Lots e Outros Temas

May 15, 2018 | Author: André Cruz | Category: Astrology, Greek Mythology, Planets, Luck, Love


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OS LOTS E OUTROS TEMAS CLÉLIA ROMANO, DMA ©Clélia Romano, DMA, 2017 www.astrologiahumana.com “Que nada nos corte as asas ou nos roube a alma que caminha entre estrelas” Clélia Romano ÍNDICE Introdução Capitulo 1: Os Lots- seu significado e bases filosóficas Parte 1 Capitulo 2: Os Lots- seu significado e bases filosóficas Parte 2 Capitulo 3: Agathos Daemon(ou Bom Daemon) e Agathe Tyché(Boa Fortuna) Capitulo 4: Origens filosóficas da liberdade de escolha Capitulo 5: Liberdade ante o destino Capitulo 6: A Pedra de Toque Capitulo 7: Almutens, o planeta Vencedor e Dignidades Capitulo 8: O planeta vitorioso escolhido entre locais na astrologia Natal, Horária, e na adivinhação do pensamento do consulente Capitulo 9: Classificação dos Planetas entre Benéficos e Maléficos e de acordo com a Seita Capitulo 10: Divisão de Casas: Signos Completos versus Quadrantes Capitulo 11: A regra do 5 graus. Capitulo 12: Dodecatemória–A décima segunda parte Capitulo 13: Aspectos históricos, filosoficos e astrológicos das crises médicas Bibliografia pois os números não existem em si mesmos. desde jovem. mas não de maneira desprezível. embora não religiosa. a última verdade. Foi um momento marcante. sendo a filosofia pura a mais completa exemplificação da luta humana para atingir as verdades essenciais. baleado por rivais. a matemática e a geometria fazem parte. que demorou muito mais que os demais para ser escrito. Nem poderia ser diferente. Deu continuidade ao ciclo de ruína. em ultima análise. No entanto. cujo pai era alcoólatra e a mãe prostituta. Mudei de paradigma. acreditava que os fatos eram predestinados. Para tentar explicar e entender a história. Freud foi minha escolha preferida. mas minha busca pela exatidão e pelos protocolos rígidos levou-me à astrologia tradicional. visto que. Nesse sentido. a essência. Tudo se encaixa. sem incentivo para estudar e assediado por um traficante entrou para o mundo do crime.Introdução Meus livros sempre foram eminentemente voltados para a prática e este. alguns por vezes foram até brilhantes. Mais tarde. não conhecemos. No decorrer deste livro. criaram filhos. Nosso raciocínio lógico é uma forma de nos aproximar comparativamente às verdades ultimas. o fará mostrando-as baseadas na astrologia como uma doutrina com forte base espiritual. é uma historia verossímil em nossa maneira usual de pensar nas coisas como causas e efeitos. pelo menos até certo ponto. Foi preciso esse tempo para que certo fato impressionante ocorresse e me rendesse à evidência de que existe afinal o tão apregoado livre arbítrio. isto é. visto que em sua teoria o ser humano é guiado principalmente por seu inconsciente. embora utilize técnicas. Hoje vejo que tanto a teoria psicanalítica como a astrológica são construções que nos permitem lidar com o que. me aproximei de uma visão espiritualista quando percebi que as depressões e angustias eram melhor explicadas pelas configurações da carta natal do que por conflitos inconscientes. com um histórico desse tipo: difícil acreditar que ele poderia ter um destino melhor. experimentei uma transformação e até uma revelação. Morreu jovem. construímos uma sequência de eventos em . Dessas construções. Um tipo de raciocínio comum é supor que um jovem nascido numa favela. E muitos descrevem brilhantes biografias ligando o sucesso à obstinação de uma historia de vida que começou de forma difícil. geralmente se pensa. nem as formas geométricas. foram honestos. para comprovar o determinismo. nos idos de 1960. outras pessoas na mesma situação familiar tiveram um final diferente. e mais o menos em que prazo poderá ocorrer. Aqui. Os elementos que entram em disputa. sobre os quais falamos. ignora tudo que não vemos. o que é explicado por muitos astrólogos pelo fato de vivermos em um mundo sub lunar. ou a posição dos planetas em más ou afortunadas dignidades celestiais ou mundanas. a relação de causa e efeito. podem ser vistos na carta astral. tenho certeza que encontrarão material novo. O importante para a mente humana é achar uma explicação que. se explica aquilo que vemos. que está bastante disperso em fontes eruditas. Acrescentei ao livro algumas questões que não haviam sido explicitadas em livros anteriores. Espero que o leitor possa utilizar o material da melhor forma. os antigos astrólogos. pois nada tem de pureza. mas não conseguiu. Não direi mais nessa introdução.cadeia que se acomoda à realidade observada. o livre arbítrio. É reconfortante pensar que o mundo é racional. . identificavam com as entidades planetárias e Deus. diz que o Demiurgo tentou criar tudo de forma perfeita. relacionada ou não à consciência ou até à espiritualidade. e que atualmente me pareceram importantes. no Timeu. e está ligada a fatores misteriosos. A força de vontade. Mas temos dificuldade em atingir o âmago da questão. pois eram de natureza diferente. faz parte da esfera do imprevisível. Algumas delas representaram novos insights que era preciso compartilhar. representante da matéria. sob a forma de lots mal configurados. o tempo todo. que as coisas acontecem por um motivo. se algum evento irá ocorrer. Como poderia a astrologia prever sobre linhas tão tortas? Nossas previsões abrangem dezenas de possibilidades e por vezes não acertamos nenhuma delas. um fator para o qual nem mesmo os filósofos tinham explicação a não ser utilizando o reencarnacionismo. no sentido de salvar-se ou destruir- se. Leiam o livro: todos os capítulos foram direcionados no sentido de ajudar o leitor a concluir por si. se será benéfico ou maléfico. A astrologia é um instrumento útil ao informar. com praticamente absoluta exatidão. visto que ele lidava com os elementos que eram rebeldes e não queriam manter-se em harmonia. qual delas se manifestará. Nossas mentes buscam. criam situações difíceis de prever pela racionalidade. agisse como um véu espesso. Mas é incapaz de apontar entre as infinitas possibilidades contidas nos símbolos que utiliza. especialmente a Fortuna e o Espírito. obscurecendo nossa visão das realidades maiores. Quando Platão explicou a criação do mundo. versus o destino. o mundo é muito mais randômico e caótico do que gostamos de assumir e nossa capacidade preditiva é bastante falha. guiam nossas explicações astrológicas. que eles. como se a Lua. Mas. A razão pura. A existência da sorte e do azar. explicado pelas configurações astrológicas. Existe a Sorte ou a falta dela para cada individuo. como vemos em Kant. Mesmo a vontade humana. merece críticas. especialmente no período árabe medieval. em busca de um contraponto. . Portanto.Capitulo 1 Os Lots- seu significado e bases filosóficas Parte 1 O uso de lots ou partes árabes. que doravante chamarei somente lots. o fato de os lots fornecerem significados equivalentes à delineação mais enxuta. Benjamin Dykes possui uma lição em áudio sobre lots. Em minha opinião. Em sua lição ele aborda poucos lots. De qualquer forma. Para ser absolutamente honesta. daí que alguns astrólogos modernos simplesmente os abandonaram em suas delineações. mesmo que elas possam derrubar nossos conceitos estruturados. os Lots fornecem características muito precisas sobre os assuntos relacionados a eles. especialmente em casos mais incertos e difíceis. os lots estudados pouco acrescentaram ao que se podia deduzir do estudo tradicional das casas mundanas e seus regentes. 2º- seu uso em praticamente qualquer questão 3º- a diferença na construção de suas fórmulas. que varia de autor para autor. Tal pensamento incentivou-me a estudar os lots com profundidade e verificar por qual razão eles conseguem contribuir na delineação de um tópico. mas lá a profusão de fórmulas e lots não era tão grande como na época medieval. levou-me a sopesar se afinal eles não teriam valor para ratificar nossas delineações. No entanto. Segundo ele. O lot da mãe. acrescentou algo importante. utilizando lots. e os analisa em diversos nativos. abdicaram totalmente do uso de lots. notei que o lot do pai ofereceu em um de meus casos de estudo uma visão psicológica significativa. muitos astrólogos. Espera-se do pensamento científico suficiente abertura para reconsiderar e manter a mente aberta e propícia a novas ideias. mesmo partindo de construções diferentes. Outros os usam indiscriminadamente e sem qualquer questionamento maior. os problemas com o uso de lots vem a partir de 1º- o crescimento enorme da quantidade de lots. que escutei diversas vezes e atentamente. também. Tais diferenças começaram no período helenístico. Mas isto vinha ao encontro do que era possível deduzir delineando- se as casas e regentes pertinentes. A falta de acordo entre os antigos sobre suas formulas acabou por desacreditar seu uso. que compartilhei com ele. com exceção do Lot da Fortuna. fazem parte da técnica de muitos astrólogos clássicos. entre os quais me enquadro. Dr. Greembaum. Lembro-me de uma história de minha infância. A partir daí é que teremos segurança para escolher uma fórmula ou outra. Além disso. o brilhante estudo da Dra. Além disso. egípcio e helenístico. Para quem não conhece. trata-se da historia de um pobre e esfaimado homem que convence o rico e mesquinho senhor a oferecer-lhe uma sopa. mesmo que tradicionais. The Daimon in Hellenistic Astrology. pois ha um motivo por trás de cada uma delas. Neste ponto. É preciso conhecer a filosofia de onde vieram. os lots. mas podem ser prejudiciais por aumentarem consideravelmente o trabalho do astrólogo. a pedra. Segui seus longos e abrangentes passos e percebi que a única forma de entender os lots é reconhecer o reino da espiritualidade e que eles só podem ser entendidos como “espíritos” atuando entre os planetas e o mundo das formas. pois. É o que ocorre com muitos conceitos astrológicos e há o perigo de ocorrer no uso dos lots. e então me deparei com a tese da Dra. Ao final do estudo conclui que os lots devem figurar como auxiliares na interpretação dos tópicos da carta. introduz à água e à pedra fervente um pouco de verdura. as variáveis serão tantas que já não conseguiremos distinguir o que realmente importa na delineação e o que é apenas purpurina e barulho mental. Quanto mais pontos levarmos em consideração mais pontos terão que ser devidamente analisados até o final. e se mal usados podem chegar a confundir sobre qual regente usar. Giesele Greembaum defendida em 2009 na Inglaterra. às vezes fornecendo luz a assuntos pouco claros. o que tornou meu trabalho muito mais lento e compilatório do que de costume. mas ainda acredito que a delineação pelos planetas regentes dos tópicos está em primeiro lugar. penso que se deve reduzir o número de lots aos que foram mais profundamente estudados e usados pelos autores antigos (alguns deles inclusive vieram da astrologia babilônica). alguns tempero em conta e finalmente…toucinho. chamada a Sopa de Pedra. eles não são falsos. substituam o protocolo da interpretação. Aos pouco. cebola. se o do lot. O resultado ficou saboroso e o esfaimado e esperto homem teve sua refeição. um verdadeiro compendio de virtuosismo e sabedoria. No entanto. desde o tempo babilônico. . se o da casa. O avarento se interessa pela lição. o esfaimado miserável. Tal tese resultou em um livro editado pela editora Brill. O que lerão a seguir está contido no livro dessa estudiosa. Ora. O astrólogo deve pensar e não seguir mecanicamente os ensinamentos. que ele convence o avarento. as notas de rodapé do mesmo livro me direcionaram ao estudo de vários filósofos. sob o argumento de ela seria produzida somente por uma pedra e água. seria o toque final. quando o aluno está pronto o livro aparece. serviu-me de demorado e profundo guia no labirinto filosófico que vem desde séculos antes da era cristã. Não conheço exemplo em que eles. caso contrário.Parafraseando o ditado. é curioso que eles terminem por não contradizê-lo! Portanto. essa serviu apenas como um elemento sem verdadeiro valor nutritivo. terminei por rever minha atitude ante a astrologia e valorizei seu papel como oráculo e sua afinidade com a magia e outras artes divinatórias. etc. como as cartas. sendo que o estudo da técnica e da filosofia necessária a seu entendimento. que é praticada sem conceitos externos a ela. filosófica e formal. Suas raízes apoiam-se como nenhuma outra disciplina oracular em princípios filosóficos platônicos. a mais analítica. e refiro-me especialmente a astrologia tradicional. . Tudo isso requer uma abrangência cultural eclética e profunda e é o que coloca a astrologia. pitagóricos e estóicos. De certa forma. até que ponto vai o determinismo e o livre arbítrio do nativo. Além disso. adentrei no problema do livre arbítrio. pois é aquela arte que vem sendo praticada ha mais tempo. onde a sincronicidade entre céus e terra orienta as respostas. Mas. sendo uma disciplina que requer anos e anos de estudo de suas regras minuciosas. o leitor será apresentado a esse vasto cabedal de conhecimento. com regras de interpretação que remontam a séculos antes de Cristo. de acordo com os lots construídos com base no Lot do Espírito de determinadas cartas.O resultado é um resumo do que li e aprendi. a dissecação de vísceras dos etruscos. buscando me aprofundar no uso dos lots. a astrologia alça-se como única e mais abrangente. me aproximei da razão e compreensão de como decidir por uma fórmula ou outra e optar pela que tem mais sentido: essa escolha repousa em razões espirituais e filosóficas. no caso o estudo dos lots. em uma plataforma de cultura geral que não é necessária em outras artes divinatórias. distanciadamente da vontade humana. Abordarei também. pois não se pode estudar o Lot do Espírito ou do Sol. Adiante. Além disso. Conclui que baseiam-se na mesma raiz divina da comunicação entre forças invisíveis e a mente humana. que me forneceu a conclusão sobre o valor dos lots e os limites da ação deles. Assim. necessário para o bom desempenho de uma só técnica astrológica entre tantas. embora também baseada em tal sincronicidade. os búzios. debruça-se na obra de autores eruditos. e cujo estudo aparta-se da intuição pura. é a mais racional das artes esotéricas. a astrologia. água e terra jogando lots. Para tal vamos fazer uma viagem longa que vai do enfoque babilônico. do Pai. O significado original de lot refere-se aquilo que é obtido como uma porção. . há referências não só para o Lot da Fortuna. “jogar lotes” também era parte de uma prática divinatória. Heráclito. Na mitologia babilônica. egípcio. provavelmente do segundo para o primeiro século AC e que trata do Lot da Fortuna. A partir do resultado tomava-se uma decisão. Diz-se que mesmo os deuses lançaram a sorte para tomar decisões e que os lots atribuíram as porções do mundo para Zeus. até chegar à conclusão sobre a maneira como devem ser usados em astrologia. helenístico. uma origem egípcio-helenística. do Casamento. Anu. No Liber Hermetis (cerca de dois séculos e meio antes de Cristo) aparece também a noção de lots. mas para os Lots de Daemon. Ea (Enki) e Enlil também receberam seus reinos do céu. e até que ponto são verdadeiros ou úteis na predição de acontecimentos. nos oráculos em geral e na conscientização da psique do nativo(e sua eventual liberdade). o mais obscuro dos filósofos disse: ” o caráter do ser humano é seu daimon“. os povos do mediterrâneo. A mais antiga evidência de cartas astrológicas usando lots parece ser de 43 AC. Há uma doutrina em Nechepso e Petosiris. o dos árabes e finalmente chegaremos à astrologia medieval. da Mãe. As primeiras referências mencionam apenas o Lot da Fortuna. utilizada como uma forma de conhecer a vontade dos deuses. pelo menos em parte. de origem egípcia e de data incerta. Tal loteamento deriva inicialmente da noção de propriedade. um lote ou loteamento. Por isso. No entanto. Em Dorotheus (século 1DC). eles foram usados também como um daemon pessoal. a palavra referiu-se a um pedaço de uma propriedade ou de uma herança recebida. Poseidon e Hades. e foi discutida por Balbillus. verificar seu alcance histórico e filosófico. Tais lots que manifestavam a vontade dos deuses eram equivalentes a daemons ou espíritos. Irmãos e outros. Isto sugere que os lots astrológicos tem.Capitulo 2 Os Lots- seu significado e bases filosóficas Parte 2 Espíritos - daemons Nosso intuito no momento é investigar os espíritos ou daemons presentes na carta natal. Mais tarde. um sexto da carta representa daemons. Correspondem ao que chamamos casa 6 e casa 12. apenas como um espírito maligno. A partir de Homero ele foi usado. embora a conotação de um “demônio”. tendo cada um seu lugar oposto. dependendo do contexto. cada uma relacionada com uma área da vida. Já o Bom Daemon era oposto à Boa Fortuna. eles não podem ser separados. que em português chamamos espírito. Daimon não tem uma conotação negativa automática. Sabemos que o mapa astrológico é dividido em diversas seções. com conotações diferentes e às vezes opostas. chamadas casas ou locais. Daemons na astrologia helenística Vamos agora explorar esse conceito de daemon da forma como era usado na teoria e pratica astrológica helenística. Dá o que pensar. Assim. que representam o par da casa 11 e da casa 5. que qualquer pessoa tem um daimon pessoal orientando-o através da vida. mas também os bons e propícios e a astrologia era altamente dependente das concepções religiosas e filosóficas do daemon. Haviam os maus e perigosos daemon. O conceito do daimon é multivalente e mutável. na verdade. personalidade. que abreviarei como Daimon e Tyché. O lugar oposto ao Mau Daemon é a Má Fortuna. destino. isto é doze. Definir daimon é difícil. não seja verdadeira. como demônio. religiosamente e filosoficamente são considerados formando um “par” ou dois lados da mesma moeda. Mas. A cultura popular sempre levou em conta espíritos locais. e. espírito. Tal ideia se enraizou e se espalhou através da cultura do Mediterrâneo a partir do período helenístico até a antiguidade tardia. sendo que havia espíritos (chamados daimons ou outros nomes) relacionados com a doença. bons ou maus e os propiciava. Observe-se como culturalmente. e outros positivos. que os daimons são mediadores entre deuses e humanos. inclusive como “O caráter é o destino”. Isto pode ser visto em diferentes áreas. gênio. portanto negativos. segundo. poder. loucura e morte. De Platão surgem duas ideias duradouras:- em primeiro lugar. .Esta frase difícil foi traduzida de diversas formas. Dois locais específicos são denominados “Bom Daemon” e “Mau Daemon”. o bem-estar físico e a fortuna literal. isto é. caráter e reputação muitas vezes entrelaça-se a uma boa fortuna. Muitos astrólogos helenísticos que escrevem em detalhe sobre os lots citam o Lot da Fortuna e o Lot de Daemon ou Espírito e os utilizam no cálculo da duração da vida. reputações. para conhecer as boas atividades e os perigos da vida. eles são imagens espelhadas um do outro. sempre que este olhava para uma carta. caráter e reputação. Daemon significa a alma. ou entre Lua e Sol. mas às vezes os dois lots poderiam ter o mesmo significado. mas representam coisas importantes para uma boa vida.Além desses locais. a partir do Ascendente. caráter. para prever a felicidade (eudaimonia.poder. astrólogo do século II. . isto é. O Lot do Sol - o lot do Daemon - significava coisas sobre a alma. o Lot da Fortuna significava coisas do corpo humano e as ações na vida. Os dois lots mais importantes são a Parte da Fortuna (Tyche ou Tuche) e o Lote do Espírito(Daemon). projetando-se o arco entre o Sol e a Lua a partir do Ascendente (o grau em ascensão no horizonte leste no momento do nascimento). visto que uma boa alma. Estes dois lotes estão ligados um ao outro pela forma como são formados. É bastante típico na astrologia que os pares opostos possam ter significados semelhantes. Assim. literalmente. Vettius Valens. Rhetorius e Paulus. Fortuna significa corpo. reputação e também ritos religiosos. que davam ao astrólogo um lembrete constante do daemon. Muitos são os pontos específicos na carta que são encontrados tomando o arco entre dois planetas (ou um planeta e outro ponto) e projetando-o partir de um terceiro ponto. ter um bom daemon) e para predizer os bons e maus períodos de vida. a aquisição de bens. os sofrimentos da alma e a parceria. Para Antiochus. valor. usava ‘lots’ como uma técnica de interpretação. explica que é preciso utilizar também Eros e Necessidade. Os lots da Fortuna e Daemon não são vistos como bons ou maus. utiliza mais lots: além dos lots da Fortuna e Daemon (Espírito). No entanto. Plutarco acreditava. como se vê em Plotino. a monolítica presunção de que a astrologia que praticamos é inteiramente fatalista. a mais alta parte da alma. Os Lots da Fortuna e Daemon se combinam como o Sol e a Lua - e. eram habitados por daemons e não por deuses. Iamblichus e Porfírio. Sol versus matéria(Lua). Em “De Genius Socratis” de Plutarco. No segundo século de nossa era aparecem duas figuras. ligado à própria configuração astrológica (abordarei essa técnica em capítulo próprio). quando falamos de astrologia. Em “Sobre Superstição” o assunto também é tratado.Plutarco era padre e escreveu. O primeiro é importante quando falarmos de daemons e o segundo. No neoplatonismo. Em “De genio Socratis“. especialmente em sua “Moralia“. apesar dos dados astrológicos. Mente e espírito. Entre fontes tão díspares como o papiros mágicos e os escritos neo-platônicos. Os estudo do pensamento desses autores ilumina o grande tema que correlaciona os daemons ao destino e livre arbítrio na carta astrológica. são ambos integrados em uma astrologia que se . Papiros sobre magia dão instruções para encontrar o daimon pessoal. são como imagens espelhadas um do outro. Ligação entre daimons e Astrologia A citada autora Dorian Gieseler em seu livro “The Daemon in Astrology”. o Daemon está associado com a mente. através do uso de daimons.Os lots de Eros e Necessidade. da mesma forma que Platão. explicam que o daimon se sincroniza com as configurações astrais no momento do nascimento. o daimon pessoal era um tópico importante de discussão. autores como Porfírio em seu ensaio “O que depende de nós”. Também era importante identificar um daimon pessoal. representado pelo Sol. sobre daemons que representam algo como “vidas paralelas”. liberdade e capacidade de transcender o mundo material. É muito interessante saber que os oráculos. o daimon pessoal desempenha um papel de ajuda na luta para a alma subir até Deus. o que aponta para um determinismo. são construídos pelo Espírito e pela Fortuna. diz ter descoberto nuances por parte dos astrólogos que contradizem. embora suas funções pareçam estar separadas. Eles estão entrelaçados. para Plutarco. É bem conhecida a relação entre o curso dos planetas e o destino humano em astrologia. Plutarco fala das pessoas possuídas ” por um demônio especial e iluminador” . como veremos adiante. A astrologia naquela época estava envolvida com preocupações com o destino. Plutarco e o já citado Vettius Valens. A partir daí o destino pré-ordenado aparentemente poderia ser alterado. Invocações e súplicas eram feitas eram feitas a um “Bom Espírito”. em um daemon pessoal e reconheceu a presença de daemons malignos que poderiam influenciar as pessoas em comportamentos não virtuosos. a “raça dos daemon”.1 onde . Faziam parte da natureza manifesta na matéria e portanto não eram considerados imortais. dos Estóicos e Herméticos foram também incorporadas à astrologia nesses tempos. No esquema de Plutarco eram principalmente ligados à Lua. ela governa o corpo. Pelo fato dela estar mais perto da terra. ” nascida a partir da reflexão da luz do sol … em relação a uma natividade significa vida para os seres humanos. O daemon é quatro vezes mencionado na Antologia.relaciona ao sistema filosófico e religioso descrito por Plutarco. Como um paralelo observamos que o ser humano não pode olhar para o sol diretamente por mais de um instante. dos Pitagóricos. segundo ele. julgamento e autoridade”. Ptolomeu e provavelmente Antiochus de Atenas. Já o Sol governa o espírito. mas através da revelação para aqueles que são dignos de conhecê-la. Dessa forma. diz que o Sol “significa liderança. Eles presidem sobre a adivinhação. bem como um guia pessoal que interferia na pessoa em diversos níveis. Para Platão daemons eram seres entre divinos e mortais. Já os deuses e planetas eram ligados ao Sol. Valens chama o Sol de luz da mente e de instrumento de senso percepção da alma. mas podemos olhar para a luz da lua. A Lua. Por isso. não entravam no corpo de mortais. receber as emanações das estrelas acima dela e ministra-las para os locais terrenos. corpo e alma … “ O que é Daemon em Astrologia? Vettius Valens na sua “Antologia” se refere à astrologia como uma espécie de mistério. A primeira é no Livro II. que presidiam os ritos. que reflete o sol. Para isso criaram seus ministros. Daemons eram considerados como intermediários entre deuses e seres humanos. onde viveram Vettius Valens. As ideias de Platão e a Academia. Ele menciona especificamente Daemon e Pronoia ou previsão(Previdência) como uma ajuda em seus próprios estudos e obra. Os daemon são mensageiros entre o divino e o humano e entre o humano e o divino. Vettius Valens. A astrologia estava em um estágio de frutífero desenvolvimento no segundo século. cultivar o daimon interior leva à iluminação . Assim. cujo conhecimento não é adquirido somente através do trabalho duro. Isto porque a Lua corresponde a um intermediário que transmite a luz divina solar(o nous ou conhecimento) à terra e aos mortais. 13. o Sol e o lot do Sol são instrumentos de iluminação: além de entendimento possuem intencionalidade. ele nos cega. podendo fenecer e desaparecer. os deuses pessoalmente não habitavam os oráculos. Plutarco diz em “De Facto” que o destino (Heimamene) e previdência são a alma de todo o cosmos dividido em três - uma parte fixa. Lua e Ascendente. Os seres humanos podem vir a conhecer uma parte da previdência. Daí percebemos que não se pode ver a astrologia como uma frívola predição. . mas uma forma de chegar mais perto do conhecimento (gnose) e alinhar-se com o divino. pois a ultima revela que ele já tinha tido essa experiência outra vez. mas também através do daemon. Saber sobre o que virá é encontrar a paz e suportar a vida com menos dor e cansaço. O daemon participa de ambos. o destino. isto é. uma parte chamada errante(planetas) e uma terceira porção abaixo dos céus que diz respeito a terra. o nativo será dado a ‘revelações” daimonicas.Valens diz que se um benéfico (Júpiter ou Vênus) na quarta casa é o senhor do Lot da Fortuna ou do Ascendente. Através da providência ou previdência (via daimon) é que Valens relata ter tido alguns dos momentos mais transcendentes e de êxtase em sua vida.pois pertence primordialmente a hermamene. que reina sobre eles. Filosoficamente a arte de prever é em pequena parte dada aos humanos. Através do daemon pode-se processar a luz tanto do Sol como da Lua - o Sol representando nous e seu lugar na alma. e a Lua representando o corpo que contém a alma em nossa encarnação humana. nosso ponto pessoal de encarnação. o ponto de nossa aparição na terra. A segunda vez é quando ele relata que encontrou um bom professor de astrologia que lhe ensinou o que ele vinha buscando (iv. Pronoia também significa prever. e podemos ver em astrologia a combinação entremeando os Lotes da Fortuna e do Daemon e os pontos que os formam: Sol. Valens diz que a sabedoria astrológica é resultado da pronoia (a previsão astrológica) que foi julgada conveniente por Deus. entidades entre o divino e o humano. que são divinos e de Deus. segundo ele. ele não nos vem diretamente dos planetas. pois é revelado através dos daemons. especialmente através do estudo da estrelas. Então vê-se que para Valens a astrologia é sagrada e teria sido fornecida aos homens por Deus. É um circulo virtuoso pois através da previsão se obtem mais entendimento. Só que o prognóstico não é exato.117)e ele atribui tal sorte a um bom daemon e à antevisão (pronoia). Fortuna (Tyche) e Espírito (Daemon) são. chamada Boa Fortuna são ligadas em muitos aspectos. Tanto a Fortuna como o Daemon (Espírito) tem grande importância na carta natal. Os dois planetas benéficos. para o Imum Coeli. Ambos. . o Sol. Por exemplo. na cultura da antiguidade greco- romana. mostra superioridade em relação à Boa Fortuna. e lhe foi dito que deveria prestar homenagem ao “Agathos Daemon de Possidónio e Gorgis ”(sua esposa).Capitulo 3 Agathos Daemon(ou Bom Daemon) e Agathe Tyché(Boa Fortuna) Desde que. indo em direção ao cume e Meio do Céu por direções primárias. muito importantes na determinação do destino humano. O objetivo é fornecer os fundamentos para o uso dos conceitos. Tyche sempre teve um poder mais corrompido. Em primeiro lugar vamos explorar os usos de Agathos Daemon e Agathe Tuche nas casas astrológicas. foram designados para os locais onde Boa Fortuna e Bom Daemon tem sua alegria: Vênus na Casa 5. a presente explanação vai servir para estabelecer o significado e relação entre esses dois conceitos. por ser um planeta noturno. ha conexão entre a Fortuna e Daemon. por ser ligada à Lua. Tanto a Casa 11 (chamada Bom Daemon) como a quinta. por ser um planeta diurno. Observe-se a importância do local. A criança nasce através de Daemon. às necessidades. pois pode-se prever a partir daí as “fortunas” do nativo. o espírito. à dor. Na verdade. demonstrar a antiguidade de seu uso e a importância deles. consultou um oráculo de Apolo em Telmessus. respectivamente. certo Posidonius. e a décima primeira e décima segunda o Bom Daemon e o Mau Daemon. casas que não fazem aspecto com o ascendente são consideradas maléficas. que está no hemisfério inferior e movendo-se para baixo. da casa: o quinto e o sexto local são a Boa Fortuna e a Má Fortuna. na prática. ao corpo. Como será explanado adiante. Cultos de Agathe Tyche e Agathos Daimon surgiram para propiciar deidades já no século IV AC. Há evidências começando por volta do quarto ou terceiro século AC de um Agathos Daemon pessoal para pessoas “comuns”. pode-se argumentar que a localização do Bom Daemon no hemisfério superior da carta. Mas Tyche tem o poder de retirar benesses do Espírito. Vênus e Júpiter respectivamente. tem alegria abaixo do céu e Júpiter na Casa 11. tanto religiosamente como filosoficamente. tal fato irá refletir-se em abatimento e desânimo.” A sexta casa e a décima segunda não tem associações positivas e representam coisas difíceis como escravidão. e Agate Tyché com Isis. A autora Doriam Gieseler Greenbaum. digno de um livro. mas a natureza do local oposto também coopera. apesar de existirem “bons declínios”. seu jubilo é na décima segunda. doenças e machucados. Paulus e Olympiodorus. . desde Manilius. em sua tese e posterior livro. A Má Fortuna relaciona-se à sexta casa e o Mau Daemon à casa doze. A razão deste jubilo deve-se à seita: - sendo Marte um planeta noturno ele rejubila abaixo do céu. são dois dos quatro lugares chamados apoklimata (‘declinantes’). Percorrendo os autores antigos.já citado. machucados. a décima segunda e a sexta casa. Vênus (Afrodite) relaciona-se a Tyche e Agathe Fortuna enquanto Júpiter (Zeus) é associado a Agathos Daimon. Anubio.Isso também indica a superioridade do Daemon/Espírito sobre a Fortuna. Como Júpiter é o maior benéfico e Vênus é o menor benéfico. visto fazerem aspecto como Ascendente. possessão demoníaca. Dorotheus. claramente isso vai influenciar nos padecimentos do corpo. que decaem dos ângulos. que trazem doenças. A Casa 12 e a Casa 6 Os maus locais em astrologia tem a ver com os demônios maléficos. violência. fala específica e longamente sobre o assunto e deverá ser consultada pelos interessados em aprofundar o aspecto religioso no Egito antigo. Dentro do desenho da carta em si. com a amamentação. ou seja. Desta forma. tema esse. por si só. e esta razão repousa no fato de que nem a Casa 11 e nem a Casa 5 aspectam a sexta casa e a casa doze. como a terceira e a nona casas que são chamados respectivamente “os lugares da deusa Lua e do deus Sol. inimigos. Maternus. As divindades Agathos Daimon e Agathe Tyche existiram também no tardio período Helenista e Greco Romano. O importante aqui é enfatizar o inextinguível link entre Agathos Daimon e Agathe Tyche tanto na Grécia como no Egito. Os planetas maléficos jubilam nesses maus locais: Saturno tem seu jubilo na décima segunda casa e Marte na sexta. vemos que ha uma razão para escolher tais locais como benéficos. por serem contrapartes. Eles são geralmente associados com os aspectos mais desagradáveis da vida. se a alma é desesperada. Seus significados são quase iguais: a Má Fortuna refere-se a padecimentos do corpo e o Mau Daemon aos padecimentos da alma. Valens diz que cada casa traz seu peculiar desenvolvimento de acordo com o que ela significa. ou locais. O local que ocupam é a sexta casa e a décima segunda. A tradição de acoplar Fortuna e Daemon continua neste ponto. no Egito. Shai era relacionado ao destino e Isis/Renenet/Agathe Tyche. e sendo Saturno um planeta diurno. Pode- se dizer que Agathos Daimon era identificado com Shai. acima do céu. na sexta casa. via sua oposição. Ptolomeu. etc. As doenças físicas influem na alma e as escravidões da alma influem no corpo. especialmente na transição da Grécia para o Egito ou do Egito para a Grécia (pois não é certo se tais conceitos partiram de um lugar ou de outro). se tem apetites destrutivos. assim como se a pessoa tem um má saúde. planetas na Casa 12 ou na sexta casa agem sem restrições. inimigos. No entanto. algo sobre o que não se tem controle. ocorrem. Como dissemos. doença. isto é caem em aversão e não são conectadas com o Ascendente. onde os temores da vida psíquica e os padecimentos corporais aparecem como escravidão. De fato. por exemplo. Marte. em natividade noturna. perversões e problemas mentais. Ha total falta de controle por parte do Ascendente e do Bom Espírito. a escuridão e a luz. o malefício destas casas é tal que. essas casas podem causar problemas mentais e epilepsia. tais estados podem ser não só arrebatadores como aterrorizantes. e Saturno. mas porque tendem ao excesso. ou se. Por causa da falta de controle existe o exagero. oferecem razões geométricas para serem más: elas são apostrophos e asundetos. abrindo caminho para a possessão por demônios. enquanto que a sexta e décima segunda casas são seu lado negro. A casa 12 e a sexta também. por não aspectarem o Ascendente. e são ligadas `a clarividência. fome. se lá estiver um planeta próprio à seita. causando mortes violentas. Ptolomeu também refere que tais casas são incapazes de trabalhar em conjunto.Tais daemons são considerados maléficos não só por não aspectarem o ascendente. O resultado nunca é positivo mas pode ser atenuado pela seita. nunca é tão mau como em diurna. Seus efeitos são julgados por seus regentes e sua situação tópica e celeste. nunca é tão mau como em natividade noturna. assim como da Boa Fortuna sobre elas. Mas. o excesso conduz a situações como violência(Marte) e devassidão(Saturno) e especialmente se tais maléficos aparecerem na casa doze ou associados à casa doze ou então na casa seis ou associados a ela. isoladamente do contexto. para alguns autores. a natividade for da mesma seita que o planeta. Por isso. que significa entre-mundos. convenientemente. Esses espaços limites são privilegiados como locais onde os sonhos proféticos. assim como pelos planetas presentes nelas e as casas que regem. partes do destino imutável aparecendo na carta. como falilia. O efeito do Mau Daemon e da Má Fortuna A décima segunda casa e a sexta representam algo divino. Dorotheus chama tais locais de o “pior dos piores”. para tal. é preciso que principalmente o Sol . Os eventos negativos que essas casas representam geralmente levam ao desespero e à inabilidade de ver algum caminho para sair de tais estados. Ele diz que tais locais são uma transição entre condições temporais e espaciais: entre o dia e a noite. mas misterioso e impossível de conhecer. parto e machucados. A terceira casa e a nona representam o lado mais positivo das casas entre- mundos. assim como o contato divino.mesmo um bom planeta fica estragado nelas. Mas. mesmo fora de seita. exílio. Podem ser o exemplo do que não pode ser modificado. o representante da vida. Rhetorius oferece algumas ideias sobre as casas cadentes: ele as chama metakosmios. em natividade diurna. o amanhecer e o anoitecer. No entanto. defensor da cosmogênese relacionada aos quatro elementos. Segundo Antiochus e Rethorius o lot da Base é responsável pela vida e respiração que doa ao ascendente. Por isso vamos nos aprofundar em suas bases filosóficas. Essa união é visível.ou a Lua. O lot da Base é uma metáfora da união entre Fortuna e Espírito. . Amor é chamado de philia. tanto no trabalho de Valens. Usando o menor arco. e sim como um força que constringe e limita. Empédocles. Em certos cálculos Eros e Necessidade são derivados da Fortuna e do Daemon e junto aos últimos formam um conjunto especular e interdependente. ele vai cair sempre abaixo do horizonte. Eros e Necessidade Eros e Necessidade não tem uma base astrológica tão forte quanto os lots da Fortuna e do Espírito. tendo uma correlação total com Fortuna e Daemon. Portanto. Entendo que “viver distante” ocorra se o lot da base estiver mal configurado. os conceitos de Eros e Necessidade permearam a filosofia. Então vejamos: Na tradição mais antiga. significando coisas do corpo e também viver distante. ajudem a produzir essas condições. mas é Vettius Valens quem dá uma explicação mais ampla sobre ele. diz que o que os mantinha unidos ou separados eram o Amor e o Ódio. uma vez que o Sol e a Lua são representantes respectivamente da alma/espírito e do corpo. Hesíodo. isto é às casas 5 e 11. ou os lots da Fortuna ou Daemon em combinação com maléficos. sendo que as forças de separação e união forçavam as quatro raízes (rhizomata) correspondentes aos quatro elementos a se juntar e a se separar. Rethorius o usa. Necessidade é uma deusa associada com votos e purificações e parece ser bem antiga. mas não como uma divindade. como no de Paulus. É calculado pela distancia menor entre o lot da Fortuna e o lot do Daemon(ou vice versa) e projetado a partir do Ascendente. Firmicus e Rethorius. a religião e a cultura. que lançam luz sobre o raciocínio astrológico que subjaz à criação do que veio a se chamar Eros e Necessidade. criada por Zeus. pois os últimos são relacionados aos deuses do panteão grego. diz que Eros. Ele é também chamado lot da Fundação. Olympiodorus. assim como Antiochus e Firmicus Maternus. em sua Theogonia. Mesmo o Mau Daemon/Mau Espírito são muito mais astrológicos que os conceitos de Eros e Necessidade. pois não fornece uma base sólida(viver em sua terra) para o nativo. também associado com Afrodite: ele não usava a palavra Eros. Chaos e Necessidade foram os deuses iniciais. Ele cita Ananké. pela própria confecção matemática do lot. O Lot da Base Nos primórdios da astrologia helenística esse lot também era considerado. não são tão antigos como a Fortuna e o Daemon e nem tão universais. que são relacionados a locais da carta. buscando sabedoria. beleza e bondade. De . a ser o intermediário entre diversas instancias. no final. estando tais espirais intimamente ligadas ao tempo. enquanto Eros seria a principio do prazer. é impossível viver de forma puramente hedonista ou mesmo pura: as forças da necessidade cobram seu tributo. mas as palavras Amor/Eros. é forte. Seria. A Necessidade é a força que restringe tudo o que é prazer. e que é descendente da Provisão (Pores) e da Pobreza (Penia). carnal e hedonista e Ouranios é a necessidade de razão e beleza. ao espaço e ao mundo da geração. uma terrestre (Pandemos) e outra celeste (Ouranios). afim de tornar a vida mais amena. Esta é uma clara referência ao eixo do globo terrestre. trajetos dos planetas. A união de destino e Necessidade é uma ideias que vemos desde Platão até os estóicos. se movem em volta do fuso central. pelo menos em minha experiência até agora. tal como a lei da gravidade. o princípio da realidade. algo que nos limita e força à obediência em nosso mundo físico. No Symposium ha duas espécies de Eros. servindo. ou realidade. coloca-se entre deuses e mortais.As palavras força e poder são ligadas à Necessidade cujo timão repousa nas mãos da Fúrias (as Moiras que tecem o destino). Por isso. inclusive sexual. Ananké controla o fuso em volta do qual o mundo revolve em formas espirais. Seja como for. Em astrologia helenística o Ascendente é chamado o leme da carta. como o Ego de Freud. No livro Banquete de Platão. na Republica para entende-lo melhor em sua relação para com Eros. que é inquebrável. Esses conceitos são aparentemente contraditórios ou difíceis de entender. Daí minha sugestão de que Necessidade se relaciona com as leis físicas subjacentes ao mundo material. Platão nos apresenta dois diálogos muito interessantes. e ela diz que Eros é daimom megas. aquele que dirigirá o rumo das coisas. no dizer de Freud. Pandemos representa o desejo sexual. porque busca sabedoria. mas produz harmonia e ordem. o bom e o belo. vamos nos referir ao mito de Err. sejam eles constuidos à maneira de Maternus. O que parece é que ha uma dicotomia entre amor e ódio. por exemplo. é importante explicitarmos essas duas forças aqui. Necessidade. algo que somos obrigados a aceitar. Embora Philia odeie Necessidade. versus Necessidade é algo apreensível no dia a dia. ha uma conexão entre elas. Inclusive Kosmos significa ordem. as causas e efeitos. pura e localizada na alma. mesmo que paradoxal. Pode ser que os ritos e purificações funcionassem como uma maneira de aplacar as forças da Necessidade. rígida e inexorável. uma das interlocutoras é Diotima. eles não acrescentem nada que não possa ser visto e analisado sem que os levemos em consideração. entre os recursos e a pobreza e. seja à maneira de Paulus (vide adiante). Eros se moveria. As espirais. portanto. sacerdotisa a quem Sócrates atribui sua iniciação. Talvez possamos fazer um paralelo entre a Vênus em Touro e em Libra. Na literatura hermética a Necessidade é vinculada à ideia de ordem e de cosmos. Quanto à Necessidade. isto é. embora como lots. Eros encontra felicidade e imortalidade. Os quatro princípios: Fortuna. a alma. e na noturna vice versa. soma ao Ascendente o arco entre Fortuna e Daemon. ao mundo sub lunar e suas leis. Para encontrar o lot de Eros em uma carta diurna. parte-se sempre do principio solar para o lunar. até o Daemon em natividades noturnas. Logo. Para encontrar o lot da Necessidade. Eros e Necessidade trabalham juntos e devem ser usados em vários tipos de astrologia. Eros também forma laços. Valens usa a formula da maneira como acabo de explanar: para o Lot de Eros ele parte. do Daemon até a Fortuna. pois. Valens parte do arco entre Fortuna e Daemon e soma ao Ascendente e em natividades noturnas. Nos dois casos o resultado é somado ao Ascendente. soma ao Ascendente o arco entre Daemon e Fortuna. em natividades diurnas. Al-Qabisi e al Biruni. para o Lot de Eros em natividades diurnas. ao princípio dos corpos físicos em nossa terra. Para encontrar o lot da Necessidade. Mathernus parece ter cometido um lapso. A formula de Paulus e Olympiodorus não foi a única usada na antiguidade. cadeias. Daemon. Paulus e Olympiodorus relacionaram Necessidade à Mercúrio(o principio científico intelectual) e Eros à Vênus. mas pela atração e amor. que é lunar.fato. da Fortuna até Daemon. estará de acordo com a astrologia tradicional. tanto Eros como Necessidade são princípios que atuam em conjunto: aparentemente como ideais opostos. Em natividades noturnas. em natividade diurna. Nas cartas noturnas. partem de Vênus até Daemon e o resultado é somado ao Ascendente. laços e força. e Eros à Daemon. Então o correto seria partir do Daemon. Mathernus calcula que. pela vontade. moderado pelo lot do Daemon. até certo ponto. se o leitor quiser faze-lo. Já a Necessidade os une por… necessidade. mas necessariamente complementares. Este uso de Valens segue sendo usado por Abu Mashar. Já o impulso de atirar algo pode ser. em natividades diurnas Maternus parte do arco entre Daemon e Fortuna e soma ao Ascendente e em natividades noturnas. Parece que Necessidade é mais ligada à Fortuna. e soma ao Ascendente. que é solar. do Daemon até Fortuna. parte-se da Fortuna até Daemon e soma-se o resultado ao Ascendente. e em natividades noturnas. a velocidade em que um objeto lançado encontrará seu alvo não é medida pela responsabilidade individual. até a Fortuna em natividades diurnas e da Fortuna. Alguns utilizam os dois últimos como lots e. Paulus e Olympiodorus tomam o arco entre o Lot de Daemon e Vênus e projetam o resultado a partir do Ascendente. mas por leis físicas. Eros é o principio de união que mantém ligados os elementos do Cosmos. e soma-se ao Ascendente. e continua . em natividades diurnas. Interessantemente Necessidade é frequentemente descrita como cola. No caso do lot da Necessidade usam o arco de Mercúrio até a Fortuna em natividade diurna e da Fortuna até Mercúrio para os nascimentos noturnos. abolindo o planeta e reduzindo ao mínimo denominador comum. No entanto. para Eros temos: Asc+ Daemon- Fortuna (Dia) ou ASC+ Fortuna-Daemon (noite) e para Necessidade: ASC+ Fortuna-Daemon(Dia) e Asc+ Daemon- Fortuna (Noite) A maneira de Paulus deriva da tradição hermética e do livro denominado Panaretus e a de Valens é derivada do pensamento egípcio. . é ousado dispensar dois planetas como Vênus e Mercúrio. se em outros lots os astrólogos tradicionais fazem uso de Saturno e Marte.até o mundo medieval em trabalhos de autores como Ibn Ezra e Guido Bonatti: Então. A meu ver. a formula de Valens. Minha sugestão é que o leitor teste em suas cartas de exemplo qual construção faz mais sentido. o importante é não confundir ou dar o mesmo peso a planetas e espíritos. Seja como for. pois os lots são intermediários entre o mundo das ideias e o das formas. isto é à Fortuna e à Daemon. seguida pelos autores árabes e medievais é mais sofisticada. os lots mais importantes. O leitor será apresentado mais tarde a um capítulo inteiro no qual perceberá que os planetas não se relacionam diretamente ao nativo. tendo montado um alto púlpito. que tecia a teia e a tornava irreversível. Almas mortais. aquele que fez a primeira escolha veio para a frente e em um momento escolheu a tirania …… em vez de jogar a culpa de sua desgraça em si mesmo. muitas das almas trocaram um bom destino por um mal ou um mal por um bom. e quando ele falou. passavam sob o trono da Necessidade. Além disso. ele acusou o acaso e os daimons e tudo mais em vez de si mesmo ……. e a vida que escolher será sua necessidade………. seu dever era ir de uma vez para Lachesis (Lachesis é a Moira mais perto da terra). sem se virar. quando todas as almas tinham escolhido suas vidas. por isso vale a pena citar extensivamente: [617d-e] “Quando Er e as almas chegaram. antes de tudo. e também por causa das possibilidades do lot.Em seguida. mas você é que vai escolher o seu daimon. o elemento do acaso desempenha um papel importante. e cada um deles pegou o lote que caiu perto de si. as ideias de escolha e do que nos calhou. elas se aproximaram de Lachesis na ordem que o sorteio lhes tinha atribuído.Capitulo 4 Origens filosóficas da liberdade de escolha Um dos relacionamentos mais conhecidos entre o Daemon e os lots na cultura helenística é exemplificado no Mito de Er de Platão (em seu República. e. a partir dos joelhos de Lachesis. a filha solteira da Necessidade. aquele que cair com o primeiro lote faça a primeira escolha. tudo fortemente ligado com o daimon. Agora. e os arrastava dentro da revolução do eixo. e ela[Lachesis] enviou com eles o daimon que haviam escolhido. a responsabilidade é de quem escolhe e Deus não é responsável “. e devido a isso [inexperiência deles].” Esta passagem é impressionante e mostra a conexão importante entre daimon e destino. Ele fornece um importante pano de fundo para os lots astrológicos. quando eles estavam presos a isso. livro X) . para ser o guardião de suas vidas e o cumpridor da escolha[de vida]: este daimon levava as almas primeiro a Clotho. lots (kleroz) e exemplos (paradeigmata) de vidas e. abracem um novo ciclo de vida e de mortalidade. . Existiam vários tipos de vida para cada lot1. impulsionado por sua mão. veio um profeta que os dispôs em ordem. em seguida. assim. levava-os até Atropos. mas. em seguida. o profeta. de onde. colocado em frente a eles. falou o seguinte: “Ouvi a palavra do Lachesis. Trata-se do relato de alguém que morreu e voltou à vida para contar. ratificando. o profeta espalhou os lots indiferentemente entre eles todos. ele tomou. o destino (moira) de cada um. deu amostras de vidas. em numero muito maior do que o numero de almas na multidão …. e as almas são livres para escolher de acordo com o lot que lhes coube pela sorte. “Assim dizendo. O seu daimon não será atribuído para você. mas não há nenhuma prova de que Platão se referia à astrologia. companheiro pessoal da alma. no entanto. As almas escolhem a vida que querem. diz o texto: talvez isso aponte para a ideia de um Deus impessoal que está acima da disputa da existência humana (onde o daimon entra). ela é quem partilha e a quem eles devem ouvir.1) O ‘profeta’ é responsável por todo o processo de alocação e de escolha. a começar de onde aparece o Lot. medem e cortam o tecido da vida. Escolher ser virtuoso ou não. 2) O profeta leva as almas para “ouvir a palavra de Lachesis ‘. elas tem limites de escolha. Deus não é responsável. mesmo os últimos da fila. eles estão associados tanto com o ato de adivinhação e. mas o daimon. Ora. como um segundo Ascendente.Uma vez que a escolha foi feita. que controla o eixo e espirais(uma referência ao eixo da terra e às voltas planetárias) que representam o mundo físico. implicitamente. Ele relaciona a escolha das almas em relação às suas vidas no momento da encarnação com o Ascendente e a disposição do planetas na hora do nascimento. 6) O daimon. do que é compelido. 4) Mas Lachesis permite paradoxalmente às almas alguma escolha. também surge quando as almas devem entrar no mundo material da geração. Como tal. . O daimon não interfere com essa decisão. após escolheram suas vidas. Porfírio em ” Sobre o que Cabe a Nós” tenta reconciliar o mito de Er com os lots. Como o ‘filha da Necessidade “. para que todos tenham a oportunidade de escolher algo que desejam. Fundamentalmente a alma é responsável pela escolha que ela faz. não é Deus que a faz cumprir. (Os daimons são como “ministros” e “administradores”. embora as almas escolham suas próprias vidas.) 5) Novamente vamos observar o fator sorte que é a chance de que o lot caia perto de onde está a alma. sendo que existem mais vidas disponíveis do que almas. e sua escolha é a primeira demonstração de vontade e força (ou falta dela). com a previsão. ele apenas cumpre a escolha da alma e não é inerentemente bom ou ruim. que são os últimos a escolher. Porfírio também considera o Lot da Fortuna como dando inicio a uma sequência de casas. O daimon escolhido coopera. Então somos responsáveis por nossa vida. dentro da escolha também há Necessidade: as almas só podem escolher na ordem em que os lotes cairem. Esta dispersão aleatória. as Moirai. no processo de viver de acordo com o que nos calhou e também do que escolhemos dentre o que nos calhou. A Necessidade. Em um oráculo. as quais tecem. leva a uma determinada ordem/Necessidade. embora relativo. de acordo com a vida que escolhemos. No entanto. e do que não há escolha. O profeta ‘espalha os lotes com indiferença’. Vemos que existe paradoxalmente algum processo de escolha. profetas interpretam as palavras do mantis (adivinho). assim. As almas decidem especialmente se querem escolher uma vida virtuosa ou não. O profeta aqui é o representante do divino. leva as almas ao destino. então. é a maneira em que podemos exercer o livre arbítrio. Manilius correlaciona cada casa a partir da Fortuna com um significado especifico. não podemos computar nenhum outro lot. os lugares do Lot da Fortuna personalizam a carta. Mesmo Vettius Valens que também dá à Fortuna o significado de primeira casa. são guardiães e protetores dos humanos. Observem que os planetas maléficos. São as casualidades que não controlamos. remédios e o momento de ingeri-los. mas também atribuindo à astrologia. etc. mas. chamada circulo de Athla não é usada. eles não são como uma sorte cega. o momento de decisão. Necessidade. a terceira como a terceira casa a partir do Ascendente. O que parece é que a Fortuna entra em qualquer situação em que não temos escolha. e à Casa 12. para Manilius. Venus e Júpiter. No cultura grega daemons(espíritos) não designavam uma classe específica de seres divinos. Athla significa “trabalhos” e pode ter relação com os doze trabalhos de Hercules. que ao terminarem levam a um bom final. uma forma de jogar a sorte. usa a casa seguinte a ela como se fosse a segunda casa a partir do Ascendente. (relembrando os cultos de Agathe Tyché e Agathos Daemon). Os lots são conceitos aritméticos. usam a Fortuna no calculo de seus lots e os benéficos. mas é interessante que ele atribua à Casa 11 da Fortuna à saúde. usam Daemon. projetando-se do Ascendente. algo que nos sucede e que é de natureza material e física. Afortunados ou não. A Fortuna tem a ver com a geração e corrupção citada por Aristóteles em seu livro De Generacione e Corrupcione. porque ele é baseado no tempo e local de nascimento ) mas também por combinar as posições do Sol e da Lua. não fazendo uso do circulo de Athla. Os planetas benéficos e Daemon reforçam a capacidade de escolha e livre arbítrio. usa a Fortuna. A razão disso é que o Lot deriva do ascendente (indiscutivelmente o grau mais pessoal. Não descreverei todos os significados atribuídos por Manilius às casas a partir da Fortuna. Também interessante é que Manilius chama alguns locais de ” sors” que significa sorte. reforçando a capacidade humana racional. É curioso e dificilmente explicável. Já os lots ligados ao Daemon nos oferecem consciência e intenção. mas eles estão fundamentados na ideia de proporcionalidade. Essa é apenas uma hipótese. Os lots são relacionados com daimons: não são deuses. com razão. Percebemos que os lots estão entre o divino(planetas) e os humanos(o Ascendente). mas um modo particular de atividade.Inclusive. uma no bom e outra no mau sentido. notadamente maléfica no sistema comum. Olympiodorus diz. mostrando uma característica de jogo e de chance não só ao que calha para cada um como destino. O Lot de Mercúrio. Note-se também que a Casa 11 e a doze são locais do daemon. Marte e Saturno. mas sua teoria. a obtenção do que se deseja. pois tem a ver . Isto qualifica o Lot da Fortuna como árbitro e distribuidor dos acontecimentos de uma vida. tornando-a a expressão única do destino da pessoa. que se não soubermos onde caem os lots da Fortuna e Daemon. a partir da Fortuna. como os planetas. especialmente à Horária (ou Interrogações). os votos. a lei de que toda ação gera uma reação. sejam elas físicas ou mentais. o resultado é relacionado à carta como um todo e não apenas a um lot. O Lot da Fortuna e o Lot do Daemon estão correlacionados como imagens que se espelham. coragem. mas sim. etc. etc . visto que poucos vem a morrer como retribuição a seu desleixo. Portanto. o lot de Saturno. O que parece é que representa uma limitação dada pela física e pela razão. Mais uma vez. o que é obtido pelo daemon. vemos a qualidade do sucesso. Observei exemplos práticos fornecidos por autores medievais em que o lot de Mercúrio não é absolutamente negativo. Vênus. ainda insisto em observar as casas. O lot de Marte. ou Vitoria. isto é. tais como a lei gravitacional. 1 Por exemplo.intrinsecamente com o momento em que o nativo nasceu e o local do nascimento. opondo-se ao lar celestial dos deuses. Quanto ao Lot de Mercúrio. Cada lot planetário tem a ver com as características dos planetas que os formaram. De fato. nossa vontade. A Lua tem a ver com o corpo e o Lot da Fortuna é o lot da Lua. e as expectativas que temos para nossa vida. No lot de Saturno. a mente e a alma e o Lot do Daemon tem a ver com ele. se relaciona com inimigos e circunstancias que nos constrangem. onde e através de quê o nativo será limitado pelas condições reais. a Lua é a fronteira entre o céu e a terra. Mas. um revolucionário. em ultima análise a morte. pois no mundo que habitamos somos constrangidos por leis físicas. relaciona-se à força. e o Sol tem a ver com o espírito. formado pela relação entre Fortuna e um maléfico que tem jubilo na casa 12. Por isso. por isso representa um segundo ascendente. seus regentes e últimos dispositores para uma apreciação mais certeira do significador da morte. No lot de Júpiter. Necessidade. se intromete em todos os fatos. agressividade e impulso demasiado. que são totalmente independentes de nosso controle. externas ou internas. não tem necessariamente a ver com a morte. do qual os lots são dependentes. fica de permeio. um grande poeta. mas também às injúrias que sofremos por nossa força excessiva. o lot de Mercúrio não deve ser interpretado como uma sorte negativa. segundo Paulus. o que lhe foi definitivamente atribuído pelo seu nascimento. O Lot de Eros. e esse lot mercurial. a esfera sublunar. se o lot previa alta reputação era possível escolher entre ser um ditador. sinaliza as associações voluntárias. como é próprio de Mercúrio. pela própria maneira como são calculados: eles tem a mesma proporção em relação ao Ascendente. temos sinais do que nos sucede como resultado de vícios e de auto- destruição. Nêmesis. mas em parte por nosso grau de inteligência e de consciência. Naquela época tal liberdade era mensurada pelo espírito. pois o mental interage no físico. É um outra hipótese sujeita a verificação. pode ter sido determinista em sua visão(assim como muitos astrólogos). e no primeiro caso. Tomamos o talento que nos foi dado e o aplicamos ao que a vida nos traz. o nativo age por puro impulso de salvar sua vida. Os eventos evocam ação e reação. o nativo não vê necessidade de pensar. e as ultimas são baseadas não apenas em impulsos físicos mas também em formas mentais de pensar. Portanto. No lado oposto. uma vez que ambos tem em comum o ascendente. ele é responsável tanto por doenças físicas como mentais. Sugiro que as cartas onde percebemos uma vida plena de benesses talvez não estimule a necessidade de deliberar. O lot do Daemon mostra o estado mental do nativo e como ele interage com o eventos causados pelo lot da Fortuna. um ponto relacionado ao próprio nativo e à vida. Em A Republica. Dessa forma é possível escolher como reagir. mentais e espirituais. não somente a Parte do Daemon como também outras configurações nos mostram até que ponto o nativo pode modificar o que lhe é previsto suceder. em parte por condicionamento passado. mas essa sugestão necessita de maiores estudos. valorizou o papel da vontade humana ante o destino. Na análise de uma carta. e ambas. Nossas circunstâncias- nossa boa sorte-fortuna- é muito relacionada por esse dote e pela forma como fazemos uso dele. são ambos responsáveis de fato pela vida do nativo: nenhum deles é mais poderoso que o outro. e avaliada de acordo com sua posição e sua relação com a Fortuna. como um estóico. Os eventos que o acaso nos proporciona são testes físicos.Capitulo 5 Liberdade ante o destino A astrologia tradicional. Além disso. O acaso e o talento. a ponto de quebrantá-lo para a reação. Fortuna e Daemon. Mesmo Valens. mas não fatalista. Livro IV Platão mostra que a riqueza é mãe da luxúria e da indolência e a pobreza é mãe da maldade e da crueldade. é difícil separar o efeito dos dois lots. as cartas extremamente desafortunadas também podem sufocar o nativo com tantos eventos infelizes. caso esteja em má casa ou mal configurado.o lot do Daemon. da insatisfação. No ultimo caso. desde que a vida o coroa de . desde a época helenística. Mas não conseguiu usar esse talento para dirigir sua vida no sentido de salva-la de um destino cruel. em queda e em posição perigosa. que representa algo que acontece para o nativo. independente de suas atitudes. logo a rainha estava fadada a ser uma rica proprietária de terras. até que o tempo esgotou-se. Durante os anos que esteve presa escreveu muito. Teve a oportunidade de fugir para a Áustria. Mas ambos são regidos por Marte. tornou-se conhecido e respeitado. A ideia é especialmente entender a posição do Lot do Espírito e sopesar se houve a interferência voluntária no destino dessas pessoas. ela era incapaz de dirigir sua vida na direção da salvação. com o Sol e Vênus na casa 5. capazes de derrubar o castelo de cartas da Fortuna. regido por Mercúrio na casa 6. ou um Espirito extremamente forte pode fazer de um limão. inclusive o assassinato dos pais. mas foi adiando a decisão. Como o lot do Espírito estava na Casa 12. Outra pertence a um homem que apesar do infortúnio. a rainha perdeu a cabeça: foi decapitada. Sua vida foi um suceder de divertimentos. mesmo nesses casos. Exemplos: Vamos estudar algumas cartas. uma limonada. revelando-se pessoa dotada e sensível. visto que a Lua está na casa 4. Mas. cuja falta de administração e a ilusão do poder a levaram ao desastre. para beneficiar-se de bens materiais. cartas e memórias.sucessos. em detrimento. Uma delas pertence a uma mulher muito afortunada. mesmo tendo indícios da revolta popular. Maria Antonieta tinha o lot da Fortuna observado pela Lua. A Lua é a regente do ascendente. Vejamos agora a carta de Louis Braille: . o corpo da rainha. isto é no ascendente. Uma terceira carta abordará um nativo que cometeu diversos crimes. podem ocorrer mudanças cíclicas. Como Marte se relaciona à cabeça e está conjunto ao lot da Fortuna. que o rege. mostra o interesse na comunicação. cuja infecção alastrou-se para o outro olho. fazendo uma quadratura apertada com o Sol. Mercúrio é também o regente do Meio do Céu verdadeiro. está em posição superior a Marte. Seu talento era esculpir(Vênus) letras(Mercúrio).O nativo ficou cego na primeira infância devido ao ferimento em um dos olhos. e ancorando na vontade sua maneira de viver. ele. fazendo aspecto com Vênus. para um talento que levou o nativo à fama. Júpiter domiciliado. A dor e a perda(casa 8) o levou a agir e criar sua reputação. uma casa de doença. em Capricórnio. o lot do Espírito nos oferece um ponto a mais e importante no estudo da capacidade do nativo de reagir através de sua vontade e talento. O caso deste nativo. enfatiza que ele seria publicamente reconhecido. Sol. faz um sextil superior ao Sol. como sinaliza a Lua no signo do Sol. faz uma quadratura com Marte. O ferimento pelo ferro(Marte) causou a cegueira. com a Lua em Leão na Casa 10. a casa das limitações. Portanto. o ferro. de fato. a luz. Se o Sol. em carta noturna. provavelmente o significador profissional. elevando muitas vezes uma carta medíocre. O Sol é um luminar. Além disso. que a rege e que se encontra em detrimento na Casa 12. O lot do Daemon encontra-se a 19º de Gêmeos. E a escrita em Braille é pequena. e o disciplina. não é uma carta feliz: o regente do ascendente encontra-se na casa doze em detrimento. se opondo a Marte. E o Sol na Casa 3. Esta. na casa 12. Nosso ultimo exemplo: . a falta de luz. minuciosa e exigiu enorme paciência e talento. na casa 8. responsável pela luz primária. Essas configurações apontam para a saída de uma situação profundamente limitante. A Fortuna está na sexta casa. Mas os dois. mulheres. O lot do Daemon. Já o fatalismo diz que um fato . mas seu regente. marcando pontos gritantes de sucesso ou insucesso. e quando solto. O lot da Fortuna se opõe a Marte. não devemos ser fatalistas. encontra-se a 29° de Sagitário. Marte enquadra a Lua. embora se manifestem sempre. Júpiter. após 25 anos. tais aspectos falam sobre recursos materiais de terceiros que são obtidos pela agressão. jamais se arrependeu. tem-se a impressão que tanto o Espírito como a Fortuna tem uma função lenta e perene. sendo que ela rege o MC e o Sol. não faz aspecto. Este é um bom exemplo em que os dois lots. na boemia. estando em posição superior a ela. Não ha como esperar do Daemon nada mais que agressão: esse é o seu “talento”. para obter sua herança e continuar no ócio. roupas de marca. Tudo isto resulta em que.Neste caso. Mas esta opinião também precisa de maiores estudos. Este homem estava fadado a realizar atos pérfidos e sem qualquer moral. quando o nativo já possui alguma maturidade para reger o próprio destino. faz quadratura com Marte e se opõe a Lua. etc. tornou-se viciado em cocaína. trata-se de um assassino italiano que matou o pai e a mãe quando atingiu 20 anos. É muito provável que o lot do Espírito venha a se manifestar mais tardiamente. a casa dos divertimentos: é observado pela Lua exaltada na casa 8. tendem a saltos ornamentais. ao invés de ser um barco à mercê da Fortuna. a Fortuna e o Espírito funcionam em uníssono. na casa 5. Foi preso. mesmo sendo deterministas em nossa maneira de enxergar a vida. Em si. e ha uma diferença entre as duas coisas. moldando a vida do nativo desde os primórdios. O determinismo diz que dada uma totalidade de condições causais em um mesmo momento. Conclusão Examinando essas cartas. o que vier a acontecer a seguir é determinado. adiar o momento de volta de uma viagem. a virtude. O embate diário entre Daemon e Fortuna é uma das grandes questões existenciais que a humanidade enfrenta. entendo buscamos o mundo espiritual em busca de um guia e que este mundo deseja também comunicação e se faz entender por sinais. etc. a hora de fazer uma cirurgia. Se há algo que podemos fazer para nos aproximarmos da liberdade é escolhermos dia a dia.acontecerá independentemente de qualquer esforço em contrário por parte do ser humano. ato a ato. A causalidade e a deliberação intencional são mutuamente dependentes e recíprocas. por exemplo. Se podemos. assim como Fortuna e Espírito. É verdade que. . em certos momentos sequer conseguimos diferenciar o que é nossa vontade ou um condicionamento antigo muito mais ligado a padrões lunares que solares. que aproxima o homem da filosofia. visto que ele tinha rompido com a namorada e o próprio país apresentava muita instabilidade. Fevereiro é um mês muito quente e em 2017 tivemos temperaturas muito altas. pelo menos em muitos casos. visto que parte de seu coração estava necrosada e ele estava na iminência de um infarto fulminante. quando sentiu uma muito calor e angustia. ou Espírito. Vamos tratar da carta deste nativo que sofreu uma intervenção cirúrgica cardíaca repentina.Capitulo 6 A Pedra de Toque Atenta aos fatos relacionados especialmente ao lot do Daemon. mudar o que a Fortuna nos coloca diante de nossa realidade. na esperança de pinçar um fato que pode esclarecer a função da vontade humana. da Fortuna e da sorte. No dia seguinte foi internado e operado. A partir de então. Ele foi ao médico! Aqui está sua carta natal: . ou tomar um ansiolitico. O alerta imediato para procurar ajuda médica foi espantoso e revelou-se uma atitude heróica que salvou sua vida. com a licença do nativo aqui estudarei. Tal evento ocorreu durante o tempo em que me dediquei a escrever este livro e funcionou como uma flecha a apontar a direção correta. revi muitas conclusões sobre o determinismo e me dirigi à concepção de que é possível. ou entrar no Facebook. surgiu uma história intrigante que. No mesmo momento. escrevendo. Tal ocorreu dia 02 de fevereiro de 2017. As coisas se passaram estando ele realizando sua rotina. Nosso nativo poderia não ter pensado: poderia ligar o ar condicionado ou eleva-lo à máxima temperatura. ele suspeitou de algo errado e marcou uma consulta médica de urgência. mas ele não fez isso. Crises de angustia em meio ao trabalho podem ocorrer. . O alchocodem cadente vai dar o menor numero de anos. Como a natividade é conjuncional. e que. e em detrimento na Casa 8. ela faz trigono com Saturno. a Fortuna fazendo aspecto com Saturno. que a rege. 79 anos. 10 anos mais. ele daria 30 anos. Vamos em busca de um ponto mais favorável. Enfim. que está em casa sucedente. Além disso. mas está em detrimento e conjunto ao Nodo Sul. dez anos menos. seu regente de triplicidade. em aspecto com o Sol e conjunto à SAN. de acordo com os ensinamentos de Robert Zoller. Por isso vou analisar a longevidade. Saturno em seu jubilo. Além disso. tratando-se de natividade masculina. a Lua também. a lua pré-natal. que o lot do Espírito está em Escorpião. A carta como um todo é pouco vital: os luminares em casas negativas. O total é 59 anos e três meses. Umar al-Thabari e Bonatti.Uma vez que o assunto versou sobre a vida do nativo. de acordo com alguns autores medievais. que é aspectado por Júpiter. quando está a menos de 12° do alchocodem tira 1/4 dos anos dele. Vamos ao segundo luminar. seu regente. a casa 8 é uma casa muito obscura para conter o doador de vida. portanto é o alchocoden. preciso provar que sua longevidade havia alcançado o limite e que o ciclo vital assim como a revolução solar apontavam para a morte. os maléficos parecem mais fortes que os benéficos. aceitariam a Lua como Hyleg apenas se estivesse em signo masculino.(vide nota de fim) Trata-se de carta diurna. na casa seis. o que forneceria seus maiores anos. No caso de Saturno. que. tomaremos o Ascendente. o que não é o caso. Observe-se. Ela serve a nosso propósito. mas o Sol está em casa cadente. Júpiter está angular. no entanto. portanto não nos serve de hyleg. das doenças. que também é um ponto de vida. a Lua. O fato marcante que exigiu a cirurgia ocorreu quando a distribuição do ascendente da revolução solar chegou a Leão2. é um detalhe. que corresponde à casa doze natal e o lot do Espírito aparece no mesmo signo natal. Ele encontrava-se em uma firdária Saturno- Vênus quando se o fato que levou à cirurgia. Isso se deu no dia 28/01/2017. É preciso ver como se configura a revolução solar. O fato de Vênus estar no signo de Marte. Visto que Vênus está na longitude oposta ao lot do Espírito. um ano de grandes perigos.Não poderia tal posição tornar o nativo especialmente consciente das condições do corpo doente? Nesse caso. na casa 12. quando o ascendente da revolução solar progrediu até a quadratura Vênus. visto que os trânsitos também devem ser considerados. Vênus. A Lua estava na longitude de Vênus natal e Júpiter também na mesma posição natal! Era esperado um ano climatérico. Uma precisão de dias não é necessária neste cálculo. Outro. está domiciliada na casa 6. (vide nota) . Marte. O lot da Fortuna aparece exatamente na mesma posição da Lua Natal. fazendo aspecto de oposição à Vênus e ao Sol. em conjunção a Saturno. A profecção era de casa 12 e o regente do ano era Vênus. Sagitário. ambos junto a Marte natal. este ficou em quadratura no mesmo momento. e fazendo quadratura ao Lot do Espírito da revolução. é que Marte rege a casa 6. no dizer de Valens. que aspecta o alchocodem. não deveríamos dar importância ao Espírito como uma vontade que incide na casa mundana onde ele se coloca? Vejamos as previsões para o ano do nativo. o quarto signo a partir da profecção. Vemos acima que a senhora do ano. o dispositor natal de Vênus aparece no mesmo signo natal. escrito e editodo por Clélia Romano. quando a medicina não poderia lidar com a troca de válvulas do coração.astrologiahumana. da qual o nativo escapou por dois fatores: um pessoal. de minha autoria. Raramente temos casos que nos exemplifiquem tão claramente a atuação do lot do Espírito. em especial as de ouro de 18. em conjunção com a Lua da revolução solar e a Vênus natal. Ou que sua intuição o direcionou para uma atitude rápida e certeira. nosso nativo não teria sobrevivido a esse ano. Vemos também. Para entender o método refira-se ao livro Técnicas Astrológicas Preditivas. Podemos dizer que seu daimon tomou conta dele. em quadratura ao ascendente natal. 1 “Apesar de não ser um teste muito acurado. e cartas que apontem tão diretamente para a morte. Naquele tempo. 14 e 12 quilates” (Wikipedia) 1 O método está descrito no livro Astrologia Tradicional no Prática. que existe uma intencionalidade de comunicação entre o divino e o humano. que pode ser abtido em www. Explico: Não é exagero dizer que o “lot do Espírito da humanidade” se desenvolveu através de múltiplas vontades.Dia 02/02/2017 a Lua estava a 13° de Áries. e o outro de ordem coletiva. a ponto de sobrepor-se ao determinismo biológico que se fazia claramente sentir na antiguidade. ou seu anjo.com 1 O cálculo a seguir mostra a direção do ascendente por ascensões e foi utilizado o programa Delphic Oracle para calcula-lo. O Sol estava a 13° de Aquário. o teste com pedra de toque é suficiente para determinar e diferenciar as principais ligas usasas no comércio. e Vênus a 28 graus de Peixes. já citado. e as práticas oraculares nos apontam nessa direção. Não podemos dizer que ” por instinto” o nativo se protegeu. em quadratura ao Sol natal. 2015 . Para encontrar o vencedor. Mais tarde. sendo usado para todos os tópicos da carta. Um planeta noturno em uma carta noturna seria preferível a um diurno. Normalmente. à seita e também dava importância ao fato do planeta ser ou não asepctado. através de uma tabela na qual cada dignidade recebe pontos especiais. capítulo2/3/10) o planeta vencedor servia para o tópico de longevidade. Mas. no livro 3 de sua Antologia. Além disso pretende-se alertar para a tendência de transformar a busca deste significador em uma prática conta simples e frequentemente simplória. Traduziremos como vencedor o planeta que tem a maior reivindicação em um signo. a vida do nativo e em certas técnicas para medir o comprimento da vida. é simplesmente o senhor / senhora do signo. A palavras grega Oikodespotes que significa o “senhor da casa” foi um conceito usado por praticamente todos os autores medievais. os árabes passaram a usa-la para cada área ou tópico da carta(vide Umar Al-Thabari. Desta forma.triplicidade e termo(ele não usava decan ou face. o que tem mais relações com uma casa/signo ele pontuava cada dignidade com um ponto. As dignidades que ele levava em conta eram: domicilio. a posição de um planeta em relação ao Sol. Em Ptolomeu. que usavam a técnica para tópicos específicos. o planeta Vencedor e Dignidades Os dois próximos capítulos tem a intenção de diferenciar dois tipos de escolha de almutens. isso será enfatizado pelos persas e árabes de forma extrema.Capitulo 7 Almutens. A palavra almuten é o equivalente latino da palavra árabe mubtazz que significa vencedor. isto é. o conceito foi mais generalizado e obteve mais sofisticação. Tal método de calcular e dar pontos a cada dignidade provavelmente advêm do fato de Ptolomeu desejar comparar a astrologia à física e torna-la mais “científica”.usa o planeta predominante para medir a força vital. vitorioso.) Se eventualmente dois planetas se candidatassem e ambos tivessem a mesma pontuação ele considerava a fase do planeta. Valens. como vemos em Ptolomeu e Vettius Valens . Persian . retificação e parentes. o conceito de um planeta predominante. no Tetrabiblos (livro 3. e vice versa. exaltação. que o receberam através dos árabes. vem desde a época helenística. com os persas e especialmente árabes. que vão de 5 a 1. Desde a época helenística era procurado o planeta vencedor na carta. capitulo1º. mas às vezes pode ser outro planeta. Diferentemente de Ptolomeu e Valens. Já o vencedor em relação a um assunto. Então. seu regente por exaltação. leva em consideração uma maior quantidade de fatores. o lot do casamento e seu regente e Vênus. etc. Como avaliar a importância de diversos planetas em um tópico? Analisando como Ptolomeu Há duas espécies de planeta vencedor: o vencedor em um determinado local da carta e o vencedor entre vários locais da carta. que é significadora universal do casamento. seu regente por triplicidade. Por exemplo. isto é se são da seita ou contrários a ela. o local onde se encontram.Nativities. afim de encontrar o vencedor. de todas essas influências. aspectos ao grau da casa(se não se usar signos completos) verificar se pertencem à seita diurna ou noturna. ou em um ponto qualquer. sua face. O planeta vencedor em um lugar da carta pode ser em um ângulo. tradução Benjamin Dykes). planetas presentes na casa. O razão de tal popularidade no uso do vitorioso repousa na necessidade de resumir um tópico e simplificar a leitura da carta. como uma forma de medir qual planeta sai triunfante de todas essas condições. que usava o vencedor em um determinado local da carta. Vamos ver um exemplo de acordo com Ptolomeu. De fato. temos que analisar extensamente cada assunto da carta. qual é a mais importante? Dai a utilidade do vencedor. quando vamos estudar o casamento temos que levar em conta o regente da sétima casa. como se vê em Herman de Corintia (vide The Search of the Heart. . aspectos feitos pelos regentes da casa. livro III. seu termo. Para cada casa ha seu regente e outros com dignidade lá. Então teremos que construir uma tabela e pontuar cada dignidade. tradução para o inglês de Benjamin Dykes) e também para a interpretação do pensamento. a Lua está muito próxima a uma cúspide. Digamos que tivéssemos obtido um empate na pontuação. Planetas nessas casas são angulares. Sagitário e Gêmeos são angulares. se usarmos signos completos. caso em que é considerado noturno. deveríamos observar as condições de seita.Portanto. podemos dizer que na presente carta Peixes. os planetas da seita diurna são Sol. Está prestes a se unir ao Ascendente por movimento direto. ela está avançando. um por estar na primeira casa e outro por estar avançando Vênus. . a Lua é o planeta vencedor. quando é considerado diurno ou depois do Sol. Nesse caso. mas está mais longe da cúspide do que a Lua. Virgem. Júpiter e Saturno. A Lua ganha dois pontos. Portanto. dizemos que a carta é noturna. Seu regente é Júpiter. Júpiter ganha um ponto. Como veremos em outro capítulo deste livro. Os planetas da seita noturna são Lua. . Quando o Sol está abaixo. mais forte é o planeta. a posição do Sol é determinante para a condição de seita da carta. Vênus e Marte. Uma rege o nativo. Quando uma carta tem o Sol acima do hemisfério dizemos que a carta é diurna. Fazendo um parênteses. como regente de exaltação. a outra seu lar. Quanto mais perto de uma cúspide angular. Mercúrio é variável dependendo de nascer antes do Sol. Mas. às axis. ganha um ponto por estar angular.Nesta carta. mas a angularidade mais intensa e poderosa tem a ver com a proximidade ao grau da cúspide verdadeiras. O regente significa autoridade sobre o tópico. o ascendente é Peixes. a outra suas parcerias e casamento e a seguinte. Essas casas são as mais importantes da carta. então ela é muito importante em termos de angularidade. sua reputação e carreira. nem sempre força. na astrologia árabe. mas não aspectava o ascendente. Para tudo se usavam almutens. Outro critério era a fase solar. O exemplo acima é preliminar e Ptolomeu não fornece nenhuma maneira de entender o que significa ter a Lua com mais autoridade sobre o ascendente. não necessitamos levar isso em conta. Nem Vênus e nem a Lua estão saindo dos raios do Sol. isto é. um benéfico e um maléfico. cúspides ou graus diversos eram pontuados. se um planeta estava adiante ou atrás do Sol a 15° ou mais. mas é uma boa forma de se ter ideia de como pesar a importância dos planetas. Júpiter. nem a Lua e nem Vênus fazem parte da seita diurna. enquanto que o de seita contrária não consegue ajudar ou deve fazer alianças para obter apoio com os planetas da seita. mas como não tínhamos um empate. e especialmente se estava saindo dos raios do Sol. assim como eram construídas tabelas para cada assunto. na medieval e também na renascentista. para atingir seus objetivos.Observe-se que nos dois casos temos um luminar. isto é se fizer algum aspecto positivo. As seitas funcionam como partidos. Um planeta da própria seita da carta consegue cumprir sua missão e ajudar a realização do nativo com mais facilidade. Vênus é mais benéfico que Júpiter e Saturno é mais maléfico que Marte. por exemplo. Aqui segue uma tabela da qual faremos uso: . Análise do planeta vencedor de acordo com a astrologia árabe-medieval Como foi dito. Júpiter é mais benéfico que Vênus e Saturno é menos maléfico que Marte. No caso do exemplo presente.Ocorre que os planetas noturnos funcionam melhor em uma carta noturna e os diurnos em uma carta diurna. quando ele tem ganharia mais vitalidade e pujança. era da seita diurna. se isso for possível. Para quem nasceu de dia. o uso de um planeta vitorioso foi indiscriminado. Os pontos. Para quem nasceu á noite. astrólogo cuja obra foi muito influente. Cada regente da triplicidade age o tempo todo. a face/decan recebe um ponto. o governante do domicílio obtém 5 pontos. o governante exaltado recebe 4 pontos. entre os quais me enquadro. a triplicidade da seita obtém 3 pontos (alguns astrólogos medievais. como Robert Zoller. Os termos que usaremos são os egípcios: Ptolomeu criou seus próprios termos. Quanto à pesagem das diversas dignidades. A maioria. finalmente. O termo obtém 2 pontos e. Algumas vezes isso modifica o resultado final! Vamos calcular à maneira medieval o vitorioso sobre o tópico casamento na seguinte carta de exemplo: . utiliza as triplicidades de acordo com Dorotheus. tradução do latim para o inglês por Benjamin Dykes).Na astrologia medieval. embora a maioria dos astrólogos medievais fornecesse 3 pontos para a triplicidade e dois para o termo. Umar Al Thabari (veja Three Books on Nativities. mas o regente da triplicidade da seita da carta tem mais afinidade com a vida do nativo. fornecia dois pontos para a triplicidade e três pontos para o termo. mas não são usuais e não foram usados na astrologia medieval. dão a todos os três regentes da triplicidade 3 pontos). mais antigo que Ptolomeu. Livro 7. o lot seria construido ASC+ Vênus-Saturno. Ancient Astrology. e somando o resultado ao ascendente chegamos a 10°44’ de Touro. de acordo com Firmicus Maternus(vide Mathesus. Para mostrar meu próximo argumento. Partindo de Saturno a 12°56’ de Virgem. até Vênus.De acordo com esta tabela Júpiter é o vencedor sobre os locais do casamento. traduzido por David Pingree. tópico Xll. apresentarei outra tabela. 1975 e Dorotheus em Carmen Astrologicum. . editado por Astrology Center of America. traduzido por Jean Rhys Bram. 2005 Astrology Classic Publishers. dessa vez invertido. a 7°53’ de Leão. 199). ed. pag. para facilitar o calculo do lot do casamento feminino. de longitudes absolutas. Nesse caso. Em todo caso. por tentar ser exato. A mim parece que o Sol é mais digno de ocupar o lugar de vencedor. Meu conselho é para que usem o almuten. vejam como fica a conta se não levarmos em conta o lot do casamento: O Sol ainda é o vencedor. mas lots não são a mesma coisa que planetas e não deveriam ser misturados a eles em uma somatória ou para pesar dignidades. Quem quiser usar lots que não o da Fortuna e Espírito estará de acordo com as fontes tradicionais. Esse é um exemplo do quanto construir tabelas e equalizar planeta. enquanto que o Sol está domiciliado. que tem apenas triplicidade no signo. porque tem mais dignidade essencial que Júpiter. Se o astrólogo está apressado ou não tem suficiente experiência pode chegar a um significador errado. e isso só por levarmos em conta a fórmula da ser usada. aqui o Sol é vitorioso.Portanto. e está combusto. Critérios de quantidade são cartesianos e a astrologia é uma disciplina baseada em qualidades esotéricas. mas que o façam de maneira cuidadosa e com . lots e números pode nos confundir. The Search of the Heart. 13 pontos O regente do ascendente por triplicidade: 10 pontos O regente do ascendente por termo: 6 pontos Mas havia um detalhe: Os pontos completos só são atribuídos às casas angulares. Lá ele se refere a um autor anônimo que utilizava um tipo de método para procurar um vitorioso entre pontos mas usando uma tabela para descobrir o significado do pensamento do consulente. Segundo esse autor para ler o pensamento usaríamos os regentes do ascendente atribuindo pontos a suas dignidades: O regente do ascendente receberia 18 pontos O regente do ascendente por exaltação. Isto podia ser usado como um jogo de adivinhação. Suponhamos assim que o Ascendente fosse Libra: .parcimônia. O uso do almuten de acordo com Herman de Corinthia Apresento agora uma técnica pouco usual e que foi descrita por Herman de Corinthia no livro já citado. As casas que recebem menos pontos são as casas que não aspectam o ascendente. mas também para fomentar a confiança do cliente no astrólogo ao iniciar um consulta astrológica ou uma carta horária. então o regente da triplicidade é Mercúrio. O regente dos termos é Vênus que recebe 2 pontos. o querente estaria interessado na profissão. a totalidade pois Saturno está na casa 10.Vênus é o regente. . mas está na sexta casa. o assunto deveria iniciar com dúvidas ou problemas profissionais. A carta é noturna. que está na casa 3: então receber 5 pontos. quem tem mais pontos é Saturno: para dar uma ideia. e se fosse uma Horária. o nativo estaria pensando em assunto profissional e de carreira. então recebe somente 6 pontos. Então aqui. A exaltação recebe 13 pontos. Se fosse para iniciar uma conversa. Em primeiro lugar. Tal técnica leva em consideração a particularidade de cada carta. e uma variante dela é encontrada no livro de Herman. Vamos utilizar o exemplo do comprimento da vida. Se o Sol não tiver esses predicados ele não pode ser o vitorioso. já citado. Ele precisa possuir qualidades apropriadas: ele não pode estar em locais cadentes e deve ser aspectado por um de seus regentes. as casas sucedentes também são aceitas para o propósito de se encontrar o vitorioso na questão da vida. Vemos aqui como a Ptolomeu escolheu dignidades corretas. e na adivinhação do pensamento do consulente Vamos abordar uma outra técnica para encontrar o almuten ou planeta vitorioso. cuja técnica é voz corrente. aquele que. o que é dirigido a outros planetas ou angulos usando direções primárias ou outro tipo de direções. Isto significa que ele será. cumprindo certas condições. Ser aspectado é uma dignidade assim como estar em casa angular. Foi usada por Umar al Thabari. Ela também deve corresponder às mesmas exigências que o Sol: não deve estar cadente e . Horária. vamos à Lua. Essas técnicas procuram diversos pontos na carta para avaliar qual o mais poderoso. A seguir. baseada em conceitos astrológicos e não em pontuação. não sendo o Sol apropriado. Aqui vamos nos basear em Umar Al Thabari. A ideia é encontrar o planeta responsável pela força vital. Essa técnica foi usada desde a época helenística e alguns autores a tornaram mais complexa e com mais exceções. Mas. procura-se a seita da carta. a primeiro a ser verificado é o Sol. aproveitando para rever esse sistema. o primeiro candidato a vitorioso ou hilaj(em persa) apheta em grego é o Sol. que observa a qualidade dos planetas sem qualquer tabela ou quantidficação. porque ele é um luminar. assim como em uma natividade noturna é a Lua. mas isso não é automáticos. atingido põe a vida em perigo. “The Search of the Heart”.Capitulo 8 O planeta vitorioso escolhido entre locais na astrologia Natal. mesmo em seita diurna. de Corintia. A ideia é encontrar o vitorioso entre pontos que significam vida e em uma natividade diurna. seguindo Masha´allah. Digamos que temos uma carta diurna: escolhemos o Sol. mas não utilizam pontos. Sendo a carta diurna. sempre baseados em critérios. Esta técnica de procurar o vitorioso entre pontos gerou conflitos de ideias entre os antigos: muitos dão valor ao fato do Sol estar em quadrante ou signo masculino. Se ambos aspectarem o ascendente veremos qual está mais forte: por casa. mas usa vários critérios astrológicos. e a Lua em quadrantes e signos femininos. etc. Nesse caso. Concluindo: a questão do almuten é muito mais complexa do que a simples conta de pontos de acordo com uma tabela. pode ser aceito mesmo que não seja aspectado. junto a um benéfico. Em cartas horárias. mesmo se não for aspectada. Se tiver ocorrido uma lunação prevencional antes do nascimento. Quanto à Lua. motivo por escolhe-la e não ao ascendente. Sabemos que o Sol tem jubilo da casa 9 e a Lua tem jubilo na casa 3. Vemos então que esse método não usa pontos. Logo. o próximo candidato é o lot da Fortuna. Nesse caso sabemos que sua vida é frágil e não será duradoura.precisa ser aspectada por um de seus regentes. ele também deve ter um de seus regentes aspectando-o. onde ele tem seu domicilio e exaltação. recomenda-se observar se a natividade ocorreu depois da lua cheia (neste caso ela é chamada prevencional) ou ocorreu depois da lua nova (neste caso é chamada conjuncional). Se o lot da Fortuna e o ascendente não servirem aos critérios propostos. a parte da Fortuna encontra-se na casa 7. elege-se a lunação anterior ao nascimento. Esse método também respeita a singularidade de cada carta. ela pode ser aceita como hilaj. seja uma lua nova ou uma lua cheia. O motivo disto é que na lua nova o lot da Fortuna confunde-se com o ascendente. existem exceções que nos mostram que o raciocínio astrológico deve entrar em ação para ponderar a qualidade desses pontos hilegíacos. por signo. o Sol em Leão ou em Aries. Já na Lua Cheia. Masha´allah diz em seu livro Sobre Recepção (Masha´allah Ibn Athari Sobre Recepção”. Se o Sol e a Lua não puderem ser o hilaj. para verificar se o que é perguntado virá a ocorrer. mas a única cadência aceita é a de casa 9. Sabemos também que estar em seu domicilio ou exaltação é uma alta dignidade. mas a única cadência aceita é a casa 3. opõe-se ao ascendente e possui em si o brilho captado do Sol. traduzido do latim e editado por Clélia Maria Virginia Robortella Romano) que o querente é representado pelo regente do ascendente. não tentando equacioná-la à aritmética. como ele é um ponto de vida será usado neste caso. se este não fizer aspecto com o ascendente. O lot da Fortuna deve ser angular ou sucedente e um de seus regentes deve aspecta-lo. No entanto. Também aconselha levar em conta a angularidade dos significadores. Mas. Quanto ao Ascendente. Se esse ponto onde ocorreu a lunação estiver cadente ou não for aspectado por um de seus regentes o nativo não tem nenhum planeta vitorioso e digno o suficiente para representar sua força de vida. mas se a lunação tiver sido conjuncional. Percebe-se que houve muito sopesar para decidir essa questão. o próximo candidato será o ascendente. . cai no mesmo grau. se ela estiver em Câncer ou Touro. devemos usar a Lua. Por isso. Uma terceira classificação de acordo com o gênero está de certa forma colocada em outra categoria. Ele é como um rei que tem que tomar decisões difíceis que podem resultar em problemas em alguns pontos do reino. isto é não tende a ser nem moral e nem imoral. A classificação entre benéficos e maléficos vem desde a astrologia helenística e parece ter suas bases na astrologia babilônica. Tal classificação em certo sentido foi tida como um . não podemos dizer que Mercúrio é em si mesmo duplo. Os planetas naturalmente benéficos são Júpiter e Vênus e os maléficos são Marte e Saturno. fazendo aspectos ou figuras com outros planetas: ele toma para si a característica desse planeta. A primeira classificação trata daqueles planetas que são considerados benéficos e dos que são considerados maléficos: Os benéficos são doadores de benesses os maléficos de malefícios. isto é fazendo aspecto. Há certa discórdia nos textos que nos servem de fontes quanto à Lua e ao Sol. Por exemplo. A Lua geralmente é considerada um benéfico e o Sol também. O mesmo ocorre se estiver configurado. Enfim. e sob o ponto de vista ético. e a outro é de acordo com o pertencer à seita noturna ou diurna. O melhor é dizer que Mercúrio é imparcial: ele se inclina a todos e é inicialmente neutro. mas em muitos contextos o Sol não pode ser considerado tão positivo. é amoral. Mercúrio vai funcionar de maneira maléfica e se ele estiver configurado com um benéfico. embora não a respeito da mesma coisa. Por essa maleabilidade ele pode na mesma carta atuar como benéfico e maléfico ao mesmo tempo: benéfico se estiver configurado com benéficos e maléfico se estiver também configurado com maléficos. Mercúrio pode ser bom ou mau: ele é bom com planetas benéficos e mau com planetas maléficos. ou até para os cidadãos em geral. sua expressão é dualística.Capitulo 9 Classificação dos Planetas entre Benéficos e Maléficos e de acordo com a Seita Há dois modos primários de classificação dos planetas: um deles é a distinção entre benéficos e maléficos. Portanto. ele pode atuar de acordo com os benéficos ou com os maléficos dependendo de estar configurado. o que seria um contrasenso para um planeta que representa a razão: ele atua de acordo com planetas que aspecta ou que estão presentes com ele no mesmo signo. com eles em dada carta. se tivermos Mercúrio e Saturno no mesmo signo. vai atuar de forma benéfica. É importante ter em mente quando se falar de um benéfico funcional ou um maléfico funcional que este maléfico que funciona bem para o nativo ou um benéfico que funciona mal para ele. Uma derradeira observação. Mas a verdadeira característica maléfica do planeta é o modo como ele trata os outros planetas e tal tratamento por sincronia reflete-se em nosso mundo sub lunar. a uma seita religiosa (de onde vem a nossa palavra heresia) ou a uma facção política ou partido. Neste caso. há características que vão além do fato de os benéficos trazerem boas coisas na vida e os segundos más experiências. As vezes. É preciso ter um correto entendimento de tal fato. se você tomar um maléfico e observar sobre o que ele exerce sua maleficência tendemos a achar que ele acarreta coisas maléficas em nosso mundo e para o nativo. os partidários são chamados doriforos do Sol. No entanto. não significa que isso se passe em todos os momentos da vida do nativo e nem em todas as áreas. o faziam em termos de partidos políticos personificando os planetas. Tais fatos dependem da casa em que o posicionamento desses planetas ocorre. mas em algumas fontes os maléficos são chamados como “ os assim chamados maléficos” e os benéficos de “ os assim chamados benéficos” uma vez que em certos locais da carta os maléficos podem funcionar a favor do nativo e os benéficos contra.fato inquestionável pelos gregos. Indiretamente as qualidades maléficas pertencentes a Saturno e a Marte se traduzem em maus eventos que ocorrem aos seres humanos. O Sol é o líder da seita diurna e Júpiter e Saturno são os membros dessa seita e são chamados partidários do Sol. quando os gregos usavam tal palavra. que significa um sistema de princípios ou as pessoas que professam tais princípios. A palavra grega para o que se traduz como seita é “hairesis”. Ha dois tipos de partidos ou seitas: o diurno e o noturno. Segundo Robert Schmidt podemos estar totalmente confiantes que. os partidos políticos são divididos como se defendessem determinadas questões. a ideia de que as relações planetárias devem ser vistas sob o ponto de vista celeste e não sob o ponto de vista humano deve sempre ser lembrada. Não falarei sobre doriforos no momento. mas em primeira instância são os maléficos que tratam mal os outros planetas ou os benéficos que tratam bem ou os beneficiam. as casas que tais planetas regem e a quais planetas se configuram. Um maléfico que é um benéfico funcional pode significar que o nativo vai ter proveito às custas de outra pessoa e da mesma forma um benéfico que funciona como um maléfico significa que outros vão se beneficiar à custa do nativo. O . e nessa linha pode se referir a uma escola filosófica. muito usado e às vezes usado equivocadamente. é que. A seguir vamos discutir a seita planetária. De certa forma. e dependendo de sua posição na carta. Embora a divisão entre benéficos e maléficos tenha vindo desde os babilônios. Essa é uma reorientação que devemos nos acostumar a ter. é bom lembrar que eles nunca perdem sua característica essencial seja de benéficos ou maléficos: essa distinção nunca é perdida. por agora. Firmicus Maternus nos diz que Mercúrio é um planeta da seita noturna então será sempre contrário à seita em uma natividade diurna e favorável à seita em uma natividade noturna. Mencionamos a imparcialidade de Mercúrio quanto falamos de benéficos e maléficos e de como ele manifesta sua amoralidade naquele contexto. é uma afirmação direta de sua imparcialidade pois depende da posição que ele por si mesmo ocupa e não por seguir a seita em favor: se ele nasce antes do Sol ele é considerado diurno. intitulado Definitions and Foundations. E Vênus é um planeta noturno. Podemos nos perguntar se cada uma das três opiniões acima não estariam corretas. for dia. como consequência de sua posição imparcial. como se lê no material de Antiochus.leitor pode encontrar bastante sobre o assunto que trata de fama e eminência na carta tanto na literatura astrológica como no capítulo 20 do livro “Astrologia Tradicional na Prática” escrito e editado por Clélia Maria Virginia R. Isso implica que Mercúrio está sempre favorável à seita em favor. A Lua é líder da seita noturna e Vênus e Marte são seus partidários e possíveis doriforos. essas opiniões conflitantes parecem ter um pouco de verdade em cada uma delas trazendo à luz um aspecto do papel complicado que o planeta Mercúrio representa em uma natividade. Por outro lado. Isso significa que em cada natividade ele vai pertencer a uma das seitas e se aliar a ela. . Esta é também a visão de Ptolomeu. atuando contra sua natural inclinação numa natividade diurna. se após. Quando o Sol está abaixo do horizonte e portanto é noite. No entanto. o comportamento astronômico de Mercúrio se assemelha ao de Vênus mais que qualquer outro planeta. então a seita ou partido diurno é favorecida. no sentido de que pertencem à seita favorecida. que Mercúrio é noturno e pertencente a seita noturna. Outros dizem que Mercúrio pertence à seita diurna em carta diurna e à seita noturna em carta noturna. publicado em 2009 por Robert Schmidt. Os planetas diurnos neste caso são chamado “ da seita”. de fato Mercúrio parece inclinar-se e ter uma disposição natural para a seita noturna em certo contexto. Em cada natividade uma das duas seitas é favorecida. No contexto de seita. e mantemos uma interrogação em mente. portanto. sendo diurno numa natividade diurna e noturno em uma natividade noturna. edição TARES. mas se mantêm. sua imparcialidade manifesta-se não sendo participante por principio de nenhuma das seitas. Se o Sol estiver acima da linha do horizonte e. os planetas noturnos são chamados contrários à seita. que ele pode pertencer a cada uma das seitas: ele pertence à seita diurna quando nasce antes do Sol e à seita noturna quando nasce depois do Sol. Romano. Os planetas noturnos são “da seita” e os planetas diurnos são contrários à seita. conformando-nos com a indefinição de forma simplista e preguiçosa. Quando nos encontramos diante dessas inconsistências tendemos a abandonar a tentativa de conceitualização. Além disso. No primeiro caso. então a seita noturna está favorecida. Quanto à opinião de Firmicus. ele é considerado noturno. no sentido de que se opõe à seita em favor. Quanto a Mercúrio um grupo diz. o que depende parcialmente da rotação diurna e parte da posição zodiacal do planeta. baseado no fato do Sol estar acima ou abaixo do ascendente. Vejamos: embora Mercúrio seja geralmente bom com os benéficos e mau com o maléficos. Abaixo disso. no dizer moderno. O conceito ascencional que cria as casas é definido pelo grau de Ascendente que é a intersecção do círculo eclíptico com a projeção no zodíaco do circulo ascensional. Estes conceitos dependem exclusivamente das posições próprias dos planetas na eclíptica que participam. do movimento secundário. mas sim com a posição do Sol. Neste ponto é diferente de todos as outros fatores que afetam a condição do planeta. Ainda abaixo deste ultimo está o conceito de seita. como uma expressão de sua amoralidade ele é muito melhor com o diurno Júpiter em uma carta diurna e menos bom com Júpiter em uma carta noturna. que são as chamadas Casas. um movimento do qual todos os planetas participam independente de seu próprio movimento em volta da eclíptica. tais como as configurações que os planetas fazem entre si. E vice versa com Marte que é da seita noturna: ele é muito pior em uma carta diurna do que em uma carta noturna. Isto não tem nada a ver com a projeção sobre o zodíaco: é meramente a posição do sol relativamente ao nosso local de ascendente. É só neste sentido que Mercúrio pertence ao Sol durante o dia e à Lua durante a noite. . Ele é também muito melhor com Vênus que é noturna numa natividade noturna e menos em uma natividade diurna. deve ser entendido junto a outro contexto. no dizer de Platão. Deixando de lado as complicações introduzidas por Mercúrio a situação da seita em relação aos outros planetas é bastante clara. Mercúrio com o maléfico Saturno em carta noturna é muito pior (visto que Saturno faz parte da seita diurna) do que se a carta for diurna. temos conceitos que dizem respeito ao próprio reino planetário. ou o que chamamos movimento primário.Quanto a certas fontes dizerem que Mercúrio pertence à seita diurna durante o dia e noturna durante a noite. A rotação diurna é o movimento do Mesmo no dizer de Platão. sigam-me: Antes de prosseguir quero ter em mente duas coisas que colocam a seita planetária aparte de muitas outras noções astrológicas: o seita de um planeta não tem nada a ver com a posição do planeta na carta. mas o princípio ainda permanece. Em primeiro lugar temos tópicos que são mediados pelo zodíaco. isto é baseiam-se na esfera celeste. como determinado pela sua posição própria no zodíaco e pela rotação diurna: é uma consideração puramente terrestre daquilo que nós humanos experimentamos como dia e noite. O segundo ponto é onde a questão de seita se situa na hierarquia das considerações e interpretações astrológicas. Em um terceiro plano mais abaixo temos conceitos que se baseiam no ascendente. posições que assumem ou tomam para com os outros e vice versa. Portanto. tais como a colocação zodiacal de um planeta. Da mesma forma. A situação de Mercúrio com os luminares é mais complicada. da natureza do Outro e. Entender o que seita significa não é simples e é um dos conceitos mais sutis de todos. o local ao qual ele chegou no zodíaco. como uma distinção qualitativa. “ tal planeta está a favor da seita” ou “é contrário à seita”. Muito bem. tal qual benéfico e maléfico. Em ciência é possível referir-se a símbolos como se faz em equações matemáticas. mas a tendência passou a ser que pertencer à seita era algo como uma dignidade. Quem perder as conotações a que os termos se referem ficará perdido ao fazer uma delineação. Quando dizemos que um planeta está em sua própria seita ou fora da seita. é um jargão astrológico que perdeu o sentido original. Tais partidos tomam posições contrárias sobre certas questões centrais e isto não deve ser perdido de vista. isto não nos dá ideia alguma sobre quais os princípios que definem cada uma das seitas. No entanto. Geralmente os conceitos por trás de certas palavras são complexos e acabamos por condensá-los a tal ponto que nos esquecemos do que os gerou. Por isso. Esta contrariedade refere-se a uma oposição de interesses. Tal maneira de falar revive a situação de rivalidade e o verdadeiro sentido de seita. portanto. pois é a linguagem que comunicará o verdadeiro sentido das mensagens celestes. Devemos falar. não acho excessivo advertir que se dê à terminologia usada grande importância.Portanto: em uma natividade diurna um planeta diurno pertence ao partido em favor e um planeta noturno está contrário ao partido em favor. agora com uma resposta convincente. Tanto que alguns textos chamam os planetas da mesma seita de amigos os da seita contraria de inimigos. No mundo humano seita é definida como um conjunto de sistemas filosóficos. mas em astrologia o cenário é diferente. Por isso achei importante falar a esse respeito. isto é quando o Sol está abaixo ou acima do horizonte. Há muitos anos. Já um planeta contrário à seita está em certo sentido em um meio incompatível e dá de encontro a obstáculos para atingir seus objetivos. O quê cada partido ou seita defende? Para dizer a verdade não tínhamos ideia do que significava para um planeta ser da seita ou estar contrário à seita! A única coisa que sabíamos é que os princípios que uma das seitas defendia deveriam ser justamente os princípios opostos ao da seita contrária. religiosos ou princípios políticos professados pelos membros dessa seita. temos duas seitas. a noturna e a diurna. Em uma natividade noturna. Robert Schmidt fez a seguinte observação: se todas as outras condições forem iguais. voltando à questão. Não devemos esquecer o conceito de rivalidade subjacente ao conceito de seita. qualquer planeta diurno está contrário ao partido favorecido. Mas qual objetivo cada um das duas seitas busca? Que princípios norteiam cada uma e qual o papel de um planeta sendo membro de uma das duas seitas à qual ele oferece sua aliança? . um planeta de sua própria seita tem maiores condições de perseguir seu objetivos mais livremente pela vida . Cada natividade pertencerá a uma das duas seitas. que veio da palavra hairesis. Ninguém se perguntou quais os princípios de cada seita. Farei duas considerações: Para Ptolomeu o que se vê é que a distinção entre benéficos e maléficos é anterior ao conceito de seita e mais fundamental que o ultimo. Vênus e Lua à noturna? Não ha nada imediatamente obvio para essa distinção. Bem. mantendo Mercúrio neutro. com relação com a umidade e passividade que caracteriza a noite. dois maléficos e Mercúrio que é comum. com bem diz Robert Schmidt. astrólogos anteriores a ele olhavam a questão de seita como um fator independente. Júpiter e Saturno e do outro Marte. que. Júpiter e Saturno pertencem à seita diurna e Marte. a simpatia qualitativa que o Sol tem com Júpiter. Da mesma forma. Mais significativo seria astronomicamente ter Marte. Neste caso. ao . Para manter a harmonia nós tomamos um dos luminares. qual a base astronômica para a distinção de seita entre os planetas? Por que Sol. Júpiter e Saturno ficando juntos em uma classe. o que nos leva a desconfiar de toda sua construção. pois eles parecem viajar mais lentamente que o Sol e são planetas matutinos(nascem antes do Sol) quando não estão retrógrados. Vênus e Lua. Lua e Mercúrio porque estes tem a propriedade de conseguirem ser mais rápidos que o Sol e consequentemente podem ser vespertinos quando diretos. As qualidades primitivas descritas por Ptolomeu são úteis para a astrologia natal mas o uso simplificado dessas qualidades como fundamento de conceitos astrológicos não passa de um jeito de dar à astrologia uma pretensão de ciência. como planetas masculinos e quentes. Assim. Esta explicação parece forçada e não segue os princípios que catalogaram os outros planetas como pertencentes ao dia ou a noite. um dos maléficos de um lado e o mesmo de ouro lado. a qual tem de um lado Sol. Para dizer por que cada um desses planetas pertence a uma das duas seitas o argumento de Ptolomeu é geralmente invocado e baseia-se na atribuição de uma das qualidades primitivas a cada um dos planetas. A outra classe então seria composta por Vênus. No entanto. nós temos dois luminares. Isto significa que os conceitos tem que ter uma base astronômica e isso se aplica à distinção de seita. Há um capítulo em Porfírio em sua Introdução ao Tetrabiblos de Ptolomeu. Mas aí Ptolomeu atribuiu os dois maléficos. Mercúrio ficando no meio. pela atividade de ambos que caracteriza o dia. um dos benéficos. Em segundo lugar Ptolomeu determinou a base da seita em uma assumida qualidade dos planetas e não com base em nenhuma observação do comportamento astronômico dos planetas. a cada seita pela razão oposta. e a capacidade seca de Marte seria moderada pela umidade da noite e sua qualidade se tornaria mais temperada e menos destrutiva. Ora.Ora. Marte e Saturno. o Sol seria o mediador desse processo. como sendo os dois planetas femininos e úmidos. a qualitativa simpatia que a Lua tem com Vênus.ou seja por causa da antipatia!!! A capacidade de resfriamento de Saturno ficaria moderada pelo calor do dia e assim tal planeta se tornaria mais temperado e menos destrutivo. Mas essa divisão é muito diferente da divisão por seita usada na astrologia desde os tempos pré ptolomaicos. a astrologia é baseada em uma linguagem onde os corpos celestes expressam-se através de aparências visíveis. Quanto a Mercúrio. Outono e Inverno. o que era a nossa primeira questão. eles formam comparativamente menos figuras com o Sol. Por exemplo.3-amanhecer acrônico (quando o planeta está em oposição ao Sol. mas nem todas a figuras ou configurações fazem um aspecto: as vezes as configurações ocorrem em signos inconjuntos.mesmo tempo que fornece uma razão astronômica para a divisão dos planetas dessa forma. A partir de agora utilizarei frequentemente a palavra “figura”. 4-segunda estação e 5-ocaso heliacal (quando o astro aparece no horizonte oeste pouco depois de o Sol se por). no caso seria melhor traduzida como comportamento. mas menos frequentemente que os outros planetas noturnos. Verão. Em outras palavras o ciclo sinódico deles com o Sol é comparativamente longo e segundo. dada a sua velocidade mais rápida. isto é que não se vêem. mas a configuração é mais que o aspecto. o noturno planeta Vênus faz comparativamente mais figuras e mais heliacais ocasos. isto é formam 5. Um aspecto pode ser uma configuração. Neste caso contando com a primeira estação e a segunda estação ele fica com 7 figuras que é o número associado às figuras que a Lua. ele faz suas duas estações na condição em que ele está ainda invisível: então estas estações não constituem figuras visíveis da terra e não contam. Marte. vem do grego schematizo. como em um passo de dança em que um dos bailarinos sai do palco antes que o outro ou então o antecede. também nos responde o que cada seita representa e que princípios defende. Eu diria que figura. A Lua frequentemente se põe depois do Sol e o faz mais usualmente que qualquer outro planeta. dizendo que um planeta faz mais ou menos figuras com outro. Por exemplo. faz 6 figuras que não vou descrever por necessitarem explicações astronômicas mais complexas. Portanto Marte pertence à seita noturna. O próprio Sol faz 4 figuras correspondendo aos pontos trópicos e solsticiais. gerando Primavera. Ao contrário. Marte faz tantas figuras como Júpiter e Saturno mas ele tem um comportamento anômalo cada vez que se distancia 90 graus do Sol em cada lado. faz com o Sol. de onde vem nossa palavra esquema. não significa que ela esteja em aspecto com o Sol: ela pode estar até 45 graus distante dele o que não “configura” nenhum aspecto tradicional. pois ha um esquema entre os planetas. e amanhece enquanto o Sol se põe). Vênus se põe e aparece como estrela vespertina também frequentemente. o que não cabe oferecer aqui. o fato de Vênus se pôr no oeste estando ela em Touro e o Sol em Áries. uma combinação. se põe em relação o Sol mais frequentemente que Saturno e Júpiter. Figura pode ser traduzida por configuração. Aspecto veio do latim aspicere que significa olhar. sua parceira noturna. Desta forma ele faz apenas 4 figuras . Entra em retrogradação e fica um enorme tempo em um signo. Porfírio diz que Júpiter e Saturno pertencem à seita do Sol por duas razões: uma. embora seu comportamento seja frequentemente como o de Vênus. eles não fazem frequentes ocasos o que ocorre quando um planeta fica muito próximo do Sol a ponto de ser visto depois do Sol no oeste. ela é um “esquema”.2- primeira estação. 1-Amanhecer heliacal (que é quando um astro aparece no horizonte leste um pouco antes do amanhecer). O importante é que observem o número de figuras. figura nesse sentido. Ainda que isso ainda seja abstrato é a única coisa sólida que possuímos para entender como aplicar a noção de seita. Podemos concluir que a seita noturna é a favor de maior mudança e a diurna de maior estabilidade. Marte advoga diversidade e mudança. A partir daí podemos ver que a classificação dos planetas entre benéficos e maléficos é conceitualmente compatível com a distinção de seita. A vida humana não é tão simples. mais schematos. Então os planetas da seita noturna são a favor de maior diversidade e os planetas da seita diurna são a favor de maior uniformidade. Como um planeta noturno. Já as fases dos planetas da seita diurna duram mais. pois técnica é um procedimento astrológico metódico que resulta em uma delineação concreta sobre algo na vida do nativo. tem um significado pois schematos é traduzido como diversidade e variedade de forma. pois era a única forma de dizer que a distinção tinha significado astrológico e que traduzia alguns elementos da linguagem celestial aparente. Os membros das duas seitas planetárias tem comportamentos astronômicos diferentes. O que é preciso ter em mente é que seita não é um conceito absoluto na delineação da carta como se considerava antes. a excessiva lentidão de Saturno leva a uma tendência á estagnação. É uma primaria diferenciação dos planetas em dois grupos.o que o qualifica como um membro da seita diurna. Tomar tal diferenciação como uma técnica de delineação é um erro. Depende só do fato do Sol estar abaixo ou acima do horizonte. O aspecto astronômico era obrigatório. De fato. mas dada suas fases anômalas há um elemento de irregularidade e instabilidade na maneira como ele faz isso acontecer e isto é destrutivo. Falando apropriadamente seita não é uma técnica. não são variados em forma. O que o qualifica como membro da seita noturna. se os planetas noturnos tem um ciclo mais curto em relação ao Sol há muito mais deles ocorrendo durante o tempo de vida. Mercúrio continua sendo comum! Agora vimos a base original da distinção entre seitas. Então as duas seitas são opostas em termos de uniformidade versus diversidade e estabilidade versus mudança. Continuando: o que tais comportamentos planetários que dividem os planetas em 2 classes. ou seitas pode representar? O fato dos planetas da seita noturna fazerem mais figuras com o Sol. mas é o fator menos especifico em uma carta natal. . Já os planetas da seita diurna não fazem muitas figuras com o Sol. Portanto. Enquanto a seita diurna está a favor de maior uniformidade e estabilidade. No entanto ele se põe no ocaso mais frequentemente que qualquer outro planeta com exceção da Lua. ou no dizer de Porfírio serem polischematos. nas chamadas casas maléficas ou cadentes e mal configurado por aspecto com outros. a uniformidade. Já os noturnos. a estabilidade ou a diversidade e instabilidade. Quando isso ocorre a um partido ele tem que adicionar ou subtrair medidas. mas não usando o conceito de seita isoladamente. isto é. em maus locais a partir do ascendente. Portanto. mas não é em si um impedimento se os primeiros fatores forem cumpridos. se ele de repente não tem capacidade de levar a efeito coisa alguma. fazer compromissos que corrompem sua legislação. relacionadas à seita.planeta diurno em natividade diurna ocupando o hemisfério superior. as chamadas Casas. Mesmo assim. Já se o planeta for contrario à seita sua legislação será sempre comprometida.planeta noturno em natividade noturna ocupando o hemisfério superior 3. o mesmo hemisfério do Sol 4. isto é angular ou sucedente. por signo. a delineação deve seguir estes pontos principais e. Estas são: 1. Usando isto em conjunto à questão de seita pode se constituir uma técnica. No mesmo caso. não se ele é da seita ou não. se o planeta estiver em má posição por casa. Como se verá a seguir há outras condições que melhoram este estado. tem mais alegria se opondo a ele. mais importante de tudo é saber se um planeta está em seu domicílio e em local condutor de assuntos. Se em dada delineação o planeta está bem por casa. Ser da seita ou não só nos dá uma ideia se a legislação do partido em favor será levada a efeito. se for contrário à seita é menos bom. por assim dizer. Apenas significa que o planeta vai conseguir levar adiante a ideia da seita à qual ele pertence. configuração e local em relação ao Ascendente. Então. Por ai já se vê que os planetas diurnos alegram-se mais se navegam junto ao Sol. Este fato é que dará ao planeta força. por ultimo. mas pertencer à seita e inclusive estiver em posição de jubilo por . deve vir a verificação de certo planeta pertencer ou ser contrário à seita. por configuração e ainda pertence à seita é garantido que ele consiga levar facilmente a termo seus objetivos. mais importante de tudo.A seita da carta é um componente dentro de uma variedade de outros e não pode ser usado isoladamente de outros fatores da carta. mas não tem cabimento falar que um planeta tem dignidade por estar em sua seita. São condições extra. ele não pode agir de acordo com os princípios de seu partido. em má posição zodiacal. Se o contrário ocorrer. ser pertencente a seita dominante não faz nenhuma delineação melhor. isto é o hemisfério inferior. como localização zodiacal. É uma linha básica sujeita a modificações posteriores.planeta diurno em natividade noturna ocupando o mesmo hemisfério do Sol. por estar em signo onde tem seu detrimento ou queda ou.planeta noturno em natividade diurna ocupando o hemisfério inferior 2. nesta carta. nem por isso ele conseguirá seguir seus intentos. Cada um desses planetas fez compromissos como Marte. Logo. o que o fortifica. tornando a profissão lenta. e por outras vezes. os planetas contrários à seita. estagnada e destruindo-a por final por não possuir dignidade essencial. a posição correta por seita é um dos elementos da delineação e não uma técnica em si mesma. está também em hemisfério onde não tem alegria por seita. No entanto. Júpiter não pertence à seita. embora retrógrado. e o mesmo se dirá de Saturno que além de tudo está em detrimento. Marte. a menos que se comprometa com Marte. o único representante da seita com mais poder. de seita diferente e buscando diversidade: por vezes a instabilidade foi notória. embora nunca deixe de o fazer com maleficiência. o que o tornará lento a produzir efeitos e com certa instabilidade. No entanto ambos perfazem a condição mais importante: estão em ângulos. Tudo isso deve ser levado em conta. e com legislação diferente. então é possível que ele. Mas está rodeado por dois planetas diurnos que querem estabilidade. que é da seita. o que compromete por sua vez as irrupções e instabilidades de Marte.mas ele tem força para conduzir seu propósito. seja influenciado por planetas em posição tão forte como a dele. uma carta noturna. . Na carta abaixo. Enfim. Notavelmente Saturno será capaz de realizar seus objetivos relacionados à família e profissão.seita. Ele também não consegue levar adiante a estabilidade de planeta diurno. visto que seria melhor estar abaixo da terra junto com o Sol. Júpiter é um benéfico e também está em um ângulo. em sua queda tem muito poder por casa. ao estudar a individualidade de cada nativo e o resultado da delineação depende da sensibilidade do astrólogo de estar consciente dessas forças que batalham entre si. o que os medievais chamavam de haim e haiz. forçaram uma estabilidade quase pétrea. por estar contrário à seita deve conduzir sua legislação de estabilidade fazendo compromissos também com Marte que o aspecta. as pessoas que estão abaixo de sócios para o nativo. embora possuindo verbo. e a segunda casa iniciará a zero do signo seguinte. então. Sua linguagem é simbólica. enfim. Por essa razão não conseguimos deslindar toda as possíveis implicações de uma delineação e de uma configuração. mas não do descreve. A linguagem está repleta de símbolos. visto que a casa seis decai da casa 7. Por analogia. pois o verbo é quem atua. a palavra mãe não consegue nomear todas a diferentes mães que existem. empregados. que representa um país. Símbolo é um sinal concreto que aponta para uma ampla realidade abstrata. Signos completos significa basicamente que. sujeito e predicado. Vejam o seguinte exemplo: . Vejamos o caso também especificamente sobre determinada casa astrológica. empregamos nosso corpo como servo de nossa vontade. como os ferimentos. costuma referir-se a eles de forma muito abrangente. seu discurso. seria impossivel falar. A casa 6 representa coisas que não são muito boas. e se assim não fosse. Da mesma forma. A amplidão dessa realidade pode ser vista no exemplo da bandeira nacional. Continuando. se a cada sujeito de uma frase tivéssemos que especificar toda ampla gama contida na palavra. a primeira casa será considerada desde os zero graus daquele signo.Capitulo 10 Divisão de Casas: Signos Completos versus Quadrantes A leitura astrológica dá sinais de acidentes ou fatos que ocorreram ou ocorrerão. e dessa forma o corpo padece. etc. e isto depende de como o planeta regente está situado por signo e por casa. O predicado é a forma que a situação relacionada a. Cada um desses passos de raciocínio engloba simbolos e abstrações. e daí pode representar empregados. o regente de um signo que ocupa determinada casa é como o verbo em uma frase. mesmo que o Ascendente caia no final de um signo. Cabe agora introduzir o assunto de signos completos versus divisão. vem a tomar. e também que influências sofre de outros planetas. em nosso exemplo. As analogias são amplas. digamos. Júpiter. aos empregados. A baixa qualidade celestial de Vênus nos leva à conclusão que tais empregados. se usássemos quadrantes. No entanto. o verbo é dado pelo planeta regente da Casa 6. Por serem representados por Vênus referem-se a pessoas do sexo feminino.No caso da sexta casa se referir. . Neste caso. o nativo tem o regente do signo Ascendente. a Casa 10). relacionando-se a seus atos. muito mais perto dela do que Vênus. tem baixa qualidade essencial. e o fato de Vênus ser aspectar Marte no Ascendente nos leva à conclusão que tais empregados podem levar a casos sexuais com o nativo que prefere deixar tais fatos escondidos. como o fizemos na carta abaixo. inclusive profissionais (observem que ocupam um ângulo. apesar de muito ativos e angulares. assim como os planetas que a aspetam ou são aspectados por ela. Isto significa que empregados são o sujeito da oração. analisaremos que os empregados são importantes e ativos na vida do cliente. grudado à cúspide do MC. Como tal casa aparece no signo de Touro. no caso Vênus e o predicado pela posição e signo de Vênus. principalmente. da mesma forma que Vênus. angular. Vejamos agora um exemplo real: . Já Vênus. que vai depender principalmente do nativo e levar sua marca. protege a profissão do nativo. De certa forma. Enfim. Júpiter. Possivelmente. tem mais poder de ação que seus empregados para a realização da profissão. se estes caem em ângulos ou sucedentes. mas se for necessário escolher entre um planeta e outro. está se tornando cadente. embora um esteja em seu detrimento e outro esteja em sua queda. serão capazes de mostrar vez ou outra sua validade. aquele que estiver mais perto da cúspide tem preferência. Devemos utilizar signos completos e para verificar a força dos planetas. as duas interpretações. pelo movimento diário ou primário. o planeta que rege o ascendente. tal posição de Júpiter.Em termos quantitativos. pois são ambos planetas benéficos. Júpiter tem mais poder que Vênus. usando signos completos ou quadrantes. pois está mais angular. uma vez que o regente da casa 7 está na casa 2. Podemos ver que eventos afortunados ocorrerão na casa. Mercúrio é o regente da Casa 2. Vemos que a parceria abastece as finanças. dos empregados. seus amigos. Mas. sem que a nativa precise se empenhar:as coisas sucedem em sua vida. a questão do casamento termina em Saturno. para que o próprio leitor perceba qual método deve escolher em primeiro lugar. que é um planeta de gastos excessivos. Saturno é um maléfico e está presente na Casa 2. prazer e. Júpiter rege a Casa 8. Mas. mas esse . A Lua também faz quadratura com os planetas de casa 7. Vênus em conjunção a Júpiter. a 3° de Escorpião quando se exalta a 3º de Touro. aponta para dinheiro. que está na casa das doenças. A Lua está na mais profunda de sua queda. como regente da casa 4) ser desbaratado por gastos e inimizades. Mas. Saturno é regido por Mercúrio. A Casa 6 é regida por Saturno e novamente. Júpiter estando na Casa 7 é mais um sinal de que os recursos do outro são importantes. Ora. O aspecto entre Lua e Mercúrio faz com que os empregados íntimos e próximos se relacionem com a gestão da casa da nativa. O mal e o bom de uma casa dependem em ultima análise do regente da casa. A Lua rege a casa 12. um planeta de Casa 7. que por sua vez é regido por Júpiter. o que mostra que os parceiros podem viver em sua casa de forma tensa e cheia de problemas. do trabalho escravo. os empregados e a saúde.Vamos aqui delinear a carta sob dois prismas. a Lua é regente da casa 12. por sua vez. a casa das posses e do dinheiro. e talvez os empregados possam em parte desempenhar esse papel. muito sexo. Vamos agora observar a Casa 6. as recompensas financeiras dessa amizade ficam com a nativa. Mercúrio não tem dignidade em Capricórnio e está cadente. fazendo sextil com a Lua. Ele rege a casa 11 e a casa 2. Temos um Mercúrio oriental. Então. como Mercúrio é regido por Saturno. na Casa 2. usando signos completos e quadrantes. Esta é a casa das parcerias e do casamento. que transitam como família. Sendo Vênus a regente da Fortuna e estando em trigono com ela. Saturno também faz conjunção a Marte. como fizemos com a Casa 7. Os empregados serão o suporte profissional da nativa. Os empregados convivem com a família (a Lua) e podem ser tratados como “familia” por sua conexão com a Lua de casa 4. inimigos ocultos. Iniciaremos a análise usando signos completos e delineando a casa 7. o que nos leva a pensar que os empregados podem gerar dinheiro. O lar é um grande ralo onde a nativa vê seu dinheiro (Marte. o dinheiro do parceiro e das heranças. Nela encontramos os dois benéficos em conjunção. vamos nos reportar a Saturno e observar que ele está com Marte. Ele está conjunto a Marte e ambos fazem quadratura com o Sol. Serão analisadas a Casa 7 e a Casa 5/6. especialmente Júpiter. especialmente quando posicionado na casa 2. no grau exato oposto ao de sua exaltação. o amor e o casamento trarão dinheiro e eventos afortunados. criam. a perda de filhos. os parceiros eram de nível inferior ao dela. pela regra dos 5 graus e Mercúrio. Aqui percebemos que Júpiter e Vênus estão cadentes. agindo contra o Sol. com os filhos e com a casa. o regente da Casa 7. . representada pelo Sol. Júpiter e Vênus na Casa 6. Além disso. Saturno. Acho importante observar a cadência. os vícios. a fantasia e as ilusões. e Saturno. falam de boa saúde e bons empregados. gasto por Marte em prazer e festas(Marte enquadra o Sol de casa 5). o que leva a crer que tanto os parceiros como os empregados/parceiros trazem e exigem dinheiro podendo causar brigas por questões financeiras. além de outros atributos. na Casa 5. está sucedente na Casa 2. pela regra dos 5 graus. a perda de vitalidade. nessa carta tão afortunada. o exagero do prazer. O Sol recebe a quadratura de Marte. funcionando da maneira que os astrólogos modernos atribuem a Netuno. A saúde e os empregados são relacionados ao dinheiro. O exagero caricato de Saturno. um alerta saturnino especial sobre o perigo das ilusões. das coisas que funcionam como casa 12. rege o teatro. de acordo com Alchabitius. especialmente deste ultimo. mas são regidos por Saturno. A Casa 5 possui o Sol. pois de fato. Saturno faz conjunção com Marte. sendo o Sol mais importante. assim como de tudo que depender de Marte e de Saturno.dinheiro é totalmente despendido. Vamos ver agora a carta pelo método de quadrantes. na casa do dinheiro. a ilusão do dinheiro. planeta na Casa 2 e fala de gastos para obter prazer e também para cuidar dos filhos. na literatura helenística. Nesses casos. no sentido de usar signos completos E divisões. do ponto exato do meio do céu. isto é. não abandonamos nunca a divisão por quadrantes. mas tal coisa pode ser explicada por serem regidos por Saturno. Já o fato de um planeta estar mais perto de cúspides intermediárias é relativo. as cartas começam a se deformar e uma casa chega a ter 3 cúspides. o que nos obriga a analisar duas cúspides. Isto leva mais à confusão do que à analise objetiva e direta proporcionada por signos completos. O que me parece é que das duas formas obtemos conformidade com os fatos. Portanto. revelando o nativo de maneira menos confusa e mais contundente. a interceptação e a deformação que o método de divisões acarreta no desenho da carta. como é o caso presente. Quando usamos uma latitude média temos uma distribuição de casas uniformes. Esse sextil sem recepção não tem grande significado. Portanto. Acima dela inclusive. a interpretação da carta usando signos completos é mais direta e simples. conforme a divisão de casas utilizada. quando um planeta está em uma casa angular. Esta maneira de divisão não trouxe dado algum tão confirmativo como a divisão por signos completos. A melhor justificativa que obtive para usar signos completos escutei de Benjamin Dykes. em seu jubilo. tratando de uma latitude grande. o melhor é utilizarmos casas iguais ou signos completos. mas conforme nos aproximamos de latitudes maiores. Mas o maior problema ao usarmos quadrantes ou divisões é o caso de obtermos frequentemente casas interceptadas. embora em queda. tanto o pai como a mãe. sem dignidade essencial. é vital sabermos se devemos dar ênfase aos irmãos ou especialmente aos de sexo feminino. Só essa observação é capaz de dizer quanta força ele tem. (Mercúrio rege a casa 2) aos divertimentos. faz um sextil com a Lua na Casa 3. A família teve grande importância em sua vida. especialmente em latitudes extremas é um dos principais argumentos em favor de usarmos signos completos. do angulo do nadir ou do descendente. mas relaciona o dinheiro. A casa 3 no presente caso está interceptada. Por ultimo. o que vem ao encontro da sabedoria de Robert Zoller. Os parceiros efetivamente eram de nível inferior. em torno de 65º de latitude. é importante saber se ele está perto do ângulo leste. segue um exemplo. De maneira geral. o programa não se presta a calcular casas. Observem como a . pois tais cúspides dançam conforme a música. PHD: ele diz que os usa porque através deles pode “dizer mais coisas”(sic). Se estivermos usando signos completos. Outra coisa importante a se notar é que a Lua passa a ficar na casa 3 e não na casa 4 se usarmos quadrantes. ou à família. Sendo a Lua o luminar da seita noturna. em Virgem.Mercúrio na Casa 5. O relacionamento com os irmãos era muito ambivalente. visto que por definição o Nadir faz oposição ao MC e quadratura ao ascendente e ao descendente. o que é absurdo. Etc. etc… E ainda. O Sol e Mercurio estariam angulares em um signo que faz trigono com o Ascendente. na hora de delinear tudo isso. .interpretação fica complicada. libriano e “um pouco”! escorpiano. O nativo seria descrito como virginiano. chegaríamos a resultados improváveis. consideram que um planeta a 5 graus da casa seguinte tem significação para a próxima casa. a posição a 5º da próxima casa. que é universal em qualquer tipo de divisão usada. Vamos abordar essa questão capciosa. Muitos autores. excetuando o caso da proximidade a um angulo.Capitulo 11 A regra do 5 graus. os outros casos são relativos ao tipo de divisão usada. entre eles William Lilly. Por exemplo: . Em primeiro lugar. quanto mais longe da cúspide da casa um planeta se encontra menos efetivo ele é para aquela casa. Um planeta configura-se para a casa onde ele aparece.As divisões acima desenhadas não apresentam as casas na mesma longitude. Esse é mais um motivo para não usarmos a ” regra dos 5 graus”. Não podemos aceitar. pois por vezes a casa seguinte cai em outro signo. Ora Sagitário é o . por exemplo. tanto ele como o regente do signo da casa onde ele aparece dependem de seu dispositor. não. O que não significa que ele seja efetivo para a próxima casa. mas em ultima análise. Cada método de divisão de casa tem seus defensores e autores importantes dividem-se em preferência. Uma coisa é certa. No caso do exemplo acima a Lua está em Sagitário e o ascendente está em Escorpião. Se usássemos Campanus a Lua estaria mais distante que 5 graus da cúspide da terceira casa. que para alguns a Lua estaria na terceira casa e para outros. Tomei a carta abaixo depois de levantar uma questão horária. . mas uma carta natal é fixa. que não a vê. numa carta horária que a Lua está prests a entrar em outro signo e o seguimento da questão depende dos asepctos que ela venha a fazer com significadores. na qual utilizei signos completos. mas também com outros planetas se for o caso. Temos uma exceção no caso das cartas horárias. como se fossem peças de xadrez.segundo signo a partir do ascendente. O que importa verdadeiramente se torna muito mais visível. Mas isso não vai significar que a carta apresente a Lua ” valendo” para a terceira casa: ela. lidam com o universo de toda uma vida. não está configurada ao ascendente. Desta forma. logo a Lua não poderia estar no segundo signo a partir do Ascendente e ao mesmo tempo significado de casa 3. Vai daí mais um motivo para defender o uso de signos completos. em seus multiplos significados. Isto é fato para uma carta dinâmica. diriamos. Nos ” andamos” com a Lua especialmente por sua mobilidade. Esta carta exemplifica bem a maneira de lidar com planetas em final de casas ou de signos completos. na verdade. Vamos trabalhar de forma dinâmica. como a carta horária. As cartas natais. o que não ocorreria se estivéssemos tratando de uma carta natal. As questões horárias lidam com o momento presente e com o futuro imediato de uma determinada questão. não faz aspecto ao ascendente. devemos tomar a Lua como o significador do querente. Sobre Recepção. Portanto Júpiter é o dispositor final de Vênus e de Mercúrio. Preocupado com o quadro.A questão objeto da consulta era a respeito de uma cirurgia dentária à qual a querente submeteu-se. De fato. na hora da cirurgia apareceu uma infecção que já tomava o dente vizinho. Sagitário faz aspecto com Libra. Muitas coisas podem ter sido feitas de forma pouco clara e o querente não estava consciente do que poderia acontecer. de quem Vênus também depende. A Lua. Mercúrio dispõe da casa 12 e é regido por Vênus na casa 6. que está na casa das doenças: a isso chamamos um maléfico acidental. junto com Saturno. o Sol. enquanto que se usássemos divisões a Lua estaria na Casa 2. O regente do ascendente é Vênus. que está no ascendente. continuando pois a ligar-se a ele. A regente do ascendente é Vênus. No entanto. que precisou ser tratado também. por signos completos na Casa 3. O prognóstico dado dela cirurgiã dentista era dores leves que. o querente quer saber o que pode estar acontecendo. em lugar de um. pois ela se ausentaria pelos feriados. que por sua vez depende de Vênus em casa cadente e que andou fazendo quadratura a Saturno. Como os sintomas de dor foram muito dramáticos a querente tomou os antibióticos e anti inflamatórios no mesmo dia da cirurgia. que acaba de livrar-se de Saturno encaminha-se para Capricórnio. que. Marte e Lua estão para mudar de signo. se o regente do ascendente não fizer aspecto com o ascendente.Notemos que Júpiter é o regente da casa 6. Observe-se que Vênus. Portanto. por definição. regente da Casa 11 está na casa 7. Saturno depende de Júpiter. deviam ser tratadas com antibiótico que ela já tinha deixado prescrito por três dias. o querente consultou-me e fez seguinte pergunta: “Tenho algo serio no dente? A dentista fez algo errado?Vou melhorar logo?” Montei a carta e verifiquei que o regente da hora é Saturno. por casa. Observe-se que Vênus e Lua aparecem em signo duplo: dois dentes. o que fala a favor de sua boa qualidade para lidar com clientes. O ascendente é o corpo físico e dificilmente Júpiter no ascendente não tornará a saúde melhor. com dores lancinantes. Esta não pretende ser uma análise completa. embora Vênuss seja um benéfico está acidentalmente. mas. A Lua esteve com Saturno na casa da comunicações: as comunicações com a dentista estavam cortadas. em situação maléfica. em detrimento. mas apenas uma maneira de apontar como . mas seguiu piorando nos dias posteriores. Mas o Sol depende de Marte. ele me relatou que. Sol. A Lua fará um trigono com Mercúrio na casa 8. Após a cirurgia. A Lua encontrava-se. visto que Marte e Vênus não aspectam o ascendente. Quanto à capacidade da médica. que tem dignidade de exaltação no ascendente: logo a pergunta era radical. de acordo com Masha´allah em sua obra prima de astrologia horária. a dor vai diminuir e a querente está em processo de cura. caso persistissem. o que quer dizer que. .lidar com planeta moveis. As cartas natais são uma fotografia do horário de nascimento: embora possamos usar progressões a base continua imutável. o que ocorre somente nas cartas horárias. Então vejam. Uma maneira é pensar que os primeiros 2º5’pertencem ao próprio signo e assim por diante. Manilius não especificava a ordem dos planetas que eram correspondentes a essas . então estaria nos 2º5’ finais do signo e sua décima segunda parte seria Libra. incluindo Manilius. São capazes de mostrar se uma carta tem aquele determinado ascendente ou um outro dentro de 2°5’ antes ou depois. com 6° de sobra. a décima segunda parte de Marte estaria assim a 6° de Libra. Por exemplo.Capitulo 12 Dodecatemória–A décima segunda parte Examinarei um questão que aparentemente não é importante. Por exemplo. no qual tomamos o grau e minuto da posição dentro do signo e multiplicamos por 12 e logo somamos esses tantos graus ao começo do signo em que se encontra o planeta. Júpiter. o que nos dá 336. começando com o próprio signo de referência. página 137). 90 a Aquário. correspondente ao cinco planetas exceto os luminares: Saturno. como explicava o astrólogo Manilius do século primeiro. as dodecatemórias são divisões de cada signo astrológico em 12 partes iguais. Marte. até que se chegue à ultima parte que pertencerá ao signo que precede aquele no qual se encontra. Além disso. Elas são a 12ª parte de um signo e logo se vê que o simbolismo aqui é profundo. há dois detalhes sobre o cálculo. Manilius assegurava que as doze partes se dividiriam em cinco segmentos de meio grau cada. logo somaríamos este numero ao começo do signo de Escorpião . Refiro-me às dodecatemórias. No entanto. 60 a Capricórnio. Alguns autores. Vênus. dividido por doze. e assim até chegar em Libra. mas é sem dúvida um instrumento de auto- conhecimento importante na carta e se for bem usado ajuda na retificação do horário de nascimento. cada uma correspondente a um signo zodiacal. como se cada um fosse uma carta isoladamente. se usa o segundo método. se Marte se encontrara a 28° de Escorpião. o que. Que são as 12 partes? Elas aparecem nas primeiras etapas da astrologia helenística e. e Mercúrio. dão duas formas de calculo (ambos conduzem ao mesmo resultado). livro II. (Manilius. pois significa dividir cada signo pelo numero de signos. resulta em dois graus e meio para cada uma das doze partes. Os signos tem 30° cada um. com Marte em 28° de Escorpião. Para maior precisão. 30 nos levaria a Sagitário. tomaríamos 28 e multiplicaríamos por 12. Primeiro. para encontrar e ascendente. tais como Doroteus de Sidon (sec. Vênus. Mercúrio) ou de forma inversa (Mercúrio.subdivisões. e Rethorius no capítulo 18 de seu compendio. As dodecatemórias dão informação sobre os significados planetários equivalentes às posições natais dos planetas. La dodecatemória do ascendente revela pensamentos.C) no livro 1. Porfirio de Tiro (século III d. 3. Saturno) o que também era sugerido. Excetuando Manilius. Masha’alla. os caldeus faziam uma ordenação que ia do mais lento ao mais rápido (Saturno. Hefaisto de Tebas (século V d. 4. incluindo Sahl. livro1. capítulo oitavo. como se cada ponto fosse projetado em uma posição zodiacal adicional escondida.C) há uma variação das doze partes que consistia em multiplicar a posição por 13 e não por 12. mas não há sentido lógico na explicação e parece surgir da necessidade do autor de justificar o fato de ir contra a norma geral. Júpiter. Vênus. Brevemente vou explorar estes usos: para o sexo físico. Segundo Paulus Alexandrinus (século IV d. desde a décima parte até a monomoria. Existem quatro sentidos principais nos quais as dodecatemórias podem ser usadas: 1.) no capitulo 39 de sua Introdução ao Tetrabiblos. e para a interpretacão do aspecto cognitivo.C) em seu livro Apotelestematics. respaldada pela ordem de muitas outras divisões zodiacais. Marte. Ptolomeu(século II d. Júpiter. mas este não é um argumento solido já que os primeiros dois graus e meio caem dentro do próprio signo na divisão regular. Julius Firmicus Maternus (século IV d.C) no livro 2. 2. Parece que somente Paulus usava esse método.C. A primeira ordenação parece mais lógica. capítulo 17. Mas não podemos estar seguros disso: então não usamos estas subdivisões na prática. A dodecatemória da Lua dá indicações do sexo físico da pessoa. Típicamente.C) no livro 1 do Tetrabiblos. Marte. . I d. Vettius Valens (século II d. As dodecatemórias produzem uma posição zodiacal secundaria para cada planeta e ponto da carta natal. Paulus parece implicar que a multiplicação por 13 era necessária para permitir que a 12° parte regressasse ao signo no qual está o planeta.C) em varias seções de sua Antologia. As dodecatemórias são de fato de origem babilônica. as dodecatemórias também eram usadas por quase todos os astrólogos helenistas. Abu Ma’shar. capítulo 18 e também no livro três do mesmo livro. A dodecatemória do Sol dá indicações sobre o ascendente quando este é desconhecido. mas depois dos autores helenistas essa técnica foi pouco valorizada. As dodecatemórias também eram um componente básico da técnica astrológica como se praticou mais tarde pelos astrólogos árabes persas do período precoce medieval. O autor dedica um parágrafo inteiro explicando e justificando porque divide por 13 em vez de por 12. al-Qabisi e Abraham Ibn Ezra. e em muitas outras seções de seu Mathesis. Para um nascimento diurno o ascendente poderia ser tanto o signo oposto à duodécima parte do Sol ou um que se encontre em trigono a ele. Mas se for um nascimento noturno. em seu Apotelesmatics. O uso de décimas segundas partes parece ter se originado na astrologia indiana e também com Hafaistio de Tebas. que dificilmente poderiam ser descobertos com outra técnica. Robert Schmidt forneceu um ideia que tem se revelado muito útil para cartas natais.O melhor uso das dodecatemórias do ascendente que fornece a interpretação do aspecto cognitivo. o sexo do signo da dodecatemória da Lua e o sexo do signo ocupado pelo regente desse signo dão uma forte indicação do sexo do nativo. então para um nascimento diurno o ascendente poderia ser Virgem(terra). mas também poderia ser Touro ou Câncer. não podemos ter certeza do sexo do nativo. capítulo oito da Antología) usam o sexo do signo da décima segunda parte da Lua como indicador do sexo do nativo. mas também poderia ser Escorpião ou Capricórnio. No entanto há pontos a levar em consideração: Se o Sol. ou algum signo em trigono ou sextil do mesmo gênero. então o nativo é homem. capítulo sete da Antologia. a Lua e o ascendente estiverem em signos de sexo oposto à decima segunda parte da Lua. Livro 3. Nos casos que investiguei está técnica ela não traz resultados convincentes. então deveria ser um dos signos oposto a esse. É um dos muitos métodos de retificação explorados por Valens. se a Lua em sua dodecatemória está em um signo masculino (fogo o ar). Quanto ao sexo da pessoa: Tanto Doroteus (livro 1. capítulo quatro y no livro 9. Parece que o método necessita levar em conta se a pessoa nasceu de dia ou de noite e o conhecimento da posição exata do Sol para poder encontrar sua décima segunda parte. Embora a dodecatemória do ascendente tenha sido usada em consultas horárias. capítulo oito. Valens discute este uso da dodecatemória do sol em seu livro 1. ha incerteza. Este método é precário para deduzir o sexo do nativo. Carmem Astrologicum) e Valens (livro nove. Por exemplo. Dodecatemória para retificar o ascendente: Outro uso da dodecatemória é retificar o signo ascendente do nativo quando ele é desconhecido. a ideia básica é que. se o nativo nasceu com a duodécima parte do sol em Touro. porém se está em um signo feminino (terra ou água) então o nativo é mulher. Para Doroteus. Falarei sobre o assunto mais tarde. pois há muitas exceções. dando preferência ao trigono de esquerda. As dodecatemórias para revelar pensamentos: Um do usos mais fascinantes das décimas segundas partes reside na interpretação do pensamento e segundo minha experiência fornece indicios importantes da personalidade do nativo. traduzido por Eduardo . Mas se o nascimento for noturno é mais provável que o ascendente seja Peixes. Também se o Sol em natividade masculina ou a Lua em natividade feminina estiver no ascendente em um signo que seja do mesmo gênero e a dodecatemória cair em signo de sexo oposto. Para Valens. Em seu livro “Sobre as coisas Escondidas“. mas a dodecatemória do ascendente e seu regente expressam ainda melhor tais pensamentos. o regente por domicilio e os planetas que ocupem o signo. assim como o ascendente e seu regente dão informação sobre o caráter da pessoa e do assunto em si. A segunda carta era tomando partir do lot da Fortuna para verificar as casas. é uma particuaridade de Maternus. como astrólogos. relacionando cada uma a partir de Áries com o significado que atribui a cada signo/casa.425 em diante. as dodecatemórias dos benéficos que caem em lugares importantes (casas angulares ou afortunadas) significam coisas muito boas para o nativo. que nos interesse profundamente. embora com menos ênfase. tradução de James Holden. mas os astrólogos helenistas trabalhavam com duas. tal procedimento é correto e não resulta em erro. enquanto que as dodecatemórias de maléficos que caem em lugares angulares indicam coisas muito negativas. porém uma oposição incrementa o malefício e dificuldade para esse planeta. As décima segundas partes também são conhecidas como uma segunda carta oculta do nativo. e nós a ambos” Na verdade. Pode-se explicar a mais completa substancia do nativo pelas dodecatemórias e pelos termos em que se encontram ângulos e planetas. Firmicus Maternus e seu Livro 3. Em seu uso básico. pag . a dodecatemória e seu regente completam a informação. assim como Ptolomeu aos antiscios. Capitulo 9. O autor tem como ideia básica que a duodécima parte do ascendente fornece uma clara indicação acerca dos pensamentos e intenções de um nativo ou um consulente. Quanto à relação da dodecatemória de um planeta natal com sua própria posição natal. cujas posições podem ser colocadas na parte externa da carta natal para manter referência às casas. temos muito a olhar.Mashaha ´allhah discute múltiplas formas de saber os pensamentos e intenções do consulente e um deles é o regente do ascendente.a posição das dodecatemórias dão informação adicional e significações que podem ser ignoradas usando somente a carta natal. MA). Nesse caso devemos analisar as condições da casa assim como a qualidade do signo que ocupa.Gramaglia e editado por Benjamin Dykes encontramos bastante material a respeito. e a terceira as dodecatemórias. Tende-se a pensar que se tem só uma carta natal. Maternus comete um erro ao atribuir à Ptolomeu o uso de antiscios: os antiscios. também eram usadas. Em outras palavras. mas para uma carta especial. . em relação à casa da carta onde cai . considerados um duplo escondido da carta. diz: “Os babilônios atribuem um poder astrológico supremo às dodecatemórias. talvez três. Segundo Paulus. Hefaistio dá significado para cada uma das 12 partes de cada signo. A duodécima parte em trigono com a posição natal incrementa a influência benéfica ou a fortuna significada pelo planeta. Claro que. Rhetorius trata deste assunto no capítulo 60 de seu Compendium (vide “Astrological Compendium Containing His Explanation and Narration of The Whole Art of Astrology”. contido em ” Sahal e Mashaállah” traduzido por Benjamin Dykes e editado pela editora Cazimi Press. mas também ele faz certas delineações que envolvem aspectos dos planetas natais e até da qualidade de seus signos e inclusive se são humanos ou quadrúpedes. Se Júpiter estiver a 21° ele estará em Escorpião. se estiver. mas de maneira reversa. Em sua delineação das duodécimas partes é notável a influência de seu regente. Pode-se calcular as décimas segundas partes à mão. ele está na dodecatemória de Câncer. o primeiro signo de água a seguir Peixes. Uma técnica rápida e eficaz: Verifique onde começa o signo da décima segunda parte que se quer calcular. Se estiver a 2º30’ até 5º estará em sextil da mesma forma. Concluindo. isso o signo em trigono anterior. Lembre-se que 10º vai até 12º30’. Se o planeta estiver de 15º até 17°30’ a dodecatemória estará no signo oposto. o signo de água anterior a Peixes. no mesmo elemento. As posições das duodécimas partes reforçam ou debilitam o significado da carta natal. Se estiver nos últimos 2º30’. Dá ele muita importância à dodecatemória da Lua em relação à natureza e posição social do nativo. em 13º estará na sexta casa a partir do planeta. A primeira parte. segundo Rethorius. se estiver a 25º. mesmo elemento.5 graus é pertence ao próprio signo. mesma triplicidade. estará no signo imediatamente anterior.Rhetorius também discute como as dodecatemórias dos maléficos que caem em lugares da carta podem fazer as coisas mais difíceis e os benéficos mais fáceis. . as dodecatemórias dão mais informação sobre os planetas e sobre os locais delas na carta natal. Logo. no sextil anterior ao planeta. corresponde a 2. muito parecido com o que Paulus observa. Se está a 10º está no primeiro trigono em direção zodiacal. Se o planeta estiver a 20° até 22°30’o signo também está em trigono. Por exemplo se Júpiter está em 11° de Peixes. A tabela I vai facilitar para encontrar as dodecatemórias. temos que fazer uso das longitudes absolutas: . mas em cartas concretas pode ser interessante calcular em que grau de determinado signo se encontra a dodecatemória. Neste caso. Seguindo o mesmo raciocínio multiplicamos a posição de Mercúrio a 7°34’ de Áries por 12 e obtemos 90°48’. que multiplicando por 12 chegamos a 19º12’ de Libra. partindo de Áries chegamos a 18°24’ de Leão. o que somando a partir de zero de Aquário chegamos a 29º36’ do signo anterior. obtemos 329º 36’. isto é a 18°24’ de Leão. multiplicando por 12. conjunto à dodecatemória do Sol. Edição da Autora. analisei esta carta através do método das triplicidades.Em meu livro Astrologia Tradicional Na Prática. Isto me dá 22° de Capricórnio. Multiplicando 29°57 por 12 obtemos 359°24’. regente do Ascendente por 12 e obtenho 292°. Multiplico Saturno. multiplicando por 12. Como Saturno está em Áries somo 292° a partir de zero de Áries. . o que. há uma quadratura da dodecatemória de Saturno com Saturno. O Meio do Céu está a 318º24´a partir de Libra. chegamos a 112º48’ que devemos somar a zero de Libra: obtemos 12º 48’ de Capricórnio. usando as dodecatemórias. Vênus está a 27º28’ de Aquário o que. O lot da Fortuna está a 29º24’ de Virgem. Júpiter está a 9° 24’ de Libra. isto é Capricórnio. Clélia Romano. o que. partindo de Áries temos 0º48’ de Câncer. porque sabemos que o ultimo grau se refere à casa anterior ao signo presente. Saturno na quarta casa sempre fala da ligação com os mortos e ancestrais. e multiplicando por 12 obtemos 138°24’. mas faltou esclarecer alguns aspectos. Usando o mesmo raciocínio a Lua tem a dodecatemória a 18°22’ de Capricórnio. O Sol está a 11º32’ de Áries.Ora. Marte está em 11°36’ de Gêmeos. e partindo de zero de Capricórnio chegamos aos 29°29’ de Sagitário. O Ascendente a 29º57’ de Capricórnio tem a dodecatemória em Sagitário. o que. Sendo nativo um médium conhecido e estimado por grande parte dos brasileiros vou verificar mais intimamente a figura. 2013. e Marte está na casa das doenças. que está em Gêmeos. Conforme vimos. aos mortos. Isto fala de uma carta bastante desafortunada. o nativo é ligado ao passado. Sol abaixo do céu em signo masculino). mas Saturno em quadratura tolhe o nativo. os próprios . o signo das comunicações. O Sol. tem grande generosidade solar e pessoalmente não tem uma vida de prazer. A dodecatemória do Ascendente assim como dos planetas em Capricórnio são todas regidas por Saturno. devemos considerar as dodecatemórias juntamente com seu regente. É interessante pensar que o Sol tudo vê e Saturno representa o que é obscuro. Saturno natal está em queda. mas de dever com Saturno domiciliado. onde tem seu domicilio. Junto a ele está a dodecatemória do Meio Céu.Aqui temos a nova carta de Chico Xavier: Os planetas externos representam as dodecatemórias. Vênus no Ascendente provê cordialidade e busca de prazer. tanto natal como na dodecatemória é o melhor planeta da carta: está exaltado na carta natal e em Hays (carta noturna. A dodecatemória de Vênus está junto ao Ascendente. recebendo quadratura de Saturno. Em seu âmago. em Leão. no signo de Marte. Sua dodecatemória está na Casa 8. O nativo convive com as forças mais escuras e as mais claras: Saturno e Sol. . O poder da dodecatemória de Saturno e a do Sol ajudam a compreender a vida do nativo.óculos de Chico Xavier. sua cegueira para o mundo. A nova carta baseada nas dodecatemórias trouxeram nova luz ao entendimento da personalidade do nativo. tradutor e médico sirio. a doutrina de crise apresentou um complexo de conceitos e práticas médicas e astrológicas. sendo a crise como um combate entre esses dois . há uma maior ênfase do que em Galeno nas imagens de batalha ao descrever as crises. Ele escreveu “Sobre as Crises e dias Criticos de Galeno”. que por sua vez derivaram de Nicómaco de Gerasa (120 DC) . na forma básica que a tradução de Hunayn lançou. algumas das quais ocorreram no Cânone. diretor da Escola de Tradutores de Bagdá. e assim seguiu até o Cânone de Ibn Sina (1037 DC). cientista.i O Cânone é considerado um dos livros mais famosos da história da medicina. e em pelo menos uma tradição de comentários sobre ele. houve importantes mudanças conceituais e terminológicas na doutrina de crise. que prometia fornecer ao médico uma visão prognóstica sobre o desenrolar da doença do paciente. como o “corpo político”. a comparação do corpo com uma cidade sob o domínio de um rei benevolente. e vestígios desses conceitos sobreviveram na prática médica até o período moderno. Além disso. Sua abordagem foi substituída pelas traduções de Hunayn Ibn Ishaq(809— 873) escritor.Capitulo 13 Aspectos históricos. novas metáforas são introduzidas. muito tempo depois de o galenismo ter sido superado. e mais ainda com Ibn al-Nafis. Ibn al-Nafis (1288 DC)ii. bem como mudanças nos parâmetros astronômicos empregados no cálculo dos dias críticos. A doutrina de crise parece ter permanecido bastante estável. Mencionada nos escritos de Hipócrates. e outras nos escritos de seu comentarista mais famoso. Essas mudanças incluem mudanças conceituais. acadêmico. A doutrina da crise penetrou o pensamento médico árabe na primeira metade do século IX DC através de Al Kindi(801 DC) que ofereceu uma explicação dos dias críticos baseado nas propriedades geométricas dos números. Pretendo discutir essas mudanças. ou seja. e a doença como um inimigo que o assedia. distanciou-se da primitiva ideia de Galeno de crise como um “teste” e direcionou -se para o conceito de divisão e separação. Com Ibn Sina. mas primeiramente formulada por Galeno. ou Avicena. filosoficos e astrológicos das crises médicas A doutrina das crises médicas e os dias críticos associados a elas foram parte importante da medicina galênica em todas as suas fases históricas. Ibn Sina. Com o Cânone. O resultado foi uma elaboração teórica que mal se aproximava da tradicional série de dias críticos. mas descartaram partes astrológicas ou supersticiosas que poderiam sugerir que as crises manifestavam algum tipo de juízo divino ou sobrenatural sobre o paciente. fato que acrescentou a elas novas dimensões. A urina clara não representa uma fusão. Panorama conceitual de Galeno Na tradição médica grega. Uma crise também representa o ponto de virada de uma doença.adversários. são procurados sinais de fusão nas substâncias evacuadas das três principais regiões : a cabeça (através das secreções nasais). Um nariz escorrendo água não representa fusão - daí não representar uma crise completa - até que se produza uma matéria verde mais sólida. Estes dias oferecem uma maneira útil de prever o curso de certas doenças. Ele é também mais útil por ser mais conciso que Galeno. Galeno os explicou como os múltiplos de um parâmetro numérico. Embora tradicionalmente se diga que Avicena foi um compilador e sistematizador de ideias medicas passadas. e expandindo-se em Ibn al-Nafis. conhecidos como os dias críticos. Nem fezes aquosas. como se vê nas “Epidemias” de Hipocrates. Para saber se uma crise completa ou digna de nota ocorreu. vemos recentemente que ele fez inovações importantes por causa de suas investigações filosóficas. 14. suor excessivo. sendo os mais importantes os dias 4. começando em Ibn Sina. Uma vez que não se pode olhar diretamente no corpo. Em suma. estas novas abordagens retiveram todos os elementos empíricos da doutrina de crise que poderiam realmente ser observados e medidos. Isso às vezes se manifesta como vômitos. dando rápido acesso ao médico na especificação dos sinais criticos e de como ajustar o regime do paciente. De acordo com Galeno. uma crise médica é o conjunto de sintomas muitas vezes traumático e violento através do qual o material nocivo. 11. causador da doença. há mudanças significativas no esquema astronômico subjacente para a teoria do dia crítico. após o qual o paciente se recupera ou tem uma recaída. 17 e 20. mas fezes. 7. os órgãos respiratórios (através dos escarros) e os órgãos abdominais (via urina e excrementos). Discuto as razões pelas quais essas mudanças foram introduzidas e suas implicações para a relação conceitual entre a medicina e a astrologia. a teoria da crise médica consistia em duas partes: as crises e os dias críticos. mesmo que seja uma diarréia. Muito estava contido em Galeno mas ele codifica em partes a doutrina. Com Avicena a teoria de Galeno exibiu novas dimensões. é expulso do corpo. mas sim a urina com um sedimento pesado. Por fim. hemorragia nasal. com matéria visivelmente fundida. é preciso determinar que a substância nociva foi realmente neutralizada pelo corpo (através de um espécie de processo de “digestão”). O aspecto astrológico Pensava-se que as crises ocorriam com maior freqüência em dias específicos após o início da doença. Ele discute todas as crises no Livro 4 do Canone e mostra como classifica-las e reconhece-las. que derivam dos períodos lunares. Vamos falar primeiro de crises. . etc. o que fornecia um parâmetro confuso. que é o agente causal final. assim como o poder aparente dos números dos dias críticos no sentido de modificar o efeito da crises. assim como as crises. Ibn al-Nafis conclui. fleuma. porque envolve real interação entre corpos físicos. Isto reflete a preocupação com a astrologia natural. causando as marés. o papel dos planetas na regra providencial de Deus foi discutido pelos teologistas. Aqui vemos um tipo de pensamento semelhante ao de Ptolomeu.Ilustra a questão de quando a doença começa. é descrito como a base dos ciclos primários dos dias . Ibn al-Nafis deu grande importância aos períodos lunares na teoria das crises. em contrate com Galeno que tenta reconciliar o mês sinódico e sideral. ao menos parciais. metereologia e outras disciplinas. invocando elementos da astronomia. Ibn al-Nafis descreve como a Lua é o primeiro agente de mudanças nestes humores por analogia a seus efeitos sobre os mares. que procurava explicar a influência da astrologia por meios físicos e de causa e efeito. Eles funcionam como intermediários de Deus. A seguir contempla a teoria dos humores. são resultado dos humores corporais (sangue. Em primeiro lugar. cita a influência do cosmos sobre o mundo sub lunar. Mas. astrologia. quando confrontados com a ameaça que a astrologia representava ao livre arbítrio. Portanto. que é desde quando os dias críticos devem ser contados. A posição sol-lua é a mais significativa como produtora de crises. Ele começa a discutir os fenômenos planetários como causas. incluindo os meses islâmicos e judaicos. biles amarela e negra). Desde o inicio do islamismo. As discussões refletem a tendência de fazer que o natural cosmos astrológico seja compatível com a teologia islâmica. Ibn al-Nafis justifica o uso de Avicena do mês sinódico como a base de sua semana médica. como o fez Galeno. similarmente aos autores islâmicos: os astros não são a causa final da mudanças nos humores. especialmente porque admite a influencia de corpos planetários somente por via de irradiação e luz sobre a terra- uma causa tangível e física ao invés de uma ação mística. onde saúde e doença. assim como o caráter de cada dia crítico e como usar os sintomas do paciente em cada um desses dias para antecipar o curso da moléstia. no final. Teoria da Crise em Ibn al-Nafis Ibn al-Nafis vai mais profundamente em seu Comentário sobre o Canone do que Avicena e Galeno. examinando vários tipos de períodos lunares.5 dias). Mais tarde foi sugerido que os planetas são intermediários das regras de Deus tanto para causar como para indicar eventos. o mês sinódico ou o período entre conjunções do sol e da lua (cerca de 29. O conceito de que a Lua causa crises nos pacientes é estudado de perto pelo autor assim como o provável efeito de sua luz cambiante sobre os humores. Uma crise ocorre para a natureza separar a doença. seria uma separação entre a natureza e a doença. produzindo substancias através do corpo que são expelidas. a expele completamente. “Transferência” significa a realocação da matéria pútrida que causa a doença para uma inflamação que precisa ser drenada. ao invés da natureza. no sofrimento do paciente. Enquanto a crise completa leva a doença a uma conclusão. E metade de sua metade.críticos. uma crise defeituosa: a natureza expele o inimigo dos órgãos vitais ou do coração para as extremidades. que é quando a quadratura ocorre. e o bom regente é o sétimo. nas doenças crônicas o corpo fica corrompido pela crise. Mas. Outras vezes ocorre outro tipo de crise. Galeno compara o 7º dia com um rei benevolente que mostra piedade para quem julga e que. que redunda em direção à recuperação ou em direção à morte“. mas como uma divisão. Ibn al-Nafis. Ibn al-Nafis explica cuidadosamente como o mês médico tem três dias menos que o sinódico. Todos os períodos médicos lunares significativos são derivados de um mês de 26. em aramaico e grego como tendo um sentido de separação. . O sentido de separação pode ser visto no sentido do contexto médico. pelo sangue menstrual e pelo excremento. é de 6 dias e meio mais um oitavo de um dia. isto é uma transferência da crise. se tiver de punir. mas não justificada por ele. A isto ele chama de uma crise completa. que é quando a oposição ocorre. 3 dias e 1/4. é de 13 dias e um quarto. No caso. e sua luz própria é muito fraca. não importa se é via uma evacuação ou uma transferência. A substancia maléfica é expelida do corpo pelo suor. Ibn al-Nafis’s em Commentary on the Hippocratic Aphorisms. Ibn al-Nafis’s diz: “uma grande mudança que acontece em direção à doença. desabafa sua raiva sobre ele e o exaure no prazer de prolongar sua agonia. ele a rege de acordo com seu bom temperamento. Isto ocorre porque a Lua é inefetiva transitando sobre a luz do Sol na lua nova. isto é. sugere que o sentido de crise como divisão tem a ver com a existência de dois adversários Os combatentes são a natureza e a doença. Metade deste intervalo.5 dias. como a Lua ainda está fraca. mais que a doença. A natureza às vezes vence a doença. Ela já não é vista como um julgamento ou teste. o mau tirano é o sexto dia. pela urina. analisa a palavra crise. Crise vista como uma separação e não um julgamento. se uma penalidade dura é exigida. uma diferença observada por Galeno em seus dias críticos. para Galeno. tal dia é mais um aviso da crise que se aproxima: como quando o inimigo se prepara. deseja diminuir sua severidade e. Então. A influência da Lua na terra começa no sétimo dia e na metade disso. pag 144-145. de modo que a crise ocorrerá no 14º dia. no entanto. Já o sexto dia é o oposto: tem prazer na destruição. A total recuperação do paciente depende dessa conpleta separação e expulsão ter acontecido. As crises carregam vestígios de sua antiga associação com o sobrenatural, o que é compatível com a noção islâmica de que Deus se envolve nos assuntos naturais. A versão extrema disso é que os esforços médicos são no final inúteis. Alguns médicos árabes como al-Makzun al-Sinjari, que viveu depois de Avicena compara a doença e a natureza como oponentes e o doutor como o juiz. Da mesma forma que não se pode dar um julgamento sem um advogado opiando sobre as duas partes no litígio, um médico não pode julgar sem sinais indicadores, os sintomas. Também é digno de nota que a doença representa um combate hostil e a natureza fica na defensiva. Crise e combate Citando Galeno quanto à febre, ele diz que ela excita a natureza até ao paroxismo, não a deixa descansar, move-a, tensionando-a a sair da batalha, urgindo à luta, e tal ocorre na doença aguda nos dias ímpares. Digno de nota é que dar alimento durante a crise intensifica a doença. Isso pode ocorrer outras vezes, mas a comida é especialmente perigosa e intensifica a doença quando o paciente está em crise. É como se ela assistisse à doença e fosse inimiga da natureza. Em todas essas teorias sobre crises, a natureza é o maior fator na cura embora os detalhes de sua capacidade diferem. Para Galeno, a natureza (physis) é o poder que procura preservar e restaurar a saúde do corpo. Mas a natureza é somente semi-inteligente e requer a assistência do médico que tem a inteligência. Galeno explica que isso se deve ao fato de vivermos num mundo sub lunar. Se a natureza tivesse acesso diretamente aos corpos celestiais isto produziria uma pura e perfeita harmonia e a influência deles operaria perfeitamente preservando a saúde. Já Avicena e Ibn al-Nafis, concebem a natureza como um poder regente benevolente (sultan), com inteligência suficiente para montar defesa da cidade contra um esperto e determinado inimigo. A doença não é uma agência externa, mas uma corrupção interna de humores ou tecidos ou ambos. Galeno se refere ao fator externo, é verdade, mas estes são principalmente fatores que frustam a relação da natureza com o corpo e com os corpos celestes também. A colocação da natureza no interior do corpo sugere que a natureza está entre as doações naturais ou faculdades do corpo do paciente - mas distante das relações planetárias. O magistral tratado de al-Farabi sobre filosofia política, com sua adaptação da Republica de Platão, e da cidade excelente, explicitamente compara o corpo humano a uma cidade. Al-Farabi introduz uma série de idéias científicas gregas sobre o corpo político, não discutidas na República. Algumas delas podem ter sido derivadas do Timeu de Platão e combinadas em uma única obra. Baseiam-se na tradição médica galênica ligando estreitamente o corpo político e a medicina. Consistente com suas inclinações aristotélicas, al-Farabi faz do coração o órgão dominante em vez da cabeça. Ele foi, entretanto, cuidadoso em fazer do cérebro o mordomo do coração e, assim, manter o cérebro no mais alto círculo de poder do Estadoiii. al-Farabi e o Corpo Político A cidade excelente se parece com o corpo perfeito e sadio e as partes do corpo cooperam para fazer a vida do animal perfeita e preserva-la neste estado. As partes do corpo são diferentes e suas faculdades naturais são desiguais, existindo entre elas uma parte governante, ou seja, o coração, e partes que estão próximas dele, cada uma tendo recebido por natureza uma faculdade pela qual desempenha suas funções próprias em conformidade com o objetivo daquela parte governante. Em seguida, Al-Farabi descreve os vários órgãos e suas funções, desde o coração,que governa todo o corpo para baixo, cada parte tendo duas capacidades: por um lado, a de dominar algumas partes e, por outro, a de ser governada por outras. O mesmo é verdade para a cidade. Cada grau de pessoa, do governante até o mais humilde servo são análogos à hierarquia nos órgãos corporais. Isto reflete a preocupação com a astrologia natural especialmente porque admite a influencia de corpos planetários somente por via de irradiação e luz sobre a terra- uma causa tangível e física ao invés de uma ação mística. Concluindo, a tradição de comentários médicos, influenciada por Avicena e al-Farabi é de particular interesse porque, pelo menos a parte moldada por Avicena, veio para o Ocidente, e fez parte da educação e instrução médica por séculos. Os dias críticos desempenharam um papel importante no desenvolvimento da ciência empírica. Até nossos dias o problema da saúde e da doença é visto como uma luta entre exércitos e o médico como uma inteligência que interfere na batalha, ao lado da natureza. O fato de tais conceitos sobreviverem em nossa mente moderna mostram-nos como ideias humanas primordiais e arquetípicas. i O Cânone é uma enciclopédia médica de 14 volumes escrita pelo cientista e físico muçulmano persa Ibn Sina (Avicena) em torno do ano 1020. O livro se baseava em uma combinação de sua própria experiência pessoal, de medicina islâmica medieval, dos escritos de Galeno, e da antiga medicina persa e árabe. ii Suas obras a serem consideradas são: Comentário sobre os Aforismos Hipocráticos e Comentário sobre a Canone. iii A distinção estrita entre doutrinas filosóficas platônicas e aristotélicas foi obscurecida pelos árabes, uma vez que Aristóteles foi introduzido pela primeira vez em árabe através de uma síntese neoplatónica de Platão e Aristóteles. Bibliografia 1-Bonatti, Guido, Book of Astronomy, trad e ed. Benjamin X. Dykes (Golden Valley, MX: The Casimi Press, 2007) 2-Sahl bin Bishr, Introduction, trad. e ed. Benjamin N. Dykes em Works of Sahl and Masha’allah (Golden Valley, Min: The Cazimi Press, 2008) 3-Ptolemy, Claudius, Tetrabiblos vols. 1, 3, 4, trad. Robert Schmidt, ed. Robert Hand (Berkeley Springs, WV: The Golden Hind Press, 1994-98) 4-Valens, Vettius, The Anthology, trad. Robert Schmidt, ed. Robert Hand (The Golden Hind Press, 1993) 5- Rhetorius, The Egyptian, trad. James H. Holden, MA, FAFA, (American Federation of Astrologers, 2009) 6-Porphyry the Philosopher, Introduction to the Tetrabiblos and Serapio of Alexandria Astrological Definitions, trad. James H. Holden, MA (American Federation of Astrologers, 2009) 7-Matheseos, Firmicus Libri VIII-Ancient Astrology Theory and Practice, trad. Jean Rhys Bram (Astrology Classics, 1975) 8-Avicena, A Origem e o Retorno, Jamil Ibrahim Iskandar (EDIPUCURS, 1999) 9-Lilly, Willian, Astrologia Cristã(Biblioteca Sadalsuud) 10-Dorotheus of Sidon, Carmen Astrologicum, trad. David Pingree (Astrology Classics Publisher, 2005) 11-Paulus Alexandrinus and Olimpiodorus Late Classical Astrology- with the Scholia from later Commentators, trad. e ed.Dorian Gieseler Greembaum, MA (ARHAT, 2001) 12-Hephaistio of Thebes, Apotelesmatics Book l &II. trad. Robert Schmidt (The Golden Hind Press, 1994-1998) 13-Paulus Alexandrinus, Introductory Matters, trad. Robert Schmidt (The Golden Hind Press, 1993) 14-Antiocus, Porphyry, Rhetorius, etc, em Definitions and Foundations, trad e anot. Robert Schmidt(Tares, 2009) 15-Hermes Trismegistus, Liber Hermetis, trad. Robert Zoller ed.Robert Hand(The Golden Hind Press, 1993) 16-Zoller, Robert, Tools & Techniques of the Medieval Astrologer 3 Volumes (Ed. New Library, 2002) 17-Masha´allahh Ibn Athari, Sobre Recepção, trad. Clélia Romano, DMA (Edição da Autora, 2011) 18-Romano, Clélia, Fundamentos da Astrologia Tradicional, (Edição do Autor, 2010) 19- Manilius, Marcus “ Os Astrológicos ou a Ciência Sagrada do Céu”, trad. do francês para o português de Maria Antonia da Costa Lobo(edit. Artenova, 1974) 20- Greenbaum, Dorian Gieseler ” The Daimon in Hellenistic Astrology” ed.Brill, 2016 21-Cooper, Glen M, “Medical Crises and Critical Days in Avicenna and After” artigo em Intellectual History of the Islamicate World, 4, Brill Journal 22- ” Causation and Creation in Late Antiquity”, editado por Marmodoro, Anna e Prince, Brian D., Cambridge Uversity Press, 2015 com. autora dos livros Fundamentos da Astrologia Tradicional. denominada Astrologia Clássica.Clélia Romano é paulista. É diretora cultural do ISCA. Traduziu do latim a obra de Mashaállah. Institute of Classical Astrologers e tem uma página no Facebook. Astrologia Tradicional na Prática e Técnicas Astrológicas Preditivas. Sobre Recepção. . psicóloga e astróloga tradicional. e possuiu o website www.astrologiahumana. ed. lots. almutens. CDD: 180 Arquivo ePub produzido pela Simplíssimo Livros . Recurso digital : il. Título. 2017. I. 2. – Porto Alegre : Simplíssimo. 4. astrologia. Clélia Maria Virginia Robortella. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE Romano. Formato: ePub2 Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions Modo de acesso: World Wide Web ISBN 9788582454633 1. 3. – 1. Clélia Maria Virginia Robortella - O Lots e Outros Temas / Romano. clássica. CIP-BRASIL.
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