livro exames2018

May 14, 2018 | Author: Anonymous Ut8SfbJ | Category: Fascism, Republic, Lisbon, Government, Unrest


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2018E N xa acio e Prepara m n Portu ç g F ã a o l in par a a l 12.º ano uês o 12 Como aceder gratuitamente aos conteúdos digitais? Vai a www.escolavirtual.pt e seleciona ATIVAR CÓDIGOS Clica em App EV Exames, para acederes a exercícios, provas e resumos com o teu smartphone/tablet ou em www.escolavirtual.pt · Código para registo: UT7W7JGY Descarrega a App em: iOS Android Oo Natureza e estrutura da obra: a farsa 92 1. Memórias 35 Síntese de conteúdos 37 3.º e 12. Relato de viagem 21 Conteúdos essenciais 81 2. Texto de opinião 60 1. Cantigas de amor 74 Exercícios resolvidos 15 f. Discurso político 29 d. Cantigas de escárnio e maldizer 75 Síntese de conteúdos 77 Capítulo II – Leitura Exercícios resolvidos 78 Apresentação geral 20 2. Apreciação crítica 58 CPEN-P12 © Porto Editora 7 Preparação ao longo do ano 8 4. Atores individuais e coletivos 82 5. Conteúdos essenciais 21 Crónica de D. Poesia trovadoresca 68 Conteúdos essenciais 13 Conteúdos essenciais 68 1.º anos 11 Capítulo IV – Educação Literária Capítulo I – Oralidade 10. Gil Vicente 90 Exercícios resolvidos 39 Conteúdos essenciais 90 a. Índice Introdução 3. Exposição sobre um tema 14 c. 115 e 148 da 1. Artigo de divulgação científica 23 a. Linguagem. protagonistas 3. Artigo de opinião 31 Síntese de conteúdos 87 7. Caracterização das personagens / 2. 11. Contexto histórico 81 3.º. Afirmação da consciência coletiva 82 4. Exposição sobre um tema 25 b. Fernão Lopes. estilo e estrutura 70 6. Métodos e estratégias de trabalho e de estudo 8 Síntese de conteúdos 63 2. Contextualização histórico-literária 90 Capítulo III – Escrita b. Conteúdos programáticos Exercícios resolvidos 64 – 10. Representações de afetos e emoções 69 5. Cantigas de amigo 72 7. Exposição sobre um tema 56 Relações entre as personagens 94 2 ISBN 978-972-0-00050-7 . Diálogo argumentativo 14 e. Debate 14 d. Apreciação crítica 27 c. Discurso político 14 b. Diário 33 Exercícios resolvidos 88 8.º ano Apresentação geral 13 1. João I 81 1. Síntese 53 d. Documentário 13 Espaços medievais. Anúncio publicitário 14 e circunstâncias 68 4.ª Parte 83 6. Características do texto dramático 91 Apresentação geral 53 Farsa de Inês Pereira 92 Conteúdos essenciais 53 c. Reportagem 13 a. Capítulos 11. Contextualização histórico-literária / 2. estilo e estrutura 162 f. Resumo da obra e estruturação da narrativa 199 6. ano de 1654 160 Auto da Feira 103 Conteúdos essenciais 160 a. A dimensão patriótica e a sua expressão Síntese de conteúdos 129 simbólica 187 Exercícios resolvidos 130 f.º ano f. Os Lusíadas 131 h. O drama romântico: características 178 c. Luís de Camões. Síntese de conteúdos 102 Pregado na cidade de S. Intenção persuasiva e exemplaridade 161 d. Luís do Maranhão. Reflexões do Poeta 146 3. Contextualização histórico-literária 131 Síntese de conteúdos 196 b. Caracterização das personagens / Relações entre as personagens 104 b. Linguagem e estilo 100 Sermão de Santo António. A representação do quotidiano 109 c. Linguagem e estilo 148 e Narrativas: “A Abóbada” 199 Síntese de conteúdos 150 Conteúdos essenciais 199 Exercícios resolvidos 151 a. O sebastianismo: história e ficção 188 g. Índice e. Contextualização histórico-literária 153 d. Luís de Camões. Contextualização histórico-literária 177 a. Temáticas estruturantes do lirismo camoniano 122 d. Visão global 132 Exercícios resolvidos 197 c. Linguagem. A representação alegórica 110 e. movere) 161 c. Linguagem e estilo 195 a. Lendas e. g. Contextualização histórico-literária 160 b. estilo e estrutura 119 c. Natureza e estrutura da obra: o auto 103 a. Almeida Garrett. Linguagem e estilo 111 Síntese de conteúdos 174 Síntese de conteúdos 113 Exercícios resolvidos 175 Exercícios resolvidos 114 4. A estrutura da obra 180 e. Padre António Vieira. Linguagem e estilo 202 Síntese de conteúdos 156 Síntese de conteúdos 203 Exercícios resolvidos 157 Exercícios resolvidos 204 3 . História Trágico-Marítima 153 b. Objetivos da eloquência (docere. Imaginário épico 143 d. A representação do quotidiano 98 11. delectare. Imaginação histórica e sentimento b. A dimensão religiosa 110 d. Rimas 118 2. A dimensão satírica 98 1. Linguagem. Características do herói romântico 201 a. Recorte das personagens principais 189 5. Frei Luís de Sousa 177 Conteúdos essenciais 177 Conteúdos essenciais 118 a. Aventuras e desventuras dos nacional 201 CPEN-P12 © Porto Editora Descobrimentos 153 e. Características do texto dramático 178 b. Contextualização histórico-literária 118 b. Alexandre Herculano. A dimensão trágica 193 Conteúdos essenciais 131 i. Crítica social e alegoria 162 e. Relações entre personagens 200 Conteúdos essenciais 153 c. Linguagem e estilo 285 g. Linguagem e estilo 228 Conteúdos essenciais 272 a. “O Sentimento dum Ocidental” 280 Eça de Queirós 235 c. Visão global da obra e estruturação: título e subtítulo 238 e. Contextualização histórico-cultural 279 c. Almeida Garrett. O microcosmos da aldeia como representação de uma sociedade Síntese de conteúdos 218 em mutação 265 Exercícios resolvidos 219 e. A estrutura da obra 221 Síntese de conteúdos 269 b. Linguagem e estilo 267 a. Contextualização histórico-literária 235 dos tipos sociais 282 Os Maias 237 d. A complexidade do espaço 244 Síntese de conteúdos 288 i. Linguagem. Índice OU j. A complexidade dos protagonistas 249 Exercícios resolvidos 289 4 . estilo e estrutura 274 Síntese de conteúdos 277 4. Eça de Queirós. A representação da cidade e d. Os Maias 233 Exercícios resolvidos 278 Conteúdos essenciais 233 Texto narrativo 233 6. História e ficção: reescrita do passado Amor de Perdição 221 e construção do presente 267 Conteúdos essenciais 221 h. A complexidade do espaço e o seu valor simbólico 265 OU f. g. Perceção sensorial e transfiguração poética do real 284 f. Resumo dos capítulos 206 4. b. Linguagem e estilo 215 d. A representação da Natureza 213 c. Caracterização das personagens 223 d. Eça de Queirós. Deambulação geográfica e sentimento a. A concentração temporal da ação 223 Exercícios resolvidos 270 c. Antero Quental. Caracterização das personagens f. O amor-paixão 227 5. A angústia existencial e Síntese de conteúdos 230 as configurações do Ideal 273 Exercícios resolvidos 231 b. Modalidades de apresentação Conteúdos essenciais 279 do discurso narrativo 234 a. Cesário Verde. Estrutura e complexidade do romance 259 nacional 213 b. Sonetos Completos 272 e. Linguagem e estilo 254 CPEN-P12 © Porto Editora 3. A complexidade do tempo 267 3. Camilo Castelo Branco. A dimensão reflexiva e crítica 213 e complexidade do protagonista 263 g. Resumo dos capítulos 260 e. Deambulação e imaginação: o observador acidental 284 e. A complexidade do tempo 241 h. Estruturação da obra: viagem e novela 209 A Ilustre Casa de Ramires 259 c. Cânticos do Realismo a. A obra como crónica da mudança social 227 f. Carlos e Joaninha) 210 Conteúdos essenciais 259 d. Síntese de conteúdos 256 Viagens na Minha Terra 206 Exercícios resolvidos 257 Conteúdos essenciais 206 OU a. Personagens românticas (narrador. O romance: pluralidade de ações 238 f. Elementos constitutivos da narrativa 233 (O Livro de Cesário Verde) 279 b. Género – romance 235 b. “Famílias desavindas” 353 b. O poeta “clássico” 311 as duas famílias 353 b. Recursos expressivos 356 c. Fernando Pessoa 292 Conteúdos essenciais 346 Contextualização histórico-literária 292 Manuel da Fonseca. Linguagem. estilo e estrutura 314 e. Resumo do conto 346 a. a metáfora e a personificação 299 OU Bernardo Soares. O poeta da Modernidade 316 Linguagem. Livro do Desassossego 300 Maria Judite de Carvalho. Bernardo Soares 300 a. O imaginário épico – Matéria épica: a. Linguagem. Linguagem. O fingimento artístico 295 c. A nostalgia da infância 296 e. O sebastianismo 338 c. A dor de pensar 296 relação entre elas 347 c. História pessoal e história social: a. Linguagem. As três idades da vida e o diálogo c. Caracterização do espaço: físico.º ano 2. Índice 12. Valor simbólico dos marcos históricos da mortalidade 313 referidos 354 c. estilo e estrutura 320 Exercícios resolvidos 358 Síntese de conteúdos 322 3. Tópicos de conteúdo 301 entre realidade. Contos 345 1. Caracterização das personagens e b. A complexidade da natureza humana 352 Alberto Caeiro 305 OU a. Figurações do poeta CPEN-P12 © Porto Editora 368 c. “Sempre é uma companhia” 346 A questão da heteronímia 293 a. memória e imaginação 350 d. Representações do contemporâneo 362 a. Arte poética 372 Síntese de conteúdos 341 Síntese de conteúdos 374 Exercícios resolvidos 342 Exercícios resolvidos 377 5 . Discurso direto e indireto 355 a exaltação do Moderno 317 b. O primado das sensações 308 a. Introdução 350 b. Tradição literária 366 b. estilo e estrutura b. estilo e estrutura: psicológico e sociopolítico 349 recursos expressivos: a anáfora. Nostalgia da Infância 320 Síntese de conteúdos 357 e. estilo e estrutura 339 d. Introdução 346 Poesia do ortónimo 294 b. A consciência e a encenação d. O imaginário épico 333 b. Resumo do conto 353 Ricardo Reis 311 c. estilo e estrutura 309 b. A dimensão irónica do conto 354 f. Importância das peripécias inicial e final 349 a apóstrofe. e. A natureza fragmentária da obra b. A importância dos episódios e Álvaro de Campos 316 da peripécia final 355 a. f. Introdução 353 c. a antítese. “George” 350 a. O poeta bucólico 306 Mário de Carvalho. Linguagem. Solidão e convivialidade 348 d. Metamorfoses da figura feminina 351 Poesia dos heterónimos e. Poetas contemporâneos 362 Exercícios resolvidos 323 Conteúdos essenciais 362 Mensagem 333 a. a enumeração. Resumo do conto 350 e a questão da autoria 300 c. Sujeito. Sonho e realidade 296 d. a gradação. consciência e tempo 318 d. 4. Funções sintáticas ao nível da frase 402 T ranscrições dos exercícios de 4. Sintaxe 402 Exame-tipo 4 438 4.3. Processos de formação de palavras 398 Teste de Compreensão do Oral 3 431 Exame-tipo 3 432 3.1. Representações do século XX 382 d.1. Índice 4.3.1. Funções sintáticas internas Compreensão do Oral – Capítulo I e VI 443 ao grupo verbal 403 6 .4. Geografia do português no mundo 396 1. Representações do amor 386 5. Discurso. estilo e estrutura 387 5.2. Funções sintáticas internas ao grupo adjetival 404 a. Fonética e fonologia 396 8. variação e mudança 395 7. pragmática e e Fernando Pessoa 385 linguística textual 407 f. Recursos expressivos 415 1. Dêixis: pessoal. Funções sintáticas internas de Ricardo Reis (integral)* ao grupo nominal 404 CPEN-P12 © Porto Editora 380 Conteúdos essenciais 380 4. Linguística textual 411 6.2. O português: génese.2. Texto e textualidade 411 1. Texto e textualidade 407 g. Valor modal 414 1.5. Lexicografia e morfologia 397 Capítulo VI – Exames-tipo 2. Reprodução do discurso no discurso 409 Síntese de conteúdos 389 5. Resumo da obra 381 e subordinação 405 c. Principais etapas da formação e 7. Estrutura da obra 380 4. Relações semânticas entre as palavras 398 Teste de Compreensão do Oral 2 425 Exame-tipo 2 426 2. Relações entre palavras 397 Exame-tipo 1 420 2. Cesário Verde 5. Valor aspetual 413 da evolução do português 395 7. Frase complexa: coordenação b.1.3.3. 11. Semântica 412 Conteúdos essenciais 395 7.1. O Ano da Morte 4. Intertextualidade: José Saramago. Etimologia 397 2. Linguagem. Classes de palavras 399 Teste de Compreensão do Oral 4 437 4.1.3. José Saramago. Deambulação geográfica e viagem literária 384 e.2.4. º Ano 6. º Ano leitor de Luís de Camões. Valor temporal 412 1. Léxico e vocabulário 397 Teste de Compreensão do Oral 1 419 2. º Ano Capítulo V – Gramática 10. temporal e espacial 410 Exercícios resolvidos 391 12.2. as suas tensões. Na sua obra. neste livro analisare- mos apenas O Ano da Morte de Ricardo Reis: primeiramente. à subversão. segundo os autores do Programa de Português. De carácter obrigatório nos anos letivos de 2017/2018 e 2018/2019. O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984) apresenta uma sequência cronológica linear dos acontecimentos. Saramago transforma o heterónimo em per- sonagem individual. como o uso pa- ródico do verso épico logo no início comprova: “Onde a terra se acaba e o mar começa”. as suas angústias e as suas dúvidas. 18-06-2010). para além da revisitação de uma capital já transformada. 4. em dezembro de 1935. poeta. há espaço para reflexões. “Ricardo Reis regres- sou a Portugal depois da morte de Fernando Pessoa”: assim. Todas as citações e O Ano da Morte de Ricardo Reis seguem a edição da Porto Editora. Golegã. que tornam a obra mais complexa em termos de referências textuais. Apresentando uma estrutura circular. optámos por referir essas divisões 380 na obra. apresentar-se-á um esquema-síntese dos conteúdos abordados. dos seus elementos sobrenaturais. romancista. 16-11-1922 – Lanzarote. será feito um resumo das sequências narrati- vas. formalmente. uma estruturação por capítulos. Nessa viagem. É com uma variação sobre este verso que a obra termina. ao dar continuidade aos dados biográficos que Pessoa apresentou na célebre carta a Adolfo Casais Monteiro. seguindo-se uma abordagem teórica baseada nos tópicos de conteúdo previstos no Programa. o romance histórico que reescreve a história oficial da primeira metade do século XVIII. Por uma questão didática. para divagações e até para relações intertextuais. perscrutar o que o mundo lhe pode dizer. deparar com o Homem moderno. através da sua magia. Conteúdos essenciais a. José Saramago O Ano da Morte de Ricardo Reis O autor José Saramago (Azinhaga. drama- CPEN-P12 © Porto Editora turgo. graças à inovação. Como conclusão. descobrir as possibilidades da escrita. ao entrelaçamento de discursos. Visto que só no ano letivo 2019/2020 Memorial do Convento surgirá como opção. 2016. com o seu olhar subjetivo e crítico. daí esta imposição. Estrutura da obra Romance estruturado em 19 capítulos/sequências1. diretor literário e de jornais. é possível encontrar a palavra herdada e a palavra ansiada. cronista. viajar ao interior do ser humano na procura da experiência radical de se conhecer. de modo a torná-la mais divulgada e permitir uma opção mais fundamentada entre esta e Memo- rial do Convento. nomeadamente as analepses ou as prolepse. liberto do criador. mostrando a necessidade de se fazer uma epopeia na terra – “Onde o mar se acabou e a terra começa”. vindo do Brasil. O Ano da Morte de Ricardo Reis é cla- ramente uma obra menos conhecida do público. com o Prémio Nobel da Litera- tura. 1 O romance não apresenta. tradutor. em 1998. com os seus comentários. Mas são principalmente as constantes excursões do narrador. embora seja pontuado por algumas anacronias. foi galardoado. . Especial atenção merece também o texto da contracapa. é apresentado o regresso do heterónimo pessoano Ricardo Reis a Lisboa. em paralelo com o título. a criada do hotel. pergunte se não está lá hospedado um senhor cha- mado Ricardo Reis. não deviam ser necessárias outras provas ou certificados de que não se trata da mesma pessoa. a propósito da vitória da Sequência VII esquerda em Espanha. momento em que presencia o “Bodo do Século”. • Informação dada por Pessoa: tem oito meses para circular no reino dos vivos. que veio do Brasil. Sequência V • Nova visita de Pessoa a Reis. • Leitura das notícias sobre a morte de Fernando Pessoa nos jornais e visita ao túmulo do poeta Sequência II no Cemitério dos Prazeres. 4 · José Saramago Fernando Pessoa. Maria II. • Contacto com Lídia. 381 . mortos. e Ricardo Reis. • Doença de Reis (febre) e cuidados de Lídia para com este. quando muito bem sabemos. no Teatro D. • Regresso do Dr. a desatenção. o que desperta a desconfiança no hotel e a preocupação de Lídia. • Ciúmes de Lídia. no último dia do ano. • Deambulação pela cidade de Lisboa. que Ricardo Reis é sim este homem que está lendo o jornal com os seus próprios olhos abertos e vivos. e visita de Fernando Pessoa: Sequência III diálogo sobre a morte deste e os motivos do regresso de Reis. ao fim de cinco dias. e se ainda aí houver quem duvide. mais um que a idade de Fernando Pessoa quando lhe fecharam os olhos. pedindo-lhe esta uma opinião médica sobre a sua condição Sequência VI física.  (Cap. nós. Resumo da obra • Chegada de Ricardo Reis a Lisboa. CPEN-P12 © Porto Editora • Intimação da PVDE a Reis. Sequência I • Instalação no Hotel Bragança e contacto com a família Sampaio. Sampaio e Marcenda (a filha que tem a mão esquerda “morta”). ao fim de 16 anos ausente no Brasil – 29 de dezembro de 1935. esse vá ao Hotel Bragança e fale com o senhor Salvador. • Atração física por Lídia e início da relação amorosa. Sampaio e da filha a Lisboa e apresentações formais entre estes e Reis. cujo nome espanta Reis. • Partida da família Sampaio para Coimbra. médico. de quarenta e oito anos de idade. médico. hóspedes do hotel: Dr. no quarto do hotel – diálogo sobre Lídia e sobre o fingimento. Sequência IV • Passeio por Lisboa e encontro com Pessoa – diálogo sobre os múltiplos “eus” e sobre a vida e a morte. pronto. • Lídia volta a passar a noite com Reis. • Festejos do Entrudo em Lisboa. • Conversa entre Reis e Marcenda. • Reconciliação de Lídia com Reis. • Encontro entre Reis e Pessoa num café: diálogo sobre política. e Alberto Caeiro. que é o gerente. após os festejos de passagem de ano. Sequência VIII • Encontro com Pessoa no Alto de Santa Catarina (Bairro Alto) – diálogo sobre os amores do médico. que não visita Reis nessa noite. e ele dirá que sim. • Regresso ao hotel. seguida de um jantar a três. ele era também Álvaro de Campos. esses sim. em que é distribuído dinheiro (dez escudos) a mil necessitados. no Rossio. II) b. já cá faltava o erro. o escrever por ouvir dizer. • Encontro de Reis e Pessoa junto à estátua do Adamastor: diálogo sobre a efemeridade da vida e sobre a relação do médico com as duas mulheres. 382 . como Espanha. no Cemitério do Alto dos Prazeres – diálogo sobre o golpe militar Sequência XVII espanhol. • Despedida de Lídia e escrita de uma carta a Marcenda a tranquilizá-la. manifestando-se preocupada com o seu irmão. • Envolvimento de Reis com Lídia. Alemanha. que esta recusa. numa tentativa infrutífera de encontrar a filha do Dr. • Visita de Reis a Pessoa. c. Também refletem sobre o regime. mas também sobre as revoltas de origem comunista. Capítulo IV · Educação Literária · 12. para além de Portugal. • Visitas femininas – Lídia visita Reis e trocam um beijo. • Conversa entre Lídia e Reis – esta informa-o de que está grávida e de que irá ter a criança. sobre as relações amorosas de ambos (Ofélia/Lídia e Marcenda). França e Brasil. sobre o destino e sobre a ordem política.º ano CPEN-P12 © Porto Editora • Interrogatório pela PVDE e aluguer de uma casa no Alto de Santa Catarina. • Envio de um poema a Marcenda. em frente à estátua Sequência IX do Adamastor. Os navios “Dão” e “Afonso de Sequência XIX Albuquerque” acabam por ser bombardeados e ditar a morte dos rebeldes. que. após saber que o colega que estava a substituir irá voltar ao ativo. Sampaio. • Visita de Lídia a Reis. Sequência X • Mudança para a nova casa e visita de Fernando Pessoa – diálogo sobre a solidão. sendo que esta responde que o irá visitar no consultório. que também ajuda nas tarefas domésticas da casa. • Reis dedica um poema a Marcenda. • Inquietações de Lídia quanto ao seu papel na vida de Reis. de apoio aos regimes totalitários. um pouco por toda a Europa. Daniel. Sequência XVI • Conversa entre Pessoa e Reis – este confessa àquele que está abalado com a notícia de que vai ser pai e que ainda não decidiu se irá ou não assumir a paternidade. juntamente com outros marinheiros. Sequência XIII • Visita de Lídia a Ricardo Reis. Sequência XVIII • Presença de Reis num comício no Campo Pequeno. • Receção da carta de Marcenda. Representações do século XX O tempo histórico e os acontecimentos políticos em O Ano da Morte de Ricardo Reis Ancorada nos instáveis anos de 1935 e 1936. • Ida de Reis a Fátima. • Última visita de Pessoa a Reis. a ação deste romance traz para a narrativa o “espetáculo do mundo” a que Reis e o fantasma de Pessoa assistem e comentam. prepara um golpe contra o regime. que diz a Reis que nunca mais se irão ver e que irá em Sequência XIV peregrinação a Fátima. em maio. que decide acompanhá-lo até ao cemitério. quando se encontram e dialogam sobre o impacto dos regimes fascistas. • Exercício da atividade médica em substituição de um colega e deambulação por Lisboa. • Pedido de casamento de Reis a Marcenda. Itália. Sequência XV • Visita de Pessoa – diálogo sobre a vigilância que a PVDE impôs a Reis. Sequência XII • Escrita de uma carta confusa a Marcenda. Marcenda visita-o e também é beijada Sequência XI (pela primeira vez). • Pensamentos de Reis sobre o seu regresso ao Brasil. o leitor está a CPEN-P12 © Porto Editora percorrer de forma bastante rigorosa as subidas. Cais do Sodré. embora as notícias circu- lem lentamente. os meninos esprei- tam a cidade cinzenta. XIII e XVIII). A propaganda da prosperidade e da superiori- dade do império (“orgulhosamente sós”) bem como a criação de movimentos como a Mocidade Portuguesa ou a Legião Portuguesa incutiam na população os valores do regime fascista. a Primeira Guerra Mundial (1914). confusa e até sinistra da cidade. tal como a ordem dada ao motorista atesta: “para um hotel”. o que adensa a atmosfera difusa. Capítulos VII. líder da Revolução de 1930. ao acompanhar os passos erráticos de Reis. Baixa. […] Por trás dos vidros embaciados de sal. de subir ao poder (cf. em 1928. confirmando que a chuva não é apenas um elemento ficcional. […] salvo se tudo isto é ilusão. Chove sobre a cidade pálida. com abundantes refe- rências históricas aos anúncios comerciais e propagandísticos da época. Capítulos I. as águas do rio correm turvas de barro. Nas deambulações que empreende. em entrevista. 383 . miragem criada pela movediça cortina das águas que descem do céu fechado. mas principalmente nos VI. Luís Carlos Prestes. são referidos outros acontecimentos marcantes do século XX. • Portugal: referência na obra à ditadura salazarista. soturna. ao desembarcar em Lisboa. descidas e miradouros de Lisboa. Capítulos I e IX). As informações políticas surgem nos jornais que Reis lê. em 1986. XIII e XIV). em 1939. como se fosse um fantasma por onde outro(s) fantasma(s) deambula(m): Aqui o mar acaba e a terra principia. acrescentando depois “que fique perto do rio”. 4 · José Saramago • Espanha: referência à crise política que conduz ao golpe militar fascista. ávido de informação. há cheia nas lezírias. quimera. Ricardo Reis não tem ideias firmes quanto ao seu futuro. do general Franco. Assim. aos pormenores das ruas e ruelas e à vida quotidiana. destacam-se: Rossio. a Revolução de 28 de maio e consequente instauração da Ditadura Militar. nin- guém haverá de querer ficar neste porto. líder do Partido Nacional Fascista (cf. urbe rasa sobre as colinas. Em termos de microespaços exteriores da capital. IX e XI). • Itália: referência ao poderio económico italiano. onde chove muito. e que desemboca numa sangrenta guerra civil (1936-39). mas também histórico. o que confere cor local. em julho de 1936. Capítulos VII. […] Por gosto e vontade. afinal. E é curioso que este dado é. As forças sob o domínio de Franco derrubaram o governo republicano de regime democrático da ala esquerda com coligação comu- nista (cf. Alto de Santa Catarina e Chiado. ou ainda a projeção do que seria o início da Segunda Guerra Mundial. a par das tensões vividas nos diferentes países. por isso. já que. um facto. através do medo e da repressão (cf. capítulos VI. Mas a investigação não fica por aqui. Rua do Alecrim. apoiada na PVDE (Polícia de Vigilância e de Defesa do Estado) e em forte conluio com o poder religioso. visto que estes foram anos de grande pluviosidade em Portu- gal. tais como: a proclamação da República (1910). XIII e XVIII). Largo de Camões. Também é possível verificar a importância que Fátima assume enquanto local de peregri- nação nos anos 30. qualquer hotel. O espaço da cidade Em dezembro de 1935. a nomeação de Salazar para Ministro das Finanças. Reis perde-se numa capital labiríntica. • Brasil: referência na obra à ascensão do regime fascista de Getúlio Vargas. Saramago refere a investigação que fez sobre esses anos de 1935-36. que procurava alargar o seu território com a anexa- ção da Etiópia (hegemonia europeia) sob a chefia de Benito Mussolini. • França: referência à luta da esquerda (Frente Popular) na conquista do poder (cf. XVII). • Alemanha: referência à ascensão do nazismo fascista de Hitler (estes acontecimentos são referidos na obra em diversos capítulos. impedindo o presidente eleito.
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