livro ensino ciências

March 19, 2018 | Author: Carina Oliveira de Abreu | Category: Galileo Galilei, Science, Knowledge, Literacy, Science Education


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Pedagogia . Módulo 5 .Volume 2 FUNDAMENTOS E METODOLOGIA DO ENSINO DAS CIÊNCIAS DA NATUREZA Viviane Briccia do Nascimento Ilhéus . 2011 Universidade Estadual de Santa Cruz Reitor Prof. Antonio Joaquim da Silva Bastos Vice-reitora Profª. Adélia Maria Carvalho de Melo Pinheiro Pró-reitora de Graduação Profª. Flávia Azevedo de Mattos Moura Costa Diretora do Departamento de Ciências da Educação Profª. Raimunda Alves Moreira Assis Ministério da Educação / Elaboração de conteúdo: Viviane Briccia do Nascimento.Ilhéus-Bahia. – [Ilhéus. ISBN: 978 . Pedagogia. Prática de ensino. II.5458 Projeto Gráfico e Diagramação Jamile Azevedo de Mattos Chagouri Ocké João Luiz Cardeal Craveiro Capa Sheylla Tomás Silva Impressão e acabamento JM Gráfica e Editora Ficha Catalográfica F981 Fundamentos e metodologia do ensino das ciências da natureza: pedagogia: módulo 5. volume 2 – EAD.br | (73) 3680.1 1.CEP: 45662-000 . Km 16 .: il. CDD 372. [2012]. www.Pedagogia | Módulo 5 | Volume 2 .nead. Ensino – Metodologia.Fundamentos e Metodologia do Ensino das Ciências da Natureza 1ª edição | Novembro de 2012 | 476 exemplares Copyright by EAD-UAB/UESC Todos os direitos reservados à EAD-UAB/UESC Obra desenvolvida para os cursos de Educação à Distância da Universidade Estadual de Santa Cruz UESC (Ilhéus-BA) Campus Soane Nazaré de Andrade . Briccia do Nascimento.7455 . BA]: EDITUS.Ciências (ensino fundamental) – Estudo e ensino. 128 p. 2.35 .uesc.br | uabuesc@uesc. Viviane. Didática . 4.Rodovia IlhéusItabuna.85 . I.265 . 3.Ciência. Marileide dos Santos de Oliveira Profª. Msc. Drª. Msc.EAD . Maria Elizabete Souza Couto Elaboração de Conteúdo Profª. Msc. Cláudia Celeste Lima Costa Menezes Revisão Profª. Msc. Drª. Msc. Paulo Eduardo Ambrósio Coordenação do Curso de Pedagogia (EAD) Profª. Dr. Sylvia Maria Campos Teixeira Coordenação Design Msc. Saul Edgardo Mendez Sanchez Filho . UAB|UESC Coordenação UAB – UESC Profª. Cibele Cristina Barbosa Costa Profª. Maridalva de Souza Penteado Coordenação Adjunta UAB – UESC Profª. Viviane Briccia do Nascimento Instrucional Design Profª. PARA CONHECER Aqui você será apresentado a autores e fontes de pesquisa a fim de melhor conhecê-los. . FILME RECOMENDADO Indicação de curta e longa-metragens vinculados ao conteúdo abordado. UM CONSELHO Conselhos oferecidos pelo autor a fim de facilitar a leitura e a compressão do conteúdo estudado.PARA ORIENTAR SEUS ESTUDOS SAIBA MAIS Aqui você terá acesso a informações que complementam seus estudos a respeito do tema abordado. PARA REFLETIR Pequenas provocações feitas ao longo do texto para que você interrompa por alguns minutos a leitura e pense sobre o que está sendo estudado. DICA Orientações e sugestões para o desenvolvimento do trabalho pedagógico a partir de atividades de investigação. São apresentados trechos de textos ou indicações que contribuem para o aprofundamento de seus estudos. RECORDAR Retornar a estudos de unidades anteriores neste volume. professor ou professora. é nosso objetivo refletir sobre como se dá a construção do conhecimento científico. . entre outros! Sendo fundamental que você. atitudinais e procedimentais de Ciências trabalhados nos anos iniciais do Ensino Fundamental numa articulação epistemológica e metodológica. nosso curso está dividido da seguinte maneira: Unidade 1: esta Unidade apresenta uma breve discussão sobre o papel da disciplina de Ciências na escola e a relação desta disciplina com os aspectos sociais vividos no mundo em alguns momentos históricos. a Tecnologia. que levem o estudante à reflexão. como o levantamento de hipóteses. Na abordagem epistemológica. Em relação a metodologias. temos por objetivos conhecer práticas fundamentais. Dentre elas. à argumentação e a outras características próprias do conhecimento Científico. a Sociedade e o Meio Ambiente. É também um convite inicial para uma reflexão sobre a sua relação com as Ciências. da investigação.APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Prezado(a) aluno(a)! Estamos nos preparando para entrar em um campo de conhecimento com o qual nem sempre estamos acostumados a lidar. sendo assim. como a avaliação. a ação e uma reflexão teórico-prática sobre o Ensino de Ciências serão nossas maiores aliadas! Dentre os objetivos da disciplina está o de conhecer os conteúdos conceituais. reflita sobre o papel do conhecimento científico e sua importância nos dias atuais! Esperamos que você faça um bom curso! Para tanto. o papel dos trabalhos em grupo. Ainda trataremos de assuntos essenciais para a sala de aula. entre outros aspectos. a resolução de problemas. destacando relações entre a Ciência. a comunicação de um trabalho científico. destacaremos a investigação e também a transformação de práticas convencionais em investigativas. a partir de documentos como os PCNs. . assim. Unidade 6: esta Unidade trata do tema Avaliação em Ciências. Analisamos o Ensino por Investigação. refletir sobre as ideias de senso comum e/ou apresentadas na mídia sobre o que é a Ciência. ressaltando quais os aspectos importantes de serem avaliados não apenas conceitualmente. focando. como forma de se ensinar conhecimentos científicos e também sobre a Ciência. pautado pela inovação e por uma prática investigativa. é importante refletir em todos os aspectos de aprendizagem. Unidade 3: na Unidade 3. e quais características básicas do conhecimento científico que são de consenso entre alguns filósofos da Ciência. mas também atitudinal e metodologicamente. Também deve refletir e compreender algumas das relações entre Ciência. e quais são as implicações destes aspectos para o Ensino de Ciências. através de leituras. se dá uma breve discussão sobre o trabalho com Ciências na Educação Infantil. desde conceitos até metodologias de trabalho. atividades e sugestões de outras formas de conhecimento. apresentamos metodologias de trabalho que contemplam uma proposta que leve os estudantes a participarem de processos de Alfabetização Científica. Apresenta os blocos de estudos: meio ambiente. Neste bloco. também. sobretudo. a partir das propostas apresentadas. Por fim. relacionando como os mesmos são compostos e dando. Discute-se. também. são apresentados os conteúdos de Ciências para o Ensino Fundamental I. chamamos você para uma reflexão sobre os saberes docentes necessários à prática educativa e o papel do professor em um Ensino de Ciências. Unidade 5: nesta Unidade. na Ideia de Alfabetização Científica para a Cidadania. ser humano e saúde e recursos tecnológicos. refletindo. mais enfaticamente.Unidade 2: na Unidade 2. a partir das bases teóricas e propostas de trabalho com exemplos de aulas já desenvolvidas para tal metodologia. sugestões sobre as formas de trabalho para cada um dos blocos temáticos. você deve observar algumas características da atividade científica. os processos de produção do conhecimento científico em sala de aula. Sociedade e Meio Ambiente. Neste momento. Tecnologia. o que representa esta Alfabetização. assim. Unidade 4: na Unidade 4. observam-se quais são os objetivos fundamentais para o ensino de Ciências na atualidade. ............................... 38 Unidade 3 ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA........................................................................................................................................................................... 21 REFERÊNCIAS ............. 36 RESUMINDO............................................................ 28 ATIVIDADE...........................................SUMÁRIO Unidade 1 INTRODUÇÃO AO ENSINO DE CIÊNCIAS................................ 43 3 QUE ASPECTOS LEVAM OS ESTUDANTES A UMA ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA? .......................................... 30 ATIDADES...................................................... 43 2 O QUE É ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA?....................... 35 ATIVIDADE.............................................................................................................................. 21 RESUMINDO............................................. ................................................................................. 27 2 VISÕES COMUNS SOBRE O CONHECIMENTO CIENTÍFICO....................................................................................................................... 15 1 INTRODUÇÃO.......................... 37 REFERÊNCIAS...................... 48 RESUMINDO......................................................... 32 4 OBSERVANDO A CIÊNCIA EM SEU CONTEXTO............................................................................................................................. 28 3 CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO. 50 ................................................................................................................ 41 1 INTRODUÇÃO ............ 17 2 UM PANORAMA HISTÓRICO ................................. 17 3 METAS ATUAIS.............................................................................................................................. 22 Unidade 2 CIÊNCIA?............... 49 REFERÊNCIAS..................................................................... 25 1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 46 ATIVIDADES.......................... 19 ATIVIDADE........... .......................................... ............................................................................................. 92 ATIVIDADE..................... 85 ATIVIDADE......................................................... 78 4 SER HUMANO E SAÚDE... 93 RESUMINDO.......................................................................................2 Refletindo sobre a atividade proposta............................................. 55 2 HOJE VOCÊ VAI CONSTRUIR SEU CONHECIMENTO!................. 69 3 BLOCO AMBIENTE... 102 ATIVIDADE..................... 67 1 INTRODUÇÃO........................................... 56 2................................. 69 2 OBJETIVOS GERAIS DO ENSINO DE CIÊNCIAS................................................................. 107 .......................................... ........... 57 3 O ENSINO POR INVESTIGAÇÃO............ 97 1 INTRODUÇÃO....................................... 100 3 OBJETIVOS A SEREM AVALIADOS NO ENSINO DE CIÊNCIAS....................... 105 4 O PAPEL DO PROFESSOR NESTE CONTEXTO.................................... 53 1 INTRODUÇÃO................................................................ 89 6 O ENSINO DE CIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL.......................... 58 ATIVIDADE............................................................................. 94 Unidade 6 AVALIAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS E O PAPEL DO PROFESSOR................................................................. 56 ATIVIDADE EXPERIMENTAL........... 62 RESUMINDO...... 90 7 E O NOSSO PAPEL EM TODO ESTE CONTEXTO? REFLETINDO SOBRE AÇÕES... 80 ATIVIDADE...................................................................... .............................................................................................................................. 106 5 SABERES DOCENTES ................................................... 93 REFERÊNCIAS.......................................................................................... 56 2................................................................................................................................................................................................................................................................................. 72 ATIVIDADE.................................................. 99 2 OLHANDO PARA MODELOS DE AVALIAÇÃO.............. ...................... 84 5 RECURSOS TECNOLÓGICOS.................................. 63 REFERÊNCIAS....................................................................................................Unidade 4 O ENSINO DE CIÊNCIAS COMO INVESTIGAÇÃO......................................... 64 Unidade 5 OS CONTEÚDOS DE CIÊNCIAS............1 A Atividade experimental......... ............................................................................................................................ 123 ........................................... 111 ANEXO 1 ...........RESUMINDO........................................ 113 ANEXO 2 .......................................................... 109 ANEXOS.......................................................... .................................................... ........................................... .............................. 108 REFERÊNCIAS................. 119 ANEXO 3.................................. modalidade Ensino de Ciências e Matemática. atuando nos cursos de Física e Pedagogia. em Ilhéus. Bahia. Msc. Tem experiência na área de Educação. Espanha. sobre Alfabetização Científica e Formação de Professores.A AUTORA Profª. É professora assistente da Universidade Estadual de Santa Cruz-UESC. em Ensino de Ciências e Matemática. Atua principalmente nos seguintes temas: Ensino de Ciências e Formação de Professores de Ciências e de Matemática. Viviane Briccia do Nascimento Licenciada em Física pela Universidade de São Paulo (1998) e Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da mesma Universidade (FEUSP-2003). e-mail: viviane@uesc. Atualmente é doutoranda no programa de PósGraduação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. pelo qual realizou um estágio na Universidade de Valência.br . com ênfase em Ensino de Física. Ensino de Ciências e Educação Matemática. Tecnologia. vegetais e corpo humano: conteúdos. as metodologias de trabalho e atitudes a serem valorizadas em sala de aula. Msc. os conceitos e fatos científicos. • Refletir sobre metodologias inovadoras relacionadas ao Ensino de Ciências. A presença dos tópicos temáticos sobre meio ambiente. metodologia. • Refletir sobre o papel do conhecimento científico e sua importância nos dias atuais. o desenvolvimento da linguagem e do raciocínio lógico matemático.FUNDAMENTOS E METODOLOGIA DO ENSINO DAS CIÊNCIAS DA NATUREZA Profª. o uso das tecnologias e avaliação. Carga Horária: 75 horas OBJETIVOS São objetivos da nossa disciplina: • Discutir os conteúdos relacionados ao Ensino de Ciências. A experimentação: raízes históricas. sociais e filosóficas. tais como. • Reconhecer a Educação Científica como uma forma de se atingir objetivos interdisciplinares. Sociedade e Meio Ambiente. • Refletir sobre a Ciência e as formas como se dá a construção do conhecimento científico. destacando as relações entre Ciência. Viviane Briccia do Nascimento DISCIPLINA EMENTA Fundamentos dos estudos dos fenômenos das ciências da natureza: implicações epistemológicas. animais. . . 1ª unidade INTRODUÇÃO AO ENSINO DE CIÊNCIAS . . As transformações ocorridas no mundo. assim como as relações sociais e humanas presentes nestas transformações. Assim. social e culturalmente. Vamos analisar um exemplo histórico? Começamos a observar uma maior importância dada às disciplinas científicas a partir da década 60. por um maior reconhecimento da ciência no desenvolvimento econômico. 2 UM PANORAMA HISTÓRICO A inserção da disciplina de Ciências. temos por objetivos que você observe as transformações históricas ocorridas no currículo de Ciências e no conhecimento científico. e também são refletidas na escola e nos currículos escolares (Krasilchick. nesta unidade. se deu também graças a estas mudanças sociais. motivada pela guerra fria. 2000). cada vez mais aumenta o volume de informações e conhecimentos necessários para se atuar de maneira satisfatória na sociedade. na economia. UESC Módulo 5 I Volume 2 17 Unidade 1 . envolvem mudanças na política. antes e atualmente. culturais e econômicas. pela corrida tecnológica espacial.Introdução ao ensino de Ciências 1 INTRODUÇÃO Basta refletirmos um pouco para logo percebermos que o mundo encontra-se em constante transformação! No cenário atual. relacionando-as com a aprendizagem de Ciências na sua vida escolar. na escola. Em 1961. apoiados pelo governo. Ciências passou a ser disciplina obrigatória nas escolas.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza saiba mais A elaboração destes projetos de ensino teve a participação intensa das sociedades científicas. no âmbito mundial. et al. 1997). inicialmente nas últimas séries do Ensino Fundamental. CACHAPUZ et al. elaboraram o que também é denominado na literatura especializada de “sopa alfabética”.. uma vez que os projetos de Física (Physical Science Study Commitee – PSSC). de Química (Chemical Bond Approach – CBA) e Matemática (Science Mathematics Study Group – SMSG) são conhecidos universalmente pelas suas siglas (Krasilchick. Vemos assim que a participação das disciplinas científicas no ensino fundamental é ainda muito nova. das Universidades e de acadêmicos renomados que.. metas educativas que visam uma formação que faça parte de uma educação geral para todos os futuros cidadãos. 2005) e têm determinado profundas transformações nas propostas das disciplinas científicas e nos currículos em todos os níveis de ensino (BRASIL. apenas a partir de 1971 (Lei 5. ainda influenciam o ensino de Ciências. Apesar de o Brasil não participar desta corrida tecnológica. 2005.692). atualmente temos encontrado cada vez mais. a crise energética. Tal importância fez aparecer no cenário mundial uma série de projetos de Ensino que. de modo a lhes permitir participar na tomada de 18 Pedagogia EAD . 2000. 1991 apud GIL PÉREZ. à medida que se avolumam os problemas sociais. outros valores e outras temáticas vão sendo incorporadas aos currículos. após a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 4. BRASIL. cultural e social. GIL PÉREZ. e.. O aumento da poluição. a disciplina de Ciências passou a ter caráter obrigatório nas oito séries do primeiro grau (KRASILCHICK. as crises ambientais. traduzem o que se tem chamado atualmente de situação de emergência planetária (BYBEE. 1997. Em relação ao momento atual. 2000). 2005). 1987. assim como o reconhecimento de relações entre a ciência. Se inicialmente a educação científica visava uma preparação inicial para estudantes que seguiriam carreiras científicas.061/61). et al. percebemos que. também sentimos os efeitos deste cenário mundial. que buscava formar futuros cientistas que viessem a contribuir com o desenvolvimento científico e tecnológico dos países. ambientais. a tecnologia e a sociedade. de Biologia (Biological Science Curriculum Study – BSCS). KRASILCHICK. econômicos e políticos no mundo. até os dias atuais. mas a princípio. Um reflexo de todo este contexto socioambiental na educação é. Portugal. São membros da OEI: Argentina. Guiné Equatorial. Equador. sendo um dos principais objetivos da Educação Científica atualmente. uma vez que vivemos em uma sociedade que depende da Ciência e da tecnologia. Colômbia. Discutiremos durante nosso curso. então. México. O desenvolvimento desta alfabetização envolve desde aspectos como compreender os fenômenos científicos. tecnologia. considerar a ciência como parte da cultura de nosso tempo (CACHAPUZ et al. Bolívia. Costa Rica. Panamá. entenderemos a Alfabetização Científica como a habilidade e hábitos mentais requeridos para construir uma compreensão da ciência. El Salvador. Chile. que o ensino de Ciências tem se tornado uma pedra fundamental para observarmos o mundo atual. Honduras. para aplicar estas ideias em problemas reais e situações envolvendo não apenas os conceitos científicos. É possível acessar todo o conteúdo referente a esta década (publicações. pela Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI*) entre os anos de 2005-2014.. Guatemala.oei. como a desenvolvida por Sasseron e Carvalho UESC Módulo 5 I Volume 2 19 Unidade decisões e. Observamos. Investigações que envolvem a área de Ensino de Ciências. no site: www. os fundamentos deste conceito e também suas aplicações. Fonte: <www. Porto Rico. 1 para conhecer . 2000).Introdução ao ensino de Ciências 3 METAS ATUAIS Este processo de popularização da ciência está também relacionado ao que vem sendo chamado. elaboradores de currículos. a democracia e a integração regional. Cuba. até como aplicar os conhecimentos e competências científicas para poder resolver ou opinar sobre problemas existentes no nosso dia a dia. professores de ciências e tem se difundido de tal maneira que se tem tornado praticamente um slogan educacional (LAUGKSCH. República Dominicana. Nicarágua.oei. esta expressão tem sido usada por investigadores. sociedade e meio ambiente (CTSA) e para comunicar conhecimentos. as relações da ciência. o estabelecimento da década da educação para o desenvolvimento sustentável. es/decada) OEI – é um organismo internacional de caráter governamental para a cooperação entre os países Ibero-Americanos no campo da Educação. Uruguai e Venezuela.es>. em linhas gerais. da Cultura no contexto do desenvolvimento integral. existentes em nosso cotidiano. de movimento de Alfabetização Científica ou Alfabetização Científica para a Cidadania. Brasil. Paraguai. 2005). Espanha. da Ciência. em definitivo. por exemplo. Cada vez mais. Peru. a algumas décadas. para refletir Reflita sobre sua formação em Ciências.jpg>. têm demonstrado que tais aspectos podem ser trabalhados a partir das séries iniciais do Ensino Fundamental. nestes trabalhos. (2008.1 . faz uma reflexão sobre a importância e a necessidade de se aprender Ciências nos dias atuais. Figura 1. Fonte: <http://revistaescola. O texto se inicia com a frase: “O conhecimento sobre a área e suas tecnologias tornou-se tão essencial na aventura humana que ninguém mais pode ser privado dele”.Prof.br/>. desde que tenham uma linguagem de fácil acesso e apresentem atividades que estejam dentro da zona de desenvolvimento proximal dos estudantes. Luiz Carlos de Menezes.com. abril.uol. da Universidade de São Paulo.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza para conhecer O físico e educador Luiz Carlos Menezes.abril. Vemos ainda.com. como fundamentais para o desenvolvimento de um Ensino de Ciências que busque uma formação útil e significativa para os cidadãos em geral.br/ img/gestao/luis-carlos-menezes-1. a partir de elementos que temos. hoje. Visite o site da Nova Escola! Fonte: <http://revistaescola. que ensinar Ciências vai mais além da aprendizagem de conceitos e as aulas de Ciências têm se tornado bons espaços para se desenvolver também a leitura e a escrita. Discuta com seus colegas sobre quais as aulas de Ciências que você mais se lembra. Quais você acha que eram os objetivos de seu curso de Ciências na sua formação básica em geral? 20 Pedagogia EAD . entre outros! Quais são as formas de trabalho? Quais os conteúdos de Ciências? Por que o Ensino de Ciências é tão importante atualmente? São algumas das questões que pretendemos responder e fazer você refletir nestes nossos estudos sobre Fundamentos e Metodologia das Ciências. 2010). assim como elementos de raciocínio lógico. UESC Módulo 5 I Volume 2 21 Unidade 1 . não se assuste! Essa é uma realidade comum! Para que sua reflexão seja bem aproveitada. quando se trabalha de forma tradicional (priorizando a aplicação mecânica de fórmulas e conceitos). se em geral os conteúdos serão esquecidos? O que então deveria ser priorizado neste ensino? resumINDO RESUMINDO Nesta unidade: • Fizemos uma introdução à nossa disciplina. o que sobra do Ensino de Ciências para a vida adulta? Se vocês encontraram respostas que dizem que estes profissionais não se lembram de quase nada de Ciências.Introdução ao ensino de Ciências ATIVIDADE ATIVIDADES Vamos fazer uma reflexão sobre o Ensino de Ciências e sua funcionalidade! Para isso. • Iniciamos uma crítica sobre o Ensino tradicional de Ciências os resultados deste ensino. escreva um ou dois parágrafos sobre as seguintes questões: quais as vantagens de se ensinar Ciências. • Iniciamos uma reflexão sobre os objetivos atuais para o Ensino de Ciências.Refletir com seus colegas. com a seguinte questão: o que você se lembra das suas aulas de Ciências no Ensino Fundamental? 2 . que não seja da área de Ciências.Entrevistar pelo menos uma pessoa que possua curso superior. você vai precisar: 1 . a partir da seguinte questão: em geral. CARVALHO. Disponível em: <http://www.P . Investigações em Ensino de Ciências. 2001. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências – 1º e 2º ciclos. 22 Pedagogia EAD . 2005. VILCHES. SIFREDO. GIL PÉREZ. PRAIA. 1997.es/decada/ libro. Scientific Literacy: A Conceptual Overview. ¿Cómo promover el interés por la cultura científica? OREALC/ UNESCO. São Paulo: Cortez. Antonio. Amparo. Science Education. CARVALHO. MARTÍNEZ TORREGROSA. Daniel. Brasília: MEC. Pablo. jan. Reformas e Realidade: O caso do Ensino das Ciências. Carlos. GIL PÉREZ. GIL PÉREZ.M. Anna Maria Pessoa. Daniel. MEC. MACEDO. Beatriz. Anna Maria Pessoa de. 2008. p. VALDÉS. Ensinar a Ensinar: Didática para a escola fundamental e média (p. O Saber e Saber Fazer dos Professores.htm>. 127-124). Miriam. Almejando a alfabetização científica no ensino fundamental: a proposição e a procura de indicadores do processo. Santiago de Chile. 2000. D. Anna Maria Pessoa. VILCHES. Carvalho (Eds. 2000. 2005. CARVALHO. A Necessária Renovação do Ensino de Ciências. 13. CACHAPUZ. São Paulo em perspectiva. 71-94. 333-352. 3. São Paulo: Editora Pioneira. p. KRASILCHICK. SASSERON.). Daniel. n. n. João. Amparo. LAUGKSCH. Joaquín. 1. Em: A. Lúcia Helena. A. 14(1). Vol.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza REFERÊNCIAS Referências BRASIL. v. Rudger. Castro.. 84.oei. vol. UESC Módulo 5 I Volume 2 23 Unidade 1 . nº. CARVALHO. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências. 2.Introdução ao ensino de Ciências SASSERON. 10. Anna Maria Pessoa. Lúcia Helena. Escrita e Desenho: Analise de registros elaborados por alunos do Ensino Fundamental em aulas de Ciências. ....................... ...................................................................................................... .................................... ................................................Suas anotações ................................................................. ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ........................................ ....................................... ............................................................................................................................................................................ ........................................................................................... ............................................................................................. .............. ........................... ............................................................................................................. ..................................................................................................................................................................................................................................................................................... .............................................................................................................................................................................................................................. . ................................................. ...... ........................................................................................................................................... ...................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ...................................................................................... .................................................................................................................... .............................. ..................................................................................................................................................................................................................... ........................................................................................................... ......................................................................................................................................................................................................................... ..................................................................................................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................ ...................................................................... ........................................... 2ª unidade CIÊNCIA? . . em sua grande maioria – mais de 70% da amostra –. então. Os autores colocam que o resultado que se costuma obter é desestruturador. e reduzidos a uma coleção de fatos. Você encontrou resultados parecidos na seção anterior? Somos. ou em serviço.Ciência? 1 INTRODUÇÃO Agora você já refletiu um pouco sobre as suas aulas de Ciências e os objetivos que estavam presentes na sua formação básica. Vamos pensar um pouco em como estes aspectos estão ligados a nossa forma de enxergar e lidar com a Ciência? Carvalho e Gil Pérez (2001) descrevem que esta mesma atividade foi realizada também com professores em formação inicial. baseado nos conhecimentos do professor. Os entrevistados. conceitos. tradicionalmente apresentados aos alunos. baseada nesta visão fechada. para os alunos. Tal maneira de ensinar Ciências leva a uma construção inadequada sobre o conhecimento científico. levados a pensar sobre os conteúdos ensinados na escola: em geral os conteúdos são transmitidos de uma forma dogmática. leis e teorias. para sensibilizá-los para o fato da aridez e da não-significação. dos conteúdos de Ciências que são tradicionalmente apresentados. já acabada e indiscutível sobre o trabalho da Ciência. Vamos discutir algumas delas agora! UESC Módulo 5 I Volume 2 27 Unidade 2 . não se lembram de nada do que estudaram de Ciências ou lembram apenas os nomes dos principais tópicos estudados. Figura 2. e que são.com/-8umr_lYbBPc/TgI 9gV5djvI/AAAAAAAACp4/i-ctHC6ydBA/s1600/ cientista. representam visões deformadas sobre o mesmo.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza Assim. apreendidas pela população.jpg>. em geral. ATIVIDADES ATIVIDADE Observe a figura 2. conhecer e refletir sobre algumas características do conhecimento científico. Fonte: <http://3.blogspot. utilizando algumas destas características em sala de aula. geralmente. os objetivos específicos desta unidade são: refletir sobre algumas concepções sobre o conhecimento científico que. 2 VISÕES COMUNS SOBRE O CONHECIMENTO CIENTÍFICO Iniciaremos este tópico discutindo algumas visões sobre o conhecimento científico. refletir sobre relações entre Ciência. Tecnologia e Sociedade. uma vez que vamos mais adiante falar da importância de se ensinar Ciência.1 e responda: Que tipos de visões equivocadas sobre o conhecimento científico se apresentam neste desenho? Discuta com seus colegas e apresente o resultado desta sua reflexão no seu blog. propagadas na mídia.1: Imagem geralmente divulgada sobre o trabalho científico.bp. 28 Pedagogia EAD . Ciência? • Individualista e elitista: representa uma único investigador, homem. • Descontextualizada: não se diz nada acerca do possível interesse e relevância da investigação, suas repercussões. O lugar de trabalho parece uma torre de marfim, absolutamente isolada. Nem sequer há uma janela! • Visão a-problemática: não indica se está investigando algum problema. • Empírico-indutivista: a atividade do cientista parece se reduzir à observação e experimentação em busca do descobrimento! Não apresenta quais os conhecimentos prévios envolvidos nesta busca. Ou seja: o conhecimento obtido da observação (empírico) nos induz a uma resposta! • Visão rígida, algorítmica, infalível: nada diz das possíveis revisões e replanejamentos. • Visão analítica: não planeja a possível vinculação do tema abordado, aos diferentes campos da ciência, nem um tratamento interdisciplinar. • Acumulativa: não menciona como o novo descobrimento afeta o conhecimento já existente na ciência. Alguns investigadores, na área de Ensino de Ciências, têm relacionado tais visões com um desinteresse dos estudantes por cursos científicos, e também pela maneira como a disciplina é apresentada. Se um aluno vê a 1 2 Figuras 2.2: Os cientistas que estamos acostumados a observar na mídia. 1. Prof. Pardal - Fonte: <http://1. bp.blogspot.com/-KG92c9JxrBA/Tpm IS3zl4oI/AAAAAAAAKkM/y7rzf6csTfk/ s1600/2372person_243.jpg>. 2. Dexter - Fonte: <http://media.ani mevice.com/uploads/0/9810/453226 -dexter.gif>. UESC Módulo 5 I Volume 2 29 Unidade 2 Incrível, não? Esta é a imagem que, em geral, temos do cientista e do seu trabalho em laboratório, é só pensarmos um pouco no que vemos nos desenhos animados, histórias em quadrinhos e em outros meios de comunicação! Não é difícil perceber nesta imagem as seguintes visões deformadas (GIL PÉREZ et al., 2005): Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza para refletir Discuta com seus colegas como um curso de Ciências pode reforçar estas visões. Ciência como elitista, para gênios, um trabalho que é feito isoladamente, quais seriam as razões que o levariam a se interessar por este conhecimento? Reflita um pouco sobre isso! 3 Características do conhecimento Científico um conselho Sugiro que reveja os estudos feitos em Metodologia do Trabalho Científico, no Módulo 1. t saiba mais Figuras 2.3: Capa do livro “O que é ciência afinal?” O livro: O que é ciências afinal?, de Alan F. Chalmers (Ed. Brasiliense, 1993), trata de aspectos sobre a epistemologia da Ciência, com uma linguagem agradável e acessível, relacionando os diversos autores e linhas de pensamento. Há um artigo de Adriano Alves, sobre o livro, para instigar sua leitura, em: <http://www.webartigos.com/ articles/7048/1/O-Que-eCiencia-Afinal/pagina1.html>. Se já vimos quais são as visões descontextualizadas sobre a Ciência, quais seriam, afinal de contas, as características do conhecimento científico que são mais contextualizadas? Já, no início do curso, estudamos a “Metodologia do Trabalho Científico”, em que alguns pontos importantes foram levantados, como por exemplo: a importância da formalização da produção científica, da comunicação e do consenso sobre uma atividade científica – o conhecimento científico não é produzido isoladamente – o caráter provisório ou dinâmico do conhecimento científico, defendido por Thomas Kuhn, entre outros. Você se lembra? Talvez seja hora de ver novamente tais colocações epistemológicas. A natureza da atividade científica é ainda tema de muito debates, entre filósofos e estudiosos da Ciência (entre eles Kuhn, Bunge, Feyerabend, Lakatos, Toulmin e seus seguidores), pois ela não segue regras rígidas ou fechadas. Mesmo sendo objeto de debates, alguns aspectos são essenciais e de amplo consenso sobre este conhecimento, apresentamos a seguir alguns deles: 1. Em primeiro lugar, é importante observarmos que não há a existência de UM Método Científico (fechado, com maiúsculas), como um conjunto de regras perfeitamente definidas, rígidas e infalíveis (BUNGE apud GIL PÉREZ et al., 2005). 30 Pedagogia EAD Ciência? 2. A construção do conhecimento científico é guiada por paradigmas que influenciam na observação e na interpretação de certo fenômeno (TOULMIN, 1997). 3. O conhecimento científico é aberto, sujeito a crises, mudanças e reformulações, pois assim foi constatado na história da Ciência, portanto a Ciência é um produto histórico (KUNH, 2000). 4. É um dos objetivos da Ciência criar interações e relações entre teorias e conhecimentos ou a busca de uma coerência global (CHALMERS, 1993). 5. O desenvolvimento da Ciência está relacionado a aspectos sociais, políticos, por isso, muitas vezes, as opções feitas pelos cientistas refletem seus interesses pessoais. Portanto, a Ciência é humana, viva, uma construção, a qual interpreta o mundo a partir de seu olhar. No trabalho de Daniel Gil Pérez e seus colaboradores (2005), apresenta-se um diagrama da investigação científica, onde se destacam algumas das etapas deste processo. O interessante é o fato de não existir etapas rígidas, mas sim, retomadas dos problemas, o re-planejamento deste trabalho, a partir do erro; a importância da divulgação de um trabalho científico; as trocas entre as equipes de pesquisadores para se chegar a um consenso, entre outros aspectos! para conhecer Daniel Gil Pérez, pesquisador espanhol, trabalha com o tema Educação e Sustentabilidade. Ele e seus colaboradores são autores do livro “Cómo promover o interés por la educación científica” feito para a UNESCO, no que foi determinado por este órgão a Década da Educação para o Desenvolvimento plenamente Sustentável (2005-2014). Este livro está disponível na Internet, em: www.oei.es/ decada/libro.htm. No capítulo 2 desta publicação, há uma discussão sobre as características do conhecimento científico de que falamos anteriormente. FIGURA 2.4: Daniel Gil Pérez com seu meio de Transporte Sustentável. Fonte: <http://www.uv.es/gil>. UESC Módulo 5 I Volume 2 31 Unidade 2 identificando-as. figura 2. assim como concepções sobre a Ciência e a própria igreja). c) Discuta se consegue observar nesse diagrama as características fundamentais do conhecimento científico apresentadas anteriormente.5. 32 Pedagogia EAD . e suas etapas. modificando crenças e atitudes. (Por exemplo: a observação de Luas que se moviam ao redor de Júpiter fez Galileu construir novas hipóteses sobre o movimento da Terra e dos astros solares.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza ATIVIDADES Observe o diagrama. e: a) Discuta com seus colegas quais destes processos NÃO aparecem na imagem do cientista que você viu anteriormente! b) Encontre pelo menos 3 exemplos de inovações científicas e tecnológicas que refletem algumas destas etapas. Ciência? Figura 2.5 - Diagrama sobre o trabalho científico, extraído do livro: Cómo promover el interes por la educación científica, de Daniel Gil Pérez e colaboradores. Fonte: <http://www.oei.es/decada/libro.htm>. Parece então que a produção do conhecimento científico é mais complexa que uma série de etapas rígidas, e também é mais ampla e contextualizada do que geralmente UESC Módulo 5 I Volume 2 33 Unidade 2 Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza Figura 2.6 - Vivemos em um mundo onde Ciência e Tecnologia estão presentes em todos os momentos. Fonte: UAB|UESC. se mostra por aí, não é? Podemos ver que o diagrama destaca o papel das mulheres na produção do conhecimento científico: das trocas entre equipes, das teorias científicas anteriores para a produção de novos conhecimentos; das hipóteses, da relação com a sociedade, com o momento político e social, e, também, o papel da problematização de tal produção. A problematização é algo muito importante dentro da Ciência. A existência de um problema é o mote de propulsão do conhecimento. Como explicamos os dias e as noites e as estações do ano? Como funciona nosso corpo? Como podemos fazer para nos preservar de doenças? Como explicamos as marés? São questões que vêm motivando o homem a construir conhecimento há muitos anos! Gaston Bachelard, cientista, educador francês, filósofo da ciência e poeta, tem muitas obras publicadas evidenciando sua preocupação pedagógica, fruto da experiência como educador e cientista, e se dedicou também a estudar como se dá a formação do espírito científico. Em seu livro, publicado inicialmente em 1938, (BACHELARD, 1996), ele já colocava a célebre frase que diz: “Todo conhecimento é resposta a uma questão. Se não houve questão, não pode haver um conhecimento científico. Nada é dado, tudo é construído”. Não podemos ainda esquecer que a Ciência também possui relações com a Tecnologia, vivemos atualmente em um mundo altamente tecnológico, onde o desenvolvimento científico e o tecnológico estão amplamente relacionados. Todas estas características do conhecimento científico também são muito importantes para o ensino! Pedagogia 34 EAD Ciência? Como podemos aprender ciências apenas decorando fórmulas ou respondendo questionários? Você acha que isso é possível? O próximo capítulo será dedicado a este assunto, mas, agora, vamos observar estas características analisando um episódio da História da Ciência! Certo? 4 Observando a Ciência em seu contexto O texto histórico, que iremos analisar (ANEXO 1), destaca algumas características do trabalho científico, assim como algumas relações entre a Ciência, a Tecnologia e a Sociedade, a partir do episódio de desenvolvimento da luneta, inicialmente para fins militares. O texto retrata um diálogo imaginário entre pessoas da época descrito por Drake (1983), grande especialista em Galileu Galilei. Este episódio também nos remete à ideia de paradigmas, crises e reformulações à qual o conhecimento científico está sujeito. saiba mais A luneta, instrumento aperfeiçoado por Galileu, foi utilizada inicialmente para fins militares. Em 1610, Galileu observou montanhas e crateras na Lua, manchas no Sol e quatro satélites em volta de Júpiter (chamadas luas galileanas). Suas descobertas tiraram a imFigura 2.7 - A Luneta de Galileu. Fonte: <http://commons.wikimedia.org/wiki/ File%3AGalileantelescope_2 portância do Homem como centro do Universo, maculando a perfeição dos céus e iniciando sua briga com a Igreja católica, que condenava as teorias sobre o movimento da Terra e proibia o ensino do sistema heliocêntrico de Copérnico. Quando, em 1632, Galileu publicou seu polêmico “Diálogo sobre os dois maiores sistemas do mundo”, logo recebeu uma ordem para se apresentar em Roma. Fonte: VANNUCHI, Andrea Infantosi. A Relação Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ensino de Ciências. In: Ensino de Ciências: Unindo a Pesquisa e a Prática. Carvalho, Anna Maria Pessoa de Carvalho (Org.). São Paulo: Thomson Learning, 2004. UESC Módulo 5 I Volume 2 35 Unidade 2 3 – Em que trechos você nota o descompasso entre desenvolvimento científico e tecnológico no século de Galileu? 4 – Quais foram.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza ATIVIDADES Leia o texto. afinal. as dificuldades enfrentadas por Galileu para a construção da luneta? Você as definiria como problemas científicos ou tecnológicos? Por quê? 5 – Qual seria então a relação entre Ciência e Tecnologia e científicos e tecnológicos? Ela seria equivalente à que ocorre nesse episódio? Você consegue levantar exemplos nos quais a interação seja diferente da deste episódio? 36 Pedagogia EAD . Questões: 1 – De que nova Tecnologia trata o texto? Que parte da Ciência descreve e explica seu funcionamento? 2 – Por que motivo Galileu decidiu aperfeiçoar a luneta? Ele está relacionado a uma motivação pessoal do cientista? Justifique. responda as seguintes questões e reflita sobre quais características da Ciência estão presentes no mesmo. no anexo 1. com filmagens feitas na Bahia.9: Capas dos Filmes Sombras no Futuro e Os narradores de Javé. traz uma discussão sobre a construção da bomba atômica e o que está envolvido: a produção do conhecimento científico.com/s/sombras_no_futuro. o desenvolvimento da tecnologia para se fazer a bomba e a relação entre estes dois planos. o contexto social e econômico. O Ensino de Ciências deve assim respeitar tais características do conhecimento. entre outros aspectos. entre outros aspectos! Vale a pena ver! O filme Os narradores de Javé. • A Ciência é um produto humano. com etapas fechadas a serem seguidas.dvdpt. Além de diversas questões relacionadas à linguagem. • Visões inadequadas sobre o conhecimento cientifico tendem a afastar estudantes e cidadãos do conhecimento deste processo. de Roland Joffé. de Eliane Caffé. RESUMINDO Nesta unidade você viu que: • A Ciência não possui um só método de trabalho. o poder de destruição da bomba.8 e 2. como uma forma de preservar a história daquele povoado. social e construído historicamente. Figura 2. mostra também o impacto socioambiental e os conflitos que esta nova tecnologia traz consigo. os efeitos da radiação no corpo humano. Fonte: Adaptado das sinopses dos filmes. UESC Módulo 5 I Volume 2 37 Unidade 2 .Ciência? filme recomendado Ciência e Arte O filme Sombras no Futuro.php> e <http:// www. conta a história de um povoado (Javé) onde será construída uma barragem para uma hidroelétrica.adorocinema. a Ciência em sala de aula precisa ser construída através de interações sociais. disponíveis em: <http://www. da exposição de seus resultados. uma produção brasileira de 2003. ou ainda um método rígido.com/filmes/narradores-de-jave/>. A estrutura das Revoluções Científicas. Anna Maria Pessoa de. Stephen. 38 Pedagogia EAD . Allan. 3557. 2003. In: Carvalho. 1983. tides and tatics: a Galilean dialogue about the starrymessenger and systems of the world. Dissertação de Mestrado. TOULMIN. F. p.). Ensinar a Ensinar: Didática para a escola fundamental e média.es/decada/libro. p. 2004. BRICCIA DO Nascimento. GIL PÉREZ. GIL PÉREZ. CARVALHO. Universidade de São Paulo. Daniel et al. São Paulo: Perspectiva.htm>. 2005. GIL PÉREZ. n. 125153. Afinal? São Paulo: Editora Brasiliense. KUHN. Viviane. Ensino de Ciências: Unindo a Pesquisa e a Prática. La compreension humana. Madrid. Visões de Ciências e Ensino por Investigação. v. 1993. 1977. A Natureza do Conhecimento Científico e o Ensino de Ciências. Em: CASTRO. CHALMERS. Amélia Domingues. Daniel et al. 2001. Stillman. Thomas Samuel. 2000. Alianza Editorial. Anna Maria Pessoa (Eds.). São Paulo: Editora Pioneira. (Org. Para uma Imagem Não Deformada do Trabalho Científico. O Que é Ciência. Ciência e Educação. ¿Cómo promover el interés por la cultura científica? OREALC/ UNESCO. DRAKE. O Saber e Saber Fazer dos Professores. Santiago de Chile. Chicago: The University of Chicago Press. 127-124. Daniel.oei. 2001.2. CARVALHO.7. Disponível em: <http://www. p. Viviane. Telescopes.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza REFERÊNCIAS BRICCIA DO NASCIMENTO. São Paulo: Cengage Learning. Anna Maria Pessoa de. ............................................................................................................................................. .................................................................................................................................. .................................................................................................................................................................................................................................................................... ........................... ..................................................................................................................... ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................... .................................................................................................................................. ............................................................................................................. ....... ................................................................................................................................................................................................. ................................... .................................. ................................... ....................................................................................................................................... ................................................................................................. .................... ................................................................................................ ........................................................................................................ ................................. ...............Suas anotações .................... ................................................................................................................................................................................. ............................................. ................................................................................ .......................................................................................... ................................................................................................................... ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................... .................................................................................. .................................................................................................................................................................................. ............................................................................................................................................. ...................................................................................................................................................... .......................................................... . 3ª unidade Alfabetização Científica . . dando condições para um cidadão viver criticamente na sociedade atual. Assim. e. iniciaremos este unidade discutindo a seguinte questão: O que entender por Alfabetização Científica? O objetivo fundamental desta unidade é que você reconheça o que é a Alfabetização Científica e como ela está relacionada com o Ensino de Ciências. engloba todos os domínios e usos de um certo conhecimento. mais especificamente. nos remetemos à ideia de Alfabetização Científica – também conhecida pela sigla AC. 2 O QUE É ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA? A AC (que também é chamada por alguns autores como Alfabetização Científica Tecnológica ou Alfabetização Científica para a Cidadania) vem se tornando cada vez mais um dos principais objetivos dentro do ensino de Ciências. em que: “a alfabetização é mais que o simples domínio UESC Módulo 5 I Volume 2 43 Unidade 3 . Apesar de o termo nos remeter à ideia de linguagem. algo próximo às ideias de alfabetização concebidas por Paulo Freire. como está relacionada com uma formação cidadã. tal alfabetização. segundo diversos autores.Alfabetização Científica 1 INTRODUÇÃO Quando pensamos em um Ensino de Ciências que seja significativo para todos. 44 Pedagogia EAD . coloca-se o seguinte: Hoje. Já. A difusão deste conceito tem feito com que cada vez mais propostas curriculares e objetivos relacionados ao ensino de ciências estejam voltados para aspectos ligados a esta compreensão de mundo. É o domínio destas técnicas em termos conscientes. assim como as capacidades de raciocínio e as competências práticas e uma apreciação dos princípios éticos. [. 1996. a Alfabetização Científica se transformou em uma necessidade para todos.. 2008. Todos necessitamos sermos capazes de utilizar a informação científica para nos engajarmos em discussões públicas e debates envolvendo questões importantes sobre ciência e tecnologia. a fim de melhorar a participação dos cidadãos na adoção de decisões relativas à aplicação de novos conhecimentos. p. E todos merecemos compartir a emoção e a realização pessoal que pode ser resultado da compreensão e aprendizagem do mundo natural. na declaração de Budapeste (1999). 334). Todos necessitam utilizar a informação científica para tomar decisões que se apresentam a cada dia.] Implica numa autoformação de que possa resultar uma postura interferente do homem sobre seu contexto” (SASSERON e CARVALHO. Encontramos. 1). p. mais do que nunca é necessário fomentar e difundir a Alfabetização Científica em todas as culturas e todos os setores da sociedade..Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza psicológico e mecânico de técnicas de escrever e de ler. nos parâmetros norteamericanos (National Science Education Standards – National Research Council. a colocação: Em um mundo repleto de produtos de indagação científica. por exemplo. para conhecer A Declaração de Budapeste foi escrita em 1999. que os indivíduos se mostrem interessados nas ciências. É razoável esperar. baseadas em evidências sobre questões relacionadas a ciências. foi a vez das Ciências. como um cidadão reflexivo. apóiem os processos de investigação científica e adotem uma atitude responsável em relação aos recursos naturais e o meio ambiente.Programa Internacional de Avaliação de Estudantes . mostra conscientização sobre como ciências e tecnologia modelam nossos ambientes material. Para tal feito. Toda a declaração está disponível em: < h t t p : / / u n e s d o c . envolve-se com questões relacionadas a Ciências e com ideias científicas. uma disciplina é focada com maior ênfase. explicar fenômenos científicos e tirar conclusões. a utilização de O PISA é uma avaliação realizada pela OECD – Organização para a cooperação e Desenvolvimento Econômico – em 154 países do mundo a cada 4 anos. Em cada uma das aplicações. o Brasil vem alcançando novas colocações. compreende os aspectos característicos de Ciências como forma de conhecimento humano e investigação. assim como o lado humano e de construção do conhecimento científico. assim como sua importância em muitos contextos pessoais. Estes documentos já nos dão uma amostra do que vem a ser o processo de alfabetização científica. org/images/0013/001315/ 131550por. o que se responde da seguinte maneira: A resposta deveria incluir o papel da contribuição das Ciências e das Tecnologias de base científica a sociedade. u n e s c o. porém poderiam ser melhores! UESC Módulo 5 I Volume 2 45 Unidade 3 .57) pergunta-se que aspectos da Ciência e Tecnologia deveriam se valorizar. a avaliação observa os seguintes pontos: em que medida um indivíduo: possui conhecimento científico e utiliza esse conhecimento para identificar questões. na Conferência Mundial para a Ciência no século XXI. sociais e globais. intelectual e cultural. saiba mais O PISA avalia algumas das características do processo ou o nível de alfabetização científica de um estudante.Alfabetização Científica Em um documento sobre o PISA .pdf>.(BRASIL. onde o Brasil não apresentou bons resultados! Agora. e suas relações com o nosso cotidiano. 2006. em 2010. portanto. p. não? Observamos que eles ressaltam o contato cada vez mais estreito que temos com a Ciência e as Tecnologias. uma compreensão dos conceitos científicos e de aspectos da natureza da ciência. Em 2006. tratando de assuntos sobre a Ciência e a Educação Científica. adquirir novos conhecimentos. 2008). 2007. tendo. 2008).. ele também pode ocorrer em museus de ciências.. entre outros aspectos. para ele que possa viver na sociedade atual.Ciência. se engajar em discussões públicas e debates. Lúcia Sasseron. Você imagina sua vida sem o uso das tecnologias? Você pode dar alguns exemplos de como o conhecimento da ciência pode ajudar em nosso cotidiano? Uma AC adequada está relacionada à utilização de informações. embasada teoricamente no trabalho de diversos outros autores ao redor do mundo. 3 QUE ASPECTOS LEVAM OS ESTUDANTES A UMA ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA? Observando a sala de aula e com a preocupação de perceber quais são os aspectos que levam a uma alfabetização científica. CARVALHO. desenvolveu uma pesquisa observando estes aspectos (Sasseron. esclarecimento e discernimento para fazer julgamentos que envolvam a ciência e a tecnologia (SASSERON. 46 Pedagogia EAD . O processo de se alfabetizar cientificamente não ocorre apenas no ambiente escolar.1 . em espaços educativos. na vivência cotidiana dos estudantes. conhecimentos e competências científicas no dia a dia de um cidadão. Figura 3.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza conceitos científicos em discussões públicas. Sociedade e Meio Ambiente estão relacionados entre si. assim. Fonte: UAB|UESC para refletir Discuta com seus colegas. entre outros aspectos. a adoção de escolhas fundamentadas e responsáveis no que afeta o meio ambiente. a pesquisadora da Universidade de São Paulo. Carvalho. envolvendo ciência e tecnologia. Tecnologia. através da leitura de jornais e revistas que envolvam o conhecimento científico. conhecimentos e conceitos científicos.ufmg. Alfabetização Científica no contexto das séries iniciais.Alfabetização Científica Vamos discutir um pouco sobre eles? Em primeiro lugar. saiba mais Diversos autores. UESC Módulo 5 I Volume 2 47 Unidade 3 . Neste sentido. sociedade e meio-ambiente e perpassa pelo reconhecimento de que quase todo fato da vida de alguém tem sido influenciado. pois. outro eixo estruturante diz respeito à compreensão da natureza da ciência e dos fatores éticos e políticos que circundam sua prática. até mesmo.br/ienci/ artigos/Artigo_ID199/ v13_n3_a2008. O artigo de Leonir Lorenzetti Demétrio Delizoicov. Disponível em: <http:// www.pdf>. e. chamando a reunião destes conceitos de primeiro eixo da AC. podemos encontrar subsídios para o exame de problemas do dia a dia que envolvam conceitos científicos ou conhecimentos advindos deles. suas divergências.fae. além de muito conforto. criando também imagens adequadas sobre a ciência. de alguma maneira. o desenvolvimento de uma nova tecnologia ou de um novo conhecimento científico pode causar. PDF>.if. Disponível em: <http:// www. uma vez que. quando temos em mente o desejo de um futuro saudável e sustentável para a sociedade e o planeta. muitas vezes. e nos envolvendo em processos de investigações científicas. tecnologia. muitos danos ambientais.ufrgs. mostra-se fundamental ser trabalhado. Em segundo lugar. a autora percebeu que todos os trabalhos analisados falam da necessidade da compreensão básica de termos. o que é fundamental para que um cidadão possa tomar decisões e entrar em discussões sobre a ciência. pelas ciências e tecnologias. por exemplo: O artigo de Sasseron e Carvalho Almejando a Alfabetização Científica no Ensino Fundamental: A proposição e a procura de indicadores do processo. O terceiro eixo estruturante da AC compreende o entendimento das relações existentes entre ciência. a compreensão de conceitos chaves que utilizamos em nosso dia a dia. tenhamos atitudes positivas em relação a este conhecimento. têm discutido sobre este termo. convergências e suas aplicações! Você pode procurar. É importante também que saibamos como ocorrem tais investigações. sejam brasileiros ou estrangeiros.br/ ensaio/v3_n1/leonir. tendo em mente a forma como as investigações científicas são realizadas. colocando cada uma das etapas da aula. 48 Pedagogia EAD . seus companheiros de curso e seu tutor). O texto 2 (ANEXO @) foi extraído da revista Ciência Hoje das Crianças.cienciahoje. e está disponível on line no site <http://chc. métodos.br/colunas/no-laboratoriodo-sr-q/fluor-para-que-te-quero>.uol. Leia o texto com seus colegas e discuta: a) Que eixos estruturantes do conhecimento científico aparecem neste texto? b) Você utilizaria este texto em suas aulas de Ciências? Para que ano? Por quê? c) Esboce um plano de trabalho.). atitudes etc. e os objetivos que se encontram em cada uma delas (quais são os conceitos a serem ensinados.com.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza ATIVIDADES Você costuma ler revistas de divulgação científica? Hoje vamos fazer isso! Esta atividade deve ser discutida inicialmente em pequenos grupos para depois ser discutida em um grande grupo (você. Assim. Além do mais. br/filmes/wall-e-2008>. mostra os efeitos de ter uma vida sem a prática de exercícios físicos. os seres humanos são condenados a viver em uma nave até que o mesmo volte a ser habitável! Tem como pano de fundo.cinemenu. o amor entre dois robôs. UESC Módulo 5 I Volume 2 49 Unidade 3 . Figuras 3. Fonte: <http://www.com.2: Longa metragem em animação Wall-e. RESUMINDO RESUMO Nesta Unidade discutimos: • O conceito de Alfabetização Científica e como ele está relacionado com os objetivos atuais para o Ensino de Ciências. assim como também os estudos realizados fora do ambiente escolar.com. mas os processos cotidianos.br/ DVD/walle/>. por um aumento considerável das toxinas existentes no planeta. desde os anos iniciais do ensino fundamental. Fonte: Adaptado da sinopse do filme. Disponível em: <http://www.disney. também nos levam ao processo de Alfabetização Científica. • Que não apenas os conteúdos na escola.Alfabetização Científica filme recomendado Wall-e O filme de animação Wall-e é uma ficção científica que retrata a Terra como um planeta inabitável a partir do ano 2100. • Quais os fatores que levam a uma Alfabetização Científica. National Science Education Standards. 2010. CARVALHO. p. Lúcia Helena. 2007. 50 Pedagogia EAD . vol.C. 1999. 2010. INEP . Alfabetização Científica desde as primeiras séries do ensino fundamental – em busca de indicadores para a viabilidade da proposta. NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Ministério da Educação. 3. Acesso em: 28 out.: National Academy Press. Investigações em Ensino de Ciências.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS BRASIL. Marco general de acción de la declaración de Budapest.htm>. n. Almejando a alfabetização científica no ensino fundamental: a proposição e a procura de indicadores do processo. Atas Eletrônicas do XVII SNEF. São Luiz. Acesso em: 28 abr. Disponível em: <http://www. Anna Maria Pessoa.br/download/ internacional/pisa/PISA2006-Resultados_internacionais_ resumo. SASSERON. Disponível em: <http://www. p.gov. Washington D. 2006. 2008. Lúcia Helena. SASSERON. Anna Maria Pessoa. 13. 1996. Resultados Internacionais PISA 2006: Resumo. DECLARACIÓN DE BUDAPEST. Simpósio Nacional de Ensino de Física.110.pdf>. CARVALHO.es/salactsi/budapestdec. Brasília. 333-352.inep.oei. ............................................................................................................. .................. .................................................................. ................................................ ............................................................ ................................................................................................ ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. ...................................................................................................... ......................................... ........................................................................................................................................................ ......................... ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. ............................................................................................ ........................................................................................................................... ............................................................................................................................................ ........................ ............................................................................................................................................... ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ........................................................................................................................... ................ ......................................................... ...................................................................................................... ......................... ........................................................Suas anotações .. ................................................................................................................................. ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ............................................................................................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... ............................................................................................................................................................................ ...... ....................................................................... ....... . 4ª unidade O ensino de Ciências como investigação . . • Ser capaz de criar uma atividade investigativa. você deve ser capaz de: • Reconhecer as etapas que regem um ensino por investigação. em sala de aula. a partir de uma atividade fechada. UESC Módulo 5 I Volume 2 55 Unidade 4 . cabe-nos. entre outros fatores.O ensino de Ciências como investigação 1 INTRODUÇÃO Já que falamos tanto de Ensino de Ciências para a Cidadania. a argumentação. a resolução de um problema. com todas as etapas necessárias. • Reconhecer que a Ciência. levando em conta a construção de hipóteses. então. Ao término desta Unidade. pensar nas seguintes questões: como conseguimos alcançar estes objetivos? Quais são as orientações metodológicas que nos levam a este caminho? Vamos começar esta unidade trabalhando um pouco. a partir de um experimento simples. o trabalho em grupo. nos objetivos atuais para o Ensino de Ciências que estão baseados em uma AC. para depois discutirmos um pouco os fundamentos de uma proposta metodológica que tem por finalidade nos levar a estes objetivos. deve ser construída de maneira similar à forma como se dá a construção do conhecimento científico. a divulgação do que foi feito. vai trabalhar em grupos de 5 ou 6 pessoas. com o papel dentro do copo. apresentado por diversos livros didáticos. sem molhar o papel? Bom trabalho! 56 Pedagogia EAD . Figura 4. É um problema simples. Você e seu grupo têm que resolver o seguinte problema: Como fazer para afundar um copo dentro da água. até um pouco mais da metade. Vamos lá? Mãos à obra! ATIVIDADE EXPERIMENTAL ATIVIDADE EXPERIMENTAL O problema do copinho Apresentando os materiais: Cada grupo deve separar para a atividade: um balde. Fonte: UAB|UESC Já tem os materiais e o balde com água? Agora vamos à atividade.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza 2 Hoje você vai construir seu conhecimento! 2. mas você deve prestar atenção ao método proposto para a resolução do mesmo! Para isso.1 A Atividade experimental Hoje vamos participar de uma atividade. Os baldes devem ser enchidos com água. um copo também transparente e uma folha de papel. se possível transparente. a partir de uma situação problema.1 . Material necessário para a experiência. sim. da forma que foi feito.usp. em parceria com escolas públicas da grande São Paulo. por Anna Maria Pessoa de Carvalho e colaboradores. pela Editora Scipione.com.htm> (vídeo do copo). foi possível resolver o problema? Após a discussão. com diversos problemas envolvendo desde a formação de sombras até conhecimentos sobre energia. quando aplicada a partir de uma proposta investigativa? • Quais as etapas propostas e que tipo de objetivos é contemplado em cada uma destas etapas? • Vocês conseguem observar as semelhanças entre o que é proposto e etapas do desenvolvimento da ciência.Capa do Livro Ciências no Ensino Fundamental: o conhecimento Físico. Fonte: Disponível no site da Editora Scipione <http:// www. esta é uma atividade feita para demonstração ou comprovação de um fenômeno! Discuta em grupos: • Quais as diferenças metodológicas observadas nesta mesma atividade. 2. é hora de refletir um pouco sobre o que foi proposto! Você já fez esta mesma atividade. para conhecer Os vídeos de Ciências no Fundamental foram produzidos pela faculdade de Educação.2 . vamos assistir ao vídeo disponível em: <http://paje.. mas vamos ver como os alunos fariam? Para isso. publicado em 1998. Como vocês fizeram para resolver o problema? 2. É uma série de 15 vídeos. Por que. Em geral.scipione.br/ estrutura/midiavirtual. talvez para nós.2 Refletindo sobre a atividade proposta Após você ter feito a atividade e assistido ao vídeo. com o apoio da fundação VITAE. ou a viu em um livro didático. professores.br/>.O ensino de Ciências como investigação Já resolveram o problema? Agora vamos nos unir num grande grupo (toda a sala) e responder as perguntas: 1.br/ estrutura/midiavirtual.fe.htm>. Figura 4. siga para o próximo momento! Foi uma atividade simples. Vale a pena conhecer! Eles estão neste mesmo site: <http://paje.. a partir do livro: Ciências no Ensino Fundamental: O conhecimento Físico.usp.fe. a partir de uma metodologia mais ‘fechada’? Provavelmente sim. conforme discutimos na Unidade 2? UESC Módulo 5 I Volume 2 57 Unidade 4 . que fazem parte da cultura científica. O processo de aprendizagem é importante. Munford e Caixeta (2009) colocam que. a aprendizagem de Ciências deixou de ser apenas uma forma de se conhecer conceitos e termos e passou a se focar mais na construção dos conhecimentos: saber sobre a Ciência. pois a imersão em uma cultura científica para se chegar à aprendizagem de Ciências é cada vez mais almejada. o ensino por investigação é quase senso comum em países da América do Norte e da Europa. podem ser trabalhados. não é possível reproduzir a Ciência como é feito em laboratório. Você trabalhou estas características nas atividades anteriores! Vamos focar um pouco mais nelas? A proposta de atividade feita nos trouxe um ensino por investigação que tinha por característica as seguintes etapas: 1. e tem se tornado cada vez mais uma proposta importante também no Brasil. quando se fala de inovação. O problema: é importante reconhecermos a 58 Pedagogia EAD .Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza 3 O ensino por investigação Cada vez mais o ensino por investigação vem se tornando uma orientação para o ensino-aprendizagem de Ciências. especificidades. porém alguns processos que são característicos do saber científico. Como já havíamos colocado anteriormente. Devemos deixar claro que. O Programa de Avaliação do Livro Didático (PNLD) coloca que: é esse o conceito de ensino de Ciências que se espera no livro didático: Ensinar Ciências fazendo Ciências. principalmente num curso de nível fundamental. conhecer os processos como é construído o conhecimento científico são objetivos tão importantes quanto o de saber conceitos e fatos. de maneira a levar os estudantes a uma AC e prepará-los para conviverem na sociedade em que estão inseridos. com seu rigor. bem como o conhecimento que deverá desenvolver como busca de respostas. ou seja. e ainda não foi apresentado pelo professor. questiona-os também. ao mesmo tempo em que apreende o conhecimento prévio dos alunos... é inédito. Se de um lado o professor procura as possíveis inconsistências internas aos conhecimentos emanados das distintas falas dos alunos para problematizá-las. Problemas que devem ter o potencial de gerar no aluno a necessidade de apropriação de um conhecimento. o problema que oportunamente será formulado. o problema que será formulado e explicitado para os alunos no momento oportuno. tem. para o aluno.O ensino de Ciências como investigação importância da problematização na construção do conhecimento científico. retomando a colocação de Bachelard (1996) onde “todo conhecimento é resposta a uma questão”. com a finalidade de localizar as possíveis contradições e limitações dos conhecimentos que vão sendo explicitados pelos estudantes.. promove a sua discussão em sala de aula. por outro. A intenção é ir tornando significativo. Demétrio Delizoicov (2001) coloca que problematizar é também: a. É preciso que o problema formulado tenha uma significação para o estudante. b. UESC Módulo 5 I Volume 2 59 Unidade 4 . a escolha e formulação adequada de problemas. de modo a conscientizá-lo que a sua solução exige um conhecimento que. de modo que permitam a introdução de um novo conhecimento (para o aluno). um processo pelo qual o professor. que ele ainda não tem. para ele. que também se transmite para a construção do conhecimento em sala de aula. como referência implícita. também como forma de avaliação do que está sendo produzido e construído pelos estudantes. os estudantes devem tomar consciência de algumas variáveis envolvidas no fenômeno que está sendo estudado e achar relações entre elas. ou não. assim como é na Ciência. 4. 3. O porquê: é o momento de sistematizar as soluções para o problema e as explicações dos estudantes. também. É a hora em que hipóteses são levantadas. organizando grupos cooperativos e facilitando o intercâmbio entre eles. que será possível. 5.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza 2. Já vimos em nossos estudos que a comunicação é um dos aspectos essenciais do trabalho científico e. Em geral. se busca uma proximidade com a cultura científica. espera-se que seja criado um ambiente intelectualmente ativo que envolva os estudantes. em que os estudantes testam estas hipóteses. o desenvolvimento de uma investigação. uma vez que construir explicações é um dos principais objetivos da Ciência. Uma das fases mais importantes deste conhecimento é a colocação do problema. deve ser levada em conta mesmo nas séries mais iniciais. construir novas hipóteses e voltar novamente a testá-las. A execução da atividade pelos alunos: neste momento. assim. para comunicar o trabalho realizado e sistematizar os conhecimentos. É a partir daí. A comunicação do trabalho realizado: é hora de fazer registros escritos. que tipo de problemas estamos acostumados a propor a nossos estudantes? 60 Pedagogia EAD . é destacado o caráter social do conhecimento. O momento do como (a socialização): nesta hora. ou através de desenhos. apresentam seus conhecimentos prévios e utilizam o erro como uma forma de repensar o que está sendo feito. Neste momento. Dá a ideia também de que nada pode sobrar ou faltar (é o mesmo que acontece com exercícios de matemática.3: Capa do livro Didática de Ciências. os processos de investigação. Fonte: Arquivo UAB/ UESC. que é proposta para análise em Campos e Nigro (1999). UESC Módulo 5 I Volume 2 61 Unidade 4 . Ligue as colunas: (coluna 1) Braços Pernas Pés Mãos (coluna 2) correr escrever membros superiores membros inferiores Discuta um pouco com seu grupo de trabalho por que este exercício não fornece aos estudantes liberdade para investigar e propor soluções! Encontre para a mesma atividade uma situação problemática aberta. O que podemos observar é que o modo como esse exercício é proposto leva o aluno apenas a estabelecer relações fechadas e “corretas”. No entanto. Um problema pode ser também uma atividade de lápis e papel como esta. Poderíamos. seria possível criarmos outras associações: por que não associarmos pernas com pés e membros inferiores? Braços com mãos? Pés com correr? Não há apenas uma resposta correta. Figura 4. não é? ). dependendo para conhecer O livro Didática de Ciências: O ensinoaprendizagem como investigação. de Maria Cristina Nigro e Rogério Campos (editora FTD) é uma ótima proposta de ensino. a partir do que o professor está ensinando. sem levar em consideração os conhecimentos que os estudantes já possuem. que quando proposta aos estudantes passe pelas fases investigativas discutidas anteriormente. que traz fundamentos sobre o ensino de Ciências e teorias de aprendizagem afins. levantamento de hipóteses entre outros. quando os alunos entendem que todos os dados devem ser utilizados. por exemplo.O ensino de Ciências como investigação Observemos e analisemos uma atividade de ligar colunas. ou seja: uma aplicação mecânica. antes. 62 Pedagogia EAD . ou seja. estabelecer problemas. portanto. estabelecer relações. membros superiores. ou de demonstração experimental investigativa (a partir de questões propostas para toda a sala e seguida de um experimento realizado pelo professor).Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza da faixa etária. ou experimentais (como o problema do copinho). quando bem pensados. A ideia é que eles pensassem sobre as funções e definições. pedir que os estudantes desenvolvessem uma cruzadinha. testar estas hipóteses.Investigar os modos de manifestação e de prevenção de doenças comuns na comunidade onde você vive. vamos sugerir os seguintes temas: . É possível. levantar hipóteses. mãos. serem inseridos em um processo de alfabetização científica. ATIVIDADES ATIVIDADE Planejando atividades de Ciências! Agora você vai trabalhar em grupos de 3 pessoas. a partir de uma discussão em grupo de maneira mais aberta. usar a criatividade. quais palavras e conceitos estariam relacionados aos membros superiores e inferiores. sejam eles de lápis e papel. por exemplo. membros inferiores etc. sendo problemas que aumentem o grau de liberdade em relação a sua resolução. Outra ideia seria a de pedir que eles relacionassem em uma rede de conceitos. como forma de conhecer o que os alunos já sabem sobre isto. Para isso. com a finalidade de desenvolver uma atividade investigativa. fazendo com que os estudantes possam refletir. de iniciar uma sequência ou atividade sobre tais membros. onde criassem enunciados para todas estas palavras e expressões: pés. apresentando seus conhecimentos prévios. RESUMINDO RESUMO • • • • Nesta Unidade vimos: Quais as diferenças entre uma atividade tradicional e uma atividade investigativa. doenças geradas pela exposição ao sol. experimentos para você. . Qual será o problema inicial para que seja realizada a investigação? . u s p. leptospirose. Quais são as etapas de uma proposta Investigativa. Quais os materiais e recursos que serão utilizados? . b r / i n d e x . coleta seletiva). propostas. Como se pode criar uma atividade investigativa. Também observar as medidas de prevenções pessoais e pública para a preservação da saúde coletiva e individual. Como se dará o desenvolvimento da atividade? saiba mais O portal Ciência à mão traz diversas atividades. i f. Quais os objetivos e os conteúdos desta atividade? . sites e atividades que trazem esta proposta como prioritária. Qual a duração para a realização da mesma? . professor! Divirta-se! <http://www. Sugestões de livros.cienciam a o. processo de extinção de algum animal). presença de queimadas ou desmatamento.O ensino de Ciências como investigação que afetam o ser humano.Pesquisar possíveis desequilíbrios ambientais na sua região (um rio com alto nível de poluição. pensando em medidas que já estão sendo ou podem ser tomadas para a resolução destas questões (tratamento de esgoto. Vocês deverão considerar os seguintes aspectos ao elaborar a atividade investigativa: . por exemplo: dengue. UESC Módulo 5 I Volume 2 63 Unidade 4 . php>. e elencar possíveis ações que poderiam ser desencadeadas para resolver o problema. 1996. Maria Elisa Rezende. MOURA. In: Bolema. MUNFORD. As atividades de conhecimento físico na formação do professor das séries iniciais. Manoel Oriosvaldo de. Demétrio. NIGRO. 1997. v. Ensaio. LIMA. n. Ciências: Ensino Aprendizagem como Investigação.29-43. Ensinar ciências por investigação: em quê estamos de acordo? Ensaio – pesquisa em educação em ciências. p. v. DELIZOICOV . Maria Cristina. São Paulo: Editora Scipione. 2007. Ciências no Ensino Fundamental . junho de 2001. Ano II. 3. A Atividade de Ensino como Unidade Formadora. São Paulo: FTD: 1999. n. São Paulo: FE-USP .o conhecimento físico. Rio Claro: UNESP .1. 1. 1998.9. Anna Maria Pessoa de et al. Número12. CARVALHO.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS CAMPOS. 64 Pedagogia EAD . Danusa. Rogério. GONÇALVES. Alfabetizações Científicas no Contexto das Séries Iniciais. Maria Emília Caixeta de Castro e. Tese de doutorado. ........................................................................................................................... ................................................................................................................................................ ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ............................................................................................. .................................. ..........Suas anotações .... ........................ ............................................................................................................................................................................................. ............................................................................................................ .............................................................................................. .......................................................................................................................... ............................................................................... ....................................................................................................... ........................ .......................................................................................................................................................................................... ....... .......................................................................................................................... ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ................................. ........................................................................................................................................................................................................................................ ................................................................................................................................ .............................................................................. ............................................................................................................................................................................................................................................................ ......................................................................................................................................................... ........................ .................. ................................................................................................ ....................... ......................................................................................... ........ ..................... ......................................................................... . 5ª unidade Os conteúdos de Ciências . . exemplos de aplicação prática.Os conteúdos de Ciências 1 Introdução Quais são. 1997). os objetivos e temas de Ciências Naturais para o Ensino Fundamental? Vamos analisar neste momento alguns dos objetivos que são propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL.tecnologiaetreinamento. Figura 5. afinal. O principal objetivo desta Unidade é conhecer os conteúdos a serem trabalhados no ensino fundamental. neste nível de ensino. com. bem como.br/educacao/educacao-infantil-educacao/curso-ciencias-educacao-infantil/>. 2 OBJETIVOS GERAIS DO ENSINO DE CIÊNCIAS O texto a seguir foi extraído do mesmo e engloba os ideais de Alfabetização Científica que discutimos anteriormente. para a disciplina de Ciências.1: A aventura de aprender Ciências. Fonte: <http://www. 69 UESC Módulo 5 I Volume 2 Unidade 5 . • compreender a saúde pessoal. os alunos tenham as seguintes capacidades: • compreender a natureza como um todo dinâmico. política e cultural. Esses objetivos de área são coerentes com os objetivos gerais estabelecidos na Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais e também com aqueles distribuídos nos Temas Transversais. produção de tecnologia e condições de vida. histórica. 70 Pedagogia EAD . • formular questões. sabendo elaborar juízo sobre riscos e benefícios das práticas científicotecnológicas. diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de elementos das Ciências Naturais. • compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas. ao final do ensino fundamental.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza Os objetivos de Ciências Naturais no ensino fundamental são concebidos para que o aluno desenvolva competências que lhe permitam compreender o mundo e atuar como indivíduo e como cidadão. O ensino de Ciências Naturais deverá então se organizar de forma que. social e ambiental como bens individuais e coletivos que devem ser promovidos pela ação de diferentes agentes. econômica. colocando em prática conceitos. • compreender a Ciência como um processo de produção de conhecimento e uma atividade humana. • identificar relações entre conhecimento científico. no mundo de hoje e em sua evolução histórica. utilizando conhecimentos de natureza científica e tecnológica. procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar. associada a aspectos de ordem social. sendo o ser humano parte integrante e agente de transformações do mundo em que vive. . como por exemplo.Os conteúdos de Ciências • saber utilizar conceitos científicos básicos. Desta forma. matéria. a investigação. o tema “cultivo de plantas” permite trabalhar os conteúdos dos blocos ambiente (como a planta se relaciona com o solo e a luz?). espaço. Temas transversais quase sempre permitem que se abranjam todos os blocos. ser humano e saúde (quais plantas são alimentos em nossa região?) e recursos tecnológicos (como fazer uma horta?). saúde. porém no Fundamental II atingem um nível UESC Módulo 5 I Volume 2 71 Unidade 5 . • saber combinar leituras. São objetivos que contemplam alguns aspectos da cultura científica inserida no contexto escolar. por exemplo. transformação. questões ambientais. a comunicação de fatos e informações. experimentações. o entendimento da natureza da Ciência e a construção de conceitos científicos para a resolução de problemas reais relacionados ao corpo humano. os conteúdos que são sugeridos para o trabalho nos PCNs estão divididos em 3 blocos distintos: meio ambiente. como. equilíbrio e vida. a valorização do trabalho em grupo. entre outros fatores. observações. Igualmente devemos levar em conta os eixos de Alfabetização Científica. sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a construção coletiva do conhecimento. tempo. etc. • valorizar o trabalho em grupo. as relações entre Ciência e Tecnologia e a sociedade. ser humano e saúde e recursos tecnológicos. comunicação e discussão de fatos e informações. a organização de informações. sistema. registros. organização. Por exemplo. energia. Os temas são os mesmos nos dois ciclos do fundamental. para coleta. porém isso não significa que estes blocos sejam trabalhados de maneira separada. associados a energia. como sua classe. ar. Uma boa maneira de se fazer isso é através da comparação de ambientes diferentes: uma floresta. a identificação de seus componentes. solo. o uso de tabelas ou gráficos. água. luz e calor –. os registros devem ser melhor elaborados. represa. reprodução e locomoção) em relação ao ambiente em que vivem. os seres vivos que compõem um determinado ambiente. então. embora constituídos pelos mesmos elementos. assim como suas características e hábitos (alimentação. no ciclo II. Vamos agora observar quais são os conteúdos e algumas sugestões de temas e trabalhos sugeridos para cada um deles. que os estudantes façam observações diretas ou indiretas de diferentes ambientes. sempre que possível. lago. 3 BLOCO AMBIENTE No primeiro ciclo. os diversos ambientes diferenciam-se pelos tipos de seres vivos. Um exemplo é que os registros e as formas de comunicação são diferentes: enquanto no ciclo I se espera a presença de desenhos e pouco uso da escrita. 1997). a escola. sua vizinhança e cidade.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza de aprofundamento maior. Pede-se. 72 Pedagogia EAD . e da compreensão de que. uma cidade. a casa. podendo se iniciar desde a observação do ambiente onde ele mesmo habita. rio. usando a escrita com maior propriedade e. forma e intensidade da ocupação humana). pela disponibilidade dos demais componentes e pelo modo como se dá a presença do ser humano (BRASIL. plantação – pedindo que os estudantes busquem aspectos em comum e aspectos que se distinguem (tipos de seres vivos. pretende-se dar uma primeira noção do ambiente como resultado das interações entre seus componentes – seres vivos. distinguindo entre ambientes naturais e ambientes construídos. observando como um determinado ser vivo se relaciona com outros e o ambiente que o circunda. investiguem. compartilhem informações. O estudo destes seres vivos também propicia o estudo dos processos vitais e do ciclo da vida. com o professor. construam hipóteses em relação a seus agrupamentos. características do corpo.ra-bugio. de que se alimenta. Pode-se também incentivar a UESC Módulo 5 I Volume 2 73 Unidade 5 . assim como quais são as características próprias de cada grupo de seres vivos. que tem um papel fundamental de intervir durante o processo de construção. É importante utilizar a curiosidade natural desta faixa etária a seu favor! Figura 5. e que isso seja discutido. é interessante. Fonte: <http://www. meios de locomoção e sustentação. seja por ambiente que habita. e outras características específicas de um grupo. utilizar desde a observação destes seres vivos em seu ambiente natural ou ainda a criação e cultivo de plantas na sala de aula.org. posteriormente.br/educacaoambiental.Os conteúdos de Ciências É importante que os estudantes levantem e comparem dados. do comportamento. observem semelhanças e diferenças. seja como se reproduzem. as crianças levantam muitas questões sobre a natureza e os objetos a elas relacionados. para isto. dúvidas e controvérsias com seus companheiros. em pequenos espaços ou em materiais como latas e caixotes já utilizados. php>. discutam entre si.2 : Na faixa etária do Ensino Fundamental I. Os estudos sobre ambientes se complementam com as investigações sobre os seres vivos que os habitam. verificar que todos os ambientes apresentam seres vivos. listas e pequenos textos. possuam outros componentes e fatos e se apresentam de modo distinto em cada ambiente. 2007): • comparação de diferentes ambientes naturais e construídos. • comunicação oral e escrita de suposições.3:Um terrário feito com garrafa pet despertar curiosidade dos estudantes! O como 74 Pedagogia EAD . sendo com animais ou plantas. são boas maneiras de se trabalhar a vida em toda a sua diversidade. Assim. calor. investigando características comuns e diferentes. Apresentamos a seguir alguns dos aspectos que se espera que sejam trabalhados no primeiro ciclo do Fundamental. procedimentos e atitudes. em relação a conteúdos. sob orientação do professor. • interpretação das informações por intermédio do estabelecimento de relações. esquemas. respeitando diferentes opiniões. porém. de semelhanças e diferenças e de sequências de fatos. quadros. DICA DE ATIVIDADE A edição de número 187 da revista Nova Escola traz uma dica de construção de um terrário. • organização e registro de informações por meio de desenhos. É algo fácil. muito a Figura 5. feito mas com que material pode reaproveitado. água. luz. observando-se quais são as necessidades e os cuidados para a manutenção dos mesmos.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza criação de pequenos animais em sala. para se observar o que os seres vivos necessitam para sobreviver e também o ciclo da água. solo e componentes e que. pelos PCNs (BRASIL. dados e conclusões. br/ciencias/ult1686u14. pela monocultura e o desmatamento. O solo • 2 xícaras de pedras 4 xícaras de terra adubada.br/ciencias/pratica-pedagogica/terrario-pedaconatureza-426134. Já no segundo ciclo. Os vegetais • 1 ou 2 mudas pequenas de plantas resistentes à falta de água. UESC Módulo 5 I Volume 2 75 Unidade 5 . enterre as raízes com a ajuda do arame e afofe o solo com a vareta. Introduza cuidadosamente as plantas. se mais fácil (3l. tatu-bola e joaninha. regue bem o solo e as plantas e tampe a garrafa. os dois processos ocorrem.shtml>. ou de outros tamanhos. Em seguida. observando no meio em que vive. 10l). No terrário. Ele deve também perceber quais os prejuízos causados pelas queimadas. porém se espera que o aluno avance em relação à profundidade de seu conhecimento e nas relações que estabelece entre os diversos meios e seres vivos. Neste momento.uol. como: minhoca. com. por exemplo. os conteúdos sobre ambiente continuam os mesmos.. saiba mais A respiração celular é o processo inverso à fotossíntese. na respiração celular se absorve o oxigênio liberando-se gás carbônico e energia.Os conteúdos de Ciências fazer e a discussão conceitual está em: <http://revistaescola. Os animais • pequenos bichos. coloque os bichinhos. • 1 arame comprido para enterrar as plantas.. Por fim. como suculentas ou grama de jardim. • 1 garrafa pet de 5 litros com tampa. é importante o aluno observar que a atividade agrícola necessita de adubação da terra para o plantio. Enquanto a fotossíntese absorve gás carbônico e libera oxigênio. consumindo energia para tanto. MATERIAL NECESSÁRIO . Veja a descrição deste processo no site: <http://educacao.com. • 1 vareta de pipa com algodão e plástico na ponta para afofar a terra. a respiração pelas folhas e animais e a produção de oxigênio pelas plantas. COMO FAZER: Coloque as pedras na garrafa e depois a terra adubada para formar o solo. abril.jhtm>. pesquisadores. O risco de desertificação atinge 33% da superfície terrestre. é a “degradação de terras áridas ou semi-áridas e sub-úmidas secas. entrevistas e leitura de jornais e livros. envolvendo uma população de 2. como os asfaltos urbanos. como a erosão. 2007).Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza Dica Mencione as diferentes formas de uso do solo e peça aos alunos que busquem informações sobre o modo como a terra é utilizada em sua região.6 bilhões de pessoas. o uso inadequado. além de ser um subsídio para professores.org/images/0015/001595/159542por. quais as implicações de se criar uma grande região de solo impermeável. unesco.25% do seu território atingido em diferentes graus de deterioração ambiental (SANTANA. entre eles as variações climáticas e as atividades humanas”. são 200 milhões de pessoas atingidas pelo processo na região subsaariana (região do continente africano ao sul do deserto do Saara). 76 Pedagogia EAD . legisladores e gestores.000 km e atingindo diretamente 30 milhões de pessoas. como a criação de animais em terras impróprias ou com vegetação escassa. Discutem-se. subúmido seco e áreas de entorno.340. como o impedimento da absorção e escoamento da água da chuva e a provocação de enchentes. Na África. O documento pode ser encontrado em: <http://unesdoc. que têm 55. ocupando cerca de 1. saiba mais Desertificação A desertificação vem se apresentando como um problema de degradação ambiental que significa a transformação de terras em desertos improdutivos. Eles devem trabalhar com observações diretas. resultantes de vários fatores.pdf>. Em 2007. questões relacionadas com o solo. concentrados principalmente nos estados do Nordeste. se e como ocorrem tais questões. no planejamento de suas ações. Segundo a UNESCO. Desse total. a desertificação. 180 mil quilômetros quadrados já se encontram em processo grave e muito grave de desertificação. o Ministério do Meio Ambiente publicou o “Atlas das áreas susceptíveis à desertificação no Brasil” como forma de dar embasamento para a formulação de políticas condizentes com as necessidades existentes. neste momento. As Áreas Suscetíveis à Desertificação no Brasil abrangem o trópico semiárido. Após algumas semanas você vai observar com seus alunos que a terra estará escura e com manchas brancas (o que nos evidencia a presença de fungos). calor. serragem. se você quiser. seres vivos. sem exageros (e se não estiver muito úmida). as principais causas de poluição da água (mares.4: Materiais para se fazer adubo orgânico. Devem-se conhecer. Para isto. solos e outros materiais. assim.casca de ovos e frutas. é possível investigar as relações entre água. borra de café. Misture terra a estes materiais no caixote. e comece a regar todos os dias. a importância da coleta e tratamento da água e do esgoto para a manutenção da saúde. Investigações sobre em que estados a água se UESC Módulo 5 I Volume 2 77 Unidade 5 . dentro da sala de aula. rios). é necessário forrar um caixote com saco plástico e acrescentar neste caixote: . do ar e do solo.Os conteúdos de Ciências DICA DE ATIVIDADE É possível demonstrar maneiras de se fazer adubo natural de maneira simples. terra que não seja adubada e. a fim de entender os aspectos da dinâmica ambiental. discutindo-se também a decomposição de substâncias orgânicas presentes no solo. algum material que não seja orgânico. Fonte: UAB|UESC Ainda no segundo ciclo. Você pode discutir as questões: como se deu a decomposição do material? O que há na terra que não podemos ver? Por que o material não orgânico não se decompôs? Se você mora em uma região agrícola é possível ainda discutir características e forma de adubação utilizada no solo em sua região! Figura 5. folhas em diversos estados. luz. rios. conservando o material e apenas mudando a forma como ele se apresenta. na chuva. vocês professores. estudando-se a sua variedade e suas composições: as formas de vida presentes e como se relacionam (por exemplo. vão fazer uma atividade que discute estas relações e a dinâmica das populações: a ideia é que. a partir desta vivência. o que é fundamental. Pode-se estudar a relação entre a troca de calor e mudanças de estado físico da água. misturada ao solo. entre outros fatores. na torneira. vocês sejam levados a discutir a metodologia aplicada. por exemplo. concluindo pela ideia de transformação de estado. 78 Pedagogia EAD . por exemplo.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza apresenta no ambiente podem ser organizadas de modo a permitir a verificação de existências de água nos mares. o fluxo de energia existente na cadeia alimentar. através de investigações que podem ser discutidas em sala de aula. as relações entre os elementos do ambiente. Podem ser abordados ambiente aquáticos. as quantidades de sais dissolvidos e a constituição do fundo dos rios e dos mares. É importante que os estudantes percebam. ATIVIDADE ATIVIDADE Agora. as razões para o aumento ou a diminuição excessiva de uma determinada população. a presença do homem como consumidor integrante da natureza. no corpo dos seres vivos. a relação com a luz. para que os alunos aprendam sobre o ciclo da água. quem se alimenta de quem). Estas relações entre as cadeias alimentares também podem ser estudadas a partir de outras populações. geleiras. nos poços. a viabilidade da atividade e também os conceitos científicos que estão presentes na mesma. Fonte: UAB|UESC Em cada rodada do jogo. mas terão de levantar-se para conseguir alimento.Os conteúdos de Ciências Flutuações nas populações (jogo) – Material extraído de Bräkling (2001/02). Cada onça tentará capturar uma capivara. em papel pardo ou cartolina. dependendo do número de rodadas previstas. elaborada na lousa.5 . a capivara e a onça. sigam o procedimento seguinte: • Completem a tabela abaixo com os dados obtidos (ou no caso. Duração: a ser definida pelo professor. evitar ser capturada por uma onça. fornecidos pelo professor. quando feito com os alunos) durante o jogo: Capim Capivara Onça Número da rodada UESC Módulo 5 I Volume 2 79 Unidade 5 . as capivaras voltarão como onça e as onças que conseguiram alimento continuarão como onças. Materiais: tabela para registro. As capivaras estarão a salvo das onças quando se abaixarem. Finalidade: construir uma referência para analisar o que ocorre na natureza com relação à transferência de nutrientes na cadeia alimentar. os capins capturados voltarão como capivaras. Na rodada seguinte. cada capivara deverá tentar apanhar um capim e.Relação de energia na cadeia alimentar entre o capim. Terminando o jogo. outra de consumidor primário e outra de consumidor secundário. ao mesmo tempo. As três populações representam a seguinte cadeia alimentar: Figura 5. Conteúdo trabalhado: cadeia alimentar e flutuações das populações. A capivara que apanhou um capim e a onça que apanhou uma capivara saem com seus pares da área do jogo. Os capins que não foram capturados e as capivaras e as onças que não conseguiram alimento voltarão como capins. Desenvolvimento: será organizado um jogo no qual os alunos da classe representarão três populações: uma de plantas. à idade. enfocando-se as principais características. ao ritmo de aprendizagem ou às diferenças socioculturais.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza • Observem a tabela e respondam às seguintes questões: . também. a população de capivaras estava aumentado.Além da disponibilidade de alimento.Em que rodada foi menor? .Em que rodada o número de plantas foi maior? . Como foi a análise da tabela? Você acha possível a aplicação desta atividade? Discuta com seus colegas as principais dificuldades e como elas podem ser superadas. apesar de estar conectado aos demais. Uma das formas de se iniciar o estudo do ciclo de vida dos seres humanos é pedir que os alunos recolham figuras ou retratos 80 Pedagogia EAD . pode ser feita com os 4º ou 5º ano e. trata mais especificamente dos estudos sobre as transformações durante o crescimento e o desenvolvimento. de forma crítica e contextualizada. diminuído ou tinha alcançado seu número máximo? E a população de capins? Expliquem esse resultado. ao corpo. envolve análises matemáticas. de forma a valorizar as diferenças individuais quanto à cor.Que rodada começou com o menor número de capivaras? Quantos capins havia nessa rodada? . que também se trabalham algumas diferenças entre os estudantes.Houve variações no tamanho da população de onças? Em que rodada o número foi mais baixo? Nessa rodada.Que rodada começou com maior número de capivaras? Quantos capins havia nessa rodada? . tabelas.Em que rodadas o número de onças foi maior? Relacionem esse acontecimento ao crescimento de populações de capivaras e capins. . Refletindo sobre a atividade: A ideia desta atividade é que os estudantes discutam entre si as dinâmicas das populações. nas diferentes fases da vida. É. . nesse momento. 4 Ser humano e Saúde O bloco ser humano e saúde.À medida que o número de capivaras aumenta. o número de capins aumenta ou diminui? Expliquem por que isso acontece. que outro fator influi no crescimento da população de capivaras? . criança. jovem. semelhanças com animais. desde o ciclo I. adulto e idoso. começa-se a observar as características sexuais primárias de meninos e meninas. os cuidados com os filhos e filhotes. ou seja. É muito importante para discutir as diferenças anatômicas entre o sexo masculino e feminino. O painel também ajudará a turma a compreender a influência de hábitos na formação e no desenvolvimento do corpo (exercícios. DICA DE ATIVIDADE Com uma folha de papel pardo e canetas coloridas. higiene etc. a forma de alimentação. Ao elaborar quadros e coleta de dados sobre o corpo humano. as características sexuais secundárias. podemos organizar em conjunto um painel em que várias idades estejam em sequência. Com esta coleção. Essa discussão pode surgir da figura de homens e mulheres já desenvolvidos (adultos). hábitos de higiene). por exemplo. os estudantes estarão realizando a organização e registro de informações. como. Já no primeiro ciclo. O final do segundo ciclo: é importante também discutir com eles os órgãos internos e a reprodução.Os conteúdos de Ciências de pessoas que estejam em diferentes fases da vida: bebê. as características dos órgãos sexuais externos de homens e mulheres. discutidas em grupo. apresentando as diferenças visíveis entre ambos (ombros mais largos nos homens. representando o ciclo de vida do ser humano. Peça aos seus alunos para deitarem em cima do papel pardo e faça o contorno das silhuetas externas de um menino e de uma menina. alimentação. envolvendo alimentação. quadris UESC Módulo 5 I Volume 2 81 Unidade 5 . é possível se observar as características sexuais primárias de estudantes. principalmente em mamíferos. ou seja. Também. é importante observar as semelhanças e diferenças entre o comportamento de seres humanos e animais. as quais poderão ser comparadas. É. porém sem serem realizados com a profundidade que ganham nos ciclos posteriores.br/crianca-eadolescente/comportamento/eles-queremfalar-sexo-431419.com. higiene ambiental e asseio corporal. questões. super válidas! <http://revistaescola. nesta faixa etária. trazem dúvidas. principalmente quando o professor dá abertura a isso. dentro de um todo integrado. Há uma descrição de uma aula semelhante a esta no portal do professor do MEC: <http://portaldoprofessor. Sim. abril. modos de transmissão e prevenção de doenças contagiosas. envolvendo sexo. desenvolvidos por Paola Gentile.html?aula=2260>. observando que a saúde é um estado de equilíbrio entre o bem estar físico e psíquico.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza proporcionalmente mais largos nas mulheres. para palestras. para conhecer Você já deve ter sido surpreendido com alguma pergunta de seus estudantes. os estudos realizados sobre o corpo humano devem se alargar. presença de barba e pelos mais visíveis nos homens.gov. particularmente a AIDS. É fundamental relacionar a falta de asseio e higiene com a ocorrência de doenças. que se estudam os sistemas do corpo humano. e dicas de leituras. como a limpeza do ambiente. Algumas atitudes devem começar desde a sala de aula e no ambiente escolar.). pode-se pedir ajuda a um profissional de saúde da sua região. br/fichaTecnicaAula. destaque à importância da alimentação. a escovação dos dentes após as refeições que são feitas na escola. A revista Nova Escola traz elementos a serem utilizados na aula. A existência de uma horta na escola ou até mesmo o cultivo de plantas em pequenos caixotes é essencial para que os estudantes aprendam a valorizar a vida em suas diversas formas. neste momento. Após ler o texto. além de refletirem sobre a importância de alguns elementos em suas dietas. o conhecimento de condições para o desenvolvimento e preservação da saúde: atitudes e comportamentos favoráveis à saúde em relação à alimentação. Neste momento. Como sugerido pelos Parâmetros 82 Pedagogia EAD . discuta com seus colegas as situações que já aconteceram com você e como as dicas existentes no texto lhe ajudaria a enfrentá-las. eles querem falar sobre. conversas com seus estudantes. No segundo ciclo. mamas nas mulheres etc. shtml>. porém.mec. caso você sinta a necessidade e à vontade com esta ação. É muito importante também. relacionando seu amadurecimento às mudanças no corpo e no comportamento de meninos e meninas durante a puberdade e respeitando as diferenças individuais. • comparação dos principais órgãos e funções do aparelho reprodutor masculino e feminino. • estabelecimento de relações entre a saúde do corpo e a existência de diversas defesas naturais e estimuladas (vacinas). através de relações entre os diferentes aparelhos e sistemas que realizam as funções de nutrição. enfim. o coração é visto como um órgão muscular cujos movimentos rítmicos impulsionam o líquido do coração para o corpo através das artérias e. o transporte de materiais realizado pela circulação até a filtragem de impurezas feita através dos rins e. neste ciclo. não vê-lo como algo isolado. no sentido de volta. valorizando a máxima utilização dos recursos disponíveis na reorientação dos hábitos de alimentação. • estabelecimento de relações entre a falta de higiene pessoal e ambiental e a aquisição de doenças: contágio por vermes e microrganismos. Os PCN´s assinalam que neste ciclo é importante ressaltar: • o reconhecimento dos alimentos como fontes de energia e materiais para o crescimento e a manutenção do corpo saudável. desde as transformações sofridas pelo alimento na digestão e na respiração. a eliminação das impurezas do corpo pela urina. do corpo para o coração. É importante. assim. Nesta visão. através das veias.Os conteúdos de Ciências Curriculares Nacionais. UESC Módulo 5 I Volume 2 83 Unidade 5 . como por exemplo: o sistema circulatório como um conjunto de estruturas voltadas ao transporte e distribuição de materiais pelo corpo. é importante que os alunos compreendam os sistemas como conjuntos. uma vez que o corpo é um todo integrado. uma tabela que relacione as doenças endêmicas em sua região por falta de higiene ambiental. Quais as medidas de prevenção? Discuta com eles como isto pode ser trabalhado com seus estudantes. Quais as causas destas doenças? E os principais sintomas? 2.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza ATIVIDADES ATIVIDADE Faça. E responda as questões: 1. juntamente com os seus colegas de curso. Doenças Causas Sintomas Prevenção 84 Pedagogia EAD . e no bloco ser humano e saúde (quais plantas que são alimentos em sua região?). O aumento destes dejetos faz com que sejam necessárias novas formas de captá-los. nos portos. É importante observar que estes dejetos. Temas a ser tratado dentro deste bloco são: água. relacionando estes aspectos ao bloco ser humano e saúde. até mesmo no corpo humano – e. solo e saneamento básico. saem dejetos e lixo. o processamento dos mesmos. é um ambiente dinâmico. mas que está em constantes trocas. como por exemplo: em regiões industriais. também. não podem permanecer na casa. UESC Módulo 5 I Volume 2 85 Unidade 5 . assim como o ambiente escolar. não é. que vão desde o reconhecimento de materiais até as transformações e formas para a obtenção de energias. É interessante fazer com que os estudantes do Ensino Fundamental I já observem como é feita esta captação de lixo e. pois constituem excelente meio de proliferação de seres vivos (ratos. entram alimentos e água – que são ali modificados. Por exemplo: o cultivo de plantas que já foi ressaltado no bloco ambiente (como as plantas se relacionam com a terra e com a luz?). lixo. fazem com que este bloco seja estudado de maneira separada. por isso. mas a urgência e atualidade dos temas. também é trabalhado no bloco recursos tecnológicos (como fazer uma horta?). necessitam ser limpos para que as pessoas não contraiam doenças. então. bactérias.Os conteúdos de Ciências 5 Recursos Tecnológicos Este bloco temático inclui conteúdos que estão inseridos nos outros dois blocos. moscas. um ambiente isolado. baratas. onde vivem pessoas. nas regiões de garimpo. A casa. na escola e em todo o seu entorno. por exemplo. os processos existentes dentro de uma residência. tanto eliminados pelo corpo como também o lixo doméstico. fungos etc.). portanto. e também ambiente. Os dejetos que são lançados no ambiente variam para cada região. Observam-se. Uma casa em si. ocasionando a má formação destes animais. bituca de cigarro etc. alumínio. para que os estudantes percebam as causas e consequências existentes nos atos que envolvem o mau uso dos recursos (água). incineração e lixão). pode-se trabalhar o fato de que materiais jogados na areia podem ser levados ao mar e comidos por animais como tartarugas. ou ainda a falta de captação dos mesmos (lixos acumulados em bacias hidrográficas etc. • Como é feito o tratamento de água em sua região? • Há formas de poluição dos recursos hídricos na região onde você mora? Quais são os efeitos causados? É importante que todas estas pesquisas sejam depois discutidas em sala. a busca de informações sobre as formas de destinação do lixo é realizada mediante a leitura de textos e artigos de jornal selecionados. Uma 86 Pedagogia EAD . baleias. bem como as possibilidades de reciclagem (vidro. papel e metal) e produção de compostos para adubagem e gás natural (a partir de restos de alimento e papel). que permitam aos alunos conhecerem os diferentes destinos do lixo (aterro sanitário. e discuta com seus colegas sobre os impactos causados. por exemplo. quando não a morte. sob a orientação do professor ou da professora. São materiais recicláveis aqueles que podem ser reaproveitados por meio de processos e técnicas específicos. ou de outras fontes.). vidro. Em uma zona de praias.). No segundo ciclo.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza Alguns problemas interessantes para iniciar os estudos com seus alunos são: • De que forma é feita a captação de lixo em sua cidade? • Há iniciativas que apoiam a reciclagem em sua região? • Faça uma pesquisa sobre a duração de cada material quando jogado no meio ambiente (papel. Materiais jogados no mar podem causar a morte de diversos animais. Fonte: <http://www.br/>. novamente. mas cumprem as mesmas funções. para a criação de animais) e suas características. associando.tamar30anos.. entre eles: panelas (feitas de barro e de alguns tipos de metal). entre outros fatores.com/Jornalismo/ FANT/0.glo balgarbage.00. associando a impermeabilidade dos solos urbanos e também o lixo jogado em lugares não adequados. podem-se trabalhar as propriedades de diferentes usos dos solos (urbano. causas e efeitos. saiba mais É possível observar as consequências de se jogar lixo no mar. c o m . No segundo ciclo.Os conteúdos de Ciências pesquisa do projeto TAMAR indica que de cada 10 tartarugas mortas.). 4 morreram por ingerirem lixo marinho. relacionando-se a conveniência do material escolhido ao objeto elaborado. partindo sempre de situações problemáticas (por exemplo: quais são as causas UESC Módulo 5 I Volume 2 87 Unidade 5 . plástico. mas sim das principais características. Figura 5.6 . Neste bloco também se trabalham os materiais que são utilizados e as características destes materiais. Sob a orientação do professor. se possível. tecido etc. nos seguintes links: Reportagem do Fantástico sobre a morte de animais. causadas pelo lixo marinho: <http://fantastico. os alunos podem organizar coleções de objetos e figuras que são feitos de diferentes materiais. calçados (de couro. t e r r a . como já colocamos antes. e buscando informações que permitam explicar por que se usa determinado material para a confecção de certos objetos (BRASIL. Não se pede também que este seja um estudo aprofundado. enchentes.html>.org/lixo_ no_ambiente_marinho. pdf>. colheres (de madeira. O problema do lixo marinho: <http://vil a m u l h e r.org. metal ou plástico). com a existência de chuvas. globo. Os levantamentos podem levar os estudantes a relacionarem o uso de diferentes materiais em objetos específicos.MUL1441687 -15605. 1997). Lixo no ambiente marinho: <http://www. agrícola. br/o-problema-do-lixomarinho-11-1-69-207. Por exemplo. html>. que têm por funções eliminar as pragas agrícolas mas. neste ciclo. herbicidas e fungicidas). e saibam os efeitos causados pelo uso das substâncias nocivas. Pedagogia 88 EAD . Quando se diz que energia é a capacidade de realizar trabalho. relacionando estes equipamentos e seu funcionamento à utilização de energia. br/ciencias/pratica-pedagogica/ energia-move-mundo-507233. do ar. saiba mais Trabalho: na física. quando ingerimos alimentos ou carnes que tiveram contato com estas substâncias.O tipo de solo. Esta é sobre energia! Vale a pena conferir! <http://revistaescola. também se estudam as diferentes formas de poluição. Por exemplo: a transformação de energia elétrica em energia luminosa e calor em uma lâmpada. É preciso. produzido pela ação de uma força sobre um corpo. são causados efeitos cumulativos.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza das enchentes nas grandes cidades?). em um rádio. Fonte: <http://guiaecologico. associando a ideia de transformação de energia e a capacidade de realizar trabalho a partir de um aparelho ou equipamento. principalmente em regiões agrícolas. da água. do solo. são absorvidas pelos vegetais. ou parte dele. também é necessário investigar sobre equipamentos tecnológicos. que os estudantes tenham contato com tais conhecimentos. causadas pelas queimadas e também por outros agentes poluentes. Figura 5. como os agrotóxicos (pesticidas. a energia elétrica em energia sonora.com/tag/enchente/>. animais e homens. quando misturadas ao solo e à água.abril. No segundo ciclo. na energia elétrica capaz de movimentar as pás de uma batedeira. Por fim. nos referimos à energia capaz de fazer um automóvel se deslocar. para que se valorize em toda a comunidade a agricultura orgânica.7 . muito interessantes. também. Deve-se.com. portanto. trabalhar com eles os tipos de energia e as fontes que são utilizadas nestes equipamentos e os produtos dessas transformações. em uma televisão. ou sonora e luminosa. entre outros modos de transformações.wordpress.shtml>. Ou seja. para conhecer O site da revista Nova Escola traz uma série de planos de aulas e sequências didáticas. irreversíveis à saúde. o lixo jogado em lugar indevido são alguma das causas de enchentes. trabalho está relacionado com deslocamento ou deformação. carro <http://wnjunior. Figura 5. Para cada um dos trabalhos que você elencou. UESC Módulo 5 I Volume 2 89 Unidade 5 . por exemplo. de um cavalo puxando uma carroça etc. Em equipes pequenas.html>. Pode-se pedir para os alunos fazerem uma relação e investigação sobre estas fontes de energia.Os conteúdos de Ciências Desta maneira.com. Lembre-se de que trabalho está relacionado ao deslocamento de alguma coisa devido à ação de uma força. de uma criança.blogspot. de um elevador. por exemplo) até o deslocamento em si.com/2011_09_01_ar chive. máquina e por mais de um deles? 2. quais são energias chamadas “limpas” e quais são energias que possuem maior índice de poluição.etc. discuta: de onde vem a energia para a realização de cada um deles? Quais podem ser realizados apenas por um homem. do chão até o berço. animal. trabalham-se as ‘fontes’ de energia e as devidas transformações. Escolha um dos trabalhos que você listou e descreva todas as transformações de energia que estão envolvidas. o deslocamento de um carro. desde a fonte primária de energia (alimento ou combustível. envolvendo o deslocamento e transformações de energia.jpg>.papeldeparede.br/wallpape rs/moinho-de-vento_1856_1024x76 8. como. ATIVIDADES ATIVIDADE 1. Fontes: moinho de vento <http:// www. elabore uma lista contendo um trabalho tipicamente humano. quais são energias renováveis ou não. um trabalho feito por animais e outro executado por máquinas. cavalo e carroça <http://blogdojoao lucio.jpg>.8 .br/wp-co ntent/uploads/2010/04/Movimento -3.Tipos diferentes de trabalho. Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza 6 O Ensino de Ciências na Educação Infantil Desde a Educação Infantil. assim como. os seguintes aspectos: • O trabalho em grupo. como vai se modificando. valorizando-os. porém a forma como eles serão avaliados e a forma como será aprofundado o conhecimento com as crianças. para a sala de aula. percebendo-se integrante. diferentes fenômenos e acontecimentos. • Adoção de atitudes de manutenção e preservação dos espaços coletivos e do meio ambiente. que compõe uma observação da criança para o meio ambiente e para si. no ensino fundamental. suas experiências cotidianas. explicá-los e tenham acesso a modos variados de compreendê-los e representá-los. já se pode trabalhar estes blocos temáticos. Desde o nascimento. Nos Referenciais. É importante que as crianças tenham contato com a observação do mundo. Os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil trazem o bloco temático Natureza e Sociedade. comparações. sejam instigadas por questões significativas para observá-los. será diferente. entre outros fatores. • Relacionar os cuidados referentes à segurança e prevenção de acidentes. para que o professor saiba os conhecimentos que elas já possuem. observamos que este é o momento de se iniciar entre outros. o que 90 Pedagogia EAD . participação da busca de regularidades. • Demonstrar atitudes de cuidados com animais e plantas em situações reais. É importante que as crianças tragam. as crianças passam a observar o mundo em que habitam. • O início do interesse e a observação pela própria saúde e bem-estar. dependente e agente transformador deles. mais suas representações e noções sobre o mundo estão associadas diretamente aos objetos concretos da realidade conhecida. devido à observação de cores. com plantas e objetos diversos e aprender a se relacionar com pessoas. Arte e Jogo de Adriana Klisys – (Editora Peirópolis. sentida e vivenciada. Quanto mais a criança vai adquirindo um crescente domínio da linguagem. valorizando sua importância Figura 5.com/>.A curiosidade é uma das características predominantes na criança. Arte e Jogo. São transformações na sua forma de pensar. mostrando como as crianças podem colocar a mão na massa! Figura 5. sendo que os fatores culturais são muito importantes (Referenciais Nacionais para a Educação Infantil. O livro Ciência. odores. seu contato com o mundo se amplia.Os conteúdos de Ciências faz com que observem e tomem consciência do mundo de maneira diferente. manifestando opiniões próprias sobre os acontecimentos. Assim que estabelece contato com o seu entorno.9 . Assim. deve-se garantir que as crianças tenham oportunidades para mostrar seu interesse pelo mundo social e natural. as reações aos objetos quando os manipula. É importante sabermos que quanto menores são as crianças. estabelecer algumas relações entre o meio ambiente e as formas de vida que ali se estabelecem.imagensdeposito. estabelecer contato com pequenos animais. os referenciais sugerem que de zero aos três anos. a criança passa a construir conhecimento. 2010) apresenta ideias para instigar a curiosidade das crianças de modo inteligente e produtivo.10 . Já dos quatro aos seis anos. estabelecer algumas relações entre o modo de vida característico de seu grupo social e de outros grupos. imaginando soluções para compreendê-lo. fenômenos. Fonte: Arquivo UAB|UESC UESC Módulo 5 I Volume 2 91 Unidade 5 para conhecer . observada. Fonte: <http://www. que vão se dando juntamente com o desenvolvimento da linguagem e de suas capacidades de expressão. buscando informações e confrontando ideias. as crianças devem explorar o ambiente. O livro traz como destaque as fotos de produções feitas pelos próprios alunos.Capa do livro Ciência. Brasil). formulando perguntas. sons. seres. em todos os momentos. ainda.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza para a preservação das espécies e para a qualidade da vida humana. Assim. mas incorreta. a emergência dos temas ambientais e de consumo a que estamos sujeitos e já chamamos. os educadores para a sustentabilidade afirmam que as pequenas mudanças em nossos costumes. pdf>. ou seja. evidencia-se que existe uma grande. percepção da escassa importância das ações individuais para resolver as grandes questões ambientais. imprescindíveis. Porém. 2005). além de conversarem entre si. a argumentação. trazem consigo. Os autores apontam. que podem ser favorecidos pela educação podem ajudar como um todo. chega-se a representar quantidades grandes de energia. os temas saúde. os autores vêm a defender a educação para a sustentabilidade como um OBJETIVO CHAVE na formação dos futuros cidadãos e cidadãs. es/decada/ciudadanas. ao multiplicar esta economia por milhões de pessoas que podem realizar esta economia. a emissão de ideias. valorizam-se a observação. de uma maneira mais simples. 7 E o nosso papel em todo este contexto? Refletindo sobre ações saiba mais Na página dedicada à década para a educação para a sustentabilidade <http://www. os ideais. ambiente. porém. Assim.. escolas etc. tendo como resultado a redução da contaminação. A mesma atividade para o reconhecimento do corpo humano (desenho em papel) pode ser feita de maneira mais simples. recursos tecnológicos. em nossos estilos de vida. se queremos contribuir para um avanço para um futuro sustentável. 92 Pedagogia EAD . mas que. neste módulo. Essas ações podem não apenas ser tomadas nas residências como também em empresas. de Situação de Emergência Planetária (GIL PÉREZ et al. Cálculos simples apontam que pequenas reduções de consumo energético supõem uma economia individual pequena. que se deve insistir que se trata de medidas necessárias. Observamos que todos estes tópicos estão relacionados. observando os membros do corpo humano e pensando-se em aspectos relacionados à saúde.oei. a discussão em grupos. tanto na educação infantil como no fundamental. “Participar em ações sociopolíticas para a sustentabilidade” e “Avaliar e Compensar”. discuta com seus colegas como ele pode servir para ser utilizado em suas salas de aula e na sua vida como docente e como cidadão/cidadã. “Utilizar tecnologias respeitosas com o meio e as pessoas”. também são conteúdos. agrupadas da seguinte maneira: “Reduzir”. “Contribuir com a educação e ação cidadã”. ATIVIDADES ATIVIDADE Após ler o texto (ANEXO 3). RESUMO Você viu nesta unidade: • Quais são os conteúdos de Ciências trabalhados na Educação Infantil e no início do Ensino Fundamental. mostrando propostas para que cada cidadão possa contribuir com os aspectos observados nos parágrafos anteriores. • Metodologias de trabalho relacionadas a estes conteúdos que.Os conteúdos de Ciências No anexo 03. UESC Módulo 5 I Volume 2 93 Unidade RESUMINDO 5 . • Exemplos de forma de abordagem dos temas e conteúdos relacionados a este ensino. “Reciclar”. por sua vez. encontram-se alguns quadros. “Reutilizar”. Brasília: MEC.fisica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências – 1º e 2º ciclos. Brasília: MMA. MMA. Universidade Federal da Paraíba. Disponível em: <http://unesdoc. BRASIL. versão eletrônica. MEC. São Paulo. 1997. 2010.org/ images/0015/001595/159542por. Revista Nova Escola. PCN fáceis de entender.).uepg. Marcos Oliveira (Org.unesco. USP. PUC-SP. Nova Escola.pdf>. Material elaborado para o PEC: Formação Universitária (UNESP. br/licenciatura/files/Download/cie_naturais1_4. 94 Pedagogia EAD . 2007. Sugestões de trabalho para o Ensino de Ciências.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS BRÄKLIN. SEE-SP). Acessado em: 07 dez. (Org. Acessado em: 08 dez. K. Secretaria de Recursos Hídricos. Disponível em: <http://www. Atlas das áreas susceptíveis à desertificação do Brasil.). SANTANA. L.pdf>. 2001/02. 2010. .... .................................. ...................................................................... .................................................................................................................................................................................... ............................................................................................................................................... ......................................... ..................................................................................... ..................................................................................................................................... ................. ..................................................................................................... ........................................................................................................................................................................................................... ................................................................................................................ .................................................................. ................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................................................................... .. ........................................ .................................................................................... ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................ ...... ...... ............................................................................................................................................................................................................ .................................. ............................................................................................................................................... ..................................... ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ..... ............ ....................................................................................................................................................................................................................................................................................................... .................................................Suas anotações ....................................... ............................................................. . 6ª unidade Avaliação no ensino de Ciências e o papel do professor . . conceitos. trabalhar com dados. ao levantar suas questões. Quais são as competências científicas – capacidades. que tanto vem sendo discutida na mídia e por formadores de currículos. UESC Módulo 5 I Volume 2 99 Unidade 6 . ao final desta Unidade. Desta forma. a avaliação em Ciências também tem um novo significado: o estudante deve ser avaliado em todos os momentos. investigações etc. fazer comparações. você deve ser capaz de: fazer uma crítica a modelos de avaliação tradicional. são tão importantes como aprender conceitos e fazem parte de uma cultura científica. atitudes. identificar situações. debater com seus colegas. fazer relatos e comparações. por isso.Avaliação no ensino de Ciências e o papel do professor 1 introdução Quando pensamos em avaliação no Ensino de Ciências. Isto também requer uma postura diferenciada do professor. refletimos não apenas na avaliação que é feita a partir de elementos da sala de aula. levantar características e observá-las. procedimentos e valores – requeridas para que se possa exercer a cidadania na sociedade atual? Quais são os aspectos que são importantes para que os alunos aprendam nas aulas de Ciências para que possam viver numa sociedade complexa atual? Em todas unidades desta disciplina. escrever relatórios. como é o caso da prova PISA. habilidades. trabalhamos sempre com a ideia de que levantar hipóteses. compará-las. realizar experimentos. mas também em mecanismos de avaliação ou documentos oficiais sobre o ensino de Ciências que vêm sendo utilizados como padrões nos últimos anos. desta forma. os autores destacam que a avaliação classificatória faz com que os estudantes apenas queiram alcançar notas. os aspectos inerentes da construção do conhecimento científico não são avaliados. Então.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza reconhecer quais as formas de avaliação são importantes para desenvolver os objetivos trabalhados durante todo este módulo. a criatividade. Estudos apontam que o professor que vê o conhecimento como algo fechado e acabado. 4). Assim. tendo como pressuposto alguém que ensina e detém o conhecimento. o que leva o professor a fazer da avaliação um instrumento de controle e discriminação social. relaciona-se também a forma como se vê o conhecimento com a forma como se avalia. rotulando seus estudantes entre capazes e incapazes. e o outro. e como o trabalho docente se encaixa neste modelo. aquele que está sendo ensinado e não possui o conhecimento. a relação entre concepção de conhecimento do professor e avaliação é de fundamental importância (2002. 100 Pedagogia EAD . entre outros rótulos. também tende a avaliar desta maneira. em que o levantamento de hipótese. únicos. sem se preocupar com o processo. Para os autores: A avaliação com objetivos classificatórios é algo em permanente tensão já que a relação de poder entre quem avalia e quem é avaliado é estabelecida de forma unilateral. Entre outros aspectos. p. os conhecimentos devem ser. ou seja: se a Ciência é vista como algo pronto. 2 OLHANDO PARA MODELOS DE AVALIAÇÃO Silva e Moradillo (2002) fazem uma importante crítica ao modelo de avaliação como forma de classificação. estigma Critérios padronizados. Assim. não explicitados Ausência de crítica: submissão ativa Competição entre alunos e professores Conhecimento e ciência positivista Professor detentor do saber verdadeiro Processo: transmissão/ recepção passiva Avaliação pontual. UESC Módulo 5 I Volume 2 101 Unidade 6 . mas. 2002: AVALIAÇÃO CLASSIFICATÓRIA • • • • • • • • • • • Realidade estática e fragmentada Reprodução das relações sociais Exclusão. compreensão. O quadro 1 foi extraído do trabalho de Silva e Moradillo.30). controle. valorização Critérios discutidos coletivamente Crítica: participação criativa Cooperação entre alunos e professores Conhecimento dialético Professor orientador mais experiente Processo: discussão. recepção ativa Avaliação processual. 2002. ensino e aprendizagem tornam-se facetas de um único processo educativo” (SILVA. MORADILLO. p. a facilitação da aprendizagem dos alunos e a orientação do ensino do professor: avaliação. não há sentido em se observar verdades científicas absolutas. em que “o objetivo. os autores sugerem uma avaliação escolar para a formação. acabadas. segundo Silva e Moradillo (2002). simples verificação Resultados: responsabilidade dos alunos Instrumento: prova AVALIAÇÃO FORMATIVA • • • • • • • • • • • • • Realidade: totalidade que muda Transformação das relações sociais Inclusão.Avaliação no ensino de Ciências e o papel do professor Em contrapartida. cotidiana Resultados: retroalimentação do processo Instrumentos vários Quadro 1: Comparação entre avaliação classificatória e avaliação formativa. mas sim construir os conhecimentos através de relações sociais. não é a atribuição de notas... é necessário que se trabalhe em todos os eixos de Alfabetização Científica (Sasseron. intelectual e cultural. Carvalho. • A consciência das formas em que a Ciência e a Tecnologia ajudam a construir nosso entorno material. há uma descrição sobre a ação do PISA. O PISA avalia em que medida os estudantes. BYBEE et al. então. • A disposição para se implicar em assuntos relacionados com a Ciência e a se comprometer com as ideias científicas como um cidadão reflexivo. já discutidos na Unidade 3. explicar fenômenos científicos e extrair conclusões baseadas em provas sobre temas relacionados com as ciências. que se aproximam do final da educação compulsória. para que os estudantes cheguem a alcançar estas competências. 2009). que. em 2006.. caracterizando como competência científica. ou seja: 102 Pedagogia EAD . Diversos instrumentos têm avaliado ou indicado aspectos avaliativos mais dinâmicos para a formação geral dos estudantes. entendida como uma forma de conhecimento e da investigação humanas. • O conhecimento científico e o uso que se faz desse conhecimento para identificar questões. Entre eles o PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes). adquirir novos conhecimentos. adquiriram alguns dos conhecimentos e habilidades que são essenciais para participarem plenamente na sociedade.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza 3 OBJETIVOS A SEREM AVALIADOS NO ENSINO DE CIÊNCIAS RECORDAR No Item 1 da Unidade 3. Portanto. avaliou com maior ênfase as competências científicas dos estudantes. 2008). os seguintes aspectos (OECD. 2008. • A compreensão dos traços característicos das Ciências. O PISA vem. o uso destes conhecimentos em seu cotidiano. seres vivos. mas em quantidades diferentes. Já os Parâmetros Curriculares do Ensino de Ciências (BRASIL. ar. água. a Compreensão da Natureza da Ciência e os fatores éticos e políticos que circundam a sua prática. a sociedade e o meio ambiente. Para os Parâmetros. • Saber que as características de animais e vegetais estão ligadas a seu meio. ar e solo. por fim. • Identificar o material de que os objetos são feitos e conhecer algumas etapas necessárias a sua fabricação. 1997) também apontam alguns aspectos que devem ser avaliados no Ensino Fundamental. as tecnologias. e. decompositores e restos de animais e plantas. argila. o entendimento das relações entre a Ciência. No segundo ciclo: • Saber comparar vários tipos de solo e reconhecer que todos contêm areia. • Identificar etapas e registrar sequências de eventos observados em experimentos. UESC Módulo 5 I Volume 2 103 Unidade 6 . • Notar a amplitude da presença da água na natureza e conhecer suas mudanças de estado. o professor deve avaliar o que aluno deve fazer: No primeiro ciclo: • Identificar semelhanças e diferenças entre ambientes e observar que todo ambiente é composto de seres vivos. • Buscar informações em grupo. água.) influenciam nosso corpo.Avaliação no ensino de Ciências e o papel do professor a compreensão de conceitos. • Perceber as transformações do ser humano ao longo da vida e reconhecer que os hábitos (exercícios etc. Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza • Reconhecer que o solo. fazer tabelas. assim. • Saber estabelecer uma cadeia alimentar entre os seres vivos de um mesmo ambiente. • Reconhecer as diferentes fontes de energia que alimentam as máquinas e saber quais as funções destes aparelhos. solo e seres vivos. • Reconhecer o papel de microorganismos e fungos. O estudante deve identificar e registrar sequências de eventos (etapas e transformações) que acontecem no experimento que está realizando e entender o que causa cada evento. • Apresentar as relações entre as etapas ao registrar experiências. estabelecer as relações entre os sistemas circulatório. • Perceber que as condições de higiene pessoal e ambiental têm relação com a saúde. a água e os seres vivos têm relação direta com o escoamento e erosão e saber que a permeabilidade do solo depende de sua composição. Deve. respiratório e digestivo. desenhos e maquetes. • Conscientizar-se das intervenções do homem no ambiente. ainda. para registrar as informações sobre o tema estudado. sabendo que eles contribuem para a fertilidade do solo e também podem ser transmissores de doenças. • Redigir textos. Avalia-se. reconhecendo que ela depende da alimentação e da higiene pessoal e ambiental. • Identificar os órgãos do corpo humano e suas funções. aplicando seus conhecimentos a respeito da água. 104 Pedagogia EAD . a capacidade de representação daquilo que está sendo estudado. • Conhecer as condições de saneamento básico (água e lixo) de sua região. fala. argumentação. de tabelas. então trabalhe a partir dela. desde os momentos de fala dos estudantes. ou seja. para refletir Reflita um pouco sobre como o tipo de Ensino que estamos estudando nesta disciplina. escrita e troca de ideias entre os estudantes. • Analise e insira as formas de avaliação características que podem ser feitas a partir desta atividade. se ele troca ideias com seus colegas. Selecione alguma atividade apresentada por um livro didático que possa ser transformada em uma atividade mais aberta. são atitudes e características sociais que devem ser trabalhadas durante toda a vida escolar dos estudantes. que traga alguns aspectos de um ensino por investigação. das interações em grupo. de registro. • Proponha um problema para iniciar o estudo desta atividade de uma forma investigativa (se a atividade já for investigativa. além de fazerem parte do ensino de Ciências. ajuda a proporcionar uma alfabetização científica voltada para a cidadania. • Descreva as etapas da investigação e ações que deverão ser tomadas pelos estudantes em cada uma destas etapas.Avaliação no ensino de Ciências e o papel do professor Vemos por estes objetivos dos PCNs que todos os processos. Unidade UESC Módulo 5 I Volume 2 105 6 . ATIVIDADE ATIVIDADES Para este momento. pois. das trocas com o professor: diálogo. de argumentação oral são fundamentais para a avaliação. Entendemos então que a avaliação é feita em todos os momentos. de observação. Se a sua atividade já for aberta. trabalhe a partir dela). assim como a um aumento da argumentação. você vai precisar de um livro Didático de Ciências. se consegue compreender valores assim como o respeito pelos demais. e também o papel do professor neste contexto. É necessário que o professor compreenda que ele não vai ter todas as respostas.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza 4 O PAPEL DO PROFESSOR NESTE CONTEXTO Novas posturas dos estudantes.sbf1. <http://www. pois crianças desta faixa etária são curiosas e trazem questionamentos para a sala de aula. e também algumas atividades por investigação podem ser repassadas aos estudantes. O papel do professor em um ensino com estas características é de maior responsabilidade.sbf1. adquiram conhecimentos não apenas conceituais. discute como se pode desenvolver a escrita a partir de aulas de Ciências investigativas. sobre a construção da autonomia moral de estudantes em aulas de Ciências. participar de projetos de investigação e. também destacando o papel do professor nesta construção.br/eventos/epef/ix/sys/resumos/T0127-1. alguns saberes devem ser adquiridos pelos professores.pdf>. fazer registros de suas atividades. saiba mais Uma parte do trabalho de mestrado da pedagoga Carla Alvarenga. tragam o resultado de suas investigações para discussão em sala. entre outras atividades. como questões para que os mesmos investiguem fora da escola. veremos que é impossível que saibamos tudo. <http://www. Porém. No mesmo evento também foi apresentado o trabalho da também pedagoga e pesquisadora.sbfisica. mas também em relação a atitudes e valores.pdf>. afinal. exponham suas ideias.org.org. se formos observar a quantidade de conhecimentos que surgem a cada dia no mundo. também. no sentido de trabalhar em grupo. 106 Pedagogia EAD .br/eventos/epef/ix/atas/ comunicacoes/co102-2. como novos trabalhos na área de ensino de Ciências têm colocado: que os alunos argumentem. apresentado em um Congresso de Ensino de Ciências. Luciana Sedano.sbfisica. no esquema anterior. 2001). que todos os aspectos de sala de aula estão relacionados: a avaliação com conhecimentos. com uma reflexão sobre o pensamento docente. 2000. Rodrigues. Vamos observar o esquema a seguir? Esquema 1: O que os professores devem saber e saber fazer (extraído de: CARVALHO. mas não suficiente. GIL PÉREZ. observamos que conhecer o conteúdo de Ciências é uma condição necessária para este Ensino. com a forma como se prepara as atividades e se dirige as atividades dos estudantes. Observamos. Ele se dá em torno de toda a preparação até a aquisição de conhecimentos. Abib. observamos que o trabalho de Carvalho e Gil Pérez (2001) entre diversos outros autores. relaciona quais os saberes e o saber fazer necessário para um professor de Ciências. 2010) têm apontado o trabalho UESC Módulo 5 I Volume 2 107 Unidade 6 . Outros autores (Perrenoud.Avaliação no ensino de Ciências e o papel do professor 5 SABERES DOCENTES Em relação aos saberes. Assim. • Aspectos que devem ser avaliados neste ensino. E: • Refletimos sobre o papel do professor nas aulas de Ciências • Analisamos os saberes docentes relacionados a este conteúdo específico. que se dão na sala de aula em equipes de trabalho. 108 Pedagogia EAD . fortalecem e favorecem o trabalho docente em si. colaborativo ou o trabalho em equipe como um aspecto fundamental do trabalho docente. o trabalho em grupo e também os novos conhecimentos tem lhe ajudado em suas práticas. RESUMINDO RESUMO Nesta unidade você observou: • As principais diferenças entre uma avaliação tradicional e uma avaliação classificatória no Ensino de Ciências. Perrenoud ainda destaca que isto ainda é mais favorável quando há o apoio de outros parceiros. a análise e enfrentamento de situações complexas. Colocam que as discussões que são feitas em grupo.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza para refletir Reflita como esta formação. segundo alguns documentos oficiais. os pais e a direção da escola. • Relações entre os conteúdos. por exemplo. como. a Alfabetização Científica e os objetivos da Avaliação para a Educação Científica. Porto Alegre: Artmed. CARVALHO. Anna Maria Pessoa de. São Paulo: Editora Moderna. Almejando a alfabetização científica no ensino fundamental: a proposição e a procura de indicadores do processo. Roger et al. v.ufmg. MORADILLO. 1. p. no 3. n. Phillip.. Maria Lúcia Vital dos Santos. ed. Volume 1: Análise. 2010.B. 865-883. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências – 1º e 2º ciclos. 8.br/ ensaio/v4_n1/4112. jul 2002. Anna Maria Pessoa de. BYBEE. Journal of research in Science Teaching. CARVALHO. Acessado em 02 dez. 2008. p. 15. SASSERON. p. 1997. Brasília: MEC.pdf>. 46. Formação de Professores de Ciências – Tendências e Inovações. 13. n. MEC. Lúcia Helena. Disponível em: <http://www. UESC Módulo 5 I Volume 2 109 Unidade 6 . 333-352. 4. v. ensino e aprendizagem de Ciências. Dez novas competências para Ensinar. PERRENOUD.Avaliação no ensino de Ciências e o papel do professor REFERÊNCIAS REFERÊNCIAS BRASIL. OECD. v. PISA 2006: An Assessment of Scientific Literacy. Desenvolvimento profissional dos formadores de professores de ciências no contexto da inovação: subsídios teóricos e metodológicos para análise de um programa. 2001. 2008. Investigações em Ensino de Ciências (Online). Avaliação. PISA 2006. Maria Inês Ribas. José Luiz P . GIL-PEREZ.fae. Investigações em Ensino de Ciências. São Paulo: Cortez. v. ABIB. 201-218. Ensaio. Edilson Fortuna de. 2010. Daniel. Competências em ciências para o mundo de amanhã. 2000 RODRIGUES. SILVA. 2009. 6. ......... ... ..................................... .................................... ............................. ............................................................................................................................................................................................... .............. .................................................................................. ....... ............................................................................................................................................................................................................................ ...... .... .......................................................................................... ...................... .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... ....................... ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... .... ................................. ............................................................................................................. ........................................ ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. ............................................Suas anotações ............................................................................. ................................................................................................. .................................................................. ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. ................ ............................................................................................................................................................................................................. ...................................................................... ...................................................................... .............................. ............................................. Anexos . . A relação. Dessa forma. O estrangeiro tentou vendê-lo ao governo local. uma lente convexa ampliaria o objeto. Lentes planas não produziriam efeito algum. enquanto que uma lente côncava reduziria seu tamanho aparente. o aparelho do holandês foi recusado. E assim o fez. além de professor.Anexo 1 ANEXO 1 VANNUCCHI. Tentando esta combinação. Sociedade e Ensino de Ciências. Galileu. UESC Módulo 5 I Volume 2 113 Anexos . trazendo consigo um instrumento através do qual se avistavam os objetos em tamanho três vezes maior que a olho nu. Cengage Learning. mas sem resolução e nitidez. Andréa Infantosi. Tecnologia. Anna Maria Pessoa de Carvalho (Org. um holandês visitou Pádua. raciocinando que uma das lentes teria que ser côncava e a outra convexa.). então. Soube-se. decidiu tentar sua construção. que o aparato consistia de um longo tubo. mas poderia talvez eliminar a falta de nitidez. cidade onde Galileu Galilei residia na época. verificou o efeito de fato produzido: era possível observar objetos com suas dimensões ampliadas em três vezes. provavelmente prevendo a utilidade de tal instrumento para a frota naval de Veneza contra os turcos. In: Ensino de Ciências: Unindo a Pesquisa e a Prática. contendo uma lente de vidro em cada extremidade. com a lente côncava próxima de seu olho. Durante o verão de 1609. desenvolvia atividades de consultoria em problemas de engenharia civil e militar. mas como preço solicitado era muito alto e ouvira-se da existência de instrumentos semelhantes com poder de aumento superior. São Paulo: 2004. ele havia requisitado um aumento de salário ao nobre Signor Piero Duono. por diversas ocasiões ao longo dos muitos anos de relacionamento. mas as negociações provaram-se infrutíferas. grande especialista em Galileu Galilei: “Sarpi: Por volta de novembro de 1608. que visitava Pádua. de modo que ele não havia jamais demonstrado maior interesse pela astronomia.) Jacques Badovere me respondeu dizendo que o efeito de ampliação era de fato real e que imitações da luneta holandesa já estavam sendo vendidas em Paris. Veja. discutido sobre Ciência. fazendo-os aparentarem estar mais perto. (. Nosso amigo ouviu falar da luneta pela primeira vez numa breve visita a Veneza.. Sagredo: Pelo que eu conheço dele. (. elaborado por um fabricante de óculos de Middlebourg. embora estas imitações fossem pouco potentes. em sua oficina.) Eu e Galileu tínhamos.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza Antes do final daquele mesmo ano. a reinvenção e construção da 114 Pedagogia EAD . Galileu havia construído telescópios de qualidade satisfatória e poder de ampliação significativo para observações astronômicas. Eu mostrei-lhe a carta de Badovere atestando a existência do instrumento holandês e ele retornou imediatamente a Pádua para tentar. através da posse de uma luneta pela nossa marinha. praticamente brinquedos.. recebi da Holanda um pequeno folheto descrevendo um instrumento. como é narrado o episódio através de um diálogo imaginado entre pessoas da época por Stillman Drake (1983). abaixo. seu interesse deuse pela possibilidade de obter vantagem para Veneza sobre os turcos.. nos quais alguns acreditavam e outros ridicularizavam. Este instrumento ampliaria objetos distantes. Em junho. Sarpi: Você tem razão. em julho. Tão logo ouviu os relatos. e então percebeu que talvez pudesse construir uma de valor naval para a República. ele visitou-me para saber minha opinião. Eu imediatamente escrevi para amigos no exterior indagando a veracidade do fato. onde ele mora. nem estava pensando em tal assunto quando ouviu falar da luneta holandesa.. A luneta não era de fato muito potente. Sabendo pelo folheto que os holandeses já possuíam lunetas mais potentes. mas pelo mesmo golpe do destino. de modo que a oferta foi recusada. Sagredo: Quando eu voltei da Síria ouvi dizer que. como nosso amigo descobriu em seu regresso. tentando vendê-lo ao nosso governo por um preço alto. uma em cada extremidade de um longo tubo. mas fui proibido pelo estrangeiro de desmontála. um estrangeiro visitou Veneza com um desses instrumentos. pois o estrangeiro não permitia a ninguém exame mais minucioso que olhar através da luneta.) Justamente nesta época. que dizia ter obtido o efeito de ampliação. isto é tudo que poderia ter sido relatado ao nosso amigo em Pádua. Também estava confiante de poder melhorá-lo consideravelmente. embora fraco. Sagredo: Ele contou como havia descoberto o segredo tão rapidamente? UESC Módulo 5 I Volume 2 115 Anexos . o estrangeiro havia acabado de partir para Veneza.. Sarpi: De modo algum.. Tal coincidência surpreendente de fato ocorreu? Sarpi: De fato.Anexo 1 luneta. tanto que os senadores hesitaram agir sem aconselhamento e me indicaram para apreciar a questão. ampliando uma linha distante em apenas três vezes. Sagredo: Então nosso amigo obteve considerável benefício prático. E por coincidência ainda maior o estrangeiro chegou em Pádua imediatamente após nosso amigo tê-la deixado para visitar Veneza. recebi uma carta de nosso amigo. justamente nessa época. (. podendo saber por outras pessoas de Pádua como o instrumento era construído. Portanto. num tempo curto. Algumas pessoas em Pádua viram o instrumento. O preço que pedia por ela era de mil ducados. Tudo que pude descobrir era que constava de duas lentes. aconselhei o senado contrariamente a este gasto dos fundos públicos e o estrangeiro partiu contrariado. É claro que eu desejava estudar sua construção. então. ele constatou o efeito desejado. Uma lente plana não produziria efeito algum.duque. o que se faz em óculos para míopes e. em Florença. Ocorreu-lhe que. para tal finalidade. Agora. enquanto que uma lente côncava reduziria seu tamanho aparente.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza Sarpi: Não naquela carta rápida. Por motivos óbvios. Apresentou a Cosimo. polir a lente côncava mais profundamente. nosso amigo desvencilhou-se de suas obrigações ao príncipe e aluno. ele o fez por si mesmo. Tencionava aperfeiçoar ainda mais a luneta. ou tenha-o descoberto ele próprio (. o que fez com que ele voltasse este instrumento comercial e naval para os propósitos da astronomia? Sarpi: O folheto dizia. útil para fins militares. no final. Experimentando duas lentes de óculos. Entretanto. Salviati: Talvez eu possa esclarecer o que aconteceu a seguir. descreveu navios que se aproximavam. um instrumento semelhante.). mas sem resolução e nitidez. Sagredo: Sabemos que ele presenteou a luneta ao Duque e em retorno recebeu um salário dobrado e posição vitalícia na universidade. embora ele tenha logo deixado o magistério e se colocado a serviço de Cosimo II de Medici. Os problemas eram. duas horas antes que pudessem ser avistados por observadores treinados. Talvez nosso amigo tenha logo verificado tal fato. da campânula em São Marco. seria um presente apreciável para o jovem grão. Tendo presenteado sua primeira luneta ao Duque. Com ela. uma lente convexa ampliaria os objetos. mas talvez pudesse eliminar a falta de nitidez. na corte toscana. também. Mas posteriormente disse ter raciocinado que uma das lentes deveria ser convexa e a outra côncava. necessitava de vidro duro e 116 Pedagogia EAD . moldar a lente convexa no raio de uma esfera grande. No meio de agosto. aguçando seu efeito. ainda mais potente. com a côncava próxima de seu olho. que estrelas invisíveis a olho nu eram observadas através da luneta... pois não desejava que nenhum polidor de lentes soubesse de seu plano. ele retornou a Veneza com uma luneta que ampliava oito vezes ou mais. outro. Estes fatos só seriam esclarecidos cerca de 70 anos mais tarde pelo holandês Christian Huyghens. que já era quase três vezes mais potente que os brinquedos feitos com lentes de óculos. lentes apropriadas para um telescópio duas vezes mais potente que aquele construído anteriormente. ocorreu de apontá-lo em direção à Lua. que durante todo um mês ocupou a atenção exclusiva de nosso amigo. Através do telescópio a Lua apresentou-se tão diferente do esperado. Johannes Kepler. Poliu. caso tomassem conhecimento do material de que necessitava. não sabia explicar porque e como funcionava aquele objeto. afinal. como também não se tinha ainda um modelo aceitável para explicar porque. Receando que outros o antecipassem. e enquanto testava-o ao entardecer. quanto à escura. UESC Módulo 5 I Volume 2 117 Anexos . a luz era refratada pelas lentes. tanto em relação à sua posição iluminada. então crescente. escreve um livro no qual deduz os princípios de funcionamento do telescópio. Mas a formulação correta da lei da refração não era conhecida.Anexo 1 cristalino de espessura que não era utilizada pelos fabricantes de óculos. Entretanto. um astrônomo da época. Ou seja. Ele completou o empreendimento no fim de novembro. Somente no ano seguinte. por que o instrumento funcionava daquela forma só pôde ser compreendido 70 anos mais tarde. então. embora Galileu tenha transformado a luneta num instrumento que possibilitava até a observação astronômica. solicitou o vidro em Florença.” Assim. apenas no ano seguinte ao aperfeiçoamento da luneta por Galileu. na qualidade e tamanho que desejava. analisando geometricamente a refração da luz por lentes. Kepler explicou como se dava seu funcionamento. . Este elemento é adicionado à composição de cremes dentais. O flúor é um elemento químico encontrado em quantidades variáveis em todos os tipos de rochas e solos. soluções para bochechos. os paleontologistas verificaram que cerca de 60 a 70% deles apresentavam dentes com cárie.br/ fluor-para-que-te-quero/>. causada por bactérias. mas começou a mudar a partir UESC Módulo 5 I Volume 2 119 Anexos . Estudando crânios de humanos que viveram no final da era paleolítica (de 12 mil a 10 mil anos antes de Cristo). Este padrão de ocorrência de cáries se manteve praticamente inalterado até o final da Idade Média (cerca de 1453 depois de Cristo). Para ter dentes sem cáries. nas águas de rios. Alguns alimentos. evite o consumo frequente de doces e escove sempre os dentes após as refeições. elas eram encontradas em pequeno número (principalmente nas depressões dos molares e pré-molares) e eram mais frequentes em adultos do que em crianças e adolescentes. para ajudar a reduzir a incidência de cáries nos dentes.uol. Universidade Federal do Rio de Janeiro Publicado em 19/11/2010 | Atualizado em 19/11/2010 Figura 1: Fonte:<http://chc. Instituto de Química. A cárie dentária é uma doença infecciosa e transmissível. e também nos seres vivos. como o fígado bovino.com.Anexo 2 ANEXO 2 Flúor.cienciahoje. para que te quero? Um pouco da história da cárie Joab Trajano Silva. Entretanto. lagos e mares. frutos do mar e chás (verde ou preto) são ricos em flúor. géis de flúor para uso tópico e à água fornecida por algumas empresas distribuidoras. peixes. como Streptococcus mutans.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza do século XVII. formando placas dentárias. A partir desta época. Uma forma de combater este mal foi descoberta pelo cirurgião dentista americano Frederick S. cienciahoje. levando à desmineralização do esmalte.com. Como a formação da placa dentária e a produção de ácido que provocam a cárie são dependentes da ingestão de açúcar. A cárie dentária é uma doença infecciosa e transmissível. maior será a incidência de cáries. formado por proteínas e minerais de cálcio e fosfato.br/fluor-paraque-te-quero/>. Figura 2: Fonte: <http://chc. de onde a bactéria pode atingir a corrente sanguínea e provocar graves infecções em outras partes do corpo. principalmente a hidroxiapatita) e usa o açúcar presente na saliva para obter energia para crescer. as cáries começaram a atingir também as superfícies lisas dos dentes. aumentando a acidez na superfície do dente. Ao usar o açúcar para crescer a bactéria produz ácido láctico (um processo conhecido como fermentação láctica). enquanto que crianças com dentes sem manchas apresentavam incidência de cáries tão altas como em outras regiões daquele país.uol. Trabalhando em uma cidade dos Estados Unidos. quanto mais frequente for a ingestão deste. Com o passar do tempo. A cárie tem início quando a bactéria se fixa sobre a superfície que protege o dente (o esmalte. O processo continua até atingir a dentina e a polpa do dente. todo o dente é destruído. McKay no início do século passado. causada por bactérias. que começou a ser produzido em grande quantidade pelas colônias europeias na América. e à formação de pequenas cavidades que são invadidas pelas bactérias. O aumento da incidência de cáries a partir do século 17 é atribuído à ampliação do consumo de açúcar de cana. ele observou que crianças com dentes manchados tinham poucas cáries. Ele descobriu que as 120 Pedagogia EAD . e aumentaram tanto o número de dentes atingidos como o número de lesões por dente. Anexo 2 manchas eram provocadas pelo consumo de água com alto teor de flúor (uma condição que passou a ser conhecida como fluorose) e que este elemento também era o responsável pela redução do número de cáries. O flúor previne o aparecimento de cáries ao fortalecer o esmalte do dente, uma vez que ele reduz a velocidade de desmineralização. O flúor reage com a matriz mineral da superfície do esmalte, formando fluorapatita, que é menos solúvel em ácido do que a hidroxiapatita. Assim, a perda de minerais em meio ácido diminui e pode ser rapidamente reposta pelo processo de mineralização, a partir do fosfato e do cálcio presente na saliva, que ocorre quando a acidez diminui nos intervalos entre a ingestão de açúcar. Se o flúor estiver presente na saliva durante este processo, mais fluorapatita é formada, o que aumenta o fortalecimento do dente. Outro mecanismo, considerado mais importante que o primeiro, é baseado na capacidade do flúor em inibir a fermentação láctica. Assim, além de reduzir a produção do ácido que dissolve o esmalte do dente, o flúor também pode diminuir o crescimento e provocar a morte das bactérias causadoras da cárie, uma vez que a fermentação láctica é importante para produção de energia por esses microrganismos. Então, para ter dentes sem cáries, evite o consumo frequente de doces, escove sempre os dentes após as refeições ou sempre que você comer algum doce e vá regularmente ao dentista. E mais importante, nunca use suplementos de flúor sem indicação deste profissional. Joab Trajano Silva Instituto de Química/UFRJ UESC Módulo 5 I Volume 2 121 Anexos Anexo 3 ANEXO 3 Pequenas ações que cada cidadão pode fazer para construir um futuro sustentável. Obs: Sabemos que nem todos podem contribuir em todas estas medidas (uma vez que nem todos podem reduzir o consumo, por exemplo, por não terem nem mesmo o necessário). Porém, para todos existem medidas possíveis. Quadro 1: Reduzir (não gastar mal os recursos). Reduzir o consumo da água na higiene, regagem, piscinas Incorporar dispositivos de economia de água em torneiras, cisternas, etc. Banho rápido, fechar as torneiras enquanto escovamos os dentes, fazemos a barba ou ensaboamos. Fazer regagem por goteamento, regar nas primeiras e últimas horas do dia, evitando a evaporação. Reduzir o consumo de energia com iluminação Usar lambadas de baixo consumo: fluorescentes compactas e LED. Apagar as luzes não necessárias e aproveitar ao máximo a luz natural Utilizar sensores de movimento para que se acendam a luz apenas quando necessário Reduzir o consumo de energia em aquecimento, refrigeração e cozimento. Cozinhar de maneira eficiente, aproveitar o calor residual, não aquecer mais água que o necessário, não pré-aquecer o forno se não for necessário. Reduzir o consumo de energia em transporte Usar transporte público Usar a bicicleta ou deslocar-se à pé. Organizar o deslocamento de várias pessoas em um mesmo veículo. Reduzir a velocidade, conduzir de maneira eficiente Evitar o avião, sempre que possível. UESC Módulo 5 I Volume 2 123 Anexos e em particular de PVC em brinquedos. etc. etc. Programar as compras (ir às compras com lista de necessidades) 124 Pedagogia EAD . por exemplo). latas. melhorando-a ao mesmo tempo. Se for inevitável. escolher recicláveis (garrafas PET. Reduzir o consumo de energia em outros eletrodomésticos Carregar adequadamente lavadoras de roupas. etc. tirador de manchas. por exemplo) e não consumir alimentos não maduros Evitar produtos exóticos e que exijam transportes custosos Consumir produtos de temporada e de agricultura ecológica Reduzir o uso de papel Evitar imprimir documentos que se podem ler na tela do computador Escrever. dissolventes. materiais com substâncias tóxicas. Rejeitar o consumismo: praticar e impulsionar o consumo responsável Analisar criticamente os anúncios. Comer mais verduras. Não deijar arrastar-se por campanhas comerciais.Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza Evitar elevadores. produtos de limpeza. legumes e frutas e menos carne Respeitar as paradas biológicas (pesca do camarão. desinfetantes. Evitar fibras artificiais e optar por tecidos naturias Reduzir o consumo de produtos que contenham substâncias tóxicas como inseticidas. não introduzir alimentos quentes no frigorífico. fotocopiar e imprimir frente e verso e aproveitando o espaço. calçados. Desligar completamente os aparelhos e carregadores quando não estiverem sendo utilizados Diminuir o consumo de pilhas. Diminuir o consumo de plásticos. utilizar pilhas recarregáveis Reduzir o consumo energético em alimentação. de pratos. produtos de limpeza agressivos (“limpar sem cloro”). (sem deixar margens excessivas). objetos com pilhas. sempre que seja possível. Utilizar papel reciclado Reduzir (melhor evitar!!!) o uso de plásticos. reutilizando-os ao máximo. pequenos eletrodomésticos. de baixo consumo e pouca contaminação (classificação A) UESC Módulo 5 I Volume 2 125 Anexos Utilizar aparatos que funcionem com energia solar: radio... evitar bolsas e envoltórios de plástico..... Não jogar resíduos no vaso sanitário nem em água Quadro 4: Utilizar tecnologias respeitosas com o meio e as pessoas Aplicar pessoalmente o princípio da precaução Não comprar produtos sem certificar-se de sua procedência: vigiar a composição dos alimentos. óleo. carregadores. . sobre papel já utilizado de um lado Reutilizar a água Recolher a água do lavabo e ducha para o banheiro.. computadores. computadores. automóveis. Reutilizar o papel Imprimir. Utilizar a água da lavagem de frutas e verduras e do cozimento de ovos (enriquecida com cálcio) para regar plantas Recolher também água da chuva para a regagem ou banheiro Não utilizar nem aceitar objetos de usar e jogar fora Em particular. por exemplo. produtos tóxicos. produtos de limpeza. papel alumínio.. móveis. computadores.Anexo 3 Quadro 2: Reutilizar tudo o que se possa.. óculos. etc. Doar-los a ONGs que os administram Reabilitar as casas. fazendo-as mais sustentáveis Quadro 3: Reciclar Separar os resíduos para a coleta seletiva (compactando-os para que ocupem menos espaço). roupas. Optar por energias renováveis nas residências. copos plásticos e de papel... Utilizar eletrodomésticos eficientes. e evitar os que não ofereçam garantias Evitar sprays e aerosóis (utilizar pulverizadores manuais) Aplicar as normas de segurança no trabalho e no lar. brinquedos. lâmpadas que contenham mercúrio. Substituir-los por reutilizáveis Utilizar produtos reciclados e recicláveis Fornecer a reutilização de roupas. Levam a “pontos limpos” os que podem ir a depósitos específicos Reciclar pilhas.... . que um professor de ciências não deve se preocupar com este problema Contribuir a ambientalizar o lugar de trabalho. não separação do lixo.... Superar profissionalismos estreitos que levam a pensar. etc. amigos. promovendo campanhas de uso de lâmpadas de baixo consumo. desequilíbrios. associacionismo. o bairro. crescimento econômico depredador. colegas. uso de sacolas de plásticos..Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza Quadro 5: Contribuir para a educação cidadã Informar-nos bem e comentar com outros (familiares... Ajudar a conceber as medidas para a sustentabilidade como uma melhora que garanta o futuro de todos e não como uma limitação Impulsionar o reconhecimento social das medidas positivas para um futuro sustentável Estudar e aplicar o que se pode fazer para a sustentabilidade como profissional Investigar. 126 Pedagogia EAD . luminosa ou visual Manifestar aos comércios nossa desconformidade com o uso de embalagens excessivas. o bairro e cidade onde habitamos. Ajudara a tomar consciência dos problemas insustentáveis e estreitamente vinculados. Realizar tarefas de divulgação e impulso: Aproveitar a imprensa... ensinar... feiras ecológicas.. estudantes. vídeos. como: consumismo.) sobre a situação e. reflorestamento. internet. maternidade/paternidade responsável. materiais escolares. trabalho político. Quadro 6: Participar em ações sociopolíticas para a sustentabilidade Respeitar e fazer respeitar a legislação de proteção ao meio de defesa da biodiversidade Evitar contribuir a contaminação acústica. inovar. sobre tudo o que podemos fazer. Informar das ações que podemos realizar e impulsionar a prática das mesmas. explosão demográfica.. por exemplo. degradação ambiental. Anexo 3 Não fumar onde se prejudique a terceiros e não jogar bitucas no solo Não deixar resíduos no bosque. incompatíveis com a sustentabilidade Denunciar os crimes ecológicos Barreiras ilegais. Colaborar ativamente e/ou economicamente com associações que defendem a sustentabilidade Apoiar programas de ajuda de defesa ao meio ambiente. a guerras e polícias depredadoras Respeitar e defender a diversidade cultural – costumes e tradições (sempre que não desrespeitem os direitos humanos) Dar o voto aos partidos dom políticas favoráveis a sustentabilidade Trabalhar para que governos e partidos assumam a defesa da sustentabilidade UESC Módulo 5 I Volume 2 127 Anexos Reivindicar legislações locais.. trabalho infantil e apoiar as empresas com garantia Revindicar políticas informativas claras sobre todos os problemas Opor-se ao unilateralismo. estatais e universais de proteção ao meio ... promoção dos direitos humanos.) ou que se obtenham com mão de obra sem direitos trabalhistas... peles de aniamis.. na praia. turismo não-sustentável. ajuda a populações em dificuldades. construções urbanas depredadoras.... Promover o comércio justo Rejeitar produtos frutos de práticas depredadoras (madeiras tropicais. Evitar residir em urbanizações que contribuam a destruição de ecossistemas e a um maior consumo energético Ter cuidado com o desgaste da flora e fauna Cumprir as normas de transito para a proteção de pessoas e do meio ambiente Denunciar as políticas de crescimento continuado. de gênero... incêndios florestais. social. Respeitar e fazer respeitar os direitos humanos Denunciar qualquer discriminação ética. ) mediante ações positivas Contribuir ao reflorestamento e ajudar a ONGs. ação profissional e cidadã..Fundamentos e Metodologia do ensino das Ciências da Natureza Quadro 7: Avaliar e compensar Realizar auditorias do comportamento pessoal Fazer um adequado segmento de nossas contribuições para a sustentabilidade em casa. uso de produtos contaminantes.. 128 Pedagogia EAD . no transporte...... Calcular periodicamente nossos rastros ecológicos e planificar sua redução progressiva Compensar as repercussões negativas de nossos atos quando não podemos evita-los (emissões de CO2..
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