Líquidos SerososLíquidos Serosos Cavidade Pleural (pulmonar) Cavidade Pericárdica (cardíaca) Cavidade Peritoneal (abdominal) Estas cavidades são revestidas por duas membranas serosas: Membrana parietal (parede da cavidade) Membrana visceral (órgãos do interior da cavidade) Tem o nome de seroso o líquido situado entre as membranas e que servem para lubriflcá - las (contato direto durante o movimento), normalmente sua quantidade é pequena, pois as velocidades de produção e de reabsorção são proporcionais. É importante então ressaltar que as duas pleuras reabsorvem liquido, só que uma manda direto para a circulação sistêmica e a outra para o pulmão, para fazer a nutrição dos capilares pulmonares. As células mesoteliais fazem parte da histologia de ambas as pleuras. Passam em 24h pela cavidade pleural 700 ml de liquido e só pode ficar de 20 a 50 ml, e por isso a importância dos linfáticos da visceral, porque se não, acumularia liquido na cavidade. FORMAÇÃO • Os líquidos serosos são formados como ultrafiltrados do plasma sem participação de nenhum outro material formado pelas células das membranas. • A pequena quantidade de proteína filtrada é retirada pelo sistema linfático. • A produção e a reabsorção dos líquidos estão sujeitas a pressões hidrostáticas e coloidais exercidas pelos capilares que irrigam as cavidades O aumento da pressão hidrostática dos capilares venosos, o que ocorre na Insuficiência Cardíaca, acumula liquido retrogradamente na circulação, o que aumenta a pressão hidrostática, mas os linfáticos da parietal não conseguem reabsorver essa quantidade toda de liquido que acaba por se acumular na cavidade pleural. 1 Paracentese Geralmente a quantidade colhida é grande para cada seção do laboratório • • • Contagem celular: amostra com anticoagulante. • Exsudatos: São os produzidos por quadros que comprometem diretamente as membranas de determinada cavidade. Cultura: tubo estéril Análises bioquímicas: amostra heparinizada e não heparinizada (coagulação espontânea) Transudatos e Exsudatos • Transudatos: Derrame se deve a um distúrbio sistêmico que rompeo equilíbrio entre filtração e reabsorção — como as alterações na pressão hidrostática citadas pela insuficiência cardíaca congestiva ou pela insuficiência nefrótica.COLETA Os líquidos para exame laboratorial são colhidos por aspiração com agulha nas respectivas e cavidades Cavidade Pleural (pulmonar) . São resultantes de um processo mecânico.Pericardiocentese Cavidade Peritoneal (abdominal) .Toracocentese Cavidade Pericárdica (cardíaca) . inclusive infecções e neoplasias A classificação de um líquido seroso como Transudato ou Exsudato pode ser um importante passo para o diagnóstico e a evolução das análises 2 . 5 EXUDATO OPACO >1.015 > 3.6 < 1000/ uL AUSENTE > 1000/ uL POSSÍVEL 3 .ANALISES APARÊNCIA DENSIDADE PROTEÍNA TOTAL PROTEÍNAS.5 < 200 UI < 0. RELAÇÃO LÍQUIDO /SORO DESIDROGENASE LÁTICA (DHL) LDH SÉRICA: RELAÇÃO LÍQUIDO /SORO CONTAGEM CELULAR COAGULAÇÃO ESPONTÂNEA TRANSUTADO TRANSPARENTE <1.6 > 200 UI > 0.0 G/dL < 0.015 <3.0 G/dL > 0. Líquido Pleural A cavidade pleural é revestida pelos mesotélios das pleuras visceral e parietal. dito pleural. é denominado derrame pleural. o que permite o movimento de uma membrana contra a outra. Quando ocorre acúmulo de líquido. 4 . O líquido pleural é secretado e reabsorvido constantemente. Normalmente. O líquido pleural é um filtrado plasmático produzido continuamente pela pleura parietal. que é o resultado do desequilíbrio entre a produção e a reabsorção do líquido. contém uma pequena quantidade de líquido. para minimizar o risco de lesão pulmonar. a cavidade pleural mantém pressão negativa e contém menos que 20 mL de líquido seroso. broncopneumonias embolias derrame hemorrágico pós traumático. SINTOMAS Os sintomas mais freqüentes são: • • • • • • • dor pleurítica tosse seca dispnéia insuficiência respiratória cianose. muitas vezes devido tuberculose. Também como causas. A punção pleural é feita pela introdução de uma agulha naquela cavidade 5 . As muitas causas de derrames pleurais são classificadas baseando-se em sua etiologia e no conteúdo do líquido Têm como causas principais: as pleurites. síndrome nefrótica e insuficiência cardíaca. diminuição da sonoridade à ausculta pelo estetoscópio e à percussão o lado do derrame se apresenta com retração de pele entre as costelas. Objetivos: Determinar a causa da efusão pleural. pode-se citar neoplasias. não respirar profundamente. Solicitar ao paciente para não tossir.TORACOCENTESE Preparo do paciente: Verificar o histórico do paciente com relação a hipersensibilidade à anestesia local. Punção aspirativa da parede torácica sob anestesia local. COLETA . Valores de referência: Normalmente. nem mover-se durante o teste. Método: Punção aspirativa da parede torácica sob anestesia local.Derrame pleural Derrame pleural é o acúmulo de uma quantidade anormal de líquido no espaço pleural. A parede torácica é puncionada durante a aspiração de líquido pleural (toracocentese) para a obtenção de uma amostra para análise ou para aliviar compressão pulmonar e sofrimento respiratório. 4 nas neoplasias Se o pH for 6. a infecção o pneumotórax. além da dor. pseudocisto de pâncreas. para evitar lesão dos vasos e nervos intercostais. o que provocaria uma hemorragia. aspirando a seringa.2 pode indicar a necessidade de lntubação torácica e o uso de antibióticos em casos de (pneumonia). É mais freqüente observar pH acima de 7. O triãngulo de punção é um espaço compreendido entre a borda lateral do músculo grande dorsal e a borda do músculo peitoral maior e o rebordo costal. 6 . com infiltração de suco gástrico. pois podem ocorrer complicações. Acidente de punção deve ser diferenciado do Hemotórax (lesão traumática) e da lesão de membrana (Neoplasia) Análise do líquido pleural pH Valor normal é 7. ruptura esofágica ou. A demonstração de pH inferior a 7. EXAME BIOQUÍMICO Amilase Níveis de amilase acima dos níveis séricos indicam a presença de pancreatite aguda.• Sempre que possível o procedimento deve ser realizado em local adeouado (sala de cirurgia). para a verificação da localização da agulha (se dentro ou fora da cavidade pleural) • A toracocentese envolve três riscos importantes: a laceração da artéria intercostal. • Introduzir a agulha de punção.6 . • Não utilizar espaços muito altos (usar preferencialmente o 5º ou 6º espaço Intercostal). Dentro deste incisar sobre a linha axilar média. • Respeitar o triângulo de punção e drenagem que permite maior proximidade entre a pele e a pleura e drenar na linha axilar média. • Fazer a anestesia da pele e da pleura corretamente. derrames de origem maligna. Tangenciar a borda superior das costelas. em alguns casos.0 há indício de ruptura esofágica. Punção aspirativa da parede torácica sob anestesia local. 6 nos exsudatos e menor do que 0. e detectar hemólise no momento da hipoplasia da medula óssea. Os níveis de LDH são sempre analisados em relação aos valores séricos (líquido pleural/soro). a citologia. níveis aumentados indicam uma evolução inadequada e sugerem que se mude para uma conduta terapêutica mais agressiva. O exsudato acontece por aumento da permeabilidade capilar e diminuição da reabsorção linfática. tuberculose. Em neoplasias. A combinação da determinação de LDH total e o padrão de isoenzima são diagnosticamente utilizados. hemólise. neoplasias e doenças do colágeno. LDH É um dos parâmetros para diagnóstico diferencial entre exsudatos e transudatos. Sendo a reação de oxidação uma parte integral da passagem glicolítica do metabolismo carbohidrato. a análise da isoenzima é útil para distinguir infarto do miocárdio dos problemas do pulmão ou fígado. como aumento da pressão hidrostática ou diminuição da pressão oncótica. Níveis elevados de LDH sérico podem ser causados por dano em quase todo tecido. tem uma composição de isoenzimas característica. Algumas vezes o nível de LDH total é elevado em um contexto que deixa a origem do tecido evidente tal como anemia megaloblástica. 7 .Glicose A diminuição dos níveis de glicose a valores inferiores a 60 mg/dL ou um índice glicose líquido pleural/glicose soro inferior a 0. lúpus eritematoso sistêmico e infecções bacterianas não-purulentas.5 são mais freqüentes e acentuadas nos derrames pleurais da artrite reumatóide e nos macroscopicamente purulentos (empiemas). obtendo-se um índice que é maior do que 0. Em contrapartida. na síndrome nefrótica e na insuficiência cardíaca congestiva. Os exsudatos são mais freqüentemente unilaterais e aparecem nas infecções bacterianas.6 nos transudatos. Em outras situações. ou mononucleose infecciosa. Proteínas A determinação dos níveis de proteínas no líquido pleural só tem significado clínico como um dos dados utilizados para diferenciar os exsudatos dos transudatos. que influenciam o processo de formação e reabsorção dos líquidos e apresentam níveis protéicos 50% menores do que os do plasma. A presença de níveis diminuídos de LDH durante a evolução dos processos inflamatórios indica uma boa evolução e um bom prognóstico. A presença de células de aspecto morfológico suspeito determina a indicação de citopatologia para células neoplásicas. e apresenta níveis protéicos maiores. em que é feita a contagem diferencial em lâmina corada. distrofia muscular. A desidrogenase láctica (LDH) é a enzima que catalisa a conversão reversível do lactato para piruvato. o LDH está presente em todo o tecido do corpo. O transudato acontece por fatores mecânicos. em que é feita a análise quantitativa das células. EXAME CITOLÓGICO A análise citológica é composta de duas etapas distintas: • • a citometria. Os transudatos são geralmente bilaterais e são encontrados na cirrose hepática. apresentam valores baixos em um pequeno número de casos. Há cinco isoenzimas de LDH em quantidades variáveis no tecido humano e cada tecido. 8 . o dantroleno e a procarbazina • Colocação inadequada de sondas de alimentação ou de cateteres intravenosos HIDROTORAX É o acúmulo de liquido na cavidade pleural e pode ser representado porm transudato ou exsudato. pode ser observada a presença dos cristais de Charcot-Leyden. traumatismos.Causas: pleurites e neoplasias.000 leucócitos/mm3 0 hemácias/mm3 <1.000 leucócitos/mm3 0 hemácias/mm3 CITOLOGIA POLIMORFONUCLEARES 25% MONONUCLEARES 80% PREDOMÍNEO DE POLIMORFONUCLEARES PATOLOGIAS DO LÍQUIDO PLEURAL Causas Comuns de Derrame Pleural • Insuficiência cardíaca • Concentração baixa de proteínas no sangue • Cirrose • Pneumonia • Blastomicose • Coccidioidomicose • Tuberculose • Histoplasmose • Criptococose • Abcesso sob o diafragma • Artrite reumatóide • Pancreatite • Embolia pulmonar • Tumores • Lúpus eritematoso sistêmico • Cirurgia cardíaca • Traumatismo torácico • Drogas como a hidralazina. síndromes de hipersensibilidade. a bromocriptina. Nessas situações. CITOMETRIA <1. a procainamida. A presença de eosinofilia (>10%) pode resultar de diferentes causas. como reação a drogas. doenças reumatológicas. a isoniazida.Comumente encontram-se células mesoteliais nos processos inflamatórios.. raramente. b) Exsudato : aumento da permeabilidade capilar sanguinea ou de de obstrução do fluxo linfático. a clorpromazina e. a fenitoína. hipoproteinemia). a) Transudato: distúrbios nos fatores hidrodinâmicos que regulam o fluxo de líquido pleural (Insuficiência cardíaca: mais lado direito. a nitrofurantoína. infarto pulmonar e doença de Hodgkin. derivados dos eosinófilos. Morfologicamente a) Serosas: tuberculose b) Fibrinosas: pneumonias. micoses. Este espaço. abscessos.0 Derrames parapneumônicos Envolvimento inflamatório da pleura visceral adjacente freqüentemente resulta em pleurisia aguda e na produção de um derrame pleural seroso exsudativo. abscessos. enfisema. Derrames parapneumônicos são provocados por bactérias. mas pequenos derrames também podem ocorrer com Pneumonia virótica ou por micoplasma. se chama espaço pleural. gotículas sudanofílicas de gordura são vistas ao microscópio. O conteúdo lipídico do líquido é AUMENTADO . infartos ou cânceres. que normalmente é virtual. O líquido contém muitos neutrófilos e pode conter bactérias.Quilotórax Um derrame pleural leitoso ou quiloso Quase sempre de origem linfática com taxa de triglicerídes excedendo 115 mg/dl. pH = 3. Derrames pleurais viróticos também podem ocorrer sem Pneumonia evidente. Pleurites Seguem-se a inflamações pulmonares. tuberculose pleural. grandes infartos pulmonares (fibrino-purulentas). Outras causas tuberculose. lnfartos. É provocado por lesão traumática ou neoplásica (linfoma) ao ducto torácico. bronquiectasia infectada. 9 . Pode ser traumático ou espontânea (quase sempre pela ruptura de bolhas subpleurais. Pneumotórax É o acúmulo anormal de ar entre o pulmão e uma membrana (pleura) que reveste internamente a parede do tórax. Unitorax Coleção de urina presumivelmente produzida por drenagem linfática de acúmulos peri-renais na cavidade pleural. d) PuruIentas e) Combinadas: virótico. Em poucos casos acompanha doenças sistêmicas. c) Hernorrágicas: tumores. LÍQUIDO PERICÁRDICO O pericárdio mantém o coração em posição. pode ser realizada a remoção de todo o pericárdio. por infecção (pericardite). Por isso. Em raros casos. esses defeitos comumente são reparados cirurgicamente e. Derrames pericárdicos Os derrames pericárdicos decorrem sobretudo de alterações na permeabilidade das membranas. Pericardite As pericardites. impede que este se encha demasiadamente de sangue e o protege das infecções torácicas. 10 . lesões e tumores que se disseminaram. neoplasia ou comprometimento metabólico. são secundárias a distúrbios no ou próximo ao coração. tornando-se encarcerado e isto pode levar à morte em poucos minutos. Esses defeitos são perigosos. mas às vezes são produzidos por distúrbios sistêmicos ou por metástases de neoplasias que se localizam em órgãos distantes. as doenças do pericárdio podem ter como causa infecções. ocorre ausência congênita do pericárdio ou este apresenta áreas frágeis ou orifícios em sua estrutura. A pericardite primária é rara e quase sempre de origem viral. pois o coração ou um vaso sangüíneo importante pode formar uma protuberância (herniação) através de um orifício do pericárdio. caso a reparação não seja possível. geralmente. Além dos defeitos congênitos. Blastomicose . Ela apresenta um início gradual e persiste durante um longo período. Aneurisma roto da aorta 8.Tuberculose 5. em geral.Toxoplasmose 11 . sendo representante da pericardite crônica a formas fúngicas e a tuberculose. Irradiação iônica 7. o qual é potencialmente letal.Gonococo 3. radioterapia e escape de sangue de um aneurisma da aorta (dilatação da aorta com enfraquecimento de sua parede). infarto do miocárdio. Pericardite Crônica A pericardite crônica é a inflamação resultante do acúmulo de líquido no pericárdio ou do espessamento do pericárdio. não produzem efeitos duradouros) até o câncer. Doenças imunológicas 5.Histoplasmose 4. Medicamentos 9. A pericardite aguda também pode ser um efeito colateral de certas drogas. se manifesta com dor constritiva. desde infecções virais (as quais podem ser dolorosas mas de breve duração e. geralmente. A pericardite aguda possui muitas causas. Outras AAGENTES INFECCIOSOS 1. Neoplasias primárias ou metastáticas 6. Bactérias . Traumática 4. Protozoário . cirurgia cardíaca. A pericardite aguda. Pericardite Aguda A pericardite aguda é uma inflamação do pericárdio que apresenta um início súbito e que é freqüentemente dolorosa. Idiopática 2. lesões. continua que aumenta com a inspiração profunda. Outras causas incluem a AIDS. rotação do tórax. A inflamação faz com que o líquido (plasma) e os produtos do sangue (como fibrina. Infarto agudo do miocárdio 3.Amebiase . Os sintomas da pericardite crônica são a dispnéia (dificuldade respiratória). eritrócitos e leucócitos) depositem-se no espaço pericárdico. tosse (porque a pressão elevada nas veias dos pulmões empurra o líquido para os sacos aéreos) e fadiga (porque o coração funciona de modo deficiente) AAGENTES NÃO INFECCIOSOS 1. lúpus eritematoso sistêmico. doença reumatóide. como anticoagulantes e penicilina.As diversas etiologias geralmente provocam pericardite aguda. insuficiência renal. O alivio ocorre com a posição genu-peitoral. Fungos . Vírus 2. Bacilo . 12 . permitem a inferência diagnóstica da etiologia da pericardite.DIAGNÓSTICO LABORATORIAL As características bioquímicas e citologia do líquido pericárdico obtido por pericárdiocentese. O tecido 13 . 4. Acúmulo de líquido na cavidade peritoneal O acúmulo de líquido na cavidade peritoneal é chamado ascite: esse liquido é comumente denominado ascítico.dividido em parietal e visceral – É uma membrana serosa formada por uma única camada de células mesoteliais sustentadas por um tênue estrato de tecido fibro-elástico rico em agregados de tecido linfo-reticular composto por linfócitos e macrófagos. doenças do trato digestivo: úlcera péptica. doenças hepáticas: alcoolismo. Encontra-se liquido leitoso quando o sistema linfático está comprometido. Baixos níveis de glicose indicam infecção bacteriana e neoplasia. porem. A presença de líquido com filamentos sangüíneos é freqüente quando a lesão da membrana é causada por tuberculose e tumores. Assim como ocorre com o líquido pleural. Os níveis séricos considerados normais variam de 2. outras doenças: insuficiência renal. O mais comum. diverticulite. Normalmente não se procede à coloração de Gram e a culturas. Peritônio O peritônio . níveis séricos menores que 10 ng/ml são encontrados em doenças não malignas como: 1. Marcadores Tumorais ACE. é encontrar turvação produzida por infecção e neoplasia. Exame citológico e bioquímico Se a contagem de leucócitos supera 1000/mm3 células há indicio de infecção.Cor Nos distúrbios metabólicos. O exame citológico do líquido pericárdico para detecção de células neoplásicas é parte importante da análise. Geralmente.5 a 5 ng/ml. doença biliar primária. a menos que se suspeite de endocardite bacteriana. mas ela se torna elevada em algumas pessoas que têm câncer ou condição não cancerosa (benignidade). O CEA tem sido amplamente utilizado como auxiliar no diagnóstico e tratamento do câncer. pancreatite. o liquido aspirado é transparente. e não peritoneal .Antígeno Carcinoembrionário Os níveis de ACE no liquido pericárdico apresentam excelente correlação com os estudos citológicos Antígeno Carcinoembrionário (CEA ou ACE) é uma proteína normalmente encontrada apenas em pequenas quantidades no sangue de pessoas saudáveis. hepatite crônica ativa. 2. alta porcentagem de neutrófilos indica endocardite bacteriana. doença inflamatória intestinal. doenças pulmonares: bronquite. 3. tabagismo. 6 14 . o estudo dos órgãos ( fígado. doenças do coração. PATOLOGIAS DO PERITÔNEO Ascite / pneumoperitônio / hemoperitôneo Peritonites Cistos e neoplasias Quais as causas de ascite? São múltiplas as causas de ascite. de forma idêntica a qualquer outra estrutura do organismo. rim ) que podem estar envolvidos são etapas que o médico trilha para chegar à causa da ascite. histiócitos. afetando o fluxo sangüíneo e a área funcional efetiva. Tabela 1 . de transporte (convecção: uréia e creatinina e difusão: eletrólitos) que pode ser perturbada por drogas. em geral. mas outras doenças do fígado. ASCÍTE .6 0.Causas de ascite Causa Doença hepática parenquimatosa Oncológica Falência cardíaca Tuberculose Pancreática Nefrogênica (ascite por diálise) Clamídia Nefrótica Peritonite cirúrgica na ausência de doença hepática Pacientes (%) 78 12 5 2 1 0. do peritônio e do pâncreas podem causar ascite.é a presença de líquido na cavidade peritoneal. mas a irrigação da membrana peritonial é escassa. inflamação e infecção.6 0. A resposta peritoneal à agressão é comparável à resposta inflamatória sistêmica e usa idênticos mecanismos de interação humoral e celular associada à exagerada produção local de citocinas pró-inflamatórias além da liberação de histaminas pelos mastócitos peritoneais. A observação do aspecto do líquido ascítico. A cirrose alcoólica do fígado é entre nós a causa mais frequente de ascite. A membrana peritoneal tem uma vasta superfície (2m2) e função biológica importante.fibro-elástico de sustentação é rico em fibroblastos. mastócitos e linfócitos.6 0. Resposta ao trauma A superficie peritoneal responde à lesão com reação inflamatória inespecífica. em quantidade que depende da gravidade da lesão e destruição da superficie mesotelial. a sua análise bioquímica e bacteriológica. coração. do rim. Como se descobre a causa da ascite ? O médico tem ao seu dispor várias técnicas para descobrir qual a causa da ascite. Peritonite bacteriana espontânea (PBE) e insuficiência renal são as suas principais complicações. As bactérias passam do intestino para os linfonodos mesentéricos permitindo a penetração das bactérias dos vasos linfáticos para o sangue. EXAME MACROSCÓPICO Transudatos São claros e com coloração amarelo-pálida Insuficiência Cardíaca congestiva Cirrose Sindrome Nefrótica Exsudatos São opacos ou turvos Peritonite bacteriana Tuberculose Hepatopatias 15 . evidenciava a perfuração de vísceras ocas. o LA. Peritonite bacteriana espontânea (PBE) O sobrecrescimento bacteriano e a alteração da barreira de permeabilidade intestinal favorecem a translocação bacteriana. atingindo. Coleta Coleta de uma pequena amostra de líquido através de uma punção com agulha através da parede abdominal.A ascite é a complicação mais comum da cirrose hepática. por vezes. então. procedimento denominado paracentese diagnóstica. O método mostrou acurácia diagnóstica para o hemoperitônio e. sendo responsável por aumento da morbidade e mortalidade nestes pacientes. Quilosa: obstrução com estase de grandes troncos linfáticas. Hemorrágica: tuberculose peritoneal. 16 . Classificação e causas mais freqüentes Serosa: insuficiência cardíaca.perfuração do TGI Ás vezes se introduz solução salina normal para que esta atue como lavagem na detecção de lesões abdominais que ainda não tenham ocasionado o acúmulo de líquido. ► O exame citológico para detecção de células neoplásicas é importante na detecção de metástases. A contagem normal de hemácias em geral fica abaixo de 100. neoplasias. estados carenciais. níveis de CA 125 no sangue podem ser elevados em pacientes com câncer de mama ou coloretal. hepatite ou pancreatite. ► Caso o liquido se mostre sanguinolento a olho nu. A análise do líquido fornece resultados precisos na detecção de hemorragia intra-abdominal por traumatismos abrupto: o número de hemácias e leucócitos ajudam a decidir se há necessidade de cirurgia ou não. cistos de ovário. A contagens normal de leucócitos é inferior a 500/mm3 . processos renais. Os níveis também podem ser altos em mulheres grávidas. Menos comumente. CA 125 A proteína CA 125 é produzida por uma variedade de células. pode não ser necessário fazer a contagem. em mulheres que têm condição benigna como endometriose. ► Para distinguir esses dois quadros. particularmente por células de câncer de ovário. ou fibróides.Neoplasias Traumas Pancreatite Pode apresentar restos de alimento ou estar verde (bile). nas trompas ou no endométrio. e esse número aumenta na peritonite bacteriana e na cirrose. hipertensão porta.000/mm3 ► A ocorrência de contagem elevada pode indicar traumatismo. Biliosa: perfuração de vias biliares Purulenta: peritonite aguda. Serofibrinosa: peritonite. ou em pessoas com cirrose. Um nível elevado de CA 125 após um tratamento para câncer de ovário sugere que algumas células de câncer ainda estão no corpo. A dosagem de ACE (Antígeno Carcinoembrionário) e os níveis do antígeno CA 125 no líquido peritoneal podem fornecer informações importantes no diagnóstico de neoplasias: ► a presença de antígeno CA-125 com resultado negativo de ACE indica que a origem da neoplasia está nos Ovários. ruptura de vasos linfáticos. tuberculose. hemorrágico. deve-se fazer uma contagem absoluta de granulócitos: valores superiores a 250/mm3 indicam infecção. Tratamento da ascite Baseado na fisiopatologia da ascite. O valor de referência é de 35 U/ml na maioria dos trabalhos científicos. TIPS (Transjugular Intrahepatic Portosystemic Shunt) . seu tratamento deve ser alicerçado nos seguintes fundamentos: restrição de sódio na dieta uso de diuréticos.colocação de próteses (tubos especiais) intra-hepáticas transplante hepático. podendo ser considerado 65 U/ml quando o objetivo é uma maior especificidade. sendo também útil para câncer de endométrio e endometriose. paracentese terapêutica seriada com reposição de expansor colóide (como albumina).O CA 125 é o MT utilizado principalmente como para câncer de ovário. Marcadores Tumorais 17 .