LIVRO PROPRIETARIO - Mercado financeiro.pdf

May 21, 2018 | Author: Felipe Tentem | Category: Economics, Currency, Central Banks, Saving, Investing


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Mercado Financeiro2015 Editorial Comitê Editorial Durval Corrêa Meirelles Juarez Jonas Thives Júnior Ornella Pacífico Jair do Canto Abreu Júnior Andreia Marques Maciel Autora do Original Beatriz Selan © UniSEB © Editora Universidade Estácio de Sá Todos os direitos desta edição reservados à UniSEB e Editora Universidade Estácio de Sá. Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrônico, e mecânico, fotográfico e gravação ou qualquer outro, sem a permissão expressa do UniSEB e Editora Universidade Estácio de Sá. A violação dos direitos autorais é punível como crime (Código Penal art. 184 e §§; Lei 6.895/80), com busca, apreensão e indenizações diversas (Lei 9.610/98 – Lei dos Direitos Autorais – arts. 122, 123, 124 e 126). Mercado Financeiro Capítulo 1: Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros............................... 7 ri o Objetivos de sua aprendizagem.................................. 7 Você se lembra?................................................................. 7 má Introdução............................................................................... 8 1.1  Origem e Evolução Histórica do SFN................................... 9 1.2  Estrutura atual do SFN............................................................. 12 Su 1.3  Subsistema Normativo.................................................................. 15 1.4  Subsistema Intermediação................................................................. 19 1.5  Instituições de Liquidação e Custódia.................................................. 20 1.6  Organismos Internacionais do Sistema Financeiro Internacional............ 23 1.7  Mercados Financeiros e seus instrumentos ................................................ 26 Atividades............................................................................................................. 40 Reflexão................................................................................................................... 40 Leitura recomendada................................................................................................. 40 Referências.................................................................................................................. 41 No próximo capítulo..................................................................................................... 43 Capítulo 2: Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas.... 45 Objetivos de sua aprendizagem...................................................................................... 45 Você se lembra?............................................................................................................... 45 Introdução....................................................................................................................... 46 2.1  Definição de risco.................................................................................................... 46 2.2  Demais informações sobre risco............................................................................. 51 2.3  Títulos de renda fixa e suas características........................................................... 53 Atividades................................................................................................................... 73 Reflexão................................................................................................................... 73 Leitura recomendada............................................................................................ 74 Referências....................................................................................................... 77 No próximo capítulo...................................................................................... 77 Capítulo 3: Mercados Acionistas e suas Importâncias........................ 79 Objetivos de sua aprendizagem............................................................. 79 Você se lembra?................................................................................. 79 Introdução...................................................................................... 80 3.1  Sobre ações e seus tipos.................................................... 82 3.2  Forma de circulação das ações e os rendimentos dos acionistas........................................................................ 89 Rendimentos das Ações e Risco...................................................................................... 90 3.3  Mercado Primário e Mercado Secundário e seu funcionamento.............................. 96 3.4  Abertura de capital: integrantes e processo............................................................... 97 3.5  O mecanismo do Tag along . .................................................................................. 102 3.6  As Bolsas de Valores............................................................................................... 103 Atividades...................................................................................................................... 112 Reflexão......................................................................................................................... 113 Leitura recomendada...................................................................................................... 113 Referências..................................................................................................................... 114 No próximo capítulo...................................................................................................... 115 Capítulo 4: Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais......... 117 Objetivos de sua aprendizagem..................................................................................... 117 Você se lembra?............................................................................................................. 117 4.1  O que é risco........................................................................................................... 118 4.2  Teoria dos Mercados Eficiente................................................................................ 119 4.3  Risco total .............................................................................................................. 121 4.4  Associando risco e retorno com o comportamento do investidor: teoria da preferência....................................................................................................... 123 4.5  Teoria do Portfólio: retorno esperado..................................................................... 124 4.6  O que é um investidor institucional?...................................................................... 126 Atuação dos Investidores Institucionais......................................................................... 126 4.7  ANBIMA................................................................................................................. 153 Atividades...................................................................................................................... 153 Reflexão......................................................................................................................... 153 Leitura recomendada...................................................................................................... 153 Referências..................................................................................................................... 154 No próximo capítulo...................................................................................................... 155 Capítulo 5: Avaliações de Ações e Mercados Derivativos......................................... 157 Objetivos da sua aprendizagem..................................................................................... 157 Você se lembra?............................................................................................................. 157 5.1  Modelos de avaliação de ações............................................................................... 158 5.2  Mercado de derivativos........................................................................................... 166 5.3  Tipos de mercados derivativos................................................................................ 170 5.4  Mercado de ouro no Brasil...................................................................................... 179 Atividades...................................................................................................................... 180 Reflexão......................................................................................................................... 180 Leitura recomendada...................................................................................................... 181 Referências..................................................................................................................... 182 Gabarito.......................................................................................................................... 183 A disciplina proporciona o estabelecimento de relações interdiscipli- nares com os conteúdos de outras disciplinas. Estudar os principais métodos res de avaliação de carteira de títulos que proporcionem a me- lhor relação risco e retorno na gestão de investimentos. ã o Prezados(as) alunos(as) Bem vindo(a) à disciplina Mercado Fi- nanceiro! Ela é de fundamental importância aç para os alunos que serão futuros gestores. em que o setor empresa- rial vem exigindo maiores responsabilidades profissionais e uma só- lida formação acadêmica. de crédito. Além da com- preensão do funcionamento do mercado financeiro brasileiro.Administração Financeira. visando a otimização de seus resultados financeiros.Matemática Financeira. . sob os pontos de vista teórico e prático nas técnicas de administração de investimentos e na avaliação de riscos de carteiras de títulos e valores mobiliários. a metodologia da moderna teoria de carteira eficiente com a finalidade de avaliar. também. . medir e quantificar o risco de uma carteira de ações. Seu ent objetivo é levar o aluno a conhecer o funcionamen- to do sistema financeiro brasileiro e dos processos de intermediação financeira.Estatística. será ofere- cido todo o instrumental analítico para as alternativas de investimentos nos principais ativos transacionados nos mercados monetário. Neste cenário a disciplina Mercado Financeiro passa a ser de fundamen- tal importância para os alunos do curso de Administração. . Ap Sua importância é visualizada com maior intensidade quando se pensa na crescente globalização dos mercados financeiros. principalmente dos mercados de capitais. .Matemática para Negócios. de capitais e cambial e. tais como: . . as sociedades de arrendamento mercantil e. vamos estudar a estrutura do sistema financeiro nacional C (SFN) e as principais características das ins- tituições que o compõem. Você vai ver que estas CCC instituições são responsáveis pela realização dos fluxos de recursos financeiros entre os poupadores e CC C tomadores de recursos. De ter feito algum financiamento ou leasing de um imóvel ou de um ve- ículo? Estas são operações realizadas por instituições especializadas em oferecer este tipo de crédito para os agentes econômicos deficitários. • Conhecer os mercados financeiros e seus principais instrumentos. o mais comum hoje em dia. • Entender o papel e os mecanismos necessários para o bom funciona- mento do sistema e as instituições de intermediação. • Entender quais as instituições são responsáveis pela legislação e regu- lamentação. você vai conhecer alguns dos principais mercados financeiros e suas oportunidades de financiamento para as diversas necessidades dos gestores. Além disso. . Você vai entender também. Introdução O Sistema Financeiro Nacional (SFN) pode ser defini- do como o conjunto de instituições financeiras. os bancos múltiplos. Neste capítulo. • Conhecer a definição do Sistema Financeiro Nacional e a sua evolu- ção no Brasil. como as financeiras. que tem na transferência de recursos dos agentes poupadores para os agentes tomadores de recursos. demonstrando como isto pode refletir na sua vida pessoal e pro- fissional. sua principal função. que é necessário o conheci- CCC mento do sistema financeiro devido à importância que o mesmo exerce na economia e no segmento empresarial do país. De acordo com Assaf Neto (2011. p.1). 2003. a necessidade de conheci- mento do SFN é crescente ao longo do tempo. p. explicada pela importância que o segmento empresarial de um país exerce na economia. promovendo o desenvolvimento equilibrado do país. A intermediação financeira. seja produtos para tomadores de recur- sos. complementa que. é obrigada a passar por eles (FARIA. a caderneta de poupança. desse sistema. Mas como a maior fatia de todo dinheiro que nela circula está nos bancos – parte mais importante do SFN –. 1) é aproximar tomadores e aplicadores de recursos da ma- neira mais segura.Mercado Financeiro por meio da qual financia o crescimento da economia. torna-se evi- dente a função. consequentemente. por meio da qual é possível alocar os recursos excedentes aos poupadores às mãos dos agentes tomadores. 74). Sua estrutura oferece aos agentes econômicos segurança e rapidez nas operações de troca de recursos e alternativas variadas na destinação destes recursos. obviamente. por meio do SFN. p. Logo. objetiva e transparente possível. isso porque. pela maior complexidade que suas operações vem apresentando. os poupadores auferem rendimentos como paga- mento pelos empréstimos e os tomadores conseguem fazer suas atividades e projetos se desenvolverem e funcionarem. por empréstimo para capital de giro. Assim. segundo Faria (2003. 37). Proibida a reprodução – © UniSEB 8 . A evolução histórica do Sistema Financeiro Nacional pode ser divi- dida em quatro grandes fases. quanto social. os bancos possuem diversos produtos financeiros a fim de movimentar esta fatia de dinheiro. em condições de financiar o crescimento da economia. como produtos para os agentes aplicadores de recursos. toda atividade da economia. que serão abordadas a seguir. p. via- biliza-se a relação entre agentes carentes de recursos para investimentos e agentes capazes de gerar poupança e. como tam- bém. tanto econômica. O principal objetivo do sistema financeiro nacional (SFN). Assaf Neto (2003. que buscam tais recursos para financiar seus projetos de investimentos. per- mite que todos os participantes deste mercado se encontrem em melhor situação. isso significa que mais recursos financeiros estarão disponíveis para futuros investimentos em capital. conheceremos um pouco da sua origem e da sua evolução histórica. Percebemos uma tendência à redução na quantidade de instituições. Essa redução é da ordem de 15% em relação ao número de instituições em 2009. 2400 2339 2300 2295 2218 2200 2100 2088 2000 1995 1900 1800 2009 2010 2011 2012 2013 Fonte: Banco Central do Brasil (2014) O que é SFN. Quando um país poupa grande parte do seu produto. então? É um conjunto de instituições responsáveis pela captação de recursos financeiros. Da Primeira Guerra Mundial até a Segunda Guerra Mundial (1914 – 1945). 2005. A título de ilustração. o que pode indicar dois processos: fusões de intermediários financeiros ou enxugamento das agências em decorrên- cia da crise financeira de 2009 (Gráfico 1.1  Origem e Evolução Histórica do SFN As quatro grandes fases que marcaram a evolução histórica do siste- ma financeiro nacional foram (BRITO. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB 1. 9 . Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 Sistema financeiro é composto por instituições econômicas que ajudam a promover o encontro entre poupadores (aqueles que consomem menos do que ganham) e os investidores (aqueles que precisam de dinheiro emprestado). 2): 1. o Banco Central oferece a evolução da quanti- dade de instituições dentro do SFN. Da Família Real até a Primeira Guerra Mundial (1808 – 1914). pela distribuição e circulação de va- lores e pela regulação de processo. Portanto.1). Na próxima seção. 2. gerando maior produtividade e melhoria no padrão de vida do país. p. o Sistema Financeiro transfere recursos escassos de poupadores para tomadores de empréstimo. 964).728 – Lei da Regulamentação do Mercado de Capitais.Mercado Financeiro 3. Após a Segunda Guerra Mundial até a Grande Reforma Finan- ceira (1. processo financiado principalmente pelo BNDES.945 – 1. de 31 de dezembro de 1. foram estabelecidos os ban- cos múltiplos. Com relação aos principais eventos ocorridos na terceira fase. com o objetivo de fornecer créditos de longo prazo. será apresentada a atual estrutura do Sistema Financeiro Nacional. Da Grande Reforma Financeira até hoje (1. em 1. com função de supervisão e controle do mercado monetário. e o fortalecimento dos critérios e normas para atividade de intermediação fi- nanceira. e substi- tuição de importação. a criação da Câmara de Compensação em 1. dividindo com o Banco do Brasil as demais funções executivas de auto- ridade monetária. a permissão para instalação de bancos estrangeiros no país. 10 . com acordos comerciais diretamente entre as partes envolvidas. Conselho Monetário Nacional. sendo composto por: Ban- co Central.964 – Lei de Reforma Bancária. • Em 22 de abril de 2. por meio da Resolução 1. com consequente crescimento da atividade bancária no país. Os principais eventos que marcaram a primeira fase foram: a abertura dos portos. • Em 21 de setembro de 1. • Criação do Banco Central. o au- tor cita a criação. A seguir.002.988. a criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).595. entre os eventos da quarta fase estão: • Aprovação da Lei 4. • Aprovação da Lei 4.988.524/1.921.964 – nossos dias). a criação do Banco do Brasil. Banco do Brasil e demais instituições financeiras públicas e privadas. • Organização do Sistema Financeiro. iniciou-se um novo sistema de paga- mentos brasileiro. e em decorrência do comércio internacional. Por fim. reduzindo o risco de liquidação financeira Proibida a reprodução – © UniSEB das transações bancárias e transferindo para o setor privado o risco de crédito do Banco Central com instituições financeiras que apresentam saldo negativo na conta de reservas bancárias. da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc). Os principais eventos da segunda fase foram: a criação da Inspetoria Geral de Bancos em 1.920.945. em período que se estendeu por quase duas décadas. 4. consolidando diversas atividades financeiras sob uma única entidade jurídica. Criação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para Lei da CVM (Lei cuidar da responsabilidade de regulamentar e fiscalizar as 6. as (Lei 4. debêntures etc.404/76) trações financeiras.357/64) monetária (ORTN) que seriam destinados a antecipar receitas.380/64) de recursos como as Letras Hipotecárias. Criação de normas e regulamentos básicos para a estru- Lei do Mercado de turação do sistema de investimentos destinado a apoiar Capitais (Lei 4. as Letras Imo- biliárias e as Cadernetas de Poupança.595/64) rotinas de funcionamento e procedimentos de qualificação das entidades do SFN no subsistema intermediação.728/65) o desenvolvimento nacional e à crescente demanda por crédito. Ele só se regulou como o sistema que conhecemos hoje em decor- rência das leis que possibilitaram seu reordenamento. direitos e deveres de acionistas e órgãos estatutários e legais. Criação de regras claras para as características. forma de Lei das S. Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 Fortuna (2013) e Oliveira et alii (2006) evidenciam que até 1964. nosso SFN não era exatamente estruturado como mostra a evolução an- terior. foram adicionados os recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS. (Lei constituição. Criou-se o Banco Nacional de Habitação (BNH) que ficaria responsável pela gestão do Sistema Brasileiro de Poupan- ça e Empréstimo (SBPE) voltado ao incentivo à constru- Lei do Plano Nacional ção civil e obras de saneamento e infraestrutura urbana.A. cobrir déficits públicos e promover investimentos. O quadro 1. Posteriormente. Lei da Reforma do Sistema Financeiro Nacional Criação do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Ban- co Central do Brasil. criou títulos públicos federais com cláusula de correção tária (Lei 4.385/67) atividades relacionadas ao mercado de valores mobiliários EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB como ações. obrigações societárias. composição acionária. 11 . Criação das normas operacionais. Lei da Correção Mone. Instituiu normas para a indexação dos débitos fiscais. de Habitação (Lei Ficaria responsável por instrumentos próprios de captação 4. as leis que surgiram) e a solução colocada pela adoção de tal legislação.1 seguir apenas sumariza como se deu esse reordenamento considerando os ins- trumentos necessários (ou seja. estrutura de demons- 6. conforme figura a seguir: Subsistema normativo Sistema Financeiro Nacional (SFN) Subsistema de intermediação Fonte: Desenvolvido pelo autor Para Assaf Neto (2011. que são identificados por meio da poupança disponível em poder dos agentes econômicos e direcionados para os setores produtivos carentes de recursos mediante intermediários e instrumentos financeiros.2  Estrutura atual do SFN De acordo com Assaf Neto (2011. todo processo de desen- volvimento de uma economia exige a participação crescente de capitais. por meio do subsistema de interme- diação.040 societária. todos de lizador do mercado de capitais. Adaptado de Fortuna (2013) e Oliveira et alii (2006) 1. Criação de regras para disciplinar os requisitos e proce- dimentos para a constituição. p. autorização para funciona- mento. 37). consequentemente. Proibida a reprodução – © UniSEB em condições de financiar o crescimento da economia.Mercado Financeiro Consolidação dos dispositivos da Lei da CVM e da Lei Nova Lei das S. (Lei das S.A. viabiliza-se a relação entre agentes carentes de recursos para in- vestimento e os agentes capazes de gerar poupança e. p.. incluindo os fundos de 31/10/2002 investimento e os mercados de derivativos. Decreto força à atuação da CVM como órgão regulador e fisca- 3. 12 .303/01). melhorando a proteção aos minoritários e dando 10. bem como o cancelamento da autorização para de 28/11/2002 funcionar de instituições financeiras e demais entidades equiparadas que precisam de autorização prévia do BC para operar no país. transferência de controle societário e reorganização Resolução CMN 3.995 e MP 8. O subsistema nor- mativo é responsável por fiscalizar as atividades desenvolvidas por esse subsistema de intermediação. 37).A. O sistema financeiro nacional é constituído por um subsistema nor- mativo e por um subsistema de intermediação. em que a poupança disponível será direcionada para os setores produtivos carentes de recursos. instituições auxiliares do mercado. o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Caixa Econômica Federal (CEF). atuando mais espe- cificamente no controle e fiscalização do mercado de valores mobiliários (ações e debêntures). Já o subsistema de intermediação é constituído pelas instituições financeiras públicas ou privadas. o subsistema normativo regula e controla o subsistema de intermediação. expedidas pela autoridade monetária. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um órgão normativo de apoio. fiscalizando e regulamentando suas atividades. Estas atividades são executadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil (BACEN). p. p. ou pela oferta seletiva de crédito levada a efei- to pelos agentes financeiros do governo. O sistema financeiro possui uma função econômica e social em função deste processo de distribuição de recursos no mercado. Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 Segundo classificação de Cavalcante. Faz parte também dessa classificação o Sistema Brasileiro de Pou- pança e Empréstimos (SBPE). O SFN. cujos recursos captados são investidos no âmbito do sistema de habitação. e instituições definidas como não financeiras. Regulação e controle são exercidos por meio de normas legais. A seguir serão apresentadas as estruturas detalhadas dos dois subsistemas. que atu- am no mercado financeiro. O subsistema normativo é responsável pelo funcionamento do mercado financeiro e de suas instituições. de acordo com a capacidade que apresentam de emitir moeda. em última análise. pode ser entendido como um conjunto de instituições financeiras e instrumentos financeiros que visam. 36). 75). O SFN é dividido em dois grandes subsistemas: normativo e de in- termediação. assumindo certas responsabi- lidades próprias no mercado financeiro: o Banco do Brasil (BB). O subsistema de intermediação é composto de várias instituições EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB classificadas em bancárias e não bancarias. Compõem ainda este sistema. 13 . três outras instituições financeiras que apresentam um caráter especial de atuação. segundo Assaf Neto (2003. transferir recursos dos agentes econômicos su- peravitários para os deficitários. porém integrantes do mercado financeiro. Misumi e Rudege (2009. você irá conhecer detalhadamente. É importan- Proibida a reprodução – © UniSEB te destacar que.Mercado Financeiro Conselho monetário Comissões nacional – CMN consultivas Banco Central do Subsistema Brasil – Bacen normativo Comissão de valores mobiliários – CVM Instituições especiais Sistema financeiro Banco Nacional de nacional Banco do Desenvolvimento Caixa Econômica Brasil – BB Econômico e Federal – CEF Social – BNDES Instituições financeiras bancárias Institições financeiras não bancárias Subsistema do intermediação Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo – SBPE Instituições auxiliares Instituições não financeiras Figura 2 – Estrutura do Sistema Financeiro Nacional Fonte: Assaf Neto (2003. de cada uma das suas funções. 14 . a preocupação maior é favorecer o encontro dos agentes econômi- cos superavitários e deficitários de modo a ampliar a riqueza do país. seja no subsistema normativo seja no subsistema interme- diação. então. p.76) A seguir. Essa diferenciação das instituições do sistema financeiro nacional facilita o entendimento. as principais características de cada uma das instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional. As primeiras. OLIVEI- RA et ali. MISUMI. Já as instituições auxiliares colocam em contato os poupadores com os investidores facilitando o acesso destes àqueles. É interessante caracterizar as instituições pertencentes à estrutura do SFN: intermediários financeiros e as instituições auxiliares. CAVALCANTE. RUDGE. 2013. em decorrência da utilização de recursos monetários para os mesmos. como as bolsas de valores. e amplia a renda e o produto nacional do país. Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 Conforme citado por muitos autores (FORTUNA.B. Veremos nas demais seções quais são os papéis centrais desses subsistemas e as instituições integrantes deles (comentan- do-as inicialmente). Instituições BNDES Especiais EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB CEF Figura 3 – Estrutura do subsistema normativo Fonte: Desenvolvido pelo autor 15 . segundo Fortuna (2013) captam poupança diretamente do público por meio de iniciativa e responsa- bilidade próprias na aplicação desses recursos junto aos agentes deficitários. o encontro desses dois agentes intensifica o investimento do país. 2006.3  Subsistema Normativo A estrutura do subsistema normativo pode ser representada confor- me figura a seguir: Conselho Monetário Nacional (CMN) Banco Central (Bacen) Subsistema Normativo Comissão Valores Mobiliários (CVM) B. 2005). São exemplos dessa categoria os bancos. 1. uma vez que do Conselho Monetário Nacional costumam pagar juros periódicos e o principal (CMN). principalmente. A Comissão de Valores Mobili- ários (CVM) é um órgão normativo de apoio ao sistema financeiro. Ações são títulos de proprieda- de que representam uma parcela do nanceiro e de suas instituições. assumindo certas responsabilidades próprias e intera- gindo com vários outros segmentos do mercado financeiro. capital social de uma entidade. de acordo com Fortuna (2013). e do Banco Central do Brasil (Ba- cen). Ele foi criado pela Lei 4. como é o caso do Banco do Brasil (BB). bem como fiscalizá-las. Portanto.gov.Mercado Financeiro Assaf Neto (2011.bcb. fisca. sendo o principal responsá. 38) afirma que o subsistema normativo é responsável pelo funcionamento do mercado fi. o Subsistema Normativo é o grande responsável pela elaboração das regras e normas que deverão ser cumpridas pelas demais instituições financeiras. emitidas por sociedades anônimas. O mercado de valores mobiliários será estudado com detalhes nos próximos capítulos. o órgão máximo do SFN é o Conselho Monetário Nacional (CMN) Conexão: que. creditícia e cambial do país. não tem funções Para conhecer mais executivas. o Conselho de Recursos do SFN. órgão normativo máximo.595/1964 e sofreu Proibida a reprodução – © UniSEB algumas alterações na sua composição ao longo dos anos. vel pela direção da política monetária. segundo o mesmo autor. Debêntu- lizando e regulamentando suas ati. a Superintendência de Seguros Privados e a Secretaria de Previdên- cia Complementar. Fortuna (2013) evi- dencia que podemos entendê-lo como um Conselho de Política Econômica do país. do Banco Nacional de Desenvolvimento Econô- mico e Social (BNDES) e da Caixa Econômica Federal (CEF).br/?sfncompev> . A 16 . sobre o Subsistema Normativo. mas com características de título de dívida. no subsistema normativo enqua- dram-se três outras instituições financeiras que apresentam um caráter especial de atuação. no vencimento. atuando mais especificamente no controle e fiscalização do mercado de valores mobiliários (ações e debêntures). Ainda. por excelência. res são obrigações de longo prazo. p. Também fazem parte des- se subsistema. também vidades por meio. Sinteticamente. acesse o site do Banco Central em <http://www. juntamente com o CMN. sendo que no Governo de Castelo Branco ele era composto por seis membros e no Governo Itamar até o surgimento do Plano Real ele era composto por treze membros. simplificou a composição do CMN como vista anteriormente. segundo Fortuna (2013). • Fixação de diretrizes e normas de política cambial. • Regulação sobre as operações de redesconto de liquidez. Além disso. bem como Além disso. O BACEN tem. fun- ciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc) como órgão de assessoramento técnico na formulação da política da moeda e do cré- EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB dito do País. e • Estabelecer ao Banco Central o monopólio de operações cam- biais quando o Balanço de Pagamentos exigir. o conselho ficou responsável por todo um conjunto de atribuições específicas destacando-se: • Autorização de emissão de papel-moeda. compulsórios e definindo as próprias características dos contratos existentes e criando novos (FORTU- NA. são funções do BACEN: 17 . Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 Medida Provisória 542/1994 que dispõe sobre o Plano Real. • Disciplinar o crédito em suas modalidades e as formas das ope- rações creditícias. sendo responsável pelo cumprimento das disposições legais sobre o funcionamento do sis- tema decididas no CMN. uma função de fisca- lizador do Sistema Financeiro Nacional. para fins de política monetária e cambial. A Comoc manifesta-se previamente sobre os assuntos de competência do CMN. Isso ocorreu porque an- teriormente o conselho tinha uma quantidade variável de membros. O segundo órgão mais importante do SFN é o Banco Central (BC) que é o órgão executivo central do sistema financeiro.543/2011. • Criação de limites para a remuneração das operações e serviços bancários ou financeiros. 2013). as condições específicas para a negociação de con- tratos de derivativos. fundar. sob a Lei 12. portanto. estabelecendo limites. • Aprovação dos orçamentos monetários preparados pelo Banco Central. Um dos mais importantes objetivos do conselho é estabelecer as metas de inflação e. O site do Banco Central indica que. • Determinação da taxa de recolhimento compulsório das insti- tuições financeiras. então. • Formalizar e institucionalizar de forma complementar ao COPOM. a disciplina e a fiscalização do mercado de valores mobiliários não emitidos pelo sistema financeiro e pelo Tesouro Nacional. e • Centralizador do Fluxo Cambial: criador das normas. • Executor da Política Monetária: com a determinação da taxa Selic. Podemos resumir. portanto. que é responsável por regular e fiscalizar o mercado de capitais e as sociedades de capital aberto do país. um órgão normativo do SFN voltado para o desenvolvimento. sendo o Gestor e Fiel Depositário das reser- vas internacionais do país. • Banco Emissor: responsável pela emissão do meio circulante (moeda) e preocupação com o saneamento desse meio circu- lante. via Comitê de Estabilidade Financeira (Comef). • Determinar periodicamente. e sendo o representante no Sistema Financeiro Internacional. os processos par a discussão interna via divulgação do Relatório de Estabilidade Financeira e apresentando sua visão do sistema financeiro e suas condições de risco. autoriza- ções. via COPOM (Comitê de Política Monetária). autorizações. registros e fiscalização/intervenção do mercado cambial. • Gestor do Sistema Financeiro Nacional: criador das normas. A CVM foi criada pela Lei 6. garantindo que tenha um correto funcionamento para o mercado cambial. o controle dos meios de pagamento preocupando-se com a liquidez no mercado e a determinação do orçamento monetá- rio e os instrumentos da política monetária. Já a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pode ser entendida como uma autoridade de apoio no SFN. É. a taxa de juros de referência para operações de um dia com títulos públicos (taxa Selic).Mercado Financeiro • Controlar o fluxo de capitais estrangeiros. • Banqueiro do Governo: financiando o Tesouro Nacional com emissão de títulos públicos. fiscalizações e intervenções.385/1976 para Proibida a reprodução – © UniSEB regular e fiscalizar o mercado de capitais. 18 . principalmente às sociedades de capital aberto. administrando as dívidas públicas interna e externa. segundo Fortuna (2013). as tarefas do BC como sendo o • Banco dos Bancos: com recolhimento de depósitos compulsó- rios e redescontos de liquidez. BACEN. em moeda nacional ou es- trangeira. e a custódia de valor de propriedade de terceiros”. as instituições fi- nanceiras servem de intermediários entre os agentes superavitários e deficitários. as instituições financeiras são “pessoas jurídicas públicas ou privadas que tenham como EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB atividade principal ou acessória a coleta. 33) mostram que.A. intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros. É integrante do Ministério da Previ- dência e Assistência Social (MPAS) (FORTUNA. Além disso. p. A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) foi criada pela Lei 12. Oliveira et alii (2006.595/64. O subsistema intermediação é responsável pelas operações de intermediação financeira. Essas instituições são constituídas obrigatoriamente como so- 19 . Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 Está vinculada ao Ministério da Fazenda e tem autonomia financeira. as instituições financeiras podem ser divididas em dois grandes tipos: bancárias ou não bancárias.s e os poderes fiscalizatórios e disciplinadores da CVM foram ampliados de forma a incluir a Bolsa de Mercadorias e Futuros. Entende-se por instituições financeiras os principais agentes econômicos do subsistema intermediação. as enti- dades do mercado de balcão organizado e as entidades de compensação e liquidação de operações com valores mobiliários.152/85 como um integrante do Ministério da Fazenda. 2014). de acordo com a Lei 4. Sua principal responsabilidade é julgar.4  Subsistema Intermediação Ao participar do Sistema Financeiro Nacional.154/09 para substituir a Secretaria de Previdência Complementar (SPC) que era responsável pelo controle e fiscalização dos planos e benefícios e das atividades das entida- des de previdência privada fechada. 23). 1. os recursos das decisões relativas à aplicação de penalidades administrativas pelo BC e pela CVM. Por fim. Em 2001. Se- gundo Fortuna (2013. por exemplo. a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) é respon- sável pelo controle e fiscalização do mercado de seguros. O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) foi criado pelo Decreto 91. editou-se a Lei das S. em segunda e última instância. 2013. previdência pri- vada aberta e capitalização. Define-se uma instituição ban- cária aquela que pode criar moeda por meio do recebimento de depósitos à vista. Os bancos múltiplos são considerados instituições bancárias. sua principal função é “proteger os investi- dores. manter a eficiência e a ordem dos mercados e aumentar a facilidade de formação de capital por parte das empresas”. p. letras de câmbio. as instituições não bancárias são aquelas que não recebem depósitos à vista e trabalham com ativos não monetários como ações. o quadro 1. 20 . financeiras. Bancos Comerciais Bancos de Investimento Bolsas de Valores Bancos Múltiplos Bancos de Desenvolvimento Sociedades Corretoras Sociedades de crédito. socieda- des de arrendamento mercantil etc.5  Instituições de Liquidação e Custódia De acordo com Assaf Neto (2003.2 abaixo indica os tipos de integrantes fi- nanceiros e não financeiros desse subsistema. prestar serviços às pessoas físicas e jurídicas como o recebimento de cheques. não são emitidos fisicamente. exigindo maior organização em sua Proibida a reprodução – © UniSEB liquidação e transferência. custódia de títulos. prestação de serviços de co- brança. ras de títulos e valores to Mercantil mobiliários Sociedades corretoras Cooperativas de crédito de câmbio Instituições Não Financeiras: Fomento Mercantil e Sociedades Seguradoras Quadro 1. de- bêntures etc. grande parte dos títulos públicos e privados negociados no mercado monetário são escriturais. ou seja. certificados de depósitos bancários (CBD). 107). p. servi- ços relacionados ao câmbio etc. Sociedades de crédito Futuros imobiliário Sociedades Distribuido- Sociedades de Arrendamen. bancos de investimento. criar moeda (sem que seja por meio de impressão de moeda. Para facilitar. contas a pagar. os múltiplos e as caixas econômicas. atividade própria do Banco Central). Oliveira et alii (2006) afirma que suas funções são oferecer crédito às empresas.2 – Instituições do subsistema intermediação 1. Por outro lado. financiamento e investimen.Mercado Financeiro ciedades anônimas e compreendem os bancos comerciais. Bolsas de Mercadorias e Caixas Econômicas tos. Essas instituições são conhecidas da população e geralmente são formadas por corretoras. arrecadação de tributos. Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 Desta maneira, todas as negociações referentes a estes valores são controladas e custodiadas por dois sistemas especiais, denominados de Selic e Cetip. 1.5.1  Selic - Sistema especial de Liquidação e Custódia Segundo o Banco Central do Brasil, o Selic é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Bra- sil e nessa condição processa, relativamente a esses títulos, a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custó- dia. Reforçando, todos os títulos A foi são escriturais, isto é, emitidos criada em outubro exclusivamente na forma ele- de 2009 como resultado da união da ANBID – Associação trônica. Nacional dos Bancos de Investimento Este sistema cons- com a ANDIMA – Associação Nacional titui-se de um grande das Instituições do Mercado Financeiro e representa 325 associados, entre bancos computador, que, segundo comerciais, múltiplos e de investimento, asset Assaf Neto (2003, p. 107), managements, corretoras, distribuidoras tem por finalidade controlar de valores mobiliários e consultores de investimento e liquidar financeiramente as operações de compra e venda de títulos públicos e manter sua custódia física e escritural. O sistema, que é gerido pelo Banco Central do Brasil e é por ele operado em parceria com a ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Fi- nanceiro e de Capitais. Participam do sistema, na qualidade de titular de conta de custódia, além do Tesouro Nacional e do Banco Central do Brasil, bancos comer- ciais, bancos múltiplos, bancos de investimento, caixas econômicas, dis- tribuidoras e corretoras de títulos e valores mobiliários, entidades opera- doras de serviços de compensação e de liquidação, fundos de investimento EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB e diversas outras instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional. Tratando-se de um sistema de liquidação em tempo real, a liquida- ção de operações é sempre condicionada à disponibilidade do título ne- gociado na conta de custódia do vendedor e à disponibilidade de recursos por parte do comprador. Se a conta de custódia do vendedor não apresen- tar saldo suficiente de títulos, a operação é mantida em pendência pelo prazo máximo de 60 minutos ou até 18h30, o que ocorrer primeiro. 21 Mercado Financeiro 1. Compra de títulos associada com operação compromissada in 1 2 Banco Vendedor 4 Comprador 3 Central 2. Volta de operações compromissadas intradia associada com venda de títulos 4 3 Banco Comprador 1 Vendedor 2 Central Títulos Fundos Figura 4 – Diagrama Selic – Exemplos de operações associadas Fonte: Banco Central do Brasil 1.5.1.1  Cetip – Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados A Cetip é depositária principalmente de títulos de renda fixa pri- vados, como por exemplo, CDB, RDB, CDI, Debêntures, etc, além de títulos públicos estaduais e municipais e títulos representativos de dívidas de responsabilidade do Tesouro Nacional, de que são exemplos os rela- cionados com empresas estatais extintas, com o Fundo de Compensação de Variação Salarial - FCVS, com o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária - Proagro e com a dívida agrária (TDA). Segundo o Banco Central do Brasil, na qualidade de depositária, a entidade processa a emissão, o resgate e a custódia dos títulos, bem como, quando é o caso, o pagamento dos juros e demais eventos a eles relacio- nados. Com poucas exceções, os títulos são emitidos escrituralmente, isto é, existem apenas sob a forma de registros eletrônicos (os títulos emitidos Proibida a reprodução – © UniSEB em papel são fisicamente custodiados por bancos autorizados). As opera- ções de compra e venda são realizadas no mercado de balcão, incluindo aquelas processadas por intermédio do CetipNet (sistema eletrônico de negociação). 22 Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 1.6  Organismos Internacionais do Sistema Financeiro Internacional A globalização e as transações comerciais entre países possibilita- ram o surgimento de instituições financeiras internacionais para assegurar as relações de troca entre as moedas e empréstimos dos países. Os orga- nismos internacionais são responsáveis por manter o bom funcionamento do sistema financeiro internacional que também tem a função de interme- diar as relações entre poupadores e tomadores de empréstimos em nível internacional. Algumas dessas instituições serão conhecidas nessa seção. 1.6.1  Banco Mundial O Banco Mundial, mais conhecido como BIRD – Banco Interna- cional para Reconstituição e Desenvolvimento, foi fundado na década de 1940 e possui cem países membros. De acordo com Carvalho (2007) os re- cursos do Banco Mundial são aportados pelos países membros, a partir da subscrição de capital, proporcional à participação do país no comér- Conhecido oficialmente como Programa cio internacional. Inicialmente, de Recuperação Europeia foi o principal seu objetivo era promover a res- plano dos Estados Unidos para a reconstru- ção dos países aliados da Europa nos anos tauração econômica da Europa, seguintes à Segunda Guerra Mundial. Fonte: complementando os recursos Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Pla- do Plano Marshall. Com o pas- no_Marshall) sar dos anos, passou a ocupar um papel importante como fonte de recursos de longo prazo para os países em desenvolvimento, em projetos de infra- estrutura. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB O banco empresta a governos ou a projetos que tenham garantia governamental. O crescimento no volume e no montante de transações e a demanda por novas soluções e novos modelos de operação motivaram a criação de várias instituições complementares a fim de agregar aos seus propósitos iniciais outras ações capazes de alavancar o desenvolvimento econômico. 23 Mercado Financeiro É um banco responsável por empréstimos com baixas taxas de juros, crédito com taxas de juro zero e financiamento para países em de- senvolvimento. Eles investem em diversas áreas como educação, saúde, administração pública, infraestrutura, desenvolvimento do setor financei- ro privado, da agricultura e da gestão do meio ambiente e dos recursos naturais. 1.6.2  Banco para Compensações Internacionais Os aspectos globais da economia atual envolvem as transações internacionais por empresas multinacionais, governos soberanos e seus bancos centrais. Contudo, essa participação precisa ser conhecida e or- ganizada por entidades internacionais que favoreçam as transferências de renda entre países em moedas internacionais. Assim, a organização desse sistema financeiro internacional passa pelo Banco para Compensações In- ternacionais (BIS do inglês Bank for International Settlements). O BIS é uma organização internacional que fomenta a cooperação entre Bancos Centrais e outras agências de modo a trazer estabilidade mo- netária e financeira. Ele surgiu em 1930 após as mudanças internacionais decorrentes da Crise de 1929, com a quebra da Bolsa de Nova York e as reparações financeiras após a 1ª Guerra Mundial. Pode ser considerado a instituição financeira internacionais mais velha do mundo e que retém o papel de centralizar as cooperações entre bancos centrais. Atualmente, a missão do BIS é servir aos Bancos Centrais na busca pela estabilidade financeira e monetária, permitir cooperação internacio- nal nestas áreas e agir como banco central dos Bancos Centrais. Assim, suas funções são: • Promover a discussão e facilitar a colaboração entre Bancos Centrais; • Oferecer suporte no diálogo entre as autoridades responsáveis pela estabilidade financeira; • Conduzir pesquisas sobre problemas de política monetária dos bancos centrais; • Agir como a principal contrapartida para os bancos centrais nas suas operações financeiras. Proibida a reprodução – © UniSEB 24 províncias. As decisões são tomadas pelo voto ponderado de cada país. de acordo com Fortuna (2013). ele passou a admitir países membros de fora do conti- nente americano e em 1986. 2013. a criação do FMI (Fundo Monetário Internacional) começou a ser discutida a partir da Grande Depressão na década de 1930. Realizou empréstimos e subsídios em 2013 da ordem de US$ 14 bilhões para o desenvolvimento da região e não financia apenas projetos. Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 1. Seu histórico remete a mudanças ocorridas após a sua criação. Uma das suas principais bandeiras. DC.3  Banco Interamericano de Desenvolvimento . Fortuna (2013) evidencia a organização dessa grande instituição monetária internacional. Atualmente. Ele é sediado em Washington. Isso porque em 1976. esta- dos.4  Fundo Monetário Internacional Uma das instituições financeiras mais importantes do mundo globa- lizado. municípios. promo- vendo o crescimento econômico sustentável. e tem como principais clientes Governos Centrais. criou-se uma subsidiária (Inter-American In- vestment Corporation – IIC) para promover pequenas e médias empresas privadas cujo foco fosse exportação ao oferecer empréstimos e participa- ção em capitais de risco. com o início das suas operações marcado para 1946 e com 39 membros. social e institucional e promover a integração comercial regional na área da América Latina e o Caribe (FORTUNA. sendo finaliza- EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB da em Bretton Wood em 1944. ele é composto por 48 países (18 países da região en- volvendo a América Latina e o Caribe) que são representados pela Dire- toria Executiva. 1. mas também ajustamentos estruturais como reformas econômicas seto- riais buscando o aumento da eficiência. geralmente de quatro anos.6. 2014). segundo informações do seu site. BID. empresas privadas e organizações não governamentais.BID O Banco Interamericano de Desenvolvimento foi criado em 1959 por iniciativa da Organização dos Estados Americanos (OEA) para finan- ciar projetos viáveis de desenvolvimento econômico. de acordo com a quota de contribuição ao fundo que ele desempe- 25 . A contribuição ao capital pelos membros é aumentada a intervalos regulares. é auxiliar os clientes a eliminar a pobreza e a desigualdade.6. Ela é formada por um Conselho de Dirigentes formado pelo Ministro da Fazenda ou o Presidente do Banco Central de cada país-membro. • Mercado de Capitais. até aqueles agentes deficitários. ou seja. com base em quatro subdivisões estabelecidas para o mercado financeiro.Mercado Financeiro nha. servindo de consultor em momentos de crise e concedendo crédito quando ocorrem desequilíbrios temporários do balanço de pagamentos dos países membros. Vale ressaltar que o principal objetivo do FMI é “garantir um siste- ma monetário internacional ordenado. criando as bases para o crescimento balanceado do comércio internacional e da economia dos países-membros” (FORTUNA. • Mercado de Crédito.7  Mercados Financeiros e seus instrumentos O que vamos aprender nessa seção envolve os diversos mercados financeiros que compõem o SFN. “Mas qual é o tamanho desse fundo?” você deve-se perguntar. É importante frisar que os EUA têm 18% dos votos o que os dá o di- reito de veto nas decisões mais importantes. • Mercado Monetário. 1053). que tem um excesso de fundos. São mercados nos quais os recursos financeiros são transferidos dos agentes superavitários. 26 . previsível e livre. O gráfico 1 abaixo indica o percentual de cada moeda que integra o SDR. isto é. Entende-se por mercados financeiros o mecanismo ou ambiente por meio do qual se produz um intercâmbio de ativos financeiros e se determinam seus preços. ele é o supervisor do sistema monetário internacional focando nas polí- ticas monetária e cambial dos países membros. Ou seja. p. O valor do SDR é determinado pelo movimento das taxas de câmbio entre estas moedas. 1. p. 2013. criados pelo FMI e que circulam entre os bancos centrais via trocas por moedas fortes com outros países-membro. Proibida a reprodução – © UniSEB • Mercado Cambial. estável. De acordo com Assaf Neto (2003. Os SDRs são ativos de liquidez internacional. a intermediação financei- ra desenvolve-se de forma segmentada. que tem necessidade de fundos. que refletem a importân- cia de cada membro na economia mundial – elas são revistas a cada cinco anos e são conhecidas como Special Drawing Rights (SDR). 106). Ele é a soma da subscrição (quotas) de seus membros. Os papéis que lastreiam as operações do mercado monetário. p. além de diversos títulos emitidos pelos Es- tados e Municípios.3 – Características dos mercados financeiros segundo Pinheiros (2009). No mercado monetário ainda são negociados os certificados de de- pósitos interfinanceiros (CDI). 1. 1.7. Estes títulos serão vistos em detalhes no capítulo 2. caracterizam-se pelos reduzidos prazos de resgate e alta liquidez. Os papéis são negociados nesse mercado tendo como parâmetro de referen- cia a taxa de juros. 107).7. o mercado monetário encontra- se estruturado visando o controle da liquidez monetária da economia. p. são negociados. e títulos de emissão privada. Quadro 1. o mercado de crédito tem por objetivo fundamental suprir as necessidades de caixa de curto e médio prazos dos vários agentes econômicos. Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 O quadro abaixo sumariza as principais características de cada tipo de mercado. os papéis emitidos pelo: • Banco Central do Brasil: voltados à execução da política mo- netária do Governo Federal. 118). Vamos conhecer um pouco de cada um desses mercados nas próxi- mas seções. que se constitui em sua mais importante moeda de transação..1  Mercado Monetário Segundo Assaf Neto (2003.2  Mercado de crédito Conforme Assaf Neto (2003. podendo ser por meio de conces- 27 . • Tesouro Nacional: emitidos com o objetivo de financiar o orçamento público. Neste mercado. exclusivamente entre instituições financei- ras. como o certificado de depósito bancário EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB (CDB) e debêntures. 6 4.5 15 – 10. Define-se como spread bancário a diferença entre os juros que o banco cobra ao emprestar moeda a um agente deficitário e a taxa Proibida a reprodução – © UniSEB que ele mesmo paga ao captar dinheiro com um agente superavitário. já que cada uma delas envol- 28 .9 17. normalmente. percebe-se que suas atividades têm evoluído para um processo de diversificação de produtos financeiros.2 0– Setor público Indústria Habitação Rural Comércio PF Outros serviços • 2008 • 2009 Figura 5 – Direcionamento do crédito para as atividades econômicas Fonte: Banco Central do Brasil (2014) Além disso. Composição % 35 – 32. As operações de financiamento de bens de consumo duráveis pra- ticadas pelas sociedades financeiras muitas vezes também são incluídas no campo do mercado de crédito.9 9.Mercado Financeiro são de empréstimos às pessoas físicas ou por empréstimos e financiamen- tos às empresas. Os bancos têm por objetivo principal reforçar o volume de captação de recursos. Esse valor pode variar de acordo com a operação.7 7.5 20 – 17. pois disponibiliza recursos a mé- dio prazo aos consumidores de bens de consumo. realizadas por ins- tituições financeiras bancárias.2 21. por meio de instituições financeiras não bancárias. A atuação do mercado torna-se mais abrangente considerando essa estrutura.2 6.2 10 – 8.7 30 – 25 – 24.2 5.7 31. bem como na área de serviços prestados. esse mercado financeiro é conhecido pelo famoso spre- ad bancário. As operações desse mercado são. mais especificamente bancos comerciais e múltiplos.5 5– 2. que permite recuperar os de- pósitos ou créditos mantidos em instituição financeira. que administra um mecanismo de proteção aos correntistas. os bancos múltiplos. as sociedades de crédito. Banco Central do Brasil (2014). O Brasil. Estão associados ao FGC a Caixa Econômica Federal. financiamento e investimen- EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB to. as companhias hipotecárias e as associações de poupança e empréstimo. 29 . Ele foi criado com a Resolução 2. o Fundo Garantidor de Crédito (FGC). em contas de poupança ou depósitos a prazo.222 de 23 de maio de 2013 deu-se nova redação ao sistema de garantia do FGC.Operações de Crédito Livres (até mar/14) 32 30 28 pontos percentuais 26 24 22 20 18 16 14 12 10 mar 11 mar 12 mar 13 mar 14 set 11 dez 11 set 12 dez 12 set 13 dez 13 jun 11 jun 12 jun 13 Total Pessoas Físicas Pessoas Jurídicas Gráfico 2 – bancário em operações de crédito livres (até março de 2014). sem fins lucrativos. Integra esse mercado. em funcionamento no País. o FGC é uma entidade privada. também. contudo. os bancos comerciais. que: • recebam depósitos à vista. é famoso por ter um dos maiores spre- ads bancários do mundo. O gráfico abaixo indica a evolução mensal do spread bancário de 2011 a março de 2014 com dados do Banco Central. as sociedades de crédito imobiliário. de liquidação ou de falência. Spread Bancário . os bancos de investimento.197 de 31 de agosto de 1995 e na Resolução 4. Também segundo o Banco Central (2014). até determinado valor. em caso de intervenção. poupadores e investidores. os bancos de desenvolvimento. Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 ve certo risco. p. a expressão “taxa de câmbio” ge- ralmente indica o preço de uma moeda internacional de referencia que. em moeda nacional. é o dólar-norte americano. Contudo.00.Mercado Financeiro • realizem aceite em letras de câmbio. Assaf Neto (2003. após 08. contribuir para a manutenção da estabilidade do Sistema Financeiro Nacional. 1. os devedores que tenham obtido empréstimos no exterior. Assim. A taxa de câmbio representa o valor com que a autoridade monetária de um país aceita negociar sua moeda por meio da compra ou venda de moeda estrangeira. de uma unidade de moeda estrangeira. A taxa de câmbio é o preço.03. no caso brasileiro. ou contra todas as instituições associadas do mesmo conglomerado financeiro. e • captem recursos por meio de operações compromissadas tendo como objeto títulos emitidos. por empresa ligada.00. e contribuir para prevenção de crise bancária sistêmica. como a taxa é o preço da moeda. Segundo Passos (2005). assim como.7.2012.000. está sujeita à lei de oferta e da procura. que pode ser comprado ou vendido a determinado preço em relação à outra moeda. As mesmas forças que. Obviamente há pelo menos tantas taxas de câmbio quanto moedas estrangeiras. proteger os depositantes e investidores no âmbito do sistema financeiro. até os limites estabelecidos pela regulamen- tação.53) afirma que o Banco Central é o responsável por adquirir moeda estrangeira e por pagar em moeda nacional os exportadores de bens e serviços. Ele tem como finalidade. já estamos expressando a taxa de câmbio entre duas moedas: US$ 1. de letras hipotecárias. de letras de crédito imobili- ário ou de letras de crédito do agronegócio. Para tanto. • captem recursos mediante a emissão e a colocação de letras imobiliárias. no mercado 30 . será garantido até o valor de R$ 250.00 = Proibida a reprodução – © UniSEB R$ 2. o total de créditos de cada pessoa contra a mesma instituição asso- ciada. quando falamos que um dólar norte-americano vale R$ 2. De acordo com Maia (2011). é o preço de uma moeda em termos de outra.3  Mercado de Câmbio A moeda de uma economia é como se fosse um produto negociável no mercado.00 (duzentos e cin- quenta mil reais). Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 alteram o preço das mercadorias, também afetam a taxa cambial. Por exemplo: • especulação – especular com moedas é mais fácil do que espe- cular com mercadorias, pois estas são de estocagem mais difícil e tem menor liquidez; • governos – eles interferem com maior frequência no merca- do cambial. Segundo Madura (2008), os governos de países estrangeiros podem influenciar a taxa de câmbio de equilíbrio de muitas maneiras, como: impondo barreiras ao câmbio e ao comércio estrangeiro, intervindo no mercado de câmbio estran- geiro e afetando variáveis macro, como inflação e taxa de juros. • taxas de juros – elas provocam migrações de capitais, que se movimentam de um país para outro à procura de um lucro maior. Quando a moeda nacional fica muito valorizada, prejudica a expor- tação. Porém, uma desvalorização da moeda provoca outros problemas, tais como a elevação dos custos dos insumos importados, assim como o crescimento do endividamento em moedas estrangeiras das empresas na- cionais. Em face disto, os governos passaram a intervir no mercado cam- bial, muitas vezes com reflexos nocivos ao nosso comércio com o exterior (MAIA, 2011). De acordo com Madura (2008), as oscilações da taxa de câmbio afetam o valor de uma multinacional porque elas podem influenciar o mon- tante de entradas no caixa recebido de exportações ou de uma subsidiária e o montante de saídas do caixa necessário para pagar as importações. Uma taxa de câmbio mede o valor de uma moeda em unidades de outra moeda. Quando as condições econômicas mudam, as taxas de câmbio po- dem mudar consideravelmente. Madura (2008) afirma que um declínio no valor de uma moeda é conhecido como desvalorização. Quando o real se desvaloriza perante o dólar americano, isso significa que o dólar ameri- cano está se fortalecendo em relação ao real. O aumento do valor de uma EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB moeda é conhecido como valorização. Sistemas de taxas de câmbio De acordo com Madura (2008), os sistemas de taxas de câmbio podem ser classificados de acordo com o grau em que as taxas de câmbio são controladas pelo governo. Os sistemas de câmbio normalmente en- tram em uma das seguintes categorias: 31 Mercado Financeiro Sistema de taxa de câmbio fixa Em um sistema de câmbio fixo, Maduro (2008) afirma que, ou as ta- xas de câmbio são mantidas constantes ou têm permissão de flutuar dentro de limites bem estreitos. Se uma taxa de câmbio começar a oscilar demais, os governos intervêm para mantê-la dentro dos limites. Em algumas situa- ções, um governo desvalorizará ou reduzirá o valor de sua moeda perante outras moedas. Em outras situações, ele valorizará ou aumentará o valor de sua moeda perante outras moedas. Segundo Madura (2008), as vantagens deste sistema é que as mul- tinacionais podem se envolver com o comércio internacional sem se preocupar com a taxa de câmbio futura, tornando suas tarefas gerenciais menos difíceis. Uma desvantagem é que ainda há o risco de o governo alterar o valor de uma moeda específica. Embora uma multinacional não esteja exposta às oscilações contínuas de uma taxa de câmbio, enfrenta a possibilidade de que seu governo desvalorize ou valorize sua moeda. Ou- tra desvantagem é que, de um ponto de vista macro, este sistema poderá fazer com que cada país fique mais vulnerável às condições econômicas de outros países. Sistema de taxa de câmbio flutuante livre Em um sistema de taxa de câmbio flutuante livre, o valor do câmbio é determinado pelas forças de mercado sem a intervenção dos governos, ajustando-se sobre uma base contínua em resposta às condições de oferta e demanda dessa moeda. As vantagens deste sistema é que o país se isola mais da inflação e fica mais afastado dos problemas de desemprego de outros países. Madura (2008) afirma que uma vantagem a mais deste sistema é que um banco central não é requerido para manter as taxas de câmbio constantemente dentro de limites específicos. Portanto, não é forçado a implantar uma política de intervenção que possa ter um efeito desfavorável sobre a eco- nomia apenas para controlar as taxas de câmbio. Madura (2008) comenta que os problemas econômicos de um país podem muitas vezes ser provocados pelas taxas de câmbio flutuante livres. Sob um sistema assim, as multinacionais precisarão dedicar recursos subs- Proibida a reprodução – © UniSEB tanciais para medir e gerenciar a exposição às taxas de câmbio flutuante. 32 Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 FLAVARONE | DREAMSTIME.COM Modalidades de taxas de câmbio Neste tópico vamos fazer um breve comentário sobre algumas mo- dalidades a respeito de taxas de câmbio. Taxas Cruzadas (cross rates) Por meio de um exemplo, Maia (2011) explica o conceito de cross rates: suponhamos que um operador de câmbio queira saber a equivalên- cia do franco suíço (Sw.Fr) com o euro (€). Ocorre que ele só dispõe da taxa dessas duas moedas em relação ao dólar (US$). Assim teríamos: US$ 1,00 = Sw.Fr 1,4685 US$ 1,00 = € 1,5865 Logo, Sw.Fr 1,4685 = € 1,5865 Por meio de uma regra de três, saberíamos que Sw.Fr. 1,00 = € 1,0803 ou € 1,00 = Sw.Fr. 0,9256. Portanto, a cross rate é a cotação de duas moedas com base numa terceira. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB Taxas prontas (spot) e futuras (forward) Segundo Maia (2011), uma operação de câmbio é realizada com taxa pronta (spot) quando a entrega da moeda estrangeira e seu pagamento em moeda nacional. 33 Mercado Financeiro Exemplo de taxa pronta (spot): um importador compra câmbio, hoje, no Banco do Brasil, para liquidar uma importação devendo pagar na data estabelecida. Quando o Banco do Brasil receber o pagamento em moeda nacional, expedirá a ordem para o exterior. Quando uma operação de câmbio é realizada com taxa futura (forward) é quando a entrega da moeda estrangeira e seu pagamento em moeda nacional são feitos além de dois dias da data de fechamento do contrato de câmbio. Taxas livres e oficiais Taxa livre, segundo Maia (2011), é aquela fixada pela oferta e pro- cura, formando-se dentro de um mercado totalmente livre. A única inter- venção do governo será comprar ou vender divisas quando a taxa atingir pontos preocupantes. Já a taxa oficial é a taxa fixada pelo governo que, mesmo imposta pelas autoridades monetárias, não pode fugir muito da realidade de mercado. Além disso, quando se fala em tipos de taxas de câmbio, também devemos destacar as definições para câmbio turismo e comercial que são as mais comentadas na mídia. O Banco Central (2014) indica que as ter- minologias câmbio comercial (ou dólar comercial) e câmbio turismo são usadas no mercado para indicar as diferentes taxas praticadas de acordo com a natureza da operação. O câmbio turismo é utilizado comumente para classificar as ope- rações relativas à compra e venda de moeda para viagens internacionais, geralmente em espécie. Já o câmbio comercial é usado para as demais operações realizadas no mercado de câmbio, tais como: exportação, im- portação, transferências financeiras, etc. Essas expressões são utilizadas mesmo quando as operações são realizadas em outras moedas estrangei- ras, como o euro, iene, etc. Ainda segundo o Banco Central (2014), é importante destacar que a taxa de câmbio pode variar de acordo com a natureza da operação, da forma de entrega da moeda estrangeira e de outros componentes tais como valor da operação, cliente, prazo de liquidação etc. Proibida a reprodução – © UniSEB 1.7.3.1  O mercado de crédito internacional 34 de acordo com Carvalho (2007). Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 É possível relacionar as atuações das empresas via empréstimos no mercado internacional. comumente utilizada nas operações internacionais de emprésti- como créditos do eurodólar. Rate) é a taxa de juros interbancária do Estes empréstimos são referidos mercado de Londres. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB 1. instituições financeiras internacionais.4  Mercado de Capitais O mercado de capitais está estruturado de forma a suprir as neces- sidades de investimentos dos agentes econômicos. Em alguns casos. da pelos bancos americanos de seus clientes O diferencial do euromer. É constituído pelas instituições financeiras não bancárias. cado é o baixo spread (a diferença de juros entre empréstimos e a re- muneração dos depósitos) que o mer- cado do eurodólar aplica na concessão de empréstimos. que é a taxa de captação do euromercado aplicada aos eurocréditos. Já a Prime Rate é a taxa de juros cobra- “eurocréditos”.7. Eurocréditos. ou mos. através de diversas modalidades de financiamentos a médio e longo prazo para capital de giro e capital fixo. o euromercado utiliza também como referencial a taxa de mercado de “di- nheiro” dos Estados Unidos. classificados como preferenciais. instituições componentes do sistema de poupança e empréstimo (SBPE) e diversas instituições auxiliares. que é a prime rate. governos soberanos e empresas que apresen- tam perfil internacional em suas operações vinculadas a euromoeda. De acordo com Carvalho (2007) os em- préstimos bancários internacionais dos bancos comerciais internacionais têm como uma das suas principais A Libor (London Interbank Offered fontes de fundos o euromercado. ficando normalmente abaixo de 1% a diferença entre captação e aplicação de recursos. são os empréstimos bancários do euromercado para empresas multinacionais. As operações de eurocréditos possuem prazos de média de seis me- ses não sendo permitido o pré-pagamento da operação. Os eurocréditos são estruturados em dois segmentos: uma linha de crédito em eurodólar e uma linha de crédito garantida rotativa. Os financiamentos de prazo indetermi- 35 . Os juros destes empréstimos tomam como referencial a Libor. necessitar de dinheiro. 67). 29). não se discutindo sua formação e origem (ASSAF NETO. além da taxa de desconto para à vista. p. cujo vencimento se dará em alguma data futura. p. A emissão do título origina-se de um contrato de compra e venda a prazo. Por exemplo. receber à vista o valor de seu crédito mediante pagamento de encargos e juros. p. que incorpora. avais e notas pro- missórias (ASSAF NETO. 2011. o IOF e despe- sas bancárias de administração. que fica solidariamente responsável com o devedor pelo pagamento do crédito (SANTOS. O Desconto Comercial é a forma tradicional de financiamento de giro. isto é. poderá negociá-lo.Mercado Financeiro nado são operações que envolvem a emissão e a subscrição de ações (AS- SAF NETO. As garantias podem ser oferecidas por meio das duplicatas. 2011. 14). A nota promissória é um título de crédito que representa uma promessa de pagamento feita pelo próprio devedor em favor do cre- dor. 2011. A duplicata é um título de crédito representativo de uma transação de compra e venda mercantil. Esses desembolsos são geralmente cobra- dos sobre o valor nominal do título (valor de resgate) e pagos ou descon- tados no momento da liberação dos recursos (SANTOS. 2011. 74). p. 2011. A dívida expressa na nota promissória é considerada líquida e certa. Proibida a reprodução – © UniSEB Operações de repasses As operações de repasses constituem-se em empréstimos contra- tados por instituições financeiras do mercado de capitais e repassados a 36 . prazo de resgate e encargos financeiros. ou prestação de serviços. O desconto de recebíveis é uma forma de antecipar o recebimen- to de um crédito mediante a cessão de seus direitos a um mutuante. como: garantias. dada por pessoa física ou jurídica. 72). Algumas das principais fontes de financiamento dentro do mercado de capitais são: Financiamento do capital de giro Os empréstimos para capital de giro são oferecidos pelos bancos por meio de uma formalização contratual que estabelece as condições básicas da operação. se o credor de uma nota promissória. Por ser emitido pelo devedor. Aval é uma garantia pessoal do pagamento de um título de crédito. este título não costuma ser utilizado em operações comerciais de venda. p. por parte do primei- ro. Um arrendamento mercantil pode ser financeiro ou operacional. p. 2011. entre outras (ASSAF NETO. 84). Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 empresas carentes de recursos para investimentos de longo prazo. A trans- ferência desses recursos processa-se normalmente mediante a intermedia- ção de alguma instituição financeira do mercado de capitais. O arrendamento mercantil para pessoa física trata-se de uma ope- ração de arrendamento ou aluguel de veículos de passeio. 2010. é observada a essência da transação e não a forma do contrato (IUDICIBUS et al. 2011. 13). visando ao financiamento de capital de giro e capital fixo (ASSAF NETO. p. 37 . p. A classificação adotada pelo CPC 06 leva em consideração de quem são os riscos e benefícios inerentes à propriedade do bem. do arren- dador ou do arrendatário. o bem é adquirido pela arrendadora. 84). de certo bem durante um prazo determinado. A amortização dessa modalidade de financiamento ocorre de forma mensal e a longo prazo – opcionalmente em 24 ou 36 meses. Arrendamento mercantil A operação de arrendamento mercantil (leasing) pode ser compreen- dida como uma forma especial de financiamento.. seguindo as especificações técnicas fornecidas pelo cliente. Após a aprovação do crédito. 2011. essa moda- lidade é praticada mediante a celebração de um contrato de arrendamento (aluguel) efetuado entre um cliente (arrendatário) e uma sociedade de arren- damento mercantil (arrendadora). Ao final do contrato o cliente poderá optar por uma das três alternativas: comprar o bem pelo seu valor residual. Os re- passes podem ser internos e externos (ASSAF NETO. 84). devendo a classificação ser feita no início do contrato. visando à utilização. garantias reais. apresen- EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB tar interessados na compra do bem pelo valor residual ou devolver o bem à arrendadora (SANTOS. Basicamente. 2011. in- dustriais e de serviços nacionais. títulos de crédito. de acordo com suas características. As operações de repasses de recursos externos processam-se por meio da contratação de empréstimos em moeda estrangeira por parte de instituições financeiras sediadas no país e seu consequente repasse às empresas comerciais. p. 2011. Os repasses internos consistem na alocação de disponibilidades provenientes de fundos governamentais em diversos ativos de empresas nacionais considerados como de interesse econômico nacional. p. cujo pagamento é efetuado em forma de aluguel (arrendamento) (ASSAF NETO. p. Ainda na classificação. 255). 84). As garantias oferecidas para as operações de repasses são duplicatas. Essa modalidade constituiu-se em locação de um bem. 2011. MISU- MI e RUDGE. – Operações de arrendamento sa de leasing (arrendadora). iguais e sucessivas. Como não há nada que garanta a valorização das ações. A oferta pública inicial é um evento importante na economia de um país: na verdade. 245). as instituições financeiras não podem recomendar ou desaconselhar o investimento e. permitindo que seja novamente arren- dado no mercado (ASSAF NETO. 246). o inves- tidor precisa fazer uma análise cuidadosa da empresa e do setor no qual ela atua antes de decidir participar do IPO (CAVALCANTE. Por determinação da CVM. Oferta pública de ações A abertura de capital de uma empresa se concretiza quando ela lança uma IPO (Initial Public Offering) de suas ações. como não existe um histó- rico prévio da companhia. 85). em que o valor residual obtido ao final do contrato é avaliado por seu preço de Conexão: mercado. Esses investidores apenas detêm uma parcela das ações da empresa que foram compradas no mercado. 246). nada impedindo que sejam estabelecidas outras formas de pagamento.org. O bem é geralmente mercantil – pelo link <http:// www. O investidor deve encarar a IPO da empresa para levantar dinheiro por meio da venda de uma parte de seu patrimônio aos sócios (CAVALCANTE. apesar de bastante difundido no exterior. correndo todas ções acerca das operações de leasing acesse o CPC 06 as despesas de manutenção por conta da empre. a empresa deixa de ser privada e passa a ser propriedade de um conjunto de investidores. toda empresa que possui ações listadas em mercados organizados e negociados publicamente já teve uma oferta pública inicial (CAVALCANTE.pdf> contratado. O denominado leasing operacional. p. p. 2009.Mercado Financeiro As prestações do aluguel do bem. 2009. sendo que a maioria deles não está envolvida nas operações diárias da empresa. 38 . amplamente adotada no Brasil. 2009. p. Ao lançar sua IPO. Os valores pagos na locação não podem Para maiores informa- ultrapassar 75% do valor do bem. as informações que poderão servir de base para Proibida a reprodução – © UniSEB análise serão as que constam no prospecto da oferta pública. comumente denominadas contra- prestações. Essa modalidade de arrendamento é denominada de leasing financeiro.br/pdf/ devolvido à empresa de leasing ao final do prazo CPC06_R1. MISUMI e RUDGE.cpc. p. MISUMI e RUDGE. expressa pouco uso no Brasil. são normalmente mensais. Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 Securitização de recebíveis O objetivo da securitização de recebíveis é permitir à empresa a obtenção de recursos a taxas menores que as praticadas no mercado. Não costumam apresentar garantia real. títulos de renda fixa e representati- vos de dívidas de maior maturidade. p. Os bônus são. O risco de crédito desse tipo não é analisado com base na avaliação individual de cada devedor. dades anônimas abertas ou fechadas. A empresa deve ter carteira de recebíveis de curto prazo pulverizados (BRITO. p. sem comprometer o seu limite de crédito com os credores e sem alterar os índices de endividamento do seu Balanço. As taxas de juros pagas são fixas ou flutuantes (ASSAF NETO. senta uma nota promissória de natureza comercial emitida por socie- ses títulos são geralmente em. p. emitidos diretamente pelos tomado- res de recursos. 2011. levando-se em conta o risco de inadimplência da carteira de cada empresa (BRITO. p. essencialmente. p. 319). 2005. 39 . Os títulos emitidos são representativos de dívida. cuja presas privadas e. podendo eventualmente ser negociados com garantia por O commercial paper repre- fiança bancária. O prazo de emissão desses títulos é geralmente inferior a um ano Os bônus prometem pagamentos e os títulos não possuem garantias reais periódicos de juros e amortização (ASSAF NETO. Os ativos financeiros são transformados em títulos negociáveis no mercado secundário. 2005. 87). 180). destacam-se duas importantes formas de captações das empresas processadas pela emissão de bônus e commercial papers (AS- SAF NETO. 2011. com risco vinculado especificamente ao desempenho dos ativos securitizados. 2011. mas mediante cálculo atuarial. Nesse contexto. Mercado de bônus (Bonds) O mercado internacional de dívidas permite também o levantamen- to de recursos por meio da emissão de títulos pelos próprios tomadores. até mesmo. 87). 180). EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB do principal ao final do prazo de aplicação. Os emitentes des. colocação no mercado é intermediada por governos e instituições públicas. uma instituição financeira. Quais são as funções do FMI? Explique-as. M. Descreva o propósito do Banco Mundial e do BID. Leitura recomendada Você aprenderá mais sobre esses subsistemas do SFN ao ler o se- guinte texto. Descreva as partes que compõem o sistema financeiro nacional. são os mercados fi- nanceiros e suas oportunidades de créditos e financiamentos para os diver- sos tipos de clientes e necessidades. Parte integrante desse sistema. 06.Mercado Financeiro Atividades 01. A autora se propõe a analisar alguns integrantes do subsiste- ma intermediação e dos agentes especiais no mercado de crédito. Como as instituições financeira bancárias e não bancárias influen- ciam no Subsistema Intermediação? 04. 02. Quais são os títulos do mercado de capitais? Explique-os. 40 . 03.M. 05. normas e um ambiente que propicie a evolução dos investimentos e da poupança no país.W. Explique a importância do subsistema normativo no SFN. bem como suas importâncias e papéis. Proibida a reprodução – © UniSEB Artigo: Participação dos bancos públicos na recente expansão do crédito no Brasil Autora: MARQUES. 07. Explique os mercados financeiros indicando suas diferenças e seus propósitos. Reflexão O Sistema Financeiro Nacional proporciona uma divisão clara das tarefas de cada agente que faz a intermediação financeira. Eles são distintos entre as suas metas? Explique. oferecendo regras. Esses temas discutidos neste capítulo mostram como esses conceitos são importantes para o conhecimento de qualquer gestor. Economia monetária e fi- nanceira. 2000. R. Economia Monetária. Intermediação fi- nanceira no Brasil: influência na taxa de captação sobre a taxa de aplicação. 41 . GONÇALVES. Disponível em <http://www. bis. Rio de Janeiro: Elsevier... 83rd BIS Annual Report 2012/2013. Economia Inter- nacional. CANUTO... MISUMI.lume. Osias Santana de.gov.Y. 2005. Fernando Cardim de et al. Atribuições. BIS. ed. BERCHIELLI. Alexandre. CARVALHO. O. Disponível em <http://www. Acesso em: 30 set. CAVALCANTE. Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 Disponível em: < http://www. Acesso em: 21 jul. São Paulo. Mercado financeiro.br/\>. São Paulo: Saraiva. CONSELHO DE VALORES MOBILIÁRIOS. BANCO CENTRAL DO BRASIL. 5. 2006. 2004. 6ª reimpressão. Francisco O. J. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB CLEMENTE. como funciona.. KÜHL. São Paulo: USP. Anais.. BRITO. L.cvm. RUDGE. Disponí- vel em <http://www. Ademir. 2010. São Paulo: Sarai- va.F. 2005. Perguntas frequentes de Taxa de Câmbio. Marcos Roberto. F. 2003. BAUMANN.br/pre/bc_atende/port/ taxCam. R. Rio de Janeiro: Campus. São Paulo: Atlas. Acesso em: 22 maio 2014. Mercado financeiro. 6. Mercado de Capi- tais: o que é.gov.org/publ/arpdf/ar2013e. Referências ASSAF NETO. In: Congresso USP de Controladoria e Contabilidade. Rio de Janeiro: Elsevier. 2014. 2000.bcb. CD-ROM.pdf>. 2006..ufrgs.asp#7>.br/handle/10183/77616> Ano de publicação: 2011. Juliano Lima. 2002. ROSSETTI. 1973. et alii. São Paulo: Atlas. Proibida a reprodução – © UniSEB 42 . LOPES. Irvin. 7 ed. 5ª Ed. 1998. V. Jorge Katsumi. 2005. Richard D. Monetary economics and financial markets. 1982. Antonio Alberto Grossi. El dinero. ampl. João do Carmo. São Paulo: Prentice Hall. 5ª Ed. Carlos R. GOMES. Rio de Janeiro: Elsevier. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora. Barcelona: Ediciones Universidade de Navarra. E. PINHEIRO. MAYER. Mercado Financeiro: produtos e serviços. Otto. Oliveira. 2009 ROSSETTI. 19ª Ed. Introdução à Economia. KAUFMAN. O sistema financeiro nacio- nal comentado: instituições supervisoras e operadoras do SFN & po- líticas econômicas. George G. Economia Mo- netária. NOGAMI. Illi- nois: Ed. 2013. São Paulo: Pioneira Thomson Learning. São Pau- lo: Atlas. operações financeiras e administração de risco. Rogério Gomes de. Paul A. José Paschoal. Contabilida- de de Instituições Financeiras. Mercado de Capitais: fundamentos e téc- nicas. FERNANDES. PASSOS. FORTUNA. el sistema financeiro y la econo- mia. São Paulo: Saraiva. 2002 OLIVEIRA. NIYAMA. Amaro L. 2006. 2003. Princípios de Economia. ed. e atual.Mercado Financeiro FARIA. Mercado Financeiro: instrumentos e operações. 19 ed. 2006.. rev. José Paschoal. São Paulo: Atlas. Mercado Financeiro: uma abordagem práti- ca dos principais produtos e serviços. São Paulo: Atlas. 2. M. Além disso. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB 43 . discutiremos o que são títulos de renda fixa. quais são os principais produtos desse tipo com seus cálculos e remunerações possíveis. você aprenderá alguns conceitos sobre o que são riscos das aplicações financeiras e como podemos dividi-los para facilitar o entendimento do risco que cada gestor aceita em determinado projeto. Sistema Financeiro Nacional e os Mercados Financeiros – Capítulo 1 No próximo capítulo No próximo capítulo. Mercado Financeiro Minhas anotações: Proibida a reprodução – © UniSEB 44 . é preciso comentar os princi- pais tipos de produtos financeiros que são oferecidos no mercado finan- ceiro para que as empresas os utilizem como fontes de financiamento (ou seja. o Furacão Katrina danificou mais de 295 mil residências que precisariam ser res- sarcidos dados os seguros que haviam feito com tal empresa. • Entender quais são os tipos de risco existentes. como recursos de terceiros dentro da sua estrutura de capital). Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas 2 Esse capítulo mostra alguns dos principais conceitos sobre as medidas de risco que devem lo ser considerados por qualquer gestor. Isso acontece com tanta frequência que Gitman (2012) Cap mostra um exemplo da State Farm Insurance e dos elevados riscos que ela incorreu com que. principalmente no que se refere a escolha das melho- res oportunidades para uma empresa. • Conhecer a aplicação do Tesouro Direto. Diversos negócios estão sujeitos a multiplicidade de riscos nas ativida- des rotineiras delas. • Conhecer os títulos de renda fixa e os papéis financeiros. Você se lembra? De ter ouvido falar em riscos de uma aplicação financeira? Ou da possibilidade de um projeto de uma empresa dar er- rado? O tema risco é muito importante para um gestor. . o que exige que os gestores estejam preparados para analisar os riscos das diversas operações da empresa de modo a alocar a receita da empresa de forma mais harmoniosa para evitar perdas elevadas. Este fato de difícil previsão custou US$ 6 bilhões para a empresa em indenizações. Objetivos da sua aprendizagem • Aprender os conceitos de risco e retorno. uma vez que toda aplicação financeira ou projeto de investimento ít u em capital físico pode ter algum risco associado a ele. em 2005. Para complementar essa análise de risco. risco “é o grau de incerteza de um investimento”. Figura 6 – Nuvem de palavras do capítulo Elaboração pelo autor com base em: <http://www. Proibida a reprodução – © UniSEB 46 . os ativos mais arriscados são aqueles que oferecem maiores possibilidades à perda financeira. p.wordle. Mais fundamentalmente. O risco e o retorno são dois fatores que o administrador financeiro deve saber avaliar para poder maximizar o preço da ação da empresa. net/create> © Todos os Direitos Reservados 2.1  Definição de risco Conforme Groppelli e Nikbakht (2006.Mercado Financeiro Introdução É interessante destacar que os argumentos aqui expostos terão foco nas empresas de capital aberto. de acordo com Gitman (2004. no entanto nada impede dos conceitos aqui explorados serem utilizados em empresas constituídas de forma diferente. Va- mos começar explorando os conceitos desses dois elementos. Dessa forma. 73). isso é feito simplesmente pelo fato de as maiores e mais complexas organizações terem esse formato. “risco é a possibilidade de perda financeira”. p. 184). Certos tipos de riscos afetam de forma direta tanto administradores quanto acionistas. 2004). portanto independe de como a empresa está financiada. pois não há variabilidade associada à sua taxa de retorno. às decisões de financiamento. Assim. um título público com valor de face de R$ 2.00 pode ser compreendido como muito arriscado em função da alta variabilidade de seu retorno. tornando-os fundamentais para a atuação dos administradores financeiros.00 num prazo de trinta dias. o termo risco é utilizado como sinônimo de incerteza e está relacionado à variabilidade dos retornos associados a um ativo. Por exemplo. menos variabilidade e risco ele proporcionará (GITMAN. a EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB tecnologia. Por outro lado. Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas – Capítulo 2 De maneira mais formal.00 e R$ 400.3 descreve de forma sintética as principais fontes comuns de riscos para empresas e acionistas. Entre os exemplos associados a esse risco. o qual garante ao seu proprietário juros de R$ 200. estão a sazonalidade de mercado. a estrutura de custos etc.00. Assaf Neto (2009) define o risco econômico como aquele intrínse- co à própria atividade da empresa e às características do mercado em que ela atua. quanto mais certo for o retorno de um ativo. ou seja. não oferece risco. É necessário reforçar que o risco operacional e o risco financeiro são mais específicos à empresa.000. um investimento de R$ 2. a concorrência.00 em ações de uma empresa qualquer. que pode no mesmo prazo gerar qualquer resultado entre R$ 0. Esse autor define o risco financeiro como aquele associado à capacidade que a empresa tem de liquidar seus compromissos financeiros assumidos.000. assim empresas com mais altos níveis de endividamento apresentam risco financeiro mais elevado que aquelas com baixos níveis de endividamento. 47 . O quadro 1. É a exposição dos fluxos de caixa esperados para fu- turas flutuações das taxas de câmbio. É a possibilidade de que um ativo não possa ser liqui- dado com facilidade a um preço razoável. Esses eventos raros. Seu nível é Risco financeiro determinado pela previsibilidade d0os fluxos de caixa operacionais da empresa e suas obrigações financei- ras com encargos fixos.Mercado Financeiro Quadro 2. Em Risco de mercado geral. quanto menos reage. portanto. Riscos específicos dos acionistas É a possibilidade de que as variações das taxas de juros afetem negativamente o valor de um investimen- Risco de taxa de juros to. Seu nível é de- Risco operacional terminado pela estabilidade das receitas da empresa (fixos) e pela estrutura de seus custos operacionais (variáveis). Riscos para empresas e acionistas É a possibilidade de que um evento totalmente ines- perado exerça efeito significativo sobre o valor da empresa ou um ativo específico.1: Fontes de riscos Fontes populares de risco para administradores financeiros e acionistas Fontes de risco Descrição Riscos específicos da empresa É a possibilidade de que a empresa não seja capaz de cobrir seus custos de operação. Quanto maior Risco de câmbio a possibilidade de flutuações cambiais indesejáveis. É a possibilidade de que o valor de um ativo caia por causa de fatores de mercado independentes do ativo (como eventos econômicos. É a possibilidade de que a empresa não seja capaz de saldar suas obrigações financeiras. menor o Proibida a reprodução – © UniSEB valor da empresa ou do ativo. Risco de evento como a decisão do governo de mandar recolher do mercado um medicamento popular. menor é o seu risco. maior é seu risco. A liquidez é Risco de liquidez significativamente afetada pelo porte e pela profundi- dade do mercado no qual o ativo é costumeiramente negociado. costumam afetar um pequeno grupo de empresas ou ativos. 48 . A maioria dos investimentos perde valor quando a taxa de juros sobe e ganha valor quando ela cai. políticos e sociais). maior o risco dos fluxos de caixa e. quanto mais o valor do ativo reage ao compor- tamento do mercado. Assim. as empresas Risco de poder aquisitivo ou os ativos com fluxos de caixa que variam com os níveis gerais de preços apresentam risco mais baixo de variação de poder aquisitivo. se os fluxos de caixa não variarem de acordo com os níveis gerais de preços. Uma fórmula para o cálculo do risco de uma aplicação pode ser dado por n ∑ (r ) 2 σ t= −r ⋅ Pr j EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB j j =1 Com rj como o retorno para o j-ésimo resultado. causada por inflação ou deflação na economia. A possibilidade de que mudanças adversas na legis- lação tributária venham a ocorrer. devem levar em consideração esses e outros riscos para tomarem suas decisões de investimento. p. Empresas e ativos Risco de tributação cujos valores são sensíveis a essas mudanças impli- cam maior risco. Complementando essa análise. Prj é a probabilida- de de ocorrência do j-ésimo resultado e r é a média dos retornos calcula- da da seguinte forma é a média dos retornos calculada da seguinte forma r = ∑ j = rj ⋅ Pr j n 49 . assim como os investidores em ações. Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas – Capítulo 2 Fontes populares de risco para administradores financeiros e acionistas É a possibilidade de que a variação dos níveis de pre- ços. menor o risco de uma operação. Ao contrário. 2012. portanto. Existe risco sempre que a probabilidade de um evento ocorrer for menor que 100%” (ASSAF NETO. afete desfavoravelmente os fluxos de caixa e o valor da empresa ou de um ativo. mais formalmente. menor será a variabilidade e. Não há dúvidas de que os administradores financeiros. a va- riabilidade dos retornos associados a um dado ativo”. Gitman (2012. Assaf Neto (2012) mostra que os investidores podem tomar como medida estatística de risco o desvio-padrão dos retornos discretos de modo a representar qual é a volatilidade do investimento. 203) define risco como “a probabilidade de perda financeira ou. “o con- ceito de risco vincula-se estreitamente com o de probabilidade. 185). oferecem maior risco ao poder aquisitivo. Normalmente. 206). p. p. Gitman (2004. Isso significa que quanto mais próximo da certeza de que haverá um retorno. considerando apenas o retorno de cada uma das máquinas. um conceito que está intimamente ligado ao risco é o retor- no do investimento.500 R$3. haverá uma tendência a aumentar (diminuir) a demanda pelos ativos que terão retornos mais elevados (taxas de juros maiores).6% de retorno. 204) define retorno como “o ganho ou perda total em um investimento em certo período”.000.500 de caixa após impostos no último ano.500 ALFA: k L = = = 33.3%.000 de caixa após impostos no último ano. Proibida a reprodução – © UniSEB Esse fato influencia nos preços dos ativos e pode gerar efeitos no risco de diversas aplicações. Imagine. Qual o retorno das máquinas? E qual ela deveria escolher para ser sua máquina principal apenas considerando o conceito de retorno? Aplicando a fórmula anterior nos dois casos. enquanto a máquina Beta traz apenas 5. temos: R$5. Pt-1 é o preço do ativo no tempo t-1. por último.Mercado Financeiro Assim. já que aumentos dos retornos de títulos do governo que são conhecidos por terem riscos baixíssimos poderão criar um efeito manada dos investidores para esses títulos. Gitman (2012.500 e geração de R$ 3. Ct é o fluxo de caixa recebido a partir do investimento no ativo durante o período t-1 a t.50 + R$15.000 Assim. que a empresa Zepellin possui duas máqui- nas sendo: • Alfa: adquirida por R$ 10.000 + R$9.000 − R$10. Ao preferirem um ativo com 50 .000 BETA: k R = = = 5. Pt é o preço do ativo no tempo t e.500 − R$18.500 R$10.500 R$3. p. valor de mercado de R$ 15. e que gerou R$ 5. 55% R$18. • Beta: adquirida por R$ 18. por exemplo.000. temos que a máquina Alfa é a que oferece maior retorno para a empresa com 33.O00 R$18. 33% R$10. Se as taxas de juros dos demais ativos financeiros variarem positivamente (negativamente). Ele é calculado como indicado na fórmula abaixo: ct + Pt − Pt − 1 rt = Pt − 1 em que a variável rt é a taxa de retorno esperada no período t.000 R$1.500 e com valor de mercado de R$ 9. É importante acrescentar na análise de risco as influências que variações nas taxas de juros implicam para os títulos e seus riscos. em- presa e conjuntamente a esses dois agentes. É interessante ressaltar que as inclusões de diversos títulos na carteira de investimento podem reduzir os riscos até um limite. Uma for- ma de se fazer isso é oferecida pela teoria do portfólio de Markowitz que indica como os investidores devem selecionar uma carteira de investimen- to de forma a diluir os riscos dos diversos ativos. assegurando as transações com ele e as suas liquidações. já que a inclusão de infinitos ativos na carteira de investimento não fará o risco reduzir-se a zero. A Se- lic é a taxa dos títulos do governo que são negociados no SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) que é um agente do sistema financeiro nacional que se propõe a ser o fiel depositário dos títulos do governo fede- ral. principalmente.2  Demais informações sobre risco Os gestores. uma taxa livre de risco é oferecida pelos títulos do gover- no federal que considera a taxa de juros básica do país: a taxa Selic. os investidores aplicarão recursos financeiros em outros ati- vos se os rendimentos forem maiores do que os oferecidos pelo título com risco zero. Uma dessas formas de diversificação é incluir nas opções de investimento alguns ativos de renda fixa. No caso brasileiro. devem seguir alguns procedimentos para reduzir os riscos de aplicações ou projetos de investimento. Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas – Capítulo 2 menor risco. O segundo está associado à possibilidade 51 . dos preços das ações e dos preços de commodities. Além dos riscos evidenciados anteriormente para acionistas. 2. • Risco de Liquidez: pode estar associado ao risco de liquidez de mercado ou ao risco de liquidez de fluxo de caixa (funding). ainda temos alguns outros tipos de risco que são listados abaixo. O primeiro é a possibilidade de perda decorrente da incapaci- dade de realizar uma transação em tempo razoável e sem perda significativa de valor. conforme informações do Banco do Brasil (2014): • Risco de Mercado: decorre da possibilidade de perdas que EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB podem ser ocasionadas por mudanças no comportamento das taxas de juros. de renda variável que não tenham correlação (não sofram influências dos mesmos fatores) com o ativo já investido e/ou a inclusão de ativos que tenham uma taxa de retorno (ou uma taxa de juros) livre de risco. do câmbio. bem como perdas decorrentes de decisão desfavorável em processos judiciais ou administrativos. Dentre os riscos de conjuntura. culturais. principalmente investimentos. pessoas e sistemas. • Risco de Crédito: é a possibilidade de perda resultante da incer- teza quanto ao recebimento de valores pactuados com tomadores de empréstimos. Uma das formas das empresas reduzirem riscos também é por meio do investimento internacional para redução do 52 . ou de eventos externos. considera as perdas em virtude de dificulda- des financeiras de uma ou mais instituições que provoquem da- nos substanciais a outras. culturais. o Risco Estratégico. temos o risco es- tratégico. o famoso Risco-país e o Risco Sistêmico. deficiência ou inadequação de processos internos. O Risco-País é risco de perdas em função de alterações políticas. • Risco Operacional: é a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes de falha. ou ruptura na condução operacional de normalidade do Sistema Financeiro Nacional. Algumas iniciativas para controle de risco podem ser realizadas pelas instituições financeiras e pelos investidores como a utilização de diversificação de investimentos. penalidades ou indenizações resultantes de ações de órgãos de supervisão e controle. • Risco de Conjuntura: decorre da possibilidade de perdas decorrentes de mudanças verificadas nas condições políticas. financeiras /fluxo de capitais/ou econômicas em outros países com os quais haja algum tipo de relaciona- mento econômico. Este con- ceito inclui o risco legal. Já o último. sociais. • Risco Legal: é a possibilidade de perdas decorrentes de multas. as alterações políticas no País e fora dele e as alterações na economia nacional e mundial. levando-se em conta a dinâmica dos negócios e da concorrência. O primeiro deles. envolve o risco de perdas pelo insu- cesso das estratégias adotadas. sociais. econômicas ou financeiras do Brasil ou de outros países. principalmente naquelas aplicações que Proibida a reprodução – © UniSEB tendem a ter comportamentos contrários para que haja a redução dos ris- cos da carteira de investimento. Risco Sistêmico. contrapartes de contratos ou emissões de títulos.Mercado Financeiro de falta de recursos para honrar os compromissos assumidos em função do descasamento entre os ativos e passivos. 3  Títulos de renda fixa e suas características Entende-se por títulos de renda fixa aqueles que têm regras bem de- finidas sobre a remuneração do capital investido. Nesse tipo de aplicação. 2012. os investidores conhecem previamente a remuneração que terão ou conhe- cem o indexador (taxa de câmbio ou taxa de juros corrigida pela inflação) que será o índice remunerador da aplicação. Um toque internacional na redução de risco (GITMAN. A Friskies e o Kit Kat são da Nestlé SA (Suíça). Muitas empresas norte-americanas procuram fazer com que seus produtos sejam usados internacionalmente. O resultado é uma economia mais integrada em âmbito global. Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas – Capítulo 2 risco. Alocar parte de uma carteira a títulos de fora dos EUA provou. O benefício da diversificação entre dois ativos aumenta se as categorias a que pertencem não forem fortemente correlacionadas e atinge seu nível máximo quando as duas categorias estão perfeita e negativamente correlacionadas. Uma maneira de reduzir o risco de investimento é por meio da diversificação. 2. a Bayer AG (Alemanha) produz a Aspirina. O exemplo apresentado por Gitman (2012) e que se encontra no Box Explicativo oferece alguns esclarecimentos sobre essa opção. a Aspirina e a DirecTV têm em comum? São todos produtos de empresas sediadas fora dos EUA. p. Conheceremos nos capítulos seguintes mais informações sobre as relações entre risco e retorno das aplicações e quais são as principais teo- rias que abordam esses temas na área de finanças. e a DirecTV faz parte do News Corporation (Australiana). Falaremos agora sobre os títulos de renda fixa e as suas características principais. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB D13208368 © MARY981 | DREAMSTIME. 221) O que a ração para gatos Friskies. o chocolate Kit Kat. historicamente. proporcionar melhores retornos ajustados ao risco do que uma carteira composta exclusivamente com ativos norte- americanos.COM 53 . fixa. deve-se verificar qual é o rating de crédito (ou seja. Nesse caso. todo título com prazos mais longos acaba sendo influenciado pela perspectiva de taxa de juros a ser obtida pelo in- vestidor.> a variação acumulada do IGP-M (índice Proibida a reprodução – © UniSEB geral de preços do mercado). Para tanto. os rendimentos oferecidos pelos títulos de renda fixa relacionam-se à definição do critério que corrigirá ou remunerará o inves- timento. Quando se fala de prazo. já que se conhece a empresa ou instituição financeira que está oferecendo um título de renda fixa.Mercado Financeiro Todo título de renda fixa precisa seguir algumas características como indicar o emissor. Conhecer o emissor do título é im- portante para o investidor de modo a mensurar o risco de crédito envolvi- do nessa aplicação. o prazo e a remuneração do título. existem títulos com rendimento prefixado como as Letras do Tesouro Nacional (LTN) e os Certificados de Depósito Bancário (CDB). Além dessa forma de rendimento. podem ser indexados às taxas de Para obter maiores infor- juro overnight como as LFTs (Letras Fi. podemos ter títulos indexados que podem ser atrelados ao câmbio. deve-se considerar a saúde do emissor do título para entender como ele estará exposto ao risco. como as Notas do Tesouro Nacional (NTN-D) que são corrigidas pela variação da taxa cambial (Real versus Dólar Ameri. ou indexados à os rendimentos das aplicações de renda índices de inflação. Assim. como as NTN-Bs. prazo do título está ligado tanto ao risco de crédito como aos riscos das oscilações de taxa de juros principalmente se forem títulos de prazos mais longos. Atualmente. que rendem das aplicações de renda fixa. estando ligada novamente a possibilidade de aplicações mais ou menos arriscadas. acesse <http://exame. no mercado brasileiro. os títulos do governo federal são considerados os mais seguros do país.com. De modo sintético.abril.br/ seu-dinheiro/noticias/selic-sobe-para-11- que rendem a variação acumulada do veja-como-ficam-poupanca-e-renda-fixa e IPC-A (índice de preços ao consumi. Por fim. veja como funcionam as rentabilidades dor – amplo) e as NTN-Cs. mações sobre as variações das taxas de juros básicas do país sobre nanceiras do Tesouro). 54 . Vamos conhe- cer um pouco sobre esses três fatores. a situação financeira da empresa ou insti- tuição financeira) antes de se realizar a compra do ativo. Conexão: cano). Assim. há a cobran- ça de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). dependendo do tipo de produto fi- nanceiro é preciso considerar o pagamento Conexão: de IR nos rendimentos da aplicação e ape- EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB para conhecer mais sobre os nas no resgate das mesmas.5% para aplicações 15% para aplicações com 361 dias até com mais de 720 dias.5% para aplicações 20% para aplicações com prazo de até com 181 dias até 180 dias. Receita Federal (2014).033/2004 diz quais são as alíquotas para a cobrança de Imposto de Renda. os principais impostos co- brados são o Imposto de Renda para pessoa física sobre os rendimentos dos títulos e.infomoney. 22. Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas – Capítulo 2 Quando se trata de títulos de renda fixa. 17. acesse <http:// seção apresenta os principais produtos www.br/mercados/ renda-fixa/noticia/368197/como-funciona- financeiros que podem ser usados pelos mercado-renda-fixa> gestores como formas de financiamento e como aplicações financeiras. 360 dias. A próxima títulos de renda fixa. A Lei 11. 720 dias. De acordo com a Receita Federal (2014) e a Lei supracitada. 55 . as cobranças de Impos- to de Renda seguem a dinâmica mostrada na figura abaixo. quando o investimento é menor do que 30 dias.com. o que torna necessário reconhecê-los. enfatizando-se suas principais referências e particularidades.5% De 181 dias até 360 dias 20. 168). O objetivo principal desse produto é captar recursos para serem re- passados em operações de crédito.3.1  Certificado de Depósito Bancário/Recibo de Depósito Bancário – CDB/RDB O Certificado de Depósito Bancário (CDB) e o Recibo de Depósito Bancário (RDB) são os mais antigos e utilizados títulos de captação de recursos pelos bancos comerciais. enquanto o RDB é um recibo. há incidência de imposto de renda sobre o rendimento auferido. bancos de investimento. Com esse intuito. ao final do prazo contratado. assim como suas carac- terísticas principais.1  Principais produtos financeiros No mercado financeiro existe uma série de produtos financeiros disponíveis. A principal diferença entre o CDB e o RDB é que no CDB há a possibilidade de ser transferido a outros investidores por endosso nomina- tivo enquanto o RDB é um título intransferível. físico ou escritural.1. Nas aplicações em CDB.Mercado Financeiro 2.0% De 361 dias até 720 dias 17. bancos de de- senvolvimento e bancos múltiplos (FORTUNA. 2005. p. e sua emissão gera a obrigação das instituições emissoras pagar ao aplicador a remuneração prevista.5% Acima de 721 dias 15. 176) informa que os CDBs e RDBs são títulos de renda fixa emitidos pelos Bancos Comerciais/Múltiplos e Bancos de Investimentos destinados a lastrear operações de financiamento de capital de giro. Assaf Neto (2003. 2.3.1 – Alíquotas Imposto de Renda sobre aplicações financeiras Fonte: adaptado de RECEITA FEDERAL DO BRASIL (2014) 56 .0% Proibida a reprodução – © UniSEB Tabela 2. p. vamos explorá-los. conforme tabela a seguir: Prazo de Aplicação Alíquota de IR Até 180 dias 22. dependendo do prazo da aplicação e/ou resgate. O CDB é um título de crédito. as instituições finan- ceiras geralmente utilizam o CDI como parâmetro de preço. A taxa bruta da operação foi de 18% a.uol. sobre a rentabilidade das aplicações em CDB.225 x (15. sabendo-se que é igual a 22.0108 = 1.08% ao período Veja a notícia publicada no site da Folha de São Paulo em dezembro de 2009.2  Certificado de Depósito Interfinanceiro – CDI O objetivo desse produto é a captação de recursos no mercado in- terfinanceiro.46 d) A taxa líquida da operação no período considerado iliq = 15.folha.000 – 1 = 0. Pede-se: a) O montante (M) bruto de resgate M = 15. Muito utilizado para aplicação da posição líquida positiva de caixa e captação de recursos para fechamento de posição de caixa das instituições financeiras (BRITO. 178).5% do juro auferido IR = 0.46 / 15. Pode-se afirmar que o CDI representa a referência do custo do dinheiro entre bancos. geralmente expressa como linear mensal e capitalizada pelos dias úteis previstos na operação (ASSAF NETO.00 em um CDB prefixa- do de 30 dias em uma instituição financeira. 117) afirma que a base do CDI acaba sendo a taxa de juros referenciais do governo brasileiro.208. Imagine que a taxa over está 57 .1. Brito (2005. geralmente. 116).161.208. Para alocar e captar recursos.000) = 46. ou seja. p. Vamos utilizar um exemplo para ilustrar como se calcula a taxa efetiva e a taxa over nas operações de CDI. Eles estão isentos de impostos e os juros são definidos pela cha- mada taxa over.18) 30/360 = 15. a taxa Selic.87 = 15. que reflete o preço que o governo paga para colocar os títulos públicos no mercado.87 c) O montante líquido (montante após o pagamento do imposto) Mliq = 15. vai pagar.com.3.a. Os CDIs são títulos que lastreiam as operações do mercado interfi- nanceiro.000 x (1. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB um prêmio acima do CDI.shtml 2. p.br/folha/dinheiro/ult91u666078.33 b) O IR.33 – 46. p. geralmente o farão a custo inferior à taxa CDI. 2003. enquanto aquelas com facilidade em captar. No caso das instituições financeiras com dificuldade em captar. Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas – Capítulo 2 Exemplo: Um investidor aplicou $ 15. 2005. acessando o link a seguir: Rendimento menor diminui interesse por CDBs neste ano http://www1.208.33 – 15.161.000. Caracteriza-se por um empréstimo de normalmente um dia ou pou- co mais.93% ao dia Outro exemplo: operação interbancária. o que agiliza a liberação de cada pedido (BRITO.17% = 0. Uma operação interbancária é efetuada por três dias.087% ao dia 2) Taxa Efetiva = [1 + (Taxa Over / 30)]du – 1 Taxa Efetiva = [1 + 0.61% ao mês. Proibida a reprodução – © UniSEB Geralmente se estabelece um contrato padrão já aprovado com o cliente. Admitindo a existência de 22 dias úteis no pe- ríodo. chegando ao máximo de dez dias. p.0723 ao dia 30 Over 2 = 23% = 0. 58 . 30 Over 3 = 2.30%.002235) –1] / 3 Taxa Média = 0.000767)] –1 Taxa Efetiva = 0.17%. Sendo as taxas over mensais definidas em cada dia de: 2.Mercado Financeiro definida em 2. determi- nar a taxa efetiva no período e a taxa over média da operação. Solução: Over 1 = 2.0743% ao dia 2. 1) Taxa Over = 2.0744% ao dia 2.1. 2005. vamos calcular a taxa efetiva da operação.61% / 30 Taxa Over = 0.2235% no período Taxa Média = [(1 + 0.23% e 2. 2. Visa atender às necessidades imediatas de caixa das empresas.3.000723) x (1 + 0.000743) x (1 + 0. ficando os pedidos de crédito considerados num limite global. 30 % = 0.00087] 22 –1 Taxa Efetiva = 1.3  Hot Money O Hot Money é uma operação de curtíssimo prazo com objetivo de financiar cliente nesse perfil.0767% ao dia 30 Taxa Efetiva = [(1 + 0. 139). 0.A.13 1.72 BCO Santander 13 1. p.01 9. entre os períodos de 23/07/2010 e 29/07/2010 Fonte: Banco Central do Brasil 59 .92 14.77 0.64 1.07 5.56 3.A. Taxa de Juros (sem encargos) Encargos Taxa Total Posição Instituição Média Operac.15 0. acrescida de um spread cobrado pela instituição intermediadora.27 RS S.00 5.10 5.74 2.89 Federal 9 BCO Bradesco S. Nesta operação também incidem 0.88 1.00 6. 0.61 0.99 Sul S.26 0.06 1.73 3.A.62 4 BCO Citibank S. 2003.11 7 BCO Arbi S.53 4.00 0.00 0.A. p.01 2.10 0.86 2. 0. Tabela 2.15 0.55 3 BCO Rural S.88 7.11 0. 6 BCO Safra S.49 0. 1. 11 Parana BCO S.85 0.61 (Brasil) S.14 0.A. BCO MULTIP EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB BCO do EST do 15 0. também repassada ao cliente.00 4.09 0.10 0.80 6.2 – Ranking das Taxas de Hot Money. 1.23 6.00 1. De acordo com Faria (2003.52 4.00 7.06 5.00 1.A.0041% ao dia.01 4.81 0. incidente sobre o principal emprestado e a ser pago pelo cliente tomador do recursos.85 2.03 0.A.13 1.98 BCO Mercantil do 10 0.83 Caixa Economica 8 1. 1.13 0.85 1.39 2.A.93 0.00 0.42 0.62 4.85 7. hoje na alíquota de 0.88 BCO Cruzeiro do 5 0.00 4. 0. HSBC Bank Brasil 14 0.78 2.00 3.A.65% de PIS e 3% de Cofins.13 lia S. Fiscais (4) = (1) + Mínima Máxima (2) + (3) (1) (2) (3) 1 BCO Triangulo S. 0.74 1. BRB BCO de Brasi- 16 1.11 1.42 0.A.11 0.70 9.90 S.15 1.00 0.42 0.38 1.20 0.72 Brasil S.26 1.A.00 0. Essa operação incorre IOF calculado sobre a repactuação diária da taxa de juro (ASSAF NETO.91 1.34 8.00 2.56 12 ITAÚ Unibanco 1. Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas – Capítulo 2 O Hot Money utiliza o CDI como taxa referencial.77).A.A.A.74 2. toda operação financeira de cré- dito incide o IOF (imposto sobre operações financeiras).00 0.00 4.24 5.31 6.50 1.01 1.26 2 BCO Fibra S.96 0. 180).84 8.00 1. 503.0041% ao dia.68 60 .500.500.73 IOF: 2.0041% R$ 0. O banco intermediário cobra um spread de 0. As taxas over mensais estabelecidas para cada dia são.10 Empréstimo Liberado R$ 2.503.0216 / 30 + 0.16%.022 / 30 + 0.0041% R$ 0. Solução: 1º dia Empréstimo R$ 2.72 3º dia Empréstimo R$ 2.10 Empréstimo Liberado R$ 2.09 Saldo Devedor R$ 2. São computados 23 dias úteis no período da operação.73 x (0.72 IOF: 2. Determinar os valores envolvidos na operação.09% ao dia.72 x 0.507.0090) R$ 4.507.0041% R$ 0.499.20% e 2.507. descontado antecipadamente.503.503.62 Juros + Spread 2.511. O IOF é pago diariamente e os juros e o spread são acumulados ao montante da dívida e liquidados no final da operação (3º dia).507.06 Proibida a reprodução – © UniSEB Saldo Devedor R$ 2.500.500.00 x 0.00.83 Saldo Devedor R$ 2.00 IOF: 2. de 1.00 x (0.90 Juros + Spread 2. incidindo também IOF de 0.73 2º dia Empréstimo R$ 2. respectivamente.73 x 0.0090) R$ 4. 2.0090) R$ 3.10 Empréstimo Liberado R$ 2.63 Juros + Spread 2.019 / 30 + 0.503.90%.507.Mercado Financeiro Exemplo: Admita uma operação Hot Money contratada por três dias no valor de R$ 2.72 x (0. p.000. Assaf Neto (2003. 000041 x 60) ] 0. apura-se uma taxa implí- cita na operação superior à taxa de desconto considerada. 181) argumenta que geralmente as operações bancárias de desconto costumam usar o conceito de desconto simples por fora. 92154 Em termos de juros compostos. A seguir. cheques. Além do juro antecipado as operações de desconto geralmente cobram IOF e uma taxa de abertura de crédito (TAC) com o objetivo de cobrir despesas operacionais do banco. 038 x 2) + (0.0041% ao dia o IOF. duplicatas. aplicando-se a fórmula direta de cálculo. no qual o juro incide sobre o montante da dívida e não sobre o prin- cipal solicitado do empréstimo.17% ao mês. 000041 x 60) 0. notas promissórias e outros títulos de crédito. 078446 i= = = 8. tem-se os seguintes resultados: 61 . visando antecipar o fluxo de caixa do cliente. Dessa maneira. por outro lado. 0. As operações de desconto praticadas pelos bancos comerciais costu- mam apresentar os seguintes encargos financeiros: taxa de desconto.4  Desconto de Duplicatas e Notas Promissórias O objetivo das operações de desconto de títulos tem como objetivo disponibilizar liquidez de recursos para os clientes. seja de $ 40. p.00. Admitindo-se. e um prazo de desconto de 60 dias. atinge: EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB (0.1.8% ao mês a taxa de desconto bancário (taxa nominal). IOF e taxa administrativa. 186) é o adiantamento de recursos ao clien- te. Fórmula: d + IOF i= 1 − (d + IOF) Exemplo: Sendo de 3. que o valor nominal (resgate) do títu- lo descontado dois meses antes de seu vencimento e nas demais condições acima. 1 − [ (0. 038 x 2) + (0. Segundo Fortuna (2005. Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas – Capítulo 2 2. utilizando como lastro ou garantia. vamos verificar como realizar o cálculo dos encargos fi- nanceiros e da taxa efetiva de custo das operações bancárias de desconto de duplicatas. realizado pelo banco. a taxa efetiva mensal equivalente é de 4. 51% a.3. o custo efetivo desta operação. sobre valores referenciados em duplicatas de cobran- ça ou notas promissórias. definidas por desconto bancário. b. Esses agentes adquirem os títulos das sociedades emitentes e os Proibida a reprodução – © UniSEB revendem ao publico em geral.3.000. 2003.000.038 x 2 (3.000041 x 60 (98.b. são títulos de crédito emitidos visando a captação pública de recursos para o capital de giro das empresas. em relação as operações convencionais de empréstimos. fica implícita uma taxa efetiva de juros que titulo paga aos investidores. Valor Líquido Liberado 38.5  Commercial Papers Commercial papers. 00 i= −1 i= − 1 = 8. Além dos juros pagos. estão o baixo custo financeiro e a maior agilidade em tomar recursos no mercado. a empresa emitente dos títulos incorre também em despesas de emissão. uma empresa pode colocar títulos de sua emissão junto a investidores no mercado. é determinado por: Valor No min al do Título 40. Empresas que estejam negociando empréstimos maiores e de mais longo prazo podem usar a captação mais ágil do commercial paper como um credito ponte (ASSAF NETO. p.861. 62 . 185). Estes títulos também podem ser colocados no mercado por meio de dealers. sendo recomprados pela empresa emitente pelo seu valor de face (valor nominal). 51% a.60 O custo efetivo. auferindo uma margem de lucro (comissão).00 x 0.00 Desconto: 40. Os commercial papers costumam apresentar boa liquidez. publicações etc.040.Mercado Financeiro Valor Nominal do Título $ 40.000. Entre suas vantagens.000. devido a eliminação da intermediação bancaria. 185).00 x 0. p. devido principalmente a possibilidade de recompra pela própria empresa emiten- te ou pelos dealers.861. Ao necessitar de recursos de curto prazo. Commercial papers são negociados no mercado por um valor des- contado (deságio).40) Valor Líquido Liberado $ 36. a partir desses resultados. 60 2. sendo que na negociação do titulo com de- ságio sobre seu valor nominal.1. tais como registro na CVM. conforme Assaf Neto (2003. Constitui-se em importante mecanismo de financia- mento para as companhias de capital aberto alternativamente ao sistema bancário.00) IOF: 40. Se um ou mais debenturistas não aceitarem EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB os novos termos oferecidos.00. Sumariamente.3.400. Seu objetivo. 310). Essa cláusula de repactuação permite que as partes ajustem novas condições de remuneração do capital investido. Compradores de debêntures são credores que esperam receber juros pe- riódicos e reembolso específico do capital principal na data de seu vencimento. Rentabilidade (i) = 10. É um instrumento no qual o tomador de recursos promete pagar ao aplicador o capital investido acrescido de juros em determinada data previamente definida. Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas – Capítulo 2 Exemplo: uma empresa negocia um commercial paper para 120 dias por R$ 9. p. 196) algumas emissões de debêntu- res são feitas com clausula de repactuação. as debêntures garantem ao compra- dor uma remuneração certa em um prazo certo. pagando nesse ato aos investidores todos os rendimentos previstos antes da repactuação.400 = 6.6  Debêntures As debêntures são títulos de longo prazo emitidos por companhias de capital aberto. é o financiamento de projetos de investimento (fixo e giro) ou o alongamento do perfil de endividamento da empresa.1. correspon- dem a um empréstimo que o comprador do título faz a empresa emissora. ao final de cada período combinado. Conforme Assaf Neto (2003.000. em que é permitida. Segundo Fortuna (2005. diante de modificações nas taxas de juros de mercado. As espécies mais comuns são comentadas a seguir: 63 . conforme previstas na escritura de emissão.56% ao mês 2. a emissora é obrigada a promover resgate an- tecipado dos títulos adquiridos. p. 196). O valor nominal deste título é de R$ 10.0638)1/4 = 1.38% ao quadrimestre 9. de acordo com Assaf Neto (2003. Determinar a taxa de rentabilidade do aplicador. uma livre negociação entre os debenturistas e a Sociedade emitente dos títulos com relação aos rendimentos oferecidos. p.000 − 9. Uma debênture. geralmente.400 Rentabilidade (i) = (1 + 0. é uma forma de financiamento através de empréstimos a longo prazo. As debêntures tem diferentes formas de garantias. basicamente. c) Garantia Subordinada: em caso de liquidação da sociedade emissora. Durante todo o prazo de emissão da debênture. os titulares das debêntures assu- mem uma prioridade geral sobre os ativos da sociedade emissora. Assembleia de acionistas – AGE Registro na CVM e na CETIP/SND Coordenação da emissão Agente fiduciário Colocação das debêntures no mercado Proibida a reprodução – © UniSEB Figura 7 – Fluxo da emissão de debêntures Fonte: Assaf Neto (2003. uma debênture pode ser simples ou conversíveis em ações sendo que as debêntures simples prometem ao aplicador somente uma remuneração sobre o valor do investimento e as conversíveis dão a opção de converter. b) Garantia Flutuante: nesse caso. de acordo com uma fórmula de conversão previamente definida.Mercado Financeiro a) Garantia Real: todos os ativos da sociedade emissora são dados como garantia aos debenturistas pelo pagamento de seus direitos creditórios. p. a sociedade não pode nego- ciar seus ativos em garantia até o vencimento das obrigações com os debenturistas. Nessa espécie. os juros podem ser pagos periodicamente. o valor do resgate em ações da empresa emitente. os investidores terão privilégios para reembolso do capital aplicado somente em relação aos acionistas. De acordo com sua emissão. os juros são pagos. no momento do resgate. sem que haja qualquer impedimento na negociação dos bens. a critério do investidor. Se o prazo de emissão do titulo for superior a um ano. periodicamente.197) 64 . em geral. Em função de não ter obtido qualquer outro tipo de financiamento sobre esse contrato. sem  EN  CC =  . A aquisição de export notes é uma forma das empresas com passivo em mo- eda estrangeira efetuarem hedge cambial. a qual estabelece as novas condições de remuneração para cada período. está analisando a viabilidade de emitir export note no valor de US$ EN.3. nessa operação o investidor incorre IR na fonte. trata-se de um título que repre- senta uma cessão de créditos de exportação. p. conforme deve constar da escritura de emissão. segue o link de uma notícia sobre a emissão de debêntures na prática. 198) afirma que os títulos podem ser negociados com ágio ou deságio.1. Dessa forma é possível que elas se protejam contra as variações nas taxas de câmbio. A debênture pode prever. são negociadas com cláusula de repactuação. Segundo Assaf Neto (2003.000 I = taxa linear de deságio sobre o EN D = prazo de vencimento do export note em nú- mero de dias. CC = custo da captação pelo período D. Rota das Bandeiras encerra emissão de R$ 1. diversas formas de remuneração.a.7  Export Note Esse produto tem como objetivo o financiamento ao exportador. 65 .1 bilhão em debêntures Fonte: Jornal Estado de São Paulo 2. no dia 6 de agosto de 2010. p. e ainda. Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas – Capítulo 2 De forma a adequar a colocação das debêntures às taxas de juros vigentes no mercado no momento do lançamento. é lastreado em negociações de vendas a importadores estrangeiros. O exportador emite export note com vencimento para D dias e taxa EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB de deságio de 1% a. pública no site do Jornal Estado de São Paulo. Assaf Neto (2003. Abaixo. linear. O export note é negociado por meio de um desconto.1 x 100 considerar impostos e possível custo de coo-  EN  brigação IxD EN = valor de emissão do export note 1+ 36. Exemplo: Uma empresa exportadora firmou um contrato de exportação de pro- dutos com um importador estrangeiro no valor de US$ EN. 194). deve ser comparado com as demais alternativas de financiamento disponíveis. • 362 dias: 1. 182). caracteriza-se pela venda de um direito de crédito. Conforme Fortuna (2005. p.20% – a.70% / – 0. o qual fornece recursos ao sacador. não descontar.Mercado Financeiro O custo efetivo da captação apurado (CC).a. 781). observando a com- patibilidade de prazo e indexação. uma duplicata ou um cheque. negociações com fornecedores etc. • 120 dias: – 0. Assim o factoring consiste em adquirir. p. a empresa de factoring adquire os direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo realizadas por empresas clientes.a. por meio de um deságio sobre o valor de face deste direito creditório que pode ser.a. desenvolvida por uma empresa de caráter comercial.40% – a. Seguem a seguir as taxas praticadas no mercado financeiro. Ressalta-se que a empresa de factoring não é classificada como uma Proibida a reprodução – © UniSEB instituição financeira. a operação de facto- ring. rea- lizada diretamente pelo detentor deste crédito (o sacador) a uma institui- ção compradora (o factor). o factoring é uma operação vol- tada à prestação de serviços às pequenas e médias empresas.40% / 0.a. no Brasil.10% / 1. não há alteração nos custos.a.50% / – 0.50% – a. ao contrário das cotações do dólar. • 180 dias: 0.3.65% / – 1. por exemplo. As taxas de export notes registravam queda nominal. Em função desses serviços prestados.55% – a.80% – a. controle de contas a pagar e receber. não sendo assim permitida a realização de opera- ções de concessão de crédito. os títulos de crédito provenientes da atividade empresarial de 66 .60% – a.90% / – 4. como gestão de caixas e estoques. poden- do variar de acordo com o cliente.1.30% v a. Mas em termos reais.20% / 1. 2. Portanto trata-se de uma atividade de prestação de serviço comer- cial associada à aquisição de direitos de um contrato de venda mercantil. • 61 dias: – 1. • 720 dias: 1.a. • 90 dias: – 0. volume e condições no momento da operação.8  Factoring Segundo Assaf Neto (2003.a. em essência. • 30 dias: – 4. 021 d= = = 2. 183). A diferença entre o valor nominal dos créditos mercantis e o preço pago pela compra dos títulos é que forma o lucro de uma empresa de fac- toring. 021 Fator Custo de oportunidade 2. Exemplo: admita que uma empresa de factoring esteja operando da seguinte forma: • Custo de oportunidade do capital (taxa efetiva): 2. Custo de Oportunidade Efetiva = 2. uma empresa de factoring não capta recursos junto aos poupadores de mercado. assumindo todo o risco inerente ao crédito concedido pela empresa vendedora.36% Impostos 67 . são efetuados os seguintes cálculos para se obter o valor do fator a ser aplicado sobre o valor dos títulos em negociação.000. 06% 1 + i 0. Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas – Capítulo 2 forma definitiva.06% EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB Despesas Fixas 0. assim os empresários respondem integralmente pelos resultados de seus negócios.1% • Despesas Fixas: 0.3% • Margem de lucro: 1. Segundo Assaf Neto (2203.4% • Valor nominal dos títulos: $ 120.1% Transformação em taxa de desconto (d): i 0.00 • Prazo de Vencimento: 30 dias Com base nestas informações.6% • Despesas Bancárias: 0.6% Despesas Bancárias 0.4% Fator (antes dos impostos) 4. p.3% Margem de lucro 1.1% ao mês • Impostos: 1. 41% 1 − 0.292.000 Taxa Efetiva = − 1 = 4. Proibida a reprodução – © UniSEB 68 . por intermédio da emissão de títulos representativos da dívida pública.00 A taxa efetiva da operação atinge: 120. orçamentárias ou financiando deficit fiscais. 36% Fator + Imposto = = = 4. 109). Estes tí- tulos podem ser emitidos pelo Tesouro Nacional Conexão: e pelo Banco Central do Brasil. de acordo com Assaf Neto (2003. ou seja: 4. sendo seu cálculo processado pelo critério “por fora”.Mercado Financeiro Os impostos são incorporados na taxa do fator da forma “por den- tro”.000.br/tesouro_direto/>.1.00 Valor de compra 114.41%) 5. estadual e municipal. o preço de compra dos direitos creditórios atinge: Valor Nominal 120. 989 Este valor representa o custo da operação de factoring.708.9  Títulos Públicos Os governos federal. 114. 36% 4. 00 2. investir em títulos públicos? tica fiscal do Governo.3. tesouro nacional oferece ao público a possibilidade de nal: estão voltados para a execução da polí.fazenda.tesouro. você sabia que o Títulos emitidos pelo Tesouro Nacio. 6% a. costumam captar recur- sos.708.m. antecipando receitas Para maiores detalhes acesse: <http://www. gov.00 (–) Fator (4. 011 0. Preço de Compra dos títulos Se o fator aplicado pelo critério “por fora”. p. quando da emissão do título. observado o cronograma remanescen- te de vencimento do BIB utilizado na operação de troca.00 (mil reais). em favor do interessado.000. podendo EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB ser ao par. IV – modalidade: nominativa. IV – Rendimento: definido pelo deságio sobre o valor nominal. desde a data-base do título. calculada sobre o valor nominal atualizado.SELIC para títulos públicos federais. III – Valor nominal na data-base: múltiplo de R$ 1. III – Valor nominal: múltiplo de R$ 1. II – taxa de juros: seis por cento ao ano.00 (mil reais).000. com ágio ou deságio.00 (mil reais). 69 . VI – atualização do valor nominal: pela variação da cotação de venda do dólar dos Estados Unidos da América no mercado de câmbio de taxas livres. divulgada pelo Banco Central do Brasil. na data de vencimento. calcula- da sobre o valor nominal. acrescido do respectivo rendimen- to. V – Resgate: pelo valor nominal. Notas do Tesouro Nacional – NTN-A1: terá as seguintes caracte- rísticas: I – prazo: até dezesseis anos. II – Modalidade: nominativa. divulgada pelo Banco Central do Brasil. IV – Rendimento: taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia . V – Resgate: pelo valor nominal.000. II – Modalidade: nominativa. III – Forma de colocação: direta. V – valor nominal na data-base: múltiplo de R$ 1. Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas – Capítulo 2 Exemplos: Letras do Tesouro Nacional – LTN: possuem as seguintes carac- terísticas: I – Prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda. sendo consideradas as taxas médias do dia útil imediatamente anterior à data-base e à data do vencimento do título. Letras Financeiras do Tesouro – LFT: terão as seguintes caracte- rísticas: I – Prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda. quando da emissão do título. observados os limites fixados pelo Poder Legislativo.CFT-B. Certificado do Tesouro Nacional – CTN: destinado à prover re- cursos necessários à cobertura de deficit orçamentários. V – Taxa de juros: definida pelo Ministro de Estado da Fazenda.496. Certificado Financeiro do Tesouro – CFT: destinado a atender preferencialmente as operações com finalidades específicas definidas em lei. II – Data de emissão: dia primeiro de cada mês.162-70. não serão computadas as securitizações efetuadas a partir de 1998. em porcentagem ao ano. III – Valor nominal na data-base: múltiplo de R$ 1. IV – Forma de colocação: direta. em favor de interessado específico. CFT Série G .192-68. Para fins de cálculo das emissões permitidas na forma da alínea an- terior. 70 . VIII – Resgate do principal: nas mesmas condições observadas para o pagamento do BIB que originou a operação de troca.00 (mil reais). CFT Série D . CFT Série C .CFT-A. realizadas ao amparo das Leis no 9. O CTN poderá ser colocado ao par.CFT-C. CFT Série B . com ajuste no primeiro período de fluência. que poderá ser emitido em oito séries distintas.364. com ajuste no primeiro período de fluência.CFT-H. o qual deverá utilizá-lo para fins de garantia em operações de crédito de que trata a Resolução no 2. e das Medidas Provisó- Proibida a reprodução – © UniSEB rias no 2. de 28 de junho de 2001. calculada sobre o valor no- minal atualizado. CFT Série A . quando da emissão. quando couber. IV – Prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda. CFT Série E . O valor de face dos títulos a serem adquiridos pelos devedores deve corresponder ao saldo devedor da operação de crédito.CFT-G e CFT Sé- rie H . de 2001.000. e terá as seguintes características: I – Forma de colocação: direta em favor de interessado específico. quando couber. e no 2. do Conselho Monetário Nacional. e suas respectivas amortizações.471. e no 9.CFT-D. de 16 de dezembro de 1996.Mercado Financeiro VII – pagamento de juros: todo dia quinze dos meses de março e setembro. quando da emissão do certificado. com ágio ou deságio. de 1997. III – Prazo: vinte anos. de 26 de fevereiro de 1998.CFT-E e CFT Série F . II – Modalidade: nominativa.CFT-F. que poderá ser exerci- da a partir da liberação da garantia. As aplicações financeiras feitas por essa modalidade permitem aos investido- 71 . 2.3. o Banco Central não pode mais emitir títulos da dívida pública: Alguns exemplos: Bônus do Banco Central – BBC. por EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB resolução do Conselho Monetário nacional.2  Tesouro direto O programa Tesouro Direto é uma parceria entre a BM&FBOVESPA e o Tesouro Nacional para a venda de títulos públicos a pessoas físicas.COM Como Investir em Títulos Públicos Fonte: BMF Bovespa Títulos emitidos pelo Banco Central do Brasil: tem como objetivo principal a implementação e execução da política monetária. Desde 200. VIII – Opção de recompra pelo emissor: com base no preço unitá- rio.00 (mil reais). Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas – Capítulo 2 V – Valor nominal: R$ 1. VI – Preço unitário: calculado à taxa de desconto de doze por cen- to ao ano sobre o valor nominal atualizado. ou outro índice que venha a substituí-lo.000. divulgado pela Fundação Getúlio Vargas. Letras do Banco Central – LBC e Notas do Banco Central – NBC. IMAGENS: DREAMSTIME. devidamente atualizado até a data da recompra. VII – Atualização: com base na variação do IGP-M. indexadores dos títu- los públicos. • a liquidez do título é garantida pelo Tesouro Nacional. ocor- rendo no resgate do título. Proibida a reprodução – © UniSEB Com essas características. sendo realizadas via Internet.Mercado Financeiro res investimentos a partir de R$ 30 para períodos como curto. então. A proposta do Tesouro Direto é permitir aos investidores (sejam eles pequenos ou grandes investidores) que gerenciem seus investimentos es- colhendo as características dos títulos como prazos. 72 . a Selic. • as cobranças de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) ocorre se o período de aplicação for menor do que 30 dias. médio ou longo prazo. O investidor pode escolher os títulos que tenham características compatíveis com o seu perfil e com o seu objetivo de investimento. Títulos podem depender de um prazo. co- nhecidos pela menor volatilidade desses ativos frente aos ativos de renda variável (ações). como os títulos remunerados por índices de preços e indexados à taxa de juros básica da economia. é um investimento de menor risco e mais con- servador. Entende-se por títulos públicos os ativos de renda fixa (em que seu rendimento pode ser dimensionado no momento do investimento). exceto nos horários de manutenção no sistema. caro aluno. os procedimentos para participar do Tesouro Direto e as vanta- gens de se adquirir um título público. Mas quais são as principais características do programa Tesouro Dire- to? Cavalcante. O site do Tesouro Nacional mostra que os títulos podem ser classificados em: • títulos prefixados: a taxa de rentabilidade é determinada no mo- mento da compra. médio ou longo prazo. • existe o pagamento de Imposto de Renda entre 15% e 22% ape- nas sobre o rendimento obtido no período considerado. Portanto. Misumi e Rudge (2005) oferecem indicações sobre essas indagações considerando que: • o cadastramento do investidor é feito junto a um agente de cus- tódia habilitado a operar. e realizar ou não pagamento de cupom semestrais de ju- ros. é importante questionar quais são. • os horários de compra são contínuos. perfil de rentabilidade e liquidez associado a cada investidor. podendo ser de curto. • títulos pós-fixados: o valor do título é corrigido por um inde- xador definido. Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas – Capítulo 2 O Tesouro Nacional indica que, uma vez selecionado o tipo de tí- tulo público que se tem interesse e se fez o cadastro no Tesouro Direto, o investidor compra os títulos e recebe os rendimentos da aplicação até o vencimento do papel (data predeterminada para o resgate do título), quan- do os recursos são depositados na conta do investidor com o rendimento combinado. É possível vender os títulos antes do vencimento ao Tesouro Nacional às quartas-férias considerando o valor de mercado do título. Além disso, os títulos negociados pelo governo são bastante com- petitivos comparativamente a outras aplicações financeiras de renda fixa e as taxas de administração e de custódia são baixas. Outra vantagem para o investidor é a cobrança do imposto de renda apenas no momento de ven- da, pagamento de cupom de juros ou vencimento do título. Atividades 01. Explique como funciona o Tesouro Direto. 02. Indique e explique os tipos de risco associados às aplicações financei- ras e às empresas. 03. Como as alíquotas de imposto de renda podem influenciar os rendi- mentos das aplicações financeiras? Explique. 04. Explique o que é risco e o que é retorno. 05. Como risco e retorno se relacionam? Explique. 06. Quais são os riscos específicos da empresa? Dê um exemplo para cada um dos casos. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB Reflexão Este capítulo mostrou algumas das principais definições sobre ris- co e retorno das empresas e suas decisões de investimento. Saber onde investir é extremamente importante para um gestor que deve, portanto, considerar os riscos e retornos de cada aplicação para que a decisão seja coerente com as estratégias da empresa. Além disso, conhecer as fontes de financiamento via produtos financeiros é um diferencial para qualquer gestor. 73 Mercado Financeiro Leitura recomendada Para ampliar seus conhecimentos e a aplicação sobre as variáveis de risco e retorno, leia o texto abaixo extraído do Jornal O Valor Econômico. Autor: Marcelo D’Agosto Título: Risco e retorno nas aplicações financeiras Link: <http://www.valor.com.br/valor-investe/o-consultor- financeiro/2895132/risco-e-retorno-nas-aplicacoes-financeiras> Data: 07/11/2012, Seção “O Consultor Financeiro”/ Risco e retorno nas aplicações financeiras No mundo inteiro, transmitir aos investidores o conceito de que a diversificação da carteira contribui para reduzir o risco e pode aumentar o retorno no longo prazo é sempre um desafio para os profissionais de finanças. O investidor, de qualquer nacionalidade, fica muito desconfor- tável com as oscilações de curto prazo e exige rentabilidade, segurança e liquidez para as aplicações. No Brasil, devido ao longo histórico de instabilidade financeira, ju- ros altos e inflação elevada, as discussões conceituais sobre os benefícios da diversificação sempre tiveram pouco sentido prático. As aplicações, obrigatoriamente, deveriam prever a possibilidade de resgates a qualquer momento e precisavam estar vinculadas às taxas de juros do mercado in- terfinanceiro. A explicação estava na percepção de que o governo brasileiro, para financiar o orçamento desequilibrado, rolar uma dívida pública crescen- te, administrar eventuais deficit no balanço de pagamentos e evitar uma crise financeira de grandes proporções, tinha que garantir remuneração elevada aos bancos. Os investidores pegavam carona nesse ambiente de insegurança, mas com o cuidado de preservar a liquidez das aplicações para tentar evitar os prejuízos com desvalorizações cambiais, confiscos ou congelamentos. Os investimentos em bolsa eram vistos como oportunidades ape- nas para aqueles que poderiam ter algum tipo de informação exclusiva. Compensaria apenas se fosse possível lucrar com as consequências das eventuais medidas macroeconômicas, tomadas como tentativa de domar a Proibida a reprodução – © UniSEB inflação. A diversificação da carteira era vista como sinônimo de especu- lação, restrita a poucos mais bem informados. 74 Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas – Capítulo 2 Os números da economia davam suporte à atitude reticente dos in- vestidores. Na década de 70 a inflação média foi de 33% ao ano, patamar semelhante ao dos juros das operações de curto prazo. Nos anos 80 e 90, a inflação média anual saltou para 265% e 270%, respectivamente. Já os juros das aplicações interfinanceiras subiram ainda mais, para 280% ao ano na década de 80 e 340% ao ano durante o período entre 1990 e 1999. O rendimento acima da inflação — chamado de juro real — dos investimentos vinculados aos juros dos Certificados de Depósitos Interfi- nanceiros (CDI) atingiu o ponto máximo nos anos 90, quando foi de 18% ao ano. Ainda que o Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos das aplicações tenha consumido boa parte desse ganho real, os lucros foram excelentes. Nos dez anos entre 2000 e 2009 houve a queda acentuada da in- flação média anual, para 6,6%. No entanto, apesar da maior estabilidade financeira, a rentabilidade das aplicações de curto prazo continuou pro- porcionalmente elevada, ficando na média de 16% ao ano. O ambiente financeiro continuou inibindo a diversificação. Fim da instabilidade financeira Inflação e juros das aplicações de curto prazo - média de dez anos entre 1970 a 2009* 400 Inflação Juros 338 320 279 271 265 240 160 80 33 33 7 16 0 70–79 80–89 90–99 00–09 EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB Atualmente, com a inflação no patamar de 5,5% ao ano e os juros de curto prazo, balizados pela taxa Selic, em 7,25% ao ano, houve uma mudança de comportamento. Os investidores passaram a buscar o alonga- mento do prazo dos investimentos de renda fixa e a diversificação passou a ser fundamental para conseguir aumentar os ganhos, apesar dos riscos. 75 Mercado Financeiro A remuneração da caderneta de poupança hoje é de 70% da taxa Selic, equivalente a 5,08% ao ano, livre de IR. É o piso para as aplicações de renda fixa e, ainda assim, vem atraindo volumes cada vez maiores. Mas existem alternativas. O Tesouro Direto, o sistema de negociação de títulos públicos via internet, é uma delas. O investidor pode comprar diversos tipos de papéis e as simulações da rentabilidade podem ser feitas com a calculadora dis- ponível no próprio site. A tarifa de negociação sobre o montante da transação, a taxa da custódia dos títulos e o impacto do recolhimento do Imposto de Renda sobre o rendimento dos papéis no vencimento são padronizados e já estão incluídos nos cálculos. Mas é preciso estimar a taxa de administração da instituição financeira intermediadora, por que é um valor livremente esta- belecido por cada banco ou corretora. Considerando que a taxa é de 0,3% ao ano e partindo da suposição de que a Selic continuará em 7,25% ao ano e a inflação ficará estável em 5,5% ao ano, é possível comparar o retorno líquido dos diferentes papéis disponíveis. No próprio site do Tesouro há uma lista com os valores co- brados por cada instituição. De acordo com essas premissas, a remuneração esperada para a Letra Financeira do Tesouro (LFT), corrigida pela taxa básica de juros, com vencimento em março de 2017 e taxa de mercado equivalente a Selic menos 0,1% ao ano é de 5,64% ao ano após os impostos. Mais do que a poupança. Para a Letra do Tesouro Nacional (LTN), papel prefixado e com vencimento em janeiro de 2016, a expectativa de rentabilidade líquida é de 6,51% ao ano. E a Nota do Tesouro Nacional da série B Principal (NTN-B Principal), corrigida pelo IPCA, possui rentabilidade esperada de 6,12% ao ano. Prever o comportamento da Selic e da inflação para os próximos três anos é tarefa quase impossível. No entanto, considerando que a mar- gem de erro das estimativas é muito mais baixa do que já foi no passado, a relação entre a possibilidade de ganhos adicionais e o risco de perdas inesperadas parece bem favorável. Proibida a reprodução – © UniSEB 76 2009. ASSAF NETO.1. ROSS. RECEITA FEDERAL DO BRASIL.br/pessoajuri- dica/dirf/Mafon2003/rendcapital/aplicacaofinanrenfixapj.estadao. São Pau- lo: Atlas. São Paulo: Atlas. ESTADÃO. 4.com.fazenda. 2. Disponível em: <http://www. Acesso em: 20/10/2014>.htm. BANCO DO BRASIL. Disponível em: <http://www. Reimpres- são.receita. br/folha/dinheiro/ult91u666078. Mercado Financeiro. R.136. A.uol. L. 2002. J.br/portalbb/page3.br/noticias/ not_30559. FOLHA DE S. Disponível em: <http://www1. 3. A. A. 2014. A. GITMAN.htm>.folha. JAFFE... Administração financeira: EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB corporate finance. ed.shtml>. Princípios de administração financeira.0. A.com. São Paulo: Pearson Prentice Hall.gov. Aplicações Financeiras de Renda Fixa. 77 .2545. ed. F.bb>. WESTERFIELD.0.. Medidas de Risco e os Produtos Financeiros Disponíveis às Empresas – Capítulo 2 Referências ASSAF NETO. Acesso em: 20 out. bb. Curso de administração financeira. ASSAF NETO. 2012. São Paulo: Atlas.8. LIMA. São Paulo: Atlas. PAULO. 8. ed. S. 2009. Tipos de risco. Finanças corporativas e valor.com.J. 2008.G. Disponível em: <http://economia. bem como os rendimentos associados a elas.Mercado Financeiro No próximo capítulo Veremos no próximo capítulo como funciona o mercado acionário. qual é o funcionamento do mercado acionário e como as ações podem ser divididas. Proibida a reprodução – © UniSEB 78 . discutiremos os locais em que os investidores podem atuar. bem como o funcionamento detalhado do mercado secundário (representado pelas Bolsas de Valores). Veremos que as empresas podem usar-se do processo de abertura de capitais para ampliar suas fontes de financiamento de longo prazo. Por fim. Para isso. falaremos das funções das bolsas de valores e das definições de risco no mercado secundário. como se ocorre o funcionamento de cada um deles. • Conhecer o funcionamento dos mercados que transacio- nam as ações. . Objetivos da sua aprendizagem Cap • Conhecer o mercado acionário. explicando os principais mercados em que as empresas abertas lo podem atuar. Mercados Acionistas e suas Importâncias Esse capítulo mostra os principais con- 3 ceitos do mercado acionista. o que são as ações e como as empresas ít u podem abrir capital. Você se lembra? De ter ouvido falar em compras de ações da Petrobrás com o uso do FGTS em 2000 e das mesmas menções para as ações da Vale em 2002? Veremos o conceito de ações e sua importância para o mercado de capi- tais como forma de financiamento de longo prazo das empresas. • Aprender a história das Bolsas de Valores e a importância da Bol- sa de Valores Brasileira. • Entender os diversos processos para abertura de capital. Através da participação dos acionistas. cupons. DI TDC CI TPF Derivativos Swaps Compensação Mercadorias Outros CLBC Liquidação Banco central do Brasil STR/RB Contas de liquidação TPF – Titulo Público Federal TDC – Titulo de Divida Corportativa TPF – Titulo Público Estadual LDL LBTR DI – Depósito Interfinanceiro CI – Câmbio Interbancário Proibida a reprodução – © UniSEB Figura 8 – Visão geral do mercado de títulos e valores mobiliários Fonte: Banco Central do Brasil 80 . à medida que a economia se expande mais relevante se apresenta o sistema de O mercado de valores mobiliários brasilei- distribuição de valores mobiliários ro negocia. seja pela natu- reza permanente da captação. direitos. debêntures e quotas de fundos queza nacional. as empresas possuem melhores condições financeiras de viabilizarem seus projetos de investimentos. como fator multiplicador da ri. contratos empresas. A participação de investimento. 220). seja pelo baixo comprometimento do caixa. de opções e outros derivativos. recibos participação dos acionistas. Entretanto. de subscrição e certificados de desdobramen- impulsiona o crescimento das to relativos aos valores mobiliários. Mercado de Balcão Mercado de Bolsas Bovespa Negociaçã ou registro Selic Ações TPF Cetip Opções TDC TDC BM&F BM&F Soma BM&F TPE Ações Câmbio Ativos Deriv. predominantemente. As principais fontes de fi- nanciamento de uma empresa são: empréstimos (capital de terceiros). ações. em função da bônus de subscrição. geração e reinvestimentos de lucros e aporte de capital de acionistas.Mercado Financeiro Introdução Segundo Assaf Neto (2003. p. como dos resultados. gerando sucesso dos futuros. investimentos produtivos. existem vários outros tipos de valores mobiliários. permitindo a participação co- letiva de forma ampla na riqueza e nos resultados da economia. surgiu o mercado de capitais. através de diversas modalidades de financiamentos a médio e longo prazo para capital de giro e capital fixo. Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 A função básica do mercado de capitais. de acordo com Assaf Neto (2003. p. baseada na economia de mercado. 74). É o grande municiador de recursos perma- nentes para a economia. em virtude da ligação que se efetua entre os que tem capacidade de poupança. • Permitir e orientar a estruturação de uma sociedade pluralista. 174). deixando de garantir um fluxo de recursos nas condições adequadas em termos de prazos. conhe- cido geralmente como o que liquida todas as operações de compra e venda de ações no prazo máximo de dois dias. os principais ativos negociados são as ações das empresas. 2011. custos e exigibilidades. fundamentado em dois princípios. Os finan- ciamentos de prazo indeterminado são operações que envolvem a emissão e a subscrição de ações (ASSAF NETO. O mercado de capitais assume um papel relevante no processo do desenvolvimento econômico. é a de promover a riqueza nacional por meio da participa- ção da poupança de cada agente econômico. aqueles que apresentam deficit de in- vestimento (ASSAF NETO. isto é. p. O mercado de capitais está estruturado de forma a suprir as neces- EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB sidades de investimentos dos agentes econômicos. Pinheiro (2009. já desenvolvidas no capítulo 1. 220). os investidores. Nesse mercado. p. complementa que o mercado de capitais representa um sistema de distribuição dos valores mobiliários que tem o propósito de viabilizar a capitalização das empresas e dar liquidez aos títulos emitidos por elas. atuando como propulsor de capitais para os investimentos. p. ou seja. estipulando a for- mação da poupança privada. 2011. A seguir veremos como funciona o mercado de ações à vista. É constituído pelas instituições financeiras não bancárias. 81 . e aqueles carentes de recursos de longo prazo. segundo Pinheiro (2009): • Contribuir para o desenvolvimento econômico. instituições componentes do sistema de poupança e empréstimo (SBPE) e diversas instituições auxiliares. 74). Em função do mercado de crédito ter deixado de atender as neces- sidades da atividade produtiva. p. todas as empresas constituídas sob o regime • Direito de retirada. • Direito de requerer a convo- cação e o adiamento de assembleias gerais. sociedade por ações ou companhia). comprovando a existência e a posse de certa quantidade especificada de ações e escritural sem emissão física. Tag Along é um • Direito à informação. Pinheiro (2009. as ações ordinárias ON • Direito de indicação de membros do Conselho de Administração.A.Mercado Financeiro 3. O acionista não é um credor da companhia. mecanismo previsto na • Direito à preferência na legislação brasileira (Lei das S. • Direito de propor ações indenizatórias em beneficio da companhia.) subscrição de ações e tem como principal objetivo proteger o acionista minoritário no caso de uma even- em aumento de capi. Por lei. • Direito de participar de oferta pública por alienação do controle de companhia aberta (tag along). adquire uma série de direitos e responsabilidades. 222) as ações constituem-se em tí- tulos representativos da menor fração do capital social de uma empresa (sociedade anônima. 222).404/76. tal. pode se considerar sócio da empresa emissora. definidas pela lei 6. sendo o controle efetuado em insti- Proibida a reprodução – © UniSEB tuição depositária. ao investir em ações. de sociedade anônima devem oferecer um tag along mínimo de 80% para ações com direito • Direito de voto. sendo convertida em dinheiro a qualquer momento mediante ne- 82 . como: • Direito de participar nos lucros.1  Sobre ações e seus tipos Segundo Assaf Neto (2003. uma ação não tem prazo de resgate. mas um co-proprietário com direito à partici- pação em seus resultados. p. As ações podem ser emitidas sob duas formas: física de cautelas. 198) afirma que as ações são títulos de proprie- dade de uma parte do capital social da empresa que as emitiu. Segundo Assaf Neto (2003. • Direito de fiscalização. tual troca de controle da companhia. p. em nome dos seus titulares. Quem tem ações. O acionista. ou seja. portanto. • Direito de transmissão. a voto. O au- mento da procura vai gerar. Pinheiro (2009. 83 . Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 gociação no mercado. decidir sobre o destino dos lucros. p. votar contas patrimoniais. conferindo ao seu titular o direito de voto. a pulverização das ações por grande numero de acionistas permite que um grupo com pequena quantidade das ações nos mercados em que são negociadas tenha maior participação nas decisões. inevitavelmente. de acordo com Pinheiro (2009): • O numero de votos confirma as decisões na companhia. Ações Ordinárias: segundo Assaf Neto (2003. Os acionistas ordinários podem: eleger e destituir os membros da diretoria e do Conselho Fiscal. podendo ser negociada em bolsa de valores. tipicamente empresas familiares. Uma ação ordinária equivale a um voto. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB cujas ideias sejam contrarias as daquele que iniciou as compras. Numa sociedade anônima. sempre que desejar. O investidor pode. 202). p.222) são as que comandam a assembleia de acionistas de uma empresa. vamos conhecer os principais tipos de ações emitidas pe- las sociedades anônimas. que tem suas ações dis- tribuídas entre um número mínimo de acionistas. reformar o estatuto social. Nos sistemas de votos das ações ordinárias. • Ao mesmo tempo. 3. onde o peso do seu voto corresponde á quantidade de ações que possui.1. autorizar emissão de debêntures etc. movimento nos pregos das ações nos mercados em que são negociadas. As companhias que emitem ações são as sociedades anônimas. alterar sua participação acionária. é por meio do voto que o acionista tem o direito legal do controle da organização. O au- mento de poder por meio da compra de mais ações por um in- vestidor ou um grupo pode ser intensificado por outros grupos. A seguir. podendo ser de dois tipos: companhia aberta. • Esses deverão também reforçar suas posições em ações.1  Tipos de Ações As ações são classificadas em ordinárias e preferencias. ou seja. E companhia de capital fechado. é nas assembleias ge- rais de acionistas e nas convocações especiais que o acionista ordinário vota. com circulação de suas ações restritas a um grupo identificado de investidores. confirma que as ações ordinárias têm como característica principal o direito ao voto. • Autorizar a venda do ativo fixo ou imobilizado. As ações ordinárias pagam 10% a menos de dividendos. ocorre o aumen- to da quantidade de acionistas com a maior distribuição das ações entre investidores. • Autorizar a emissão de ações preferenciais. 203). Ações Preferenciais: de acordo com Assaf Neto (2003. Para o investidor que adquire estas ações. p. Proibida a reprodução – © UniSEB Se uma companhia passar três anos consecutivos sem distribuir di- videndos preferenciais. priorizando a distribuição dos resultados. incentivando uma maior parti- cipação no capital votante. • Mudar a quantia autorizada das ações ordinárias. não atribuem a seu titular o direito de voto. • Prioridade no reembolso do capital na hipótese de dissolução da empresa. permite que os investidores com menor participação acionária assumam o controle da empresa. uma maior pulveri- zação das ações.Mercado Financeiro Assaf Neto (2003. As mais importantes são: • Adotar e corrigir o estatuto da companhia. além de possuírem valor de mercado e liquidez menores. o lucro é mais importante que o controle da companhia. • Eleger a junta de dirigentes. p. De outro modo. geralmente um per- centual mais elevado que o valor das ações ordinárias. 222) complementa que. situação essa capaz de alterar o controle acionário. as ações prefe- 84 . debêntures e outros tipos de títulos. e não estão dispostos a negociá-las. p. as características dos di- reitos gerais de um acionista ordinário são relativamente uniformes em muitos aspectos e estão estabelecidas por leis. porém conferem certas preferên- cias. em relação às ações preferenciais. como: • Prioridade no recebimento de dividendos. Isto deve-se ao fato de que a maioria dessas ações encontram-se em poder de proprietários que desejam controlar a empresa. 223). De acordo com Pinheiro (2009. • Autorizar a fusão com outra companhia. Com o desenvolvimento do mercado de capitais. exigindo-se menor concentração no capital votante para se exercer o controle acionário de uma empresa. essas ações adquirem o direito de voto. Fonte: Elaborado pelo autor Segundo o art. temos os seguintes tipos de ações. (ASSAF NETO. desse momento. Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 renciais podem ter direito a voto se estipuladas no estatuto da companhia. 17. • Ações com o direito a um primeiro dividendo fixo. { Ordinária Direto a voto Ação Prioridade recebimento Preferencial dividendos EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB Figura 9 – Classificação das ações. pago à preferenciais e ordinárias e participação total nos lucros que restarem. As preferenciais de participação integral são as classes de ações que maior interes- se apresentam para a generalidade dos investidores. 2003. cabendo o restante do lucro às ações prefe- renciais. no mí- nimo. p. • Ações com direito a um primeiro dividendo fixo pagos a prefe- renciais e ordinárias e participação integral nos lucros restantes. 223) De acordo com Pinheiro (2009. as ações prefe- renciais deverão conferir aos seus titulares. ao menos uma das vantagens: • Direito a participar de uma parcela correspondente a. p. As que não possuem essas características são chamadas de ações preferenciais de participação parcial. 25% do lucro líquido do exercício. sendo que. desde que seja concedido primeiro uma bonificação suplementar às ações ordinárias. • Ações com direito a um primeiro dividendo fixo. • Ações com direito a um primeiro dividendo fixo pago mais uma bonificação suplementar que as ordinárias não recebem por não participarem integralmente nos lucros restantes. conforme a forma de parti- cipação. 204). pago às pre- ferenciais e ordinárias. da Lei das Sociedades por Ações. lhes será garantido um dividendo prioritário de pelo 85 . mais um segundo dividendo fixo (se os lucros o permitem). Já as preferen- ciais são ações que participam integralmente dos lucros restan- tes. Mercado Financeiro menos 3% do valor do patrimônio líquido da ação e. Segundo Pinheiro (2209. B. 86 . PNB (preferenciais nominativas classe B). 3. Acionista • Usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e controlador orientar o funcionamento dos órgãos da companhia. 207). Algumas recebem letras para diferenciá-las (A. 2009. Os principais tipos de acionistas estão relacionados no quadro a seguir. cada classe reúne ações cujos titulares têm os mesmos direitos e restrições. a maioria dos votos nas deliberações da assembleia ge- ral e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia. As ações podem também. • Direito de serem incluídas na oferta pública em decorrência de eventual alienação de controle. o direito de participar de eventual saldo desses lucros distribuí- dos.) Algumas classes: PNA (preferenciais nominativas classe A). de modo permanente. os que nela trabalham e para com a comunidade em que atua. p. Ação Acionista não integralizada não confere direitos de sócio ao subscritor. ainda. Difere do cotista de uma sociedade limitada porque a companhia é uma sociedade de capitais. em igualdade de condições com as ordinárias. 79) Acionista Descrição • Proprietário de ações já integralizadas de uma companhia. de acordo com objetivos específicos em relação aos direitos dos acio- nistas. (CAVALCANTE. C etc. depois de a estas assegurado dividendo igual ao mínimo prioritário. p. RUDGE.2  O acionista O acionista é o proprietário de ações integralizadas da companhia. enquanto a limitada é uma sociedade de pessoas. MISUMI. etc. Atua nela na qualidade de sócio. • Direito de receber dividendos pelo menos 10% maiores que os pagos às ações ordinárias.1. • Acionista titular de direitos de sócio que lhe assegurem. As pessoas são atraídas para possuir ações de algumas companhias quando elas harmonizam a função econômica com a estrutura jurídica necessárias para atrair capitais de terceiros. em busca de resultados econômicos. • Tem deveres e responsabilidades para com os demais acionistas da Proibida a reprodução – © UniSEB empresa. cujos direitos e interesses deve lealmente respeitar e atender. durante sua emissão ter diferentes classes. que não tem direito a voto. como prioridade no pagamente de dividendos e reembolso de capital. sob a for- ma de dividendos. 79). direito a voto. um acionista com ações preferenciais. convo- cação de assembleias e direito a tag along. • Dividendos: todos os acionistas de uma companhia possuem o direito a participar de seus resultados sociais anuais. toda vez que for apurado lucro. • Muitos autores adotam.1. direito de fiscalização e informação. no entanto. p. Misumi e Rudge (2009. Acionista Acionista proprietário de ações ordinárias. • Direito de fiscalização e informação: todos os acionistas de uma companhia tem o direito de fiscalizar a gestão dos negó- cios. ou o acúmulo dessas vantagens. A seguir serão resumidos esse direitos de acordo com Assaf Neto (2011. Todo acionista 87 . direito de recesso ou de retirada. • Ações preferenciais e dividendos: as ações preferenciais. preferên- cia na subscrição.1 – Tipos de acionistas. que lhe conferem direito ordinário a voto. Não obstante. porque sua par- Acionista ticipação limita-se ao interesse de auferir resultados. devem EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB oferecer aos seus titulares alguma vantagem econômica em relação às ações ordinárias. distribuição de di- videndo fixo ou mínimo. não deve ser considerado minoritário. preferencial Quadro 3. Acionista Acionista proprietário de ações preferenciais. • Tecnicamente. por apresentarem geralmente restrições ao direito de voto. Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 • Proprietário de ações de uma empresa com direito a voto sem. ter seu controle acionário.2. minoritário a legislação brasileira não é precisa no tratamento do conceito de minorias acionárias. p. prêmio. para efeitos didáticos. O pagamen- to do dividendo deixa de ser obrigatório no exercício em que a companhia demonstrar incapacidade financeira. 200). Fonte: Cavalcante. 3. ações preferenciais e dividendos.1  Direitos dos acionistas Entre os principais direitos dos acionistas estão: dividendos. de acordo com as formas previstas em lei. o critério de conside- rar os direitos de acionistas preferenciais como equivalentes ao das minorias. aos acionistas direito. também. recebendo o valor de suas ações.cvm. as decisões sociais da companhia são tomadas por meio do exercício do direito a voto. • Direito a tag along: em caso de alienação do controle acioná- rio de uma companhia. O que se deve considerar. • Direito a voto: nas sociedades anônimas. aos acionistas ordinários. Isso ocorre porque as ações são investimentos de renda variável. O caderno da Comissão cipar em Assembleias Gerais. represen- tando cada ação um voto. na proporção da participação acionária atual. descreve os principais direitos atribuídos aos acionistas no Brasil também esclarecimentos. normalmente. o novo controlador tem a obrigação de realizar uma oferta pública visando à aquisição das ações com direito a voto pertencentes aos acionistas minoritários. a requerer informações a respeito da companhia e seus administradores. assuntos em pauta e solicitando br>. 88 . o que significa que quaisquer alterações no ambiente competitivo ou na dinâmica econômico- financeira da empresa irão impactar nas ações. é atribuído minoritários. Todo Conexão: acionista tem o direito de parti. conforme estabelecido na Lei das SAs (6. Esta possibilidade é denominada por direito a tag along. nos casos previstos em lei. • Preferência na subscrição: a preferência na subscrição é assegurada a todos os acionistas de ações que venham a ser emitidas por aumento de capital. é a quantidade de risco que uma determinada ação terá.638/07). • Direito de recesso ou de retirada: todo acionista minoritário.404/76 e 11. tem o direito de retirada ou recesso. • Convocação de assembleias: a Assembleia Geral de uma sociedade pode ser convocada pelos acionistas minoritários em diversas condições. em especial.gov. expressando sua opinião sobre os disponível em <www. desde que não concorde com certas deliberações da Assembleia Geral da companhia. de Valores Mobiliários – CVM – “Proteção ao Investidor”. Tal e. O preço a ser pago na oferta pública pelas ações dos acionistas minoritá- rios deve corresponder a um mínimo do valor pago aos acionis- tas que alienaram o controle da companhia.Mercado Financeiro possui o direito. ao decidir pelo investimento em Proibida a reprodução – © UniSEB ações. ainda. Novamente. Os dividendos das companhias são isen- tos. Assim temos ações: nomi- nativas. A cautela identifica. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB De acordo com Pinheiro (2009. as ações podem ser classi- ficadas de acordo com sua forma de circulação. o proprietário. Impostos relativos à atividade eco- Impostos que incidem sobre a empresa nômica. as ações nominativas são re- presentadas por cautelas (certificados) e trazem o nome do investidor registrado em livro de registro das ações nominativas.2  Forma de circulação das ações e os rendimentos dos acionistas Além dos tipos estudados anteriormente. as ações nominativas po- dem ser: • Nominativas. Segundo Assaf Neto (2003. p. que se refletem no desempenho econômico e no lucro da companhia. Além disso. pois o lucro que lhes deu origem já foi Impostos que incidem sobre os dividendos tributadoJuros sobre o capital são tributa- dos em 15% na fonte. e só podem ser transferidas mediante o termo de transferência assinado pelo comprador e pelo vendedor em livro próprio da compa- nhia. Quadro 3. a forma de emissão e os direitos já exercidos com menção às assembleias onde eles foram decididos. as alíquotas de impos- to de renda para esse tipo de aplicação são as mesmas daquelas quando discutimos os investimentos em renda fixa. emitidas com o nome do comprador. dependendo da notícia divulgada. 3. 89 . a companhia. entre outros dados. as divulgações de lucros/prejuízos da empresa ou aqui- sições de/fusões com outras empresas tendem a alterar o preço de mercado das ações de uma empresa. o tipo de ação. Tal fato pode afetar os ganhos dos acionistas de forma positiva ou negativa. Misumi e Rudge (2005). p. Essa transferência pode ser feita por procuração passada ao corretor ou a outro agente. Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 Por exemplo. outro fator que influencia as ações é o pagamento de imposto de renda sobre o rendimento. sendo mais fácil de transferir. Imposto de Renda sobre o lucro empre- sarial.2 – Principais impostos das ações Fonte: Cavalcante. 224). ao portador e escriturais. 207). aspx?idioma=pt-br>. essas ações têm seu controle executado por uma instituição fiel depositária das ações da companhia. p. Rendimentos das Ações e Risco De acordo com Assaf Neto (2003. Na maioria dos casos. Proibida a reprodução – © UniSEB 90 . ocorrem mediante extratos bancários emitidos pelas instituições depositárias. Isto é feito mediante pagamento de uma taxa. p. p. Basicamente. as companhias reconhecem aos seus acionistas o direito de converter as suas ações de uma forma para outra.Mercado Financeiro • Nominativas endossáveis que se transferem na prática por en- dosso. mas não dispensam o termo de transferência na compa- nhia.bmfboves- do geralmente curso mais amplo no pa. respectivas cautelas são denominadas ações escriturais. Gozam de pre. ten. As ações ao portador são emitidas sem constar o nome do comprador e são Conexão: transferidas de uma pessoa a outra por Você tem interesse em transferência manual. Esses resultados depen- dem de diversos fatores ligados ao desempenho esperado da empresa emi- tente. valores? Acesse <http://www. comprando ações na bolsa de ferência de muitos investidores. participar do mercado acioná- rio. que continua a reconhecer como seu acionista aquele cujo nome as ações estão registradas em seus livros. 224).br/pt-br/educacional/iniciantes/ mercado-de-acoes/mercado-de-acoes. Segundo Assaf Neto (203. pelo fato de não ha- ver manuseio físico. A movimentação destas ações. uma ação oferece duas formas de rendimentos aos seus investidores: dividendos e valorização de seu preço de mercado. passando- as ao portador para ações nominativas ou nominativas endossá- veis e vice-versa. mercado (PINHEIRO. oferecendo resultados (ganhos ou perdas) ao investidor baseados no comportamento de seus preços de mercado. 2009. 207).com. sem suas a passo o processo para investidores iniciantes. 226) ação é um título de renda variável. das condições de mercado e evolução geral da economia. a qual mantém uma conta de depósito em nome dos seus proprietários. E conheça passo As ações nominais. as ações têm rendimentos e resultados distribuídos pela própria companhia. Assaf Neto (2003. Os lucros são distribuídos 91 . com o objetivo de rein- vestir na própria atividade ou distribuí-lo. Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 Para Pinheiro (2009. A atual legislação brasileira sobre distribuição de dividendos encontra-se prevista basicamente na lei das sociedades por ações. ou seja. Segundo Assaf Neto (2003. 209). mesmo que este não vá recebê-lo. no exercício corrente ou passado. p. tornando-se uma pratica obrigatória para as sociedades por ações. 209) são valores representativos de parte dos lucros da empresa. sob a forma de dividendos aos acionistas. Esta distribuição é resultado de lucros obtidos por uma empresa. p. p. sob a forma de proventos (dividendos. sendo creditado ao acionista. SAI YEUNG CHAN | DREAMSTIME. A decisão de distribuição de dividendos envolve uma decisão sobre EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB o lucro líquido da empresa. podendo ser retido. foi introduzida a figura dos “juros sobre o capital próprio” pagos aos acionistas com base nas reservas de lucros da empresa. bonificações) ou de direito de preferência na aquisição de ações (subscrição). p. 226) comenta que mais recentemente no Brasil. e outros decor- rentes dos movimentos de preços dos mercados organizados. Dividendos: de acordo com Pinheiro (2009. benefícios propiciados a seus acionistas.COM Figura 10 – Variação dos preços das ações Complementando. 227) todos os acionistas (ordinários e preferenciais) tem o direito de receber dividendos em cada exercício. em dinheiro. que é distribuído aos acio- nistas. na proporção da quantidade de ações possuídas. adquirindo ações na expectativa de crescimento de seu valor de mercado. valorização do preço de mercado de uma ação é consequência do comportamento de mercado e do desempenho da empresa em determinado período. a legislação prevê a distribuição de 50% desse resultado ajustado a todos os acionistas. metade do lucro líquido do exercício diminu- ído ou acrescido dos seguintes valores: • Cota destinada à constituição da reserva legal. Para obter ganhos com ações existe um aspecto fundamental cha- mado timing (momento oportuno) de entrar e sair do mercado. devendo ser pagos como dividendos assim que as condições da empresa permitam. tendo como percentual míni- mo obrigatório 25% sobre o lucro liquido ajustado do período. Valorização: de acordo com Assaf Neto (2009. • Lucros a realizar transferidos para a respectiva reserva e lucros anteriormente registrados nessa reserva que tenham sido reali- zados no exercício. Conforme Pinheiro (2009. porém são registrados em conta especial. Dependendo da situação financeira da companhia aberta. p. 228). Ou seja. p. o diferencial do bom investidor está em saber antecipar-se aos movimentos do mercado financeiro: em tendência de alta. desde que não tenham sido absorvidos por prejuízos futuros. • Importância destinada á formação de reservas para contingên- cias e reversão das mesmas reservas formadas em exercícios anteriores. adquirir ações antes dos de- mais investidores e vendê-las antes da desvalorização. 210) opcionalmente. o divi- dendo pode não ser distribuído. se o estatuto for omisso. também antes dos Proibida a reprodução – © UniSEB outros investidores. ou. Os inves- tidores especulam sobre a possibilidade de ganhos futuros e valorização do papel. Bonificação: segundo Pinheiro (2009. devendo ainda os acionistas preferenciais receberem 10% a mais de dividendos que os ordinários. em relação ao valor pago e tomando decisões de venda em pro- jeções de baixa. 211) as bonificações con- sistem no recebimento gratuito de um número de ações proporcional à 92 . os dividendos podem ser fixados em 6% sobre o capital ou 36% do Patrimônio Líquido. No caso do estatuto social da companhia ser omisso com relação a esse dividendo. p.Mercado Financeiro com base no previsto nos estatutos sociais. 9°). art. compro- metendo-se a dar preferência de compra aos atuais acionistas por certo período e preço preestabelecido na proporção das ações possuídas. novas ações aos investidores. poderá vendê-lo.249/1995. por incorporação de reservas ou lucros em suspenso. 93 .996 é dedutível para fins do cálculo do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurí- dica (IRPJ). através da elevação do seu capital social. para atualiza- ção da participação do acionista no capital da empresa. p.996 passou a ser uma importante ferramenta para o planejamento tributário. transferindo o direito a terceiros. passou a ser também dedutí- vel para o cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Representa uma transferência de contas patrimoniais. a título de remuneração do capital próprio. pro rata dia. não promovendo qualquer alteração na estrutura econômica e financeira da empresa. Os recursos dos pagamentos efetuados pelos acionistas à socieda- de emitente das novas ações são direcionados para financiar projetos de investimentos e reforço de capital de giro (ASSAF NETO. e a partir do ano-base de 1. da Taxa de Juros de Longo Prazo – TJLP (Lei 9. p. promovendo um ganho ao subscritor pela diferença verificada nestes valores. A pessoa jurídica poderá deduzir os juros pagos ou creditados indi- vidualizadamente a titular. visto que a partir do período-base de 1. sócios ou acionistas.997. 232). II – 50% (cinquenta por cento) do somatório dos lucros acumu- lados e reserva de lucros. Caso o acionista não desejar exercer seu direito. Juros sobre capital próprio: os Juros sobre Capital Próprio (patri- mônio líquido). Resultam do aumento de capital. 2003. A subs- crição é o direito de todos os acionistas em adquirir novas ações emitidas por uma companhia. Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 quantia já possuída. calculados sobre as contas do patrimônio líquido e li- mitados à variação. geralmen- te inferior ao valor de mercado. Direito de subscrição: segundo Assaf Neto (2009. a partir de 1. sem computar o resultado do período em curso. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB O montante dos juros remuneratórios do patrimônio líquido passível de dedução para efeitos de determinação do lucro real e da base de cálculo da contribuição social limita-se ao maior dos seguintes valores: I – 50% (cinquenta por cento) do lucro líquido do exercício antes da dedução desses juros. A sociedade emite e oferece para subscrição. não determinando variações em seu preço de mercado.233). A aquisição é efetuada pelo preço definido de subscrição. Abaixo segue descrição de cada um destes valores. 3. o lucro líquido do exer- cício será aquele após a dedução da contribuição social sobre o lucro líquido e antes da dedução da provisão para o imposto de renda. correspondendo ao capital dividido pelo número de ações emitidas. determinada pelo valor do patrimônio liqui- do dividido pelo número de ações emitidas. indicando que cada ação emitida participa com R$ 2. p. sempre de acordo com o regulamentado no estatuto da empresa. os juros sobre o patrimônio líquido. todas as ações deverão ter o mesmo valor. uma ação pode ser emitida com e sem valor nominal.Mercado Financeiro Para os efeitos do limite referido no item I. A realização financeira total do valor patrimonial de uma ação so- mente vai ocorrer se houver dissolução da sociedade. as ações apresentam valores monetários diferentes. não havendo a necessidade de se respeitar um valor mínimo. p. Por exemplo. a cada exercício verificando-se. Seu objetivo é a garantia contra a diluição do Patrimônio acionário no caso do aumento de capital com emissão de novas ações. 224). se o patrimônio líquido de uma empresa for de $ 100 milhões e ela tiver $ 50 milhões de ações emitidas. o preço de emissão é definido pelos sócios funda- dores da sociedade e pela assembleia geral de acionistas.1  Valor das ações Conforme as circunstâncias ou de acordo com os objetivos de aná- lise. Valor patrimonial: representa a parcela do patrimônio liquido. que compete a cada ação emitida. 225) a realização financeira do valor Proibida a reprodução – © UniSEB patrimonial de uma ação depende. porém. ao mesmo tempo. Se forem emitidas ações sem valor nominal. da alienação de todos os ativos da empresa pelos preços registrados nos relatórios financeiros elaborados pela Contabilidade. Segundo Assaf Neto (2003. Segundo Assaf Neto (2003. um crescimento do patrimônio líquido pela retenção de lucros e integralização de novas ações. ainda. A empresa pode estabelecer qualquer valor para suas ações. Valor Nominal: é o valor atribuído no estatuto social da companhia. Ainda neste caso. determina-se um valor patrimonial de $ 2. 94 .00 por ação.2. sem com- putar. Parte do capital próprio é distribuída aos acionistas sob a forma de dividendos.00 do patrimônio da sociedade. p. inclusive instituições financeiras: • remuneração adicional acertada no início do contrato para o EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB investidor que aluga seus ativos. 95 . sejam eles pessoas físicas ou jurídicas. no mo- mento de abertura de capital de uma empresa. baseando-se no desempenho futuro da empresa e no comportamento da economia. por exem- plo) concedidos pela companhia emissora mesmo que seus ativos estejam temporariamente nas mãos de terceiros.05% ao ano sobre o volume emprestado. Este flu- xo é descontado a uma taxa de retorno mínima requerida pelos investido- res. definido a partir das percepções dos investidores com relação ao desempenho da empresa e da economia. Valor de liquidação: definido no encerramento da atividade de uma empresa. Valor intrínseco: de acordo com Assaf Neto (2003. uma decisão de investi- mento em ação exige que se localizem papéis que estejam sendo negocia- dos no mercado a um preço inferior a seu valor intrínseco. 3. • quem empresta os ativos não deixa de receber eventuais pro- ventos (juros sobre o capital próprio e dividendos. 225). Nele está inserido o potencial de remuneração da ação. concedida pela BM&FBOVESPA ao doador residente no Brasil. 226). devendo ser desvinculada qualquer relação mais estreita entre o valor patrimonial de uma ação com seu efetivo preço de mercado. equiva- le ao valor presente de um fluxo esperado de benefícios de caixa. medida com base em valores acumulados no passado. do volume de emissão e de outras variáveis de mercado. • receita extra de 0.2. Valor de mercado: é o preço de negociação da ação. Valor de emissão: preço definido no lançamento da ações. sendo determinado com base nas perspectivas da empresa emitente. indicando quanto compete do resultado da liquidação para cada emitida.2  O aluguel de ações O site da BM&FBOVESPA afirma que o aluguel de ações é um ser- viço que oferece as seguintes vantagens aos investidores em geral. identificando- se uma recomendação de compra. Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 O valor patrimonial é uma informação estática e histórica. p. De acordo com Assaf Neto (2003. lí- quida de tributos. a qual incorpora o risco associado ao investimento. por exemplo. além do momento da negociação. principalmente para o recebimento dos recursos financeiros disponíveis no mercado. aumentando sua eficiência e flexibilidade. maturidade (mercado monetário de curto prazo e mercado de capitais de médio ou longo prazo).3  Mercado Primário e Mercado Secundário e seu funcionamento O mercado financeiro pode ser classificado segundo a natureza do título negociado (ações.Initial Public Offering).). Esse serviço faz com que os mercados se tornem mais líquidos. no caso de ações. Mas qual é o processo de pactuação de um aluguel de ações? “Para efetivar a operação o tomador do aluguel se compromete a pagar ao doa- dor do ativo uma taxa livremente pactuada entre as partes e o emolumento cobrado pela BM&FBOVESPA. Mercado Secundário Proibida a reprodução – © UniSEB A renegociação entre os agentes econômicos das ações adquiridas no mercado primário ocorre nos mercados secundários específicos. diz-se que a empresa está sendo lista- da em bolsa (em inglês IPO. A colocação inicial dos títulos no mercado é chamada de lançamen- to no mercado primário. As empresas buscam mais efetivamente os re- cursos próprios necessários para a consecução de seu crescimento. Quando essa colocação é feita pela primeira vez. bem como beneficiando inves- tidores com estratégias de curto e longo prazo. Esse último ponto é es- sencial para a empresa. 2. a Cetip (Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados) para os títulos de 96 . O lançamento de um novo ativo financeiro ocorre no mercado primário. temos as bolsas de valores em que se negociam ações. As negociações posteriores em Bolsa ou no mercado de Balcão são realizadas no mercado secundário. crédito etc. 3. 1. No Brasil. Mercado Primário Esse mercado canaliza diretamente os recursos monetários supera- vitários dos poupadores para o financiamento das empresas com a venda inicial de ações emitidas. No final do prazo acordado o tomador deve devolver os ativos alugados ao proprietário”. títulos de renda fixa. A Bolsa atua como contra- parte central e garante as operações.Mercado Financeiro • o tomador do aluguel garante sua necessidade temporária de ter um ativo para implantar suas estratégias de investimento. principalmente. Para a empresa. MISUMI e RUDGE. 2009. p. pelo lançamento de ações ao público (ASSAF NETO. 2009. • assumir os custos inerentes a essa lançamento. entre outras atividades (CAVALCANTE. possibilitando transferência de riscos. lançar ações por meio de uma IPO apresenta tam- bém (CAVALCANTE. p. p. o papel informacional desse mercado envolve a incorporação das informações relevantes aos preços dos papéis negociados. Além disso. Os recursos obtidos com a IPO pode- rão servir. Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 dívida das empresas. • ao governo: pelo disclosure de informações e modernização das práticas contábeis. viabilizando o lançamento de ativos financeiros. • gerar liquidez para o proprietário ou para os investidores originais. 248): • assumir as obrigações de realizar suas atividades sob um novo padrão empresarial. • honrar dívidas antigas e evitar o pagamento de juros. 248): • aos funcionários e a fornecedores da empresa: eles poderão EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB participar do êxito empresarial. • expandir-se em uma nova região ou em um novo tipo de ne- gócios. Um mercado secundário mais dinâmico somente é possível mediante certas condições de liquidez para as ações emitidas e ve- rificadas nas transações em Bolsa. 2009. Os valores monetários obtidos nesse mercado não são transferidos para o financiamento das empresas. O papel do mercado secundário é dar liquidez ao mercado primário. O lançamento de ações interessa ainda (CAVALCANTE. e o Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) para títulos públicos. MISUMI e RUDGE. 194). 248): • comprar equipamentos novos ou modernizar equipamentos antigos. MISUMI e RUDGE. 97 . p. 3. O investidor deve encarar a oferta inicial de ações (IPO) como uma iniciativa da empresa para levantar dinheiro por meio da venda de uma parte de seu patrimônio aos sócios. 2011.4  Abertura de capital: integrantes e processo O financiamento de uma empresa mediante recursos próprios pode desenvolver-se pela retenção de seus resultados líquidos (autofinancia- mento) e. contratuais e administrativas para a abertura de capital de uma empresa. • submeter suas decisões a novos sócios. p. conversão • Fixação de dividendo mínimo.3 – Alterações legais. Formato (por subscri. contratuais e administrativas. 156). há de se passar por diversas fases den- tro do processo. difícil de ser tomada pelos controladores e envolve uma série de estudos e pesquisas. • Previsão para que o conselho administrativo delibere so- bre futuros aumentos de capital. além da aceitação de uma nova cultura dentro da companhia. Nova denominação • Ações com ou sem valor nominal. 2005. por meio de uma distri- buição de resultados compensadora. para concretizar a decisão: Alterações Descrição • Capital autorizado. p. que diferem um pouco quando a abertura se dá mediante lançamento de ações ou de debêntures (BRITO. As empresas que desejam abrir capital devem providenciar altera- ções legais.Mercado Financeiro • obedecer a um novo estágio de obrigações e regulamentos que regem as companhias abertas. estatuto social • Disposições para posteriores alterações nas característi- cas e composição do capital social. Consolidação do • Inclusão das novas características do capital social. 98 . Uma vez tomada a decisão de abrir o capital. • abrir seus relatórios financeiros à divulgação pública. Proibida a reprodução – © UniSEB Quadro 3. Misumi e Rudge (2009. em geral. a abertura de capital é uma decisão. de debêntures) • Funcionamento do conselho fiscal. Fonte: Cavalcante. Portanto. • Possibilidade de a empresa manter ações em tesouraria. e definição do capital social • Definição da proporção entre ações ordinárias e ações preferenciais. 250). • Outras modificações. capitalização de reservas. • estimular a conquista de novos sócios. ção. • Criação do conselho de administração. com colocação para o público investidor (block- trade). 156): • operação de aumento de capital com colocação de novas ações para o público investidor (underwritting). 99 . A abertura de capital efetua-se por meio da colocação de ações para o público investidor. • fortalecimento da imagem institucional da empresa para com os meios financeiros. Para ter ações negociadas no mercado. reduzindo-se a vulnera- bilidade a outras formas de financiamento. Vantagens • acesso a amplo volume de recursos. Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 A colocação de ações no mercado pode ocorrer tanto pela emissão de novas ações pela empresa. p. p. 2005. Fonte: Brito (2005. Tal fato poderá ocorrer em razão de duas fórmulas (BRITO. 156). 2005. como pela oferta pública de ações detidas por um investidor. 2011. clientes e fornecedores. Uma companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários (ASSAF NETO. • fortalecimento da empresa com a criação de um instrumento de capitalização permanente de recursos. a sociedade deve. em primeiro lugar. 194). ser registrada como “Companhia Aberta” junto à Comissão de Valores Mobiliários. • leilão de ações antigas (de posse da companhia ou de algum acionista). 157). As vantagens e as desvantagens que a abertura de capital proporcio- nam estão listadas a seguir (BRITO. p. sem prazo de liquidação e EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB sem incorporação de juros elevados ao principal da dívida. p. Underwritting Emissão de ações Block-trade Abertura de Capital Conversíveis Emissão de debêntures Simples Figura 11 – Sistema Financeiro Nacional. • possibilidade de valorização patrimonial da empresa. Como regra geral. • concentração das ações em mãos de poucos investidores que possam influenciar nas decisões da companhia. A remuneração recebida pela instituição financeira em operações de underwritting é variável em função dos aspectos que precedem sua fixação. Desvantagens: • alto custo da abertura de capital. • acréscimo de custos administrativos. momento econômico. • maior profissionalização da empresa. • aumento da alavancagem financeira e da capacidade de nego- ciação. se favorável. 166). 2005. com cota- ção pública dos títulos de sua emissão. a companhia deve estar mais preocupada com a qualidade dos serviços do que com pequenas economias que podem comprometer a operação (BRI- TO. Ao 100 .Mercado Financeiro • maior flexibilidade financeira. principalmente. entre eles a emissão de debêntures e a captação de recursos no exterior. • criação de liquidez para o patrimônio do acionista. condições vigentes no mercado de ações. entre outros. com impacto positivo na eficiência administrativa. com a possibilidade de ampliar os instrumentos de captação. Esses fatores estão ligados. • alto custo da manutenção como empresa de capital aberto. marca-se o dia para o início das negociações. Para que a ação possa ser negociada no mercado secundário (Bolsa de Valores) é necessário que se obtenha o registro nas Bolsas de Valores em que se deseja que o papel seja negociado. maior ou menor dificuldade de co- locação. • divisão de riscos com novos sócios. • maior cobrança e pressão sobre a gestão da empresa. além do registro na Co- missão de Valores Mobiliários. • maior distribuição de dividendos. se faz necessário o envio de cópia da mesma documentação en- viada com número de registro na CVM e requerimento de solicitação. p. ao risco da operação e são os seguintes: valor da emissão. O processo é examinado pelo Conselho de Administração da Bolsa e após análise. Na análise do custo de emissão. preço fixado para os títulos. para a obtenção desse Proibida a reprodução – © UniSEB registro. é exigido um edital de oferta pública. Empresa Instituição Mercado Mercado emitente de Financeira Primário Secundário novas ações Intermediária Fonte: Elaborado com base em Assaf Neto (2003). Uma vez aprovado o edital pela CVM. Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 registrar-se na Bolsa de Valores. p. 175). estudo setorial. a documentação é a mesma da operação de underwritting. A decisão de aumentar capital por meio da subscrição de ações e da integração de novas ações pressupõe que a empresa emitente deve ofere- EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB cer certas condições de atratividade econômica para os investidores. 171). Para o fechamento de capital é necessário que no mínimo 2/3 dos acionistas com direito a voto aprovem a operação. Para as operações de block-trade também existe a necessidade de anu- ência da CVM. 2011. financeiros e conveniência de abertura de capital. características básicas da emissão e lançamento das ações. p. 2005. de forma esquemática. ele deverá ser publicado nos jornais de grande circulação (BRITO. O fechamento de capital é o processo inverso. 195). p. a empresa assume o compromisso de atualizar periodicamente as informações e os documentos constantes do processo do registro (BRITO. mesmo porque a empresa passará a ser de capital aberto. Al- guns desses pontos são resultados econômicos. e audito- ria independente credenciada na CVM. além de cenários conjunturais do mercado acionário geral. o processo de subscrição pública de ações segue a estrutura indicada na figura abaixo. 101 . tornando a companhia fechada (ASSAF NETO. identificado quando uma empresa deseja retirar suas ações de negociações em Bolsas de Va- lores. Já no caso dos dados da operação. escolha da IF (Instituição Financeira) que é exigida pela Lei das SAs e influencia o sucesso da colocação de ações. 2005. Assim. Com relação às informações sobre a companhia. Misumi e Rudge (2005.301) de 2001 que assegura a alienação direta ou indireta do controle acionário de uma companhia ocorrerá condiciona- da a possibilidade do acionista adquirente se obrigue a fazer oferta pública de aquisição das demais ações ordinárias. são definidos o coordenador. Ou seja. Vamos conhecer nas próximas seções mais alguns conceitos do mercado acionário que são importantes para o gestor. que trata de todo o processo de subscrição desde seu registro na CVM até a efetiva liquidação financeira. especialmente ao definir o direito de preferência dos acionistas atuais. 3. mediante o pagamento de um prêmio equivalente à diferença entre o valor de mercado das ações e o valor pago por ação integrante do bloco de controle. É a fixação do preço da ação que. Nesse pool. assim definidas em função do volume (lote) de ações a ser distribuído. p. o valor do patrimônio líquido e as perspectivas de rentabilidade da companhia. 57) afirmam que Proibida a reprodução – © UniSEB [o adquirente do controle acionário poderá oferecer aos acionistas minoritários a opção de permanecer na companhia. evita-se a diluição injustificada dos antigos acionistas que não exerçam seu direto de preferência de subscrição. 3. banco de investimento ou um banco múltiplo que subscreve as ações visando a colocação das ações no mercado primário. segundo Assaf Neto (2003). Quando uma empresa decide abrir capital.] 102 .Mercado Financeiro Os intermediários financeiros (IF) ligam os tomadores de recursos e os poupadores no mercado primário. favorecerá o sucesso da operação de subscrição públi- ca. A atual Lei das SAs prevê um preço fixado por meio da cotação das ações no mercado. Cavalcante. É importante notar que o pool é firmado sem qual- quer ônus à empresa emitente da ação. o tag along é um mecanismo previsto pela Lei das SA (Lei nº 10.1  Preço da emissão das ações Um fator importante para a subscrição das ações é a determinação do preço de emissão da ação.4. de modo a assegurar a seus de- tentores o preço mínimo de 80% do valor pago pelas ações integrantes do bloco de controle. Os IFs podem organizar-se mediante um pool de IFs que participa- rão de todo o processo de colocação dos valores emitidos. com essa proposição. ela deve procurar uma IF que pode ser uma sociedade corretora. e as instituições líderes e consorciados.5  O mecanismo do Tag along Segundo a BM&FBoVESPA. sociedade distribuidora. de operações de compra e venda de títu- los. É preocupação das bolsas de valores. fundada em 1. A fusão ocorreu em 2. 93). e a divulgação rápida e eficiente dos resultados de todas as transações realizadas. em um processo conhecido como desmutualização (KERR. As bolsas de valores podem desempenhar um importante papel social. entre seus membros. como a mais antiga. Mas a primeira bolsa do mundo a instituir negociação contínua e. A história da bolsa de valores no mundo é controversa. a negocia- ção ocorria fisicamente nos prédios das bolsas de valores. atualmente substituído pelo pregão eletrônico. Para Assaf Neto (2011. considerada por alguns au- tores a mais antiga do mundo. Além disso. Até poucos anos atrás.6  As Bolsas de Valores As ações são comercializadas em um mercado de leilões organiza- do. depois de uma reorganização societária que transfor- mou a BOVESPA em sociedade anônima. formada pela fusão de duas grandes bolsas de São Paulo: a Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) e a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). 2011. foi a de Amsterdã (KERR. esse direito não é obrigatório para os acionistas preferenciais. 2011. 103 .007. p. o pagamento do acionista minoritário do valor mínimo estabelecido é de responsabilidade do adquirente do controle. ainda. as bolsas de valores são entidades cujo objetivo básico é o de manter um local em condições adequadas para a realização. 203). 93). mas algumas companhias estendem esse direito voluntariamente aos detentores de ações preferenciais. partici- pando. portanto. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB beneficiando todos os agentes econômicos e a sociedade. 93).141 por Luiz VII. a única bolsa de valores é a BM&FBOVESPA. Contudo. 3. desses projetos de investimento e tornando mais equitativa a distribuição de renda de uma sociedade (KERR. por isso. Alguns autores citam a Bourse de Paris. conhecido como bolsa de valores. 2011. No Brasil. e permi- tem que pequenos investidores sejam acionistas de grandes empresas. Era o pregão viva-voz. Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 Assaf Neto (2003) indica que essa operação procura conceder aos acionistas minoritários ordinaristas o recebimento de um preço próximo ao recebido pelos controladores. a preservação dos valores éticos nas negociações realizadas em seu âmbito. pois ajudam as em- presas a levantar capital para aplicá-lo em projetos de investimento. p. p. p. atualmente. superando barreiras geográficas. Vamos conhecer. lores.br>. A palavra bolsa. Posteriormente.bovespahol- Livre (1. dentro do subsistema intermediação utilizavam de um local para atri.1  Histórico da Bolsa de Valores brasileira A Bolsa de Valores de São Paulo promoveu uma importante reor- ganização societária em 2. pela negociação viva voz. mobiliários. que passou a denominar-se Bolsa Proibida a reprodução – © UniSEB ding. na próxima seção.007. o desenvolvimento da bolsa de valores brasileira.Mercado Financeiro Complementa essa ideia o entendi- No mento do histórico das Bolsas de Va. de Fundos Públicos de São Paulo (1. romanos e os palestinos que do SFN. linguísticas e ideológicas. entre elas a Bolsa Holding estão disponíveis em <www. eram mercados marcados cutidos no capítulo 1 desse material. 3.6. que não era de acesso para o público em geral. Esses temas foram bem dis- tudo. constituída por corretoras de títulos e valores das aos valores mobiliários. Misumi e Rudge iremos discutir o histórico (2005) indicam que a origem das da Bovespa na próxima seção. Cavalcante. transformando-se de uma associação civil sem fins lucrativos para uma sociedade por ações denominada de Bovespa Holding (ASSAF NETO. A primeira bolsa de valores oficial foi fun- dada em 1698 em Londres conhecida como Bolsa de Fundos Públicos de Londres. No ano de 2.000 houve no Brasil um acordo de integração de todas as bolsas de 104 . sua importância e alguns fatos interessantes que devem ser discutidos sobre a Bovespa. Ela é subordinada à CVM e buições não totalmente vincula. A história das bolsas de valores no Brasil ini- cia-se em 1. onde eram realizadas assembleias de comerciantes.890). O importante é acrescentar que a Bolsa bolsas de valores remota os gre. como uma auxiliar ao processo de transação de moedas. nasceu em Bruges na Bélgica. foram surgindo lhadas sobre a Bovespa outras bolsas de valores no país. no sentido que conhecemos comercialmente. 204).960 para Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA).895) e teve finalmente alterada sua denominação em 1. mas era orientada por um delegado com associados brokers (corretores intermediários) e os jobbers (que negociavam por conta própria). caso brasileiro.845 com a criação da Bolsa de Valores Conexão: Informações deta- do Rio de Janeiro. de Valores é uma instituição que faz parte gos. Con. 2011.com. p. derivativos de ações. Como principal instituição brasileira de intermediação para opera- ções do mercado de capitais. sistema eletrônico de nego- ciação de títulos de renda fixa corporativos. 2011. 2007 – Conforme destacado acima. 2008 – Integração da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) com a Bolsa de Valores de São Paulo. 2002 – As negociações em bolsa passaram a ser realizadas de forma totalmente eletrônica. títulos de renda fixa. Foram introduzidas. p.007 com a transformação em uma sociedade anônima (desmutualização). derivativos financei- ros. 1890 – Origem da BOVESPA com a criação da Bolsa Livre. Foi criada também a Companhia Brasileira de Liquida- ção e Custódia (CBLC) com o objetivo de oferecer uma estrutura de câmara de compensação. 1980 – Foram criados os Fundos Mútuos de ações e previdência. 1990 – Introdução do sistema eletrônico de negociação de renda variável. implanta e provê sistemas para a negociação de ações. ficando todas as negociações com títulos de renda va- riável sob a responsabilidade única da BOVESPA (ASSAF NETO. a companhia BM&FBOVESPA desenvolve. de forma pioneira no Brasil. Os principais feitos históricos da Bolsa de Valores de São Paulo são resumidos a seguir (ASSAF NETO. criando a BM&F BOVES- EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB PA S/A – Bolsa de Valores. Mercadorias e Futuros. agilizando bastante a liquidação dos negócios. 204). 204). houve a desmutualização da Bovespa. moedas à vista e commodities agropecuárias. títulos públicos federais. 105 . Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 valores em atuação. 1970 – As cotações e demais informações passaram a ser di- vulgadas entre investidores e interessados de forma eletrônica e imediata. 2011. 2000 – Foi lançado o Bovespa Fix. p. Esta estrutura per- durou até o ano 2. as operações com opções. sendo criada a Bovespa Holding S/A. 1960 – Formada a instituição mutualizada Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) sem fins lucrativos. A custódia foi transformada em escritural. a listagem de ações e de outros ativos. A bolsa brasileira desempenha também atividades de gerenciamento de riscos das operações realizadas por meio de seus sistemas. como contraparte central garantidora da liquidação financeira das operações realizadas em seus ambientes. divulga informação de su- porte ao mercado. transferência de fundos. além de licenciar softwares e índices. com foco no desenvolvimento de comunidades que se relacionam com seu universo. bolsas de futuros e outros derivativos. realiza o registro. possui uma robusta estrutura de clearings de ações. que atua de forma integrada. p. a BM&FBOVESPA está sujeita à regulação e à supervisão da Comissão de Valores Mobiliários e do Ban- co Central do Brasil. com o Banco BM&F. além de prestar serviços de registro. desenvolve inúmeros programas de educação e popularização de seus produtos e serviços. de maneira a assegurar o funcionamento eficiente de seus mercados e a consolidação adequada das operações. Para tanto. a liquidação de ativos e valores mobiliários transacionados. a compensação. valores mobiliários e contratos derivativos. Para tanto. atuando. A BM&FBOVESPA ainda exerce o papel de fomentar o mercado de capitais brasileiro. A companhia também atua como depositária central dos ativos negociados em seus ambientes.1  Empresas do grupo BM&FBovespa A BM&FBOVESPA é uma companhia que tem como principais ob- Proibida a reprodução – © UniSEB jetivos administrar mercados organizados de títulos. 3. derivativos. 106 . A atuação de uma clearing tem por objetivo garantir o correto cumpri- mento de todos os negócios realizados no mercado em que atua. principalmente. Tendo em vista sua área de atuação. compensação de cheques. bem como.6. operações de câmbio. 206).1. entre outros (ASSAF NETO. compensação e liquidação. transa- ções eletrônicas.Mercado Financeiro Por meio de suas plataformas de negociação. Clearings (câmaras) são instituições que fornecem serviços de compensação e liquidação de operações realizadas em bolsas de valores e em outros mercados organizados. câmbio e ativos. 2011. São formadas clearings em bolsas de mercadorias. Também gerencia investimentos sociais. 00% 86. BM&FBOVESPA S. (”BSM”) Bolsa Brasileira 52.A. constituído em 2004 como sub- sidiária integral da Bolsa de Mercadorias & Futuros.A.99% Instituto BM&FBOVESPA BM&FBOVESPA O site da BM&FBOVESPA explica o que cada uma dessas empre- EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB sas representam no grupo: • Banco BM&FBOVESPA de Serviços de Liquidação e Custódia S.99% 100. tem como finalidade facilitar a compensação e a liquidação financeira das operações realizadas em seus ambientes de negociação e fun- cionar como importante mecanismo de mitigação de risco e de suporte operacional. (”BSM”) Banco BM&FBOVESPA 100.A.32% 100. entre outros. 99.95% Bolsa Brasileira de Serviços de de Rio de Janero Liquidação de (”BVRJ”) Custódia S. títulos de renda fixa.00% BM&F (USA) de Mercadorias INC. ativos financeiros. ela oferece vários produtos e serviços como negociação de ações. mercadorias.: banco BM&FBOVESPA. câmbio pronto e contratos derivativos re- ferenciados em ações.01% Supervisão de 99. Ela segue a seguinte estrutura em termos de empresas integrantes do grupo BM&FBOVESPA. 107 . índices. taxas. mo- edas. – Bolsa de Valores Mercadorias e Faturas BM&FBOVESPA 0.00% BM&FBOVESPA Mercados (UK) Ltd. Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 Para isso. A Bolsa Brasileira de Mercadorias é uma as- sociação civil sem fins lucrativos com o objetivo de desenvol- ver e prover o funcionamento de sistemas para negociação de mercadorias. criada em 2007. O escritório é responsável pelo relacionamento da BM&FBOVESPA com entidades regulatórias.12% do seu patrimônio social. bens. O escritório foi aberto em 2009 e vem promoven- do a Bolsa. Proibida a reprodução – © UniSEB 108 . Não é consolidada nas Demonstrações Financeiras da Companhia. • BM&FBOVESPA (UK) Ltd.: subsidiária integral. a prazo e a termo. África e Oriente Médio (EMEA). além de auxiliar na prospecção de novos clientes e disseminar informação sobre o mercado brasileiro.Mercado Financeiro • BM&F (USA) Inc. para integrar e coordenar os projetos de investimento social da Bolsa. • Instituto BM&FBOVESPA: organização da Sociedade Civil de Interesse Público. produtos e serviços para investido- res institucionais na região da Europa. tem como objetivo representar a BM&FBOVESPA no Exterior. órgãos governa- mentais e bolsas estrangeiras na região e auxilia na prospecção de novos clientes para o mercado. seus mercados. • BM&FBOVESPA Supervisão de Mercados (BSM): associação civil criada com a finalidade de fiscalizar a atuação da própria BM&FBOVESPA e de seus participantes. nos termos da Ins- trução CVM 461/07. nas modalidades a vista. Não é consolidada nas Demonstrações Financeiras da Companhia. viabilizando a formação de grande mercado nacional para commodities agropecuárias.: subsidiária integral. mediante o relacionamento com outras bolsas e agentes reguladores. • Bolsa Brasileira de Mercadorias: a BM&FBOVESPA é deten- tora de 203 títulos patrimoniais da Bolsa Brasileira de Mer- cadorias. localizada na cidade de Nova York e também com escritório de representação em Shangai. com participação correspondente a 50. serviços e títulos. com mecanismos modernos de formação de preços e sistema organizado de co- mercialização. localizada em Londres. 2. Analisando suas variações periódicas. p.aspx?idioma=pt-br>. 2011. o comporta- mento geral do mercado. É demonstrado que as ações seguem. refletindo o comporta- mento do mercado em determinado intervalo de tempo.2  Índices de bolsa O índice de bolsa de valores é um valor que mede o desempenho médio dos preços de uma suposta carteira de ações. 210). o que vem a refletir-se no índice da bolsa de valores (ASSAF NETO. Para exemplificar. 109 . uma parte considerável das flutuações das ações pode ser explicada pela evolução do mercado. Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 3. Índices de Sustentabilidade. pois reflete o compor- tamento dos investimentos em ações e. os índices da Bovespa podem se dividir entre Ín- dices Amplos (que contém o IBOVESPA). 3. e não seu valor monetário absoluto (ASSAF NETO. 2011. disponível pelo link <http://www. as tendências gerais da economia. em consequência. Índices Setoriais (relacionados aos setores de atividade econômica das empresas listadas como o relacio- nado ao setor de Energia Elétrica ou o setor de Materiais Básicos).2.bmfbovespa. Índices de Governança. Em verdade. pois o índice manteve a integridade de sua série histórica e não sofreu modificações metodológicas desde sua implementação em 1968. 210).com. O valor absoluto do índice da carteira expressa o valor de mercado da carteira de ações negociadas na bolsa de valores. Sua relevância ad- vém do fato do Ibovespa retratar o comportamento dos principais papeis negociados na BM&FBOVESPA e também de sua tradição.1  IBOVESPA1 EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB O Índice Bovespa é o mais importante indicador do desempenho médio das cotações do mercado de ações brasileiro. é possível dis- tinguir certos ciclos que caracterizam o funcionamento da economia. 1 Todas as informações contidas no item 3. normalmente.6. O índice de mercado acionário é bastante útil. permitindo que se compreenda a oscilação de uma ação a partir do desempenho estabelecido pelo mercado como um todo.1 IBOVESPA foram retiradas do site da BM&F BOVESPA.6. sendo as variações verificadas de um perí- odo para outro entendidas como sua lucratividade. a infor- mação relevante do índice é sua lucratividade. p. Índices de Segmento e outros tipos de índices. 2011. for- mando as expectativas dos investidores com relação a seu comportamento esperado (ASSAF NETO.6.br/home. p. Para o analista. 210). Mercado Financeiro É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações constituída em 02/01/1968 (valor-base: 100 pontos), a partir de uma aplicação hipotética. O Índice sofreu, unicamente para efeito de divulgação e sem prejuízo de sua metodologia de cálculo, as seguintes adequações: (1) divisão por 100, em 03/10/1983; (2) divisão por 10, em 02/12/1985; (3) divisão por 10, em 29/08/1988; (4) divisão por 10, em 14/04/1989; (5) divisão por 10, em 12/01/1990; (6) divi- são por 10, em 28/05/1991; (7) divisão por 10, em 21/01/1992; (8) divisão por 10, em 26/01/1993; (9) divisão por 10, em 27/08/1993; (10) divisão por 10, em 10/02/1994; (11) divisão por 10, em 03/03/1997. Supõe-se não ter sido efetuado nenhum investimento adicional desde então, considerando-se somente os ajustes efetuados em decorrência da distribuição de proventos pelas empresas emissoras (tais como reinversão de dividendos recebidos e do valor apurado com a venda de direitos de subscrição, e manutenção em carteira das ações recebidas em bonificação). Dessa forma, o índice reflete não apenas as variações dos preços das ações, mas também o impacto da distribuição dos proventos, sendo considerado um indicador que avalia o retorno total de suas ações componentes. A finalidade básica do Ibovespa é a de servir como indicador mé- dio do comportamento do mercado. Para tanto, sua composição procura aproximar-se o mais possível da real configuração das negociações à vista (lote-padrão) na BM&FBOVESPA. A BM&FBOVESPA é responsável pela gestão, cálculo, difusão e manutenção do Ibovespa. Essa responsabilidade assegura a observância estrita às normas e procedimentos técnicos constantes de sua metodologia. 3.6.3  Políticas de disclosure Disclosure é o termo em inglês para indicar a política de divulgação de informações ao público investidor de uma empresa. Se a empresa é de capital aberto, promover uma boa política de divulgação de informações ao mercado é essencial para respeitar o investidor que aplicou na empresa e para reduzir o risco do investimento, o que tende a valorizar as ações da empresa no mercado secundário e reduzir os custos para a captação de recursos no mercado. Cavalcante, Misumi e Rudge (2005) mostram que uma boa política de disclosure deve ser: Proibida a reprodução – © UniSEB • Persistente: os resultados alcançados no longo prazo quando os investidores ganham confiança nas intenções da companhia; 110 Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 • Transparente: informações mais relevantes para o julgamento do investimento devem ser sempre divulgadas e não omitidas mesmo quando forem desfavoráveis; • Equitativa: informações devem ser divulgadas de forma mais ampla possível a todos os investidores, não podendo haver pri- vilégios em termos de qualidade, quantidade ou momento de divulgação aos diversos acionistas. Não custa relembrar que a ocorrência de informações privilegiadas é passível de penaliza- ção dos administradores. 3.6.4  O que é a SOMA? Segundo a BM&FBOVESPA, a Sociedade Operadora do Mercado de Ativos S/A (SOMA) é uma instituição autorreguladora responsável pela administração do mercado de balcão organizado. Nela operam as corretoras Mercado de de valores, bancos de investimento Balcão organizado é um e distribuidoras de valores mobili- ambiente administrado por institui- ários, representando seus clientes ções autorreguladoras que propiciam sistemas informatizados e regras para a ou atuando como formadores de negociação de títulos e valores mobiliários. mercado. Estas instituições são autorizadas a funcionar As negociações no SOMA pela CVM e por ela são supervisionadas. Ele não tem um local físico definido para a rea- ocorrem apenas pelo pregão ele- lização das transações, que geralmente trônico, em que os intermediários são feitas por telefone ou em sistemas financeiros que atuam na SOMA eletrônicos que são baseados disponibilizam para os seus clientes o na Internet. SOMAbroker que é um sistema no qual os investidores colocam, via internet, as ordens de compra e venda dos ativos negociados nos mercados que são admi- nistrados pela SOMA. A SOMA negocia ativos variados que podem ser divididos em: EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB • ações, debêntures e demais títulos e valores mobiliários de emissão de companhia aberta; • carteira teórica referenciada em ações negociadas na SOMA; • cotas representativas de certificados de investimento audiovisual; • cotas de fundos de investimento fechado; • títulos da dívida agrária emitidos pelo Tesouro Nacional; e • outros títulos e valores mobiliários admitidos a negociação pela SOMA nos mercados por ela administrados. 111 Mercado Financeiro 3.6.5  Operações à vista, a termo e opões O mercado à vista é aquele em que a entrega dos títulos vendidos ocorre no segundo dia útil após a realização do negócio em bolsa. O paga- mento e recebimento respectivos do valor da operação são processados no terceiro dia útil posterior à negociação e é efetivada pela Cia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). No mercado a termo, as operações são formalizadas por meio de um contrato preestabelecido firmado entre comprador e vendedor, o qual estipula uma quantidade determinada de ações, prazo de liquidação do negócio em determinada data futura, a um preço acordado entre as partes. A bolsa de valores exige como garantia, tanto do comprador como do vendedor, sendo que o investidor pode oferecer garantias adicionais. As garantias podem ser via cobertura (depósito de títulos objetos da operação a termo na CBLC pelo vendedor) e margem (valor monetário depositado na CBLC pelos investidores). As operações no mercado de opções envolvem negociações de direitos de compra e venda das ações, a um prazo de liquidação e preço preestabelecidos. 3.6.6  Home Broker e processos de negociação Cavalcante, Misumi e Rudge (2005, p 86) indicam o home broker é uma iniciativa da Bovespa para desenvolver as negociações das ações. Para isso, essa iniciativa propunha levar o ambiente do pregão a todas as facili- dades vindas da Internet. Ou seja, “os investidores podem operar eletroni- camente enviando ordens de compra e venda de ações através da internet”. O investidor, portanto, para utilizar o sistema deveria ser cliente de uma corretor membro da Bovespa e que tivesse um sistema Home Broker. Atividades 01. Quais as diferenças entre uma ação preferencial e uma ação ordinária? 02. Quais os benefícios esperados por alguém que compra uma ação na bolsa de valores? Proibida a reprodução – © UniSEB 03. Resumidamente comente sobre os principais benefícios obtidos por uma empresa que negocia suas ações na bolsa de valores. 112 Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 04. Qual a importância do mercado primário e do mercado secundário para o mercado de capitais? 05. Analise as etapas do processo de abertura de capital de uma empresa. Reflexão Vimos as possibilidades para os investidores do mercado financeiro e para as empresas que buscam formas de financiamento de longo prazo. Conhecendo o mercado de capitais com a abertura da empresa, as organi- zações conseguem obter vantagens financeiras e de imagem ao optar pela participação nas Bolsas de Valores. Vimos como funciona o processo de abertura de capital, as particularidades das bolsas de valores e como as empresas podem se beneficiar de posições que favoreçam os recursos de capital próprio via subscrição de ações. Leitura recomendada Para que você conheça mais dos estudos que podem ser feitos no mercado acionário, leia o texto abaixo e explore mais sobre as anomalias no preço das ações no mercado brasileiro. Título: Anomalias e retorno acionário: evidências empíricas do mercado brasileiro Autores: Márcio André Veras Machado, Otavio Ribeiro De Medeiros Link: <http://www.fumec.br/revistas/facesp/article/view/1649 > Resumo: Este artigo teve por objetivo analisar se anomalias de valor associadas a padrões comumente documentados no comportamento dos preços das ações existem no mercado acionário Brasileiro. Especificamente, este trabalho examina os retornos anormais produzidos por estratégias ba- seadas nos efeitos tamanho da empresa, book-to-market (B/M), estratégia momento, lucro/preço, fluxo de caixa/preço, liquidez e alavancagem, deno- minadas de anomalias de valor. Além de analisar tais anomalias, este artigo EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB avalia a capacidade do CAPM e do modelo de três fatores de Fama e French (1993) em explicá-las. Para isso, em junho de cada ano, iniciando em 1995 e terminando em 2008, todas as ações foram ordenadas de forma decres- cente e divididas em cinco carteiras, conforme a variável de interesse. Os resultados apresentados indicam evidências da existência do efeito liquidez, momento e índice BM, porém, nesse caso, contrário ao previsto na teoria. Por outro lado, não há evidências que suportem a existência dos efeitos lu- cro/preço, fluxo de caixa/preço, tamanho e alavancagem. 113 ed. BM & F BOVESPA. 114 . 2005. Disponível em: <http:// www. ed.pdf. BOVESPA Mais. ed. 2014.bmfbovespa.br/pt-br/a. 2011..bmfbovespa. 1. L. 2010. Empresas com Tag Along. 7.bmfbovespa. BM&FBOVESPA. 2010. serviços. 3. Rio de Janeiro: Elsevier.bmfbovespa/download/Folder_No- voMercado. São Paulo: Atlas. Utilizando o mercado de capitais para crescer. MISUMI.aspx?idioma=pt-br >. 10. F. RUDGE. BM & F BOVESPA. ASSAF NETO. Disponí- vel em: <http://www. Alexandre.br/ home. controle gerencial.br/cias-listadas/consultas/empresas-com-tag- along. BM & F BOVESPA. O. São Paulo: Atlas.br/pt-br/a-bmfbovespa/download/BOVESPA- Mais_folder. Acesso em: 20 out. 2009. como funciona. Mercado financeiro: estruturas. 5. Acesso em: 02 agos.bmfbovespa. São Paulo: Saraiva.bmfbovespa. riscos. 2003.>. A.>.com. 2009. Disponível em: <http:// www.com.pdf. ed.> Acesso em: 02 ago. Mercado Financeiro. Mercado de capi- tais: o que é.com. São Paulo: Atlas. 2010.Mercado Financeiro Referências ASSAF NETO.br/empresas/download/guiaa- ber. 2003. Novo Mercado. Como e por que tornar-se uma companhia aberta.com. Mercado financeiro. BRITO. ASSAF NETO.com. Y. produtos.aspx?idioma=pt-br >. Proibida a reprodução – © UniSEB CAVALCANTE. J. A. 2009.pdf. Acesso em: 20 jul. ed.. F. 2009. BM&F BOVESPA. Mercado financeiro. Disponível em: <http://www.. Disponível em: <http:// www. Mercado de Capi- tais: O que é. J. Rio de Janeiro: CNB/Campus. L.portaldoinvestidor. Juliano Lima. ed. São Paulo: Atlas. R. calculando esses valores para uma car- teira de investimentos. suas características e principais benefícios. Portal do investidor. MISUMI. 2005. Mercado de Capitais: fundamentos e téc- nicas. KERR. gov.. 3. 2009. Mercado financeiro e de capitais. No próximo capítulo Falaremos detalhadamente sobre a importância do risco para as aplicações financeiras. conhecendo seus integrantes. 2005. F. São Paulo: Atlas. Mercados Acionistas e suas Importâncias– Capítulo 3 CAVALCANTE. Disponível em: < http://www. 2011. ed. falaremos sobre os investidores institucio- nais que são os grandes investidores do mercado financeiro. L. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB 115 . J. 2005. São Paulo: Atlas. 1. Por fim.Y.br/>. L. PINHEIRO. Falaremos sobre o risco e o retorno esperado. São Paulo: Pear- son. RUDGE. PINHEIRO.F. como as empresas podem utilizar as teorias de finanças corporativas para decidir pelas melhores operações. Ed. J. PINHEIRO. Como Funciona. 5.. Mercado de capitais: fundamentos e técnicas. Mercado de Capitais: Fundamentos e Técnicas. Mercado Financeiro Minhas anotações: Proibida a reprodução – © UniSEB 116 . bem como o funcionamento dos investidores institu- cionais. • Aprender como funcionam os investidores institucionais como os fundos e clubes de investimento. as associações de previdência com- plementar e as companhias seguradoras e de capitalização. Objetivos da sua aprendizagem • Entender as principais teorias de finanças corporativas. Você se lembra? Que discutimos sobre risco e retorno no capítulo 2? Agora falaremos de aplicações de risco e retorno sobre carteiras de investimento e dos princi- pais modelos teóricos de finanças que associam risco e retorno. • Aplicar o conhecimento de risco no modelo CAPM. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais 4 Esse capítulo procura complementar as aná- lises de risco por meio das teorias de finanças lo corporativas que incluem os riscos como indica- dores essenciais para a dedução de um retorno para a ít u empresa e/ou investidor. • Entender o que é risco sistemático e não sistemático. as demais divisões de risco e suas apli- Cap cações. . Vamos aprender as principais teorias de finanças. no nível de tecnologia etc. • Risco de mercado absoluto: é a medida das perdas de uma car- teira de investimentos em relação ao seu próprio valor anterior. O mercado acionário. Existem diversas métricas que po- dem ser utilizadas no cálculo do risco de mercado de um ativo ou de uma carteira. existe o risco de contrair uma doença para uma pessoa qual- quer e existe o risco de insucesso de um negócio para um empresário. um investidor espera um retorno positi- vo.).464 do Banco Central. segundo Assaf Neto (2012). Segundo a Resolução 3. sem que se façam comparações com índices de mercado.1  O que é risco Já iniciamos nosso estudo sobre o risco no capítulo 2 desse material. aqueles riscos de conjuntura econômica (como altera- Proibida a reprodução – © UniSEB ções na economia. mudança da estrutura de mercado etc. “o risco de mercado é a possibilidade de ocorrencia de perdas resultantes de alterações nos valores de mercado de posições detidas por uma Instituição Financeira”. Considerar que esse mercado pode ser mais arriscado está relacionado a possibilidade de um evento não acontecer. a probabilidade de ele perder dinheiro pode ser elevada. No setor aéreo. Vamos agora aprofundar os conceitos e as teorias sobre risco dentro da área de finanças e sua importância para o mercado financeiro. ao fazer o inves- timento em ações da empresa A. duas definições sobre a abrangência do risco devem ser consideradas na avaliação de uma empresa para investimento: o risco econômico e o risco financeiro. Assim. tem uma alta possibilidade de resultados favoráveis aos investidores. por exemplo. principalmente. de custos.Mercado Financeiro 4.) e do próprio planejamento e gestão da empresa (como o nível de vendas. 118 . Entende-se por risco econômico. Por outro lado. Por exemplo. Duas medidas distintas do risco de mercado são: • Risco de mercado relativo: é a medida de variação da rentabili- dade de um determinado portfólio em comparação a um índice utilizado como benchmark. de mercado (crescimento da concorrência. mas se as ações da empresa A forem muito arriscadas. o que o torna mais arriscado. as medidas de risco são usadas para entender os desvios positivos ou negativos de qualquer aplicação financeira em relação ao re- torno médio esperado. há risco para uma seguradora. Assaf Neto (2012) mostra que exemplos de riscos estão em diversos setores. os preços refletem o comportamento passado dos retornos e também todas as informações disponíveis no mercado no momento”. 90) afirma que existem três tipos de eficiência de mercado: fraca. 119 . Conjuntamente a essa ideia. os pesquisadores estavam preocu- pados principalmente com usar o instrumental das Ciências Econômicas para entender como ocorreriam as otimizações de carteiras de investimen- to. Ao considerar essa união de preços passados e informações como impactantes dos preços correntes. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 preços e investimentos). Entende-se por essa teoria que toda a informação do passado reflete no preço de um produto financeiro hoje. algumas hipóte- ses para que a teoria funcione são oferecidas pelos principais autores da época. as fricções de mercado no curto prazo servem para fazer ajustes como o comportamento especula- tivo de alguns investidores. Isso significa que os retornos esperados são formados em EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB equilíbrio. existe livre mobilidade de capitais o que implica na não existência de barreiras a entrada ou saída de capitais e todos os integrantes do mercado têm conhe- cimento pleno do mercado. Em contrapartida. p. como Jensen (1976) e Famá (1960). até 1950. sua capacidade de pagamento das obrigações e não está relacionado às decisões de ativos. o risco financeiro é aquele relacionado diretamente ao endividamento da empresa (número de passi- vos). 4. pode- mos dizer que os preços de mercado são críveis e que não é possível ter retornos maiores do que os retornos dos títulos do governo. Como as informações do passado refletem no preço de hoje. pressupõe-se que os preços dos ativos são formados considerando-se todas as informa- ções históricas. semiforte e forte. Para os pensadores desse tipo de teoria. As principais hipóteses desse tipo de mercado são: mercado atomizado (com muitos ofertantes de de- mandantes de ações. Assaf Neto (2013. não tendo ganhos acima do normal. Uma das teorias que ajudou a fundamentar as bases para as finanças corporativas foi a Teoria dos Mercados Eficientes. os produtos são homogêneos. por exemplo). principalmente os preços das ações. “Na eficiência semiforte. pode-se dizer que os preços de mercado se ajustam quase que instantaneamente às novas informações divulgadas. Para a eficiência fraca.2  Teoria dos Mercados Eficiente Nas teorias de finanças. mesmo que tivesse informações privilegiadas. Assim.2. ajustando-se rapidamente a outros ambientes. 90). os preços são movidos pelas informações. • Os ativos são divisíveis e negociáveis sem restrições. Todas 120 . • Os retornos oferecidos pelos diversos investimentos devem remu- nerar seu risco. sejam históricas. não existem infor- mações privilegiadas o que implica que nenhum investidor. 4. gratuitas e instantâneas.1  Ineficiência de Mercado Por outro lado. conseguiria obter ganhos anormais. • Expectativas dos investidores homogêneas. • Nenhum participante sozinho tem capacidade de influenciar os pre- ços nas negociações. • Constituído de investidores racionais. • Informações disponíveis. Quadro resumo das principais características do Mercado Eficiente • Preços refletem as informações disponíveis e apresentam grande sensibilidade a novos dados. as informações do mercado indicam que a hipótese de eficiência de mercado não seja sempre válida porque os investidores não respondem as novas informações de forma instantânea. Nesse caso. é mais concreto supor a existência de ineficiência de mercado do que manter a hipótese de eficiência de mercado como a única correta. o que indica que nem todos os agentes terão acesso total as informações disponíveis no mercado. atuais e públicas e as privadas” (ASSAF NETO. • Rapidez na execução das ordens de compra e venda num ambiente organizado. Isso porque é possível haver manipulação de preços de ativos no mercado o que tende- Proibida a reprodução – © UniSEB ria a gerar um efeito de irracionalidade dos investidores para compra/ven- da de um ativo sem fundamentos concretos de seu retorno. • Elevado número de participantes envolvidos na negociação de ações. p. • Disseminação das informações das empresas. • Inexistência de racionamento de capital. com visão de longo prazo.Mercado Financeiro Já a eficiência forte indica que “os preços dos ativos incorporam todas as informações disponíveis. 2013. Além disso. Os preços não devem ser tendenciosos. muitas vezes analisa- das por especialistas. em que Prj é a n 121 . deve-se con- siderar tanto sua parte sistemática (risco sistemático ou de mercado) e a parte não sistemática (risco específico do ativo ou risco diversificável). construção civil etc. Sua eliminação é possível pela inclusão de ativos que não tenham correlação positiva entre si. Por isso. Para o cálculo do retorno esperado por cada título. é importante fazer uma média pondera- da dos retornos. o risco total da empresa pode ser dado da seguinte forma Risco Total = Risco Sistemático + Risco Não Sistemático.3  Risco total Quando se considera o risco total de qualquer ativo. é ineficiente. seguindo a fórmula E ( R j ) = ∑1 Pr j ⋅ R j . informações e experiências acumuladas no passado para EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB calcular a probabilidade de um evento ser mais ou menos arriscado. Essa denominação de probabilidade pode ser vista sob dois aspectos: probabilidade objetiva que utiliza séries histó- ricas de dados.) que tenham maior risco. Em termos de mensuração do risco de um investimento/ativo é inte- ressante retomar alguns conceitos estatísticos associados à probabilidade de um evento acontecer. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 as interferências que ocorrem no curto prazo indicam que o mercado. Assaf Neto (2012) e Gitman (2012) afirmam que o risco sistemático é aquele presente em todos os ativos negociados no mercado e que sofrem por eventos políticos. com a compra de empresas mais estáveis ou menos cíclicas como as indústrias de alimentos. econômicos e sociais. 4. é possível criar uma carteira de ativos diversificada que contenha títulos de renda fixa e de renda variável que sejam atingidos diferentemente a elevações nas taxas de juros da economia ou a compra de ações de empresas cíclicas (montadoras de veículos. Por exemplo. É possível que cada ativo se comporte de uma forma acerca da conjuntura estabelecida o que indica a impossibilidade em evitar totalmente os riscos sistemáticos via diversifi- cação. Vamos considerar um exemplo para o cálculo do risco e do retorno de uma aplicação financeira. Já o risco não sistemático (diversificável) é definido como o risco associado às características do próprio ativo/investimento realizado. Já a probabilidade subjetiva usa a intuição. esse tipo de risco é conhecido como risco não diversifi- cável. pelo menos nesse período. o conhecimento e a experiência do investidor para a tomada de decisão. Portanto. Imaginemos dois ativos A e B que tenham as probabilidades de retorno apresentadas na tabela abaixo. 143= -0.3% Desvio-padrão = 3.30) + (15% x 0.073 0.000529 0. é necessário apurar a raiz quadrada da variância. é importante calcular a o desvio padrão do retorno que é a raiz quadrada da variância do retorno de cada ativo.057 0. calcula-se a variância usando a seguinte fórmula ( Var ( R j ) = ∑1 Pr j ⋅ R j − R j ) n 2 em que R j é a média dos retornos (ou o re- torno esperado).10) = 6% Assim. Ativo A RA PrA (R A − RA ) (R A − RA ) 2 ( Pr x R − R A A ) 2 7% 10% 0. é importante entender qual é o ativo mais arriscado.07-0. Da estatística.005329 0.Mercado Financeiro probabilidade do retorno.3% E (RB) = (–5% x 0.20) + (0% x 0.10) + (12% x 0.000020 20% 20% 0. o retorno médio do ativo A é maior do que o retorno mé- dio do ativo B.40) + (30% x 0.003249 0.689% Proibida a reprodução – © UniSEB 122 . Ativo A Ativo B Retorno Probabilidade Retorno Probabilidade 7% 10% -5% 20% 12% 30% 0% 30% 15% 40% 10% 40% 20% 20% 30% 10% Os retornos esperados podem ser calculados da seguinte forma: E (RA) = (7% x 0.000049 0.1361% R A = 14.000533 12% 30% -0.30) + (10% x 0. Para calcular o desvio padrão.000650 Var(RA) = 0.000159 15% 40% 0. Além desse procedimento.20) = 14.007 0.023 0.40) + (20% x 0. Para tanto. Rj é o retorno e E(Rj) é o retorno esperado ou retorno ponderado. maior será o risco. 123 .95% Assim. conforme indica o gráfico abaixo.99% R B = 6% Desvio-padrão = 9.06 0. o ativo B ainda tem o maior grau de risco em comparação ao ativo A.4 0.05 0. Quanto maior a variabi- lidade (dispersão). Ou seja.3 0. o risco está asso- ciado a variabilidade em torno do retorno médio.012100 0.3 -0.04 0.1 0. além de oferecer o menor retorno. maior risco X (média) Variável (Retorno) 4.003600 0.4  Associando risco e retorno com o comportamento EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB do investidor: teoria da preferência Dentro da teoria de análise de riscos.002420 0 0. indiferente ao risco e propenso ao risco.2 -0. menor risco Maior dispersão.11 0.001080 0. Conceito de Risco Frequência Menor dispersão.000640 0. Gitman (2012) indica que pode- mos ter três tipos básicos de comportamento em relação à preferência pelo risco do gestor: aversão ao risco.005760 Var(RB) = 0.057600 0.24 0. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 Ativo B RB PrB (R B − RB ) (R B − RB ) 2 ( Pr x RB − RB ) 2 -0.1 0. podemos entender a percepção do risco do gestor de acordo com uma preferência dele de acordo com um nível gerencialmente aceitável de risco.001600 0. o retorno esperado é a média ponderada de retorno de cada ativo relativamente a participação no total da carteira (ou na probabilidade de ocorrência de um retorno para um mesmo ativo). podemos escolher mais ou menos riscos nas nossas aplicações financeiras. Deve-se lembrar que a maioria dos acio- nistas é avessa ao risco. • O gestor propenso ao risco é aquele em que o retorno exigido diminui com o aumento do risco.Mercado Financeiro • O gestor indiferente ao risco é aquele em que o retorno exigido não muda se o risco aumentar de A para B. também pode ser dividido nesses tipos de comportamento. independente do tamanho dela. Teoricamente. Como vimos anteriormente.5  Teoria do Portfólio: retorno esperado A teoria do portfólio analisa. assim como os gestores. dependendo do perfil do agente. buscando maximizar a satisfação do inves- Proibida a reprodução – © UniSEB tidor em relação ao risco/retorno. • O gestor avesso ao risco é aquele em que o retorno exigido aumenta com o risco. exigindo um aumento do retorno sobre seu investimento na empresa. Esses comportamentos são retratados no gráfico abaixo. 124 . basicamente. são pessoas que gostam de risco e aceitam abrir mão de parte do retorno para aceitar mais riscos. Avesso ao risco Retorno Exigido Indiferente ao risco Propenso ao risco Risco Fonte: Gitman (2012) Ou seja. 4. qual é a composição de uma carteira ótima de ativos. Isso é importante porque o gestor de uma empresa. é possível reduzir o risco do portfólio. podemos entender o retorno esperado da carteira pela fórmula E ( R p ) = R p = [W ⋅ RX ] + (1 − W ) ⋅ RY  Em que E (Rp) = R p é o retorno esperado ponderado da carteira. RY são os retornos esperados das ações X e Y. respectivamente. Além disso. relacionando o maior retorno possível com o menor grau de risco. o que implica na necessidade de estudar a carteira de ativos de modo a selecionar aquela que pode ser entendida como ótima para um investidor. Ou seja. CML Retorno Esperado E(R) EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB Títulos Títulos Bens Ações Ações Capital Públicos Privados Imóveis Interna. o risco associado a estrutura da carteira de ativos tam- bém pode influenciar as decisões dos gestores. será reduzido se incluirmos ativos que não sejam positivamente correlacionados aos ativos já integrantes da carteira. (1-W) é o percentual da carteira aplicado na ação Y. 125 . Locias de Risco renda renda cionais fixa fixa Risco (σ) Fonte: Adaptado de Assaf Neto (2012). a reta de mercado de capitais (CML) no gráfico abaixo indica a relação entre risco e retorno das diferentes classes de ativos e a sua inclinação favorece a remuneração (prêmio) exigido pelo mercado para cada unidade de risco apresentada pelo ativo (ASSAF NETO. quando os investimentos são perfeitamente correlacionados nega- tivamente. O risco da carteira. na prática é difícil encontrar ativos que tenham esse comportamento. Contudo. RX. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 Se tivermos uma carteira que tenha dois ativos (X e Y). Apenas para ilustração. W é o percentual da carteira aplicado na ação X. como visto anteriormente. 2012). Como exemplos de investidores institucionais. e por rendimentos que lhe são reaplicados. dentro deste grupo. dentre outros. alocando seus recursos aos agentes deficitários. e. investidores institucio- nais são pessoas jurídicas que atuam no mercado financeiro e de capitais e que tem por obrigação legal investir parte de seu patrimônio. e os agentes deficitários (aqueles que necessitam dos recursos). entende-se serem as entidades que buscam maximizar ou manter o seu patrimônio. e atuam com o objetivo de crescer o seu patrimônio. incluindo prazos. existem investidores especiais que aplicam grandes montantes no mercado financeiro promovendo maior dinamismo e crescimento da economia diante de uma elevada oferta de recursos para investimentos. o governo. entidades de previdência privada aberta e fechada. fundos de pensão. e lhe dê retorno do capital investido. as pessoas físicas etc. Porém. os investidores institucionais possuem uma carteira de investimentos bem relevante aplicada no merca- do financeiro. Por acumularem grandes recursos. através das rentabilidades de Proibida a reprodução – © UniSEB suas aplicações. p. riscos e condições de pagamento. podemos destacar os bancos. podem-se citar os fundos de in- vestimentos. A fonte dos recursos dos investidores institucionais são as captações por parte de diversos agentes superavitários. con- sequentemente o patrimônio de seus cotistas. companhias seguradoras. Dos agentes deficitários entende-se serem as entidades que deman- dam recursos para o financiamento de suas atividades operacionais e de investimento. as empresas. Atuação dos Investidores Institucionais De acordo com Assaf Neto (2003.Mercado Financeiro 4. 385). Esses tipos especiais de investidores são conhecidos por “Investi- dores Institucionais”. em troca de uma remuneração que cubra os ris- cos envolvidos na operação.6  O que é um investidor institucional? O mercado financeiro pode ser entendido como um sistema que in- terliga os agentes superavitários (aqueles que possuem os recursos). clubes de investimentos. sociedades de capitalização. e buscam no mercado financeiro soluções que se adaptam às suas necessidades e exigências. 126 . Desses agentes. Já dos agentes superavitários. como no caso de A participação dos inves. p. <http://exame. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 Os investidores. sendo suas aplicações diversificadas. Entretanto. Ainda segundo Assaf Neto (2003. aceitando um maior risco. é a parcela reduzida do contratempo que possa ocorrer na lucro da empresa. mostrando que apesar do cresci- EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB mento dos investimentos institucionais. e também de forma a criar certa reserva técnica para qualquer Reserva Técnica. Veja no link a seguir a notícia que saiu no portal da Revista Exame em julho de 2010. os investidores institucionais possuem uma imensa capacidade de levantar recursos financeiros e direcioná-los de maneira diversificada para a composição de seus portfólios de ativos. que se destinada economia.br/mercados/noticias/investidores-institucionais- crescem-brasil-sao-limitados-falta-diversificacao-576503> 127 . são peça chave no mercado financeiro. com o título “Investidores institucionais crescem. a um fim específico. constitui-se numa mentos futuros de contingências. por possuírem uma grande quantidade de recursos para serem aplicados. dando uma robustez maior à economia.abril. 385). pois. que visam o aprovisionamento de valores considerados como necessários para paga- menor dúvida. selecionando as melhores alocações de seus recursos. desde que ofertado um retorno maior.com. ao con- trário dos investidores individuais. das mais significativas caracte- rísticas dos atuais mercados inter- nacionais de capitais. uma vez que esses recursos são aplicados nas entidades que demandam recursos para financiarem suas atividades operacionais e de investimento. cabe ressal- tar que nem todos os recursos dos investidores institucionais são aplica- dos em ativos de riscos. pois eles são os principais responsáveis por tornar o mercado de capital mais dinâmico. mas são limitados por pouca diversificação”. os investidores insti- tucionais operam geralmente dentro de uma visão de retorno de longo prazo. o mercado de renda fixa limita a diversificação no país. sem a cia. empresas dos ramos de seguro e previdên- tidores institucionais. Os recursos aplicados pelos investidores individuais nos Fundos de Investimentos são alocados ao Patrimônio desses fundos. 386). que oferecem cotas aos seus participantes. Ao adentrar como cotista num Fundo. o acionista deverá receber uma cópia deste regulamento. existem os fundos de investimento que são muito atraentes para os iniciantes no mercado de capitais. Dentro desse contexto. um fundo de investi- mento constitui-se em uma importante alternativa de investimento para as pessoas interessadas em participar do mercado de capitais.Mercado Financeiro 4. os Fundos podem obter. limites máximos e mínimos de aplicação em determinados ativos.1  Fundos de investimento Os fundos de investimento. estratégias de atuação.6. e qualquer deci- Proibida a reprodução – © UniSEB são que envolva a movimentação e/ou alteração desse patrimônio deve ser feita mediante Assembleia Geral de Cotistas. o investidor. p. em conjunto. e manter um enorme fluxo de informações relativas ao mercado de capitais. ao aplicar seu dinheiro num fundo de investimento. Um fundo de investimento é um condomínio que reúne recursos de um conjunto de investidores. ao pequeno investidor. p. Segundo Assaf Neto (2003. condições mais favoráveis de negociação do que se cada cotista fosse atuar isoladamente no mercado. riscos. Seu objetivo é valorizar as cotas de cada participante a um custo global baixo. formas de composição da car- teira. com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aquisição de uma carteira de títulos ou valores mobiliários. que deverá explicitar to- das as regras básicas de seu funcionamento. 128 . tendo direito a uma remuneração com base no valor do seu investimento. de acordo com Fortuna (2013). sem ne- cessidade de eles dominarem técnicas de análise sofisticadas. 386). e oferecendo comodidade a um grupo de investidores. etc. adquire um pedaço do “bolo”. principalmente. ou seja. A participação dos investidores individuais nos fundos de inves- timentos se dá por meio de cotas. valores mobiliários. são uni- ões de poupanças destinadas à aplicação em carteira diversificada em tí- tulos. De acordo com Assaf Neto (2003. por operarem com volumes relevantes de recursos provenientes de diversos investidores. oferecendo os benefícios da concentração dos recursos. Cada fundo é regido por um Regulamento. Vamos conhecer um pouco mais sobre o que é um Fundo de Investimento. e ainda um pros- pecto no qual sumarizam toda a política de investimento desta aplicação. 000. é cobrado uma taxa pelo desempenho extraordinário desse investimento.24 cotas. rentabilidade em determinado per- centual. e também pela execução das atividades operacionais e legais o qual o fundo está obrigado a cum- prir com os órgãos reguladores e com seus cotistas. O Administrador é responsável pela administração da carteira de investimentos. toda vez que exemplo. o qual também supervisiona o seu funcionamento. caso a carteira exceda a o gestor do fundo conseguir superar esse objetivo.50.24 cotas x R$42. a qual é cobrada de acordo ce da rentabilidade estabelecida no com a rentabilidade da carteira. e o gestor da carteira lhe informa que a cota na data do resgate está avaliada em R$42. consequentemente. e.002. divulgam de EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB forma diária o valor da cota. que é o órgão que supervisiona a atuação dos mesmos. Além disso. de performance é cobrada em função do alcan- mance. a mesma será cobrada. o Fundo precisa ter autorização prévia da CVM. Suponha que o mesmo investidor resolva resgatar seu dinheiro apli- cado 1 mês depois. Por estatuto social do fundo. Além da taxa de administração cobrada aos cotistas. o Administrador e o Gestor da carteira devem ser credenciados na CVM para exercerem suas funções. 129 . o Fundo deverá ter um administrador. geralmente. Se neste dia. e também em função dos movimentos do mer- cado financeiro como um todo.70. uma pessoa decidir investir R$5.00 nesse Fundo. Por exemplo. o qual cobrará uma taxa de administração pelos serviços prestados. como os cotis- tas podem entrar e sair diariamente em função das suas necessidades de capital. uma taxa de perfor. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 Para funcionar. Para exercerem suas funções. Pode existir também a figura do Gestor da carteira de um Fundo de Investimento. Normalmente. de modo a alocá-los de acordo com as políticas de retorno e risco assumi- das no regulamento do Fundo. pode ainda ser estipulada em A taxa seu regulamento.50). o qual ele é o responsável por gerir os recursos dos cotistas. imagine que o valor da cota de um Fundo de Investi- mento fosse R$35. eleito pelos cotistas. os Fundos. o investidor resgatará um montante total de R$6.40/cota no dia 10/10/20X8. o investidor terá direito a 141. Fazendo as contas (141. os valores aplicados pelos Fundos variam diariamente. são os investi- mentos que proporcionam uma rentabilidade fixa. serve como um parâmetro de comparação. e que trazem. A de renda variável volta-se principalmente aos fundos agressivos e moderados. os quais estão expostos a maiores riscos. o fundo com característica agressiva tende a arriscar uma porção maior de seu patrimônio em ativos com maiores riscos. pois uma parte de seus ativos está alocada em títulos de renda variáveis (ações de empresas. mento. conforme o próprio nome diz. há três categorias de investimento: (1) agressivo. porém o retorno gerado. De acordo com a Asso- ciação Nacional de Bancos de Investimentos (Anbid). os fundos de renda fixa podem ser classificados em três categorias: (1) referenciados. TR. (2) não referenciados. IGP-M. De acordo com a classifi- cação explicitada apresentado. ou seja. prin- cipalmente quando o foco do investimento é o longo prazo. a rentabilidade deste Fundo foi de aproxi- madamente 20%. Conforme o próprio nome diz. pode-se definir que há basica- mente dois tipos de Fundos: um de renda variável e outra de renda fixa. o CDI. por exemplo). porém a maiores retornos. nômico.Mercado Financeiro No exemplo apresentado. e (3) conservador. para avaliar a rentabilidade do fundo. e (3) genéricos. Classicamente. etc. os Fundos referenciados utilizam-se de algum indicador econômico como benchmark. consequentemente. os Fundos não referenciados não precisam Proibida a reprodução – © UniSEB acompanhar por benchmark algum indicador econômico. Os Fundos moderados ten- tam equilibrar a rentabilidade com riscos. eles podem ser compostos por títulos que não seguem uma linha de tendência comum como acontece nos Fundos referenciados. na vida real. Já os de renda fixa. De modo contrário. (2) moderado. Dessa forma. 130 . maiores retornos. e O os mais conservadores aplicam todo ou benchmark no quase todo seu patrimônio em ativos caso dos fundos de investi- que trazem o mínimo de risco pos. Os Fundos referenciados são os que procuram manter a sua rentabi- lidade “referenciada” em algum indicador. depende de qual estratégia que o Fundo está adotando. como por exemplo. geralmente um indicador eco- sível. 42% 9. de adm) 0. No mês.55% 7.28 9.84% 3.63 9.12 4.69% 2.93% 3. de adm) 0.73 2.57% 1.47% 7. que investem tanto em renda fixa.92% 8. IR 22.66% 2.09% 4.72% 2.58% 1. pode-se citar os Fundos de multicarteiras. de adm) 0. 131 .05% 8.00% Fundo DI (2% tx. os Fundos Genéricos são considerados como mais agressivos em relação aos Fundos referenciados e não referenciados.47% 7.23% 9. Após um ano.47% 7.5% ao ano Semes- Mês Trimestre Ano tre Poupança (0. Como exemplos.29 4.com.60% Fundo DI (2% tx.57%) 0.57%) 0.76 2. quanto em renda variável.20 4.72% 3.57%) 0. de adm) 0. pois possuem uma maior liberdade em selecionar os ativos para investimentos. IR de 20% Figura 12 – Rendimentos das aplicações de acordo com a variação da SELIC EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB Fonte: Way Investimentos (http://www.40% Fonte: Way Investimentos * Considerando a variação do DI idêntica a da taxa Selic.06% CBD (94% do CDI) 0.06% CBD (94% do CDI) 0.00% • Selic de 13% ao ano Semes- Mês Trimestre Ano tre Poupança (0. trimestre e semes- tre.75% 3. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 Poupança versus Fundos DI* A perspectiva de mais elevações Selic acirra disputa entre aplicações • Selic de 12% ao ano Semes- Mês Trimestre Ano tre Poupança (0.5% sobre ganho. Obs.61% 1.57% 1. por último.00% 4.40% Fundo DI (1% tx.18% 4.78% Fundo DI (1% tx.40% Fundo DI (2% tx.60% • Selic de 12.73% 8.72% 3. de adm) 0.57% 1.64% 1.wayinvestimentos.75% 3.45 9.06% CBD (94% do CDI) 0.70 2. de adm) 0.02% Fundo DI (1% tx.br) I27 E. registrado no Banco Central. será sempre contratada com companhia de investimentos. de 14 de julho de 1965 “Art. quais são as propostas e o perfil dos investimentos é o Regulamento. Assim. Portanto é primordial que o investidor em fundos de investimento tenha a exata noção dos riscos que está correndo ao investir em um fundo de investimento. a que se refere a Seção VIII. é indispensável o prévio registro na CVM. Um documento essencial para entender como Proibida a reprodução – © UniSEB funcionará o fundo. Será obrigatório aos fundos em condomínio a auditoria realizada por auditor independen- te. §2°. todo fundo de investimento tem algumas características em comum. Lei 4. Em se tratando de fundos de investimento temos duas dimensões para o risco: • Risco de Crédito: É a probabilidade de que o emissor do título que compõe a carteira do fundo não pague o valor do título no seu vencimento. endossável. é preciso que o administrador do fundo preencha os requisitos estabelecidos pela CVM e que se tenha aprovado o regula- mento do fundo. • Risco de Estratégia ou Mercado: É a probabilidade de que a estratégia de investimento do gestor do fundo não produza os resultados esperados. com observância das normas gerais que serão traçadas pelo Conselho Monetário Nacional. o risco de estratégia poderá resultar em patrimônio negativo e se isso ocorrer o cotista será obrigado a aplicar mais recursos de tal forma a zerar o patrimônio negativo .728. O Regulamento do fundo é um documento que estabelece as regras de funcionamento e operacionalização de um fundo de investi- 132 . §3°. §4°.Mercado Financeiro Outro ponto a ser analisado é o risco. §1°. para que ele possa funcionar. As cotas de Fundos Mútuos de Investimentos constituídas em condomínio poderão ser emitidas em forma nominativa. A administração da carteira de investimentos dos fundos. Vamos tratar delas nesse momento. Os fundos em condomínios de títulos ou valores mobiliários poderão converter- se em sociedades anônimas de capital autorizado. 50. com a finalidade de tomar as contas aos administradores e deliberar sobre o balanço por eles apresentado. Além disso. ficando isentos de encargos fiscais os atos relativos à transformação. a que se refere este artigo. Anualmente os administradores dos fundos em condomínios farão realizar assembleia geral dos condôminos. Para que um fundo de inves- timento seja constituído. Risco em investimento é a probabilidade de não se obter o que se esperava. 000 7839 (u. Por se enquadrarem em condomínios voluntários.000 200.000 –10 60. (milhões)) 7834 (% a. os ativos que compõem a carteira de investimento dentre outras considerações. O interessante do gráfico é a popularização dos fundos de investimento a partir de meados de 2004 com o aumento do acumulado em reais.000 40. debêntures. investimento estrangeiro.000 6 160. E é possível classificar cada fundo de acordo com algumas características básicas como o tipo de emissão. e o perfil do saldo mensal em milhões de reais considerando um período de janeiro de 1997 a setembro de 2014. segundo legislação vigente estabelecida pela CVM (como a Ins- trução Normativa da CVM 409 nos seus artigos 41 a 46). derivativos e tantos outros.5% ao longo do período e as principais quedas (1999 e 2009) são reflexos das crises nacional e internacional que vivenciamos.1  Estrutura do fundo de investimento e tipos de fundos Algo que se deve entender bem é a estrutura que um fundo de in- vestimento pode ter. 133 . Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 mento. moeda estrangeira.1. Perceba. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB os fundos precisam ter uma estrutura fácil de ser entendida pelos investi- dores.m. 14 220.000 –6 80. o gráfico abaixo indica a evolução da renta- bilidade dos fundos de ações. caro aluno.) 2 140. que a rentabilidade (em laranja) manteve uma variação em torno de uma média próxima a 2%-2.6.000 120. Dessa forma.000 –2 100.c. Apenas para ilustração. ações.000 10 180.000 –18 0 01/1997 01/1999 01/2001 01/2003 01/2005 01/2007 01/2009 01/2011 01/2013 Data 7834 – Fundos de ações – Rentabilidade acumulada no mês 7839 – Fundos de ações – Saldo – mensal Gráfico 3 – Evolução dos fundos de ações: rentabilidade e saldo do mês – 01/1997 a 09/2014 Banco Central 4. um dos tipos negociados. m. a CVM (2014) afirma que os fundos de investimen- to podem investir em diferentes ativos financeiros como CDB.000 –14 20. já o fundo fechado é aquele que restringe a aceitação de investidores e pode limitar o capital. as seguintes condições: a)Tenha 80%. por títulos públicos federais. 92. VI. Fundo de Dívida Externa. de seu patrimônio líquido representado. ou títulos indexados a índice de preços com prazo máximo a decorrer de 375 dias . segundo a Instrução CVM 409 de 2004. sendo permitida a utilização de derivativos somente para proteção da carteira e a realização de operações compromissadas lastreadas em títulos públicos federais. desde que atendidas. e títulos e valores mobiliários de renda fixa cujo emissor esteja classificado na categoria baixo risco de crédito ou equivalente. Fundo Multimercado. e prazo Fundo de Curto Prazo médio da carteira do fundo inferior a 60 dias. no mínimo. e VII. Misumi e Rudge (2005). Fundo Referenciado. isolada ou cumulativamente. direta ou indiretamente. Fundo de Renda Fixa.Mercado Financeiro Um fundo d investimento pode ser classificado como aberto ou fechado a depender do tipo de emissão que é feita. V.: I. IV. Fundo Cambial. Fundo de Ações. até o limite dessas. com certificação Fundo Referenciado por agência de classificação de risco localizada no país. Outra forma de classificação dos fundos é. Um fundo aberto é aquele que aceita investidores em geral e que não tem um limite de capi- tal. Tipo de fundo Composição da carteira de investimento Aplicar exclusivamente em títulos públicos federais pré-fixa- dos ou indexados à taxa Selic. Identificar na denominação a referencia do seu indicador de de- sempenho – que deve estar expressamente definido na denomi- nação do fundo – em função da estrutura dos ativos financeiros integrantes da respectiva carteira. da carteira seja composta por ati- vos financeiros de forma a acompanhar. no mínimo. a Proibida a reprodução – © UniSEB variação do indicador de desempenho escolhido. Fundo de Curto Prazo. II. b)Estipule que 95%. III. alterada pela Instrução CVM nº 450 de 2007. 134 . cumulati- vamente. O quadro abaixo explicita as composições dessas carteiras segundo Cavalcante. exceto em relação aos fundos referenciados em índices de mercado de ações. c)Restrinja a respectiva atuação nos mercados de derivativos à rea- lização de operações com o objetivo de proteger posições detidas a vista. no seu Art. sendo permitida a aplicação de até 20% do patrimônio líqui- do em outros títulos de crédito transacionados no mercado Fundo de Dívida internacional. Possuir políticas de investimento que envolvam vários fato- res de risco. Os cotistas dos fundos de investimento em ações serão EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB tributados pelo imposto sobre a renda exclusivamente no resgate de cotas. 80% da carteira em ativos relacionados diretamente. no mínimo. ou sintetizados via derivativos. § 1 º A base de cálculo do imposto será constituída pela diferença positiva entre o valor de resgate e o custo de aquisição da cota. Misumi e Rudge (2005).Central Securities Depositary of Lu- xembourg (CEDEL). no mínimo. no exterior. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 Possuir.Os títulos representativos da dívida externa de Externa responsabilidade da União devem ser mantidos. no mínimo. ao fator de risco que dá nome à classe (variação de preços de ações admi- tidas à negociação no mercado à vista de Bolsa de Valores Fundo de Ações ou entidade do mercado de balcão organizado). no seu artigo 18. no Sistema Euro- clear ou na LuxClear . con- siderados pelo seu valor patrimonial. 80% de seu patrimônio em títulos repre- sentativos da dívida externa de responsabilidade da União. no mínimo.6. em conta de custódia em nome do fundo. no mínimo. ou sintetizados via derivativos. no mínimo. sem o compromisso de concentração em ne- Fundo Multimercado nhum fator em especial ou em fatores diferentes das demais classes previstas. 80% da carteira em ativos relacionados diretamente. ou ambos). 80% da carteira em ativos relacionados diretamente. ao fator de risco Fundo Cambial que dá nome à classe (variação de preços em moeda es- trangeira).1.2  Tributação dos fundos de investimento A Instrução Normativa RFB nº 1. Aplicar. § 2 º Para efeito do disposto neste artigo. ou sintetizados via derivativos. consideram-se fundos de investimento em ações aqueles cujas carteiras sejam constituídas. Possuir. 67% da carteira em ações admitidas à negociação no mercado à vista de Bolsa de Valores ou entidade de bal- cão organizado. à alíquota de 15% (quinze por cento).022 de 05 de abril de 2010.Possuir. por 67% (sessenta e sete por cento) de ações negociadas 135 . 4. Fonte: Cavalcante. 18. Possuir. indica que a tributação que será seguida pelos fundos de investi- mento são determinados da seguinte forma: Art. ao fator de risco Fundo de Renda Fixa que dá nome à classe (variação de taxa de juros doméstica ou de índice de inflação. A BM&FBovespa indica que existem dois tipos de alíquotas que po- dem ser usadas e são representadas no quadro abaixo. Momento da cobrança Alíquota Semestralmente (maio e novembro) 15% Aplicações até 180 dias: 22. Aplicações de 181 a 360 dias: 20%.5%. A Corretora escolhida cuidará de todos os documentos e dos registros legais e vai zelar pelo bom funcio- Proibida a reprodução – © UniSEB namento do clube.5%. 136 . principalmente se o investidor aplicar seu dinheiro por mais de 30 dias. segundo a BOVESPA. Um Clube de Investimento pode ser criado por empregados ou contratados de uma mesma entidade ou empresa.Mercado Financeiro no mercado à vista de bolsa de valores ou entidade assemelhada. É importante frisar que não há a incidência de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).6. na forma regulamentada pela Comissão de Va- lores Mobiliários (RECEITA FEDERAL DO BRASIL.1 – Alíquotas aplicadas nas cobranças de Imposto de Renda dos fundos Fonte: BM&FBOVESPA 4. 2010). tornar-se sócias delas. No resgate da aplicação. como metalúrgicos. no País ou no exterior. ao se tornar sócio de uma empresa.2  Clubes de Investimento Segundo a BOVESPA. Clube de Investimento trata-se de uma apli- cação financeira criada por um grupo de pessoas que desejam investir seu dinheiro em ações das empresas. dependendo do prazo da aplicação Aplicações de 361 a 720 dias: 17. entre outros. comprando suas ações. Para criar o Clube de Investimento. Aplicações acima de 720 dias: 15%. você vai precisar de um administrador – que deve ser uma Corretora de Valores. Quadro 4. ou ainda por um grupo de pessoas que têm objetivos em comum. médicos. E. ou seja. aposentados. você terá direito a uma parcela dos lucros dela. porque cada uma das ações re- presenta um pedacinho do valor dessa empresa. uma distribuidora de títulos ou um banco. 524 1. Além dos processos burocráticos descritos anteriormente.2 2004 1.2 2005 1.9 2003 755 113.6 1998 149 67.028 3. Aplicação Solidária Evolução dos Clubes de Investimentos Patr.7 2006 1.637 8.310. com o dinheiro de todos os participantes e o rendimento das aplicações. o regulamento para sua criação.634 97. O regulamen- to de acordo com BOVESPA é o conjunto de normas e leis que devem ser seguidas para o funcionamento do clube. Li- Clubes Investidores quido (R$ milhões) 1996 154 32.087 1.994. bem como outras informações.5 2008 2.646.8 1997 162 62.726. ou seja.373 79.877. 137 .3 2002 473 139.306 6.269. Fonte: BM&FBovespa EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB Figura 13 – Evolução Clubes de Investimentos no Brasil Fonte: BM&F BOVESPA Carteira de ações é o nome dado ao conjunto de papéis que serão comprados para o Clube.016 107. será informado pela Corretora.1 2009* 2.323 112.854 144.696 9. a Corre- tora que estiver administrando o seu Clube de Investimento também pode- rá ser a responsável pela escolha das ações que compõem a carteira dele.692 1.4 1999 180 55.049 12.5 2007 2.1 2001 457 140.849 276.102 14.631 131.404.413.946 5.160 154.782.0 * Até outubro.217.9 2000 379 115. Os demais dados são referentes a 31 de dezembro.771 101. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 Ela também vai lhe mostrar que cada Clube de Investimento tem seu estatuto social.776 148. 6. Num primeiro momento. além da previdência oficial. Pode-se dizer que é uma forma de aprender a investir. muitos adquirem um 138 . Em resumo. o que tende a le- var a investimentos mais conservadores. empresa ou qualquer grupo de socie- dade. especialmente no período em que se deseja parar de trabalhar. as desvantagens envolvem principalmente a lentidão nas decisões. o que tende a gerar saídas de alguns indivíduos. pode ter no máximo 150 participan- tes.Mercado Financeiro O Clube. um clube de investimentos traz grandes vantagens porque é mais fácil partici- par de um fundo no qual você pode opinar e ajudar nas decisões sobre as direções que serão tomadas. porém. um único participante não pode ter mais de 40% do total das cotas. Previdência Privada é uma alternativa de aposentadoria complementar à previdência social. Cria uma certa disciplina no grupo em termos de discussões sobre as decisões de modo a evitar operações impulsivas. Entretanto. dadas às discussões do clube criando um processo de aprendizagem e preparando cada um investidor para atuar individualmen- te no mercado financeiro. é importante indicar quais são as vantagens e desvanta- gens dos clubes de investimento.3  Fundos de previdência complementar: abertos e fechados De acordo com Assaf Neto (2003. Uma das principais vantagens é a promoção da poupança via o aporte de alguma quantia mensalmente que pode ser uma das formas de se ampliar o montante do clube. impedindo que alguns investido- res com comportamentos mais voltados para a incorporação de riscos na carteira sejam inibidos. ele sozinho não pode decidir a composição da carteira de investimentos. e novos membros podem ser aceitos num Clube de Investimento. Além disso. 4. já que todos devem participar das decisões. p. empregados ou contratados de uma mesma entidade. o número de membros pode ser maior que 150. segundo BOVESPA. no caso de um clube que reúna funcionários. 394). era vista como uma forma uma poupança extra. De acordo com a BM&FBOVESPA. Independentemente das opiniões que um membro do clube tenha. Além disso. melhorando seus conhecimentos do mercado financeiro. mas como o benefício do governo tende a ficar cada vez menor. já que a corretora faz todas as contas sobre as cotas e impostos que devem ser pagos pelos cotistas. Por outro lado. pode-se dizer que é um sistema que acumula recursos que Proibida a reprodução – © UniSEB garantam uma renda mensal no futuro. eles são simples. O PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) é uma alternativa de investimento. o plano funciona como um fundo de investimento ex- clusivo que é administrado por um gestor que aloca os recursos em títulos de renda variável. prevendo ao final. principalmente direcionado para pessoas que se preocupam em manter um certo nível de renda no momento de sua aposentadoria.. ele é repassado inte- gralmente ao participante. como funcionários de uma empresa. etc. os principais atrativos que um PGBL oferece aos investidores são: 139 . as sociedades de previdência privada costumam oferecer diversos planos de benefícios aos participan- tes. por exemplo. enquanto a fechada é destinada a grupos. Ainda assim. De acordo com Assaf Neto (2003. 395). que inclusive pode ser negativa. que serão explicitados a seguir. que é remetido aos participantes. p. as receitas auferidas no mercado são apropriadas na própria companhia de forma a remunerar o risco pelo seguro. já que não há garantia de rentabilidade. pois com os recursos aportados pelos participantes. em caso de ganho. de caráter público e obrigatório. fixa. Os principais tipos de previdência privada atualmente são o PGBL e o VGPL. A aberta e a fecha- da. enquanto que nas companhias seguradoras. p. diferente da Previdência Social. É uma aplicação em que incide risco. imóveis. são transferidos aos participantes. neste último caso. sendo que o mais praticado é o de arrecadação em parcelas mensais por certo período de anos. auferindo rendas pela aplicação dos recursos em títulos de renda fixa e variável. Em essência. de modo a obter um retorno sobre o EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB capital investido. O funcionamento de uma sociedade de previdência privada é seme- lhante aos das companhias seguradoras. A grande diferença entre as companhias seguradoras e as sociedades de previdência privada. A principal característica é que a Previdência Privada é uma prática opcional. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 plano como forma de garantir uma renda razoável ao fim de sua carreira profissional. 394). Segundo Assaf Neto (2003. pagamentos de benefícios aos participantes. A aberta pode ser contratada por qualquer pessoa. elas atuam no mercado financeiro como investidores institucionais. Há dois tipos de planos de previdência no Brasil. é que os rendimentos dos aplicados. É aconselhável para aqueles que não têm renda tributável. • A tributação sobre os rendimentos ocorre somente no momento do saque. sendo as demais características praticamente iguais. a renda é trans- ferida a um beneficiário por período predeterminado. as entidades de previdência privada são organizações foca- das a um grupo de contribuintes que visam a valorização de seu patrimô- nio. Por isso. o qual beneficia o investidor a uma renda por toda a sua vida. Outra modalidade de previdência privada é o VGBL. benefícios complementares ou assemelhados ao da Previdência Social por meio da contribuição de seus participantes. a partir de determinada idade ou prazo de con- tribuição • Renda Temporária. • Vantagem de escolher o tipo de investimento. ao optar por um plano de previdência tipo PGBL. 140 . que consiste numa renda vi- talícia ao investidor. ainda que seja necessário o pagamento de IR sobre o ganho de capital. 2013). • Renda Vitalícia por Prazo Mínimo. ou Vida Ge- rador de Benefício Livre. Elas podem ser classificadas como abertas ou fechadas. permitindo.Mercado Financeiro • Benefício fiscal. podendo ser uma aplicação mais agressiva. Ou seja. já que as contribuições podem ser deduzidas do cálculo do imposto de renda até o limite de 12% da renda bruta do investidor. de acordo com o seu grau de aceitação de risco. os quais os benefícios são pagos a partir de certa idade e durante um determinado período de tempo. apli- cam parte de suas reservas técnicas no mercado financeiro e de capitais (FORTUNA. e após o seu falecimento. deve optar no início do contrato em um dos seguintes benefícios: • Renda Vitalícia. dessa forma que se reaplique todo o ren- dimento auferido na alocação dos recursos dos fundos. já que não é dedutível do Imposto de Renda. • Transparências nas informações. Ou seja. con- forme contratado no termo de adesão ao plano. Um investidor. com o intuito de complementar a aposentadoria deles. são empresas que instituem planos privados Proibida a reprodução – © UniSEB de concessão de rendas. pois geralmente os gestores da carteira evidenciam diariamente os seus principais indicado- res de desempenho. moderada ou conservadora. Este seria o prin- cipal diferenciador em relação ao PGBL. o CNPC (Conselho Nacional de Previdência Complementar) ficou responsável por regular o regime de previdência complementar ope- rado pelas entidades fechadas de previdência complementar. houve uma separação nas tarefas que antes compunham o CGPC nesses dois órgãos colegiados: Conselho Nacional de Previdência Complementar e a Câmara de Recursos da Previdência Complementar (PREVIDÊNCIA. 2006). das entidades fechadas de pre- vidência complementar. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 Entende-se por entidades fechadas de previdência privada aqueles conhecidos fundos de pensão. os recursos interpostos contra as decisões da extinta Secretaria de Previdência Complementar . o CGPC foi extinto e em seu lugar fo- ram criados o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC) e a Câmara de Recursos da Previdência Complementar (CRPC). em Março de 2010. da Casa Civil da Presidência da República. Ou seja. Ele é presidi- EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB do pelo ministro da Previdência Social e composto por representantes da Previc. dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento. em última ins- tância. são entidades ligadas a um grupo específico de contribuintes que querem valorizar seu patrimônio para ga- rantir um complemento das aposentadorias (OLIVERIA et alii. Ou seja. Já as entidades abertas de previdência privada são aquelas que po- dem ser individuais ou coletivas (de acordo com a Lei Complementar 109/2001) e geralmente são sociedades anônimas que são fiscalizadas e regulamentadas pela SUSEP. Vamos comentar um pouco sobre os dois grandes órgãos normati- vos do setor de previdência privada no Brasil. da Secretaria de Políticas de Previdência Complementar (SPPC). 2006. a) Conselho de Gestão de Previdência Complementar O Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC) era um órgão integrante do Sistema Financeiro Brasileiro que era vinculado ao Ministério da Previdência Social e tinha a função de normatizar e coor- denar as atividades das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (conhecidas como fundos de pensão).SPC. Assim. 141 . Orçamento e Gestão. dos patrocinadores e instituidores de planos de benefícios das entidades fechadas de previdência complementar e dos participantes e assistidos de planos de benefícios das referidas entidades. Também julgava. Contudo. 2014). O contribuinte escolhe a empresa de sua preferência e o plano em que deseja colocar seus recursos (OLIVEIRA et alii. É uma autarquia do Governo Federal que tem. patrocinadores ou instituidores etc. dando flexibilidade para contratar e gerir o • Apurar e julgar infrações e quadro de pessoal.154/09. por exemplo (FORTUNA. e Proibida a reprodução – © UniSEB • Promover a mediação e conciliação entre entidades fechadas de previdência complementar e entre estas e seus participantes. incorporação ou reorgani- zação societária das entidades fechadas de previdência comple- mentar. 2014). a antiga Secretara da Previdência Complementar foi substituída pela PREVIC – Superin- tendência Nacional de Previdência Complementar – fazendo parte do Ministério da Previdência e assistência Social (MPAS) para controlar e fiscalizar os planos e benefícios e as atividades das entidades de previdên- cia privada fechada. entre outras. • Expedir instruções e esta- belecer procedimentos para aplicação das normas relati- vas à sua área de competência. • Autorizar a constituição e funcionamento de entidades fecha- das de previdência complementar.Mercado Financeiro Já a Câmara de Recursos da Previdência Complementar (CRPC) aprecia e julga os recursos interpostos contra decisões da Diretoria Co- legiada da Previc referentes a autos de infração e aos lançamentos tribu- tários da Taxa de Fiscalização e Controle da Previdência Complementar (Tafic) (PREVIDÊNCIA. no • Fiscalizar atividades das entida. seguindo as diretrizes do Conselho Nacional de Previdência Complemen- tar. 2013). é uma des fechadas de previdência personalidade jurídico-administrativa complementar e suas opera. assistidos. 142 . própria com patrimônio e receitas próprias. • Autorizar operações de fusão. Isso permite autonomia financeira e adminis- ções. as seguintes atribuições: Uma autarquia. trativa. aplicar penalidades. cisão. direito administrativo. b) Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) Fortuna (2013) afirma que com a Lei 12. sem. com o objetivo de garantir as operações de seguros. como por exemplo. desta- cam-se: • Proteção aos indivíduos: através da liberação de recursos suficientes para a reposição de suas perdas. Mediante pequena soma em dinheiro. a qual reformu- lou o Sistema Financeiro Nacional. Ao mesmo tempo em que constitui a garantia de suas obrigações torna-se importante investidor institucional. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 4. por exemplo. procura aconselhar. o segurador toma ou aconselha medidas preventivas para a proteção pessoal e do patrimônio. As empresas com essa ga- rantia passam a ter maior liberdade para realizar seus negócios.4  Mercado de Seguros Uma companhia seguradora é uma empresa que tem por objetivo assumir. Para tanto. introduzir modificações de profundidade na legislação específica aplicável à atividade. pode-se. de acordo com Assaf Neto (2003. p. uma vez que estas captam recursos de indivíduos em troca de garantias futuras.6. • Contribuir para a minimização de sinistros: A fim de evitar perdas. repor um bem que venha a sofrer um dano de maior monta ou indenizar um bene- ficiário pela falta de ente familiar. • Garantir operações mercantis a créditos: Nas transações co- merciais. subordinando-as a novas dis- posições legais. Dentre as principais finalidades de uma empresa de seguros. colocação de extintores de incêndio etc. o uso de cintos de segurança.595 de 31 de Dezembro de 1964. o mercado de seguros tem a seguinte estrutura regulamentadora: 143 . as Seguradoras passaram a ser enqua- dradas como instituições financeiras. contudo. A partir da Lei 4. os riscos corridos por terceiros. mediante pagamento de uma quantia previamente ajustada. • Promover a formação de poupança: Os prêmios arrecadados são convertidos em aplicações financeiras ou investimentos. 389). No Brasil. o seguro tem propiciado maior segurança tanto para o contratante como para o contratado. oferecer bônus por bom desempenho e propor me- EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB didas físicas ou jurídicas de proteção. diploma que institucionalizou. 144 . do qual o citado Colegiado é o Proibida a reprodução – © UniSEB órgão de cúpula. foi criado pelo Decreto-Lei nº 73. o Sistema Nacional de Seguros Privados.Mercado Financeiro Conselho Nacional de Seguros Privados CNSP Superintendência de Seguros Privados SUSEP Instituto de Resseguros do Brasil IRB Sociedades Autorizadas a Operar: Seguradoras. de 21 de novembro de 1966. da notícia publicada no site UOL Economia. com o título “Mercado de seguros deve crescer 12% em 2011”: Fonte: disponível em: <http://economia.jhtm> O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão nor- mativo das atividades securitícias do país. veja a seguir o link.com.br/ultimas-noticias/ infomoney/2010/12/14/mercado-de-seguros-deve-crescer-12-em-2011. também. Corretores habilitados Prividência Privada e Capitalização Figura 14 – Estrutura Regulamentadora de Seguros no Brasil Fonte: adaptado de Assaf Neto (2009) Para você ter ideia do tamanho do mercado de seguradoras no Bra- sil.uol. foi criada pelo Decreto-lei nº 73. no âmbito das entidades abertas. • Preservar a liquidez e a solvência das instituições do mercado. • Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor. capitalização e resseguro. organização e funcionamento das so- ciedades do mercado segurador brasileiro. organização. • Fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados. de Previdência Privada Aberta e de Capitalização. suas atribuições se estendido à Previdência Privada. de 21 de novembro de 1966. que lhe determinou a atual estrutura. funcionamento e fisca- lização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados. • Cumprir e fazer cumprir as deliberações do Conselho Nacional de Seguros Privados. era a de fixar as diretrizes e normas da política governamental para os segmentos de Seguros Privados e Capitalização. • Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Segura- doras. é o órgão respon- sável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro. • Fixar as características gerais dos contratos de seguros. bem como a aplicação das pena- lidades previstas. 390).190. sendo a última através da edição da Lei nº10. 145 . de 15 de julho de 1977. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 A principal atribuição do CNSP. incentivar sua expansão e atuar no sentido de oferecer maior eficiência opera- cional às instituições. previ- dência privada aberta e capitalização. • Regular a constituição. com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações. pode-se destacar: • Fiscalizar a constituição. na época da sua criação. tendo posteriormente. Superintendência de Seguros Privados. p. de 14 de fevereiro de 2001. A SUSEP. Autarquia vinculada ao Minis- tério da Fazenda. As suas principais atribuições são as seguintes. previdência privada aberta. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB • Atuar em defesa dos interesses dos consumidores do mercado. que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros Privados.435. • Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro. • Promover estabilidade do mercado segurador. O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição. Dentre as suas principais atribuições. com o adven- to da Lei nº 6. segundo Assaf Neto (2003. p. como forma de mitigar o risco. e também para evitar sua solvência. susep. o corretor é um profissional autônomo sem vínculos 146 . retendo maior volume de negócios em nossa economia.Mercado Financeiro O Instituto de Resseguros do Brasil (hoje IRB-Brasil Re) atua no in- tuito de fiscalizar as operações de resseguros realizadas no país e no exterior. e somados a outros recursos da própria instituição. ou parte dele. Quando uma companhia assume um contrato de seguro superior à sua capacidade finan- ceira. acesse habilitadas a operarem e a remeterem as in. preservar a estabilidade das companhias segura- doras e garantir a liquidação do sinistro ao segurado. re. Para poder cobrir com os riscos segurados. formações dos seguradas às seguradoras. Quanto vale um satélite. Como o nome sugere. aplicando seus recursos em títulos de renda fixa e variável. pode lhe garantir uma rentabilidade extra pela atuação junto ao merca- Conexão: do financeiro. resseguro é o seguro do seguro. feita em todo o mundo.br/menuatendimento/ index_seguros. garantindo a cobertura do ativo segurado em troca de um prêmio cobrado dos segurados. para saber em detalhes Por último. ao mesmo tempo em que captaria mais poupança interna. De acordo com Assaf Neto (2003. atuam no mercado financeiro como um investidor institucio- nal. as companhias segurados constituem reservas a partir dos valores recebidos pelos segurados. A boa gestão da carteira. O IRB-Brasil Re foi criado em 1939 pelo então presidente Getúlio Vargas com objetivo bem delineado: fortalecer o desenvolvimento do mercado segurador nacional. através da criação do mercado ressegurador brasileiro. além de garantir o cumprimento dos riscos assumidos com os associados. 391). As Companhias Seguradoras são as instituições que operacionali- zam o seguro. um complexo industrial ou uma plataforma de petróleo? Que empresa poderia se responsabilizar pelo sinistro de um ou mesmo vários desses bens simultaneamente? Para responder e solucio- nar essas questões é que existe o resseguro. a uma resseguradora. os Corretores são as pessoas sobre seguros e o que cobre cada um destes tipos. o site da SUSEP: <http://www. O resseguro é uma prática comum. A medida pretendia ainda aumentar a capacidade seguradora das sociedades nacionais.asp> cebendo em troca uma comissão pelos servi- Proibida a reprodução – © UniSEB ços de intermediação realizados entre as partes. ela necessita repassar esse risco.gov. 3% dos prêmios e sinistros realizados no país nesse período. 19. os dados da SUSEP (2014) indicam que.4.1 44.7 6. A principal delas é a BRA- 147 . 4.6% dos valores arrecadados nesse período por todas as seguradoras brasileiras. Segundo a SUSEP. que na intermediação do negócio. conjuntamente. Considerando informações de janeiro a agosto de 2014.6. Essas empresas.4 11. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 com a seguradora.6 3. Seguro de Transportes e Seguro de Crédito Internos. Seguro Garantia.1  Características do mercado de seguros brasileiro Algumas estatísticas para caracterizar o setor podem ser encontra- das no site da SUSEP (2014) como as indicadas abaixo.3 6.7 SP RJ MG PR RS SC Demais estados Gráfico 4 – Percentual de cada estado em termos de Prêmio e Sinistros realizados entre EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB janeiro e agosto de 2014. correspondem a 66. Fonte: SUSEP A tabela abaixo indica as 10 maiores seguradoras para prêmio e si- nistro de janeiro a agosto de 2014 com dados da SUSEP.4 8. Ou seja. Seguro Compreensivo. os principais tipos de seguros são: Seguro Rural. seguido pelo RJ (11. para esse período. são aproximadamente 120 seguradoras no mercado brasileiro. Seguro de Pessoas. deve agir no intuito de defender os interesses do segurado perante a seguradora. Além disso. existe uma concentração nos estados do Sul- Sudeste brasileiros para as demandas de prêmio e sinistros do mercado de seguros.7%) e dos demais estados. podemos visualizar no gráfico 1 que o estado de SP responde por um percentual de 44. 9.2 3.6.A.6 6. Proibida a reprodução – © UniSEB o Sistema Nacional de Seguros Privados. seguida pela Bradesco Vida e Previdência (12.7 Zurich Santander Brasil Seguros E Previdência S. Os valores em percentual referem-se ao total arrecadado em prêmios e sinistros de todas as seguradoras do Brasil neste período. do qual o citado Colegiado é o órgão de cúpula (MINISTÉRIO DA FAZENDA. 148 .7 Bradesco Auto/Re Companhia De Seguros 3. de 21 de novembro de 1966. foi criado pelo Decreto-Lei nº 73.A. São elas: a) Conselho Nacional de Seguros Privados: O Decreto-lei nº 73 de 1966 que instituiu o Sistema Nacional de Se- guros Privados. 13.A.0 SUSEP NOTA: os valores em bilhões correspondem aos prêmios e sinistros dessas sociedades seguradoras entre janeiro e agosto de 2014.9 Itaú Vida E Previdência S.2  Instituições normativas do mercado de seguros Algumas instituições são importantes para a criação de regras den- tro do mercado de seguros. 3.4%.A. previdência privada aberta e corretores.8 Porto Seguro Cia De Seguros Gerais 3.9%). O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão nor- mativo das atividades securitícias do país.4 Companhia De Seguros Aliança Do Brasil 4.9 3.5 Mapfre Seguros Gerais S.4. também. Itau Seguros S/A 4. diploma que institucionalizou.3 DPVAT S. 4. 3. R$ Bilhões % Do Total BRASILPREV Seguros E Previdência S/A 17.A.9 Seguradora Líder Dos Consórcios Do Seguro 6.4 Bradesco Vida E Previdência S.2 8.0 3.8 3. o IRB e as sociedades autorizadas a operar em seguros privados.Mercado Financeiro SILPREV com 16. 2014).9%) e o Itaú Vida e Previdência (8.1 16.5 4.6 3. capitali- zação.5 12. criou também o Conselho Nacional de Seguros Privados. era a de fixar as diretrizes e normas da política governamental para os segmentos de Seguros Privados e Capitalização. com a fixação de limites legais e técnicos das respectivas operações. na época da sua criação. assim como aplicação de pena- lidades. o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é constituído pelo Ministro da Fazenda. O CNSP tem se submetido a várias mudanças em sua composição. Está vinculada ao Ministério da Fazenda e tem origem em 1966 com o Decreto-Lei 73. 2014). que lhe determinou a atual estrutura (MINISTÉRIO DA FAZENDA. sendo a última através da edição da Lei nº10. entidades de previdência privada aberta e resseguradores. Segundo Oliveira et alii (2006). do Ministério da Pre- vidência e Assistência Social. Suas princi- pais atribuições são: • Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados. previdência privada aberta e capitalização. e • Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão do corretor. Ela é responsável por: EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB • Fiscalizar a constituição.190. b) Superintendência de Seguros Privados (SUSEP): A SUSEP é responsável pelo controle e fiscalização do mercado de seguros. • Fixar as características gerais dos contratos de seguro. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 A principal atribuição do CNSP. do Banco do Brasil e da CVM. de 14 de fevereiro de 2001. • Regular a constituição. representantes do Ministério da Justiça. funcionamento e fisca- lização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados. • Determinar os critérios de constituição das sociedades segura- doras. organização. previ- dência privada aberta. da Previdência Privada Aber- ta e de Capitalização. como executora da política traçada pelo CNSP. 149 . de capitalização. capitalização e resseguro. organização. superintendente da SUSEP. funcionamento e opera- ção das Sociedades Seguradoras. • Criar as diretrizes gerais das operações de resseguro. • Proteger a captação de poupança popular que se efetua por meio das operações de seguros. previdência privada aberta e de capitalização. que era uma sociedade de economia mista. Com esta medida. Naquela época. Ou seja.186/1939. Isso indicava uma demanda reprimi- da por aumento da capacidade seguradora das sociedades nacionais. • Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado. para o exterior. o resseguro era feito quase totalmente no exterior. o que indicava a necessidade de uma empresa brasileira. o Governo Federal procurou evitar que grande parte das divisas fosse consumida com a remessa. de forma direta ou por intermédio de companhias estrangeiras que operavam no Brasil. Segundo a SUSEP (2014). bem como promover o desenvolvimento das operações de seguros no País. ju- risdicionada ao Ministério do Trabalho. 150 . o “IRB adotou. duas providências eficazes visando criar condições de com- petitividade para o aparecimento e o desenvolvimento de seguradoras de capital brasileiro: o estabelecimento de baixos limites de retenção e a cria- ção do chamado excedente único. da Indústria e do Comércio. nesse momento. uma vez que tinham asseguradas a automati- Proibida a reprodução – © UniSEB cidade da cobertura de resseguro”. desde o início de suas operações. c) Instituto de Resseguros do Brasil (IRB): Em 1939. principalmente os efetuados em bens garantidores de provisões técnicas. de valores elevados relativos aos prêmios de resseguros em companhias estrangeiras. empresas pouco capitalizadas e menos instrumentadas tecnicamente passaram a ter condições de concorrer com as seguradoras estrangeiras. o resseguro e a retrocessão. • Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades. criou-se o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). • Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP. Ao adotar baixos limites de retenção e do mecanismo do excedente único. com o propósito de regular o cosseguro. via Decreto-lei n° 1.Mercado Financeiro • Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores desses mer- cados. Assim surgiu o IRB. as sociedades seguradoras ficaram obriga- das a ressegurar no IRB as responsabilidades que excedessem sua capaci- dade de retenção própria. de acordo com as con- pela qual o Subscritor constitui dições estabelecidas no próprio título. Espera-se o crescimento do IRB Brasil RE no mercado global de resseguros. A comercialização é feita ao grande público por meio de venda de títulos. com a aber- tura do mercado brasileiro de resseguros. segundo cláusulas prazo” (OLIVEIRA et alii. novas soluções em resseguro e maior amplitude geográfica dos riscos cobertos.6. já que a retomada do crescimento no mercado interno fez com que o IRB Brasil RE iniciasse sua expansão internacional para os mercados da América Latina e África. 2006. Os títulos mais comuns negociados no mer- cado são: • PM – plano em que os seus pagamentos. geralmente nos Bancos Comerciais. e que será pago em moeda corrente até determinado um capital. são men- sais e sucessivos. pois seu prazo de vigência pode ser maior do que o prazo de pagamento estipulado na proposta.52). 4. Caso o investidor não ganhe durante o prazo da capitalização em nenhum sorteio. como forma de diversificar a geração de receitas a essas Instituições Financeiras. um título de capitalização a “modalidade de aplicação em que o subscritor de capitalização é uma aplicação constitui um capital. os títulos de capitalização remuneram às mesmas taxas da poupança. no prazo predeterminado. Define-se por título Segundo a SUSEP. p. por meio da captação de recursos e com sorteios de prêmios periódicos. e regras aprovadas e mencio- nadas no próprio título (Con- dições Gerais do Título) e que será pago em moeda corrente num prazo máximo estabelecido e EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB são considerados. É possível que após o último pagamento. o mesmo receberá de volta o seu capital investido.5  Companhias de capitalização As Companhias de Capitalização incentivam a poupança popular. a empresa passou a vivenciar uma nova fase histórica. Geralmente. corrigido monetariamente por algum tipo indexador. geralmente. o plano ainda continue em vigor. com maior diversificação ao portfólio de negócios. 151 . Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 A partir de 2007 (com a Lei Complementar 126/2007). para todos os fins legais. títulos de crédito. Mercado Financeiro • PU – É um plano em que o pagamento é único (realizado uma única vez).br/menuatendimento/index_ca- br/1105/edicao19/capitalizacao. antes de encerrado o prazo de validade Figura 15 – Vantagens e Desvantagens dos Títulos de Capitalização Fonte: SUSEP (http://www.asp) Veja a seguir.htm> Proibida a reprodução – © UniSEB pitalizacao.gov. susep.susep.asp> 152 . talização? Então acesse: <http://www. tendo sua vigência estipulada na proposta. Veja na figura abaixo as vantagens e desvantagens de investir em um título de capitalização: Vantagens Desvantagens Sorteio de prêmios Capital constituído iferior se comparado Obrigação de “poupar” ao da caderneta de objetivando não atrasar poupança os pagamentos Prazo de carência para retirar o capital Proibição a depósitos aleatórios Penalidde em caso de resgate antecipado. isto é. o link uma análise a respeito dos títulos de capitalização.noticenter.br/principal. realizada pelo consul- tor de serviços financeiros do HSBC. Geri Conexão: Você quer conhecer mais Adriano Burner: detalhes sobre os títulos de capi- <http://www.com.gov. 05. Ela tem por objetivo fortalecer os segmentos que representa. Reflexão Esse capítulo mostrou mais alguns conceitos sobre risco e propos- tas sobre a forma de mensuração e utilização do risco para a decisão das carteiras de ativos. Além disso. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 4. Explique como é possível fazer a mensuração do risco. 03. para apoiar a evolução de um mercado de capitais capaz de financiar o de- senvolvimento econômico e social do país e influenciar o mercado global. Explique a teoria do portfólio e a teoria da preferência. 04. vimos o principal papel dos investidores institucionais que podem favorecer o mercado financeiro ao serem porta- dores de grandes somas de dinheiro. Atividades 01. ao próprio mercado e à sociedade. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB Leitura recomendada Quer conhecer mais sobre os fundos de investimento? Leia o texto abaixo: Artigo: A indústria de fundos de investimentos no Brasil Autores: Gyorgy Varga e Maxim Wengert Ano: 2011 153 . Quais são os principais riscos em se tratando de Fundos de Investi- mento? 02.7  ANBIMA A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa as instituições que atuam no mercado de capitais brasileiro de forma a reunir o maior número de protagonistas do setor para uma atuação coesa junto ao governo. Pesquise mais sobre clubes de investimento e diga se você se encaixa- ria em algum deles. Como o mercado pode ser eficiente? O que a teoria diz sobre os mer- cados ineficientes? Explique. L. New York: McGraw-Hill Inc. CAVALCANTE.br/legislacao/ins/2010/in10222010.com/educacional/artigos/ industria_brasileira_fundos. Referências ASSAF NETO. mas com impacto passageiro e não significante no crescimento da indústria de fundos.Y. J.C. BM & F BOVESPA. Mercado financeiro. ed. C.Mercado Financeiro Disponível em: <http://quantumfundos./10/2014. Alexandre.pdf>.br/pt-br/educacional/download/clube- de-investimento. et alii. Instrução Normativa RFB nº 1. Disponível em <http://www. 2003. 154 . OLIVEIRA..W. Proibida a reprodução – © UniSEB RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Mercado de Capi- tais: o que é. RUDGE.gov. The theory of corporate finance: a historical overview. SMITH.. F.pdf > Resumo: Descrevem-se a evolução da indústria brasileira de fundos de investimento. 19ª Ed. como funciona. 2006..com. 5. Acesso em out. Disponível em: <http://www. organização. 2008. Mercado Financeiro: uma abordagem prática dos principais produtos e serviços. Rio de Janeiro: Elsevier. 2005. M. The Modern Theory of Corporate Finance. Clube de Investimento.htm>. São Paulo: Atlas. FORTUNA.bmfbovespa.F. Também se destaca o crescimento acentuado de gestores inde- pendentes que atuam em ativos e estratégias mais arriscadas e operam de forma semelhante aos hedge funds internacionais. Acesso em 23 fev. MISUMI. seus aspectos regulatórios.receita. Mostram-se o forte crescimento absoluto e relativo dos fundos no Brasil e alguns motivos que explicam esse crescimento. 2011. fazenda.022 de 5 de abril de 2010. tipos de investi- dores. Mercado Financeiro: produtos e serviços. JENSEN. 2013. 1984. tipos de gestores e meio ambiente econômico. Rio de Janeiro: Elsevier. Verifica-se que várias crises ocorreram. E. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora. V. Principais dúvidas sobre capitalização. Informações sobre Seguros.2011 SUSEP Superintendência de Seguros Privados.susep.2011 No próximo capítulo Veremos as principais técnicas para a avaliação das ações. Teorias de Finanças Corporativas e Investidores Institucionais– Capítulo 4 SUSEP Superintendência de Seguros Privados. Disponível em: http://www.gov. Disponível em: <http://www.br/menuatendimento/ index_seguros.gov.asp>. Acesso em 23.susep.br/menua- tendimento/index_capitalizacao. Posteriormente. Acesso em 23. começan- do com as análises técnicas e fundamentalistas identificando seus fatores e suas importâncias. fev. fev. os tipos de mercados derivativos como o merca- do futuro e seus contratos. e o mercado de opções.asp. serão discutidos alguns conceitos de mercado de derivativos. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB 155 . Mercado Financeiro Minhas anotações: Proibida a reprodução – © UniSEB 156 . Além disso. Você se lembra? De ter visto na mídia discussões sobre as transações com taxa de câmbio futura. • Aprender os tipos de contratos dentro do mercado de derivativos. com base nos gráficos. analisa os ativos financeiros que Cap derivam de outros ativos. como a própria palavra indica. quais as vantagens desses mercados dentre outros temas. Veremos quais são as suas caracte- rísticas. discutiremos temas im- 5 portantes sobre as avaliações das ações. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos Neste capítulo. • Conhecer o mercado de derivativos. • Entender como é possível usar essas diversas técnicas para escolher as formas de investimento das empresas. taxa de juros para os próximos meses e commodities? Lembra-se de ter visto algum investidor analisar a evolução dos preços das ações e. . discuti- ít u remos o que é o mercado de derivativos que. con- siderando as técnicas grafista e fundamentalista lo para entender como os corretores e os investidores estabelecem as suas decisões. Objetivos da sua aprendizagem • Conhecer as técnicas de avaliação de ações. os tipos de mercado e contratos que formam o mercado de derivativos. tomar decisões sobre momentos de compra e venda daquelas ações? Discutiremos esses fatos aqui. 2011. 223). O objetivo final da análise de investi- mento é descobrir que ações comprar ou vender. para efeito de um posicionamento mais racional de mercado. os parâmetros de oferta e pro- cura de papeis e a evolução de suas cotações. em essência. O estudo dessa análise está 158 . que a aplicação financeira seja reflexo de uma avaliação mais for- mal desses ativos (ASSAF NETO. muitas vezes. alguém imagine in- vestir capitais sem analisar as alternativas de investimento existentes. desenvolvido de maneira mais intuitiva. em pleno século XXI. são adotados dois critérios de análise de investimento em ações: análise técnica e análise fundamentalista (ASSAF NETO. Por essa razão. dedica-se a estabelecer projeções sobre o comportamento das ações a partir de padrões observados no desempenho passado do mercado. a partir dos quais são Proibida a reprodução – © UniSEB efetuadas projeções sobre o desempenho futuro dos preços das ações. sendo considerados. p. é justamente essa infinidade de informações que pode confundir a avaliação que cada investidor deve fazer das diferentes alternativas de investimento.1  Modelos de avaliação de ações O sucesso do investimento em ações depende fundamentalmente da capacidade de análise do investidor. com base nos resultados apurados pela empresa emitente. principalmente. p. No entanto. 263). Apesar de o processo de decisão de investimento acionário ser. É incompreensível que. podendo socorrer-se de um número infinito de informações de toda ordem. • Análise fundamentalista: Adota a hipótese da existência de um valor intrínseco para cada ação. a própria experiência de mercado impôs que se sistematizassem as diferentes formas de análise. Basicamente. Os modelos de avaliação procuram. o que acabou por criar um conjunto de escolas de análise de investimento. 223).Mercado Financeiro 5. • Análise técnica: também conhecida por análise gráfica. p. que conduzem o pro- cesso de decisão de investir. projetar o com- portamento futuro dos ativos financeiro. Para avaliar se uma ação está sub ou superavaliada é necessário comparar o preço de mercado com seu preço justo (CAVALCANTE. 2011. 2009. é indispen- sável. formulando previsões com relação às variações de seus preços no mercado. Desenvol- vida por meio do estudo do comportamento das ações no mercado. MISUMI e RUDGE. 2011. ainda. Os principais subsí- dios desse critério são os demonstrativos financeiros da empresa e os diversos dados e informações referentes ao setor econômico de atividade. em consequên- cia. 2009. Para maiores detalhes como tais métodos são aplicados e interpretados leia o Capítulo 16 do livro Mercado de Capitais de CAVAL- CANTE. Conexão: Entre os principais indicadores de análise estão o Lucro por Ação. É necessá- rio. MISUMI. bursáteis e conjunturais. 2011. sobre o valor intrínseco de suas ações. portanto. São aplicados modelos quantitativos e financeiros com o objeti- vo de relacionar as decisões de compra ou venda de determinada ação com seu valor de mercado. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB Assim. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 baseado no desempenho econômico e financeiro da empresa e processa. sofisticadas avaliações e comparações setoriais. entender se a ação está com seu preço sub ou superavaliado por meio de uma comparação do preço de mercado com um “preço justo”. Misumi e Rudge (2005) afirmam. A evolução das cotações de mercado das ações apresenta-se geralmente identificada nestes indicadores de análise. o PL a preços de mercado/ EBITDA e o Q de Tobin. ao mercado acionário e à conjuntura econômica. EVA/ MVA e Fluxo de Caixa Descontado. São de grande uti- lidade para os analistas de mercado. p. 159 . sendo possível inclusive estabelecer al- gumas tendências futuras (ASSAF NETO. como parâmetros de apoio a suas decisões financeiras. A técnica fundamentalista considera a análise das variáveis internas e externas à empresa. os modelos de avaliação de ações. Os indicadores de análise objetivam avaliar os reflexos do desempenho da empresa sobre o valor de mercado de suas ações. acionistas e investidores em geral. o Índice Preço/ Lucro. como Cavalcante. 224). os Indicadores de Dividendos. são os principais instrumentos para o investidor conhecer quais são as ações que ele pode/deve comprar ou vender. RUDGE. Entre os principais métodos de avaliação estão Avaliação de Ações por Múltiplos. as quais exerceram influências sobre seu desempenho e. Para maiores detalhes como tais indicadores são calculados e interpretados leia o Capítulo 13 do livro Mercado Financeiro de ASSAF NETO. 22/04/2013: IBOV. a análise técnica é desenvolvida pelo estudo do comportamento das ações no mer- cado. E é a partir do conhecimento da evolução de preços e volume transacionado que os investidores que utilizam essa técnica podem fazer projeções sobre o desempenho futuro das ações. Esses dados complementares contribuem para uma análise mais precisa e irão dar subsídios para que a Teoria da Análise Técnica possa ser aplicada de forma mais eficaz) e gráficos ponto-figura.00 600 M 400 M 200 M 0K 2012 set out nov dez 2013 fev mar abr 22/04/2013: RSI(14) 44. considerando a oferta e a demanda dos papeis e a evolução de suas cotações. Assaf Neto (2003. de mínima e de fechamento em cada período. D O: 53930.73 68000 Média Móvel Exponencial(21) 54862. gráficos de barras (tem informações sobre os preços de abertura. por meio da utilização de gráficos de acompanhamento. Isso significa que movimentações passadas podem explicar o futuro das ações.50 64000 60000 56000 54297. Um exemplo de gráfico de acompanhamento usado pela análise téc- nica está ilustrado na figura abaixo.73 52000 48000 2012 set out nov dez 2013 fev mar abr 800 M 22/04/2013: Volume 417882800.90 C: 54297. p.1.Mercado Financeiro 5.44 Média Móvel Exponencial(200) 58024. des- crevendo uma tendência de mercado”.97 L: 53419. 294) afirma que uma hipótese desse modelo é que “as variações nos preços das ações guardam uma relação entre si.05 H:54297.86 80 60 40 2012 set out nov dez 2013 fev mar abr 20 Proibida a reprodução – © UniSEB Gráfico 5 – Utilização de gráficos para a análise técnica de avaliação de ações 160 .41 Média Móvel Exponencial(50) 56184.1  Análise Técnica Como mencionado anteriormente e por Assaf Neto (2003). de máxima. Não necessariamente de uma for- ma idêntica. • O volume negociado sempre acom- panha a tendência. quais são os pontos positi- EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB vos e negativos da análise gráfica? Para responder a essa pergunta. acesse <http://www. obser- ve as informações do quadro abaixo. em rever. E os desdobramentos dessas formações também pos- suem certo padrão. Essas tendências podem ser altistas.com. passado. baixistas ou neutras (laterais). Estudando o comportamento das massas que atuam no mercado pode-se perceber se- melhanças bem peculiares em Conexão: para maiores informações topos e fundos formados pelo sobre a análise técnica e a análise mercado. Ou seja. 2005): • Os índices precificam tudo. Caso essa regra seja invalidada. O desafio do analista é perceber o quanto antes as mudanças de tendências. RUDGE.br/educacao/guias/ sões de tendências as massas noticia/360077/acoes-analise-tecnica- assumem comportamentos ajuda-determinar-momento-para-entrar- próximos aos ocorridos no sair-mercado>. vezes se esvaziando. se uma tendência é altista. CAVALCANTE. sinais de reversão de tendência poderão ocorrer. 161 . pode-se esperar volumes mais consistentes em dias em que as negocia- ções altistas ocorrerem. • O futuro repete o passado. MISUMI. fato que permite projetar os preços. mas através da formação de padrões que podem sinalizar continuação ou reversão de tendência. As tendências as- sumem comportamentos semelhantes às marés: vezes se en- chendo. Ou seja. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 Alguns dos conceitos fundamentais da análise técnica são (ASSAF NETO. fundamentalista. 2003. Com base nesses conceitos e propostas. infomoney. • O mercado move-se em tendências e não de forma aleatória. que suas ações sejam pulverizadas.Mercado Financeiro Pontos positivos •Mercado é o melhor “precificador” de ativos. ela deve interagir com o ambiente em que atua e com a sociedade. por gerar tendências que podem ser identi- ficadas pelo mercado. Só assim o risco de manipulação se reduz drasticamente. Entretanto. ao con- trário da análise técnica. Ao mesmo tempo em que mais pessoas têm acesso à ferramenta. o cenário ma- croeconômico. são extremamente confiáveis. além de ter excelentes resultados operacionais e fundamentos. pelo menos uma grande parcela deste.1 – Vantagens e desvantagens da análise técnica 5. portanto. Desde pontos interessantes de entrada em determinada operação. estimativas de ganhos e proteção dos mesmos. de empresas sólidas. rentáveis. mesmo que eu não tenha acesso a nenhum tipo de informação privilegiada. •A análise Gráfica nos dá subsídios suficientes para a adoção de estratégias opera- cionais. nos dá ferramentas capazes de adotar estratégias que irão garantir a proteção do capital investido. ao utilizarmos esse remédio estaremos abrindo mão de inúmeras oportunidades. •Atualmente existem softwares específicos para a elaboração de Análise Técnica e é muito mais fácil o acesso a dados confiáveis. até pro- jeção de preços. Além disso. •Nunca se pretende encontrar o topo da montanha nem o fundo do poço. estarão com preços atraentes). Pontos negativos •O fato de não ser necessário conhecer os fundamentos da empresa. e os mercados mundiais cada vez mais trabalham no intuito de coibi-las. acompanhando o mercado e seus participantes mais relevantes. as perspectivas setoriais em que aquela instituição analisada está in- serida. •Mesmo que eu não conheça os donos de determinada empresa. •Falta de credibilidade perante parcela dos investidores. perceber mudanças nessas tendências e adotar estratégias operacionais vencedoras. A única ressalva a ser feita em relação a esse ponto são as manipulações de alguns ativos. •Margem à manipulação em ativos com pouca liquidez: necessidade de trabalhar com papéis que tenham bastante liquidez.1. Quadro 5. mas que ainda não caíram no gosto do mercado (e. eu já tenho subsídios suficientes para acompanhar tendências de preços. Para ele. o desempenho econômico e financeiro da 162 .2  Análise Fundamentalista Proibida a reprodução – © UniSEB Assaf Neto (2003) afirma que a análise fundamentalista. ocorreram em negociações abertas e. portanto. mais ativos podem ser acompanhados de forma dinâmica e próxima. •As informações que constam nos gráficos são verídicas. possivelmente. adota a hipótese de que o valor intrínseco de cada ação. quem realmente gera grandes oscilações no mercado. muitas vezes causa estranheza. baseada nos resultados apurados. Isso é muito importante porque a empresa. é o que fará o diferencial na análise do investidor. Com esses números. Existem alguns dilemas que afetam o trabalho e a evolução deste tipo de análise: 163 . tais como lucro por ação. impostos e depreciação. em que os analistas visam recomendar determinada ação com base em uma comparação destes múltiplos. Ou seja. dividend yield. preço sobre lucro. Esta metodologia é uma das mais utilizadas no mercado brasileiro. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 empresa é que ajudará na avaliação e na comparação setorial dos papeis disponíveis. Ou seja. assim como a perpetuidade e a taxa de desconto que será utilizada para chegar ao preço justo de uma empresa. fixando uma taxa de perpetuidade e outra para descon- tar este valor futuro para os dias de hoje. também é possível usar uma análise comparativa de múltiplos financeiros e de mercado. esta análise pode utilizar-se da projeção do fluxo de caixa futuro da empresa. o analista faz uma comparação entre os demais concorrentes do setor com ações no mercado para fundamentar sua decisão. estabelecer uma taxa de perpetuidade para esta projeção. sua concepção de valor intrínseco das ações. dentro da análise fundamentalista. já que consiste na análise de “n” variáveis EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB que possam definir um fluxo de caixa futuro para a empresa. payout. valor patrimonial da ação. preço valor patrimonial. divi- dend yield. portanto. A primeira metodologia. que irá influenciar de maneira decisiva o resultado da projeção. Além disso. preço sobre lucro. inclusive definir ranges de compra e de venda para os ativos. múltiplos financeiros. tais como: lucro por ação. e trazer a valor presente estas projeções com base numa taxa de desconto. valor patrimonial. essa técnica considera variáveis internas e externas à empresa que podem influenciar o desempenho da empresa e. Já a metodologia de fluxo de caixa descontado projeta o fluxo de caixa futuro das empresas com base nas informações disponíveis nos balanços das mesmas. esta é a mais complexa ferramenta que um analista fundamentalista pode utilizar. Além disso. Então. valor de mercado da empresa/lucro antes de taxas. Geralmente. consiste em calcular parâmetros ou índices financeiros de determinada empresa. encontramos duas grandes metodologias para a análise das empresas para a precificação de ações: análise de múltiplos financeiros e o fluxo de caixa descontado. podendo também comparar empresas de setores diferentes da economia. cada analista pode tratar estas vari- áveis de forma diferente. pois tem (i) característica de trazer uma medida relativamente estável e intuitiva de valor que pode ser com- parada com o preço de mercado. Contudo. Ele é calculado como P/VPA = Preço de Mercado da ação/(Patrimônio Líquido/quantidade de ações emitidas). o múltiplo perde seu poder de comparação. pois o patrimônio é muito baixo e distorceria o resultado. Outra metodologia utilizada além do Fluxo de Caixa Descontado é a Análise de Múltiplos que baseia-se na análise de alguns indicadores como Preço Lucro. não é muito utilizado. depreciação e amortização. • usar o maior número de variáveis possíveis ou somente as mais importantes. este múltiplo substitui bem o P/L que fica sem sentido neste caso. impostos. Para fazer uma análise do histórico de distribuição 164 . • usar Múltiplos Comparativos ou FCD. temos dois índices de dividendos que podem ajudar na análise fundamentalista de remuneração dos acionistas: índice de payout e o dividend yield. • No caso de empresas de serviços. O múltiplo VE/EBITDA é a razão entre o Valor da Empresa e o lu- cro antes do juros. O indicador Preço Lucro indica o tempo de retorno do investimento. (iii) se empresas têm pre- juízo. Sua apuração é simples e representada pela fórmula P/L = Preço de Mercado da Ação/Lucro por Ação (LPA). são desvantagens desse múltiplo: • Fato de que valores contábeis. Esse indicador é vantajoso. VE/EBITDA. partindo-se da premissa de que o lucro projetado para um ano se repetirá nos anos seguintes. Ela indica qual o prazo para o retorno do capital total assumindo-se que a empresa tem uma geração de caixa equivalente a indicada pelo EBITDA em regime de Proibida a reprodução – © UniSEB perpetuidade. relacionando expectativas futuras da empresa que impactem o preço de mercado. Dividendos.Mercado Financeiro • determinar um Valor Exato de Preço Justo ou uma Região de Atuação. assim como os lucros são afeta- dos por decisões da empresa sobre depreciação e outras variá- veis. Preço/Valor Patrimonial. • Quando as decisões contábeis são muito diferentes entre as em- presas. Já o múltiplo Preço/Valor Patrimonial compara o preço da ação com o patrimônio líquido da empresa. Por fim. (ii) fato de ser utilizado para se ter uma medida de sub ou supervalorização da empresa. é uma análise que considera o impacto dos dividendos sobre o valor intrínseco da ação. Análise fundamentalista Análise técnica Enxerga em longo prazo Enxerga em curto prazo Externa a cabeça do analista Externa o mercado Aponta a áreas Aponta os números Supõe Afirma Analisa o mercado Analisa os gráficos Examina o desempenho da empresa Examina a evolução dos preços Quadro 5. Essa premissa é importante porque uma taxa de crescimento cons- tante. Modelo de Crescimento de Gordon Esse modelo considera a relação entre o valor da ação e o valor da empresa por meio da utilização do valor de aquisição (valor intrínseco) da ação (P0). é uma condição matemática necessária para a derivação do modelo. os dividendos previstos para receber ao final do período (Dn). nem sempre a empresa que tem um alto payout é a melhor opção para o investidor. Gitman (2012) mostra que o modelo de Gordon considera que o crescimento da taxa de dividendos terá uma taxa constante. menor do que o retorno requerido.2 – Comparativo das análises para a avaliação das ações Costa e Vargas (2011). Contudo. pode-se prever o crescimento periódico no valor dos dividendos. ele segue a seguinte fórmula Divi- dend Yield = dividendos/preço de mercado da ação. o preço de venda da ação ao final do período (Pn) e a taxa de desconto (valor requerido pelo investidor). Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 de dividendos de uma empresa calcula-se o Índice de Payout. mas que pode ser inferior ao retorno EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB requerido. g. K. pois quando uma empresa distribui grande parte do seu lucro é porque não tem um projeto para investir. que se dá pela relação entre os Dividendos / Lucro Líquido da empresa. o quadro abaixo indica as principais diferenças entre as duas técnicas de avaliação de ações. Ou seja. Por fim. A fórmula para esse modelo é Do Po = k−g 165 . K. Já o dividend yield indica a remuneração por dividendos do acionis- ta realizada sobre o capital investido. Assim. moedas. 08 5. 5 1. Esse tipo de mercado permite a montagem de estratégias de inves- timentos flexíveis como alavancagem de posições.Mercado Financeiro Exemplo: se a empresa estima pagar dividendos a partir de 2010. então. soja. Uma importante característica do mercado de derivativos. cupom cambial. limitação de prejuízos Proibida a reprodução – © UniSEB e arbitragem de taxas de juros que seria a sua principal vantagem.15 − 0. assim como a formação de seus preços. ações. seu instrumento de referência”. Entende-se por bem básico as commodities (produtos primários como o petróleo). taxas de juros. As transações são reali- 166 . 75 por ação 0. D0. 07 0. 5 Po = = = $18. Todo o mercado é negociado em Bolsas específicas e com grandes volumes de transações. no valor de $1. começou a ser negociado em 31 de janeiro de 1986 com o início das atividades da BM&F. é a negociação de commodities. qual é o valor da ação? 1. São instrumentos financeiros que dependem do valor de outro ativo conhecido como ativo de referên- cia. Um contrato derivativo não apresenta um valor próprio já que deri- va de um bem básico que tem preço livremente estabelecido no mercado. No caso brasileiro.2  Mercado de derivativos O mercado de derivativos é resultante do mercado à vista. Geralmente. derivam do mercado à vista. ouro e metais preciosos. açúcar. os derivativos são produtos de risco e de alavancagem financeira que podem ser utilizados por recursos de terceiros para aumen- tar o lucro sobre o próprio capital da empresa. O site da BM&F exemplifica o mercado de derivativos da seguinte forma: “o mercado futuro de petróleo é uma mo- dalidade de derivativo cujo preço é referenciado dos negócios realizados no mercado à vista de petróleo. além de moedas estrangeiras. índice Bovespa. Entretanto. juro interbancário. que são ativos negociados na Bolsa de Mercadoria e Futuros (BM&F) como ouro. E I-Bonds. milho e café). álcool. Se o investidor requer uma taxa de retorno de 15%. o mercado de derivativos é um instrumento que tem como principal objetivo proteger o investidor de grandes oscilações de preços no mercado. todos os produtos negociados nesse mercado. títulos da dívida externa (C-Bonds.5/ação por ano com uma taxa de crescimento de 7% ao ano. FRB) e ativos agropecuários (boi gordo. isto é. bezerro. algodão. obrigações e títulos do governo. da qual são fixados os montantes e valores de compra e venda de um determinado ativo. Taxa de juros. de comprar ou vender. Ou seja. em certa data futura. Esse mesmo investidor então gastará muito mais reais para cobrir sua dívida em dólar. adquirido pelo pagamento de um prêmio. Para pagá-la. Esse tipo de mercado estimula a liquidez do mercado físico (ASSAF NETO. os investidores têm tomada de decisão mais técnica. 2003). obedecendo a um ajuste diário de posições e de margens. ouro etc são os principais produtos. Misumi e Rudge (2005). Ibovespa. melhorando o entendimento do mercado com relação ao desempenho das alternativas de investimento em condições de risco. A EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB maioria dos investidores utiliza o swap para proteger-se de desvaloriza- ções de moedas. a termo. Os principais produtos desse mercado são: produtos agropecuários. 2003). Sua renda é em reais. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 zadas nos mercados futuro. produtos agropecu- ários. taxas de câmbio. eles se protegem contra prejuízos ocasionados por al- terações desfavoráveis nas cotações dos ativos e têm possibilidade de não integralizar investimentos em seu vencimento se a cotação no mercado for adversa. → Opções: o detentor de uma opção tem o direito. Além disso. (ASSAF NETO. Esse mecanismo 167 . indexados a determinado índice por outras com diferentes índices de reajuste. Esse tipo é usado caso as condições econômicas sejam atraentes. com vencimento daqui a um ano. os tipos de contrato da BM&F são: → Contratos futuros: são contratos realizados entre duas contrapar- tes com vencimento futuro (ou seja. caso contrário ele não exerce o direito e perde o prêmio pago. determinado ativo a um preço preestabelecido. Exemplo: imagine que um investidor A tenha uma dívi- da em dólar. Ibovespa etc. taxas de juros. uma operação swap possibilita a troca de índices entre dois investidores com o objetivo de evitar riscos. swap etc. → Swaps: são contratos que preveem a troca de obrigações de pagamentos periódicos. ouro. ele estaria trocando reais por dólar na data de vencimento. teria evitado essa brusca oscilação do mercado. Se ele tivesse feito um swap e trocado seu risco de dólar para reais. De acordo com Assaf Neto (2003) e Cavalcante. opções. Alterações podem ser cobradas ou pagas pelos compradores e vendedores. se obrigam a negociar um determi- nado ativo em data futura). câmbio. Mas durante esse período o real se desvalorizou a um patamar inviável. Nos mercados futuro e de opções. motivado pela possibilidade de ganhos financeiros. taxas de juros etc. commodities. quantidades. cotações e locais de entrega) são determinadas diretamente entre as partes contra- tantes não são intercambiáveis. dificilmente. cujas especificações (tais como preços. Isto é. • criar defesas contra variações adversas nos preços. Arbitrador é aquele que procura tirar vantagens financeiras quando percebe que os preços em 2 ou mais mercados apre- sentam-se distorcidos. entre outras. Hedger é um investidor que tem o intuito de desenvolver pro- teção diante de riscos de flutuações nos preços de diversos ati- vos como moeda. o participan- te conseguirá transferir sua obrigação a outro. ele toma uma posição contrária ao mercado à vista. as seguintes vantagens: • maior atração ao capital de risco. Além disso. Ele opera em baixo nível de risco. ações. Especulador é um investidor que adquire o risco do hedger. • realizar negócios de maior porte com um volume relativamente pequeno de capital e nível conhecido de risco. 5.Mercado Financeiro de proteção se chama hedge. permitindo a livre formação de preços. 3. man- tendo certa relação entre os preços futuros e à vista. por conseguinte. • melhor gerenciamento do risco e. permitindo uma garantia de preços futuros para os ativos. 2. 1. Ge- ralmente. • estimular a liquidez do mercado físico. uma operação swap permite transfor- mar uma dívida pós-fixada em pré-fixada. um ativo de renda variável em renda fixa etc. porque esse contrato foi 168 . ele assume os riscos de variações de preços. redução dos preços dos bens. o uso de derivativos no mercado financeiro oferece. Nesses títulos. Os três participantes do mercado de derivativos são listados abaixo. oferecendo garantias às operações realizadas e me- canismos de custódia e liquidação dos negócios. A BM&F cumpre suas funções básicas de oferecer facilidades para a realização dos negócios e controle de operações.2. Ou seja.1  Derivativos padronizados e não padronizados Os derivativos não padronizados são os contratos negociados em Proibida a reprodução – © UniSEB balcão. e que são muito líquidos porque. Já os derivativos padronizados consistem em contratos padroni- zados e negociados em bolsa.se o número de contratos vendidos for maior que o número de contratos comprados. deve-se saber o que é uma posição de derivativos. atendem às necessidades de todos os participantes do merca- do. como: • vendido (short) . com derivativos padronizados. sendo que ambas as partes assumem o risco de não cumprimento as obrigações do contrato. con- siste na entrega física do ativo em negociação na data de vencimento do contrato. Dentro desse contexto de liquidação. a liquidação física consiste no negócio sendo liquidado mediante a entrega física do ativo negociado. 169 . sua posição será compradora. O participante abre uma posição quando assume uma posição comprada ou vendida em determinado vencimento que anteriormente não possuía.se o número de contratos vendidos for me- nor que o número de contratos comprados. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB A liquidação financeira é feita por diferença financeira. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 negociado para satisfazer às necessidades dos participantes que o celebra- ram. existem duas formas: a liquidação financeira e a liquidação física. define-se tal conceito como o saldo líquido dos contratos negociados pelo mesmo contratante para a mesma data de vencimento. Assim. Utiliza-se o preço de referência no dia de vencimento do contrato e registra-se uma venda para o comprador original e uma compra para o vendedor original. mais comum nos mercados agropecuários e de energia. Classifica-se um participante. sendo uniformes. de modo que as partes ficam amarradas umas às outras até a data de vencimento do contrato. podendo ser repassados a outros participantes a qualquer momento. As operações com derivativos não padronizados podem ser liqui- dadas diretamente entre as partes contratantes. Por outro lado. sua posição será vende- dora. as liquidações ocorrem via câmaras de compensação ligadas às bolsas que garantem o cumprimento de todas as obrigações assumidas pelas partes. Isso significa que a liquida- ção física. • comprado (long) . de acordo com sua posição líquida em determinado vencimento. Por outro lado. Quando se trabalha com mercado de derivativos. Tais contratos são intercambiáveis. 5. ele opta pela liquidação financeira. Inicialmente. RUDGE. Ou seja. a) Mercado Futuro Nesse mercado. 2003. Além disso. soja. sendo seu único intuito a obtenção do valor do diferencial entre a compra e a venda desse ativo (como é o caso dos especuladores).Mercado Financeiro Mas qual dessas opções escolher? É possível que algumas situações tenham uma liquidação física muito dispendiosa ou indesejável. Ele é sempre estabelecido e negociado por uma operadora de mercado futuro que montará o contrato. É importante destacar que há a possibilidade de limites diários de preços já que em mercados mais voláteis os especuladores atuam mais fortemente. MISUMI. pois o participante pode não ter nenhum interesse pelo ativo-objeto. as operações são liquidadas em moeda. já que o preço do objeto de negociação é fixado previamente. o compromisso de compra ou venda de determi- nado ativo em certa data futura é a sua sustentação. sendo recente a incorporação de ações. os produtos negociados no mercado futuro eram apenas produtos agrícolas como café. existe a exigência de garantias caso haja desvalorização no contrato depositado. 2003).3  Tipos de mercados derivativos Essa subseção discutirá os principais mercados de derivativos. Os contratos no mercado futuro são padronizados apresentando a mesma estrutura para diversos tipos de mercadoria. índices de preços (taxa de infla- ção). No mercado à vista acontece a negociação efetiva do bem e no mercado futuro. Um exemplo desse mercado pode ser visualizado da seguinte Proibida a reprodução – © UniSEB forma: um investidor decide comprar um contrato futuro de um metal precioso ao preço de $300 o grama. metais preciosos. data de vencimento do contrato e forma de cotação (ASSAF NETO. produtos pecuários. Esse mercado se caracteriza pelo uso constante de um contrato (ASSAF NETO. 2005). O que ele espera com esse contrato? Que ao final do prazo contratado o preço do metal seja superior a $300/ 170 . a unidade de negociação seja um lote-padrão seja outra unida- de. com a quantidade negociada. sem entrega física do que foi negociado. trigo etc. o mercado em um dia pode ter um preço limite e outro limite no dia seguinte. CAVALCANTE. Nesses casos. moedas e outros itens. Esses investidores entram e saem ra- pidamente do mercado. II. eles colaboram com as operações de hedging. Exemplo desse caso: um im- portador terá de pagar US$ 10 milhões por mercadorias adquiridas de uma empresa dos EUA.65/US$1. Os Hedgers são usuários do mercado futuro que procuram eliminar o risco de perda se houver variação de preços. seguro e custos financeiros do capital aplicado no estoque e (iv) prêmio pela incer- teza quanto ao comportamento dos preços no mercado. Atuam dentro desse mercado alguns agentes que buscam proteção ou maiores ganhos com esse mercado. Além disso. Contudo. (ii) aluguel de locais de conservação apropriados. Dentro dos hedgers do mercado futuro. São eles: I.00. mas não necessariamente se igualam no futuro. Outro fator importante nesse mercado são os preços. Especulador é todo aplicador físico ou jurídico que busca resultado financeiro nas operações a futuro. Para evitar isso. o importa- dor poderá perder dinheiro (ficar com uma dívida maior).59 por US$ 1. os preços futuro e à vista tendem a convergir. (iii) transporte. Isso significa que alguns valores influenciam o preço do mercado futuro. Eles dão liquidez às operações e como assumem riscos dos contratos futuros. Se o preço futuro em dólares indica uma relação de R$1. é possível distingui-los para a compra ou para a venda do ativo: ––Venda: investidores procuram proteção contra uma eventual redução nos preços dos ativos que pretendem negociar (ven- der) no futuro. ele adquire um contrato futuro de dólar com vencimento na liquidação da dívida de importação para se proteger do risco de desvalorização cambial (hedging). tendo apenas a intenção de obter lucros. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 grama. sendo que ele pode realizar suas expectativas alguns dias depois ou não. com a taxa de câmbio atual de R$1. ––Compra fornece maior segurança se houver uma possível alta de preços que poderá ocorrer no futuro em ativos que tem intenções de serem adquiridos. Geralmente eles são superiores mercado à vista já que existem custos para carregar EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB uma determinada posição física até a data de vencimento do contrato. dentre eles: (i) armazenamento do produto no caso de commodity. é prática de a Bolsa 171 . p. b) Mercado de Opções Uma opção é um tipo de derivativo que confere ao investidor o direito de comprar ou vender uma quantidade predeterminada de um ativo-objeto a um preço fixo (denominado preço de exercício) até ou na data de vencimen- to da opção. 170). Titular de uma opção Ganha Perde Se levar a posição ao vencimento. o investidor paga um prêmio. menos o valor do prêmio (ganho limitado). exercício. Fonte: PINHEIRO. o valor diferencial entre o preço de investido no prêmio (perda mercado e o preço de determinada). Quadro 5. pelo valor de cotação apregoado no momento da negociação. o exercício ou não de seu direito. Lançador de uma opção Ganha Perde O lançador de uma opção de Se reverter a posição. O investidor decidirá na data acordada. ouro ou ações (ASSAF NETO. Esses direitos podem ser de compra (call) ou de venda (put) (CAVALCANTE. ou pode negociá-lo no mercado. de acordo com seu inte- resse. até a data em que pode exercer ou não o direito ad- quirido. 2003). ganha o Perde. Essas garantias são re- cursos monetários. títulos. ele compra assume a ganha a diferença entre os possibilidade de vender a ação valores dos prêmios de ao titular da opção (troca um compra e de venda (ganho ganho limitado por uma perda limitado).3 – Ganhos e perdas das opções. 2005. MISUMI. no máximo. 339. Proibida a reprodução – © UniSEB ilimitada).Mercado Financeiro exigir garantias formalizadas (exigência de um depósito inicial conhecido como margem de garantia) definidos pela BM&F. Para ter esse direito. RUDGE. dependendo do preço no mercado à vista do ativo-objeto. p. que é submetido à cotação. 172 . 2009. carta de fiança. O investidor pode manter-se como titular desse direito até a data de exercê-lo. 191). p. não são exigidas garantias de suas operações. MISUMI. em caso de inadimplência. possibilitando ao comprador vender porção de um ativo-objeto por um determinado preço de exercício. De outro modo. lote-padrão. No caso das opções ame- ricanas. 2005. O objetivo da garantia é permitir que. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 As opções são classificadas como opções de compra e opções de venda. p. 95). A opção de venda também é formalizada por meio de um contrato. p. Os investidores em opções pagam à bolsa uma taxa de registro e corretagem às sociedades corretoras. 95). possa ser efetuada a liquidação integral do contrato de opção (ASSAF NETO. quantidades de ações por opção. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB Os compradores de opções perdem o prêmio pago ao não desejarem exercer seu direito. sendo o preço previamente acertado em contrato no início da operação. os vendedores de opções. sendo. 2011. Mesmo que essa relação seja brevemente violada. que não pode ser violada. p. 2005. portanto. da ação-objeto e da taxa de juros. sob pena de haver oportunidades de arbitragem. necessário o oferecimento de garantias de cumprimento do contrato. o comprador de uma opção de compra pode exercê-la no período compreendido entre a compra da opção e o vencimento do contrato. até o vencimento do contrato (BRITO. fazendo os preços da relação de paridade voltarem a valer (KERR. Opção de compra é um contrato que permite adquirir da parte lan- çadora. 2005. 297). 95). sendo obrigados a exercer o direito negociado. como foi visto anteriormente. A bolsa estabelece. determinada porção de um ativo-objeto. 2011. da opção. data de vencimento das opções e o preço de exercício das opções a serem lançadas. Para esses participantes do mercado. 2009. 172). de venda. o direito de exercer a opção só pode ser realiza- do no vencimento do contrato (BRITO. podem incorrer em eleva- dos prejuízos. Já com as opções europeias. desde que as partes concordem com suas características (BRITO. A diferença bá- sica é relativa ao direito de exercício da opção. incidentes sobre o valor do prêmio (não sobre o valor de exercício da opção). p. Este ativo não precisa ser negociado em bolsa. As opções são divididas em americanas e europeias. p. para a negociação com opções. além da tributação vigente (CAVALCANTE. A aquisição pode ocorrer a qualquer momento até o vencimento da operação. a ação dos arbitradores tenderá a fechar a janela de arbitragem. 173 . Há paridade entre opção de compra e de venda quando há relação entre os preços de opções de compra. RUDGE. Esse mercado é uma alternativa ao mercado futuro. os ativos contratados. não sendo obrigatório seu exercício (ASSAF NETO. Contrato Futuro Contrato de Opção OBRIGAÇÃO DIREITO O mercado de opções é realizado com dois tipos de contratos: ––Opções de compra (calls) dão ao titular do contrato o direi- to e não a obrigação de adquirir no futuro um determinado ativo por um preço previamente estabelecido. O contrato de opção. registra unicamente o direito do titular de exercer sua opção de compra ou venda a um determinado preço no futuro. sendo o vendedor da opção conhecido por vendedor coberto (ASSAF NETO. Nesse caso. mas atuam de forma distinta.Mercado Financeiro O vendedor da opção pode ser dispensado da garantia na hipótese de depositar integralmente os ativos-objeto do contrato em custódia nas bolsas de valores. O que diferencia um contrato futuro de um contrato de opção é a obri- gação que o primeiro apresenta de se adquirir ou vender algo no futuro. ––Opções de venda (puts) dão ao detentor do contrato (compra- dor da opção de venda) o direito e não a obrigação de vender no futuro um ativo por um preço preestabelecido. p. 295). Se o di- reito de exercício da opção for realizado num único momento. Proibida a reprodução – © UniSEB O exercício da opção pode acontecer a qualquer momento ou num único momento. Esse depósito é denominado de cobertura. já que teve o seu desenvolvimento mais recentemente. chamamos 174 . Esse tipo de mercado pode ser usa- do como hedge para o investidor. o vendedor dessa opção tem a obrigação de entregar no futuro. a ser definido pelo comportamento do mercado. 297). p. Além disso. se o comprador exigir. 2011. Nesse caso o vendedor é obrigado no futuro a entregar os ativos negocia- dos naquele preço se o comprador assim exigir. 2011. o mercado futuro e o mer- cado de opções têm os mesmos princípios. ao contrário. o investidor prefere não exercer seu direto. Se o preço do ativo de referên- cia é alto ou se o período de vencimento é longo ou se é um ativo que tem muita flutuação. Essas definições estão associadas ao comportamento de preços de mercado. Um exemplo da utilização desse mercado é a seguinte: se um inves- tidor de ações deseja se proteger contra uma possível desvalorização de mercado. de acordo com Assaf Neto. Novamente. onde um investidor pode se proteger das variações de preço de ações fixando o preço de venda ou de compra desse ativo. Esse contrato garante ao investidor o direito e não a obrigação à venda das ações no futuro a um preço fixado hoje. Assim. É comum os investidores utilizarem as opções para alavancar seus rendimentos. Se o preço cair abaixo do preço da opção de venda ele pode exercer o seu direito e ter um resul- tado positivo ou estável. então o prêmio será maior em todas essas circunstâncias. os especuladores e os arbitradores. No mercado de opções. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 a operação de europeia. ele pode comprar opções de venda de ações a um preço preesta- belecido. Também há a possibilidade de operações de hed- ge. determinados pelas variações de preços de ativos possuídos por eles. se ele acredita que haverá uma valorização do 175 . do tempo de vencimento e da volatilidade. uma vez que o prêmio pago é muito inferior ao preço da ação e os preços são muito mais sensíveis às oscilações. classificados da seguinte forma: ––Hedgers têm como objetivo se proteger de riscos futuros. Eles EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB podem ser. o investidor que compra a opção paga um prêmio definido pelas forças de mercado para o vendedor. Por outro lado. Mas se ele puder ser feito em qualquer momento. caracteriza-se uma operação americana. se um investidor acredita que haverá uma desvalorização do seu ativo (baixa). Como funciona o mercado de opções e quais são os seus participantes? O mercado de opções é negociado na Bovespa e regulado pela Co- missão de Valores Mobiliários (CVM). Para se comprar uma opção as ordens são semelhantes às de compra de ações. nesse mercado temos como participantes alguns atores já conhecidos como os hedgers. então ele pode comprar uma opção de venda ou vender uma opção de compra. mas se o preço for superior ao preço da opção de venda. O valor desse prêmio depende do preço do ativo-referência. Esse valor não é devolvido pelo vendedor da opção independentemente do contrato ser ou não exercido. mas no caso do mercado de opções. é possível encontrar distinções em: • Não segue um padrão imposto pela bolsa no momento da ela- boração do contrato. então ele pode comprar uma opção de compra ou vender uma opção de venda. trazendo mais liquidez ao mercado. acordos de compra e venda de certo ativo que será entregue em data futura a preço preestabelecido são os mais co- muns. Os compradores de opções perdem o prêmio pago se não exercerem seu direito e. não se exige garantias nas operações. já que são contratos particulares firmados entre duas partes. os ganhos po- tenciais (ou perdas potenciais) serão maiores no mercado fu- turo que se baseia na obrigação. 90. 60. efetuando transações simultâneas e realizando lucros. os vendedores de opções são obrigados a exercer o direito e podem ter elevados prejuízos. Além disso. existe o oferecimento de garan- tias de cumprimento do contrato. Por outro lado. • Não sofrem ajustes periódicos a valores de mercado como acontecem com os contratos do mercado futuro. c) Mercado a termo Nesse tipo de mercado.Mercado Financeiro ativo (alta). e Proibida a reprodução – © UniSEB • São raras as liquidações antecipadas que podem acontecer no mercado futuro. • Os prazos não são padronizados: são geralmente fixados em 30. 176 . Por isso. Sobre esse ponto. • Não são geralmente negociados na bolsa de valores. os contratos desse mercado são obrigações como no mercado futuro. Geralmente essas transações ocorrem no curto prazo. consequentemente. ––O especulador deseja altos ganhos no mercado especulativo. mas que apresentam as suas diferenças. O objetivo da garantia é permitir a liqui- dação integral do contrato em caso de inadimplência. por exemplo. Contudo. 120 ou 180 dias. ––Arbitrador deseja aproveitar eventuais desajustes verificados entre os mercados à vista e futuro. eventuais perdas acontecem em menor intensidade e referem-se a apenas o valor pago pela opção. 4 – Esquema de um swap. surgem no mercado outros investidores para financiar a compra de ações a prazo. 301). por outras obrigações com índice de reajuste diferente. Ao fechar um contrato a termo. Por exemplo. 2005. 283). Por exemplo. um agente assume a obrigação da varia- ção de certa moeda e recebe fluxos de caixa expressos em outra moeda (ASSAF NETO. Em outras palavras. p. 351. porém não possui capital disponível para fazer a compra à vista. 2011. Por conta dessa pro- cura. calculada sobre o mesmo valor. d) Swaps Swaps são contratos que preveem a troca de obrigações de paga- mentos periódicos. 177 . p. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 No mercado a termo. 2011. p. um ativo de renda variável em fixo. Exemplo desse mercado: Imagine que um investidor esteja interessado em comprar determinado papel. o comprador é obrigado a pagar o preço e o vendedor a entregar o ativo. Para garantir o paga- mento. e se dispõe a pagar essas ações no prazo determinado do contrato. o comprador a termo recebe as ações do vendedor praticamente à vista. obedecendo a uma metodologia de cálculo previa- mente definida. e assim por diante (ASSAF NETO. Quadro 5. Taxa Libor Flutuante Empresa A Empresa B Taxa fixa A empresa A paga uma taxa fixa à empresa B. A empresa B paga uma taxa variável à empresa A. os swaps são acordos estabelecidos entre EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB duas partes visando a uma troca de fluxos de caixa futuros por certo período de tempo. Os pagamentos ocorrem na mesma data e a liquidação é feita por diferença. a operação de swap permite transformar uma dívida pós-fi- xada em prefixada. Eles competem entre si oferecendo a melhor taxa de juros para o investidor inicial. Fonte: PINHEIRO. ao se permutar fluxos de caixa associa- dos a moedas internacionais. a CVM exige um depósito de margem de garantia. calculada sobre um valor principal de referência. Por meio de soluções de tecnologia e infraestrutura. segurança e transparência para as operações financeiras. negociação e liquidação de ativos e títulos. pro- porciona liquidez. ao mercado financeiro. concessionárias de veículos e seguradoras. Para pagá- la. Uma operação de swap é realizada entre duas partes. com vencimento daqui a um ano.Mercado Financeiro É interessante ressaltar que os agentes trocam indexadores das operações de captação ou aplicação de recursos. sem interferir sobre o principal. Mas durante esse período o real se desvalorizou a um patamar inviável. contribuindo para o desenvolvimento sustentável do mercado e da sociedade brasileira. cooperativas de crédito e investidores estrangeiros. O vencimento dos contratos é determinado pelas contrapartes e normalmente não é possível a venda ou a liquidação com antecedência. correto- ras e distribuidoras. 2011. sendo a operação realizada sem garantia (ASSAF NETO. p. ele estaria trocando reais por dólar na data de vencimento. Esse mesmo investidor então gastará muito mais reais para cobrir sua dívida em dólar. sendo geralmente montada por uma instituição financeira. O acordo é registrado na BM&F e na CETIP. Nenhuma das duas instituições se responsabiliza pela inadimplência das partes envolvidas. A Proibida a reprodução – © UniSEB grande utilização de swaps é notada quando uma instituição tem ativos e passivos com indexadores distintos e outra instituição possui uma posição oposta à primeira. Ou seja. Sua renda é em reais. A CETIP é uma companhia de capital aberto que oferece serviços de registro. teria evitado essa brusca oscilação do mercado. A maioria dos investidores utiliza o swap para proteger-se de desva- lorizações de moedas. bancos comerciais. obedecendo uma metodologia de cálculo previamente estabelecida. central depositária. são acordos estabelecidos entre duas partes visando a troca de fluxos de caixa futuros por certo período de tempo. Se ele tivesse feito um swap e trocado seu risco de dólar para reais. empresas de leasing e crédito imobiliário. e empresas não financeiras. 178 . Entre as instituições que utilizam os serviços da CETIP estão fun- dos de investimento. financeiras. como fundações. 301). Imagine que um investidor A tenha uma dívida em dólar. múltiplos e de investimento. consórcios. 90): • comportamento das taxas de juros internas. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 5. A principal bolsa de ouro do mundo é a Commodities Exchange (COMEX) da Bolsa de Valores de New York. que equivale a 31. de alguma forma. 179 . 2011. os preços dos mercados internacionais. assim como em outras economias do mundo. p. p. • paridade cambial da moeda nacional com o dólar. 2011. No Brasil. As negociações com ouro no Brasil podem ser realizadas por meio dos mercados citados a seguir. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB principalmente de Londres e New York (ASSAF NETO. 90). p. tem suas cotações baseadas nos preços internacionais do metal. 2011. o comprador deve retirar fisicamente o metal ou mantê-lo cus- todiado em alguma instituição financeira. O mercado de ouro no Brasil. As cotações internacionais do ouro são fornecidas diariamente em dólar por onça-troy. • risco país.4  Mercado de ouro no Brasil IRAIDKA | DREAMSTIME.COM Figura 16 – Mercado de ouro. 90). As principais variáveis que afetam os preços do ouro no nosso país são (ASSAF NETO. (ASSAF NETO. as cotações são estabelecidas em reais por grama de ouro puro. Neste mercado.1035 gramas. • Mercado de balcão – as operações são realizadas pelos inves- tidores fora do ambiente das bolsas de valores. Os principais negócios com ouro no Brasil são rea- lizados por meio da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) e suas co- tações refletem. conhecido por prêmio. O investidor não é obrigado a adquirir o produto. tem somente a opção de fazê-lo caso haja interesse no negócio. 02. Analise. • Mercado futuro – no mercado futuro. O que é e como funciona uma operação de swap? 05. • Mercado a termo – o ouro é negociado a termo. No mercado spot o ouro é negociado para entrega imediata. 06. Analise comparativamente os tipos de derivativos. • Mercado de opções – neste mercado são negociados direitos de compra ou venda do metal no futuro. Faça uma análise comparativa entre os dois mecanismos utilizados na avaliação de ações: Análise técnica e fundamental. Como funcionam as opções de compra e as opções de venda? 04. sendo as operações realiza- das em bolsas por meio de pregões eletrônicos. opções e swap. a um preço previamen- te acordado entre as partes e denominado de preço de exercício. Atividades 01. Conhecemos a análise técnica que se baseia mais pela visualização dos preços de mercado das ações em gráficos para prever comportamentos futuros. o ouro físico é negocia- do entre os investidores para entrega no futuro. tendo sido o preço da transação previamente estabelecido.Mercado Financeiro • Mercado spot – é o mercado à vista. Quais as características dos contratos a termo? 03. para entrega futura e mediante um preço ajustado entre as partes. contratos à vista. enquanto a análise fundamentalista se baseia nos indicadores de desempenho econômico-financeiro para decidir 180 . a termo. O ouro negocia- do é transferido automaticamente do vendedor para o comprador. futuro. comparativamente. Reflexão Vimos nesse capítulo considerações interessantes sobre as análises Proibida a reprodução – © UniSEB para a avaliação de ações. Para ter esta opção realiza um pagamento. Leitura recomendada Para ampliar seus conhecimentos sobre o mercado de derivativos. André Fernandes Lima Link: <http://editorarevistas. bem como exemplos de empresas que os utilizaram com fins especulativos. Autores: Warley de Oliveira Dias. para proteção. sem atingir. Link: <http://www. O presente trabalho visa mostrar como o seu uso pode preservar a saúde financeira de empresas. Qual seria a melhor técnica em sua opinião? Posteriormente.php/rem/article/view/4423/3933 > Resumo: O advento da crise internacional em 2008 mostrou não só a fragilidade o sistema financeiro mundial e sua falta de regulação.convibra.mackenzie. por serem bastante utilizados por empresas que atuam internacionalmente. suas utilidades. mas também como o uso indiscriminado de derivativos pode elevar o risco financeiro de grandes empresas. aprendemos o que é o mercado de derivativos. para encontrar proteção contra as varia- ções atuais dos ativos. O foco se dá em derivativos cambiais. Rodrigo Costa Mendes. que é muito usado pelos investidores como sinal de proteção contra as ações do mercado à vista. Tais instrumentos foram considerados um dos vilões da crise atual. por exemplo. nacionais e multinacionais. tanto de forma apropriada. seus principais contratos e as vantagens de um investidor usar as aplicações em mercados futuros. Analisamos os principais instrumentos. benefícios e como podem afetar o valor da empresa que os utilizam.org/2009/artigos/177_0. os resultados esperados.pdf> 181 . João Estevão Barbosa Neto.br/index. todavia. de modo a manter saudável todo o fluxo operacional e financei- ro da empresa. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB Leia também sobre o disclosure no mercado de capitais via o plano de opções de ações com o texto: Título: Disclosure no mercado de capitais: um estudo do nível de evidenciação de plano de opções em ações das empresas brasileiras com ações negociadas na BOVESPA e NYSE. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 pelas melhores oportunidades de negócios. leia o texto abaixo e procure outros sobre o tema. ou seja. Texto: O uso de derivativos cambiais na proteção contra exposição ao risco da taxa de câmbio Autores: Alexandre Aragão Pinto dos Santos. 1. São Paulo: Pear- son. Mercado financeiro e de capitais. Y. 2012. produtos. A. RUDGE.F. Acesso em 10 jan. I. Acesso em 10 jan.br/ home. R..br/>. VARGAS. São Paulo: Saraiva. 2005.. CAVALCANTE.com. MISUMI. ed.Mercado Financeiro Referências ASSAF NETO. 2005. v. F. serviços. ed. F. J. J. Mercado de capi- tais: o que é.portaldoin- vestidor. 2012.gov..Y. L. como funciona. Mercado financeiro. J. Como Funciona. 2005. A. L. Mercado de Capi- tais: O que é. Destarte. n. 10.1. PINHEIRO.. Disponível em <http://www. 1. PORTAL DO INVESTIDOR. COSTA. Mercado Financeiro. BRITO. 2003.aspx?idioma=pt-br >. Mercado de capitais: fundamentos e técnicas. controle gerencial.. CAVALCANTE. São Paulo: Atlas. ed. J.J. MISUMI. RUDGE. 5a. 2011. 2011. riscos. Análise fundamentalista e análise téc- nica: agregando valor a uma carteira de ações. KERR. 1. Disponível em < http://www. São Paulo: Atlas. F. ed. Proibida a reprodução – © UniSEB 182 . Rio de Janeiro: CNB/Campus. 7.. Mercado financeiro: estruturas. 2009. ed. São Paulo: Atlas. BM&F BOVESPA. 3. Rio de Janeiro: Elsevier. ed. L.bmfbovespa. 2011. ASSAF NETO. O. Como as instituições financeira bancárias e não bancárias influenciam no Sub- EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB sistema Intermediação? Sabemos que o subsistema intermediação é formado por instituições que fazem a relação mais próxima com o cliente final. enquanto o intermediação segue as regras e se rela- ciona com os clientes do sistema financeiro nacional. prestar serviços às pessoas físicas e jurídicas como o recebimento de cheques. fiscalizando e regulamentando suas atividades. conforme a figura abaixo. seja ele uma pessoa física seja ele uma pessoa jurídica. 03. SFN Subsistema Subsistema Normativo Intermediação Cada um desses subsistemas tem uma função diferenciada: o normativo cria as regras de todo o sistema financeiro nacional. 183 . Eles são formados por instituições financeiras e não financeiras que contribuem para o atendimento das necessidades das pessoas físicas e jurídicas. criar moeda (sem que seja por meio de impressão de moeda. bem como suas importâncias e papéis. O sistema financeiro nacional é formado por duas partes: o subsistema normativo e o subsistema intermediação. por exemplo. prestação de serviços de cobrança. Descreva as partes que compõem o sistema financeiro nacional. O subsistema normativo é responsável pelo funcionamento do mercado financeiro e de suas instituições. 02. A função dessas instituições é oferecer crédito às empresas. Define-se uma instituição bancária aquela que pode criar moeda por meio do recebi- mento de depósitos à vista. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 Gabarito Capítulo 1 01. Explique a importância do subsistema normativo no SFN. como é o caso dos bancos múltiplos. atividade própria do Banco Central). Estas atividades são executadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil (BACEN). Os mercados financeiros podem ser divididos de acordo com o quadro abaixo. letras de câmbio. Descreva o propósito do Banco Mundial e do BID. Ou seja. debêntures etc. sociedades de arrendamento mercantil etc 04. 05. Quais são as funções do FMI? Explique-as. financeiras. segundo informações do seu site. É um banco responsável por empréstimos com baixas taxas de juros. custódia de títulos. 06. as instituições não bancárias são aquelas que não recebem depósitos á vista e trabalham com ativos não monetários como ações. criando as bases para o crescimento balanceado do comércio internacional e da economia dos países-membros. é auxiliar os clientes a eliminar a pobreza e a desigualdade. Por outro lado. serviços relacionados ao câmbio etc. social e ambiental dos países. Eles são distintos entre as suas metas? Explique. Essas instituições são conhecidas da po- pulação e geralmente são formadas por corretoras. apesar de terem locais de atuação diferentes. ele é o supervisor do sistema monetário internacional focando nas políticas monetária e cambial dos países membros. em projetos de infraes- trutura. Ou seja. uma das suas principais ban- deiras.Mercado Financeiro contas a pagar. servindo de consultor em momentos de crise e concedendo crédito quando ocorrem dese- quilíbrios temporários do balanço de pagamentos dos países membros. Já o BID é o Banco Interamericano de Desenvolvimento para financiar projetos viáveis de desenvolvimento econômico. O Banco Mundial é um organismo internacional que tem como característica ser a fonte de recursos de longo prazo para os países em desenvolvimento. crédito com taxas de juro zero e financiamento para países em desenvolvimento. promovendo o crescimento econômico sustentável. Proibida a reprodução – © UniSEB 184 . bancos de investimento. Explique os mercados financeiros indicando suas diferenças e seus propósitos. certificados de depósitos bancários (CBD). Ou seja. estável. previsível e livre. Ou seja. social e institucional e promover a integração comercial regional na área da América Latina e o Caribe. O principal objetivo do FMI é garantir um sistema monetário internacional ordenado. eles têm as mesmas metas de forma a promover o crescimento e desenvolvimento econômico. arrecadação de tributos. ele empresta a governos ou a projetos que tenham garantia governamen- tal. .. capital de Crédito giro para empresas e consumo para as famílias. por exemplo. por exemplo. Características Supre as necessidades de crédito de curto e médio prazos. temos as importações (necessidade de compra de moeda estrangeira) por parte das empresas. Quais são os títulos do mercado de capitais? Explique-os. Eles visam o desenvolvimento de diversos segmentos como o apoio financeiro às pequenas e médias empresas. Supre as necessidades de financiamento de longo prazo. Nesse segmento Monetário são realizadas operações de curto e cur- tíssimo prazo e sua liquidez é regulada pelas autoridades monetárias. Como exemplo destas necessidades. investimen- Capitais tos para empresas e aquisição de bens duráveis para as famílias. Supre as necessidades quanto à realiza- ção das operações de compra e venda de moeda estrangeira (fechamento de câm- Cambial bio). eles servem para suprir as necessidades de recursos do ativo circulante de uma empresa (capital de giro). 1. incentivos à produção de bens de capital no país etc. 07. tendo um prazo de resgate de 6 a 24 meses ao final do período. já que originam-se de dotações orçamentárias da União. prazo de resgate e encargos financeiros. Finsocial etc. Financiamento de capital de giro: são empréstimos oferecidos pelos bancos por meio de uma formalização contratual que estabelece as condições bá- sicas da operação. São de longo prazo e as taxas de juros são infe- riores ao mercado. Geralmente são duas categorias: • Operações de Repasses de recursos internos é a alocação de disponibilida- des provenientes de fundos governamentais em diversos ativos de empresas EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB nacionais. 185 . Geralmente.) e são executados pelo BN- DES (via BNDESPAR e Finame). Operações de Repasses: são empréstimos contratados por instituições financeiras do mercado de capitais e repassados a empresas carentes de recursos de investimento de longo prazo. Caixa Econômica e Banco do Brasil. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 Mercado de. Bancos regionais de desenvolvimento. como garantias. 2. Supre as necessidades do governo de fazer política monetária e dos agentes e intermediários de caixa. da poupança compulsória (PIS. 4. Não costumam apresentar garantias reais. 3. Se a oferta for pública. São títulos com única data de vencimento. Geralmente. Oferta Pública de Ações e Debêntures: é tipicamente feita por sociedades anônimas e é a mais vantajosa para a empresa. É uma Proibida a reprodução – © UniSEB promessa de pagamentos periódicos de juros e amortização do principal. repre- sentativos de dívidas de maior maturidade. Mercado de Bônus (Bonds): é o mercado internacional de dívidas que per- mite levantar recursos via emissão de títulos pelos próprios tomadores. industriais e serviços nacionais para o financiamento do capital de giro. São fontes de recursos de longo prazo. é essencial usar intermediários financeiros. Essas operações são reguladas pelo Banco Central (BaCen). mas pode haver a possibilidade de resgate antes do vencimento. Securitização de Recebíveis: são títulos emitidos pelos próprios tomadores de recursos. sendo repassados às empresas comerciais. Nos dois casos. Arrendamento Mercantil: é uma forma especial de financiamento. governo e instituições públicas. as taxas de juros pagas são fixas (mesmo percentual todo o prazo) ou flutuantes (repactuadas pe- 186 . emitidos diretamente pelos to- madores de recursos. 6. Com esses recursos. são títulos de renda fixa. 5.Mercado Financeiro • Operações de Repasses de recursos externos é a contratação de emprés- timos de moeda estrangeira pelos bancos. São dois tipos mais importantes: Emissão de bônus e Commercial papers ou Bradies bonds (que são representativos da dívida externa brasileira). mas podem ser emitidos por empresas privadas. O processo tem a seguinte estrutura: um banco estrangeiro empresta recurso para um banco nacional que o capta e repassa para a empresa se- diada no país tomador de empréstimo. a SPE compra uma carteira de recebíveis de curto prazo para realizar novos negócios. ela segue uma sistemática legal que precisa da aprovação e enquadramento para que ocorra. ou seja. já que há a celebração de um contrato de arrendamento (aluguel) e uma sociedade de arrendamento mercantil (arrendadora) para a utilização de um certo bem durante um prazo determinado com o pagamento ocorrendo na forma de um aluguel. substituindo os empréstimos convencionais. com a sistemática das ações e há a necessidade de efetuar o registro e rece- ber a aprovação na CVM – Comissão de Valores Mobiliários. É realizada por empresas que apresentam uma carteira de recebíveis com uma empresa criada especialmente para essa finalidade (SPE – Sociedade de Propósitos Específicos) que levanta recursos no mercado mediante a emissão de títulos (debêntures) lastreados nesses valores adquiridos. Para participar do Tesouro Direto. se os fluxos de caixa não variarem de acordo com os níveis gerais de preços. Risco de câmbio: é a exposição dos fluxos de caixa esperados para futuras flutuações das taxas de câmbio. É possível vender os títulos antes do venci- mento ao Tesouro Nacional às quartas-férias considerando o valor de mercado do título. após a seleção do tipo de título público que se tem interesse e se fez o cadastro no Tesouro Direto. cau- sada por inflação ou deflação na economia. Normalmente. Explique como funciona o Tesouro Direto. afete desfavoravelmente os fluxos de caixa e EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB o valor da empresa ou de um ativo. permite-se o gerenciamento dos investimentos escolhendo as características dos títulos como prazos. menor o valor da empresa ou do ativo. perfil de rentabilidade e liquidez associado a cada investidor. Assim. Quanto maior a possibilidade de flutuações cambiais indesejáveis. Capítulo 2 01. Risco de evento: é a possibilidade de que um evento totalmente inesperado exerça efeito significativo sobre o valor da empresa ou um ativo específico. Ao contrário. Risco de tributação: é a possibilidade de que mudanças adversas na legislação tributária venham a ocorrer. como a decisão do governo de mandar recolher do mercado um medicamento popular. costu- mam afetar um pequeno grupo de empresas ou ativos. portanto. Risco de poder aquisitivo: é a possibilidade de que a variação dos níveis de preços. Esses eventos raros. o investidor compra os títulos e recebe os rendimentos da aplicação até o vencimento do papel (data predeterminada para o resgate do título). médio ou longo prazo. quando os recursos são depositados na conta do investidor com o rendimento combinado. Indique e explique os tipos de risco associados às aplicações financeiras e às empresas. indexadores dos títulos públicos. Empresas e ativos cujos valores são sensíveis a essas mudanças impli- cam maior risco. maior o risco dos fluxos de caixa e. oferecem maior risco ao poder aquisitivo. 187 . 02. permitindo que os investimentos sejam a partir de R$ 30 para períodos como curto. sendo realizadas via Internet. O Tesouro Direto é uma parceria do Tesouro Nacional com a BOVESPA para venda de títulos públicos a pessoas físicas. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 riodicamente) e a remuneração é definida com base nas taxas de juros pagas por um treasury bond que é uma obrigação emi- tida pelo governo dos EUA. as empresas ou os ativos com fluxos de caixa que variam com os níveis gerais de preços apresentam risco mais baixo de va- riação de poder aquisitivo. Assim. 06. Pt-1 é o preço do ativo no tempo t-1. considerando-se a chance de perder o retorno esperado. Uma fórmula para o cálculo do risco de uma apli- n ∑ (r ) 2 cação pode ser dado por σ t = j −r ⋅ Pr j com rj como o retorno para o j-ésimo j =1 resultado. Quando um investidor precisa decidir qual é a aplicação financeira que ele fará. Ele é calculado como indi- ct + Pt − Pt − 1 cado na fórmula rt = em que a variável rt é a taxa de retorno esperada Pt − 1 no período t. 05. o risco envolve o grau de incerteza quanto a um investimento. Quais são os riscos específicos da empresa? Dê um exemplo para cada um dos casos. Quando consideramos uma área fi- nanceira. exceto à cader- neta de poupança. as alíquotas do IR depen- dem do prazo da aplicação: prazos maiores. Prj é a probabilidade de ocorrência do j-ésimo resultado e r é a média dos = ∑ j = rj ⋅ Pr j Já o retorno é definido como o n retornos calculada da seguinte forma r ganho ou perda total em um investimento em certo período. aplicações mais arriscadas tendem a ser exemplos de exigência de um retorno maior pelo investidor para “reduzir” as chances de ele perder dinheiro. por último.Mercado Financeiro 03. As alíquotas do IR incidem nos rendimentos das aplicações financeiras. Ct é o fluxo de caixa recebido a partir do investimento no ativo durante o período t-1 a t. Existem dois riscos que são específicos da empresa: riscos operacional e financeiro. En- Proibida a reprodução – © UniSEB tende-se pelo risco operacional aquele em que a empresa não necessariamente será capaz 188 . Explique o que é risco e o que é retorno. o que faz com que os investidores tenham que considerar esse custo adicional no momento das decisões financeiras. 04. Como risco e retorno se relacionam? Explique. Além disso. Como as alíquotas de imposto de renda podem influenciar os rendimentos das aplicações financeiras? Explique. O termo risco envolve a possibilidade de perder algo. alíquotas sobre o rendimento menores. ele deve conhecer qual é o retorno que ele gostaria de obter com a aplicação e saber qual é a chan- ce dele ter recebê-lo (conhecer o risco). Pt é o preço do ativo no tempo t e. A empresa pode ter maior acesso a capital para financiar projetos de investimento (sem que ela tenha que pedir um empréstimo com prazo e juros determinado e sem utilizar-se 189 . Para esse tipo de investidor. Quais os benefícios esperados por alguém que compra uma ação na bolsa de valores? Abaixo estão os benefícios que uma pessoa espera ter ao adquirir ações: • Direito de participar nos lucros e de fiscalização. Seu nível é determinado pela estabilidade das receitas da empresa (fixos) e pela estrutura de seus custos operacionais (variáveis). • Direito de transmissão e Direito de propor ações indenizatórias em beneficio da companhia 03. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 de cobrir seus custos de operação. e a prioridade no reembolso do capital na hipótese de dissolução da empresa. elegendo e destituindo os mem- bros da diretoria e do Conselho Fiscal. Elas comandam a assembleia de acionistas de uma empresa. geralmente um percentual mais elevado que o valor das ações ordinárias. • Direito de indicação de membros do Conselho de Administração e Direito de requerer a convocação e o adiamento de assembleias ge- rais. reformando o estatuto social. e decidindo sobre o destino dos lucros. Capítulo 3 01. • Direito de retirada e Direito de voto. mas possibilitam a ele a prioridade no recebimento de dividendos. Resumidamente comente sobre os principais benefícios obtidos por uma em- presa que negocia suas ações na bolsa de valores. 02. Além disso. • Direito à informação e Direito à preferência na subscrição de ações em aumento de capital. Já o risco financeiro é a possibilidade de que a empresa não será capaz de saldar suas obrigações financeiras. Já as ações preferenciais não atribuem a seu titular o direito de voto. • Direito de participar de oferta pública por alienação do controle de EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB companhia aberta (tag along). o lucro é mais importante que o con- trole da companhia. priorizando a distribuição dos resultados. Quais as diferenças entre uma ação preferencial e uma ação ordinária? As ações ordinárias são aquelas que dão direito de voto ao acionista que as detêm. Seu nível é determinado pela previsibilidade dos fluxos de caixa operacionais da empresa e suas obrigações financeiras com encargos fixos. uma ação ordinária equivale a um voto. O papel do mercado secundário é dar liquidez ao mercado pri- mário. A colocação inicial dos títulos no mercado é chamada de lançamento no mercado primário. financeiros e conveniência de abertura de capital. a empresa emitente procura uma instituição financeira intermediária que irá aju- dá-la no processo de abertura de capital. estudo Proibida a reprodução – © UniSEB setorial. 04. Ela pode ainda utilizar o recurso captado para fazer a reestruturação de seus passivos de modo a melho- rar seu dinamismo. Analise as etapas do processo de abertura de capital de uma empresa O processo segue a seguinte estrutura Empresa Instituição Mercado Mercado emitente de Financeira Primário Secundário novas ações Intermediária Ou seja. 05. escolha da IF (Insti- tuição Financeira) que é exigida pela Lei das SAs e influencia o sucesso da colocação de ações. Além disso. ocorrem as renegociações entre os agentes econômicos das ações adquiridas no mercado primário ocorre nos mercados secundários específicos. o papel informacional desse mercado envolve a incorporação das informações relevantes aos preços dos papéis negociados.Mercado Financeiro do seu próprio rendimento). há uma melhora da imagem institucional e do relacionamento com seus públicos já que a empresa ganha visibilidade por ser mencio- nada na mídia regularmente e acompanhada pela comunidade financeira. Um mercado secundário mais di- nâmico somente é possível mediante certas condições de liquidez para as ações emitidas e verificadas nas transações em Bolsa. Qual a importância do mercado primário e do mercado secundário para o mercado de capitais? O Mercado Primário é o responsável por canalizar diretamente os recursos monetários superavitários dos poupadores para o financiamento das empresas com a venda inicial de ações emitidas. Além disso. e auditoria independente credenciada na CVM. características básicas da emissão e lançamento das ações. possibilitando transferência de riscos. a empresa emitente deve oferecer certas condições de atratividade econômica para os investidores como resultados econômicos. viabilizando o lançamento de ativos financeiros. Já no Mercado Secundário. Para que isso ocorra tranquilamente. além de cenários conjunturais do 190 . qual é a composição de uma carteira ótima de ativos. 03. A resposta dessa questão dependerá de uma pesquisa feita pelos alunos. Para conhecer uma medida de risco. buscando maximizar a satisfação do investidor em relação ao risco/retorno. Quando se fala em risco. A variância é a base para o cálculo de eficiência de qualquer parâmetro. Para ser calculada. Os intermediários financeiros (IF) ligam os tomadores de recur- sos e os poupadores no mercado primário. basicamente. W é o percentual da 191 . A teoria do portfólio analisa. em que E (Rp) = R p é o retorno esperado ponderado da carteira. Explique a teoria do portfólio e a teoria da preferência. Explique como é possível fazer a mensuração do risco. 02. Ela uti- liza para o seu cálculo a seguinte fórmula E ( R ) = R = [W ⋅ R ] + (1 − W ) ⋅ R p p X Y  . podendo originar um patrimônio negativo o que impõe ao cotista a obrigação de aplicar mais recursos para zerar o patrimônio negativo. Pesquise mais sobre clubes de investimento e diga se você se encaixaria em al- gum deles. devemos calcular o desvio padrão. e se calcula a variância usando a ( Var ( R j ) = ∑1 Pr j ⋅ R j − R j ) n 2 seguinte fórmula em que R j é a média dos retor- nos (ou o retorno esperado). as trocas ocorrem no mercado secundário. que é a apuração da raiz quadrada da variância. pensa-se numa medida de variabilidade do preço de ações. • Risco de Estratégia ou Mercado é a chance de uma estratégia de investimen- to feita pelo gestor que não produz resultados esperados. por exemplo. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB 04. as ações podem ser lança- das no mercado primário e. Depois da finalização do processo de pedido para abertura de capital e emissão de ações na CVM e após a aprovação da listagem na bolsa de valores. Quais são os principais riscos em se tratando de Fundos de Investimento? Quando se fala de fundos de investimento. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 mercado acionário geral. posteriormente. baseia-se na estatística. Capítulo 4 01. os principais riscos que podem ocorrer são: • Risco de Crédito que é a chance do emissor do título que faz parte da cartei- ra do fundo não pagar o valor do título no vencimento. principalmente os preços das ações. Como o mercado pode ser eficiente? O que a teoria diz sobre os mercados inefi- cientes? Explique.Mercado Financeiro carteira aplicado na ação X. Suas principais características são: • Preços refletem as informações disponíveis e apresentam grande sensibili- dade a novos dados. • Elevado número de participantes envolvidos na negociação de ações. • Nenhum participante sozinho tem capacidade de influenciar os preços nas negociações. como as informações do passado refletem no preço de hoje. Gitman (2012) indica que podemos ter três tipos básicos de comportamento em relação à preferência pelo risco do gestor: aversão ao risco. Assim. • Os ativos são divisíveis e negociáveis sem restrições. 192 . podemos dizer que os preços de mercado são críveis e que não é possível ter retornos maiores do que os retornos dos títu- los do governo. ajustando-se rapidamente a outros ambientes. assim como os gestores. • O gestor avesso ao risco é aquele em que o retorno exigido aumenta com o risco. a teoria da preferência indica qual é o comportamento que o investidor terá de acordo com um nível gerencialmente aceitável de risco. RY são os retornos esperados das ações X e Y. Teoricamente. Deve-se lembrar que a maioria dos acionistas é avessa ao risco. Por outro lado. exigindo um aumento do retorno sobre seu investimento na empresa. são pessoas que gostam de risco e aceitam abrir mão de parte do retorno para aceitar mais riscos. • Rapidez na execução das ordens de compra e venda num ambiente organi- Proibida a reprodução – © UniSEB zado. • O gestor indiferente ao risco é aquele em que o retorno exigido não muda se o risco aumentar de A para B. • Expectativas dos investidores homogêneas. A Teoria dos Mercados Eficientes afirma que toda a informação do passado reflete no preço de um produto financeiro hoje. Os pre- ços não devem ser tendenciosos. • Disseminação das informações das empresas. RX. indiferente ao risco e propenso ao risco. • Inexistência de racionamento de capital. gratuitas e instantâneas. • Constituído de investidores racionais. 05. respectivamente. (1-W) é o percentual da carteira aplicado na ação Y. muitas vezes analisadas por especialistas. • O gestor propenso ao risco é aquele em que o retorno exigido diminui com o aumento do risco. • Informações disponíveis. em geral. dependendo do preço no mercado à vista do ativo-objeto. 90. O contrato a termo geralmente é negociado no mercado de balcão e bolsas. Quais as características dos contratos a termo? Eles são acordos de compra e venda de certo ativo que será entregue em data futura a preço preestabelecido. As opera- ções a termo são formalizadas em contratos específicos. Já a teoria de ineficiência de mercado mostra que os investidores não respondem da mes- ma forma a novas informações. 120 ou 180 dias. Capítulo 5 01. d. As operações. b. Swaps: são contratos que preveem a troca de obrigações de pagamentos periódicos. • Não são geralmente negociados na bolsa de valores. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 • Os retornos oferecidos pelos diversos investimentos devem remunerar seu risco. 60. Mercado a termo: o comprador tem direito de adquirir o ativo objeto (ação) por pre- ço acertado entre as partes. e o vendedor tem a obrigação de entregar o contrato na data correta e com o preço definido. já que são contratos particulares firmados entre duas partes. • Não sofrem ajustes periódicos a valores de mercado como acontecem com os con- tratos do mercado futuro. O investidor decidirá na data acordada. o exercício ou não de seu direito. Os mercados de derivativos são: a. 02. emitidos e registrados na bolsa. de acordo com seu interesse. e 193 . sendo também uma obrigação como no mercado futuro. concentram-se no prazo de 30 dias. Mercado Futuro: estabelece-se o compromisso de compra ou venda de determinado ativo em certa data futura é a sua sustentação. por outras obrigações com índice de reajuste diferente. Analise comparativamente os tipos de derivativos. já que o preço do objeto de negociação é fixado previamente. mas que EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB apresentam as suas diferenças: • Não segue um padrão imposto pela bolsa no momento da elaboração do contrato. Mercado de Opções: opção é um tipo de derivativo que confere ao investidor o direito de comprar ou vender uma quantidade predeterminada de um ativo-objeto a um preço fixo (denominado preço de exercício) até ou na data de vencimento da opção. com visão de longo prazo. • Os prazos não são padronizados: são geralmente fixados em 30. c. Isso porque é possível haver manipulação de preços de ativos no mercado o que tenderia a gerar um efeito de irracionalidade dos investidores para compra/venda de um ativo sem fundamentos concretos de seu retorno. → Contratos futuros: são contratos realizados entre duas contrapartes com vencimento futuro (ou seja. futuro. Opções de venda (puts) dão ao detentor do contrato (comprador da opção de venda) o direito e não a obrigação de vender no futuro um ativo por um preço preestabelecido. opções e swap. se o compra- dor exigir. Opções de compra (calls) dão ao titular do contrato o direito e não a obrigação de adquirir no futuro um determinado ativo por um preço previamente estabelecido. indexados a determinado índice por outras com diferentes índices de reajuste. adquirido pelo pagamento de um prêmio. 04. da qual são fixados os montantes e valores de compra e venda de um determinado ativo. sendo a operação realizada sem garantia. a termo. Ou seja. obedecendo a um ajuste diário de posições e de margens. O acordo é registrado na BM&F e na CETIP. → Swaps: são contratos que preveem a troca de obrigações de pagamentos periódicos. em certa data futura. → Mercado a termo: acordos de compra e venda de certo ativo que será entregue em data futura a preço preestabelecido são os mais comuns. 03. Analise. b. se obrigam a negociar um determinado ativo em data futura). Nesse caso o vendedor é obrigado no futuro a entregar os ativos negociados naquele preço se o comprador assim exigir. determinado ativo a um preço prees- tabelecido. sendo geralmente montada por uma instituição financeira. comparativamente. Proibida a reprodução – © UniSEB uma operação swap possibilita a troca de índices entre dois investidores com o objetivo de evitar riscos. → Contratos à vista: são contratos negociados na bolsa de valores com liquidação da operação em até 2 dias úteis. os ativos contratados. Nenhuma das duas instituições se responsabiliza pela inadimplência das partes envolvidas. Esse tipo é usado caso as condições econômicas sejam atraentes. → Opções: o detentor de uma opção tem o direito. contratos à vista. o vendedor dessa opção tem a obrigação de entregar no futuro. O que é e como funciona uma operação de swap? Operações Swap são acordos estabelecidos entre duas partes visando a troca de fluxos de caixa futuros por certo período de tempo. caso contrá- rio ele não exerce o direito e perde o prêmio pago.Mercado Financeiro • São raras as liquidações antecipadas que podem acontecer no mercado futuro. 194 . 05. Uma operação de swap é realizada entre duas partes. Como funcionam as opções de compra e as opções de venda? O mercado de opções é realizado com dois tipos de contratos: a. de comprar ou vender. Nesse caso. obedecendo uma metodologia de cálculo previamente estabelecida. sua concepção de valor intrínseco das ações. portanto. Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 06. Ou seja. EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB 195 . o desempenho econômico e financeiro da empresa é que ajudará na avaliação e na compa- ração setorial dos papeis disponíveis. E é a partir do conhecimento da evolução de preços e volume transacionado que os investidores que utilizam essa técnica podem fazer projeções sobre o desempenho futuro das ações. baseada nos resultados apurados. essa técnica considera variáveis internas e externas à empresa que podem influenciar o desempenho da empresa e. é o que fará o diferencial na análise do investidor. Já a análise fundamentalista adota a hipótese de que o valor intrínseco de cada ação. considerando a oferta e a demanda dos papeis e a evolução de suas cotações. Assim. Faça uma análise comparativa entre os dois mecanismos utilizados na avalia- ção de ações: Análise técnica e fundamental A análise técnica é desenvolvida pelo estudo do comportamento das ações no mercado. Mercado Financeiro Minhas anotações: Proibida a reprodução – © UniSEB 196 . Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 Minhas anotações: EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB 197 . Mercado Financeiro Minhas anotações: Proibida a reprodução – © UniSEB 198 . Avaliações de Ações e Mercados Derivativos– Capítulo 5 Minhas anotações: EAD-15-Mercado Financeiro – Proibida a reprodução – © UniSEB 199 . Mercado Financeiro Minhas anotações: Proibida a reprodução – © UniSEB 200 .
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