LIVRO Manual de Terapêutica Veterinária

April 2, 2018 | Author: tahloko | Category: Penicillin, Antibiotics, Bacteria, Enzyme, Microbiology


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QUIMIOTERÁPICOSANTIMICROBIANOSEANTIBIÓTICOS Silvia Franco Andrade Rogério Giuffrida Márcio Garcia Ribeiro INTRODUÇÃO Antibiótico Biossintético - É aquele obtido a partir de cultura de microrganismos, na qual se acrescentam substâncias capazes de alterar a Os antibióticos são substâncias produzidas por estrutura molecular do antibiótico que está sendo diferentes espécies de microrganismos (bactérias, produzido (exemplo: penicilina V - fenoxi-metil- fungos, actinomicetos), que suprimem o crescimento penicilina). de outros microrganismos (bactérias - bacteriostáticos; fungos - fungistáticos), ou po- Sintobiótico - Antibiótico obtido exclusivamente dem até mesmo destruí-los (bactérias - bacterici- por síntese laboratorial, porém a partir de das; fungos — fungicidas). Os antibióticos dife- precursores obtidos de microrganismos (exem- rem entre si quanto às suas propriedades físicas, plo: cloranfenicol). químicas, farmacológicas, espectro de ação, me- canismo de ação e toxicidade. CLASSIFICAÇÃO Os quimioterápicos antimicrobianos e anti- CoNCErros GERAIS bióticos podem ser classificados de acordo com a sua estrutura química (Quadro 3-1), seu me- canismo de ação (Quadro 3.2), seu espectro de Quimioterápico Antimicrobiano — É toda a ação (Quadro 3.3), e ação bactericida, bacterios- substância química produzida por síntese labo- tática, fungicida ou fungistática (Quadro 3-4). O ratorial, que apresenta propriedades antimicro- conhecimento básico destas classificações é bianas. Por exemplo, sulfonamidas, nitrofuranos, fundamental para o correto uso terapêutico destas nitroimidazóis, quinolonas. substâncias. Antibiótico — É o quimioterápico antimicro-biano Os quimioterápicos antimicrobianos e an- produzido ou obtido por microrganismos tibióticos podem atuar sobre muitos ou limita- (exemplo: penicilinas naturais). dos grupos de microrganismos, e assim deno- Antibiótico Semi-sintético - É o quimioterápico minados: cuja porção fundamental da molécula tenha sido Amplo Espectro - Atuam sobre um grande obtida a partir de produtos de organismos vivos grupo de microrganismos. Exemplo: cloranfeni- (exemplo: penicilinas semi-sintéti-cas - col, tetraciclinas, ampicilinas, amoxicilina, gen- ampicilina, amoxicilina, oxacilina). tamicina, quinolonas, eritromicina. 14 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 3.1 - Classificação dos quimioterapicos antimicrobianos e antibióticos, segundo sua estrutura química Estrutura química Exemplos Derivados de aminoácidos Monopeptídeos: ciclosserina. Derivados de açúcares Dipeptídeos ((3-lactâmicos): penicilinas, cefalosporinas. Polipetídeos: polimixinas, bacitracina, fusafungina, tirotricina, gramicidina. Derivados de acetato e Glicopeptídeos: vancomicina, bleomicina. proprionato Cloranfenicol (derivado do propanodiol), aminoglicosídeos, lincosaminas, novobiocina. Diversos Macrolídeos, rifamicinas, anfotericina B, nistatina, ácido fusídico, griseofulvina, tetraciclina. Fosfomicinas. QUADRO 3.2 - Classificação dos quimioterapicos antimicrobianos e antibióticos, segundo seu mecanismo de ação Mecanismo de ação Exemplos Inibem a síntese da parede P-lactâmicos: penicilinas, cefalosporinas, fosfomicinas. Não celular microbiana P-lactâmicos: bacitracina, vancomicina, ciclosserina. Interferem na atividade da Polimixina, anfotericina B, nistatina, colistina. membrana celular microbiana Interferem na replicação Formação de proteínas defeituosas: aminoglicosídeos. genética Perturbação da tradução da informação genética: cloranfenicol, tetraciclinas, macrolídeos. Interferem no cromossomo Quinolonas, ácido nalidíxico, ácido pipemídico, novobiocina, griseofulvina. Sulfas, Drogas antimetabólicas nitrofuranos, amprólio, trimetoprim. QUADRO 3.3 - Classificação dos quimioterapicos antimicrobianos e antibióticos, segundo seu espectro de ação Espectro de ação Exemplos Bactérias Gram-positivas Penicilinas, cefalosporinas, macrolídeos, bacitracina. Aminoglicosídeos, polimixinas. Bactérias Gram-negativas Cloranfenicol, tetraciclinas, ampicilina, cefalosporinas, fluorquinolonas. Bactérias Gram-positivas Estreptomicina, rifamicina. e Gram-negativas Tetraciclinas, tiamulin, fluorquinolonas, tilosina, eritromicina. Micobactérias Tetraciclinas, cloranfenicol. Micoplasma Tetraciclinas, eritromicina, fluorquinolonas. Riquétsias Penicilinas, eritromicina, cefalosporinas e tetraciclinas. Clamídias Anfotericina B, nistatina, griseofulvina. Espiroquetas Tetraciclinas, eritromicina. Fungos Protozoários Quimioterapicos Antimiaoblanos e Antibióticos 15 QUADRO 3.4 - Classificação dos quimioterapicos antimicrobianos e antibióticos segundo a ação bactericida, bacteriostática, fungicida ou fungistática Ação Exemplos Bactericida Penicilinas, cefalosporinas, aminoglicosídeos, quinolonas, rifamicinas, polimixinas, polipeptídeos. Bacteriostática Cloranfenicol, tetraciclinas, macrolídeos, lincosaminas, sulfas, trimetoprim, novobiocina. Fungicida Anfotericina B, nistatina. Griseofulvina. Fungistática Pequeno Espectro - Atuam sobre um limitado O tempo mínimo, geralmente, de urna antibio- grupo de microrganismos. Por exemplo: peni- ticoterapia varia em média de 5 a 7 dias, porém, cilinas naturais (penicilina G cristalina, procaína, muitas patologias requerem uma duração diferen- benzatina), penicilina V, estreptomicina, neomicina, ciada. Abaixo estão listadas algumas patologias com a bacitracina, polimixina, espiramicina, oleando- sua duração média de antibioticoterapia: micina, anfotericina B, nistatina, griseofulvina. • Artrite séptica: 14 dias Os principais efeitos tóxicos dos antibióticos estão • Brucelose: 30 dias listados no quadro 3.5 e as contra-indicações do seu • Cistite recorrente: 15 a 30 dias uso durante a gravidez e lactação estão descritas • Dermatofitose: 3 a 6 semanas no quadro 3.6. • Doença inflamatória pélvica: 24 dias QUADRO 3.5 - Principais efeitos tóxicos e reações adversas dos antibióticos e quimioterapicos antimicrobianos Efeito tóxico Mecanismo Exemplos Nefrotoxicidade 1. Necrose tubular aguda. Aminoglicosídeos, tetraciclinas, polimixinas. Hepatotoxicidade 2. Obstrução intratubular (cristalúria). Sulfonamidas. 3. Nefropatia tubular aguda. Cefalosporinas. Neurotoxicidade 4. Nefrite intersticial aguda. Sulfonamidas. Enterocolo- toxicidade Degeneração parenquimatosa. Tetraciclinas, eritromicina, griseofulvina. 1. Ototoxicidade (lesão do oitavo par do nervo craniano). Aminoglicosídeos. Toxicidade 2. Bloqueio neuromuscular. medular Aminoglicosídeos, polimixina. Artropatia Quinolonas, metronidazol. 3. Tremores (em pacientes suscetíveis). Inibidores do metabolismo de Lesão do revestimento mucoso das vias gastrintestinais Ampicilina, lincomicina, clindamicina. outras drogas (ex.: colite pseudomembranosa). Depressão da medula óssea (anemia aplásica). Cloranfenicol. Trimetoprim. Erosão da cartilagem articular em cães jovens de Quinolonas. crescimento rápido. Redução da atividade microssomal hepática. Cloranfenicol, tetraciclinas. no tratamento de pacientes imunossuprimidos. Cloranfenicol ( mielossupressão e aplasia de medula). A regra básica de associação de antimicrobianos leva em consideração a sua ação biológica ou o seu mecanismo de ação. como infecções graves (exemplo: septicemia). cefalosporinas. metronidazol (teratogenicidade). Lactação Antibióticos Utilizados com Cautela Gravidez Sulfas (hemólise e kernicterus no recém-nascido). aminoglicosídeos (ototoxicidade) (hemólise). nitrofurantoína (hemólise). retardo do crescimento ósseo). infecções mistas.6 . trimetoprim (teratogenicidade). cloranfenicol (sín-drome cinzenta). Quinolonas (erosão da sulfas Lactação cartilagem articular em cães jovens). que geralmente apresentam resposta terapêutica deficiente.Cuidados com a antJbiotlcoterapia durante a gravidez e lactação Antibióticos Seguros Gravidez Penicilinas.7). isoniazida (deficiência de piridoxina). eritromicina. aminoglicosídeos (ototoxicidade). Antibióticos Contra-indicados Tetraciclinas (descoloração e displasia dentária. Lactação metronidazol. antagonismo ou efeito aditivo .16 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 3. para obter sinergismo e aumentar a eficiência terapêutica. Penicilinas. porém há situações que requerem a associação de antimicrobianos (Quadro 3. bacteriostático ' sinergismo. eritromicina. da seguinte maneira: Ação Biológica bactericida + _ sinergismo ou efeito aditivo bactericida bacteriostático + _ antagonismo ou sinergismo bacteriostático bactericida + _.: 14 ã 21 dias • Gastroenterite bacteriana: 7 a 14 dias • Leptospirose bovina: l a 3 dias • Leptospirose canina: 7 a 14 dias • Meningite: 14 dias • Osteomielite: 42 dias • Pericardite: 28 dias • Pielonefrite: 14 a 21 dias (casos graves: 4 a 6 semanas) • Piodermite superficial: 21 dias • Piodermite profunda: 30 a 60 dias • Pneumonia estafilocócica: 28 dias ASSOCIAÇÃO DE AIMTIMICRÓBIANOS O uso isolado de um antibiótico ou quimio-terápico antimicrobiano específico é a terapêutica mais recomendada na maioria dos casos. retardar ou evitar o aparecimento de resistência bacteriana. tetraciclinas (descoloração e displasia dentária). • Endocardite bacteriana aguda: 28 a 42 dias • Erliquiose: 14 a 30 dias • Faringite exsudativa: 10 a 15 dias • Gastrite por Helicobacterspp. griseofulvina Gravidez (teratogenicidade). lincosaminas. cefalosporinas. da tradução da informação genética antagonismo .Mecanismo de Ação parede celular + _ sinergismo parede celular parede celular + sinergismo membrana citoplasmática parede celular + formação de proteínas defeituosas sinergismo parede celular + pert. pela mutação espontânea e recombinação de genes (reprodução). etc. através de transdução. diminuição da permeabilidade da parede celular. automedicação.7 . o uso racional dos antimicrobianos e a pesquisa cada vez maior de novos grupos são fundamentais para o controle da resistência. etc. doenças virais. pacientes imunossuprimidos. Os mecanismos de resistência bac-teriana incluem: produção enzimática (produção de enzimas pela bactéria que inativam a droga). pois o esforço para descobrir e sintetizar novos antibióticos leva anos. favorecendo as raras bactérias resistentes. clínicas. segundo seu agente etiológico. As drogas atuam como agentes seletivos. associação de antibióticos incorreta promovendo antagonismo.). a quarta de cefalospori-nas e a terceira de quinolonas. ou por mecanismos de transferência de material genético e plasmídeos. . Qu/mioterápicos Antimicrobianos e Antibióticos 17 QUADRO 3. alteração do receptor da droga ou do local de ligação.8. transformação. está descrita no quadro 3. e já está sendo utilizada a sexta geração de penicilinas. conjugação ou transposição. e é causada basicamente pela evolução das bactérias. presentes na população de um determinado ambiente. que criam variabilidade genética sobre a qual atua a seleção natural aos mais aptos.Principais associações de antimicrobianos Efeito Tipo de associação Exemplo Sinergismo Bactericida + bactericida Penicilinas + aminoglicosídeos Cefalosporinas + penicilinas Quinolonas + penicilinas Quinolonas + aminoglicosídeos Bacteriostático + bacteriostático Sulfa + trimetoprim Bactericida + bacteriostático Cloranfenicol + polimixinas Sulfas + polimixinas Antagonismo Bacteriostático + bacteriostático Lincosaminas + macrolídeos Lincosaminas + cloranfenicol Macrolídeos + cloranfenicol Macrolídeos + tetraciclinas Novobiocina + tetraciclina Bactericida + bacteriostático Penicilinas + cloranfenicol Penicilinas + tetraciclinas Penicilinas + lincosaminas Penicilinas + macrolídeos Cefalosporinas + cloranfenicol Cefalosporinas + lincosaminas Cefalosporinas + macrolídeos RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS O aparecimento de resistência a antimicrobianos é um dos grandes problemas da Medicina e da Veterinária. O desenvolvimento de resistência pode se dar por resistência cromossomal como resultado de mutação espontânea. subdoses. uso indiscriminado e incor-reto (venda livre. não realização de cultura e antibiograma para seleção do antibiótico.). Os fatores que favorecem a seleção e a disseminação de resistência aos antimicrobianos são: utilização abusiva das drogas (em hospitais. A sugestão de tratamento antimicrobiano apropriado. intervalos entre doses errados. Portanto. aumento do transporte ativo da droga para fora da célula. de uma bactéria para outra. A situação é preocupante. ou seja. desenvolvimento de vias metabólicas alternativas. uso de antimicrobianos em ração animal. equinos.18 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 3. segundo o agente etiológico BOVINOS Patologia Etiologia Droga 1 * Escolha Droga 2' Escolha Actinobacilose Actinobacillus Penicilina G + Tetraciclinas lignieresii Estreptomicina Actinomicose Actinomyces bovis Penicilina G + Tetraciclinas Estreptomicina Anaplasmose Anaplasma marginale Tetraciclinas Imidocarb Diamidinas aromáticas Antrax Bacülus anthracis Penicilina G Eritromicina Tetraciclina Cefalosporinas Babesiose Babesia bigemna Imidocarb Babesia bovis Diamidinas aromáticas Botulismo Clostridium sp. cães e gatos. Penicilina G Clindamicina Tetraciclina Borreliose Borrelia burgdorferi Tetraciclina (doença de Lyme) Penicilina G Ceratoconjuntivite Moraxella bovis Tetraciclinas Cloranfenicol infecciosa Penicilina G + bovina Estreptomicina Colibacilose Escherichia coli Aminoglicosídeos Ampicilina Sulfa + Trimetoprim Cefalosporinas Tetraciclinas Eimeriose Eimeria bovis Sulfonamídicos Eimeria zuernii Sulfa + Trimetoprim Eimeria psoidalis Nitrofuranos Estreptotricose Dermatophilus Penicilina G + Oxitetraciclina cutânea congolensis Estreptomicina Espiramicina (dermatofílose) • Infecções Gram-positivos Penicilina G Respiratórias Gram-negativos Ampicilina Enrofloxacina Cloranfenicol Gentamicina Leptospirose Leptospira pomona Penicilina G + Tetraciclinas Leptospira hardjo Estreptomicina Ampicilina Estreptomicina Listeriose Listeria Penicilina G + Sulfa + Trimetoprim monocytogenes Gentamicina Ampicilina Tetraciclina Necrobacilose Fusobacterium Penicilina G + Tetraciclinas interdigital necrophorum Estreptomicina Clindamicina (podridão dos Bacteroides nodosus Sulfonamídicos Metronidazol cascos) (Continua) .8 .Antibioticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos. suínos. equinos. segundo o agente etiológico (Continuação) BOVINOS Patologia Etiologia Droga 1 * Escolha Droga 2* Escolha Onfaloflebite Gram-positivos Penicilinas Enrofloxacina Gram-negativos Cloranfenicol Aminoglicosídeos Pielonefrite Corynebacterium sp.8 .Antibioticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos. suínos. Penicilina G Eritromicina contagiosa Ampicilina Tetraciclina bovina Salmonelose Salmonella sp. Químioterápicos Antlmicrobíanos e Antibióticos 19 QUADRO 3. Sulfa + Trimetoprim Cloranfenicol Cefalosporinas Ampicilina Aminoglicosídeos Septicemia em Haemophilus somnus Penicilina G Tetraciclinas bovinos Ampicilina EQUINOS Patologia Etiologia Droga 1 ' Escolha Droga 2* Escolha Actinobacilose Actnobacillus equuli Estreptomicina Sulfa + Trimetoprim (septicemia em Ampicilina potros) Borreliose Borrelia burgdorferï Tetraciclina (doença de Lyme) Penicilina G Broncopneumonia Rhodococcus equi Eritromicina + Penicilina + supurativa em Rifampicina Gentamicina potros Erliquiose Ehrlichia equi Tetraciclinas Cloranfenicol Garrotilho Streptococcus equi Penicilina G + Eritromicina Estreptomicina Ampicilina Infecções cutâneas Staphylolococcus Penicilinas Cefalosporinas aureus Enrofloxacina Infecções Streptococcus equi Penicilina G Cefalosporinas pulmonares Gram-negativos Eritromicina Infecções renais Gram-positivos Ampicilinas Aminoglicosídeos Gram-negativos Cefalosporinas Sulfa + Trimetoprim Leptospirose Leptospira pomona Penicilina G + Tetraciclinas Leptospira hardjo Estreptomicina Ampicilina Estreptomicina Linfagite ulcerativa Corynebacterium Penicilina G + Eritromicina pseudotuberculosis Estreptomicina Mormo Pseudomonas Sulfa + Trimetropim mallei Nutaliose Babesia equi Imidocarb (Babesiose) Babesia caballi Diamidinas aromáticas (Continua) . cães e gatos. Sulfa + Trimetoprim Penicilina G Tetraciclinas Cefalosporinas Pleuropneumonia em Haemophilus Quinolonas Sulfa + Trimetoprim Penicilina G Ampicilina suínos pleuropneumoniae Gentamicina Tetraciclina Pneumonia enzoótica Mycoplasma sp.Antibíoticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos. Sulfa + Trimetoprim Cloranfenicol Ampicilina Cefalosporinas (Continua) . suínos.8 . Nistatina Cetoconazol Cistite/Pielonefrite em Eubacterium suis Sulfa + Trimetoprim Penicilina G Tetraciclinas porcas Colibacilose Escherichia coli Aminoglicosídeos Sulfa + Ampicilina Cefalosporinas Trimetoprim Tetraciclinas Enterite hemorrágica Brachyspira hyodysenteriae Diidroestreptomicina Tilosina FtalilssulfatiaZol Tiamulim Erisipela suína Erysipeloth rix rhusiopathiae Penicilina G Tetraciclinas Pasteurelose Pausteurella sp. cães e gatos. Tetraciclina Tiamulin Tilosina Lincomicina Quinolonas Eritromicina Rinite atrófica suína Bordetella broncbiseptica Sulfa + Trimetoprim Penicilina G Tetraciclinas Tilosina Pasteurella multocida Ampicilina Quinolona Cefalosporinas Salmonclosc Salmonetta sp. equinos. segundo o agente etiológico (Continuação) EQUINOS Patologia Etiologia Droga 1 * Escolha Droga 2* Escolha Onfaloflebite Streptococcus equi Penicilina G + Estreptomicina Cefalosporinas Sulfa + Actinobacillus equuli Estreptomicina Ampicilina Trimetoprim Pododermatites Gram-positivos Gram.20 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 3. Penicilinas Cloranfenicol negativos Aminoglicosídeos Tilosina Tripanossomíase Trypanossoma equiperdum Diamidinas aromáticas SUtNOS Patologia Etiologia Droga 1* Escolha Droga 2S Escolha Artrite Mycoplasma hyorhinis Tetraciclinas Quinolonas Tiamulim Tilosina Lincomicina Mycoplasma hyosynoviae Espiramicina Eritromicina Candídiase (monolíase) Cândida sp. Escherichia Gentamicina Quinolonas Sulfa + Trimetoprim coli Klebsiella pneumoniae Cefalosporinas Penicilinas Pseudomonas aeruginosa Nitrofuranos Leptospirose Leptospira canicola Leptospira Penicilina G + Tetraciclinas icterohaemorrbagiae Estreptomicina Ampicilina Estreptomicina Neosporose Neospora caninum Clindamicina Pirimetamina + sulfonamida Nocardiose Nocardia sp. Sulfa + Trimetoprim Ampicilina Amicacina Minociclina (Continua) . Metronidazol Hemobartonelose Haemobartonetta Tetraciclinas canis Penicilina G Infecções cutâneas Stapbylococcus aureus S. segundo o agente etiológico (Continuação) CANINOS Patologia Etiologia Droga 1 * Escolha Droga 2* Escolha Babesiose Babesia canis Imidocarb Diaminas aromáticas Brucelose Brucella canis Sulfa + Trimetoprim Tetraciclinas Minociclina + Estreptomicina Borreliose (doença de Borrelia burgdorferi Tetraciclina Penicilina G Lyme) Eimeriose Eimeria sp. Amoxicilina Enrofloxacina Tetraciclinas Doxiciclina Sulfa (piodermites) pyogenes Streptococcus sp. cães e gatos.8 . Sulfonamidas Erliquiose Ehrlichia canis Doxiciclina Tetraciclinas Cloranfenicol Gengivite Gram-positivos Gram-negativos Penicilinas Clindamicina Doxiciclina Bacteroides sp. equinos. Amicacina Cloranfenicol Cefalosporinas Enrofloxacina Gentamicina Cloranfenicol Infecções urinárias Stapbylococcus sp. Eritromicina Cefalosporinas + Trimetoprim Lincomicina Infecções respiratórias Streptococcus sp.Qutmioterápicos Antimicroblanos e Antibióticos 21 QUADRO 3. Metronidazol + Penicilinas Espiramicina Eritromicina Giardíasc Giardia sp. Staphylococcus Ampicilina Amoxicilina Lincomicina Tilosina sp. suínos.Antibioticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos. Tosse dos canis Bordetetta bronchiseptica Sulfa + Trimetoprim Tetraciclinas Toxoplasmose Toxoplasma gondii Clindamicina Pirimetamina + sulfonamida Sulfadiazina FELINOS Patologia Etiologia Droga 1 ! Escolha Droga 2* Escolha Eimeriose Eimeria sp. suínos. Cefalosporinas Enrofloxacina Cloranfenicol Gentamicina Infecções urinárias Staphylococcus sp. pyogenes Streptococcus Eritromicina Cefalosporinas Sulfa + Trimetoprim sp. equinos. MetronidaZol Hemobartonelose Haemobartonella Tetraciclinas canis Penicilina G Infecções cutâneas Staphylococcus aureus Amoxicilina Enrofloxacina Tetraciclinas Doxiciclina (piodermites) S.8 . Gentamicina Quinolonas Cefalosporinas Eritromicina Streptococcus sp. Cloranfenicol Quinolonas Streptococcus sp. Tobramicina Cloxacilina Pseudomonas aeruginosa Polimixinas Neomicinas Cloranfenicol Prostatíte E. segundo o agente etiológico (Continuação) CANINOS Patologia Etiologia Droga 1 * Escolha Droga 2S Escolha Otite externa Staphylococcus sp.Antibioticoterapia sugerida em algumas patologias de bovinos. Gentamicina Quinolonas Sulfa + Trimetoprim Escherichia coli Klebsiella Cefalosporinas Penicilinas pneumoniae Pseudomonas Pneumonite felina Chlamydia psittaci Tetraciclina Eritromicina Quinolonas Cloranfenicol Rifampicina Toxoplasmose Toxoplasma gondii Clindamicina Pirimetamina + sulfonamida Sulfadiazina . Lincomicina Infecções respiratórias Streptococcus sp. coli Proteus Eritromicina Clindamicina Sulfa + Trimetoprim Staphylococcus sp. Ampicilina Amoxicilina Lincomicina Tilosina Staphylococcus sp.22 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 3. cães e gatos. Sulfonamidas Giardíase Giardia sp. As principais apresentações de sulfonamidas estão descritas no quadro 3. equinos. ceratoconjuntivite seca. Não atuam em locais ricos em PABA como as infecções piogênicas. VO. São drogas alternativas para o tratamento da pneumocistose e infecções causadas por Gram-negativos não fermentadores.Sulfadoxina: 100 mg/kg.Sulfadimetoxina: 27. IV. um largo número de bactérias Gram-negativas vem desenvolvendo resistência a estes fármacos. O ácido fólico é precursor de substâncias que vão formar os ácidos nucléicos bacterianos. a concentração do fármaco depende do tipo de sulfa. infecções renais em cães. que se caracterizam por conter moléculas de enxofre e grupamentos amina na molécula. há relatos de insuficiência renal. a cada 12 horas. Estão indicadas no tratamento de processos respiratórios. Atualmente. . ou tecidos necróticos contendo sangue. obstruções) e transtornos hemato-poiéticos (trombocitopenia e leucopenia). As sulfas são divididas em cinco tipos: sulfas de rápida absorção e excreção (sulfatiazol. . distúrbios das vias urinárias (cristalúria. Toxoplasma e outros coccídeos.A Leptospira. Usos Terapêuticos e Doses . No SNC. Clostridium perfringens e actinomi-cetos são na maioria sensíveis. .As sulfas estão indicadas no tratamento de todos os germes sensíveis a elas.Sulfametoxazol: 50 mg/kg. • Cães. VO. Fuso-bacterium. Apresentação . VO. sulfas de absorção rápida e excreção muito lenta e ação muito prolongada (sulfadoxina). Klebsiella e Pseudomonas aeruginosa são resistentes às sulfas. a cada 12 horas.Quimioterápícos Antlmicrobianos e Antibióticos 23 QUIMIOTERÁPÍCOS ANTIMICROBIANOS SULFONAMIDAS Características Gerais .São quimioterápi-cos derivados da sulfanilamida. hematúria. sulfas de rápida absorção e excreção lenta (sulfametoxazol). a cada 12 horas. na maioria das vezes. a cada 24 ou 48 horas. estes efeitos não foram observados em doses terapêuticas. e infecções por Gram-negativos aeróbicos em geral. são relatados em humanos. a cada 12 horas. Mecanismo de Ação . absorvidas via oral. VO. • Em felinos. VO. São quimioterápicos bac-teriostáticos. um precursor do ácido fólico. Espectro de Ação .5 mg/kg. SC. sulfas não absorvíveis via oral (sulfaguanidina). pois são muito lipossolúveis.As sulfas são. As sulfas podem ser satisfatoriamente empregadas para tratamento das infecções do trato gastrentérico. sulfas de rápida absorção e excreção lenta com ação prolongada (sulfadimetoxina). e sulfas de uso tópico. Em cães. Efeitos Adversos • Em geral. As sulfas são metabolizadas no fígado e excretadas na forma íntegra ou me-tabolizada pêlos rins.As sulfas competem com o ácido para-aminobenzóico (PABA). Resistência Bacteriana . sulfadiazina). clamídias. O efeito das sulfas é potencializado pelo trimetoprim. catarata). Podem ser utilizadas também nas cocci-dioses em geral e em especial na toxoplasmose. IM. ceratoconjuntivite seca. gatos. . e em cães. Atingem concentrações terapêuticas em quase todos os tecidos corpóreos. bovinos e suínos: . • Outros efeitos tóxicos são relacionados com cada tipo de sulfa (diáteses hemorrágicas. IV. SC. IM. Ligam-se a proteínas plasmáticas de forma variável.Sulfaguanidina: 100 a 250 mg/kg.Sulfadiazina: 50 mg/kg.As sulfas são ativas frente a bacilos Gram-negativos entéricos. IV.9- . cocos aeró-bicos Gram-positivos. IM. Farmacocinética . causando bloqueio no metabolismo bacteriano. com um grupamento nitroso na porção 5 do anel furano. a furazoli-dona e a nitrofurantoína. Pertencem a este grupo a nitrofurazona.DERIVADOS DO NITROFURANO Características Gerais . Em algumas situações podem ser bactericidas .Os derivados do nitrofurano são substâncias bacteriostáticas que inibem a acetilcoenzima A do ciclo de Krebs. Mecanismo de Ação .São quimioterápicos derivados do 5-nitrofufural. Principais formulações das sulfonamidas utilizadas em Medicina Veterinária e disponíveis no Brasil Princípio ativo Nome comercial Apresentação Sulfadiazina + Ibatrin pó e ibatrin Susp. Bactrim infusão Sol.2 g de trimetoprim . Sulfametoxazol Antiinfeccioso oral®(v) Susp. oral: 200 mg de Sulfadiazina + 40 mg de trimetoprim . Fansidar®. injetável®. com sulfametoxazol: 4 g + trimetoprin 0.. Vetrin velas®(v) Tabletes com l g de Sulfadiazina + 0. Sultrin suspensão*(v) Susp. injetável: 25 g/100 ml . injetável®(v) Bactrim» Sol. Comprimidos de 400 e 800 mg de sulfametoxazol associados a 80 ou 160 mg de trimetoprim .frascos trimetoprim injetável*(V) de 20 ml.caixa com 30 tabletes. Solução injetável: ampolas de 2. Sulfadoxina Borgal% Sol. injetável (frasco-ampola): 150 mg de sulfametoxazol e 40 mg de trimetoprim .frasco-ampola): 40 g de Sulfadiazina + 8 g de trimetoprim ..8 g tri- metoprim.8 g de trimetoprim/ 100 ml . injetável (frasco-ampola): 40 g de Sulfadiazina + 8 g de trime- toprim — frasco de 15 ml. Sulfaganidina Sulfaganidina Comprimidos de 500 mg .200 ou 400 mg/5 ml + 40 ou 80 mg de trimetoprim . Susp..frasco com 100 ml. injetável (frasco-ampola): 25 mg de sulfametoxazol + 5 de tri- metoprim . Susp.0. injetável: 400 mg de sulfametoxazol + 80 mg de trimetoprim 5 venosa®(H) ml. oral: sulfametoxazol . Sulfadimetoxina In-201% Sol..frascos de 20 e 50 ml.caixas de 200 comprimidos. . metoprim/ml.frascos de 50 ml. injetável (frasco-ampola): 4 g de Sulfadiazina + 0. oral com 400 mg de Sulfadiazina + 80 mg trimetoprim/ml - frasco de 200 ml.frascos com 100 ml. calbos®. Tridoxin®(v)Trissulfin Sol.5 ml com 500 mg de sulfadoxina + 25 mg de pirimetamina. Sulfaprim Comprimidos de 500 mg de sulfametozaxol + 100 mg de trimetoprim comprimidos®^ — caixa com 100 comprimidos. Sulfatec injetável®(v) Sol. Tribissen injetável e Sol.frascos de 20 ml.9 . Susp. Comprimidos de 500 mg de sulfadoxina + 25 mg de pirimetamina . injetável de 20 g/100 ml de sulfadoxina e 4 g de trimetoprim. injetável (frasco-ampola): 20 g de sulfametoxazol + 4 g de tri- metoprim/100 ml . Sulfametoprim®(v) Sol..frascos de l. Sulfamax®(v)Supertrim Sol.8 g/100 ml em + trimetoprim frascos de 100 e 250 ml. injetável (frasco-ampola): 200 mg de sulfametoxazol + 40 mg de trimetoprim/ml . Sol.caixas com 20 comps. injetável (frasco-ampola): 400 mg de Sulfadiazina + 80 mg tri- oral18.frasco de 100 ml.frascos de 20 e 100 ml.24 Manual de Terapêuílca Veterinária QUADRO 3. 20 e 50 ml. Injetável (cada 100 ml . injetável: 200 mg/ml .frascos de 100 e 250 ml. oral com 4g de sulfametoxazol + 0.caixa com 50 comps.. Diastin«(V) Sol.. A mente três gerações de quinolonas: quinolonas de nitrofurantoína é absorvida via oral e rapidamente primeira geração (ácido nalidíxico e ácido excretada via biliar e renal. Eumetrite-s®v Solução tópica . norfloxacina. A nitrofurazona é utilizada topicamente no Espectro de Ação . rano utilizadas em Medicina Veterinária e dispo. orbiflo- para Gram-positivos. ofloxacina. urinários e extra-intestinais.frascos de 500 ml.2% . coli. não apresentando oxonílico) utilizadas antigamente como antissépti- concentrações adequadas nos tecidos extra. baixa toxicidade e concentrações excelentes Efeitos Adversos no sangue e tecidos. Mecanismo de Ação .As quinolonas são um Farmacocinética . esparfloxacina) com periférica. . Furacin solução"v. Proteus sp. micoplasma e infecções urinárias por gram-negativos. Gram-negativos.A absorção oral é rápida. QUADRO 3. teriana é frequente em Gram-negativos e variável pefloxacina. . Giardia. a cada 6 horas. sua Apresentação . A nitrofurantoína. Solução a 0. sanguíneas e problemas alérgicos. quinolonas de segunda geração (fluorqui-nolonas Resistência Bacteriana . enzima que controla a direção e produção. concentração urinária.Principais apresentações de nitrofuranos Princípio ativo Nome comercial Apresentação Nitrofurazona Furacin pomada®V Bisnagas com 0. Chlamydia. micoplasma. A secreção renal tubular ativa resulta em uma alta níveis no Brasil. abscessos.O quadro 3. a cada 12 horas. quinolonas de terceira • Doses elevadas causam neurotoxicidade geração (levofloxacina.pomada tópica. Gram-positivas. atualmente na veterinária. . pode provocar náuseas.frascos de 500 ml.. ser evitados. além de serem eficazes contra o Streptococcus vómitos e com menos frequência discrasias pneumoniae. A excreção ocorre por via renal e biliar. sendo indicada apenas em Gram-negativas. não atua fluorquinolonas (amplo espectro): bactérias sistemicamente. QUILONOMAS sitivos.10 . . Trichomonas e Cândida.A nitrofurazona é empregada grupo de agentes antimicrobianos bacterici-das apenas topicamente. Farmacocinética . quinolonas de segunda geração- de enterites bacterianas. A furazolidona é absorvida de amplo espectro e grande utilidade tanto na via oral e metabolizada nos tecidos.A resistência bac.0. os derivados do nitrofurano devem extensão do espiralamento das cadeias de DNA.Furazolidona: 4 mg/kg.frasco com 70 ml. A furazolidona é indicada no tratamento (Pseudomonas). Pseudomonas.Quinolonas de primeira tratamento de feridas superficiais contaminadas e geração (pequeno espectro): E. sendo apenas Medicina quanto na Veterinária. pois deixam resíduos em carne ou leite.Em animais de bacteriana. Klebsiella e xacina e marbofloxacina) são as mais utilizadas Proteus são resistentes. Gram-positivas. Existem atual- 5% da dose administrada excretada na urina.Qulm/olerápicos Antimicroblanos e Antibióticos 2 5 Espectro de Ação .5 mg/kg.2 g/100 ml . próstata. ciprofloxacina. osso e principais formulações de derivados do nitrofu. com amplo espectro de ação. • Em doses adequadas.Atuam sobre Gram-po. quinolonas de terceira geração: bactérias • Cães e gatos: Gram-negativas.10 apresenta as distribuição é ampla e inclui o SNC. cos urinários e consideradas de pequeno espectro.2 g/100 g . espectro de ação similar às de segunda geração.caixa com 14 comps. Chlamydia e Streptococcus pneumoniae. Nitrofurantoína Macrodantina*H Cápsulas de 100 mg . Furazolidona Comprimidos de 200 mg . enrofloxacina. Furazolidona®H Suspensão oral com 50 mg/5 ml . Características Gerais .Inibição da DNA girase Usos Terapêuticos e Doses . Trypanossoma.Nitrofurantoína: 2. danofloxacina.caixa com 24 cápsulas. Apresentação . SC.Orbifloxacina: 2.5 a 5 mg/kg. Giardia e Entamoeba. 24/24 horas. IM. danofloxacina (Advocin®).Enrofloxacina: 2.Danofloxacina: 1. como Clos-tridium. 24/ 24 horas. 24/ 24 horas. . Mecanismo de Ação . são o tinidazol e o nimorazol. • Equinos: . NlTROIMIDAZÓIS Características Gerais . 12/12 horas.26 Manual de Terapêutica Veterinária Resistência Bacteriana . a ciprofloxacina (Cipro®) e a ofloxacina (Floxstat®). Recentemente. prostatites.Os nitroimidazóis são um grupo de drogas com atividade antibacte-riana e antiprotozoária. EV 12/12 ou 24/24 horas. Fusobacteríum e Bacteroides.Infecções do trato urinário principalmente as causadas por Pseudomonas aeruginosa. osteomielites por Gram-negativos. antiácidos contendo zinco. • Cães e gatos: . IM. VO. 12/12 horas. 24/ 24 horas. varfarina (aumento do tempo de protrombina). VO. IV. 24/ 24 horas. O composto mais conhecido deste grupo e mais utilizado na veterinária é o metronidazol. . Efeitos Adversos . favorecendo o surgimento de bactérias mutantes que resistem às qui-nolonas em virtude de alterações no local de ligação na DNA girase. .5 mg/kg. SC.25 mg/kg. • Bovinos: . Pode causar tremores e convulsão em pacientes suscetíveis.Danofloxacina: 1. e protozoários. infecções do trato respiratório por Gram-negativos. Flotril®). . meningoencefalites e endo-cardite estafilocócica.Norfloxacina: 22 mg/kg. magnésio. e para reduzir o risco de aparecimento de resistência bacteriana sem induzir toxicidade. alumínio ou cálcio (decréscimo da biodisponibilidade de quinolona). originários de sua redução intracelular com o DNA formando-se um complexo que inibe a replicação e inativa o DNA. mas também utilizadas na veterinária. como no caso da avicultura e pecuária.O quadro 3.5 a 7. IM. IV. . IV 24/ 24 horas.25 mg/kg. otites externas. atuando contra bactérias anaeróbicas obrigatórias.5 mg/kg.O metronidazol tem sua ação resultante de ligação de produtos intermediários. • Suínos: .5 a 5 mg/kg. infecções do trato gastrintestinal. incluem a norflo-xacina (Floxacin®).11 descreve as principais apresentações de fluorquinolonas utilizadas na veterinária no Brasil.Enrofloxacina: 5 mg/kg.5 a 5 mg/kg.Enrofloxacina: 2. 24/24 horas ou 5 a 10 mg/kg. Ocorre intera-ção medicamentosa com drogas antiinflamatórias não-esteróides (excitação do SNC). As fluorquinolonas de uso veterinário incluem a enrofloxacina (Baytril®.Ciprofloxacina: 5 a 15 mg/Kg. VO. como Trichomonas. SC.Artropatia por erosão da cartilagem articular em cães jovens de crescimento rápido. SC. outros compostos deste grupo e utilizados na Medicina Humana. IM. metilxantinas (toxicidade do SNC). e em cães de grande porte nos primeiros 18 meses de vida. infecções cutâneas como piodermites.Enrofloxacina: 2. IM. devido a diferenças no pico de concentração plasmática da enrofloxacina nessas espécies. orbifloxacina (Orbax®) e marbofloxacina (Zeniquim®) (estas duas últimas sem apresentação no Brasil). Espectro de Ação . IM.É relativamente rara e pode se desenvolver em regimes terapêuticos prolongados com subdoses. SC. Pode ocorrer reação no local da aplicação subcutânea com aparecimento de paniculite. portanto deve ser evitado em cães de pequeno a médio porte nos primeiros 8 meses de vida. .Marbofloxacina: 2. VO. As fluorquinolonas de uso em seres humanos. VO. SC.O metronidazol é um agente bactericida e protozoaricida. . VO. 12/12 ou 24/24 horas. Usos Terapêuticos e Doses . VO. nos Estados Unidos o intervalo entre doses da enrofloxacina foi alterado de 24 para 12/12 horas para cães e gatos. O metronidazol é bem absorvido oralmente e distribuído amplamente pelo organismo com boa penetração no SNC. A excreção ocorre pela urina e fezes. . A droga é metabolizada por oxidação e conjugação no fígado.Farmacocinética . Orbifloxacina Efeitos Adversos . Frasco-ampola de 400 mg com 10 ml.caixa com 10.envelopes laminados de 75 e 150 g. Comp. 12/12 horas. VO.frasco de 20. Pig Doser . 24/24 horas ou 22 a Apresentação . 500 Advocin.caixa com 10.O metronidazol é aplicações (tricomoníase).caixa com 10. (500 mg) ou 300 ml (1500 mg) ginecologico – tubo com 50 g de geléia com nistatina – tubo com 50 g de creme + aplicador . e 150 mg . Comp.frasco de 500 ml. giardíase e amebía-se.7% . utilizado no tratamento de infecções por bactérias • Equinos: 7.caixa com 14. Comp. Solução injetável a 2.Principais apresentações das fluorquinolas utilizadas na Medicina Veterinária Princípio ativo Nome comercial Apresentação Ciprofloxacina Cipro Comp. pois apresenta teratogeni.12 descreve as 25 mg/kg. durante principais apresentações de metronidazol. 24/ 24 horas cidade.5% . VO.caixa com 14. Solução para infusão Baytril 0. 50 e 100 ml. Solução injetável a 0.. O animal pode produzir urina de coloração (infecções anaeróbicas).frasco-ampola de 10 e 50 ml. 250 mg . Solução oral 10% . castanho-clara após a ingestão de metronidazol.40 mg/ml frasco com 120 ml.caixa com 10.O quadro 3. Quimloterápicos Antimicroblanos e Antibióticos 2 7 QUADRO 3. 8/8 horas prolongados podem provocar neurotoxicidade (infecções anaeróbicas). dias (giardíase).estojo com 24. 50 mg . . Enrofloxacina Solução injetável a 5% — frasco de 10 ml. 250 mg — estojo com 20.frasco-ampola de 20 ml.5% . Floxinol([ Comp. 50 mg . 8/8 horas anaeróbicas. 15 a 25 mg/kg. 14 e 50 comps. (nistagmo. Norfloxacina Floxacin(I 400 mg . 5.2% em frasco com 100 e 200 ml. VO. 400 mg . É (giardíase). Pediátrico (suspensão oral) .. ataxia. QUADRO 3. IV. Comp. VO.caixa com 10. Orbax.12 . a cada 12 horas/3 Usos Terapêuticos e Doses . Solução injetável a 10% . Comp.frasco e bolsa plastica de 100 ml. VO. ruminantes e equinos. Solução injetável a 10% . 50 100 e 250 ml. Pig Pump .11 . 10 a 25 mg/kg.frasco de 100 ml. Comp. 400 mg Ofloxacina Floxtat.frasco de 10 e 50 ml. mg — frasco com 6. e 150 mg . Pó solúvel 16.5 mg/kg.. gatos. 8/8 ou 12/12 utilizado em cães.caixa com 10.. 12/12 horas durante 5 em animais gestantes. Comp. • Ruminantes: 75 mg/kg. 14 ou 20. 14 e 50 comps.7 mg . Solução injetável a 10% .frasco de 20.Doses altas ou tratamentos 5 dias (giardíase).Principais apresentações do metronidazol Principio ativo Nome comercial Apresentação Metronidazol FlagyL Comp.5% . Comp. tremores).7 e 22. 400 mg .frasco de 100 ml. • Cães: 25 a 65 mg/kg. 10 mg/kg.caixa com 6. FlotriL Danofloxacina Solução injetável a 2.frasco com 6. IV. 10. Não deve ser utilizado • Gatos: 22 a 25 mg/kg. horas (infecções anaeróbicas). VO. tricomoníase. 200 mg . pois podem provocar quadros de hipersensi-bilidade. sulfobenzilpenici-linas e ureidopenicilinas) e seus análogos (amidinopenicilinas). Entretanto. sendo rapidamente inativadas em pH 2 ou 8. frequente nos processos inflamatórios. É desacon-selhável o uso de penicilinas naturais por via tópica. mesmo em presença de inflamação. e funciona como reservatório da mesma. apenas a benzilpenicilina pode ser administrada via intravenosa. Das penicilinas naturais. ácido clavulânico. oxicefamixinas. obtida pela associação da NN'dibenziletileno-diamina à penicilina G. Praticamente 100% das linhagens de Staphylococcus aureus e aproximadamente 80% das outras linhagens de Staphylococcus são produtoras de P-lactamases. As proteínas em que as penicilinas se ligam são denominadas proteínas fixadoras de penicilina (PPB). são naturalmente resistentes às penicilinas naturais. A penicilina G-benzatina é utilizada somente por via intramuscular e mantém concentrações séricas por 2 a 7 dias. espiro-quetas e actinomicetos. seus derivados semi-sintéticos (isoxacilpenicilinas. Espectro de Ação . 60% se liga às proteínas plasmáticas. principalmente os anaeróbicos. amidinopenicilinas. Mecanismo de Ação .As penicilinas naturais são ativas contra bactérias Gram-positivas aeróbi-cas e anaeróbicas. A penicilina G- procaína é utilizada somente por via intramuscular e mantém concentrações séricas por 12 a 24 horas. sendo inativa nesta forma. Estes ésteres são pouco solúveis em meios líquidos e apresentam tempo de absorção e picos séricos maiores do que a penicilina G-cristalina.A primeira penicilina obtida foi a penicilina G-cristalina ou benzil-penicilina. X. K.A penicilinas naturais são instáveis em meios ácidos. são ativas em pH ligeiramente ácido. com exceção da penicilina V. Entre estes ésteres. A penicilina G-cristalina mantém níveis séricos durante 4 horas. No entanto. Os bacilos Gram-negativos aeróbicos ou anaeróbicos. As penicilinas naturais são metabolizadas no fígado e excretadas por via renal.A penicilina G e seus ésteres são bactericidas. sendo obtidas a partir de culturas de fungos do género Penicillium. Penicilinas e Análogos As penicilinas constituem um grupo de P-lactaminas com núcleo central composto pelo ácido 6- aminopenicilânico. limitando seu uso isolado em Medicina Veterinária. que ocorrem em animais. cefamixinas. carreando o fármaco para tecidos com exsudação rica em proteínas. cefalosporinas. carboxipenicilinas. O. esta ligação é reversível. A maioria dos bacilos Gram-negativos. A penicilina G não apresenta concentrações intracelulares suficientes para combater germes nesta localização. A curta duração do tempo de ação da penicilina G-cristalina levou ao desenvolvimento de ésteres de penicilina com ação prolongada. sendo estas últimas pouco utilizadas em Medicina Veterinária. são utilizados a penicilina G-procaína. cocos Gram-negativos. na qual a permeabilidade vascular está aumentada. dependendo da dose. Do total de penicilina G administrada. Não penetram na próstata e olho. sulbactam e os antibióticos mo-nobactâmicos.28 Manual de Terapêutica Veterinária ANTIBIÓTICOS ANTIBIÓTICOS P-LACTÂMICOS Os antibióticos p-lactâmicos ou p-lactaminas constituem um grupo de fármacos com presença de um grupamento químico denominado anel P-lactâmico. o que impede sua administração via oral. a descoberta de variações naturais nos radicais da benzilpenicilina originaram as penicilinas. aminopenicilinas e análogos. carbapemênicos. Elas provocam a lise os-mótica celular ao se ligarem e inibirem as enzimas (transpeptidases de membrana) que sintetizam um componente de parede celular bacte-riana denominado peptideoglicam. Resistência Bacteriana . Pertencem a este grupo as penicilinas naturais (pe-nicilina G. que é obtida pela associação da pro-caína à penicilina G e a penicilina benzatina. Pertencem a este grupo as penicili-nas. principalmente em presença de inflamação. penicilina V). com exceção do género . são naturalmente resistentes à penicilina G. F. e V. Sequencialmente.As penicilinas naturais são inativadas por enzimas denominadas p-lactamases. Farmacocinética . As penicilinas naturais se difundem bem em quase todos os tecidos corpóreos. Penicilinas Naturais Características Gerais . .Pasteurella. clostridioses gangre-nosas.Penicilina G-benzatina: 20. a cada 12 horas.O quadro 3. Farmacocinética . pyogenes. • Distúrbios de coagulação foram registrados em humanos.S. a cada 6 ou 8 horas.As isoxazolipeni-cilinas apresentam uma cadeia lateral isoxazolil no ácido 6-aminopenicilânico. B.000 a 40. São especialmente sensíveis a baixas concentrações destas drogas. suis). cloxacilina. a cada 12 a 24 horas. Mecanismo de Ação . Não sofrem acúmulo em pacientes com insuficiência renal. aumentado a concentração sérica destes antibióticos. VO. D e G de Lancefield (adenite equina .000 a 40.É um grupo de penicilinas. Listeria e clostrídios. . SC. IM.5. Erysipelothrix rhusiopathiae e Bacillus anthracis. bacilos Gram-positivos como a Listeria monocytogenes. IM.Penicilina G-procaína: 20. B.000 a 40. Espectro de Ação . SC. dicloxacilina e flocloxacilina. a cada 6 horas.Agem de maneira semelhante às penicilinas naturais. Staphylococcus produtor ou não de P-lactamases. IM.Penicilina G-benzatina: 20.Penicilina G-cristalina (benzilpenicilina): 20. ence-falite dos leitões . . C.000 UI/ kg.000 a 40. bovis. pois não penetram em sua parede celular. IV. sendo denominados de Staphylococcus . que apresentam estabilidade em pH ácido e pode ser administradas por via oral ou parente-ral. IV. .000 Ul/kg.000 a 40.Penicilina G-procaína: 20. IM. Os Staphylococcus resistentes a oxacilina possuem resistência cruzada com a meticilina.Penicilina V: 10 mg/kg.Quimioterápicos Antimicrobianos e Aníibióticos 29 Efeitos Adversos • Penicilina G é capaz de causar paraefeitos irritativos e desencadear quadros de hi-persensibilidade em animais previamente medicados com este fármaco. IM.São ativas frente a Streptococcus do grupo A. Não atuam sobre Gram-negativos. • A infusão rápida intravenosa pode causar distúrbios neurológicos e convulsões. a cada 2 a 5 dias. Apresentação .000 Ul/kg. .000 a 40. Resistência Bacteriana . a cada 48 horas. aeróbicas ou anaeróbicas. • Bovinos. suínos. caprinos e ovinos: . a cada 8 horas. . IM. infecções por espiroquetas (Brachyspira. equi.Penicilina G-cristalina (benzilpenicilina): 20. actinomice-tos do género Arcanobacterium actinomyces e pasteureloses. SC.000 Ul/kg. • Pacientes com insuficiência renal grave (IRA) devem ter o intervalo entre doses ajustado. tendo ação bactericida ao inibir a síntese de parede celular.S. • Cães e gatos: . -Penicilina G-procaína: 20. . Leptospira.13 apresenta as principais formulações das penicilinas naturais utilizadas em Medicina Veterinária e disponíveis no Brasil. IM. Sua absorção via oral é influenciada por alimentos. a cada 4 horas. a cada 24 a 48 horas. Borrelià).000 Ul/kg. IM. S. C e G. SC. SC. Usos Terapêuticos e Doses .000 Ul/kg.Penicilina G-cristalina: 20. SC. Pertencem a este grupo a oxacili-na.000 Ul/kg. Penicilinas Semi-sintéticas Isoxazolipenicilinas Características Gerais .000 a 40. S. O tempo de duração do tratamento varia de acordo com a afecção envolvida.000 Ul/kg.Penicilina G-benzatina: 24.As isoxazolilpenici-linas não têm ação sobre bactérias Gram-nega-tivas.000 a 40. • A fenilbutazona e o ácido acetilsalicílico competem pêlos locais de ligação da peni-cilina. IV. agalactiae. Distribuem-se amplamente nos tecidos corpóreos.As penicilinas naturais são indicadas no tratamento de infecções por Streptococcus dos grupos A. o que confere a este grupo resistência a ação de algumas das P-lactamases. mas não atravessam a barreira hemato-encefálica na ausência de inflamação. germes do género Staphylococcus. • Equinos: . pneumonias .000 UI/ kg. • A benzilpenicilina é inativada em soluções contendo complexo B e vitamina C. Liga-se em 90 a 97% às proteínas plasmáticas e são eliminadas via renal e em menor parte pela via biliar. a cada 12 ou 24 horas. Este grupo de Staphylococcus é caracterizado por apresentar múltipla resistência a diversos antimicrobianos.meticilina-resistentes. . 30 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 3.13 - Principais apresentações das penicilinas naturais Princípio ativo Nome comercial Apresentação Sol. injetável (cada frasco-ampola): pen. G-proc. - 3.750.000 UI, pen. G- Penicilinas pot. - 1.250.000 UI, estreptomicina - 2.000 mg. naturais Agrodel®( associadas (com Sol. injetável (cada 100 ml): pen.G-proc., - 10.000.000 UI pen. G-benz. - ou sem 10.000.000 UI diidroestreptomicina - 20.000 mg. Frasco-ampola de 20 e estreptomiclna) ) Agropen L.A.®(V) 50 ml. Sol. injetável (cada frasco-ampola): pen.G-proc. - 4.000.000 UI, pen.G- - Penicilina G- pot. - 1.350.000 UI. benzatina (pen. Agrothal®(v) G-benz.) Sol. injetável (cada frasco-ampola): pen. G-proc. - 1.800.000 UI, pen. G-pot. - 600.000 UI, estreptomicina - 2.000 mg. - Penicilina G- potâssica (pen. Agrovet«(v Sol. injetável (cada frasco-ampola): pen. G-benz. - 1.200.000 UI, pen.G- G-pot.) pot. - 600.000 UI, pen.G proc. - 600.000 UI. - Penicilina G- Sol. injetável (cada frasco-ampola): pen. G-benz. - 3.000.000 UI, pen. procaína (pen. ) Farmabiótico G.A.®0 reforçado®{v) G-pot. - 1.500.000 UI, pen. G-proc. -1.500.000 UI - frasco- G-proc.) ampola. Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-benz.- 600.000 UI, pen. G- Multibiótico proc. - 300.000 UI, pen. G-pot. - 300.000 UI, estreptomicina - 500 mg + diclofenaco associado. Sol. Injetável (cada frasco-ampola) - pen.G-benz. - 1.200.000 UI, pen. G-pot. - Pencivet plus*(v) Penfort«(v) 600.000 UI pen.G-proc. - 600.000 UI, Estreptomicina -1.000 g + diclofenaco associado. Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-benz. - 1.200.000 UI, pen.G- Pentabiótico veterinário1"^ pot. - 600.000 UI, pen.G-proc. - 600.000 UI, estreptomicina - 500 mg, diidroestreptomicina - 500 mg. Pentacilin®(v)Septipen®(v) Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-sód. - 500.000 UI, pen. G-proc. - 2.500.000 UI, diidroestreptomicina - 3.000 mg + tripsina e quimiotripsina. Spectrocilin®(v) Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-benz. - 3.000.000 UI, pen. G-pot. - 1.500.000 UI, pen.G-proc. - 1.500.000 UI, estreptomicina - 2.000 mg. Penicilina Potencilin*(v) Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-pot. - 2.500.000 UI, pen. G- benz. - 2.500.000 UI, estreptomicina - 2.000 mg. Penicilina G- Prontocilin®(v) procaína + Sol. Injetável (cada 100 ml): pen.G - proc. 25.000.000 - frasco-ampola de 20 e estreptomicina 50 ml. Penicilina Benzatina®,,. Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-proc. Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-proc. - frascos de 20 e 50 ml. Benzilpenicilina Benzilpenicilina (G-potássica) G-potássica*(H) Sol. Injetável (cada frasco-ampola): pen.G-benz. - 3.000.000 UI. Penicilina V Meracilina®,, Sol.injetável (cada frasco-ampola): pen.G-pot. - 1.000.000 UI ou 5.000.000 UI ou 10.000.000 UI. Comp. com 500.000 UI, caixa com 12 comps. Quimioterápicos Antimicroblanos e Antibióticos 31 Efeitos Adversos Mecanismo de Ação - À semelhança das • Podem ocorrer superinfecções, efeitos irrita-tivos penicilinas naturais, as aminopenicilinas são bac- e de natureza alérgica. tericidas e inibem a síntese de parede celular • Menos comum: tromboflebite quando admi- bacteriana. nistradas por via parenteral, vómitos e diarreia nas Espectro de Ação - São ativas frente a bactérias formulações orais. Gram-positivas e diversas bactérias Gram- • Em humanos, neutropenia foi associada ao uso negativas. prolongado da oxacilina. Usos Terapêuticos e Doses - A oxacilina e seus Farmacocinética - Quando administrados por derivados são indicados para o tratamento de via oral, os análogos da ampicilina (amoxicilina) todos os germes sensíveis ao fármaco, sendo são mais bem absorvidos (na presença de alimentos) do que a ampicilina. Difundem-se bem especialmente indicados nas estafilococcias (pio- em todos os tecidos corpóreos e a amoxicilina, dermites, osteomielites), em que outros antimicro- em especial, apresenta concentrações elevadas em bianos falharam. São utilizados sistemicamante secreções nasais, seios nasais, bile e ouvido apenas em animais de companhia. médio. Apresentam baixo percentual de ligação a • Equinos: proteínas plasmáticas (10 a 30%), sendo - Oxacilina: 22 a 40 mg/kg, SC, IV, IM, a cada 8 excretados via renal. Pacientes com insufi- ou 12 horas. ciência renal de qualquer grau, ou animais jo- • Cães e gatos: vens, devem receber doses em intervalos - Oxacilina: 22 a 40 mg/kg, SC, IM, IV, a cada 8 maiores. horas. - Dicloxacilina: 25 mg/kg, IM, VO, a cada 6 Resistência Bacteriana - Não são ativas contra horas. Klebsiella, Proteus indol-positivo e Pseu- domonas. A resistência é mediada por P-lacta- Apresentação - O quadro 3.14 apresenta as mases ou mutações nas PPBs. Amoxicilina e principais formulações das isoxazolipenicilinas ampicilina apresentam resistência cruzada em utilizadas em Medicina Veterinária e disponíveis quase 100% das vezes. A resistência a ampicilina no Brasil. vem aumentando dramaticamente nos últimos anos, em decorrência da larga utilização deste Aminopenicilinas fármaco na Terapêutica Veterinária e Humana. Características Gerais - As aminopenicilinas são Para contornar o problema da produção de p- resultado da fusão do ácido 1-a-aminofe- lactamases, a ampicilina e seus análogos têm sido nilacético com o ácido 6-aminopenicilânico. Per- associados a inibidores de P-lactamases, entre os tencem a este grupo a ampicilina e suas pró- quais o ácido clavulânico e o sulbactam. drogas (metampicilina) e análogos da ampicilina como a amoxicilina e a ciclacilina. A amoxicilina Efeitos Adversos age em sinergismo com o ácido clavulânico, um • Os principais efeitos são ocorrência de reações inibidor de P-lactamases. de hipersensibilidade. QUADRO 3.14 - Principais apresentações de isoxazolipenicilinas Princípio atívo Nome comercial Apresentação Staficilin-N®(H) Sol. injetável - frasco-ampola de 500 mg + 3 ml de diluente Oxacilina Dicloxacilina Dicloxacilina estéril. Royton®(H) Susp. injetável (cada frasco-ampola) - 250 a 500 mg + 3 ml de diluente estéril. Suspensão oral com 62,5 e 125 mg/ml. 32 Manual de Terapêutica Veterinária • Em seres humanos, são relatados nefrotoxi- • Cães e gatos: cidade e distúrbios de coagulação. - Ampicilina: 10 a 20 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a • Sofrem acúmulo em pacientes com insuficiência cada 8 ou 12 horas. renal. - Ampicilina + sulbactam: 10 a 20 mg/kg, IV, IM, a cada 8 horas. Usos Terapêuticos e Doses - A ampicilina e seus - Amoxicilina triidratada: 6 a 20 mg/kg, SC, IV, análogos estão indicados para tratar infecções causadas por germes sensíveis, sendo úteis em IM, VO, a cada 8 ou 12 horas. infecções renais de cães (leptospirose, Ente- - Amoxicilina + ácido clavulânico: 12,5 a 25 rococcus), gastrenterites em várias espécies (Sal- mg/kg, VO, a cada 12 horas. monella, E. coli), piodermites (estafilococcias e - Amoxicilina + ácido clavulânico: 8,75 mg/ kg, estreptococcias), pneumonias, encefalites e outras IM, SC, a cada 12 horas. condições infecciosas. A amoxicilina, em especial, • Equinos, suínos e bovinos: é indicada para tratamento de otites, piodermites -Ampicilina: U a 22 mg/kg, SC, IV, IM, VO, a e pneumonias, tendo vantagem por ser melhor cada 8 ou 12 horas. -Amoxicilina triidratada: 11 a 22 mg/kg, SC, IV, absorvida por via oral do que a ampicilina. As IM, VO, a cada 8 ou 12 horas. aminopenicilinas apresentam si-nergismo com os -Amoxicilina + ácido clavulânico: 12,5 a 25 aminoglicosídeos. Derivados como a hetacilina não são empregados rotineiramente em Medicina mg/kg, VO, a cada 12 horas; 8,75 mg/ kg, IM, SC, Veterinária. A amoxicilina e ampicilina apresentam a cada 12 horas. efeitos potencializados por inibidores de (3- Apresentação - O quadro 3.15 apresenta as lactamases, sendo comumente empregados o principais formulações das aminopenicilinas uti- ácido clavulânico para a primeira e o sulbactam lizadas em Medicina Veterinária e disponíveis no para a segunda. Brasil. QUADRO 3.15 - Principais apresentações de aminopenlclllnas Princípio ativo Nome comercial Apresentação Agroplus®(v) Sol. injetável (cada 100 ml): 10 g de ampicilina + 25 milh. de Ampicilina + UI de colistina - frascos multidose com 20 e 50 ml. Sol. injetável sulbactam Ampicil% (cada frasco-ampola): 10.000 mg/250 ml. Sol. injetável (cada frasco- Amoxicilina Ampicilina ampola): 2.000 mg/10 ml. Amoxicilina + ácido Veterinária®o clavulânico AmPlax% Sol. injetável:120 mg/ml - frasco-ampola de 20 e 50 ml. Biomicin®,,,. Sol. injetável (cada frasco-ampola): de 500 mg de ampicilina + 500 mg de Ampicil«(H) estreptomicina. Amplotal«(H) Suspensão oral: 250 mg/5 ml — fracos de 60 ml. Sol. injetável de ampicilina benzatina (frasco-ampola): 250, 500 e 1.000 mg. Unasyn injetável*(H) Sol. injetável (cada frasco-ampola): 0,5/1,0 g ou 1/2 g de ampicilina/ sulbactam - caixa com 20 frascos. Bactrosina" ^ 8 Sol. injetável: 172,2 mg/20 ml - frascos com 20 ml. Ampicllina Amoxil®(H) Suspensão oral: 125 e 250 mg/5 ml - frascos de 80 e 150 ml. sódica ou Cápsulas de 500 mg - caixa com 15, 20 e 30 cáps. benzatina Clamoxyl L.A.®(V) Susp. injetável com 150 mg/ml - frasco-ampola com 100 e 250 ml. Clavamox RTU®(V) Susp. injetável com 140 mg de amoxicilina + 35 mg de ácido clavulânico - frascos-ampola de 40 e 100 ml. Prontoamoxy-L.A.® Suspensão injetável: 150 mg/ml - frasco ampola de 20 e 50 ml. quando administradas por via parenteral e núcleo central.16 . de coagulação e hepatite. Pertencem a este grupo a .16 apresenta as principais Gram-negativos. Mutações nas PPBs espectro de ação perante bacilos Gram-negativos que podem conferir resistência a essas drogas.Carbenicilina: 40 a 50 mg/kg. IV. drogas de uso parenteral indicada nas infecções causadas pêlos germes com pequena atividade antipseudomonas (cefotaxima. IV. inclusive Pseudomonas. . sendo ativas se acumula podendo causar convulsões.Apresentam atividade frente a Gram-positivos e uma gama maior de Apresentação . São subdivididas em drogas de uso parenteral com potente ação antipseudomonas Usos Terapêuticos e Doses .O quadro 3.As cefalosporinas são adequadas e persistentes para combater Pseudo. Características Gerais . sensíveis.A carbenicilina e a Cefalosporinas e Análogos ticarcilina só apresentam concentrações séricas Características Gerais . As de primeira geração são minadas sob forma ativa pela via renal. Deve. cefodizima. em geral. São por gotejamento contínuo.A carbenicilina é (cefoperazona.3 g + ácido clavulânico 0. -Ticarcilina + ácido clavulânico: 33 a 50 mg/kg. de maneira semelhante à penicilina . cefoxitina). no tratamento QUADRO 3. o ácido 7-aminocefalospo-rânico. IV. IM. positivo e Pseudomonas. de cefalosporinas. superando a ampicilina. 8 horas. as anteriores.São antimicrobia-nos IM a cada 4 ou 6 horas. a cada 6 ou carbenicilina e a ticarcilina.l e 5 g. subdivididas em dois grupos: as de absorção parenteral (cefalotina. antibióticos p-lactâmicos que apresentam como monas. ceftazidi-ma).As carboxipenicilinas resultam da fusão do ácido carboxílico com o ácido • Cães e gatos: 6-aminopenicilânico. hipersen. injetável . Quimioterápicos Antlmicroblanos e Antibióticos 3 3 Carboxipenicilinas de infecções por Pseudomonas e Proteus mul- tirresistentes. ser utilizada. em especial. A costuma ser resistente a este fármaco. . Farmacocinética . a cada 6 horas. porém sua utilidade em Medicina ceftriaxo-na. cefadroxil cefradina). distúrbios frente a uma gama maior de bacilos Gram-negativos. (Royton)®(H) Ticarcilina + ácido Timentin® „ Sol. SC. (cefuroxima. Existem atualmente quatro gerações ligam em 50% às proteínas plasmáticas e são eli. limitando seu uso na obtidas a partir de culturas de fungos do género Terapêutica Veterinária. Medicina Veterinária e disponíveis no Brasil.Ticarciclina . a droga outras cefalosporinas mais antigas. cefprozila) e parenteral • Podem ocorrer efeitos irritativos. pela segunda geração de cefalosporinas apresenta maior produção de (3-lactamases. por- tanto.Klebsiella.Ticarcilina + ácido clavulânico: 44 mg/kg G. Estas penicilinas se Cephalosporium. cefazolina) e as de Resistência Bacteriana . ceftiofur) e drogas de Veterinária é limitada pela dificuldade de absorção administrá-la (gotejamento contínuo). injetável (frasco-ampola) . cefaloridina. São drogas formulações das carboxipenicilinas utilizadas em especialmente ativas frente a Proteus indol. geração apresentam espectro de ação superior às • Em humanos com insuficiência renal.Principais apresentações de carboxipenicilinas Princípio ativo Nome comercial Apresentação Carbenicilina Carbenicilina Sol. sendo subdivididas em drogas de Efeitos Adversos absorção oral (cefaclor. bactericidas inibindo a síntese da parede celular • Equinos: bacteriana. absorção oral (cefalexina. Mecanismo de Ação .1 g frascos-ampola clavulânico de 13 ml. As cefalosporinas de terceira sibilidade e superinfecções. Espectro de Ação . As cefalosporinas estão indicadas em todos os processos infecciosos causados por germes sensíveis a elas. . IV.Cefixima (cães): 10 mg/kg.4 mg/kg. IV. IV. . casos de flebite. IM. IM. VO. IM. IV. genitais. a cada 24 horas para gatos. Podem ser utilizadas em infecções renais. já foram registradas. a cada 12 horas para cães e 22 mg/kg. • Podem ocorrer reações de hipersensibili-dade cruzada com as penicilinas. Farmacocinética . VO.Cefotaxima: 50 mg/kg. frente a bacilos Gram-negativos. IM. O tempo de duração do tratamento varia em função da afecção.Cefoperazona: 22 mg/kg.Cefazolina: 20 a 35 mg/kg. . SC. A cefalexina está indicada principalmente em casos de piodermites. a cada 6 horas. .Cefalotina: 10 a 30 mg/kg. a cada 6 ou 8 horas. O ceftiofur está indicado nos casos de pneumonias em animais de produção. em especial. . Apesar de serem mais potentes frente às bactérias Gram-negativas.Todas as cefalosporinas apresentam boa ação frente à maioria das bactérias Gram- positivas e Gram-negativas. IM.Cefaclor: 4 a 20 mg/kg. IM. a cada 12 horas para cães e 20 a 80 mg/kg. mas especialmente as de primeira e segunda gerações atingem boas concentrações em pele e tecido subcutâneo. a cada 8 horas. a cada 4 ou 8 horas. Mecanismo de Ação . Pseudomonas são resistentes às duas primeiras gerações. VO. a cada 6 horas. . . a cada 12 horas. Espectro de Ação . porém são menos ativas frente a Gram-positivos. • Cães e gatos: . Efeitos Adversos • A maioria das cefalosporinas é bem tolerada. as cefalosporinas mais recentes são menos potentes frente a Staphylococcus. • Sendo a excreção dessas drogas efetuada por via renal. SC. em geral. As cefalospo-rinas de quarta geração apresentam maior potência que as anteriores. 34 Manual de Terapêutica Veterinária oral (cefixima. A maioria é excretada sob forma ativa na urina e algumas pela via biliar (cefoperazona). . IM.Algumas cefalosporinas podem ser absorvidas via oral. . respiratórias. cefetamet pivoxil).Cefadroxil: 22 a 30 mg/kg. IV.Ceftiofur: 2. as cefalosporinas inibem enzimas transpeptidases de membrana que sintetizam os peptideoglicans da parede celular bacteriana. IV.Cefoxitina: 30 mg/kg. a cada 8 horas. a cada 24 horas. atravessam mal a barreira hematoencefálica. .Apenas as cefalosporinas de terceira geração são ativas frente Pseudomonas. dada a boa ação frente a Staphylococcus e boa difusão em tecidos queratinizados. as cefalosporinas sofrem acú-mulo em pacientes com insuficiência renal. • Discrasias sanguíneas. Usos Terapêuticos e Doses . IV.Cefepima: 50 mg/kg.2 a 4.Ceftazidima: 30 mg/kg. A cefalotina é inativada pelo Ringer lactato. ocorrendo. . a cada 8 horas. • As cefalosporinas causam nefrotoxicidade quando utilizadas por períodos prolongados em seres humanos. é considerada nefrotóxica para seres humanos. As cefalosporinas de uso exclusivo parenteral têm sido utilizadas na profilaxia de infecções pós-cirúrgicas. cefepima). O custo é um fator limitante à utilização dessas drogas em Medicina Veterinária. porém são menos potentes frente a gram-positivos (cefpiroma. Cefalosporinas de geração mais recente são mais ativas frente a bacilos Gram- negativos. alergia e distúrbios de coagulação. As cefalosporinas de primeira geração são as mais utilizadas em Medicina Veterinária. SC. causadas por mie-lotoxicidade em animais tratados por longos períodos. Distribuem-se bem em todos os tecidos. IM. VO. . IV. levando-as a lise osmótica. A cefoperazona é contra-indicada em pacientes com insuficiência hepática. Em geral. IV.Cefalexina: 10 a 30 mg/kg. a cada 12 horas. São drogas menos suscetíveis as (3-lactamases que as penicilinas. Resistência Bacteriana . de tecidos moles e osteoar-ticulares. enquanto outras só podem ser administradas via parenteral. a cada 8 ou 12 horas. VO. A cefaloridina.À semelhança das penicilinas. 500 e 1. a cada 24 horas. em gotas (1 gota = 5 mg) . a cada 6 ou 8 horas. geração) intravenosa®. geração) Cefotaxima (3* Cefotax®(H) Sol.000 mg.. IV.frasco-ampola.Ceftiofur: l a 2 mg/kg. injetável (frasco-ampola): 1 ou 2 g.000 mg . 1 g e 2 g. IM. a cada 6 ou 8 horas. IV. injetável (frasco-ampola): 1 e 2 g. IV..Cefalotina: 20 mg/kg. IM.Cefoxitina: 30 a 40 mg/kg. geração) Cefepima (*' MaxceP(H) Sol. geração) Cefazolina (1* KefaZol*(H) Sol. • Bovinos (bezerros): .frascos com 20 e 80 ml. . injetável (frasco-ampola): 500 mg e 1 g. Drágeas de 550 e geração) 1. . 1 Equinos: . geração) Ceftazidima (3* Fortaz*(H) Sol.000 mg. injetável (frasco-ampola): 500 e 1. VO. IM.frasco com 15 ml. Cefalotina (1* Keflin neutro*(H) Solução injetável: 1 g . . injetável (frasco-ampola): 250. Comprimidos de 300 mg . VO.frasco para 100 ml. SC. a cada 21 horas. oral com 100 mg/5 ml. . injetável: 10 mg/ml - seringas descartáveis de 10 ml. geração) IM/IV% Cefoxitina (2* Cefoxitina sódica®(H) Sol. IM. IM.O quadro 3.Principais apresentações de cefalosporinas Princípio atino Nome comercial Apresentação Cefalexina (1* Keflex®(H) Susp. Cefadroxil (1« Cefamox*(H) Comprimidos de 1 g. (H) Cefoperazona (3* Cefobid-(lo Sol.caixa com 8 e 40 drágeas.17 . injetável (frasco-ampola): 1 g/20 ml . geração) Ceftiofur (3* Excenel®(v) Sol.. a cada 8 ou 12 horas. Suspensão oral: 250 e 500 geração) mg/5 ml . IM.Cefadroxil: 22 mg/kg. . geração) . injetável (frasco-ampola): 500 mg.000 mg.Ceftriaxona: 25 a 50 mg/kg. Apresentação . QUADRO 3. geração) Cefuroxima (2* Cefuroxima sódica 750 mg Sol. injetável (frasco-ampola): 1 g. IM. injetável (frasco-ampola): 500 e 1. a cada 12 ou 24 horas. geração) Ceftriaxona (3* Rocefin injeção Sol. geração) Cefix® uenx (H) Cefixima (3* Susp. ' • Suínos: . a cada 24 horas. a cada 24 horas.Cefalotina: 10 a 12 mg/kg.Cefalexina: 10 a 30 mg/kg. a cada 6 ou 8 horas.17 apresenta as principais formulações das cefalosporinas utilizadas em Medicina Veterinária e disponíveis no Brasil.Ceftiofur: l a 2 mg/kg. a cada 6 ou 8 horas.Ceftiofur: l a 2 mg/kg. .caixa com 16 comps.caixa com 12 a 24 comprimidos. Sol.Quimioterápicos Antimicrobianos e Antibióticos 3 5 . frascos com 10 comps.Cefuroxima: 10 a 30 mg/kg IV. Rilexine®(v) Comprimidos de 75 mg . Frasco para infusão venosa com 500 mg de imipenem + 500 mg de cilastatina . po.O quadro 3. Acinetobacter e outros microrganismos multirre- negativos.Imipenem: 3 a 10 mg/kg. gastrintestinais em cães e cutâneos em humanos. utilizado com cilastatina. que é ina- estrutura variável ligado ao anel P-lactâmico. especialmente as enterobactérias. injetável (frasco-ampola): 0.18 apresenta as metabolização. um inibidor dessas enzimas. O aztreonam está indicado nas infec- dendo também atuar frente a Pseudomonas. Após a Apresentação . todos os tecidos corpóreos. impe. Os Gram-positivos são na- myces. monobactâmicos são antibióticos sintetizados por Estes antibióticos não induzem resistência em actinomicetos da espécie Nocardia e se Gram-negativos. • Imipenem pode produzir efeitos gastrintestinais. ções causadas por Gram-negativos resistentes a outros antimicrobianos. Os tivado por apenas algumas das P-lactamases.. Características Gerais . IM.O imipenem não é ções intra-abdominais. sistentes. Enterococcus faecium.O imipenem e o além de induzir resistência aos outros p- aztreonam se ligam as transpeptidases de mem.Principais apresentações de carbapemênicos Princípio ativo Nome comercial Apresentação Imipenem Tienam®. levando à associação desta droga com a avaliada para cães e gatos). Aztrconsun Azactam*. A metabolização é feita rapidamente por enzimas dipeptidases . cidos corpóreos. nária e disponíveis no Brasil. se difundindo bem por todos os te. dindo a síntese da parede celular e causando lise • O aztreonam pode provocar distúrbios osmótica. e apresentam um anel pentacíclico de turalmente resistentes ao aztreonam. especialmente em infec- Farmacocinética .Mycobacterium. Staphylococcus metici- lactâmicos do tipo imipenem ou imipenema são lina-resistente.Antibióticos P. Sol. clamídias e micoplasmas são resis- sintetizados por actinomicetos do grupo Strepto. Mecanismo de Ação . IV. lactâmicos. a cada 6 ou 8 fármaco atinge concentrações terapêuticas em horas.O imipenem é. atual-mente. menos nos pulmões. Espectro de Ação . discrasias sanguíneas. absorvido por via oral. Carbapemênicos e Monobactâmicos Resistência Bacteriana . O aztreonam só é absorvido por via monobactâmicos utilizadas em Medicina Veteri- parenteral. .O imipenem está utilizado na prática clínica médica. O antimicrobianos falharam. sendo eliminado na forma ativa pêlos rins.5 a l g. caracterizam por possuir o anel P-lactâmico sem Efeitos Adversos ligação a qualquer outro grupo cíclico.18 . sendo exclusivamente uti- • Cães e gatos: lizado por via endovenosa ou intramuscular. Este . as drogas são eliminadas por via principais formulações dos carbapemênicos e urinária. convulsões e flebites.caixa com l frasco para infusão.Aztreonam: l a 2 g/70 kg (humano) (dose não renais. A meta- QUADRO 3. assim como as outras p-lactaminas. o antimicrobiano de maior espectro de ação Usos Terapêuticos e Doses . a cada 6 ou 8 horas. sendo ativo contra aztreonam só é ativo frente a germes Gram. tentes ao imipenem. cilastatina. Pode ser nefrotóxico se não for brana.3é Manual de Terapêutica Veterinária Outros [3-lactâmicos bolização é desprezível. atuando em indicado nas infecções em que os outros quase 100% das estirpes bacterianas conhecidas. Pertence a este grupo o aztreonam. A resistência é conferida por três mecanismos: modificação nos locais de ligação. IM.As bactérias anae-róbicas obrigatórias e Listeria são naturalmente resistentes aos aminoglicosídeos. gentamicina. atravessando mal as barreiras biológicas. A utilização é contra-indicada em animais urêmicos. sendo também relatada no uso tópico prolongado desses fármacos. provavelmente pela utilização em larga escala desses antimicrobianos. Pseudomonas são sensíveis somente a alguns aminoglicosídeos. derivadas de açúcares e um grupo amino. diidroestreptomicina. . . tobramicina. SC. Pertencem a este grupo a gentamicina. são ativos frente a Staphylococcus. . SC. SC. a cada 8 horas ou 20 mg/kg. neomicina. porém sua eficácia não foi comprovada. • A nefrotoxicidade e ototoxicidade ocorrem em dependência da posologia utilizada. Usos Terapêuticos e Doses . A estreptomicina é a única que atinge boas concentrações em secreção brônquica. . Mecanismo de Ação . São estruturas químicas complexas. IV. a cada 24 horas. alteração en-zimática do antibiótico e impermeabilidade do germe à droga. IM. estreptomicina. a cada 6 ou 8 horas ou 6 a 10 mg/kg. dependentes de oxigénio. SC. . • Podem potencializar os efeitos anestésicos como o fenobarbital e relaxantes musculares. • Cães e gatos: . • São tóxicos ao 8a par de nervos cranianos porque se concentram na endolinfa e peri-linfa que banham as células ciliadas do ouvido interno. Farmacocinética .Os aminoglicosídeos são ativos frente a Gram-positivos e Gram-negativos. Com exceção da estreptomicina. A estreptomicina e diidroestreptomicina são as drogas de eleição na eliminação de Leptospira dos túbulos renais de animais portadores. Os aminoglicosídeos têm efeito sinérgico com os p-lactâmicos.Amicacina: 6. SC. SC. IM. IM. porém pequenas. Não agem em pH ácido e são transportados para o interior das células através de mecanismos ativos.Neomicina: 10 a 20 mg/kg. a cada 8 horas. VO. Em ordem decrescente de nefrotoxicidade: neomicina.Os aminoglicosídeos são largamente utilizados na Medicina Veterinária e estão indicados principalmente nas infecções por bacilos Gram-negativos entéricos. IV. A gentamicina pode ser aspergida nas vias respiratórias para tratar pneumonias. e causando a produção de proteínas defeituosas. principalmente enterobactérias.5 mg/kg. a cada 24 horas.Os aminoglicosídeos são antibióticos bactericidas extraídos de actinomicetos do grupo Streptomyces. IV.Efeitos Adversos • Os aminoglicosídeos são nefrotóxicos porque causam diminuição da taxa de filtração glomerular renal. tobramicina e gentamicina são utilizadas topicamente para tratamento da otite canina. IM. A resistência é conferida por mecanismos genéticos. tobramici-na. IV. IM. Resistência Bacteriana . a cada 6 a 12 horas. amicacina.Tobramicina: 2 a 4 mg/kg. o que torna este grupo ineficaz contra anaeróbios. • São tóxicos aos fetos em fêmeas prenhez. amicacina e estreptomi- cina. netilmi-cina e framicetina. São eliminadas por via renal sob a forma ativa. Espectro de Ação . mas falham frente a germes de localização intracelular como a Sal- monella. A estreptomicina é utilizada no tratamento da brucelose canina. sendo mais utilizados por via intramuscular ou subcutânea.Os aminoglicosídeos funcionam como chave falsa. se ligando ao ribos-somo bacteriano. São antibióticos bactericidas. a cada 12 horas. diidroestreptomicina: 10 a 20 mg/kg. São antibióticos catiônicos e pouco lipossolúveis. A neomicina. A neomicina foi utilizada por via oral para tratamento local de infecções entéricas.Os aminoglicosídeos não são absorvidos por via oral.Gentamicina: 2 a 4 mg/kg. A amicacina é potente frente a pneumonias por Gram-negativos. Ampla resistência à estreptomicina e à neomicina foi documentada.Quimioteíápicos Antimicmblanos e Antibióticos 37 Aminoglicosídeos Características Gerais . IV.Estreptomicina. Garamicina®(H) injetável: ampolas de 10. IM. (M) Sol. injetável®(v) Sol. equinos e suínos: na. Ginoseptü®(v) Vela uterina com 700 mg de neomicina e 150 mg de nitrofurazona — caixa com 24 velas. e absorção após a dosagem oral.Estreptomicina. • Equinos: Mecanismo de Ação . frascos de 10. injetável (frasco-ampola): 40 mg/ml. 120. Gram-negativas aeróbicas e anaeróbicas. Tobramicina Tobrex®(H) Frasco com 5 ml de solução oftálmica.Gentamicina: 2 a 4 mg/kg. no Brasil. Características Gerais . ação . São clas.Amicacina: 5 a 7 mg/kg. IM. impedindo o acesso do RNAt aminoacil ao local Apresentação . ação horas. tetraciclina. 40.pomada tópica.estojo com duas ampolas.Neomicina: 10 a 20 mg/kg. e Haemobartonella sp. cla- mídias. SC. injetável (frasco-ampola): 5 g/frasco. Sol. demecloxiclina. ciclina. longa . clortetraciclina. riquétsias (Ehrlichia sp. produtos lácteos. pomada®(v) Bisnagas: 5 mg/1 g . vitamínicas. doxiciclina. frascos de 10 ml. a oxitera- São compostos policíclicos anfotéricos que ciclina.5 ml . espiroquetas.19 mostra as receptor (A) no complexo RNAm-ribossomo. 60. bacteriostáticos. a cada 12 horas. Diidroestreptomicina Sol. oxitetraciclina. preparações sificados em tetraciclinas naturais: oxitetracicli. Netilmicina Netromicina®.As tetraciclinas são antibióticos de amplo espectro.ampolas. Tobramina®. Sol. 160 e 280 mg. 50 e 100 ml. a doxiciclina (em torno de 90 a 95%) e mino- Formam quelatos insolúveis com alguns cátions. 80. e fluorescem quando expostos à luz ultravioleta.Inibem a síntese proteica . principais formulações dos aminoglicosídeos uti- lizadas em Medicina Veterinária e disponíveis Espectro de Ação .Bactérias Gram-positi-vas. Neomicina Neobiotic®(v) Feridel Pó solúvel: 700 mg/g . injetável (frasco-ampola): 5 g/20 ml. 20. e tetraciclinas . injetável (frasco-ampola): -44 mg/ml. VO. injetável: ampolas de 2 ml com 250 e 500 mg. frascos de 10. . podem ser classificadas em: ação curta - 12 horas. Farmacocinética .T9 .Existem variações quanto a produzidos por diversas espécies de Streptomyces. injetável (ampolas): 150 mg/3 ml .potes de 454 gramas e fibrolatas de 10 kg. Amicacina Novamin® (H) Sol. a cada 8 a 12 ligando-se ao ribossomo 30S da bactéria e horas.. sendo a clor- também com alguns obtidos semi-sinteticamen-te. e alguns protozoários como Ana- Tetraciclinas plasma sp. magnésio. SC. SC. De acordo com o tempo de .Principais apresentações de aminoglicosídeos Princípio ativo Nome comercial Apresentação Diidroestrepto. clortetraciclina. Gentamicina Gentaflex®(v) Sol. 50 e 100 ml. injetável (frasco-ampola): 4 g/100 ml frasco com 100 ml.O quadro 3. micoplasma. mino- mg/kg. ferro e alumínio. Gentocin®(v) Gentrin Sol. catárticos e antiácidos prejudi- QUADRO 3. Alimentos. minociclina.38 Manual de Terapêutica Veterinária • Bovinos. metaciclina. tetraciclina e demecloxiclina (60 a 80%). diidroestreptomicina: 10 a 20 semi-sintéticas: tetraciclinas. Gentasil* Sol.demecloxiclina. injetável (frasco-ampola): 400 mg/100 ml.). oral.doxiciclina. a cada 8 ou eliminação. micina Estreptomicina Estreptomicina®(v) Sol. ciclina (em torno de 100%) com a melhor absorção como cálcio. tetraciclina com pior absorção (35%). a cada 6 a 12 intermediária . injetável de 150 mg/1. metaciclina. IM. • Fototoxicidade. IV. VO. por isso penetra no SNC. 25 a 50 mg/kg. caso o animal esteja muito debilitado ou estressado.Minociclina: 5 a 15 mg/kg. . Tianfenicol e Florfenicol Características Gerais . IV. hemobartonelose (Haemobartonella sp. Acti-nomicose (Actinomyces bovis). VO. 25 mg/kg.Doxiciclina: 10 mg/kg. VO. 12/12 horas (gatos). podendo ser fatal nesta espécie.Oxitetraciclina: 3 a 6. • Descoloração dentária e inibição da calcificação afetando estrutura óssea. exceto do SNC. • Cães e gatos: . . IM. 6/6 ou 8/8 horas. .). e erliquiose (Ehrlichia sp.Os grupos fárma-cos análogos ao cloranfenicol são obtidos por síntese laboratorial. Cloranfenicol. IV.Tetraciclina: 22 mg/kg. IV. . 12/ 12 ou 24/24 horas. IM 12/ 12 ou 24/24 horas.6 mg/kg. Quimioterápicos Antimicrobianos e Antibióticos 3 9 cam a absorção.Doxiciclina: 5 nig/kg.Tetraciclinas: 5 a 10 mg/kg. olho e próstata em concentrações terapêuticas.Oxitetraciclina: 6 a 11 mg/kg. IV. 8/8 ho ras (cães e gatos). Apresentação . ou da diminuição do acesso das tetraci-clinas ao ribossomo devido à presença de proteínas que protegem o ribossomo. \ . por isso devem ser evitadas em pacientes com função renal alterada. 12/12 ou 24/24 horas. IM. • Equinos: . 7 a 10 mg/kg. brucelose (Brucella sp. 12/12 horas. IM.Tetraciclinas: 5 a 10 mg/kg. Devem ser evitadas em associação com anestesia inalatória com metoxiflurano. 2.O quadro 3.Tetraciclinas: 5 a 10 mg/kg. ou ainda da inativação enzimática das tetraciclinas. Sua distribuição é ampla e inclui todos os tecidos. 10 a 30 mg/kg. VO. e em equinos pela destruição da microflora do cólon. • Ruminantes: . Usos Terapêuticos e Doses . borreliose (Borre-lia burgdorferi .Oxitetraciclina: 7.Pode ser plas-mídeo-mediada e usualmente envolve diminuição do acúmulo da tetraciclina em consequência do declíneo do influxo do antibiótico ou da aquisição de um caminho de efluxo dependente de energia. ceratoconjuntivite infecciosa bovina (Moraxella botns). leveduras e bactérias resistentes. Actinobacilose (Actinobacillus lignieresii). doenças por Chlamydia eMyco-plama. 12/12 ou 24/24 horas. 12/12 horas (cães). Doenças específicas incluem anaplasmose (Anaplasma sp.). • Supra-infecções: Quando se utiliza um antibiótico de amplo espectro.São utilizadas em tratamento de doenças do trato respiratório. devido à possibilidade de indução de insuficiência renal aguda. • Suínos: .Oxitetraciclina: 3 a 6. A doxici-clina é mais lipossolúvel que a tetraciclina.20 descreve as principais apresentações das tetraciclinas. .6 mg/kg. 20 a 22 mg/kg. IV. sendo moléculas muito similares em tamanho e espectro de ação.hemobartonela). 12/12 horas. IM 12/12 ou 24/24 horas. VO. IV.doença de Lyme). IM. 12/12 horas. VO. 12/12 horas .). 12/12 horas . sempre existe a possibilidade de ocorrer superinfecções por patógenos não suscetíveis. e doenças oftálmicas bac-terianas dos animais domésticos.). • Hepatotoxicidade: Por degeneração paren-quimatosa. Resistência Bacteriana . VO. clor-tetraciclina e oxitetraciclina. 12/12 ou 24/24 horas. urinário. IV.5 a 5 mg/kg. como fungos. Efeitos Adversos • Nefrotoxicidade: São potencialmente nefro-tóxicas (com exceção da doxiciclina). 8/8 horas VO. • Diarreia grave: Quando utilizada por via oral em ruminantes por destruição da microflora bacteriana. • Necrose tecidual. VO. 8/8 horas (gatos . gastrentérico. IM. IM.5 a 12 mg/kg. O cloranfenicol e seus derivados são antibióticos bacteriostáticos.Mecanismo de Ação . clamídias. e impedindo assim a síntese proteica. riquétsias e micoplasmas. inclusive anaeróbicos.O cloranfenicol e seus derivados possuem boa ação frente a Gram-po-sitivos e Gram-negativos. Espectro de Ação . Eles se ligam à fração 30S do ribossomo bacteriano competindo com o RNA-mensageiro. . Pseudomo-nas em geral são resistentes. O doranfeni-col e nicol é considerado o mais eficaz do grupo. Cápsulas de 500 mg . Cápsulas de 500 mg - Tetraciclina. aumentando gradativamente. florfenicol e é reversível nos cães.O cloranfenicol possui um derivados são moléculas bastante lipossolúveis e grupamento nitro que desestabiliza o DNA pequenas.embalagem com 20 comps. A resistência manece na forma residual nos subprodutos ani- bacteriana ao cloranfenicol e tianfenicol vem mais. Minociclina Comprimidos de 100 mg . necessitando de in. Qxitetraciclina Biogental(v) Solução injetável a 60 mg/ml . A resis.5 g. mento prolongado com tianfenicol e cloranfenicol A droga é metabolizada no fígado e excretada via causam inibição da síntese mitocondrial de renal e biliar. A administração rápida de cloranfenicol. Equinos metabolizam o proteínas causando efeito supressivo na medula cloranfenicol rapidamente.40 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 3. 50 ou Talcín. O cloranfenicol não deve ser tência é conferida pela presença de plasmídeos e administrado a animais de produção... Com sulfato de polimixina B . Cápsulas de 500 mg . Usos Terapêuticos e Doses . Solução injetável de 500 mg ..(V) Spray .bisnaga com 3.embalagens com 100 cáps.. Xarope com 50 Vibramicina mg/5 ml .Os mecanismos superinfecções.frasco-ampola de 10 ml.bisnaga com 15 g. inativação enzimática de sua molécula e a concomitante com anestésicos.cartucho com 9 e 30 comps. Drágeas de 100 mg . spray(v) Terralon 20% Com hidrocortisona . O florfe. Podem ocorrer Resistência Bacteriana .frasco com 16 cápsulas.tubo com 74 g. Os gatos são mais suscetíveis a intoxicação.cartuchos com 3 e 15 drágeas. Altas doses e trata- A ligação à proteínas plasmáticas é de 25 a 50%. Terramicina. Solução injetável a 50 mg/ml — ampolas de Terramicina LA(V) Terra- 2 ml. Suspensão oral — 25 mg/ml frasco com Tetrex(H 60 ml. Comprimidos de 100 mg . potensão em cães. apresentando estes fármacos 100% de resistência cruzada.20 .caixa com 100 cáps.pomada tópica .Principais apresentações das tetraciclinas Principio ativo Nome comercial Apresentação Doxiciclina Doxiciclina Drágeas de 100 mg . Este efeito não parece ocorrer com o tervalos mais curtos de administração. Tabletes de 500 mg Tetraciclina ..frasco com 50 ml e ampolas de 3 ml. Solução injetável de l g — frasco-ampola de 15 ml.caixa cora 8 cáps. não foi observado em cães. 100 ml. Xarope 25 mg/ml — frasco com 120 ml. caixa com 12 e 100 cáps. cortril(H) Terracortril Solução injetável a 200 mg/ml — frasco de 50 ml.caixa com 3 e 15 drágeas. atingindo elevadas concentrações em humano levando à anemia aplástica. óssea. pois per- mutação genética cromossômica. Cápsulas de 250 mg . Cápsulas de 250 mg .frasco com 60 ml. Farmacocinética — O cloranfenicol e seus Efeitos Adversos . Solução injetável a 200 mg/ml — frasco-stmpola com 20. sendo tóxico aos seres humanos. tianfenicol estão indicados no combate a .A. Este efeito todos os tecidos corpóreos e no meio intracelular.pomada oftálmica. L. pode provocar hi- impermeabilidade dos germes à droga.caixa com 10 envelopes de 2 tabletes. Reações de hipersensibilidade são envolvidos na resistência ao cloranfenicol são a raras. Pomada oftálmica . Cloranfenicol (succinato): 30 a 50 mg/kg. 500 e solúvel»(v) 1. injetável*(v).frasco de 20 ml. caixa com 2 envelopes. equinos.000 g . . IM.5 mg/kg. SC. injetáveí (frasco-ampola): 0. Soluthor»(v) Solução oral a 10%: frascos de 1.frasco de 250 ml. lOOt 200. Cloranfenicol Cloranfenicol Frasco com 60 ml de suspensão com 160 mg/5 ml. .Florfenicol: 20 mg/kg.000 ml. Suspensão de Vidro com 60 ml com 250 mg/5 ml. VO. Polispray»(v) Spray: 5 g . caixa com 20 cáps. Quemicetina Sal.000 ml. a cada 6 ou 8 horas. ínjetável (frasco-ampola): 3 g/20 ml — frasco de 20 mL injetável*(V) Quintumicetina Sol. a cada 12 horas para gatos. injetáveí (frasco-ampola): 15 g/100 ml . 200. IV. caixa com 20 Palmitato Prodotti»(H) e 100 drágeas de 250 mg.frascos de 20. 50 e ínjetável«(v) 100 ml. O florfenicol é indicado nos casos de pneumonias em grandes animais. 20 e 100 cáps. O cloranfenicol tem sua potência multiplicada pela utilização conjunta com o dimetilsulfóxido. IM. Tianfenicol GlitisoP(H) Cápsulas de 500 mg.000 nd. • Cães e gatos: . a cada 8 horas para cães e 12.Cloranfenicol (palmitato e estearato): 40 a 50 mg/kg. Cloranfenicol Caixa com 20 e 100 comps. . • Bovinos.frascos de 20. VO. Trigenthal<% Pasta com 6 g/1. Envelope com 2. de 500 mg. suínos: . caixa com 20 cáps. 100.frasco de 30 ml.. VO. dada a lipossolubilidade da droga. 500 e 1. Cloranfenicol a 250 mg (Brasmédica) Florfenicol Nuflor»(v) Sol. 8/8 ou 12/12 horas (toxicidade não avaliada). SC. SC.5 g.seringas autodosadoras de 40 g. Quemicetina Xarope com 150 mg/5 ml .O quadro 3-21 apresenta as principais formulações do cloranfenicol e seus derivados utilizadas em Medicina Veterinária e disponíveis no Brasil. Cloranfenicol Cloranfenicol Blistercom 12.caixa com W ou 10O drâgeas. QUADRO 3. Drágeas de 250 e 500 mg . Este grupo de fármacos é potente frente a infecções pulmonares por Bordetella bronchiseptica em cães. injetáveí a 10% (frasco-ampola): frasco de 50 ml. a cada 12 horas para gatos.frasco de 20. IM. injetáveí (frasco-ampola): 10 g/ 100 ml .5 mg/kg.frasco com 100 ml. 50. injetáveí (frasco-ampola): 10 g/ 100 ml . xarope®(H) Quemicetina'*^. Sivamclor*(v> Sol. 5O. Quintumicetina Xarope: 5. onü«(V) Quintumicetina Solução oral: 10 g/100 ml . Apresentação . .25 g/100 ml .Florfenicol: 25 a 50 mg/kg.Quimioterápicos Aníimicrobianos e Antibióticos 41 germes Gram-positivos e Gram-negativos.Cloranfenicol (succinato): 30 a 50 mg/kg.3 g/ml . VO. IV.Principais apresentações de cloranfenicol e seus derivados Princípio ativo Nome comercial Apresentação Cloranfenicol Cloranthal®(v) Sol. blister com 29 e 100 Estearato Royton*(H) cáps.frascos de 50 ml. de 250 mg. e infecções do sistema nervoso central em animais. a cada horas 12. a cada 24 horas. IM. de 250 mg. de Sanval®(H) frasco com 60 ml de suspensão com 125 mg/5 ml. O cloranfenicol é uma alternativa à tetraciclina para o tratamento da erliquiose canina. VO. Succinato Fenicetina Sol.21 . • Suínos: . A tilosina é efetiva na terapêutica de pneumonias e gastrenterites de animais pecuários. em particular. ri-quétsias. a espiramicina no tratamento de infecções bucais e a claritromicina nas helicobacterioses.Os macrolídeos são hepatotóxicos em doses elevadas e/ou prolongadas. azitromicina e tilosina.Claritrocina: 5 a 10 mg/kg. • Cães e gatos: -Azitromicina: 10 mg/kg. O uso prolongado em equinos pode levar ao desequilíbrio da microbiota entérica com manifestação de processos diarréicos. anaeróbicos e Campylobacter. Todos os macrolídeos penetram muito bem no meio intracelular. insuficiência renal e ototoxicidade. A claritromicina e azitromicina são menos ativas que a eritromicina contra Gram-positivos. . pela via biliar e excretadas na forma ativa com as fezes. por 3 dias.O macrolídeos se ligam à fração 50S do ribossomo bacteriano. a cada 8 ou 12 horas. VO. a cada 24 horas. roxitromicina. clindamicina) não devem ser utilizados em associação com essas drogas. A eritromicina não apresenta boas concentrações na urina. os grupos dos Strepto-coccus e Staphylococcus vêm desenvolvendo elevada resistência frente aos macrolídeos. A eritromicina e azitromicina são eliminadas. a cada 24 horas. a cada 5 dias ou 3. Usos Terapêuticos e Doses . os sinais mais comuns são distúrbios do trato digestivo. clamídias. IM. VO. cocos Gram-negativos. micoplasmoses e clami-dioses e. actinomicetos. a cada 24 horas. mas não atingem concentrações terapêuticas em ouvido médio e SNC. a cada 6 horas. São antibióticos produzidos por actinomicetos do grupo Streptomyces.Os macrolídeos estão indicados no tratamento de todos os germes sensíveis. josamicina. Espectro de Ação . lincosamidas. A espiramicina. treponemas. Resistência Bacteriana . . Farmacocinética . que as inativam.Roxitromicina (cães): 15 mg/kg. a cada 12 horas. a cada 12 ou 24 horas. impedindo a síntese proteica. predispondo a infecções por Salmonella. atinge boas concentrações na saliva. Em humanos. Outros antibióticos que competem pelo mesmo local de ligação (clo-ranfenicol. • Equinos: .Tilosina: 10 a 40 mg/kg. Atualmente. A claritromicina é eliminada por via renal. • São irritativas quando aplicadas por via parenteral.3 mg/kg.São antibióticos constituídos por um núcleo central macrocíclico unido à cetonas e aminoaçúcares. a cada 8 ou 24 horas. micoplasmas. Efeitos Adversos .4 mg/kg. na maior parte.42 Manual de Terapêutica Veterinária Macrolídeos Características Gerais .Atuam sobre bacilos e cocos Gram-positivos. VO. . alguns bacilos Gram-negativos não-fermentadores da glicose. • Bovinos: . Difundem bem por todos os tecidos corpóreos. porém mais ativas frente a anaeróbios e Gram-negativos. VO. Mecanismo de Ação . VO. têm sido relatadas icterícia colestática. .A absorção oral da eritromicina e tilosina. Pertencem a este grupo a eritromi-cina. .Tilosina: 5 a 10 mg/kg. ao contrário da espiramicina e claritromicina sofre interferência com a presença de alimentos e do pH ácido estomacal. São especialmente utilizados na terapia das campilobacterioses entéricas.Eritromicina: 25 mg/kg. VO.A maioria dos bacilos Gram-negativa é naturalmente resistente aos macrolídeos.Eritromicina: 10 a 20 mg/kg. São antibióticos bacteriostáticos. em particular. IM. pois são muito lipossolúveis.Espiramicina: 23. cla-ritromicina. espiramicina. devendo ser utilizadas na forma de cápsulas ou na forma de estolato de eritromicina. • Pela elevada excreção via biliar e eliminação fecal. piodermites caninas. .000 g ou 500 g/1.grânulos para 50 e 100 ml. IM.cada 1. fibrolata com 25 kg. Susp. oral . 80 g de sulfametazina e 20 g de trimetoprim.22 . Claritroinicina Comprimidos de 250 e 500 mg . Grânulos para susp.22 apresenta as principais formulações dos macrolídeos utilizadas em Medicina Veterinária e disponíveis no Brasil. Comprimidos de 500 Eritromicina Eritrex®(H) mg. Sol. Suspensão oral .frasco com 100 ml. Tilosina Tyladen% Sol. Drágeas de espiramicina e Stomorgyl 2«(v) metronidazol .Principais apresentações dos macrolídeos Princípio ativo Nome comercial Apresentação Espiramicina Espiramix-50.caixas com 8 a 20 comps. Tylan 50 injetávela(v) injetável 5 g/100 ml . Roxitromicina Rotran®(H)Klaricid» Comprimidos de 50.100 g/t de ração.125 mg/ml e 250 mg/ml . a cada 12 ou 24 horas. Apresentação . injetável (frasco-ampola): 20 g/100 ml frasco de 50 ml. 100 e 300 mg.125 ou 250 mg/ml — frasco com 105 ml.000 g . oral . Quimioterápicos Antimicroblanos e Antibióticos 43 QUADRO 3. 500®(v) Pó adicionado à ração .Espiramicina: 24 mg/kg .50 g/1. caixa com 10 comps. Azitromicina Azitrax* Comprimidos de 500 mg . Josamicina Alplucine ts®(v) Pó solúvel .Tilosina: 5 a 10 mg/kg.embalagem com 600 e 900 mg para reconstituição. caixa com 21 comps.000 g contém: 27 g de Josamicina.O quadro 3.sacos com 25 kg. . .caixa com 20 drágeas.caixas com 2 a 3 comps. Não penetram prontamente em meninges normais ou inflamadas. As lincosaminas são metabolizadas pelo fígado (60% lincomicina e 90% clindamicina). Mecanismo de Ação . hamsters e porquinhos-da-índia em razão do risco de entero-colotoxicidade.A absorção oral da lincomicina é em torno de 50% e da clindamicina. incluindo tendões. Resistência Bacteriana . hamsters e porquinhos-da-índia. Espectro de Ação . • Bloqueio neuromuscular: em cães. gatos e suínos. É um efeito colateral raro.As lincosaminas são um grupo de antibióticos bacteriostáticos representadas pela lincomicina e clindamicina. Resistência cruzada é comum de ocorrer entre lincosaminas e macrolídeos.Lincosaminas Características Gerais . provocando diarreia grave e até fatal em decorrência das alterações na flora gastrintestinal. A droga inalterada e seus metabólitos são excretados pela urina. bile e fezes.Inibem a síntese proteica pela ligação à subunidade ribossômica 50S bacteriana.As lincosaminas são utilizadas como alternativas ao uso das penicilinas. Usos Terapêuticos e Doses . Mycoplasma sp. que é o mesmo local de ligação do cloranfenicol e macrolídeos. portanto associações com esse grupo antimicrobiano devem ser evitadas. mas pode ocorrer em altas doses ou quando administradas concomitantemente com anestésicos. coelhos.Alteração no local de ligação à droga pelo ribossomo bacteria-no é a forma usual de resistência. porém não devem ser utilizadas em equinos. coelhos. especialmente contra anaeróbicos. Efeitos Adversos • Enterocolotoxicidade: lesão do revestimento mucoso das vias gastrintestinais (exemplo: colite pseudomembranosa). . A lincomicina é produzida pelo Streptomyces lincolnensis e a clindamicina é o derivado 7-cloro da lincomicina.São ativas contra bactérias Gram-positivas aeróbicas e anaeróbicas. quando há a possibilidade de hi-persensibilidade à mesma. A atividade antibacteriana da clindamicina é maior do que a lincomicina.. com excelente introdução nos ossos e tecidos moles. Sua distribuição é ampla. Farmacocinética . 90%. e Neospora cani-num. To-xoplasma sp. Os animais suscetíveis são equinos. Concentrado para ração .u. Linco-Spectin(v) Frasco-ampola de 50 ml com 50 mg/ml 100.caixa com 20 Dalacin-C 150 mg Cápsulas de 300 mg . 10 mg/kg. Ampola de 2 ml com 300 mg/ml. IM. Ampola de 3. Clindamicina Clindamicina. 25 a 50 plasma. EV. .44 Manual de Terapêutica Veterinária • Lincomicina: É utilizada em ruminantes e horas (por 2 semanas no tratamento de to- suínos para tratamento de infecções por xoplasmose e Neospora caninum).caixa com 12. São integrantes deste grupo poli- mas indicações da lincomicina. IV.caixa com 8. Dalacin V. formada de uma cadeia de • Clindamicina: em cães e gatos. 11 mg/kg. 10 a 20 mg/kg.3 ml/1 g. Creme vaginal . -Gatos: 5.Suínos: 10 mg/kg. IM. Ampola de 2 ml/600 mg.frasco de 60 ml. Lincomicina Cápsulas de 250 mg . Características Gerais . Dalacin-C 300 mg Ampola de 2 ml com 300 mg.caixa com 8.. 12/12 horas. 12/12 colaterais quando usados sistemicamente. São uso da clindamicina no tratamento de to. polipeptídeos.Principais apresentações das lincosaminas Princípio ativo Nome comercial Apresentação Lincomicina Frademicina. 12/12 polimixina E não possui apresentação no Brasil. Xarope 250 mg/ml . as mes.frasco de 60 ml.sacos com 25 kg.Cães e Gatos: 15 mg/kg. 12/12 horas.23 . . Ampola de l ml com 300 mg/ml. Clinagel(H) Cápsulas de 150 mg . IM. molecular complexa. A horas.caixa com 16. VO. Cápsulas de 500 mg . Polipeptídeos . além do mixina B. 24/24 horas (por 2 a 3 semanas no de osteomielite. Ampolas de 2 e 4 ml com 150 mg/ml. polimixina E (colistina). Lincosan 11%(V) Sacos de 25 kg com 11 g lincomicina/100 g do produto. somente na forma tópica. principais apresentações das lincosaminas. EV.23 descreve as Gram-positivas. VO.Ruminantes: 10 mg/kg.Possuem estrutura . Cápsulas de 500 mg . (H) Bisnaga com 45 g. doenças tratamento de toxo-plasmose). Linco-Plus. bacitracina. 12/ 12 horas. praticamente utilizados xoplasmose e Neospora caninum. em virtude de seus efeitos ..bisnaga com 20 ou 40 g.O quadro 3.frasco de 10 ml com 200 mg. 12/12 horas..5 a estafilococos. Pó oral - caixa contendo 2 frascos de 75 g. Dalacin-C injetável Ampola de 4 ml com 600 mg. 8/8 horas. IM. Royton(H) Cápsulas de 500 mg . Líncocin Forte(v) Solução injetável . Ampola de l ml/300 mg. antibióticos bactericidas. Em cães e gatos para tratamento mg/kg.. IM. QUADRO 3.Cães: 5 a 11 mg/kg. VO.. Xarope 250 mg/ml . IM. VO. estreptococos e mico. dermatites.caixa com 12. Ampola de 2 ml/600 mg. periodontais e infecções profundas de tecidos moles causadas por bactérias Apresentação . Ampola de l ml/300 mg. VO. As apresentações geralmente são associações antibióticas ou com anestésico local. • Otosporin (solução otológica): polimixina B + neomicina + hidrocortisona.A resistência dos enterococos à vancomicina é decorrente de uma única enzima que modifica a unidade precursora da parede celular de tal forma que ele não se liga mais à vancomicina.A vancomicina é um antibiótico glicopeptídeo bactericida produzido pelo Streptococcus orientalis. • Bacitracina: os mesmos usos terapêuticos da polimixina B. Apresentação . otológicas ou dermatológicas. • Anaseptil (pomada dermatológica): polimixina B + neomicina + bacitracina.Ototoxicidade e nefrotoxicidade podem ocorrer em altas doses ou esquemas terapêuticos prolongados.É fundamentalmente ativa contra bactérias Gram-positivas. + lidocaína.Não são absorvidos oralmente e são muito nefrotóxicos para uso sistémico. topicamente não provocam toxicidade. É geralmente associada à bacitracina para melhorar o espectro de ação antibacteriano. Exemplos: • Nebacetin (pomada dermatológica): bacitracina + neomicina. Efeitos Adversos . olho e ouvido por bactérias Gram-negativas em todas as espécies. • Neotricin pomada (pomada dermatológica): bacitracina + neomicina. além de ser utilizada em rações como promotora de crescimento e prevenção e tratamento de enterites por Clostridium em aves e suínos. ligando-se a radicais fosfates.Quando utilizados sistê-micamente causam nefrotoxicidade e neurotoxi-cidade (bloqueio neuromuscular). É excretada inalterada por filtração glomerular. Resistência Bacteriana . Farmacocinética . inclusive LCR. • Bacitracina: inibe a síntese da parede celular porque se liga a um transportador lipídico de pirofosfato. • Maxitrol (solução oftálmica): polimixina B + neomicina + dexametasona. .Quimioteráplcos Antimlcroblanos e Antibióí/cos 45 Mecanismo de Ação • Polimixina B: atua na membrana citoplas-mática da bactéria. Usos Terapêuticos e Doses • Polimixina B: é utilizada topicamente no tratamento de infecções de pele. É distribuída em vários líquidos orgânicos. • Bacitracina: bactérias Gram-positivas e es-piroquetas. OUTROS ANTIBIÓTICOS Vancomicina Características Gerais . Espectro de Ação . desorganizando a estrutura da membrana. 12/12 horas) no tratamento de infecções entéricas Gram-negativas. • Lidosporin (solução otológica): polimixina B + lidocaína. Efeitos Adversos . Mecanismo de Ação . Espectro de Ação • Polimixina B: bactérias Gram-negativas.Impede a síntese da parede celular bacteriana pela inibição da liberação de um polímero da membrana celular. Farmacocinética . Tem ação bactericida rápida sobre os microrganismos em divisão. • Panotil (solução otológica): polimixina B + neomicina + fludrocortisona. É usada oralmente em bovinos e suínos (5 mg/kg. em forma de pomadas e soluções oftálmicas. VO.Não é absorvida oralmente. • Ofticor (solução oftálmica): polimixina B + soframicina + dexametasona. empiema. 8/8 horas. Apresentação . 6/6 ou 8/8 horas. endo-cardite.Usos Terapêuticos e Doses . . sendo particularmente útil nas infecções causadas por estafilococos resistentes à meti-cilina. incluindo pneumonia. osteomielite e abscessos nos tecidos moles de cães e gatos.24 descreve as principais apresentações da vancomicina. devendo ser prescrita somente por via intravenosa para infecções graves. IV. • Gatos: 5 a 12 mg/kg. • Cães: 15 mg/kg.A vancomicina é um antibiótico de uso restrito. IV.O quadro 3. Também são utilizadas topicamente em feridas cirúrgicas ou lesões de pele. Efeitos Adversos . Espectro de Ação . Frasco-ampola (H) Vancoled(H) Vancomicina de 500 mg. São meta-bolizados no fígado e excretados primeiramente pela bile. . Mecanismo de Ação . Rifam ici nas Características Gerais . 12/12 horas (em associação à eritromicina). Espectro de Ação . fezes e saliva de vermelho.Inibem a RNA-poli-merase dependente de DNA. Esta distribuição para as células faz com que seja bastante efetiva para infecções intracelulares. Resistência Bacteriana. Frasco-ampola de 500 mg. Resistência Bacteriana . Farmacocinética .São antibióticos bac-teriostáticos quimicamente relacionados com os aminoglicosídeos. principalmente colibacilose. VO.m Frasco-ampola de 500 mg. VO. manifestada pela diminuição da produção enzimática.25 descreve as principais apresentações das rifamicinas. Mecanismo de Ação . • Cães: 10 a 20 mg/kg. • Equinos: 7 mg/kg. gatos.É um antibiótico bacteriostático com características similares aos antibióticos macrolídeos. compostos pela rifamicina e rifampina.O quadro 3. Apresentação . Aminoclitóis Características Gerais .Similar aos aminoglicosídeos.São antibióticos bac-tericidas. Usos Terapêuticos e Doses . Efeitos Adversos . prevenindo a iniciação da síntese de RNA.Inibe a síntese proteica pela ligação no ribossomo 50S bacteriano. VO. cavalos. 46 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 3.São raros e pode ocorrer hepatotoxicidade em animais com doença hepática preexistente. 12/12 horas. • Apramicina: é utilizada em suínos e bovinos para o tratamento de doenças entéricas. Mecanismo de Ação . como a tilosina.Podem desenvolver-se rapidamente.Bactérias Gram-negati-vas e Mycoplasma sp. Usos Terapêuticos • Espectinomicina: é utilizada em cães.Principais apresentações da vancomicina Princípio ativo Nome comercial Apresentação Vancomicina Vancocina.Dá-se pela não ligação na subunidade do ribossomo 30S.São absorvidos oralmente e rapidamente distribuídos para células e tecidos por causa da sua lipossolubilidade.As rifamicinas são utilizadas em potros em associação com a eritromicina para o tratamento de Rhodococcus equi. São representados pela espec-tinomicina e apramicina. menos de 10% da dose oral são absorvidos e excretados inalterados pêlos rins. é menos comum. suínos e aves para o tratamento de doenças entéricas e respiratórias. 5 a 10 mg/kg.Inibição da síntese proteica pela ligação no ribossomo subunidade 30S.Não foi observada nenhuma toxicidade orgânica séria. Tiamulin Características Gerais . Farmacocinética . Resistência mediada por plasmídeos. Metabólitos podem colorir a urina. Alterações na estrutura RNA-polimerase dependente de DNA previne as rifamicinas de se ligarem no organismo.24 .Bactéria Gram-positivas e micobactérias. 12/12 ou 24/24 horas. São consideradas tratamento alternativo nas pneumonias e prostatites (lipossolubilidade). comoffaemopbilussp. Farmacocinética . micoplasma.É ativo contra bactérias Gram-positivas. A eliminação de seus metabólitos ocorre via fezes (70%) e urina (30%). sendo metabolizado pelo fígado. .Espectro de Ação .É bem absorvido oralmente e amplamente distribuído pelo organismo. espiroquetas e certos patógenos Gram- negativos. 5 ml com 75 mg.Principais apresentações das rifamicinas Princípio atino Nome comercial Apresentação **»»•«• Rifamicina Rifocina. ativo principalmente contra infecções por estafilococos e estreptococos.. Pomada .. Farmacocinética .É utilizado em preparações tópicas para uso dermatológico. Ampola de 3 ml com 150 mg. Usos Terapêuticos e Doses .Metabólitos irritantes na urina podem causar dermatite com eritema e prurido em suínos confinados em áreas superlotadas.bisnaga com 10 g. Mecanismo de Ação .Verutex pomada. Efeitos Adversos . oftálmico e otológico. • Suínos: 8.Tiamulin é utilizado em suínos para o controle e tratamento de pneumonia por Haemophilus sp. Ampola de 1.Não foi observada nenhuma toxicidade orgânica séria. . É utilizado principalmente nas formas de sais de sódio. enterite hemorrágica por Brachyspyra hyodysenteríae.. Usos Terapêuticos . ! Rifampicina(H) L.25 .. olhos e ossos. Suspensão com 100 mg/5 ml — frasco com 60 ml. Rifocort(H Cápsulas de 300 mg — caixa com 6. barrica de 10 kg. VO. Espectro de Ação .8 mg/kg. e pneumonia enzoótica por Mycoplasma sp. Spray•— frasco com 20 ml.Inibe a síntese proteica.É uma droga lipossolú-vel com alta introdução em tecidos. Efeitos Adversos .caixa com 10 ou 30. Apresentação .É um antibiótico de pequeno espectro. Ácido Fusídico Características Gerais . Quimioterápicos Antimicrobianos e Antibióticos 47 QUADRO 3.É um antibiótico bacteriostático obtido do Fusideum coccineum. Cápsula de 300 mg . Rifampicina Rifaldim.Tiamulina fumarato a 80%. 12/12 ou 24/24 horas. Apresentação . incluindo tecidos necróticos. no intuito As indicações e limitações das principais drogas de fornecer subsídios à terapia. podendo ser A ESCOLHA DO ANTIMICROBIANO subdividido em penicilinas naturais e semi-sinté- ticas. ligação com o leite e manter a atividade Enterobacter. notadamente nos casos de animais com (cloxacilina). em contagiosos (transmitidos principalmente no momento da ordenha. perfrin- conhecimento. Nos últimos anos. além de ser estável. mastite. que comprometem o seu consumo in natura. Dentre as penicilinas naturais. baseada na experiência de tratamentos tretanto. além glândula mamaria. Strepto-coccus agalactiae e Corynebacterium bovis (C. ar e água). Proteus. como em outros países. para a terapia de agentes Gram-po- de medidas terapêuticas imediatas). pri- sintomas sistémicos (que necessitam da adoção mariamente. Streptococcus uberis. colí). Em animais de produção. com baixo grau de Nocardia. dentre os microrganismos 48 Manual de Terapêutica Veterinária ambientais destacam-se como os mais importantes nados produtos. na prática. além dos prejuízos com a queda na produção. em virtude das alterações provocadas na celularidade e na composição físico-química do leite. algas (. quanto à forma de transmissão. com ênfase na espécie bovina. bovis). na génese da mastite a Escherichia coli (J5. amplo espectro de pyogenes. Paralelamente. Os processos infecciosos da glândula mamaria caracterizam-se pela complexidade etiológi-ca. O presente capítulo estão disponíveis comercialmente para o procura enfocar princípios terapêuticos na tratamento da mastite (Quadros 3-26. incluindo o Staphylococcus aureus (S. ou mesmo por des. um programa efetivo de controle da mastite.000 UI) e/ou escolha da droga . os agentes envolvidos na casuística de mastite foram convencionalmente classificados. bem como a industrialização do produto e seus derivados. são crescentes as taxas de resistência anteriores ou no apelo comercial de determi. O medicamento ideal para a terapia da mastite Klebsiellapneumoniae. pelas mãos do ordenhador. leveduras (Cândida albicans). determinados principalmente por bactérias. fungos. aureus). Na cam-se a ampicilina e derivados da oxacilina mastite. Citrobacter. do próprio equipamento de ordenha ou pelo bezerro ao mamar) e em ambientais (veiculados do ambiente para a glândula mamaria a partir do solo. consideradas drogas de eleição para as questões económicas. algas e vírus. Serratia. entre outras. recaindo na utilizada por via intramamaria (100. a maior ocorrência de mastite em animais de produção está relacionada a agentes de origem contagiosa.28). a mastite é considerada como uma das principais doenças que afetam a exploração leiteira. 12/12 horas).C. Pseudomonas aeruginosa deveria apresentar. pouco irritante.PRINCÍPIOS TERAPÊUTICOS NA MASTITE INTRODUÇÃO A mastite é classicamente definida como um processo inflamatório da glândula mamaria. Penicilinas Este grupo de drogas possui em comum. os testes de sensibi. En- -. por sitivos. entre Diferentes antimicrobianos e suas associações eles a terapia antimicrobiana. Arcanobacterium (Actinomyces) boa relação custo-benefício. a penicilina Todo ou qualquer tratamento utilizando G é a droga mais utilizada na terapia intramamaria antimicrobianos deveria ser precedido do teste da mastite. ou mesmo com a morte ocasional de alguns animais. (P.na grande maioria das vezes parenteral (20. das quais a penicilina G-procaína tem sido lidade nem sempre são realizados. No Brasil. mastites por Clostridium perfringens (. enquanto nas semi-sintéticas desta- de sensibilidade microbiana (antibiograma). fungos. dentre outras características.000 Ul/kg. do úbere. Clostridium. aeruginosa). bem como o serão comentadas sucintamente a seguir: controle da enfermidade no rebanho. gens). IM. atingir altas concentrações terapêuticas na zopfií). com o descarte prematuro. de baixa de determinadas espécies de bactérias dos géneros toxicidade. As penicilinas são indicadas.Prototheca ação. 3. fezes. o anel [3-lactâmico. dos géneros Staphylococcus e Streptococcus às . 3-27. muitos dos quais com potencial zoonótico. especialmente na espécie bovina. antimicrobiana na presença de reação Diferentes procedimentos são recomendados para inflamatória. em sua estrutura. Mastitec 250®. aureus. Cefavet®.penicilinas. Mamithal®. especialmente o S. Cefoperazona sódica (250 mg) Mastizone®.enzimas que inativam a QUADRO 3. Mastifin* Gentamicina (150 mg) Gentocin mastite 250 mg® Gentamicina (250 mg) Pirsue® Pirlimicina (50 mg) . Gentocin mastite 150 mg®. Masticel®.26 . Masticlin®. Pathozone® Spectrazol® Cefuroxima (250 mg) Anamastit L-200® Cloxacilina sódica (200 mg) Anti mastite® Enrofloxacina (300 mg) Bragenta mastite®.Princípios ativos de antimicrobianos disponíveis comercialmente para a terapia intramamaria da mastite na lactação Princípios ativos Especialidade farmacêutica Cefacetril sódico (250 mg) Vetimast® Cefa-Lak® Cefapirina sódica (200 mg) Biomast®. atribuídas às (3-lactamases . 8/8 ou 12/12 horas).000 UI). por via intramamária. que apresentam grande espec-de açào para agentes Gram-negativos e Gram-(induindo cepas de S. cefalosporina de terceira geração.000 UI) e Tetraciclina (100 mg) Vetrocilin® Penicilina G-procaína (3. 8/8 horas) e intramamária na mastite. caracterizando-se atual-mente como o principal grupo de drogas disponíveis comercialmente para a terapia na lactação ou na secagem.27 .28 . Novobiocina sódica (150 mg) Pramastite® Penicilina G-procaína (100. seguida de outras drogas como: cefacetril só-dico (250 mg). cefalexina (100 a 250 mg). Framicetina (50 mg). Cefalosporinas Ascdalosporinas são aparentadas quimicamen-com as penicilinas. Ressalta-se que. . Hidroiodeto de penetamato (100 mg) e Anamastit-S® Penicilina benetamina (280 mg) Orbenin Extra Dry Cow® Gentamicina (400 mg) Mamyzin S® Mastifin vaca seca® QUADRO 3. reduz-se a efetividade para os microrganismos Gram- positivos.000. A ampicilina também tem sido indicada nas mastites pelas . com diferentes gerações de e análogos. IV. com o aumento do espectro de ação contra agentes Gram- negativos.Associação de antimicrobianos disponíveis comercialmente para a terapia intramamaria da mastite na lactação Especialidade Princípios ativos farmacêutica Ampicilina sódica (75 mg) e Cloxacilina sódica (200 mg) Bovigam L® Cefalexina (100 mg) e Neomicina (100 mg) Rilexine 200® Estreptomicina (150 mg).Princípios ativos de antimícrobianos disponíveis comercialmente para a terapia intramamaria da mastite na secagem (terapia da vaca seca) Princípios ativos Especialidade farmacêutica Ampicilina (250 mg) e Cloxacilina (500 mg) Cefalônio anidro Bovigam VS® (250 mg) Cefalexina (250 mg) e Neomicina (250 mg) Cefapirína Cepravin* benzatina (300 mg) Cloxacilina benzatina (500 mg) Cloxacilina Rilexine 500® benzatina (600 mg) Cefa-Dri® Framicetina (100 mg).000 UI) e Estreptomicina (100 mg) IBstatina (150. cefalônio anidro (250 mg) e cefuroxima (250 mg). com baixos índices de resistência. intramamária (75 a 250 mg) e/ou parente-1(22 mg/kg. Via intramamária. Quimioterápicos Antímicrobianos e Antibióticos 49 QUADRO 3. IM. Polimixina B (50. As Cefalosporinas são indicadas por via parenteral (20 mg/kg. a cloxa-cüna (200 a 600 mg) possua atividade em agentes produtores de p-lactamases. IM. nas Cefalosporinas das últimas gerações. destaca-se o uso da cefoperazona sódica (250 mg). Cloridrato de procaína (150 mg).000 UI). Penicilina G-procaína (100. Hidroiodeto de penetamato (150 mg) Mamyzin M® Estreptomicina (70 mg) e Penicilina potássica (150 mg) Agromastit* Estreptomicina (100 mg). aureus produtoras ^bdamases).000 UI) e Sulfadiazina (500 mg) Reomicina (150 mg) e Oxitetraciclina (250 mg) Solfanilamida (100 Tetra-Delta® mg) e Tetraciclina (185 mg) Mastical® Promastic® Unguento Intramamário® droga — embora. clamídias e actinomicetos. proporcionando aumento do espectro de ação. como a estreptomicina (70 a 150 mg) e a neomicina (100 a 500 mg). Tetraciclinas As tetraciclinas são drogas de amplo espectro de ação.000 UI) ou parenteral (2. IM.como os (3-lactâmicos e derivados . (produtores de (3-lactamases). incluindo riquétsias. exercendo boa . como o S. O uso da tilosina. tem-se demonstrado efeti-vo nas mastites por Mycoplasma spp. 24/24 horas) e a norflo-xacina (7 mg/kg. IM.5 mg/kg. Recentemente.). sendo também utilizada pela via parenteral (3 a 5 mg/kg. bouis.que possuem boa efetividade em agentes Gram-positivos. especialmente para os géneros Pseu-domonas. em virtude da alta sensibilidade do agente a este grupo de drogas. aeru-ginosa. em especial nos casos com envolvimento do género Pasteurella. 8/8 ou 12/12 horas). Na terapia da mastite. com boa efetividade terapêutica. micoplasmas. A lincomicina (200 mg) e a pirlimicina (50 mg) são as principais representantes deste grupo de drogas para a terapia intramamária da mastite. coli. Na terapia da mastite. a polimixina B é utilizada por via intramamária (50. IM. bem como em cocos Gram-negativos (Pasteurella spp. têm sido indicadas. por via parenteral (5 mg/kg. Klebsiella. 12/ 12 horas). Streptococcus spp. 24/24 horas). Atingem altas concentrações no interior celular. responsável por graves sintomas sistémicos nos casos de mastite. as drogas das gerações posteriores possuem indicação para agentes Gram-positivos e Gram-negativos mul-tirresistentes a antimicrobianos. a enroflo-xacina destaca-se como a droga mais utilizada em Medicina Veterinária. 24/24 horas) e/ou intramamária (300 mg). destaca-se o uso da eritro-micina por via intramamária (300 mg) e/ou parenteral (12.5 mg/kg. na terapia parenteral de casos de mastite. 24/24 horas) na terapia da mastite. Pasteurella e Haemophilus. com indicação primária para a terapia de agentes Gram-negativos. indicados principalmente para agentes Gram- negativos. com índices variáveis de efetividade. São utilizadas por via intramamária (100 a 250 mg) e/ou parenteral (20 mg/kg. com boa atuação frente a Staphylococcus spp. IM. IM. derivadas da sulfanilamida. SC. e C. a ciproflo-xacina (2. como a P. Quinolonas Dentre as diferentes quinolonas. aureus. IM. além de outros agentes. Na terapia da mastite. caracterizando-se como alternativas na terapia de agentes intracelulares facultativos de mastite. Possuem também efeito limitante na atuação da endotoxina liberada pela E. Sulfonamidas Os quimioterápicos do grupo das sulfonami-das com ação antimicrobiana apresentam estrutura básica similar. Polipeptídeos Os polipeptídeos são constituídos principalmente pela polimixina B e colistina (polimixina E). embora com indicação primária para agentes Gram- positivos. A enrofloxacina tem sido utilizada na mastite. Lincosamidas São drogas com ação semelhante aos macro-lídeos. que atingem altas concentrações terapêuticas intracelulares. 12/12 horas). IM. A associação das sulfas (principalmente a sulfadia-zina) ao trimetoprim apresenta efeito sinérgico. por 3 a 5 dias. via parenteral (15 mg/ kg. 24/24 horas). coli. A genta-micina tem-se mostrado efetiva na terapia intrama-mária da mastite (150 a 250 mg). têm sido utilizados associados a outras drogas .50 Manual de Terapêutica Veterinária Aminoglicosídeos Os aminoglicosídeos são antibióticos de estrutura complexa. IM. Os polipeptídeos são considerados de eleição na terapia das mastites hiperagudas e agudas por E. Macrolídeos Este grupo de drogas possui atividade em agentes Gram-positivos e cocos Gram-negativos. IV. Além da gentamicina. dependendo do agente causal. IV. São indicadas para microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos. Apesar de as quinolonas de primeira geração serem preconizadas fundamentalmente para bactérias Gram-negativas (especialmente enterobactérias). outros aminoglicosídeos têm sido empregados por via intramamária.5 a 5 mg/kg. . coli. Pasteurella e actinomicetos. são indicadas a sulfanilamida (100 mg) ou sulfadiazina (500 mg). IM. aeruginosa e E. 12/12 horas). Via intramamária. e via parenteral. apesar da ação reduzida para P.efetividade na mastite pêlos géneros Staphylococcus. a sulfadiazina/trime-toprim (50 mg/kg. Streptococcus. como de volume. entre os quais o agente etioló- ção. aguardando 5 a 10 minutos para a atuação do produto. do comprometimento fun- cional da glândula ou com a morte de animais. Manter o frasco ou tubo de colheita em ângulo de 45°. o índice de rejeição do leite resultado do antibiograma . o Califórnia Mastitis Test . estrias de sangue. sistémicos. . para re.independente do o estágio da lactação.GMT. taquipnéia. contidas no leite (contagem de células somáticas - A necessidade do descarte do leite dos quartos CCS). cada droga). em doterapia. biana medidas de suporte (antiinflamatórios. hiperemia) e. sem alterações nas características fecções que provocam alterações no aspecto do macroscópicas do leite. para evitar a queda de sujidades no interior do recipiente). Manter o material da colheita congelado (-20°C) ou refrigerado (4 a 8°C). le. duchas frias. com com o descarte do leite mastítico. recomenda-se internacionalmente a gico envolvido. o número de animais acometidos. das condições do leite visando diagnóstico posterior. entre outras. clínicos na glândula e/ou sistémicos. contagem de células inflamatórias e epiteliais dia. dependendo das características de quarto mamário afetado (Quadro 3. se a amostra for encaminhada em até 24 horas. grumos. terapia da mastite clínica . a colheita de leite com resíduos do desinfetante). substituição do princípio ativo da droga. Nas mastites clínicas com sinais colheita prévia do leite pode dificultar o diagnós. deve-se associar à terapia antimicro- tico microbiológico em animais tratados recente. Contudo. ou manifestações de sinais leite (presença de pus. os custos com medicamentos. com a Qualquer tipo de terapia dos casos de masti-te grande maioria dos antimicrobianos (pelas vias (via intramamária ou parenteral) deveria ser parenteral ou intramamária. com base sejável. O dessora do leite). febre. diferentes fatores.face aos prejuízos na plataforma. Animais que neste período não apre- conhecimento da natureza do agente causal e sentarem regressão do estado inflamatório (me- realização do antibiograma. na glândula mamaria (aumento diagnóstico é baseado em provas indiretas. em intervalos de 8. ou pela vam à ocorrência de sintomas sistémicos (taquicar. A inobservância deste procedimento de no antibiograma. com os riscos o diagnóstico microbiológico e/ou QUADRO 3. TRATAMENTO DAMASTITE SUBCLÍNICA TRATAMENTO DAMASTITE CLÍNICA Os casos de mastite subclínica caracterizam-se por queda na produção do animal (até 40% por quarto As mastites clínicas são caracterizadas por in. Depositar l a 2 ml de leite em frasco ou tubo esterilizado apropriado (retirar a tampa do mesmo somente no momento da colheita. conforme a virtude dos resíduos de antimicrobianos no leite gravidade do caso). evitando. A opção de terapia da mastite (entre 40 e 70%) tornam pouco atrativa e.29 . antieconômica a terapia durante a lacta. também. ocasionalmente.Colheita de amostra de leite para exame microbiológico Desinfetar o orifício do quarto mamário afetado com solução de iodo (0. flui- mente (via intramamária e/ou parenteral). prostração). caso a do úbere e/ou do estado geral).5 a l %) ou cloro (4%). Descartar os três primeiros jatos em recipiente próprio (eliminando sujidades e a microbiota externa do esfínc - ter do teto. ou para congelamen-to lhora das características do leite.29).Quimioíerápicos Antimicrobianos e Antibióticos 51 CONSIDERAÇÕES GERAIS NATERAPIADA de novas infecções. mamário). recomenda-se a droga de escolha não tenha surtido o efeito de. MASTITE CLÍNICAE SUBCLÍNICA Os maiores índices de cura de agentes bacteria- nos de mastite são obtidos entre 3 e 5 dias. muitas subclínica vai depender de criteriosa análise de vezes. os casos de mastite subclínica mamários tratados (presença de resíduos de excedem ao redor de dez vezes ou mais os casos antimicrobianos) e o baixo percentual de cura de mastite clínica. Em geral. precedida de colheita de amostra de leite do 12 a 24 horas. dor. inibirem a multiplicação dos microrganismos nos meios de cultura. amoxi- cilina. Paralelamente. quinolonas. que são administrados em veículos de eliminação lenta. enquanto estreptomicina. tetraciclinas e o trimetoprim são grupos de drogas que apresentam concentrações terapêuticas efetivas na glândula mamaria por via parenteral. nesta fase.Também chamado tratamento na interrupção da lactação. quinolonas e tilosina. incluindo a ampicilina. possibilitando a manutenção de níveis terapêuticos prolongados da droga na glândula mamaria. são as fases de maior ocorrência dos casos de mastite. nos casos subclínicos não se deve exceder 3 a 5 aplicações da droga. esta modalidade de terapia vem sendo internacionalmente aceita como a mais efetiva para animais com mastite subclínica. São utilizados antimicrobianos modificados (cloxacilina benzatina) ou adsorvidos a grandes moléculas ou carreadores (monoestearato de alumínio). É realizada no dia da última ordenha do animal. Recomenda- se o emprego do mesmo princípio ativo pelas duas vias. TRATAMENTO INTRAMAMÁRIO E/OU SISTÉMICO Em geral. cefalexina. seguido do tratamento dos animais com baixa CCS ou baixos escores no CMT (1+ e 2+). cloxacilina. penicilinas e sulfo-namidas caracterizam-se por reduzida distribuição mamaria. recomenda-se o tratamento da totalidade dos animais. De maneira similar às mastites clínicas. Nestes casos. nas primeiras horas após a terapia. cefalosporinas. eritromicina. constituindo severo prejuízo ao produtor. tem sido indicada em propriedades com elevada ocorrência de mastite subclínica no rebanho (índices ao redor de 40 a 50%. Tratamento da Mastite Subclínica na Lactação-A terapia. com o descarte do leite. em dose única. lincomicina. penicilina G e tetraciclinas apresentam média difusão. A associação das vias intramamária e sistémica é recomendada para os casos clínicos de mastite acompanhados de sinais sistémicos graves. baixo grau de ligação com o leite e com a glândula mamaria. dentre outras características. Tratamento da Mastite Subclínica na Secagem . apesar da preferência pela via intramamária. pode-se adotar a terapia por "fases". além de rápida eliminação. com o diagnóstico laboratorial. ao lado do período do pico de lactação. recomenda-se a terapia na secagem do animal. Favorece a adequada involução da glândula mamaria para a lactação seguinte e reduz as taxas de novas infecções no período seco que. novo-biocina. com sinais de comprometimento sistémico. bem como os riscos de insucesso terapêutico (até 50% para agentes como o S. ressaltando-se ao proprietário os custos previstos com a medicação. que retardam a sua eliminação e absorção. quando administrados por via parenteral. que apresenta maiores índices de sucesso terapêutico. Desta forma. ou o uso de drogas com efeito . A terapia na secagem não apresenta os inconvenientes de resíduos de drogas ou o descarte do leite nas primeiras horas. Na lactação. gen-tamicina e neomicina caracterizam-se por baixa difusão na glândula mamaria. no intuito de evitar septicemia. Em contraste. priorizando os animais com maiores CCS ou com escore mais elevado no CMT (3+). Para se reduzir o prejuízo com o descarte abrupto do leite após a terapia. ou diante da rejeição parcial ou total do leite na plataforma. bem como os riscos de insucesso terapêutico. o tratamento intramamário (Quadro 3-30) é o mais utilizado na mastite. terapia da vaca seca ou dry cow therapy. Determinadas drogas apresentam boa difusão na glândula quando administradas por via intramamária. O tratamento sistémico (parenteral) é indicado nas mastites clínicas (hiperagudas ou agudas). embora a adoção desta modalidade de terapia aumente sobremaneira o manejo com os animais tratados. aureus). ao contrário dos antimicrobianos indicados na secagem. Os macrolídeos. Atualmente. a terapia da mastite subclínica tem sido realizada no decorrer da lactação ou na secagem dos quartos mamários. Esta combinação pode apresentar ganho nos índices de cura (até 50%) superior ao alcançado com o uso isolado das drogas. as drogas empregadas por esta via deveriam apresentar.52 Manual de Terapêutica Veterinária com o descarte do leite após a terapia. por via intramamária. os amino-glicosídeos. Estudos recentes têm demonstrado boa efetividade das quinolonas e dos macrolídeos na terapia da secagem. também chamado "blitz" terapia. ou superiores). por via parenteral. coli) e como auxiliares na terapia an-timicrobiana: Ordenhas Sucessivas dos Animais . Ocitocina . associado a emolientes (glicerina ou lanolina). Correção do Equilíbrio Hidroeletrolítico. requerendo a reposição í.Nos casos de mastite com obliteração do esfíncter (canal) do teto. Promovem a eliminação mecânica dos microrganismos. Introduzir 2 a 3 cm da cânula mamaria (introdução parcial em cânulas que excedem 3 cm. E. além de comporem várias formulações de antimastíticos de uso intramamário. Colher amostra de leite para diagnóstico microbiológico e antibiograma (vide colheita de leite). vitaminas. IV. Em contraste. não acarretando imunodepressão. Desinfetar o teto acometido (especialmente na região do esfíncter do teto).5 a 1%). Dentre os ANEs destaca- se o uso do flunixin meglumine (1.Diminuem o estado inflamatório da glândula e o desconforto do animal. 2. bem como o conteúdo inflamatório da glândula. Utilização de Cânula Intramamária (Sondas) em Tetos Obliterados . indicado na terapia do choque . podendo levar a imunodepressão.30 . Desinfetar as mãos do responsável pela aplicação do produto intramamário. 5. solu- ^jiógica (NaCl 0. com sintomas sistémicos. 6.Os antiinflamatórios esteróides (AE) e não esteróides (ANE) são indicados principalmente nas mastites hiperagudas. os AE são utilizados por via sistémica na terapia da mastite (dexametasona. com algodão embebido em solução de iodo (0. que têm a atividade reduzida na presença de material purulento. eletrólitos e energéticos (vide fluido- como soluções glicosadas (5%). Obliterar o orifício do teto. sulfonami-das e trimetoprim.Recomendadas duas a três vezes ao dia.Animais com masti- :e clínica apresentam diferentes graus de desi- :L-I":Í. Os AE inibem as vias cicloxigenase e lipoxigenase da cascata inflamatória do ácido aracdônico.:> e inapetência. amoxicilina e ácido clavulânico). principalmente para casos de mastite fúngica. Lavar o teto com água e sabão e/ou com solução desinfetante (em tetos com excesso de sujidades) e secar com papel toalha descartável.1 mg/kg. de eleição para a terapia da mastite. com algodão embebido em solução de iodo (0. aureus. IV) nos casos de dificuldade de esgotamento adequado do quarto mamário afetado. bicarbonato de só- . que constituem fatores de defesa local) e aplicar o antimicrobiano. facilitando a difusão do antimicrobiano. Energético e Vitamínico . Antiinflamatórios . para evitar lesões no orifício do teto e na camada de queratina. 3. auxiliando a ação dos antimicrobianos. 4. ou cloro (4%). que permita a saída do conteúdo inflamatório e a terapia via intramamária. Quimioíerápicos Antimicrobianos e Antibióticos 5 3 QUADRO 3. MEDIDAS TERAPÊUTICAS DE SUPORTE Indicadas principalmente em mastites com sintomas sistémicos graves (geralmente por S. Recomenda-se a realização de três ou mais duchas frias por dia (10 a 15 minutos). Massagear no sentido do orifício do teto em direção ao quarto mamário (60 segun dos). considerados portanto. aminoglicosídeos e penicilinas ou cefalosporinas.Como proceder ao tratamento intramamário 1. flumeta-sona). 7. 24/24 horas/3 dias). prednisolona. faz-se necessária a introdução de cânula intrama-mária com extremidade cortante (após desinfecção adequada do esfíncter do teto). álcool (70%) ou álcool iodado. necessário antes do tratamento via intramamária ou mesmo para promover a retirada do leite mastítico.85%). sinérgico (tilosina e oxitetraciclina. Esgotar completamente o quarto mamário com mastite (em recipiente de descarte do leite). Duchas Frias . Apesar desta limitação.5 a 1%).Indicada diariamente (20 a 30 UI. os ANE inibem somente a via cicloxigenase. Revista do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Glândula Mamaria e Produção Leiteira. devem ser monitorados durante toda a terapia. neoformans) e Geothrichum candidum. TRATAMENTOS ALTERNATIVOS Os produtos alternativos são substâncias que possuem ação antimicrobiana direta.1).Micostatin®. recomenda-se a ablação química dos quartos mamários afetados. Diferentes ensaios terapêuticos têm sido conduzidos empregando-se antibióticos. Animais tratados por via intramamária. Mastite por Fungos e Leveduras . recomenda-se a infusão intramamária de nistatina (200 a 300. En- tretanto. fungos. incluindo neomicina. n. (1999). que tendem a induzir processos crónicos.No Brasil. MICRORGANISMOS REFRATÁRIOS À TERAPIA São mastites causadas por agentes com mecanismos de evasão do sistema imune e/ou re-fratários à terapia antimicrobiana convencional (algas.Eletromicrografiade Prototheca zopfii. FIGURA 3. com produtos não convencionais. limitando a liberação dos mediadores inflamatórios responsáveis pêlos graves sintomas sistémicos.000 UI . O flunixin meglumine reduz a atuação do LPS na cascata do ácido aracdônico. quimioterápicos e desinfetantes. Para o género Cândida.1 . isolada de mastite clínica bovina (1785 X). Na ocorrência de desconforto local. coli (provocado pela liberação de mediadores da inflamação.endotóxico em mastites por E. Para o género Cryptococcus. a partir de constituintes lipopolissacarídicos . 24/24 horas. Fonte: Ribeiro et ai. diferentes protocolos terapêuticos têm sido indicados.Algas da espécie Prototheca zopfii são consideradas agentes de origem ambiental emergentes na ocorrência de mastite no Brasil. associado a veículo mucopolissacarídico (um tubo de Thiomucase®). Na ocorrência de insucesso terapêutico. em virtude de representarem fontes de infecção permanentes no rebanho.LPS da parede do 54 Manual de Terapêutica Veterinária agente). nenhum produto apre sentou eficácia que permita a sua prescrição segura nos casos de mastite por Prototheca spp. em diferentes estágios de multiplicação (formação de endosporos).5. 15-20. pp. seguidos por mais 10 dias. actinomicetos). de 24/24 horas). até o momento. Mastite por Prototheca spp. Desta forma. 1999. em virtude do risco de infecção para outros animais do rebanho (Figura 3. v. a terapia tem sido realizada com drogas da linha humana ou produtos alternativos. Nesses animais. Resultados satisfatórios vêm sendo obtidos com o uso intramamário de cetoconazol a 2% (um tubo de Nizoral® pomada). a partir do 14. . São indicados para mastites por agentes refratá-rios à terapia com drogas convencionais. de 12/12 horas/5 dias. diluídos em 10 ml de água esterilizada. Cryptococcus neoformans (C. e em casos de reação intensa.dia do início da terapia). destacam-se nesta categoria de agentes as mastites por Cândida albicans. por 15 a 60 dias (período do tratamento depende da regressão do processo inflamatório ou de resultado negativo da lactocultura. recomenda-se a aplicação de duchas frias e antiinflamatórios.2. diluídos em 30 ml de água esterilizada. anfotericina B e isoniazida. antifúngicos. ou facilitam a difusão de drogas no foco infeccioso mamário. suspender imediatamente . ou mesmo o descarte de animais com prototecose mamaria. ou mesmo o descarte do animal. permanece a recomendação de ablação química dos quartos mamários afetados. que apresentam infecção mamaria relacionada à contaminação de cânulas intrama-márias ou diretamente do ambiente. durante 3 a 5 dias. para casos de mastite subclínica e clínica. entre outros microrganismos. a 1/1. Diluir o timerosal (solução aquosa. . Timerosal . e aplicar via intramamária duas vezes ao dia.o tratamento.Indicado para mastites por algas dos géneros Cândida e Geothricum.000) em água esterilizada (aproximadamente 10 a 15 ml da solução). respectivamente. diluído em água destilada esterilizada (10 a 15 ml).A criação da espécie bubalina em terrenos alagados favorece o íntimo contato da glândula mamaria com sujidades do ambiente. Após a colheita. com intuito de favorecer a resolução do processo inflamatório na glândula mamaria. por 3 a 5 dias. com efetividade variável. associadas às vitaminas A e E. o DMSO tem sido utilizado a 20%. durante 3 a 5 dias. a espécie bubalina não apresenta os microrga-•isxnos de origem ambiental como os mais frequentes na génese da mastite.Estudos recentes têm empregado experimentalmente. uma vez ao dia. uma vez ao dia. por via intramamária. Tratamentos Experimentais . o produto é filtrado e indicado para uso intramamário em solução a 10% (água destilada). associado à penicilina (100. como imunomoduladores na terapia da vaca seca ou como competidores (antagonistas) de agentes de mastite em caprinos. maceração e extração alcoólica.Quimioterápicos Antlmicrobianos e Antibióticos 55 Propelis .A extração alcoólica (etanol 93° GL na proporção de 30%) deste produto colhido e filtrado de colmeias de abelhas tem sido utilizada na terapia de casos de mastite pêlos géneros Cândida. microrganismos como o Pro-pionibacterium acnes e Zymomonas mobüis. Via intramamária. ou mesmo a manutenção do úbere totalmente submerso na água por determinados períodos. Ainda que estes fatores aumentem o risco de mastite ambiental (o que priorizaria a escolha de antimicrobianos para este grupo de agentes). res- pectivamente.A potente ação permeante de membranas biológicas tem permitido a utilização do DMSO associado à antimi-crobianos em casos de mastite de difícil resolução. Dimetilsulfóxido (DMSO) . ou comercialmente. TERAPIADAMASTITE EM OUTRAS ESPÉCIES DOMÉSTICAS Bubalinos .000 UI) e estreptomicina (200 mg). a tripsina e a quimiotripsina. Enzimas . Geothrichum e Prototheca.Formulações recentes de antimas-títicos têm incluído enzimas como a papaína. propiciando que . associado à gentamicina. 12/12 horas/ 7 dias).poderia propiciar a veicu-lação de agentes pelo canal galactóforo (determinando novos casos). ou em subdo- . Na impossibilidade de realização do antibiograma.A ocorrência de mastite nestas espécies está relacionada fundamentalmente aos géneros Staphylococcus e Strepto-coccus (agentes contagiosos).Staphylococcus spp. Esta limitação tem motivado pesquisas do uso de somente metade da dose de antimastíticos de bovinos na terapia intramamária em caprinos. compressas quentes. além de outras drogas. incluindo a amo-xicilina/ácido clavulânico (22 mg/kg.sem cor-reta desinfecção . 8/8 ou 12/12 horas) ou a cefalexina (25 mg/kg. CAUSAS DE FALHATERAPÊUTICA Diferentes situações são atribuídas ao insucesso terapêutico nos casos de mastite. além da E. 8/8 horas/7 dias) ou a tilosina (20 mg/kg. a reutilização do aplicador do antimastítico . deve-se priorizar na terapia a escolha de drogas com atuação para este grupo de agentes. VO. 8/8 horas). são os agentes comumente associados a mastite nessas espécies. Caprinos e Ovinos . drenagem e anti-sepsia de glândulas abscedadas. Para a terapia. bem como o uso de subdosagens poderia favorecer a seleção de agentes multirresistentes.os princípios terapêuticos na mastite bubalina sejam similares aos indicados para bovinos.. como a eritromicina (22 mg/kg. coli. entre as quais o uso indevido de antimicrobianos (sem a fundamentação do antibiograma. Não estão disponíveis comercialmente drogas exclusivas para a terapia intramamária dessas espécies. Apesar de a provável efetividade e aparente economia com a metade da dose. VO. efeito bactericida. Dentre estas destaca-se a utilização dos macrolídeos. suave ordenha e restrição à amamentação dos quartos mamários afetados são procedimentos que podem auxiliar a terapia. boa difusão mamaria e ausência de toxicidade para os neonatos. Cães e Gatos . VO. VO. as drogas de escolha devem apresentar amplo espectro de ação. IV. e Strep-tococcus spp. Fluidoterapia. recomenda-se também a aplicação de duchas frias e antiinflamatórios. o emprego indiscriminado dos antimas-títicos (que favorecem o agravamento do processo. recentemente. ou mesmo o descarte do animal. Na ocorrência de reação local após a aplicação do produto. incluindo o nitrato de prata (2 a 3%). Brucella. Em geral. Mycoplasmã). Adicionalmente. o mesmo procedimento poderá ser repetido.que permitem a sua manutenção intracelular -. Estes resíduos podem desencadear quadros de anemia. ou a seleção de microrganismos multir-resistentes às drogas). produtores de (3-lactamases. sagens). tem-se alertado para o uso indiscriminado de antimicrobianos na terapia de animais com mastite. diluídos em 20 a 50 ml de água destilada esterilizada (dependendo do tamanho do quarto mamário). Nestes casos crónicos. recomenda-se a ablação química (Quadro 3-31) dos quartos mamários acometidos. com mecanismos de evasão do sistema imune . restrições ao uso de drogas como .56 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 3. a infecção por agentes não convencionais (dos géneros Mycobacterium. além da crescente detecção de resíduos destas drogas no leite.31 . sugerindo que o tempo de carência atual seja insuficiente para a liberação do produto para o consumo. ou acriflavina (1:500). RESÍDUOSDEANTIMICROBIANOSNOLEITE Nos últimos anos. iodo (2 a 3%). a infecção por microrganismos. se necessário. Os resíduos de antimicrobianos no leite e na carne de animais de produção têm gerado. que inativam os antimicrobianos. Listería.Ablação química de quartos mamários A ablação química pode ser realizada mediante a aplicação intramamária de produtos altamente irritantes para o parênquima glandular mamário. se tenha demonstrado resíduos de drogas no leite (penicilinas. recomenda-se o descarte do leite nas primeiras 72 horas após a última aplicação da droga (via intramamária ou parenteral). Para diminuir o desconforto do animal. sulfato de cobre (5%). esgotar imediatamente o úbere. tende a determinar casos de evolução crónica. aureus. o animal deve ser esgotado e. bem como prejuízos para a produção de derivados lácteos (iogurtes e queijos). Após 14 dias da infusão. no Brasil. ou por agentes como o S. são indicados em aplicação única. cefalospori-nas. aminoglicosídeos e quinolonas) acima deste período. distúrbios gastrintestinais e reações de hipersen-sibilidade no homem. Geralmente. ainda que. . visando a maximização da produção de leite. l.11. GEMMEL. Baltimore. o controle efetivo da mastite deve fundamentar-se na adoção sistemática de medidas profiláticas. 3. Journal Medicai Microblology to: 436-70. LAL.. Haemato-biochemical and bone-marrow changes m chloramphenicol induced toxicosis in dogs.G. basicamente..J. . C. CONSIDERAÇÕESFINAIS A utilização adequada dos princípios terapêuticos é considerada uma importante medida no controle da mastite.F. a prevenção de infecções no período seco e da mortalidade de animais com sinais sistémicos.C. A terapia dos casos de mastite visa. com consequente normalização da constituição físico-química e da produção do leite.1994. concomitante a alta qualidade sanitária do produto. SCHARMA. Williams &Wilkins. BLOUIN.B. Comp Contin Educ Pract VeM3:1429-33. Por outro lado.AHRENS. além da restituição funcional do parênquima mamário. Desta forma.ed.E. Pharmacology.o cloranfenicol e nitrofurazonas. BAHRI. Fiuoroquinolones: a new family of antimicrobials.B. 4. AHRENS.. pp.1997. Referências Bibliográficas 1. BAIG. cabe ao médico veterinário a responsabilidade de cons- cientização dos produtores para o uso racional destas drogas. chap. A. Antimicrobial drugs.1996. A. M. Indian Journal of Animal Science 64: 712-5. AMYES. S. S.207-28. Antibiotic resistance. 1991. bem como da importância do descarte do leite nos primeiros dias subsequentes à terapia de animais com mastite. J. In. A. 2.F. a eliminação dos agentes causais e dos riscos de novas infecções..G. A infecção micótica superficial é causada por fungos dos géneros Mycrosporum. blastomicose e histoplasmose as doenças mais comumente relatadas na literatura veterinária. o epitélio folicular. . A terapia antimicótica tópica é geralmente indicada como coadjuvante à terapia sistémica das infecções micóticas superficiais da pele. coccidioidomicose. multi-focais e generalizadas. demonstração de organismos fúngicos no tecido lesado. podendo se disseminar sistemi-camente por via linfática ou hematógena. a feoifomicose. Essa é a forma de infecção fúngica mais comumente descrita em animais domésticos. a terapia antimicótica foi subjugada. Estas são raramente descritas. número de colónias isoladas. Cândida e Malassezia. Apesar das milhares de espécies existentes. Entretanto.ANTIFÚNGICOS Marconi Rodrigues de Farias Rogério Giuffrida Os fungos são organismos onipresentes em nosso ambiente. e títulos soro-lógicos positivos e ascendentes em testes parea-dos. Durante muitos anos. espécies. As infecções micóticas subcutâneas desenvolvem-se preferencialmente na derme. acometendo geralmente a epiderme. actinomicóticos e pseudomiceto-mas dermatofíticos) e zigomicose. as infecções micóticas oportunistas cresceram em incidência e fatalidade. se os elementos fúngicos podem ser repetidamente isolados. na pa-pilar e reticular e no tecido subcutâneo. a grande maioria é saprofítica do solo ou agente patogênico vegetal. Com base em critérios clínico-laboratoriais. da radioterapia e com o advento de doenças imunodepressoras. com o desenvolvimento das cirurgias de transplantes de órgãos. os micetomas (eumicóticos. subcutâneas e sistémicas ou profundas. e apenas 300 são descritos como capazes de causar doenças em animais. Sua instituição visa: diminuir a quantidade de esporos fúngicos presentes na pele e nos pêlos dos animais infectados. Essas infecções são geralmente crónicas e causadas pela implantação traumática de organismos fúngicos saprofíticos de solo ou de vegetais. Vários critérios são utilizados para diferenciar fungos patogênicos de contaminan-tes como: origem. As infecções micóticas profundas ocorrem em órgãos internos. aspergilose. as infecções micóticas podem ser classificadas quanto à sua distribuição em localizadas. Tricho-pbyton. a haste pilosa e as unhas. podendo se expandir para as vias linfáticas e linfono-dos adjacentes. das junções mucocutâneas. Este fato conduziu a novas pesquisas que levaram à descoberta de um grande número de fár-macos efetivos para usos tópico e sistémico contra as várias formas de infecções micóticas. do ouvido externo e dos seios nasais. sendo criptococose. como as múltiplas formas de câncer e a síndrome de imu-nodeficiência adquirida. e quanto ao tecido acometido em superficiais. Seus principais exemplos são a esporotricose. das drogas imunossupressoras. da genitália externa. As soluções em aerossóis. podendo ser indicadas nas lesões intertriginosas localizadas. A ligação cria poros na membrana citoplasmática. esporos fúngicos podem se disseminar pela pele não lesionada. COMPOSTOS POLIÊNICOS Os poliênicos são uma classe de drogas anti-infecciosas formados por cadeias com duplas ligações de carbono. sem ação bacteriana. algumas apresentações comerciais e suas respectivas formulações. Dessa forma. que permitem a saída de água e eletrólitos essenciais ao fungo. são importantes adstringentes. a genitália externa. algas e protozoários. O antibiótico é organodepo-sitário. griseofulvina. à exposição e à contaminação humana nos casos de dermatofitoses. auxiliando na terapêutica das infecções fúngicas. permanecendo armazenado no fígado. Pertencem a esse grupo.As principais drogas antifúngicas utilizadas em pacientes veterinários são: compostos poliêni-cos. esta deve ser precedida pelo corte de toda a pelagem e o uso de produtos ceratolíticos. nos rins e no baço. A deterioração metabólica do fungo pode ter efeito fungicida ou fungistático. A terapia antimicótica sistémica tem sido indicada para infecções micóticas superficiais. Nas duas últimas décadas. porém atuan-do contra fungos. É importante ressaltar que. Soluções contendo veículos de baixa tensão superficial penetram melhor na pele.A anfotericina B não é absorvida por via oral. assim como outros poliênicos. principalmente em casos de infecções micóticas superficiais multifocais ou generalizadas. liga-se ao ergosterol. o corte deve se restringir à periferia da lesão. as loções e os óleos podem ser usados em lesões localizadas sobre a pele glabra. Os veículos devem ser escolhidos de acordo com o tipo e a distribuição das lesões. derivados imidazóis e triazóis. no mínimo. partricina. e à eliminação do estado de carreador assintomático de fungos zoofílicos de animais contactantes. drogas antifúngicas de amplo espectro. a terapia tópica deve ser mantida por. Para que a terapia tópica atinja melhores resultados. sendo utilizada apenas na forma endovenosa. anfotericina B. subcutâneas e sistémicas. Farmacocinética . de ampla distribuição sistémica e discretos efeitos colaterais se tornaram disponíveis. O quadro 4. seus princípios ati-vos. Mecanismo de Ação . podendo ocasionar difusão momentânea da doença. suas indicações e formulações estão discriminados no quadro 4. A anfotericina B também apresenta efeitos imunoestimulantes. As pomadas são desconfortáveis e muito oclusivas. além de se distribuírem rapidamente pela pele. sendo contra-indicadas nas lesões intertriginosas maceradas e fissuradas. 30 dias e associada ao manejo ambiental para impedir a reinfecção. o ouvido externo e as junções muco-cutâneas. onde sofre lenta me-tabolização. desestabilizando seu metabolismo. Os cremes.2 apresenta os principais agentes utilizados na terapia antimicótica sistémica das infecções fúngicas. um componente da membrana citoplasmática dos fungos. Sabonetes e xampus são indicados em casos de infecções cutâneas sobre a pele depilada.1. Para que seja efetiva. Isso permite concentrações séricas fungistáticas ou . após o corte da pelagem. fluocitosina.60 Manual de Terapêutica Veterinária à disseminação ambiental. sendo geralmente associadas a muitos efeitos colaterais. em casos de ani- mais de pêlo curto com infecções isoladas. io-detos de sódio ou potássio. terbinafinas. sendo aconselhadas nas otites externas e infecções micóticas cutâneas superficiais. ao tempo requerido de terapia sistémica. de aplicação conveniente. nistatina.A anfotericina B. na haste pilosa e no epitélio folicular. ANFOTERICINAB A anfotericina B é um antibiótico poliênico hep-taeno obtido de culturas de Streptomyces nodosus. metilpartricina e piramicína (natamicina). no pulmão. dependendo da concentração da droga. que irão permitir sua melhor penetração na epiderme. o que melhorou o prognóstico de várias infecções micóticas subcutâneas e profundas. de caráter multi-focal ou generalizada. Apenas a anfotericina B é utilizada por via parenteral. Essas drogas são extremamente tóxicas. Os principais produtos comerciais destinados à terapia antimicótica tópica. • Náusea e vómitos. Pimaricina (natamicina) Natalene®(v) (Virbac) Frasco com 30 ml de solução. Aspergülus. levando à azotemia. Bisnaga de 15 g contendo pomada — 100. diminuição da produção de eritro-poietina pêlos rins. Rhizopus. Sabonete de 80 g.Cilag) 100 ml de xampu a 2%.Cilag) Bisnaga contendo loção cremosa a 2%. • Elevação de transaminases hepáticas. Frasco spray com Sertaconazol Zalain®(H) (Searle) 20 ml de solução. Sastid®(H) (Stiefel) Frasco com 15 ml. Frasco de 60 ml de solução spray. Panolog* . Phialo. à hipocalemia. Bisnaga com 20 g de creme. Resistência Fúngica . Cryptococcus vasoconstrição renal. Anemia arregenerativa pode ocorrer durante a Madurella e Leptosphaería. . cárdio. calcinose renal. Espectro de Ação . no entanto. pericárdico e articular e no meio intracelular. Frasco com 100 ml de xampu. Penicillium. Estirpes mutantes de Cândida e • Cardiotoxicidade: ligação às células do mio- Cryptococcus que apresentam alteração na com. Bisnaga com 50 g de creme dermatológico. Frasco de 30 ml Isoconazol Icaden* (Schering) de solução. Química) Cetonax®(H) (Janssen. Embalagem com l litro. Xampu com 100 ml. Atravessa mal a barreira hemato-encefálica e apresenta escassa penetração em coágulos.Principais agentes. virulentas que as demais. Ciclopiroxolamína Loprox®(H) (Hoechst Marion Roussel) Bisnaga de creme dermatológico 20 g. Salisoap®(H) (Galderma) Sabonete. Mycrosporum.Cilag) Cetocon Top*(H) Bisnaga com creme dermatológico.1 . Solução para uso tópico a 2%. Solução a Canesten*(H) (Bayer) 28% para uso ungueal. A droga penetra em líquidos pleural. à neoformans. peri-toneal. Rhodotorulla. Frasco com Cetoconazol ( Cepav-Pharm) Cetoconazol®(H) (Neo- xampu a 2%. Sporothríx schen. Coccidioides • Nefrotoxicidade: a anfotericina B provoca immitis. phora eFusarium.) líquido. à ckii. (Novartis) Loção cremosa a 2%. Cândida albicans.Cilag) Frasco com 100 ml de xampu a 2%. parecem ser menos • Hipotensão. Dermax*(H) (Galderma) Enxofre Sabonete. estirpes mutantes. Econazol MycostyP(H) (Stiefel) Embalagem com 30 g de loção 1% e creme a 1%. Clotrimazol Tioconazol Tralen®(H) (Pfizer) Bisnaga com 20 g de creme dermatológico. Miconazol Daktarin*(H) (Janssen. Cetoconax*(M) (Janssen.A anfotericina B é ativa Efeitos Adversos diante de Histoplasma capsulatum. demonstraram resistência a essa droga. Mucor. à cilindraria e à proteinú-ria.fungicidas da droga por até 48 horas. QUADRO 4. causando distúrbios na condução dos posição do ergosterol da membrana celular impulsos e miocardite. Blastomyces dermatidis. Sua excreção é realizada por vias biliar e renal.A anfotericina B não • Tromboflebites: ação irritativa. com 60 g e aplicador.000 Ul/ml. Essas • Pirexia. Frasco com NizoraP(H) (Janssen. acidose tubular renal. Nistatina Micostatin®(H) (Bristol-Myers Squibb) Frasco de 100 ml e frasco de 25 ml com 300 mg/ 100 ml. nomes comerciais e formulações comumente utilizados na terapia tópica das infecções fúngicas Princípios atívos Nome comercial e laboratórios Apresentações Glucohex®(H) (Eurofarma) Chlorohex®(H) Sabonete líquido a 2%. Sabonete Clorexidina (Geras Johnson) Silvex»(H) (Silvestre lab. apresenta ação efetiva em Cladosporíum. Loprox®(H) (Hoechst Marion Roussel) Tb. Solução spray a 1%. Trycbopbytom. Solução injetável (frasco-ampola): 50 e 100 Ambisome®(H) mg. de 50 mg e 100 mg. principalmente nas de rápida progressão. Embalagem com 10 cáps. Fluconazol(|I) (Bergamo) Frasco com suspensão de 50 mg/ml.62 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 4. (Pfizer) Embalagem com 8 cáps. antes de iniciar a terapia.Antes da infusão intravenosa de anfotericina B. Embalagem com 4.000 Ul/ml. de 100 (Janssen-Cilag) Sporanox(H) mg. Fungizon®(H) Frasco com 50 mg de pó para restituição e infusão (Bristol-Myers Squibb) intravenosa. Caixa com 14 e 24 comps. de 125 e 250 mg. . na dose de 50 ml/kg em 4 horas. A anfotericina B foi inicialmente utilizada complexada ao desoxicolato (ABD). de 500 (HJ Itraconazol Sporostatin®(]|) mg.9%.Os principais agentes utilizados na terapia sistémica das infecções fúngicas. oral . de 50 mg e 100 mg. (AstraZeneca) de 125 e 250 mg. de 200 mg. Caixa com 14 e Cetoconazol (Biochimico) Fulcin® 24 comps. Fluconazol (Schering-Plough) Frasco de 100. Preferencialmente. Subsequentemente. O fator limitante de sua utilização é toxicidade. Frasco com solução intravenosa de 100 ml de 2 mg/ml. hematometria. Embalagem com 10 e (Janssen-Cilag) Cetonax(H) 20 comps. de 50 mg e 100 mg. formas menos tóxicas e mais eficazes foram desenvolvidas. Estojo com 20 comp.cápsulas de 250 e 500 mg. A anfotericina B deve ser diluída em 250 . A anfotericina B deve ser administrada como uma série de infusões intravenosas com intervalos de 48 a 72 horas. (Janssen-Cilag) Itranax(H) de 100 mg. tais como as protegidas por lipossomos (ABCD) e as protegidas por membranas de fosfolipídeos (ABCL). fato minimizado quando se associa a anfotericina B a outros anti-fúngicos como a 5-fluocitosina e derivados triazólicos e imidazólicos. Flusan(H) (Eurofarma) Zoltec(H) Embalagem com 8 cáps.100. exame de urina. discrasias sanguíneas e insuficiência renal contra-indicam a terapia. Caixa Ancobon(H) (Roche) Nizoral(H) com 10 e 30 comps. de 200 mg. de 100 mg. Embalagem com 30 ml de susp. Pó para suspensão oral 50 mg/5 ml. perfis bioquímico e eletrolítico séri-co devem ser realizados. o animal deve ser submetido à natriurese com infusão de solução de NaCl a 0. Dufulvin®(v) (Duprat) Produto importado . 10 e 15 cáps. Embalagem com 4.100. (United Medicai) Talsutin®(H) (Bristol-Myers Squibb) Bisnaga com 45 g (associada à tetraciclina) de creme Tericin AT®(H) (Ativus) vaginal para uso tópico. 10 e 15 cáps. Embalagem com 20 comp. tendo sequência na quarta e na sex- ta-feira.000 Ul/ml. creme Micostatin®(H) vaginal para uso tópico.5 g/100 ml. de 500 mg micronizados. Caixa 5-Flucitosina (Novartis) Alamil*(H) com 14 e 24 comps.2. sendo administrada con-juntamente com glicose em infusão lenta em razão da nefrotoxicidade. 200 e 500 ml de susp.2 . Nistatina (Bristol-Myers Squibb) Frasco com 50 ml de suspensão . de 125 e 250 mg. leucometria. Evidências de distúrbios eletrolíticos. a terapia inicia-se em uma segun-da-feira. Terbinaflna Nistatina®(H) (Neo-Química) Griseofulvina Micoter®(H) (EMS) Lamisil®(H) Frasco com 50 ml de suspesão . algumas de suas apresentações comerciais e suas principais formulações Princípios ativos Nomes comerciais Apresentações Anfotericina B Amphocil®(H) (AstraZeneca) Frasco amp. de 50 mg e 100 mg. Bisnaga com 60 g (associada à tetraciclina). (Janssen-Cilag) Itraconazol(H) Embalagem com 8 cáps. para evitar o fim de semana.10 mg/ml. Para minimizar a nefrotoxicose. Usos Terapêuticos e Doses • Uso Sistémico: A anfotericina B está indicada no tratamento de infecções fúngicas sistémicas. do potássio. devendo seus efeitos serem Farmacocinética . Nas infecções gastrentéricas por meses. utilizadas. As formulações disponíveis para uso tópica. . toxicidade. IV. A nistatina é uma das drogas de escolha para o tratamento das candidíases oral e gastrentérica em cães e gatos. tópico são associadas a antibióticos como a diarreia e reações de hipersensibili-dade. com o uso de soluções poliônicas. Alterações metabolismo celular fúngico e inibindo seu na função renal requerem imediata suspensão da crescimento.A nistatina apresenta bons nistração da anfotericina B devem ser tratados resultados perante as candidíases mucocu-tâneas imediatamente. IV. drogas pimaricina é eficaz contra Malassezia. Mesmo em infecções sistémicas por Cândida.Assim como outros lentamente durante 3 horas. Cândida. Distúrbios eletrolíticos associados à admi. A Em casos de pirexia persistente. a nistatina deve ser utilizada por via oral NlSTATINA E PlMARICINA para diminuir a população de Cândida no trato gastrentérico.A nistatina e a pimaricina são extensamente monitorados. ou 0. 96/96 horas.15 a l mg/kg dissolvido em 5 a 20 por pelo menos 2 a 5 minutos nos tecidos afeta-dos. durante 6 horas. Cândida. o pregada topicamente na forma de cremes para que contra-indica sua utilização por via combater infecções vaginais por Cândida em intravenosa ou intramuscular. quando utilizadas via parenteral. durante 2 a 4 de cães. produzido pelo Streptomyces natalensis.Forma convencional (desoxicolato): 0.Estes antimicóticos em associação com o dimetilsulfoxido para poliênicos podem ser utilizados para o tratamento (DMSO) tratar a pitiose em equinos. Moni-toramento do antimicóticos poliênicos. escassamente absorvidas via oral. A anfotericina B já foi utilizada Usos Terapêuticos e Doses . A pimaricina é de suspensão oral ou formulações tópicas. agindo apenas • Cães: topicamente nas mucosas. o que restringe sua utilização em fêmeas prenhes.5 cruzada com a anfotericina B tem sido descrita na mg/kg. dissolvido em 500 ml ou l litro de dextrose literatura. componente da da ureia e da creatinina sérica devem ser membrana celular dos fungos. cadelas.25 a 0.25 mg/kg. cina se ligam ao ergosterol. Essas drogas não . Devem ser utilizadas na fornia culturas de Streptomyces noursei. Resistência Fúngica . a nistatina deve ser deglutida agindo apenas -Forma lipossomal: 1. porém estas podem causar lesão renal adicional. Efeitos Adversos durante 2 a 4 meses. dissolvido em 500 ml a l litro de da sua toxicidade. durante 6 a 8 nos locais de infecção. e regulares diante da malassezíases. tetraciclina. sendo relatados em humanos vómitos. desestabilizando o realizados antes de cada tratamento. ml de dextrose a 5%. IV. Para que a nistatina possa agir solução de dextrose a 5%. • A nistatina e a pimaricina apresentam elevada • Uso tópico: A anfotericina B pode ser em. Espectro de Ação . 500 ml de solução de glicose 5% e administrada Mecanismo de Ação . droga. Resistência .25 a 0. nas mucosas. de otites micóticas em cães e gatos. A um antibiótico heptaeno. Ambas devem ser o que dificulta sua utilização nas candidíases orais administradas 3 vezes por semana. porém essas enfermidades são raras nessas espécies. 727 72. IV. a nistatina e a pimari- volume globular.Forma convencional (desoxicolato): 0. pois a maioria dessas infecções é de (NATAMICINA) origem endógena. Infecções vaginais por Cândida em fêmeas pré-púberes podem ser medi- A nistatina é um antibiótico tetraênico obtido de cadas com nistatina. é necessário que permaneça horas. antiinflamatórias não esteroidais devem ser Aspergillus e dermatófitos.5 podem ser utilizadas por via parenteral em virtude mg/kg. 3 vezes por semana.A resistência a esses • Gatos: poliênicos é um fenómeno incomum. a 5%. apesar dessa condição raramente acometer • Efeitos adversos raramente ocorrem na terapia essa espécie. IV. da proteína total. VO. tem sido indi- cada como alternativa aos tratamentos que utili- GRISEOFULVINA zam derivados imidazólicos e triazólicos para combater essas infecções. VO. microssomal hepático. Mecanismo de Ação . icterícia.Aplicações otológicas: 2 a 3 vezes ao dia. 6/6 horas. a cada 24 Espectro de Ação . depositando-se de maneira impor. • Teratogenicidade: A griseofulvina está con-tra- . sendo utilizada exclusivamente por via oral. gatos: Nistatina • Gatos podem se intoxicar com uso prolongado da forma ultramicrocristalina. em razão Esta ação resulta no interrompimento da divisão do custo. a cada 24 Trycbophytom).Forma micronizada . A droga se difunde por di. quitinosos (dermatófïtos) e possui ação antiin. efetiva somente sobre micoses superficiais causadas • Equinos: por fungos dermatofíticos (Mycrosporum e . horas. o fenobarbital e a ciclosporina. anorexia. • A metabolização da griseofulvina é influenciada . Cladosporium. Dietas ricas em 5-FLUCITOSINA OU FlUOROCITOSINA lipídeos otimizam a absorção. • Cães e retroviroses ou animais anêmicos. átomos de flúor. • Menos frequente em humanos: Erupções pimaricina pode ser utilizada topicamente nas cutâneas.Forma micronizada: 10 mg/kg. unhas e cascos.A griseofulvina tem ação horas. inibindo suas Resistência Fúngica — A griseofulvina não atua funções. A metabolização ocorre por enzimas do sistema microssomal hepático Mecanismo de Ação . demonstrou atividade diante de tante nos tecidos queratinizados. VO. xampus e outras formulações tópicas. diante de Cryptococcus neoformans. Cândida e perante Cryptococcus neoformans. angioedema e neutropenia. Inicialmente utilizada como versos órgãos.Aplicações oftálmicas: 2 a 3 vezes ao dia.Aplicações otológicas: 2 vezes ao dia. . e a A 5-flucitosina ou fluorocitosina é um análogo da forma ultramicrocristalina é mais bem absorvida pirimidina modificada estruturalmente para conter que a microcristalina. Leveduras como Malossezia pachy. organelas celulares envolvidas na divisão mitótica da célula fúngica.A griseofulvina interfere na Essa é uma das drogas de eleição para o trata- formação dos microtúbulos. dermatis e Cândida não são combatidas eficien- temente com essa droga. Usos Terapêuticos e Doses . .64 Manual de Terapêutica Veterinária indicada em animais prenhes. antineoplásico. ácidos nucléicos dos fungos. • Cães e gatos: flamatória. VO. . Em equinos. Cândida e Sporothrix schenckii. apenas em casos excepcionais deve ser celular. 12 horas.A griseofulvina Pimaricina está indicada no tratamento de micoses su- . A griseofulvina utilizada para o tratamento de micoses também inibe a formação da parede celular de fungos superficiais. Fungos filamentosos e dermatófitos Efeitos Adversos não são suscetíveis. O tamanho das partículas de griseofulvina interfere na absorção. . Por ser relativamente bem tolerada. como pêlos. apresentando letargia.Forma ultramicronizada .A droga se incorpora nos e a eliminação é por vias urinária e biliar. . A droga não é capaz de combater infec. Aspergillus.Candidíases vaginais: aplicações vaginais l vez por drogas que interferem no sistema ao dia. Malas-sezia Espectro de Ação . A micoses oftálmicas. durante 7 dias. a cada ções micóticas quando aplicada topicamente. tendo efeito fungistático.Candidíases do trato gastrentérico: 100. • Distúrbios gastrintestinais: Mais comum em seres humanos.30 mg/kg. .000 UI. Pode ser empregada A griseofulvina é um antimicótico produzido do em concomitância com a terapia tópica à base de Penicillium gríseofulvin.Aplicações cutâneas: 3 vezes ao dia. vómito. diarreia. como pele e anexos leveduroses sistémica. mento das onicomicoses. hepatotoxicidade e neutropenia. sendo somente encontrada em droga deve ser evitada em gatos infectados por farmácias de manipulação especializadas. neurotoxicidade. prin- cipalmente em infecções cutâneas disseminadas. entra as quais o varfarina. perficiais causadas por fungos dermatofíticos. Farmacocinética — A griseofulvina é absorvida por via oral com a gordura da dieta.50 mg/kg.A 5-flucitosina é ativa pachydermatis. A terbinafina é absorvida via témicos utilizados nas infecções micóticas. dor abdominal e conjunto com a anfotericina B na terapêutica das diarreia. pertencente à podendo ser utilizada em concomitância classe das alilaminas. Em algumas situações. Não se conhece seu zóis ou triazóis. Evitar em nefropatas. Usos Terapêuticos e Doses • Teratogênica para animais de laboratório: evitar • Uso sistémico: A terbinafina está indicada na em fêmeas prenhes. difunde-se amplamente pêlos mente essa droga tem sido substituída pêlos de- tecidos queratinizados. A terbi- nafina é um antimicótico fungicida. é utilizada em racterizados por vómitos. a indicada na terapêutica das infecções micó-ticas droga é capaz de combater a pitiose. Esta atinge concentrações elevadas no Resistência Fúngica . uma substância tóxica à célula fúngica. os únicos agentes antifúngicos sis- Farmacocinética. A terbinafina se liga aos mecanismo de ação esteja ligado à amplificação queratinócitos persistindo com ação fungicida por . A droga chega à pele pela rivados imidazóis e triazóis. droga não foi capaz de eliminar infecções por Resistência Fúngica . essa droga tem sido indicada para o tratamento terapêuticos mais rápidos que a griseofulvina. apresentam trombocitopenia e leuco-penia. A inibição dessa 84 dias. surgindo principalmente durante a terapia. uma enzima que atua na síntese . dor abdominal e cimetidina e diminuídas pela rifam-picina. durante filamentosos. vómito. TERBINAFINA Uso tópico: A terbinafina utilizada por via tópica é considerada extremamente eficaz A terbinafina é um antimicótico recentemente perante dermatófitos nessa localização. a terbinafina apresenta efeitos Cândida.A resistência à terbinafina líquido cefalorraquidiano (60% a 80% dos níveis não tem sido registrada. matófitos antropofílicos. meningites criptocóccicas. sendo utilizada em além de apresentar elevada potência perante der- associação com a anfotericina B ou com imida.A resistência tem sido um Mycrosporum canis em humanos. renal. • Têm sido registrados neurotoxicidade. VO.Aplicações tópicas: l a 2 vezes ao dia. 6/6 ou 8/8 66 Manual de Terapêutica Veterinária horas.2 a 10 mg/kg. diarreia. distribuindo-se por todos os tecidos bolização é hepática e a excreção. ca- certa frequência. cristalúria. Atual- oral. estase biliar. Evitá- la em animais com disfunções em medula óssea. . hepatotoxicidade. Malassezia e Cândida. falência • A droga tem suas concentrações elevadas pela renal. enzima leva ao acúmulo intracelular de escaleno. Sua excreção é feita via urinária. Este ação sobre Cândida. difusão através da epiderme ou ao ser secreta-da Mecanismos de Ação . A meta- via oral. podendo ser utilizada por via tópica ou sistémica. por 28 a da parede celular fúngica. de meningite criptocóccica. no tratamento da pitiose em equinos • Cães e gatos: 25 a 50 mg/kg. A terbinafina tem pouca séricos). • Animais com falência renal ou disfunções • Mielotoxicidade foi registrada em humanos que hepáticas devem receber doses menores.A terbinafina inibe a • Cães e gatos: escaleno-epoxidase. corpóreos. 24/24 horas.A terbinafina é muito ativa lODETOS perante todos os fungos dermatofíticos sendo menos potente diante de fungos dimórficos Os iodetos de sódio e potássio foram.Especula-se que seu junto à secreção sebácea.Farmacocinética . Por este fato. aprovado para uso em humanos. VO. Aspergillus. vários anos. Mecanismo de Ação . Dada a elevada concentração no liquor.A 5-flucitosina é bem absorvida longos períodos na pele e nas unhas. elevação de transaminases hepáticas. Espectro de Ação . Cryptococcus pode apresentar resistência com • Registros de distúrbios gastrentéricos. Por ter efeito disseminadas causadas por Cryptococcus e fungicida. terapia das dermatofitoses cutâneas e ungueais.A 5-flucitosina está Em combinação por via oral com o itraconazol. com a terapia sistémica. problema frequentemente relatado após o uso desta Efeitos Adversos droga. A 5-fluocitosina já foi empregada efeito em micoses sistémicas de pequenos animais. e por ser lipofüica. • A droga pode provocar hepatotoxicidade. Efeitos Adversos neutropenia e pancitopenia. Usos Terapêuticos e Doses . a fármaco não tem sido utilizado por via tópica. tras drogas antifúngicas. do que ou- • anorexia e vómito. mutação se tornaram resistentes a essas drogas. A resistência cruzada entre os azóis tem soluções supersaturadas de iodeto de potássio sido observada. inibindo a desme- melhor tolerância ao iodeto de sódio que ao tilação do lanosterol. espectro.Iodeto de potássio . mente utilizado em Medicina Veterinária. que é um precursor do iodeto de potássio. a droga fungos isolados de pacientes humanos. que leva a um aumento intracelular da geração de . 12/12 horas. triazóis. da família dos imidazóis usada oralmente no tra- rinária na terapia da esporotricose cutânea fixa e tamento das micoses sistémicas. Predominante. ficam rapidamente a membrana celular fúngica. • depressão e colapso circulatório. intracelular dos azóis. Os raros Quando esses sinais são observados. clotrimazol. miconazol. alteração conformacional da enzima 14-alfa- Usos Terapêuticos e Doses . parecimento dos sinais clínicos. que por deve ser imediatamente suspensa. não sendo podem ser reinstituídas à metade da dose inicial. essas drogas não foram isolados de fontes profundas. esterol. Estes sais Mecanismos de Ação .Miconazol. Adicionalmente. trigli- cerídeos e ácidos nucléicos. esses compostos • Cães: interferem na síntese de ácidos graxos. demonstrado maior eficácia e menor toxicidade. na zima C5-6 desnaturase foram implicadas como concentração de 20%.Solução saturada a 20%: 40 mg/kg. cetoconazol. • Gatos: porém quando em alta concentração. os gatos são os mais causar doença invasiva. tendo espectro e mecanismos de ação similares. tendo geralmente • ressecamento da pele e pelagem. A resistência fúngica aos derivados imidazóis e • abortamento em equinos.da resposta imunológica do hospedeiro. essas drogas são fungistáticas.Iodeto de potássio . a cada dem ser usados em casos de candidíases muco- 12 horas. auricular ou intertriginosa.Essas drogas são princi. cionadas. triazóis tem sido considerada incomum. IV.2 mg/kg. genital. VO. Os gatos apresentam membrana celular fúngica.Solução supersaturada: 40 mg/kg. o tempo mínimo de uso enzimáticos e a permeabilidade da membrana. sendo ampla- linfocutânea. VO. • secreções oculonasais. enilconazol e clotri- mazol têm excelentes resultados nas infecções . sendo amplamente dis. Cetoconazol. por possuírem menor efeito sobre a síntese • seborréia seca. além de inibirem . enzimas oxidativas e o citocromo c peroxidativo. elas dani- . levou apresentam absorção oral. esterólica das células de mamíferos. O cetoconazol foi a primeira droga antifúngica palmente usadas em Medicinas Humana e Vete. sendo amplamente distri. baixas doses. VO. produção excessiva ou gados ao iodismo. Quando em 8 ou 12/12 horas. 8/ produtos derivados do oxigénio. azóis. a cada Uso Tópico .40 mg/kg. que pudessem ser administrados Farmacocinética . Espectro de Ação . o que permite morte intracelular das A descoberta de agentes antifúngicos de amplo células fúngicas.As soluções iodadas oralmente e com alto índice terapêutico. elementos que contribuem para resistência aos buídas no organismo. O itra- conazol e o fluconazol são triazóis recentemente Efeitos Colaterais .Solução saturada a 20%: 10 mg/kg. contendo l g/ml podem ser indicadas. esclarecido se estes retiveram o potencial de Entre as espécies domésticas. das soluções iodadas é de 12 semanas após ter conduzindo à difusão de potássio intracelular e à sido observada significativa cura clínica.Os imidazóis e os não são palatáveis e podem ser administrados triazóis interferem na síntese do ergosterol na com leite ou alimentação. conazol. morte celular. O acúmulo deste altera vários sistemas Para esporotricose. iconazol e tioconazol po- . por agir DERIVADOS IMIDAZÓIS E TRIAZÓIS no sistema de mieloperoxidase halogenado dos neutrófilos.Os principais efeitos introduzidos no tratamento das infecções micó- colaterais associados aos iodetos são: ticas em Medicina Veterinária. enil- 12 horas. ao desenvolvimento dos derivados imidazóis e tribuídas por todo o organismo.As soluções desmetilase e uma mutação concomitante na en- iodadas devem ser administradas oralmente. Em cães de grande porte. Após o desa. o 8/8 ou 12/12 horas. • Equinos (esporotricose): . VO. possuindo efeito fungicida. Essas são drogas estruturalmente rela- mente sua excreção é renal. cutânea. Redução da concentração suscetíveis a desenvolverem efeitos colaterais li. devendo preferencialmente ser administrado após a alimentação. • depressão e anormalidades neurológicas são incomumente descritas. . e de 8 a 12 semanas. mínimo 30 dias. Há baixa concentração no líquido cefalor- raquidiano. na vulva e na vagina. apresentando ampla distribuição na pele. Seu uso com drogas anti-secretórias gástricas deve ser evitado. após ter sido observada sig- nificativa cura clínica. a cada 12 horas.O tempo de uso mínimo dos em lesões intertriginosas. Em casos de lesões derivados imidazóis e triazóis é de 4 semanas. a cada cinco dias. dos casos analisados tem sido observada com o como iconazol. como miconazol.Seus principais efeitos colaterais são: • anorexia. aplicado em dose única. ótimos resultados. Em meio ácido. Sua meia-vida em hu- manos é de oito horas. polietileno glicol). CETOCONAZOL Farmacocinética . por no mínimo quatro semanas. por no itraconazol por quatro semanas. 84% da droga conjuga-se à albumina plasmática. o enilconazol (10 mg/kg/ tanto sistémica como topicamente na forma de BID/10 dias) usado localmente. devendo ser usado Na aspergilose nasal. Soluções.auriculares causadas pela Malassezia pachyder. para a terapia das micoses sistémicas. após a rinotomia/ xampu. • hepatite tóxica e/ou insuficiência hepática (mais comum em felinos). nos tecidos pleural e peritoneal.O cetoconazol quando administrado oralmente apresenta absorção va- riável. os xampus po- para a terapia das infecções micóticas su- perficiais. náusea e vómitos dose-depen- dentes. Após absorção. o ceto. os interior da cavidade nasal e seio frontal. ou cinco dias. clotri. turbinectomia e implantação cirúrgica de tubo no Para a terapia tópica das dermatofitoses. Aerossóis podem ser indicados Uso Sistémico . cetoconazol ou triazólicos. • farmacodermias. Efeitos Colaterais . por no mínimo 30 dias. • elevação sérica assintomática das amino- transferases. creme e loções podem ser usados cateterização nasal bilateral. nos ossos. tioconazol ou sertaconazol. dependendo do pH gástrico. dem ser utilizados em todo o corpo. associado à terapia com nas lesões localizadas. A droga é metabolizada pelo fígado em produtos inativos. a cada três matís. no líquido sinovial e na saliva. Resolução clínica superior a 90% mazol. Em casos de malassezíase cutânea. multifocais e generalizadas. foi associado a derivados imidazólicos. têm uso do clotrimazol (500 mg dissolvidos em 50 ml de sido indicados como coadjuvantes da terapia sis. conazol é a droga de eleição. via témica. sua biodisponibilidade fica aumentada. sendo eliminada predomi- nantemente por via biliar. enilconazol. em humanos. longa duração da terapia antimicótica. Com a combinação da terapia. Em virtude de sua homogeneização com a ção de seu uso na prática clínica. . Sua associação com a • anorexia temporária. associada a importantes efeitos colaterais. pêlos e em múltiplos tânea e mucocutânea. ITRACONAZOL Espectro de Ação. Como o cetoconazol demora até cinco dias ligando-se fortemente à proteína ceratina. ponibilidade é realçada quando este é oferecido ticos superiores ao cetoconazol. a terapia com o itra. 30 dias após mente descritos. quando usados que é necessário nas micoses profundas. ic- Em casos de otite média perpetuada por terícia e insuficiência hepática. Apesar da baixa concentração no liquor. até quatro vezes sua concentração plasmá-tica. horas. Malassezia pachydermatis. Por causa da secreção da droga no leite materno. nas doses recomendadas. O itraconazol é metabolizado pelo fígado em infecções graves que evoluem rapidamente. vos e mais bem tolerados. Adicio. o que minimiza seus efeitos nefro. resultados em casos de criptococose nasal. sincrasia ou são dose-dependentes. Sérios efeitos reduzida. variando sua meia-vida de 8 a cina B proporciona eficácia imediata e o cetoco. o cetoconazol tem sido associado à espectro de ação. não alteram a con- nalmente. IV.67 Manual de Terapêutica Veterinária a cura clínica. • Cães e gatos: 5 a 10 mg/kg. é mais caro e possui mais menos efeitos adversos que o cetoconazol. geralmente. houve uma diminui. após a alimentação. • o cetoconazol é teratogênico em animais. glândulas sebáceas. Apesar de O cetoconazol não deve ser usado como bem tolerado. esporotricose.Os triazóis. esta droga é amplamente dis- única vantagem relacionada ao custo total da tribuída pela pele e folículo piloso. distribuindo-se amplamente pela usado eficazmente na terapia das candidíases cu. nazol. órgãos internos. efeitos colaterais que a griseofulvina. blastomicose e coccidioidomicose. dermatite por malassezia. O itraconazol é um derivado triazol de amplo matofitoses. Sua biodis- conazol é indicada por possuir efeitos terapêu. para atingir o pico de sua atividade antifúngica. com o de sua forte solubilidade lipídica. tendo maior efetividade e resistência fúngica. pele. Esse metabólito ativo é sua associação com a anfotericina B tem sido eliminado pelas vias biliares e sofre recircula- feita. A testosterona. VO. significativas concentrações no tecido neurológico. tração no líquido cefalorraquidiano e na urina. são associados à idios- tóxicos. no mínimo. ção enteroepática. devendo ser usado na dose de rativas e edema de membros foram rara- 10 mg/kg/24 horas. 12/12 não sendo recomendado durante a prenhez. por. a resposta à estimulação pelo riores a 10 mg/kg podem suprimir a produção de hormônio adrenocorticotró-fico e a síntese de cortisol adrenal e induzir a hipocortisolemia. Usos Terapêuticos e Doses . administrado oral ou parenteralmente. atingindo pico plasmático O cetoconazol é a droga de eleição para a em 3 a 4 horas. o cetoconazol é a • vasculopatias associadas a dermatites ulce- droga de eleição. causado: ningoencefalite fúngica. Por ser extremamente lipofílica.O itraconazol pode ser provada da griseofulvina.Apesar de efetivo na terapia das der. este pode atingir advento dos derivados triazóis. As recomendações de dosagem do cetoconazol variam de acordo com a etiologia e a forma da doença fúngica. Doses supe- do cortisol sérico. 24 horas) tem tido bons • vómitos. a anfoteri. porém esta é infertilidade temporária em machos. o itraconazol tem eventualmente terapia única em casos de infecção ocular e me. nazol na histoplasmose. Em casos em que há intolerância ou inefetividade com. porém apresenta pouca concen- Embora haja relatos de efetividade do cetoco. 12 horas. a dose acumulada de anfotericina B é centração de hormônios esteróides. seu uso em animais que estão amamentando também é desaconselhado. que são mais efeti. o Efeitos Adversos . apresentando terapia. por causa cose. A supressão hormonal pode ser dose de 10 mg/kg a cada 12 horas tem sido indi- perigosa a animais prenhes e pode causar cada em casos de criptococose felina. • aumento das aminotransferases séricas. devendo ser seu uso essa droga liga-se a proteínas plasmáticas na pro- sistémico associado à terapia tópica. sendo sua secreção sebácea. colaterais. O fracionamento da droga tem • o cetoconazol pode produzir disfunções sido associado à melhor biodisponibilidade desse endócrinas por suprimir as concentrações basais fármaco e a menos efeitos colaterais. Farmacocinética . Este tem sido porção de 99%. 5-fluocitosina (125 mg. criptoco. em hidroxitraconazol. Espectro de Ação. Na criptococose. em cães com intolerância à anfotericina B. 24/24 horas. sendo observadas alterações de sua biodisponibili-dade eficaz no tratamento de uma grande variedade de por modificações do pH gástrico. cromomicoses e zigomicose. cocose ocular e na neurocriptococose. O fluconazol também tem sido empregado com sucesso na terapia da blastomicose.50 mg/kg. o itraconazol tem-se mostrado extre.O itraconazol parece ter um espectro de possui excelente absorção gastrentérica. 24/24 horas. Embora as con- centrações séricas de fluconazol variem amplamente. este tem sido usado Espectro de Ação. Adicionalmente. sendo uma importante Efeitos Adversos. VO. Sua pêlos. felinas nasal e cutânea. micóticas superficiais. coccidioidomicose. 12/12 horas. 12/12 horas. somente 11% da droga é conjugada Devido a este se acumular nos ceratinócitos e atingir à albumina plasmática.5 a 5 mg/kg. VO. não sendo ação igual ou superior ao da anfotericina B. Usos Terapêuticos e Farmacocinética .5 a 10 mg/kg. é eliminada pela urina. Cerca de 90% da droga uma importante alternativa à griseofulvina. VO. têm sido observados na terapia das criptococoses pergilose disseminada. tricoses canina e felina. Em virtude de sua ampla se. blastomico. tração no líquido cefalorraquidiano. subcutâneas e sistémicas.O fluconazol tem demons- alternativa ao uso dos sais de iodo. 12/12 horas. o que permite sua difusão altas concentrações na secreção sebácea e nos e alta concentração nos líquidos corporais.5 mg/kg. o que me- . Excelentes resultados com itraconazol têm sido observados em as. 12/12 horas. hidrossolúvel.5 mg/kg. Usos Terapêuticos e com sucesso na terapia da neurocriptococose em Doses .Este derivado triazólico Doses . porém com menor gama de efeitos colaterais. resultados favoráveis à terapia malassezíase e candidíase.2.5 mg/kg. em Medicina Veterinária a dose indicada em pe- quenos animais é de 2. sendo sua meia-vida de O itraconazol é eficaz na terapia das esporo. líquido cefalorraquidiano. difusão nos fluidos corporais e da alta concen- tomas dermatofíticos. Por ser micoses superficiais. principal- trado ser uma droga extremamente segura no tra- mente em gatos. como as dermatofitoses. diariamente. VO.Para criptococose . . o itraconazol é terais são esporádicos e não diferem daqueles tão efetivo como o cetoconazol.O fluconazol é eficaz contra infecções humanos e felinos. Embora o observados com outros derivados imidazóis e itraconazol não possua boas concentrações no triazóis.10 mg/kg. 25 a 30 horas. pseudomice. concentração no liquor varia de 50% a 90% da mamente efetivo perante a dermatofitose. histoplasmose. em que o iodismo é comu- tamento das infecções fúngicas. VO. . Seus efeitos cola- mente observado. . micetomas. • Cães e gatos: . lhorou nitidamente o prognóstico da criptococose • Equinos: em pequenos animais. VO. como anorexia e hepatotoxicidade. . resultados • Cães e gatos: animadores foram observados também na cripto- . sendo concentração plasmática. hidros-solúvel. SOLUÇÕES ANTINFÚNGICAS DE USO TÓPICO EXCLUSIVO A clorexidina a 2%. por no mínimo 30 dias. respectivamente. FLUCONAZOL O fluconazol é um derivado triazólico. como solução ou xampu usados diariamente ou a cada 5 dias. é efetiva contra derma tófitos. . o que o torna indicado para tratamento das infecções micóticas sistémicas suscetíveis. de amplo espectro de atividade e longa meia- vida. ceratolíticas e ceratoplásticas. pode ser utilizada em animais de produção para o tratamento de dermatofitoses e da candidíase intertri-ginosa em bovinos. dissolvidas em água (1:4) e usadas diariamente.Preparações à base de ácido undecilênico são principalmente fungistáticas. embora possa ser observada capacidade fungicida com longas exposições a altas concentrações desse fármaco.Soluções contendo ácido benzóico a 6% e ácido salicílico a 3% têm sido indicadas na tera- pia tópica das dermatofitoses. indicadas em casos de dermatofitose.Animais de produção podem necessitar de tratamento oral. necessária sua contínua aplicação por várias semanas ou meses. Soluções de polivinilpirrolidona a 1%.70 Manual de Terapêutica Veterinária As soluções com enxofre a 2% são fungicidas. sendo inativado quando em contato com exsudatos e tecidos necróticos.A violeta de genciana em solução alcoólica a 2%.O iodo. como a fucsina básica. é necessário observar a possibilidade de intoxicação por cobre nesses animais. . embora efetivo contra os dermatófïtos. Alter- nativamente.A cal sulfurada diluída na proporção de 115 a 230 g/5 litros de água pode ser utilizada na forma de banhos a cada 3 ou 5 dias. enquanto o ácido benzóico tem efeito fungistático. Outros corantes usados topicamente e associados aos ácidos salicílico (2%) e benzóico (4%) em solução alcoólica (álcool 90°) podem ser utilizados na diluição de 2% em animais de produção. e já se recomendou o sulfato de cobre. As soluções iodadas podem causar alteração na coloração da pele e pelagem. pode ser utilizada em situações em que o custo seja o fator limitante. para tratar animais pecuários acometidos de dermatofitoses. VO. 70°. só devendo ser utilizado em situações excepcionais. O ácido salicílico é ceratolítico e ceratoplástico. Estas têm sido indicadas no tratamento das der- matofitoses. assim. Xampus ou sabonetes podem ser utilizados em casos de infecções der-matofíticas generalizadas. o verde de metila e o azul de metileno. pode causar contato irritante quando utilizado cro-nicamente. associada ao ácido salicílico a 2%. tintura de iodo associada a álcool. Nessa situação. sendo. na proporção de 1:10. têm sido indicadas principalmente no tratamento das dermatofitoses em animais de produção. A erradicação da infecção ocorre somente após ter sido eliminado o estrato córneo infectado. apresentando resultados compensadores do ponto de vista económico. na proporção de 1:2000. São preferidas em casos de infecções localizadas. na água para beber. sendo da seguinte maneira: • Drogas que interferem na fixação do vírus aos receptores da célula do hospedeiro e na sua penetração.Os vírus são microrganismos extremamente simples. Portanto. muitas substâncias químicas. também restringem certas funções celulares do hospedeiro. 3) A estimulação dos mecanismos de resistência natural no hospedeiro.Na Medicina Veterinária. O uso sistémico é ainda restrito a alguns experimentos e no tratamento da leucemia felina. as duas últimas ainda não são totalmente eficazes na maioria das doenças virais. ANTIVIRAIS Silvia Franco Andrade O controle das doenças virais é basicamente fundamentado em três condutas básicas: 1) A principal. ela poderá interferir na entrada . Em muitas infecções virais. 2) A quimioterapia. que inibem a replicação virai. para que sejam eficazes os quimioterá-picos que bloqueiam a replicação virai. que consiste na imunização por meio de vacinas. isto é. parasitas intracelulares obrigatórios. produzindo acentuada toxicidade. • Drogas que interferem na síntese de ácidos nucléicos. RNA e proteínas da célula hospedeira. porém com a epidemia da síndrome da imunode-ficiência adquirida (Aids/Sida) em seres humanos. DROGAS QUE INTERFEREM NA FIXAÇÃO DO VÍRUS AOS RECEPTORES DA CÉLULA DO HOSPEDEIRO E NA SUA PENETRAÇÃO GAMAGLOBULINA Se a gamaglobulina tiver anticorpos específicos dirigidos contra antígenos superficiais de determinados vírus. sendo o combate ao vírus HIV o grande responsável por esse avanço. limitando-se basicamente ao uso tópico em ceratites e conjuntivites por herpes. quase sempre devem ser administrados antes do início da doença.O desenvolvimento de agentes antivirais é lento. cuja replicação depende principalmente dos processos de síntese de DNA. Dessa maneira. Contudo. A classificação dos fármacos antivirais se baseia na ação deles nas fases de replicação virai. na forma de quimioprofilaxia. a replicação do vírus torna-se máxima mais ou menos na época em que surgem pela primeira vez os sintomas clínicos ou até mesmo em uma fase mais precoce. o uso de antivirais ainda é pequeno. a quimioprofilaxia. • Drogas que interferem na síntese de proteínas. • Drogas que interferem na organização ou na liberação de partículas virais. a virologia aumentou vertiginosamente a pesquisa de novas drogas antivirais. Em Medicina Humana. ção dos vírus de DNA. é 10 volvem a síntese de RNA e de proteínas. mais eficaz que a DNA polimerase de mamíferos. tem sido utilizado no trata. Esse fármaco não possui boa bocitopenia imunomediada em cães. foi constatado que os interferons bém 10 vezes mais tóxica. o fármaco exerce pouco efeito terapêutico. todavia É fosforilada na célula em derivado trifosfa-to. Em seres humanos. DROGAS QUE INTERFEREM NA tramuscular de gamaglobulina misturada. A via de administração é oral. uma injeção in. assim. da raiva e da poliomielite. como o epitélio corneano avascular. a aplicação tópica de IDU não possui efeito terapêutico. que inibe a DNA polimerase do vírus. ajuda o processo de ci- (AMANTADINA E RIMANTADINA) catrização da ceratite herpética em seres huma- nos e animais. visto que o herpesvírus se prolifera no bem o desnudamento de certos mixovírus. o Em seres humanos. A utilização do interferon não preveniu a morte. enquanto o fármaco da influenza A e do vírus da doença de aplicado topicamente permanece no local e não é Aujeszky. Na conjuntiva vascular. Em seres hu. IV. repetir se necessário. utilizado em meningoencefalite aguda virai e . mais tarde. na encefalite herpética. A ribavirina interfere na formação de guano- globulina. rapidamente removido pela corrente sanguínea. vezes mais eficaz que a idoxuridina. além de atividade contra infecções virais. porém tam- Inicialmente. eram produzidos por células infectadas por vírus (Tipo I). pecial.5 mg/kg/dia por 5 dias. RlBAVIRINA Em Medicina Veterinária. tendem a ser mais ativos principalmente na que inibe a DNA polimerase virai de modo muito espécie em que foram sintetizados. sina-monofosfato e na síntese subsequente de mento de anemia auto-imune hemolítica e trom. da hepatite. Centeon). durante SÍNTESE DE ÁCIDOS NUCLÉICOS o período de incubação inicial.74 Manual de Terapêutica Veterinária Apesar disso. a maioria dos gatos continuar per- sistentemente virêmica. Trata-se de uma circunstância es- São compostos simétricos tricíclicos que ini. é utilizada topicamente no interferon tem sido utilizado como adjuvante no tratamento da ceratite herpética e sistemicamente tratamento de neoplasias. VlDARABINA duzidos na maioria das espécies animais. IDOXURIDINA (IDU) ADAMANTAIVAMINAS Inibe a replicação do vírus do herpes simples na córnea e. A dose em margem de segurança em animais domésticos. desta partícula virai na célula. Os interferons são pro. ácidos nucléicos. provavelmente ao bloquear mais a sua penetraçãodo que a sua adsorção. umpoolde imuno- globulina humana. pode modificar a infecção por vírus do sarampo. portanto a conjuntivite por ade- DROGAS QUE INTERFEREM NA novírus não pode ser controlada por IDU. É fosforilado em trifosfato de acicloguano- mano tiveram melhora clínica significativa e os sina. Na Medicina Veterinária tem sido utilizado contra o vírus da rinotraqueíte infecciosa bovina (RIB) em bezerros desmamados e no tratamento ACICLOVIR da infecção pelo vírus da leucemia felina (VLF/FeLV). principalmente IgG (Gama.4 a 0. cães para essa finalidade é 0. INTERFERON ClTARABINA O interferon é uma glicoproteína endógena que exerce atividade antiviral inespecífica. descobriu-se que os lin- fócitos também sintetizam interferons durante a resposta imune (Tipo II). Gatos tratados com interferon hu. por Inibe a síntese de DNA e interfere na replica- meio de processos metabólicos celulares que en. É valores do hematócrito retornaram ao normal. Em SÍNTESE DE PROTEÍNAS lesões cutâneas herpéticas. manos. com con. podendo exercer algum efeito sobre o da síndrome de imunodeficiência adquirida próprio HIV. Inibe tam- bém os poxvírus. humana (Sida/Aids). O quadro 5.ceratite herpética. porém por meio de um meca- nismo diferente. provocada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Tem sido utilizado em seres humanos nas infecções A zidovudina (AZT) é o fármaco mais estu. herpéticas em pacientes imunodeficientes com dado e mais amplamente utilizado no tratamento Aids. FOSCARNET Inibe a DNA polimerase do herpesvírus. ZlDOVUDINA (AZT) mesmo em cepas resistentes ao aciclovir.1 descreve as principais apresen- tações de antivirais existentes no Brasil. . Atua sobre a DNA polimerase virai (transcriptase). DROGAS QUE INTERFEREM NA sequente inibição da síntese de DNA virai e acen- tuada redução da replicação do vírus. ORGANIZAÇÃO OU NA LIBERAÇÃO DE PARTÍCULAS VIRAIS RlFAMPICINA Inibe a RNA polimerase DNA-dependente em bactérias e em células de mamíferos. caixas com 40 ou 60.caixa com 70. Cápsulas de 300 mg . 5 ou 9 MUI (milhões de unidades Roferon A(H) internacionais).u. Suspensão Rifaldin(H) com 100 mg/5 ml . Pomada oftálmica 3% . 4.embalagem com 40.. Cápsulas de 250 mg .caixa com 25. Interferon alfa-2B Frasco-ampola de 3. Comprimidos de 10 mg + solução diluente de 10 ml. Idoxuridina IH) Creme . Retrovir-AZT.frasco com 60 ml.1 . Comprimidos de 200 mg .caixa com 6. globulina(H) Interferem alfa-2A Seringa de 0.. Creme a 5% .caixas com 20.frasco com 100 ml. Zidovudina (A2T) Rifampicina(H) Cápsulas de 100 mg .Principais apresentações de antivirais no Brasil Princípio ativo Nome comercial Apresentação Aciclovir Zovirax.. 40 ou 120.frasco com 200 ml. Imunoglobulina Herpesine(H) Gama Ampola de 2 ml com 160 mg/ml . IDU (H) Pomada oftálmica. Amantadina Mantidan. 5 ou 10 milhões de unidades. Rifampicina Cápsulas de 300 mg .bisnaga com 3 g. Virazole(H) Cápsulas de 250 mg .embalagem com 100.bisnaga com 10 g.5 ml com 3..5 g.i Cápsulas de 100 mg . Xarope 50 mg/ml .tubo com 4. Ribavirina Intron-A(H. Comprimidos de 400 mg .caixa com 10 ou 30. Solução oral 10 mg/ml . Comprimidos de 100 mg — caixa com 20. . QUADRO 5. . A Associação Internacional para Estudo da Dor define a dor como "uma sensação e experiência emocional desagradável associada com o atual ou potencial dano tecidual". a avaliação da dor é extremamente subjetiva. pois esta perde a sua função de alerta. FISIOLOGIA DA DOR A percepção da dor começa na periferia.. reduzindo a morbidade e a mortalidade.. como outras percepções.1). Dor é a percepção da nocicepção e. Dentre as prostaglandinas. _. que a dor deve ser prevenida e aliviada. Portanto. calor e fatores químicos.analgésicos reduzindo o estresse emo-cional. • Receptores polimodais: detectam pressão.ANALGÉSICOS Silvia Franco Andrade A dor é fundamental para a integridade do indivíduo e a sobrevivência da espécie. serotoni-na. . enquanto a PGE2 está relacionada com a hiperalgesia de longa duração. mas não impossível de ser detectada. por meio da ativação de nociceptores (receptores da dor). a dor seria benéfica. leucotrienos. • Receptores mecanotermais de baixo-limiar: detectam pressão e calor. e que a diminuição do sofrimento animal deve ser sempre uma metaj^ara o médico veterinário. liberando substâncias deletérias para o organismo e melhorando a recuperação do animal. são comprovados os benefícios . Desta maneira. é determinada pela interação entre a atividade neu-rossensorial. As substâncias químicas que ativam os receptores polimodais são diversas e incluem mediadores inflamatórios como prosta-glandinas. enquanto os receptores polimodais são inervados pela fibra nervosa não-mie-linizada C. ou que em pacientes após procedimentos s. substância P e histamina (Figura 6. em animais. pois o xaímal sentindo dor não "forçaria" a imobiliza-ÕOL eflão ultrapassadas e ferem a ética do bem-nimaL Além da consideração ética da su-Í2 dor. Ocorrendo a dor. Os receptores mecânicos de alto-limiar e os receptores mecanotermais de baixo-limiar são íhervaoãs getâs rfÕrãf fietvaszf azfétírïfézr-das AS e A@. é necessário que se investigue a sua causa e instaure-se um tratamento. inclusive em recente posição do Colégio Americano de Anestesiologistas Veterinários. Os nociceptores estão presentes por todo o organismo e são classificados em três subtipos: • Receptores mecânicos de alto-limiar: detectam pressão. -5 orientações de que a cíor é uma importante r lie diagnóstico veterinário e sua supressão • a sintomatologia e a avaliação clí-. É consenso atual. devendo ser aliviada. como imobilização de fraturas ou colocação de pinos. a PGI2 causa hiperalge-sia de curta duração. anti-. a variedade comportamental e fato-res psicológicos. bradicininas. I. 2 = via descendente. LTA.78 Manual de Terapêutica Veterinária Opióides e agonistas ctj-adrenérglcos 5-HPETE. LTB. diminuindo a liberação de prostaglandinas e tromboxanos que também sensibilizam os nociceptores. LTC FIGURA 6. COX-1 = cicloxigenase-1. HPETE = ácido hidroxi-tetraenólico. COX-2 = cicloxigenase-2. 1 = via ascendente (neoespinotalâmica ou palioespinotalâmica). LTA = leucotrieno A. LTB = leucotrieno B. diminuindo a liberação de substâncias que sensibilizam os nociceptores. Os corticosteróides inibem a fosfolipase A2. TXs = tromboxa-nos. opióides e agonistas cc2-adrenérgicos.Esquema da via da condução da dor e a interferência de sua modulação pêlos cortlcosteróides. HETE. enquanto os agonistas cc2-adrenérgicos promovem analgesia por ativação de receptores a2 na medula espinhal . 12-HPETE=ácido 12-hidroxiperoxi-tetraenólico. 12-HPETE. II.T . PGs = prostaglandinas. 5-HPETE = ácido 5-hidroxiperoxi- tetraenólico. LTC: leucotrieno C. III. Os opióides produzem profunda analgesia devido à atuação no cérebro e medula por meio de ativação de receptores u. DAINEs = drogas antiinflamató-rias não- esteróides. DAINEs. As DAINEs inibem as cicloxigenases (COX-1 e COX-2). resultando em um repertório de sensações dolorosas extremamente desagradáveis. . que. o estímulo doloroso é conduzido para a medula espinhal através das fibras Ao (fibra fina mieli-nizada). Esses neurônios são considerados os primeiros moduladores da via da condução da dor (Figura 6. Af3 (fibra grossa mielinizada) e C (não-mielinizada). a ativação periférica de mecanorreceptores de alto-limiar ao longo das fibras AS e AP conduz para a medula espinhal rapidamente uma dor aguçada. Sendo mielinizadas as fibras AS e Af3. em sua maioria as dores são bimodais por natureza. Conseqüen-temente. porque fazem si-napse com neurônios secundários na medula espinhal. fazem sinapse com um terceiro neurônio no cérebro que completa a condução nociceptiva. que é associada à sensação dolorosa latejante e ardente acompanhada após a lesão. que é transmitida exclusivamente pelas fibras C. Lesão tecidual libera mediadores químicos da inflamação que ativam receptores polimodais que transmitem o impulso através da fibra C para a medula espinhal. Desta maneira.1). transmitem impulsos 10 vezes mais rápidos que as fibras C para o neurônio secundário na medula espinhal. por sua vez.. A exceção é a dor visceral. que geralmente é acompanhada por aversão. resultando em sensação aguda.Além da ativação de nociceptores. através de poucas condução do impulso) e da transdução (inibição sinapses. da sensibilização periférica dos nociceptores) duz a dor visceral. semelhantes à morfina. ex. naturais. agonistas cc2-adrenérgicos. agonistas (X2-adrenérgicos. da sensibilização central (modulação das cérebro: 1) via neoespinotalâmica. fisioterapia e acupuntura) ativam a fibra nervosa mielinizada Ao com liberação de ANALGÉSICOS OPIÓIDES opióides endógenos. câncer ou pro- que os carnívoros. opióides. a todas as substâncias. . adrenérgicos e as drogas antiinflamatórias não- como encefalinas. de localização precária. semi-sintéti-cas motivo pelo qual algumas cirurgias. QLADRO 6. nociceptores) DAINEs (drogas antiinflamatórias não-esteróides). na medula espinhal. DAINEs. Quando estimulados. endorfinas e dinorfinas. DAINEs*. tante efetivos para tratar dores médias a mode- mais domésticos. referente a três famílias de peptídeos opióides: perfície ventral da cauda. informações são conduzidas por uma via de tipo de dor estão descritos no quadro 6. Inibição da transdução (inibição da sensibilização periférica dos corticosteróides. Os pássaros geralmente não cedimentos cirúrgicos. que con. liberam opiói. por sua vez. O termo sem uso de anestesia. relacionada Os fármacos rotineiramente mais utilizados com a fibra C. que se ligam totalmente ou pação de bócio e castração. analgésicos utilizados na Veterinária. NMDA (N-metil-D-aspartato). A liberação de opióides endógenos também está relacionada com exercícios físicos e Analgésicos opióides são os mais potentes sexo. dor são os analgésicos opióides. agonistas CC2-adrenérgicos. Os opióides crescências da crista.1 . São regiões especialmente opiáceo. através (Quadro 6. Os principais analgésicos que po- de várias sinapses. O termo opióide se refere apresentam sensações dolorosas superficiais. região perineal e su. como extir. Bovinos e ovinos possuem um radas. dinorfinas e (3-endorfinas. opióides. podem ser realizadas parcialmente a receptores opióides. da transmissão (inibição da dor somática. particularmente a dor aguda. que se comunica com inter. Inibição da sensibilização central Anestésicos locais. profunda. São bas- O limiar da dor varia bastante entre os ani. ou seja. refere-se a substâncias de- sensíveis à dor nos animais domésticos: lábios. ou sintéticas. em virtude de trauma. bem-localizada. opióides. que conduz a etapas medulares). fenotiazínicos. limiar alto. um termo genérico superfície interna da coxa. descendente. com analgesia e sensação de bem-estar.Modo de ação dos diferentes fármacos no manejo da dor Modo de ação Fármacos Inibição da percepção Anestésicos gerais. Quando o cérebro detecta a dem ser utilizados no controle dos vários graus dor. anestésicos locais. que esteróides (DAINEs).1). os agonistas cc2- des endógenos (substâncias auto-analgésicas). anta- (modulação das etapas medulares) gonistas NMDA** (cetamina). e 2) via palioespinotalâmica. na Medicina Veterinária para alívio e manejo da neurônios. Na medula espinhal existem basicamente duas O manejo da dor consiste na inibição da per- vias ascendentes para a condução da dor até o cepção. endógenos são as endorfinas. encefalinas. somniferum. antidepressivos tricíclicos. da papoula Papaver parte achatada do focinho do porco. se combinam com receptores opióides diminuindo a liberação de substância P. espaço interdigital. benzodiazepí- nicos. são menos sensíveis à dor visceral. rivadas do ópio. ou seja. Estímulos táteis (massagem. dedos. anticonvul- sivantes.2. Inibição da transmissão (inibição da condução do impulso) Anestésicos locais. meperidina. inibindo os seus efeitos.80 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 6. tramadol. carprofeno. e com-petitivamente retira o agonista do local receptor. meloxicam. São descritos três subtipos: KX K2 e K3. nimesulida. inibição da motilidade gastrintestinal e liberação do ADH. meloxicam. Um antagonista (exemplo: naloxona) se liga simultaneamente aos u e K-receptores. porém não os ativa. miose. São descritos dois subtipos: ux e u2 • Receptores Kappa (K): Os K-receptores contribuem para a analgesia em nível medular. fentanil. Sua estimulação resulta em analgesia e modulação dos p-receptores. patcb de fentanil. morfina. meperidina. etc. * Principalmente em procedimentos cirúrgicos. dependência. carprofeno. como a cetamina.CLASSIFICAÇÃO DOS RECEPTORES OPIÓIDES Os três receptores mais importantes são mu. porém sua especificidade ainda é controversa. agonista cc2-adrenérgico. mas somente o K-receptor é estimulado. Eles facilitam também a abertura dos canais de K+ (causando hi-perpolarização) e inibem a abertura dos canais de Ca2+ (impedindo a liberação de transmissores • Receptores Delta (ô): Os ô-receptores estão localizados no sistema límbico.-receptores sejam responsáveis pela maioria dos efeitos analgésicos dos opióides. Alguns analgésicos são relativamente K-seletivos. O agonista parcial (por exemplo. podendo induzir sedação e disforia. osteoartrite. mas produzem relativamente poucos efei. Há evidências de duas subclasses de receptores ô. agonista oc2-adrenérgico.): Admite-se atualmente que os u. benzidamina. e não possuem afinidade pelo antagonista opióide naloxona. trato urinário. ** Pacientes cancerosos. ácido tolfenâmico. . cetamina. • Receptores Epsílon (e): Sua estimulação resulta em analgesia. Outros receptores • Receptores Sigma (a): Sua estimulação produz euforia e alucinação. glicosaminoglicanos. sedação. cetoprofeno. O agonista (exemplo: morfina) se liga aos u e K-receptores e os ativa simultaneamente. medula. mas sim locais de ação de outras drogas. flunixim meglumine. O agonista-antagonista (exemplo: butorfanol) se liga aos locais u e K-receptores.tos indesejáveis e não contribuem para a dependência. corticosteróides. Crónica** Patch de fentanil. patch de fentanil. trato gastrintestinal e vasos deferentes. euforia. flunixim meglumine. cetamina combinada com opióide ou sedativo. kappa e delta. butorfanol.2 . depressão respiratória. meperidina. buprenorfina. Aguda (moderada a leve)* buprenorfina. Moderada a grave Morfina. fentanil. carprofeno. A maioria dos analgésicos opióides é representada pêlos agonistas de u-receptores. mas este receptor não foi encontrado em todas as espécies e pode ser semelhante ao K2-receptor. Os a-recepto-res não são receptores opióides seletivos. Butorfanol. meloxicam. O local do p-receptor é ocupado. fentanil. ácido tolfenâmico. cetoprofeno. Os receptores opióides estão presentes em numerosos tecidos. cetoprofeno. Os receptores sigma e epsílon são descritos. porém não ativado. ácido acetilsalicílico. Moderada a leve Morfina. Estão ligados por meio das proteínas G à inibição de adenilatociclase. A interação dos opióides com seus receptores é complexa. produzindo analgesia. A sua estimulação causa analgesia. Os tipos e suas características são os seguintes: • Receptores Mu (u.Principais analgésicos utilizados no controle dos vários graus de tipo de dor Tipo e/ou grau de dor Droga Aguda (moderada a grave)* Morfina. dipirona. incluindo cérebro. codeína. buprenorfina) se liga somente ao ^-receptor. por isso. produzindo analgesia. • Estimulação do centro do vómito: por estímulo da zona quimiodeflagradora do vómito (carnívoros).1 . O homem.2 0. A ligação da buprenorfina ao (i- receptor é de alta afinidade. Dependendo da dose. na medula e. • Sedação: estímulo de ^-receptores centrais. Agonistas de ^-receptores produzem profunda analgesia e esta ação se dá principalmente no cérebro.25 a 0.1 a 0. Os principais efeitos farmacológicos dos opióides são: Sistema Nervoso Central • Analgesia: compostos opióides endógenos (endorfinas. como em gatos. possivelmente. EFEITOS FARMACOLÓGICOS DOS OPIÓIDES Os efeitos farmacológicos dos opióides diferem entre os animais e seres humanos devido à diferente distribuição dos receptores opióides no SNC em cada espécie.250 1.Potência analgésica de diversos opióides OpióúJe Potência analgésica l 0.000 . A potência analgésica dos diversos opióides está descrita na tabela 6.000 a 10.1.000 10. pode causar excitação em algumas espécies.5 4a 7 7. porcos e cavalos. uma vez ligada ao ^-receptor. encefalinas e dinorfinas) são liberados após estimulação de receptores opióides. impede a ligação de um agonista puro. na periferia. i.5 a 25 30 75 a 125 375 a 1. sendo resistente à ação de um antagonista. o cão e os macacos possuem duas vezes mais receptores opióides na amígdala e no córtex frontal que as demais espécies. Esse efeito é mediado por receptores \i centrais e (i e K periféricos.Em anestesiologia. a cada l a 4 horas. va-soconstrição e aumento da resistência vascular coronariana. no tratamento da dor aguda e profunda. 0. macaco e homem). ruminantes e equinos. SC.05 a 0. • Dimorf sem conservantes®(H) (ampola de l ml com 0.5 a l mg/kg. Fentanil Características . Hipotensão pode ocorrer após vasodilatação periférica. IM. SC.2 a 0.2 mg). Os opióides que causam liberação de histamina são morfina e meperidina. homem). Usos Clínicos .\i e K agonistas. • Gatos: 0. e K-agonistas causam constrição pupilar. • Dimorf SP*(H) (ampolas de 2 ml com 2 mg.1 mg/kg (epidural).M. com antitussígeno e no tratamento da insuficiência cardíaca canina em razão da veno- dilatação que provoca.4 mg/kg. reduzindo a pré-carga. prurido. equino e bovino.05 a 0. 0. Aproximadamente. baixas doses associadas a tranquilizantes podem minimizar esse efeito colateral). miose (cão. IV. 10 ml com 5 e 10 mg). é 75 a 125 vezes mais potente que a morfina. como parte de um protocolo de indução anestésica.Estimulação da liberação de ADH e aumento do tônus do esfíncter vesical. em . porcos. 0.Diminuição da motilidade intestinal com consequente constipação.2 a l mg/kg. a cada 2 a 6 horas. em associação com tranquilizantes. pela ação excitatória sobre a inervação parassimpática da pupila. A administração IV pode provocar liberação de histamina em cães. Doses • Cães: 0.1 (epidural). IV. Cães são mais sensíveis a esse efeito.-agonistas deprimem os centros respiratórios centrais.p e K-agonistas. • Aumento da temperatura corporal: gato. 0. Em gatos. SC (com cautela). euforia. • Dimorf solução oral®(H) (frasco de 60 ml com 10 mg/ml). Trato Urinário .|u.Hiperexcitabilidade (pode ocorrer em gatos. a cada 4 a 8 horas. macaco.2 mg/kg. IM. dificuldade em urinar e redução da formação de urina. e midríase nas demais espécies. IM. • Dimorf LC®(H) (frasco com 20 cápsulas com 30.Em cães. provocando dilatação dos vasos cutâneos.02 a 0. Pele .3 a 3 mg/kg. diminui o fluxo sanguíneo coronariano provocando. Em equinos. Sistema Respiratório . ANALGÉSICOS OPIÓIDES MAIS UTILIZADOS NA MEDICINA VETERINÁRIA Agonistas Opióides Morfina Características . ou 0. • Diminuição da temperatura corporal: ocorre no hipotálamo (cão. • Ruminantes: 0. l ml com 10 mg. apesar de inicialmente induzir defecação. O maior efeito colateral dos opióides é justamente a depressão respiratória que pode levar à morte. edema e hemorragia cerebral. 60 e 100 mg).04 mg/kg. no tratamento da dor aguda e profunda. No cão. Sistema Gastrintestinal . no alívio da dor de cólica e em distúrbios musculoesqueléticos. vermelhidão. Olhos . na medicação pré e pós- operatória.Pode induzir liberação de histamina. É comum provocar respiração ofegante em cães.05 a 0. depressão respiratória. dificultando a micção. • Equinos: 0. Usos Clínicos . Efeitos Adversos . Sistema Cardiovascular. com baixas doses.4 mg/ kg.Pode ocorrer diminuição da frequência cardíaca após administração de |i-agonistas. Apresentação • Dimorf comprimidos®(H) (frasco com 50 comprimidos de 10 e 30 mg). IM. prurido ou urticária. hipotensão.05 a 0. É de curta duração. VO. induzindo depressão respiratória e diminuição do reflexo da tosse (principalmente em cães). com moderada ativação.Uso experimental em cães. além de u-agonista. com 0. por isso é considerado um antagonista de p-receptores. vómitos. em infusão contínua controlada ou em patcb (adesivo). • Dolosal®(H) (ampola de 2 ml com 100 mg). defecação e flatulência. • Gatos: l a 4 mg/kg. Pode ser utilizado no tratamento e controle da dor leve a moderada.Cães: 0. Apresentação • Fentanil®(H) injetável com conservantes (fras-co-ampola de 10 ml. Alta afinidade por cr-receptores. constipação ou efeitos cardiovasculares graves.8 mg/kg a cada l a 3 horas. também possui outros mecanismos de ação.neuroleptoanalgesia (droperidol + fentanil). medicação pós-operatória e no trauma torácico. IM. provavelmente relacionados com a inibição neuronal de noradrenalina e serotonina.Analgésico.p e K-agonistas.caixa com 10). medicação pré e pós-operatória. IM. 0.caixa com 10. Apresentação • Dolantina®(H) (ampola de 2 ml com 100 mg). • Fentanil®(H) injetável: uso espinhal sem conservantes (frasco-ampola de 2 e 5 ml. ataxia e sonolência. Efeitos Adversos .5 a l mg/kg. com 0.2 a 0. Doses . podendo ocorrer náuseas. IV (analgesia).05 mg/ml). Efeitos Adversos . caixa com 10.Semelhantes à morfina. Não pode ser administrada por via intravenosa em cães. 2 a 4 vezes ao dia. Não provoca depressão do sistema respiratório nem tampouco dependência. com moderada ativação. ataxia e sedação. IV. para promover analgesia. Apresentação • Tramal*(H) (ampola de 2 ml com 100 mg. solução em frasco conta-gotas com 10 ml a 50 mg/ml).08 mg/kg. comprimido de 100 mg . • Sylador®(H) (ampola de 2 ml com 50 ou 100 mg. mas não os ativa. Usos Clínicos . IV. Efeitos Adversos .Em humanos são pouco frequentes.Opióide atípico.Possui moderada afinidade por ^-receptores.04 a 0. Possui alta afinidade por K-receptores. comprimido de 100 mg. IM.2 a 0. VO. Doses • Cães: 0. Usos Clínicos . antitussígeno em gatos e para reverter os efeitos dos p-agonistas. 10 a 20% a potência da morfina.Aumenta a atividade motora. Doses • Cães: 5 a 10 mg/kg.Estímulos sonoros podem provocar resposta motora no animal. Tramadol Características . Efeitos Adversos . Agonistas-Antagonistas Opióides Essas drogas se ligam a diversos receptores opióides (principalmente mu e kappa) e afetam cada receptor de maneira diferente. aproximadamente. Butorfanol Características . cápsulas de 50 mg . pode provocar ação antimuscarínica e possui. SC (provêm 2 horas de analgesia). alívio da dor na cólica equina. Bradicardia e salivação podem ser prevenidas com pré-tratamento com drogas anti-colinérgicas. Em cães é comum respiração ofegante. Meperidina Características .05 mg/ml). pois provoca liberação de histamina. IM (com cautela).4 mg/kg a cada 2 a 5 horas. .Tratamento da dor aguda e profunda. 0. IM. Usos Clínicos . • Gatos: 0.Como potente analgésico (30 vezes a potência analgésica da morfina). 0.Depressão respiratória menor do que a causada pela morfina. O efeito sedativo perdura por mais tempo que a sedação.005 a 0.Reverte rapidamente a analgesia induzida por opióides e a depressão respiratória.01 a 0.2 a l mg/kg a cada 4 a 6 horas. IV. Antagonistas Opióides Naloxona Características . bloqueando-os de maneira mais ou menos igual. Agonista Parcial Buprenorfina Características . após a administração de naloxona o animal pode apresentar comportamento indesejável (excitação. É resistente ao antagonismo pela naloxona.Foi o primeiro antagonista opióide puro. IV.05 a 0. onde sua . IM. IV. IV. a cada 4 a 8 horas. Apresentação .Torbugesic®(v) (frasco de 10 ml com 10 mg/ml). AGONISTAS a2-ADRENERGICOS Os agonistas oc2-adrenérgicos são potentes analgésicos e sedativos. IM. Esses receptores estão localizados nos neurônios dorsais da medula espinhal. a cada 4 a 8 horas. IV. sendo usada principalmente para tratar a intoxicação por opióides ou para melhorar a respiração de recém-nascidos afetados pêlos opióides administrados à mãe.01 mg/kg. IM. Usos Clínicos .8 mg/kg. IV. VO (antitussígeno). • Gatos: 0. • Gatos: 0. IM. Possui alta afinidade por ^ receptores e menor por ô e K-receptores. IV.1 mg/kg. Transtornos gastrintestinais também menores. também produzem relaxamento muscular.4 mg/kg a cada 2 a 5 horas.3 mg). Apresentação .1 mg/kg.1 a 0.4 mg).02 mg/kg.04 mg/kg. Usos Clínicos . 0. Doses • Cães: 0.005 a 0. Além de analgesia e sedação. taquicardia.1 mg/kg. IM.Possui alta afinidade por H-receptores (50 vezes mais que a morfina). • Bovinos: 0. SC. A analgesia ocorre porque os agonistas cc2-adrenérgicos ativam receptores cc2-adrenérgicos no SNC. 2 a 4 vezes ao dia. Efeitos Adversos . mas é apenas um agonista parcial desse receptor. Apresentação-Temgesic®(H) (ampola de l ml com 0. Efeitos Adversos . IM. hipertensão).5 a l mg/kg. IV. • Equinos: 0.Como reverte a analgesia. São utilizados como agentes que promovem analgesia nos procedimentos cirúrgicos. devido à sua alta afinidade pelo |a. Produzem analgesia profunda similar àquela produzida pêlos analgésicos opióides.Narcan®(H) (ampola de l ml com 0. 0. Doses • Cães: 0.-receptor. VO (analgesia). Produzem efeitos colate. administrada por via IV. Os usos terapêuticos dos agonistas oc2-adre. sinusal. gatos. como hipotensão.Medicação pré-anestésica. Sistema Urinário • \. Musculoesquelético • Relaxamento muscular. imo. sedação. • Promove agregação plaquetária. atualmen. • Sedação. Usos Clínicos .É utilizada em cães. detomidina e medetomidina. só é comercializada a xilazina (Rompun®(v)) e a administrada IV. Efeitos Adversos . arritmia romifidina (Sedivet®(v)).Hipertensão inicial quando te. Sistema Endócrino • -l Liberação de insulina promovendo hiperglicemia transitória. • Hipotensão. Sistema Digestivo • Vómito (carnívoros). cc2-adrenérgicos. bloqueio atrioventricular. nérgicos incluem medicação pré-anestésica. sedativo e relaxante utilizada em associação com a cetamina. . hipotensão. ADH T diurese.Potente agonista «2 e fraco rapidamente revertidos pelo uso de antagonistas ctj-adrenérgico. equinos e animais silvestres. ioimbina. dessa maneira. macológicos dos agonistas oc2-adrenérgicos estão bovinos. Os efeitos dos agonistas a2-adrenérgicos são Classificação .84 Manual de Terapêutica Veterinária ativação provoca diminuição da liberação de neu.3 . bradicardia. indução de analgesia epidural. Muito potente agente analgésico. e a medeto- rotransmissores nociceptivos. etc. impactação intesti- QUADRO 6. bradicardia e bloqueio atrioventricu. No Brasil. Não atuam na junção neuromuscular. vómito em carnívoros por estímulo da ZQD (zona qui- miodeflagradora do vómito). Pode ser descritos no quadro 6. A sedação ocorre pela ativação pela Pfizer nos EUA e Canadá. imobilização. IM e SC. UTILIZADOS NA VETERINÁRIA rais importantes no sistema cardiovascular. Características . romifidina. Sistema Cardiovascular • Hipertensão (pode ocorrer nos primeiros 10 minutos após administração IV). como substância P. Os principais efeitos far. sedan®(v)) saiu do mercado nacional.3. bilização. levando à diminuição da liberação de noradrenalina. tolazolina e atipame- zole (ver capítulo 17).Principais efeitos farmacológicos dos agonistas a2-adrenérgicos SNC • Analgesia.Motilidade e secreção gastrintestinal. indução de analgesia epidural e como sedativo. na Medicina Veterinária são: xilazina. a detomidina (Domo. • T Da liberação do hormônio de crescimento. • Bradicardia (arritmia sinusal e bloqueio atrioventricular). promovendo. ser utilizada como emético em cães e gatos em Os agonistas cc2-adrenérgicos mais utilizados algumas situações de intoxicação. analgésico e relaxante muscular. O relaxamento muscular se dá PRINCIPAIS AGONISTAS por inibição da transmissão intraneuronal de CC^ADRENÉRGICOS impulsos em nível central do SNC. de cc2-receptores pós-sinápticos localizados no lo- cus ceruleus do cérebro. midina (Domitor®(v)) somente é comercializada calcitonina. • \. Pode muscular. Xilazina lar. nal, hiperglicemia transitória, alterações no centro regulador de temperatura (hipotálamo) com hipotermia quando o ambiente está frio e hiperter-mia quando a temperatura ambiente está alta. Pode provocar espasmos musculares em animais suscetíveis. Pode provocar morte súbita em equinos, se administrada inadvertidamente na artéria carótida. Doses • Cães: 1,1 a 2,2 mg/kg, IM, SC; 1,1 mg/kg, IV; 0,6 mg/kg, IV, IM (sedativo). • Gatos: 0,05 a 0,2 mg/kg, IV, IM; 0,44 mg/ kg, IM (emético). • Equinos: 1,1 mg/kg, IV; 2,2 mg/kg, IM; 0,3 a 0,6 mg/kg, IV, quando associada a outros, agentes anestésicos. • Bovinos: 0,11 a 0,33 mg/kg, IM. Apresentação - Rompun® (frasco-ampola de 10 ml, com 20 mg/ml). Romifidina Classificação - Potente agonista adrenérgi-co cc2-seletivo. Características - É aprovada para uso em equinos por via intravenosa. Experimentalmente, já foi utilizada em cães, diluindo-se l ml (10 mg) de romifidina em 9 ml de solução de cloreto de sódio a 0,9%, na dose de 0,2 mg/kg, IM (Andrade, 1997). Usos Clínicos - Medicação pré-anestésica, imobilização, sedativo, analgésico e relaxante muscular. É bastante utilizado em associação com butorfanol. Efeitos Adversos - São menos proeminentes que os observados com a administração de xilazina. Pode ocorrer hipotensão, bradicardia, arritmia sinusal, bloqueio atrioventricular. Doses • Equinos: 0,04 a 0,1 mg/kg IV, 28 a 58 ug/kg, IV, em associação com butorfanol. Apresentação - Sedivet*(v) (frasco de 20 ml com 10 mg/ml). Medetomidina Classificação - Potente agonista adrenérgico a,-seletivo. Características - Aprovada nos EUA para uso em cães, por via intramuscular ou intravenosa. Usos Clínicos - Medicação pré-anestésica, imobilização, sedativo, analgésico e relaxante muscular. Efeitos Adversos - São menos proeminentes que os observados com a administração de xilazina. Pode ocorrer hipotensão, bradicardia, arritmia sinusal, bloqueio atrioventricular. Doses • Cães: 750 pg, IV; 100 ug, IM/m2 e 30 a 40 pg/Kg, IM. Apresentação - Domitor,(v) (frasco de 20 ml com 10 mg/ml) (sem apresentação no Brasil). DROGAS ANTIINFLAMATÓRIAS NÃO-ESTERÓIDES (DAINEs) As DAINEs são o grupo de drogas mais utilizado no tratamento da dor leve a moderada, principalmente no manejo da dor crónica, tanto na Medicina Humana quanto na Medicina Veterinária. Possuem várias vantagens sobre os analgésicos opióides, como não produzir sedação, tolerância ou dependência física. Por outro lado, são menos efetivas no tratamento da dor visceral do que os analgésicos opióides. São drogas com atividade analgésica, antipirética e antiinflamatória, mas que possuem ati-vidades diferentes em cada grupo. Por exemplo, o acetaminofenol é analgésico e antipirético, porém com a ação antiinflamatória reduzida. Os motivos para essas diferenças não estão ainda totalmente esclarecidos. Alguns ainda possuem ações antiespasmódica (salicilatos e dipirona) e uricosúrica (salicilatos). Os principais grupos de DAINEs estão descritos no quadro 6.4. As DAINEs são especialmente úteis como agentes antiinflamatórios nos distúrbios muscu- loesqueléticos, na osteoartrite e na discoespon-dilite. Esta importante ação antiinflamatória das DAINEs será mais bem abordada no capítulo 7. Os efeitos colaterais das DAINEs são clássicos e incluem gastrites e úlceras gastrintestinais, bloqueio da agregação plaquetária (devido à inibição dos tromboxanos), inibição da função renal mediada pelas prostaglandinas (particularmente importante nos pacientes com redução do fluxo renal) e reações de hipersensibilidade. 86 htenual de Terapêutica Veterinária QUADRO 6.4 - Principais grupos de DAINEs de apresentação no Brasil Grupo fármaco/Nome comercial Salicilatos Ácido acetilsalicílico (AAS®(H)). Pirazolônicos Fenilbutazona (Butazolidina®(H)). Dipirona (Novalgina®(H)(v); Buscopam composto®(v)). Derivados do para-amlnofenol Acetaminofenol ou paracetamol (Tylenol®(H)). Ácido Derivados do ácido antraiiílico (fenaniatos) meclofenâmico ou mefenâmico (Ponstan*.). (H) Derivados do ácido arilpropiônico Carprofeno (Rymadil®(v)). Cetoprofeno ou ketoprofeno (Profenid®(H) Ketofen®(v)). Naproxeno (Flanax®(H)). Ibuprofeno (Advil® H); Artril®(H)). Vedaprofeno (Quadrisol®(V)). Derivados do ácido aminonicotínico Flunixim meglumine (Banamine®(v)). Derivados do ácido acético Diclofenaco potássico (Cataflam®(|1)). Diclofenaco sódico (Voltaren®.). lHJ Derivados do ácido enólico (oxicans) Piroxicam (Feldene®(H)). Meloxicam (Movatec®(H)). Derivados do ácido indol Indometacina (Indocid®(H)). Outros Nimesulida (Scaflam®(H); Nisulid®(H)). Benzidamina (Benflogin®(H)). Celocoxib (Celebra®(H)). DMSO (Dimesol®(v)). Glicosaminoglicanos (Condroton®(v); Rumalon®(H)). PRINCIPAIS AÇÕES FARMACOLÓGICAS Analgesia - Bloqueiam a enzima cicloxigena-se (COX), responsável pela conversão do ácido araquidônico da membrana em prostaglandinas (PGs), prostaciclinas (PGI2) e tromboxanos (TXs), e essas substâncias sensibilizam os nociceptores (receptores) da dor. Também há evidências de que atuem centralmente inibindo a atividade da COX em nível cerebral. Ação Antipirética - Atuam no centro térmico (hipotálamo), inibindo a ação da prostaglan-dina (PGE2) liberada após a ação fagocitária dos leucócitos sobre partículas estranhas, liberando pirógenos endógenos. Esses pirógenos vão até o hipotálamo, aumentando a liberação de PGE2 e o limiar térmico. Os pirógenos exógenos incluem as endotoxinas bacterianas. Ação Antiinflamatória - Inibição das enzimas cicloxigenase-1 (COX-1) e cicloxigenase-2 (COX-2), em proporções diferentes, inibindo a liberação de prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos, importantes mediadores da inflamação. Ação Anticoagulante - Por inibição da síntese de tromboxano, que aumenta a agregação plaquetária. Ação Uricosúrica - Os salicilatos aumentam a excreção de ácido úrico em humanos, dependendo da dose. Ação Antiespasmódica - A liberação de prostaglandinas pelo endométrio pode causar cólica forte e outros sintomas de dismenorréia primária em mulheres. O tratamento com DAINEs alivia esses sintomas por inibição das PGs. Esta ação também é útil no alívio da dor na cólica equina. específicas. Química e Classificação . ou supra-renal.1). ANTIINFLAMATÓRIOS Silvia Franco Andrade Márcia Marques Jericó ANTIINFLAMATÓRIOS ESTERÓIDES Os corticosteróides. de modo a regular a expressão dos genes responsivos aos corticosterói- des. Em virtude disto. A adição de flúor no C-9 amplifica todas as atividades biológicas do cor-ticosteróide. As características que determinam a atividade dos glicocorticóides (Figura 7. Os principais representantes naturais dos glicocorticóides são a hidrocortisona (cortisol) e a cortiscoterona. O mesmo ocorre com o acréscimo de OH em C-17. Os glicocorticóides são importantes agentes antiinflamatórios e imunossupressores. são conferidas pelas seguintes propriedades: hidroxila em C-ll. a instituição desta terapêutica deve considerar todos os riscos e benefícios para cada paciente em particular. e classificados em: glicocorticói-des. Os glico- corticóides atuam no metabolismo de carboi-dratos. Mecanismo de Ação . e dupla ligação entre C- 4 e C-5.Os corticosteróides. devendo ser a sua administração bastante criteriosa tanto no seu uso clínico quanto na sua suspensão. produzidos principalmente pela zona fas-ciculata. exercendo profundos efeitos sobre quase todos os sistemas orgânicos. produzidos principalmente pela zona reticulata. ou corticóides. como todos os esteróides. intermediária e longa (Tabela 7. efeitos sobre o metabolismo de carboidratos (deposição hepática de glicogênio e gliconeogênese) e efeitos antiinflamatórios. de acordo com a duração de seus efeitos. e dos mineralocorticóides é a aldosterona. compostos por 21 átomos de carbono. produzidos pela zona glomerulosa.1). Os corticosteróides são geralmente classificados de acordo com sua potência relativa na retenção de Na +. e androgênios. são uma classe de fárma-cos com inúmeros efeitos colaterais. assim como outros hormônios esteróides. Com base nessas potências diferenciadas. cetona em C-3 e em C-20. de lipídeos e de proteínas e os mineralocorticóides regulam o equilíbrio hídrico e eletrolítico. os corticóides são tradicionalmente divididos em glicocorticóides e mineralocorticóides e.Os corticosteróides. mineralocorticóides. em ação curta. interagem com proteínas receptoras intranuclea-res. Portanto. são hor-mônios sintetizados pelo córtex da adrenal. alterando os níveis e a disposição das pró- . o ciclopentano-peridrofenantreno. Certas características estruturais são relevantes para a sua atividade. A adição de dupla ligação entre C-1 e C-2 e a metilação de C-6 e C-16 aumenta a potência antiinflamatória. possuem uma estrutura molecular básica. TABELA 7.9 Triancinolona 5 O 1. comparada com a hidrocortisona como padrão Corticosteróide Potência antiinflamatória Potência de retenção de Na* Afinidade por (glicorticóide) (mineralocorticóide) receptor glicorticóide Ação curta ( 12 h) Hidrocortisona 1 1 1 Cortisona 0.1 Flumetasona 30 0 - .01 Fludrocortisona Ação intermediária (12 a 36 h) Prednisona 4 0.T .Estrutura geral dos glicocorticóides.8 10 0.9 Ação longa (36 a 72 h) P-metasona 25 0 5.05 Prednisolona 5 0.8 0.8 2.4 Dexametasona 25 0 7.5 11.2 Metilprednisolona 5 0.8 125 0. de retenção de Na* e afinidade por receptor glicorticóide dos diversos corticosteróides.1 .Potência antiinflamatória.90 Manual de Terapêutica Veterinária FIGURA 7. de pepsina e do suco pan-creático. Os rins excepcionalmente podem também metabolizar os corticosteróides.Principalmente no fígado. • Aumenta o catabolismo de gordura. Trato Gastrintestinal . Sistema Cardiovascular . pescoço. os corticosteróides são capazes de atravessar a membrana celular e se ligam aos seus receptores. • Inibição da fosfolipase A2. • Promovem linfocitólise em espécies sensíveis (coelhos. pode ocorrer perda de massa muscular e fraqueza. entretanto. potencializando o efeito lipolítico de determinados hormônios.Em doses fisiológicas.Atuação sobre receptores adrenérgicos sensibiliza o sistema vascular à ação pressora das catecolaminas. distribuídos em todos os tecidos. • Eleva o catabolismo proteico. com consequente diminuição da síntese de prostaglan-dinas. como a interleucina-4. • Diminui a síntese de colágeno e proliferação de fibroblastos. os glico-corticóides mantêm a função muscular. • Diminuem a síntese e a liberação de his-tamina. SNC -Atuam no sistema nervoso central. que permitem a diferenciação em linfócitos B. com exceção da cortisona e prednisona. FARMACOCINÉTICA Absorção . • Favorecem linfocitólise nas neoplasias de origem linfóide em todas as espécies. Músculo . ratos e camundongos). Distribuição . a fosfatase alcalina esteróide-induzida. modificando sua expressão gênica. • Podem alterar o metabolismo do complemento em algumas espécies. Por causa da sua lipossolubilidade. • Diminui a absorção intestinal de cálcio e promove hipercalciúria. reduzindo a liberação de ácido araquidônico. vasodilatação e quimiotaxia. • Incrementa a diurese.A maioria dos corticosteróides se liga às proteínas plasmáticas (globulina e albumina). EFEITOS FARMACOLÓGICOS Atividade Glicorticóide Metabolismo • Aumenta a gliconeogênese e a síntese de glicogênio hepático. • Diminuição de eosinófilos e linfócitos circulantes.A maioria dos compostos hidros-solúveis é excretada pêlos rins. o que implica em particularidades na terapia com corticosteróides nessa espécie. prostaciclinas. membrana mucosa e pele.teínas sintetizadas pêlos tecidos-alvo. • Supressão da função do linfócito T. Os gatos apresentam cerca de 50% menos receptores para glicocorticóides. sendo inati vados. tórax e omento. inibição dos efeitos e da síntese do hormônio antidiurético (ADH). • Antagoniza a vitamina D. • Impedem a cascata de cininas e a ativação de plasminogênio. hidroxilação e conjugação. minimizando desta maneira a hiperalgesia. pela redução da produção de linfocinas pêlos linfócitos T. Biotransformação . • Inibem a síntese e a liberação de pirógenos endógenos. No fígado ocorre aumento de uma isoen-zima. Excreção . • Inibe a captação e utilização periférica de glicose em virtude do antagonismo com a insulina. redução. por aumento da taxa de filtração glomerular. retardando a cicatrização. que utilizam as vias metabólicas hepáticas para se tornarem ativas (hidrocortisona e prednisolo-na). • Redução da permeabilidade capilar e formação de edema. localizados no interior do núcleo.Aumento da secreção do ácido gástrico. podendo levar à euforia ou à depressão (uso ou exposição crónicos). Aumenta a pressão arterial pela somatória de efeitos nos sistemas cardiovascular e renal. em doses terapêuticas. . O tecido adiposo tende a se redistribuir. como catecolaminas e hor-mônio de crescimento. quando comparados com cães. tromboxanos e leu-cotrienos. no qual ocorre processo de oxidação.São rapidamente absorvidos pelo trato gastrintestinal. • Inibem a atividade do monócito (macrófago). Uma pequena parte é excretada junto com a bile pelas fezes. Antiinflamatório e Imunossupressor • Diminuem a migração leucocitária para o local de lesão tecidual. desde as extremidades da pelve. Entretanto. Sangue • Eritrocitose: resultante do decréscimo da fagocitose das hemácias. Subcutânea . Atividade Mineralocorticóide . pode provocar inúmeros efeitos colaterais à cartilagem como decréscimo da elasticidade da mesma. Nas preparações de acetato ou acetonida.Aumentam a reabsorção de sódio e a geração de bicarbonato.Preparações hidrossolúveis (formulações succinato. diminuição de glicosaminoglica-nos com degeneração da cartilagem. são úteis quando . • Induz o parto na gestação avançada. Intra-articular .Muito utilizada na oftalmologia para processos inflamatórios importantes (por exemplo: uveíte).Em terapia de casos crónicos a administração deve ser realizada em intervalos semanais ou quinzenais. É a via mais segura para administração a longo prazo. Subconjuntival . Tópica . Proliferação dos linfócitos B e ativação dos linfócitos T são suprimidas. recomenda-se o uso por essa via. se objetiva altas concentrações de corticóide em área de lesão restrita. Administração em dias alternados de corticosteróides de ação intermediária minimiza a inibição da secreção de ACTH (hormônio adrenocorticotrófi-co).Preparações tópicas.Utilizada em doenças ou traumas articulares em equinos e caninos para minimizar os efeitos sistémicos. fosfato e polietilenogli-col) podem ser administradas IV. em formulações de cremes ou unguentos. • Induz teratogênese na gestação inicial. adelgaçamento e fissura da cartilagem e diminuição da viscosidade do conteúdo do ácido hialurônico. depósito de cálcio na superfície hialina.Em virtude da diminuição da síntese de colágeno e ácido hialurônico. É a via de escolha em casos emergenciais (por exemplo: choque anafilático). ocorre diminuição da espessura dérmica. Pele . nos túbulos renais distais. a (3-metasona. Osso . monocitopenia e linfocitope-nia: resultante da redistribuição destas células nos sistemas e na corrente sanguínea. podendo também ocorrer hiperqueratose e hiper-pigmentação.Via muito utilizada na Medicina Veterinária em razão da praticidade. bem como a competência dos osteoclastos e diminuem a atividade geradora de matriz óssea pêlos os-teoblastos. Outros Efeitos • Estabiliza as membranas celulares e organe-las (doses suprafarmacológicas). Intramuscular . Intravenosa .Todos os corticosteróides sintéticos podem ser ministrados por via oral. • Eosinopenia. a metilprednisolona e a flumetasona. 92 Manual de Terapêutica Veterinária • Neutrofilia: por causa da impossibilidade de migração dos neutrófilos para os tecidos periféricos. além promoverem maior secreção de potássio e cloro.Aumentam a reabsorção óssea. com o mínimo de efeitos colaterais. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Oral . retardando a cicatrização e a renovação celular epidérmica. As preparações mais utilizadas são a triancino-lona. ou graves. depois. em reações alérgicas agudas como picada de abelha.O uso de corticosteróides na oftalmologia é rotineiro. o uso de antiinflamatórios não-esteróides seletivos COX-2 (carprofeno e meloxicam).6 mg/ kg. 24/24 horas (insuficiência adrenal crónica). alergia à picada de in-setos e animais peçonhentos são exemplos de doenças alérgicas em animais de pequeno porte com indicações de uso de corticosteróides. depois. Doenças Articulares . pode-se continuar a terapia com prednisona em dias alternados. atual-mente. IM ou IV. desde que as lesões sejam restritas e sem soluções de continuidade. doenças brônqui-cas de origem alérgica.5 a 1. recomenda-se 0. na dose de 2 a 4 mg/kg por dia. Uma vez controlada. São empregados para reduzir a . acetato de isoflupredona de 5 a 20 mg. durante 7 a 10 dias. A dexametasona pode ser utilizada na dose de 0. dependendo do tamanho da articulação e da gravidade dos sintomas. Doenças Auto-imunes . sendo no máximo 7 dias. ou hipoadrenocorticismo. com doses imunossupressivas. Em equinos. lúpus discóide crónico. além de outros distúrbios do SNC. dermatite alérgica à pulga (DAP). divididas em fases de indução e de manutenção.2 mg/kg. Na isoeritrólise neonatal. IV. coriorretinites e conjuntivites.3 a 0. anemia e trombocitopenia auto-imune. e flumetasona 1. pênfigo. ou até a normalização do quadro clínico. Depois de controlados os sintomas. • Prednisona: 0.1 a 0. dermatite de contato. comum em cães com hemoparasitoses. prurido anal e vulvar. pode-se utilizar por via intra-articular. pela redução do processo inflamatório e. 12/12 ou 24/24 horas. A terapia nesses casos é prolongada. dermatite de contato. a cada 4 ou 8 horas.2 mg/kg. principalmente no tratamento de ceratites. l mg/kg.A insuficiência da adrenal. por 24 horas. Acetato de triancinolona de 6 a 18 mg. A fase de manutenção começa após a normalização do quadro. Traumas e Edemas Cerebroespinhais - São muito utilizados em traumas e edemas. poliar-trite idiopática. Em cães com osteoartropatias é preferível. É utilizada a prednisolona. de curta duração. 5 a 20 mg/kg. IM. Doenças Alérgicas . menor formação dos radicais livres decorrentes da lesão te-cidual. reduzindo-se a dose do corticosteróide para 2 mg/kg. depois. IV. por 2 a 6 dias. minimizando os efeitos colaterais comuns em doses maciças.1 mg/kg.São exemplos de doenças auto-imunes em animais de pequeno porte: lúpus eritematoso. devendo-se avaliar os riscos e os benefícios da terapia intra-articular. por 5 a 7 dias. 24/24 horas (insuficiência adrenal aguda). 0. e a dexametasona de l a 4 mg/kg. • Hidrocortisona: 0. na dose de 10 a 30 mg/kg inicialmente e. Oftalmologia . a cada 2 a 6 horas (em crise hipoadrenocortical). menores que as imunossupressoras. Esta fase dura em média 7 a 10 dias. também no mesmo esquema em trauma craniano e edema cerebral. SC. conseqüentemente. geralmente. em duas administrações por 2 dias. inicia-se a fase de manutenção com a dose de 0.5 a 1.5 mg/kg. SC ou IV. VO. Podem também ser utilizados. ou prednisolona.1 a 0. recomenda-se a administração de 5 a 20 mg. pode-se utilizar dexametasona IV na dose 0.2 mg/kg. VO. As doses em casos de trauma são elevadas.25 a 2. depois. VO.Osteoartrite. 24/24 horas.5 mg/kg no início e depois em dias alternados. A terapia antiinfla-matória elevada nesses casos é. 12/12 ou 24/24 horas. cranianos e da coluna vertebral. Na hemólise imu- nomediada. artrite reumatóide e traumas são doenças articulares que podem acometer os animais domésticos. Na fase de indução pode ser utilizada a predniso-lona. VO. por via tópica. reduzindo-se gradualmente a cada 6 ou 8 horas. IM. ou prednisona. ou prednisona. pode-se utilizar a prednisona. No caso de trauma craniano. hi- persensibilidade alimentar. Em trauma da coluna vertebral. em doses decrescentes. principalmente cães e equinos. decorrentes da cronicidade da terapia e a menor possibilidade de ocorrência de efeitos colaterais que esse grupo promove. São recomendadas doses antiinflamatórias. se possível. principalmente.5 mg são recomendados. de 24 em 24 horas. em dias alternados. polimiosite. Nos casos mais agudos.1 a 0. Em equinos. crónica (após cirurgias ou lesões destrutivas do córtex adrenal) e secundária à disfunção hipofi-sária ou hipotalâmica. VO ou IM. Usos CLÍNICOS Insuficiência Adrenal . até a remissão dos sintomas.25 a 0. em casos como psoríase. e que devem ser reduzidas após as primeiras 24 horas. polineuropatias. Seu uso nesses casos se deve.1 mg/kg. uveítes. acetato de metilpred-nisolona de 40 a 240 mg. SC. de dexametasona.Atopia. utiliza-se a dexametasona na dose de l a 3 mg/kg. pode-se utilizar a dose de 400 a 600 mg de prednisona. pode ocorrer primariamente de forma aguda (geralmente acontece após interrupção abruta de glicocorticóides). principalmente no início do tratamento. na fase de indução na dose 0. O uso de corticoste-róides em pacientes com doença hepática é altamente controverso. ocorre uma lesão hepática vacuolar. na dose de l a 2 mg/ kg/dia. como glomerulonefrites. na dose de 15 a 30 mg/kg. por 10 a 14 dias. na dose total de 20 mg. Doenças Respiratórias . VO. pomadas e unguentos) para tratamento de doenças oculares do segmento anterior. • inibe a fosfolipase A2 na cascata do ácido araquidônico. na dose de 2 a 3 mg/kg/dia. gastrenterites eosinofílicas e colites ulcerati-vas crónicas. reversível e benigna que. reduzindo-se para a dose de manutenção. Nas outras doenças renais. e.5 a l mg/kg. sendo uma sequela de tratamentos prolongados com esta medicação. geralmente. mas. em virtude de suas propriedades antiinflamatórias e imunossupressoras. na dose de l a 2 mg/kg/dia. Nestes casos. na dose de 50 mg/kg. • impede a liberação de peptídeos vasoativos. e "asma" brônqui-ca felina são indicações para uso de corticoste-róides. especialmente endotélio capilar e lisossomas. É também utilizada a prednisolona. atualmente. Portanto. Nas afecções do segmento posterior do olho deve-se. se ocorrer melhora clínica. se utilizados de maneira adequada. principalmente em cães e gatos. tem rápida absorção e. Sua administração não deve preceder a estabilização da volemia. ainda é conflitante o seu uso.O uso de corticosteróides no choque é controverso. sempre utilizar previamente o teste de fluoresceína de forma a atestar a integridade da córnea. Em cães é usada a prednisona. • estabilização das membranas celulares e organelas. Choque .Bronquite crónica e alérgica. • prevenção da adesividade plaquetária e formação de microtrombo. reduzindo a acidose. Doenças Gastrintestinais . Pode-se utilizar a prednisona. reduzir a dose na primeira ou segunda semana. As razões que colaboram com o uso deste grupo no choque são: • efeito inotrópico positivo sobre o coração. Fármacos veiculados em sal succinato são mais eficientes na pro-teção celular. continuando com doses baixas até o controle dos sintomas clínicos.São utilizados em enteropatias inflamatórias crónicas idiopáti-cas. Nunca utilizar em animais com úlcera de córnea porque retardam a cicatriza-ção. é o mais indicado no choque hemorrágico. IM. • prevenção da formação de anafilotoxina bloqueando a fixação do complemento. • acréscimo da produção de energia. VO. a cada 2 a 4 semanas. • aceleração no ciclo de Krebs. portanto. Pode ocorrer hepatopatia de depósito em cães. Estudos em Medicina Humana mostram benefícios nítidos na hepatite ativa crónica auto- imune. Em Medicina Humana. induzida por cor-ticosteróides. empiricamente. é bem aceito o uso destes medicamentos em pacientes com síndrome nefrótica. na dose de l a 2 mg/kg/dia. inicialmente 0. em dias alternados. ou a metilprednisolona. utilizar a via sistémica. Depois. • potencialização dos efeitos das catecolami-nas sobre o sistema cardiovascular. Doenças Hepáticas . Doenças Renais . em cães e gatos. com raras exceções. VO. não se associa à disfunção hepática clínica. a cada 12 ou 24 horas. . 94 Manual de Terapêutica Veterinária • aumento do metabolismo do ácido láctico. São administrados por via tópica (colírios.A utilidade de glicocorti-cóides no tratamento de algumas doenças renais é também controverso.inflamação do olho e preservar a visão. grada-tivamente. • diminuição na resistência periférica. Em Medicina Veterinária existem controvérsias se a hepatite crónica canina é comparável à hepatite ativa crónica humana. no tratamento de colangi-te linfocítica. O succinato sódico de metilprednisolona. antes de prescrever cor-ticosteróide tópico ou sistémico em terapias oftálmicas. Em gatos é utilizado a prednisona. ou prednisolona. O succinato sódico de hidrocortisona. pode-se utilizar prednisolona. é mais indicado no choque vasculogênico. até que ocorra remissão da sintomatologia. também nesse caso. VO. • Tromboembolismo pulmonar e hipertensão arterial sistémica. a cada 24 ou 48 horas. em animais jovens. Cães e equinos são os animais mais acometidos por estes quadros mórbidos. . Polifagia. também são indicações para uso de corticosteróides. em equinos. Em equinos pode-se utilizar a prednisolona. Além disso. tendinite. osteíte e periosteíte. tenossinovite. EFEITOS COLATERAIS Hipoadrenocorticismo iatrogênico.Os distúrbios musculoesqueléticos em que os corticosteróides são utilizados incluem artrite reumatói-de. dá-se preferência aos antiinflamatórios não-esteróides como flunixim meglumine ou fenilbutazona. para evitar a rejeição. • Processo ulcerativo e cicatrizante (exemplo: úlcera de córnea).2 mg/kg. • Insuficiência cardíaca e renal. mastocitomas e adjuvante em outros protocolos quimioterapêuticos. • Diabetes melito. na dose 0. IM. a cada 24 ou 48 horas. • Pancreatite. Doenças respiratórias obstrutivas crónicas. Transplantes de Órgãos . bursite. O uso de corticosteróides em equinos com laminite é controverso. Aumento da viscosidade das secreções pan-creáticas a aumento da lipemia. • Aborto em gestação avançada. • Gastrite e úlcera gástrica. Miopatias. sendo depois o paciente mantido com doses de manutenção. Calcificações distróficas e metastáticas em tecidos moles. Contra-indicações • Gravidez. estimulam o apetite e podem promover a sensação de bem-estar. em doses que variam de 20 a 60 mg/m 2. Em bovinos. • Catarata. em casos de retirada abrupta da droga em tratamentos prolongados. Osteopenia e fraturas ósseas em tratamentos prolongados. Aumento da excreção urinária de potássio. prednisona e prednisolona. Desconforto respiratório. Redistribuição anormal de gordura. em cães e humanos. • Atrofia. a dose total de 100 a 200 mg. Hepatomegalia e degeneração hepática vacuolar em cães. miosites primárias ou secundárias. em terapias prolongadas. As administrações repetidas ou as preparações de longa ação podem induzir alterações degenerativas na cartilagem (artropatia esteróide). Em geral. em tratamentos prolongados e em altas doses. IM ou IV. polidipsia. • Distúrbios de comportamento em altas doses. a cada 24 ou 48 horas. Protocolos Antineoplásicos . e a síndrome de desconforto respiratório agudo. Poliúria. nos bovinos. especialmente crianças. • Retardo do crescimento. Aumento da suscetibilidade a infecções. Distúrbios Musculoesqueléticos .A maioria dos protocolos terapêuticos antineoplásicos de cães e gatos inclui os glicocorticóides. Gastrite e ulceração gastrintestinal. devendo-se restringir o uso às primeiras 24 horas da síndrome. com fraqueza muscular. em altas doses e tratamento prolongado. levando à hipocalemia e à alcalose metabólica. a Prednisona é fornecida em altas doses no momento da cirur- gia de transplante. Insuficiência adrenal aguda. dependendo do caso. em conjunto com outros imu-nossupressores.1 a 0. principalmente no tratamento de neoplasias linforre-ticulares e do SNC. Hiperglicemia e glicosúria (diabetes melito). VO. teleangectasia e hiperpigmentação cutâneas. Aumento do tempo de cicatrização.Como imunos-supressores. Os mais utilizados são os de ação intermediária. em terapias prolongadas em humanos.reduz-se a dose diária até a dose de manutenção efetiva mais baixa a cada 24 ou 48 horas. em consequência da menor absorção de cálcio pelo trato gastrintestinal e maior excreção urinária. em virtude da diminuição do número de linfócitos circulantes pela supressão da mitose e pelo aumento do número de células vermelhas circulantes. artrite traumática. além de alopecia e rarefação pilosa. por causa da ação imunossupressora. apresentação e indicações dos principais corticosteróides comercializados no Brasil estão descritos na tabela 7. PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA Uso DOS CORTICOSTERÓIDES • Nunca utilize corticoideterapia nos casos de contra-indicação. • Monitore sempre o paciente submetido à terapia prolongada. • Nunca suspenda abruptamente uma terapia prolongada e/ou com altas doses de corticosteróides. • Na ausência de contra-indicações. • Sempre escolha o corticosteróide adequado para cada caso. na menor dose e no menor tempo possíveis. • Doenças infecciosas. nomes comerciais. em razão do risco de insuficiência adrenal. . é pouco provável a ocorrência de efeitos colaterais. • Sempre avalie os riscos e benefícios que esta terapêutica proporciona. Os princípios ativos. na escolha adequada do corticosteróide.2. . . . 1 . Reação de hipersensibilidade Hipersensibilidade ectoparasitas. toxinas. causas não-imunológicas e imunológicas (Quadro 7. células. os principais fato-res liberados são: citocinas (interleucina-1 (IL-1). . outros fatores poderão estar envolvidos. Várias causas de lesão teciduais podem provocar uma reação inflamatória em qualquer tecido do organismo. o processo inflamatório obedece à sequência de eventos que ocorre na microcirculação. neuro-peptídeos. geralmente. Além disso. interleucina-2 (IL-2). Reação de hipersensibilidade Consequências de enzimas destrutivas. PROSTAGLANDINAS As prostaglandinas são uma família de derivados de ácidos graxos com intensa atividade biológica. radicais livres superóxidos (H2O2. temperatura Reação de hipersensibilidade Alergia e anafilaxia. São sinais clássicos de um processo inflamatório agudo: calor. extrema. No tecido lesado. seroto-nina). sistema complemento.Causas de lesão tecídual Não-Imunológícas Imunológicas Físicas Trauma. leucotrienos. Tipo III deposição de peptídeos ativos. radiação. prostaglandinas e tromboxanos. em geral. fator de necrose tumoral (TNF-a). derrame de elementos do sangue para os espaços intersticiais (aumento da permeabilidade capilar) e migração de leucócitos para o tecido inflamado. Biológicas Agentes infecciosos. ANTIINFLAMATORIOS NÃO-ESTERÓIDES As drogas antiinflamatórias não-esteróides (DAINEs) são extensamente utilizadas. inapetência. como aminas vasoativas (histamina. mas. fator de ativação plaquetária (PAF). Tipo I Químicas Compostos inorgânicos Reação de hipersensibilidade Resposta imune e orgânicos. Os eventos celulares subjacentes podem ser variados. febre. Tipo IV mediada por endoparasitas. como causa de lesões teciduais. sistema cininas. sistema de coagulação. A reação inflamatória nada mais é do que uma resposta de proteção do organismo a um agente ou lesão considerada nociva pelo mesmo. são caracterizados por: dano à parede celular vascular. interferons (IFN-oc e y). fatores estimulantes de colónias (CSFs). Bioquímicas Metabólitos nocivos. :O2 O2 ~. e HO"). Podemos citar.1). de maneira geral. imunocomplexos. etc. com o propósito de alívio sintomático no tratamento de condições dolorosas e inflamatórias agudas ou crónicas. células inflamatórias. Após dano ou lesão celular. A reação pode ser localizada ou generalizada e seu curso ser agudo ou crónico. São sintetizadas virtualmente por to- QUADRO 7. Os mediadores químicos envolvidos no processo inflamatório são inúmeros e os principais estão descritos no quadro 7. envolvendo os glóbulos brancos e tecido conjuntivo. dor. rubor. Os sinais de um processo inflamatório crónico não apresentam um padrão tão bem definido como o processo agudo.2. edema. acarretam sofrimento e angústia bastante intensos para o paciente. podem perdurar por um tempo indeterminado e. Tipo II às células vermelhas. nos seres humanos e animais. além de outras manifestações clínicas como mal-estar. enzimas lisossomais e metaloproteinases neutras. óxido nítrico (antigamente denominado de fator de relaxamento do endotélio - EDRF). Fibrinopeptídeos .100 Manual de Terapêuíica Veterinária QUADRO 7. Histamina Serotonina (5-HT) Proteínas Constituintes lisossomais.2 . Catiônicas Proteínas Ácidas Proteínas Neutras Radicais livres superóxidos. HO- Metabólitos do ácido Prostaglandinas (PGs) araquidônico. Sistema Bradicinina Fragmentos C3 e C5 Complemento. Sistema Ativado pelo Fator de Hageman de Coagulação.Principais mediadores endógenos da inflamação Origem Grupos Mediadores Tecidual Aminas vasoativas. Tromboxanos (TXs) Prostaciclinas (PGIs) Leucotrienos (LTs) Ácido hidroperoxitetraenólico (5-HPETE) Substância de reação lenta da anafilaxia (SRS-A) Plasmática Sistema Cininas. 1). o ácido araquidônico é o mais importante. As prostaglandinas de ocorrência natural são derivadas de ácidos graxos poliinsaturados essenciais que possuem 20 átomos de carbono e um núcleo ciclopentano em sua estrutura. Os efeitos biológicos das prostaglan-dinas abrangem praticamente toda a atividade corporal. LTD4 e LTE4. Os hidroperóxidos instáveis são gerados do ácido araquidônico pela ação da lipoxigenase.3.4. Destes precursores. PGB. farmacológicos e patológicos. da função renal. o ácido 5.8.8.14.17- eicosapentenólico. originam os leucotrie-nos (LTs). As prostaglandinas denominam-se individualmente de acordo com os substituintes do anel ciclopentano e são as classes (A. E. tromboxano A2 (TXA2) e tromboxano B2 (TXB2). que originam outras prostaglandinas como a prostaciclina (PGI2) e os tromboxa-nos. LTC4. inflamação. descarga neuronal. . C. fisiopatológica e terapêutica das prostaglandinas está descrito no quadro 7. febre e anafilaxia está descrita no quadro 7.das as células do organismo dos mamíferos e detectadas em quase todos os tecidos e líquidos corporais. A síntese das diversas ações das prostaglandinas na patogênese da dor. As classes (G e H). atividade do músculo liso. PGE e PGF. fluxo sanguíneo regional. a via da cicloxigenase e a via da lipoxigenase (Figura 7. por originar prostaglandinas por meio da ação de duas importantes vias enzimáticas.14-eicosatrienólico ou ácido diomo-g- linolênico. D. formação de trombo. originando o ácido 12-hidroperoxitetraenólico (12-HPETE) e ácido 5-hidroperoxitetraenólico (5-HPETE) que. do controle da pressão sanguínea. F). gástrica. B.11. Estes precursores são o ácido 8. etc.11. inflamação. LTB4. por sua vez. PGC. O resumo da importância fisiológica. denominado de ácido prostanóico.11.14-eicosatetrenólico ou ácido araquidônico e o ácido 5. Os fosfolipídeos das membranas celulares liberam o ácido araquidônico em resposta à ação de outra via enzimática: a via da fosfolipase-Ar Esta via é ativada por um amplo conjunto de estímulos fisiológicos. incluindo várias funções da reprodução. PGD. que foram de denominados de LTA4. são os endoperóxidos cíclicos PGG2 e PGH2. sendo a PGA. da secreção gástrica. da termorregulação. do peristaltismo intes- tinal.Membrana Celular Qtoquinas ——— IL-6 ——— TNFa Fosfolipídeos Fosfolipase A2 i. da contração do canal deferente. fisiopatológica e terapêutica das prostaglandinas Importância Fisiológica Regulação da permeabilidade vascular. do diâmetro brônquico. l . da microcirculação.1 . da função do corpo lúteo (PGF2oc).Cascata de produção de mediadores inflamatórios após dano celular. anafilaxia. da lipólise.3 . broncodilatação. FIGURA 7. LTE4 PGH2 PGD PGF PGI i > 2d 2 . da função dos trombócitos. das contrações uterinas durante o parto. da perfusão sanguínea dos tecidos. LTD4. Importância Terapêutica Indução do parto ou aborto. inibição da agregação plaquetária. Para detalhes sobre as abre- viações consultar o texto. Inibem 12-LIpoxigenase Ácido Araquidônlco Cortlcosteróides Cicloxiginase (COX) COX-1 COX-2 (constitutiva) (induzida) LTB4 LTA4 LTC4. inflamação.Resumo da importância fisiológica. . Importância Fisiopatológica Febre. inibição da secreção do suco gástrico. dor. QUADRO 7. dor. dor. envolvidos na patogênese. Leucotrienos Aumenta a permeabilidade vascular. PGI2 Dor.4 . . inibição da agregação plaquetária.Síntese de algumas ações dos diversos mediadores químicos derivados do ácido araquidônlco. febre e anafilaxia Tipo de mediador Ações PGG2e PGH2 Dor. eritema. SRS-A Substância de reação lenta da anafilaxia. edema. febre. edema. inibição da agregação plaquetária. PGF2a Vasoconstrição. agregação plaquetária. diminuição da resistência periférica.QUADRO 7. inflamação. vasodilatação. quimiotaxia. aumento da quimio- taxia estimulada pelo complemento. PGE. Dor. edema. TXA Vasoconstrição. HPETE Vasoconstrição. vasoconstrição. dor. HETE Quimiotaxia. vasoconstrição. PGD2 Eritema. 4 — Ácido Acetilsalicílico 166 . foi descoberto intestinos. 15 Ácido Tolfenâmico 16. A segunda isoforma.2 - Diclofenaco . da droga que a atividade COX-1 e COX-2 são Este achado colabora com a hipótese de que as equivalentes. A primeira. Quanto mais alto o valor da COX-2 no epitélio da bexiga de cães com carcinoma razão. 129 Cetoprofeno . em que IC50 significa a imuno-histoquímico a grande presença da enzima concentração que reduz a atividade da enzima a 50% do valor inicial. revolucionou o con- basicamente na inibição da cicloxigenase (COX). 15 Indometacina 60 0. . é uma enzima constitutiva Medicina Humana. .Alguns exemplos da atividade das DAINEs sobre a COX-1 e a COX-2 expressa pela razão COX-2 IC50/COX-1 IC50 ou COX-1 IC50/COX-2 IC50 Droga Razão COX-2/COX-1 Razão COX-l/COX-2 Meloxicam 0. e sintetizada pêlos macrófagos e células infla. COX-2. como o meloxicam (Movatec®) e o encontrada na maioria dos tecidos e relacionada celecoxib (Celebra®). na xigenase-1 (COX-1). a carprofeno (Rymadil®) tem demonstrado ser um cicloxigenase-2 (COX-2). desenvolvidos com ação mais seletiva COX-2. tais como prostaglandinas. Essa des- O mecanismo de ação das DAINEs consiste coberta.3 Piroxicam 250 — _ Tipo de Pesquisa Células intactas Sangue total Tromboxano e humanas Vane.3 . menor atividade COX-2 e maior atividade de células de transição. rins e plaquetas. 2 _ Ácido Meclofenâmico . dor e inflamação. Compostos estão sendo fisiológicas bem definidas. Recentemente. .8 3 3 Carprofeno 1 .7 . é uma enzima induzida importante inibidor seletivo COX-2. Isto implica em maiores efeitos co- DAINEs podem ter ação antineoplásica em alguns laterais das DAINEs. razões altas significam . já que a maioria dos que acarretará na diminuição de endoperóxidos efeitos colaterais desse grupo é decorrente da ini- cíclicos. em razão de ser calculada na concentração detectada no epitélio da bexiga de cães normais. em meados de 1995. Na Medicina Veterinária o com efeitos fisiológicos. Sua inibição provoca que a cicloxigenase é efetivamente constituída efeitos colaterais tradicionais como gastrite. importantes na mediação da fisiológicos das prostaglandinas sobre o estômago. prostacicli.3 . A potência inibitória das DAINEs sobre a matórias.3). (1998) Outros autores preferem utilizar a razão COX-1 IC50/COX-2IC50. 5 0. 0. lesões por duas isoformas com características químicas e renais ou hepáticas.25 Naproxeno 0.7 Etodolac . em virtude da COX-1 ser res- tipos de tumor por inibir seletivamente ou não a ponsável pelas ações fisiológicas (Tabela 7.6 0. não sendo a mesma COX-1. TABELA 7. 0. com efeitos inflamatórios importantes. a ciclo. pois. que mantém as funções e os efeitos nas e tromboxanos.23 (2000) demonstraram com estudo COX-2 IC50/COX-1 IC50.1 - Flurbiprofeno 1. 38 Ibuprofeno 15 0. ceito do uso das DAINEs.102 Manual de Terapêutica Veterinária FUNÇÕES DA COX-1 E COX-2 A maioria das DAINEs inibe indiscriminada- mente tanto a COX-1 quanto a COX-2. COX-1 e a COX-2 é expressa com uma razão Khan et ai. - Flunixim meglumine . que pode muitas vezes confundir o leitor. humano histiocitoma canino Autor Botting (1996) Wang (1998) Ricketts et ai.02 0. 0.5 Nimesulida . bição da COX-1. neste caso. gulante. em tromboxano e histiocitoma canino e prostaglandinas em nível do endométrio. conferindo um maior grau de Muitos dos efeitos colaterais ocorrem em seletividade COX-2. Sistema Digestivo .1 . Desta maneira.maior atividade COX-2 e menor atividade COX-1.São os efeitos colaterais importantes mediadores da inflamação e da dor.4). parâmetros farmacocinéticos em cada espécie fazem com que as DAINEs com meia-vida longa de eliminação em uma determinada espécie AÇÕES FARMACOLÓGICAS DAS DAINEs (Tabela 7.Em pacientes com redução do fluxo sanguíneo renal e/ou edema (decorrente da retenção de Na+. Atualmente. hemorragias gástricas e hipotálamo. nimesulida. podem ocorrer pirógenos endógenos. Os principais efeitos colaterais inibição da COX-1 e da COX-2. inibindo a liberação de prostaglandinas. - Ibuprofeno 3a6 . A soma dos fatores: razão COX-2/COX-1 baixa e As principais ações farmacológicas das meia-vida curta a média denota um grau de maior DAINEs são antiinflamatórias e analgésicas. ações incluem a elevação da excreção de ácido blicados com pesquisa in vitro da inibição da úrico em humanos (salicilatos) e ação COX-1 e COX-2 pelas DAINEs em sangue total antiespasmódica por diminuição da liberação de humano. há uma tendência mundial importante papel fisiológico no estômago. São decorrentes da ação antipirética é por causa da inibição da inibição da COX-1 com bloqueio da síntese de PGE2 liberada após a ação fagocitária dos leu. . prostaglandinas gástricas. - Naproxeno 35 a 74** . os menores valores. em se utilizar as DAINEs com maior seletividade endotélio e plaquetas. . Sistema Renal . que possui um nores. aumentando a liberação de PGE2 gastrenterites.4) sejam mais tóxicas para a mesma. 6 - Meloxicam 12 a 36 . diferentes COX-2 e menor possível COX-1. EFEITOS COLATERAIS DAS DAINEs carprofeno. K+ e água).7 30 22 - Ketoprofeno 4 1.6 0. 37 3a8 4a6 Em seres humanos a meia-vida da fenilbutazona é de 72 horas. Além disso.5 1 6 Carprofeno 8 10.5 4a8 2 - Fenilbutazona* 4a6 . úlceras gástricas. Outras foi obtida a razão. hoje. Possui também ação anticoa- Outro detalhe importante na análise destes resul. aspirina. Estes pirógenos vão até o gastrites. rins. 13 3 4 Flunixim 3. por inibição da síntese de tromboxanos. Em uma análise geral. As segurança da droga para uma determinada ações antiinflamatória e analgésica ocorrem pela espécie animal. com efeitos colaterais me- virtude da inibição da COX-1. prostaciclinas e tromboxanos. . há trabalhos pu. A mais importantes do grupo. tados é observar em que tipo de célula e espécie que aumenta a agregação plaquetária. as DAIXEs TABELA 7. piroxicam e indometacina possuem valores elevados da razão COX-2/COX-1. liberando ácida do estômago. em proporções das DAINEs são: geralmente diferentes. e o limiar térmico.7 1. aumentando a secreção cócitos sobre partículas estranhas. .4 . meloxicam e celecoxib. Dependente da raça. Portanto. . pesquisa in vivo em ratos (Tabela 7.Meia-vida (TV2|3) em horas de eliminação de algumas DAINEs em algumas espécies animais Droga Cão Gato Bovino Equino Suíno Aspirina 4.5 37. ibuprofeno.104 Manual de Terapêutica Veterinária podem provocar insuficiência renal aguda. principalmente quando houver comprometimento renal associado. Reações de Hipersensibilidades .Benzidamina. leucopenias. ácidos indol (indometacina). por causa da inibição da síntese de tromboxanos. ácidos acéticos (diclofenaco). dimetilsufóxido (DMSO). acetaminofeno (para-cetamol). gli- cosaminoglicanos.Aspirina. ácidos propiôni-cos (naproxeno. Lesão à Cartilagem Articular . ácidos antranílicos (ácido meclofenâmico. Outros .Em pacientes suscetíveis.Pirazolônicos (fenilbuta-zona. Sulfonalídeos .Salicilatos (ácido acetilsalicílico. . indometacina. meloxicam). principalmente com a aspirina (ácido acetilsalicílico). O uso crónico de DAINEs pode causar nefropatia analgésica. ibuprofeno e naproxeno podem causar aumento na degeneração da cartilagem em razão da diminuição da síntese de glicosami-noglicanos na articulação afetada. ácido tolfenâmico). por causa da inibição de PGE2 e PGI2 envolvidas na manutenção da dinâmica sanguínea renal e. dipirona). Alterações Hematológicas .Principalmente bloqueio da agregação plaquetária. vedaprofeno). celecoxib.Nimesulida. Ácidos Enólicos . carprofeno. trombocitopenias.Podem ocorrer lesões hepáticas. oxicans (piroxicam. na vasodilatação compensató-ria mediada por PGE2 que ocorre em resposta à ação da noradrenalina ou da angiotensina II. Fígado . que compreende nefrite crónica e necrose papilar renal. agranu-locitoses. CLASSIFICAÇÃODASDAINEs As DAINEs podem ser classificadas de acordo com a estrutura química em três grupos: Ácidos Carboxílicos . cetopro-feno. mais particularmente. salicilato de sódio). ácidos aminonicotínicos (flunixim meglumine). Outras alterações que podem ocorrer: anemia aplá-sica. produz glicose e álcool salicílico. Após a demonstração de seus efeitos antiinflamatórios. com a denominação de aspirina para o uso na Medicina. Salicilatos O efeito medicinal da casca do salgueiro era conhecido por diversas culturas através dos séculos. Desta maneira. É analgésico. um glico-sídeo amargo que. um ingrediente ativo da casca do salgueiro. um químico a serviço da Bayer. Salicilato de Sódio . mediante hidrólise. antitérmico e antiin- flamatório. o intervalo entre doses da aspirina é maior (48/48 horas). Leroux isolou. A produção sintética deste ácido foi realizada em 1860 por Kolbe e Lautemann. . Em altas doses pode provocar quadros de acidose metabólica que. o composto foi introduzido por Dresser em 1899. A aspirina é conjugada pela transferência do ácido glicurônico uridinodifosfato através da glicuroniltransferase nos microssomos hepáticos. Hoffman. com exceção do gato. As principais indicações. A glicuroniltransferase ocorre na maioria dos mamíferos. nesta espécie. este último pode ser convertido em ácido salicílico. dosagens e apresentações das DAINEs utilizadas na Medicina Veterinária estão descritas na tabela 7. Em 1829.Tem pouco uso na Medicina Veterinária.5. AAS®(H)) . com fraca ação antiespasmódica. Possui ação trombolítica pela inibição da agregação plaquetária. pode levar ao aumento de tempo de sangramento. Sua ação é querotolítica e antifúngica. conjuntamente com o efeito antitrombótico.É o antiinflamatório mais importante deste grupo.É restrito à aplicação tópica por ser extremamente irritante à mucosa gástrica. Ácido Acetilsalicílico (Aspirina®(H). foi o primeiro a preparar o ácido acetilsalicílico com base no trabalho inicial de Gerhardt em 1853. O gato metaboliza o ácido acetilsalicílico de maneira prolongada em razão de seu sistema microssomal hepático não metabolizar rapidamente drogas que primariamente exigem conjugação com o ácido glicurônico para detoxicação e excreção. Ácido Salicílico . denominado salicina. pela primeira vez em sua forma pura. que não permite a síntese de tromboxanos. Este efeito ocorre em consequência da acetilação irreversível da COX. . . . . . que pode estar relacionado ao ciclo êntero-hepático. analgésico e antipirético. equinos. analgésico e antipirético em cães. Já foram relatados casos fatais de uso de naproxeno em cães. Tem sido usado no tratamento do choque séptico por via IV.É aprovado para uso em equinos como droga an-tiinflamatória. Ibuprofeno (AdvÜ®(H).110 \\anual de Terapêutica Veterinária Ácidos Propiônicos Naproxeno (Flanax®(H). Promovem inibição da cicloxigenase e lipoxigenase. Ácidos Antramïicos O ácido meclofenâmico e o ácido mefenâmico (Ponstan®(H)) são os mais utilizados deste grupo.É utilizado como antiinflamatório. Em cães e gatos. É um dos inibidores mais potentes da cicloxigenase. possuindo em média 1. É bastante efetivo no tratamento emergencial da uveíte por via IV. Sua apresentação também é diferenciada. ArtriP(H)) . com meia-vida em torno dei 8 horas em cães e 10. Do ponto de vista analgésico.000 vezes mais a potência antiinflamatória e 20 . Recentemente fofam relatados casos de hepa-totoxicidade eraVães. porém seu uso em animais ainda é restrito. em decorrência da meia-vida nesta espécie ser em torno de 35 a 74 horas. Em cães podem causar grave gastrenterite hemorrágica. É um inibidor seletivo COX-2 apresentando uma razão COX-2/COX-1 de l. É indicado no tratamento de processos inflamatórios e dolorosos associados a distúrbios musculoesqueléticos. principalmente.1 hora.Foi a primeira substância do grupo a ser desenvolvida. São indicados em cães no alívio da dor em displasia coxofemoral. É muito utilizada em humanos para tratamento de osteoartrites. sendo em forma de gel palatável para administração oral em cães.Recentemente lançado. Possui menos efeitos colaterais gástricos e renais. Ácidos Indol A indometacina (Indocid®(H)) não é aprovada pelo FDA para uso em animais. o período de tratamento não deve ultrapassar 3 dias. principalmente no tratamento de osteoartrites. antiinflamatório e antipirético utilizado em cães. principalmente no tratamento de osteoartrites. em razão do potencial risco de gastrite e gastrenterite hemorrágica. em cavalos no tratamento de osteoartrites e inflamações de tecidos moles e no controle de anafilaxia. Utiliza-se para aliviar a dor em cólicas equinas.É aprovado para uso em cães e gatos como antiinflamatório. por causa da longa meia-vida da droga nesta espécie. apesar de esta última ação ainda não estar totalmente comprovada. IM. Vedaprofeno (Quadrisol 5®(v)) . pois tem um efeito ulcerôgenico importante. é considerado mais potente que a fenilbutazona. Em bovinos é em torno de 30 horas e em equinos 22 horas. não devendo ser utilizado nesta espécie. Naprosyn®(H>) . Cetoprofeno o^ Ketoprofeno (Profenid®(H) Ketofen®^) . e no pré e pós-operatório de cirurgias oftálmicas. Inibe a COX-1 e a COX-2 na mesma proporção e de forma irreversível. bovinos e suínos. cuja ati-vidade se assemelha aos salicilatos. Possui mínimos efeitos adversos gastrintestinais e é indicado para o tratamento de dores leves a moderadas e em procedimentos ortopédicos. Ácidos Acéticos O diclofenaco potássico (Cataflan®(H)) e o sódico (Voltaren®(H)) são bastante utilizados na Medicina Humana com alta potência antiinflama-tória e analgésica. Em cães não é indicada. Inibe a cicloxigenase e a lipoxigenase. pode ser administrado em fêmeas gestantes e lactentes. Carprofeno (Rymadil®(v)) . gatos. Possui uma meia-vida em cães em torno de 4 horas e em gatos de 1. Em bovinos e bubalinos têm sido utilizados experimentalmente na dose l mg/kg. pentazocina e meperidina. sendo que possui uma baixa margem de segurança em cães. analgésica e antipirética. Ácidos Aminonicotínicos O flunixim meglumine (Banamine®(v)) é um potente analgésico.7 horas em gatos em média. . Apesar de ser aprovado para uso em cães. Dipirona (Novalgina®(HXV)) . É contra-indicada em animais com insuficiência cardíaca. e incluem gastrites. É utilizado em cães e equinos nos distúrbios musculoesqueléticos. o que conseqüentemente diminui sua concentração no local inflamado. É altamente tóxica para a maioria dos animais e. hepatotoxicidade e nefropatias. em consequência da gastrenterite hemorrágica grave que provoca. aumentando o efeito antiespasmódico da dipirona. e os cães são especialmente sensíveis. analgésico e antipirético. por causa de graves efeitos colaterais que provoca.A dipirona é um analgésico. deve-se evitar o uso de fenilbutazona nesta espécie. discra-sias sanguíneas. principalmente. osteoartrites. Isto também se deve em parte ao ciclo êntero-hepático da droga que ocorre nessas espécies. Pirazolônicos Fenilbutazona (Butazolidina®(H)) . Os efeitos colaterais incluem agranulocitose. hepática ou renal. p. Tem sido bastante utilizada em equinos no alívio da dor na cólica e outros quadros de hipermotilidade gastrintestinal em animais de grande e pequeno porte. Pode provocar hipoter-mia grave quando associado a clorpromazina. Possui uma elevada razão COX-2/COX-1. como distúrbios gastrintestinais. hepatite e icterícia. antipirético e antiespasmódico com fraca ação antiinflamatória. Outros efeitos colaterais são: anemia he-molítica. para cães e gatos.O piroxicam é um potente antiinflamatório. osteoartrite e no alívio da dor após trauma agudo ou após intervenção cirúrgica. o que lhe confere uma baixa margem de segurança. leu-copenia e convulsões. Não deve ser utilizada em animais para consumo humano. A administração IM pode provocar reação local e formação de abscessos. Possui uma razão alta COX-2/COX-1 em torno de 60. Oxicans Piroxicam (Feldene®(H)) . É também usada em associação com hioscina (antiespasmódico) (Buscopan Composto. laminite e in- flamações de tecidos moles em equinos e bovinos.É um antiinflamatório potente utilizado em distúrbios musculoesqueléticos.vezes mais a potência antipirética da fenilbutazona. o que lhe confere uma baixa margem de segurança. Isto se deve provavelmente à sua baixa ligação às proteínas plas-máticas. Os efeitos colaterais são inúmeros. úlceras gástricas e gastrenterites hemorrágicas. hipotensão.05) entr e as três drogas testadas.8 (Mitchell et ai. Ainda há poucos estudos em animais.2 mg/kg. Possui também ação sobre as meta-loproteínas. em estudo da mucosa gastroduodenal através de endoscopia em cães que receberam carprofeno. Celecoxib (Celebra®(H)) . apesar de que não houve diferença estatística significante (p 0. a cada 6 horas até que se obtenha regressão do quadro. É utilizado na Medicina Humana com excelentes resultados antiinflamatórios e analgésicos. eritema. . 24/24 horas.. Nimesulida (Scaflam®(H). sendo o grupo A administrado com meloxicam na dose 0. VO. A pessoa que manipula o produto deve usar luva. Aparentemente produz menos efeitos gástricos e renais. Um outro esquema terapêutico consiste numa dose inicial de 140 mg/kg. por ser mais seletivo COX-2. meloxicam e ketoprofeno em protocolos terapêuticos que variaram de 7 a 28 dias. 24/24 horas por até 14 dias de tratamento. (1998). estabilização de membranas. demonstrando ser seguro no protocolo de 0. Podem provocar reações de hipersensibi-lidade em pacientes suscetíveis.É o mais recente antiinflamatório não-esteróide seletivo COX-2 lançado no Brasil. e sua atividade analgésica e antipirética pode ser em razão de um efeito sobre uma isoenzima COX específica do SNC. seguida de uma dose de 70 mg/kg. O seu uso IV é indicado em equinos para diminuir a pressão intracraniana e edema cerebral. cianose e icterícia.2 mg/kg. é considerado um dos mais seguros antiinflamatórios não-esteróides. VO.É um antiinflamatório não-esteróide seletivo COX-2 muito utilizado na pediatria humana. sendo sua razão COX- 2/COX-1 em torno de 0. divididos aleatoriamente em dois grupos com 10 animais cada. produzindo menos efeitos colaterais gástricos e renais. causando intoxicação grave com risco de vida. Benzidamina (Benflogin®(H)) . É um potente inibidor de prostaglandinas e tromboxanos. Esta ação pode ser explicada em virtude do paracetamol ser um fraco inibidor tanto COX-1 quanto COX-2. VO. necrose hepática. porém durante 14 dias. durante 7 dias. prurido (causado pela liberação de histamina). Glicosaminoglicanos (Condroton® (v).Atualmente. 1993). junto com o celecoxib. demonstram que o carprofeno induziu lesões graves menores. Nisulid®(H)) . 24/24 horas. VO. Dimetilsufóxido (DMSO) (Dimesol®(v)) - Antiinflamatório de uso tópico em equinos e cães para redução de edema e inflamação em lesões traumáticas ou otites. sendo indicado no tratamento de osteoartrites em cães. VO. 4 vezes por dia. Vem sendo usado experimentalmente em cães e gatos na dose de 0. Aparentemente produz menos efeitos em nível gástrico e renal. O tratamento desta intoxicação consiste na administração de acetilcisteína (Fluimucil®(H)) na dose de 70 mg/kg. São usados em equinos e cães. 24/24 horas. hipoxia. É pouco utilizado na Medicina Veterinária e é contra-indicado em gatos. elevação do fluxo sanguíneo local e aumento da introdução de outras drogas sobre a pele. Rumalon®(H:)) . Também é utilizado topicamente. com poucos efeitos colaterais. desidratação cutânea. Em recente trabalho desenvolvido pela autora com a análise histopatológica de estômago. e o grupo B a mesma dose. Os efeitos adversos são: edema. além de aparentemente ter uma ação condroprotetora. Vem sendo utilizado experimentalmente em cães e gatos na dose de 0. As incidências das lesões aumentaram a partir do sétimo dia. Meloxicam (Movatec®(H)) . Acetaminofeno ou Paracetamol (Tyie-noP^p .Também é um antiinflamatório não-esteróide seletivo COX-2 muito utilizado na pediatria humana.7 a 7 mg/kg.3 a 3 mg/kg. Forsyth et ai. analgesia. Os resultados demonstraram que o meloxicam não induziu nenhuma alteração significativa nos órgãos coletados. rins e fígado de 20 cães. anemia hemolítica. VO. VO. Suas ações incluem: eliminação de radicais livres.Os glicosaminoglicanos são utilizados como antiinflamatórios em artropatias por melhorarem a mobilidade da articulação e a ressíntese cartilaginosa. alopecia no local de aplicação.É um analgésico e antipirético com fraca ação antiinflamatória. Os efeitos colaterais são vómitos. especialmente em grandes ruminantes. A fluidoterapia pode também ser utilizada para manutenção do acesso vascular para administração de medicamentos ou durante a cirurgia ou para preservação da função renal em pacientes anestesiados. mas que também teve perdas graves de fluidos e eletrólitos. intersticial (14%) e transcelular (1%). antes mesmo do início da cirurgia. A água e os eletró-litos desempenham um importante papel na manutenção das funções orgânicas e a correção desses desequilíbrios é vital para o sucesso do tratamento. aumento das perdas de fluidos ou ainda de uma combinação desses fatores. Um exemplo desse conceito pode ser observado em um cavalo portador de intenso des- conforto abdominal agudo que requer tratamento cirúrgico. Alterações de volume em um dos compartimentos . O constante movimento da água entre os compartimentos é decorrente do gradiente os-mótico existente entre os dois lados da membrana celular. O líquido extracelular (LEC) é distribuído pelo compartimento plasmático (5%). Em outras palavras. Desequilíbrios hidroeletrolíticos ocorrem em várias situações clínicas em animais domésticos. esse movimento é determinado pelo número de partículas osmoti-camente ativas entre um lado e outro da membrana. Nas espécies domésticas. deve preceder a cirurgia nestes casos. O líquido transcelular é representado pela água nas vias digestória e urinária. cavidade peritoneal e líquido sinovial. Alterações no equilíbrio hídrico entre os compartimentos podem ocorrer por diminuição da ingestão. liquor. a água contida no sistema digestório pode corresponder até 10 a 15% do peso corpóreo. aproximadamente 60% do peso corpóreo no adulto e 80% no neonato consistem de água que se encontra em constante movimento entre os compartimentos intracelulares (IC) e extracelulares (EC). A fluidoterapia. Os principais íons responsáveis pela os-molaridade no LEC são o Na* e o Cl" e no líquido intracelular (LIC) são o K+ e os íons de fósforo. O compartimento IC possui dois terços da água corpórea (40% do peso vivo). Em herbívoros. enquanto o compartimento EC possui o terço restante (20% do peso vivo). FLUIDOTERAPIAE TRANSFUSÃOSANGUÍNEA Hélio Autran de Morais António Cezar de Oliveira Dearo Patrícia Mendes Pereira Peter Reichmann FLUIDOTERAPIA EM ANIMAIS DE PEQUENO PORTE Hélio Autran de Morais DISTRIBUIÇÃO DAÁGUACORPÓREAE ELETRÓLITOS A fluidoterapia é geralmente necessária para a correção da desidratação ou manutenção da hidratação em pacientes que não estão se alimentando ou bebendo água. a não correção ou a correção inadequada dos desequilíbrios hidroeletrolíticos pode resultar no óbito do paciente. Nesta situação. humor aquoso. 478 Manual de Terapêutica Veterinária podem modificar a pressão e a osmolaridade neste compartimento. Quando isto ocorre, há re- distribuição de água entre os compartimentos. Por exemplo, quando ocorre perda água do LEC, a concentração de sódio no LEC aumentará, elevando a pressão osmótica no LEC e favorecendo o movimento de água do LIC para o LEC até que se estabeleça um novo equilíbrio osmótico. Líquidos são normalmente perdidos pelo organismo pelas fezes e urina e repostos por meio da ingestão de água, da água presente na comida e da água metabólica gerada pela oxidação tissular de nutrientes. As perdas sensíveis (urina) correspondem a cerca de 20 a 40 ml/kg/dia, enquanto as perdas insensíveis (fezes, respiração e transpiração) chegam a cerca de 20 ml/kg/dia. Portanto, em condições normais, um animal perde, diariamente, cerca de 50 ml/kg/dia (ou 5% do peso vivo) de água corporal. Esta perda diária é suprida por ingestão de igual quantidade de água. Em animais normais, o balanço hídrico diário é zero (perdas = ingestão). Desidratação acontece sempre que as perdas diárias excedam o aporte de água para o organismo (perdas > ingestão ou balanço hídrico negativo). A desidratação pode ocorrer por hipodipsia (diminuição do acesso à água, alterações neurológicas ou doenças sistémicas que impeçam o animal de beber) ou, mais comumente, por aumento das perdas. Aumento das perdas pode ser em virtude da poliúria, vómito, diarreia, febre, sudorese (equinos), queimaduras extensas e perdas para o terceiro espaço (por exemplo, ascite). A desidratação é classificada de acordo com a tonicidade do fluido que permanece no organismo após a perda de água e eletrólitos em: hipotônica, hipertônica e isotônica. As manifestações clínicas de desidratação irão variar de acordo com o tipo de desidratação, sendo mais graves na desidratação hipotônica. Desidratação hipotônica acontece quando há perda de sal maior que de água, levando à hiponatriemia. Ocorre uma transposição de água EC para o espaço IC que levam à diminuição severa do volume circulante e sinais clínicos mais evidentes de desidratação. Hematócrito e proteínas totais aumentam pela grande perda de líquido extracelular. A desidratação isotônica ocorre quando a perda de sal é proporcional à de água. A concentração de sódio permanece normal, não havendo transposição de água entre o espaço EC e IC. Hematócrito e proteínas totais permanecem normais. Desidratação hipertônica acontece quando há perda de água maior que a de sal, levando à hipernatriemia. Há transposição de água IC para o espaço EC. A migração de líquidos de dentro das células para o espaço EC minimiza os sinais clínicos de desidratação. Hematócrito e proteínas totais estão minimamente alterados. FLUIDOTERAPIAEM AMIMAIS DE COMPANHIA Como Avaliar a Desidratação? A fluidoterapia é feita em animais de companhia, principalmente para correção da desidratação. As principais causas de desidratação em cães e gatos estão descritas no quadro 19.1. O primeiro passo na avaliação de um paciente desidratado é estimar a gravidade das perdas hídricas por meio da história e do exame físico. Histórico de vómito, diarreia ou outras causas potenciais de perda de água podem indicar a presença de desidratação. O método mais preciso para o cálculo da desidratação é o conhecimento do peso do animal antes de ficar desidratado. Infelizmente, esta informação não é conhecida na maioria dos casos. A desidratação pode ser estimada clinicamente avaliando-se a elasticidade da pele, o tempo de refluxo capilar e as mucosas (Tabela 19.1). Como a elasticidade da pele é determinada pela gordura subcutânea, a desidratação pode ser subestimada em pacientes gordos e superestimada em pacientes caquéticos. Aumento nas proteínas totais (exceto em animais hipoproteinêmicos) e hematócrito (exceto em animais anêmicos) também podem ser usados para estimar a gravidade da desidratação, especialmente nos pacientes com desidratação hipotônica. Em animais desidratados, os rins conservam água em uma tentativa de preservarem o volume extracelular. Conse-qüentemente, a densidade urinária costuma estar alta (> 1.035 em animais de pequeno porte). Presença de isostenúria (densidade urinária entre 1.008 e 1.025) em um animal desidratado, sugere que perda de água pêlos rins é a causa da desidratação. A maior parte dos animais nesta situação tem insuficiência renal, embora pacientes com hipoadrenocorticismo, hiperadrenocorticismo, piometra e hipercalcemia, ou que estejam recebendo diuréticos, corticosteróides ou flui-doterapia, também possam apresentar desidratação e isostenúria concomitantes. Fluidoíerapia e Transfusão Sanguínea 479 QUADRO 19.1 - Causas de desidratação hlpotônica, isotônica e hipertônica em animais de companhia 1) Hipotônica a) Perda de fluido hipertônico diuréticos peritonite pancreatite uroabdome b) Perda de fluido isotônico com reposição de água diarreia hemorragia hipoadrenocorticismo 2) Isotônica a) Perda de fluido isotônico vómito diarreia hemorragia hipoadrenocorticismo 3) Hipertônica a) Perda de fluidos hipotônicos vómito diarreia diabetes melito insuficiência renal queimaduras b) Perda de água diabetes insípido febre diminuição da ingestão de água TABELA 19.1 - Estimativa clínica do grau de desidratação em animais de companhia Sinais clínicos Perda Grau de de água desidratação aproximada Não aparente Indetectável. 5 a 7% Diminuição da elasticidade da pele, mucosas secas. Leve 8 a 9% Pequeno aumento no tempo de refluxo capilar, "enoftalmos", maior perda da elasticidade da pele. Grave 10 a 12% Pele não retorna, aumento no tempo de refluxo capilar, sinais de choque? Moderada Choque hipovolêmico. Choque 12 a 15% Quais Fluidos Podem ser Usados? Os fluidos administrados clinicamente podem ser divididos em cristalóides, colóides e outros. Cristalóides são soluções que contêm solutos ele-trolíticos e não eletrolíticos capazes de penetrar em todos os compartimentos corporais (por exemplo: Ringer com lactato, solução fisiológica de cloreto de sódio a 0,9%, glicose a 5%). Colóides são soluções com substâncias de alto peso molecular que se mantêm exclusivamente no plasma (por exemplo: plasma, dextran, etc.). Outros fluidos são aqueles utilizados em situações especiais e incluem sangue, seus derivados e substitutos (por exemplo oxiglobina) e soluções para nutrição parenteral total. Cristalóides são mais baratos sendo os fluidos de escolha para reidratação na maioria dos pacientes. Colóides são mais eficazes durante situações de emergência e em pacientes com hipoproteinemia grave. Os cristalóides são divididos em cristalóides de manutenção e de reposição. Fluidos de manutenção são utilizados para repor as perdas diárias de fluidos hipotônicos e eletrólitos. A concentração de eletrólitos nestes fluidos (sódio e cloro = 40 a 60 mEq/1, potássio 15 a 30 mEq/1) é muito diferente da do plasma. Já os cristalóides de reposição têm concentração de eletrólitos similar a do plasma (por exemplo: Ringer com lactato) (Tabela 19.2). Cristalóides de reposição podem ser utilizados para manutenção em animais com função renal normal, desde que seja adicionado potássio ao fluido. Algumas soluções podem ser adicionadas ao fluido administrado para compensar deficiências do fluido ou do paciente. Potássio na forma de KC1 é utilizado para prevenir hipocale-mia. As necessidades de manutenção de potássio são aproximadamente 15 a 30 mEq/1. A solução fisiológica de NaCl 0,9% tem O mEq/1, enquanto o Ringer com lactato tem 4 mEq/1. Conseqüentemente, todos os pacientes recebendo fluidoterapia que não tenham hiperca-lemia, devem ser suplementados com KC1 diluído no fluido. Quinze ml de KC1 a 10% fornecem 20 mEq de potássio (aproximadamente 480 Manual de Terapêutica Veterinária TABELA Í9.2- Composição iônica, osmolaridade e tonicidade das principais soluções utilizadas em Medicina Veterinária Solução Ringer Ringer NaCl 0,9% Glicose 5% Glicofisio- NaHCO} NaCl 7,5% Plasma com lógica 5% lactato Na* (mEq/1) 130 147,5 154 0 154 600 1.200 136 a 145 K* 4 4 0 0 0 0 0 2,8 a 4,7 (mEq/1) ci- 110 156 154 0 154 0 1.200 98 a 108 (mEq/1) Ca" (mEq/1) 3 4,5 0 0 0 0 0 5,5 a 6,5 Mg" (mEq/1) 0 0 0 0 0 0 0 1,4 a 2,2 HCO3- 28 lactato 0 0 0 0 600 0 24 a 30 (mEq/1) Osm 272 310 308 253 560 1.200 2.400 270 a 300 (mOsm/1) Tonicidade Isotônica Isotônico Isotônica Isotônica Hipertônica Hipertônica Hipertônica Isotônico Glicose 0 0 0 50 50 0 0 i (g/D Calorias/1 0 0 0 170 170 0 0 - 1,3 mEq/ml). Para obtenção de uma solução com 15 mEq/1 de potássio são necessários cerca de 10 ml de KCl a 10% por litro de Ringer com lactato e cerca de 12 ml de KCl a 10% por litro de solução de NaCl a 0,9%. Cálcio na forma de gluconato ou cloreto de cálcio é recomendado para pacientes com hipocalcemia sintomática, enquanto bicarbonato de sódio é utilizado em pacientes com acidose metabólica. Deve-se evitar o uso de bicarbonato e sais de cálcio no mesmo frasco para que a solução não precipite. O fluido a ser administrado para um paciente desidratado deve ser similar em composição e volume ao fluido perdido (Quadro 19-2). Em caso de dúvida, Ringer com lactato é uma excelente escolha, exceto naqueles pacientes com vómito agudo de conteúdo estomacal, com níveis circulantes altos de lactato (acidemia láctica, choque hipovolêmico) ou que não podem metabolizar o lactato (insuficiência hepática ou linfossarcoma). Nestes últimos, a solução de cloreto de sódio a 0,9% é a solução de escolha. Glicose a 5% é uma fonte de água. A glicose administrada é metabolizada pelas células, restando apenas água. Con-seqüentemente, glicose a 5% é uma fonte de água e não de caloria utilizada em pacientes com hi-pernatremia. Ela propicia apenas 15% das necessidades calóricas de manutenção e não ajuda se utilizada como fonte única de calorias para pacientes "que não estão se alimentando". Glicose a 5% também pode ser administrada a pacientes que apresentam alto-risco de desenvolver hipo-glicemia (por exemplo: pacientes com insulino-mas ou com risco para choque séptico como cães com parvo virose). Independentemente do fluido escolhido, a suplementação com potássio é imperativa em todos os pacientes não hipercalêmicos. Como Administrar os Fluidos? Os fluidos podem ser administrados por via intravenosa, oral, subcutânea ou intra-óssea. Embora exista uma boa absorção de fluidos por via intraperitoneal, esta via não é utilizada pelo risco de peritonite iatrogênica. A via intravenosa é a mais indicada em pacientes muito doen- Acidose Solução de NaCl 0. baseado no problema primário.Escolha empírica do fluido a ser administrado. Não pode ser usada em pacientes com vasoconstrição periférica (muito desidratados. Se o fluido administrado ainda estiver no espaço subcutâneo seis horas após administrado. hipocloremia.9% Insuficiência hepática Isotônica ou hipertônica Glicofisiológica Solução de (vómito) NaCl 0. safenas e jugulares. hipotérmicos ou hipoten-sos). flebite. fossa trocantérica do fémur. A via intra-óssea propicia uma excelente alternativa à via intravenosa em animais de pequeno porte ou muito jovens. É necessário um período de equilíbrio para que soluções administradas por esta via sejam absorvidas.9% estomacal (primeiras 24 horas) Ringer com lactato tes. sendo a via de eleição em situações emergenciais (pacientes que necessitem rápida expansão do volume circulante). A via .9% Vómito de conteúdo Isotônica ou hipertônica Hipocalemia.9% Hipoadrenocorticismo Isotônica ou hipertônica Hipercalemia. As principais complicações. acidose Ringer com lactato Solução intestinal (bile) de NaCl 0. Soluções hípertônicas não devem ser utilizadas por via subcutânea em virtude do risco de necrose. Os locais mais utilizados para a administração intra-óssea são: tuberosidade da tíbia. A via subcutânea é prática e barata em cães de pequeno porte e gatos.9% Insuficiência renal Isotônica ou hipertônica Acidose Ringer com lactato Solução (vómito) de NaCl 0. pacientes com trombose ou vasos colapsados. As veias mais utilizadas são as cefálicas.2 . porque a medula óssea não colapsa com a desidratação.9% Obstrução uretral Isotônica ou hipertônica Hipercalemia. porque primeiro eles retirarão ele-trólitos do líquido extracelular. infecções. com desidratação grave ou com perda aguda de fluidos. As principais complicações desta via são: trombose. outra via deveria ter sido usada. alcalose Solução de NaCl 0. A via intravenosa permite infusão diretamente no espaço intravascular de doses precisas rapidamente. são: osteomielite e dor. asa do íleo e tubérculo maior do úmero. fluidos administrados por via intra-óssea caem diretamente na corrente sanguínea. embora raras. Fluidos sem ele-trólitos (por exemplo: glicose 5%) não devem ser utilizados.9% Linfossarcoma Isotônica ou hipertônica Acidose lática? Solução de NaCl 0. acidose? Ringer com lactato Solução de NaCl 0. Conseqüentemente. A via intra-óssea é particularmente útil em pacientes muito desidratados. Para todos os efeitos práticos. as vantagens da via intravenosa também se aplicam à intra-óssea. agravando alterações preexistentes. pois a vasoconstrição vai limitar a absorção de fluido do espaço subcutâneo.9% Choque hipovolêmico Isotônica Acidose lática Solução de NaCl 0.9% (choque) Diarreia Isotônica ou hipertônica Hiponatremia?.9% Diabetes melito Hipertônica Acidose. embolismo e hiper-hidratação. hipofosfatemia Ringer com lactato Solução de NaCl 0. Fluidolerapia e Transfusão Sanguínea 481 QUADRO 19. hiponatremia Solução de NaCl 0. embora outras veias também possam ser utilizadas em situações excepcionais. Problema Tipo mais provável de Outras anormalidades Fluidos de primeira desidratação escolha Anorexia Isotônica Hipocalemia? Ringer com lactato Solução de NaCl 0. hipocalemia. Soluções com mais de 35 mEq/1 de potássio causam dor e desconforto quando administradas por via subcutânea.9% Vómito com conteúdo Isotônica ou hipertônica Hipocalemia. Os três tipos principais de cateteres são: agulhados (scalps). Todos os cateteres que não estejam recebendo fluidos devem ser irrigados a cada seis horas com solução fisiológica heparinizada. Os cateteres não devem permanecer na veia por mais de 72 horas por causa do alto-risco de flebite e infecção. o diâmetro das agulhas de cateteres centrais é maior que o diâmetro do cateter. Em alguns animais. choque hipovolêmico) (Quadro 19. Nestes casos. Em situações emergenciais como ressuscitação ou choque. A principal veia central utilizada é a jugular. Quanto mais rápidas e graves forem as perdas. a retirada de sangue e a medição de pressão venosa central. Eles devem ser inspecio-nados pelo menos três vezes ao dia e ter a bandagem trocada a cada 48 horas. Os cateteres de veia periférica são ideais para canulação de veias periféricas para procedimentos rápidos ou fluidoterapia por até 72 horas. evitar áreas com lesão de pele) e da possibilidade de dano ao cateter pelo paciente. Como o cateter central é introduzido pelo interior da agulha. Os cateteres de veia central são ideais para a canulação de veias centrais. cateteres 22 a 18 G em cães com peso entre 5 e 15 kg e cateteres 20 ou 18 G em cães com mais de 15 kg. permitindo a infusão de grandes volumes a velocidades rápidas. Cateteres de diâmetro 22 G são usados em gatos e cães com menos de 5 kg. Cateteres agulhados também tendem a causar flebite por dano direto ao endo-télio. cateteres 22 a 19 G em cães com peso entre 5 e 15 kg e cateteres 19 a 16 G em cães com mais de 15 kg. da acessibilidade da veia. é necessário a colocação de uma tala para evitar o fluxo posicionai. Veias centrais são mais indicadas em pacientes que necessitem retirada de sangue frequente (por exemplo. Não podem ser usados por períodos maiores. do risco de contaminação (por exemplo. os cateteres maiores devem ser usados. Cateteres são uma das maiores fontes de infecção hospitalar e devem ser colocados após preparação cirúrgica do local. mais rápido o déficit deverá ser reposto. Não deve ser a única forma de administração de fluidos em pacientes muito desidratados. Em situações emergenciais. o fluxo pode ser interrompido quando o animal flexiona o cotovelo. que estejam recebendo soluções viscosas ou hipertônicas. sendo a via ideal para soluções hipertônicas ou com alto teor calórico. veia periférica e veia central. Apresentam um alto risco de trombose e infecção. Como Administrar Fluidos por Via Intravenosa? A administração de fluidos por via intravenosa deve ser feita por meio de cateteres.482 Manual de Terapêutica Veterinária oral é a via mais fisiológica e deve ser utilizada em todos os pacientes que não estão vomitando. Qualquer fluido pode ser administrado desta forma. ou pacientes que necessitem infusão rápida de grandes volumes (por exemplo.Veias recomendadas para fluidoterapia intravenosa em animais de companhia* • Soluções hipertônicas ou viscosas => veia central • Infusão rápida de volumes grandes => veia central • Vómito => veias centrais ou dos membros posteriores • Diarreia => veias centrais ou dos membros anteriores • Poliúria => veias centrais ou dos membros anteriores • Anemia auto-imune ou vasculite => veias periféricas • Tromboembolismo aórtico => veias centrais ou dos membros anteriores • Torção de estômago => veias centrais ou dos membros anteriores . A escolha da veia a ser utilizada para fluidoterapia depende da experiência do clínico. Pacientes em choque hipovolêmico. Qual a Velocidade Ideal para Administrar os Fluidos? A velocidade de administração é ditada pela rapidez e gravidade das perdas. embora menor que o os cateteres agulhados. pois apresentam um alto-risco de punção do vaso e saem da veia facilmente por serem curtos. cetoacidóticos). que não estão sendo monitorados com QUADRO 19. mesmo naqueles que estão recebendo fluidos por outras rotas. a administração de soluções hipertônicas ou viscosas. Os cateteres agulhados (diâmetro 19 a 25 G) são úteis para administração de soluções por um prazo curto (algumas horas).3). os cateteres maiores devem ser usados. Cateteres de diâmetro 20 a 24 G são usados em gatos e cães com menos de 5 kg.3 . Pacientes nefropatas. porém não em choque hipovolêmico. o déficit estimado pode ser administrado em 24 horas. L. and complications. WB Saunders. quantos mililitros por minuto terão que ser administrados em um paciente para que ao final de 24 horas ele receba 600 ml? O primeiro passo.ed. especialmente quando da administração rápida. é necessário que se saiba quantas gotas têm em l ml do equipo em questão. dependendo do paciente. Routes of fluid adminis-tration: Indications.1 ml.24 h = 25 ml/h).4 ml correspondem a 25 gotas por minuto. geralmente têm de 0. Fluidos contendo potássio não podem ser administrados a uma taxa maior que 0. Isto resulta em aproximadamente l gota a cada 2 segundos. Nestes casos.4 ml/min). In: BONAGURA. Por exemplo. * FAUDSKAR.. é preferível trocar por um equipo pediátrico. nestes casos. MORAIS.017 a 0. têm 0. J. Sabendo-se o total a ser administrado por dia. Em pacientes com desidratação grave. Com permissão.5 mEq/kg/h de potássio.S.1 ml por gota (10 a 15 gotas por ml). Utilizando-se um equipo adulto. . é calcular a quantidade de fluidos necessária por hora (total diário dividido por 24 horas ou 600 ml H. enquanto equipos pediátricos (micrométricos). 13.A. basta dividir o total por hora por 60 minutos (25 ml ^ 60 min = 0. basta apenas programá-la e ela administrará a quantidade estipulada por hora. Com o uso de bombas de infusão.S. pp.07 a 0.02 ml por gota. contraindications. 2000.D. H. Equipos para adultos (macrométricos). 61-5. Em casos de desidratação moderada. em geral. pode ser calculado o número de gotas por minuto para a regulagem da frequência de gotejamen-to. ou uma gota a cada 15 segundos. Isto equivale a cerca de 90 ml/kg/h no cão e 55 ml/kg/h no gato. Já com equipos. A velocidade de administração de fluidos é controlada pelo uso de equipos ou bombas de infusão. é tradicional iniciar-se com uma "dose de ataque" (30 a 100% do déficit estimado) nas primeiras três a seis horas e após retornar à velocidade normal para reposição das perdas. Philadelphia. pode-se utilizar ou não a dose de ataque. Em um equipo com 0. Kirk's Current Veteri-nary Therapy XIII. Para obter-se o total por minuto. cardiopatas e com alterações consideráveis na concentração de sódio têm chances maiores de desenvolver complicações decorrentes da fluidoterapia. Em muitos equipos. podem receber até um volume circulante por hora. 0. l gota a cada 15 segundos é uma frequência de gotejamento muito lenta para permitir a regulagem precisa. Em pacientes com desidratação leve ou aparente. em que cada gota tem 0.02 ml por gota (50 a 60 gotas por ml). techniques. este paciente necessitaria 4 gotas por minuto. F/uidoterapia e Transfusão Sanguínea 483 pressão venosa central. Como Calcular o Total de Fluidos a Ser Administrado em 24 Horas? A quantidade de fluidos a ser administrada em 24 horas deve ser suficiente para corrigir a desidratação inicial. Deve-se somar a isto a quantidade de água que o animal deverá perder nas 24 horas subsequentes (manutenção ou aproximadamente 5% do peso) e um volume extra para as perdas concomitantes. diarreia. pacientes com desidratação moderada (8 a 9%) recebem 2 ?. em um cão de 10 kg e desidratação de 10%. Filhotes têm necessidades de manutenção maiores que os adultos (60 a 100 ml/kg/dia). Simplificadamente. suprir as necessidades de manutenção (= 5% do peso vivo) e compensar as perdas concomitantes (por exemplo: vómito. Estas perdas são proporcionais às necessidades calóricas diárias de manutenção do animal. poliúria).500 ml de fluidos a serem administrados em 24 horas. As necessidades de manutenção de água são aquelas requeridas para a reposição de perdas fi- siológicas diárias.5 kg = 500 ml Perdas concomitantes: valor estimado Total: 1.5 vezes a taxa de manutenção (75 ml/kg/dia).5 vezes a taxa de manutenção (100 a 125 ml/kg/dia). Um método alternativo. utilizando-se os valores inferiores para animais adultos e os superiores para animais jovens. Pacientes com desidratação leve (5 a 7%) recebem em torno de 1. a quantidade de fluidos necessária para as primeiras 24 horas será de: Desidratação: 10 kg x 10% = l kg = l l Manutenção: 10 kg x 5% = 0. enquanto pacientes com desidratação grave (10 a 12%) recebem três vezes a taxa de manutenção (150 ml/kg/dia). Por exemplo. Em animais de grande porte. considera-se que as necessidades de manutenção são de cerca de 40 ml/kg/dia em cães de grande porte e de cerca de 60 ml/kg/dia em cães de pequeno porte e gatos. A quantidade de fluido necessária para corre-ção da desidratação inicial é calculada multiplicando-se o peso do animal (kg) pela porcentagem de desidratação. as necessidades de manutenção são estimadas entre 50 a 100 ml/kg/dia. consiste em calcular-se o volume total como um múltiplo da taxa de manutenção (40 a 60 ml/kg). para determinação da quantidade de fluido a cer administrado em 24 horas. 2. Pacientes com mais de 12% de . caso o animal não esteja desidratado. Monitore o paciente. Verifique a Fluxo posicionai. a hiperosmolaridade mantém o fluido nos riamente e a quantidade calculada deve ser ad. Mantenha o membro do animal em extensão. Registre as trocas insensíveis subestimadas (febre e taquipnéia). avaliar a eficácia da reidratacao. a hora em que deve Erro no cálculo da desidratação. Equipo errado. de frascos. manejo pode ocorrer por erro matemático. do paciente Bomba não funciona. Pacientes oligúricos ou com problemas dratar em consequência de falhas no seu manejo. Administração muito rápida. manutenção e ganhando peso. bomba. Confira o equipo.Principais erros de manejo que dificultam a reidratacao Problema Causa Passos para correção Erro matemático Erro no cálculo do volume diário.4. variações no peso indicam des muito altas de líquido pêlos rins. Obstrução do cateter. choque dia. As principais causas de persistência de Além do peso corporal. Os déficits de líquidos. . Em pacientes com hipernatre- perdas concomitantes devem ser avaliados dia. Embora os resultados sejam similares com as hipovolêmico). O fluido que permanece nos vasos é A fluidoterapia deve ser monitorada para evitar excretado pêlos rins. mia. é necessário aumentar a quantidade de desidratado que não ganha peso continua fluido administrado. Demora na troca de frascos. Reavalie o paciente. ciente. mecânicos Erro no cálculo da velocidade de Erro na avaliação administração.500 ml/ muito curto de tempo (por exemplo. Pressão venosa rior de um cão com 10 kg e 10% de desidratação. duas fórmulas. central pode ser utilizada em pacientes recebendo administra-se três vezes a taxa de manutenção ou grandes quantidades de fluidos em um período 150 ml/kg/dia multiplicados por 10 kg = 1. Perdas sensíveis subestimadas. Pacientes com insufi- paciente. vasos impedindo a sua migração para o espaço ministrada nas 24 horas subsequentes. Perdas concomitantes subestimadas. a melhora clínica do desidratação e os passos a serem tomados para animal e com recuperação da consciência e sua correção estão no quadro 19. Perdas terminar. Aumente o volume de fluidos. Por que Alguns Pacientes São tervalos fixos é necessária para se certificar de Difíceis de se Reidratar? que ele está sendo de fato reidratado. atividade podem ser usados subjetivamente para povolêmico.4 . Verifique a patência do cateter. Calcular o peso é uma maneira fácil e confiável de avaliar as Algumas alterações clínicas dificultam a alterações na quantidade de fluidos em um reidratacao do paciente. QUADRO T9. dificultando a hidratação a hiper-hidratação ou que o paciente não receba do paciente. Usando-se o mesmo exemplo ante. Pacientes como insuficiência renal ou blemas mecânicos ou falha na avaliação do pa- hipernatremia demoram mais para ser hidratados. Tabelas com volume e velocidade de Problemas administração. pro- dratação.484 Manual de Terapêutica Veterinária desidratação devem ser tratados para choque hi. Se o peso é conhecido e o paciente não ciência renal poliúrica podem perder quantida- está se alimentando. cardíacos devem ter um monitoramento mais A persistência da desidratação por erro de intenso em virtude do alto-risco de hiper-hi. deve-se lembrar que este valor é uma estimativa. intracelular. Reavaliação do paciente a in. Um paciente casos. Nestes alterações na quantidade de água. fluidos em quantidade suficiente para manter a Alguns pacientes se tornam difíceis de rei- hidratação. Marque em cada frasco. Embolismo por ar pode acontecer durante a colocação do cateter ou pela presença de ar no equipo. na maior veia possível.9%. Além disso. enquanto hiponatremia pode acontecer quando se administram fluidos pobres em sódio (por exemplo: glicose a 5%). Medidas que ajudam a prevenir a administração subcutânea de fluidos incluem a monitoração constante do paciente. portanto. Embolismo por trombos. Pacientes com alterações cardíacas no lado esquerdo ou bilateral (por exemplo. somente devem ser administradas em veias centrais. deve- se antecipar as complicações que podem ocorrer em virtude de fluido escolhido. suplementação ou doença primária. Pacientes com hiper-hidratação devem ser tratados como emergências. Que Outras Complicações Podem Ocorrer com o Paciente Recebendo Fluidos? Sangramento. Flebite por problemas mecânicos acontecem por movimentação do cateter ou do membro ou pelo uso de cateteres rígidos (agulhados). mas todo o acúmulo de líquido deve ser considerado suspeito. car-diomiopatia dilatada ou hipertrófica) têm tendência a desenvolver edema pulmonar. O cateter é uma das maiores fontes de infecção hospitalar em hospitais humanos e veterinários podendo a infecção variar de flebite local . Hipernatremia pode ocorrer com o uso de soluções hipertônicas à base de sódio. deve-se sempre usar o menor cateter possível. Extravasamento de fluidos ocorre quando o fluido é administrado por via subcutânea e se caracteriza por um aumento súbito de volume do membro ou pescoço. Deve-se suspender tudo o que está sendo administrado por via intravenosa e iniciar a administração de furosemida para aumentar a excreção renal de líquidos. em geral. o mais flexível. Os principais sinais de hiper-hidratação são o surgimento de edema subcutâneo. o ajuste da pressão de injeção e do alarme da bomba de infusão para que o alarme soe quando o cateter sair da veia e a não utilização de cateteres agulhados para procedimentos com mais de três horas de duração. levar a angústia respiratória. é imperativo a monitoração do paciente recebendo fluidoterapia. Hiper-hidratação ocorre quando a administração de fluido está acima do necessário para correção da desidratação e da capacidade do organismo de excretar este fluido excedente. Sangramento em cateteres venosos são geralmente autolimitantes. a reidratação aumenta o fluxo tubular renal. Casos leves de hiper-hidratação são assintomáticos. É uma complicação muito rara em animais com funções renal e cardiovascular normais. exceto em pacientes com coa- gulopatias. quemose. com dispneia e aparecimento de crepitações pulmonares. A flebite é importante para o clínico porque o animal pode apresentar prurido e tende a morder ou coçar o local. coágulos ou fragmentos do cateter. Êmbolos tendem a parar na circulação pulmonar e podem. embolismo por ar. Flebite ocorre quando há inflamação da veia por problemas mecânicos. Para evitar os distúrbios eletrolíticos oriundos da fluidoterapia. Cateteres obstruídos devem ser trocados. esta hipercloremia raramente é sintomática. efusão pleural e taquipnéia. longe de articulações. Substâncias irritantes podem causar flebite química e. após diluídas. Em casos refratários pode ser necessário diálise ou flebotomia. ascite. Deve-se descartar a presença de infecção e trocar imediatamente o cateter. químicos ou infecciosos. flebite e infecção pelo cateter são problemas que podem ocorrer com o paciente durante a fluidoterapia. Existe também uma tendência ao desenvolvimento de hipercloremia em pacientes recebendo Ringer com lactato ou solução de cloreto de sódio a 0. Hipocalemia ocorre sempre que não há suplementação de potássio nos fluidos. trombose local. Para prevenir o dano mecânico. pois as necessidades de potássio excedem em muito a concentração de potássio nos fluidos mais usados. Fluidoterapia e Transfusão Sanguínea 485 Quais Problemas Podem Advir da Administração de Fluidos? As principais complicações iatrogênicas relacionadas à administração de fluidos são o ex- travasamento subcutâneo. De qualquer forma. Outra causa importante de flebite é a infecção. Alterações eletrolíticas podem acontecer por causa da fluidoterapia. Felizmente. endocardiose de mitral. Hipofosfatemia é comum em pacientes com cetoacidose diabética e pode levar à anemia hemolítica. acontecem quando se tenta desobstruir o cateter. elevando a excreção renal de potássio. em casos mais graves. a hiper-hidratação e desequilíbrios eletrolíticos. O paciente deve ser monitorado e tratado assim que a alteração eletrolítica iniciar. A administração oral de fluidos deve começar durante a fluidoterapia. o cateter é o culpado até que se prove o contrário. removendo-se o cateter de forma estéril e submetendo sua ponta para cultura e antibiograma. Um cateter suspeito deve sempre ser trocado e não deve jamais permanecer na veia. além de diminuir as chances de desenvolvimentos de complicações como a hipernatremia. ingestão de alimentos. desequilíbrios metabólicos. A maioria dos pacientes continua ingerindo água durante a fluidoterapia. Isto é especialmente importante em pacientes com problemas renais. deve-se agir imediatamente procedendo-se a limpeza e fazer anti-sepsia local.a administração de drogas pelo cateter NUNCA deixe o cateter no vaso por mais de 72 horas gem para manutenção do cateter. ruptura de bexiga em potros. elaborar o plano de reposição hidroeletrolítica é obtendo informações precisas na anamnese. drogas. quantidade e frequência dos episódios de perdas hi-droeletrolíticas (por exemplo: diarreia. intervalos de . Em todo o paciente hospitalizado que apre- sentar febre. Pode-se iniciar administração de fluidos por via subcutânea próximo ao término da reidratação. desidratação após exercícios físicos extenuantes sob condições climáticas adversas (por exemplo. A contaminação pode ocorrer durante a colocação do cateter ou por meio da migração de bactérias da pele. Deve-se observar algumas regras básicas para evitar complicações. Como Concluir a Fluidoterapia? A fluidoterapia deve ser concluída quando a causa da desidratação for corrigida e o paciente estiver ingerindo água e alimentos em quantidade suficiente para manter-se hidratado. Principalmente sob condições de campo. quando disponível. O tempo de evolução da doença. A administração de água facilita a transição na fase final da reidratação. tratamentos efe-tuados.486 Manual de Terapêutica Veterinária até a septicemia. O volume de fluidos administrado deve ser reduzido gradualmente (24 a 48 horas). síndrome cólica. endu-ro equestre). micção.a desconexão do equipo . doses. obstrução ou ruptura esofágica e doenças renais. as condições clínicas mais comuns que requerem fluidoterapia são diarreias. As principais medidas preventivas para evitar a infecção pelo cateter estão descritas no quadro 19. cujo os rins não são capazes de se adaptar a mudanças súbitas no volume circulante. Sempre que houver suspeita de infecção pelo cateter.5 . onde exames laboratoriais podem não estar disponíveis. Isto diminui os custos e os cuidados de enferma- QUADRO 19. Os organismos mais comumente isolados de infecção pelo cateter são as enterobactérias e bactérias do género Staphylococcus. nas provas laboratoriais.Medidas para prevenir a infecção por cateter Colocação asséptica Tricotomia radical Anti-sepsia cirúrgica Técnica estéril Monitoramento Inspeção do local BID Troca de bandagem a cada 48 horas Outras medidas Minimize: . além de reduzir a incidência de complicações. FLUIDOTERAPIA EM ANIMAIS DE GRANDE PORTE António Cezar de Oliveira Dearo Em animais de grande porte. choque. no exame físico e.a retirada de sangue pelo cateter . refluxo gastrintestinal colhido por sonda nasogástrica). ao mesmo tempo.5. A maneira mais adequada de se determinar a necessidade e. o conhecimento prévio da fisiopatolo-gia inerente às mais variadas doenças é de fundamental importância para a elaboração de um plano de reposição hidroeletrolítica lógico e adequado. é o uso inadequado de diuréticos (furosemida) adminis- trados por leigos a cavalos com cólica.aplicação. disponibilidade. qualidade e ingestão da água oferecida permitem obter uma noção preliminar acerca da gravidade de possíveis desequilíbrios. Um exemplo comum até os dias de hoje. muitas vezes. . as responsáveis diretas pela morte do animal. e que exemplifica a importância da anamnese. a perda de mais líquidos induzida pela terapia diurética agrava ainda mais o problema. Como a desidratação e a hipovolemia são. ao serem administradas. o indicador de desidratação. mas. dextran 70 e o plasma são os exemplos mais O volume globular (VG) ou hematócrito e comuns de colóides sintéticos e naturais. Porém. até que aproximadamente 20 Tanto colóides como cristalóides podem litros de fluidos tenham sido perdidos. há aumento do VG não temperatura nas extremidades e redução da por perda fluida. com isso. Clinicamente. indicadores fidedignos de desidratação. a concentração de proteínas plasmáticas totais respectivamente. porém todos esses índices isso. ressaltar que. peritonite) sinais de desidratação. moderada que ocorram perdas eletrolíticas. as proteínas plasmáticas notado em animais que não se alimentam e podem apresentar-se diminuídas. a PPT perde seu valor como hipertônica. Qual Fluido Deve Ser Utilizado? pesando 450 kg. apresentam manifestações clínicas. sim. ressecamento das simpática causada por condições de estresse ou mucosas. isso pode ser problemas hepáticos. imunidade passiva. Na desidratação hipertônica. Deve-se ressaltar que intravascular e. a desidratação pode ser Perdas hídricas podem suceder-se sem subje-tivamente classificada em leve. clínicos. podendo incluir analisados conjuntamente. A estimulação de elasticidade cutânea. Em situações clínicas em que há perda hídrica não é acompanhada de perdas perda de proteínas associada a alterações eletrolíticas. Na prática. mas. Outras mente restrito. . Nessas si- não ingerem água o que leva a desidratação tuações. Colóides são substâncias de alto 19. O guia geral e não como valores absolutos. desidratação em função de algumas alterações aumentam a pressão coloidosmótica clínicas e laboratoriais. apresentam falha na transferência da devem ser interpretados com cau. em algumas perda de peso. portanto. diminuída ou retardada. perda valores pode resultar em erro. portanto. Fluidoterapia e Transfusão Sanguínea 487 A severidade dos sinais clínicos varia com a tela. a e grave de acordo com a rigorosidade dos sinais. diminuição da Nessas circunstâncias. Em potros e LIC é deslocado para o compartimento EC. os valores de VG e PPT são mantendo a volemia e minimizando os sinais muito variáveis não sendo. ou diminuição da produção decorrente de estar desidratado. mesmo assim. distensibilidade jugular com liberação na circulação de mais hemácias. a interpretação isolada desses cardíaca e do tempo de refluxo capilar. é interessante número hemácias não indicando.3 mostra os diferentes graus de peso molecular que. bezerros neonatos. em situações clínicas em que a desidratação. pelo aumento do produção de urina. grande maioria dos desequilíbrios hídricos é Contudo. Porém. estimulam a passagem esses valores devem ser tomados apenas como de fluido do interstício para o plasma. diminuição da pressão arterial e da excitação pode provocar a contração esplénica pressão de pulso. o uso dessas substâncias é extrema- índices é indicativo de perda hídrica. Por questões de custo e pela (PPT) são as duas mensurações laboratoriais possibilidade da ocorrência de efeitos colaterais mais frequentemente utilizadas para se avaliar associados à administração de colóides o grau de desidratação. A elevação desses sintéticos. A tabela ser utilizados. É importante que o VG e a PPT sejam gravidade da desidratação. aumento da frequência situações. Em termos práticos isso significa que nenhum sinal de desidratação vai ocorrer em um cavalo adulto. deve-se ter em mente que perdas acompanhada por desequilíbrios eletrolíticos e líquidas inferiores a 5% do peso corpóreo não ácidos-bási-cos de graus variados. pois. por essa finalidade. o animal pode não apresentar gastrintestinais (por exemplo: colite. O plasma é indicado determinações como a ureia e a creatinina principalmente em potros ou bezerros que não séricas também podem ser empregadas com ingeriram de forma adequada o colostro e. 5 . Turgor cutâneo TPC (segundos) VG PPT (%) (segundos) (%) (g/dl) 5 a 7 8a 10 > 10 Leve Moderada Grave 2 a 3 3 a 5 >5 1 a2 4 0 a 50 50 a 65 6. TABELA 19.5 7.3 .5 a 7.5 2 a4 >4 >65 >8.Estimativa clínica do grau de desidratação em animais de grande porte Desidratação Classificação .5 a 8. 2. reduzir o potencial alcalinizante da solução. contudo. o bom senso embasado no conhecimento preliminar dos tipos de desequilíbrios. É a solução empregada na maioria dos pacientes como fonte inicial e emergencial de reposição hidroeletrolítica até que as análises laboratoriais possam direcionar melhor a fluidoterapia. Entretanto. É importante ressaltar. De maneira geral. como.9% são a ruptura de bexiga em potros e a desidratação após exercícios físicos extenuantes com grandes perdas hidroeletrolíticas por meio do suor. do pH e do conhecimento da tonicidade da solução a ser empregada. A solução de cloreto de sódio a 0. ser baseado nas análises laboratoriais dos eletrólitos séricos e gases sanguíneos. eletrólitos e do equilíbrio ácido-básico. por exemplo. em razão da indisponibilidade de parte desses recursos para a grande maioria dos profissionais. O uso de cristalóides deve. que distúrbios hepáticos intrínsecos ou estados de deficiência circulatória portal podem reduzir a biotransformação de lactato em bicarbonato e. O lactato presente na solução é transformado em bicarbonato após metabolização hepática. As situações clínicas mais comuns que requerem o uso de NaCl 0. a solução de Ringer ou Ringer com lactato. com isso. preferencialmente. mais comumente relacionados à situação clínica em questão. A sudorese intensa observada em equinos submetidos a provas de longas distâncias com predomínio de metabolismo aeróbio (por exemplo: . Deve ser utilizada nas perdas de fluidos e eletrólitos acompanhadas de acidose metabólica. são utilizadas quando se objetiva a correção de alterações de volume. hi- ponatremia. A hipercalemia observada em potros com ruptura de bexiga contra-indica o uso de soluções contendo potássio.9% deve ser empregada quando houver hipercalemia. A solução de Ringer com lactato é a que apresenta composição mais próxima à do plasma.488 Manual de Terapêutica Veterinária O plasma também pode ser utilizado quando a PPT encontrar-se abaixo de 4 g/dl em virtude de perdas contínuas existentes ou por hemodilui-ção decorrente da fluidoterapia prolongada com cristalóides. A composição iônica das principais soluções usadas atualmente pode ser verificada na tabela 19. hipocloremia e alcalose metabólica. Os cristalóides são as soluções mais amplamente empregadas em Medicina Veterinária. é que determinará a escolha da solução mais adequada. os íons sódio e cloreto são aqueles perdidos em maior quantidade. A solução de glicose a 5% deve ser empregada em casos de hipoglicemia ou de desequilíbrios primariamente hídricos e não-eletrolíticos. costuma corrigir o desequilíbrio ácido-básico. utilizada em situações emergenciais em pacientes com choque hipovo-lêmico ou séptico. Situações clínicas envolvendo déficits tanto hidroeletrolíticos como energéticos são mais adequadamente corrigidas pelo uso de soluções eletrolíticas balanceadas. Há melhora no rendimento cardíaco. o volume circulante. acrescidas de glicose a 20%. fluxo plasmático renal e diminuição na resistência vascular periférica e pulmonar. cloreto. Grandes quantidades de sódio.2 ou com déficit de base superior a 10 mEq/1. potássio. em um quadro de alcalose metabólica hipoclorêmica. Sua administração deve ser cuidadosa e com base nos valores da hemogasometria.5% deve ser utilizada somente em situações emergenciais em que é . dessa forma. ou seja. A solução hipertônica de cloreto de sódio a 7. entretanto. em dias de altas temperaturas.enduro) e promovidas notadamente. resultando. as perdas hídricas podem alcançar valores superiores a 40 litros durante a prova. a correção da perfusão tecidual por meio de administração de soluções eletrolíticas. A perda excessiva de cloreto determina a mobilização de grandes quantidades de bicarbonato pelo organismo. Nessas situações. como Ringer com lactato. isso pode ser encontrado em animais que não estejam se alimentando nem ingerindo água e apresentem hipernatremia. Na prática. determina urna grande deple-ção das reservas hidroeletrolíticas. cálcio e magnésio são perdidas pelo suor.400 mOsm/1). pressão arterial. como Ringer com lactato. dessa forma. aumentando. Na acidose metabólica de menor gravidade. A solução hipertônica de NaCl a 7. vem ganhando considerável espaço na Medicina Veterinária nos últimos anos. pois a administração em excesso pode provocar alcalose metabólica de difícil reversibilidade e depressão respiratória. Por ser uma solução hipertônica. associada à correção da causa primária. nos quais a desidratação é hipertônica. promove a trans-locação de fluidos do interstício para o plasma. O bicarbonato de sódio é usado para correção da acidose metabólica grave com pH inferior a 7.5% (2. notadamente. Na prática. inúmeros problemas relativos ao uso prolongado da via intravenosa em animais de grande porte. O volume total de líquido a ser administrado deve incluir a quantidade de fluidos perdida pela desidratação e as necessidades diárias de manutenção. ativida-de e temperatura ambiente. para que possa ser utilizada é necessário que as funções de transporte e absorção intestinais não estejam comprometidas. quando se deseja a administração de grandes volumes e de forma rápida. Preferencialmente devem ser administradas soluções hipotônicas ou isotônicas. e que a continuidade da expansão volêmica por meio de soluções eletrolíticas após a administração de NaCl a 7. é contra-indicado. que não possa ser controlada por meio das manobras usuais de hemostasia. utiliza-se uma sonda orogástri-ca. as vias mais comuns utilizadas para a administração de fluidos são oral e intravenosa. Nos últimos anos. sem dúvida nenhuma. Entretanto. a necessidade de repetidas e inconvenientes venopunções que. Em bovinos e ruminantes de pequeno porte. O uso de soluções hipertô-nicas em pacientes com hemorragia grave. em última análise. a qual é introduzida por meio de um guia de sonda metálico em forma de cilindro posicionado na cavidade oral. tem-se: Volume total (10% x 50) + (100 x 50) 5 + 5 = 10 litros Volume total Em animais de grande porte. situações menos críticas determinam abordagem menos agressiva. Fluidoterapia e Transfusão Sanguínea 489 necessária rápida expansão do volume circulante.5% é condição indispensável para a correção do desequilíbrio circulatório e hídrico. Já as necessidades de manutenção são variáveis de acordo com a idade. A principal vantagem de sua utilização reside na manutenção prolongada do acesso intravenoso. decorrentes de exercícios físicos. via de administração e velocidade de reposição. ela tem custo baixo. Quantidade de Fluidos e Vias de Administração O plano de reposição hidroeletrolítica deve incluir não só a escolha da solução mais adequada como também sua quantidade. a mais segura. principalmente. como é o caso de cavalos com cólica que apresentam grandes quantidades de refluxo pela sonda nasogástrica. suprimindo dessa forma. a via oral é mais utilizada em situações clínicas de desidratação. portador de cólica e que apresenta um grau de desidratação clínica estimada em 8%. A rápida expansão volêmica permite a manutenção temporária das funções orgânicas até que medidas para correção da causa primária do choque sejam tomadas. como exemplo um bezerro de 50 kg. Animais jovens possuem maiores necessidades de manutenção em relação a animais adultos. porque o espaço subcutâneo não comporta o grande volume necessário nestas espécies. É importante lembrar que os efeitos destas soluções são temporários. são as principais responsáveis por danos vasculares extensos e muitas vezes irre- . A via oral é. A via intravenosa é a via de eleição para a fluidoterapia na grande maioria das situações clínicas. Em equinos. a administração é realizada por meio de sonda nasogástrica e a quantidade não deve ser superior a 6 a 8 litros a cada 30 a 60 minutos em animais adultos. A via subcutânea não é utilizada em animais de grande porte. Pode também ser utilizada em bezerros com diarreia. utilizando-se os valores inferiores para animais adultos e os superiores para animais jovens. no que diz respeito à "manutenção da veia". Além de permitir a administração de grandes volumes de líquidos e eletrólitos. O déficit de fluido perdido pode ser calculado multiplicando-se a porcentagem estimada de desidratação pelo peso do animal em kg. portador de diarreia e desidratação clínica estimada em 10%. De forma geral emprega-se a quantidade de 50 a 100 ml/kg/dia. puderam ser solucionados pelo uso de cateteres intravenosos. Outras vias como in-traperitoneal e retal podem ser empregadas apenas em casos específicos. anorexia e cólica em equinos pro- vocada por compactação do cólon maior. agora. Enquanto situações emergenciais com grandes déficits de volume requerem a administração rápida de grandes quantidades de fluidos nas fases iniciais. o seguinte cálculo deve ser realizado para se determinar a quantidade total de fluidos a ser administrada num período de 24 horas: Volume total = % desidratação x peso (kg) + manutenção Volume total = (8% x 400) + (50 x 400) Volume total = 32 + 20 = 52 litros Tomando-se. com duração entre 90 e 120 minutos. Imaginando-se como exemplo um cavalo de 400 kg. Braun S. A introdução deve ser realizada de forma asséptica mediante o uso de luvas estéreis e rigorosa tricotomia e anti-sepsia do local. por meio de suturas de fixação do tubo extensor à pele em dois únicos pontos intervalados por l a 2 cm. Outras veias como a torácica lateral. Caso ocorra a obstrução. nenhum cateter deve permanecer posicionado na mesma veia por mais de 72 horas. seguir a direção do fluxo sanguíneo. deve-se heparinizar todo o conjunto (cateter e tubo extensor) tomando-se o cuidado de não permitir a entrada de ar no sistema. apresentam déficits de volume. A prévia inje-ção subcutânea de 0. Após a remoção do mandril. A velocidade de administração de fluidos depende da severidade das alterações clínicas. a velocidade de administração. deve-se acoplar ao cateter o tubo extensor (Ex-tensofix 60 cm . a administração deve ser cautelosa uma vez que o excesso pode causar arritmias cardíacas seguidas de parada cardíaca. pode ser evitada mediante a "lavagem" de todo o sistema com uma solução heparinizada (10 UI heparina/ml de solução salina) a cada seis horas. se caracterizam por deficiências de potássio em diferentes graus. Velocidades maiores podem ser obtidas com o uso de bombas de infusão. A fixação do cateter é melhor realizada. Após a venopunção inicial realizada pela extremidade do cateter e verificada pela presença de sangue no bulbo do mandril.) já conectado ao equipo. A escolha do cateter mais adequado deve levar em consideração o porte do animal. permitir a difusão do fluido administrado para outros compartimentos que. A observação rigorosa às normas de higiene e anti-sepsia. O conhecimento da maneira correta de introdução e manutenção do cateter são essenciais para a minimização dos danos vasculares e a maximização do tempo de uso do cateter. De maneira geral. menores serão as chances de ocorrência de complicações. A obstrução do cateter. como diarreias graves. Todo o conjunto deve ser inspecionado periodicamente e. Considerando que o potássio é o principal íon responsável pelo equilíbrio osmótico no LIC e que a hipocalemia grave pode resultar em distúrbios da condução neuromuscular esquelética e miocárdica. de preferência. porém são de maior dificuldade quanto à manutenção. Como a maior quantidade do potássio (98%) concentra-se no LIC. especialmente em animais inquietos ou de difícil temperamento.Laboratório B. como também a todo o período de manutenção do cateter. remover o cateter e reintroduzi-lo. deve-se remover o cateter imediatamente. a suplementação de potássio deve ser instituída nessas situações. pois quanto menor o trauma vascular. como hipertermia. Caso haja a necessidade do novo acesso intravenoso. em situações críticas de grandes déficits hídricos. No entanto. numa outra veia. Situações clínicas em que a concentração sérica ou plasmática de potássio se encontrar abaixo de 3 mEq/1 ou que o . determinada fun- damentalmente pelo seu diâmetro e material de fabricação.A. na presença de sinais locais. deve-se manter o mandril imóvel e deslizar apenas o cateter para o interior da veia mantendo-se o mandril apenas como guia. seguramente. a velocidade máxima não deve ultrapassar 10 a 20 ml/kg/h. contudo. preferencialmente. Os cateteres mais usados em animais de grande porte são os de diâmetro 14 g e 16 g. Materiais como silicone e poliuretano são os que apresentam menor atividade trombogênica. Velocidades de administração muito rápidas podem provocar diurese pela rápida expansão plasmáti-ca sem. a determinação sérica desse íon não representa com exatidão sua quantidade corpórea total. O tempo de permanência do cateter é variável. sequestro de fluidos no sistema digestório em cavalos portadores de cólicas obstrutivas e em animais que não estejam se alimentando. cateterizar outra veia. sendo o primeiro apli- cado imediatamente atrás da conexão em rosca do tubo extensor ao cateter. De modo geral. Sempre que possível deve-se utilizar o cateter de menor diâmetro. Mesmo assim esse valor pode servir como um guia para a reposição de potássio. Inúmeras situações envolvendo desequilíbrios hidroeletrolíticos. é condição indispensável para a se evitar a ocorrência de tromboflebites e septicemias. o custo e a capacidade trombogênica do cateter. A extremidade livre do tubo extensor pode ser presa à crina do cavalo quando a veia utilizada for a jugular. cefálica e safena podem ser utilizadas. relativas não só a introdução. que muitas vezes decorre da coagulação do sangue no interior do conjunto. 490 Manual de Terapêutica Veterinária versíveis.5 a l ml de lidocaína no local de perfuração facilita a manobra. O sentido de introdução deve. aumento de volume e sensibilidade dolorosa. entretanto. velocidades superiores podem ser necessárias nas primeiras horas. Terminada a fluido-terapia. Tão importante quanto se conhecer as alterações mais comuns de cada situação e saber elaborar corretamente o plano de reposição hi-droeletrolítica. são os utilizados quando se pretende estocar o sangue colhido. O sangue fresco total fornece todos os componentes sanguíneos: hemácias. plasma e todos os fatores de coagulação e proteínas. TRANSFUSÃO DE SANGUE E SEUS DERIVADOS Patrícia Mendes Pereira Peter Reichmann INTRODUÇÃO Desde os primeiros relatos de transfusões sngüíneas no século XVII. de acordo com as indicações específicas. proteínas plas-máticas e fatores de coagulação estáveis como o fibrinogênio. as indicações para a transfusão de sangue total ou de um de seus componentes são a necessidade do restabelecimento da capacidade de transporte de oxigénio pelo sangue. Tão logo o animal reassuma a ingestão de fibras os níveis de potássio são prontamente restabelecidos. Em bovinos ~1 deve-se utilizar uma taxa mais baixa. A taxa de infusão venosa de glicose a 5% em equinos não deve ultrapassar a 2 ml/kg/h. Caso se considere a via oral. duas vezes ao dia. Os anticoagulantes mais frequentemente usados são o citrato fosfato dextrose adenina (CPDA-1). Apenas os dois primeiros (CPDA-1. o sangue também pode ser colhido em seringas heparinizadas. Nesse sentido.5 mEq/kg/ hora. permitindo a estocagem de sangue total canino por 28 até 35 dias. O sangue total estocado pode ser utilizado para fornecer hemácias. a dose é de 40 g/450 kg. bolsas apropriadas contendo anticoa-gulantes adicionados ou não de fatores nutricio-nais ou preservantes para hemácias. Ele pode ser utilizado diretamente para transfusões ou a partir dele podem ser obtidas todas as frações descritas a seguir. de preferência. durante um período de no mínimo 15 minutos. Atualmente. O sangue colhido com citrato de sódio ou heparina deve ser transfundido logo após a colheita. Sua aplicação deve ser sempre seguida por soluções eletrolíticas isotônicas. plaquetas. tanto em animais de pequeno porte como de grande porte. Atualmente. giicosúria e hiponatremia. o objetivo é utilizar preferencialmente os diferentes componentes sanguíneos individual- mente em substituição ao sangue total. Para a colheita podem ser utilizadas. transferência de imunidade passiva e hipoproteinemia ou hipovolemia. Quando o volume é menor. sangue total equino por 21 a 28 dias e sangue total bovino por 30 dias. é de fundamental importância que toda a estratégia de reposição hidroeletrolítica possa ser revista de forma periódica e readaptada às novas condições do paciente. é a consciência de que a fluidote-rapia induz a novas mudanças da condição orgânica do paciente a cada instante. Fluidoterapia e Transfusão Sanguínea 491 cavalo esteja impossibilitado de ingerir alimentos podem ser suplementadas pela adição de potássio às soluções eletrolíticas na quantidade de 20 a 40 mEq/1 por via IV. A velocidade de administração não deve exceder a 0. O sangue total estocado é o sangue fresco total colhido com CPDA-1 ou ACD e armazenado à temperatura de l a 6°C. quando se transfundia sangue heterólogo na tentativa de se alterar o comportamento de quem o recebia. a medicina «ansfusional tem evoluído muito. O sangue fresco total pode ser separado em papa de hemácias e plasma por centrifugação ou . portanto. o citrato de sódio e a heparina. o citrato ácido dextrose (ACD). SANGUE TOTAL E SEUS COMPONENTES O sangue fresco total é o sangue colhido há no máximo quatro horas. O CPDA-1 tem propriedades preservativas de hemácias melhores que o ACD. A solução hipertônica de XaCl 7. desidratação.5% deve ser administrada na dose de 4 a 6 ml/kg por via IV. ACD) contêm fatores nutricionais para hemácias e. leucócitos. É importante ressaltar que a rápida administração de soluções contendo glicose pode ser prejudicial por causar diurese osmótica. deficiências na he-sia. Deve se fazer uso de solução salina 0. Após a separação. a papa de hemácias deve ser colocada em temperaturas entre l e 6°C.sedimentação. o mais rápido possível.9% para ressuspender as . Todo cão com Ht abaixo de 10% deve receber transfusão sanguínea para evitar danos aos órgãos vitais em consequência de a hipoxia grave. O crioprecipitado é o precipitado obtido após o descongelamento parcial (a temperaturas entre l e 6°C) do plasma fresco congelado e contém alta concentração do fator de coagulação VIII. 10 a 12% e para casos crónicos o limite é de 7 a 8%. tendo assim validade de um ano após a colheita. O plasma congelado conserva concentrações adequadas apenas dos fatores de coagulação dependentes de vitamina K (II. Após a preparação do crioprecipitado. além de todas proteínas plasmáticas e imunoglobulinas (Ig). Isto se deve ao fato de o tempo de vida das hemácias transfundidas ser bastante curto. ou em casos de hemorragia aguda com pobre resposta ao tratamento convencional de choque também se deve recorrer à hemoterapia. Este componente deve ser mantido a -18°C. 2. o plasma rico em plaquetas pode ser obtido por centrifugação diferenciada do plasma fresco. Este componente contém albumina e imunoglobulinas e também pode ser armazenado por até um ano a -18°C. dois a três dias. é indicada a transfusão de papa de hemácias. ainda. Em animais de grande porte. Quando a anemia é decorrente da perda ou destruição apenas de hemácias. o valor-limite de Ht indicativo de transfusão é. o produto restante é chamado de crioplasma pobre. O congelamento protege os fatores de coagulação lábeis V e VIII. aproximadamente 30 ml/kg no cão e 20 ml/kg no gato. ele é chamado de plasma congelado. Este deve ser conservado em temperaturas entre 20 e 24°C e sob movimentação constante durante. ainda não teve uma aplicação maior na Medicina Veterinária em virtude das dificuldades de obtenção. recomendando-se a utilização de sangue fresco para transfusão nesses pacientes. Cães e gatos com hematócrito entre 10 e 17%.6. mais especificamente em equinos. O plasma colhido. e portanto o plasma fresco congelado contém todos os fatores de coagulação. INDICAÇÕES PARA ATRANSFUSÃO DE SANGUE E SEUS COMPONENTES As indicações clínicas para transfusão de sangue e seus componentes estão descritas no quadro 19. isto é. um Ht menor que 20% representa um esgotamento de reservas esplénicas de hemácias e indica necessidade de transfusão. porém os valores-limite variam conforme a espécie. respectivamente. VII. 5 dias. A transfusão sanguínea em animais deve ser vista como medida terapêutica emergencial e de efeito limitado e transitório. Quando mais de 30% do volume sanguíneo total é perdido. Indicações para Transfusão de Sangue Total e Papa de Hemácias O principal objetivo da transfusão de sangue é a recuperação da capacidade de transporte de oxigénio e da volemia em casos de anemias graves por perda aguda de sangue. dois a seis dias. O sangue total e a papa de hemácias estocados por mais de 14 dias podem conter concentrações de amónia inaceitáveis para pacientes com doenças hepáticas graves. dependendo de uma avaliação clínica.492 Manual de Terapêutica Veterinária hemácias. IX. O plasma fresco congelado e o plasma congelado mantêm suas características por um a dois anos. quando armazenados a -18°C. A reposição de hemácias também é necessária se o hematócrito diminuir rapidamente para valores abaixo de 20% no cão e abaixo de 12 a 15% no gato. Outro componente sanguíneo. referido para uso em seres humanos e em potros com septicemia. preparação e armazenagem. não sendo recomendado nenhum outro tipo de solução. em bovinos. em casos de hemorragia aguda intensa. E. sem hipovolemia. O hematócrito (Ht) determina a necessidade da transfusão. no máximo. o concentrado de granulócitos. Em potros . X) e também de Ig. separado e armazenado a -18°C até seis horas após a colheita é chamado de plasma fresco congelado.4 a 5. caprinos. e que estiverem muito debilitados. Se o sangue total não for processado rapidamente e o plasma for congelado após seis horas da colheita. O plasma fresco congelado ainda pode ser processado em crioprecipitado e crioplasma pobre. Em casos menos agudos. principalmente em animais de grande porte: em equinos adultos. também devem receber suporte transfusional. do fator de von Willebrand e de fibrinogênio.1 dias e suínos até duas semanas. Septicemia/endotoxemia Septicemia/endotoxemia Neutropenia grave * Explicações mais detalhadas e considerações encontram-se no texto recém-nascidos a meia-vida de hemácias transfundidas é de três a oito dias. Plasma fresco congelado. Papa de hemácias. Fluidoterapia e Transfusão Sanguínea 493 QUADRO 19. desprezando-se o sobrenadante após novas sedimentações das hemácias.6 . Plasma fresco. é indicado no tratamento ou prevenção de sangramento em pacientes com deficiências de múltiplos fatores de coagulação. a morte é consequência da hipovole-mia resultante. quando houver compatibilidade sanguínea. porém com volemia normal. Plasma congelado. podem ser tratados com papa de hemácias da própria mãe. Como em animais de grande porte. Plasma Trombocitopatia rico em plaquetas. Potros recém-nascidos com isoeritrólise neonatal. Indicações para Transfusão de Plasma Como o plasma fresco ou fresco congelado contém todos os fatores de coagulação. Crioprecipitado. em casos de hemorragias agudas graves. Plasma fresco. A papa de hemácias deve ser usada para reparar deficiências na capacidade de carrear oxigénio e representa o componente ideal para pacientes com perdas de hemácias agudas (potros com isoeritrólise neonatal) ou crónicas. ressuspende-se a papa de hemácias em solução fisiológica por duas a três vezes. quando houver dificuldade em se encontrar um doador compatível. inicialmente pode ser mais indicado o tratamento para choque com soluções eletrolíticas iso ou hipertônicas. Coagulopatias Sangue fresco total. Hipoproteinemia Plasma fresco congelado.O uso de sangue e seus componentes de acordo com indicações clínicas* Indicações Sangue e componentes Anemia Sangue fresco total. Em cães. Isoeritrólise neonatal Sangue total estocado. O curto tempo de sobrevivência das hemácias transfundidas também faz com que a indicação de transfusão em casos de anemias crónicas seja questionável. O inconveniente deste processo é a demora (várias horas) para se conseguir o produto necessário para um tratamento emergencial. a meia-vida das hemácias. que não toleram sobrecarga circulatória. é de aproximadamente 21 dias. Trombocitopenia Sangue fresco total. Sangue fresco total. como em casos de doenças . porém lavada. Plasma congelado. Já o tempo de vida de hemácias compatíveis transfundidas em felinos é de 70 dias. Plasma fresco. Sangue total estocado. Para isso. Papa de hemácias. e não em virtude da falta de transporte de oxigénio. Transferência de imunidade específica Concentrado de granulócitos. Plasma fresco Falha na transferência de imunidade passiva congelado. Seu uso é especialmenteimportante em pacientes com problemas renais ou cardíacos. pela dificuldade de processamento e obtenção. pode ser recomendado o uso do sangue fresco total ou do plasma rico em plaquetas como coadjuvante no tratamento. X) estando. tem-se utilizado sangue total. assim. < 4 g/dl em equinos). opta-se pela utilização de plasma fresco ou congelado. hipofibrinogenemia e hemofilia B. O uso do plasma rico em plaquetas pode ser indicado em pacientes com trombocitopenia grave. agregação plaquetária e inativa-ção dos fatores de coagulação VIII e XIII. ou quando se pretende fornecer imunidade específica em equinos (Rhodococcus equi. o crioprecipitado é usado para tratar cães portadores da doença de von Willebrand que serão submetidos à cirurgia. disfunções plaquetárias congénitas ou adquiridas associadas a sangramento ou em casos em que estes pacientes serão submetidos a procedimentos cirúrgicos. na prática. ou quando estes pacientes serão submetidos à cirurgia. Os frascos de vidro contendo vácuo são menos adequados para a colheita de sangue por dificultarem a separação dos diferentes componentes sanguíneos e por que provocam hemólise. Em animais de grande porte. A contenção em animais de pequeno porte pode ser em decúbito lateral ou estação. é importante lembrar que as plaquetas são rapidamente destruídas após transfusão e que a contagem plaquetária pós-transfu-são não atinge valores adequados para evitar a continuidade de um sangramento em andamento. enquanto animais de grande porte são contidos em estação em local apropriado e. VII. intoxicação por varfarina) associados a sangramento grave ou quando esses pacientes necessitam de intervenção cirúrgica. e esta última só deve ser abordada quando o animal estiver sedado. Outras indicações para o uso deste componente são a hipoproteinemia e a reposição de IgG em re-cém-nascidos com falha na transferência de imunidade passiva. hemofilia) ou adquiridos (CID. usando-se. Salmonella typhimurium). pois esta causa agregação plaquetária. com uma proporção de uma parte de anticoagulante para nove partes de sangue. porém. A veia jugular é preferida em virtude de fácil acesso e ao fato de haver menos problemas com formação de hematomas. intoxicação por varfarina) associadas à perda sanguínea aguda. nestes casos. O sangue pode ser colhido em bolsas plásticas ou frascos de vidro com vácuo. O plasma congelado conserva concentrações adequadas apenas de fatores de coagulação de- pendentes de vitamina K (II. mesmo quando apenas o plasma seria o suficiente. quando da necessidade de expansão aguda de volemia. sedados para a colheita. O plasma fresco ou fresco congelado também tem seu uso indicado em animais de grande porte no tratamento de patologias que resultam em hi-poproteinemia (<3 g/dl em bovinos. pode-se fazer uso de seringas estéreis com heparina ou CPDA-1. ou principalmente de gatos. o sangue é colhido da veia jugular. O local da punção para colheita de sangue deve ser preparado com tricotomia e anti-sepsia cirúrgica. inibe fatores de coagulação e não . Nestes casos. mas apenas por centrifugação. porém. frequentemente. Este componente também deve ser utilizado em casos de distúrbios hemostáticos congénitos (doença de von Willebrand. Como o volume de sangue colhido em gatos é pequeno. sangue total fresco ou estocado nesta espécie. então. IX. e em casos de coagulopa-tia dilucional após transfusões maciças. indicado em casos de intoxicação por varfarina. O crioplasma pobre também é indicado em casos de hipoproteinemia e para reposição de IgG em recém-nascidos com falha de transferência de imunidade passiva. Seu uso também está indicado em casos de hemofilia ou de coagulopatias adquiridas (CID. dependendo da índole do doador. o sangue pode ser colhido da veia jugular ou da artéria femural. em casos de falha na transferência de imunidade passiva. COLHEITADO SANGUE Em animais de pequeno porte.494 Manual de Terapêutica Veterinária hepáticas graves ou de CID. o sangue deve ser transfundido imediatamente após a colheita. ambos com anticoagulante. geralmente. Quando é necessário colher pequenos volumes de sangue de cães. Na maioria das vezes. Como em bovinos hemácias e plasma não se separam por sedimentação. é difícil fazer o fracionamento deste. Se a heparina for utilizada. possui efeitos preservativos de hemácias. A quantidade de heparina necessária em animais de grande porte é de . 6. sendo estes responsáveis por reações transfusionais hemolíticas. existem 15 grupos sanguíneos e estes também possuem poucas aglutininas circulantes naturalmente. com sangue e anticoagulante. apenas os antígenos Aã e Qa são potencialmente imunogênicos. Após a colheita e retirada da agulha deve ser feita compressão da veia jugular durante aproximadamente dois a quatro minutos. com termómetro marcando temperatura máxima e mínima. Estes compreendem os AEC (antígeno eritrocitário canino) 1. 1.2 e 7. .2. a bolsa. Eventuais reações. os antígenos sanguíneos estão agrupados em sete sistemas: A. a tipificação sanguínea e/ou a prova de rea-ção cruzada constituem procedimentos indispensáveis para assegurar a compatibilidade entre esses animais. ao contrário dos cães. Os doadores são examinados periodicamente e anualmente deve ser feitos perfil bioquímico. o que resulta em mais de 400. A colheita não deve demorar mais que 15 minutos em animais de pequeno porte para se evitar estresse excessivo. Para facilitar o fluxo de sangue. tornando praticamente impossível uma transfusão sanguínea totalmente compatível. Em suínos. 4. Independente do número de diferentes grupos sanguíneos em ruminantes. P. portanto. em razão do grande volume colhido. Os felinos têm apenas três grupos sanguíneos A. D. não ser apenas negativo para estes antígenos. estes não possuem ou têm poucas hemolisinas circulantes naturalmente e. Q e U. Cães pesando mais de 27 kg podem doar 450 ml de sangue a cada três semanas sem efeitos adversos ou necessidade de suplementação nutricional. Após a punção e estabelecimento de fluxo de sangue. pois pode resultar em deficiência de coagulação. possuem anticorpos naturais. 8. porém. Fluidoterapia e Transfusão Sanguínea 495 5 U/ml de sangue colhido.. como também não possuir anticorpos contra estes (não ter sido sensibilizado). deve ser movimentada suavemente com o objetivo de homogeneizar o sangue com o anticoagulante sem causar hemólise. 3. ovinos sete a oito. podendo ocorrer reações graves na primeira transfusão ou em filhotes de fêmeas primíparas. sendo o peso ideal desta. portanto. urinálise e sorologia para Brucella canis. Porém. sendo que as unidades suspeitas devem ser descartadas. Em equinos. Erlichia sp. sendo assim. TIPOS SANGUÍNEOS E ESCOLHADE DOADOR Foram identificados oito tipos sanguíneos em cães. ou o frasco com vácuo. O sangue total e o plasma de animais que já estiveram prenhez ou que receberam transfusão sanguínea prévia não devem ser usados em decorrência da possibilidade de exposição a hemácias estranhas e subsequente formação de anticorpos. 500 g. Ruminantes têm um número variado de grupos sanguíneos (bovinos pelo menos 13. Os tipos sanguíneos que têm o maior potencial de causar reações transfusionais são o AEC 1. 7. caprinos pelo menos cinco). Um doador deve. Porém. a partir de sete dias da primeira. deve-se respeitar os critérios de temperatura e período de armazenamento de cada componente. Os doadores podem ser machos castrados e fêmeas castradas e/ou nulíparas.1. deve-se tomar cuidado com a quantidade total de heparina administrada ao paciente.1. Além disso. Para o armazenamento dos componentes sanguíneos deve-se usarfreezer e geladeira exclusivos para o banco de sangue. a bolsa deve ficar em posição mais baixa que o doador e deve-se aplicar garrote à veia proximal ao local da punção. 5. mais frequentemente. C. Assim. deve-se utilizar equipamento adequado para que. Em animais de grande porte. O recomendado é fazer o uso de uma balança para pesar a bolsa constante- mente durante a colheita. os doadores devem ser negativos para esses tipos sanguíneos. Se estiverem recebendo suplementação nutricional podem doar 22 ml/kg a cada dez a 21 dias. estão relacionadas ao fator A. B e AB. K. deve-se avaliar cuidadosamente o material para determinar qualquer alteração que comprometa a segurança ou a eficácia do produto durante e após a transfusão. uma primeira transfusão pode ser realizada com riscos menores de ocorrerem reações adversas fatais. cada um possuindo vários subgrupos. 1. Cuidados devem ser tomados quando de transfusões repetidas. Antes de qualquer componente ser usado.000 possibilidades de tipos sanguíneos diferentes. Os doadores caninos devem ter entre l e 8 anos e peso acima de 27 kg. se evite múltiplas punções do mesmo vaso. Dirofilaría immitis. deve ser feito perfil bioquímico completo e devem ser testados para dirofilariose.5 a 2% do seu peso vivo em sangue a cada 30 dias sem sequelas. Apenas a prova de reação cruzada não é suficiente para se determinar definitivamente se há incompatibilidade entre doador e receptor. Para isso. o teste da reação cruzada antes da próxima transfusão.2 se não houver sensibilização prévia e não representa um substituto para a tipificação sanguínea.. diminuem-se as diferenças relacionadas aos grupos sanguíneos. Em ruminantes de pequeno porte. O doador equino idealmente pesa pelo menos 450 kg. Fêmeas só devem ser consideradas como doadoras se forem nulíparas. principalmente quando a indicação para esta transfusão são problemas auto-imu-nes. Os doadores podem ser machos castrados e fêmeas nulíparas ou castradas. Por esta razão. a escolha de animais calmos e sem excessos de gordura facilita a colheita de sangue. evitando-se assim a mistura de sangue de múltiplos doadores para um mesmo receptor. calicivírus. é feito exame clínico e hemograma completo do doador. dependendo da localização geográfica. tem valores de Ht e proteínas plasmaticas normais. que conseqüentemente poderão fornecer um volume de sangue maior. castrado ou não. O comportamento dos doadores caninos e felinos é uma consideração importante. O volume sanguíneo máximo a ser colhido em felinos é de 11 a 15 ml/kg. É importante lembrar que em cães a prova de reação cruzada não identifica incompatibilidade aos grupos AEC 1. quando não gestantes. Quando for preciso sedar esses animais. Deve ser obrigatoriamente realizada em pacientes a partir da segunda transfusão. bacterianas e hemoparasitárias e podem. Entretanto. Babesia sp. pan-leucopenia. obrigatoriamente. ou 1. em duas a três vezes o volume sanguíneo colhido. esse volume representa uma maior porcentagem do volume sanguíneo total dos felinos em comparação à porcentagem do volume sanguíneo total dos cães. Entretanto. principalmente onde a tipificação sanguínea não é feita. Os doadores ruminantes devem ser livres de doenças virais. Na reação maior cruzam-se hemácias do doador com plasma do receptor para verificar a presença de anticorpos no receptor contra as he- . vírus da leucemia virai felina (LVF) e vírus da imunodeficiên-cia virai felina (FIV) e peritonite infecciosa felina (PIF). Principalmente em bovinos. gatos podem desenvolver hipotensão como reação adversa após a doação. é negativo para anemia infecciosa equina e não possui os grupos sanguíneos Aã e Qa nem anticorpos contra estes. a cada duas a quatro semanas sem respostas adversas. hemobartonelose. diminuindo o tempo da colheita e a relutância dos proprietários em trazer os animais para serem doadores. deve-se de preferência escolher doadores maiores. já que a escolha cuidadosa dos mesmos elimina a necessidade de tranqüilização. Os gatos doadores devem ser regularmente vacinados contra rinotraqueíte. 496 Manual de Terapêutica Veterinária Borrelia burgdorferi. Antes de cada doação. deve-se escolher sedativos que minimizem a hipotensão. Deve-se dar preferência a indivíduos da mesma linhagem ou raça do receptor. para cães que receberam transfusão há mais de quatro a sete dias deve ser feito. Embora a ocorrência de reações transfusionais imediatas em uma primeira transfusão seja rara. Os doadores felinos devem ter entre 2 e 5 anos e peso acima de 4 kg. ainda é necessário testar o sangue com uma fonte exógena de complemento (teste de Coombs com soro de coelhos).7). uma vez que. é do sexo masculino.1 e 1. Outra medida que pode ser tomada é a administração de solução salina intravenosa. utiliza-se a prova de reação cruzada (Quadro 19. Anualmente. a maior e a menor. exceto em casos de anemias imu-nomediadas. então uma primeira transfusão pode ser realizada com uma certa segurança sem reação cruzada prévia. a cada 21 dias. Cães não apresentam aloanticorpos naturais. é recomendado que se faça a prova da reação cruzada antes de qualquer transfusão. Um equino de 500 kg pode doar 6 a 8 litros de sangue. ou 20 a 25% de sua volemia. Há dois tipos de reação cruzada. clamídia e raiva. e identificar a presença de anticorpos preexistentes responsáveis por hemólise ou hemoaglutinação. TESTES DE COMPATIBILIDADE Para se verificar a compatibilidade entre plasma e hemácias de doadores e receptores. Esta prova tem como objetivo diminuir o risco de reações transfusionais. sendo preferível um peso entre 5 e 7 kg. doar até 20% de sua volemia ou 10 a 15 ml de sangue por kg de peso vivo. assim. c) Controle do Receptor: plasma do receptor + hemácias do receptor. 3. devendo ser sempre compatível. a não ser que uma grande quantidade seja necessária. Anticorpos contra essas células podem causar reações transfusionais moderadas a severas. 10. produtos do plasma podem ser administrados sem que haja a necessidade de se fazer a prova de reação cruzada ou tipificação sanguínea. após a última lavagem. Ressuspender delicadamente o "botão" de hemácias para verificar aglutinação macroscópica.Negativo (se não ocorreu hemólise). esta deve ser confirmada microscopicamente com relação à aglutinação. 7. Assim. 9. Nestas espécies. 8. b) Reação cruzada menor: plasma do doador + hemácias do receptor. Lavar as hemácias 3 vezes com salina tamponada (centrifugar a 1. transferir uma pequena quantidade da amostra para uma lâmina e examinar (procurar) aglutinação microscópica. Para prevenir a sensibilização. Colher sangue em tubos com EDTA do receptor (paciente) e do(s) possível(is) doador(es) ou separar amostras do sangue colhido da bolsa de colheita de sangue. Na menor cruzam-se hemácias do receptor com plasma do doador para verificar a existência de anticorpos no plasma do doador contra as hemácias do receptor.nlhRr çsnoiip Rm t-iihriç rom FFlTA Hn rprpntnr fníiripnfp^ p Hnf. Adicionar em cada tubo 4 gotas (100 jil) de plasma e 2 gotas (50 ul) da suspensão de hemácias. É usada concomitantemente com a anterior. Preparar para cada doador 3 tubos etiquetados com prova maior (a). Se aglutinação macroscópica não for observada.000 x g. VOLUME PARA TRANSFUSÃO Sangue A fórmula para cálculo do volume de sangue a ser transfundido está descrita no quadro 19. o volume de sangue a ser transfundido ainda pode ser calculado da seguinte maneira: . porém é menos importante em razão da diluição do plasma do doador no paciente. 6. na ausência de incompatibilidade macroscópica. Deve-se lembrar que a reação cruzada só testa a presença de anticorpos contra hemácias. principalmente na segunda transfusão. Análise dos resultados: . não detectando anticorpos contra leucócitos ou plaquetas.8.O nnssívpl(\ 1.000 x g por 5 minutos em cada lavagem e retirar a salina após cada centrifugação). retirar a salina restante. prova menor (b) e recipiente controle (c). . A transfusão de sangue para o qual a reação cruzada foi negativa não previne sensibilização do receptor ou riscos de reações transfusionais neste. 12.000 x g por 5 minutos) para separar o plasma das hemácias (papa de hemácias).Procedimentos para realização da prova de reação cruzada 1 P. Remover o plasma de cada amostra com uma pipeta e transferir para um tubo limpo de vidro ou plástico etiquetado. Fluidoterapla e Transfusão Sanguínea 497 QUADRO 19. 11. 2. 4. Examinar o sobrenadante para verificar hemólise. 5. Esta prova é a mais importante. o sangue deve ser tipificado. Centrifugar por 15 a 30 segundos a 1. como a seguir: a) Reação cruzada maior: plasma de receptor + hemácias do doador. Homogeneizar delicadamente e incubar por 15 minutos em temperatura ambiente. Centrifugar (1. A incompatibilidade manifesta-se por hemólise ou aglutinação. o objetivo da transfusão em pacientes com anemia é aumentar o hematócrito pós-transfusional para 25 a 30% em cães e 15 a 20% em gatos. Ela simplesmente indica que no presente momento não há anticorpos significativos contra hemácias.Positivo (se há hemólise e/ou aglutinação). Ressuspender as hemácias em uma solução de 3 a 5% (5 gotas de papa de hemácias ± a l ml de NaCl tamponada). Em animais de pequeno porte. exceto em casos de isoeritrólise neonatal. macias do doador. sendo que.7 . solução emergencial.: Pode se substituir o valor do Ht pelo de hemoglobina. de 40%) para aumentar em 1% o Ht do re.peso x fator* x (Ht pretendido . que se recomenda é a transfusão de 6 a 8 litros São necessários 6 a 7 litros de plasma para se de sangue para um equino ou bovino adulto. evitando-se assim a cação de plasma em equinos com hipoprotene- mistura de sangue de diferentes origens e mia. Quadro 19.9.: A mesma fórmula pode ser utilizada substituindo-se o valor da PtP (proteína total plasmática) pelo valor da albumina. uma vez que o líquido apli- fórmula citada. fundido seria muito grande para uma aplicação sofre pequena redistribuição para o leito extra- em um tempo e a custo razoável.09 Gatos = 0. nos níveis de proteínas circulantes no receptor.60 Animais de grande porte = 0.08 % Plasma no sangue: Cães e Gatos = 0.Fórmula para cálculo do volume de plasma a ser transfundido em casos de hipoproteinemia Volume (em litros) = Vol. é considerado uma ceptor. em animais de grande porte. seguindo-se à risca a brecarga circulatória. sentam uma resposta clínica favorável evidente.07 animais de grande porte = 0. após apli- doador pode fornecer. Este pequeno aumento sangue por kg de peso vivo do receptor e eleva nos valores totais se deve em parte a uma redistri- o Ht deste em até 3 a 4% em bovinos e equinos. muitos casos apre- Em potros com isoeritrólise neonatal é indi. em razão de sua pressão coloidosmótica. Na prática.9 . Porém. Este tratamento. mento de hipoproteinemia/hipoalbuminemia pode • 2. plasmático do receptor x (PtP pretendido . proteínas plasmáticas totais. em vir. buição das proteínas plasmáticas para repor defi- Também corresponde ao volume que um único ciências fora do leito vascular. porém.15 Obs. Ainda.Fórmula para cálculo do volume de sangue necessário para uma transfusão Volume (em litros) .498 Manual de Terapêutica Veterinária QUADRO 19. não dispensando o suporte nutricional ao paciente.Ht receptor) [Ht pretendido] * Fator: cães = 0. o vascular. cada a aplicação inicial de l a 2 litros de sangue. mesmo com elevação mínima de valores de aumento no risco de reações adversas.08 potros recém-nascidos = 0.2 ml/kg de sangue total (doador com Ht ser calculada pela fórmula descrita no quadro 19.09 gatos = 0. . Em bovinos um volume mínimo de 5 litros de se necessário complementados com mais l a 2 plasma é necessário para se perceber aumentos litros/dia nos dias seguintes.PtP receptor) PtP pretendido Volume plasmático = Volemia x % plasma no sangue x peso em que: Volemia: Cães = 0.8 . Isto elevar em apenas l a 2 g/dl os valores de proteína corresponde a aproximadamente 10 a 15 ml de plasmática em equinos. o volume de sangue a ser trans. • 10 ml/kg de papa de hemácias ou 20 ml/ Plasma kg de sangue total para aumentar em 10% o A quantidade de plasma requerido para trata- Ht do receptor. seguindo-se a fórmula acima pode resultar em so- tude do tamanho destes.07 Animais de grande porte = 0. cado.65 Obs. o volume aplicado Porém. Deve-se. Outra alternativa é deixar o sangue à temperatura ambiente por cerca de 30 a 60 minutos. O crioprecipitado é usado em cães e gatos na dose de 12 a 20 ml/kg. Em equinos. eri-tema e urticária) costumam responder bem à di-fenidramina (l a 2 mg/kg. a aplicação de um volume menor mais lentamente (0. o mesmo volume de plasma eleva em apenas 100 mg/dl os valores de IgG. Porém. IM) e prednisolona (4 mg/kg). no mínimo. Caso o paciente não apresente nenhuma rea-ção. então. principalmente nos primeiros 30 minutos da transfusão. causam precipitação de fibrinogênio e de proteínas e acabam com a habilidade dos eritró-citos de recuperar a capacidade de carrear oxigénio. O plasma fresco congelado e o plasma congelado são administrados em cães e gatos na dose de 6 a 10 ml/kg. Nenhum componente deve ser aquecido a mais de 37°C. A contagem total de plaquetas pode ser elevada em 30. necessariamente. Em bovinos a transfusão de 2 litros de plasma é recomendada para se obter níveis mínimos aceitáveis de imunidade em um bezerro com 45 kg. além da via intra-óssea. Reações Adversas à Transfusão A severidade da maioria das reações transfu-sionais é dose-dependente e seu reconhecimento precoce pode evitar grandes complicações. que podem ser utilizadas em pacientes pequenos ou neonatos. Quando se suspeitar de reações adversas. é recomendada. o objetivo é controlar o sangramento. para evitar o risco de contaminação bacteriana e perda funcional dos elementos sanguíneos. ou em pacientes com perfusão periférica deficiente.000 a 10. inicialmente. Recém-nascidos com septicemia devem ter os níveis de IgG monitorados durante o curso da enfermidade. Sinais de febre leve ou de hipersensibilidade tipo I geralmente desaparecem e a transfusão pode ser reiniciada lentamente. em potros enfermos. desde que o animal não esteja hipotérmico. nestes casos. Em pacientes com distúrbios hemostáticos. O plasma rico em plaquetas deve ser administrado na dose de 5 ml/kg. TRANSFUSÃO Os componentes sanguíneos.1 ml/kg por dez a 15 minutos) até que se tenha razoável certeza de que não ocorreram ou ocorrerão reações adversas. Nos casos de sangramento em virtude da deficiência de fatores de coagulação estas doses podem ser repetidas até o controle da hemorragia. a transfusão deve ser interrompida imediatamente (por. Em animais cardiopatas ou nefro-patas deve-se respeitar a velocidade de 4 ml/kg/ hora. Contudo. safena e jugular. PV) com falha na transferência de imunidade. caso não tenha ocorrido reação.000 plaquetas/mm3 em animais de pequeno porte. para se determinar a necessidade de novas transfusões de plasma. Fluidoterapia e Transfusão Sanguínea 499 Em potros sadios (45 kg. o paciente deve ser cuidadosamente monitorado. após aguardar aproximadamente 15 minutos para. com exceção do plasma rico em plaquetas. utilizar equipos com filtro para remover coágulos e outros materiais particulados como os agregados plaquetários. se iniciar a transfusão. 10 a 15 minutos) e o paciente avaliado. l litro de plasma eleva em aproximadamente 200 mg/dl os níveis circulantes de IgG. Em animais de grande porte.000 plaquetas/mm3 com a aplicação de 8 x IO11 plaquetas em um equino de 500 kg. Em bovinos também se recomenda a aplicação de aproximadamente 200 ml. A transfusão sanguínea deve ser feita em período máximo de quatro horas. Em animais de grande porte recomen- . é de 15 a 30 ml/kg. Em animais de grande porte. a dose recomendada de plasma fresco. Deve-se verificar se a velocidade usada está correta. pode-se aumentar a velocidade para 10 a 20 ml/kg/hora. devem ser aquecidos a temperaturas entre 22 e 37°C antes de serem transfundidos. geralmente. a partir daí pode-se aumentar a velocidade de transfusão até 20 ml/kg/h. pois altas temperaturas destroem fatores de coagulação estáveis e lábeis. Em caninos e felinos. é utilizada a veia jugular. as reações de hipersensibilidade leves a moderadas (prurido. Os componentes do sangue podem ser administrados em cães e gatos pelas veias cefálica. Esta quantidade de plasma rico em plaquetas aumenta a contagem plaquetária em 5. em leitões. cordeiros ou cabritos a via intraperitoneal também é viável. a velocidade de administração deve ser lenta nos primeiros 30 minutos. Assim. Em cães. C. KOHN.500 Manual de Terapêutica Veterinária da-se o tratamento de reações leves com administração de flunixin meglumine.B. 15. techniques.1988. CHEW. A. 21. In: SHERDING.ed.S. L.E.2W-S. In: DIBARTOLA. cap. J.10. S. R.E... pp. K. Effect of hypertonic vs isotonic saline on responses to sublethal Escherichia co//endotoxemia in horses.. W. B.482-5. ROUSSELJR. Fluid and electrolyte therapy. Saunders. MORAIS.B.A. Current Therapy in Equine Medicine. Philadelphia. GEOR. G. In: ROBINSON. pp.A.Thermoregulation and clinicai disorders associated with exercise and heat stress. Saunders.A. electrolyte and acid-base disturbances associated with exercise.B. DIBARTOLA. S.P.G. and transfusion therapy.A. IR.L.16. IM ou SC).1994.B. fluid therapy. S. Philadelphia. 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