidária (BRASIL, 2013) Rede de socialização de materiais e de estratégias didáticas Flexibilização das propostas Patrimônio pedagógico imaterial do alfabetizador (Camini; Piccoli, 2014) “a eficácia da diferenciação pedagógica está subordinada à riqueza da paleta metodológica do professor, à sua capacidade de extrair de sua memória pedagógica materiais, dispositivos, métodos de trabalho que ele pode colocar à disposição dos objetivos que procura atingir.” (Meirieu, 2005, p. 203) Docência compartilhada Durante o período de estágio, pude vivenciar a docência compartilhada com a professora titular da turma, pois esta permanecia em sala de aula partilhando sua experiência como docente comigo e orientando os alunos. [...] Em turmas de alfabetização, a docência compartilhada possibilita que os professores possam atender as especificidades de aprendizagens de cada aluno, já que nessas turmas se ressalta a grande heterogeneidade de conhecimento. [...] Nas atividades coletivas, eu realizava uma primeira exploração com toda a turma encaminhando a tarefa e, após isso, realizava as intervenções diferenciadas com duplas ou individualmente. Nestes momentos, a professora titular da turma auxiliava os alunos do grupo 2, enquanto eu atendia os do grupo 1. (Aline Santos, 2014 – 2º ano) “Diferenciar a pedagogia é oferecer a cada um os meios de apropriar-se dos saberes respeitando suas necessidades específicas e acompanhando-o o melhor possível em sua trajetória de aprendizagem.” (Meirieu, 2005, p. 122) E o professor? “é preciso encontrar uma forma de reduzir e de tratar a diversidade de maneira aceitável.” “esses agrupamentos continuam sendo, não obstante, um meio de reconhecer cada um em sua especificidade e, ao mesmo tempo, de tratar, reduzindo-a a uma diversidade sobre a qual o professor, de outro modo, não teria controle.” Reagrupamentos temporários de necessidades específicas (Meirieu, 2005, p. 122) Apresentarei uma parte do poema “Laranja pêra couve manteiga”, já conhecido da turma, em um cartaz, faremos a leitura coletiva e recolherei o cartaz. Depois, distribuirei uma folha com os versos do texto desordenados: os alunos terão que recortar e ordenálos na sequência correta, depois colarão no caderno. Ficarei junto aos alunos em etapas iniciais da leitura: a estes entregarei os versos de uma estrofe por vez para que ordenem, perguntando com qual palavra começa o primeiro verso e qual com sílaba/letra esta palavra começa, qual palavra está no final do verso, com qual sílaba/letra esta palavra termina. (Aline Santos, 2014 – 2º ano) Ordenação de textos: agrupamentos, etapas e intervenções diferenciadas a partir da mesma atividade material. Percebi que esses alunos estavam entusiasmados, pois conseguiam também realizar as atividades ao mesmo tempo em que os alunos do grupo 2. Se interessavam em tirar as dúvidas e me solicitavam que corrigisse, colocando certo de caneta em seus cadernos. Estes alunos que eram acostumados a copiarem a resposta em suas folhas ou ficavam com a atividade incompleta, diziam “terminei”, “show profe, consegui sozinho!”, “me pergunta porque agora eu sei”. [...] Durante a realização da atividade, alguns alunos do grupo 2 utilizaram, como estratégia para organizar o texto, as sílabas finais que rimavam entre si. A professora titular percebeu isso e, então, começou a indagar os alunos quanto ao sentido do texto, pedia que lessem os versos porque o texto tinha que passar uma ideia completa e clara. Os alunos fizeram uma importante relação de que, ao organizar o texto, cujo gênero textual era poema, as palavras finais de cada verso deveriam rimar entre si. Ocorre que a professora atentava aos alunos que, além disso, deveriam cuidar a coerência entre os versos, pois estes possuíam uma ordem sequencial na estrofe. (Aline Santos, 2014 – 2º ano) Pedagogia diferenciada (Perrenoud, 2011) Diferenciar é... “otimizar as situações de aprendizagem e, prioritariamente, aquelas que a escola propõe aos alunos que estão mais distantes dos objetivos ou que têm mais dificuldade para aprender.” (p. 29) “organizar as interações e as atividades de modo que cada aluno seja colocado constantemente ou, no mínimo, com muita frequência diante de situações didáticas mais fecundas para ele.” (p. 54) “favorecer os desfavorecidos, de forma ativa, explícita e legítima, em nome da igualdade de oportunidades.” (p. 23) Agora vamos caçar palavras no texto, que pintaremos com a cor vermelha. Vou pedir a ajuda dos colegas que quiserem participar. Exemplos: Para crianças que ainda não leem: Lucas, pode vir no quadro e procurar a palavra CRIANÇA no título? Vamos ajudar o Lucas: com qual letra começa a palavra criança? E com qual letra termina? Para crianças que leem palavras: Mariana, pode vir no quadro e procurar a palavra INFÂNCIA no poema? Para crianças que leem textos: Renata, pode vir no quadro, procurar e ler para nós o verso no qual está escrito que os adultos se esqueceram de como é ser criança? Leitura de textos: perguntas diferenciadas e direcionadas à inclusão de alunos. (Pâmela Azevedo – 2º ano) Leitura: materiais, unidades linguísticas e intervenções diferenciadas. Será entregue aos alunos uma folha na qual terão, de um lado, os personagens da história e, de outro, seus nomes. Os alunos em etapas iniciais de leitura deverão ligar o personagem ao seu nome. Para os outros alunos, será entregue uma folha com a imagem dos personagens e, do outro lado, uma frase com suas características. Eles deverão ligar o personagem a sua característica. (Thalita Barski, 2014 – 2º ano) Agrupamentos na leitura Desafios de leitura: Eu e a Carla decidimos organizar a turma em grupos de acordo com os níveis de leitura nas quartas, podendo fazer intervenções diretas com um número maior de alunos. [...] Vou tentar tornar esta atividade algo permanente. Leitura de textos: agrupamentos, materiais, atividades e intervenções diferenciadas. (Évelin Assis, 2015 – 2º ano) Alunos que leem algumas palavras: encontrar a palavra que corresponde à figura que acompanha a poesia e pintá-la todas as vezes que aparece. Alunos que leem pequenos textos: realizar a leitura, conversar no grupo e responder “O que será que Finoca respondeu para Lili?” Alunos que leem textos longos com autonomia na letra maiúscula e na minúscula: realizar a leitura, conversar no grupo e pintar as palavras que rimam. Outro aspecto que me ajudou a contornar as dificuldades foi a percepção dos avanços das crianças: ainda que com imprevistos nos planejamentos e remanejo de atividades, os alunos e as alunas da turma demonstraram grandes avanços em suas aprendizagens, principalmente no que diz respeito à leitura. Os grupos específicos, organizados mais frequentemente nestes últimos dias, foram uma boa oportunidade para acompanhar de perto o desenvolvimento das crianças e também para realizar intervenções pontuais com aquelas que apresentam mais dificuldades. A meta é tentar tornar isto algo cada vez mais frequente até o final do estágio. (Évelin Assis, 2015 – 2º ano) Avaliação formativa “Inscreve-se na relação diária entre o professor e seus alunos, e seu objetivo é auxiliar cada um a aprender.” (Perrenoud, 2000, p. 49) (Piccoli; Camini, 2012, p. 101.) Relações entre consciência fonológica e SEA (Morais, 2012; 2013) Para se chegar à... As crianças precisam... Hipótese silábica quantitativa Hipótese silábica qualitativa ou silábicoalfabética ou alfabética Hipótese silábicoalfabética ou alfabética separar e contar as sílabas orais das palavras, mas também comparar palavras quanto ao tamanho. identificar e produzir palavras que começam com a mesma sílaba ou que rimam. identificar palavras que começam com o mesmo fonema. Montagem de palavras: materiais, agrupamentos e intervenções diferenciadas. (Sirlei Ribeiro – 1º ano) (Graciela Soares – 1º ano) Entregarei para cada criança um jogo de monta-palavras, de acordo com seus níveis de escrita. Os alunos em hipóteses silábicoalfabéticas e alfabéticas receberão as palavras divididas em todas suas letras. As crianças em hipóteses présilábicas e silábicas receberão as palavras divididas em sílabas, devendo colocá-las em ordem. Os alunos André e Tobias, por sua vez, receberão as palavras divididas por sílabas, com a possibilidade de guiarem-se pela imagem (cortada em pedaços) para a montagem da palavra. (Laura Trein – 1º ano) Organizarei as crianças em grupos de acordo com seus níveis de escrita e, junto com a Carla, distribuirei atividades específicas para cada grupo. Dessa forma, eu e ela poderemos fazer intervenções mais diretas com as crianças dos níveis iniciais: elas deverão marcar a quantidade de sílabas das palavras nas bolinhas e depois escrever o nome da figura na linha. As crianças de níveis mais avançados irão escrever a palavra tendo a quantidade de letras como pista. (Évelin Assis, 2016 – 2º ano) Análise e escrita de palavras: materiais, agrupamentos e intervenções diferenciadas. Outro aspecto que gostaria de analisar são os efeitos das atividades de alfabetização planejadas: em pouco tempo, pude perceber diferenças nos alunos que estavam no nível pré-silábico. Eles estão sim, com a intervenção adequada, escrevendo silabicamente. Em momentos de atividades de consciência silábica, pude perceber que os alunos precisam de intervenções específicas. (Alessandra Longaray – 1º ano) Montagem de palavras: materiais, agrupamentos e intervenções diferenciadas. 1º Alunos em nível alfabético e alunos alfabetizados 2º (Patrícia Camini – 2º ano. In: Herbe, 2012 ) Exploração de palavras da história: utilizarei a estratégia da “janelinha” para realizarmos juntos a leitura da palavra PRINCESA. É uma palavra que inicia com uma sílaba complexa, que contém a letra R no meio da sílaba e a letra N “pendurada” no final. São dois aspectos ortográficos que a maioria dos alunos não domina. Mostrarei a letra inicial para que digam qual o nome da letra. Perguntarei para a aluna Luísa, que letra é aquela, mesmo que os outros alunos já tenham dito, para lhe dar a oportunidade de participar com um conhecimento que ela domina. Mostrarei então a primeira sílaba, imagino que neste momento alguns alunos já irão inferir a palavra, ainda sim explorarei a sílaba escrevendo-a no quadro e solicitando que a leiam. (Pâmela Azevedo – 2º ano ) Análises de palavras: perguntas diferenciadas e direcionadas à inclusão de alunos. Após ordenar as letras e formar a palavra POLVO, Rafael pediu mais uma caixinha com as letras avulsas. Dessa vez foi a palavra CARANGUEJO. Intervenção pedagógica (Andressa Santos, 2015 – 1º ano) R. Essa é difícil, profe! P. É um pouco, mas você consegue montar. Como chama esse animal? R. CARANGUEJO, CARANGUEJO. Tem CA de CASA. P. Isso, vai montando aí. E o que mais? R. Tem o RAN, que é o R mais, mais o que profe? P. Qual é o meu nome? R. ANDRESSA. P. Sim, veja como escreve ANDRESSA. (Escrevi no quadro, apostando na relação sonora que a criança realizou com a palavra casa). P: Lê pra mim. R. ANDRESSA. P. Onde está o AN? R. Aqui! (apontando para as letras A e N). P. Viu? Esse é o AN. Agora, você precisa montar a palavra CARANGUEJO. Conquistas de Tiago • Demonstra avanços nas relações sociais e nas aprendizagens; • Acompanha, com adaptações, as propostas dirigidas ao grupo; •Expressa oralmente sua interpretação sobre os desenhos que realiza; • Reconhece a maioria das letras. “saber construir situações didáticas sob medida (mais a partir do aluno do que do programa); saber negociar/explicitar um contrato didático personalizado.” (Perrenoud, 2000, p. 61) (Inês von Mühlen – 1º ano) Era uma vez uma bruxa que queria ser um jogador de futebol. (Andressa Borges – 3º ano) Conquistas de Osvaldo Mariana Osvaldo (Andressa Borges – 3º ano) Por mais pedagogias diferenciadas Ao longo das semanas fui percebendo, com este trabalho, avanços em alunos que não reconheciam todas as letras do alfabeto, pude vê-los segmentando oralmente palavras e atribuindo uma letra por sílaba, alguns procurando dar o valor sonoro correspondente. Também aprendi que dentro de uma atividade comum a todos podemos ter diferentes intervenções de acordo com o nível de cada aluno, que visem a levá-los refletir sobre a leitura e escrita de modo a avançar na sua hipótese de escrita. (Aline Santos, 2014 – 2º ano) A realização do estágio trouxe muitos desafios. Agora, além das incertezas, tenho mais uma grande certeza: é trabalhoso, desafiador, difícil e uma responsabilidade enorme, mas vale a pena. Tudo vale a pena. A satisfação de acompanhar os avanços das crianças, o processo delas, cada pequena conquista, a primeira palavra, primeira leitura: aprender a ser alfabetizadora é indescritível. É bom demais! (Évelin Assis, 2015 – 2º ano) Referências ASSIS, Évelin Fulginiti de. Produção escrita em sala de aula de alfabetização: estratégias didáticas em torno do texto e aprendizagens das crianças. Porto Alegre, 2015. 60f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Pedagogia). Faculdade de Educação. 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