Livro Furniss Abuso Sexual Da Crianca Uma Abordagem Multidisciplinar

April 2, 2018 | Author: cleberfagundes2 | Category: Sexual Intercourse, Family, Psychology & Cognitive Science, Sex, Physics & Mathematics


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ABUSO SEXUAL DA CRIANÇA UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR Aviso ao leitor A capa original deste livro foi substituída por esta nova versão. Alertamos para o fato de que o conteúdo é o mesmo e que esta nova versão da capa decorre da alteração da razão social desta editora e da atualização da linha de ctes/gn da nossa já consagrada qualidade editorial. ARÜVED editora s.a. Tilman Furniss Abuso sexual da criança: uma abordagem multidisciplinar / Tilman Furniss; trad. Maria Adriana Veríssimo Veronese. — Porto Alegre: Artes Médicas, 1993. 1. Abuso sexual da criança. I. Título. CDU 159.922:37.03 Catalogação na publicação: Mônica Ballejo Canto - CRB 10/1023 ISBN 85-7307-863-4 ABUSO SEXUAL DA CRIANÇA UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR TILmAN FURNISS MARIA Tradução: ADRIANA VERÍSSIMO VERONESE Revisão Técnica da Tradução: Consultoria, Supervisão e ADRIANE KIPERMAN ROJAS Pslc61oga. Mestre em Psicologia Clímca pela PUCRS 1} reimpressão 2002 Sociedade Unificada Paulista da mreutv t ---- da Chamada ...... Kegistrado poi Obra originalmente publicada em inglês sob o título Tlie Multiprofessional Handbook of Child Sexual Abuse: Integrated Management, Therapy & Legal Intervention Copyright by Tilman Furniss, 1991 Capa: Joaquim da Fonseca Supervisão editorial: Delmar Paulsen Editoração eletrônica: GRAFLINE — Assessoria Gráfica e Editorial Ltda. Reservados todos os direitos de publicação, em língua portuguesa, à ARTMED® EDITORA S.A. Av. Jerônimo de Orneias, 670 - Santana 90040-340 Porto Alegre RS Fone (51) 3330-3444 Fax (51) 3330-2378 É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (eletrônico, mecânico, gravação, fotocópia, distribuição na Web e outros), sem permissão expressa da Editora. SÃO PAULO Av. Rebouças, 1073 - Jardins 05401-150 São Paulo SP Fone (11) 3062-3757* Fax (11) 3062- 2487 SAC 0800 703-3444 IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL I Aos meus pais . Na segunda parte. e ao mesmo tempo os ajudará a compreender os efeitos de suas ações no trabalho de outros. Baseado em quinze anos de trabalho prático inovador do autor. destinado a todos os profissionais envolvidos no tratamento e no cuidado das crianças que sofreram abuso sexual e de suas famílias. escreveu um manual prático. sem jamais perder de vista as questões subjacentes envolvidas. Na primeira parte do livro ele delineia os princípios de procedimento e os conceitos básicos utilizados para lidar com o abuso sexual da criança. Referências entre as duas partes permitem ao leitor concentrar-se nos problemas práticos imediatos e específicos. psicólogos. É um problema genuinamente multidisciplinar. Enfocando o abuso sexual da criança como uma síndrome de segredo e adição. este livro é uma leitura essencial para todos os profissionais envolvidos na intervenção inicial e no manejo do abuso sexual da criança: estes incluem os advogados. a polícia. aconselhadores e terapeutas envolvidos no tratamento das crianças que sofreram abuso sexual e de suas famílias. pediatras e inspetores de saúde.Tilman Furniss. pondo em perigo o sucesso da terapia e do manejo multidisciplinar. ele coloca os muitos problemas práticos e os incontáveis obstáculos que surgem na prática cotidiana. assistentes sociais. .Abuso Sexual da Criança Uma Abordagem Multidisciplinar Oabuso sexual da criança é um verdadeiro campo minado para todas as pessoas envolvidas — as que sofreram abuso. as que abusaram e os profissionais envolvidos no tratamento e no cuidado. Este manual possibilitará que eles desenvolvam o conhecimento e as capacidades para lidar com sua tarefa específica. sem paralelo. Ele é igualmente destinado a psiquiatras. para os quais será de imenso valor prático. uma figura importantíssima no tratamento do abuso sexual da criança. requerendo a cooperação de uma ampla gama de profissionais com diferentes capacidades. Furniss mostra como os passos práticos na terapia e no manejo influenciam diretamente uns aos outros. . .37 2.......101 5................11 1..................184 8..........9 Suspeita de abuso sexual durante aconselhamento e terapia individual........................................................2 Responsabilidade.........25 2 0 processo individual.........................4 Do segredo à privacidade...... poder e acusação.....................................................1 O processo interdisciplinar..................51 3....................8 Alegações de crianças em lares para crianças...4 O processo individual no contexto.........................................................................149 7...............................................................2 Abuso sexual da criança como síndrome de adição.................................................................................................4 Terapia e consulta....................................................................29 2............................................67 5 A rede profissional.................................................63 4..............................................................................170 8............................... admissão e assunção da autoria.....................................................2 O processo interdisciplinar no contexto...............................12 O uso de filmes de prevenção como instrumento diagnóstico na suspeita e na revelação...........167 8..............7 O encontro de pré-intervenção...........1 Três tipos básicos de intervenção ........... suspeita de segunda-linha e revelação parcial.. participação...........82 5......1 Terapia familiar e abordagem familiar................................................169 8.............................1 Confusão nos diferentes níveis de dependência.1 Formas concomitantes de terapia......58 4 A família e a rede profissional........................3 O processo de entrosamento entre segredo e adição.....40 2..........128 7 Diferentes modos de terapia na Intervenção Terapêutica Primária............................11 Suspeita de abuso sexual após visita de acesso ao pai...................186 8....3 Implicações para a prática....195 ................191 8................crise dos profissionais e crise familiar......4 CIDA e CIDP: Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima e Personalizada....................................116 6...............................20 1................11 1.......183 8........................................................................... em famílias reconstruídas e em famílias de separação e divórcio.3 Modificando a cooperação interdisciplinar e institucional............4 Dano primário e secundário.......113 6................................3 Suspeita de primeira-linha...............................23 1......190 8....................................2 Influência e entrosamento mútuos do processo profissional-família............................................109 6 A Intervenção Terapêutica Primária................................................................................................................................................185 8...2 Etapas da intervenção na crise da revelação.............................177 8............................50 3..............................................188 8.......3 Mecanismos básicos no processo terapêutico.............................................132 7...............50 3...............................2 Objetivos e etapas da intervenção terapêutica primária......................................Sumário Lista das figuras.............................................................113 6..............xiii Prefácio....1 Introdução..........................15 1....................................3 Aconselhamento e terapia individual......................................................................................29 2................4 Trabalhando com os que abusam sexualmente....82 5...............................174 8..................................126 6................................5 Reconhecimento e crença...............10 Suspeita de abuso sexual durante sessões familiares............................1 Abuso legal e dano psicológico...136 7..........................................................................................13 Preparando colegas profissionais para a revelação iminente....155 SEGUNDA PARTE PROBLEMAS PRÁTICOS 8 Preparação para a revelação.................................6 O uso da "pessoa de confiança"................41 3 0 processo familiar.....3 Função familiar do abuso sexual da criança......................1 A crise da revelação ............... culpa.......................................................63 4...........................................................................2 Trabalho de grupo com crianças...............................167 8....................................................................................193 9 Revelação.................................................132 7....................5 PRIMEIRA PARTE PRINCÍPIOS DE PROCEDIMENTO 1 Da loucura à maldade: ponto de partida multidisciplinar e metassistêmico...............................................................2 Padrão familiar.1 Abuso sexual da criança como síndrome de segredo para a criança.......................................93 5....................5 Permissão terapêutica explícita para a revelação.. ................266 12.................9 Os "bonzinhos" e os "malvados": clivagens na rede profissional...................................196 9......... desenhos e outros materiais diagnósticos...................16 Terapia por ordem do tribunal ...............--..................-242 11.......................2 Profissionais que sofreram abuso sexual..219 9.............................................................292 12.............249 11.......6 Revelação pela criança............................253 11......... 243 11....................................................................-226 10.......................283 12.....................277 12.........202 9.............................................12 Mães que não conseguem reconhecer o abuso....................................................4 Colocação com parentes.....................................198 9................................7 Preparando relatórios para o tribunal.........3 Apoio interdisciplinar..........................................268 12....-........294 12.............5 Problemas práticos nas consultas....272 12...12 Organizando o primeiro encontro familiar........223 10.................................2 Colhendo fragmentos em terapia.........................264 12......................................9 O problema de reintroduzir o decoro..........263 12...........11 Ajudando mães protetoras.........................................................................................273 12................................8 Problemas especiais no aconselhamento e terapia individual.............................223 10......1 Encontrando a linguagem sexual apropriada para comunicar sobre o abuso........................................................................................... --- 11..................................6 Formando grupos.....................................7 Revelação pelas mães.......................13 A família e a sessão-de-responsabilkfadc-por-pcocuração.....................................................3 Colocação com pais adotivos..262 12......11 O primeiro encontro familiar como um encontro criador de realidade e responsabilidade..................................301 ...206 9................................................1 A pessoa que abusa deixa a casa........................................................................-227 10..8 Revelação pelos profissionais.............15 O gênero do terapeuta é importante?......3 Da intervenção na crise à terapia a longo prazo........6 Manejando a negação primária..............................217 9.......................11 Transformando uma Intervenção Punitiva Primária (IPP) e uma Intervenção Primária Protetora da Criança (IPC) em uma Intervenção Terapêutica Primária (ITP).258 11....5 Mães que desejam divórcio imediato............5 Trabalho mínimo com os pais num contexto estatutário.....................................256 11.....285 12....................................9 Revelação na escola............296 13 Abuso sexual extrafamiliar da criança................220 10 Depois da revelação.................................................................-227 10........................................................................205 9.....290 12...................................210 9.......241 11.......267 12................................4 O uso de bonecas anatomicamente exatas......1 O processo de entrosamento entre a permissão terapêutica explícita para comunicar e a entrevista legal....................8 Questões especiais nas reuniões de caso..............1 Criando um subsistema terapêutico...................................................................................3 Organizando a entrevista de revelação ......................................260 12 Questões do tratamento.......2 Colocação em lares para crianças...............10 Manejando hierarquias estatutárias nos encontros profissional-família.....................................................................................................--224 10...........................14 Negação terciária por parte do pai............................................................250 11......................................208 9...............................-229 11 Problemas interdisciplinares.....................................................................4 A necessidade de avaliações psiquiátricas da criança................................................5 Prova forense e exame médico.........214 9.... 243 11............6 Manejando hierarquias profissionais nas consultas...........................................262 12..............209 9............9..........................................7 Unindo tratamento grupai e sessões individuais com encontros familiares.....278 12.. .............................10 Suspeita e revelação em ambientes de internação e nos lares de crianças....................195 9...................4 O problema do "especialista" .........17 Trabalhando com pais adotivos............10 O uso de diferentes técnicas de terapia familiar........13 Recaída no segredo e na negação secundária...........286 12................................................2 Entrevista legal com a criança.........................................14 A entrevista de encaminhamento ...........24 11................................................208 9...................... .333 Figuras 1..1 Objetivos e etapas nas intervenções terapêuticas] 6..4 O ciclo aditivo ■ 2......... 6.........................................2 Negação: conseqüências temidas de uma revelação.....7 Mães de crianças que sofreram abuso sexual............................1 Confrontando a pessoa que supostamente cometeu o abuso---301 9....2 Ansiedade no inconsciente e no segredo....-Mi 8.....3 Intervenção Terapêutica Pimária............5 O problema do pai solteiro............3 Dando permissão para a revelação.6 Síndrome-Munchausen-por-procuração nas mães que sofreram abuso sexual.28 2...1 Intervenção Punitiva Primária 4..........3 Crianças e adolescentes que abusam sexualmente..2 Interrogatório traumático no abuso sexual extrafamiliar da criança.......................2 O processo familiar 3.................................5 O inconsciente o 3....................................1 Confusão de diíerenses 3..................................2 A síndrome de João e Maria e o abuso sexual por irmãos mais velhos...............317 14...318 14............301 13........1 Aspectos linear e circular da culpa..............--- 8.325 Referências Bibliográficas...........2 Reconhecimento e crença................ admissão e assunção da autoria depois da revelação.... 4...... 4................................-182 9....2 Terapia e consulta..............323 14...........302 13................. 4...............3 A função da criança 2.311 14......4 Ação e reação entre a família P e a rede 5.................................................................329 índice...................306 14 Situações especiais................321 14.. tendo sofrido eles próprios abuso sexual..............1 Hierarquia da responsabilidade e influência profissional linear....................1 Os irmãos nas famílias em que ocorreu abuso sexual...... 2 5 1 ..........8 Trabalho com a família de origem nos casos de adultos que sofreram abuso sexual.............................................2 A entrevista de encaminhamento.............................1 Como distinguir entre abuso intrafamiliar e extrafamiliar nos casos de negação.........304 13...........19 1........................... 233 11...........1 A interação abusiva no abuso sexual da criança como síndrome de sesredo_33 2.......313 14.................................................3 Padrões familiares básicas 3...................................3 Manejando o processo familiar no abuso sexual prolongado extrafamiliar da criança.................---222 10................................................... tendo sofrido elas próprias abuso sexual..................................1 Equipamento para a Intervenção na Crise do Abuso Sexual da Criança.....................................................2 A natureza do i 2.........................1 (a)+(b) Proteção que promove o abuso da criança e prevenção do crime que promove o crime nos casos de negação ........1 Identificação profissional e confl:: 5.4 Lidando com crianças que participaram de sexo grupai.............................................2 Intervenção Primária Protetora d& Lr^mi-J...............2 Suspeita de primeira-linha e suspeita de segunda-linha--- 8...........4 Filhos de incesto..4 Reações da família à revelação e..............................1 Rituais de diferenciação nas formas concorrentes de letjpn- 7...... 231 10..............................311 14.......2 Mecanismos básicos do processo terapêutico nas famílias em que a criança sofreu abuso sexual — 7............................................320 14.........13.............................. depois crianças pequenas entre 2 e 5 anos.. Primeiro nós atendemos mães..... ... mas ao mesmo tempo digna? A maioria das vezes nós simplesmente falamos sobre "isto"...11.. Agora ela lhe traz sexo.. e que eu só pude lhe dar depois de ter manejado meu próprio pânico pessoal e minha reação pessoal à natureza sexual desse tipo de abuso. Foi depois disso que atendemos meninos. que as ajudaram a confiar e revelar... Eu jamais esquecerei sua resposta divertida. É isso que Jane está provocando em você. Sempre que a mensagem "sexo" entra. e eu devo grande parte daquilo que aprendi sobre o abuso sexual da criança à confiança dessas jovens mães.296 13.. no abuso sexual da criança. Como você reagiria a isso? Como se sentiria falando para um estranho sobre sua vida sexual mais íntima? Você encontraria uma linguagem para falar a respeito disso de uma maneira aberta... longa e freqüentemente grave. no sistema médico confidencial holandês contra o abuso e a negligência sofridos pela criança. na equipe da unidade pediátrica. nos últimos quinze anos.. com os profissionais e com nossa própria atitude individual como pessoas. A aceitação de minha reação pessoal e o apoio de meu supervisor ajudaram-me a recuperar meu auto-respeito pessoal e minha atitude profissional... (Veja A Natureza Interacional da Motivação.. eu. primeiramente... o interruptor é acionado e a mensagem "carinho sai". e isso é bom. Quando Jane era pequena e queria carinho de seu pai...1 Terapia e reabilitação por ordem do tribunal... Na última etapa nós aprendemos a ouvir as pessoas que cometiam o abuso. pergunto-me como pude.. Eu aprendi que a intervenção na crise do abuso sexual de criança começa na crise dos profissionais. envergonhado. começou com a geração dos pais...1 Adultos que cometem abuso e a síndrome de João e Maria.. Trabalhando com crianças que sofreram abuso sexual. não carinho físico... que pode facilmente ser experienciado pela criança como um renovado abuso sexual....... Isso permitiu que eu mantivesse a franqueza para falar com Jane como um profissional e como um homem. Só pense em como você reagiria se eu..4. nós logo compreendemos a natureza interacional da motivação entre os profissionais e os clientes. um homem em uma sessão de aconselhamento com uma linda mãe de dezoito anos de idade.. nós temos que deixar que a mensagem "sexo" chegue primeiro........ Amsterdã e Londres.1.. Você captou a mensagem.259 12.. depois de dois minutos: "Conte-me tudo a respeito do último contato sexual que você teve". de abuso sexual quando crianças.. ficar sexualmente excitado? Sentin-do-me confuso. Mas. Deve ter acontecido uma mudança... cujo pai abusara sexualmente dela durante dez anos... Era isso o que Jane queria. Sua resposta a algumas mudanças na atitude da equipe.. na prontidão para ouvir e escutar.315 Prefácio Este livro reúne o trabalho realizado por mim sobre abuso sexual da criança... conseqüentemente.. Nós começamos a entender o abuso físico.... "Carinho"..... Sobreviver ao abuso sexual da criança como uma pessoa intacta pode ser tão difícil para o profissional como é para a criança e para os membros da família..) Lembrando meu primeiro caso. Capítulo 2..... significa carinho com palavras e com comportamento. que em seu 11 2 Prefácio humor me ensinou tudo: Tudo bem. Carinho significa cuidado emocional.1 Preocupação parental e diferenciação diagnostica entre abuso sexual intrafamiliar e extrafamiliar da criança...... Eu agora tenho esse pequeno interruptor dentro de mim quando lido com o abuso sexual da criança. Eu atendi meu primeiro paciente que sofrera abuso sexual quando trabalhava em pediatria com Arend Koers.... lhe pedisse. Meu trabalho com o abuso sexual da criança.. evitar que façam isso....... um inacreditável porco chauvinista. meu consultor e mentor em Amsterdã.. Nós tanto podemos permitir aos nossos clientes e pacientes que revelem sua experiência de abuso sexual quando crianças quanto podemos.. O processo de descoberta das diferentes formas de abuso sexual da criança teve um rumo típico... encontrando-o pela primeira vez.. em busca de supervisão e sobrevivência. Só não aja. você teve a sua ereção. através de uma sutil comunicação interacional. mas o que ela quer de você é carinho. ela recebeu sexo.. Ele chegou até nós primeiro através dos adultos...... emocional e sexual que muitas dessas pessoas que praticavam o abuso haviam sofrido..... Nós tratávamos crianças que haviam sofrido abuso físico e seus pais.2 Hierarquia profissional-família no trabalho terapêutico estatutário.. eu corri para Arend Koers.... Eu fui capaz de voltar para ela e fui ensinado... em Berlim. pessoalmente e profissionalmente... em pânico.. depois filhas adolescentes.. e minha própria resposta pessoal às suas revelações de abuso sexual ensinaram-me que a conduta em relação ao abuso sexual da criança começa.... sobre a confusão entre abuso sexual e cuidado emocional. O abuso sexual da criança não parecia existir e nós não procurávamos por ele.303 14.... trabalho do tribunal e consulta. algumas da quais eram ainda quase crianças... Tilman.. e não apenas a condená-las....... independentemente do que provoque em cada um de nós. pois subitamente várias jovens mães que haviam trazido seus bebês maltratados começaram a falar sobre sua própria experiência. por ela e depois pelas outras mães. a respeito de sua experiência de abuso sexual quando criança.. de um diagnóstico psicossocial jamais visto anteriormente em um hospital. pelos dois meses que pude passar com eles para escrever partes essenciais deste livro.Depois de termos sobrevivido ao nosso próprio pânico pessoal em relação ao abuso sexual da criança. em conferências apresentadas nos últimos anos e em meu trabalho clínico atual. Este livro é baseado no material de artigos previamente publicados. quando o abuso era o background para o sofrimento físico. Marianne Tranter. que não compreendíamos antes e que não éramos capazes de tratar. Esses conceitos formaram a base de meu trabalho em Amsterdã. até começarmos a aprender a ler os sinais. no British Journal of Psychiatry. nós precisamos desenvolver conhecimentos e capacidades para lidar com ele. antes de eu trazê-los para Londres. em palestras não publicadas realizadas em diferentes ambientes clínicos e científicos. suportando ambas o tremendo estresse oriundo das famílias e da rede profissional. Liza Bingley-Miller e Danya Glaser mudou o abuso sexual da criança. Finalmente. Minha gratidão e agradecimentos a Arend Koers e Arnon Bentovin. em Great Ormond Street. confusas e freqüentemente esmagadoras. primeiro como mentores e agora como colegas. que foram desenvolvidos os conceitos essenciais deste livro. Foi para me ajudar a sobreviver às mensagens complexas. Nossa ignorância muitas vezes nos levou a repetidos fracassos no tratamento. quando comecei a trabalhar no Hospital for Sick Children. . e à necessidade de ações aparentemente contra- ditórias. como colegas que ousaram juntar-se ao trabalho em Londres desde o início. Prefácio 3 Também quero agradecer a Marianne Tranter e Liza Bingley-Miller. que se tornou a base para muitos projetos de tratamento no ÜK e em outros lugares. psicossomático e psicológico continuado e não-diagnosticado. Eles me permitiram desenvolver este trabalho. para uma ocorrência clínica cotidiana. A maior parte do capítulo sobre grupos de crianças é baseada no artigo escrito em co-autoria com Liza Bingley-Miller e Annemarie Van Elburg. mas também compartilhando a recompensa oriunda das crianças. seu 1 marido Peter e ao pequeno Sam. como amigos queridos. Trabalhar com Arnon Bentovim. ajudar crianças que sofreram abuso sexual e suas famílias também tem sido tremendamente recompensador. Embora a esmagadora complexidade entre os problemas legais e terapêuticos pareça às vezes fazer com que esse trabalho seja deprimente e desanimador. quero agradecer a Liza. assim como a própria terapia. a pessoa que cometeu o abuso e a família. uma ameaça aos papéis profissionais tradicionais. igualmente. um campo minado de complexidade e confusão. assim como dos aspectos psicológicos. mas que não podem exercer esse direito elas mesmas. que são pessoas com seus próprios direitos. o conhecimento dos aspectos criminais e de proteção da criança. pessoalmente e profissionalmente. Para os profissionais. Este livro foi escrito para os profissionais de todas as diferentes profissões.Introdução Como Usar Este Livro Oabuso sexual da criança é tanto uma questão normativa e política quanto clínica. um desafio às tradicionais estruturas de cooperação e uma constante zona de perigo de fracasso profissional. o abuso sexual da criança é um pesadelo. Uma abordagem integrada à família. Como um problema legal e terapêutico. requer a estreita cooperação de uma ampla gama de diferentes profissionais com diferentes tarefas. requer. No abuso sexual da criança como uma síndrome de . que precisam lidar com as conseqüências. A natureza específica do abuso sexual da criança como uma síndrome conectadora de segredo para a criança. precisando de prote- ção e do cuidado dos pais. dos policiais aos terapeutas. por parte de todos os profissionais envolvidos. A revelação do abuso sexual da criança conduz a uma crise imediata nas famílias e nas redes profissionais. Como um problema multidisciplinar genuíno e genérico. Possui importantes aspectos sociológicos e antropológicos. envolvidos no trabalho prático cotidiano com crianças que sofreram abuso sexual. Trabalhar com crianças que sofreram abuso sexual e suas famílias é basicamente complicado por quatro fatores. é uma questão sexista e um campo de batalha para fortes opiniões. Envolve as crianças como seres humanos estruturalmente dependentes. conseqüentemente. e como uma síndrome de adição para a pessoa que cometeu o abuso complica tanto a intervenção legal quanto a intervenção protetora da criança. Como uma questão que envolve o sexo. precisa prestar tanta atenção aos processos na rede profissional quanto aos acontecimentos na família. a simples nomeação do abuso cria o abuso como um fato para a família. mas também que efeitos a ação de um profis- sional tem sobre o trabalho de outros profissionais e sobre a direção geral da complexa intervenção global. especialmente para os profissionais que apenas precisam de assistência em um problema prático específico urgente. ensinaram-me que todos os profissionais envolvidos. faz progredir rapidamente as áreas de psiquiatria infantil forense. O entendimento da complexidade dos processos interligados no abuso sexual da criança pode muitas vezes ser cansativo e trazer surpresas desagradáveis. na determinação do resultado global quanto o ato em si. parecer acadêmicas. Em uma abordagem familiar metassistêmica ao abuso sexual intrafamiliar e extrafamiliar da criança. mas todas.segredo. sua própria tarefa é afetada pelo processo em outras partes da rede profissional. no entanto. sem exceção. tais como professores e pessoas que trabalham com os jovens. A razão para isso está no fato de que a tarefa. multidisciplinar e metassistêmico. Os profissionais de todas as áreas precisam aprender que o contexto em que um determinado ato profissional é realizado pode ser tão importante. ou ainda mais 14 14 Introdução importante. Este livro está dividido em duas partes. os efeitos legal e linear do abuso sexual da criança como um crime e a necessidade de proteção da criança precisam ser integrados aos aspectos circulares psicológicos e de relacionamento das crianças que sofreram abuso e suas famílias. Profissionais de todas as funções precisam reconhecer como a sua própria tarefa e ação influencia a tarefa dos profissionais colegas. se quiserem realizar sua tarefa legal. Lidar com o abuso sexual da criança requer um reexame dos procedimentos legais. tornam-se centrais na tarefa e precisam ser inteiramente integrados à rede profissional. a responsabilidade e a capacidade profissional de qualquer profissional isolado envolvido. sem exceção. a princípio. nós precisamos de algumas idéias a respeito de como agir em situações específicas. Conceitos de "terapia não- terapêutica" e "não-terapia terapêutica" ilustram a necessidade de se pensar em contextos mais amplos. promove e faz progredir aspectos de profissionalização no cuidado adotivo e desafia terapeutas de qualquer orientação e crença a reconsiderarem suas tarefas e a desenvolverem suas técnicas e abordagens. os quais fazem com que eu fique exultante quando erro em 8 e não em 9 em 10 casos. contudo. Esta parte do livro foi tão resumida quanto possível. são descritas aqui em função de sua relevância prática fundamental. mas também precisamos compreender nossas próprias ações . A primeira parte delineia os princípios de procedimento na conceitualização e ilustra as abordagens básicas para lidarmos com crianças que sofreram abuso sexual e suas famílias. Terapeutas e profissionais da saúde mental da criança precisam saber tanto sobre os aspectos de proteção à criança que sofreu abuso. Mais de 10 anos de experiência no trabalho com o abuso sexual da criança. assim como ajudar co-profissionais de outras funções a serem capazes de assumir sua parte na responsabilidade global da intervenção. irá fazer com que o leitor volte à primeira parte antes de agir. A segunda parte trata de alguns dos incontáveis obstáculos à ajuda às crianças que sofreram abuso sexual e suas famílias. que sempre garantem que a intervenção não funcione como deveria de acordo com a inteligente teoria da primeira parte. Os leitores que procuram este livro por essa razão podem ir primeiro para a segunda parte. Isso torna necessário desenvolver uma ação Introdução 14 profissional específica dentro do contexto global bem mais amplo do abuso sexual da criança como um problema genuíno. Isso freqüentemente parece refletir-se na rede profissional e no nosso próprio pânico e crise profissionais. de modo a realizar bem sua específica tarefa profissional. Algumas das noções conceituais podem. quando ajo de determinada maneira no contexto de minha estreita responsabilidade profissional? Conseqüentemente. no abuso sexual da criança. quando intervimos cegamente em um processo que muitas vezes não compreendemos. Elas devem ajudar a clarificar áreas de confusão comum e freqüentemente desastrosas para os profissionais de vários backgrounds. novos profissionais que desempenhavam apenas papéis marginais no abuso físico. e como. quanto os policiais precisam entender os efeitos psicológicos de uma entrevista com as crianças que sofreram abuso. Noções de "terapia antiterapêutica". porque pode tornar a leitura difícil e um tanto monótona. Além disso. A segunda parte lida com alguns dos numerosos problemas práticos. O perigo de infligir um dano secundário considerável à criança deixa-nos com a responsabilidade de nos fazermos três perguntas em todos os estágios de nossa intervenção: O que eu quero realizar? O que estou fazendo para conseguir isso? O que eu penso estar realizando no contexto mais amplo da intervenção multidisciplinar amplificada. precisam saber a respeito dos princípios de procedimento e conceitos básicos ao lidar com o abuso sexual da criança. começando com o problema prático específico. "prevenção do crime promotora de crime" e proteção da criança promotora de abuso enfatizam a necessidade de os profissionais não apenas compreenderem o que estão fazendo. coloca problemas de proteção até o momento desconhecidos para as agências de proteção da criança. por sua vez. O perigo de causarmos um dano secundário às crianças que sofreram abuso sexual e suas famílias. é mais ampla do que a tarefa. era a atitude de Henry Kempe com os pais que cometiam abuso físico. sente-se e fume um cigarro". O uso do termo "mãe" ou "pai" neste livro não se refere portanto a qualquer conceito biológico. obviamente. Os efeitos individuais do abuso sexual da criança e o padrão familiar são descritos primeiro. como pessoas estruturalmente dependentes. na época. mas representa qualquer adulto do sexo feminino ou masculino que esteja in loco parentis para a criança. eu não me refiro ao status legal quando falo sobre "marido" e "mulher". o que deve possibilitar ao leitor iniciar no seu ponto específico de interesse profissional. Este livro. B Introdução precisam de seus pais e famílias. Revolucionária. Portanto. fundamentalmente. co-habitadores. Alternativamente. padrastos. Mas nenhum de nós sabe ainda. Em termos das pessoas que cometem abuso isso pode incluir amigos do sexo masculino. conseqüentemente. Nos últimos 10 anos. tanto na família quanto na rede profissional. Uma das maiores causas de dano secundário nas crianças que sofreram abuso sexual e de fracasso profissional é a imensa pressão sobre os profissionais e o sentimento de que temos de fingir que conseguimos enxergar perfeitamente e que sabemos exatamente como agir. Nós. Similarmente. nós aprendemos alguma coisa com a criança que sofreu abuso sexual como a vítima. além de proporcionar uma orientação limitada. As crianças. uma tarefa emocionalmente ainda mais difícil. deixando de lado um imenso número de questões conceituais e situações práticas com as quais nos deparamos em cada novo caso. A primeira parte do livro mostra o caminho e a segunda parte nos ajuda a compreender por que isso nunca funciona como deveria e por que nós raramente chegamos lá. ou levando-as a manter o segredo e a continuar abusando. e que a parte clínica deixa a desejar em termos de integralidade. Como uma abordagem de tratamento integrada. precisamos aprender mais sobre as crianças que sofrem abuso sexual. os meio-cegos estão falando aos cegos. Uma abordagem familiar metassistêmica não é uma abordagem de terapia familiar e não deve ser confundida com ela. Lendo as duas partes do livro. Isso aponta para a natureza interacional da motivação que influencia as pessoas que cometem abuso sexual. os profissionais logo perceberão que ele falha em ambas as áreas e em ambas as explicações. No presente. tios e irmãos bem mais velhos. Aprender a compreender e a lidar com o abuso sexual da criança leva tempo. pela agudez do profundo entendimento de que as crianças que sofreram abuso sexual e seus pais responsáveis pelo abuso formam uma unidade entrosada. especificidade e diferenciação. O processo familiar específico no abuso sexual da criança só mudará em resposta a uma mudança básica em nosso entendimento e abordagem às pessoas que cometem abuso sexual. são feitas referências no livro objetivando unir os "princípios de procedimento" aos "problemas práticos". de modo a enfatizar a influência da rede profissional no indivíduo e na família. Logo se tornará óbvio que a parte conceituai é muito incompleta e geral. Isso baseia-se no fato de que as crianças precisam de cuidadores. de modo a estabelecer o enquadramento para delinearmos a estrutura e organização da rede profissional e do processo interdisciplinar na intervenção. Por razões práticas. este livro deve. levando-as a revelar o abuso e a buscar ajuda. o livro poderia ter descrito primeiro o processo profissional. mas também precisamos de uma revolução semelhante em nossa atitude e compreensão em relação à pessoa que comete abuso sexual. avós.no contexto mais amplo relativo ao que as outras pessoas fazem. Estes termos representam qualquer parceiro do sexo masculino ou feminino que viva ou não sob o mesmo teto. na década de sessenta. descreve uma abordagem familiar metassistêmica para lidarmos com o abuso sexual intrafamiliar e extrafamiliar da criança. "Estou vendo que você passou por um mau pedaço. uma abordagem familiar conceitualiza intervenções sempre em termos de família. ajudar os colegas de todas as profissões envolvidas no trabalho com o abuso sexual da criança a desenvolver mais esses conceitos e a fazer progredir a nova prática clínica no contexto de uma abordagem de tratamento multidisciplinar. Nós agora precisamos aprender com a pessoa que comete o abuso. PRIMEIRA PARTE Princípios de Procedimento . inclusive no abuso sexual extrafamiliar da criança. . nós encontramos profissionais qualificados e competentes.1. são extremamente experientes no manejo de questões criminais e nos aspectos de proteção à criança que sofreu abuso sexual. (Veja O processo interdisciplinar no contexto. Ao mesmo tempo. A falta de conhecimento psicológico na intervenção legal pode inclusive fazer malograr seu propósito. Terapeutas individuais e de família muitas vezes negligenciam. Por um lado. no entanto. Aspectos legais e linearidade Em nível legal. isso tende a ser mantido em um mínimo formal e não favorece um entendimento integrado do processo global. Geralmente eles tentam ignorar o processo legal. As definições normativas relacionam-se a práticas aceitáveis ou inaceitáveis de educação da criança e à posição das crianças em diferentes sociedades. Eles positivamente se recusam a tratar pacientes e famílias quando a lei está envolvida. As agências de proteção à criança e os profissionais da lei intervêm de uma perspectiva normativa para proteger as crianças do abuso e para punir os perpetradores pelo crime.) Por outro lado. ao passo que a polícia e os serviços de proteção à criança podem achar que os terapeutas são "molóides que destroem evidências e não protegem adequadamente". conseqüentemente. trabalhando no campo legal e nos serviços de proteção à criança. Os profissionais da saúde mental. Elas descrevem as normas. não apenas falhar em relação ao seu objetivo. imaturos desen-volvimentalmente. Isso não significa apenas perder a oportunidade de um grande potencial terapêutico. O abuso sexual da criança deve ser visto tanto como uma questão dos direitos da criança quanto como um problema de saúde e de saúde mental (Beezley Mrazek." Eu acrescentaria a isso: "e que objetivam a gratificação das demandas e desejos sexuais da pessoa que comete o . resultando na "prevenção do crime promotora de crime" ou na "proteção da criança promotora de abuso". Tradicionalmente. A segunda fonte é o crescente conhecimento e preocupação com a saúde e a saúde mental da criança. 1981b). enquanto os profissionais da saúde mental estabelecem programas de tratamento para lidar com as seqüelas psicológicas do abuso sexual da criança. tanto quanto os profissionais da lei podem ter que compreender a dimensão psicológica do abuso sexual da criança como uma síndrome de segredo e adição.2. Os terapeutas sentem que a polícia e os juízes "jogam muito duro". de modo a fazer o seu próprio trabalho profissional. A primeira é o crescente movimento dos direitos da criança. As razões para intervir podem. Quando as exigências legais forçam os terapeutas a cooperar com agências estatutárias. ou uma mistura de ambas. social e legal. em cujo caso é absolutamente essencial distinguir entre os dois aspectos e clarificar o relacionamento entre ambos. nós encontramos terapeutas extremamente experientes que lidam com o dano psicológico nas crianças e com relacionamentos familiares disfun- 17 cionais.I 1 Da Loucura à Maldade: Ponto de Partida Multidisciplinar e Metassistêmico 1. que. O resultado dessa dicotomia é que ambos os lados não se encontram. não compreendem um ao outro e deixam de cooperar. esses profissionais muitas vezes são incapazes de identificar os problemas psicológicos no abuso sexual da criança. Abuso legal e dano psicológico A consciência cada vez maior do abuso sexual da criança entre os profissionais tem sua origem em duas fontes relacionadas. como uma síndrome de segredo e adição conectadora.'Eles são incapazes de utilizar o potencial terapêutico da crise individual e familiar que criam ao intervir em nível legal. portanto. mas muito diferentes. Schechter e Roberge (1976: 129) ofereceram uma das mais conhecidas e mais úteis definições normativas: "A exploração sexual das crianças refere-se ao envolvimento de crianças e adolescentes dependentes. os aspectos normativos e de saúde mental precisam ser integrados e diferenciados numa abordagem global. porque vêem qualquer envolvimento legal como incompatível com a posição terapêutica. em atividades sexuais que eles não compreendem totalmente. Os princípios e objetivos aparentemente inconciliáveis das abordagens legal e terapêutica refletem-se numa divisão entre os profissionais destes dois domínios. Quando os profissionais se envolvem no abuso sexual da criança. que no contexto histórico do movimento dos direitos humanos está acompanhando 0 movimento dos direitos da mulher. Se chegam a se envolver. ser puramente legais ou puramente terapêuticas. ou inclusive não admitem. muitas vezes não sabem como lidar com aspectos normativos e com as tarefas linear e legal de proteção à criança e prevenção adicional do crime. os aspectos legal e linear do caso. limites e fronteiras do comportamento apropriado e aceitável dos adultos em relação às crianças. na qual os terapeutas podem ter de confiar no apoio das agências legais para a terapia. Ambos os lados precisam mudar sua maneira de trabalhar e ambos os lados precisam abandonar básicas e apreciadas noções de independência profissional. mas também infligir um dano psicológico adicional à criança. às quais são incapazes de dar um consentimento informado e que violam os tabus sociais dos papéis familiares. as intervenções legais e normativas têm sido consideradas como sendo incompatíveis com as abordagens terapêuticas. de um ponto de vista legal. 5. o abuso sexual da criança é definido por afirmações normativas implícitas ou explícitas no contexto dos específicos sistemas cultural. A intervenção legal pode. não sabem como lidar terapeuticamente com os aspectos legais. 1983) (Veja Terapia e trabalho de proteção... qualquer violação sexual da integridade da criança é rotulada como abuso e a definição normativa é muito mais estreita para o abuso sexual do que para o abuso físico. ao menos por uma vez. porque os relacionamentos sexuais somente deveriam acontecer por livre vontade e por livre escolha. 1~ .. j. a definição normativa mais estreita do abuso sexual da criança também tem uma base lógica em termos de intervenção. Nós devemos ser extremamente cuidadosos quando interpretamos os números de incidentes e prevalência do abuso sexual da criança.k0tul » cognitivo rcouita cm iini^i ipinliil^au aifuiuiuo nac comunicacoco cldS rnançac o cm oua maneira Hc .** ■>us procodimentoa legai. impede que elas exerçam completamente seus direitos e tomem posição como sujeitos independentes perante a lei... a intervenção protetora e a terapia sejam muito mais difíceis e complexas do que no abuso físico. esta torna-se cada vez mais um sujeito com direitos perante a lei. um pai bem pode acabar na prisão por ter esfregado levemente os genitais da criança. (Veja: O processo individual.. é menos tolerável apresentar um comportamento sexual claro do que agir com violência física.. no abuso sexual da criança.. Isso poderia querer dizer que o abuso sexual somente é abuso quando encontramos dano psicológico. de modo a incluir o elemento intencional crucial do abuso. Mas isso também significa que independentemente do número de mulheres que sofreram dano psicológico nesse grupo de 38 por cento. ~* wí. Os problemas específicos no manejo do abuso sexual da criança como uma síndrome conectadora de segredo e adição faz com que o controle. qur Hrvr. que presentemente funciona para oferecer a justiça para adultos que são capazes de assumir responsabilidade pessoal completa e independente por suas ações. socialmente. /\ tnlln hinliV" " ''"-<'"™v5" i'"o iiív. e não em uma definição de saúde mental.... crlynçat .. Nós precisamos ter muito cuidado para não confundir os dois elementos diferentes. Quando Russell (1983).1 ' " ' iii -il <-li«v crlançac. portanto. em torno dos dezoito anos. A posição legal incompatível da criança como um sujeito perante a lei sem ser 1J 1 Hint'" r-ur-niee lui^lmunra capas de comprcmdn.) Os atuais problemas legais e de proteção no abuso sexual da criança são compostos pelo fato de que.. embora todas possam ficar confusas.. conseqüentemente.i/r. Subjacente à maioria das definições normativas está a noção de que os relacionamentos sexuais entre adultos e crianças constituem abuso sexual da criança. Isso está relacionado ao fato de que.i „iauitoc o tomada. é muito inadequado utilizar o fato do abuso sexual da criança ser tão difundido em termos normativos para argumentar que não deveríamos nos preocupar com os efeitos na saúde ou na saúde mental uma vez que a experiência.^i.mm. Capítulo 2... como se um roubo de banco somente fosse crime quando o gerente do banco tem um colapso nervoso. Ela aponta para o direito das crianças de crescerem sem a interferência sexual dos adultos para a sua própria satisfação.1-. A dependência estrutural das crianças.Puto papei leva cada -v-c7.-» ^ . /\tc o mon-icnli-..... As discussões legais e de saúde mental são relacionadas.. não podemos concluir que 38 por cento das mulheres em São Francisco estão perturbadas psiquiatricamente por sua experiência de abuso sexual quando crianças.. numericamente. Nós. a diferença qualitativa c"1"- comunlcaçooE dac cnancao c do. Em contraste. nós temos que estar conscientes de que esses números são baseados em uma definição normativa.nlf-m ii i—. wuu u Ji. e somente as formas severas de violência ou punição física são identificadas como abuso. nós não podemos. A confusão...i.2).jínquanto nenhum dos pais é levado ao tribunal e nenhuma criança recebe cuidados se eles dão uma palmada no traseiro da criança. é quase "normal". equivale muito mais a um inaceitável grau de violência ou força física do que à sua presença em princípio. como resultado da falta de maturação biológica. em nossa sociedade. "um pouquinho de sexo não é". julgando a severidade da violação das normas legais através das conseqüências de dano físico ou psicológico. fazer a equação de que todas as crianças que sofreram abuso sexual ficam automaticamente perturbadas em Abuso Sexual da Criança 18 termos psiquiátricos. Reciprocamente. no 3iatcm« ir^l. e não devemos. em um estudo sobre o abuso sexual em São Francisco. A definição normativa do abuso físico... No abuso físico. sem coerção.iu como uma diferença qnnnlilnliv/i.abuso". Ao passo que "um pouquinho de violência é aceitável". mas possuem raízes bastante separadas. o abuso ainda é abuso em termos normativos e não deveria acontecer. ruluciunar cc o penoor. No entanto. l^hIiwhUu nuo lcjíuj i1*-. entre definições legais e de saúde se origina da diferença na atitude social. descreve 38 por cento das mulheres como tendo sofrido abuso sexual..2.n. um pouquinho de violência física é considerado aceitável. em virtude da experiência (Baker.n(i_i. i^j-vu. 7.. Além disso^mbos os parceiros sexuais devem ser capazes de dar consentimento total e informado a qualquer ato sexual em que venham a se envolver^ Ao diferenciar aspectos de direitos humanos e questões de saúde mental no abuso sexual da criança. Essa definição normativa destaca a noção de dependência estrutural das crianças e a incapacidade de dar consentimento informado a relacionamentos sexuais. no crescente movimento dos direitos da criança.^. em relação à violação física e sexual da integridade das crianças.. até certo grau.. ....ndni t~ npninHn.|i ■ li 'l-i illíurança qualliailvcl lld U > 1111J rilf-açao da enonen <-m imu . havia me tornado parte do sistema familiar de segredo. wauiciu montai dovom cor oporá nonolir.'ink. quando o abuso.-."*(Anna Freud.ci i|iife. I.vxunl H/i rrinnç/i. 1985. As dermTçõSTda saúde mental do abuso sexual da criança dirigem-se aos aspectos psicológicos e aos fatores desenvolvimentais no desenvolvimento psicosse-xual da criança. Ajrna_ Ejgad dirige sua definição do abuso sexual da criança à descrição dos fatores.-lt'cu « xunaamcntal ini-nol-. Ela afirma que "no abuso sexual da criança esta não pode evitar ficar sexualmente estimulada e essa experiência rompe desastrosamente a seqüência normal da sua organização sexual. pulo quo col. r.mentem r r>.fjao multo cuidndoca c muito preliminar. Kccuoar . Os profissionais de saúde e de saúde mental tentam identificar e lidar com os fatores que levam ao danojísico e psicológico da criança. . 1. '1>J ^fíim-Hi i^t^ .~. como terapeuta. livre e rapidamente. Não interessa se concordamos com o conteúdo desta definição de saúde mental ou com o conteúdo da definição normativa anterior.~i~ . enquanto as necessidades desenvolvimentais legítimas e as correspondentes expressões mentais são ignoradas e deixadas de lado. 5) Quão estreitamente a pessoa que cometeu o abuso e a criança eram relacionadas. A diferença prática importante é que as definições normativas. cultural e político podem ser definidas incondicionalmente de acordo com opiniões e crenças. pui yiUlls^"-"'-"w <-lil ^"z como terapeuta. ■ 7) O grau de segredo. enquanto a remoção legal da criança e o possível colapso familiar como uma conseqüência do processo legal precipita o trauma psicológico e a perturbação psiquiátrica secundários na criança/ Reciprocamente. essa proteção legal pode ser "um desserviço" para a criança. 33-4). Lima puttoa cega nao pode faTier um j 11 ■ n ■ ■ ■■—■ ■ I ■ > i.i p<**- H^i li in.Ihhu pwl<_-(-»l<ãi4l(_-<_» xi«j citouoo ocKual dex enanca j~L«. Saúde mental e circularidade O segundo grupo de profissionais que se envolvem no abuso sexual da criança são os que trabalham no campo da saúde física e da saúde mental da criança. 2) A duração do abuso.1. As definições da saúde e da saúde mental são parte do domínio científico que requer provas '■iTXtstczl da í ' r ra rr i~a__. Em um contexto legal.■—dade c oa cnnnçni mr-nlr-ni puwva t'ur apoiado por qualquer rvirf«. . 1. eu próprio tentei evitar que os serviços de proteção interviessem. não conduziu a um dano psicológico ou desenvol-vimental significativo.i11^ nao c copas üc lei ui'1'* Bftilla normal. podem mudar.iu .. na. de saúde e de saúde mental. Baker e Duncan.)üw iiiLihvj luii/. a criança que sofreu abuso pode ser afastada dos pais porque a lei foi quebrada e a criança tem o direito legal de ser protegida de outros abusos.li» Kr*i rf i|Lul!dado diferente na comunirnçn. iinriiiilii. pois os conceitos psicológicos desenvolvimentais não são.w%íui<iiUm Jcw prr-i «. nos primeiros anos.". como parte do domínio social.2. contudo. portanto. O processo de entrosamento ^ Nós precisamos unir os domínios legal. 1985. O processo legal e a intervenção protetora da criança. portanto. verdadeiramente. 1979.i i uiíi^ueiv) . Ela é forçada a um desenvolvimento fálico ou genital prematuro. 6) A ausência de figuras parentais protetoras.. Em termos de saúde mental. 3) O grau de violência ou ameaça de violência.ni. Eu tentei solucionar o problema terapêutico e de proteção à criança que sofrera abuso sexual puramente através de formas tradicionais de terapia e de terapia familiar. parte do domínio legal e somente são levados em conta pelo tribunal ou outras agências legais na medida em que são admitidos pelos procedimentos legais. 1988): > 1) A idade do início do abuso.-. por si próprio. . Esses profissionais não estão primariamente interessados na noção da criança como um sujeito legal ou em questões dos direitos da criança.. .1980.*? atravco do cjtamc fioico c mcntr1 civxxiu^owt...r. A terapia tornou-se uma "terapia antiterapêu- .'r-.3.i«.iy i^i' liv . prosseguem independentemente de ela ter sido ou não afetada psicologicamente pelo abuso. ..<iu u tunculro do que oo ndt-"" -1 —-"• .i mliilim ili. no desenvolvimento psicossocial e psicossexual da criança. O 11 «4Li^ill <_li=» uuUOW «j (J IlOtfü jii-/Sj-»i-1f \ Trjívillwi. „.-» rriançao ocria como diz. kui^ow primariac legai» e piuieioras no aDuso sexual da criança nao estão relacionadas ao dano psicológico causado na mesma.-.i.«m- lu. v^lli li t-. i iii-s j ir-i iiiili-ni i i i i i iiiii- clu. com as mudanças culturais e políticas que estão representadas na lei.i .. Essa citação faz parte de uma descrição mais longa.. Eodc i_uiii_ci"' "^b-*1 . A análise metassistêmica dessa terapia revelou que eu.» ■■ •=■■ "-■ baclco deve 3c ã rrdnrSn !■ i-n Ir..... .iiuy c|U11iultatlva da comumeocod anima madura. >ii . Baker. Furniss..imuinu rui^ciuicio aut coto tiogulntoc fatores (Finkelhor... O dano psicológico secundário pode então ser facilmente infligido nas intervenções legais ou de proteção à criança. Ho. que têm conseqüências nos processos normais de maturação.1.i 111/ oburío . As definições normativas. 1981. Oppenheimer e colaboradores. 4) A diferença de idade entre a pessoa que cometeu o abuso e a criança que sofreu o abuso. 1983. p.n.| I.i umdaüi. .2.oT. A argumentação de que as crianças estão ativamente envolvidas no abuso é então erroneamente atacada.„.avr„ nli einLura.. em que os pais são sempre. Participação A participação ativa no abuso sexual constitui o elemento circular e de relacionamento. 1. cognitivos e sociais e para proteção. w ^poao rcioaonai Ua puuiapação e resulta do rato de que a pessoa que cometeu o abuso e a criança estão igualmente envolvidas no abuso em termos interadonais. V. ^HA»=la£ cstatutonn..^i -i. emocionais.. "il— -'. no nível interacional. 1. A desigualdade legal entre os pais e as crianças.. o pmg. . E importante compreender que um papel passivo e não-iniciador. mas todas as crianças são participantes ativas na interação abusiva..m. mas operacionalmente claros.. .umbaMio do. Por exemplo. .Pleura 1. baseia-se na imaturidade biológica da criança.:i. Como uma participante forçada. Responsabilidade..r^cu^wie-^ ca ao "^'"'^SSS^S? cm"™"™ ™. .. o . Mas a pessoa que cometeu o abuso e a . a obedecer.1-. e era pior e mais prejudicial do que antes. A circularidade define aspectos interacionais dos relacionamentos interpessoais que podem ser igualmente atribuídos a ambos os parceiros de acordo com o contexto (Selvini-Palazzoli e colaboradores.. uma menina que sofreu abuso sexual relatou como seu pai costumava mandá-la levar chá para ele em sua oficina mecânica.1). uma participação ativa.. A dependência estrutural das crianças significa que elas devem ser capazes de confiar que tudo o que um progenitor faz é bom para a criança e vai ajudar o seu desenvolvimento. e também a mais prejudicial (veja Abuso sexual da criança como uma síndrome de segredo.. como se significasse que a criança."llc*xi> o fato de qu/a-i m^çac podem staitlr-eo rcopon.. de vítima.. . assumir total responsabilidade por todas as atividades e potencialmente cuidar de si mesma e sustentar-se independentemente.-'.-. 1. "como dependência estrutural em relação a algum adulto para cuidados físicos. Ela sabia exatamente o que isso realmente significava e que ele abusaria sexualmente dela quando ela chegasse na oficina. por ameaças. e.11. e as crianças nunca.I| «rtor»-i. i wor conoidcm. devido à falta de maturação biológica". A distinção entre o conceito legal de responsabilidade e o conceito psicológico de participação freqüentemente é confundida. emocional e social atingiu o estágio que lhe permite tomar decisões independentes.nmm-> j ->ci icjyullSdVflS.. ser definida em termos simples. essa menina foi uma parceira interacional ativa no abuso que ocorreu durante muitos anos e que constituiu a experiência de relacionamento mais importante e intensa de sua vida. é responsável pelo abuso.. .Mi.. participação.j-^-u. começando pela total dependência nos bebês e conduzindo à independência e à total responsabilidade individual dos adultos.. com a criança permanecendo desprotegida. Culpa. Nós precisamos distinguir entre duas formas de participação ativa. cognitivo. como um ™---II-.(1 —pclcplocrion Hr .1."ir"" i.co M™.2.. §.1. de alguma maneira. com U1I1 11 impnnpntc Içfcal c Ulll nimponente pcicòlol. Ela ficava confusa e não queria ir.' trnh„.l. na interação de abuso sexual progenitor-criança também constitui uma atividade de participação que é a base para a experiência de abuso que a criança sofre. dapcndcncin ^ .. _. A distinção entre o conceito linear e legal de responsabilidade e o conceito lo Tilman Furniss circular e psicológico de participação e os aspectos legal e psicológico do conceito de culpa são de grande importância prática e terapêutica no abuso sexual da criança. A infância pode. Isso não deve ser confundido com iniciativa ou responsabilidade.1 '■«anca no »h"L°' do coto ir-«>----1 . . A vasta maioria das crianças que sofreram abuso sexual não toma nenhum papel ativo para iniciar o abuso sexual. responsáveis por aquilo que acontece na interação entre eles. a ailpa contem um ri. do fato.2. essa criança não tinha escolha e era forçada.2. poder e acusação em um enquadramento metassistêmico de linearidade e circularidade.. l> li"«r dc ser cul.. a criança cessa de ser uma criança no momento em que seu desenvolvimento físico. Um relacionamento linear é um relacionamento que não está aberto a qualquer forma de redefinição através de qualquer reinterpretação ou pontuação da interação.. para ajudar a distinguir entre aspectos legais. A distinção entre os aspectos legal e psicológico de culpa significa que apenas o progenitor pode ser considerado culpado.direta» rJ™ntal. O abuso continuava com crescentes ameaças à criança e com o decrescente risco de revelação da pessoa que cometia o abuso.. Assim como a aparente não-comunicação de duas pessoas em uma sala ainda é uma forma de comunicação.3. Embora não ocorresse nenhuma violência real. 1978).H. conseqüentemente.^ .2.PmPnmc Imoarc uiLuldr no ift» Sa >-. poder e acusação E extremamente útil examinar os diferentes conceitos de responsabilidade.poeto mtc««Ho. Em termos do desenvolvimento infantil normal.culto. culpa.tica". participação. a passividade no papel de vítima também constitui.. 2. mas ia todas as vezes e sujeitava-se às exigências do pai. mesmo se são forçadas contra a sua vontade. 1 — lw «» violada. terapêuticos e de proteção à criança no abuso sexual da criança. a. Dependência estrutural e responsabilidade Os fatores biológicos de maturação determinam o grau de dependência estrutural das crianças em relação às figuras parentais.. culpa. O maior "poder" da mãe. e pode ficar cada vez mais infeliz e desesperada. Poder Os conceitos políticos. I. como um aro metálico em torno de sua cabeça."-''" ' J"-"-"=« uimíciuar. sociológicos.— ao maiores capacidades ejue a uiãc tem. O mesmo acontece com o abuso sexual da criança. mas sentia uma pressão. as questões de poder estão envolvidas em um nível estrutural e em um nível interacional. de que a criança será responsável pelas conseqüências se revelar o abuso. sobre os conceitos de poder não são úteis quando lidamos com as questões clínicas do abuso sexual da criança.^^ .2). lodan cami diferenteo formão de "pod—" 1—1« . desconsiderando totalmente a questão do poder no nível interacional. que por sua fraqueza sentia-se preso no processo interacional de adição no abuso sexual e que se sentia cada vez mais desamparado e desesperado. Ele sabia. Em nosso trabalho clínico com crianças que sofreram abuso e suas famílias nós podemos substituir o aspecto estrutural de poder pelo conceito de responsabilidade. interacionais. .Ir-i-iln /ijmló-li n fjr> nivr I r-. sobre a noção de responsabilidade parental e.ti uli iyy:u ontre a mac c o t>ct?c.criança podem sentir-se igualmente culpados. que iria abusar novamente de sua filha.i-. Embora certamente pudesse ser usado um conceito claramente definido de poder. . eu considerei muito mais útil falar. . A persistente experiência psicológica de participação e culpa também explica a baixa auto- estima e o posterior comportamento de vítima dos adultos que sofreram abuso sexual quando crianças. f!. devido à qual nós esperamos que ela proteja a criança e promova seu desenvolvimento. teve. Ela pode deixar a interação e procurar ajuda fora da interação. O sentimento de culpa da criança origina-se de seu senso equivocado de responsabilidade. sem qualquer motivo de desculpa. contudo.-. nL . coisa que o bebê não consegue fazer. . Essa confusão muitas vezes é reforçada pelas ameaças da pessoa que cometeu o abuso. I i. .2. Isso na verdade significa que o conceito deve estar claramente definido. . sociais. independentemente do grau de cooperação e da vontade de participar do abuso. formam a base material para o fato da responsabilidade estrutural da mãe em relação ao bebê. que tenta errt vao acalma lo.i|l. às vezes inflamadas.Il.vi.ol. retornando repetidas vezes. Isso torna obsoleto o conceito bastante confuso e emocionalmente carregado de "poder". quando lidamos clinicamente com o abuso sexual da criança. No nível interacional. no nível estrutural. Tanto o bebê quanto a mãe são participantes iguais na interação. No abuso sexual da criança. no poder de racioci nlo. . .jiilin. depois. . mentais e sociais entre a pessoa que comete o abuso e a criança imatura.. como uma expressão dos eventos psicológicos que se derivam da experiência na interação abusiva. que assumir...que ela deriva do fato de ter sido uma participante no abuso. Isso não significa que o conceito de poder não poderia ser utilizado nem que as questões de poder não estejam envolvidas. O abuso sexual da criança pelo pai ou por figuras paternas origina-se menos no fato de um "poder" maior. Acusação . A mãe pode sentir-se tão desamparada e impotente para parar o choro quanto o bebê.^ Jhiü o que Cl palaVia yUUC «njiuiiL-a cloivcro defcítO . Eu gostaria de ilustrar isso com um exemplo de abuso físico: Quem é mais poderoso. A distinção crucial entre poder real e estrutural raramente é feita. Eu atendi pais que relatavam quão desesperadamente haviam tentado parar de abusar sexualmente de seus filhos.. significa que ao contrário do bebê. devido à maturação e avançado desenvolvimento psicossocial. a mãe tem a capacidade estrutural de deixar o círculo vicioso de eventos em que ela e o bebê se tornaram interligados.. .iü'ii<jnro por varino horao ou----"ia« do vinto anoc de idade. no nível estrutural. As maiores capacidades. i n ivvllu ü>. Esse pai.vi^ r>7llnmi-.5. embora se sentisse culpado e estivesse plenamente consciente de que estava agindo erradamente. um bebê de quatro semanas de idade que berra r_i_.° t. e mais nas maiores capacidades físicas. não obstante. no poder emocional c 1 " u »> 'i k. . nós podemos substituir o conceito muitas vezes emotivo de poder pelo mais preciso e científico conceito de responsabilidade. psicológicos e físicos de poder foram freqüentemente confundidos na discussão do abuso sexual da criança e o resultado é que o uso do termo muitas vezes não tem realmente significado.. Um pai descreveu como havia tentado parar o abuso. 2.ili-iilii. Ele estava desesperada- mente preso na interação abusiva. conseqüentemente. sobre a dependência estrutural das crianças no contexto das diferenças estruturais nas capacidades físicas. o conceito simplificado de poder não tem sentido. então. psicológicas e legais que eles utilizam irresponsavelmente. enquanto a mni.oi_i. em todos os níveis. mas a qualidade aditiva do abuso sexual da criança como uma síndrome de adição fazia-os prosseguir (veja Abuso sexual da criança como síndrome de adição. primeiro. total e única responsabilidade pelo abuso. A mãe é capaz de assumir responsabilidade pelos eventos na interação.4.„.2. co~. A experiência da criança como participante no abuso explica como as crianças que sofreram abuso prolongado freqüentemente expressam fortes sentimentos de culpa. 1. 1.->. No nível estrutural. HÍi çiudurlü roforlr-EO a Uii'C.«t-"-í uiuranao cada voa maio.ilr . A supersimplificação e as afirmações. que lhe possibilitou assumir uma posição parental em relação à criança. O exemplo mostra que o conceito de poder não faz sentido no nível do relacionamento interacional. Kwdv-i puUi-i lu . "Acusação é o nome do jogo" e no abuso sexual da criança as questões de acusação estão sempre muito próximas na família, e muitas vezes, também nas redes profis- LINEARIDADE (legal) Responsabilidade Fato da culpa i (1) Imaturidade biológica das crianças (6) A pessoa que cometeu o abuso é unicamente responsável e pode ser considerada culpada no tribunal HiáommtC (6) A criifipr« seiir-ít tã es-ponswl: rioada \n,U i pessoa qmoiaj o aio ca-versaa CHièirii cii» :iw'\:di;n irai) íkt) (2) Dependência estrutural de cuidadores adultos (5) A pessoa que cometeu o abuso é legalmente responsável (3) Responsabilidade estrutural pais- dos (4) Fato da responsabilidade sempre com a pessoa que cometeu o abuso (5) Capaaèisitrapipil-ment xaklm ska enx;-soa qiMoiiij o ru» (4) SentiiBlcceKSDrsHlkt; culpacrocoKijieKi diape riênci -«- ACHíKíptíioiijurtlíu :<;1>.k páíip-naiceiiiiorii tin-— çe erjpí&i tíccrttic aso Figura II- Aspectos linear e circular da culpa. 22 Tilman Furniss sionais. O dicionário Oxford define acusação como "colocar a responsabilidade em uma outra pessoa". No uso cotidiano parece que a acusação está principalmente relacionada à condenação moral. No trabalho terapêutico com crianças que sofreram abuso sexual é inútil e desnecessário fazer qualquer tipo de acusação. O uso do conceito estrutural de responsabilidade e o aspecto legal e psicológico da culpa tornou desnecessário e positivamente inútil o conceito de "acusação". Além disso, utilizar a categoria moral de acusação é totalmente inadequado em qualquer contexto profissional e terapêutico.Isso provavelmente nos conduzirá apenas ao jogo de acusação familiar, cujo objetivo é recusar-se a assumir a responsabilidade devida e evitar ser considerado culpado ou sentir-se culpado. A acusação na rede profissional geralmente indica "conflito-çor-çrocuração", que necessita çré-resolução urgente nas resoluções-do-conflito-por-procuração. (Veja O processo interdisciplinar, 5.1; Processo familiar, Capítulo 3.) 1.3. Implicações para a prática 1.3.1. Rejeitando a experiência, rejeitando a criança Por um bem-intencionado senso de proteção em relação à criança que sofreu abuso, os adultos e profissionais freqüentemente dizem ou transmitem a seguinte mensagem à criança: "é tudo culpa de seu pai, isso não tem nada a ver com você". Depois eles tentam falar o mínimo possível sobre o abuso, esperando dessa maneira ajudar a criança a esquecer o que aconteceu. Essa medida aparentemente protetora de não falar sobre a experiência de abuso sexual na verdade freqüentemente transmite uma mensagem muito diferente para a criança. A primeira parte da frase, "é tudo culpa de seu pai", reflete a confusão básica dos conceitos de responsabilidade, participação, culpa, poder e acusação. Os profissionais querem transmitir à criança que ela não é responsável pelo abuso e essa parte da mensagem refere-se ao aspecto legal da responsabilidade parental por aquilo que aconteceu. Ao acrescentar "isso não tem nada a ver com você", a mensagem inclui o aspecto psicológico e relacional do envolvimento da criança, e nós retiramos o" importante fato da experiência da criança e de sua participação no abuso. Ao fazer isso, nós negamos a própria experiência da criança, e ao negar e rejeitar a experiência de abuso sexual sofrida pela criança, nós rejeitamos a própria criança. O que a criança sente é que o adulto não quer ouvir sobre sua experiência, da mesma maneira como as pessoas não queriam acreditar no abuso ou saber dele antes. Ainda que o abuso tenha sido muito prejudicial à criança, o relacionamento com a pessoa que cometeu o abuso, o apego a ela e a interação de abuso sexual podem, não obstante, ter sido a experiência mais intensa e importante na vida da criança. Ao deixar de considerar e examinar essa experiência, por razões protetoras, os profissionais repetem exatamente a experiência traumática do abuso sexual da criança como uma síndrome de segredo. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo, 2.1.) O que nós queremos dizer à criança é: "é tudo responsabilidade de seu pai (aspecto legal), mas você foi envolvida, e pode me contar como foi isso (aspecto interacional) ?" Essa diferenciação tem sido extremamente útil para as crianças que sofreram abuso sexual. Permite que se rompa o círculo de segredo e permite que as crianças falem sobre sua experiência. Elas podem falar como se sentem responsáveis ou culpadas. Isso nos dá a oportunidade de diferenciar e mostrar à criança que "o (*) O termo aqui refere-se ao progenitor do sexo masculino. (N.T.) _2.1 papdi não d*mr<~no tarx- r~ <- -wi-» -%r>r„ mlnr<«i ■ ■ (.-i 11 i i I«-» i m». |huis.h1]Í1ÍUmUc C O tato ■1m »- i ■ i j »*i > 11 ■ *—I t-t i ■ ——111 w- i ■—w-« ■ ■* • ■ ■■ ■ i >■ i >p,h*i illui i |Liy (_í_jii iv_ II n v_» ub ujU/ l/c ■ 11,11,1 ■ IMAJHBU iHIlfV. qUV «I Cli-UlCJ ^.HJbbUU a tJUU íivpnrlAnoli, /"x q"-" ^1 ......lli^ti pan <hjj1*h—r uabalho torapOutico. - ;r.r; i: ::::>r.cr. redutora que orH"" - p<" - ~p— ~j11 *"-'uw«j L1JIU PUUÍJU -l i a realidade do abuso sexual da c-nonço. 'IV-m um ,-,-:ô-=>m principalmente nac •21 CaWwi ftHil I «Hi- -Hi-n ! .ri'i| i. ii i | ii-i i ^ 11 . m^l iihv i ilOnÇaO. lOOO tOZ COm iibiIiiiiiI^ Hi i ii--r lAi h I ^ vpumI ^[.MiyiLlyxxiyiUy ^dultU da Cricmço íjin" "»ofiru li wiii «j vwrcl^cltjlro nívol do dücom^olvimonto püic,A1 '-1 ■ 1 ■ ^1 "s^, • i1 . . ::.!mcnto deixa a decejar. /\o enancao que oofrerom obu,iu !»yv-Ll'41 ir«l|Liwiu«m«iitg 300 t>em moi.l imaturo."1! fmorionnlmrnff Hn rjii*- n m m-v ij^iirti.G. I 1|;r i ^i->r i j . ir • • j it-i i.. r-i i i -»r-i i |i/i|ir-l • I»— i^.r-i l.^ti •-■ -> v. fiuii IvÍiwl; uUCqUOdQ.i. I -»-«* t ■ ■ fíi -1 IjilK li ifr^l ■■(■ I |l IM IMIM I. I I^VI LLUIipUlUkWU '-lw LLXXLM 11lci1 It' 1 " ril /l i I ri - íneiiie bexudl, Lumpondineniu que caüa vez mais aprendemos a ver como resultado de abuso sexual anterior e não como ponto de partida, e mesmo que/as crianças fossem abertamente sedutoras e tentassem iniciar o abuso sexual, como por exemplo entrando no quarto do pai de modo sexualmente convidativo, seria sempre respon- sabilidade do pai estabelecer limites. Nem mesmo o mais sexualizado ou sedutor comportamento jamais poderia tomar a criança responsável pela resposta adulta de abuso sexual, em que-a pessoa que comete o abuso satisfaz seu próprio desejo sexual em resposta à necessidade da criança de cuidado emocional. Ao mesmo tempo, nós não podemos esperar que um pai seja capaz de lidar sozinho com a situação. Como no abuso físico, seria então responsabilidade dele sair da situação e procurar ajuda. 1.3.3. Compreendendo a pessoa que comete o abuso Expressar empatia e compreensão para pessoas que cometeram abuso sexual freqüentemente provoca fortes respostas irracionais e de raiva entre o público e os profissionais da área/ Essa resposta se origina de uma confusão, em que as pessoas pensam que compreender e mostrar empatia em relação às pessoas que cometem abuso significa desculpá-las e acusar a criança. A distinção entre os elementos inte-racionais e estruturais da responsabilidade, participação e culpa/no abuso sexual da criança permite-nos demonstrar empatia e tentar compreender por que pais, padrastos e outros tornaram-se pessoas capazes de cometer abuso sexual. Neste processo, nós podemos aprender sobre eventos de vida traumáticos na história da pessoa que comete abuso, incluindo abuso físico e sexual grave em sua própria infância. Nós podemos compreender como o abuso aconteceu e como se pode evitar sua continuação. Mostrar empatia e compreensão em relação a pessoas que cometeram abuso sexual não tira nem um pouquinho de sua responsabilidade total pelo abuso que cometeram. A distinção legal e psicológica entre responsabilidade e participação torna mais fácil modificar a posição de vingança e rejeição em relação às pessoas que cometeram abuso para um modo terapêutico de entendimento e empatia pela própria experiência de vida dessas pessoas, mantendo, ao mesmo tempo, uma clara noção de sua total responsabilidade pelo abuso. Abuso Sexual da Criança 23 1.4. Dano primário e secundário A revelação do abuso sexual da criança geralmente conduz ao envolvimento de um grande número de diferentes profissionais e agências. A avaliação de 64 casos clínicos revelou que, na média, 8.2 agências diferentes, com muitos mais profissionais individuais, haviam se envolvido (Furniss, 1988). A revelação do abuso sexual fre- qüentemente leva a uma crise na rede profissional, que pode ser maior e, às vezes, mais complexa e perturbadora do que a crise na família. Abordagens não-coordena-das freqüentemente não conseguem resolver problemas e resultam em conflitos-por-procuração e respostas de ação não-terapêuticas. Intervenções não- coordenadas podem conduzir a um dano e traumatismo maior nos relacionamentos familiares e nas crianças individualmente do que o abuso original. (Veja O processo interdisciplinar, 5.1.) No abuso sexual da criança como uma síndrome conectadora de segredo e adição nós precisamos distinguir, mais do que em qualquer outra área do trabalho com a criança e a família, entre o dano primário pelo próprio abuso e o dano secundário pela intervenção profissional. Essa noção leva em conta o fato de que, no abuso sexual da criança como um problema normativo de direitos humanos, nem todas as crianças ficam perturbadas psiquiatricamente, embora todas as crianças sejam afetadas e fiquem confusas pelos efeitos do abuso sexual como uma síndrome de segredo. Isso conduz à necessária diferenciação entre "trabalho de proteção" e "terapia" (veja Terapia e trabalho de proteção, 7.2.2). No abuso sexual da criança, qualquer intervenção profissional deve, conseqüentemente, ter como objetivo principal evitar o dano secundário pela intervenção, antes de se dedicar à tarefa terapêutica primária de tratar o trauma decorrente do próprio abuso sexual. O dano secundário e a vitimização das crianças que sofreram abuso sexual acontece em cinco níveis. 1) Estigmatização social. As crianças que sofreram abuso sexual e suas famílias podem se tornar socialmente estigmatizadas pela reação dos vizinhos, escolas e companheiros. A criança muitas vezes também é vitimizada pelas conseqüências da separação familiar. Dificuldades materiais e sociais tra- k zem problemas adicionais quando as pessoas que cometeram o abuso dei-"Xam a família nnjfão para a ppsãn_______________ ^ 2) Traumatização secundária no processo interdisciplinar. As crianças que sofreram abuso sexual podem ficar perturbadas pela vitimização secundária quando são arrastadas para conflitos institucionais estruturais e conflitos-por-procuração nas redes profissionais (veja O processo interdisciplinar, 5.1). A traumatização secundária pelos conflitos institucionais estruturais acontece mais freqüentemente nos conflitos entre o sistema legal e as necessidades psicológicas e de proteção da criança. Isso baseia-se no fato de que o sistema legal ainda não se adaptou completamente ao aspecto dos direitos humanos da criança como um sujeito perante a lei, que não obstante é estruturalmente dependente do cuidado adulto. Conflitos-por-procura-ção nas redes profissionais ocorrem em todos os níveis e conduzem a respostas de ação não-terapêuticas, resultando em terapia antiterapêutica, proteção da criança promotora-de-abuso e prevenção de crime promotora-de-crime, que podem todas resultar em grave trauma secundário na criança. (Veja O processo interdisciplinar no contexto, 5.2.) 3) Traumatização secundária no processo família-profissional. No processo família-profissional, a traumatização secundária acontece como um resultado da escolha da intervenção profissional básica e através de mudanças da forma 24 Tilman Furniss básica da intervenção pelas tamílias e membros da família. Os profissionais podem escolher uma Intervenção Punitiva Primária ou uma Intervenção Primária Protetora da Criança, em primeiro lugar, tanto quanto as famílias e membros da família podem conseguir influenciar a rede profissional de uma maneira que transforma uma Intervenção Terapêutica Primária em uma Intervenção Punitiva Primária ou em uma Intervenção Primária Pro- tetora da Criança. Se, no processo interacional família-profissional, as famílias ou os profissionais impedem uma Intervenção Terapêutica Primária, um dano secundário semelhante pode ser infligido à criança em uma Intervenção Punitiva Primária ou em uma Intervenção Primária Protetora ^ Criança. (Veja Três tipos básicos de intervenção, 4.1.) 4) Traumatização secundária no processo familiar. A falta de crença na cr::", a negação por parte das pessoas que cometeram o abuso e dos menÉB família, em casos não comprovados de abuso sexual da crianç levar ao dano secundário na criança, o que também pode acor. pais, irmãos e outros membros da família usarem a criança cc expiatório, castigando-a e acusando-a por todos os problemas como um resultado da,revelação. 5) Traumatização secundária no processo individual. As crianças que abuso sexual podem finalmente induzir traumatização secund' de seu próprio comportamento. Elas freqüentemente provocam punição ou novo abuso através de comportamento sexualizado ou ma que as torna mais vulneráveis e incapazes de se protegerem das qüências de sua própria comunicação sexualizada e mensagens de Esse processo pode facilmente conduzir à indução de ciclos inte' novos de vitimização secundária e abuso. Profissionais altamente competentes muitas vezes intervêm no contexto erra* infligindo dano secundário quando intervêm prematuramente e fora do conte: Pais são presos apenas para serem libertados, sem se levar em consideração o efe promotor-de-crime de tal intervenção evitadora-de-crime. Crianças são removidas esmo, com resultados a longo prazo dessa proteção à criança promotora-de-abuso, quando finalmente retornam à família sem qualquer trabalho de proteção ou tratamento sendo realizado com a família. Famílias que foram submetidas a intervenções não-coordenadas e malsucedidas fecham-se novamente sob os efeitos do abuso sexual da criança como uma síndrome conectadora de segredo e adição, e a criança pode ser submetida a um abuso sexual adicional agravado. O dano secundário também é infligido muitas vezes pela não-intervenção. Isso acontece com mais freqüência em situações médicas e terapêuticas em que médicos ou terapeutas ou negam o abuso óbvio ou pensam que podem lidar com o problema sem qualquer apoio estatutário. Isso freqüentemente resulta em terapia anti- terapêu-tica. O abuso sexual da criança, como uma síndrome conectadora de segredo e adição, com direitos humanos e aspectos de saúde interligados sempre requer uma abordagem genuinamente multidisciplinar, em que as questões legais e o tratamento relacionam-se mutuamente de maneira complexa e nova. O conceito de dano primário e secundário é, conseqüentemente, um conceito particularmente importante e pungente para todos os grupos profissionais que trabalham com o abuso sexual da criança. Abuso Sexual da Criança 25 1.5. Reconhecimento e crença, admissão e assunção da autoria 1.5.1. Prova, admissão e assunção da autoria pela pessoa que cometeu o abuso Prova e admissão são conceitos no domínio legal, ao passo que crença e assunção da autoria são fenômenos psicológicos. E importante manter o aspecto legal de prova e admissão separado e independente dos eventos psicológicos de crença e assunção da autoria. A admissão das pessoas que cometem o abuso no domínio legal é a pré-condição para uma abordagem terapêutica direta. As pessoas que cometem abuso e que não o admitem, mesmo perante provas legais, precisam ter sua negação trabalhada. (Veja Objetivos e etapas da intervenção terapêutica primária, 6.2; Lidando com a negação primária, 10.6.) No abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição, a admissão legal da pessoa que cometeu o abuso não pode ser igualada à assunção da autoria no domínio psicológico. Ter admitido legalmente e ter quebrado o segredo não" significa que a pessoa que cometeu o abuso está enfrentando sua responsabilidade e assumindo aquilo que fez à criança e a outros membros da família. Admissões no tribunal e provas legais irão apoiar o tratamento das pessoas que cometeram abuso, mas a admissão legal ainda não constitui a etapa terapêutica de assumir a autoria em termos psicológicos. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo, 2.1; Abuso sexual da criança como síndrome de adição, 2.2; Trabalhando com os que abusam sexualmente, 7.4.) Mesmo quando as pessoas que cometeram abuso admitem este abuso nos tribunais, ainda podem fazê-lo de uma forma mecânica. A admissão pode então se tornar a\go muito diferente e as pessoas que cometem abuso muitas vezes são capazes de dissociar-se completamente da realidade psicológica dos procedimentos ào tàbuT\a\ eru vota. delas. k suposição de que as admissões, em si próprias, já estabelecem a realidade psicológica muitas vezes e \o\a\íheTue u^^Sn^v&i ^Ift&o as pessoas que cometeram o abuso têm que ir para a prisão. A prisão compõe a evitação da realidade e as pessoas que cometeram abuso freqüentemente saem sem haver assumido a autoria em termos psicológicos. Nós também encontramos a negação secundária quando a admissão do abuso sexual da criança é retirada, no nível psicológico, depois da admissão legal inicial. A ocorrência da negação terciária é a mais dramática manifestação desse processo. (Veja Recaída no segredo e na negação secundária, 12.13; Negação terciária por parte do pai, 12.14.) Assim como as admissões legais não podem ser vistas automaticamente como assunção da responsabilidade no nível interpessoal e psicológico, também é igualmente inadequado supor que a negação, por parte das pessoas que cometeram abuso, torna impossível o tratamento. A admissão no domínio legal é necessária para o subseqüente processo de proteção. A pessoa que não admite o abuso sexual comprovado jamais será protetora, mas pode ser tratada. A natureza interacional da motivação deve nos ensinar que a negação muitas vezes está baseada em medos realísticos ou em ansiedades inconscientes que devem ser tratadas no trabalho da negação, antes que a pessoa que cometeu o abuso possa admiti-lo. (Veja A natureza interacional da motivação, 2.4.1; Manejando a negação primária, 10.6; Recaída no segredo e na negação secundária, 12.13; Negação terciária por parte do pai, 12.14.) As admissões legais, por parte das pessoas que cometeram abuso, de ter abusado sexualmente, devem ser tomadas como um primeiro passo, mas não como assunção da autoria, e não se pode ainda confiar nessas pessoas. O paralelo com outras formas de adição é impressionante. A pessoa que abusa sexualmente precisa 25 Tilman Furniss ser tratada como um alcoolista que admite pela primeira vez que bebe e diz que isso jamais acontecerá novamente. Precisamos acreditar que as pessoas que cometem abuso sexual querem parar de abusar e a admissão inicial é a pré-condição para a terapia. Mas ainda não devemos acreditar que elas não irão recair no abuso futuramente até que tenham assumido a autoria em uma prolongada terapia. Essa pessoas, mesmo então, ainda correm o risco de recaída, assim como em outras formas de adição, se não evitarem situações de alto risco. As admissões iniciais muitas vezes são colocadas forçosamente com a intenção de fazer exatamente o oposto de assumir a autoria. As pessoas que cometeram o abuso esperam que a rápida admissão superficial as poupe do longo e difícil processo de tratamento em que terão de assumir completamente a autoria. Isso explica por que muitas pessoas que no início admitiram prontamente o abuso, muitas vezes perdem a motivação depois de duas ou três sessões. Elas afirmam que depois da admissão inicial e de algum trabalho superficial não há perigo nenhum de o abuso acontecer novamente e se tornam hostis à sugestão de tratamento adicional. Quando o processo da negação psicológica é apontado, essas pessoas podem se tornar muito agressivas, e freqüentemente abandonam o tratamento se a terapia não é apoiada pelo processo legal. 1.5.2. Prova, reconhecimento e crença por parte das mães Quando mães e cuidadores não-abusivos não foram diretamente envolvidos na entrevista de revelação, muitas vezes a prova legal e as admissões por parte das pessoas que cometeram o abuso e as revelações das crianças não são suficientes para fazer com que as mães acreditem que o abuso sexual realmente aconteceu. Elas podem reconhecer o abuso superficialmente e inclusive legalmente, mas quando são confrontadas pelos profissionais com a revelação da criança, isso muitas vezes ainda não "acerta em cheio". A diferença entre o reconhecimento que eu ainda não acredito que aconteceu abuso. 1. da própria pessoa que cometeu o abuso. claramente. 9.12. Ou que as mães ouçam.11.3. Este não é o caso. Re a revelação ou reconheci. não serão capazes de proteger.externo e a crença psicológica faz com que seja extremamente importante que as mães e cuidadores não- abusivos estejam presentes na entrevista de revelação.14. A Figura 1. (Veja Ajudando mães protetoras.) E importante não tomar o reconhecimento externo de mães e cuidadores não-abusivos como crença.5.3. 2. disse um dia. como não-tratáveis. Uma mãe que havia reconhecido que o abuso acontecera e Abuso Sexual da Criança 26 que estivera envolvida no tratamento por mais de um ano. A entrevista de encaminhamento. Mães que não acreditam. A intervenção está dividida nos três aspectos essenciais do trabalho com o abuso sexual: (1) trabalho da negação." A negação psicológica e a incapacidade de acreditar podem ir ainda mais longe. que o abuso sexual ocorrera quando a equipe profissional de terapeutas e dos que trabalhavam pela proteção da criança ameaçaram levá-la ao tribunal por abuso emocional. (2) trabalho da proteção e (3) terapia. 2. Revelação pelas mães. a mãe preferiu acreditar que a pessoa que se confessara culpada pelo abuso fora para a prisão por admissões falsas. Ela colocou a menina que sofrera o abuso sob tal pressão. As crianças que sofreram abuso. (Veja A natureza interacional da motivação. de modo bastante inadequado.6. e é preciso trabalhar a negação em virtude dos possíveis desastres por trás desta e pela natureza interacional da motivação entre a mãe e a rede profissional. isto freqüentemente só se consegue depois de terapia intensiva.4. ser claramente distinguidos dos casos de negação psicológica secundária após admissões iniciais. 12. 9. A mãe somente começou a reconhecer. e o tipo de trabalho que é possível e necessário para cada um deles. 9. BB mm . afirmando que falaram o suficiente e que tudo está bem com elas.J Pessoa que Negação Admissão Assunção da Aut abusa Reação após Progenitor Não. no primeiro encontro familiar como um encontro criador de responsabilidade. (Veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. Em um dos casos. Revelação pelas crianças e a integração da experiência de abuso Assim como fazemos com as pessoas que abusam e com pais e cuidadores não-abusivos. 10. a mãe ainda afirmava que nada havia acontecido.1. O trabalho da negação precisa ser realizado com mães e cuidadores não-abusivos que não conseguem reconhecer que o abuso realmente aconteceu. São igualmente necessários um trabalho de proteção e terapia. que a criança foi ficando cada vez mais perturbada. ent cuidador mento mento mento não-abusivo . Os casos de tratamentos concluídos com sucesso devem. portanto. ento reconheci.) Mães que não acreditam são muitas vezes não apenas vistas como não-prote-toras. mas não acreditam. ou na própria sala ou na entrevista de encaminhamento imediatamente após. 6. Em vários casos nos quais as pessoas que cometeram abuso haviam confessado. subitamente: "Eu preciso lhe dizer. e veja Nomeando. da mesma forma que as pessoas que abusam e os cuidadores. Em crianças perturbadas. Manejando a negação primária. que ele havia mentido.11. a mãe disse ao pai. ento reconheci. mas não a acreditar. para ser franca.7.4. podem estar com tanto medo de enfrentar o abuso que tentam evitar a confrontação terapêutica.3. mas também. Reconhecim Crença Não. Organizando a entrevista de revelação. Em outra família. criando e mantendo o abuso sexual como realidade. Reconhecim Crença Não.) As mães que reconhecem o abuso. Essa mãe ficava extremamente hostil à qualquer menção do abuso.2. 12. que o abuso sexual da criança realmente aconteceu. O primeiro encontro familiar como um encontro criador de realidade e responsabilidade. precisamos distinguir entre a revelação inicial e externa das crianças e os aspectos psicológicos mais profundos da integração da experiência de abuso. 9.2 mostra os diferentes tipos de reação das pessoas que abusam e dos cuidadores não-abusivos depois da revelação. admissão e assunção da autoria após a revelação 2 O Processo Individual 2. (Veja Prova Forense e exame médico.2. Temendo^por si própria. Essas duas condições interligadas neste tipo de abuso resultam em uma constelação única. Entrevista legal com a criança. (Veja Permissão terapêutica explícita para a revelação.2. Trabalho da + + + + 0 0 + 0 negação com a com a com o com o pessoa que pessoa que cuidador cuidador abusa abusa Intervenção Trabalho da . Temos a esperança de que o presente índice de casos comprovados com evidência física cresça com a prática (Hobbs e Wynne. 2. quando as mães. Acusações verbais A falta de evidência médica e da prova Forense requer a acusação verbal por parte da criança ou de alguma outra pessoa como representante da criança.Impossível 0 Possível mas não necessário s 3 Figura 1.1. 1. Prova Forense e evidência médica A prova Forense e a evidência médica estão disponíveis apenas em uma minoria dos casos. 9. e nós precisamos da admissão da pessoa que cometeu o abuso.5. Com as abordagens atuais muitas vezes ainda primariamente punitivas contra os perpetradores. a criança ainda pode negar o abuso mesmo quando inquirida abertamente. O abuso sexual da criança como síndrome de segredo para a criança é determinado por fatores externos. por aspectos específicos de segredo na própria interação abusiva e por fatores psicológicos internos. 9. muitas pessoas que cometeram abuso sexual não irão admiti-lo. Fatores externos de segredo Nós encontramos cinco fatores externos principais que constituem o aspecto externo do abuso sexual da criança como síndrome de segredo.1. + com a + + + + + proteção com o pessoa que com a pessoa com a pessoa com a MC cuidador abusa 0 que abusa que abusa 0 pessoa que com o com o abusa cuidador cuidador Terapia + + + + + + + com o com o com a pessoa com a cuidador cuidador que abusa pessoa que abusa oo + Possível e indicado .5. Abuso sexual da criança como síndrome de segredo para a criança A natureza específica do abuso sexual da criança como síndrome de segredo para a criança e a família. e como síndrome de adição para a pessoa que comete o abuso. por sua família ou pela pessoa que 27 27 Tilman Furniss cometeu abuso. 1987)1 Os profissionais terão de conviver com o fato de que também no futuro a maioria dos casos não terá evidência médica conclusiva de abuso sexual. esclarece a diferença entre o abuso sexual da criança e outras formas de abuso na infância.) A suposição de que o progenitor não-abusivo é o aliado natural da criança que sofreu abuso conduz a uma das formas mais comuns de fracasso da intervenção. não tendo sido a pessoa que levantou a . Por exemplo. Mas até mesmo uma clara evidência médica de abuso sexual muitas vezes ainda~hão constitui prova forense no que se refere à pessoa que cometeu o abuso. 8. Ameaças contra a criança freqüentemente conduzem a sofrimento prolongado dó abuso sexual quando a criança não tem coragem de revelar.1. Reconhecimento e crença.) 2. um grave abuso oral prolongado pode não ser medicamente detectável. O abuso começara quando a mãe engravidara novamente.suspeita de abuso sexual. A mãe continuou não querendo confrontar o marido com a revelação da criança. 5. não menos importante e contrariamente à crença popular. Mentira e negação A preocupação com os aspectos legais e de proteção à criança. cujo padrasto abusava sexualmente dela desde seus sete anos. conduziu à severa negligência dos aspectos psicológicos e interpessoais do abuso sexual da criança. serem chamadas de mentirosas e serem castigadas pela revelação. em vez de acreditar na filha e confrontar o marido. Ela simplesmente falou a ele da revelação. a criança não percebe a comunicação inconsciente do abuso. da proteção à criança e da saúde precisam enfrentar esse fato crucial do abuso como síndrome de segredo. é basicamente fundamentado nas ameaças. a criança está totalmente consciente dos fatos. O resultado é.2. A mentira está baseada nos elementos externos do abuso sexual da criança como síndrome de segredo. esta. procurou o clínico geral para pedir conselhos. de que as crianças mentem e os adultos falam a verdade. as crianças mentem mais freqüentemente quando negam ter ocorrido abuso sexual do que quando acusam falsamente um membro da família de abuso sexual. e você terá que ir embora". a negação do abuso sexual. A ampla gama de ameaças. ligando-a imediatamente ao diagnóstico de ciúme que o clínico geral fizera. Os profissionais da lei. de que o casamento dos pais irá terminar e de que a revelação conduzirá à desintegração familiar. não obstante. Os eventos psicológicos da mentira consciente e da negação inconsciente são muitas vezes confundidos. no abuso sexual. Essas ameaças à vida e à integridade da criança estão implicitamente. as crianças foram ameaçadas de serem mandadas embora. (Veja Da loucura à maldade. Como um resultado das ameaças de violência e ameaças de desastre na família. de serem mortas pela pessoa que cometeu o abuso ou de que esta irá se matar. Um exemplo típico de membros da família e agências externas coniventes na negação é o caso de uma menina de quatorze anos de idade. Na negação. Códigos legais inteiros são construídos sobre a noção. Na mentira.) 4. e muitas vezes de modo claramente explícito. certamente. 2. O segredo é geralmente reforçado pela violência. Mentindo sob ameaça As crianças que sofreram abuso freqüentemente são obrigadas a não revelar para ninguém dentro da família ou fora dela. com a pergunta sobre se o abuso sexual poderia ter acontecido. a maioria das crianças que sofreram abuso sexual não quer perder seus pais pela prisão ou divórcio. que aquilo que acontece durante o abuso é um segredo entre a criança e a pessoa que abusa. "Se você contar a alguém. Algumas vezes encontramos uma mistura de amea Abuso Sexual da Criança 28 ças e suborno. são abordadas separadamente e antes da pessoa que cometeu o abuso. (Veja Etapas da intervenção na crise da revelação. O clínico geral disse que a criança estava mostrando sinais de ciúme em reação à gravidez da mãe. Finalmente. Embora a menina tivesse tentado contar à mãe. Elas querem muito um pai. A recusa da mãe de confrontar o marido e sua conivência com a negação do abuso sexual por parte do clínico geral permitiram que o pai usasse a menina como bode expiatório e a chamasse de mentirosa. 8. Ansiedades em relação às conseqüências da revelação Em muitos casos. agências externas muitas vezes também não acreditam na revelação da criança. Como um resultado do processo legal.2 Aspectos inter acionais do segredo: rituais de entrada e saída 1. quando tentou cometer suicídio. que continuou até ela atingir a adolescência. até agora não comprovada.) 3. A ausência de crença finalmente se estende ao sistema legal.1. As revelações ou comunicações das crianças que sofreram abuso sexual muitas vezes não são acreditadas por razões legais. Não acreditando na comunicação da criança Eu ainda não vi casos de prolongado abuso sexual da criança dentro do contexto familiar em que a criança não tenha tentado comunicar o abuso a alguém dentro ou fora da família. mas um pai que não abuse. Isso freqüentemente conduz a uma negação direta por parte da mãe e a uma revelação prematura da suspeita em relação ao pai. A criança não ousou repetir a alegação de abuso sexual. em que o ganho secundário dos subornos e de um tratamento especial mantém o segredo que. e a forma externa e . etc. crianças que sofreram abuso sexual são forçadas a continuar vivendo com a pessoa que cometeu abuso e com o abuso. ameaças de violência ou castigo. a outros membros da família ou a pessoas de fora. Pode ser dito à criança. até a ameaça de morte. Uma abordagem punitiva primária em relação às pessoas que abusam é portanto um forte fator externo para que as crianças mantenham segredo e não revelem. apenas para não serem acreditadas. Nós freqüentemente encontramos crianças que dizem ter tentado contar às suas mães. Capítulo 1. será culpa sua se o papai for para a prisão" ou "Será culpa sua se a mamãe ficar chateada. constitui um forte fator externo para que a criança não revele. Além disso. ligadas à atribuição de culpa e total responsabilidade por esses eventos à criança. especialmente às crianças pequenas. desde o aviso de que ninguém irá acreditar na criança de toda maneira. Ela foi severamente castigada pela revelação e continuou a sofrer abuso sob crescentes ameaças de violência. ou de que as comunicações das crianças são menos válidas ou menos confiáveis do que as declarações dos adultos. sem nomear essa transição. Pela transformação da pessoa que abusa na "outra pessoa". 2. tom de voz alterado e comportamento físico estranho. A anulação através da dissociação é acompanhada e aumentada por formas usualmente muito rígidas e ritualizadas de interação. Criam a sucessiva divisão temporal na pessoa que comete o abuso. Psicologicamente. Pelo contexto em que ocorre o abuso. As crianças freqüentemente descrevem como o abuso ocorria em silêncio ou sem qualquer contato visual. seja no intercurso vaginal. a. O intenso contato de pele e a estimulação corporal constituem o aspecto sexual do abuso sexual. Formam uma parte central do aspecto interacional do abuso sexual da Abuso Sexual da Criança 29 criança como síndrome de segredo. não da mentira. freqüentemente comportam-se de modo muito diferente de seu eu habitual. As pessoas que abusam geralmente tentam negar qualquer aspecto de relacionamento real entre elas e a criança durante o abuso. Os rituais de entrada e saída não apenas reforçam ainda mais a anulação e negação do abuso sexual em seu exato processo. perceptuais e emocionais. Este é o resultado da negação. Os rituais de entrada e saída ampliam a experiência incongruente da realidade externa na dimensão temporal. Devemos pensar assim quando queremos fazer a importante distinção psicológica da negação inconsciente e não-percepção. O ritual de entrada serve para transformar uma interação comum pai-criança na interação "outra pessoa" criança. A segunda camada de anulação é a transformação da pessoa que abusa de figura paterna na "outra pessoa". como pseudoparceiro. 29 Tilman Furniss a. conforme foi colocado no capítulo 1. Rituais de entrada e saída. nada está acontecendo. Isso pode ser muito assustador quando os pais se transformam na "outra pessoa". Quase todas as crianças descreveram vividamente mudanças nas expressões faciais. A característica central da interação sexual entre a pessoa que abusa e a criança é a tentativa. e tentam evitar qualquer reconhecimento claro daquilo que está acontecendo. Durante o contato mais intensamente físico e corporal humanamente possível. As pessoas que abusam sexualmente. As crianças mentem sobre o abuso sexual porque estão com medo de serem castigadas. O intenso contato de pele e a estimulação do corpo durante o ato sexual criam um estado de extrema estimulação física e fisiológica na criança. c. b. por parte da pessoa que abusa. o abuso sexual da criança geralmente permanece um segredo de família. totalmente conflitante e contraditória em termos fisiológicos. até mesmo depois de uma clara revelação. contato físico atualizado. não acreditadas e não protegidas. Transformação da pessoa que abusa em "outra pessoa". a negação pertence ao conceito psicológico de crença e assunção da autoria. A experiência sensória desorientadora do ato sexual acontece em um contexto em que a pessoa que abusa tenta negar totalmente que o abuso sexual está ocorrendo. 0 contexto do abuso. que são mantidas por breves e esterioti-padas ordens e ameaças verbais. mesmo se ninguém pudesse ver do lado de fora. Eles também reforçam a poderosa dissociação das mensagens sensoriais fisiológicas contraditórias durante o abuso. Os altos níveis de ansiedade podem ser ainda mais aumentados pelo desamparo e incapacidade da criança de deixar a cena. com gestos diferentes. e inclusive quando as ameaças legais e estatutárias há muito tempo já foram removidas. quando em estado de excitação sexual. Isso é conseguido pelo silêncio. para negar o abuso que está acontecendo. de criar um contexto que anule a exata realidade externa do abuso sexual em andamento. As sensações físicas do abuso e o contexto interacional criado pela pessoa que abusa conduzem a uma experiência dupla.consciente de negação é de fato uma mentira. A anulação através da dissociação da realidade externa do abuso sexual durante o ato sexual não permite à criança perceber a realidade como realidade e nomear a experiência de abuso como abuso. não é?" enquanto a penetra sexualmente mais abaixo. Os rituais de entrada e saída são a terceira camada de anulação. A estimulação física pode provocar extremas sensações corporais de dor e excitação. E como se a pessoa que abusa estivesse faiando ao rosto da criança "O que você quer dizer. evitação do contato visual e muitos aspectos ritualizados da interação. A mentira relaciona-se ao conceito legal de prova. anal ou oral ou na masturbação. antes . Essa pessoa pode ser um pai carinhoso. Por uma camada interacional adicional de negação através dos rituais de entrada e saída. padrão incomum de linguagem. e em termos de relacionamentos familiares. A anulação do abuso na própria interação abusiva A natureza sexual do abuso sexual e da experiência toda é negada e anulada em três níveis contextuais. c. A pessoa que abusa tenta dissociar e anular a natureza sexual do abuso sexual. escuridão. ou em total escuridão e com as cortinas fechadas. no processo do próprio ato abusivo. minimizando o input de outros modos sensoriais. b. elas tentam desconectar-se totalmente da criança em termos psicológicos. No ritual de saída ocorre o processo contrário igualmente não-nomeado da transição dessa "outra pessoa" abusiva no pai e adulto confiável. como foi a escola ?". 2. e falar "agora vá fazer seu tema de casa". trabalhando. Exemplos clínicos Sara sofrera abuso sexual durante oito anos. Ela contou que o abuso acontecia durante o dia. e ele e Sara continuavam vivendo como se jamais tivesse acontecido abuso sexual nesse intervalo. O mesmo ser humano pode ser uma pessoa-pai carinhosa. no qual ocorria a transformação de pai na pessoa que abusava e novamente no pai. enquanto o pai subia para o andar de cima. mas estaria de frente para a cama. Essa separação é vital para se poder manter a dissociação e a anulação. Ele não olharia para ela. E como se as duas frases tivessem seguido uma a outra diretamente. como se nada tivesse acontecido. um pai recebe em casa a criança que volta da escola. com as cortinas fechadas. você deve ter ficado com sede na escola". como foi a escola ?". Sara ficaria em seu quarto sozinha e algum tempo se passava antes que o pai chamasse: "Sara. O pai puxava as calças para cima. o período de tempo e a experiência entre os rituais de entrada e saída. Essa frase era o exato início do ritual de entrada do abuso sexual.1. não respondia ao conteúdo verbal explícito da chamada do pai. em um dado momento. Depois do abuso. A interação abusiva no abuso sexual da criança como síndrome de segredo. nenhum contato visual — Interações e ordens ritualizadas este-riotipadas. Ao sair do quarto. olhasse para ela criando um contato visual.3. Sara. O pai se tornava o pai novamente. antes de revelar. como ilustrado na figura 2. terminando no ritual de saída. Ela na verdade sabia que o chamado do pai: "Sara. onde seu pai estaria de costas para a porta entreaberta. suba e venha arrumar seu quarto". Segredo internalizado: acomodação. Essa exata frase já era portanto uma parte integral do abuso sexual. de seu quarto. sem dizer uma palavra. O espaço de tempo completo entre o exato início do ritual de entrada e o exato final do ritual de saída marca o período de tempo do abuso sexual.1. e "dissesse vamos para a cama fazer sexo". Ela então ouvia o pai chamar. No ritual de saída. não tinha nada a ver com a arrumação do quarto. e alguém assustador que abusa. mas subia para o andar de cima silenciosamente. parece impensável no abuso sexual da criança. Era esperado que ela descesse e bebesse alguma coisa. Eles se tornam as unidades de quinze minutos perdidas e dissociadas na vida da criança. Eu jamais soube de um pai que abertamente tomasse sua filha pela mão. no andar de baixo. como se aquilo nunca tivesse existido. Por exemplo.1. As calças estariam abertas e o abuso sexual começaria. a interação sexual terminaria com um ritual de saída. mantidas por ameaças / força — Pai toma-se "o outro" — Anulação do fato do abuso que em si mesmo é anulado //' \ fotual de // \\ Ritual de entrada // \\ sa^a II \\ 1/ \\ l w 1 v\ I \\ i \\ p o \\ Pai-cnançay^' ^ /' \\ ^ Interação Figura 2. dizendo "oi. síndrome do campo de concentração e excitação sexual . Ela não requeria nenhuma resposta verbal. como foi a escola?" e o bem posterior "agora vá fazer seu tema de casa" nenhum tempo se passou e nenhum abuso sexual ocorreu. o pai criaria um espaço físico e um espaço de tempo entre ele e a filha. — Escuridão. era o final do ritual de saída e a conclusão do abuso sexual. silêncio. a pessoa que o cometeu e a criança cortam fora de sua realidade mutuamente reconhecida. "Sara. apenas ordens estereotipadas durante o intercurso anal e o vaginal. quando sua mãe estava fora.e depois do abuso. Ela costumava ficar no andar de baixo. na sala de estar ou na cozinha. você deve ter ficado com sede na escola". Não havia nenhum contato visual. sem nada entre elas. suba e venha arrumar seu quarto". durante o abuso. fingindo para ele próprio e para a criança que entre o primeiro "oi. Ele depois pode iniciar o ritual de entrada e acontece o abuso sexual. Esse reconhecimento da realidade do sexo e do aspecto de relacionamento. No final. Tilman Furniss Os rituais de entrada e saída sempre criam um espaço físico e um espaço de tempo entre a pessoa que abusa e a criança. dando-se o contrário no ritual de saída. que sabia que seu quarto estava em perfeita ordem. em que a transformação de "pai" em "pessoa que abusa" ocorre no ritual de entrada. Ele então pode se voltar para a criança como se tivesse acabado de dizer "oi. Sara sabia que quando chegasse ao andar de cima entraria em seu quarto escurecido. Apenas a exata frase: "Sara. ele dizia à filha para arrumar a cama. Depois ele ia ao banheiro e de lá diretamente para a cozinha. que é a marca dos relacionamentos sexuais e amorosos claros. que se transforma na "outra pessoa" diferente durante o abuso. como antes no ritual de entrada. Ele então fecharia a porta com o pé. psicológica e interpessoal. No entanto. p. e do fato da vítima começar a falar a linguagem do carcereiro. quando a experiência voltava a emergir. ameaçava. durante o intercurso. Algumas fingem que não são elas que estão sofrendo abuso e tentam ver o abuso a distância. Esse elemento é crucial para a compreensão dos vínculos e lealdades possivelmente bizarros entre vítima e perpetrador. Ela somente voltava a emergir quando os mecanismos de manejo e as defesas eram abalados mais tarde na vida por novos eventos estressantes. . A acomodação ao abuso e a criação da pseudonormalidade são o resultado da impossível tarefa psicológica de integrar a experiência. O processo de acomodação acontece através da internalização da experiência inerentemente incongruente da interação abusiva. começam a adaptar-se psicologicamente àquilo que. O segredo. Estruturas psicológicas básicas que Abuso Sexual da Criança 31 permitem a sobrevivência psíquica se desenvolvem ao custo de uma percepção gravemente distorcida da realidade externa e emocional. que bloqueia a orientação e a experiência congruente. o perpetrador e a 31 Tilman Furniâ vítima. com o passar do tempo. como se estivesse olhando à distância para a criança que está sofrendo o abuso. (Summit. Ao tentarem anular a experiência em processo. elas criam uma disposição complementar ao desejo da pessoa que abusa de negar o abuso em processo como uma interação ilegal. em flashbacks. independentemente das ameaças. desamparo e sendo enganadas. no momento. Uma outra maneira de normalizar é fingir. como Summit descreveu. os provedores pervertidos de vida. inundar e dominar completamente os mecanismos de manejo e as defesas do sobrevivente. Ela pode descobrir estados alterados de consciência para desligar-se da dor ou para dissociar-se de seu corpo. freqüentemente acabavam conduzindo a um estado psicológico em que a experiência no campo de concentração parecia ter sido completamente apagada. em "Child sexual abuse accommodation syndrome". A interação abusiva. 185) Summit. dissociar-se da experiência e criar um estado pseudonormal que lhes permita sobreviver ao abuso. e inclusive de atenção emocional positiva. O aspecto comum de culpa não se relaciona à culpa específica do sobrevivente na síndrome do campo de concentração. Essas são apenas algumas maneiras extremas com que algumas crianças tentam anular o abuso no próprio processo. que a parte de baixo do corpo não existe. em suas conseqüências a longo prazo.Roland Summit (1983). Se a criança não é capaz de criar uma economia psíquica para resignar-se ao contínuo ultraje. Os mesmos mecanismos que permitem à criança a sobrevivência psíquica tornam-se obstáculos a uma efetiva integração psicológica quando adulto. A criança é forçada a viver uma vida aparentemente normal em que não parece existir nenhum abuso. no processo de acomodação. O mecanismo normalizador extremo de sobrevivência que os sobreviventes dos campos de concentração desenvolveram durante a vida nesses campos. constitui um fator perturbaH dor importante. muito semelhante aos processos descritos na Síndrome do campo de concentração (Bastiaans. a seguir. 1983. As ameaças por parte da pessoa que abusa e a estrutura negadora de realidade da experiência impedem que a criança seja capaz de chamar o abuso de abuso. que continuamente ameaça a vida e a integridade física e psicológica da criança. O abuso sexual da criança como síndrome de segredo e a síndrome do campo de concentração podem criar problemas semelhantes de personalidade. Em um grau] bem menor. Outras tentam entrar em estados alterados de consciência. de culpa e auto-estima. em que a realidade jamais deve ser mencionada como tal. como se estivessem dormindo. a intolerância ao desamparo e o crescente sentimento de raiva ^buscarão uma expressão ativa. constitui uma situação intolerável. A experiência internalizada de prolongado abuso sexual da criança pode levar a dificuldades semelhantes para se estabelecer o abuso tanto como um fato externo quanto como uma realidade interna. manutenção e cuidados externos. mas à experiência forçada de viver junto. Eles são. se torna. A tradução da violação estrutural da integridade da criança numa simulação de normalidade parece. um evento aparentemente normal. 1957). As crianças tentam sobreviver ao abuso de diferentes maneiras. A acomodação cria um estado psíquico diferente daquele da negação. e ao complexo padrão psicológico desenvolvedan de interdependência e apego entre a pessoa que abusa ou o carcereiro e a vítimaJ Problemas de culpa e auto-estima também se relacionam à incongruência da expe-j riência de segredo sob ameaça. continua a descrever a grande variedade de sintomas e expressões de autopunição no abuso sexual prolongado da criança. descreveu como as crianças que sofreram abuso sexual em segredo. O segredo e o desamparo e a possível impredizibilidade e ameaça à vida são constantemente reforçados em renovadas invasões à autonomia e à integridade física e mental da criança. O padrão interacional pseudonormal entre a vítima e o perpetrador torna-sa ainda mais complicado pelo fato de que a pessoa que abusa. nós observamos o mesmo processo psicológico interacional nos casos prolongados de seqüestro. durante um longo tempo. o guarda do campo e o terrorista não são apenas pessoas que ameaçam a vida e a integridade. mais encantadoras e mais especiais do que outras pessoas significativas nas suas vidas. 3) O abuso sexual. está manifestada nos estados dissociativos das personalidades múltiplas. A não-experiência. Abuso Sexual da Criança 32 Essas respostas são parte da negação dos profissionais e outros adultos da natureza sexual do abuso sexual. um reflexo do fato de que a atenção abusiva que a criança obtém é a atenção e o cuidado parental mais importante. não cria primariamente uma experiência prazerosa.1. A dissociação e anulação da realidade por meio do segredo externo. Abuso sexual da criança como síndrome de adição O abuso sexual da criança como síndrome de adição para a pessoa que abusa é complementar ao abuso sexual como síndrome de segredo para a criança. 1) As pessoas que abusam sexualmente de crianças sabem que o abuso é errado e que constitui crime. 2) A pessoa que abusa sexualmente sabe que o abuso é prejudicial à criança. a criação do "tempo perdido"e a criação do espaço físico entre o abuso. O aspecto fisiológico da excitação no alívio de tensão no abuso sexual e o forte elemento formador de hábito podem conduzir à aditividade no comportamento de atuação sexual que pode ser extremamente difícil de tratar. as crianças podem não querer desistir desse relacionamento. a pessoa que abusa e a família. pelos rituais de entrada e saída. A necessidade de considerar os aspectos sexuais fisiológicos do abuso sexual nas crianças está no fato de que a excitação sexual genuína é extremamente formadora de hábito. O abuso sexual pode levar a criança a um papel de pseudoparceira que ela pode querer manter. como outras adições. A força desse apego pode ser vista de modo especial em famílias com um único progenitor.1. em alguns casos. 2. formação de hábito e gratificação secundária A excitação fisiológica. e isso é bastante aceito. 4) O processo é conduzido pela compulsão à repetição. Permitir que uma criança fale sobre aspectos de excitação sexual pode despertar respostas extremamente hostis nos adultos. Apesar dos possíveis efeitos prejudiciais. Vínculos sexualizados. A anulação da realidade em diferentes níveis interacionais e internos e o segredo externo durante o ato do abuso tornam a não-experiência uma parte integral da experiência de abuso sexual da criança. como expressão do segredo que cerca o abuso. As crianças que sofreram abuso sexual e que apresentam comportamentos tortuosos freqüentemente tiveram relacionamentos abusivos mantidos por aspectos de suborno e recompensas. .Podem emergir formas da lealdade e apego extremamente difíceis de se compreender e aceitar. Apesar disso. que observamos igualmente em crianças pequenas e em adultos. mas serve para o alívio de tensão. a mudança do pai na "outra pessoa".5. vínculos e culpa constitui um elemento central na terapia do abuso sexual da criança. e as interações não-abusivas. irmãos e outras crianças. 6) O aspecto sexual egossintônico do abuso sexual dá à pessoa que abusa a "excitação" que constitui o elemento aditivo central. que sentem ser positivo enquanto não têm experiências alternativas. as semelhanças são impressionantes. Isso inclui recompensas materiais que a criança sabe não serem recebidas pelas crianças que não sofrem abuso. Efeitos interligados: dissociação e "personalidade múltipla" Os elementos interacionais e internos do abuso sexual da criança como síndrome de segredo anuladora de realidade pode criar formas extremas de dissociação na criança e na pessoa que comete o abuso. em sua forma extrema. 2. o abuso acontece. criam uma síndrome do abuso em que a nomeação e criação da realidade externa da experiência de abuso sexual torna-se um desafio e uma tarefa terapêutica central. em que o pai. A formação de hábito da excitação sexual e alívio da tensão através da estimulação sexual pode conduzir à forte sexualização. Essa tarefa. 12. a forma extrema de incapacidade de criar uma realidade integrada da experiência. mesmo ao custo de confusão e perturbação emocional. A excitação fisiológica da pele e especialmente da área genital no abuso sexual pode ser extremamente dolorosa e assustadora.4. enquanto único progenitor. que recebe. é também a pessoa que comete o abuso. Isso fica mais confuso pelos aspectos de adição. ou inclusive o único. Também inclui convencer as crianças de que elas são melhores. assim como suas mães. Eles contribuem para o comportamento extremamente leal de algumas crianças e adolescentes que sofreram abuso sexual. 5) Os sentimentos de culpa e o conhecimento de estar prejudicando a criança podem levar a tentativas de parar o abuso. Embora haja diferenças específicas em relação a outras formas de adição. Lidar com essas lealdades. Um senso deturpado de ser especial pode resultar em um senso de ego inflado que é espúrio e falso e não se relaciona à apreciação das verdadeiras necessidades da criança e dos cuidados em relação ao seu verdadeiro eu. E mais difícil para os profissionais suportarem a idéia de que algumas crianças e adolescentes geralmente ficam sexualmente excitados. cria o singular problema terapêutico e de proteção da criança no abuso sexual como síndrome de segredo. A gratificação secundária através de subornos e recompensas pode ter efeitos extremamente corruptores. O forte apego das vítimas em relação à pessoa que abusa é. a gratificação secundária e o vínculo sexualizado contêm elementos de experiência positiva no abuso sexual. mas evitava enfrentar o que havia feito. Então ele abusava da filha. Depois disso ele se sentia culpado. e quando os dois estavam sozinhos na casa. A natureza do trauma no abuso sexual da'criança..^. e sentia como se existisse uma nuvem de neblina em sua volta.. 33 Tilman Furni (1) Trauma comum Experiência traumática Realidade reconhecida . A função da criança no abuso sexual Um pai. 8) Os aspectos egossintônicos e sexualmente excitantes do abuso sexual da criança e o subseqüente alívio de tensão criam dependência psicológica. O conhecimento de que o abuso é errado. independentemente de ameaças legais. descreveu como sentia uma tensão física crescendo em seu corpo quando estava sob estresse.2. Ele ficava tenso.7) A gratificação sexual do ato sexual ajuda a evitação da realidade e apoia uma baixa tolerância à frustração. 10) A tentativa de parar o abuso pode levar a sintomas de abstinência tais como ansiedade. agitação e outros sintomas. Isso fazia com que ele se sentisse como se estivesse queimando. os elementos egossintônicos aditivos geralmente estão ausentes. Abuso Sexual da Criança 33 A diferença importante entre abuso físico e sexual é o aspecto egossintônico do abuso sexual e a "excitação" que a pessoa que abusa obtém dele. Assumir completamente a autoria do abuso sexual como realidade psicológica pode ser extremamente ameaçador e assustador para as pessoas que abusam sexualmente. A diferença está na natureza sexual do abuso sexual. Isso traz problemas específicos no manejo geral do abuso sexual da criança e na terapia dos perpetradores. compelido. Ele então tentara culpá-la por isso. A criança como um instrumento de excitação.3. o dano infligido à criança. saindo nu do banheiro. No abuso físico. Um pai que admitira . O abuso sexual ainda pode ser negado psicologicamente como expressão da evitação da realidade na síndrome de segredo e adição.Interrogatório traumático — Entristecer-se — Conversar (2) Trauma no abuso sexual da criança A Abuso secreto Trauma como não realidade = não trauma Realidade _^ Simulação intactas de reconhecida normalidade e continuidade Dissociação entre o abuso secreto e a realidade reconhecida Figura 2. O abuso sexual da criança como síndrome de adição não significa que as pessoas que abusam sexualmente não sofram ou não possam estar precisando de ajuda. Novamente nós precisamos diferenciar mentira e negação. os sentimentos de culpa e a compulsão à repetição são elementos comuns no abuso físico e sexual. não como pessoa (1) A pessoa não é vista (2) As necessidades não são vistas (3) O dano não é visto (4) Nenhuma empatia Figura 2. mecanismos frágeis de manejo e funções de ego frágeis. Uma vez ele tentara parar o abuso e dissera à filha para não se aproximar dele quando eles estivessem sozinhos na casa. irritabilidade. Somente em uma minoria muito pequena de casos graves de abuso físico nós observamos um claro prazer sádico no processo de bater e abusar fisicamente da criança. que abusara da filha durante 4 anos. A própria fragilidade de ego que conduziu ao abuso sexual como forma de evitar a realidade faz com que seja muito difícil para essas pessoa enfrentar sua responsabilidade pelo abuso. para ela própria e para o mundo externo. A excitação e o subseqüente alívio sexual criam dependência psicológica e negação da dependência. o alívio de tensão. e o fazia evitando literalmente olhar para a filha por um certo tempo. 9) A pessoa que abusa sexualmente tende a negar a dependência. mesmo nos casos em que a pessoa confessou o abuso abertamente no tribunal. procurando a filha e abusando novamente dela. e ele sabia que iria abusar sexualmente da filha e criava as circunstâncias para isso. ele criara uma situação. tomando um banho. legalmente o abuso e que estivera na prisão por dois anos. Um caso de abuso extrafamiliar por um homem de meia-idade em uma pequena comunidade envolvendo várias crianças continuou por um período de mais de dois anos. em que a "droga" é uma criança estruturalmente dependente. sendo que a criança é forçada a associar-se à síndrome de segredo. Assim como não há um estado de "não-comunicação" em um contexto social. nos ensinou que nesse contexto não existe um estado de não-motivação intrínseca.3. dos problemas psicológicos e de relacionamento para as questões legais e de proteção à criança no trabalho com o abuso físico e sexual. a descontinuação efetiva da adição. O ciclo aditivo no abuso sexual da criança. tem sido tradicionalmente considerada um processo psicológico interno do indivíduo que pertence ao cliente e paciente. a criança se relaciona com a pessoa que abusa como figura parental. O processo de entrosamento entre segredo e adição As síndromes de segredo e adição são síndromes interligadas. Abuso 2. em situação semelhante. capítulo 13. que não sabia o que acontecera e que queria descobrir. O processo individual no contexto 2. O abuso sexual da criança como síndrome de adição também significa que as pessoas que abusam sexualmente não ficam "curadas" depois de um tratamento' bem-sucedido. ia 34 T> ^ i 11 I^_ Fianonmpntn V Alívio <- Figura 2.4. . as pessoas que abusam sexualmente correm o risco de voltar a abusar novamente. O abuso sexual da criança é uma interação ilegal. mecanismos de evitação da realidade para a pessoa que abusa. o que é muitas vezes falsamente interpretado como estar "não-motivado". como uma conseqüência da experiência total de abuso sexual e seu contexto. dizendo que havia ido para a prisão de modo a proteger sua enteada. O movimento da "loucura" à "maldade". C. O aspecto do segredo e o aspecto da adição constituem. A adição tem a mesma função do comportamento sexualizado e da masturbação compulsiva das vítimas de abuso sexual. Um padrasto.) .h. apesar das longas ações] legais. apresentando todos os elementos cruciais do abuso sexual da criança como síndrome conectadora de segredo e adição. A adição cria uma alívio de tensão e uma evitação da realidade que ajudam a vítima a evitar enfrentar a realidade da experiência abusiva. abuso de solventes. A decisão sobre tratamento e terapia. A natureza interacional da motivação A motivação. Existe uma motivação para estar motivado ou uma motivação para não estar motivado. romper o segredo. criar e manter a realidade e lidar com os apegos mútuos.4.1 . ao mesmo tempo da máxima importância. (Veja Abuso sexual extrafamiliar da criança. No abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição.4. A grande dificuldade de se parar o abuso sexual da criança. Crianças que sofreram abuso sexual prolongado. especialmente em crianças mais jovens e até mesmo no abuso extrafamiliar. aditiva para a pessoa que abusa. evitando que ela tivesse que testemunhar no tribunal. Embora a síndrome conectadora de segredo e adição totalmente desenvolvida seja mais importante no abuso sexual prolongado dentro da família. O segundo elemento no comportamento aditivo são os crescentes níveis de ansiedade. depois de ser libertado. conseqüentemente. dependência de tranquilizantes menores e outros comprimidos. Mecanismos de manejo inadequados associam-se à crescente ansiedade decorrente do abuso. freqüentemente. Nenhum deles havia enfrentado psicologicamente o abuso e para nenhuni deles o abuso se tornara uma realidade e fato psicológico. parece ser uma combinação de dois elementos principais. podemos encontrar aspectos semelhantes no abuso breve. O mecanismo que conduz à adição. ambos. era avaliada em termos da presença ou ausência de motivação como propriedade individual. abuso de álcool e nicotina.1. desenvolvem mecanismos de manejo desadaptativos para alívio da tensão do estresse. nas vítimas. 2. Em circunstâncias de estresse e em situações que lhes apresentem a: oportunidade. A experiência do abuso sexual ensinou-as a lidar com o estresse e a ansiedade através do alívio direto de tensão no comportamento aditivo. também não existe um estado de "não-motivação na intervenção" do abuso sexual da criança. entre a pessoa que abusa e a criança são efeitos específicos do abuso sexual da criança como síndrome conectado-ra de segredo e adição. mantinha um estado psicológico de negação. freqüentemente muito fortes e destrutivos. declarou. Em muitos casos. Aspectos de adição também ocorrem freqüentemente nas vítimas do abusa Entre sintomas aditivos comuns encontramos drogadição. Nenhum desses dois homens precisava mentir por razões 34 Tilman Furnism legais. A adição a uma "droga" que é uma criança estruturalmente dependente torna extremamente difícil e. os membros da família podem estar motivados para confiar ou podem estar motivados para não confiar. 11. qualquer abordagem terapêutica ao abuso sexual da criança é apenas tão boa quanto oj tratamento das pessoas que cometeram abuso.1 i í i i i i |.O fato das crianças que sofreram abuso sexual ou das pessoas que cometeram o abuso estarem motivadas a confiar é resultado não de um estado interno. No entanto.ul:. 1 ^ i I i . r ....l.. o principal obstáculo para ganhar a confiança das pessoas que abusam é a falta de facilidades suficientes para o tratamento capaz de lidar! com a adição. ^i^n^-^lw*^^ 1. 2.ouieg^i ~-*~in3n.~ 0u.i jMi'iiiil.. Muitas vezes temera que os profissionais possam trazer mais danos do que benefícios a elas e suas famílias. Nós podemos. precisamos de conhecimento profissional e habilidades profissionais. . No final. depende tanto da habilidade dos profissionais quanto de sua própria motivação.i(l„ |r . O prlmwii^ ta tor mtc racional ^ ^ mnrin-j^an ^ . i=r r^i in il i r\ -\-<=. por si próprias.. Esse elemento interacional de motivação é crucial no manejo do abuso sexual da criança. Uma resposta punitiva aumenta a motivação das pessoas que abusam para manter o abuso em segredo. o fato da criança ou da família estar motivada a confiar. *1J punição e a atitude legal e social em relação às pessoas que abusam. o ^.i iluíj imu^inu Jv^ ^^AJ llILf_lWl_llJll l Hfe ii i ^1 i 11^. ^iw (. n Irntrtr n ampla gama de a«fi''-'iiii'-^ • iir^n^m .*.. C»T«^B Fcrmiccao türapúutit.^va^ ^. do nosso pró- l ii hi Irtilii. n..tt^^/^J iiii Hn nipKirn tamiliar. b. M i:nh-. ^ hxIhikiu i. Portanto. A segunda é a direção profissional-família. A negação do abuso e a recusa a aceitar ajuda não significam automaticamente que as crianças e famílias não querem ajuda.^. Futuryb il idi V it-l CLrtis».ti i irli-i n i n nl /11 iii nn o mtão mot' * T~ ^ ~" ~* p*-^-"* ' ' >''1 njiidmj t/1|ict^tm T^m flirlU iii! I i i ./. 1 in I^Jó.'.^ gxpliciu |. Elas foram castigadas.-m in qur fometeram " '---l"" "fl ^ ill.. A capacidade de lidar pessoalmente com as questões de abuso sexual e de encontrar apoio pessoal e profissional... O fato de estarmos.. .T temoo civic ter a capacidado -n.i^i^ ^ i^i/t-Li^u.t. Podem ter medo de enfrentar seu próprio papel maternal na manutenção do abuso.. como profissionais.1.! ^^iuMinvy^ rnpnridndc o. Se somos capazes de manejar a situação. motivação para lidar com -3 » . Elas podem ter medo de serem lembradas do abuso sexual em sua própria infância. pela pessoa que cometeu o abuso.v-lt- tratoren individua'"' ^-. pcoooac qvic abucaram o dau f ^ulíH^.-. foram ameaçadas com desastres pela pessoa que cometeu o abuso e estão com medo das conseqüências da revelação.-«Jm" — -^iji ii I^ii l^i^ i It-^-it-nHi. .. a quem ainda podem amar.. em termos pessoais. 11 .s C't? vlairiui nu.íHiofl tomiiiao cotarem 'mo-*-1"1 nin " 1 i ihwlIv i^dMu" « . a pessoa que cometeu o abuso e a família. ~ nnvto^ ocrvicoo. l 11 . i..> . Fatores profissionais da motivação A primeira direção da motivação é a direção família-profissional./r-1/ni TJi-i. . v . Nós precisamos tratar os medos subjacentes e desastres temidos que ameaçam a existência material e social da família e seus membros individuais. . A capacidade dos profissionais de manejar a situação depende de três fatores básicos: a. motivados a estarmos motivados é determi Abuso Sexual da Criança 35 nado por nossa capacidade de manejar a situação. mudar o estado de motivação para uma maior motivação a confiar e a querer encontrar ajuda. ^ ■ o „ c. 1■ j^wi 4uv. a ruptura familiar e a perda do ganha-pão. „ d~ ~ ?«. ou não. Compreender a natureza interacional da motivação nos tornará capazes de começar.r^lnrrm mnhvadan a confiar C f v^T. l« _<>—<— O JTnj.É necessário que exista uma ajuda profissional orientada para o pro-' blema antes que as pessoas que abusam revelem e busquem ajuda.. c o medo da porda do tt^tow yuunAniivu ^w^l. As mães podem estar motivadas a não estarem motivadas a tentar buscar ajuda por temerem a perda do parceiro. Essa maneira de colocar a questão pode parecer muito trabalhosa. Em muitos países.. mas de um processo interacional entre os profissionais e a criança. Isso pode significar que estão assustadas e que não acreditam que seremos capazes de ajudá-las. e pela família.^t B] i iiii. [i ^ . O fato do outaroiii "iiioUvhi-T^s.iy».. i lt_i i^Ji.. i_li^ ^i^ih. i li -.r«.i-^v. As crianças muitas vezes estão motivadas a não procurar ajuda por não tererm sido acreditadas anteriormente..^. Também vale para os profissionais o fato de que na intervenção do abuso sexual da criança não existe uma estado de "não-motivação"..i i. descrever a natureza interacional dai motivação nos permite compreender que o segundo elemento interacional é a nossa própria motivação como profissionais. Nós temos que ter a capacidade profissional de saber porque e quando aà crianças. " jín 1 uLwii.fcLM\ i 11 ii. .: 11 — ^0 i>p i h|m/i-^ ilr. ^ i. as pessoas que abusam e as famílias estão motivadas a não estarem motivadas a aceitar nossa ajuda.r*o Mtyiiiiotíjl' íj Y"jn ii . assim. serviram como bode expiatório nas tentativas de revelar.v~*>. mas sobre processos interacionais sutis que inclusive podem não estar conscientes para o profissional...l"rl..6) elemento d*.. como profissionais.-.„ «.lX. Isso pode ser ético e muito responsável.-. do abuw. Til «f)f. Nós precisamos levar igualmente a sério esses três elementos para evitar uma conduta e ação profissional inadequada e para evitar personalização e culpas destrutivas entre os profissionais... síndrome de segredo.i..-„ explicita . por não podermos manejar a situação por nossas próprias boas razões. como profissionais. \„ moncira conu.1. Nenhuma capacidade pessoal de manejar a situação.. lca LJ procwjo "lógico do Uai i m. !nnÍM munas ..u.^'..-. quando nós.1. „„rl„cocr a".v„roo crucial pu.. podemos não estar motivados a lidar com casos complexos de abuso sexual da criança."'CQO PrQcl"...-. if=.. Não podemos confundir nossa própria motivação como profissionais em relação à família. Não estou falando sobre uma recusa clara a cumprir nossos deveres profissionais. om .In motivação para lavw» .-1 ... para trazer à luz essas questões.nor.^^U rfo3 pela crlii.L.„ fomunlcar -- dUS aspcctOD OXMr. . |„ ..ol-IPrluia c revelação P"""' . A imensa e nova tarefa de lidar com o abuso sexual da criança não pode ser realizada sem o cuidadoso exame das questões pessoais de identificação.. 5) O medo da punição e rejeição pelos membros da família e os profissionais...-.rf~.Mao OKplícl... . nccoccario . 7 ' "n.^J.i^rnrndcoí um.\„~-. e nenhum conhecimento ou habilidade motivará os profissionais a ajudar as crianças que sofreram abuso sexual e suas famílias se não houver recursos. ngimoc com ola. sem considerarmos o treinamento profissional e as estruturas de cooperação em uma abordagem metassistêmica multidisciplinar. que sejamos.lr: -onnanca \ 8.Mura no momento a Ucongy *=.—-.v . quando consideramos a natureza interacional da motivação. Precisamos conhecer e observar os limites de nossas próprias capacidades de manejar a situação. ..rw»'« „ |i. ... sob certas circunstâncias e por nossas próprias razões. 3) O medo em relação às ameaças para não revelar. responsáveis e bondosos conosco. 2) O medo de não ser acreditada... profissional e entre agências. ... Nós precisamos tratar: 1) O segredo.«.^ ric fato. As crianças precisam sentir que podem uvnimr c wvwi-^ abuso sexual sem serem rejeitadas ou punidas pela família ou pelos profissionais.-.. Nós.!«.„„| da crta. rt*. KJ* l'"J- ". Existem situações legítimas para o profissional não estar motivado a estar motivado a intervir no abuso sexual da criança. <-.„uai da cri. o que conduz facilmente a conflitos institucionais estruturais e conflitos-por-procuração.-nonca airavév .„Q ao qu« „>..|ri„ rcvolaçau r^.nr>to " -^y-'-.o oarhr ds nww ™. ^pfuticac.. * i il. Hln* agem liHti-l. I.. po. o.-.„-... No ^u.. 4) As ansiedades em relação às conseqüências da revelação.i. As crianças e as famílias invariavelmente recebem a mensagem para não revelar. . O |»i-rre um Início . no reconhecimento da natureza interacional da motivação.c.nmca logalw ^ i. e sem definir claramente as implicações de recursos para o nosso trabalho. Os profissionais que lidam com casos complexos de abuso sexual da criança sempre correm o risco de fracassar. para a própria criança e para a sua família.... por razões pessoais ou por falta de capacidade.. ^. Eu iria ao ponto de dizer que a emergência de questões inconscientes do cliente e paciente é fortemente influenciada por nossa própria motivação.. estruturas e ambientes para os serviços.municar t^.v.i i naturoaalmBi.permiccao « li. Nós enviamos constantemente mensagens muito sutis a clientes e famílias sobre aquilo que eles podem e aquilo que não podem nos contar.nlrracionalw ^ M.i^Mmoo c«r eu.1. Isso significa querer e ser capaz de lidar com a mensagem. como profissionais.|_____! ^„ mjl. na medida em que não fingimos estar motivados a ajudar enquanto rotulamos as crianças e famílias como "desmotivadas".h .l. .rp-cim comploramon. . quanto nós estamos motivados a escutar.. actim evitai . v»ual óbvio. r-j-. estamos incapazes de lidar com o abuso sexual. . "inadequadas" ou "intratáveis". .-.„.» i ro^::"" Pcr. ..ii . . . e precisamos estar conscientes de nossas necessidades de apoio pessoal.„„. do™.„ i dnmotív^s.im c- qooc..in para comeu ■■■ ^. Dar às crianças permissão explícita para comunicar sobre o abuso sexual significa dirigir-se abertamente a todas as possíveis ansiedades que podem motivar a criança a não revelar. É necessário. .mo síndrome ao S^. apoio ou recursos. A natureza verdadeiramente interacional da motivação torna-se óbvia quando compreendemos que a criança está tão motivada a revelar o abuso sexual. quando de fato nós é que não estamos motivados... .J i">i-hcla.-.. como profissionais.°" °.o intoraclui .u.. .T-J.*.j oectrouJ' torü^ do. .irmoo ucar ^ ..-.. com a motivação da família em relação a nós. Nomear o at>uco cm voa alta tom.2). o abuso sexual da criança geralmente permanece um segredo familiar em termos psicológicos e de relacionamento. conforme está descrito na seção 8.n ijur^rtu.3. 6. i Ir Hnv n fnn nrn lirrnrn pi?1"1* yuimuucar.^rnr leçnlmenle a enonça paro obter cf *-'"-'*=" "-«»-« *-* »' 11' 1 1 r-m.3o Qcxttal A a Cviattça ■ÍD oionaio muitao vcaco prccioam tomar *■« 11111 'i'""1 í"~" ^ 'f*»"1""11 jiiiiui-iiii. Manejando a negação primária. uma linguagem sexual.— 1 11111^ j ■■ 1 HjH-i 1 sária para a subseqüente entrevista legal e revelação. dar a permissão explícita para comunicar requer uma forma indireta e muito específica..rhcnr rto processo legal.. rnmrçondn o romunirar cxplicitorncp''0 KL.xil/jai iin.6) Finalmente. Nos casos de suspeita ou revelação parcial. raütarora.h> kiiIhiii Üiii^iiIi ■ i— i iniJu wlwu ^ a vxwwishswLs mvli • n clorialti lntoraclonait: ü ptlcülówlcut.2.-» > > n n uii-t ■ ■ n iiifi-ii-n^/i 1 " 1 r »> rnfi-f.'11 ■ t-»*h í-i i ii/im^ iiir-ii^^ p/nrológn-n rxplírifn pnrn 黫»wmw». O segundo passo é um processo interacional indireto mais complexo que tem por objetivo a mensagem: "Eu sei que você sabe que eu sei que você tem medo e por que você está com medo". também a estória da "terceira criança" não manipula a criança. h.. muitao vcaco.. iToattiünait' <_i vit. as regras sobre coleta de informações concretas e entrevista legal devem ser aplicadas imediatamente. ac voa«l t. Jv-oegredo paro a criança. O reconhecimento aberto do abuso. sem uma sessão criadora de responsabilidade com a família (veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária.5. induzir a criança a confiar que compreendemos suas ansiedades e apuros. No exato momento em que a criança reconhece que aconteceu abuso sexual e começa a contar sua própria estória.|tiM ^ | ih^vi <u «^j ^.«=■ h«.:t«^ » ^-xc tentam anciocamonto üvliar dar Uconça uxplícliu para (joixi. o fato de nomear o abuso sexual como realidade tem um significado específico. tarefas complementares. o abuso não existe.<1h ^ i i-^i 11^ il 111. Ou podemos mostrar filmes e trabalhos de prevenção com material de prevenção como um meio de dar licença explícita para revelar um abuso que já está acontecendo (veja O uso de filmes de prevenção.5.o. 9.--i MitT/i lii-. muitas vezes.ii .vi.r-^ivi iilM. Essa mensagem se dirige à síndrome de segredo. difíceis de se atingir. O relacionamento complementar entre o processo de saúde mental de dar permissão explícita para comunicar e a necessidade da entrevista legal concreta deve ser sempre enfatizado.* •= ° ^ 01 — ~«. irinrrlni-lrt. áifHv lh^^l wviHiu^rM k..i/i>u>iw« «t> ^ «1«^-.iíhJiwuiv.luiug.i. Da mesma forma como o uso de filmes de prevenção não põe idéias nas cabeças das crianças... Nomeando.l"w hhhííli *~v 1 1 1 '-'•=• »*•■ i.?*. na medida em que o profissional apresenta claramente a "estória da outra criança" como a estória desta.i-v-L^t .4. essa comunicação sobre o segredo irá.u luhlw . são. 10.líliiii--..^o" « o.Jv< lntL. niuciu «-t liLifcJX L A—1^1 f-»wl'_'«_»l'_»JJ. nós precisamos dar licença explícita para comunicar em linguagem sexual..= ^. espera-se. rinln nr.-«. 2.ll^i1 uIü «_xtui i^. e o uso da "terceira pessoa". quando o abuso foi apenas reconhecido legalmente. p^r^i oj piwfú.l iy-i-N i ii i i li r ii-sri rio "Irirrim pr. 8. o que é a pré- condição para a criança ser capaz de aproveitar qualquer terapia subseqüente. Isso pode ser feito usando-se a "terceira pessoa" ou contando-se "a estória da outra criança". faladas clara e audivelmen-te. oo profiecionaie multac vi-y. Sem as palavras. (2) criar a realidade e (3) manter a realidade no abuso sexual da criança. impede a rcvolcu. criando e mantendo o abuso sexual da criança como realidade Mesmo nos casos legalmente comprovados. nós mesmos. Dar permissão explícita para comunicar é tão útil para o processo legal quanto a entrevista legal pode ser terapêutica ao estabelecer os fatos do abuso e o abuso como um fato. clu t.i-.J .v.^. A criança também pode precisar de permissão explícita para reconhecer o abuso sexual como uma realidade psicológica. Primeiro.iv ih^his. o efeito.6..) Nós precisamos encontrar maneiras de enviar a mensagem sobre o segredo por motivos legais e terapêuticos. na medida em que os profissionais diferenciam adequadamente o que acontece nos filmes e o que pode ter acontecido à criança. r-"«. portanto. 8.urpruuii(. Se dada ao longo do tempo. Lilmnn hurnii. (Veja Permissão terapêutica explícita para a revelação.Somente o processo de nomear e as exatas palavras faladas em voz alta criam o abuso sexual como realidade psicológica para a família e para os membros da família. nós precisamos enviar à criança a mensagem: "Eu sei que acontece abuso sexual e que você tem medo de revelar". introduzindo. Não são processos mutuamente exclusivos e não devem ser interpretados como tal. A licença explícita para comunicar e a entrevista legal são. no atxawtjt ww.ui. No abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição.) Os profis- í\bu.i<_ <-t j. por parte da pessoa que o cometeu ou por outros membros da família.± ifc^i i (. lülrirnli-.4*-i*if *■ ■»»' i lf. ~ -.12. como um fato e o esclarecimento de responsabilidades darão à criança licença clara e explícita para comunicar sobre o abuso. As três etapas de (1) nomear a realidade. infclicmcntc. fazem um uso terapêutico da natureza interacional da motivação no contexto específico do abuso sexual da criança como síndrome de segredo.jionaio. Entrevista legal com a criança. A "estória da outra criança". de modo a compreender e relacionar emoções específicas a cognições específicas na seqüência do abuso constitui um elemento terapêutico central.pcoooa ejue cria o abuyo. Euwo pn«i.A 1 ■ ±. em uma ou duas sessões familiares. ouça da própria pessoa que cometeu o abuso aquilo que aconteceu. durante o tratamento subseqüente. lli1111.11:«. Nomear. 11 i. Isso poderia ser atribuído inteiramente à ameaça legal. o abuso sexual permanecerá uma realidade.mtiififii e r rcrípon. como também acontece no tratamento de outros desastres e traumas psicológicos repentinos. tenham falado abertamente sobre os fatos do abuso na presença de alguém de fora. as mães e as pessoas que abusaram percebem as possíveis conseqüências legais da revelação.i. rompe o segredo e cria. como um "evento nomeador". 11» ■ u v l.«. Mut uv.1 imvm 1^ i|iir. rumiliui. de criar o abuso sexual como uma realidade.i.-. e que essa pessoa assuma total responsabilidade pelo abuso.*>Q».uliuvni^ L.4. 1 11 i^i ■ .av' "niiu n. a criança e a mãe.. i»-» ] h. 1 ft-i i-ir. O contexto externo da situação um a um na terapia individual e a interação específica de transferência-contratransferência torna extremamente difícil estabelecer a realidade externa do abuso como uma base necessária para a fantasia e os sentimentos relacionados no processo terapêutico de terapia individual.vi il .«l.. ^. O au. A necessidade de atravessar.. i_u.^I^.. A revelação induz uma crise semelhante àquela dos desastres repentinos. é muito semelhante ao processo de "interrogatório traumático" das vítimas de desastres súbitos. 11 abuoo. ÉS importante utlliii^ir umj liu^n^^wni vi.tJ ' " r 11. .j1"J "intcrcuroo ocxual' c colocar o pònlt. *.. uma realidade que todos os membros da família compartilham como o momento de criação do abuso. riv^ac»vi» * . w.oâvtj] yelkj Nomear 00 fatoo do abuoo ocxual cila o aL»u.. a seqüência de eventos.3). criar e manter a realidade do abuso sexual não possam ser obtidos na terapia individual. *=• fi | "■*>■ ■ ifi itt. Os profissionais muitas vezes experienciam o fato dos membros da família fazerem individualmente declarações revelando o abuso sexual e admitindo-o. E surpreendente que até mesmo adultos de 60 e 70 anos de idade falem sobre a confusão a respeito daquilo que realmente aconteceu no abuso... claramente. * d*."wionmn que rcalicam uma primei'" i-nni-vi. d ^ ^..-»w. e há quanto tempo ele vinha acontecendo ? Nós vemos o quanto os objetivos legal e terapêutico de estabelecer o abuso como realidade familiar são complementares em uma abordagem metassistêmica.i 1 11 í 1 i I ..v~lld—1*. no tr:awulx-o".4. "^1-^u.vIU^du pul/_i í"-i 111 i_lfe.i- ocxual c nomeia o alauuo.— í*«^íi:« . quem Ilidis eslava na wja.. — «1« acoillecid.mrnlr Irnhndn evitai UNdi **** jjhI^im^s jmia iniiiirnr f*l abUüO. os fatos do abuso. quando as crianças. Uwfiwi. ^v. O inconsciente e o segredo .is 1 1 ■■ 11 . vi-' f~«1~ii 1 . 1 i/h-iil/iilr-. 2. criar e manter a realidade é especialmente difícil na terapia individual. o jjr-^^i-ifl i^iir. o desastre é criado pelo processo de nomear o fato do abuso e não pelos anos anteriores de abuso sexual secreto.uliduüv. para a criança.l 1. 1 ^L« ^1^^ ^.c.. em si próprio. « . Isso não significa que o nomear..x111 íi v ^. -. Em que momento do cliü wlu -i.-iirj ru 1 ■ 1111(...ii. geralmente acrescentando a típica declaração das crianças que sofreram abuso sexual "e o que havia de errado comigo para isso me acontecer?" A necessidade que têm as crianças que sofreram abuso sexual de estabelecer.. com a pessoa que abusou e outros membros da família relaciona-se ao problema de criar a realidade psicológica no abuso sexual da criança como síndrome de segredo.. . Jj OXplatÚrlo p«tfil wl«t..■ 1 1 ii-It m 1 1 t» s.rr . passo a passo.imv. É importante que a criança. nomeando os detalhes do abuso.-*dt> füllliliüi fuw^. Apenas significa que os terapeutas individuais precisam estar conscientes dos problemas específicos do abuso sexual da criança como uma síndro- me conectadora de segredo e adição (veja Aconselhamento e terapia individual. v v.-——i~ ~*.—— CCtafc>olocidou cio abutu b-uxual ilu ^ildivl*. e talvez possivelmente os irmãos..-. O ^iw^^^^w Uv.11111— 1 11 r.■ . como realidade individual e fato familiar.. quando lidamos com o abuso sexual da criança.L^*.1 vi.. 7. Isso parece estar baseado no fato de que o encontro familiar na presença de alguém de fora. v.j kj..4. Mesmo nos casos em que ainda existe a ameaça legal. A prlmulr^ pyw^ua. dizendo "se ao menos uma vez na vida eu pudesse ter dito ao meu pai o que ele me fez e se ao menos uma vez na vida eu pudesse ter ouvido dele por que ele fez aquilo comigo".«fsfl infnili. No abuso sexual da criança. O fato interessante é que o abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição é mantido como realidade uma vez que a pessoa que cometeu o abuso. apenas para retirar a declaração no dia seguinte. pelo menos uma vez na vida.^ ---L « .-.~.iii l^Ií^u w e^iiuuivlliiúilu f v. ^ — ^ ^. payt-j 1 . A necessidade. existe o mesmo processo de dissonância e incongruência cognitiva- liss Abuso Sexual da Criança 38 emocional. Embora o abuso possa estar acontecendo há anos.._ i_niim i 1 m..v .4. w.. O "evento nomeador" serve como um ponto de referência duradouro para manter o abuso como realidade quando os membros da família se sentem arrastados de volta para o segredo e a negação. . o ejuc acontecia imcdidLdlllclllc dilles c imediatamente depois do abuso. de modo a estabelecer os fatos. H«ajao ^^cvdr a^Siò uruJ«n.) . sem querer. é preciso qualificar essa dicotomia.O abuso sexual da criança como uma síndrome de segredo pode ser muitas vezes mantida.refaQ romf «'"o Por criança.-J^' tlc.uuclMld/HrpPrO""'"' ti proLJiiu. A tarefa do terapeuta é interpretar o restabelecimento inconsciente como parte do processo terapêutico. devemos mudar de um "modo interpretativo" para um "modo investigativo". Os profissionais devem reagir de modo muito diferente quando uma criança tenta secretamente comunicar os fatos do abuso sexual.. cm a. é que o terapeuta ou alguma outra pessoa precisa interrogar abertamente a criança.2. se somos capazes de ver a realidade na sua comunicação e se ela pode confiar em nossa ajuda. para clarificar | realidade externa MODO INTERPRETATIVO DE TERAPIA MODO INVESTIGATIVO DE LIDAR COM O SEGREDO Figura 2.. Em vez disso. - £?7iT.uiilcacao rf<. cria 02) ^ nmimicpç .nirico..cn .. Se existe alguma suspeita de que a criança possa estar conscientemente indicando abuso sexual. No primeiro processo. a respeito de "um pesadelo" e descreve questões sexuais explícitas.'« x. Tendo sido feita a distinção categórica entre comunicação inconsciente e secreta. (Veja Etapas da intervenção na crise de revelação. até uma bem formada suspeita de segunda linha. mesmo nesses casos. e sim mudar para um modo investigativo.. r-i/UIltOl! (J> Otcrapr. IVcr ( ) .^xcot?c a rom«.. pelos profissionais que confundem comunicação inconsciente e segredo. pode ser punida por exibir uma fantasia suja. O questionamento começa com o próprio terapeuta. inflam 1 ^ f/íu. No momento em que achamos que uma criança está comunicando a realidade do abuso sexual. sua experiência de abuso sexual. • u-aumato £> 4™°X"/«ntondido (4) Intcrpi-í-i^3'-' para mo. M-w «la no ^VnÊfni copccíi" - do tonH»»V»". Comunicações secretas são parte do aspecto consciente da natureza interacional da motivação. e às vezes depois de muitas semanas ou meses. essa comunicação jamais deve ser interpretada.-o da 'pc«. direta ou indiretamente... podendo envolver uma consulta diagnostica interdisciplinar anônima. As crianças pequenas. Comunicações inconscientes e secretas são de natureza fundamentalmente diferente e precisam ser seguidas de maneiras muito diferentes. n3. No entanto.. O inconsciente e o segredo. As comunicações inconscientes.lírica iiunlcaco'" Segredo (1) . A criança pode estar percebendo muito bem o que está fazendo e testará secretamente se nos interessamos pelo aspecto de realidade da alusão ao abuso sexual.A. os terapeutas devem responder da mesma maneira.. que ainda não atingiram o estágio desenvolvimental em que podem compreender e operar completamente o conceito de segredo.cwam rcT«-l%. Perguntar sobre a possível realidade do abuso sexual no modo investigativo não significa interrogar imediatamente a criança. tendemos a dar significado a eventos. na escola.. —"o dc cvn... a criança deve receber a licença terapêu- tica explícita para comunicar.ii. A criança que sofreu abuso sexual e F IM. na terapia individual. no último queremos obter informações concretas.. O autoquestionamento pode levar de uma vaga suspeita de primeira linha. lho dirr.!^ .Hi.ao prco^. essas comunicações podem ser interpretadas como parte de fantasias inconscientes. O que parece ser material inconsciente ou "fantasias sujas" pode na verdade ser uma secreta tentativa da criança de comunicar sobre a realidade do abuso sexual. As crianças em idade escolar descrevem em redações. Somente mais tarde. precisam ser interpretadas quando a criança está restabelecendo eventos traumáticos.. 8.-. ou a criança. as crianças em idade pré-escolar em desenhos e as crianças em terapia através de alusões verbais ou não-verbais.. muitas vezes brincam e falam sobre abuso sexual de uma maneira que obscurece as fronteiras entre inconsciente e segredo. Uma criança que escreve. Não devemos interpretar..r (5) Rootab^V.raç^ *wv*iíatidc externa r 4 tüctandn -....r»|>yriOncia i .-.5.wm>.ummtn. O momento certo da interpretação depende muito do estágio e da situação de transferência na terapia e pode ser altamente terapêutico não interpretar imediatamente uma determinada comunicação inconsciente. . *-*>•) i3u pOrCCbr ri (1) J\ crion liil t v..1« conAor. Na terapia individual... não parece haver diferença nos padrões das famílias com abuso sexual e as outras famílias. d que é desorientador e perturbador para a criança.) Interpretar comunicações secretas no abuso sexual da criança como fantasia torna-se uma terapia antiterapêutica. Não devemos interpretar. as comunicações dessas crianças. A inversão da hierarquia familiar entre pais e filhos em algumas áreas conduzem à incongruência entre os diferentes níveis de funcionamento familiar. como um grito por aju foram descartadas ou desconsideradas. No nível sexual. provavelmente resultando em maior perturbação na criança. Normalmente. em quem confiam para fazer essas alusões. No entanto. Essas crianças apenas tentavam comunicar a realidade do abuso sexual que estava acontecendo. 8. Mas ela não tem certeza se entenderemos os fa* ocultos. a dependência estrutural da filha ou filho. Não levar a sério uma comunicação se sobre abuso sexual em nível de realidade pode.) Inconsciente Segredo (1) A criança não percebe a comunicação (2) Comunicação de experiência psicológica (3) Restabelecimento de evento traumático (1) A criança percebe a comunicação (2) Comunicação de realidade externa (3) A criança está testando se o aspecto de realidade é entendido (4) Interpretação para mudar o significado eventos MODO INTERPRETATIVO DE TERAPIA (4) O terapeuta precisa fazer perguntas a si próprio. provavelmente resultando em maior perturbação na criança. Em termos de dependência emocional. que ainda não atingiram o estágio desenvolvimental em que podem compreender e operar completamente o conceito de segredo. As crianças pequenas. até uma bem formada suspeita de segunda linha. O inconsciente e o segredo. o pai está em um nível de imaturidade semelhante ao da criança.5. conseqüentemente. os terapeutas devem responder da mesma maneira. ser extremamd te danoso. 8. Nós não precisamos lhe dizer. que passavam então a ser vistas como psicóticas. Tendo sido feita a distinção categórica entre comunicação inconsciente e secreta. muitas vezes brincam e falam sobre abuso sexual de uma maneira que obscurece as fronteiras entre inconsciente e segredo. Somente mais tarde. Eu próprio tive vários encaminhamentos de crianças pequenas que 48 Tihnan Furnm que comunica segredo sabe perfeitamente bem o que a comunicação secreta sigr ca. para clarificar a realidade externa MODO INVESTIGATIVO DE LIDAR COM O SEGREDO Figura 2. (Veja Etapas da intervenção na crise de revelação. opõe-se ao seu papel de parceiros pseudo-iguais no inadequado relacionamento! sexual intergeracionai com a pessoa que abusa. (Ver O uso da "pessoa de confiança". as fronteiras intergeracionai: foram rompidas em certas áreas do funcionamento familiar e permanecem intatasl em outras. enquanto criança. o processo subjacente central (nos termos! do relacionamento que cria um padrão familiar capaz .1. e às vezes depois de muitas semanas ou meses. que fora do contexto pareciam psicóticas. 3 O Processo Familiar 3.2. ou à criança.Interpretar comunicações secretas no abuso sexual da criança como fantasia torna-se uma terapia antiterapêutica. Essas interpretações induziam uma crescente confusão e perturbação nas crianças. crianças não ousam revelar quando as alusões indiretas. Perguntar sobre a possível realidade do abuso sexual no modo investigativo não significa interrogar imediatamente a criança. podendo envolver uma consulta diagnostica interdisciplinar anônima. Confusão nos diferentes níveis de dependência Nas famílias em que ocorre abuso sexual da criança. As crianças geralmente escolhem uma pessoa muito específica como a "R soa de Confiança". é que o terapeuta ou alguma outra pessoa precisa interrogar abertamente a criança. O questionamento começa com o próprio terapeuta. No background de uma ampla gama de diferentes fatores individuais etiológicos e precipitantes que levam ao abuso sexual.6. faziam perfeito sentido no contexto do abuso sexual. mesmo nesses casos. No contexto dos problemas específicos do abuso sexual da criança como síndrome de segredo. o que era tratado como fantasia e interpretado de acordo com isso. de modo a estabelecer os fatos. Eu próprio tive vários encaminhamentos de crianças pequenas que uso Sexual da Criança 40 haviam sido rotuladas como "psicóticas" por terapeutas. No nível do cuidado prático. O autoquestionamento pode levar de uma vaga suspeita de primeira linha. e sim mudar para um modo investigativo. é preciso qualificar essa dicotomia. que possibilita ao casal livrar-se da questão do conflit sexual. o desenvolvimento da confiança e proximidade emocional entre mãe e filha fica bloqueado por sentimentos de rejeição ou culpa. Criança) NÍVEL III (P. eu não consegui encontrar uni termo que soe mais normalmente. C) NÍVEL II (Pai. apesar de uma possível pseudoproximidade entre ambas. Num extremo. e identificamos diferentes funções do abuso sexual. E substitui do pelo cuidado emocional. elaj recebe uma resposta sexual. Uma ampla gama de fatores de personalidade e diferentes experiências de vida dos pais. 1984a). A incapacidade dos pais de lidar com a confusão específica entre seus prri blemas sexuais e emocionais e a introdução de um tabu contra o reconhecimení dessas tensões e conflitos na família estabelece o cenário que pode manter o abv. e a grande variedade de 41 . Esses padrões originam-se de diferentes respostas das diferentes famílias e membros da família à revelação e subseqüente tratamento. e as meninas repetem a confusão emociossexual tornando-se promíscuas prostitutas. o conflito sexual é ignorado e não manejado. Fatores psiquiátricos e psicológicos individuais obviamente influenciam os relacionamentos interpessoais dentro de cada família. 0 termo "conflito emociossexual" descreve a confusão entre conflitos nos níveis emo-j cional e sexual. Em um processo secundário que mantém o abuso. Mãe. 3. Dependência e cuidado emocional. Padrão familiar Nós encontramos diferentes padrões de relacionamento nas famílias com abuso sexual da criança.2. e entre cada progenitor e a criança. O terma conflito emociossexual soa muito mal. M. sexual da criança por longo tempo na família uma vez que tenha começado. Posição inadequada da criança. quando na verdade querem cuidado emocional.1). A confusão sistêmica de hierarquias nos diferentes níveis funcionais em um sistema de segredo une os membros da família em um sistema conivente. No entanto. a criança fica aprisionada: abuso sexual com o pai. em que o abuso sexual pode continuar por muitos anos (veja Figura 3. No casamento. Quando uma criança vem em busca de cuidado emocional. sejam físicas ou emocior ou ambas. com base nas ameaças paternas.1 Confusão das diferentes hierarquias entre pai. M. Sentimentos mútuos de culpa e medo da punição impedem a revelaçã 41 xual da Criança 41 por parte de qualquer um deles. C) Estrutura e cuidados parentais práticos adequados Relacionamentos e hierarquia sexual. Papel inadequado do pai. as crianças que sofreram abuso sexual. que opera como mecanismo evitador ou regula- dor do conflito nessas famílias (Furniss. NÍVEL I (P. Isso impede o claro reconhecimento do abuso sexual e faz com que a criança não receba ajuda da mãe como o progenitor que não abusa. mãe e criança. en sua confusão entre cuidado emocional e experiência sexual podem apresentar comi portamento sexualizado. para descrever precisamente o que quero dizer. cuidado emocional e parceria sexual entre os pais. Figura 3.de manter o abuso sexual daj criança durante longo tempo) está nos conflitos cultos emociossexuais entre os pais que se encontram presos em uma parceria emocional e sexual desigual. os meninos podem crescer e se tornar também pessoas que abusam sexu» mente. Por outro lado. Mais tarde. O segredo se une a toda a confusão de hierarquias nos diferentes níveis de cuidado prático. que ajudaram os terapeutas a se orientar nas complexidades da intervenção nas famílias com abuso sexual da criança. levaram as meninas ao médico da família. Homens verdadeiramente independentes e autônomos não se voltam para as crianças em busca de gratificação sexual. Em muitas áreas.Tiltnan Furniss circunstâncias em que as unidades familiares se estabelecem. Os pais. A pergunta não é por que e devido a que razão individual surgiu o presente padrão de relacionamento. embora possam tomar medidas para desmentir as alegações. com um pai emocionalmente fraco e uma mãe bem mais madura e independente em termos emocionais.2.1. O papel da mãe como progenitor não-abusivo Nas famílias em que acontece abuso sexual da criança. a distinção entre evitação do conflito e regulação do conflito na família organizada e desor- ganizada tem importantes implicações práticas. A experiência individual de vida dos pais faz com que muitas vezes seja compreensível por que eles reagem do modo como reagem e por que escolheram um ao outro como parceiros. O estereótipo do pai independente e forte. A descrição do padrão familiar com a respectiva função do abuso sexual da criança como mecanismo "evitador de conflito" ou "regulador de conflito" é essencial para que os terapeutas entendam o processo familiar na intervenção. em vez de tentarem verificar a situação com seus maridos. Dependência emocional e imaturidade do pai A hierarquia familiar. as mães ou desconsideram essas declarações ou não levam a sério suas filhas e filhos. Apesar da aparente dominância dos pais. Os pais.2. freqüentemente parecem ser emocionalmente imaturos e profundamente dependentes de suas esposas para cuidado emocional. os pais geralmente fazem exigências sexuais normais ou excessivamente adultas.1. o médico rotulou a menina de "ciumenta". são tipicamente menos capazes do que suas esposas de lidar com essas questões.1. No entanto. freqüentemente recriando o padrão familiar de suas próprias famílias de origem. as mães muitas vezes compensam uma atitude moralista ou punitiva em relação à sexualidade com um cuidado compulsivo. Juntamente com a imaturidade emocional. conseqüentemente. Em um dos casos. Nós sabemos. A família organizada 3. de modo algum. ou para as mães serem incapazes de proteger. as mães podem determinar a cultura familiar em termos da qualidade dos relacionamentos emocionais na família. 5 2. ou pelo menos as parceiras percebem como se fosse assim. individuação. Em nenhum dos casos a mãe confrontou rf o pai. Nesse papel. O padrão familiar diferente e a diferença na função do abuso sexual podem levar a reações muito diferentes por parte das famílias e membros das famílias durante a revelação e a terapia. a estrutura familiar de governo e a experiência de dependência emocional. têm problemas sexuais. assim como mulheres. não é um padrão etiológico. milhões de homens sexualmente frustrados se separam. as mães geralmente têm o papel do progenitor não- abusivo. podem ser muito variadas.2. Literalmente. Em famílias rígidas e moralistas. se divorciam ou têm relacionamentos extraconjugais. Ambos podem ter sofrido abuso físico ou sexual quando crianças. Em um nível prático. em termos de dependência emocional. 1984). a partir da experiência clínica. Na complexidade da organização das famílias. ele \ declarou que as alegações eram "fantasia". elas são na verdade mães muito competentes e cuidadosas. A razão individual para os pais se tornarem pessoas que abusam. nenhuma tipologia jamais faria justiça à singularidade das famílias reais. que o comportamento de um pai agressivo e autoritário em relação a uma mãe aparentemente fraca e silenciosa não reflete. mas um padrão mantenedor. para evitar o esclarecimen-to da suspeita de abuso sexual dentro da . Em dois casos. mas encontram outras parceiras adultas. autonomia e independência emocional. A distância na díade mãe-criança emerge quando se trata das questões de proteção contra o abuso sexual. que sustenta o abuso sexual prolongado da criança na família. Eles são os extremos de um contínuo. e sim como ele funciona. Quando as crianças tentam indicar abertamente que está acontecendo abuso sexual. As mães. nessas famílias. não corresponde necessariamente à hierarquia familiar no nível da interação familiar observável (Glaser e colaboradores. não se sustenta. a função protetora é crucial no abuso sexual prolongado. nas famílias em que o abuso sexual se prolonga por muitos anos.1. 3. as filhas haviam contado às mães sobre o abuso sexual cometido por seus pais durante muitos anos antes da revelação final. Qualquer pessoa que trabalhe com casais sabe que os homens verda- deiramente fortes e independentes em termos emocionais se separam. Muitos homens. O trabalho no padrão subjacente de dependência emocional pode revelar uma constelação inversa. agem como fatores etiológicos e precipitantes na formação do padrão de relacionamento comum final de abuso sexual da criança na família. Esse padrão é confirmadc Abuso Sexual da Criança 42 quando os terapeutas lidam com aspectos de separação. essas mães geralmente cuidam perfeitamente de seus filhos e parecem ser muito próximas e carinhosas. no outro. Isso inclui a maneira como os assuntos sexuais e emocionais são falados na família. em ambos os casos. As visitas ao médico serviram. o "gorila que toma para o sexo não apenas sua esposa mas também sua filha". e não entidades distintas. se divorciam ou têm relacionamentos adultos extraconjugais em situações de conflito sexual não resolvido com as parceiras. sem poderem falar com ninguém sobre a experiência de abuso sexual. Ela o mantinha freqüentemente em ca. os filhos. sendo útil. Peter relatou: "Ele um verdadeiro escravo de minha mãe e tinha de fazer tudo o que ela queria. Mas o simples fato da ausência dele ou. ou sentem que elas não iriam acreditar. Aos 16. Depois das ameaças paternas. Não obstante. apesar do extremo abuso sexual. nesses casos. um engenhe' naval de 33 anos de idade. as crianças não se sentem emocionalmente compreendidas nem adequadamente cuidadas por qualquer urrr dos pais. Todavia. ele se tornou marinheiro e escapou da família. em relação à pessoa que abusa. Anna tivera que assumir tarefas adultas na família. de rivalidade e triunfo podem chegar muito perto de uma extrema culpa. É difícil compreender e difícil ouvir novamente aquilo que aprendemos com o abuso físico: até mesmo relacionamentos extremamente danosos podem ser relacionamentos muito fortes e importantes. em certo estágio ficam com raiva da pessoa que abusou. "Em eu jamais recebi. elas levam a sério o que viram ou ouviram e agem de acordo com isso. quando os maridos e filhos começam a se comportar de modo estranho. nem por uma vez na vida. Todas as crianças em terapia. Elas captam os sinais de abuso sexual por parte das crianças. dando-lhe com freqüência presed tes caros. as crianças submetem-se às exigências sexuais inadequadas dos pais. sendo que o pai traiu sua confiança ao abusar sexualmente delas neste processo. Exemplo clínico: a família M Desde tenra infância até a morte da mãe. para nos castigar por aquilo tínhamos feito a ela durante o dia. e depois explodindo subitamente em tapas e gritarias feroz -Embora parecesse que Peter jamais agradava à mãe. ele continuava em vão a tení agradá- la e obter seu reconhecimento. o abuso sexual não continua-\ rá através dos anos. havia tentado agradar à sua mãe imensamente gorda tentara ser um filho amoroso para ela. A posição da criança Nas farmlias em qug_j3COTre abuso sexual prolongado. ele "cometeu as loucuras da mocidade" portos do mundo. dando à luz um menino.2. constantemente e em vão. durante a noite. A atuação e punição autodestrutiva. Anna. Em um constante estado de medo e insegura-' Peter também se sentia constantemente culpado em relação à mãe. um lampejo de amor e afeição real parte de minha mãe. Algu 43 Tilman Furniss mas das crianças jamais haviam se sentido próximas às mães. Seu pai era alcoolista e desde os nove anos de idade. Ou elas reconhecem mudanças no processo familiar. 3. que época tinha um filho de 3 anos de idade e uma menina ainda bebê. ela ficava do lado dele. mas pelo menos uma vez eu quis ser vista e apreciada por ele" — ambas as frases ditas por uma mulher com cinqüenta e tantos anos.1. Anna. de sua presença. muito reli™ de uma vila rural no sul. às vezes extremamente assustadora ou desorientadora. e Anna estava acostumai Abuso Sexual da Criança 43 trabalhar duro desde criança. às vezes. O tabu familiar contra falar sobre abuso sexual evita que as crianças possam encontrar ajuda dentro ou fora da família. e haviam se voltado para o pai em busca de cuidado emocional. Embora seu pai fosse rude.4. Elas experienciam suas mães ou como emocionalmente rígidas e distantes. Essas mães geralmente são mães que revelam. mas muito fraco. ela ficou noiva de um rapaz da vila. Aos 17 anos. embora essas f' sempre fossem desapontadoras. pela proteção do progenitor não-abusivo. Elas geralmente tomam medidas para proteger a criança e induzem uma revelação. por não tê-las protegido do abuso e pela posição de desamparo e desespero que tiveram de suportar na família. ^-y-^ O abuso sexual da criança também acontece em famílias com um relacionamen-?M to mãe-filha próximo e protetor. Crianças muitas vezes tentaram revelar e muitas apelaram. forte e destrutivo. ela não permitia que ele deixasse para brincar com outras crianças. assim como todas culpam suas mães. cinco anos atrás. "Por que eu era tão má que meu pai tinha que me bater e abusar sexualmente de mim quando criança ?" espelha: "Eu odeio meu pai. Nas crianças que sofreram abuso sexual. os sentimentos de ser especial. mas supercompensava seu ódio por seu violento alcoolismo adotando idéias morais rígidas. ao repetir o padrão abusivo em outros relacionamentos. é freqüentemente uma expressão do apego continuado.2. fugiu de pela primeira vez. nem protegê-las do abuso paterno. sentimentos de total desvalia e sentimentos de ser suja e não amada. sob seu olhar eternamente assustador." Como marinheiro. vinha de uma família grande. o que quer que fizesse estava erradd aos olhos dela. primeiro ficando -~ silêncio e ignorando-o. O noivo rompeu o compromisso e foi . buscando um aliado profissional fora da família para confirmar a negação. 5. pode: levar a um súbito ataque furioso. Peter. elas mesmas. O apego à pessoa que abusa pode. que falam a respeito e são acreditadas. porque estão com medo de serem castigadas por ambos os pais se tentarem revelar. hoje com 32 anos de idade.1. Eles tiveram relações sexuais e Anna engravidou.3. por ter abusado. Aos 22 anos. em determinado estágio da terapia. ele conheceu sua esposa. Contudo. ser o vínculo mais importante na vida da criança. que o castigava conforme lhe dava vontade. Quando detectam indicadores de abuso sexual ou descobrem. Sua família era pobre." Quando ele tinha 11 anos de idade. algumas vezes de morte. mas sempre acabava voltando para a mãe. o Íabuso. Ela obrigava a nos acordar.família. O pai de Peter era um homem bom. em flagrante. incluindo Elizabeth. Anna sempre cuidara das pessoas. M se envolvia no abuso sexual com Elizabeth (ii) mais culpado ele se sentia e mais se submetia à esposa.5. atraído pela filha. especialmente de seu pai. O abuso sexual entre Peter e sua enteada. Círculos viciosos interligados na família M A confusão das hierarquias intergeracionais e o padrão de relacionamento na família M conduziram ao seguinte processo circular que manteve o abuso acontecendo: (i) Quanto mais o Sr. Ao tomar banho. Peter voltou para o mar por três anos e então estabeleceu-se em terra firme.ciando-se sexual em lha relação ao marido através de cuidado emocional ou ação Mãe sentiu-se hostil em relação ao pai e incapaz de satisfazer o desejo da filha de proximidade emocional Unidos pela culpa e dependência Pai culpado em relação à filha e à esposa. Unidos pela culpa e ameaça de punição Pai sexualmente frustrado pela esposa. novamente prometendo casar com ela. corretas. ficou extremamente perturbada e afirmou que não sabia nada sobre o abuso. a mãe. (iv) o que permitia que ela rejeitasse suas exigências sexuais. faz chantagem com ela -para que mantenha segredo Unidos pela culpa e dependência Mãe sentiu-se inadequada ou culpada como parceira e mãe. e era incapaz de resistir quando Elizabeth entrava nua no banheiro. O relacionamento tornou-se mais tenso quando Elizabeth começou a sair com rapazes da idade dela. e a trabalhadora Anna controlava a casa de modo muito matriarcal.distarv dade distância doe da ti. (iii) A Sra. Anna mudou-se com seus filhos para uma cidade grande e foi trabalhar como ajudante de cozinha. (v) O Sr. e a do mari. na vizinhança. 3.Mãe dis-pseudo. como esposa. M. em sua opinião. Começou quando Anna mandara Peter e as crianças. por sua vez. Nasceram dois meninos desse casamento. por sua vez. mas ao mesmo tempo criava situações que levavam à continuação do abuso. ele deixava a porta do banheiro aberta. Peter havia sido um escravo da mãe. Eles eram considerados. que era "um escravo da mulher". A revelação do abuso ameaçou a sobrevivência da família e do casamento.2. cuidando bem dos filhos e do marido. assumia uma atitude moralista em relação ao marido e cuidava dele de modo compulsivo. bons pais para seus filhos bem-vestidos e bem-educados. mas carinhosa. Elizabeth havia sido submetida a um completo intercurso sexual. Confiança em relação à mãe bloqueada por mútua rejeição Pai passou a ter relacionamento sexual com a filha ao invés da esposa pseudo-proximi-dade Filha tornou-se distante da mãe e próxima ao pai aíastan-do-se Mãe . tomar banho juntos. uma figura de mãe moralmente rígida." Como seu pai. Quando estava com 9 anos de idade. desenvolveu-se lentamente. Lá ela conheceu Peter e casou com ele.1. pessoas trabalhadoras. Durante a terapia. O pai e a enteada ensaboaram e lavaram um ao outro. Peter tornava-se cada vez mais obcecado e sexualmente envolvido com ela. e essas ações tornaram-se progressivamente mais sexualizadas pelo pai.embora. Eles estabeleceram um relacionamento complementar pseudomãe-filho bastante estável. Eles voltaram a ter relações sexuais e Anna engravidou novamente. M. e contou sobre o abuso a uma pessoa que trabalhava no clube de jovens. No nível sexual. e usava de força em várias ocasiões. eles também tinham necessidades diferentes. e Peter procurara alguém que cuidasse dele. Quando conheceu Anna. Depois do casamento. Anna revelou que Peter sempre fora. descobriu nela. Peter fez várias tentativas de parar. O relacionamento não durou e depois do nascimento da segunda criança. Conforme Elizabeth se aproximava da puberdade.vés da tanciou-se proximi- ação. tive uma família de verdade e me senti seguro. Peter relatou: "Desde que encontrei Anna. e reforçou o tabu em relação ao sexo ou de falar a respeito de sexo Mãe compensou a distância emocional em relação à filha atra. 44 Tilman Furniss Mãe aproximando-se Filha afãs tou-se do pai e quis ser emo-cional-mcnle cuidada pela mãe distanciando^ rai aproximou-se da mulher para afastar-se da filha Confiança na mãe bloqueada por mútuos sentimentos de culpa Filha ficou culpada e com medo das ameaças paternas. enquanto ele estava no banho. Quis escapar e sentiu-se culpada em relação à mãe. Elizabeth. mas voltou dois anos mais tarde. que cuidava dele e dos filhos com a mesma compulsão maternal. Anna. O abuso terminou quando ela estava com quase 14 anos de idade. com 8 anos de idade. mas emocionalmente muito fraco e imaturo para deixar o casamento ou resolver seus problemas Unidos pela culpa e atração Filha não se sentiu compreendida ou emocionalmente cuidada pela mãe e tentou compensar isso através da proximidade emocional com o pai. "supersexuado". passou a se envolver mais com a filha. porque sentia que a mãe precisava de sua ajuda: "Eu sou como minha mãe. Eu nunca pude falar com ela sobre isso. A família desorganizada tem um funcionamento familiar global bem pior. quando Ruth estava com 5 anos. O abuso sexual da criança. tentou distanciar-se do pai.2. Meninos e meninas podem sofrer abuso sexual simultaneamente. em uma família que de outra forma demonstra um funcionamento familiar global satisfatório ou bom. má formação física ou deficiência física podem tomar o pai também mais dependente externamente de sua esposa como figura parental. Pode inclusive haver um elemento de competição pela atenção entre as diferentes crianças que sofrem abuso. na terapia. Ele era um homem amargo. essas famílias não possuem fronteiras emocionais intergeracionais adequadas. pela mãe. desempregado. mas não queria enxergar. Depois de uma descoberta inicial do abuso. (vi) Isso fez com que Elizabeth se sentisse mais culpada em relação à mãe. Ruth veio acompanhada de sua mãe. O abuso pode ser mais ou menos conhecido por outros membros da família. O tabu para comunicar o abuso assume a forma de um conluio de toda a família contra o mundo externo. Exemplo clínico: a família Q Quando Ruth. emergiu uma longa história de enfermidades menores desde o nascimento. .1.2. e Ruth acostumou-se a severos castigos físicos. Daniel. que falava por todos e falava como se ela fosse a mãe de Daniel." . (iv) No processo. O pai muitas vezes começa a abusar das crianças menores quando uma criança mais velha deixou a casa.2. e os pais e filhos parecem estar em um nível emocional pseudo-igual. Enfermidade. comprou presentes para a mãe com seu próprio dinheiro. A família desorganizada O padrão familiar básico mantenedor do abuso na família desorganizada é semelhante ao da família organizada. na família organizada. e estava sempre confinado em casa.2. mas existem algumas diferenças importantes. para o hospital. 45 Tüman Furnhs Ruth disse: "Minha mãe sabia. (vii) mas desejando estar mais perto dela. e não foi compreendida pela mãe. Isso durou apenas um certo tempo. uma das crianças assume o papel de organizador da família e cuidador emocional dos pais e irmãos.2. mas jamais de mim. onde encontramos um relacionamento muito especial e emocionalmente carregado entre o pai e a criança que sofre abuso. A família muitas vezes é conhecida. e logo Ruth foi novamente deixada sozinha em casa com o pai. Quando Ruth estava com 8 anos. Mais tarde. a mãe passou a levar todas as três filhas com ela quando precisava sair de casa. de 27 anos de idade. Muitas vezes. para cuidados práticos." Ruth queixou- se de que sua mãe jamais quis ouvir seus problemas. Uma ilustração mais detalhada do processo circular mantenedor-do-abuso na família M é apresentada na Figura 3. com uma forte reação de perda quando essa criança deixa a casa. e muitos outros profissionais já podem estar envolvidos. (ii) Ela então aproximou-se do pai em busca de cuidado emocional (iii) e o pai usou a confiança e desejo de cuidado emocional da filha para abusar dela e satisfazer seus desejos sexuais.2. sociais ou na polícia. mais se sentia rejeitada. Havia constantes brigas e problemas em casa. O processo familiar conectador na família M. nos serviços educacionais. trouxe seu filho de 7. impaciente e violento. M se tornou mais estreitamente ligado à filha em um rniss Abuso Sexual da Criança 45 sistema de segredo de pseudoparceria (v) que afastou ainda mais a filha da mãe. por outras razões. Isso é o contrário do que acontece na família organizada.Figura 3. O pai é mais abertamente controlador e muitas vezes fisicamente violento. sempre pronta a cuidar dos outros. Como conseqüência da mútua dependência e privação emocional de ambos os pais. o Sr. De modo típico. a mãe é mais permissiva e menos moralista em sua atitude. Seu pai era cego. A mãe e a avó competiam uma com a outra pela última palavra e logo ambas estavam falando sobre como o pai de Ruth abusara sexualmente dela durante quatorze anos. e mais de uma criança geralmente está envolvida no abuso. 3. O segundo círculo vicioso estava interligado com o primeiro: (i) Quanto mais Elizabeth queria ser compreendida pela mãe. A família é muito mais uma família multiproblema com claro conflito conjugal. O abuso sexual começara quando Ruth tinha quatro anos de idade. é a expressão de um problema focalizado muito específico. Ruth relatou. Depois do divórcio.3. Ele era cego. Claro conflito conjugal. o pai teve intercurso com as duas irmãs mais jovens de Ruth.1. e sua vida familiar acabou sendo completamente dominada por ela. e são governadas por regras morais familiares rígidas. que a caçula era a favorita do pai e que apreciava o abuso. mas seu ex-marido continuou uma permanente figura-pai-marido ao fundo. Algumas vezes o incesto é reconhecido. Ruth conheceu um homem da idade do pai. foi que o pai acabou sentenciado a uma pena mais longa na prisão. seria totalmente inaceitável para qualquer membro da família. a mãe de Ruth o levou imediatamente de volta para casa. depois de um longo período de 14 anos de relacionamento incestuoso. Figura 3. onde morreu pouco tempo depois. o pai é mantido na família através do abuso sexual Mais ou menos abertamente conhecido. Depois que foi libertado. 3. Aos 18 anos. Mas não podia fazer isso. todos os membros da família parecem aceitar e submeter-se ao rígido código moral. que a trouxe para a casa. não é? Eu casei com ele por compaixão e ele precisava de mim". num relacionamento altamente especial. O padrão familiar de total falta de individuação e a completa confusão de fronteiras intergeracionais eram ilustrados pelas crianças. Havia um sentimento de rivalidade e Ruth nem mesmo tinha quaisquer ganhos secundários com o relacionamento abusivo com o pai. Abuso sexual da criança como evitação do conflito Nas famílias que evitam conflitos. Enquanto ainda estava no hospital. Somente então. Padrões familiares básicos. foi à polícia. Mais tarde. Logo depois de ter dado à luz um menino e quando estava grávida novamente. As famílias que evitam conflitos apresentam-se ao mundo externo como funcionando bem. Quando ela não conseguiu também que seu irmão a ajudasse.3. aceitando a negação fraudulenta das alegações de Ruth por parte do pai. Ela revelou o abuso sexual. Durante a entrevista. O casal vivia na mesma rua em que a mãe de Ruth morava. Apenas um gênero envolvido A família desorganizada Funcionamento familiar global prejudicado. para não precisar voltar para casa e morar lá novamente. fugiu de casa várias vezes. A família organizada Funcionamento familiar geral Funcionamento familiar global satisfatório ou bom. 60 . Casamento Casamento é mantido idealizado Segredo Relacionamento incestuoso altamente secreto Tabu Tabu quanto a reconhecer o abuso sexual ou qualquer problema sexual Conluio Pais contra uma criança Envolvimento da criança Apenas uma criança. Todos os membros da família entram em uma conspiração contra qualquer reconhecimento aberto do abuso. Elemento de competição entre o irmãos no relacionamento abusivo. Pequena discrepância entre a auto-ima-gem familiar e a realidade dos relacionamentos familiares. amargamente. a mãe de Ruth explicou: "Eu quis me divorciar durante anos. Meninos e meninas envolvidas. que.3. Ela casou com ele em poucas semanas.O abuso sexual acontecia de noite. o que pode estar refletido em um ativo envolvimento nas atividades da igreja. O abuso sexual da criança serve como uma maneira de negar qualquer tensão e desequilíbrio emocional e sexual entre os parceiros conjugais. Desta vez a polícia acreditou nela e seu pai foi mandado para a prisão sob a acusação de agressão sexual. fugia para ficar com seu avô materno. como clara realidade familiar. que chamavam tanto a mãe quanto a avó de "mamãe". nós encontramos uma enorme discrepância entre a auto-imagem familiar e a realidade da qualidade dos verdadeiros relacionamentos familiares. a quem era muito apegada. Quando Ruth estava com 9 anos. mas novamente desconsiderado e não se fala a respeito Tabu quanto ao revelar o abuso sexual publicamente Toda a família contra a criança e o mundo externo Várias crianças muitas vezes envolvidas. Ela teve vários relacionamentos caóticos com homens. Muitas vezes ele a amordaçava para que ela não pudesse gritar. Ruth divorciou-se do marido. Enorme discrepância entre a auto-ima-gem familiar e a realidade dos relacionamentos familiares. A família freqüentemente é muito respeitada na vizinhança e bem-sucedida em outras áreas Abuso Sexual da Criança 46 da vida. Função familiar do abuso sexual da criança 3. mas o avó não acreditou nela e sempre a trazia de volta para casa. Ruth fez uma séria tentativa de suicídio e passou alguns dias no hospital. Quando Ruth ficou mais velha. Para o mundo externo. Ruth e seus dois filhos foram morar com a avó materna. O pai de Ruth entrava em seu quarto quando ela estava dormindo e a forçava ao intercurso. o momento da revelação não é o momento de falar a respeito de divórcio. A discrepância geralmente imensa e evidente entre a proclamada auto-imagem familiar de elevados padrões morais dos relacionamentos familiares e a realidade dos verdadeiros relacionamentos cria uma crise máxima no momento da revelação. ou o desenvolvimento de sintomas psicossomáticos por parte do pai na revelação inicial são uma atuação para evitar enfrentar os problemas reais. Nessas família: encontramos um conflito familiar claro e agressivo.3. As mães geralmente vêem como seu dever pedir o divórcio e o pai pode ameaçar suicídio. que ameaça provocar uma imediata desin Abuso Sexual da Criança 47 tegração familiar. Ao mesmo tempo. as famílias organizadas e evitado-ras de conflito muitas vezes são capazes de enfrentar o problema familiar fundamental. ser a solução adequada.2). Isso serve apesar de todos os claros e violentos conflitos. Os pais são incapazes de suportar um claro conflito conjugal e sexual. Embora o abuso possa nunca ser discutido abertamente. o abuso sexual não constitui a maior ameaçi à família. ações drásticas de violência. O relacionamento sexualment abusivo ajuda a diminuir o conflito conjugal que poderia levar à ruptura familiar. com sua imensa e rígida moralid de. eu estive envolvido em dois casos em que o pai. Tendo em vista a crise familiar inicial máxima. Os problemas do casal precisam ser negados para ser mantida aparência de harmonia conjugal perfeita. chegou ao ponto de tirar sua própria vida. por sua vez. no nível do cuidado prático. para manter o pai emocionalmente dependente e firmemente ligado à família. todavia. do qual a mãe é excluída pd segredo. pedidos imediatos de divórcio no momento da revelação são sempre reações ao golpe contra a auto-imagem da família depois da revelação. Nas famílias desorganizadas e reguladoras de conflito. Na família que regula o conflito. fuga. unindo-se em segredo com seus maridos novamente. O relacionami to sexualmente abusivo serve para conservar a divisão entre os aspectos emocioi e sexual do relacionamento conjugal e entre os aspectos de cuidados emocionai: práticos do relacionamento entre a mãe e a criança. auto-agressão. A delegação do relaci namento sexual coloca a criança em uma aliança sexual de pseudo-adulta com o p e lhe dá o status de pseudoparceira no nível sexual. Não é a revelação do abuso sexual e sim a mudança nos relacionamentos familiares e a introdução de fronteiras emocionais e sexuais intergeracionais durante o tratamento subseqüente que induz a crise familiar e ameaça as fundações sobre as quais a família está construída. No entanto. a revelação de abuso sexual da criança para o mundo externo não conduz a uma crise de magnitude comparável àquela da família organizada e evitadora de conflito. ambos os pai: podem secretamente aceitar o papel da criança ou crianças que são submetidas . Abuso sexual da criança como um regulador do conflito Nas famílias que regulam o conflito. O abuso sexual encobre desequilíbrio da dependência emocional no casamento e remove a pressão do prei rio relacionamento sexual entre os pais. 3. Ações legais imediatas por parte das mães têm a função de aliviar seu agudo sentimento de culpa e choque.2. Infelizmente. 6. Depois da crise inicial. i abuso oferece uma saída para a agressão do pai decorrente de seus problemas pessoais Na família que regula o conflito. no final. O papel secreto de pseudo-parceira sexual é criança resulta em uma perturbadora vitimização. O conluio entre os pais aumenta a dependência do pai em relação . o que impede a adequada sal ção dos problemas. ( relacionamentos conjugal e familiar são idealizados. 3. Isso deve acontecer mais tarde no tratamento (veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. i criança submete-se ao pai com conhecimento relativamente mais claro.Tilman Furr A atitude punitiva e moralista em relação a sexo e a conversar sobre assun sexuais. e de mudar os relacionamentos familiares. na terapia. o abuse sexual serve para estabilizar os picos do violento conflito conjugal que ameaça z coesão da família.3. Toda a família conspir para manter o segredo em relação aos de fora. Não há uma grande lacuna entre a auto-imagem da família e a realidade dos verdadeiros relacionamentos e nem o mesmo grau de segredo dentro da família. . alimentam o processo conectador de evitação do conflito. jamais comunica. lhe dá urr posição central na família. o conflito conjugal e familiar é claramenl visível e reconhecido. sobre a qual a família. Além da imediata função sexual. assim como o são os pedidos imediatos de divórcio. tolera o abuso ou pode até mesmo facilitá-lo. Nas famílias organizadas que evitam o conflito. Isso nã' significa que o abuso seja comentado claramente na família.3. esposa e ela. e a simultânea dependência emocional e rejeição sexual entre os parcei conjugais. A evitação do problema de qualquer ca flito sexual conjugal claro conduz à triangulação da criança. Diferentes reações à revelação e ao tratamento A revelação pública do abuso sexual da criança na família organizada e que evita o conflito provoca um imediato desastre familiar. abuso sexual. a filha mantém um status de criança conjuntamenl aceito. que haviam iniciado imediatos procedimentos de divórcio. e não há muita discrepância entre a auto-imagem das família e a realidade da qualidade de seus relacionamentos familiares. Ao mesmo tempo. nós muitas vezes encontramos mães. Os problemas conjugais real- mente precisam ser tratados e o divórcio pode. em detrimento das crianças que sofriam abuso e de toda a família. Depois de algumas semanas ou meses. Enormes quantidades de café são consumidas.i. Os terapeutas são recebidos como "tios e tias". Quando a rede profissional consegue estabelecer fronteiras apropriadas dentro da rede e permite que alguns colegas se retirem e que outros assumam clara responsabilidade e se tornem efetivos. O abuso se torna um problema familiar e um problema multidisciplinar. de proteção à criança e terapêutico requerem uma cooperação multidisciplinar. Isso resulta em mudanças no processo familiar e na rede profissional envolvida. A família Q. Por exemplo. A própria forma externa da intervenção também influencia diretamente os relacionamentos familiares e a situação social e psicológica de cada membro individual da família envolvido.i ii/il il^i i i Shi 11^ fi_ii ivv wluilu. uma assistente social pode se identificar com a mãe. de modo a evitar mudanças a qualquer custo. muitas vezes com sucesso. Ciiu ljv» U. é possível o desejo de mudança e o trabalho intensivo Inicialmente nenhuma rejeição da terapia. rígida e cheia de segredos como a família M. Esses profissionais são jogados uns contra os outros e se encontram em discussões de caso surpreendentemente grandes. Profissionais de diferentes disciplinas e agências formam uma rede profissional complementar ao sistema familiar.4.A mudança concreta dos relacionamen- tre a auto-imagem familiar e a realidade tos disfuncionais no curso do tratamentd dos relacionamentos familiares no mo. normalmente às expensas dos serviços sociais. aovoroo icgaiD c ac " proteção ã rnonçn r-n 7-. e quando elas cessam de espelhar o processo familiar. a família organizada e evitadora de conflito teria um progn^ muito melhor para a reabilitação do que a família desorganizada e reguladora de coo Abuso sexual como evitação de conflito Abuso sexual como regulação de con Reação à revelação Ameaça de imediata ruptura familiar e crise familiar máxima devido à destruição da auto-imagem idealizada dos relacionamentos familiares Perigo imediato pequeno de ruptura I miliar. uma professora com a criança e um psiquiatra adulto com o pai. -\t~ir niilfinnmí».i yc-. 11 mn vr7 nnr i r /iIiiimi *»r. Tendência a restabelecer imed tamente padrões familiares anteriores Reação à intervenção terapêutica Recusa inicial da ajuda devido à discrepância entre a auto-imagem familiar e a realidade dos relacionamentos. Elas tentam. Também pode haver identificações com diferentes papéis. Os aspectos criminal. Ao contráüM eram mais abertos e o pai era mais superficialmente explorador: quando Ru^j estava mais disponível para abuso sexual. sendo uma família desorganizada e reguladora de confKÍ era tão moralista. As famílias desorganizadas e reguladoras de conflito freqüentemente integram novos profissionais como "tios" e "tias". as famílias desorganizadas e reguladoras de conflito reagem com máxima crise. 48 Tilman 11 A família M foi um bom exemplo de uma família organizada e evita conflito. I sexual cta criança. A estrutura da intervenção por parte dos profissionais não apenas influencia fatores familiares tais como o lugar de moradia de diferentes membros da família e o grau de contato entre eles.c-m i-om i~i • ir— rt-* n^rm Iít. Escapam quando a terapia) começa a mudar os relacionamentos familiares Pontos críticos no processo terapêutico A constatação da imensa discrepância en.ameaça mudar a homeostase. A maior crise nas famílias desorganizadas e reguladoras de conflito é desencadeada quando as redes profissionais deixam de se comportar como "tias" ou "tios" em uma família ampliada. o que amea-j mento da revelação ameaça a família ça a unidade familiar Figura 3. r-x I uv. 4 "T" o momento cm «qvic oo profiooionaio intcrvcril wxxii* omniii coi. Os diferentes profissionais rapidamente se identificam com diferentes aspectos dos relacionamentos familiares.Serviços sociais e outras agências muitas vezes já estiveram envolvidos nos problemas familiares e o novo profissional pode se associar a uma grande rede profissional já existente. refletindo as diferentes situações de vida dos membros individuais da família. Essas discussões de caso geralmente espelham o processo familiar da família desorganizada e reguladora de conflito.a familm dnxn H. parar a terapia. mas nada muda na família por meses ou anos. Reações familiares à revelação e ao tratamento. numa rede familiar mais extensa. Essas famílias são muitas vezes campeãs mundiais em conseguir que grandes redes profissionais sejam acionadas sem lhes permitir obter qualquer efeito nos relacionamentos familiares e no funcionamento familiar.ulJU 1^^.jaiYi rcoponoavcio por mlr i~ví r. A assistente social pode se identificar com aspectos de proteção à criança que podem parecer colidir com objetivos terapêuticos representados por um psiquiatra .J.1 SiatClIIQ família-profissional. uma irmã logo teve que tomar seur Em termos de prognóstico a longo prazo para terapia e mudança nos relacio: tos familiares. Depois da crise inicial. muitas vezes assistidas por 10-20 profissionais bemqualificados e altamente experientes. em que ninguém tem permissão para ser eficiente e tampouco tem permissão para partir. por definição.Ir--.A |..1. A remoção e condenação da pessoa que cometeu o abuso é baseada em uma atribuição monocausal. A acusação da criança contra a mãe por não tê-la protegido do abuso é facilmente encoberta pela pseudoproximidade reativa entre a mãe e a criança. i.^ps..nu U_ __...it. ocultar seus próprios sentimentos culpados e quaisquer sentimentos mútuos de competição emocional ou sexual em relação ao pai como parceiro.. . .il.intervenção . —s-r.. v>.i..._. . Akuso Sexual da Criança 49 Modelo monocausal dirigido contra o pai como perpetrador... que sãfll imputados somente à pessoa que abusou.-. punií va.« .-.„-.. .... . LlllcrVCIlÇãO Puniliuii i-">/<»«..lf.(..l» .r. „~ .].m nuroiocica o int<_j..-.. linHrno original dg ruU. .com oc aa^LLi.l c. lr>riTI). em um processo de bode expiatório..|\r.>.Ir-. o subsistema profissional desenvolve uma dinâmica própria que é bem separada.Jifr-.1.1)... cnvOlVO OU n. não apenaJ de responsabilidade.. O resultante processo conectador e o sistema família-profissional mais amplo determinam o que acontece na rede profis- sional e na família. . 4.-i tem d VOW üiTr-. Ambos os subsistemas começam imediatamente a interagir e influenciar um ao outro.„.. quando atos ilegais estão envolvidos.1 .pncoo c culpa dun. negar a natureza sexual do abuso sexual e a importância de quaisquer aspectos positivos e de cuidado no relacionamento entre a criança e a pessoa que cometeu o abuso.. embora não independente. i-cflctc™ hrnmo ovtpmoc o ur)v> i mnoia diforontut..Hn tamilla dO lr..1 .H ..i„ rQr ailfcíi .■ minkiprCJUC 4. .^.r-. .~t»_. .. CüiU ___1-= . apitulo 1.. ruui tOO (CVOrturtuii „.. mas também de atividade.Ir-..1. fl 11<-nciam rliWontompntP a iiu. p..i.^ » _. .lrrcntcmemg a wi... ■ .... pode DCr OXtr«IIi.1^.*rta (1T>~P^ O termo Intervenção Punitiva Primária (Figura 4. „ . O termo "Intervenção Pur tiva Primária" indica a direção de um processo interacional entre a família e a re profissional...-ioc proílt.1~ Ho mcponoaM iMiii. a família e a rede profissional lidar com osl aspectos positivos.» J„ :-inmQr<-oo mflv 1. d. .1. Al Intervenção Punitiva Primária também permite às mães e à criança.3-.~.„jltu .„i„ (•„. Ir-.. ..» cada um r\a f^. Três tipos básicos de intervenção Formas básicas diferentes de intervenção profissional conduzem a direções específicas de mudança nos relacionamentos familiares e a mudanças psicológicas específi- 49 -___Tilmnn cau um i-^i In mrmbro da família..*. com o objer de puní-lo como perpetrador. a Intervenç" Punitiva Primária é dirigida contra a pessoa que cometeu o abuso como perpetrada que é culpado da agressão. Ela também faz coaL que seja impossível para a criança. . atribuem papéis na família como propriedades fixas dos ir duos e não como apontando um processo interacional..^ inlr. No entanto.„„..1. A IPP resolve o abuso sexual na família punindo a pessoJ que o cometeu. ilmrrncao.'.-)<. que tenha como alvo a pessoa que abusa.lr-.^ a.vprcta o clu. -...til<->i'-' tipo lida do iiiutl..1) descreve qualquer interven por qualquer profissional.a.infantil.r-n4| trec dlfuminkív ...„!. culpa. .'... Negar o reconhecimento do fato da ativa participação da criança no nível interacional e negar os conflitos e vínculos envolvidos permite aos profissionais e à família. O . Termos como modelo de "perpetrador" ou modelo de "vítima" poder' parecer mais específicos em sua imediata referência ao alvo na família (Rosenfe 1979).Desde o início da intervenção. i. rnlr.. Todos esses diferentes aspectos do caso podem parecer mutuamente exclusivos e podem levar a imediatos conflitos-por-procuração na rede profissional. da dinâmica no subsistema familiar.. de acordo com uma explicação monocausal do abi sexual. .. No abuso sexual da criança. .p nnrrnil"'" * imniiia k-wu* r r-ln.w. numa resposta moralista defensiva.Ir.->?uti-" ~. acusação e poder.innamcntoD o vivwx ^ivu.u! . e o apego muitas vezes extremamente forte entre a criança e ai pessoa que abusa.. LU11UU/" '< uma rupt imr ou podem tur <->r..-r-... 3. rfintmguir trôw £7.iilí"l'-^i 1« .. n\iuno..A™rnn de intc""onc.^.. COmuqüu. A Intervenção Punitiva Primária não apenas encobre os conflitos emociosse-J xuais pré-existentes entre os pais (veja O processo familiar. que a criança e a família não conseguem reconhecer e manejar. O termo "primária" indica a direção básica que orienta a intervenção globa Qualquer intervenção criminal pela polícia e tribunais é. IvTiii.^o sexual. mtervcncooc Iami. que muitas vezes é colocada na prisão.i-.. J\ pr/\rri5 torma oxtwr . que por sua vez podem parecer incompatíveis com aspectos criminais do caso representados pela polícia.ír.-. torma cxtonui ^ wifav.1. . emociossexuais. Uso terapêutico intervenção estatutária ou legal na abordagem metassistêmica .1. A criança é cortada da família como um "câncer sexual" ou serve de bode expiatório como mentirosa. A ITÍ concentra-se na dinâmica fundamental que levou ao abuso e o manteve. em crise. e não apenas ao que cometeu abuso. Ou.) /Mv F Ch Nenhuma função estatutária e legal. A Intervenção Primária Protetora da Criança concentra-se no aspecto normativo do abuso.2. Quando levadas a pais adotivos ou a lares de crianças.1. Elas são castigadas e acusadas pelo abuso ao serem separadas da família e de outros relevantes contatos sociais. 6. Os serviços sociais. A Intervenção Primária Protetora da Criança baseia-se na atribuição implícita ou explícita de fracasso a ambos os pais em seu papel parental. 4. Embora a Intervenção Terapêutica Primária não envolva nenhuma remissãd legal ou estatutária. Intervenção Terapêutica Primária (ITP) A Intervenção Terapêutica Primária (Figura 4. amigos. Encobre aspectos do vínculo positivo da criança com a pessoa que cometeu o abuso. em que a criança estruturalmente dependente precisa de proteção. a Intervenção Terapêutica Primária dirige-se primai riamente aos aspectos circulares e relacionais do abuso sexual da criança. freqüentemente conduz à vitimização secundária da criança. Figura 4. Embora. Utilizam seus poderes de modo a agir como"pais melhores" para a criança. de irmãos. pode necessitar mais do nunca como fatores protetores contra o trauma psicológico secundário.3) inclui todas as intervenções que objetivam tratar o trauma psicológico individual e modificar os relacionamento! familiares. devido à natureza^ do abuso sexual da criança como uma síndrome conectadora de segredo e adição. dentre a mãe e a criança como parceira emo Tiïman Furniss encobre Modelo bicausal dirigido contra ambos os pais mas atinge a filha como o "mal moral". de modo a proteger a criança. A IPC ameaça a criança com remoção da família e de importantes figuras de apego.Encobre conflito entre mãe e criança e os sentimentos da criança de ter sido traída. como perpetrador. em seu papel protetor da criança. reconhecidos como "pais piores". Encobre conflito conjugal entre os pais. Dirigida aos relacionamentos familiares. com o objetivo declarado de proteger seu desenvolvimento físico. Ela não é dirigida. As crianças ficam duplamente vitimizadas. A intervenção legai muitas vezes precisa ajudar o processo terapêutico global fazendo com que as crianças e as pessoas que cometeram o abuso entrem em terapia. em teoria. A ITP precisará de assistência legal ou estatutária quando a intervenção na crise tornai necessária uma separação temporária dos membros da família. Figura 4. numa competição com os verdadeiros pais. emocional e moral e seu bem- estar. 4. (Veja Objetivos e etapas. enquanto vítima. sob a noção de proteção especial. Intervenção Punitiva Primária. 12. de qualquer modo estatutário ou legal.16. a remoção da criança é facilmente interpretada como a expulsão do núcleo de maldade moral da família. ela sempre precisa recorrer à assistência legal.2. e impedidas de conseguirem resolver sua confusão primária originada do abuso. como uma mãe colocou: "Ela sempre foi uma puta sexy. tem íunção legal e estatutária. Terapia por ordem do tribunal. Podem ser tratadas de modo discriminatório por insegurança djÇS pais adotivos. escola e meio social mais amplo que a criança. conseqüentemente.d^L^r-"^ em evitar o aóusu e F^ e sexual entn (3) A competição Z(2)0 fracasso materno em em0cional do pai." A remoção da criança da família dá aos pais a oportunidade de encobrir e negar seus próprios problemas conjugais. Para os membros da família que permanecem em casa. com a separação da mãe.1. a Intervenção Primária Protetora da Criança objetive proteger a criança contra o fracasso dos pais. as crianças que sofreram abuso sexual podem também ser observadas com desconfiança. Com a implicação bicausal do abuso sexual da criança como um fracasso dos pais. da Intervenção Terapêutica Primária. Intervenção Primária Protetora da Criança (IPC) A Intervenção Primária Protetora da Criança inclui todas as formas de intervenções em que a criança é o alvo da ação direta. através do tratamento no contexto familiar.2. contra qualquer membro da famfliaa mas objetiva modificar relacionamentos familiares. A IPC é dirigida contra os pais.3. Intervenção Primária Protetora da Criança. assim como a polícia. a Intervenção Primária Protetora da Criança move-se em direção a um entendimento do abuso sexual com enfoque no sistema familiar. três áreasí de problema importantes e.' . e mu:-m vezes são necessários encaminhamentos a outros profissionais. Por trás do evidente! envolvimento pai-criança e da responsabilidade única do pai pelo abuso. responsabilidade do pai e o envolvimento da criança ficam óbvios. muitas vezes. Intervenção Terapêutica Primária. I natureza do abuso sexual da criança como uma "síndrome de segredo" para a família e como uma "síndrome de adição" para a pessoa que abusa.2. A hierarquia dos subsistemas descende da rede profissional para a família e da família para a criança. . (2) O fracasso materno em evitar o abuso e proteger a criança. meias e o grau de envolvimento de cada subgrupo profissional precisam ser ri»j—nau definidos. No tratamento sem apoio legal ou estatutário. o pai e a criança aparecem durante o tratamento. A necessidade de consistência durante a intervenção Mudanças de profissionais-chave e encaminhamentos a novas agências durante a intervenção inicial na crise muitas vezes conduzem a fortes reações na família e a mudanças na direção da intervenção global. 8. no início da merisaçãe.::t~s—. Essa hierarquia dá às agências profissionais a responsabilidade e a influência para detidn sobre uma das três formas hásiras de intervenção. Na medida e que a intervenção prossegue.!.-r4_:.ária não significa excluir do processo ser . (3) A competição entre a mãe e a criança como parceira emocional do pai. para que uma Intervenção Tera--: :::t:z íucesso precisa haver concordância. pode princípio parecer que apenas o pai e a criança precisam de terapia.ít.Figura 4. Interferência de outros subsistemas profissionais . crianças que sofreram a' mães podem envolver agências novas e não-coordenadas de modo a mudar a ção básica de uma Intervenção Terapêutica Primária para uma Intervenção P~ Protetora da Criança ou uma Intervenção Punitiva Primária.1 Ir fluência e entrosamento mútuos do processo profissional-família A natureza linear dos aspectos legal e de proteção à criança na intervenção no abuso sexual da criança cria uma hierarquia de subsistemas em que a família se torna estruturalmente dependente dos processos na rede profissional. pode ser muito d^dã trazer os membros da família de volta à estrutura da Intervenção Terapêutica PrixsT ria original. o abuso pode continuar durante o tratamento sob maior segredo e maiores ameaças à criança e à família por parte de quem abusa. inesperadas. mudanças nas redes profissionais são inevitáveis.2. 6. O processo interdisciplinar no contexto.3.j= r:_. em relação à abordagem global. que é movido pela adição e compulsão a abusar. Desde o início.2. Nessas situaçõfll uma "entrevista de encaminhamento" é essencial para proteger a continuidade dl processo de tratamento. muitas vezes se torna central no processo terapêutico.rrccessos específicos de 4? 1 A wmftmmãm dm rede mtmfasMmml no sistema terapêutico ATt 1 Qbtjbd sane o tapo de intervenção ~ ~ : -._-r -^zmn.) 4.6. negando novamente ocorrido qualquer abuso. Eles podem fazer isso ativando outros profissionais do ambiente terapêutico.14. de acordo com metas e objetivos de terapia operacionalizados e explicitamente declarados. 5. Determinados membros da fa podem retirar revelações e admissões iniciais de abuso. 9. Depois que o tratamento foi abandonado. Tentar tratar crianças que sofreram abuso sexual e suas famílias sem o envolvimento e com a exclusão das agências legais e estatutárias pode levar facilmente à terapia antitera-pêutica. A entrevista encaminhamento. por sua vez. Criança 67 Após o foco inicial. Muitas vezes alguns deles tentam ativamente modifr forma básica da intervenção. Todavia. influencia o subsistema :::^i.:a ~r:rr.. em que precisa de muita ajuda e apoio. (1) O conflito emociossexual e sexual entre os pais. Pelo contrário. quando os membros da família decidem cair fora ou tentam criar divisões na rede profissional. (Veja O uso da "pessoa de confiança". 51 Tilman F Há perigo das famílias voltarem ao segredo.1.) 4. a mãe. quando a rede profissional não está cuidadosamente denada durante a intervenção na crise.2. No tratamento do abuso sexual da criança orientado para a família. Os «jtfLÜius. polua ou tribunais. A hierarquia profissional-tandia não exdut o foto de que a fomfta. É importante que os profissionais que estão envolvidos no momento da lação permaneçam envolvidos como "Pessoas de Confiança" durante toda a aguda e nos momentos de atuação que ocorrem freqüentemente nos estágios ini do tratamento. 7=:.2.:ri_ ::cscc_rr:±—=t. a mãe muitas vezes passa a 3 . Os objetivos e etapas de tratamento da Intervenção Terapêutica Primária estão descritos na seção 6. no relacionamento entre a mãe. geralmente faz com que seja necessário ter um apoio legal para proteger o tratamento e para servil como assessoria em momentos críticos da terapia. na terapia. mais estressante na família.1. Finalmente. A Intervenção Terapêutica Primária centra-se na solução de problemas e na resolução de conflitos na família. inicialmente considerada a pessoa menos env vida.3.2.tj. entre as agências legal e terapêutica. no pai e na criança.zs. (Veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária.:-í ~-j. (Veja O processo interdisciplinar no contexto. Esses são apenas alguns exemplos das maneiras com que diferentes membros da família querem cair fora em diferentes estágios da Intervenção Terapêutica Primária. por sua parte. como a fonte de todo o mal moral. Alguns profissionais de diferentes agências podem. Eu vi pessoas da polícia. dos tribunais e do serviço social apoiarem e favorecerem uma Intervenção Punitiva Primária excluindo ativamente : pai do tratamento. que ocorreu em dois casos de abuso pai-enteada. Eu também vi mães tornando-se suicidas quando perceberam que haviam perdido seus maridos como parceiros e quando se sentiam dominadas por sentimentos de culpa por não haverem protegido a criança. no processo de terapia. Uma das influências mais surpreendentes da família sobre a rede profissional é a maneira com que alguns membros da família e até mesmo os pais podem tentar transformar uma Intervenção Terapêutica Primária em uma Intervenção Primária Protetora da Criança ou em uma Intervenção Punitiva Primária. tentarem o suicídio ou tentarem chantagear outros membros da família em suas tentativas de evitarem a terapia. e tentam introduzir uma Intervenção Primária Protetora da Criança. que acusava a mãe de não tê-la protegido do abuso. com competência legal Abuso Sexual da Criança 52 ou estatutária.1. em terapia. Lá pelas tantas eu enfraqueci meus colegas do serviço social e inadvertidamente introduzi uma Intervenção Primária Protetora da Criança pela porta dos fundos.2. Eu vi funcionários encarregados da vigilância de réus e psiquiatras adultos negando a gravidade do abuso sexual por identificação primária com a pessoa que cometera o abuso. Eu realizei uma terapia antiterapêutica quando impedi uma adequada proteção à criança por parte dos colegas de serviços sociais. 4. A criança que eu queria salvar acabou pagando por isso. Eu vi pessoas que cometeram abuso desenvolverem sintomas psicossomáticos.2. reage ativamente à maneira como a rede profissional intervém. os pais podem experienciar como uma punição maior o fato de ter que enfrentar. a questão do castigo se torna relativa. Embora a rede profissional. As crianças muitas vezes tentam fugir de casa e da terapia por sentirem muito medo de enfrentar a pessoa que cometeu o abuso e por não confiar que as mães ou os profissionais as ajudarão e protegerão. Em conluio com esse membro da família.) O exemplo típico de agências de fora interferindo no processo global é a chegada da polícia e dos tribunais intervindo em uma abordagem terapêutica aceita por outros profissionais. A forma extrema de cair fora foi o suicídio do pai.2. quando a terapia se torna emocionalmente insuportável. Os próprios adolescentes muitas vezes 70 . Também é importante atingir os profissionais potencialmente solapa-dores que poderiam. como um subsistema mais elevado. mas precisa integrar todos os profissionais que poderiam ter que se envolver em qualquer estágio no futuro. excluída e serve de bode expiatório para a família.2. Por identificação primária com a criança como vítima. Conseqüentemente. Tentativas de mudar a natureza da intervenção A família. Tentativas de "fugir" da terapia Nós precisamos antecipar que em algum momento do tratamento. influenciar o procedimento da rede profissional. conspirar com um dos membros da família e solapar a terapia. as pessoas que cometeram abuso muitas vezes tentam e conseguem cair fora do tratamento se têm liberdade para isso. de maneira não-coordenadaj e tentar assumir o caso. 5. Isso inclui não apenas os profissionais envolvidos no momento da revelação. A experiência clínica mostra que em casos estabelecidos e comprovados de abuso sexual da criança. eles podem ajudar ativamente a enfraquecer uma Intervenção Terapêutica Primária. (2) Profissionais e agências anteriormente não envolvidos podem intervir. Colegas de todas as profissões caíram nessa armadilha universal. Mães e pais muitas vezes formam alianças contra a criança que sofreu abuso. alguns membros da família tentarão cair fora da terapia. Eles depreciaram e enfraqueceram os esforços dos co-profissionais de outras agências que visavam proteger a criança. sendo isso pior do que ser punido no tribunal. Pode ser necessário o apoio legal para mantê-los em terapia. decida inicialmente sobre a forma básica da intervenção.2. A criança então passa a ser rejeitada. eu próprio sucumbi ao perigo de querer salvar a criança sozinho. a família e os membros da família podem. As mães muitas vezes querem evitar o tratamento pedindo divórcio imediato.2. A influência da família no sistema terapêutico I 2. Nesse momento. a vergonha e a responsabilidade frente às suas esposas e filhos. identificar-se com a resistência de um ou outro membro da família. a mãe ou a pessoa que abusa. por identificação primária com a criança.Existem dois tipos de subsistema que podem interferir no processo de tratamenM (1) Determinados profissionais podem entrar em uma conspiração anti terapêutica com algum membro da família contra os objetivos da Intervenção Terapêutica Prd mária e contra a rede profissional específica envolvida no caso. 4. Mães e crianças mais velhas podem se recusar a participar na terapia quando querem uma Intervenção Punitiva Primária. Uma pré-condição para uma intervenção terapêutica bem-sucedida é portanto o envolvimento e a cuidadosa coordenação de todos os profis- sionais antes da intervenção concreta.2. por sua vez. Uma outra razão para as mães caírem fora de uma Intervenção Terapêutica Primária era a crescente hostilidade em relação à criança que sofrera o abuso. 4) O Promotor Público autorizou o MCI e o MC2 a irem em frente com a revelação e a intervenção tão logo a rede profissional estivesse organizada. O caso demonstra um exemplo longe-do-perfeito de cooperação profissional em uma intervenção na crise do tipo Terapêutica Primária. e podem acabar cada vez mais isolados. A equipe recebia apoio de agências legais e estatutárias. um excelente exemplo para demonstrar os efeitos interligados entre profissionais e família. 1 multi- sional parece para sicos sferí-es de sete gên-dços < de para ção. como pessoa-chave experiente na área estatutária. A professora de ginástica mais tarde acrescentou que. Comentários sobre o processo I . possivelmente como resultado de abuso físico. o chefe da equipe pediátrica e um terapeuta para os pais e a criança. Tentativas de mudar a natureza básica da intervenção acontecem muitas vezes nos momentos em que as mudanças terapêuticas desafiam o padrão familiar d relacionamentos estabelecido. No entanto. manter-se-ia informada do processo profissional-família para evitar confusão em relação às tarefas e papéis na rede profissional. (iv) de serviços sociais gerais. O médico da escola confirmou o relato do diretor. a família tem um espaço maior para influenciar a rede profissional do que nas outras duas formas básicas de intervenção. (vi) da polícia e (vii) de agências legais.3. A intervenção na crise por parte da equipe pediátrica foi realizada po uma equipe consistindo em dois pediatras do hospital como médicos de confiança. uma aluna de 14 anos de sua escola. Ele relatou que Louisa. auxiliar do MCI. e é. conseqüentemente. havia visto vergões nas costas da menina. que seu pai abusara sexualmente dela. 4. (v) de serviços escolares e educacionais. Vinte e dois profissionais estavam diretamente envolvidos. A polícia e o Promotor Público estariam de prontidão. Eles então correm i risco de ficarem separados da mãe. durante a interven- ção na crise. a equipe de enfermagem. A ASMC pediu então um encontro de Pré-Intervenção. Papéis terapêuticos foram assumidos por diferentes profissionais da equipe multidisciplinar. As perguntas eram: quem tomaria conta da família no caso de uma revelação completa e onde a menina poderia ficar se não pudesse ou não quisesse voltar para casa ? Ficou decidido que Louisa poderia ser admitida na ala pediátrica do hospital. durante a intervenção na crise. Eles vinham de sete subsistemas diferentes da rede profissional: (i) de instituições médicas.2.Tilman Furni. havia lhe contado. squipe iança. Em uma Intervenção Terapêutica Primária. o médico da escola e o diretor. O MCI coordenaria a intervenção e informaria o promotor público. apoiados em seu papel estatutário protetor da criança pela assistente social. Os problemas básicos e principais na estrutura da cooperação multidisciplinar são perfeitamente transferíveis para outros ambientes e outros países com estruturas específicas diferentes de organização e cooperação nas redes profissionais. dos irmãos. de seus grupos de amigos e apoú social. As mães querem mudar uma Intervenção Terapêutica Primária quando se sentem acusadas pelo abuso. Ele não tinha certeza se deveria acreditar na menina. Processo I: preparação do subsistema profissional 1) Primeira preocupação: O diretor de uma escola telefonou ao médico de confiança (MCI). 3) Encontro de Pré-Intervenção para Planejamento da Ação: Participaram do encontro o MCI. Os pais e as mães muitas vezes tentam introduzir um Intervenção Primária Protetora da Criança no momento em que o conflito conjug se torna central na terapia. turniss iso Sexual da Criança 53 rrem o ■ apoio vezes liar de ir uma mjugal rêutica :a em ■ por lança. desencadeiam uma IPC quando se recusam a voltar para casa. Exemplo clínico: a família P O exemplo clínico da intervenção é baseado em meu trabalho em pediatria em Amsterdã. sozinhos e desesperados. com a tarefa de monitorizar toda a intervenção. Três perguntas devem nos orientar através do processo: (1) Como o sistema profissional se desenvolve como uma contraparte do processo familiar ? (2) Como os processos dinâmicos na rede profissional influenciam o processo familiar? (3) Como o processo familiar influencia a rede profissional? Cada seção de descrição de eventos é seguida por comentários sobre o desenvolvimento do processo interligado profissional-família. (ii) de agências terapêuticas. a ASMC. ele parece ser típico em suas armadilhas. (iii) de serviços de cuidados especiais à criança. |s-os tomo ren-bdo 2) Consulta Diagnostica Interdisciplinar para Coleta de Informações: A assistente social (ASMC). fez contato com todos os profissionais que poderiam conhecer a família. em várias ocasiões. O diretor perguntou ao MCI o que deveria ser feito. para dar o apoio legal que fosse necessário. A assistente social da equipe de proteção à criança do médico de confiança. em sigilo. que fora informada pelo MCI. em comum acordo. de lia lia. A equipe propôs uma estória-pretex-to. A suspeita de segunda-linha conduz a um encontro de pré-intervenção que tem a tarefa de planejar a ação necessária. foi solicitado a entrar em contato com os pais e recebê-los em seu consultório. A revelação. mais do que o próprio fato do prolongado abuso sexual. Isso. Quando a intervenção acontecer. a irmã da ala e uma enfermeira da equipe encontraram-se com Louisa para combinar quem teria permissão para visitá-la e para discutir como ela queria explicar o fato de estar na ala. quando está a caminho uma revelação completa. o diretor foi capaz de ouvir Louisa e levar a sério sua mensagem (veja CIDA. São necessários preparativos antes da intervenção concreta. e para evitar uma solidão desnecessária. parece ser claramente o resultado da natureza interacional da motivação (veja A natureza interacional da motivação. Deve ser decidido. de to. Ficou claro que o abuso na verdade ocorria há muitos anos. Como resultado da Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima. embora freqüentemente venha acontecendo há meses ou anos. Diferentemente do MCI e da irmã. dentro da rede profissional. O clínico 72 Tilman Furniss geral. 2. uma enfermeira especial foi escolhida e apresentada a Louisa como uma pessoa especial com quem ela poderia falar.4). os fatos e razões para ela devem estar tão claros quanto possível. Todos os profissionais envolvidos devem concordar que o estágio de uma suspeita de segunda-linha bem fundamentada foi atingido. 4) Senso de Segurança: Para dar à Louisa um sentimento máximo de segurança. a princípio. quem vai iniciar a revelação completa. a estrutura principal de cooperação entre todos os subsistemas profissionais envolvidos já deve estar estabelecida. que conhecia bem a família. antes de ser induzida uma revelação completa. que o abuso sexual tenha ocorrido pela primeira vez. fazendo com que ficasse assustada demais para voltar para casa. 6) Exame Físico e Prevenção de Gravidez: Com o consentimento de Louisa. ela não faria contato com as pessoas de fora. onde ela deve acontecer e quais questões legais e estatutárias estão envolvidas. O MCI entrou em contato com o promotor público. O MCI e sua equipe informaram todas as pessoas envolvidas no caso. O encontro de pré-intervenção também deve clarificar o relacionamento entre a família e a rede profissional.Comentários sobre o processo I a. Ela falou na frente do diretor e. Processo II: sistema profissional-família: revelação clara do abuso sexual 1) Revelação Completa: O diretor telefonou dizendo que Louisa lhe contara nessa manhã que seu pai a forçara a ter intercurso sexual com ele. b. É comum que no momento da revelação pareça. juntamente com a assistente social. falou livremente à equipe a respeito do intercurso sexual com o pai. A revelação completa de Louisa. para a revelação completa. 3) Entrevista de Encaminhamento na Admissão: Louisa foi trazida ao hospital pelo diretor. um ginecologista a examinou. provocou a aguda crise na menina. de modo a evitar o surgimento de uma crise dentro da rede profissional em algum momento posterior da intervenção. E essencial coletar o máximo possível de informações no estágio de uma vaga suspeita de primeira-linha ou de uma revelação parcial. Nesse estágio. 2) Ativação e Coordenação da Rede Profissional: A MC2. 5) Pessoa Especial: Louisa havia se separado da família. de modo a chegar a uma suspeita de segunda-linha bem fundamentada. Ela estava apavorada e não queria ir para casa. Louisa queria que o pai fosse para a prisão e ansiava por ver a mãe.4. b. Ele prescreveu um medicamento para evitar que resultasse uma gravidez do intercurso daquela manhã.1). Ele concordou em deixar o assunto nas mãos do MCI e em dar qualquer assessoria de emergência^ fosse sentido que a criança corria risco de dano físico em decorrência de ameaça ou ação dos pais. que lhe assegurou que seria discreto e não realizaria nenhuma ação direta. Comentários sobre o processo II a. c. 8. Para impedir uma introdução involuntária de uma Intervenção Primária Protetora da Criança. nesse momento. e ela foi deixada livre para falar ou não sobre o abuso sexual. estava na ala e pediu ao diretor que trouxesse Louisa. ajudada por ele. motivou Louisa a fazer uma . por sua vez. A entrevista de encaminhamento. e ficou decidido que a MC2 manteria contato com o diretor. 8. Quando a criança. tão logo seus pais viessem ao hospital. (Veja O processo interdisciplinar. É importante que a primeira pessoa a quem a criança revele seja vista como a "Pessoa de Confiança". Finalmente. embora o abuso já viesse acontecendo há muitos anos. O exame físico deve acontecer depois de uma cuidadosa preparação da criança. Isso aconteceria. com o consentimento de Louisa. É importante. 5. Confrontado com a evidência médica e circunstancial. O diretor ficou muito zangado e agitado. deixando a equipe perplexa. para evitar que esse último criasse confusão na equipe da crise. O MCI manteria contato com o CG (Clínico Geral).). Nos casos em que a pessoa admite abertamente o abuso sexual. O CG foi encorajado a mandar os pais ao hospital imediatamente. A criança precisa de ajuda para não se sentir excluída da família. (Veja O uso da "pessoa de confiança". Para evitar a dinâmica de uma Intervenção Primária Protetora da Criança. nesse momento. o resultante conflito-por- procuração na rede profissional tornará impossível uma solução terapêutica para o problema familiar fundamental. Comentários sobre o processo III a. é separada da família. e foi embora. o promotor público e a polícia. Ele estava extremamente impaciente e irritante. Processo III: sistema profissional-família: interferência inicial de um subsistema conluiado 1) Conluio: O diretor veio fazer uma visita. c. 2) Encontro dos pais. Louisa recusou-se a ver qualquer um dos pais quando foi sugerido um encontro com eles. d. A enfermeira da equipe permaneceu a pessoa de contato especial para Louisa. Ele contou à irmã da ala que se sentia culpado pela situação e falou a respeito do pai de Louisa ter de ir para a prisão. 0 primeiro encontro entre Louisa e seus pais não seria apenas U1T1 encontro social. A evidência médica irrefutável torna a situação consideravelmente mais fácil para a criança e para a equipe de tratamento. conseguir evidência médica sempre que possível. É uma experiência comum que os profissionais inicialmente cooperativos passem a se envolver no processo familiar. Isso tem como efeito dar à criança a licença e permissão explícita para falar sobre o abuso ao profissional que está chegando. e.revelação completa. A mãe estava extremamente perturbada. precisam ser feitos arranjos específicos para assegurar que a criança se sinta segura e contida. Durante a entrevista de encaminhamento. numa tentativa de reintegrar o profissional na equipe de tratamento. Queria sair da ala com Louisa para falar com ela em segredo. Somente se ela é a pessoa que dá o primeiro alarme é que podemos tomá-la como uma Pessoa de Confiança desde o início. A Pessoa de Confiança não é automaticamente a mãe da criança. e não a pessoa que cometeu o abuso. na medida em que os procedimentos legais não exijam qualquer prova forense imediata. por outro lado. é necessário um feedback imediato entre os profissionais. o pai teve que admitir o abuso sexual e o CG achou que ele era suicida. a respeito de suas posições na intervenção.6. para proteger a abordagem combinada e para ajudar os membros da equipe de crise a ajustar-se às mudanças no rápido processo depois da revelação. os pais tomaram . Louisa foi encorajada a ver seus parentes e amigos. A evidência forense clara é o apoio mais importante para acusações verbais. Isso evitou uma divisão na rede profissional e uma recaída no segredo. MCI e Terapeuta: O pai falou em suicídio. para uma entrevista familiar inicial. e começou a aborrecer a equipe. a MC2 e a equipe decidiram que apenas a MC2 deveria lidar com o diretor. os detalhes da estória inicial da primeira revelação devem ser contados novamente pela criança ou pela Pessoa de Confiança na presença do novo cuidador. o exame físico imediato poderia não ser necessário. como um castigo ou atribuição da responsabilidade pelo abuso sexual. Processo V: sistema familiar: desenvolvimento do processo familiar durante a intervenção inicial 1) Envolvendo a família: o CG telefonou para dizer que os pais estavam com ele. 3) Consulta: O MCI. porque aprendera a ver o diretor como uma Pessoa de Confiança.14.1. b. Forçar uma criança a submeter-se a um exame físico no momento de uma crise aguda e contra a sua vontade poderia aumentar a experiência traumática na crise inicial. Um subsistema conivente entre um membro da família e um profissional deve ser explorado e confrontado. Comentários sobre o processo IV No tumulto que se segue aos estágios iniciais da crise de intervenção. De outra forma. 2) Tentativa de Integrar todos os Profissionais: A MC2 e a irmã pediram ao diretor para cooperar e falar à equipe da crise o que ele sabia sobre o abuso sexual. mas uma sessão terapêutica na presença do MCI e do terapeuta designado. Ela revelou. 9. dividindo assim a rede profissional e agindo contra a abordagem com a qual todos haviam concordado.) Tilman Furniss Processo IV: sistema profissional: primeira revisão de tarefas e responsabilidades compartilhadas 1) Encontro de Coordenação: A distribuição de tarefas foi revisada. A confiança de Louisa e o conhecimento uso Sexual da Criança 55 dos fatos da revelação "viajaram" do diretor à irmã da ala e ao MCI. Tudo o que ele dizia parecia muito confuso. A Pessoa de Confiança sempre deve estar presente na "Entrevista de Encaminhamento". A ASMC ficou de estudar uma colocação a longo prazo adequada para Louisa. Para evitar a formação de alianças secretas. chamando a ela e ao pai de criminosos. Ela havia esperado que o pai fosse imediatamente para a prisão. como primeira etapa terapêutica na Intervenção . no momento. O objetivo é estabelecer que. nenhum dos pais deve ter permissão para visitar a filha informalmente antes da primeira entrevista terapêutica familiar ter acontecido. Ele decidiu novamente entregar-se à polícia. Os pais prometeram ao MCI que voltariam no dia seguinte. Depois da primeira confrontação com o pai como a única pessoa responsável pelo abuso. ele esperava vê-los novamente. com vistas a um encontro familiar tão logo fosse possível.duas decisões: ficarem juntos como pais. A era Loui-jas um 1 e do uisa. é essencial pedir a ambos os pais. a quem chamava de "o criminoso". Ela subitamente começou a se preocupar se algum dia teria permissão para voltar para casa novamente. dizendo que sua esposa ficara suicida depois que Louisa se recusara a vê-la. 5) Sessão com os Pais: A mãe estava muito deprimida. ele ou ela precisa do total apoio da equipe de crise. como pais. Primeiro. Apesar de rejeitar a mãe ativamente. 10) Tumulto Emocional de Louisa: A enfermeira especial estava preocupada com Louisa e trouxe seu receio de que a intervenção assumisse a dinâmica de uma Intervenção Primária Protetora da Criança. o pai telefonou. especialmente quando o abuso é negado ou quando são feitas ameaças de suicídio. ambos são igualmente responsáveis pelos cuidados parentais à criança. MCI e Terapeuta. to da esposa em virtude da renovada rejeição de Louisa no hospital. Ele queria entregar-se à polícia e acusava Louisa de destruir a família. o pai ficou agressivo com o terapeuta e exigiu que Louisa os visse e pedisse desculpas à mãe. A enfer-louisa. Decidiu-se que. contra ele. tão ecessario terven-juipe de dliar ■ com reque lencora- svista jestava is pais taram b filho . A equipe de crise deve estar pronta a se conectar com a família e preparada para tomar parte. 12) Primeira Sessão Individual com Louisa: Louisa havia se separado de toda a família. em seu papel parental. 7) Primeiro Encontro entre Mãe e Filha: A enfermeira especial e o terapeuta estavam presentes. P não queria. momento em que os fatos do abuso e o abuso como um fato familiar são estabelecidos. 3) Encontro dos Pais. cancelando a entrevista com o terapeuta. 6) Sessão com Louisa: Louisa concordou em ver a mãe no dia seguinte. a quem culpava inteiramente pela presente situação. O terapeuta pediu-lhes para vir e conversar com ele. Quer o primeiro contato seja com oficial de polícia. no dia seguinte: Louisa ainda se recusava a ver a mãe. o que havia acontecido. Ela achava que a mãe deveria deixar o pai e ficar do lado dela. e contarem ao filho mais velho. as fronteiras terapêuticas são estabelecidas. Louisa foi muito fria e rejeitadora em relação à mãe. de dezesseis anos. mas a Sra. Louisa parecia sentir-se excluída da família e cada vez mais confusa a respeito de seu relacionamento com os pais e irmãos. uma pessoa que trabalhe com proteção à criança ou um outro profissional. 8) Tentativa do Pai de Boicotar o Tratamento: O pai telefonou. 9) Sessão com os Pais: O Sr. 4) Reação dos Pais: Mais tarde. Ele estava movido pelo imenso desapontamen- n Furniss 75 ^ e ficou manteria . P sentia-se responsável pelo sofrimento da esposa e estava furioso com Louisa. O terapeuta enfatizou aos pais que qualquer que fosse sua decisão. 11) Pais Lutam para Unir-se: O pai não conseguia tolerar a recusa contínua de Louisa de ver a mãe. Comentários sobre o processo V Os pais devem ser confrontados por um profissional que esteja bem integrado à rede profissional e bem informado sobre a evidência do abuso sexual. e começa o tratamento orientado para a família. Eles acabaram vindo.ram pca se fcm o I :ara f :ara :vo Ela Ela :ta a. porque estava furiosa com ela por ter ficado com o pai. a partir do dia seguinte. que participem juntos da entrevista inicial. Louisa começaria a ter encontros regulares com o terapeuta individual. em vez de entrar em terapia. c. 57 Tilman Furniss Processo VI: sistema profissional-família: segunda interferência do sistema conivente 1) O Diretor Interfere Novamente: Ele apareceu inesperadamente na ala. decidiu-se que ele não teria permissão para visitar a ala sem permissão da equipe. . 4) Diretor Continua a Interferir: O diretor foi visto na entrada do hospital. como coorde dor-chave. e ASMC. Loui-sa falara muitas vezes com ele ao telefone. 3) Tentativas da Equipe de Crise para Recuperar o Controle: O promotor público. tornou-se o maior fator de interferência durante a intervenção. como um profissional entrando em conluio com um membro da família. 6) Feedback da Crise para os Pais: A MC2 telefonou ao pai. querendo falar unicamente com Louisa.Abuso Sexual da Criança 57 decidido que se Louisa não retornasse até a tardinha. a menina parecia ser apoiada em sua rejeição de uma Intervenção Terapêutica Primária pelo diretor. que inevitavelmente bloqueia o processo terapêutico familiar.Terapêutica Primária (veja Seção 6. Isso foi recebido com uma reação muito pouco cooperativa por parte do oficial de plantão. alegando que avisara o MCI sobre sua vinda. que parecia apoiá-la contra os pais e a equipe de crise em sua busca de uma Intervenção Punitiva Primária. Ela estava muito silenciosa e fechada duranli sua sessão individual. Seu comportamento tornou-se cada vez mais misterioso e não-cooperativo. Ele disse ao pai que o policial encarregado não parecera muito cooperativo e que poderia tomar alguma medida contra ele. sozinha. Um plano terapêutico que responda imediata e ativamente ao tumulto inicial nos primeiros dias da crise após a revelação oferece a base para a confiança no tratamento a longo prazo que vem a seguir. Processo VIII: todo o sistema em crise 1) "Sistemas de Fuga" de Louisa: Imediatamente depois da partida do MClj Louisa telefonou ao diretor. Pareceu que foi ele quem deu a Louisa a idéia de que o pai iria imediatamente para a prisão. 2) Crise na Equipe de Crise: A MC2 foi informada. ela encontrou-se na dinâmica de uma Intervenção Primária Protetora da Criança. Louisa excluiu os pais e queria que o pai fosse para a prisão. os pais e a administração do hospital foram informados de que Louisa havia se evadido. No caso. o administrador do hospital e o promotor público teriam que ser informados. 3) Sessão com Louisa: Ficou claro que havia uma aliança conspiratória entre Louisa e o diretor. Comentários sobre o processo VII Mudanças no ambiente profissional durante a crise inicial podem ter efeitos disrupi tivos maiores nas tentativas de oferecer à família clareza e continuidade. a quantidade de contato entre os pais e a filha foi amplamente determinada pela recusa inicial da filha de ver qualquer um dos pais. Esse subsistema conivente profissional-família bloqueou diretamente o processo terapêutico com a família e os membros desta. A rede profissional teve que agir contra esse processo. Os membros da família podem querer introduzir uma Intervenção Punitiva Primária ou uma Intervenção Primária Protetora da Criança. Uma amiga de Louisa e seu irmão a visitaram. informando-o que a polícia havia sido ativamente envolvida devido ao desaparecimento de Louisa. 2) Encontro de Coordenação: Uma vez que não parecia possível integrar o diretor no plano profissional combinado. Quando a amigl partiu. Neste exemplo clínico. Neste exemplo. especial-j mente se não acontece nenhuma entrevista de encaminhamento. Ao tentar transformar uma Intervenção Terapêutica Primária em uma Intervenção Punitiva Primária. pediu imediatamente uma discussão de caso de emergência.! mais tarde Louisa e a amiga se fecharam no banheiro. Processo VII: sistema profissional: alteração na composição da equipe terapêutica 1) Mudança na Equipe de Crise: O MCI e o terapeuta dos pais tiveram que sair por dois dias. Louisa também havia desaparecido e não pode ser encontrada. que achava que deveria ter o controle de qualquer ação subseqüente.2). Esse tipo de conluio entre um profissional e um membro da família é a expressão de um intenso conflito-por-procuração. e o MCI informou a polícia e pediu sua cooperação. Ninguém atendia ao telefone. os pais. Ainda não havia nenhum envolvimento direto da polícia para procurar ativamente por Louisa. Nenhuma entrevista de encaminhamento aconteceu. em um estado de agitação. Eles lhe deram o endereço de uma amiga de Louisa com quem ela poderia estar. Comentários sobre o processo VI O conflito-por-procuração não-resolvido e a resultante formação do terceiro subsistema conivente entre o diretor e Louisa. 4) Envolvimento dos Pais: Os pais correram para o hospital e encontraram-se com a MC2. 5) Envolvimento de um Novo Sistema Profissional de Fora: Louisa ainda estava desaparecida na manhã seguinte. . b. por sua vez. A família começou a mover-se em direção à dinâmica familiar de uma Intervenção Punitiva Primária. e ficou por três horas conversando com a equipe. A mãe queria falar com Louisa. Comentários sobre o processo VIII a. A crise entre os profissionais. Decidiu-se pedir a Louisa que voltasse ao hospital por algum tempo. 2) Revisão do Acordo Profissional sobre a Direção da Intervenção: O MCI fez contato com o promotor público que concordara com o plano original de intervenção. Médico de Confiança com relação ao Abuso e Negligência da Criança. a intervenção voltou a ser uma Intervenção Terapêutica Primária. 12) Renovada Interferência por um Subsistema Profissional de Fora: Contra a decisão tomada na reunião sobre o caso. que a evitou e recusou-se a conversar com ela. Nessa crise. A polícia. 13) Rumo a uma Intervenção Punitiva Primária: Em um movimento não-coor-denado por parte da polícia. um efeito imediato nos relacionamentos familiares. 9) Segunda Intervenção pela ASMC. c. Suas motivações ainda não estavam claras. dois oficiais de polícia chegaram ao hospital e fizeram perguntas a respeito de Louisa. todo o sistema profissional-família entrou em confusão. O nome e número de telefone da melhor amiga de Louisa eram familiares para eles. que deixou a equipe de crise incapaz de restabelecer uma estrutura terapêutica. que concordou em voltar ao hospital por algum tempo. Quando a polícia. sob a condição de "comparecimento obrigatório para cooperação e tratamento com o Dr. n Furniss Sexual da Criança . É essencial a existência de um coordenador-chave ou profissional consultor que seja capaz de reagir imediatamente quando o sistema terapêutico precisa ser restabelecido no momento de um conflito-por- procuração paralisante entre diferentes subsistemas profissionais. Seguindo as mudanças no subsistema profissional. Quando ela chegou. d. como Coordenador-Chave: A ASMC foi imediatamente à delegacia de polícia ver Louisa.7) Tomada de Controle pelo Novo Sistema de Fora: A tardinha. em conexão com suspeita de prostituição e abuso de drogas. contra uma decisão conjunta anterior. Subsistemas profissionais não diretamente envolvidos no planejamento do caso podem assumir o controle da intervenção. como neste caso. O resultado foi uma resposta de ação não-terapêutica por parte da polícia. Todos concordaram em que o pai não fosse detido pela polícia." 4) A Intervenção Terapêutica Continua: Os pais continuaram a ver o terapeuta. e Louisa retomou suas sessões individuais. como um resultado da ação de um membro da família. a mãe imediatamente quis unir-se a Louisa. como o perpetrador culpado. Processo IX: sistema global: reorganização da abordagem terapêutica 1) Restabelecendo a Equipe de Crise Original: O MCI e o terapeuta dos pais retornaram. Louisa reagiu e procurou mudar a direção da intervenção. de uma Intervenção Terapêutica Pri 58 Tilman Furniss mária para uma Intervenção Punitiva Primária. Ela reagiu ao movimento em direção à intervenção Punitiva Primária com um movimento em direção a uma aliança com sua filha contra o marido. 8) Clara Tentativa de Louisa de Mudar a Natureza da Intervenção Terapêutica: As 21 horas o policial telefonou informando a equipe que Louisa estava com eles e que havia comunicado oficialmente o abuso sexual e que queria instaurar processo. quando. 10) Coordenação do Novo Sistema Profissional Global: Uma conferência sobre o caso foi realizada com a polícia. o subsistema profissional foi dividido e perdeu a capacidade de agir de um modo coor- denado e orientado para um objetivo. Como resultado. o diretor já estava presente. Isso transformou a Intervenção Terapêutica Primária original em uma Intervenção Punitiva Primária. 11) Tentativa de Restabelecer o Ambiente Terapêutico: A MC2 conversou com Louisa. a polícia prendeu o pai às 23 horas. o promotor público e a MC2. e o levou sob custódia. o controle foi assumido pela polícia como novo subgrupo profissional que permaneceu não-coordenado. Eles atenderam a família imediatamente. A mãe ainda estava muito perturbada. como agência interferente. entraria imediatamente com um processo contra o pai. X. P foi libertado da prisão. A mãe veio ao hospital. o pai foi levado em custódia e a abordagem terapêutica perdeu a força. Eles decidiram que o pai deveria ser libertado pela polícia tão logo fosse possível. 3) Retorno à Intervenção Terapêutica: O Sr. em pânico. A mãe fez ameaças de suicídio e precisou ser tranquilizada. teve. Comentários sobre o processo IX O restabelecimento da equipe de crise original possibilitou à equipe terapêuti recuperar o controle sobre a intervenção e sobre os processos no sistema profissional-família. retirou-se e assumiu novamente um papel claro de assessoria. Louisa não queria retornar ao hospital. no que se refere à direção geral da intervenção. Quando o pai foi removido. agora. . ter seguido o caso até a sua conclusão. na família e na situação externa e interna de cada membro familiar. Ela cm um rufica «s pais [estava ti fez fc^.1. Conduz à próxima reação familiar Colapso da abordagem terapêutica . que envolveu mudanças interligadas na rede profissional. (8) Isso.. deixando a mãe desesperada e sozinha. Intervenção terapêutica da equipe de crise Profissionais (1) Mudança e enfraquecimento do subsistema profissional (i. criou uma espiral de feedback que no final não apenas mudou a situação externa. Esse complexo processo.A equipe de crise entra em crise paralisante).59 V). foi iniciado por um dos membros da família com o objetivo de modificar alianças dentro dela. desencadeou mudanças no processo familiar e nos relacionamentos familiares. polícia ^do. no momento. para garantir continuidade e a finalização do plano de tratamento combinado. Ele também começou a mudar o processo familiar básico e o estado psicológico de cada membro desta envolvido e influenciou a maneira como cada um da família interpretou questões de responsabi- lidade. 2) Continuando o Tratamento: Foi realizada uma reunião de caso no consultório do médico de confiança para se chegar a um plano a médio prazo. conduzindo a (7) uma mudança no estado psicológico individual dos diferentes membros da família. (6) O curso da intervenção mudou para uma Intervenção Punitiva Primária. como uma resposta às ações da família. o modo reativo do subsistema profissional. o grau de envolvimento diminuiu e novas agências foram trazidas por meio das entrevistas de encaminhamento. Comentários sobre o processo X Depois da crise aguda. foi importante a Monitora. participação. passos externos e organizacionais na rede profissional foram passos reativos desencadeados por Louisa.2. Conduz à reação familiar Conduz à resposta pelos profissionais Família (2) Um dos membros da família bloqueia o processo terapêutico (i. Isso criou um processo em que (1) a ausência de dois membros da equipe e uma mudança na equipe terapêutica conduziram à (2) remoção do controle da equipe de crise. Tilman Furniss Ponto de partida. que (5) ativamente paralisou e modificou a Intervenção Terapêutica Primária quando o pai foi levado para a prisão. Isso terven-?belecer ". com o objetivo de reavaliar a possibilidade do retorno dela à casa. todo o jbsistema iodo coor-de ação consultor -tico pre- 0 parali- 1 direção lento do [quando.e. no Lar das Crianças e que a terapia com os pais deveria continuar.a filha foge) (3) Envolvimento de um subsistema profissional de fora não-coordenado (i. por sua vez.3. Decidiu-se que Louisa deveria permanecer. mas também afetou profundamente o estado psicológico interno de cada membro da família (Figura 4. alguns membros da equipe terapêutica se retiraram. A equipe terapêutica concordou com essa colocação. Esse processo não apenas ameaçou modificar a forma externa de toda a intervenção. dois membros da equipe saíram e enfra- queceram as fronteiras terapêuticas). como Isa. (3) O controle foi assumido por Louisa como o membro da família mais resistente à ITP que (4) transferiu ativamente a iniciativa para a polícia.. O processo conectador na família P No exemplo da família P. de r ião fcob a rHtO r. acusação e poder em relação ao abuso sexual.e. Nesse processo.4). que estava envolvida desde o início.e.a polícia assume o controle. 4.embro <nentos familiar D. 3) Coordenação Continuada entre o Profissional Monitor e os Subsistemas Profissionais: A ASMC permaneceu como monitora até o caso ser encerrado. Nesse processo. quando a mãe se aproximou de Louisa. culpa.' da peu- Processo X: sistema profissional: planos intermediários para proteger o processo terapêutico 1) Colocação Imediata para Louisa: Louisa visitou uma amiga em um lar para crianças e quis ficar lá. que eram parte do conflito familiar. Se os profissionais não forem capazes de chegar a um consenso sobre o significado do conflito como um conflito-por-procuração que espelha outro. 8. incluindo o promotor público. A rede profissional pode então orientar-se novamente em relação ao problema.tentativa da mãe de aproximar-se da filha depois da remoção do marido).1. recriando a estrutura multidisciplinar de uma Intervenção Terapêutica Primária orientada para um objetivo. Conduz a conseqüências para os profissionais (7) Equipe de Crise apenas reativa às ações dos membros da família realizadas como reação às ações do sub- sistema profissional não-coordenado (i.Conduz à próxima resposta profissional (4) Ações específicas de um dos membros da família como estímulo para os novos profissionais alterarem a es- trutura básica da interven-ção(i. O encontro da pré- intervenção. com o resultado de que as ações dos profissionais tornam-se reações à família induzidas pelo processo familiar. no relacionamento com colegas profissionais. aproximação evitadora-j de-conflito entre mãe e fí- j lha. em que os profissionais inevitavelmente perdem qualquer perspectiva orientada para um objetivo e solucionadora de problemas.1.e.2.. entre eles. contra as combinações anteriores de outros profissionais) Conduz à seguinte reação familiar (6) Movimento reativo de outros membros da família para adaptar os relacionamentos familiares às mudanças externas (i. A equipe de crise agiu como representante do pai e a mãe foi empurrada de um lado para outro. O processo interdisciplinar 5. havia concordado antes da intervenção. pois a equipe de crise. a rede profissional ficou aprisionada na dinâmica do sistema familiar. por exemplo.7. a polícia prende o pai. Determinados membros da família possuem papéis específicos atribuídos a eles.4. Questões especiais nas reuniões de caso.1. encontros de pré-intervenção e reuniões de caso são as ocasiões mais importantes e típicas em que o espelhamento do processo familiar é reinterpretado. e aspectos da vida familiar podem levar a uma situação em que o padrão de relacionamento entre os profissionais representa um padrão espelhado dos relacionamentos familiares. As renegociações terapêuticas dos relacionamentos familiares ficaram completamente bloqueadas. a filha vai à polícia e faz deliberadamente uma declaração).1. o diretor e a polícia estavam atuando um conflito. (5) Subsistema profissional não-coordenado muda a natureza da intervenção (i..e. Identificações complementares de diferentes profissionais — com diferentes membros da família.. foram espelhados no conflito entre a polícia. 11.e.e. de fato. claramente. os quais. conforme aconteceu quando a polícia interferiu para deter o pai. (Veja o processo interdisciplinar. as pré-soluções terapêuticas em uma resolução-de-conflito-por-procu-ração se tornam impossíveis.) Conflitos-por-procuração não-resolvidos na rede profissional conduzem a Respostas de Ação não-terapêuticas. complementares àqueles que os diferentes membros da família têm entre si. Equipe de Crise aproxima mãe e filha) Conduz a conseqüências para a família (8) Mudança não-terapêuti-| ca na constelação familiar (1 . um conflito-por-procuração. Eles conseguem apenas reagir burocraticamente e de acordo com regras de competência e responsabilidades formais de sua profissão e agência. A rede profissional representa a dinâmica familiar. Ação e reação entre a família P e a rede profissional Abuso Sexual da Criança 60 I 2. Primeiro o diretor e depois a polícia agiram como representantes da filha. na rede profissional. que era na verdade um conflito familiar entre Louisa e seu pai.. Conflito-por-procuração e resolução-do-conflito-por-procuração na família P No tratamento da família P. são espelhados em diferentes membros da rede profissional. a escola e a equipe de crise.3. Processos de espelhamento e identificação profissional O espelhamento descreve um processo em que diferentes membros de uma rede profissional assumem papéis. 5 » A Rede Profissional 5. O conflito-por-procuração entre os profissionais fora desencadeado pela tentativa de Louisa de tornar impossível a solução terapêutica. como conluio não-tera-pêutico e contra o pai quej foi removido). Consultas interdisciplinares diagnosticas anônimas e personalizadas. a maneira como a família vê a si própria. em sua luta pela mãe como uma aliada. na rede profissional (veja Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima. Nos encontros de pré-intervenção e nas reuniões de caso nós muitas vezes nos percebemos aprisionados no espelhamento dos modos disfuncionais que . RESULTADO: RESPOSTA DE AÇÃO NÃO-TERAPÊUTICA PELOS PROFISSIONAIS Figura 4.8).e. O eventual reconhecimento desse processo fez com que fosse possível chegar a uma resolução-do-conflito-por- procuração entre os profissionais. O conflito desenvolvente entre os profissionais era. 8. com a qual toda a rede profissional. 5. via identificação.. Aspectos de ódio e raiva entre a filha e o pai. A resolução-do-conflito-por-procuração permitiu à rede profissional devolver o conflito à família. apresentando processos de cli- vagem e fragmentação e refletindo. Isso estava totalmente fora do contexto da ITP.4. — distintamente de Freud —. responsabilidade efetiva deixando o outro se retirar também. No abuso sexual da criança. O mesmo acontece hoje com a identificação. ensinaram-me que a identificação acontece muito além desses processos definidos negativamente.1. Eles precisam ser reconhecidos como tal. Esse passo. Os conflitos-por-procuração no sistema profissional não po-. passando a ser vista como um conceito altamente terapêutico do processo interacional entre terapeuta e paciente. é historicamente análogo ao passo herético na psicanálise. Ninguém pode assumir clara responsabilidade. Ele é o resultado da surpreendente influência que as famílias conseguem exercer inclusive sobre redes muito competentes e altamente profissionais. A admissão de identificação com aspectos psicológicos da vida das famílias e clientes é atualmente considerada tanto como uma propriedade individual refletindo os problemas individuais do profissional envolvido. algumas com 10 a 15 profissionais. eles não são conflitos genuínos entre os profissionais. são muitas vezes espelhadas nas reações dos membros de grandes reuniões de caso. Conflito-por-procuração Conflitos-por-procuração são exemplos específicos de processos de espelhamento. nós encontramos conflitos na rede profissional que espelham o conflito familiar como o resultado da identificação primária dos 61 Tilman Furniss profissionais com diferentes aspectos do processo familiar. Ela constitui um processo interacional muito mais geral. O pulo qualitativo que preci- samos dar é confessar explicitamente nossas inevitáveis identificações. A incapacidade de resolver problemas e solucionar conflitos. Existe apenas a maneira de negar a identificação. Foi então que eu percebi que esses eventos eram induzidos pelo processo familiar. porque todos querem mandar no caso. Isso é induzido pelo processa 61 Sexual da Criança 61 familiar como um resultado de identificações de diferentes profissionais com diferentes membros da família que estão espelhando o processo familiar na rede profissional. pois cada profissional é apresentado a diferentes aspectos da família e dos seus membros. Em uma abordagem metassistêmica. a inadequada evitação ou regulação do conflito na(j famílias com abuso sexual da criança são freqüentemente espelhadas em redes coai profissionais altamente habilitados e competentes. não apenas estava sempre presente e não era necessariamente a expressão dos próprios problemas do analista. no desenvolvimento da teoria dos sistemas. Como conflitos de espe-lhamento. Não obstante. reconhecer abertamente diferentes identificações de diferentes profissionais com diferentes membros da família e diferentes aspectos da vida familiar e dos conflitos familiares como instrumentos terapêuticos positivos e importantes. como uma expressão da falta de experiência profissional no principiante. porque ninguém na verdade quer assumir. O processo de identificação constitui o mecanismo psicológico subjacente pelo qual as redes profissionais espelham o processo familiar e diferentes aspectos da vida psicológica individual dos membros da família. embora eu soubesse que isso não era verdade. na década de cinqüenta. eu comecei a pensar neles como incompetentes. A contratransferência deixou de ser vista como uma propriedade disfuncional do próprio terapeuta. pois pertencem à família. as ações dos profissionais perigam se tornar primariamente reações . 5. cuja atitude e competência profissional eu respeitava e admirava grandemente. respectivamente. quanto. Se um padrão de relacionamento de identificações não-reconhecidas na rede profissional mostra um padrão de espelhamento de relacionamentos familiares. quando Paula Fíeimann afirmou que a contratransferência. mais do que em qualquer outro campo do trabalho com famílias. são conflitos-por-procuração familiares. que pode ter um grande uso terapêutico quando tratada como um importante instrumento e processo interacional profissional positivo no processo interdisciplinar de complexas redes profissionais. Minhas próprias reações e cooperação com colegas altamente competentes e experientes. as tentativas das pessoas que abusam de evitar assumir a responsabilidade pelo abuso e a questão da responsabilidade compartilhada dos pais.a família tem de relacionar-se e de sua incapacidade de resolver problemas e solucionar conflitos. dem ser resolvidos terapeuticamente dentro da rede. A má vontade da família para acreditar nas crianças que sofreram abuso. Eu descobri o processo de conflito-por-procuração como espelhamento do processo familiar quando me percebi diminuindo e desconfiando de colegas de outras disciplinas. mas que era um instrumento crucial no processo terapêutico. bem como ninguém pode se retirar.2. Eles são potencialmente os aspectos mais prejudiciais ou mais terapêuticos do espelhamento. com o perigo de atuar por procuração. Em casos complexos de grave abuso sexual da criança não existe maneira de não ocorrerem diferentes identificações. O espelhamento não acontece por conduta profissional incompetente. nós precisamos nos dar a licença e permissão explícita para assumirmos uma posição que nos permita. em casos difíceis de abuso sexual da criança. Coit flitòs-por-procuração nas redes profissionais são sempre uma expressão da incapacidade de resolver problemas ou solucionar conflitos na família. Diferentes profissionais se identificam com diferentes membros da família e diferentes aspectos do processo familiar. como profissionais. podem batalb ! Furniss tual da Criança 85 pelo pai. Se nós deixamos de tomar a identificação de cada profissional como espelhando partes diferentes. Uma das características dos conflitos-por-procuração é o fato de que as questões que precisam de exploração complementar e diferenciada em relação à sua mútua interdependência e à forma como se relacionam umas com as outras parecerr ser colocadas em uma estrutura contraditória e mutuamente exclusiva. mas igualmente importantes. contudo. como profissionais. como profissionais. nos sintamos muito bem. induzidas pelo processo familiar. O sentimento subjetivo e honesto de correção nos profissionais. Torna-se impossível fazer as perguntas necessárias orientadas para a problema: "Como a proteção e a terapia podem se relacionar uma com a outra? Coma a proteção pode ser feita de modo terapêutico e como a terapia pode contribuir para a proteção?" O processo fica ainda mais complicado pelo fato de que a identificação primai ria de diferentes profissionais com diferentes aspectos da vida familiar faz com qud nós. o problema se torna insolúvel. diferentes profissionais muitas vezes se identificam ou com a proteção à criança ou com o tratamento. Por exempH lutar para salvar crianças e pela punição e exclusão das pessoas que abusam í virtude de minhas próprias fantasias de salvamento e de minha identificação comi criança como vítima pode fazer com que eu. no qual lutam como representantes dos diferentes membros da família. nós. insolúvel. A pergunta então é "Você quer proteger essa criança. i ques-[à sua kecem pnísti- ão ?". do problema global de um caso específico de abuso sexual da criança e se criamos alternativas aparentemente contraditórias. Eles lutam nesse com flito porque se identificam com seu curso de ação e acreditam nele. Isso se torna especialmente doloroso quando os profissionais começam a atuar os conflitos familiares entre eles. que é seguida por uma resposta de ação não-terapêutica como resultado de nossas próprias identificações como profissionais e em decorrência de nossa própria crisej profissional. enquanto os membros da família continuam ativamente a preservar o conflito entre os profissionais. por sua vez. Os profissionais que lutam em conflitos-por-procuraçãc 1 sentem subjetivamente bem e consonantes com sua cruzada. mas isso não tem nada a ver com ajudar a criança e a família. quando lutamos pela causa. não muda o fato de que esses confli-tos-por-procuração entre eles são defendidos em virtude de suas próprias identificações primárias e não como parte de uma abordagem profissional sensata. Nos casos de abuso sexual da criança. que. de "ou- ou". como psiquiatra infantil. deixando de identificá-los como conflitos-por-procuração. por definição. Dssas i crise ra o t-omo [para Membros da rede profissional . Em virtude de sua respectiva identificação com o pai. eles podem se sentir igualmente bem em relação ao seu próprio curso de ação. podemos nos sentir bem. Ambas ficam vitimizadas e perdidas no processo. sim ou não ?". Um conflito-por-procuração pode ser extremamente prejudicial para a família. dei revelação imediata versus juntar-se ao segredo ou de proteção versus terapia entre diferentes profissionais ou agências. por exemplo. cor a qual nos identificamos. quando se aliam à sua negação ou à sua minimização do perigo para a criança. me sinta miáB bem quando discordo de funcionários encarregados da vigilância de réus benefii dos por "sursis" ou com psiquiatras de adultos. Um conflito-por-procuração não-reconhecido entre os profissionais torna impossível uma cooperação entre e/es orientada para o proò/ô-ma e torna impossível também uma resolução terapêutica para a criança e a família. Se atuamos conflitos-por-procuração. cria-se um conflito por procuração na rede profissional. Os profissionais ficam amarrados em um conflito-por-procuração não- terapêutico. antagonísti-ca. lutando uns contra os outros. Se transformamos os conflitos familiares em nossos próprios conflitos. de modo a evitar que o conflito seja trazido de volta à família. torna-se extremamente molestador para os profissionais envolvidos e é.às ações da família. 5. Essas ações formais são expressão de comportamentos não- coordenados. em um processo global que não compreendemos. Eu incentivaria este colega a encontrar pelo menos dez razões pelas . no entanto. mas sim utilizá-lo.2.3. e que quer uma ação imediata para salvá-la. torna-se possível uma resolução do conflito por-procuração. As pessoas que trabalham com proteção à criança podem tomar medidas de cuidado. Terapeutas tratam e mantêm afastadas as agências protetoras. Qualquer Intervenção Terapêutica Primária fica bloqueada. ou a polícia e as instituições legais podem intervir e iniciar os procedimentos criminais sem considerar o contexto global. Cada um de nós pode ter interferido com boas intenções e em conformidade com a conduta absolutamente adequada em nossa profissão.) 5. 63 Tilman Furniss Respostas de ação não-terapêutica não são orientadas para um objetivo e não solucionam problemas. cegamente e de modo formal. Psiquiatras infantis podem querer fazer terapia independentemente do contexto e sem cooperar com serviços de proteção à criança ou a polícia.1. Identificação profissional e conflitos-por-procuração. a expressar sua identificação abertamente. realizando "terapia antiterapêutica". por exemplo. Respostas de ação não- terapêutica em conformidade com competência formal e responsabilidades burocráticas. As pessoas que trabalham em agências de proteção agem de acordo com suas instruções e. resultado do conflito por procuração não-resolvido.3. criam "proteção da criança promotora de abuso". As decisões tomadas pelos profissionais serão somente burocráticas e se tornam respostas de ação "não-terapêutica". Identificar conflitos-por-procuração e chegar a uma resolução-do-conflito-por -procuração não significa livrar- se do conflito interdisciplinar. Uma vez que um conflito-por-procuração tenha sido identificado pelos profissionais. Eu. As identificações primárias dos profissionais com diferentes aspectos do processo familiar e da vida da família podem então ser abertamente sustentadas e podem se tornar um dos instrumentos mais terapêuticos. de acordo com as regras de responsabilidades e competência formal de diferentes profissionais e agências.Membros da família Conflito familiar Conflito interno nos membros da família Identificação profissional * ^ Conflito-por-procuração Figura 5. Todos nós interferimos em detrimento da criança.1. Resolução do conflito por-procuração A resolução do conflito por-procuração é o oposto de lutar em conflitos por procuração.4. A polícia toma medidas profissionais adequadas de acordo com leis formais e embarcam na "prevenção de crime promotora de crime". e o resultado ainda é um desastre para a criança e a família.1. ocorrem então pseudo-resoluções na forma de ações diretas contra membros da família. 4. não conseguem chegar a um consenso sobre o significado de um específico conflito interdisciplinar como um conflito-por-procuração de espelhamen-to. Espelhar o processo familiar e espelhar conflitos nas redes profissionais pode ser extremamente terapêutico quando os conflitos de espelhamento entre os profissionais são reconhecidos como conflitos-por-procuração que se originam na família. encorajaria positivamente um colega que se identifica com o desespero da criança e a necessidade de proteção. Resposta de ação não-terapêutica Se os profissionais. muitas vezes conduzem ao oposto da sua intenção. (Veja Exemplo clínico: a família P. da pessoa que abusa e dos outros membros da família. O processo terapêutico de resolução do conflito-por-procuração informa os profissionais sobre o processo familiar e auxilia a pensar sobre a ajuda orientada para o problema. em que os diferentes aspectos do problema são vistos em um contexto complementar mais amplo e verdadeiramente multidisciplinar e metassistêmico. podemos realizar uma grande parte do tratamento individual e da família. Se eu ou um outro colega envolvido na terapia estivéssemos identificados com as necessidades terapêuticas da criança. Minhas dez razões para ainda não intervir em virtude de minhas próprias identificações com as necessidades terapêuticas da criança. A resolução-do-conflito- por-procuração conduz a uma pré-resolução terapêutica do conflito familiar na rede profissional. irimá-jda da " stru- >por i. mas como conflito-por-procuração. como um subsistema mais elevado. possa encontrar sua própria resposta terapêutica para os problemas familiares. pero ra-la.quais nós deveríamos intervir imediata e instantaneamente. o que facilita a . rttrar nea-:dos u ao :ão m- nas de 1e-s es- is 0 ao Sexual da Criança 64 contexto da argumentação pela proteção imediata. de relacionar proteção à terapia. Ela já é uma parte integral do processo terapêutico para os indivíduos e famílias. em rferido da em . No Furniss e não oqueada. Quando lidamos com o conflito-por-procuração entre os profissionais como uma "terapia-por-procuração". A capacidade estrutural da rede profissional para uma pré-resolução conceituai dos problemas da família. Nós estaremos a caminho do entendimento das possíveis maneiras de intervir em uma Intervenção Terapêutica Primária. começaremos a pensar em termos complementares. resultam em uma diferenciação que nos permite compreender em que condições uma intervenção imediata seria terapêutica e sob que condições levaria a um trauma psicológico secundário. A pré-resolução-por-procuração não precisa ser a solução particular que a família deve encontrar para si própria. mais compreenderemos a respeito do processo familiar específico e sobre as necessidades da criança. e para um modo positivo. ntexto e «as que polícia e m consi-de com zem ao proteto-ds ade-motora do com buso". O processo de resolução do conflito-por-procuração em intervenções legais ou estatutárias no abuso sexual da criança precisa levar em conta que a rede profissional é. Se colocarmos claramente os dois lados da discussão. permite aos profissionais oferecerem um ambiente terapêutico seguro para cada membro da família e para a família. Eu. precisa ter uma idéia sobre possíveis resoluções de um problema familiar específico antes que a família. em termos hierárquicos. onais. criativo e solucionador de problemas. (Veja procu-pode profis-«nilia. obtida em uma resolução-por-procuração. lentamente compreenderemos como a proteção pode se relacionar à terapia e vice-versa. eu incentivaria a mim próprio ou ao colega a pensar sobre pelo menos dez outras razões pelas quais uma remoção imediata seria prejudicial à criança e conduziria a uma maior perturbação psicológica. Quanto mais os conflitos-por-procuração entre os profissionais forem reconhecidos e encorajados e quanto mais tentarmos chegar a resoluções-por-procuração. A resolução-do-conflito-por-procuração abertamente discutida permite uma riqueza de informações sobre as necessidades de cada membro da família e sobre o processo familiar e sua disfunção. como um subsistema mais baixo. A pré-resolução conceituai na rede profissional é uma pré-resolução terapêutica. nós também podemos pensar em uma maneira diferenciada sobre a pergunta de se a terapia continuada antes de qualquer revelação aberta ainda permaneceria sendo uma terapia terapêutica e em que ponto se tornaria uma terapia anti-terapêutica. Quando discutimos o caso não como nosso próprio conflito interdisciplinar. o subsistema mais elevado em relação à família. al. O processo de resolução do conflito por procuração conduz a rede profissional para fora de um processo muitas vezes extremamente destrutivo com graves problemas de cooperação. A habilidade para resolver problemas e a capacidade para solucionar conflitos que a rede profissional desenvolve no processo de pré- resolução do conflito familiar são os elementos estruturais e as pré-condições cruciais que facilitam a capacidade da família para encontrar sua própria solução para seu problema específico e único. relacionadas às dez razões do colega pelas quais deveríamos interferir imediatamente para proteger. ' O processo de resolução do conflito-por-procuração nas redes profissionais pode ser comparado à necessidade de acordo e pré-resolução conceituai dos problemas de uma criança por parte dos pais. Não é o conteúdo específico da pré-resolução-por-procuração o que importa. mas a capacidade estrutural da rede profissional para resolver problemas e a capacidade de solucionar conflitos. A rede profissional. em princípio. Se. As instituições legais ainda não se adaptaram completamente movimento dos direitos da criança e ao fato de que as crianças. Conflito institucional estrutural e conflito-por-procuração institucionalizado Os conflitos nas redes profissionais têm. sobre o problema básico. político e social são o contexto adequado para solucionar problemas institucionais estruturais quando lidamos com o abuso sexual da criança. A capacidade de identificar conflitos nas redes profissionais como conflitos familiares de espelhamento e a capacidade para resolução dos conflitos por procuração entre os profissionais transformam uma situação potencialmente muito destrutiva e divisora entre eles em um processo interdisciplinar altamente criativo e unifi- cador. não são pequenos adultos. As instituições legais também ainda não compreen" ram inteiramente os problemas específicos de se manejar o abuso sexual da cria como síndrome conectadora de segredo e adição. Os profissionais da saúde mental. deixando sentimentos mútuos ruins e má opinião profissional do trabalho de cada um. a criança será arrastada a conflitos de lealdade e a alianças interge-racionais insolúveis com um progenitor. no próximo caso. que facilita a mudança terapêutica na família. Mudanças em diferentes instituições através de mútua apren í: Sexual da Criança 65 dizagem. Em determinados casos. o que também é essencial para mudanças necessárias no sistema legal. com o passar do tempo. isso conduzirá a certa preocupação. A pré- 65 Tilman Furniss resolução terapêutica por parte dos pais é um pré-requisito para a capacidade de avaliar e aceitar qualquer uma das soluções da criança. por sua vez. Conflitos-por-procuração institucionalizados Eu descrevi conflitos-por-procuração nas redes profissionais e sua origem nas identificações primárias pessoais dos profissionais com aspectos do processo individual ou familiar. podemos evitar conflitos perso lizados inadequados. Se os conflitos institucionais estruturais e áreas específicas de cooperação são reconhecidos. torna-se um certo "eles são inúteis e incompetentes de qualquer maneira" em ambos os lados. com base em mútuo entendimento e respeito pela posição e tarefa profissional década um tornam-se possíveis. que requerem procedimentos parâmetros legais diferentes. mas que de fato são conflitos-por-procuração solidificados. E impossível para a criança encontrar sua própria solução até que os pais sejam capazes de concordar sobre uma possível solução que indica que eles estão de acordo. Elas s: 1) Conflitos-por-procuração 2) Conflitos-por-procuração institucionalizados 3) Conflitos institucionais estruturais Conflitos institucionais estruturais Os conflitos institucionais estruturais incluem conflitos que derivam de exigên institucionais e profissionais mutuamente exclusivas. Somente então poderemos evitar conflitos reais dei competência formal e de responsabilidades profissionais. depois do terceiro caso de conflito-por-procuração não-reconhecido. como pess biologicamente imaturas. O processo de resolução doj conflito por procuração pode.5. os exemplos mais importantes de conflitos institucionais estru rais são os conflitos entre as instituições de saúde e de saúde mental da criança e sistema legal. conduzir a conflitos entre insti- tuições que parecem ser conflitos institucionais estruturais. os conflitos por procuração que não são reconhecidos como tal podem. quanto a trabalhar junto novamente. Ele certamente é um dal processos mais importantes para evitar o fracasso profissional. Grupos de trabalho multidisciplinares. ainda não ofereceram ao pro sional da lei informações suficientemente válidas e confiáveis e os instrument precisos para a comunicação com as crianças. inclusive. contra o outro. Igualmente — ou ainda maia importante — permite aos profissionais manter o respeito por seus colegas e aprender com o outro. que pode ter sido mutuamente formulado no primeiro conflito por procuração não-resolvido. O velado julgamento de "eles são inúteis e incompe- tentes". Sem a capacidade parental de concordância. No presente. A resolução do conflito-por-procuração nas redes profissionais só poderá ocorH rer se respeitarmos sinceramente a posição profissional formal de nossos colegas enj outras profissões e agências. ser divertido.capacidade da criança de encontrar sua própria solução para um problema emocional ou comportamental dentro do contexto familiar. Nós encontramos um rela- cionamento semelhante entre famílias e redes profissionais com responsabilidades estatutárias. que tratam dos diferentes aspectos de manejo do abuso sexual da criança e mudanças no domínio legal.1. os membros de uma determinada clínica psiquiátrica infantil e os assistentes sociais de uma determinada equipe de proteção à criança tiveram um caso de abuso sexual da criança em que um conflito-por-procuração não-reconhecido e não-resolvido conduziu ao fracasso da intervenção. mas seres humanos com es' turas de comunicação qualitativamente diferentes. três origens. predominantemente. 5. quando trabalhamoi com o abuso sexual da criança. que são estruturalmente fi das por leis e regulamentos. O conflito interdisciplinar começa como um conflito-por-procuração . e poderemos utilizar criativamente os conflitos emergentes entre os profissionais. por exemplo. mais ou menos. como segundo e terceiro passos na Intervenção Terapêutica Primária. Depois disso. apoiada pela filha que sofrera abuso. muitas vezes. porque devem ser manejados de modo diferente. A menina era apoiada pela mãe. O pai era feroz e furiosamente defendido pelo filho mais velho. Ela estava muito zangada e queria que o pai permanecesse na prisão até acabar sua sentença. 6. O filho mais velho estava inteiramente identificado com o pai e sustentava sua briga contra as mulheres da família. É muito importante distinguir entre "conflitos-por-procuração institucionalizados e conflitos institucionais estruturais". espelhando o conflito conjugal original dos pais. entre uma mãe muito zangada e muito mais forte. como o primeiro passo da Intervenção Terapêutica Primária. que incluía o objetivo combinado da reabilitação do pai.6. O conflito por procuração mudou então para um conflito entre o filho-pai e eu próprio como o profissional que deveria romper o abuso sexual como segredo de família. Depois de 2 anos de custódia e 4 semanas antes de sua libertação. eu tive breves encontros separados com ele e com os outros subgrupos da família. Conflitos-por-procuração institucionalizados não requerem mudanças em estruturas de cooperação e regras básicas. ficou claro que a filha de 16 anos. Em um encontro da rede profissional alguns dias antes da primeira consulta profissional-família. fazem com que conflitos por procuração institucionalizados pareçam conflitos institucionais estruturais.não-reconhecido. de modo a se obter uma resolução terapêutica (veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. 66 Tilman Furniss 5. e o chefe da equipe que era responsável pelo cuidado residencial da crianças e politicamente responsável por toda a intervenção. Durante a sessão. Ela disse que não voltaria a morar com o pai novamente. Repetidos conflitos por procuração não-reconhecidos entre os profissionais se transformam em conflitos por procuração institucionalizados entre profissionais e instituições. A filha que sofrera abuso sexual estava sentada perto da mãe. o pai veio diretamente da prisão para o primeiro encontro profissional-família. a quem apoiava e defendia. Ela era inteiramente "filha da mãe". Isso pode incluir mudanças necessárias na lei. que começou a acusar a irmã pelo abuso. A estrutura adequada para as soluções são grupos de trabalho multidisciplinares e mudanças sociais e políticas. Os profissionais envolvidos haviam me pedido para avaliar essa família com a pergunta sobre a possibilidade de reabilitação do pai. foi decidido que participariam da sessão todos os membros da família. com os outros objetivos e etapas ainda por serem trabalhados. em que o pai havia abusado sexualmente da filha mais velha durante. que sofrera abuso. e um pai muito frágil. patético. Todas as crianças estavam sob cuidados em um lar para crianças. que é governada pela prática profissional simétrica e anta-gonística. que seria responsável pelo pai depois de sua libertação condicional. requerem uma mudança interacional na cooperação disfuncional. que os profissionais erronea- mente acreditam ser conflitos institucionais estruturais. o funcionário encarregado da vigilância de réus beneficiados por "sursis" ficou muito assustado e tentou intervir para acalmar as coisas. a sessão centrou-se em estabelecer os fatos do abuso e a responsabilidade por ele. Conflitos-por-procuração institucionalizados demandam uma mudança para modos complementares e diferenciados de cooperação interdisciplinar dentro de um enquadramento estrutural adequado para a colaboração profissional. o funcionário encarregado da vigilância de réus beneficiados por "sursis". ainda tinha medo do pai. Métodos de trabalho solidificados. Exemplo clínico: a família G O exemplo descreve o processo profissional-família e o processo interdisciplinar da primeira e quinta consulta de uma família com quatro adolescentes. a assistente social estatutária das crianças. . Logo antes da sessão conjunta. Os profissionais estatutários queriam transformar a Intervenção Punitiva Primária em uma Intervenção Terapêutica Primária orientada para o problema. o que não tem nada a ver com trabalho incompetente dos profissionais de qualquer equipe das duas instituições. 10 anos.) No primeiro encontro profissional-família desenvolveu-se um imediato confli-to-por-procuração entre o filho mais velho e a filha mais velha. Subseqüentemente. foi assumido pelos irmãos e mudou para um conflito por procuração entre os pais e os profissionais. O aprisionamento inicial do pai no contexto de uma Intervenção Punitiva Primária foi redefinido. Depois de uma avaliação inicial do padrão de relacionamento na família. Quando a mãe começou a fazer ameaças de morte contra o pai. que não queria que a Intervenção Punitiva Primária fosse transformada em uma Intervenção Terapêutica Primária. Requerem o reconhecimento do conflito por procuração solidificado subjacente. Os conflitos institucionais estruturais requerem mudanças no nível de procedimentos e cooperação profissionais estruturais básicos.2. Finalmente chegou ao conflito conjugal original sobre as circunstâncias do abuso. A maneira apropriada de solucionar conflitos-por-procuração institucionalizados é a consulta interagências com o objetivo de atingir uma resolução do conflito-por-procuração. A sessão terminou em uma atmosfera muito mais calma e relaxada.1. em nenhuma circunstância. trabalho de grupo separado para a menina que sofrera abuso e para o pai. acusando-me de tratar as crianças de modo áspero e insensível. espelhando o processo familiar. que não era sua responsabilidade. as sessões semanais de grupo e a terapia individual estavam em processo e os profissionais responsáveis pela residência e a assistente social estatutária continuavam a trabalhar intensivamente com as crianças.A quinta sessão aconteceu cerca de quatro meses mais tarde. a assistente social da área. dizendo que elas não queriam mais vir. Eles tinham encontros profissionais regulares sobre a família. No dia da quinta sessão. Isso estava expresso no conflito-por-procuração entre os profissionais do "partido das crianças" e o funcionário encarregado da vigilância dos réus beneficia- 67 Tilman F* dos por "sursis". como o . Quando eu comecei a sessão. os profissionais tinham vindo. Este último sentia-se excluído da rede profissional do "partida crianças" e do processo de tomada de decisão em relação às crianças. Nesse momento particular. o chefe de equipe e a assistente social estatutária. Isso ficou claro quando a assistente social zangou-se com o profissional da condicional por interferir em questões referentes à terapia das crianças. ele havia feito comentários negativos sol tratamento das crianças. mas era tarde demais para telefonar de volta. que incluía sessões família Sexual da Criança 67 res. Eu tinha um grande respeito por eles como colegas e por seu excelente trabalho terapêutico com esta família. o funcionário encarregado da vigilância dos réus beneficiados por "sursis" e o "pai" do lar das crianças no qual viviam todos os quatro filhos. As alianças inadequadas dos membros do sexo masculino da família contra os do sexo feminino haviam se atenuado. Subitamente surgiu a noção de "partido das crianças". Como se verificou. Eu sempre deixei a cargo dos profissionais com responsabilidades estatutárias trazer a família e usar as sessões para consultas de acordo com suas necessidades. Uma melhora estável havia sido obtida na terapia. Agora. Sua raiva em relação a mim era um conflito por procuração que representava um conflito entre ele e a assistente social estatutária. a rede profissional havia coopí muito bem. Até duas semanas antes desse encontro. A idealização da mãe pelas filhas e do pai pelos filhos havia cessado. O pai comprara uma moto e andava orgulhosamente pela cidade. Ele se envolvera mais ativamente com os filhos e estava pronto a assumir novamente um papel de pai mais importante e central. A auto-estima da menina que sofrera abuso e a autoconfiança do pai haviam melhorado. tinham aparecido quatro profissionais. e os filhos estavam menos identificados com os pais e se relacionavam melhor uns com os outros. o conflito-por-procuração na rede pron? nal estava espelhando o conflito familiar sobre a questão de se o pai deveria ou tornar-se mais central para a família novamente. e ambos os lados viam os pais de modo mais realista. não havia chegado ninguém da família. Por sua vez. e terapia individual para uma irmã que não sofrera abuso. Os encontros semanais familiares (4-6). o conflito parecia ser sobre quem deveria participar dessa sessão e qual seria a tarefa da mesma. que tinha um envolvimento estatutário com o pai. O processo interdisciplinar nesse encontro revelou que o subsistema profissional estava aprisionado na dinâmica do sistema familiar. As crianças haviam permans sob cuidados durante dois anos e elas e os profissionais do "partido das criair haviam se organizado muito bem. O acesso supervisionado entre os filhos e o pai estava indo bem e haviam ocorrido mudanças no relacionamento entre todos os membros da família envolvidos. Em vez disso. quanto a menina que o sofrera. Pelo contrário. O profissional da condicional (o funcionário encarregado da vigilância dos réus beneficiados por "sursis") estava zangado comigo. que afeai seu trabalho com o pai. a situação havia sido desencadeada por um desacordo entre os quatro membros da equipe. Na hora da sessão. O resultado era um ameaçador conflito de compejl formal e responsabilidade burocrática entre a assistente social com responsabSH estatutária em relação às crianças e o funcionário encarregado da vigilância dos» beneficiados por "sursis". que estavam aguardando na sala de espera: o chefe da equipe responsável pelo cuidado residencial. que eram profissionais muito experientes e altamente competentes. o "partido das crianças" ameaçava excluir o funcionará] condicional. a família não se recusara a vir. mas que sabia sobre ele e que estava tão gravemente atingida. dos quais o profissional da condicional se sentia excluído e aos quais não se sentia bem-vindo. O progresso na terapia fez com que a questãl reabilitação final do pai e sua ativa reintegração paternal se tornasse cada vez mais ag( A ambivalência das crianças em relação a deixar o pai entrar novamenll família estava espelhada na ambivalência do "partido das crianças" de deixar en o funcionário da condicional. ao invés. Estava implícito que eu era responsável por enviar mensagens pouco claras. uma secretária havia recebido uma mensagem telefônica que eu não entendera bem. mas responsabilidafl "partido das crianças". O pai havia sido libertado da prisão e voltara a morar com uma tia idosa a apenas três quadras de casa. não tinha idéia do que significava não ter aparecido nenhum membro da família e por que. Os filhos ainda estavam vivendo sob condições de cuidado. e a responsabilidade pelo cuidado e segurança das crianças ainda cabia à assistente social. Ficou claro que o "partido das crianças" incluía o "pai" do lar e os que trabalhavam ligados à residência. Deixar essa pessoa. ao "pai do lar" das crianças e ao chefe de equipe responsável pelo cuidado residencial. Inicialmente. que conduziu a uma bem sucedida resolução do conflito-por-procuração. de fato. que. quando as difel rentes identificações dos profissionais foram explicitadas e usadas. essa resolução por procuração e a integração do funcionário encarregado da vigilância dos réus beneficiados por "sursis" na rede profissional também possibilitou aos profissionais encontrarem uma pré-resolução terapêutica e orientada para o problema para o presente problema familiar. era. O "pai" do lar estava identificado com o aspecto parental do cuida emocional. era ela quem era responsa* por sua segurança. não obstante. positiva e explícita.2. significaria que profissionais do "partido das crianças" teriam que pensar seriamente sobre o ao do pai às crianças e sobre sua total reabilitação na família. parecia que a assistente social representava a proteção das crianças não tinha certeza da extensão em que è estariam seguras e prontas para ter livre acesso ao pai. O tratamento das crianças. do conceito de conflito-por-procuração como instrumento terapêutico conduziu à integração do funcionário encarregado da vigilância do pai na rede profissional e a uma bem-sucedida conclusão do caso. aguda. A frustração deste funcionário era o resultado de sua próp ' identificação com o pai. conseqüentemente. A rede profissional foi capaz de identificar o conflito-por-procuração e transformar um processo potencialmente muito destrutivo e exasperador em uma diligência altamente terapêutica e solucionadora de problemas. O processo interdisciplinar no contexto 5. em que ele investira muito dura quase dois anos. Agora que a terapia b progredido e que esse passo devia ser dado. na ipro- figi-t pai lesse tra- A resolução do conflito-por-procuração. Uma resolução do conflito-por-procuração tornou-se possível. teria havido o problema de um conflito-por-procuração institucionalizado entre a equipe local dos serviços sociais e os serviços de suspensão condicional da pena nos futuros casos de abuso sexual da criança em que fosse necessária essa cooperação multidisciplinar. (estava lis do rópria excluí- dife-litíva-por Dai e não Jonal. :ente na ir entrar identi-s crian-que os ) acesso todos os ia havia ial que |ue elas pnsável rdagem Jeresses Cuidado rerder lurante partido \áo pai. entrar completamente na cena profissional do "partido das ai ças" e encorajá-la a se integrar totalmente na rede profissional. Isso significava pensar sobre os perigos e vantagens do total retorno do pai à família. Foi reconhecido que a frustração e a raiva desse funcionário não era na verdade uma questão pessoal. muito experientes. foram arrastados a um conflito-por-procuração que ameaçou a intervenção. A resolução do conflito-por-procuração na sessão nãd apenas conduziu à subseqüente inclusão total deste funcionário na rede profissional. de acordo com as respectivas responsabilidades formais de seu envolvimento estatutário diferente. Os perigos eram representados pelo "partido das crianças". clara e positivamente. I Furniss Sexual da Criança 68 Doperado aário da :rofissio-ou não lanecido rianças" estão da . as vantagens da reintegração pelo funcionário encarregado da vigilância do pai. do pai e da família teria falhado inevitavelmente.profissional que se id ficava com o pai.2. como também trouxe inestimáveis informações sobre os presentes problemas na] família. um reflexo do medo das crianças de como seria se o pai voltasse para casa novamente. Manejo e terapia . A resolução do conflito-por-procuração evitou respostas de ação não-terapêuti-cas por parte da assistente social e do funcionário da condicional. Se eles tivessem sido incapazes de nomear e utilizar o conflito-por-procuração. teria sido impossível chegar a uma solução do caso orientada para o problema. O reconhecimento do crescente conflito entre os profissionais como um conflito-por- procuração e a utilização. No conflito-por-procuração isto estav expresso na exclusão do funcionário da condicional dos encontros profissionais "partido das crianças". O chefe da equipe residencial era responsável pela abordag? global e surgiu a "dúvida de se a reabilitação seria dentro dos melhores intere das crianças". mas sim induzida pela frustração do pai em relação à sua posição ainda isolada. não apenas ajudou a obter um entendimento muito mais profundo dos problemas da família. O resultado era que a ambivalência dos profissionais do "parti das crianças" estava espelhando a ambivalência das crianças quanto à volta do paa o que bloqueava sua reintegração na família.1. 5. Ele competia diretamente com o pai verdadeiro e corria risco de per seu lugar como figura paterna nessa família. Isso era o que todos profissionais haviam planejado e esperado no início. Foi reconhecido que a ambivalência e o comportamento solapador dos pro* fissionais do "partido das crianças" em relação ao funcionário encarregado da vigilância do pai. que queria ser reintegrado na família e que se sentia exclui do por tempo longo demais. Esse caso difícil de abuso sexual da criança na família havia sido manejado de modo muito competente por excelentes colegas. para demonstrar o conflito entre os membros da família no conflito pai procuração de espelhamento entre o funcionário encarregado da vigilância do pai a o "partido das crianças". Além disso. essas declarações podem não ser verdade. por outro lado. No abuso sexual da criança. ou ainda mais terapêutico. mas da organização e estrutura do contexto em que é dada a ajuda. Ela é antiterapêutica quando o abuso sexual continuado aumenta a confusão da criança sobre o que é realidade e o que são fantasias e sentimentos sobre essa realidade — uma confusão que traz à terapia as crianças que . No abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição. 5. mas a 69 Tilman F intervenção no contexto. do que a própria terapia. muitas vezes. 2. e o que outros terapeutas individuais e de família talv façam é conduzir a terapia sem proteção. parece estar em conflito com o envolvimento estatutário ou legal. as famílias podem entrar em terapia com as pessoas que abusam prometendo não abusar novamente. o dano psicológico pode aumentar com a qualidade da terapia. Alguns movimentos externos aparentemente muito simples. Não é a intervenção em si que é terapêutica ou não- terapêutica.2. altamente hábil. No entanto. quando é conduzida sem considerar o contexto mais amplo. quando as ações legais interferem e rompem o processo terapêutico. no abuso sexual da criança como síndrome de segre e adição (veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. quando conduzi uma terapia qualificada no contexto adequado de uma Intervenção Terapê Primária.2. Conduzir uma terapia individual. a terapia do abuso sexual da criança não apoiada por proteção estatutária à criança serve para a pessoa que abusa como uma permissão oficial para continuar o abuso. Os terapeutas individuais esperam que as mudanças psicológicas tornem as crianças fortes o suficiente para resistirem a outros abusos sexuais. Paradoxalmente. possui um impacto tão terapêutico. grupai ou familiar no contexto errado pode provocar grandes danos. 2. e de adição. encontramo-nos numa posição em que a terapia propriamente dita. uma determinada terapia p muito terapêutica. Em uma abordagem de terapia familiar ao abuso sexual da criança. O que próprio fiz. ter efeitos altamente terapêuticos.Trabalhar com os complexos efeitos interacionais entre a família e a rede profissional ensinou-me que a estrutura da rede profissional atuante. como um contexto para a terapia. Os aspectos desorientadores da experiência de abuso sexual podem ficar ainda piores em uma "terapia de segredo".1. a terapia sem proteção pode facilmente se tornar uma "terapia de segredo". O fato de nossa ajuda ser ou não efetiva não depende apenas da qualidade da própria intervenção. A terapia familiar pode resultar no paradoxal processo de quanto melhor a terapia e mais qualificado o terapeuta. Terapia antiterapêutica Uma terapia altamente qualificada pode ser muito antiterapêutica e psicologicam te prejudicial. na esperança de manejar as quest" lineares e legais de proteção lidando com os aspectos circulares e interpessoais relacionamento que são tratados em terapia. O terapeuta se torna parte do sistema de segredo que conduz à confusão cada vez maior na criança. do abuso sexual continuado e sua incapacidade de nomear a realidade do abuso na terapia. no contexto orientado para o problema de uma Intervenção Terapêutica Primária. quanto um passo aparentemente terapêutico e adequado pode trazer dano psicológico secundário para a criança. Em um contexto metassistêmico mais amplo. pode ser muito prejudi conduzida em um contexto inadequado. O abuso pode continuar sob crescentes ameaças de severos castigos caso a criança revele (veja Síndrome de segredo. uma medida aparentemente punitiva pode ser tão terapêutica. como terapeuta. Os terapeutas esperam chegar à prot ção na terapia familiar modificando relacionamentos familiares disfuncionais. enquanto outros não. mais desastrosas as conseqüências para a criança. o q deveria fazer parar o abuso.1. A terapia é de fato uma terapia antiterapêutica nas condições de contínuo abuso sexual. Alguns movimentos de manejo podem ser altamen pêuticos. realizados por pessoas da área legal ou estatutária podem. Nós precisamos examinar quatro formas contextuais específicas de interv relacionadas à terapia e à proteção da criança: 1 Terapia terapêutica 2 Terapia antiterapêutica 3 Não-terapia terapêutica 4 Não-terapia não-terapêutica Não precisamos considerar longamente a primeira e a última combinação. enquanto outra. Da mesma forma. quando cresce a discrepância Sexual da Criança 69 entre a realidade em que a criança tem de viver sob o segredo e o silêncio forçado. O caso é manejado com resp de ação não-terapêuticas de acordo com responsabilidades formais das pessoas agências envolvidas. com todos os membros da família parecendo cooperar e proclamar que o abuso sexual acabou e que os relacionamentos estão melhorando. normalmente chamados de "manejo". A te terapêutica é a situação mais rara no abuso sexual da criança.3). quando deixamos de considerar questão da proteção à criança. 6. 2.2).1. A des ção da Intervenção Terapêutica Primária ilustra o efeito potencialmente desastr que a terapia individual ou familiar pode ter. Tradicionalmente. em contraste com a abordagem familiar. A não-terapia não-terapêutica é a situação mais comum nos casos de manejo externo em um contexto não-terapêutico. como um contexto e forma de intervenção externos.5. na crise aguda da revelação. o processo legal pode ser altamente terapêutico. conseqüentemente. percebem. quando a polícia e os tribunais intervêm. Aconselhamento e terapia individual.) 2) A assunção da responsabilidade legal por parte da pessoa que abusa esta e à rede profissional a idéia de que ela não é nem "má" nem "íor Estabelece o fato de que ela é totalmente responsável pelo abuso. Eles certamente nunca perguntaram sobre os fatos que os pacientes tentavam comunicar para obter ajuda. 6. quando os terapeutas decidem solucionar esse problema associando-se à negação de que tenha ocorrido qualquer abuso sexual. Uma estratégia comum e ainda mais prejudicial de lidar com esse dilema é acrescentar um novo dilema para a criança.2.sofreram abuso sexual.1. A não-terapia terapêutica. Do segredo à privacidade. também pode ter problemas psicológicos e precisar de terapia. querem guardar o sigilo para a criança e a família.2). Aqueles que não levam em conta o aspecto legal da proteção à criança no abuso sexual como síndrome de segredo podem expor a criança ao continuado abuso sexual. nil obstante.3. de várias mane: 1) A natureza aditiva do abuso sexual da criança freqüentemente faz co a assunção da responsabilidade legal por parte da pessoa que ab" torne a maneira mais efetiva. ou inclusive atividades tradicionalmente vistas como interferentes na terapia. aconselhadores e terapeutas jamais deram ouvidos às suas tentativas de revelar o abuso sexual. Clínicos gerais. e o problema de assumir a responsabilidade e a no abuso sexual de criança como síndrome de segredo e adição. pode acontecer em uma delegacia policial durante um primeiro encontro familiar organizado. Não-terapia terapêutica O manejo. assim como atividades normalmente vistas como manejo. 2. o abusador e a família. 6. que como crime continuado não é protegido pelo sigilo terapêutico. e de adição. Evitar a terapia antiterapêutica no abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição requer medidas de proteção à criança independentes da terapia e complementares a ela. depois da admissão por parte do abusador. Pelo contrário. Isso inclui atividades tradicionalmente rotuladas como terapia. 70 Tihnan na medida em que os procedimentos legais sejam parte da Intervenção Tenj Primária orientada para um objetivo.4. Este não precisa fazer nada além de repetir.2. em que os fatos do abuso estão claramente estabelecidos. deixa de ser um segredo familiar somentB quando a pessoa que abusa assumiu a responsabilidade legal. durante anos de ajuda psiquiátrica e terapia. quanto uma disposição mental que organiza toda a intervenção na forma de uma Intervenção Terapêutica Primária (veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. foram irresponsáveis fl possuem problemas psicológicos. A adição e o segredo no abuso sexual da criança significam que não se consegue proteger as crianças apenas com terapia. ter problemas psicológicos e de relacionamento. Os terapeutas estão comprometidos com o sigilo como parte do contrato terapêutico. ou de ler em voz alta com a ajuda do policial investigador. psiquiatras. falar sobre o abuso. a terapia propriamente dita. em sua forma e estrutura. em primeiro lugar. admissão e assunção da autoria. Reconhecimento e crença. Pacientes adultos descreveram essa armadilha final.3. A não-terapia terapêutica pode incluir o envolvimento estatutário dos serviços de proteção à criança e ações legais dos tribunais ou da polícia. 2. em vez de criar falsas alternativas. pode ser terapêutico quer aconteça. destaca o fato de qitfL pessoas que se responsabilizam totalmente pelo abuso sexual podem. que se uniram ao sistema familiar de segredo que deixa a criança desprotegida.) Uma outra área de confusão para os terapeutas é a distinção entre sigilo e segredo. muitas vezes. dessa enfrentar o abuso como um fato e de começar a responsabilizar-se ]_ gicamente por ele.2.1. Nós precisamos lembrar a dificuldade primária de e manter a realidade. Enfatizar o relacionamento entre as questões lineares e circulares de " e "louca". São ambas as coisas. Um dos momentos mais terapêuticos de toda a intervenção. Um encontro familiar inicial não interfere com o curso da justiça se o único objetivo do encontro é participar da declaração da pessoa que cometeu o abuso. Reciprocameriè| a existência de problemas psicológicos na pessoa que abusa não dimiral sua responsabilidade pelo abuso. 5. ou não. 7. Quando a declaração é compartilhada na presença de todos os membros da família. O processo legal: O fato das pessoas que abusam serem trazidas ao tribunal e sentenciadas não é necessariamente antiterapêutico ou psicologicamente prejudicial. no abuso sexual da como síndrome de segredo para a família e como síndrome de adição para a que abusa. às pressas. Alguns relataram com grande angústia e desespero como tentaram. com freqüência e tarde demais. que estabelece os fatos do abuso e o abuso como fato externo e reconhecido para ai criança. enquanto crianças e adolescentes. auxiliará o curso da justiça. Os terapeutas que. por um mal-compreendido paradigma terapêutico de sigilo. 2. 3) O abuso sexual. e às vezes a única maneira. e ambas as coisas devem ser igualmente tratadas. 1. não é tanto uma atividade específica. Síndro segredo. 2. As pessoas que abusam normalmente nãi são ou "loucas" ou "más".3. a declaração que recém fez à polícia. (Veja Nomeando. e incluindo . Os pacientes sentiam que os profissionais simplesmente encobriram aquilo e os levaram a um maior desespero e a uma maior confusão no processo.4. Pelo contrário. criando e mantendo o abuso sexual como realidade. qualquer intervenção malsucedida em que tenham de retirar-se por razfiH legais pode ser tomada pela pessoa que abusa . peia primeira vez na vida da criança. com o objetivo de parar e evitar outros crimes. pode ter um grande efeito terapêutico. se forçadas a decidir. 8. 3) A intervenção pode ser antiterapêutica para a criança. permitir que ela estabeleça uma experiência extremamente trau- mática e intensa como realidade.3.2. a detalhada admissão dos fatos é o primeiro passo no tratamento do abuso sexual como síndrome de adição. quando ações do tribunal contra as pessoas que cometeram abuso sexual são planejadas como Intervenções Punitivas Primárias. Nem sempre elas defendem o tratamento necessário para a criança. Os pais freqüente- mente ficam tentados a interromper a terapia da criança e as famílias se fecham novamente no renovado manto de segredo e negação. 4) O envolvimento do processo legal como um apoio contextual para a terapia é muitas vezes necessário para as pessoas que abusam. se manejado da maneira certa e utilizado com seu potencial completo. E importante ter em mente que a vasta maioria das crianças que sofreram abuso sexual não quer que seu pai vá para a prisão.2.2.alguém de fora. a pessoa que cometeu o abuso e a criança. Etapas da intervenção na crise da revelação. Se olharmos para essas ações no contexto mais amplo. As crianças. quando ações prematuras e não-coordenadas são praticadas por ela.) Todos os membros da força policial precisam estar conscientes de que qualquaj intervenção malsucedida por parte da polícia em uma família com abuso sexual da criança.2. As crianças podem facilmente ficar desprotegidas e podem inclusive servir de bode expiatório e ser rejeitadas pela mãe. 5. as mudanças que nelas acontecem e os conflitos que emergem podem provocar grandes ansiedades e fortes rejeições em mães. Prevenção de crime promotora-de-crime e proteção à criança promotora de abuso A polícia. e assim chamá-la. muitas vezes. em que são tomadas medidas legais apenas para satisfazer noções formais de punição ou vingança. no momento da crise da revelação. 1) Quando as crianças entram em terapia. Prevenção de crime promotora de crime Uma intervenção altamente profissional e competente por parte da polícia pode se transformar em uma prevenção de crime promotora de crime. Ler a declaração em voz alta é do mais alto valor terapêutico. querem ser protegidas e querem um pai. Isso acontece quando o contexto específico do abuso sexual da criança. as agências legais e os serviços de proteção à criança intervêm no abuso sexual da criança em uma Intervenção Punitiva Primária de modo a evitar o crime e a proteger a criança. Sem uma ação protetora. O processo legal pode proteger o tratamento e pode ser utilizado efetivamente para ajudar a avaliar a verdadeira mudança terapêutica. baseadas apenas em uma vaga suspeita de primeira-linha.1.8. pais e outros membros da família. o que não tem nada a ver com a terapia tradicional. poderemos ver que ações para prevenir o crime realizadas fora do contexto freqüentemente.16. As medidas de proteção à criança tomadas fora do contexto muitas vezes terminam em "proteção à criança promotora de abuso". cuja droga é a criança. grupai e familiar. mas um pai que não abuse. (■ policiais precisam saber que no abuso sexual da criança como síndrome de segredB e adição. não foi levado em conta. as mães nem sempre são aliadas naturais da criança. muitas vezes resulta exaj| mente no oposto da intenção. ouvir a declaração e os fatos do abuso lidos em voz alta e com toda a realidade pode. Vocês podem ver como um encontro em uma delegacia policial. 12. se sentem responsáveis pela ruptura familiar e freqüentemente são acusadas pelo aprisionamento do pai. enquanto aditas. Para a pessoa que cometeu o abuso. suspeita de segunda| linha e revelação parcial.) Medidas de proteção à criança: No abuso sexual da criança como síndrome de segredo muitas vezes são necessárias medidas de proteção para salvaguardar a terapia. facilitando e agravando o crime de abuso sexual. Elas muitas vezes escolhem o abusador. normalmente a pessoa que cometeu o abuso não retratará sua admissão e nem a criança e a mãe recairão no segredo e na negação. Elas querem que o abuso acabe. (Veja Suspeita de primeira-linha. São necessárias então medidas de proteção à criança para proteger sua segurança e saúde mental. Uma combinação de medidas legais e de proteção à criança pode proteger o processo terapêutico de terapia individual. 5. conduziam à "prevenção de crime 71 Tilman Furnism promotora-de-crime". sem evidências bem fundamentadas e sem uma coorde-1 nação anterior de toda a rede profissional como uma pré-condição para uma Inter« venção Terapêutica Primária. acreditando que suas ações conseguem fazer isso. (Veja Terapia por ordem do tribunal. como síndrome de segrede para a criança e a família e como síndrome de adição para a pessoa que abusa. 2) Infelizmente. porque rompe o segredo para a família. a criança acabará sem terapia e sem proteção contra outros abusos. Sexual da Criança 71 Mais importante do gue tudo. Escutar a admissão em voz alta da pessoa que cometeu o abuso dá à criança a licença explícita para comunicar sobre o abuso e serve como uma permissão implícita ou explícita para fazer uso da terapia subseqüente.2. O exemplo mostra que o abuso sexual da criança é um problema maior do que o esforço.como uma permissão explicitai implícita para continuar abusando. por razões legais estabelecidas e altamente profissionais. pois a polícia e os tribunais haviam concluído que não existia evidência de abuso sexual. muitas vezes. Nenhum outro profissional pode dizer à polícia. após investigações abortadas e inconclusivas por parte da polícia. Quando a polícia interferiu de modo malsucedB do e teve de retirar-se. com pouca chance de serem acreditadas e de encontrar ajuda como resultado direto da ação da polícia. sem supervisão. em procedimentos civis. Assim como acontece em uma intervenção policial malsucedida. >. O fato de que a evidência no domínio legal não é suficiente para instaurar processo ou condenar a pessoa é facilmente tomado como prova de que o abuso sexual da criança não pode ser uma realidade familiar em processo. uma menina fizera acusações aos seis anos de idade e a polícia havia interferido de modo malsucedido. quando os fundamentos legais para uma condenação por abuso sexual são insuficientes. com freqüência ainda maior. ninguém acreditará em vodB você é apenas uma mentirosa". No entanto.: família. Nenhum outro profissional é capaz de evitar a continuação do abuso sexual. são coniventes com a confusão entre prova legal e realidade factual. as capacidades e as responsabilidades de uma única profissão conseguem abranger. até ela tentar se matar. referindo-se ao fato de que ninguém lá fora no mundo acreditaria nelas. levar à continuação do crime de abuso. no contexto errado podem se tornar acontecimentos altamente promotores de crime. resultando uma prevenção de crime promotora-de-crime em casos de abuso sexual clinicamente em processo. As intervenções policiais com intenções de prevenir o crime podem ter sicfal conduzidas de uma maneira altamente profissional e de acordo com as regras dal procedimentos policiais. em nível legal. os abusadores tomam a absolvição do tribunal como uma permissão oficial para continuar o crime de abuso sexual. a polícia precisa assumir total responsabilidade. A prevenção de crime promotora-de-crime pode ser também a conseqüência de procedimentos criminais do tribunal. ou o cuidado ou controle dos filhos. Quando a polícia. Crianças descreveram como estiveram expostas a um prolongado e agravado abuso sexual. quando os pais que abusam sexualmente (separados ou divorciados) obtêm livre acesso às crianças. Ele é uma questão verdadeiramente multidisciplinar e metassistêmica. Os profissionais. por outros crimes. Uma absolvição criminal significa apenas que não há nenhuma prova além de dúvida razoável no domínio legal. No abuso sexual da criança como síndrome conectadora de segredo e adição. por parte da polícia e de agências legais. os juízes e magistrados precisam cumprir seu dever de acordo com a estrutura específica do sistema legal. Qualquer policial. mesmo que não seja esta a opinião da lei. . Ninguém além dos profissionais da lei e da polícia pode assumir e exercer a responsabilidade pelos procedimentos legais. mas também pelas conseqüências posteriores dessas ações. o pai começou a bater na filha. Não significa que não tenha ocorrido abuso. A pessoa que abusa tem a confirmação oficial legal externa de que não esli acontecendo nenhum abuso sexual. a natureza específica do abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição torna imperativo que a polícia e os tribunais não considerem sua forma de intervir unicamente a partir de sua própria perspectiva. nem de conduzir a terapia e nenhum outro profissional pode evitar um dano secundário subseqüente quando o sistema legal. quando a intervenção não é parte de uma Intervenção Terapêutica Primária multidisciplinar. quando os juízes não compreendem as implicações específicas do abuso sexual da criança como síndrome conectadora de segredo e adição. Isso é especialmente verdadeiro no que se refere a crianças pequenas. então. aos promotores públicos ou aos tribunais como lidar legalmente com casos de abuso sexual. chamando-a de "maldita mentirosa estúpida" e abusou sexualmente dela. Após a retirada da polícia. independentemente dos outros profissionais envolvidos. a pessoa que abusa pode tomar essa intervenção como uni licença para continuar o crime de abuso sexual sob crescente segredo e risco cada vez menor de revelação. como o sistema linear mais elevado na rede profissional. durante cinco anos. dano psicológico e vitimização secundária da criança. se a pessoa que abusa é absolvida. quando na verdade o abuso sexual da criança continua sendo uma realidade que acontece na família. As crianças que sofreram abuso sexual caem numa' armadilha e podem ficar expostas a um abuso sexual agravado. Um outro aspecto importante de dano secundário através de intervenções prematuras e não-coordenadas. Então finalmente acreditaram nela. Não obstante. o abusador pode dizer à criança: "Você vê. Ações legais para prevenir o crime podem se tornar igualmente promotoras de crime. Em um Sexual da Criança 72 caso. A adição e o segredo reforçado podem. é o estigma social e o trauma secundário que a criança e a família sofrem nos casos de falsas suspeitas de primeira- linha em famílias nas quais não ocorreu nenhum abuso sexual. a promotoria pública e os tribunais intervêm de maneira não-coordenada e agem de modo unilateral. Como foram forçadas a submeter-se a um abuso sexual mais severo e prolongado. Elas relataram como as pessoas que cometiam o abuso haviam utilizado a retirada da polícia contra elas. A polícia. qualquer promotor público e qualquer magistrado ou juiz também deve considerar as conseqüências para os outros profissionais se eles tiverem que se retirar. embarcou em uma limitada abordagem monodis-ciplinar de acordo com as normas da lei. não apenas por suas próprias ações profissionais. para um ambiente que não sofreu mudanças e fica exposta à continuação do abusai na família.2. a ação de proteção no abuso sexitfT criança deve ser praticada apenas no nível de uma suspeita de segunda-linha V fundamentada e depois da completa coordenação e cooperação de toda a profissional. muitas vezes se percebe tarde demais que não havia evidência suficiente para medidas de proteção à criança a longo prazo. que pudessem apoiar uma Intervenção Terapêutica Primária. 73 Tilman Furniss 5. a criança é rapidamente levada a cuidados temporários! Quando os suspeitos negam o abuso. Conseqüentemente. A criança volta para casa. de mfflj algum implica em críticas aos colegas profissionais da área de proteção à criai Assim como na terapia antiterapêutica e na prevenção de crime que promonj crime. ou assumem uma responsabilidade inadequada por decisões para as quais eles não têm a responsabilidade institucional e a capacidade profissional. Dve o sional rviços êmico Pode que da bem rede ique ans-Ünha anos ie a Ira. muitas vezes. 8. Os profissionais tentam evitar assumir a responsabilidade. como conseqüência da proteção à criança promotora-de-abuso. Na longa paralisação que se segi decorrente das alegações e negações entre a rede profissional e a família. Descrever o processo da proteção à criança que promove o abuso. com severos ca secundários para crianças e famílias. profis-so. capacidades e responsabilidades que qualquer profissional ou agêr isolada pode abranger. os prof sionais lentamente vão cansando. deve cultar o sofreu sofreu Primá- modo riança. ou que deve voltar para casa. que não azo. Isso.2.1). Novamente. só Sexual da Criança 73 Modificando a cooperação interdisciplinar e institucional ssoas que icação pri-■ obriga os Proteto-Eteira-linha facial. 8. io abuso rida sob segue. Normalmente. que ira casa.eles também precisam assumir total e única responsabilidade pela possível continuação do crime e por danos psiquiátricos secundários. No abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição. em que a pessoa que abusa pode tomar o fracasso da Intervenção Pr ria Protetora da Criança como uma permissão para continuar a abusar. às vezes. 8. que ia Inter-item-se aporou. essas mesmas pessoas subitamente apoiam a decisão de que a criança dei ter acesso à família.3). alguns meses ou um ano depois sentem-! exaustos e impotentes em uma situação em que o caso aparentemente se evaporo Então. isso apenas chama a atenção para o fato de que uma intervenção profissM no abuso sexual da criança — que na limitada estrutura de referência dos sei^ de proteção à criança pode parecer apropriada — em um contexto metassistê mais amplo pode conduzir exatamente ao oposto daquilo que se pretende. A orientaçã instrui os profissionais a agirem a partir de suspeitas de primeira-linha sem . O subseqüente conflito-por- procuração entre as agências conduz a uma resposta de ação não-terapêutica. e atuam seu próprio pânico e crise (veja Crise da revelação — crise dos profissionais e crise familiar. Os mesmos membros da reunião de caso.formar essa vaga suspeita em uma bem fundamentada suspeita de segunda desencadeia casos de proteção à criança promotora de abuso. teia Responsabilidade profissional e institucional Conflitos institucionais estruturais não resolvidos e conflitos-por-procuração institucionalizados. Se é concedida uma ordem para cuidados. nenhuma agência de proteção à criança pode evitar o abuso e nenhum terapeuta pode conduzir a terapia após uma intervenção legal fracassada. nós precisamos reconhecer quel tarefa multidisciplinar no abuso sexual da criança é bem maior do que a perspecthi os esforços. <d inicialmente haviam rapidamente concordado em remover a criança em uma Inte venção Primária Protetora da Criança. tentando contestar ou ocultar i fato de que nenhum daqueles fatores que levaram à remoção da criança sofn modificação. Os profissionais são . é acompanhado por acusações ferozes e nós vemos um completo conflito-por-procuração espelhando o processo familiar. A criança é mandada de volta para um ambiente que não so£ alterações. bs resulta-Boas que crise dos atuam ps e crise iporários. Proteção à criança promotora de abuso A proteção promotora-de-abuso freqüentemente acontece quando as pessoas que trabalham com proteção à criança intervêm prematuramente por identificação primária com esta. a criança geralmente é mantida sem cuidados visando sua segurança e bem-estar.3). grande parte da orientação e dos procedimentos legais são os resultados solidificados e formalizados da própria crise do profissional. no contexto de uma Intervenção Terapêutica Primária. impedem uma solução orientada para o problema no abuso sexual da criança. As pessoas que trabalham com proteção à criança deixam de fazer a distinção vital entre a crise dos profissionais e a crise da família no momento da crise total da revelação. suspeita de segunda-linha e revelação parcial.2. ou quando elas agem de acordo com uma orientação que obriga os assistentes sociais a intervir prematuramente em uma Intervenção Primária Protetora da Criança — no estágio inadequado de uma vaga suspeita de primeira-linha (veja Suspeita de primeira-linha. Infelizmente. facilitar a continuação do abuso sexual como uma conseqüência direta da açã: : visa proteger a criança. ou a não ser um juiz melhor do que o juiz no tribunal. tentandi dizer-lhes o que fazer ou tentando fazer seu trabalho. ea comecei a relacionar os resultados das ações legais e de proteção à criança à minha própria tarefa e ao meu próprio trabalho como um profissional da saúde mental. quando eles aceitavam ordens de cuidado ou sentenciavam os culpados. I: levou-me a um entendimento . através de meus próprios erros. Nós nad podemos modificar colegas de outras profissões ou de outras agências. ou terapia ou acusação. de modo a me mostrar que eles estavam certos e eu errado: uma típica constelação encontrada em todos os conflitos-por-procuração nas redes profissionais. Eu induzia o conflito-por-procuração tornando-me "o bom profissional" que lutava com "os maus profissionais" que ousavam interferir em minha missão. Como profissional da saúde mental. Mudanças entre agências na" rede profissional somente pocfem acontecer se respeitamos totalmente a tarefa insú-] tucional dos colegas de outras agências e a posição profissional dos colegas que fazem o trabalho. a não tentar proteger a criança melhor do que os membros de uma equipe de proteção à criança. o que apenas funcionava na medida em que os pais queriam que funcionasse. de que eu garantisse. Eu tentei assumir um papel piai tetor da criança. eu tive de aprender. eu tentei dizer aos serviços sociais com responsabilidade estatutária o que deveriam fazer para proteger a criança e tentei dizer aos juízes como deveriam tratar o seu negócio legal. O conflito-por-procuração freqüentemente levava a uma situação em que a resposta da rede profissional à minha impossível terapia protetora da criança como "terapia antiterapêutica" era aumentar a probabilidade do abuso. o resultado acabava sendo uma "vitória de Pirro". resultava no lógico requerimento. que o abuso sexual não voltaria a acontecer. A retirada do apoio protetor da criança tornava-a mais vulnerável do que nunca ao abuso. ou às vezes com um dos pais. como os membros da família. Isso normalmente era resultado de eu ser um típico "médico de crianças". Isso acontecia nas situações em que eu havia assegurado implicitamente que minha terapia protegeria a criança. a família e os próprios profissionais. Proteção à criança e lei não são os domínios profissionais em que fui treinado. porque eu tratei terapia e proteção à Tilman Fur criança como alternativas mutuamente exclusivas. começam a violar as fronteiras e as responsabilidades profissionais. Muitas vezes. Em vez de brigar pela questão de ou terapia ou proteção. Minha luta como um "profissional que sabia" contra os "profissionais que não tinham nenhuma pista". atuando minhas próprias fantasias de salvador e minha identificação pessoal com aspectos de dependência estrutural e desamparo das crianças. Eu lutava pela terapia e contra assistentes sociais. Minhas ativas tentativas como terapeuta levaram-me a ações em que tentei interferir nas responsabilidades de colegas da área de proteção à criança e do domínio legal. positivamente inútil e prejudicial para a criança. Eu percebi que eu próprio estava continua e estruturalmente violando froniam ras de responsabilidade profissional de colegas.arrastados a um processo infrutífero e exaustivo. pela terapia. agências de proteção à criança e a polícia. Em minha própria identificação com a criança. quando os pais e famílias deixavam de vir à terapia ou rompiam totalmente qualquer contato terapêutico. Nem tenho a posição profissional formal em que poderia assumir qualquer responsabilidade formal nessas áreas. por parte dos serviços sociais ou tribunais. A terapia tornou-se antiterapêutica. de outros profissionais e agêndaW Também vi que colegas de outras profissões faziam o mesmo e tornou-se óbvio gol este processo era um dos ingredientes essenciais para manter conflitos institucional estruturais e conflitos-por-procuração institucionalizados entre agências. Mas todos os profissionais têm o direito e a qualificação para identificar ei definir o contexto em que os profissionais colegas realizam suas respectivas tarefas. quando de fato eu não tinha nenhuma autoridade para proteger a criança e não estava em uma posição profissional que me permitisse assumir a exercer responsabilidades de proteção à mesma. O problema profissional específico nos conflitos-por-procuração de espelha-mento está no fato de que os profissionais. eu tentava ser um salvador da criança ou do progenitor. Quando parecia que eu havia ganhado a batalha como o "bom profissional". Nós não devemos tentar assumir o controle. deve fazer em seu próprio domínio profissional. mesmo se nossa análise indicar. precisamos perguntar se a decisão de uma agência de proteção à criança de agir buscando proteger essa criança irá. levar à proteção real e não à proteção-promotora-de-abuso. ou ela. que em nossa posição profissional não podemos reforçar. nessa análise. que é paga para Sexual da Criança 75 detectar e evitar crimes. nós precisamos identificar. 5. Ela também conduziu aaj desenvolvimento do conceito de "predição de um mau resultado e "predição de um bom resultado" como instrumento para manejar conflitos-por-procuração insolúveis. a prevenção de crime promo-tora-de-crime e a proteção à criança promotora de abuso. Analisando responsabilidades formais Primeiro. como resultado de ações legais. resultar provavelmente no oposto do que se pretende. Cada lado se recusará a mudar de opinião e a criança e aj família ficarão perdidas e esquecidas nesse processo. Baseados nisso. pode deter e exercer a responsabilidade pela prote- ção formal da criança. quando precisamos lidar com conflitos-por-procuração insolúveis e com conflitos-por- procuração-institucionalizados persistentes. 75 Tilman Furni Mas também não devemos suspender nosso próprio julgamento profissional que a intervenção pode acabar em desastre. Seria útil observar os sete seguintes passos. uma é a vencedora e a outra a perdedora. Em um processo de três etapas. "Predições de um mau resultado" em termos de responsabilidades específicas Quando ligamos as ações orientadas para objetivos específicos de todas as agências ao contexto mais amplo da intervenção multidisciplinar e descobrimos. as responsabilidades e tarefas formais de cada profissional e agência envolvidos. no contexto mais amplo da intervenção multidisciplinar. são maneiras de tentar modificar outras instituições através do enfraquecimento e de conflitos simétrico? em que uma agência está certa e a outra errada.2. tentando dizer a um profissional colega o que ele. 3. Ninguém além das pessoas que trabalham com saúde mental. Respeitando fronteiras de tarefas e responsabilidades profissionais Nós precisamos respeitar completamente as ações dos profissionais colegas em seu domínio. que trabalha com proteção à criança. 2. mesmo se a análise da ação ou da ação planejada de outros profissionais e agências mostrar que o resultado final. provavelmente será exatamente o oposto do resultado planejado e necessário. eu tomaria a análise da ação inadequada planejada como base para a "predição de mau resultado".3. ninguém além de um profissional estatutário. Então nós podemos analisar as tarefas e responsabilidades formais específicas das agências estatutárias. truturais. que são pagas para melhorar a saúde mental das crianças. no contexto mais amplo. dentro de uma dada rede profissional. pode ser responsabilizado pelo sucesso ou fracasso da prevenção formal do crime. conflitos-por-procuração institucionalizados persistentes e conflitos institucionais es-. que não é nossa área de especialização ou responsabilidade. Ninguém além da polícia e dos tribunais. ou assumir responsabilidades inadequadas. 4. A compreensão desse relacionamento permitiu-me definir a Intervenção Tera-j pêutica Primária e identificar a terapia antiterapêutica. O resultado bastante predizível geralmente é um fortalecimento dos conflitos profissionais.metassistêmico integrado e diferenciado do relacionai mento entre as diferentes ações profissionais específicas e da importância do conteH to dessas ações. Examinando os efeitos de tarefas específicas orientadas para um objetivo no contexto mais amplo Em uma terceira etapa. podemos fazer a "predição de um mau resultado". da polícia. se embarcássemos em um conflito simétrico em que ultrapassaríamos as fronteiras interdisciplinares de cooperação. (2) Depois eu declararia meu explícito respeito pela posição responsabilidade . que a ação do colega provavelmente resultará no fracasso da intervenção e em dano secundário para a criança e a família. Em uma intervenção estatutária. como resultado da terapia. no contexto multidisciplinar mais amplo. podemos estabelecer as áreas e domínios das responsabilidades formais institucionais de todas as agências e profissionais envolvidos no caso. pode ter a responsabilidade profissional formal se a saúde mental dos pacientes melhora ou deteriora. 5. de fato. nós precisamos relacionar os objetivos específicos declarados e as ações relacionadas de cada agência ao contexto mais amplo da intervenção multidisciplinar. 1. Seria uma maneira infalível de entrarmos em conflitos-por-procuração institucionalizados prolongados e em conflitos institucionais estruturais insolúveis. Definir sucesso e fracasso de tarefas específicas com diferentes objetivos A análise das responsabilidades e tarefas formais de uma instituição nos permite definir sucesso e fracasso dentro da estrutura limitada de cada agência e profissão. que são pagas para proteger a criança. "Predição de um mau resultado" e "predição de um bom resultado Tentar dizer a outras agências o que devem fazer dentro da estrutura de suas próprias responsabilidades profissionais. Por exemplo. em termos dos objetivos e responsabilidades declarados pelas agências ou pelos profissionais. e quando queremos mudar estruturas de cooperação entre instituições e profissionais nos conflitos institucionais estruturais. que o resultado de uma ação específica de determinada agência irá. e das pessoas que trabalham com saúde mental. Não obstante. mas sempre acrescentaria que eles precisam assumir total responsabilidade pela influência que sua específica ação Furniss so Sexual da Criança 76 sional de as. por exemplo. pode levar à continuação do crime. Se você pensa que não precisa cooperar com a proteção à criança. a as razões lente não fa criança parar e \ o abuso. e um abuso ainda mais grave. Eu respeitaria a posição e a política específicas de outros colegas e agências e sua própria responsabilidade profissional. resultar em dano psicológico secundário. unicamente sua responsabilidade. Como conseqüência da decisão judicial . Nós precisamos acrescentar a frase: "Obviamente. numa prevenção de crime promotora-de-crime. (3) Finalmente. que visa parar e. e isso é sua responsabilidade. Você também tem inteira responsabilidade pelas futuras conseqüências de suasi ações e seus efeitos sobre as tarefas de outros profissionais no contexto mais amplo da intervenção multidisciplinar. Pelas razões A e B. por suas próprias razões profissionais. é quase certo que o pai irá negar. suas I amplo »m a ?rofis-i posso (. eu (1) Êo de um (posição e iria a res-erdade de "É claro Bntanto. você também deve assumir a exclusiva responsabilidade profissional pela possível continuação e agravamento do abuso sexual. e como ela pode. No tribunal." Tentar assumir ou interferir com o trabalho de um outro colega ou agência geralmente apenas divide a rede profissional. O juiz precisaria assumir total responsabilidade por essas conseqüências.ência erdis-e a Iças e que ação profissional terá sobre a maneira com que outros profissionais desempenham suas próprias tarefas e responsabilidades no contexto da intervenção multidisciplinar. e como ela afeta minha própria e genuína tarefa de uma maneira que pode transformar qualquer terapia em terapia antiterapêutica.profissionais do co-profissional. não apenas por sua própria intervenção profissional. em meu próprio domínio da saúde mental. eu precisaria demonstrar como uma decisão judicial limitadamente definida — no contexto multidisciplinar mais amplo do abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição. você não cooperar. Por exemplo. No entanto. que pode estar sofrendo abuso sexual nesse momento. Para mim. eu diria a um colega da polícia: "E claro que você pode querer ou ter de entrar imediatamente nessa família. sem me dar o nome e se você se recusar a cooperar com a proteção à criança. mas também pelas futuras conseqüências de sua intervenção. você também fará com que seja impossível para mim. nós precisamos examinar os efeitos das ações específicas de uma agência sobre o trabalho dos outros profissionais e sobre nossas próprias e genuínas tarefas e responsabilidades profissionais no âmbito da intervenção multidisciplinar. Dtora-de-|profissio-Tponsabi-Êm pelas er abuso fazer as ifica que rime de I agencia í tarefas Uma kocê faz to. Examinando os efeitos sobre a tarefa e responsabilidades de outros profissionais e agências Por fim. Sua intervenção malograda. Umai pessoa que trabalha com proteção à criança pode dizer a um terapeuta: "Se você faz terapia com uma criança. para um contexto clínico de abuso sexual em processo. Mas. dentro de seu próprio domínio legal. você então terá que se retirar e pelas razões C e D. pois eu não posso realizar minha tarefa profissional específica de proteção se. e por seus efeitos no trabalho de outros profissionais. Mas você pode sentir que deve fazer isso. sem ■ estará aente jssível ealizar recisa-abili-2penas lutica. Está certo — mas isso também significa que você precisará assumir total responsabilidade pela provável continuação do crime de abuso sexual e por uma possível perturbação psiquiátrica resultante. quando a criança continuar a sofrer abuso sexual. quando essa determinada decisão judicial significa mandar a criança para casa. a partir do que eu sei sobre este caso. eu apontaria a v ponsabilidade adicional pela maneira com que a intervenção afetará a liberdade ação de outros profissionais. será tomada pelo pai como uma permissão para continuar o abusa Portanto. eu não posso interferir com sua responsabilidade pela terapia e com a necessidade de sigilo. talvez você queira fazer as coisas sozinho e tenha que fazer assim. realizar minha própria e genuína tarefa de proteger esta determinada criança". No entanto. em minha responsabilidade específica pela proteção da criança. você estará realizando uma terapia antiterapêutica. Cria imediatamente conflitos interdisciplinares entre "o bom profissional" e a "boa agência" e o "mau profissional" e a "má agência"." 6. você provavelmente realizará uma "prevenção de crime promotora-de-crime. além disso. você não tem apenas responsabilidade pela própria terapia e por uma possível terapia antiterapêutica. Só que você também deve assumir total responsabilidade. evitar o crime. isso está certo. nós provavelmente não teremos evidências suficientes para uma ordem de proteção completa e a criança provavelmente permanecerá na casa. Eu preciso fundamentar muito bem o caso. nós precisamos abrir a alternativa positiva. para uma autoridade em educação ou para o pessoal de um lar de crianças: Se vocês executarem a ação "A". no contexto mais amplo da interven- ção multidisciplinar. no contexto "B". a "predição de um mau resultado" e a complementar "preél ção de um bom resultado" vinculam a ação específica de uma agência ao contdH global da intervenção multidisciplinar. para uma agência de proteção à criança. Paradoxalmente. a "predição de um mau res tado" e a complementar "predição de um bom resultado" criam o ambiente positi para uma abordagem verdadeiramente multidisciplinar de uma Intervenção Teral pêutica Primária. Elas respeitam as diferentes orientações. de revelação do abuso provocadora de negação. assim como analisando o efeito provável que uma determinada ação tem sor o contexto da intervenção global. E crucial e da máxima importância que as pessoas que trabalham com proteção à criança. complementar à tarefa deles. e que 77 Tilman Fm forma ele deve ter para apoiar positivamente os objetivos e metas de uma Intervaf ção Terapêutica Primária. a "predição de um mau . explicando por que. a partir de uma perspectiva da saúde mental. Eu posso delinear. O mau resultado. para outros profissionais. em conseqüência. A "predição de um mau resultado" a "predição de um bom resultado" oferecem uma diferenciação metassistêmica. até mesmo uma ação altamente profissional de acordo com o limitaJJ padrão de cada profissão ou agência. ou que a prevenção de crime pronl tora-de-crime conduz à proteção à criança promotora-de-abuso e à terapia antiteil pêutica. podemos ajudar outros profissionais em seu nível de responsabilidade. eu apontaria como um resultado legal limitadamente definido. provavelmente criarão um contexto de prevenção de crime promotora-de-crime. Conseqüentemente. que tem necessidades metassistêmicas que são diferentes das tarei fas e capacidades específicas necessárias em cada domínio profissional separadl específico e mais limitado. de proteção à criança promotora-de-abuso. normalmente não é uma expressão^ incompetência individual. Esse processo é a expressão mais convincente do abuso sexual da criaJ como um problema verdadeiramente multidisciplinar e metassistêmico. Por exemplo. conseqüentemente. que se influenciam mutuamente. apoiar positivamente a nossa tarefa e como nós. também leva a uma proteção à criança promotora-de-abuso ei uma prevenção de crime promotora- de-crime. Cada profissional precisa fazer a mesma "predição de um bom resultado"j partir de sua específica perícia profissional e responsabilidade institucional. eu preciso afirmar para um tribunal. etc. os terapeutas e outros profissionais. em que estrutura e condições da intervenção global no abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição eu serei capaz de realizar minha própria e genuína tarefa. e respeitam a posição pessoal dos colegas de agências. por meio de ações complementares em nosso próprio domínio profissional e institucional. pois mostra que no abuso sexual m criança.limitadamente definida. no contexto "A". ela seria uma terapia antiterapêutica. denti do contexto e órbita multidimensionais da intervenção total. como um profissional da saúde mental da criança. No abuso sexual da criança como um problema genuinamente multiprofissj nal e metassistêmico. Por exemplo. nenhuma pessoa que trabalha com proteção à criança será capaz de protegê-la e nenhum terapeuta será capaz de realizar uma terapia terapêutica. Devemos delinear como a ação das outras agências poderia. em que qualquer terapia realizada por mim se transformaria em terapia antiterapêutica. o processo de fazer uraj "predição de um mau resultado" para a ação de um outro profissional sempre nÉ ajudou a respeitar ainda mais esse profissional. 7. por outro lado. quando a ação limitadamente definida de um outro grupo profissional tornou impossível. Não será uma surpadj se os profissionais das diferentes disciplinas descobrirem que uma terapia antitoi pêutica. Não menos importante. pode criar exatamente o oposto do resuttaH desejado. Eu também iria analisar como o resultado legal monodimensional poderia levar a dano psicológico secundário. A "predição de um mau resultado". tarefas capacidades de outras agências. a terapia provavelmente seria terapêutica e por que. o desempenho da tarefa institucional e profissional genuína de cada um. invés de um distanciamento. permitem a aprendizagem ajudando a cristalizar efeitos interligados de ações profissionais específicas sobre a tarefa de outras ag! cias. Seria necessário que eu identificasse. De modo importante. que pode ser inteiramente adequado e profissional no domínio legal monodi-mensional. se recusem a assumir responsabilidade em seu próprio domínio profissional. eu poderia realizar uma terapia terapêutica. Fazendo "predições de um bom resultado" No último passo. geralmente. A "predição de um mau resultado" nos possibilita real nhecer este fato e manter nosso respeito profissional por outros profissionais da redl Respeitar a competência e responsabilidade de outros profissionais na "predi ção de um mau resultado" cria uma teia complementar de subunidades na re>~ profissional. Mas se vocês executassem a ação B. em um processo multidisciplinar interligado. que inevitavelmente será diferente. iria influenciar a área da saúde mental e que efeito poderia ter em minha capacidade de conduzir a terapia. se fosse preciso apoio legal ou estatutário para conduzir uma terapia terapêutica. precisa incluir a análise específica da "predição de um bom resultado complementar. como poderia aumentar a perturbação psiquiátrica e sob quais circunstâncias me condenaria a uma terapia antiterapêutica ou a uma total retirada. mesmo depois de repetidos abusos sexuais. A acurada "predição de um mau resultado" ajudou o tribunal a chegar a um relacionamento diferenciado entre o processo legal e a terapia. muito provav mente. Da mesma forma. A não-condenação por parte do tribunal foi tomada pelo jovem e sua família como uma permissão oficial para ele continuar a se comportar de modo irresponsável e louco. ele precisava ser tratado por problemas psicológicos. tarefas e responsabilidades que qr quer grupo profissional isolado pode abranger. Essa necessidade de assumir responsabilidade no tribunal foi muito importante e altamente terapêutica para o jovem. eu poderia continuar a realizar uma terapia terapêutica. Em meu relatório. : 3. conduzirá à maior perturbação psiquiátrica.3. Eu solucionei essa oposição. altamente competentes e profãj sionais em seu trabalho. a ial. nesse caso particular.sobre resul-sitivo Tera-■ tare-srado. nenhuma pessoa que trabalhe com saúde mental gostaria de ini ou continuar uma terapia. deveria fazer.resulta] do"evita que os profissionais se prejudiquem. porque impede acusações nos nívr pessoal e. de fato. que ele não era irresponsável ou que tinha problemas psicológicos. A sentença ajudaria a deixar claro para o rapaz que ele não era "mau" ou "louco". mas também pelas conseqüências de sua ação e pela maneira com que outros profissionais e agências serão capazes de conduzir seu trabalho. 78 Tilman Fu 5. O problema da assunção da responsabilidade foi um dos principais problemas desse rapaz e de sua família. O tribunal não o considerou seriamente como alguém capaz de ser responsável e que havia sido irresponsável no momento em que cometera o abuso. dentro ■a surpresa ia antitera--abuso e a ie promo-antitera-|da criança iprofissio-»r "predi-contexto íer uma npre me [sexual da . a assunção de responsabilidade no tribunal já foi um importante ato de "terapia não-terapêutica". analisando o processo global e fazendo uma "predição de um mau resultado" para o tribunal. Exemplo clínico: Jonathan O Um jovem de dezessete anos. Confiando na própria perícia . logo levaria a renovados crimes. enquanto o tribunal queria apenas tratamento psicológico. mas que ele era irresponsável e tinha problemas psicológicos. ocorreu novo abuso. quando lhe foi apontado que sua terapia. Na intervenção metassistêmica. Conforme predito. A decisão do tribunal significava. as capacidades. Eu tentava dizer ao tribunal o que ele deveria fazer e o tribunal tentava me dizer o que eu. "predi-|na rede irado" e nica. Seus pais o tratavam como um bebê e ele tornou- se cada vez mais desencaminhado e anti-social. eu afirmei que o tribunal obviamente teria de tomar sua decisão de acordo com os procedimentos legais. apoiado por membros da família. que cometera abuso sexual. no contexto mais amplo.1. ao srefas e dessas üzar os agên-. a tarefa maior do que a perspectiva.2. No abuso sexual da criança como um problema multidisciplinar. outras ag* cias e profissionais começarão a diferenciar-se quando compreenderem que sua aç limitadamente definida conduzirá precisamente ao oposto da responsabilidade titucional de suas agências ou ao oposto da tarefa profissional para a qual são pag Eles também serão mais cuidadosos. mas enviá-lo a mim para a continuação do tratamento. muito provavelmente. Sob a "predição de ud mau resultado".imitado ^resultado ssão de ita reco-ida rede. como profissional de saúde mental. e o rapaz foi acusado e sentenciado. A acusação e a sentença transformaram toda a intervenção em uma Intervenção Terapêutica Primária diferenciada e orientada para o problema. quando lhes for apontado que devem assu tan Furniss . conforme já afirmara em meu relatório inicial ao tribunal. de ou sentença ou terapia. porque o jovem tinha o certificado oficial do tribunal de que ele era incapaz de assumir a responsabilidade devida.3. Quando o tribunal decidiu não condenar o rapaz. A situação paradoxal surgiu quando eu pressionava para que o jovem fosse sentenciado. seria uma prevenção de crime promo-tora-de-crime. além disso. Se o tribunal decidisse condenar o jovem e lhe desse uma pena. O tribunal estava relutante em sentenciar o adolescente.o Sexual da Criança 107 12 Interven- sultado". A terapia havia se tornado agora uma terapia antiterapêutica. A "predição de um mau resultac: pressiona todos os profissionais e todas as agências a mudar. individual contra colegas que são. sulta-aíveis rrofistotal responsabilidade não apenas por suas próprias decisões profissionais. porque ele ainda era menor e estava em tratamento psiquiátrico. evitava assumir a devida responsabilidade por qualquer coisa em sua vida. Eu previ que a decisão do tribunal. eu escrevi novamente ao tribunal dizendo que a decisão de não condenar esse adolescente que cometera abuso sexual. já estava em tratamento quando o caso foi ao tribunal. que o rapaz agora estava legalmente rotulado como "completamente louco". Ele precisava assumir total responsabilidade pelo abuso no nível de seu desenvolvimento psicossocial e. A terapia precisou se concentrar na questão de que esse adolescente. Ao trabalhar com o abuso sexual da criança. Por exemplo. por suas próprias razões legais. eu não preciso ser competente. que requer mudanças básicas nas estruturas e entendimento da cooperação multidisciplinar. também deixamos de compreender a tarefa verdadeiramente multidisciplinar. todos os profissionais invariavelmente cometem erros. No abuso sexual da criança. é aumentada por tentativas de profissionais de outras áreas de discutir no domínio legal. Uma criança pequena que. habilidade ou responsabilidade das pessoas que balham com saúde mental ou com proteção à criança. dizendo: "Eu sou apenas um terapeuta e suas razões legais certamente são válidas no domínio legal e na linha de raciocínio legal. eu devo me limitar a argumentar no domínio do desenvolvimento. provar um caso de abuso sexual da criança em nível lejjB no tribunal jamais será tarefa. A criança e a família não são encaminhadas para mudanças terapêuticas. Isso é comum em três situações: 1) Nos casos de negação. contudo. Nas intervenções multidisciplinares no abuso sexual da criança.6). segundo meu julgamento clínico. eu iria sempre curvar-me perante o! advogado ou o juiz. Isso vale para qualquer conflito. Nós somente seremos capazes de enfrentar o desafio multidisciplinar do abuso sexual da criança. nos tribuna™ quando seus argumentos são desafiados com linhas de raciocínio legal. os tribuna» podem repudiar relatórios de pessoas que trabalham com saúde mental e de agât cias de proteção à criança. No entanto. A confusão nos níveis de raciocínio. o tribunal não deseja. ■so Sexual da Criança 79 Ao lidar com o abuso sexual da criança. Eles querem que o terapeuta descubra se o abuso sexual aconteceu ou não. ou não é capaz de aceitar meus julgamentos clínicos no nível legal. se mantivermos o respeito por nossas habilidades profissionais específicas e confiarmos em nossa perícia profissional. que não estou qualificado para comentar. na verdade. em que um profissional vê sua linha de raciocínio. isso não muda nada em meu julgamento clínico sobre esse caso". saúde e saúde mental da criança. ou melhores juízes dl que o juiz. por outro lado. freqüentemente. Lá. ou em que eles sentem vontade de desistir dos exaustivos esforços para descobrir os fatos (Veja Lidando com a negação primária. Como profissional da saúde mental eu bem mereço ser desqualificado no nível legal. como terapeuta. Freqüentemente. desvalorizar o relatório da saúde mental oufl proteção à criança. têm uma dupla agenda.O uso de uma "predição de um mau resultado" e da "predição de um bom re do" ajudará muitos profissionais competentes. se tentar discutir neste domínio. Permanecer fiel ao meu próprio julgamento clínico neste caso não implica. A confusão nos níveis de raciocínio. mas como o resultado do fato de que o profissional e a rede que encaminham não sabem o que fazer com o caso. eu não devo deixar meu julgamento clínico ser desvalorizado pelo repúdio legal. na medida em que esses profissionais fazem suas observações M nível de sua especialidade e responsabilidade em seu próprio domínio. tarefas e responsabilidades profissionais individuais. Isso não significa que tenhamos de nos sentir incapazes e incompetentes. Quando um caso em que eu. assumem uma posição defensiva quanto a seus relatórios. por razões legais particulares de evidência ou procedimento. Por exemplo. para mim. até mesmo o profissional mais qualificado e experiente não pode evitar cometer algum erro. por um outro profissional em seu próprio nível. como profissional da saúde mental. . não pode. em determinada nível. entre qualquer combinação de profissionais da rede. Esse argumento legal. os terapeutas ou as pessoas que trabalham com proteção 1 criança. Esse é o resultado invariável e direto da natureza metas-sistêmica do abuso sexual da criança como síndrome conectadora de segredo e adição. e na mediij em que não tentam ser melhores policiais do que a polícia. Muitos desses encaminhamentos. Se um rela-* tório clínico fosse rejeitado em nível legal. em que os profissionais entram em conflitos simétricos e antagonísticos com a família. os profissionais querem ajuda para eles próprios. Como um profissional da saúde mental. Isso não acontece apenas quando profissionais de fora da área legal entram no terreno das cortes legais. a manter ou recuperar seu auto-respeito e senso de coí tência profissional em seus respectivos campos. possuo claras indicações clínicas de abuso sexual da criança não é admitido no tribunal por razões legais. muitas vezal leva ao repúdio inadequado dos argumentos de um profissional. que trabalham com crianças sofreram abuso sexual. 10. pois o problema é maior do que cada uma de nossas capacidades. de modo algum. tenha claramente sofrido abuso sexual não deixa de ter sofrido esse abuso em meu julgamento clínico se. 51 Terapia e consulta Freqüentemente são encaminhados para terapia casos de suspeita ou negação no abuso sexual da criança. sendo julgada em um nível diferente de um domínio profissional diferente. que é baseada em sua própria perícia profissional. m entanto. baseia-se na confusão dos diferentes níveis de responsB bilidades e domínios profissionais. em qualquer crítica ao tribunal. a confusão dos níveis de raciocínio em diferentes domínios conduz a desqualificações pessoais inadequadas e pouco profissionais dos colegas. Muitas vezes. o processo básico de diminuir a competêndB profissional uns dos outros. Ao fazer isso não estamos apenas sendo injustos uns com os outros. Todos esses encaminhamentos são na verdade encaminhamentos legítimos. As diferenças básicas entre terapia e consulta são bem conhecidas.é impossível manter o sigilo em relação ao profissic nal consultante. mesmo se fazemos ub| trabalho terapêutico com indivíduos e famílias no processo de consulta. de fato. Nós preci Sexual da Criança 80 mos perguntar à agência e ao profissional que nos consulta: "Que pergunta vocês precisam ter respondida de modo a clarificar sua tarefa e suas responsabilidades neste caso?" ou "Que pergunta vocês precisam ter . ain que faça o mesmo trabalho de um terapeuta. é da máxima importân ' não perguntar aos membros da família o que eles esperam da terapia.2) Crianças e famílias são encaminhadas quando a polícia e os tribunais retiraram-se. os assistentes sociais estatutários. 5) Na terapia. negação e a incapacidade de decidir e agir muitas vezes são manejados pela pseudo- resolução de um encaminhamento para "terapia" aos profissionais da saúde mental. profissional não é um agente livre em relação à criança e à família. Eles encaminham a criança à "terapia" quando. mas assumem uma forma específica no contexto do abuso sexual da criança. Mas não são encaminhamentos para terapia. querem que o profissional da saúde mental seja um policial melhor do que a polícia e um melhor protetor da criança do que uma pessoa que trabalha com proteção à criança. Nesses encaminhament meu cliente jamais pode ser a pessoa que cometeu o abuso. pois estão envolvidas qu~ toes estatutárias. em uma malograda intervenção legal ou de proteção à criança. quando na verdade seria necessário uma consulta interdisciplinar. e quando as agências de proteção persistem em uma possível proteção pro-motora-de-abuso. ao passo que a consulta é dirigida à redi profissional e não à família. Na consulta.2. muitas vezes. também são encarregados da responsabilidade da proteção-da-criança. 3) Conseqüentemente. 6) Na terapia. a criança ou a família: sempre o profissional e sua agência. Conflitos-por-procuração. em casos nos quais conseguiriam apenas exercer uma "proteção à criança promoto-ra-de-abuso" (Veja O processo interdisciplinar no contexto. 80 Tihnnn Fur ni 1) A terapia é dirigida para a família. ao passo que à consulta tem o objetivo de auxiliar os profissionais e as agências a clarific as funções e tarefas de seu trabalho. Terapia e consulta. profissionais precisam tomar decisões de acordo com a responsabilidade de s agência como instituição legal ou de proteção à criança. 3) Casos são passados adiante quando os profissionais se envolvem em con-flitos-por-procuração não- reconhecidos e quando as redes ficam paralisadas em seu processo de tomada de decisões.2). Conseqüentemente. Quando as agências legais e estatutárias investigaram sem sucesso e são incapazes de obter resultados positivos. o sigilo é da máxima importância e deve ser observado rigoi sãmente. com objetivo de ajudar os profissionais a encontrar resoluções do conflito pai procuração. Nos encaminhamentos para "terapia" por agências legais ou estatutárias. mesmo que no trabalho com famílias possa parecer igual à primeira vista. 5. Na consulta sobre abuso sexual da criança. o terapeuta é um agente livre em relação à família e esta p aceitar a terapia ou deixá-la. ao passo que a cônsul precisa tratar dos conflitos por procuração na rede profissional. enquanti o objetivo da consulta é ajudar os profissionais nos processos de tomada d decisão. 4) A terapia tem por objetivo ajudar a solucionar problemas de relacioname to e os problemas psicológicos do indivíduo. Terapia Consulta Intervenção diri^ (1) Família (2) Relacionamentos (3) Limites (4) Conflitos familiares (5) Terapeuta como agente livre em relação à família (responsabilidade profissional independente em relação à família) ida para Profissionais Tomada de decisões Funções Conflito por procuração Terapeuta como consultor à serviço de outros profissionais e agências (respon- sabilidade em relação à hierarquia da i tituição que faz a consulta) Figura 5. a terapia preocupa-se com os limites psicológicos interpessoais internos e externos dos clientes e das famílias. Consulta é um processo muito diferente de terapia. São encaminhamentos para consulta. Um encaminhamento para "terapia" por parte de uma agenda] com responsabilidade estatutária por uma criança ou por uma pessoa qud cometeu abuso pode apenas ser uma consulta. 2) A terapia tem por objetivo mudanças nos clientes e nas famílias. A diferença entre terapia e consulta também deve ser compreendida pela família. os terapeutas consultores não devem se encerrar por trás de portas fechadas. Por exemplo. E impossível saber se alguém está fazendo uma consulta ou uma terapia sem conhecer o contexto. se uma assistente social e sua hierarquia estão envolvidas em um caso específico de abuso sexual da criança. como profissionais. A clara distinção entre terapia e consulta finalmente ajuda a evitar o processo muito prejudicial de divisão na rede profissional que pode ser facilmente induzido pela família. agência poderia ser a consultora neste caso. fingindo que a família ou a criança é o cliente. ao passo que o outro profissional assume a tarefa terapêutica. O critério de exclusão para uma consulta é o de que o consultor não faça parte do sistema profissional-família específico em que as decisões devem ser tomadas. a consulta à rede profissional pode ser extremamente terapêutica. 11. e devemos sempre ter isso em mente. criamos imediatamente uma divisão entre "o bom terapeuta" versus "o mau assistente social". nem os meios para impor. Uma das diferenças cruciais entre consulta e terapia é portanto o manejo do sigilo dentro da rede profissional. ou o mau policial ou juiz.5. Mesmo ao realizar o que parece ser uma terapia individual ou familiar. quando conduz à resolução do conflito por procuração ou à resolução de conflitos institucionais estruturais. que na verdade é consulta. se uma pessoa que trabalha com proteção à criança encaminha um caso. Furniss amir res-o outro . Nós precisamos conhecer o contexto.) A consulta pode ser dada por qualquer profissional que não faz parte do específico sistema profissional-família de um determinado caso. a tarefa e a disposição do profissional que conduz a sessão. que nenhum terapeuta tem a responsabilidade de tomar. A criança e a família não vêm como agentes livres.respondida de modo a poderem tomar decisões de acordo com suas responsabilidades legais e de proteção à criança?" Em casos de abuso sexual da criança claramente reconhecidos. Esse esclarecimento explícito muitas vezes libera o assistente social estatutário do papel de bode expiatório na rede profissional. assim como fica difícil ver de fora se alguém está fazendo terapia individual ou familiar simplesmente pelo fato de um ou vários membros da família entrarem no consultório. A consulta. Os terapeutas podem levar muitos meses para realizar a consulta. (Veja Problemas práticos nas consultas. sem se tornar o "mau profissional" que está sendo solapado pelo terapeuta como o "bom profissional". nós. o que um terapeuta jamais pode fazer. elas próprias aceitam ou criam uma dupla agenda. mas que está a serviço do colega da agência que lhe deu uma tarefa específica em relação à intervenção global. Por exemplo. nas quais tentamos obter mudanças terapêuticas. A consulta requer uma estreita cooperação entre todos os profissionais. toda terapia deve ser considerada no contexto legal ou estatutário da consulta. toda "terapia" precisa ajudar o assistente social a tomar decisões sobre a família. Não obstante. A família precisa saber que questões importantes serão compartilhadas. grupai ou familiar ainda é uma consulta no contexto do envolvimento legal e estatutário. e com o qual muitos profissionais sintonizam com excessiva facilidade. Esse conflito reflete o problema metas- 81 Tilman Furniss sistêmico no abuso sexual da criança. Ele permite que o pessoal estatutário obtenha a ajuda necessária no processo de decisão. É muito importante que o consultor do sistema profissional-família deixe muito claro para a família e a rede profissional que ele não é um agente livre em relação à família. o terapeuta deve sempre permanecer um profissional consultor para os profissionais colegas que inclusive podem não estar presentes. Ele precisa dar um claro feedback sobre o processo em tratamento e precisa responder às solicitações dos colegas profissionais das agências legais ou estatutárias e avaliar as específicas mudanças psicológicas e interpessoais. em vez de tratá-los como consultas por parte do colega. Ambos correm o risco de solapar o outro. Algumas vezes o próprio terapeuta se torna um bode expiatório quando toma um caso para "terapia" ao invés de consulta. mas como um resultado do envolvimento legal ou estatutário. O sistema profissional-família também inclui toda a hierarquia dos serviços sociais deste caso particular. Se tomamos um caso para terapia. quando os colegas na verdade estão pedindo ajuda para o processo de tomada de decisão no caso. a terapia só pode ser uma terapia terapêutica quando o terapeuta coopera estreitamente com a agência estatutária. quando o sistema legal e estatutário espera que ele tome decisões sobre a proteção à criança. em que um profissional precisa assumir responsabilidade legal ou linear pelos aspectos de proteção. com envolvimento legal ou estatutário. então. Se as pessoas que trabalham com saúde mental aceitam encaminhamentos para "terapia" por parte das agências estatutárias como casos de terapia. discutidas e avaliadas dentro de toda a rede profissional. No contexto da consulta. Conduzir uma "terapia" ou uma "consulta" não significa que uma situação seja mais terapêutica do que a outra. Na medida em que a terapia individual. Esse esclarecimento ajuda os profissionais a não solapar outros colegas e inimiza os perigos dos conflitos-por- procuração entre o pessoal estatutário e os terapeutas. uma assistente social colega de uma outra equipe ou. pode parecer uma terapia quando atendemos indivíduos ou famílias por muitas sessões. serviços de proteção à cri terapeutas. quando se unem ao sistema familiar conspiratório de segredo outros colegas da rede profissional. Uma abordagem familiar precisa integrar aspectos lineares dos procedi- 82 114 Tilmar. um sintoma de disfunção familiar. 2) Em uma abordagem familiar multidisciplinar ao abuso sexual da cria» terapia familiar conjunta. unindo-se ao sistema familiar de segredo contra qualquer intervenção estatutária. ■ O abuso sexual da criança na família é. que mantiveram o segredo por terem sido ameaçadas de punição caso revelassem. quando tratam apenas dos elementos interacionais da disfunção familiar no abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição. 11. sob o qual a criança permaneceu desprotegida de outros abusos. Em um contexto de sistemas mais amplo minha terapia familiar era uma terapia antiterapêutica. como terapeuta. a tarefa de tratar as crianças que sofreram abuso sexual e suas famílias (Lustig e colaboradores (1966). tratando esses casos segundo a terapia familiar tradicional. Quando comecei a tratar crianças que haviam sofrido abuso sexual e suas famílias. No abuso sexual da criança como uma síndrome conectadora gredo e adição. em sua terapêutica própria. O aspecto preocupante da maioria das abordagens de terapia familiar no abuso sexual da criança é a falta de apreciação e negligência em relação aos aspectos linear. em todos os momentosi intervenção. Furniss (1984a). está tratando somente os aspecto. Alexander (1985). Eu.cífico em ém inclui mpre ter 6 A Intervenção Terapêutica Primária Terapia familiar e abordagem familiar Os terapeutas de família que consideram o abuso sexual da criança como um sintoma de disfunção familiar têm assumido. Eu acreditava que o fato dessas famílias virem à terapia e cooperarem era uma indicação de que o abuso sexual havia cessado. a permissão implícita para o pai continuar o abuso sexual com danos cada vez maiores à criança e com um risco reduzido. havia me tornado parte do sistema de segredo das famílias. que tratava apenas dos aspectos de relacionamento interacional na família. em y perceberem suas tarefas como antagônicas e mutuamente exclusivas. era uma estrutura limitada demais. 3) Uma abordagem familiar metassistêmica conceitualiza os elementos é\ funcionais no abuso sexual da criança em um nível familiar e no conta dos relacionamentos familiares. lares dos relacionamentos familiares disfuncionais. Do ponto de vista do . evitando a cooperação com agências legais e estatutárias. sozinha. oferecendo na verdade. Os terapeutas de lia jamais podem assumir a responsabilidade pelas questões legais e proteção à criança. que o abuso sexual havia continuado durante a terapia. Uma abordagem de terapia familiar pode apenas tratar os aspectos de relacionamento no abuso sexual da criança. (1967). 1) As crianças são estruturalmente dependentes das figuras parentais em família original ou em famílias substitutas. de conseguir mudanças nos relacionamentos f res. Os terapeutas de família correm o risco de conduzir uma "terapia antiterapêutica". No nível legal ele é um crime. eu próprio tentei ser esperto.0 outro.5. em que as pessoas que trabalham com proteção e terapia nham um relacionamento complementar umas com as outras. tas. A Inta Terapêutica Primária baseia-se nas seis suposições seguintes. Rosenfeld (1979).) parte do emplo. íxe muito relação à 'fa especí-■■■as vezes -jfissionall ocesso de terapeuta um bode quando o 1 criança. os terapeutas de família ficam incapazes. que ativa o sistema legal contra a pessoa que abusa e os serviços de proteção em favor da criança. se ecífico de quipe ou consulta . Uma abordagem ao abuso sexual da criança orientada para a " leva em conta os vínculos reais das crianças com os progenitores abusam e com os que não abusam e com outros membros da famüns preocupa-se com a necessidade que as crianças têm de cuidadores. com maior severidade e sob crescentes ameaças às crianças. Eles descreveram abordagens e técnicas de terapia familiar conjunta como a terapia de escolha no abuso sexual da criança (Machotka e colaboradores. mais tarde. Crianças não podem ficar nhãs. Gutheil e Avery (1977). de revelação. no nível interacional. F i mentos legais e de proteção à criança e aspectos circulares dos relaciona familiares em uma Intervenção Terapêutica Primária metassistêmica. em termos contextuais. Eist e Mandel (1968). legal e de proteção à criança neste problema. Foi uma experiência perturbadora e vergonhosa descobrir. Utilizar uma perspectiva familiar sei para manter em mente o vital processo familiar. Eles são incapazes de garantir proteção contra abusos sexuais sem ajuda legal e estatutária. para ele. Nós precisamos de uma coo~ estreita e integrada entre agências legais. Isso me ensinou que uma abordagem de terapia familiar. cada vez mais. A avaliação global e a maneira de trabalhar orientada para um objetivo nos permitem reconhecer quando a terapia familiar. em termos conceituais. tanto quanto nos permite ver que uma ação linear legal e estatutária. incluindo terapia familiar. 1983. Tratar e utilizar o genuíno processo profissional na consulta é tão diferente da terapia familiar quanto a terapia familiar é diferente do trabalho individual (Veja O processo interdisciplinar. o trabalho de grupo e a terapia individual são utilizados como formas complementares de terapia dentro da estrutura metassistêmi-ca global. estatutária e terapêutica integrada. quando os terapeutas não reconheciam as diferenças qualitativas entre terapia individual e terapia familiar. estatutários e outros sistemas profissionais não-envolvidos a int rir de maneiras simétricas e antagonísticas. no contexto apropriado. que necessita novos conceitos e novas maneiras de trabalhar. o trabalho das a cias legais e estatutárias pode ser tão crucial para o sucesso terapêu quanto a própria terapia. Ela pa criança a lectos circu-ps de famí-Ifegais e de tra novos lora de se-[sua tarefa familia-io contra Dperação . tentam solapar uns aos outros. Uma abordagem metassist ca. A pofissio^ -. A importante noção de que q :an Furniss iso Sexual da Criança 115 cionamentos Intervenção itais em sua ficar sozi-ra a família piitores que [família. e muitas vezes conduziam a terapia individual na presença da família. a terapia conjunta da fami é apenas uma entre outras formas concorrentes de terapia. em um contei mais amplo de uma estrutura legal. Terapia e consulta. Em contraste com muitas abordagens de terapia famili nós distinguimos claramente.1. com excessiva freqüência e mútua desconsideração. 5. em um nível mais elevado. que emprega diferentes formas con~ rentes de terapia. que ainda vejo acontecerem constantemente. 6) Uma abordagem familiar ao abuso sexual da criança também leva em conta que muitos elementos no processo familiar durante o tratamento do abuso extrafamiliar freqüentemente são semelhantes ao abuso intrafamiliar (Veja Abuso sexual extrafamiliar da criança. 5) Os problemas específicos do abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição requerem o uso concorrente de diferentes modos de terapia. se torna uma terapia antiterapêutica prejudicial. Terapeutas de família que atendem as famílias na presença de profissionais legais ou estatutários freqüentemente conduzem os encontros como se estivessem fazendo terapia familiar em vez de consulta. o erro comum do início da terapia familiar. invariavelmente criará divisão na rede proP nal e induzirá conflitos por procuração.tratamento. A terapia familiar conjunta.sionais iinterfe-sistêmi-amente «s agên-pêutico. ceitua-lo pela ■roncor-imiliar. . no contexto errado. desse modo. mantida integralmente. sozinha. Glaser e colaboradores. criança e erapia te-vez de as. 5. tanto quanto possível. grupai e individual. 5. entre a tarefa de a* liação da família. permite diferenciação. LA incapacidade de distinguir entre uma abordagem de terapia familiar e uma abordagem familiar metassistêmica pode levar a graves problemas de cooperação entre os terapeutas de família e outros profissionais' Eu próprio cometi várias vezes erros fundamentais. A consulta na presença de colegas que utilizam inteiramente o processo profissional-família cria uma nova dimensão de trabalho de sistemas. Capítulo 13). isso não depende primariamente da família ou da natureza das diferentes formas de terapia. jrrada. 4) Uma abordagem metassistêmica faz uma clara distinção entre a conceib lização do abuso sexual da criança como um sintoma. O sucesso ou fracasso das formas concorrentes de diferentes modos de tratamento depende primariamente da qualidade da cooperação entre os diferentes terapeutas que. constitui uma não-terapia altamente terapêutica (Veja O processo interdisciplinar no contexto. terapia familiar. de acordo com as necessidades famílias e as capacidades e orientação do terapeuta (Furniss e colabora res. que pode envolver uma ampla gama de difereni técnicas e contextos de terapia familiar. Quer os modos concorrentes de terapia sejam terapêuticos ou não-terapêuticos e quer tenham sucesso ou levem ao abandono e fracasso do tratamento. Nós precisamos utilizar concorrentemente diferentes formas de terapia de modo a atingir os objetivos e etapas explícitos e operacionalizados da Intervenção Terapêutica Primária. Realizar terapia de família na presença de colegas de outras disciplinas repete. que conduz a critérios explicitamente declarados melhora e a terapia.2). convidando sistemas profissio legais. o trabalho com subgrupos familiares. Orientado por objetivos ciaram definidos dentro da Intervenção Terapêutica Primária.4). 1984). ao contrário. que é mantido pe disfunção familiar e a intervenção. entos dis-contexto Sar serve Bentos da la família : untexto. |k' ava-para rentes es das írado-! qualquer avaliação familiar é também terapia familiar e de que qualquer terapia precisa ser uma contínua reavaliação é. Bloqueando a continuação do abuso sexual O primeiro passo na terapia deve ser bloquear a continuação do abuso sexual. Já nesse momento agências terapêuticas e les podem ter de cooperar para executar essa primeira etapa do tratamento. Pelo contrári seguintes etapas de tratamento somente serão atingidas se o processo terapêu o ambiente terapêutico for apoiado e protegido por medidas legais e estatutár E necessário identificar os objetivos e etapas básicos da Intervenção Terapê Primária. de modo a facilitar a mudança terapêutica nos relacionamentos das f lias com abuso sexual da criança. Nesse sentido. devem ser tomadas cuidadosas medidas para garantir contínuo e livre acesso à mãe. e não apenas porque precis mos manter uma atitude respeitosa com profissionais de outras disciplinas. com o perigo de dano psicológico secundário para essa criança. que estão representados nos profissionais envolvidos com a família. Objetivos e etapas da intervenção terapêutica primária A Intervenção Terapêutica Primária tem o objetivo de modificar os relacionameni familiares e não o de punir as pessoas que cometeram abuso ou de remover crianças. fazendo com que seja mais seguro deixaH pun Fumiss 50 Sexual da Criança 117 :o processo po familiar. de modo a imped' continuação do abuso e a terapia antiterapêutica. Reciprocamente. da íobais de riliar e a piente. Nós : interdisci--resoluções lamentos Tiover as interven- envolvi-trário. para a criança. enquanto adultos responsáveis pelo abuso. Uma inf ção legal contra a pessoa que cometeu o abuso para que deixe a casa temporária". Esse fato nunca deve ser esquecido. 6. O processo familiar perspectiva da família sempre devem ser mantidos. Remover a criança durante a revelação inicial traz o sério risco de induzir a dinâmica de uma Intervenção Primária Protetora da Criança.2. No geral-riança. m seqüência na conquista de determinados objetivos e na execução de etapas práí podem diferir consideravelmente. além do abuso. polícia aos terapeutas. 4. o que acontece quando a criam o abusador permanecem juntos em casa durante as fases iniciais da terapia. Uma Intervenção Primária Protetora da Criança significa punição. mas a práticas línica de ne-versa.1). o ambierí contexto e as técnicas possam mudar de acordo com a diferença e conteúdo de caso específico. As ações de todas as agências envolvidas. £5 que que a legais injun-amen-edir a snça e feiro. precisam relacionar-se a esses objetivos e etapas globais uma abordagem de tratamento orientada para a família. 4. familiar. da pessoa que abusa e da cri durante a intervenção na crise. ou outras pessoas abusam. como pacientes ou clientes. e não a criança. rapêutica ias famí-ridas. de modo a obter resoluções do conflito por procuração e pré-resoluçã terapêuticas àa disfunção íarmYiar na rede profissional. Essa conduta muito inadequada e pouco profissional geralmente não é resultado de um plano maligno. de acordo com a situação particular e única cada família diferente. colegas de pe precisa-rlinas. Embora a remoção da pessoa que abusa sempre deva ser considerada prim ela pode não ser necessária quando crianças mais velhas revelam o abuso sexu não querem voltar para casa. jal e ança br a criança sob cuidados durante a intervenção na crise. o de cada tanece-p. as pêutico e ■irias. Primeiro. Os objetivos e etapas básicos da Intervenção Terapêutica Primária permare rão muito semelhantes para todas as famílias com abuso sexual da criança.1). quando sua colocação não está firmemente baseada em uma Intervenção Terapêutica Primária (Veja Três tipos básicos de intervenção. na consulta. Não obstante. como medidas isoladas por direito nato (veja Três tipos básicos de interv ção. te pode ser necessária. são colegas d outras disciplinas. Ela está baseada na confusão entre os dois importantes e diferentes aspectos. a Intervenção Terapêutica Primária não exclui o env mento dos serviços de proteção à criança e das agências legais. como parte do processo terapêutico. Seria desejável que o pai. abuso sexual da criança como síndrome conectadora de segredo e adição isso g mente requer uma separação. embora os meios. aos irmãos e a . eles realmente representam a família e o processo família Os colegas de outras disciplinas — são colegas de outras disciplinas. Etapas anteriores podem acontecer mais tarde e vice-v Os sete seguintes objetivos e etapas de tratamento constituem a base da Interv Terapêutica Primária. 1. Eu atendi vários casos em que o conflito entre a mãe e a criança era tão intenso que a criança teve de deixar a família. inicial e temporária. ou quando a mãe ou toda a família rejeitam a criai e a colocam como bode expiatório. deixassem a família e q criança permanecesse em casa. eles representam o processo familiar de espelhamento e os 84 Tilman Fumiss resultantes conflitos-por-procuração. nós sempre devemos tentar trabalhar no sentido de que seja a pessoa que abusa a deixar a casa. nos quais eles abordaram aspectos do proces.O segundo erro básico que os terapeutas de família cometem com excessiva facilidade é tratar colegas de outras disciplinas. Se a criança é removida. Ni também precisamos àe um entencYvmenYo comp\eYo c\o genuíno processo íntercns» plinar. venção 1. mas que isso acontecerá mais tarde. Conseqüentemente. ajuda a aliviar a criança de seu senso de responsabilidade pelo abuso e constitui a pessoa que cometeu o abuso como cuidador responsável em um papel de progenitor.2. e. é importante dar à família licença explícita para comunicar sobre o abuso. Todas as crianças que sofreram abuso sexual são participantes no abuso. 5.3. 10. de modo a estabelecer o abuso como fato psicológico e realidade familiar. ele se move para uma posição paterna. Nós precisamos ajudar a criança e a família a encontrar uma linguagem sexual explícita. Estabelecer o fato de sua responsabilidade como pais em relação a seus filhos não os confirma como parceiros conjugais. como pai. pode oferecer uma parte importante do ambiente de proteção contra dano psicológico secundário.2. especialmente a questão da separação e divórcio. (Veja Crise da revelação -crise dos profissionais e crise familiar. Isso inclui de modo especial os companheiros e professores da escola. Mas. Pais em conflito freqüentemente usam problemas conjugais para evitar questões de responsabilidade parental. independentemente do que a criança fez na interação abusiva e da mãe saber ou não. ou que a mãe pode não ter tido conhecimento do fato. 85 Tilman Furniss de um pseudoparceiro para a de pai. pais e famílias com abuso sexual da criança precisam usar uma linguagem sexual explícita. Ao aceitar a única responsabilidade pelo abuso. Seções sobre colocação fora de casa. (Veja Responsabilidade. 14. Eles sempre permanecerão pais. as crianças. os profissionais enviam para a família a mensagem de que sabem como falar sobre esse assunto extremamente difícil.) A diferenciação entre o casal parental e o conjugai é de suprema importância. muitas vezes é vital manter essas duas funções adultas distintas bem separadas. A rede social. como casal parental. 10. a questão é se ambos os pais querem permanecer envolvidos. a terapia precisa focar o relacionamento entre a mãe e a criança. Os pais podem deixar de ser parceiros. A mudança na posição do abusador. Em um estágio inicial da terapia nós precisamos deixar claro para os pais que as questões conjugais realmente terão de ser tratadas. (Veja Diferentes reações à revelação e ao tratamento. mesmo se ele não é o pai. ainda que sejam pais inativos nas famílias de separação e divórcio. até mesmo no abuso extrafamiliar. uma das reações mais maternas pode ser rxãcÁ iniciar um divórcio imediato. 10. retorna à posição de ser uma criança. Esta etapa vem mais tarde. os progenitores não-abusivos e os abusivos devem assumir igual responsabilidade. O trabalho referente .4. A criança.3. Abuso sexual extrafamiliar da criança. Crianças. e em alguns casos de abuso prolongado. nos momentos de crise. culpa.) 2. e se eles querem assumir responsabilidade pelo cuidado parental de seus filhos. nos estágios iniciais da terapia.) No momento em que o abusador aceita a única responsabilidade pelo abuso sexual. independentemente de sua presente ou futura posição de parceiro.outras figuras de apego importantes na vida da criança. A "sessão de responsabilidade" com o abusador também deve acontecer. se possível. pelos cuidados gerais e bem-estar de seus filhos. que talvez jamais tenham usado. O trabalho inicial precisa se concentrar nas fronteiras intergeracionais e nas funções paternas. acusação e poder.) 4. 8.1.3. Capítulo 13. tanto quanto usam conflitos parentais de modo a evitar problemas conjugais quando as questões conjugais são tratadas. Trabalho com a dtade mãe-criança Depois que o abuso sexual entre o pai e a criança foi bloqueado e que ambos os pais assumiram igual responsabilidade paterna. a pessoa que cometeu o abuso precisa assumir total e única responsabilidade pelo abuso sexual.2. Responsabilidade parental pelos cuidados gerais É importante que ambos os pais estejam presentes no primeiro encontro familiar em que o abuso é discutido. Ao introduzir uma linguagem sexual explícita. Eles precisam descrever eventos para os quais podem não ter as palavras e a linguagem para comunicar. como pais. Neste ponto da terapia. em algum momento. um verdadeiro pai para seu filho. Na terapia. Embora o abusador seja o único responsável por ele. participação. por problemas práticos. a responsabilidade pelo abuso sexual jamais pode ficar com a criança ou com a mãe. especialmente para crianças mais velhas e adolescentes. 3. Dar permissão explícita para comunicar sobre o abuso sexual requer que os profissionais sejam capazes de falar adequada e claramente a respeito de atos sexuais explícitos na frente da família (veja Introdução). (Veja A Síndrome de João e Maria e abuso sexual por irmãos mais velhos. não no relacionamento conjugal dos pais. podem inclusive ter desempenhado um papel ativo. por sua vez. Um dos atos mais paternos que um pai pode fazer então é deixar a casa durante a intervenção na crise e não tomar parte no cuidado diário. 1. Isso não significa que ele é o único participante ativo e que a criança é inteiramente passiva no abuso. mas dar à criança a chance de ficar em casa e sentir-se segura. ele se torna. O pai assumindo a responsabilidade pelo abuso Como base para qualquer continuação da terapia. Correspondentemente. de um ponto de vista de parceira. 3. Isso pode dar à criança o espaço para lidar com o abuso e a revelação sem um adicional processo de divórcio desorientador e traumatizante em um estágio inicial. Estabelecendo os fatos do abuso e o abuso como uma realidade familiar compartilhada O segundo passo no tratamento do abuso sexual da criança como síndrome conecta-dora de segredo e adição precisa estabelecer os fatos do abuso. mesmo que a mãe possa querer fazer isso. Uma outra. no abuso sexual prolongado dentro da família. 3. Ela não me procurou e eu a culpo". ser não im ponto ibuso e a ante em os pais ramento é tanto pxional- editada pestões roteger capaz i r>oucas I pró-abertamente. enquanto como parceiras podem continuar tão intensamente vinculadas e casadas como sempre com a pessoa que cometeu o abuso. as mães freqüentemente precisam de ajuda e apoio intensivos. ouviram a criança contar sobre o abuso ou ficaram sabendo sobre ele de outras maneiras. As tentativas anteriores da criança de revelar geralmente emergem na terapia. A família e rede profissional.) E importante manter em mente que durante a crise inicial da revelação.3. 6. a mamãe ou eu?". Isto não acontece apenas entre mães e filhas adolescentes. a ela ou a mim ?". que fora abusada sexualmente pelo pai durante mais de um ano. pedidos imediatos de divórcio são freqüentemente bem-recebidos por todos os lados. de maneira típica: "Eu estou realmente zangada com ela.) [importância. Alternativamente. como moralmente má. A primeira são os sentimentos culpados da mãe de ter falhado em proteger a criança do abuso e a necessidade da criança de poder confiar que a mãe será capaz de ouvir aquilo que lhe aconteceu e de protegê-la no futuro. Trabalho com os pais como parceiros Uma vez que as questões parentais tenham sido manejadas primeiro separadamente. mas apesar disso estava muito zangada. (Veja Padrão familiar. isso evita ter que se defrontar com conflitos conjugais insuportáveis e ameaçadores. elas então querem divórcio imediato. na qual nega todos os problemas conjugais e põe a culpa de tudo na criança.2. e sentia muita rivalidade em relação à filha de três anos. quanto preventivo. I pais que ruestão da terapia. nas famílias em que o abuso sexual da criança serve para regular o conflito conjugal. Ela é tão precoce. caso o abuso continue. 3.3. Como progenitoras.ao relacionamento mãe-criança é tanto terapêutico. Esses momentos. Sob pressão moral e sob a influência dos Tilman Furnis . Fortes reações das mães também em relação a meninos que sofreram abuso sexual mostram que a rivalidade possui componentes emocionais muito mais profundos na perda de importantes vínculos e relacionamentos emocionais. Ele objetiva tornar a mãe uma pessoa emocionalmente mais central e protetora. quando se manejam as questões do cuidado e abandono materno. O casal. sobre os aspectos separados do papel parental e do papel como parceiro. os :nsabilidade. Uma vez. e aqueles em que as mães são acusadas pelas crianças de não tê-las protegido do abuso. dizendo triunfantemente: "A quem ele ama. subitamente disse. as mães. o foco do trabalho é a divisão entre as expectativas emocionais e sexuais de cada um dos parceiros. os problemas de casal podem ser tratados. No processo de trabalhar com a díade mãe-criança. tenta induzir uma intervenção primária protetora da criança. Capítulo 4. isso bloqueia a mudança nos relacionamentos. nos profissionais e nas famílias. Ela então falou sobre como podia entender intelectualmente como sua reação era inadequada. Somente muito poucas mães estão ativamente envolvidas como pessoas que abusam sexualmente elas próprias. muitas vezes. em algum momento. muitas mães. Durante a terapia de casal. colocou. e poucas sabem conscientemente do abuso e permitem que ele continue aber- Sexual da Criança 86 seu senso de d como cuida-idade" com o possível. em quem a criança possa confiar para ser acreditada e não rejeitada quando tentar encontrar proteção. ou deprimidas e suicidas. emergem duas questões centrais. A mãe de uma menina de três anos de idade. a e se eles íependen-pa ternos ise e não i e sentir-. As mães muitas vezes percebem seu apego continuado ao abusador. uma menina de quatorze anos de idade mostrou cartas de seu pai. reagindo às suas próprias expectativas moralistas ou às expectativas dos profissionais. até uso sexual por bio 13.) familiar em i por ele. forte rivalidade entre a mãe e a criança. ainda que problemas ítintas bem ipara evitar irentais de teadas. de quinze anos. No entanto. Nesse estágio da terapia. como pessoas com seus próprios direitos. Nas famílias evitadoras de conflito. são situações em que as mães podem ficar muito zangadas e rejeitadoras. ambos os pais podem associar-se nas tentativas de utilizar a criança como um bode expiatório. quando diminui o choque inicial da revelação. em uma sessão: "E quem tem os seios mais bonitos. As mães precisam aprender a identificar e avaliar as necessidades emocionais e de proteção da criança. nas sessões familiares ou em sessões diádicas com a mãe e a criança. tendem a decidir-se por um divórcio imediato. As mães podem nutrir fortes sentimentos de rivalidade em relação a crianças muito pequenas. Devido à confusão. De modo a evitar os conflitos sobre os problemas sexuais e emocionais. em sua própria confusão entre o papei parental e o papel de parceira. em geral e em relação ao abuso. A segunda questão é. Estabelecer o os confirma precisa se ■o relaciona-lento. às vezes. apesar disso. Mas também é importante permitir que as mães sintam falta do abusador como parceiro. antra a rede risco uma pessoa que iltado final bêutico dos sua única pessoas que b aquilo. não conseguem admitir abertamente sentimentos compreensíveis de solidão. durante a crise inicial da revelação. (Veja Trabalhando com os que abusam sexua' mente. como parceiro. inicialmente. Eles podem ter dificuldade para apontar às mães que a rejeição inicial do marido pode ser muito útil para proteger a criançaj e promover seu papel protetor como mães. em formas concomitantes de terapia. inclusive muito depois de admissões iniciais de responsabilidade por aquilo que fizeram. As pessoas q' cometeram abuso podem dizer. que elas possam lidar com suas expectativas frustradas de um relacionamento bom e emocionalmente carinhoso em relação à figura do pai. Tendo rompido o segredo e tratado aspectos da síndrome de adição para o abusador. A experiência de relacionamentos emocionais de confiança com homens que não violam as fronteiras interge- Milman Furniss Sexual da Criança 121 sentimentos eiro. conseguindo pôr em risco uma Intervenção Terapêutica Primária. para os abusadores. para o desenvolvimento de relacionamentos adultos abertos e confiáveis com as mulheres. E essencial. que bem pode acabar adequadamente em um divórcio terapêutico d pais como parceiros. Enfrentar corajosamente as esposas como parceiras. (Veja Mães que desejam divórcio imediato. criança. que sentem muito ter feito aquilo. incluindo sessões familiares. ódio e sofreu abuso iciais nuita :r e a para Dnais.4. como co-. é ' ou e a t na- racionais é tão importante para a criança poder desenvolver relacionamentos de confiança com homens. Não obstante.1). Os terapeutas freqüentemente têm muit dificuldade em manejar aspectos positivos no relacionamento entre o abusador e a.7. M M (1) Bloqueando o abuso sexual real (2) Estabelecendo os fatos do abuso sexual e o abuso sexual como realidade familiar compartilhada . na idade adulta. é crucial que qualquer criança que tenha sofrido abuso sexual possa construir ou reconstruir emocionalmente relacionamentos de confiança em relação ao pai e a figuras paternas. e que sentem falta do abusador como parceiro. progenitor e provedor material da família. sedução. aspectos positivos do vínculo entre a pessoa que cometeu o abuso e a criança precisam ser igualmente permitidos e desenvolvidos. 10. iança lofre- :na-I. Permitir que as mães sintam falta da pessoa que cometeu o abuso. apegos intensos e psicologicamente prejudiciais são ainda apegos extremamente fortes. Se a criança é tratada terapeuticamente e não se torna um objeto pronto para as próprias projeções pessoais. é algo completamente separado do resultado final da terapia. na posição de maridos. se necessário. O grau de apego da criança que sofreu abuso ao pai pode. para o desenvolvimento emocional normal das crianças que sofreram abuso.) 7. Conseqüentemente. os profissionais precisam verificar sua própria atitude moral.) A questão principal. i Depois da revelação. lios. ou inclusive por acusações contra as parceiras. é enfrentar totalmente sua úni responsabilidade pelo abuso sexual. a renegociação do relacionamento abusivo entre o pai e a criança torna-se uma questão bem menos complicada (Veja Formas concorrentes de terapia. em relação às suas esposas. De outra forma. a criança pode passar por uma fase inicial de ódio ej rejeição contra a pessoa que cometeu o abuso. como co-rlssionais pre-! para apontar ger a criança permitir que cem qualquer ) outra forma. o abuso sexual e seu próprio papel nesse abuso. minimização e outros movimentos defensivos que demonstram ainda estarem negando. muitas vezes. psicologicamente. especialmente nos casos de abuso sexual prolongado. que não terminem em abuso sexual. Trabalho com a díade pai-criança Uma vez que os problemas básicos na díade mãe-criança e na díade mãe-pai tenham sido manejados. é um longo processo que os abusadores freqüentemente tentam evitar.profissionais elas muitas vezes. quanto é o desenvolvimento da confiança na criança em relação ao cuidado emocional e proteção por figuras maternas. acusação. terapia individual.5. ser muito forte. corremos o risco da situação bastante comum dos pais conspirarem contra a rede profissional sob renovado segredo. mesmo que elas rejeitem qualquer pensamento de sentir falta dele. preconceitos e julgamento moral dos profissionais. é mais fácil voltar à díade pai-criança.1). sessões de grupo e. Eles utilizam estratégias de apelação. A "limização parceiras. 7. A assunção inicial da responsabilidade freqüentemente é seguida pela minimização daquilo que fizeram às esposas. Portanto. é um im estra-fensivos al e seu respon-sexual tenham rgredo e "itantes rerapia torna-17. então. e a terapia centrou-se: função parental. comunicou-se com uma unidade residencial. mãe excluiu qualquer parceria conjugal com o marido. K tornou-se su:: Isso foi uma tentativa. Questões: sentimentos de ódio e amor da criança. o pai sentiu-se extremamente culpado e expressou intençã suicidas. ciúme do pai em relação aos amigos da criança. O Sr. desapontamento da criança. 2. Quando Bárbara fez uma revelação completa. que pensaram sobre as possíveis conseqüências uma revelação completa e telefonaram imediatamente para a assistente social. 4. A assistente social enviou o c para a unidade de crise. K assumiu a responsabilidade pelo abuso. depois de se reunir com a escola e os serviços sociais em um encontro pré-intervenção na escola.F^^™^--- Ch (3) Pai assumindo única responsabilidade pelo abuso sexual. esse md mento simultaneamente desequilibrou o padrão estabelecido de seu relacionam conjugal. Movimento homeostático imediato na díade marital Quando o Sr. Movimento para uma posição paterna ~~/M (4) Ambos os pais assumindo igual responsabilidade pelo cuidado da criança. revelou para uma amiga. A assistente social viu a Sra. K P casa. Contudo. Depois de algumas horas da revelação do abuso. ele fez um movime» como progenitor. Questões: apoio emocional por parte da mãe. 1. dizendo que jamais tivera consciência do abuso.1. qu por sua vez. Na a. Fronteiras interge-racionais (5) Trabalho com o relacionamento mãe-criança. para que conversassem com os membros da equipe tratamento. o Sr. Estabelecendo a responsabilidade do pai pelo abuso A polícia. de sua parte. K admitiu o intercurso vaginal e assumiu responsabilidade r ele. A Sra. O casal. A reação de ambos os pais foi típica reação dos pais nas famílias que evitam conflitos. Questões: conflito sexual misturado com dependência e imaturidade emocional (7) Trabalho com o relacionamento entre o pai e a criança. os pais discutiram se iriam ou não ficar juntos primeira reação da Sra. Os pais assumindo responsabilidade como pais Durante a primeira entrevista. sendo rea gurada de que o pai não poderia vê-la sem uma preparação anterior e sem o _ consentimento. cuidado emocional paterno Figura 6. a equipe disse à Bárbara que seu pai havia admitido o ab"" 3. . K foi a de deixar o marido imediatamente e pedir divo No entanto. crise da revelação. rivalidade (6) Trabalho com o conflito marital emocional-sexual. Nesse ponto. na esc que o pai abusara dela sexualmente. uma menina de quatorze anos de idade. Bloqueando o abuso Bárbara foi levada diretamente da escola para a unidade residencial.1. Ela estava abalada. para enfatizar sua dependência da espoJ apelar para ela como uma figura de mãe protetora. 122 Tüman Fitrnis 6.2. Objetivos e etapas nas intervenções terapêuticas primárias. Foi libertado sob fiança. foi cap:: negar qualquer problema conjugal. Foi determinado que ele não tinha permissão para * livre acesso à filha sem supervisão profissional. ela realme estava assustada demais para ir para casa. Exemplo clínico: a família K Bárbara. depois de fazer a distinção entre seu papel conjugal e seu papel paren os pais concordaram em permanecer juntos. por enquanto. Isso foi primeiro colocado indiretamente para professora e o diretor da escola. por causa das crianças. K respondeu tornandf mais compulsivamente cuidadosa em relação ao marido. como uma reação à revelação. para o mesmo nível parental de sua esposa. viu ambos os pais e confrontou o pai com a alegação abuso sexual. caso fosse necessária admissão da menina. Isso foi um apelo para Bárbara aceitá-la como uma mãe que se importava. A Ri-se na :rnento. (untos. K em Na aguda intenções típica da ou o casal equipe de o abuso. Ele ficou muito agitado e queria que o terapeuta fizesse algo. K protegeu a esposa de seus sentimentos de fracasso quando declarou que Bárbara era uma filha ingrata. ela quis ver a mãe. Quando ela soube da decisão da mãe de não iniciar imediatamente uma ação de divórcio. Tratar o casal como pais também era. Ela achava que fora uma boa mãe e que não merecia essa rejeição. naquele momento. K de ser rejeitada como uma boa mãe fê-la sentir-se muito deprimida e suicida. O Sr. o Sr. Tentativas da mãe e da filha de se aproximarem uma da outra Após Bárbara haver chegado na Unidade de Crise. Bárbara interpretou o fato de a mãe ter aceito a responsabilidade parental compartilhada e sua admissão de que havia falhado em evitar o abuso como uma admissão de responsabilidade pelo próprio abuso sexual. K tirou a culpa do Sr.■ :: Sexual da Criança 123 liga. Tentativa da família de mudar a direção básica da intervenção (a) Mãe ameaça cair fora. K foi ficando cada vez mais magoada e desapontada com a rejeição de Bárbara. dizendo agressivamente: "Agora a minha esposa se tornou a vítima". exigiu agressivamente que Bárbara se desculpasse imediatamente com a mãe por seu comportamento. (b) Ameaça do pai de cair fora. etamente para a cseqüências de ■te social. . O sentimento da Sra. A Sra. iposa e "do-se :az de :o do -asse. í rarental. 8. K transformou seus sentimentos iniciais de culpa em uma clara agressão em relação à filha. 7. Embora o pai tivesse assumido total responsabilidade pelo abuso. a tarefa mais importante era lidar com as questões parentais. Conluiram-se. K assustou o Sr. menos ameaçador do que lidar com o conflito conjugal subjacente e com as necessidades emocionais individuais disfuncionais que os ligavam como parceiros. A Sra. decidindo não contar nada à mãe a respeito daquilo. Bárbara sentiu que ambos os pais a haviam abandonado e que ambos eram igual- mente culpados pelo abuso. necessária a ela realmente [sendo reasse-' e sem o seu encontro de legação de lidade por 30 para ter Sra. 6. (c) Aliança dos pais para excluir Bárbara como um bode expiatório. Bárbara rejeita ambos os pais A Sra. ficando do lado da esposa contra ela. Ela tornou-se um bode expiatório e foi acusada pelo abuso e por todos os atuais problemas da família. nós não discutimos o restabelecimento homeostático relacionamento conjugal disfuncional e rígido. K um impacto maior do que as acusações de Bárbara contra ele. K não agüentou ver sua mulher sofrer e não conseguia suportar deparar-se com sua própria responsabilidade na criação daquele sofrimento. dizendo que Bárbara havia seduzido o pai e que havia gostado do sexo. O Sr. de modo a ajudar Bárbara. e qualquer tentativa de fazer ilman Furniss . que. Quando ele veio à sessão seguinte. Ele declarou que ir para a prisão seria uma punição menor do 89 Tilman Furniss que ver sua mulher sofrer. Bárbara tinha a esperança de que poderia ficar com a mãe e de que essa iria divorciar-se do pai. K. na escola. ele ameaçou agir contra a filha ou contra ele próprio. ar ao isso poderia provocar uma completa ruptura na família e o fracasso do tratamento. numa tentativa de solução que iria excluí-la da família por meio de uma Intervenção Primária Protetora da Criança. Ela sentiu que o pai havia ganhado a competição pela mãe como aliada. e rejeitou a ambos. Seria impossível trabalhai mesmo tempo os aspectos parentais e conjugais.Nesse ponto da terapia. Competindo pela mãe como uma aliada Bárbara começou a se sentir excluída da família. Suas ameaças iniciais de suicídio tiveram sobre a Sra. I movi-c mento í^icida. K reagiu positivamente e visitou a filha. ficou muito desapontada e reagiu de modo hostil em relação à mãe. Pelo contrário. A divórcio. A ameaça suicida da Sra. Os anseios suicidas da Sra. snças. K. Nós permitimos que ele continua de modo a evitar um colapso imediato do casamento. Ele então culpou o terapeuta por incitar os problemas em vez de ajudar a família. Os pais de Bárbara uniram forças e voltaram-se contra ela. ambos os pais haviam assumido igual responsabilidade parental e haviam agido contra o desejo de Bárbara de dividi-los em seu papel parental. 5. Nesse momento. Em uma tentativa de fugir de sua própria responsabilidade pelo abuso e de seu fracasso como pai. K também levaram o marido a apoiá-la contra a acusação de Bárbara de ela ser uma má mãe. O ataque de Bárbara à mãe havia novamente desequilibrado o padrão de relacionamento estabelecido entre os pais como parceiros. A Sra. K sobre a responsabilidade da filha pelo abuso cessou durante terapia. co uma mulher de meia-idade. A Sra. Foi um claro triunfo de Bárbara sobre a ro só Sexual da Criança 90 quando. Bárbara achou mais fácil ir: -duzir uma área de conflito em nível de rivalidade feminina. K estava com medo do divórcio. Ele via a si próprio como um homem fraco que podia parecer enérgico.) 10. com marido. que ele tinha extrema dificuldade em enfrentar. K reconheceu seus próprios sentimentos de rivalidade em relação à filha e se tornou muito amarga e rejeitadora. e também algumas vezes quando era jovem. divididos ou levados para dentro da crise. Conflito conjugal aberto A clara rivalidade entre Bárbara e sua mãe tornou muito difícil para os pais continuarem a evitar enfrentar seu conflito conjugal sob a proteção de sua união como casal parental. (Ver A família e a rede profissional. em casa. em vez de enfrentar ^ questão do abandono materno. Ele explicou que tivera sentimentos semelhantes quando abusara sexualmente de Bárbara. K ficou culpada e deprimida. firme e unicamente. à noite. K percebeu que Bárbara. Após um dramático acontecimento. O desenvolvimento desses sintomas psicossomáticos indicaram o alto nível de estresse e ansiedade no Sr. Bárbara disse. enquanto ele se masturbava. sem ficarem paralisados. quando julgou que iria morrer. Nós mal conseguimos nos falar e ficamos muito tensos na presença um do outro". rd terapia. O Sr. ela. a hostilidade e as ameaças de suicídio da família. em Bárbara. O trabalho com a díade mãe-fi revelou que Bárbara sentia-se desesperadamente infeliz. não tem sido o bom relacionamento entre meu marido e eu. Sei que ambos gostaram e. A rivalidade feminina entre Bárbara. não-compreendida e abaal donada pela mãe. provocadoramente: "Quem ele deseja mais. Eles agora podiam ser tratados sem a interferência da atuação inicial que se seguiu ao primeiro choque da revelação. O conflito conjugal tornou-se central e a Sra. poderia ser culpada responsável pelo abuso. em uma sessão individual. as sessões de casal foram retomadas. havia sido inicialmente camuflada pelo conflito s cuidado e proteção materna. em nenhuma circunstância. a família se encontrou para uma sessão de responsabilidade. Durante o próximo estágio da terapia. Isso fora possível por causa da estreita cooperação de todos os profissionais envolvidos. que este estava acontecendo. A Sra. O conflito entre mãe e filha tornou-se a conflito de duas rivais femininas. e sua mãe. o Sr. atuara numa tentativa de não enfrentar. A estreita cooperação na redd profissional conduziu a uma resolução do conflito-por- procuração. Capítulo 4. Ela ficava revoltada com isso. Ela atingiu o ponto em que. K em relação ao conflito conjugal e a alguns eventos de vida anteriores relacionados." 12. o abuso sexual e os problemas subjacentes como realidade familiar. tentara comunicar. independentemente do que fizera ou deixara de fazer para proteg. Bárbara não me contou. O processo interdisciplinar. de fato. Agora ela própria começava a sentir-se responsável pelo abu: Nesse ponto. por não tej protegido Bárbara do abuso. mas que se sentia muito inseguro por baixo disso. sei que meu marido se juntaria novamente com Bárbara e eles começariam de onde foram interrompidos. embora rígida. Nesse estágio avançado da terapia tornou-se possível lidar com os problemas conjugais. Clara rivalidade entre mãe e filha Os sentimentos de abandono e solidão. Ela descreveu como costumava permanecer deitada rigidamente ao lado dele na cama. num estado de fúria e lágrimas. a Sra. por sua vez. e queria salvar o casamento. A Sra. mas jamais o mencionara para ele. desde o início abuso. até o momento. Ela disse não estar interessada em sexo e acusou seu marido de ser superssexuado. com o diagnóstico de um ataque cardíaco suspeitado mas não confirmado. 11. Os membros da equipe de crise haviam sido capazes de lidar com a agressão. de sua infância. K e Bárbara em relação ac I K como parceiro emocional emergiu quando Bárbara refutou a alegação da mãe d| que ela havia gostado do sexo com o pai. K relatou ter estranhas sensações físicas em sua cabeça e sentir-se fóbico no consultório. afinal de contas.1.9. ele foi admitido ao hospital por três dias. Essa responsabilidade ficava. Seu relacionamento com Bárbara estava melhorando e ela sentia que seria melhor para ela viver sozinha com as crianças. Ele via sua esposa como uma mulher de princípios e uma figura materna muito boa. Ele foi capaz de admitir que havia falhado . como a pessoa que cometera o abuso. K chamara suà filha de mentirosa e i4 a levara a sério. Fracasso da mãe em proteger A alegação da Sra. e depois de alguma preparação. A rivalidade entre a Sra. Ele foi ficando cada vez mais fóbico e assustado no consultório. como filha adolescente. Aceitando a terapia Cada membro da tríade. fixan- do-se então na terapia. disse: "Se eu cometer suicídio. por sua vez. Bárbara do abuso sexual. K começou a querer o divórcio. K relatou que "Desde que as coisas começaram a correr mal para Bárbara. 5. ela ou eu?" A Sra. e sem confundir os problemas parentais que envolviam questões de cuidado e responsabilidade por Bárbara com o conflito conjugal que não tinha nada a ver com ela. que haviam surgido no traball com a díade mãe-filha não puderam ser suportados. Após sua alta do hospital. K ficou muito deprimida e precisou de grande ajuda e apoio pau perceber que. ainda que soubesse que aquilo estava errado. 6. / vezes. conforme descrito e ilustrado na Família K. por não ter impedido o abuso.2). Nesse momento. ela ficara intensamente excitada e confusa. freqüentemente. A tentativa de harmonia parental resulta. porque estava com muito medo de perder sua esposa. inicialmente não ficaria sozinho em casa com Bárbara. Quando. a mãe pode rejeitar imediatamente o do e ameaçar divorciar-se. K voltou e decidiu que queria continuar com o marido e a terapia de casal prosseguiu. então. Nós encontramos dois padrões diferentes de reação no tratamento da conjugai. K tornou-se um adulto muito mais preocupado com sua fil Próximo ao final da terapia.2). o segundo onde o abuso tem a função de evitar o conflito (veja O processo familiar.3. Alternativamente. e pode emergir entre eles um claro conflito conjugal. quando a criança ataca a mãe como uma má mãe. K e Bárbara trabalhassem sobre um relaci namento pai-filha mais adequado em termos emocionais e não-abusivo. Quando ele falou com Barba sobre seu relacionamento com os próprios pais. K quis ficar algum tempo sozinha para decidir-se em relação ao casamento. Na crise da revelação. que pode inicialmente ser vista como o relaciona menos problemático. graves conflitos ocultos entre elas são muitas vezes revelados. O Sr. do abuso sexual para os problemas subjacentes. Na díade mãe-criança. provavelmente vai se distanciar do pai obtida uma resolução terapêutica do conflito entre eles. O progresso terapêutico é obtido em um processo dialético contínuo. Três semanas depois a Sra. Tanto Bárbara quanto seu estavam preocupados com suas reações em relação um ao outro e sentiam-se i guros sozinhos. No processo terapia. As tentativas de dois membros da família de se aproximarem em um nível muitas vezes provoca conflito e distanciamento em uma outra díade em um nível diferente. e até serem trata» questões de confiança e cuidado emocional não-sexual (veja a Figura 6. reverter em clara hostilidade da criança contra a pessoa cometeu o abuso. e para o processo familiar de entrosamento. K entrou em pânico. os pais podem não conseguir mais manter sua aliança parental conluiada aparentemente harmoniosa. sem uma terceira pessoa. ta e inesperada. e o conflito conjugai somente irá eri mais tarde na terapia. adquirindo força por trás do processo terapêutico familiar desenvolvente. Todavia. Mecanismos básicos no processo terapêutico 6. o pai pode se aliar à mãe para protegê-la como um bom pai. Bárbara ganhara uma mãe emocionalmente mais próxima e mais compree siva. Depois que os conflitos conjugais foram amplamente tratados. O abuso sexual não fora apenas profundamente assustador para Bárbara. e quando ela passou a ter um namorado essa precaução finalm tornou-se redundante. Ele descreveu como havia sido levado ao abuso por incontroláveis tensões internas e como havia sido incapaz de deixar de abusar. 91 Tilman Furni 13. Reajustamento da díade pai-filha Depois que a disfunção nas díades mãe-pai e mãe-filha foi tratada. pode se desenvolver a dinâmica negativa mais profunda. Por exemplo. no contínuo processo da terapia. em um aparecimento acelerado de conflito conjugal. Isso abriu caminho para que o Sr. Ela com" a confiar nele e conseguiu ter com ele um relacionamento emocional sem medo sofrer novamente abuso sexual. ouvir sua filha sem interrompê-la ou defender-se. individuais. O primeiro padrão ocorre mais freqüentemente nas famílias em que o abuso sexual serve para regular o conflito conjugal. E a natureza desse movimento.3.1. que pode dirigidas para dentro como depressão e tentativas de suicídio. foi possív trabalhar diretamente com o relacionamento entre Bárbara e seu pai. A hostilidade pode persistir até serem resolvidas terapeuticamente as quesf desapontamento da criança com a mãe por não ter sido protegida e as quest rivalidade emocional e algumas vezes sexual (veja a Figura 6. mãe e filha geralmente tentam se apro. que logo muda o foco do tratamento. Bárbara sentia-se mais segura com o pai. cada díade da pais-criança. Muita raiva e amargura por pa de Bárbara eram acompanhadas por seu desejo de ser vista e reconhecida pelo como uma pessoa com seus próprios direitos. Quando Bárbara voltou para casa. Movimento terapêutico no trabalho com díades Durante a terapia das famílias com abuso sexual da criança. o relacionamento de Bárbara sua mãe estava muito mais estreito e seus relacionamentos com os amigos har melhorado. ela e seus pais combinaram que o Sr. passa por fases de intensa agressão. Somente como resultado da terapia o casal pode r Sexual da Criança 91 necer junto ou chegar a um divórcio terapêutico. o Sr. o conflito entre a criança e os pais se torna menos intenso. ou expressadas fora como clara hostilidade em relação a outros membros da família. em que as díades dos membros da família se distanciam umas das outras em conflito e se aproximam novamente em níveis diferentes. Ela viajou e passou três semanas na casa de uma irmã para pensar sobre o seu futuro. Mais tarde. em H estágio da terapia. então. Era extremamente difícil para o Sr. A criança.com a esposa. O segredo conluiado entre o pai e a criança durante o abuso pode. a Sra. Capítulo 3). . ocorreu uma verdadeira muda" na qualidade. A mãe pode imediatamente voltar-se contra a criança e unir-se ao m de modo a evitar uma ruptura familiar. 3. não significa que a família está negando que o abuso aconteceu. vi a criança e o pai tentando unir-se novamente contra a mãe. muitas vezes extremos. Num esforço para modificar a direção da intervenção. Durante terapia. violência ou fuga da responsabilidade. especialmente nas famílias que evitam conflitos. f cortam seus pulsos e apresentam todo o espectro de sintomas psicossomáti sintomas comportamentais e psiquiátricos funcionais. Tentativas dos membros da família de interromper a terapia O estresse emocional e os conflitos. O processo interdisciplinar. de modo a evitar qualquer mudança nos relacionamentos fanr" Isso. ou a mãe se une à criança contra o pai. Se o primeiro conluio for bem-sucedido. Conluio diádico contra o terceiro membro da tríade abusiva Tentativas de solapar uma Intervenção Terapêutica Primária podem ser expressas em diferentes conluios diádicos na tríade progenitor-criança contra o terceiro membro como bode expiatório. Nesse momento. nas famílias com abuso sexual da criança inevitavelmente levam a tentativas repetidas e freqüentes. a criança pode ameaçar o padrão familiar disfunci estabelecido e pode ser muito assustador para ela continuar a terapia. que estabeleceram os do abuso sexual e o abuso sexual como fato e realidade externos. 6. tentar chantagear ou seduzir o terapeuta. tais como a sessão de resp bilidade ou a sessão de responsabilidade-por-procuração. a criança ter permissão e ser capaz de nomear o abuso sexual como realidad pré-condição necessária para formas concorrentes de terapia que reavaliam a hnan Furniss Sexual da Criança 92 .4. especiah te os que abusam. ao custo de servir como bode e: tório e perder a família. de interromper a terapia.13.3. Em estágios posteriores. (Veja A família e a rede profissional. Na adolescência. Capítulo 4.4).1. é mais fácil que trabalhar seu próprio problema na terapia. ou simplesmente recusar-se a continuar a terapia. Os adolescentes atuam sexualmente. 5. precipitará uma Intervenção Punitiva Primária. o a e a autoridade de agências legais e estatutárias externas freqüentemente. incluindo qualquer ajuda à criança. O processo individual no contexto. às vezes. A terapia é rejeitada com o argumento de que todos os problemas foram resolvidos e que a família sente-se feliz junta. a Intervenção Terapêutica Primária será transformada em uma Intervenção Primária Protetora da Criança. de modo a podermos evitar conflitos-por-procuração na rede profissional. Se o segundo conluio for bem-sucedido. o terapeuta deve estar preparado para depressão materna. as mães de volta à terapia. tentar o suicídio. A mã muitas vezes inicialmente rejeita qualquer idéia de terapia que envolva a pessoa qu cometeu o abuso. desenvolver sintomas físicos.) 92 Tihnan Furnis Os pais tendem a reagir de modos diferentes. quando se tornam cen na terapia as questões de proteção materna e conflito conjugal. inclusive. Ambos os conluios podem ser usados por membros da família para pôr em perigo uma Intervenção Terapêutica Primária (veja a Figura 6. mas também. O pai freqüentemente reage revelação com imediata negação. pensamentos de suicídio e o desejo da mãe de interro totalmente a terapia. 2. de antemão. 6. que é visto como o "criminoso e monstro".6. 9. (Veja O pri encontro familiar como um encontro criador de realidade e responsabilidade. toda a família freqüentemente se une contrr profissional. 2. É então crucial ser capaz voltar a pontos de referência externos estabelecidos. 2.3.2. 9.3. E vital que estejamos preparados. 2. é neces- para sustentar a Intervenção Terapêutica Primária e para trazer os pais.1. Síndrome de adição. É importante estarmos conscientes de que. Eu. muitas vezes. que podem chegar ao suicídio. As crianças muitas vezes entram em graves conflitos de lealdade em rela aos pais. Quando as mudanças pessoais da criança na terapia não são acompanha por mudanças na família.4. eles p tentar convencer a si próprios e aos outros de que nada aconteceu e de q alegação de abuso sexual foi baseada em pura fantasia.2). por parte de diferentes membros da família. através de maneiras extremas. A cri então pode sentir que reunir-se ao sistema familiar de segredo e negação. necessariamente. A natureza interacional da motivação.2. nós encontramos freqüentemente uma extrema atuação rante toda a terapia. isso pode assumir a forma de um dos membros da família literalmente fugir.1 família e a sessão de responsabilidade por procuração. ao c do auto-sacrifício de perceber a realidade do abuso sexual como tal. Do segredo à privacidade A transformação do segredo em privacidade é um dos objetivos terapêuticos ciais no abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição (veja Sínd de segredo. parece mais fácil para pai. Esta reação é mais provável famílias em que o abuso sexual serve para regular conflitos. tomam overdoses. Ou a mãe conspira com o pai para expulsar a criança como uma "puta sexy" e como a fonte de todo o mal moral na família. Outros profissionais precisam saber e precisam estar preparados para dar um apoio no manejo dessas tentativas das famílias em crise de fugir da terapia. Conluio da família contra o tratamento Após a crise inicial da revelação. pois isso irá acontecer. cair fora imediatamente após revelação.4. Reciprocamente.) 6. que conduz à remoção da criança da família. ele pode desenvolver sintomas psicossomáticos e cair fora por enfermidac física. em que o pai é removido do sistema terapêutico.1. "nente reage à de. a confusão. 9. l a pessoa que parado para a t interromper piam centrais em relação Jrnpanhadas "isfuncional fa. os sentimentos e fantasias sobre o abuso. A mãe. Mãe M I M M Criança Pai Tentativa de se aproximar Ch- Desenvolvi-mento de claro conflito M Resolução terapêutica Claro conflito na revelação -> Ch Distancia mento desa pontado -> Ch -> Ch Resolução no sentido de proximidade adequada Criança Ch I Ch Ch (a) Processo de distanciamento e aproximação durante a terapia Mãe Mãe Mãe A /\/\/\ / \-► Criança Pai Criança Pai (b) Conluio diádico contra o terceiro membro na tríade familiar Pai Criança . A criança âo. ímáticos e fes podem de que a capaz de ■ responsa-n os fatos primeiro le. ao custo ais fácil do )de expia- ituação du- es. A transformação do segredo em privacidade coloca problemas diferentes em níveis diferentes. A riência. fogem.11. Durante a r enfermidade is fácil para o imente após a tídio. Do segredo à privacidade. Preparando profissionais colegas para a revelação iminente. 8.4. (Veja Crise da revelação — Crise dos pro sionais e crise familiar. mantém o sigilo que assegura o processo terapêutico nas sessões de grupo e na terapia individual.(c) Tentativas de fugir do processo terapêutico Figura 6. Etapas da intervenção na crise da revelação. de tcipitadas ncial. Muitos profissionais ficam mais motivados dep que o direito da criança à privacidade — expresso no direito dos profissionais a u Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima — é preservado.4).3. que possam levar à proteção da criança promotora-de-abuso e à prevenção de crime promotora-de-crime. nas diferentes formas concorrentes de terapia. O processo interdisciplinar O direito à privacidade precisa ser protegido na rede profissional na medida em que nenhuma suspeita de segunda-linha bem-fundamentada exija o planejamento àa intervenção no encontro de pré-ínfervenção.2.) 6. sem segredo como resultado da divisão. mas freqüentemente muito difícil de se conseguir no contexto social. O processo familiar A chave para a capacidade individual da criança de lidar com a violação da privacidade do corpo e da mente está na revelação do segredo no contexto familiar. equipe educacional e terapeutas para cooperarem em uma abordagem multidisciplinar ao] abuso sexual da criança. Pode ser impossível proteger a privacidade de uma criança. O domínio social e legal E importante proteger o direito da criança à privacidade. Protege a privacidade da criança e da família de intervenções inadequadas e prematuras.) . O sigilo combinado em relação aos membros da família. Mecanismos básicos no processo terapêutico em famílias com abuso sexual da criança. quando o segredo do abuso sexual é revelado legalmente e no domínio social.1.) . Eles temem que sua informação seja utilizada para respostas de ação inadequadas. 6. todo o controle da situação fique perdido. Muitos profissionais. Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima. 12. (Veja Colocação em lares de crianças. muitas vezes. T tipos básicos de intervenção. 94 Tilman Furniss 6. O medo dos terapeutas. O espaço externo para pensar e relatar em terapia cria o espaço psicológico interno para desenvolver a privacidade do Eu como um reflexo da integração e individuação no processo terapêutico. em relação ao superenvolvi-mento e fusão disfuncionais entre a criança e o abusador.2.13.3. No estágio de suspeitas iniciais de primeira linha geralmente aumenta a motivação e a disposição dos profissionais de saúde. quando crianças que sofreram abuso sexual são colocadas em lares de crianças ou sob cuidados adotivos. 10.2. a criança que está ligada à pessoa que cometeu o abuso no segredo do abuso sexual pode começar a desenvolver autonomia pessoal e um senso de Eu.1. (Veja Formas concorrentes de terapia.4. A necessidade de proteção à privacidade da criança é bem aceita nos tribunais.4. pode ser necessária uma Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima (CIDA). Intervenções policiais e relatos sensacionais pela imprensa local muitas vezes tornam impossível manter protegida a identidade da criança naquela vizinhança. O encontro de pré-intervenção.7. Na Intervenção Terapêutica Primária.4. (Veja O processo interdisciplinar no contexto. 8. quando a família permanece na mesma casa ou vizinhança. no abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição. A Intervenção Terapêutica Primária objetiva dar tempo e espaço para o desenvolvimento de uma adequada privacidade para a criança que sofreu o abuso e os pais.2. Trabalhando com pais adotivos. 8.) Profissionais da área médica. IDA).3.1. 4. O direito ao sigilo em relação a profissionais colegas tem um duplo efeito na rede profissional. ia revela-I processo áo profis-im duplo interven-pra linha equipe linar ao de que à não-I muito I outros fe infor-rapêu-mso e à I ntex- Na transformação do segredo em privacidade. prematuras e não-terapêu-ticas prejudiciais. de modo a proteger a privacidade da criança de intervenções prematuras e precipitadas (veja Suspeita de primeira-linha. 8. No processo interdisciplinar. suspeita de segunda-linha e revelação parcial. acertadamente. médicos.2. E igualmente importante pensar com extremo cuidado sobre a privacidade da criança. 8. 5. Mo nível de suspeitas de primeira-linha. 8.o Sexual da Criança 94 4. O processo individual :a em que aento da fira-linha.1. . enfermeiras e da equipe educacional de quel o sigilo seja quebrado prematuramente. em que o abuso sexual foi revelado. 8. até que todos profissionais tenham concordado que uma bem-fundamentada suspeita de segun linha torne necessária uma intervenção. o direito da criança à privacidade reflete-se na obrigação do profis- sional ao sigilo. têm muito medo de que no exato momento em que quebrarem o sigilo em relação a outros profissionais. leva a conluios e à não-revelação por esses profissionais. A comunicação aberta entre todos os terapeutas envolvidos serve para evitar o segredo como um resultado do processo universal de divisão e dissociação no abuso sexual da criança.4.17. formas concorrentes de terapia objetivam evitar o segredo dentro da família. 7. terapêutica e educacional também temem que aj respostas parentais à revelação prematura possam levar a ações legais contra profissional que faz a revelação. A divisão e o . pois os pais sentem-se excessivamente ah çados pelo tratamento da criança e por suas mudanças.pia trata ide. intimidade.) A transformação do segredo em privacidade geralmente precisa ser apoiada por mudanças externas que muitas vezes requerem a criação de tempo e espaço na separação intermediária da pessoa que cometeu o abuso e a criança. me as irra o :epois Ü uma I>S os E :da-fcrofis-I Três 7 Diferentes Modos de Terapia na Intervenção Terapêutica Primária 7. Sem uma terapia familiar concomi os pais irão retirar seus filhos do tratamento. No contexto de uma abordagem integrada.1. Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. Formas concorrentes de terapia. 7. diferentes formas de terapia baseia-se nos problemas terapêuticos específi abuso sexual da criança como uma questão legal e de saúde mental e como síndrome conectadora de segredo e adição. . um senso de privacidade. Aconselhamento e terapia individual. como parte da Intervenção Terapêutica Primária. na medida em que elas são empregadas para atingir objetivos diferenciados de tratamento no contexto de uma Intervenção Terapêutica Primária. auto-:rutural-miliar é família. em que a criança foi triangulada.2. intimidade e individuação.3. cada um dos diferentes modos de terapia de áreas diferentes de ligação. não devem ser confundidas com questões sexuais no relacionamento conjugal. Trabalho de grupo com crianças. Além disso. a terapia individual ou de grupo concomitante à sessões familiares. todas contribuindo para os fins e objetivos globais da In ção Terapêutica Primária.1. nomia e individuação dos diferentes membros da família. 7. As pessoas que abusam sexualmente e os pais podem lidar. nós precisamos utilizar concomitantemente dif formas de terapia. A violação estrutural das fronteiras no abuso sexual da criança faz com que seja muito inadequado manejar problemas sexuais adultos e problemas conjugais explícitos em terapia familiar. conforme resumido na quarta e sexta etapas da Intervenção Terapêutica Primária (veja 6. em terapia individual ou grupai.(Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. A natureza metassistêmica do relacionamento e. Todo uso concomitante de diferentes formas de terapia pode ser terapêutico. Sessões concomitantes de terapia familiar são necessárias para escla abuso sexual da criança como um segredo familiar e para dar à criança lie permissão explícitas para-mudar em terapia. após a revelação.2.2. o abuso sexual da criança — como síndrome de adição para a pessoa que abusa — coloca problemas terapêuticos específicos que precisam ser tratados na estrutura de trabalho individual ou grupai apenas para abusadores e em grupos de casais. a criança provavelmente irá fracassar. Diferenciação funcional Na Intervenção Terapêutica Primária. se quisermos atingir os fins e objetivos da Intervenção Terai Primária. Terapia individual. e solapar uma à Cada terapia possui tarefas específicas diferentes. 6. pode rormar ecer o -nça e tante. e de adição. O uso simultâneo de diferentes formas de não significa que as diferentes terapias possam competir.2.1. com aspectos de sua própria experiência pessoal de vida e com questões conjugais.2). áreas que são est~ mente violadas nas famílias com abuso sexual da criança^ A terapia fami dirigida a uma ligação e inter-relacionamento mais adequados dentro da Ê* Lida com a solução de problemas e a resolução de conflitos no nível dos rei mentos familiares. diferentes ■ Interven-to entre as "cíficos do "orno uma . 2. 95 Sexual da Criança 95 diferentes erapêutica todas as de terapia ia à outra. independentemente das sessões familiares e provavelmente pela primeira vez em sua vida. autonomia e individualidade. ou de grupo.mea- As crianças que sofreram grave abuso sexual podem precisar de espaço em tratamento grupai e em terapia individual simultâneos para obter. 6. Questões sexuais relacionadas à paternidade.1. O espaço externo e tempo de privacidade oferecem a estrutura para o desenvol- vimento do eu nas formas concorrentes de terapia na Intervenção Terapêutica Primária. familiar *s. inter-relacionamento. tlaciona-l"s escla-3 cidade. ser vista como um espaço estrutural para a tarefa terapêutica central de transfà o segredo em privacidade.1. A necessidade de cooperação entre os diferentes terapeutas A regra básica de que diferentes formas de terapia não devem ser misturadas simultaneamente tem muito pouco a ver com uma intrínseca incompatibilidade de diferentes formas concomitantes de terapia. que lhes dá controle sobre aspectos básicos de seu próprio corpo. 7. (Veja Terapia familiar e abordagem familiar. 7. Combinar várias formas diferentes de terapia parece romper t regras de terapia estabelecidas. representando aspectos di do processo global. Formas concomitantes de terapia No abuso sexual da criança. embora a confusão geral entre cuidado emocional e relacionamento sexual precise também ser tratada em sessões familiares conjuntas.1). para . privacidade. Os tratamentos de grupo e terapia individual simultâneos recém a necessidade estrutural dos diferentes membros da família de priva~ autonomia. 2.1. mente e ações. 7. muitas vezes. Os terapeutas devem conscientes de que.1. desdobrar-se 96 Tilman Furniss e desenvolver-se entre os diferentes terapeutas. Em uma sessão de terapia farruM o terapeuta está simbolicamente em um papel de avô/avó e em uma posição rmm indireta em relação à criança.4. toda a informação dos diferentes ambientes terapêuticos precisa ser compartilhada.!Essa abordagem somente funciona se os terapeutas de diferentes orientações desistirem do distanciamento e da retidão ideológicos e passarem a ver o uso de diferentes formas simultâneas de terapia como parte de um processo terapêutico diferenciado e orientado para um objetivo. nas sessões familiares. uns em relação aos outros. no domínio terapêutico da privacidade. Essa experiência de abandono na sessão familiar impedirá o processo terapêutico. pode facilmente expe ciar o contato mais mediado nas sessões familiares como um abandono pa' simbólico e transferencial. O fato de que formas diferentes simultâneas de terapia levam à divisão e à terapia não- terapêutica tem tudo a ver com os próprios terapeutas. eventos terapêuticos. as identificações dos diferentes terapeutas com diferentes membros da família e com diferentes aspectos do processo familiar precisam ser declaradas abertamente. Rituais de diferenciação As famílias e os membros da família precisam de ajuda para unir. geralmente. A terapia familiar utiliza as projeções mútuas dos difere» membros da família. O aba pode ser retomado com grande benefício terapêutico nas subseqüentes sessões viduais ou de grupo. Sem encontros com o propósito claramente definido de manejar os conflitos por procuração surgidos. Nós L Sexual cia K^riaitça 1 permite q rc rrnoluijn9 I do terapia Eauipeo de . É possível um terapeuta participar de diferentes formas de sessões de terapfl na medida em que ele próprio é capaz de distinguir claramente entre as diferem» posições e funções que possui nos diferentes ambientes. ao passo que somente uma completa abertura e estreita cooperação entre todos os terapeutas envolvidos podem levar a um resultado bem-sucedido no tratamento. Se é garantida uma estreita cooperação e comunicação entre os diferentes terapeutas.<requer encontros especiais de toda a equipe terapêutica envolvida^ Nesses encontros. O terapeuta: diferentes posições em settings diferentes Pode ser muito terapêutico se o terapeuta de grupo ou o terapeuta individual dl criança também participar nas sessões familiares. no trabalho individual e grupai. quanto paq profissionais primariamente empregados como terapeutas.solapamento que levam ao fracasso do tratamento. funcionários encarregados da vigilância de réus beneficiados por "sursis". sem recaída no se» 7. Evita a reintrodução do segredo e da divisãd pode ser extremamente antiterapêutica e danosa para a criança. A intensidade dos sentimentos e conflitos do processo familiar na terapia. Equipes de terapia no abuso sexual da criança podem ser constituídas tanto por assistentes sociais. permite a identificação de conflitos-por- procuração com a possibilidade de uma pré-resolução terapêutica na resolução do conflito-por-procuração.3. que tentam solapar um ao outro tanto quanto possível.1. ej por outros que lidam com as crianças e os pais de um modo terapêutico. o uso de diferenciado de formas diferentes concomitantes de terapia pode ser altamente terapêutico e pode acelerar o processo de tratamento de maneira mutuamente esclarecedora. quando o mesmo terapeuta simultaneamente a terapia individual ou grupai e as sessões familiares. então. com diferentes formas concomitantes de terapâj e diferentes terapeutas envolvidos. A presença do terapeuta individual E de grupo nas sessões familiares oferece uma forma de consistência e continuida' diferenciadas no tratamento do abuso sexual da criança como síndrome de segr que pode ser crucial para a criança que sofreu abuso. de maneira simbólica e na transferência.! Quando utilizamos formas concomitantes de terapia. não é o resultado de eventos psicológicos ou dinâmica familiar. sempre correrá o risco de falhar. e no nio do "compartilhar" e "conectar- se". na medida em que estivermos conscientes e liarmos cuidadosamente os limites que cada criança pode suportar. de modo que os processos de espelhamento dos conflitos na equipe terapêutica possam emergir. conduz ao fracasso do tratamento. A criança. e ao mesmo1 para separar e diferenciar. A presei mesmo terapeuta em ambos os tipos de sessão ajuda a manter o processo terá. Além disso. A divisão entre terapeutas de diferentes orientações. O importante efeito terapêutico da presença do terapeuta de grupo terapeuta individual nas sessões familiares está no fato de que a presença do terapeuta em ambas as formas de sessão ajuda a criança que sofreu abuso a a continuidade da experiência. eles estão mais em posição parental na realidade. uma aborda- gem de tratamento metassistêmica. numa terapia individual ou grupai. ou se o terapeuta da família fo| também o terapeuta de grupo para a criança. deve ser observado o princípio de que o sigilo absoluto precisa ser garantido nos diferentes ambientes de terapia entre os diferentes membros da família. Esse processo. que é mediada pela presença dos pais.. do que -nas sessões familiares. ém também vê o terapeuta em sessões individuais ou grupais. No início da terapia. e quanto por iividual da família for iividual ou itinuidade e segredo. na órbita multidimensional do sistema profissional-família na Intervenção Terapêutica Primária. mas que os terapeutas que conduzem as diferentes terapias irão cooperar estreitamente um com o outro. Isso precisa ser respeitado pelo terapeuta grupai ou individual na sessão familiar. alguma a|uda «ypocrflca r—> —■'»•»■ 1 1 '•=" ■ lujfci jmu iij^ur^i tinia alguma ocpocifica? c -Bxiotc aigunid Luisa que voce nao quer que seja discutida e sob nenhuma circunstância?" Esse tipo de ritual de diferenciação. é também o terapeuta da criança ou dos pais em um outro contexto.iria a criança bicTi"mrn. evita processos não- terapêuticos de divisão e segredo.i 1 Li-iii-t wala tuparada. pelas cinco seguintes razões.otio pm- n unir r. ^ii fe-iii- i. c 1 '1'^ ô i-j_ifei_" uo_iao razida „i . permanece terapêutico na medida em que continua dentro do contexto do espaço terapêutico pré-organizado para a privacidade individual dos membros da família. O "ritual de diferenciação" transmite à criança e à família a clara mensagem de que o terapeuta que. é terapeuta da família durante a sessão familiar. um artifício Importante.„ i. O "conluio terapêutico" com a criança.1t /'>> * "i on. clmp efetivo pode acr uhhj-. e do trabalho decrescente na interação direta e simbólica de transferência-contratransferência progenitor-crian-ça entre o terapeuta e a criança. nós precisamos afirmar claramente para a família que será mantido o sigilo em relação aos diferentes membros. O "ritual de diferenciação" reafirma para a criança a fronteira da privacidade da terapia grupai ou da terapia individual em relação à família.assistentes r "sursis". o "ritual de diferenciação" é o momento comumente combinado e compartilhado de transição funcional de terapeuta individual ou grupai em terapeuta familiar.lnN-|>ur-pror"—T~ o iHi"i111ii"—> torapcutiro ii> ! I ii 1^1 para umn Tnin v/yi^ao M Wuuipr 11— i '-i J «O li t'ica . lr-i__ria do grupo c ao ocoooco tomiliarcn. A presença do terapeuta. 2) 3) 4) 5) O ritual liga as duas formas diferentes de terapia em que a terapia grupai ou individual é vista como o espaço em que é dada explícita licença para desenvolver a privacidade. :empo :onduz rrecisa moc do ' rltuaic de difere"«'-ti»' _-<jx. L f<.^) Os "rituais de diferenciação" somente são necessários na direção da terapia individual para terapia de grupo e para terapia familiar — a direção do trabalho crescentemente mediado e indireto nos relacionamentos.r nnír.. que participarão das diferentes formas de terapia simultaneamente. diferentes vem estar em uma que estão diferentes familiar.pôutico d yuitica Primada Uciii-s^0*^1^0- Tora i . O "ritual de diferenciação" permite ao terapeuta apoiar o processo de dife- renciação da individuação e ligação nos diferentes eventos terapêuticos. /\ conilniilf- lu^^^lw w o domínio rtlliiiMtí. é crucial na estrutura metassistêmica global. com o qual concordaram todos os membros da equipe terapêutica.trc ccgrcdo r- a conH.iiiu."como conluio terapêutico". Lojinha. em sessões individuais e grupais somente se torna antiterapêutico quando o terapeuta é arrastado a conluios de segredo em relação a outros terapeutas. quanto na terapia familiar. tanto na terapia individual ou grupai. O sigilo. Ele autoriza o terapeuta a mudar o lugar e a função-nas diferentes formas de terapia.i-opri i tn g. .„). que tença do ipêutico domí-egredo. Finalmente. ição mais ança. ie terapia. i. Ele é igualmente importante para o terapeu- ta. que experien-parental iliar não pes e ava-randono 3es indi- i ou do mesmo ia manter ão. O "ritual de diferenciação" é um processo interacional que não afeta somente os membros da família. Uma estreita cooperação entre os terapeutas pode muito bem significar que o terapeuta individual irá manter em sigilo certas questões das sessões individuais em relação aos outros terapeutas.uxuuipiu. simples e breve. ou outros membros da família. 11 ii I:ii 11 i^il.„~i. Isso inevitavelmente 'I it11ta. O ritual de diferenciação possibilita ao terapeuta diferenciar seu próprio papel nos diferentes ambientes terapêuticos. no relacionamento entre terapeuta e criança.Hji/il ih. que haviam sido anteriormente enterrados sob a autodefi-nição originada pelo abuso. ensinando às crianças habilidades sociais e a lidar com os aspectos externos do segredo (veja Síndrome de segredo. é . em relação à sua experiência. em si mesmas e n Abuso Sexual da Criança L37 outras crianças do grupo. mas nem todas precisam de terapia. De modo a evitar qualquer perigo de um conluio sistêmico global de segredo no sistema terapeutas-família.2. Terapia e trabalho de proteção com crianças A importante diferenciação entre terapia e trabalho de proteção com crianças que sofreram abuso sexual. Mas nem todas as crianças que sofreram abuso sexual ficam psicologicamente perturbadas a um ponto em que é necessária a terapia. isoladas e diferentes de suas iguais] Freqüentemente sentem-se sujas e não-amadas. Estes dois domínios. embora relacionados.2. até certo ponto. que precisa ser apoiada pelo trabalho com a família. Elas sentem ser as únicas crianças que jf sofreram abuso sexual. O componente de auto-ajuda nos grupos também combate o sentimento comum da singularidade de sua experiência no isolamento do abuso sexual de cada criança. 7. Portanto. e isso precisa ficar claro para a família desde o início da terapia.. em que a criança que sofreu abuso não 1 definida como especial através da experiência de abuso sexual porque todos % outros no grupo tiveram experiências semelhantes. Todas as crianças que sofreram abuso sexual precisam de certo trabalho de proteção. Trabalho de grupo com crianças 7. Eles podem ser mais estruturados e diretamente educacionais. as crianças começam a descobii aspectos de sua personalidade e áreas de força e potencial. 2.-nil- parental » rranciorcncial _>m a criança " .1). geralmente não é feita. a criança não pod| continuar a se definir unicamente através do abuso.). e sofrem de autoestima muito baixa Numa situação em que todas as crianças sofreram abuso sexual. projoçoco torriiIlíirPÇ Tinlulho indireto utíIIZíTnnn rolaoionamcnln. geralmente.2. é preferível à terapia individual. Elas precisam de licença explícita e encorajamento para falar sobre sua experiência sexual e precisam de certo trabalho que ajude a evitar a continuação do abuso.2. Rituais ue aiferenciação em formas concomitantes de terapia. como um resultado do segredo. Todas as crianças que sofreram abuso sexual precisam de algum alívio de sua confusão e todas elas precisam de um trabalho de prevenção. todas as crianças são "normais no contexto" do grupo.3. Em um ambiente de grupo p. que qualquer sinal de recaída no abuso sexual pode significar que o sigilo de todo o processo terapêutico talvez tenha que ser quebrado. As criançai que sofreram abuso sexual freqüentemente definem a si próprias inteiramente atra vés de sua experiência de abuso sexual. Embora nem todas as crianças fiquem psicologicamente perturbadas. a terapia de grupo.1. Sentem-se culpadas. Nas sessões de grupo para crianças que sofreram abuso sexual.--crianças que sofreram abuso sexual. os profissionais devem concordar.1. 1. são bem separados na origem e na necessidade de resposta (veja Abuso legal e dano psicológico. 7. Isso faz com que fique muito mais fácil romper o segredo e o isolamento da criança. Todas as crianças que sofreram abuso sexual estão confusas. Sendo "normal no contexto" Na pré-adolescência e na adolescência. 7. todas são afetadas psicologicamente pela experiência abusiva. Os grupos de proteção podem ser bem mais curtos do que os grupos de terapia.ia familiar Pncí ção Ti ^1 . Essa distinção reflete a importante diferença entre o abuso sexual da criança como questão de direitos humanos e como problema de saúde mental da criança.2.i. Grupos de proteção O trabalho de proteção e os grupos de proteção relacionam-se aos aspectos legais da proteção à criança e à necessidade de evitar outros abusos.i fVii i iíIIí-ii Figura 7. de extrema importância que as crianças que sofreram abuso sexual sejam avaliadas quanto à perturbação psiquiátrica. As crianças que foram vítimas de formas menos severas de abuso podem precisar apenas de um trabalho de prevenção breve e estruturado. Outras crianças podem necessitar uma longa e intensiva terapia. Os grupos de proteção precisam tratar das sete seguintes áreas relacionadas ao segredo e à proteção da criança. T) As crianças precisam de licença e permissão explícitas para romper o segredo, e para comunicar e falar livremente sobre o abuso. 2) As crianças precisam de ajuda para encontrar uma linguagem sexual explícita para falar sobre uma experiência sobre a qual as famílias não comunicam, e para a qual ela pode não ter uma linguagem para falar. Tilman Furniss 3) As crianças precisam falar abertamente sobre os fatos do abuso e sobre sua experiência de modo a evitar a perturbação psicológica como uma conse-qüência da confusão em relação à experiência abusiva. 4) As crianças precisam aprender suficientemente cedo a reconhecer diferentes formas de abordagem por parte dos adultos que possam indicar uma intenção de abuso sexual. 5) As crianças precisam aprender que é importante encontrar alguém que as escute quando quiserem revelar novos abusos sexuais. 6) As crianças precisam adquirir as habilidades necessárias para encontrar a Pessoa de Confiança que irá acreditar nelas caso sintam-se ameaçadas por um renovado abuso sexual. 7) Finalmente, as crianças precisam ser capazes de recusar um contato sexual, físico inadequado. Elas devem aprender a dizer "Não" se alguém tentar tocá-las de modo sexualizado e assustador, e precisam saber o que fazer nesta situação. O trabalho sobre o "toque bom" e o "toque mau" e sobre o "próprio corpo" das crianças relaciona-se a esta área. O trabalho de proteção deve ensinar as crianças a serem capazes de falar abertamente sobre abuso sexual e deve mostrar-lhes como elas podem se proteger de novos abusos, e como podem encontrar outras pessoas que irão ajudá-las a fazer isso. Grupos semanais estruturados, de 3-4 meses, muitas vezes conseguem cobrir as sete áreas do trabalho de proteção, em 8-12 sessões relativamente estruturadas. Os grupos de proteção podem ser grupos fechados, com um programa e duração relativamente fixos. Os grupos para o trabalho de proteção devem se tornar uma parte integral do trabalho básico de qualquer agência de proteção à criança envolvida no trabalho estatutário com o abuso sexual da criança. Os grupos de proteção também são terapêuticos quando ajudam as crianças a revelar o segredo e falar sobre sua experiência. Reciprocamente, todos os grupos de terapia devem cobrir as sete áreas do trabalho de proteção. Terapia e proteção não são mutuamente exclusivas ou opostas. São aspectos complementares do manejo das conseqüências do abuso sexual da criança, como problema legal e de saúde e como síndrome de segredo e adição. Os grupos de terapia para crianças que ficaram não apenas confusas, mas psiquiatricamente perturbadas e traumatizadas por um abuso sexual grave ou prolongado, devem focar além dos aspectos de proteção à criança e dos aspectos de confusão pelo segredo, devem focar aspectos mais fundamentais de saúde mental infantil. Os grupos de terapia talvez precisem começar com sessões estruturadas. Essas devem ser seguidas por sessões mais abertas dirigidas a necessidades psicote-rapêuticas específicas das crianças envolvidas. Terão que ser empregados métodos terapêuticos de mudança e os grupos de terapia terão que continuar por períodos bem mais longos do que os grupos de proteção. Grupos de proteção de curto prazo e estruturados são o trabalho de grupo indicado para crianças não suficientemente maduras para os processos mais complexos de grupos de terapia a longo prazo, que utilizam amplamente processos terapêuticos de grupo. No trabalho de proteção à crianças mais velhas, e na terapia de grupo totalmente desenvolvida, a terapia pode ser usada de acordo com as necessidades da criança. Todas as crianças podem iniciar em grupos de proteção. Crianças mais velhas que necessitam mais, podem então participar de grupos de terapia. Comi crianças pequenas, o trabalho individual ou o trabalho com a díade mãe- criança éj mais adequado. in Furniss ibuso Sexual da Criança 99 11 sobre sua uma conse- diferen-licar uma Ém que as xontrar a çadas por sexual, cm tentar :ue fazer SC' corpo crianças fies como pessoas muitas sessões los, com oteção Ia de dança, nças a ros de ■ não m das como mas pro- - 3 de : ratai _das. cote-dos dos pupo : rle-; u- :po des ais :m - é A clara distinção entre trabalho de proteção e terapia baseia-se em diferenças nas necessidades das crianças, em diferenças nos fins e objetivos e em diferenças nas técnicas e capacidades necessárias. Essa clara distinção é necessária também pelo crescente número de crianças que sofrem abuso sexual e pelas implicações muito diferentes de recursos para grupos de proteção a curto prazo e terapia a longo prazo. O trabalho de proteção, tanto quanto a terapia, precisa ser conduzido no contexto da "Intervenção Terapêutica Primária". O trabalho de prevenção precisa dirigir-se a todos os objetivos e etapas especificados na Intervenção Terapêutica Primária, quando certas áreas de disfunção familiar dificultam um trabalho de proteção bem- sucedido. Sem o trabalho com a família, o trabalho com crianças nos grupos de prevenção pode facilmente ser sabotado por outros membros da família. Ele pode fracassar, da mesma maneira que a terapia, sem um trabalho mínimo com a família, fracassa com as crianças em grupos de terapia. 7.2.4. Estrutura de grupo dos grupos terapêuticos Os grupos terapêuticos podem ser grupos fechados ou grupos abertos lentos. Nos grupos abertos lentos, o número de membros vai se formando com o tempo e novas crianças passam a participar durante a terapia em processo. Os grupos abertos lentos têm a vantagem de serem iniciados mais facilmente, pois necessitam inicialmente de menor número de encaminhamentos. E possível um processo adequado de grupo começar com três crianças. Nos grupos abertos lentos, os membros mais antigos podem ajudar os recém chegados, de modo muito efetivo, a romper o segredo e a falar sobre o abuso. Os grupos abertos lentos também podem fornecer, mais facilmente, o diferente período de tempo que diferentes crianças precisam em terapia. A desvantagem desses grupos está na freqüente interrupção do processo terapêutico em andamento, quando chegam novos membros e quando outras crianças deixam o grupo. A vantagem dos grupos fechados está no mesmo momento de início e fim, o que torna o processo terapêutico muito mais homogêneo e coerente. A desvantagem está na necessidade de um número suficiente de encaminhamentos de crianças, mais ou menos no mesmo momento, que tenham mais ou menos a mesma idade e estejam no mesmo estágio de desenvolvimento psicossocial. Além disso, grupos fechados não podem atender a necessidades divergentes na duração da terapia. Nos grupos fechados, as crianças que precisam de terapia mais prolongada talvez tenham que ingressar em novos grupos. A natureza desses grupos, orientada para um objetivo, torna elegíveis apenas as crianças que sofreram abuso sexual. Isso às vezes pode trazer problemas, quando irmãos que não sofreram abuso sexual ficam, não obstante, perturbados pela experiência de abuso sexual de um irmão. A disrupção e distorção do específico processo de grupo através da inclusão de crianças que não sofreram abuso sexual, faz com que a experiência direta de abuso sexual seja a pré-condição para associar-se ao grupo. Seria aconselhável oferecer às crianças que ficaram afetadas pelo abuso sexual de um irmão, mas que não sofreram elas próprias abuso sexual, uma combinação de terapia individual e familiar em vez de deixá-las participar do grupo. No entanto, pode haver exceções, quando uma criança que sofreu abuso sexual e um irmão que não o sofreu mas que sabia do abuso e foi gravemente afetado podem participar do mesmo grupo. Esse pode ser o caso especialmente quando irmãos mais velhos que não sofreram abuso estão superenvolvidos com a criança que o sofreu, sabiam do 100 Tilman Furniss abuso ou o observaram, e sentem-se inteiramente responsáveis por não terem impedido o abuso e por não terem protegido a(o) irmã(o). Na combinação de terapia de grupo e terapia familiar, grupos de ambos os sexos ou de um único sexo têm se mostrado muito úteis. Experiências e processos psicológicos específicos, relacionados ao sexo, podem ser manejados mais facilmente quando meninas e meninos estão em grupos separados. Isso pode não ser tão rele- vante em grupos de crianças mais jovens, mas certamente vale para grupos de adolescentes, quando questões de maturação sexual completa colocam problemas específicos para o gênero. Seria benéfico que todas as crianças do grupo tivessem idades e estágios de desenvolvimento psicossexual e psicossocial comparáveis, e o estado mental e o grau de perturbação somente devem ser fatores limitantes em casos extremos, quando o processo de grupo for excessivamente rompido na presença da criança excluída. O tamanho ótimo parece ser um grupo de cinco a oito crianças. Com menos de cinco crianças, o processo de grupo pode ficar por demais diluído. Se uma ou duas crianças estão ausentes ou em um estado de retraimento, as outras crianças e os terapeutas precisam trabalhar arduamente para manter o processo de grupo. Aj complexa situação de vida de muitas crianças que sofreram abuso sexual, depois da revelação, muitas vezes leva ao não comparecimento às sessões. Períodos estressan-tes no processo familiar, quando os pais estão menos cooperativos e quando as crianças ficam menos inclinadas a vir, e problemas na rede profissional, em relação às crianças sob cuidados, podem impedir o comparecimento ao grupo. Um grupo com mais de oito crianças faz com seja difícil dar a cada uma o tempo, espaço e atenção adequados durante a sessão de grupo. Nós temos que assegurar que cada criança no grupo tenha tempo e espaço suficientes para lidar prontamente com questões críticas sempre que elas surgirem, mantendo em mente que as crianças qud sofreram abuso sexual freqüentemente experienciam muitas crises induzidas pe ambiente e pela família durante a terapia. Trabalhar com crianças em sessões semanais de uma hora de duração par ser ótimo. Sessões mais longas muitas vezes estendem-se além do tempo de aten, da criança e podem ser pesadas demais, em termos psicológicos, para as crianças os terapeutas. Além disso, sempre é mais fácil e não-prejudicial ao processo de gru negociar sessões mais longas do que lutar com encontros longos e superexaustiv ou abreviar sua duração. Pode ser uma grande vantagem ter dois terapeutas, um homem e uma muli que possam representar os respectivos aspectos de gênero masculino e femininoy que possam modelar importantes funções de cooperação e apoio mútuo no c~t parental. A desvantagem de um casal está no maior perigo de splitting desse ca de terapeutas pela criança. A divisão do casal de terapeutas é um problema impi tante em qualquer terapia de grupo. O perigo de clivagem é muito maior no traba^ de grupo com o abuso sexual da criança, em resultado das específicas questc t gênero para os terapeutas e da maior habilidade das crianças que sofreram ab* sexual para dividir casais adultos que possuem funções parentais. A controversa questão do gênero do terapeuta nos grupos coordenados poi único terapeuta requer diferenciação e não distanciamento. Terapeutas do sexo : culino, tanto quanto terapeutas do sexo feminino, podem coordenar grupos de ninos ou de meninas. E importante que os terapeutas de ambos os sexos esfr conscientes das diferentes vantagens e desvantagens específicas de cada gênero. O sucesso da terapia nos grupos com um único terapeuta depende, acir tudo, de sua consciência dessas questões de gênero e de sua capacidade pessoal jl lidar com os problemas específicos do abuso sexual da criança como pesscaj uso Sexual da Criança 101 atitude pessoal e a capacidade dos terapeutas determinam se eles serão capazes de utilizar completamente as vantagens, para minimizar as desvantagens de seu gênero, em relação aos problemas específicos vinculados ao gênero na terapia de crianças que sofreram abuso sexual. Eu vi algumas crianças recusarem um terapeuta do sexo masculino por medo de repetição da situação abusiva. Eu também vi crianças com medo de serem tratadas por uma terapeuta do sexo feminino, como resultado de sua experiência com a mãe de rejeição, não-crença, abandono e acusação pelo abuso. Novamente, a ideologia deve ficar em segundo lugar em relação à diferenciação profissional orientada para o problema. (Veja O gênero do terapeuta é importante?, 12.15.) 7.2.5. Objetivos e fins nos grupos terapêuticos Os objetivos e fins básicos na terapia de grupo para crianças que sofreram abuso sexual são dirigidos às crianças como indivíduos, como membros da família e como membros do grupo de iguais. Os objetivos precisam ser adaptados aos processos de grupo e estruturas de comunicação específicos, de acordo com a idade e estágio de maturação das crianças do grupo. Nós temos quatro objetivos principais dirigidos à criança como indivíduo: 1) Tentamos ajudar as crianças a encontrar uma linguagem para comunicar sobre o abuso. 2) Ensinamos crianças que sofreram abuso sexual a respeito do desenvolvimento sexual normal, à luz de sua ignorância muitas vezes inesperada, sobre fatos sexuais básicos. 3) Tentamos ajudar a reconstruir sua auto-estima. 4) Finalmente, ajudamos essas crianças a desenvolver um senso de escolha em relação às suas vidas, agindo contra o senso de desamparo e vitimização experienciado durante o abuso. Temos três objetivos principais em relação aos pais e famílias: 1) Os terapeutas, trabalhando com casais, precisam reintroduzir fronteiras intergeracionais adequadas. Os terapeutas do sexo masculino podem proporcionar às crianças uma experiência de adultos do sexo masculino que não abusam, não impõem segredo e não ameaçam. As terapeutas do sexo feminino podem proporcionar a experiência de uma figura feminina segura e digna de confiança, embora firme. Terapeutas que trabalham sozinhos terão os mesmos objetivos, tentando representar os dois lados. 2) É importante oferecer um modelo parental diferente daquele que as crianças conhecem na família, e proporcionar a experiência de dois terapeutas unidos que trabalham juntos e que não se deixam dividir. 3) E crucial ajudar as crianças a distinguir entre a realidade da responsabilidade do progenitor abusivo pelo abuso e as conseqüências da revelação e seus próprios sentimentos de responsabilidade, culpa, vergonha e auto- acusação. Em relação ao grupo de iguais, as crianças que sofreram abuso sexual precisam trabalhar em três áreas essenciais: 101 Tihnan Furniss 1) Elas precisam de ajuda para superar o medo do isolamento e para aprender a falar abertamente sobre o abuso na frente de seus iguais, que tiveram experiências semelhantes. 2) As crianças que sofreram abuso sexual precisam primeiro construir ou reconstruir relacionamentos adolescentes ou pré-adolescentes normais com o grupo de iguais, dentro do grupo, antes de poderem desenvolver, lá fora, relacionamentos normais com o grupo de iguais. 3) Qualquer comportamento sexualizado deve ser tratado. As crianças devem tomar consciência das mensagens inconscientes sexualizadas que podem mandar aos outros. Elas devem aprender a dessexualizar relacionamentos interpessoais com outros membros do grupo e com os terapeutas. E crucial, terapeuticamente e em termos de proteção, que as crianças que sofreram abuso sexual tornem-se capazes de relacionar-se de maneira não- sexualizadora. 7.2.6. Métodos e técnicas nos grupos terapêuticos Nos grupos terapêuticos para crianças que sofreram abuso sexual, nós precisamos empregar alguns métodos e técnicas específicos relacionados a aspectos específicos do abuso sexual da criança como síndrome de segredo, além daqueles utilizados normalmente na terapia de grupo. E importante, para a própria criança e para os outros membros do grupo, que cada criança, no início do grupo, tente contar abertamente o que lhe aconteceu, na frente dos outros membros do grupo, e que ouça das outras crianças o que lhes aconteceu. Também é vital lidar com questões de realidade da anatomia sexual e da educação sexual explícita. E necessário assegurar que as crianças que sofreram abuso podem nomear sua anatomia e sentir que possuem uma licença explícita para fazer isso. As meninas, especialmente, muitas vezes sentem-se fisicamente danificadas. Se as crianças queixam-se de dores, precisamos ter certeza absoluta de que não estão fisicamente machucadas, de modo real, antes de lidarmos com as muitas e freqüentes fantasias a respeito de danos internos. Isso é especialmente importante para as meninas mais velhas, que freqüentemente temem jamais poder ter filhos, como um castigo pelo abuso. O uso diferenciado das seis técnicas seguintes relacionadas a áreas específicas de trabalho tem sido muito útil. 1) Interpretação. As interpretações devem centrar-se no processo imediato dentro do grupo e entre as meninas e o terapeuta. 2) Ensino direto. Métodos de ensino podem proporcionar importantes informações concretas sobre questões de anatomia sexual e desenvolvimento sexual e talvez tenham que incluir tópicos como prevenção de gravidez nos grupos para meninas e meninos mais velhos, adolescentes. 3) Jogos grupais redutores de ansiedade. Podem ser utilizados alguns tipos de jogos grupais, para encontrar a linguagem sexual adequada no período inicial de terapia e para tratar questões de grupo que de outra forma ficam muito assustadoras. Para encontrar uma linguagem sexual explícita nas primeiras sessões, as crianças podem escrever em um pedaço de papel, secretamente, nomes diferentes para diferente órgãos sexuais. Depois, esses papéis são colocados em uma caixa. A caixa é esvaziada em cima de uma mesa e os membros do grupo e o terapeuta lêem os nomes era voz alta. Esse pequeno jogo lida com uma área que está carregada de vergonhaJ Furniss mso Sexual da Criança 102 prender tiveram truir ou tais com lá fora, devem podem amentos j crucial, ofreram lizadora. rasamos ecíficos rizados para os aberta-jça das ealida-que as Tm uma .tem-se certeza darmos í-cecial-iamais scnicas :ro do •ações talvez ■as e ogos trapia "ara :em ^ntes izia-em tha, embaraço e ansiedade, de uma maneira que cativa rapidamente todos os membros do grupo, de modo bastante relaxado e não-ameaçador. Quando as crianças do grupo estão por demais assustadas, o terapeuta pode ter que ser a primeira pessoa que começa a ler os nomes em voz alta, dando a todas elas licença explícita para utilizar uma clara linguagem sexual. Isso também transmite ao grupo a mensagem de que o terapeuta é capaz de lidar, de modo adequado, com a comunicação sexual explícita. 4) Intervenção física ativa. Os terapeutas devem estar preparados para intervir ativa e fisicamente, para conter crianças, em situações de atuação potencialmente perigosas. O contato físico, especialmente por parte dos terapeutas do sexo masculino, constitui um aspecto muito difícil no tratamento das crianças que sofreram abuso sexual e precisa ser considerado com extremo cuidado. No entanto, o estabelecimento de fronteiras físicas, se utilizado apropriadamente, pode ser experienciado como algo que alivia muito a ansiedade na atuação autodestrutiva no grupo. O problema do contato físico e a proteção ou violação da integridade e fronteiras físicas podem, mais tarde, ser verbalizados como um tema central no processo terapêutico. 5) Tratando da comunicação não-verbal. Materiais de desenho, massa de modelar e outros materiais devem ser oferecidos às crianças, para ajudá-las a se expressar não-verbalmente, quando a comunicação verbal ainda não é possível ou é problemática demais. Colocar as coisas no papel pode às vezes ser muito útil para aumentar o senso de realidade da criança em relação a questões do abuso sexual que, muitas vezes, ficaram secretas e escondidas de um claro reconhecimento, por muitos meses e anos. qu com freqüência contavam novamente sua própria estória. Um forte elemento rivalidade entre as meninas ficou aparente quando elas ostensivamente maquilai se durante a sessão. A experiência comum de abuso sexual da criança tornou as meninas "normais no contexto" daj grupo e isso aumentou seu senso de pertencimento. freqüentemente. Para esta- 103 Tilman Furniss belecer a condição de membro do grupo. Uma característica central era seu comportamento sedutor e sexualm provocador. A idade do início do abuso sexual variava de 3 a 13 anos. como elementos terapêuticos e diretamente protetores na terapia. acusando-os de terem contado aos outros membros da família. Uma das meninas sofrera abuso por parte de um irmão oito anos mais velho. únicas e isoladas tanto em casa como na escol 2) Testando. Tendo se estabelecido no grupo. 5) Diferenciação sexual dos terapeutas. pois haviam se sentido diferentes. Por exemplo.2. A experiência das crianças do abuso sexual como síndrome de segredo conduziu a características específicas no processo grupai em desenvolvimento. isso foi feito com um senso de urgên que expressava seu medo de serem jogadas novamente na experiência anterior segredo e isolamento ameaçadores. Os membros do grupo log trocaram endereços. 3) Identidade de grupo. era expressado por breves saídas da sala.2. Inicialmente. Enquanto um deles intervinha. que um dos terapeutas atendia em sessões familiares concorrentes. Embora esse exemplo clínico apenas descreva o processo em grupos de meninas. Exemplo clínico: o processo terapêutico O exemplo clínico apresenta o processo de tratamento em um grupo terapêutico aberto lento para meninas adolescentes que sofreram abuso sexual. A ausência de membros do grupo provoca\ apreensão. inicialmente pedia-se à cada menina qu fizesse um relato de sua experiência específica de abuso sexual. As crianças ficaram enor memente aliviadas por serem capazes de romper o segredo e falar abertamente sob" o abuso. as meninas tentaram destruir a mobília e os quadros da sala. desapontamento. Embora esse seja o comportamento normal nos grupos adolescentes. As meninas reagiam diferentemente aos te peutas do sexo masculino e feminino como indivíduos. ficavam zangadas com o terapeuta e demonsf vam desconfiança a respeito de seus motivos ao coordenar o grupo. era difícil p~ os terapeutas permanecerem unidos e trabalharem juntos para estabelecer fronter Várias vezes. uma das meninas que havia comparecido ao grupo uma minissaia que mal cobria suas calcinhas queixou-se dos comentários mascu na rua e acusou o terapeuta de ser sexualmente sedutor.8. as questões básicas nos grupos de meninos são muito semelhantes. As meninas qu entraram mais tarde foram ajudadas nessa tarefa pelos membros mais antigos. Quando os terapeuf tinham sucesso. Desenvolveu-se uma forte identidade grupai e senso de pertencer ao grupo. N momentos de comportamento extremamente provocador e de teste. Todos os outros abusadores eram pais ou padrastos. elas muif vezes ficavam com medo do terapeuta do sexo masculino e esse medo. Oito das dez meninas haviam sido submetidas a um intercurso sexual completo. quando possível. . eram hostis e agressiv em relação e ele. Dez meninas. as meninas demonstravam um claro alívio ou indicavam sua zr ciação com comentários zombeteiros tipicamente adolescentes ou com uma provot ção cômica. entre 12 e 15 anos de idade participaram do grupo durante os dois anos de sua existência. Elas ou queriam seduzir o terapeuta do sexo masculi ignorando ou diminuindo a terapeuta. com uma duração do abuso entre 1 e 10 anos. O grupo começou com os terapeutas ajudando ativamente as meninas a encontrarem uma linguagem sexual explícita para falar sobre o abuso sexual. alguM vezes. tentando aliar-se à terapeuta como uma figura protetora. que parecia importante para todos os seus membros.6) Dramatização e video feedback. e retorno quando se sentiam seguras. freqüentemente. o outro tinha de ar sua ação através de comunicações verbais e não- verbais. A dramatização e. Nes" ocasiões. 7. ou alternativamente. as meninas começaram a testar a cap cidade dos terapeutas para manterem o sigilo em relação aos outros membros d família. entre um comportamento muito sexualizado e um medo fóbico de proximidade física. 4) O casal de terapeutas. As meninas. Por exemplo. As diferenças são descritas na Seção 7. introduzindo e utilizando eles próprios termos sexuais explícitos. Algumas meninas oscilavam entre extremos. As meninas tentaram clivar o casal de terapeutas e aliar-se um deles contra o outro. a questão do contato físico sexual ou não-sexual era imediata e visivelmente trazida ao centro da terapia. 1) Encontrando a linguagem. o video feedback são instrumentos úteis para aumentar as capacidades sociais e auto-assertividade. as meninas revelavam segredos familiares comuns e depois testavam a confiabilidade dos terapeutas no sentido de mantê-los. Quando r huso Sexual da Criança 103 atuação extrema requeria o estabelecimento de limites físicos por parte do terapeuta. de modo a não perderem o contato. os dois terapeutas tinham que comunicar de modo muito rápido e cf sobre a interação requerida. raiva e insistência pela participação naqueles que es' vam presentes.7. Isso deu a elas a licença para utilizar linguagem sexual e transmitiu a mensagem de que os terapeutas eram capazes de manejar uma comunicação sexual aberta. no primeiro encontro familiar após a libertação do pai da prisão. Outras vezes. Foi notável que cada uma delas. N«| final da pré-puberdade e na puberdade. Tentavam impedir que ela trabalhasse com o terapeuta. uma das meninas que fora submetida a intercurso sexual com seu pai durante muitos anos pediu aos outros membros do grupo que a ajudassem a escrever uma carta de amor para o seu namorado. que não haviam sido afetados pelo abuso. agoniadas. capaz de falar sobre jamais ter se sentido querida por ninguém. Isso as ajudou a descobrir aspectos positivos em si mesmas e suas próprias forças individuais e aumentou sua capacidade de individuar-se dentro do grupo. apresentados anteriormeml neste capítulo. quando lida mos com meninos que sofreram abuso sexual: 1) Os meninos costumam ter uma grande dificuldade para se abrir em gn^ e falar sobre problemas psicológicos. tanto do sexo masculino quanto do feminino. o que era uma metáfora representando um homem sexualmente abusivo e ameaçador. Em uma sessão. o terapeuta do sexo masculino tornou-se o "cara". Elas demoraram-se. A maiuí auto-estima obtida no grupo foi gradualmente se refletindo nos seus relacionamentos modificados com amigos. que haviam tido uma extensiva experiência sexual prematura. 7. foi capaz de ir para casa e pedir abertamente à sua mãe que escolhesse a ela. Questões especiais nos grupos de meninos Nos grupos para crianças menores. Houve uma lenta mudança. ousou dizer. com a mesma apreensão e indecisão de outras adolescentes. Tentavam fazer com que ficasse do lado delas quando ficavam zangadas com ele ou tentavam provocá-lo. O componente de auto-ajuda do grupo permitiu às meninas discutirem aspectos comuns de suas vidas. Tanto a menina. ignorando-o totalmente. Tendo explorado primeiro no grupo a responsabilidade de seus pais pelo 104 Tilman Furniss abuso. Foi muito interessante ver como as meninas. que estivera anteriormente muito ansiosa e assustada. Tendo compartilhado no grupo um senso de abandono por parte da mãe. com seu nível de desenvolvimento psicossexual e maturidade emocional. apoiado pela terapeuta. Em um nível. as questões de gênero e de identida sexual tornam-se importantes. Uma delas. meninos e meninas podem ficar misturados. para decidir se ela deveria usar as palavras "beijo e "amor". Em especial. Nós precisamos manter em men que as questões comuns de vitimização pelo abuso sexual são muito mais funda mentais do que as diferenças específicas de gênero. ficaram claramente aliviados pelo firme estabelecimento de limites protetores ao seu comportamento autodestrutivo por parte dos terapeutas. começaram gradualmente a falar sobre seus relacionamentos com garotos. 8) Relacionamento com a família. e os adolescentes precisam ser atendidos em grup separados. da rejeição da terapeuta como uma rival. Quando a terapeuta entrou no grupo. de maneira nenhuma. confessou ter tido sentimentos ou intenção suicida. A maioria das meninas. tendo lidado com seu próprio senso de responsabilidade pelo abuso. que haviam estado desesperadas quando entraram no grupo tornou-se. em seaj contexto social mais amplo. em direção ao desejo de cuidado e atenção maternos. em que o terapeuta era visto como uma figura paterna carinhosa e não-ameaçadora. uma das meninas fugiu de casa para testar se sua mãe ainda a queria. elas queriam discutir coimj lidar com qualquer comentário sobre o abuso na escola e entre amigos. que ele deveria ter sido castigado com uma sentença mais longa por aquilo que fizera a ela.8. 9) Relacionamento com iguais fora do grupo. Os princípios básicos do trabalho de grupo. Uma outra.2. divorciando-se do pai. essa menina acusou amargamente a mãe de não tê-la protegido do abuso e de não cuidar dela como filha. Inicialmente. as meninas dirigiam-se exclusivamente à terapeuta. Essa característica e a tendência delas de recorrer a atos parassuicidas ou a um comportamento autodestrutivo e automutila-dor realmente as colocava em risco especial. uma menina anteriormente suicida precisou ser impedida fisicamente pelo terapeuta. quanto os outros membros do grupo. elas tinham pouca confiança na sua capacidade para protegê-las do terapeuta quando ficavam com medo dele. de pular de uma janela do segundo andar. foi inicialmente considerada uma intrusa e ignorada ou menosprezada pelas meninas. Foi se desenvolvendo lentamente um segundo nível. eram protetoras em relação à ela. Eles podem ficar muito embaraçar em relação às mulheres. O grupo ajudou as meninas a serem mais auto-assertivas. demonstrando que sua experiência sexual não combinava. fossem grosseiras com ela e assegurando que o terapeuta confirmasse o ponto de vista dela. 6) Individuação dentro do grupo. que haviam entrado mais tarde no grupo. . em certo momento. 7) Experiência sexual e níveis de desenvolvimento psicossexual. também se aplicam aos meninos. Alternativamente. A experiência de falar no grupo co iguais sobre questões adolescentes normais diminuiu consideravelmente o isolamento social dessas meninas fora do grupo. como resultado do abuso homossexual. Em uma sessão. Na próxima sessão familiar. No entanto.O processo de grupo diferenciou-se rapidamente em dois níveis distintos. não deixando que as meninas novas. também precisam» manter em mente os nove seguintes pontos específicos para o gênero. Associada ao desenvolvimento da abertura e identidade grupais estava a capacidade das meninas de serem mais francas em relação aos seus problemas particulares. algumas meninas foram então capazes de enfrentá-los com sua raiva nas sessões familiares. O abuso os ensinou a encontrar alívio imediato da tensão na sexualização de qualquer1 forma de ansiedade e estresse. imaginado ou bem-fundamentado. Uma mistura de experiências prazerosas e abuso assustador na interação abusiva pode aumentar a confusão. Esse risco é especialmente grande quando outras crianças na família também sofreram abuso. Quanto mais intensa a sexualização no relacionamento sexual abusivo e menos clarificado o relacionamento com meninas e mulheres. 7) Muitos meninos que sofreram abuso sexual temem tornar-se abusadores sexuais. o que se expressa mais intensamente ao se tornarem prostitutos. 3) O grupo precisa tratar dos medos e tendências de homossexualidade um resultado do abuso homossexual. 8) Nos casos em que os meninos estão mais vulneráveis pela ausência do pai. O abusado: f ter instilado sentimentos de hostilidade e depreciação em relação à maj a outras mulheres. Outros podem ter aprendido a encontrar alívio da tensão na masturbação compulsiva. 5) Os meninos que sofreram abuso sexual sempre ficam confusos. nos grupos de meninos. já na puberdade. sobre sua identidade sexual. maior é o perigo do menino encontrar alívio da tensão em atividades sexuais e na masturbação compulsiva. nos quais possa reavaliar seu relacionamento com o sexo oposto. precisam dedicar-se aos oito se propósitos e objetivos: 1) Os adolescentes precisam de ajuda específica para se abrir em grupo. fica aumentada pelo abuso. como progenitora não-abusiva. dentro do grupo. Os medos de ser homossexual geralmente são fortes. 2) Os adolescentes que sofreram abuso sexual precisam superar esteri' de gênero e precisam permitir-se pedir ajuda no grupo. torna- se ainda mais importante. A falta de uma experimentação adolescente normal conduz a uma crescente dificuldade em desenvolver relacionamentos abertos e positivos com meninas. Um processo circular e auto-reforçador conduz a um perigo real do menino se tornar um abusador ativo. A sexualização da ansiedade e da frustração no contexto de relacionamentos. como o progenitor não-abusivo. que é normal na adolescência. até certo grau. cialmente na presença de mulheres. o papel dos relacionamentos com o grupo de iguais. Na identificação de gênero. Os esteriótipos masculinos J desempenham um importante papel. também em relação à vitimização. Eles freqüentemente de machucá-lo e temem perder o controle em violentas explosões de raiv Os terapeutas. podem sentir que seu pedido de ap visto como um sinal de fraqueza pessoal. a pessoa que cometeu o abuso muitas vezes se torna uma figura de um "bom tio". é vital manter em mente que os adolescentes podem inclusive já terem se tornado abusadores sexuais. Essa tendência pode levar ao medo. precisam ser tratadas as questões do impulso sexual. 4) O grupo precisa tratar uma possível continuação de abuso sexual por dos próprios meninos. Se essa figura paternal terapêutica e protetora não pode ser encontrada. das tendências homossexuais induzidas pelo abuso. os meninos podem sentir que as esperam que eles lidem com a situação sem ajuda. De fato. muitas vezes. não apenas em relação ao abuso. se com com as meninas. Os meninos que ficaram excitados durante o abuso homossexual precisam lidar com os aspectos reais. repetidamente.2) Os meninos que sofreram abuso sexual podem ter tido a experiência ouvir da pessoa que cometeu o abuso. Alguns meninos que haviam tido experiências muito assustadoras temiam ter perdido toda a sua masculinidade. 4) Os meninos que sofreram abuso homossexual estão em uma posição rente em relação à sua mãe. com meninas e mulheres conduz ao perigo dos meninos que sofreram abuso sexual se tornarem eles próprios abusadores sexuais. com a atividade abusiva iniciando. Alternativamente. 3) Na adolescência mais avançada. A confusão sobre sexualidade e identidade sexual. e às vezes fortes. 9) No outro extremo do espectro. e estes precisam tratar os medos de se tornar tarde um abusador. os meninos que sofreram abuso podem muito agressivos em relação ao abusador. de se tornarem eles próprios abusadores sexuais. Os meninos que sofreram abuso sexual precisam encontrar um confidente do sexo masculino não-abusivo. Os adolescentes ge so Sexual da Criança 105 acham impossível apelar para as mães. O apego dos meninos aos abusadores pode ser muito forte e Tilman Tu eles podem sentir que estão sendo desleais ao abusador quando fala: grupo a respeito do abuso. meninos que sofreram abuso sexual podem também assumir papéis de vítima. porque um número substancial de meninos que sofreram abuso sexual realmente se torna abusador sexual mais tarde na vida. 6) Além do tópico da homossexualidade. O abuso homossexual por figuras paternas impede o menino de estabelecer relacionamentos adolescentes normais com meninas. para falar sobre questões de sexualidade e ainda mais sobre abuso homossexual. cada vez mais distanciados ou hostis. com quem possam falar sobre os aspectos sexuais do abuso e sobre seus relacionamentos específicos de gênero com homens e mulheres. comentários dc ciadores em relação às suas mães e às mulheres em geral. . E essencial tratar esse medo. Da mesma forma as vítimas de estupro masculino. as adolescentes podem se para as mães em busca de ajuda e apoio. que podem ser reforçados pelo desapontamento menino por não ter sido protegido do abuso. Alguns meninos temem perder totalmente o impulso sexual e sentem-se emasculados. E i de uma as irmãs.4. sozinha. De outra forma. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de adição.) Aconselhamento e terapia individual . A terapia individual e a terapia familiar são definidas pela forma de trabalhar e pela disposição do terapeuta. nós. A natureza do sexual como síndrome de segredo e adição requer que os meninos assumam sabilidade pelo ato de abusar. seguintes ■rapo. para aconselhamento e terapia. lhando com os que abusam sexualmente. 7. mas em ses-sões-familiares-por-procuração. portanto. 7) O grupo precisa tratar o relacionamento e as atitudes em relação as u. 14. Crianças e adolescentes que abusam sexualmente. não deveríamos atendê-las em aconselhamento ou terapia individual. O fato de apenas a criança estar disponível para tratamento. mães e mulheres em geral.3. ■ tan Furniss Abuso Sexual da Criança 106 ido falam no ipodem ficar nte desejam le raiva.1. O modo de terapia não é determinado pelo número de membros da família presentes. tendo sofrido eles próprios abuso sexual. Os profissionais muitas vezes atendem apenas as crianças que sofreram abuso sexual porque elas estão sob cuidados. Terapia individual e terapia-familiar-por-procuração apenas com as crianças O fato dos aconselhadores e terapeutas atenderem individualmente as crianças que sofreram abuso sexual não constitui automaticamente aconselhamento ou terapia individual. A distinção entre formas simultâneas de terapia. 2. Assim como no processo de abrir outras áreas difíceis do ai sexual. 6) Os meninos devem ser encorajados a falar no grupo sobre suas fanfc sexuais e suas fantasias masturbatórias. Nós podemos ter um encontro com a criança. Quando. os meninos que so abuso sexual já terão se tornado ofensores sexuais adolescentes. assim como atender vários membros da família juntos não constitui automaticamente terapia familiar. Em alguns casos. de maneira tão neutra quanto possível. com o objetivo de criar uma estrutura de trabalho de terapia- familiar-por-procuração. porque outros membros da família não estão disponíveis. Geralmente é muito difícil encontrar uma figura m lina confiável. 8) O grupo precisa ajudar cada menino a pensar em encontrar uma figui pai não-abusiva. de modo a avaliar tendências sivas. conforme as tarefas das sessões no contexto global da Intervenção Terapêutica Primária. o apresentado anteriormente neste capítulo. a experiência de ter sofrido abuso será usada pelos ai dores adolescentes para não assumir a responsabilidade por seu próprio com» mento abusivo. atendemos individualmente as crianças que sofreram abuso sexual. jamais pode ser uma razão para conduzir automaticamente um aconselhamento ou terapia . com quem possan capazes de falar sobre o abuso e com quem possam se identificar meninos e jovens.3. não constitui aconselhamento e terapia individual. ou porque a família está inalcançável ou não-disposta a cooperar. ainda vale quando as crianças que sofreram abuso sexual são atendidas inteiramente sozinhas. A capacidade de relacionar-se emocionalm de modo não-sexual com meninas e mulheres é crucial para a terapia e a prevenção. e o grupo e os terapeutas talvez tenham que desem esse papel. Seria muito útil que o ter?" ta abrisse o tópico dizendo que todos os homens se masturbam. geralmente. os terapeutas precisarão dar aos meninos permissão explícita comunicar a respeito de suas fantasias sexuais. espe- lesteriótipos idade como por parte amar mais questões alívio da fantasias irias abulo abuso cita para ssunto de i terapeu-|_rue todas ranhas. que t as pessoas têm fantasias sexuais e que às vezes elas são muito estra " muito importante que o terapeuta dê então um exemplo explícito. Outros propósitos e objetivos nos grupos de meninos devem ser vis contexto dos objetivos e propósitos gerais e do processo de tratamento.5) Os meninos precisam ser capazes de falar abertamente sobre as qu do alívio da tensão. da melhor maneira possível. É crucial lidar com qualquer sexualização do alív tensão. lmente e para kura de ser como iascu-:enhar tos no foi :eram abuso _pon-cn ser busa-rorta-traba . antes que sua própria vitimização e abuso po" tratados. introduzindo o assunt modo normalizador e redutor de ansiedade. como uma sessão-familiar-por- procuração.2.D. antes de iniciarmos uma terapia individual concorrente. Nós começamos a trabalhar os aspectos de relaciona- mento utilizando técnicas de terapia familiar. Atender individualmente as crianças nessa situação. e um encontro paralelo como trabalho individual. de início. com quem possam relacionar-se. ao processo familiar e à intervenção multidisciplinar integrada.2. 7. 9. que na psicote individual geral oferece o contexto terapêutico desejado. O fato de que a psicoterapia individual pode trazer dificuldades específicas não significa que a terapia individual não possa acontecer no contexto de uma abordagem metassistê-mica. na privacidade da situação um a um. O próprio contraste entre a realidade antes e depois da sessão e a privacidade] sessão pode induzir na criança um estado de consciência psíquica alterada di a sessão. va. como comportamento testador.2. abusiva original. A privacidade se transf em segredo e a atenção individual não-dividida pode ser experienciada com esmagadora proximidade do abuso sexual. que é análogo à anulação da realidade abusiva no processo interacional' própria experiência abusiva (veja Abuso sexual da criança como síndrome de do. Ela também é indicada para crianças pequenas. A própria estrutura e organização externa básica da sessão de terapia poJ conseqüentemente. ou não é possível.3. 12. em um ambiente altamente si^ por trás de portas fechadas. o i contexto da experiência traumática original da criança do abuso sexual como sír me de segredo.2. Elas podem afastar-se na passividade e no comportamento vítima e podem abandonar totalmente a terapia. com poderosos efeitos terapêuticos. na terapia individual" crianças que sofreram abuso sexual recria facilmente. o sigilo da situação um a um pode se transfoL numa estrutura recriada de isolamento desamparado. ao passo que a comunicação secreta. Quando a criança comuni an Furniss conflitos-por- "leta e não nte sigiloso sicoterapia ividual de ais.1. a terapia individual levará a uma terapia antiterapêutica. Os inícios e finais ritualizados do aconselhamento e da terapia indi podem assumir facilmente o significado dos rituais de entrada e saída da int abusiva.teração _nto de . o exato imo síndro-transformar ' transforma Ida como a individual interação criança a «ão abusi-dade da durante 'onal da de segreda pode. em termos estruturais.13. O uso de diferentes técnicas de terapia familiar. As crianças podem ficar fó' ' paralisadas. em uma clivagem psíquica ma como mecanismo psicológico de sobrevivência no restabelecimento da intera.3. (Veja A família e a sessão de responsabilidade-por-procuração. Essa experiência única e especial.2. Nós precisamos estar conscientes de que a situação tm a-um da terapia individual pode estar assustadoramente perto da experiência] situação um-a- um no isolamento do abuso sexual. Para a criança. A repetição estrutural do ambiente abusivo no ambiente de psicoterapj aconselhamento individual pode tornar muito difícil para os terapeutas disting entre o segredo e o inconsciente. a conflitos procuração na rede profissional e ao fracasso do tratamento. As desvantagens do aconselhamento e da terapia individual podem tornar-se distintas vantagens. depois do tratamento de grupo. Os inícios e finais ritualizados das sessões podem repetir para a criançi confusão básica entre segredo e realidade. A terapia individual precisa permanecer firmemente ligada ao contexto da abordagem metassistêmica em que todo o processo da terapia individual relaciona-se à proteção da criança. Eles correm o constante risco de interpret comunicação secreta como comunicação inconsciente. quando os terapeutas estão conscientes das desvantagens e são capazes de lidar com os adicionais problemas estruturais e técnicos envolvidos. na mente da criança.3.individual.4). Lidando com o inconsciente e o segredo A comunicação inconsciente no aconselhamento e na terapia individual requer pretação. 2. sa ser entendida no nível da realidade e não deve ser interpretada (veja O in& ciente e o segredo.) A natureza específica do abuso sexual da criança como síndrome de segredo dá ao aconselhamento e terapia individual o segundo lugar. sonolentas ou aparentemente normais. quando a terapia mãe-criança não é possível. Problemas estruturais no aconselhamento e terapia individuais 7. ca extre-. A terapia individual conduzida simultaneamente com o trabalho familiar na Intervenção Terapêutica Primária é indicada quando o trabalho de grupo não é suficiente.1).4. Caso 107 Tilman Ftm contrário. Problemas do setting A psicoterapia individual geral objetiva dar à criança uma atenção completa e dividida. 7. transformar a sessão de psicoterapia em uma sessão de aba sexual. A diferenciação de um trabalho-familiar-por-procuração precisa ser feita. 2. que ela experimentou na interação . em que as crianças são "normais no contexto" dos grupos. Se o segredo é manejado i vés da interpretação e não de modo investigativo orientado para a realidadl processo e a estrutura externa da psicoterapia individual repetem exatame processo traumático do abuso sexual da criança.10. jovens demais para uma terapia de grupo. ie abuso ção um-'ncia da fóbicas. Os terapeutas podem sentir que estão abandonando sua posição psicoterapêutica e podem ignorar a comunicação secreta. como uma aproximação ao contexto abusivo. (Veja O processo individual no contexto. Na terapia individual. o próprio ambiente. mas jamais quis escutar. que geralmente começa na infância precoce. Isso foi claramente o que se passou com uma jovem mãe que sofrera abuso e que fizera terapia durante vários anos:" O terapeuta sempre me dizia o que eu sentia. Ao interpretar no domínio do segredo. Reciprocamente. Isso ameaça o permanente senso de realidade do abuso. Esse ato de equilíbrio cria dificuldades técnicas. criando e mantendo a realidade na psicoterapia Uma vez que o abuso sexual foi estabelecido como realidade externa na psicoterapia e no aconselhamento." O dilema entre introduzir-se no domínio da privacidade do self ou conluiar-com o segredo cria uma interação geralmente muito dolorosa de transferência-co tratransferência. Lidar com comunicações secretas exige que se dê à criança licença explícita para comunicar. O terapeuta precisa diferenciar continuamente entre comunicações no domínio do segredo e comunicações no domínio da privacidade. repetindo o processo psíquico do abuso sexual da criança. Nomeando. a tarefa é criar e manter a realidade externa.3. embora ela possa estar restabelecendo a negação. como tratamento do trauma secundário específico no abuso sexual da criança.3. antes que os sentimentos e fantasias sobre essa realidade possam desdobrar-se terapeuticamente. No entanto. que tem como elemento psicopatogênico nuclear o tabu quanto à percepção da realidade externa como tal.1. quando o terapeuta não lembra ativamente a criança da realidade externa do abuso. A inalcançabilidade do abuso sexual. a transformação terapêutica do segredo em privacidade.4. (Veja Nomeando.3. A experiência abusiva específica une os objetos parciais fragmentados do self. pode fazer com que fique difícil manter a já estabelecida realidade externa do abuso sexual da criança. em que a realidade externa não pode ser nomeada como tal. não apenas em termos psicológicos. mas continua a interpretar no domínio do segredo.3. e a resposta foi o abuso sexual.) O processo de negação e splitting no abuso sexual da criança é muito diferente da inalcançabilidade de outros eventos traumáticos da vida. mas também em termos fisiológicos e perceptuais.) iE inter-oreci-Iircons7. entre o restabelecimento traumático do segredo e a invasão igualmente traumática nos frágeis elementos da desenvolvente privacidade do self A não-intrusão no desenvolvente espaço de privacidade é o pré- r 152 Tihnan Furniss requisito para a integração e desenvolvimento do verdadeiro self. pode aumentar a confusão e a perturbação emocional na criança. A criança voltou-se para o progenitor em busca de cuidado emocional. A própria experiência do abuso sexual contém a "não-experiência" da experiência como uma parte integral. porque a experiência original foi anulada em seu próprio processo. O dilema terapêutico No abuso sexual da criança de longa duração. coisa que o terapeuta pode deixar de reconhecer.Abuso Sexual da Criança 108 domínio do segredo. de modo aberto e indefeso. criando e mantendo o abuso sexual da criança como realidade. o terapeuta comete um novo abuso psicológico ao intrometer-se no espaço da privacidade. o terapeuta que interpreta se torna o progenitor não- abusivo que não quer saber o que realmente aconteceu. pode parecer que a criança reprimiu a experiência. onde a realidade era anulada no próprio processo e onde o progenitor não-abusivo não queria saber o que realmente acontecia. violando a integridade da criança. onde a realidade do abuso sexual foi anulada no próprio processo. no qual ela restabelece a experiência traumática da interação sexual do abuso. 2. no modo do segredo. 2. Os terapeutas talvez tenham que fazer perguntas para estabelecer e clarificar elementos da realidade externa. torna-se um ato de caminhar na corda bamba. Eu sen que .4.3. No exato momento em que a transferência entra no domínio do segredo. A terapia. que foram defensivamente reprimidos e negados.2. Eu vinha interpretando com crescentes sentimentos de que. atacando seu desenvolvimento de um verdadeiro eu. 2. o resultado é uma terapia antiterapêutica. como fato. como partes do não-se//. o terapeuta recria o contexto original do abuso sexual da criança. o trauma primário básico está em um fracasso diádico precoce. Ele nunca quis saber o que realmente aconteceu. As dissociações e formas intensas de splitting tendem a reconduzir o aspecto de realidade do abuso sexual ao segredo e à negação. co~ quer que eu interpretasse. que precisa existir para a interpretação terapêutica. na terapia individual. aquilo não tinha a ver realmente com a situação. não é apenas um movimento defensivo. da individuação e da autonomia que podem levar a um relacionar-se verdadeiro e a um aumento no senso de self A tarefa terapêutica é interpretar sempre que a transferência estiver no domínio da privacidade. Quando o terapeuta continua ativamente a lembrar uma criança que está em um estado de transferência de privacidade do abuso sexual de modo a criar a realidade como a base para a interpretação. como o evento traumático central. quando se torna uma repetição simbólica continuada da realidade abusiva.) 7. que a criança pode restabelecer. (Veja Síndrome de segredo. A inalcançabilidade contém o núcleo da experiência traumática. em uma fusão psíquica com a pessoa que abusa. pois senti que todas as minhas interpretações eram uma pseudoterapia e. era fa" Como resultado. e senti que estava me assoe do. sugerindo que este Tilman Fw dilema poderia refletir aquilo que ele queria comunicar. Nas metacomunicações sobre minha própria contratransferência. A específica interação de trar . senti que a terapia era um embuste. Então eu fiquei igualmente desesperado. que eu não sabia se deveria falar sobre o abuso sexual ou se não deveria. man Furniss ■uso Sexual da Criança 109 ' idividuação e aumento no :r no domínio domínio do ■quilíbrio cria entre comunidade. Estaria realizando uma falsa terapia e me tornaria semelhante à n que não quisera saber o que realmente acontecia na realidade externa entre o pà a criança. interpretando eventos periféricos. verdade. o que é tomado como inconsciente aciente não pronto" O terapeuta capta um medo secreto e ele próprio não está pronto para tratar o segredo do abuso Figura 7. através da terapia antiterapêutica. ao sistema de segredo do paciente. Ansiedade no inconsciente e no segredo. O dilema inerente do terapeuta e do paciente na específica interação de trans-ferência-contratransferência do abuso sexual da criança pode tornar estruturalmente impossível para o terapeuta interpretar a transferência. desamparo e raiva com o paciente que sofrera abuso sexual.2. eu compartilhei minha confusão. Mas quando eu continuei interpretar e não comentei sobre o segredo. em c. não tinham nada a ver com aquilo que realmente estava acontecendo. Eu sentia que se lembr o paciente do abuso sexual. O terapeuta pode precisar fazer uma metacomunicação sobre a interação de transferência-contratransferência para o paciente. a metacomunicação da co desamparo e raiva do terapeuta em sua própria contratransferência pode ter rosos efeitos terapêuticos. . raiva e confusão na contratransferência estavam recriando a exata situação psíquica do paciente que havia experienciado a armadilha da situação sem saída do abuso sexual como síndrome de segredo.ej rência-contratransferência na terapia e no aconselhamento individual espelha a -ração original no abuso sexual da criança como síndrome de segredo. experiência de realidade da criança diz que a realidade não é realidade. Se eu interpretasse ou ficasse em silêncio. quando o segredo mudou para privacidade. ou não nomear o abuso e continuar a interpretar tu:^ o que o paciente trazia. na "do. eu encobriria questões reais do abuso sexual. que comunica que a realidade é uma realr"1 não-realidade. Necessidade de perguntas e de permissão para revelar (3) Ansiedade no segredo que é confundido com inconsciente Interpretação como se inconsciente Ansiedade no segredo aumenta. próprio. Se isso é feito no contexto apropriado. quand* processo retorna ao segredo novamente. e criar realidade. Quando um estado de dade como a igico ao intro- atacando seu ierapeuta não ià a interpre-o interpretar so sexual da Çenitor não-Mwie o que se fcrante vários • escutar. eu ficava constantemente dividido entre nomear o abuso flj depois sentir como se estivesse empurrando os fatos pela goela do paciente e na tornando o abusador sexual. Ele (1) Ansiedade no inconsciente Interpretação í onluiar-se . dividido e enrai«p eido.estava interpretando no contexto do segredo. e faria um conli com o segredo. Eu senti vez mais que tudo rer com o _va real-^tamente ttinuei a era falsa. na qual o terapeuta expressa para o paciente seu próprio dilema na contratransferência. como •. Eu disse ao paciente que sentia não estar podendo ajudá-lo. A inter de transferência-contratransferência. me tornara a mãe não-abusiva que não queria saber. Eu íocian- a exata I sem transfe-inte-:ue a tração idade t :ntre :do o Criar consciência e compreender diminui a ansiedade É uma questão de timing o paciente estar "pronto" para a interpretação (2) Ansiedade no segredo Tratando o segredo A aproximação de nomear o segredo aumenta a ansiedade em relação às consequências Paciente jamais "pronto" para a interpretação. abuso e te e me tear tudo ienraive-a e. não era o que eu sentia ter a ver com que lhe interessava. Eu fui ficando cada vez m/f desesperado para metacomunicar sobre esses sentimentos e para dizer que tud aquilo que o paciente trazia naquela época. Quando eu então disse que sentia que o paciente estava reai mente comunicando o segredo que envolvia o abuso sexual. requer que o terapeuta seja capaz de oscilar constantemente et interpretar. senti imediatamente que não deveria ter falado o que acabara de dizer.ncia-con-[ue. estaria violando sua privacidade e me tornaria. o abusador. O desespero. Os efeitos sobre o menino ameaçavam seriamente a colocação a longo prazo. Pode levar a círculos viciosos de vitimização secundária. Esse trabalho com a mãe e a criança. fazia parte do trabalho de apoio à família realizado com a família adotiva e a criança. as crianças. Se queremos romper efetivamente o ciclo de abusar e sofrer abuso sexual. A estrutura e o conteúdo da terapia indivi do abuso sexual da criança tornam compreensível que as crianças e os pacientes sofreram abuso sexual possam estar menos motivados a confiar que serão ajud na terapia individual e que os terapeutas encontrem dificuldade para lidar com casos (veja A natureza interacional da motivação. especialmente. os pacientes podem fácil induzir uma pseudoterapia seduzindo o terapeuta em um restabelecimento identificado do segredo.1.4. que são incapazes de evitar novos abusos sexuais. Também ilustra as grandes dificuldades de reintroduzir a discrição em crianças que sofreram um severo abuso sexual. ela restabeleceu o abuso sexual. qualquer abordagem terapêutica ao abuso sexual da criança é tão boa quanto a terapia para os que abusam sexualmente. Isso vale. Sempre que ocorrer o comportamento sexualizado. e privacidade. 7.3. A mãe adotiva tomava a criança nos braços. Algumas crianças. 2. como sintoma anti-social. que sofrera abuso sexual por parte do pai. como um sintoma anti-social. professores e outros conseguem lidar com o claro comportamento sexualizado da criança. que ela precisou ser colocada em outra família. o claro comportamento sexualizado é considerado um comportam anti-social.1.Na psicoterapia do abuso sexual da criança. . acariciava-a fisicamente e a distraía em uma interação não-sexualizada. resultando numa terapia antiterapêutica de segredo da qi terapeuta pode não estar consciente. O seguinte exemplo ilustra o dano secundário e vitimização como resultado de comportamento sexualizado. Uma menina de três anos de idade. irão induzir no terapeuta a falta de capacidade para diferenciar entre s do. o cá dor deve tentar substituir esse comportamento por formas não-sexualizadas de~ Tilman Furniss . o pessoal dos lares. Quando ela começou a se sentir segura e a desenvolver relacionamentos emocionais com a família.4.4. . o comportamento sexualizado dessa menina era tão intenso e tão perturbador para o irmão adotivo. Trabalhando com os que abusam sexualmente requenas. quando a terapia de grupo conco te assume a função de criar o aspecto de realidade do abuso sexual. No caso das crianças pequenas. 7. Alguns dos problemas psicoterapia individual podem ser minorados. le ter pode- facilmente imento não--contratrans-entre segre-lo da qual o individual -dentes que rão ajudados ■ com esses alemãs na i concorren-nando uma aplementar rêutica Priração de cuidado emocional.4. orientado para o sintoma. é muito mais fácil ajudar os pais. Ela oferecia-se para tocar seu pênis e chupá-lo. foram ficando cada vez mais aflitos. fora colocada sob cuidados adotivos. Mais tarde. f adotivos ou o pessoal da residência a lidar com o comportamento sexualizadl díade criança-cuidador. Nas crianças mais velhas.-. o trabalho orientado para o comportamento j» visar diretamente a criança. nos lares de crianças e em outros ambientes soei Freqüentemente. evitando terapia de segredo na terapia individual. na utilização diferenciada e compleme da terapia individual e de grupo no contexto de uma Intervenção Terapêutica mária. de relacionamento sexualizado e ajudá-las a modificar esse compij mento. Os programas orientados para o sintoma precisam estar dirigidos às necessidades específicas de cada criança. O tratamento do comportamento sexualizado. em vez de buscar o pênis do menino.) 7. Além todas as crianças que sofreram abuso sexual. e o seguia cada vez que ele ia ao banheiro. colocam-se em grande ri reabuso e vitimização sexual. a mãe adotiva a afastaria e substituiria a interação sexualizada por uma interação parental. para as crianças com difii dades mentais. e a i especí-pode vezes irorta-pais io na cuida-inte7. foi introduzido um esquema direto de recompensa positiva cada vez que a menina procurasse diretamente a mãe adotiva para um carinho. na interação de transferência- contra ferência.Ficou complemente obcecada com o pênis de seu irmão adotivo de seis anos de idade. os pais adotivos. Esse exemplo demonstra a importância de lidar imediata e intensivamente com o comportamento sexualizado. que restabelecem o comporta sexualizado e que enviam mensagens sexualizadas. O comportamento sexualizado pode ser consciente. mas geralmente é inc ciente. principalmc quando são colocadas em instituições residenciais.1). Apesar de um bom progresso no tratamento. As crianças que atuam sexualmente correm um grande risco de se rejeitadas nas famílias adotivas. muito cuidadosos e capazes. O menino e os pais adotivos. O contexto para tratamento de grupo e terapia individual No final das contas. d reintrodução do recato requerem um tratamento orientado para um sintoma esjr fico. Foi combinado que cada vez que a menina começasse a sexualizar e a procurar o pênis do menino. e especialmente as crianças pequen podem aprender a igualar qualquer relacionamento interpessoal com relacionam' sexual. (Veja Formas concorrentes de terapia.namento tal.CU 50 Sexual da Criança 155 se lembrasse tornaria. Nos contextos ciais comuns. eu encobriria as ria um conluio elhante à mãe entre o pai e da confusão. A necessidade de modificação de comportamento No abuso sexual prolongado. tentando torná-las conscientes das formas às w* muito sutis. Assim como em outras formas de adição. O processo legal também estabelece a responsabilidade legal. entre terapia ou não-terapia.13. O processo de entrosamento entre segredo e adição. em que uma criança estruturalmente dependente é a "droga". em que a criança é a "droga". 10.1.2.2. e o componente de auto—ajuda são elementos importantes em qualquer tratamento de adição. no contexto de uma Intervenção Terapêutica Primária. dos outros áditos. de voltar a abusar sexualmente.14. (Veja Prova e crença. (Veja Três tipos básicos de intervenção. 12. A terapia de grupo com as pessoas que abusam sexualmente precisa correr paralela à terapia familiar e ao trabalho individual no contexto de uma Intervenção Terapêutica Primária. as pessoas que abusam sexualmente correm o risco. O papel das intervenções legais em outras formas de adição pode ser questionável. Negação terciária por parte do pai. A suspensão condicional da pena ou o processo de barganha da apelação. A terapia de grupo é muito indicada para romper a barreira do segredo e introduzir um senso de realidade no tratamento. Perguntas como: "O que você leria. deixar de abusar. No tratamento das pessoas que abusam sexualmente. o abusador não pode escolher. (Veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. no abuso sexual da criança como síndrome de adição. compartilhe elementos cruciais com outras adições. Prova e admissões legais. 2) O abusador precisa compartilhar abertamente com outros membros do grupo a exata seqüência e as fantasias associadas do círculo abusivo. Nos grupos. admissão e assunção da autoria. Formas . Em termos estruturais. estrutural sob o qual o abusador pode escolher concordar com dadas estruturas de terapia. são um suporte legal útil numa Intervenção Terapêutica Primária.2. desde o evento-gatilho até o ritual de saída. ele proporciona o contexto continente para o processo terapêutico. em qualquer estágio. que podem ser lidas em relatórios no tribunal. Abuso Sexual da Criança 111 7. de modo a evitar uma recaída na adição. de uma dupla maneira.) O processo legal pode apoiar a terapia. 12. 2. 12. nos processos do tribunal. como adito. Nós também sabemos.16. No abuso sexual da criança. o que não pode ser tolerado.precisamos criar um contexto no qual as pessoas que abusam sejam capazes de revelar e buscar ajuda terapêutica. .4. 6. e devolver o caso ao processo legal para reavaliação. que a terapia fracassou. 1) O abusador precisa estabelecer os fatos da adição e a adição sexual como fato. requer um firme controle e um suporte legal para o tratamento das pessoas que abusam sexualmente. combatendo a tendências de evitação da realidade das pessoas que abusam sexualmente. como síndrome de adição. em que as as condições para o tratamento precisam estar bem definidas e controladas. com suporte legal. 4. na terapia. é importante que o foco de controle fique firmemente com o processo legal. Síndrome de adição. em qualquer estágio. e não como uma pré-condição para a própria reabilitação. clara e explicitamente. na Intervenção Terapêutica Primária. que inclusive ao final de uma terapia bem-sucedida os abusadores podem não estar curados. A situação 111 Tilman Furniss específica do abuso sexual da criança. também servem como recursos nos casos de renovadas negações e segredo no processo de tratamento.1. 2. que a pressão do grupo. 7. a partir de outras formas de adição. pois o abuso sexual continuado não pode ser aceito.) O tratamento dos que abusam sexualmente. possa recorrer ao processo legal para reavaliar o progresso da terapia. que forma o guarda-chuva. requer que se declare.3. a assumirem a autoria em um nível psicológico.) Embora o abuso sexual. Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. o elemento específico do abuso sexual da criança como síndrome conectadora de segredo e adição. 2. seja planejada de maneira que o terapeuta.5. no contexto de uma Intervenção Terapêutica Primária. Uma contínua avaliação do progresso ou fracasso do tratamento é de importância crucial e precisa incluir sessões regulares de feedback com o abusador. A escolha limita-se entre aceitar as pré-condições para a terapia com apoio legal. (Veja Síndrome de segredo. sob certas circunstâncias de estresse e em certas situações-gatilho. 6. A terapia precisa ser considerada como uma pré-condição para a reavaliação da possibilidade de reabilitação.6. ou escolher uma Abordagem Punitiva Primária. a possibilidade de escolha é absolutamente vital. concorrentes de terapia. Manejando a negação primária. como um agente livre. Propósitos e objetivos do tratamento O objetivo global no tratamento de grupo dos abusadores sexuais relaciona-se ao abuso sexual da criança como síndrome de adição.2. coloca problemas específicos nos casos de terapia por ordem do tribunal. sobre aquilo que disse na época"? podem ajudar os abusadores a voltar à realidade do abuso sexual quando recaíram na negação secundária ou terciária. que mais tarde ajuda os abusadores. São necessárias cinco etapas estruturais. O terapeuta precisa ter a liberdade para declarar. O processo de tratamento dos abusadores. coloca uma pressão infinitamente maior no sentido de que o tratamento funcione e faça o abusador. os abusadores precisam admitir abertamente a adição e reconhecer que são abusadores sexuais na frente de outros membros do grupo e do terapeuta. Recaída no segredo e na negação secundária. veja Terapia por ordem do tribunal.) E importante que a terapia dos abusadores. como áditos. Em qualquer processo terapêutico. 1.1. que poderiam levá-lo a recair no abuso sexual. 7. 7.' 6) Trabalho da paternidade. 7) Trabalho preventivo das situações e fantasias-gatilho aditivas. de modo a desenvolver um comportamento alternativo e aprender a evitar possíveis situações de alto risco. Uma combinação de grave rejeição e erotização interpessoal no início da infância pode levar a uma baixa tolerância à frustração e a uma ferida narcisística.) Muitos abusadores sofreram abusos físicos e outros desenvolveram perturbações de personalidade em decorrência de severo abuso e privação emocional. que encontram alívio no abuso sexual. É necessária uma análise comportamental. O trabalho das questões de parceria é impossível sem tratar também atitude geral do abusador em relação a mulheres e crianças. Ele preci: tornar-se capaz de suportar sentimentos de ciúme. E especialmente importante lidar com fantasias ou sensações sexualmente estimulantes e excitantes que precedem o abuso. Discrepâncias entre práticas e exigências sexuc adultas e dependência e imaturidade emocional precisam ser tratadas. Essa assunção de responsabilidade deve ser paralela ao simultâneo trabalho familiar com a criança (veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. el< precisam desenvolver mecanismos para lidar com as situações. (Veja Os irmãos nas famílias em que ocorreu abuso sexual. Estimular fantasias- gatilho geralmente leva o abusador a buscar ativa mente a criação de um ambiente externo no qual ele possa reabusar. A segunda área de trabalho interpessoal precisa tratar questões parentais. No nível comportamental. O trabalho de grupo precisa tratar as sete áreas seguintes: 1) Assunção da autoria. e particularmente. 14.2. Além disso.3) O abusador precisa assumir total responsabilidade por sua adição e precisa admitir completamente suas ações e fantasias sexuais abusivas. através dos qua possam obter alívio da tensão de um modo mais aceitável. Eles precisam ser identificados. individuação e separação formam uma peça central terapia. A síndrome de João e Maria e o abuso sexual por irmãos mais velhos. as quais o abusador precisa aprender a reconhece e controlar. 112 Tilman Turn 5) Problemas conjugais e a atitude em relação às mulheres. existem alguaj aspectos específicos nos grupos para pessoas que cometeram abuso. e sua atitude e relação às mulheres e às crianças. Existem. A utilização ■ apenas terapeutas do sexo masculino ou a inclusão de terapeutas do sexo feminidj precisam ser consideradas de . A pessoa que abus sexualmente precisa desenvolver estratégias para evitar situações de risco exterrn nas quais esteja sozinha com a criança que sofreu abuso ou com outras crianças. Os abusadores precisai identificar situações externas de risco que podem desencadear o abuso sexual quai do as tensões internas aumentaram suficientemente. O contato físico e corporal pod levar imediatamente a reações sexualizadas. 2) Fantasias e eventos-gatilho. Estrutura da terapia de grupo Grupos fechados ou grupos abertos lentos para abusadores possuem as mesma.2. 5) O abusador precisa compreender que mesmo ao final do tratamento ele pode não estar curado. 3. O abusador precisa assumir responsabilidade psicológica total por suas ações sexuais no abuso. Os abusadores devem examinar como podem reverter o proces: em que a necessidade das crianças de cuidado emocional é respondida com o abui sexual. Capítulo 3. Confusão nos diferentes níveis de dependência. O abusador precisa aprend a respeitar a privacidade. O abusador precisa analisar as diferentes etapas do processo do abuso sexual. O abusador pode então ser levado construir um contexto de segredo para renovados abusos.4). E crucial considerar os aspectos comportamentais do tratamento que se relaci< nam à qualidade aditiva do abuso sexual da criança. 4) Experiências de vida e estruturas significativas subjacentes.1. do processo que induz e mantém a interação sexual.3. Central no trab lho da paternidade é a necessidade de trabalhar a capacidade do abusador c reconhecer e empatizar com as necessidades de cuidado emocional da criança. (Veja O processo fan liar. vantagens e desvantagens básicas descritas no grupo de trabalho com crianças (vej Estrutura de grupo dos grupos terapêuticos. que querem viver uma vida sem abuso sexual. Muitas pessoas que abusam sexualmente sofreram elas próprias abuso sexual ou fazem parte de famílias em que os irmãos sofreram abuso sexual. O abusador precisa ligar o abuso a eventos predisponentes de sua própria vida. obviamente. E igualmente importani evitar provocar fantasias-gatilho. As fronteiras paternas precisam ser clarificadas. integridade e individualidade da criança. 3) Comportamento e fantasias evitadores de conflito e aliviadores de tensão que mantêm o abuso. na medida em que constituem um importante fator mantenedor da adição ao abuso sexual. 4) O abusador precisa ver a si próprio como um adito que usa o abuso sexual como uma droga para aliviar a tensão e evitar a realidade. passo-a- passo. No nível interpessoal. Deve ser dada atenção especial a fantasias associadas de violência e vitimização. fantasias e circunstâncias desencadeiam o impulso de abusar. O abusador precisa descobrir exatamente que eventos.2). Questões responsabilidade. tendo que evitar situações de alto risco.4. abusadores precisam trabalhar questões conjugais e de parceria. 14. muitos eventos de vida predisponentes que podem contribuir para que a pessoa se torne um abusador sexual. autonomia e independência pi parte das crianças. 6. autonomia. Não obstante.. Fase 2: barganha e minimização Após a fase inicial de aceitação externa. e de adição.1. A presença de mulheres forçará os abusada a enfrentar sua responsabilidade. fantasias e atitudes sexuais específicas dos abusadores e de problemas específicos do gênero. Minimização: As pessoas que abusam podem começar. direta e imediatamente. a. O processo de tratamento No processo de tratamento nós podemos distinguir quatro fases: 1.4. Isso é crucial.i Ir- ias sexuais i Questões de .1. indivíduos que abusam são muito mais capazes de ir direto 113 Tilman Furniss ao ponto. eles idos quais true abusa externo. Pode ser muito útil empregar o processo de grupo. central da também a Ocesso fami-sdência. As questões levantadas em uma delas podem ser retomadas e trabalhadas no outro grupo. da maneira como precisam ser renas em outras rormas ae tratamento de áditos. Conseqüentemente. ise relacio-)ral pode . . Contar a estória inicial pode ser semelhante à admissão no tribunal. Os abusadores podem ser muito menos abertos ao falar em frente às suas parceiras sobre aspectos sexuais específicos do abuso e sobre as fantasias de masturbação terapeuticamente importantes e as fantasias durante o abuso sexual. O ritual de entrada precisa incluir o relato do abusador sobre a natureza e duração do abuso e sobre a criança da qual ele abusou. em sua opinião. Aceitação 4. ancas. a minimizar novamente aquilo que fizeram.3). Embora a presença das parceiras apresente vantagens com respeito à comprovação da realidade e à assunção da autoria. às vezes poderosos. com todas as suas conseqüências para a criand a família. Reconstrução Fase 1: aceitação externa No início do grupo. geralmente desenvolvem e empregam diferentes técnicas de splitting e negação. Nós precisamos estar preparados para um número infinito de movimentos evitadores de realidade e responsabilidade.ita a nCCCCOldadC dac "COnflOOOCS |»Ji-inca«. obu-odotc. i. certos aspectos do trabalho específicos para o gênero precisam ser tratados em grupos formados apenas por abusadores.) isa tratar as ' o processo um o abuso isa aprender He precisa sdência por I no traba-isador de Banca. onde as questões reais do abuso sexual da criança passa a ser cada vez mais evitadas.uma perspectiva diferente. cada abusador precisa compartilhar com o grupo aquilo que ele fez. ly-í^i* ™ujj_u_ii_ V muaii-aua. que é mais uma experiência clivada do que a expressão de aceitação e admissão psicológicas. Barganha e minimização 3. tanto quanto possível. de modo duro e empático. Grupos formados apen por homens sempre correm o risco de se deteriorarem em encontros machistas i pseudo-clube-de-futebol. E importante que os abusadores contem os fatos externos completos desde o início. que compartilhe com o grupo o que. ele fez. Assim como em outras formas de adição. e que não fiquem impunes ao contar fatos pela metade. separadamente. logo no início. e podem ajudar os companheiros de abuso que começam a negar ou a diminuir a importância do abuso. para os abusadores e para suas parceiras.3. A inclusão de uma terapeuta ou das parceiras dos abusadores evita ■ Illi. pode ser muito útil ter uma terapeuta presente ou conduzir o grupo cc. para ajudar o abusador a assumir sem reservas a autoria do abuso. que precisam ser considerados. por que. em uma síndrome grupai de negação ou em m perigosa sexualização antiterapêutica. de barganha e minimização. sob o guarda-chuva global da terapia de casal. 7. é muito indicado que se tenha. ele abusou sexualmente da criança e o que ele conseguiu com isso. sessões misturadas e sessões de apenas um dos sexos. simultaneamente. uma vez que eles se acostumam ao grupo. A presença das parceiras dos abusadores na terapia pode promover ativamente o objetivo central de enfrentar a realidade e os conflitos e tensões do abuso sexual da criança como síndrome de adição com diversos mecanismos e camadas de evitação da realidade (veja Síndrome de segredo. Também é importante pedir ao abusador. O primeiro reconhecimento do abuso sexual ainda pode ser experienciado pelo abusador como estranho a ele e pode ser feito de uma maneira mecânica. 2.tj um grupo de casais que inclua as parceiras dos abusadores. Para alguns aspectos J trabalho.2.. o ritual de unir- se ao grupo monta o cenário para a terapia. E precisam Jcual quan-lental. na luta para evitar admitir completamente o abuso. Os dois tipos de sessão alimentam uma à outra. Aceitação externa 2. As sessões de grupo misturadas precisam incluir tópicos complementares de problemas maritais e parentais. 2.evado a fcioortante onhecer ir ativa- rtesmas tas (veja alguns ração de Eminino ::os do po como í apenas fetas de assam uma cdores ança e r. As sessões para apenas um dos sexos devem tratar de práticas.ur pariu Ju. Ele rompe o segredo e traz os fatos do abuso para dentro das sessões. exatamente. 2.4. as pessoas que abusam sexualmente costumam passar à segunda fase. pois. sessões de grupo diferenciadas. Falso remorso: Um dos mecanismos mais difíceis é o falso remorso. ao tentar criar novas maneiras de relacionar-se e comportar-se. para evitar completamente a terapia. Na fase de reconstrução. os abusadores sexuais podem demonstrar um remorso. no qual não se pode confiar. Ou ele utilizar queixas somáticas na esperança de ser tratado de uma maneira menos frontadora. A fase crucial. g. que mantêm o abuso e que continuam a tornar o abusador vulnerável a renovados abusos sexuais. Como os alcoolistas. ele pode começar a desenvolver novas maneiras de se comportar e de se relacionar. durante muito tempo. Hostilidade: Os abusadores sexuais manifestam freqüentemente imediata hostilidade. ficam terrivelmente arrependidos e dizem que jamais beberão novamente. Os abusadores sexuais podem se permitir parar de barganhar e de minimizar. que podem facilmente colocar o dedo exatamente no problema evitado. que são especialmente úteis no grupo e que se oferecem ao terapeuta como aliados contra os outros membros do grupo. O suporte do processo legal é vital para apoiar a segunda fase de barganha e minimização. nas mais difere formas. serem confrontados por companheiros de abuso. h. da barganha e minimização. Somatização: Os abusadores podem utilizar a somatização. atacando o processo de tratamento como um despropósito e os terapeutas como inúteis. O trabalho simultâneo bem-sucedido com a família e o casal pode levar ao divórcio e separação terapêuticos. Barganha: Elas geralmente tentam barganhar. e ao mesmo tempo a mais difícil de negociar. eventos-gatilho e interações mantenedores. quando o grupo quiser que ele assuma a responsabilidade. Somente a . O grupo pode ajudar o abusador a desenvolver estratégias alternativas e ajudá-lo a lidar com a ansiedade com relação a novas situações. As pessoas que abusam sexualmente podem então começar a compreender o que fizeram à criança que sofreu abuso sexual e às suas parceiras. Eles podem continuar tentando. dizendo que ela o queria e que era sexualmente provocadora e sedutora. Também é mais aceitável. para os abusadores sexuais. A somatização também pode ser ur para distrair de questões difíceis que o abusador não quer enfrentar. Alegações: Abusadores sexuais podem tentar alegar circunstâncias especiais que deveriam explicar por que chegaram ao abuso contra a sua vontade e com menor responsabilidade por ele. A terapia familiar ou a terapia de casal podem tratar as questões que levaram ao abuso na família e à sua manutenção. Conseguem enfrentar aquilo que fizeram e podem chegar a centrar-se nos eventos de vida predisponentes e nos ciclos comportamentais. pode alimentar o processo de grupo de uma maneira muito criativa. o qual desejam conduzir a um estado de agressão ou negação. d. Os abusadores se como outros áditos. primeiro dentro do grupo. seja listando as boas coisas que fizeram para a criança que sofreu abuso. Essas são apenas algumas do número ilimitado de técni de evitação que os abusadores utilizam na segunda fase da barganha e da mi zação. os quais tentam colocar na posição de "malvados". quando novas maneiras de relacionar-se falham ou quando o abusador retorna aos hábitos antigos. o processo de grupo é de imensa importância. As pessoas que abusam sexualmente podem ser muito criativas ao desenvolv estratégias de evitação. Eles podem até sentir o arrependimento naquele exato momento. Podem tentar chegar a "líderes-de-gangue" no grupo. Sedução: Podem tentar seduzir os terapeutas sendo os "bonzinhos". como uma expressão de terapia bem-sucedida. formas concorrentes de terapia familiar e de terapia de casal podem ser particularmente importantes. Alguns abusadores sexuais jamais são capazes de enfrentar completamente a realidade de sua adição e a realidade do abuso que infligiram à criança. O grupo também pode ajudar a lidar com o desapontamento e o fracasso. Na fase de barga minimização. Eles começam a compreender seus próprios motivos e sua participação no abuso. c. mas o arrependimento e o remorso podem não durar muito ou podem ser manifestados apenas para obter um rápido perdão e impunidade. de modo a diminuir a responsabilidade. Acusação: Freqüentemente culpam a criança pelo abuso. é a segunda fase. antes que o abusador tenha a coragem de colocar-se em uma situação nova e ansiogênica na realidade externa. durante o tratamento do abuso sexual da criança. Fase 4: reconstrução Depois que o abusador aceitou a responsabilidade psicológica por sua própria adição e pelo abuso que ele infligiu à criança.b. conhecem as fraquezas uns dos outros e seus problemas Abuso Sexual da Criança 114 assumir a responsabilidade melhor do que os não-abusadores. que. A crescente aceitação do abuso e o crescente entendimento de si próprios tornam-se mutuamente reforçadores. e. de modo típico. e não ter ■ enfrentar os reais problemas. e depois que ele assumiu a responsabilidade dos efeitos que o abuso e a revelação tiveram sobre a criança e a família. f. quando novas maneiras de comportar-se não funcionam. seja tornando o abuso menos grave do que o abuso de outras pessoas. O sucesso ou fracasso de um dos membros do grupo. escapar da terapia. Fase 3: aceitação A fase de aceitação é caracterizada por uma visão muito mais realística do relacionamento entre o abusador sexual e a criança. e entre o abusador e sua parceira. 4. As técr psicodrama. possibilita que outros membros do grupo relatem experiências semelhantes. Em alguns casos. 2) Psicodrama. As pessoas que abusam sexualmente podem não possuir importantes habilidades interpessoais. 1) Role play. Neste estágio. muitos abusadores permaneceriam na da fase por toda a terapia. O desempenho de papéis pode ser usado para confrontar o abusadaB a realidade e ajudar a compreender o abuso. o abuso sexual como síndrome de adição também é mantido e desencadeado pelo componente comportamental do próprio ciclo abusivo. e precisam aprender a desenvolver habilidades sociais para lidar adequadamente com essas situações. 3) Técnicas comportamentais. conseqüentemente. que freqüentemente incluem a incapacidade de abordar e comunicar-se com mulheres adultas de maneira relaxada e aceitável. deixaria os terapeutas em uma situação difícil e pressio~~ conseguir que os abusadores superassem o obstáculo da segunda fase. O tratamento. O desempenho de papéis pode ser muito útil para ajudar os abu a ilustrar como eles entraram no abuso e a demonstrar situações sobre as encontram dificuldades para verbalizar. e de se tornar um candidato a uma Intervenção Punitiva Primária pode pressionar. elementos complementares necessários no tratamento das pessoas que abusam sexualmente. que tira qualquer responsabilidade do abusad mais será terapêutica no tratamento da adição.ameaça de ser devolvido ao sistema legal em resultado do fracasso do tratamento. como uma pré-co para a reabilitação. Depois que o abusador identificou as fantasias os eventos-gatilho para o abuso. A condição da terapia jamais deve implicar na promessa de certa 115 Tilman F reabilitação ou acesso à criança. Os abusadores sexuais não só são denegridores e rejeitadores. Baixa auto-estima e imaturidade emocional podem tornar muito difíceis a resolução dos conflitos conjugais e o atendimento das demandas parentais. Compartilhar as experiências passadas e compreender os eventos de vida que tornaram o abusador vulnerável ao abuso sexual desempenham uma parte essencial no processo de grupo. As interpretações de eventos anteriores de vida traumáticos e o concorrente trabalho relativo à mudança comportamental são. A terapia pode ser apenas a pré-condição para reavaliação da possibilidade ou não de reabilitação e de acesso à criança Terapia por ordem do tribunal. o que ajuda a mudar seu comportamento e modo de relacionar-se. Se o próprio tratamento já fosse uma condição suficiente para a reabilitação. Os abusadores sexuais precisam aprender habilidades sociais para lidar com essas áreas. . como na verdade têm muito medo das mulheres. 4) Interpretações da experiência passada. as técnicas comportamentais podem ser ú desenvolver soluções simples e manejáveis. a qualidade aditiva do abuso sexual se torna mais evidente. N mento do abuso sexual da criança como síndrome de adição.5. passo-a-passo para situadl conflito e estresse anteriormente de difícil manejo. 5) Habilidades sociais. e em relação ao toque físico e contato entre eles e a criança. e desenvolver e experimentar formas alterna'' comportar-se e relacionar-se. trabalhar para a solução de proMT e a resolução de conflitos. sem realmente jamais admitido a realidade da adição e do abuso. independentemente do que os outros fazem. tais como dar banho ou ficar em casa sozinho com ela. Eles poderiam facilmente convencer os tribunais e membros da rede profissional de que se modificaram. O terapêutico da terapia fica paralisado quando uma terapia malograda reflete-se no terapeuta quanto no abusador sexual. essas exp grupais compartilhadas podem favorecer o componente de auto-ajuda no psicodrama pode desencadear poderosos processos grupais terapêuticos. podem ser especialmente úteis para brar eventos traumáticos da infância dos abusadores. Nós precisamos estar conscientes de abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição inclui muitas sr de evitação de conflito e a incapacidade de enfrentar problemas e conflitos resolvidos. 12.16). práticas. Abuso Sexual da Criança 115 Embora as origens do abuso possam estar em complexas experiências anteriores do abusador. e entre elas eu gostaria de mencionar os seguintes métodos. Os abusadores. Uma inf pendência abusador-terapeuta. suficientemente. É importante compreender sistemas de significado básicos desenvolvidos no passado dos abusadores. 7. Técnicas terapêuticas Muitas técnicas terapêuticas diferentes podem ser utilizadas na terapia de grupf pessoas que abusam sexualmente. talvez precisem evitar certas situações de alto risco com a criança. que precisa aprender a assumir uma pleta responsabilidade. de modo a modificar seu enredo de vida. O processo de psi pode transformar esse evento em uma verdadeira experiência de grupo. alguns abusadores sexuais a enfrentar o abuso. cuidadosamente utilizadas. Uma segunda fase prolongada de barganha e evitação da responsabilidade pelo abuso faz com que seja crucial distinguir entre a terapia como uma pré-condição para certa reabilitação ou como pré-condição para uma reavaliação da possibilidade de reabilitação. O aspecto comportam' trabalho pode se tornar especialmente importante quando os abusadores desenvolver mecanismos de manejo em relação a fantasias excitantes e a em que estão sozinhos com a criança. inicialmente. as técnicas de psicodrama podem ser muito tantes e úteis no trabalho relativo às questões da família de origem. . SEGUNDA PARTE Problemas Práticos . . mas pensar primeiro. 5. os profissionais percebem. Infelizmente. que eles tinham fatos insuficientes para intervir. que recém soubemos do abuso e que sentimos que devemos agir imediatamente. Nós reagimos levados por nossa própria crise profissional. 2) E igualmente importante não fugir da criança e tentar não transmitir nosso próprio pânico. não conseguimos pegar o telefone. principalmente.) 1) É importante não agir imediatamente.2. a criança talvez tenha convivido com o abuso não apenas por alguns dias. Toda a intervenção fica num limbo. mais tarde durante a inte geralmente tarde demais. (Veja Três tipos básicos de intervenção. a segunda. Esse processo é reforçado por uma orientação profissional que requer que os profissionais ajam imediatamente.1. A crise da revelação — crise dos profissionais e crise familiar Nós. Nós esquecemos que. Muitas vezes. A primeira crise é a crise dos profissionais. A intervenção descoordenada. Temos que considerar se realmente possuímos inforr ção suficiente e fatos bem documentados suficientes sobre a criança abuso. a crise da família. perto da Caixa de Primeiros Socorros. 5. agimos imediatamente de modo bastante inadequado. Isso nos dá tempo para pensar sobre o que a criança contou e sobre 119 119 Tilman Fum aquilo que vimos. Com uma suspeita em m~ ser muito difícil ficar calmo e conectar-se primeiro com a criança e com 1 factuais ilícitas.1. A crise da rede profissional é uma crise diferente da crise da família. sentar e segurar firmemente a caneca. a expressão da crise profissional solidificada. desencadeada pelo fato de recém termos sabido do abuso e. como síndrome de segredo.1. 3) Seria bom utilizar o "Equipamento para a Intervenção na Crise do Abuso Sexual da Criança": pegar uma caneca grande de café. ra vaga suspeita de abuso sexual da criança eles normalmente se apressam sem ouvir a criança com o cuidado necessário. deixamos de considerar que a crise da revelação contém dois elementos bem distintos. eles precisam lidar primeiro com a crise profissional. ou quando os profissionais começam a suspeitar de abuso sexual. 4.) Quando uma criança revela. O processo interdisciplinar no contexto. . quando a incapa" diferenciar entre a crise dos profissionais e a crise familiar impede os pro de reunir evidências suficientes antes de qualquer intervenção. contendo uma caneca grande e uma colher. que atua a própria crise do profissional. felizmente.8 Preparação para a Revelação 8. Para este propósito. os profissionais. geralmente. com traumatização secundária da criança e da família. intervindo cegamente em um processo de segredo que não chegamos a entender completamente. 4) Enquanto seguramos a caneca. Podemos avaliar se já possuímos uma suspeita de segunda-lill bem fundamentada ou se precisamos de mais informações antes de podlfl mos intervir (veja Suspeita de primeira-linha e suspeita de segunda-hnfu metassistemico \ açúcar/ CAFE pense primeiro Figura 8. muitas vezes. geralmente conduz ao fracasso da intervenção. essa "orientação do pânico" é. leite e uma dupla quantidade de açúcar. No abuso sexual da criança. O processo interdisciplinar. Somos nós. Equipamento para a Intervenção na Crise do Abuso Sexual da Criança. (O Equipamento precisa ser colocado em um armário fechado à chave. mas provavelmente por meses ou anos. um pouco de café moído fresco.1. a revelação do segredo é geralmente igualada ao fato do abuso. no abuso sexual da criança como síndrome de segredo. eu desenvolvi o "Equipamento para a Intervenção na Crise do Abuso Sexual da Criança". ou que suspeita de abuso sexual. as mães farão o abusador saber da suspeita.) Uma fonte comum de fracasso na confusão entre a crise profissional e a crise familiar está no envolvimento precoce de membros da família. O inconsciente e o segredo. Necessidade de encontro de pré-intervenção (veja 8. 2. 2. vívida e intencional pela criança.) A indução prematura da crise familiar da revelação pelos profissic acontece apenas intencionalmente. cs fissionais. Mas. 5. induzimos a crise familiar ao agir prematura e caoticamente. 8) Tratamento específico. No abuso físico. dependendo do abuso sexual ter se tornado uma questão através das suspeitas dos profissionais ou através de uma revelação completa. Quando as próprias crianças ml Iam completamente para a Pessoa de Confiança. quando nossas próprias reações de pânico enviarem à criança a me que suspeitamos do segredo de abuso sexual. nós precisaríamos falar cofflB criança sozinha. Tarefa: PREPARAÇÃO PARA A AÇÃO da revelação. Os profissionais podem contactar prematuramente com as mães na crença de que elas são sempre aliadas naturais da criança. 6) Falar com o abusador e a família.) Algumas crianças. 4. 7) Sessão de responsabilidade com o abusador e a família. NENHUMA AÇÃO. depois de termos lidado primeiro com a crise profissional. uma súbita linguagem corporal e comentários cheios de pânico em rela. No entanto. 8. eflf de nossa própria crise na rede profissional. fazem revelações completas. em resultado da cooperação clara e orientada para o problema na rede profissional. (Veja O processo individual. comunicação sexual por parte da criança podem facilmente ser percebidosf O comportamento não-verbal e o comportamento verbal não-intencional dal sionais podem induzir na criança a consciência de que suspeitamos do abuso sexual. muitas têm consciência dos poderosos efeitos das mensagens indiretas que a cria Abuso Sexual da Criança 120 por nossa resposta às suas comunicações secretas. Um súbito erguer de olhos.3). inclui sete etapas. Essa frase foi criada por Henrj em relação ao abuso físico. Capítulo 3. 5) Entrevista de revelação com a criança. especialmente as mães. Distinguir a crise profissional da crise familiar nos permite preparar a intervenção. intervenções mais lentas e tardias geralmente levam a uma ajuda mais rápida e precoce para a criança. a intervenção na crise.4.4. as crianças correm um risco de maior do que no abuso sexual. ela geralmente é aliada da criança. pode ter II esclarecer os motivos para qualquer intervenção adicional. 3) Planejar a intervenção no estágio da suspeita de segunda-linha. (Veja A natureza interacional da motivação. mesmo no abuso físico as crianças ] muitas vezes morrem não porque os profissionais interferiram tarde den muitas vezes morrem muito depois da revelação inicial. De outra forma.2. Se é a mãe que traz a criança que sofreu abuso.2. O abusjl da criança exige paciência. Necessidade de Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima — CIDA (veja 8.4). Dando licença explícita para comunicar. a Pessoa de Confiança (veja 8. 4) Coordenação da rede profissional. Paradoxalmente. Nos casos em que os profissionais suspeitam baseados em uma revelação parcial da criança. A crise profissional somente induzirá uma prematura crise familiar < ção. uma pergu sa. A intervenção tem oito etapas quando a revelação é induzida pelos profissionais. o que não significa que não tenhamos de agir mente em alguns casos. O prematuro envolvimento das mães e de outros membros da família geralmente leva à negação e a uma pressão.6) a 120 Tilman Fur quem a criança revelou parcialmente.1. . Induzir a crise familiar da revelação."O abuso da criança exige paciência".4. muitas dessas revelações são involuntariamente desencadeadas por profissionais que não têm consciência de estarem provocando isso. Em todas as outras situações. O processo familiar. 2. para poder decidir se há motivos suficientes para uma suspeita benl fundamentada de segunda-linha.1. ao passo que intervenções apressadas acabam na incapacidade de ajudar e proteger. possibilita à rede profissional utilizar a crise familiar da revelação para realizar uma Intervenção Terapêutica Primária.4. Significa que muitos casos que parecem exigir resposta profissional. sobre a criança para que mantenha o segredo.2. Isso pode levar a uma revelação prematura e à negação e| inconsistentes. (Veja O processo interdisciplinar no contexto.7). Tarefa: COLETA DE INFORMAÇÕES. parecem exigir essa imediata resposta porque nós.4). Os profissionais. cada vez maior. e veja Três tipos básicos de intervenção. As oito etapas são: 1) Procurar sinais e sintomas e acreditar na comunicação da criança. por parte dos profissionais. nenhum membro da família deve ser contactado antes da rede profissional ter lidado primeiro com a sua própria crise. muito vívidas e intencionais e nós precisamos agir imediatamente. e especialmente crianças mais velhas. A segunda etapa varia. 2) Confirmar uma revelação parcial ou transformar uma vaga suspeita de primeira-linha em uma suspeita de segunda-linha bem fundamentada (veja Seção 8. Etapas da intervenção na crise da revelação Quando as crianças começam a fazer uma revelação completa. utilizando a ConsaBj Interdisciplinar Diagnostica Anônima (veja 8. ) 8.) Pode parecer estranho incluir. 8. Suspeita de primeira-linha. 8. Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima.crise dos profissionais e crise familiar. as crianças tentam conscientemente testar um profissional específico como a Pessoa de Confiança. Geralmente é necessária uma o I tan Furniss Abuso Sexual da Criança 121 pode ter de a Consulta ianças reve-lalar com a ispeita bem inicial da necessária "pessoa de fão na crise A natureza profissionais. suspeita de segunda-linha e revelação parcial Uma suspeita de abuso sexual da criança não é apenas um sentimento ou pensamento súbito. Em casos de suspeita.Dependeria da extensão da revelação inicial da criança e das circunstâncias em que a criança revela. Dando licença explícita para comunicar.2. à firme conclusão de uma suspeita de segunda-linha bem fundamentada. para saber se podem prosseguir para uma revelação completa. dentro da rede profissional.1).3. a partir das quais os profissio' fazem as primeiras inferências de possível abuso sexual da criança. A criança pode não estar consciente das comunicações ou elas podem ser parte de unaj revelação parcial intencional. No nível de uma suspeita de segunda- linha bem fundamentada e bem-documentada. antes de ses compartilhados com outros profissionais. no devido tempo. Uma suspeita de primeira-linha jamais deve ser compartilhai membros da família. precisam cuidadosamente documentadas. a necessidade de procurar sinais e sintomas. o processo de] revelação começa na rede profissional. Con-lAnôni-IDA e com cional. 8.1. como a primeira etapa da intervenção na criai do abuso sexual da criança. Nos casos de revelação parcial.4. Uma suspeita de primeira-linha sempre requer uma maior coleta e e mento de informações.7). As suspeitas podem ser despertada] por desenhos das crianças. 8. especialmente crianças pequenas. dos profissionaài Revelações parciais das crianças. uma Consulta Interdisciplinar Diagnostica Personalizada ou ma deve ser o próximo passo de rotina no processo interdisciplinar (veja ( CIDP. Quaisquer motivos para uma suspeita de prime linha precisam ser examinados com relação ao seu valor factual. se tornam revelações completas apoj nas quando a atitude do profissional transmite à criança que ela tem licença explícita para revelar o abuso e quando a criança pode confiar o suficiente para ser acreditada e ajudada. Desenvolver uma suspeita já é um processo complexo. 8. Uma suspeita de segunda-linha bem fundamentada deve levar ao encontro de pré- intervenção orientado para a ação.4. ação sulta interdisciplinar diagnostica antes que uma vaga suspeita de primeira-linha possa conduzir. (Veja O uso da "pessoa ie confiança". antes que qualquer intervenção possa ser considerad sequentemente. o fato de ser ou não necessáni uma entrevista separada posterior de revelação completa. (Veja A natureza interacional da motivação. fcüreta ou ercepção A crian-de uma ssionais sam ser imeira-serem ação o |a Crise lareci-b. por composições esccr lares de crianças mais velhas. Suspeita de primeira-linha Suspeita de segunda-linha Vaga Maior coleta de informações para chegar ao senso de realidade e seriedade de suspeita Rede profissional Não deve ser parte do processo de decisão orientado para a ação Consulta Interdisciplinar Diagnosticada ou Anôni- ma (CIDP e CIDA) Qualquer profissional que possa ajudar a esclarecer o grau de realidade e a seriedade da suspeita Evidência Objetivo Dirigida para E crucial evitar Processo Interdisciplinar Necessário . precisam ser tomadas medidas concretas para a intervenção. muitas vezes. os profissionais podem ver ou ouvir certas coisas que levam a uma suspeita inicial de possível abuso sexual da criança. ipletas ape-iça explícita ' acreditada ça explícita io parcial ensamen-■quer uma xresso de crianças Confian-ambas as i uma sus-)ertadas es esco-idades. que requer uma cuidadosa informação e avaliação factual.6. 2. Em ambas as situações.4).4. E nesse momento que entra em adj "Equipamento para a Intervenção na Crise do Abuso Sexual da Criança (veja da revelação . mas deve permanecer firmemente dentro da rede profi Ela não deveria nunca levar ao encontro de pré-intervenção para planejar (veja O encontro de pré- intervenção. 2. A natureza interacional da motivação influencia fortemente a suspeita. As suspeitas dos profissionais baseiam-se sempre em sua própria percepçãl de sintomas e comportamentos da criança que podem indicar abuso sexual. por comportamento sexualizado em todas as idade»] por referências verbais indiretas ou por outras formas de comunicação direta om indireta. ou não. Vagas suspeitas iniciais de primeira-linha. Podemos perguntar sobre õ pênis. Podemos e devemos continuar a explorar vagas suspeitas de primeira-linha abuso sexual. nos casos de suspeitas de primeira-linha e podemos organizar um encont de pré-intervenção. nós podemos pedir uma CIDP c CIDA. Nós ainda não enviamos a mensagem "Eu sei que você tem um segredo" e mais. a completa consciência de que s peitamos de abuso sexual. No entanto. 0 abuso sexual ainda é um segredo e nós ainda não começamos a comunicação com a criança. e precisamos agir imediatamente. Somos nós. Quem é essa pessoa ?". Se a criança ainda está desenhando. podemos perguntar: C outra cor você quer usar a seguir?". Nossa própria reação profissional em relação a uma suspeita inicial pode ind zir uma crise de revelação na criança. iremos desencadear inadvertidamente uma ci de revelação prematura e descontrolada. desencadeamos prematuramente a completa crise da revelação. nós ainda não nos comunicamos com a criança de uma maneira que desencadeie a aguda crise da revelação. na medida em que a criança fala sobre aquilo que parece um pênis s ansiedade ou alarme.2. enviando-lhe a mensagem de que compreendemos que ela quer nos contar o segredo do abuso sexual em processo. nós. Dentro da rede profissional. devemos estar preparados para retroceder imediatamente e deixar explorar a questão. por diferentes meios verbais ou não-verbais nossa própria comunicação. . alertará a criança que suspeitamos de abi sexual. colocando essa pergunta num contexto em que ela não s central. No momento em que é desencadeada a revelação completa. em pânico. os profissionais. O comportamento sexualizado não-intencional ou as revelações parciais intencionais das crianças. com suspeitas de segunda-linha bem fundamentadas. crianças dão aos profissionais o tempo necessário para pensar e preparar a interve ção no nível interdisciplinar e em relação à criança e à família. Em ambos os casos. Sem despertar na criança a suspeita de que suspeitamos de abuso sexi podemos depois fazer perguntas detalhadas sobre os fatos de um possível abi sexual. quando falamos abertamente à criança sobre nossas suspeitas. então. apresentam a grande vantagem de não terem ainda induzido a crise inicial da revelação na criança. sobre a conversa que tiveram conosco a respeito do abuso. Suspeita de primeira-linha e suspeita de segunda-linha. "Eu sei que você sabe que eu sei que você tem um segredo e que pode estar assustada demais para revelar abertamente". em casa. para uma revelação completa. para fortalecer qualquer vaga suspeita de primeira-linha si cruzar a linha. diminuindo o perigo da criança perceber c estamos explorando o possível segredo do abuso sexual. como profissionais. entre out coisas: "o que é isso?". Podemos continuar a explorar vagas suspeitas de primeira-linha de abi sexual. quando esta rompe o segredo em resposta nossa reação à sua comunicação inicial (veja A natureza interacional da motivaçÊ informações da criança. mas aparentemente periférica e mesclada com comentários sobre out coisas. que conduzem a suspeitas nos profissionais. de maneira bem casual e despreocupada: "Esse é um deser muito bonito. Portanto. como profissionais. com o objetivo de convertê-las em suspeitas de segunda-linha bem fura mentadas. por nossa maneira perguntar e por nosso comportamento pessoal. 122 Tilman Furni As suspeitas por parte dos profissionais e a revelação parcial por parte d. antes que a interve ção seja iniciada. na medida em que não induzimos na criança. e sem qualquer indicação de que está consciente de c estamos perguntando sobre um possível abuso sexual. nós precisamos estar extremamente ateni Ao primeiro sinal de que a criança começou a perceber que estamos falando so abuso sexual. Quando uma criai pequena desenha um homem com um pênis ereto. que induzimos a crise da revelação quando p guntamos. Nós então precisamos agir imediatamei e muitas vezes prematuramente. nesse estágio. a respeito de um desenho sexual ou quando transmitir: nosso próprio sentimento de crise. antes de termos preparado outros colegas < precisam ser envolvidos. nós podemos abordá-la e pergi tar sobre o homem com o pênis ereto no contexto de muitas outras perguni Podemos perguntar. e nós. as crianças mais velhas geralmente ficam assustadas demais para voltar para casa e as crianças pequenas normalmente começam a falar para membros da família.Profissionais envolvidos Bem fundamentada e bem documentada Planejar a ação da revelação Intervenção familiar Não deve ainda alertar ou envolver qualquer membro da família Encontro de Pré-interven- ção Todos os profissionais que já estão envolvidos ou que possam precisar se envolver durante a intervenção na crise de revelação Figura 8. o diretor. Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. O aspecto prático importante que devemos ter em mente é que revelações parciais e vagas suspeitas de primeira-linha nos dão tempo para substanciar a suspeita e transformar uma vaga suspeita de primeira-linha em uma suspeita de segunda-linha bem fundamentada. que mcio-anças nem mais fcatura rede r-veu berta :ara explorar o desenho sexual não-intencional na criança pequena não pode ser utilizado para a criança mais velha.1. E importante documentar com cuidado a comunicação da criança. quando a criança perde o controle na frente de todas as outras crianças da sala.1.2. 6. na frente de toda a classe. Então. Nós precisamos aprender que a indução da revelação completa. mostran- do-se à criança um filme de prevenção do abuso sexual da criança (veja O uso de filmes de prevenção como instrumento diagnóstico na suspeita e na revelação. antes de iniciar qualquer ação em relação à família. 5. Do segredo à privacidade. nós precisamos permanecer neutros. Nesse meio tempo. se os colegas estatutários ou da área legal da rede profissional pensam já terem sido reunidas evidências suficientes para uma suspeita de segunda-linha bem fundamentada. de várias maneiras. e procurar outros sinais de abuso sexual. 8. ele pode induzir uma imediata e provavelmente descontrolada crise de revelação. e perguntar se outros colegas receberam comunicações semelhantes que possam confirmar a suspeita.ente. Tomemos o caso de uma menina de treze anos de idade. id 3 sobre pxar de ir: Que ber que :o per-itimos ais. são apenas duas de um infinito número de diferentes situações em que pode surgir a suspeita de abuso sexual da criança. registrar o que a criança parece estar comu- nicando sobre abuso sexual e observar cuidadosamente a criança e seu comportamento. O professor. Se um professor pergunta à criança. em uma CIDP ou CIDA.Revelações parciais de crianças mais velhas são formas conscientes e inteni nais de testagem. antes de termos planejado e coordenado a intervenção e a n profissional. desenho Te outras não seja ::e outras sexual. O professor deve tirar uma cópia da composição e ficar muito mais atento a outros possíveis indícios de abuso sexual. de modo a prosseguir para o estágio de planejar um encontro de pré- intervenção e para uma subseqüente revelação completa. A natureza interacional da motivação. Os dois exemplos. que talvez se feche novamente no medo e não tenha coragem de comunicar o abuso a ninguém por meses ou anos. imediata e diretamente. que pode conduzir a uma revelação prematura (veja O processo interdisciplinar. e nas quais elas podem fazer revelações parciais. encontro pode indu-resposta à motivação. Não podemos começar a elaborar a partir de tópicos sexuais explícitos na composição escolar sem que a criança perceba imediatamente que suspeitamos que ela está comunicando sobre um possível abuso sexual. colocando-o sob a forma encotx de um pesadelo. 4. O processo básico se aplica a todos os casos de suspeita e revelações parciais.4). 6.1. A abuso crise . com o apoio do diretor da escola ou da assistente social educacional. O questionamento ou comentário casual que pode ser útil p Abuso Sexual da Criança 123 r parte das a interven-a interven-CIDP ou . a enfermeira da escola ou a assistente social educacional precisam coordenar a rede profissional dentro da escola. A mesma reação do professor pode levar à reação oposta na criança. precisamos ter em mente que esses colegas.12). Todos acabam se tornando revelações completas através de um processo interacional entre os profissionais e a criança. sobre a comunicação sexual na composição. geralmente pode ser controlada pelos profissionais envolvidos. no devido tempo. Ele então precisa esclarecer. que escre1 uma composição escolar sobre seu abuso sexual.4. Um maior questionamento às crianças rr velhas pode. possível de s-linha sem ia criança e pergun-perguntas. A melhor maneira de reagir a esta situação é manter silêncio inicialmente. Ele pode tentar comunicar à criança. nem rejeitando a comunicação. Quando envolvemos outros colegas. pode ser desencadeada uma revelação completa. • ei abuso de abuso n funda-énis sem de que -linha de peira de que sus-í atentos. n favorecendo uma maior elaboração. como um processo interacional entre a criança e os profissionais. levar à imediata negação ou a uma imediata e premat revelação completa. do desenho sexual da criança pequena e da composição escolar sobre abuso sexual da criança mais velha. Ao contrário do que acontece nas comunicações das crian pequenas.) . que compreendeu ter sido escolhido por ela como a Pessoa de Confiança. 2. Isso mais tarde pode ajudar a criança a revelar abertamente o abuso. Nós podemos influenciar o momento e o ambiente da revelação de acordo com as necessidades de uma Intervenção Terapêutica Primária muito mais freqüentemente do que podemos imaginar. facilmente. Esse seria um momento extremamente indesejável para a revelação.(Veja Três tipos básicos de 123 Tilman Fu intervenção. por sua vez. podem reagir com uma imediata crise profissional. que está muito mais informada em termos intelectuais e sociais. o professor pode procurar fazer contato com a criança a respeito de outras áreas de interesse e atividade no contexto do currículo normal da escola. A CIDA trata da necessidade de mediar as necessidades diferentes e aparefll mente opostas de sigilo e privacidade nos ambientes médicos. quando atuam sua própria crise profissional. à falsas alegações. de maneira orientaèT para o problema. e pode igualmente ser utilizada para avaliar essa intervenção. CIDA e CIDP: Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima e Personalizada No abuso sexual da criança como síndrome de segredo nós temos uma clara neceÉ sidade do direito e uso de uma Consulta Interdisciplinar Diagnostica Personalizada ou Anônima nas redes profissionais. 5. de modo a poder proteger a criança do abuso sexual ilegal e prejudl No abuso sexual da criança como síndrome de segredo. terapêuticos e ed cionais e a necessidade das agências de proteção e da polícia de obter fatos legal te válidos. A CIDA permite e exige o desenvolvimento de critérios para uma revelação bem- sucedida antes da intervenção. Conseqüentemente. sem identificar e nomear imediatamente a criança envolvida. antes que a . No abuso sexual da criança como síndrome de segredo. e a. A CIDA ajuda a rede profissional a lidar primeiro com sua própria crise de revelação e a se concentrar em uma intervenção orientada para o problema e solucionadora de problemas. ou criar uma orientação para as intervenções que requeira ações baseadas em vagas suspeitas de primeira-linha geralmente conduz ao fracasso da intervenção. que tem apenas uma vaga suspeita de primeira o meio necessário de comprovar pensamentos e opiniões. em cada caso específico. garantir o sigilo e proporcionar claros. Na Consulta Interdisciplinar DiagnÓB tica Anônima. o direito ao sigilo e privacidade. Agir a ia orientação de primeira-. de acordo coaj quais o caso específico se tornaria uma suspeita de segunda-linha bem fundam» da. ara neces-3nalizada [vagas sus-Diagnós-orientada rida. qualquer profissional que tenha uma vaga suspeita de prirnr linha de abuso sexual da criança pode esclarecer. Por outro lado. O segredo se torna uma clara realidade através do evento nomeador no domínio da linguagem. nos casos de vagas suai peitas de primeira-linha e revelações parciais. à negação e ao dano secundário na criança. kgilo e à :ra esta-ítemente úmos o =r fatos "jneira-outros CIDA. A CIDA dá ao profissional. Finalmente. podem ser transformados. ao mesmo tempo. nós jamais devemos esquecer que uma vaga suspeita de primeira-linha pode acabar sendo infundada. antes de ser considerada qualquer intervenção. antes da intervenção. o caso é discutido dentro da rede profissional. Portanto. para si próprio e para ouf membros da rede profissional. A segunda função da Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima é ajudar outros profissionais na rede a evitar a confusão entre a crise familiar e a sua própria crise na intervenção inicial da crise da revelação. antes de desencadearmos qualquer revelação completa envolvendo a criança e a família.4. prote-krime (veja O jde primeira-\e as famílias Jo ética de damentada fccdade. A anonimidade pode. Isso também vale para os profissionais que desencadeiam prematuramente uma revelação no primeiro momento de suspeita de abuso sexual. pró-Quão ta de de segredo.Um cuidadoso exame mostrou que em muitos casos de abuso sexual em que os profissionais pensavam que a criança havia induzido a revelação. em um processo complementar quando introduzimod direito profissional às consultas anônimas. a exata natureza e grau de informação factual. Em uma O podem ser discutidas maneiras de substanciar ou desmentir uma suspeita de p ra-linha. Portan-ições parciais tes de desen-imüia. primei-x>m os -. 6. A confusão a respeito de realidade e não-realidade nos profissionais espelha o problema intrínseco de criar a realidade externa no abuso sexual da criança. de requerimentos aparentem mutuamente exclusivos. As perguntas: real é essa realidade"? e "Estou realmente percebendo uma realidade ext possível abuso?" são pertinentes no abuso sexual da criança como síndrool Abuso Sexual da Criança 124 e etapas da aial em que sta havia na ional. 6. necessidade de abertura para e belecer fatos e proteger.2). ela pode servir como um importante instrumento para desenvolver critérios precisos para a intervenção. à negação e Êutica.enta-inha. como conseqüência de terapia antiterapêutica. Na CIDA. O dano secundário para a criança e as famílias onde intervimos falsamente pode ser terrível. igualmente válida mas oposta. para esclarecer si prias idéias.4). precisamos utilizar explicitamente o estado de suspeita e revelações parciais como importantes períodos para preparar e planejar a intervenção. somente o momento em que se nomeiam os fatos do abuso é o momento em que o abuso é criado como fato para a família. o grau de realidade de sua suspeita. necessários no caso para aumentar a chance de uma revelação bem-sucedida. Agir a partir de suspeitas de primeira-linha vagas e infundadas. iparente-1educa-egalmen-eudicial. a CIDA dá às agências legais e de proteção a possibilidade de determinar. e a rede profissional pode combinar critérios específicos. esta havia na verdade começado com específicas ações e reações por parte do profissional.4JJ 8. proteção à criança promotora-de-abuso e prevenção de crime promotora-de-crime (veja O processo interdisciplinar no contexto. e deve levar à obrigação ética de transformar qualquer vaga suspeita de primeira-linha em uma bem fundamentada suspeita de segunda-linha antes de intervirmos (veja Do segredo à privacidade. Nem é tampouco. e quando não conhecemos suas reações. os aspectos terapêutico. Respostas de ação não-terapêu podem ser evitadas se as opiniões orientadas para o problema sobre um caso cífico puderem ser separadas da própria crise dos profissionais. em um encontro de pré-intervenção. de forma anônima. O processo interdisciplinar no contexto.2). Serve apenas para reconhecer que outros profissionais podem entrar r pânico. que de.) As seguintes regras da CIDA devem ser sempre observadas: 1) Durante a CIDA. Tendo preparado o colega.intervenção seja iniciada. (Veja O processo individual no contexto. podemos utilizar a simples e útil estratégia de telefonar a esses profissionais e discutir a suspeita inicial em termos gerais na forma de uma CIDA. se não forem preparados primeiro. em que eles jamais interviriam caso se tratasse de qualquer outra forma de abuso da criança. objetivos e estrutura da intervenção e concluiu ser necessária uma ação legal e de proteção. 1. de maneira caótica e irres- ponsável. eu gostaria de conversar com você. mas que ainda não estou seguro de que minha percepção constitua uma real suspeita de abuso sexual. no primeiro momento em que se suspeita de abuso sexual da criança. será possível atuar de modo complementar em uma Intervenção Terapêutica Primária orientada para o problema (veja Três tipos básicos de intervenção. Uma vez que todas as agências tenham desenvolvido critérios para rejeição e para suspeitas de segunda-linha. que no exato momento em que eles verbalizarem a primeira suspeita de abuso sexual. A crise profissional-família interligada no abuso sexual da criança como síndrome de segredo. para a necessidade de um planejamento e coordenação orientados para o problema na intervenç neste caso particular. freqüentemente com resultados desastrosos. modo geral. Podemos dizer a uma pessoa que trabalha com proteção à criança ou a um policial: "Na verdade. A 125 Tilman Furniss CIDA pode dar aos profissionais estatutários e legais a chance de examinar os exatos detalhes de qualquer suspeita.1 e Responsabilidade. e que tudo ainda está extremamente confuso. eles podeaj facilmente assumir o comando e bloquear qualquer abordagem orientada pa: problema. Isso ajuda os colegas de outras agências a pensar sobre uma Intervenção Terapêutica Primária de uma maneira orientada para o problema. às vezes. evitando que se intervenha prematuramente. dizendo que apenas gostaria de saber o que fazer caso tenha realmente uma clara suspeita. de modo a evitar a terapia antite-rapêutica. 3) O direito à anonimidade. qualquer controle sobre a continuação do processo seja retirado imediatamente. O que você faria se eu tivesse um caso?" e depois descrever. tanto quanto eu.1). antes de iniciar qualquer ação em relação à criança e à família. No abuso físico. 5. sem precisai pensar sobre uma ação imediata (veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. abuso legal e dano psicológico. A CIDA não somente ajuda os médicos. a proteção à criança promotora-de-abuso e a prevenção de crime promotora-de-crime (veja Além da circularidade. legal e de proteção à criança devem estar igualmente representados. desencadeia intervenções por parte das pessoas que trabalham com proteção à criança e por parte da polícia. 5. no nível das suspeitas de primeira-linha. Em sua própria crise profissional. Ela também pode ser extremamente útil para assistentes sociais das agências de proteção à criança. atendentes de creche e outros profissionais que trabalham com crianças a esclarecer suas suspeitas e a articular- se com agências legais e de proteção à criança. 2. professores. A CIDA também é útil para identificar casos de suspeitas de primeira-linha infundadas que precisam ser descartadas. As vezes. Ea continuo. terapeutas. sobrepuja todo o mento relativo à preparação e planejamento racionais. que reflete o direito ao sigilo e à privacidade das crianças e famílias só pode ser respeitado enquanto a suspeita permanecer uma vaga suspeita de primeira-linha. O assistente social e o policial iriam querer saber mais sobre como a criança se machucou e iriam querer confirmar a suspeita de que a criança não se feriu acidentalmente. assim como o i so freqüente para agir imediatamente. 4) O profissional que solicitou a CIDA precisa revelar o nome quando a suspeita se tornar uma suspeita de segunda-linha bem fundamentada e quando a rede profissional. freqüentemente. participação. acusação e poder. e pelas considerações legais de proteção e prevenção de crime e pelos profissionais que representam essa parte linear do abuso sexual da criança (veja O processo interdisciplinar. determinando a categoria dos fatos dos quais eles necessitam para poder intervir. Esse uso da CIDA não é uma maneira cínica ou pouco profissional de lidar coflj colegas. 4. Esse . 6. acertadamente.1). de modo geral. sobre cooperação relativa ao abuso sexual. A CIDA é crucial para ajudar as pessoas que trabalham na área legal e de proteção à criança a desenvolverem claros critérios factuais e racionais para os casos de suspeitas de segunda-linha bem fundamentadas no abuso sexual da criança como síndrome de segredo. em linhas gerais.4. uma estratégia para evitar a revelação do abuso sexual da criança. concordou sobre a forma. Muitos profissionais temem. nenhum assistente social ou policial agiria a partir da informação de uma vaga suspeita de primeira-linha de que a criança quebrou um braço ou está com manchas roxas.2. Quando não conhecemos os colegas de outras agências com os quais precisamos cooperar. culpa. eu mais tarde voltaria e discutiria o caso abertamente.2). eu digo a um profissional de outra agência que acabei de ver uma criança. o cenário de um caso específico. 2) A CIDA requer um respeito absoluto pelas considerações terapêuticas e sigilosas e pelos profissionais que representam esses aspectos. 1. Os profissionais que lidam com crianças devem saber que existem muitas razões pelas quais uma criança pode estar assustada e "motivada a não estar motivada a revelar". 8. Tilman Turn' Y^t» praásass&B. que vem somente de mim e da minha própria cabeça. Isso é crucial para que a criança não se sinta pressionada a dizer algi» coisa que acha que queremos ouvir. nós primeiro temos que dar à criança a permissão explícita para comunicar. não é feita a distinção entre falar com as crianças para lhes dar uma permissão terapêutica explícita para comunicar sobre a experiência de abuso sexual. e nós precisamos ser muito claros quanto aos objetivos específicos de nossa tarefa. "Eu sei que você tem muitas razões para estar assustada demais para revelar". 2. O elemento crucial de introduzir "uma idéia" é a comunicação de i essa idéia é a idéia do profissional. Eu seria muito vago. e apenas introduziria "\ idéia" para comunicar à criança que estou falando sobre algo totalmente fora contexto. eu observaria atentamente a reação da cri talvez repetisse "isso . VtaJax das. Eu diria algo como "Você sabe. era telaqãa às ameaqas. a criança precisa saber que nós conhecemos as razões pelas quais ela pode ser incapaz de revelar. e ainda assim periga ela não falar. e a tarefa distinta. o uso da "Estória da Outra Criança" pode enviar a mensagem "Eu sei que a criança está assustada demais para revelar de uma maneira indireta. para preparar t rede profissional para uma Intervenção Terapêutica Primária orientada para o blema (veja O processo interdisciplinar no contexto. eu não sei bem. E "eu sei que você sabe. que sejam admissíveis no tribunal. é a comunicação estrutural de segredo que pode assumir formas diferentes.4. no sentido de obter informações verdadeiras e objetivas. axvs\ad3. e que não tem na a ver com ela. que eu percebo esse fato'. que não tem absolutamente nada a ver conj criança.2). Eu acabei de me lembrar e 1 ainda está na minha cabeça". (Veja A natureza interacional da motivação.2. 2) Nós precisamos tratar da ansiedade em relação ao segredo. para que nenhuma de nossas idéias sej colocadas na cabeça da criança. todas as consultas diagnosticas interdisciplinares podem-se tornar Consultas Interdisciplinares Diagnosticas Personalizadas (CIDP). para não aumentar a ansiedade criança comunicando que estamos falando sobre o próprio abuso sexual da criai De modo a enfatizar esse aspecto. Em termos práticos.) Dar permissão explícita para comunicar significa. e finalmente. Precisamos distinguir entre a tarefa de avaliar a saúde mental da criança e a necessidade de obter informações.4. (Veja Dando licença explícita para comunicar. conforme Jones e McQuiston (1985) descreveram tão bem. Muitas vezes. 3) Nós precisamos tratar da ansiedade em relação à não-crença.5. por razões legais ou estatutárias. Se uma criança em terapia indica um abuso sexual em processo. da maneira que seria necessária na entrevista normal relativa aos procedimentos legais e de proteção à criança. no nível contextual. 5. No abuso sexual como síndrome de segredo. na medida em que isso não conduza a intervenções inadequadas e prematuras no estágio de vagas suspeitas de primeira-linha.deç.1. eu hoje simplesmente não consigo concentrar. serve como um espaço para respirar. direta e abertamente. por que ela talvez esteja assustada e perturbada. introduzindo.uso da CIDA. mas eu fico me lembrando de algr coisa que uma menina me disse há algum tempo. No abuso sexual da criança como síndrome de segredo não podemos esperar que as crianças revelem o abuso sexual quando são perguntadas. A criança precisa saber que nós sabemos por que ela está preocupada. 2. Muitas vezes.4). quando fazemos perguntas rigorosamente neutras desde o início. 6) Nós precisamos tratar da ansiedade em relação a utilizar uma linguage sexual explícita. precisamos enviar de maneiras variadas e repetidas a mensagem: "Eu sei que você sabe que eu sei". Geralmente. uma linguagem sexual. E comum não conseguirmos nenhuma resposta válida. embora conectada. Permissão terapêutica explícita para revelar Falar com as crianças para avaliar uma revelação coloca os profissionais sob grande pressão. tratar o abuso sexual da criança como síndrome de segredo. e por que a criança pode não confiar em nossa ajuda.) Dar a permissão terapêutica explícita para comunicar significa tratar os sete seguintes aspectos do segredo que impedem a criança de revelar: 1) Nós precisamos introduzir "uma idéia" sobre um segredo. nós precisa mudar do modo interpretativo para o modo investigativo (veja O inconsciente e segredo. É muito estranho. cons temente. 5) Nós precisamos tratar das ansiedades em relação às conseqüências revelação.4. sobre sua experiência. Isso significa levar em conta todas as ansiedades que impedem a criança de revelar. mas clara". 2. A tarefa de falar com a criança no contexto de uma diligência terapêutica e a necessidade de entrevista legal não devem ser confundidas. Entrevistar por razões legais e comunicar terapeuticamente para o tratamento podem assumir formas muito diferentes. de entrevistar as crianças por razões legais e de proteção. Abuso Sexual da Criança 126 Em redes profissionais com estruturas multidisciplinares de cooperação bem estabelecidas. nós próprios. 7) Nós precisamos tratar do próprio abuso sexual. útil e racional. porque que se falasse sobre aquilo que realmente a preocupava eu poderia não a*» nela" (tratando da ansiedade em relação à não-crença). Eu continuaria com a "Estória da Outra Criança". A estória subseqüente se torna uma metáfora que comunica à criança estou a par do abuso sexual como síndrome de segredo e das ansiedades rei das a ele. É o meu balão. mas que ele havia tocado em s". "Eu sei que você sabe que eu sei" é a mensagem indireta. mas de alguma maneira ela estava preocupada. E não contou. E ela não conseguiu me contar mais naquele momento e não conseguiu nem mesmo escutar. e disse que não estava muito segura. sem que a criança revelasse sua própria história de abuso. de acordo com a verdadeira reação da criança àquilo que eu falasse. Ele sobe e depois flutua sobre nós na sala. an 1 uritzoo jfc<qucrYCia3 da ka linguagem ■sexual. o que ela me disse foi que realmente com medo de me contar. mas tanto a criança. fora chail mentirosa e estava realmente apavorada." Em qualquer momento da estória. essa menina quer dizer alguma coisa. eu reagiria dizendo: "sabe. de modo adequado. ^ uoaria coteo nomeo para as partes sexuais masculinas e femininas. o balão pode desa- parecer novamente. mais tarde. Ainda era o meu balão e eu diria algo como "bobagem minha ter pensado nessas coisas". eu deixaria claro. Meu balão carrega a estória de uma outra criança que sofreu abuso sexual. de três anos. precisamos sciente e o consigo me de alguma ibrar e isso riria "uma ite fora do 3 tem nada ção de que ver com a ter alguma leias sejam Eiedade da ■ia criança. repetida e explicitamente.7 não r artes Intimno c entre ao ouan pcim^"" . porque ela que não deveria falar e que aquilo era um segredo" (tratando da ansied relação ao segredo). Na estória. imediatamente. a criança pode olhar para ele e compreender "a estória" como permissão explícita para comunicar seu próprio abuso sexual. Eu reiteraria a ansiedade da Outra Criança dizendo "Sim. Mas. em busca de qualquer sinal de ansiedade crescente. A estória. A "Estória da Outra Criança" é como um balão colorido que eu deixo voar. . então a criança ficou tão assustada que não pôde me contar mais nada. Eu leria me ue queria achava ide em p achava reditar fctada de k estava Be acon- :\t?u. E quando percebo que a criança compreendeu a metáfora. E sabe. eu fiquol confuso e não entendi nada daquilo" (tratando as ansiedades em relação às qüências da revelação). Eu sempre adaptaria a estória sobre A Outra Criança. e então ela disse que falar sobre coisas.1^«!^. ela contou que de fato alguém havia tocado neaj apenas nas suas mãos ou no seu rosto. mas ela não estava muito segura. o julgamento clínico é de suprema importância para determinar até onde ir e como comunicar à criança. Quando contasse a estória. "Mas então ela continuou. será muito diferente de comunicar as mesmas áreas de ansiedade a uma criança pequena. serve para dar à criança a permissão terapêutica e para comunicar sobre sua experiência de abuso sexual. eu observaria todo o tempo a criança. as possíveis ansiedades. Sabe. a qual achava impróprio falar sobre partes íntimas (tratando da ansiedade com relação a falar em termos sexuais explícitos). E sabe quanto tempo levou até que ela me falasse novamente? Três meses. de treze anos. Mas eu falo abertamente sobre balões e estórias e sobre meus próprios problemas. mas também pt mãe e seu pai. não apenas para ela.é simplesmente uma idéia estranha que eu tive" ou "eu pito pensar sobre isso e estou contando a você apenas porque não consigo me cone*3*' neste momento". então. E eu realmente percebi que aquilo era apavorante. "E ela já havia tentado anteriormente contar às pessoas. eu sempre usaria "A Outra Criança" como a terceira pess provavelmente continuaria dizendo algo como "você sabe. para falar sobre abuso sexual de acordo com a situação específica. "E então ela disse que estava mesmo com medo de que alguma coisa acontecesse se ela falasse sobre aquilo. Ao contar "A Estória da Outra Criança". atentamente. que a seguinte é a minha própria estória como profissional. meu problema pessoal como profissional. a outra menina estava realmente com muito medo de falar sobre aquelas coisas"." Quando a criança ficasse muito assustada. h criança e reu preciso [concentrar p a estória f se torna. porque alguma coisa terrível poderia lhi tecer" (tratando da ansiedade em relação às ameaças).r-i^y&u otcagio ou porcjuntaria a criança oot>rc oo . "Contar a estória" a uma criança mais velha. enquanto eu crio este balão. como eu podemos olhar para ele. ou quando ela fica com muito medo. "Mas então. A estória seguinte se explicitamente. que eu belaciona- explícita ssoa. eu deixaria a estória permanecer na sala como uma mensagem e uma metáfora para a criança.oo Sexual dei Errível ira sua i muito i conse- I. E eu falo sobre isso por minhas próprias razões. Eu espelharia a resposta da criança à "Estória da Outra Criança" na própria estória da "Outra Criança. E ela realmente não quis falar. Portanto. de forma a estabelecer os fatos objetivos do abuso e o abuso como um fato. conseqüentemente. ou como manipulando a criança e colocanc coisas em sua cabeça.3). Precisamos saber se essa negação ainda se deve às ansiedade e medos que tornam a criança motivada a não revelar. qi aquilo havia acontecido. E sabe quanto tempo levou até ela contar? Ela levou seã semanas para me falar sobre aquilo. eu continuaria fazendo o que estávamos fazendo antes. conseqüentemente não significa que o abuso sexual não aconteceu. ou como manipulando a criança e colocanéa coisas em sua cabeça. Depois.* podemos pressionar a criança enviando-lhe a mensagem de que agora espeaj que ela revele. erroneamente. E então ela falou que dissera "não" no cornefj porque havia pensado: será que ela podia confiar em mim? E você sabe. Se realizado! forma descrita. eu abandono o assunto e passo para outros tópicos. o que de outra . que aquilo havia acontecido. eu acho qu ela estava certa. sem qualquer pergunta ou sugestão orientadora de nossa parte. sobre aquilo que ela acabou de me contar. 9. sim. j Eu tenho plena consciência de que o uso da metáfora ao "Contar a Estória da Outra Criança" fatalmente será compreendido. eu abandono o assunto e passo para outros tópicos. Nesse exato momento nós precisamos mudar e permitir que a criança conte sua própria estória. Quando as crianças ainda estão assustadas demais para revelar. No conteal do abuso sexual como síndrome de segredo. quando acabasse de "Contar a Estória". nem condutor. "Dar permissão terapêutica explícita para revelar"é algo diferente da entreri legal. eu lhe diria que provavelmente teremos de pensar. "Não". Algumas crianças nesse momento desatam a chorar e começam a revelar. por muitos leite como obstruindo o curso da justiça. ela disse não. quando acabasse de "Contar Estória". No contexti do abuso sexual como síndrome de segredo. Contar a estória não faz nenhuma dessas coisas. é tudo coisa da minha cabeça. A permissão para comunicar. erroneamente. Quando continuamos a ter fortes suspeitas clínicas de abuso 128 Tilman Furniss sexual. Muitas vezes. 9. provavelmente. com suas próprias palavras. "Não". sim. Quando a criança começa a revelar é de suprema importância mudar imediatamente de um modo metafórico de contar a estória para um modo factual e orientado para a realidade de entrevistar legalmente a criança." Se a criança ainda não revela. Depois de seu "não" eu diria "isso é exatamente o que a outra crianç disse. no domínio da saúde meai não segue e não deve seguir padrões legais de entrevista neutra.--a entrevista legal. pois de outra forma não poderemos ajudá-la. eu acho que ela estava certa. psicológicas específicas no abuso sexual da criança como síndrome de segaj Conseqüentemente. o que de outra forma ela talvez jamais ouse fazer (veffj processo de entrosamento entre a permissão terapêutica explícita para comur. mas será que algo assim não aconteceu com você?". não significa que o abuso sexual não aconteceu. mas que a criança está assustada demais para revelar. mas que a criança está assustac demais para revelar. o final da Estória é muito importante. ela disse não. Ao contrário : acontece numa entrevista legal. Como saberia que podia confiar em mim? Por isso ela disse 'não'. Precisamos dar à criança o tempo e o espaço para absorver a metáfora c Tilman Furni: sexual. junto com outras pessoas. por muitos leitore como obstruindo o curso da justiça.1). e eu prosseguiria para preparar uma entrevista de revelação completa (veja Organizando a entrevista de revelação. "bem. as crianças não revelam nada nesse estágio. Nós também predal manter sempre uma mente aberta com relação ao abuso sexual ter acontedál não. Eu comunicaria isso à criança. Precisamos saber se essa negação ainda se deve às ansiedades e medos que tornam a criança motivada a não revelar. a criança manifesta claros sinais de crescente ansiedade. E sabe quanto tempo levou até ela contar? Ela levou sei semanas para me falar sobre aquilo. não é sugestivo. não devemos aceitar o "não" como resposta. E utilizar uma metáfora do profiaB nal como permissão para a criança revelar. isso dá à criança a permissão explíci: para revelar o abuso. Como saberia que podia confiar em mim? Por isso ela disse 'não'."Eu não sei porque me lembrei disso.' Se a criança ainda não revela. não podemos aceitar o "não" da criança como uma resposta de que o abusç sexual não aconteceu. "Dar permissão terapêutica explícita para comunicar" trata das dificu. Depois que a criança revelou. não podemos aceitar o "não" da criança como uma resposta de que o abus sexual não aconteceu. Algumas vezes. isso dá à criança a permissão explíaj para revelar o abuso. E então ela falou que dissera "não" no come porque havia pensado: será que ela podia confiar em mim? E você sabe. Eu tenho plena consciência de que o uso da metáfora ao "Contar a Estória Outra Criança" fatalmente será compreendido. Depois de seu "não" eu diria "isso é exatamente o que a outra criaidj disse. Eu então diria. Eu comunicaria isso à criança. elas às vezes apenas escutam e deixam por isso mesmo. é realmente muito estranho". E sabe o que aconteceu então? Mais tarde ela disse sim. Contar a estória não faz nenhuma dessas coisas. E sabe o que aconteceu então? Mais tarde ela disse sim. porque conhecemos a situação de querer revelar e. r a Estória da los leitores. ao "Contar a Estória". Ela havia sido questionada diretamente por outras pessoas e contou-me que ficara assustada demais para revelar. uma menina de dezoito anos telefonou-me depois de dezoito meses com um pedido urgente para falar comigo. assustada "Contar a útra criança n. e ela encontrara meu novo endereço. io do que jsta. e que está assustada demais para revelar. as seguintes mensage 1) Se a criança sofreu abuso sexual. que levou seis ' no começo 1 eu acho que sse 'não'. que variaram da imediata revelação de uma menina de quatorze anos de idade à negação que ainda perdura. que não tivera coragem para revelar à enfermeira da escola e à assistente social educacional que a haviam questionado muitas vezes. Toda a rede profissional ficara preocupada. não devemos aceitar o "não" como resposta. 2) Queremos que a criança saiba que sabemos das ansiedades e ameaçaá a impedem de revelar. Ela havia sido encaminhada à Clínica de Orientação da Criança e não tivera coragem também para revelar. e com os medos de não ser acreditada. 4) Queremos que a criança saiba que sabemos que talvez ela não coni nós. à enfermeira da escola e à assistente social educacional. protegida e ajudada de uma maneira que a faça sentir-se segura. Ela veio . sim. Nós também precisa manter sempre uma mente aberta com relação ao abuso sexual ter acontecido! não. por muito tempo. no domínio da saúde ment não segue e não deve seguir padrões legais de entrevista neutra. Em um dos casos. Precisamos dar à criança o tempo e o espaço para absorver a metáfora uma permissão para comunicar e fazer declarações em seu próprio tempo. Se realizado forma descrita. e podemos pressionar a criança enviando-lhe a mensagem de que agora espera que ela revele. havia atravessado Londres sozinha. como a Pessoa de Confiança que lhe havia dado a "permissão terapêutica explícita para comunicar" original. 5) Queremos enviar à criança a mensagem de que sabemos que ta. com um possível abuso sexual. enviando-lhe a mensagem de que não esqueceremos que o abuso sexual pode ainda estar acontecendo. 3) Queremos que a criança saiba que podemos falar abertamente sobre tos sexuais e em linguagem sexual direta. r-e sofreu Egens: tmos que :?. mas onde nenhum profissional foi capaz de conseguir evidências suficientemente fortes para intervir. não transmite .forma ela talvez jamais ouse fazer (veja processo de entrosamento entre a permissão terapêutica explícita para comunicar i a entrevista legal. "Dar permissão terapêutica explícita para comunicar" trata das dificuldad" psicológicas específicas no abuso sexual da criança como síndrome de segr Conseqüentemente. A permissão para comunicar. Ao contrário do acontece numa entrevista legal. Em uma reunião sobre o caso. pois de outra forma não poderemos ajudá-la. e um tempo para ela se acostumar com a idéia de revelar o segredo do4 e que talvez leve um tempo para lidar com todas as ansiedades dai tan Furniss Abuso Sexual da Criança 129 que o abuso I ansiedades . o final da Estória é muito importante. anfie em idem ser rez leve abuso. e que suas razões para não confiar em nós imediatamente pc muito boas. dezoito meses mais tarde." í tópicos. não rejeita. queremos que saiba que nós sabemc o abuso sexual pode ter ocorrido ou talvez ainda esteja ocorrendo. conseguira telefonar. "Dar permissão terapêutica explícita para revelar" é algo diferente da entrevis legal. le colocando iNo contexto I explícita (veja O crnunicar e le mental. Então ela veio a mim. não é sugestivo. 9. Algumas vezes. adolescentes revelaram muitos meses mais tarde.1). dezoito meses antes da revelação da menina. Devi utilizar esse espaço de tempo para preparar a rede para uma possível revelaçã Quando contamos a "Estória da Outra Criança". não nega e não pune. enviamos à criança que s abuso sexual. Eu tive reações. A menina precisara de mais de um ano para reunir coragem e trabalhar sua ansiedade antes de poder revelar. A polícia sentia-se incapaz de intervir e a criança fora encaminhada ao clínico geral e ao psiquiatra infantil local. ao mesmo tempo. 7) Finalmente. Gizado da ■ profissio- i entrevista Lf. e não operamos •recisamos :ecido ou bra como Devemos slação. ficara decidido que tentaríamos chegar a suspeitas de segunda-linha bem fundamentadas. 6) Ao Contar a Estória nós comunicamos à criança que não aceitamos "não" como resposta.lentemente. embora tivesse sido considerada subnormal intelectualmente. Eu havia me mudado para outra clínica. queremos dar à criança a permissão para revelar um possível abuso sexual no seu próprio tempo.ças que assun-pânico. E utilizar uma metáfora do profissii nal como permissão para a criança revelar. e continuou falando a mim.culdades ie segredo. que aceita. nem condutor. Ela contou-me que tinha medo dos homens. estar assustada demais com as conseqüências da revelação. revelação. que haviam todos tentado conectar-se com ela. Então ela revelou uma história de vários anos de abuso sexual. em casos nos quais eu penso ter ocorrido abuso sexual. um homem. em alguns casos.) Mesmo que uma criança que tenha sofrido abuso jamais revele. portanto. pode. integrando a resposta da criança à estória que está sendo contada. Pode ser a primeira vez na vida da criança que alguém tenha falado sobre abuso sexual. de que a criança não sofrera abuso sexual. sem colocá-la como a realidade da criança. Ela é uma metáfora. prejudicial para a criança. a "Estória da Outra Criança" ainda pode ter um grande efeito terapêutico. A "estória da outra criança" individualizada pode. sob o disfarce da fantasia. È muito a questão "mi levar os da criança. dar à criança que sofreu abuso sexual o espaço psicológico que serve cot uma permissão explícita para descrever. podendo também levar os profissionais ao conflito com colegas da área legal. ka presença . da mes maneira. de modo encoberto. A estória "da outra criança" e outros materiais como metáfora e comunicação indireta sob«j sexual suspeitado Figura 8. Contar a Estória. 8. em termos gerais. 2) Seja capaz de usar "a estória" como metáfora. ou tornar-se-á uma questão confusa. Além disso. com os pais e a família da criança. quando tratamos de todas as áreas de ansiedade que podem impedir a criança de revelar. no devido tempo. no processo de contar a estória. Contar a Estória requer que o profissional: 1) Seja capaz de manter uma mente verdadeiramente aberta sobre a presença ou ausência de abuso sexual. e. (Veja O uso da "pessoa de confiança". tratará o possível abuso sexual como fato e como uma experiência real da criança. a respeito do abuso. É muito importante que ela mantenha seu valor metafórico. sem confundi-la com a realidade 3) Seja capaz de avaliar imediatamente. Dando permissão para revelar.e fez um relato completo e válido. uma vez que a criança revele sua própria estória dm abuso sexual. é muito útil no contexto das suspeitas em escolas e creches (veja O de filmes de prevenção na suspeita e na revelação. muitas vezes. na medida em que o profissional continua com sua própria estória que vem de sua própria cabeça. provavelmente. Isso pode torná-la capaz de lidar. com suas ansiedades e com os traumas do abuso. ser s tituída pelo uso de filmes de prevenção ou outros materiais de prevenção. Furniss . "a estória" não traz nenhuma conseqüência. as reações da criança a essa estória e de reagir. a estória pode ser uma importante contribuição terapêutica para clarificar a confusão emocional e cognitiva que existe na cabeça da criança a respeito do abuso. A estória.12). Portanto.6. em termos legais e terapêuticos. "A Estória". 8. 5) Seja capaz de mudar de um nível metafórico para um modo neutro dq entrevista factual legal. na hora. nós comunicamos nosso conhecimento a respeito da dificuldade de revelar. acreditando e verbalizando a possibilidade de que o abuso sexual tenha acontecido. a realid secreta do abuso sexual. 130 Tilman Furniss é uma comunicação sobre um abuso sexual real. 4) Seja capaz de comunicar-se com a criança no nível verbal e não-verbal adequado à sua idade e desenvolvimento. Pedir à criança que dese ou conte uma estória sobre "O pior de todos os meus pesadelos". talvez pela primeira vez na vida da criança. levou à importante conclusão e ao claro julgamento clínico. Se não ocorreu nenhum abuso sexual.3. O papel da Pessoa de Confiança no processo da revelação não pode ■ i timado.6. e sobre o tempo que precisamos e a coragem que temos de reunir para revelá-los a uma outra pessoa. E muito importante compreender que. o profissional mais importante para a criança em todo o processo da revelação. do comportamento. A criança não deve ser encaminhada a um assistente social. Nos casos de vagas suspeitas de primeira-linha é a Pessoa de Confiança quem precisa de uma Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima. A Pessoa de Confiança também deve participar da entrevista de encaminham se após uma . pode evitar o aumento da ansiedade que costuma conduzir à compreensível mentira e negação. como especialistas no abuso. assistente social ou policial como "especialistas" em abuso sexual da criança. Uma vez iniciada a intervenção.4). podemos imaginar os efeitos devastadores que um encaminhamento a um estranho pode ter em uma criança que acabou de revelar parcialmente para uma Pessoa de Confiança. são selecionados e escolhidos especificamente. A Pessoa de Confiança precisa conectar-se com a especialista em abuso sexual. Ambas as funções são complementa. se sentem suficientemente seguras para começar a comunicar a realidade secreta do abuso sexual. As "Pessoas de Confiança" são os profissionais em cuja presença. Isso. a presença da Pessoa de Confiança. 184 Tilman A Pessoa de Confiança é muitas vezes uma importante figura de ap "mundo do meio". a Pessoa de Confiança. a Pessoa de Confiança precisa ser ajudada pelos "especialistas" e pela rede profissional a encontrar maneiras de comprovar uma suspeita de primeira-linha. até que uma vaga suspeita de primeira-linha se torne suficientemente bem fundamentada para merecer uma intervenção. durante semanas ou meses. que consideramos negativos. das palavras ou da situação que lhe provocou a suspeita. da composição. ou terapeutas. proporciona suporte emocional e dá à criança a licença explícita para revelar o abuso. quando as crianças são encaminhadas à entrevistas de revelação com pessoas que jamais viram antes e das quais ficam com medo. Em vez disso. como uma figura de apego.. 8. A presença da Pessoa de Confiança é vital para o processo da revelação.[ realidade. Ao lembrar a criança dessas situações. A Pessoa de Confiança que teve a primeira suspeita de abuso sexual é. essa senhora é a pessoa mais importante para a criança durante tod» de revelação. dos ambientes médicos e Pessoa de Confiança pode ser a senhora que serve o almoço na e~" caso. entre o lar que está perto demais e o mundo externo eido no qual a criança não ousa confiar. A Pessoa de Confiança não precisa conduzir a entrevista de revelação. os profissionais aos quais a criança faz uma revelação parcial. stória. podem realizar a entrevista de revelação completa. oferece a continuidade emocional e cognitiva. do clube de jovens ou do grupo da igreja. na qual os outros profissionais. O uso da "pessoa de confiança" Os ambientes e situações em que as crianças que sofreram abuso sexual manifestam um comportamento perturbado e sexualizado. do professor ou do terapeuta. Esse papel deve ser claramente distinguido do papel de todos os profissionais que assumem tarefas específicas durante o processo de revelaçl vãmente. ou faz uma revelação parcial consciente e intencional é a "Pessoa de Confiança" especificamente escolhida. as i a resposta 30-verbal Ineutro de i estória de ser subs-"30. A pessoa em cuja presença a criança manifesta esses sintomas inconscientemente. Usar a Pessoa de Confiança como profissional-chave no processo da revelação pode significar que teremos que consultar colegas em creches ou escolas. como especialista na criança. conseqüentemente. Geralmente é alguém da escola. ou em cuja presença a criança manifesta um comportamento perturbado ou sexualizado. no abuso sexual da criança como síndrome de segredo. em que a Pessoa de Confiança e cialista nessa criança particular e os outros profissionais são especialistas em al sexual e em realizar entrevistas de revelação. A Pessoa de Confiança é a especialista para esta criança. de modo a criar uma suspeita de segunda-linha bem fundamentada como uma pré-condição para a intervenção (veja CIDA. como uma figura de vínculo especial e importante. A Pessoa de Confiança.No entanto. deve acontecer a entrevista de revelação completa na presença da Pessoa de Confiança. reja O uso desenhe mesma re como ealidade Abuso Sexual da Criança 131 I abuso 8. é uma questão de diferenciação. Se pensarmos sobre segredos mínimos em nossas vidas. A Pessoa de Confiança também pode lembrar a criança dos desenhos. as crianças que sofreram abuso sexual. Seria um grande erro se uma atendente de creche ou um professor enviasse a criança a algum médico. policial ou qualquer outro especialista que então a entreviste sem a presença da atendente da creche. ou nos quais fazem revelações parciais. Nem o profissional específico é permutável. que conduzem os profissionais à suspeita de abuso sexual não são escolhidos ao acaso. que conduzirão ao fracasso certo da intervenção e à negação do abuso. 4.7. nesses casos. Por outro lado. em famílias reconstruídas e em famílias de separação e divórcio A experiência clínica mostra que as crianças que fazem alegações de abuso sexual na família geralmente não mentem. quem irá confrontar o suposto abusador. A . durante o encontro de pré-intervenção. com uma longa história de cuidado institucional. e mesmo que não tenham sofrido abuso sexual nesse ambiente. 5. Modificando a cooperação interdisciplinar e institucional. foram abusados sexualmente antes. como um encontro interdisciplinar terior à verdadeira intervenção envolvendo a criança e a família. da creche.) A tarefa mais importante do encontro de pré-intervenção refere-se ao próprio processo interdisciplinar. 5. 9. todos esses três grupos são grupos de alto risco para o abuso sexual. 4. para que não se transforme em uma Intervenção Punitiva Primária ou em uma Intervenção Primária Protetora da Criança. (2) de adolescentes em famílias recentemente reconstruídas e (3) de crianças em famílias com separação e divórcio. nós descobrimos cada vez mais freqüentemente que muitas crianças nesses lares sofreram anteriormente abuso sexual. chegar a resoluções de conflito-por-procuração dentro da rede profissional. há três grupos de crianças nos quais precisamos ter cuidado quando avaliamos alegações de abuso sexual.2. Como a mãe será envolvida e que qu estatutárias precisam ser manejadas? Deve ser estabelecida uma maneira rápida obter feedback e é importante designar uma pessoa-chave ou um monitor para denar os estágios iniciais da intervenção na crise da revelação. O encontro de pré-intervenção precisa decidir a estrutura básica da interve e as etapas necessárias envolvidas (veja A família e a rede profissional. diferentemente do que acontece na CIDA.1.8. que é orientada para a coleta informações. O encontro de pré-intervenção precisa esclarecer os sete seguintes pontos tro da rede profissional: 1) Quem falará com a criança sobre os fatos do abuso e sobre os po acontecimentos posteriores? 2) Que papel terá a mãe durante a revelação? 3) Para onde irá a criança se precisar ser removida? 4) Quais são as conseqüências práticas da negação? 5) Quem falará com o abusador e os pais e onde? 6) Que diferentes papéis e funções terão a polícia. 5. O diagnóstico. mas falam a verdade.) 8.1). Conflitos institucionais estruturais entre diferentes agências. as agências legais serviços de proteção à criança nesse caso particular. diferentes profissionais e agências reagirão com respos- tas de ação não-terapêuticas. No entanto. ajuda a evitar crise posterior na rede profissional.3. A tomada de decisões nesse encontro é orientada pa ação. Deve- se chegar a resoluções de conflito-por-procuração como uma pré-condição para qualquer Intervenção Terapêutica Primária subseqüente. pode então colocar problemas e dificuldades especiais. No-é a espe-em abuso ementares. precisam ser tratadas com cuidado. sável por iça e onde questões rápida de •para coor+ r-ntos den- possiveis gais e os xiperarão 7) Quem irá controlar a intervenção global e como uma Intervenção Terapêutica Primária pode ser protegida. as alegações dessas crianças devem ser julgadas com cautela. (Veja Influência e entrosamento mútuos do processo profissional-família. Capítulo Todos devem chegar a um acordo com relação a que profissional é responsável qual ação. e como eles coope em qualquer estágio da revelação? um Furniss Abuso Sexual da Criança 132 apego no lo desconhe-i.2. percebem que a acusação de abuso sexual contra um membro da equipe residencial irá chamar muito a atenção.revelação completa a subseqüente intervenção implicar no encanv mento da criança e no afastamento da Pessoa de Confiança de seu papel ce durante a revelação (veja A entrevista de encaminhamento. Itarefas dos ida para a coleta de iplinar an-evitar uma :tervenção apítulo 4). O processo interdisciplinar no contexto. Se é impossível. por uma outra pessoa. O encontro de pré-intervenção da rede profissi deve incluir todas as agências que possam vir a se envolver durante a interve-A tarefa desse encontro é planejar a intervenção e coordenar as diferentes tarefas diferentes profissionais. especialmente quando a criança não volta para casa? (Veja Três tipos básicos de intervenção. Por outro lado. lamento. Essas crianças são .14). fencaminha-■el central primeira-revelação jrofissional [itervenção. Alegações de crianças em lares de crianças. Se é esse o io processo 1 ser subes-os outros elação. O encontro de pré-intervenção O encontro de pré-intervenção deve ocorrer quando uma vaga suspeita de prim linha foi substanciada em uma suspeita de segunda-linha e quando uma revel completa precisa ser considerada. muitas vezes. o que acontecerá à criança e ela ficará se não puder voltar para casa. conflitos-por-procuração entre profissionais e conflitos-por- procuração institucionalizados precisam ser tratados abertamente (veja O processo interdisciplinar. O encontro de pré-intervenção. 1) Adolescentes privados emocionalmente. ípêuticos. As alegações (1) de crianças mais velhas em lares de crianças. 8. Conseqüente- mente. O processo interdisciplinar no contexto. de abuso sexual em processo. Essas situações precisam ser cuidadosamente avaliadas. 2.3. Suspeita de abuso sexual da criança durante aconselhamento e terapia individuais A suspeita de abuso sexual da criança surge. O terapeuta precisa cooperar com agências tutárias de modo a proteger não apenas a terapia em processo. Aco lhamento e terapia individual.1.(Veja Abuso sexual da criança co síndrome de segredo. O conluio do terapeuta com o sistema de segredo no abuso sexual da criança redefine completamente a situação. se torna uma interação em que a criança tenta revelar a realidade externa e uma situação de vida traumática. juntamente com o objetivo de lidar com a segurança e proteção da criança. Elas podem não gostar do novo parceiro da mãe e sentir-se des- locadas por ele. 5. 2. Uma resposta não-protetora por parte do terapeuta não significa apenas que a terapia deixou de existir. O inconsciente e o segredo. às sessões de avaliação. facilmente tornam-se parte do sistema de segredo do abuso sexual da criança. 1979). Novamente. nós enfrentamos um dilema ? alegações possivelmente falsas de crianças que também fazem parte de uai grupo de risco. correm um risco maior de sofrerem abuso sexual novamente. Mudar de um modo interpretativo para um modo investigativo requer que o terapeuta esteja consciente de outras possíveis comunicações secretas da criança a respeito de abuso sexual.11. 1. externamente existente. como conseqüência de comportamento sexualizado ou de vítima. do que as crianças que vivem com seus pm verdadeiros (Finkelhor.1. muitas vezes.2. 7. para apoiar os procedimentos que trazem a mãe e o pai.) 2) Uma revelação completa durante uma terapia individual em processo quer uma mudança de sistema referencial por parte do terapeuta. como casal parental. Pode ser necessário o envolvimento estatutário. 8. as acusações maternas também podem ser verdadeiras. (Veja Três tipos básicos de intervenção.3. rejeitando a criança. A suspeita afeta a terapia e o aconselhamento de du maneiras: 1) O terapeuta ou aconselhador precisa estar consciente de que a criança p tentar dar informações secretas para testar se o aconselhador ou terape é capaz de responder. 1. a organizag terapêutica de trabalho precisa ser ampliada. E o abuso sexual da criança também acontece sob cuidado institucional. Por outro lado. Mesmo se a comunicação é inconsciente. nós sabemos que as crianças em famílias reconsij fruídas correm um risco entre duas a cinco vezes maior de serem abusadaBj sexualmente pelos padrastos. Terapia familiar e abordagem familiar. 3.4. e pode querer a separação do pai ou a impossibii lidade de acesso para evitar novos abusos sexuais da criança. primeiro em sua própria mente e mais tarde em comuni ções explícitas dirigidas à criança.4. Nós vemal um crescente número de casos em que a alegação de abuso sexual é utM zada pelas mães para obter o cuidado e controle sobre as crianças. mas bém a criança de novos abusos. e essas alegações devem ser tratadas com 133 Tilman Furniss cautela. da terapia individual uma abordagem familiar. O processo familiar. durante a terapia aconselhamento individuais. A continuada terapia de segredo se torna uma terapia antiterapêutica. Considerando a proteção da criança e a naí reza do abuso sexual da criança como síndrome de segredo. o terapeuta aconselhador precisa mudar de um modo interpretativo para um m investigativo. 3) As crianças em famílias de separação e divórcio são o terceiro grupo esi que a alegação de abuso sexual pode nos colocar um dilema.1.) Abuso Sexual da Criança Os terapeutas individuais que continuam a tratar crianças que sofreram abuso sexual sem considerar questões de proteção.4. 2) As adolescentes.) 8. ou para privar o pai do acesso aos filhos nas famílias separadas. Por outro lado. 2. (Veja Suspeita de abuso sexual após visita de acesso ao pai. A er~ gência de um crime que possivelmente está acontecendo anula o con terapêutico original de sigilo. e sempre temos q envolver ambos os pais diretamente. O terapeuta deve reunir informações factuais que possam confirmar ou . que pode aumentar a perturbação da criança e pode acrescentar um trauma psicológico secundário. A mãe pode ser veaj dadeiramente protetora. Nós também compreendemos cada vez mais que as crianças que já foram abusadas sexualmente. nas famílias recentemente reconstruídas. na medida em que as alegações de abuso sexual não sejam descartadas ou confirmadas. Isso seria muito inadequado e tão prejudicial quanto qualquer outra revelação prematura baseada em uma frágil suspeita de primeira-linha. quando o terapeuta não ajuda a criança a revelar o abuso e quando não permite e ajuda a criança a nomear os fatos do abuso e a estabelecer o abuso como fato e realidade externos. e de tomar a questão do abuso sexual em um nív de realidade. A acusação de abuso sexual pode ajudá-las a se livrarem rapidamente do recém-chegado.2.9.muitas vezes colocadas sob cuidado institucional como resultado das conseqüências de um abuso sexual claro ou não-diagnosticado. O que começou como um processo terapêutico visando uma mudança psicológica. (Veja Rejeitando a experiência. são o segundo grupo de crianças que podem fazer alegações de abuso sexual por outros motivos.) A mudança de um modo interpretativo para um modo investigativo não significa que o terapeuta inicia imediatamente um processo de revelação. O processo individual no contexto. 6. Suspeita de primeira-linha. 134 Tilman Furniss Quando as crianças revelam informações que indicam abuso sexual. acusação e poder. assim como aspectos lineares no domínio legal e estatutário. (Veja Da loucura à maldade. não irão revelar o abuso sexual em sessões familiares.3. de uma maneira ansiosa e assustada.2. de abuso sexual em processo. que contém aspectos circulares e relacio-. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo para a criança. 8. pode induzir na criança a crise da revelação.4. desenhos ou o brinquedo sexual explícito precisam ser cuidadosamente registrados. às vezes. A consulta externa é vital para os aconselhadores e terapeutas individuais. Capítulo 1. Os terapeutas familiares. 8. Conseqüentemente. e a uma revelação completa. suspeitai de segunda-linha e revelação parcial. portanto. 6. e freqüentemente muito sutis. inevitavelmente.3. 8. os terapeutas não devem começar logo a falar abertamente sobre abuso sexual. desde a primeira suspeita até a revelação completa pode. culpa. é muito útil sugerir que a criança desenhe ou escreva o(s) pior(es) pesadelo^) que ela já teve.) O terapeuta de família precisa encontrar uma situação em que possa falar sozinho com a criança.1.1). podem não estar seguros de que aquilo que vêem é realmente um indicador de possível abuso sexual. em outras fontes. tais como escolas ou creches.crise dos profissionais e crise familiar. como uma expressão da dependência estrutural das crianças. para uma abordagem familiar. 8. como outros profissionais. não significa que o terapeuta deve introduzir imediatamente o tópico de abuso sexual. trazer à sessão seu abuso sexual. Comunicações verbais. embora ele possa vir de maneiras muito escondidas e secretas. provavelmente. As crianças que sofreram abuso sexual freqüentemente utilizam o "espaço da fantasia" dado a elas para comunicar sobre sua experiência real de abuso sexual da criança.4. As crianças. 2. que é uma pré-condição paraj uma maior intervenção. eles devem envolver outros profissionais.8. lew muitas semanas e inclusive meses. . Etapas da intervenção na crise da revelação. No entanto. O processo individual.6). A CIDA deve ajudar o terapeuta a estruturar seu pensamento e a determinar aquilo que ele e os profissionais de outras agências precisam saber. Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima. As crianças que sofreram abuso sexual e que começam a confiar nos terapeutas irão. que deve ajudar o terapeuta a avaliar se aquilo que ele está percebendo é de fato um material que indica o abuso sexual da criança como realidade externa. como em qualquer outro contexto (veja Etapas da intervenção na crise da revelação. 8.refutar a vaga suspeita de primeira-linha. tenho muita dificuldade para avaliar se aquilo que percebi eram de fato indicadores de realidade externa de abuso sexual em processo ou simplesmente indicadores de eventos psicológicos internos. que possa se envolver para ajudar a criança a revelar. (Veja Responsabilidade. Terapia familiar e abordagem familiar. A Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima (CIDA) articula o processo interdisciplinar e a terapia. suspeita de segunda-linha e revelação parcial.) A necessidade de fazer perguntas e não interpretar. Na terapia individual. nós não precisamos nos preocupar com que a criança não traga material que possamos tomar como pistas. ou em que possa usar um outro profissional que tenha um contato um-a-um regular e natural com a criança. estruturalmente dependentes de seus pais. para trabalhar em um modo linear que visa estabelecer os fatos da realidade externa. Nem ele deve tornar-se insensível e deixar de perceber as indicações que a criança oferece. e não se deve tentar revelar o abuso sexual em sessões familiares conjuntas.10. 6. 8. O processo. 8. Suspeita de primeira-linha. de modo a descobrir aquilo que precisam procurar. às vezes. 1. conduzirá à imediata negação. Eles precisam estar conscientes de que fazer perguntas claras sobre abuso sexual. como terapeuta e como participante na interação de transferência-contra-transferência da terapia individual. nais do processo familiar. Eles podem precisar consultar alguém. participação.) Quando os terapeutas familiares suspeitam que por trás de um problema) familiar pode existir abuso sexual. como Pessoa de Confiança. Tentar confrontar e revelar o abus» sexual pela primeira vez no contexto de uma sessão familiar conjunta. Eu próprio. Suspeita de abuso sexual durante sessões familiares Se os acontecimentos na terapia familiar conduzem à suspeita de abuso sexual. de uma abordagem de terapia familiar. (Veja Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima.2). que trata apenas dos aspectos interacionais dos relacionamento» familiares. os aconselhadores e terapeutas individuais precisam ser capazes de reconhecer e de responder ao sinais ocultos. Esse material deve ser apresentado em uma Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima. resultante de uma] falta de maturação biológica linear.2. Uma Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima pode ser o primeiro passei para chegar a uma firme suspeita de segunda-linha.1. se outra» pessoas tiveram suspeitas semelhantes e se a criança já tem um relacionamento corai algum determinado profissional que seria a Pessoa de Confiança (veja O uso dal "pessoa de confiança". os terapeutas familiares precisam mudar seu modo de trabalhar. crise essa desenca- deada pela própria crise do profissional de ter que lidar com o abuso sexual da criança (veja A crise da revelação . e a revelação deve ser preparada cuidadosamente. Capítula 2. de modo a chegar a uma suspeita de segunda-linha bem fundamentada com o encontro de pré-intervenção.) Os terapeutas familiares precisam ampliar a abordagem. 8. Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. Eles devem tentar descobrir.2. deixando de lado os aspectos interpessoais de relacionamentos familiares em modificação. reassegurando constantemente e enviando mensagens normalizadoras aos diferentes membros da família. Nós também podemos utilizar um sintoma específico da adolescente mais velha ou da jovem adulta para dizer que estamos surpresos ao ver novamente esse sintoma. quando as ansiedades e defesas aumentam no processo. de um modo sutil e hipotético "de e se" para o modo da realidade. O principal critério para a família aceitar essa revelação é o grau de normalidade e senso prático que sou capaz de introduzir. levar idadosamen-i :::se da revela- . sexual em .4. começando a falar abertamente sobre abuso sexual. dizendo coisas como "vocês são exatamente como a outra família que acabei de atender". Em raras ocasiões. e com adolescentes mais velhas ou jovens adultas que são capazes de defender-se sozinhas. Eu perguntaria à mãe. o qual eu transformaria. Sem qualquer explicação ou qualquer outra metacomunicação sobre se o abuso aconteceu ou não. Eles outras n com i5o da kiros I Eles procu-i passo E rara k 8. acu- roblema b. Eu primeiro faria comentários tais como "vocês me lembram essa outra família". (veja O processo interdisciplinar no contexto. Se a terapias continua.10. Um deles é conduzir uma discussão muito geral sobre abuso sexual para um ponto em que eu discutiria o que aconteceria se tivesse ocorrido abuso sexual nessa família.2). eu simplesmente falaria sobre ele como se fosse um fato. "que é quem mais sofre na família". resulta em uma pressão ainda maior sobre a criança para que mantenha ixual. oo torapcu al. tera- peutas experientes podem tentar revelar o abuso sexual no contexto de sessões familiares conjuntas. mas que simplifiquemos a virada do modo hipotético para o modo factual. mas fazer perguntas sobre fatos específicos do abuso. noticiários da televisão ou outros acontecimentos para induzir o tópico de abuso sexual aparentemente não-relacionado. Ela induz a revelação através de um movimento totalmente inesperado de normalizar a situação mais excepcional. os de lado os ra trabalhar í As crianças. "O drama máximo da normalidade" O outro extremo de utilizar o mesmo princípio de normalizar seria criar um "drama máximo de normalidade". eu dou uma virada. eu utilizei dois métodos opostos. nós perguntamos à família não se o abuso sexual aconteceu. sem anunciá-la ou reconhecê-la.. 190 Tilman Furniss 8. Com base na minha própria atitude de normalidade. como terapeuta. que passam a tomar como certo o fato básico do abuso sexual. em que as questões estatutárias e de proteção não são mais centrais.8. relacionando alguns fatos do abuso que considero relevantes para essa família. ■ãta ílar um 8. e perguntaria à criança. continuando então a falar à família sobre o abuso. a técnica principal seria evitar perguntas sobre se o abuso aconteceu ou não. Depois. e que o vimos em muitos casos de abuso sexual da criança. Eu usaria estórias de jornal. como: "para quem foi pior ter que esconder tudo isso?" e "em que momento foi mais difícil suportar o segredo e o que vocês irão fazer agora?". a família fica desarmada pela surpresa de lidar com o maior dos segredos como um evento cotidiano.amentos <e relacio-estatutá-de uma ■pa. se ela julgava ter sido mais difícil para ela ou para o pai manter o segredo. nas famílias com adolescentes mais velhas ou jovens adultas. terapia anti terapêutica sexual. quando deixaram de ser estruturalmente dependentes de seus pais. O princípio básico desse tipo de intervenção é tratar o abuso sexual das adolescentes mais velhas e das jovens adultas como se isso fosse um fato cotidiano. Capítulo primeira- "iagem de [-. estou seguro de que o abuso sexual aconteceu.1). Carl Whitaker seria provavelmente o único terapeuta de família que podia fazer esse movimento sem qualquer problema. em que o terapeuta não questiona o abuso sexual como um fato. A criação não-mencionada de realidade Em situações muito excepcionais. Eu tentaria enviar à família uma mensagem indireta tipo "Estou ficando cansado. e sim começa imediatamente a formular perguntas diferenciadoras sobre diferentes experiências e efeitos nos diversos membros da família." O senso prático também exige que não façamos uma grande confusão. Quando eu. vocês são a décima família nesta semana que apresenta exatamente o mesmo padrão. familiares .1 A Ih. Nessa abordagem. Eles precisam de uma maneira ise essa desenca-abuso sexual da familiar.1.maior segredo e término da terapia. E importante entremear perguntas diferenciadoras. Eu modificaria o curso normal da sessão familiar e diria "Não sei o que está acontecendo aqui hoje. que está sempre relacionado a abuso sexual da criança. O i portanto. 5. Essa maneira de trabalhar tem como base diminuir as defesas e ansiedades dos membros da família. empregando um fluxo constante de declarações normalizadoras. Eu acabei de atender uma família como a de vocês".10. . e sim como isso também aconteceu com eles. Isso deve permanecer a exceção à regra. e quando eu acho que a adolescente mais velha ou a jovem adulta será capaz de defender-se sozinha.2.. Então. Conseqüentemente. Esse procedimento geralmente não traz problemas. também deve levar em conta que os tribunais freqüentemente restabelecem o acesso se a suspeita não é suficientemente bem fundamentada. mais fácil do que no abuso que acontece dentro da família. nos levar a criança suspei-rquada-srá uma pnar no Se a suspeita de abuso sexual durante as visitas de acesso é erguida pelas mães ou pelos profissionais. 8. Se as famílias começam a negar o abuso. ele pode acabar sendo muito mais efetivo do que cortar imediatamente o acesso depois de confrontar e acusar verbalmente o pai.11. dizendo que essa abordagem. e as mães normalmente são muito cooperativas. Mesmo então. (Veja Etapas da intervenção na crise da revelação. 8. os terapeutas devem estar muito seguros. esta estratégia deve ser utilizada com extremo cuidado para evitar a negação ou uma justificada rejeição por parte da família. de que o abuso sexual realmente aconteceu.6). nos casos de crianças estruturalmente dependentes em terapia familiar.2. Qualquer ação prematura contra pais divorciados. 5. Tendo mencionado as duas maneiras em que é possível revelar o abuso sexual em sessões familiares conjuntas. Por outro lado. antes de prosseguirem conforme descrito. írguntamos eu com eles. com a criança sendo vista sozinha. Antes do problema ser levantado com a criança ou com o pai. ■ levará à estejam iderações ada com parte da rapeutas ar muito prosse- teo. eu gostaria de excluir qualquer mal-entendido. de certo modo. A metacomunicação dá à família a licença clara e explícita para comunicar sobre o abuso sexual. nos casos de suspeitas infundadas de abuso sexual. O processo interdisciplinar no contexto. com algumas queixas inespecíficas. O momento do possível abuso pode ser determinado com bastante exatidão. da da reali-i mesma. As mães. O abuso irá acontecer no dia da visita da criança ao pai. quando os terapeutas leram incorretamente os sinais. precisa levar a uma mudança do modo terapêutico para um modo investigativo.3. como em qualquer outra situação em que surgem vagas suspeitas de primeira-linha. geralmente. podem ser utilizadas algumas razões gerais tais como o exame médico escolar ou uma avaliação médica geral (veja Prova forense e exame médico. Filmes de prevenção certamente ajudaram a alertar adultos e . O uso de filmes de prevenção como instrumento diagnóstico na suspeita e na revelação Filmes de prevenção e outros materiais de prevenção podem ter certo efeito preventivo no abuso extrafamiliar e no abuso interfamiliar de crianças mais velhas. ocorrerá numa manhã de segunda-feira.6). Se esse procedimento é realizado com paciência e sem pânico. Suspeita de abuso sexual após visita de acesso ao pai Embora as alegações de abuso sexual da criança por parte das mães possam ser feitas falsamente. a um médico qualificado para coletar evidências forenses. é importante não agir prematuramente. quando é feito o exame no contexto de um exame médico escolar de rotina. 10. quando as mães ajudam no processo. em minha opinião. Se as sessões familiares conjuntas são utilizadas inadequadamente para tentativas de revelação do abuso sexual da criança o resultado será uma terapia antiterapêutica e o fracasso em proteger (veja O processo interdisciplinar no contexto. 9. Para a criança. 8. que tenha sido informado antes da intervenção e que esteja disposto a cooperar. muitas vezes. Usar a metacomunicação como licença explícita para a família das adolescentes mais velhas e jovens adultas comunicar sobre o abuso sexual requer que sejamos extremamente flexíveis e não-dogmáticos em nossas reações à resposta da família quando rompemos o segredo. de modo não-terapêutico. A equipe da creche pode enviar a criança. Suspeita e revelação parcial. clinicamente. 5. a partir de alegações não- confirmadas. A car sobre o ial pode ter pjm o abuso municação adultas eis e não-^segredo. a criança não deve ser impedida de manter um relacionamento possivelmente muito importante com o pai.2. i sexual itendido. ais velha ou £ sintoma. como terapeuta. como parte de conflitos conjugais em famílias de separação e divórcio. que têm acesso à criança. se o abuso continua em segredo.12.A metacomunicação na introdução sutil da "criação não-mencionada da realidade" e na oposta criação de uma "crise máxima de normalidade" é a mesma. eu mudaria para o modo hipotético de "como se" e para uma terapia da negação (veja Manejando a negação primária.5). o perigo de abuso sexual fica aumentado e a intervenção pode levar à prevenção de crime promotora-de-crime e à proteção à criança promo-tora-de-abuso. impedem o acesso sem qualquer evidência firme e os profissionais respondem agindo imediatamente. Isso. se a suspeita é infundada e se as alegações são apenas parte de uma batalha entre os pais no processo de separação.) O diagnóstico de abuso sexual durante visitas de acesso é. de modo prematuro. somente é ética e somente levará à revelação nas famílias com adolescentes mais velhas e jovens adultas que estejam além do estágio da dependência estrutural e além da idade em que as considerações de proteção são relevantes. Transmite-lhes a mensagem de que eu sei que o abuso sexual pode ter ocorrido e que quero que saibam que eu. Abuso Sexual da Criança 136 ar um "drama amiliar e diria i família como b coisas como íÉ importante (que esconder c o que vocês malizadoras. 8. posso lidar com o abuso sexual de uma maneira não-punitiva e não-persecutória.2). Se »de "como |10. deve ser feito um exame médico da criança imediatamente após o retorno de uma das visitas de acesso. Permanece a regra geral de que a suspeita de abuso sexual em processo. o abuso sexual da criança realmente também acontece durante visitas de acesso ao pai. Eles podem ter a função de conectar-se com outros profissionais da rede e de coordenar a intervenção.6. A discussão geral com uma amiga próxima dessa criança sobre o que ela ou uma amiga fariam se ela tivesse sido sexualmente abusada. Perguntar diretamente a essa criança. escolas e clubes de jovens nos quaã| Abuso Sexual da Criança 137 crianças participam regularmente. podem reagir com grande ansiedade ou com algum outro comportamento que pode conduzir a uma vaga suspeita de primeira-linha ou a uma bem fundamentada suspeita de segunda-linha de um abuso sexual em processo.5). somente devem ser utilizados em grupos pequenos. comportamentos que possam indicar abuso sexual. sem estar preparada para observar indicadores de um abuso sexual em processo.1.12. e o que fariam caso isso acontecesse.2. a revelações durante a sessão em que o filme e os materiais foram apresentai dos. (Veja Suspeita de primeira-linha. (Veja Daal licença explícita para comunicar. pode ajudar a criança que sofreu abusai a ficar cada vez mais confiante para revelar a essa amiga ou diretamente aos profissionaiB O uso de filmes e materiais de prevenção para detecção inicial levou. especialmente nos pais e professores.2. revelação inicial requer uma cuidadosa preparação e coordenação de toda a real profissional para a eventualidade da revelação. desde o início. igualmente. em um nível generalizado. 8. O uso de filmes de prevenção e de outros materiais de prevenção dá às crianças que sofreram abuso sexual a permissão clara e explícita para comunicar sobre o abuso sexual que está acontecendo (veja Permissão terapêutica explícita para revelar. quando vêem filmes de prevenção. . tem uma função mais generalizada de detecção e revelação inicial ea| escolas e em grupos de crianças. o filme de prevencãM geralmente. O uso primário de filmes e outros materiais de prevenção para detecçã. Permissão terapêutica explícita para revelar. os filmes de prevenção e outros materiais de prevenção certamente servem para facilitar uma revelação inicial de um abuso sexual em processo. 8.12.despertar a atenção. 137 Tilman Furniss 8. Pode levar semanas ou meses até a suspeita se tornar suficientemente bem fundamentada para que os profissionais iniciem uma revelação ou até que a própria criança revele.) Os professores que têm uma vaga suspeita de abuso sexual relativa a uma das crianças da classe podem usar o filme de prevenção para observar essa determinada criança em questão. Mostrar filmes de prevenção ou contar 1B Estória da Outra Criança" serve. (Veja O uso da "pessoa de confiança". arigústia e. Preparando colegas profissionais para a revelação iminente . reitas rio. em organizações de jovens e igrejas. A discussão geral de possíveis maneiras de revelar o abuso sexual pode inicialmente precisar excluir da participação direta aquela criança que se suspeita tenha sofrido abuso sexual. especialmente em situações grupais no "munda] meio" dos grupos de brincadeiras. muitaj vezes. mas assim como na "Estória da Outra Criança" individualizada. De modo a poder responder mais efetivamente. portanto. exatamente! mesma da "Estória da Outra Criança". como permissão terapêutica explíóM para comunicar sobre o abuso sexual. É uma irresponsabilidade mostrar filmes de prevenção ou trabalhar com materiais de prevenção. em que caàa cnartça é esVceViamevAe observada q\xarA.3. suspeita de se-gunda-linha e revelação parcial. quando se suspeita de abuso sexual referente a criança específica do grupo. pode levar à imediata negação.13. Os filmes e outros materiais de prevenção. Nos casos de abuso sexual prolongado dentro da família e para crianças pequenas. Enquanto "A Estória da Outra Criança" pai ser individualizada e utilizada durante o processo terapêutico.Sj Os filmes e outros materiais de prevenção também podem ser utilizadosm§ casos específicos de vagas suspeitas de primeira-linha. 2. Pode ser usado um matei de prevenção com todo o grupo. pode ser seguida discutindo-se com o grupo de crianças que viram o filme se alguma coisa semelhante àquilo que aconteceu no filme poderia acontecer a elas. o i pai. que surja durante o filme. 8.) 8. sem levar em conta a possibilidade de revelações e sem preparar ada quadamente a rede profissional. Dando licença e permissão explícita para revelar A função de filmes e outros materiais de prevenção que contam estórias sobre outda crianças que sofreram abuso sexual é. As crianças que sofreram abuso sexual. Detecção inicial A função da detecção inicial é central quando usamos filmes de prevenção. seria bom que o diretor da escola ou o assistente social educacional estivessem presentes.o a svtv&ys de. 8.4. Mostrar o filme de prevenção ou trabalhar com outros materiais de prevenção pode levar a uma revelação completa. ainda que não sejam a "Pessoa de Confiança". Os filmes de prevenção ou outros materiais de prevenção somente devem ser utilizados por profissionais que estejam totalmente conscientes de que a apresentação do material pode conduzir à suspeita e revelação de abuso sexual nas crianças que assistem ao filme. apresentando todas as possibilidades de como uma criança poderia encontrar ajuda e como as crianças podem revelar. Qualquer vaga suspeita de primeira-linha. a criança pode não reagir imediatamente. creches. nas crianças que estãa envolvidas. Ver essa estória geralmente é entendido pelas crianças que sofreram abuso sexual como uma permissão explícita para revelar seu próprio abuso (veja O uso de filmes de prevenção. Contar "A Estória da Outra Criança" não é diferente de mostrar às crianças filmes de prevenção sobre abuso sexual da criança. 8. a natureza específica do abuso sexual da criança como síndrome de segredo. 5. sem um nome ou escala de tempo. que permite à criança relatar sua própria experiência de uma maneira factual e não-sugestiva (veja Permissão terapêutica explícita para revelar. ajuda a lidar com a distinção crucial entre a crise profissional e a crise familiar. nós precisamos preparar profissionais de outras agências. em sua opinião.1. os profissionais devem mudar do modo metafórico para o modo de realidade do questionamento neutro. eu perguntaria ao profissional como ele gostaria de realizar a tarefa que identificou como sua tarefa profissional específica. (Veja O processo interdisciplinar. No exato momento em que uma criança começa a revelar seu próprio abuso. 8. Os filmes de prevenção que dão às crianças licença explícita para comunicar não são vistos como colocar idéias na cabeça das crianças quando levam à revelação.12). potencial. Nós podemos abordar nossos colegas com o problema de suspeita de abuso sexual. 2) Eu resumiria o que penso ser minha responsabilidade e papel profissional em uma possível intervenção na crise. e a diferenciação entre o trabalho interdisciplinar dirigido à coleta de informações e o trabalho preparatório para a intervenção na família. de fato. 8. de uma maneira diferenciada e orientada para o problema. A preparação anônima de um profissional para uma revelação iminente reflete. Dar permissão terapêutica explícita para revelar o abuso sexual e entrevistar legalmente as crianças por razões legais são processos complementares. requerem a preparação anônima de um profissional colega.) Podemos dizer que a situação ainda não é muito crítica. 4) Finalmente. Essa preparação anônima pode evitar uma revelação prematura e uma abordagem não-coordenada. seria indicado abordar o policial desconhecido. antes de pensarmos sobre o que fazer com a família. "Contar a Estória" como permissão terapêutica explícita para revelar deve ser visto da mesma maneira que os filmes e livros de prevenção. o diretor que não está acostumado a lidar com abuso sexual ou a professora da creche.) Revelação O processo de entrosamento entre a permissão terapêutica explícita para comunicar e a entrevista legal A confusão entre falar com crianças de uma maneira em que lhes damos permissão terapêutica explícita para revelar o abuso sexual como síndrome de segredo e a entrevista legal de crianças. o assistente social desconhecido. A Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima (CIDA) ajuda a evitar ações prematuras motivadas pela própria crise do profissional (veja A Crise da Revelação — Crise dos Profissionais e Crise Familiar.3.1. dá aos profissionais o tempo necessário para pensar. 8. precisamos primeiro mostrar filmes de prevenção e contar "A Estória da Outra Criança" como permissão terapêutica explícita para comunicar. antes das crianças passarem a confiar e revelarem seu próprio abuso sexual. Eu penso ser necessário preparar um profissional colega em quatro áreas.2. Os filmes de prevenção não têm apenas exatamente o mesmo efeito que a "Estória da Outra Criança" individualizada. de uma maneira extremamente ética e solucionadora de problemas. mesmo que tenhamos evidência médica. Essa maneira de trabalhar. Introduzir primeiro o problema do abuso sexual da criança. No abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição. Essa linha de ação não pretende enganar outros profissionais e nem retardar uma intervenção necessária e urgente. 8. Os filmes de prevenção. De modo a controlar e conter a crise profissional. para uma revelação iminente. com os quais não trabalhamos antes. A diferenciação entre a crise profissional e a crise familiar. 3) Eu perguntaria ao profissional colega de outra agência qual ele pensa ser sua tarefa e como. mas em termos gerais e sem dizer nomes. e a necessidade de diferenciar entre a Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima e o encontro de pré-intervenção orientado para a ação. Etapas da intervenção na crise da revelação.2. Suspeita e revelação parcial.5). nós precisamos ter muito clara a distinção entre a crise dos profissionais e a crise familiar. em uma estrutura multidisciplinar. nós muitas vezes temos apenas uma única chance de revelação e na maioria dos casos confiamos 138 Tilman Furniss nas admissões dos abusadores. Nesses momentos. que costumam levar a respostas de ação não- terapêutica provocadas pela crise inicial na rede profissional. ainda que seja relativamente urgente. de acordo com os requerimentos legais das normas de evidências que são aceitas no tribunal. conduz a um alto índice de fracasso na identificação do abuso sexual da criança. 8. Geralmente. Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima (CIDA). Como permissão para comunicar . sem dar imediatamente o nome da criança.Muitas vezes. geralmente. 1) Eu contaria a estória de uma possível suspeita com todas as evidências que possuo. sobre sua própria tarefa em relação às tarefas dos outros profissionais e em relação à família. sua tarefa se relacionaria à minha e a de qualquer outro profissional. É mostrada a estória de uma outra criança que foi sexualmente abusada. tratando primeiro a crise profissional. Isso permite à rede profissional continuar orientada para o problema. seguem exatamente o mesmo princípio.4. 5. de proteção à criança e de tratamento terão de compreendei a diferença entre entrevistar a criança em termos legais e a necessidade de falar cera a criança como permissão metafórica para revelar o abuso sexual como síndrome de segredo.Miimini^n nm/i fnrn in -. 03 comunicações nao-vortoalt: como o docenho o o frrinejuedo oao coocnciaio para o processo diagnóstico.: estória é puramente uma idéia do profissional. geralmente bloqueadora do raciocínio. e a revelação pode.rtaitça VJV Eor o rooultado de dc ter contai" 1 hmikhuiuuiiiik nttona aa uuira criança como pcrmmao tr.ii 11i 1.2)..iil^iltr-. De modo a estabelecer um vínculo com a criança.2. De modo id ambos os processos poderiam ser usados por um único profissional com as cap dades apropriadas. eles favorecem um processo que é complementar à entrevista legal da criança (veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. Por exemplo.-u"1 L'"lil uuuü™ <-lw cjuln^w ^lll is il. assim como a terapia. porque as crianças. se cara preendermos que dar à criança a licença explícita para revelar e entrevistá-la termos legais são processos complementares. às vezes. Levar o tempo necessário para coletar fatos suficientes para uma suspeita de segunda-linha bem fundamentada antes de uma revelação completa geralmente conduz a uma ajuda mais rápida e mais efetiva do que apressar-se em agir no estágio 139 139 Tilman Furniss de uma vaga suspeita de primeira-linha em virtude da própria crise na rede profissional.. 2.-: cabeça da criança.1). il i Mvr ívl.. n. Um prolo estágio de suspeita e revelação parcial pode precedê-la. por ter recebida a permissão explícita para comunicar.. Dar à criança permissão explícita para revelar ao contar "A Estóral da Outra Criança" obstrui o curso da justiça tão pouco quanto mostrar filmes de prevenção. 5.xplii-il-W para a criança revelar. uma criança pode nos mostrar uma seqüência . Isso é muito importante. na medida em que está extremamente claro para ela que c. "A Estória da Outra Criança" e ss filmes de prevenção usam igualmente a metáfora de uma terceira pessoa para corna nicar indiretamente sobre abuso sexual e para dar a permissão para revelar sera manipular a criança. e não ser colocadas em sua cabeça. os períodos de brinquedo livre são importantes no desenvolvimento de um relacionamento pessoal com o entrevistador. As agências legal e terapêutica poderão usar o processo diferenciado para favorecer o processo legal e de proteção à criança. çl« jcordu mm a ldado o octdgio do dcocnvolvir"""" . atenta e imediatamente. no domínio da mental da criança. como dois processos distintos e igualj mente necessários. Pode inclusive acontecer em uma entrevista legal de revela na medida em que as diferentes funções e processos das duas formas de comr ção estejam bem claros para o profissional que realiza a entrevista.. no início. lllir-iil *~ ii^ii- tro. E esquecido que uma criança ansiosa pode revelar mais pronta. A entrevista legal com a criança acontece no contexto do do legal e é parte do processo de uma entrevista de revelação completa. UlVl'lvrif1 uni ijirrsl li n i^nir-. Por outro lado. vilUwlklU ^1^llil lis. incl ^buco Sexual da \J. nos dão uma única chance. As crianças muitas vezes já falaram sobre o abuso sexual de formas secretas antes de revelarem abertamente! durante a entrevista legal.sobre o abuso sexual como síndrome de segredo. aberta e completamente quando falamos anteriormente com ela de uma maneira que lhe deu permissão explícita para revelar o abuso sexual como síndrome de segredo. por perguntas esclarecedoras neutras. Quanto mais a criança estiver preparada.i Lutu mu udullu. Falar com as crianças de modo a lhes dar a permissão explícita para comunicar acontece no estágio de uma vaga suspeita de primeira-linha.ropriihrn i-. ambos necessários. quando tentativas prematuras de entrevista legal provavelmente conduziriam à negação inicial e à prevenção de crime promotora-de-crime ou à proteção à criança promotora-de-abuso (veja O processo interdisciplinar no contexto. as deixas oferecidas pela criança sobre abuso sexual devem ser seguidas.—11 i. 9. As agências legais. leva os profissionais à entrevistas legais prematuras com as crianças. menor será a ansiedade de revelar e mais benH sucedida será a entrevista legal posterior em revelar os fatos necessários. A referência à natureza análoga dos filmes de prevenção coral metáfora para dar à criança permissão explícita para revelar ajudará a diferencia: dois processos. Entrevista legal com a criança Entrevistar legalmente as crianças de modo a obter informações objetivas de maneira que seja aceita pelas agências de proteção e pelos tribunais é diferente dar à criança permissão terapêutica explícita para revelar.. Nem tampouco "A Estória da Outra Criança" coloca coisas sugestiva. OOITI Cl"iai"L'T" * pequenas. Falar com as crianças de modo a lhes dar a licença terapêutica explícita para revelar geralmente é um processo bem mais inicial do que entrevistar legalmente a criança no momento da revelação.. A urgência em estabelecer fatos legais. As sugestões precisam vir da criança. Jones e McQuiston (1985) enfatizaram a importância da paciência e o fato de que a entrevista talvez precise ser prolongada por várias sessões.t-i 11. antes que a natureza complementar das duas formas de comunicação cora a criança possa ser claramente reconhecida. uma de duas dadas possibilidades. 140 Tilman Furniss Especialmente com crianças pequenas são cruciais os desenhos. Significa que apenas a criança. A pergunta fechada: "Seu papai colocou o dedo na sua xoxota?" sugere claramente a possibilidade de abuso sexual e somente pode ser respondida com "sim" ou "não". 4) Perguntas hipotéticas. Nós temos que conscientes de que até mesmo as mães apoiadoras muitas vezes ficam tão pe das durante a entrevista. que precisa.especial de brinquedo. Dessa forma. vistador e a Pessoa de Confiança precisam estar na sala de entrevista. Com crianças mais velhas. que haviam previamente negado. mensagens escritas ou batendo-se à porta da sala de entrevista. Nós precisamos levar em conta que as crianças pequenas podem responder às perguntas sobre fatos objetivos no contexto dos aspectos de relacionamento com o entrevistador. As vantagens do uso desse espelho com crianças pequenas deveria determinar o local em que acontece a entrevista de revelaçãa ao invés das considerações territoriais das diferentes agências envolvidas. o entre-. de acordo com a situação específica. antes de poderem revelar completamente. Conseqüentemente. uma criança pode facilmente nos dizer aquilo que ela pensa que queremos ouvir. O uso de um espelho. A mãe da criança precisa sempre ser envolvida. pode ser muito útâj com crianças pequenas em idade pré-escolar. e na presença da polícia. as crianças. As perguntas abertas possibilitam às crianças relatar seu próprio ponto de vista. Ou as crianças . Está relacionado ao estágio e nível geral de desenvolvimento da criança. não revelam informações factuais quando fazemos perguntas absolutamente neutras. será que ela teria contado à sua mamãe?" levanta um tópico que é introduzido pelo entrevistador. muitas vezes. Quando o oficial de polícia não é pessoa que conduz a entrevista. Durante a entrevista podemos fazer quatro tipos principais de perguntas: 1) Perguntas abertas. brincadeiras e comportamentos durante o uso de bonecas anatomicamente exatas e outros materiais diagnósticos (veja O uso de bonecas anatomicamente exatas. Organizando a entrevista de revelação A entrevista de revelação deve ser conduzida conjuntamente pelo assistente social] com responsabilidade estatutária. As comunicações entre pessoas atrás do espelho e o entrevistador podem ser feitas por telefone. que estão muito mais conscientes das pessoas atrá| do espelho. Outros tipos de perguntas são necessárias e podem ser usadas para facilitar o processo. 9. Para o estrito processo legal. 8. na presença da Pessoa de Confiança a quem a criança revelou inicialmente. pode acabar sendo impossível estabelecer qualquer fato do abuso através de um subseqüente questionamento abstrato neutro e encorajamento da criança. A pergunta: "O que aconteceu quando você foi ver o papai no último domingo?" não sugere qualquer resposta particular. ela própria é a Pessoa de Confiança. a mu idéia e a admitir o abuso. 2) Perguntas fechadas. 9. É de crucial importância comunicar-se no nível real de desenvolvimento cognitivo.6). O efeito surpresa e efeito de ver a criança no em alguns casos ajuda os abusadores. ser seguida pela pergunta aberta: "O que ele fez?". A confrontação do suposto abusador a evidência filmada pode ser um poderoso instrumento para ajudar as pessoas cometeram abuso a admiti-lo. que transmitem à criança a mensagem direta ou de não revelar. Por exemplo:"Ele tocou você com a mão?". através do qual se possa observar. ao descreverem seu pior pesadelo e trabalharem com cartões com figuras ambíguas. No entanto. intelectual. mas devem ser seguidas diretamente por uma pergunta aberta.4). O material de vídej cada vez mais aceito em vários países. A pergunta de escolha: "Ele colocou o dedo na sua xoxota ou mais embaixo entre suas pernas?" sugere. ou em cuja presença ela manifestou os sintomas que] levaram à suspeita inicial. podem ser feitos arranjos para garantir que a infc mação seja obtida de uma maneira legalmente aceitável. se uma breve avaliação antes dessa entr mostrar que será capaz de apoiar a criança durante a sessão. se a evidência legal é necessáriai (veja O uso da "pessoa de confiança".3. As crianças mais velhas podem ser ajudadas. pelo menos como evidência auxiliar em c de custódia e processos legais de cuidado. psicossocial e psicossexual da criança. nós precisamos avaliar se é melhor ter t as pessoas envolvidas na sala de entrevista. embora possa ter dife papéis. é necessária uma constante mudança entre os diferentes modos de questionamento (veja Jones e McQuiston. Isso nãa vale para as crianças mais velhas. somente são admissíveis as respostas às perguntas abertas. Se não nos interessarmos por essa seqüência imediatamente e não a seguirmos com atenção. então. Todas as crianças que são legalmente entrevistadas precisam da explícita licença e permissão para comunicar seu segredo. pequ" fones de ouvido. através dos quais as crianças que sofreram abuso sexual descrevem seu abuso. Pode ser útil filmar uma entrevista de revelação formal. Ela deve estar na durante a entrevista de revelação. Isso pode acontecer independentemente de fazermos ou não perguntas neutras. Se a própria mãe trouxe a cri iniciou a revelação. 1985). de maneira semelhante. Todos ca outros podem ficar atrás do espelho. 3) Perguntas de escolha. Perguntas hipotéticas como: "Se ele tivesse colocado o dedo na xoxota da boneca. Isso não ssoas atrás )r ter todas ia não é a [que a infor-lões entre as pequenos fcrevista. A entrevista de encaminhamento. Somente escutar os fatos do abuso da própria criança pode fazer com que as mães acreditem que o abuso sexual realmente aconteceu. Antes da entrevista de revelação. 9. para serem capazes de ajudá-la com as conseqüências da revelação. com outros cuidadores. Se o abuso foi cometido por um pai. (Veja Revelação pela criança. 9. sobre a possível ação em relação à criança e sobre o possível envolvimento da mãe na subseqüente intervenção. e os fatos que a criança recém revelou devem ser contados novamente para a mãe. Portanto. para ajudá-la e apoiá-la durante algum acontecimento extremamente perturbador. Existe um perigo muito grande de negação subseqüente por parte do abusador quando a mãe ou a criança fazem contato com o pai antes de ele ter sido confrontado por um profissional. ela e a criança devem ser reunidas imediatamente após a entrevista.) Se a mãe fica por trás do espelho durante a entrevista. o ideal seria que ela fie trás do espelho. 9. sobre aquilo que aconteceu durante a entrevista. Isso deve acontecer antes que a mãe ou a criança possam falar com ele.2. o entre-la. todos os irmãos são afetados pela revelação do abuso sexual e a subseqüente crise familiar. em cada caso. mudar de diferentes criança e na sala entrevista que estar perturba-indireta agerem as ação pelos ãcasse por : quebrado. antes de Btente social b a quem a mornas que |é necessária muito útil nça. 5. como incluir os irmãos na revelação. Etapas da intervenção na crise da revelação.5. numa preparação para a entrevista. Ela dá à criança a permissão para falar sobre o abuso às suas mães e ajuda as mães a se tornarem protetoras em relação à criança durante o difícil momento da revelação. eles também precisam ser envolvidos na entrevista inicial de revelação. I de vídeo é ■ em casos sador com ssoas que no vídeo. No abuso criança como síndrome de segredo é extremamente importante que as mães ■ tan Furniss Abuso Sexual da Criança 199 Brincadeiras e wtros mate-As crianças 1 trabalharem sam abuso Entrevistadas no. nós não devemos esquecer que os irmãos e as irmãs das crianças sexualmente abusadas podem também ter sofrido abuso sexual. O processo individual no contexto.) Nós não podemos esquecer os irmãos. aberta e completamente. 1. O segredo familiar é q quando a mãe escuta a estória diretamente da própria criança. ter sabido a respeito do abuso e são parte do sistema de segredo do abuso sexual da criança. Nós precisamos avaliar. com uma pessoa especial avaliando sua reação à revelação da irmã. Em vários casos nos quais eu envolvi os irmãos nas . A rede profissional precisa ter entrado em acordo. 1) No tumulto das investigações e separações nas famílias com abuso sexual da criança. É importante ter um profissional especialmente colocado junto da mãe. elas devem ser envolvidas na revelação. i sexual da realmente vejam e testemunhem diretamente o que a criança está fazendo e dizendo. (Veja O processo interdisciplinar no contexto. (Veja Prova e crença. 9. Muitas vezes os irmãos das crianças que sofreram abuso sexual são deixados de fora e esquecidos no processo. por trás do espelho. é importante que se tenha conversado com ela antes. Algumas vezes.2.14. na frente da criança.) Quando a mãe não é a Pessoa de Confiança.ficam tão ansiosas que se fecham para proteg mães. antes de reunir-se à mãe por trás do espelho. na frente da criança.1. quando a criança é colocada fora da família. Eles certamente devem participar da entrevista inicial com a família. 2. 8. 2. Se a mãe está por trás do espelho. ou inclusive na sala de entrevista. Revelação pelas mães. fes. alguém da rede profissional precisa confrontar o abusador imediatamente depois da entrevista de revelação. Os irmãos das crianças que sofreram abuso sexual devem ser envolvidos no processo por várias razões. um padrasto ou algum outro membro da família em casa. Todos os p com crian-ít revelação. ou atrás do espelho. sozinha. Revelação profissionais. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. 2) As crianças que não sofreram abuso podem.2. não obstante.8. 3. Os novos cuidadores precisam ouvir. 3) Finalmente. os profissionais precisam entrar em acordo sobre como abordar o suposto abusador.6.4.) Também é necessária uma entrevista de encaminhamento no final da entrevista de revelação. de modo a testemunhar a revelação. Essa entrevista de encaminhamento ajuda as mães a aceitarem os fatos do abuso e o abuso como um fato.7. Padrão familiar. 1. e especialmente i terapeutas. Esse julgamento é o julgamento do proa e não tem nada a ver com a criança. do ruvulaç^ü.. 1*1.")'" 1 ihihii^>. atrAt do uvPallio oli • "jIu. Esse elemento interacional tem um efeito mui" importante sobre o índice de admissões no abuso sexual da criança.1ft* ihl'hl. que comunica a criança apresentou certos sintomas e disse determinadas coisas que o pró profissional somente pode explicar por meio do abuso sexual.1 iri xx ilyrv yi n^Stc» *í bfcJ-i.ri i fi. e o abusador precisa lidar com o p sional como a pessoa que faz a alegação. r - cucpolta foi ficando muito bom fm.i^inii^ llxi í doV xx Lfcíi ixx u_»w L Hll iXitáxx l t i V fV^-fc* v. i vn i i« do uma menina de trôu anot. /Yntoriorr*-"--■ ■ i-*i^h« -"'^"-im «ii. de modo a evitar que a criança! torne o centro do conflito entre os profissionais e os pais sobre a alegação de aT sexual da criança.li ciaras ouopcitao dc que ele também tivcc"" ^in-imii n i*. De outra forma. a criança é forçada a uma situação sem saída sua lealdade aos pais e o desejo de revelar. q UIW Lillia OjrixXL^ elü niv-niim Lui i ibiíni Iiuy 1i_« uldu jv.» ^i w^i Iuj tunlL^ih ram ter cofricto abuco. Os abusadores. conforme ilustrado na figura 9.'•" ■ ^' 111 uni" tu 1.^wí. livim ia ii_v lIu^üw dv.Auuluiw abuoacla pelo pai dcooa menina. o irmão maio '/olho começou a c>' ■ ■]. a criança não pode ser triangulada. ■ ^ \ ^ ». ui ui l lv- ^nUv.1 'iA. É importante que o profissional faça a alegação em seu próprio nome e resultado de seu próprio julgamento profissional. Nós não pod mos esquecer que os profissionais de saúde e de saúde mental.troviytat. transfo criança em bode expiatório.in^. Essa situação.Jl.r-lln^/ vlv wltw w — ~- porque lã t:« t.u. E muito mais difícil. Manter a confrontação no nível suposto dor-profissional mantém o nível adequado entre dois adultos. em seu próprio nome e não no nome da criança. então. Quando os profissionais confrontam o abusador em seu próprio n utilizando o material fornecido pela criança para apoiar sua própria conclusão abuso. v_1v_.ilt»iU.dtj id^i' 'íiíi u v» 1» um Iuli. A acusação deve ser feita pelo profissional. .wuh| bonecac.\uui. O pror sional deve entrevistar o suposto abusador como um especialista.tJXA. Assistentes sociais ou oficiais de polícia bem treinados talvez possa realizar essa tarefa bem melhor.ntc c mais adc^xxacío ter cntrç""sl'l>' .-.r-iji it-.tH. em seu pró nome.K ^ *. res a admitirem o abuso.i-.iu J uiux tMJ yiitiyv!>.ui. « iiítii x. Nessa ção. A criança permanece na posição de uma criança estruturalmente dependente que precisa ser representada e protegida por um adulto em uma posição parental.rid:am<jj ""'J" 1 flnul1111. Uma boa preparação da intervenção e uma cuid dosa documentação de fatos com os quais possamos confrontar o abusador. i 1 i-i 11 1 11 1 i . wi"ii_íkji^/x itil^ v. freqüentemente fazem contra-acusações de que a criança pre foi uma mentirosa patológica e que sempre teve uma fantasia suja.1 «Tl i l 1 Lib liju . yu l. ■ .It-> tvn i niwiij fw l v_/ ij vli^vi " • e a pessoa que confronta o suposto abusador é bem apoiada pela rede profissional pelos fatos da evidência perante ele. o profissional precisa confrontar o abusador como um profissional com próprias conclusões profissionais de que é extremamente provável que o sexual da criança tenha acontecido. I. ■ 1 1-1 ■ n-i ■ ir. V. irraImr. infelizmente corns freqüentemente faz com que a criança se transforme em bode expiatório ou remi revelação. abuoo cornai prolongado polo pai do menino.il ./\. Nós precisamos ter em mente que o profissional que confronta o pai e os paj o faz como especialista. muitas vezes não são as pessoas mais indicadas para confrontar abusadores.-i j_ifcjl. CVoJa EKcrrj''" • '<"">'". junf mente com um certo efeito surpresa da entrevista muitas vezes ajudam os abusa.nu. E imperativo uti" os fatos da avaliação da criança sem dar à criança a responsabilidade pela alegr feita pelo profissional. "triJrt" ">--*> irmauf xiut /^xii/H^w uiil q ulluívii ^bti^u vyv i i ^ 1. com relação à Abuso Sexual da Criança 142 nidade responsável ou irresponsável. 4. As bonecas anatomicamente exatas são o glacê do bolo.4. Esse ponto precisa ficar muito claro. Capítulo 3.1. 2. de que colocar na frente da criança bonecas anatomicamente exatas é suficiente para realizar uma entrevista de revelação com crianças pequenas. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. Elas podem ser muito úteis quando utilizadas por um profissional que seja hábil e competente em comunicar-se com crianças sobre questões de segredo com ou sem as bonecas.1. em virtude da fantasia de salvador.) Alguns aspectos específicos do uso das bonecas anatomicamente exatas precisam ser tratados. O processo individual no contexto.PROFISSIONAL (b) Não-protetora Figura 9. O processo familiar. mas não o bolo. 143 Tilman Furniss 9. Confrontando o suposto abusador. O uso de bonecas anatomicamente exatas. . Esse não é o caso. desenhos e outros materiais diagnósticos As bonecas anatomicamente exatas não resolvem nenhum problema na avaliação do abuso sexual da criança se não forem utilizadas com competência. muito comum nos profissionais. 2. Colocando na forma de metáfora: o bolo é o conhecimento sobre a comunicação com crianças no seu nível atual de desenvolvimento psicossexual e sobre comunicar-se com crianças a respeito de abuso sexual da criança como síndrome de segredo. habilidade e sensibilidade no contexto global da comunicação com as crianças e no contexto do abuso sexual da criança como síndrome de segredo. " E muito importante não se concentrar nas bonecas neste estágio. Estão em uma caixa fechada. Depois. de modo espoi ou orientado. A primeira reação da criança ao ver os genitais das bonecas geralmente proporciona informações cruciais sobre abuso sexual. de uma maneira que indica claramente abuso sexual. dirigindo-me à Pessoa de Confiança e deixando a criança brincar sozinha. Algumas falam espontaneamente. deve acontecer um encontro separado de todos os profissionais que talvez estejam na sala durante a entrevista. podem ficar embaraçados ou chateados pelo uso das bonecas ou por ouvir a estória da criança de abuso sexual. Uma entrevista de revelação irá falhar se o entrevistador não se ligar emocionalmente à criança. suas observações da reação da criança à descoberta das boné:. a preparação dos profissionais presentes na sala é uma parte integral e crucial do procedimento de usar as bonecas. Isso é extremamente crucial. 2) O brinquedo livre no início é necessário para nos conectarmos emoci mente com a criança. A fase iniciai da entrevista precisa dedicar-se a esse aspecto. Os profissionais.. eu inicio uma "descoberta orientada" dos genitais da boneca que representa o suposto abusador. 2) O uso das bonecas anatômicas deve ser parte do contexto global do relacionamento adulto-criança durante a sessão. Eu diria isso como uma digressão. A criança pode ficar imediatamente chorosa e assustada. como quem não quer nada: "Acho que há mais brinquedos na caixa". Se as mães estão envolvidas. A própria criança precisa ter a chance de descobrir as bonecas.1) O entrevistador não deve apresentar as bonecas anatômicas como o el mento essencial da entrevista desde o início. A preparação de todos os profissionais é necessária de modo a evitar sua reação de apreensão ou aborrecimento. eu novamente diria como quem não quer nada: "Veja. que inclui outros materiais para brincadeiras e desenho. 5) O profissional começa sua ativa exploração e avaliação com sua :. Eu diria. é a primeira reação da criança à sua própria descoberta dos órgãos sexuais das bonecas quando ela começa a despi-las. e nós geralmente precisamos incluir um período de brinquedo livre com a criança. As bonecas devem ser oferecidas como parte de um ambiente global. Talvez eu inclusive evitasse brincar diretamente com a criança. -ção e as pistas específicas precisam vir da criança. e somente estimular o processo se necessário. Se os profissionais. 4) O diagnóstico específico de abuso sexual começa no momento eaaj profissional observa a reação da criança à descoberta independntj orientada das bonecas. exatamente como quando falo aos adultos sobre algo não relacionado ao abuso. em termos diagnósticos. Isso é indicado porque a criança não é imediatamente confrontada com as bonecas e eu tenho tempo para fazer um contato emocional com ela. como qualquer outra pessoa. eu observaria a criança descobrir as bonecas. Algumas ficam paralisadas de medo. à qual a criança tem livre acesso. fazendo um contato através de brincadeiras e conversas. As bonecas geralmente não estão visíveis. Antes da entrevista de revelação com a criança. dando-íhe tempo para se acalmar. As vezes. Algumas ficam subitamente muito excitadas e . 7) Qualquer sinal de ansiedade. não deve estar concentrado nas bonecas. elas podem precisar de algum encorajamento. Em outros casos. nas quais utilizamos bonecas anatomicamente exatas: 1) Nós precisamos preparar todas as pessoas diretamente envolvidas rv trevistas de revelação para o uso das bonecas e de outros materiais nósticos explicitamente sexuais. familiarizar-se com elas e despi-las em seu próprio tempo. especialmente despi-las. de uma maneira que reduza a ansiedade e os medos da criança de possíveis desastres. que normalmente leva a uma incapacidade de revelar. mas permitir que a criança as descubra a seu próprio tempo. 3) Precisamos esperar que a criança descubra as bonecas. pois um dos momentos mais valiosos. as crianças começam imediatamente a despi-las. mostrar-lhes-ia as bonecas e as deixaria despi-las para verem como elas são. É importante preparar a Pessoa de Confiança e qualquer outro profissional que vá estar na sala para o uso das bonecas anatomicamente exatas e para o uso de linguagem sexual explícita. que pode assustar e afastar a criança durante a entrevista. neste estágio. Eu também usaria uma linguagem sexual explícita para preparar as mães ou os colegas para a entrevista. eu sempre falaria com elas em separado. e esse encorajamento. com o objetivo de me conectar com a criança. Perguntas neutras visando coleta de informações devem ser seguidas por perguntas que tratam e exploram. Eu inicio a entrevista falando sobre assuntos não relacionados. Abuso Sexual da Criança 144 6) O profissional deve introduzir uma linguagem sexual apenas em resposta à reação da criança à descoberta dos órgãos sexuais da boneca. e especialmente as mães. 3) O entrevistador não deve manusear as bonecas. Seria bom ter em mente os sete seguintes passos nas entrevistas de revelação com crianças pequenas. novamente. a criança perceberá imediatamente essa comunicação. antes da entrevista. ficam perturbados durante a entrevista. Portanto. Se a criança não começar a despir as bonecas. elas têm uns botões lindos e eu gostaria de saber se você consegue desabotoá-los. A seqüência diagnostica específica começa quando a criança descobre as bonecas. esfriamento ou afastamento da criança deve ser atendido imediatamente. Se a criança não se aproxima da caixa para ver o que está dentro dela. Quando perguntei quem estava fazendo isso com ela. e o mínimo necessário de pessoal médico. Outras demonstrami em sua primeira reação.145 Tilman Fu começam a brincar de um modo sexualizado muito explícito. quando eu reagi às suas reações à descoberta das bonecas de um modo m casual. mas também possuem um grande valor terapêutico. que muito provavelmente não sofreram abuso sexual.5 pode. as vantagens e desvantagens de um exame médico imediato devem ser cuidadosamente consideradas em cada caso. em certo estágio da entrevista. a rápida interação. Outras formas e elementos de comunicação também devem ser explorados. Outros instrumentos de comunicação não-verbal sobre abuso sexual tal precisem ser empregados quando uma criança reage com medo evidente à d ta dos órgãos sexuais das bonecas. incluindo o médico. Prova forense e exame médico Evidências médicas e forenses inequívocas são não apenas úteis ao processo legal e de proteção à criança. Se não há indicação de abuso sexual nos últimos três dias. deixando- a prosseguir com a descoberta e despir as bonecas ela prc sem lhe dar qualquer atenção clara. Exh>j" tem muitos indicadores. em alguns casos. Um exame forense somente deve ser realizado por um médico bem treinado e após cuidadosa preparação da criança. mas precisa prf ro lidar com a ansiedade em relação a aproximar-se delas. verbais e não-verbais. conduziu a uma clara e indiscutível revela abuso sexual por parte do pai. ela respondeu "a boneca-papai" do depois. de abuso sexual. o vistador não deve insistir em que ela use novamente as bonecas. o uso das bonecas anatômicas na avaliação do abuso sexual da criança pode ser extremamente útil.5. Podemos pedir à criança que desenhe sua As vezes. sentir-se compreendida. Pode levar mais de uma sessão para chegarmos à revelação e o uso das 1 anatomicamente exatas não é um atalho nesse processo. antes de poder começar o pr específico de revelação. Poder confrontar o abusador com provas inequívocas de abuso sexual e com evidências factuais poupa a criança de testemunhar e de fazer declarações legalmente conclusivas. cuja presença é extremamente importante. ser um elemento complemeni necessário nesse ponto da entrevista. . Geralmente é menos assustador para a criança se o exame for realizado por uma médica. nas áreas vaginal e anal e. se quisermos chegar a uma avaliação diagi tica objetiva e válida. Durante o exame. Podemos pedir-lhe que d seu pior pesadelo ou a coisa mais apavorante que poderia ver através de um de fechadura. Devem ser buscados traços de esperma e de outras substâncias do abusador nas coxas. perguntando-lhe o que ela tinha dentro de sua boca. a criança ou qualquer outro membro da família retire novamente a acusação sob a pressão psicológica que segue a revelação inicial. de modo neutro. Abuso Sexual da Criança 145 Dentro do contexto. Nessa ent revelação. Se a reaçi: criança à descoberta das bonecas é uma ansiedade e evitação paralisantes. A menina despiu primeiro a boneca-mãe e depois a boneca-pai. Uma menina de três anos de idaéj que se suspeitava tivesse sido sexualmente abusada pelo pai. despiu as bonés! enquanto eu falava com a atendente da creche. a Pessoa de Confiança. eu estabelal fatos do abuso sexual perguntando. o exame médico por um profissional experiente e sensível tem clara precedência sobre o gênero do examinador. falando sobre botões. nas mãos e outras partes do corpo. No entanto. Mas também ficou evidente que as bonecas são apenas um instrumento entre outros. Ela olhou paras com um olhar perscrutador. A reação mais violenta normalmente acontece na primeira resposta à descobil ta do pênis da boneca adulta do sexo masculino. ela colocou o pénw boneca-pai dentro de sua boca movendo-o para dentro e para fora repetidanr~ Ao fazê-lo. 9. sobre aquilo que estava tecendo. no momento em que a criança colocou o boneca- papai dentro de sua boca. Também faz com seja impossível que o abusador. espontaneamente: "esse não é o papai de verdade". Dar à criança perr terapêutica explícita para comunicar e tratar as ansiedades da criança confi» apresentado na seção 8. pode às vezes ser útil. Induzir a criança. para dentro e para fora. Em um rápido movimento. desencadeados primeira descoberta dos órgãos sexuais das bonecas anatômicas. A criança precisa esta: : calma e à vontade. Ela ma tou uma imediata reação de extrema excitação à boneca-pai nua. Sua resposta sussurrada "um cacete" já cava que ela ou estava assustada ou sabia que estava falando sobre algo secrel— processo da entrevista ficou claro que ela sabia que estava comunicando um seaj Então eu perguntei: "o que acontece com o cacete?" Ela novamente o cole boca. Eu estava do lado. pode ser necessário um exame médico imediato da área vaginal e anal. se necessário. a descd as bonecas e a despi-las. ela observava atentamente minhas reações e pareceu ficar alivi calma. as crianças desenham cenas sexuais explícitas que conduzem a uma lação subseqüente completa e clara de abuso sexual. sempre seguindo suas pistas. Podemos utilizar figuras ambíguas que a criança possa relacioí abuso sexual e podemos utilizar outros brinquedos relativos aos problemas municação do abuso sexual da criança como síndrome de segredo. e que somente podem ser utilizadas em um contexto global de comunicação adequada com a criança. apenas um número mínimo de pessoas deve estar presente. Ao responder à reação da criança à descoberta das bonecas. parecendo apreensiva e excitada. simplesmente estimulando-a em relação] botões. Ela olhou para intencionalmente e sussurrou: "um cacete". Por razões forenses. observan: menina. onde não conhecem as pessoas e não esperam ser ajudados. E importante compreender que a pessoa a quem a criança revela passa a ser a Pessoa de Confiança. Quando uma criança faz uma revelação intencional completa. que podem levar a provas inequívocas. isto é. Capítulo 2. Capítulo 8. Nos casos em que a criança é mandada para um exame médico. que se torna a Pessoa de Confiança. a evidência médica somente pode ser tomada como um fator entre outros na avaliação. Em todos os casos de evidência médica duvidosa ou comprovada nos quais não temos nenhuma evidência forense em relação ao abusador. e cometem o erro comum de não sentar calmamente com a . 2. após uma suspeita ou revelação parcial. A evidência médica sem prova forense quanto à identidade do abusador deve ser tomada como uma parte da evidência que precisa ser julgada no contexto do abuso sexual da criança como síndrome de segredo.) O valor da evidência médica precisa ser colocado dentro do contexto. O uso da "pessoa de confiança". A vantagem da investigação por um pediatra ou equipe pediátrica está no ambiente menos ameaçador em que ocorre o exame.6. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. pela criança ou pelo>j profissionais. O processo individual no contexto. e na perícia especial dos pediatras em examinar fisicamente crianças assustadas que precisam ser tranqüilizadas e reasseguradas.9).2. O exame médico pode ter dois pontos de partida muito diferentes. Ele deve levar todo o tempo necessário para ouvir completamente a criança. 9. Os resultados do exame médico devem ser tomados no contexto do planejamento global da intervenção. (Veja Preparação para a revelação. A estrutura da intervenção.Quer um pediatra ou um médico da polícia realize o exame. nos casos de abuso sexual medica comprovados. Uma estreita cooperação entre médicos da polícia e outros médicos é absolutamente vital. a criança estará muito aberta. os resultados desse exame devem ser registrados cuidadosamente. 8. de modo a evitar uma repetição do exame que. 3. pode ter um valor muito limitado. Quando a suspeita primária origina-se do exame médico. A vantagem de envolver um médico da polícia reside no fato de que ele pode ser capaz de coletar evidências forenses adicionais. Suspeita de primeira-linha e suspeita de segunda-linha. entre o lar. (Veja Padrão familiar. Capítulo 13. Revelações intencionais são mais freqüentes nos casos de crianças mwM velhas e adolescentes. isso deve ser decidido de acordo com o ambiente e as capacidades dos médicos envolvidos. Primeiro. a partir do exame méi não é diferente de qualquer outra suspeita e requer os mesmos passos na prepara^ da intervenção. quanto à identidade do abusador. Sem ter alguma idéia de quem é o abusador.6. através de um amigo ou companheiro da escola em quem depod| confiança. Se uma primeira suspeita surge de um exame médico. Muitos profissionais ficam imediatamente preocupados com a possibilidade de interferir nos requerimentos legais ou de proteção. Uma rede profissional que funcione bem tentará combinar ambas as vantagens. 2. e a intervenção deve prosseguir de acordo. As três formas diferentes de revelação precisam ser manejadas diferen-_ temente. que revelam em ambientes e a profissionais do "mundo áW meio". o exame médico já é parte do próprio processo de revelação. os médicos não 146 Tilman Furniss devem iniciar uma revelação para a família nesse momento. Ou a criança resíl indiretamente. podemos ter evidências médicas inequívocas. A suspeita de primeira-linha ou de segunda-linha. Deve ser avaliado se a evidência médica será considerada como uma frágil suspeita de primeira-linha ou como uma suspeita de segunda-linha bem fundamentada. Mesmo que o exame forneça claras evidências de abuso sexual da criança. ainda não temos prova forense. tais como cabelos ou fibras das roupas do abusador. O primeiro profissional que senta com a criança não deve entrar em pânico e não deve pensar que pode envolver imediatamente outros profissionais nesse estágio.) Abuso Sexual da Criança 146 Se a Pessoa de Confiança permanece com a criança por todo o processo de revelação nenhum dos fatos que a criança revelou irá se perder. precisamos sentar e conversar com ela sozinha. Abuso sexual extrafami da criança. e o murtB externo. Revelação pela criança Uma revelação completa geralmente é desencadeada pela mãe. e preparada para falar mais do que em qualquer outro momento. a intervenção na crise inicial ser muito difícil.4. as autoridades locais estão criando unidades especiais para as investigações de abuso sexual da criança. onde estão assustados demais para revelar. As crianças geralmente revelam diretamente ao profissional ou a atgiMÉ outro adulto fora da família.1. No momento da crise. Mesmo que tenhamos evidência médica de abuso sexual. Em algumas áreas. e ouvir pacientemente o que ela tem a revelar. nós temos apenas uma minoria de menos de 20 por cento de casos com inequívoca evidência médica. Isso leva os professores da escola e da creche e outros profissionais do sistema educacional ao centro do trabalho de revelação (veja Revelação na escola.) 9. seria muito diferente se a criança tivesse sido abusada fora da faiou por um membro da família. (Veja O procesai individual. Os profissionais precisam ter alguma idéia da identidade do abi dor. semelhantes às unidades especiais para vítimas de estupro. se realizado depois de vários dias ou semanas. mas nenhuma idéia de quem possa ter abusado da criança. O exame pode seguir a uma suspeita ou alegação de abuso sexual ou um exame de rotina pode conduzir a uma primeira suspeita. A evidência médica de abUSO Sexual é muito diferente da prova forense que identifica o abusador. é que revelam um abuso prolongado por amigos. As mães protetoras também podem ficar extremamente divididas i suas lealdades à criança abusada e ao abusador. sem que lhe digamos. 2) A situação familiar e a reação mais provável do abusador em relaçãoI confrontação com a alegação de abuso sexual da criança devem ser esctal recidas com a mãe. quando passam a confiar. Poderíamos dizer que teremos que pensar sobre aquilo que ela nos contou e falar com alguns colegas a respeito do que precisa acontecer a seguir. 1) É melhor falar inicialmente com a mãe sozinha. No entanto. 3) Os profissionais precisam discutir com a mãe os prováveis passos da interf venção na crise. esta deve explicar-lhe cuidadosamente os passos seguintes mais prováveis. Algumas crianças dizem. ou sobre as coisas específicas que a mãe viu em relação ao abuso. elas são mandadas para estranhos completos. membros da família e pais (veja Exemplo clínico. 8. deve ser realizado um exame médico tão logo seja possível (veja Prova forense e exame médico. O primeiro passo é organizar uma entrevista formal de revelação com todos os profissionais envolvidos. As crianças que são rapidamente encaminhadas a assistentes sociais. o abusador deve ser confrontado com a revelação do abuso tão logo seja possível e sem contato anterior nem com a mãe. pode preparar a criança na presença dos profissionais para a entrevai! de revelação que vem a seguir. ou se ela se unirá ao abusador contra a criança. Capítulo 4. Com adolescentes mais velhas. uma vez. sozinha. às vezes é possível fazer um contrato para retardar a revelação à família até o dia seguinte. Primeiro. separada da criança. (Veja Organizando a entrev:~ de revelação. se ela será uma aliada da criança durante a entrevista de revelação formal. A mãe precisa ser chamada e solicitada a vir ao local em que a criança revelou. Nós temos que estar conscientes de que as revelações iniciais pelas crianças são muitas vezes apenas revelações parciais. pelo telefone. Se a mãe não estiver perturbada demais. ela deve ser considerada a Pessal de Confiança. outros profissionais devem ser envolvidos nas próximas horas e a revelação à família deve ser feita no mesmo dia. um dos profissionais deve falar com ela. Se a mãe está perturbada demais. Se a criança é uma pré-adolescente ou uma adolescente jovem. É com ela que os profissionais devem falar primeiro. sobre as alegações específicas da criança. geralmente se fecham novamente. Sem ter verificado o que as crianças têm a revelar para a Pessoa de Confiança. 8. ela. Somente mais tarde. pela reação da mãe. A Pessoa de Confiança precisa então ativar a rede profissional.) Nós devemos lembrar que as mães protetoras também podem estar mnp perturbadas e que podem precisar de muita ajuda e atenção durante a entrevista revelação. 4. o que revelou à Pessoa de Confiança.5). a razão para essa emergência. que foram abusadas apenas uma vez e podem implicar um estranho. em que a criança repete. a revelação à família precisa acontecer no mesmo dia. Preparando profissionais colegas para a reve- lação iminente. Se há qualquer indicação de que tenha ocorrido abuso sexual nos últimos três dias. Revelação pelas mães Se a mãe é a pessoa que informa os profissionais. inicialmente. que talvez fique impedida de revelar.2. detalhadamente e seaj pânico. Quando a criança contou sua estória. contam muitas vezes um abuso menor antes de terem coragem de contar a estória toda. A revelação à família deve acontecer assim que a rede profissional tenha planejado e coordenado a intervenção. Mesmo as mães que são avaliadas como aliadas da criança podem ficar tão perturbadas que assustarão a criança. 9. deve estar presente na sala durante a entrevista de revelaçãB (Veja O uso da "pessoa de confiança". em que a criança é suficientemente madura e não está perturbada demais. e em que a rede profissional precisa de tempo para se preparar. A necessidade de avaliar sej criança pode voltar para casa ou não. as crianças são rapidamente encaminhadas. a família P. a própria mãe.13. como a Pessoa mm Confiança.3). policiais ou outros "especialistas" que são estranhos. Então. pois enviará à criança mensagens claras ou indiretas para não revelar. nem com a criança. esse procedimento só será possível em um pequeno número de casos. Caso contrário.7. (Veja A família e a rede profissional. primeiro. até depois do momento especificado para o próximo encontro.criança e ouvir aquilo que ela tem a dizer. e quando a Pessoa de Confiança sente que ela contou a estória toda. geralmente muito mais tarde.7. Quando ela chegar. ela 147 Tilman Furniss certamente não deverá estar na sala durante a entrevista de revelação. O encontro de pré-intervenção. 8.) Na maioria dos casos.) 9. e como as questões de proteção serão afe por uma admissão ou pela negação do suposto abusador . pessoas que não conhecem. cornai Pessoa de Confiança.6. de modo a informá-la sobre a revelação da criança e avaliar.3. os profissionais precisam avaliar o papel que a mãe deve ter na entrevista de revelação. ou expressar hostilidade em relação à criança. os profissionais talvez tenham que ajudá-il a ajudar a criança a revelar. a Pessoa de Confiança precisa falar com a criança sobre os próximos passos a serem dados. Se a mãe não acreditar. incluindo a intervenção por outros profissionais. Esse contrato dá ao profissional o tempo necessário para preparar a intervenção na crise da família e coordenar a rede profissional. As crianças. Após a revelação da criança. 9. O profissional deve dizer à criança a hora exata em que a verá no dia seguinte e precisa prometer-lhe que nada revelará à família. Quando a criança confiou na Pessoa de Confiança. se a mãe será ou não protetora. Uma vez que o momento e o lugar da entrevista de revelação são determinados pelos profissionais. A Pessoa de Confiança pode ajudar a criança a relatar os fatos do abuso no ambiente geralmente assustador e intimidador de uma entrevista de revelação formal. Capítulo 4. O professor a quem a criança revelou ou em cuja aula induziu as primeiras suspeitas precisa ser envolvido como uma Pessoa de Confiança. a tríade de assistente social.precisam ser discU com a mãe desde o início. nos quais as crianças cada vez mais revelam o abuso sexual vivenciado. QuaT outra ação depende apenas de uma avaliação que também deve levar em conta as alegações da mãe. Eles também devem se tornar os profissionais que se articulam com o sistema legal e estatutário fora da escola. 8. Deve ser feita à mãe a difícil pergunta sobre se escolherá a criança ou se voltará a se unir ao abusador caso ele negue. As desvantagens de uma revelação induzida por profissionais está na necessidade de estabelecer os fatos do abuso unicamente a partir da criança. O processo familiar. Os profissionais geralmente têm a oportunidade de avaliar. pois ficam confusas e interpretam o repetido questionamento como ameaçador. (Veja Alegações separação e divórcio. entre a casa e o estranho mundo lá fora.6).) Os assistentes sociais educacionais e diretores precisam coordenar a rede profissional dentro da escola. 9. podem ser falsas. Se o abuso sexual foi 148 Tilman Furniss revelado na escola. 8. O melhor procedimento. Organizando a entrevista de revelação. 9. em que a criança precisa falar com pessoas que jamais viu antes. muitas vezes. geralmente sem qualquer apoio da mãe ou de outros membros da família.6. (Veja Preparação para a revelação. Entrevistas repetidas podem levar não apenas a dano psicológico. É crucial que a Pessoa de Confiança fale com a criança sozinha. Frágeis suspeitas de primeira-linha podem ser suficientemente das ao longo do tempo. para as pequenas. As crianças. (Veja O uso da "pessoa de confiança". a mãe não é necessariamente a Pessoa de Confiança. 14. pode ser o de colocar a mãe por trás do espelho ou realizar a entrevista sem a mãe. 9. Os professores. (Veja Etapas da intervenção na crise . em certas circunstâncias. A família e a rede profissional. ela pode ajudá-la a repetir a revelação e a falar sobre o abuso.1. O assistente social educacional está na posição ideal para coordenar a rede profissional dentro da escola.6. sozinha.9. induzindo a revelação antes da entrevista de revelação formal que.) 9. As crianças.8. pode ser muito ameaçadora e assustadora para a criança. Capítulo 3. a mãe precisa ser abordada da mesma maneira que nas revelações iniciadas pelas crianças (veja Revelação pelas crianças. 9.) Nas revelações iniciadas por profissionais. muitas vezes. porque o repetido questionamento é visto por ela como um sinal de não ter dado uma resposta suficientemente boa na primeira entrevista. Os diretores e assistentes sociais educacionais precisam preparar a entrevista de revelação em cooperação com os serviços sociais e a polícia. Síndrome Munchausen-por-procuração nas mães queC ram abuso sexual. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo.os professores e outras pessoas na equipe das escolas e creches sejam treinadas para detectar sinais e sintomas de abuso sexual e que saibam como lidar com as suspeitas e as revelações das crianças. A rede profissional. o que talvez a criança não faça a menos que a Pessoa de Confiança tenha conversado antes com ela.3. contando-lhe a estória em uma entrevista de encaminhamento imediatamente após a entrevista de revelação (veja A entrevista de encaminhamento. e infelizmente não pode ser tomada automaticamente como uma aliada natural da criança. durante a entrevista de revelação. e a creche. Revelação pelos profissionais A primeira tarefa de uma revelação completa induzida pelos profissionais é lecer os fatos do abuso sexual em uma entrevista de revelação estruturada. E muito importante que. atendentes da creche e outras pessoas da equipe devem procurá-los para compartilhar suas suspeitas iniciais. As crianças pequenas podem contar estórias diferentes. em uma revelação iniciada por profissionais. polícia e profissional de saúde deve se tornar um quarteto que incluía o diretor ou o assistente social educacional. Capítulo 5. antes da revelação.8. tagem de uma revelação por profissionais está no fato de que os profissioi mente podem determinar o momento em que estão prontos para dese revelação. mudam a estória.14).6. Devemos ter em mente que. Depois que a Pessoa de Confiança induziu as revelações na criança. para as crianças mais velhas. Revelação na escola A escola. 2. Revelação pelas crianças. Capítulo 8. como uma entrevista mul- tidisciplinar. não deveria ser necessário repetir entrevistas. voltam a mentir e a negar para evitar a ansiedade e a confusão de entrevistas repetidas.) Devemos evitar entrevistar repetidamente a criança. transformando-se em suspeitas de segunda- lint Abuso Sexual da Criança 209 fundamentadas e a rede profissional pode ser completamente preparada e coordenada antes de ser induzida a crise familiar da revelação. são os lugares ^ mais importantes do "mundo do meio". Precisamos distinguir entre a repetição da entrevista de revelação formal e a possível repetição de uma revelação inicial da criança que confiou na Pessoa de Confiança. 9. e certos comportamentos e sintomas podem levar alguns membros da equipe a suspeitas iniciais de primeira- linha de abuso sexual.10. Suspeita de primeira-linha e suspeita de segunda-linha.1). 8. . uma vaga suspeita de primeira-linha. 11. Os profissionais da educação estão se tornando um grupo crucial na complexa rede multidisciplinar do abuso sexual da criança. pode ser seguida e controlada facilmente. além da entrevista revelação oficial e do encontro de responsabilidade com a família ( Preparação para a revelação.1. 5. (b) encontro com a criança que sofreu abuso e a equipe e (c) um encontro toda a equipe e de todas as crianças da unidade. rapêutica de abuso ie e sigilo revelação l (b) um :ontro de evista de rulia (veja |da equipe familiar SBcados na feretamente li ela mui-fronteiras 4) Pode facilmente ocorrer uma divisão entre as pessoas que estão em contato diário com a criança e os profissionais que estão em contato com a família durante o trabalho de família (veja O processo interdisciplinar no contexto. 52). ar a rede ■ pessoas i diretores ilação em :a revelou ::mo uma M2: Suspeita iça". 2. quando lidamos com suspeitas de abuaj sexual da criança em ambientes de internação ou residenciais. irão testar se podem confiar e revelar. 6. Existem cinco desvantagens maiores. antes de ser capaz de fazê-lo completa e abertamente (veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. Formas concorrentes de terapia.6. pode ser protegida de outros abusos imediatos de modo relativamente fádLj 2) Em um ambiente de internação ou residencial. 7.3.) er enfati-nas Os profis- multidis- ■Wsinal 1 crianças crianças i residencial ente fácil. 1) Pode ser difícil salvaguardar a maior necessidade de privacidade e sig^ da criança (veja Do segredo à privacidade.4).2.da revelação. especialmente quando a criança sexualmente abusada cria uma sexualização geral de toda a atmosfera da unidade.6. 8. que surja lentamente.4). pois os professores tiveram. 8. Capítulo 8). a criança precisa de licença e permissão terapêutica explícita para revelar. em uma Intervenção Terapêutica Primári* podem ser organizadas mais facilmente (veja A Intervenção Terapêutica Primária. 9.2). 2) O processo de revelação é complicado pela necessidade de uma revel: institucional interna que deve incluir (a) um encontro da equipe. Furniss Abuso Sexual da Criança 149 rude deve pai. 2. O uso da "pessoa de confiança". passando com ela tas horas do dia. As atendentes e as pessoas-chave que estão diret envolvidas com a criança que sofreu abuso sexual. sem que se precise agir até que a suspeita de primeira-linha se torne] uma suspeita de segunda-linha bem fundamentada. A vantagem da imediata segurança da criança em um ambiente residencial ou de internação e o estreito contato com a criança permitem uma progressão mais natural da suspeita inicial de primeira-linha e revelação parcial até uma suspeita de segun-da-linha e uma revelação completa. de pri-facilmen-se torne Primária. nos ambientes residenciais e de internação. Nessa situação. Suspeita e revelação em ambientes de internação e nos lares de criança? Manejar a suspeita e a revelação em ambientes de internação e nos lares de crianças] apresenta certas vantagens.) A necessidade de treinar profissionais no sistema educacional deve ser enfatizada. a criança no ambiente de internação ou residencial. Capítulo 6. 5) Membros da equipe que sofreram abuso sexual quando crianças correm um risco muito maior de se confrontarem com possíveis problemas pessoais de identificação do que a equipe de clínicas sem internação ou de ambientes não-residenciais (veja Profissionais que sofreram abuso sexual.1). até o momento. 3) A maior intensidade da identificação dos diferentes membros da com diferentes aspectos dos problemas da criança e do processo f cria o perigo de conflitos por procuração grandemente intensificad equipe residencial. podem ter extrema dificuldade em manter as fr adequadas (veja O processo interdisciplinar. 3) Formas concorrentes de terapia. 1) Ao longo do tempo. As crianças e os adolescentes. O processo individual no contexto. Essa vantagem pode ser reduzida por um grau extremo de perturbação comportamental que pode influenciar muito as outras crianças e a equipe da unidade. apenas um papel marginal nas redes profissionais envolvidas no manejo do abuso e negligência físicos. 8. 6. O reconhecimento do processo de espelhamento então. de modo a obtermos uma resolução terapêutica do conili procuração. As crianças que sofreram abuso sexual geralmente são capazes de dividir e polarizar a equipe. A primeira suspeita de abuso sexual da criança em ambientes residenciais e de internação. A resolução do conflito-por-procuração deve ajudar a equipe a an os problemas da criança e os conflitos familiares que se seguirão à revelação.4. com privacidade. os membros da equipe que desejam revelar imediaij prematuramente podem violar as fronteiras da privacidade de outros memh equipe e da própria criança que sofreu o abuso. Podem utilizar o mento do direito da criança à privacidade para conluiar-se com o segredo e a revelação. Uma vez que a criança reve equipe precisa considerar como o abuso sexual pode se tornar abertamente pa processo terapêutico da criança dentro da . que eles todos sabem i aconteceu abuso sexual. Pode ocorrer um grave conflito-por-procu- ração relativo à questão de se e como deve ser manejada a suspeita inicial de primeira-linha. Esse encontro. Pode 212 Tilman ser qualquer membro da equipe que esteja bem-integrado na equipe e que induza divisões dentro dela. deve u' uma linguagem sexual explícita. que estabelece o abuso como fato dentro da de. (Veja A natureza interacional da motivação. As resoluções dos conflitos- por-p' ção são obtidas com muita dificuldade. no qual a pessoa a quem a criança revelou a quando contar novamente sua estória. enquanto cria hostilidade em outros. A sexualização. Uma consulta e pode ajudar os diferentes membros da equipe a declarar abertamente suas i cações primárias. a primeira tarefa do grupo é designar uma "pessoa especial" que se torne a Pessoa de Confiança. Os membros da equipe na unidade que começam a suspeitar de abuso sexual jamais devem compartilhar suas suspeitas com a criança sem que antes haja uma preparação e acordo explícito dos profissionais da equipe. Pode ser necessária uma ajuda de fonu modo a evitar conflitos por procuração institucionalizados. Possíveis conflitos momento e a forma adequados de revelação devem ser identificados como por procuração. como uma pré-condição para a Intervenção Terapêutica Primária. Isso conduz a conluios entre diferentes membros da equipe e a uma divisão feminino-masculino às vezes muito intensa mas oculta. Os relacionamentos geralmente próximos e emaranhados equipe-equipe e pe-criança. da equipe.) Todos os membros da equipe precisam estar envolvidos no segundo está processo de revelação. Portanto.2.) Se a Pessoa de Confiança unir-se ao sistema de segredo da criança uma divisão. 8.1. mas imediato e intenso. 5. Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primá~ Nos ambientes residenciais. O processo interdisciplinar. por sua vez.1. criando e mantendo o sexual como realidade. (Veja Permissão terapêutica explícita para revela^ O uso da "pessoa de confiança". de modo a romper o segredo perante equipe. É essencial que a criança tenha a experiência real do abuso sexual comentado abertamente na frente de todas as pessoas da equipe. A "pessoa especial" precisa conectar-se com a criança e dar-lhe licença explícita para revelar o abuso. (Veja Nomeando. Possui a mesma função criadora de realidade do primeiro encontro fa conforme descrito abaixo. é importante realizar um encontro da equipe. Isso se deve ao fato de que. A Intervenção Terapêutica Primária. 2. Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima. cria uma divisão entre os membros da equipe que querem revelar imediatamente e aqueles que se identificam instantaneamente com a ansiedade da criança em relação à revelação. (Veja O cesso interdisciplinar. 8. para que ela que o segredo foi rompido.3. que fale regularmente com a criança sozinha. 8. Os membros da que se identificam com a criança podem desejar o segredo. Etapas da intervenção na crise de revelação.4. é especialmente difícil distinguir entre a nec de de evitar o segredo e o direito da criança à privacidade. ser extremamente útil para obtermos uma resolução do conflito-por-p ção. se possível com to membros da equipe da unidade. e que ouça. no 9. em uma unidade residencial ou de internação. afeta o relacionamento equipe-criança e os relacionamentos dentro da própria equipe. 8. nos ambientes residenciais e nas unidades de internação. podem os conflitos-por-procuração muito pesados. Por outro lado. de modo que os conflitos de espelhamento na equipe profi possam ser usados no processo de consulta como espelhando os problemas criança e o processo familiar. a criança que tem o comportamento sexualizado pode seduzir emocionalmente al- guns membros da equipe. em a todas as outras crianças e à própria criança abusada. A Pessoa de Confiança não precisa ser a pessoa-chave ou o terapeuta individual. Capítulo 6. A crise da revelação-crise dos profissionais e crise familiar.11. qualquer informação precisa ser compartilhada com equipe. de formas sutis.1.1. os membros da equipe que sofreram abuso sexual percebem rapidamente a comunicação da criança abusada e se identificam com ela.Em ambientes de internação. A equipe. geralmente de modo inconsciente. Os conflitos por procuração dentro da equipe da unidade precisam ser manejados antes de ser induzida uma revelação envolvendo a criança e a família. como um "evento nomeador". Quando uma criança revelou o abuso sexual a um m de equipe. 2. precisa manter em sigilo essa informação.4. 5.) Se a própria criança não escolheu claramente uma Pessoa de Confiança na equipe. geralmente. e por isso mesmo mais destrutiva. de uma maneira que pode levar a graves conflitos-por-procuração. de modo a seguir lentamente a suspeita de primeira-linha. »„ U^J»^ da VltlmlEaçao COCUndS i J ^-i Iii i i i i i i Mvi il I ^ii Iii i_li^> vi IWV i.rlSVI I I I I ISSH rt A..-iri uri r. dizendo.-~ r"1"'r"*" ■* ""^^ própria pomo taEC lo. V. 6. Otltr^t.l • ' 1' IVilni. Na verdade. deve assumir a responsabilidade pela revelação interna.pr-rhirborifl . você entendeu o que Susan disse? Já lhe aconteceu alguma coisa desse tipo?" Outras crianças. li u i i-..' <jriilI\«Vilfc. u. não foi.(JU.. com toda a equipe e t criançao. IViaC Olo iMiulir. Susan.: . que ola acha muito difícil contar. Dependendo do contato e relacionamento da criança com a família e das necessidades específicas de proteção. . Algumas crianças lidam com a revelação interna na unidade de uma muito mais aberta do que outras. a revelação familiar geralmente deve ocorrer primeiro. t>uor-'' • i ns^ y^iá ^i.1. as agências legais e estatutárias de fora devem ser envolvidas da maneira usual. revelam seu próprio abuso sexual na crise da revelação de algum companheiro do grupo e a rede profissional deve estar preparada para essa eventualidade.co" para a revelação.. a criança pode ser incapaz de dar essa permissão e que um membro da equipe.'"..-.^il i^i ■ ii li ii i^i i ii j. devido às ansiedades no abuso sexual como síndrome de segredo.. Uma revelação completa com a criança dentro da unidade deve acontecer em paralelo. mas com as crianças pequenas.T da cq™p° fuau u"«r eulKMií tumu: Siuíau ti..H. t j" nrnijnr iltCfi 11 ii-vi-lni í- 1-1111-11-^ p/iin r l. (Veja O processo individual.fluri .1^« .-i |'> > ~»« nu -~».. foi o seu pai. prnH.. tais 1 i \_ l* ij »J v..-. poio íooo noo **JLU_l.. de modo a preparar a criança para os prováveis futuros passos da Intervenção Terapêutica Primária. jjyi. ..l yilfl iui^w^l. O que Susan gostaria de contar a vocês hoje é que algo muito difícil lhe aconteceu.unidade. Na verdade. por exemplo: "Anna.ná ^4 'Jilül IV**. ou deve preceder a revelação externa.ulto Importante a rocpolto dela.i-nnlnr ln. geralmente é seguida por um grande alívio por haver se livrado do peso do segredo. Enquanto o segredo do sexual separar a criança abusada das outras crianças e defini-la como difereefl terapia será dificultada pelo isolamento e separação em que a criança perm (veja Do segredo à privacidade. Deve ser observada a regra de que qualquer revelação interna ao grupo de crianças residentes só pode ser iniciada após uma cuidadosa preparação da criança que sofreu abuso.winn/il j--«lale OOVO torça-la.-i poro ir. antes que o abuso seja revelado na unidade (veja Etapas da intervenção na crise da revelação. í Lw »j i/ uly _» .. Isso necessariamente não significa que a equipe deve esperar para revelar até que a criança abusada dê permissão clara e explícita.i "mt imi-i 11^v. Com adolescentes.*u»t^- rfn (. r... \_1 t»..) Quando surge a suspeita de abuso sexual da criança em um ambiente de internação. A revelação externa deve ocorrer primeiro se há algum perigo de que a revelação interna seja comunicada de modo descontrolado para a família. j . se possível. E comum que outras crianças passem a proteger e apoiar aquela que sofreu abuso. . e você pode pensar que os outros vão pensar mal de você.. ou que não vão mais gostar de você.2). do processo terapêutico da criança. Vocc quer contar... Nós temos que ter capacidade profissional para saber que..inln 'mlli min ij^iii- mil iImi lll|-*llllffll i"*. . V* J L( Jui U V. Seria útil dizer à criança que sofreu abuso e as outras residentes que o abuso apenas foi revelado porque está muito ligado aos sintomas e problemas da criança. Eu sempre faria perguntas a cada criança. alguém intrometeu-se sexualmente com ela de uma maneira que foi muito perturbadora para ela.„ -. E importante ter em mente que outras crianças também podem ter sofrido abuso sexual. in loco parentis.. ou se as considerações legais e de proteção exigirem um envolvimento precoce das agências legais e estatutárias. Eu estaria apavorada se estivesse no seu lugar.spnnHrr.r.i. muitas vezes. abertamente.. a revelação dentro da unidade precede o encontro familiar. a revelação interna dentro da unidade ou : primeiro encontro familiar como encontro criador de responsabilidade deve ocorrer primeiro.... i_J ^ \_/ i UJuU 111 %_Xt»4 *_1 V. Capítulo 2. e também as outras crianças. Um dos mcmbro..pmmlv-im pmlrin infliuivr prn i^o. .Ht-mni.i-^^i i ili. £l<JÜXIl Cum muitü II1X1:*» • «» ». ! 1 s\ •—■ f I I 1 I I J ■—.imukUi^m unidade. Susan?" A revelação inicial pode perturbar muito a criança que sofreu o abuso. Elas próprias podem começar a revelar para crianças e a entrevista de revelação na unidade. A perturbação inicial após a revelação no grupo.I"«*_lo fura LUIIl qUV.4).A IUI IVU *-* *— ¥ %-»lfc*X ■ -mmm LUIl yilCUÍltrU Llü Uli ll<_l«l<_lw CUIU tud^w -ij Ul"1"-"1 1 ' Im HjN.Ti iil i.111 i i/L/U. Os efeitos do abuso sexual podem então se tornar parte..jV n i/.. É Importante prococguir e dizer coisas como: "Tenho certeza de que isso é muito difícil para você. A etapa desde a revelação da criança até a revelação com a família também deve ser igualmente preparada e coordenada primeiro dentro da equipe 151 Tilman F profissional.im lu .**—^ ^IV (-«tll^LU clu fe. oc torna muito mcr"* mijjiuuüs tnai^w <_<->m uuiii^umuiuiiiu "«ua- li^n.Píii ili-vr.. 8. uma por uma.. podemos evitar a divisão. e o processo legal. Além disso. Qualquer segredo entre os terapei de fora e a equipe da unidade conduzirá. para ser capaz de lidar. onde aconteceu e onde estavam.f Aconselhamento e terapia individual. com os problemas específicos do abuso sexual da criança como síndrome de segreda Participar de um grupo específico para crianças sexualmente abusadas. Ela pode inclusive ter contado à mãe ou a outras pessoas da família. Trabalhando com os que abusam sexualmente. através da explíc diferenciação das tarefas e funções dos dois ambientes. O trabalho fora da unidade pode ser visto estruturalmente como o espaço emú que a criança tem permissão para desenvolver privacidade e autonomia. pode ajudar imensamente o movimento terapêutico do segredo à privact-j dade. o abuso pode ter saído nos jornais. Criar a realidade legal não cria automaticamente a realidade psicológica para o abusador. tudo aquilo que foi registrado por escrito antes deve ser falado em voz alta. para o qual as famílias não têm as palavras e a linguagem para comunicar. O objetivo é estabelecer fatos de uma maneira não-persecutória e de reconhecimento (veja Dando licença explícita para comunicar. a criança e a família. Palavras como "relacionamento sexual" entre abusador e criança devem ser usadas explicitamente. a conflitos por procura na rede profissional e à terapia não-terapêutica. não significa que essa tarefa não possa ser cumprida por um tratam realizado inteiramente dentro da unidade. e coletá-las pode ter levado muitas horas ou dias. (Veja O processo interdisciplinar no aã texto. Nomear e estabelecer a realidade externa do abuso é a pré-condição para qualquer trabalho terapêutico. 2. Isso é esquecido. e ter trocado relatórios por escrito.5. A segunda tarefa do encontro é ajudar o abusador a assumir total responsabilidade pelo ato sexual. que estava acontecendo abuso sexual. Capítulo 3. O processo individual. A vantagem do tratamento cor rente na unidade e fora dela. Capítulo 2. como evento nomeador. com privacidade e autonomia. para desenvolver o senso de privacidade e de self | criança.2). enquanto aj estreita cooperação entre todos os profissionais envolvidos evita a reintrodução d»j segredo. Formas concorrentes de terapia. Mesmo que as crianças não sejam acusadas pelos outros. na maioria das abordagens atuais. e até o momento talvez ninguém jamais tenha acreditado nela. os ter idem kpesar lo abu2) 3) so sexual ainda é um segredo de família. no passado. (Veja Prova e crença. de modo franco. Trabalho de grupo com crianças. a criança terá permissão para desenvolver um senso violado de self. ou ativamente evitado. em que o do abuso é nomeado. O encontro familiar. especialmente o fato do próprio abuso sexual. Isso somente acontece em um encontro familiar compartilhado. na presença dos outros membros da família e especialmente da mãe. Essas declarações podem ser longas. o que retira da criança qualquer responsabilidade pelo abuso. Pode ser mais difícil dar esse passo crucial num tratamento exclusivo dentn»| do ambiente residencial ou de internação. Se possível. nesse sentido. porque muitas vezes as mães assumem a culpa ou as crianças são acusadas tanto pelo abuso.) 9. em um ou dois encontros familiares conjuntos. todas as outras pessoas. 7.) O encontro familiar como evento nomeador precisa introduzir uma linguagem sexual. Capítulo 6): 1) A primeira tarefa do encontro familiar é estabelecer os fatos do esclarecer aquilo que realmente aconteceu. apenas mencionar a palavra "intercurso" ou "colocar o pênis nas nádegas da criança". a criança pode precisar de formas concorrentes de terapia. quanto pelo dano secundário decorrente do rompimento familiar. de todas essas atividades. mãe e as crianças direta ou indiretamente envolvidas. com privacidade. ela deve participar de um grupo especial para abuso sexual fora da instituição.4.Após a revelação completa. O conteúdo deve ser explícito. Quando as tarefas são visi como complementares. 7. (Veja O processo familiar. é terapêutico. Ele deve estabelecer primeiro o fato do abuso sexual e as circunstâncias em que aconteceu. a maior ] dade em qualquer Intervenção Terapêutica Primária é reunir todos os membmf família envolvidos. que cria a realidade psicológica compartilhada para todos os membros da família envolvidos. Além diferentes profissionais ou as diferentes agências envolvidas p conversado longa e freqüentemente a respeito dos fatos do abuso. 5. mas emocionalmente tão neutro quanto possível. inevitavelmente. tentes sociais. Jamais foi comentado abertamente entre as pessoas mais envolvidas: entre pai. naquele momento. Talvez não seja necessário entrar em detalhes mais anatômicos do ato sexual.11. médicos e outros. fora da unidade. para ajudar a família a encontrar uma maneira aberta de abordar o assunto. Nenhum fato deve ser considerado como conhecido ou compartilhado. a criança pode ter indicado. deve es as cinco seguintes áreas (veja A Intervenção Terapêutica Primária. Admitir o abuso no tribunal estabelece a realidade legal do abuso sexual como fato. para lidar com o abuso. O abusador precisa assumir sinceramente a responsabilidade. elas geralmente se sentem .4. em termos de relacionamentos familiares Abuso Sexual da Criança 152 lade mouros da jredo arecer 3uso e lusive )ro da assis-stante so. O primeiro encontro familiar como um encontro criador de reali e responsabilidade Mesmo que não seja providenciada uma terapia familiar continuada. Na medida em que é mantida uma estreita cooperação entre a equipe da unidade e os terapeutas de fora.2. 1.1. mesmo que o pai tenha estado no tribunal e admitido o abuso.3. Cada me família pode ter feito declarações separadas a profissionais.) No primeiro encontro familiar como evento nomeador. polícia. admissão e assunção da autoria. 7. Abuso Sexual da Criança 153 estabelecer os fatos do abuso na frente da criança e da família. Uma vez que o fato do abuso foi compartilhado perante todos os outros membros da família e na presença de alguém de fora. interferem facilmente com as tentativas de encontrar uma solução positiva e orientada para o problema. com a aceitação de todos.) 5) Finalmente. talvez esteja agindo da forma mais maternal e cuidadosa em uma dada situação. Capítulo 5. 6. ainda que de um ponto de vista conjugal ela o deseje. E bem mais fácil e rápido cumprir as três primeiras etapas terapêuticas da Intervenção Terapêutica Primária na crise aguda da revelação: 1) para estabelecer os fatos do abuso e o abuso como fato abertamente compartilhado por todos os membros da família. e sim que ela está partindo porque o pai foi irresponsável e não se pode confiar nele por enquanto. de modo a estabelecer o abuso como realidade familiar. tão adequadamente quanto em uma delegacia de polícia. O primeiro encontro familiar. 2) para encontrar a linguagem que dá à criança e a outros membros da família a permissão explícita para comunicar sobre o abuso. grau e intensidade. O encontro criador de realidade e responsabilidade pode acontecer em uma sala do serviço social. Se o pai deixa a casa.1i Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária.) Quando os abusadores admitem o abuso sexual. A terceira tarefa é ajudar ambos os pais — mãe e pai — a entrarem em acordo quanto ao grau do seu envolvimento como pais. (Veja A rede profissional. que a saída do pai não é culpa da criança abusada. (Veja Três tipos básicos de intervenção.2. Terapia familiar e abordagem familiar. 6. quanto faz avançar a terapia (veja Manejo e terapia. Ainda que não tenha ocorrido nenhuma separação legal ou estatutária dos membros da família. em um hospital. como evento nomeador criador de realidade e como encontro criador de responsabilidade. É bastan efetivo. Se a criança deixa a família. Qualquer separação deve ser colocada no contexto específico do abuso sexual da criança como uma síndrome conectadora de segredo e adição. 5. e não com noções pré-concebidas ou sentimentos de vingança. mas que dá à criança o 1\b Tilman Furniss tempo necessário para lidar primeiro com o trauma do abuso e adaptar-se à nova situação com o pai ainda envolvido. é importante transmitir claramente à criança. a quinta tarefa é estabelecer um contrato terapêutico que defina. um encontro familiar inicial como evento nomeador tanto ajuda o processo legal. Muitas vezes nós vemos como os abusadores. o encontro familiar deve mostrar a ela que não está partindo porque ninguém na família a deseja. Será rompido o segredo familiar do abuso sexual da criança. um pai que concorda em mudar-se por algum tempo talvez esteja agindo da forma mais paternal e cuidadosa possível. uma separação temporária. realiza-se o encontro familiar como evento nomead pedindo- se ao pai. em termos terapêuticos e legais.responsáveis pelo relacionamento sexual e também pelas conseqüências da revelação. As separações podem envolver uma separação conjugal. ele não será retirado. sobre quaisquer separações na família. apenas. pelo menos. . que repita a declaração que acabou de fazer à polícia. 4. Qualquer sinal de que os profissionais estejam começando a espelhar os conflitos familiares e a desenvolver conflitos-por-procuração deve alarmar todos os profissionais envolvidos e deve conduzir a uma imediata clarificação dos objetivos e meios. o grau de contato entre os membros da família e os arranjos de visita nos casos de separação. em que ambos são responsáveis pelo cuidado de seus filhos. 4) A quarta tarefa do encontro familiar é falar abertamente. que toda a família seja levada à delegacia de polícia tão logo o [ tenha feito uma declaração. ou porque está sendo castigada pelo abuso ou por problemas secundários decorrentes da revelação. pode ser conduzido por qualquer profissional que tenha a coragem de enfrentar o abuso sexual da criança com a mente aberta.2. Por outro lado. 3) para que o abusador assuma total e explícita responsabilidade pelo ato sexual. mães e crianças retiram a declaração que fizeram em isolamento. assim como a separação da criança que não quer voltar para casa. em uma esco ou creche. de modo muito compreensível. em igualdade de condições. de modo a assegurar que as implicações terapêuticas para as separações sejam compreendidas por todos na família. será necessária no intenso processo familiar desenvolvente após a revelação. e especialmente aos irmãos. O maior perigo consiste em identificações muito próximas com a criança ou com a mãe. na frente de todos. o abuso passará a ser um fato familiar compartilhado por todos os membros da família e uma realidade familiar. e que qualquer separação real não seja vista pela criança como um castigo pelo abuso. e não interfere de nenhuma maneira com processo legal. deve acontecer um encontro familiar tão logo seja possível. que. um dos atos mais cuidadosos durante a intervenção na crise pode ser concordar em dar à criança certo espaço e não se envolver no cuidado diário. lá. Cumprir essas cinco tarefas práticas no encontro familiar conjunto tem um efeito terapêutico a curto e longo prazo.1). em que qualidade. Conseqüentemente. e quais são os possíveis planos a longo prazo para a família. Nesse caso. Também deve ficar claro para todas as pessoas da família quais os profissionais que estarão envolvidos. uma mãe que não busca imediatamente o divórcio. Por parte do pai. de preferência em poucas horas.1. Nós precisamos dar às crianças a licença e permissão explícita para comunicar sobre sua experiência de abuso sexual antes que possam falar sobre o abuso em outros contextos, como tratamento de grupo ou terapia individual. O encontro criador de realidade e responsabilidade realizado imediatamente depois que o abusador admitiu o abuso é especialmente terapêutico quando o abusador fica subseqüentemente inacessível, após o aprisionamento ou rompimento familiar, ou quando ele não coopera no tratamento posterior. O encontro familiar como evento nomeador, portanto, deve ser parte, se possível, da intervenção bem inicial na crise da revelação, independentemente de qualquer forma de terapia subseqüente a longo prazo. E crucial uma estreita cooperação multidisciplinar, de modo a criar uma abordagem complementar que possa apoiar uma Intervenção Terapêutica Primária (veja A rede profissional, Capítulo 5). Primeiros encontros familiares retardados, como sessões de responsabilidade, em casos legalmente reconhecidos, podem começar como casos de negação. Os abusadores geralmente ficam assustados demais e têm muita dificuldade para revelar os fatos do abuso e admitir sua responsabilidade, quando são questionados diretamente. Isso vale especialmente para os abusadores das famílias evitadoras de conflito. Poderia ser útil perguntarmos primeiro à mãe ou a algum irmão: "O que nós leríamos nos relatórios da polícia?" ou pedir aos membros da família que imaginem o que o abusador teria que dizer, se fosse dizer aquilo que tem no íntimo. Depois que a família começou a falar em termos hipotéticos, o terapeuta pode entremear, cada vez mais, frases como: "Claro que nós não sabemos o que ele pensa, isso é um palpite nosso e eu logo perguntarei ao seu pai". Os abusadores, então, conseguem, mais facilmente, falar e assumir a responsabilidade, e ajudar a estabelecer os fatos do abuso (veja A família e a sessão de responsabilidade por procuração, 9.13; Manejando a negação primária, 10.6; Recaída no segredo e na negação secundária, 12.13). 9.12. Organizando o primeiro encontro familiar Os assistentes sociais com responsabilidade estatutária, outros profissionais que estão envolvidos no cuidado diário das crianças, e, se possível, os terapeutas, devem estar presentes no primeiro encontro familiar como evento nomeador e encontro de 154 Tilman Furniss responsabilidade. Se a primeira sessão familiar acontece imediatamente após a reve- ■ lação, na delegacia de polícia, o policial que recebeu a declaração do abusador e que pode ajudá-lo a ler essa declaração em voz alta, se torna a pessoa mais importan" em termos legais e terapêuticos, no contexto específico do encontro na delega policial como não-terapia terapêutica. (Veja O processo interdisciplinar no conte" 5.2; Três tipos básicos de intervenção, 4.1; A Intervenção Terapêutica Primária, Capíti Se a primeira sessão familiar como encontro de responsabilidade acontece um estágio posterior, guando opa. ou a criança já deixou a família/ breves ene com as diferentes subunidades familiares devem acontecer imediatamente sessão conjunta. Esses breves encontros de 5 ou 10 minutos têm duas tare objetivo da sessão familiar conjunta precisa ser explicado, dizendo-se que dermos pensar sobre o futuro é importante falarmos sobre aquilo que aco família. (2) É importante falar explicitamente que o encontro pode se tornar difícil, às vezes um pouco assustador e que se o terapeuta estivesse no lu pessoas da família ele estaria tão assustado, quanto elas talvez estejam. Essa gem é muito importante como metacomunicação à família de que o terar. que os diferentes membros desta podem estar com medo de desastres du sessão, e de que talvez fiquem ainda mais assustados com os resultados e as qüências do encontro. A antecipação das ansiedades e dos desastres temidos, parte do trabalho na crise, possibilita à família submeter-se a situações de " crise familiar que de outra forma seriam ameaçadoras demais. Isso vale, es" mente, para as crianças que sofreram abuso sexual e, muitas vezes, também p pessoa que o cometeu. Em termos práticos, seria bom pedir aos diferentes subgrupos familiares chegassem em momentos levemente diferentes, oferecendo-se áreas de espera rentes, de modo que eles não tivessem que esperar juntos ou que não se encon" sem antes do próprio encontro familiar. No início das sessões conjuntas, geralm é bom pedir a todos os membros da família, exceto o abusador, e aos profissio que entrem primeiro na sala da entrevista, solicitando- lhes que deixem a cade perto da porta livre para o abusador. Depois que todos sentaram e se acomodara*! e depois de um possível esclarecimento adicional, eu sairia da sala e pediria aal abusador, como a última pessoa, que se reunisse à família. Esse procedimento cota dadosamente escolhido evita um aumento da ansiedade que poderia desencadaj em diferentes membros da família uma recusa a participar da sessão. Esse proceáj mento também evita o contato social não-controlado e prematuro entre o abusada* e a criança. Um contato social não- controlado, antes do encontro de responsabilidade pode facilmente levar a renovado conluio familiar. Ou o abusador pode er r mensagens e fazer ameaças diretas ou indiretas à criança para que esta se reúna sistema familiar de segredo. Na aguda crise da revelação, os mecanismos de defesa da família normalmeBj estão frágeis. A orientação psicológica e a orientação em termos de relacionameaH interpessoais ficam perdidas. Conseqüentemente, o momento da crise individi familiar é o momento em que a mudança psicológica e interpessoal pode ocoaj muito mais facilmente do que em qualquer outro momento. Na aguda crisej revelação, os abusadores irão admitir muito mais prontamente do que mais Problemas subjacentes individuais e familiares afloram no contexto da crise de infinitamente mais fácil. Geralmente, não é muito difícil obter informações v sobre os fatos do abuso e sobre os subjacentes problemas individuais e rela mentos familiares disfuncionais, quando a crise não é vista como negativa profissionais e nem refreada incertamente, e sim utilizada de uma maneira nadora de problemas, para facilitar uma Intervenção Terapêutica Primária. Abuso Sexual da Criança Muitos problemas individuais e interpessoais voltam a ficar inacessíveis quando as defesas individuais são restabelecidas e quando os problemas interpessoais subjacentes desaparecem sob antigos padrões familiares disfuncionais restabelecidos. Infelizmente, muitos profissionais não utilizam a aguda crise familiar para obter fatos e um efeito terapêutico de uma maneira orientada para um objetivo. Nós tentamos refrear primeiro a crise familiar, pensando em conseguir mais tarde os fatos e a mudança terapêutica, e ajudamos os membros da família, inadvertidamente, a restabelecerem defesas individuais e a homeostase dos relacionamentos familiares. A considerável aceleração e intensificação do processo global de tratamento, utilizando a crise familiar da revelação em seu potencial completo, requer a clara distinção entre a crise dos profissionais e a crise familiar. Se os profissionais lidaram primeiro com sua própria crise profissional, e quando eles sabem o que querem obter a partir da crise familiar de revelação, e como querem obter isso, não precisarão refrear a crise familiar em decorrência de sua própria ansiedade e confusão. Eles serão capazes de utilizar a crise dos membros da família para cumprir as cinco importantes primeiras etapas da Intervenção Terapêutica Primária. (Veja A Intervenção Terapêutica Primária, Capítulo 6; A crise da revelação - crise dos profissionais e crise familiar, 8.1.) 9.13. A família e a sessão de responsabilidade-por-procuração No abuso sexual da criança como síndrome de segredo, ainda é necessário para a criança e para outros membros da família estabelecer os fatos do abuso de modo a estabelecer o abuso como realidade familiar, e lidar com a questão da responsabilidade, mesmo quando o abusador não está disponível para uma sessão de responsa- bilidade-por-procuração, devido ao aprisionamento ou porque partiu e não está disposto a cooperar, ou em casos de negação e abuso extrafamiliar. A sessão de responsabilidade por procuração é conduzida na ausência do abusador. Ela rompe o segredo familiar e dá à criança e a outros membros da família a permissão explícita para comunicar sobre o abuso e para fazer uso de uma terapia subseqüente. (Veja Capítulo 1, seções 1.2; 1.3; 1.5; Abuso sexual da criança como síndrome de segredo, 2.1; O processo individual no contexto, 2.4; Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária, 6.2.) Na sessão de responsabilidade-por-procuração, o profissional que conduz o encontro familiar estabelece os fatos do abuso e o abuso como fato, perguntando aos membros da família, e especialmente à mãe, como o progenitor não-abusivo, ou a ambos os pais quando o abusador não é o pai, ou aos irmãos ou inclusive à criança abusada, o que o abusador diria sobre os fatos do abuso e sobre a questão da responsabilidade, se ele estivesse presente. Na sessão de responsabilidade-por-pro-curação, o terapeuta sempre trabalha no nível hipotético de se o abusador estivesse presente, o que ele diria?". (Veja O uso de diferentes técnicas de terapia familiar, 12.10.) Nas sessões de responsabilidade por procuração, nos casos de abuso intrafami-liar, eu perguntaria: "O que seu pai diria sobre aquilo que aconteceu e de quem ele diria ser a responsabilidade, se estivesse aqui?" Nos casos legalmente estabelecidos, geralmente é bom perguntar: O que você acha que nós leríamos na declaração policial?" ou "O que você acha que seu pai disse ao juiz que aconteceu e de quem ele disse ser a responsabilidade?" O profissional, no nível hipotético de "como se", pode estabelecer os fatos do abuso e o abuso como realidade familiar. Ele também pode lidar com as questões de responsabilidade, participação, culpa, acusação e poder. Sem uma sessão de responsabilidade-por-procuração, as crianças que sofre 155 Tilman FurmM ram abuso podem permanecer em conflitos de lealdade, sem saber se podem liii abertamente com o abuso no tratamento ou se o abuso deve continuar sendo Mm segredo familiar. A sessão de responsabilidade-por- procuração, geralmente, lece o abuso, pela primeira vez, como uma realidade externa reconhecida pana criança e a família. A introdução das suposições em um nível hipotético é uma outra téCBÍ importante, além do questionamento hipotético no nível de "como se". Nas famüí evitadoras de conflito, a criança ou outros membros da família, muitas vezes, m ponderão ao questionamento hipotético dizendo que o pai negaria completameá] ter acontecido abuso sexual, mesmo quando o abusador admitiu abertamente! abuso. Ou as crianças responderiam que não sabem o que o abusador diria z responderia à contínua negação dizendo alguma coisa como: "Claro, você não pdj saber com certeza o que seu pai diria e não pode ler a mente dele ou falar por Mas você o conhece muito mais do que eu e o que você supõe que ele diria? M uma negação mais forte precisa ser tomada em um nível mais remoto e ainda redutor de ansiedade. Eu daria um passo atrás e diria algo como: "O que você s que seu pai diria se ele estivesse aqui e se ele não precisasse se preocupar com o aconteceria à família e se ele fosse realmente honesto, como foi com a polícia, e dissesse aquilo que realmente está no seu íntimo?" (Veja Prova e crença, admissão assunção da autoria, 1.5; Manejando a negação, primária, 10.6.) O grau da necessidade de se trabalhar no nível hipotético e no nível da su sição corresponde ao grau de negação devido ao nível de ansiedade e evitação conflito nas famílias com abuso sexual da criança. Nas famílias evitadoras de cor com uma grande discrepância entre a auto-imagem dos relacionamentos famili. e com um alto grau de ansiedade e negação, a sessão de responsabilidade-paj procuração precisa utilizar um questionamento cada vez mais hipotético, que ap" rentemente está mais distanciado do enfrentamento da realidade do abuso. Xmi casos de grande ansiedade, a sessão familiar-por-procuração nos casos comprovaúYB de abuso sexual pode ser muito parecida com uma sessão de negação primária. (VtB O processo familiar, Capítulo 3.) A sessão de responsabilidade-por-procuração pode ser realizada com quakraj subgrupo familiar e, até mesmo, apenas com a criança que sofreu abuso. Isso é especialmente importante quando uma Intervenção Primária Protetora da CrianJl inicial, em que a criança passou a ser cuidada, precisa ser transformada em umú Intervenção Terapêutica Primária. (Veja A família e a rede profissional, CapítuloB Transformando uma Intervenção Primária Protetora da Criança em uma Inteivencii Terapêutica Primária, 1.1.11.) 9.14. A entrevista de encaminhamento Os encaminhamentos de uma agência à outra rompem a continuidade da inter m ção e, muitas vezes, conduzem a renovado segredo e negação, e ao fracasso ám intervenção. A Pessoa de Confiança e a pessoa que conduziu a entrevista de reveM ção, e outros profissionais que se envolveram nos estágios iniciais da crise da rewa lação, tornam-se muito especiais e importantes para a criança que sofreu aboli sexual e a família. A experiência compartilhada de revelar o abuso sexual da criaMe e de criar o abuso como realidade familiar conduz a um forte vínculo da criança cem a Pessoa de Confiança. O dilema entre a necessidade de continuidade durante ■ intervenção, de modo a evitar uma recaída no segredo, e o fato inevitável de que mt Abuso Sexual da Criança 156 crianças e as famílias precisam ser encaminhadas, pode ser resolvido pela entrevista de encaminhamento (veja O uso da "pessoa de confiança", 8.6). Na entrevista de encaminhamento, o profissional previamente envolvido encontra o novo profissional que será envolvido futuramente, na presença da criança e da família. O profissional inicialmente envolvido, que agora está saindo, pode ajudar a família e a criança a contar a estória de seu envolvimento durante a intervenção na frente do profissional que está chegando. O profissional que está saindo falará especialmente sobre a maneira como o abuso sexual veio à luz, e como se conversou sobre ele. Os aspectos mais difíceis do abuso sexual como síndrome de segredo e adição, que são os mais vulneráveis a uma recaída no segredo, e os aspectos mais pessoais do relacionamento com o profissional que está saindo, desenvolvidos durante a intervenção, devem ser explicitamente mencionados e comentados. Entrevistas de encaminhamento, geralmente, são muito apreciadas pela criança e pela família. Quando sou eu a pessoa que vai encaminhar para um profissional colega, muitas vezes envolvo a criança ou a família, pedindo- lhes que me lembrem da situação particular em que nos encontramos pela primeira vez. Ou peço-lhes que me lembrem das conversa que tivemos no dia da revelação, ou em certos momentos cruciais de nosso contato. Eu também procurarei criar vínculos entre a criança e a família e o profissional que está chegando. Eu geralmente peço à criança ou à família que fale ao novo profissional sobre certas situações ou conversas importantes que tivemos, que poderiam ser importantes ele saber. Se a criança ou a família têm dificuldade para relatar esses eventos, eu os ajudo a fazê-lo. Ou eu próprio me encarrego de fazê-lo, reconhecendo as ansiedades, a vergonha e os sentimentos difíceis relacionados a tudo aquilo por que passamos ao lidar com o abuso. Quando o profissional que está saindo compartilha com o profissional que está chegando, perante a família, o seu envolvimento com essa família, ele não rompe o sigilo terapêutico. Pelo contrário, a entrevista de encaminhamento evita uma recaída no segredo e proporciona continuidade para a intervenção profissional. A entrevista de encaminhamento tem quatro importantes efeitos: 1) Evitar o segredo. Contar novamente, na presença do profissional que está chegando, as estórias e fatos que a criança ou as pessoas da família contaram durante a crise de intervenção ao profissional que está saindo, evita que as crianças ou as famílias retornem ao segredo quando um novo profissional assume o caso. 2) Permissão explícita para comunicar. O fato do profissional que está de saída contar ao novo profissional, na frente da família e da criança, a respeito do abuso sexual, e a respeito da história da revelação e de seu envolvimento com a família e a criança, encoraja estes a se vincularem ao profissional que está chegando.E importante que a criança e a família vejam as reações do novo profissional à estória do abuso sexual que eles e o antigo profissional estão contando. Uma reação não-punitiva a esse relato, de aceitação e compreensão por parte do novo profissional dá à criança e à família a permissão explícita para comunicar sobre o abuso a esse novo profissional. 3) A experiência "prossegue". Passar adiante os fatos e a experiência emocional vivida com a família e a criança produz o efeito da experiência "prosseguir" com o novo profissional. A continuidade do conhecimento e da experiência é mantida, e o novo profissional imediatamente se torna a nova e verdadeira Pessoa de Confiança. Este é um processo muito interessante, algumas vezes comovente, e com certeza extremamente benéfico. 222 Tilman Furniss Encaminhamento da entrevista 'rofissional "A" rofissional "B' Segredo e negação secundária reintroduzidos no encaminhamento Figura 9.2. O encaminhamento da entrevista. 4) Eü/íflfão do sp/íffmg. A entrevista de encaminhamento tem o importante efeito de evitar a divisão entre o "bom profissional" que está saindo e o "mau profissional", que está assumindo o caso. E importante que a família saiba que o novo profissional conhece todas as experiências importantes vividas pela família e o antigo profissional, e que o antigo profissional aprove o novo vínculo entre a criança, a família e o novo profissional. Esse conhecimento evita a divisão do "bom profissional" e do "mau profissional" que possibilitaria à família excluir o novo profissional, o que muitas vezes leva ao fracasso da intervenção. A entrevista de encaminhamento é um processo semelhante àquele que dá ao progenitor ausente que fica sabendo pelo progenitor presente, na frente da criança, de um evento significativo específico entre a criança e o progenitor presente, a mesma autoridade do progenitor envolvido para lidar com os aspectos factuais e emocionais dos resultados desse evento. E uma experiência importante, para a família, ver os dois profissionais, o antigo e o novo, unidos como um par profissional. Isso ajuda a evitar o segredo e a negação secundária, dá permissão explícita para comunicar, faz a experiência prosseguir e evita a divisão quando as crianças e suas famílias precisam ser encaminhadas. Uma entrevista de encaminhamento deve ocorrer em todos os casos em que a mãe ou outros cuidadores imediatos não estão presentes na sala durante a entrevista de revelação. A presença atrás do espelho não proporciona o elo de continuidade para a criança, e requer uma entrevista completa de encaminhamento imediatamente após a entrevista de revelação. Entrevistas de encaminhamento com a criança e a família devem acontecer em qualquer estágio da intervenção, de modo a fazer com que a experiência "prossiga" ao longo da linha de encaminhamento, sem perder a importância emocional ou factual no contato entre o profissional, a criança e a família. (Veja A Intervenção Terapêutica Primária, Capítulo 6; Organizando a entrevista de revelação, 9.3.) 10 Depois da Revelação 10.1. A pessoa que abusa deixa a casa O primeiro movimento em qualquer separação depois da revelação deveria ser a pessoa que abusa deixar a casa, sem automaticamente ir para a prisão. Uma injunção do tribunal para que o abusador deixe a casa até que seja seguro retornar, sem que ele vá automaticamente para a prisão, deveria se tornar uma prática padrão no abuso sexual da criança. No abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição, talvez seja necessária uma separação inicial entre o abusador e a criança abusada, antes de se tentar uma reabilitação. O abusador deve deixar a família porque ele, como adulto, tem de assumir total responsabilidade pelo abuso sexual e pelas con- seqüências de suas ações. Geralmente é de suprema importância que a criança fique em casa, de modo a manter vínculos importantes dentro da família, na rede social e na escola, os quais ela perderia se fosse colocada em outro lugar. Se a criança fica em casa, pode ser evitada uma inadvertida traumatização secundária, que freqüen- temente ocorre numa Intervenção Primária Protetora da Criança. Conseqüentemente, o procedimento legal costumeiro deveria ser remover o abusador, e não a criança. As crianças freqüentemente são removidas, porque a existência de lares de crianças torna mais fácil conseguir colocações alternativas para elas do que para o abusador. Isso aponta para a necessidade urgente de se criar acomodações para as pessoas que abusam sexualmente, com um componente integrado de tratamento para os abusadores. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo, e de adição, 2.1, 2.2, 2.3; Três tipos básicos de intervenção, 4.1.) O abusador deixar a casa após a revelação talvez seja o ato paterno mais cuidadoso possível nessas circunstâncias. Numa Intervenção Terapêutica Primária orientada para o problema, um abusador que deixa a casa, mas permanece disponível, pode ser autorizado a ter um contato controlado com sua família, dentro do contexto global da abordagem de tratamento orientada para a família. O abusador que deixa a família, sem ir para a prisão, também pode evitar dificuldades financeiras para a família, resultantes da perda dos rendimentos, e a estigmatização social da família quando ele vai preso. (Veja O processo familiar, Capítulo 3; A Intervenção Terapêutica Primária, Capítulo 6.) V Sob certas circunstâncias, pode ser melhor que as crianças saiam de casa. A hostilidade entre mãe e filha e a não-crença da mãe podem ser tão intensas em alguns casos, que é mais terapêutico para a criança sair de casa, durante a crise de intervenção, do que ficar. A mãe de uma menina de dezesseis anos que fora abusada 157 157 Tilman Furn sexualmente pelo pai e que vivera durante um ano num lar para crianças insistiu: O problema era entre minha filha e eu, não entre ela e o pai. Se ela tivesse ficado em casa comigo e o meu marido tivesse saído, eu a teria matado." A avaliação que a mãe fez do grave conflito mãe-filha e de um relacionamento entre o pai e a filha muito menos hostil, nesse caso, foi compartilhada por todos os membros da família, inclusive pela filha (veja Prova e crença, admissão e assunção da autoria, 1.5). A segunda constelação em que a criança fica mais protegida deixando a família são os casos em que ela é acusada por todos os membros da família, incluindo a mãe e os irmãos, pelas conseqüências da revelação e pelo subseqüente rompimento familiar. Em uma família, a hostilidade dos irmãos, que perderam o pai, e da mãe, que perdeu seu marido como parceiro, foi tão intensa, que foi menos traumático para a criança deixar a família do que ficar. Ser acusada e servir de bode expiatório pode, em casos extremos, ser mais prejudicial para a criança do que uma remoção terapêutica de casa durante a crise de intervenção. A tentativa dos pais de mudar a direção c/e üTfía* [ãfeWéflÇlâ Te/Zpâl/tJCâPfJ/nâmpara uma Intervenção Primária Protetora da Criança é a terceira constelação em que pode ser melhor para a criança sair cie casa. A rejeição de ambos os pais, e a subseqüente negação secundária do abuso, bastante comum, pode colocar a criança numa posição em que cuidados paternos e maternos alternativos devem ser considerados. Finalmente, as adolescentes que revelam o abuso sexual, muitas vezes, não querem voltar para casa, mas preferem ficar em outras colocações. Isso pode ser benéfico em alguns casos de adolescentes mais velhas, na medida em que fique garantido que a colocação alternativa não transformará uma Intervenção Terapêutica Primária em uma Intervenção Primária Protetora da Criança. (Veja A família e a rede profissional, Capítulo 4.) As quatro principais razões para a remoção da criança estão listadas aqui para ilustrar a exceção à regra. A regra deve ser a remoção da pessoa que abusa, e não da criança. Isso novamente ilustra a urgente necessidade da criação de "lares de homens", que supram as necessidades terapêuticas dos abusadores sexuais na fase inicial da crise da revelação. 10.2. Colocação em lares de crianças Separar da família as crianças que sofreram abuso sexual é, como norma, apenas a segunda melhor solução, depois da opção do abusador deixar a casa. Se a criança é separada da família, devemos dar-lhe uma completa explicação das razões para a separação. De outra forma, a criança se sentirá acusada, punida e abandonada. Se a criança é colocada num lar para crianças ou em uma família adotiva com outras crianças, é necessário que todos os profissionais envolvidos no cuidado primário da criança concordem com uma estória de cobertura para ela, em relação à escola e outros ambientes, valendo a regra de que esta estória de cobertura será mantida por todos os profissionais envolvidos, ao passo que a criança poderá revelar tanto quanto quiser. A situação das crianças que foram colocadas sob cuidados em conseqüência de uma revelação precisa ser manejada de modo diferente do abuso sexual que é revelado em ambientes residenciais ou de internação (veja Suspeita e revelação em ambientes de internação e nos lares de crianças, 9.10). Nos lares de crianças, ou em outros ambientes residenciais, um dos cuidadore: primários deve ser designado como a "pessoa especial" para a criança. A "pessoal especial" precisa saber tudo sobre o abuso, para poder dar à criança a chance de se abrir quando ela se sentir pronta ou precisar disso. Os profissionais que trabalham em ambientes residenciais, ou em hospitais, precisam compreender que as crianças! Abuso Sexual da Criança 158 sexualmente abusadas podem, sob a noção de proteção especial, ser observadas com desconfiança e, de maneiras sutis, ser tratadas de modo discriminatório pelas outras crianças e pela equipe. O tratamento especial pode refletir as próprias dificuldades da equipe em lidar com uma criança ou adolescente sexualmente experiente, mas emocionalmente imatura. Além disso, qualquer criança sexualmente abusada irá confrontar os cuidadores de ambos os sexos com sua própria sexualidade (veja A família P, 4.2.3). Quando as crianças sexualmente abusadas se sentem seguras, podem começar a apresentar um comportamento bastante sexualizado, que ameaça os funcionários da residência, os quais trabalham muito perto da criança durante muitas horas, todos os dias. Alguns profissionais correm o risco de serem seduzidos. Eles geralmente reagem de modo hostil em relação a uma criança que apresenta um comportamento sexualizado. E importante compreender que as crianças tendem a tentar recriar o padrão sexualmente abusivo no ambiente residencial e que podem fazer falsas alegações de abuso sexual contra membros da equipe dos quais gostam, mas em relação aos quais se sentem frustrados. As alegações de abuso sexual podem trazer muitos problemas para os membros da equipe, pois realmente ocorre abuso sexual nos ambientes residenciais, e as crianças sexualmente abusadas são especialmente vulneráveis a novos abusos (veja Alegações de crianças em lares de crianças, 8.8). Quando as crianças que sofreram abuso sexual, e especialmente as adolescentes, são admitidas ao cuidado residencial, é importante que a equipe esteja consciente do perigo de tentarem inconscientemente recriar na equipe o padrão sexualmente abusivo. Os processos de espelhamento do padrão familiar sexualmente abusivo dentro da equipe, que induzem divisão, conflito-por-procuração e uma atmosfera sexualizada na unidade precisam ser identificados precocemente. (Veja O processo interdisciplinar, 5.1; Influência e entrosamento mútuos do processo profissional-família, 4.2.) Se as crianças que sofreram abuso sexual são colocadas fora de casa, a função protetora dos relacionamentos com irmãos, amigos e companheiros na escola é facilmente esquecida. E muito importante possibilitar — e se necessário, organizar — contato com os irmãos e amigos tão livremente quanto possível. O estreito contato com a mãe é vital e deve inicialmente assumir a forma de encontros terapêuticos, em que o abuso sexual e suas conseqüências são manejados. Visitas sociais dos pais antes do primeiro encontro familiar podem ser antiterapêuticas. Os membros da família, muitas vezes, usam esses contatos para ameaçar a criança ou para recriar o padrão anterior de negação e segredo. Se for impossível realizar um encontro familiar imediatamente após a revelação, deve ser organizada uma sessão de responsa-bilidade-por-procuração (veja A família e a sessão de responsabilidade por procuração, 9.13). Em nenhuma circunstância deve haver qualquer razão para cortar o contato entre a criança e sua mãe, irmãos e amigos, exceto quando as mães não acreditam na criança, a acusam e rejeitam pelos problemas que se seguem à revelação. Os encontros com a pessoa que cometeu o abuso devem ter, em todas as circunstâncias, a natureza e o objetivo de sessões familiares terapêuticas bem estruturadas, como parte da Intervenção Terapêutica Primária. (Veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária, 6.2; Mães que não acreditam, 12.12.) A mudança de escola pode ser benéfica ou pode ser um castigo adicional. Ela geralmente é benéfica quando o abuso é amplamente conhecido e quando a criança é estigmatizada e serve de bode expiatório para os companheiros e outras crianças da comunidade. A mudança de escola pode ser um trauma adicional quando repre- 159 Tilman Furnimi senta mais uma perda de importantes amigos e figuras de apego. Portanto, a situação escolar deve ser cuidadosamente considerada e constantemente reavaliada. 10.3. Colocação com pais adotivos A natureza sexual do abuso sexual, a confusão entre o comportamento emocional e sexual no modo da criança relacionar-se, e a forte tendência de muitas crianças! sexualmente abusadas de recriarem o padrão sexualmente abusivo em outros ambientes, exigem que se dê o maior cuidado à seleção, preparação e apoio das famílias adotivas. Até mesmo os pais adotivos experientes podem precisar de constante assistência. As crianças que sofreram abuso sexual, às vezes, somente são capazes de relacionar-se de maneira sexual. As adolescentes, em especial, podem atuar sexu mente em um grau que ameaça até mesmo relacionamentos conjugais estáveis pais adotivos. O pai adotivo corre o risco de ser seduzido. Mesmo que ele resi pode ser acusado por novo abuso, especialmente por meninas mais velhas. As adotivas podem, involuntariamente, ajudar a recriar o padrão familiar originaL reagirem à criança com sutil ou clara hostilidade e rejeição. (Veja O processo inc dual no contexto, 2.4; O processo familiar, Capítulo 3; A necessidade de modific comportamental, 7.3.4.) A atuação no abuso sexual pode insinuar-se na família de modo quase imr ceptível e secreto. O início pode ser extremamente sutil, e pode ser difícil nomear identificar o comportamento sexualizado. Os pais adotivos podem não conseguir, achar que é inadequado, falar abertamente sobre a sexualização e os probl sexuais em relação à criança adotiva. Isso dificulta o manejo dos efeitos sobnJJ casamento e a família. Os pais adotivos talvez não tenham uma linguagem comunicar sobre abuso sexual e geralmente se sentem inadequados e ameaç pelo comportamento da criança. A sexualização, como recriação do padrão far original insinua-se na família adotiva de uma maneira muito mais perigosa, recr do também a dinâmica do segredo. Quando os pais adotivos se sentem capazes < falar sobre abuso sexual, muitas vezes, não sabem o quanto deveriam falar dir mente para a criança e para as pessoas de fora. Nós não podemos esquecer o efeito, às vezes, profundo, nas outras crianças I família adotiva. Uma menina de três anos que sofrera abuso sexual foi colocada i pais adotivos que tinham um menino de seis anos de idade. Quando a me começou a se sentir segura, passou a ficar completamente absorvida e obcecada ] pênis do menino. Ela o seguia por toda a casa, tentando abrir suas calças. Ela qi ficar com ele quando ele ia ao banheiro, e continuamente tentava tocar ou chiÉH seu pênis. Embora os pais adotivos fossem pessoas com muitos recursos, precisara™ de muito apoio e aconselhamento para conseguirem lidar com a situação. E perigoso e irresponsável colocar crianças que sofreram abuso sexual cflj famílias adotivas sem uma cuidadosa preparação e auxílio que permita aos pflfl adotivos reconhecerem a atuação sexual e manejarem os efeitos sobre a criaaM sobre a família e sobre o relacionamento conjugal. Isso inclusive pode não ser éM quando a colocação conduz a graves problemas conjugais na família adotiva, oj rompimento familiar decorrente de uma recriação não-reconhecida do processij miliar sexualizado que a criança sexualmente abusada pode induzir na família tiva. As famílias adotivas podem precisar de constante apoio, aconselhame inclusive de terapia familiar para serem capazes de lidar com as crianças que | ram severo abuso sexual. As habilidades específicas necessárias para lidar Abuso Sexual da Criança 159 comportamento sexualizado certamente suscitam a questão do treinamento profissional dos pais adotivos que cuidam de crianças e adolescentes sexualmente abusados. (Veja Trabalhando com pais adotivos, 12.17.) 1 ímper-ímear e Kr, ou iblemas pobre o pn para caçados bmiliar pecrian-tees de Idireta- pças da b com lenina b pelo ?ria r ..rar ram em pais rvça, tico . a fa-io-> e re-o 10.4. Colocação com parentes Nós precisamos pensar sobre as implicações de colocar crianças que sofreram abuso sexual com tios, tias, avós ou outros parentes. A colocação com parentes, muitas vezes, é considerada, com a boa intenção de trazer as crianças que sofreram abuso sexual para um ambiente familiar, em que já conhecem os cuid." á: :tf -. ; é a de que a criança seja mais bem cuidada pelos parentes do que por profissionais ou pais adotivos. Colocar com parentes uma criança sexualmente abusada pode precipitar i sos conflitos na família mais ampla, que refletem os conflitos da família nuclear . abuso sexual da criança. Os parentes das crianças que sofreram abuso sexual, j mente, não conseguem evitar serem arrastados ao jogo de acusação, colocando-se ao lado de um progenitor contra o outro. Quando a criança é colocada com parentes do lado da mãe, a criança talvez precise negar quaisquer aspectos positivos de seu relacionamento com o pai e qualquer vínculo com ele. A família pode rejeitar todo contato com o abusador, e pode ser extremamente difícil realizar uma sessão de responsabilidade com o pai quando os parentes maternos fazem fortes objeções. Quando a criança é colocada com parentes do lado do pai, pode sofrer pressões para minimizar o abuso e suas conseqüências. A criança pode inclusive sentir- se obrigada a negar totalmente que o abuso sexual tenha acontecido. (Veja O processo familiar, Capítulo 3). A colocação com parentes pode criar pressões e confusões adicionais para a criança. Ela pode ser rejeitada quando fala sobre o abusador, e arrastada a traumáticos conflitos de lealdade e a tabus secundários, que a impedem de lidar abertamente com sua experiência de abuso sexual. As pessoas da família mais ampla, portanto, muitas vezes não são as melhores pessoas para se encarregarem das crianças que sofreram abuso sexual, durante a crise aguda da revelação. Embora cada caso precise ser avaliado individualmente, um ambiente neutro e aceitador, que dê à criança continência emocional e espaço psicológico, geralmente é mais indicado para o período da intervenção na crise inicial, após a revelação. Algumas crianças colocadas com pais adotivos podem entrar em severos conflitos de lealdade e talvez não consigam aceitar um ambiente familiar alternativo. Elas precisam do ambiente ainda mais neutro de um lar para crianças. Nessa situação, um bom lar para crianças talvez seja a primeira escolha de colocação no contexto de uma Intervenção Terapêutica Primária, na medida em que sejam reconhecidos e manejados claramente os sinais de perigo de transformação em uma Intervenção Primária Protetora da Criança (veja Três tipos básicos de intervenção, 4.1). 10.5. Mães que desejam divórcio imediato As mães que querem um divórcio imediato após a revelação o fazem por duas razões. O primeiro grupo consiste em mães que são verdadeiramente protetoras e que querem ficar com a criança, tendo feito uma clara escolha a favor da criança e contra o abusador. Nesses casos, elas provavelmente irão manter sua decisão e uma Intervenção Terapêutica Primária bem-sucedida pode conduzir a um divórcio tera- 160 Tilman Fi pêutico, em que a criança não é triangulada no conflito entre os parceiros qu* divorciam. Essas mães geralmente também são as mães que revelam elas própri abuso, e que trazem a criança aos profissionais, como a Pessoa de Confiança, c um pedido de ajuda. Normalmente, o abuso não terá sido longo. (Veja O proa familiar, Capítulo 3; O uso da "pessoa de confiança", 8.6; Ajudando as mães pn toras, 12.11.) O segundo grupo de mães que querem um divórcio imediato o fazem cc uma expressão de atuação em reação ao choque da revelação. Na imediata crise revelação, essas mães se sentem obrigadas a escolher em favor da criança e c seu marido, embora possam ser muito mais apegadas ao marido do que à esta. vi muitas mães que queriam um divórcio imediato no momento da revelação, e acabaram voltando a unir-se secretamente ao abusador depois de algumas se: ou meses. Apesar do pedido inicial de divórcio imediato, elas mais tarde escolh a favor do marido e contra a criança, induzindo ativamente uma Intervenção P~ ria Protetora da Criança. E crucial considerar desde o início o perigo de um pos~ conluio posterior entre os pais, de modo a evitar, mais tarde na intervenção, conluio de segredo entre a mãe e o abusador, quando então se torna muito di reintegrar o subsistema familiar conluiado em uma Intervenção Terapêutica Prinãl ria orientada para o problema. (Veja A família e a rede profissional, Capítulo 4.) j Quando eu concluo que a mãe, apesar de seu pedido imediato de divón ainda está vinculada ao seu marido, eu impediria o conluio de segredo nomeandl imediatamente o vínculo. Eu perguntaria algo como: "Quando é que você sente maaj falta dele - durante a semana ou nos fins-de-semana? Você sente mais falta dela quando está com as crianças ou quando está sozinha? Você sente mais falta deli como parceiro ou como co-progenitor?" Todas essas, e outras perguntas de escoDaJ supõem que a mãe, de qualquer forma, sente falta do marido. As perguntas dirigeaal se à diferenciação entre as diferentes situações nas quais a mãe pode sentir falta fltf pai. Eu não perguntaria à mãe se ela sente falta do marido ou não. Igualmente, não perguntaria às crianças se elas sentem falta do pai, e sim quando é que senteal mais falta dele. Inicialmente, eu geralmente ouço as mães na medida em que os profissionais conseguem permitir à mãe ter ainda sentimentos positivos e um vínculo continuado com o pai. ou na reabilitação da família. ela tem 2 permissão para sentir falta do abusador e para falar abertamente sobre sentimento» positivos e seu apego a ele. mas se você fosse sentir falta dele quando é que isso provavelmente aconteceria? -negação de que sentem falta do pai. e que aumenta suas chances de não ser ameaçada com a remoção da criança. em algum momento. Então. por parte dos profissionais. 12. aumenta secretamente o vínculo das mães ao abusador e conduz ao fracasso da intervenção. acusações essas que abusador e família negam constantemente. assegura a continuação da Intervenção Terapêutica Primária. As sugestões e exigências dos profissionais no sentido de influenciar a mãe para que se divorcie são uma atuação moralista e constituem um comportamento não-profissional por parte dos profissionais envolvidos.) Por puro desespero. que agem prematuramente em decorrência de sua própria crise. (Veja A crise da revelação .crise dos profissionais e crise familiar. mas pode ter tudo a ver com aquilo que percebem como expectativas dos profissionais.3. as crianças ficam ainda mais traumatizadas pelo abuso sexual que continua acontecendo em casa. Trabalhar abertamente as questões conjugais e parentais com a mãe. A rede profissional. 6. Capítulo 5. o abusador e os profissionais a um beco sem saída. Quanto mais os profissionais sentem que as mães acham que eles esperam que elas peçam um divórcio imediato.) Uma das principais razões. Uma abertura inicial em relação aos vínculos continuados entre os membros da família e o abusador na crise da revelação faz com que os problemas maritais e parentais continuem disponíveis para renegociação terapêutica. ou entram em batalhas simétricas de contínuas acusações contra o abusador e a família. Transmite-lhe a mensagem de qoaj eu compreendo isso e acho normal. Confrontar a negação do vínculo que existe por trás de muitos pedidos imediatos de divórcio também permite às crianças admitir abertamente que ainda sentem falta do pai. de que as mães se separem dos abusadores podem ser o maior motivo para que elas peçam um divórcio imediato. pode acabar em uma separação e divórcio abertos e terapêuticos. sozinha. quando ela é removida erradamente ou deixada em famílias onde continua acontecendo abuso sexual. A tarefa de proteção à criança pode ser mais prejudicada do que auxiliada pelo comportamento moralista dos profissionais. Após uma negação inicial. Se eu mesmo começo a trazer essa questão. as mães geralmente começam a falar da falta que sentem do abusador como parceiro e co-progenitor. e que esse apego não faz com que seja uma má mãe. e que não a rejeito moralmente por ela talveá sentir falta do abusador. então. como pai ou marido. O relacionamento conjugal. Isso. conforme descrito neste capítulo. como parceiro e co-progenitor. 6.1. apesar do pedido materno de divórcio imediato não significa que a mãe irá. ou.2. e então o relacionamento conja Abuso Sexual da Criança 161 gal e parental torna-se acessível numa Intervenção Terapêutica Primária. ou pela vitimização secundária após uma remoção 161 Tilman Furniss . As expectativas. As mães podem sentir que esse curso de ação é esperado delas. Enquanto os profissionais e as famílias continuam aprisionados em mútuas acusações infrutíferas. apesar do abuso.responderem que nãal sentem nenhuma falta do marido e que jamais sentirão. 8. Etapas da intervenção na crise da revelação. mais eles precisam lhes dar a permissão para sentir falta do parceiro. inclusive exigências. os profissionais ou entram num conluio com a negação e largam o caso. quanto pressionar as mães a ficarem com seus parceiros. O encorajamento para divorciar-se constitui um comportamento tão pouco profissional. As crianças normalmente também dão respostas semelhantes por lealdade à mãe. (Veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. ficar com o marido.6. As perguntas mostram à mãe que ela não precisa manter segredo sobre a continuação de sea apego ao abusador.10). talvez tenha pouco a ver com o seu grau de ser protetora. pelas quais as mães pedem o divórcio imediato. 10. quando é que isso podaaa acontecer? Claro que você não sente falta dele agora. ao final. A negação traz um grande risco de dano secundário para a criança. e que nem pode imaginar isso. Ela recebe a mensagem de que é mais compreensível e normal que ainda esteja vinculada a ele. A negação geralmente é resultado de intervenções prematuras por parte dos profissionais. Perguntar à mãe:"Quando é que você sente mais falta de seu marido?" transmite a ela a mensagem indireta de que eu sei que ela pode sentir falta dele.2. Mecanismos básicos no processo terapêutico. muitas vezes. 8. às vezes. requer que façamai perguntas hipotéticas para descobrir as áreas de vínculo entre a mãe e o abusadatj que logo poderão uni-los novamente (veja O uso de diferentes técnicas de terapãl familiar. Manejando a negação primária A negação por parte dos abusadores. Lidar imediatamente com o vínculo continuado dos membros da família ao abusador. das crianças e famílias é comum no abuso sexual da criança. eu faço a pergunta] mais remota: "Se você sentisse falta de seu marido. que de outra forma não ousaria expressar. Ela geralmente leva a família. Três tipos básicos de intervenção.1.3.1.2. o escalamento simétrico e o malogro profissional podem ser evitados. e de adição. (1) O processo familiar Fortes indicadores de abuso sexual. nós precisamos tratar as ansiedades que levam à negação como um comportamento necessário. 4. No trabalho da negação. O trabalho da negação precisa integrar aspectos lineares de responsabilidade legal pelo abuso e aspectos circulares de relacionamentos familiares. o qual é negado A criança é removida da família .) Em uma abordagem orientada para o problema. 2. Esses conflitos paralisantes são prejudiciais e exaustivos não apenas para a criança. mas também para a família e os profissionais. para a pessoa que cometeu o abuso e para a mãe. É importante compreender a função da negação para a criança. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. E importante não abandonar o caso e nem partir para acu- sações infrutíferas contra o abusador e a família. 2.em uma Intervenção Primária Protetora da Criança. 2. A Segunda reunião de caso/segunda decisão do tribunal/segunda etc: "a criança não corre perigo.6-12 semanas/meses mais tarde. Proteção à criança promotora de abuso e prevenção de crime promotora-d nos casos de negação. precisa ser removida". Abuso Sexual da Criança 163 (2) O processo profissional: Primeira reunião de caso/primeira decisão do tribunal/primeira etc: "a criança corre perigo. a criança voltou à família Nenhuma mudança na família.1 (a). precisa voltar para casa". S . com menosç de proteção Figura 10. A criança corre um risco de abuso ainda maior. quanto mais estreito for o relacionamento entre o abusador e o progenitor não-abusivo. 12. caso admitam o abuso. a revelação do abuso intrafa- miliar geralmente não significa apenas o fim do abuso sexual. 164 Tilman Furniss O abuso pode ser negado pelo abusador. 2) dos efeitos prejudiciais. Mães. e podem perder sua auto-estima por terem sido parceiras de uma pessoa que abusa sexualmente.1 (b). muitas vezes.4). pela mãe. O grau de conseqüências desastrosas aumenta. a mãe perderá mais do que nos casos em que não existe nenhum relacionamento entre a mãe e o abusador. arriscam-se a perder seu parceiro e o "ganha-pão" da família.1. da mãe e dos irmãos. mas também das mães. crianças e outros membros da família. A chave para compreendermos e trabalharmos com a negação está no entendimento da função da negação para cada membro da família.Toda a mudança na rede profissional. mas que não foi abuso. Se o abusador é o marido ou parceiro. e entre o abusador e a criança. Ajudando mães protetoras. E importante compreender que a negação possui diferentes funções para os diferentes membros da família. Proteção que promove o abuso da criança e prevenção do crime que promove o crime nos casos de negação. Se as mães revelam o abuso sexual cometido pelo marido. mães e outros membros da família negam porque têm medo de conseqüências desastrosas. A negação parcial talvez seja semelhante à minimização e outros mecanismos de defesa que os abusadores utilizam no tratamento dos casos de abuso legalmente estabelecidos (veja Trabalhando com os que abusam sexualmente. crianças. ou o progenitor não-abusivo e cuidador.11. Cada um pode negar diferentes aspectos do abuso. são desculpas comuns não apenas dos abusadores. Abuso Sexual da Criança . do auto-respeito e da honra da família no caso dos avós e outros parentes. 4) Conseqüências sociais e 5) Conseqüências financeiras e conseqüências no trabalho e carreira profissional. Abusadores. abusadores. Pode ser uma negação total de que tenha acontecido abuso ou pode ser uma negação parcial 1) das circunstâncias abusivas. também conduz à perda do pai e. e podem dizer que o pai não foi responsável por aquilo que aconteceu — "Foi quando ele estava bêbado" ou "Foi quando ele estava dormindo". pela criança e por outros membros da família. 7. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo.) A função da negação pode estar relacionada às seguintes ansiedades: 1) As conseqüências legais. Para uma criança que talvez não tivesse nada a perder revelando o abuso cometido por um estranho. como cuidador. 3) Conseqüências psicológicas. crianças e outros membros da família geralmente dizem que alguns toques aconteceram. Arriscam-se a perder status social e apoio social. Eles argumentam que a criança não foi machucada e que isso não acontecerá novamente. 3) da natureza aditiva e repetitiva do abuso sexual e 4) da responsabilidade do abusador. 2. Os progenitores não-abusivos e outros membros da família irão sempre revelar o abuso cometido por estranhos. todos exaustos e prontos a aderirem à negação Figura 10. Pode significar a perda de um filho. 2) Conseqüências para a família e os parentes. 2. — ordem para cuida- dos da criança e de dos outros irmãos (2) Família — perda da parceira — perda do parceiro — perda do pai — perda dos filhos — perda do(s) filho(s)— perda da mãe — perda do apoio de — perda do co-proge. mães e crianças a revelar. 165 . ameaça de sui- cídio do abusador) (3) Psicológica — suicídio — auto-respeito — medo de ser acu- — abandono da par. — abandono da crian. significa o tratamento dos desastres temidos na família. conseqüentemente. mães não-abusadoras e crianças abusadas de revelar. Trabalhar com cada membro da família sobre os desastres temidos como motivo para a negação tem levado abusadores. O tratamento da negação. — medo da solidão e dar com a situação do isolamento — incapacidade de — necessidade de cui- enfrentar a adição dar sem um par- e alívio da tensão ceiro através do abuso (4) Social — retaliação — reputação — reação dos iguais — reputação — estigma — tratamento na es- — estigma — isolamento cola — isolamento — problemas de ser — perda dos amigos um progenitor sozinho (5) Financeira e — perda do trabalho — dificuldades finan- profis- sional — perda dos rendi.165 Abusador Mãe Criança (1) Legal — aprisionamento — ordem para cuida. Negação: conseqüências temidas da revelação. — perda dos irmãos outros parentes nitor — medo de não ser — perda do apoio de acreditado outros parentes — medo de retribui- ção — medo de violência e castigo — medo de violência dentro da família — medo quanto ao bem-estar do abu- sador e de outros (e.g. ceiras — efeitos sobre mentos o próprio trabalho e — perda da licença carreira profissional profissional — perda da reputação Figura 10. Alguns dos desastres temidos podem ser tão grandes que nenhum membro da família jamais revelará. A Figura 10.2 mostra a ampla gama de ansiedades que impedem os abusadores.sado ceira ça — medo de ser bode — auto-respeito — auto-acusação expiatório — própria história de — ter casado com um — auto-acusação abuso sexual abusador — medo da solidão e — medo da solidão e — própria história de do isolamento do isolamento abuso sexual — lealdade — incapacidade de li. que eu não os temo. 1. (Veja O processo individual no contexto. Portanto. Obviamente. 1) Negação primária de qualquer abuso. mas algo normal. 2. a criança ou outro membro da família admitisse ter] ocorrido abuso sexual. mas não ao suposto abusador. a permissão para pensar no pior desastre que realmente temem e que podem ter medo demais para mencionar. seria uma tolice revelar. Os abusadores dizem que o abuso aconteceu quando estavam bêbados ou quando estavam dormindo.Portanto. Os abusadores afirmam que aquilo que eles fizeram não foi abuso. 2. e negam ser responsáveis pelo que aconteceu. é necessário que você continue negando o abuso sexual. suicídio. eu estou ouvindo o que você está dizendo. e não sei se aconteceu ou não abuso sexual. Abuso Sexual da Criança 166 Com famílias muito defensivas. esse processo inicial já diminui consideravelmente a ansiedade das crianças e famílias. violência.4. você não quer ir para a prisão e sua família também pode não querer que você vá preso. precisa ser medido em meses e anos. criança. qual j seria o maior desastre na sua família se tivesse acontecido abuso sexual?" Normal-| mente. 2. Não estou dizendo que tenha acontecido. trazer medos de aprisionamento. assassinato. não deve ser confundida com a negação como mecanismo de defesa psicológico. Mesmo quando os membros da família admitem o abuso legalmente. no contexto das medidas legais e de proteção à criança. 3) Negação do conhecimento do abuso.5. Os membros da família. num nível indireto. e não em dias e semanas. 6) Negação da responsabilidade. estigma sociais outros efeitos secundários de rompimento familiar. Compreendendo a função da negação como necessária para o abusador e a família Quando as pessoas da família revelaram medos de aprisionamento e outros desastres. ou a outros membros da família.) 1. c. se nós aceitarmos que lidar com a negação pode levar tempo e exigir muita paciência e resistência.4. nós podemos compreender e discutir a função da negação como necessária para evitar um desastre maior. que poderiam acontecer se o abusador. que eu os conheço." E possível compreender a negação como uma função dos temidos desastres que os membros da família verbalizam. nem sou punitivo com relação a eles. divórcio. V-eu sei que essas coisas acontecem hoje em dia. porque a pessoa que revelasse seria acusada de ter causado o desastre. (Veja Prova e crença. mas se tivesse acontecido você iria para a prisão. O trabalho sobre a negação psicológica é um dos alicerces da terapia. que esses medos são comuns.Tilman Furniss O tratamento da negação pode levar tempo e. e podemos entender e compartilhar com a família a necessidade e função de manter a negação. Eu perguntaria: "Qual seria o maior desastre que poderia acontecer na sua família se tivesse ocorrido abuso sexual?" Nesse estágio. que só terminará ao final de um tratamento bem-sucedido. ao trabalhar sobre a negação nos encontros familiares. rapidamente. Os abusadores descrevem atos menos graves do que aqueles que realmente aconteceram. Os abusadores tornam as crianças responsáveis pelo abuso. Geralmente. eu diria: "Claro. mesmo que ele tenha acontecido.) Os abusadores utilizam as seis áreas seguintes de negação para não admitir a responsabilidade pelo abuso. b. mesmo que tenha acontecido abuso sexual. Assim. Eu pergunto. Os quatorze seguintes passos ilustram o modo pelo qual podemos nos manter orientados para um objetivo. Mesmo que a criança ou outro membro da família tenha medos menores. 5) Negação dos efeitos prejudiciais do abuso. O inconsciente e o segredo. d. com altos níveis de ansiedade. De fato. e a questão foi levantada. É de impor-j tância vital não reagir de maneira simétrica.4. admissão e assunção da autoria. A negação como mentira consciente. muitas vezes. dizendo que elas desencadearam o abuso pelo seu comportamento. o pai talvez interrompa e repita que na verdade não aconteceu abuso sexual. Podemos dizer ao pai: "Eu agora compreendo que é importante que você diga 'não'. Tratando a ansiedade subjacente em relação aos desastres temidos O primeiro passo no trabalho com a negação dirige-se à ansiedade relacionada à ameaça legal ao abusador. 4) Negação da natureza abusiva do abuso. o exemplo do máximo desastre transmite à criança e à família a mensagem contextual a. pois não machucou a criança. aos irmãos que não sofreram abuso c. e podemos deixar muito claro que não esperamos que qualquer membro da família revele. Também precisamos dar à criança e à família a mensagem de que sabemos que eles negam não por serem . de dar à criança. eu faria essa pergunta à mãe. O abusador nega ter ocorrido qualquer abuso. eu geralmente coloco alternativas que indicam um desastre máximo. isso talvez não signifique que o assumam psicologicamente. podemos obter importantes efeitos terapêuticos. Os abusadores argumentam que aquilo que fizeram não foi abuso. 2) Negação da severidade dos fatos. que eu sei que os membros da família têm medos intensos. No trabalho da negação. e ao medo de possíveis desastres familiares. por exemplo: "O seu pai se mataria ou mataria você?" O que parece uma sugestão cruel e pouco profissional tem o efeito. . Ela também deixa os profissionais livres para manterem uma mente aberta sobre a ocorrência ou não de abuso sexual. Trabalhando no nível hipotético de "como se" O passo seguinte é deixar claro que não somos oficiais de polícia..iilil. . No trabalho da negação.. fracassou.. Ele pode significar que não aconteceu abuso sexual. *ûv conoegue/'' uma pergunta que goralmci1 ' *. w . e uma vez que o suposto abusador negou o abuse sexual.|(..-> . se não quisermos consegui-los imediatamente.. Quando compreendemos as ansiedades por trás da negação e a sua função.-i ■ « iMAf.maliciosos ou burros e sim porque sentem que a negação é necessária para evitar o desastre temido.»' mini... ou tonto normal ■ 1 ' 1 1 " i. Nós podemos estabelecer que o abus: sexual bem pode ter acontecido e que bem pode ser uma realidade familiar.r A 1 » » » i> ' T~iu ni. nesse estágio... ■ - türrüllü p^r» ^ [.h .. tl_ As. Geralmente.. Uma vez que a abordagem direta. eu não esperaria nada além de uma negação". fujJi-iiL j^^^yj^i ^. mesmo que a negação permaneça intacta. . podemos lidar em um nível hipotético com as questões de responsabilidade.. a pressão para obter confissões somente levará ao fortalecimento da negaça: e a maior segredo e hostilidade.. Introduzindo o conceito de responsabilidade Trabalhando no nível hipotético de "como se". com o mesmo efeito terapêutico para a criança.N..«'i |#i m u.=* An fnmíi. nos casos de negação.. íximíiL^a i.. a questão da responsabilidade pode ser levantada da mesma forma que em uma sessão criadora de responsabilidade e realidade. 167 Tilman Furnis 4. . nós precisamos lidar com um grande número de medos diferentes dos diversos membros da família em relação a diferentes desastres que poderiam acontecer se fosse revelado o abuso sexual.«Jfe... Podemos cumprir todas as etapas da Intervenção Terapêutica Primária como se a família tivesse revelado o abuso. o abusador e a família estão assustados demais para revelar. iiu lun í"ljj. (Veja Da loucura à maldade.. por hora. 6.11. participação.x büvoi ~±— w- x.. culpa.]. Capítulo 1. acusação e poder. com um questionamento direto.fe. não estamos interessados em descobrir se aconteceu ou não o abuso sexual..w ^. não apenas deixa a família livre para pensar sobre suas próprias ansiedades. u I «li lr-i i iii-s i-nmi-çrti.iilla maneja oojrrodoc triviais. aparentemente... Paradoxalmente.^ i lvJK.... Nós verdadeiramente precisamos abandonar.. trl^'lalu.) IxJo próximo pacco. de importantes objetivos terapêuticos no tratamento do abuso sexual da criança. Ih-.]u U llMjluwivW pruUüCJ XÍWUt.. Não aceitando "não" como resposta O trabalho no nível hipotético de "como se" nos permite não aceitar "Não" como resposta. EU pUrKUITtO: ""QlVlWIIl O Ln-lIIl UlU > i m l l li l . Mas mesmo que ele tenha acontecido.. da mesma forma que no tratamento do abuso estabe- lecido. Perguntar à criança: "Se o abuso tivesse acontecido. não esperaríamos que a criança ou a família revelasse.r/imílí/i i— rjiirm ^riin r»(-iT* íxTwürf |. „ r„. -*r—i in li. Ecca dif^"-''* '«".t.. eu chego ao ponto de dizer que o pai não deveria admitir...-1 í fi-vc nirí nr í-i-» r m . As vezes. ou pode não ter acontecido. de maneira poten- cialmente muito terapêutica.. A declaração "O abuso sexual pode ter acontecido.l^tLlfcJ clv (. apesar do "Não". 5. do que precisamos fazer. Eu continuaria a trabalhar no nível hipotético e exploraria completamente o que poderia acontecer à criança e à família se o abuso tivesse ocorrido e fosse revelado. mas podemos nos concentrar no contexto das ansiedades que impedem os membros da família de revelar.... e quando essas alegações foram negadas numa confrontação direta com o abusador e a família através de um questionamento direto.^iL i'1 ■ ^ ■ ■ ■ a respeito de preacnteo de anivcroanc *J ^inn».. apesar do 'não'. o desejo de obter os fatos do possível abuso. abertamente..ti.1 1 11111 ^ rt. v .xl.. Nós precisamos tratar as ansiedades relacionadas ao desastre no contexto da negação.o t^Li^ 'vuyuuj 11 jimiiImi gredo c oo que tem dificuldade para faso lo.iimiui r^uini/i iniurji -« ^ ■ ■ . apenas conseguiremos os fatos.. No nível hipotético de "como se". não precisamos forçar fatos ou confissões nesse estágio. Jv.) 3. mas também pode significar que aconteceu o abuso sexual...iÍ1Íi* ^ y^M^ii. e que.li=f mI^UIíiv UlMIllllIUk fin fixü lílln lui . il. você acha que ele seria responsabilidade sua ou de seu pai?" já trata.-o. (Veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. 6. O primeiro encontro familiar como um encontro criador de realidade e responsabilidade.j... 9. mesmo que o abuso sexual tivesse acontecido. em função do possível desastre que uma revelação traria. mas que a criança. Não forçando fatos e confissões Quando foram feitas alegações. precisamos abandonar nosso desejo de conseguir fatos e devemos dar uma volta completa e fazer exatamente o oposto.. tá: "S»=i *' 1. <~.i^fnn . Mesmo se ele tivesse acontecido.. muitas questões importantes dos relacionamentos familiares e dos problemas psicológicos individuais podem ser tratadas abertamente..2. Podemos fazer a distinção crucial entre os dois possíveis significados diferentes do "Não". eu pergunto à família: "Quem realmente consegue se controlar. O efeito usual é mm o nível de ansiedade de todas as pessoas da família diminui visivelmente. Eu. Essa apare degeneração da criança tem a função de normalizar o fato de que as crianças e i adolescentes são ilógicos. Isso não acontece por dflfl serem maus ou maliciosos. deixaniH escapar uma surpresa que deveria ter mantido para si próprio. como revelação de segredos. geralmente provoca muito divertimento na sessão. porque pode ser difícil controlar-se. Quando a criança confiaria a ponto de revelar? Nós podemos refletir. A metáfora dos "enganos" ajuda até mesmo as famílias mais resister. pensar na idéia dej encontrar alguém a quem possam revelar. 12. geralmente. Sofrendo com o segredo Mesmo as crianças pequenas podem compreender que controlar um segredo pode levar a uma grande pressão e dar uma dor de barriga que faz as pessoas sofrerem. Eu. ■ que. Os adultos são diferentes. em alguma pessoa conhecida a quem pudessem revelar. e que talvez seja compreensível que queiram se livrar dessas dores. reforço a conversa sobre o controle com gestos não-verbais de empurrar alguma coisa para dentro de mim que quer sair. 13. chegando ao ponto de diminuí-las deliberadamente. por sua vez. incluindo crianças pequenas. e podem não se controlai Elas ainda precisam dos pais e são diferentes dos adultos. sobre o tempo que a criança levaria para revelar segredos difíceis.oegredo do abuco ccxual maie facilmomo c*™ q"n ™tti. relatarem incidentes nos quais os membros da família "deixaram escapar" e camwM ram acidentalmente um segredo normal que não deveriam revelar. em geral. da mesma maneira hipotética. e que pode deixar escapar sem saber. angústias e pressões. Revelação de segredos normais e "enganos" Após a discussão sobre as pessoas que conseguem ou não controlar-se. Essa reformulação tem a função de transformar o segredo em alguma coisa que as pessoas podem achar difícil manejar. irracionais e ilógicos. muitas vezes. muitas vezes permite às crianças. torna-se er a função normal da imaturidade da criança. Ela permitiu que pensassem. agüentando toda a pressão interna e quem não consegue?" 9. de três a cinco anos: "Quem você acha que fica com mais dor de barriga por se controlar e guardar as coisas bem lá no fundo?" A noção de controlar muitos segredos ou um grande segredo cria uma noção de que os membros da família podem sofrer ao manterem segredos importantes. pela primeira vez.i rjni^/itri^/iti iiu n'niim Ju segredo para segredos familiares triviais e o uso de frases normalizadoras como "Quem é especialista em guardar segredos e quem não consegue?". Reformulando para "controlar" Eu gosto de reformular a pergunta "quem consegue manter um segredo de família?" nessa outra "quem consegue controlar segredos?". Fafafl sobre "deixar escapar" transmite à criança abusada e à família a mensagem de mm os "enganos" realmente acontecem e que são normais em outros contextos. pergunto às crianças pequenas. "Controlar" pode ser ilustrado de uma maneira bastante física e corporal. é a razão de ainda serem crianças e adolescentes. "se enganaram". Várias crianças que revelaram após o trabalho da negação falaram sobre a importância dessa pergunta. eles conseguem guardar segredos. se isso levaria semanas. pela primeira vez. Eu destacaria a diferença estrutural entre crianças e os pais. Então. Falar a respeito das diferenças de maturidade envia a mensagem de que crianças podem ser incapazes de suportar a pressão de controlar-se. mas pela simples e normal razão de serem imaturos. Enfa: -zar a questão de que a mente da criança ou do adolescente funciona de mc diferente da dos adultos ajuda a evitar uma subseqüente revelação em que a criani é acusada. O "engano". uma vez que as crianças não conseguem evitar isso. salientando que as crianças. Ao tratarmos das questões de confiança e ao lidarmos com todas as ansiedades que . 11. A discussão sobre controlar segredos normais de família. de que suas mentes funcionam de um jeito diferente dbl mente dos adultos. pela qual ela não é responsável. pois é uma metáfora concreta. Em quem a criança confiaria? A pergunta a respeito de em quem a criança confiaria. Eu gosto de utilizar o conceito de "controlar". e inclusive adolescentes. para contar um grande segredo. podemos perguntar sobre as ocasiões em que os membros da família "deixaram escapar".--. são. Essa é outra metáfora concreta que as crianças de todas as idades podem compreen- Tilman Fun der. quanddB membros da família relatam estórias típicas de alguém que "se enganou". Os "enganos" acontecem quando os segredos são controlados demais. geralmente provoca uma imediata diminuição da tensão e visível alívio e relaxamento em todos os membros da família. 8. Diferenças estruturais entre aítw/fos e crianças Depois. que são lógicos e que mm controlam como pessoas crescidas. As criançj muitas vezes não sabem o que estão dizendo e fazendo. meses ou anos." E bom superenfatizar a diferença entre as crianças dependente : biologicamente imaturas e os adultos. nós precisamos diferenciar entre os "enganos dos adultos" e os "engana das crianças. que todos os membros da família. 10. relativos a aniveaM rios e outros eventos. podem compreender. podemos colocar o suposto abusador na cadeira do juiz.4. por parte das crianças.) O trabalho da negação é como cavar o leito do rio o tempo todo. para o suposto abusador e para a família. O hipotético trabalho "como se" é terapêutico quando transmite à criança que alguém no mundo não aceitou o "não" como resposta e acredita que pode ter acontecido abuso sexual. Um questionamento hipotético do suposto abusador no papel simulado de juiz talvez crie soluções sérias e aceitáveis para a proteção da criança e potencialmente terapêuticas para as crianças nas famílias que negam. nesta posição de responsabilidade.) Se as agências legais e os tribunais estão envolvidos. 11. O trabalho da negação visa diminuir o nível de ansiedade e o grau de defesas da família. apenas a segunda melhor maneira de trabalhar com casos de abuso sexual. mesmo que todos. O trabalho da negação com* crianças.2. aconteceu em algumas semanas.: imaginamos. sobre alguém que foi acusado de ter abusado sexualmente de uma criança. 11. mesmo que tenha sido negado. Dando licença explícita para comunicar. quase todos os •primeiros objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. eu faço aos abusadores a mesma pergunta sobre quando e em quem eles confiariam.Abuso Sexual da Criança 169 impedem a criança de revelar. O desejo da criança de Tilman Fur revelar e de ser protegida de novos abusos é contrabalançado pelo medo àz i desastre para ela. 2.10. Um outro importante efeito terapêutico resulta da mensagem à criança de que o entrevistador também entende a situação difícil da criança. num nível hipotético. Quando e em quem o abusador confiaria? Às vezes. eu pedi a supostos abusadores que se colocassem no lugar dos Diretores dos Serviços Sociais. ainda que não conduza a uma imediata revelação. certamente.1. perguntando à mãe: "Em quem seu marido confiaria se tivesse acontecido abuso sexual? Quanto tempo ele levaria para revelar e em que circunstâncias ele teria coragem para fazer isso?" Ao levantar a questão. mantendo as comportas da negação ainda fechadas. Ele também visa. O trabalho da negação é. Em alguns casos.4. . Permissão terapêutica explícita para revelar.) 14.4. 2. O rrab™i da negação possui os seis seguintes efeitos importantes: 1) Ele nomeia o abuso sexual da criança como uma possível realidade rsm liar. Nas sessões de consulta com profissionais de agências de proteção à criança. dizendo: "Se você fosse o Diretor dos Serviços Sociais.6. A última etapa é abrir as comportas da negação na revelação real. Problemas práticos nas consultas. Níveis reduzidos de ansiedade aumentam a probabilidade da revelação e ajudam os profissionais e as famílias a permanecerem orientados para o problema. Ele pode dar aos profissionais o tempo e espaço necessários pai permanecerem orientados para o problema e efetivos. neguem. a revelação completa. podemos iniciar na sessão e na mente da criança um processo que lhe permita começar a encontrar possíveis soluções para uma futura revelação. 8. 11.5. desenvolvem uma lista diferenciada de condições para uma reabilitação e tratamento passo-a-passo para eles próprios e para a família. Os supostos abusadores que moram na casa talvez concordem que seria mais seguro se eles se mudassem. nós finalmente temos que fazer ao abusador a pergunta adicional: "O que você acha que a agência precisaria saber para que você pudesse viver em segurança com a criança ou ter acesso a ela?" Algumas vezes. quando os profissionais conseguem evitar a í lação das batalhas simétricas sobre ter ou não ocorrido o abuso sexual. As vezes eu faço isso indiretamente. (Veja A natureza interacional da motivação. (Veja Terapia e consulta. inclusive a criança. muitas vezes. Eles podem concordar com um acesso supervisionado e. 5. nós já podemos começar a lidar com as possíveis soluções para o dilema da negação do abusador.5. abusadores e outros membros da família joode tornar-se altamente ter:: fico e orientado para o problema. mas é menos desanimador do gue muitas v. o que você precisaria saber. O trabalho da negação pode ser altamente terapêutico. se o abuso sexual tivesse acontecido. O trabalho da negação não visa apenas o abuso sexual que continua acontecendo por trás da negação e as ansiedades que impedem sua revelação. Manejando hierarquias estatutárias nos encontros profissional-família. para ter certeza de que esta criança está segura? (Veja Manejando hierarquias estatutárias nos encontros profissional-família. sionar ou largar totalmente o caso. A preparação para a revelação. podemM tratar da maioria dos objetivos e fins da Intervenção Terapêutica Primária. Nós freqüentemente vemos que pais. Nesse meio tempo. das primeiras faculdades para acabar com a batalha da negação. 3) Os profissionais precisam ter paciência e não devem. o contexto da negação em vez do conteúdo do possível abuso sexual exige profissionais sejam capazes de trabalhar com crianças.11.1. 2. Em outro caso. O uso de filmes de prevenção na suspeita e na revelação. apenas com a criança ou o suposto abusador e outros membros da família. O trabalho da negação no abuso sexual da criança também requer uma verdadeiramente aberta com relação a ter acontecido ou não o abuso sexual. participação! culpa e acusação. Eu trabalhei com uma família durante nove meses. possa revelar.2. (Veja O primeiro encontro familiar como encontro criador de realidade e responsabilidade. Nós devemos estar cons- cientes de que muitos casos de negação são desencadeados por preparação insuficiente na rede profissional e por outros erros durante a intervenção. após uma admissão e revelação iniciais. de uma maneira que não podia ser descartada. já no início. 2. As dificuldades adicionais do trabalho da negação deveriam ajudar os profissionais a refrearem intervenções prematuras no nível de uma vaga suspeita de primeira-linha. a revelar.13.12. sob a cober« tura da negação. que eles próprios. até ficar convencido de que não havia acontecido nenhum abuso sexual.1 A capacidade de pensar de uma maneira orientada para o problema é urr. enquanto não tivermos um tratamento mais bem desenvolvido para pessoas que abusam sexualmente. 9. (Veja A natureza interacional da motivação. O trabalho de negação com as famílias normalmente precisa ser acompanhado por um trabalho individual da negação que cubra as mesmas áreas. induziram a negação. abusadores e famílias. por desespero. Pode acontecer que os profissionais cheguem à conclusão de que suas suspeitas eram infundadas. e inclusive anos. 8. 2) Deve ser evitada qualquer batalha simétrica e oposicional com o abi e a família. Nós precisamos compreender que no trabalho da negação. uma menina precisou de mais de dezoito meses. Eu a havia atendido num trabalho individual da negação e havia passado pelas mesmas 14 áreas com as quais lido nas sessões de família. Capítulo 5. Permissão terapêutica explícita para revelar. A rede profissional. ei algumas vezes o abusador. que havia sido abusada sexualmente quando criança. Os abusadores somente admitem quando são manejados em uma Intervenção Terapêutica Primária orientada para o problema. Recaída na negação secundária. à família e amWã profissionais começarem a pensar em termos orientados para o problema. é um importante argumento a favor de um encontro familiar criador de realidade e responsabilidade. 6) O trabalho da negação permite às crianças.6) da mãe. e que acabam retirando essa revelação mais tarde. (Veja Dando licença explícita para comunicar. e algumas vezes o abusador. sem revelação. geralmente pela primeira veu pensarem especificamente sobre uma possível pessoa e possíveis circuHM tâncias nas quais poderiam ser capazes de revelar.4. 4) Acima de tudo. nós temos que defender abordagens orientadas para o problema no tratamento dos abusadores. Para o bem das crianças sexualmente abusadas. A acusação era parte de uma Síndrome-Munchausen-por-procuração (veja Seção 14.4. 12. CM profissionais precisam aceitar as três seguintes dificuldades principais: 1) O processo da revelação após a negação pode levar muitas semanas! meses.) A negação continuará sendo um aspecto central no abuso sexual da criança. te semanas ou meses. crianças e mães revelam o abuso sexual na crise aguda. geralmente temam que esperar muito tempo por uma revelação completa. Ele dá sentido às ansiedades que impedem am membros da família de revelar e nomeia a situação difícil de querer revehM sem criar maiores desastres para a família. muitas vezes. até se sentirei suficientemente confiantes para revelar. 8.5. 5) O trabalho da negação prepara maneiras possíveis para que a criança.) O trabalho da negação permite aos profissionais perceberem. As crianças podem. a partir de erros.2) O trabalho da negação ajuda a criança e outros membros da família <H compreenderem a negação. sobre ter acontecido ou não abuso sexual. Capítulo 8. desde o início. 3) O trabalho da negação visa as questões de responsabilidade. trabalhar secretamente suas ansiedades.) A freqüente negação secundária. O tratamento dos abusadores é uma tarefa importante para as pessoas encarregadas da . Um encontro inicial familiar evitará que o abuso revelado recaia na negação secundária. e podei mos eventualmente ajudar a criança. O trabalho da negação também pode se feito separadamente. o trabalho da negação permite à criança. que são questões cruciais do tratamento no abuso sexisH da criança. Esse processo dá a todos os prof Abuso Sexual da Criança envolvidos a chance de avaliarem permanentemente seus próprios motivos para a suspeita. para conseguir revelar completamente. após a primeira sessão de negação. nós precisamos dar a nós mesmos e ao colegas a "licença para comunicar abertamente sobre o abuso sexual". por sua própria natureza. Os profissionais somente serão terapêuticos e as crianças e famílias somente conseguirão se abrir depois que eles encontrarem uma linguagem sexual explícita adequada e uma atitude que lhes permita sentir-se à vontade ao lidar com o assunto. precisam encontrar uma linguagem sexual explícita apropriada. Contar aos colegas sobre minhas próprias experiências e dificuldades serve como licença e permissão direta e explícita para eles comunicarem sobre o abuso sexual numa clara linguagem sexual. como uma mulher pode falar explicitamente com um abusador sobre abuso sexual e como um homem pode falar com uma adolescente quase adulta a respeito de suas experiências sexuais. e com nossa capacidade. Também precisamos dar um ao outro o espaço para admitir que achamos difícil essa tarefa e que talvez leve tempo até conseguirmos lidar de modo relaxado com a natureza sexual explícita do abuso sexual.) 11. de modo literal ou metafórico. como uma pré-condição para seu trabalho com crianças sexualmente abusadas. ou correm o risco de metaforicamente mergulhar entre as pernas da criança de uma maneira que pode ser extremamente ansiogênica e assustadora para ela. Pode ser igualmente difícil. Mas. Eu. falando sobre "aquilo" que aconteceu. e sim conosco. 11 Problemas Interdisciplinares 11.) Lidar com o abuso sexual da criança na família não começa com a criança ou com a família. Profissionais que sofreram abuso sexual O problema dos profissionais que sofreram abuso sexual quando crianças e que se deparam em seu trabalho com crianças sexualmente abusadas ainda não é totalmente reconhecido. e precisamos encontrar uma linguagem profissional neutra e factual.4. mas também os profissionais. num desempenho de papéis. voyeurísticos ou envergonhados.1. como podemos falar abertamente com uma criança a respeito de abuso sexual. Eles são incapazes de utilizar a linguagem sexual explícita de uma maneira apropriada. como profissionais. para os profissionais que sabem ainda não estarem prontos para lidar profissionalmente com o abuso sexual da . Muitas vezes foi útil ter dramatizado. de uma maneira que seja explícita. 12. que precisam tornar-se parte da rede multidisciplinar padrão no abuso sexual da criança. tais como perdas pessoais e separação conjugal. e eles podem ter extrema dificuldade para lidar com sua própria experiência de abuso sexual. (Veja o Prefácio. quem fez "aquilo" e com que freqüência "aquilo" aconteceu. 2. de maneira insensível. Os terapeutas do sexo masculino podem ter dificuldade para falar com uma adolescente bem desenvolvida sobre como foi quando "seu pai teve inter-curso sexual com você e quando você colocou o pênis dele na sua boca".15. E muito interessante ver como profissionais bastante experientes e hábeis têm muita dificuldade para tratar direta e abertamente os aspectos sexuais do abuso sexual. O gênero do terapeuta é importante?. embaraço e sentimentos de voyeurismo podem interferir com uma posição profissionai neutra. Encontrando a linguagem sexual apropriada para comunicar sobre o abuso Não apenas as famílias. para encontrar a linguagem adequada. Nossa própria vergonha. da mesma maneira que os pediatras e médicos da polícia precisam encontrar maneiras adequadas de realizar um exame médico. Esse é um problema que necessita de urgente atenção. até o momento. Outros profissionais utilizam imediatamente uma linguagem sexual. Os profissionais de saúde e da lei precisam encontrar a sua própria linguagem sexual explícita.2. um tópico tão emotivo e privado. que instantaneamente aumenta a ansiedade na família e pode facilmente levar à negação. Conseqüentemente. Uma vez que o sexo é. vejo profissionais bastante experientes ficarem cada vez mais atrapalhados. (Veja A natureza interacional da motivação. A natureza sexual do abuso sexual da criança pode tornar muito difícil para os profissionais uma comunicação apropriada e explícita. muitas vezes.vigilância dos réus beneficiados por "sursis" e para os psiquiatras de adultos. com nossa capacidade para lidar com nossa própria atitude em relação ao sexo e ao abuso sexual da criança. minhas experiências pessoais com crianças que sofreram abuso sexual e suas famí- 171 Abuso Sexual da Criança 171 lias. É perfeitamente aceitável que os profissionais revelem outros eventos de vida que podem ter influência em seu trabalho.1. apropriada e satisfatória. Devemos aprender a não nos sentirmos embaraçados. Isso significa não evitar a natureza sexual do abuso sexual e nem mergulhar insensivelmente entre as pernas da criança. através da qual possam comunicar sobre o abuso sexual. E por essa razão que eu freqüentemente começo as oficinas sobre abuso sexual da criança relatando algumas de. A dificuldade de encontrar a linguagem sexual apropriada tem seu paralelo no exame médico das crianças que sofreram abuso sexual. Os efeitos do abuso sexual da criança como síndrome de segredo também se aplica aos profissionais que sofreram abuso. talvez precisemos da ajuda uns dos outros. ainda é quase impossível para os profissionais revelarem sua própria experiência de abuso sexual quando crianças. Médicos inexperientes ou não têm coragem de olhar para o ânus ou a vagina de uma menina. Pode ser difícil para as profissionais do sexo feminino terem de sentar na mesma sala com um abusador sexual e falar sobre ele "ter colocado seu pênis no ânus da criança". encontros ou oficinas com outros profissionais. é possível falar com um colega angustiado sobre essa situação difícil e potencialmente muito destrutiva de uma maneira indireta. Muitos colegas profissionais sofrem com as conseqüências do abuso sexual da criança. Ao falar sobre "o caso geral de abuso sexual" podemos mencionar todos os problemas que estamos vendo naquele co-profissional. no sistema educacional e nas instituições de saúde e de saúde mental da criança ainda é um completo tabu. Todos os profissionais que trabalham nesse campo precisam de algum apoio relacionado às seis principais áreas seguintes: . seria muito inadequado tratar esse(a) colega de modo diferente. mas que de fato se refere ao próprio abuso sexual do co-profissional. e que tem dificuldade para funcionar profissionalmente. com o cuidado e a discreção apropriados. se recusarem a fazer o trabalho que por razões pessoais são incapazes de fazer.4. processos de identificação com crianças sexualmente abusadas podem criar problemas para alguns colegas sexualmente abusados. que trate do suposto abuso sexual sem mencioná-lo diretamente. o que aparentemente se relaciona ao tópico em geral ou a algum caso clínico que tomo como exemplo. Para eles. nas agências de proteção à criança. (Veja O processo individual. Outros foram menos afetados. por seus próprios meios. pode ser extremamente estressante. 2. nos casos de suspeita. Não obstante. É quase impossível. mas também influenciar. Essa forma de trabalho levou a revelações confidenciais e. As coisas podem ficar difíceis para os profissionais que trabalham fora de estruturas hierárquicas. nos tribunais. pode ser manejado adequadamente. que tentaria. eles não conseguem nem dizer por que não conseguem lidar com o abuso sexual. nos casos em que o profissional sofreu um prolon- gado abuso sexual. O problema de um colega que sofreu abuso sexual. Capítulo 5).) 11. O problema do profissional sexualmente abusado que ocupa posições superiores no campo legal. clientes e pacientes e a grandes riscos de conflitos-por-procuração. As reações pessoais de um colega podem 172 Tilman Furniss influenciar consideravelmente toda a rede profissional. a providências de ajuda específica para os colegas. Não obstante. introduzir o assunto da identificação e da possível necessidade de ajuda. tais como clínicos gerais ou juízes. as identificações primárias com a vítima. Se a experiência pessoal de abuso sexual de um colega interfere com a tarefa profissional. Assim como utilizamos com as crianças "A estória da Outra Criança". Quando comunicamos sobre segredos de uma forma indireta. O resultado pode ser grandes conflitos-por-procuração na rede profissional e grande angústia pessoal (veja A rede profissional. a atuação do próprio trauma do profissional abusado pode comprometer toda a abordagem terapêutica e influenciar o trabalho de outros profissionais que ficam incapazes e numa posição em que não podem falar sobre o possível abuso sexual do colega em questão. Apoio interdisciplinar Não são só os colegas sexualmente abusados que precisam de apoio. 2.2. em alguns casos. parar a atuação resultante da identificação primária com a criança sexualmente abusada. No contexto de reuniões de caso. que foram incapazes de lidar com seu próprio abuso. saúde mental. educação e serviço social. em que advogados. pois uma revelação pessoal contaria contra eles profissionalmente. A experiência pessoal de abuso sexual certamente pode levar a fortes identificações primárias com réus. Muitas vezes. Já é bastante difícil falar sobre o problema dos profissionais sexualmente abusados das áreas de saúde. podemos abordar o problema através de um colega mais velho ou bastante próximo da pessoa em questão. quando esse colega trabalha em um contexto institucional que permite uma abordagem pessoal e confidencial por parte de colegas mais velhos. sem poderem recusar um caso que pode conduzir ao restabelecimento de sua própria experiência de abuso sexual da criança. tratar da questão no sistema legal. comunicando como os adultos que sofreram abuso sexual podem encontrar ajuda. decorrentes de sua identificação com a criança sexual- mente abusada. eu tento falar indiretamente sobre o suposto abuso sexual de um colega. magistrados e juízes lidam com casos criminais e com procedimentos de proteção à criança em isolamento e independência profissional. mas indispensável. podemos falar a esse colega utilizando um caso geral ou um caso de uma criança específica. podemos não apenas ajudar colegas que sofreram abuso sexual a encontrarem ajuda por Abuso Sexual da Criança 172 seus próprios meios. falando em termos gerais sobre as possíveis conseqüências a longo prazo do abuso sexual da criança. Se os colegas foram capazes de lidar com seu próprio abuso sexual.4.criança. com integridade e sigilo. (Veja A natureza interacional da motivação. e quem sabe. Capítulo 2. ou o sentimento de restabelecer seu próprio abuso sexual. ou quando eles próprios estão em posições superiores. num grau que interfere com sua posição profissional. Temos que chegar a um ponto em que seja aceitável recusar-se a trabalhar com abuso sexual. As vezes.1.3. Nós devemos chegar a uma atitude profissional em que seja profissionalmente reconhecido e aceito que os colegas também podem ter sofrido abuso sexual. Não devemos patologizar. Dando licença explícita para comunicar. jurados.) Se o comportamento de um co-profissional desperta a suspeita de que ele possa ter sido sexualmente abusado. essa experiência também pode ajudá-los a compreender profissionalmente as crianças que sofreram abuso sexual. de modo a clarificar nossas idéias quando temos uma suspeita de abuso sexual e quando entramos no processo de revelação e tratamento. No abuso sexual da criança.) 5) As questões de gênero entre homens e mulheres e a sexualização das crianças requerem o esclarecimento das atitudes pessoais em relação à sexualidade e das respostas específicas pessoais e de gênero em relação à natureza sexual do abuso sexual da criança. conduzir exatamente ao resultado oposto do desejado requer apoio para esclarecer a posição de cada profissional na órbita multidimensional da intervenção global. geralmente. competentes e responsáveis em nossa profissão. Profissionais fracassados são profissionais perdidos. Isso não deve ser uma desculpa para recusar responsabilidades profissionais. que espelha o processo terapêutico de confusão entre a realidade e a não-realidade externas. pode indicar uma atitude altamente profissional. nós precisamos ser capazes de compartilhar nossas dúvidas sobre estarmos ou não agindo do modo certo com colegas de outras profissões e agências. 3) Os processos de espelhamento no abuso sexual da criança como síndrome de segredo sempre ameaçam dividir a rede profissional e podem levar à criação de bodes expiatórios entre os profissionais. sair correndo em uma intervenção prematura. Ser bondoso e responsável consigo próprio. As questões de gênero e o problema de manejar o comportamento sexualizado das crianças que sofreram abuso sexual realmente requerem discussão. por sua vez. para reavaliar nossos próprios limites pessoais e profissionais. Todos os profissionais precisam de um lugar onde possam lidar com os efeitos que o trabalho com crianças sexualmente abusadas produz neles (veja A rede profissional. 4) Nós precisamos ser extremamente responsáveis com relação a nós mesmos. A rede profissional. em voz alta: "eu acho que vi uma criança brincando de maneira sexualizada. as capacidades e responsabilidades necessárias para lidar com o abuso sexual da criança são maiores do que a tarefa. O abuso sexual da criança como síndrome de segredo também se reflete no tabu entre os profissionais em falarem abertamente sobre os aspectos sexuais do abuso sexual no trabalho interdisciplinar. Os processos de espelhamento provenientes da criança e da família. Eu tive várias crianças e famílias que. Isso.1. podem. e mesmo quando chegamos a uma resolução dos conflitos-por-procuração. Preparação para a revelação. em diferentes contextos. dentro dos quais temos que trabalhar quando queremos evitar o fracasso pessoal e profissional. 12. (Veja O processo individual. Capítulo 3. tornam difícil decidir se aquilo que percebemos é de fato a realidade externa. apoio e consulta interdisciplinar. mesmo quando estamos conscientes de nossas próprias identificações e dos processos de espelhamento na rede profissional. Mas nós realmente necessitamos de constante apoio interdisciplinar. 5. eu preciso falar para alguém. A confusão dos profissionais entre realidade e fantasia está espelhando os processos oriundos da natureza básica do abuso sexual da criança como síndrome de segredo. voltaram a negar e recaíram no segredo. com quem eu possa comprovar se a minha percepção de realidade ou fantasia.) A clarificação da realidade externa também pode ser necessária durante a terapia. que podem nos ajudar a colocar nossas idéias e ações no contexto da intervenção global (veja Prefácio e Introdução.) 6) Os específicos problemas multidisciplinares de manejo e tratamento em uma abordagem metassistêmica geralmente requerem apoio interdisciplinar para clarificar posições em relação a outros profissionais e em relação à família.) . que não devemos ultrapassar. (Veja O gênero do terapeuta é importante?. O confuso e complexo processo em que certos passos na terapia e certas ações relacionadas à proteção da criança e à prevenção de crime. 7. clarificação. Nós precisamos apoiar uns aos outros constantemente. (Veja O processo familiar. Capítulo 4. Capítulo 1). capacidade e responsabilidade que um profissional e agência podem abarcar sozinhos. é parte de um conluio com a negação da criança.1) No abuso sexual da criança como síndrome de segredo pode ser muito difícil manter um claro senso de realidade. Mesmo que sejamos experientes. Da loucura à maldade.15.3). no sentido de perceber nossas próprias fronteiras e limites. fantasias de salvador e subseqüente fracasso. ou se é a expressão da realidade externa (veja Aconselhamento e terapia individual. Você acha que isso poderia indicar abuso sexual ou que tudo isso é coisa da minha cabeça?" Este tipo de esclarecimento com um colega é essencialmente necessário para evitar ou reunir-se ao sistema de segredo da criança e da família ou. Ser bondoso consigo próprio é. conseqüentemente. de modo a sermos capazes de admitir que 173 Tilman Furniss todos cometemos erros. uma das tarefas mais difíceis para os profissionais envolvidos no trabalho intensamente exigente com crianças sexualmente abusadas e suas famílias. As identificações pessoais no abuso sexual podem induzir medos irreais. como um problema verdadeiramente multidisciplinar e metassistêmico. A família e a rede profissional. Capítulo 2. 2) O trabalho com o abuso sexual da criança pode ser emocionalmente extenuante. freqüentemente. Capítulo 8. E extremamente importante termos um colega com quem falar. se reflete no fato de que os profissionais que sofreram abuso sexual não podem revelar livremente seu próprio abuso sexual sem serem estigmatizados. de modo inverso. Às vezes. É então necessário ter um colega fora do sistema terapêutico. (Veja O processo interdisciplinar. Capítulo 5). Capítulo 5. no processo da terapia. quando a suspeita ainda não atingiu o nível de uma firma suspeita de segunda-linha. ou se é a nossa própria fantasia. não seremos capazes de realizar responsavelmente esta tarefa profissional extremamente complexa.No abuso sexual da criança como síndrome de segredo. O uso da "pessoa de confiança". somente seremos especialistas em nosso domínio particular e em um problema particular das necessi- dades metassistêmicas globais da intervenção. Mad\í\cjs^ O encamirmameixto de supostos casos de abuso sexual. em proteção à criança promotora-de-abuso e em dano secundário à criança e à família. no abuso sexual da criança como um problema metassistêmico complexo. O apoio interdisciplinar. se dá entre os meio-cegos e os cegos. o encaminhamento desde a Pessoa de Confiança como "especialista na criança" à "especialistas em abuso sexual" pode levar diretamente a uma diminuição de revelações. Trabalhar em uma equipe coerente proporciona a melhor oportunidade para apoio pessoal e profissional. na intervenção metas-sistêmica no abuso sexual da criança. O resultado pode ser graves conflitos-por-procuração e atuação em respostas de ação não-terapêuticas de acordo com a competência formal e as responsabilidades formais das agências e profissões. nem a família. A noção do "especialista" cria uma falsa crença de que é possível encontrarmos soluções monodisciplinares no abuso sexual da criança. Aceitar a noção de especialistas em abuso sexual da criança cria facilmente a falsa expectativa de que alguém que sabe pode informar os outros que não sabem. Eu possuo somente capacidades e responsabilidades relativas a uma parte muito pequena da Intervenção Terapêutica Primária. . (Veja O processo interdisciplinar no contexto. o que. da Pessoa de Confiança para os "especialistas na avaliação de abuso sexual da CTÁaYAça".6. que não são considerados "especialistas". Não obstante. especialmente se podemos trabalhar juntos regularmente du Abuso Sexual da Criança 174 rante um determinado período de tempo com colegas de outras profissões que precisam ser envolvidos. se não distinguirmos entre o papel do "especialista na criança" e a tarefa do "especialista em abuso sexual". Se as pessoas realmente têm que trabalhar sozinhas. Introdução. as capacidades e as responsabilidades na intervenção global são maiores do que as que um único profissional ou agência pode abranger. Se não aprendermos a ser responsáveis conosco. Isso geralmente resulta em terapia não-terapêutica.) 11. (Veja Preparação para a revelação. Quando os "especialistas" em abuso sexual da criança se tornam especialistas em saber que apenas podem ser especialistas em uma parte muito limitada do problema global. 8. O diálogo.No abuso sexual da criança nós não devemos trabalhar sozinhos. por sua vez. Capítulo 1). no sentido de que se tornem especialistas rapidamente. a emergência dos "especialistas" em abuso sexual da criança ameaça desqualificar colegas que possuem muito mais perícia e capacidade do que outros. com o qual possamos discutir aspectos de apoio interdisciplinar pode ser extremamente útil e pode evitar a atuação profissional e o fracasso pessoal. 11. pois a tarefa no abuso sexual da criança é maior do que a capacidade e responsabilidade que um único profissional ou agência pode abarcar. é muito importante que organizem algum apoio e supervisão de fora ou com colegas mais experientes.) Tornar-se um "especialista" em abuso sexual da criança. (Veja Prefácio.2. como um problema multidisciplinar significa respeitar a perícia. A noção de "especialistas" nos faz facilmente esquecer que o debate não se dá entre aqueles que conseguem enxergar e aqueles que não conseguem. em prevenção de crime promotora-de-crime. Os especialistas no manejo do abuso sexual da criança são uma benção mista. Problemas práticos nas consultas Quando um encaminhamento para "terapia" acaba se revelando de fato um pedido indireto de consulta. Da loucura à maldade. 174 Tilman Furniss embora devam ser colocadas no contexto muito diferente e específico do abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição. Eu sempre me reuniria primeiro com os profissionais. conseqüente- mente. . Capítulo 8. a capacidade e as responsabilidades dos colegas de outras agências e profissões. As tarefas. O apoio interdisciplinar no trabalho com o abuso sexual da criança não é nenhum luxo. Muitas dessas orientações são exemplos preocupantes de como um trabalho altamente profissional pode se transformar exatamente no oposto. Muitas dessas habilidades podem ser utilizadas no trabalho com o abuso sexual. 5. quando pensamos em nossa capacidade para evitar dano secundário às crianças e famílias e chegar aos objetivos e fins da Intervenção Terapêutica Primária. Isso vale especialmente para a experiência de trabalho com o abuso físico. pode levar a erros ainda mais graves. eu inicialmente não atenderia nem a criança. Mesmo ter apenas um colega. Mesmo que tenhamos um conhecimento especial em determinadas áreas de abuso sexual. as quais podem utilizar no trabalho com o abuso sexual.4. A noção do "especialista" também cria uma pressão ainda maior sobre outros profissionais. eles também permitem aos outros profissionais confiar em sua própria perícia e na experiência que adquiriram em outras áreas de seu trabalho. é uma exigência básica e deve ser parte integral da intervenção global.5. O problema do "especialista" Os especialistas criam tantos problemas quanto os que resolvem — só que problemas diferentes. pode ser encorajado por orientações cnadas para evitar manejos inadequados de revelação e terapia. e eles otó^vok ^sásjRS^ acreditando nisso (ye\a. Depois da exploração do processo familiar. eu realizei uma entrevista de negação. ou quando nós próprios recebemos uma consulta. 10. um jovem policial. como em uma verdadeira sessão familiar.UC Ulll W-' ML1U morava na caoa tomhrm tr.-!..... De outra forma. porque as respectivas hierarquias que não foram envolvidas no processo desde o início não são capazes de compreender ou de concordar com a solução proposta para o problema (veja A rede profissional. fVw|ü O procoeco mtcrdi3cipl*'«r.i4i1u <j não como um livre dgenre..lancaa voltm-rm Embora o pai tlVCOOC OC mudo..para uma consulta.rT.. A diferença importante em relação à terapia foi o contexto metassistêmico de tomada de decisão estatutária em que ocorreu o encontro. Geral-. desde o início.A i ■ 111 11( i . Manejando hierarquias profissionais nas consultas Quando consultamos a rede profissional. devemos sempre incluir as hierarquias das agências envolvidas.6).Soxiiaí da ^riaiiçct cllunto.. pode- mos concordar em uma abordagem comum na rede profissional e chegar a resoluções de conflito-por- procuração potencialmente muito terapêuticas entre os jovens profissionais diretamente envolvidos no caso. tratando de todas as ansiedades que poderiam impedir o tio e as crianças de revelar (veja Manejando a negação primária. uO podo ocr vioto no <-<->...rfliii«xit«j auuoaUvj^ i'-i" f"'.. uiivjo de lUai. eu passei a conduzir uma entrevista familiar.ifnlnl^*-".^l-f^iiiíliü para uma conaUllct.. "Ji ira-cicia poia aooiotcntc tmnnl.^. Tendo estabelecido a tarefa da consulta com a assistente social. r 111lieir( 1. e não a família.r..-. na presença da família. sob os quais ela e sua agência sentiam ser seguro para as crianças voltarem para casa.k-. voltarem para casa.ir hnvl/im ^h.1 . eu pergunto ao assistente social. sobre sua responsabilidade formal e sobre as questões reais envolvidas no processo de tomada de decisões com relação à criança e à família.1!i^ »|uda para avaliar oc oc---—— r----~ «. «■•■Hii«i ^ jvjjk"-H" Jc U..n-.. no final da entrevista eu voltei-me para a assistente social. |.. Em um breve encontro apenas com os profissionais.■■ i^i «ajlix-w u.l.".T no pTtirps^n ne tomada dc dccisoc? *t* tL1^ a6cnua e>ciiuaiii nu Ldsu.. implicitamente. eu voltar-me- ia para a família e trataria do processo familiar e dos probtoi mas individuais na presença do profissional que está encaminhando. Eu também envio à família.r . o colega profissional. Na cor nós apenas podemos avaliar e tratar crianças e famílias no contexto dos objetivos fins declarados da consulta. apenas para pôr toda a intervenção na maior confusão no momento em que agimos efetivamente. Hr . Eu faço perguntas como: "Que decisões precisam ser tomadas e como posso ajudar nesse seu processo de tomada de decisões?" Com essa pergunto! eu não clarifico apenas a tarefa. antes do encontro profissional-família.i. mocmo quando a tr... Quando as agências de proteção à criança pedem ajuda no processo de tomada de decisões relativas a uma determinada família...J. Esta consulta ao sistema profissional-famflia foi tão terapêutica quanto qualquer sessão de terapia familiar propriamente dita poderia ter sido.i.. Capítulo 5). ..:. mente isso anula. ivioaiticando a cooperado" 1 ■ — 'l'1' aar o lnctitucional. msi^i.-. Capítulo 5). A sessão familiar precisou ser colocada.. cia raiou soore a necessidade de avaliar o grau de proteção dos adultos e os perigos de renovado segredo e novos abusos. Uma vez que o tio havia negado todas as alegações de abuso. /*\ asalsiemt: SlK'lal trouxe a família ao rnrr. um jovem médico ou um jovem professor.-.a. ou perguntei a n-«-iT-. (jumoxto ii^ wiu como rocultado li- do env<ilv.. eu voltar-me-ia para o processo profissional-família. em ordem hierárquica: 1) O processo interdisciplinar. Então eu ajudei a assistente social a estabelecer as específicas pré-condições e os critérios para a mudança na família. q. 2) O processo profissional-família. jwmuw pvyd»- l1-"^! ' r-1 i . nós precisamos esclarecer se existem conflitos estruturais institucionais ou conflitos-por-procuração na rede profissional e na própria hierarquia do assistente social. h-»-Ti". as possíveis tentativas da família de dividir a profissional no "bom terapeuta" versus "o mau protetor da criança". .<_.—Ju <-l«* erlançao.. na conoulta do colCRa pmli» . . temilio .lrr. . como minha cliente.. (_» trot»"'^' ■ ' do envolvimento r. Em uma ter ra etapa. Não adianta muito consultarmos um assistente social jovem.. dentro do contexto do processo profissional-famflia e do processo de consulta interdisciplinar.iiviiiwiitu..-i* «1.r-.. prublomac ccpccifico. No encontro profissional-família. A consulta teria que tratar. mno o traBaino terapeu li.iiia oota prcocntc.«iwrano ao quatorze. Seguindo-se à avaliação do processo interdisciplinar. sem considerar a hierarquia.-. é . Na consulta. no início e no final. Os conflitos-por-procuração surgem muito rapidamente e devemos tentar chegar a uma resolução por procuração do conflito (veja A rede profissional. a mensagem de que estou a serviço do colega profissional e responsivo a ele.1« ik-^v. e perguntei-lhe o que ela e sua agência precisavam saber para poderem decidir se seria seguro para as crianças.^ . nas dadas circunstâncias de negação. i..-.-.. 3) O processo familiar.(íW. eu convidaria o assistente social estatutário e a família para virem juntos à consulta.b.. .. i dr um mou rr._j_ÍC.ii_HL.-lr o Jo'.diçor.'om üoalnho.n^Civ Tb* h |^ C » il vm »r.i^ Ir* I. mylhur iii-ii iwii «r cl<j ixi^ii iwf '<-* r » »•"« i wnflliu quiao profiocionaic c uma corvo vil ta direta ao y I -l__0<->_.i ml^lnuii i .. lii_.wlwvada iniciam uma abordagom t> frunnin uiinnmlrj rede profiooional. So a consulta r'»^ r Primária.. f_1X _í ll(_'_lW.:-. F*l ill Llsfi .1r"(^'1 I. T-1 i LlÏ \. Il II II ifl ït M II -| lll II I I I %l i iUniiiiu du urdwiii in^lt. Ouando emorgo um conflito por procuraçcf » vtçn . muln 1/uUv/.iwbl-iiiu.»_> IlUU_HLyil(_ ^U.-s iH i* i--*i-i-i—i I ■' :>l HIIIIMI .-* romn: "fit" o .~t.luprnor í) SWLI «uviur..1.i "■.i VI i-i-ji LILIMVll. _ i_y_i ^-"t _-î.rv l[*nnn^ li 1 c i'ó n"ji i i í~í~i.Lirtl SflUjIiy JliJLUlilllUu -H/lL om que ocrao onvolvidat._x_*»i rciatOrion para o tnbur"11/ miiiln^ i_l i f í i_ r— i .i L v-i r ^. -|_i*=î rywpuiiv^vyiw j.i c cm df.i- ^.vCiw Tuiuy_l. no nívyl profltjt)'' infil-fíJi-ii-íliij liiiim^uiicjini nu.|mn i« mi «iifti «■ o nohirrr._.. -i] uiclU-lo a Uv -» complcmcntarcc prcdicocc do ■"" fc.^>i_»*w-l « _>.o básico cia intervenção * IIIUIMhM"u •=*'11 •-_['jimn-sniiMiy ' ■1 ^ 1 ^ j* ■«.-ii I hi it-i nnn I.lonal ou cie qualcjucr outra ------p»»<.miAlllni i rilr |/mi'I._/a l iT 1 L _/ y i u^uinvCiu v-vsXY_ . no nível da rede profissional como um subsistema separado e segundo. . Capítulo _>.I.i .li.\ w du i . Primária.iultodo" c û3 ir^iMiniln" T^ii |ftii1t.r*. Eu freqüentemente recebo pedidos de consulta para ajudar pessoas que trabalham com proteção à criança a tomarem decisões em casos 1 ilmnw humioo _H_> -iLn-LW*-» WVY. 11.-ii -dw ^ ■ v t il v t r.iv_-xi.tlCa ij^fr-i rit_/lt i ti iii-i ill.-i rciiiiniii. ""•p'"'''- dc conflitoo dentro da hir""'!'"" i"1 nívolt..at»llld__d«j.h/Ilivww dw _..(lio 1 . T""l ii lj .ti in <i li i r. <V_JLi _*_ I__t_.fl 1 1 M-l i "*ll|^l|— lll ii.1 ^_>l _ 1 Kl u1uv Ou _1 _ 1 V i— i ii 1 1 . lornar malt.I I I «.. Tr >i l *i x piimyiiu t_t_«_£ i. II IVI lll 1 _t ) . ci« rutpuiu. nu v v i JudC ■* r-l ■ I lll ff-l I._ 1v-1 li /li d_ . para o probloma.|Lif vliTib'^ í aparcntomonio lncolU-v i ■-• <. }~t.^ nno-intrçvndfi.aprtulo a: <__> piULCSSU _''"-'•>' ■A. _< 1 a «__\a n1/"ii ii jiivi-m pi-«-ifî_.li i. i.l _» v.n_«*. *-t-» iiir-i/iii|ni/i^ ^" • ■ <"i -»-»n . Pfcparondo rclatrtrio» pr11'1 t_. ivVLl il3-_-l V*<_'<_U ll*=><_«-> I A/111 i"l _..-% in-ir-ni i-». no nível do processo profissional-famflia.-»i.-ll _l <_»! ll.1 I r .Nós sempre devemos lidar com as hierarquias em dois níveis: primeiro.j-» i i 111—i i I i-st i-ji ii. autônu- .-»».r "prr.|ÉM i i i 11. Mod""1"""1" TV I ^| . pudüinui..hw lnVCl i1U . r*^-»i»»■•'«t*-iitii--ti---i tigar poooivcio problcmao (f^""" ' 1 -*■'lJ' ■ jiiiiíívmiiimi -tt ■ n i^n n i îln._ nni._ XXM_>.fiorordo irno iriterrc*"""/ uwumiwiuu _i-i ntuiuiM lius profiooionaic mole jovonc c i» wi^i»" ■**«-« ■» <■ ..L \. v_. í">i_ os contlitoo íntcrdiociplinarco nao forem r^**' 11 |»• • • ■ »*».1' i' _ ^opccificoc lu.inii i\_-_j _/*_{_.II — _. Ele geralmente influencia. eu .2. Eu normalmente listo as diversas conseqüências possíveis e discuto cada uma delas separadamente. (Veja Três tipos básicos de intervenção. Como a agência mais alta na hierarquia dos subsistemas profissionais lineares. as ' evidências das crianças e dos profissionais de fora da área legal. 3) As possíveis conseqüências legais que podem levar à prevenção de crime promotora-de-crime.2.1. à proteção da criança promotora-de-abuso e à terapia antiterapêutica devem ser vinculadas às "predições de um mau resultado". 5.2. Nos relatórios para o tribunal. Eu apontaria as diferentes conseqüências da possível decisão "B" em relação à outra possível decisão "A". de um ponto de vista de saúde mental. 4. Eu precisaria decla que a decisão "A" do tribunal poderia aumentar diretamente a probabilidade novos crimes e que poderia levar à prevenção de crime promotora-de-crime. de modo a mostrar quais decisões do tribunal poderiam levar à prevenção de crime promotora-de-crime e forçariam as pessoas que trabalham com proteção à criança a uma proteção promotora-de-abuso e os terapeutas a uma terapia antiterapêutica (veja O processo interdisciplinar no contexto. na Seção 5. As recomendações nos relatórios para o tribunal devem conter quatro elementos: 1) Um relatório para o tribunal deve listar igualmente todas as possíveis conseqüências legais. 4) As possíveis decisões que podem ajudar a criar a estrutura de uma Intervenção Terapêutica Primária devem ser apoiadas por "predições de um bom resultado (veja Modificando a cooperação interdisciplinar e institucio- nal. Tribunais Serviços de Serviços de Serviços Condicional Proteção à Criança Educacionais Serviços Médicos / Agências Ambientes de Para-médicos Terapêuticas Pré-escola Responsabilidade e influência legal Responsabilidade e influência estatutária Nenhuma responsabilidade ou influência legal e estatutária Figura 11. e às vezes até para o juiz. "B". Etal significa apenas que não foram apresentadas evidências legalmente válidas para 1 uma condenação.2J3M Eu depois colocaria a segunda possível conseqüência. eu examinaria com cuidado. e que. no entanto. Em um determinado caso eu posso predizer que a possível decisão "A" de deixar um pai voltar para casa sem tratamento pode levar a novos 177 Tilman Furn abusos sexuais e à grave perturbação psicológica na criança. os profissionais de fora da área legal precisam colocar as diversas opções legais possíveis do tribunal dentro do contexto mais amplo. aspec- tos a longo prazo da saúde mental da criança e dos relacionamentos familiares. por razões legais. Os tribunais muitas vezes têm de recusar. 6. Novamente. 2. mas também pelas conseqüências a longo prazo dessa decisão e peia maior risco de prevenção de crime promotora-de-crime. O simples fato de uma absolvição legal num tribunal jamais pode levar à J conclusão invariável e automática de que não ocorreu nenhum abuso sexual. as implicações que essa decisão teria em uma Intervenção Terapêutica Primária. Eu d dizer que o tribunal teria que assumir total responsabilidade não apenas pela decÊ legal "A". o tribunal determina fortemente a estrutura básica da intervenção global. sobre o trabalho de outros subgrupos profissionais e sobre a criança e a família. 2) Cada uma das possíveis conseqüências deve ser examinada em termos de seus efeitos na estrutura básica da intervenção profissional mais ampla. 2.) Os relatórios para o tribunal não devem conter apenas recomendações que auxiliem no processo de tomada de decisão legal. as recomendações do rela buso Sexual da Criança 177 tório devem incluir as possíveis conseqüências a longo prazo das diferentes decisões legais possíveis sobre o próprio processo legal. Nesses casosj eu salientaria que certos procedimentos no domínio legal podem exigir determina-1 das decisões legais que eu obviamente não seria competente para comentar. Depois.2).3). aceitaria e respeitaria. Hierarquia da responsabilidade e influência profissional linear. e de adição. que de fato ocorreu abuso sexual. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. quando está clanoj para qualquer terapeuta ou para qualquer pessoa que trabalha com proteção ã criança. 5.influenciam profundamente a maneira com que outros profissionais podem realizar suas tarefas profissionais distintas. O relatório também deve apontar os efeitos da decisão do tribunal sobre todos os outros subsistemas na rede. quando o abusador tomar a absolvição como uma permissão explícita para continuar a abusar sexualmente. que seria a do abusador ir para a prisão.3.1. através de decisões legais. conforme descrito no exemplo clínico de Jonathah. e declararia como a decisão "A" ea decisão "B" influenciariam o alcance de meu próprio trabalho profissional se e poderia realizar uma terapia terapêutica ou se seria forçado a uma terapia ardi- 1 terapêutica. Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária.1. Para ajudar os colegas da área legal e os tribunais a se colocarem dentro do contexto mais amplo de uma Intervenção Terapêutica Primária global. Conseqüentemente. geralmente. 5. e todos devem continuar envolvidos. o que de ou forma talvez tivessem dificuldade de fazer. é maior e vai além das ca cidades. bloquear e solapar qualquer proteção à criança ou terapia. 7. que transformam a terapia em terapia antiterapêutica. na incapacidade de assumir a responsabilidade adequada e na incapacidade de combinar uma ação clara orientada para o problema. Algumas salvaguardas normalmente são necessárias para evitar novos crimes e para colocar os abusadores e as famílias no tratamento de uma Intervenção Terapêutica Primária.) Nas reuniões de caso. espelham o processo familiar. é preferível. Uma ordem de condicional ou barganha de apelação pode incluir certas condições para proteção e tratamento. Ao descrever a influência das possíveis decisões tribunal sobre a intervenção global. a se vincularem a uma Intervenção Terapêutica Prir orientada para o problema. como o subsistema linear mais alto na rede profissional. 5. 2. O processo interdisciplinar. as redes envolvidas com famílias desorganizadas e reguladoras de confli- to tendem a espelhar o processo familiar. todas as possíveis conseqüências le com os efeitos mais prováveis sobre o processo terapêutico e de proteção à cri pode ajudar os tribunais a enxergarem a sua própria ação no contexto. Um terceiro conflito-por- procuração comum é entre o desejo de convencer a si próprio e aos outros de que não aconteceu nenhum abuso sexual e o desejo de reconhecer o abuso sexual como realidade externa (veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. (Veja O processo familiar.16). o relatório para o tribunal ajuda a integrar processo legal separado e isolado como uma parte da intervenção multidiscipli Ele também deixa com o tribunal a responsabilidade pelo provável resultado de! decisão do tribunal não-terapêutica ou não-protetora. contra o meu julgamento como profisr nal de saúde mental. Também é possível voltar ao tribunal e declarar que o tratamento fracassou. O encontro de pré-intervenção. uma sentença de não- custódia orientada para o problema. Embora uma ordem de condicional ou uma barganha de apelação possa parecer uma opção branda. que tanto pode favorecer o processo terapêutico gloWj quanto. juízes e magistrados. Conílitos-por-procuração paralisantes entre os profissionais são freqüentemente expressados na incapacidade de entrar em acordo quanto à gravidade do problema. ocorrem processos na rede profissional que. Isso pode levar os participantes da reunião de caso a claros conflitos-por-procuração ou a sutis boicotes mútuos.1. (Veja Da loucura à maldade.3. Um segundo conflito-por- procuração bastante comum é o conflito entre os profissionais que querem proteger a criança removendo-a imediatamente e aqueles que querem que ela permaneça em casa e faça terapia.3). o que não é possível nas sentenças de suspensão.) Listar. Capítulo Modificando a cooperação institucional. contam com um grande número de profissionais. que estão particularmente isolados do pro" global da intervenção. 12. essas soluções podem proporcionar uma salvaguarda melhor contra novos abusos do que sentenças de suspensão ou custódia. quando o abusador retira-se da terapia ou esta fracassa. e é possível ordenar e supervisionar a terapia. e ninguém tem permissão para assumir responsabilidade nem para deixar o campo. na posição de terapeuta. Capítulo 3. de realizar uma terapia verdadeira e de proteger verdadeiramente a criança (veja Confiando na própria perícia. Na vasta maioria dos cas-os de abuso sexual intrafamiliar. Quando os tribunais tomam decisões. Isso não vh_| acusar os tribunais e os colegas da área legal.4. Diferentes profissionais sempre se identificam com diferentes membros da família e com diferentes aspectos da vida familiar. pois esta responsabilic cabe ao tribunal. nem ser antagonístico. A maior reunião de caso em que tomei parte incluía 23 profissionais. pedindo que me aconselhem como. Eu solicitaria ao tribunal que desse conselhos quanto à terapia e à proteção da criança nos casos em que as pessoas que trabalham com proteção à criança e os terapeutas são impedidos. em um relatório para o tribunal. eu posso lidar com uma conseqüência legal que em minha opinião c:~ so Sexual da Criança 178 garia os terapeutas a realizarem uma terapia antiterapêutica. e sim ajudar tribunais a reconhecerem sua própria responsabilidade como parte de um proc verdadeiramente multidisciplinar que. O conflito-por-procuração mais freqüente antes da revelação é a tensão entre a pressão para revelar imediatamente e o desejo de deixar a família como está. . pela decisão do tribunal. com freqüência. Terapia por ordem do tribunal. Barganhas de apelação e ordens de condicional permitem a implementação de contínua reavaliação do progresso ou fracasso do tratamento e da reabilitação. 11. isso pode ajur advogados.1).8. como um todo. conforme eu afirmara em meu relatório.acrescentaria que o tribunal tambéea teria que assumir total e única responsabilidade pelas prováveis conseqüências daL específica decisão legal. Em particular. tarefas e responsabilidades de cada subgrupo profissional isolado envolvi no manejo do abuso sexual da criança. eml normalmente escrevo ao tribunal. e na maioria dos casos elas se ajustam melhor a uma abordagem de terapia e proteção orientada para o problema no abuso sexual da criança como síndrome de segredo e de adição (veja Trabalhando com os que abusam sexualmente. Questões específicas nas reuniões de caso As reuniões de caso e encontros de pré-intervenção dos profissionais nos casos de abuso sexual da criança. 8. 5.3.7. sem dúvida. 5. ciiiíoncio toopre ou prooiumuí. com o plano de avaliar os sintomas de suposto abi sexual. de uma maneira não conluiada com a negação da família e que também : levasse a uma revelação prematura. A ider cação dos conflitos entre a escola e o serviço social como conflitos-por-procur levou a uma resolução por procuração do conflito. Durante o período em que o assistente social trabalhou com o pai e o filho em uma terapia familiar de apoio.iin lii-i/i.^byrlHiiiyiUy: ' Eil'_<_>x Uiüih i. O assistente social. até que uma consulta envolvendo toda a rede profissional da escola e d serviço social revelou a agenda dupla. a escola e os professores manifestaram sinais de pânico e telefonaram angustiados. A família era bem conhecida pelo serviço social e o pai recebia apoio regularmente do assistente social. todos os profissionais estavam falando sobre "aquilo" sem nomear "aquilo". Liin ClCtCr XXlixi^cl*-» CUI iflltO ti LXXIl CLUlflltU-pur-p'"» " ui iii.. pedindo ao oponente no conflito-por-procuração para fazer o mesmo com o argumento contrário a favor do retorno do pai. proriCClOnaiC CIO Wl-lll I 1/11 IIIIV /111*.i rl.a r<*l<4x. O conflito-por- procuração não identificado afetou negativamente a cool peração multidisciplinar e ameaçou provocar um conflito-por-procuração instituck nalizado. W qur c-. como alguém que trabalhava coem proteção à criança.) É bom realizar a seguinte abordagem de três etapas quando surgem conflitos em reuniões de caso ou em encontros de pré-intervenção (veja O processo interdisciplinar. Um menino de nove anos de idade.i. vwiAo uma meta comunicação a Ai/f-íf/f/i'f im.|. havia revelado parcialmente.uJu Llllt V-/V(»/X V-lJlJt* A i I 1 1 I i I X<_l(=íX lt 1 flcj VI t. Três tipos básicos de intervenção. o que os professores não conseguia__ manejar era o comportamento sexualizado do menino na escola.C>«fc: pytfLUlt' CUIIl difwrWIltUfc.. So o conflito ■*» " nirnudi min i . as questões conflituais deixam de ser oposicionais..vnrr ronHilr. Mais tarde ficou claro que ambos. O conflito-por-procuração entre a escola e o assistente social durante a reunião de caso tratou. que se tornou uma terapã antiterapêutica. em vez de ser reconhecido como tal» tornou impossível encontrar uma resolução do conflito-por-procuração.As reuniões de caso do abuso sexual da criança geralmente têm agendas duplas e espelham a síndrome de segredo. em ambos os lados.1. Frccioamp0.m pnT+ir pnrn nnin rr-ioliiçõn Hn ron r 11 ■ n-pm-pini-l.. Capítulo 8. e foi discutido como essa ação de proteção poderia se relacionar à terapia e vice-versa. neste caso. . 1 > B-CConHcccnão a cxictcncia ao conflito. I lllllllS II Ir"»* I Mljl. tinham agendas duplas em que a negligência era claramente secundária à agenda secreta do abuso sexuaL que nenhum deles expôs abertamente. Isso não . 4.it .nu. queria proteger continuando a terapia. r .^^" I'. numa identificação com a função paterna. ih. dizendo que estava impossível manejar a criança na escola e que eles queriam que a criança fosse colocada sob cuidados. (Veja O processo interdisciplinar no contexto.vr. na escola. igualmente.i^. . a escola tentava boicotar o assistente social que. I I 1 i i VV. ij i i i i iiiifllli j-^ iii fii^ni ■ linlhui lii- nal ou um conflito octrutural lnctltuclui "l1 3) RocoHiçfto do conflito. pai-UL-i^iuuuii <_i^ iyLiiu. Na reunião de caso. «a.) Depois da reunião de caso.-=ito prr.1). ração. iítpUCtCjy tÍO prub1'"1 '■'«« hiillvlilnnl riln vhln íVi t ■ ■ I I l/l l A_l^LttixiL |_uyuli.iww »ui i_«_«««n»i«j ncntc encontro..iir-iv. apenas da questão de possível negligência física da criança..*íl i ] 1.Ocj |^^ltij v^itulc» v_» iv.lL/11 lO do pai à família. O conflito-por-procuração não-reconhecido fez parecer que havia apenas a escolha entre reunir-se ao sistema familiar de segredo e negação ou prosseguir com uma Intervenção Primária Protetora da Criança e afastar a criança do pai. Na resolução do conflito-por-procuração. quando a questão separada da proteção em relação a um possívei abuso sexual em processo permaneceu tabu. Numa completa identificação com o aspecto de proteção no abuso da criança.. que seu pai abusara sexualmente dele.I.1. (Veja Preparação para a revelação. rejeitava a acusação de que o menino era negligenciado e insistia em que a terapia era necessária para melhorar o relacionamento pai-filho. Cada parte da rede profissional refletia a negação da possibilidade de abuse sexual em virtude de suas próprias identificações primárias diferentes. neste momento e nesta família específica seria anti terapêutico e não-protetor"...1 .1 I .l ri |.«oti* not. o relacionamento entre a escola e o serviço social se deteriorou. Resultou em uma cooper orientada para o problema. r^niíi. a escola argumentou que o menino era fisicamente negligenciado e que não era cuidado de maneira adequada. Ao mesmo tempo. de uma 179 Tihnan Furniss família com um único progenitor.2. I \.i/7iVv. Mas eles não trouxeram o assunto abertamente. Twi x iu vitLKv ^wuuí * ^1 JÍljLÍi L& uix Ljv. O falo do conflito-por-procuração ter sido atuado. 5.iu tiw UMiÚ dr. Foi decidido que a ação de proteção à cria seria iniciada se a vaga suspeita de primeira-linha de que o menino estava sexualmente abusado pelo pai se tornasse uma suspeita de segunda-linha fundamentada. A consulta inter-agências ajudou a redU profissional a reconhecer o problema real de um abuso sexual potencial. ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■■ ini■• i-|» n-|n t » ■ ■ i CaO qUC COta COpClhanctO O proCCO— r-mim-ar.«#i-jjiiiuHr: cv. e afundando-se cada vez mais em conflitos-por-procuração de espelhamento.i^i ^ín-fi^imvxiiv..^f-i íi-. De fato. e de adição. Os abusadores. 6. A divisão dos diferentes profissionais em "bonzinhos" e "malvados" e a criação interdisciplinar de bodes expiatórios pode ser o resultado de conflitos-por-procuração. em que alguns profissionais são vistos como "bonzinhos" e outros como "malvados". E crucial. que ocorrerão processos de espelhamento do processo familiar. 11. O claro encorajamento para espelhar o processo familiar nos conflitos-rxwi procuração abre caminho para resoluções por procuração do conflito.3. eu descobri que foi muito bom orientar-me de acordo com os diferentes objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária (veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. 2. a expressão das identificações de cada profissional e dos conflitos-por-procuração deve ser estimulada como um importante instrumento multidisciplinar orientado para o problema.1. deve ser dito que esses conflitos não são conflitos primários entre os profissionais. de ter na verdade criado o abuso e de ser culpado pela crise familiar. seja qual for a intensidade de seu papel legal. com acusações e criação de bodes expiatórios entre diferentes profissionais.1). é crucial que as pessoas presentes na reunião de caso levem em consideração as possíveis identificações daqueles profissionais e o possível conflito-por-procuração resultante. os profissionais ausentes podem solapar qualquer Intervenção Terapêutica Primária sobre a qual a reunião de casa possa ter entrado em acordo. Ele evita conflitos-por-procuração contraprodml tivos e não-reconhecidos. "Os bonzinhos" e "os malvados": clivagens na rede profissional A natureza do abuso sexual da criança como um problema verdadeiramente multidisciplinar e como síndrome de segredo e adição presta-se facilmente ao sp/irf/njj dentro da rede profissional. as crianças e as famílias geralmente acusam o primeiro profissional que nomeia o abuso sexual como fato. bem no início da reunião de caso. De outra forma. A expres- 256 Tilman Furnnm são honesta dos conflitos-por-procuração pode levar a resoluções posinvad e criativas dos mesmos. Eles podem facilmente induzir novas divisões na rede profissional. 2.1. Nas discussões de caso. geralmente. Terapia e consulta. Os coordenadores das reuniões de caso devem dar aos profissionais a permissão explícita para utilizar suas diferentes iden- tificações e expressar conflitos-por-procuração abertamente. nas reuniões de caso sobre abuso sexual da criança! que todos os profissionais e agências envolvidos estejam representados.apenas ajuda nossa tarefa profissional. Os membros ausentes são um dos problemas mais difíceis nas reuniões de casai Mesmo que os profissionais presentes à reunião de caso cheguem a uma resoluçãl do conflito-por-procuração. Nas reuniões de caso sobre abuso sexual da criança ocorrem simultaneamente muitos conflitos-por-procuração diferentes. 3) Deve ser dito explicitamente que o processo de espelhamento da identificação necessariamente levará a conflitos entre os profissionais. 5. Isso pode acontecer numa abordagem de quatro etapas: 1) É extremamente útil predizer abertamente. descartam no domínio legal os relatórios e solicitações . 5.2).9.1 (veja O processo interdisciplinar. 5. 4) Numa quarta etapa. A acusação e criação de um bode expiatório por parte da família geralmente leva a um processo de espelha-mento por parte da rede profissional. baseados em diferentes identificações de diferentes profissionais com diferentes aspectos do caso. conforme ilustrado no exemplo clínico da Seção 5. também é o resultado da confusão entre terapia e consulta. é bem-vinda e deve ser verbalizada. Ao tentar identificar os diferentes problemas. Precisa ser comunicado que a expressão aberta do conflito na reunião de caso é bem recebida e considerada altamente profissional. muitas vezes. os profissionais ausentes podem conluiar-se com o desejo da família de manter segredo. e sim conflitos-por-procuração. como uma pré-condição para uma Intervenção] Terapêutica Primária. 5. Conseqüentemente. 2.4.2. a expressão de identificações primárias dos diferentes profissionais com diferentes membros da família e aspectos da vida familiar é considerada altamente profissional. de conflitos-por- procuração institucionais e de conflitos institucionais estruturais. isso também ajuda a evitar conflitos-por-procuração institucionalizados e o fracasso profissional (veja O processo interdisciplinar.1). O processo] interdisciplinar. Esse processai quase sempre conduz a resultados criativos orientados para o problema e soluciona-dores de conflito na reunião de caso. Se profissionais importantes estão ausentes. é importante tentar separar as diferentes áreas e lidar com elas uma por uma. ao contrário do atual costume profissional. A criação de bodes expiatórios entre os profissionais.) 1) A criação de bodes expiatórios entre os profissionais como uma expressão de conflitos estruturais institucionais normalmente é o resultado da confusão entre diferentes domínios e níveis de responsabilidade institucional e profissional. 2) Os coordenadores das reuniões de caso sobre abuso sexual da criança devem sempre declarar antecipadamente que. estatutário ou terapêutico. em que os profissionais boicotam uns aos outros em débil mento da criança e da família. Os tribunais. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. A divisão precisa ser identificada por todos os profissionais envolvidos como um conflito estru- tural institucional que precisa ser resolvido através de grupos de trabalho. colocados na situação impossível de serem boicotados pelo tribunal em sua opinião profissio uso Sexual da Criança 181 nal. em decorrência da identificação primária com aspectos das necessidades parentais. Eu perguntaria: "O que você acha que a lei diria?" ou "O que você acha que o juiz . o mesmo médico pode não querer que os serviços de proteção intervenham. apresentando-o como "Sr. ainda tentarão dividir os profissionais com funções estatutárias e terapêuticas no assistente social "malvado" e no "bom terapeuta. nas sessões de consulta com os profissionais. não obstante. onde o terapeuta utiliza a desculpa do sigilo para se colocar como um "melhor protetor da criança" que auxilia a família. muitas vezes. as famílias.) 2) A criação de bodes expiatórios entre os profissionais e a divisão na rede profissional como uma expressão de conflitos-por-procuração ou conflitos-por-procuração institucionais é o resultado das identificações de diferentes profissionais com diferentes aspectos do processo familiar. comportam-se como se fossem livres agentes da família e não cônsul 181 Tilman Furniss tores dos serviços de proteção à criança. mudanças nas leis e nos procedimentos.dos assistentes sociais. A criação de bodes expiatórios como uma expressão de conflitos estruturais institucionais é o resultado da confusão entre diferentes domínios profissionais. aparentemente por razões médicas ou terapêuticas. eles alimentam a divisão destrutiva por parte da família. O que seu diretor ou superior responsáveis pelo abuso da criança querem saber através de você. ao contrário do serviço de proteção à criança. mas na verdade em virtude de sua identificação primária com as necessidades de proteção da criança. este terapeuta facilmente permanecerá sendo o "bonzinho" que ajuda a família. em que os profissionais de um domínio não respeitam as capacidades e responsabilidades dos colegas de outros domínios. a ação legal de boicote levará à prevenção de crime promotora-de-crime. No primeiro caso. Manejando hierarquias estatutárias nos encontros profissional-família Mesmo que seja evitada a confusão entre terapia e consulta. Eu. mas uma decisão da sua hierarquia. enquanto o assistente social é transformado em bode expiatório. será acusado de ser um "mau protetor da criança". do profissional consultor ajudar o assistente social estatutário a sair da posição de bode expiatório é descentralizá-lo e despersonalizar a função linear de responsabilidade estatutária. Qualquer confusão na rede profissional entre terapia e consulta precisa ser reconhecida o mais cedo possível e deve ser manejada adequadamente. Se um assistente social estatutário não intervém imediatamente. tendo suas solicitações recusadas e ao mesmo tempo. a terapia resultará em terapia antiterapêutica. como os "maus profissionais". Por outro lado. é novamente acusado de ser um "mau protetor da criança". Os assistentes sociais são. Um dos profissionais se torna o "bom ajudante" e o outro o "punidor malvado". a respeito deste caso para serem capazes de decidir se essa criança pode voltar para casa?" Ou eu apresentaria a "lei". Para chegarmos a uma solução. Um pediatra pode exigir imediata proteção. o "bonzinho". (Veja Terapia e consulta. Para a família. sua agência deve tomar uma decisão que de fato não é uma decisão sua. que quer separar a família. que destrói famílias. jogando-os contra as agências de proteção e os tribunais. esperando-se deles que assumam total responsabilidade pela proteção da criança. os conflitos estruturais institucionais devem ser considerados em um nível interdisciplinar. Autoridade" ou "a lei". e não de um ponto] de vista legal. 11. Em ambas as situações. e Sra. que é o "pior protetor da criança". No primeiro exemplo. Problemas práticos nas consultas. (Veja O processo interdisciplinar no contexto. contra a pessoa que trabalha com proteção. Quando o mesmo assistente social intervém no caso. 3) A criação de bodes expiatórios dentro das redes profissionais. sendo necessário decidir a respeito de cuidados e acessos à criança. também pode ser expressa na confusão entre terapia e consulta. aos olhos dos abusadores e dos pais. Em uma outra situação. freqüentemente. na qual são seduzidos como "bonzinhos" contra os serviços de proteção à criança. 5. que passam a ser os "malvados". será impossível para a pessoa que trabalha com proteção à criança protegê-la efetivamente.) 11. que estão redigidos adequadamente de um ponto de vista da proteção à criança. nessa situação. 5. deixando-a em perigo na família. a confusão se dá entre o domínio legal e o de proteção à criança. Como resultado do boicote interdisciplinar este juiz se torna. no segundo exemplo. 5.4.10. mas bastante efetiva.) Uma maneira simples." Isso geralmente acontece no momento em que o assistente social estatutário precisa falar sobre sua responsabilidade estatutária pela proteção da criança. Os abusadores e as famílias tentarão transformar os terapeutas que foram solicitados pelos serviços de proteção à criança a ajudar a avaliar o caso.2. Se os terapeutas. onde o tribunal boicota os esforços para proteger a criança. (Veja Terapia e consulta. induzida pelo processo familiar. nos "bons profissionais". um terapeuta pode querer manter sigilo e não revelar informações para os serviços de proteção à criança. destruindo famílias que o "bom doutor" deseja ajudar. O segundo exemplo ilustra conflitos estruturais entre a proteção à criança e a terapia. etc. digo para um assistente social algo como: "Claro.4.5. o que ela iria querer saber de você e da assistente social para ter certeza de que sua filha está em segurança?" Consultar "a lei" dessa maneira hipotética. oferecem sugestões orientadas para o problema basla^S adequadas. teria de saber e o que teria que acontece em sua opinião como juiz. acrescentando: "Vocês. e Sra. muitas vezes.Mdi^umonto „ aooictonte oociai esraruraria como ela acha que sua hierarquia reagiria a essas sugestões (veja Manejando hierarquias profissionais nas consultas..1. freqüentemente. Quando afastamos a função linear e estatutária do assistente social presente na sala para o nível abstrato de "Sr. r Sr. Autoridade" ou "A Lei".. Isso cria um foco orientado para o problema para os profissionais e a família. 7 ilii <Critinçei „1. Eu diria ao pai: "Faça de conta que agora v. que mudasse de cadeira e assumisse o papel do juiz que terá de dericfirj perante nós sobre um caso como esse. descentraliza o assistente social e o coloca. E interessante que no papel de juiz ou "da lei". Eu talvez salientasse essa associação dizendo: "Obviamente. e concluir™ com a pergunta: "O que você. c importante pnç»nl"i i. . 11. e sim à "maior autoridade fora da sala" (veja Os "bonzinhos" e os "malvados". todos nós temos em mente os melhores interesses da criança".1 QluiuIu tau aprocontadao condiçõr. não querem assuMB esse papel. ajuda tanto o assistente social. eu utilizei uma cadeira vazia e disse para o membro da família mais hostil e antagonístico: "Bem. em que os aspectos legais e terapêuticos podem ser discutidos com a família sem colocar o assistente social estatutário na posição de bode expiatório.. certamente querem o melhor para a sua filha. independentemente do que aconteceu. se 'a lei' estivesse sentada aqui. Lei Cuidado-da-criança e Sra. como pais responsáveis.. Isso geralmente anima consideravelmente a sessão. que às vezes são inclusive propostas e condições bem duras r : *_-iur. Orientação' Assistente Social Abusador e Família (1) Trabalho terapêutico estatutário "Sua Excelência e Sra.-. com todos os prós e contras. Eu pediria ao abusador." Eu então resumiria o caso para ele. 2) O profissional consultor pode associar-se firmemente ao colega estatutário enfatizando os aspectos funcionais que ajudam a evitar que a família divida os profissionais em "bom" versus "mau". "Sr. quanto a família a adquirirem uma metaperspectiva em que os aspectos de relacionamento e os aspectos legais se tornam complementares e podem ser utilizados para ajudar a criança e a família numa Intervenção Terapêutica Primária orientada para o problema. 11. ou ao sur: • to abusador..M abusadores. Pode inclusã-j ve provocar situações inesperadas e divertidas.prladac. Lei" Terapeuta Abusador e Família (2) Avaliação e terapia por ordem do tribunal ^ • . Quando essas técnicas não funcionam. . Orientação . mas com a ajuda de brincadeiras e de bom humor isso pode 9IH muito bem-sucedido. os (suposl. despersonalizada e funcional." 3) Apresentar "A Lei". sob a mesma norma metassistêmica "da lei". assim como à família e ao profissional consultor. -é o juiz. como juiz. mas bem concreta.i ^r. para que você tivesse certeza de que é seguro para essa criança voltar para casa?" Os abusadores ou supostos abusadores.precisaria ouvir para ficar convencido de que é seguro para a criança voltar para casa?" ou "O que você acha que o juiz teria que saber para poder seguir a lei?" Algumas vezes.9). de início. Talvez até incluísse os pais e o abusador. ainda é importante que o profissional consultor ajude o assistente social a evitar um conflito personalizado destrutivo lembrando a família e os profissionais presentes que a tarefa de decidir não cabe ao assistente social ou ao profissional consultor.6). Lei e Sra. Uma das melhores maneiras de manter uma perspectiva metassistêmica de uma Intervenção Terapêutica Primária é colocar o abusador ou o suposto abusador na cadeira do juiz. estamos fazendo três coisas: 1) Ajudamos o assistente social estatutário a retirar-se de um conflito geralmente muito destrutivo e personalizado com a família. na prisão. com o objetivo de ajudar a criança a compreender que ela não foi afastada de sua família como um castigo pelo abuso. . A responsabilidade precisa ser colocada firmemente no abusador (veja O primeiro encontro familiar como um encontro de responsabilidade. Sessão de responsabilidade-por-procuraçãc. _ .11.1. e normalmente não existe nada de bom ou ruim nesse tipo de colocação.13). .2... . e sugeriria que começássemos os preparativos para o encontro de responsabilidade com o pai. é a reinterpretação mental da situação pelos profissionais.. reconhecendo abertamente que a primeira etapa foi realizada. trabalho do tribunal e consulta. A criança permanecer formalmente sob cuidados é um fato independente irrelevante. como a segunda etapa na terapia. Nós precisamos apenas reformular a IPP ou a IPC e relacionar a intervenção aos objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária.) Como resultado de uma Intervenção Punitiva Primária. .. numa estreita cooperação entre as agências de proteção à criança e os serviços de condicional da prisão. 183 Tilman Furniss 11. e não o ambiente externo. é mais fácil transformar uma Intervenção Primária Protetora da Criança em uma Intervenção Terapêutica Primária. e os serviços de proteção à criança e os serviços de condicional da prisão precisam desenvolver novas formas de cooperação. Geralmente está envolvida alguma forma de deslocamento ou viagem para a família e os profissionais. 9. Isso também significa que os seis objetivos e etapas remanescentes da Intervenção Terapêutica Primária ainda estão por serem cumpridos. Uma sessão de responsabilidade ou uma sessão de responsa-bilidade-por-procuração deve ser a primeira etapa na transformação de uma Intervenção Primária Protetora da Criança em uma Intervenção Terapêutica Primária.2. e os pais e as famílias foram preparados para os encontros. em uma Intervenção Terapêutica Primária (ITP). 9. Novamente. . Transformando uma Intervenção Punitiva Primária (IPP) e uma Intervenção Primária Protetora da Criança (IPC) em uma Intervenção Terapêutica Primária (ITP) Os objetivos e fins explicitamente declarados da Intervenção Terapêutica Primária permitem-nos transformar uma Intervenção Punitiva Primária (IPP) ou uma Intervenção Primária Protetora da Criança (IPC). Profissional Consultor e Abusador e família (3) Consulta . 6. Normalmente. o que define a natureza da intervenção. como um novo ponto de partida para uma Intervenção Terapêutica Primária orientada para o problema. e até mesmo a mais confusa constelação. Pedimos às autoridades da prisão que permitissem uma ou duas sessões familiares como encontros criadores de realidade e responsabilidade com o pai. Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. os abusadores geralmente são mandados para a prisão.„. de parar o abuso. A reformulação mental de uma Intervenção Punitiva Primária em uma Intervenção Terapêutica Primária faz com que os profissionais sejam capazes e estejam livres para utilizar qualquer possível situação dada. é mais fácil prosseguir quando a prisão autoriza o abusador a participar localmente das sessões familiares. Eu transformaria uma Intervenção Punitiva Primária com um pai aprisionado em uma Intervenção Terapêutica Primária. A tradução e reinterpretação mental do aprisionamento do abusador como um resultado de uma Intervenção Punitiva Primária na primeira etapa de uma Intervenção Terapêutica Primária levou-nos a pedir encontros familiares nas prisões e a libertação temporária dos prisioneiros para sessões familiares. Geralmente. 4. Terapia familiar e abordagem familiar. A remoção da criança pode então ser reinterpretada como dando ao abusador a chance de se tornar um pai melhor antes que a criança possa voltar para casa. também precisamos fazer importantes arranjos práticos . Pode ser muito difícil encontrar nas prisões o espaço e as salas em que seja possível realizar um encontro familiar numa atmosfera de privacidade.1. Mesmo depois da transformação de uma Intervenção Primária Protetora da Criança em uma Intervenção Terapêutica Primária a criança ainda pode permanecer em um lar para crianças ou sob cuidados adotivos. Nós podemos reformular a situação e declarar que o fato do abusador ficar detido na prisão significa que a primeira etapa de tratamento da Intervenção Terapêutica Primária. em qualquer estágio. Quando transformamos uma Intervenção Primária Protetora da Criança em uma Intervenção Terapêutica Primária.11. As colocações e ordens de cuidados tornam-se terapêuticas ou prejudiciais somente no contexto em Sexual da Criança 183 que são consideradas. Hierarquia profissional-família no trabalho terapêutico estatutário. foi realizada. Assistente Estatutário/Legal Figura 11. A redefinição de uma Intervenção Punitiva Primária em uma Intervenção Terapêutica Primária pode provocar alguns problemas práticos. 6. _. (Veja Três tipos básicos de intervenção. Considerações legais. tornam necessário ver separadamente diferentes membros ou subgrupos da família.i. Até mesmo a decisão de não revelar uma questão específica de uma pessoa da família em um encontro familiar pode tornar-se um ato orientado para a família.li.... geralmente.. companheiros e com o meio social mais amplo (veja Colocação em lares de crianças. 6..2. Adolescentes podem se recusar a ver os pais e as mães. vim conoclnciro ou um clinico geral pode nl---. 12 Questões do Tratamento 12. Do segredo à privacidade. normalmente. O processo interdisciplinar no contexto. 7. que podem apoiar o tratamento dos abusadores. para manejar as necessidades diferenciadas dos diferentes membros da família e a crescente intensidade dos conflitos e ansiedades na família.» jnor. No tratamento do abuso sexual da criança como síndrome de segredo.. 10. Capítulo 5).|iMi^|iyuli»^ i"„iiiillui. terapêuticas e práticas. com diferentes membros da família.2). A cooperação dos terapeutas com as agências estatutárias. em contínuos conflitos-por-procuração. nos diferentes estágios da terapia. A tarefa mais difícil na transformação de uma Intervenção Punitiva Primária e de uma Intervenção Primária Protetora da Criança em uma Intervenção Terapêutica Primária. O processo familiar permanece sempre em mente..13. que emergirem no trabalho com os subgrupos familiares.vwiuiiiuv giivuiviaus.. enquanto a necessidade individual de sigilo. talvez tenham que ser compartilhadas em sessões conjuntas com os outros membros da família.---• pode reolimr .. que podem assegurar o acesso à criança. Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. está na cooperação interdisciplinar na recém-definida Intervenção Terapêutica Primária.) Sessões familiares conjuntas são especialmente importantes na fase inicial depois da revelação. estatutárias e legais. 9. parece essencial para uma terapia bem-sucedida. 5. autonomia e individuação em relação a outros membros da família é estimulada e mantida. O mesmo pode acontecer quando os pais formaram uma coalizão contra a criança em uma Intervenção Primária Protetora da Criança que podem não querer modificar.pui_Avul pala protocao ' "intiuiuriu uncarrogaao aa vigi ciot: rúuc _ ono^ ^ ~ ^ jnn smvib ^. dando aos membros da família o direito à individuação e privacidade dentro da família.11. resistem a essa mudança. de modo a evitar outros conflitos conjugais e familiares.i.para permitir que a criança abusada mantenha estreito contato com a mãe. quando serve para reforçar fronteiras adequadas. ou inclusive a maioria das terapias. 4. Embora o processo terapêutico sempre deva ser considerado como um processo familiar global.1. *ix„x. com irmãos.it-. e com as agências legais.Jilw. Diferentes formas de terapia e diferentes constelações de tratamento possibilitam aos terapeutas levar em conta as diferentes necessidades de cada membro da família. 9.. quando tentamos transformar uma Intervenção Punitiva Primária ou uma Intervenção Primária Protetora da Criança em uma Intervenção Terapêutica Primária (veja Influência e entrosamento mútuos do processo profissional-família.l.1..w tlü uttrulta cooporaç™ ' r-imr.. 6. que podem não querer mudar para uma Intervenção Terapêutica Primária. Criando um subsistema terapêutico Uma abordagem familiar.. Um assistente social I.<_w_i(j iratiainar com o pai. concorremeo geralmente c mais fácil para os membros da família quando o profissional que está lidando com aquela pessoa individualmente também está presente na sessão familiar. formas concorrentes de terapia podem ser vistas como fronteiras terapêuticas no processo de tratamento do segredo à privacidade. Embora diferentes subgrupos familiares possam ser vistos separadamente. 4. não significa necessariamente que todas. 6. assumem a forma de sessões familiares conjuntas. em distinção a uma abordagem de terapia familiar. (.inuiijruy cuiTjuniut.) A Intervenção Terapêutica Primária normalmente envolve diferentes profissionais de diferentes agências terapêuticas. deve ser esclarecido com todos os membros da família que as questões importantes. kWi 1Ui.1.2.) A abordagem terapêutica como parte de uma estrutura de trabalho metassistê-mica do abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição precisa ser apoiada por e coordenada com autoridades legais.1 . quanto o processo familiar.1.aw fuminj vl_ Liubullm 11 i. de modo a evitar uma recaída na negação secundária e no segredo.. o tratamento orientado para a família. raiar _ofc__ qvioctooc difíceis cm nn--.4. A resistência em relação a essa transformação muitas vezes reflete diferentes identificações. inclui o trabalho com subgrupos familiares. o trabalho de grupo e sessões individuais. Muitos colegas. e outros parentes. Portanto. Não revelar certos fatos a outros . A presença dos terapeutas individual ou de grupo nos encontros familiares ajuda a evitar a divisão e o segredo secundários. I'. (Veja Terapia familiar e abordagem familiar.*.2). (Veja Três tipos básicos de intervenção. em conflitos-por-procuração institucionalizados ou em conflitos estruturais institucionais freqüentemente relutam em mudar para uma Intervenção Terapêutica Primária (veja A rede profissional.~ ■ . 1*1 y _1 jp _ _ U V " fViiiiiti^ti i 1 w i_x±„ci„ _ . é importante ter em mente tanto o processo interdisciplinar.i ronjunín^.-if>r--- íQmiliQrc.. incluindo a polícia e as agências de proteção à criança..--. geralmente. Sessão de responsabilidade-por-procuração. de diferentes profissionais. com freqüência.. (Veja O primeiro encontro familiar como encontro criador de realidade e responsabilidade. Formas concorrentes de terapia. privacidade.n..-fi-v-iiH i in I iVur ■■■ ■ inlrv>in>l— fii. 8. Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. Transformando uma Intervenção Punitiva Primária e uma Intervenção Primária Protetora da Criança em uma Intervenção Terapêutica Primária. normalmente. Da intervenção na crise à terapia prolongada O abuso sexual. É comum que as crianças sexualmente abusadas e.1. culpa e acusação do abusador. 10. o abusador deixou a família ou a mãe se recusa a encontrar-se com o abusador. e existem muitos obstáculos desse tipo. clínicos gerais. onde a criança geralmente não é acreditada. E se eu pudesse dizer só uma vez à minha mãe como eu tentei contar a ela. Em outros casos. A sessão de responsabilidade-por- procuração na ausência do abusador precisa estabelecer os fatos do abuso e deve tratar das questões de responsabilidade.13. nós. Isso significa que os professores. 12. é revelado no "mundo do meio".10. geralmente. O uso da "pessoa de confiança". 8. Colhendo fragmentos em terapia Os objetivos e etapas básicos da Intervenção Terapêutica Primária parecem muito precisos.3. etc. nós freqüentemente temos que juntar fragmentos e restos. os abusadores devem assumir a responsabilidade hipotética em uma sessão de tratamento da negação (veja Manejando a negação primária. ou com qualquer outro cuidador e a criança.) . nós não podemos prosseguir porque o abuso é totalmente negado. O uso de diferentes técnicas de terapia familiar.6.membros da família pode ser visto como um "conluio terapêutico" com um dos membros da família.6. nós temos que pedir à mãe que diga à criança aquilo que ela acha que o abusador diria se estivesse presente na sessão.11." Nas crianças sexualmente abusadas. antiterapêuticas e fragmentadas (veja Transformando uma Intervenção Punitiva Primária e uma Intervenção Primária Protetora da Criança em uma Intervenção Terapêutica Primária.11). A seqüência das etapas terapêuticas freqüentemente é então muito diferente da seqüência descrita na Seção 6. de modo a estabelecer o abuso como realidade familiar. 5. líderes de jovens. geralmente não é o profissional que será envolvido no tratamento a longo prazo das crianças que sofreram abuso sexual. ou quando ele está ausente e na prisão. de modo a salvaguardar a terapia a evitar conflitos-por-procuração. 9. 9. A professora ou a atendente de creche a quem a criança revela. 11. atenden-tes de creche. (Veja Influência e entrosamento mútuos do processo profissional- família. É bom empregar técnicas indiretas de terapia familiar.) 12. 6.) Geralmente. Independentemente de onde e quando o tratamento começa. o segredo se torna. (Veja Etapas da intervenção na crise da revelação. A experiência direta do aberto reconhecimento paterno do abuso sexual parece vitalmente importante para as crianças que sofreram abuso sexual. mas não coopera no trabalho posterior. Mas nós podemos chegar ao mesmo resultado. Com subgrupos familiares. parte do processo terapêutico. Em terapia. confusas. inclusive os adultos digam: "Se eu pudesse perguntar a meu pai. e que passa a ser a Pessoa de Confiança. são cada vez mais envolvidos nas revelações de abuso sexual da criança.2.2. muitas vezes. pelo menos uma vez na vida.1. de modo a criar a presença hipotética do 185 Tilman Furniss abusador antes de iniciarmos o trabalho direto com o cuidador e a criança. (Veja Três tipos básicos de intervenção. deve começar com uma "sessão de responsabilidade-por- procuração". 7. mas os casos clínicos geralmente não funcionam desse modo. 4. Nos casos de negação. de modo a criar o abuso sexual como realidade familiar. com o objetivo de nomear os fatos do abuso. entre a família.2.2. A flexibilidade no manejo da seqüência dos objetivos e etapas terapêuticos da Intervenção Terapêutica Primária permite aos profissionais serem terapeuticamente efetivos em situações que inicialmente parecem incorrigíveis. Formas concorrentes de terapia. nos quais a criança ouça o próprio abusador reconhecer francamente que o abuso sexual aconteceu.9. dos quais a criança não espera conseguir ajuda. e os desconhecidos. (Veja O primeiro encontro familiar como encontro de responsabilidade. nós conseguimos trabalhar com a mãe e a criança desde o início. A equipe terapêutica precisa encontrar-se regularmente para coordenar a intervenção global. Revelação na escola. 10.) Os objetivos e fins da Intervenção Terapêutica Primária nos possibilitam começar o processo terapêutico no momento em que a situação permitir.) Em muitos casos. Quando ele admitiu o abuso. precisamos trabalhar com estratégias indiretas e técnicas de terapia familiar sistêmica. O processo interdisciplinar. Manejando a negação primária. na medida em que eventualmente atingirmos todos os objetivos e fins. como um encontro de responsabilidade para o abusador. Os tribunais e os assistentes sociais. e se eu ao menos pudesse dizer como me sentia. o que aconteceu e o que ele fez comigo. Juntar os fragmentos e restos da intervenção e reformulá-los de acordo com os diferentes objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária permite que sejamos terapêuticos em qualquer momento da intervenção. 4. enquanto privacidade de um membro da família. (Veja Sessão de responsabilidade- por-procuração. 9.11. Na medida em que esses segredos são compartilhados inteiramente entre os profissionais da equipe de tratamento. 12. não aprovam um encontro familiar conjunto inicial. 11. devemos realizar um ou dois encontros familiares. O trabalho com a díade mãe- criança.6). ainda que isso aconteça muitos meses ou anos depois da revelação. quando os profissionais e membros da família desencadearam inicialmente uma Intervenção Primária Protetora da Criança ou uma Intervenção Punitiva Primária. a necessidade de ouvir o próprio abusador nomear o abuso e admitir os fatos é extremamente intensa.1.2. como a Pessoa de Confiança para a criança até que o trabalho de revelação seja completado. freqüentemente. permanecerem. no entanto. a pessoa que realiza a entrevista de revelação torna-se a segunda Pessoa de Confiança.4. no domínio legal. horários e formação tornam impossível ou indesejável um envolvimento prolongado. . deveria ser temporária.1. A clarificação dos papéis durante a intervenção Sexual da Criança 186 na crise e no tratamento prolongado é parte da tarefa do "encontro de pré-interven-ção" dirigido para a ação. buscam a Pessoa de Confiança original para se queixarem do terapeuta e da equipe terapêutica. pode desempenhar melhor esse papel nas entrevistas de encaminhamento subseqüentes. em que fatos novos são revelados e segredos extremamente assustadores de abuso sexual são compartilhados pela primeira vez. os advogados. que permanece envolvido até que o trabalho da revelação seja concluído na "entrevista de encaminhamento". Uma consulta a respeito do caso lhe possibilitou encerrar esse superenvolvimento e encaminhar o caso para um terapeuta. Isso se deve a intensidade das entrevistas de revelação. portanto. 5. emocionalmente exaustiva da Pessoa de Confiança pode tornar-se mais suportável quando fica claro que essa tarefa estará concluída no final do estágio da revelação.1. na entrevista de encaminhamento. Em um caso. A Pessoa de Confiança durante a revelação talvez consiga ligar-se novamente à criança e à família e revitalizar a abordagem terapêutica ameaçada. normalmente. com acesso regular à criança e à família. de modo geral. correriam o risco de ficarem superenvolvidos. 8. mas mantido através do tempo. magistrados e juízes. sem conduzir ela própria a terapia. a tal ponto. ainda não sabem como se comunicar com crianças. 12.2. perdidos ou de bloquearem a intervenção terapêutica. (Veja O processo interdisciplinar. Isso exigiria a etapa muito importante de uma segunda "entrevista de encaminhamento" para um novo terapeuta ou uma nova rede terapêutica. para tratamento a longo prazo. Isso vale especialmente para os clínicos gerais. ela pode fazer o encaminhamento para uma outra equipe terapêutica. Até mesmo um envolvimento mínimo. Realizar entrevistas de revelação e entrevistas legais tem pouco a ver com o tradicional trabalho psiquiátrico infantil. 9.) Em alguns casos. até que os profissionais da lei sejam suficientemente treinados e competentes para realizarem entrevistas de revelação e apurarem os fatos com crianças pequenas (veja Da loucura à maldade. um clínico geral ficou tão envolvido no aconselhamento a uma paciente que sofrera abuso sexual. Ela também pode ter um importante papel de ligação quando. 2. O encontro de pré- intervenção. (Veja A natureza interacional da motivação. As crianças e as famílias. são envolvidos por razões que têm pouco a ver com a genuína tarefa do psiquiatra infantil de avaliar o estado de saúde mental da criança e de realizar a terapia. Isso pode ajudar outros profissionais que. cujo trabalho. A Pessoa de Confiança pode então encorajar a criança e a família a continuarem com o tratamento. Algumas vezes. A polícia. se a Pessoa de Confiança coopera estreitamente com a rede profissional.) A tarefa. a segunda Pessoa 186 Tilman Furniss de CorAfiança. que a atendeu por muitas sessões. A clara limitação da tarefa da Pessoa de Confiança durante a intervenção na crise e na entrevista de encaminhamento é importante. diretores de escola e outros profissionais em posições de autoridade que inspiram confiança. A entrevista de encaminhamento. A Pessoa de Confiança pode se tornar central e extremamente importante novamente em renovadas crises e colapsos da terapia. surgem problemas na terapia. 4. com a Pessoa de Confiança na posição de "avô" pode ter efeitos terapêuticos. O clínico geral descreveu como passou a se envolver cada vez mais no caso. enquanto Pessoa de Confiança. O conhecimento de que seu envolvimento é limitado torna esses profissionais do "mundo do meio" mais motivados e cooperativos em uma Intervenção Terapêutica Primária. em geral. porque permite aos profissionais do "mundo do meio". A tarefa dos psiquiatras infantis de descobrir os fatos.Na preparação da intervenção. protege o tratamento ao estimular e encorajar as crianças e famílias a fazerem terapia. Isso conduziu ao perigo do restabelecimento do segredo e da sexualização da dinâmica original do abuso sexual. mesmo tarde da noite e em seus dias de folga. Capítulo 1). nós precisamos estabelecer explicitamente a tarefa e o papel de tempo limitado desse primeiro profissional. Isso pode ser extremamente benéfico quando a Pessoa de Confiança. talvez se retirassem no momento em que o caso fosse encaminhado para "o especialista". caso contrário. com uma função indireta de apoio e controle. os psiquiatras infantis.7. Nesses casos. e os psiquiatras infantis e profissionais da saúde mental infantil são envolvidos por serem considerados competentes na comunicação com as crianças.14. Influência e entrosamento mútuos no processo profissional- família. A clara limitação da tarefa da Pessoa de Confiança pode manter envolvidos os profissionais que. quase desproporcionais. como Pessoas de Confiança. que isso inclusive repercutiu em sua vida particular e na sua reputação profissional entre os colegas. Quando os contatos no tratamento foram rompidos. A necessidade de avaliações psiquiátricas da criança No presente. a Pessoa de Confiança permanece envolvida em uma posição de "avô".4. muitas vezes. e é importante estarmos conscientes desse fato. e (3) para propósitos forenses. quanto a avaliação do trauma primário.2. 12. trocas de cuidadores e de escolas. Normalmente. freqüentemente. Normalmente.O envolvimento psiquiátrico genuíno é necessário (1) na avaliação de perturbação psiquiátrica primária como resultado do próprio abuso sexual. 187 Tilman Furniss de Confiança. os conflitos interdisciplinares e a escolha do tipo básico de intervenção podem levar a mudanças fundamentais nas circunstâncias de vida da criança.1). A natureza bastante específica do abuso sexual da criança como síndrome de segredo faz com que todas as crianças fiquem confusas. até certo ponto. A estigmatização social nas escolas e na rede social mais ampla. quanto a avaliação do trauma primário. Terapia e trabalho de proteção. As crianças psiquiatricamente perturbadas podem então ser avaliadas com relação a um trabalho psicoterapêutico posterior. são envolvidos por razões que têm pouco a ver com a genuína tarefa do psiquiatra infantil de avaliar o estado de saúde mental da criança e de realizar a terapia. A perturbação secundária pode ser desencadeada pela rede profissional. 2. os psiquiatras infantis precisam avaliar se a criança sofre de uma perturbação psiquiátrica que requer terapia. O envolvimento psiquiátrico genuíno é necessário (1) na avaliação de perturbação psiquiátrica primária como resultado do próprio abuso sexual. Além disso. ainda não sabem como se comunicar com crianças. muitas vezes. deve ser considerado primeiro um trabalho de proteção mais estruturado. 2. A perturbação secundária também pode ser resultado do comportamento . 7. 7. A estigmatização social nas escolas e na rede social mais ampla. Quando os profissionais estão preocupados com a saúde mental da criança. os psiquiatras infantis precisam avaliar se a criança sofre de uma perturbação psiquiátrica que requer terapia. os conflitos interdisciplinares e a escolha do tipo básico de intervenção podem levar a mudanças fundamentais nas circunstâncias de vida da criança. deve ser considerado primeiro um trabalho de proteção mais estruturado. 1) A avaliação psiquiátrica de perturbação psiquiátrica primária é necessária em todos os casos severos de abuso sexual da criança. A tarefa dos psiquiatras infantis de descobrir os fatos. Quando os profissionais estão preocupados com a saúde mental da criança. e (3) para propósitos forenses. no domínio legal. (2) na avaliação de trauma secundário pela intervenção. rejeitada e acusada. que freqüentemente incluem colocações extrafa-miliares. e os psiquiatras infantis e profissionais da saúde mental infantil são envolvidos por serem considerados competentes na comunicação com as crianças.1. e é importante estarmos conscientes desse fato. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. rejeitada e acusada.4. pode desempenhar melhor esse papel nas entrevistas de encaminhamento subseqüentes.) 2) A avaliação da perturbação psiquiátrica secundária é tão importante.2. Nem todas as crianças que sofreram abuso sexual ficam psiquiatricamente perturbadas pelo abuso. até certo ponto. educacional e de tempo limitado. educacional e de tempo limitado. portanto. A necessidade de avaliações psiquiátricas da criança No presente. pela experiência e precisem de algum tipo de trabalho de proteção. magistrados e juízes. A perturbação secundária também pode ser resultado do comportamento sexualizado e de vítima aprendido pela criança. Capítulo 1). As crianças psiquiatricamente perturbadas podem então ser avaliadas com relação a um trabalho psicoterapêutico posterior. a reação dos membros da família e dos parentes à revelação pode fazer com que a criança seja transformada em bode expiatório. até que os profissionais da lei sejam suficientemente treinados e competentes para realizarem entrevistas de revelação e apurarem os fatos com crianças pequenas (veja Da loucura à maldade. (2) na avaliação de trauma secundário pela intervenção.2. deveria ser temporária. mais prolongado e menos estruturado. Realizar entrevistas de revelação e entrevistas legais tem pouco a ver com o tradicional trabalho psiquiátrico infantil. A definição normativa muito estreita de abuso sexual da criança pode levar a uma classificação legal definida de abuso sexual. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. trocas de cuidadores e de escolas.2. 1. de modo geral. A natureza bastante específica do abuso sexual da criança como síndrome de segredo faz com que todas as crianças fiquem confusas. mais prolongado e menos estruturado. Terapia e trabalho de proteção. pela experiência e precisem de algum tipo de trabalho de proteção. os psiquiatras infantis. no caso de uma criança que não está psiquiatricamente perturbada (veja Abuso legal e dano psicológico.) 2) A avaliação da perturbação psiquiátrica secundária é tão importante. 1) A avaliação psiquiátrica de perturbação psiquiátrica primária é necessária em todos os casos severos de abuso sexual da criança. no caso de uma criança que não está psiquiatricamente perturbada (veja Abuso legal e dano psicológico.1. Nem todas as crianças que sofreram abuso sexual ficam psiquiatricamente perturbadas pelo abuso. A polícia. que freqüentemente incluem colocações extrafa-miliares. Além disso. que é considerado um sintoma anti-social. a reação dos membros da família e dos parentes à revelação pode fazer com que a criança seja transformada em bode expiatório. A definição normativa muito estreita de abuso sexual da criança pode levar a uma classificação legal definida de abuso sexual. 1. os advogados.1). sem haver recebido tratamento na prisão. As mães e os pais podem sentir-se muito ameaçados pelas mudanças nas crianças que estão em terapia. Uma terceira tarefa forense inclui possíveis recomendações de terapia e uma quarta. para ajudar os pais e cuidadores a tratar de questões específicas relacionadas ao abuso. Conseqüentemente. ou escolher a favor deste à custa da mudança terapêutica.4. que podem proteger ou acusar a criança que sofreu o abuso (veja Os irmãos nas famílias em que ocorreu abuso sexual.2.4. A família e a rede profissional.1). de modo a podermos transformar uma Intervenção Punitiva Primária em Intervenções Terapêuticas Primárias. pode encontrar-se numa situação idêntica de abuso sexual. como uma conseqüência da revelação. uma vez que eles saem da prisão e retornam à comunidade e às suas parceiras. íso Sexual da Criança 188 pela família ou pela criança. e não menos importante. e as crianças precisam da permissão e licença dos pais para mudarem e se comportarem de modo diferente. A escolha. para podermos avaliar o potencial de proteção ou o perigo de dano secundário como resultado do processo interdisciplinar e do processo profissional-família.5. a criança facilmente é acusada e considerada responsavd pelo rompimento familiar. 7. a família pode se fechar novamente. Isso inclui a avaliação de estágios desenvolvimentais e do estado de saúde mental da criança.3. Nessas famílias. A avaliação psiquiátrica infantil deve incluir a avaliação individual da criança e de toda a família.4. A inclusão de todos os membros da família é necessária para avaliar o relacionamento e o vínculo entre o abusador e a criança. que talvez não a dêem. Eu vi mães voltarr-do-se contra os filhos que haviam sofrido abuso sexual. O trabalho deve incluir ambos os pais. Capítulo 6. e de seu relacionamento com a criança. refere-se às decisões sobre as circunstâncias externas de vida da criança. tais como colocações. Mães que não acreditam. Os pais que não conseguem permitir que seus filhos sejam diferentes ou irão impedir que a criança faça terapia ou irão colocá-la em conflitos de lealdade insolúveis. 5. A necessidade de modificação comportamental. (Veja O processo familiar. mas tudo fica perdido. Capítulo 3. para avaliar o grau de proteção e o vínculo no relacionamento mãe-criança e para avaliar os efeitos benéficos ou prejudiciais dos irmãos.1. Torna-se cada vez mais urgente criar estruturas de tratamento para as pessoas que abusam sexualmente. geralmente ainda estão dispostos a trabalhar sobre seus problemas. como resultado da terapia individual ou do tratamento de grupo não podem ser integradas ao relacionamento entre a criança e o progenitor sem a ajuda dos pais. Formas concorrentes de terapia. A avaliação também precisa incluir uma avaliação da influência da rede profissional sobre a criança e a família.1. (Veja Dano primário e secundário. que é considerado um sintoma anti-social. e a mesma ou outra criança. Os cuidadores profissionais e o funcionamento da rede profissional devem ser incluídos. quando o pai ainda está disponível.12.) 3) Os psiquiatras infantis têm uma tarefa de saúde mental genuína como parte do trabalho forense psiquiátrico infantil. 4.) . em relação à confiabilidade e validade de suas comunicações para propósitos legais. Nesse estágio. Os abusadores. Influência e entrosamento mútuos do processo profissional-famÂia. Ela pode ser o ponto de partida para ciclos inteiramente novos de traumatização secundária. o abusador pagou por seu crime e geralmente não existe uma maneira de ajudar a criança sem a concordância dos pais. (Veja A Intervenção Terapêutica Primária. aliando-se ao abusador na prisão e excluindo a criança da família. por haver fracassado em impedir o abuso. Caso contrário. na comunidade e nas prisões. A perturbação secundária pode ser desencadeada pela rede profissional. as crianças sexualmente abusadas correm um grande risco. geralmente resulta em a criança abandonar a terapia. 12. Isso deixa a criança na situação desesperadora de ter perdido ambos os pais. As mudanças nas crianças. mas também sem o "ganha-pão. As mães talvez também precisem aceitar a perda de seus maridos como parceiros e serem atacadas pela criança.sexualizado e de vítima aprendido pela criança. 1. quando estão na prisão. 14. ser acusada pelo abuso. e em seu papel como mães. para a criança. 7. caso isso não aconteça. é essencial um mínimo trabalho com a família. 7. entre mudar na terapia e assim perder o progenitor.) 12. ou uma criança em um outro relacionamento que o abusador possa ter iniciado com uma outra mulher. Transformando uma IPH ou uma IPC em uma ITP." Elas precisam de ajuda para lidar com ambos os aspectos. (Veja Trabalhando com os que abusam sexualmente. quando o pai foi embora ou está na prisão. Trabalho mínimo com os pais num contexto estatutário O trabalho de proteção ou a terapia com crianças que sofreram abuso sexual sempre deve ser acompanhado por um trabalho mínimo com os cuidadores. Uma segunda tarefa psiquiátrica infantil no trabalho forense refere-se à avaliação dos possíveis efeitos qúe a participação no processo legal terá sobre a saúde mental da criança. como pessoas com seus próprios direitos.11. Capítulo 4. ou ser feito apenas com a mãe. 11.) 188 Tiíman Furniss As mães cujos maridos estão na prisão. Aos olhos da sociedade e da lei. trocas de cuidadores e de escolas. (Veja O processo interdisciplinar. descobrem-se subitamente não apenas sem marido. A experiência clínica demonstrou que o trabalho de proteção ou a terapia com as crianças acaba sendo interrompido e fracassando. ser separada dos irmãos e ser a diferente entre os seus iguais. podem existir problemas para organizar a participação concreta das crianças (veja Trabalho de grupo com crianças. Três crianças são o número mínimo para um grupo adequado. ambos cooperando entre si.) 12. Grupos abertos lentos são especialmente adequados a pequeno número de encaminhamentos e quando os profissionais querem manter apenas um grupo em andamento. As crianças são encaminhadas em momentos diferentes. no próprio dia em que ele for libertado. a mesma idade e o mesmo estágio de desen so Sexual da Criança 189 volvimento psicossocial.6. o abuso deve permanecer um segredo.6.4.Se durante o aprisionamento não é possível ajudar diretamente o abusador e a família. A vantagem de um grupo aberto lento é que membros mais velhos do grupo. eu atendi individualmente essa criança uma vez a cada quinze dias. Quando a segunda criança foi encaminhada. em diferentes países. Duas crianças não chegam a formar realmente um grupo. e. à medida que são encaminhadas. Pode haver exceções em que tenhamos de agir diferentemente. às vezes. mas normalmente serão um alívio e uma experiência terapêutica para a criança. O dia em que o abusador sai da prisão assume a qualidade de uma crise. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. eu fiz a mesma coisa até termos um terceiro encaminhamento. Grupos de crianças Geralmente é difícil começar o primeiro grupo de crianças. talvez seja bom organizar os grupos como grupos abertos lentos. podem apresentar recém-chegados e ajudá-los a se integrar no grupo muito melhor do que os terapeutas conseguiriam. Numa tentativa de segurá-la. de duas a seis semanas antes da libertação do abusador.11. que ainda não existia. e anunciei que formaríamos um grupo assim que fosse possível. No início. 9. e por fim. em sessões de aconselhamento. Quanto mais os terapeutas adiarem o momento de falar sobre os fatos do abuso. Nós sentimos que o número ideal era de 5 ou 6. as crianças devem ser encorajadas na primeira sessão. Eu atendia essa criança em encontros familiares. Formando grupos 12. no máximo na segunda. mas isso pode diferir para diferentes abordagens e diferentes terapeutas. estabelecendo o abuso sexual como fato no contexto do grupo. já era demais para dar a cada uma a atenção adequada dentro do limite de tempo da sessão. Essa abertura e relato inicial sobre os fatos do abuso é de grande importância. A partir de três crianças nós podemos realizar um tratamento de grupo adequado.) 189 . Quando nós começamos o primeiro grupo. 6. No entanto. aumentando o número para não mais do que 6-8 crianças. mas a experiência tem mostrado que o fato da criança relatar sua estória facilmente ou não. passaram a ser cada vez mais cooperativos e úteis nessa questão. uma por uma. mas é importante lembrar que as crianças somente se tornarão verdadeiramente membros do grupo e que o processo terapêutico relativo ao abuso somente será estabelecido depois que a criança falar abertamente sobre o segredo do abuso sexual. depende muito mais da atitude e ansiedades do terapeuta do que das ansiedades da criança. em termos dos relacionamentos familiares. e os diretores de prisão. Como norma. e as reuni em uma primeira sessão de grupo. tínhamos inicialmente apenas uma criança que queria vir para um grupo. 7. (Veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. porque não existem crianças que tenham. a abertura e o relato talvez ainda sejam difíceis. e se continuará a falar sobre "aquilo". Os objetivos do encontro familiar seriam exatamente os mesmos de um encontro familiar imediatamente após a revelação. Os profissionais mais indicados para realizarem esse encontro geralmente são o assistente social e o funcionário da condicional. em estágios posteriores. mais difícil será evitar associar-se ao sistema de segredo. Se os terapeutas criam um caráter de grupo em que a maneira normal de reunir-se ao grupo e tornar-se membro dele consiste em falar a respeito do abuso sexual. deve ser realizado um encontro familiar. O primeiro encontro familiar como um encontro criador de realidade e responsabilidade. Essa chance estará perdida quando o abusador se estabelecer novamente na comunidade. Então.1.1. mais ou menos. e pode ser difícil achar uma data de início comum para um número suficiente de crianças. Esse encontro deve assumir a forma de um encontro de responsabilidade. eu perguntei a cada criança se ela gostaria de encontrar outras crianças com experiências semelhantes. E um momento de grande incerteza e um ótimo momento para engajar pais e famílias no tratamento. se não é possível organizar um encontro antes da libertação do abusador. Oito crianças seria o máximo.2. como encontro de responsabilidade. 2. A melhor maneira de integrar uma nova criança é pedir a um membro do grupo mais antigo que repita sua estória.2). e as sessões com apenas duas crianças podem se tornar pseudo-sessões de grupo muito difíceis. Isso pode parecer forçar o assunto. Até que a criança tenha falado abertamente no grupo e até que o grupo tenha reconhecido explicitamente os fatos do abuso. Um profissional que quer iniciar um grupo talvez também não encontre imediatamente um co-coordenador. Já houve demonstrações de que isso é possível. o que dá ao novo membro a permissão para falar sobre seu próprio abuso e ajuda a criança a se abrir e a falar a respeito de sua própria experiência. a compartilharem com o grupo os fatos do abuso. Isso significa começar com as primeiras três crianças e depois acrescentar as outras. 2. O processo individual no contexto. deve ser organizado pelos profissionais locais um encontro familiar. é conseguir que as crianças sejam trazidas fisicamente ao grupo. com os aspectos de modelagem e da interação de transferência- contra-transferência. este deve estar consciente das vantagens e desvantagens de ser homem ou mulher.2. Embora. comecei um grupo sozinho. Se mantemos em mente as respectivas vantagens e desvantagens de ser um terapeuta do sexo masculino ou do feminino.) . pais e cuidadores. A vantagem dos grupos fechados está no fato de que todas as crianças estão no mesmo estágio de tratamento. As vezes.2. o qual pode ameaçar seriamente a terapia. podemos começar um grupo fechado. Os grupos de crianças que sofreram abuso sexual. seja de que sexo for. de modo a evitar a divisão e os conflitos-por- procura-ção. ao qual se reuniria mais tarde uma terapeuta. desafiam a sexualidade dos terapeutas. quanto para os cuidadores. quando a avaliação mostrar que algumas crianças precisam apenas de um trabalho de proteção. talvez precisem ser trazidas ao grupo pelo assistente social ou outros profissionais envolvidos. pode haver inicialmente apenas um profissional disponível. Para as crianças que estão sob cuidados. não há razão para que um único terapeuta. O processo interdisciplinar. 4. 5. enquanto outras precisam de terapia mais intensiva. por exemplo. . (Veja O processo interdisciplinar. mas que se expande em sessões mais livres durante um período maior de tempo. nós geralmente temos de lidar com famílias de um único progenitor. O objetivo dos grupos de cuidadores é ajudá-los nas seis seguintes áreas: 1) Os cuidadores precisam ser capazes de falar sobre os problemas comportamentais da criança que se relacionam. Os grupos de proteção devem tornar-se parte do trabalho de rotina das equipes de proteção. Os arranjos para grupos simultâneos também aumentam as chances de comparecimento. Durante os estágios iniciais da terapia. O comportamento sexualizado.1.Tilman Furniss Se várias crianças da mesma faixa de idade são encaminhadas mais ou menos na mesma época. 12. não possa ser altamente efetivo e terapêutico (veja O gênero do terapeuta é importante?.1. as equipes psiquiátricas infantis. devem ser organizados grupos paralelos. sem a adesão posterior de novos membros. Isso pode levar o casal de terapeutas a graves conflitos sexuais ocultos. que também podem oferecer grupos de terapia se existem condições e recursos para isso. que depois da revelação foram colocadas sob cuidados. em que todos os membros iniciam no mesmo momento. que podem ser atuados num processo muito sutil. 5. de modo a estabelecer um serviço terapêutico abrangente. normalmente. abusadores. 6. para os progenitores não-abusivos e para os cuidadores devem ser paralelos aos grupos para crianças. mas não o menos importante. Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. As crianças. no início é necessário apenas um ritual de abertura para que todos os membros do grupo falem sobre o abuso e para que encontrem uma linguagem sexual adequada para falar sobre ele. pode criar graves problemas para os cuidadores e outras pessoas no ambiente social da criança.) O último problema prático. A natureza do grupo inicial depende da disponibilidade de recursos e das necessidades das crianças encaminhadas. a solução mais prática é fazer ambos os grupos na mesma hora. seja mais fácil trabalhar em uma dupla de co-terapeu-tas. Terapia familiar e abordagem familiar. Normalmente. os Sexual da Criança 190 colegas dos serviços de condicional e os psiquiatras de adultos devem unir suas diferentes capacidades e recursos. 2) Os cuidadores precisam ser capazes de falar abertamente sobre a maneira como o comportamento sexualizado da criança influencia a vida familiar e conjugal nas famílias adotivas e a vida de grupo e os relacionamentos dentro da equipe nos lares de crianças. Os objetivos e fins específicos de cada grupo podem ser adaptados às necessidades específicas das crianças envolvidas. Grupos de cuidadores Os grupos para abusadores.1. quando ocorrerem divisões e conflitos-por-procuração. 2. As famílias em que a criança permaneceu em casa podem precisar de ajuda prática para levá-la ao grupo. 7. 6. nos casos em que o abusador foi embora.) As diferentes agências precisam cooperar de modo a oferecer o trabalho concorrente individual. E importante que os terapeutas tenham um supervisor ou uma terceira pessoa da equipe com quem possam falar. isso induz o pior aspecto de machão no terapeuta e um comportamento de ódio aos homens na terapeuta. em lares para crianças ou sob cuidados adotivos. As equipes de proteção à criança. grupai ou familiar necessário para as crianças. Mas também existe o perigo de que as crianças sexualmente abusadas dividam o casal de terapeutas. o grupo é estabelecido primariamente como estruturado e como um grupo de proteção mais a curto prazo. sendo as crianças mais perturbadas atendidas mais tarde individualmente ou passando a fazer parte de um grupo de terapia. tanto para elas. direta ou indiretamente. ao abuso. em particular. As normas de cooperação entre todas as agências envolvidas devem ser cuidadosamente observadas. (Veja Influência e entrosamento mútuos do processo profissional-família. muito mais do que outros grupos.15). Os co-terapeutas têm a vantagem de poderem modelar na realidade e representar simbolicamente os aspectos paternos e maternos. Por exemplo. (Veja Trabalho de grupo com crianças. O grupo pode ser estruturado como um grupo de terapia que inclui trabalho de proteção. Eu mesmo.2. Se os grupos são iniciados por um único terapeuta. (Veja Terapia familiar e abordagem familiar.5. introduzindo a divisão no sistema terapêutico. Os objetivos e fins do trabalho de grupo para pais e abusadores devem estar relacionados aos objetivos e fins da Intervenção Terapêutica Primária (veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. 7. Por outro lado. participação. o que podem tentar fazer num grupo só de homens. que reagem mais como pais que estavam envolvidos antes da revelação.) Em termos práticos. os cuidadores precisam saber o quanto devem conversar sobre o abuso com a criança. lidam com problemas específicos para o gênero e com as questões de ser um progenitor que abusa ou que não abusa. Trabalhando com os que abusam sexualmente. Grupos para pais e abusadores As mães. 1. participação. sessões de grupo de um único sexo são necessárias para manejar os problemas específicos para o gênero e o problema ser um progenitor que abusa ou que não abusa. o cuidador passou a se envolver. Formas concorrentes de terapia.7. questões sexuais e experiências pessoais.2. a partir do qual. com os quais a criança não tem nada a ver.3. do que como cuidadores. O boicote acontece quando os terapeutas de diferentes orientações deixam de perceber as diferentes funções dos diferentes modos de terapia. escolas. enquanto ao mesmo tempo os terapeutas dos diferentes settings são totalmente abertos uns com os outros. mais tarde. os pais adotivos devem participar dos grupos para pais e para abusadores.3. todos os cuidadores envolvidos em funções parentais durante a ocorrência do abuso devem reunir-se aos grupos para pais e abusadores.. Dano primário e secundário. estão mais bem colocados em um grupo para cuidadores. os pais adotivos devem tornar-se parte do grupo de cuidadores. De modo geral. Colocação em lares para crianças. Grupos de pais de um único sexo proporcionam a oportunidade de falar com maior profundidade e maior compreensão mútua sobre os problemas relacionados ao gênero no abuso sexual. 6) Finalmente. é bom utilizar uma combinação de sessões de um e de ambos os sexos. Unindo tratamento grupai e sessões individuais com encontros familiares O fato do trabalho individual ou do tratamento grupai simultâneo com encontros familiares tornar-se não- terapêutico não depende do fato do tratamento paralelo em dois modos diferentes de tratamento. trabalhar sobre problemas conjugais. 6. com privacidade e separados de outros membros da família e fora dos encontros familiares. ou quando eles deixam de cooperar inteiramente. admissão e assunção da autoria. 10. Os encontros separados. Quando o abuso sexual aconteceu no lar adotivo.) . São possíveis diferentes combinações de grupos. 1. Eles geralmente participam tanto da crise familiar de revelação. e não do grupo para cuidadores. 1. em que as sessões mistas inicialmente tratam dos fatos do abuso e. só de mães e só de pais. (Veja Responsabilidade.1. podem reunir-se ao grupo para pais. (Veja Prova e crença.2.1. A vantagem dos grupos de casais está na maior intensidade terapêutica do trabalho sobre os conflitos conjugais dos pais. A distinção entre grupos de cuidado 191 Tilman Furniss res e de pais.4. 5) Os cuidadores precisam saber quanto revelar para as outras pessoas e como lidar com vizinhos. Na medida em que é observada a norma de manter sigilo entre as sessões grupais e as familiares. 7. Colocação com pais adotivos. Abuso sexual da criança como síndrome de adição.3. muitas vezes. Implicações para a prática. respectivamente. creches e amigos da criança que sofreu abuso sexual. baseia-se no modo fundamentalmente diferente com que as questões de responsabilidade.) 12. precisam clarificar sua própria resposta pessoal à natureza sexual do abuso sexual. e não conduzirão à divisão e ao boicote de uma forma de terapia pela Sexual da Criança 191 outra. gue estão em uma posição mais neutra em relação à família e ao abusador. Grupos mistos também tornam mais difícil para o abusador evitar enfrentar sua responsabilidade pelo abuso. Os parentes que assumem in loco parentis somente depois da revelação. possam. culpa e acusação são experienciadas e manejadas. Se as crianças foram colocadas sob cuidados adotivos em resultado do abuso. os pais não-abusivos e os abusadores precisam de grupos nos quais. Todos os cuidadores que se envolveram posteriormente. 12.4. É primariamente uma função de processos entre os diferentes terapeutas. e não depende também da família.2).3) Os cuidadores precisam ser capazes de utilizar uma clara linguagem sexual e precisam aprender a reconhecer e a lidar com o comportamento sexualizado de uma maneira que não ponha em risco a vida familiar ou o trabalho e a vida nos lares de crianças.2. 6. como as crianças. Colocação com parentes. 1. Capítulo 3. acusação e poder. 10. contudo. culpa. das questões conjugais. e como podem substituir o comportamento sexualizado por meio de atenção e cuidados emocionais não-sexualizados.6. A decisão sobre se um cuidador deve participar de um grupo para cuidadores ou de um grupo para pais depende do momento.4. O processo familiar. no nível do processo interdisciplinar. O perigo de um grupo de sexo único é que a própria estrutura do grupo aumenta a divisão entre os parceiros. 4) Os cuidadores. os diferentes modos de tratamento servirão para diferenciar as diversas necessidades dos membros da família e os diferentes aspectos da vida familiar. 10. 2. é vital que todos os terapeutas envolvidos com uma dada família se encontrem regularmente. ela talvez se feche e negue. (Veja O processo interdisciplinar. (Veja O inconsciente e o segredo.3. tomando a comunicação secreta da criança como uma comunicação de fatos. O fato de desencadearmos na criança a crise da revelação imediata. modelando a realidade e desenvolvendo um relacionamento de transferência-contratransferência parental simbólico.5. nos dois settings diferentes. 8. nós podemos perguntar: "Quem está fazendo isso?".4. Precisamos achar uma maneira de mostrar à criança que nós sabemos que ela sabe que está tentando comunicar a realidade externa de abuso sexual. à qual precisamos responder de maneira indireta e oblíqua. Aconselhamento e terapia individual. As crianças mais velhas podem indicar conscientemente que está acontecendo abuso sexual. antes de podermos tratar do conteúdo daquilo que a criança talvez tenha a revelar. Quando a criança está tentando comunicar um segredo. De modo a possibilitar aos membros da família e aos terapeutas uma clara transição entre os dois modos diferentes de terapia. trabalhando com mútuas projeções dentro da família. são vitais as habilidades psicoterapêuticas de seguir. da maneira com que fazemos perguntas especiais sobre seu brinquedo.4. Nos grupos de crianças. Esta metacomunicação ajuda as crianças a testar se podem confiar que as compreenderemos. na qual eu trataria de todas as possíveis ansiedades e dilemas da criança que está na minha frente. quando as crianças pequenas restabelecem o abuso através do comportamento.) Precisamos fazer perguntas que esclareçam os fatos que a criança está comunicando. Se perguntamos imediata e diretamente à criança sobre abuso sexual. Dando licença explícita para comunicar. precisamos examinar primeiro se estamos lidando com uma comunicação secreta.4. e as ajuda a se prepararem para uma revelação completa posterior.2. involuntária e prematuramente depende.1. Quando uma vaga suspeita de primeira-linha surge no aconselhamento ou na terapia individual. a comunicação da criança. Se uma criança pequena faz desenhos sexuais ou brinca de modo sexualizado. ao utilizarmos as habilidades psicoterapêuticas. O terapeuta pode comunicar que ele sabe que a criança talvez tenha algo em mente. (Veja A natureza interacional da motivação. brinquedo ou desenhos. os terapeutas ficam muito mais neutros e distantes. Uma delas seria tratar diretamente da ansiedade relativa ao segredo. Nas sessões familiares. precisamos responder a uma suspeita de primeira-linha de abuso sexual primeiro no nível de uma metacomunicação. por meio de comportamento sexualizado. Precisamos mudar de um modo interpretativo para um modo investigativo. que está em terapia. primariamente.1. 2. o que lhe provoca muita ansiedade pelas conseqüências reais caso o abuso seja revelado. 5. por medo do que poderia acontecer depois da revelação. como um resultado da revelação. nem interpretar a suspeita ou a revelação parcial. (Veja Permissão terapêutica explícita para revelar. involuntariamente. Portanto.) Na terapia individual. Temos que perguntar a ela: "O que aconteceria a você e aos outros membros da família se você contasse o seu maior segredo?" Precisamos lidar primeiro com os medos do maior desastre possível.1. brinquedo ou desenhos sexualizados. que dá à criança a licença e permissão indireta para revelar o abuso. quanto as pequenas podem. e que está assustada demais para falar a respeito. de um modo interpretativo para um modo investigativo indireto."rituais de diferenciação" bastante simples têm demonstrado ser muito efetivos e úteis.3. Uma maneira ainda mais indireta e. na medida em que nós próprios não introduzimos a questão do abuso sexual. de modo a evitar divisões e conflitos-por-procuração e promover o processo terapêutico através de resoluções de conflito por procuração.1). ou em interações sexualizadas de transferência-contratransferência. menos ansiogênica. de lidar com uma suspeita de primeira-linha é "contar a estória da outra criança". 7. Isso significa não ignorar. que eu conheço algumas de suas ansiedades e dilemas quanto a revelar ou guardar o segredo. para mostrar à criança.) 192 Tilman Furniss Podemos lidar com uma primeira comunicação secreta da criança de maneiras diferentes. Nessas situações. 7. projetadas em uma outra criança.8. mas apenas seguimos a iniciativa e a comunicação da criança. Eu usaria "a estória da outra criança" indiretamente. os terapeutas estão muito mais in loco parentis. 8. (Veja Formas concorrentes de terapia. . 2. precisamos comunicar à criança que compreendemos as ansiedades que a impedem de revelar. E extremamente importante controlar o tom de voz e estar consciente das sutis comunicações não-verbais que acompanham a troca verbal (veja A crise da revelação -crise dos profissionais e crise familiar. ou com uma comunicação inconsciente. No entanto. suspeita de segunda-linha e revelação parcial. Tanto as crianças mais velhas. 8. Eles são mais como figuras de avós. 2.4. precisamos mudar o modo interacional básico. indicar abuso sexual. Eu pararia de interpretar e começaria a "contar uma estória". de modo verbal ou não-verbal. é importante não interpretar a comunicação secreta sobre a realidade externa como fantasias e sentimentos internos.) . Problemas especiais no aconselhamento e terapia individuais É cada vez mais freqüente a suspeita e revelação de abuso sexual no aconselhamento e na terapia individual.) Se o trabalho individual ou o tratamento de grupo e as sessões familiares são realizados por terapeutas diferentes. Suspeita de primeira-linha.Os terapeutas que estão coordenando grupos e ao mesmo tempo envolvidos nas sessões familiares devem estar conscientes de que estão em posições diferentes em relação à criança ou ao adulto. portanto. de maneira casual e objetiva. ao invés de orientar. e nem sair perguntando imediatamente. A interação de transferência-contratransferência pode recriar a confusão sobre fantasia e realidade do abuso sexual. no momento em que se suspeita de um crime de abuso sexual que possivelmente está acontecendo. 7. é como falar sobre a morte da mãe de uma criança como se fosse uma fantasia. o qual geralmente é a própria base da perturbação da criança. Do segredo à privacidade.) Com adolescentes mais velhas e jovens adultas. tanto quanto o perigo de os terapeutas utilizarem essa super- reação como uma justificativa para não envolver os serviços de proteção à criança e para continuar a terapia e o aconselhamento tradicionais como se nada tivesse acontecido. mais bem preparada estará a rede profissional. continua igualmente importante estabelecer os fatos do abuso. com o resultado de que a criança foi ficando cada vez mais confusa e perturbada O objetivo da terapia de facilitar uma reorientação congruente entre a realidade psicológica interna distorcida e os fatos externos foi inteiramente perdido.4.) Estabelecer a realidade também é necessário de um ponto de vista de proteção à criança. em sua forma original. Precisamos estabelecer o fato do abuso como uma base para as ansiedades e fantasias da criança. quando não estabelecemos primeiro a realidade externa da presença de um importante segredo.HE 6Stir volvido em casos nos quais as comunicações das crianças sobre a realidade externa de abuso sexual da criança foram tomadas como fantasia. 2. sobre o abuso ser real ou não.2. No entanto. em que se reunirão ao sistema de segredo da criança. de modo a estabelecer o abuso como fato.3. Ela também impede 193 Tilrnan Furniss outras agências de assumirem um controle inadequado e de intervirem prematuramente.2. quanto por motivos de proteção à criança. Quanto antes os profissionais notificarem sobre uma possível revelação. em tentativas de estabelecer os fatos do abuso sexual e de planejar a intervenção antes de uma revelação subseqüente. de modo a sermos capazes de tratar. A CIDA permite o envolvimento de outros profissionais. o terapeuta deve pensar sobre a melhor maneira de estabelecer os fatos completos. antes de interpretarmos respostas e fantasias emocionais que envolvem este segredo.1. subseqüentemente. Isso também conduzirá à terapia antiterapêutica e à dano psicológico secundário. 2. da dimensão psicológica da fantasia sobre a realidade externa do segredo.4. em que a comunicação da criança sobre a mãe morta é constantemente interpretada como um evento psicológico interno e cçmo o desejo da criança de matar a mãe.4. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. Estabelecer os fatos da comunicação secreta é exatamente a constelação oposta do processo terapêutico interpretativo usual. Isso não será apenas antiético. 8. o conselheiro e o terapeuta terão que sair do seu papel tradicional e terão que envolver outras agências na rede profissional. ansiedades e fantasias que as crianças têm em relação ao abuso e àquilo que aconteceria se elas revelassem.4. antes de interpretar. 5. Os terapeutas devem estar conscientes de que o contrato terapêutico com a criança e com a família termina. por razões terapêuticas e de proteção à criança. que é parte da experiência traumática original no abuso sexual como síndrome de segredo para a criança. Os processos de acomodação e a confusão estrutural na mente da criança. De um ponto de vista terapêutico. (Veja Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima. E bastante compreensível que conselheiros e terapeutas que trabalham de forma tradicional e aceita relutem em aceitar a sugestão de que a suspeita de abuso sexual em processo invalida as noções básicas de sigilo e do modo interpretativo de trabalhar em terapia com crianças. 6.) Um dos problemas para os terapeutas está na natureza da interação de trans-ferência-contratransferência no abuso sexual da criança. nos casos de abuso sexual em processo.) A maneira mais adequada de prosseguir é realizar uma Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima (CIDA). 5. para conseguirmos interpretar os medos. Isso é necessário tanto por motivos terapêuticos. quando a criança na verdade precisa falar sobre como se sente em relação ao fato da mãe ter morrido Nos criamos uma dinâmica que estruturalmente aumenta a confusão e a perturbação psicológica na criança.3. A CIDA salvaguarda o sigilo necessário até que se estabeleça uma firme suspeita de segunda-linha. Não estabelecer primeiro os fatos externos do abuso sexual. no entanto. 2. embora uma revelação dentro do processo terapêutico possa preceder uma .1. as co-ô-deiações de proteção são menos importantes. Toma-se impossível ajudar as crianças a se adaptarem emocionalmente à realidade externa de abuso sexual da criança como síndrome de segredo se confundimos o segredo com o inconsciente. o perigo de super-reações e de intervenções prematuras por parte dos profissionais estatutários e da área legal deve ser considerado. Não obstante. O processo interdisciplinar no contexto. (Veja O processo indivídua/ no contexto.4. (Veja O inconsciente e o segredo.Quando uma criança fez surgir uma suspeita de primeira-linha. E necessário estabelecer os fatos externos do abuso por motivos terapêuticos. 7. pois de outra forma os terapeutas entrarão em uma pseudoterapia de segredo. Essa confusão pode levar o terapeuta a tratar a interação secrefa de transferência-contratransferência como comunicação de fantasia da criança. podem confundir o terapeuta tanto quanto a criança. (Veja O processo interdisciplinar.) so Sexual da Criança 193 rp. Etapas da intervenção na crise da revelação. Quando lidamos com o segredo. Aconselhamento e terapia individual. precisamos estabelecer a presença de um segredo como fato externo. 8. Aconselhamento e terapia individual. Esse trabalho é absolutamente vital. O colega não-envolvido tem a tarefa de evitar que o terapeuta embarque em uma terapia de segredo antiterapêutica. 5.1.1. (Veja A natureza interacional da motivação. geralmente. ao invés de chegar ao domínio terapêutico da privacidade. ele precisa preparar a rede profissional em um encontro de pré-intervenção para a possível ação necessária. 6. Para detrimento das crianças. Esse "conluio terapêutico" é justificado de um ponto de vista terapêutico e de proteção à criança. muitas vezes. muitas vezes. O encontro de pré-intervenção. No caso de crianças pequenas. Na terapia antiterapêutica. o que dificulta ainda mais o movimento terapêutico do segredo à privacidade. antes do abuso ser revelado à família e. o problema é que. de início. (Veja Do segredo à privacidade. pelo dever de proteção à criança. normalmente.9. isso é parte dos aspectos positivos da aliança terapêutica. 5. o terapeuta pode considerar direta e abertamente o abuso sexual. com o resultado de não acontecer nenhuma revelação externa. Eu estive envolvido em casos nos quais adolescentes mais velhas revelaram primeiro na terapia e no aconselhamento.4. Tem um valor preventivo ainda maior. No caso . o melhor modo de lidar com a reintrodução do recato talvez seja no contexto da díade cuidador-criança. como representação externa da Tea\\àac\e e como um guardião contra uma terapia de segredo.2. Conseqüentemente. por parte dos professores e companheiros. o trabalho orientado para o sintoma deve lidar com os aspectos comportamentais da sexualização nas crianças. (Veja Três tipos básicos de intervenção.revelação externa. são arrastados cada vez mais para dentro do sistema de segredo disfuncional e prejudicial das adolescentes sexualmente abusadas. não constitui somente uma importante tarefa terapêutica. provoca estigmatização social e rejeição nas escolas. Outros profissionais devem levar em conta que os terapeutas e conselheiros individuais normalmente são muito protetores em relação aos seus pacientes. os terapeutas freqüentemente estão mais do que inclinados a reunir-se à criança em sua negação de que o abuso sexual ainda esteja acontecendo. O processo interdisciplinar. porque o comportamento sexualizado e o comportamento de vítima tornam a criança muito mais vulnerável a novos abusos e a estupros por desconhe- cidos. A intervenção terapêutica primária. O problema de reintroduzir o decoro No abuso sexual grave. 8. Quando o terapeuta estabeleceu uma firme suspeita de segunda-linha. o comportamento sexualizado pode desencadear novos abusos nos lares adotivos e nos lares para crianças. admitem o abuso sexual apenas como um evento passado. No entanto. na terapia individual. isso pode destruir uma Intervenção Terapêutica Primária. resulta no fracasso da adoção e conduz ao isolamento e rejeição da criança no ambiente residencial. a outros profissionais.) 12. que precisa incluir a proteção à criança e a terapia de uma maneira complementar. Os profissionais podem se assegurar de que a revelação completa só seja desencadeada depois de cuidadosa preparação e coordenação da rede profissional envolvida. Em circunstâncias normais. substituindo o comportamento sexualizado da criança por cuidado emocional. portanto. a partir de uma Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima.1. Deve ser empregado o mecanismo de resolução de conflitos-por-procuração.) Deveria ser uma norma para os terapeutas e conselheiros que trabalham com adolescentes mais velhas ou jovens adultas confiar pelo menos em um outro profissional. sem imediatamente entrar em pânico e precipitar uma revelação despreparada e descontrolada para a família. o segredo é finalmente reformulado como sigilo. Capítulo 6. serem arrastados a sistemas de segredo por clientes e pacientes que experienciaram um abuso sexual prolongado não pode ser subestimado. Ele. O perigo de os terapeutas. Os terapeutas devem estar conscientes de que essa afirmação pode ser em verdade a compreensível negação do abuso sexual em processo. quando a criança sente que não pode confiar em nós. utilizando processos de espelha-mento de identificações primárias dos diferentes profissionais com diferentes aspectos do paciente e da vida familiar. Se o abuso sexual é um evento do passado. Os terapeutas. 4. de modo a evitar conflitos-por-procuração destrutivos e antiterapêuticos entre os profissionais. é importante que os terapeutas mantenham uma mente aberta quando uma criança afirma ter havido abuso sexual no passado. Esse comportamento. Elas também podem afirmar que ele aconteceu somente uma vez. quando de fato o abuso sexual está acontecendo e acontece há muitos anos. No abuso sexual da criança como síndrome de segredo. se necessário. de modo a desencadear uma revelação completa. ou que ainda não pode confiar em nós para revelar os fatos completos.) Abuso Sexual da Criança 194 O momento e as circunstâncias de induzir uma revelação completa geralmente podem ser controlados. como parte de uma Intervenção Terapêutica Primária global. A reintrodução do recato no comportamento sexualizado e o tratamento do comportamento de vítima. as crianças.7. e pode transformar a criança num pária em seu ambiente social mais amplo. Depois do encontro de pré-intervenção. A desvantagem desse procedimento está no perigo de os terapeutas serem facilmente arrastados a um conluio de segredo com a criança. Além disso. O sigilo do aconselhamento e da terapia foi então utilizado para considerar todas as conseqüências e possíveis maneiras de revelar externamente.4. os aspectos de proteção à criança obviamente são menos importantes. O processo interdisciplinar no contexto. nos casos das adolescentes que são suficientemente maduras para manter a realidade do abuso dentro da terapia. 2. Isso modifica o contrato de sigilo na terapia. 11. O forte caráter anti- social dos sintomas sexualizados pode levar à precoce vitimização secundária de crianças que sofreram um severo abuso sexual. repetiria estruturalmente o contexto do abuso sexual da criança. Em casos abertamente admitidos de abuso sexual da criança. o abuso sexual como uma realidade familiar. eu falei do "interruptor interno" que traduz a entrada "sexo" na saída "carinho".1). com a exclusão de outros. (Veja Da loucura à maldade. com reforço e gratificação positivos para o comportamento não-sexualizado e o treinamento de habilidades sociais talvez sejam mais apropriados (veja A necessidade de modificação comportamental.) O uso de métodos estratégicos indiretos ou Milan-sistêmicos nas etapas iniciais da Intervenção Terapêutica Primária iria manter exatamente o modo disfuncional de comunicação indireta do abuso sexual como síndrome . O uso de técnicas estruturais diretas na sessão de responsabilidade cria. A rede profissional.10. A perspectiva metassistêmica também nos permitiu examinar a utilidade de diferentes técnicas de terapia familiar específicas para diferentes situações específicas no tratamento de famílias com abuso sexual da criança.3. 6. nos casos de abuso sexual da criança abertamente reconhecidos. é impossível separar os sintomas de sexualização do processo terapêutico global. O tratamento do comportamento sexualizado geralmente é uma corrida contra o tempo. o uso de técnicas indiretas estratégicas ou sistêmicas seria muito inadequado. Capítulo 1.) 1. Os diferentes métodos são utilizados para mudanças com determinados objetivos na rede profissional. 7. O perigo de vitimização secundária exige que os sintomas comportamentais de sexualização sejam tratados como uma extrema prioridade. em vez de desviar e distorcer as tarefas de acordo com certas maneiras fixas de trabalhar. O trabalho direto sobre o comportamento sexualizado deve acontecer junto com outras formas simultâneas de terapia. antes de conseguirmos lidar com o comportamento sexualizado na terapia. de acordo com os requerimentos práticos. Muitas vezes. Uma abordagem monoterapêutica normalmente é insuficiente. no qual as crianças precisam desaprender respostas sexuais quando estão pedindo cuidado emocional. e que precisamos examinar nossas preferências e capacidades específicas de modo a relacioná-las à tarefa terapêutica global. no próprio processo. do processo profis-sional-família. 3. e ao fazê-lo. são extremamente úteis nas primeiras sessões familiares. do processo familiar e do processo individual. que intensificam conflitos subjacentes e que lidam aberta e diretamente com questões estruturais de responsabilidade e de fronteiras inter-geracionais dentro da sessão.1.4). abordagens comportamentais diretas. O uso de estratégias e de Técnicas Sistêmicas do Grupo de Milão na sessão criadora de realidade e responsabilidade. As diferentes técnicas de terapia familiar e métodos de mudança não são utilizados no nível da conceitualização teórica de diferentes escolas. e o trabalho orientado para o sintoma e o tratamento dos aspectos de relacionamento devem ocorrer simultaneamente. Capítulo 5. 9. Os cuidadores. para mudar aspectos do processo profissional. Na introdução. onde a realidade externa e o conflito Sexual da Criança 195 jamais são nomeados e confrontados aberta e diretamente como tal. nas famílias e nos membros da família. estabelecer o abuso como uma clara realidade familiar. (Veja O processo individual.) O tratamento do comportamento sexualizado é assim tão difícil porque a natureza sexual do abuso sexual provoca fortes efeitos formadores de hábito. A perspectiva metassis-têmica permitiu-nos reconhecer que todos os terapeutas são melhores em determinadas maneiras de trabalhar do que em outras. (Veja Introdução. tornam extremamente difícil a reintrodução da modéstia. Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. como sessões criadoras de realidade e responsabilidade. por sua vez. Permitiu-nos permanecer orientados para o problema e adquirir habilidades necessárias para lidar com tarefas específicas. O primeiro encontro familiar como um encontro criador de realidade e responsabilidade. Capítulo 2. Intensificação direta: a primeira sessão familiar no abuso reconhecido Técnicas estruturais diretas. A formação de hábito e os estímulos psicológicos aditivos no abuso sexual. A primeira sessão também precisa lidar com a questão da única responsabilidade do abusador pelo abuso. e ignoraria aspectos centrais do abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição. A tendência formadora de hábito 195 Tilman Furniss do comportamento sexualizado na criança corresponde à dificuldade dos profissionais e cuidadores para manejar os sintomas sexualizados anti-sociais da criança de uma maneira aberta e não-punitiva. Terapia familiar e abordagem familiar.2. 6. geralmente. 12. 7.das crianças mais velhas. O uso de diferentes técnicas de terapia familiar A clara distinção entre uma abordagem familiar e uma terapia familiar auxiliou-nos a evitar batalhas ideológicas a respeito do uso de diferentes abordagens de terapia familiar e métodos de mudança. precisam aprender a responder imediatamente às interações e demandas sexualiza-das com cuidado emocional. em formas concorrentes de terapia (veja Formas concorrentes de terapia.1. Esse processo deve tornar-se parte do tratamento do comportamento sexualizado orientado para o sintoma. A tarefa da primeira sessão familiar como sessão criadora de realidade e responsabilidade é romper o segredo e estabelecer os fatos completos do abuso. Confusão nos diferentes níveis de dependência. 10. que o abuso sexual de fato aconteceu e que ele assume a responsabilidade por ele. quando as famílias e membros da família recaem na negação secundária ou terciária. tratarmos do contexto do abuso. Nos casos de forte negação. após uma revelação prévia."Quanto tempo levaria e em que situação seria seguro revelar?" e "O seu pai pensaria ter agido errado se isso tivesse acontecido?" No manejo da negação. precisa ser estabelecido. e perguntaria: "Qual você acha que seria o maior desastre para o pai. antes de podermos retornar. Nos casos de grau maior de negação. qual seria a pior coisa que poderia acontecer?" 196 Tilman Furniss Geralmente. Nós precisamos tratar primeiro do desastre subjacente de uma possível revelação. No tratamento da negação. eu colocaria a possibilidade de revelação num futuro indefinido e diria: "Provavelmente. tais como: "Qual seria o maior desastre se tivesse acontecido abuso sexual?". quando queremos ajudar a família a encontrar possíveis soluções hipotéticas que possam ajudar a criança. O uso de técnicas estruturais é extremamente útil para atingirmos esses objetivos. que evita nomear a realidade como tal. escolho o pior desastre possível e o coloco para a família. Podemos perguntar: "Qual seria o maior desastre se você tivesse que repetir o que disse no início?" Com graus crescentes de negação nós precisamos novamente voltar ao . eu provavelmente perguntaria ao próprio pai: "Qual seria o pior desastre para você se tivesse acontecido abuso sexual?" Em famílias muito hostis. A evitação da realidade no abuso sexual e o elemento linear de responsabilidade requerem o uso de técnicas diretas e intensificadoras. que os impedem de revelar. em vez de visar diretamente os fatos do abuso em si. se tivesse acontecido abuso sexual e ele o admitisse? E qual você acha que seria a maior ameaça para a criança se ela revelasse?" Fazer perguntas no nível hipotético de "como se" evita a escalada e intensificação simétrica. Precisamos fazer perguntas hipotéticas. dizendo: "Claro.1). ou inclusive um profissional. os fatos do abuso precisam ser contados.6). que estaria aprisionada demais em conflitos de lealdade. Métodos semelhantes podem ser utilizados. pessoalmente. o questionamento hipotético diminui o conflito potencial e os níveis de ansiedade. vocês jamais serão capazes de revelar. Permite aos membros da família começarem a pensar sobre o futuro e ajuda as crianças a encontrarem maneiras mais seguras de revelar. estratégicos e sistêmicos. os terapeutas devem continuamente evitar escaladas simétricas a respeito da questão do abuso sexual ter ou não acontecido. se estou atendendo essa família no contexto de uma consulta. 10. eu jamais perguntaria inicialmente ao suposto abusador. No trabalho da negação. se o abuso sexual aconteceu. em circunstâncias futuras e mais seguras e controladas (veja A natureza interacional da motivação. Nós somente chegaremos aos fatos se adiarmos nosso desejo de obter os fatos e.4. Em uma família com um baixo grau de negação. No trabalho da negação. o abuso. Somente o uso de técnicas estratégicas e sistêmicas permitirá aos profissionais começarem a entender a função da negação e o envolvimento dos diferentes membros da família nessa negação. o abusador ou outros membros da família a fazerem a revelação.6). Mas se vocês conseguissem fazê-lo. que confrontem a realidade. Técnicas estratégicas e provenientes da Teoria sistêmica de Milão facilitam imensamente saídas indiretas da armadilha da negação e criam soluções hipotéticas para o problema. Perguntas antecipatarias solucionadoras de problema: redução da ansiedade na negação primária e secundária O tratamento da negação requer que se trabalhe exatamente do modo oposto ao modo estrutural direto da sessão de responsabilidade abertamente reconhecida. eu. mais importante é a aplicação de métodos crescentemente indiretos. e as crianças precisam ouvir diretamente e abertamente. No nível hipotético de "como se" também é possível realizar sessões de responsabilidade hipotética e tornar-se terapêutico nos termos dos objetivos e fins da Intervenção Terapêutica Primária (veja Manejando a negação primária. mas existem essas alegações e nós temos que pensar sobre isso. para o abusador e para a família. Nós precisamos tratar das ansiedades que conduziram à negação. os aspectos lineares da criação de realidade e assunção de responsabilidade tornam-se parte do elemento circular do processo familiar. eu ouço você dizer que isso não aconteceu. em um estágio posterior. como realidade familiar. O segredo do abuso sexual precisa ser suspenso. Qual você acha que seria o maior desastre se o abuso sexual tivesse acontecido?" O terapeuta talvez tenha que acompanhar a de-sescalada emocional com todos os tipos de reasseguramentos verbais e não-verbais. ao invés. do próprio abusador. Ao contrário das intensificações desejáveis dos movimentos das sessões de responsabi- lidade e revelação aberta. O temido desastre familiar resultante de uma possível revelação precisa ser tratado primeiro. sem jamais perder o fio da inquirição. Eu usaria o membro da família menos envolvido. Precisamos lidar com o medo de desastres reais ou imaginados. parece impossível utilizar modos estruturais de trabalho. também utilizo membros mais periféricos da família como aliados. nas sessões iniciais de responsabilidade. Os efeitos de redução da ansiedade das técnicas estratégicas e sistêmicas de Milão são exatamente o que se precisa no trabalho da negação. perante todos os membros da família. Quanto mais forte a negação.de segredo e adição. e certamente também não à criança. precisamos identificar a armadilha para a criança. 2. às questões lineares de responsabilidade e informação factual sobre o abuso (veja Manejando a negação primária. 1.1. (Veja O processo individual. 12. precisamos saber como reagiria um assistente social num cargo superior. para que fosse seguro para seus filhos ficarem sozinhos com você?". teria que saber de você.13. Jones. Antes de explorarmos o processo profissional-família.) so Sexual da Criança 197 I. 11. O tratamento da negação terciária logo se torna simétrico e fracassa sem o uso das conotações positivas muito fortes da negação terciária. pois ela mantinha a família unida. devem ser exploradas primeiro as possíveis reações das hierarquias estatutárias e legais. evita os perigos de conluio do profissional consultor contra o profissional com responsabilidade estatutária. ou de outros parentes. como assistente social com responsabilidade estatutária. como assistentes sociais ou tribunais. ao mais longo período de tempo até uma revelação e ao membro mais periférico da família. (Veja Recaída no segredo e na negação secundária. ou como responderia o diretor de uma agência independente de proteção à criança. à forma proposta de manejar o caso. Ao mesmo tempo.) 6. 9. Smith. morte e desastre na família. 7. Nessas situações. (Veja Abuso legal e dano psicológico. de uma maneira orientada para o problema. na negação terciária nós também podemos utilizar alguns métodos abertamente paradoxais. Negação terciária por parte do pai. Os elementos da consulta que tratam do processo profissional-família podem ser conduzidos num questionamento circular hipotético dos membros da família. Terapia e consulta. Capítulo 2. e evita a divisão entre o "bom profissional" e o "mau profissional".4. mesmo à custa de seu auto-sacrifício. tendo uma incalculável função terapêutica. Podemos incluir os abusadores ausentes perguntando: "E se seu pai estivesse aqui? O que ele diria? Diria que ele é o responsável pelo abuso. Eu disse a crianças que sua negação era muito útil.5. 5. O questionamento hipotético indireto sobre as . Eu disse a pais que eles não poderiam deixar de negar. a respeito do que os profissionais com responsabilidade legal e estatutária precisariam saber ou fazer para proteger a criança e evitar futuros abusos.pior desastre.) 3. Sob tais conotações positivas. Perguntas como: "O que a Sra. eu faço uma segunda sessão com o mesmo profissional. tal como: "Obviamente. ou que você é o responsável? O que ele diria que aconteceu entre ele e você?" Esse tipo de questionamento pode ser seguido por um questionamento circular no modo hipotético. e sim que a negação no abuso sexual também é parte do padrão interpessoal e psicológico do abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição. Suposições antecipatarias: manejando hierarquias estatutárias Nas consultas a profissionais. Negação terciária por parte do pai. Na negação terciária está óbvio que a negação não é uma função das questões lineares de ameaça legal de castigo. Assim como em alguns casos de negação primária. Sr. quem ele diria ter ficado mais perturbado pelo que aconteceu?" (Veja Terapia individual e terapia familiar por procuração apenas com as crianças.3. Como isso iria influenciar o seu próprio trabalho e você acha possível convencer seu superior de que uma abordagem solucionadora de problemas iria exigir um manejo diferente da situação?" E "O que você faria se seu diretor prosseguisse da maneira que considera adequada. Envolvendo membros ausentes da família: sessões-familiares-por-procuração Nas sessões familiares sem o abusador. 5. pois caso contrário poderia haver violência. É possível ajudar os profissionais da área estatutária ou legal a encontrarem soluções possíveis para os problemas dentro da hierarquia profissional e para os possíveis pontos de perigo relativos às maneiras propostas de manejar o caso. eu explorei as reais ansiedades e os possíveis desastres que a revelação traria. seu superior teria que agir de modo direto e legal devido aos procedimentos existentes. tal como: "Se seu marido estivesse aqui. Conotação positiva e injunção paradoxal: negação terciária Os casos de negação terciária por parte do pai. 12. sobre a qual houve concordância.13. 11. são situações em que as técnicas de conotação positiva precisam ser aplicadas em graus extremos.14. perguntando ao assistente social: "O que seu superior diria se ouvisse o que estamos discutindo agora?" No modo hipotético. Ligação hipotética entre a família e a rede profissional: consultas a profissionais com responsabilidade estatutária e legal O questionamento no modo subjuntivo pode ser muito útil em sessões de consulta em que estão presentes o profissional com responsabilidade estatutária e a família. podemos introduzir os membros ausentes da família através do uso de técnicas estratégicas e sistêmicas do Grupo de Milão. 12. é extremamente útil utilizar o questionamento hipotético.14. ou em sessões-familiares-por-procuração apenas com a criança. A família e a sessão de responsabilidade-por-procuração.1. de modo a ver se os problemas interdisciplinares foram resolvidos e se a hierarquia se tornou parte de uma Intervenção Terapêutica Primária. Problemas práticos nas consultas. utilizando um questionamento hipotético antecipatório solucionador de problemas.6). 1. em vez de trans- formá-los em receptores de ordens de uma autoridade maior. que talvez seja exatamente oposta à maneira com que você gostaria de abordar o problema?" Então. podemos descobrir se estamos lidando com conflitos-por-procuração. Manejando hierarquias profissionais nas consultas.) 5. envolve ativamente os membros da família. com conflitos-por- procu-ração-institucionalizados ou com possíveis conflitos institucionais na hierarquia pro- Tilman Furniss fissional (veja O processo interdisciplinar. Ajudando mães protetoras O abuso sexual da criança também acontece em famílias nas quais a mãe tem um relacionamento próximo e protetor com a criança.6. e não tenho certeza do que está acontecendo. 11. Em um conflito por procuração entre um funcionário da condicional e um assistente social. para que os tribunais digam que as coisas realmente mudaram na sua família?" Introduzir a autoridade maior como um elemento linear. por parte da agência. 9.9. e pode dizer: "Quando você acha que a lei e as diretrizes me permitirão autorizar sua filha a voltar para casa?" e "O quanto você acha que sua mãe e seu pai terão de ser capazes de conversar sobre seus próprios problemas. leva à solicitação. explicando a lei e as diretrizes. e eu devo lidar com a situação por causa das diretrizes". Ele pode tornar-se verdadeiramente terapêutico e ao mesmo tempo permanecer um profissional verdadeiramente estatutário. admissão e assunção da autoria. estatutário e terapêutico. Na entrevista de revelação. relacionam-se de muitas maneiras diferentes. que podem todas ser afetadas pela revelação de abuso sexual. assim como o próprio processo familiar que é espelhado no conflito-por-procuração. 5. 11. Esse processo novamente requer o questionamento hipotético antecipatório solucionador de problemas e o questionamento circular no modo hipotético. eles próprios. podem ser explorados pelo questionamento hipotético dos profissionais envolvidos no caso (veja O processo interdisciplinar. "O que eu teria de saber e o que teria de lhe contar antes de você poder intervir?". e quanto você acha que sua mãe precisa aprender a escutar você. antes do caso ser concretamente revelado e nomeado. perguntando:"Há uma criança que eu atenderei novamente hoje. Essas mães protetoras. Mas o que você faria se o meu sentimento de possível abuso sexual se transformasse em uma vaga suspeita de primeira-linha ou em uma suspeita de segunda- linha bem fundamentada?".13. 198 . que permitem a descentralização do profissional estatutário e também que ele mantenha uma posição verdadeiramente metassistêmica. 7.4. Capítulo 1. Manejando hierarquias profissionais nas consultas. 8. muitas vezes.1). 11. Seis áreas principais devem ser consideradas. "Se eu tivesse informações suficientes. (Veja Da loucura à maldade.hierarquias profissionais. como você gostaria que eu agisse para organizar um encontro de pré- intervenção?" E possível prevenir os colegas primeiro a partir de um caso hipotético. o questionamento hipotético pode ser uma grande ajuda.) Sexual da Criança 198 Zimunicação interdisciplinar e coleta de informações:preparando os colegas f ura a revelação Uma das maneiras mais úteis de utilizar o questionamento antecipatório soluciona-dor de problemas é a Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima. que é responsável pelo abusador: "Quais você acha que seriam as ansiedades do assistente social. eu perguntaria ao funcionário da condicional.7. de uma consulta orientada para o caso. se ela estiver perturbada demais para ficar na sala. 9. evitar conflitos oposicionais e simétricos com os abusadores e as famílias ao colocar-se sob a autoridade maior da "lei" ou das "diretrizes".6. Os "bonzinhos" e os "malvados": divisões na rede profissional. podemos deixá-la ficar na sala ou por trás do espelho. (Veja Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima.5. se todos vocês concordassem sobre a reabilitação do pai neste momento?" O processo interdisciplinar e o processo profissional-familiar. Preparando profissionais colegas para a revelação iminente. em que o profissional estatutário diz: "Eu estou aqui somente porque a lei exige que eu esteja aqui. (Veja Prova e crença.3. um policial ou um psiquiatra infantil para uma possível intervenção.) Os pais. A descentralização e a posição "de sujeição": mantendo uma perspectiva metassistêmica como profissional estatutário e legal Os profissionais da área legal e estatutária podem. Revelação pelas mães. O profissional pode continuar. 1. nas famílias com abuso sexual.) Solução de problemas interdisciplinares: resolução do conflito-por-procuração na rede profissional Se nós lidamos com conflitos-por-procuração de espelhamento na rede profissional induzidos pelo processo familiar. 8. A delegação dos aspectos lineares e legais das responsabilidades dos profissionais estatutários à hierarquia da "Lei" permite aos assistentes sociais e aos funcionários da condicional realizarem terapia sem confundir seu duplo papel como agentes de controle e de ajuda. O uso da "pessoa de confiança". para os membros da hierarquia profissional. 8. O questionamento hipotético e o domínio das técnicas estratégicas e Milan-sistêmicas nessas circunstâncias são recursos valiosos e constituem o requerimento básico para a capacidade de manter uma posição verdadeiramente metassistêmica no abuso sexual da criança como um problema legal. Seria muito bom preparar um assistente social estatutário. e manejar a crise da rede profissional e os aspectos interdisciplinares da preparação para a intervenção. que é responsável pela proteção da criança. são as mães que descobrem e revelam elas próprias o abuso. Colocar primeiro um caso hipotético separa claramente a crise profissional da crise familiar e da subseqüente intervenção na crise. Organizando a entrevista de revelação. geralmente. estatutário e legal requer o uso de técnicas hipotéticas e estratégicas. Elas são a Pessoa de Confiança para a criança e devem ser envolvidas no processo de avaliação e trata- mento desde o início da revelação. Elas precisam de tempo e espaço para pensar sobre as questões conjugais envolvidas. Capítulo 1. Nos casos de mães protetoras. muitas vezes. Objetivos e Etapas da Intervenção Terapêutica Primária. talvez seja importante que a mãe. Elas também precisam de ajuda para lidarem com a criança que sofreu abuso sexual e seus irmãos. As mães protetoras também podem ser apegadas a maridos que abu- só Sexual da Criança sam sexualmente. 5) Os pais são parceiros sexuais e o abuso sexual que está acontecendo na família não torna menos importante este aspecto de seu relacionamento. as mães ainda não reconhecem que o abuso sexual aconteceu. muitas vezes.) As mães protetoras. como resultado dos pais ficarem juntos ou se separarem em um divórcio terapêutico. as mães protetoras talvez queiram separar-se do abusador para proteger a criança que sofreu abuso.12. financeiros e práticos. 12. em uma família. confidente e parceiro sexual. as mães. no melhor dos casos. que. é diferente da prova no domínio legal. 6. e muitas vezes sofrem discriminação. 10. Por fim. Como progenitoras. refletir o compreensível desejo do profissional de resolver um caso complicado o mais rapidamente possível.1. levando-a a soluções inadequadas e supersimplistas não pode ser subestimada. Mães que Desejam Divórcio Imediato. Depois da revelação. Também é diferente da mentira. A família e a rede profissional. Reciprocamente. no contexto da família como unidade econômica.2). Elas perdem o status social de uma pessoa que é uma das parceiras de um casal. (Veja Da loucura à maldade. Elas geralmente são obrigadas a fazer uma escolha. No entanto. Depois que passar a crise. a influência da rede profissional e do ambiente social sobre a mãe. quando elas escolhem a separação. geralmente é necessário um período de separação entre a criança e o abusador. Capítulo 10. não . Elas também podem perder o "ganha-pão". financeiros e sociais resultantes da revelação. Podem perder o pai como companheiro. tendo sofrido elas próprias abuso sexual. Capítulo 4. Elas. Mães que não conseguem reconhecer o abuso O que acontece depois da revelação depende muito das mães reconhecerem ou não que o abuso sexual aconteceu. são parceiros em uma unidade legal e social em relação ao mundo externo. sobre aspectos familiares e sobre o lado social e financeiro da separação e do divórcio. A pressão para agir e separar-se imediatamente do abusador pode vir delas mesmas. e a separação normalmente significa reveses ou dificuldades financeiras e econômicas para os membros que permanecem na família com um único progenitor. não existem para elas respostas rápidas e fáceis sobre como lidar com a situação bastante complexa da revelação. De modo geral. Os irmãos nas famílias em que ocorreu abuso sexual. As mães precisam de apoio para manejarem sozinhas as situações como progenitoras e para lidarem com os problemas pessoais. Os parentes por afinidade podem oferecer importante apoio em termos sociais. 2) O casal de pais. 3) Os pais são parceiros que apoiam um ao outro dentro da família. em muitos casos onde não foi completamente comprovado o abuso sexual. que precisam escolher imediatamente entre o parceiro e a criança e que deveriam pedir um divórcio imediato. se sentem solitárias quando ficam sozinhas no momento da crise. e as mães protetoras. 6) Os pais relacionam-se um com o outro em suas funções como provedores.7. como um processo no domínio psicológico. 14. quando precisam ser resolvidos muitos problemas prementes. os pedidos de divórcio na crise da revelação não devem ser considerados prontamente. A mãe. Considerando a natureza emotiva do abuso sexual da criança. sentem que precisam decidir rapidamente. a criança e o abusador renegociem os relacionamentos familiares. geralmente também sentem falta do pai. e não menos de profissionais das agências sociais e legais. e as solicitações. apesar do abuso e de certa raiva em relação ao abusador. devem ser feitos todos os esforços para não separar a criança da mãe e para chegar a um acordo quanto à saída do pai. de um modo que acham difícil ou quase impossível. normalmente. 14. incluindo os irmãos que não sofreram abuso. As mães solteiras ainda são consideradas de modo muito diferente em termos legais e sociais. podem também perder o pai como co-progenitor. a mãe pode simplesmente não estar acostumada a ficar sozinha como adulta. perde o apoio social. As mães protetoras nas famílias com abuso sexual invariavelmente entram em conflito em relação aos diferentes aspectos de seu relacionamento com o abusador. Mães de crianças que sofreram abuso sexual. 4) Maridos e mulheres constituem uma unidade de parentesco que se relaciona com ambos os grupos de parentes. (Veja O Processo Familiar. Quer as mães protetoras se divorciem ou não. e não da criança. geralmente.Tilman Furniss 1) A mãe não-abusiva e o pai abusivo são os pais de todas as crianças da família. Capítulo 3. por parte dos profissionais. A crença. precisam lidar com a estigmatização oriunda da família mais ampla e das redes sociais. para a criança que sofreu abuso e para todas as outras que não sofreram. que podem pressioná-las consideravelmente a escolher entre o abusador e a criança. de ações rápidas e definidas poderiam. Mas mesmo nos casos de mães verdadeiramente protetoras.5. em seus importantes papéis como confidentes e companhia um do outro. de parentes e de amigos na rede social mais ampla. financeiro ou prático da família mais ampla do abusador ou de seus próprios parentes. Em alguns casos em que temos provas inequívocas e em que os pais foram aprisionados por abuso sexual comprovado. são feitas em isolamento. precisamos tratar de todas as ansiedades e possíveis desastres. A diferença está no trabalho de proteção. e o trabalho com a díade mãe-criança também será não-terapêutico. A mãe fala separadamente com a polícia e com as pessoas que trabalham com proteção.5). após admissões iniciais. Capítulo 9. As mães mentem quando já sabiam do abuso ou quando elas próprias abusavam ativamente. e tornar-se protetora. As mães que não reconhecem que o abuso sexual aconteceu não merecem confiança no sentido de que irão proteger a criança. por parte dos abusadores. Elas não conseguem ver que a criança corre riscos. crianças e abusadores sexuais muitas vezes admitem o abuso sexual na crise inicial da revelação. Devemos manter em mente que muitas mães reagem desta maneira por terem sofrido elas próprias abuso sexual. O uso de diferentes técnicas de terapia familiar. (Veja Manejando a negação primária. A pergunta sobre se as mães de crianças sexualmente abusadas podem reconhecer que sua filha foi sexualmente abusada é importante. mas na verdade estão mentindo. assim como a criança. 10. normalmente. mesmo que não haja perigo de novos abusos. nas quais os abusadores sexuais e as famílias recaem no segredo e na negação secundários. como progenitores não-abusivos. Remover uma criança nessa situação seria uma resposta de ação não-terapêutica. crianças e outros membros da família é um problema muito comum. precisamos realizar um trabalho com a negação. ou quando o processo legal tem uma influência protetora suficiente 200 Tilman Fumiss para que não ocorram novos abusos e quando nenhum conluio entre o abusador e a mãe possa trazer novos riscos para a criança. 1. durante o trabalho da negação. Conseqüentemente. reconhecerem que o abuso sexual aconteceu (veja Prova e crença. Capítulo 8. não existe razão para remover uma criança quando o abusador definitivamente partiu. As mães muitas vezes se sentem culpadas por não terem protegido seus filhos. Essas revelações. que tornam impossível para a mãe enfrentar a realidade do abuso sexual da criança. 14. em vez de diminuir. admissão e assunção da autoria. seria muito inadequado afastá-la de uma mãe que não consegue reconhecer o abuso. O trabalho terapêutico com a díade mãe-criança pode ser realizado em todos os casos de abuso sexual da criança.6. pois futuras etapas terapêuticas e de proteção na intervenção dependem muito de as mães.obstante. O trabalho da negação também pode mostrar que não é possível nenhuma mudança e que a criança não deve ficar com a mãe. o pai. e isso irá aumentar. a mãe e a criança.13. As mães que não conseguem reconhecer o abuso podem ter sofrido abuso elas próprias. Depois de um ou dois dias. retiram sua declaração e recaem no . (Veja O processo familiar. No trabalho com a negação.) Nós encontramos os cinco seguintes padrões comuns. Sexual da Criança 200 Recaída no segredo e na negação após uma revelação isolada Mães. O trabalho da negação geralmente leva à mudanças psicológicas e interacionais que possibilitam à mãe reconhecer e acreditar na criança. e é impossível controlar sua capacidade de proteger. No entanto. tendo sofrido elas próprias abuso sexual. a menos que a criança seja severamente acusada. Capítulo 3. pela família mais ampla e pela própria criança que sofreu o abuso sexual.).1. Elas são não-protetoras. Quando a criança está protegida de novos abusos. rejeitada ou sirva de bode expiatório para a mãe. Normalmente. entre muitas e variadas situações. Capítulo 2. 12. O pai admite para a polícia e. 12. Será necessário um trabalho intensivo da negação para avaliar se pode ser feito qualquer trabalho terapêutico com a díade mãe- criança. A recaída no segredo geralmente é uma função da maneira pela qual os profissionais intervêm. A tendência a retroceder para o segredo e a negação secundários está ligada à natureza do abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição. A confusão entre os profissionais em relação à importância diferente do reconhecimento e da crença para a proteção e a terapia conduziu a situações em que o tratamento foi encerrado por mães que não reconheceram o abuso.7). Três tipos básicos de intervenção. elas irão hostilizar e transformar a criança em bode expiatório. Capítulo 5. Somente em casos extremos de hostilidade em relação à criança abusada e em casos de severa acusação e transformação da criança em bode expiatório é que seria indicado afastar a criança da mãe.10. portanto. muitas vezes. Preparação para a revelação. jamais devem ser tomadas como causa prima facie para remover a criança (veja Mães de crianças que sofreram abuso sexual. quando o abusador entrar novamente no cenário familiar. Precisamos fazer uma distinção maior entre o não acreditar e o mentir. Algumas mães podem dizer que não conseguem acreditar que tenha ocorrido abuso sexual. acreditam na revelação da criança.) Quando as mães não conseguem reconhecer o abuso. e temem servir de bode expiatório e ser acusadas por profissionais. Revelação. (Veja O processo individual. independentemente de a mãe reconhecer ou não o abuso. Recaída no segredo e na negação secundária A recaída no segredo e na negação secundária. fica retido em custódia. com freqüência. vizinhos e amigos. as crianças que correm risco de novos abusos talvez não consigam viver com mães que não reconhecem o fato do abuso. 4. A hostilidade e acusação iniciais em relação à criança sexualmente abusada. ou não se permitem reconhecer por medo de um rompimento familiar ou de outros tipos de desastres. A rede profissional. nas quais o abuso foi admitido são então rotuladas como distorções profissionais daquilo que a criança falou. cuidadosa e completamente. elas já estão sendo pressionadas pela família para que retirem sua declaração. A pressão sobre os membros da família no sentido de manter a família unida. todos os profissionais envolvidos precisam preparar. e no qual o abuso é estabelecido como uma clara realidade familiar.1. (Veja Síndrome de segredo. os membros da família ficam socialmente estigmatizados e traumatizados pela reação da família mais ampla e da rede profissional. O desejo de voltar para casa conduz as crianças à negação primária. Ela também conduz todo o processo de abuso sexual em andamento de volta ao segredo e à negação secundários. Declarações anteriores. 6.(Veja O processo familiar. no qual os fatos do abuso são estabelecidos e compartilhados por todos os membros da família. o "ganha-pão".) Pode ser muito difícil interromper e reverter o lento reaparecimento do segredo e da negação secundária. após vários meses. O primeiro encontro familiar como um encontro criador de realidade e responsabilidade. Os profissionais da lei e os tribunais. nas quais devem decidir entre uma solução ruim e outra pior ainda. Nesses casos. os profissionais se reúnem. As mães percebem que sua revelação afastará seu parceiro. Capítulo 1. a criança e a família a mensagem indireta de que o encerramento legal também pode ser tomado como prova de que não aconteceu nenhum abuso sexual. As crianças se sentem solitárias e abandonadas. freqüentemente. é manejada de uma maneira burocrática em que todas as agências tentam resguardar-se. (Veja Três tipos básicos de intervenção. as intervenções nõ abuso sexual da criança antes de seguirem adiante. 2. nós freqüentemente descobrimos que as crianças recaem no segredo e na negação.) Se a intervenção protetora da criança não é parte de uma Intervenção Terapêutica Primária. Preparação para a revelação. eles podem decidir que a criança terá acesso ao abusador e começar uma lenta reabilitação da família. Estabelece-se um processo. e foram acusadas pelas conseqüências da revelação. e concordam com a modificação da estória. Após um encontro familiar inicial.7.11. De modo a evitar a não-crença nos níveis legal e de proteção à criança nos casos em que o abuso sexual está clinicamente em processo. â qual as mães e outros membros da família associâm-se mais do que prontamente.2. Geralmente. muitas vezes. no qual o senso de realidade do abuso sexual como fato se evapora lenta e gradualmente. de início reconhecido abertamente. (Veja O processo individual no contexto. o co-progenitor. 9. Por um lado.2. Além disso. os profissionais subitamente descobrem-se em graves conflitos-por-procuração uns com os outros. Com o passar do tempo. os membros da família e os abusadores interpretam a norma legal como se os tribunais tivessem certificado esse fato oficialmente. Alguns profissionais conluiam-se com a negação familiar do abuso contra outros profissionais que afirmam que nada mudou na família e que a criança ainda corre perigo. 2. Um encerramento legal geralmente significa que as crianças não foram acreditadas e que o abuso é considerado uma mentira ou fantasia. e de adição. através de maiores modificações nas estórias e nas declarações. As crianças percebem as conseqüências da revelação para a família e para elas próprias. como a mais alta agência linear e legal. 4. Revelação. (Veja Da loucura à maldade. A Intervenção Terapêutica Primária.11. Depois de muitas semanas ou meses. tem uma influência direta sobre o trabalho de todas as outras agências. O primeiro encontro familiar como um encontro criador de realidade e responsabilidade.) A recusa legal e das agências de proteção em aceitar as revelações da criança não somente conduz à "prevenção de crime promotora-de-crime" e à "proteção à criança promotora-de-abuso". Preparando relatórios para o tribunal. em que ninguém pode parar o abuso. Capítulo 9. Os abusadores dizem que fizeram a declaração sob compulsão. As crianças sexualmente abusadas encontram-se numa armadilha e em situações desesperadoras. Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. Capítulo 8. Isso pode resultar em muitos meses e anos de abuso renovado e agravado.11. com um . por parte dos tribunais ou das agências de proteção à criança. pode ser devastadora para as crianças que tentaram revelar. o abuso se torna cada vez mais nebuloso. pode acabar na negação secundária quando não foi realizado nenhum encontro criador de realidade e responsabilidade. não estão suficientemente conscientes de que seu veredito. Os pais dizem que o abuso na verdade não foi nem um pouco grave e finalmente ele é negado novamente. Capítulo 6. Os profissionais.) 288 Tilman Furniss 3. Recaída na negação secundária em uma Intervenção Primária Protetora da Criança O abuso.1.4. em novas reuniões sobre o caso.segredo e na negação secundários. e através da lenta mas poderosa indução de conflitos-por-procuração na rede profissional. numa situação em que nenhum dos profissionais foi capaz de influenciar o processo familiar básico de abuso sexual como síndrome de segredo e adição. As crianças são removidas da família para evitar novos abusos e a situação.2. a revelação dificilmente será retirada. 9. A reabilitação significa fechar os olhos ao fato de que o abuso sexual talvez continue sob o auto-sacrifício da criança. em que os fatos do abuso e o abuso são estabelecidos para todos os membros da família envolvidos.3.2. O encerramento do caso criminal por razões legais envia para o abusador. A recaída na negação secundária pode ser evitada através de um imediato encontro familiar.) Recaída no segredo e na negação induzida por agências legais e de proteção à criança A não-crença. muitas vezes apoia e acelera este processo. Capítulo 3. que vão se insinuando ao longo do tempo. levam ao fracasso da adoção e a uma seqüência de múltiplas colocações prejudicial para a criança. No caso de famílias muito defensivas. privacidade e responsabilidade. que tarde demais os profissionais tentam transformar em uma Intervenção Terapêutica Primária. de modo a estabelecer os fatos do abuso e o abuso como realidade familiar. Recaída no segredo e na negação durante a terapia A natureza do abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição também pode levar à negação secundária em uma Intervenção Terapêutica Primária. que tem como núcleo terapêutico a transição da negação e do segredo para a realidade. uma mãe bateu a porta na minha cara. 8. O abusador é punido e mandado para a prisão.11.10. pois a filha de oito anos de idade que sofrera abuso sexual previamente ficou completamente desprotegida.1). sem sucesso.1. O primeiro passo. na presença de alguém de fora. sem poder ter qualquer contato com a criança abusada e a família.) 5. Trabalhando com os que abusam sexualmente. E por essa razão que é importante um encontro 202 Tilman Furniss familiar inicial.) Recaída no segredo e na negação como um resultado de uma Intervenção Punitiva Primária O abuso sexual freqüentemente é manejado de uma forma punitiva. No nível profissional. 11. O próprio fato da sentença de prisão pode então ser usado para lembrar o abusador e a família que o abuso sexual da criança realmente aconteceu. A prova e a admissão no nível legal não constituem ainda crença e assunção da autoria no domínio psicológico. seria realizar um encontro de responsabilidade. onde os fatos do abuso e o abuso como fato familiar seriam restabelecidos na presença de todos os membros da família Sexual da Criança 202 envolvidos. O uso de diferentes técnicas de terapia familiar. quando.ll. A rede profissional somente começa a pensar sobre as conseqüências para a criança no momento em que o abusador volta para a família (veja A crise da revelação — crise dos profissionais e crise familiar. Capítulo 2. A dificuldade do abusador em enfrentar o abuso sexual e a dificuldade do abusador e de outros membros da família em lidarem com os problemas individuais e familiares subjacentes podem provocar um retrocesso para o segredo e a negação secundária. 5. ad- missão e assunção da autoria. conforme descrito na Seção 11. talvez tenhamos que voltar ainda mais atrás e lidar com o caso como se fosse um caso estabelecido de negação primária. freqüentemente se transformam em Intervenções Primárias Protetoras da Criança. à criança e a outros membros da família que recaíram na negação secundária por que o pai está na prisão. As Intervenções Punitivas Primárias. Os profissionais. O processo individual. ou ainda pior. (Veja O processo interdisciplinar.risco ainda maior para a sua saúde e segurança. O processo de renovado segredo e a recaída na negação psicológica secundária são parte de um processo terapêutico no abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição. dizendo que ela estava grávida novamente e que tudo estava bem entre eles. quando uma Intervenção Punitiva Primária é transformada em uma Intervenção Terapêutica Primária antes das medidas punitivas terem cessado. 12. 7. 1.) . Questões especiais nas reuniões de caso. A decisão igualmente ruim.8. no nível familiar.5. Eu próprio tive de pagar por esse erro. as reuniões de caso podem utilizar os conflitos por procuração e a recaída no segredo e na negação secundários como uma base para resoluções do conflito por procuração. A negação secundária das crianças e famílias não é incorrigível. O terapeuta que encontra a negação psicológica pode então referir-se à primeira sessão de responsabilidade e lembrar a criança. tentam. de modo a manter o abuso sexual como realidade externa para o abusador e a família. se sentem castigadas pelo abuso. muitas vezes. a recaída no segredo e na negação secundária pode ser evitada.4. permite ao terapeuta manter um senso de realidade em um processo terapêutico onde se insinua uma renovada negação. é buscar uma colocação a longo prazo para a criança. Essa foi uma das situações mais preocupantes. o abusador e a família daquilo que foi dito no encontro criador de realidade e responsabilidade. É possível perguntar aos abusadores.(Veja Prova e crença. em um caso. na medida em que as reuniões de caso consigam recuperar um senso de realidade do abuso e na medida em que os profissionais coucoidem em transformar uma Intervenção Primária Protetora da Criança em uma Intervenção Terapêutica Primária. muitas vezes. A única ação que os profissionais conseguem realizar é remover a criança da família no momento em que o abusador volta para casa. perguntando ao abusador: "O que nós leríamos sobre o que aconteceu se lêssemos a declaração da polícia e o julgamento do tribunal que o trouxe para a prisão?" (Veja Transformando uma Intervenção Punitiva Primária em uma Intervenção Terapêutica Primária. normalmente. Deixar a terapia para quando o abusador sair da prisão diminui a chance da terapia ser aceita pela família. Em uma Intervenção Punitiva Primária. Isso significa que o primeiro encontro familiar como um encontro criador de realidade e responsabilidade precisa acontecer durante o período de aprisionamento ou condicional do abusador. Isso castiga e traumatiza a criança além da vitimização imposta pelo abuso. recomeçar o tratamento no momento em que o abusador retorna à família. As colocações decorrentes dessas situações.ll. O terapeuta talvez tenha que revisar novamente todos os fatos do abuso. As crianças são separadas de suas famílias e. Esse encontro familiar inicial. porque você. os abusadores admitiram o abuso sexual. em um nível. precisam das formas mais intensas possíveis de conotação positiva e injunções paradoxais positivas da negação. E um verdadeiro movimento tipo "Quem tem medo de Virgínia Woolf?". os abusadores assumem a responsabilidade no nível legal. em um outro nível de pseudo-bondade e preocupação perversa. Se os profissionais conseguirem retirar-se para uma posição "inferior" e colocar o pai numa posição "superior" como o especialista. Os abusadores querem que o mundo os reconheça como pessoas excepcionalmente cuidadosas e protetoras. é a de transformá-lo num especialista em abuso sexual. Na negação terciária. talvez sejam capazes de compreender as razões pelas quais a negação terciária é necessária. que o abuso sexual de fato aconteceu. mas usam essa admissão para reforçar uma negação psicológica ainda mais intensa.5. Eles passaram pelo processo legal e talvez tenham até ido para a prisão. Na negação terciária. Uma das técnicas utilizadas por mim para obter informações de modo a entender os fatores de personalidade e os eventos de vida do abusador em casos de negação terciária. Eles afirmam que a criança mentiu e que jamais aconteceu abuso sexual. 12. 2. Manter o senso de realidade e ficar do lado da criança que sofreu o abuso torna muito difícil manter uma posição terapêutica em relação ao abusador. 2. os fatores e as características de personalidade das pessoas que abusam sexualmente. (Veja Prova e crença. mas talvez seja bom dizer que não. admissão e assunção da autoria. Fatos de abuso sexual previamente reconhecidos são redefinidos numa compreensão tardia como fantasias baseadas no descarrilamento mental e na natureza moralmente maligna da criança. em um grau que pode levar a uma perturbação psicológica secundária extremamente grave. A negação terciária coloca problemas terapêuticos difíceis. O primeiro problema é a contratransferência dos profissionais. de uma maneira que aumenta a sua confusão entre a fantasia e a realidade. Os abusadores admitem.12.10). Pode ser uma dança constante entre acompanhar a negação do pai e. 12. ao mesmo tempo. Eu poderia dizer que o pai "pode se sentir um merda" se ele pensar sobre aquilo que realmente aconteceu. para ele próprio e para a família. Isso é uma metacomu-nicação que mostra ao abusador que eu sei que na verdade ele sofre de uma auto-estima extremamente baixa. na negação terciária.) A negação terciária cria uma armadilha inescapável para a criança. é muito difícil evitar posições simétricas e oposicionais que imediatamente se tornam bastante desagradáveis. em sua opinião. Recaída na negação secundária. o que é possível fazer na negação primária e secundária. e de adição. Na negação terciária. Algumas vezes. A criança é forçada a ficar agradecida ao abusador. 10. Na negação terciária. nós temos sempre que tratar a auto-estima extremamente baixa e a personalidade narcisista do abusador.3). Geralmente. como um superpai. Manejando a negação primária. às vezes pode ser um risco grande demais explorar as extremas ansiedades e desastres. pintando as pessoas que abusam sexualmente nas cores mais odiosas e denegridoras possíveis. É extremamente exaustivo e repetidamente fracassa. Além disso." Podemos começar a explorar com o abusador a ansiedade e os desastres subjacentes. que normalmente seria inadequada em terapia ou inclusive em conversas sociais. conforme ele admitiu legalmente antes. Pode ser muito difícil permanecer tera luso Sexual da Criança 203 pêutico em uma situação de intensa contratransferência de ódio e desespero. eu utilizaria uma linguagem extrema. em que ataques cruéis e prejudiciais à integridade da criança. o abusador pode pintar a si próprio como a verdadeira vítima e transformar a criança em abusador. Negação terciária por parte do pai A negação terciária é a situação mais estressante. A negação secundária é a máxima confusão estrutural entre a realidade e a fantasia e entre a vítima e o abusador. e muito mais difícil de manejar do que a negação primária ou secundária. Em relação à criança. 2. são sempre atenuados e negados novamente. Associar-se à negação do abusador significa aumentar a traumatização secundária da criança. em termos psicológicos. A negação terciária cria uma nova dimensão de pressão sobre a criança. mas jamais assumem a autoria. Mais tarde.13. E o processo análogo a prescrever os sintomas em terapia familiar. Esse movimento lhes permite externalizar seus próprios problemas e vinculá-los a outros abusadores. parece que o abuso aconteceu mesmo. um grupo de seres humanos ao qual ele jamais poderia pertencer.2. se ele começar a assumir.14. ao negar o abuso. Os conflitos entre o abusador e o terapeuta podem se tornar muito agressivos. e geralmente levam a um fracasso agudo da terapia e a processos extremos em que a criança é transformada em bode expiatório. se quisermos permanecer terapêuticos e ajudar a criança. eles dizem que assumiram a responsabilidade pelo abuso apenas porque queriam poupar a criança de passar pela provação dos procedimentos legais. que sacrificaram sua vida por causa das mentiras e da perturbação mental da criança. Esse é um outro movimento evitador de realidade (veja Síndrome de segredo.6. é o próprio abusador quem nos dá a deixa. é muito importante se fazer alguma coisa mais intensiva do que uma ou duas . os abusadores.1. Na negação terciária. O trabalho com o abusador na negação terciária é muito lento. colocar a noção de que pode ser assustador e desastroso demais reconhecer que o abuso sexual de fato aconteceu (veja O uso de diferentes técnicas de terapia familiar. 1. Talvez tenhamos que ser capazes de dizer algo como: "Obviamente. quer ajudar a criança e a família a esquecerem tudo sobre o abuso o mais rapidamente possível. Nós podemos perguntar aos abusadores quais são. Na negação terciária. precisamos fazer algo parecido com uma "terapia de responsabilidade-por- procuração". que escuta e acredita na criança. 2. 2) A criança pode experienciar diretamente que os adultos do sexo masculino são capazes de traçar fronteiras geracionais apropriadas. 7. o que excluía a mãe do processo.1. algumas vezes. 3) Os profissionais do sexo masculino também podem ser levados. 2) Uma terapeuta pode proporcionar a criança a experiência de que ela não conspira com a criança contra as figuras paternas. O gênero do terapeuta é importante? Já houve solicitações de que as crianças sexualmente abusadas somente fossem atendidas por terapeutas e assistentes sociais do sexo feminino. Encontrando a linguagem apropriada. em relação ao pai como parceiro emocional ou sexual. 11. . Talvez também tenhamos que tratar constantemente do próprio desejo da criança de negar a realidade do abuso para poder sobreviver à insuportável discrepância entre a imagem projetada do pai como um progenitor cuidadoso e a realidade do abuso sexual.1. como homem. que caso contrário interromperiam o trabalho com a criança. o perigo nessa situação é que o terapeuta do sexo masculino pode novamente recriar o conluio contra a mãe.) Com a criança. No entanto. Talvez não consigamos obter uma completa cooperação por parte dos pais. pois o pai transformou a auto-imagem idealizada dos relacionamentos familiares no mito da realidade familiar aceita. A terapia talvez tenha que ser escondida dos pais. Nas 204 Tilman Furniss sessões individuais com as crianças.15. não existe nenhuma contra-indicação para uma menina sexualmente abusada ser atendida por um profissional do sexo masculino e para um menino ser atendido por uma profissional do sexo feminino. recriando a divisão parental no abuso. Em minha experiência. Terapia individual e terapia familiar por procuração apenas com a criança. Eles precisam encontrar dez razões pelas quais o pai precisaria manter a negação. eu. a conluiar-se como figura paterna contra as figuras maternas. Talvez só consigamos atender a criança individualmente se colocarmos para os pais motivos não-relacionados ao abuso sexual. quanto a criança. recriando nesse processo o conluio e o segredo entre o abusador e a criança durante o abuso. nós precisamos pensar com a criança sobre outras dez razões pelas quais a criança precisaria concordar com essa negação.1.11. assim como permitir a externalização dos aspectos de rivalidade entre a criança e a mãe. pelos quais o pai se sacrificou. Esse processo tenta fazer com que a criança dê um sentido à negação. e de que os relacionamentos com homens podem ser emocionais e carinhosos sem serem sexualmente abusivos. em nível parental.13. 2) Um terapeuta do sexo masculino pode correr o risco de ser levado a responder de uma maneira sexualizada às poderosas comunicações sexuais da criança que sofreu abuso sexual. 7. 3) Geralmente. pedi às escolas e creches que agissem como "pais por procuração" e trouxessem a criança à terapia. não respon iso Sexual da Criança 204 de de maneira sexualizada ou sexual às necessidades emocionais da criança. 7. Isso pode ser muito difícil. As vantagens de um terapeuta do sexo masculino são: 1) E possível proporcionar às crianças que sofreram abuso sexual a experiência direta de que o terapeuta do sexo masculino. realidade e integridade da criança. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. O processo familiar. (Veja Formas concorrentes de terapia. é mais fácil para os profissionais do sexo masculino permitir às crianças sexualmente abusadas trabalhar sobre os aspectos positivos entre o abusador e a criança.sessões de responsabilidade-por-procuração. nós temos que tratar especialmente a pressão no sentido que ela concorde com a reformulação paterna de suas alegações de abuso sexual como um resultado de seu descarrilamento mental ou maldade. Nós tratamos da negação como funcional para a família e como expressão da difícil situação pessoal do abusador e da criança. na medida em que os profissionais de ambos os sexos estejam conscientes do fato de seu respectivo gênero apresentar certas vantagens e desvantagens específicas (veja Trabalho de grupo com crianças. seja ela menina ou menino.1.3. e a quem a criança pode trazer o trauma do abuso infligido por figuras de pai. Sessão de responsabilidade por procuração. É uma outra situação em que o abuso prolongado dentro da família liga-se às conseqüências da síndrome do campo de concentração. 9. Depois. especialmente quando surge a pergunta: "Por que minha mãe não impediu o abuso?" As vantagens complementares de uma terapeuta do sexo feminino são: 1) Uma terapeuta pode proporcionar à criança a experiência direta de uma figura materna carinhosa e confiável. tais como dificuldades de aprendizagem ou problemas comportamentais na escola. Os terapeutas do sexo masculino devem estar conscientes das três seguintes desvantagens potenciais principais: 1) As crianças que sofreram abuso sexual podem inicialmente sentir medo de um terapeuta do sexo masculino.) 12. mesmo à custa de seu auto- sacrifício. A negação terciária ataca de maneira extrema o senso de identidade. Os terapeutas podem ter que representar tanto o abusador. Podemos tentar manter a criança em aconselhamento ou terapia individual regular. Capítulo 3.2.2). Profissionais que sofreram abuso sexual. Nos casos de negação terciária. 2) As crianças podem ter mais medo de relatar abertamente para uma terapeuta os aspectos negativos de abandono materno e rivalidade feminina. por tribunais ou agências estatutárias. 5. quanto a terapia forçada de uma menina ou de um menino por terapeutas do sexo oposto. Isso pode transmitir aos meninos e meninas sexualmente abusados. e as crianças ainda estavam muito fixadas num modo repetitivo do papel de vítima. quando a criança passa por fases de raiva e ódio contra o abusador e os homens. A distinção conceituai entre consulta e terapia permite aos tera . A terapia por ordem do tribunal jamais poderá ser uma terapia em termos clássicos. não pelos parâmetros tradicio- nais de motivação.3) Uma terapeuta pode ser capaz de ouvir as experiências positivas que a criança teve com o abusador sem ficar horrorizada. afirmando que isso não funciona. A própria atitude pessoal do profissional e a sua experiência de vida. mas que. Capítulo 3. respectivamente. 1. 12. numa situação em que assumem a responsabilidade pela prevenção de novos abusos ou garantem a mudança psicológica do abusador. 6. ambos com vantagens e desvantagens (veja Dano primário e secundário. As principais desvantagens e perigos para uma terapeuta do sexo feminino são: 1) A terapeuta pode identificar-se mais facilmente com o aspecto de vítima no abuso sexual. invariavelmente. a questão é a de diferenciação entre os dois grupos diferentes. Um grupo havia se sentido abandonado e rejeitado pela mãe. eu vi várias crianças que haviam sido sexualmente abusadas por pais e por figuras paternas. não obstante. Nós precisamos diferenciar e enxergar os pontos fortes de nosso trabalho. e queria um profissional do sexo masculino por estar com medo de rejeição materna. pois o terapeuta.4). O tratamento de uma menina sexualmente abusada por uma profissional do sexo feminino que está em um estado de identificação primária com a menina. Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. 2. (Veja O processo familiar. tanto às abordagens ao abuso sexual da criança ligadas ao sexo com uma origem feminista. na medida em que o profissional sabe que essa escolha não está baseada na necessidade da criança e sim na sua própria capacidade pessoal para trabalhar apenas com meninas ou com meninos. obviamente é mais apropriado uma terapeuta. essa preferência é perfeitamente aceitável.16. A confusão entre as necessidades da criança e as próprias projeções e reações pessoais do profissional ao abuso sexual da criança. Isso teve duas causas diferentes. Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária.) O elemento de realidade do gênero do terapeuta certamente é mais importante no tratamento do abuso sexual da criança do que em outras síndromes. (Veja Introdução. ou rejeitadora ou enciumada como a mãe talvez ficasse.2.) A distinção entre as necessidades do profissional e as necessidades da criança dá espaço. os terapeutas têm se recusado a assumir a terapia com pessoas enviadas pelo tribunal. Reciprocamente. Qualquer vínculo automático de mesmo-sexo entre o gênero da criança abusada e o gênero do terapeuta deve ser rejeitado. Nos casos em que uma criança tem medo dos homens.1. Os terapeutas não podem se permitir ser colocados. influenciam e limitam fortemente a capacidade do profissional para lidar com os aspectos do abuso sexual relacionados ao sexo. Essa limitação precisa ser respeitada. por razões pessoais. o tratamento inteiramente voluntário dos abusadores e famílias normalmente está condenado ao fracasso.1. freqüentemente. É possível transformar o relacionamento aparentemente contraditório entre a terapia e a ordem legal em uma estrutura de trabalho complementar e mutuamente apoiadora. 3) As terapeutas podem ter maior dificuldade em tolerar a hostilidade às vezes extrema que as crianças desenvolvem como resultado de se sentirem desprotegidas e incompreendidas por suas mães. ela ou ele pode apenas lidar com meninas ou meninos. O laço impossível pode ser solucionado se a terapia por ordem do tribunal não for vista como terapia em termos tradicionais. ou de um menino por um profissional do sexo masculino que está em um estado de identificação primária com o menino sexualmente abusado. e sim como consulta por parte do tribunal e das agências estatutárias. pode ser tão antiterapêutico ou tão prejudicial para a criança. que são uma expressão da experiência da criança de não ter sido protegida e de ter sido abandonada pela mãe. 4) Uma terapeuta deve ter cuidado para não conluiar-se com a criança sexualmente abusada contra os homens como basicamente maus. Se um profissional sente que. Eles são invariavelmente mantidos juntos pelas condições do processo legal e estatutário. quanto às abordagens não-ligadas ao sexo com raízes no trabalho da saúde e da saúde mental da criança e no trabalho com pessoas que abusam sexualmente. Terapia por ordem do tribunal Tradicionalmente. No abuso sexual da criança como síndrome de segredo e adição. queriam ser atendidas :94 Tilman Furniss por um profissional do sexo masculino. O segundo grupo apresentava um comportamento muito sexualizado e sedutor. Novamente. em vez de discutir pontos ideológicos. O processo interdisciplinar. assim como suas limitações e fraquezas. a mensagem de que não devem comunicar a respeito dos aspec- tos positivos do relacionamento abusivo com a figura paterna. o abusador e a família não são agentes livres uns em relação aos outros. leva a discussões ideológicas inadequadas sobre a importância do gênero do terapeuta. 4) Uma terapeuta pode ser capaz de tolerar a hostilidade e o desapontamento em relação a ela. acusação e poder. em que a "droga" é uma criança. não obstante. o terapeuta pode dizer :"Se você voltasse ao tribunal no seu presente estado. Igualmente. (Veja Responsabilidade. e de adição. em termos da mudança psicológica e interpessoal. e se seria seguro que o abusador voltasse a viver com a criança. torna-se a exata pré-condição para uma reavaliação futura separada. quando as decisões finais a respeito dos aspectos punitivos e de proteção à criança precisam ser tomadas. o abusador e "a lei" ou "a autoridade" (Figura 12. A decisão sobre a possibilidade de reabilitação no nível legal precisa ser tomada pelos tribunais e agências estatutárias. O processo legal é necessário no abuso sexual da criança como síndrome conectadora de segredo e adição. A terapia por ordem do tribunal em que os terapeutas têm o auxílio imediato dos profissionais da condicional e dos tribunais quando a terapia fracassa cria uma estrutura de trabalho complementar efetiva para o tratamento de abusadores sentenciados.2. nós agora podemos dizer que as duas tarefas. No abuso sexual da criança. Em outras formas de adição.4. o acesso às agências legais e estatutárias deve ser aberto para os terapeutas a qualquer momento. quando as decisões sobre as questões legais e estatutárias são separadas da terapia em si. portanto. em sua tarefa de decidir quanto aos aspectos legais e de proteção à criança.2. A terapia como consulta deve começar com objetivos e propósitos psicológicos e interpessoais claramente definidos. permanece sendo o de um consultor.Abuso Sexual da Criança 206 peutas realizarem uma terapia sem assumirem uma responsabilidade inadequada pelo processo legal e estatutário de tomada de decisões ao final do tratamento. para apoiar o trabalho terapêutico. e para devolver o caso quando o tratamento fracassar (veja Manejando hierarquias profissionais nas consultas. pelo tribunal que emitiu a ordem original. a família e "a autoridade". podem ser realizadas por uma só pessoa. enquanto os abusadores poderiam sentar-se confortavelmente e esperar sentados.6). Um assistente social com responsabilidade estatutária pode permanecer verdadeiramente terapêutico introduzindo a tríade metassistêmica entre ele.3. acha que o juiz concordaria que agora é seguro você voltar para casa?" Os tribunais devem dizer claramente quais são os objetivos e propósitos da terapia. e ao final da terapia você será autorizado a ter livre acesso à criança ou a viver com ela novamente". sem se envolver absolutamente na terapia. Nós então decidiremos se tentaremos ou não uma reabilitação". A ordem do tribunal ao abusador não pode ser "em vez de punição. Os terapeutas auxiliam os tribunais e as agên- cias de proteção à criança. iremos reavaliar se a situação mudou suficientemente ou não. Os terapeutas teriam a responsabilidade impossível de assegurar que o abusador não abusasse novamente. A ordem do tribunal deve ser "Você terá que fazer terapia e ao final da terapia nós. participação. e deve ser concluída com uma avaliação psiquiátrica final por parte do terapeuta e uma recomendação para os tribunais e agências estatutárias. A terapia subseqüente pode tornar-se verdadeiramente terapêutica. O tribunal pode dar aos terapeutas o poder executivo para avaliar se essas etapas foram cumpridas ou não. 5. A terapia. Tendo feito a distinção fundamental entre responsabilidades terapêuticas e legais. ele prejudica apenas a si próprio. em termos legais e estatutários.1.4.5.(Veja Abuso legal e dano psicológico. o tribunal.) A terapia por ordem do tribunal não pode ser a pré-condição para a reabilitação da família. No processo de contínua reavaliação e ao final da terapia. 11. Tais ordens colocariam os terapeutas em situações impossíveis nas quais teriam que provar a si próprios. 1. quando o adito abandona a terapia. Ela somente pode ser a pré-condição para uma avaliação onde é possível a reabilitação. você deve fazer terapia.1). sem ter o recurso dos tribunais e das agências estatutárias a quem retornar o caso para consideração legal se a terapia fracassasse. 2. culpa. os terapeutas que realizam uma terapia por ordem do tribunal podem criar a tríade entre eles. 1. a avaliação legal e estatutária deve permanecer envolvida até o final da terapia. ou outros em nosso nome. que são responsáveis pelos aspectos legais e estatutários de segurança e proteção da criança. Eles teriam a tarefa igualmente impossível de decidir quando.) (a) Processo legal solapando a terapia: A terapia como uma pré-condição para a reabilitação Tribunal: Ordem de terapia ^ Terapia Abusador Terapeuta: Avaliação . se a terapia por ordem do tribunal Tilman Furniss vai ser realizada por assistentes sociais e profissionais da condicional com responsabilidades legais e estatutárias.2. No abuso sexual da criança como uma síndrome conectadora de segredo e adição.1. Trabalhando com os que abusam sexualmente. 7. 11. Problemas práticos nas consultas. Esse procedimento bastante autoritário de avaliar passo-a-passo o progresso do tratamento é muito semelhante à avaliação passo-a-passo em formas tradicionalmente conhecidas do tratamento da adição. através de terapia e de avaliações psicológicas. pois o abandono ou fracasso da terapia podem facilmente levar a renovado abuso sexual da criança. como consulta por parte do tribunal. 2. Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. O papel do terapeuta. Terapia e consulta. Durante a entrevista de encaminhamento. Terapia e reabilitação por ordem do tribunal. Em situações extremas. Encontrar a linguagem e criar o abuso sexual da criança como uma realidade familiar. por medo ou embaraço. 9. A colocação fracassou quando o menino ficou completamente assustado e perturbado. uma menina de três anos começou a perseguir um menino de cinco. O comportamento sexualizado pode estar diri _9s . que cria um tabu familiar e torna impossível tratar o comportamento sexualizado inadequado das crianças que sofreram abuso sexual. da família adotiva. freqüentemente acaba no fracasso da adoção. devemos perguntar se o casamento é capaz de suportar o comportamento da criança sexualmente abusada. freqüentemente.) Depois que as crianças sexualmente abusadas foram colocadas sob cuidados adotivos. reabuso e rompimento familiar (veja Colocação com pais adotivos. em minha opinião. culpa. participação. sem o apoio intensivo aos pais adotivos. quando as questões do abuso precisarem ser levantadas entre os pais e com a criança. O comportamento mais intolerável é o comportamento abertamente sexualizado da criança. (Veja Responsabilidade. como supercompensação.6. muitas vezes. Quando crianças que sofreram abuso sexual são colocadas em famílias adotivas. As crianças que sofreram abuso sexual. As crianças que sofreram abuso sexual. acusação e poder.17. ainda são leais ao abusador e sentem-se rejeitadas por seus pais por serem colocadas sob cuidados. tanto quanto for necessário para a colocação da criança. pode ficar muito inseguro e assustado. pode ocorrer o reabuso sob os cuidados adotivos. Como podemos falar com a criança sobre o abuso e como podemos lidar com o comportamento perturbado e sexualizado? As crianças que sofreram abuso sexual. O comportamento sexualizado da criança pode induzir conflitos familiares e conjugais. restabelecem o comportamento sexual em relação às outras crianças. 6. a fazer sexo com ela.) As crianças sexualmente abusadas podem ficar com medo do pai adotivo e exigir muito da mãe adotiva. A entrevista de encaminhamento é vital. Os aspectos conjugais do relacionamento entre os pais adotivos devem ser tratados.14.2. os profissionais precisam ajudar a criança e a família adotiva a encon- trar uma linguagem sexual explícita para comunicar apropriadamente sobre o abuso. Terapeuta: ■ Avaliação I Término da terapia: relatório do terapeuta Figura 12. Em um outro caso. 10. a qual os membros da família não mencionam abertamente. (Veja Objetivos e eiapas da Intervenção Terapêu- tica Primária. uma menina de onze anos de idade ensinou um menino de dez. como aquelas que sofreram abuso físico.3. que pode induzir uma sutil sexualização na família adotiva. de modo a lidar com a criança. As famílias. freqüentemente culpam a si próprias pela colocação. Reabilitação Nenhuma reabilitação legal e estatutário do caso 12. e tentava tocar e chupar seu pênis. 1.3). 1. 1.1. não comunicam abertamente sobre abuso sexual e as famílias adotivas precisam de ajuda para encontrar uma linguagem sexual apropriada.Reabilitação Término da terapia (b) Processo legal facilitando a terapia: A terapia como uma pré-condição para avaliação de possível reabilitação Tribunal: Ordem de terapia Abusador Avaliação dos riscos por parte do tribunal Terapia I * -Vn. as cinco seguintes perguntas devem ser feitas em sessões de apoio para os pais adotivos. o assistente social e a família adotiva. pode ser tão difícil para as famílias adotivas. ao nomear os fatos do abuso. ou perigosamente autoconfianíe. 8. O pai adotivo. os pais adotivos precisam reconhecer as lealdades da criança e precisam tranqüilizá-la com relação às questões de responsabilidade. muitas vezes. e as crianças da família adotiva devem ser consideradas. Em um caso. O uso da "pessoa de confiança". acusação e culpa. Conseqüentemente. de modo a evitar uma recaída no segredo secundário. Finalmente. Abuso Sexual da Criança As famílias adotivas devem ser bem preparadas e cuidadosamente selecionadas antes de receberem as crianças que sofreram abuso sexual. que podem resultar em separação. em particular. divórcio. Trabalhando com pais adotivos A colocação de crianças que sofreram abuso sexual sob cuidados adotivos. deve ser realizada uma entrevista de encaminhamento entre a Pessoa de Confiança anterior. Colocar crianças sexualmente abusadas em famílias adotivas sem o adequado apoio à família é antiético. quando não é bem preparado para lidar com as crianças que sofreram abuso sexual. quanto para as famílias biológicas. O redesempenho sexual das crianças sexualmente abusadas pode ser prejudicial aos pais adotivos. da família adotiva. Implicações para a prática. A entrevista de encaminhamento.2. 1). Encontrando a linguagem sexual apropriada para comunicar sobre o abuso. (Veja Introdução. que os pais adotivos igualmente não percebem. É difícil encontrar o equilíbrio ideal entre não evitar o assunto e tornar-se persecutório e forçar demasiadamente a questão.1. Os pais adotivos devem estar preparados para comunicar sobre o possível comportamento sexualizado da criança tão logo o pai adotivo perceba qualquer sentimento sexual em relação à criança abusada. ele deve conversar com sua parceira. Por outro lado. As crianças que sofreram abuso sexual. Os pais adotivos precisam compreender que a criança talvez seja sedutora em relação a eles ou.) 4. O comportamento sexualizado das crianças sexualmente abusadas em relação ao pai adotivo pode. As crianças abusadas podem não ter consciência de que começam a agir de modo sexualizado em relação ao pai adotivo. O trabalho de apoio talvez precise dirigir-se aos problemas e sentimentos específicos para o gênero entre os pais adotivos. (Veja O processo individual. Abuso Sexual da Criança 208 3. De que forma o abuso sexual afeta os sentimentos pessoais e individuais de ambos os pais adotivos? Alguns pais adotivos têm mais dificuldade do que outros para falar abertamente sobre questões sexuais e para utilizar abertamente uma linguagem sexual. irão restabelecer sua experiência restabelecendo o comportamento sexualizado. as crianças que sofreram abuso sexual podem fazer grandes demandas emocionais para a mãe adotiva. O pai adotivo também precisa aprender que as crianças que têm medo dos homens necessitam de tempo e espaço para se acostumarem lentamente à idéia de que nem todas as figuras paternas respondem às solicitações emocionais com abuso sexual. E extremamente importante que ambos os pais tenham permissão explícita do assistente social e do terapeuta para experienciarem esses sentimentos de contratransferência induzidos pela criança. pelo contrário. Capítulo 2. levar à hostilidade e rejeição por parte da mãe adotiva. que precisa ajudar a criança a dessexualizar a interação. 5. E bastante compreensível que os pais adotivos achem inaceitável o fato de uma criança pequena comportar-se de modo abertamente sexual em relação a outras crianças pequenas da família. De que forma a criança que sofreu abuso sexual influencia o relacionamento do casal? As crianças que sofreram abuso sexual podem criar problemas. muitas vezes. subseqüentemente. . apesar das prematuras experiências sexuais pseudo-adultas. aprenderam que relacionar-se com homens significa relacionar-se sexualmente. provoca o fracasso da adoção. Os pais adotivos precisam ser capazes de falar explicitamente sobre o abuso sexual sempre que o comportamento perturbado da criança indicar que a experiência abusiva está influenciando seu comportamento e relacionamentos. até mesmo em relacionamentos de casal previamente estáveis. 2. são emocionalmente imaturas. em geral. Também é compreensível que os pais adotivos achem intolerável que crianças na idade de latência ou jovens adolescentes tentem induzir pré- adolescentes ou. A incapacidade de levantar o assunto pode conduzir à reintrodução do segredo secundário e ao restabelecimento do comportamento sexualizado dissimulado na criança. quando restabelecem seu relacionamento com as mães biológicas que não as prote- geram do abuso. sem medo de serem punitivos. adolescentes iguais. No próprio momento em que o pai adotivo se sente sexualmente excitado pela criança. Eles precisam aceitar o fato muito difícil de que as crianças sexualmente abusadas talvez despertem neles sentimentos sexuais. Elas. Capítulo 3. seja de que forma for. ou tão logo a mãe adotiva perceba qualquer atuação sexual da criança. O efeito extremo pode ser o reabuso e o rompimento familiar (veja O processo interdisciplinar. geralmente. Quando elas quiserem cuidado e atenção do pai adotivo. O processo familiar. As crianças que sofreram abuso sexual podem manifestar forte hostilidade em relação às mães adotivas. A sexua-lização secreta pode insinuar-se nos relacionamentos familiares quando a criança consegue dividir os pais adotivos. As origens das tensões conjugais subseqüentes talvez não sejam reconhecidas por nenhum dos pais como um conflito-por-procura-ção e pode seguir-se um aberto conflito conjugal. O pai adotivo precisa da permissão dos profissionais para relatar sentimentos sexualizados induzidos pela criança. As mães adotivas precisam de ajuda para lidar com o possível comportamento sexualizado das crianças adotivas em relação a seus maridos. ao passo que lembrar constantemente o abuso irá impedir a criança de deixar para trás a experiência traumática. A indução do segredo pode desencadear um processo familiar muito perigoso. E importante explorar a atitude pessoal de ambos os pais adotivos em relação ao abuso sexual da criança.) É importante ajudar os pais adotivos a estabelecerem firmes limites para o comportamento sexualizado inadequado das crianças sexualmente abusadas. a jogos ou comportamentos sexuais-genitais. e ocasionalmente à mãe adotiva. talvez fique com muito medo deles. que são induzidos pelo comportamento da criança sexualmente abusada. criando repetições estruturais do padrão familiar original traumático para a criança. Como lidar com a criança abusada na presença das outras crianças da família? O comportamento sexualizado em relação a outras crianças da casa. O início pode ser tão sutil.Tilman Furniss gido a outras crianças da família e ao pai adotivo. 11. e sua experiência de abuso sexual as separou dos iguais em volta delas. 10. os pais adotivos devem tentar substituir a interação sexual pelo cuidado emocional. Talvez seja necessário falar confidencialmente com alguns pais e amigos da família selecionados. 13 Abuso Sexual Extrafamiliar da Criança 13.2). Por outro lado.4). em qualquer circunstância. mas uma boa comunicação e conhecimento compartilhado sobre o abuso. 6. muitas vezes. Elas. Este fato básico é freqüentemente esquecido quando as crianças sexualmente abusadas são molestadas por uma atenção indevida por parte das pessoas de seu ambiente social. freqüentemente. que as crianças sexualmente abusadas devem ser imediatamente removidas. e que jamais devem ter novamente qualquer contato com o pai adotivo abusivo ou com a família. a partir do status legal dos pais adotivos.O comportamento sexualizado em relação a outras crianças deve ser interrompido imediatamente pelos pais adotivos. A necessidade de incluir completamente os pais adotivos na Intervenção Terapêutica Primária. podem dar informações corroborativas importantes que podem ajudar a clarificar a situação. é importante envolver todos os membros da família na avaliação de abuso intra ou extrafamiliar. Por outro lado. que as crianças sexualmente abusadas devem sempre. talvez sejam necessárias medidas específicas orientadas para o sintoma (veja A necessidade de modificação comportamental.3. o diretor da escola e a professora da classe conheçam os antecedentes.) É vital a inclusão direta dos abusadores dos quais suspeitamos. escolas e clubes de jovens a respeito do fato da criança ter sido sexualmente abusada. às vezes. Além disso.1. 7. Devemos considerar com o máximo cuidado se o fato do abuso sexual das crianças sob cuidados adotivos deve ser compartilhado com vizinhos ou amigos da família. As crianças facilmente são transformadas em bodes expiatórios e excluídas pelo simples fato de terem sofrido abuso sexual. têm grandes problemas no relacionamento com seus iguais. lealdade e importância dos relacionamentos familiares na adoção prolongada. o pai e a família adotiva devem ser tratados como os outros abusadores e famílias com abuso. O perigo de falatórios infindáveis deve ser pesado cuidadosamente em relação ao perigo de rejeição da criança pelas outras famílias. não significa. creche. O comportamento sexualizado precisa ser substituído pelo contato físico não-sexualizado e por atenção parental geral. e. portanto. Elas geralmente se sentem sujas e diferentes das outras crianças. Nas adoções prolongadas. não corresponde à sua posição psicologicamente importante como as únicas figuras de vínculo significativo para a criança. embora neguem. Os pais adotivos. tenham se sentido isoladas por muitos anos. Como falar e como lidar com os contextos sociais da escola. que são incapazes de controlar. nós não sabemos se o abuso sexual da criança ocorreu dentro ou fora da família. freqüentemente. pode ser necessário informar aos profissionais-chave das creches. Quando o abuso sexual ocorreu na própria família adotiva. Deduzir. descobrimos que os irmãos também foram sexualmente abusados. acabam . Os irmãos nas famílias em que ocorreu abuso sexual. voltar para a família adotiva (veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. Um ciclo de vitimi-zação secundária é facilmente induzido se os cuidadores-chave não estão informados. as crianças sexualmente abusadas podem ser rejeitadas e punidas pelo compor- tamento sexualizado anti-social. mesmo quando o abuso foi comprovado por evidências médicas e forenses. Sempre que uma criança apresentar um comportamento sexualizado. nega tudo aquilo que sabemos sobre vínculo. e pode ser muito útil que a professora da creche. Caso contrário. clubes de jovens e vizinhos? As crianças que sofreram abuso sexual têm direito à privacidade.6. Eles precisam compreender o comportamento da criança e estabelecer limites firmes para o comportamento inaceitável sem se tornarem punitivos. as escolas e creches pode ser extremamente útil e terapêutico. 7. na avaliação do abuso sexual intrafamiliar ou extrafamiliar. manifestam um comportamento perturbado e sexualizado nas creches e escolas. 14. entre os pais adotivos.1. às vezes. os pais adotivos são figuras de apego importantes para a criança. Uma vez que a alegação de abuso sexual da criança tenha sido negada por um suposto abusador dentro desta família. Os irmãos da criança abusada. Nas colocações adotivas a longo prazo. Nós precisamos enfatizar o direito da criança à privacidade e ao sigilo. Como distinguir entre abuso intrafamiliar e extrafamiliar nos casos de negação Algumas vezes. precisam estar conscientes de que as crianças que sofreram abuso sexual necessitam de ajuda para construir relacionamentos normais com seus iguais (veja Trabalho de grupo com crianças. Pode ser difícil chegar a uma conclusão definitiva e a avaliação pode ser complicada. em resultado dos problemas de comportamento específicos da criança sexualmente abusada.2). necessariamente. da mesma maneira que os pais biológicos. freqüentemente. E importante que os pais adotivos aprendam a perceber o pedido de cuidado emocional e relacionamento não-sexual por trás do comportamento sexualizado da criança. As crianças que sofreram abuso sexual. o status legalmente frágil dos pais adotivos. talvez. As crianças. por outro lado. (Veja Manejando a negação primária. 209 Tilman Furniss 5. o comportamento sexualizado em relação aos filhos dos amigos e vizinhos pode levar à rejeição e isolamento da criança. As reações iniciais dos supostos abusadores e das mães. Eles fazem perguntas sobre a pessoa do abusador e seus possíveis motivos. a técnica de "interrogatório traumático" pode ser bastante útil. No abuso extrafamiliar. Os pais precisam de ajuda para descobrir quando é adequado falar sobre o abuso e quando é importante deixar que a criança esqueça. Capítulo 3. eu sempre ouvi ferozes acusações contra outras pessoas. As maiores diferenças entre os pais. Eles têm uma atitude muito mais receosa e freqüentemente agressiva em relação aos profissionais. O humor dos pais era muito mais controlador e agressivo. . No entanto.2. Eles 210 210 Tilman Furniss quase sempre querem saber se a criança precisa de aconselhamento ou terapia e o que isso faria pela criança. os pais geralmente voltam-se para os outros filhos e lhes perguntam ativamente se alguma coisa parecida aconteceu com eles. O pai. pode ajudar a evitar que as crianças sejam esmagadas pela experiência. às vezes perguntas desesperadas e raivosas. ficaram muito preocupados com as conseqüências para a criança e quiseram muita informação e ajuda nos casos em que finalmente foi diagnosticado o abuso extrafamiliar. a criança terá que fazer uma declaração à polícia e é importante que um ou ambos os pais estejam presentes. Em contraste. pedem novos exames físicos e médicos. nos casos em que finalmente foi diagnosticado o abuso intrafamiliar. normalmente volta-se para os profissionais em busca de informações e de ajuda para a criança. Ao lembrar passo-a-passo os detalhes factuais do abuso. foram as de que os pais fizeram muitas perguntas. Após a revelação. no abuso extrafamiliar. nos casos de negação de abuso intrafamiliar e abuso extrafamiliar.1. não são feitas perguntas para compreender o abuso. e freqüentemente por auto-acusações e dúvidas em relação a si próprio. Os pais não ficam tão preocupados com a criança. Eu raramente ouvi qualquer pergunta a respeito do possível perpetrador. Há reações muito diferentes e típicas de pais e abusadores que podem ajudar a distinguir o abuso sexual intrafamiliar da criança do abuso extrafamiliar. e eles próprios não pedem orientação sobre como lidar com a criança.) 13. com freqüência. Eles sempre expressam grande preocupação a respeito de possíveis danos físicos e efeitos psicológicos. Eles habitualmente querem ser deixados em paz pelos profissionais e querem manejar tudo sozinhos. A criança precisa ser capaz de relatar os eventos passo-a-passo. (Veja Da loucura à maldade. Nós raramente encontramos as típicas reações que vemos nos pais nos casos de abuso extrafamiliar. foram feitas poucas perguntas para obter informação e ajuda. os pais já têm em mente algum comportamento específico da criança. ambos os pais normalmente manifestam profunda preocupação em relação à criança. e nem os pais querem novos exames médicos. os pais. Os pais normalmente perguntam se outros irmãos também podem ter sofrido abuso sexual e como eles podem ser protegidos de experiências semelhantes. Nos casos de abuso sexual extrafamiliar. em sessões familiares. a criança pode começar a formar uma experiência congruente a partir dos fatos e dos sentimentos confusos a respeito daquilo que aconteceu. A reação dos prováveis abusadores e pais no abuso intrafamiliar prolongado é muito diferente. não apenas por razões legais. Normalmente. O processo familiar. do qual não gostam e pelo qual culpam o abuso. O questionamento neutro e detalhado sobre fatos específicos e pequenos Abuso Sexual da Criança 210 detalhes. No abuso sexual extrafamiliar da criança. O processo individual. Em ambas as situações. Normalmente. Vizinhos e pessoas do ambiente social eram acusados de abuso sexual e os profissionais eram atacados por sua falta de capacidade e entendimento para diagnosticar e manejar o abuso supostamente extrafamiliar. Eles fazem muitas perguntas. amigos ou conhecidos da criança. A perturbação no momento da revelação era acompanhada por um forte senso de desamparo e desespero. Nos casos de negação pouco claros. tais como um incidente único de carícias em relação ao qual os pais agem imediatamente. Quando muito. Pelo contrário. que querem saber se os outros filhos também podem ter sofrido abuso sexual. Capítulo 2. No abuso extrafamiliar. os pais estão cada vez mais preocupados com a AIDS. mas também por razões terapêuticas. Interrogatório traumático no abuso sexual extrafamiliar da criança Em formas brandas de abuso sexual extrafamiliar de curta duração. e sim com as alegações e com sua própria maneira de formular sua negação.sendo indicativas. os pais e os prováveis abusadores poucas vezes voltam-se para os profissionais em busca de informações e ajuda para a criança. para compreender como o abuso pode acontecer e o que pode representar para a criança. Eles também querem saber sobre as conseqüências a curto e longo prazo do abuso sobre o desenvolvimento da criança. os pais e abusadores podem ficar imensamente perturbados depois da revelação. os irmãos são geralmente excluídos de qualquer pergunta e os pais tentam silenciá-los falando por eles. Os diferentes padrões de reação são mostrados na Figura 13. imediatamente após a revelação. Eles procuram evitar perguntar se a criança precisa de aconselhamento e terapia. os pais precisam de ajuda. Capítulo 1. tais como adolescentes ou adultos do sexo masculino vizinhos. para manejarem qualquer comportamento perturbado da criança. Parece ser muito indicador de abuso intrafamiliar o fato dos supostos abusadores e pais evitarem perguntas sobre possíveis danos físicos e possíveis efeitos psicológicos a longo prazo para a criança. .1. agressivo. O processo individual no contexto. 6.Abuso extrafamiliar Abuso intraf amiliar Reação parental em relação à criança (1) Aguda preocupação pela criança (2) Preocupação com danos físicos (3) Preocupação com danos psicológicos (4) Perguntas sobre conseqüências a curto e longo prazo (5) Preocupação pelos irmãos que talvez também tenham sofrido abuso (1) Preocupação com sua própria negação (2) Evitação de perguntas sobre danos físicos (3) Evitação de perguntas sobre danos psicológicos (4) Evitação de saber sobre as conseqüências a curto ou longo prazo (5) Irmãos excluídos ou silenciados Reação parental em relação ao abusador (1) Perguntas sobre a pessoa e a personalidade do abusador (2) Freqüentemente extrema raiva do pai em relação ao abusador. 2.3. Manejando o processo familiar no abuso sexual prolongado extrafamiliar da criança O abuso sexual prolongado extrafamiliar da criança pode continuar por muitos meses e anos. muitas vezes. Depois do interrogatório traumático e de um período inicial de conversas. as crianças que sofreram abuso sexual também devem poder esquecer o abuso e continuar com a sua vida.) 13. é falar o mínimo possível sobre o abuso. mas freqüente queixa ines-pecífica (2) O processo legal para encontrar o abusador é evitado aos profissionais (1) Medrosos e agressivos em relação aos profissionais (2) Nenhuma pergunta para compreender o abuso (3) Nenhum desejo de novos exames ou avaliações (4) Rejeição dos profissionais (5) Tentativa de se isolarem e manejarem a situação sozinhos Reações pessoais dos pais (1) Cognitiva: avalanche de perguntas (2) Humor: desamparo. No abuso sexual prolongado extrafamiliar da criança. que os pais consigam falar abertamente sobre o abuso com a criança para ajudá-la a lidar com a experiência. 211 Tilman Furniss A primeira reação dos pais e profissionais à imediata revelação de formas brandas de curto abuso sexual extrafamiliar da criança.4. Preocupação parental e diferenciação diagnostica entre abuso sexual intrafamiliar e extrafamiliar da criança. de modo a estabelecer os fatos do abuso e ajudar os pais e a criança a poderem falar abertamente sobre o abuso sempre que se tornar necessário. são reações parentais comuns. desespero (3) Reflexa: dúvidas quanto a si próprio. inclusive violenta vingança (3) Os pais fazem uso completo do processo legal Reação parental em relação (1) Buscam os profissionais para informação e ajuda (2) Perguntas para compreender o abuso (3) Freqüentes pedidos de novos exames e avaliações médicas (4) Freqüentes pedidos de aconselhamento e terapia (1) Nenhuma pergunta específica sobre o abusador. a criança talvez precise de ajuda profissional mais intensiva. Capítulo 1. para proteger a criança. Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. Total desamparo e o sentimento de completa perda de controle parental. auto-censura.2. nos casos de formas brandas de abuso extrafamiliar imediatamente descobertos. na presença dos pais. o trabalho familiar é necessário para manejar os fatores predisponentes que tornam a criança vulnerável ao abuso sexual extrafamiliar e para tratar os efeitos do abuso sobre a criança e a família. o abuso somente deve ser mencionado abertamente se a criança desenvolver algum comportamento perturbado que possa estar relacionado ao abuso. os profissionais e outros Figura 13. distanciador (3) Acusações contra a criança. pelo menos uma vez. (Veja Da loucura à maldade. Nesse caso. em combinação com intensa auto-censura e sentimentos culpados. auto-acusação. negação (2) Controlador. às vezes violenta raiva contra o abusador (1) Nenhuma pergunta. Embora seja muito importante. É importante repassar os detalhes do abuso sexual. 4). os sentimentos de culpa e a autocensura podem levar a reações muito diferentes nos pais e nas mães. não querem ter nada a ver com o abusador. que os pais correm o risco de perder o controle. por alguma pessoa conhecida. Em vários casos. Os pais normalmente são muito menos capazes de lidar com sentimentos de desamparo e perda de controle. 1. 6. elas podem desenvolver fortes vínculos e lealdades em relação ao abusador. Ao mesmo tempo. Os pais ausentes podem aumentar a vulnerabilidade das crianças ao abuso sexual extrafamiliar. Os pais também tendem a transformar seu desamparo e perda de controle em ações supercompensadoras em relação à criança abusada. Trabalho com a díade conjugal A autocensura dos pais. 3. os 306 Tüman Furniss abusadores eram homens velhos e solitários da vizinhança.2). Trabalho com a díade parental Os pais das crianças no abuso sexual prolongado extrafamiliar normalmente sentem que perderam completamente o controle parental. reagem de modo muito diferente. 13. não concordam com as super-reações do pai em relação à criança. de modo a "endireitar as coisas". Muitas vezes. muitas vezes. O abuso pode destruir sua autoconfiança e sua crença na própria capacidade de serem pais efetivos e protetores. Distância emocional. bastante semelhante ao processo familiar na Intervenção Terapêutica Primária no abuso sexual intrafamiliar da criança. mas sentem-se incapazes de encontrar elas próprias uma maneira adequada de lidar com a criança de modo firme. se tornam extremamente rígidos. Trabalho entre os pais e a criança As crianças. As mães acusam os pais de serem ausentes e de não se importarem com elas. freqüentemente. e tinham se submetido às suas exigências sexuais não apenas por terem sido subornados. Eles. As mútuas acusações em nível parental podem provocar conflitos conjugais. As crianças sentiam pena do abusador. Outras crianças apegaram-se aos "tios bonzinhos" que lhes davam muita atenção. Eles se sentem paralisados em sua capacidade parental e não sabem como lidar com a criança abusada. O trabalho com as diferentes díades no abuso sexual prolongado extrafamiliar da criança apresenta as seguintes características específicas. O processo familiar no tratamento do abuso sexual prolongado extrafamiliar é. mas também porque sentiam pena e queriam ser gentis. Os pais acusam as mães de serem brandas demais. As mães. Elas. Assim como no abuso intrafamiliar. leva a mútuas acusações entre eles. controladores e punitivos em relação à criança. rejeição e negligência dos pais podem tornar a criança vulnerável à sedução por parte de abusadores potenciais. O abuso precisa ser estabelecido como realidade familiar em um primeiro encontro familiar. Os pais muitas vezes não sabem onde seus filhos passam seu tempo livre ou não conhecem as pessoas com as quais a criança anda. freqüentemente. no abuso sexual prolongado extrafamiliar da criança. Os pais não sabem como lidar com o fato de que o abuso sexual foi cometido durante longo tempo. O abuso sexual pode desencadear graves conflitos conjugais e o relacionamento entre os pais Abuso Sexual da Criança 212 e a criança abusada precisa ser reavaliado (veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. guloseimas e outros subornos. Embora não haja um abusador dentro da família. Elas. tentando encontrar e atacar fisicamente o abusador. física ou mentalmente deficientes. baseavam-se em sentimentos semelhantes de pena por parte das crianças abusadas. freqüentemente se sentem culpadas por terem desapontado os pais. O sentimento de perda de controle. normalmente. se sentem paralisadas como mães e pedem aos outros que a ajudem a entender como isso pode acontecer a elas. freqüentemente. que não raramente fazem parte do ambiente social da criança. e muito pouco controladoras em relação à criança. mas não-punitivo. nem com a criança. certamente. 2. Elas tendem a ficar muito mais deprimidas e a se censurar muito mais. . resultante de um prolongado abuso sexual fora da família. ambos os pais precisam assumir igual responsabilidade pela proteção futura e pelos cuidados paternos e maternos à criança abusada. Vários casos de abuso sexual por abusadores jovens. Eles têm uma dificuldade muito maior de enfrentar a natureza sexual do abuso sexual em relação a seu filho. Os pais tendem a transformar seu desamparo e sentimentos culpados em uma raiva geralmente assassina contra o abusador. Essa raiva pode ser tão esmagadora e o ódio tão poderoso. em muitos aspectos. A ausência de uma figura paterna pode tornar os meninos mais vulneráveis ao abuso homossexual por figuras paternas de "tios bonzinhos" que vivem na vizinhança (veja Lidando com crianças que participaram de sexo grupai. Isso aconteceu em vários casos nos quais estive envolvido. A natureza sexual do abuso confronta os pais com seu próprio relacionamento sexual e com questões de gênero que precisam ser tratadas. debaixo de seus olhos e.No abuso sexual prolongado extrafamiliar da criança devem ser identificados os possíveis fatores predisponentes. Os pais podem ser incapazes de perceber suficientemente cedo os sinais de mudança no relacionamento criança-progenitor. os pais e famílias precisam de ajuda para encontrar uma linguagem para comunicar adequadamente sobre a natureza sexual do abuso sexual. de modo a romper o segredo do abuso extrafamiliar. tão logo seja possível. podem desenvolver comportamentos tortuosos e autopunitivos. que os pais têm dificuldade em compreender. precisam saber onde eles estão e com quem estão andando. Esse aspecto deve ser tratado de maneira semelhante à do abuso intrafamiliar. as reações supercontroladoras dos pais e o desamparo abertamente manifestado pelas mães são reações compreensíveis. Geralmente. Pode ser muito útil ter um oficial de polícia presente. Trabalho de grupo com crianças.'ouso Sexual da Criança 213 grupai misto que inclui meninos e meninas pode ser conduzido por grupos de adultos que também incluem mulheres. 7. Além deles. não obstante.4. E de importância crucial que os pais se envolvam ativamente na vida social da criança e que passem seu tempo de lazer em atividades compartilhadas com ela. e estimular um interesse positivo e próximo dos pais pelas atividades da criança. As crianças precisam saber que serão compreendidas. Isso possibilita à criança lidar terapeuticamente com seu confuso vínculo com o abusador. mas inúteis terapeuticamente. ameaçadas e colocadas sob considerável pressão do grupo para manter segredo.4. uma futura revelação terá uma resposta compreensiva e protetora. Existem.2. Podemos encontrar abusadores únicos ou grupos inteiros de adultos abusivos. As crianças também precisam saber que se sofrerem novo abuso. (Veja O processo individual. legais e da saúde mental que talvez estejam envolvidos. algumas diferenças importantes que devem ser referidas. O trabalho orientado para a família. As crianças.3. O tratamento orientado para a família também tem um grande valor preventivo. A experiência de grupo do encontro multifamiliar é um excelente ponto de partida para o tratamento subseqüente. Isso inclui centrar-se nos aspectos externos da vida cotidiana da criança. Capítulo 2. 12. ficam muito confusos sobre . Finalmente. O fato de que a inadequação do relacionamento sexual entre o abusador extrafamiliar e a criança pode. por sua vez. e o comportamento sexualizado deve ser tratado urgentemente. 7.2. não obstante. O componente de auto-ajuda dos encontros multifamiliares pode ser muito terapêutico. Os pais precisam aprender a interessar-se mais pelas atividades sociais dos filhos. Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. quando quiserem procurar a ajuda dos pais. O envolvimento de múltiplas famílias e múltiplos profissionais e agências legais e estatutárias pode tornar o processo da revelação e investigação muito confuso para os pais. que pode durar anos. depois da revelação. E impressionante como grupos invariáveis de crianças mais jovens podem permanecer secretos durante longos períodos de tempo. e a formarem vínculos mais estreitos e adequados com a criança. levar a criança a fortes vínculos precisa ser levado em conta e precisa ser explicado aos pais. e não punidas. conforme descrito na Seção 13. As crianças são recrutadas através de redes sociais das escolas. com as crianças que participaram de sexo grupai e seus pais. 1. é somente a experiência do encontro multifamiliar o que "toca fundo" nos pais. Os pais também precisam supervisionar os filhos. Os pais. em situações de ameaça de reabuso. sem uma revelação. o tratamento precisa ajudar os pais a substituírem os vínculos emocionais inadequados. Esse policial pode ser extremamente terapêutico ajudando a estabelecer o abuso sexual como realidade multifamiliar. As crianças que foram vítimas de prolongado abuso sexual extrafamiliar tiveram experiências sexuais prematuras secretas. clubes de jovens ou amigos. durante o abuso e depois da revelação. O problema de reintroduzir o decoro.) 13. quanto à realidade completa do sexo grupai. E muito importante cooperar estreitamente com a polícia. em geral. hostis e rejeitado-res em relação à esta. Inicialmente. O objetivo do encontro multifamiliar é estabelecer os fatos do abuso e ajudar os pais a encontrar uma linguagem para se comunicarem abertamente uns com os outros e com seus filhos sobre aquilo que aconteceu no sexo grupai. No abuso sexual prolongado extrafamiliar. O sexo grupai com grande número de crianças pode continuar por muitos meses e até mesmo por anos. O trabalho familiar e o trabalho com as díades têm o objetivo de criar um relacionamento emocional mais estreito entre os pais e a criança. As crianças são subornadas. devem estar presentes os profis-sionais-chave estatutários. Lidando com crianças que participaram de sexo grupai O sexo em grupo com meninos normalmente é realizado por abusadores pedófilos. 6. e manejado com a criança. A necessidade de modificação comportamental. da criança com o abusador como figura adulta de autoridade. Sexo -. mas muitas vezes fortes. quando eles ajudam os pais a superarem seu senso de isolamento. O tratamento entre os pais e a criança precisa centrar-se numa melhor compreensão dos pais em relação à criança e às suas necessidades de cuidado e atenção parentais. ao nomear as ofensas pelas quais são acusados o abusador ou os abusadores. O encontro multifamiliar deve incluir todas as crianças que estiveram envolvidas no sexo grupai e seus pais. é importante trabalhar um pouco sobre os relacionamentos da criança com seus iguais. coloca os mesmos problemas de outras formas de abuso sexual prolongado extrafamiliar da criança. no futuro. confusão e desamparo. que tenha participado da investigação.Os pais geralmente acham intoleráveis os sinais e expressões da lealdade da criança em relação aos abusadores e podem ficar muito zangados. que as fizeram sentir-se muito diferentes das outras crianças.3. O encontro multifamiliar Um encontro multifamiliar deve ser organizado.9. O trabalho de grupo com crianças no tratamento dos grupos de sexo apresenta as mesmas desvantagens estruturais do trabalho individual em outras formas de abuso sexual. Na terapia grupai para os grupos de sexo.) Um profissional de um cargo superior com responsabilidade estatutária. os profissionais devem estar preparados para trabalhar com consideráveis graus de resistência e conluio entre as crianças contra a terapia. as crianças podem ter tanto medo Abuso Sexual da Criança 214 do castigo e retaliação por outros membros do grupo. mas ele não deve levar mais de duas horas. o ambiente grupai pode restabelecer estruturalmente o contexto de grupo abusivo do grupo original. Em formas simultâneas de terapia os encontros multifamiliares devem ocorrer em intervalos de 4-8 semanas. não querendo implicar-se no contexto do grupo de iguais. a pressão dos iguais para manter o segredo pode ser considerável nos grupos de crianças do grupo de abuso. é ditado pelo tamanho do grupo. O primeiro encontro familiar como um encontro criador de realidade e responsabilidade. As seguintes perguntas devem orientar o diálogo do terapeuta com o grupo de pais: 1) Os pais conseguem acreditar que o sexo grupai aconteceu? 2) Eles podem acreditar que seu(sua) próprio(a) filho(a) participou do sexo em grupo e foi sexualmente abusado(a)? 3) O que eles sentem em relação ao fato do abuso ter acontecido debaixo de seu nariz? 4) O que eles sentem em relação ao fato de seu(sua) próprio(a) filho(a) ter sido abusado(a)? 5) O que eles sentem em relação ao fato da criança não ter contado a eles? 6) Alguém acusa a criança pelo abuso? 7) O que o abuso faz com seu senso de controle e sua capacidade como pais? 8) De que maneira os pais sentem que estão na mesma posição ou em posição diferente da de outros pais? 9) As mães sentem o mesmo que os pais em relação às crianças e ao abusador ou sentem diferentemente? Essas são algumas das perguntas para o encontro multifamiliar inicial. como no abuso sexual extrafamiliar da criança. O grupo de pais irá centrar-se bastante sobre as mesmas questões. deve ser dada especial atenção aos fortes vínculos mútuos e lealdades de grupo das crianças abusadas. O encontro multifamiliar deve ser cuidadosamente preparado em um encontro anterior de todos os profissionais envolvidos. O tamanho dos encontros multifamiliares. O primeiro encontro de grupo é um bom ponto de partida para uma subseqüente terapia contínua de grupo para os pais e as crianças.13. e precisam de explicações sobre o que está acontecendo na investigação. da mesma maneira que a terapia individual no abuso individual das crianças. A rede profissional. Conseqüentemente.11. Capítulo 2. Trabalho de grupo para as crianças e os pais Nos grupos de sexo de longa duração. 2. Pode ser muito bom separar os pais e as crianças em dois grupos na última parte do encontro e provocar uma reflexão sobre o encontro global. Em grupos de sexo grandes. geralmente é a pessoa mais indicada para convidar as famílias. (Veja Da loucura à maldade. As crianças também podem ter medo de falar sobre o abuso e o abusador em termos mais positivos ou mais negativos do que as outras crianças. entre elas e em relação ao abusador. e temos que estar preparados para que mães e pais revelem o abuso de sua própria infância. Eles também precisam ver que a polícia. 9. Capítulo 1. Portanto. Nós precisamos estar conscientes de que as emoções são muito intensas. 9. diferentes pais podem ajudar uns aos outros a lidar com sua raiva. Capítulo 5. No grupo de crianças. embora eu tenha presenciado divisões maiores entre os homens e as mulheres e maiores acusações mútuas pela falta de proteção do que em outras formas de abuso extrafamiliar. O processo individual. o qual deve ser conduzido por um terapeuta com alguma experiência em abuso da criança e trabalho de grupo. O aspecto de auto-ajuda dos grupos de pais no sexo grupai pode impedir que os conflitos parentais e conjugais se tornem antiterapêuticos e destrutivos. os serviços de proteção à criança e os terapeutas estão trabalhando juntos em uma abordagem profissional mútua. Uma criança pode não ter coragem de revelar mais do que outras crianças. como o ponto de partida para o tratamento subseqüente paralelo de encontros familiares e grupos separados para pais e crianças. O encontro multifamiliar obviamente leva mais tempo do que um encontro familiar comum. A família e a sessão de responsabilidade-por-procuração. Ele também deve abrir o encontro declarando os objetivos da sessão e apresentando os profissionais às famílias. Um relato calmo e 214 Tilman Furniss neutro pode ser extremamente útil para estabelecer o cenário para o diálogo subseqüente com os pais. . seu senso de desamparo e perda de controle e com seus sentimentos de culpa e autocensura. Nos grupos de pais do sexo grupai. quanto dos pais ou do abusador. Uma sessão individual ou terapia familiar concorrente. a escolha de tratamento é o trabalho de grupo paralelo para as crianças e os pais. pode ser necessário mais de um encontro paralelo. especialmente entre os pais. obviamente. que esteve envolvido na revelação. Nos grupos de sexo. O trabalho de grupo nos grupos de sexo recria o ambiente estrutural do abuso. Um oficial de polícia que tenha estado diretamente envolvido na tomada dos depoimentos das crianças e do abusador deve então listar todas as ofensas que supostamente foram cometidas.aquilo que lhes foi dito. ele não fez aquilo. Pode ser muito difícil desenredar essa teia. Vários meninos ficaram perturbados e tristes. que haviam testemunhado o abuso sexual de um irmão ou irmã. pediu-se aos meninos que escrevessem uma lista de sentimentos que tinham em relação ao abusador. 3. Em um dos casos. Esse menino identificou-se deses- peradamente com seu pai abusivo e precisa fingir. o abusador também havia sido uma "figura de bom tio" bastante positiva. ele ficou com muito medo e descarregou sua tensão balançando-se para frente e para trás. Capítulo 2).1. queria protegê-la dos garotos da vizinhança. que seu pai não abusara da irmã. Em um grupo. fica centrada na criança que sofreu abuso. toda a atenção. ou que sabiam sobre ele. O abuso mútuo das crianças pode criar toda uma rede secundária de abuso conectador. Eu vi vários irmãos. cuja irmã havia sido sexualmente abusada pelo pai durante muitos anos. Isso não significa que não existe vínculo nenhum. que ele queria estar com o pai na prisão. muitas vezes. Muitas vezes. as crianças normalmente não têm coragem de revelar seu apego ao abusador. que ele tivesse epilepsia.3. foram mais tarde seguidos por associações bem mais positivas e inclusive comoventes. Trabalho com o abuso por parte dos iguais do grupo No abuso sexual dos grupos de sexo. e os irmãos precisam ser incluídos na avaliação. e apesar da demonstração de sentimentos negativos por parte das crianças. 12. eles não irão admitir. Se questionados.1. os irmãos freqüentemente sabem o que acontecia. esse garoto estuprou uma menina de quatro anos de idade que 215 . sob pressão do grupo de iguais no sentido de manter o segredo (veja O processo individual. (Veja Formas concorrentes de terapia. o que não foi confirmado. Crianças e adolescentes que abusam sexualmente. Termos bastante negativos e depreciativos como "fodedor". que foram sexualmente abusados nos grupos de sexo podem. mas ainda não conseguia enfrentar o fato de que ele era um abusador. E de suprema impor- tância manter em mente que mesmo depois da revelação. para manejar os aspectos de abusar e ser abusado. 14. e essas crianças estavam muito perturbadas. (Veja Terapia por ordem do tribunal. como "bom de conversar" e "bom de estar junto". tendo sofrido eles próprios abuso sexual.portanto.3. 7. os irmãos precisam ser envolvidos no processo de revelação desde o início. ele não fez aquilo". Os membros sexualmente abusados do grupo de sexo são induzidos pelo abusador a se tornarem também abusadores. para se protegerem emocionalmente. de modo a avaliarmos um possível abuso múltiplo de outras crianças na família (veja O processo familiar. a lealdade ao abusador pode ser muito forte e é importante trabalhar os sentimentos de culpa da criança em relação ao possível castigo e aprisionamento do abusador. Nos grupos de sexo. nós freqüentemente encontramos toda uma rede de abuso que pode incluir o mútuo abuso sexual das crianças. Ele ficara gravemente traumatizado pelo conhecimento do abuso de sua irmã. sentem que a punição do abusador é culpa delas. O abuso sexual secundário entre as crianças também pode ter graves efeitos sobre o grupo de pais. porque têm medo e sabem que não deveriam saber.) 14 Situações Especiais 14. Capítulo 3). No final da sessão havia uma atmosfera muito triste no grupo e foi expressada grande preocupação em relação ao abusador. todos os meninos ficaram muito preocupados e todo o processo de grupo modificou-se no momento em que o abusador foi levado ao tribunal e condenado à prisão. ameaçando-os com grandes facas de cozinha. E necessária 310 Tihnan Furniss uma cooperação muito estreita com a polícia. para proteger-se. no início. um menino desenvolveu "blackouts" e suspeitou-se.16. geralmente. 7. querem esquecer aquilo que sabem. as crianças. 2) Nos casos de abuso sexual prolongado. Aconselhamento e terapia individual. a quem as crianças estavam fortemente apegadas. em particular. geralmente. repetindo continuamente: "Ele não fez aquilo. para evitar a vitimização secundária dos meninos que se tornaram abusadores sexuais em resultado da indução ao abuso no grupo de sexo. por sua vez. A negação psicológica e a identificação com o pai abusivo eram tão fortes. e essa questão teve que ser manejada no grupo. Um outro menino. Em um grupo. Quando confrontado com os fatos. em certo estágio. Os irmãos nas famílias em que ocorreu abuso sexual Nós não podemos esquecer os irmãos das crianças sexualmente abusadas. e os terapeutas precisam considerar antecipadamente como reagir a uma possível divisão secundária em "pais-vítimas e "pais-abusadores". Pelas seis seguintes razões. Testemunhar o abuso sexual de um irmão ou simplesmente saber sobre ele pode ser extremamente traumático e as crianças. meninas e meninos. Logo depois da revelação. Nos grupos de sexo. 1) Os irmãos e as irmãs das crianças sexualmente abusadas também podem ter sofrido abuso sexual. e talvez sejam necessárias uma terapia individual e uma modificação comportamental adicionais. tornar-se abusadores sexuais de crianças menores. somente uma criança revela inicialmente. e os irmãos são excluídos do processo.) Nos estágios iniciais do tratamento de grupo. Os meninos mais velhos. o abuso secundário por crianças mais velhas dentro do grupo de sexo pode continuar acontecendo. Apesar de todo o ódio e raiva do grupo de pais. que havia durado quase dez anos. é absolutamente essencial no tratamento dos grupos de abuso sexual. Na crise inicial da revelação. em relação àquilo que realmente aconteceu. quando as crianças não-abusadas tornaram-se excessivamente protetoras e superen-volvidas com irmãos ou irmãs sexualmente abusados. é importante organizar encontros separados com os irmãos. muitas vezes. Os irmãos.) 14. freqüentemente. Alguns irmãos mais velhos que haviam sofrido abuso sexual chegaram a suportar seu próprio abuso sem revelar. Então. e avaliar o efeito que o abuso de um irmão teve sobre sua saúde mental e sobre seu desenvolvimento emocional. algumas crianças não sabem que o abuso aconteceu. Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. sofrem as conseqüências do rompimento familiar. Não obstante. Eles ficam confusos e são forçados a compreender situações extremamente ansiogênicas sem explicações ou apoio suficientes. 4) Uma das importantes funções da Intervenção Terapêutica Primária é impedir que a criança abusada seja transformada em bode expiatório por outros membros da família. admissão e assunção da autoria. Muitas vezes. geralmente. Eles imaginam que o desaparecimento do pai.2. A síndrome de João e Maria e o abuso sexual por irmãos mais velhos . O primeiro encontro familiar como um encontro criador de realidade e responsabilidade.) O "não" das crianças. se centra na criança abusada. pelas investigações legais e de proteção à criança e por outros eventos na família. e assumiram papéis parentais inadequados. Mecanismos básicos no processo terapêutico.) Após a revelação. os irmãos das crianças sexualmente abusadas precisam ser envolvidos em outros encontros familiares que lidem com os efeitos do próprio abuso e da revelação. conduz à revelação de abuso sexual por parte de outros irmãos. geralmente. nós vemos crianças sexualmente abusadas serem acusadas. 6. Eu. Os irmãos das crianças sexualmente abusadas precisam saber por que essas ações drásticas acontecem e precisam ser capazes de se adaptar a novas situações. Capítulo 3.2. se sentem culpados por não terem protegido o menor do abuso sexual. não significa que não tenham estado envolvidas. Os irmãos e as irmãs mais velhas podem sentir-se inteiramente responsáveis pelo abuso dos irmãos menores. (Veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária.) 5) Em alguns casos. peço que todos os irmãos compareçam. O fenômeno da relativa privação emocional dos irmãos é bem conhecido a partir dos casos de crianças com enfermidades graves e que põem em risco suas vidas. Isso. essas crianças são completamente afetadas. desde o início da revelação. de uma irmã ou de um irmão deve-se parcialmente ao seu próprio comportamento. cada vez mais. O trabalho sobre os cuidados paternos e maternos sempre deve incluir os irmãos que não sofreram abuso. são deixados no escuro. que não tenham sabido ou que não tenham sido afetadas por ele. em cada membro da família e na família como um todo. e faço uma rápida avaliação inicial para saber se é apropriado realizar uma sessão conjunta de revelação.11. 3) Mesmo no abuso sexual prolongado na família. Ele geralmente significa que elas estão assustadas demais para falar. Eu tento. de modo a estabelecer o grau de seu envolvimento e conhecimento do abuso. quando questionadas se sabiam do abuso. As crianças que não sofreram abuso. (Veja Prova e crença. envolver os irmãos na entrevista inicial de revelação.216 Tilman Furniss morava nas vizinhanças. às vezes. vêem que o pai desapareceu subitamente e que as irmãs ou os irmãos foram levados sob cuidados com grande pressa e pânico.5. Ela era superprotetora em relação à irmã mais jovem e tentava desesperadamente manter sob controle os adultos do sexo masculino.2. freqüentemente. tanto quanto as que sofreram abuso. eu vi a reação exatamente oposta à acusação. O cuidado físico e emocional dos irmãos pode ser gravemente negligenciado durante esse período. 6) Finalmente. Os irmãos das crianças sexualmente abusadas precisam estar presentes no primeiro encontro familiar como encontro de responsabilidade. Em muitos casos. nós precisamos manter em mente que toda a atenção.3. Eles. de modo a lidarem com seu Abuso Sexual da Criança 216 sentimento de culpa e suas tentativas inadequadas de serem "pais" e protegerem a criança abusada. até que o início do abuso de um irmão mais jovem fez com que superassem seu medo de revelar. Capítulo 8. (Veja Preparação para a revelação. (Veja O processo familiar. por irmãos ou irmãs. sofreram de outras maneiras pela falta de fronteiras intergeracionais. as entrevistas de revelação conjuntas não são apropriadas. da colocação sob cuidados e das separações. muitas vezes. Revelação. em que são manejadas a questão da responsabilidade pelo abuso e as conseqüências da revelação. O abuso sexual de sua irmã mais jovem foi revelado e descobriu-se que ela havia testemunhado o abuso. Os irmãos devem ser envolvidos na avaliação inicial. 1. e ficam com medo de também serem subitamente levados embora e afastados da família. pelo pai ter sido levado embora e pelo rompimento familiar. 6. normalmente. cognitivo e psicossexual. 9. Capítulo 9. 6. imediatamente após a entrevista de revelação com a criança abusada. Os mais velhos. Uma menina de onze anos de idade desenvolveu ataques de pânico e um comportamento obsessivo de controle bastante grave. Os irmãos mais velhos superprote-tores precisam ser incluídos no tratamento. Os irmãos. Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. tendo sofrido eles próprios abuso sexual. As únicas diferenças importantes que sempre precisam ser tratadas são as diferenças das experiências e papéis sexuais masculinos e femininos. 2) Os meninos.niiMridodc quaac parc"m1. Clu IIl_l_l_ ^l hvh m ■ril'»i>iii — • — Ç~ ° «. &c.3). que -ao muito malc "volhot: d»» u i_iinnv« nliw«J« ^^i««. o conforto e cuidado um do outro para sobreviver.wo „^. ' Ifl irmaOO..-~ 1. nas famílias em que os filhos foram sexualmente abusados. O abuso sexual por irmãos quase da mesma idade freqüentemente é uma expressão da "síndrome de João e Maria". (Veja Responsabilidade. testemunharam a interação sexual. específicas para o gênero. eles freqüentemente sabiam do abuso e. 1. flgurat patürii^w. 9. é muito mais um relacionamento sexual igual em que ambas as crianças tentam dar e receber uma forma distorcida de mútua satisfação.-l „ _ vJl uuLiuu „uu Al) fiifiiilii.1 I ■ i ■ i_w.. O abuso sexual por irmãos quase da mesma idade normalmente é parte de uma síndrome geral de privação emocional."~ 11 nim..2. Os meninos de menos de quinze anos de idade que se tornaram abusadores sexuais. ^ «. 3) Os ofensores sexuais adolescentes são. talvez não seja indicado utilizar os termos "abusador" e "vítima". uiiil. íxTt'11. eles próprios. Embora encontremos na síndrome de João e Maria um dependência mútua muito maior para cuidado e conforto e uma igualdade maior no relacionar-se.. e de adição. I ii i-iii-õi-i Hl. t. por um lado. 7. í obu. O abuso por irmãos quase da mesma idade não apresenta as características da grande diferença de maturação entre abusador e criança.. o. por figuras parentais. física ou sexualmente.«.. abuso sexual. com o relacionamento sexual como uma tentativa secundária de sobreviver.--•.11.3.>p > ife" iM-^ilt.*nnl i H 1. e não existe nenhuma dependência estrutural em um relacionamento de autoridade entre a criança abusada e o abusador igualmente imaturo. 14. 14. meninos que cresceram em um relacionamento progenitor-criança que era. 3.Os irmãos (do sexo masculino) abusivos e os ofensores sexuais menores de idade têm geralmente um dos quatro antecedentes: 1) Muitos abusadores sexuais menores de idade sofreram eles próprios abuso sexual.1 — ^■■■■■■■■ -índmme de Degredo para a criança o comu wíiuli 1 . João e Maria eram duas crianças que foram mandadas embora por seus pais e que se perderam na floresta.—-.mi.2. geralmente. w :a myniM iIíhAumi^ ■ li.1).* rfl ii i>rtt li mm IYI rnO". dentro da interação da síndrome de João e Maria (veja Confusão nos diferentes níveis de dependência. e que tinham apenas a companhia. Mesmo que esses meninos não tenham sofrido. de qualquer tipo.4.— I ilVtrt. ambas as crianças aprendem. Na síndrome de João e Maria.1). O primeiro encontro familiar como encontro de responsabilidade. das crianças emocionalmente privadas e perdidas também pode criar uma menina que apresenta sintomas de sexualização e comportamento de vítima e um menino que pode vir a se tornar um ofensor e abusador sexual. 2. Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. O abuso entre crianças quase da mesma idade. T^Tull-ul' cjliii iS In mi SHUlli. acusação e poder. parecem correr um grande risco de se tornarem abusadores sexuais. nO f—'l" ululr^i tu iiii nu ívl_d_ uJullM *w . participação.hU.-l Víirifir»00 ^Jo^. ~v ■ liliAlllíl n H i. A síndrome de João e Maria. com i nmnn t-urrune uma baixa tolerância d 1 «t. e ao mesmo tempo sexualizado.) O abuso por parte de irmãos que não são muito mais velhos do que a criança abusada pode ter uma dinâmica muito diferente e não deve ser confundido com o abuso por parte dos irmãos que estão in loco parentis.v.fi imni nliuwiiliin fl. <-io 1 1 ir-ts 11-11-1. culpa.2. rnra conneguir oatioracao emocionai w I ÍT^ii-f i"ln Im^QO. Trabalhando com os que abusam sexualmente.2. muitas vezes. ambas as crianças precisam ser tratadas como vítimas iguais da privação e abuso emocional pelos adultos.-». Esses meninos correm um grande risco de se tornarem abusadores. ClC3 PCCC'*' Fll /ilirtllll^ii ^r. Jin i^ui^ d*. algumas vezes. em virtude da identificação com o pai abusivo (veja Os irmãos nas famílias em que ocorreu abuso sexual. Esses meninos crescem então com uma auto-estima muito baixa e.w ^wd* fc-iT-i ii 1 ii li i i Ir. ao longo do tempo.»n Luiawu ihmí_ * wii.2. que relacionar-se emocionalmente é idên Abuso Sexual da Criança .. d^. certamente devem sempre ser poten- cialmente considerados como tendo sofrido eles próprios abuso sexual (veja Adolescentes que abusam sexualmente.—1„ J^. conforto e cuidado.. O abuso sexual é uma forma de cuidado emocional pervertida e confusa. em que a estimulação e excitação sexual é um pobre e triste substituto do cuidado emocional parental.—i~ * —11^^«. i^m niilinlnii> 1 mr^mfl difcren?" 1-^-™ r\ 111-| 11-1 11 li-1 11 lu estrutural e imaturidudw.^. emocionalmente empobrecido.-il.i*Atw*.«.«-».mnnrirn muito semelhante ao at"i'-"' j/mi.11 rt. ao mesmo tempo. Na síndrome de João e Maria.1.^ objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária propostos para o abuso sexual por parte dos pais e de figuras paternas.io sexual de criancac m^'" J»•v• '11 j. —. i (. 6. 0 abUCadOr.«J«n. em que ambas as crianças também podem ter sido severamente abusadas.-itj Jwn iunauu *&i. K. mesmo que pareça que eles tenham sido mais ativos no abuso. Ua mesma idade.ii-iihiii jjni. a questão da responsabilidade e dependência estrutural precisa ser tratada de modo diferente. d. o abuoo pclu '"n. I<- forcou a Irma ao abuco t. freqüentemente. além das formas diretas de estimulação sexual mútua.U11I uiuilu hiuÍli l. e nos meninos por um comportamento sexualizado de abusador. r.111 »«*-■ • ' ■. rnvuivi u ulmIilhiis Vlolôncl». com o perigo de abuso sexual em outros relacionamentos... . inadequadamente. Embora o relacionamento possa parecer um abuso adulto-criança. quanto para o abusador. Essa confusão emociossexual é traduzida nas meninas por um comportamento sexualizado de vítima e por uma maior vulnerabilidade a novos abusos.nmii-i .. •«"> *-om 0 do pai..mur.itingurvd Jn uju ljl>vu«1 pelo [ 1^ i A HiMiMiiH I i 1 il 1^1 1 ir-i il 111111 ^1-1 1^1 1 ilr. 1*1 uiviiiiiu li*"tl\a Um relacionamento multo dlforcnto com oceo j"vnn. da irma T-nm.. u.. ■ 1^-1 ijii^il iiinsi nir-iiti»? H«- dOIZO anOC dO ldadr itulin i rim linirimimm ni.n. Na síndrome de João e Maria nós chegamos mais perto de um entendimento do abuso sexual da criança como síndrome de adição. lllulUl 11 ILli. t... u.. Ambas as crianças precisam assumir igualmente a devida responsabilidade por seu relacionamento sexual inadequado. Formas diretas de atividades sexuais podem ser a única maneira de obter alívio de tensão. ■ ■ •■ nt-» n 1 iir. tanto para a criança. <-> ni. .. dC trCZC C dcecnovc anoo dc íddU^ . > • ■..in fuluvu m^Jo..."""»i dr.viulr^ni in.-m . i mi nui. As meninas precisam assumir sua parcela de responsabilidade.=* jnvcm peto maia velho uufc 11 11 **.ull/1 ^ nívlv ootrO o maic jovom..hnvin nrnnli-i»»J«- Jrsm contraetc.-i Iiiitduij.. Abusadores adultos e a síndrome de João e Maria.218 tico a relacionar-se de maneira sexual. u fi^mu dv_ uuiwi I d l. Capítulo 2. i-Ia\rla forte vínculo ü düpündf"^ 1111.. Os adolescentes do sexo masculino. i^mCvu 00 irmão: havmm oído antcriornf^"1^ i«-i. Elas podem não ter outros meios de sentir-se bem e obter alívio de tensão....u^U w ws 1*—« «j^«^-c»»ada o euiiíukü 1 111 11 1 1 mir ll-ii. num lar »• ■ i '■' 4u1. r". como os únicos responsáveis pelos atos sexuais.ri <'■ ■ ■ x "'li «-» t. têm uma baixa tolerância à frustração e mecanismos subdesenvolvidos para lidar com as situações. v. na síndrome de João e Maria não devem ser tratados como os abusadores e as meninas não devem ser vistas como outras vítimas crianças abusadas por figuras parentais.i j.. iiiriui. 3 1<S i urti te: /\ dltCPCnCO tOmOU OC l>'L"i'-» i_t-ii-* ie.r' 11 .) Figura 14. que buscavam conforto uma na outra na mutua estimulação sexual e completo intercurso sexual. de modo a serem capazes de lidar com qualquer comportamento sexualizado resultante das confusões emociossexuais.iiu iiidi.-i liIuhvuj mwuji.l liiÚLuu. apresentam uma tolerância à frustração extremamente baixa. raU'a W L'UI lf LIW^ÍIJ WI_lLlX»=» l_l ixxil""l_l x11««Í3K vi. "11 II 1( |JI«fk.iViiiiiIi. I. As crianças emocionalmente privadas e fisicamente abusadas.1 1 n.íMl"" n*»^. geralmente..1 i.1. . « O atU KUXIUU foi LLULU illl^iuydv.. As crianças com a síndrome de João e Maria são privadas do cuidado emocional e.Auuln ii/ni dwl.o>*. (Veja O processo individual.-iivr-in iiii~.. Também é importante evitar transformar os irmãos em bodes expiatórios. e foi colocado que ele forçara sua irmã ao abuso. pode levar à terapia não- terapêutica. Ele permaneceu sorumbático durante longos períodos da sessão. mas porque é completamente "louco". 6. tendo sofrido eles próprios abuso sexual. antes de qualquer outra pessoa da casa acordar.2. e onde possam lidar com os problemas de identidade sexual feminina e masculina específicos de cada gênero. Foi então que ela revelou que ela é que fora ao quarto do irmão quando ele ainda estava dormindo. quanto pelo irmão.) 14. A família adotiva. tornar-se mais ativo e não querer parar a interação sexual até ter encontrado alívio da tensão na ejaculação. por sua vez. pelo abuso que eles próprios cometeram.Em um outro caso. Lidar com os adolescentes sexualmente abusados. em casa. 7. Na síndrome de João e Maria. Os adolescentes que abusam sexualmente. e quis desculpar-se com ele por acusá-lo de ser um abusador. O intercurso sexual acontecia normalmente de manhã bem cedo. a rede profissional tratara o menino cojno um abusador adulto. As crianças e os adolescentes que abusam sexualmente. tendo sofrido eles próprios abuso sexual. Ambos os aspectos devem ser tratados separadamente. a menina apresentou um comportamento sexualizado passivo e um comportamento de vítima. explosivo e zangado com ela. São ambos. não são nem "loucos" nem "maus". Na verdade. Depois da primeira sessão. Abuso Sexual da Criança 219 O problema terapêutico na síndrome de João e Maria está na mútua dessexua-lização dos relacionamentos emocionais de ambas as crianças. sem que eles tenham assumido a respon- sabilidade legal correspondente à idade pelo seu próprio comportamento abusivo. A exploração do relacionamento irmão-irmã como parte da síndrome de João e Maria revelou um quadro típico. A história mostrou que ambas as crianças haviam sido severamente abusadas fisicamente e abandonadas pelos pais. e disse que estava com medo do irmão. Depois que ele começou. então. Eles são ambos. A ne- cessidade de modificação comportamental. o menino foi removido imediatamente. O anseio de ambas as crianças por cuidado emocional parental evidenciou o quanto o relacionamento sexual era uma tentativa desesperada de obter cuidados emocionais parentais mútuos e de receber um do outro uma proximidade e um conforto distorcidos. precisam assumir total responsabilidade. o irmão assumiu na interação sexual um típico papel masculino ativo e a irmã um papel passivo. em que o relacionamento entre os irmãos possa ser reexaminado e sessões individuais ou grupais separadas. transformou-se em um relacionamento sexual que era iniciado tanto pela irmã. a rede profissional e as crianças unanimemente rotularam o menino como o "abusador" e a menina como a "vítima".1. em que cada criança possa desenvolver um senso separado de autonomia. enquanto a menina se comportava passivamente. tanto quanto a menina. De fato. constituem um grupo separado que não se enquadra nem na categoria de vítimas. Formas comcomitantes de terapia. A classificação errada desta síndrome de João e Maria como um abuso sexual adulto-criança foi o resultado da confusão na rede profissional pelo fato do menino. no nível de seu atual desenvolvimento psicossexual. a menina contou aos pais adotivos.4. da idade de dez até doze anos. A terapia sozinha pode levar exatamente ao oposto do efeito desejado. mas em uma Intervenção Terapêutica Primária conectadora (veja A Intervenção Terapêutica Primária. tendo sofrido eles próprios abuso sexual Crianças e adolescentes que abusam sexualmente podem ser parte de famílias com abuso sexual. que as pessoas pensam que ele não é capaz nem de assumir a responsabilidade pela maldade que cometeu. um menino de quinze anos de idade havia abusado de sua irmã de treze. O irmão estava muito agressivo. que ela fora tão ativa quanto o irmão e que era tão responsável quanto ele. tendo sofrido eles próprios abuso sexual. (Veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. 7. ele é considerado tão perturbado. Capítulo 6). quando acordou e se sentiu solitária e com medo. A mensagem de que o ofensor é totalmente "louco" e não também "mau" conduz a um risco maior de novas ofensas. Esse relacionamento. e dele emanava o perigo de um violento ataque de raiva. Conseqüentemente. a irmã é quem foi ao quarto do irmão. Eles são irresponsáveis e eles têm problemas psicológicos. Na revelação. Realizar a terapia simplesmente transmite ao adolescente a mensagem de que ele se tornou um ofensor não porque é "mau" e irresponsável. enquanto a menina permaneceu na família adotiva. A terapia deve incluir sessões compartilhadas. Foi crucial compreender que apesar do comportamento esterio-tipado de ambas as crianças. Mandar para terapia os adolescentes que abusam sexualmente. Na primeira sessão com ambos os irmãos. que são também ofensores sexuais como ofensores . nem na de abusadores. ambas as crianças necessitam de cuidados parentais emocionais idênticos e o menino também precisa de cuidados parentais externos concretos. A terapia precisa incluir a reintrodução do recato para ambas as crianças e ambas precisam encontrar modos não-sexualizados de aliviar a tensão quando sob estresse. onde muitos membros da família foram sexualmente abusados e. privacidade e relacionamento. pela qual qualquer outra pessoa que não fosse "louca" teria que assumir a responsabilidade em termos legais. depois da interação sexual começar. ambas haviam se envolvido igualmente.3. Ela quis entrar em sua cama em busca de conforto e cuidado emocional. Ela diminui o senso de auto- controle e responsabilidade do adolescente e aumenta a baixa auto-estima e o estigma de ser "louco". Crianças e adolescentes que abusam sexualmente. Os adolescentes que abusam sexualmente.3. transformaram-se em abusadores. .ii. ser realizado com o maior cuidado. quando e como essas crianças devem saber a respeito de seu pai biológico. o aspecto de vítima acaba sendo explorado como uma desculpa para a recusa em assumir o comportamento abusivo.» guiaram om busco dc nmnSHinamBnto a rcopcito de como. que ela não foi engravidada por alguma pessoa desconhecida e sim por seu próprio pai. Filhos de incesto Reconhecer os filhos de incesto ainda é um grande tabu. é igualmente inadequado e pode provocar um risco similar de criar novos ofensores. v_lc cia viuUuii. Isso lhe deu um senso de controle sobre o processo de assumir a responsabilidade e a reparação pela ofensa cometida. e levou vários meses de preparação terapêutica.. Portanto. O aconselhamen- to sobre gravidez e aborto para as meninas que engravidaram através do abuso sexual deve. Isso. Numa estreita cooperação 220 Tilman Furniss entre a polícia.^.. O direito das crianças de crescer sob proteção psicológica de seu bem-estar mental se mantém além da adolescência até o início da idade adulta... um valor pequeno em dinheiro.i^c.) Nós precisamos empregar uma abordagem complementar que integre completamente os aspectos legais e terapêuticos de abusar e ser abusado. a pergunta muito debatida é se. Após cuidadosa preparação. De um ponto de vista desenvolvimental. |. a sessão de desculpa tornou-se um evento altamente terapêutico para o menino. irmão ou outro parente. O aspecto de abusador precisa ser tratado primeiro.tlw. wuui filho adotivo cia u íesult^do do um lnccoto pai hii™ <i. O processo legal e terapêutico complementar permite às crianças abusadoras-sexuais.fi.. em que mais tarde as crianças têm o direito de conhecer suas origens biológicas.4.uac aliciiiauva. Um menino muito perturbado de quatorze anos de idade. Medidas legais e estatutárias haviam sido tomadas no contexto de uma Intervenção Terapêutica Primária. Elas também têm o direito de crescer em um ambiente protetor. Capítulo 1.[. u"a« Dobiam se deveriam (nml. ""*\íl cunfucao o dano mental.1). as questões do próprio abuso sexual do garoto puderam ser tratadas na terapia subseqüente. que sofreram elas próprias abuso sexual.i..ju« dizer a criança sobre suas (íricjonc pioiop. o serviço de acusação e os profissionais de saúde mental... antes que os aspectos do próprio abuso da criança possam ser considerados na terapia individual e familiar concorrentes. Compreender a noção do incesto requer o domínio do conceito do relacionamento sexual adulto e das fronteiras intergeracionais.. que ele próprio teve de ganhar. lidarem com sua própria confusão como abusadoras sexuais e como vítimas de abuso sexual. que leve em conta sua dependência e imaturidade estruturais e que salvaguarde seu desenvolvimento psicológico e bem-estar emocional. Ele havia tentado penetrá-la e foi encaminhado para avaliação e terapia.fc. que de fato não foi alguém em alguma festa. foi que o menino encontrasse a criança abusada e seus pais em uma sessão.. Dois exemplos talvez ilustrem uma maneira possível de manejar a situação. Nós ainda não aprendemos a considerar que a gravidez adolescente pode ser o resultado do abuso sexual dentro da família. Então nós descobrimos.r. A segunda decisão judicial.lnu ouu ollg. o garoto teve que fazer uma declaração e recebeu uma multa.. ainda mais efetiva em termos terapêuticos. <. para desculpar-se.„ . ficaram bêbadas. tornando o próprio processo legal altamente terapêutico.. Eu tenho plena consciência de que as questões envolvidas são complexas e que posso pio negligenciar Dnpcdns Impnilnii» Um Harutlntiu uc lies anus üe Wadg foi adotado por pain «vire™ o.. abusou sexualmente de uma menina em idade pré-escolar da vizinhança. por trás desta estória... na sua própria cama. Depois do trabalho com o abusador e a sessão de desculpas.icas... Se trabalhamos primeiro a vítima. /\ nHn^r.=■ Uu. ..adultos. em casa. que a menina não estava nem um pouco bêbada. Elas dizem que foram a uma festa.. a menina e a família dela.in irtiiir-niH iiHu aiuwb do final da adoJcnconrin.^1. Uma vez que os filhos do incesto nasceram. As meninas dizem que não sabem quem as engravidou... conheceram um homem e dormiram com ele..Clll UlUlU^H-d 11 ILtíSI 1 J( )Sa RntOO da Idade adulta.' ■ ^ E" tugorl que eles nnr> ronln^n.. obviamente. parece muito inadequado confrontar uma criança pequena e imatura com o confuso conceito de que o homem que a criança conhece como "avô" é também o pai. obviamente..'3u buui cedo na iiiiaiic"". mas que não sabem quem ele era. As crianças são muito mais capazes de aceitar que os pais . que vinha sofrendo abuso sexual.:. <j <..aiun. (Veja Da loucura à maldade. ljics queriam > * trlança cobre a adocao too lo^n Eontiocom que ele seria cap"' ■ ..Uu. 14.1vb 3e crianças íeidiivamentu poquonac oao capazes de compreender. . As crianças têm o direito de saber de onde vêm. antes do abusador. essa pergunta deve ser considerada com as perspectivas separadas dos direitos da criança e da saúde mental(veja Abuso legal e dano psicológico. ..im Muv.. era uma tarefa difícil para o abusador.. . Uma criança pode muito brm mliri ilsi nilu.. CSld ivladuiuaa ao papel pnrrnini Hm . Essa pergunta torna-se ainda mais urgente no crescente movimento pelos direitos da criança e nos casos de adoção. . . 1. O papel comum de parceira emocional da criança abusada produz o efeito de tornar a criança das famílias de pai solteiro extremamente leais ao abusador. Eu concordei que a adolescente tinha o direito de saber quem era seu pai já que isso era conhecido. Para essas crianças. elas sentem que ajudam e apoiam o pai através do abuso. Ela queria conhecê-lo e tinha a esperança de poder viver com ele. Aos treze anos de idade. muitas vezes conduz. 14. na verdade. no interesse de seu desenvolvimento pessoal e psicossexual. ela continuaria não só sem ganhar um pai. 3. nesse momento. nós encontramos. A criança havia ficado como uma pseudoparceira para o pai e cuidava dele tanto quanto o pai cuidava dela. após separação ou divórcio. O direito da criança de conhecer o pai precisava ser pesado em relação ao fato de que. A mútua dependência emocional entre o pai abusivo e a criança.adotivos tomam a posição dos pais biológicos que não conseguem cuidar da criança. A segunda consideração de saúde mental refere-se à proteção do próprio desenvolvimento psicossexual da criança. Solidão. tem funções paternas e maternas. As crianças normalmente têm pena do pai solteiro e são muito protetoras com ele. acreditando que de outra forma ele não poderia lidar com as situações.1. apesar do grande sofrimento imposto pelo abuso. É crucial que os filhos de incesto tenham a chance de estabelecer primeiro uma certa identidade adulta e especialmente uma certa identidade sexual adulta. profundamente desorientadoras e requerem consideráveis graus de adaptação. Sua mãe a havia abandonado e deixado no lar para crianças. Um grupo de pais bastante "maternais" decidiu sacrificar uma carreira mais tipicamente masculina. Capítulo 1. Ao saber que o avô é também o pai. Confusão entre os diferentes níveis de dependência. muito provavelmente lançará essa menina numa profunda confusão sobre sua pró- pria identidade pessoal e sexual. O claro sacrifício e o papel de vítima aceito pela criança não tornava o abuso menos assustador. O problema do pai solteiro É muito difícil decidir como proceder nos casos de abuso sexual por pais solteiros que são o único cuidador e possivelmente a única figura de apego na vida da criança. é a única figura de apego para a criança. uma menina de treze anos de idade que vivia em um lar para crianças tinha apenas seu avô como única figura de apego e como o único relacionamento familiar em sua vida. no exato momento em que ela soubesse que seu avô era também o pai. enquanto progenitor solteiro. seria incapaz de lidar com a situação e teria um colapso. que cuidava dela e de mais dois irmãos. mas também perderia seu avô como o único relacionamento importante em sua vida. Em famílias de pai solteiro. fisiológicas e psicológicas na adolescência já são. mas que quando ela ficasse adulta conheceria todos os seus antecedentes. Em um caso. uma forte dependência emocional mútua entre o pai e a criança. assim como a criança é o único confidente do pai. O pai. Eles dificilmente podem compreender que um avô seja ao mesmo tempo também o pai. Esse elemento. uma menina temia que seu pai ficasse gravemente deprimido e suicida sem o abuso. que seu pai era desconhecido. geralmente. Contar a uma menina de treze anos. mas que foi decidido. Uma outra menina contou como achava que o pai. nem menos perturbador para ela. Os filhos sexualmente abusados de pais solteiros temem perder o único progenitor que têm. que em sua curiosidade adolescente quer saber quem é seu pai. antes de conhecerem suas origens incestuosas. que foi especialmente pungente neste caso. Eu sugeri que se dissesse à menina de treze anos de idade. vale para todos os casos de filhos de incesto. à .) Em um segundo caso. Não existia nenhum contato entre a criança e sua mãe. sobre sua origem incestuosa. Ele então se torna nem uma coisa nem outra e a criança perde ambos. porque precisam ser capazes de confiar na clara diferenciação estrutural entre pai e avô. O pai. como profissional da saúde mental. em função da tarefa de educar as crianças. As mudanças biológicas. eu tinha que acrescentar o direito da criança de ter sua saúde mental e desenvolvimento psicológico protegidos. O outro grupo estava vivendo com a criança abusada porque a esposa ou a parceira os havia deixado. em si próprias. ficarem protegidas do abuso e seguras em relação ao abusador também significa a perda da única figura parental e do único relacionamento e vínculo emocional importante em sua vida. Naquele momento ela até poderia ficar 221 Tilman Furniss sabendo que as suas origens. eles perdem tanto o pai quanto o avô. No entanto. O serviço social sabia que o avô era também o pai e alguns colegas do serviço social achavam que a criança tinha o direito de conhecer esse fato. freqüentemente. e parece haver dois padrões de relacionamento diferentes entre os pais solteiros que abusam sexualmente e seus filhos. já eram conhecidas antes.5. Esses pais fazem um grande investimento emocional em seus filhos. Muitas vezes. Minha recomendação foi a de que ambos os direitos — o direito da criança de crescer com sua saúde mental e seu desenvolvimento psicossexual protegidos e seu direito legal de conhecer suas origens — deveriam ser pesados à luz de fatores desenvolvimentais cruciais. a menina quis saber quem era seu pai. sentimentos de culpa e desespero após a separação do pai enquanto abusador podem ser muito intensos nas crianças sexualmente abusadas das famílias de pai solteiro. (Veja Da loucura à maldade. que não se contaria nada a ela antes que pudesse lidar com os aspectos sexuais como uma mulher completamente adulta. a quem não queria perder por não ter nenhuma outra pessoa. Colocação com parentes. Sob falsas alegações. 12. a garota ficou extremamente zangada e hostil. 3. muitas vezes. e não é permitido ao pai ter qualquer contato com ela. em que as mães projetavam sua própria experiência de abuso sexual em seus filhos. Manejando a negação primária. embora também tivesse falado sobre pensamentos e sentimentos suicidas. aludiu ao abuso sexual e manifestou sérios sintomas de automutilação e comportamento auto-agressivo. Qualquer relacionamento na família mais ampla ou no ambiente social da criança que possa assumir uma função parental deve ser ativamente estimulado. A tentativa de prosseguir de uma suspeita de segunda-linha e de uma revelação parcial para uma revelação completa não teve sucesso. 8. Uma sessão inicial de responsabilidade com o pai deveria ser seguida por um tratamento intensivo da díade pai-criança. a mãe. Formas comcomitantes de terapia.1.) O trabalho da negação nas famílias de pai solteiro precisa tratar da difícil situação de ser uma família de pai solteiro antes de lidar com o abuso em si. é colocada com pais adotivos. embora os parentes devam ser escolhidos cuidadosamente. Uma menina. embora nunca ousasse revelar. é importante manter o pai envolvido no tratamento desde o início. 10. No entanto. freqüentemente. Esse problema é especialmente acentuado nas filhas adolescentes que assumiram um papel pronunciado de pseudoparceira. Esse padrão inclui um encaminhamento com grande urgência e uma situação aparentemente muito definida de abuso sexual da criança. Elas eram extremamente protetoras e apresentaram-se imediata e firmemente com claras alegações de abuso sexual da criança. não apenas para protegê-la de novos abusos.maior negação e fortes conluios contra a terapia. Síndrome-Munchausen-por-procuração nas mães que sofreram abuso sexual Eu atendi algumas mães que estavam muito preocupadas e que alegaram que seus filhos haviam sido sexualmente abusados. em famílias de pais solteiros. Nós precisamos lembrar especialmente que a revelação do abuso sexual da criança geralmente leva tempo. Nem um desses casos era parte de conflitos de separação ou divórcio. As medidas terapêuticas e de proteção à criança devem levar em conta o fato de que as crianças. em sessões familiares e tratamento de grupo ou terapia individual concorrentes. descobriu-se mais tarde que as próprias mães 222 Tilman Furniss haviam sofrido abuso sexual quando crianças. pediu ajuda para sua filha. Mas até mesmo os pais adotivos experientes precisam de constante apoio para lidar com a intensidade da dinâmica da díade pai- criança. (Veja A rede profissional. que sejam capazes de proporcionar à criança o espaço para trabalhar o vínculo com o pai como figura parental. Ambas as abordagens ao abuso sexual nas famílias de pais solteiros requerem uma grande paciência. as alegações. Uma outra maneira de ajudar as crianças a revelar é envolver os pais no tratamento por problemas parentais gerais e encorajá-los a encontrar outros relacionamentos adultos.crise dos profissionais e crise familiar. (Veja Confusão nos diferentes níveis de dependência. Sempre que ela chegava perto de uma revelação completa e sempre que o abuso era considerado pelo terapeuta ela recuava completamente. 10. nós. 10. (Veja Colocação com pais adotivos. era um ato de equilíbrio bastante difícil comunicar à criança que ele entendia seu apuro.) 14. Em um dos casos. Parece haver um padrão clínico na forma de abuso sexual da Síndrome-Mun-chausen-por-procuração. Embora o relacionamento com o pai incluísse o abuso sexual danoso. mas freqüentemente muito prejudicial. é uma grande tentação e uma solução aparentemente fácil. mas não ajudam a criança. precisamos colocar a criança com pais adotivos maduros e experientes.1. a natureza do abuso e as circunstâncias do suposto abusador apenas dissipam. elas buscavam ajuda para a criança dentro delas.6.1. que não queria fazer uma revelação clara na terapia. O impulso dos profissionais de separar a criança do pai. Ao longo de semanas e meses de tratamento.) Quando utilizamos uma Intervenção Terapêutica Primária nas famílias de pai solteiro.3. Capítulo 6. Ela falava excessivamente sobre seu medo de perder o pai. Em cada caso. ela tinha tanto medo de perdê-lo e sentia-se tão protetora em relação a ele. e que o pânico e as ações prematuras podem fazer com que nos sintamos bem como profissionais. A crise da revelação . numa crise aguda. As alegações eram parte de uma Síndrome-Munchausen-por- procuração. Quando ele começou a Abuso Sexual da Criança 222 realizar um trabalho da negação e levantou explicitamente a questão do abuso sexual. só revelarão o abuso sexual pelos pais solteiros quando tiverem encontrado uma outra figura paterna em quem possam acreditar e confiar. uma precisa e cuidadosa avaliação dos fatos e circunstâncias não parecia apoiar as alegações. dizendo que esta havia sido . cada vez mais.6. Para o terapeuta. 7. apesar do abuso. mas para eliminá-lo como a figura de apego emocional central para a criança.4.17. A cuidadosa avaliação das circunstâncias do suposto abuso sexual. Ao mesmo tempo. Trabalhando com pais adotivos. geralmente. Capítulo 5. A criança. A intervenção terapêutica primária.) Nos casos de abuso sexual totalmente reconhecidos. (Veja O processo individual. as mães se contradizem de modo crescente e descrevem eventos e situações altamente improváveis. na terapia individual. ela pediu indiretamente que o terapeuta a protegesse do abuso. Capítulo 2. Contradições. Ela distanciou-se firmemente do marido. Uma mulher atraente. mas que o suposto abuso sexual havia desencadeado alguma coisa dentro dela por seus próprios motivos. em um caso clássico de Síndrome-Munchausen-por-procu-ração. aparentemente. que estão projetando a sua própria experiência e ansiedades na criança. a mãe alegou que um tio havia se intrometido com sua filha. Ela contava uma estória constantemente modificada sobre o abuso sexual da filha. Ela alegou ter visto o marido intrometendo-se sexualmente com a filha de dois anos de idade. quando a crise diminui. a alegação pode ser desencadeada por uma situação semelhante àquela em que elas próprias foram sexualmente abusadas. que indicava que ela não estava simplesmente agindo como mãe. Eu certamente perdi dois casos de crianças sexualmente abusadas.sexualmente abusada pelo marido. mas a mãe insistia que estava absolutamente certa de que havia visto o marido abusando sexualmente da filha. No entanto. Vários dias depois do suposto abuso. ela foi ficando muito angustiada. Nestes casos. A exigência de alguma ação em relação à criança é acompanhada por um apelo por ajuda pessoal difícil de descrever. em algum nível. porque as alegações têm uma qualidade diferente daquela de quando. levando a filha. a realidade da repetição do abuso sexual em sua própria filha normalmente se torna. A urgência e força das alegações. Por outro lado. Sob cuidadosa investigação. Ou a alegação é feita na época em que a criança tem mais ou menos a mesma idade na qual a mãe foi sexualmente abusada. é comum o desejo de abandonar o tratamento. a discrepância entre a demanda por ajuda e o não-envolvimento da polícia ou das agências de proteção à criança e a ativa evitação de ajuda concreta formam um padrão importante da Síndrome-Munchausen-por-procuração no abuso sexual da criança. Qualquer alegação esquisita e inadequada de abuso sexual da criança por parte das mães deveria levantar a possibilidade de uma Síndrome-Munchausen-por-pro-curação. e ela própria estava cada vez mais perturbada. que não havia acontecido nenhum abuso sexual. em que as mães. a situação em que ela havia visto o marido abusando da filha tornou-se confusa e contraditória. Na Síndrome-Munchau-sen-por- procuração. Mães de crianças que sofreram abuso sexual. com um senso agudo de urgência e desespero pessoal.7. que o marido admitisse o abuso. mas intenso. com grande urgência. consciente ou inconscientemente. Em um outro caso. a mãe insistia em sua alegação o tempo todo. as mães podem persistir com sua suposta percepção de uma situação específica. não queria qualquer ajuda concreta para ela própria ou para a filha. que caracteriza esses casos. A mãe. Assim como em outras formas desta síndrome. Não obstante. o caso não pode ser controlado na terapia e a mãe prosseguiu acusando o marido. mas não queria que a polícia ou os serviços sociais se envolvessem. a quem não havia mencionado suas suspeitas. ao mesmo tempo. enquanto a estava banhando. que pode então evitar qualquer contato. no banheiro. que incluía cada vez mais outras pessoas e situações. sofreram verdadeiramente abuso sexual. o abuso sexual pessoal é ferozmente negado e as mães não querem uma ajuda efetiva para elas se o abuso sexual da criança não é acreditado. e ao mesmo tempo não queria que nada fosse revelado fora da família. 14. sem a menor dúvida. sem falar previamente com o marido. utilizam falsas revelações como um grito por ajuda pessoal. Ela telefonou urgentemente para várias clínicas terapêuticas pedindo ajuda. querendo. parecem ser típicos das alegações de abuso sexual na Síndrome-Munchausen-por-procuração. até que a família finalmente se separou. que subseqüentemente não podem aceitar e tentam evitar. tanto a mãe quanto a criança. Ela chegou a extremos nesse processo. ficou imediatamente protetora.7). e ameaçava abandonar o tratamento. Colocar em tratamento famílias em que a própria mãe foi sexualmente abusada acrescenta uma outra dimensão de complexidade. A avaliação completa. revelou. em que as . em que a mãe projeta seu próprio abuso na infância em sua filha não-abusada. Ela queria voltar a viver com ele imediatamente depois que ele admitisse ser um abusador sexual. tendo sofrido elas próprias abuso sexual. extremamente assustadora para a mãe. Por um lado. que às vezes parecem tão obviamente não se ajustar à realidade. extremamente paranóide. 14. voltando ao segredo e à negação secundários (veja Mães de crianças que sofreram abuso sexual. deixando claro que ela estava projetando seus próprios problemas e ansiedades na criança. Não é isso que acontece nos casos em que as mães das crianças sexualmente abusadas também Abuso Sexual da Criança 223 sofreram abuso sexual. indireto. depois de muitos meses. Havia uma qualidade de preocupação angustiada nessa mãe. logo depois da revelação. as mães e os pais sofreram eles próprios abuso sexual. e relatos cada vez mais confusos e sempre modificados. estórias e ações que não parecem se ajustar. Ela continuou com suas tentativas de convencer os terapeutas e os serviços de proteção à criança de que sua filha havia sido sexualmente abusada pelo marido. mas. Depois de deixar a casa. elas podem querer ajuda urgente para a criança sexualmente abusada e esse pedido de ajuda pode se tornar muito agudo em uma crise. ela deixou a casa. em seu próprio detrimento e em detrimento da família. acusou seu marido de abuso sexual da criança. Parece que na Síndrome-Munchausen-por-procuração as mães sabem. Ela deixou apenas um breve bilhete para o marido. No caso das mães que sofreram abuso sexual. Ela queria desesperadamente sua admissão. Isso torna extremamente difícil o manejo desta síndrome no abuso sexual da criança. As mães sexualmente abusadas podem ser muito ambivalentes em seu desejo de buscar ajuda para seus filhos. tendo sofrido elas próprias abuso sexual Em muitos casos de abuso sexual da criança. ameaçam abandonar a terapia e recuar novamente. (Veja Prova e crença. conseqüentemente. indiretamente. O papel como mãe de uma criança sexualmente abusada e o papel como mulher que foi sexualmente abusada não devem ser confundidos. mas para a criança: "Eu acho que você está com muito medo de mim hoje. 1. geralmente. quando fui incapaz de manejar ao mesmo tempo o abuso sexual da criança e o da mãe. nor Abuso Sexual da Criança 224 malmente. e você sabe mostrar muito bem uma fisionomia impassível. Dirigir implicitamente a criança a comunicação de todas as possíveis ansiedades que talvez impeçam a mãe de enfrentar a si própria ou ao seu próprio abuso. mas ao mesmo tempo extremamente assustada.4. e é importante manter separados o abuso da mãe e o abuso da criança. Sentimentos de culpa. eu diria. No processo. eu me volto para a mãe e digo: "Você consegue fazer uma fisionomia impassível e consegue se controlar?". às vezes. as menininhas tinham medo deles. admissão e assunção da autoria. 14. A segunda função é utilizar a comunicação com a criança como "A Estória da Terceira Pessoa". a revelação e o reconhecimento aberto do abuso sexual de seus próprios filhos levam essas mães a uma situação terrivelmente difícil.5. como homem. Eu comentaria imediatamente esses sinais de angústia da mãe. não para ela. e querem apenas esquecer. tem duas funções. e sugeri para a criança. e volto-me imediatamente para a criança se a mãe demonstra qualquer sinal de angústia. que também sofreram abuso sexual. elas também sabotam o tratamento da criança sexualmente abusada. Depois de buscar ajuda na crise inicial da revelação. Elas ficam assustadas demais para enfrentar seu próprio abuso. as mães de crianças sexualmente abusadas. ou seu sentimento de culpa enquanto mães. O tratamento inicial precisa centrar-se. Eu. daquela encontrada nas mães sexualmente abusadas que procuram ajuda em uma Síndrome-Munchausen-por-procuração (veja Síndrome-Munchausen-por-procuração nas mães que sofreram abuso sexual. que tinha três anos de idade." Falar para a criança. as mães revelam o seu próprio abuso durante o tratamento das crianças sexualmente abusadas. Utilizar a criança como a "Terceira Pessoa" para contar a estória sobre o possível abuso sexual materno. Elas não conseguem lidar como mães com o abuso sexual da filha porque ele as faz lembrar de seu próprio abuso. muito embora esta . a mãe era extremamente ambivalente em relação aos homens. falando com a criança a respeito dos medos que as crianças têm. Uma hostilidade materna cada vez maior e inexplicada em relação a uma criança sexualmente abusada sempre deve levar à suspeita de abuso sexual da própria mãe. A ansiedade por enfrentar o próprio abuso freqüentemente se compõe de graves sentimentos de culpa por não ter conseguido proteger a criança exatamente do mesmo trauma que ela sofreu e que queria evitar para sua filha. As mães sexualmente abusadas entram facilmente em um círculo vicioso de evitação. baixa auto-estima e hostilidade em relação à criança constituem uma dinâmica muito diferente. Eu tinha uma consciência muito grande de ser um homem. Eu também utilizo técnicas indiretas e "A Estória da Terceira Pessoa" quando tenho fortes suspeitas de abuso sexual materno que ainda não foi revelado. Depois. 324 Tiltnan Furniss Algumas vezes. Numa reação defensiva. As técnicas mais indicadas são as abordagens indiretas que lidam com o abuso sexual da mãe através da criança como a "Terceira Pessoa". 8. O processo individual no contexto. enquanto for impossível falar aberta e diretamente sobre as experiências da própria mãe. geralmente. como os homens eram horríveis e como. e pode estar com muita raiva e talvez não queira voltar na próxima vez por eu ser um homem tão horrível. enquanto mulheres. faço o comentário sobre a "fisionomia impassível" da criança de uma maneira bem-humorada. Uma delas é falar sobre o seu próprio abuso sexual. pois ele provoca intensamente o trauma oculto e as questões não-resolvidas de seu próprio abuso. muitas vezes. provoca um imediato e visível alívio na mãe. quando sua própria experiência impede que ela seja protetora e capaz de enfrentar o abuso sexual da criança. aparentemente. apenas no abuso sexual da criança e não no da mãe.5. de modo indireto. mas o abuso da mãe precisa ser constantemente tratado no abuso da criança.6). 2. geralmente ajuda a mãe a fazer face às próprias ansiedades. dirigindo-mè na verdade aos medos da mãe. Em casos severos e traumáticos de abuso materno. as mães sexualmente abusadas. e como uma mensagem indireta para a mãe de que compreendemos sua ansiedade por falar no próprio abuso.) Quando a mãe fica com muito medo de falar sobre o abuso sexual ou quando fica com medo ou com raiva de mim. escapam do tratamento ou manifestam crescente hostilidade em relação à criança sexualmente abusada. Elas talvez desejem desesperada- mente uma ajuda para a criança. mas ao mesmo tempo não conseguem enfrentar o abuso da criança. nas mães de crianças sexualmente abusadas que também sofreram abuso sexual. Permissão terapêutica explícita para revelar. enquanto falava com ela e com sua filha que sofrera abuso sexual. e não conseguem lidar como mulheres com sua própria vitimização porque têm de enfrentar o fato de que um sofrimento semelhante foi infligido à sua filha. Eu agi dessa forma. até que a mãe possa lidar diretamente com o seu próprio abuso sexual.mães haviam sofrido abuso sexual. Em um caso. Ela sentia-se bastante atraída por homens. o trabalho com a família de origem como uma sessão criadora de realidade e responsabilidade pode ser altamente terapêutico. Eu disse coisas como: "Você. mas podemos ligar sua ansiedade ao abuso sexual da(o) filha(o).) A sessão com a família de origem pode assumir a forma de uma sessão de confrontação ou de uma sessão de reconciliação. Sessão-familiar-por- procuração.1. O trabalho de confrontação não traz apenas o perigo de uma deterioração geral no relacionamento entre o adulto abusado e seus pais. obviamente. freqüentemente. As sessões de confrontação com os abusadores que estão velhos e frágeis demais para lidar com o enfrentamento. então me diga. (Veja Profissionais que sofreram abuso sexual. sabe como é sofrer abuso sexual.10. Mães de crianças que sofreram abuso sexual. Foi uma maneira de me dirigir à ansiedade da mãe. existe um grande anseio de confrontar o abusador. tendo sofrido elas próprias abuso sexual. (Veja Abuso sexual da criança como síndrome de segredo. para que uma sessão de responsabilidade com a família de origem possa ser bem-sucedida.2. até que ela estivesse pronta para receber uma ajuda mais específica em relação ao seu próprio abuso. e essa sessão com a família de origem pode ser devastadora. Nós precisamos manter em mente que os jovens adultos abusados são.menina não tivesse grande receio dos homens. em sessões com a mãe e a criança. Formas concorrentes de terapia. mesmo que o adulto que sofreu abuso sexual julgue ser capaz de lidar com a negação e a acusação. Uma sessão de reconciliação requer um trabalho terapêutico prévio para confrontar o abusador indiretamente. Se o abusador ainda está vivo. Trabalho com a família de origem nos casos de adultos que sofreram abuso sexual Muitos adultos sexualmente abusados e certamente os pais de crianças abusadas que também sofreram abuso sexual precisam realizar um trabalho com a família de origem em relação ao seu próprio abuso. induzem renovados sentimentos de culpa no adulto abusado. 5. O trabalho com a família de origem. A negação e acusação parental podem reativar no adulto abusado rejeições e acusações prévias muito traumáticas. de um inspetor de saúde ou da enfermeira comunitária.) 2. nos casos de adultos que sofreram abuso sexual.2. é necessário preparar cuidadosamente qualquer sessão com a família de origem. sem levar a uma solução terapêutica. mesmo nos adultos mais velhos. 6. no contexto de sua história de abuso sexual. cobrindo as etapas iniciais da Intervenção Terapêutica Primária. o psicodrama e o desempenho de papéis pode ser útil para preparar um encontro familiar. muitas vezes. 2. Uma outra maneira de começar a tratar o abuso da mãe seria através do clínico geral desta mãe. Tais arranjos sempre exigem uma estreita cooperação entre o profissional que está em contato com a mãe e aquele que lida com a família e a criança abusada." Existe um grande anseio. Trabalho direto com a família de origem Quase sem exceção. (Veja Objetivos e etapas da Intervenção Terapêutica Primária. de confrontar diretamente o abusador na família de origem.) 14. que poderiam atendê-la regularmente por alguma outra razão médica qualquer e que utilizariam o contato para começar a conversar com ela sobre o seu próprio abuso sexual. pode ser feito indiretamente no trabalho individual ou diretamente em sessões familiares. Conseqüentemente. o questionamento hipotético antecipatório solucionador de problemas pode ser extremamente útil. Nós precisamos considerar se o . Capítulo 6. (Veja O processo interdisciplinar. ao menos uma vez.1.1. Algumas vezes. Capítulo 3. descartados por seus pais como loucos ou mentirosos. Nos casos de adultos jovens sexualmente abusados. mas na maioria dos casos deve ser tentada uma sessão de reconciliação.13. 11. Uma vez que o abuso sexual materno esteja verdadeiramente esclarecido.) 225 Tilman Furniss 1. os adultos sexualmente abusados que não revelaram na infância dizem coisas como: "Eu gostaria de poder perguntar ao meu pai se ele tinha consciência do que fez para mim e gostaria de poder perguntar à minha mãe por que ela não me escutou e parou o abuso. Nós podemos perguntar ao adulto: "Se os seus pais estivessem sentados aqui. A Intervenção Terapêutica Primária. por eu ser um homem. Nos encontros-familiares-por-procuração. O uso de diferentes técnicas de terapia familiar. em que o abusador ainda está vivo e disponível. ele pode ser trazido de volta ao trabalho com o abuso sexual da criança. a fantasia orientada. Trabalho indireto Nos casos dos adultos jovens. de uma maneira que ajude as mães a se sentirem competentes e capazes de ajudar os filhos. 9. o trabalho indireto com a família de origem pode servir como uma preparação para uma confrontação direta com o abusador. em um contexto médico mais normalizado e menos ansiogênico. em terapia. 7. Com muita freqüência. escutando você fazer essas alegações de abuso sexual.8. 14. O contato inicial também pode ser feito por assistentes sociais ou outros profissionais que tenham um contato regular com ela por outras razões que não o abuso. O processo familiar.7. como você acha que devemos falar com sua(seu) filha(o)?" Nós ainda precisamos tratar a própria ansiedade da mãe. chamar o abuso de abuso e. criar o abuso como uma realidade individual e familiar. você passou por isso. eu consegui ligar o abuso da mãe ao da criança transformando a mãe na "especialista" em abuso sexual. A conotação positiva do abuso sexual da mãe como uma capacidade parental positiva para ajudar a criança pode funcionar extremamente bem com as mães que são capazes de lidar com sua ansiedade. Isso se relaciona à necessidade que as pessoas sexualmente abusadas têm de poderem. 2. quem acreditaria em você primeiro?" Podemos continuar no nível hipotético de "como se". ao fazê- lo. com um questionamento hipotético antecipatório solucionador de problemas. de modo a estar preparado para possíveis alegações do abusador ou de outro Abuso Sexual da Criança 226 membro da família de que ele está mentindo ou fantasiando. o que é possível que estes façam. Se os adultos abusados forem incapazes de suportar serem novamente transformados em bode expiatório pelos pais.abusador ainda é suficientemente sadio e capaz de lidar com uma revelação na idade adulta. temos que desenvolver um trabalho preparatório individual e terapêutico mais extensivo antes de podermos realizar uma sessão com a família de origem. . Todo adulto abusado deve passar por um desempenho de papéis ou sessões-familiares-por-pro-curação. . and Stevens. New York. (1988) Klinischer Verlauf in der Intervention von Sexueller Kindesmisshandlung. (1982) Clinical issues in child sexual abuse. Finkelhor. and Kempe. 24:79-88. In Beezley Mrazek. L. (1981b) Definition and recognition of sexual child abuse: historical and cultural perspectives. Child Abuse & Neglect. W. 9:4. (Eds) Social Work and Sexual Abuse. (1984) Therapeutic approach to child sexual abuse. (1985) A systems theory conceptualization of incest. May 1983. 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(1979) Endogamic incest and the victim-perpetrator model. and McGraw. . abusados quando jovens 316-317. processo familiar no 304-307. alegações suspeitas de 185-186. 37-39. dissociação dos 32. 115-116. terapia familiar e 114. 53. 99. com pais adotivos 226-227. e visitas de acesso 190-191. 113. comunicação da criança sobre 44-49 com freqüência. 252-256 com fre- qüência. com pais adotivos 226-227. 283. estatísticas a respeito 13. intervenção. 315. secreta. veja também "resolução de conflito-por-procuração" consulta 281. 29-39. 13. ameaças por parte dos 31. acomodação ao 34-36. díade conjugal no 306.W. e grupos de cuidadores 270. rituais de entrada e saída 32-35. 92. 127-128. intrafamiliar. abuso sexual abuso veja abuso físico. 298. entrevista de revelação e 198-199. e a síndrome de João e Maria 315. abusadores sexuais aconselhamento veja terapia adição veja abuso: como síndrome de adição Alexander. suspeita de 170-173. e poder 17-20. 277-278. função familiar do 58-62. 281-282. 171-172 com freqüência. como síndrome de adição 19-20. subornos/recompensas por parte dos 38-39. 138. em unidades residenciais 210-211. e relacionamentos mãefilha 52-53. 174-177.72-73. 63. Pessoa de Confiança e 183 Consulta Interdisciplinar Diagnostica Personalizada (CIDP) 171-172 com freqüência. pelos irmãos 313-316. 121-122. hierarquias profissionais na 249-250.148. 276.199-200. 133. linguagem do 117-118. nomeando. evidência forense/médica de 29. 46-47. alívio de tensão e 148. 113 Baker. 39 abuso homossexual de meninos 147-148 abuso sexual da criança veja abuso sexual abuso sexual extrafamiliar 301-310.242-243. sexo grupai 307-310. 105.C. 69. 101-104 com freqüência. 244-245. 190-191. abuso extrafamiliar. deixando a casa 223-224. revelação. 193. 265-266. 257 Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima (CIDA) 130. Avery. 121-122. trabalho com a família de origem (adul- to) 325-327. como evitação de conflito 58-60. 210-214 com freqüência. 275 . 38-41. bloqueando novo 116-117. 277. 273-274. 217. em lares para crianças 224-226. pais e 283-284. 36. assunção da autoria por parte dos 25-26. 267-268. vs. de meninos 147-149.101-104 com freqüência. trabalho com progenitor-criança no 306-307. 95-96. dos profissionais 290. como síndrome de segredo 20. 75. 23-24. nos lares para crianças 185-186. A. normas da 175.i|e/fl também (inter alia) diagnóstico. 104. com freqüência. 163. em famílias reconstruídas 185-186. 311-313.117-118.40. e a síndrome de João e Maria 314-315. 73. 244. 36 Beezley Mrazek. 326. pai solteiro 319-321. dissociação no 31-33.149. 207. 142. confrontação com 201.busadores sexuais 5. 277. nas hierarquias profissionais 250. 301. não-crença nas crianças 30. extrafamiliar 301-310. e dano secundário 23-25. progenitor-criança 135. entre terapeutas 134. 41.204-205. suicídio dos 61. em ambientes de internação 210-214 com freqüência. interação de transferência 153-154. institucionalizado 88-89. 25.157. 211.^^.152. definido 12-15.215. 117. abuso homos- sexual.índice Remissivo .C. com parentes 227-228 comportamento da polícia 97-99.144. 113 anonimidade veja Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima avaliação psiquiátrica (criança) 138. 92. 131. 188-193. 23. estruturais 88.266. 187-189 com freqüência. em terapia 151-152 conflitos institucionais: por procuração 88-89. 109. veja também divisão: na rede profissional "conflito-por-procuração" 19-20. do terapeuta 292 231 231 Tilman Furniss comunicação não-verbal 143-144. N. 11 bonecas anatômicas 200-205 ^Zolocação 288. 217. 152. assunção da responsabilidade por parte dos 118. abuso sexual abuso físico 13. vs.205-206. 83-86. 309. P. 296-299. 306. 23-24. P. 94-97. como realidade 45. terapia 109-112. e irmãos 199. e dano secundário 99 comportamento sexualizado (abusados) 24. 155-156.143. trabalho de grupo com 155-163. díade parental no 305-306. negando a responsabilidade 234. 26. 211. 163. 81.167. 215. tratados como áditos 155-156. 210-211. modificação de comportamento para 154- 155. na negação 301-303. 120. 90-91. 66. 176-177 contratransferência 83. aspecto egossintônico do 39. sobre abuso sexual 204-205 comunicação: não-verbal 143-144. resistência à terapia 69. lealdade/apego aos 37. 23 Bastiaans. J.15. como regulador de conflito 60. experiência positiva do 37-39. 214-219. e dissociação 37. e trabalho da negação 238-239. na separação/ divórcio 186. 225. questionamento traumático no 302-304 abuso sexual: profissionais que sofreram abuso 243-245. veja também pai. na terapia 47-49 com freqüência. na terapia 133 divórcio 125. encontro de pré-intervenção.186 Freud. 40 culpa (criança) 36-37 Dependência da criança 15-16. 69. 15 Furniss. 124. negação na 65. 69. 210-211. 125-126. 267. veja também divórcio. 176. 285. 113 encontro de pré-intervenção 70-71. e revelação 188 desempenho de papéis no trabalho de grupo 144. 72. 105-106. e vitimiza-ção secundária 66. e crise familiar da revelação 169. T. 284-285. 177. papel no processo terapêutico 66-67. 306. 161.148 . papel das não-abusivas 52-53. 206. filmes de prevenção no 191- 193. visitas de acesso e 190-191. H. veja também trabalho de grupo Gutheil.IntervençãoTerapêutica Primária Intervenção Punitiva Primária 24. D. 53. evitação da 222- 222.197-198. compulsiva 40. Paula 83 Hobbs. 215. A. D. 192. necessidade de consistência na 68. veja também não-inter-venção. 119-120. trabalhando com pais na 119-120. 86-87 incesto. 100. 23-24. policial 97-99. do segredo à privacidade na 128-131. terapêutico 120. 113 masturbação. 113 IVtachotka. 122. recaída na negação 287-288. P. escolha do tipo 67-68.198 IC^empe. 153-154 Intervenção Primária Protetora da Criança 24.171. 105. 126. 209-210 "Estória da Outra Criança" (Terceira Pessoa) 178-182. envolvimento prematuro das 169. A. 119-120. 224. 117. na facilitação do trabalho de grupo 141. 113 H eimann. 151-153 com freqüência individuação. 260-261.170 escolas 299-300. 23. 216-217. 145. 51-52. na adoção 296 entrevista legal (criança) 45. 119-120. 15. 15. e revelação 198-199. 114. Abuso Sexual da Criança 232 Jones. veja também Consulta Interdisciplinar Diagnostica Anônima. 112. 245. bonecas anatomicamente exatas 200-205. S. 227-229. 67-81 com freqüência.P. no trabalho de grupo 146 interpretação: no trabalho de grupo 143.114. filhos de 317-319 inconsciente (o): e o segredo 47-49. veja também terapia intervenção: tipos básicos de 64-81. 19. 113. 23. 309-310 Lustig. 90. 126. díade mãe-criança na 119-120."criança sedutora". 227-229. 36. 196.197. não- crença por parte das 26-27. 51-52. resistência ao tratamento 69. díade mãe-criança 119-120. 82.223-224. 273-274. na rede profissional 67. 220-222. 115 Glaser. Intervenção Punitiva Primária.P. 324- 325 estudos de caso veja material de caso clínico evitação de conflito veja processo familiar Filmes de prevenção 191-196 com freqüência Finkelhor. 65-66. díade pai-criança na 120. 23 Eist. 95. 260-261. primeiro encontro familiar 214-219. e revelação do abuso 172-173.148.145. de filhos abusados 323-325. abuso extra-familiar e 305. 284. 113 mães 65. experiência sexual e 146 diagnóstico: e visitas de acesso 190-191. processos de espelhamento nos 225.184-185. 67-81 com freqüência. Henry 168 Lares para crianças: revelação nos 210-214. 288-289 Intervenção Primária Protetora da Criança. suposições da 114-115. e proteção à criança 97. recaída no segredo/negação 288-289 Intervenção Terapêutica Primária 66-67. N. e permissão para revelar 195-196 Equipamento para a Intervenção na Crise do Abuso Sexual da Criança 167-168. D. 222. 256- 257. 90.G. querendo divórcio imediato 61. 260- 261. abuso sexual: suspeita de divisão: no trabalho de grupo com abusadores 159. 122.H. 229. T. ajudando as protetoras 283-284. 226. colocação nos 224-226 lealdade (ao abusador) 37-38. efeito terapêutico da 181. conflitos no 254 entrevista de encaminhamento 198-199.162 desenvolvimento psicossexual 15. no abuso sexual 31-33. 23. 97. abusadas. 275. adotivas 298. 29 Identificação (psíquica): de colegas que sofreram abuso 244. 152. imediato 61. dissociação por parte dos abusadores 32. 223-224. relacionamentos filha 52-53. prematura 100. Consulta Interdisciplinar Diagnostica Personalizada. Sín-drome-Munchausen-por-procuração mães que sofreram abuso sexual veja Síndrome-Mun-chausen-por-procuração Mandel. 64-65. 227- 228 Duncan. 20-22 culpa (abusador) 17-18. objetivos e etapas 116-126. 228. em terapia 119-120. 86-87.I. 195. C.252-256 com freqüência. 263-264. 115 gratificação secundária 38-39 grupos de proteção 137-139 grupos de sexo 307-310 grupos para cuidadores 269-270. trabalho da negação 285. profissional 82-85. 113-163. 223. 67-81 com freqüência. 207-209 com freqüência. e famílias reguladoras de conflito 61-62. rede profissional Rk. 226 perspectiva intergeracional 21-23 "Pessoa de Confiança" 48. 311. 39-40. veja também processo interdisciplinar. 204. 114. e abuso 319-321.ede profissional 5. hierarquias intergeracionais 50-51. veja também abusadores sexuais pais adotivos: efeitos do abuso sobre 297-298. 289-292. fatores profissionais de 42-43 Não-intervenção 24 negação (adulto) 40. recaída e 286-287. defesas 218-219. 277-278. veja também entrevista legal 233 Tilman Furniss processos de espelhamento veja processo interdisciplinar: processos de espelhamento "proteção à criança promotora-de-abuso" 11. terapia C^uestões profissionais: fazendo alegações 200. nas famílias de pai solteiro 320 negação (geral/primária) 65. privacidade da criança e 130.154-155. nos casos de negação 230-231 psicodrama 162-163 psicoterapia veja terapia familiar. díade pai-criança 120. mentira e 31-32. 125-126. 105-106. a família e a 63-81. veja também problemas interdisciplinares.199. 209-210. 206. "especialista" 246-247. e grupos de sexo 309-310. 36. crise da revelação 167-169.109. terciária 25. 245. secundária 25.121-126. mães sexualmente abusadas parentes. função da 234-235. 220. 100-101. 315-325 com freqüência McQuiston. 219. pais adotivos. preparação para a revelação 193-194. processos de espelhamento 82-84. trabalhando com.144-147. 82. problemas práticos nas consultas 248-249. no abuso intrafamiliar vs. veja também técnicas comportamentais motivação 41-43. hierarquias nas consultas 249-250. abusadores e o 223. 257. 152-154 com freqüência. nos casos de negação 230-231 privacidade: do segredo à 128-131. pai. 209. 285 negação (criança): dissociação da criança 31-33. consulta vs.191.257. 206-207. primeiro encontro familiar 214- 219. regulação do conflito no 61-62. mães processo interdisciplinar 82-112. e revelação 215. 177.R. 245. interferência da.55-56. 89-92.181-184. revelação pelos profissionais 208-209. privacidade e o 131. na escola 172-173. 72. 109.115-116. 224-228. 69-81. 112. processo familiar e 114. no tratamento 68-69. comunicação 283.170. divisão da 67.107-108. 72. veja também divórcio. 256-257.289-292. 90-91. 211. 284. 86. efeitos da 239-240. na comunicação com a criança 44-45. e abuso sexual 283-284. terapia do abusador e 155-156. coordenação da. veja também pais.107. 68. encontro de pré-intervenção e 185. bode expiatório 256-258. 229. 88.138. e abuso extrafamiliar 301. 222. escolas e revelação 172-173.com freqüência. 105. espelhamento do 82-84.191. terapia 109-112. preparando relatórios para o tribunal 250- 252. do comportamento sexualizado 154-155.209-210. veja também conflito-por- . 229-241.305. pro- fessor como 173 predição de resultado 102-107 "prevenção de crime promotora-de-crime" 11. contrato terapêutico 216. no abuso extrafamiliar 304-307. 263-264. 279-280 Oppenheimer.105. na intervenção inicial 73-74. terciária 280-281. relatórios para o tribunal 250-252. espelhamento e identificação 82-84. 23. 15 Pai 215. processo familiar.251. trabalhando com 295-300 pais: e trabalho de grupo com abusadores 270-271. hierarquias estatutárias 257-260. 104. na Intervenção Terapêutica Primária 119-120. trabalhando com a 234-239. encontro de pré-intervenção. mães. colocação com 226-227. 152. e sigilo 130. 253-254. função do abuso no 58-62. rede profissional processo familiar 50-62. trabalho da 25-27 com freqüência. 222. fatores individuais e familiares 41-42. reuniões de caso 252-256. e res- ponsabilidade institucional 101-102. recaída e 286-287 mentira (criança): e negação 31-32.86. negação primária no 229-241 com freqüência. dependência emocional do 51-52. M. separações no 215-216. terapia por ordem do tribunal 293-296. 244-245. alegações após visitas de acesso 190-191. secundária 241. apoio interdisciplinar 244-246. crises na 23-24. evitação do conflito no 60-62. abuso sexual extrafamiliar. e a rede profissional 63-81. dissociação do abusador 32. 216. comunicando sobre abuso 242-243. 162. 280. crise da revelação 167-169.101.24. motivação e 42-43. 97-99. 107-109. 197. 53-58. adotivo 297-298. solteiro. processo legal 11-16. e revelação 198. 95-99 com freqüência. sob ameaça 31 modificação de comportamento. imaturidade do 51-52. 82-112. negação terciária por parte do 280-281. recaída na secundária 286-289. 90-91. colocação com 227-228 pedófilos 21-22.198 medidas de proteção à criança 97.material de caso clínico 33-35. terapia com 266-268. processo interdisciplinar. 252-253. extrafamiliar 301-303. 212-214 problemas interdisciplinares 242-261. 248- 249. contratransferência-criança 135. anonimato na revelação 193-194. profissionais que sofreram abuso 243-245. permissão terapêutica explícita e 177-182. problemas Abuso Sexual da Criança 234 estruturais na 150-152. 289. conflitos nas 254. técnicas de 162-163. "fragmentos" 262-263. trabalho com a família de origem 325-327. 12 segredo 237.263 sessões-familiares-por-procuração 280 sigilo 131. veja também processo legal "resolução de conflito-por-procuração 19-20. 217 terapia antiterapêutica 15-16. organizando a entrevista de 198-200. Consulta Interdisciplinar Diagnostica Personalizada. 277. pelas crianças 205-207. gênero e facilitação 158. suspeita de abuso na 188-190. 268-269. 212-214. problemas interdisciplinares. modos concorrentes de 115. não-terapia terapêutica. 153-154. "de segredo" 94. modificação de comportamento 154-155. escolas e 172-173.R. 34-36 l écnicas comportamentais terapêutica não-terapia 95-97. traumatização secundária no 23-24. 316 terapia familiar 94.115- 116. vs.procuração. pelas mães 207-208. nos lares para crianças 210-214. preparando os profissionais para a 193-194. pais e 270-271. 283. com os pais 266-268. mãe-criança 226. manejo e 93-97. sigilo 94-95. falsa 321-323. trabalho de proteção 23-24. veja também abuso sexual: como síndrome de segredo Selvini-Palazzoli. 136 Síndrome de João e Maria 313-316 síndrome do campo de concentração 36- 37 Síndrome-Munchausen-por-procuração 240.A. divisão na 133. 13 Schechter. materiais diagnósticos e 200-205. problemas especiais na 272-277. contexto da 93-94. recaída no 286-289. 152-154 com freqüência.149-150. 186. jogos no 143. por procuração 149-150. processo interdisciplinar regulação de conflito veja processo familiar relatórios para o tribunal 250-252. transformado em privacidade 128-131. na terapia 94. 15-16 sessão de responsabilidade 45. veja também Intervenção Terapêutica Primária terapia: com adolescentes 276.53."Estó-ria da Outra Criança" (Terceira Pessoa) 178-182. sigilo na 111. e divisão da rede 114. tentativas de abandonar 127-128. 113 Russell. técnicas de 278-283. 255. 196.81. 192. A.86-88. suspeita de abuso e 188-193. 31. o inconsciente e o 47-49.E. questões profissionais. 279.104. influência da família sobre 69-70. antiterapêutica 189. veja também grupos de cuidadores trabalho de grupo (crianças) 137-149. para crianças que participaram de . encontro de pré-intervenção e 185 respeitando fronteiras no 104-105. preparação para a 167-194. privacidade 128-131. permissão para revelar e 177-178. 93-94. 218.195-222. 257. 137. consequências temidas da 233-234. 67-68. 113. gênero e facilitação 141. profissional 130. 246. vs. 276. 64. 145-146. parcial 170-173. 139. 211. 24. 195- 196. recaída em 245. pelos profissionais 208-209. permissão para revelar e 177-182. cooperação entre terapeutas 133-134. identidade de grupo no 144-145. anonimidade e 174. 115. papel da mãe na 66-67. objetivos do 141-142. 276. e conflitos por procuração 114. resolução do confli-to-por-procuração. trabalho de grupo. 206. e grupos de proteção 138.175. vs. 187. 273-274.134. 321-323 subsistema terapêutico: criação de 262-263 Summit. por ordem do tribunal 293-296.195. D. e abordagem familiar 113-116. normalizando 236. 132-136. prematura 172-173. com abusadores sexuais 155-163. vs. terapia familiar. 115. 209-210. crise da 167-170. processo de tratamento 159-162. segredo 94-95. formando 268-269. filmes de prevenção e 191-193. tratamento trabalho de grupo (abusadores) 155-163. entrevista legal. conflitos-por-procuração nas 252-256 com freqüência. 324-325. M. diferentes reações à 60-62. M. L.257.C. evitando 221. 24. métodos e técnicas 142-144. rede profissional responsabilidade institucional 101-102 resposta de ação não-terapêutica 86 reuniões de caso 252-256. primeiro encontro familiar 214-219. 49. influência da rede profissional 67-69. 105. 163. processos de espelhamento nas 252-253 revelação 27. a longo prazo 263-265. "fugindo" da 69-70. 283. e consulta 109-112. estrutura de grupo 139-141. rituais de diferenciação na 135-136. estrutura de grupo 158- 159. 213. individual com a criança 47-49. na terapia 111. 12 Rosenfeld. habilidades sociais no 163. questões para os meninos no 147-149.H. veja também diagnóstico. sessão de responsabilidade-por-procuração 219-220. veja também Consulta In- terdisciplinar Diagnostica Anônima. grupos de proteção 137-139. e recaída 286. 196. 187. Intervenção Terapêutica Primária. 92. isolada."Pessoa de Confiança" Roberge.D. veja também terapia antiterapêutica. em ambientes de internação 210-214. 195. 286. 151-153 com freqüência. 252. conluio mãe-abusador 227-228. gênero do terapeuta 292-294. 187. entrevista de encaminhamento 220-222. objetivos do 156-158. veja também sessão de responsabilidade-por-procuração sessão de responsabilidade-por-procuração 219-220. suspeita de abuso durante 186-188. problemas interdisciplinares. progenitor-criança 135. 278.M. divisão de facilitadores no 141. e comportamento se-xualizado 154-155. J. Carl 189-190 Wynne.mig.com. 299 Whitaker.br www. estado de privacidade 153-154 tratamento: contrato com a família 136. 29 /AETRÖPOLE Indústria Gráfica Ltd?. conluio familiar contra o 128. habilidades sociais no 144. interferência profissional no 68-69. 266 "N/teitas de acesso 190-191 vitimização secundária 66. e sexo grupai 309-310 transferência: interação-contratransferência 153-154. reações da família ao 60-62.sexo grupai 309-310. 275. Fone/Fax: (51) 3318-635S e-mail: migemig. veja também terapia traumatização secundária 23-24.187. questões do 262-300.br .145. 268-269 trabalho de grupo (pais).com. 229. Documents Similar To Livro Furniss Abuso Sexual Da Crianca Uma Abordagem MultidisciplinarSkip carouselcarousel previouscarousel nextTerapia Familiar Conceitos e MétodosPsicoterapias; Abordagens Atuais.pdfDiagnóstico Psicológico TRINCA, WALTERResumo avaliação psicodinamica - gabaardLaudo PsicológicoFundamentos da perícia psicológica forense (Sonia L. R. 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