Livro Virologia Veterinária Carter Wise e Flores

March 29, 2018 | Author: Talita Batista | Category: Virus, Cell (Biology), Proteins, Rna, Virology


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1A Concise Review of Veterinary Virology G.R. Carter1, D.J. Wise2 and E.F. Flores3 (Eds.) 1 Professor Emeritus of the Department of Medical Sciences and Pathobiology, Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine, Virginia Tech, Blacksburg, Virginia, USA. 2 Department of Biology, Concord University, Athens, West Virginia, USA. 3 Department of Veterinary Preventive Medicine, Federal University of Santa Maria, Santa Maria, RS Brazil. 2 In: A Concise Review of Veterinary Virology, Carter G.R., Wise D.J. and Flores E.F. (Eds.). International Veterinary Information Service, Ithaca NY (www.ivis.org), Last updated: 6-Dec2004; A3400.1204.PT Prefácio G.R. Carter1, D.J. Wise2 and E. F. Flores3 Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine, Virginia Tech, Blacksburg, Virginia, USA.2Department of Biology, Concord University, Athens, West Virginia, USA.3Department of Veterinary Preventive Medicine, Federal University of Santa Maria, Santa Maria, RS Brazil. Traduzido por: E. F. Flores, Department of Veterinary Preventive Medicine, Federal University of Santa Maria, Santa Maria, RS Brazil. (24-Nov-2005). 1 O objetivo deste livro foi fornecer uma revisão geral de virologia para estudantes de veterinária e veterinários, com ênfase especial nos aspectos que são relevantes para a prática veterinária de rotina. Esse livro também será acessível e útil para assistentes de veterinários e técnicos. Este livro foi inspirado na seção de virologia escrita por A. Wayne Roberts, na quinta edição do livro Princípios de Microbiologia Veterinária, que caracterizou-se pela sua objetividade e ênfase em virologia clínica. No atual livro, a objetividade e ênfase prática são mantidas, porém as enfermidades víricas são descritas por famílias virais e não por hospedeiros e sistemas. A abordagem taxonêmica tem a vantagem de agrupar enfermidades com características básicas e patogênicas similares. Um exemplo são as semelhanças das enfermidades causadas por alguns parvovírus. A introdução deste livro apresenta todos os conhecimentos clássicos e recentes de virologia básica, incluindo a taxonomia atual e as técnicas moleculares mais recentes. A aplicação das técnicas moleculares é particularmente enfatizada na seção do diagnóstico. A idéia foi incluir informações suficientes, porém não excessivas, clínicas e patológicas, fornecendo considerações integrais e interessantes de enfermidades importantes. Para aliviar o possível tédio na descrição das informações necessárias, os professores/instrutores devem incluir, em adição aos exercícios de laboratório, estudos de casos e relatos atuais de surtos de enfermidades víricas. As referências foram omitidas com fins de economia. A facilidade de acesso de inúmeras referências pela internet torna desnecessária a inclusão das mesmas neste tipo de livro. Nós somos imensamente gratos ao Dr. A.Wayne Roberts, Universidade da Geórgia, que generosamente nos liberou seu material da quinta edição do livro Princípios de Microbiologia Veterinária. Isso facilitou muito a preparação desse volume. G.R. Carter D.J. Wise E.F. Flores 3 In: A Concise Review of Veterinary Virology, Carter G.R. and Wise D.J. (Eds.). International Veterinary Information Service, Ithaca NY (www.ivis.org), Last updated: 14-Dec-2005; A3431.1205 ÍNDICE G.R. Carter1 and D.J. Wise2 1 Professor Emeritus of the Department of Medical Sciences and Pathobiology, VirginiaMaryland Regional College of Veterinary Medicine, Virginia Tech, Blacksburg, Virginia, USA.2Department of Biology, Concord University, Athens, West Virginia, USA. Capa Prefácio Índice Características gerais, estrutura e taxonomia viral Cultivo e caracterização viral Replicação e genética viral Interações vírus-célula e patogenia viral Defesas do hospedeiro contra vírus Prevenção de doenças víricas, vacinas e drogas antivirais Diagnóstico laboratorial de infecções víricas Glossário Pág 1 2 3 7 19 29 42 49 55 62 293 Adenoviridae Arenaviridae (ver Famílias com vírus de menor interesse na veterinária) Arteriviridae Asfarviridae Astroviridae (ver Famílias com vírus de menor interesse na veterinária) Birnaviridae Bornaviridae Bunyaviridae Caliciviridae Circoviridae Coronaviridae Famílias com vírus de menor interesse na veterinária Filoviridae (ver Famílias com vírus de menor interesse na veterinária) Flaviviridae Hepadaviridae (ver Famílias com vírus de menor interesse na veterinária) Herpesviridae Orthomyxoviridae Papillomaviridae Paramyxoviridae 140 280 259 149 280 186 223 223 246 76 247 280 280 269 280 110 213 134 190 4 Parvoviridae Picornaviridae Polyomaviridae (ver Famílias com vírus de menor interesse na veterinária) Poxviridae Prion Reoviridae Retroviridae Rhabdoviridae Togaviridae 82 232 280 93 285 176 153 206 264 Aborto viral equino Adenocarcinoma pulmonar dos carneiros Adenovirus 2 dos caninos Anemia aviária Anemia infecciosa equina Arterite equina Artrite encefalite caprina Bronquite das codornas Bronquite infecciosa aviária Cálicivirus felino Canine minute virus Cinomose canina Coronavírus bovino Coronavirus canino Coronavirus felino Creutzfeldt-Jacob Creutzfeldt-Jacob (variante) Diarréia epidêmica dos suínos Diarréia viral bovina Doença de Gumboro Doença de Marek Ectima co28ntagioso Encefalite japonesa B Encefalomielite aviária Encefalomielite equina este (EEE) Encefalomielite equina oeste (WEE) Encefalomielite equina venezuelana (VEE) Encefalomielite hemaglutinante dos suínos Encefalomiocardite (VEM) Encefalopatia espongiforme dos bovinos Encefalopatia espongiforme dos felinos Encefalopatia espongiforme dos ruminantes em cativeiro Encefalopatia transmissível da marta Encefalose equina (África do Sul) Enfermidade aleutiana da marta 121 159 143 80 171 260 169 145 256 244 90 193 254 253 254 291 291 250 274 187 127 103 274 240 266 266 267 255 239 288 290 291 290 181 90 Herpesvírus equino 1 Betaretrovírus Adenovirus canino 2 Circoviridae Gyrovirus) Lentivirus Arterivirus Lentivirus Adenovírus Coronavírus Calicivirus Parvovírus Morbillivirus Coronavirus Coronavirus Coronavirus Prion Prion Coronavirus Pestisvirus Avibirnavirus Herpesvirus aviário 2 Poxvirus (Parapoxvírus) Flavivirus Hepatovirus Alfavirus Alfavirus Alfavirus Coronavirus Cardiovirus Prion Prion Prion Prion Reovirus Parvovirus 5 Enfermidade caquetizante do cervo e do veado Enfermidade da crista azul do pavão Enfermidade das fronteiras Enfermidade de Akabane Enfermidade de Borna Enfermidade de Chuzam Enfermidade de Teschen (Encefalomielite suína) Enfermidade de Wesselsbron Enfermidade do baço marmorizado Enfermidade do bico e das penas dos psitacídeos Enfermidade do olho azul dos suínos Enfermidade epizoótica hemorrágica dos veados Enfermidade hemorrágica dos coelhos Enfermidade Jembrana Enfermidade ovina de Nairobi Enfermidade vesicular dos suínos Enterite da marta e do mapache Enterite hemorrágica dos perus Enterite viral dos patos Enterovíris bovino Enterovírus aviário Esplenomegalia do pinto Estomatite papular bovina Estomatite vesicular Exantema coital equino Exantema vesicular Febre Aftosa Febre catarral maligna Febre do Vale do Rift Febre efêmera bovina Gastroenterite transmissível (TGE) Getahvirus Hendravirus Hepatite com corpos de inclusão Hepatite infecciosa dos caninos Hepatite viral do ganso Herpesvirus canino Imunodeficiência bovina (VIB) Imunodeficiência felina (VIF) Infecção pelo vírus do Caché Valley Infecção por adenovírus canino 2 Infecção por adenovírus equino A Infecção por herpesvírus bovino 5 Influenza aviária Influenza canina Influenza equina Prion Coronavírus Pestisvirus Buniavirus Bornavirus Reovirus Enterovírus Flavivirus Adenovirus do faisão 1 Circovirus Rubulavírus suíno Reovirus Lagovirus Lentivirus Nairovirus Enterovírus Parvovírus Adenovírus do peru 3 Herpesvirus anatido 1 Enterovírus Enterovírus Adenovirus Poxvirus (Parapoxvirus) Rhabdovírus (Vesiculovirus) Herpesvírus equino-Varicellovirus Vesivirus Aftovirus Herpesvirus alcelaphine 1 Phlebovirus Ephemerovírus Coronavírus Alfavírus Henipavirus Adenovirus aviário Adenovirus canino 1 Parvovírus Herpesvirus canino 1 Lentivírus Lentivírus Bunyavirus Adenovírus canino 2 Adenovírus equino A Herpesvírus bovino 5 Influenzavirus (Ortomixovirus) Influenzavirus (Ortomixovirus) Influenzavirus (Ortomixovírus) 290 257 278 225 228 181 234 274 148 79 200 181 245 174 226 235 89 147 132 237 237 148 102 208 123 243 237 130 227 212 249 268 198 144 142 89 124 174 172 226 143 143 117 217 220 216 6 Influenza felina Influenza suína Insônia fatal familiar Kurú Lactato desidrogenase do camundongo Laringotraqueite infecciosa Leucemia felina (FELV) Leucose aviária Leucose bovina Língua azul Loupin-ill Lumpy skin (Exantema nodular caprino) Maedi-Visna Mamilite herpética dos bovinos Mixomatose NewCastle Outros Paramixovírus aviário Panleucopenia felina Papilomatose bovina Papilomatose equina Papilomatose oral canina Papilomavirus e câncer humano Parainfluenza 2 canina Parainfluenza 3 bovina Parvovirose bovina Parvovirose canina Parvovirose dos gansos Parvovirose suína Peritonite infecciosa dos felinos (PIF) Peste suína africana Peste bovina Peste dos pequenos ruminantes Peste equina africana Peste suína clássica Pseudo varíola bovina Pseudoraiva ( Enfermidade de Aujeszky) Raiva Respiratório sincicial dos bovinos Reticuloendoteliose aviária Rinite por corpos de inclusão Rinopneumonite equina Rinotraqueite do pavão Rinotraqueite infecciosa dos bovinos/Vulvovaginite Rinotraqueite viral felina Rotaviroses Sarcoidose equina Influenzavirus (Ortomixovírus) Influenzavirus (Ortomixovírus) Prion Prion Arterivírus Herpesvirus aviário 1 Gamaretrovirus Alfaretrovírus Deltaretrovirus Orbivírus Flavivirus Poxvirus (Capripoxvírus) Lentivirus Herpesvirus bovino 2 Poxvirus (Leporipoxvírus) Paramixoaviário 1 (Avulavirus) Paramixovírus Parvovirus Papilomavirus Papilomavirus Papilomavirus Papilomavirus Rubulavirus Respirovirus Parvovírus Parvovirus Parvovírus Parvovírus Coronavirus felino Asfarvirus Morbillivirus Morbillivirus Orbivírus Pestisvirus Poxvirus (Parapoxvírus) Herpesvírus suíno 1 Lyssavirus Neumovirus Gamaretrovirus Herpesvirus suino 1 Herpesvírus equino 4 Metapneumovirus Herpesvirus bovino 1 Herpesvirus felino 1 Rotavirus Papilomavirus 1 e 2 221 219 292 292 263 129 160 156 165 178 271 105 167 114 108 202 204 84 135 137 138 138 201 192 91 86 89 88 251 150 196 197 179 277 100 118 209 204 165 131 120 205 115 125 182 137 7 Sarcoma felino Scrapie Sindrome da baixa postura Síndrome da lebre parda européia Sindrome de Gerstmann-Straussler-Scheinker Sindrome do desgaste multisistêmico pós desmama Síndrome do suíno latindo Síndrome respiratória e reprodutiva dos suínos SMEDI Tremor epidêmico Tumor nasal enzoótico das cabras e das ovelhas Vaccinia Varíola Varíola aviária Variola bovina Varíola de ovelhas e cabras Varíola do búfalo Varíola dos camelos Varíola dos canários Varíola dos macacos Varíola dos suínos Varíola equina Varíola felina Virus do sarcoma de Rous Vulvovaginite West Nile (Oeste do Nilo) Betaretrovirus Prion Adenovirus do pato 1 Lagovirus Prion Circovirus Henipavirus Arterivirus Enterovírus Hepatpvirus Adenovirus Poxvirus (Ortopoxvírus) Poxvirus (Ortopoxvírus) Aviposvirus Poxvirus (Ortopoxvírus) Poxvirus (Capripoxvírus) Poxvirus (Ortopoxvírus) Poxvirus (Ortopoxvírus) Poxvirus (Avipoxvírus) Poxvirus (Ortopoxvírus) Poxvirus (Suipoxvírus) Poxvirus (Ortopoxvírus) Poxvirus (Ortopoxvírus) Alfaretrovirus Herpesvirus bovino 1 Flavivirus 165 288 146 246 292 77 199 261 236 240 160 96 96 104 97 106 100 100 105 100 107 99 98 159 115 272 .   A cobertura protéica ou capsídeo de um virion (vírus completo ou partícula vírica) é composta de cópias múltiplas de uma ou mais tipos de proteínas. Wise1. O conjunto do genoma mais o capsídeo de um virion é denominado de nucleocapsídeo.).F. possuem uma estrutura simples e estática. Flores3 1 Department of Biology.. Por isso necessitam das funções e do metabolismo celular para produzir suas proteínas e se multiplicar. Santa Maria. Estrutura viral Os vírus são compostos. pelo menos.J. A3401. Essas proteínas se associam entre si. Assegurar a sua replicação. Virginia.8 In: A Concise Review of Veterinary Virology. Athens. Carter G. São muito menores que células eucariotas e procariotas. G. Wise D. International Veterinary Information Service. Ao contrário destas. Federal University of Santa Maria. (Eds.J. mas não possuem ribossomal e outros fatores necessários para a produção de proteínas. Não possuem metabolismo próprio. codifica as informações mínimas para: 1. outros infectam células eucariotas. 2Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine.org). and Flores E. RS Brazil. Last updated: 6-Dec2004. O genoma viral. produzindo enfermidades. Subverter funções celulares em seu benefício. 3Department of Veterinary Preventive Medicine. F. USA. e outros podem causar transformação tumoral nas células infectadas. USA.ivis. do genoma de ácido nucléico RNA ou DNA e uma cobertura de proteínas. ácido ribonucléico (RNA) ou dioxirribonucléico (DNA). Ithaca NY (www. Alguns vírus infectam células procariotas (bacteriófagos). Dependem da maquinaria celular para a sua replicação (parasitas intracelulares obrigatórios).1204. Carter2 and E. Virginia Tech. estrutura e taxonomia viral D.R. Índice     Generalidades Estrutura viral Taxonomia viral Glossário Generalidades          Os vírus são os menores e mais simples microorganismos que existem.PT Características gerais. Concord University. outros persistem em estado latente ou persistente na célula. Alguns vírus destroem as células infectadas. West Virginia. Possui DNA ou RNA como genoma. formando unidades estruturais denominadas capsômeros. Blacksburg. 2. .R. Muitos vírus possuem uma membrana externa adicional denominada envelope. Empacotar o seu genoma e 3. o envelope é constituído de uma membrana lipídica dupla com proteínas nela inseridas. Os vírus envelopados contêm uma membrana externa que recobre o nucleocapsídeo (Fig. do aparelho de Golgi. Assim como essas membranas. do retículo endoplasmático ou membrana plasmática).2). virion sem envelope. Essa membrana externa (ou envelope) é derivada de membranas da célula hospedeira (nuclear. As proteínas do envelope viral são codificadas pelo seu genoma. como os bacteriófagos. Ilustração cortesia de A. . 1. com capsídeo icosaédrico. Figura 1-1.1.9    Os vírus mais simples não possuem envelope e possuem RNA ou DNA de cadeia simples (Fig. possuem caudas protéicas complexas que são necessárias para a ancoragem e introdução do genoma viral na célula hospedeira. Wayne Roberts. O ácido nucléico localiza-se no interior do capsídeo. Alguns vírus.1). Essa estratégia é denominada de ambissense. 7 ou 8 (ortomyxovirus) ou 10 segmentos (reovirus). e por isso não pode ser traduzido diretamente pelos ribossomal. RNA de sentido negativo (RNA -) – se o RNA genômico é complementar ao RNA que é traduzido. parvovirus). herpesvirus) ou fita dupla parcial (hepadnavirus). fita dupla (poliomavirus. herpesvirus. A maioria deles é RNA de fita simples. cópias destes RNAs (que seriam de sentido negativo) também servem de mensageiros e são traduzidas. com capsídeo helicoidal. As linhas na superfície externa do envelope representam espículas glicoprotéicas. como indica a linha pontilhada em forma de espiral. A maioria dos genomas RNA possui um único segmento (monopartite). No entanto. O genoma dos poxvirus é DNA de fita dupla linear e possui as extremidades ligadas entre si. . O DNA pode ser de fita simples (parvovirus e circovirus). O genoma dos vírus é constituído de DNA ou RNA. virion envelopado. enquanto alguns possuem o genoma dividido em dois segmentos (arenavirus). poucos possuem RNA de fita dupla (reovirus. Nos arenavirus e bunyavirus. Nenhum vírus contém DNA e RNA simultaneamente.10 Figura 1-2. Todos os genomas virais de RNA são lineares. Wayne Roberts. Ilustração cortesia de A. adenovirus. bornavirus). O genoma DNA pode ter as suas extremidades covalentemente ligadas entre si (genoma circular – poliomavirus e circovirus) ou possuir as extremidades livres (linear – adenovirus. um segmento do RNA genômico (sentido negativo) é transcrito e origina cópias de RNA de sentido positivo (que funcionam como RNA mensageiro). três (bunyavirus). Os genomas RNA de fita simples podem ser classificados em:    RNA de sentido positivo (RNA +) – se o RNA genômico serve de RNA mensageiro e é traduzido pelos ribossomal da célula hospedeira. O ácido nucléico localiza-se no interior do virion.  Helicoidal sem envelope – vírus do mosaico do tabaco.1.2. . os genomas de vírus DNA podem atingir mais de 300. como se observa em alguns herpesvirus. Essa forma geométrica possui várias faces triangulares e ângulos (Fig. o Capsídeo helicoidal. o número de faces e ângulos pode variar de acordo com o número e tipo de associação entre as proteínas estruturais constituintes. A cristalografia de raios X é utilizada para determinar a estrutura física. Esses vírus possuem uma forma ovóide e são suficientemente grandes para serem visíveis sob microscopia ótica. polyomavirus). Em geral.100 produtos gênicos (herpesvirus.  Complexos – bacteriófagos e poxvirus. existem cinco tipos básicos de estrutura de partículas víricas. Essas incluem: o Capsídeo icosaédrico sem envelope (picornavirus. 1. A microscopia eletrônica é utilizada para determinar-se a morfologia dos vírus e também com fins diagnósticos para a detecção de vírus em amostras clínicas. 1.000 a 220. a fidelidade de replicação poderia limitar o tamanho do genoma. Ao contrário.11 O genoma dos vírus pode codificar desde poucas proteínas diferentes (Polyomavirus. ou envelopado (herpesvirus). não se conhece vírus humanos ou animais com essa estrutura. ao contrário dos demais cuja visualização requer microscopia eletrônica. (Fig.  Os vírus variam de tamanho. sem envelope (vírus do mosaico do tabaco) ou envelopado (rabdovirus.000 pares de bases de extensão). pois apenas um gene pode codificar os produtos necessários para construir o capsídeo e recobrir completamente o genoma.22 nm de diâmetro. 60 a 120 genes. citadas a seguir com exemplos:  Icosaédrico sem envelope – adenovirus e picornavirus. No capítulo 2 são descritos com detalhes os métodos utilizados para a visualização de vírus.000 nucleotídeos (Coronavirus). atingindo uma extensão máxima de pouco mais de 30. As informações obtidas pelo uso dessa técnica são utilizadas para construir um modelo da estrutura da partícula viral.  Icosaédrico com envelope – togavirus e flavivirus.). Os capsídeos construídos por cópias de uma única proteína representam um exemplo de economia genética. Uma hipótese para explicar isto seria a de que as polimerases virais de RNA tendem a cometer mais erros do que as polimerases de DNA no processo de replicação do genoma.1 e Fig.  Várias técnicas têm sido utilizadas para a visualização dos vírus.  Helicoidal com envelope – rabdovirus e paramyxovirus.  O capsídeo de um vírus pode possuir várias formas geométricas que são características de cada família viral. até os poxvirus. desde os circovirus com 17 . assim como as dimensões e morfologia das proteínas e estruturas componentes da partícula vírica. Assim.). paramyxovirus). O capsídeo pode ser formado por cópias múltiplas de uma mesma proteína ou por uma associação de várias proteínas diferentes. Cinco formas estruturais básicas De acordo com a sua morfologia. O capsídeo A função do capsídeo é empacotar e proteger o genoma viral durante a sua transferência entre células e hospedeiros. 5000 nucleotídeos de extensão) até mais de 70 . 120. 1. o genoma dos vírus RNA são menores.000 pares de bases. que podem atingir os 300 nm. 6 a 7 genes. As proteínas da superfície do capsídeo e do envelope são ligantes. como aquelas envolvidas no processo de transcrição do genoma. O processo de brotamento e a consequente aquisição do envelope por virions recémformados podem ou não resultar na destruição da célula infectada. fusão. Um exemplo de proteína não-estrutural é a transcriptase reversa dos retrovirus. penetração. desde poucas até centenas. Algumas drogas antivirais são dirigidas contra as proteínas do envelope e podem reduzir a capacidade dos vírus de se ligarem na célula e iniciarem a infecção. As glicoproteínas do envelope desempenham várias funções. As proteínas estruturais incluem aquelas que fazem parte do capsídeo e associam-se e empacotam o genoma viral. penetração. Independentemente de sua origem. Alguns vírus codificam várias proteínas não-estruturais que desempenham papéis acessórios na regulação da . do retículo endoplasmático ou da membrana nuclear. disseminação entre células) e são alvos importantes para anticorpos neutralizantes produzidos pelo hospedeiro. Proteínas virais O genoma dos vírus codifica dois tipos de produtos: as proteínas estruturais e as nãoestruturais. presente em vírus de algumas famílias. existe uma camada protéica denominada tegumento entre o capsídeo e o envelope. A liberação de um número muito grande de vírus simultaneamente pode comprometer a integridade celular e resultar na morte da célula. Ao contrário dos vírus sem envelope. Algumas dessas proteínas (as glicoproteínas) são processadas no lúmen do retículo endoplasmático. cuja liberação é quase sempre acompanhada de morte celular. O número de proteínas do envelope pode variar de uma até mais de dez. replicação e processamento de proteínas. reduzindo assim a sua infectividade. As proteínas do envelope são codificadas pelo vírus e constituem-se em sua maioria de glicoproteínas. enquanto as proteínas não-estruturais são produzidas dentro da célula infectada e desempenham diferentes funções na replicação viral. Essa membrana frequentemente é derivada de uma região da membrana plasmática. dependendo do vírus e do compartimento celular onde ocorre a replicação. o processo de brotamento representa um mecanismo de liberação de progênie viral sem induzir morte celular. mas pode originar-se também das membranas do aparelho de Golgi. que produz cópias de DNA a partir de um molde RNA para serem incorporadas ao genoma da célula hospedeira. As proteínas que compõe o tegumento também são estruturais. o egresso de vírus envelopados é muitas vezes compatível com a sobrevivência da célula hospedeira. onde resíduos de açúcar (oligossacarídeos) são incorporados à cadeia polipeptídica. podendo estar presentes na superfície da célula infectada. origina-se de membranas da célula hospedeira através de brotamento. A ancoragem inicial do virion na superfície da célula requer que o envelope esteja intacto e que as glicoproteínas estejam em sua conformação natural.12 Envelope O envelope viral. Em alguns vírus envelopados. dependendo do vírus. O número de proteínas codificadas pelos vírus varia amplamente. Portanto. incluindo a ancoragem inicial do virion na célula. que interagem com receptores na superfície da célula hospedeira. As glicoproteínas do envelope desempenham papel importante nas interações entre os virions e as células (ligação. As proteínas estruturais são principalmente enzimas. Muitas vezes. Essas proteínas são enviadas ao aparelho de Golgi. envelope). a vesículas secretoras e finalmente se fusionam com a membrana plasmática. a liberação da progênie viral é lenta e resulta em excreção viral contínua e infecção crônica ou persistente. o envelope é composto de uma camada dupla de lipídios – de origem celular – com proteínas associadas. fusão e disseminação do vírus entre células. As proteínas estruturais são aqueles que fazem parte da estrutura física da partícula vírica (capsídeo. que ocorre durante o egresso de virions maduros da célula hospedeira. O espectro de hospedeiros e as propriedades imunológicas (sorotipos) também são utilizados. transformação celular. estabilidade ao pH e sensibilidade a solventes também são utilizados na classificação viral. A classificação é dinâmica. As alterações mais recentes podem ser verificadas em informativos periódicos do Comitê Internacional para Taxonomia Viral (ICTV).ou O-. as glicoproteínas frequentemente contêm uma ligação glicosídica N. a classificação se baseia nas . polaridade negativa. e novas informações se acumulam sobre os vírus já conhecidos. se o genoma possui cadeia dupla ou simples.60%) e o restante é colesterol. Alguns vírus complexos contêm glicoproteínas internas ou proteínas glicosiladas também no capsídeo. As Ordens possuem o sufixo – virales. Finalmente. Carboidrato Os carboidratos estão presentes essencialmente na forma de oligossacarídeos nas glicoproteínas. às vezes formando projeções (espículas). Uma característica básica é o tipo de ácido nucléico (DNA ou RNA) e a morfologia. assim como a presença ou não do envelope.Espécie Cepa / Tipo. a ordem Mononegavirales está composta pelos vírus que possuem o genoma RNA de fita simples. Os carboidratos encontram-se principalmente no envelope. Outros componentes dos virions Lipídios Os lipídios presentes nas partículas víricas envelopadas são derivadas das membranas celulares.13 expressão gênica celular e viral. Por exemplo. A classificação e nomenclatura utilizados neste texto estavam atualizada até a sua submissão. regulação das várias etapas do ciclo replicativo do vírus. São classificados em categorias hierárquicas baseadas em várias características. Propriedades físico-químicas como massa molecular. ou seja. A composição de carboidrato corresponde aproximadamente àquela da célula hospedeira. No entanto.Família . Essas características são utilizadas para classificarem-se os vírus em ordens ou famílias. Alguns aspectos importantes na taxonomia atual são o tipo de ácido nucléico. O esquema básico de classificação hierárquica é: Ordem . a organização dos genes no genoma e a presença de determinados genes. (Disponível em amazon. inativação térmica. Determinadas características virais definem cada uma dessas categorias taxonômicas. São em sua maioria fosfolipídios (50 . por exemplo. e os gêneros e espécies –vírus. glicolipídios e mucopolissacarídeos. as famílias possuem o sufixo – viridae. uma enfermidade particular.Subfamília . Os vírus são classificados em famílias com base em muitas características. A composição lipídica total dos vírus envelopados representa aproximadamente 25 a 30% do seu peso seco. o tamanho e forma do virion. neutralização dos mecanismos de defesa do hospedeiro. Taxonomia Viral Os vírus constituem um grupo numeroso e heterogêneo. O restante é formado pelo genoma e parte protéica. já que novos vírus estão sendo continuamente descobertos. Uma espécie de vírus é representada por uma linhagem replicativa que ocupa um nicho ecológico.com). O envelope dos vírus contém lipídios derivados das membranas celulares e proteínas codificadas pelo vírus. densidade. entre outras. As várias famílias são ordenadas no sumário de acordo com as diversas características de seu ácido nucléico. 120. 17-25 Anemia infecciosa das Gyrovirus galinhas Parvovirus Parvovirus canino e felino Erythrovirus vírus B19 Dependovirus vírus 2 adeno-associado Parvoviridae Icosaédrica.1 apresenta informações básicas sobre cada uma das principais categorias taxonômicas virais. capacidade hemaglutinante. Neste livro. Classificação e Características Básicas de Vírus de Vertebrados vírus DNA de cadeia simples Simetria do capsídeo e Família Subfamília Gêneros Espécies representativas diâmetro do virion (nm) vírus da doença do bico e Circovirus das penas Circoviridae Icosaédrica. 140-260 a 220-450 Cordopoxvirinae Icosaédrica.). propriedades antigênicas e propriedades biológicas (infectividade. etc.14 macromoléculas produzidas (proteínas estruturais e enzimas). Tabela 1. 18-26 Parvovirinae vírus ADMV.Alfaherpesvirinae 200 Espécies representativas . as famílias são apresentadas utilizando a mesma ordem apresentada na tabela a seguir.vírus da doença aleutiana like de martas vírus BPV-like Parvovirus bovino Vírus DNA de cadeia dupla Família Simetria do capsídeo e diâmetro do virion (nm) Subfamília Gêneros vírus da vacina da varíola Parapoxvirus Orf vírus vírus da varíola Avipoxvirus aviária vírus da varíola Capripoxvirus ovina Leporipoxvirus vírus do mixoma vírus da varíola Suidpoxvirus suína vírus do molusco Molluscipoxvirus contagioso vírus tumoral dos Yatapoxvirus macacos de Yaba vírus do herpes Simplexvirus simplex 1 vírus da varicela Varicellovirus zoster Marek’s disease-like Herpesvirus galideo vírus 2 Orthopoxvirus Poxviridae Herpesviridae Complexa.1. A tabela 1. 125300 Asfivirus Ranavirus Lymphocystisvirus vírus SV-40 Papilomavirus bovino 1 Adenovirus bovino Adenovirus aviário A Adenovirus ovino D vírus da enterite hemorrágica dos perus vírus da peste suína africana vírus das rãs 3 vírus da doença linfocítica 1 vírus DNA e RNA que realizam transcrição reversa Simetria do capsídeo e Espécies Família Subfamília Gêneros diâmetro do virion (nm) representativas Orthohepadnavirus vírus da hepatite B Hepadnaviridae Icosaédrica. 42-47 vírus da hepatite B dos Avihepadnavirus patos Retroviridae Icosaédrica. 4045 Icosaédrica. 175215 Iridoviridae Icosaédrica.15 Vírus DNA de cadeia dupla Família Simetria do capsídeo e diâmetro do virion (nm) Subfamília Gêneros Espécies representativas Laringo-traqueíte vírus Herpesvirus galideo 1 Herpesvirus humano Cytomegalovirus 5 Cytomegalovirus Betaherpesvirinae Muromegalovirus murino 1 Herpesvirus humano Roseolovirus 6 Lymphocryptovirus vírus Epstein-Barr Gammaherpesvirinas Rhadinovirus Herpesvirus ovino 2 Icosaédrica. 80-100 Alfaretrovirus vírus da leucose aviária vírus da adenomatose Betaretrovirus pulmonar ovina Gammaretrovirus vírus da leucemia felina Deltaretrovirus vírus da leucose bovina vírus do sarcoma cutâneo Epsiloretrovirus de Walley Lentivirus vírus da imunodeficiência felina . 52Papillomaviridae 55 Polyomaviridae Polyomavirus Papillomavirus Mastadenovirus Aviadenovirus Adenoviridae Icosaédrica. 80110 Atadenovirus Siadenovirus Asfaviridae Complexa. polaridade negativa Simetria do Espécies Família capsídeo e diâmetro Subfamília Gêneros representativas do virion (nm) vírus da parainfluenza Respirovirus bovina 3 Rubulavirus Rubulavirus suíno vírus da cinomose. Lyssavirus vírus da raiva 45-100 Rhabdoviridae vírus da febre efêmera a Ephemerovirus de bovinos 100-430 vírus da hematopoiese Novirhabdovirus necrótica infecciosa Orthomyxoviridae Helicoidal. 150-200 Henipavirus vírus Hendra Paramyxoviridae a vírus da doença de Avulavirus 1000-10. vírus da influenza Influenzavirus A 80-129 (gripe) tipo A a vírus da influenza tipo Influenzavirus B 2000 B vírus da influenza tipo Influenzavirus C C Thogotovirus vírus Thogoto .16 vírus DNA e RNA que realizam transcrição reversa Simetria do capsídeo e Espécies Família Subfamília Gêneros diâmetro do virion (nm) representativas Spumavirus Espuma vírus os bovinos vírus RNA de cadeia dupla Simetria do capsídeo e Família Subfamília Gêneros Espécies representativas diâmetro do virion (nm) Orthoreovirus Ortoreovirus dos mamíferos Orbivirus vírus da língua azul Rotavirus Rotavirus A Reoviridae Icosaédrica. 60-80 vírus da febre dos carrapatos Coltivirus do Colorado Aquareovirus Aquareovirus A vírus da pancreatite Aquabirnavirus infecciosa Birnaviridae Icosaédrica. 60-70 vírus da bursite infecciosa Avibirnavirus das aves vírus RNA de cadeia simples. e Paramyxovirinae Morbilivirus do sarampo Helicoidal.000 Newcastle vírus sincicial Pneumovirus respiratório humano e Pneumovirinae bovino Metapneumovirus Pneumovirus aviário vírus da estomatite Vesiculovirus vesicular Helicoidal. 50-300 linfocítica Deltavirus vírus da hepatite D Marburg-like vírus Marburg Helicoidal. vírus da doença de Nairovirus 80-100 ovelhas de Nairobi vírus da febre do Vale Phlebovirus Rift Icosaédrica. vírus 80 x 1400 Ebola-like vírus vírus Ebola vírus RNA de cadeia simples. 35-39 Sapovirus Calicivirus suíno vírus do exantema vesicular Vesivirus de suínos Mamastrovirus Astrovirus humano Icosaédrica. polaridade negativa Simetria do capsídeo e diâmetro Subfamília Gêneros do virion (nm) vírus da anemia infecciosa dos salmões Orthobunyavirus vírus de Akabane Hantavirus vírus Hantaan Helicoidal. 60-220 Torovirus Torovirus equino Icosaédrica. 27-30 Avastrovirus Astrovirus do pavão vírus da bronquite Coronavirus infecciosa das aves Helicoidal. 22-30 Hepatovirus vírus da hepatite A Parechovirus Parechovirus humano Erbovirus vírus da rinite equina A Kobuvirus vírus Aichi Teschovirus vírus da doença de Teschen vírus da doença hemorrágica Lagovirus dos coelhos Norovirus vírus Norwalk Icosaédrica. 70 Rubivirus vírus da rubéola Isavirus Bunyaviridae Bornaviridae Arenaviridae Filoviridae Família Picornaviridae Caliciviridae Astroviridae Coronaviridae Arteriviridae Togaviridae Espécies representativas . vírus da doença de Bornavirus 100-130 Borna vírus da AArenavirus coriomeningite Helicoidal. 40-60 Arterivirus vírus da arterite equina Alphavirus vírus Sindbis Icosaédrica. polaridade positiva Simetria do capsídeo e Subfamília Gêneros Espécies representativas diâmetro do virion (nm) Enterovirus vírus da poliomielite Rhinovirusírus vírus do resfriado Cardiovirus vírus da encefalomiocardite Aphtovirus vírus da febre aftosa Icosaédrica.17 Família vírus RNA de cadeia simples. Exames mais detalhados das regiões afetadas revelam depósitos de fibrilas e placas amilóides associadas com a proteína prion. se a célula for co-infectada com outro vírus – denominado vírus helper (auxiliar) o produto do gene ausente no vírus defectivo é complementado pelo vírus auxiliar e aquele pode replicar. demência. o exame microscópico do cérebro revela grandes vacuolos nas regiões do córtex e cerebelo. desnudos. Esses pseudovírions podem ligar-se na célula hospedeira. scrapie em ovinos e BSE em bovinos. quando o genoma da célula hospedeira se fragmenta. a quantidade de partículas incompletas ou defectivas produzidas é maior do que os virions completos (até 1:1000). doenças em plantas como a doença do tubérculo fusiforme da batata. Maiores detalhes da patogenia ainda não são conhecidos. em sua maioria. com algumas regiões de cadeia dupla. Os viróides causam. em substituição ao DNA viral. Viróides Os viróides são ácidos nucléicos de baixo peso molecular. Resumidamente. Essas enfermidades se caracterizam pela perda do controle motor. segmentos de DNA celular são incorporados em partículas víricas. extremamente resistentes ao calor.18 Família Flaviviridae Nodaviridae vírus RNA de cadeia simples. Essas partículas se compõe exclusivamente de um fragmento de RNA circular de cadeia simples. 29-32 Betanodavirus rajado Partículas víricas atípicas associadas com infecções Vírions defectivos Os virions defectivos ou incompletos são aqueles cujo genoma não possui um ou mais genes específicos. que são exemplos de vírus defectivos. Por isso. São partículas protéicas infecciosas associadas a encefalopatias espongiformes transmissíveis (TSEs) de humanos e animais. devido a mutação ou deleção. penetrar mas não são capazes de replicar pois não possuem os genes virais necessários. No entanto. daí a denominação de encefalopatia espongiforme. polaridade positiva Simetria do capsídeo e Subfamília Gêneros Espécies representativas diâmetro do virion (nm) Flavivirus vírus da febre amarela Icosaédrica. Como resultado disso. serão discutidos a seguir nesse capítulo. Prions Os prions não são vírus. a radiação ultravioleta e radiação ionizante. A produção de partículas defectivas é característica de algumas espécies de vírus e acredita-se que possa moderar a severidade da enfermidade clínica in vivo. Os virusóides. As TSEs inlcuem a doença de Creutzfeldt-Jacob (CJD) em humanos. Para alguns vírus. Prions e TSEs são abordados com mais detalhes no capítulo 29. 40-60 Pestivirus vírus da diarréia viral bovina Hepacivirus vírus da hepatite C vírus da necrose do gato Icosaédrica. são incapazes de completar o ciclo replicativo na célula. paralisia e inevitavelmente morte. . Pseudovírions Pseudovírions podem ser produzidos durante a replicação viral. Mimivirus.R. Virginia Tech. Ithaca NY (www. International Veterinary Information Service. Wise1 and G. n: A Concise Review of Veterinary Virology. West Virginia. É precedido da inserção de glicoproteínas virais nas membranas da célula hospedeira. Carter G. Wise D.). Esse processo ocorre mais frequentemente na membrana plasmática e confere infectividade ao vírus. A sequência completa do genoma do Mimivirus foi recentemente publicada (2004). Concord University. A3402. No entanto. Nova família de vírus . não possui envelope e o genoma é uma molécula de DNA de cadeia dupla de 1. Brotamento: processo através do qual os vírus adquirem envelope. 2Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine. Last updated: 28-Oct2005. gelatinoso. and Flores E. com aproximadamente 400 nm de diâmetro. extremamente resistentes ao calor e a radiações ultravioletas e ionizantes. Requer uma bactéria viva para realizar seu ciclo reprodutivo. infectando um protozoário e até o presente é o maior vírus que se conhece. O nome do vírus é derivado do termo "micróbio imitador". pois são segmentos de ácido nucléico de baixo peso molecular. ácido hialurônico e sulfato de condroitina.Mimiviridae Mimiviridae é uma família viral que contêm apenas um membro.19 Virusóides Os virusóides (também chamados de RNA satélites) são similares aos viróides. Oligossacarídeo: um açúcar que contêm um número pequeno e conhecido de unidades de monosacarídeos.2 Mb contendo aproximadamente 1260 genes.org).F.R. USA. dependem de um vírus auxiliar para a sua replicação. Carter2 1 Department of Biology. através de uma polimerase de RNA dependente de RNA.1005. Virginia. Os virusóides replicam no citoplasma da célula. (Eds. Blacksburg. mucóide.PT Cultivo e caracterização viral D. Mucopolissacarídeo: uma classe de polissacarídeo como heparina. O agente foi descoberto em 1992.ivis. USA. que absorvem água para formar um material espesso.J.J. Glossário Bacteriófago:Í vírus que infecta células procarióticas e possui muitas características de vírus de plantas e animais. Ìndice      Métodos de propagação de vírus Purificação e concentração de vírus Armazenagem e infectividade Visualização de vírus Contagem direta de partículas víricas .. O capsídeo possui forma icosaédrica. Athens. Existem também métodos para a realização do diagnóstico de doenças produzidas pelas infecções víricas. visualização. caracterização. quantificação (direta e indireta) e propagação de vírus foram desenvolvidos. são sensíveis as radiações ultravioletas e gama. relativamente termoestável e susceptível a danos produzidos pelos cristais de gelo. Vírus não Características Vírus envelopados envelopados Radiação ultravioleta Sensível Sensível Radiação gamma Sensível Sensível Termo estabilidade Termoestável Termo sensível Susceptibilidade aos cristais de gelo Não Extensiva Inativação por solventes lipídicos e Não Sim detergentes Métodos de propagação viral Para o isolamento. A visualização de partículas víricas somente pode ser feita com o uso de microscópio eletrônico. identificação e produção de vacinas uma considerável quantidade de partículas víricas é geralmente necessária. Importantes propriedades biológicas e físico-químicas de vírus envelopados e não-envelopados. Como demonstrado na Tabela 2. Os filtrados quando inoculados em meios seletivos para bactérias apresentavam resultado negativo para esse microorganismo. Como discutido no capítulo anterior. os vírus envelopados são inativados por solventes lipídicos (clorofórmio e éter) e detergentes (deoxicolato). A principal característica que reflete a diversidade viral é a presença ou ausência do envelope. com exceção dos poxvírus. Devido a presença de camada lipídica que compõe o envelope viral. Inoculação de animais . existe uma considerável diversidade nas características físicas dos vírus de animais. os vírus não-envelopados de uma maneira geral são sensíveis a radiação ultravioleta.1. Alguns métodos básicos aplicados para o estudo de vírus serão descritos abaixo. Isso pode ser obtido pela através de técnicas de propagação. os quais detectam a resposta do hospedeiro ao agente. relativamente termo sensíveis e mais facilmente danificados por cristais de gelo do que os vírus que não possuem envelope. muitos deles são baseados em testes sorológicos.1.20    Contagem indireta de partículas víricas Alguns métodos empregados para a caracterização de vírus Glossário Vários métodos para o armazenamento. Tabela 2. porém mantinham a capacidade infectante e eventualmente continham vírus. Normalmente não é possível observar os vírus com o uso de microscópio óptico. Os métodos de diagnóstico serão discutidos no Capitulo 7. Historicamente foi observado que alguns agente causadores de doenças poderiam passar através de filtros nos quais as bactérias eram retidas. enquanto que o cultivo celular é resultado da dissociação do tecido em células individuais seguido de sua manutenção em cultivo. Algumas considerações devem ser tomadas quando do emprego dessa técnica. No entanto. A inoculação em ovos embrionados é um método amplamente utilizado para a propagação de vírus influenza tipo A e a maioria de vírus aviários. se adaptam bem a esse sistema que é rotineiramente utilizado para propagação. é indicado o uso de ovos oriundos de criatórios SPF (specific pathogen free – livres de patógenos específicos).21 Durante muito tempo a inoculação de susceptíveis foi única maneira de se obter grandes quantidades de vírus. Existem dois tipos básicos: cultivo de explante e cultivo celular. dentre elas a presença de anticorpos maternais (IgY) no saco da gema. o uso de animais para multiplicação de vírus é limitada devido a questões éticas. em amostras suspeitas de raiva utiliza-se a inoculação de camundongos lactantes. Atualmente. a inoculação de animais pode ser utilizada. Vários sistemas utilizados em virologia são baseados no emprego de cultivos celulares e não no cultivo de tecidos. Esse sistema pode ser empregado para a diferenciação de alguns vírus que produzem lesões semelhantes. o uso de amostras oriundas do baço de aves parece ser mais empregado. Cultura de células e tecidos A cultura de tecidos refere-se ao crescimento e manutenção de tecidos vivos in vitro. No entanto. Devido a isso. Por exemplo. o uso de ovos embrionados para a propagação viral foi umas das primeiras alternativas na qual não se utilizava animais. como o vírus da Língua Azul. A constante passagem de viroses em ovos embrionados também é uma técnica de atenuação que pode ser aplicada para a obtenção de amostras virais utilizadas em vacinas vivas modificadas. . O cultivo de células pode ser subdividido em cultivo primário. alguns vírus de mamíferos. Cultivo de explantes é pequenos fragmentos de tecidos oriundos do hospedeiro e mantidos em cultivo. diagnóstico e pesquisa. Inoculação de ovos embrionados Previamente ao desenvolvimento das técnicas de cultivo celular. como vírus do cowpox e do pseudocowpox. cepas vacinais do vírus da Enterite Hemorrágica dos Perus podem ser propagadas em animais ou em cultivo celular. semicontínuo e contínuo ou linhas celulares. Somente utilizam-se animais para a amplificação viral para aqueles vírus que apresentam dificuldade de adaptação ao cultivo celular. Com o propósito de diagnóstico. sendo muitas vezes ambos os termos aplicados indiscriminadamente. 22 Figura 2-1. esses cultivos são amplamente para a propagação de uma grande variedade de vírus. Cortesia do A. Cultivos de explante São culturas de pequenos fragmentos de tecidos específicos retirados de animais. Cultivos primários raramente sobrevivem a 20 passagens in vitro. Demonstração de latência por alfaherpesvírus humanos e animais pode exigir o uso de cultivos de explantes de gânglios nervosos (trigêmeo). isso é denominado como limite de Hayflick. Geralmente são compostos por fibroblastos. o cultivo semi-contínuo contém o número normal de cromossomos de uma célula diplóide da espécie da qual foi originado. Wayne Roberts. esse tipo de cultivo muitas vezes é composto de vários tipos celulares. Cultivos semi-contínuos são originados de cultivos primários na qual algumas células podem sobreviver mais que o limite de Hayflick. Cultivo contínuo ou linhas celulares . Nas condições in vitro. Cultivo celular primário Cultivo de células primárias é originado de tecidos frescos que foram submetidos ao tratamento com enzimas (tripsina ou outras proteases) para a individualização das células. porém são ideais para o isolamento de alguns vírus. Cultivo semi-contínuo Conhecido como linha celular diplóide. são limitados quanto ao número de passagem. os cultivos primários raramente se dividem ou então o faz a uma frequência muito baixa. No entanto. Como resultado. Cultivo celular normal. Esse tipo de cultivo geralmente sobrevive entre 30 e 50 passagens in vitro. Portanto. Cultivos de explante são úteis para isolamento viral e são necessários para o isolamento de alguns coronavírus. a infectividade irá diminuir em minutos. Concentração e purificação viral Após a adaptação e propagação inicial. Porém. como o American Type Cell Culture (ATCC). particularmente nos casos do vírus envelopados. em alguns casos em que deseja reduzir o volume ainda mais pode ser feita uma concentração por diálise e precipitação com metanol ou polietileno glicol realizada a baixa temperatura (-70°C). os vírus podem ser separados dos debris celulares e purificados. pois essas linhas contínuas são susceptíveis a alterações nas suas características. irá influenciar a transmissão pelo contato direto (à 37°C) e pelos fômites (à 20°C). Alguns são . Temperaturas abaixo da temperatura de congelamento são usadas para armazenamento de vírus durante prolongados períodos. Os laboratórios de virologia geralmente mantém estoques de linhas celulares com um baixo número de passagens. As alterações podem ser produzidas pela infecção com micoplasmas ou contaminação com alguns vírus (circovírus suíno e vírus da diarréia viral bovina). Deve ser considerado que a resistência e labilidade variam muito entre os vírus. O passo inicial desse processo é uma centrifugação diferencial (baixa velocidade) (~ 2000 x g) que é usada para remover o debris celulares. a infectividade. os cultivos contínuos ou linhas celulares são menos susceptíveis a propagação viral do que os cultivos primário ou semi-contínuo. Alguns parâmetros são considerados críticos:      à 60°C. Essas células são originadas de tecidos normais ou neoplásicos e são caracterizados pela habilidade de propagação indefinida in vitro. Os vírus não possuem atividade metabólica própria. sendo chamados de cultivos heteroplóides. Geralmente. Isso é obtido após um número de processos que envolvem centrifugações (diferentes velocidades). Já os vírus não envelopados. podem ser purificados pela centrifugação em gradientes de cloreto de césio. diálise. à 4°C. a infectividade irá diminuir rapidamente em segundos. infectividade irá diminuir em horas. Nesse caso é importante manter a formação de cristais de gelo à níveis mínimos. à temperaturas acima citadas. à 37°C. O seguinte passo é uma centrifugação a alta velocidade (40 000 a 80 000 x g) que objetiva reduzir o volume da amostra.23 As células desse tipo de cultivo apresentam um número anormal de cromossomos. Muitas linhas celulares estão disponíveis em repositórios. possuem a facilidade de multiplicação em grande escala o que é benéfico para a pesquisa e produção de vacinas. A temperatura exterior à célula hospedeira afeta diretamente a capacidade do vírus manter a sua infectividade. Clínicos devem estar atentos para esse tipo de amostra clínica. precipitação. a infectividade é a maneira de avaliar a integridade da partícula após a exposição a determinadas temperaturas. Infectividade e armazenamento Infectividade Infectividade é a habilidade que o vírus tem de infectar uma célula hospedeira. a infectividade nos tecidos é mantida por dias. cromatografia e gradientes de densidades. Vírus envelopados podem ser purificados através da velocidade de sedimentação em gradientes de sacarose. à 20°C. A purificação é obtida através de cromatografia ou centrifugação através de gradientes de densidade. na determinação do número mínimo para produção de doença ou em investigação viral. Cortesia do A. Sem as técnicas de visualização dos vírus existe uma dificuldade muito grande em se estudar a estrutura ou a interação vírus-célula. A capacidade de visualização das partículas permitiu se estimar o número de partículas presentes em uma suspensão. arredondamento celular.  congelamento à -196°C nitrogênio líquido. a formação de corpúsculos de inclusão pode ser observada. podendo ser estocados a temperatura ambiente ou congeladores convencionais. dias. fusão de várias células e formação de células gigantes multinucleadas (sincício). A alteração ou destruição causada pelo vírus nas célula é referido como efeito citopático (CPE). esta técnica pode ser utilizada para a observação do efeito da infecção viral na células hospedeira. enquanto outros são inativados em minutos sob condições semelhantes. ruptura com a liberação de debris celulares. Alguns métodos permitem estimar o número de partículas presente em uma solução de forma indireta. A estimativa é importante na preparação de vacinas. Efeito citopático de um herpesvírus equino "lento". Os efeitos citopáticos observáveis incluem: 1. Ex.  liofilização ou congelamento a seco. Wayne Roberts.: paramixovírus Adicionalmente. . Três métodos principais de conservação de vírus são:  congelamento à -70°C com ou sem criopreservantes. com exceção dos poxvírus. Em ambos os casos.: herpesvírus 4.: enterovirus 3. Ex. Microscopia óptica Com o uso da microscopia óptica não é possível a observação das partículas víricas. intumescimento e arredondamento celular em áreas localizadas.24 capazes de resistir por horas. arredondamento celular e agregados semelhantes a cachos de uva. a quantificação é sempre uma estimativa. ou até meses em condições ambientais. Ex. sendo características de alguns vírus. para armazenamento por um longo período de tempo. Visualização de vírus Os dois métodos mais utilizados para visualizar a estrutura e morfologia dos vírus são a microscopia eletrônica e microscopia de força atômica. Ex. direta ou indireta. Figura 2-2. retração celular. Outros tipos de microscopia são empregados para observar as alterações celulares induzidas pela replicação viral.: adenovírus 2. a visualização pode ser realizada indiretamente através do uso de anticorpos não marcados (específicos para o antígeno. Contagem direta de vírus . os quais são visualizados na tela fluorescente. Com microscopia eletrônica é possível a obtenção de imagens tridimensionais dos vírus e de sua localização dentro da células hospedeira (núcleo ou citoplasma) em um determinado momento após a infecção. Isso faz com que seja possível medir pequenas áreas da amostra.25 Microscopia de fluorescência A microscopia de fluorescência pode ser utilizada para a visualização de células ou tecidos infectados por vírus. mas mensurável força. absorção. Nesse método. seguido do uso de um anticorpo marcado com o fluorocromo que reconhece o primeiro anticorpo. Os anticorpos ligam-se especificamente nos antígenos virais dentro das células ou tecidos. como DNA. Para facilitar a visualização. Microscopia atômica de força A microscopia de atômica de força mede a propriedades locais (tamanho. Esse método tem sido útil para imagens detalhadas de estruturas de capsídeos e de interações entre o vírus e a célula Microscopia imunoeletrônica Essa técnica permite a visualização do complexo antígeno/anticorpo que é específico para determinado vírus. a observação dos vírus em células vivas não é possível. magnetismo. A visualização é possível após a excitação do fluorocromo com a luz ultravioleta (UV) do microscópio de fluorescência. A microscopia eletrônica possui resolução capaz de se visualizar grandes polímeros. O resultado da força medida é transformado no contorno da superfície da estrutura analisada. Os elétrons chocam com o metal. Os elétrons com alta energia possuem comprimentos de ondas curtos e isso faz com se obtenha uma melhor resolução de estruturas muito pequenas. Como as amostras são tratadas com metais pesados. como o ósmio. nesse caso emprega-se anticorpos específicos para o antígeno associados a um fluorocromo (geralmente fluoresceína). tornando possível a visualização da amostra. na qual observa-se a áreas coloridas localizadas em um fundo relativamente escuro. como os soro de animais convalescentes). resultando em uma pequena. Microscopia eletrônica A microscopia eletrônica emprega a aceleração dos elétrons com grande energia e magneticamente. Alternativamente.) mediante a proximidade da sonda com a amostra. RNA e grandes proteínas. seções ultrafinas da amostra são preparadas e incubadas com um anticorpo específico para o vírus. Após seguidas lavagens. Os elétrons são impulsionados entre os átomos. As técnicas que utilizam anticorpos fluorescentes são rotineiramente usados no diagnóstico e pesquisa viral. a seção é incubada com proteína A conjugada com partículas de ouro (com um tamanho variando entre 5 e 20 nm). as amostras podem ser previamente tratadas com metais pesados. A vantagem da microscopia atômica de força é o uso de células ou tecidos vivos e de requerer uma quantidade mínima de amostra. etc. A de proteína A liga-se à região Fc do anticorpo e a detecção é feita com o uso da microscopia eletrônica. Contagem indireta de vírus Os métodos de contagem indiretos utilizam fatores associados com a infectividade (atividade biológica). utiliza-se um vírus .72 horas. Uma limitação desse método é que capsídeos vazios. Unidade formadora de placas Esta prova baseia-se na inoculação de células susceptíveis com uma amostra do vírus e através da sua atividade biológica pode-se estimar a quantidade de partículas. Por exemplo. Nos vírus citopáticos. prova de formação de placas e o método da diluição limitante. são contadas. Quando possível.26 A contagem do número de partículas víricas possui importância na pesquisa e produção de vacinas. Nesse procedimento. Hemaglutinação A prova de hemaglutinação é baseada na propriedade que muitos vírus envelopados tem de aglutinar eritrócitos. no fator de diluição e no volume de amostra usada para. após um período de incubação o observa-se a hemaglutinação. O ágar previne a disseminação do vírus na cultura entre as células a uma grande distância. O cálculo do número de placas baseia-se na contagem do número de placas observadas. mas permite que ocorra uma transmissão célula-a-célula. resultando em Unidade Formadora de Placas por mililitro de amostra. Método da diluição limitante Esse ensaio é baseado na observação da presença da replicação viral in vitro como CPE após a exposição de diferentes diluições da amostra a ser testada. partículas não infecciosas. Pode ser utilizada diretamente em amostras de fezes ou para determinados tipos de ensaios enzimáticos (discutido no capítulo 7). Uma HA é definida como a maior diluição da amostra viral que produz hemaglutinação completa. A microscopia eletrônica é usada para contagem de partículas víricas em soluções livres de vírus. Esse número é então empregado para se fazer uma estimação do número total de partículas na amostra. diluições seriadas na base dez do vírus a ser testado são inoculadas em camadas celulares. e também como um teste auxiliar na identificação de alguns vírus em amostras de cultivo celular e fluídos de embriões de galinhas. Ensaios similares de atividade enzimática de um vírus em particular (como aqueles que possuem transcriptase reversa) podem ser realizados de maneira semelhante. são necessárias 10000 partículas víricas de influenza por cada unidade hemaglutinante (HA). as células infectadas serão destruídas formando um área clara indicando a morte celular após a um período de incubação que pode variar entre 24 . é adicionado um gel contendo agarose e meio de cultivo. Após o período de incubação que permite o vírus adsorver nas células. O teste é realizado em microplacas e consiste da adição de células vermelhas à diferentes concentrações do vírus. O número de partículas infecciosas e o número total são comparados possibilitando o estabelecimento de uma relação partículas totais/partículas infecciosas para uma determinada preparação de um vírus. Os três principais métodos utilizados para a determinação da concentração viral são: provas de hemaglutinação. A hemaglutinação é o resultado da ligação de várias partículas víricas à superfície do eritrócito. Especialmente de amostras víricas que não efeito citopatogênico ou então o fazem de forma discreta. Um determinado volume de amostra é examinado e os vírus são contados. A hemaglutinação é empregada para a concentração e purificação de alguns vírus. Sensibilidade a solventes lipídicos A sensibilidade de alguns vírus aos solventes lipídicos. método que será descrito no capítulo 7. A análise por enzimas de restrição é particularmente útil para a definição do "subsorotipo". Análise por enzimas de restrição Enzimas de restrição são endonucleases (RE) que cortam o DNA de fita dupla em regiões específicas. Identificação do ácido nucléico A identificação é realizada através da síntese do ácido nucleico na presença de inibidores da síntese do DNA. Se a síntese viral for inibida. Caso a multiplicação viral não for inibida. Anteriormente ao brotamento. e estudo epidemiológico de surtos. presume-se que o vírus contenha RNA como material genético. com exceção de alguns poxvírus. Os vírus RNA também podem ser analisados através desta técnica. ovos embrionados ou até mesmo com animais de laboratórios. Hemadsorção Os ortomixovírus e paramixovírus obtêm a camada externa do envelope através do brotamento nas membranas celulares. seguido da separação dos fragmentos de acordo com o tamanho através de eletroforese em gel de poliacrilamida ou agarose. Todos os vírus animais envelopados. na diferenciação entre vacina viva modificada e amostra virulenta. Dependendo do vírus.27 referência que possuí a sua concentração pré-determinada como controle positivo. proteínas codificadas pelos vírus (hemaglutininas) são incorporadas na membrana celular. a multiplicação do vírus estará diminuída então do mesmo modo. porém primeiro deve ser sintetizado o DNA complementar (cDNA) a partir de RNA usando a enzima transcriptase reversa. Isso fará com as os eritrócitos adsorvam na superfície celular. e resultando na formação de um foco de hemadsorção que poderá ser detectado microscopicamente. Algumas das técnicas serão rapidamente citadas. como clorofórmio e éter. tais como 5-bromo-2-deoxyuridine (BrdU). O método baseia-se no tratamento do DNA viral com uma ou mais enzimas de restrição. auxilia na taxonomia de alguns vírus. O título infeccioso (a recíproca da maior diluição capaz de infectar 50% das culturas celulares) é expresso como DICC50/ml (dose infectante para 50% dos cultivos celulares). realizam-se diluições seriadas na base dois ou na base dez e incuba-se com células susceptíveis. Todos os vírus que possuem a envelope são susceptíveis aos solventes lipídicos. Diferentes métodos usados para caracterização Existem algumas técnicas utilizadas em virologia que são auxiliares na identificação e classificação de amostras desconhecidas de vírus. seguido de uma amplificação do cDNA pelo uso da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR). mas se possuem especial interesse no diagnóstico ou pesquisa de algum particular vírus serão descritas com mais detalhes na ocasião apropriada. . Essa prova pode ser realizada com culturas celulares. variando de quatro a oito sequências de bases palindrômicas. são sensíveis ao éter. Os hibridomas selecionados são injetados no peritônio de camundongos. os quais refletem o estado da doença. onde essas células irão multiplicar rapidamente. se disponíveis. esses serão analisados quanto a secreção de anticorpos específicos para o antígeno viral. A figura 2-1 descreve os passos envolvidos na preparação de anticorpos monoclonais. resultando no acúmulo de fluído ascítico contendo altas concentrações do anticorpo monoclonal. A detecção e avaliação desses anticorpos. resultando os hibridomas. Essas células híbridas são então selecionadas e clonadas. os mAbs são utilizados na detecção de antígenos virais em tecidos. Os testes mais comuns empregados no diagnóstico e pesquisa viral serão discutidos no Capítulo 7. e isso é muitas vezes um processo demorado que requer a avaliação dos níveis de anticorpos na fase aguda e convalescente. geralmente coletados num intervalo de 10 a 14 dias. . esses desenvolverão linfócitos B específicos no baço. são utilizados para o planejamento de programas sanitários em rebanhos e em estudos epidemiológicos de surtos. A detecção dos anticorpos é também empregada no diagnóstico de doenças. Essas células serão coletadas e fusionadas quimicamente com a uma linhagem celular de plasmocitomas de camundongos que secretam IgG. Anticorpos monoclonais são utilizados na tipificação e subtipificação viral. Quando ligados a substâncias fluorocromos. Os mAbs são também usados em testes de ELISAs para a identificação de vírus. Uma medida mais rápida é utilizar anticorpos específicos (soro hiperimune) para detectar os antígenos virais diretamente nas amostras clínicas. Esses anticorpos são obtidos através da hiperimunização de coelhos ou cabras com vírus. Anticorpos monoclonais (mAbs) são preparados em camundongos após a sua exposição com o antígeno viral.28 Métodos imunológicos Animais infectados com vírus respondem através da produção de anticorpos específicos. Outra alternativa que pode ser empregada são os anticorpos monoclonais. sendo a menos concentrada na superfície e a de maior concentração no fundo. fusão. Glossário Vírus citopático: são vírus que alteram a aparência das células em cultura. O gradiente consiste de uma solução (geralmente por sacarose ou cloreto de césio) formada por várias densidades. Ex. coli) é: 5' GAATTC 3' 3' CTTAAG 5' .29 Figura 2-3. Gradiente de densidade: este procedimento é empregado para separação das células ou moléculas grandes. lise e liberação e produção de corpúsculos de inclusão. Devido a centrifugação as células e moléculas movem-se através do gradiente e formam bandas na densidade onde sua gravidade e igual ao do meio. As alterações podem incluir arredondamento. Palindrômicas: são sequências de DNA que a leitura é a mesma em ambas as direções. pela centrifugação através de um gradiente de densidade. A maioria dos sítios de reconhecimento das enzimas de restrição são palindrômicas.: o sítio de reconhecimento da EcoRI (E. como proteínas e ácidos nucléicos. Os passos associados com o desenvolvimento de anticorpos monoclonais específicos. A3403.0205. desnudamento (se necessário). Ìndice      Replicação viral o Replicação de vírus DNA o Replicação de vírus RNA Genética viral o Mutação o "Shift e drift" antigênicos Interações entre dois vírus o Complementação o Recombinação o Reativação genética o Mistura de fenótipos Aplicações de vírus: terapia genética e vacinas recombinantes o Terapia genética o Vacinas recombinantes Glossário Replicação viral A replicação dos vírus é um processo muito complexo e diverso. Em outras palavras. West Virginia.ivis. 2Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine.org). Sem adsorção/ligação a infecção não pode ocorrer. existem vários aspectos em comum nas diversas etapas de replicação. A adsorção é essencialmente uma interação ligante-receptor.J. USA. Carter G. montagem e egresso. Carter2 1 Department of Biology. internalização do nucleocapsídeo via endocitose mediada por receptor. International Veterinary Information Service. Virginia Tech. penetração.  A adsorção (ou ligação) depende da interação física entre os virions e a superfície da célula-alvo. USA. Last updated: 8-Feb2005. síntese protéica (expressão gênica). Wise D.). ou fusão do envelope viral com a . a adsorção é necessária mas não assegura que a replicação irá ocorrer. O ciclo replicativo de todos os vírus contém as seguintes etapas: ligação/adsorção. Athens.. Como consequência. Ithaca NY (www. Concord University. Apesar da diversidade de estratégias de replicação.PT Replicação e genética viral D. Os mecanismos de replicação dependem fundamentalmente do tipo de ácido nucléico e da organização do genoma de cada vírus. Virginia. Por outro lado. replicação do genoma. (Eds. a especificidade de células-alvo e de hospedeiros susceptíveis é determinada.R. Blacksburg.30 In: A Concise Review of Veterinary Virology. nem todos os eventos de adsorção resultam em infecção produtiva.F.J. and Flores E. Wise1 and G.R.  Penetração refere-se à introdução do ácido nucléico viral na célula. o genoma deve ser capaz de originar RNAs mensageiros que sejam reconhecidos e traduzidos pela maquinaria celular de tradução. Em vírus DNA de cadeia dupla. enquanto os genomas grandes geralmente codificam as suas próprias polimerases (adenovírus. a progênie viral é liberada através de brotamento. o que lhes permite replicar no citoplasma. O desnudamento é um pré-requisito para a expressão do genoma. Esse processo ocorre espontaneamente através de interações entre proteínas e entre estas e o genoma. Os vírus DNA que replicam no núcleo utilizam a RNA polimerase-dependente de DNA celular para a transcrição. Na replicação dos vírus sem envelope. poxvírus). A montagem dos vírus nãoenvelopados consiste primariamente da associação do genoma com as proteínas que formam o nucleocapsídeo. Como resultado. como os adenovírus. os vírus DNA replicam no núcleo. A maioria dos poxvírus e iridovírus traz transcriptases nos virions. Egresso (liberação) dos virions. Maturação é a montagem completa das partículas víricas. O desnudamento do genoma das proteínas componentes do nucleocapsídeo pode necessitar a participação de proteínas celulares ou outros fatores. outros vírus mais complexos codificam as suas próprias enzimas replicativas. A maturação dos vírus DNA (exceção dos poxvírus e iridovírus) ocorre no núcleo. onde interagem entre si e com o genoma e são integradas na estrutura do capsídeo que envolve o ácido nucléico. O envelope é adquirido por um processo denominado de "brotamento". com ambas as cadeias sendo replicadas. o genoma viral é liberado e se localiza no citosol ou em vesículas endocíticas. Replicação dos vírus DNA       Em geral. Nos vírus mais simples. No entanto. Nos vírus envelopados. muitos vírus envelopados também podem ser liberados pela morte e desintegração da célula. o nucleocapsídeo adquire um envoltório externo (envelope) que consiste de membranas celulares (nuclear. Independentemente do tipo (DNA ou RNA. segmentado ou não-segmentado). A replicação dos vírus DNA é semiconservativa e simétrica. Síntese protéica (ou expressão gênica) – O RNA mensageiro (RNAm) é produzido e traduzido em proteínas. a replicação das duas cadeias não segue necessariamente o mesmo mecanismo. a replicação do genoma é uma tarefa executada por enzimas celulares. Exceções são os poxvírus e os iridovírus (vírus de insetos e peixes) que utilizam "fábricas" citoplasmáticas. sem necessariamente implicar em morte celular. poliomavírus). herpesvírus. Como será descrito para cada grupo de vírus. Na maturação dos vírus envelopados. As enzimas DNA polimerases da célula eucariota podem replicar genomas pequenos ou médios (papilomavírus.31       membrana plasmática. milhares de virions recém-formados são liberados pela morte e lise celular. Replicação do genoma: o mecanismo de replicação depende do tipo de ácido nucléico. cadeia simples ou dupla. existe um mecanismo único pelo qual a maquinaria celular torna-se amplamente dedicada à síntese de produtos virais em detrimento da síntese de proteínas celulares. Após o desnudamento. o genoma prossegue no ciclo replicativo ou uma cópia dele é integrada no cromossoma do hospedeiro e permanece latente até ser ativado (retrovírus). . . As proteínas estruturais são transportadas do citoplasma para o núcleo. estrutura e topologia do genoma. retículo endoplasmático ou membrana plasmática) contendo uma camada dupla de lipídios derivadas da célula e proteínas virais inseridas. Golgi. resultando na formação de corpúsculos de inclusão que contêm as enzimas virais necessárias para a replicação.  Os genomas variam entre 5 . a replicação do genoma ocorre no núcleo.  Em geral. Polyomaviridae.  O DNA de cadeia dupla pode ser na topologia circular. 3. Esquema geral de replicação dos vírus DNA de cadeia dupla. Replicação dos vírus DNA de cadeia simples .  Figura 3-1. herpesvírus). ou linear com as extremidades ligadas. como as polimerases de DNA dependentes de DNA. Acredita-se que a replicação do DNA dos poliomavírus (cadeia dupla circular) seja mediada por um mecanismo giratório que contêm a endonucleases e ligases. semelhante ao que ocorre com os plasmídios. Papillomaviridae e Adenoviridae (Fig. Iridoviridae. Replicação dos vírus DNA de cadeia dupla Esses incluem as seguintes famílias de vírus animais: Asfaviridae. permitindo a replicação de um pequeno segmento. Esse "corte" seria então reparado (ligado) pela ligase. Poxviridae.8 Kb (Polyomaviridae) e mais de 300 Kb (Poxviridae e Iridoviridae). A replicação dos poxvírus e alguns iridovírus ocorre no citoplasma. linear.1).  Os genomas circulares pequenos são replicados em direção bidirecional. por enzimas do hospedeiro (para pequenos vírus como os poliomavírus e papilomavírus) ou por replicases codificadas pelo vírus (adenovírus.32  Os vírus envelopados completam a maturação através do brotamento na membrana nuclear (iridovírus) ou da membrana plasmática. Herpesviridae. A endonuclease clivaria uma das cadeias. a forma replicativa associa-se com histonas celulares e outras proteínas nucleares e passa a ser comportar como um cromossoma do hospedeiro. No caso dos genomas circulares. Vírus DNA de cadeia dupla com transcrição reversa  Inclui a família Hepadnaviridae .33 Inclui as famílias Circoviridae e Parvoviridae de vírus animais  Os genomas variam de 3 a 6 kb.  A replicação ocorre no núcleo e envolve a síntese de uma cadeia de DNA sentido negativo (DNA . Formas lineares possuem mecanismos derivados que permitem o genoma ser replicado sem perda de DNA a cada ciclo de replicação. originando a forma replicativa (cadeia dupla). Esse processo envolve a produção transiente de um DNA de cadeia dupla.  A penetração do DNA de cadeia simples no núcleo estimula o seu "reparo" por enzimas celulares. Esquema geral de replicação dos vírus DNA de cadeia simples. denominado de forma replicativa.  O DNA circular dos circovírus parece ser replicado por um mecanismo de "rolling circle".  Os genomas DNA de cadeia simples podem ser lineares de um único componente (Parvoviridae) ou circulares um único componente (Circoviridae).) para servir de molde para a síntese da cópia genômica (DNA +) dos virions. Figura 3-2. O genoma de alguns vírus RNA é constituído de uma única molécula de RNA (nãosegmentados). O processo de replicação . as DNA polimerases celulares não replicam o genoma viral. no entanto. que é incorporada no genoma da célula hospedeira e é subsequentemente transcrita em RNAs mensageiros por polimerases de RNA dependentes de DNA do hospedeiro. Em geral.34      O genoma é constituído de uma molécula circular (não-covalente) de DNA parcialmente cadeia dupla. Uma vez completada. o genoma ccc comporta-se como um minicromossoma. com 3. o DNA genômico penetra no núcleo e a cadeia incompleta é completada pela DNA polimerase viral e/ou enzimas celulares. O RNA dos reovírus. Após a penetração e desnudamento parcial. a polimerase degrada o pgRNA que serviu de molde e sintetiza a cadeia complementar de DNA. RNAs mensageiros menores são também produzidos. Após a síntese da primeira cadeia de DNA complementar (cDNA). apenas uma cadeia é replicada. Os vírus penetram na célula através de endocitose mediada por receptor ou através de fusão na membrana celular ou na vesícula endocítica (vírus envelopados). onde servem de molde para a polimerase viral sintetizar o cDNA (transcrição reversa). dando origem à polimerase viral e proteínas do capsídeo. Os virions que são liberados das células por brotamento contêm um genoma DNA de cadeia dupla. originando um RNAm com a extensão total do genoma. A replicação do RNA de cadeia dupla dos reovírus é conservativa e assimétrica. O RNA de alguns vírus animais possui função de RNA mensageiro (sentido +) e pode ser diretamente traduzido. conjugando-se com histonas celulares. O desnudamento ocorre no citoplasma. No núcleo. A montagem parcial dos capsídeos prossegue. enquanto o genoma de outros é sentido negativo (anti-sense) e deve ser inicialmente transcrito em RNAs de sentido + por polimerases de RNA dependentes de RNA virais (transcriptases).2 Kb. denominado de pgRNA (RNA pré-genômico). Os retrovírus possuem uma enzima transcriptase reversa (polimerase de DNA dependente de RNA). em outros se constitui de mais de um segmento (segmentado). o que permite a formação de uma molécula de DNA cadeia dupla intermediária (provírus DNA). O R1 consiste do RNA parental que serve de molde para a transcrição de várias cadeias de RNA. ao contrário do DNA de cadeia dupla. A ligação (adsorção) ocorre por interações eletrostáticas entre os virions e os receptores celulares específicos. devido à adição de uma cauda poli-A produzida. que é maior do que o molde DNA do qual foi transcrito. Replicação dos vírus RNA          A replicação da maioria dos vírus RNA ocorre estritamente no citoplasma das células e é independente da maquinaria nuclear. O genoma é então transcrito em sua integridade. que eventualmente se destacam do molde e servem de molde para a síntese de RNA viral. permanecendo em partículas parcialmente desmontadas durante a transcrição e replicação. Algumas cópias do pgRNA são encapsidadas nos virions recém-formados. a replicação do RNA é semi-conservativa e segue-se pela formação de um intermediário replicativo (R1). nunca é completamente desnudo. Exceções são os ortomixovírus que requerem fatores da transcrição celular e os retrovírus que replicam via um intermediário DNA. ou durante a passagem (translocação) através da membrana celular. No entanto. como parece ser o caso dos picornavírus. Esse intermediário RNA que serve de molde para o DNA do virion. uma enzima ligase realiza a ligação das extremidades. Os genomas desses vírus variam entre 4 a 20 . A replicação não envolve a formação de intermediários R1. Os vírus envelopados completam a maturação pelo brotamento na membrana do retículo endoplasmático. Todos possuem genomas lineares. Grande parte da parte restante da replicação ainda é pouco conhecida. A adsorção ocorre via endocitose mediada por receptor. Todos os genomas são lineares. Não ocorre a formação de RNA de cadeia dupla no citoplasma da célula infectada hospedeira. o RNA de cadeia dupla serve de molde para a produção de RNA mensageiro por uma enzima polimerase de RNA dependente de RNA. segmentados. . A replicação é através de mecanismo conservativo. aparelho de Golgi ou membrana plasmática.27 kb em extensão. Cada segmento corresponde a um RNA mensageiro monocistrônico. O virion é parcialmente desnudo e o núcleo da partícula permanece na vesícula endocítica. A maturação ocorre no citoplasma da célula.35  exige polimerases de RNA dependentes de RNA (replicases) que são codificadas pelo vírus. mas podem ter dois segmentos (Birnaviridae) ou vários segmentos (os reovírus possuem 10 a 12). Vírus RNA de cadeia dupla         Inclui as seguintes famílias de vírus: Reoviridae e Birnaviridae. com o RNA viral se associando com as proteínas do capsídeo e formando o nucleocapsídeo. que é processada co. Nodaviridae.36 Figura 3-3. Vírus RNA de cadeia simples. Togaviridae e Arteriviridae. polaridade positiva        Incluem as seguintes famílias de vírus animais: Caliciviridae. O genoma é diretamente traduzido em uma poliproteína extensa. Coronaviridae. dois segmentos com única ORF (nodavírus). O tamanho do genoma varia entre menos de 5 até mais de 20 . único segmento com uma única ORF (picornavírus). Então. Os picornavírus e flavivírus possuem um genoma RNA de polaridade positiva como genoma. Picornaviridae. o virion é desnudo e o RNA cadeia simples é liberado no citoplasma. Astroviridae. . Flaviviridae.e pós-tradução em várias proteínas virais por proteases do hospedeiro e viral. que se comporta como um mensageiro policistrônico. envolvendo várias etapas de tradução para completar o ciclo replicativo.30 Kb A penetração é via endocitose mediada por receptor. Os coronavírus apresentam um padrão complexo de transcrição. Esquema geral de replicação dos vírus RNA de cadeia dupla. Os genomas possuem sentido de mensageiro e são totalmente ou parcialmente traduzidos em proteínas na primeira etapa da replicação viral. Possíveis formas de genomas lineares são: único-segmento com várias ORFs (togavirus e calicivírus). Os genomas variam entre 10 a 14 Kb e 11 a 20 Kb de extensão.  Possíveis arranjos genômicos incluem: segmento único com ORFs múltiplas (filovírus. . Rhabdoviridae. polaridade positiva que eventualmente mediará a transcrição das regiões de polaridade negativa. dois segmentos ambissense (arenavírus). Esquema de replicação dos vírus RNA de cadeia negativa. sentido negativo   Inclui as seguintes famílias de vírus animais: Orthomyxoviridae. esses vírus devem trazer a suas polimerases/replicases nos virions para realizar a transcrição/replicação do genoma. A replicação também requer a transcrição pela polimerase de RNA dependente de RNA viral. Por isso. Esquema de replicação dos vírus RNA de cadeia positiva. Paramyxoviridae. O primeiro passo na replicação é a transcrição dos RNA de sentido negativo pela polimerase de RNA dependente de RNA viral. paramixovírus. Figura 3-5. Bornaviridae.  Os ortomixovírus possuem genomas segmentados.  Os rabdovírus possuem genomas não-segmentados.  No caso dos vírus ambissense. Como os genomas são de sentido negativo. Filoviridae. três segmentos polaridade negativa ou ambissense (buniavírus) e seis a oito segmentos (ortmomixovírus). Bunyaviridae. não são traduzidos diretamente. Arenaviridae.37 Figura 3-4. rabdovírus). Deltavírus. a transcriptase é codificada pela região de. Vírus RNA de cadeia simples. tipos (sorológicos ou biológicos) e variantes (fenotipicamente diferentes do vírus de campo por razões genéticas desconhecidas) podem ser identificados. O DNA cadeia dupla resultante chamada de provírus. com taxas de mutação espontânea entre 10-3 a 10-4 por nucleotídeo incorporado. Uma vez integrado no genoma do hospedeiro. O rápido conhecimento crescente da genética viral tem levado a muitas aplicações e técnicas muito úteis. A conversão do RNA em DNA de cadeia simples é mediada pela enzima viral transcriptase reversa. o DNA viral (ou provírus) permanece latente até ser ativado em produção ativa de virions. que as polimerases de DNA frequentemente possuem alguma habilidade de correção de erros. que ligam nos receptores). Os vírus DNA são tipicamente mais geneticamente estáveis do que os vírus RNA. nucleoproteína. ela possui uma vantagem seletiva. Dessa informação. capsídeo). As polimerases de RNA tipicamente não possuem capacidade de correção de erros. env (genes do envelope. Acredita-se que esses vírus possuem taxas de mutação tão altas como os outros vírus RNA. Essas regiões são: gag (antígenos grupo-específico: genes das proteínas da matriz. Mutação Mutação é uma alteração na sequência do genoma de um organismo. Mutações são eventos neutros que podem ser atuados por seleção natural. Apesar disso. Se a mutação não altera a sobrevivência do organismo sobreviver ou o seu fenótipo. mas são tão . pro (gene da protease). Genética viral A seleção natural atuando nos genomas virais durante ao longo dos anos tem resultado em grande diversidade genética para alguns vírus. Mutações podem ocorrer por dois mecanismos diferentes. A alteração baseia-se na comparação com o vírus de campo (vírus de referência). O organismo possui a mutação é denominado de mutante. o organismo será eventualmente eliminado da população.  Mutações espontâneas são endógenas.38 Vírus RNA de cadeia simples. Algumas importantes áreas de interesse são discutidas a seguir. Se a mutação aumenta a sobrevivência (transmissão e replicação) do organismo. Isso deve-se. sendo resultado de erros das polimerases de DNA e RNA ao incorporar formas tautoméricas naturais dos nucleotídeos. pol (genes da transcriptase reversa e RNAse H). cepas (vírus de campo de um mesmo vírus). é finalmente integrado aos cromossomas do hospedeiro pela enzima viral integrase. O provírus é então transcrito em RNAs mensageiros pela RNAs polimerase II celular. a taxa de mutação é de 10-8 a 10-11 por nucleotídeo incorporado. alguns vírus RNA são relativamente estáveis geneticamente (poliovírus). Se a mutação é prejudicial a multiplicação e sobrevivência. com transcrição reversa     Inclui os vírus de vertebrados da família Retroviridae Este genoma viral é formado por cópias diplóides de uma molécula de RNA de cadeia simples mantidas juntas por proteínas. em parte. Possui cap na extremidade 5’ e possui poli-A na extremidade 3’ e possui quatro regiões codificantes características (gag-pro-pol-env). então a mutação pode passar despercebida. mutações espontâneas ou mutações induzida. Os genomas virais são as chaves para se entender como os vírus interagem com as células que eles infectam. Os vírus RNA são consideravelmente menos geneticamente estáveis. polaridade positiva. Alguns dos mais comuns são: Mutação de espectro de hospedeiro Mutações que permitem a alteração de hospedeiros de um determinado vírus do original associado com o vírus de campo. Shift e drift antigênicos Shift antigênico (sem termo equivalente em português) refere-se à troca de um antígeno associado com um patógeno viral devido a aquisição de um gene novo inteiro ou alteração de um . Mutantes temperatura sensíveis têm sido utilizados na produção de vacinas e mutantes adaptados ao frio têm sido usados para análise dos ciclos replicativos virais. Essa informação algumas vezes se correlaciona com a infectividade de uma determinada cepa de vírus. afora estas o vírus de campo é capaz de replicação. A radiação ultravioleta pode provoca a formação de dímeros de pirimidina.39 precisamente adaptados para a replicação e transmissão que pequenos erros resultam em sua eliminação. mas o condicional não. Mutações de deleção São resultado da perda de nucleotídeos em algum local do genoma. chamado de âmbar. a proteína é truncada e geralmente afuncional. Os mutagênicos químicos agem ou diretamente nas bases ou indiretamente provocando mau-pareamento de bases. e são usadas no desenvolvimento de vetores virais ou para atenuar um vírus para vacinas. Exemplos de mutantes condicionais letais são os mutantes temperatura-sensíveis (TS) e mutantes adaptados ao frio. Mutantes de tamanho/morfologia de placa Como resultado de mutações. variando de apenas uma simples base até seções inteiras do genoma. o resultado da exposição a agentes mutagênicos (químicos ou radiação) que aumentam significativamente a taxa de mutação daquele organismo. Como resultado. Existe uma variedade de fenótipos que são produzidos como resultado de mutações.  Mutações induzidas são exógenas. Mutações letais condicionais Inclui uma série de mutações que replicam sob algumas condições. esses vírus podem produzir placas que diferem daquelas do vírus de campo. A mutação mais comum é para o códon UAG. por sua vez. que entendeu seu espectro de hospedeiros e tornou-se capaz de infectar cães. Mutações nonsense (âmbar) Refere-se a mutações em ponto que resultam na formação de um códon stop de tradução na posição em que um aminoácido é incorporado na proteína dedo vírus de campo. Esse tipo de alteração acredita-se tenha ocorrido com o parvovírus felino. danificam o DNA. Essas podem ocorrer naturalmente ou ser produzidas em laboratório. radiação ionizante pode danificar o DNA diretamente pela quebra de ligações químicas ou indiretamente por formar radicais livres que. Recombinação Recombinação genética é a troca de um segmento de material genético entre dois cromossomas virais em locais onde existe grande homologia. Esse mecanismo é pouco conhecido e ocorre em vírus RNA não-segmentados. Atualmente. Como resultado. A seguir são descritas algumas das interações que podem ocorrer em infecções mistas: Complementação A complementação pode ocorrer durante uma infecção mista em que um dos vírus é deficiente em um dos seus produtos gênicos. resultando numa alça da região intermediária. Numa infecção mista. contendo alguns segmentos de um vírus e outros do outro vírus. A co-infecção de uma célula com dois isolados numa mesma célula pode resultar no empacotamento de genomas misturados. Drift antigênico refere-se é o resultado da acumulação de mutações em ponto (substituições simples de bases) e tem sido identificada como o mecanismo associado com a variação antigênica observada nos vírus da influenza e pode ser o mecanismo responsável pela variabilidade observada nos rinovírus. portanto uma partícula defectiva. a progênie é diferente dos dois vírus parentais. Esse tipo de recombinação ocorre tipicamente em vírus DNA não-segmentados.40 gene pré-existente. complementação ocorre com o virusóide humano da hepatite D. Interações entre dois vírus Infecções com dois ou mais vírus diferentes sabidamente podem ocorrer na natureza como também em cultivo. Tipicamente. resultando na integração de uma molécula de DNA cadeia dupla em uma outra molécula de DNA cadeia dupla. se o segundo vírus envolvido sintetiza o produto (complementa o defeito). . o vírus seria incapaz de ser transmitido e replicar e seria. Essas são chamadas infecções mistas podem resultar em novas combinações virais e originar novas variantes dos vírus. Na natureza. shift antigênico é observado naqueles vírus que possuem genomas segmentados. três mecanismos de recombinação já foram identificados: Recombinação intramolecular Recombinação que é mediada por enzimas celulares entre duas regiões de uma única molécula de DNA de cadeia simples. como os ortomixovírus. Recombinação por escolha-de-cópia Recombinação genética em que a nova molécula de ácido nucléico surge pela replicação de determinadas partes de cada molécula parental e pela alternância entre as duas (maternal e parental). O virusóide é defectivo em um antígeno de superfície que é provido pelo vírus da hepatite B em infecções mistas. A recombinação é frequente em vírus DNA e nos vírus RNA que possuem uma fase de DNA (retrovírus). Sem essa proteína. O reverso dessa reação também pode ocorrer. liberando uma molécula de DNA cadeia dupla menor e uma molécula separada de DNA de cadeia dupla. a partícula defectiva é capaz de completar o processo de transmissão e replicação. buniavírus e arenavírus. Reativação genética É um caso especial de recombinação/ressortimento que ocorre em infecções mistas quando um ou os dois vírus são não-infecciosos. reovírus. capsídeo) de um ou de ambos os parentais. através de complementação. o processo é chamado de reativação múltipla. A forma DNA dupla cadeia de seu genoma é estável e integra-se facilmente ao genoma do hospedeiro. o processo é chamado de reativação cruzada ou resgate de marcador. Terapia genética A terapia genética é baseada no uso de vírus sem propriedades patogênica. O ressortimento tem sido implicado no aparecimento de cepas novas altamente virulentas do vírus da influenza durante o século 20. Portanto. Esse é um processo efetivo que ocorre em ortomixovírus. Além dos . Os retrovírus são excelentes meios para a entrega de genes para células-alvo do hospedeiro. pode ser agora infecciosa e contém marcadores dos dois parentais.41 Ressortimento Ocorre em infecções mistas com variantes virais que possuam genomas segmentados infectando a mesma célula. Os vírus são manipulados geneticamente de modo que. Como resultado de uma infecção mista. Esse mecanismo não é bem entendido. Os retrovírus têm sido utilizados em terapia genética para a incorporação do gene da deaminase de adenina (ADA) nas células do sistema imune de pacientes com a síndrome de imunodeficiência ADA. mas retendo a sua habilidade de seletivamente interagir com e transmitir seus genes (mais outros genes geneticamente manipulados) a células e tecidos específicos do hospedeiro. uma vez o provírus seja integrado ao genoma. A progênie resultante de recombinação ou ressortimento. O genoma de um dos vírus parentais pode ser encapsidado em um dos três tipos de capsídeo (envelopes). A progênie viral pode conter alguns segmentos de um parente e outros do outro parente. a progênie individual possui proteínas estruturais (envelope. Uma limitação desse método de terapia genética é a que em alguns casos o gene em questão necessita estar presente em todas as células do hospedeiro e não somente em um grupo seleto de células e tecidos. originando seis tipos de progênie. ele não seja capaz de replicar. Frequentemente isso significa o uso de vírus auxiliares para facilitar a entrada inicial do vírus manipulado nas células. arenavírus e buniavírus. Se os dois vírus eram defectivos. Mistura fenotípica Mistura fenotípica é um exemplo de interação não genética entre dois vírus. Se apenas um dos parentais era defectivo. Aplicações da genética viral: terapia genética e vacinas recombinantes Possivelmente as duas mais intrigantes aplicações do conhecimento adquirido sobre replicação e genética viral são a terapia genética e o desenvolvimento de vacinas recombinantes. Essas técnicas são altamente promissoras para o desenvolvimento de novas estratégias para doenças genéticas e conferir proteção contra doenças humanas e animais. o fenótipo e o genótipo de muitos desses virions progênie não se correspondem. DNA de polaridade negativa: DNA cuja transcrição não origina moléculas de RNAs que podem ser diretamente traduzidos como RNAs mensageiros. Vírus de campo: O vírus natural. que pode ser mediada por receptores de superfície ou por interações da membrana celular. Não-segmentados: Genomas que possuem uma única molécula de ácido nucléico como genoma. vírus adeno-associado (parvovírus) e herpesvírus. Vesícula endocítica: Vesícula formada no processo de endocitose. Algumas dessas vacinas já estão em uso para prevenir doenças víricas humanas e animais. Transcriptase reversa: Enzima viral que usa RNA como molde para produzir DNA. Mutágenos: Agentes físicos ou químicos que aumentam a taxa de mutações no DNA de um organismo. Corpúsculos de inclusão: Esses representam "fábricas" de vírus nas quais os ácidos nucléicos ou proteínas virais estão sendo sintetizados. Policistrônico: Que contém informação para vários genes ou produtos gênicos. Membrana do Golgi: Membranas associadas com o aparelho de Golgi nas células eucariotas. DNA de polaridade (sentido) positiva: DNA cuja transcrição origina os genomas RNA de polaridade positiva ou que podem ser usados diretamente como mensageiros. e modifica . Não-segmentados: Genoma contendo apenas um segmento. Transcriptase: Enzima viral capaz de usar uma molécula de RNA como molde para transcrição. Replicação conservativa: Replicação de DNA e RNA de cadeias duplas de maneira que as cadeias originais não se tornam parte de cadeia recém-formada. Vacinas recombinantes Os três tipos de vacinas preparadas com técnicas de manipulação genética são discutidos no capítulo 6. o engolfamento do vírus. Ligase: Enzima do hospedeiro que produz ligações covalentes nos ácidos nucléicos associadas com quebras na cadeia backbone de açúcar-fosfato. Monocistrônico: Contém informação para um só gene ou produto gênico.os quimicamente e os envia aos locais apropriados da célula. Genomas multicomponentes: Genomas que possuem mais de uma molécula de ácido nucléico como genoma. É o molde para a criação de genomas RNA de sentido negativo. Replicação semiconservativa: Replicação de RNA ou DNA de cadeia dupla na qual as cadeias originais (uma original. . esses vírus são usados como cepas de referência para comparação com mutantes e variantes de um vírus particular. O aparelho de Golgi recebe lipídios e proteínas recém-sintetizados do retículo endoplasmático. outra recém-sintetizada) tomam parte das recém-produzidas progênie DNA ou RNA de cadeia dupla.42 retrovírus. Glossário Ambissense: Refere-se a um genomas RNA que contém sequências informativas que são ambos sentido positivo (pode ser usado diretamente como mensageiro) e sentido negativo (deve ser transcrito para produzir RNA mensageiro). Tautômeros: Formas isoméricas de compostos orgânicos e quando dois deles existem em equilíbrio é referido como tautomerismo. alguns outros vírus atualmente sendo pesquisados para uso potencial como vetores em terapia genética são os adenovírus. A3404. Na fase de liberação/egresso do ciclo replicativo de alguns vírus apoptose é estimulada.F. Durante a replicação. Last updated: 8-Feb-2005. West Virginia. Carter2 1 Department of Biology. Concord University. DNA. entretanto a replicação pode causar citopatologia (arredondamento celular. Virginia. Índice    Interações entre vírus e células hospedeiras Patogenia das infecções víricas Glossário O conhecimento da genética e replicação viral é necessário para entender as interações entre os vírus e as células hospedeiras. resultando em morte celular.PT Interações vírus-célula e patogenia viral D. As interações do vírus com os componentes e organelas celulares durante a replicação determinam como os vírus causam doenças.ivis. International Veterinary Information Service.0205. Além da falta de produtos essenciais. 2Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine. Em geral. a inibição da síntese de macromoléculas celulares provoca danos nas membranas lisossomais e liberação de enzimas hidrolíticas. As interações a nível celular e a progressão de uma infecção viral em particular determina a patogenia da enfermidade e as manifestações clínicas. transformação maligna ou lise celular (morte).org). que podem ser tóxicos para a célula. desprendimento do tapete. Wise1 and G. Blacksburg. Efeitos celulares .J. existem quatro possíveis efeitos primários de uma infecção vírica em uma célula hospedeira.R. and Flores E.R. A causa mais comum parece ser a inibição da síntese basal de macromoléculas. estes não estão em quantidades suficientes para manter a sua viabilidade. Virginia Tech. USA. (Eds.. A resposta imunológica do hospedeiro à infecção viral é apresentada no capítulo 5. como proteínas. A maioria das infecções não causa alterações patológicas ou morfológicas aparentes na célula. proteínas).). Morte celular A morte celular durante a replicação pode ocorrer por vários fatores. USA. o vírus induz a maquinaria celular a produzir principalmente produtos virais em detrimento dos produtos necessários à sobrevivência da célula. Interações entre vírus e células hospedeiras As interações entre os vírus e as suas células hospedeiras estão intimamente ligadas ao ciclo replicativo do vírus. esses eventos resultam em acúmulo excessivo de produtos virais (RNA. Athens. Ithaca NY (www. formação de sincícios.J. etc. Com isso. Carter G.43 In: A Concise Review of Veterinary Virology.). Em outros casos. Wise D. tem um reduzido requerimento por fatores de crescimento do soro e não respondem mais a sinais do ciclo celular. refrátil como descrita para ECP. Isso é o resultado de desagregação dos filamentos de actina e redução da adesão de superfície. A ocorrência de ECP em amostras clínicas indica a presença de vírus no material. Também envolvidos estão a secreção aumentada do ativador do plasminogênio (coagulação). Os vírus implicados em oncogênese trazem consigo genes associados com crescimento celular e proliferação ou alteram a expressão da cópia celular . Essas células podem então formar sincício ou morrer. vários vírus DNA e RNA têm sido associados com transformação neoplásica. AMP cíclico é o sinal químico associado com o controle do ciclo celular e mantendo-se os níveis baixos a célula se divide. Transformação maligna Nesse processo. Transformação maligna e neoplasia resultante podem ocorrer quando o genoma viral (ou parte) é incorporado no genoma do hospedeiro ou quando produtos virais são oncogênicos. e aglutinação aumentada por lecitinas. de acordo com o vírus. é exibido em células que perdem a inibição de contato ou movimento. etc. Algumas propriedades apresentadas por células malignamente transformadas incluem a síntese contínua de DNA. Acredita-se que essas alterações de membrana que levam a fusão são resultado da inserção de proteínas virais durante o ciclo replicativo. estrutura. Alterações bioquímicas em células malignamente transformadas incluem níveis reduzidos de AMP cíclico. propriedades biológicas e/ou químicas alteradas. antibióticos. Corpúsculos de inclusão são focos bem definidos que contém proteínas e/ou partículas virais. permitindo a entrada de íons. A infecção de células com alguns vírus (poxvírus e vírus da raiva) é caracterizada pela formação de corpúsculos de inclusão citoplasmáticos. O resultado da fusão de várias células são células gigantes multinucleadas ou sincícios. e o ECP também é utilizado para a quantificação/enumeração viral em ensaios de placa (veja capítulo 2). Alteração no crescimento celular. Outro aspecto do ECP é a ruptura do cito-esqueleto. Os vírus tumorais não possuem propriedades em comum (tamanho. o marco da transformação maligna. Oncogênese Embora provas da causa-efeito tenham sido difíceis de obter. A membrana celular também pode ficar alterada em sua permeabilidade. Isso inclui a perda da forma característica e assunção de uma forma arredondada. a infecção viral resulta em células caracterizadas por morfologia alterada. Eles geralmente possuem localização e aparência bem determinadas. Vírus de várias famílias têm demonstrado possuir capacidade de transformar células. toxinas. perda de fibronectina e alterações nos componentes carboidratos das glicoproteínas e glicolipídios. A formação de sincícios é característica da replicação de alguns vírus envelopados como os herpesvírus e paramixovírus. e como resultado pode fusionar com a célula vizinha. levando ao arredondamento das células infectadas. Essas células gigantes são algumas vezes chamadas de "células gigantes multinucleadas". alterações cromossomais. A transformação maligna é frequentemente caracterizada por alteração da morfologia celular. composição) além da capacidade de promover malignidade celular. Os vírus que causam transformação maligna são chamados vírus tumorais.44 Efeito citopático (ECP) refere-se a quaisquer alterações morfológicas celulares resultantes de infecção vírica. Células infectadas podem ter a sua membrana plasmática alterada. fermentação para produção de ácido lático (efeito Warburg). perda do controle do crescimento. surgimento de novos antígenos de superfície (ou antígenos embrionários). Ausência de alterações morfológicas ou funcionais Algumas vezes.g.45 do gene. ou através de vetores mecânicos ou biológicos. Os retrovírus podem causar oncogênese codificando seus próprios oncogenes ou por alteração na expressão de oncogenes celulares ou proto-oncogenes causada pela inserção do provírus no cromossoma celular próximo a esses genes. agulhas. pode ocorrer em um indivíduo sem necessidade de sofrer infecção do vírus de uma fonte de infecção externa. por contato indireto com secreções/excreções de um animal infectado. conjuntiva (gotículas em aerossóis) e através de lesões de pele (arranhões. equino e canino (Papillomaviridae). não replicando. que estão normalmente em repouso. Vírus RNA associados com oncogênese incluem membros da família Retroviridae (e. Patogenia das infecções víricas Patogenia refere-se à origem e mecanismos de produção das doenças. Os oncogenes (v-onc) codificam proteínas associadas com o ciclo replicativo do vírus. perinatal. O estabelecimento ou não da infecção depende da capacidade do vírus encontrar e . portanto não necessita alterar funções da célula. Infecções víricas podem ser agudas. chamados de provírus ou DNA proviral. As outras formas de transmissão são chamadas de transmissão horizontal.fecal). crônicas. Esses vírus integram seus genomas (ou uma cópia do genoma) no cromossoma da célula hospedeira. trato digestivo (contaminação oro . Transmissão do vírus da mãe para a progênie (transplacentária. trato geniturinário (cópula. A descoberta dos oncogenes virais levou a outra descoberta: que as células contêm genes análogos. chamados de LTRs (repetições terminais longas). Isto provavelmente depende das necessidades replicativa de cada vírus. colostro) é chamada transmissão vertical. Vírus DNA envolvidos com oncogênese incluem o vírus da doença de Marek (Herpesviridae) e os papilomavírus orais bovino. fatores de transcrição e receptores de fatores de crescimento. A primeira etapa no processo da doença é a exposição. Genes afetados incluem aqueles que estimulam e/ou inibem o crescimento celular. Proto-oncogenes celulares incluem genes que codificam fatores de crescimento. vírus da leucose aviária e vírus da leucemia felina). que estimulam a multiplicação e proliferação celular descontrolada. Isso é chamado de infecção endosimbiótica. a infecção e produção de progênie viral podem ocorrer sem alterações detectáveis na célula hospedeira. ao invés de integrados). Os genes virais que transformam as células infectadas são chamados de oncogenes (v-onc genes). Esses vírus possuem genomas circulares epissomais (independentes do cromossoma celular. mas que podem ser ativados em alguma fase do desenvolvimento celular. picadas de insetos). Muito provavelmente o vírus necessite funções celulares que já estejam ativas para a replicação e. inseminação artificial). Exposição e transmissão A exposição pode ocorrer pelo contato direto com um animal infectado. Porta de entrada (via de penetração) Os vírus podem penetrar no hospedeiro através do trato respiratório (gotículas em aerossóis). além das sequências envolvidas na integração do provírus no genoma do hospedeiro. latentes ou persistentes. chamados proto-oncogenes (c-onc genes). A reativação de um vírus latente. Integração viral é mediada pelas extremidades do genoma. Os LTRs contêm promotores/enhancers. O intervalo entre a penetração inicial do agente e o início dos sinais clínicos é denominado de período de incubação. Uma vez no CNS induz sinais neurológicos como ataxia. Após replicação nesses órgãos. como morte celular. tremores. convulsões. linfática ou nervosa. . O vírus dissemina-se do CNS para nervos periféricos através de axônios. Mecanismos de infecções virais A replicação viral nos órgãos-alvo ocasiona lesões celulares. que permitem a ligação e posterior internalização do vírus. O vírus é transmitido pela via fecal-oral. neutrófilos e linfócitos T citotóxicos específicos são ativados para destruir os neurônios infectados com o vírus de Borna. Isso resulta em inflamação crônica do CNS que leva a manifestação de sinais neurológicos associados. alojamento. Um exemplo de efeitos fisiológicos indiretos é a infecção por rotavírus. em equinos. A viremia pode ocorrer com vírus livre no plasma ou por vírus associado à células sanguíneas. Desses linfonodos. ECP e transformação maligna. a doença pode ser resultado da resposta fisiológica e imunológica do hospedeiro. Alguns vírus permanecem confinados a esse local e produzem infecções localizadas. Alguns vírus infectam animais sem provocar qualquer sintomatologia clínica. Macrófagos. levando a estimulação de neurônios intestinais e secreção excessiva de líquidos e eletrólitos na luz do intestino grosso. paralisia e coma. Inicialmente replica nas células das tonsilas e migra para o intestino e linfonodos mesentéricos. Um exemplo de resposta imunológica mediando a patogenia de uma infecção viral é a doença de Borna. O período de incubação é curto em infecções nas quais o vírus replica na porta de entrada (exemplo: influenza) e mais longo nas infecções generalizadas (cinomose). Alternativamente. etc. A susceptibilidade de um hospedeiro a um determinado vírus depende essencialmente de receptores celulares. o vírus penetra em nervos e invade o sistema nervoso central (CNS). Um bom exemplo de vírus que causa infecção sistêmica é o vírus da doença de Teschen de suínos (teschovírus suíno 1). fatores genéticos do animal. o vírus replica em tecidos próximos (ou no próprio) ao local de entrada (replicação primária). pode haver mais uma etapa de viremia e disseminação aos órgãos-alvo. Um exemplo são os resfriados comuns de humanos e infecções semelhantes em animais causadas pelos rinovírus. Infecções localizadas e sistêmicas Após a infecção. A disseminação inicial de um vírus pelo sangue é denominada de viremia primária. Os mecanismos de produção das doenças por vírus são muito complexos. idade. A predileção de um vírus por determinado tecido ou tipo de célula é denominada tropismo. Existem numerosos fatores que podem influenciar o resultado de uma infecção viral. Outros vírus produzem infecções disseminadas (sistêmicas) pela disseminação a outros órgãos pela via sanguínea. fatores relacionados ao estresse (nutrição. rigidez dos membros. A doença pode resultar dos efeitos diretos do vírus nas células do hospedeiro. O número de células infectadas/afetadas e a extensão das lesões pode resultar em disfunção tecidual/orgânica e em manifestações clínicas de doença.46 infectar células susceptíveis. que causa diarréias em crianças e animais jovens. incoordenação. O hospedeiro responde à presença de neurônios infectados montando uma resposta imunológica mediada por células. A diarréia pode ser causada pela infecção de células eritrocíticas que são estimulados a produzir citoquinas.). Essas infecções são denominadas infecções subclínicas (assintomáticas ou inaparentes). Esses incluem imunidade pré-existente. facilitando o reconhecimento por linfócitos T citotóxicos. Em infecções generalizadas. e em hospedeiros terminais. Os vírus são excretados principalmente pelas aberturas e cavidades corporais. Interferons (α e β) são produzidos por células infectadas pelo vírus. pode ativar o sistema complemento. O complemento auxilia na resposta. várias moléculas efetoras e o complemento. Alguns vírus (adenovírus) produzem RNAs que bloqueiam a fosforilação de um fator de iniciação.47 Dois termos importantes utilizados na discussão de infecções por vírus e bactérias são patogenicidade e virulência. ovos embrionados ou animais. linfócitos B produtores de anticorpos. como em encefalites. Esses componentes atuam em conjunto e sinergisticamente para tentar eliminar o vírus do organismo. Alguns vírus reduzem a expressão de antígenos do MHC classe I (MHC-I) na superfície das células hospedeiras (citomegalovírus. Eles atuam para impedir a continuação da replicação viral na célula infectada e nas células vizinhas. Nesse esforço de eliminar o vírus. Alguns vírus expressam proteínas . permitindo ao vírus persistir no hospedeiro. reduzindo a capacidade do interferon em bloquear a replicação viral. induzindo a degradação de componentes celulares. adenovírus). Finalmente. Nem todos os vírus são excretados pelos seus hospedeiros. estimulando a inflamação e a neutralização/inativação viral e destruição de células infectadas. linfócitos T citotóxicos. incluindo a indução de febre e atração de células inflamatórias (neutrófilos e macrófagos) ao local de injúria tecidual. o vírus pode ser excretado por várias vias. herpesvírus bovino tipo 1. As várias moléculas efetoras (citocinas) que são produzidas por células do sistema imunológico desempenham múltiplas funções. células com expressão reduzida ou nula do MHC-I podem ser reconhecidas pelas células natural killer (NK). que as destroem de maneira similar aos linfócitos T citotóxicos. A resposta imunológica do hospedeiro a vírus é discutida no capítulo 5. Em infecções localizadas. Escape (evasão) do sistema imune Na tentativa de controlar ou eliminar a infecção. Linfócitos B secretam de anticorpos específicos que neutralizam os vírions quando são estes liberados das células. Virulência refere-se ao grau de patogenicidade. Como os linfócitos T citotóxicos não são capazes de detectar antígenos virais que não estejam associados ao MHC-I. Vírus avirulento é aquele incapaz de causar doença. No entanto. As granzimas são então liberadas dentro da célula infectada. Esses incluem alguns vírus que replicam no CNS. Excreção viral A excreção é o mecanismo utilizado para liberar a progênie viral do hospedeiro infectado com a finalidade de infectar novos hospedeiros e assim manter o vírus na população de hospedeiros. o hospedeiro inicia uma resposta inflamatória. por sua vez. Linfócitos T citotóxicos destroem células infectadas por vírus através da liberação de perforinas. a resposta inflamatória pode causar muitas das lesões e sinais clínicos observados nas infecções víricas. as células infectadas não são detectadas e não são destruídas. o vírus é excretado no mesmo local utilizado para invadir o animal (a porta de entrada). os linfócitos T citotóxicos induzem apoptose das células hospedeiras infectadas. Os principais componentes dessa resposta são os interferons. Um vírus atenuado é aquele cuja capacidade de causar doença foi reduzida geralmente por múltiplas passagens em cultivo celular. Patogenicidade refere-se à capacidade do vírus ou outro microrganismo/parasita de causar doença. que produzem poros na célula infectada. Os interferons também aumentam a expressão de antígenos virais nas células infectadas. Os complexos antígeno-anticorpo. que estimula a febre). o vírus pode ser continuamente transmitido a outros indivíduos. Quando as células do sistema imunológico produzem IL-1. Um exemplo é a panencefalite esclerosante subaguda. existem mais de 100 sorotipos diferentes do rinovírus e 24 sorotipos do vírus da língua azul. . que o sistema imune reconhece como estranha ou não-própria. Outro mecanismo para escapar do sistema imune é possuir vários tipos antigenicamente diferentes (sorotipos). Infecções latentes também ocorrem com retrovírus nos quais o genoma é integrado no genoma da célula hospedeira. caracterizada por fragmentação do DNA nuclear. panleucopenia felina e poliomavírus aviário. Alguns portadores crônicos são assintomáticos ou manifestam sinais leves da doença. incluindo a destruição de linfócitos T causando imunossupressão.48 homólogas aos receptores de citocinas (o vírus vaccínia expressa e liberam receptores para a interleucina 1 (Il-1). devida à recrudescência do vírus da cinomose.Isso reduz a quantidade da Il-1 disponível para mediar seus efeitos biológicos. Infecções por vírus lentos Esse termo refere-se às infecções cujos períodos entre a infecção e o inicio da doença são muito longos. Isso contribui para aumentar o tempo de sobrevivência do vírus no hospedeiro. Infecções latentes Nesse tipo de infecção. a replicação viral não é lenta. geralmente exógena ao organismo – mas ocasionalmente em seu interior -. Por exemplo. o vírus é mantido no hospedeiro em uma forma não-produtiva . Glossário Antígeno: Substância.Os herpesvírus são os exemplos mais clássicos. Uma resposta imunológica contra um sorotipo não protege necessariamente contra outros sorotipos do mesmo vírus. parece ser uma condição semelhante. por um longo período. Exemplos são a infecção pelo vírus da arterite viral equina. Isso pode ser obtido por vários mecanismos. O genoma viral é mantido em neurônios sob uma forma circular fechada é periodicamente reativado (geralmente sob condições de estresse) resultando em replicação produtiva e excreção viral. o escape de vigilância imunológica através da alteração dos antígenos de superfície e a inibição da produção de interferon. mas o período de incubação e a progressão da doença sim. A encefalite do cão velho. Quando é reconhecida induz uma resposta de anticorpos específicos contra ela. Como consequência. Apoptose: Uma forma de morte celular programada. Nesses casos. que desenvolve-se vários anos após a infecção com o vírus do sarampo (paramixovírus). Transformação celular e malignidade podem resultar se a integração do transcrito viral causa alterações do controle do ciclo celular. Infecções virais persistentes Alguns vírus possuem a habilidade de resistir a resposta imunológica do hospedeiro e produzir infecções persistentes. grande parte dessa liga-se ao vírus. Existem três tipos clínicos principais de infecções persistentes: Infecções crônicas Os hospedeiros produzem e excretam grandes quantidades do vírus continuamente. Lectinas: Glicoproteínas de plantas que se ligam especificamente em certos açúcares. Perforinas: São proteínas formadoras de poros que requerem a presença de cálcio para polimerizar e formar canais que atravessam a membrana plasmática das células alvo. que penetram na célula-alvo através dos poros na membrana produzidos pelas perforinas. e não possuem os marcadores de linfócitos B e T. são os mais numerosos dos leucócitos circulantes (aproximadamente 60 a 70% em humanos). Macrófagos: São os principais fagócitos dos tecidos. São apenas efetivos para matar células que contém antígenos estranhos. bi.49 Citocinas: Um grupo diverso de proteínas pequenas (<30 kilodaltons) solúveis. produzidas pelos leucócitos e que mediam várias funções na resposta imunológica. possuem um núcleo com forma irregular. beta e gama). Granzimas: Um grupo de proteases de serina. Esses antígenos estão presentes na superfície de todas as células do organismo e servem para identificá-las como próprias e não estranhas ao organismo. que compreendem aproximadamente 5 a 15% dos linfócitos circulantes.ou trilobulado. Interferons: Compreendem três tipos de proteínas (alfa. Alguns tipos de antígenos do MHC estão presentes na superfície de células do sistema imune. são também chamados leucócitos polimorfonucleares (PMNs). Neutrófilos: São células fagocíticas de vida curta que contêm grânulos com compostos bactericidas no seu interior. Microscopicamente. Linfócitos T citotóxicos: Células que reconhecem fragmentos de proteínas virais associados com moléculas do MHC-I. que não apresentam moléculas de MHC na superfície celular e o mecanismo de destruição é semelhante ao utilizado pelos linfócitos T citotóxicos. Células naturalmente assassinas (natural killer. Antígenos do MHC classe I (MHC-I) (complexo maior de histocompatibilidade): Conjunto de genes que codificam proteínas marcador-próprias ou antígenos de incompatibilidade. Todas as três formas possuem ação inespecífica contra vírus. A região dos genes do MHC em humanos é chamada de HLA (human leucocyte antigen) e está localizada no cromossomo 6. Possuem a capacidade de destruir certas células tumorais e células infectadas por vírus. órgãos e membranas serosas como a pleura e peritônio. onde interagem com mecanismos celulares e mediam degradação de DNA e apoptose. mas os IFNs alfa e beta são mais potentes. alguns dos quais presentes na superfície das células. NK): Linfócitos com atividade citotóxica. . Interleucinas: Um grupo de citocinas produzidas por células efetoras do sistema imunológico e que atuam em outras células efetoras da resposta imunológica. Endosimbiótica: Forma de simbiose na qual um organismo vive no interior de outro. desde as respostas inatas e barreiras protetoras até a resposta imunológica específica. partículas Macrófagos ativados celular víricas ADCC** Células infectadas com vírus * NK= Células "assassinas por natureza" (natural killer). G. Tipo de defesa Defesa efetora Febre Inflamação Interferons Células NK* Fagocitose Alvo efetor Replicação viral Replicação viral Resposta imune Replicação viral inespecífica Células infectadas com vírus Partículas víricas Partículas víricas. Santa Maria..1 lista os mecanismos do sistema imunológico do hospedeiro e os aspectos do ciclo replicativo viral aos quais estes são dirigidos. Ithaca NY (www.0305. West Virginia. Virginia. .3Department of Veterinary Preventive Medicine. RS Brazil. Last updated: 3-Mar2005. células infectadas Sistema complemento com vírus Linfócitos citotóxicos Células infectadas com vírus Resposta imunológica Células infectadas com vírus. Wise1.50 In: A Concise Review of Veterinary Virology. Este capítulo discute essas defesas. Flores3 1 Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine.PT Defesas do hospedeiro contra vírus D. Tabela 5. F. o hospedeiro e as suas células possuem alguns mecanismos para prevenir. Federal University of Santa Maria. Carter2 and E. ** ADCC= Citotoxicidade celular dependente de anticorpos.F. A tabela 5. Athens. Concord University. O resultado da interação entre o hospedeiro e o vírus pode se refletir na característica da doença. (Eds.1. Blacksburg.J. Interações entre as defesas do hospedeiro e o vírus. and Flores E. minimizar ou conter infecções virais.).J. A3405. Índice    Defesas do hospedeiro Efeitos imunológicos das infecções virais Glossário Assim como os vírus. USA. International Veterinary Information Service.org). Carter G.R.2Department of Biology. Virginia Tech. USA.ivis. que pela sua capacidade de infectar células e iniciar a replicação mediada pelo hospedeiro são capazes de causar doenças.R. Wise D. células infectadas Anticorpos com vírus Resposta específica humoral Partículas víricas. Por outro lado. A importância da febre isoladamente durante a infecção viral não é conhecida. Neutrófilos e macrófagos são recrutados para a área afetada pelas citoquinas. impedir a replicação viral e auxiliar a resposta imunológica específica num ataque direcionado contra o vírus. O pH ácido do trato gastrointestinal (pH2) rapidamente desnatura as proteínas associadas com muitos vírus. Inibe a replicação viral estimulando outros mecanismos imunológicos e reduzindo a replicação viral. Os seguintes fatores são associados com a penetração nessa barreira: volume do inóculo.  Membranas mucosas. reduzindo a sua infectividade. queratinizadas. Se o receptor necessário para a ligação do vírus não está presente. Essas agem como barreiras físicas. os enterovírus conseguem suportar esse pH ou usam a exposição a ele para facilitar o desnudamento e assim serem infecciosos no trato digestivo. edema.  Ausência de receptores. O reparo tecidual então começa a ocorrer. Qualquer comprometimento na integridade de uma dessas barreiras permite ao vírus ter acesso às células do hospedeiro. A produção contínua de citoquinas e o recrutamento de células continuam até que o antígeno é efetivamente neutralizado. Esse recrutamento auxilia na limitação da infecção. Para ultrapassar essa barreira.  Inflamação. os vírus necessitam penetrar mais profundamente no epitélio através de cortes. calor e dor. Além disso. tamanho da gotícula. A pele é uma barreira eficiente contra muitas infecções. prevenindo o acesso direto às células do hospedeiro. os paramixovírus ligam-se em receptores ácido-siálico associados com as células do hospedeiro. em parte por células mortas. levando à imunopatologia induzida pelo vírus.51 Defesas do hospedeiro Barreiras físicas e químicas As barreiras físicas e químicas fazem parte da resposta inata ou natural.  Pele. Em algumas situações. Isso envolve o espectro de hospedeiros ou receptores específicos de tecidos. Essas barreiras previnem ou limitam a infecção. Essas respostas servem principalmente para limitar a disseminação do vírus a partir do sítio de infecção.  Febre. caracterizada por hiperemia. a resposta inflamatória se torna crônica. queimaduras ou picadas de insetos. Estas proporcionam lavagem contínua para minimizar a quantidade de partículas víricas disponíveis para infectar as células da conjuntiva. corrente de ar. No entanto. devido ao seu ciclo replicativo. então a infecção não pode ocorrer. Por exemplo.  Epitélio ciliado. Alternativamente.  pH ácido. a temperatura alta também pode inativar diretamente as partículas víricas. inclusive contra aquelas víricas. sendo inerentes a cada hospedeiro ao nascer. Isto é porque a pele é composta.  Lágrimas. que não suportam replicação viral. o muco interfere com a ligação dos vírus às células fornecendo receptores virais no muco. Refere-se a resposta inespecífica local. umidade e temperatura. Respostas inespecíficas As respostas inespecíficas ocorrem em qualquer infecção viral. . A ação combinada dos cílios com o muco nos epitélios facilita o movimento físico dos vírus apreendidos para fora do corpo. A presença de glicoproteínas com resíduos de ácido siálico no muco interfere com essa ligação. alguns vírus são capazes de ultrapassar essas barreiras facilmente. reduzem a expressão de moléculas de MHC-I pela célula infectada. Os IFNs alfa e beta são chamados interferons tipo I e estão envolvidos na resposta inata ou inespecífica. No entanto. Cascata do complemento. Existem três tipos principais de IFNs produzidos pelo organismo: alfa. Estável a pH 2. São células brancas do sangue. São também conhecidos como IFNs de fibroblastos. Ação dos macrófagos e neutrófilos ao internalizar e destruir partículas virais. Esse fenômeno é denominado inibição seletiva. IFN alfa. As células NK destroem células infectadas através de mecanismos semelhantes aos utilizados pelos linfócitos T citotóxicos. Células NK (natural killer). Leva vários dias a várias semanas para se desenvolver. IFNs alfa e beta atuam especificamente inibindo a tradução de proteínas virais. os IFNs conferem resistência anti-viral às células vizinhas. Adicionalmente. como a via clássica utiliza a interação anticorpo-antígeno para desencadear a cascata. Fagocitose. Portanto. Isso facilita o reconhecimento das células infectadas e o desencadeamento de uma resposta imunológica específica as células infectadas pelo vírus. que inibem a replicação viral através da degradação de RNAs mensageiros virais e inibição da tradução de proteínas virais. O IFN gama está envolvido na resposta imunológica específica e será abordado naquela. A maioria dos vírus não é capaz de ativar o complemento pela via alternativa. descritos a seguir. produção induzida por produtos da replicação viral (vírus RNA estimulam mais do que vírus DNA) e RNA de cadeia dupla. IFN beta. esse mecanismo pode facilmente lisar partículas víricas e células infectadas. É um grupo de glicoproteínas hospedeiro-específicas. Os macrófagos se tornam ativados (mais eficientes para capturar e destruir) em resposta ao IFN gama e outras citoquinas. Estável a pH 2. As células NK reconhecem as células que não expressam ou expressam menos MHC-I e as destroem por apoptose. Portanto. São também importantes no reconhecimento e destruição de células tumorais. células nulas ou linfócitos grandes granulares. o IFN estimula a expressão de moléculas do complexo maior de histocompatibilidade classe (MHC-I) e II (MHC-II) na superfície das células do hospedeiro. B e NK). a sua produção é induzida por produtos da replicação viral (vírus RNA estimulam mais do que vírus DNA) e RNA de cadeia dupla. Algum vírus como parte de seu ciclo replicativo. Resposta imunológica específica A resposta imunológica específica é moldada e dirigida especificamente contra o respectivo patógeno. São também chamadas de terceira população de linfócitos (T. o organismo depende das respostas inespecíficas para limitar a infecção até que os mecanismos específicos tenham sido produzidos. tendo pouco efeito na tradução de proteínas celulares.52        Interferons (IFN). Em algumas situações. RNAs mensageiros virais são reconhecidos por sequências nucleotídicas específicas do vírus que não são encontradas nas células hospedeiras. a infecção viral resulta em imunopatologia característica ou induz imunossupressão. elas identificam e matam células infectadas por vírus. Resposta imunológica humoral . Além disso. A resposta imunológica específica pode ser humoral (produção de anticorpos) ou mediada por células. beta e gama. da linhagem linfopoiética. São também conhecidos como interferons de leucócitos. 53 A resposta imune humoral envolve a produção de anticorpos específicos contra antígenos específicos virais pelos plasmócitos. ação das células NK e macrófagos ativados. Vacinas são discutidas no capítulo 6. são capazes de danificar o envelope do vírus com o auxílio do complemento (via clássica). São linfócitos T específicos que reconhecem antígenos virais associados com moléculas do MHC-I na superfície da maioria das células infectadas. os linfócitos citotóxicos ativam a proteína FAS. Os anticorpos produzidos podem ou não possuir atividade neutralizante antiviral. A ação conjunta das granzimas e perforinas resulta na destruição das células infectadas. com base na sua interação com as partículas víricas e nos seus efeitos no ciclo replicativo. Não possuem atividade neutralizante direta. Isto é imunidade ativa.  Linfócitos T auxiliares. Resposta imunológica mediada por células A imunidade mediada por células (IMC) envolve a ação dos linfócitos T citotóxicos. Isto é um exemplo de imunidade passiva. Eles podem interferir com a ligação do vírus no receptor. A estimulação da produção de anticorpos é o mecanismo primário envolvido na recuperação de infecções virais. a produção de anticorpos é resultante da infecção viral. Alternativamente.  Citotoxicidade celular dependente de anticorpo (ADCC). Esses linfócitos T possuem o antígeno de superfície CD4. em particular das infecções víricas citolíticas acompanhadas de viremia e infecções virais de células epiteliais superficiais. um grupo de protease de serina. Também liberadas pelos linfócitos.  Anticorpos não-neutralizantes. Anticorpos pré-formados são administrados a indivíduos que possam ter sido expostos a um determinado vírus. que produzem poros na membrana da célula infectada. penetração e/ou desnudamento. que induz apoptose nas células infectadas com vírus. Além disso. mas auxiliam a controlar/combater a infecção por outros mecanismos. Anticorpos antivirais que se ligam à proteínas virais na superfície de células infectadas podem também desencadear a cascata do complemento e levar à lise celular mediada por complemento. T citotóxicos são as granzimas.  Anticorpos neutralizantes. linfócitos B e células dendríticas. que são derivados dos linfócitos B. Esses linfócitos T possuem um antígeno de superfície chamado de CD8. podem servir de opsoninas para aumentar a eficiência de fagocitose de partículas víricas. Anticorpos neutralizantes são mais efetivos no momento da infecção ou durante a viremia. citotoxicidade celular mediada por anticorpos (ADCC). Além disso. A IMC representa o mecanismo de defesa mais importante em infecções não-citolíticas nas quais as membranas das células infectadas são alteradas pelo vírus. Refere-se à uma resposta imune na qual células infectadas por vírus são recobertas por anticorpos e tornam-se alvos para ataque pelas do sistema imune como células NK e macrófagos e neutrófilos. um hospedeiro pode receber anticorpos pré-formados de um indivíduo recuperado. Adicionalmente. São capazes de reconhecer antígenos protéicos associados a moléculas do MHC-II. . São anticorpos que interferem com a capacidade dos vírus penetrar e replicar nas células. como aumentando a degradação dos vírions por exemplo. Os linfócitos T auxiliares coordenam a resposta imune específica aos antígenos através da secreção de citoquinas que estimulam a produção de anticorpos pelos linfócitosB ou estimulam produção de resposta imune mediada por células. que são encontrados apenas em alguns tipos de células. A interação das células infectadas como os linfócitos T citotóxicos resulta na liberação de perforinas pelo linfócito T.  Linfócitos T citotóxicos. como o vírus da raiva. como macrófagos. Na maioria dos casos. e assim é capaz de estabeler a infecção.54 Efeitos imunológicos da infecção viral São dos resultados das interações entre o sistema imunológico do hospedeiro e a replicação viral. anticorpos ou complemento. complexos imunes que permanecem na circulação se depositam nos rins. .  O vírus do Epstein-Barr produz um análogo da interleucina 10 (Il-10). estimulando inflamação local que resulta em uveíte anterior. Além disso.  O vírus do fibroma Shope produz um análogo do receptor do fator de necrose tumoral (TNF). A produção de substâncias/estruturas homólogas às do sistema imune incluem:  O citomegalovírus produz glicoproteínas que são análogas dos receptores de Fc da IgG. próstata. a retina do olho e as bolsas da bochecha dos hamsters. que resulta em lesões no sistema nervoso central (SNC) resultado da destruição de células infectadas por vírus. pois a imunopatologia é resultado da resposta imunológica mediada por células contra a infecção viral persistente. Escape do sistema imune Alguns vírus pelo seu mecanismo de replicação utilizado são capazes de escapar do sistema imune do hospedeiro. Imunossupressão induzida por vírus pode ocorrer tanto em infecções líticas como em infecções não-líticas. inibição do IFN-beta. Complexos antígeno-anticorpo se deposita no olho. Sítios imunológicos de privilégio são aqueles tecidos do corpo que não estão em contato direto com a circulação e. pelos linfócitos T citotóxicos. A encefalite dos cães velhos (vírus da cinomose. portanto ficam separados do sistema imunológico. Esses incluem o cérebro. como a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e vírus da imunodeficiência felina (FIV). testículos. Essa imunopatologia pode resultar de várias interações imunológicas. inibição do processamento de peptídeos e expressão de estruturas homólogas às do sistema imunológico. É frequentemente observada como consequência de infecções víricas que envolvem infecção de linfócitos. deprimem a resposta imunológica do hospedeiro. e não à ação direta do vírus em si. Isto é frequentemente observado durante o estágio de convalescença da hepatite infecciosa canina. Causada por um arenavírus de camundongos. variabilidade antigênica dos virions. Alguns exemplos incluem a infecção de sítios imunológicos de privilégio. resultando em imunopatologia e glomerulonefrite. Imunossupressão induzida por vírus Alguns vírus. redução da expressão de MHC-I. O tipo e localização da imunopatologia dependem da infecção viral em particular. Grande parte da lesão hepática associada com essas infecções são atribuídas à contínua ação dos linfócitos T citotóxicos dCD8+ destruindo hepatócitos infectados.  Coriomeningite linfocítica. um paramyxovirus) é similar em sua patogenia. Alguns exemplos de imunopatologia produzida por vírus são:  Uveíte anterior. como complexos antígeno-anticorpo e lesões teciduais devidos aos linfócitos T citotóxicos.  Vírus da hepatite B das marmotas e dos patos. Imunopatologia induzida por vírus Imunopatologia induzida por vírus é o dano tecidual resultante da resposta imunológica contra o vírus. Existem vários mecanismos através do qual isto pode ocorrer durante a infecção. como resultado da replicação. Não requer anticorpos. incluindo microorganismos. Também chamado de complexos imunes. Fator de necrose tumoral: Citoquina produzida por monócitos/macrófagos (TNF-alfa) e alguns linfócitos T (TNF-beta). Via clássica do complemento: Série de reações enzimático-substrato de ativação sequencial desencadeada por complexos antígeno-anticorpo e envolvendo todos os componentes do complemento. Opsonina: Substâncias que se liga a partículas. É expressa em vários tipos de células incluindo aquelas da linhagem mielóide. facilitando a sua fagocitose. Complexo antígeno-anticorpo: É um complexo macromolecular formado pela interação específica entre anticorpo e antígeno. São diretamente tóxicos para células neoplásicas e são também envolvidas na inflamação. Interleukin (IL)-10: Citoquina que pode reduzir a resposta imune contra vírus pela inibição da produção de IFN-gama. Latência (herpesvírus. Glossário Via alternativa do complemento: Via de ativação do complemento no qual o componente C3 é clivado e o complexo C5-C9 é formado sem a necessidade do C1. . Citoquinas: Moléculas solúveis que mediam interações entre células. Proteína FAS: Proteína transmembrana do tipo 1 da superfamília receptor do fator de necrose tumoral (TNFR). redução da expressão do MHC-I (Capítulo 4) e inibição do interferon-beta (ver acima neste capítulo) já foram abordados. Os adenovírus produzem pequenos segmentos de RNA que bloqueiam a ativação dos interferons. C2 ou C4. retrovírus) também é um mecanismo de escape imunológico.55 Os tópicos sobre variabilidade antigênica (Capítulo 3). USA. Nesses casos. Fatores de estresse desempenham importantes papeis predispondo os animais à infecção e na disseminação da enfermidade. Esse contato restrito é referido como "rebanho fechado". A3406. são relativamente raros. F.J. isso pode ser obtido permitindo a convivência apenas de animais sem evidência de exposição prévia. Virginia Tech.J. Então. Particularmente importantes são os estresses associados a subnutrição. Virginia. Durante esse período. os esforços devem ser redirecionados para prevenir-se a doença. que . eles animais são monitorados para sinais clínicos e testados sorologicamente para evidência da infecção. Federal University of Santa Maria. É também muito importante se assegurar que os recém-nascidos recebem colostro. Flores3 1 Department of Biology.org).PT Prevenção de doenças víricas.0305. vacinas e drogas antivirais D. superpopulação e alojamento em condições sem ventilação. mas é impraticável em áreas onde esses vírus são endêmicos. G.R. todos os novos animais anexados ao rebanho e animais que vão a exposições-feiras devem ser isolados dos demais por pelo menos 2 a 3 semanas. Na prática. West Virginia.). As práticas de manejo devem incluir medidas preventivas para proteger os fetos e recémnascidos.ivis. International Veterinary Information Service. Prevenir a infecção através da restrição de contato é um método efetivo em áreas onde certos agentes. Concord University. and Flores E. Índice       Generalidades Vacinas Imunização passiva Imunidade de rebanho Drogas antivirais Glossário Generalidades Prevenção de infecções O único método seguro de evitar a infecção viral é evitar a exposição. Blacksburg. (Eds. Ithaca NY (www.F.56 In: A Concise Review of Veterinary Virology. esforços devem ser feitos para restringir o contato de fêmeas prenhes e recém-nascidos com outros animais. 2Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine. Last updated: 3-Mar2005. ao invés de evitar-se a infecção. 3Department of Veterinary Preventive Medicine. Para manter efetivamente esse status fechado. Wise1. RS Brazil. Athens. Carter2 and E. USA. Santa Maria. Controle de infecção e doença O fundamental para o controle de infecções e enfermidades virais é boas práticas manejo. Alguns vírus que produzem infecções subclínicas ou leves em animais adultos podem causar abortos ou doença grave em neonatos (exemplo: parvovírus em suínos). Carter G. Wise D..R. Nolvasan Detergentes iodoforos Betadine. Redene Dióxido de etileno Formaldeído Glutaraldeído Derivados do fenol Compostos de amônia quaternária Hipoclorito de sódio Usos Mãos. Quando um surto ocorre. que causa infecções subclínicas em suínos adultos. Tabela 6. Alguns desinfetantes comerciais comuns com atividade antiviral* Desinfetante Álcool Exemplos Etanol. em casos de diarréia severa. alto benzalcônio) é utilizado Roccal. Mãos.1. Ver tabela 6. Outro aspecto de bom maneja éa necessidade de minimizar o contato entre diferentes espécies de animais. Dettol. desinfecção localizada. pode Formalina de cama. eficácia é Lysol. isopropanol Clorohexidina Hibitane. se indicado. ação rápida. caros Disponível como gás comprimido a Para materiais sensíveis 10% com 90% CO2. gaiolas. irritante.57 contêm anticorpos que conferirão proteção durante as primeiras semanas de vida. dependente da concentração e Staphene. são essenciais para evitar a disseminação de vírus através de fômites (Tabela 6. caro Ação baseada na liberação do iodo e ação detergente. todos os animais devem ser submetidos a quarentena (isolados e observados) e.  Solução aquosa de hipoclorito de sódio é efetiva na desinfecção. virucida (10 instrumentos com lentes minutos. menos afetada por altos níveis de proteína. uso de aventais limpos e pedilúvios. Wescadine. como reposição de líquidos. pH 7. senão é tóxico e ao calor explosivo Lavanderia e superfícies Pequeno poder de penetração.8. Esses itens do manejo devem ser praticados sempre. pois alguns vírus causam infecções inaparentes em algumas espécies e doença grave em outras. alto conteúdo de proteína Sudol superfícies reduz a eficácia O Zephiran (cloreto de Zephiran. gaiolas e superfícies Água de beber.5). Ineficaz contra muitos vírus. O mesmo dos proteína alta reduz eficácia. fluídos corporais. tratados sintomaticamente. caro Solução aquosa a 2. Um exemplo é o vírus da pseudo-raiva. estábulos. mas é frequentemente fatal para leitões. mas especialmente durante surtos da doença. Chlorox.80%. Savlon conteúdo protéico reduz a eficácia para feridas Altamente eficaz. etanol é preferível Tolerante à presença de compostos orgânicos. alimentos e utensílios. Limpeza e desinfecção rigorosos.1). Por exemplo:  Receber a necessária fluidoterapia de suporte.  Tratamento com antibióticos pode ser recomendado para prevenir contaminações bacterianas secundárias. Observações Ação virucida moderada a 7 . incluindo mesas de exame.5%. ovinos. mesas de exame.1 para outros desinfetantes. Chlorise detergentes iodoforos barato . cães e gatos. como vapor causar hipersensibilidade irritante para outras superfícies Solução a 2% tamponada com Esterilização a frio para Cidex bicarbonato de sódio. termômetros Vários usos. outras temperatura.5 . geralmente cultivado em cultivo celular ou em ovos embrionados e posteriormente inativado quimicamente. De fato. A principal desvantagem das vacinas atenuadas é a possibilidade de causarem sinais clínicos suaves. fragmentos) do vírus. nasal ou genital (prepucial. pois a vacinação mimetiza a infecção natural.1. O vírus vacinal atenuado pode ser transmitido a animais em contato. e aquelas produzidas com o vírus vivo modificado (atenuado). As vacinas inativadas geralmente induzem imunidade que é menos protetiva e de duração mais curta que aquela induzida pelas vacinas vivas modificadas. necessários para induzir imunidade. Vacinas virais mortas consistem do vírus. Consistem de vírus tornados menos virulentos por algum método. Vantagens das vacinas inativadas: não revertem à virulência e são seguras para uso em fêmeas prenhes e em animais imunodeprimidos. São produzidas através de síntese química de pequenos segmentos (peptídeos) de proteínas virais e utilizadas como vacinas de subunidade mais refinadas.58 Tabela 6. ovos embrionados ou animais de laboratório. a vacinação é o método mais efetivo e com melhor relação custo-benefício em saúde animal. antes que a doença ocorra. a sensibilização prévia do sistema imunológico permite uma resposta rápida e eliminação do vírus. vaginal) onde irão induzir resposta humoral secretória local (IgA). Vacinas atenuadas geralmente conferem longa imunidade. Vacinas inativadas normalmente requerem mais de uma dose para induzir imunidade e revacinações periódicas para manter imunidade adequada. Essas vacinas geralmente contêm adjuvantes para torná-las mais imunogênicas. principalmente por formalina ou betapropiolactona. Algumas vacinas vivas modificadas podem ser administradas pelas vias oral. É um tipo de vacina inativada que contêm porções (proteínas. Alguns desinfetantes comerciais comuns com atividade antiviral* Desinfetante Exemplos Usos *Informações aplicáveis à maioria dos vírus. Vários novos métodos têm sido explorados no esforço de produzir vacinas mais seguras e eficientes. Uma vacina adequadamente atenuada não deve causar doença nos animais vacinados. Peptídeos sintéticos. . Os vírus também podem ser atenuados pela deleção de genes específicos responsáveis pela virulência. A manipulação genética de vírus foi utilizada para produzir uma vacina atenuada contra a pseudo-raiva. mas potencialmente pode causar doença em indivíduos imunocomprometidos ou em fetos. Existem dois tipos principais de vacinas virais de uso veterinário: que são amplamente utilizada na prática veterinária as produzidas com o vírus morto (inativado). infecções fetais letais e o risco do vírus atenuado reverter à virulência. Alguns desses métodos são descritos a seguir: Vacinas de subunidade. Embora a vacinação não necessariamente previna a infecção. porém há exceções. Vacinas vivas modificadas. Observações Vacinas Em algumas situações a ocorrência de doença pode ser prevenida através de vacinação. ou fazendo a doença seja leve e de curta duração. Isso geralmente obtido através de múltiplas passagens em cultivos celulares. que é seguro e eficaz. Existem três tipos principais: .Proteínas recombinantes. Vacinas com marcadores antigênicos: Essas vacinas únicas são defectivas em uma proteína ou possuem uma proteína a mais do que não está presente no vírus original. Vacinas diferenciais estão comercialmente disponíveis para o vírus da pseudo-raiva (gene deletado) e herpesvírus bovino tipo 1 (gene deletado) e outras estão atualmente sendo produzidas ou em testes para outras doenças. proteína do vírus da raiva expressa no vírus vaccínia. Um vírus virulento é tornado menos virulento pela deleção de genes ou pela substituição de regiões-chave nos genes com outro material genético. que produzem a proteína em grandes quantidades. Esse procedimento. contra o qual produz resposta imune. Várias vacinas recombinantes estão sendo usadas. Os testes sorológicos diagnósticos detectam anticorpos contra o vírus de campo. Isto permite para os testes diagnósticos a diferenciação sorológica entre animais vacinados e animais infectados. o último é introduzido no animal e expresso nas células infectadas. Os métodos utilizados para criar vacinas de marcadores são a deleção de genes (falta de um peptídeo) ou a produção de vacinas de subunidade (peptídeo novo). Ovos embrionados são inoculados com o uso de um aparelho automático aos 18 dias de incubação. adenovírus. Até o presente. . Vacinas anti-idiotípicas: Vacinas anti-idiotípicas são produzidas em duas etapas. proteínas F e HÁ do vírus da cinomose inseridos no genoma do poxvírus do canário. Esses anticorpos são então utilizados para imunizar um segundo animal. vacinas anti-idiotípicas têm sido apenas testadas experimentalmente. essas vacinas também têm sido utilizadas somente em nível experimental. O gene do antígeno viral de interesse é clonado e o cDNA é introduzido no genoma de bactérias ou leveduras através de um plasmídio. O vírus que carrega o gene do antígeno desejado é chamado de vetor. Vacinas de DNA: Nesse método. também é utilizado para vacinar contra a bronquite infecciosa e bursite . estimulando a produção de uma resposta específica protetora de anticorpos antivirais. Dessa forma. Esse antígeno é então utilizado como vacina. Vacinação in ovo Esse tipo de vacinação é utilizado para a prevenção da doença de Marek. herpesvírus) é deletado e substituído por um gene (genes) que codificam o antígeno desejado.Vetores virais: O gene (ou genes) de um vírus grande (geralmente um poxvírus. . o gene viral do antígeno protéico é introduzido através de um plasmídio. Até o presente.Vacinas com deleções de genes. incluindo a proteína do vírus da hepatite B expressa em levedura. Esses anticorpos são chamados de antiidiotipícos. a proteína a menos ou a mais pode servir de marcador para o vírus vacinal. Alguns desses anticorpos possuem as características do antígeno original. Inicialmente. mas não contra o vírus vacinal alterado. o antígeno é introduzido num organismo para induzir a resposta imunológica.59 Vacinas recombinantes. Anti-soro tem sido utilizado para prevenir a cinomose canina. de acordo com o seu mecanismo de ação. armazenagem de colostro e posterior administração a neonatos são utilizadas para aumentar a sua imunidade. pois o restante do rebanho é incapaz de transmitir o vírus. Imunização passiva Imunização passiva refere-se à transferência de anticorpos para um animal não imune. dihidroxipropoxi-metilguanina (ganciclovir). Os mais comuns são: acicloguanosina (aciclovir). se a maioria da população. a vacina em questão deve prevenir a doença causada pelo vírus e a sua transmissão. ou âmnio da gema do ovo (IgY). alguns poucos animais que não tenham sido infectados ficam protegidos pela imunidade de rebanho desde que não haja reservatórios animais no rebanho. recupera-se da doença e fica imune por longo tempo. Anti-soro (produzido em animais doadores) protege por um período curto de tempo e possui uso limitado na prevenção de doenças víricas. Um efeito semelhante pode ser visto em doenças naturais. panleucopenia felina e doença do Nilo Ocidental em equinos. As imunoglobulinas presentes no soro imune contêm anticorpos neutralizantes que previnem a ligação do vírus às células susceptíveis. Essas são as drogas análogas de nucleosídeos e outras não-análogas de nucleosídeos discutidas abaixo. as imunoglobulinas são geralmente administradas antes da exposição ou durante o período de incubação para alterar o curso da infecção. Na prática clínica. Várias drogas antivirais comerciais são análogas de bases/nucleosídeos. de acordo com as cepas circulantes. que interferem com a ação das polimerase de ácido nucléico virais. Um indivíduo que eventualmente não esteja imune contra o agente fica protegido. Em geral. Essas drogas podem ser classificadas em duas categorias principais. Imunidade passiva natural inclui o recebimento de anticorpos maternos via placenta (IgG). Imunidade de rebanho Esse fenômeno ocorre quando uma proporção suficientemente grande de uma população ("rebanho") foi imunizada e portanto é imune a um determinado vírus. Drogas antivirais Drogas antivirais possuem uso muito restrito em veterinária. Para ser efetiva. colostro (IgG). Em algumas criações de equinos e bovinos. vacinas eficazes são disponíveis para os vírus que possuem um ou poucos tipos antigênicos e que podem ser obtidos em grande quantidade para a produção de vacinas. é devido à grande variabilidade antigênica do vírus que a composição da vacina contra a influenza humana necessita ser regularmente (anualmente) alterada. Curiosamente. Nucleosídeos inibidores.60 infeciosa. No entanto. O recebimento de quantidades insuficientes de anticorpos maternos pode resultar em morbilidade e mortalidade altas por várias doenças víricas de animais jovens. é provável que algumas drogas que são efetivas contra vírus humanos possam ser também efetivas contra vírus homólogos de animais. adenina-arabinosida (vidarabine) e azidotimidina . 2. Possuem função antiviral importante. As drogas antivirais não possuem amplo uso em medicina veterinária. pois aparecem cedo na infecção e desempenham um papel importante na recuperação. a sua ação depende de interações com receptores específicos na superfície celular.61 (zidovudine). grupo azida no lugar da 3’OH da ribose humana Vírus da imunodeficiência Inosina sem o grupo 3’OH humana Vírus da imunodeficiência Citosina sem o grupo 3’OH humana Vírus da imunodeficiência Timidina humana Vírus da imunodeficiência Citosina humana Vírus da hepatite B Vírus da imunodeficiência Análogo da guanosina humana Vírus da imunodeficiência Análogo da adenosina monofosfato humana Vírus respiratório sincicial Análogo do precursor da guanina Vírus da influenza B Trifluorotimidina Azidotimidina Dideoxiinosina Dideoxicitidina Stavudina Lamivudina Abacavir Tenofovir Ribavirina Vírus-alvo Vírus do herpes simplex Vírus da varicella zoster Citomegalovírus Citomegalovírus Papilomavírus humano Os herpesvírus Vírus do herpes simplex Inibidores não-nucleosídeos Interferons e drogas antivirais têm sido utilizadas para o tratamento de algumas infecções virais específicas. possui alguma atividade cruzada . O aciclovir é eficaz contra herpesvírus e tem sido utilizado no tratamento de infecção ocular por herpesvírus em gatos. iodo no lugar do grupo metil Análogo da timidina.2 para uma lista de alguns nucleosídeos inibidores e os vírus contra os quais eles são utilizados. Os interferons foram discutidos no capítulo 5. Veja a Tabela 6. O tratamento de animais com IFNs exógenos não é praticado amplamente pela falta de IFNs espécie-específicos. Propriedades de alguns nucleosídeos inibidores Nucleosídeo inibidor Tipo de análogo Aciclovir Análogo da guanosina Ganciclovir Análogo da guanosina Cidofovir Análogo da citosina Vidarabine Iododeoxiuridina Adenina com arabinose Timidina. Essa droga também tem sido utilizada para tratar preventivamente pássaros psitacídeos caros que tenham sido expostos ao herpesvírus. disponível no comércio como de DNA recombinante. O IFN-alfa humano. 3 átomos de flúor no local de Vírus do herpes simplex 3 átomos de hidrogênio Vírus da imunodeficiência Timidina. Embora os IFNs não sejam necessariamente hospedeiro espécie-específicos. O mecanismo de ação é a inibição da síntese de proteínas virais. Tabela 6. . ritonavir (Norvir) e nelfinavir (Viracept) são inibidores de proteases virais. A methisazona (N-metil-beta-tiosemicarbazone) é específica para RNAm dos poxvírus. Essas drogas são frequentemente utilizadas como parte do coquetel de drogas no tratamento do HIV em humanos. como aqueles de alumínio. Glossário . São específicos para a proteína neuraminidase do vírus da influenza. A fomiversina (Vitravene) é uma molécula de DNA antisense que bloqueia a replicação do citomegalovírus. linfócitos e outras células envolvidas na resposta imunológica.62 com outras espécies e tem sido utilizado para tratar oralmente gatos infectados com o vírus da leucemia felina.Neuraminidase: Glicoproteína presente como projeção na superfície externa do envelope dos vírus da influenza.  Saquinavir (Invirase). mas é eficaz apenas contra o vírus da influenza A em humanos. emulsões de óleo (adjuvante de Freund) e vesículas lipídicas sintéticas (lipossomas) são também usados como adjuvantes. outras drogas que inibem a tradução de RNAm virais são a fomiversina e methisazona. o tempo de estimulação antigênica é prolongado e consequentemente aumentado. Elas atuam ligando-se no sítio ativo das proteases. retardando a sua eliminação (efeito depot) e consequentemente retardando a sua liberação. Sais de metais.  Além dos IFNs. impedem a liberação do vírus e portanto limitam a disseminação do vírus. Alguns adjuvantes podem também estimular macrófagos. Atuam pela retenção/deposição do imunógeno no local da inoculação.  Zanamivir (Relenza) e oseltamivir (Tamiflu) inibem a liberação do vírus das células hospedeiras.  A amantadina (Symmetrel) e rimantadina (Flumadine) interferem com a penetração e/ou desnudamento de alguns vírus envelopados. Essas drogas não são comumente utilizadas nos EUA. . impedindo a enzima de clivar outras proteínas.Adjuvantes: São substâncias ou formulações químicas utilizadas para aumentar a resposta imune contra vacinas inativadas. indinavir (Crixivan). Cliva um inibidor da proteína hemaglutinina do vírus da influenza. De maneira ideal. Carter2 and E. 2Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine. Flores3 1 Department of Biology.ivis. Esses métodos baseiam-se no fato de que a atividade viral pode ser inibida e/ou proteínas virais são ligadas por anticorpos específicos. and Flores E. Wise D.R.R. Wise1. inibição da hemaglutinação (HI). (Eds.J. Diluições do soro são testadas e os resultados são expressos como a recíproca da maior diluição do soro na qual a atividade antiviral pode ser detectada. Métodos sorológicos gerais Nos estágios tardios da infecção.0305. detecção do genoma viral através de sondas de DNA e detecção de antígenos virais por imunofluorescência. Métodos de demonstração (diretos) Os métodos diretos incluem a visualização dos virions por microscopia eletrônica. Last updated: 3-Mar2005. Carter G.63 In: A Concise Review of Veterinary Virology. . Federal University of Santa Maria. G.org). Virginia. Athens. resultados do teste de amostras coletadas na fase convalescente devem ser comparados com resultados de amostras coletadas na fase aguda da infecção (duas coletas. detecção de vírus ou de produtos virais em amostras clínicas (métodos diretos). Cada método possui seus méritos. imunodifusão em gel de ágar (IDGA) e testes imunoenzimáticos (ELISAs). mas a demonstração direta do vírus e/ou de produtos virais é o método mais efetivo e útil para diagnóstico de rotina.F. Concord University. 14 a 21 dias de intervalo). F. RS Brazil. International Veterinary Information Service. Ithaca NY (www. Isso pode ser feito por várias técnicas sorológicas. West Virginia.). Esse último método tem sido o mais útil em laboratórios de diagnóstico. Blacksburg. A3407. e detecção e quantificação de anticorpos antivirais específicos (métodos indiretos). USA.J. As técnicas mais utilizadas em laboratórios de diagnóstico são a soro-neutralização (SN). Virginia Tech. O diagnóstico é positivo se ocorrer um aumento igual ou superior a quatro vezes nos títulos de anticorpos entre as amostras pareadas. 3Department of Veterinary Preventive Medicine. USA. a pesquisa de anticorpos específicos no soro pode ser o único método possível de diagnóstico.PT Diagnóstico laboratorial de infecções víricas D.. Índice       Métodos diagnósticos Isolamento viral Neutralização viral Testes de proteção Coleta e remessa de amostras Glossário Métodos diagnósticos Os métodos básicos de diagnóstico virológico são o isolamento viral. Santa Maria. o que reduz a excreção viral e reduz ou elimina o vírus dos tecidos. esfregaços sanguíneos. No laboratório. cujas células são obtidas por digestão enzimática de tecidos animais. devido à infecção natural ou vacinação. o vírus (se viável) replica e produz patologias celulares que se caracterizam por alterações morfológicas nas células. o anticorpo antivírus é marcado. A amostra a ser testada é inicialmente incubada com um anticorpo antiviral não-marcado. para anemia infecciosa equina e ELISA e aglutinação em látex (LA) para doença de Aujeszky. sangue em infecções sistêmicas. o vírus replica sem induzir patologia celular e a demonstração de sua presença requer o uso de técnicas de detecção de antígenos ou corpúsculos de inclusão por imunofluorescência (IF). No método direto. denominadas genericamente de efeito citopático (ecp). Testes de IF podem ser realizados em cortes congelados de tecidos. Os resultados desses testes são considerados simplesmente positivos ou negativos. Exemplos são o teste de imunodifusão em gel de ágar (IDGA). outros testes de padronização mais fácil. foram desenvolvidos. na forma de kits. Por essa razão. fezes em infecções entéricas. O anticorpo marcado é usado para detectar antígenos virais em cortes de congelamento. Para os vírus que produzem infecções persistentes ou latentes (exemplos: herpesvírus e retrovírus). Resultados positivos de testes obrigatórios oficiais são sempre significativos independentemente do título de anticorpos. Isolamento viral Uso: isolamento e identificação de vírus. esfregaços sanguíneos. etc. como secreções nasais e oculares no caso de infecções do trato respiratório superior. também conhecido como teste de Coggins. As células são cultivadas em superfície/frascos de vidro ou plástico. etc. pois títulos mais altos geralmente são indicativos de refletirem infecção recente. Em alguns casos. Para os vírus que produzem infecções agudas auto-limitantes. FITC). Com a progressão da doença ocorre a produção de anticorpos. Imunofluorescência (IF) Uso: detecção de antígenos virais em amostras clínicas ou em células de cultivo infectadas. impressões de tecido ou em células de cultivo. Existem dois tipos principais de imunofluorescência: direta (IFD) e indireta (IFI). sorologia positiva indica que o animal é um portador potencial do agente. células vivas são utilizadas em forma de cultivos celulares. O teste de imunofluorescência (IF) detecta antígenos virais em células infectadas utilizando anticorpos antivirais específicos marcados com uma substância fluorescente (isotiocianato de fluoresceína. A técnica indireta (IFI) é realizada em duas etapas. O tempo necessário para se isolar um vírus varia entre menos de 24 horas até várias semanas. testes positivos indicam apenas uma exposição prévia ao agente. raspados. a preparação é . Os vírus requerem células vivas para replicar. A interpretação pode ser facilitada pelo teste de um grupo de animais que estiveram doentes comparando-se com um grupo que não apresentou a doença. Após um determinado período de incubação para que ocorra a ligação anticorpo-antígeno (geralmente 1 hora ou menos). Quando amostras clínicas contendo vírus são inoculadas em células susceptíveis.64 Os resultados de uma única coleta (não-pareada) e teste são mais difíceis de ser interpretados. Os resultados podem ser obtidos em menos de 1 hora – e são confiáveis desde que o anticorpo utilizado seja específico e as amostras estejam em boas condições. As manifestações clínicas da doença geralmente direcionam a escolha do material clínico apropriado para o diagnóstico. A fase aguda da doença é a melhor fase para se demonstrar e se isolar o vírus. Uma discussão sobre as diferentes técnicas diagnósticas é apresentada a seguir nesse capítulo. Um teste ELISA indireto é utilizado para a detecção de anticorpos. é mais demorada. A emissão de fluorescência pelos spots de cultivos indica que a amostra é positiva para anticorpos anti-virais específicos. Os anticorpos conjugados reagem com o complexo anticorpo-antígeno originando um efeito "sanduíche". . Se o vírus está presente. um anticorpo anti-imunoglobulina conjugado com a enzima é adicionado. Um sistema de fase sólida é utilizado na maioria dos testes de ELISA. Para a detecção de vírus. Ambas as técnicas (IFD e IFI) possuem vantagens e desvantagens. seguido de adição do substrato da enzima. Após lavagem. resultando em mudança de cor. Essa técnica possui a vantagem sobre a IF de não necessitar microscópio de fluorescência e é especialmente útil para a detecção de antígenos virais em lesões histopatológicas. Variações do teste ELISA incluem o ELISA competitivo para a detecção de anticorpos. Portanto. Em outras palavras. mas a análise por espectrofotômetro aumenta a sensibilidade. O antígeno é inicialmente imobilizado no suporte sólido. Após nova lavagem. Alguns testes podem ser visualizados e interpretados visualmente. no qual o anticorpo anti-imunoglobulina conjugado com a enzima é substituído por um anticorpo antiviral conjugado com a enzima. se o anticorpo específico se ligou o anticorpo conjugado com a enzima não irá se ligar. A IF é a técnica mais utilizada no diagnóstico virológico de rotina. marcado com FITC. anticorpos anti-virais específicos conjugados com uma enzima (peroxidase ou fosfatase alcalina) são adicionados. Embora a enzima esteja conjugada ao anticorpo. Um grande número de conjugados está disponível comercialmente para a detecção de uma grande variedade de vírus. irá se ligar nos anticorpos adsorvidos. Essa técnica envolve a infecção de cultivos celulares com um vírus e a preparação de lâminas de microscopia multipost com essas células infectadas. Conjugados para a detecção de vírus de caninos e felinos são disponíveis no comércio. ela permanece ativa e. A IFD é mais rápida e mais utilizada principalmente pela disponibilidade de conjugados. mas requer apenas um tipo de anticorpo marcado com FITC se todos os anticorpos antivirais foram preparados na mesma espécie. Uma variação da técnica pode ser utilizada para a detecção e quantificação de anticorpos. que e similar em princípio. emitirá luz fluorescente considerando-se o resultado como positivo. A intensidade da coloração desenvolvida pelo substrato é inversamente proporcional ao nível de anticorpos presentes na amostra-teste. quando entra em contato com um substrato. A técnica indireta (IFI). A sensibilidade dos testes de ELISA é equivalente à do radioimunoensaio (RIA). Ensaios imunoenzimáticos (ELISAs) Uso: detecção de antígenos ou anticorpos. e se isso ocorre. age sobre este. seguido da adição do soro-teste. é mais sensível e mais específica (se anticorpos monoclonais são utilizados).65 lavada e então incubada com um anticorpo anti-espécie do anticorpo primário. resultando na produção de coloração. A diferença é que o anticorpo é conjugado com uma enzima (peroxidase ou fosfatase alcalina) ao invés de fluoresceína. conjugado com FITC. O princípio da técnica de imunoperoxidase é muito semelhante ao da imunofluorescência. o substrato da enzima é adicionado. seguido da adição de um anticorpo contra IgG da espécie do soro-teste. O anticorpo anti-espécie irá se ligar no anticorpo antiviral não-marcado. os anticorpos específicos são inicialmente imobilizados na superfície de tubos ou placas de poliestireno e a amostra-teste contendo o vírus suspeito é então adicionada. O soro pode ser testado para a presença de anticorpos específicos incubando-se com as células infectados. por outro lado. Imunoperoxidase Uso: detecção de antígenos virais em amostras clínicas ou em células de cultivo. Após lavagem. Alternativamente. resultando em aglutinação das partículas que pode ser visualizada ao microscópico eletrônico. Essas técnicas permitem um diagnóstico rápido e são frequentemente disponíveis para uso em consultórios e clínicas. Microscopia eletrônica (ME) Uso: demonstração de vírus em amostras clínicas. Aglutinação em látex (LA) Uso: detecção de antígenos ou anticorpos. No ELISA de cinética. Na técnica de ME sob coloração negativa. Outra variação é o ELISA de cinética. Kits comerciais para uso em clínicas são disponíveis para a detecção de anticorpos para algumas doenças e também para a detecção de alguns vírus. Kits comerciais incluem ELISAs e kits LA para a detecção de rotavírus em fezes de várias espécies animais. identificando-o. Os testes de LA possuem um princípio semelhante à aglutinação bacteriana na qual partícula de látex recobertas com anticorpos aglutinam-se quando misturadas com o antígeno correspondente. Soro-neutralização (SN) Uso: detectar e quantificar anticorpos. preparações solubilizadas em água destilada de amostras clínicas são "coradas" com uma solução de átomos pesados. a reação é monitorada continuamente durante certo período. utilizado para a detecção de anticorpos contra o agente da doença de Lyme em cães. Esses testes são de fácil execução e permitem a obtenção dos resultados em minutos. A SN é técnica mais utilizada para a detecção e quantificação de anticorpos contra vírus de interesse veterinário. Imunoeletromicroscopia Uso: detectar e identificar vírus. as partículas de látex podem ser recobertas com antígenos para a detecção de anticorpos. lesões vesiculares e de lesões de "pox" (herpesvírus e poxvírus). O vírus é incubado com soro hiperimune específico. ao invés de ser interrompida após um certo tempo de incubação. e kits de ELISAs rápidos para a detecção de parvovírus canino em fezes e antígenos do vírus da leucemia felina no sangue. peritonite infecciosa felina. vírus da leucemia felina. A preparação e o exame da amostra por ME podem ser completada em menos de 30 minutos. rotavírus e parvovírus). sendo menos sujeito à variação e de interpretação mais objetiva.66 resultados positivos são aqueles em que não ocorre desenvolvimento de coloração no substrato ou a coloração é menos intensa do que nos controles negativos. Testes imunoenzimáticos do tipo ELISA e aglutinação em látex (LA) detectam antígenos virais capturando-os através de anticorpos específicos adsorvidos em suportes apropriados. A técnica de ME mencionada acima para demonstração de vírus pode também ser utilizada para se identificar vírus. . Essa técnica é primariamente utilizada para o exame de amostras clínicas suspeitas de conter um grande número de partículas virais. O teste é considerado o mais confiável de todos os testes sorológicos. toxoplasmose felina e herpesvírus bovino tipo 1 (BHV-1). como fezes (coronavírus. ou em formando botão de bordas irregulares. A única diferença é a que a especificidade dos anticorpos é conhecida e o vírus é desconhecido. Exemplos são os vírus da Influenza tipo A de várias espécies animais. ou sinais clínicos. Os testes de HI são realizados em placas de microtitulação. Células que se aglutinam. produzindo lise. lesões e mortalidade em ovos embrionados ou animais. Os testes de FC são especialmente úteis como métodos auxiliares no diagnóstico de infecções agudas ou recentes. As placas são então incubadas a 37 °C e observadas diariamente para o aparecimento de efeito citopático (ecp). formando um botão.2 horas a temperatura ambiente (alguns sistemas utilizam 37 °C ou 4°C). A presença de anticorpos em quantidade suficiente produz a formação de . O princípio do teste de inibição da hemaglutinação (HI) é semelhante ao da SN. Os testes de SN são também utilizados para se identificar isolados de vírus desconhecidos. A suspensão apropriada de eritrócitos é então adicionada e as placas são incubadas durante 1 a 2 h a 4°C (para a maioria dos vírus). quantificado e estocado em alíquotas à ultra baixa temperatura. Se o anticorpo específico estiver presente no soro-teste. então a identificação do vírus está feita. Esse vírus deve ser quantificado (titulado) várias vezes para que se determine exatamente a quantidade de vírus presente. O antígeno e o complemento são titulados e diluídos. Fixação de complemento (FC) Uso: detecção e quantificação de anticorpos. as células indicadoras são adicionadas. a aglutinação dos eritrócitos vai ser inibida e essas células irão rolar e sedimentar. produzidos em coelhos. pois detectam principalmente IgM. Diluições do soro-teste são colocadas em placas de micro titulação. Se o soro-teste não contém anticorpos específicos para o agente. a primeira classe de imunoglobulinas a ser produzida em resposta à infecção. geralmente 1 . Diluições do soro-teste são realizadas. A sensibilização dos eritrócitos é realizada pela sua incubação com anticorpos específicos. com a diferença que a atividade viral inibida pelo soro-teste é a capacidade hemaglutinante. O vírus em questão é previamente cultivado. irão formar uma camada fina sobre o fundo da cavidade. Inibição da hemaglutinação (HI) Uso: detecção e quantificação de anticorpos. O teste envolve o uso de antígeno viral. vírus da Doença de Newcastle e parvovírus suíno. e deve ser adsorvido com eritrócitos antes do teste. seguidas da adição de um volume igual de uma suspensão contendo aproximadamente 4 a 8 unidades hemaglutinantes do vírus (uma unidade hemaglutinante é a maior diluição da suspensão viral capaz de produzir hemaglutinação completa). Os testes de SN são quase exclusivamente realizados utilizando cultivos celulares.67 O teste baseia-se na capacidade de anticorpos específicos neutralizarem o vírus correspondente e assim prevenir a sua replicação e a consequente produção de citopatologia em cultivo celular. Os testes de HI são muito sensíveis e altamente específicos. A presença de anticorpos específicos no soro-teste impede a produção de ecp pelo vírus. essencialmente da mesma forma descrita acima. e são particularmente úteis para quantificar anticorpos contra vírus hemaglutinantes que não replicam bem em cultivo celular ou produzem ecp discreto ou dificilmente reconhecível. complemento obtido de cobaios e um sistema indicador de eritrócitos sensibilizados de ovinos. Se um determinado anticorpo inibe a produção de ecp pelo agente desconhecido. o complemento fica livre para reagir com os eritrócitos sensibilizados. seguido da adição de uma quantidade fixa da suspensão viral aproximadamente 100 a 300 doses infecciosas por cavidade. Após a incubação do vírus com as diferentes diluições do soro-teste. chamados de hemolisina. ao contrário. O soro-teste frequentemente contêm inibidores inespecíficos da hemaglutinação. formando uma linha de precipitação no local onde se encontram e reagem. e então recoberto com um gel contendo o anticorpo. possibilitando a detecção de complexos antígeno-anticorpo que não são visíveis a olho nu.68 complexos antígeno-anticorpo. a imunidade passiva produzida pelo anti-soro anti-vírus da peste suína clássica protegeria o suíno do desafio. O melhor exemplo é o teste de Coggins para a anemia infecciosa equina. Imunodifusão Uso: detecção de anticorpos específicos ou antígenos. Hibridização de ácidos nucléicos Uso: detecção de ácidos nucléicos DNA ou RNA virais em amostras clínicas. Testes de proteção Uso: identificação de vírus Os testes de proteção são utilizados para a identificação de vírus quando outros métodos mais simples não são disponíveis. Os animais desprotegidos contrairiam a doença. para impedir que as cadeias se reassociem. tanto para marcar o antígeno como os anticorpos. as bases nitrogenadas projetam-se externamente. As sondas que não se ligaram são removidas por lavagem e a hibridização é detectada através de um método de detecção da sonda. O ácido nucléico se liga na membrana através da cadeia lateral de fosfatos. de origem conhecida – contendo a sequência de nucleotídeos específica àquela do vírus alvo – conjugado com um isótopo radioativo ou enzima) é incubada com a membrana. Os resultados são obtidos pela exposição do gel ou lâminas a um filme de raios X que captura as linhas radioativas (precipitação). o antígeno e os anticorpos se difundem no gel de ágar. A diferença principal entre os dois testes é que na imunoeletroforese o antígeno é previamente separado por eletroforese. que sequestram o complemento. A hibridização de ácidos nucléicos consiste das seguintes etapas:  O ácido nucléico de cadeia dupla de um vírus é desnaturado com substância alcalina para a separação das cadeias.  As cadeias simples do ácido nucléico são imobilizadas em um suporte sólido. O teste de imunodifusão pode ser tornado mais sensível utilizando-se um marcador radioativo. Os dois testes são realizados em meios semi-sólidos. Se o agente fosse o vírus da peste suína clássica. A imunodifusão dupla é um dos testes sorológicos mais utilizados em diagnóstico. Vários tipos de hibridização em suporte sólido são utilizados: . geralmente uma membrana de nylon ou nitro celulose.  Ocorre a formação de pontes de hidrogênio entre as bases complementares. As duas técnicas mais usadas de imunodifusão são o sistema de difusão dupla e a imunoeletroforese. O teste foi realizando inoculando-se soro hiperimune específico simultaneamente com sangue ou suspensão de baço de um animal suspeito de estar infectado. não permitindo que este produza lise dos eritrócitos.  Uma sonda (DNA de fita dupla ou RNA. O isótopo iodo (I125) é o marcador mais utilizado. Nos dois testes. A marcação ocorre pela incorporação do I125 no aminoácido tirosina. geralmente ágar ou agarose. Eles envolvem a indução de imunidade ativa ou passiva em animais seguido de desafio com o agente em questão. Um exemplo foi o teste de proteção utilizado para a identificação do vírus da peste suína clássica. além da amostra de DNA (que potencialmente contêm o DNA-alvo do vírus). A análise de restrição enzimática (REA) utiliza enzimas chamadas endonucleases de restrição para traçar o perfil da sequência do genoma dos vírus. Isso é obtido através da criação de uma reação que. A técnica requer grande quantidade de DNA total ou parcialmente purificado. A reação da polimerase em cadeia (PCR). é capaz de amplificar (multiplicar) segmentos de DNA mais de um milhão de vezes. com a diferença que. Reação da polimerase em cadeia (PCR) Uso: detecção/identificação de vírus específicos ou genes específicos. A restrição enzimática de vírus com genomas grandes como o citomegalovírus. Uma limitação importante do método é a de que a presença da mutação nó será detectada se ocorrer exatamente em um dos locais reconhecidos e clivados pelas enzimas utilizadas. Hibridização Northern. reação da polimerase em cadeia e microarranjo são particularmente úteis e são discutidas a seguir. Essa análise é chamada de análise de polimorfismo de tamanhos de fragmentos (RFLP) e tem sido utilizada para caracterizar e comparar entre isolados de campo de um determinado vírus. pode ser utilizado tanto para DNA como para RNA. pode resultar em 20 a 50 fragmentos de DNA. geralmente produzem 5 a 10 bandas de DNA. nem é sempre necessário. ao invés do material suspeito ser extraído e imobilizado em membranas de nitrocelulose. a capacidade de separar os fragmentos de DNA resultantes por eletroforese e um método de documentar os resultados. As técnicas de análise de restrição enzimática. produzindo milhões de cópias que então podem ser facilmente detectadas por eletroforese. Hibridização Dot blot. A presença de mutações e/ou variabilidade genética em determinados pontos de clivagem no genoma de alguns isolados do vírus resulta em diferentes padrões de clivagem. Técnica utilizada para a detecção de um fragmento de DNA específico. método in vitro de replicação de DNA. O princípio é semelhante ao Southern e Northern hibridização (detecção de uma sequência de nucleotídeos específicas através de sondas marcadas). similar aos de uma placa de microtitulação. A mistura é então submetida a uma série de ciclos de temperatura para permitir e facilitar a replicação do DNA e consequentemente multiplicarem o DNA. Essa técnica tem uso limitado em diagnóstico. A diferença é que o ácido nucléico-alvo é imobilizado em focos (pontos) na membrana. um grupo de enzimas para clivar o DNA. Procedimento similar ao Southern e Northern. correlacionar o padrão de clivagem (mais ou menos bandas) com mutações em sítios específicos do genoma. como os adenovírus. O uso de várias enzimas simultaneamente aumenta a probabilidade de detectar-se mutações em um determinado genoma ou parte do genoma. quando são separados em gel de agarose. deoxinucleotídeos trifosfato e uma enzima DNA polimerase termoestável (Taq polimerase). Análise de restrição enzimática (REA) Uso: identificação de vírus específicos. a detecção é realizada diretamente em cortes histológicos do tecido ou células.69 Hibridização Southern. Utilizada para detectar-se sequências específicas de RNA. enquanto vírus com genomas pequenos. mas é muito útil em pesquisa e estudos de patogenia. contêm dois oligonucleotídeos (primers) com sequências complementares as extremidades opostas de cada uma das cadeias da sequência alvo. Hibridização in situ. Uma cópia única do genoma viral – se presente na amostra clínica – é amplificada. A seguir é descrito um ciclo típico: . sem a realização de estudos extensivos de hibridização ou mesmo o sequenciamento dos genomas comparados. Não é fácil. A PCR pode ser utilizada também para o estudo de vírus RNA pelo uso da enzima transcriptase reversa que produz cópias cDNA a partir alvo RNA. Resumidamente. a reação é resfriada para permitir a hibridização dos primers na sequência-alvo de DNA. Cada uma dessas variações é útil quando a quantidade de ácido nucléico é muito pequena. A construção dos micro arranjos envolve a deposição de sequências específicas de DNA em pontos na superfície de uma lâmina de vidro ou chip de sílica através de robótica. Nesses casos. Atualmente. A eficácia da PCR em tempo real para diagnóstico em amostras clínicas ainda não foi estabelecida.  Radioimunoensaio Uso: detecção de antígeno ou anticorpos. As técnicas de Southern e Northern blot para a detecção de DNA e RNA mensageiro serviram de base tecnológica para a hibridização em microarranjo. Após lavagem. Se o antígeno está presente. sendo um conjunto específico para uma região interna à amplificada pelo primeiro conjunto. Da mesma forma. um anticorpo anti-viral marcado com 125I é adicionado. muitas vezes essas técnicas não são aplicáveis pois amostras clínicas apropriadas não puderam ser obtidas de animais vivos. Essa técnica é chamada de transcriptase reversa. Microarranjo (microarray) Uso: identificação de vírus específicos ou sequências virais específicas. Embora as técnicas de detecção de antígeno descritas acima são utilizadas com primeiro teste diagnóstico. reagindo com o complexo imobilizado num efeito "sanduíche". os complexos antígeno-anticorpo são precipitados pela adição de anti-imunoglobulinas. a reação é então aquecida a 72°C para permitir a polimerização do DNA a partir dos primers pela Taq DNA polimerase. mais do que por qualquer avanço tecnológico. na qual a análise espectrofotométrica dos produtos é realizada simultaneamente à reação. o material clínico é adicionado ao tubo previamente recoberto internamente com o anticorpo específico. O tubo é lavado e a quantidade de radioatividade é determinada. técnicas rápidas de detecção de antígeno não são disponíveis para vários vírus. RTPCR. Mais de um milhão de cópias do DNA podem ser obtidas dessa maneira. o radioimunoensaio é raramente utilizado em laboratórios de diagnóstico virológico. O desenvolvimento dos "micro arranjos" foi impulsionado pela aplicação da tecnologia de robótica na rotina da biologia molecular. e a PCR aninhada (nested-PCR) que utiliza dois conjuntos de primers. Existem dois tipos de RIA: em fase líquida e em fase sólida.  Terceiro. Vários testes diagnósticos baseados em PCR são comercialmente disponíveis.70 A primeira etapa de um ciclo do PCR é a desnaturação do DNA da amostra. o DNA alvo resultante é separado por eletroforese em gel e analisado através da visualização das bandas de DNA ou através de hibridização Southern com sondas específicas. é a quantificação da reação antígeno-anticorpo. A quantidade de radioatividade no precipitado. No sistema de fase sólida. Esse ciclo de temperaturas é repetido 35 a 40 vezes.  Segundo. O precipitado é coletado por centrifugação e seco. o anticorpos é imobilizado na superfície interna de um tubo de poliestireno e então adicionado do antígeno. pelo aquecimento da reação a 95°C. Outras variações da PCR incluem a PCR em tempo real. A marcação é realizada com I125 (veja imunodifusão). liga-se no anticorpo adsorvido. comparada com a radioatividade total. No sistema em fase líquida. recorre-se ao isolamento viral. Um único chip . em qualquer um dos três componentes da reação. Quando o número de ciclos planejado é concluído. indicando onde o DNA marcado se ligou no DNA imobilizado na lâmina/chip. fragmentos (0. devem ser preferidos aos de animais mortos. mais de um animal deve ser enviado. Além dos micro arranjos de ácidos nucléicos. Isso permite ao pessoal do laboratório realizar testes adicionais. Segmentos de intestino devem ser obrigatoriamente acondicionados em separado.000 genes. Coleta e remessa amostras O diagnóstico laboratorial de uma doença clínica depende em grande parte do tipo e condição do material submetido. baço. Depende também da ação coordenada do veterinário de campo e do técnico laboratorial. Uma porção de cada tecido deve ser acondicionada em sacos plásticos impermeáveis e refrigerada. Animais Animais vivos. Os chips (ou lâminas) são então expostos a uma fonte de DNA marcado com substância fluorescente. é possível através deste teste analisar vários patógenos simultaneamente. doentes. Sempre que possível esses animais devem ser enviados ao laboratório para um exame e necropsia completos. procuram-se proteínas específicas.71 pode conter até 50.5 cm de espessura) de cada tecido devem ser acondicionados em frascos com formol tamponado a 10% para exames histológicos. Vários micro arranjos são comercialmente disponíveis. se necessário e indicado. o veterinário deve fornecer um histórico o mais completo possível. Devido ao fato da maioria dos testes laboratoriais serem específicos para um determinado agente. Nesses casos. linfonodos regionais. Como milhares de sequências de DNA podem estar presentes no chip. rins.8 Sistema de Detecção para identificar estágios precoces de infecção pelo vírus da SARS (capítulo 24). Devem entrar em contato com o laboratório para esclarecer quaisquer dúvidas. Na ausência desse formulário. intestino delgado e grosso. recomenda-se coletar uma série de tecidos antes de realizar-se um exame minucioso. Regras gerais de coleta e remessa de material são apresentadas a seguir. Devido ao fato de que muitos vírus produzem lesões características microscópicas pequenas. Isso é particularmente importante para a detecção de microrganismos usados como armas biológicas e diagnóstico de doenças. Um computador monitora a fluorescência nos diferentes pontos da superfície do chip. . Se o problema afeta um rebanho. Órgãos/tecidos recomendados para se coletar são: pulmão. Tecidos Para evitar contaminação durante a necropsia. A maioria dos laboratórios fornece um formulário de remessa de amostras que deve ser preenchido com as informações pertinentes. Não congele animais a serem submetidos para a necropsia. para se evitar contaminação bacteriana. O cérebro ou a cabeça devem ser coletados em suspeita de doença do sistema nervoso central. micro arranjos de proteínas também têm sido utilizados. Em casos de doença neurológica. como o CapitalBio_SARSarrayTM-1. Tecidos coletados próximo ao final de semana devem ser enviados na próxima segunda-feira. Ônibus e transportadoras podem ser utilizados para transportar animais de pequeno porte. fígado. desde que acondicionados apropriadamente em caixas ou embalagens apropriados à prova de vazamentos. Cada tecido/órgão deve ser preferencialmente acondicionado em um saco individual. Outros tecidos que contenham lesões observadas durante o exame também devem ser coletados. um histórico clínico adequado deve acompanhar todos os materiais submetidos. pois senão o exame bacteriológico será comprometido. . O suabe para isolamento deve ser acondicionado em meio de transporte e o suabe para microscopia eletrônica deve ser colocado em um tubo contendo um pequeno volume (uma a duas gotas) de água destilada. Os suabes devem ser coletados de animais com a infecção aguda e acondicionados diretamente em tubos contendo um meio de transporte para vírus. prepúcio). AS amostras devem ser submetidas ao laboratório utilizando gelo reciclável. Sacos conjuntivais purulentos ou com secreção contaminada devem ser lavados antes da coleta do raspado. Impressões do fígado. baço e pulmões são especialmente úteis no diagnóstico de infecções por clamídias e herpesvírus em psitacídeos. Material descamativo de lesões mais avançadas também deve ser submetido. algumas gramas de fezes permitem um espectro maior de exames. O envio de várias lâminas permite um exame mais detalhado. um para microscopia eletrônica e outro para o isolamento de vírus. incluindo citológico. Vesículas frescas devem ser rompidas e os suabes embebidos com o conteúdo. mas não devem se muito espessas a ponto de dificultar a coloração. Vários laboratórios fornecem seus próprios meios de transporte quando requisitados por veterinários de campo. proteínas e antibióticos para impedir proliferação bacteriana. Lâminas Várias doenças infecciosas podem ser diagnosticadas pelo exame de lâminas preparadas a partir de sangue ou tecidos. Raspados conjuntivais são particularmente úteis no diagnóstico de infecções por herpesvírus e clamídias em gatos. suabes de algodão não são adequados.72 recomenda-se enviar uma metade longitudinal do cérebro. Embora suabes saturados em fezes sejam adequados para alguns exames virológicos individuais. A maioria desses meios contém solução iônica balanceada. em diferentes estágios da infecção. Fezes Fezes devem ser coletadas de animais doentes e acondicionadas em frascos hermeticamente fechados. Essas amostras não devem ser congeladas. As lâminas devem ser secas ao ar e remetidas ao laboratório em suportes especiais para prevenir a sua quebra. enquanto esfregaços sanguíneos e raspados conjuntivais são usados no diagnóstico da cinomose. Existem vários meios comercialmente disponíveis que auxiliam a manter a viabilidade dos vírus durante o transporte ao laboratório. Dois suabes devem ser sempre coletados. Um raspador conjuntival ou outro aparelho (borda cega de uma lâmina de bisturi ) podem ser usados para raspar a conjuntiva. Impressões de tecido devem ser feitas através de pressão leve do tecido (previamente adsorvido em papel-toalha para remover o sangue) contra a superfície da lâmina. aumenta a probabilidade de isolamento do agente. As lâminas devem conter um número suficiente de células para permitir um exame detalhado. Suabes Suabes nasais e oculares são úteis para o isolamento de vírus de animais com doença do trato respiratório superior. Esfregaços sanguíneos são utilizados para o diagnóstico da leucemia felina. Infecções genitais também podem ser diagnosticadas pelo exame de suabes coletados do trato reprodutivo (vulva. incluindo bacteriológico e parasitológico. pênis. vagina. A coleta de material de vários animais. Suabes são úteis também para coletarem-se amostras de lesões vesiculares. Na PCR.Primers: pequenas sequências de DNA ou RNA utilizados como iniciadores para a síntese de ácido nucléico. dois primers (as vezes mais) oligonucleotídeos sintéticos (em torno de 20 nucleotídeos) são complementares a regiões nas cadeias opostas flanqueiam a região alvo. Amostras de sangue não devem ser congeladas ou aquecidas em excesso. . que reconhecem e cortam o DNA em sequencias específicas.Testes regulatórios: são testes realizados por imposição de legislação oficial de órgãos governamentais para doenças animais de interesse sanitário estratégico. .Endonuclease de restrição: são enzimas derivadas de bactérias. a sequência alvo em uma amostra é geralmente de 100 a 2000 pares de bases de extensão. É derivada de uma bactéria aquática denominada Thermus aquaticus que vive em águas de gêiseres. Na PCR. RFLPs resultam da clivagem do DNA por enzimas de endonucleases de restrição. o soro deve ser separado e refrigerado ou congelado. O primer hibridiza com a sua região complementar na molécula molde do ácido nucléico e fornece a oxidrila 3’ para o início da síntese.Aliquotar: Dividir em partes iguais. Os primers delimitam a região que vai ser amplificada. Se as amostras não puderem ser enviadas ao laboratório em poucas horas.Taq polimerase: DNA polimerase utilizada na PCR. a termo estabilidade da enzima permite seu uso na PCR.73 Soro Amostras de sangue devem ser coletadas em tubos estéreis sem anticoagulante. em estantes para impedir que se rompam. Primers desenhados e arbitrários podem ser usados. . separação dos fragmentos por eletroforese e visualização das bandas (fragmentos de DNA) pela coloração com brometo de etídio.Polimorfismo de tamanhos de fragmentos (RFLP): revelam muitas diferenças no DNA entre indivíduos de uma mesma espécie. Estes devem ser enviados ao laboratório em caixas de isopor com gelo. . Glossário . . as extremidades oxidrila 3’ são orientadas uma na direção da outra. . 74 Capítulo 2. Virologia Patogênica Vírus DNA – Fita simple . 75 Vírus DNA Vírus DNA de fita dupla 76 In: A Concise Review of Veterinary Virology, Carter G.R., Wise D.J. and Flores E.F. (Eds.). International Veterinary Information Service, Ithaca NY (www.ivis.org), Last updated: 5-Sep2006; A3408.0906.ES Circoviridae G.R. Carter1 and D.J. Wise2 1 Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine, Virginia Tech, Blacksburg, Virginia, USA.2Department of Biology, Concord University, Athens, West Virginia, USA. Índice      Características virais Classificação Circovírus o Síndrome do desgaste multissistêmico pós desmama. o Enfermidade do bico e das penas dos psitacídeos Girovírus o Anemia infecciosa aviaria Glossário Esta nova família de vírus de ADN, pequenos, sem envelope, contém três espécies virais de importância veterinária. Características virais      Vírus pequenos (17 - 22 nm de diâmetro), icosaédricos, sem envelope, com genoma de ADN circular de cadeia simples. O genoma codifica para uma só proteína do capsídeo. Ver ilustração do capsídeo, Fig. 8-1. A replicação se é realizada no núcleo das células em divisão e é similar a dos parvovírus. Admite-se que o DNA circular de cadeia simples dos circovírus se replica através do mecanismo circular. No núcleo celular, o ADN de cadeia simples (ADNss) (negativa ou duplo sentido) se usa como molde para a formação do ADN de cadeia dupla (ADNds) através das enzimas de reparação do hospedeiro. O ADNds é desta forma usado como modelo tanto para a produção de ARNm (para a tradução de proteínas) e para a produção de cópias do genoma para os virions da progênie. Estes produtos se transformar, por si mesmos, em virions completos da progênie. Os circovírus são muito estáveis no ambiente: resistentes a alguns desinfetantes, incluindo detergentes. 77 Figura 8-1. Ilustração do capsídeo de um circovírus (17 - 22 nm) Classificação Baseando-se em estudos genéticos, a família consta de dois gêneros. Com base nos resultados destes estudos, os Girovírus também diferem dos Circovírus no ciclo de replicação e também que o virión é maior. Estes gêneros, com suas espécies, são:   Circovírus o Circovírus suíno tipo 1 o Circovírus suíno tipo 2 o Vírus da enfermidade do bico e da pena. Girovírus o Vírus da anemia dos pintos. Circovírus Como foi mencionado anteriormente, existem dois tipos de circovírus suínos:  O Circovírus suíno 1 (PCV 1 conforme sua sigla em inglês) está amplamente distribuído nos suínos da Europa e América do Norte; não produz infecção clínica.  O Circovírus suíno 2 (PCV 2 conforme sua sigla em inglês) é o agente causador da síndrome de desgaste multisistêmico pos-desmama (PMWS conforme sua sigla em inglês), que será discutido mais adiante.  Existe cerca de 80% de homologia entre os nucleotídeos do PCV 1 e os nucleotídeos do PCV 2. O Circovírus suíno 2 é antigénicamente distinto de PCV 1. Síndrome de desgaste multisistêmico pós desmama (conforme sua sigla em inglês) Agente causal Circovírus suíno 2 (PCV 2). A visão atual é que o circovírus suíno 2 (PCV 2) é necessário porém não suficiente por si mesmo para causar o PMWS. Tal como se menciona mais adiante existem outros fatores que contribuem para o estabelecimento da enfermidade clínica. 78 Distribuição. A síndrome de desgaste multisistêmico pós desmama é uma enfermidade de distribuição mundial comum nos suínos ao redor de seis semanas de idade. A enfermidade ocorre como resultado de vários fatores estressantes ou infecções simultâneas com outros agentes, incluindo o parvovírus suíno ou o vírus da síndrome reprodutiva e respiratória suína. Transmissão Transmite-se horizontalmente, e a ocorrência de infecções transplacentárias pode dar lugares a abortos, neonatos débeis e fetos mumificados. Patogênese. Depois da infecção inicial sobrevém viremia com propagação do vírus a vários sistemas do organismo, donde se produzem lesões. Características clínicas e fisiológicas Caracteriza-se por perda de peso, condição corporal pobre, pelagem áspera, diarréia, debilidade, icterícia, linfoadenopatía (tanto de linfócitos T como de linfócitos B) e dispnéia. Há inflamação granulomatosa em órgãos de vários sistemas, que podem incluir pulmão, rins, fígado, nódulos linfáticos, baço, tonsila, timo, e placas de Peyer. Frequentemente se observam grandes corpos de inclusão basofílicos intracitoplasmáticos em macrófagos e células multinucleadas gigantes. Em surtos desta enfermidade a mortalidade pode alcançar 10%. Diagnóstico      Espécimes clínicos: preferentemente o suíno completo: pulmões, fígado e rins. Um diagnóstico tentativo se baseia na susceptibilidade pela idade, sinais clínicos e lesões. O diagnóstico definitivo se realiza pelo teste imunofluorescência direta em tecidos. O teste da imunofluorescência e o da ELISA são usados para detectar anticorpos, sem dúvida a simples presença de anticorpos específicos não é definitiva para o diagnóstico. Embora o vírus possa ser cultivado em células, o isolamento viral não é comumentemente realizado em laboratórios de diagnóstico. Muitas das células suínas usadas para o isolamento viral estão contaminadas com PCV, o que pode levar a um diagnóstico equivocado. Prevenção    Una solução aquosa de cloreto de sódio é efetiva para a desinfecção de currais. O vírus é resistente a detergentes. Remoção dos animais doentes. Uma vacina de circovírus inativado do tipo 2 está disponível para ajudar na prevenção de PMWS. Administra-se a leitões de quatro semanas de idade e maiores. 79 Enfermidade do bico e das penas dos psitacídeos Agente causal Vírus da enfermidade do bico e da pena (Circoviridae). Distribuição A enfermidade do bico e da pena dos psitacídeos (PBFD-sigla em inglês) afeta muitas espécies de aves psitacídeas ao redor do mundo. As cacatúas são particularmente susceptiveis. Transmissão A transmissão do vírus se realiza por contato direto e por contato indireto. A infecção ocorre principalmente pelas vias oral e respiratória. Características clínicas e patológicas A enfermidade pode observar-se de duas formas: crônica e aguda fatal. O vírus infecta especificamente as células do sistema imune e aquelas células que produzem a pena e o bico. O sinal cardeal da forma crônica da enfermidade envolve o bico e a pena. A deformação do bico se caracteriza por necrose do palatino e bicos alargados e de fácil fratura. O emplume anormal é progressivo, tornando-se mais evidente em cada muda e geralmente ocorre em um padrão simétrico com substituição das penas normais por penas distróficas que cessam de crescer pouco depois de emergir do folículo. Há supressão do sistema imune e são comuns as infecções bacterianas secundárias. Ocorre uma forma aguda da PBFD em que as lesões do bico e da pena podem não ser evidente. Esta forma que é vista com mais frequência em aves jovens e se caracteriza clinicamente por letargo, anorexia e diarréia. As aves afetadas morrem com frequência. Diagnóstico      Espécimes clínicos: Aves completas e penas infectadas. O diagnóstico frequentemente se baseia nos sinais clínicos e na histopatología dos tecidos afetados. Comumente se encontram corpos de inclusão intranucleares e intracitoplasmáticos nas penas, bico e bolsa de Fabrício. Existem testes comerciais que usam PCR para detectar o ácido nucléico viral do PBFD em aves assintomáticas e aves enfermas. Quando não há lesões aparentes no bico ou pena este é o melhor método disponível para detectar a presença de vírus de PBFD no sangue da ave. O vírus não se replica bem em ovos embrionados ou em cultivos celulares. Prevenção    Atualmente não existem vacinas disponíveis. A prevenção é o melhor método quando realizada com boas práticas de manejo. É importante ressaltar que as partículas virais podem permanecer viáveis no ambiente por meses, muito depois de que a ave infectada morreu ou foi descartada. Os novos espécimes para os aviários devem ser obtidos de fontes confiáveis. 80  É recomendável por em quarentena e examinar as aves para o vírus de PBFD antes de introduzi-las com outras aves psitacídeas. Gyrovírus Infecção pelo vírus da anemia aviária Agente causal Vírus da anemia infecciosa aviar (Gyrovírus). Distribuição É uma infecção comum das aves, distribuída mundialmente, particularmente em criações comerciais e aves de engorda. O vírus pode infectar aves de todas as idades. As infecções são mais severas quando existe infecção concomitante com vírus da enfermidade da bolsa de Fabrício, adenovírus aviar ou vírus da reticuloendoteliose. Transmissão Direta e indireta pelas vias oral-fecal e respiratória; também ocorre a transmissão vertical através do ovo e do sêmen dos machos reprodutores infectados. As aves em postura infectadas desta forma apresentam viremia por um período de 1 - 3 semanas. Os pintos nascidos de ovos infectados são virêmicos e, portanto uma fonte de infecção. Patogênese A viremia que se desenvolve em pintinhos infectados de um dia distribuí a infecção a vários órgãos e especificamente as células T (linfócitos T) do córtex do timo e da bolsa, e dos hemocitoblastos da medula óssea. Características clínicas e patológicas A enfermidade se manifesta unicamente em pintos jovens entre a 2 ª y 3ª semana de vida. O vírus está presente em muitos órgãos e nas fezes. Em continuação se desenvolve a imunossupressão e anemia aplástica com atrofia do tecido linfóide. Os sinais clínicos começam aproximadamente as duas semanas de idade e incluem anemia (palidez), diarréia, anorexia, depressão e perda de peso. Comumente a mortalidade é de cerca de 10% porém chegar a 50% se coexistir outra infecção simultânea. Os anticorpos maternos impedem o desenvolvimento de sinais clínicos no pintinho. Com frequência as lesões que se observam na necropsia são hemorragias subcutâneas e musculares, órgãos viscerais pálidos, aparência gordurosa anormal da medula óssea e atrofia do timo. As lesões microscópicas são observadas de maneira consistente na medula óssea, onde os eritrócitos e outras células são substituídos por células gordurosas, no timo ocorre uma depleção linfóide. Diagnóstico  Espécimes clínicos: ave inteira, soro. Anemia aplástica: Anemia em que la medula óssea não produz um número suficiente de elementos sanguíneos. A detecção de anticorpos séricos é possível mediante procedimentos convencionais como ELISA. Um procedimento usado é a exposição deliberada das poedoras a tecidos infectados ou galinhas de criações positivas. porém o isolamento não é comumente factível para os laboratórios de diagnóstico.Distrófico: Desenvolvimento anômalo causado por ou relacionado com deficiência nutricional. Prevenção      É difícil manter as criações de postura livres de infecção.Hibridização de mancha (Dot-Blot): Procedimento diagnóstico em que o material que se examinará é colocado diretamente em uma membrana (frequentemente de nitrocelulose) e rapidamente hibridizado com sondas de referência preparadas com ADN vírus-específico. Podemos usar antibióticos para controlar infecções bacterianas secundárias. . Glossário . as lesões e a anemia aplástica sugerem infecção por vírus da anemia aviar. A criações de reprodutoras sorologicamente negativas devem ser administradas vacinas vivas injetáveis ou na água de bebida antes do início da postura. O diagnóstico definitivo depende da detecção do ADN viral no timo ou na bolsa por PCR. . hibridização de mancha (Dot-Blot) ou hibridização in situ. Existem kits comerciais de ELISA disponíveis que são usados para identificar e eliminar galinhas reprodutoras positivas antes da postura. . As perdas são minimizadas se as criações se mantêm livres de outros vírus imunossupressores.81      Os sinais clínicos. O vírus pode ser cultivado em células. As sondas são marcadas (química o radioativamente) e se detecta um sinal quando ocorre la hibridização. pequenos. (Eds. A replicação na célula hospedeira resulta na lise celular O parvovírus humano B19 (eritema infeccioso..F. Virginia Tech.1). Concord University. de cadeia simples de ADN (ver Fig.82 In: A Concise Review of Veterinary Virology.ivis.R.). Isto explica por que se replicam como precursores de eritrócitos em vez de eritrócitos maduros. International Veterinary Information Service. O ADN de cadeia simples (ssADN) serve como molde para a síntese do ADN de cadeia dupla (dsADN) para as enzimas do hospedeiro. Athens. que infecta vertebrados e artrópodes. Os vírus da progênie são montados no núcleo. Os virions são estáveis no ambiente. As soluções aquosas de hipoclorito de sódio são eficientes contra este e outros vírus.ES Parvoviridae G. Ithaca NY (www. não envelopado.22 nm). Virginia. Carter G. and Flores E. Wise 1 Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine. Índice       Características virais Classificação Parvovírus o Panleucopenia felina o Parvovírus canino o Parvovírus suíno o Enterite do visão e do mapache o Parvovírus dos gansos o Vírus diminuto canino "Vírus parecidos com AMDV" o Vírus do visão das aleutianas "Vírus parecidos com BPV" o Parvovírus bovino Glossário Esta família está constituída por vírus ADN.J. Wise D. anemia aplástica) se replica somente quando uma célula está na fase S do ciclo celular. Carter and D.1005.O dsADN serve como um molde para a produção do ARN mensageiro (ARNm) e dos genomas da progênie. muito pequenos (20 .J. Last updated: 28-Oct2005. 9. USA. resistem ao calor.2Department of Biology. Características Virais       Vírus com simetria icosaédrica. A3409. Blacksburg. Incluí vários patógenos importantes em veterinária.R. . dessecação e alguns desinfetantes. não envelopados.org). Os virions se replicam nos núcleos de células que se dividem rapidamente. USA. West Virginia. 83   Algumas espécies de parvovírus aglutinam eritrócitos (hemaglutinação).22 nm). Ilustração do capsídeo do Parvovírus (20 . ver panleucopenia felina. Vírus "AMDV" o Vírus da enfermidade do visão das aleutianas Vírus tipo "BPV" o Parvovírus Bovino Subfamília Densovirinae (três gêneros). o Os vírus desta subfamília só infecta artrópodes. Os vírus de importância veterinária nestas categorias são os seguintes:        Parvovírus: o Vírus da panleucopenia felina o Parvovírus canino o Parvovírus suíno o Vírus da enterite do visão e do mapache o Parvovírus do ganso o Vírus diminuto canino Erythrovírus B19 . Estes vírus hemaglutinantes têm na sua superfície uma proteína (hemaglutinina) que se adere aos eritrócitos A patogenia das infecções por parvovírus. A subfamília Parvovirinae possuí três gêneros e dois grupos genéricos. em termos gerais. Não são clinicamente importantes.  Figura 9-1. Classificação A família Parvoviridae tem duas subfamílias: Parvovirinae e Densovirinae.parvovírus humano (causa eritema infeccioso em crianças) Dependovirus: o Consiste de partículas virais defeituosas que requerem um adenovírus (o herpesvírus) "ajudante" para poder replicar-se eficientemente. Também são denominados AAV (Vírus Associados à Adenovírus por suas siglas em inglês). característica utilizada em alguns procedimentos diagnósticos. descrita mais adiante. é similar. . estão sendo considerados como vetores para terapia genética. 3 semanas de idade. As criptas estão dilatadas e cheias de muco e se observa inflamação da lâmina própria Podem estar presentes corpos de inclusão eosinofílico intranucleares nas células epiteliais adjacentes as áreas erosionadas. A taxa de mortalidade pode alcançar 90% sem terapia de suporte. em animais de 3 . a qual conduz a hipoplasia e ataxia. aumento de tamanho dos nódulos linfáticos mesentéricos.84 Parvovírus Panleucopenia felina (Enterite infecciosa felina. O vírus da PLF pode cruzar a placenta. tem distribuição mundial e é altamente contagiosa. por ingestão e a transmissão por contato direto e indireto (fômites). As infecções subclínicas são muito comuns. Ocorrência A panleucopenia felina é uma enfermidade muito comum dos gatos domésticos e silvestres. Podemos observar a medula óssea com aplasia. anorexia. A infecção se dá. A morte pode ocorrer em três dias após o início da enfermidade. mortes em neonatos e hipoplasia cerebelar. timo. depressão. Transmissão O vírus está presente nas secreções nasais. emaciação. no início da gestação. os tecidos e órgãos brancos secundários são os nódulos linfóides. descarga nasal. desidratação e alta mortalidade. As infecções assintomáticas podem ocorrer em gatos adultos. e esplenomegalia. febre. Depois de uma viremia. principalmente. O revestimento superficial da mucosa intestinal apresenta erosões em muitas áreas e observamos atrofia das vilosidades intestinais. Patogenia Os tecidos brancos primários são os tecidos linfóides associados à orofaringe. diarréia. quando desenvolvem incoordenação e ataxia. natimortos. enterite aguda (particularmente do intestino delgado). fezes e urina. reabsorção ou aborto. Esta enfermidade tem sido observada. A infecção. quando os anticorpos maternos declinaram. Esta última condição não é aparente até que os gatos atinjam 2 . cinomose felino) Causa Vírus da panleucopenia felina (PLF). principalmente. vômitos. no feto pode conduzir a morte embrionária ou fetal. Está estreitamente relacionado com o parvovírus canino tipo 2. Entre os achados na necropsia encontramos desidratação. baço. A infecção tardia pode resultar em infecção cerebelar. Características clínicas e patológicas O período de incubação é de 4 a 10 dias. .5 meses de idade. medula óssea e criptas intestinais. resultando em abortos. É comum encontrar uma severa e prolongada leucopenia. Os sinais incluem aparição súbita. São necessárias duas doses de vacina de vírus inativado. Existem vacinas inativadas e modificadas. os parvovírus são particularmente resistentes e sobrevivem em fômites por meses. Existem kits de ELISA para detectar parvovírus em fezes. nódulos linfóide mesentérico e baço. O isolamento viral não se realiza comumente já que. efetuado no diagnóstico veterinário corrente. Corpos de inclusão intranucleares tipo B de Cowdry. Diagnóstico           Amostras clínicas: intestino delgado. As vacinas de vírus modificado (vivo) não devem ser administradas a fêmeas gestantes ou a gatos menores de 4 semanas de idade. embora este procedimento não seja. A leucopenia pode ser baixa. A solução de hipoclorito de sódio é um desinfetante efetivo. O vírus é resistente a alguns dos desinfetantes comuns. A prova de IH é amplamente utilizada para realizar pesquisa em populações. A hipoplasia cerebelar do feto e do neonato sugere PLF. Em quadros clínicos graves podemos observar por microscopia eletrônica grandes quantidades de partículas virais em amostras fecais. Um diagnóstico rápido e definitivo se realiza com a necropsia do animal e prova de anticorpos fluorescentes do intestino e do baço infectados. não são realizadas rotineiramente.85 Resposta Imune A infecção por Parvovírus induz a produção de anticorpos neutralizantes e anticorpos inibidores da hemaglutinação. enquanto que uma dose de vírus vivo modificado é suficiente. os quais se estão presentes. geralmente alcançam títulos muito altos e podem persistir por vários anos. São sugestivos de PLF os sinais clínicos característicos e a severa leucopenia em gatos jovens não vacinados. embora o vírus seja cultivável. Podem ser indicados antibióticos de amplo espectro para o controle de infecções bacterianas secundárias. As provas sorológicas para determinar elevação de títulos de anticorpos neutralizantes ou inibidores da hemaglutinação (IH). geralmente. A recuperação da infecção confere imunidade duradoura. ele produz o não efeito citopático em cultivos celulares. As trocas patológicas descritas acima são sugestivas de PLF. podem interferir com a imunização efetiva. Prevenção    Como se mencionou antes. por isto as instalações devem ser perfeitamente lavadas e desinfetadas antes da introdução de novos gatos. incluindo a manutenção da hidratação e o balanço dos eletrólitos. . cerca 2 x 109/litro. Tratamento   Terapia de suporte. são observados em células epiteliais do intestino. Os cães são protegidos pelos anticorpos maternos. vômito e diarréia (frequentemente sanguinolenta). com morte depois de um curto período clínico. Os cachorros menores de seis semanas de idade são os mais severamente afetados. As infecções subclínicas são comuns. Entre os sinais clínicos mais comuns. depressão. . As lesões lembram aquelas encontradas nos gatos com panleucopenia. Parece que o parvovírus canino (PVC) difere do vírus felino em dois aminoácidos da proteína VP2 do capsideo. o vírus se replica nas tonsilas e nódulos linfáticos. vírus da Enterite do visão e o vírus da Enterite do Mapache. Histologicamente se observa miocardite linfocítica e corpos de inclusão intranucleares nas miofibrilas cardíacas. Macroscopicamente o intestino frequentemente se encontra dilatado e tem uma aparência de "vidro esmerilado".6 dias há disseminação para as células epiteliais intestinais. sem dúvida. Têm sido descritas variantes com trocas menores na sequência de nucleotídeos.86 Parvovirose canina (Enterite por parvovírus canino) Causa Parvovírus canino tipo 2. Estas trocas permitem ao PVC replicar-se em cães. Microscopicamente ocorre necrose do epitélio e dilatação das criptas. estão: anorexia. especialmente em cães adultos. a transmissão ocorre por contacto direto e indireto (fômites). O genoma de cadeia simples (5124 nucleotídeos de longitude) destes vírus varia em menos de 2% em uma análise de sequência. na forma menos severa e mais comum da enfermidade a mortalidade média é de cerca de 10%. Os cães afetados severamente se desidratam com rapidez e sem uma terapia de eletrólitos adequada morrem rapidamente. pirexia. o qual está estreitamente relacionado com os vírus da panleucopenia felina. Transmissão O vírus é excretado pelas fezes e o modo de infecção é por ingestão ou inalação. As mortes ocorrem entre 48 . com replicação e destruição das mesmas. Características clínicas e patológicas A enfermidade pode ser hiperaguda. Ocorrência É uma infecção entérica comum distribuída mundialmente. Patogenia Depois da infecção oro nasal. A leucopenia está comumente presente. As mortes repentinas causadas por uma apresentação miocardial poucas frequênte da enfermidade podem ser observadas em cachorros de até três meses de idade. Em 4 .16 semanas). O achado mais importante na necropsia é a Enterite hemorrágica que frequentemente envolve todo o aparelho digestivo intestinal. Existe evidência de que os gatos podem ser infectados. Estes animais foram geralmente infectados durante o último período da gestação ou como recém nascidos. altamente contagiosa dos cães domésticos e silvestres de todas as idades (geralmente 6 . Acredita-se que o PVC se originou do VPLF por mutações nestes aminoácidos no final da década de 70.72 horas depois da aparição dos primeiros sinais clínicos. Prevenção     Os cães afetados deverão ser isolados imediatamente de outros cães. Um diagnóstico rápido pode ser realizado por microscopia eletrônica das amostras fecais o por imunofluorescência de frotis de fezes e cortes congelados de intestino e coração. com solução de hipoclorito de sódio) antes de admitir cães susceptíveis. Os resultados falsos negativos não são raros quando estes “kits” são usados com fezes coletadas em estágios avançados da enfermidade ou depois de que o cão tenha morrido. Existem “kits” de detecção de antígeno disponíveis para o uso em consultórios. baço e coração.87 A infecção entérica com PVC2 se encontra frequentemente associada com a infecção por coronavírus canino. intestino. Tratamento  Similar ao tratamento da panleucopenia felina. Os achados na necropsia são sugestivos. As lesões histopatológicas são características. É considerado significativo um título de hemaglutinante (glóbulos vermelhos de suíno ou de macaco Rhesus) de 1:32 ou maior em emulsões fecais. soro sanguíneo. Diagnóstico.16 semanas de idade. Figura 9-2. é necessária uma desinfecção completa (por exemplo. Wayne Roberts. Existem no mercado vacinas inativadas (mortas) e modificadas (vivas) e são geralmente administradas a cachorros com intervalos de 4 semanas a partir das 8 . Portanto se deve fazer um esforço para minimizar o contacto entre os cachorros e outros cães durante este período de alta vulnerabilidade. O vírus pode ser isolado em cultivos celulares de origem canina ou felina. Imunofluorescência de parvovírus canino 2 em cortes congelados de intestino canino.      Amostras clínicas: fezes frescas. porém as lesões podem ser confundidas com envenenamento. O parvovírus canino pode sobreviver por semanas em gaiolas contaminadas e canis. . Cortesia de A. Os cachorros de até três meses de idade são particularmente susceptíveis a infecção do PVC2 devido a que os anticorpos maternos podem interferir com a resposta vacinal e podem ser insuficientes para prevenir a infecção natural. a qual exerce um papel secundário na patogenia da enfermidade. Isto se deve ao desenvolvimento de anticorpos que neutralizam o vírus. A infecção em adultas não prenhas geralmente é assintomática ou pouco severa. após uma replicação local. O vírus tem sido recuperado de suínos com lesões vesiculares. Entre as mais notáveis. Diagnóstico  Amostras clínicas: fetos abortados ou mumificados. Não existem sinais clínicos de advertência. por contacto com água e alimentos contaminados com fezes e outras descargas infecciosas. América do Sul e alguns países de Europa. Características clínicas e patológicas O mecanismo da produção da enfermidade é desconhecido. Canadá.  O exame dos líquidos fetais buscando atividade hemaglutinante o anticorpos é também útil.88 Parvovirose suína Causa Parvovírus suíno. placenta. Patogenia A infecção inicial é pela via oro nasal e ocasionalmente pela via do sêmen. ainda podem ser requeridos vários subcultivos antes que os efeitos citopáticos se tornem evidentes. A infecção fetal ocorre em torno das duas semanas depois da exposição. Transmissão Considera-se que o modo de infecção se dá por ingestão e a transmissão ocorra. líquidos corporais e lesões de pele. . A viremia. um parvovírus diferente. as falhas reprodutivas incluem-se as porcas que retornam ao estro (depois de morte prematura e reabsorção do embrião e mumificação fetal). segue com infecção dos fetos e multiplicação e suas células de rápido crescimento. Si as porcas prenhas são infectadas depois de 71 dias de gestação quando o feto já é imunocompetente. a falha reprodutiva é rara. e pode resultar em falhas reprodutivas em porcas primíparas prenhas não imunes e porcas que si infectam no principio da gestação. A infecção PVP é comum na maioria das criações. principalmente. Ocorrência O parvovírus suíno (PVP) está amplamente disseminado nos suínos dos Estados Unidos da América. É importante o fato de que este vírus seja isolado frequentemente de cultivos celulares usados nos laboratórios de virologia. A fonte credita-se que seja a tripsina suína usada no processamento rotineiro dos tecidos para o cultivo de células.  O diagnóstico se realiza mais facilmente por tinção com imunofluorescência de cortes em criostato de fígado e pulmão fetal. O vírus aglutina eritrócitos de cobaio.  O vírus pode ser propagado em cultivos celulares de testículo suíno e rim. A exposição das porcas de reposição as porcas velhas e/ou fezes de animais velhos é usada comumente para induzir uma "infecção controlada" prematura e imunidade. que são muito semelhantes à panleucopenia felina. são causadas por um parvovírus que tem uma grande semelhança com o vírus da panleucopenia felina. Parvovirose do ganso (Enfermidade de Dercy. particularmente fígado e coração. hepatite viral do ganso) Causa Parvovírus do ganso. Ocorrência Principalmente afeta a aves anatídeas e ao pato almiscarado. O vírus se multiplica na parede intestinal. Diagnóstico    Amostras clínicas: aves enfermas o recentemente mortas. Os gansos e patos velhos são resistentes a infecção. Pode-se fazer um diagnóstico presuntivo baseando-se nos sinais clínicos e lesões. com vírus atenuado em ovos embrionados ou vacinas com adjuvante oleoso de vírus inativado. Transmissão Ocorre de forma horizontal e vertical Características clínicas e patológicas É uma enfermidade fatal altamente transmissível.5 dias. Nas práticas de manejo normalmente se incluem a vacinação da criação (fêmeas e machos) com vírus modificado ou inativado. A replicação nestes órgãos conduz a severas modificações que incluem hemorragias que conduzem frequentemente a morte em 2 . e depois de uma fase virêmica o vírus alcança vários órgãos.89 Prevenção   O parvovírus suíno é um agente comum na maioria das criações e geralmente não são feita tentativas para mantê-las livres deste agente viral. . O vírus é identificado por vírus neutralização. Prevenção  A enfermidade se previne em áreas endêmicas por vacinação de aves neonatas e do plantel de cria. O vírus pode ser cultivado na cavidade alantóide de ovos embrionados de ganso ou de patos almiscarado e em cultivos celulares de fibroblastos nos quais produz efeito citopático (ECP). Enterite do visão e do mapache Estas enfermidades. estando amplamente disseminado e provavelmente tem distribuição mundial. fígado e nódulos linfáticos. porém os furões e as raposas listadas também são susceptíveis. As fêmeas cronicamente infectadas produzem camadas com poucos membros vivos. A presença deste vírus nas fezes dos cães pode causar alguma confusão na interpretação dos resultados de exames de microscopia eletrônica. . conduzindo-lhe a uma hipergamaglobulinemia. Ocorrência A marta é o hospedeiro natural para o vírus. com alta mortalidade no visão das aleutianas e em outros visões produz uma infecção inaparente porém persistente. causa comum de morte. As lesões observadas na necropsia incluem aumento dos rins. Transmissão O vírus está presente na urina. Depois da infecção existe uma replicação rápida com altos títulos de vírus no baço. Este agente é antigênicamente distinto ao da Panleucopenia felina. medula óssea. baço. ou baço e dos nódulos linfáticos e no fígado se observa com manchas café-amarelado. Vírus de minuto canino Originalmente o parvovírus canino tipo 1 (PVC 1) era denominado como "vírus diminuto canino". Os complexos anticorpo-vírus permanece infeccioso e continuamente estimulam o aparelho imune. Estes visões têm anormalidades nos grânulos dos leucocitos e são incapazes de destruir complexos imunes. rins e fígado. seu uso tem sido descontinuado. denominada aleutiana (pelagem azul-gris). Características clínicas e patológicas O vírus causa uma enfermidade desgastante progressiva e crônica. Os depósitos de complexos imunes e complemento no rim produzem glomerulonefrite e problemas renais. A maioria dos visões não aleutianos eliminam o vírus sem desenvolver enfermidade. e se considera que as vias naturais da infecção são ingestão. Existem uma plasmocitose sistêmica que envolve a: nódulos linfáticos. A enfermidade é mais severa na cepa mutante de granja do visão. Os animais infectados in utero têm uma enfermidade menos severa.90  O soro de animais convalescentes o hiperimune ha sido empregado para proteger a as aves anatídeas de um dia de idade. Não está relacionado com o PVC 2 e tampouco está considerado como um agente importante causal de enfermidade entérica. "Vírus parecidos ao AMDV" Enfermidade aleutianas da marta (AMD por sua siglas em inglês) (Plasmocitose) Causa Vírus da martadas aleutianas. e sua faixa de hospedeiros varia. porém devido ao seu alto custo. inalação e transplacentaria (vertical). fezes e sangue. Uma corrente elétrica é empregada para mover os reativos. O diagnóstico geralmente está baseado nos sinais clínicos e lesões. . jaulas. Instalações. Eles estão localizados no núcleo ou no citoplasma da célula. um contra o outro. que causa geralmente infecções subclínicas em bovinos.91 Diagnóstico     Amostras clínicas: visão enfermo ou morto (fresco). Tem sido responsável por surtos esporádicos de enterite e diarréia em bezerros.. baseadas em provas sorológicas e remoção ou sacrifício de todos os animais positivos.Pato almiscarado (moscovita): Pato doméstico negro-verdoso de barbelas grossas vermelhas conhecidos mundialmente por sua carne suculenta. Glossário . . Produz efeito citopático em células de rim de bovino. As inclusões tipo A são acidófilos e as tipo B são basófilas.Corpos de inclusão intranucleares tipo B: Um corpúsculo de inclusão viral é uma área focal em uma célula infectada por um vírus que se cora em uma forma característica. . O vírus pode ser isolado em cultivos celulares de testículo e rim de visão. . etc.Contraimunoelectroforese: detecção de um antígeno ou anticorpo por uma reação de precipitação que ocorre em um gel ou papel. Prevenção   Estritas medidas de controle em granjas de visão. devem ser completamente desinfetadas. O vírus pode ser isolado das fezes de bovino. Hemaglutina eritrócitos de cobaio e de algumas outras espécies.Fase S: O estado do ciclo celular quando ocorre a síntese de ADN. "Vírus parecidos ao PVB" Parvovirose bovina Este é um parvovírus distinto antigenicamente. amplamente distribuído. Detecção de anticorpos específicos mediante contraimunoelectroforese (CTE). porém requer temperatura reduzida para o isolamento inicial. 92 Vírus DNA Vírus DNA de fita dupla . ivis. . Blacksburg.F. USA.93 In: A Concise Review of Veterinary Virology.R. Virginia. Carter1 and D.R.. A3410. Varíola caprina o Exantema nodular bovino. dermatose nodular contagiosa Avipoxvírus: o Varíola dos pintos o Varíola do canário Leporipoxvírus: o Myxomatose Suipoxvírus: o Varíola suína Glosario Os virions de ADN de cadeia dupla (dsADN) desta família são os virions maiores e mais complexos dos vírus animais conhecidos. Alguns poxvírus são tão grandes que podem ser vistos com microscopio óptico.). USA. West Virginia.J. Carter G. Índice          Características virais Classificação Ortopoxvírus: o Vaccinia o Varíola o Varíola bovina o Varíola felina o Varíola equína o Varíola do camelo o Varíola do búfalo o Varíola do macaco Parapoxvírus: o Estomatite papular bovina o Ectima contagioso / orf o Pseudovaríola bovina / nódulos dos ordenhadores Capripoxvírus: o Varíola ovina. Virginia Tech. Infectam muitas espécies de vertebrados e insetos. and Flores E. Wise2 1 Professor Emeritus of the Department of Medical Sciences and Pathobiology. VirginiaMaryland Regional College of Veterinary Medicine. 2Department of Biology.1005. Concord University. (Eds.J. International Veterinary Information Service.org). Ithaca NY (www. Wise D. Athens. Last updated: 28Oct-2005.ES Poxviridae G. Poxviridae (220 . Alguns (principalmente os ortopoxvírus) produzem hemaglutininas que aglutinan glóbulos vermelhos de diversas espécies animais. o mecanismo associado com o acoplamento viral é desconhecido. sem extremos livres. No citoplasma o dsADN é usado tanto como um molde para a produção de ARNm (para tradução de proteínas) assim como cópias do genoma para a progenie de virions. Em células ou tecidos infectados podem ser produzidas inclusões eosinofílicas. que explica a reatividade cruzada que se apresenta entre espécies. Existem pelo menos 10 enzimas virais no interior da partícula viral. Os vírus desta família possuem pelo menos 10 antígenos principais com um antígeno de nucleoproteína comum. que codifica aproximadamente 200 proteínas. que completam seu ciclo de replicação no citoplasma. Os extremos estão ligados um ao outro. muitas das quais funcionan no metabolismo do ácido nucleico e na replicação do genoma. com ADN de cadeia duplo (ver Fig. o envelope (presente apenas quando os vírions já saíram da célula). consiste em uma molécula de ADN de cadeia dupla linear única. Os poxvírus permanecen viáveis nas crostas por muito tempo.94 Características virais           Vírus grandes. chamadass corpos de Guarnieri.450 x 140 . Os vírus são liberados da célula mediante gemação (protrusão de gemas). e os corpúsculos laterais (função desconhecida). envelopados (alguns têm envelope duplo).450 x 140 . . grande e complexo. as enzimas virais mediam em sua maioria ambos processos. assim a molécula de ADN é continua. Figura 10-1. O genoma.1) O capsídeo / nucleocapsídeo tem a forma de ladrilho a ovoide e contém o genoma e corpos laterais (função desconhecida).260 nm). Poxviridae (220 . Como os virions são grandes e complexos. o núcleo bicôncavo que circunda a nucleoproteína.260 nm). Figura 10-1. Estes são os únicos vírus de ADN conhecidos. 10. Estão indicados os túbulos de superfície. Muitos poxvírus produzem uma infecção que resulta em lesões. As infecções bacterianas secundárias não são raras. produzindo enfermidadees significativas. Os poxvírus ocorrem naturalmente na maioria das espécies de importância veterinária. Tumores benignos. pápula. dermatose nodular contagiosa Avipoxvírus: o Varíola dos pintos Leporipoxvírus: o Myxomatose o Fibroma do coelho e do esquilo. convenientemente resumidas segundo o seu desenvolvimento como. Cordopoxvirinae (poxvírus de vertebrados) e Entomopoxvirinae (poxvírus de insetos). pústula e finalmente crosta. Eles são.95 Classificação Os poxvírus estão constituídos por duas subfamílias. Existem oito gêneros na subfamília Cordopoxvirinae. ol hospidadeor natural é o coelho cauda branca Moluscipoxvírus: o Molusco contagioso. excepto o cão. Uma importante enfermidade dos camundongos silvestres e de laboratório Capripoxvírus: o Varíola ovina o Varíola caprina o Exantema nodular bovino. As raras infecções generalizadas podem ser fatais. Muitos poxvírus podem ser cultivados na membrana corioalantoidea do embrião de pinto . A recuperação de uma infecção por poxvírus geralmente é seguida por uma imunidade duradoura. os siguientes:         Ortopoxvírus: o Vaccinia o Varíola o Varíola bovina o Varíola felina o Varíola equína o Varíola do camelo o Varíola do búfalo o Varíola do macaco Parapoxvírus: o Estomatite papular bovina o Ectima contagioso / Orf o Pseudovaríola bovina / nódulos dos ordenhadores o Ectromelia / varíola do camundongo. vesícula. Uma enfermidade comum das criânças Poxvírus suínos: o Varíola suína Yatapoxvírus: o Vírus do tumor do macaco de Yaba e vírus relacionados Infecção por poxvírus: aspectos gerais Os poxvírus infectam a epiderme e produzem lesões focais que frequentemente se transformam em proliferativas e posteriormente necróticas. a replicação do vírus vaccinia é mais localizada. Esta enfermidade foi. A origem do vírus vaccinia não está clara. . Existe uma grande preocupação destes vírus poderem ser utilizados como armas biológicas por terroristas. erradicada da população mundial en 1977. ocasionalmente. Vírus da varíola Este vírus que pertence ao gênero Ortopoxvírus. Devido ao seu grande tamanho. Uma complicação rara da vacinação com a varíola humana é a encefalite postvacinal. disseminação do vírus dos humanos as vacas com o desenvolvimento de lesões no úbere. Ortopoxvírus Vírus vaccinia Este poxvírus. Lotes do vírus da varíola humana continuam estocados em laboratórios centrais dos Estados Unidos da América e Rússia. podem ser fácilmente vistos como agregados (inclusões acidófilas citoplásmicas) ou solitarios. Tem sido sugerido que o vírus evolucionou do vírus da varíola bovina. Adicionalmente. podem ser vistos com o microscopio ótico em frotis (impressões) coradas. Os experimentos de Jenner são considerados o ponto de partida para a moderna ciência da vacinação. os poxvírus. enfermidade frequentemente fatal dos humanos. eventualmente. o que se constituí na base para la vacinação com vaccinia para prevenir as infecções de varíola (varíola humana). As razões das diferenças na faixa de hospedeiros não estão completamente entendidas. Não se deve esquecer a trascendente contribuição de Jenner (1796): a vacinação efetiva contra a varíola humana usando vírus da varíola bovina. Os poxvírus podem sobrevivir por anos no pó. A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem recomendado a destruição destes lotes de vírus. incluindo os de Gutstein e o de Giemsa. A recente preocupação com o bioterrorismo conduziu as autoridades sanitárias dos Estados Unidos de América a vacinar a população contra esta enfermidade. ou é um recombinante do vírus da varíola bovina e da varíola humana. A vacina original para prevenir a varíola humana foi preparada a partir de um vírus isolado do úbere de vacas com "varíola bovina". Os poxvírus também têm sido considerados como vetores para outras proteínas virais. A cepa viral da vacina atual difere consideravelmente dessa varíola bovina. enquanto que vaccinia tem uma faixa de hospidadeores muito mais ampla. Recentemente se demostrou que os macacos são susceptíveis a varíola e podem ser utilizados nas provas de produtos antivirais.96 produzindo lesões focais ou placas (pocks). A varíola tem uma faixa de hospedeiros muito limetadeos (só afeta humanos). Os corpos virais elementais corados por vários métodos. Os poxvírus têm sido usados como um vetor para vacinas contra outras infecções virais. Alguns poxvírus de mamíferos são considerados oncogénicos e têm sido associados a hiperplÁsias epidérmicas e fibromatosas. A vacina francesa oral contra a raiva para raposas é um poxvírus recombinante que expressa a glicoproteína G (gG) do vírus rábico. é o causador da varíola. e a maioria deles podem ser propagados em cultivos celulares. como o da varíola bovina. é um Ortopoxvírus. O vírus vaccinia e o da varíola têm cerca de 150 genes em comum (diferindo em mais de 30 genes) e são antigénicamente similares. Quando o vírus vaccinia era utilizado como uma vacina havia. O vírus vaccinia produz placas menores na membrana corioalantoidea do embrão de pinto que o vírus da varíola bovina. Características clínicas e patológicas Os vírus da varíola bovina produzem geralmente uma infecção benigna do úbere e das tetas. pois este último não cresce na MCA. mais adiante). Diagnóstico     Amostras clínicas: líquido das vesículas. gatos domésticos (ver varíola felina. tamanduás e roedores. crostas e tecido escarificado das lesões. As crostas caem em um período de cerca de duas semanas. as quais ao romper-se levan a formação de crostas. É difícil distinguir clinicamente varíola bovina de pseudovaríola bovina e outras infecções dos úberes. incluindo os grandes felinos de zoológicos.97 Varíola bovina Causa Vírus da varíola bovina (ortopoxvírus) Distribuição Os hospedeiros ocasionais são os seres humanos e vários animais. Os ortopoxvírus têm forma de ladrilho. Os insetos também podem servir como vetores mecánicos para o vírus. porém a enfermidade se crê que já nãoo exista na América do Norte. Estes últimos hospedeiros são considerados como os reservatórios naturais. . Transmissão Os ordenhadores e as máquinas ordenhadoras são a principal forma de disseminação. as quais podem complicar a enfermidade e contribuir para o desenvolvimento de mastite. As perdas na produção de leite são devidas a dor nas tetas afetadas e as infecções bacterianas secundárias. O vírus da varíola bovina pode ser propagado em cultivos celulares de origem humanos e bovinos e na membrana corioalantoidea (MCA) do embrião de pinto. Primeiro são vistas as pápulas seguidas de vesículas. Prevenção  Não se pratica a vacinação. A varíola bovina ocorre esporadicamente em vários países da Europa do Este e Oeste. Este último método de cultivo também proporciona um meio para diferenciar varíola de pseudovaríola bovina. Os virions da pseudovaríola bovina (um parapoxvírus) têm uma aparência ovoide. O diagnóstico é confirmado fácilmente por microscopía eletrônica ao examinar lisados de material das lesões em água destilada. O vírus causa principalmente lesões dérmicas. chitas. O isolamento viral não é difícil. As lesões se distribuem ao acaso no corpo. Distribuição A infecção por poxvírus felino é uma enfermidade moderadamente frequente que ocorre na Europa e Ásia. porém uma forma aguda ocorre ocasionalmente em particular em gatos não domésticos. . Diagnóstico     Amostras clínicas: líquidos das vesículas. caracterizadas pela formação de pápulas. Um procedimento útil é a microscopía eletrônica do material de crostas não fijadas o biopsias para demostrar a presença de vírus morfológicamente característico.) além dos gatos domésticos. O método de imunofluorescencia direta de crostas o biopsias é probablemente o método más confiable e práctico. As infecções secundárias bacterianas podem agravar a enfermidade e retardar a cura. A recuperação completa ocorre em cerca de dois meses. Os ordenhadores e as máquinas ordenhadoras podem diseminar o vírus. A varíola bovina é uma fonte pouco comum da enfermidade felina. e tecido escarificado das lesões. porém é caro e consume muito tempo. crostas. o vírus causal tem uma ampla faixa de hospedeiros incluindo felinos de zoológico (leões. A maioria das infecções dos felinos é derivada de outro gato e ocasionalmente por contacto com camundongos silvestres. pode aumentar enormemente a susceptibilidade ao vírus da varíola bovina. Como se mencionou antes na varíola bovina. etc.98  A prevenção se faz mediante boas práticas de ordenha. Infecção por poxvírus felino (Varíola felina) Causa Um ortopoxvírus idêntico ao vírus da varíola das vacas. perda da condição corporal. Os camundongos silvestres são os reservatórios naturais do vírus. A infecção humana geralmente é uma lesão benigna única na mão ou na facea. logo pústulas e finalmente crostas. Tem sido reportado que uma enfermidade sistêmica ocorreria em indivíduos imunodeprimidos. Os casos severos podem apresentar anorexia. conjuntivite e diarréia. Características clínicas e patológicas A enfermidade é vista más frequentemente em sua forma crónica. desenvolvimento de pneumonía. geralmente múltiples. pumas. seguidas de vesículas. Importância em saúde pública Os ordenhadores podem contrair a infecção das vacas. A imunosupressão devida a leucemia felina ou a infecção com o vírus da imunodeficiencia felina. Prevenir a arranhadura com um colar ou por vendas nas garras. Importância em saúde pública Se crê que cerca da metade das infecções com o vírus da varíola bovina em humanos (infrequente) são devidas ao contacto com gatos. Uma infecção na región da quatela e do boleto com pústulas e crostas que pode ser devida a este vírus.99 Vários procedimentos sorológicos. arreios. Varíola equína (Estomatite pustular contagiosa. a infecção no humão geralmente envolve uma lesão única na mão ou na cara e tem sido reportada uma enfermidade sistêmica ocorreria em individuos imunodeprimidos. febre e salivação. vesículas e pústulas na pele dos lábios e nas membranas mucosa oral e dos orificios nasais. grease-heel) Causa Poxvírus equino (ortopoxvírus) Distribuição A varíola equína é uma enfermidade rara que aparece esporadicamente na Europa. Como se mencionou para o vírus da varíola bovina. Tem sido reportada a transmissão a humanos. Prevenção . são características as descargas nasais. talón grasoso. Diagnóstico   Amostras clínicas: líquido vesicular. crostas e tecido escarificado das lesões.  Cortes histopatológicos de pele mostram as típicas inclusões intranucleares epidérmicas. Tratamento    Antibióticos de amplo espectro para as infecções bacterianas secundárias. ferramentas. incluindo imunofluorescência indireta e ELISA. Não são usados ordinariamente para o diagnóstico. são empregados para detectar anticorpos. O curso clínico varía entre 10 días a um mês. embora isto não esteja confirmado. O diagnóstico se realiza mais facilmente si se faz a demonstração dos poxvírus mediante microscopía eletrônica com lisados em água destilada de material das lesões. Características clínicas e patológicas Aparecem pápulas. etc. Transmissão Este vírus se disemina por contacto e fômites tais como pentes. Diferente da situação na África. Temeu-se que se esta idéia fosse aplicada ao vírus da varíola dos humanos. A IL-4 deprime a imunidade celular permitindo que o vírus da varíola murina IL-4 supere a imunidade dos camundongos vacinados. Este foi o primeiro relato de um surto deste vírus nos Estados Unidos da América.3 semanas. No início de junho de 2003 foram reportados vários casos entre pessoas nos Estados Unidos da América. com um curso de 2 . A maioria deles havia tido contacto com de cães das pradarias que foram infectados com vírus da varíola dos macacos. lábios e em áreas alopécicas. não ocorreram mortes por este vírus no surto americano. A enfermidade no homem é parecida à varíola humana e pode ser fatal. As pústulas aparecen em volta do nariz. é uma enfermidade com grande importância econômica nos países do Oriente Médio. Os procedimentos diagnósticos empregados para outros ortopoxvírus podem ser usados. Uma cepa atenuada do vírus vaccinia tem sido utilizada como vacina. Varíola do búfalo Esta enfermidade dos búfalos de água é causada peloo poxvírus dos búfalos um ortopoxvírus que é idêntico ou muito relacionado com o vírus vaccinia. Embora não seja fácil a transmissão ao homem. Geralmente o diagnóstico está baseado nos sinais clínicos e nas lesões características. sem dúvida. Ásia e Norte da África. Um vírus de varíola murina IL-4 (interleucina-4 uma citocina comum) foi desenvolvido por inserção do gen IL-4 no poxvírus de macacos. Parapoxvírus Pseudovaríola bovina (Nódulos dos leiteiros. Varíola do macaco O vírus da varíola dos macacos (ortopoxvírus) tem causado surtos de uma varíola pouco severa em macacos cynomologus e rhesus cativos. cerca de 25%. Varíola do camelo A varíola do camelo é causada peloo poxvírus do camelo (ortopoxvírus). Têm sido feitos muitos trabalhos de pesquisas empregando este vírus. têm ocorridos casos em humanos na África. O curso da patogênese é similar a de outros ortopoxvírus. A enfermidade en camelos jóvens pode ser severa com mortalidadee alta.100 Não são tomadas medidas controle devido ao fato de que a enfermidade é pouco frequente. a enfermidade é geralmente pouco severa. porém raras vezes são utilizadas. teríamos terríveis consequências para a prevenção da varíola humana por vacinas convencionales. Esta enfermidade é análoga a varíola bovina e tem ocorrido graves surtos no Sudeste Asiático. paravaccinia) Causa . A infecção ocasionalmente pode afetar as mãos das pessoas que lidam com os camelos. Podemos observar inclusões intracitoplásmicas. ordenha mecânica e outros fômites. Embora a enfermidade se dissemine lentamente. . Inclusões intracitoplasmicas do vírus da pseudovaríola bovina. Diagnóstico    Amostras clínicas: líquido das vesículas. O vírus se replica em uma grande variedadee de cultivos celulares. Transmissão A disseminação é horizontal. principalmente pelas mãos dos ordenhadores.  A higiene nos trabalhos de ordenha ajuda a controlar a enfermidade. com um curso clínico de várias semanas.101 O vírus de pseudovaríola bovina é um parapoxvírus fortemente relacionado aos vírus que causan a estomatite papular bovina e o Ectima contagioso das ovelhas. ele não pode ser propagado na membrana corioalantóide do embrião de pinto. Distribuição Esta enfermidade comum nas vacas e ocorre em todo o mundo. Características clínicas e patológicas A pseudovaríola está caracterizada pela formação de pápulas vermelho brilhante. Figura 10-2. seguidas de vesículas. eventualmente o plantel completo pode ver-se afetado. crostas e nódulos no úbere e tetas das vacas. Prevenção  Não se pratica a vacinação. crostas e escarificações das lesões. porém diferente do vírus da varíola bovina. Um diagnóstico rápido de laboratório pode ser feito por microscopía eletrônica com lisados em água destilada de material das lesões. Histológicamente existem hiperplasia da mucosa do órgão afetado com corpos inclusão intracitoplasmáticos. . O diagnóstico geralmente está baseado nas lesões macro e microscópicas. geralmente de até dois anos de idade. Transmissão Por contacto direto e fômites.102 Importância en saúde pública A infecção pode se disseminar pelas mãos dos ordenhadores com a produção de lesões similares a aquelas da enfermidade nos bovinos. arrocheadas e elevadas que podem ulcerar o epitelio da boca. Amostras clínicas: escarificações das lesões. das quais deve ser diferenciada. está caracterizada por pápulas proliferativas. incluindo corpos de inclusão citoplasmáticos. Um diagnóstico rápido de laboratório pode ser feito com lisados em água destilada de material das lesões mediante microscopía eletrônica. Podendo apresentar as lesões até no esôfago. Estomatite papular dos bovinos Causa Vírus da estomatite papular dos Bovinos. abomaso e rumen. Existem relatos de que algumas cepas do vírus infectam a ovelhas e cabras. Características clínicas e patológicas Esta enfermidade pouco severa do gado bovino. Prevenção Práticas de ordenha higiênicas. O vírus se replica em uma grande variedade de cultivos celulares de origem bovina produzindo efeitos citopáticos. Distribuição Afeta comumente os bovinos e é cosmopolita. focinho e os orificios nasais. um parapoxvírus estreitamente relacionado com os vírus da ectima contagiosa e da pseudovaríola bovina. Diagnóstico      O aspecto de maior importância da estomatite papular bovina é ser parecido com a febre aftosa e a estomatite vesicular. Importância em saúde pública Tem sido reportada infecção das mãos dos ordenhadores com lesões similares as causadas pelo vírus da estomatite papular bovina. porém podem ocorrer em cordeiros jovens devido à dificuldades em sua alimentação. O vírus pode ser propagado em uma variedade de cultivos celulares nos quais produz um efeito citopático de lento desenvolvimento. Transmissão Se disemina por contacto direto e fômites. Orf.103 Ectima contagioso (Boca Ulcerada ou Pustulosa. Os insetos podem exercer o papel de vetores mecânicos (paraténicos). . Devemos ter muito cuidado ao usar a vacina. que não reaciona de forma cruzada com o vírus EC das ovelhas. Dermatite Pustular Contagiosa) Causa Vírus do Ectima Contagioso. pois é infecciosa para o humano. Diagnóstico     Amostras clínicas: material das lesões. cabras. tetas. vários ruminantes silvestres e seres humanos. incluindo corpos de inclusão citoplasmático. um parapoxvírus que se parece muito aos vírus da pseudovaríola bovina e ao da estomatite papular bovina. O diagnóstico se faz geralmente com base nos sinais clínicos e lesões. e menos frequentemente en outras partes da boca ou do úbere. As perdas são geralmente raras. Os cordeiros não são vacinados a na ser que tenhamos um surto. A vacina é administrada as ovelhas mães por escarificação na face interior da axila. cerca de 2 meses antes de parir. Distribuição Os hospedeiros do EC são as ovelhas. Os veterinários e os criadores de ovelhas devem evitar o contato com material infeccioso. A confirmação por laboratório é mais fácil e rápidamente obtida pela demonstração da presença do parapoxvírus em material das lesões mediante microscopía eletrônica. Características clínicas e patológicas A enfermidade está caracterizada pelo desenvolvimento de lesões parecidas com a varíola nos lábios e nariz. altamente contagiosa e com uma âmpla distribuição. É uma enfermidade muito importante. Prevenção   As ovelhas e cabras podem ser efetivamente imunizadas com uma vacina de vírus ativo derivado das crostas. vulva e rodete coronário. O Ectima contagioso (EC) das cabras é causado por um vírus antigenicamente distinto. principalmente de ovelhas e cabras. Os animais afetados frequentemente mostram uma piora na condição das patas e perda de peso. Diagnóstico    Está geralmente baseado nos achados clínicos e patológicos típicos. O vírus penetra na pele (forma cutânea) por abrasões menores ou pela picada de mosquitos. O vírus pode ser facilmente cultivado na membrana corioalantóide do embrião de pinto. porém todos eles estão relacionados antigenicamente. pombos. codornas. é significativa para o diagnóstico. são similares as das ovelhas e aparecen frequentemente nas mãos. braços e na face. As aves geralmente se recuperam em um mês. porém pode chegar a 50% na forma diftérica. faisões. ou também pode entrar pelas mucosas oral e nasal por aerossóis. A mortalidade é geralmente baixa. canários. Os nódulos linfáticos regionais podem estar aumentados e ulcerados. perus. Características clínicas e patológicas A varíola aviar afeta a adultos e jovens. As lesões incluem a boca. pintos e pavos. e demoram até 2 meses para sarar. As lesões que lembram as de outros poxvírus estão geralmente presentes na crista. A enfermidade é altamente contagiosa e tem distribuição mundial.104 Importância en saúde pública As infecções nos seres humanos. A forma diftérica é mais severa e comumente se complica com contaminação bacteriana secundária. grous. faringe. Esta forma da enfermidade pode ser confundida com Laringotraqueíte infecciosa já que as lesões típicas cutâneas podem estar ausentes. Distribuição Os animais hospedeiros são galinhas. particularmente camas contaminadas. barbelas. órbitas e seios. ao redor dos olhos e em outras áreas livres de penas. . pardais. tráquea. onde produz lesões ulcerativas focais ou difusas. Transmissão Principalmente por contacto direto com aves infectadas e fômites. estorninhos e outras espécies de aves. A demostração de corpos acidofílicos citoplasmático denominados corpos de Bollinger (agregados) e corpos de Borrel (isolados) no tecido escarificado e cortes histológicos. que dá origem a forma diftérica da varíola aviar. embora sejam mais proliferativas. Os vírus que afetam estas espécies não necessariamente são idênticos entre sí. Avipoxvírus Varíola aviar Causa Vírus do gênero Avipoxvírus antigenicamente relacionados. principalmente durante o outono e o inverno. que é cultivado em ovos embrionados e administrado com uma aplicação na prega da asa ou por picotadas em folículos sem penas. Transmissão Acredita-se que o vírus é disseminado mecânicamente por moscas picadoras. O produto mais seguro e amplamente usado para os pintos é o poxvírus de pombo. porém também búfalos. dermatite nodosa. e podem ser vistos corpos de inclusão no fígado. ocasionalmente. Prevenção    A vacinação é muito empregada em plantéis de alto risco. porém tem baixa patogenicidade (virulência) para os pintos. um capripoxvírus. Capripoxvírus Exantema nodular caprino (Lumpy Skin) (Lumpy Skin Disease. incluindo a enfermidade do vírus do oeste do Nilo em cavalos e do vírus da cinomose (distemper. são susceptíveis animais de todas as idadees. em muitas espécies aviarias. A enfermidade é frequentemente sistêmica.6 anos. sem dúvida a forma vista em canários é particularmente severa. Vírus Neethling. pseudourticária. o qual é altamente imunogênico. Os principais hospedeiros são o gado bovino. O vírus da varíola dos canários é utilizado como um vetor para vacinas animais. Não existe vacina efeciente. Um aspecto interesante da enfermidade em bovinos não vacinados é que ocorre de forma epidêmica cada 5 . Distribuição A enfermidade Nodular das cabras é endémica no continente africano com a maior prevalencia nas regiões central e sul. glándulas salivares.12 semanas. algumas veces. Os pavões são vacinados geralmente entre os 2 . Varíola dos canários As infecções com Avipoxvírus muito relacionados ocorrem.105  O exame no microscopio electrónico de lisados em água destilada de material das lesões permite um diagnóstico rápido. perto de 100%. girafas e impala. moquillo) em cães. com mortalidades. Se recomenda a vacinação durante as primeiras semanas de vida. .3 meses de idade com a vacina de varíola do pinto por o método de aplicação na parte interna da coxa. dermatose nodular contagiosa) Causa Vírus da Enfermidade Nodular das cabras. pâncreas e outros órgãos. com revacinação entre as 8 . Varíola de ovelhas e cabras Causa Vírus da varíola das ovelhas (capripoxvírus). nariz. Os nódulos podem tornar-se necróticos conduzindo a infecções bacterianas secundárias. Alguns animais podem estar infectados subclínicamente ou apenas mostrar uma respuesta febril ligeira com algumas lesões na pele. Os sinais clínicos incluem febre. Existem algumas diferenças entre os vírus envolvidos e algumas vezes se faz a distinção entre os vírus que causam. Transmissão Por contato direto e por fômites. porém a mortalidade é geralmente baixa. a varíola nas ovelhas e os que a causam entre as cabras. A morbilidade pode atingir a 20%. sudeste da Europa e na Ásia. similares nos aspectos clínicos. essencialmente. Os animais mais severamente afetados podem des3nvolver numerosos nódulos em grandes áreas da pele e em membranas mucosas do olho. predominantemente. . Os achados macro e microscópicos são sugestivos da enfermidade. vírus neutralização e Western blot.  É preconizado o uso de vacinas de vírus vivo modificado assim como cepas atenuadas de vírus da varíola das cabras.106 Características clínicas e patológicas O período de incubação é geralmente de 2 . Prevenção  É uma enfermidade de notificação obrigatória. boca e genitais. lacrimejamento e descarga nasal. O achado de poxvírus típicos em material das lesões em exames por microscopía eletrônica é um resultado muito sugestivo. Diagnóstico      Amostras clínicas: biopsias (frescas ou fixadas) das lesões. porém para a confirmação requer o isolamento (células de cordeiro) e identificação do vírus por microscopía eletrônica e/o métodos imunológicos.4 semanas. Os anticorpos podem ser determinados por imunofluorescencia indireta. embora as enfermidadees sejam. Distribuição África. As provas de ELISA de captura de antígeno podem ser empregadas para a detecção do vírus. com intervenção das autoridades estaduais ou federais se suspeitamos desta enfermidade. e por contacto. As lesões aparecem na pele e membranas mucosas dos tratos respiratorio e digestivo. não são usadas para o diagnóstico. ordinariamente. Outros procedimentos sorológicos como a prova de imunofluorescência indireta e a vírus neutralização são utilizadas para detectar anticorpos. Os animais severamente afetados frequentemente desenvolvem pneumonía. líquido) Um diagnóstico presuntivo bastante correto se pode realizar baseando-se nas lesões e sinais clínicos. com aspecto de "ladrilho" diferente dos virions do Ectima Contagioso (um parapoxvírus) que têm aspecto ovoide. Prevenção Em áreas onde o vírus é endêmico são empregadas vacinas de vírus vivo modificado ou de vírus inativados A enfermidade é de notificação obrigatória na América do Norte e em outros países onde é exótica. Em células da pele podem ser observados corpos de inclusão intracitoplasmático eosinofílicos. Suipoxvírus Varíola suína Causa Vírus da varíola suína (suipoxvírus) Distribuição A enfermidade tem distribuição mundial. O vírus pode ser propagado em cultivos celulares de origem de cabras. Diagnóstico       Amostras clínicas: Material das lesões (crostas. Transmissão O vírus é transmitido mecanicamente pelo piolho do suíno. Os virions são morfológicamente similares a os ortopoxvírus. ovelhas e bovinos. Hematopinus suis. sua incidência nos Estados Unidos da América é baixa. A infecção é generalizada e a mortalidade pode exceder a 50% nos cordeiros e cabritos.107 Características clínicas e patológicas A varíola ovina (varíola caprina) é a varíola mais severa dos animais domésticos. porém. Uma prova de ELISA de captura de antígeno também pode ser empregada para a detecção de vírus. Os surtos são controlados mediante quarentena severa e sacrifício. A confirmação é fácil e rápidamente feita pela demonstração da presença por microscopía eletrônica dos poxvírus em lisados em água destilada de material das lesões. . o vírus da vaccinia produz uma enfermidade nos suínos que se parece muito com a varíola suína. Prevenção   Não se faz a vacinação As principais medidas de controle são sanitização básica e eliminação dos vetores (piolos). Transmissão Por contacto direto e por picaduras de insetos. América do Sul e também en algumas de espécies de coelhos do gênero Oryctolagus na Europa. As infecções congénitas são raras. pústula e cicatriz) são observadas na pele do baixo abdome. A confirmação da varíola suína se realiza com facilidade pelo exame em microscopía eletrônica de lisados de material das lesões. O vírus de vaccinia pode ser distinguido do vírus de varíola suína por técnicas sorológicas (são antigénicamente distintos) e pelo fato de que vaccinia cresce na membrana corioalantoidea do embrião de pinto.108 Características clínicas e patológicas Em geral se observa alta morbilidade em leitões. No baixo ventre. A enfermidade geralmente tem seu curso clínico sem efeitos serios. e quando se apresentam existem lesões típicas no cráneo e na cavidad oral dos neonatos. Em alguns países. América do Sul e Austrália. são características as lesões hemorrágicas com centros escuros. Nas células epiteliais dos animais afetados podem observar-se corpos de inclusão citoplasmáticos eosinofílicos. O vírus pode ser cultivado em células de rrim de suíno. As típicas lesões variolosas (pápula. vesícula. porém não na membrana corioalantóide do embrião de pinto. Diagnóstico     Geralmente a enfermidade é diagnosticada clínicamente. . Leporipoxvírus Myxomatose Causa Vírus do Mixoma (leporipoxvírus) Distribuição A mixomatose é endémica en várias espécies de coelhos silvestres (gênero Sylvilagus) em algumas áreas de América do Norte. porém pode ser confundida com outras enfermidadees dérmicas tais como a sarna. Uma febrícula transitória ocorre no início da enfermidade. lombo e dos lados. para prevenir a introdução do vírus pelaa picara de insetos. Prevenção Esta se realiza melhor mediante o abrigo dos coelhos em áreas teladas. Os sinais clínicos iniciais são inflamação em torno dos olhos e conjuntivite. Os macacos Rhesus são da Índia.  O vírus pode ser propagado em uma grande variedade de cultivos celulares e em ovos embrionados pela via da membrana corioalantóide. seguida de descargas nasais e inflamação em torno da boca.  O diagnóstico geralmente está baseado nos sinais clínicos e nas lesões macro e microscópicas. Estas inflamações tumorais (mixomas) podem. nariz e outros orifícios corporais. eventualmente. Histologicamente. O vírus está antigenicamente relacionado com os vírus do fibroma do coelho e do esquilo. Glosario Elisa de captura de antígeno: neste método se usa um anticorpo específico para capturar antígeno viral que possa estar presente na amostra. Na Europa se realiza a vacinação com o vírus do fibroma dos coelhos (fibroma de Shope). Posteriormente se detecta a presença do antígeno capturado. Bornéu e as Filipinas. porém no coelho europeu (Oryctolagus cuniculus) produz uma severa infecção generalizada com alta mortalidade. aparecer sobre a totalidade do corpo. Despois da introducção em uma região ou país não infectado (Austrália foi o caso) as perdas devidas a mortes são devastadoras com uma taxa cerca de 90%. Diagnóstico  Amostras clínicas: nódulos frescos ou fixados em formalina. . que é um vírus estreitamente relacionado. o vírus somente causa tumores localizados na pele. os mixomas são tumores de tecido conectivo que consistem em grandes células estreladas ("células do mixoma" o mixomatosas) embebidas em uma matriz mucóide suave. porém a enfermidade no final se converte em endêmica com uma taxa de mortalidade baixa.109 Características clínicas e patológicas Em coelhos do gênero Sylvilagus. Macacos cynomologus: macacos do sudeste da Ásia. . D.J.. Virginia. Santa Maria. proteínas e propriedades biológicas. USA. Carter1. Concord University. Wise D. Ithaca NY (www.J. porém são similares quanto à estrutura geral do virion e da organização do genoma. RS Brazil.F. and Flores E. F. (Eds. São de grande tamanho e se caracterizam por sua característica de causar infecções latentes. Virginia Tech. Last updated: 9-May2006. USA. A3411. West Virginia.R.R. Athens.). International Veterinary Information Service. Carter G. Wise2 and E. 2 Department of Biology.ivis. Existem divergências com respeito à sequência do genoma. Índice     Características virais Classificação Simplexvírus: o Mamilite ulcerativa bovina o Pseudo exantema nodular bovino Varicellovírus: o Rinotraqueíte infecciosa bovina / vulvovaginite o Infecção por herpesvírus bovino 5 o Pseudoraiva o Infecção por herpesvírus canino o Aborto equino por herpesvírus o Exantema coital equino Rinopneumonite equina Rinotraqueíte viral felina Vírus do tipo da doença de Marek: o Doença de Marek Vírus do tipo da laringotraqueite infecciosa: o Laringotraqueite infecciosa Rhadinovírus: o Febre catarral maligna Vírus não classificados o Rinite por corpos de inclusão o Enterite viral do pato Glossário o o      Esta é uma família grande e diferente do vírus ADN que infecta os humanos e a uma ampla variedade de hospedeiros animais.110 In: A Concise Review of Veterinary Virology. Flores3 1 Professor Emeritus of the Department of Medical Sciences and Pathobiology.org). 3Department of Veterinary Preventive Medicine. Blacksburg. VirginiaMaryland Regional College of Veterinary Medicine.ES Herpesviridae G. Federal University of Santa Maria.0506. Figura 11-1. Isto constitui uma forma datencia viral. composto por 12 capsômeros pentaméricos e 150 hexaméricos. O ADNds é usado como um molde para a produção dos genomas da progênie e os ARNm. e 4) o envelope lipídico. Os virions possuem quatro unidades estruturais: 1) o núcleo ou centro do ADN envolvido por proteínas fibrilares. As proteínas estruturais e o genoma (ADN e ARN) são transformados em virions icosaédricos ou helicoidais. Certas células hospedeiras podem evitar a transcrição dos genes e desta forma o genoma viral persiste.200 nm). Depois da fusão do envelope viral com a membrana celular. 11-1). Herpesviridae (100 .200 nm de diâmetro) com um capsídeo icosaédrico. . e logo liberados. A transcrição viral está dividida em imediatamente cedo. Todos os herpesvírus até agora estudados têm a capacidade de latência nas células hospedeiras. de dupla cadeia de ADN (dsADN) (100 . 3) uma capa amorfa de proteína entre o capsídeo e o envelope lipídico. cedo e tardia. o nucleocapsídeo migra para o núcleo celular. O envelope possui projeções distribuídas uniformemente sobre sua superfície (ver Fig. Não há um antígeno comum entre todos os membros desta família.111 Características virais           São vírus envelopados. conhecida como o tegumento. e a célula hospedeira não morre. não se replica. onde se realiza a replicação. 2) um capsídeo. Entre o capsídeo e o envelope existe uma região cheia de proteína. Muitas infecções são silenciosas ou pouco severas em seus hospedeiros naturais porém podem ocasionar infecções serias em outros hospedeiros. Só os herpesvírus que causam enfermidades importantes nos animais serão discutidos neste capítulo. este . o vírus da pseudoraiva é um herpesvírus de amplo espectro de hospedeiros causando encefalites fatais em uma grande variedade de espécies animais. Algumas espécies virais que infectam hospedeiros eucariotes estão associadas a célula e um pequeno número são oncogênicas. A maioria dos herpesvírus de importância veterinária está no gênero Varicellovírus. porém não em seu hospedeiro natural. Os herpesvírus estão muito disseminados e são frequentemente recuperados no laboratorio de diagnóstico. O exemplo clássico é o herpesvírus humano 1 (HSV-1) que infecta a raíz do gânglio dorsal. Aspetos gerais: infecções por herpesvírus Acredita-se que todos os herpesvírus são capazes de estabelecer infecções latentes. o suíno adulto. Betaherpesvirinae e Gamaherpesvirinae. A subfamília Betaherpesvirinae contém os gêneros Citomegalovírus. Os membros desta subfamília estabelecem infecções latentes em células neurais. alguns produzem úlceras (pocks) na membrana corioalantoide. Wayne Roberts.112 Figura 11-2. Muromegalovírus e Roseolovírus com pouco significado em veterinária. visto que nenhuma proteína foi identificada como um produto desta transcrição. O vírus está latente entre episodios de "úlceras frías". O mecanismo de reativação da infecção todavía não está elucidado. Durante a latência só se expressa uma pequena região do genoma viral. com uma faixa variável de hospedeiros e geralmente causam rápida destruição das células do cultivo. já que podem ser facilmente isolados em cultivos celulares. Por exemplo. Cortesía de A. Classificação A família Herpesviridae está dividida en três subfamílias: Alfaherpesvirinae. Os Alfaherpesvirinae têm um ciclo de replicação relativamente curto (<24 h). Contrário aos Alfaherpesvirinae. Inclusões intranucleares por Herpesvírus equino "lento". Uma regra geral é que cada espécie animal alberga pelo menos um herpesvírus. particularmente na América do Sul. as ovelhas são hospedeiros naturais. uma pequena faixa de hospedeiros.  Herpesvírus ovino 2 o Produz febre catarral maligna no gado e em alguns ruminantes silvestres. têm distribuição mundial  Herpesvírus sem gênero o Herpesvírus suíno 2:  Rinite com corpos de inclusão o Herpesvírus de anátidos 1: .113 grupo de vírus tem um ciclo de replicação relativamente lento (>24 h).  Subfamília Alfaherpesvirinae  Simplexvírus: o Herpesvírus bovino 2:  Mamilite ulcerativa bovina. vulvovaginite / balanopostite pustular o Herpesvírus bovino 5:  Causa meningo-encefalite no gado. tem causado raras encefalites fatais em tratadores ou treinadores de macacos. e causa uma lenta destruição dos cultivos celulares. os hospedeiros naturais são os antílopes. veados e outros ruminantes na África. Pseudo exantema nodular bovino o Herpes de cercopitecos 1 (vírus B dos macacos):  Infecta naturalmente a macacos asiáticos. A subfamília Gamaherpesvirinae contém os gêneros Linfocriptovírus (afeta peixes de água doce e salgada) e o Rhadinovírus (produz enfermidades em marmotas e macacos). o Herpesvírus suíno 1:  Pseudoraiva ou enfermidade de Aujeszky o Herpesvírus canino 1:  Infecção por herpesvírus canino o Herpesvírus equino 1:  Aborto equino por herpesvírus o Herpesvírus equino 3:  Exantema coital equino o Herpesvírus equino 4:  Rinopneumonite equina o Herpesvírus felino 1:  Rinotraqueíte viral felina  Vírus do tipo da enfermidade de Marek: o Herpesvírus das gallináceas 2:  Enfermidade de Marek  Vírus do tipo de Laringotraqueíte infecciosa: o Herpesvírus das galinhas 1:  Laringotraqueíte infecciosa  Subfamília Betaherpesvirinae o Não existem vírus importantes para os animais domésticos ou de granja  Subfamília Gamaherpesvirinae  Rhadinovírus o Herpesvírus Alcelaphine 1:  Feebre catarral maligna do gado.  Varicellovírus: o Herpesvírus bovino 1:  Rinotraqueítes infecciosa bovina. Estes vírus estabelecem infecções latentes em células linforeticulares e de glândulas secretoras. Podem ocorrer lesões na boca e focinho dos bezerros que mamam. Um rápido diagnóstico de mamilite herpética se pode fazer por microscopía eletrônica mediante a demonstração do herpesvírus em lisados em água destilada de material das lesões. Características clínicas e patológicas A mamilite ulcerativa bovina principalmente afeta o rebanho leiteiro causando graves perdas na produção láctea. As crostas começam a se formar em quatro dias.4 semanas. A ordenha pode evitar a formação de crostas e consequentemente retardarem a cura. aparece em regiões tropicais e subtropicais Diagnóstico    Amostras clínicas: líquido vesicular. crostas e escarificações das lesões. seguida de formação de vesículas e subsequente erosión do epitélio da teta e úbere. principalmente no rebanho leiteiro. . na África de rebanho com infecções dérmicas generalizadas.114  Enterite viral do pato Simplexvírus Mamilite ulcerativa bovina (Mamilite herpética bovina. A cepa Allerton do HVB-2 foi isolada. porém cresce melhor em temperaturas baixas. referida como pseudo exantema nodular bovino. O vírus pode ser isolado em cultivos celulares de origem bovino. Pseudo exantema nodular bovino. Patogenia Depois da inoculação na pele ou tecido subcutâneo o vírus se replica localmente sem disseminação sistêmica. As vesículas geralmente se rompen em torno de 24 horas e produzem um exsudato seroso. e a cura ocorre sob a costra com recuperação em 3 . originalmente. cosmopolita. A identificação é realizada por provas de seroneutralização e de imunofluorescência. vírus Allerton) Causa Herpesvírus bovino 2 Distribuição Aparece esporadicamente. O vírus produz sincícios grandes característicos em cultivos celulares. máquinas de ordenha contaminadas e mecánicamente por insetos picadores. As infecções bacterianas secundárias podem ocorrer si não se toman cuidados especiais. Esta forma da enfermidade. Está caracterizada por edema das tetas. Transmissão Pelos ordenhadores. Transmissão A infecção ocorre pelas vias respiratórias e genitais. Qualquer animal afetado deverá ser mantido em isolamento. O semen congelado oferece condições ótimas para a sobrevivência do vírus. Depois da identificação do HVB-5 como a principal causa de encefalite no rebanho.1 esteja referido como o subtipo respiratório. Devem-se manter os tratamentos de limpesa das tetas e desinfecção rotineira da máquina de ordenha. A viremia raramente é detectada. com exceção de alguns países da Europa que a erradicaram. A infecção pode diseminarse a partir dos toros infectados por coito ou mediante a inseminação artificial. Varicelovírus Rinotraqueite infecciosa bovina (IBR) (Vulvovaginite /balanopostite pustular infecciosa) Causa Herpesvírus bovino 1 Existem dois subtipos do VIBR (HVB-1) que foram definidos por análise com enzimas de restrição e anticorpos monoclonais.1 (subtipo respiratório) HVB-1. porém ocorre já que a infecção de vacas gestantes pode conduzir a . porque a maioria dos reagentes diagnósticos não sãon capazes de diferenciar entre ambos os vírus. O controle se realiza mediante boas práticas de ordenha. tem aparecido a pergunta. O subtipo HVB-1. A infecção com Herpesvírus bovino 5 se discutirá. onde estabelece infecções latentes por toda vida.2 (subtipo genital) Embora o HVB-1. mais adiante. porém ambos estão associados à vulvovaginite e balanopostite. Patogenia A replicação toma lugar nas membranas mucosas do aparelho respiratório superior ou genital e o vírus se elimina pelas secreções nasais e genitais.2a e HVB-1. O sêmen pode contaminar-se durante a ejaculação. O primeiro pode causar abortos. Distribuição A infecção com HVB-1 tem distribuição mundial no rebanho bovino. separadamente. si alguns eventos de encefalite atribuidos no pasado ao HVB-1 foram realmente causados pelo HVB-5.2 está subdividido em HVB-1. A disseminação ocorre por contacto direto o indireto (fômites) e aerossóis. As terminações nervosas locais estão infectadas e o vírus é transportado aos gânglios trigêmio ou sacral.2b.115 Prevenção   Não existem vacinas. enquanto que o segundo não. também está associado com abortos e raras vezes com encefalite. São designados: HVB-1. As vacas de primeira lactação devem ser ordenhadas em primeiro lugar. Bajo condições de estresses (por exemplo. A imunofluorescência é o método preferido para o diagnóstico de abortos por IBR. rins e pulmão. que são pouco frequentes. A forma respiratória da enfermidade é a mais comum. inicialmente identificado na Austrália. A forma de conjuntivite é comum com envolvimento oquaseonal da córnea e panoftalmite. podem ocorrer em 1 . Um diagnóstico presuntivo frequentemente é realizado com base nos sinais clínicos e lesões. Ocorrem congestão e inflamação severa das membranas mucosas com descargas serosas oculares e nasais. porém a mortalidadee geralmente é baixa. lotes de engorde) as infecções bacterianas secundárias podem llevar a severas traqueíte com membranas diftéricas e bronconeumonía. A recuperação é sem complicações en hatos bien manejados en unos 14 dias. soro sanguíneo de animais enfermos e convalescentes. suabes vaginaias e prepuciais. é agora considerado como a causa da encefalite fatal nos bezerros. Aparece repentinamente com alta temperatura. A forma genital. o vírus é transportado de volta ao sitio de entrada e é eliminado com transmissão potencial a outros animais. HVB-1 e HVB-5 não podem ser diferenciados sorologicamente por provas de rotina. Diagnóstico       Amostras clínicas: suabes nasais e oculares. O animal uma vez infectado é portador para toda a vida. traquéia e pulmões. devido a que eles mostram uma grande reação serológica cruzada. As infecções latentes podem ser reativadas periodicamente. O vírus induz um efeito citopático (ECP) característico em cultivos celulares. enfermidade frequente em alguns países da América do Sul. previamente classificado como subtipo HVB-1. Os abortos e más parições. isolamento e identificação do vírus. muito disseminada que se manifesta das seguintes formas: rinotraqueíte. O herpesvírus bovino 5. Características clínicas e patológicas A IBR é uma enfermidade aguda. vulvovaginite/balanopostite pustular e conjuntivite. e agora classificado como subtipo HVB-5. contagiosa. . com ou sem sinais clínicos. O vírus é fácilmente isolado das amostras clínicas por inoculação de cultivos celulares de origem bovina. vulvovaginite/balanopostite pustular.3 meses depois da infecção.116 infecções fetais e aborto. A morbilidade é alta em explorações não vacinadas (não imunes). ou a demonstração de um aumento significativo no título de anticorpos anti-IBR entre os soros da fase aguda e os da fase convalescente. está caracterizada por inflamação da mucosa genital e o desenvolvimento de pequenas pústulas que coalescem e ulceram. As amostras deverão ser enviadas para isolamento viral em cultivos celulares e titulação de anticorpos. porque o vírus frequentemente não é viável devido à autólise avançada dos tecidos fetais. A enfermidade neurológica é atribuida a outro vírus relacionado. fígado fetal. As infecções podem ser pouco severas ou subclínicas. Um diagnóstico definitivo requer a demonstração das células infectadas mediante imunofluorescência. A vacina IN está recomendada para vacas prenhas por não oferecer risco para o feto. destete e outras práticas de manejo. um se administra intramuscularmente (IM) e o outro é aplicado intranasalmente (IN). A enfermidade quase sempre é fatal. tal como se descrve antes.Os sinais clínicos são. na seção de diagnóstico de IBR. Diagnóstico   Espécimes clínicos: Encéfalo completo ou porções de cérebro. por polioencefalomalacia. o aparecimento de surtos em animais mais jovens é pouco frequente. aqueles da meningoencefalite. E assim sendo. particularmente no Brasil e na Argentina. A maioria dos surtos ocorre em rebanho entre sete meses e três anos de idade. Na América do Sul.117 Prevenção   Vacinas modificadas e inativadas comumente são empregadas em combinação com outros agentes bacterianos ou virais. incluindo aqueles associados com o transporte. Pensa-se que o ingresso mais provável da infecção é vía nasal e nervo olfatório. Cegueira. Embora tenha sido reportado casos isolados em rebanho de até 6 anos de idade. As vacinas de vírus modificado são de dois tipos. . Características clínicas O curso da enfermidade é usualmente de 4 a 7 dias. Transmissão Provavelmente é similar ao descrito antes para os vírus de IBR. Em programas de erradicação têm sido empregado vacinas mutantes com carência de uma proteína (vacinas marcadas) para distinguir entre os anticorpos vacinais e os naturais empregando métodos de ELISA. isto não é comum. a maioria das lesões envolvem o cortex frontal. principalmente. Distribuição A enfermidade raramente ocorre na Austrália e alguns países da Europa. No Brasil se pensa que alguns casos são resultado da reativação. aumento da pressão craneana e depressão profunda são particularmente características. Pode afetar até 30% do plantel. ocorrem vários surtos no ano. de uma infecção latente por HVB 5. Infecção por herpesvírus bovino 5 Causa Herpesvírus bovino 5 Infecções aparentemente latentes são reativadas por diversos tipos de estresses. cerebelo ou tálamo cerebral O vírus pode ser isolado do encéfalo e diferenciado de isolamentos de IBR. A enfermidade ocorre de maneira independente da IBR clássica. porém pode ser de até 15 dias. gatos. Distribuição Entre os hospedeiros estão suínos.118  O diagnóstico pode realizar-se com base em características clínicas e lesões histopatológicas características no cérebro. Existem malacia da cortex cerebral e a encefalite e meningite envolvendo. cães. *Se agradece e reconhece a ajuda do Dr. Patogenia O vírus se multiplica na membrana mucosa da nasofaringe e nas tonsilas. Transmissão O contacto direto entre suínos infectados e suínos susceptíveis parece ser a forma mais importante de disseminação. enquanto que outros estão en processo de erradicação. Se disemina aos nódulos linfáticos regionais e ao Sistema Nervoso Central (SNC) pelos axônios dos nervos craneais. Franklin Riet-Correa (Brasil) na preparação desta nota. em vista da baixa frequência usual da enfermidade. Alguns países europeos erradicaram a infecção recentemente. seu uso não se considera sob o ponto de vista de custo-beneficio. A infecção em outras espécies animais é através da pele ou membranas mucosas e por iingestão. já que pode ser reativado periodicamente. visões. A enfermidade tem distribuição mundial e está muito disseminada. Canadá está livre da enfermidade e quase todo Estados Unidos da América. principalmente. ovelhas. gambá e outros animais. . Pseudoraiva (PR) (Enfermidade de Aujeszky) Causa Herpesvírus porcino 1 (também conhecido como vírus da pseudoraiva. tem distribuição regional. susceptíveis a inoculação experimental. o cérebro e em menor escala o tálamo cerebral e o cerebelo. Virtualmente em todos os animais que sobrevivem a infecção aguda. Os coelhos são. Os aerossóis e fômites também diseminam o vírus. zorrillos. Frequentemente é observada a presença de corpúsculos de inclusão em astrositos e neurônios. o vírus se estabelece como infecção latente nas tonsilas e gânglios trigêmios. Os suínos (domésticos e silvestres) são o hospedero natural e único reservatório conhecido. porém ela. comumente. Prevenção Embora as vacinas de IBR que contem Herpesvírus bovino I sejam efetivas. Na enfermidade aguda. ratos. Os cães e gatos também são muito susceptíveis a infecção. bovinos. cavalos. racoon. particularmente. sua morte é comumente o primeiro indício da presença do vírus em algumas criações. Os animais infectados podem eliminar o vírus por até um mês em diversas secreções como leite e urina. depois da introducção do vírus observa-se uma viremia com rápida disseminação a todo o corpo. PRV). É muito comum a infecção transplacentaria ao feto. Tal como para a infecção com o HVB-1. roedores. a infecção latente é o meio mais importante para a sobrevivência e a transmissão do vírus na natureza. gatos e outros mamíferos não humanos. tais como incoordenação do trem posterior. Este procedimento desumano já não é necessário. O achado microscópico mais comum é uma meningoencefalite não supurativa nos suínos que desenvolveram sinais nervosos. porém não transmissível. Prevenção   São empregadas vacinas de vírus modificados e inativados. cães. Estes animais são denominados hospedeiros finais. Provas com anticorpos fluorescentes em cortes congelados de tecido são empregados para um diagnóstico rápido. Devem ser feitos esforços para manter as criações livres de PR. seguida por uma coceira violenta. Os suínos adultos podem ter uma infecção inaparente ou podem apresenta anorexia e alguns sinais leves de infecção respiratória. fígado e soro. encefalite. coma e morte. O examen microscópico destes tecidos revela a presença de corpúsculos de inclusão intranucleares típicos de herpesvírus. O vírus pode ser identificado por vírus neutralização e provas de imunofluorescência. Podem mostrar sinais respiratórios e nervosos. tan pronto como a as 16 horas depois da inoculação. aglutinação com látex e ELISA. em torno dos 6 meses de idade. Pode ser recomendada a vacinação do plantél completo. A inoculação subcutânea de material infeccioso no coelho produz um intenso prurido no sitio de inoculação. As provas usadas para detectar anticorpos são vírus neutralização. As lesões macroscópicas na necropsia consistentes em pequenas áreas focais de necrose algumas vezes se podem notar no fígado e baço dos fetos abortados e nos leitões infectados. O vírus pode ser propagado fácilmente na membrana corioalantoidea do embrião de pinto.119 Características clínicas e patológicas A severidade da enfermidade nos suínos guarda uma relação inversamente proporcional a idade dos mesmos. Em animais diferentes do suíno. mediante a compra dos animais reposição só de propriedades certificadas como livres. Diagnóstico       Amostras clínicas: encéfalo. Os suínos jovens geralmente têm alta temperatura e sinais nervosos. pulmões. incluindo abortos e más parições. Em bovinos. rins. Os suínos mais velhos. se deve tomar uma porção de tecido subcutâneo do sitio donde manifestava o prurido. baço. As fêmeas prenhas podem apresentar falhas reprodutivas. produciendo cambios citopáticos. em cultivos de células de rins de suíno e otras células. assim como uma vacina intranasal em porcas e neonatos. tonsilas. a enfermidade é altamente fatal.6 dias. além da médula espinal. ovelhas. Apresentam um intenso prurido no sitio da infecção quando é por a vía cutânea. paralisia. A morbilidade en suínos de até um mês de idade é muito alta e a mortalidade pode estar perto de 100%. são menos susceptíveis e a mortalidadee geralmente é menor que 10%. movimentos de pedalagem e convulsões. seguido de morte em cerca de 3 . . Ocorrem infecções latentes nos gânglios trigêmios com o HVE-4. A demonstração de um aumento significativo do título de anticorpos entre um animal enfermo e um convalescente também pode ser usada para o diagnóstico.3 semanas. Rinopneumonite equina (Infecção por herpesvírus equino 4) Causa Herpesvírus equino 4 (HVE-4). Em raras ocasiões a infecção das éguas prenhas pode ocasionar aborto. Transmissão A infecção ocorre pela vía respiratória e a disseminação se dá por contacto direto e indireto. mediante aerosol e fômites. a recuperação geralmente é completa e se realiza entre 1 . Diagnóstico   Amostras clínicas: suabes nasais. descarga nasal e rinite. . Existem disponíveis anticorpos monoclonais para tipificar os isolamentos virais. A erradicação se pode levar a cabo mediante repetição de provas serológicas e eliminação dos animais positivos. antes de ingressar na propriedade. As vantagens das vacinas com deleção de genes de pseudorabia sobre outras de vírus modificado ou inativado.120    Os animais de exposição e novass adições deverão ser isolados e testados sorologicamente. O periodo de incubação é de 2 a 10 dias. O diagnóstico do HVE-4 é confirmado por isolamento do vírus em cultivos celulares de origem equina. Características clínicas e patológicas O HVE-4 geralmente causa uma enfermidade respiratória pouco severa que se observa principalmente nos animais jovens de cerca de 2 anos de idade. A deleção do gen da timidina quinase torna o vírus menos capaz de replicar-se nos neurônios. sangue completa e soro de animais com sintomas clínicos agudos e convalescentes. até que todas as provas sejam negativas. O HVE-4 está relacionado antigénicamente com o HVE-1 e as provas serológicas convencionais não são capaces de diferenciar entre estes dois agentes. As consequências epidemiológicas destas infecções latentes são as mesmas que foram descritas para HVB-1 e vírus da PR. é que se pode empregar uma prova de ELISA especial para diferenciar a produção de anticorpos vacinais dos anticorpos que resultam de infecções naturais. Os cavalos afetados apresentam febre e depressão moderada. Em áreas endêmicas estão sendo empregadas vacinas elaboradas com engenharia genética (deleção de genes). Na ausência de infecções bacterianas secundárias. Distribuição A Rinopneumonite equina é uma enfermidade cosmopolita muito frequente nos cavalos. fetos e de maneira pouco frequente. porém o HVE-4 só cresce em células equinas. com reforços posteriores em intervalos frequentes. Patogenia A infecção local pode conduzir a viremia com infecção da placenta. O HVE-1 está associado principalmente com abortos e ocasionalmente com enfermidades neurológicas. do Sistema Nervoso Central (SNC). principalmente. comumente mostram lesões macroscópicas como pulmões edematosos e pequenas áreas escuras de necrose focais.4 semanas depois de que foi esposta a égua prenha. Aborto por herpesvírus equino (Infecção por herpesvírus equino 1. A reactivação pode ocorrer depois de períodos de estresses e administração de corticosteroides. Aborto Viral Equino) Causa Herpesvírus equino 1 (HVE-1) Distribuição O Aborto por Herpesvírus Equino (AHE) é um problema clínico cosmopolita muito frequente nas éguas. observadas no fígado. especialmente quando são jovens e susceptíveis. devem ser mantidos em quarentena por várias semanas. Estes biológicos se aplicam geralmente a animais entre 3 . a maioria das afecções do aparelho respiratório associadas a herpesvírus são causadas por HVE-4. Transmissão Se disemina por contato direto e indireto e por aerossóis. Algumas vacinas contem a ambos os vírus (HVE-1 e HVE-4). pulmões e baço. O vírus tem predileção pelos epitélios vasculares provocando vasculite e trombose.4 meses de idade. é a inoculação em cultivos celulares de equinos (derme de equinos) e coelhos (RK-13). Prevenção    Existem vacinas de vírus modificado e inativado para a profilaxia. Muitos equinos estão infectados de forma latente com HVE-1 e HVE-4. Os animais recem comprados e aqueles que regressam de feiras e exposições ou de hipódromos. Depois da infecção aguda existe uma infecção latente nos gânglios dos nervos regionais.121  Um método presuntivo para diferenciar estes dois vírus. O vírus HVE-1 cresce em ambos os tipos. Características clínicas e patológicas Embora o HVE-1 possa causar infecções leves do aparelho respiratório dos equinos. Existe uma prova de ELISA que é capaz de diferenciar entre ambos os vírus. O risco de infecção pode ser minimizado com boas práticas de manejo. A maioria dos abortos por HVE-1 ocorre depois do sétimo mês de gestação e cerca de 2 . Os fetos abortados. . O achado de corpúsculos de inclusão intranucleares nos tecidos fetais mediante o exame histopatológico é de grande valor. baço e timo fetais. Podemos afirmar que existem infecção quando existem um aumento significativo no título de anticorpos entre o soro sanguíneo da fase aguda e da fase convalescente. Suabes nasais. O vírus pode ser isolado de suabes nasais e sangue completa dos cavalos com enfermidade aguda. . Os equinos afetados podem mostrar sinais clínicos caracterizados por uma ligeira a severa ataxia. Diagnóstico      Amostras clínicas: fígado. debilidade e são incapazes de manter-se de pé. sangue completa. líquido cefalorraquídeo. incluindo a aqueles derivados de equino e coelho (RK-13). Os achados histopatológicos de vasculite do SNC é um dao muito sugestivo. pulmões. A habilidade para propagar HVE-1 em cultivos celulares de origem diferente do equino. encéfalo e médula espinal de equinos com afecções no SNC. Um diagnóstico presuntivo de HVE-1 dos produtos abortados comumente é realizado observando-se as lesões macroscópicas na necropsia. Tem sido descrito um procedimento de ELISA que também permite fazer diferenciação entre os dois vírus. soro sanguíneo de animais enfermos e convalescentes. permite diferenciar as infecções por HVE-1 daquelas do HVE-4. este último só cresce em células equinas. A confirmação se obtem mais fácil e rápidamente pela demonstração de antígenos virais na células infectadas pelo exame de imunofluorescência de cortes por criostato dos tecidos afetados. A disfunção do Sistema Nervoso Central (SNC) é uma complicação relativamente rara da infecção por HVE-1.122 Alguns potrinhos podem nascer. A recuperação é geralmente completa. O diagnóstico do HVE-1 associado à enfermidade do SNC é mais difícil. porém alguns animais podem ficar com sequelas permanentes. Estes potrinhos assim afetados mueren em poucos dias. O vírus pode ser propagado em uma variedade de cultivos celulares. porém geralmente mostram perda do tono muscular. porém é difícil isolá-lo do SNC. geralmente. porém. nos criadouros. As éguas prenhas devem ser isoladas do resto dos equinos. vagina. As vesículas pustulares e as úlceras como as de VBPI podem ser observadas na mucosa da vulva. Herpesvírus equino 1.3 semanas e podem deixar manchas brancas características de pele não pigmentada que persistem por toda a vida.podendo haver recaídas com a consequente eliminação e transmissão do vírus. sem complicações. Soro sanguíneo de enfermos em fase aguda e convalescente. O vírus pode persistir nos equinos recuperados clínicamente em um estado latente por longos períodos –provavelmente para toda a vida. imunofluorescência de um corte congelado de fígado fetal equino. As úlceras saram em 2 . É importante que os visitantes usem os tapetes sanitarios e roupa (aventais) limpos. penis e prepúcio. Diagnóstico  Amostras clínicas: descamação da mucosa afetada da vagina o do penis. As infecções bacterianas secundárias são comuns. 7° e 9° mês de gestação. e qualquer fêmea que aborte oo desenvolva enfermidade respiratória deverá ser isolada.123 Figura 11-3. Transmissão O vírus é diseminado pelo coito e possivelmente por moscas que se alimentam das descargas vaginais infecciosas. Características clínicas e patológicas A enfermidade é. benigna e clínicamente similar a a vulvovaginite/ balanopostite pustular infecciosa (VBPI) dos bovinos. a enfermidade pode regridir em duas semanas. . Exantema coital equino (Infecção por herpesvírus equino 3) Causa Herpesvírus equino 3 Distribuição O Exantema coital equino (ECE) é enfermidade dita como cosmopolita. Os animais que se recuperan de ECE podem ser portadores por toda vida. Se aplicam geralmente nos 5°. Pode não apresentar-se com a febre ou a falta de apetite. Prevenção   Existem disponíveis vacinas de vírus modificado ou inativado. porém somente as vacinas inativadas estão indicadas para a profilaxia contra o aborto. Muitas infecções são subclínicas ou leves e podem não ser detectadas. O resto dos equinos da quadra também deveriam ser vacinados. Loções antisépticas suaves e linimentos podem ser utilizados para prevenir infecções secundárias. os cachorros se tornam resistentes as infecções generalizadas devido a que o vírus não pode crescer bem em temperaturas superiores a 36°C. que afeta tanto a cães domésticos como a silvestres. A severidade da enfermidade nestes cachorros está relacionada com sua incapacidade de regular adequadamente a temperatura corporal ou para oferecer uma resposta febril a infecção. Infecção por Herpesvírus Canino Causa Herpesvírus Canino 1 Distribuição É uma enfermidade comum. Uma vez que esta capacidade se desenvolva (2 .124 A enfermidade geralmente é diagnosticada pela forma clínica. Patogenia O vírus se replica na mucosa nasal.  O vírus pode ser propagado em cultivos celulares de origem equino. A principal lesão observada nos casos fatais é necrose disseminada e hemorragias que envolvem rins. Também se crê que as infecções são adquiridas no útero. isolamento de vírus ou a demonstração de um incremento significativo de anticorpos entre o soro sanguíneo do animal enfermo e convalescente (provas de vírus neutralização). Transmissão A infecção dos cães ocorre por contacto com secreções infecciosas orais. A confirmação se faz por microscopía eletrônica do material clínico. caracterizada por viremia com cerca de 80% de mortalidadee em animais menores a uma semana de idade. Características clínicas e patológicas O Herpesvírus canino 1 produz uma enfermidade breve porém severa em cães. baço e pulmões. Existe multiplicação viral nas vísceras. más parições e infertilidade. O vírus também tem sido associado com uma leve vaginite vesicular e traqueobronquite. A latência ocorre principalmente no ganglio trigêmio. .3 semanas de idade). nasais ou vaginais durante ou pouco depois do parto. Depois da viremia nos neonatos com temperatura subnormal. As infecções uterinas podem terminar em aborto. Se observan corpúsculos de inclusão intranuclear em células alveolares e intersticiais do pulmão e nas células adjacentes as áreas de necrose do fígado e rins. Os procesos reprodutivos (monta) deve ser descartada até que as úlceras estejam completamente curadas. Prevenção     Não se pratica a vacinação Os animais afetados devem ser isolados As úlceras saram sem tratamento. tonsilas e faringe. 125 Diagnóstico      Amostras clínicas: pulmão e rins. Os cachorros recem nacidos deverão ser mantidos em ambientes aquecidos. coriza felina. é endêmica e de distribuição mundial. onde produz efeito citopático visível. lacrimejamento e descarga nasal. anorexia. Transmissão O vírus pode ser transmitido por contacto direto e indireto e o modo de infecção se considera que é a inalação. espirros violentos. É significativo o achado de corpúsculos de inclusão típicos. conjuntivite.5 dias. . depressão. Patogenia A replicação ocorre inicialmente na orofaringe e conjuntiva.18 meses de idade. O vírus causa cerca da metade das infecções respiratórias dos gatos. Ordinariamente não existe viremia. São lesões características hemorragias petequiais na superfície dos rins e edema pulmonar. Características clínicas e patológicas O vírus da rinotraqueíte felina afeta a gatos mais frequentemente de entre 3 . Nestes animais. Pode-se fazer um diagnóstico rápido com anticorpos fluorescentes de cortess em criostato de tecidos afetados. Os sinais clínicos incluem febre. O período de incubação oscila entre 2 . Rinotraqueíte viral felina (Rinotraqueíte felina. diferentes tipos de estresses podem ocasionar a excreção do vírus. seguida por infecção da membrana mucosa do aparelho respiratório superior. e depois da infecção aguda os gatos se tronam portadores latentes. O vírus pode ser fácilmente propagado em cultivos celulares de origem canina (cultivos primários ou em células MDCK). Prevenção    Não se pratica a vacinação A prevenção se faz de melhor maneira reduzendo o estresses e minimizando o contacto entre as fêmeas prenhas e outros cães. influenza felina) Causa Herpesvírus Felino 1 Distribuição A rinotraqueíte viral felina (RVF) é uma enfermidade transmissível dos gatos que ocorre frequentemente. Como sequelas pode haver sinusite frontal e empiema. Comumente ocorre aborto (em torno do 6° mês de gestação). com imunofluorescência. Um diagnóstico definitivo se obtém pela demonstração. Esta enfermidade é frequentemente diagnosticada com base nos sinais clínicos. Pode ser fácilmente confundida com a infecção por calicivírus felino. O achado de corpúsculos de inclusão intranucleares nas células epiteliais das membranas mucosas é significativo para o diagnóstico. O vírus pode ser cultivado em células de origem felino. Algumas lesões comuns são necrose focal com ulcerações ocasionais que envolvem os trajetos nasais e cornetes. traquéia e membrana nictante. epiglote. Figura 11-4. incluindo corpúsculos de inclusão intranucleares. pulmão e traquéia. . A demonstração com seroneutralização da elevação do título de anticorpos em amostras pareadas de soro sanguíneo pode ser empregada como diagnóstico. suabes nasais. Os gatos que se recuperam da infecção deverão ser considerados portadores potenciais. queratite ulcerativa e bronconeumonía.126 O vírus pode causar uma infecção seria generalizada em gatos jovens. similar a observada nos cães infectados com o herpesvírus canino 1. Em animais vacinados se pode observar uma RVF mais suave. Diagnóstico       Amostras clínicas: descamação e suabes da conjuntiva. de células infectadas em escarificações da conjuntiva ou em cortes em criostato. nas quais produz trocas citopáticos. Tratamento   Sintomático e de suporte Os antibióticos podem ser indicados para controlar as infecções bacterianas secundárias. Imunofluorescência do vírus da rinotraqueite viral felina em escarificação conjuntival. Se observam corpúsculos de inclusão intranucleares nas células epiteliais do septo nasal. tonsilas. comum e cosmopolita. Vírus tipo o da enfermidade de Marek Doença de Marek (EM) (Linfomatose neural. asas ou pernas. comumente. A imunidade é de curta duração e. pavões e codornas. em pintos de 8 . Há uma infecção citolítica secundária do epitélio do folículo das penas onde se produz vírus livre de células que se expande na caspa das penas e em detritos celulares. e inativadas. Distribuição A enfermidade de Marek é altamente contagiosa.127 Prevenção   Estão disponíveis vacinas elaboradas com vírus convencionalmente atenuado. São três serotipos do vírus. As células que sofrem tal transformação são principalmente os linfocitos T CD4+ e provavelmente os linfocitos T CD8+. . Transmissão As aves susceptíveis são infectadas pela vía do aparelho respiratório por contacto com partículas de pó contaminadas com o vírus. portanto são necessárias várias dose vacinais para proteger os animais jovens. As vacinas inativadas estão recomendadas para as gatas prenhas. Características clínicas e patológicas O sinal clínico mais comum associado com a enfermidade de Marek "clássica" é a paralisia motriz devido ao efeito da replicação viral nos nervos periféricos. É observada. Já foram identificadas as regiões genômicas com potencial para a transformação. paralisia das aves) Causa Herpesvírus das galinhas 2. pode haver sinais de paralisia progressiva no pescoço. os tipos 1 e 2 afetam aos pintos e o tipo 3 afeta aos pavões. O vírus se propaga por todo o hospedeiro através de uma viremia associada a células.20 semanas de idade. tornando a infecção latente. Três a cinco dias depois do inicio da infecção. enquanto que os outros dois não. Os linfocitos T infectados de forma latente se transformam dando lugar a linfomatose nos órgãos viscerais. assim como vacinas intranasais. O tipo 1 é oncogénico. Subsequentemente o vírus infecta os linfocitos T principalmente o fenotipo CD4 +. aparece o vírus nos linfocitos B da bolsa de Fabricio. baço e timo. afeta as galinhas domésticas. Patogenia A infecção inicial do aparelho respiratório ocorre pela inalação de pó infeccioso. A replicação e liberação do vírus ocorre nas células epiteliais dos folículos das penas e grandes quantidades de vírus infeccioso são depositados no pó e caspa. Dependendo dos nervos afetados. 128 As lesões características na necropsia de animais com enfermidade de Marek "clássica" são nervos periféricos e autónomos aumentados de tamanho. fígado. conduzindo a cegueira. Na forma aguda da enfermidade os tumores viscerais são comuns. Figura 11-5. Estas lesões estão ausentes na leucose linfoide. geralmente existem infiltração perivascular (manguitos perivasculares) na materia branca do cerebelo e infiltração de células mononucleares nos nervos periféricos. Os aspetos diferenciais entre estas duas enfermidades estão resumidos na Fig. enquanto que na leucose linfoide as células são uniformemente do tipo "blastos". 11-5. Os órgãos mais comummente afetados são as gónadas. Aspetos diferenciais entre a Enfermidade de Marek (EM) e a Leucose Linfoidea (LL). Na EM. Os tumores viscerais podem ou não estar presentes.  Os procedimentos virais e sorológicos geralmente não se realizam devido a que o vírus está presente na maioria das criações. a enfermidade deve ser diferenciada da leucose linfloide mediante o exame microscópico dos tecidos. Prevenção . Se apenas são observados tumores viscerais. A aparência das células linfoides também é diferente. músculos e a pele. Se suspeita de enfermidade de Marek se são observados sinais de paralisia ou paresia e si os nervos periféricos estão aumentados de tamanho. Na EM. comumente localizando-se em múltiples órgãos. Diagnóstico  Amostras clínicas: aves completas in extremis. Microscópicamente se observa uma infiltração de células mononucleares nos tecidos afetados. e as aves podem morrer sem sinais óbvios de paralisia. Esta forma da enfermidade é conocida como olho cinzento ou linfomatose ocular. existem uma mistura de células pleomórficas maduras e imaturas.  Os três tipos de vírus podem ser propagados em células embrionarias de rins de pinto e fibroblastos de embrião de pato. Podem não observar-se as lesões macroscópicas dos nervos. Ocasionalmente afeta o olho. os quais aparecem amarelados e translúcidos. rins.  O diagnóstico geralmente está baseado nos sinais clínicos e nas observações na necropsia. pulmões. As vacinas recombinantes são promissoras. Nas células epiteliais da traquéia podemos observar corpúsculos de inclusão intranucleares.129     A EM se previene adequadamente pela vacinação de pintos de um día de idade. Vírus do tipo da laringotraqueíte infecciosa Laringotraqueíte infecciosa Causa Herpesvírus das galinhas 1 Distribuição A laringotraqueíte infecciosa (LTI) é uma enfermidade cosmopolita. as vacinas comerciais podem ser bivalente ou polivalentes. usando o sorotipo 3 do vírus da enfermidade de Marek (herpesvírus de pavões).14 dias até que se estabeleça perfeitamente a imunidade. Diagnóstico . A vacinação in ovo é amplamente praticada. pois é segura e efectiva. geralmente nos meses de outono e inverno na Europa e Norteamérica. Existe uma marcada congestão e hiperemia da laringe e traquéia. o vírus se replica no epitélio do trato respiratório superior. Patogenia Depois da infecção inicial. Nos casos avançados da enfermidade observa-se abundante exsudato caseoso na laringe e traquéia. Os pintos deverão ser mantidos (criados) em um ambiente limpo durante 10 . O vírus viaja ao largo dos nervos sensitivos e se transforma em infecção latente no ganglio trigêmio. As aves infectadas podem expectorar muco sanguinolento. arquejamento e dispnéia. Os três serotipos são usados individualmente ou em combinação. Características clínicas e patológicas O vírus causa uma enfermidade respiratória de leve a severa nas aves jovens e adultas. As lesões traqueais são similares as que são vistas nas formas diftéricas da varíola aviária. A infecção afeta principalmente a laringe e traquéia. As falhas da vacinação têm sido atribuídas ao surgimento de cepas virais mais virulentas. A infecção com cepas menos virulentas do vírus de LTI pode provocar sinusite e conjuntivite leves. Os ovos embrionados são inoculados com um aparelho automático aos 18 dias de incubação. comum aos pintos e faisões. também podedo ser visto núcleos caseosos e membranas diftéricas. A morbilidade é alta porém a mortalidadee geralmente não excede a 15%. produzindo tosse. Transmissão Realiza-se por contato direto e indireto e por gotas infecciosas. a enfermidade é transmitida de ovelhas a bovinos. O Herpesvírus Ovino 2 causa a FCM no rebanho bovino em outras regiões. Sem dúvida. pouco frequente. provocando infecções subclínicas) e cabras. Transmissão . geralmente se apresentam um ou dois casos em um lote ao mesmo tempo.  O Herpesvírus Ovino 2 é cosmopolita e causa a enfermidade nas ovelhas (hospedeiro natural. Para um diagnóstico rápido se emprega o exame no microscópio eletrônico de lisados de raspados de traquéia em água destilada. Excetuando-se os lotes de engorde. A forma não africana da FCM (Europa. a vacinação não previene o estabelecimento e reativação de infecções latentes. O vírus cresce fácilmente na membrana corioalantoidea do embrião de pinto. O achado dos típicos corpúsculos de inclusão intranucleares por herpesvírus e as lesões macroscópicas são significativos para o diagnóstico.  As aves que se recuperam da enfermidade permanecem infectadas de forma latente. Baseando-se nos sinais clínicos em surtos severos. e por anticorpos fluorescentes. A membrana sofre engrossamento e apresenta placas brancas. a partir desses animais se disemina aos bovinos. snotsiekte) Causa O Herpesvírus Alcelaphine 1 causa a febre catarral maligna (FCM) na África. e é comumente fatal.  São empregadas vacinas de vírus modificado administradas na água de bebida ou por aerossóis. É causada por:  O Herpesvírus Alcelaphine 1 causa a enfermidade na África. Rhadinovírus Febre catarral maligna (FCM) (Catarro maligno.130      Amostras clínicas: traquéia e pulmão. A incidência não é alta. Esta forma comumente é referida como FCM associada a ovelhas. Prevenção  A prevenção se realiza melhor quando se mantem as criações isoladas. América do Norte e Sul e outras regiões) pode ser transmitida aos bovinos e veados por as ovelhas que eliminan o vírus durante o parto. geralmente esporádica. Distribuição A Febre catarral maligna é uma enfermidade de ampla disseminação. se pode fazer um diagnóstico presuntivo. para o controle da enfermidade em galinhas poedoras em áreas onde o vírus é endêmico. A infecção latente se apresenta em alces e outros ruminantes selvagens africanos. faringite.131 Como se mencionou acima. anorexia. infiltração perivascular em outras áreas do cérebro. Características clínicas e patológicas Os bovinos mais afetados podem ter os seguintes sinais: febre. Os nódulos linfáticos cervicais anteriores e retrofaríngeo podem estar hemorrágicos e edematosos. Embora a latência provavelmente ocorra. não existem evidências da recrudescência da infecção. Patogenia Pouco conhecida. rinite com descargas nasais que se convertem em mucopurulentas e com crostas. isolamento viral e técnicas moleculares (reação da cadeia de polimerase. A vasculite está disseminada. A pele do focinho se erosiona. e existem estomatite. porém estos métodos não estão disponíveis na maioria dos laboratorios de diagnóstico. O histórico de ovelhas associadas a bovinos fortalece a suspeita da enfermidade. São empregadas as provas sorológicas. Além das lesões já mencionadas. hiperplasia linfoidea generalizada e opacidade corneal. depressão.  O vírus de FCM associado a veados selvagens tem sido isolado. Este último se crê que tem uma base imunológica. enterite. tiroides e adrenais frescas. diarrea. a maioria do rebanho com a forma severa da enfermidade morre em um lapso de 10 dias. pode haver edema das meninges. Existe uma viremia associada a células e se observa escassês de vírus nas lesões.  A confirmação por laboratorio da FCM é difícil. Depois de um período curto de febre.  O diagnóstico geralmente está baseado nos sinais clínicos e trocas patológicas. Prevenção    Não existem vacinas disponíveis. Diagnóstico  Amostras clínicas: leucocitos frescos (buffy coat). Provavelmente a infecção ocorra pela via respiratória. Os bovinos devem ser mantidos separados das ovelhas. A pouca frequência da enfermidade não justifica o uso de vacinas. Em rins e fígado se podem ver focos cinzentos. PCR). soro sanguíneo. laringite e parotidite com salivação. A natureza esporádica da enfermidade ajuda a distinguir a FCM da diarrea viral bovina e a peste bovina. se considera que a forma não africana da FCM é transmitida aos bovinos e veados a partir das ovelhas que eliminam o vírus durante o parto. Uma prova de PCR tem sido empregada para detectar a infecção nas ovelhas. Herpesvírus sem gênero definido Rinite por Corpúsculos de Inclusão . porém é diferente do herpesvírus ovino 2. Características clínicas e patológicas . Prevenção   Não existem vacinas disponíveis. Europa e Asia.18 dias pós-inoculação. incluindo grandes corpúsculos de inclusão intranucleares em 11 . amplamente disseminado entre os suínos. A enfermidade geralmente é diagnosticada por histopatología. espirros. A enfermidade tem sido responsável por grandes perdas e reportada na América do Norte. A rinite por corpúsculos de inclusão pode estar presente na enfermidade mais severa conocida como rinite atrófica. por a demonstração de grandes corpúsculos de inclusão intranucleares em secções o escarificações de mucosa nasal. A microscopía eletrônica é útil para a demonstração do vírus em colorações negativas de lisados de mucosa nasal em água destilada. geralmente com recuperação total. Os corpúsculos de inclusão também podem ser demonstrados em células epiteliais esfoliadas. O vírus pode ser propagado em cultivos celulares primarios de pulmão suíno. rinite e conjuntivite. onde produz trocas citopáticas. obtidas com suabes nasais. Transmissão Esta é por contacto direto e indireto. O vírus é disseminado por secreções nasais e a transmissão se dá por contacto direto e indireto e por gotas em aerosol. porém a enfermidade clínica é pouco frequente. A enfermidade é mais severa em leitões de até duas semanas de idade. A enfermidade é rara em criações bem manejadas. Os sinais clínicos incluem: descarga nasal copiosa. Água contaminada com fezes é a principal fonte da infecção. Enterite Viral do Pato (Peste do pato) Causa Herpesvírus anátido 1 Distribuição Os surtos em granjas comerciais de gansos e patos geralmente podem ser relacionados com aves aquáticas silvestres.132 A causa é o herpesvírus porcino 2. Diagnóstico     Amostras clínicas: suabes nasais ou escarificações e tecido pulmonar. o qual morre aproximadamente quatro dias depois da inoculação. Pequenas áreas brancas de necrose focal também podem ser vistas no fígado. provocando a liberação do conteúdo das vesículas. inapetência. Os patinhos de um día de nascidos são susceptíveis a infecção experimental. Diagnóstico  Amostras clínicas: patos completos in extremis.  As provas de anticorpos fluorescentes em cortes congelados dos tecidos afetados são empregadas para o diagnóstico rápido. fotofobia. As aves recuperadas podem eliminarol vírus por anos.133 Os sinais desta infecção aguda incluem descargas oculo-nasais.  Manter uma estrita proibição de contato com aves aquáticas silvestres. Prevenção  Vacinas de vírus inativado e modificado são eficazes para a prevenção. Glossario . .Panoftalmite: inflamação que envolve todos os tecidos do globo ocular. fígado e intestino.Exocitose: é um proceso por meio do qual uma grande variedade de sustancias são liberadas pela célula em vesículas que as transportam e se fundem com a membrana celular. depressão. sede e diarréia aquosa sanguinolenta. Em muitos órgãos se pode observar hemorragias características. As lesões observadas na necropsia são de grande valor. A mortalidade pode ser atingir a 90%. incluindo coração.  Pode fazerse um diagnóstico presuntivo com base nos sinais clínicos e a alta mortalidade. fígado e nódulos linfáticos mesentéricos. O achado de corpúsculos de inclusão intranucleares é muito sugestivo. .  O vírus pode ser propagado na membrana corioalantoidea de embrião de pato. F. O ADN de cadeia dupla serve como um molde para a transcrição do ARN mensageiro (ARNm) e dos genomas da progênie através das enzimas do hospedeiro.ivis. são de ADN de cadeia dupla circular e a simetria do capsídeo é helicoidal (ver Fig. Last updated: 9-Jun2005. A3412. USA.J.ES Papilomaviridae G. Os papilomavírus se replicam no núcleo e os novos virions são liberados com a lise da célula. Virginia Tech. 12-1). Características virais     Estes vírus não possuem envelope (vírus nus). dois dos quais estão associados com a cápside.0605. Athens. USA.). A replicação e a montagem do virion ocorrem no núcleo e os virions são liberados por destruição das membranas nucleares e celulares. Concord University..org). Virginia. O genoma completo tem um tamanho de aproximadamente 8000 pares de bases nucleotídicas e codificam 12 genes. Apenas uma banda da cadeia dupla de ADN codifica os genes. (Eds. Dentro desta família encontram-se uma miríada de papilomavírus que causam papilomas (verrugas) da pele e das membranas mucosas da maioria dos animais domésticos e uma ampla variedade de outros mamíferos e aves.2Department of Biology. Ithaca NY (www.134 In: A Concise Review of Veterinary Virology. West Virginia. Índice Características virais Classificação Papilomavírus Papilomatose bovina Papilomatose equina Sarcoidose equina Papilomatose oral canina Glossário Esta família de vírus ADN de cadeia dupla foi incluída com os poliomavírus na descontinuada família Papovaviridade. Carter1 and D. and Flores E.R. Wise D. Carter G. Wise2 1 Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine. International Veterinary Information Service.R. Blacksburg.J. O genoma consiste de uma molécula circular de ADN de cadeia dupla. . principalmente. por contato direto e fômites. Os papilomavírus. Classificação Esta família tem um só gênero: Papilomavírus. produzido pelo tratamento de seus genomas com endonucleasas de restrição. perdeu-se muito tempo tentando-se para entender como eles se replicam. A transmissão se dá. Alguns papilomavírus causam transformações neoplásicas de células e têm sido implicadas como a causa de câncer em humanos e bovinos. são específicos de espécie. Os papilomavírus produzem células vacuoladas (koilocitoticas) quando se replicam e estas células têm importância diagnóstica. O gênero consiste inúmeros papilomas antigênicamente diferentes:  Seis tipos afetam bovinos  Três tipos afetam caninos  Dois afetam coelhos e mais de cem (100) humanos Os tipos se distinguem. cães. coelhos e aves. bovinos. elefantes. marsupiais. Sem dúvida. através do estudo do papilomavírus bovino tipo 1 (BPV-1). Se tem aprendido muito. Ilustração do capsídeo icosaédrico. Os diversos tipos de papilomatose são comuns e ocorrem em todo o mundo. Estes vírus são específicos da espécie hospedeira. cavalos. Os vírus são resistentes e permanecem viáveis por longos períodos de tempo em granjas contaminadas. principalmente. Papilomaviridae (aproximadamente 55 nm). cervos. Figura 12-1. pelo padrão de bandas característico. o alcance y o detalhe de tais estudos está acima das expectativas deste livro. alces. micos. infectam muitas espécies animais incluindo humanos. ovelhas. A resposta imune aos papilomavírus está associada com a regressão espontânea das verrugas e são mediadas por ambas as respostas imunes: celular e humoral. chipanzés.135          Devido ao fato de que os papilomavírus crescem muito pobremente (se é que o fazem) em cultivo de células. Papilomatose bovina (Verrugas comuns do gado) Causa Seis tipos de papilomavírus causam papilomatose bovina . recentemente. O alvo dos papilomavírus são as células epiteliais escamosas da pele e as membranas mucosas. se tornam maiores. O valor deste tipo de vacinas é questionável. O papilomavírus bovino 1 (PVB-1) está sendo atualmente investigado como um vetor potencial para portar e mobilizar genes em animais. tem sido registrado transformação maligna associada com ingestão. 11. As verrugas se apresentam com maior frequência no gado de estabulação. Comumente não se busca diagnóstico de laboratório. de helecho macho ((Pteridíum aquilinum (L. os papilomavírus bovinos tipo 1 e 2 podem ser semeados em cultivos de células e sobre a membrana corioalantoidea de embriões de pinto. pescoço e ombros. . Os locais mais comumente afetados são a cabeça (particularmente em torno dos olhos). Os seis tipos reconhecidos de papilomavirus bovinos estão associados a sítios particulares. A formalina é usada frequentemente para inativar os vírus e se adiciona um preservativo. tal e como se descreve a seguir:  Tipo 1 e 2: cabeça. Assim como o PVB-1. o pescoço e os ombros. os animais afetados devem ser isolados. eventualmente. Características clínicas e patológicas A papilomatose se desenvolve como pequenos crescimentos nodulares da pele ou das membranas mucosas. verifica-se.  Tipo 4: papilomas no trato alimentar.136 Distribuição A papilomatose bovina ocorre frequentemente em todo o mundo. pênis e mucosa vaginal. cornificadas. concomitante. afetando principalmente o gado jovem. O diagnóstico definitivo requer exame histológico para determinar a presença de Koilocitos.  Tipo 5: papilomas "tipo grão de arroz" das tetas. 16 18 y 31. os papilomavírus humanos (PVH) 6b.) (Huhn). normalmente. As verrugas também podem se apresentar no pênis dos touros e na mucosa vaginal das fêmeas. As verrugas finalmente se necrosam e caem. a recuperação espontânea. Embora na seja comumente empregado em diagnostico. produzindo dificuldades para reproduzir-se. Prevenção   As vacinas comerciais e as vacinas autógenas. também estão sendo investigados para ser empregados desta forma.  Tipo 3: papilomas persistentes da pele. Diagnóstico    Baseia-se. nas características macroscópicas. Depois de aproximadamente um ano. pendulantes e algumas vezes tomam a forma de couve-flor. produzidas com verrugas finamente trituradas são empregadas comumente para combater as mesmas. Para prevenir a disseminação.  Tipo 6: papilomas achatados das tetas. Ela cresce lentamente no começo e logo mais rapidamente. até que. usualmente. Um papilomavírus diferente está associado a lesões genitais em machos e fêmeas. porém ocorre raramente.  A remoção cirúrgica das verrugas também pode ajudar. nas características macroscópicas. dentro de três meses. A papilomatose congênita já foi descrita. Os estudos sugerem que a oncogênese é devida a ação combinada dos componentes do helecho macho e o PVB-2. As verrugas nos cavalos velhos persistem por mais tempo. Sarcoidose equina Causa Existe alguma evidência de que os papilomavírus tipo 1 y 2 poderiam estar envolvidos na etiologia do sarcoide. variando em tamanho e número. principalmente. Distribuição Mundial em cavalos. porém seu valor é questionável e se recomenda doses repetidas. Prevenção Algumas vezes se administra vacinas autógenas preparadas a partir de verrugas inativadas. usualmente. La hematúria resulta das hemorragias causadas pelos tumores na parede da bexiga. Esta afirmação está. também desaparecem espontaneamente de maneira frequente. Clinica As verrugas geralmente ocorrem no nariz e nos lábios. produza tumores no trato digestivo superior do gado. Diagnóstico   Baseia-se. mulas e burros. baseada na demonstração da sequência de ADN viral no tecido sarcoide. desaparecendo. . O exame histológico dos tecidos afetados ajuda na confirmação. usualmente até os três (3) anos de idade. usualmente. e no fato de que a infecção experimental com estes vírus em cavalos resulta em lesões similares ao sarcoide. Papilomatose equina (Verrugas comuns dos cavalos) Causa Um papilomavírus. A hematúria enzoótica devida à ingestão do helecho macho ocorra no gado de todo o mundo.  As verrugas equinas.137 Papilomavírus Bovino 2 e 4 Acredita-se que a ação combinada do helecho macho e o PVB-2 ou 4. assim como as verrugas de outras espécies. mulas e burros menores de quatro (4) anos de idade. Não fazem metástases. geralmente se usa dois ciclos de congelação – descongelação. O diagnóstico definitivo requer exame histológico. lábios. pedunculadas ou verrugosas. que aumentam formando pequenas lesões em forma de couve-flor. Características clínicas e patológicas Numerosos papilomas podem ocorrer nas membranas mucosas da boca. Características clínicas e patológicas Estes tumores cutâneos ocorrem mais comumente nas regiões da cabeça e pescoço. elevadas e brancas. uma enfermidade comum de cães jovens de todo o mundo. língua e faringe de cães jovens.   Tratamento     A criocirurgía é o tratamento preferido. porém cerca de 50% podem recorrer depois de remoção cirúrgica. provavelmente através de vetores artrópodes. Imunoterapia usando vacina BCG ou um extrato de Micobacterium bovis (existem preparações comerciais disponíveis). Papilomatose oral canina (Verrugas caninas comuns) Causa Três tipos de papilomavírus causam verrugas caninas. Algumas lesões regridem espontaneamente sem tratamento. As verrugas podem envolver. no abdome ventral e nas extremidades. as pálpebras. (1 a 20 cm). são relativamente benignos. . baseado na aparência característica. Elas variam em tamanho. é a mais comum das neoplasias em cavalos. de textura firme e se aderem ao tecido conectivo subjacente. Diagnóstico O diagnóstico está. são planos. A radiação e a quimioterapia são também usadas com êxito variado. usualmente.138 Distribuição O sarcoide. A maioria dos animais desenvolve múltiplas lesões. ocasionalmente. Transmissão As evidências sugerem que os sarcoides são transmitidos por contato direto com fômites e. Prevenção Não existem vacinas disponíveis. elevados. a percentagem de controle é de cerca de 50%. um tumor fibroblástico que ocorre frequentemente ao redor do mundo. As infecções se iniciam como pequenas áreas. usualmente. Os papilomavírus humanos 16 y 18 (PVH 16 y PVH 18) têm sido implicados como causa do câncer cervical. Vetor de expressão: qualquer molécula de ADN capaz de replicação autônoma dentro de uma célula hospedeira e dentro das quais outras moléculas de ADN podem ser insertadas. preparada a partir de uma cepa atenuada de Mycobacterium bovis. Koilocitos: estas são células epidérmicas nas capas superficiais da epiderme que apresentam um citoplasma inchado. É uma vacina para prevenir a tuberculose.139 As verrugas na pele. Dois genes de papilomavírus (E6 y E7) estão envolvidos com carcinogênese. brilhante e altamente eosinofílico. . As vacinas baseadas em verrugas autógenas são consideradas de valor questionável no tratamento. é importante o seu estudo desde que alguns papilomavírus humanos estão implicados como a causa de câncer humano. Os cães recuperados são imunes e os cães maiores de dois anos. Elas são usadas para transportar genes estranho dentro de células receptoras. As verrugas usualmente regridem de maneira espontânea após vários meses. Diagnóstico   A enfermidade é clinicamente característica. Glossário Vacina BCG: BCG significa Bacilo Calmette-Guerin. As verrugas genitais humanas são usualmente causadas pelos PVH-1 y PVH-6. Prevenção A vacinação não é uma medida geralmente usada para a prevenção. Elas contêm os papilomavírus. O exame histológico das verrugas ou biopsias é confirmatório. em cães velhos podem ser causadas por um tipo particular de papilomavírus. Tratamento   A excisão cirúrgica pode ser empregada. Os papilomavírus e o câncer humano Embora não tenha importância veterinária direta. Existem pelo menos trinta (30) tipos de papilomavírus humanos que infetam o trato genital. Estes genes codificam proteínas responsáveis pela inativação de proteínas codificadas pelos genes supressores de tumores p53 e retinoblastoma (Rb). são imunes. .J. Índice Características virais Classificação  Mastadenovírus Hepatite infecciosa canina Infecção por adenovírus canino 2 Infecção por adenovírus equino  o o o  o  o o Aviadenovírus Hepatite com corpos de inclusão Bronquite da codorna  Glossário Atadenovírus Síndrome da baixa de postura Siadenovírus Enterite hemorrágica do pavão Enfermidade do baço marmoreado Esta família é constituída por vírus de ADN de cadeia dupla com nucleocapsídeo icosaédrico. Virginia Tech. Blacksburg. USA. Virginia.R. . Wise2 1 Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine. and Flores E. Somente um pequeno número deles causa enfermidades de importância veterinária.org). USA. International Veterinary Information Service.ivis. Muitos se encontram no trato respiratório e com frequência as infecções são persistentes.R. Athens. West Virginia.0605. (Eds. Last updated: 6-Sep2005. Wise D. Tem sido isolado de muitas espécies aviárias e de mamíferos. Características virais  Vírus nus (sem envelope) com simetria icosaédrica. Carter1 and D.140 In: A Concise Review of Veterinary Virology. Carter G. Concord University.ES Adenoviridae G. Ithaca NY (www. A3413.F.2Department of Biology. com uma só molécula linear de ADN de dupla cadeia.J.). A fibra é a estrutura de ancoragem da célula hospedeira e é também uma hemaglutinina tipo específico O hexón dos adenovírus de mamíferos possui um antígeno de grupo com reatividade cruzada. que infecta aves. Algumas enfermidades importantes são a hepatite infecciosa canina. A replicação de ADN viral. enfermidade do baço marmoreado e muitos outros adenovírus de aves silvestres e . Adenoviridae (70 . São resistentes a tripsina e solventes de lipídios. a transcrição do ARNm e a montagem do virion ocorrem no núcleo. O ADNds codifica aproximadamente para 30 proteínas. a infecção por adenovírus canino 2 e a infecção por adenovírus equino A. utilizando fatores codificados tanto pelo hospedeiro como pelo vírus. Mastadenovírus Este gênero consiste de 20 espécies virais que infectam mamíferos. de apenas dois gêneros: Mastadenovírus. bovinos. e moderadamente resistentes nas instalações.  Figura 13-1. As 20 espécies compartilham de um antígeno comum. Isto induz a formação de corpos de inclusão intranucleares basofílicos e/ou acidofílicos. Estes são os únicos vírus com uma fibra (ou antígeno fibra) que protrui de cada um destes 12 pentons (ver Fig. originalmente. Classificação Esta família era constituída. Observam-se as proteínas fibra protruindo dos vértices dos 12 pentons. 13-1). Existem vários vírus na família que permanecem sem serem relacionados ou o foram mais recentemente.90 nm). Aviadenovírus Este gênero inclui os vírus que produzem a hepatite com corpos de inclusão. incluindo adenovírus caninos. que infecta mamíferos. ovinos e suínos. quando se inoculam em animais de laboratório. O antígeno de fibra se insere em um receptor celular específico e inicia a replicação.141        O capsídeo está formado por capsômeros (chamados hexons) e 12 capsômeros com vértice (chamados pentons). bronquite da codorna. e Aviadenovírus. Muitos adenovírus aglutinam glóbulos vermelhos de várias espécies animais e alguns são capazes de produzir transformação maligna em células em cultivo e oncogênese. equinos. Transmissão A infecção se dá por inalação e ingestão. frequentemente. coiotes e em ursos. podemos observar hematomas na boca. porém sem importância clínica) e alguns adenovírus bovinos tipos 4 a 8 (Atadenovírus). Os . Os endotélios lesados apresentam disseminação de petéquias. Patogênese O vírus se replica inicialmente nas amígdalas e placas de Peyer. Outros carnívoros podem sofrer infecções subclínicas. febre. porém geralmente tem aspecto cheio de pintas devido às áreas focais de necrose. A circulação de complexos imunes no glomérulo pode conduzir a uma glomerulonefrite. O contagio se verifica por contato direto e indireto. donde se observa necrose centro lobular e os típicos corpos de inclusão nas células de Kupffer e nas células do parênquima. diarréia e descargas nasais e oculares. Distribuição Os cães de menos de um ano são afetados com mais frequência. de interesse em pesquisa. Microscopicamente as trocas mais significativas se encontram no fígado. O fígado pode estar aumentado ou de tamanho normal. O vírus também infecta raposas livres e em cativeiro causando encefalites. As principais trocas nos tecidos envolvem as células endoteliais e hepáticas. Mastadenovírus Hepatite infecciosa canina Causa Adenovírus canino 1. Foi determinada a sequência de ADN deste vírus. porém é pouco comum em zonas onde se pratica a vacinação. Neste vírus estão incluídos o vírus da síndrome da baixa de postura (Atadenovírus). vômito. o da enterite hemorrágica do pavão (Siadenovírus). produzindo uma viremia com localização e replicação secundaria no fígado e rins. Os membros deste gênero possuem um antígeno comum. Devido à tendência ao sangramento. Características clínicas e patológicas Os sinais clínicos incluem depressão. A enfermidade ocorre. em todo o mundo. assim como em lobos. da esplenomegalia adenoviral dos pintos (Atadenovírus) e o adenovírus ovino 287 (Atadenovírus. Adenovírus previamente não assinalados Nesta categoria estão incluídos os vírus que recentemente foram colocados nos gêneros Atadenovírus y Siadenovírus.142 comerciais que não se constituem enfermidades importantes. são administradas com menor frequência. se baseia nos sinais e na historia clínica. El diagnóstico da tosse do criadouro. da tosse do criadouro ou laringotraqueite infecciosa canina. La identificação viral se realiza por neutralização do vírus com antissoro específico e/ou por imunofluorescência. A recuperação da hepatite infecciosa canina (HIC) produz imunidade duradoura. Tem sido reportado que o fígado não é tão importante para a recuperação viral como o são outros órgãos vitais. por contacto direto e indireto. sangue. As vacinas de vírus vivo modificado induzem imunidade de maior duração. Tem sido notificado como uma das causas. urina. Prevenção   São usadas vacinas vivas modificadas e inativadas.siglas em inglês). dependendo do tipo de vacina. porém uma pequena percentagem dos cães vacinados pode desenvolver lesões oculares ou renais. Parece que o vírus da parainfluenza canina 2 e Bordetella bronchiseptica são os agentes causais principais. incluindo a presença de lesões basofílicas nos hepatocitos. suabes nasais e amostras pareadas de soro. porém agora. em canis e hospitais veterinários. O adenovírus canino 2 pode ser propagado em cultivos celulares de origem canina e produz efeito citopático (ECP) característico. O contagio se dá. . Estas vacinas tradicionalmente eram aplicadas anualmente. Infecção por adenovírus equino A Causa Adenovírus equino A (EAV-A . Pode-se demonstrar a presença do vírus por imunofluorescência em corte congelados de fígado. A demonstração de elevação de anticorpos mediante as provas de inibição da hemaglutinação ou vírus neutralização é importante para o diagnóstico. rins. baço. O vírus pode ser propagado em cultivo de células de origem canina. frequentemente em combinação com antígenos de parvovírus e cinomose canina. nas células endoteliais e nas células de Kupffer. Infecção por adenovírus canino 2 Este vírus causa uma infecção do trato respiratório que geralmente é muito suave ou inaparente.143 cães que se recuperam podem desenvolver opacidade transitória da córnea (olho azul) como resultado do depósito de complexos imunes nela. Ordinariamente não se tenta o isolamento do adenovírus canino 2. O diagnóstico da HIC normalmente se faz com base nos sinais clínicos e nas lesões macro e microscópicas. não a mais importante. Diagnóstico      Espécimes clínicos: fígado. também chamado adenovírus equino 1. A etiologia da tosse de criadouro é complexa. geralmente. principalmente. O achado de corpos de inclusão intranucleares em raspados de conjuntiva. sem dúvidas. incluindo grandes corpos de inclusão. Transmissão A forma principal da infecção é por aerossol. ovinos e suínos. O vírus pode ser propagado em cultivos celulares de rins de cavalo. resultado de um defeito genético. Diagnóstico    Espécimes clínicos: suabes nasais e oculares e tecido pulmonar. As cepas de Adenovírus que ocorrem nestas espécies causam infecções subclínicas e. ocasionalmente se associam com enfermidades respiratórias e entéricas leves. Aviadenovírus Hepatite com corpos de inclusão Causa Têm sido relacionados diversos sorotipos de adenovírus aviárias. Adenovírus bovinos. Prevenção Devido à ubiquidade do vírus é difícil evitar a infecção. nos potros árabes. onde se produzem os efeitos citopáticos característicos dos adenovírus. devemos ter cuidado ao avaliar os raspados de conjuntiva já que os corpos de inclusão produzidos por herpesvírus lentogênicos geralmente são indistinguíveis daqueles produzidos por EAV-A. o vírus só causa infecções subclínicas ou muito leves do trato respiratório superior. Sem dúvidas. A severidade da apresentação da enfermidade nos potros árabes está relacionada com uma imunodeficiência combinada.144 Distribuição A infecção por este adenovírus ocorre em cavalos de todo o mundo. cortes histológicos de pulmões e outros tecidos se considera de valor diagnóstico significativo. A entrada no hospedeiro ocorre através da mucosa do trato respiratório superior ou através da conjuntiva. . Características clínicas y patológicas Na maioria dos cavalos. animais dos quais se tem realizado a maioria dos isolamentos. esta infecção se caracteriza por uma pneumonia progressiva e morte. . Características clínicas e patológicas As aves infectadas podem se apresentar anêmicas e fracas. há evidencia de hepatite difusa com corpos de inclusão intranucleares eosinófilos nos hepatócitos. Devido à ampla distribuição dos adenovírus nas aves. ocorre esporadicamente em todo o mundo. O diagnóstico geralmente se baseia nas lesões macroscópicas do fígado e no exame microscópico dos corpos de inclusão característicos nos hepatocitos. Transmissão Os adenovírus aviários se transmitem vertical e horizontalmente. porém pode ser alta. O vírus é indistinguível do adenovírus das aves CELO (em inglês Chicken Embryo Letal Orphan). Bronquite da codorna Causa Causada pelo vírus da bronquite da codorna.145 Distribuição A enfermidade. Sem dúvidas estes procedimentos são caros e raramente são realizados. Microscopicamente. e identificar-se pela técnica do vírus neutralização. Não está claro si todas as alterações nos tecidos observados durante a enfermidade podem atribuir-se apenas a infecção por adenovírus. A mortalidade é baixa se a enfermidade não se complica. em torno de 30% em aves imunodeprimidas. porém não existem outros sinais clínicos característicos. como resultado de uma infecção concorrente com a do vírus da anemia das aves ou o vírus da infecção da bolsa de Fabrício. O vírus pode propagar-se na membrana corioalantoidea de embriões de pinto ou em cultivos celulares de rins aviários. O fígado das aves afetadas está aumentado e pálido. Diagnóstico   De preferência aves enfermas. e frequentemente se apresentam com hemorragia difusa. que afeta mais frequentemente pintos jovens. Pode notar-se anemia e icterícia que envolve os músculos e o tecido subcutâneo. porém não está associado com nenhuma enfermidade. O vírus CELO (adenovírus aviário 1) está amplamente distribuído nas aves. o isolamento não necessariamente é significativo. vivas. Distribuição Esta importante enfermidade de codornas silvestres e domésticas está distribuída mundialmente. Podem ser necessárias várias passagens para que o vírus cause mortalidade embrionária. O vírus é excretado nas fezes e sua propagação pode ser por água contaminada e fômites. O vírus se identifica mediante técnicas de neutralização. Diagnóstico     Espécimes clínicos: aves completas sacrificadas in extremis. altamente contagiosa que se ocorre em codornas de menos de quatro semanas de idade. A transmissão ocorre através do ovo e por contacto direto e indireto. porém pode alcançar 100%. Características clínicas A bronquite da codorna é uma enfermidade aguda.   Atadenovírus Síndrome da baixa de postura Causa Adenovírus do pato 1. A prevenção se realiza com medidas rígidas para evitar a introdução do vírus. Transmissão A transmissão se dá. tosse e ruídos traqueais. pela forma vertical. Faz-se um diagnóstico presuntivo baseando-se nos sinais clínicos e a alta mortalidade. Prevenção Não existem vacinas comerciais disponíveis. É mais frequentemente encontrado criações de reprodutoras pesadas de 5 . Os embriões mortos apresentam focos necróticos no fígado e acúmulo de uratos no mesonefro. ou através da inoculação. Os sinais da enfermidade são espirros. .146 Transmissão As codornas infectadas excretam o vírus através de suas respiratórias e fezes. Tem-se atribuído surtos esporádicos a água contaminada por aves silvestres.6 semanas de idade. através do ovo. As lesões histopatológicas de traqueite e bronquite com corpos de inclusão intranucleares reforçam o diagnóstico A confirmação do diagnóstico requer o isolamento do vírus em cultivo de células de fígado ou rins de embrião de pinto. Geralmente a mortalidade é de cerca de 50%. principalmente. via saco vitelino. Ocorrência A síndrome da baixa de postura (EDS em inglês) é comum e ocorre mundialmente. de embriões de pinto. Uma vacina inativada emulsionada em óleo produz imunidade por um ano. Os surtos duram de 4 a 10 semanas. em todo o mundo e é responsável. da enfermidade do baço marmoreado e da esplenomegalia viral do pinto formam um grupo de adenovírus aviários muito intimamente relacionados. anualmente. com transmissão direta e indireta. ovidutos atrofiados. O vírus pode cultivar-se em ovos embrionados de pato e ganso (de preferência este último) e também em linhagens celulares de rins de pato ou fibroblastos. Espécimes clínicos: ovo e aparelho reprodutor incluindo as glândulas da cascas. Este grupo recentemente foi classificado no gênero Siadenovírus. Transmissão O vírus está presente nas fezes e a infecção se dá por ingestão. Os agentes causais da enterite hemorrágica.147 Características clínicas e patológicas As aves infectadas apresentam-se saudáveis. Diagnóstico     A baixa na produção de ovo com casca anormal sugere a presença de EDS. A produção de ovos é afetada de maneira variável e são produzidos ovos anormais. Siadenovírus Enterite hemorrágica dos perus Causa Um adenovírus (adenovírus do peru 3). edema de útero. de ovo contaminado. particularmente. porém resultado negativo não necessariamente indica que as aves estejam livres da infecção. . fina. Entre as lesões descritas encontramos ovários inativos. com baixa pigmentação e superfície rugosa. A casca pode estar ausente. por grandes perdas econômicas nos Estados Unidos. frequentemente. que possuem um antígeno específico comum ao grupo. sendo importante para o monitoramento de criações. Ocorrência A enfermidade ocorre. Boa higiene para prevenir a transmissão horizontal. O diagnóstico se realiza pela prova da inibição da hemaglutinação. Prevenção    As aves de repovoamento devem obtidas de criações livres da infecção. A presença do vírus se detecta por hemaglutinação de eritrócitos aviários. exsudato nas glândulas produtoras da casca e corpos de inclusão intranucleares nos tecidos destas glândulas. incluindo o trato gastrointestinal. padrão hereditário autossomal recessivo. incluindo os corpos de inclusão intranucleares. Esplenomegalia dos pintos por adenovírus. Comumente a enfermidade se diagnostica clinicamente e pelas lesões macro e microscópicas. fígado.Imunodeficiência combinada: Ausência total de linfócitos T y B. Entre os poucos sinais clínicos que se apresentam estão depressão. ou passar de 60%. pâncreas e bexiga. vírus que se assemelha fortemente ao vírus da enterite hemorrágica dos pavões. Enfermidade do baço marmorizado Esta enfermidade de faisões é causada pelo adenovírus de faisão 1. O baço pode estar aumentado e com pintas. dejeções sanguinolentas e morte repentina. Aparece repentinamente e se caracteriza por diarréia sanguinolenta. Glossário .148 Características clínicas e patológicas A enfermidade se apresenta mais frequentemente em pavões de 4 a 16 semanas de idade. É uma enfermidade aguda e fatal dos faisões de pescoço anelado. Algumas trocas microscópicas similares são observadas nas três enfermidades. Na EAV-A. O achado de corpos de inclusão (por isto se prefere aves jovens) que iniciam a enfermidade é significativo. Este nome se refere ao baço com pintas e aumentado que resulta da inoculação experimental de um vírus que é idêntico ou muito próximo ao vírus da enterite hemorrágica dos pavões. do gênero Aviadenovírus. . a imunodeficiência combinada se caracteriza por broncopneumonia progressiva e patologia em uma grande variedade de órgãos e tecidos. Recomenda-se uma terapia apropriada com antibióticos para prevenir as colisepticemias secundárias. São característicos os baços grisáceos-marrons com pintas e aumentados. A lesão principal é a enterite hemorrágica. Prevenção   Um produto de cultivo de tecidos disponível comercialmente e preparações cruas de baços que contem isolamentos de baixa patogenicidade são usados para a vacinação (adenovírus do peru 3) das criações. depressão e morte. parecido ao encontrado na enfermidade do baço marmoreado dos faisões e a esplenomegalia por adenovírus dos pintos. A mortalidade pode ser baixa (1%). Observam-se corpos de inclusão intranucleares nas células reticulo endoteliais dos tecidos afetados. Diagnóstico   Espécimes clínicos: intestino e baço. As aves em postura podem produzir ovos com casca delgada e mole. Por exemplo. a causa da peste suína africana.J. Este vírus ADN está constituído por uma nucleoproteína (70 .. Last updated: 19-Jul2005.100 nm de diâmetro) rodeado por um capsídeo icosaédrico e externamente por uma capa lipídica (ver Fig. . ASF) Glossário Esta é una nova família para uma categoria que foi conhecida previamente como vírus semelhantes à peste suína africana. por um gênero e uma espécie. Wise D.J.149 In: A Concise Review of Veterinary Virology. sendo consideravelmente resistentes ao calor e as trocas de pH.ES Asfarviridae G. de cadeia dupla (170 . Wise 1 Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine. Virginia Tech.0705. Blacksburg. unicamente. o vírus é estável por 70 dias no sangue sobre taboas de madeira e 140 dias no presunto seco e salgado. Carter and D. USA. Os Asfarvírus são os únicos arbovírus ADN conhecidos. (Eds.). Características virais       Os virions da peste suína africana são grandes. Ithaca NY (www. Índice    o  Características virais Classificação Asfivírus Peste suína africana (African Swine Fever. Esta família está constituída.R.R. A cadeia dupla de ADN é usada como um molde para ambos ARNm e genomas da progênie. Virginia. International Veterinary Information Service. A replicação viral se realiza no citoplasma das células hospedeiras (macrófagos suínos in vivo e in vitro) e em carrapatos do gênero Ornithodorus. Athens.F.190 Kb de tamanho) e codifica 150 .org). A3414.200 proteínas. Concord University. Carter G. and Flores E. West Virginia. 14-1) O genoma é linear. As partículas virais são estáveis no meio ambiente.ivis.2Department of Biology. USA. complexos e em alguns aspectos estruturais semelhantes aos poxvírus. (CP) ou Hog cholera (HC) com una mortalidade que alcança 95 a 100% quando é introduzida pela primeira vez. Malta e Itália. O modo de infecção se dá. República Dominicana e Brasil. A única espécie do único gênero Asfivírus. Causa Vírus da peste suína africana. vírus de la enfermidade del cerdo salvaje africano. O capsídeo icosaédrico está rodeado por uma envoltura que contem lipídios. o vírus se replica na faringe. e uma espécie que causa a peste suína africana. suínos dos arbustos e suínos gigantes dos bosques e todos eles podem funcionar como reservatórios. As infecções naturais também ocorre em facóqueros ou javalis de verrugas. Peste suína Africana Asfivírus Peste suína africana (PSA). Características clínicas e patológicas A enfermidade se assemelha a peste suína clássica (PSC).215 nm). pulmões. Classificação Esta família está constituída por um único gênero. amígdalas e nódulos linfóides dependentes regionais. espanhol ou inglês African Swine Fever. Espanha. Distribuição A enfermidade ocorre em suínos domésticos e selvagens da região do Sub-Saara Africano. pela via oro nasal e. Transmissão A disseminação da infecção ocorre por contacto direto e indireto. Na . nódulos linfóides. França. Tem ocorrido surtos em Portugal. também por carrapatos que funcionam como vetores que podem permanecer infecciosos por longos períodos. O vírus pode estar presente em produtos crus de origem suína e pode ser disseminado através dos resíduos alimentícios de barcos de aviões. Asfivírus. Foi erradicado dos principais países europeus. A enfermidade também causou surtos.150 Figura 14-1. Haiti. cólera porcina. Asfarviridae (175 . principalmente. esporadicamente em Cuba. A viremia é seguida pela infecção da medula óssea. peste porcina africana (PPA) ou ASF por suas siglas em português. rins e fígado donde se produz uma replicação secundária em células do sistema linforreticular. Patogêneses Depois da infecção pela via oro nasal. amígdalas e nódulos linfóides  O diagnóstico presuntivo está usualmente baseado nos achados clínicos e as lesões patológicas. rotineiramente. descargas oculares e nasal muco-purulentas e diarréia sanguinolenta. usualmente. a morte pode ocorrer em 1 a 2 dias. desidratação. Os suínos que morrem da enfermidade hiper-aguda podem não mostrar lesões macroscópicas. Os sinais da enfermidade aguda se assemelham àqueles da peste suína clássica aguda. a enfermidade é menos grave e pode ser leve e/ou sub-clínica. A morte. não se observam as úlceras em forma de botão e se encontra edema severo nos pulmões. Prevenção Não se têm desenvolvido procedimentos de imunização efetiva. pleural e peritoneal. usualmente não utilizado. convulsões. são semelhantes àquelas da peste suína clássica aguda.151 população suína onde a infecção é endêmica.  A ELISA é considerada. Nos casos hiper-agudos. sem outro sinal que a febre alta. Lesões macro y microscópicas na enfermidade aguda. baço.  Os restos alimentares de aviões e barcos internacionais devem ser. O sistema vascular está severamente afetado com hemorragias graves que envolvem todos os órgãos e nódulos linfóides. Recomenda-se a quarentena estrita e o sacrifício. letargia. Eles podem apresentar febre alta. ocorre dentro da primeira semana depois da aparição da febre.  Embora o PCR possa ser usado para detectar vírus em tecidos. em contraste com a PSC. inapetência. O período de incubação varia de poucos dias a duas semanas. Diagnóstico  Espécimes clínicos: sangue. com acentuado incremento dos fluidos pericárdico. a prova sorológica mais útil para a detecção de anticorpos do vírus da PSA. usualmente. . Outros procedimentos usados incluem fixação do complemento e imunofluorescência indireta. paralisia parcial. todavia o diagnóstico definitivo requer isolamento e identificação do vírus em cultivo de macrófagos suínos ou por imunofluorescência direta sobre os tecidos afetados. incinerados. tosse. Sem dúvida. Facóquero ou Javalí de verrugas: suíno selvagem africano com caninos e protuberâncias na cara.  Glossário Arbovírus: qualquer vírus de vertebrados que seja transmitido por artrópodes. Vírus RNA e DNA de transcrição reversa .152 18 . 153 In: A Concise Review of Veterinary Virology, Carter G.R., Wise D.J. and Flores E.F. (Eds.). International Veterinary Information Service, Ithaca NY (www.ivis.org), Last updated: 19-Jul2005; A3415.0705.ES. Retroviridae D.J. Wise1, G.R. Carter2 and E. F. Flores3. 1 Department of Biology, Concord University, Athens, West Virginia, USA. 2Professor Emeritus of the Department of Medical Sciences and Pathobiology, Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine, Virginia Tech, Blacksburg, Virginia, USA.3Department of Veterinary Preventive Medicine, Federal University of Santa Maria, Santa Maria, RS Brazil. Índice    o  o o  o o o  o  o o o o o  Características virais Classificação Alfaretrovírus Leucose Aviar Betaretrovírus Adenocarcinoma pulmonar ovino Tumor nasal enzoótico Gamaretrovírus Leucemia felina Vírus do sarcoma felino Reticuloendoteliose aviar Deltaretrovírus Leucose / Leucemia bovina Lentivírus Maedi /Visna Artrite-Encefalite Caprina Anemia infecciosa equina Imunodeficiência felina Imunodeficiência bovina Glossário Esta é uma família de grandes vírus com ARN de cadeia simples que usam a enzima transcriptase reversa em seu ciclo de replicação. Vários retrovírus oncogênicos causam enfermidades de grande importância. Devido a seu modo de replicação, os retrovírus provavelmente estão presentes nos genomas de todos os vertebrados. 154 Características virais            Estes vírus ARN são envelopados, ARN de cadeia simples (ss por sua siglas em inglês) com um nucleocapsídeo icosaédrico. O envelope possuí espículas glicoprotéicas em sua superfície (ver Fig. 15-1). Os retrovírus são únicos entre os vírus no sentido de que eles possuem duas cópias idênticas de seu genoma nos virions (são diplóides). O ARNss é convertido em ADN de cadeia simples pela enzima transcriptase reversa. Deste ADNss se forma um ADN de cadeia dupla (ds por sua sigla em inglês), chamado ADN proviral, o qual é então integrado dentro do cromossoma do hospedeiro. O ADNds proviral serve como molde para a produção de ARN mensageiro e genomas ARNss da progênie. La conversão de ARNss a ADNss, mediada pela enzima viral transcriptase reversa, resulta em uma molécula de ADN de cadeia dupla maior que aquela do genoma original. Este Adnds migra para o núcleo donde se integra finalmente no cromossoma do hospedeiro, por ação da enzima integrase viral. Uma vez integrado dentro do genoma do hospedeiro, o ADNds viral, é chamado provírus. O provírus permanece latente até que é "estimulado" a entrar em transcrição em ARN mensageiro pela maquinaria celular do hospedeiro. A transcrição do ARNm viral do provírus é mediada pela enzima celular ARN polimerase II. Os novos virions são liberados por gemação ou protrusão de gemas, a qual nem sempre resulta em lise celular. Existe uma alta taxa de mutação, devido ao fato de que a transcrição reversa é um processo propenso a erros. Por isto, os retrovírus usualmente apresentam uma alta diversidade genética. Muitos retrovírus carregam oncogenes (por exemplo, o vírus do sarcoma de Rous nas aves), enquanto que outros não (por exemplo o vírus linfotrópico de células T humanas, HTLV). Sem dúvidas, alguns retrovírus podem causar tumores sem portar oncogenes. Todos os genomas retrovirais consistem de duas moléculas de ARNss, de sentido positivo (+), têm cap na extremidade 5´ e poli(A) na extremidade 3´ (equivalente ao ARN mensageiro) e quatro regiões codificadoras características (gag-pro-pol-env). Genes gag (antígeno específico de grupo: proteína de matriz, nucleoproteína, capsídeo), gene pro (protease), genes pol (transcriptase reversa e ARNasa-H); e genes env (envelope, união ao receptor) (ver Fig. 15-2). Estes genes variam de tamanho desde aproximadamente 8 - 11 Kb. Estes são os únicos vírus que são verdadeiramente diplóides. Adicionalmente, existe um tipo específico de ARN celular, um ARN transportador (ARNt) (usualmente trp, pro ou lis), requerido para a replicação, que está presente no virion. Os virions são sensíveis ao calor, aos solventes lipídicos e aos detergentes, porém é relativamente resistente a ação da luz ultravioleta. 155 Figura 15-1. Retroviridae (80 - 100 nm). Vírus envelopados com ARN de cadeia simples com um nucleocapsídeo icosaédrica. O envelope tem "espículas" glicoprotéicas características na superfície. Figura 15-2. Arranjo genético de um retrovírus típico (vírus da leucemia aviar, vírus da leucemia felina). LTR-repetição terminal lateral; gag - genes que codificam as proteínas do capsídeo e do núcleo; pro-gen que codifica a protease; env - genes que codificam as glicoproteínas do envelope. Classificação Atualmente existem sete gêneros na família. Todos os gêneros exceto os Lentivírus e os Espumavírus causam trocas neoplásicas em tipos de células específicas. Os gêneros, com os vírus mais importantes, são:  o o o o  o o o  o Alfaretrovírus Vírus da leucose Aviar Vírus do sarcoma aviar Vírus da mieloblastose aviar Vírus do sarcoma de Rous Betaretrovírus Vírus do tumor mamário do camundongo: um vírus importante muito estudado dos camundongos. Adenocarcinoma pulmonar ovino Vírus do tumor nasal enzoótico Gamaretrovírus Vírus da leucemia felina 156 Vírus do sarcoma felino Vírus da reticuloendoteliose aviar Deltaretrovírus o Vírus da leucemia bovina Epsilonretrovírus o Vírus do tumor dos peixes Lentivírus estes vírus causam enfermidades do tipo das imunodeficiências. o Vírus Maedi / Visna o Vírus da Artrite-Encefalite Caprina o Vírus da Anemia infecciosa equina o Vírus da Imunodeficiência felina o Vírus da Imunodeficiência bovina o Vírus da Imunodeficiência humana 1 e 2 o Vírus da Imunodeficiência do símio Espumavírus agentes espumosos (por exemplo, os vírus espumosos dos bovinos e dos símios) que causam infecções persistentes, porém silenciosas, em vários hospedeiros naturais. Eles são contaminantes ocasionais de cultivos celulares. o o     As enfermidades mais importantes causadas pelo retrovírus são discutidas a seguir, em seus respectivos gêneros. Alfaretrovírus Leucose aviar Causa O vírus da leucose aviar. O grupo de vírus da leucose aviar (ALGV por sua sigla em inglês) está formado por 10 subgrupos, da A a J, baseado em diferenças nas glicoproteínas do envelope. Os vírus dos subgrupos A a E e J infectam pintos. Os vírus dos outros subgrupos se infectam codornas, perdizes e faisões. O grupo ALGV contém ambos os vírus, os competentes e os defectivos em replicação. Os vírus defectivos não são importantes como causa de leucose. Os vírus do subgrupo A causam a maioria dos surtos de leucose aviar que se manifestam como uma leucose linfóide, um linfoma de células B. Esta é a neoplasia mais comum e importante associada com a enfermidade. Os vírus do subgrupo J têm sido associados com leucose mieloide em pintos de engorda. A maioria dos vírus que causam leucose aviar são exógenos. Os ALGV´s endógenos, que pertencem, principalmente, ao subgrupo E ocorrem comumente em pintos e outras espécies aviárias, são de pouca ou nenhuma patogenicidade. Estas sequências de ADN proviral estão integradas dentro das células da linha germinal e, são desta forma, transmitidas verticalmente. Distribuição O vírus da leucose aviaria ocorre comumente em pintos, codornas, perdizes e faisões de todo o mundo. A enfermidade é de grande importância econômica. Transmissão 157 Embora a transmissão possa ocorrer por contacto, embora o vírus esteja presente nas fezes e saliva, o principal meio de transmissão ocorre através do ovo. Os parasitos hematófagos são vetores potenciais. Os vírus endógenos são comuns nos pintos, porém não são importantes como causa de leucose, também são transmitidos geneticamente na linha germinal dos pais a descendência. Patogênese, características clínicas e patológicas Todos os vírus do grupo da leucose aviar são oncogênicos, exceto aqueles que pertencem ao subgrupo E. Os mecanismos envolvidos no desenvolvimento de neoplasias por vírus, que são, oncogênicos, são descritos no capítulo 4. Fatores tais como os genéticos (susceptibilidade transmitida autosomalmente ou células aviárias resistentes) e a idade e o sexo dos hospedeiros podem também ser importantes no desenvolvimento dos tumores. O período de incubação é variável e pode durar meses ou anos. Depois da infecção o vírus se dissemina aos tecidos de todo o corpo, donde se replica. Dentro das células B o provírus induz neoplasia por integração ao encogen c-myc do hospedeiro. Como resultado do anterior, a célula é estimulada a dividir-se quando os genes virais estão sendo transcritos. Na eritroblastose, a integração se dá no gen c-erbB, com um resultado similar. Com aqueles vírus que são considerados de transformação rápida, tem sido observado que seu genoma possui o proto-oncogen c-onc. Múltiplas cópias do gen c-onc resultam na superprodução da proteína, que estimula a transformação celular. As oncoproteínas produzidas podem atuar como hormônios, receptores de fatores de crescimento, fatores de regulação da transcrição ou quinasas associadas com mecanismos de sinalização celular. Os vírus dos subgrupos A a D estão associado com uma variedade de condições neoplásicas, leucose linfóide, eritroblastose, mieloblastose, osteopetrose, nefroblastomas, hemangiomas e sarcomas. As formas mais comuns são as seguintes:       Leucose linfóide É, por muitos, a mais prevalente de todas as formas de leucose / sarcoma aviar. A enfermidade é vista mais frequentemente em frangos de pelo menos 16 semanas de idade e ocorre mais comumente em fêmeas. Os sinais clínicos podem estar ausentes ou as aves podem apresentar magras com crista pálida. O abdômen pode estar aumentado por causa de um crescimento tumoral maciço no fígado A osteoporose é uma enfermidade esporádica que ocorre principalmente em machos. A diáfise ou bordas dos ossos largos está engrossada, resultando frequentemente em um andar forçado. As aves afetadas podem estar anêmicas e também ter lesões de leucose linfóide. A eritroblastose pode manifestar-se de duas formas; ou proliferativa, sendo a segunda a mais comum das duas. Os sinais clínicos são similares para ambas as formas. Os frangos estão deprimidos, com emaciação e desidratados. Na forma anêmica, existem poucos eritroblastos circulantes, os frangos aparecem pálidos, em oposição à cianose observada na forma proliferativa na qual os eritroblastos circulantes estão presentes em grande número. A mieloblastose é, clinicamente, similar a eritroblastose. Existe uma proliferação anormal de mieloblastos que resulta em uma leucemia severa. Diagnóstico 158     Espécimes clínicos: aves inteiras in extremis. O diagnóstico das condições neoplásicas causadas pelos vírus da leucose / sarcoma aviar se baseia, usualmente, nos sinais clínicos e nas lesões patológicas e histopatológicas (macro e micro), porém a leucose linfóide pode ser confundida com a forma aguda da enfermidade de Marek em aves mais velhas. Os sinais diferenciais, resumidos na Fig. 15-3, incluem: tumores nodulares na bolsa de Fabrício em contraste com o aumento difuso que se observa na enfermidade de Marek; proliferação celular intrafolicular na bolsa de Fabrício em contraste com a proliferação celular interfolicular na enfermidade de Marek; a aparência citológica das células linfóides, que é, uniformemente, células blásticas na leucose linfóide, é uma mistura de células pleomórficas maduras e imaturas na enfermidade de Marek. O isolamento dos vírus ou a demonstração de anticorpos não é considerado de valor no diagnóstico devido ao fato de que os vírus do grupo da leucose aviar são ubíquos nos frangos. Figura 15-3. Principais diferenças entre a enfermidade de Marek (MD) e a leucose linfóide (LL). Prevenção       Não existe vacina disponível e a erradicação é o método preferido de controle. Visto que os vírus são, principalmente, transmitidos através do ovo, os criadouros infectados com o vírus são detectados através da prova de ELISA para antígeno viral na albumina do ovo. As aves positivas são eliminadas. Os ensaios de ELISA e a imunofluorescência são usados para detectar anticorpos no soro e gema do ovo. A maioria dos lotes comerciais de pintos estão, hoje em dia, livres do vírus ALG exógenos. Algumas aves são geneticamente mais resistentes a leucose aviar, elas possuem um número menor de receptores virais específicos na superfície celular. As incubadoras devem ser limpas e desinfetadas adequadamente. Controlar parasitos hematófagos. adenomatose pulmonar) Causa Vírus do adenocarcinoma pulmonar ovino. A figura 15-4 é uma representação esquemática do genoma. O vírus defectivo do sarcoma aviar porta o oncogén v-crk transduzido.Repetição Terminal lateral. Betaretrovírus. Esta raramente afeta cabras. Estes vírus podem se converter (experimentalmente) em vírus rapidamente transformantes quando um oncogênico celular é incorporado dentro de seu genoma. cujo produto se une a varias proteínas celulares resultando em transformação celular in vitro. Distribuição A enfermidade ocorre em ovelhas de todo o mundo. src-gen do sarcoma. Não tem sido encontrado U. Adenocarcinoma pulmonar ovino (Jaagsiekt. a enfermidade é causada por um vírus exógeno. Subsequentemente tem sido encontrado que existe um número de vírus RSV que produzem tumores em vários mamíferos.159 Vírus do sarcoma de Rous e outros alfaretrovírus Os vírus do sarcoma de Rous (RSV). Arranjo genético do vírus do sarcoma de Rous. ainda. pro-gen que codifica a proteasa. frequentemente são defectivos e necessitam de outro ALGV para sua replicação. Figura 15-4. mostrado em 1911 por Peyton Rous. env-genes que codificam as glicoproteínas do envelope. de interesse científico. LTR . como causador de um tumor maligno sólido. Não se considera que eles podem transmitir naturalmente. da mieloblastose aviar e da eritroblastose aviar. O RSV foi o primeiro vírus. gag-genes que codificam as proteínas do capsídeo e do núcleo. Transmissão Pelo ar em aerossóis respiratórios e também por transmissão vertical. exceto na Austrália. elucidado. sem dúvidas. um oncogéno. Características clínicas e patológicas . Este e os vírus defectivos previamente mencionados são. No genoma da ovelha estão presentes cerca de 15 a 20 cópias do vírus endógeno por célula. no genoma e o mecanismo de transformação não foi. principalmente. A enfermidade pode ser confundida. na cavidade cranial e na faringe. O tumor ou os tumores se originam na mucosa das narinas e podem ser uni ou bilaterais. A enfermidade está caracterizada clinicamente por descarga nasal serosa a muco purulenta e respiração com a boca aberta. O adenocarcinoma resultante pode sofrer metástases. Bactérias dos gêneros Mannheimia o Pasteurella podem estar envolvidas em uma pneumonia secundária. que pode ser terminal. O diagnóstico está baseado nas lesões macro e microscópicas. fixado com formalina. Para confirmação diagnóstica é necessário a demonstração da presença do vírus. O diagnóstico está baseado. Tentativas para cultivar o vírus em cultivos celulares não têm logrado êxito. Diagnóstico      Espécimes clínicos: tecido pulmonar que contém as lesões. caracterizada por proliferação adenomatosa do epitélio alveolar e bronquial infectado pelo vírus. O ELISA e o PCR têm sido usados para detectar vírus em exsudatos pulmonares. clinicamente. Tumor nasal enzoótico O vírus do tumor nasal enzoótico das ovelhas e das cabras. O período de incubação pode durar vários anos. descarga nasal e dificuldade respiratória que conduz. que microscopicamente são adenomas ou adenocarcinomas. usualmente. está estreitamente relacionado com o vírus causador do adenocarcinoma pulmonar ovino. Observamos tosse. eventualmente fatal. Os trajetos nasais podem chegar a ocluir-se completamente e os crescimentos tumorais podem estender-se dentro dos seios nasais. A ausência de anticorpos específicos detectáveis impede a realização de provas sorológicas Prevenção   Não existem vacinas disponíveis As ovelhas clinicamente afetadas devem ser removidas do rebanho.160 O vírus se replica em células alveolares e bronquiais dando origem a tumores a partir destas células. Gamaretrovírus Leucemia felina (FeLV) Causa Vírus da leucemia felina (FeLV) . A enfermidade foi erradicada da Islândia através de medidas de despovoamento. em lesões pulmonares macro e microscópicas. A adenomatose pulmonar é uma pneumonia crônica da ovelha. eventualmente. com pneumonia progressiva ovina (discutida depois como Maedi / Visna). Macroscopicamente existem crescimentos nodulares disseminados através dos pulmões. a emaciação e morte. Os genomas de ovelhas e cabras possuem cópias de sequências de betavírus endógenos que estão estreitamente relacionados. porém as lesões pulmonares são bastante diferentes. de progressão lenta. A recombinação frequente de FeLV com os genes das células hospedeiras produz vírus do sarcoma felino recombinante defectivo na replicação. A infecção com ambos os subgrupos de vírus A y B é mais séria que somente com o subgrupo A. FeLV-C se apresenta em gatos infectados com FeLV-A como um resultado das mutações no gene env do FeLV-A.161            Existem três subgrupos do vírus.2). particularmente. e na urina e fezes. FeLV possuí a disposição genética característica dos retrovírus (ver Fig. transdução de um proto-oncogen a um estado ativo. FeLV tem sido associado com uma variedade de malignidades diferentes. Por exemplo. porém a susceptibilidade diminuí com a idade. Tem se estimado que só 1 de cada 5 gatos exposto durante as 10 semanas de idade desenvolverá infecção persistente. A infecção se dá por ingestão e a disseminação por contato direto e indireto e na forma transplacentária. FeLV-A pode ser recuperado de todos os gatos naturalmente infectados com leucemia viral felina. frequente nos gatos domésticos e em alguns outros felinos tais como os gatos silvestres e os gatos do mato. B y C baseados nas diferenças da glicoproteína gp70 do envelope. FeLV-B pode ser isolado de cerca de 50% dos gatos com FeL. FeLV-B aparece como resultado da recombinação entre os genes env do FeLV-A e o ADN proviral de FeLV endógenos. 15. a incidência da enfermidade neoplásica se incrementa com a co-infecção de A y B sobre aquela da infecção com A somente. tais como o v-myc (ver Capítulo 4). FeLV-A tende a ser menos patogênico que os outros dois subgrupos. destruição de um gen supressor de tumores. Os vírus podem ser propagados por grandes períodos em fibroblastos de felino. de canino e de visão. A saliva é. em células felinas. também crescem em células humanas. Transmissão O vírus está presente nas secreções respiratória e oral. 30% são diagnosticados com linfoma. geralmente envolvido na regulação do ciclo celular). Os gatinhos de gatas persistentemente infectadas usualmente também se infectam. donde LTR significa repetições terminais laterais. Os vírus do subgrupo A crescem. Os últimos vírus podem ser isolados de fibrosarcomas em gatos jovens. FeLV-B só é transmitido com FeLV-A. Os mecanismos da oncogénese incluem: existência de oncogenes virais. A. vírus B y C. a replicação não revela um efeito citopático (ECP) observável. FeLV-C causa uma anemia fatal e por isto é raramente transmitida. infecciosa e as mordeduras e o acariciamernto mútuo são meios comuns de disseminação. é uma afecção importante. O colostro parece proteger os gatinhos durante o primeiro mês de vida. ou mutagênese insercional (inserção de um ADN proviral que destrói a estrutura ou a função de outro gene. Patogênese . Os gatinhos maiores são particularmente susceptíveis. Distribuição A enfermidade. que ocorre em todo o mundo. Entre aqueles cronicamente infectados com os subtipos A y B. exclusivamente. FeLV-B desaparece frequentemente de gatos com FeL. Aqueles cujas respostas imunes são insuficientes (cerca de 2%) permanecem persistentemente infectados e podem chegar a desenvolver uma variedade de formas neoplásicas ou não neoplásicas da enfermidade. esplenomegalia e hepatomegalia. As formas possíveis são as seguintes: Formas Neoplásicas: Aproximadamente 20% dos gatos persistentemente infectados desenvolvem uma das seguintes formas de linfosarcoma: alimentícia. Características clínicas e patológicas A maioria dos gatos quando está infectada com FeLV desenvolve uma resposta imune eficaz e se recuperam completamente sem evidência de algum sinal clínico. Uma pequena percentagem é virêmica por um período variável. multicêntrica. urina e secreção respiratória. Aproximadamente 80% dos gatos que albergam o vírus morrem dentro dos três anos seguintes. Massas abdominais envolvem o intestino delgado. a medula óssea. o vírus é excretado na saliva. estômago. Alguns fatos importantes das várias formas de linfosarcoma são as seguintes: Forma alimentícia: O gato pode mostrar anorexia. anorexia e perda de peso. vômito e diarréia.  Desenvolve-se enfermidade clínica que se manifesta sob várias formas. Forma multicêntrica: Pode encontrar-se linfadenopatia generalizada. ceco e colo. tímica ou leucemia linfóide. extensivamente. extensão e localização das lesões.  Viremia secundária ou persistente (pode ser eliminação do vírus). Forma tímica: . Os sinais clínicos variam com as diferentes formas de tumores. medula óssea e outros tecidos (pode ser eliminação do vírus ou infecção latente). bexiga e trato respiratório conduzindo a um dos seguintes:  Eliminação do vírus/ infecção latente/ infecção ativa. glândulas salivares. esôfago. faringe. Os sinais gerais são letargia. porém são assintomáticos e. fezes.  Com infecção ativa. Envolve.162 Os principais estágios na progressão da infecção com FeLV são os seguintes:  Infecção inicial. linfosarcoma renal. os nódulos linfóides mesentéricos associados também podem estar afetados. eventualmente. Esta forma é usualmente vista em gatos jovens. Os sinais clínicos variam com as diferentes formas da enfermidade e estão relacionados com a natureza. eliminam o vírus.  Viremia primária ou transitória  Replicação nos tecidos linfáticos sistêmicos.  Os vírus se replicam nos arredores dos tecidos linfáticos. Sem dúvidas. invariavelmente.  A infecção com FeLV pode predispor a peritonite infecciosa felina e a infecção com Haemobartonella felis (anemia infecciosa felina). sorologicamente. Os sinais incluem anemia progressiva. Nas infecções crônicas subsequentes apresentam febres persistentes com perda progressiva de peso e da condição corporal. virais. a febre. Se estima que cerca de 75% das fêmeas infectadas abortam. Também podem estar presentes a linfadenopatia. virais e micóticos dos tratos respiratório e entérico. A imunossupressão incrementa a susceptibilidade aos agentes bacterianos. Leucemia mieloide: A lesão primária desta forma sem linfosarcoma ocorre na medula óssea com implicação secundária do fígado. anorexia e debilidade. Pensa-se que a proteína de envelope p15E pode estar envolvida. por exemplo: leucemia mielógena. pode ser demorada em gatos com infecção por FeLV. Pode ocorrer em gatos imunizados contra panleucopenia felina e é. incluindo o abscesso. fatal. A cicatrização dos processos infecciosos. baço e nódulos linfóides.  Uma síndrome parecida a panleucopenia tem sido associada com a infecção por FeLV. feridas ao redor das garras e enfermidade periodontal.163 A disfagia e a dispnéia são sinais comuns e a cianose pode estar presente em casos avançados.  Os gatos infectados com FeLV são particularmente susceptíveis aos patógenos bacterianos. Formas não neoplásicas: Imunossupressão O mecanismo responsável da imunossupressão induzida por FeLV não está bem entendido. O fluido pleural pode conter células neoplásicas. Forma leucêmica linfóide: A medula óssea é a principal envolvida e os linfócitos cancerosos circulam no sangue. a anemia e a palidez das membranas mucosas. Considera-se que a morte fetal seja devida a endometrite e placentite. aborto / (gestação tardia) e infertilidade. Esta forma de leucemia é nomeada de acordo a linha celular hematopoiética afetada. eritroleucemia e leucemia linfoblástica. Algumas das manifestações são as seguintes:  Pode haver rinite e sinusite crônica. Isto pode complicar o diagnóstico. estas também podem ser vistas como um resultado da enfermidade conhecida como imunodeficiência felina. esplenomegalia e hepatomegalia. Desordens reprodutivas   A infecção com FeLV pode resultar em morte fetal (reabsorção fetal). A infecção com FeLV é considerada uma causa daquilo que é chamado "síndrome do gatinho débil". . febre recorrente e perda de peso. São frequentes a icterícia. positivos ao antígeno FeLV. micóticos e protozoários. Deve-se ter presente que nem todos os gatos com as formas de infecção com FeLV referidas acima serão. São evidentes graus variáveis de febre. Os fetos que sobrevivem até o final da gestação ficam persistentemente infectados e os gatinhos resultantes são débeis e doentes. tumores. O vírus pode ser fácil mente propagado em cultivos celulares. a forma mais prática e confiável de diagnosticar a infecção com o FeLV é com o ELISA e o IFA. Este antígeno pode ser encontrado em grandes quantidades no citoplasma de leucocitos infectados e em plaquetas. Sem dúvidas. Os resultados das provas IFA e ELISA são comparáveis. porém o isolamento viral como ferramenta diagnóstica é caro e demorado. exames de medula óssea e citologia de fluidos torácicos e abdominais. porém não é possível distinguir entre os vários subtipos. Os reativos comerciais estão disponíveis para os laboratórios de diagnóstico para as provas de ELISA e IFA. p27). Prevenção   O FeLV é lábil e perde rapidamente sua infectividade no ambiente. Vários procedimentos diagnósticos podem ser usados. Os gatos da colônia principal são examinados novamente em intervalos anuais ou menores. Quimioterapia e irradiação podem prolongar a vida em gatos com neoplasia. Tratamento    Terapia de apoio.164 Glomerulonefrite Pode estar presente em gatos com infecção persistente de FeLV. e a desinfecção de áreas potencialmente contaminadas. Os três subgrupos são detectados por provas de diagnóstico comumente usadas para FeL. procedimentos referidos mais adiante. porém não são curativos. Existe evidência de que esta nefrite glomerular mediada por complexos imunes é uma importante causa de morte na infecção com o FeLV. A forma solúvel é encontrada no plasma e no soro de gatos infectados. Os “kits” de ELISA comerciais estão disponíveis para os praticantes. É fácil mente inativado por desinfetantes de uso comum. Novas adições de animais devem ser colocadas em quarentena e testadas antes da admissão na colônia principal. Considera-se que seja devido à deposição de complexos antígeno – anticorpo nos rins. incluindo o exame histopatológico de biópsias. Diagnóstico        Espécimes clínicos: frotis sanguíneo. medula óssea e soro. Pelo menos três frotis sanguíneos são recomendados para o IFA. O PCR pode ser usado para detectar o genoma viral. . Agentes antivirais (incluindo IFN-α recombinante humano e AZT) podem retardar a aparição dos sinais clínicos. Uma prova positiva indica a presença do vírus. A enfermidade pode ser erradicada das colônias por provas sorológicas periódicas com a remoção dos gatos positivos. Um procedimento de fluorescência indireta com anticorpo (IFA) sobre frotis sanguíneo e o procedimento de ELISA em soro são as técnicas mais comumente usadas para a detecção de antígeno (a principal proteína da capsídeo. um em sete oncogenes tem sido transduzido por FeLV. frequentemente. Estes vírus estão amplamente disseminados e podem causar várias neoplasias sérias em pintos e pavões e. Tais gatos são uma ameaça para os gatos negativos e. FeSV está confinado ao tumor e não existe evidência de transmissão destes vírus de gato a gato. A avaliação com ELISA e IFA é recomendada antes da vacinação. Alguns surtos têm sido atribuídos as vacinas contaminadas com o vírus da reticuloendoteliose. leucose bovina enzoótica) Causa . e são administradas a partir das nove semanas de idade. Por exemplo. O diagnóstico definitivo depende de procedimentos de laboratório muito laboriosos. O antígeno viral no soro pode ser detectado com uma prova de precipitação em gel de agar. Vírus do sarcoma felino Os vírus da leucemia felina. A disseminação do vírus ocorre através do contacto e do ovo. principalmente. Deltaretrovírus Leucose bovina (Leucemia bovina. Reticuloendoteliose aviar Este termo compreende várias síndromes de enfermidades. Mais de dez vírus diferentes do sarcoma felino têm sido identificados. em patos. Estão disponíveis vacinas a base de vírus morto e de subunidades. também. A prova de ELISA (comercialmente disponível) e outros procedimentos sorológicos são empregados para detectar anticorpos. gansos. Alguns donos preferem manter gatos positivos a FeLV que são assintomáticos. Em cada um destes vírus recombinantes. faisões e codornas japonesas. se replicam sem um efeito citopático discernível. Estes vírus podem ser cultivados em uma variedade de células aviárias. As infecções são frequentemente subclínicas. mais tarde.165     Deve existir um intervalo de pelo menos um mês antes de introduzir gatos negativos em um ambiente previamente infectado. porém. As causas são os vírus da reticuloendoteliose (gamaretrovírus) que constam. Os vírus do sarcoma felino têm sido isolados de fibrosarcomas multicêntricos raros em gatos jovens. frequentemente. Dada a natureza da enfermidade. uma enfermidade relacionada com o vírus da leucemia felina. as medidas de controle não são factíveis. o Gardner-Arsstein-GA-FeSV tem o encogen (c-fas). As vacinas não interferem com as provas para antígeno viral. Eles são incapazes de replicar-se sem a ajuda de um FeLV de tipo silvestre. deveriam ser mantidos dentro da casa e isolados de gatos negativos. Eles podem desenvolver. fazem recombinação com genes da célula hospedeira resultando em vírus de sarcoma recombinantes defectivos em replicação (FeSV). Elas não eliminam infecções preexistentes. portanto. de três subtipos sorológicas estreitamente relacionados que são inequivocamente diferentes dos retrovírus do grupo leucose / sarcoma. porém podem ser muito variáveis dependendo do sitio onde se desenvolveu o tumor. Em vez disto. A maioria das infecções são inaparentes e pode o rebanho leiteiro estar infectado em cerca de 80%. Transmissão O gado se infecta por contato direto com sangue de animais infectados durante a tomada de amostras sanguíneas. útero e baço. geralmente no pescoço e nos flancos traseiros. Se infectam. a maioria das infecções ocorre no gado leiteiro de mais de dois anos de idade. O fato de que a enfermidade raramente se observa em animais mais jovens se relaciona com a presença de anticorpos maternos (por 5 ou 6 meses) e a separação dos animais jovens do resto do plantel. A maioria dos animais infectados desenvolve uma linfócitose persistente sem características clínicas aparentes. A maioria dos animais infectados com VLB permanece clinicamente normais. abomaso. Quando estão envolvidos. as proteínas Tax e Rex. em torno de 30% desenvolve uma linfócitose persistente e menos de 2%. Isto é usado como uma prova para detectar vírus ou anticorpos. seguido por uma infecção inaparente ou um linfoma de células B. particularmente. de 10 a 15% dos bezerros nascidos de matrizes infectadas. e outros estão em processo de erradicação. O vírus não contém um oncogene. exames clínicos. aproximadamente. conduzindo a transcrição do provírus do BLV. Em particular. os nódulos linfáticos superficiais podem estar inflamados e parecer como bolas debaixo da pele. A enfermidade já foi erradicada em alguns países. Patogênese Os linfócito B são o alvo primário. Só uma pequena percentagem dos animais infectados com BLV desenvolve linfosarcoma de células B. A maioria dos animais infectados é assintomática. eventualmente.166 Vírus da leucose bovina (VLB). são a chave na progressão para a neoplasia. até que alcancem a maturidade sexual. castração e descorna. desenvolve linfosarcoma. A transmissão mecânica por mordeduras de insetos pode desempenhar certo papel. Os órgãos mais comumente afetados são os nódulos linfáticos. A enfermidade é um linfoma de células B. O vírus produz sincícios em células em cultivo e os soros imunes evitam a formação destes sincícios. Aqueles que desenvolvem a enfermidade (aproximadamente 2%) morrem ao final de um longo curso clínico (semanas a meses). Distribuição O vírus da leucemia bovina (VLB) está distribuído mundialmente e ocorre com particular frequência no gado l leiteiro. Diagnóstico . Frequentemente. Características clínicas e patológicas Embora o gado não imune de qualquer raça possa ser infectado em qualquer idade com o vírus da leucemia bovina (VLB). os sinais clínicos iniciais são perda de peso e diminuição na produção do leite. coração. em regiões tropicais. duas proteínas reguladoras de genes. a proteína Tax se associa com fatores de transcrição do hospedeiro. Apenas se encontrou um tipo antigênico. Existem trocas antigênicos tais. O vírus tem um centro denso e seu genoma de ARN está relacionado com o do vírus da artrite encefalite caprina. O vírus pode ser cultivado e isolado em linfócito de sangue. Em criações extensamente infectados a erradicação pode não ser factível. Deve ter-se o cuidado para evitar a disseminação do vírus durante a colheita de amostras de sangue. É necessário o exame microscópico dos tecidos afetados para fazer a confirmação da enfermidade. Possuem homologia de 60% no gen env e de cerca de 75% nos genes gag e pol. que parecem dever-se a seleção de cepas que expressam genes alternativos. incluindo ELISA. porém nunca desenvolve a enfermidade. radioimunoanálise e imunodifusão em gel de agar (AGID por suas siglas em inglês). se usou como prova diagnóstica já não se usa. Frequentemente o diagnóstico presuntivo de LB se baseia no achado de tumores nos lugares mencionados anteriormente e no exame clínico e nas lesões à necropsia. e geralmente afeta animais mais jovens. Lentivírus Maedi/Visna (Pneumonia ovina progressiva) Causa Maedi/Visna (MV) vírus. Embora tampouco seja prático para o diagnóstico. o PCR também pode ser usado para detectar o vírus em linfócitos.167       Espécimes clínicos: tecidos afetados (fixados em formalina) e soro. Também é recomendável o controle de insetos em áreas afetadas. A maioria do gado tem anticorpos contra BLV. A erradicação se leva a cabo mediante a detecção e eliminação dos animais sorologicamente positivos. Em soro de gado infectado podemos detectar anticorpos específicos por diferentes provas sorológicas. multicêntrica) não viral. Os animais negativos devem separar-se dos sorologicamente positivos e devem realizar-se esforços dirigidos a evitar a disseminação. devido ao fato de que nem todos os animais infectados apresentam linfocitose. exames clínicos. com a exceção da Austrália. Nova Zelândia e Islândia. Distribuição A enfermidade está amplamente distribuída em ovelhas de todo o mundo. alguma vez. A contagem de linfócito em amostras de sangue que. e a introdução na criação de apenas animais sorologicamente negativos. Deve ter-se em conta que existem formas esporádicas de leucose bovina (tímica. Tomando as medidas de precaução adequadas é possível manter criações com poucos animais soropositivos e sem disseminação a outros animais. Esta prova se usa mais comumente em estudos epidemiológicos. donde foram erradicadas. castração. Prevenção     Não existem vacinas disponíveis para a prevenção da LB. uma espécie do gênero Lentivírus ovino/caprino do grupo lentivírus. descorna etc. porém isto não é prático para o diagnóstico. . No cérebro se observa leucoencefalite com dismielinização focal e bainha linfocítica perivascular. que se caracteriza pela presença de macrófagos e linfoproliferação. Desta forma. nos pulmões e nas glândulas mamárias. até o esgotamento. e quando isto acontece às variantes se convertem em uma fonte de antígeno persistente.cell mediated immune response). são vistas mais frequentemente em ovelhas de mais de dois anos de idade. em resposta a aos sinais inflamatórios. . iniciada pela maturação dos monócitos a macrófagos. na presença persistente de antígenos virais. Além da persistência associada com o vírus latente dos monócitos infectados. a replicação do ARNss para genomas da progênie é propensa a erro. As lesões no pulmão são pneumonite intersticial e hiperplasia linfóide. pouco frequente. Sem dúvidas. Estas lesões são consequência da imunopatologia que se observa como resposta. paralisia. As palavras islandesas "Maedi" e "Visna" significam dispnéia e emaciação respectivamente. de um ano ou mais. Assim sendo o sistema imune tem que responder a diversas variantes virais. As glândulas mamárias afetadas são fibrosas com infiltrados leucocíticos. que progridem em um período de meses. há um prolongado período de incubação. A infecção da como resultado uma inflamação crônica e progressiva. a maioria dos animais apresenta viremia. finalmente. principalmente. Diagnóstico  Espécimes clínicos: soro e indivíduos vivos clinicamente enfermos. Naqueles em que não se desenvolve. Patogênese O período de incubação varia de vários meses até anos. Manifesta-se em duas formas diferentes: a síndrome respiratória (com artrite e mastite) e a síndrome nervosa. Também ocorrem lesões nas membranas sinoviais e no cérebro. Como resultado disto existe muitas variedades do vírus em um mesmo indivíduo. isto não basta para eliminar a infecção e facilita o desenvolvimento da imunopatologia característica.168 Transmissão O vírus de MV é disperso em secreções nasais e no leite de ovelhas infectadas. os monócitos infectados são uma fonte de antígeno persistente – apenas expressam o antígeno viral quando maturam a macrófagos. Em tecidos afetados se observa histologicamente uma inflamação crônica ativa. poucos desenvolvem a enfermidade clínica. Isto permite o desenvolvimento de uma resposta imune tanto humoral como celular (CMI por suas siglas em inglês . As ovelhas com a forma de dismielinização do SNC desenvolvem ataxia dos quartos traseiros e. Depois da infecção inicial. A forma pulmonar se caracteriza por uma lenta e progressiva perda de peso e dispnéia. Características clínicas e patológicas Maedi/Visna é uma enfermidade lenta e progressiva. As diferentes manifestações da enfermidade. Embora o animal permaneça infectado por toda a vida. e as articulações afetadas se caracterizam por trocas proliferativas das membranas sinoviais. A ativação do provírus latente ocorre nos monócitos. eventualmente fatal em um pequena percentagem de ovelhas adultas. retrovírus não oncogênico do gênero lentivírus. apoiado por evidência sorológica da exposição. Distribuição O vírus da Artrite Encefalite Caprina (AEC) está amplamente distribuído em cabras de todas as idades e raças ao largo do mundo. Os monócitos infectados são uma fonte persistente de antígeno e de uma grande diversidade de variantes virais geradas durante a replicação viral. Patogênese A patogênese desta enfermidade é similar a do Maedi/Visna. O isolamento viral não se pratica rotineiramente para diagnóstico. A prevenção se realiza melhor mantendo isolados os rebanhos soronegativos. Pensa-se que a transmissão horizontal ocorre por contacto direto com secreções e excreções de cabras infectadas. . determinada por imunodifusão em gel de agar (AGID). Crê-se que os mecanismos imunopatológicos são os responsáveis de desenvolvimento da maioria das lesões. Transmissão As crias são infectadas mais comumente através da ingestão de leite de cabras infectadas. ELISA o Imunotransferência (Western blotting). e através do coito. Tal como se mencionou antes. encefalomielite caprina) Causa Vírus da artrite encefalite caprina. A enfermidade se observa com mais frequência em cabras leiteiras. Caracteriza-se por uma inflamação crônica e persistente que não se resolve a pesar de uma vigorosa resposta CMI ao antígeno viral. O controle de MV dentro de um rebanho requer amostragem sorológica periódica e a consequente eliminação dos animais soropositivos. Artrite encefalite caprina (Leucoencefalomielite das cabras.169    Usualmente o diagnóstico se baseia em sinais clínicos e lesões histopatológicas. este vírus está muito relacionado antigenicamente com o vírus que causa Maedi/Visna. esta combinação contribui a incapacidade do hospedeiro para resolver a infecção. Todos os animais de reposição devem ser sorologicamente negativos. Prevenção    Atualmente não existem vacinas disponíveis. Não deve permitir-se que os cordeiros sejam amamentados por fêmeas soropositivas. O vírus de MV está muito relacionado antigenicamente com o vírus da artrite encefalite caprina e a AGID que se realiza atualmente detectará anticorpos contra ambos os vírus. com o desenvolvimento de secreções fibrinosas. Algumas cabras infectadas podem desenvolver uma pneumonite intersticial. As crias devem separar se das cabras positivas ao nascer. As articulações aumentam de tamanho. De maneira alternativa. e as lesões histológicas mais comuns são proliferação das células sinoviais e infiltração de células inflamatórias (linfócito. com menos frequência.170 Características clínicas e patológicas O desenvolvimento desta enfermidade é similar a do Maedi/Visna. Nas cabras mais velhas as articulações se vêm afetadas por uma enfermidade crônica do tecido conectivo. O vírus produz sincícios em cultivos celulares. Diagnóstico    Espécimes clínicos: soro e animais afetados. O aparecimento destes pode demorar semanas para serem visíveis. células plasmáticas e macrófagos). A forma artrítica se caracteriza por uma sinovite proliferativa das articulações do carpo. em cabras jovens se observa uma leucoencefalomielite. O leite das cabras infectadas não deve usar-se como alimento a menos que tenha sido pasteurizado. e outras podem apresentar inflamação e fibrose das glândulas mamárias. derivadas de membranas sinoviais. e se caracteriza por uma paralisia progressiva ascendente. O vírus se replica nos macrófagos e a resposta CMI contribuí para a formação das lesões. Microscopicamente as lesões do SNC se parecem com as de Visna em ovelhas e incluem infiltração por células linfocíticas e dismielinização da matéria branca. seguido da eliminação dos positivos. . especialmente a do carpo. Todos os animais de reposição devem ser mantidos isolados e testados sorologicamente (ELISA o AGID). O diagnóstico da enfermidade associada à AEC usualmente se faz com base nos sinais clínicos e evidência sorológica. O controle da AEC em rebanhos em que o vírus é enzoótico é difícil. O vírus pode ser propagado em cultivo de células de caprino. As provas sorológicas usadas com mais frequência são a AGID e a ELISA. com mastite ou pneumonia. A infecção do sistema nervoso central (SNC) se apresenta principalmente em cabritos jovens. o método preferido é a amostragem sorológica dos animais. A artrite pode permanecer sem modificações ou piorar progressivamente. Se for possível economicamente. de 2 a 4 meses de idade. A melhor forma de prevenção é a manter o rebanho isolado. necrose e mineralização. porém o isolamento é demorado e raramente é realizado. do jarrete e da articulação femurtibial. e em cabras adultas pode apresentar-se. as cabras sorologicamente positivas devem separar-se das cabras negativas. Prevenção      As cabras infectadas com o vírus da AEC permanecem infectadas por toda vida. mulas e burros. os complexos imunes ativam a via clássica da cascata do complemento (ver capítulo 4). O vírus pode estar presente no leite. Transmissão Esta ocorre mecanicamente quando a sangue de um cavalo infectado é introduzido em um cavalo susceptível através de insetos hematófagos (tabanídeos). A forma crônica da AIE é a mais comum. As cepas possuem um antígeno CF comum. Estes anticorpos se unem ao antígeno viral formando complexos imunes. e em raras ocasiões esta ataxia pode ser o . debilidade progressiva. como resultado das medidas de controle. o vírus persiste como provírus nas células infectadas. prevalente em regiões pantanosas baixas. A incidência desta enfermidade tem sido reduzido substancialmente em alguns países. que por sua vez leva a produção de febre. Perdem peso e frequentemente apresentam edema nos membros e no abdome. anorexia. de 2 a 6 semanas. Uma vez formados. petéquias hemorrágicas. o que nos leva a pensar que a transmissão direta e indireta é possível. e diminuição na produção das células sanguíneas da linha eritropoiética. podem ser diferenciadas por neutralização viral. porém. saliva. a partir donde o provírus pode ser transportado a todo o corpo. Apesar de uma vigorosa resposta imune ao antígeno viral. depressão. Os animais permanecem infectados por toda vida. edema ventral e morte em 2 a 4 semanas. particularmente. No caso da AIE a liberação destas variantes pode relacionar-se com períodos febris intermitentes. É. Distribuição A anemia infecciosa equina (AIE) é uma enfermidade dos equinos que se apresenta frequentemente em muitos países. são produzidas muitas variantes do vírus devido à tendência ao erro no processo de replicação. Patogênese O vírus da AIE infecta monócitos/macrófagos e células de Kupffer. Os cavalos afetados estão intermitentemente febris e anêmicos. A forma aguda se caracteriza por aparição repentina de febre. agulhas hipodérmicas e instrumentos cirúrgicos. A resposta humoral a presença do antígeno viral estimula a produção de anticorpos não neutralizantes. O VAIE é capaz de infectar a todos os membros dos equinos. A enfermidade resultante pode ser aguda ou crônica. incluindo cavalos. trombocitopenia e glomerulonefrite. geralmente. anemia. Tal como em outros retrovírus.171 Anemia infecciosa equina (Febre de pântano) Causa Vírus da anemia infecciosa equina (VAIE). Características clínicas e patológicas O período de incubação que segue a exposição do vírus da AIE é. sêmen e urina. fagocitose dos eritrócitos. É também o primeiro retrovírus que se observou ser transmitido mecanicamente por insetos (tabanídeos). Alguns cavalos afetados podem apresentar ataxia. A anemia é o resultado dos efeitos combinados de hemólise. sede. Foram identificados cinco subtipos do VIF. Os cavalos positivos devem ser sacrificados ou confinados a estábulos a prova de vetores. Muitos países e estados só permitem a entrada de animais soro-negativos. Prevenção    Atualmente não existem vacinas disponíveis. usando iniciadores específicos do genoma viral. apresentando o animal uma aparência essencialmente normal. durante as remissões. para evitar a dispersão mecânica por insetos chupadores. não causando efeito citopático visível (CPE por sua sigla em inglês). A viremia pode apresentar-se por anos. O ADN proviral pode ser detectado por PCR. Uma prova de ELISA competitiva pode ser utilizada. ou separados pelo menos a cerca de 200 metros do resto dos indivíduos em pastoreio. principalmente. Todos os cavalos estabulados devem ser submetidos a provas sorológicas. frequentemente. Infecção por vírus de imunodeficiência felina Causa Vírus da Imunodeficiência Felina. porém seus resultados devem ser confirmados com a prova de Coggins. a demonstração de anticorpos específicos (a proteína p26 do núcleo do vírus EIA) se usa rotineiramente para o diagnóstico. O vírus pode ser isolado e ser cultivado em cultivos de leucocitos equinos. A enfermidade é geralmente fatal. baseando-se nas diferenças da sequência de aminoácidos do envelope. Transmissão Principalmente por mordeduras. normalmente conhecida como prova de Coggins. com a prova de imunodifusão em gel de agar (AGID). As remissões são comuns e podem durar anos. fluido cefaloraquídeo de cavalos com ataxia. Distribuição O vírus da imunodeficiência felina (VIF) é encontrado. Já foram isolados vírus semelhantes a partir de felinos silvestres e de zoológico. Devido ao fato de que a AIE é uma infecção persistente.172 único sinal clínico. Isto se realiza. . Adicionalmente o ARN viral pode ser detectado por (RT)-PCR (PCR com transcriptase reversa). Diagnóstico      Espécimes clínicos: soro. Os gatos machos errantes apresentam a mais alta incidência da infecção. em gatos em todo o mundo. No RT-PCR o molde de ARN é copiado a um ADN complementário (cDNA por sua sigla em inglês) mediante a enzima transcriptase reversa (isolada de uma fonte retroviral). O VIF se replica. causadas pela deterioração do sistema imune. a detecção de anticorpos contra o VIF se considera o método mais conveniente e confiável de diagnóstico. febre e linfoadenopatia generalizada. Também tem sido usado interferon alfa. primariamente. rinite. em linfócito T CD4+ (ajudadores). porém também em macrófagos. astrócitos e células da microglía. Os “kits” comerciais de ELISA estão disponíveis comercialmente e se considera muito sensíveis e específicos. As infecções crônicas podem dar origem a estomatite. por exemplo.2 meses depois da infecção.173 Patogênese A patogênese da infecção por VIF é semelhante a que se observa com o HIV. A resposta humoral é normal.  Segundo pesquisas os inibidores da transcriptase reversa como aqueles usados no tratamento do VIH. A infecção é seguida por uma viremia crônica que alcança seu nível máximo as 7 a 8 semanas. Os anticorpos podem detectar se por ensaios de imunofluorescência ou por ELISA. Observa-se um incremento no número de (vírus) variantes. e logo decresce. devido à replicação com tendência ao erro. enterite e dermatite.  Etapa subclínica: Os sinais clínicos da enfermidade desaparecem depois de umas poucas semanas ou meses.  Etapa crônica: Os gatos infectados eventualmente sucumbem nas infecções crônicas por microorganismos oportunistas. sendo esta a razão porque algumas vezes a infecção por VIF é chamada de SIDA dos felinos. Tratamento  Terapia de apoio e antimicrobianos para as infecções secundárias. Diagnóstico   Amostras clínicas: soro. havendo uma diminuição progressiva na função do CMI devido à diminuição das células CD4+. gengivite. azotiouridina. Características clínicas e patológicas Observam-se três etapas da enfermidade:  Etapa aguda: Os sinais clínicos aparecem 1 . reduzem a severidade da enfermidade. Como resultado desta diminuição das células CD4+ se observa um incremento do número de infecções por microorganismos oportunistas. e consistem em depressão. associado à imunodeficiência clínica observada. Devido a que os gatos infectados com VIF permanecem infectados por toda a vida. pneumonite. a viremia se incrementa até a etapa final da enfermidade. conjuntivite. Sem dúvidas. porém os gatos permanecem virêmicos por toda a vida. . Um período de relativa normalidade pode durar de meses a anos. Podem ser observados sinais clínicos de disfunção neurológica. e uma infecção concorrentes com FeLV pode agravar a enfermidade e dar lugar a uma neoplasia.  Não se recomenda nenhuma outra vacina além da de raiva. aumento dos nódulos linfáticos e algumas vezes a morte. Morfologicamente o vírus tem semelhança com o vírus-1 da imunodeficiência humana. Gado infectado experimentalmente apresenta proliferação linfóide e redução da citotoxicidade mediada por células. A eficácia da vacina está. Evitar o contacto com gatos selvagens e vagabundos. que somente foi notificada afetando o gado Balinés (Bali. Transdução: Transferência do material genético (ADN) do hospedeiro de uma célula a outra.174 Prevenção    Nos Estados Unidos está comercialmente disponível uma vacina inativada preparada a partir dos isolamentos de VIF. Isolamentos adicionais indicam que o vírus está amplamente distribuído no gado. Os gatos que recebem esta vacina se tornam sorologicamente positivos. . Indonésia) se caracteriza por um curso curto com febre. Uma forma especializada de transdução é a introdução de oncogenes em células pelos retrovírus. atualmente. a partir de uma vaca leiteira com linfócitose persistente. Os animais (Bos javanicus) que se recuperam são virêmicos e. realizada por vírus tais como retrovírus ou um bacteriófago. Glossário Oncogene: Um gene que codifica uma proteína cuja expressão da lugar a transformação celular e malignidade (os trocas celulares incluem perda da inibição por contacto. Só admitir em casa animais sorologicamente negativos. portanto também são portadores. sua patogenicidade ainda não foi demonstrada de maneira inequívoca. que conduz a potencial neoplásico). A melhor forma de prevenção é manter os gatos dentro de casa. sendo avaliada. Embora exista alguma evidência de que pode estar envolvido na predisposição do gado a outras infecções/enfermidades. A enfermidade. sem dúvidas. Infecção por vírus da imunodeficiência bovina Causa Vírus da imunodeficiência bovina. Enfermidade de Jembrana O vírus desta enfermidade (vírus da enfermidade de Jembrana) é parecido com o vírus da imunodeficiência bovina. O primeiro isolamento do vírus da imunodeficiência bovina (VIB) foi realizado em Louisiana em 1972. 175 20 – Vírus RNA de fita dupla . Índice    o o o o o  o  o  Características virais Classificação Orbivirus Língua azul Peste equina africana Encefalose equina (África do Sul) Enfermidade de Chuzan (Sudeste da Ásia. Ithaca NY (www. fungos e bactérias.J. .R. Carter1 and D. linear. dando como resultado um genoma ARNds dentro dos virions recém formados. invertebrados. Características virais    Os reovírus são vírus nus com ARN de dupla cadeia (60 . (Eds. o virion se desnuda parcialmente. O restante é empacotado com virions defectivos.2Department of Biology. O ARNds é transcrito a ARN sentido positivo e parte do mesmo é enviado ao citoplasma para sua tradução por ribossomos.ES Reoviridae G. A3416. Virginia Tech. Alguns são importantes patógenos veterinários. International Veterinary Information Service.0805. 11 o 12 segmentos de RNA de dupla cadeia (ver Fig. West Virginia.ivis. a replicação ocorre dentro deste virions parcialmente nus já que todas as enzimas necessárias para a replicação se encontram dentro do capsídeo. característico. Blacksburg.R.176 In: A Concise Review of Veterinary Virology. and Wise D.org). Replicam-se conservadoramente no citoplasma. Last updated: 15-Aug-2005.). órfão) infectam vertebrados. segmentado.80 nm de diâmetro) com um capsídeo icosaédrico envolvido por uma cápsula externa e núcleo que possui 10. Em um processo exclusivo dos reovírus. plantas superiores. Carter G. USA. Virginia. São únicos no sentido de que possuem um genoma de ARN de dupla cadeia. Concord University.J. Dentro dos virions o ARN complementar sentido negativo é sintetizado. entérico. Wise2 1 Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine. 16-1). Japão) Enfermidade epizoótica hemorrágica Rotavírus Infecções por Rotavírus (várias espécies) Ortoreovírus Infecções por Ortoreovírus aviários Glossário Os vírus da família Reoviridae (reo = respiratório. Depois de entrar na célula hospedeira. USA. Athens. possuem uma transcriptase associada ao núcleo e alguns deles (especialmente os ortoreovírus) produzem grandes inclusões perinucleares citoplásmicas. parecidos a favo de mel. Reoviridae (60 .   Figura 16-1. o .  o o o o o o o Língua azul Peste equina africana Encefalose equina Enfermidade de Chuzan (Japão) Enfermidade hemorrágica epizoótica dos veados Vírus Ibaraki (um vírus relacionado com o vírus da enfermidade epizoótica hemorrágica dos veados. que só infectam vertebrados. Taiwán e Bali). Os ortoreovírus de mamíferos são resistentes a vários desinfetantes comuns.80 nm). e os reovírus de plantas e insetos em quatro gêneros. porém podem distinguir-se por técnicas de inibição da hemaglutinação e neutralização. Estabilidade variável: os ortoreovírus e os rotavírus conservam sua infectividade em uma larga faixa. Classificação Os reovírus de vertebrados são classificados em cinco gêneros.177 Alguns sorotipos compartilham um antígeno comum de fixação de complemento. Em continuação são descritos os gêneros que compreendem os vírus de vertebrados e as enfermidades que produzem. Os ortoreovírus de mamíferos causam infecções respiratórias e digestivas leves em muitas espécies animais e em humanos. Rotavírus   Infecções por rotavírus o   Ortoreovírus - Estes vírus. Os virions são únicos que possuem uma capsídeo de três camadas. Diferentemente dos orbivírus e rotavírus. Vírus Palyam [um Orbivírus isolado de espécies Culex (Índia) e espécies Culicoides (Austrália e Nigéria) que causam uma enfermidade transmitida por artrópodes caracterizada por lesões fetais e abortos]. Causa uma enfermidade frequentemente severa no gado do Japão. são geralmente causa menor de enfermidade. São eliminados pelas vias fecal-oral e respiratórias.  Os ortoreovírus aviários causam infecções importantes frangos e pavões. de pH. estes vírus podem propagar-se em cultivos celulares com relativa facilidade. Orbivírus (possuem a capacidade de replicar-se em alguns artrópodes mordedores). Características clínicas e patológicas Nas ovelhas. O gado bovino e as cabras não são afetados seriamente. o período de incubação geralmente é de 6 a 10 dias. as infecções típicas se caracterizam por uma aparição aguda com febre alta. Distribuição Esta enfermidade não contagiosa de ovelhas. e de alguns invertebrados marinhos como mexilhões e vieiras. gado bovino.  Aquareovírus Estas espécies são recuperadas de peixes de água do mar e de água doce. realiza uma replicação e posteriormente o vírus. A replicação se realiza nos insetos sem transmissão transovariana. porém. Vírus da febre do Colorado: enfermidade de humanos que ocorre no noroeste dos Estados Unidos. Transmissão Várias espécies de Culicoides mordedor são os vetores comuns dos vírus da língua azul. ruminantes pequenos domésticos e silvestres é encontrada em muitos países. incluindo o sul dos Estados Unidos. é transmitida pela mordedura de um carrapato infectado. exsudação. salivação e úlceras nos . Orbivírus Língua azul Causa Vírus da Língua Azul (BTV . descarga nasal e ocular. hemorragias e hipoxia. se aloja no endotélio de vasos sanguíneos pequenos. Patogênese Inicialmente o vírus se replica nos nódulos linfóides regionais. aonde sua replicação provoca dano vascular. provavelmente os roedores silvestres atuam como reservatórios naturais.sigla em inglês). três medianos y quatro pequenos. A inoculação dos vírus ocorre por mordidas ou picada de insetos. O genoma do vírus tem 10 segmentos: três grandes. Os principais sinais clínicos são observados em ovelhas. depressão. principalmente. finalmente. com disseminação a outros tecidos linfóides. anorexia. São conhecidos 24 sorotipos. também de humanos. veados e alguns animais pequenos.178  Coltivírus Os membros deste gênero são isolados. de carrapatos Ixodides. Embora algumas ovelhas possam ter uma enfermidade leve. siglas em inglês) e o ELISA de competição. A confirmação requer o isolamento viral.siglas em . na língua. existe uma prova de PCR anidado para a identificação do ácido nucléico do BTV. Embora as infecções por BTV estejam amplamente distribuídas em ruminantes nos Estados Unidos. Existe um antígeno de fixação de complemento específico para todo o grupo. edema generalizado e hemorragias dos músculos esqueléticos e cardíaco. As ovelhas gestantes podem abortar ou parir cordeiros com hidranencefalia. Já foram identificados nove sorotipos por provas de neutralização. A inflamação e a sensibilização da região coronária do casco podem provocar manqueira. burros. posteriormente. Considera-se que esta última é mais sensível e mais específica. A maioria do gado nos Estados Unidos. Redução dos insetos vetores. No gado bovino. O vírus BTV é um dos vírus animais mais difíceis de isolar. zebras. ser sub-clínica. A língua azul é uma enfermidade devastadora do veado de cauda branca e do bicolor. mulas. soro. Pensa-se que os elefantes. Prevenção    As vacinas de vírus vivo modificado são eficazes. porém seu uso não está permitido nos Estados Unidos. em cultivo celular (por exemplo. tem sido utilizado fortes restrições de importação com a finalidade de evitar a introdução de novos sorotipos. A proteção ocorre por homologia.179 lábios. As provas sorológicas usadas com mais frequência para determinar exposição são a imunodifusão em gel de agar (AGID . e na gengiva. Distribuição Os cavalos. baço. os cães e as zebras são reservatórios. O diagnóstico presuntivo se baseia nos sinais clínicos e nas lesões encontradas na necropsia. Nessas regiões endêmicas pode ser necessário o uso de soros pareados para demonstração da elevação do título de anticorpos para demonstrar a presença de uma infecção aguda. células da linhagem Vero). tem anticorpos contra o vírus da Língua Azul. particularmente nos estados do Sudeste. Outros países têm restrições similares. A peste equina africana (AHS . e cães são susceptíveis naturalmente. geralmente. a infecção pelo vírus de língua azul. abortar ou parir bezerros com anomalias. Diagnóstico      Espécimes clínicos: sangue completo. com o apoio de evidência sorológica de exposição. porém as fêmeas gestantes que se infectam no início da gestação podem apresentar fetos mumificados. que se realiza melhor por inoculação intravenosa de embriões de pinto e. e para proteger contra múltiples sorotipos torna-se necessário o uso de vacinas polivalentes. Orbivírus relacionados antigenicamente podem apresentar reação cruzada e dar resultados falso-positivos na prova de AGID. Peste equina africana Causa Vírus da peste equina africana. As principais modificações observadas na necropsia são as lesões orais. Embora não seja exigido para o diagnóstico de rotina. enquanto que outros podem só apresentar uma infecção transitória leve. interlobular e intramuscular. embora a enfermidade não tenha persistido fora da África. Características clínicas e patológicas A enfermidade ocorre nas formas severa. Sua distribuição varia por regiões. Diagnóstico       Espécimes clínicos: sangue completo recém coletado e refrigerado. células Vero). dificuldade para respirar. Existem novo tipos antigênicos diferentes do vírus que podem ser identificados por provas de soro neutralização. A técnica de ELISA. temperatura alta e edema do trato respiratório. O vírus é identificado mediante provas de neutralização viral o imunofluorescência. pulmões e baço. hidrotorax e exsudato gelatinoso nos tecidos subcutâneo. Depois da viremia. ou em alguns cultivos celulares (por exemplo. A forma mais crônica se caracteriza por hidropericárdio e hemorragias e edema no tecido subcutâneo das regiões da cabeça e pescoço. A confirmação laboratorial se obtém com o isolamento do vírus em camundongos de um dia de idade inoculados intracerebralmente. Patogênese Pensa-se que os sítios de replicação primária são os nódulos linfóides. Tem sido usado um ensaio de RT-PCR (PCR com transcriptase reversa) para detectar o ácido nucléico viral. em ovos embrionados. Geralmente a mortalidade varia de 20 a 95%. Prevenção  Têm sido impostas estritas restrições de importação para prevenir a introdução do vírus ASH em países livres da enfermidade. Faz-se um diagnóstico tentativo com base nos sinais clínicos e nas lesões patológicas. Paquistão e a Espanha e Portugal. . Transmissão O vírus se transmite por mordidas de insetos vetores (espécies de Culicoides). Índia. crônica e leve. fixação de complemento e imunodifusão em gel de agar são procedimentos usados para a detecção de antígenos e anticorpos. Na forma pulmonar severa observase uma tosse paroxística aguda. Alguns cavalos podem apresentar sinais tanto de enfermidade cardíaca como de enfermidade pulmonar. as células endoteliais se infectam. podendo incluir edema dos pulmões. As lesões que se observam na necropsia variam de acordo com a forma da enfermidade. donde o vírus se replica provocando dano vascular com o consequente incremento na permeabilidade vascular.180 inglês) é endêmica em grande parte da África tendo se disseminado para o Oriente Médio. os cães também podem infectar-se ao comer carne de cavalo contaminada. hemorragia e edema. e nos nódulos linfóides. Enfermidade de Chuzan A causa desta infecção é uma espécie tentativa do gênero Orbivirus. Geralmente o diagnóstico se baseia na historia clínica. O desenvolvimento destas anormalidades parece estar relacionado com a idade do feto no momento da infecção. Existem oito sorotipos do vírus da EHD. Os pulmões se mostram edematosos na necropsia. porém existem .181   Onde a enfermidade é endêmica tem sido usado vacinas polivalentes de vírus modificado. e se pensa que ocorre mais frequentemente quando o feto se infecta em torno dos quatro meses de idade. porém só dois deles (New Jersey y Alberta) estão presentes nos Estados Unidos. aguda. outras espécies de veado não são susceptíveis. A enfermidade é encontrada no Sudeste de Ásia e Japão. frequentemente fatal. Distribuição A enfermidade é encontrada no veado de cauda branca e em veado marrom (Odocoileus bemionus fuliginatus). O gado de carne é afetado com mais frequência que o gado leiteiro. sem dúvidas estas vacinas não impedem a viremia tendo sido registrado reversão a virulência de cepas vacinais. incluindo hidranencefalia e hipoplasia cerebelar. Os bezerros afetados podem nascer cegos e apresentar ataques e opistótonos. os búfalos e os veados. Transmissão O vírus é transmitido pela mosca negra (Culicoides variipennis. O gado bovino. e se caracteriza por anormalidades congênitas nos bezerros. A enfermidade tem sido registrada na África do Sul e se pensa que se dissemina por artrópodes mordedores particularmente da espécie Culicoides. incluindo a língua e a conjuntiva. que se parece muito com a AHS. com exceção os de cauda banca são infectados por vários sorotipos. porém não desenvolvem enfermidade clínica.) Características clínicas e patológicas A enfermidade pode ser subclínica. ou crônica. A transmissão se verifica por Culicoides oxystoma. Controle dos insetos vetores. hiperaguda. A forma hiperaguda se caracteriza por edema severo das regiões da cabeça e do pescoço. e morte rápida. Encefalose equina O vírus da encefalose equina (sete sorotipos) é muito parecido ao vírus de AHS causando uma enfermidade. Enfermidade epizoótica hemorrágica dos veados Causa Vírus da enfermidade epizoótica hemorrágica dos veados (EHD . lesões microscópicas e resultados sorológicos consistentes.siglas em inglês). O vírus de língua azul pode causar manifestações de enfermidade similares. baseando-se em diferenças no antígeno principal do capsídeo VP6. geralmente. designados desde A até G. Também existem ulcerações na língua e o coxim dental e no rúmen e abomaso. cachorros. As hemorragias são mais evidentes em animais que sobrevivem mais tempo (forma aguda) e geralmente são encontradas no coração. uma enfermidade importante em potros. O vírus do EHD pode infectar o gado bovino. soro e baço. A confirmação requer isolamento e identificação do vírus. também.  A gravidade da infecção pode ser influída por infecções concorrentes com outros agentes incluindo espécies de Salmonella.  Foram identificados catorze sorotipos do grupo A. Frequentemente o diagnóstico de EHD se baseia nos sinais clínicos e nas lesões. A enfermidade. coli. ou por estresse devido ao frio. mais frequentemente depois da primeira semana de vida.182 muito poucos ou nenhuns sinais de hemorragia. afeta animais jovens de até 8 semanas de idade. . conforme foi demonstrado mediante a realização da prova de imunodifusão em gel de agar. espécies de Cryptosporidium e E. Os sinais clínicos são similares em todas as espécies afetadas e o resultado da infecção varia desde gastrenterites subclínicas ou severas até infecções letais. baseando-se em diferenças no antígeno VP7 do capsídeo. Prevenção Não existem medidas práticas de prevenção. A forma crônica se caracteriza por manqueira.  Os rotavírus são específicos de espécie. Outros grupos também têm diferentes sorotipos.  A maioria dos isolamentos dos vírus causadores de enfermidade pertence ao sorogrupo A. porém a maioria das infecções são subclínicas. rúmen e intestino. O vírus pode ser propagado em ovos embrionados de pinto inoculados intravenosamente e em vários cultivos celulares. incluindo a linhagem celular BHK-21. Podem usar-se anticorpos fluorescentes para identificar o vírus em cortes congelados de tecidos afetados. Causa Foram identificados sete sorogrupos. Diagnóstico     Espécimes clínicos: sangue fresco com heparina. Infecções por rotavírus Os rotavírus causam gastrenterites com diarréia em muitas espécies de mamíferos e na avicultura de todo o mundo. Uma cepa de EHD (Ibaraki) que é encontrada no sudeste da Ásia causa uma enfermidade clinicamente similar à língua azul no gado bovino. Uma alta percentagem de veados no sudeste dos Estados Unidos tem anticorpos contra o vírus de EHD. A enfermidade é mais comum em animais de criação intensiva como terneiros e leitões sendo. gatos e aves de granja. A enfermidade se observa mais frequentemente em suínos de 1 a 4 semanas de idade. os animais se infectam pela via oral/fecal. As E.Como foi mencionado anteriormente. Também devemos ter em mente que alguns outros micróbios (protozoários. Os sinais podem incluir vômitos. A infecção por rotavírus é endêmica em muitos suínos e rebanhos leiteiros.A infecção por rotavírus está amplamente distribuída em rebanhos de suínos em todo o mundo. em terneiros de 1 a 7 dias de idade. Outros Animais . Os coronavírus infectam aos terneiros desde o primeiro dia até 3 semanas de idade. vírus e bactérias) causam gastrenterites em animais jovens. Patogênese: geral    Parece que as células epiteliais maduras da metade distal das vilosidades do intestino delgado são especialmente susceptíveis na infecção por rotavírus. má absorção e diarréia. Pensa-se que a insuficiência de anticorpos no colostro contribui para o desenvolvimento destas infecções. Parece que a enfermidade ocorre mais frequentemente quando o estado imune dos leitões ou terneiros se deprime e existe um aumento da quantidade de vírus. Para chegar a um diagnóstico deve-se levar em conta a ubiquidade dos reovírus. Diagnóstico    Espécimes clínicos: porções de intestino delgado com conteúdo fecal. suínos e outras espécies domésticas. coli enteropatogênicas podem atuar em conjunto com os rotavírus causando diarréia.183 Distribuição Os Rotavírus estão amplamente difundidos em muitas espécies animais e em humanos. Frequentemente podem recuperar-se rotavírus do intestino de muitos terneiros normais. Aves . assim como a possibilidade de co-infecções com coronavírus. cachorros e gatinhos. O vírus está presente em fezes até três semanas depois da infecção. particularmente depois de que a mucosa intestinal tenha se tornado vulnerável pela necrose e perda das células epiteliais. A destruição seletiva das células das vilosidades conduz a atrofia das vilosidades. mais comumente.Somente os vírus do grupo D têm sido implicados em infecções aviários. Leitões . anorexia. Terneiros . e possivelmente por mais tempo. depressão e diarréia aquosa profusa de aparição súbita o que rapidamente da lugar a desidratação extrema. Ambos os vírus são responsáveis por enfermidades caracterizadas por diarréias aquosas profusas de aparição súbita. O vírus está presente nas fezes até três semanas depois da infecção. ocorrem infecções análogas por rotavírus em potros recém nascidos. Sinais clínicos: geral O período de incubação pode ser de menos de 24 horas.A enfermidade por rotavírus e observada. Transmissão Por contacto. Considera-se que as infecções são comuns nas aves domésticas e em outras espécies aviárias. . com limpeza e desinfecção correta dos currais. Prevenção     Dada à ampla distribuição dos rotavírus (muitos portadores) a erradicação não é factível. A enfermidade pode ser severa si se complica com bactérias secundárias.184   O diagnóstico específico se leva a cabo melhor através do exame com anticorpos fluorescentes de cortes congeladas de intestino. Estas infecções incluem artrites. Glossário ELISA competitiva: O antígeno e a substância competitiva (análoga) competirão por anticorpos específicos. Temos que manter aquecidos e secos os animais jovens e alimentá-los adequadamente de colostro e leite. Os onze sorotipos produzem sincícios em cultivos celulares e infectam pintos e pavões. hepatites e miocardites com perda de peso. A propagação de rotavírus usando sistemas convencionais de cultivo celular é difícil. gastrenterites. Tratamento   Soluções de eletrólitos orais ou intravenosas para conter a desidratação. Ortoreovírus de mamíferos Estes vírus. Encontra-se grande quantidade de rotavírus nas fezes de animais com enfermidade clínica. As infecções são comuns em criações comerciais. Hidranencefalia: Condição na qual cavidades cheias de fluido substituem os hemisférios. se houverem complicações com infecções bacterianas. Ortoreovírus Ortoreovírus aviários Estes ortoreovírus de não mamíferos compartilham um antígeno comum de grupo. A imunização ativa é complicada devido à presença de diferentes sorotipos do vírus. La vacinação nos animais gestantes é útil. embora o valor das vacinas orais nos recém nascidos seja questionável. A concentração pode ser determinada por comparação com o efeito de bloqueio (competição). Boas práticas de manejo. Os vírus são facilmente identificados pelo emprego da técnica da imunofluorescência em cortes congelados tecidos. estandartizando as concentrações do análogo e do anticorpo. A limpeza e a desinfecção das instalações reduzem a exposição às grandes quantidades de vírus que existe nas fezes de animais infectados. . Produzem uma variedade de infecções dependendo do tipo particular de ortoreovírus envolvido. ajudam a reduzir as perdas. ou mediante o exame de por microscopia eletrônica de fezes e conteúdo intestinal. estão associados com enfermidades respiratórias e entéricas leves em muitas espécies animais. Existem vacinas com vírus vivos modificados e com vírus inativados. tendinites. Em enfermidades graves podemos usar um antibiótico. O isolamento e identificação viral embora direto. três sorotipos. geralmente não são factíveis. 185 PCR anidado: PCR que se leva a cabo duas vezes. com diferentes jogos de iniciadores. RT-PCR: PCR em tempo real (por sua sigla em inglês) é uma técnica onde polimerização do ADN durante o processo de PCR é monitorado espectrofotometricamente. ou segundo jogo "anidado" dentro da região que se amplificou com o primeiro jogo de iniciadores. . Este método é muito sensível para detectar o produto antes da eletroforese em gel de agarose. Desta maneira níveis muito baixos de produto de PCR podem ser feitos em maiores quantidades. Athens.). International Veterinary Information Service. Virginia Tech.2Department of Biology. Last updated: 15-Aug-2005. Wise2 1 Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine.1). posto que seu genoma continha só dois segmentos de DNA de cadeia dupla linear. Ithaca NY (www. A3417.J. O vírus da enfermidade infecciosa da bolsa de Fabrício (IBDV. (Eds.186 In: A Concise Review of Veterinary Virology.R. O RNA de cadeia dupla (ARNds). Carter1 and D. Virginia. é o único patógeno de importância veterinária.ES Birnaviridae G. Características virais     São vírus sem envelope. . West Virginia.R. por sua sigla em inglês). USA. and Wise D. Índice    o Características virais Classificação Avibirnavírus Enfermidade infecciosa da bolsa de Fabrício   Glossário Esta família foi criada para acomodar aqueles vírus RNA de cadeia dupla que não se encaixavam na família Reoviridae.J. USA. insetos. Blacksburg. Os vírus são estáveis e resistem ao calor e a uma ampla faixa de pH. Carter G. Concord University. em vez dos 10 a 12 segmentos dos reovírus. serve como molde para a produção de RNA mensageiro (mARN) (+) e os genomas da progênie.org). A família Birnaviridae inclui vírus que infectam pintos. simetria icosaédrica de aproximadamente 60 nm de diâmetro (ver Fig. 17.ivis. com RNA de cadeia dupla.0805. animais microscópicos aquáticos e peixes. O capsídeo está constituído por 5 polipeptídios maiores (VP1-5) e um genoma de dois segmentos de RNA de cadeia dupla. A replicação ocorre no citoplasma. . Capsídeo icosaédrico sem envelope e constituído por 5 polipeptídios maiores. Transmissão O vírus é eliminado nas fezes e sua transmissão ocorre por contato direto e indireto através de fômites.sigla em inglês). As cepas tipo 1 que causam IBD e as cepas tipo 2 que não são patogênicas. porém também se verifica através da conjuntiva e do trato respiratório. Classificação A família Birnaviridae possuí 3 gêneros: Aquabirnavírus: Incluí os vírus que infectam peixes. Incluí o vírus que causa a necrose pancreática infecciosa dos salmonídeos. Avibirnavírus. Distribuição A enfermidade infecciosa da bolsa de Fabrício é uma infecção dos pintos que ocorre frequentemente e está distribuída por todo o mundo. Birnaviridae (aproximadamente 60 nm). Depois da viremia. As células brancas principais da infecção viral são os linfócitos B. o timo. Dentro das 12 horas seguintes. o vírus é encontrado em células de Kupffer do fígado e em macrófagos e células linfóides do jejuno. a glândula Harderiana e o baço também se infectam. Apenas se reconhece uma espécie. a via oral. sorotipo 1.187 Figure 17-1. A depleção da bolsa conduz a uma resposta imune deteriorada. duodeno e cecum. Entomobirnavírus: Icluí os vírus que infectam insetos. se infetam as células da bolsa de Fabrício. Rapidamente. principalmente. Avibirnavírus Enfermidade infecciosa da bolsa de Fabrício (Enfermidade de Gumboro) Causa Vírus da enfermidade infecciosa da bolsa de Fabrício. o vírus causador da enfermidade infecciosa da bolsa de Fabrício (IBD . Existem dois sorotipos do vírus IBD. Avibirnavírus: Infetam aves. Patogênese A via de infecção é. crustáceos e moluscos. após a infecção inicial. A maturação dos linfócitos B tem lugar nesse órgão Glândula Harderiana: é una glândula lacrimal acessória no lado interno da órbita ocular de repteis e aves. depressão. Prevenção     A exposição pode reduzir-se através da limpeza e da desinfecção dos galinheiros. Embora. canibalismo y prostração. e está caracterizada por inflamação e edema da bolsa de Fabrício. As lesões nos tecidos linfóides estão caracterizadas por degeneração de linfócitos em áreas medulares. IBD é suspeitada em casos da bolsa de Fabrício inflamada e hemorrágica em pintos   jovens   A confirmação do diagnóstico pode fazer-se por detecção do antígeno viral na bolsa macerada. O vírus pode ser propagado na membrana corioalantoidea de embriões de pinto obtidos de lotes livres de IBD. os sinais clínicos não estejam presentes em aves muito jovens. As perdas principais são devidas. A mortalidade vai desde 0 a 20%. usualmente. baço. de tecido linfoepitelial que se encontra apenas em aves e está associada com a cloaca. rins. através de uma prova de ELISA ou por imunodifusão em gel de agar. pulmões e sangue. Os quites comerciais de ELISA estão disponíveis. Vacinas de vírus vivo atenuado originadas de embrião de pinto são administradas por instilação no olho ou na água de bebida dos pinteiros durante a primeira a segunda semana de idade. Vacinas de vírus morto são usadas em criadouros. A imunofluorescência pode ser usada para detectar antígeno viral em cortes congeladas da bolsa. sobretudo ao pobre ganho de peso em pintos de engorda. Os sinais clínicos incluem diarréia.14 semanas). o sistema imune pode estar alterado permanentemente. fígado. . Glossário Bolsa de Fabrício: estrutura com forma de saco. para o monitoramento do estado imune do lote. porém a vacinação pode não ser eficaz.188 Características clínicas e patológicas A enfermidade é altamente contagiosa para os pintos jovens (usualmente 3 . Diagnóstico Os espécimes clínicos são: bolsa de Fabrício. A identificação se realiza por neutralização viral. A morte dos embriões usualmente ocorre entre 3 a 5 dias. si a imunidade adquirida passivamente é elevada. anorexia. 189 23 – Vírus RNA de fita dupla Polaridade negativa . F. Carter G.org). International Veterinary Information Service. O vírus respiratório sincicial é a maior causa de laringotraqueobronquite aguda em bebês (croup em inglês) e de enfermidades respiratórias em terneiros. . incluindo cinomose canina.J. peste bovina e enfermidade de Newcastle. D. Carter1.R. and Wise D.3Department of Veterinary Preventive Medicine.ES Paramyxoviridae G. Índice                      Características Virais Classificação Respirovirus Parainfluenza Bovina 3 Rubulavirus Infecção por Rubulavírus Suíno Vírus da Parainfluenza Canina 2 Morbillivirus Cinomose Canino Peste Bovina Peste dos pequenos ruminantes Henipavirus Hendravirus Nipahvirus Avulavirus Vírus da Enfermidade de Newcastle Paramixovírus aviários Neumovirus Infecção por Vírus Respiratório sincicial Bovino Metapneumovirus Rinotraqueite do pavão Esta é uma família de vírus grandes com ARN de polaridade negativa. Concord University. USA.). A3418.R. Backsburg. Ithaca NY (www. Athens. 2Professor Emeritus of the Department of Medical Sciences and Pathobiology. Flores3 1 Department of Biology. West Virginia.ivis. Ast updated: 28-Oct-2005. Virginia-Maryand Regional College of Veterinary Medicine. (Eds. Wise2 and E. Federal University of Santa Maria. Santa Maria. RS Brazil. Virginia.190 In: A Concise Review of Veterinary Virology. USA.J. As duas subfamílias compreendem vários gêneros com patógenos de importância em veterinária e medicina humana.1005. Virginia Tech. O ARNss(-) se usa como molde para a produção de ARNm (+) e genomas da progênie. Classificação Esta família compreende duas subfamílias. donde produzem efeito citopático.1). com polaridade negativa.191 Características virais Os vírus da família Paramyxoviridae são vírus envelopados – muitos são pleomórficos – e têm um nucleocapsídeo helicoidal (ver Fig. Paramyxovirinae e Pneumovirinae. Paramyxoviridae. Os virions são envelopados com um nucleocapsídeo helicoidal. 18. Os vírus geralmente são sensíveis ao calor. de uma só cadeia. As enfermidades produzidas por eles são enumeradas a seguir:  o  o o o o o Respirovirus Parainfluenza bovina 3 Morbillivirus Cinomose Peste bovina Peste dos pequenos ruminantes Vírus do moquillo das focas é a causa de uma enfermidade parecida com a cinomose das focas da baia. solventes lipídicos e muitos desinfetantes. Vírus do moquillo do delfim é a causa de uma enfermidade parecida com a cinomose em delfins. incluindo a formação de sincícios e inclusões citoplasmáticas.        Figura 18-1. neuraminidase e hemólise. dessecação. Seu genoma é de ARN não segmentado. A replicação se realiza no citoplasma e a aquisição do envelope viral na superfície (membrana plasmática) das células infectadas. A maioria pode ser propagada em ovos embrionados e em cultivos celulares. O envelope está coberto com espículas cujas glicoproteínas são as responsáveis pelas atividades de hemaglutinação. são observadas formas esféricas e filamentosas. Os virions são altamente pleomórficos. . A família Paramyxovirinae se compõe de três gêneros. Este complexo de uma infecção viral ou outro agente primário predisponente com uma infecção bacteriana subsequente frequentemente é referida como "febre do embarque" ou pasteurelose pneumônica bovina. Se não se trata. por contacto direto e indireto. incluindo aqueles incidentais como o transporte com amontoamento e exposição a temperaturas extremas. Com as complicações secundárias. . A exposição inicial geralmente provoca uma infecção respiratória leve ou subclínica. As bactérias de infecções secundárias mais importantes são Mannheimia (anteriormente Pasteurella) haemolytica e Pasteurella multocida. Distribuição As infecções pelo vírus da parainfluenza bovina 3 ocorrem em todo o mundo no gado bovino e ovino. pode desenvolver uma pneumonia lobular severa com sinais clínicos característicos.192  o o  o o  o o  o o Henipavirus Hendravírus (anteriormente morbillivírus equino) Nipah vírus Rubulavirus Infecção por rubulavírus suíno Vírus da parainfluenza canina 2 Avulavirus Vírus da Enfermidade de Newcastle Paramixovírus aviários A subfamília Pneumovirinae compreende dois gêneros: Pneumovirus Infecção pelo vírus respiratório sincicial bovino Metapneumovirus Rinotraqueite do pavão Respirovirus Parainfluenza bovina 3 Causa Vírus da parainfluenza bovina 3 (BPI-3 por sua sigla em inglês). O dano aos macrófagos alveolares diminuí as defesas do hospedeiro contra as bactéria.95% no gado de engorda e leiteiro. Características clínicas e patológicas O vírus se replica nos macrófagos e no epitélio alveolar. pode propiciar o aparecimento de infecções bacterianas secundárias com a consequente pneumonia. o mecanismo mucociliar se vê afetado adversamente. O estresse ambiental. esta complicação frequentemente é fatal. Transmissão Infecção por pequenas gotas. É comum soro prevalências de até 90 . O vírus BPI-3 tem uma grande prevalência e a maioria do gado tem anticorpos como resultado de exposições frequentes. furões.193 Diagnóstico     Espécimes clínicos: Suabes nasais e traqueais. os lobos. ELISA ou imunofluorescência indireta) indica a presença da infecção. São usados fármacos antimicrobianos para controlar infecções bacterianas secundárias. Além dos cães. dingos (Canis lúpus dingo) e gambás também são susceptíveis. zorros. arredondamento celular. currais. Em humanos ocorrem infecções leves parecidas com a influenza. transporte e currais de engorda. O exame com imunofluorescência de cortes congelados de tecido pulmonar de animais mortos constitui um diagnóstico rápido de infecções por BPI-3. A maioria do gado tem anticorpos contra o vírus de BPI-3 o que torna importante o uso de soros pareados. Na Tabela 18. preparadas em cultivo celular. Distribuição A cinomose canina ocorre frequentemente em todo o mundo. formação de sincícios e produção de inclusões tanto citoplásmicas como intranucleares. nos quais produz efeito citopático caracterizado pela formação de células gigantes.1 estão listados alguns outros animais silvestres e exóticos susceptíveis. Prevenção    Estão disponíveis vacinas de BPI-3 inativadas e com vírus vivo atenuado. permitindo aos terneiros adaptar-se a desmama e a descorna antes de submetê-los ao rigor de locais de comércio. Isto pode ser realizado também com preparações em lâminas de microscópio de células obtidas através de raspados de mucosa nasal de animais vivos. Devemos realizar esforços para minimizar o estresse associado com a comercialização. visões. guaxinim. Antigenicamente este vírus está muito relacionado com o vírus da peste bovina e do sarampo. O vírus pode ser isolado em cultivos celulares de origem bovina. lavados transtraqueais e pulmão. geralmente combinada com outros antígenos virais e bacterianos. Morbillivirus Cinomose canina Causa Vírus da cinomose canina. soros da fase aguda e da fase convalescente. doninhas. Um aumento de quatro vezes no título de anticorpos (neutralização de vírus. inibição da hemaglutinação. coiotes. . A primeira manifestação clínica do cinomose é uma resposta febril difásica. depressão. Segue-se uma viremia associada aos macrófagos. se contaminam facilmente com secreções e descargas infecciosas. embora cães maiores sem proteção (anticorpos) também são susceptíveis. infectando o tecido linfóide em geral. Na ausência de uma resposta imune adequada. Geralmente se apresenta depois pneumonia. A primeira resposta pode passar inadvertida. estômago e bexiga urinária. Na necropsia podemos observar lesões características de pneumonia e enterite. Transmissão A disseminação é por contacto direto e indireto e o modo de infecção é por ingestão ou inalação (micro gotas). Alguns animais silvestres e exóticos afetado pelo vírus da cinomose canina e o vírus da panleucopenia felina. o vírus infecta os sistemas principais. Em alguns casos desenvolve-se hiperqueratose do nariz e dos coxins digitais (coxins duros). enterite do visão e parvovirose do guaxinim. Sintomas neurológicos como tics neuromusculares. especialmente em cães jovens. A comida. pulmão. e comumente são encontrados os corpúsculos de inclusão característicos no cérebro. vômito e diarréia. . e/ou sua faixa de hospedeiros variantes* Canidae Procyonidae Mustelidae Coiote Cacomistle (Bassariscus sumichrasti) Furão Dingo Quatí Marta de Canadá Cão Doméstico Martucha (Potos flavus) Grisão Zorro Panda vermelho Marta Chacal Guaxinim Visão Lobo Ariranha Hiena Marta cebellina (Martes zibellina) Cão bassê Ariranha gigante (Pteronura brasiliensis) Texugo europeu Gambá *A faixa de hospedeiros variantes do vírus da panleucopenia felina incluem parvoviroses canina. Em cães jovens pode ser notada atrofia do timo. Características clínicas e patológicas A cinomose canina geralmente é uma enfermidade aguda e febril. anorexia. nas amígdalas e nos nódulos linfáticos bronquiais. A replicação viral pode lesar células imunes. Pode-se observar dermatite pustular no abdome dos cachorros. porém a segunda geralmente ocorre 2 ou 3 dias depois. As lesões microscópicas estão amplamente distribuídas em órgãos viscerais e o cérebro. a cama. a água. etc. e paresias são sequelas frequentes em cães que se recuperam da enfermidade aguda. convulsões de "mascadores de chicletes".194 Tabela 18-1. Patogênese O vírus se replica na parte superior do trato respiratório. provocando imunossupressão. ao mesmo tempo que outros sinais clínicos que inicialmente incluem congestão da conjuntiva e a mucosa nasal com descargas serosas a muco-purulentas subsequentes. incluindo o sistema nervoso central. bexiga urinária. Wayne Roberts. Um método confiável para diagnosticar a cinomose canina é a demonstração de células infectadas pelo vírus através da imunofluorescência. Sem dúvida. pulmão. o estatus de vacinação não garante a proteção já que existem comunicados de muitos casos de cinomose em cães bem vacinados. Tratamento  Tratamento de apoio e terapia antimicrobiana para lidar com as infecções bacterianas respiratórias secundárias. Lesões microscópicas como a dismielinização no cerebelo e os corpúsculos de inclusão característicos em vários tecidos são de importância diagnóstica. esfregaço de sangue (capa leucocitária). O exame de raspados de conjuntiva e esfregaços sanguíneos é útil na etapa inicial da enfermidade. como resultado de uma infecção persistente. As provas são precisas quando são realizadas em tecidos de necropsia apropriados. As inclusões são primordialmente intracelulares no cérebro e intracitoplasmáticas em outros tecidos. porém é possível que haja resultados falsos negativos à medida que a enfermidade progride. Prevenção  Vacinas de vírus vivo modificado a cães entre 6 a 16 semanas de idade. Diagnóstico       Espécimes clínicos: raspados de conjuntiva. com poucos ou vários episódios de manifestações neurológicas durante semanas ou meses.195 Os cães que se recuperam. que geralmente terminam com a morte do cão. . Cortesia de A. comumente em intervalos de 2 – 3 semanas. anos depois. Frequentemente se faz um diagnóstico presuntivo baseado nos sinais clínicos de cães jovens não vacinados. Esta manifestação comumente é recorrente. Este esquema de múltiplas doses é necessário porque geralmente os anticorpos maternos dos cachorros prejudicam a eficácia da vacinação por neutralização do antígeno viral. estômago e cérebro. O prognóstico é ruim para cães onde se apresenta implicação do SNC. podem chegar a desenvolver. Imunofluorescência de vírus de cinomose em cortes congeladas de pulmão canino. Figura 18-2. Pode não ser possível um diagnóstico de laboratório. o que conhecemos como encefalite do cão velho. A enfermidade é encontrada em partes remotas de África e da Ásia. Este vírus está estreitamente relacionado com o vírus da cinomose canina. Existe uma considerável variação da virulência das cepas virais. São encontradas erosões na boca e no trato respiratório superior. javali facóqueros ou de verrugas e outros animais silvestres são susceptíveis ao vírus da peste bovina. para o gado e o búfalo de rio. As lesões características a necropsia são a congestão e hemorragia do epitélio intestinal com necrose ocasional das placas de Peyer. Patogênese A replicação inicial ocorre nos nódulos linfáticos mandibular e faríngeo. hipopótamos. e por séculos tem sido a causa de grandes perdas em gado e búfalos. água e despejos contaminados com secreções e excreções de animais infectados. principalmente. O período de incubação é de 4 a 9 dias. As fêmeas gestantes não devem ser vacinadas com vacinas de vírus vivo modificado. O dano as células linfóides leva a leucopenia e imunossupressão. Todos os cães devem receber reforços periódicos (com intervalos de um a dois anos). veados.196   Cães maiores de três meses com estado imune desconhecido devem ser vacinados duas vezes. o gado vacum e os búfalos de rio são aqueles principalmente envolvidos em surtos. Não é encontrada na América do Norte e não há comunicação da ocorrência da mesma na Europa desde a Primeira Guerra Mundial. Características clínicas e patológicas A peste bovina é uma enfermidade contagiosa e febril altamente fatal. Durante a fase clínica da enfermidade. Transmissão A disseminação comumente é por alimento. A enfermidade geralmente é menos severa em outros hospedeiros e no suíno ocorrem infecções subclínicas. seguido de febre alta e inflamação aguda das membranas mucosas dos tratos digestivo e respiratórios superiores. A infecção experimental do gado com algumas cepas altamente virulentas é uniformemente fatal. Aproximadamente três dias depois sucede a viremia. yak. cabras. com duas a 4 semanas de intervalo. com descarga muco purulenta e finalmente diarréia aquosa com fezes manchadas de sangue. . o vírus se dispersa em grandes quantidades nas secreções e excreções. a peste dos pequenos ruminantes e o sarampo. Distribuição Embora as ovelhas. com a infecção das membranas mucosas dos tratos alimentar e respiratório e o tecido linfóide em geral. suínos. Uma apresentação menos severa pode ser observada em populações onde a enfermidade é endêmica e estão envolvidas espécies menos susceptíveis. A infecção é por inalação ou ingestão. A convalescência nos animais sobreviventes é lenta. Peste Bovina Causa Vírus da peste bovina. um arqueio característico do lombo e rápida perda de carnes. camelos. Podem-se levar a cabo provas de soro neutralização de vírus em cultivo celular com soros de animais que tenham sobrevivido suficiente tempo como para produzir anticorpos. descargas nasais. contaminados com secreções e excreções de animais infectados. Depois de um período de incubação de cerca de cinco dias. Prevenção   Esta é uma enfermidade de notificação obrigatória na maioria dos países. despejos. soro de animais sobreviventes. o vírus de PPR causa uma enfermidade clinicamente similar à peste bovina. nódulos linfóides e baços coletado na fase aguda da enfermidade. se efetivadas estritas políticas de quarentena e despovoamento. O vírus de PPR causa uma infecção subclínica no gado vacum. Diagnóstico . Transmissão A disseminação se dá por contato direto com animais infectados ou por contato indireto com comida. são usadas vacinas de vírus vivo modificado. As cabras são afetadas mais severamente que as ovelhas. imunodifusão e imunoeletroforese. sangue.197 Diagnóstico      Espécimes clínicos: urina. Distribuição A enfermidade se apresenta em ovelhas e cabras de África Ocidental. Em regiões endêmicas a enfermidade severa frequentemente é diagnosticada clinicamente. seguidos de diarréia severa. Em cultivos primários de células de rim bovino e em células Vero produzem efeitos citopáticos que incluem inclusões citoplásmicas e nucleares. Características clínicas e patológicas Em ovelhas e cabras. Rapidamente desenvolvem estomatite necrótica e descarga nasal e ocular. etc. um Morbillivirus. A Agência para a Alimentação e Agricultura (FAO) da Organização das Nações Unidas (ONU) está coordenando um plano global de erradicação. fezes. Isolamento e identificação do vírus em cultivo celular. A taxa total de mortalidade varia de 10 até 90%. Peste de pequenos ruminantes Causa Vírus da peste de pequenos ruminantes (PPRV por sua sigla em francês). os animais infectados se tornam febris e anoréxicos. e uma vez confirmada à enfermidade. e a mortalidade podem aproximar-se de 90% em animais jovens. água. Este vírus está muito relacionado antigenicamente com vírus da peste bovina. Detecção de antígeno por imunofluorescência. Naqueles lugares onde a enfermidade é endêmica. Transmissão O reservatório do vírus é o morcego frugívoro (Pteropus spp. nas quais o efeito citopático incluiu sincícios e inclusões citoplásmicas e intranucleares. pneumonia equina por morbillivírus) Causa Vírus Hendra.). a PPR é uma enfermidade de notificação obrigatória em muitos países e lidamos com a mesma de forma similar a peste bovina. O vírus de PPR pode distinguir-se do vírus da peste bovina por provas de neutralização cruzada. A infecção nos morcegos é subclínica. e soros da fase aguda e convalescente. O vírus está presente na urina e nas secreções. dificuldade respiratória e descargas nasais espumosas. A enfermidade não é muito contagiosa. Distribuição A enfermidade ocorre esporadicamente e só tem sido reportado em cavalos e humanos na Austrália. e são usadas em regiões endêmicas. anorexia. estreitamente relacionado com o vírus Nipah. Henipavirus Infecção por vírus Hendra (Síndrome aguda respiratória equino. incluindo células Vero.198     Espécimes clínicos: lesões orais. sangue completa. Os sinais clínicos são principalmente aqueles de uma infecção respiratória. Não existem vacinas disponíveis para PPR. existente na Austrália e Papua. e incluem febre. baço. Prevenção   Tal como a peste bovina. Também se pensa que exista transmissão vertical. Características clínicas e patológicas A característica principal da enfermidade é uma pneumonia intersticial de severidade variável. Um diagnóstico presuntivo se faz com base nos sinais clínicos e a historia em regiões endêmicas. algumas vezes manchadas de . intestino. porém vacinas preparadas com vírus parecidos a peste bovina são eficazes. e se pensa que a disseminação seja por contacto direto e indireto e aerossol. Nova Guiné. A confirmação requer isolamento e identificação do vírus ou a demonstração de aumento significativo em níveis de anticorpos entre os soros da fase aguda e da fase convalescente. O vírus pode ser propagado em uma variedade de cultivos celulares. através dos macrófagos infectados. Exame histopatológico e coloração de tecidos com antissoro marcado originado do Vírus Hendra. começando pelos pulmões e logo se disseminando. Distribuição O vírus foi isolado pela primeira vez a partir de humanos com encefalite na Malásia e Singapura em 1998 . cães e gatos são susceptíveis. Existem evidências de que. chamado vírus Nipah. relacionado estreitamente com o vírus Hendra. Também pode ser evidente edema generalizado e sinais neurológicos. miocárdio e cérebro. frequentemente tem sido fatal. Prevenção   A enfermidade tem sido controlada mediante quarentena e sacrifício de todos os animais infectados. fígado. Considera-se que o reservatório do vírus é um morcego frugívoro do gênero Pteropus que está amplamente distribuído no sudeste e sul da Ásia. além dos humanos e do suíno. a outros órgãos e em alguns animais ao cérebro. é pouco o que pode fazer para prevenir a infecção em cavalos. O vírus ataca principalmente o sistema vascular. síndrome respiratória e neurológica suína) Causa Um paramixovírus descoberto recentemente.199 sangue. rins.1999. Devem tomar-se precauções especiais para evitar a exposição a fontes potenciais do vírus. nódulos linfáticos e cérebro. caracterizada por encefalite não supurativa ou pneumonia intersticial. Foi observado que aqueles humanos infectados haviam estado em contato com suínos infectados. Diagnóstico      Espécimes clínicos: soros pareados. baço. Testar soros da fase aguda e da fase convalescente por ELISA ou neutralização de vírus. fígado. O vírus pode ser detectado por PCR em tecidos. os cavalos. A taxa de mortalidade pode exceder a 60%. O vírus ataca o sistema vascular de vários tecidos e órgãos incluindo o baço. . Infecção por vírus Nipah (Síndrome do suíno latindo. pulmões. Importância em saúde pública   A enfermidade em humanos. Dada a onipresença do reservatório viral. O vírus pode ser isolado em várias linhagens celulares e ser identificado por neutralização de vírus. Menos comum que a apresentação respiratória foi uma encefalite observada principalmente em suínos reprodutores e porcas. A taxa de mortalidade em suínos (> 5%) foi menor que em humanos. Devido ao reservatório do vírus em morcegos devem levar-se a cabo monitoramentos constantes buscando evidências da presença da enfermidade. Em células Vero produzem sincícios. dando origem a uma tosse severa característica fato que deu ao nome de síndrome do suíno latindo. Rubulavirus Infecção por rubulavírus suíno (Enfermidade do olho azul) Causa Rubulavírus suíno. e. Prevenção   A enfermidade foi controlada na Malásia e Singapura mediante quarentena estrita das explorações afetadas e sacrifício de todos os suínos das criações afetadas. Diagnóstico   Isolamento do vírus em cultivo celular e identificação do mesmo por métodos sorológicos. todavia só ocorre nesse país. a disseminação é rápida e se presume que seja através de contatos direto e indireto. em 1980. Não comprovação de sua presença em nenhum lugar fora do México. Distribuição A infecção do suíno por Rubulavírus suíno (PRI por sua sigla em inglês) foi comunicada pela primeira vez no México. Transmissão . Podem ser identificados antígenos virais em tecidos usando anticorpos específicos marcados. A rápida disseminação do vírus entre os rebanhos é uma evidência adicional da alta infectividade do mesmo. Transmissão Depois da introdução do vírus no rebanho suíno. incluindo neutralização de vírus e imunofluorescência. Características clínicas Infecção respiratória febril com respiração dificultosa em muitos suínos do rebanho.200 Os surtos d Malásia e Singapura foram controlados e não mais tem sido observados surtos em suínos. junto com outros agentes como Bordetella bronchiseptica. Em suínos maiores os sinais clínicos são principalmente respiratórios. Tem sido usadas vacinas inativadas. Diagnóstico      Espécimes clínicos: cérebro. Um diagnóstico presuntivo tem sido realizado com base nos sinais clínicos e as lesões histopatológicas. adenovírus canino. As lesões microscópicas são aquelas de encefalomielite não supurativa e pneumonite intersticial. comumente de subclínicas a leves. Características clínicas e patológicas PRI ou enfermidade do olho azul do suíno é mais grave em leitões menores de três semanas de idade e se caracteriza clinicamente pela aparição repentina de febre. A maioria das infecções em suínos adultos são subclínicas. O vírus de parainfluenza canina 2 pode estar incluído na vacina múltipla que se aplica nos cães antes de exposições do canil. Provas sorológicas pareadas usando Inibição da hemaglutinação e ELISA. tosse. depressão e sinais progressivos do sistema nervoso central (SNC). Vírus de parainfluenza canina 2 Este rubulavírus causa infecções respiratórias em cães. A taxa de mortalidade pode acercar-se de 90%. A prevenção se realiza mantendo os rebanhos isolados. A confirmação requer o isolamento e identificação do vírus. A taxa de mortalidade comumente é baixa. . etc. anorexia e febre. Em sementais pode apresentar orquite e epididimite dando como resultado falhas reprodutivas. Os dados epidemiológicos dão sustentação ao diagnóstico. Os suínos afetados se tornam fracos e com ataxia e podem apresentar rigidez das patas posteriores e tremor. e aproximadamente de 1 a 10% dos suínos afetado desenvolvem opacidade da córnea. As lesões observadas na necropsia são mínimas e inespecíficas. O vírus pode ser isolado em cultivos celulares de origem suíno (línea celular PK-15) onde produz sincícios. incluindo espirros. micoplasmas e possivelmente outros agentes. Prevenção    Esta é uma enfermidade de notificação obrigatória. O diagnóstico da tosse dos canis se baseia na historia e nos sinais clínicos. Em porcas gestantes podem ocorrer problemas reprodutivos. Em suínos de mais de 30 dias de idade podem observar-se sinais neurológicos. Todos os animais de reposição devem ser analisados por isolamento e por sorologia. O vírus se identifica por neutralização viral. O vírus aglutina eritrócitos de várias espécies animais incluindo eritrócitos de pinto. Pode ser um componente da etiologia da tosse dos canis. tonsilas e olhos afetados. reovírus. Em alguns suínos podemos observar pupilas dilatadas. pulmão. em concursos. nistágmos e conjuntivite. herpesvírus canino. ocasionalmente se observa opacidade na córnea.201 A enfermidade se adquire por contato direto e indireto (fômites). desde infecções subclínicas (cepas lentogênicas). 4. Os sinais clínicos variam enormemente dependendo da cepa viral (e a espécie aviar afetada). estes grupos devem ser considerados somente como uma guia já que sempre existe certo grau de apresentação e alguns vírus não são facilmente colocados em um patotipo específico. fômites e ovos infectados pelo vírus. por fezes infectadas. Este vírus compreende 7 u 8 variedades antigênicas estreitamente relacionadas. porém também por aerossol. até infecções generalizadas severas com altos índices de mortalidade (cepas velogênicas). com baixa mortalidade. Os NDVs mesogênicos causam sinais respiratórios e algumas vezes nervosos. outras aves de criação e aves silvestres e em cativeiro. NDV por sua sigla em inglês). 5. Cada variedade causa uma manifestação característica da enfermidade. mundialmente.202 Avulavirus Enfermidade de Newcastle Causa Vírus da enfermidade de Newcastle (paramyxovírus aviar tipo 1. 3. que afeta pintos. Uma epidemia de ND associada a pombos ocorreu. Os NDVs velogênicos neurotrópicos causam alta mortalidade depois de apresentar sinais respiratórios e nervosos. principalmente. Os NDVs velogênicos viscerotrópicos causam uma forma altamente virulenta da enfermidade em que as lesões hemorrágicas se apresentam caracteristicamente no trato intestinal. Os NDVs lentogênicos respiratórios causam infecções respiratórias leves ou inaparentes. As aves em cativeiro foram à origem da epidemia de ND velogênica viscerotrópicos nos Estados Unidos em 1970 . Distribuição A enfermidade de Newcastle (ND por sua sigla em inglês) é uma enfermidade altamente contagiosa. Transmissão A enfermidade se dissemina. Existem informações de que mais de 250 espécies aviários são susceptíveis a infecção natural ou experimental. distribuída em todo o mundo. . Alexander e Jones [*] fazem referencia a cinco patotipos: 1. na década de 80. As infecções com cepas mesogênicas se caracterizam por aparição repentina. 2. Os NDVs entéricos assintomáticos causam infecção entérica inaparente. Características clínicas e patológicas O período de incubação é de aproximadamente 5 dias. Sem dúvida. enfermidades respiratórias agudas com sinais de sistema nervoso central (cepas mesogênicas).72. Na forma velogênica. formas em que também são observadas hemorragias e áreas necróticas na mucosa proventricular e intestinal. baço. desenvolvendo uma enfermidade leve parecida a influenza. O vírus pode ser identificado por provas de inibição da hemaglutinação. tremores. Em países onde a enfermidade é de notificação obrigatória. Editors.203 apatia. espirros e redução na produção de ovos. WB Saunders. enquanto que as vacinas de vírus inativado com adjuvante se aplicam por injeção. são amplamente usadas tanto vacinas de vírus vivo (de baixa virulência) como vacinas de vírus inativado. O vírus da enfermidade de Newcastle se isola facilmente. o tempo de mortalidade pode variar desde mai de 100 horas até menos de 50 horas depois da inoculação. torcicolo da cabeça e pescoço. Os sacos aéreos podem estar engrossados e opacos. causando paralisia das pernas e asas. e a mortalidade pode alcançar 100%. andar em círculos. As aves adultas e os pintinhos morrem rapidamente depois do inicio dos sinais clínicos. Devemos manter em mente que a atividade hemaglutinante pode dever-se a paramyxovírus ou orthomyxovírus. pouco depois da aparição de sinais respiratórios. quarentena e sacrifício. neutralização de vírus usando antissoros específicos de NDV. New York. Os fluidos alantóicos que contêm vírus de ND aglutinam glóbulos vermelhos de pinto. tosse. Os pintos saudáveis podem ser vacinados aos 1 a 4 dias de idade. fígado. por inoculação de ovos embrionados via cavidade alantóica. Não existem lesões patognomônicas na necropsia. 5th ed. Diagnóstico   Espécimes clínicos: Pulmão. *Em Poultry Diseases. associadas com a infecção com vírus de ND. Qualquer animal novo ser submetido à análise e quarentena. A patogenicidade para os embriões varia consideravelmente com as cepas. Os sinais clínicos geralmente são leves em pintos adultos. cobaios. Algumas cepas velogênicas do vírus da ND são principalmente neurotrópicas. Prevenção    A prevenção é melhor mantendo-se as criações fechadas. Os anticorpos no soro podem ser detectados e medidos pelos mesmos procedimentos. Importância em saúde pública Os humanos se infectam ocasionalmente. camundongos e humanos. com conjuntivite. 2001. Estes sinais nervosos incluem asas caídas. O sistema respiratório pode apresentar hiperemia e congestão. e conter exsudato amarelento. posição anormal da cabeça e do pescoço e paralisia. . Os surtos confirmados de formas velogênicas de ND são manuseados com estritas normas de biossegurança. Jordan et al. também chamada forma velogênica viscerotrópica. Em países onde enfermidade é endêmica. e caminhar para trás. Sinais similares no sistema nervoso central podem observar-se em aves que sobrevivem a formas agudas viscerotrópicas de ND. porém os pintos jovens podem ver-se severamente afetados com mortalidade tão alta que pode chegar a 50%. os sinais clínicos são severos e incluem uma marcada dificuldade respiratória e diarréia. traquéia. Estas lesões são mais severas nas formas velogênicas. As vacinas de vírus vivo se administram na água de bebida ou por aspersão. cérebro e soros. com muco na traquéia. Também podem desenvolver sinais neurológicos em pintos jovens. as autoridades apropriadas devem ser avisadas dos surtos. com muito pouca ou nenhuma mortalidade. Foram identificados pelo menos 8 sorotipos. Características clínicas e patológicas O vírus se replica no epitélio respiratório donde pode causar diversos graus de lesão celular incluindo necrose. Os terneiros recentemente destetados e transportados são particularmente susceptíveis. Neumovirus Infecção por vírus respiratório sincicial bovino Causa Vírus respiratório sincicial bovino. Não é raro que haja mortalidade em casos severos complicados com bactéria. patos e outras espécies aviárias. A presença de anticorpos com níveis moderados a altos contra BRSV em rebanhos que não tiveram respiratória em passado recente sugere que muitas infecções por BRSV podem ser leves ou subclínicas. Distribuição O Vírus respiratório sincicial bovino (BRSV por sua sigla em inglês) afeta o gado vacum. pulmão e soros da fase aguda e a fase convalescente. Transmissão O gado infectado dissemina o vírus nas secreções respiratórias.204 Outros paramyxovírus aviários Ao longo de várias décadas. Nos bronquíolos. Os sinais clínicos incluem tosse. . descarga nasal e febre. Diagnóstico  Espécimes clínicos: Preparações em lâminas de microscópio de raspados nasais e de conjuntiva. Os isolamentos variam em patogenicidade e estão mais comumente associados com enfermidades respiratórias. suabes nasais e de conjuntiva. nos Estados Unidos e outros países têm sido isolados muitos paramyxovírus sorologicamente diferentes das cepas da Enfermidade de Newcastle a partir de pintos. em surtos severos a mortalidade pode alcançar até 20%. Os animais severamente afetados podem apresentar dispnéia e respiração pela boca. ovino e caprino. A morbilidade geralmente é alta em rebanhos completamente susceptíveis. Em ausência de infecções bacterianas secundárias a recuperação ocorre em 1 a 2 semanas. pavões. e a enfermidade se propaga por aerossóis respiratórios e por contacto direto e indireto. epitélio pulmonar e outras células são observados sincícios e corpúsculos de inclusão intracitoplásmaticos. A enfermidade se apresenta principalmente no gado jovem de engorda e leiteiro. Sem dúvida alguns animais desenvolvem pneumonia intersticial difusa com ou sem bactérias secundárias. e está amplamente distribuído em todo o mundo. e infecção por parainfluenza bovina 3. Nestes animais. criar animais jovens separados dos animais de maior idade. possivelmente. as tentativas de isolamento tendem a dar resultados negativos a menos que o espécime se use imediatamente depois de coletado (fresco). Prevenção   Algumas considerações importantes são: política de rebanho isolado. em cortes congelados de tecido pulmonar de animais que morreram. diarréia viral bovina. Metapneumovirus Rinotraqueite do pavão Esta enfermidade é causada pela única espécie do gênero Metapneumovirus. Dissemina-se rapidamente por pequenas gotas infecciosas. Até esta data foram identificados três e. Se incluem vírus vivos modificados e inativados em produtos combinados para prevenir outras importantes enfermidades como rinotraqueite infecciosa bovina. . pode ser isolado em cultivos de células de origem bovino. as lesões histopatológicas são úteis no diagnóstico da infecção por BRSV. O vírus. Devido a sua similitude com outras enfermidades respiratórias. altamente contagiosa. Para sua prevenção se usam vacinas vivas atenuadas e vacinas com adjuvante oleoso. caracterizada por aparição repentina. É uma infecção severa do trato respiratório superior. especialmente si se observam células sinciciais com inclusões citoplásmicas. Devido à labilidade do vírus. Da mesma maneira.205      Algumas vezes pode fazer-se um diagnóstico rápido por imunofluorescência em preparações citológicas de epitélio nasal e conjuntivo coletado na etapa inicial da enfermidade. Estão disponíveis vários procedimentos sorológicos para o monitoramento sorológico da criação. A morbilidade e mortalidade podem ser altas. A enfermidade afeta pavões (3 a 10 semanas) e provavelmente ocorre mundialmente. a coloração com imunofluorescência ou imunoperoxidase se usa para demonstrar células infectadas pelo vírus. Um diagnóstico sorológico pode fazer-se através da demonstração de aumento significativo nos níveis de anticorpos entre a fase aguda e a fase convalescente. provavelmente o de ELISA é o mais satisfatório. usando ELISA ou neutralização de vírus. mais tipos do vírus. onde produz efeito citopático: sincícios e inclusões citoplásmicas eosinofilicas. medidas estritas de sanitização e vacinação. Os procedimentos usados são o isolamento e a identificação do vírus usando cultivos de órgãos de pavão ou ovos embrionados. que está antigenicamente relacionado com o vírus respiratório sincicial humano. inflamação dos seios paranasais (síndrome da cabeça inchada) e coriza. o diagnóstico deve ser confirmado através da identificação do vírus em laboratório. org). and Wise D. O espaço entre o nucleocapsídeo e o envelope está cheio com a matriz protéica. Last updated: 8-Sep2005. USA. Carter1 and D. sensíveis a luz UV e a temperatura de 56°C. Comcord University. que contém uma cadeia simples de ARN sentido negativo. (Eds. A3419. As moléculas ARN da progênie são colocadas com as proteínas virais para formar o nucleocapsídeo.R. Ithaca NY (www. Athens. São estáveis em uma ampla faixa de pH.J. USA. O capsídeo helicoidal está rodeado por um envelope de lipoproteína com espículas de glicoproteína. VirginiaMaryland Regional College of Veterinary Medicine. Depois da entrada na célula.ivis. Virginia Tech. Características virais         São vírus cilíndricos ou em forma de bala (180 x 80 nm) com um nucleocapsídeo helicoidal (ver Fig.R.1). de 13-16 kilobases (Kb) de tamanho (ver Tabela 1. a fase de síntese é iniciada por uma polimerase associada ao vírus que transcreve o sentido para positivo. o ARN polimerase viral sintetiza cinco ARNm que codificam as proteínas virais. Wise2 1 Professor Emeritus of the Department of Medical Sciences and Pathobiology. com sentido negativo. usando o ARN de sentido negativo como um molde para a transcrição do ARNm.1). West Virginia. A replicação se realiza no citoplasma. Virginia.ES Rhabdoviridae G. Índice    o  o  o  Características virais Classificação Vesiculovirus Estomatite Vesicular Lyssavirus Raiva Ephemerovirus Febre Efêmera Bovina Glossário Esta é uma grande família de vírus com ARN de cadeia simples (ARNss). . Carter G. 19. invertebrados e plantas. International Veterinary Information Service. O envelope é adquirido quando o virion protrui através da membrana celular. compreende seis gêneros com espécie que infectam vertebrados.).0905. Blacksburg. 2Department of Biology.206 In: A Comcise Review of Veterinary Virology. Como outros vírus envolvidos com genoma de sentido negativo.J. Outros vírus de Estomatite Vesicular: são discutidos mais adiante.Vírus dos morcegos de Lagos.Vírus Mokola. o        Ephemerovirus Febre Efêmera Bovina    Novirhabdovirus (Peixes) Citorhabdovirus (Vírus de plantas) Nucleorhabdovirus (Vírus de plantas)  . são potencialmente patógenos. . Isolado de mussaranhas e de crianças com enfermidade do Sistema Nervoso Central (SNC) na Nigéria. .207 Figura 19-1. Rhabdoviridae (180 x 80 nm). Isolado de espécies de morcegos zorro e insetívoros na Austrália. causando infecções fatais em humanos. Vírus cilíndrico ou em forma de bala com um nucleocapsídeo helicoidal.Vírus Duvenhage. .Vírus da raiva.Lyssavirus de morcegos europeus 1 e 2. Tem sido isolado de morcegos frugívoros africanos. Isolado de morcegos na África e na Europa. exceto em alguns países que são ilhas. Vesiculovirus  Estomatite Vesicular. a espécie tipo causa a raiva em todo o mundo. rodeado por um envelope de lipoproteína com espículas de glicoproteína. Classificação A família Rabdoviridae está dividida em seis gêneros com base nas propriedades do vírus e suas relações sorológicas. Duas espécies diferentes sorologicamente têm aparecido em morcegos de vários países europeus. este é designado genótipo 1 e sorotipo 1. . Causou uma encefalite tipo raiva em uma pessoa. .Lyssavirus dos morcegos Australianos. o o Lysavirus  A sequência de nucleotídeos de ARN genômico e estudos antigênicos identificaram genótipos e sorotipos de Lyssavirus todos eles estão relacionados e se distinguem do vírus da raiva comum. Os principais Lyssavirus são: . não isolado de alguma enfermidade em humanos. 208 Vesiculovirus Estomatite Vesicular Causa Vírus da Estomatite Vesicular (VEV . clinicamente é semelhante à Febre Aftosa (FA) do gado. Características clínicas e patológicas A enfermidade. equinos. Estas e outras variedades sorológicas são mencionadas mais adiante. Os humanos são susceptíveis a infecção. . ocasionalmente. As lesões na boca são as manifestações clínicas mais comuns da EV em equinos.  O vírus Cocal ou Argentina (subtipo 2 do vírus Indiana). Quando se examina animais com evidência de VEV. Estas lesões vesiculares ocorrem nos lábios.  O VEV Alagoas (subtipo 1 do vírus Indiana) foi identificado no Brasil. As variedades sorológicas são as seguintes:  Os sorotipos Indiana e New Jersey aparecem na América do Norte e do Sul e são os responsáveis pela maioria dos surtos. A disseminação se faz contato direto e indireto (fômites) e vetores artrópodes tais como moscas negras picadoras (Simulidae) e moscas de areia (Lutzomyia shannoni).siglas em inglês). possivelmente é através de lesões orais e abrasões. Distribuição Provavelmente todos os sorotipos e subtipos do VEV têm o potencial de infectar o gado bovino. saliva e membranas mucosas afetadas. porém é consideravelmente mais leve. As lesões nas tetas a miúdo levam a uma baixa da produção láctea e mastite nas vacas lactantes. é importante ter um diagnóstico rápido. A enfermidade geralmente leva um curso benigno com completa recuperação em 2-3 semanas. A enfermidade é endêmica em bovinos. aparece na América do Sul. suínos. coletadas no principio da enfermidade. América Central e do Sul. enquanto que as lesões podais se observam mais frequentemente nos suínos. língua e mucosa oral e os bovinos afetados podem apresentar sinais de hipersalivação. O VEV. que pode aparecer como uma epidemia o afetar uns poucos animais. Os dois sorotipos mais importantes do VEV são as variantes Indiana e New Jersey. ocorreram vários casos em equinos em 1998 e outra vez em 2004. devemos tomar precauções incluindo o uso de luvas de látex. suínos e equinos de algumas regiões do México. depressão e anorexia. humanos e a uma variedade de animais silvestres. Transmissão O mecanismo da infecção é incerto. As lesões afetam mais comumente a boca as tetas. incluindo veados e gatos gigantes. Devido à possibilidade de que seja FA. provoca surtos no sudeste dos Estados Unidos de América. Diagnóstico    Amostras clínicas: líquido das vesículas. tales como ELISA.209      O vírus da FA não afeta aos equinos. Os vírus da Raiva são identificados pelo genótipo (sequência de nucleotídeos) e sorotipificação. Não se pratica a vacinação. embora as infecções também possam ser adquiridas no campo. O antígeno viral é detectado por provas de ELISA e de fixação do complemento. Tabela 19. Um diagnóstico presuntivo e rápido. ** Intramuscular. . As infecções humanas se parecem as de influenza e estão caracterizadas principalmente por úlceras na garganta e febre. A maioria dos casos de Raiva são causados por cepas do genótipo 1/sorotipo 1. Há alguns anos a EV se diferenciava de outras enfermidades vesiculares mediante a inoculação nos animais enunciados na tabela 19.1. isto é utilizado como diagnóstico diferencial. Canadá. Lyssavirus Raiva Causa Vírus da Raiva. Os animais e fazendas afetadas devem ser mantidos em quarentena até a recuperação. A maioria dos mamíferos pode ser infectada experimentalmente. O vírus é facilmente isolado em cultivos celulares derivados de várias espécies animais. A identificação se realiza mediante procedimentos sorológicos. † Intradérmico Prevenção   A EV é uma enfermidade de notificação obrigatória nos Estados Unidos de América. Distribuição Os hospedeiros naturais são carnívoros terrestres e morcegos. Importância em Saúde Pública A maioria dos casos em humanos tem ocorrido em pessoal de laboratórios. pode realizar-se pela demonstração no microscópio eletrônico de rhabdovírus em lisados em água destilada de material das lesões. México e nos países de América do Sul. fixação do complemento e neutralização viral.1 Diferenciação das Enfermidades vesiculares por Inoculação em animais Bovinos Suínos* Equinos * Cobaios † Febre Aftosa + + - + Estomatite vesicular + + + + Exantema vesicular - + + - Enfermidade Vesicular do Suíno - + - - * Intradérmico na língua. San Vicente. mais curto será o período de incubação.4 dias. Em equinos e bovinos a fase paralítica parece ser a predominante. o homem e outros morcegos. Durante o transporte dentro do nervo. em cavernas de morcegos infectados e laboratórios. perversão do apetite. O vírus da Raiva tem sido isolado do ar das cavernas onde vivem os morcegos. Quanto mais perto seja a mordida do encéfalo. paralisia. incluindo particularmente aos morcegos. Pode haver superposição das últimas fases. um ano ou mais tempo. O vírus se multiplica no SNC e subsequentemente viaja pelos nervos periféricos para as glândulas salivares e assim a saliva se converte em infecciosa. Lucia. tendem a esconder-se.  A fase paralítica o muda: esta se desenvolve em vários dias com ataques.210 A enfermidade está amplamente distribuída. Austrália. Nevis. conduzindo a uma viremia prolongada. e raramente maior que seis meses.2004 foram reportados menos de 40 casos de Raiva humana nos Estados Unidos de América. irritabilidade e intranquilidade. incoordenação e andar cambaleante. com uma média normal de 20 . zorros e gatos grandes. Transmissão A disseminação para o humano e animais quase sempre é por mordeduras. Os neurônios infectados contem corpos de inclusão citoplásmicos eosinofílico denominados corpúsculos de Negri. Anguilla. Existem casos raros de infecção em humanos por inalação. Características clínicas e patológicas O período de incubação em cães é de cerca de 10 dias. Grenada. As infecções assintomáticas de glândulas salivares ocorrem em morcegos. No período de 1990 . raposas. Kitts. A encefalite se desenvolve com dismielinização e morte dos neurônios. É interessante fazer notar que os morcegos afetados algumas vezes são vistos voando durante o dia. O vírus se multiplica no sitio da agressão e infecta os neurônios sensitivos. Dominica. Montserrat. Patogenia Geralmente o vírus entra no corpo humano ou animal mediante a mordedura de um animal raivoso. coma e morte em 3 . por exemplo. gatos grandes e  . A fase prodrômica: observam-se mudanças no comportamento e dura aproximadamente 2 . apresentam salivação excessiva. As Ilhas das Índias Ocidentais (St. As raposas. podendo atacar os animais.  A fase excitativa ou fase furiosa: os sinais incluem: intranquilidade. agressivos. e por tecidos infectados empregados como transplantes. o vírus está protegido do sistema imune. Trinidad e Tobago) estão livres.3 dias. Os morcegos vampiros. se tornam erráticos. embora alguns países incluindo as Ilhas Britânicas. São sinais característicos: ansiedade. tremor muscular. A duração do período de incubação depende da quantidade de vírus inoculado e a localização da mordedura. Santa. intranquilos e sensíveis a luz e ruídos.60 dias. disfagia. morcegos frugívoros e insetívoros também transmitem o vírus por mordeduras. Parece que não há uma fase virêmica. Antigua. A Raiva é frequentemente endêmica nos animais silvestres. Alguns animais podem permanecer em estado de alerta. A enfermidade começa com a fase prodrômica seguida principalmente pela fase de excitação ou a fase paralítica. desloca-se pelos axônios até o Sistema Nervoso Central (SNC). Barbados. Diagnóstico      Amostras clínicas: Encéfalo. e é recomendado para o exame imediato de animais silvestres que não podem ser mantidos adequadamente em observação. São geralmente utilizadas impressões do hipocampo maior. tem sido eficaz. e posteriormente cada três anos. Aos cães vacinados que tenha sido mordido por um animal raivoso deverá ser aplicada uma dose de reforço. A prova de AF é usada para confirmar a presença do vírus no encéfalo dos camundongos. mantendo-os confinados por 90 dias e aos animais não vacinados deverá ser feita a eutanásia. Estes corpúsculos são de grande importância diagnóstica e são principalmente encontrados no hipocampo maior. Qualquer animal silvestre que morda (não provocado) um humano deverá ser eliminado imediatamente e analisado para determinar a presença de raiva. eles morrerão entre 7-21 dias si o vírus está presente. se recomenda inocular intracerebralmente camundongos lactantes. A prova de AF é altamente segura e proporciona um diagnóstico rápido. A prova de AF é ocasionalmente usada com tecidos cerebrais fixado em formol (quando no há tecidos frescos) para confirmar o diagnóstico de raiva baseado no achado de corpúsculos de Negri. Para controlar a raiva nas populações de animais silvestres têm sido empregadas vacinas orais em iscas (por exemplo. A técnica de anticorpos fluorescentes (AF) é amplamente utilizada e é o método preferido para o diagnóstico de raiva. Os estudos indicam que tem sido muito eficaz nas iscas onde se colocou vírus vacinais atenuados e vacinas recombinantes. . Prevenção       Esta tem melhores resultados si se assegura que os cães estão adequadamente vacinados com vacinas de vírus vivo modificado ou vacinas inativadas. Em áreas muito extensas as isca são lançados ao solo de aeroplanos em vôo rasante. denominadas corpúsculos de Negri. É empregada em animais que tenham morrido. pode assumir que o vírus não estava presente na saliva. só é empregada vacinas inativadas. farinha de pescado) colocadas nas áreas rurais e em áreas mais densamente povoadas dos Estados Unidos da América e Europa.211 zorros a miúdo são agressivos até para os humanos e animais domésticos. Si não desenvolve sinais clínicos durante este período. Os indivíduos em alto risco de infecção deverão ser vacinados com a vacina de cultivo de células diplóide humana recomendada atualmente. As vacinas vivas modificadas geralmente se aplicam a cachorros em torno dos três meses de idade. Uma vacina que emprega como vetor o vírus vaccinia. Si a prova de AF é negativa. Esta vacina e a imunoglobulina anti-rábica humana são empregadas para o tratamento posposição. quando tem um ano de idade. Nos Estados Unidos da América. Um cão ou gato sadio que morde um humano deverá ser confinado e observado por 10 dias. O achado histopatológico mais significativo é a presença de inclusões citoplásmicas eosinofilicas nos neurônios afetadas. expressando uma glicoproteína rábica. O vírus da raiva pode ser propagado em cultivos celulares e em camundongos lactantes inoculados intracerebralmente. Algumas vacinas inativadas necessitam de reforços anuais. . salivação. O achado de poliserosite com líquido rico em fibrina nas cavidades peritoneal e pleural sustenta o diagnóstico. geralmente não se realiza. Características clínicas e patológicas A febre efêmera bovina geralmente é uma enfermidade leve caracterizada por uma resposta febril bifásica. O isolamento viral.212  O vírus da raiva permanece viável no tecido do encéfalo por mais de uma semana a temperatura ambiente e por varias semanas a temperatura do refrigerador. Muitos outros ruminantes podem sofrer infecções subclínicas. empregando soros pareados. Glossário Fase sintética: se refere à iniciação da transcrição e tradução. depressão. Não se pratica o controle de insetos. Distribuição A Febre efêmera Bovina (FEB) afeta a bovinos e búfalos de água (carabao) na África. A confirmação se faz pela determinação de anticorpos com ELISA ou neutralização de vírus. que da como resultado a produção de novas partículas virais. Pensa-se que os reservatórios do vírus são os búfalos de água. anorexia. Estão sendo realizados ensaios com vacinas de subunidades e recombinantes. O vírus é inativado por concentrações adequadas de formol ou hipoclorito de sódio. gazelas e artrópodes vetores nos quais o vírus se multiplica. contrações musculares e rigidez generalizada. Ephemerovirus Febre Efêmera Bovina Causa Vírus da Febre Efêmera Bovina. Transmissão Crê-se que o vírus é transmitido por picadura de insetos vetores e particularmente da espécie Culicoides. A recuperação comumente é rápida e sem complicações. Ásia e Austrália. Diagnóstico     Amostras clínicas: Sangre O diagnóstico normalmente está baseado nos sinais clínicos e na história. A respiração pode estar incrementada e em alguns animais afetados pode haver descargas óculos-nasais. Prevenção   Estão disponíveis vacinas de vírus modificado ou inativado. J.0506. Ver Figura 20. Carter G.org). Wise2 Professor Emeritus of the Department of Medical Sciences and Pathobiology.ivis. São exceções nas infecções dos humanos com os vírus de origem aviária. Athens. (Eds. Os vírus da influenza são os únicos membros da família Ortomyxoviridae. estão na mesma proteína da espícula. porém geralmente não causam uma enfermidade grave em casos não complicados. Virginia Tech. . nucleocapsídeo helicoidal (cada segmento de ARN + proteínas forma uma nucleocapsídeo) e um envelope externo de lipoproteínas. os quais causam as influenzas equina. West Virginia. Virginia. as atividades de hemaglutinina e neuraminidase dos paramyxovírus. Ithaca NY (www.R.ES Orthomyxoviridae G. Em contraste. 2Department of Biology. A3420. que estão. As mutações pontuais no genoma de ARN proporcionam as mudanças antigênicas menores ou deriva antigênica. comumente. International Veterinary Information Service. com o qual se pode explicar as mudanças antigênicas maiores. Concord University. O envelope está coberto com duas diferentes classes de espículas. Os vírus de maior importância veterinária são os das influenzas tipo A. 1 Índice    o o o o o o Características virais Classificação Vírus da influenza A Influenza aviária Influenza suína Influenza equina Influenza canina Influenza felina Glossário   Esta é uma família de vírus com ARN de cadeia simples de polaridade negativa. Os vírus desta família têm predileção pelo aparelho respiratório. No laboratório. Carter1 and D. Em qualquer caso. uma hemaglutinina (antígeno HA) e uma neuraminidase (antígeno NA). associados com os surtos epidêmicos. Blacksburg. Características virais     Os vírus possuem um genoma de ARN segmentados de cadeia simples. São menores que os Paramyxovírus e seu genoma está segmentado (7 a 8 segmentos) em vez de constituirse por uma sola cadeia de ARN. USA.R. VirginiaMaryland Regional College of Veterinary Medicine.J. os mudanças estão frequentemente associados com os antígenos: HA (hemaglutinina) e NA (neuraminidase). o vírus se replica melhor nas células epiteliais da membrana alantóide do embrião de pinto.1. USA. suína e aviária. Last updated: 5-Sep-2006. O genoma segmentado facilita o reordenamento genético.).213 In: A Concise Review of Veterinary Virology. and Wise D. Resposta imune não específica: a liberação de interferons pelas células infectadas ajuda na prevenção da disseminação para as células vizinhas. O nucleocapsídeo helicoidal está rodeado por um envelope com espículas de hialuronidase neuraminidase.Resposta imune mediada por células: os linfócitos T são importantes na recuperação.214     Os vírus aglutinam eritrócitos de diferentes espécies animais. tem sido observado derivação antigênica. Vírus da influenza tipo C: estes vírus causam infecções respiratórias em humanos que são esporádicas e leves. . Existe uma alta variabilidade antigênica nas glicoproteínas de superfície HA e NA. Também pode infectar os suínos. estão associados a epidemias.Resposta imune humoral: presença de IgA no aparelho respiratório superior e IgG no aparelho respiratório inferior. A replicação se realiza no núcleo. Classificação A família consiste de quatro gêneros:     Vírus da influenza tipo A: estes vírus causam as influenzas aviárias. Resposta imune A resposta imune do hospedeiro aos vírus da influenza. Vírus da influenza tipo B: os membros de este grupo só infectam a humanos. . Os vírus de influenza são lábeis e não sobrevivem por muito tempo nas instalações nem nos utensílios . A polimerase de ARN-dependente de ARN viral transcreve o genoma de polaridade negativa para um ARNm. "Vírus tipo Thogoto": as duas espécies de vírus Thogoto e Dhori são transmitidas por carrapatos e tem sido isolado do gado bovino. Ortomyxoviridae (80 . . Estes anticorpos estão tipicamente dirigidos contra os antígenos HA e NA. Não são considerados de importância patogênica para os animais. se pode observar mudanças antigênicas maiores e derivações antigênicas. estão associados com epidemias e pandemias. Figura 20-1.120 nm). camelos e humanos de algumas regiões da Ásia. África e Europa. incluí: . equinas e suínas. cada um dos quais codifica para uma proteína. Assim. pode aparecer um terceiro. É responsável pela aderência do virion aos receptores da superfície celular (ácido neuroamínico.  Os vírus de influenza são nomeados da seguinte maneira: tipo/lugar/data do isolamento/conteúdo de H e N. o qual é muito importante na imunidade protetora mediada por anticorpos neutralizantes. os quais podem ser encontrados em todas as combinações possíveis. sujeitos a uma grande variação. um vírus tipo A: A/Bangkok/3/79(H3N2) denota. respectivamente.  A hemaglutinina (HA) é um antígeno do envelope (espícula) que pode aderir-se a eritrócitos e causar sua aglutinação. Bases genéticas para a variação antigênica  Os genes da hemaglutinina e neuraminidase virais tipo A são polimórficos. e com os antígenos de envelope H3N2. segmentos completos de ARN são trocados entre dois vírus que estão infectando o mesmo hospedeiro. B. C) determina o tipo de vírus. pode estimular células T citotóxicas que são s importante para a recuperação da infecção. Os anticorpos específicos diminuem a velocidade de disseminação do vírus. isolado em Bangkok. Variação antigênica Existem dois tipos de mudanças antigênicas: Variações antigênicas maiores: são mudanças maiores baseadas no reordenamento de segmentos do genoma. tipo A.N9).  O antígeno da nucleoproteína (A. Um título de inibição da hemaglutinina de 1:40 se considera protetor. isolado pela primeira vez em 1979. sendo internas. ácido siálico). Os antígenos NA e HA determinam os subtipos. principalmente. . impede à adsorção do vírus as células susceptíveis. por exemplo. Em consequência. estas proteínas (ou peptídeos derivados delas). a hemaglutinina.  A neuraminidase é uma proteína do envelope cuja atividade enzimática resulta na liquefação do muco. pela proteína do nucleocapsídeo (NC). algumas proteínas da matriz (M1) e três polimerases (PA. contribuindo dessa maneira para disseminação do vírus. Como resultado da coinfecção pelos dois vírus. Deriva antigênica: são mudanças menores causados por mutações pontuais em genes que codificam para as glicoproteínas HA e NA. Se a hemaglutinina é bloqueada por anticorpos.H15) e 9 antígenos N (N1 . PB1 e PB2). No reordenamento. Isto não ocorre com os tipos B o C. As proteínas NC e M1 determinam a especificidade de tipo. A neuraminidase também rompe o ácido neuramínico para liberar a progênie do vírus a partir da célula infectada.215 Composição antigênica O conhecimento da natureza antigênica dos vírus de influenza é necessário para entender sua epidemiologia. Nas aves existem aproximadamente 15 antígenos H (H1 . Um exemplo seria H7N3.  As proteínas internas estão constituídas. designado pelo laboratório local como o número 3. e alguns podem desenvolver edema das patas. mulas e burros em todo mundo. soros da fase aguda e convalescente. Todos os surtos recentes e atuais são atribuídos ao vírus A Equi-2. Distribuição Frequentemente aparecem surtos altamente contagiosos da enfermidade em cavalos. exceto na Austrália. é agora menos eficaz contra a HA ou NA mutada (progênie variante). A maioria dos cavalos infectados apresenta algum grau de descarga ocular e fotofobia. Como resultado da mudança. Novas variantes devidas à deriva antigênica (drift) parecem ser pouco frequentes. La pneumonia aparece ocasionalmente si a infecção se complica com infecções bacterianas secundárias. Influenza A Influenza equina Causa Vírus A da influenza equina. Os subtipos imunologicamente diferentes envolvidos são geralmente: A/equino/Praga/1/56(H7N7) ou A/equino/Miami/2/63(H3N8). Quando se desenvolve uma vacina. rápida disseminação.10 dias. Estes vírus estão referidos como Influenza A/equino 1 e Influenza A/equino 2. A gravidade da enfermidade depende consideravelmente do estado imune e a idade. Transmissão Realiza-se por contato direto e indireto. Os sinais clínicos se iniciam 1-3 dias após a infecção. A maneira mais importante de disseminação é por pequenas gotas. o efeito da mudança pode ser determinado pela prova de inibição recíproca. . a recuperação é rápida em 7 . Nova Zelândia e Islândia. A influenza equina é comumente diagnosticada clinicamente baseando-se na aparição súbita. onde o vírus se replica e destrói as células epiteliais do trato respiratório superior. Na ausência de estresse e complicações bacterianas. Diagnóstico   Amostras clínicas: Suabes nasais e oculares durante a fase aguda. febre alta e tosse. O último surto documentado de A Equi-1 foi em 1980. Os equinos jovens são particularmente susceptíveis. depressão.216  Os genes de HA e NA dos tipos A e B estão sujeitos a mutações pontuais. Os sinais mais comuns são febre. Estes mesmos também são denominados como Tipo 1 ou A Equi-1 (Praga) e Tipo 2 ou A Equi-2 (Miami). Características clínicas e patológicas A infecção ocorre pelo trato respiratório. Têm sido descritas diversas variantes de A Equi-2 devidas à deriva antigênica. embora capacidade de trabalho possa estar diminuída por varias semanas. a resposta imune gerada contra a HA ou NA vacinal. anorexia e tosse. Desde 2003. leves ou moderadas. Distribuição A enfermidade está distribuída amplamente em pintos. Foram proibidas as importações de aves de certos países. podem excretar o vírus por longos períodos. a cepa H5N1. no sudeste asiático (cerca de 10 países). A influenza aviária se alastrou. contato direto e indireto (fômites). Somente e janeiro de 2005. e em particular aquelas do meio aquático. Quando estas cepas patogênicas são identificadas. Os subtipos H5 e H7 têm causado sérios surtos de influenza aviária em criações comerciais de pintos e pavões. varias dezenas de milhões de pintos foram sacrificados para impedir a disseminação do vírus.217  A confirmação pelo laboratório é realizada mediante o isolamento do vírus e ovos embrionados de pinto ou pela demonstração de um aumento significativo de anticorpos específicos em soros de fase aguda e convalescente. A variabilidade antigênica deve ser considerada quando se preparam vacinas. recentemente. A maioria destes vírus estão associados com infecções respiratórias subclínicas. Existem 15 grupos antigênicos baseados na inibição da hemaglutinação e nove baseados na neuraminidase. As aves aquáticas migratórias com infecções entéricas subclínicas. faisões e outras aves. Limpeza e desinfecção devem ser empregadas para reduzir a disseminação. 1. codornas. Características clínicas e patológicas Existem numerosas cepas ou subtipos de vírus de influenza aviária. Os surtos têm sido atribuídos as aves aquáticas migratórias. incluindo as mascotes aviárias. um vírus aviário altamente patogênico causou influenza com alta mortalidade em humanos em Hong Kong. A proteção é de pouca duração e se devem aplicar revacinações de reforço. A maioria das muitas cepas virais que infectam aves aquáticas proporciona fontes para novas cepas para os mamíferos. Influenza aviária (Peste aviária) Causa Vírus A da influenza aviária. Estas aves são uma frequente fonte de infecção para as aves domésticas. Transmissão A influenza aviária é altamente contagiosa e se dissemina rapidamente.2 milhões de pintos foram eliminados. Os animais clinicamente enfermos devem ser isolados para prevenir a disseminação. por exemplo. A influenza aviária aparece periodicamente em vários estados da costa este dos Estados Unidos da América. caracterizadas . as granjas são postas em quarentena e as criações infectadas são sacrificadas. Prevenção    Para prevenir a enfermidade são empregadas vacinas inativadas com ou sem adjuvante. usando a prova de Inibição da Hemaglutinação (IH). Uma nova vacina de vírus vivo modificado de aplicação intranasal afirma conferir proteção por seis meses. patos. A transmissão é realizada por gotas infecciosas. pavões. Mais de 20 pessoas morreram. empregando um soro (conhecido) positivo a influenza A. incluindo os Estados Unidos da América. consolidação pulmonar e caseificação nos sacos aéreos. rim. Os surtos confirmados de influenza aviária altamente virulenta (peste aviária) são tratados com rigorosa quarentena e sacrifício. Prevenção  A influenza aviária é uma enfermidade de notificação obrigatória em alguns países. Entre as lesões encontramos hemorragias e congestão das membranas serosas e mucosas. As infecções bacterianas concorrentes exacerbam a enfermidade. causa severa influenza nos humanos. Realiza-se uma prova similar para determinar antígeno em ovos embrionados (membrana corioalantoidea). incluindo alterações nervosas ocasionais. A crista e as barbelas estão cianóticas podendo haver edema na cabeça com tosse. ao largo da costa Atlântica dos Estados Unidos da América. os isolamentos do vírus da influenza aviária devem ser remetidos ao Laboratório Nacional de Serviços Veterinários para estudos de soro tipificação e patogenicidade. comumente. As formas altamente patogênicas de influenza aviária (peste aviária) causam uma enfermidade generalizada. descargas orais e nasais com estrias de sangue e diarréia. severa com alta mortalidade em criações comerciais. A contínua aparição de novos subtipos complica a imunização.  Nos Estados Unidos da América. respiração ofegante. A necrose focal pode ser observada na pele e órgãos internos. manifestam diminuição na produção de ovos. O líquido alantóide dos embriões de pinto infectados aglutinam glóbulos vermelhos. baço e soro sanguíneo. se empregam vacinas com vírus inativado.  Tem sido realizado esforços especiais para impedir o contato com aves migratórias aquáticas. A diferenciação com a enfermidade de Newcastle se realiza com soros imunes específicos. sacos aéreos.218 por tosse e espirros. Tratamento O hidrocloreto de amantadina tem sido usado para reduzir a severidade da influenza em algumas espécies aviárias.  Naqueles países onde a influenza aviária é endêmica ou existem riscos de introdução do vírus e a manutenção de criações em confinamento é difícil.  Os soros podem ser testados para determinar a presença de anticorpos usando a prova de difusão em gel de agar e com antígeno preparado em ovos embrionados. Isto é muito similar sob vários aspectos com a enfermidade de Newcastle velogênica viscerotrópica.  O vírus se isola por inoculação de ovos embrionados e é identificado mediante as provas de soro neutralização e inibição da hemaglutinação com antisoros específicos. Diagnóstico  Amostras clínicas: aves completas sacrificadas in extremis ou pulmões. Significado em saúde pública Como foi dito antes. traquéia. As mortes podem ocorrer entre 24-48 horas após a aparição dos sinais clínicos. Pode desenvolver-se sinusite e as aves infectadas. a cepa patógena aviária H5N1. porém se observou que a existência de cepas virais resistentes a amantadina. Tem havido vários informes de cepas aviárias patógenas que causam influenza grave e a . por exemplo.  La terapia com antibióticos apropriados pode ser benéfica para controlar as infecções bacterianas secundárias nas formas leves da influenza aviária. 1957 e 1968 continham segmentos de genes fortemente relacionados com os vírus da influenza aviária. Isto sugere que todos os vírus de influenza suína foram derivados originalmente das aves. três dos oitos genes virais. Para causar uma epidemia humana. É de grande interesse que em outubro de 2005. aparecendo frequentemente nos meses frios. embora a mortalidade geralmente não ultrapasse de 2%. Os surtos explosivos da enfermidade aguda aparecem quando o vírus é introduzido em rebanhos susceptíveis. os leitões susceptíveis são continuamente infectados. existem um período de incubação de três dias seguido pela aparição aguda de sinais respiratórios com rápida respiração. As cepas de influenza dos suínos podem produzir infecções graves em humanos. parecem estar associados com a adaptação dos vírus aviários ao hospedeiro humano. o vírus deveria desenvolver a capacidade de transmissão de pessoa a pessoa. de maneira similar aos vírus de influenza recentemente isolados no surto de Ásia.219 comumente fatal (uma taxa de mortalidade ao redor de 72%) em os humanos no sudeste da Ásia. A sequência genética do vírus reconstruído está baseada na sequência genética do vírus original isolado de uma vítima de influenza enterrada em uma zona de gelos perpétuos do Alaska. Características clínicas e patológicas A morbilidade é alta. outros mamíferos e aves. Com invasores secundários e particularmente . Influenza suína (influenza de os suínos) Causa Influenza vírus A. Baseando-se na análise genética. anorexia e prostração. portanto o vírus se perpétua no lugar. Existe uma preocupação real de que a cepa H5N1 das aves possa causar uma epidemia catastrófica ou talvez uma pandemia global de influenza humana em um futuro próximo. não matam essas células. Distribuição A influenza suína tem distribuição mundial. as causas da influenza suína. As infecções secundarias com Haemophilus parasuis e outras bactérias podem contribuir para o aparecimento de formas mais graves da enfermidade. Têm aparecido em anos recentes. O curso clínico dura geralmente 2-6 dias com rápida recuperação nos casos não complicados. variantes más virulentas do subtipo H1N1. mata as células de ovos férteis usados para a propagação dos vírus de influenza. reconstruíram o vírus da influenza de 1918. A forma de disseminação é por gotas em aerossóis. Nas criações onde o vírus é endêmico. cientistas dos Centros de Controle de Enfermidades e do Instituto de Patologia das Forças Armadas dos Estados Unidos da América. A infecção viral é leve si não existirem infecções bacterianas secundárias. El subtipo H1N2 também ha sido implicado como causa de influenza suína aguda. tosse. É interessante assinalar que o vírus reconstruído de 1918. Os vírus de influenza humana típicos. contato e fômites. e. Os subtipos H1N1 e H3N2 têm sido frequentemente. Transmissão A influenza suína está amplamente disseminada. onde é comum o contacto estreito entre grandes quantidades de pintos e as pessoas. Em um surto típico. Os vírus de influenza humana causais das epidemias de 1918. Faz-se um diagnóstico presuntivo com base nas características clínicas e patológicas. Distribuição La gripe canina apareceu pela primeira vez em Galgos na Flórida. canis e albergues de animais. se pode usar antibióticos para controlar as infecções bacterianas secundarias. No caso de que a enfermidade seja particularmente severa. As áreas afetadas são firmes e de cor púrpura e a miúdo existe uma clara linha de demarcação entre os tecidos normais e afetados. O vírus da influenza suína é facilmente isolado pela inoculação de ovos embrionados pela via da cavidade alantóide. A recuperação da infecção por influenza suína confere imunidade.220 Haemophilus suis a enfermidade é muito mais séria e pode ocorrer algumas mortes. demonstração de Soroconversão ou detecção de células infectadas em cortes congelados de tecido pulmonar mediante imunofluorescência. As infecções têm sido confirmadas em Nova York e muitos outros estados. Os cães velhos e os cachorros podem ver-se afetados mais severamente. Causa Vírus Influenza A. Prevenção     O vírus da influenza suína geralmente é introduzido nos rebanhos pelos animais de reposição ou por aqueles que retornam das exposições. estreitamente relacionado ao subtipo H3N8 e se presume que tenha sido adquirido dos equinos. Devido a que comumente a enfermidade é leve. A enfermidade se observou primeiro nas pistas de corridas e se disseminou a clínicas veterinárias. Os vírus subtipo H3N8 é causa frequente de influenza equina. que se crê que é de origem equina. A confirmação requer isolamento e identificação do vírus. soro de animais nas fases aguda e convalescentes. . A necropsia nos casos agudos revela edema nos nódulos linfáticos mediastínicos e lesões pneumônicas geralmente limitadas aos lóbulos apical e cardíaco. porém sua duração é provavelmente menor que um ano. Não se pratica a vacinação. A bronquite exudativa e a pneumonia intersticial são achados microscópicos comuns. o diagnóstico por laboratório pode não ser realizado. causada por um vírus Influenza A. Influenza canina A influenza canina ou gripe do cão é de recente aparição (2004) e é uma infecção respiratória aguda e altamente contagiosa de curta duração e baixa mortalidade. Diagnóstico     Amostras clínicas: suabes nasais e pulmões. em janeiro de 2004 morrendo 30% dos cães afetados no surto. Influenza felina Em 2004. Significado em Saúde Pública Não tem sido reportada a transmissão da influenza canina aos humanos. Também se descreveu que gatos domésticos pode ser infectados experimentalmente (horizontalmente) com o vírus aviária H5N1. Os gatos assim infectados desenvolveram lesão alveolar difusa severa e transmitiram o vírus a gatos sentinelas. se crê que ocorreu uma transmissão horizontal de influenza H5N1 entre tigres. Controle  Não existe vacina disponível. porém tem sido algo menor nos últimos surtos.221 Características clínicas Parece que a enfermidade é menos severa que o que se cria a principio e em torno de 80% dos infectados apresentam uma enfermidade leve. Entre os sinais clínicos temos febre. Tratamento   Os fármacos antivirais são eficazes no tratamento da influenza humana si se usa dentro das 48 horas da evidência de infecção. O período de incubação é de 2 a 5 dias.  Existem varias provas comerciais rápidas empregadas no diagnóstico da influenza humana para a detecção de antígeno. . como resultado da infecção com o vírus H5N1. tosse. Os antibióticos de amplo espectro são usados nas formas severas para controlar infecções bacterianas secundárias. depressão. Diagnóstico La gripe do cão só pode diferenciar-se de outras infecções respiratórias. Soros pareados com intervalo de três semanas. tigres e leopardos de um zoológico da Tailândia foram alimentados com cadáveres de aves infectadas com influenza aviária (H5N1) e desenvolveram uma pneumonia severa fatal. Ainda assim.  Os anticorpos virais se identificam por inibição da hemaglutinação ou vírus neutralização. Um kit rápido de influenza humana tipo A se usa para o diagnóstico de influenza equina. mediante provas de laboratório. Nos casos de enfermidade leve a recuperação se dá entre uma a três semanas. a qual pode ter aplicação para identificar a enfermidade no cão. dispnéia. tais como a tosse dos canis. Não existem.  Amostras: suabes nasofaríngeos tomadas dentro das primeiras 72 horas a partir da aparição de os sinais clínicos. anorexia. A pneumonia com infecções secundárias é a complicação mais comum e mais grave.  O vírus pode ser facilmente isolado em embriões de pinto. A taxa de fatalidade oscilou entre 5 e 8% nos primeiros surtos em cães Greyhound. secreção nasal de mucosa a purulenta. em 2005 no mesmo zoológico. todavia informação acerca de seu uso na influenza canina. correspondentes ao recíproco da última diluição que neutralizou completamente o vírus. são comparadas entre varias cepas do mesmo vírus. a enfermidade não se disseminou a outros gatos e se pensou que foi adquirida de um pássaro silvestre.222 Em 2005 se confirmou uma infecção em um gato doméstico na Alemanha. de ave a pássaro. . Tem sido sugerido que a infecção entre espécies. Glossário Prova de inibição recíproca: Uma prova na qual os títulos de inibição. Estes informes sugerem que o vírus H5N1 deveria ser considerado como uma ameaça potencial para os felídeos domésticos e em cativeiros. requer uma grande quantidade de doses infectivas virais. por exemplo. enquanto que na influenza epidêmica em uma mesma espécie a infecção pode produzir-se com menos de dez vírus. ). Ithaca NY (www. Carter G. 2Department of Biology. Índice     o o  o  o    o  Bunyaviridae Características virais Classificação Bunyavírus Enfermidade de Akabane Febre do Vale Cachê Phlebovírus Febre do Vale do Rift Nairovírus Enfermidade ovina de Nairóbi Bornaviridae Características virais Bornavírus Enfermidade de Borna Glossário Os vírus de ambas as famílias são de ARN de cadeia simples e de polaridade negativa. Carter1 and D. Virginia.1005. VirginiaMaryland Regional College of Veterinary Medicine. Bunyaviridae é uma grande família de vírus principalmente transmitidos por artrópodes. USA. (Eds. o resto é de importância veterinária limitada.223 In: A Concise Review of Veterinary Virology.1. Virginia Tech. 21.R. Bunyaviridae Bunyaviridae é a maior família de vírus de vertebrados. Ver Fig. enfermidade do Vale Cachê. .org). Athens. International Veterinary Information Service. A3421.J. Blacksburg. Last updated: 7-Oct-2005. enfermidade do Vale de Rift e a enfermidade ovina de Nairóbi.R.J. Características virais   Estes vírus são de 80 .ivis. A maioria dos bunyavírus é transmitida por picada de artrópodes e com exceção da enfermidade de Akabane. Concord University. sobre a superfície do qual existem projeções de glicoproteínas. West Virginia.ES Bunyaviridae y Bornaviridae G. and Wise D. com vários patógenos de importância veterinária. Wise2 1 Professor Emeritus of the Department of Medical Sciences and Pathobiology. A família Bornaviridae só tem uma espécie e os cavalos e ovelhas parecem ser seus principais hospedadores naturais. USA.120 nm de diâmetro têm um nucleocapsídeo helicoidal rodeado por uma envelope. O genoma consiste em três segmentos de ARN de cadeia simples e polaridade negativa. 224 O ARN genômico segmentado pode sofrer rearranjo genético conduzindo a novas cepas.1 Bunyaviridae (80 to 120 nm).     Figura 21 . a miúdo causam febres hemorrágicas fatais. . do inglês arthropod-borne-vírus) é a miúdo utilizado para referir-se a qualquer vírus de vertebrados transmitido por artrópodes. A maioria é transmitida por mosquitos. Classificação O termo arbovírus (vírus transportados por artrópodes. e bovinos (descrito abaixo como Enfermidade de Akabane). os genes são expressos em dois sistemas dispares de hospedadores: vertebrados e artrópodes. portanto não é considerado como um termo taxonômico legítimo. Peaton e Aino (membros do subgrupo Simbu).  Vírus do Vale de Cachê (ver mais abaixo)  Vírus da encefalite da Califórnia: consiste em mais de uma dúzia de vírus relacionados sorologicamente. Togaviridae. outros por carrapatos e em alguns se observa transmissão transovariana.  O vírus La Crosse é uma cepa do vírus da encefalite da Califórnia. que foi isolado de um caso fatal de meningoencefalite humana em Wisconsin. Flaviviridae. Os membros de importância veterinária e humana são:  Vírus de Akabane. e aos vírus das famílias Arenaviridae. Atualmente existem cinco gêneros assemelhados aos Bunyaviridae e estes gêneros contem sorogrupos. Estes vírus são lábeis fora do hospedador. Reoviridae e Rhabdoviridae. Isto se incluiu também aos vírus da família Bunyaviridae.Este gênero consiste em uma grande quantidade de vírus agrupados sorologicamente uns e outros não. Nucleocapsídeo helicoidal rodeada por um envelope com espículas de glicoproteínas. O nome "arbovírus". O vírus replica no citoplasma e madura mediante gemação em vesículas no aparelho de Golgi e logo é liberado por exocitose na superfície celular. transmitidos por mosquitos. os quais causam enfermidade em ovelhas. Na grande maioria destes vírus. São transmitidos ao humano mediante inalação.    Hantavírus São pelo menos 20 vírus relacionados sorologicamente que causam infecções naturais em pequenos roedores (incluindo camundongos). que ocasionalmente podem causar encefalite em humanos nos Estados Unidos da América. Estes gêneros são:  Bunyavírus . bezerros abortados. A hidranencefalia é observada com menor frequência. que produzem deformidades nos fetos. fetos mumificados e prematuros. Um diagnóstico presuntivo pode ser feito baseado na historia clínica e nas lesões macroscópicas nos fetos afetados. cordeiros e cabritos. Diagnóstico     Amostras clínicas: placenta e feto. Distribuição O vírus de Akabane afeta o gado bovino. alguns países asiáticos. más parições. afetando desde uma articulação de uma perna até muitas articulações em todas as extremidades e na coluna vertebral. As infecções fetais. Os animais severamente afetados podem sofrer partos distócicos.225 Nairovírus Vírus da enfermidade ovina de Nairóbi    Phlebovírus Vírus da febre do Vale de Rift   Bunyavírus Enfermidade de Akabane (Artrogripose congênita-hidranencefalia) Causa Vírus de Akabane e provavelmente os vírus Peaton e Aino. A artrogripose é a deformidade mais comumente notada. Características clínicas e patológicas Não existem sinais clínicos patentes nos animais adultos expostos a estes vírus além de uma resposta febril inicial. ovino e caprino. África do Sul e o Oriente Médio. podem ocorrer si as vacas prenhas são infectadas durante o primeiro trimestre da gestação. Transmissão O vírus se transmite a animais susceptíveis por insetos picadores. O vírus pode ser isolado por inoculação intracerebral em camundongos jovens e em diversos cultivos celulares. vacinas de vírus inativado . Argentina. Pode haver abortos. Prevenção  Estão disponíveis. principalmente na Austrália. particularmente mosquitos e Culicoides. O diagnóstico é sustentado pela detecção de anticorpos neutralizantes específicos nos neonatos. 226  A enfermidade de Akabane. A evidência sorológica indica que o vírus está amplamente distribuído na Norte América e que muitas espécies de mamíferos são susceptíveis a infecção. são virtualmente indistinguíveis daqueles observados na enfermidade de Akabane. Diagnóstico     Amostras clínicas: sangue total. cabras e. nas quais a taxa de mortalidade tem percentual que varia entre 30 e 90%. O vírus também cresce em uma grande variedade de cultivos celulares. ocasionalmente. A enfermidade é mais severa em ovelhas. Infecção pelo vírus do Vale de Cachê O vírus do Vale de Cachê tem sido associado com malformações congênitas em ovelhas. o humano (com febre e artralgia) no Este da África. . O vírus é mais facilmente isolado mediante a inoculação intracerebral de camundongos muito jovens. anorexia. se pode fazer um diagnóstico presuntivo. baço. A confirmação requer isolamento e identificação do vírus ou demonstração de um aumento significativo dos niveles de anticorpos entre os soros de fase aguda e convalescente. soros de animais nas fases aguda e convalescente. Os animais gestantes podem abortar. os quais são principalmente artrogripose e hidranencefalia. Estes defeitos. é de notificação obrigatória. embora seja improvável que ocorra na América pelos tipos de vetores e reservatórios. Baseando-se nos sinais clínicos e historia clínica. depressão. Nairovírus Enfermidade ovina de Nairóbi Causa Vírus da enfermidade ovina de Nairóbi Distribuição O vírus da enfermidade ovina de Nairóbi afeta ovelhas. descarga nasal e uma severa gastrenterite hemorrágica não contagiosa. nódulos linfáticos mesentéricos. Transmissão É transmitida por carrapatos (Rhipicephalus appendiculatus). Características clínicas A enfermidade está caracterizada por febre alta. Diagnóstico    Amostras clínicas: fígado e baço. A vacina de vírus ativo ou modificado não deve ser empregada em fêmeas gestantes. e está caracterizada por febre alta. Os animais adultos são afetados menos severamente. A confirmação requer isolamento e identificação do vírus. porém é consideravelmente menor entre os adultos. porém. Prevenção  Vacinas de vírus modificados e inativadas são usadas nos países donde o vírus é endêmico. Phlebovírus Febre do Vale de Rift Causa Vírus da febre do Vale de Rift Distribuição A febre do Vale de Rift é encontrada na África e no Oriente Médio em ovelhas. com pouca frequência podem chegar a ser severas e fatais.227 Prevenção   Os banhos por imersão para controlar carrapatos são amplamente utilizados nas regiões endêmicas. O gado bovino é menos afetado que as ovelhas. . bovinos. antílopes e humanos. Arábia Saudita e Yemen donde uma quantidade considerável de humanos tem morrido. Tem ocorrido grandes surtos na África. Alguns animais afetados podem apresentar descarga nasal e diarréia hemorrágica. Um diagnóstico presuntivo se pode fazer com base nos sinais clínicos e lesões macro e microscópicas observadas no fígado. Transmissão Por mosquitos. A taxa de mortalidade pode exceder a 70% nos animais jovens. cabras. O vírus se replica na membrana corioalantoidea do embrião de pinto e em vários cultivos celulares. As infecções são do tipo de "gripe". camelos. debilidade e morte rápida. Achados clínicos e patológicos A infecção é mais severa nos animais jovens. provavelmente também por contacto direto. A enfermidade se considera de notificação obrigatória nos países livres dela. anorexia. Os humanos podem infectar-se por picadura de mosquitos e pelo contacto com tecidos enfermos. porém as fêmeas prenhas podem abortar. Um achado a necropsia que é característico e consistente é a necrose severa do fígado. Bornaviridae Esta família está assim denominada devido ao fato que foi na cidade alemã de Borna onde a enfermidade foi observada pela primeira vez. O genoma consiste em uma cadeia simples de ARN de polaridade negativa. Bornaviridae só possui um gênero. Características virais O vírus é esférico. Ver Fig. Enfermidades similares podem ser observadas em outras espécies. A replicação se realiza no núcleo com protrusão de gemas na superfície celular. 21. O faixa de hospedadores do vírus é muito maior que o observado inicialmente. em cavalos. provavelmente. Bornavírus Enfermidade de Borna O seguinte é principalmente uma descrição da enfermidade aguda no cavalo. Como foi mencionado. envelopado. Embora exista considerável homogeneidade genética. Nucleocapsídeo helicoidal rodeada por uma envelope com espículas de glicoproteína.     Figura 21 . O vírus da enfermidade de Borna é a única espécie no único gênero. Bornavírus.2 Bornaviridae (80 .2. Causa Vírus da enfermidade de Borna. Em países livres da enfermidade. Bornavírus.  O vírus é lábil e. fazem cerca de 200 anos. mostrando altos níveis de conservação na sequência de diferentes isolamentos. O vírus é geneticamente estável. O vírus tem recebido. os genótipos podem adaptar-se a hospedadores particulares. tem cerca de 90 nm de diâmetro.100 nm de diâmetro).228  O controle dos mosquitos reduz as possibilidades de infecção. seu tempo de sobrevivência fora do hospedador é curto. . recentemente. considerável atenção como uma possível causa de desordens no comportamento dos humanos. e uma espécie que causa a enfermidade de Borna. qualquer brote será manejado mediante estrita quarentena e sacrifício. porém sem efeitos citopáticos visíveis. . Podem estar presentes inclusões intranucleares nos neurônios do hipocampo e lóbulos olfatórios.Existe um reservatório natural? . a qual pode ser levada a cabo por inoculação de ovos embrionados de pinto pela via da membrana corioalantoidea ou por inoculação intracerebral em coelhos. Em anos recentes têm sido descritas infecções no gado bovino. Alguma evidencia sorológica indica que isto é possível.229 Distribuição A enfermidade em cavalos é endêmica em algumas regiões da Alemanha e Suíça. Atualmente está sob investigação si as infecções por este vírus são responsáveis por algumas desordens psiquiátricos. porém não enfermidade clínica. monos. A confirmação requer isolamento e identificação do vírus.Qual é a taxa de prevalência nos humanos? . A evidência sorológica de humanos indica que o vírus provavelmente tem uma ampla disseminação na Europa e Norte América. Estes incluem depressão. gatos e humanos. ovino. Diagnóstico      Amostras clínicas: encéfalo. A detecção de anticorpos específicos mediante provas de ELISA ou de imunofluorescência serve de apoio para o diagnóstico. O vírus também cresce em uma variedade de cultivos celulares. Os cavalos afetados geralmente morrem. do Oeste e da Venezuela. caprino. Tem sido empregada uma prova de reação em cadeia da polimerase com transcriptase reversa (RT-PCR) para detectar o vírus. com base nos sinais clínicos nos achados histopatológicos de inclusões eosinofilicas típicas no tecido cerebral.Qual é a fonte ou fontes de infecção para o homem? . avestruzes. andar cambaleante e vacilante e tropeços em obstáculos.Podem os humanos transmitir a enfermidade como o fazem os equinos? Transmissão Considera-se que a disseminação ocorre por contacto direto e indireto. Características clínicas e patológicas Depois de um longo período de incubação (semanas). O vírus está presente nas secreções nasais y orais e na urina. Os humanos são infectados pelo vírus da enfermidade de Borna mostrando uma resposta de anticorpos. As perguntas que necessitam resposta são: . Prevenção  Os animais afetados e os soropositivos deverão ser segregados. o vírus causa meningoencefalomielite no cavalo com sinais clínicos que são similares a aqueles produzidos pela encefalomielite do Este. A miúdo se faz um diagnóstico presuntivo. A encefalomielite não supurativa afeta principalmente a matéria gris no tálamo cerebral e nos hemisférios (cerebrais). com atrofia do cérebro. . a qual produz uma cópia de ADN do molde viral de ARN. Isto é acompanhado por um aumento dos ventrículos cerebrais e do crânio. Hidranencefalia: um aumento anormal do líquido cefalorraquidiano na cavidade cranial. O ADN é então amplificado utilizando a reação em cadeia da polimerase.230 Glossário Artrogriposis: Flexão permanente de uma articulação. PCR-Transcriptase Reversa: Uma modificação da reação em cadeia da polimerase que inclui um primeiro passo utilizando a enzima transcriptase reversa. 231 . J. Junto da extremidade 5’ existe uma região conhecida como Sitio de Entrada Interna de Ribossomos (IRES . tais como células traqueais de feto humano. Wise2 1 Professor Emeritus of the Department of Medical Sciences and Pathobiology.R. exclusiva dos picornavirus. Concord University. facilitando assim a tradução de proteínas virais.J.). Índice    o o o o o  o  o  o   Características dos vírus Classificação Enterovírus Enfermidade de Teschen /Talfan Enfermidade vesicular do suíno Enterovírus suínos Enterovírus bovinos Enterovírus aviários Aftovírus Febre aftosa Cardiovírus Infecção pelo vírus da encefalomicardite Hepatovírus Encefalomielite aviária Glossário Esta família está constituída pelos vírus com os menores ARN. Existem seis gêneros.R. O genoma tem aproximadamente 8000 bases de tamanho.ivis.siglas em inglês). que requerem temperaturas menores e podem ser cultivados in vitro em muito poucos tipos de células. de cadeia simples e de polaridade positiva. International Veterinary Information Service. USA.1105. Blacksburg. Athens.232 In: A Concise Review of Veterinary Virology. Carter1 and D.ES Picornaviridae G. West Virginia. A replicação se realiza no citoplasma e o ARN destes vírus é por si mesmo infeccioso. Ithaca NY (www. Carter G. 22. 2Department of Biology. Possui uma extremidade 3’ poliA. (Eds. Sem dúvidas a extremidade 5’ tem uma pequena proteína codificada pelo vírus denominada VPg ou 3B. Last updated: 21-Nov-2005. . USA. Características virais      Os picornavírus são vírus pequenos (22 . and Wise D. icosaédricos e nus (Ver Fig. São exceções alguns rhinovírus. VirginiaMaryland Regional College of Veterinary Medicine. Este sítio funciona para aumentar o reconhecimento ribossomal do ARN viral. Virginia Tech.30 nm).1). A maioria dos picornavirus pode ser propagada em cultivos celulares. A3422. Virginia. São nus. produzindo efeito citopático característico e rápido. quatro dos quais possuem patógenos de importância veterinária.org). Enterovírus . Cardiovírus e Hepatovírus. fenol e cloro (clorinação).  Vírus da hepatite A de humanos Parechovírus: É um vírus que causa enfermidade gastrointestinal e respiratória em humanos. carbonato de sódio a 0. Classificação A família Picornaviridae possui cinco gêneros: Enterovírus. são muito efetivos o ácido cítrico. São muito resistentes a maioria dos desinfetantes. Aftovírus. nus. 2 e 3. Rhinovírus  Existem três espécies de rhinovírus equinos  Rhinovírus bovinos 1. Se ha demonstrado que são infecciosos até um ano.233    A maioria dos picornavirus são hospedadores específicos.  Figura 22-1. ou desinfetantes iodóforos que possuem ácido.30 nm). Estão amplamente disseminados e causam geralmente infecções respiratórias leves. Sem dúvidas. As enfermidades importantes em veterinária e os vírus de cada gênero são os seguintes:       Enterovírus  Enfermidade de Teschen e relacionadas  Enfermidade Vesicular Suína  Enterovírus Suíno  Enterovírus Bovino  Enterovírus Aviário Aftovírus  Vírus da enfermidade da febre aftosa Cardiovírus  Vírus da encefalomicardite Hepatovírus  Vírus parecidos ao da encefalomielite aviária: uma espécie tentativa neste gênero. Os picornavirus são resistentes ao álcool. Teschovírus. dependendo das condições. Picornaviridae (22 .  Existem mais de 100 rhinovírus de humanos. éter e clorofórmio. São susceptíveis a radiação. Os picornavirus são capazes de sobreviver no ambiente por um tempo.4%. Virions pequenos. icosaédricos. Um destes subgrupos incluí o Teschovírus suíno 1. A identificação se leva a cabo usando a prova de vírus neutralização empregando soros específicos. a infecção se dá pela ingestão. Os sinais clínicos são febre (40 .234 Enfermidade de Teschen e relacionadas (Encefalomielite suína) Causa Os Enterovírus que causam estas enfermidades foram colocados em um grupo sorológico. Transmissão O vírus é eliminado pelas fezes e saliva. rigidez muscular. Estes vírus podem ser propagados em cultivos celulares de origem suína nos quais produzem efeito citopático. ocorre rara e unicamente na Europa e África. tremores. ataxia. As mortes geralmente ocorrem em poucos dias depois da aparição dos sinais. La enfermidade de Talfan é clinicamente similar a enfermidade de Teschen. o qual está. A enfermidade pode ser confundida com pseudo-raiva. Diagnóstico   Amostras clínicas: encéfalo. Características clínicas e patológicas Estes vírus.41. As lesões incluem degeneração neuronal e dos nódulos gliais e infiltração perivascular linfocítica principalmente na medula espinhal. porém é menos severa e a taxa de fatalidade é menor. Os surtos mais sérios (Teschen) foram descritos na Europa. adicionalmente. . usualmente. A disseminação ocorre por contacto direto e indireto. convulsões e prostração. originalmente chamado Enterovírus suíno sorotipo 1. com êxito vacinas inativadas e de vírus vivo modificado. posição de cão sentado.106° F). medula espinhal e intestino. O período de incubação é de aproximadamente 10 dias e durante os surtos são afetados suínos de todas as idades. A mortalidade na enfermidade de Teschen é de 50 . nistágmos. A causa da enfermidade de Talfan está em outro subgrupo. provavelmente tem distribuição mundial. A forma menos severa. causa da enfermidade de Teschen. Prevenção   Os animais que se recuperam se tornam imunes. que é uma encefalomielite suína severa.75% ou maior nos leitões. 104 . dividido em três subgrupos.1° C. Na Europa tem sido empregado. Quanto ao valor do isolamento viral. enfermidade de Talfan. é importante recordar que os enterovírus ocorrem comumente no intestino. Distribuição A Enfermidade de Teschen. causam uma enfermidade ocasional em leitões. peste suína clássica e a infecção pelo vírus hemaglutinante da encefalomielite (HEV). 235 Enfermidade vesicular do suíno Causa Vírus da enfermidade vesicular do suíno (SVDV) do qual existem várias cepas diferentes antigenicamente. Sob suspeita. claudicações e sensibilidade nas patas. focinho. Os suínos experimentalmente infectados podem mostrar complicação do sistema nervoso central. A principio está envolvido o tecido epitelial. se devem implementar estritas medidas de controle incluindo quarentena e sacrifício.Bretanha (declarada livre em 1980). Em muitos países deverão ser contatada as autoridades oficiais si existe suspeita de SVD. vários países europeus e Ásia. A SVD é uma enfermidade de notificação obrigatória. Prevenção   Não existem vacinas disponíveis para prevenir a SVD. Devido a que SVD se parece muito clinicamente a FA um diagnóstico correto é imperativo. Vários surtos foram atribuídos a carne de suíno mal cozida ou crua em lavagens de restaurantes (restos de comida). Foram descritos alguns casos de meningite asséptica em humanos causada por SVDV Transmissão A disseminação se dá por contacto direto e fômites. Eles coletarão amostras clínicas apropriadas para serem analizadas e tipificada em um laboratório central do governo. Entre as provas empregadas está uma ELISA para detectar antígeno no material das vesículas. pero na maioria dos países os animais infectados são sacrificados. . sangue com anticoagulante e soro. Coxsackie B-5. O prognóstico é favorável. Aparecem efeitos citopáticos típicos dos picornavirus em 2 . O vírus pode ser propagado em cultivos celulares de rim de suíno. febre superior a 106° F (41° C).4 dias. Desde então tem sido reportada na Grã. Estomatite vesicular (EV) e Exantema Vesicular (EVC). orifícios nasais e tetas. boca. pele e membranas mucosas afetadas. O vírus SDV está fortemente relacionado ao Enterovírus humano. Os primeiros sinais são diminuição na ingestão de alimento. seguido por viremia com infecção generalizada a os tecidos linfóides. Diagnóstico     Amostras clínicas: líquido das vesículas. Distribuição Esta enfermidade foi descrita primeiro em suínos de engorda na Itália em 1966. Características clínicas e patológicas A enfermidade é indistinguível clinicamente da Febre Aftosa (FA). e a formação de vesículas nas patas. língua. Características clínicas e patológicas As porcas jovens e maiores gestantes são infectadas inicialmente e logo o são seus embriões ou fetos.3 anos. As porcas ficam imunes depois da infecção. O parvovírus suíno está considerado como a causa viral primário de problemas reprodutivos nos suínos e se dá a ele pouca importância assim como aos vírus SMEDI. Os vírus podem ser isolados em cultivos celulares primários de rim de suíno. Distribuição Os Enterovírus causais estão amplamente distribuídos em criações de suínos. de suínos com morte de "três dias" e fetos mortos encontrados no útero a media gestação depois da histerectomia. Momificação. Diagnóstico   Amostras clínicas: Tecidos de fetos e natimortos. Infertility" (Mortinato. Enterovírus bovinos . Os cinco grupos de vírus SMEDI descritos caem em quatro grupos de vírus relacionados sorologicamente. (Síndrome do vírus SMEDI) Causa Enterovírus suínos (Enterovírus). Prevenção Geralmente não existem tentativas para prevenir ou controlar as infecções por Enterovírus em os suínos. talvez devido à susceptibilidade das novas porcas de repovoamento. Infertilidad). Os vírus são designados pelo nome SMEDI.236 Enterovírus suínos: Infecções reprodutivas. Embryonic Death. Têm sido identificados pelo menos outros seis grupos de enterovírus que não estão associados com problemas reprodutivos em porcas. geralmente teremos pequeno número de fetos e baixa taxa de sobrevivência. Nas criações nas quais estes enterovírus foram isolados. porém as manifestações da enfermidade aparecem. a frequência de isolamentos tem sido baixa. sem dúvidas. principalmente devido à ausência de vírus viável quando a enfermidade clínica não é aparente. cada 2 . Os vírus SMEDI têm sido isolados de leitões natimortos. Transmissão Os vírus estão presentes nas fezes e se presume que a infecção se dê por contacto direto e indireto. ciclicamente. Mummification. As manifestações típicas da enfermidade de este grupo de vírus foram reproduzidas experimentalmente. o qual é derivado do inglês "Stillbirth. Morte Embrionaria. Tem sido adotadas efetivas estratégias de controle e erradicação continental. O modo de infecção se dá por inalação e ingestão. Distribuição São susceptíveis todos os animais de casco fendido incluindo os suínos. São conhecidos um total de sete tipos sorologicamente diferentes. FA-SAT-2 e FA-SAT3. Eles são FA-A. se encontra na América do Sul. cabras. Austrália e o Reino Unido. Enterovírus aviários Entre estes estão incluídos: Vírus da hepatite do pato 1. Nova Zelândia. A e O têm sido isolados na América do Sul. O surto do Canadá em 1952 foi atribuído a um imigrante europeu. A transmissão aérea tem sido descrita e atribuída à combinação de ventos e umidade. Os primeiros sorotipos de FA são comumente referidos como tipos europeus devido a que foram primeiramente isolados na França e Alemanha. veados e búfalos. pés e boca. os recentes surtos (menos de uma década) na Argentina e Brasil foram causados pelos sorotipos A e O. FA-SAT1. Os cobaios. vírus da hepatite do pato 3. camundongos e algumas outras espécies animais podem ser infectados experimentalmente. que se caracteriza pelo desenvolvimento de lesões vesiculares nas mãos. Sul do Brasil e Uruguai entre 1999 e 2000. Europa. Não existe proteção nem sorologia cruzada entre os diferentes tipos. A maioria das infecções são subclínicas. Características clínicas e patológicas . FA-O. natimortos e infertilidade em touros. com uns poucos surtos nos últimos dois a três anos. ovelhas. África. A Febre Aftosa (FA) está amplamente distribuída. O tipo Ásia só tem sido descrito em várias partes desse continente. O sorotipo 1 tem sido isolado de uma ampla gama de espécies animais. enquanto que o sorotipo 2 apenas foi recuperado de bovinos. FA-ASIA1. No presente estão livres dela América do Norte. coelhos.237 São conhecidos dois sorotipos. Um surto devastador ocorreu na Grã Bretanha em 2001. Os sorotipos C. Aftovírus Febre aftosa Causa Vírus da Febre Aftosa (VFA). O vírus é considerado particularmente infeccioso e transmissível. vírus da nefrite aviária e Enterovírus recuperados de aves normais. A maioria dos países de América do Sul está em processo de erradicação. porém tem sido descritos abortos. embora apareçam em outros países. fômites e aves migratórias. Algumas cepas têm a capacidade de causar hepatite e nefrite serias em pintos e pavões. FA-C. Os tipos SAT foram isolados em "Territórios de África do Sul" e estão restringidos ao continente africano. Transmissão A enfermidade se dissemina por contacto. O contacto com animais infectados raras vezes produzem infecção em humanos. Tem havido vários surtos na Argentina. Oriente Médio e Ásia. Diagnóstico       Amostras clínicas: líquido das vesículas. O vírus FA pode ser isolado em uma diversidade de cultivos celulares. Uma prova de PCR em tempo real tem sido empregada para detectar rapidamente o vírus. a saliva é pegajosa. marcadamente. As lesões vesiculares também podem ser encontradas no úbere e tetas das vacas e no focinho dos suínos. esta prova é usada para distinguir uma infecção ativa de uma vacinação com antígenos inativados. para a erradicação em muitos países. a mortalidade é baixa. São sequelas frequentes a manqueira e a acentuada perda da condição corporal. amplamente. Os animais afetados podem se recuperar em uma a duas semanas. São empregados os métodos de ELISA e fixação do complemento. O vírus cresce causando efeitos citopáticos principalmente em cultivos primários. . A degeneração do miocárdio pode ser observada na forma maligna em bezerros. Várias passagens em camundongos deverão se feita antes de considerar negativas as amostras. O diagnóstico estará baseado na detecção dos VFA nos materiais clínicos antes mencionados. As vacinas mais eficazes no uso corrente possuem vírus inativado com adjuvante oleoso. Alguns animais podem converter-se em portadores. Para demonstrar a presença do vírus. Os animais gestantes podem abortar. Os surtos confirmados são manejados em muitos países mediante estrita quarentena e sacrifício. O sinal característico e mais comum é a salivação excessiva. porém seu papel na transmissão é controvertido. Camundongos lactantes são inoculados intraperitonealmente com líquido das vesículas e macerados das lesões de língua ou patas. morro. Em áreas onde a enfermidade é endêmica. os camundongos morrerão em poucos dias. a qual se considera que está presente apenas durante a infecção e não depois da vacinação. Si as amostras são positivas. Deverão contatar-se veterinários oficiais si existe a suspeita desta enfermidade. Esta prova é geralmente feita junto com as provas sorológicas. espumosa e filamentosa. porém é rara. portanto é de notificação obrigatória em muitos países. contendo os sorotipos apropriados para o vírus da região. Prevenção   A Febre Aftosa é a enfermidade mais importante do gado bovino e. membranas mucosas afetadas. A identificação se leva a cabo mediante as provas de vírus neutralização e fixação do complemento. sangue e soro. depois de um típico período de incubação de 2 . Uma prova de antígeno associado à infecção viral permite detectar anticorpos contra a polimerase viral. é empregada. líquido faríngeo e esofágico (obtido com uma sonda esofágica). a prova de inoculação em camundongos.5 dias. se rompem erosionam. espaço interdigital e na banda coronária da pata. A dificuldade de erradicar a enfermidade uma vez estabelecida ficou muito evidente. produzidas em cultivos celulares. As vesículas são pronunciadas na membrana da mucosa oral e língua. ulceram e eventualmente saram. Embora seja necessário o uso de revacinação periódica este tipo de biológico tem sido muito efetivo e tem contribuído.238 O vírus da FA produz uma enfermidade altamente contagiosa em animais de casco fendido e está caracterizada pela produção de lesões vesiculares na boca. A morbilidade é muito alta. se pratica a imunização com vacinas inativadas. Desta forma. no recente surto na Grã Bretanha. A mortalidade pode ser alta em suínos muito jovens. porém a efetividade de ambas é variável. Prevenção A principal medida de prevenção é o controle de roedores nas instalações dos suínos. As lesões à necropsia podem revelar um aumento do coração com áreas pálidas no ventrículo direito. Os sinais clínicos premonitórios podem incluir anorexia. Diagnóstico     Amostras cínicas: Coração e cérebro. As infecções in útero podem ocorrer. muitas diferem em seu comportamento biológico. Os ratos e camundongos são considerados como os hospedadores naturais e principais reservatórios do vírus. Entre os primatas não humanos afetados. babuínos. La vacina inativada é a mais utilizada. Características clínicas e patológicas O vírus causa uma enfermidade esporádica em leitões. hipopótamos anões. depressão e dispnéia.239 Cardiovírus Vírus da encefalomicardite Causa Vírus de encefalomicardite (VEM). Existem dos vacinas disponíveis. Distribuição O vírus EM e a infecção por este é encontrado em todo o mundo. conduzindo a morte fetal. pero frequentemente é subclínica em suínos desmamados e adultos. caracterizada principalmente por mortes repentinas. Hepatovírus   Encefalomielite aviária . preguiças. se encontram orangotangos. rinocerontes. llamas. chimpanzés. certas espécies de antílopes. Uma é inativada e a outra é atenuada. mapaches. A confirmação da infecção por EM se realiza por exames com anticorpos fluorescentes de corte congelados de tecidos afetados. elefantes africanos e outros vertebrados incluindo o homem. Embora tenha sido demonstrado que todas as cepas são antigenicamente idênticas. manipulada geneticamente. A enfermidade é observada frequentemente em suínos. O vírus já foi isolado de esquilos. macacos e lêmures. Transmissão Crê-se que os suínos são a miúdo infectado pela ingestão de alimentos contaminados com urina e fezes de roedores. O vírus pode ser isolado em uma variedade de cultivos celulares e pela inoculação intracerebral de camundongos jovens.  Outro método diagnóstico é a inoculação de suspensões de cérebro em embriões de pinto pela via do saco vitelino. No proventrículo. pâncreas e fígado se podem observar hiperplasia nodular linfóide difusa. incoordenação e debilidade nas patas com perda da condição corporal. que aparece frequentemente. La taxa de mortalidade média é de 20%.3 de idade. Algumas infecções são assintomáticas e só são diagnosticadas pelo achado das lesões no encéfalo. a qual pode durar de 2 .  O diagnóstico definitivo depende da demonstração do vírus mediante inoculação intracerebral em pintos susceptíveis de um da de nascidos. os sinais clínicos não são aparentes embora possa ser observado um declínio na produção de ovos. com distribuição mundial.  Os anticorpos podem ser demonstrados mediante provas de neutralização em embriões de pinto. Si o vírus está presente. utilizando uma cepa viral que seja patogênica para embriões.3 semanas.  O vírus pode crescer em cultivos primários de células de embrião de pinto. Afeta a pintos. os sinais de encefalomielite infecciosa nos pintos se observam depois da eclosão. O achado de lesões típicas microscópicas é de grande valor. pavões e codornas. Os sinais nos pintinhos incluem tremores (tremor) da cabeça. As lesões no encéfalo e medula espinhal consistem de perda dos neurônios e infiltração perivascular. Características clínicas e patológicas A encefalomielite aviária é uma enfermidade principalmente de pintos jovens durante as primeiras seis semanas de vida. medula e ponte de Varolio. faisões. Transmissão O vírus é transmitido pelo ovo e pela via fecal/oral. Em galinhas poedoras.12 dias. Os tecidos destas aves deverão ser examinados histopatologicamente depois da aparição da sintomatologia clínica.  Uma prova de ELISA está disponível comercialmente para fazer acompanhamento sorológico os lotes. no cerebelo. baço. do qual existem 15 sorotipos.240 (Tremor epidêmico) Causa Vírus de encefalomielite aviária. seguida frequentemente por prostração e morte. Prevenção   . Diagnóstico Amostras clínicas: Encéfalo e medula espinhal. a qual é observada. Distribuição A encefalomielite aviária é uma enfermidade importante. principalmente. e os encéfalos podem ser coletados para análise histopatológica. A típica enfermidade clínica aparece entre as semanas 1 . o tremor epidêmico se apresenta de 10 . Um diagnóstico presuntivo se pode realizar clinicamente. 241 Uma vacina de vírus ativo se pode administrar na água de bebida das aves de 10 . O sinal emitido é detectado e indica uma ativa replicação do ADN antes de correr-lo em um gel de agarose. que emite um sinal fluorescente durante a replicação do ADN.16 semanas de idade. . Estas vacinas são administradas pelo método de inoculação na asa. Glossário Sonda esofágica: É um tubo flexível delgado com uma esponja em um de seus extremos que serve para coletar material clínico. As vacinas inativadas são usadas para revacinar a criação quando existe uma pobre resposta de anticorpos. tal como o SYBR verde. PCR em tempo real: este tipo de PCR utiliza um amplicon químico. 242 In: A Concise Review of Veterinary Virology, Carter G.R. and Wise D.J. (Eds.). International Veterinary Information Service, Ithaca NY (www.ivis.org), Last updated: 21-Nov-2005; A3423.1105.ES Caliciviridae G.R. Carter1 and D.J. Wise2 1 Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine, Virginia Tech, Blacksburg, Virginia, USA.2Department of Biology, Concord University, Athens, West Virginia, USA. Índice    o o  o o Características virais Classificação Vesivirus Calicivírus felino Vírus do exantema vesicular Lagovirus Enfermidade hemorrágica dos coelhos Vírus da síndrome da lebre parda européia Esta família está composta de vírus com características morfológicas distintas, pequenos, nus, com ARN de cadeia simples com polaridade positiva. Os vírus afetam a uma ampla variedade de espécies animais e dois são patógenos importantes para os animais domésticos. Características virais       Vírus nus, com ARN de cadeia simples e polaridade positiva, de 35 - 40 nm de diâmetro com simetria icosaédrica (Fig. 23.1). As 32 depressões em forma de copo na superfície esférica do capsídeo dão aos calicivírus uma morfologia característica. O genoma é uma só molécula de ARN de cadeia simples, linear (de 7400 a 8300 nucleotídeos de tamanho) com polaridade positiva. Contém uma proteína na extremidade 5’ (VPg) ou um nucleotídeo metilado (para a hepatite E) e uma extremidade 3’ com cauda de poliA. O genoma por si mesmo é infeccioso. A replicação ocorre no citoplasma e os vírus são liberados por citólise. Os vírus são estáveis no ambiente e resistente a alguns desinfetantes; o hipoclorito de sódio é efetivo. 243 Figura 23-1. Caliciviridae (35 - 40 nm). Vírus pequenos, nus, com ARN de cadeia simples com polaridade positiva, simetria icosaédrica e características morfológicas distintas. Classificação A família Caliciviridae é composta por quatro gêneros: Vesivirus, Lagovirus, "Vírus parecidos ao Norwalk" e "Vírus parecidos ao Supporo". As últimas duas categorias contêm vírus que infectam o humano. As primeiras duas categorias contêm vírus de importância veterinária:  o o o  o o  o  o Vesivirus Vírus do exantema vesicular Calicivírus felino Calicivírus canino: não está considerado com importância patógena, tem sido recuperado de cães com diarréia. Lagovirus Vírus da enfermidade hemorrágica dos coelhos Vírus da síndrome da lebre parda européia "Vírus parecidos ao Norwalk" Vírus Norwalk: É uma causa importante de gastrenterite aguda em humanos. "Vírus parecidos ao Supporo" Muitas cepas não patógenas têm sido recuperadas de humanos. Vesivirus Exantema vesicular (Vírus dos leões marinhos de São Miguel) Causa Vírus do exantema vesicular dos suínos (EVC). Até esta data foram identificados 13 sorotipos do vírus, os quais estão designados como A, B, C, etc. Vários sorotipos estão implicados na enfermidade dos leões marinhos de São Miguel. Distribuição O vírus afeta de forma natural a suínos, cavalos e cães. Os hamsters (cricetos) podem ser infectados experimentalmente. A enfermidade, só se tem sido observado na parte continental dos Estados Unidos da América, com exceção de surtos isolados no Hawaii e na Islândia. Não havia sido notificada desde 1956. 244 Um vírus muito relacionado ou idêntico ao vírus EVC foi isolado dos leões marinhos de São Miguel ao largo das costas da Califórnia. Este vírus foi capaz de produzir lesões vesiculares em suínos inoculados experimentalmente. Vários sorotipos deste vírus afetam a outros mamíferos marinhos, incluindo as focas peludas do norte, e se tem detectado anticorpos contra estes vírus em uma grande variedade de animais terrestres. Tem sido sugerido que os animais marinhos são o reservatório do vírus EVC. Transmissão O vírus do exantema vesicular é transmitido por contato direto e indireto e por fômites. O vírus é encontrado na saliva e fezes dos suínos infectados. Conjectura-se que os suínos podem ser infectados com a comida que contém carne de cadáveres de leões marinhos. Características clínicas e patológicas A enfermidade dos suínos, clinicamente, recorda a febre aftosa, porém é mais leve. Apresenta febre e aparecem vesículas no morro, membrana mucosa da boca, nas patas e no úbere das porcas em lactação, ao redor de 48 horas depois da viremia. As vesículas se rompem em 24 - 48 horas deixando erosões que rapidamente são cobertas com novo epitélio. A enfermidade geralmente é benigna e tem um curso de umas duas semanas. Diagnóstico A EVC é uma enfermidade importante devido a sua similitude com a febre aftosa, estomatite vesicular e enfermidade vesicular dos suínos.  Amostras clínicas: líquido vesicular, membranas mucosas afetadas, sangue com anticoagulante e soro.  O líquido vesicular contém vírus que pode ser identificado por provas de fixação do complemento e de ELISA, e detectado por microscopia eletrônica.  O vírus pode ser cultivado em células embrionárias de rim de suíno nas quais produz efeitos citopáticos. Em cultivos celulares o vírus pode ser identificado por provas de neutralização, e os antígenos virais podem ser detectados por imunofluorescência. Prevenção   A enfermidade se considera erradicada dos Estados Unidos da América. O último surto ocorreu em 1956. Sem dúvida, a possibilidade de infecção para os mamíferos marinhos deve manter-se presente. É uma enfermidade de notificação obrigatória e com as mesmas medidas estritas de segurança empregadas com as outras enfermidades vesiculares. Infecção por calicivírus felino Causa Calicivírus felino, do qual existem vários sorotipos. Distribuição 245 A infecção por Calicivírus felino é muito contagiosa, tem distribuição mundial, e rivaliza com a Rinotraqueíte Viral Felina (RVF) na frequência de apresentação. Transmissão A disseminação se dá por contato direto e indireto, e o modo de infecção é, principalmente, por inalação de aerossóis. Características clínicas e patológicas A infecção inicia na orofaringe com disseminação para o trato respiratório superior e os olhos. O período de incubação é de 2 - 5 dias, e as manifestações clínicas lembram a RVF. Os sinais clínicos incluem: febre, rinite leve, espirros, descargas nasais, conjuntivite, ulcerações palatinas ou da língua, e em algumas ocasiões broncopneumonia. Há uma grande variação na severidade da enfermidade, provavelmente devido à variabilidade na virulência das cepas virais e fatores do hospedador. Os cachorros de 2 - 6 meses de idade são os mais severamente afetados. A taxa de mortalidade pode ser substancialmente importante nos cachorros e nos gatos velhos. Os gatos infectados se convertem em portadores e o vírus é eliminado constantemente da faringe e tonsilas por meses e ocasionalmente por anos. Pode causar abortos. Diagnóstico   Amostras clínicas: Suabes nasais, orofaríngeos e oculares; pulmões e traquéia dos animais mortos. O isolamento e identificação do vírus são requeridos para o diagnóstico definitivo. O vírus pode ser facilmente propagado em cultivos celulares de origem felina, nos quais produz um efeito citopático rápido e visível. Além da produção de ECP característico, o vírus pode ser identificado pela prova de vírus neutralização com um antissoro específico.  Prevenção O Calicivírus felino é fortemente imunogênico, estão disponíveis vacinas de vírus inativado e de vírus vivo modificado originado em cultivo celular, comumente combinadas com outros vírus. Estas são administradas intranasal ou intramuscularmente. Lagovirus Enfermidade hemorrágica do coelho Causa Vírus da Enfermidade Hemorrágica do Coelho. Distribuição A Enfermidade Hemorrágica do Coelho (EHC) afeta os coelhos e lebres domésticos e silvestres. Foram notificados surtos destrutivos em todo o mundo. Embora não seja endêmica nos Estados Unidos da América, ocorreram surtos, sendo os mais recentes em 2001 e 2005. 246 Transmissão A disseminação se dá por contato direto e indireto e mecanicamente por mosquitos e outros insetos. O vírus está presente em insetos, secreções e excreções. Características clínicas e patológicas A infecção se realiza pela via oral/fecal e as principais células brancas são os fagócitos mononucleares. A enfermidade é altamente contagiosa. As infecções estão caracterizadas pela aparição repentina e frequentemente a morte, sem a apresentação de sinais clínicos. Alguns coelhos podem apresentar sinais de problemas respiratórios, tais como dispnéia, respiração abdominal e ligeiro sangramento nasal. Na necropsia se observa as vísceras aumentadas, hemorrágicas e congestionadas. Histologicamente, a lesão mais característica é uma necrose hepática coagulativa. Observamse hemorragias nos pulmões e áreas de necrose focal no baço e coração. Ocasionalmente se observa uma necrose severa das criptas do intestino delgado. Diagnóstico      Amostras clínicas: fígado, baço e pulmões. Podem ser feito um diagnóstico presuntivo com base na natureza hiperaguda da enfermidade, na necrose hepática e outras lesões macroscópicas características. O vírus insetos os tecidos pode ser detectado por microscopia eletrônica e o antígeno identificado por provas de ELISA ou de anticorpos fluorescentes. O vírus em preparações de tecidos aglutina eritrócitos tipo O de humanos. O vírus não se propaga em cultivos celulares. Prevenção    Em áreas endêmicas são usadas vacinas de vírus inativado. Os surtos que ocorreram América do Norte foram submetidos à estrita quarentena e sacrifício dos animais. A enfermidade é de tal gravidade que tem sido usada para reduzir populações de coelhos. Síndrome da lebre parda européia A enfermidade causada por este Lagovírus é similar a Enfermidade Hemorrágica do Coelho (EHC) e tem sido reportada em lebres domésticas e silvestres e em muitos países europeus. O vírus da síndrome da lebre parda européia é antigenicamente similar ao vírus que causa a EHC. Esta enfermidade hemorrágica com necrose hepática tem uma alta taxa de mortalidade nas lebres adultas. 247 In: A Concise Review of Veterinary Virology, Carter G.R. and Wise D.J. (Eds.). International Veterinary Information Service, Ithaca NY (www.ivis.org), Last updated: 14-Dec-2005; A3424.0905.ES. Coronaviridae G.R. Carter1 and D.J. Wise2 1 Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine, Virginia Tech, Blacksburg, Virginia, USA.2Department of Biology, Concord University, Athens, West Virginia, USA. Índice.    o o o o o o o o o  Características virais Classificação Coronavirus Gastrenterite transmissível Diarréia epidêmica suína Peritonite Infecciosa Felina Infecção por coronavírus canino Infecção por coronavírus felino Infecção por coronavírus bovino Encefalomielite hemaglutinante suína Bronquite infecciosa Coronavírus do pavão Glossário Os vírus desta família são envelopados, com um genoma de ARN linear, de cadeia simples e polaridade positiva. O termo "coroa" se refere ao halo de projeções que se estende até o exterior do envelope. Estes vírus infectam o aparelho respiratório, gastrointestinal e o Sistema Nervoso Central (SNC) de muitos mamíferos, incluindo ao homem e também as aves. Características virais      Os virions são envelopados (80 - 120 nm de diâmetro), com umas projeções ou espículas em forma de maças na superfície (cerca de 20 nm de tamanho) que lhes dá a aparência de uma coroa (ver figura Fig. 24.1). O nucleocapsídeo tem simetría helicoidal. Esta característica é única dos coronavírus, porque a maioria dos vírus com ARN de polaridade positiva tem nucleocapsídios icosaédricos. As espículas estão associadas com a adesão as células brancas, são geralmente específicas de espécie e são antigênicas. Os coronavírus se replicam no citoplasma e são expulsos da célula mediante vesículas citoplasmáticas das quais adquirem seu envelope. Os coronavírus têm um genoma maior que qualquer outro vírus com ARN (26 - 32 Kb).      Figura 24-1. o que produz uma rápida formação de cepas dentro de um individuo. incluindo a presença ou ausência de uma proteína chamada hemaglutinina-esterasa (HE) e o número e distribuição de genes não essenciais. Possuí um casquete em seu extremo 5’ (cap) e uma cauda poliadenilada em seu extremo 3’ (poliA).248 O genoma é de ARN de cadeia simples. A produção de ARN subgenômicos é característica dos coronavírus. o ARN genômico é copiado para uma cadeia de ARN complementar e de polaridade negativa. O gênero Coronavirus está dividido em três grupos com base em várias características. de polaridade positiva e não segmentado. conhecidos como ARN subgenômicos. Este é usado como o molde para mais cadeias de ARN genômico de polaridade positiva e para a formação de ARNm viral de diversos tamanhos (todos possuem um extremo 3’ comum). São labeis no ambiente. Estes vírus podem ser propagados em cultivos celulares. Os vírus importantes nestes gêneros são os seguintes:   o o o o  o o  o o Coronavirus Grupo 1 Vírus da gastrenterite transmissível suína Vírus da diarréia epidêmica suína Vírus da peritonite infecciosa felina Coronavírus canino Grupo 2 Coronavírus bovino Vírus hemaglutinante da encefalomielite suína Grupo 3 Vírus da bronquite infecciosa Coronavírus do pavão . e o nucleocapsídios que tem simetría helicoidal. Coronavirus e Torovirus. porém a miúdo com certa dificuldade.120 nm de diâmetro). Coronaviridae (80 . Classificação A família Coronaviridae tem dois gêneros. No citoplasma. São características distintivas as projeções em forma de maças na superfície (cerca de 20 nm a partir do envelope) que lhe dão a aparência de uma coroa. Os coronavírus têm uma alta frequência de mutação e uma alta frequência de recombinação. pode infectar aos cães de forma subclínica. nas Américas e Ásia. incluindo o resfriado comum e recentemente uma enfermidade denominada Síndrome Respiratório Severo Agudo (SRSA) que foi diagnosticada pela primeira vez na Ásia em 2003. e geralmente se dissemina rapidamente em todo o grupo. que é altamente contagiosa e destrutiva. A enfermidade. Nas criações onde o vírus é endêmico. coronavírus canino e ao vírus da peritonite infecciosa felina. Em criações de suínos não expostas previamente. A maioria dos surtos ocorre durante os meses mais frios do ano. esbranquiçadas ou verde-esbranquiçadas. embora provavelmente não fosse o agente etiológico responsável pela enfermidade. O vômito é muito comum. diarréia leve e depressão. O vírus é genética e antigenicamente diferente de outros coronavírus previamente conhecidos de animais ou do homem.5 dias depois da aparição dos sinais clínicos. porém finalmente foi contida mediante estritas medidas de controle. O vômito pode aparecer em alguns animais. Existe apenas um tipo antigênico. Os suínos jovens têm uma diarréia severa com fezes aquosas. Características clínicas e patológicas A severidade da enfermidade depende em grande parte do nível de imunidade das porcas. A taxa de mortalidade foi de cerca de 3%. A enfermidade em animais adultos pode apresentar temperatura elevada. aparece frequentemente nos suínos de todo o mundo. O vírus pode manter-se viável nas pocilgas até por três dias. provocando uma atrofia das vilosidades e alterações na absorção (má absorção).  o Coronavirus Gastrenterite transmissível Causa Vírus da gastrenterite transmissível. A disseminação ocorre por contato direto e indireto. Os coronavírus causam infecções respiratórias em humanos. fastio. Distribuição Embora o vírus da gastrenterite transmissível (GET) só cause problemas sérios em suínos. Associado com severa diarréia em bezerros neonatos. Isolado de um cavalo com diarréia na Suíça. Transmissão O vírus está presente nas fezes e secreções nasais e também pode estar presente no leite das porcas infectadas. a GET é altamente fatal para os porcos menores de 10 dias de idade. A desidratação é especialmente marcada e as mortes ocorrem em 2 . Os . devido à imunidade preexistente na maioria dos indivíduos. O vírus GET se multiplica seletivamente nas microvilosidades destruindo as células epiteliais absorventes. Disseminou-se a muitos países na Europa. o Torovírus equino. e.249 o Torovirus Torovírus bovino (Vírus Breda-Iowa). os sinais clínicos são menos severos e a mortalidade é relativamente baixa. ainda não foi criado um gênero para ele. todavia. O vírus está sorologicamente relacionado ao coronavírus respiratório suíno. O isolamento foi relacionado antigenicamente ao torovírus bovino. o vômito não é o sinal clínico predominante e a mortalidade é mais baixa. Adquire-se uma imunidade mais forte e duradoura mediante a infecção natural. ocasionalmente os suínos mais velhos são afetados mais severamente que os jovens. É importante aplicar rigorosas medidas sanitárias para prevenir a disseminação a suínos susceptíveis. Prevenção    Estão disponíveis vacinas de vírus inativado e atenuado para a imunização de porcas antes do parto. porém difere no fato de que a disseminação do vírus na criação é muito mais lenta. A disseminação ocorre por contato direto e indireto. porém menos severas que as da GET. e um procedimento empírico utilizado tem sido alimentar com intestinos infecciosos e fezes as porcas gestantes cerca de um mês antes do parto. Embora os sinais de infecção respiratória não sejam comuns.250 sinais clínicos são a miúdo.4 dias. O vírus pode ser isolado em cultivos celulares de origem suína. Tem sido demonstrado que o vírus persiste no intestino dos suínos por muito tempo. Devido a que muitos outros agentes causam gastrenterite clinicamente similar. A enfermidade clínica é similar a GET. O método de laboratório mais empregado para diagnosticar GET é o exame por anticorpos fluorescentes de cortes em criostato ou raspados do intestino afetado. Ademais. observados nestes suínos durante o período pos-desmama quando a imunidade passiva tenha declinado. causando lesões histopatológicas similares. podendo ser afetados suínos de todas as idades. O período de incubação é de 1 . Transmissão A infecção se dá pelas vias oral ou nasal. porém não nas Américas. Características clínicas e patológicas O vírus infecta as células epiteliais das vilosidades do intestino delgado. se recomenda a confirmação do diagnóstico com exame de laboratório. o vírus pode ser isolado do tecido pulmonar. Diarréia epidêmica suína Causa Vírus da diarréia epidêmica suína Distribuição O vírus da diarréia epidêmica suína afeta a suínos na Ásia e Europa. porém podem produzir um efeito citopático muito pobre ou nulo. Diagnóstico     Amostras clínicas: Porções do jejuno e íleon com seu conteúdo. . Seu valor parece depender de sua capacidade para produzir anticorpos colostrais e imunidade derivada do colostro. O principal sinal clínico é a diarréia aquosa. O desenvolvimento da enfermidade depende do grau e natureza de uma resposta imune preexistente. ou pela análise em microscópio eletrônico de fezes ou conteúdo intestinal. através de macrófagos infectados. Amostras de soros pareados são analisadas para determinar anticorpos com a prova de ELISA ou por imunofluorescência indireta. Duas formas da enfermidade. A transmissão requer um estreito contato com o animal clinicamente infectado ou portador. A taxa de morbilidade é baixa. Os complexos antígeno-anticorpo são considerados responsáveis pelas lesões na forma úmida.251 Diagnóstico     Amostras clínicas: porções de intestino delgado com seu conteúdo. . enquanto que a forma úmida ou efusiva se desenvolve na ausência de uma resposta imune mediada por células competentes. Prevenção   Não existem vacinas disponíveis As perdas têm sido reduzidas usando rigorosas medidas sanitárias junto com a infecção deliberada das porcas gestantes. têm sido descritas. Patogênese Pensa-se que a infecção começa no epitélio intestinal e nódulos linfáticos regionais com disseminação aos órgãos brancos. si o inóculo utilizado entre as passagens é tratado com tripsina (para hidrolisar a proteína de fusão que permita ao vírus infectar a nova célula). a maioria dos casos são esporádicos. nem sempre é possível fazê-la. e embora uma boa quantidade de gatos em uma casa ou colônia possa estar afetados. Transmissão O vírus está presente nos exsudatos e no sangue dos animais infectados. O vírus pode ser propagado em cultivos celulares. afeta os felinos silvestres e domésticos. frequente e muito disseminada. Existem sugestões de que a resposta imune mediada por células é importante para a forma seca ou não efusiva. "seca" e "úmida". Peritonite infecciosa felina Causa Coronavírus felino Distribuição Esta enfermidade. porém uma diferença definitiva entre elas. O diagnóstico geralmente é realizado pelo exame de anticorpos fluorescentes de seções de intestino afetado cortadas em criostato. e se acredita que ocorra pela via oral e pela inalação de gotas de aerossóis. filamentoso com fibrina. embora na maioria dos casos ocorra em animais de seis meses a dois anos de idade. debilitante. Estas lesões tipo granulomatosas geralmente são maiores e penetram o tecido mais profundamente nos gatos com a forma seca da PIF. Clinicamente a forma seca é mais difícil de diagnosticar. O vírus PIF está também muito relacionado ao vírus da gastrenterite transmissível dos suínos e ao coronavírus canino. Afecções oculares (uveíte anterior) e disfunção do sistema nervoso central (SNC) são mais comuns na forma seca. Experimentalmente. se originaram como mutantes de CVFe. Os raios X e o ultrasom podem ser empregados para detectar pequenas quantidades de líquido no peito ou na cavidade abdominal. nos quais pode causar uma leve infecção entérica. são geralmente fatais. A enfermidade é a miúdo diagnosticada por exame macroscópico e histológico. A maioria dos gatos com PIF clínica morrem várias semanas ou meses depois do diagnóstico. As lesões afetam mais comumente os olhos. encéfalo. Sem dúvida. Ambas as formas. Diagnóstico    Amostras clínicas: líquido torácico e abdominal. os sinais clínicos iniciais consistem em anorexia. . Na forma úmida ou efusiva. existem quantidades variáveis de um líquido característico. e dentro ou em volta das lesões. porém a úmida é mais rápido. progressiva. baço e encéfalo. Na forma úmida. alta temperatura e depressão. Há uma vasculite piogranulomatosa devida a precipitação de complexos imunes associados às membranas serosas. O abdome a miúdo está aumentado de tamanho como resultado da acumulação de líquido fibrinoso. rins. que afeta a os gatos de todas as idades. nas cavidades abdominal e/ou torácica. rojo. seguidos por uma emaciação progressiva. As células infectadas pelo vírus podem ser demonstradas em cortes em criostato de tecidos afetados mediante anticorpos fluorescentes. As células infectadas estão geralmente restringidas às superfícies ou perto da superfície dos tecidos afetados. e aderências fibrinosas nos órgãos visceral.252 Características clínicas e patológicas A peritonite infecciosa felina (PIF) é uma enfermidade febril. particularmente baço e fígado. IDA). existe pouco ou não existem fluido acumulado e a resposta febril pode ser o único sinal ao inicio da enfermidade. O período de incubação varia de duas semanas a vários meses. fígado. pulmões. A dispnéia é um sinal comum quando o fluido se acumula na cavidade torácica. eventualmente fatal. Na forma seca. Há uma considerável variação na virulência dos isolamentos virais. um diagnóstico confirmado é com raras exceções. O coronavírus entérico felino (CVFe) está fortemente relacionado com o vírus PIF e é endêmico nos gatos. e a maioria dos gatos com evidência sorológica de PIF nunca desenvolvem a enfermidade. Lesões multifocais tipo granulomatosas brancas grisáceas são geralmente observadas na superfície de vários órgãos. fígado e rins. A evidência sugere que as cepas virulentas de PIF. Esta forma tem sido atribuída ao incremento da infecção viral mediada por receptores para Fc (Fração cristalizável dos anticorpos) presentes nos macrófagos (Incremento Dependente de Anticorpos. Mediante exame histológico se pode observar fibronecrose e piogranulomas. ocorre um desenvolvimento mais rápido e severo da enfermidade clínica (PIF acelerada) si os gatos possuem anticorpos preexistentes contra este vírus. 253   O diagnóstico ante-mortem é o mais realizados. Transmissão O vírus é eliminado pelas fezes e a infecção ocorre principalmente por ingestão. embora para algumas pessoas títulos de anticorpos altos são sugestivos de PIF. porém seu valor é duvidoso. Admita somente gatos soronegativos. Diagnóstico   Amostras clínicas: fezes frescas e intestino. O diagnóstico é melhor realizado pela demonstração do coronavírus nas fezes mediante o microscópio eletrônico. afeta a cães de todas as idades. Os resultados das provas sorológicas (ELISA. As lesões macroscópicas a necropsia são as de uma enterite não específica. seguido por vômito e diarréia. alguns investigadores têm questionado sua patogenicidade. A maioria dos cães de exibições e canis tem anticorpos. ou pela técnica de anticorpos fluorescentes em cortes congelados de intestino em criostato. em casos de forma seca. segundo muitos médicos veterinários. Os cachorros afetados podem desidratar-se. ao observar células coletadas das efusões. depressão e fezes moles. A transmissão se dá por contato direto e indireto. as lesões microscópicas consistem em atrofia e fusão das microvilosidades intestinais. Devido a que o vírus pode ser isolado de muitos cães normais. . são considerados de pouco valor diagnóstico. As infecções assintomáticas são comuns. As fezes a miúdo contem muco (com um pouco de sangue) e possuem odor fétido. A recuperação geralmente ocorre em 1 . Prevenção   Existem vacinas disponíveis. Infecção por coronavírus canino Causa Coronavírus canino. Provavelmente carecem de utilidade em gatos expostas antes da vacinação É importante a desinfecção das vivendas dos animais e o isolamento dos gatos soropositivos. Características clínicas e patológicas Os sinais clínicos iniciais são: anorexia. imunofluorescência indireta). Obtém-se um diagnóstico definitivo mediante a técnica de anticorpos fluorescentes. A hiperproteinemia é muito sugestiva.2 semanas e as infecções fatais em casos não complicados são raras. É um vírus altamente contagioso. Distribuição O coronavírus canino tem distribuição mundial. porém a enfermidade em cachorros é mais severa. especialmente o os cães adultos. . O coronavírus bovino também tem sido incriminado como causa de "disenteria invernal" no gado adulto. pode ser isolado em cultivos celulares de origem canina. A miúdo a morbilidade é de cerca de 100% e a mortalidade pode estar em uma faixa de zero a mais de 50%. O modo de infecção é por ingestão. Os cachorros são geralmente vacinados duas vezes durante os primeiros 1 .254   O vírus. As vacas podem ser portadoras do vírus e infectar os bezerros neonatos. Ambos os vírus produzem enfermidade caracterizada clinicamente por diarréia aquosa profusa de aparição repentina. A sanitização e o uso de desinfetantes efetivos (hipoclorito de sódio) ajudam no controle da enfermidade nos canis. conduzindo a uma desidratação severa. Transmissão O vírus é eliminado nas fezes. O dano da mucosa intestinal incluindo a perda das vilosidades das células absorventes provoca má absorção. As lesões histopatológicas de atrofia e fusão de microvilosidades intestinais são sugestivas. Outro vírus de bovinos neonatos. A disseminação é por contato direto e indireto. Distribuição A infecção por coronavírus bovino está distribuída no gado de todo o mundo. Infecção por coronavírus bovino Causa Coronavírus bovino.2 meses de vida e posteriormente anualmente. Prevenção   Existem disponíveis vacina inativadas. geralmente em combinação com outros vírus e agentes bacterianos. O vírus da peritonite infecciosa felina se considera que se derivou de algumas cepas de coronavírus felino. que está antigenicamente relacionado ao da gastrenterite transmissível dos suínos e ao da peritonite infecciosa felina. Infecção por coronavírus felino O coronavírus felino causa infecções subclínicas em gatos e gastrenterite leve em gatos jovens. o rotavírus. é raramente encontrado em bezerros de mais de 7 dias de idade. Características clínicas e patológicas O coronavírus afeta bezerros nas primeiras três semanas de vida. desinfecção e o uso de pedilúvios (lava patas). para a detecção de rotavírus. A enfermidade clínica que sofrem alguns suínos consiste em: anorexia. além do colostro. O dano no gânglio do Vago provoca irregularidades gástricas incluindo vômito. Somente foi identificado um sorotipo. porém sua eficácia é questionável. Transmissão A disseminação se dá por contato e aerossóis. Distribuição A infecção pelo vírus da encefalomielite hemaglutinante suína (VEHP) está disseminado na América do Norte e Europa. seguido por uma disseminação até o sistema nervoso centra a través dos nervos periféricos. Existem vários métodos rápidos e convenientes para o diagnóstico de infecções por rotavírus e coronavírus. Características clínicas e patológicas Os suínos menores de duas semanas de idade são os mais susceptíveis. Podem ser seguidos por vômito e constipação. Patogênese O vírus se replica primeiro nas tonsilas e células epiteliais do trato respiratório superior. porém a maioria das infecções são subclínicas. íleon e jejuno. Os rotavírus e coronavírus podem ser isolados em cultivos celulares de origem bovino. Estas podem administrar-se a novilhas ou a vacas antes do apareamento. Os sinais neurológicos tais como tremores musculares. perda de peso rápida e depressão. incoordenação e movimentos de .  Boas práticas de manejo. porém a miúdo existem certas dificuldades.255 Diagnóstico     Amostras clínicas: fezes frescas e segmentos de intestino incluindo colon espiral. Prevenção  Existem disponíveis vacina comerciais para rotavírus e coronavírus bovino. Estão disponíveis “kits” comerciais (ELISA e aglutinação por látex). incluindo limpeza. incluindo o exame com o microscópio eletrônico de lisados de fezes em água destilada e a tinção com anticorpos fluorescentes de extensões fecais e cortes de segmentos congelados de intestino. Infecção pelo vírus da encefalomielite hemaglutinante suína (Enfermidade do vômito e desgaste) Causa Vírus da encefalomielite hemaglutinante suína. 256 pedalagem, podem desenvolver-se posteriormente no curso da enfermidade. A taxa de mortalidade pode alcançar 100% em leitões pequenos. Diagnóstico       Amostras clínicas: Tonsilas, pulmões, estômago, intestino delgado, encéfalo, medula espinhal e soro de indivíduos convalescentes e da fase aguda. Clinicamente a infecção pelo VEHP pode recordar algumas enfermidades neonatais dos suínos, tais como: GET, colibacilose, enterotoxemia clostridial; a ausência de diarréia e a irregularidade do vômito podem ajudar na diferenciação. Os sinais neurológicos podem ser confundidos com pseudoraiva, peste suína clássica, erisipela e envenenamento por sal. Requer-se o diagnóstico por laboratório para confirmar a infecção por o VEHP. Este é levado a cabo mais convenientemente com a técnica de anticorpos fluorescentes em cortes congeladas de tecido (tálamo cerebral) e o isolamento do vírus. O vírus pode ser isolado em cultivos celulares de origem suína de baixa passagem, nos quais produzem sincícios. A hemadsorção pode ser demonstrada nas células infectadas. O vírus aglutina eritrócitos de pinto, ovelha, rato, camundongo e hamsters (cricetos). O exame histopatológico do tálamo cerebral pode revelar uma encefalite não supurativa. Prevenção   O vírus está amplamente disseminado e a maioria das infecções são subclínicas. Não existem vacinas disponíveis e não são praticam medidas de controle. Bronquite infecciosa aviária Causa O vírus da bronquite infecciosa. As provas de neutralização em embriões de pinto têm demonstrado que existem muitos tipos antigênicos do vírus. Eles não estão relacionados antigenicamente com outras espécies de coronavírus. Distribuição Esta enfermidade altamente contagiosa dos pintos tem distribuição mundial. Transmissão O vírus está presente nas descargas respiratórias e a transmissão é por contato direto e indireto e por aerossóis. Características clínicas e patológicas A bronquite infecciosa é uma enfermidade altamente contagiosa de aparição repentina e alta morbilidade. A enfermidade é mais severa em pintos e aves jovens; as aves de mais idade são susceptíveis, embora a enfermidade seja leve. A mortalidade pode ser alta nos pintos recém nascidos infectados com cepas nefrotrópicas. 257 Os sinais cardiais são tosse e respiração ofegante. As trocas patológicas incluem opacidade dos sacos aéreos, bronquite exudativa, e exudato seroso ou catarral excessivo na traquéia. A principal perda nas criações afetadas ocorre pela diminuição da produção de ovos. A capacidade de postura das sobreviventes pode estar permanentemente afetada; os ovos podem variar de forma, estar rugosos e de casca fina. Algumas cepas do vírus são nefrotrópicas e causam nefrite intersticial com morte súbita. Diagnóstico     Amostras clínicas: traquéia, pulmões e rins. O vírus pode ser isolado em embriões de pinto susceptíveis e em cultivos de células epiteliais de pinto. A identificação de sorotipos é realizada por provas de soro neutralização com antissoro específicos. As trocas que ocorrem nos embriões inoculados são geralmente vistos depois de várias passagens. Está caracterizado por morte o nanismo, enroscamento do embrião e depósitos de cristais de uratos no mesonefro. As provas por anticorpos fluorescentes de raspados traqueais das aves infectadas têm sido empregadas para um diagnóstico rápido. Prevenção  A vacinação é amplamente utilizada. Geralmente se administra um vírus atenuado às aves de 1 - 2 semanas de idade na água de bebida, com revacinação 3 - 4 semanas depois, a miúdo com uma vacina de vírus inativado injetada subcutaneamente. Devido ao fato de que existem numerosos tipos virais, a vacina empregada deverá incluir os tipos apropriados para uma área determinada. Enterite da crista dos pavões (Enfermidade da crista azul) Causa Coronavírus do pavão. Distribuição Esta enfermidade altamente infecciosa dos pavões tem ampla distribuição. Transmissão O vírus é eliminado por as fezes e se dissemina por contato direto e indireto. Características clínicas e patológicas A aparição é súbita com anorexia, diarréia e marcada desidratação. As aves enfermas podem mostrar escurecimento da cabeça. A taxa de mortalidade varia dependendo da idade e pode estar perto de 100% em pavões novos (pavipintos). A principal lesão observada nas aves durante a necropsia é a enterite catarral com atrofia das vilosidades. 258 Diagnóstico     Amostras clínicas: Fezes e intestino. O diagnóstico está geralmente baseado nos sinais clínicos e as lesões macro e microscópicas. O exame mediante o microscópio eletrônico (tinção negativa) do conteúdo intestinal e o exame com anticorpos fluorescentes de cortes congeladas de intestino, proporcionam um diagnóstico rápido. O vírus pode ser propagado em ovos embrionados de pavão. Prevenção    As aves afetadas e as que se recuperam deveram ser isoladas. São muito importantes as medidas sanitárias rigorosas, para reduzir as perdas. As drogas antimicrobianas (antibióticos) podem ser indicadas para tratar as infecções bacterianas secundarias. Não existe vacina disponível. Glossário - Proteína hemaglutinina-esterasa: Esta proteína causa a hemaglutinação de eritrócitos e também podem iniciar a aderência as células brancas. - Poliadenilação: Esta é a adição de polímeros de adenosina aos extremos 3’ (amino) dos ARN mensageiros (ARNm) nas células eucarióticas. 259 In: A Concise Review of Veterinary Virology, Carter G.R. and Wise D.J. (Eds.). International Veterinary Information Service, Ithaca NY (www.ivis.org), Last updated: 8-Sep-2006; A3425.0906.ES Arteriviridae G.R. Carter1 and D.J. Wise2 1 Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine, Virginia Tech, Blacksburg, Virginia, USA.2Department of Biology, Concord University, Athens, West Virginia, USA. Índice    o o o Características virais Classificação Arterivirus Arterite equina Síndrome respiratória e reprodutiva suína Vírus causador do aumento da lactato desidrogenase dos camundongos Glossário  Estabelecida em 1996, esta família de vírus com ARN, de cadeia simples, de polaridade positiva, envelopados, foi classificada anteriormente na família Togaviridae. Só tem um gênero, Arterivirus, cujas espécies são distintas antigenicamente uma da outra. Características virais      Estes vírus com cadeia simples de ARN de polaridade positiva são de tamanho médio (50 - 70 nm) tem aparência esférica devido a seu envelope, porém o nucleocapsídeo tem forma de icosaedro (ver Fig. 25.1). Possuem um envelope de lipoproteína com estruturas aniladas na superfície, porém sem o aspecto de espículas. Replicam-se no citoplasma de macrófagos e células endoteliais. O genoma tem 13 K nucleotídeo de tamanho tem um extremo 5’ metil-guanosina e um extremo 3’ poli-A de aproximadamente 50 nucleotídeos. O genoma por si mesmo é infeccioso. Os vírus individualmente são antigenicamente diferentes e específicos do hospedador; estabelecem infecções persistentes. 260 Figura 25-1. Arteriviridae (50 - 70 nm de diâmetro). Vírus com ARN de cadeia simples e de polaridade positiva tem aparência esférica devido ao seu envelope, porém o nucleocapsídeo tem forma de icosaedro. Classificação Só existe um gênero:  o o o o Arterivirus Vírus da arterite equina Síndrome respiratória e reprodutiva suína Vírus causador do aumento da lactato desidrogenase dos camundongos Vírus da febre hemorrágica dos macacos: Causa febre hemorrágica em varias espécies de macacos africanos. Arterivirus Arterite viral equina Causa Vírus da arterite equina Distribuição Os hospedadores são: cavalos, burros e mulas. A arterite viral equina (AVE) é uma enfermidade contagiosa importante com distribuição mundial. Os surtos frequentemente têm sido associados com corridas de cavalos. Diz-se que o vírus é endêmico nas raças comuns. Transmissão O vírus é eliminado por secreções e excreções e a transmissão ocorre por contacto direto e indireto, incluindo a monta (coito). Crê-se que a via mais comum da infecção nos animais jovens é a via respiratória. A disseminação por aerossóis e a transmissão ocorrem principalmente quando os cavalos são agrupados para a venda, corridas e exposições. O vírus é eliminado pelo sêmen de garanhões portadores e, desta maneira, perpetuado nas populações equinas. 261 Patogenia. Depois da infecção pela via respiratória, o vírus se replica nos macrófagos alveolares e logo após nos nódulos linfáticos bronquiais. Ocorre uma viremia com a infecção de células endoteliais conduzindo a uma arterite necrótica geral. Características clínicas e patológicas Os equinos infectados com o vírus AVE podem não manifestar sinais de enfermidade ou podem mostrar uma grande variedade de sinais clínicos, incluindo febre, depressão, anorexia, descarga nasal e ocular. Os cavalos afetados comumente apresentam edema nos membros traseiros e no escroto, alguns desenvolvem eritema em várias partes do corpo. Têm sido descritos casos fatais com edema pulmonar e pneumonia intersticial em potros. Pode haver abortos. Os fetos abortados podem só mostrar autólise. Os garanhões infectados podem se recuperar clinicamente, porém, comumente, ficam infectados de forma permanente e disseminam o vírus durante a monta natural ou na inseminação artificial. As lesões macroscópicas incluem edema, congestão e hemorragias, particularmente nos tecidos subcutâneos do abdome e patas, e arterite necrótica disseminada. Diagnóstico     Amostras clínicas: suabes nasais e oculares, sangue completo, soro, tecidos fetais e sêmen dos garanhões suspeitos. O diagnóstico geralmente se faz com base isolamento viral ou pela demonstração de um aumento significativo dos anticorpos específicos entre o soro da fase aguda e o soro da fase convalescente. O vírus pode ser propagado em uma grande variedade de cultivos celulares, incluindo aqueles que são derivados de equinos e coelhos. A prova sorológica mais utilizada para medir a resposta de anticorpos é a vírus neutralização, realizada com 10% de complemento de cobaios. Outros métodos sorológicos são usados, porém se crê que são menos confiáveis. Prevenção     Uma vacina de vírus modificado é efetiva aplicando-la entre 6 - 12 meses de idade, porém não deve ser usada em fêmeas gestantes. A prevenção é melhor si isolamos e quarentenamos os animais recém adquiridos, e os cavalos que retornam de corridas e exposições. Os garanhões sorologicamente positivos deverão ser dados como portadores, realizando-se várias tentativas de isolamento viral da fração de sêmen rica em espermatozóides ou por um programa de monta em fêmeas soronegativas. As fêmeas gestantes deverão ser isoladas do resto do lote. Síndrome respiratória e reprodutiva suína Causa Um arterivírus. Têm sido notadas diferenças antigênicas entre os diversos isolamentos. Recentemente foram identificados três genótipos diferentes. e respiração acelerada. O vírus pode estar presente no trato respiratório e tecidos linfóides por meses depois da infecção. sangue. resultando em repetições irregulares do estro e diminuição do tamanho das camadas. Também é empregada a demonstração de soro conversão (ELISA) de suínos infectados ou de porcas que tenham abortado. derivadas de rim de macaco verde africano. A maioria das infecções ocorre pela via respiratória com replicação viral inicial nos macrófagos alveolares.262 Distribuição O vírus da síndrome respiratória e reprodutiva suína (PRRS) tem sido notificado comumente na América do Norte e Europa. Tem sido associada ao PRRS. Características clínicas e patológicas. tecido pulmonar e fetos abortados. A mortalidade pode ser tão alta chegando a 50% em suínos lactantes. Estima-se que 60 . Pode persistir uma forma reprodutiva. porém a pneumonite intersticial é um achado histopatológico consistente. . soro.80% das criações dos Estados Unidos da América estão infectados. consistindo em uma ligeira resposta febril e anorexia de corta duração. Os sinais clínicos são inexistentes a leves em suínos adultos. A infecção bacteriana secundaria podem provocar crescimento e desenvolvimento de leitões fracos. contato direto e fômites. com tosse e espirros. O leitão infectado com o vírus do PRRS frequentemente tem depressão. IFI e ELISA são empregados para detectar anticorpos específicos contra o vírus PRRS.7 dias. anorexia. A infecção também pode ser diagnosticada empregando IFI em cortes congeladas de pulmão e tecidos fetais. Transmissão Por aerossóis. porém é geralmente menor em suínos adultos. natimortos e prematuros. As porcas podem abortar ao final da gestação ou ter um parto prematuro. O período de incubação é tipicamente de 2 . leitões fracos. A prova de ELISA também é empregada em amostragem do lote. fetos mumificados. A identificação é fácil mente realizada por o método de imunofluorescência indireta (IFI) de cultivos infectados. Diagnóstico     Amostras clínicas: suabes nasais. Os abortos podem chegar a proporções epidêmicas em criações completamente susceptíveis. Os reprodutores infectados eliminam o vírus pelo sêmen. O vírus PRRS pode ser cultivado em macrófagos alveolares de suíno e em linhas celulares estabelecidas. uma descoloração azulada das orelhas devido a placas eritematosas. As lesões macroscópicas a necropsia são mínimas na forma respiratória no complicada do PRRS. Pode haver morte embrionária. Nos fetos abortados ou natimortos não existem lesões macro ou microscópicas importantes. A enfermidade é responsável por enormes perdas econômicas na indústria suína. Glossário Genótipo: o genótipo de um vírus está baseado em uma análise total ou parcial de sequência de nucleotídeos. não como resultado de um incremento na produção. mas como consequência de uma má eliminação. contaminados durante brigas ou de maneira experimental. etc. Aplicam-se vacinas inativadas e vacinas modificadas as porcas antes da monta e aos suínos entre 3 . incluindo quarentena (ao redor de dois meses) e análise sorológico do repovoamento e animais de exposição. porém os níveis de desidrogenase láctica do plasma estão elevados. permanecem. Prevenção    Esta é melhor realizada mediante boas praticas de manejo. Deve ter-se em consideração a possibilidade de que reprodutores previamente infectados pudessem estar disseminando o vírus pelo sêmen durante longos períodos de tempo. A transmissão natural parece que requer o estreito contato com sangue ou tecidos contaminados e é mais comum nos machos que brigam entre eles. principalmente. Estas medidas ajudam a controlar os surtos e reduzem as perdas econômicas. este agente mostra a notável capacidade de adaptação e sobrevivência de alguns vírus. Soroconversão: o desenvolvimento de anticorpos demonstráveis em resposta a uma enfermidade ou a uma vacinação.263 Tratamento A terapia antimicrobiana apropriada pode ser indicada para fazer frente às infecções bacterianas secundarias. persistentemente. ao serem empregadas agulhas comuns. infectados por toda a vida. Os camundongos não manifestam sinais clínicos.20 semanas de idade. Os camundongos são. experimentos de transplantes. Os camundongos silvestres e de laboratório infectados com este vírus. O vírus infecta os macrófagos e provoca uma viremia por toda vida. . Vírus causador do aumento da lactato desidrogenase dos camundongos Embora seja de pouca importância na veterinária. Ithaca NY (www. O envelope tem projeções glicoprotéicas características. tem vírus de importância veterinária. Virginia. Características virais         São vírus envelopados (em torno de 70 nm) com um nucleocapsídeo icosaédrico (ver Fig. EEE Encefalomielite equina do oeste.2Department of Biology. USA. O genoma tem um “casquete” (cap) no extremo 5´ e uma cauda de poli Adeninas no extremo 3´.264 In: A Concise Review of Veterinary Virology. EEO Encefalomielite equina venezuelana. West Virginia. and Wise D. EEV Infecção pelo vírus Getah Glossário  Esta é uma família de vírus envelopados com ARN linear de cadeia simples. Replicam-se no citoplasma e seu ácido nucléico é por si só infeccioso. Last updated: 14-Dec-2005.1205. Wise2 1 Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine. Só um dos dois gêneros. Concord University. O virion matura por gemação (protrusão de gemas) a partir da membrana plasmática.ivis. Alfavirus.1) que possuí uma cadeia simples linear de ARN de polaridade positiva. Aglutinam glóbulos vermelhos de ganso e de pinto.J. São labeis no meio ambiente. (Eds. Eles são arbovírus que causam importantes encefalites equinas. Athens. de sentido positivo. USA.R. 26.). . Blacksburg.org). Carter G.ES Togaviridae G. A3426.R. Virginia Tech.J. Índice  Características Virais  Classificação  o o o o Alfavirus Encefalomielite equina do este. International Veterinary Information Service. Carter1 and D. Classificação A família Togaviridae tem dois gêneros: Alfavirus e Rubivirus. inicialmente. aves domésticas e silvestres. EEO e EEV. Togaviridae (50 nm de diâmetro). Encefalomielite Equina do Oeste (EEO) e Encefalomielite Equina Venezuelana (EEV). Este vírus foi considerado. As enfermidades causadas pelos vírus de cada gênero são as seguintes:  o o o o o  o Alfavirus: os seguintes são alfavírus de importância veterinária: Vírus da encefalomielite equina do este. VEEV Vírus J das terras altas. Só os alfavirus contem vírus de importância veterinária. A análise da sequência do ARN mostra que a maioria do genoma do vírus da EEO está estreitamente relacionada com o genoma do vírus da EEE. São vírus envelopados com um nucleocapsídeo icosaédrico.265 Figura 26-1. e mosquitos no este dos Estados Unidos e agora é considerado um alfavírus distinto. VEEE Vírus da encefalomielite equina do oeste. Os elementos destas categorias são referidos a seguir. Vírus Getah Rubivirus Vírus da Rubéola: causa da Rubéola (sarampo alemão). Tem sido isolado de roedores. Alfavirus Encefalomielite Equina do Este (EEE). EEE. que era o da EEO que ocorreu no este dos Estados Unidos. VEEO Vírus da encefalomielite equina venezuelana. Geral Causa Cada uma das três encefalites equinas. que contém um só ARN linear de cadeia simples e de polaridade positiva. e da mais seria síndrome da rubéola congênita que provoca anormalidades serias do feto humano. vírus EEE e vírus EEV. . são causadas por um alfavirus sorologicamente diferentes denominados vírus EEO. Causa enfermidade em equídeos. torpor. a EEE é comumente transmitida por Culiseta melanura e outras espécies de mosquito em algumas regiões. Fort Morgan e Aura. Específico Encefalomielite Equina do Este        EEE é causada por duas variantes antigênicas. Vários subtipos têm sido identificados incluindo o Sindbis. Depois da exposição. .266 Transmissão / Reservatório Os principais vetores são mosquitos de vários gêneros. que frequentemente ocorre em 2 a 7 dias. Estes vírus infectam e se replicam em mosquitos por toda sua vida. incluindo o cérebro. Estima-se que em torno de 10% dos cavalos infectados desenvolvem a enfermidade clínica. os quais não são causas importantes de encefalite equina. decúbito e morte. A mortalidade em cavalos pode alcançar 90% e em humanos de 30 a 50%. nos estados do este do Mississipi. A variante norte americana ocorre no Caribe. O vírus se replica nos neutrófilos e macrófagos seguido por viremia e replicação em outros órgãos. Os vetores principais são os mosquitos. Esta última é menos patogênica que a variante norte americana. se desenvolvem em menos de uma semana depois da infecção. angústia. Texas e este do Canadá. Causa enfermidade em equinos e humanos. Encefalomielite Equina do Oeste     O genoma do vírus EEO está estreitamente relacionado com o da EEE. quando vistos. incoordenação. codornas e humanos. a norte americana e a sul americana. pombos. Nem sempre está claro como os vírus são mantidos de um ano a outro em regiões temperadas. em um ciclo ave/roedor-mosquito. paralisia das pernas. depressão. Os hospedeiros reservatórios são principalmente aves silvestres e pequenas roedores. Patogênese Depois da infecção inicial o vírus viaja para os nódulos linfóides através dos condutos linfáticos. Ocorrem no oeste de Canadá e nos estados do oeste do Mississipi nos Estados Unidos. As infecções subclínicas ocorrem com todos estes vírus. faisões. paralisia da faríngea. México e América do Sul. e o carrapato Dermacentor andersoni. Os principais vetores são mosquitos dos gêneros Culex e Aedes spp. Em regiões tropicais e subtropicais os vírus são endêmicos em zonas pantanosas. A variante sul americana ocorre na América Central e do Sul. Os sinais neurológicos. existe um período de incubação de aproximadamente 1 a 7 dias. Tem sido sugerido que o vírus EEO surgiu como um recombinante entre o Sindbis e o vírus da EEE. Sinais clínicos As infecções são mais comuns durante o verão e no começo do outono quando as populações do mosquito são altas. seguido por febre. Na América do Norte. anorexia. Os vírus podem ser propagados em vários cultivos celulares e em camundongos jovens inoculados intracerebralmente. e congestão e edema das meninges (EEE e EEO). A confirmação requer isolamento e identificação do vírus. Geral Diagnóstico      Espécimes clínicos: sangue completo coletado durante a etapa febril e tecido cerebral de cavalos. fixação do complemento e ELISA de captura. Soro da fase aguda e convalescente. em humanos que sofrem uma enfermidade menos grave. as infecções em aves e mosquitos são inócuas. . México e esporadicamente no sul dos Estados Unidos. Ocorre na América Central e do Sul. A enfermidade é mais viscerotrópica que neurotrópica com dano nos vasos sanguíneos e lesões em muitos órgãos. Tratamento    Esteróides para reduzir a inflamação Cuidado de apoio geral Os cavalos que se recuperam e têm sinais neurológicos frequentemente têm déficit neurológico. Uma resposta celular inflamatória neutrofílica é característica da infecção com o vírus da EEE. Um diagnóstico definitivo pode ser também obtido demonstrando um incremento significativo em anticorpos específicos entre o soro da fase aguda e da fase convalescente. incluindo menos frequentemente o cérebro. a mortalidade é de cerca de 1%. Um diagnóstico presuntivo pode ser feito sobre a base dos sinais e uma só amostra de soro positiva. Subtipos diferentes ao 1 tem a mesma distribuição e são enzoóticos com um ciclo roedor/ave mosquito. A mortalidade em cavalos é de 20 a 30% e em humanos de 10%. Encefalomielite Equina Venezuelana         Seis subtipos antigenicamente relacionados do vírus da EEV foram identificados e catalogados. Os procedimentos envolvidos incluem inibição da hemaglutinação (IHA). Os principais vetores são considerados os mosquitos e os insetos hematófagos. neutralização viral. O mais importante deles é o denominado subtipo 1. Eles não causam a EEV. Um diagnóstico presuntivo frequentemente se baseia nos sinais clínicos e as lesões microscópicas no cérebro. que contem 5 sorovares dos quais vários são a causa principal da EEV. si o cavalo não tenha sido vacinado. Os hospedeiros reservatórios são aves e pequenos roedores do bosque. A EEO é mais leve que a EEE. O vírus da EEV é disseminado em secreções orais e pode ocorrer transmissão por contato.267   Os hospedeiros reservatórios são aves silvestres. A taxa de mortalidade em cavalos pode alcançar 80%. as quais consistem em um infiltrado celular inflamatório com manguitos perivasculares. Causa enfermidade em equinos e humanos. 268 Infecção pelo vírus Getah Um surto de infecção com o vírus Getah ocorreu em cavalos de corridas no Japão em 1978. . O vírus foi incriminado como causador da morte fetal em porcas infectadas. A transmissão considera-se que ocorra através de mosquitos principalmente. A infecção foi leve e caracterizada por febre. no sul da Ásia e na Austrália. O vírus Getah foi isolado de mosquitos no Japão. Estudos sorológicos indicam que as infecções ocorrem em várias espécies animais. A presença de qualquer antígeno unido é então detectada espectrofotometricamente usando um anticorpo marcado específico para o antígeno. Glossário ELISA de captura: Neste método. o anticorpo específico é usado para unir algum antígeno viral que possa estar presente na amostra. incluindo bovinos e especialmente suínos. O vírus pode ser propagado em cultivos de células e em camundongos inoculados intracerebralmente. edema dos membros posteriores e urticária. A recuperação se deu sem contratempos em sete dias. seguido da adição do substrato para a enzima. 269 In: A Concise Review of Veterinary Virology. porém carecem de reatividade sorológica cruzada entre os membros da família. dois dos quais incluem importantes patógenos em veterinária. identificado. dez proteínas individuais. com ARN de cadeia simples (ARNss) e polaridade positiva. Carter G. o gênero difere segundo as modificações do genoma que lhe corresponde: os Flavivírus têm 5’ cap (uma molécula de 7-metil guanosina). Flavivirus. Carter1 and D. Concord University.J. porém não uma terminação de Poli A. Virginia Tech. O ARN complementar (polaridade negativa) é sintetizado por proteínas virais não estruturais para usar-se como base para as gemas da progênie. Blacksburg. 2Department of Biology. Uma vez que o genoma tenha entrado não citoplasma. Um destes. aproximadamente. 27-1). os Pestivírus não possuem 5’ . Virginia.ivis. Características virais      Os membros da família Flaviviridae são similares entre eles na morfologia do virion (ver a Fig. tem mais de 50 espécies. é traduzido pelos ribossomos da célula hospedeira em uma grande poliproteína (um polipeptídio composto por várias proteínas).3’. o receptor alvo não foi. A3427.1208. Sem dúvida. and Wise D.J.R. Athens.). West Virginia. Last updated: 24-Dec-2008.ES Flaviviridae G. (Eds. O genoma de ARN de polaridade positiva está dividido em duas regiões básicas: 5’genes estruturais – genes não estruturais. muitas das quais são transmitidas por mosquitos ou carrapatos.R.org). O envelope tem pelo menos duas proteínas virais que se pensa estarem envolvidas na endocitose mediada por receptores. Índice    o o o o  o o o Características virais Classificação Flavivirus Encefalomielite infecciosa (Louping ill) Infecção pelo vírus do oeste do Nilo Encefalite B Japonesa Enfermidade de Wesselbron Pestivirus Diarréia Viral Bovina Peste Suína Clássica Enfermidade da Fronteira Esta grande família está composta por vírus envelopados. Ithaca NY (www. VirginiaMaryland Regional College of Veterinary Medicine. todavia. A seguir a poliproteína é dividida por proteases virais do hospedador em. organização genômica e estratégia de replicação. International Veterinary Information Service. USA. Sem dúvida. Contêm três gêneros. USA. Wise2 1 Professor Emeritus of the Department of Medical Sciences and Pathobiology. Flaviviridae (40 . Causam encefalite humana na América. Atualmente se desconhece muito acerca da estratégia da replicação. Os hospedeiros são aves. porém possuem uma terminação de Poli C. Alguns têm sido recuperados de morcegos. Os membros deste gênero não estão relacionados antigenicamente aos vírus dos outros gêneros. outros por carrapatos e alguns mais não estão associados com nenhum artrópode.270  cap. Estrutura de um virion complexo.60 nm). Isto. Consiste em mais de 50 vírus relacionados antigenicamente. Os membros destes gêneros que causam enfermidades importantes são listadas a seguir:  Flavivirus. marsupiais. Flavivirus. roedores e aves. Classificação A família Flaviviridae consiste em três gêneros. Muitos causam enfermidade em animais e humanos. e os Hepacivírus não têm 5’ cap. o nucleocápside tem simetría icosaédrica/poliédrica. Figura 27-1. o Vírus da Diarréia Viral Bovina o Vírus da Peste Suína Clássica o Vírus da Enfermidade da Fronteira  Hepacivirus o Vírus da Hepatite C.  Pestivirus. Transmitidos por mosquitos. desafortunadamente. Pestivirus e Hepacivirus. Uma causa importante de hepatite em humano. Alguns são transportados por mosquitos. Flavivirus Louping Ill . o Vírus da encefalomielite infecciosa (Louping ill) o Vírus do Oeste do Nilo o Vírus da Encefalite B Japonesa o Wesselsbron vírus o Vírus da Encefalite de São Luís. porém tem terminação Poli U ou de polipirimidina. tem limitado o desenvolvimento de vacinas e drogas antivirais. envelopado. musarañas e galos silvestres podem ser infectados de forma natural. Um diagnóstico presuntivo estará baseado nos sinais clínicos e na história.271 (Encefalomielite ovina) Causa Vírus da encefalomielite ovina.   Prevenção  Vacinas de vírus cultivado em tecidos e inativado são empregadas em áreas donde o vírus é endêmico. Ocorrência A Encefalomielite Ovina é uma enfermidade transmitida por carrapatos. veados. As lesões histológicas de meningoencefalite dão sustento ao diagnóstico. São conhecidos quatro subtipos: Espanhol. . roedores silvestres e humanos. Os procedimentos sorológicos incluem: ELISA. incoordenação. Os hospedeiros são ovelhas. suínos. Os roedores silvestres. Alguns animais se recuperam.48 horas. inibição da hemaglutinação (o vírus aglutina glóbulos vermelhos de ganso). Transmissão O vetor e único reservatório é o carrapato Ixodes ricinus. que ocorre na Inglaterra. acompanhada por sinais de disfunção do SNC que incluem excitabilidade.  A presença de anticorpos específicos é significativa para o diagnóstico. principalmente de ovelhas. porém sem sinais clínicos da enfermidade. O colostro de ovelhas vacinadas protege aos cordeiros por um ano. Britânico. tremores musculares e paralisia. Uma segunda resposta febril ocorre poucos dias depois. Os sinais clínicos iniciais são febre alta e depressão com uma duração de 24 . e menos frequentemente bovinos. Irlandês e Turco. porém mostram ligeiros sinais neurológicos. veados. Segue uma viremia com disseminação a outros tecidos incluindo em alguns animais o sistema nervoso central (SNC). fixação do complemento. equinos.  O vírus pode ser isolado em camundongos jovens inoculados intracerebralmente e em cultivos celulares. A taxa de mortalidade é alta naqueles animais que desenvolvem enfermidade do SNC. Características clínicas e patológicas Inicialmente infeta os nódulos linfáticos. imunodifusão dupla em gel e imunofluorescência indireta. Irlanda e Escócia e em alguns outros países europeus. A encefalomielite ovina está caracterizada clinicamente por uma febre bifásica e uma disfunção progressiva do SNC. Diagnóstico Amostras clínicas: encéfalo fresco e fixado em formol. Os sinais podem aparecer súbita ou gradualmente. África. Alguns cavalos podem ter uma infecção leve com febre baixa. com 274 mortes. Os gansos parecem ser a única espécie hospedadora natural entre as espécies aviárias domésticas. Embora algumas aves tais como os corvos podem morrer da infecção. principalmente em pessoas maiores de 60 anos de idade. O número de casos provavelmente se tornará menor conforme a infecção se converta em endêmica. Ocorreram mais de 4000 casos humanos em 2002. Pertence ao sorogrupo da encefalite japonesa. paralisia. dobrar os rodetes. etc. Características clínicas e patológicas O período de incubação nos equinos é de 7 .14 dias. incapacidade para levantar-se. as calopsitas não. Ocorrência A infecção pelo Vírus do Oeste do Nilo (IVON) ocorre em países da Ásia. No ano de 1997. uma enfermidade neuroparalítica de gansos jovens foi atribuída ao VON. Os humanos podem ser infectados pela picadura de carrapatos infectados. a maioria tem ocorrido com pessoal de laboratório. Pouco caso tem sido atribuídos a carrapatos e animais infectados. mudança de comportamento e deficiências neurológicas seis . Os cavalos velhos são mais susceptíveis. Menos de 1% dos infectados apresentaram sintomas. Crê-se que as calopsitas domésticas (Passer domesticus) são as mais importantes na disseminação do vírus. Transmissão Estima-se que pelo menos 58 espécies de mosquitos podem transportar o vírus. sonolência. Mais de 15 000 casos foram reportados em 2002 e um pouco menos em 2003. debilidade muscular. aerossóis ou pelo contacto com cadáveres infectados. Infecção pelo Vírus do Oeste do Nilo Causa Vírus do Oeste do Nilo.272  Em um esforço para controlar os carrapatos os animais são banhados por imersão. O vírus foi introduzido nos Estados Unidos da América em 1999 e em 2004 já havia se disseminado a todos os Estados Unidos continental. apresentam anormalidades residuais tais como marcha irregular. Infectam-se facilmente e têm altos níveis de vírus. em Israel. Significado em Saúde Pública Este vírus pode causar severa encefalomielite em humanos. À medida que os casos em humanos ocorriam houve muitos relatos de cavalos afetados nos Estados Unidos da América. A maioria dos cavalos que se recuperam da enfermidade. podendo apresentar incoordenação. Europa e América do Norte. depressão. dificuldade para comer e beber. A espécie Culex pipiens tem sido considerada a mais importante para manter o vírus. tropeços. Um pouco mais de 300 espécies de aves albergam o vírus. tremores musculares e evidência de enfermidade menos severa. arrastar os cascos. aspergidos. Prevenção  Recomenda-se a vacinação. um membro do sorogrupo da encefalite japonesa. Si os animais não se recuperam o suficiente é possível que se tenha de realizar a eutanásia. O vírus infecta principalmente aves. Soro sanguíneo de indivíduos com enfermidade aguda e convalescente. porém geralmente não o está a córtex cerebral.273 meses depois do diagnóstico. Uma vacina inativada se aplica em duas doses com três a seis semanas de intervalo. Tratamento  Esteróides para reduzir a inflamação. Uma vacina recombinante que utiliza o poxvírus de canários como vetor. O que é diferente na infecção pelo vírus do oeste do Nilo é a poliomielite que afeta a matéria gris da medula espinhal. mantiver as luzes apagadas durante a noite e manter o estábulo livre de pássaros e aves de criação. Uma dose única de vacina de ADN (a primeira desta classe autorizada nos Estados Unidos da América) supostamente previne a viremia na infecção pelo vírus do oeste do Nilo. As lesões nos cavalos são muito similares as que se apresentam na encefalite equina do este (EEE). Diagnóstico  Amostras clínicas: sangue completo. gliose e degeneração neuronal. porém seu valor é duvidoso.  O diagnóstico presuntivo a miúdo está baseado nos sinais clínicos e nas lesões cerebrais microscópicas referidas anteriormente.  O vírus pode ser propagado na membrana corioalantoidea do embrião de pinto. onde produz placas.  O controle estrito dos mosquitos reduz em grande proporção as oportunidades de exposição. A taxa de mortalidade nos animais não vacinados que desenvolvem enfermidade clínica é de cerca de 33%. Tratamento geral de apoio. nas épocas de mosquitos.  Um produto equino que contém anticorpos específicos contra o vírus tem sido usado no tratamento. Alguns veterinários vacinam em um esquema semianual.  Um diagnóstico presuntivo pode ser feito com base nos sinais clínicos e nos resultados de uma amostra de soro. também está disponível. O cérebro e o mesencéfalo também estão afetados. Uma vacina de ADN (a primeira desta classe autorizada nos Estados Unidos da América) está disponível para a prevenção desta enfermidade em equinos. Uma vacina quimérica (vírus da febre amarela vivo. sendo o encéfalo o mais afetado. e em vários cultivos de células. Na EEE está afetada a totalidade do cérebro. porém também morcegos e está amplamente . coletado durante o estado febril e tecidos cerebrais de equinos que tenham morrido. atenuado com genes de VON) foi aprovada para uso nos EUA. Manter aos equinos encerrados desde o entardecer até o alvorecer quando os mosquitos estão mais ativos. Há infiltração perivascular de linfócitos (manguitos perivasculares). si estes resultados forem positivos e o equino não tenha sido vacinado. Os cavalos que se sobrevivem à infecção são considerados imunes por toda a vida. Infecção pelo vírus da Encefalite Japonesa A causa é o vírus da Encefalite Japonesa (Flavivirus).  O diagnóstico definitivo pode ser obtido pela demonstração do aumento significativo de anticorpos entre o soro da fase aguda e o da fase convalescente. A maioria (<95%) dos isolamentos de campo são ncp. Os suínos domésticos também podem ser afetados. VDVB-1 existe como ncp (maioria) ou cp (a minoria) e como VDVB-2. A infecção no humano geralmente é leve. cabras. É transmitido por mosquitos. Existem dois biótipos: citopático (cp) e não citopático (ncp). Estes biótipos e genótipos são qualidades independentes. É transmitido por mosquitos culicídeos. Usam-se vacinas na China e Japão. A disseminação se dá por contato direto e indireto. As infecções diaplacentarias são frequentes e resultam em sérias consequências para o embrião/feto. Os touros podem estar persistentemente infectados e o vírus é disseminado pelo sêmen durante o coito e inseminação artificial. um membro do grupo da febre amarela. EEV e enfermidade de Borna. O vírus pode ser isolado empregando cultivos celulares de origem ovino e no saco vitelino de embriões de pinto. Pestivirus Diarréia Viral Bovina (Enfermidade das Mucosas) Causa Vírus da Diarréia Viral Bovina. Também são susceptíveis as ovelhas. e afeta ovelhas. búfalos e ruminantes silvestres. A enfermidade em ovelhas está caracterizada por febre alta. Enfermidade de Wesselbron Esta enfermidade é causada pelo vírus Wesselbron (Flavivirus). Em áreas donde o vírus é endêmico se usam vacinas de vírus vivo modificado. porém a taxa de mortalidade é relativamente baixa (0 . Em humanos se detectam sintomas tipo influenza. O genótipo se refere a características genéticas/antigênicas: existem dois tipos genéticos/antigênicos principais: VDVB-1 e VDVB-2 (genótipos). Está amplamente distribuído na África e foi notificado na Tailândia. seu hospedeiro natural. O controle dos mosquitos reduz as exposições. bovinos e humanos. empregando cultivos celulares de origem ovino e saco vitelino de embriões de pinto. também. A enfermidade nos cavalos é clinicamente similar a EEE. O vírus clássico é ncp. VDVB. EEO. O vírus pode ser isolado do fígado e baço. . Transmissão O vírus pode estar presente em varias secreções e sêmen. suínos. Ocorrência Este vírus tem distribuição mundial e aparece primariamente em bovinos. embora haja alguns casos severos. morte nos cordeiros recém nascidos e abortos nas ovelhas. Em bovinos a infecção pode causar abortos e anormalidades congênitas do SNC. A infecção ocorre por ingestão e inalação.10%).274 distribuído na Ásia. os isolamentos de vírus cp são gerados por mutações ou rearranjos do genoma da cepa original/paterna ncp. vírus que pode ser transmitido por coito ou inseminação artificial. As infecções persistentes frequentemente ocorrem si o feto é infectado entre os 40 . Os fetos infectados entre os 40 .24 meses de idade.41. A temperatura oscila entre 104 e 106°F (40 . malformações. A infecção de animais soronegativos com o VDVBncp pode resultar em uma variedade de manifestações clínicas. Alguns destes bezerros parecem são enquanto que outros são "inativos". abortos ou mumificações. provocando supressão da resposta imune mediada por células. A pele do morro pode estar erosionada e crostosa. Si as vacas prenhas são infectadas no início da gestação pode haver morte fetal e reabsorção do feto conduzindo a infertilidade e repetição do cio (calor). A infecção nas vacas gestantes está a miúdo. que vão desde infecções inaparentes a síndromes gastroentéricos. Os abortos podem ocorrer durante o primeiro ou segundo trimestre.120 dias de gestação. respiratórias e hemorrágicas até a DVB severa aguda e a fatal Enfermidade das Mucosas (EM). associado com perdas reprodutivas incluindo morte embrionária cedo ou tardia. Podem apresentar enfermidades respiratórias e entéricas com infecções bacterianas secundárias. sendo frequente erosões superficiais da mucosa oral e nasal. se observam úlceras características no esôfago e nas placas de Peyer. porém podem infectar a seus fetos transplacentariamente. frequentemente são erosões e ulcerações do aparelho respiratório superior (anterior) e digestivo. um causa efeitos citopáticos nos cultivos celulares (VDVBcp) e o outro no (VDVBncp). alopecia. e são considerados "clássicos ou verdadeiros VDVB". O vírus tem afinidade por tecidos linfóides.indicam que em contrapartida cp se originou do ncp original por mutação. rearranjo genômico ou recombinação do genoma viral. os biótipos de VDVB cp e ncp são geralmente isolados de animais enfermos.275 Características clínicas e patológicas Existem dois biótipos do vírus da DVB. Os vírus cp e ncp isolados dos casos de EM são antigenicamente idênticos e constituem o que tem sido chamado "parelha de vírus". má parições e o nascimento de bezerros fracos e delgados. Os achados a necropsia. persistentemente infectados (PI). Podem ser evidentes a salivação e descargas de muco nasal espesso e filamentoso. porém os fetos infectados durante o terceiro trimestre geralmente não sofrem a enfermidade devido à resposta imune fetal. Os touros persistentes e não persistentemente infectados eliminarão o vírus no sêmen.2 °C) e a maioria dos animais desenvolve diarréia severa com muco e estrias de sangue nas fezes. As vacas persistentemente infectadas podem conceber satisfatoriamente. anorexia. Diagnóstico . devido a uma falha do aparelho imune. A maioria dos animais persistentemente infectados morre de Enfermidade das Mucosas (EM) nos primeiros 6 . A maioria dos isolamentos de campo são ncp. perda da condição corporal e pirexia. As análises moleculares dos pares –cp e ncp. o VDVB é essencialmente um vírus que afeta o aparelho reprodutor. Os fetos que sobrevivem as infecções no principio da gestação podem nascer com anomalias congênitas tais como: defeitos oculares. artrogripose e hipoplasia cerebelosa. Os VDVBcp são derivados dos VDVBncp por mutações e somente são identificados em situações especiais (ver abaixo).120 dias de gestação com cepas ncp podem sobreviver à infecção e ao nascer são bezerros imunotolerantes. São sinais comuns: leucopenia. Embora originalmente isolado de casos de enfermidade gastroentérica e chamado como tal DVB. Esta rara e severa enfermidade é a miúdo referida como "Enfermidade das Mucosas". Os bovinos persistentemente infectados são uma fonte contínua de infecção no plantel e uma grande percentagem de animais pode ser soropositiva. são recomendadas para vacas prenhas. Prevenção  Estão disponíveis vacinas de vírus vivo modificado e de vírus inativado. Fígado e rim fetais.  Ambas as vacinas têm sido empregadas com relativo êxito para prevenir a enfermidade induzida por vDVB. Todo animal que se queira agregar-se ao plantel deverá ser submetido antes a provas de laboratório. usando amostras de soro sanguíneo de animais nas fases aguda e convalescente.  Em alguns países se estão levando a cabo programas de erradicação. são realizadas provas nos tanques de leite para detectar anticorpos contra o VDVB de plantéis com infecção ativa. As vacinas de vírus vivo modificado são geralmente seguras. As vacinas de vírus inativado com reforços. porém o isolamento e cultivo de monócitos (de sangue fresco coletada com EDTA) por vários dias antes do exame por AF aumentam a oportunidade de assegurar a identificação dos animais infectados. a presença do vírus em cultivos inoculados é confirmado pela prova de AF.  O vírus é facilmente isolado em cultivos celulares de cornetes nasais de bovino ou em cultivos primários de células de bovino. Peste Suína (Peste Suína Clássica. cornetes nasais.  Recentemente. soro sanguíneo de enfermos em fase aguda e convalescentes. a identificação de animais persistentemente infectados (PI) tem sido realizada por métodos de imunohistoquímica (ver capítulo 7) ou biópsias de pele da cavidade da orelha.  A erradicação da DVB dos plantéis é difícil. pulmões.  As amostras de pele da concavidade da orelha também podem ser analisadas por ELISA. Este último pode ser feito pelo exame de frotis sanguíneos.  Os animais persistentemente infectados são identificados pelo isolamento do VDVB do soro ou pela demonstração de leucocitos infectados com o vírus mediante a prova de AF. Febre Suína Clássica) . porém podem produzir a enfermidade das mucosas nos animais persistentemente infectados com VDVB. para ajudar a prevenção da DVB.  Na Europa e recentemente no sul do Brasil. porém como a maioria das cepas são não citopáticas. soro equino) devido ao fato de que o soro bovino pode estar contaminado com cepas de vírus de DVB ncp. Isto pode ocorrer apenas si o vírus infectante é antigenicamente muito similar ao vírus vacinal. com uma adaptação recente do método original  A PCR também tem sido empregada para a detecção de animais PI. sangue. baço. rim. Uma advertência importante acerca destas vacinas é sua incapacidade de prevenir infecções fetais e imunizar animais PI. frotis sanguíneos. medido por vírus neutralização. intestino. Incluí provas para remover todos os animais PI do plantel. Estas células deverão ser cultivadas em um meio que não contenha soro de bovinos (por exemplo. O sistema tem sido de grande valor na eliminação de animais PI. fezes.  A maneira mais conveniente de diagnosticar as infecções por DVB é por isolamentos em cultivos celulares seguido da coloração com anticorpos fluorescentes (AF). As vacinas de vírus modificado não deverão usar-se em vacas prenhas porque podem causar infecções fetais.276 Amostras clínicas: descargas nasais. nódulos linfáticos.  O diagnóstico pode ser inferido pela demonstração do aumento de quatro vezes no nível de anticorpos contra o vDVB. As duas bactérias mais comuns são: Pasteurella multocida e Salmonella cholerasuis. Os programas de erradicação iniciados nos Estados Unidos de América em 1962 tem resultado na completa eliminação da enfermidade nesse país. rim. as aves e artrópodes hematófagos podem ser vetores mecânicos. podem ocorrer abortos e más parições. a enfermidade é geralmente aguda e caracterizada por alta temperatura. . É comum a leucopenia. cérebro e sangue. A disseminação se dá por contacto direto e indireto. A morbilidade é alta e a mortalidade geralmente é de cerca de 90% em suínos totalmente susceptíveis. hemorragias petequiais no rim (rim de "ovo de pavão"). nódulos linfáticos. os surtos não são frequentes ou raros. Ocorrência Embora a Peste Suína Clássica (FPC) ainda ocorra em muitos países. Entre as lesões mais comuns temos: hemorragias petequiais e equimóticas em todas as superfícies serosas. A enfermidade tem sido disseminada pelo consumo de restos de carne de suíno mal cozida. A prova de Anticorpos Fluorescentes (AF) em cortes congelados de amígdalas. Aqueles animais com infecções secundárias a miúdo apresentam broncopneumonia e enterite severa. A alteração microscópica mais importante é a acumulação de linfócitos nos espaços perivasculares. depressão e anorexia. Outros países livres da enfermidade são: Canadá. Características clínicas e patológicas Nos suínos susceptíveis. fezes. Grã Bretanha. Embora a enfermidade apareça na América do Sul.   Diagnóstico Amostras clínicas: amígdalas. secreções nasais. Pode existir uma forma menos severa da enfermidade que frequentemente escapa a detecção ocular e torna mais difícil a erradicação. Nova Zelândia. baço e nódulos linfáticos é a forma mais simples e confiável de ser realizado o diagnóstico. tais como hipoplasia cerebelosa e microencefalia. sangue e urina. Austrália. A infecção dos fetos pode provocar malformações. A típica Peste Suína Clássica frequentemente se complica com infecções bacterianas secundárias. O diagnóstico está baseado nos sinais clínicos. lesões macro e microscópicas e provas de laboratório. Transmissão O vírus está presente na saliva. sua incidência está se reduzindo muito nos últimos anos. As lesões observadas nos suínos afetados estão relacionadas com a forte afinidade do vírus pelo sistema vascular. Os suínos são infectados por ingestão ou inalação. linfadenite hemorrágica (nódulo linfáticos como "morangos") e as denominadas úlceras "botonosas" na mucosa intestinal. Isto pode ser devido a alguma imunidade ou a cepas virais menos virulentas. Islândia e Suíça.277 Causa Vírus da Peste suína. Os sinais neurológicos não são raros e. baço. Enfermidade da Fronteira (Enfermidade do pelo hirsuto) Causa Vírus da Enfermidade da Fronteira. porém cresce sem Efeito Citopático (ECP) discernível. Esta enfermidade aparece em lotes de ovinos na Grã Bretanha. A reabsorção fetal. DVB e Enfermidade da Fronteira. Austrália e outros países.  Uma vacina marcada (vacina com deleção de um gen) foi desenvolvida e não expressa uma das glicoproteínas virais.  Vacinas de vírus atenuado são empregadas em países onde o vírus é endêmico. Nova Zelândia. Assim sendo os animais vacinados podem ser diferenciados dos infectados (vírus tipo silvestre) pela carência de resposta de anticorpos a esta glicoproteína viral. todavia não tem sido aceito como método de rotina para o diagnóstico. o vírus causal não provoca sinais clínicos. Os cabritos são susceptíveis e a enfermidade raras vezes aparece em bezerros. A Prova da Reação da polimerase com Transcrição Reversa (RT-PCR . O método é rápido e altamente sensível. O vírus da Enfermidade da Fronteira (vEF) está antigenicamente relacionado dos vírus da Diarréia Viral Bovina e Peste Suína Clássica. Tais vacinas são inapropriadas onde se estão fazendo esforços de erradicação. incluindo os Estados Unidos da América e Canadá. Características clínicas e patológicas Nos ovinos adultos. porém.278    O vírus pode ser isolado em cultivos celulares de origem suína. O método converte o ARN viral em ADN e permite uma amplificação específica do ácido nucléico do vírus da FPC. As vacinas marcadas. Ocorrência A Enfermidade da Fronteira (EF) das ovelhas foi descrita inicialmente na região da fronteira entre o País de Gales e Inglaterra. Anticorpos monoclonais específicos do vírus são usados para diferenciar entre os vírus de FPC. porque o vírus pode continuar circulando subclinicamente nos animais vacinados. Cultivos de tecidos em lâminas são marcados com AF específicos para confirmar a presença do vírus. todavia não são empregadas amplamente nos programas de erradicação. aborto e o nascimento de animais persistentemente . Prevenção  Os países livres de FPC têm estritos requisitos de importação e quarentena para prevenir a entrada da enfermidade. A caracterização do vírus desta maneira confirma qualquer detecção antigênica ou prova de isolamento viral que possa ser realizada.sigla em inglês) está sendo empregada para detectar o vírus da FPC em amostras clínicas. porém a infecção de ovelhas gestantes pouco antes do dia 80 dá como resultado uma infecção fetal que tem quase as mesmas consequências observadas nos fetos de bovino infectados com o vírus da DVB (citado acima). Transmissão O vírus é eliminado por as excreções e secreções. A disseminação é por contato direto e indireto. Os cordeiros persistentemente infectados que estão severamente afetados. Entre os esforços para controlar a enfermidade estão às provas sorológicas (ELISA. O antígeno viral pode ser demonstrado por imunofluorescência em cultivos celulares infectados. O achados histopatológico de fibras nervosas com bainhas de mielina deficientes é sugestivo. Os cordeiros persistentemente infectados. Diagnóstico Amostras clínicas: sangue completo e soro. os indivíduos persistentemente infectados devem ser separa dos demais pelo menos dois meses antes do período de engorda. animais afetados para realizar necropsias. Os que estão menos afetados podem viver e converter-se em fonte de infecção para outros animais. Tem alto valor diagnóstico os sinais clínicos e a história. geralmente morrem. preferentemente) e cortes congelados de tecidos afetados.    Prevenção A prevenção se obtém mantendo os plantéis isolados. porém não apresentam efeitos citopáticos observáveis. frotis sanguíneos (sangue precolostral.279 infectados são sequelas comuns. vírus neutralização) de todos os animais e remoção dos positivos. Apenas animais negativos devem ser admitidos no plantel.  Si não é possível estabelecer a erradicação.  A vírus neutralização e a ELISA podem usar-se em amostras de soro para determinar o grau de infecção de um plantel.  O vírus pode ser propagado em uma grande variedade de cultivos celulares. apresentam anormalidades na pelagem e tremores congênitos devido à mielinização defeituosa no Sistema Nervoso Central. a miúdo.  . inativada e com adjuvante.  Usa-se uma vacina com os vírus de EF e DVB-1. Somente um poliomavirus é patógeno importante em veterinária. Athens. Last updated: 14Dec-2005. A3428. é de considerável interesse na pesquisa. F. D.R. Poliomavirus e Papilomavirus compreendem duas famílias diferentes. sem dúvida. . Santa Maria.  Importância Os seguintes dois poliomaviruses são de interesse veterinário e geral.J. Wise D. Federal University of Santa Maria.0905. agente vacuolante. os virions medem cerca de 40nm de diâmetro. Carter G.ivis..  A replicação ocorre dentro do núcleo da célula.  Diferentemente dos papilomavirus. A família está composta de vírus de ADN circular de dupla cadeia. Blacksburg. Virginia Tech. USA.280 In: A Concise Review of Veterinary Virology. Virginia.ES Famílias com vírus de menor importância veterinária G. poliomavirus.org). RS Brazil. Características virales Esta é uma família de vírus não envelopados de dupla cadeia circular de ADN. eles frequentemente causam transformações malignas em células de espécies heterólogas  A maioria das espécies causa infecções silenciosas em seus hospedeiros naturais. USA. os poliomavirus podem ser cultivados facilmente in vitro. Concord University.F.R. Flores3 1 Professor Emeritus of the Department of Medical Sciences and Pathobiology.).J. com um gênero. 2Department of Biology. and Flores E. Atualmente. Wise2 and E. VirginiaMaryland Regional College of Veterinary Medicine. 3Department of Veterinary Preventive Medicine. as quais são frequentemente de longa duração. o vírus de macaco 40 (SV 40). (Eds. Índice Poliomaviridae Hepadnaviridae Filoviridae Arenaviridae Astroviridae Glossário       Poliomaviridae Os vírus de esta família foram uma vez incluídos dentro da família Papovaviridae junto com os Papilomavirus. enquanto os papilomavirus medem cerca de 55 nm de diâmetro. Ithaca NY (www. West Virginia. Carter1. International Veterinary Information Service. o vírus da hepatite B. porém são de pouca importância em veterinária. O maior interesse neste e em outros poliomavirus foi à descoberta de que eles eram capazes de produzir tumores em hamsters (vírus ADN pequenos tumorais). É interessante que muitos lotem de vacinas de pólio usadas na década de 1950 estavam contaminados com este vírus.  O ADN pode estar integrado dentro do ADN da célula do hospedeiro durante a replicação. marmotas.48 nm de diâmetro). renovando assim o interesse neste vírus. patos. o vírus da hepatite B do pato. marsupiais e orangotangos.  Possuem um genoma de ADN circular. Características virales Estes vírus de dupla capa possuem um capsídeo icosaédrico coberto por um envelope (40 . parcialmente. Os Hepadnaviruses animais incluem vírus de marmotas em cativeiro. Os vírus de aves podem ser propagados em hepatócitos de fígado de feto de pato. Existe a preocupação de que o SV40 possa causar tumores em humanos. e uma espécie. Eles infectam garças. estudos recentes demonstraram a presença de sequência antigênica do SV40 em certos tumores humano pouco frequentes. de tal maneira que o ADN viral é sintetizado a partir de um molde intermediário de ARN.  Os vírus da família hepadnaviridae são colocados em um gênero. esquilos e humanos (é importante o vírus da hepatite B). a qual é frequentemente chamada hepatite sérica. Uma espécie. de cadeia simples (um quarto). A infecção é . Induz efeitos citopáticos e formação de vacúolos em células de macaco e é oncogênico para camundongos e másteres. porém não em pato Muscovy (pato doméstico). Recentemente. gansos. porém aparentemente não o é para humanos ou macacos. de cadeia dupla (três quartas partes) e. esquilo de terra e patos. O SV40 (vírus de macaco 40) foi isolado como contaminante de lotes armazenados da vacina de poliovirus Sabin e também de células de rim de macacos cultivadas.  Eles requerem uma transcriptase reversa codificada pelo vírus para replicar-se. Ainda que extensos estudos não pudessem demonstrar uma associação entre o SV 40 e os tumores humanos. baseados nas diferenças de sua estrutura genômica e em se eles são vírus de mamíferos (Orthohepadnavirus) ou vírus aviários (Avihepadnavirus). Importância Os orthohepadnaviruses infectam marmotas y esquilos de terra.281 O poliomavirus de periquitos australianos jovens causa uma infecção generalizada aguda e frequentemente fatal em periquitos jovens.  Estes vírus são altamente específicos de seu hospedeiro. causa uma importante enfermidade humana. outros hepadnaviruses têm sido isolados de espécies silvestres e domésticas como garças. possuem predileção pelo fígado e produzem infecções persistentes. hepatite B (HB). parcialmente. causa una infecção natural a nível mundial em espécies de Anas (pato de rio). Hepadnaviridae Esta é uma família de pequenos vírus ADN de dupla cadeia com um capsídeo icosaédrico coberta com um envelope. o qual é.  Importância Os filovirus foram isolados pela primeira vez de casos de febres hemorrágicas em funcionários de laboratórios alemães no final da década de 60.  O método de replicação é similar aos Rabdoviridae e Paramixoviridae. Desde então surtos esporádicos da enfermidade associados ao vírus Ébola tem sido descritos em diferentes países da África. o reservatório natural destes vírus permanece desconhecido e se constitui desta forma no maior desafio dos epidemiólogos. Aproximadamente uma década mais tarde. É de importância ressaltar que o vírus da hepatite B do pato está sendo usado como um modelo experimental para estudos da infecção y replicação de hepadnavirus. O vírus Marburg envolvido neste caso foi rastreado e ligado a macacos verdes africanos importados de Uganda. HBV está entre os patógenos humanos de maior importância e se considera que infecta cronicamente mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo.  São morfologicamente particulares devido ao fato de exibir una forma pleomórfica com filamentos que medem cerca de 1400 nm. a infecção persistente assintomática. causam febres hemorrágicas com alta taxa de letalidade em humanos e alguns primatas. Nestes surtos a introdução do vírus na população humana parece ter sido através de um hospedeiro silvestre não humano infectado.  Possuem um envelope lipídico com peplómeros que medem 10 nm de tamanho. que ocorrem na África. Embora Ébola e outros Filovirus sejam claramente zoonóticos. Características Virais São vírus envolvidos por um nucleocapsídeo helicoidal e ARN de cadeia simples linear de sentido negativo. enquanto que os capsídeos medem até 800 nm. porém alguns . O vírus Ébola está entre os vírus mais letais dos humanos e está classificado como agente com nível de biossegurança 4. Esta enfermidade não é considerada economicamente importante y não deve ser confundida com a hepatite de patos causada por tipos de picornavirus (capitulo 22). Filoviridae Esta família de vírus ARN de cadeia simples e sentido negativo consistem naqueles chamados vírus semelhantes à Marburg e vírus semelhantes a Ébola. Nenhum destes vírus é patogênico para os animais domésticos.  O virion possui sete proteínas estruturais. o vírus Ébola foi reconhecido como o agente causador da febre hemorrágica em surtos no Zaire e Sudão.282 adquirida congenitamente e produz uma viremia crônica. Arenaviridae Os vírus desta família possuem um nucleocapsídeo e ARN circular de cadeia simples com dois segmentos. Estes vírus. A hepatite aguda ou crônica. a cirrose e os carcinomas hepatocelulares estão entre as consequências da infecção por HBV. Eventualmente um vírus similar foi levado aos Estados Unidos através de macacos importados das Filipinas. que são isolados de uma grande variedade de aves e mamíferos e raramente estão associados com enfermidade clínica.283 deles causam enfermidades significativas em humanos. Uma porção de ambos os segmentos possui ARN de polaridade positiva (embora este não seja traduzido) e o termo ambi-sentido seja aplicado a este diferente genoma. O vírus da Febre de Lassa causa uma febre hemorrágica frequentemente fatal em humanos. a maioria dos Arenavirus causam infecções sub-clínicas persistentes por toda a vida. com continua excreção do vírus pela saliva. Deltavirus A infecção com o vírus da hepatite delta (única espécie) complica a infecção com a hepatite B.300nm de diâmetro). A exposição em humanos é usualmente ocupacional e mais frequentemente envolve granjeiros em áreas rurais. urina e fezes. Os arenavirus que causam enfermidades em humanos devem ser manipulados em laboratórios sob estritas condições de segurança (nível 4 de biossegurança) para prevenir exposição humana. Características virales Estes vírus são envolvidos e possuem um nucleocapsídeo helicoidal (50 . Seus hospedeiros naturais são roedores silvestres. ocasionalmente. e ARN de cadeia simples. humanos. O protótipo desta família é p vírus da coriomeningite linfocítica (LCMV). É interessante que o vírus da hepatite delta é muito diferente de todos os outros vírus. O vírus da coriomeningite linfocítica é uma causa rara de meningite asséptica em humanos.  Importância A família Arenaviridae está composta por dois gêneros. parecendo-se em algumas características a viroides e vírus satélites encontrados em plantas. . Os estudos imunológicos empregando LCMV têm contribuído significativamente para o conhecimento da tolerância. Mais de 20 espécies de Arenavirus têm sido identificadas a nível mundial. facilitando assim sua disseminação. A infecção em humanos pode variar de inaparente. a ativação e função das células assassinas naturais (natural killer . no oeste da África. Astroviridae Esta é uma família de vírus pequenos. enfermidade leve a severa e frequentemente febre hemorrágica letal. Arenavirus y Deltavirus. entre outros. abordando os vírus importantes: Arenavirus Em roedores. a imunopatologia induzida por vírus.  Outro fator distinto é a presença de grânulos (ribossomos não funcionais) sobre a superfície viral. com ARN de cadeia simples. os quais são discutidos a seguir. com dois segmentos em forma circular de polaridade negativa. Todos têm roedores como reservatórios e alguns causam enfermidade em humanos.  Replicam-se no citoplasma e maturam por meio de gemação (protrusão de gemas) a partir da membrana da célula. camundongos e. o reconhecimento de antígenos virais por linfócitos T.NK). um vírus que infecta roedores silvestres. O hospedeiro natural é o rato do campo. alguns virions de Astrovirus possuem uma aparência de uma estrela com cinco a seis pontas. Também tem sido descrita astroenterites leves em espécies de aves. Importância Os Astrovirus foram inicialmente observados por exame em ME de fezes de crianças e foram posteriormente observados em fezes de cães.  São vírus não envelopados com simetria icosaédrica (27 .  Alguns virions possuem uma aparência semelhante a una estrela com cinco ou seis projeções na superfície. gado. autolimitante. Astrovirus.284 O nome da família origina-se da aparência das partículas virales examinadas em microscópio eletrônico (ME). de sentido positivo. Características virales  O genoma consiste de uma molécula de ARN linear de cadeia simples. habitualmente. suínos. A enfermidade associada com Astrovirus é. também conhecidas como espículas.30nm de diâmetro). Gastrenterite leve devida aos astrovirus tem sido descrita em bovinos y outras espécies domésticas. Os membros da família Astroviridae são específicos de espécie e são classificados em um só gênero. Os Astrovirus também têm sido implicados como uma causa de diarréia aquosa em crianças. pavões e outros animais. patos. A gastrenterite por Astrovirus é pouco comum em adultos. Diferentes tipos antigênicos são reconhecidos.  São consideravelmente resistentes ao calor e aos detergentes. ovelhas. Glossário Peplômeros: estruturas glicoprotéicas que protruem da superfície do envelope. especificamente três tipos têm sido isolados de bovinos e sete de humanos.  A replicação se realiza no citoplasma e os vírus são liberados por lise celular. . sem dúvida muitos adultos possuem anticorpos que confirmam a ubiquidade do vírus. O diagnóstico de laboratório está baseado na observação por microscopia eletrônica de um grande número de Astrovirus em fezes. Patos jovens podem desenvolver uma hepatite fatal aguda. gatos. and Wise D.285 In: A Concise Review of Veterinary Virology. Ele havia introduzido o termo "príon"* em 1982. foi esclarecida na década de 70. Virginia Tech. Ithaca NY (www.ivis. Prusiner o fez merecedor do premio Nobel em 1997.J. Wise1 and G. outra das EET humanas. . A natureza e etiologia do Kurú. 2Professor Emeritus of the Department of Medical Sciences and Pathobiology.org). é conhecida há muitos anos. West Virginia. Virginia. Carter G. USA. de animais e humanos denominadas encefalopatias espongiformes transmissíveis (EET).J. uma das EET humanas transmitida por meio de rituais canibais. Blacksburg. Carleton Gajdusek recebeu o prêmio Nobel em 1976 pela relação que estabeleceu entre as EET humanas (Kurú e a enfermidade de Creutzfeldt-Jakob) e as EETs de animais. Athens.ES Prions e encefalopatias espongiformes transmissíveis D. Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine. A3429. As EET de animais são:  Scrapie  Encefalopatia espongiforme bovina  Encefalopatia espongiforme felina  Encefalopatia transmissível do visão  Enfermidade caquetizante do cervo e do veado  Encefalopatias espongiformes em ruminantes em cativeiro História O scrapie é conhecido como uma enfermidade muito particular. pelo menos durante os últimos 300 anos (foi formalmente reconhecida na Inglaterra em 1732).R. USA. A enfermidade de Creutzfeldt-Jakob (CJD). O descobrimento dos príons por parte de Stanley B.1205.R.). Carter2 1 Department of Biology. International Veterinary Information Service. Last updated: 14-Dec-2005. Concord University. A encefalopatia espongiforme bovina foi diagnosticada na Grã Bretanha pela primeira vez em 1986. Índice    o o o o o o   História Características dos príons Encefalopatias espongiformes transmissíveis dos animais Scrapie Encefalopatia espongiforme bovina Encefalopatia espongiforme felina Encefalopatia transmissível do visão Enfermidade caquetizante crônica do cervo e do veado Encefalopatias espongiformes em ruminantes em cativeiro Encefalopatias espongiformes transmissíveis de humanos Glossário Os príons são partículas protéicas infecciosas que causam enfermidades neurológicas crônicas degenerativas e invariavelmente fatais. (Eds. William Hadlow foi o primeiro em estabelecer a conexão entre o Kurú e o Scrapie. Notes on the history of prión diseases. radiação ionizante.286 * Poser C. Part I. luz ultravioleta. hamsters e certos primatas. Todas as tentativas de transmitir scrapie a cobaios. concentrações de formaldeído capazes de destruir vírus. Os príons se multiplicam ou reproduzem por meio da conversão da PrP para sua forma infecciosa PrPSc. e a detergentes não iônicos e aniônicos não desnaturalizantes. . O gen da PrP está localizado no braço curto do cromossoma 20 humano. e são provavelmente liberadas após a destruição celular. através de uma mudança conformacional. com função desconhecida. Se desconhece sua função. As placas amilóides observadas nestas enfermidades se formam a partir destas fibras. A proteína celular normal se designa PrP e o prión PrP se designa com o superescrito associado a uma enfermidade em particular. Os príons são sensíveis a uréia.M. ratos e chipanzés têm sido infrutíferas até esta data. 104:1-9. a PrP Sc se transmitirá facilmente em ovelhas. hipoclorito de sódio e outros agentes capazes de desnaturar proteínas. Clinical Neurology and Neurosurgery 2002. fenol. As placas amilóides e as fibras se localizam entre as células nervosas. embora títulos baixos de PrPSc tenham sido mantidos na linhagem celular L de camundongo. porém raras vezes infectará outras espécies como o camundongo. estes polimorfismos estão associados a diferenças na susceptibilidade ao scrapie em raças de cabras. Encefalopatias espongiformes transmissíveis de animais Scrapie Causa Um príon. . Os agentes causadores das EET podem ser transmitidos a animais de laboratório por meio de diferentes vias de inoculação. La proteína envolvida tem um comprimento de aproximadamente 254 aminoácidos.PubMed – Características do príon          Crê-se que as proteínas envolvidas se derivam a partir da modificação postraducional de uma proteína celular normal. Os príons são parcialmente resistentes a proteases e apresentam uma forte tendência a formar agregados ou polímeros Os anticorpos para príons permitem a visualização de estruturas em forma de barra em tecidos cerebrais infectados. O cultivo de príons em cultura de células é também muito difícil. estas estruturas consistem de filamentos ou fibras formados a partir da proteína priônica. Por exemplo. Sem dúvidas os príons apresentam uma forte restrição à faixa de hospedeiros. Os príons não induzem a produção de anticorpos no hospedeiro que infectam. por exemplo PrPSc em scrapie. sem dúvidas anticorpos capazes de reconhecê-los podem ser obtidos em outros animais. Os príons são particularmente resistentes a: 135°C durante 18 minutos. Ditos polimorfismos resultam na substituição de aminoácidos na PrP. duodecil sulfato de sódio (SDS). Têm sido identificados vários polimorfismos no gen da proteína priônica. Os sinais clínicos sugerem um diagnóstico presuntivo de scrapie. Patogênese O agente do scrapie pode ser encontrado no baço. prurido intenso. o qual resulta no desprendimento da lã e lacerações na pele. A morte pode ocorrer semanas ou meses depois da aparição dos sintomas. intestino. Uma vez que aparecem os sinais clínicos. Transmissão O agente do scrapie é transmitido verticalmente em linhagens familiares de rebanhos e horizontalmente por contacto direto ou indireto com placentas infectadas (por exemplo. Os sintomas iniciais são agitação. abrasão). Diagnóstico     Espécimes clínicos: Cérebro e medula espinhal. Outros procedimentos usados para confirmar o diagnóstico são: imunoblott (western blott) da PrPSc e coloração imuno-histoquímica da PrPSc. Nos Estados Unidos a enfermidade foi diagnosticada pela primeira vez em Michigan no ano de 1947. A enfermidade foi erradicada da Austrália e Nova Zelândia. donde se replicam e alcançam o sistema nervoso central (SNC) a través das fibras do sistema nervoso autônomo. com um longo período de incubação que apresenta um pico de incidência de sintomas entre 3 e 4 anos. Nos neurônios se podem observar um ou múltiplos vacúolos rodeadas por zonas de degeneração citoplasmática. porém é menos comum em outros países europeus. Características clínicas e patológicas O scrapie é uma enfermidade insidiosa. Microscopicamente as trocas que se observam nos neurônios da medula. A enfermidade é endêmica no Reino Unido. nos nódulos linfáticos mesentéricos e retrofaríngeos. excitabilidade e ranger dos dentes. À medida que a enfermidade progride se acumulam no cérebro altas concentrações de príons infecciosos. Trocas espongiformes similares se podem apreciar também no neurópilo do sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico. Em animais infectados o agente pode ser detectado em tecido linforreticular aos 8 meses de idade e no sistema nervoso central aos 2 anos aproximadamente. placenta.287 Distribuição Esta enfermidade neurodegenerativa fatal afeta ovelhas e cabras. . a morte do animal ocorre geralmente em um período máximo de 6 meses. porém o diagnóstico definitivo requer analises histológicas de tecido cerebral. As fibras e placas amilóides se apresentam geralmente no cérebro. não febril. Os sinais clínicos podem aparecer desde os 3 anos e meio aproximadamente. ovários e na amígdala palatina. Ocorre esporadicamente nas Américas de Norte e do Sul. da protuberância. e posteriormente convulsões. ingestão. do mesencéfalo e na medula espinhal. Posteriormente aparecem os tremores. A observação de fibras por meio do microscópio eletrônico serve de apoio. Conclui-se que o príon envolvido foi adquirido por meio do consumo de carne e farinha de osso contaminados (príon scrapie). a frequencia da enfermidade é tão alta que só uma eliminação gradual é factível. sem dúvida. há um longo período de incubação antes que se manifestem os primeiros sinais clínicos. Implementação de medidas para prevenir a importação de animais infectados. O gado afetado mostra sinais clínicos associados com uma disfunção progressiva do SNC. Posteriormente os suplementos incluíram também despejos e tecidos de gado infectado com encefalopatia espongiforme bovina (EEB). Prevenção       Este objetivo se alcança mais facilmente removendo os animais afetados e mantendo os rebanhos isolados. porém os detalhes ainda não estão claros. Oito casos foram identificados no Canadá e três no USA. A média de tempo está entre os 4 e 5 anos. Transmissão Ocorreu oralmente por meio da ingestão de suplementos alimentícios a base de farinha de osso mencionada anteriormente. Um pequeno número de casos atribuídos a importação de gado inglês foram identificados na Suíça. Uma troca no processo de transformação permitiu a sobrevivência do agente responsável do scrapie. Mais de 99% dos casos de EEB confirmados em laboratórios ocorreram na Grã Bretanha. Características clínicas e patológicas A patogênese é provavelmente análoga a de outras EET. La genética está sendo usada como ferramenta de erradicação do scrapie.000 casos foram confirmados na Grã Bretanha antes da erradicação. estão sendo explorados. França. incluindo a confirmação da presença do agente em tecido da amígdala palatina. incluindo . Portugal e Irlanda. Diversos polimorfismos em vários códons de a PrP estão associados com resistência a enfermidade. Os fatores envolvidos na extensão da epidemia foram. Distribuição Se estima que mais de 170. por meio da eliminação de linhagens susceptíveis. derivados dos despejos dos matadouros. os rebanhos afetados são postos em quarentena e sacrificados (particularmente os animais relacionados por consanguinidade) ou se reduz a população da fazenda. Após a exposição ao agente da EEB.288 Alguns dos métodos aplicados para o diagnóstico da variante de CJD (ver abaixo). um dos quais provinha de um rebanho afetado do Canadá. Estes polimorfismos não foram encontrados em cabras. Não existe evidência de transmissão vertical ou horizontal. Em alguns países. Em países onde a enfermidade deve ser notificada. o fato de que o scrapie é endêmico dessa região e a grande proporção de tecidos de ovelha e despejos nos suplementos alimentícios de farinha de carne e osso. Encefalopatia espongiforme bovina (Enfermidade das vacas locas) Causa Um prión que não é considerado específico das espécies hospedeiras. a enfermidade em felinos deveria diminuir consideravelmente. Centro e Sul. Um caso de EEF se notificou em cada um dos seguintes países: Irlanda do Norte. Inmunoblot com anticorpos monoclonais para demonstrar o príon da BSE proteinase K resistentes. inclusive na Grã Bretanha. Dos nove casos de chitas. A prova rápida de tamizaje utilizado pelo departamento de agricultura de Estados Unidos é o TeSeE® teste (laboratórios Bio-Rad). Uma aproximação a isto envolve biópsias de tecido olfatório e de amígdalas e anticorpos monoclonais.6 meses depois da aparição dos sinais. Prevenção    Todas as proteínas derivadas de ruminantes devem ser excluídas do alimento do gado vacum. Podemos observar príons agregados em forma de fibras usando microscopia eletrônica em extratos cerebrais. porém eram originários da Grã Bretanha. Diagnóstico        Espécimes clínicos: Tecido cerebral fresco ou fixado em formaldeído. A presença. O gado afetado é incinerado. ainda que de um só caso. Nove casos envolveram chitas e dois casos leões. Coloração imunohistoquímica de tecidos para a proteína priônica. incoordenação e hipersensibilidade a vários estímulos. Devido aos rigorosos controles para prevenir o scrapie e a EEB. Nestes casos o rebanho é posto em quarentena e finalmente sacrificado. o qual é um ensaio baseado em ELISA para a proteína priônica EEB específica. três ocorreram no exterior. denominada príon. A enfermidade é uniformemente fatal em 1 . tem efeitos devastadores sobre a indústria ganadeira. Esta companhia também produz provas similares para a detecção da enfermidade caquetizante crônica e o scrapie. .289 mudança de comportamento. por meio de analises histopatológicas. Noruega. a descontaminação se deve realizar com uma solução fortemente concentrada de hidróxido de sódio ou hipoclorito de sódio. isto é uma proteína com capacidade auto-replicativa. Não foram descritos casos de EEF nas Américas do Norte. Distribuição Desde 1990 tem sido notificada na Grã Bretanha mais de 80 casos de Encefalopatia espongiforme felina (EEF). Existe a urgente necessidade de uma prova de diagnóstico confiável para animais vivos. Encefalopatia espongiforme felina Causa Presume-se que tenha a mesma causa das EEB e o scrapie de cabras e ovelhas. e Liechtenstein. A EEB é uma enfermidade de notificação obrigatória na maioria dos países. O diagnóstico de EEB se baseia nos sinais clínicos e na posterior identificação de mudanças espongiformes no cérebro. porém as modificações histológicas espongiformes características se podem apreciar por histopatología. As lesões histológicas características incluem vacuoalização da matéria cinzenta do neurópilo e dos neurônios. Diagnóstico     Espécimes clínicos: cérebro e medula espinal. Não se observam lesões macroscópicas na necropsia.290 Transmissão Presume-se que os felinos adquiriram a enfermidade por ingestão de tecido infectado proveniente de bovinos. Através do microscópio eletrônico se pode observar no cérebro de gatos com EEF. porém se presume que pode ser tão longo como a fase clínica. idênticas as observadas nos cérebros de ovelhas com scrapie e outros animais com encefalopatias espongiformes. salivação. carne crua ou sobras de alimentos. As mudanças observadas em EEF diferem um pouco dos observados em ovelhas com scrapie. no ano de . perda de peso. Crê-se que o visão se infecta por ingestão de carne contaminada de ruminantes. o diagnóstico definitivo só se pode obter após a necropsia. Características clínicas Não se conhece o período de incubação. Os sinais incluem mudança de comportamento. incluindo o gado. sonolência e finalmente a morte entre 2 a 6 semanas. Encefalopatia transmissível do visão A encefalopatia transmissível do visão é uma enfermidade neurológica insidiosa. Embora o longo desenvolvimento da enfermidade e os sintomas clínicos possam sugerir uma EEF. ovinos o caprinos. a mesma classe de fibras que se observam no Scrapie e na EEB. Enfermidade caquetizante crônica do cervo e do veado A enfermidade caquetizante crônica (CWD por sua sigla em inglês) foi reconhecida pela primeira vez como uma síndrome clínica em um criadouro de cervos no Colorado. ataxia. Embora se desconheça si exista a transmissão transplacentária parece pouco provável que ocorra transmissão felino-felino. Prevenção Com a erradicação da EEB é muito pouco provável que algum príon seja encontrado em comida para gatos. mordeduras compulsivas. tremores musculares e ataxia. provavelmente em comida para gatos. hiperestesia. Estas mudanças espongiformes são essencialmente. O canibalismo e as lutas poderiam contribuir para a propagação do agente em outros visões. A maioria dos laboratórios de diagnóstico veterinário não realiza detecção do príon envolvido. As lesões observadas nos cérebros de felinos com EEF são indistinguíveis dos observados no cérebro do gado infectado com EEB. caracterizada por um longo período de incubação (8 meses ou mais) e com sinais clínicos de hiper-irritabilidade. Todos os casos são de curso fatal. Esta enfermidade se observa principalmente em felinos de 2 a 7 anos de idade. Até o momento não existe evidência de transmissão da enfermidade a humanos ou gado doméstico e ovelhas. Variante Creutzfeldt – Jacob (vCJD) Esta é a EET humana atribuída ao consumo de carne proveniente de gado com EEB. oryx e o grande kudu. A enfermidade foi descrita posteriormente em cervos selvagens e de cativeiro. A enfermidade foi confirmada como uma EET em 1978. apreciável perda de peso sempre seguida da morte. comparado com uma media superior aos 50 anos em CJD. Aparece espontaneamente embora apresente uma associação familiar de 10% aproximadamente.291 1967. por meio de eletrodos intracerebrais. enxertos de dura mater e por meio do tratamento de crianças e adolescentes com hormônio de crescimento extraído da hipófise (glândula pituitária) de pessoas que faleceram por CJD. em media 27 anos de idade. disponível em amazon. e em duas províncias do oeste do Canadá.com – Encefalopatias espongiformes transmissíveis de humanos      Enfermidade de Creutzfeldt – Jacob (CJD) Variante Creutzfeldt – Jacob (vCJD) Kurú Síndrome de Gerstmann – Sträussler – Scheincker Insônia fatal familiar Enfermidade de Creutzfeldt – Jacob (CJD) Esta rara EET humana tem uma incidência aproximada a nível mundial de um caso em um milhão. Ao contrario dos sintomas neurológicos a apresentação é psiquiátrica. Encefalopatias espongiformes em ruminantes em cativeiro Durante os surtos de EEB na Grã Bretanha em 1986 ocorreram alguns casos de encefalopatias espongiformes em alguns ruminantes selvagens em cativeiro. Estão sendo realizados esforços para eliminar a enfermidade de alguns rebanhos mediante a quarentena e remoção de animais positivos.70 anos de idade. tais como o nyala. Como todas as EETs o período de incubação é longo. *Quinn et al. intervenções cirúrgicas com instrumental contaminado. . Veterinary Microbiology and Microbial Disease. Os sinais clínicos e patológicos foram similares aos observados em outras encefalopatias transmissíveis. O curso da enfermidade pode tomar aproximadamente 6 meses. O método de transmissão se desconhece exceto nas formas de transmissão iatrogênicas. As diferenças entre vCJD e CJD são:   Idade de inicio mais cedo. A transmissão iatrogênica pode dar-se por transplante de córnea. A maioria dos casos se apresenta em pessoas entre os 50 . Esta variante foi identificada na Grã Bretanha em 1996. Blackwell Science 2002. Estes casos foram atribuídos ao consumo de suplementos alimentícios da mesma classe que deu origem as EEB*. A média de idade de morte é de 58 anos. com uma perda de condição progressiva. Sem dúvidas o modo de transmissão e os fatores que afetam a susceptibilidade ao vcjd ainda são desconhecidos. em alces do oeste dos Estados Unidos (Wisconsin e Minnesota). aromáticos ou hidrofóbicos.292 Não se apresenta a aparência típica dos eletroencefalogramas do CJD.  Desde 1994 hasta 2003 foram registrado no Reino Unido 104 mortes confirmadas de vCJD.Polimorfismo: Se refere a múltiplos alelos de um gen em particular dentro de uma população. A morte ocorria em um período aproximado há um ano depois do inicio dos sintomas. Insônia fatal familiar Esta EET humana é considerada uma variante de CJD. Foi encontrada recentemente em pacientes com uma mutação no gen da proteína priônica. o número reportado de casos está diminuindo nos anos recentes. capaz de romper enlaces peptídicos nos extremos carboxila de aminoácidos alifáticos. comparado com os 3 meses do CJD. Nos Estados Unidos as pessoas menores de 30 anos que morrem anualmente por CJD são menos de 5 por 1000 milhões. . Até o momento só foram confirmados dois casos de vCJD nos Estados Unidos e se crê que se foram originados do Reino Unido. O período de desenvolvimento da enfermidade antes da morte é de ≈13 meses.    Kurú Esta EET humana ocorre nas tribos Fore de Nova Guiné como resultado do consumo de cérebro humano em rituais canibais. Os procedimentos utilizados para o diagnóstico da vCJD são os mesmos usados no diagnóstico das EEB. seguido de alucinações e a morte em menos de um ano. um rito funerário a seus mortos.Neurópilo: Rede de axônios e dendritos das células da neuroglia em maior grau no sistema nervoso central. Síndrome de Gerstmann – Sträussler – Scheincker Esta é uma forma muito rara de CJD que aparece como resultado de uma mutação no gen da proteína priônica. Os primeiros sintomas são perda do sono. que gera uma troca de aminoácido na posição 178. Sem dúvidas. . . Em vCJD se observam placas amilóides em forma de flor. Glossário .Proteinasa K: Uma serina proteasa endolítica. Anemia aplástica: Anemia em que la medula óssea não produz um número suficiente de elementos sanguíneos. Atuam pela retenção/deposição do imunógeno no local da inoculação. Concord University. Athens. USA. Blacksburg. Wise D.R. Esses antígenos estão presentes na superfície de todas as células do organismo e servem para identificá-las como próprias e não estranhas ao organismo. (Eds. geralmente exógena ao organismo – mas ocasionalmente em seu interior -. Last updated: 14-Dec2005. Sais de metais. linfócitos e outras células envolvidas na resposta imunológica.J. retardando a sua eliminação (efeito depot) e consequentemente retardando a sua liberação.F. Carter1 and D. International Veterinary Information Service. Antígenos do MHC classe I (MHC-I) (complexo maior de histocompatibilidade): Conjunto de genes que codificam proteínas marcador-próprias ou antígenos de incompatibilidade. Ithaca NY (www. West Virginia. Wise2 1 Virginia-Maryland Regional College of Veterinary Medicine.). and Flores E. como aqueles de alumínio.2Department of Biology.ivis. Apoptose: Uma forma de morte celular programada. A3430.R. Carter G. que o sistema imune reconhece como estranha ou não-própria. Alguns adjuvantes podem também estimular macrófagos. View Chapter - .1205 Glossario Cumulativo G. Antígeno: Substância.org).. Quando é reconhecida induz uma resposta de anticorpos específicos contra ela. Aliquotar: Dividir em partes iguais.J. Alguns tipos de antígenos do MHC estão presentes na superfície de células do sistema imune. USA A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z A Adjuvantes: São substâncias ou formulações químicas utilizadas para aumentar a resposta imune contra vacinas inativadas. caracterizada por fragmentação do DNA nuclear. Virginia.293 In: A Concise Review of Veterinary Virology. emulsões de óleo (adjuvante de Freund) e vesículas lipídicas sintéticas (lipossomas) são também usados como adjuvantes. o tempo de estimulação antigênica é prolongado e consequentemente aumentado. A região dos genes do MHC em humanos é chamada de HLA (human leucocyte antigen) e está localizada no cromossomo 6. Virginia Tech. Arbovírus: qualquer vírus de vertebrados que seja transmitido por artrópodes.View Chapter Bolsa de Fabrício: estrutura com forma de saco. Citoquinas: Moléculas solúveis que mediam interações entre células. É precedido da inserção de glicoproteínas virais nas membranas da célula hospedeira. A maturação dos linfócitos B tem lugar nesse órgão Brotamento: processo através do qual os vírus adquirem envelope.View Chapter Refere-se a um genomas RNA que contém sequências informativas que são ambos sentido positivo (pode ser usado diretamente como mensageiro) e sentido negativo (deve ser transcrito para produzir RNA mensageiro). produzidas pelos leucócitos e que mediam várias funções na resposta imunológica. Artrogripose: Flexão permanente de uma articulação. que não apresentam moléculas de MHC na superfície celular e o mecanismo de destruição é semelhante ao utilizado pelos linfócitos T citotóxicos. Citocinas: Um grupo diverso de proteínas pequenas (<30 kilodaltons) solúveis. It is a vaccine to prevent tuberculosis prepared from an attenuated strain of Mycobacterium bovis . e não possuem os marcadores de linfócitos B e T. . de tecido linfoepitelial que se encontra apenas em aves e está associada com a cloaca. Esse processo ocorre mais frequentemente na membrana plasmática e confere infectividade ao vírus. NK): Linfócitos com atividade citotóxica. que compreendem aproximadamente 5 a 15% dos linfócitos circulantes. Possuem a capacidade de destruir certas células tumorais e células infectadas por vírus. B Bacteriófago: vírus que infecta células procarióticas e possui muitas características de vírus de plantas e animais. Presence of any trapped antigen is then detected. Corpos de inclusão intranucleares tipo B: Um corpúsculo de inclusão viral é uma área focal em uma célula infectada por um vírus que se cora em uma forma característica. Corpúsculos de inclusão: Esses representam "fábricas" de vírus nas quais os ácidos nucléicos ou proteínas virais estão sendo sintetizados. . Também chamado de complexos imunes.294 Antigen-capture/trapping ELISA: In this method. As inclusões tipo A são acidófilos e as tipo B são basófilas. specific antibody is used to bind (or trap) any viral antigen that may be present in the sample. C Células naturalmente assassinas (natural killer. Eles estão localizados no núcleo ou no citoplasma da célula. Complexo antígeno-anticorpo: É um complexo macromolecular formado pela interação específica entre anticorpo e antígeno. Requer uma bactéria viva para realizar seu ciclo reprodutivo. BCG Vaccine: BCG stands for Bacille Calmette-Guérin. o anticorpo específico é usado para unir algum antígeno viral que possa estar presente na amostra. que da como resultado a produção de novas partículas virais. Distrófico: Desenvolvimento anômalo causado por ou relacionado com deficiência nutricional. estandartizando as concentrações do análogo e do anticorpo. F Fase S: O estado do ciclo celular quando ocorre a síntese de ADN. um contra o outro. E ELISA competitiva: O antígeno e a substância competitiva (análoga) competirão por anticorpos específicos. Endonuclease de restrição: são enzimas derivadas de bactérias. que reconhecem e cortam o DNA em sequencias específicas. ELISA de captura: Neste método. A presença de qualquer antígeno unido é então detectada espectrofotometricamente usando um anticorpo marcado específico para o antígeno. seguido da adição do substrato para a enzima. Exocitose: é um processo por meio do qual uma grande variedade de substancias são liberadas pela célula em vesículas que as transportam e se fundem com a membrana celular. Fase sintética: se refere à iniciação da transcrição e tradução.295 Contraimunoelectroforese: detecção de um antígeno ou anticorpo por uma reação de precipitação que ocorre em um gel ou papel. Posteriormente se detecta a presença do antígeno capturado. Uma corrente elétrica é empregada para mover os reativos. DNA de polaridade (sentido) positiva: DNA cuja transcrição origina os genomas RNA de polaridade positiva ou que podem ser usados diretamente como mensageiros. Elisa de captura de antígeno: neste método se usa um anticorpo específico para capturar antígeno viral que possa estar presente na amostra. A concentração pode ser determinada por comparação com o efeito de bloqueio (competição). É o molde para a criação de genomas RNA de sentido negativo. D DNA de polaridade negativa: DNA cuja transcrição não origina moléculas de RNAs que podem ser diretamente traduzidos como RNAs mensageiros. Fator de necrose tumoral: . provocando a liberação do conteúdo das vesículas. I Imunodeficiência combinada: Ausência total de linfócitos T y B. Interferons: Compreendem três tipos de proteínas (alfa. padrão hereditário autossomal recessivo. a imunodeficiência combinada se caracteriza por broncopneumonia progressiva e patologia em uma grande variedade de órgãos e tecidos. Hidranencefalia: Condição na qual cavidades cheias de fluido substituem os hemisférios. Devido a centrifugação as células e moléculas movem-se através do gradiente e formam bandas na densidade onde sua gravidade e igual ao do meio. Genótipo: o genótipo de um vírus está baseado em uma análise total ou parcial de sequência de nucleotídeos. . incluindo o trato gastrointestinal. Gradiente de densidade: este procedimento é empregado para separação das células ou moléculas grandes. pâncreas e bexiga. As sondas são marcadas (química o radioativamente) e se detecta um sinal quando ocorre a hibridização. que penetram na célula-alvo através dos poros na membrana produzidos pelas perforinas. Glândula Harderiana: é una glândula lacrimal acessória no lado interno da órbita ocular de repteis e aves. Todas as três formas possuem ação inespecífica contra vírus. como proteínas e ácidos nucléicos. pela centrifugação através de um gradiente de densidade. Isto é acompanhado por um aumento dos ventrículos cerebrais e do crânio. mas os IFNs alfa e beta são mais potentes. onde interagem com mecanismos celulares e mediam degradação de DNA e apoptose. Na EAVA. beta e gama). São diretamente tóxicos para células neoplásicas e são também envolvidas na inflamação G Genomas multicomponentes: Genomas que possuem mais de uma molécula de ácido nucléico como genoma. Hidranencefalia: Um aumento anormal do líquido cefalorraquidiano na cavidade cranial. Granzimas: Um grupo de proteases de serina. sendo a menos concentrada na superfície e a de maior concentração no fundo.296 Citoquina produzida por monócitos/macrófagos (TNF-alfa) e alguns linfócitos T (TNFbeta). O gradiente consiste de uma solução (geralmente por sacarose ou cloreto de césio) formada por várias densidades. fígado. H Hibridização de mancha (Dot-Blot): Procedimento diagnóstico em que o material que se examinará é colocado diretamente em uma membrana (frequentemente de nitrocelulose) e rapidamente hibridizado com sondas de referência preparadas com ADN vírus-específico. com atrofia do cérebro. O aparelho de Golgi recebe lipídios e proteínas recém-sintetizados do retículo endoplasmático. Ligase: Enzima do hospedeiro que produz ligações covalentes nos ácidos nucléicos associadas com quebras na cadeia backbone de açúcar-fosfato. M Macacos cynomologus: macacos do sudeste da Ásia.os quimicamente e os envia aos locais apropriados da célula. alguns dos quais presentes na superfície das células.297 Interleucinas: Um grupo de citocinas produzidas por células efetoras do sistema imunológico e que atuam em outras células efetoras da resposta imunológica. que absorvem água para formar um material espesso. K Koilocitos: são células epidérmicas nas capas superficiais da epiderme que apresentam um citoplasma inchado. . órgãos e membranas serosas como a pleura e peritônio. gelatinoso. Membrana do Golgi: Membranas associadas com o aparelho de Golgi nas células eucariotas. . L Linfócitos T citotóxicos: Células que reconhecem fragmentos de proteínas virais associados com moléculas do MHC-I. Bornéu e as Filipinas. Elas contêm os papilomavírus. Interleucina (IL)-10: Citoquina que pode reduzir a resposta imune contra vírus pela inibição da produção de IFN-gama. e modifica . brilhante e altamente eosinofílico. J Javali de verrugas ou Javali Facóquero: suíno selvagem africano com caninos e protuberâncias na cara. mucóide.View Chapter Mucopolissacarídeo: uma classe de polissacarídeo como heparina. MHC Class Monocistrônico: Contém informação para um só gene ou produto gênico Monopartite: A viral genome having a single segment. São apenas efetivos para matar células que contém antígenos estranhos. ácido hialurônico e sulfato de condroitina. Lectinas: Glicoproteínas de plantas que se ligam especificamente em certos açúcares. Os macacos Rhesus são da Índia Macrófagos: São os principais fagócitos dos tecidos. A maioria dos sítios de reconhecimento das enzimas de restrição são palindrômicas. ou segundo jogo "anidado" dentro da região que se amplificou com o primeiro jogo de iniciadores. bi. Neutrófilos: São células fagocíticas de vida curta que contêm grânulos com compostos bactericidas no seu interior.298 Mutágenos: Agentes físicos ou químicos que aumentam a taxa de mutações no DNA de um organismo. Oncogene: Um gene que codifica uma proteína cuja expressão da lugar a transformação celular e malignidade (os trocas celulares incluem perda da inibição por contacto. N Não-segmentados: Genomas que possuem uma única molécula de ácido nucléico como genoma. Opsonina: Substâncias que se liga a partículas. Pato almiscarado (moscovita): Pato doméstico negro-verdoso de barbelas grossas vermelhas conhecidos mundialmente por sua carne suculenta. PCR anidado: PCR que se leva a cabo duas vezes. O Oligossacarídeo: um açúcar que contêm um número pequeno e conhecido de unidades de monosacarídeos. possuem um núcleo com forma irregular. incluindo microorganismos. Cliva um inibidor da proteína hemaglutinina do vírus da influenza. coli) é: 5' GAATTC 3' 3' CTTAAG 5' Panoftalmite: inflamação que envolve todos os tecido do globo ocular. são os mais numerosos dos leucócitos circulantes (aproximadamente 60 a 70% em humanos). Microscopicamente.: o sítio de reconhecimento da EcoRI (E. são também chamados leucócitos polimorfonucleares (PMNs). com diferentes jogos de iniciadores. P Palindrômicas: são sequências de DNA que a leitura é a mesma em ambas as direções. Ex. Não-segmentados: Genoma contendo apenas um segmento Neuraminidase: Glicoproteína presente como projeção na superfície externa do envelope dos vírus da influenza. Neuropilo: Rede de axônios e dendritos das células da neuroglia em maior grau no sistema nervoso central. facilitando a sua fagocitose. que conduz a potencial neoplásico). .ou tri-lobulado. também conhecidas como espículas. Os primers delimitam a região que vai ser amplificada. Policistrônico: Que contém informação para vários genes ou produtos gênicos. O primer hibridiza com a sua região complementar na molécula molde do ácido nucléico e fornece a oxidrila 3’ para o início da síntese. . Probang: É um tubo flexível delgado com una esponja em um de seus extremos que serve para coletar material clínico. Polimorfismo de tamanhos de fragmentos (RFLP): revelam muitas diferenças no DNA entre indivíduos de uma mesma espécie. O ADN é então amplificado utilizando a reação em cadeia da polimerase. PCR em tempo real: este tipo de PCR utiliza um amplicon químico. a sequência alvo em uma amostra é geralmente de 100 a 2000 pares de bases de extensão. RFLPs resultam da clivagem do DNA por enzimas de endonucleases de restrição.299 Desta maneira níveis muito baixos de produto de PCR podem ser feitos em maiores quantidades. PCR-Transcriptase Reversa: Uma modificação da reação em cadeia da polimerase que inclui um primeiro passo utilizando a enzima transcriptase reversa. Peplômeros: estruturas glicoprotéicas que protruem da superfície do envelope. tal como o SYBR verde. Perforinas: São proteínas formadoras de poros que requerem a presença de cálcio para polimerizar e formar canais que atravessam a membrana plasmática das células alvo. Poliadenilação: Esta é a adição de polímeros de adenosina aos extremos 3’ (amino) dos ARN mensageiros (ARNm) nas células eucarióticas. as extremidades oxidrila 3’ são orientadas uma na direção da outra. que emite um sinal fluorescente durante a replicação do ADN. a qual produz uma cópia de ADN do molde viral de ARN. dois primers (as vezes mais) oligonucleotídeos sintéticos (em torno de 20 nucleotídeos) são complementares a regiões nas cadeias opostas flanqueiam a região alvo. O sinal emitido é detectado e indica uma ativa replicação do ADN antes de correr-lo em um gel de agarose. Polimorfismo: Se refere a múltiplos alelos de um gen em particular dentro de uma população. Pinocitose: Um processo celular que permite a entrada de fluído na célula por invaginação da membrana celular. separação dos fragmentos por eletroforese e visualização das bandas (fragmentos de DNA) pela coloração com brometo de etídio. Na PCR. Proteína hemaglutinina-esterasa: Esta proteína causa a hemaglutinação de eritrócitos e também podem iniciar a aderência as células brancas. seguido da formação de vesículas no interior da célula. Na PCR. Primers desenhados e arbitrários podem ser usados. Primers: pequenas sequências de DNA ou RNA utilizados como iniciadores para a síntese de ácido nucléico. R Replicação conservativa: Replicação de DNA e RNA de cadeias duplas de maneira que as cadeias originais não se tornam parte de cadeia recém-formada. aromáticos ou hidrofóbicos. Transcriptase reversa: Enzima viral que usa RNA como molde para produzir DNA Transdução: . capaz de romper enlaces peptídicos nos extremos carboxila de aminoácidos alifáticos. a termo estabilidade da enzima permite seu uso na PCR. Proteinasa K: Uma serina proteasa endolítica.300 Proteína FAS: Proteína transmembrana do tipo 1 da superfamília receptor do fator de necrose tumoral (TNFR). Replicação semiconservativa: Replicação de RNA ou DNA de cadeia dupla na qual as cadeias originais (uma original. Este método é muito sensível para detectar o produto antes da eletroforese em gel de agarose. Transcriptase: Enzima viral capaz de usar uma molécula de RNA como molde para transcrição. É derivada de uma bactéria aquática denominada Thermus aquaticus que vive em águas de gêiseres. T Taq polimerase: DNA polimerase utilizada na PCR. Testes regulatórios: são testes realizados por imposição de legislação oficial de órgãos governamentais para doenças animais de interesse sanitário estratégico. RT-PCR: PCR em tempo real (por sua sigla em inglês) é uma técnica onde polimerização do ADN durante o processo de PCR é monitorado espectrofotometricamente. É expressa em vários tipos de células incluindo aquelas da linhagem mielóide. Sonda esofágica: É um tubo flexível delgado com una esponja em um de seus extremos que serve para coletar material clínico. Tautômeros: Formas isoméricas de compostos orgânicos e quando dois deles existem em equilíbrio é referido como tautomerismo. S Soroconversão: o desenvolvimento de anticorpos demonstráveis em resposta a uma enfermidade ou a uma vacinação. outra recém-sintetizada) tomam parte das recém-produzidas progênie DNA ou RNA de cadeia dupla. Não requer anticorpos. Uma forma especializada de transdução é a introdução de oncogenes em células pelos retrovírus. fusão. É uma vacina para prevenir a tuberculose. C2 ou C4. realizada por vírus tais como retrovírus ou um bacteriófago. preparada a partir de uma cepa atenuada de Mycobacterium bovis. Vesícula endocítica: Vesícula formada no processo de endocitose. Via alternativa do complemento: Via de ativação do complemento no qual o componente C3 é clivado e o complexo C5C9 é formado sem a necessidade do C1. Vírus de campo: O vírus natural. V Vacina BCG: BCG significa Bacilo Calmette-Guerin. Vírus citopático: são vírus que alteram a aparência das células em cultura. Elas são usadas para transportar genes estranho dentro de células receptoras. esses vírus são usados como cepas de referência para comparação com mutantes e variantes de um vírus particular. .301 Transferência do material genético (ADN) do hospedeiro de uma célula a outra. lise e liberação e produção de corpúsculos de inclusão. que pode ser mediada por receptores de superfície ou por interações da membrana celular. As alterações podem incluir arredondamento. o engolfamento do vírus. Vetor de expressão: qualquer molécula de ADN capaz de replicação autônoma dentro de uma célula hospedeira e dentro das quais outras moléculas de ADN podem ser insertadas. Via clássica do complemento: Série de reações enzimático-substrato de ativação sequencial desencadeada por complexos antígeno-anticorpo e envolvendo todos os componentes do complemento.
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