LIVRO DE NATUROLOGIA APLICADA, Dr. Novaes

March 16, 2018 | Author: APH - Associação Portuguesa de Homeopatia (repositório 2008-15) | Category: Garlic, Rosemary, Blood, Vitamin, Chemistry


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Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr.João Novaes - Portugal INTRODUÇÃO 2 Os remédios homeopáticos, fitoterápicos, a acupunctura, a auriculopunctura, e outras terapias em geral, tentam equilibrar a energia vital própria do ser humano, o cumprimento das leis da vida saudável, permite a maioria das vezes conservar a saúde e recuperar em caso de doença. Estas leis, que são regras de higiene características da nossa espécie, são poucas e fáceis de seguir. Dirigemse essencialmente à alimentação, à respiração, ao exercício físico e ao equilíbrio ácido-base. A alimentação A anatomia comparada e a observação clínica mostram que o homem é claramente omnívoro. A sua dentadura é idêntica à dos macacos, que se alimentam especialmente de frutos, larvas de insectos e de ovos de pequenos pássaros. O tubo digestivo é pela sua estrutura e desenvolvimento, intermédio entre o dos carnívoros e o dos herbívoros. Se é verdade que o homem pode viver sem consumir carne, não é menos verdade que os vegetarianos podem ter uma tonicidade enfraquecida, podem fazer alcalose e acabarem por se tornar dispépticos, com o estômago dilatado devido à grande quantidade de alimentos que devem ingerir, onde se conclui que o vegetarianismo estrito não deve ser aplicado, excepto em alguns casos patológicos ou por alternância. A respiração Os fenómenos mecânicos e físico-químicos respiratórios têm uma grande importância, não somente porque asseguram a oxigenação dos tecidos, mas também porque regularizam a actividade cardíaca e estimulam os órgãos de digestão; por isso, o homem deve tentar aumentar a sua capacidade torácica e respirar um ar tão puro quanto possível, isto é, praticando regularmente exercícios de respiração profunda e evitar o ar poluído das grandes cidades. O exercício físico O exercício físico bem realizado e perfeitamente doseado é um dos melhores meios que o homem dispõe para assegurar o equilíbrio vital. Estimula a nutrição, purifica o sangue, regulariza a função respiratória,, digestiva e excretora, assegura o desenvolvimento muscular e tonifica o sistema nervoso. No entanto, em caso algum, deverá ser competitivo e exagerado, uma vez que esses excessos provocam uma sobrecarga e conduzem, inevitavelmente à degradação do organismo e à redução do tempo de vida. Muitos atletas são tão frágeis como os doentes e a maior parte dos grandes desportistas morrem muito cedo. O exercício físico deverá consistir essencialmente em jogos para as crianças e para os adultos, movimentos de ginástica e certos desportos como a marcha, o ciclismo e a natação. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal O equilíbrio ácido-base do sangue O ph sanguíneo e urinário 3 O sangue humano tem um ph igual a 7,35 e a fisiologia diz-nos que uma alteração significativa deste valor é incompatível com a vida. Se o ph for inferior a 7, o indivíduo entra em coma; se ultrapassa 8 registam-se crises convulsivas. O regime alimentar à base de carne tende a acidificar, e inversamente uma alimentação vegetal acarreta sais orgânicos alcalinos (malatos, tartáratos ou citratos de potássio ou sódio) cujo ácido é oxidado e eliminado sob a forma de ácido carbónico pelos pulmões, desde que a base fique no sangue. O ácido clorídrico gástrico forma-se a partir do cloreto de sódio sanguíneo: imediatamente apôs a refeição produz-se no estômago uma secreção ácida; em contrapartida, o sangue apresenta uma acentuada reacção alcalina. O trabalho muscular, produz ácido carbónico e também ácido láctico que pode passar ao sangue. Professor João Corrêa Novaes (ND, DIH, Phd) Naturólogo-acupunctor-homeopata Lisboa-Portugal, 2003 Rio Grande do Sul/Santa Catarinal – Brasil, 2003 E-mail: [email protected] Links importantes http://www.materiamedicahomeopatica.blogspot.com/ http://josemariaalves.blogspot.com/ http://autoisopatiaenergetica.blogspot.com/ http://nossahomeopatia.blogspot.com/ http://josemariaalvesrepertorio.blogspot.com/ http://homeopatiapopular.blogspot.com/ Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal AGRADECIMENTOS 4 Vanessa Varisco (minha mulher amada) Marina Varisco Corrêa Fernandes Novaes (minha filha amada). A toda a minha família brasileira e portuguesa. Celeste Menezes e família de Porto Santo (xamãs e profetas). Rui Augusto e José Maria Alves (Naturólogos-homeopatas). Padre Paulo (terapeuta holista - Novo Hamburgo - RS). Maiquel Arnold (Acupunctor e Quiropraxista – Novo Hamburgo - RS) Aos grandes países (Brasil, Portugal, Grécia, Itália, Austrália e Nova Zelândia) Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 5 Guia de plantas medicinais de A a Z NOME COMUM: Abeto branco. NOME BOTÂNICO: Abies alba Miller. FAMÍLIA: Pináceas. GEOGRAFIA: Regiões montanhosas da Europa Central e Meridional. Na América existem espécies similares. PARTES EMPREGADAS: As gemas e a resina (terebintina). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém tanino, óleo essencial, terebintina e provitamina A. PROPRIEDADES: Balsâmica, anti-séptica e expectorante (indicada nas afecções das vias respiratórias: sinusite, traqueíte, bronquite, pneumonia e asma), facilita a expulsão das mucosas e regenera a mucosa que reveste as vias respiratórias. Revulsiva (atrai o sangue para a pele e descongestiona os órgãos e os tecidos internos – anti-reumática e vulnerária (sara as feridas e as contusões). Alivia as dores reumáticas, a ciática, o lumbago e o torcicolo. Desinflama as articulações que tenham sofrido um entorse, assim como as contusões e dores musculares em geral. Limpa as feridas e infectadas e as úlceras da pele. Ingerida por via oral, a terebintina do abeto, ou a sua essência actuam de forma igualmente benéfica sobre os órgãos respiratórios. Além disso é diurética, antiséptica urinária, e usa-se como preventivo da formação de cálculos e areias nas vias urinárias. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão de 30 a 40 g de gemas por litro de água, de que se ingerem 3 a 4 chávenas (xícaras) diárias. As gemas do abeto são pegajosas por conterem muita terebintina, especialmente durante a Primavera. Terebintina ou a sua essência, 3 a 5 gotas, três vezes ao dia. Uso externo: Terebintina ou a sua essência: aplica-se em forma de banhos (de grande alívio para reumáticos e asmáticos), fricções, banhos de vapor ou inalações. ATENÇÃO: A inalação ou ingestão de terebintina em doses excessivas, ou da sua essência, pode produzir irritação do sistema nervoso central, especialmente nas crianças. OUTROS ABETOS: Abies balsamea Miller = Abies canadensis (abeto do Canadá que é criado na América do Norte). NOME COMUM: Abacate. NOME BOTÂNICO: Persea gratissima L. FAMÍLIA: Lauríneas. GEOGRAFIA: Pérsia e América Meridional. Cultivado no Brasil. Também existe, aclimatado em Portugal, na ilha da madeira e em várias regiões de África. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possuí vitamina A, B e C, taninos, numerosos sais e açucares. PROPRIEDADES: Diuréticas, colagogas (para a vesícula), estimulante hepático, antidiarreico. MANEIRA DE PREPARAR: 30 gramas por litro de água. Infusão, depois de ligeira fervura, 30 a 60 minutos. Coar. Para tomar no intervalo das refeições e em jejum (três vezes ao dia). Também é usado em forma de extracto fluído e em tintura. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 6 NOME COMUM: Abelmosco, Hibisco de flor vermelha. NOME BOTÂNICO: Hibiscus abelmoschus L. FAMÍLIA: Malváceas. GEOGRAFIA: Originário da Índia, encontra-se com bastante frequência nas regiões tropicais da América Central. Cultiva-se nas Antilhas e na Guiana. PARTES EMPREGADAS: As sementes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes contêm um óleo essencial. PROPRIEDADES: Efeito antiespasmódico, ou seja, capaz de relaxar os músculos das vísceras ocas espasmadas. Emprega-se com êxito para acalmar as cólicas intestinais, biliares ou renais, assim como os espasmos uterinos que acompanham a menstruação dolorosa (dismenorreia). Também tem um efeito sedativo sobre o sistema nervoso. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão de 50 g de sementes por litro de água. Tomar 2 ou e chávenas (xícaras) diárias. HISTÓRIA: As sementes são muito apreciadas pelos perfumistas hindus e árabes, que as utilizam , além disso, como afrodisíaco. Pela acção do calor ou da fricção, soltam um intenso aroma a almíscar a âmbar. Em alguns lugares da América Central, juntam-nas ao café, para que este fique mais aromático. NOME COMUM: Abóbora. NOME BOTÂNICO: Curcubita pepo L. FAMÍLIA: Cucurbitáceas. GEOGRAFIA: América central. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes contêm mucilagem, aleurona, óleo fixo, um princípio activo, a peporresina, que se encontra na película verde que envolve a semente. Vitaminas A, B e C. PROPRIEDADES: Muito útil nas doenças de estômago e intestinos. Tem propriedades laxativas e emolientes, e também é usada em forma de cataplasma nas queimaduras. As sementes te acção eficaz tenífuga, para expulsar a ténia. MANEIRA DE PREPARAR: 120 gramas (não tirar a película verde que envolve a pevide); açúcar, 40 gramas. Pisar tudo num almofariz, de forma que fique reduzido a uma pasta. Pode juntar algum café ou cacau. Cinco horas depois da ingestão do remédio, tomar um purgante. Para crianças somente a metade das doses referenciadas. NOME COMUM: Abrótano fémea. NOME BOTÂNICO: Santolina chamaecyparissus L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Faz parte da flora portuguesa e encontra-se especialmente nos lugares pedregosos e argilosos, sendo espontânea desde as proximidades do mar até ao interior, verificando-se a sua existência mesmo em altitudes de 2000 metros. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: é rico em essência. Contém cetona, santolinona, álcool, em parte livre, em parte em forma de éster, ácido acético. PROPRIEDADES: Tónicas e estimulantes, antiespasmódicas e digestivas, febrífugas, vermífugas. MANEIRA DE PREPARAR: 10 a 20 gramas por litro de água, em forma de infusão, a tomar como tónico, estimulante e antiespasmódico. Como febrífuga, os antigos ervanários misturavam esta planta ao fel-da-terra (Centaurea maior) e à casca do salgueiro (Salix Alba). Também é empregada como vermífuga, em forma de pó. Das folhas, 3 a 4 gramas em leite quente, para tomar em jejum. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 7 NOME COMUM: Abrótano macho, erva lombrigueira. NOME BOTÂNICO: Artemísia variabilis L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Europa meridional. PARTES EMPREGADAS: As folhas e sumidades floridas. PROPRIEDADES: Tónico e vermífugo. Estimulante e febrífugo, anti-helmíntico (para expulsar os vermes intestinais). MANEIRA DE PREPARAR: 15 gramas da planta seca (ou 20 gramas da planta verde) para 1 litro de água. Infusão: 30 minutos. Coar. Para tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia. Dentro dos armários esta planta afasta os insectos das roupas. NOME COMUM: Arruda. NOME BOTÂNICO: Ruta graveolens L. FAMÍLIA: Rutáceas. GEOGRAFIA: Originária dos países mediterrâneos e da Ásia Menor, onde prefere os terrenos secos e pedregosos. Cultivou-se noutras regiões temperadas da Europa, e também na América. PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Essência rica em metilnonilcetona; rutina ou rutósido (vitamina P). PROPRIEDADES: Antiespasmódicas e anti-sépticas: a essência da arruda é administrada para acalmar as cólicas abdominais. Anti-hemorrágica: aumenta a resistência dos vasos capilares e pode deter algumas hemorragias internas. Anti-reumática: externamente é revulsiva e usa-se em compressas para acalmar as dores reumáticas. Afecções dermatológicas: pela sua acção revulsiva torna-se útil em certas doenças da pele: sarna, psoríase, eczemas, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 2-5 g de plantas por litro de água, de que se ingerem duas chávenas (xícaras) por dia. Para os transtornos menstruais, toma-se unicamente na semana que precede a menstruação. Essência: recomenda-se ingerir 2-3 gotas diariamente. Uso externo: compressas empapadas numa infusão concentrada (10-20 g por litro de água), que se aplicam sobre a pele da zona afectada. ATENÇÃO: Em doses elevadas é abortiva e tóxica, pelo que é contra-indicada durante a gravidez. O contacto da planta com a pele pode provocar reacções alérgicas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 8 NOME COMUM: Abrunheiro bravo. NOME BOTÂNICO: Prunus spinosa L. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: Encontra-se vulgarmente nas encostas exposta ao sol e nas bermas dos caminhos das regiões montanhosas de toda a Europa. Naturalizada no continente americano. PARTES EMPREGADAS: As flores e os frutos (abrunhos). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém amigdalina (gicósido cianogenético), derivados da cumarina e flavonoglicósidos. Os frutos (abrunhos) contêm tanino, flavonóides, ácido málico, pectina, goma e vitamina C. PROPRIEDADES: Laxantes, diuréticas e depurativas o seu efeito laxante é suave, mas eficaz, e faz-se acompanhar de uma acção antiespasmódica (relaxante) da musculatura que cobre o intestino grosso. Indicadas na prisão de ventre espástica que se produz no chamado cólon irritável. Os frutos têm propriedades adstringentes, pelo que se tornam mais úteis em casos de diarreia vulgar e de desarranjo intestinal. São eupépticos (estimulam os processos digestivos), aperitivos e tonificantes do organismo em geral. O líquido resultante da decocção dos abrunhos utiliza-se para fazer parar as epistaxes (hemorragias nasais), aplicado com um tampão nasal embebido no mesmo. Serve ainda para fazer gargarejos nos casos de gengivite e faringite. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: prepara-se com 60 g de flores por litro de água. Toma-se uma chávena (xícara) por dia de manhã. Frutos: podem comer-se frescos ou então fervidos em água (só dois minutos), para lhes tirar o gosto áspero. Xarope: prepara-se com meio quilo de frutos, meio quilo de açúcar e um copo de água. Ferve-se esta mistura durante 15 minutos. O xarope resultante, de cor vermelha, e sabor agradável, filtra-se com um filtro de café (de papel) e tomam-se várias colheres de sopa por dia. Usado para combater as diarreias e para abrir o apetite. Decocção: põem-se a ferver 100 g de frutos num litro de água, durante 10 minutos, em lume brando. Filtrar o líquido resultante e tomar algumas colheres de sopa durante o dia. Uso externo: tampões nasais com gaze ou algodão empapados na mesma decocção que se recomenda para uso interno. Bochechos e gargarejos: com a mesma decocção. ATENÇÃO: As amêndoas que estão dentro dos caroços dos abrunhos, como as de muitos frutos da família das rosáceas, libertam ácido cianídrico, que é um poderoso tóxico, pelo que não se devem comer nem mastigar. A casca dos ramos e da raiz contém ácido prússico, que também é tóxico. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 9 NOME COMUM: Adónis de Itália. NOME BOTÂNICO: Adonis vernalis L. FAMÍLIA: Ranunculáceas. GEOGRAFIA: Europa central e meridional. PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: todas as partes da planta contêm dois tipos de glicósidos cardiotónicos, semelhantes aos da dedaleira – o adonidósido e o adoniversódio. PROPRIEDADES: Possuí propriedades cardiotónicas (aumenta a força das contracções cardíacas), dilatadoras das artérias coronárias (combate a angina de peito), diuréticas e ligeiramente sedativas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: com 8 g de sumidades floridas em 200 ml de água a ferver, em que se deixam até arrefecer. A dose habitual é de 4 a 6 colheres de sopa por dia. NOTA: É empregue em homeopatia sem nenhuma contra-indicação. NOME COMUM: Açafrão. NOME BOTÂNICO: Crocus sativus L. FAMÍLIA: Irídeas. GEOGRAFIA: Originário do Oriente e cultivado em vários países da Europa, particularmente no sul da França e em Espanha, e aclimatado em Portugal. Encontra-se nos jardins do Rio de janeiro. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém água, goma, açúcar, matéria corante (pricrococina), uma essência à base de terpeno: o safranol, sais de potássio, de cal e magnésio. PARTES EMPREGADAS: Os estigmas. PROPRIEDADES: antiespasmódico, sedante e emenagogo e digestivo. MANEIRA DE PREPARAR: É empregado em infusão na dose de 10 a 15 centigramas para 200 gramas de água. Dose superior tem efeito abortivo perigoso. Como a planta apresenta certa toxicidade e tem contra-indicações (hipertensão, excitação nervosa, erectismo cardíaco), deve consultar um profissional de saúde da área natural, evitar a automedicação. NOME COMUM: Açucena. NOME BOTÂNICO: Lilium candidum L. FAMÍLIA: Liliáceas. GEOGRAFIA: Originária do Oriente, muito cultivada em jardins. PARTES EMPREGADAS: As flores e o bolbo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O bolbo e as flores contêm diversas substâncias aromáticas. PROPRIEDADES: É hoje pouco usada em medicina. Os antigos usavam-na (os bolbos) fervida em leite, fazendo cataplasma, muito empregada nos furúnculos, abcessos, nas queimaduras. Aplicadas localmente, possuem uma importante acção emoliente (calmante da pele e das mucosas inflamadas), cicatrizante e anti-séptica. O óleo é um bom remédio para queimaduras, gretas dos mamilos e eczemas. Também dá bons resultados em caso de otite ou dores dos ouvidos, aplicando umas gotas no canal auditivo. MANEIRA DE PREPARAR: É só aplicada externamente. Uso externo: óleo de açucena: obtêm-se macerando as pétalas de 10-12 flores num litro de azeite (de oliveira), durante 9 dias. De três em três dias, filtra-se o azeite e acrescentam-se novas pétalas. Cataplasmas: cozem-se 100-200 g de bolbos durante 10-15 minutos. Depois de esmagados, colocam-se sobre um pano de algodão e aplicam-se quentes, sobre a zona afectada, durante 15-30 minutos. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 10 Esta cataplasma pode aplicar-se 2 ou 3 vezes por dia, até se conseguir o amadurecimento do abcesso ou furúnculo. ATENÇÃO: Pelo seu perfume penetrante, não se deve ter esta planta nos quartos de dormir. NOME COMUM: Agripalma. NOME BOTÂNICO: Leonorus cardiaca L. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Pouco frequente na Europa e na América do Norte. Em Espanha só se encontra nos Pirinéus. É rara em Portugal. PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas e as folhas frescas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um óleo essencial, um princípio amargo (a leonurina), um alcalóide (leunurinina), glicósidos e taninos. PROPRIEDADES: Cardiotónica e sedativa – tonifica o músculo cardíaco. Acalma a taquicardia de origem nervosa e as palpitações. Recomenda-se aos hipertensos e aos que sofrem de angina de peito. Emenagoga – estimula as contracções uterinas e favorece o fluxo menstrual. Usa-se nas dismenorreias. Adstringente – pelo seu conteúdo em tanino, e carminativa (elimina os gases intestinais). Cicatrizante – a infusão utiliza-se para limpar e curar as feridas. MANEIRA DE PREPARAR: uso interno: infusão com 30 a 50 g de sumidades floridas e folhas por litro de água, da qual se ingerem 3 ou 4 chávenas (xícaras) diárias. Extracto fluído: 10 gotas, três vezes ao dia. Uso externo: lavagem das feridas com a mesma infusão que se usa internamente. ATENÇÃO: Não exceder as doses indicadas, pois a sua acção sobre o coração poderia tornar-se demasiado intensa, devido aos glicósidos que esta planta possui. NOME COMUM: Agrião. NOME BOTÂNICO: Sisymbrium nasturium L. FAMÍLIA: Crucíferas. GEOGRAFIA: Cresce espontaneamente nos lugares húmidos. Também é cultivado. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui diversas vitaminas, entre as quais algumas do complexo B, C e E. Também possuí vitaminas A e D. Contém ferro, iodo, enxofre, fosfatos e outros sais alcalinos. A sua essência pode ser considerada uma combinação de enxofre e sulfocionogénio. O agrião possuí segundo as últimas pesquisas em fitoquímica, princípios antibióticos sobre os rins e pulmões. PARTES EMPREGADAS: Toda a planta. PROPRIEDADES: Combate a atonia dos órgãos digestivos, como estimulante no escorbuto, na escrofulose e raquitismo, como expectorante e peitoral, catarro pulmonar e dos brônquios (nas formas crónicas). Alguns Naturopatas consideram o agrião depurativo do sangue, com particular importância nas doenças da pele, isto talvez pelo enxofre que contém. Os doentes dos pulmões devem usar a salada e xarope de agriões. Para secar o agrião e não perder as suas propriedades, deve secar-se à sombra. MANEIRA DE PREPARAR: 50 gramas da planta para 1 litro de água. Infusão: 1 a 2 horas. Antes da infusão, 2 a ou 3 minutos de fervura em lume brando. O agrião é contra-indicado em pacientes que tenham afecções da próstata. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 11 NOME COMUM: Agrimónia. NOME BOTÂNICO: Agrimonia eupatoria L. GEOGRAFIA: A agrimónia existe na flora portuguesa e em outras floras da Europa. Encontra-se nos lugares herbosos. Próximo das culturas, nos caminhos, entre os bosques, e junto de árvores. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém tanino associado a um óleo essencial, substância amarga, ácido salicílico, ácido nicotídico, ácido escórbico, vitamina H, quercitina, ácidos pálmico, oléico e arídico e fitosterina. Contém outros elementos vitamínicos. PROPRIEDADES: Estimulante do apetite, tónica, em particular sobre o sistema nervoso, activadora da função renal, hepática e vesicular. É adstringente muito útil na inflamação da garganta. Acção digestiva, antidiarreica. MANEIRA DE PREPARAR: 20 a 30 gramas da planta por litro de água fervente. 20 a 30 minutos de infusão. Coar. Gargarejar, lavagens à boca e garganta; Para uso externo, úlceras e feridas: 30 gramas por litro, com fervura de 1 a 3 minutos. NOME COMUM: Aipo. NOME BOTÂNICO: Apium graveolens L. FAMÍLIA: Umbelíferas. GEOGRAFIA: Existe em quase toda a Europa. Muito parecido com a salsa nas folhas. PARTES EMPREGADAS: Especialmente a raiz e as sementes, mas há quem empregue o caule e as folhas na culinária, e como remédio. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém um glucósido, a apilina, essência, vitaminas A, B e C. As raízes e tuberosidade do Aipo contêm alguma essência, e no suco, 7% de manita tirosina, esparagina, colina. Os frutos, além da essência, contêm hidrocarbonos, salineno. PROPRIEDADES: O aipo é estimulante do metabolismo; melhora as afecções dos rins (nefrite); combate a astenia (debilidade nervosa); estimula a função hepática; melhora a digestão gástrica e intestinal. É útil nas doenças da pele, é anti-reumático. Melhora o estado das feridas e úlceras, aplicado em lavagens e compressas. MANEIRA DE PREPARAR: Raízes: 20 a 30 gramas por litro de água, em forma de cozimento (3 a 4 minutos). Infusão: 1 a 2 horas. Coar e tomar 5 chávenas (xícaras) por dia antes das refeições. Frutos (sementes): colher de café ou de chá por chávena (xícara) em forma de infusão. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 12 NOME COMUM: Alcachofra das hortas. NOME BOTÂNICO: Cynara cardunculus L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Europa, particularmente no mediterrâneo. Muito cultivada na Europa ocidental. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas, os caules e as raízes (não os capítulos) contêm substâncias amargas e aromáticas, cristolina, a cinarina, taninos e numerosas enzimas e vitaminas, entre as quais A e D. Possui ainda numerosos sais. PROPRIEDADES: Estimulante hepático, vesicular e renal de grande valor. É um bom remédio para a arteriosclerose, sendo uma planta reputada como um dos melhores vegetais para evitar o excesso de colesterol e promover a eliminação deste, quando em excesso. São as grandes folhas que partem da haste que interessam, e não a bráctea comestível. A raiz é febrífuga. PARTES EMPREGADAS: Talos e folhas (parte polposa). As folhas grandes, que partem da haste da planta, usam-se em forma de cozimento, nas doenças do fígado, rins, pele, arteriosclerose, reumatismo. MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento: 30 gramas por litro de água. Tomar 4 chávenas (xícaras) por dia. Noutros tempos, foi empregada para coalhar o leite, isto devido a uma enzima, a cinarase. Por sua riqueza em ferro, tem oportunidade na anemia. NOME COMUM: Alcaçuz ou Regalis. NOME BOTÂNICO: Glycirriza glabra. FAMÍLIA: Leguminosas. GEOGRAFIA: Flora portuguesa e mais regiões da Europa. Também na Ásia. PARTE EMPREGADA: Raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém glicirrizina ou açúcar de alcaçuz, óleo, esparagina, albumina, sais, amido, matéria azotada, fosfato, cal e magnésio, óleo resinoso (basorina). PROPRIEDADES: ligeiro laxante, emoliente das vias respiratórias, para acalmar a tosse, sendo muito empregado para adoçar os medicamentos expectorantes, no combate à inflamação da bexiga, da vesícula. Pela experiência clínica de muitos Naturopatas e Homeopatas, sabe-se que tem acção cicatrizante sobre úlceras da mucosa gástrica e duodenal. O extracto e o cozimento concentrados, actuam notavelmente nas glândulas supra-renais, com efeito, quase semelhante à desoxicorticosterona (hormona produzida pelas cápsulas supra-renais), de notável importância em todo o organismo. Parece que esta actividade está ligada à glicirrizina. Quanto à sua acção na úlcera gástrica, supõe-se que se deve também, e especialmente, a outros elementos químicos contidos na planta, aliás, no seu extracto. Atenção: em alta dose, o Alcaçuz aumenta a tensão arterial, isto devido à sua acção sobre as supra-renais, glândulas que nada têm a ver com os rins. MANEIRA DE PREPARAR: Em extracto, maceração e cozimento (decocção). Maceração: 30 gramas de raízes, cortadas aos pedaços, para 1 litro de água fria. Ficará assim a noite toda. De manhã coar por um filtro de papel (filtro de café). Para tomar, depois de aquecido, três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Convém raspar, antes da maceração, a parte exterior da raiz. Extracto: à venda nas ervanárias, casas de produtos naturais e farmácias. Uma colher de sopa em meio copo de água antes das refeições. Decocção: 30 gramas de raízes para 1 litro de água. Deixar ferver uns minutos. Infusão: 30 gramas para 1 litro de água fervente, estando de infusão 2 horas. Coar. Tomar quente, com mel ou açúcar mascavo. A decocção ou infusão fazem com que a tisana tenha sabor amargo. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 13 NOME COMUM: Alcarávia. NOME BOTÂNICO: Carum carvi. FAMÍLIA: Umbelífera. GEOGRAFIA: Europa, crescendo nos prados húmidos, nas montanhas; floresce depois de maio. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: (as sementes): contêm uma essência, composta de carvene e carval, açúcar, cera, matérias tónicas, produtos resinosos. O aroma das sementes ou frutos deve-se ao carval da essência. PROPRIEDADES: Tem propriedades estomáquicas e carminativas e, por isso, próprias para expulsar os gases do aparelho digestivo (estômago e intestinos). Combatem as fermentações. Por estimularem os intestinos, promovem não somente a descarga dos gases, como favorecem a evacuação das fezes. MANEIRA DE PREPARAR: uma colher de café por chávena (xícara) de água fervente. 20 minutos de infusão. Coar e adoçar, querendo. Para tomar após refeições ou foras delas. Esta planta acalma as dores dos intestinos, motivadas pelos gases. Há quem faça licor digestivo com as sementes. NOME COMUM: Alecrim. NOME BOTÂNICO: Rosmarinus officinalis. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: É planta vivaz indígena de Portugal, dos Açores e de Cabo Verde. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Matéria amarga e resinosa, óleo essencial (nas folhas e sumidades floridas), tem grande quantidade de tanino, um glucósido. A essência está formada especialmente por pineno, canfeno, cineol, cânfora. Conforme a época do ano e os terrenos onde se encontra, assim a sua maior ou menor quantidade de essência. PROPRIEDADES: Planta estimulante, antiespasmódica, ligeiramente diurética, óptimo estimulante vesicular (talvez igual ou superior ao Boldo, que poderá substituir na falta deste). É também utilizado nos casos patológicos ligados ao engrossamento do sangue. Pode agir como colagogo (na vesícula) e por isso é empregado com grande proveito nos casos de disquinésia vesicular (deficiente função da vesícula). É igualmente, estimulante da célula hepática. Em uso externo, serve para melhorar as feridas e úlceras de mau carácter. Nestes casos, lavam-se as partes afectadas e aplicam-se compressas embebidas na infusão da planta. MANEIRA DE PREPARAR: 20 gramas da planta para 1 litro de água. Infusão: 20 a 30 minutos. Coar e adoçar. Emprega-se em dispepsia, clorose, na bronquite. Para uso externo: 20 a 30 gramas, com o mesmo tempo de infusão e fervura prévia de um minuto. Para fricções: 60 gramas da planta para ½ litro de álcool. 6 a 8 dias de maceração. Filtrar e juntar 5 gramas de cânfora. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 14 NOME COMUM: Alface brava maior. NOME BOTÂNICO: Lactuca virosa L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Disseminada pelos terrenos secos e encostas pedregosas da Europa Central e Meridional. PARTES EMPREGADAS: As folhas e o látex. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm clorofila, sais minerais, vitaminas e um princípio amargo. PROPRIEDADES: Sedativas: semelhantes ás do ópio, embora, ao contrário deste, a alface seja isenta de efeitos nocivos, de modo que se pode usar inclusivamente para as crianças pequenas, a quem acalma o sono e ajuda a conciliar o sono. Anti-afrodisíacas: ajuda a controlar a excitação sexual. Dioscórides dizia que “atalha os sonhos venéreos e reprime o desordenado apetite de fornicar”. Antitússicas: a alface é especialmente indicada nas tosses irritantes e na tosse convulsa. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção durante 10 minutos, com 100 g de alface por litro de água, da qual se ingerem três chávenas (xícaras) adoçadas com mel durante o dia, e outra antes de deitar. NOME COMUM: Alfafa, luzerna. NOME BOTÂNICO: Medicago sativa L. GEOGRAFIA: China, América, África do Norte, Rússia. Esta planta é cultivada em toda a Europa, incluindo Portugal. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteínas completas (com aminoácidos essenciais); hidratos de carbono; fermentos; numerosos sais minerais, gordura, vitaminas A, C e D. É rica também em vitamina K, de alta importância na alimentação e terapêutica. PROPRIEDADES: Anemia por deficiências vitamínicas ou minerais. Raquitismo e desnutrição. Úlcera gastroduodenal. Dispepsia e fermentações intestinais, pela sua riqueza em enzimas. Prisão de ventre, pelo seu conteúdo em fibra vegetal. MANEIRA DE PREPARAR: Como alimento associado, em forma de farinha, à farinha de cereais. A planta tenra substitui os espinafres. Usa-se o suco da planta diariamente (clorofila), 30 a 50 gramas. Emprega-se na debilidade geral, raquitismo, tuberculose, escorbuto. A planta fresca tem mais valor. A planta seca pode fazer parte das tisanas reconstituintes e de preparações vegetais hemostáticas (pela sua riqueza em vitamina K). ATENÇÃO: Contra-indicada ao grupo sanguíneo “0”. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 15 NOME COMUM: Alfarrobeira. NOME BOTÂNICO: Ceratonia siliqua L. FAMÍLIA: Leguminosas. GEOGRAFIA: Própria dos países mediterrânicos. Conhecem-se algumas variedades na América. PARTES EMPREGADAS: Os frutos (alfarrobas) e as sementes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A polpa dos frutos, contém açúcares abundantes (sobretudo sacarose) e pectina, assim como amido (3,8%), proteínas (4%), gorduras (0,5%), celulose e sais minerais. As sementes contêm mucilagem. PROPRIEDADES: As alfarrobas frescas são laxantes. Em contrapartida, a sua farinha seca é antidiarreica, e além disso possuí a propriedade especial de absover as toxinas do tubo digestivo. Dá um excelente resultado nas diarreias infantis, ao ponto de ser um dos tratamentos mais utilizados nas gastroenterites dos lactentes. Pode obter-se das sementes a goma da alfaroba, a qual forma no estômago um gel viscoso que, devido ao seu grande aumento de volume de absorção de líquidos no estômago, proporciona uma sensação de saciedade e tira o apetite, pelo que costuma ser usada nas curas de emagrecimento. No intestino, a goma de alfarroba tem um efeito emoliente (suavizante) e laxante. MANEIRA DE PREPARAR: uso interno: Farinha: vende-se em casas de produtos naturais, e com ela prepara-se uma papa de sabor agradável que, ao mesmo tempo que corta a diarreia, alimenta. Goma: também se vende nas farmácias em cápsulas. A dose normal (salvo indicação de preparados farmacêuticos) para tirar o apetite é de 0,5 a 1,5 g de goma de alfarroba, meia hora antes de cada refeição, tomada juntamente com um copo de água. OUTRAS ALFARROBAS: Na Argentina cria-se a Alfarrobeira negra (Prosopis Nigra L.) e na América Central e do Sul a chamada Alfarrobeira das Antilhas (Hymenaea courbaril L.). NOME COMUM: Alfavaca de cobra. NOME BOTÂNICO: Parietaria officinalis. FAMÍLIA: Urticáceas. GEOGRAFIA: Cresce entre as gretas das rochas e dos muros. Difundida por toda a Europa e regiões secas da América do Sul. PARTES EMPREGADAS: Os caules e as folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os seus princípios activos são o nitrato potássico e os flavonóides e as mucilagens. PROPRIEDADES: Diurética, antiinflamatória e emoliente. Afecções das vias urinárias, cólicas renais (ajuda a eliminar os cálculos), cistites e oligúria (urina escassa). Ao mesmo tempo em que provoca um aumento na produção de urina, descontrai, suaviza e desinflama os órgãos urinários. Externamente usa-se para curar feridas, queimaduras, gretas dos lábios, da pele e do mamilo, e fissuras anais. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 40 a 60 gramas de planta (melhor se for fresca) por cada litro de água, tomar 4 chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: cataplasmas da planta fresca esmagada, que se aplicam sobre a zona afectada. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 16 NOME COMUM: Alfazema. NOME BOTÂNICO: Lavandula officinalis, Lavandula stoechas. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Regiões meridionais da Europa e África. Floresce na primavera e no Verão. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sumidades floridas contêm: resina, tanino, princípio amargo, óleo essencial canforado, um glucósido e uma saponina, álcool terpénico (linanol), ésteres, carbonato, valerianato. PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas e, também, as folhas e os talos. PROPRIEDADES: É digestiva, estimulante, antiespasmódica (contra as cólicas dos intestinos), combate a putrefação dos intestinos, é antimicrobiana, tónica dos nervos e do coração (coração nervoso), combate a tendência aos vómitos. Também é empregada exteriormente no reumatismo (óleo de alfazema, tintura, etc.). MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: com 30 a 40 gramas de sumidades floridas e folhas, por cada litro de água. Tomar três chávenas (xícaras) por dia, adoçadas com mel, depois das refeições. Extracto fluído: ingerem-se 30 gotas, 3 vezes ao dia; Essência: a dose habitual é de 3 a 5 gotas, duas ou três vezes por dia. Uso externo: essência de alfazema: algumas gotas espalhadas e esfregadas sobre a pele; lavagens e compressas: emprega-se a mesma infusão utilizada para uso interno, embora se possa preparar mais concentrada. Lavar directamente com ela as úlceras e feridas, e embeber depois uma compressa que se coloca sobre a zona afectada, durante 15 a 30 minutos. HISTÓRIA: Desde tempos muito antigos, a alfazema é utilizada como produto de beleza e de higiene. Durante o Império Romano, os patrícios e os cidadãos distintos acrescentavam alfazema à água dos seus banhos. ÓLEO DE ALFAZEMA: Dissolvem-se 10 gramas de essência em 100 gramas de azeite de Oliveira e aplica-se como loção sobre a zona dorida. Também se pode preparar deixando 250 gramas de planta seca em maceração durante duas semanas num litro de azeite, filtrando-o depois. ÁGUA DE ALFAZEMA: Dissolvem-se 30 gramas de essência num litro de álcool a 90º. Depois de deixar repousar a mistura por 24 horas, passa-se por um filtro de papel e guarda-se em frascos bem vedados. Pode-se diluir com água, se se achar que está demasiado concentrada. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 17 NOME COMUM: Alforva, Feno grego. NOME BOTÂNICO: Trigonella foenum graecum. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Existe em Portugal, Espanha e outros países, parecendo ser oriunda da Ásia, onde se cultiva em grande escala. Também existe no Norte de África. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes da Alforva contêm hexona, elemento dos glúcidos (amidos, açúcares), dando mais de 5% de manosa, um alcalóide inócuo chamado trigonelina (existindo nas sementes, flores e raízes); colina (aminoácido), uma substância resinosa muito amarga; óleo graxo; saponina; 27% de proteínas, mucilagem. PROPRIEDADES: É altamente reconstituinte. O uso deste admirável vegetal faz aumentar o apetite, o peso, a energia física e mental. O cozimento concentrado em banhos de semicúpio, combate o hemorroidal, as fissuras do anus e alterações das mucosas. MANEIRA DE PREPARAR: Fazer uma mistura em partes iguais, de sementes de Alforva, associada com mel e azeite virgem, ou se se tolerar o gosto, óleo de fígado de bacalhau. Para tomar uma colher de chá da mistura, em meio copo com água morna, podendo ser adoçado com mel. NOME COMUM: Aljôfar. NOME BOTÂNICO: Lithospermum officinalis L., Lithospermum erythorryzon Sieb - Zucc. FAMÍLIA: Borragináceas. GEOGRAFIA: Frequente em terrenos calcários de toda a Europa. Em Portugal surge espontâneo nos arredores de Bragança e Vimioso. Pouco conhecido na América. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta é rica em cálcio, além de mucilagens e pigmentos. PARTES EMPREGADAS: As sementes e as folhas. PROPRIEDADES: Utilizada para dissolver os cálculos urinários. É um potente diurético uricosúrico (facilita a eliminação de ácido úrico). Dissolve as areias da urina e pode chegar a dissolver um cálculo renal, especialmente se for composto por uratos. Muito recomendada em caso de cólica renal e de gota. Propriedades digestivas, pelo seu sabor amargo, é um tónico de todos os órgãos digestivos: abre o apetite e facilita a digestão. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 50-100 g por litro de água, da qual se tomam 3 ou 4 chávenas (xícaras) diárias. Antigamente ingeriam.se as sementes trituradas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 18 NOME COMUM: Alga perlada. NOME BOTÂNICO: Chondrus crispus Lyngb. FAMÍLIA: Gigartináceas. GEOGRAFIA: Vive nas rochas submarinas do Atlântico Europeu, desde a Irlanda até ao Sul da Península Ibérica. PARTES EMPREGADAS: Os talos (toda a alga). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Além de 80% de mucilagem, o talo contém iodo, provitamina D e sais minerais. O seu princípio activo mais importante e a mucilagem. PROPRIEDADES: Emolientes, expectorantes e laxantes. O seu uso também é indicado nos casos de bronquite e catarros, pois facilita a expectoração, alivia a tosse e desinflama as vias respiratórias. Indicado também em caso de gastrite, inflamação intestinal por colite ou prisão de ventre crónica. Indicado para combater as úlceras provocadas pela Helico bacter pylori (cura as úlceras no grupo sanguíneo “O” e “B”, pois são os grupos com mais prê-disposição mórbida a úlceras). MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de 10 g de alga por litro de água. Faz-se ferver durante 5 minutos. Bebem-se dois ou três copos por dia. HISTORIA: Esta alga começou a ser usada na Irlanda em meados do século passado e, desde essa altura, têm aumentado as suas aplicações medicinais. NOME COMUM: Aliária. NOME BOTÂNICO: Alliaria officinalis Andrz. FAMÍLIA: Crucíferas. GEOGRAFIA: Frequente em regiões montanhosas e frias da Europa. Também se encontra no continente americano. PARTES EMPREGADAS: A planta inteira fresca, sem a raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém glicósidos sulfurados semelhantes ao alho, além de sinigrina (glicósido também presente na mostarda) e óleos essenciais. PROPRIEDADES: Propriedades diuréticas, estimulantes e anti-sépticas. Útil em: astenia e fadiga primaveris. Muito apropirada para fazer uma cura depurativa. Recomendada especialmente aos obesos, gotosos, artríticos e hipertensos. Feridas renitentes e úlceras da pele. Depois de lavadas com suco fresco de aliária, cicatrizam mais rapidamente, graças à acção revitalizante e desinfectante da planta. Depois de se lavar a ferida, para reforçar o efeito cicatrizante, pode-se colocar sobre ela uma compressa no mesmo líquido (água com suco fresco de aliária). MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: suco fresco: a melhor forma de aproveitar ao máximo as suas virtudes é utilizar o suco fresco da planta. Para isso tritura-se num almofariz e espreme-se num pano de algodão ou, de maneira mais rápida, usando um aparelho de fazer sucos. Tomar duas colheres de suco depois de cada refeição. Uso externo: lavagens: as feridas e úlceras da pele lavam-se com água fervida, a que se acrescentam duas colheres de suco fresco por cada copo. Compressas: depois de lavada a ferida, coloca-se-lhe em cima um pano de algodão embebido nessa mesma água com suco fresco. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 19 NOME COMUM: Alho. NOME BOTÂNICO: Allium sativum. FAMÍLIA: Liliáceas. GEOGRAFIA: O alho é oriundo da Ásia e chegou ao Oriente há 4000 anos, aproximadamente. Presentemente o alho é cultivado em todas as partes do mundo oriental e ocidental. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui vitamina A e C. Contém uma essência, formada por três essências: uma oxigenada e as outras duas sulfurosas. O sulfureto é o principal elemento químico do alho e muito activo. Por acção de um fermento contido nos dentes, a alinase converte-se em alicina e, depois, em dissulfureto de alilo, já com o odor característico do alho. A substância chamada alicina não tem odor; porém, possuí propriedades antimicrobianas (acção bacteriostática), paralisando a virulência de certos tipos de micróbios patogênicos. Pode mesmo matar estes. PROPRIEDADES: Tem acção sobre as artérias, combatendo a esclerose. É diurético, combate a putrefação intestinal, estimula a função dos intestinos, é microbicida, sem afectar a flora normal dos intestinos nem os elementos químicos defensivos das células (interferons, etc); é vermicida, é vasodilatador, dissolve o ácido úrico, combatendo o reumatismo artrítico e, mesmo, o reumatismo infeccioso; é, como a cebola (Allium cepa), fluidificante do sangue; é útil em todas as doenças de origem microbiana, incluindo o tifo, a tuberculose, a cólera, o coli, a pneumonia, tosse e bronquite. MANEIRA DE PREPARAR: O alho cru é o que reúne todas as suas virtudes. Cozido, perde muito dos seus valores terapêuticos e condimentares. A parte empregada são os chamados dentes de alho; raras vezes as folhas. Cozimento: 25 gramas de cabeças por litro de água, para tomar adoçado com mel várias vezes ao dia, fora das refeições. Usado cru, tomam-se dois, quatro ou seis dentes por dia. Ninguém tolera maior quantidade. Na bronquite purulenta ou fétida, ou na tuberculose, reumatismo, tensão arterial, na verminose, etc. É preferível usar o alho cru ou em tintura. As pessoas que têm gastrites, úlceras e dispepsias devem evitar o alho cru e trocar por cápsulas ou alho homeopatizado na dose 5 CH, cinco vezes ao dia antes das refeições. A tintura de alho usa-se na dose de 15 a 20 gotas, duas vezes por dia (reumatismo, tensão arterial). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 20 NOME COMUM: Almeirão. NOME BOTÂNICO: Chicorium intybus. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Existe em quase toda a Europa e em certas outras partes do mundo de clima temperado, mediterrânico. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui certo teor vitamínico. As raízes contêm inulina (não confundir com insulina), açúcares, particularmente levulosa, e um princípio amargo. As folhas contêm inulina e levulosa, além de muitos sais, entre eles os de potassa. As flores possuem cicoridina, em forma de glucósido, de gosto muito amargo. A planta deve conservar-se seca, em lugar seco e frasco ou caixa tapada. É que ela atrai fortemente a humidade, através do ar atmosférico, que prejudica grandemente as suas propriedades e, consequentemente, a conservação da planta. PROPRIEDADES: a raiz e as folhas são usadas nas doenças de fígado, reumatismo, na falta de apetite, nas doenças das vias urinárias, na gota (artritismo), cálculos, na prisão de ventre (laxante suave). É neutralizante dos ácidos do estômago e do sangue. MANEIRA DE PREPARAR: em infusão e decocção: 20 a 30 gramas das raízes ou folhas, para 1 litro de água. Para tomar no intervalo das refeições, duas a três vezes ao dia. NOME COMUM: Alteia (malvaisco). NOME BOTÂNICO: Althaeia officinalis. FAMÍLIA: Malváceas. GEOGRAFIA: Encontra-se, em especial, perto dos lugares húmidos, dos lagos e de outros locais. PARTES EMPREGADAS: Sobretudo a raiz, devendo ser colhida quando a planta tenha atingido suficiente plenitude. As raízes devem ser raspadas, até que fiquem brancas. As folhas também são usadas medicinalmente, assim como as flores. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Mucilagem, pectina, amido, sacarose, galactose, óleo, asparagina, ácido málico, matéria corante, albumina, sais diversos. PROPRIEDADES: Emoliente, laxante mucilaginoso, peitoral, anti-hemorroidal (nas hemorróidas inflamadas), na úlcera gástrica e intestinal, misturada com Alcaçuz. Misturada ainda com verbasco, tussilagem e alcaçuz, proporciona uma bela tisana na inflamação dos brônquios, na tosse, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Raiz: 25 a 30 gramas por 1 litro de água, em forma de cozimento, seguido de infusão durante 1 a 2 horas. Para tomar com mel ou açúcar, durante o dia, fora das refeições, 4 a 5 chávenas (xícaras) por dia. Folhas e flores: 20 gramas por litro. Infusão: 1 hora. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 21 NOME COMUM: Alquemila, Pé de leão. NOME BOTÂNICO: Alchemilla vulgaris L. FAMÍLIA: Rosáseas. GEOGRAFIA: Prados e pastagens húmidas de regiões montanhosas da Europa, América do Norte e parte sul da América do Sul. PARTES EMPREGADAS: Toda a planta, incluindo a raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém abundante tanino, assim como ácido salicílico e diversos ácidos gordos. PROPRIEDADES: Transtornos ginecológicos: a sua principal aplicação são as dores menstruais (dismenorreia) e o corrimento vaginal (leucorreia). Neste último caso aplica-se em irrigações vaginais. Problemas do aparelho digestivo: diarreia, colite crónica, gastrite, e também quando existe inapetência. Irritação da garganta: aplica-se por meio de gargarejos, além de ingerir a decocção. Feridas e úlceras cutâneas: em forma de compressas e lavagens. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: HISTÓRIA: A Alquemila já foi estudada por Dioscórides no século I d.c. Andrés de Laguna (séc. XVI), seu tradutor e comentarista, recomendava os banhos no cozimento desta planta para “apertar e cerrar as partes baixas”, garantindo que assim se restituía a virgindade perdida. O famoso médico espanhol prescrevia também a decocção para as mulheres porque “torna as tetas como maçãzinhas”. NOME COMUM: Amieiro negro. NOME BOTÂNICO: Rhamnus frangula L. FAMÍLIA: Ramnáceas. GEOGRAFIA: Europa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A casca, quando seca, contém glucofrangulina e frangulina, emodina e outros derivados glucósido. Constituintes activos condicionadores dos seus efeitos terapêuticos. A casca fresca ou recentemente cortada é de débil valor terapêutico, em relação à casca envelhecida, com mais de um ano, porque os elementos químicos da casca recente, considerados princípios activos, antroglucósidos e outros derivados, não apresentam o valor químico da casca seca, que, com a oxidação produzida à custa de um fermento chamado ramnus-diástese, forma os já mencionados glucósidos antraquinómicos. A oxidação natural transforma o glucósido glucofrangulina em franguloemodina. A dita oxidação dá origem a modificações que permitem que a casca (quando recente), em vez de vomitiva, se transforme em laxantecolagogo, de apreciado valor terapêutico. A transformação feita pelo fermento é muito lenta, levando quase um ano. Portanto a casca do Amieiro, quando verde, é vomitiva; quando seca, é laxativa e colagoga. As folhas do Amieiro possuem, além de outros elementos químicos, viatmina C. PROPRIEDADES: A casca seca é muito parecida com a Cascara sagrada (Rhamnus purshiana) da América do Norte. O seu principal emprego é na prisão de ventre crónica e na deficiência vesicular. MANEIRA DE PREPARAR: O cozimento da casca velha é a preparação mais activa: 2 a 4 gramas para 2 decilitros de água, fervendo 2 minutos, estando 1 a 2 horas de infusão, até arrefecer. Coar. Para tomar por duas vezes, metade em jejum e a restante metade ao deitar. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 22 NOME COMUM: Amor de Hortelão. NOME BOTÂNICO: Gallium aparine. FAMÍLIA: Rubiáceas. GEOGRAFIA: Margens dos rios e noutros locais. Encontramos esta planta nos arredores de Lisboa, incluindo Sintra e outros lugares. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém um glucósido, chamado asperulósido, substâncias sapónicas, vitamina C, sais. PROPRIEDADES: Antiescorbútica e diurética. Alguns Homeopatas empregamna nas formações nodulares da língua, considerando-a como anticancerosa. MANEIRA DE PREPARAR: 30 gramas por litro de água. Depois de ferver 2 minutos, deverá estar uma hora de infusão. Para tomar três chávenas (xícaras) por dia. Em Homeopatia, é empregada a tintura feita com a planta verde em álcool a 70 graus. É recomendada a infusão em lavagens à boca, no cancro (câncer) da língua e úlceras de mau carácter. NOME COMUM: Anémona hepática. NOME BOTÂNICO: Anemone hepatica L, Hepatica nobilis L. FAMÍLIA: Ranunculáceas. GEOGRAFIA: Cria-se em terrenos calcários e montanhosos de toda a Europa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém glicósidos, saponina e anemonol, substância tóxica quando a planta está fresca. PARTES EMPREGADAS: As folhas secas. PROPRIEDADES: Anti-inflamtória e descongestiva do fígado, pelo que se trata de mais um remédio a ter em conta no caso de afecções hepáticas (icterícias, hepatites, cirroses, etc). também é diurética. Externamente, utiliza-se como vulnerária e cicatrizante em caso de feridas e úlceras da pele. MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: maceração: prepara-se com 30 g de folhas secas num litro de água, durante 12 horas. Tomam-se 2 a 3 chávenas (xícaras) diárias, adoçadas com mel. Compressas: empapadas no líquido resultante da maceração. Aplicam-se sobre a zona da pele afectada. HISTÓRIA: As folhas desta pequena e linda planta, que parecem lembrar os lóbulos anatómicos do fígado, terão possivelmente inspirado os médicos renascentistas a utilizá-la nas doenças hepáticas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 23 NOME COMUM: Anis verde ou Erva doce. NOME BOTÂNICO: Pimpinela anisum L. FAMÍLIA: Umbelíferas. GEOGRAFIA: Existe aclimatada em Portugal e em outros países da Europa, crescendo espontaneamente. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os frutos contêm resina, clorofila, óleo essencial fixo. O cheiro do anis deve-se, especialmente, ao anetol e ao metil. Também contém produtos de oxidação, aldeído e pequenas quantidades de cetona, anísico (fenona). PROPRIEDADES: É expectorante, tónica e estomacal; activa a formação do leite às senhoras que amamentam; estimula a função menstrual e favorece a eliminação dos gases (às crianças e adultos). MANEIRA DE PREPARAR: Colhe de chá com sementes por chávena (xícara) com água fervente, estando 20 minutos de infusão, com o recipiente bem tapado, para não perder o aroma. A infusão pode ser enriquecida com outras sementes aromáticas. NOME COMUM: Anis estrelado. NOME BOTÂNICO: Ilicium anisatum L. FAMÍLIA: Magnoliáceas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A mesma do anis verde. PARTES EMPREGADAS: frutos (estrelas). PROPRIEDADES: Emprega-se nos mesmos casos do Anis verde. MANEIRA DE PREPARAR: a mesma indicada para o Anis verde. ATENÇÃO: Contra-indicada em diabéticos. NOME COMUM: Antenária. NOME BOTÂNICO: Antennaria dioica Gaerth. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Difundida pelos prados das montanhas de toda a Europa. Também se encontra na costa ocidental da América do Norte. PARTES EMPREGADAS: Os capítulos florais fêmeas (rosados) secos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta, mas especialmente os capítulos florais fêmeas, contêm mucilagem a que se deve a sua acção béquica (alivia a irritação da garganta), expectorante e anti-inflamatória sobre as vias respiratórias. Na sua composição também se encontram flavonóides. PROPRIEDADES: A sua principal aplicação são as afecções respiratórias: faringite e laringite (alivia o ardor e a irritação na garganta), tosse seca e catarros brônquicos (abranda a mucosidade e facilita a expectoração). Também se pode usar em disquinésias (vesícula preguiçosa ou atónica), em combinação com outras plantas sobre as vias biliares. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 30 a 40 g de capítulos florais fêmeas, secos por litro de água, da qual se tomam 3 ou 4 chávenas (xícaras) diárias, adoçadas com mel. Uso externo: gargarejos de 5 a 10 minutos, 3 vezes por dia, com a mesma infusão que se usa internamente, procurando não engolir o líquido. HISTÓRIA: Também conhecida como “pé de gato”, toda esta planta evoca a suavidade desse animal. As suas flores fazem lembrar a almofada que encobre as garras do feino. É usada desde o século XVIII. Durante algum tempo, atribuiram-lhe propriedades anticancerosas e curativas da tuberculose, que não puderam ser demonstradas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 24 NOME COMUM: Alquequenje. NOME BOTÂNICO: Physalis akekengi L. FAMÍLIA: Solanáceas. GEOGRAFIA: Cresce nas Europa Central e Meridional, assim como em regiões temperadas da América Central e do Sul. Cresce perto sas vinhas e dos bosques. PARTES EMPREGADAS: Os frutos (bagas). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As bagas são muito ricas em vitamina C (mais do que o limão), assim com em ácidos orgânicos (cítrico e málico), caroteno (provitamina A), fisalieno (corante vermelho), e apresentam indícios de alcalóides. PROPRIEDADES: Litíase urinária: favorece a dissolução dos cálculos de sais úricos e a eliminação de areias. Impedem que os sedimentos urinários se precipitem para formar novos cálculos. Gota e artrite úrica: facilitam a eliminação do ácido úrico (acção uricosúrica). MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: bagas frescas ou secas, à razão de 10 a 20 pela manhã, outras tantas ao meio dia. Decocção: de 50 a 100 g de bagas por litro de água, de que se tomam 3 ou 4 chávenas por dia. NOME COMUM: Arando ou uva do monte. NOME BOTÂNICO: Vacinium myrtillus. FAMÍLIA: Ericáceas. GEOGRAFIA: Habita em Portugal. É abundante na serra do Gerez e na serra de Sintra. Existe me vários países da Europa. Na Grécia e na Itália, somente nas montanhas elevadas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácido tânico, quercelina, arbulina, ácido quínico, ericolina (substância amarga, de natureza glucósida), vitamina C, açúcares, ácidos orgânicos e outros valiosos elementos químicos, permitindo efeitos terapêuticos valiosos em numerosas doenças. PROPRIEDADES: A arbustina, que é rica, permite que o Arando seja um bom desinfectante das vias urinárias, da bexiga e na colite em que haja putrefações, gases, etc. Também favorece a expulsão de pequenos vermes (oxiúros). É empregada há muitos anos nos diabetes, dando óptimo proveito nesta doença, especialmente nos casos menos graves. Os elementos químicos que contém são de efeito estimulante sobre a secreção mistilina pancreática. As folhas e também as bagas, possuem uma substância activa, que alguns autores classificam de insulina vegetal. A mistilina não é somente estimulante pancreática, como também actua à semelhança da insulina. Parece que a hidroquinona livre das folhas do Arando desempenha um grande papel na diminuição da taxa de glicose do sangue, o Arando tem também acção hemostática, servindo nos casos de hemorroidal com sangue, nas colites mucosas e sanguíneas, nas úlceras dos intestinos e estômago, diarreia, etc. Deve-se esse efeito à acção adstringente das folhas e bagas. MANEIRA DE PREPARAR: Podem ser usadas as folhas e as bagas conjuntamente na mesma preparação (cozimento). Dose: 1 colher de sopa cheia com folhas e algumas bagas, por chávena (xícara). Ferver 2 ou mais minutos. Infusão: 30 minutos a 1 hora. Coar. Três chávenas (xícaras) por dia, para tomar perto das refeições. Também é usada a tintura (20, 40 ou 50 gotas por dia) ou a alcoolatura: 30 gotas, duas vezes ao dia. É também utilizado nas flebites e outras doenças das veias. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 25 NOME COMUM: Arenária. NOME BOTÂNICO: Arenaria rubra ou Arenaria sperguliaria. FAMÍLIA: Cariofiláceas. GEOGRAFIA: Faz parte da flora Europeia e existe em diversas regiões do mundo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém princípios aromáticos, diuréticos e antisépticos. PROPRIEDADES: Emprega-se na cistite catarral, areias nos rins e bexiga, cólicas renais, cálculos. MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 40 gramas por litro de água. Cozimento de 2 minutos. Infusão: 1 a 2 horas. Coar. A planta seca tem mais propriedades. Também pode ser tomada em forma de xarope, tintura e extracto fluido. NOME COMUM: Argentina. NOME BOTÂNICO: Potentilla anserina L. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: Europa, salvo a costa mediterrânea. Comum em todo o continente americano. Encontra-se nos solos ricos e húmidos. PARTES EMPREGADAS: As folhas e as flores. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém tanino, flavonóides, ácidos orgânicos, colina, princípios amargos e glícidos. PROPRIEDADES: antiespasmódicas: acalma as cólicas, especialmente as intestinais, mas também as biliares e nefríticas. Emprega-se no caso de dismenorreia e espasmos uterinos. Antidiarreica: mostra-se muito eficiente nos casos de gastrenterite e diarreias infecciosas. Aperitiva e digestiva: abre o apetite e facilita a digestão. Externamente aplica-se em compressas sobre as hemorróidas, para desinflamálas e reduzir-lhes o tamanho. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 30 a 50 g de planta por litro de água. Tomar de 3 a 5 chávena (xícaras) diárias. Uso externo: compressas: aplicar a mesma decocção que se usa internamente, para empapá-las. Colocam-se sobre as hemorróidas durante 5 a 10 minutos, 2 ou 3 vezes ao dia. NOME COMUM: Arnica. NOME BOTÂNICO: Arnica montana L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Faz parte da flora portuguesa, sendo espontânea nas diferentes regiões das nossas províncias. Existe nas Américas central, Meridional e do Norte, Na Ásia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém matéria resinosa unida ao princípio aromático da planta; ácido gálico, goma, óleo corante azul, saponina e sais diversos. Substâncias heterosódicas flavónicas. PARTES EMPREGADAS: Capítulos e rizomas. PROPRIEDADES: Febres intermitentes, paralisia de origem cerebral (favorece a reabsorção dos derrames), debilidade geral, desinteria, tosse convulsa, etc. Exteriormente é utilizada para edemas em pomadas, gel ou compressas (atenção, se na região afectada tiver feridas ou escoriações da pele, não utilizar Arnica, mas sim a Calêndula officinalis, pois esta é para edemas com feridas). MANEIRA DE PREPARAR: Nos derrames cerebrais, sempre seguidos de paralisia, a tintura, usada internamente, 5, 10 a 20 gotas por dia, é por vezes um efeito prodigioso. Infusão das flores: 4 gramas por litro de água. NOTA: A tintura de Arnica, associada à tintura de Crataegus, é de excelentes efeitos terapêuticos sobre o coração e artérias. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 26 NOME COMUM: Assa fétida. NOME BOTÂNICO: Ferula assafoetida L. FAMÍLIA: Umbelíferas. GEOGRAFIA: Planta originária do continente asiático. Cresce especialmente no Irão (Irã), na Turquia e no Afeganistão, mas é conhecida em todo o mundo. PARTES EMPREGADAS: A goma ou resina que escorre do tronco e da raiz da planta. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo essencial sulfuroso, que lhe dá a sua fetidez. PROPRIEDADES: Antiespasmódico e sedativo. Alivia de forma imediata as cólicas, as flatulências e contorções intestinais. É também muito eficaz em caso de asma, tosse convulsa, espasmo da laringe com sensação de asfixia (o chamado crupe ou garrotilho) e palpitações nervosas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: lágrimas: a assa fétida apresenta-se em forma de grãos de goma, chamados “lágrimas”, de que se tomam até 8 por dia. Para atenuar o seu insuportável fedor, amassam-se com miolo de pão e engolem-se como uma pílula. Uso externo: enemas: contra os espasmos digestivos, é preferível aplicá-la em forma de enema (clister), que se prepara com uma infusão com 4 a 5 g de assa fétida em 2 litros de água a ferver. NOME COMUM: Artemísia (Artemísia verdadeira). NOME BOTÂNICO: Artemísia vulgaris L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Faz parte da flora Portuguesa e estrangeira. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém óleo volátil e princípio amargo. A essência contém cineol, além de outros elementos químicos. Encontram-se também pequenas quantidades de ademina e colina. PROPRIEDADES: Estimulante geral, estomáquica, febrífuga, anti-helmíntica, antiespasmódica e emenagoga, muito empregada nos acidentes nervosos. Externamente é empregada em lavagens e irrigações, úlceras e inflamações da vagina. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 10 a 15 gramas por litro de água. Coar. Para tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia. Não deve ser tomada havendo suspeita de gravidez. NOME COMUM: Ásaro. NOME BOTÂNICO: Asarum europaeum L. FAMÍLIA: Aristoloquiáceas. GEOGRAFIA: Ocorre nos bosques de árvores frondosas do continente europeu. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém asarina, que é um poderoso irritante das mucosas digestivas; óleo essencial, taninos, resinas e flavonóides. PARTES EMPREGADAS: As folhas e a raiz. PROPRIEDADES: Emético: pode-se usar para provocar o vómito em caso de intoxicação oral, dá bons resultados na intoxicação por álcool etílico. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 27 NOME COMUM: Aveia. NOME BOTÂNICO: Avena sativa L. FAMÍLIA: Gramíneas. GEOGRAFIA: Originária do Sul da Europa. A sua cultura estendeu-se aos cinco continentes. PARTES EMPREGADAS: A palha e os grãos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os grãos contêm 60 a 70% de amido e outros glícidos (hidratos de carbono); 14% de proteínas; 7% de lípidos (gorduras), entre os quais se encontra uma proporção significativa de lecitina; vitaminas do grupo B; ácido pantoténico; enzimas, minerais, sobretudo cálcio e fósforo; oligoelementos diversos; e um alcalóide (avenina). O farelo de aveia é rico em silício e em vitaminas A e B. PROPRIEDADES: Os grãos têm efeitos tonificantes e equilibradores sobre o sistema nervoso; é por isso que é indicada nos casos de depressão, nervosismo, insónia e esgotamento físico ou mental. Os que sofrem de stress ou impotência sexual. Problemas de gastrite, de colite e de outras afecções digestivas. O farelo de aveia tem efeito sedativo sobre o sistema nervoso, tanto ingerido por via oral em forma de infusão, como aplicado externamente na água do banho. Tem efeito redutor sobre o nível de colesterol no sangue. Esta diminuição afecta o colesterol chamado nocivo (LDL), enquanto que não influi sobre o colesterol protector ou “bom” (HDL), que, como recentemente se descobriu, actua evitando a arteriosclerose. MANEIRA DE PREPARAR: uso interno: os flocos (sementes prensadas) cozinhados com leite de soja ou caldo de hortaliça. Infusão: prepara-se com uma colher de sobremesa por chávena (xícara). Tomam-se duas a três chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: banho relaxante – a infusão serve também para acrescentar à água do banho na proporção de um litro por banheira de tamanho médio, com o que se obtém um efeito relaxante. NOME COMUM: Asclépia. NOME BOTÂNICO: Asclepias tuberosa L. FAMÍLIA: Asclepiadáceas. GEOGRAFIA: Planta originária da América do Norte, onde se cria em solos secos arenosos. Na Europa, cultivam-se algumas espécies similares como plantas ornamentais. PARTES EMPREGADAS: A raiz seca. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O princípio activo mais importante desta planta é a asclepiadina, um glicósido semelhante ao da dedaleira. Também contém óleo essencial, resina, amido, mucilagens e tanino. PROPRIEDADES: A raiz da planta possui um acentuado efeito expectorante e sudorífico. Associando-se a outros tratamentos, obtêm-se com esta planta bons resultados nos casos de catarro brônquico, bronquite aguda e crónica, e peneumonia. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de uma colherada de raiz seca e triturada por cada chávena (xícara) de água. Tomar 1 ou 2 chávenas (xícaras) por diárias. ATENÇÃO: As folhas e o caule podem produzir intoxicações se forem ingeridos frescos, devido a conterem um glicósido tóxico que desaparece com a secagem. Outras espécies: Asclepias curassavica L. Asclepias incarnata L. Asclepias speciosa Torr., Asclepias syriaca L. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 28 NOME COMUM: Aveleira. NOME BOTÂNICO: Corylis avelano. FAMÍLIA: Betuláceas. GEOGRAFIA: Nas regiões montanhosas da Europa e da América do Norte. Cultiva-se nos países mediterrânicos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A avelã contém óleo, com glicerídeos de ácido oléico, esteárico e palmítico. Possui também fitosterina, uma proteína (corilina), sacarose. A casca dos ramos contém igualmente, entre outros elementos químicos, matérias tânicas, um hidrocarboneto, etc. O pólen contém gordura, açúcar invertido e enzimas ou fermentos, amidose, etc.a avelã (fruto ou noz da avelã) contém, além do já referido óleo, vitaminas A, B e C. As folhas são ricas em tanino e outros elementos químicos. PROPRIEDADES: A avelã é um alimento de grande valor (gordura, azoto, proteínas, etc.). Em lavagens nas hemorróidas, hemorragias, corrimento vaginal, na cicatrização das feridas, em forma de loção e compressas. Parece que a avelã contém uma substância química que faz aumentar a tensão arterial, pelo que os hipertensos, na opinião de Naturopatas e especialistas, não deveriam usar este fruto, ao contrário dos que sofrem de tensão baixa (hipotensos). Quem tem prisão de ventre não deve usar a casca e as folhas da Aveleira, pois com o seu emprego aumentariam a obstipação. A avelã possui radioactividade, sendo útil nos pacientes que tenham cancro (câncer). MANEIRA DE PREPARAR: As folhas e as cascas usam-se em cozimento - 30 a 40 gramas por litro de água -, em lavagens nas hemorróidas, hemorragias, corrimento vaginal, na cicatrização das feridas, em forma de loção e compressas. NOME COMUM: Avenca (capilária). NOME BOTÂNICO: Adiantum capilus-veneris. FAMÍLIA: Polipodáceas. GEOGRAFIA: Faz parte da flora portuguesa (continente), existindo também nos Açores e em Cabo Verde. Encontra-se em lugares húmidos, nas fontes e poços. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui quantidade imponderável de essência, matéria tânica (tanino), mucilagem, um princípio amargo, etc. PROPRIEDADES: É usada para combater os catarros brônquicos e pulmonares, estando, por isso, indicada como peitoral (tosses, bronquites, etc). MANEIRA DE PREPARAR: Infusão da planta: 20 gramas por litro de água, adoçar com mel. Para tomar quente, às chávenas (xícaras), durante o dia. Uma mistura de Avenca com Pulmonária, Tussilagem e Verbasco constitui uma boa tisana, muito útil nas doenças do aparelho respiratório. Xarope de avenca: 200 gramas por 1 litro de água. Deixar ferver por algum tempo. Coar. Juntar quantidade de açúcar mascavado ou escuro em peso igual ao do conjunto obtido. Voltar a levar ao lume, fervendo alguns minutos. Juntar algumas colheradas de mel. Para tomar às colheres de sopa durante o dia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 29 NOME COMUM: Azedas. NOME BOTÂNICO: Rumex acetosa L. FAMÍLIA: Poligonáceas. GEOGRAFIA: Comum nos prados montanhosos de toda a Europa. Também se encontra nas regiões temperadas e frias do continente american. PARTES EMPREGADAS: As folhas e a raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém 1,3% de oxalato de potássio, assim como ácido oxálico, glicósidos antraquinónicos em pequena quantidade, vitamina C e sais de ferro. PROPRIEDADES: Aperitiva, antiescorbútica, refrescante e tonificante. Facilita a digestão. Recomendável aos debilitados por doenças infecciosas e aos anémicos. Emoliente e cicatrizante em aplicação externa: alivia o acne e as erupções cutâneas. O seu sumo (suco) fresco limpa as úlceras e as feridas infectadas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: 30 g de folhas por litro de água, á razão de 2 a 3 chávenas (xícaras) diárias. Uso externo: loção de sumo (suco) fresco sobre a zona da pele afectada. Cataplasmas de folhas cozidas. ATENÇÃO: Não exceder as doses indicadas. Se se comerem fervidas, aconselha-se a deitar fora o caldo, pela grande quantidade de ácido oxálico que contém. Evitar usar em caso de gota, artrismo ou litíase renal. NOME COMUM: Alface. NOME BOTÂNICO: Lactuca sativa. FAMÍLIA: Compositae. GEOGRAFIA: Originária da Ásia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O suco contém vitaminas A, B e C, sais minerais, albumina, asparagina, lactucina. PARTES EMPREGADAS: As folhas. PROPRIEDADES: Sedativas, digestivas, acalma as palpitações e alivia os reumáticos. NOME COMUM: Amendoim. NOME BOTÂNICO: Arachis hipogaea. FAMÍLIA: Leguminosae. GEOGRAFIA: Medra no Brasil e trópicos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A semente de amendoim tem aproximadamente 44% de óleo, 20% de carbonatos, tanino, ácido araquídico, minerais. PARTES EMPREGADAS: A semente. PROPRIEDADES: Indicado como afrodisíaco, digestivo, combate anemia, e estados de desnutrição. NOME COMUM: Abacaxi. NOME BOTÂNICO: Ananas sativus L. FAMÍLIA: Bromeliáceas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ferro, tanino, cálcio, glicose, vitaminas A, B, C, E e potássio. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: Diurético, vermífugo e digestivo. MANEIRA DE PREPARAR: usado nas refeições para facilitar as digestões. ATENÇÃO: Em excesso provoca pruridos, urticária e eczema. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 30 NOME COMUM: Abio, Caimito do peru, Abiu, abi-iba. NOME BOTÂNICO: Lacuma caimito FAMÍLIA: Sapotaceae. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, sais, óleo, glucose. PARTES EMPREGADAS: fruto, folhas. PROPRIEDADES: Tónico, antidiarreico, cicatrizante, útil nas afecções biliares. MANEIRA DE PREPARAR: infusão das folhas ou o suco do fruto. NOME COMUM: Abricó do Pará. NOME BOTÂNICO: Mammea americana FAMÍLIA: Gutiferaceae. PARTES EMPREGADAS: frutos, brotos, resina, casca, raiz. PROPRIEDADES: Insecticidas, digestivos, cicatrizantes, antielméticos e febrífugos. MANEIRA DE PREPARAR: A polpa dos frutos é consumida crua, em compota ou em marmelada. Com os brotos fermentados é preparada a bebida vinhosa “Toddy” ou “Momin”. NOME COMUM: Acerola, Cereja das Antilhas. NOME BOTÂNICO: Malphighia coccifera. FAMÍLIA: Malphihiaceae. GEOGRAFIA: Originária da América do Sul e Antilhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Vitamina C. PARTES EMPREGADAS: O fruto e as folhas. PROPRIEDADES: Antidesintérico, diurético e antifebril. Aumenta a imunidade. NOME COMUM: Alcaparra. NOME BOTÂNICO: Capparis spinosa FAMÍLIA: Capparidaceae. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: princípios amargos PARTES EMPREGADAS: Flores, fruto. PROPRIEDADES: Aperitivas, diuréticas, age nas cloroses e nas caquexias. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão da casca. Usada como condimento conservado em vinagre. NOME COMUM: Amêndoa da Índia. NOME BOTÂNICO: Terminalia catappa FAMÍLIA: Combretaceae. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, óleo denominado “sebo de Catappa”. PARTES EMPREGADAS: As amêndoas. PROPRIEDADES: Antidesintérica, antifebril, hepática e diurética. ATENÇÃO: O excesso de consumo das amêndoas cruas provoca diarreia sanguinolenta. NOME COMUM: Andá-açu. NOME BOTÂNICO: Joannesia princeps. FAMÍLIA: Euphorbiaceae. GEOGRAFIA: Nativa nas guianas, Pará, Bahia, São Paulo e Minas Gerais. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes contêm Johanesina, considerada venenosa. Contém substância amarga, tanino. PROPRIEDADES: É usada com cautela em doses mínimas como diurético, cicatrizante e antidiarreico. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 31 NOME COMUM: Araçá. NOME BOTÂNICO: Psidium grandifolium. FAMÍLIA: Myrtaceae. GEOGRAFIA: Arbusto nativo de Angola, encontrado aclimatado nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácidos, glucose, tanino, sais minerais, vitamina C. PARTES EMPREGADAS: frutos e folhas PROPRIEDADES: Antiescorbútico, diurético e antidiarreico. NOME COMUM: Abutua grande. NOME BOTÂNICO: Chondodendron platyphyllum. FAMÍLIA: Menispermaceae. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Alcalóides (beberina, buxina, chondodendrina, condrofolina, curina, isobeberina, isochondodendrina, isococlaurina, pelosina, dtubocurarina) e mucilagens. PARTES EMPREGADAS: Raízes e a casca do caule. PROPRIEDADES: Usada no tratamento das cólicas renais resultantes de processos litiásicos (afecções das vias biiares) e menstruação, dispepsia, Prisão de ventre, dores de origem reumática, anemia carencial, quadros febris. O seu uso externo é indicado no tratamento de varizes. Tem uma acção diurética potente. ATENÇÃO: Pode provocar aborto. O seu uso indiscriminado pode levar à morte, por isso não deve ser usado sem a consulta de um especialista. NOME COMUM: Azevinho. NOME BOTÂNICO: Ilex aquifolium L. FAMÍLIA: Aquifoliáceas. GEOGRAFIA: Comum nos bosques frondosos (soutos, faiais) da Europa. Também se encontra nas regiões montanhosas e frias da América do Norte e do Sul. Cultiva.se para fins ornamentais. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm ilicina, teobromina (substância semelhante à cafeína, que também se encontra no cacaueiro), dextrose, ácidos ursólico e iléxico, rutina, resina e sais minerais (especialmente de potássio e magnésio). PROPRIEDADES: Anti-reumáticas: pelo seu efeito depurativo, recomenda-se o azevinho aos artríticos e reumáticos, para limpar o sangue dos produtos ácidos dos resíduos do metabolismo. Febrífugas e sudoríficas: por isso se emprega para baixar a febre, especialmente em caso de gripe, catarro ou bronquite. Diuréticas e laxantes: tem em conjunto uma acção depurativa sobre o organismo, pois estimulam todas as funções de eliminação. Tonificantes do coração e estimulantes, devido ao seu conteúdo em obromina, cujos efeitos são semelhantes aos da cafeína. A casca tem sido usada para evitar os ataques epilépticos, ainda sem fundamento científico. Em geral, o azevinho é pouco usado como planta medicinal, pois requer um doseamento muito preciso e, mesmo assim, pode provocar náuseas e intolerância gástrica. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção ou infusão com 40-60 g de folhas por litros de água, do qual se tomam, com um pouco de mel, até três chávenas por dia. ATENÇÃO: As bagas vermelhas são muito venenosas. Provocam náuseas fortes, vómitos e diarreia; em grandes doses, provocam convulsões e inclusive a morte. As crianças são particularmente susceptíveis de intoxicar-se com estas bagas atraentes que, no entanto, servem de alimento aos animais do bosque. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 32 NOME COMUM: Aloé, Babosa. NOME BOTÂNICO: Aloe vera (L.) Webb.; Aloe barbadensis Miller FAMÍLIA: Liliáceas. GEOGRAFIA: Originário do Sl de África, mas expandido pelas regiões quentes e desérticas da América (Antilhas e América Central) e Ásia. Em Portuga foram introduzidas cerca de 5 espécies, algumas das quais bem representadas nos arredores de Lisboa, principalmente na margem direita do rio Tejo. PARTES EMPREGADAS: O suco das folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Das suculentas folhas obtém-se dois produtos principais: o azebre e o gel de aloé. O azebre: ao cortar a superfície das folhas da diversas espécies de aloés, obtêm-se um suco viscoso de cor amarela e sabor amargo, que se concentra ao calor do sol, ou por ebulição. Transforma-se assim numa massa amorfa de cor escura e sabor muito amargo, que é o azebre. O azebre contém de 40 a 80% de resina, e até 20% de aloína, glicósido antraquinónico que é o seu princípio activo. O gel ou suco de aloé: obtêm-se da polpa das suas folhas carnudas, que deitam um suco pegajoso, quase transparente e de sabor insípido. A ela se deve a fama que o gel de aloé tem adquirido nos últimos anos, especialmente pela sua acção curativa sobre a pele. É formada por uma mistura complexa de mais de 20 substâncias, como polissacáridos, glicósidos, enzimas e minerais. Contém acemanan, uma substância imunoestimulante (que aumenta as defesas). PROPRIEDADES: O azebre tem as seguintes aplicações: Até 0,1 g é aperitivo, estomacal e colagogo, facilitando a digestão; a partir de 0,1 g, actua como laxante e como emenagogo (aumenta o fluxo menstrual); Doses de 0,5 g (máximo diário), actua como purgante energético e também ocitócico (provoca contracções uterinas). Aplicado ocalmente, são muitas as afecções sobre as quais o aloé pode exercer efeitos benéficos. As mais inportantes são as seguintes: Feridas, quer sejam limpas quer infectadas. O suco aplica-se em compressas, embora também se possa colocar directamente a polpa da folha sobre a ferida. Facilita a limpeza da ferida e acelera a sua cicatrização, reduzindo, além disso, a cicatriz. Queimaduras: o gel ou suco aplica-se em compressas durante os dias seguintes à queimadura. Em queimaduras de primeiro grau, bastam dois ou três dias de aplicação. Em casos mais graves, convém consultar um especialista. O aloé consegue acelerar a regeneração da pele danificada e reduzir ao mínimo a cicatriz. Têm-se obtido bons resultados nas queimaduras cutâneas causadas por radiações ionizantes, assim como na radiodermite (afecção da pele causada pelas radiações). Afecções da pele: o suco de aloé aplicado em loção tem uma acção favorável em casos de psoríase e eczemas da pele, assim como na acne, pé de atleta (infecção por fungos) e herpes, entre outras. Para reforçar o efeito, recomendase tomá-lo também por via oral. Nas crianças, a loção do suco de aloé emprega-se no tratamento do eczema causado pelas fraldas, e para alliviar a comichão (coceira) e facilitar a cicatrização da pele nas doenças exantemáticas como o sarampo, a rubéola e a varicela. Beleza da pele: o aloé revitaliza a pele, conferindo-lhe uma maior pureza, resistência e beleza. Aplicado sobre a pele, melhora o aspecto das cicatrizes inestéticas e das estrias. Também se emprega no cuidado do cabelo e unhas. Ingerido por via oral, o suco de aloé é depurativo e tonificante. Emprega-se como digestivo e também no tratamento da úlcera gastroduodenal. NOTA: Verificou-se experimentalmente que o acenaman contido no suco de aloé tem a faculdade de estimular as defesas do organismo. O seu uso por via Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 33 interna activa os linfócitos, células que, entre outras funções, têm a de destruir as células cancerosas, assim como aquelas que tenham sido infectadas pelo vírus da SIDA (HIV). Por isso está a ser investigado o seu emprego nestas duas pragas dop nosso tempo, sem que, até ao momento, se tenham podido obter resultados concludentes. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: azebre: utiliza-se em forma de cápsulas preparadas farmaceuticamente. Como laxante ou purgante, o azebre do aloé actua lentamente, pelo que se administra à noite para obter o efeito no dia seguinte. Gel ou suco de aloé: tomam-se 1 a 2 colheres de sopa, 3 ou 4 vezes ao dia, dissolvidas em água., suco de frutas. Normalmente, toma-se com as refeições. Em caso de úlcera gastroduodenal, recomenda-se tomá-la meia hora antes de cada refeição, e antes de se deitar para dormir. Uso externo: compressas com o suco: devem-se manter durante todo o dia, humedecendo-as com suco cada vez que sequem. À noite pode aplicar-se um creme hidratante, pois o suco de aloé resseca a pele. Loção com suco de aloé: aplica-se 2 ou 3 vezes por dia sobre a pele afectada. Convém combinar o seu uso com o de algum emoliente (suavizante). Cremes, unguentos e outros preparados farmacêuticos à base de aloé. Em queimaduras solares pode aplicar-se pulvizando diluido em água. PRECAUÇÕES: O suco de aloé é contra-indicado ao grupo sanguíneo “0”. O gel ou o suco de aloé pode provocar reacções alérgicas, quando se aplica sobre a pele. Uma de cada 200 pessoas, aproximadamente, é alérgica ao aloé. Se, poucos minutos depois de espalhar umas gotas de suco de aloé sobre a pele das costas, aparecer um ligeiro rubor e comichão (coceira), é sinal de alergia ao cacto: ter-se-á de recorrer a outro remédio. O azebre não deve ser utilizado como purgante pelas mulheres durante a menstruação, nem pelas grávidas, pois provoca congestão dos órgãos pélvicos e contracções uterinas. Também não é recomendável para quem sofra de hemorróidas (pode fazê-las sangrar). Não se deve administrar às crianças. Não exceder a dose de 0,5 g por dia. NOME COMUM: Acónito. NOME BOTÂNICO: Aconitum napellus L. FAMÍLIA: Ranunculaceae. GEOGRAFIA: É originária da Europa e encontrada com maior frequência na Península Ibérica, bem como nas montanhas da Europa Central, Suécia e Noruega. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Alcalóides (aconina, aconitina, napelina, picroaconitina), glicósidos flavónicos (luteolina, apigenina), inositol, ácido aconítico, manitol, amido e resinas. PARTES EMPREGADAS: As raízes e as folhas. PROPRIEDADES: usada somente em Homeopatia sem ter problema de toxicidade. ATENÇÃO: Se for ingerida em grande quantidade, principalmente quando verde, poderá causar efeitos extremamente tóxicos. NOTA: Usada em Homeopatia em doses altas para pessoas que têm medo de morrer (ver Matéria Médica Homeopática). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 34 NOME COMUM: Actea. NOME BOTÂNICO: Actaea spicata L. FAMÍLIA: Ranunculaceae. GEOGRAFIA: Originária da Europa Central e Meridional. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém cimicifugina, protoanemonina (sementes) e resinas. PARTES EMPREGADAS: As raízes e a planta seca são utilizadas. PROPRIEDADES: Pode ser usada como auxiliar no tratamento das asma brônquica e de infecções das vias aéreas superiores. Também tem acção cardiotónica. ATENÇÃO: O seu uso empírico é contra-indicado, pois há possibilidade de ocorrer envenenamento grave. Os frutos sã venenosos. NOME COMUM: Agoniada, Jasmim manga, quina mole. NOME BOTÂNICO: Plumeria lancifolia. FAMÍLIA: Apocynaceae. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Glicósidos (agoniadina), plumerina e ácido plumeritânico. PARTES EMPREGADAS: A casca. PROPRIEDADES: Usada nas cólicas menstruais, quadros febris, prisão de ventre, asma brônquica, bronquite crónica, bem como em estados de ansiedade. Outro sítio de acção é o sistema linfático (nos casos de linfadenopatias). NOME COMUM: Amor do campo. NOME BOTÂNICO: Desmodium diureticum. FAMÍLIA: Leguminosae papillionaceae. PARTES EMPREGADAS: As folhas. PROPRIEDADES: Usado na prisão de ventre, bronquite crónica e asma brônquica. Externamente é usada na herpes simples e outras moléstias da pele. É conhecido o seu efeito diurético, anti-inflamatório e regulador das funções intestinais. NOME COMUM: Angelicó. NOME BOTÂNICO: Aristolochia brasiliensis. FAMÍLIA: Aristolochiaceae. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácido aristoláquico, ácido aristidínico, ácido aristínico, ácido cimbífero, aristoloquina, cimbiferina, cassauína, terpenos, esteróides, lignanas, alcalóides, taninos, mucilagens e resinas. PARTES EMPREGADAS: As raízes, o caule e as folhas. PROPRIEDADES: usada em quadros de ansiedade, anorexia, febris (raiz), dores reumáticas, distúrbios gastrointestinais (folhas e raiz) e parasitoses intestinais. ATENÇÃO: Pode provocar o aborto. NOME COMUM: Assa peixe. NOME BOTÂNICO: Bohemeria caudata. FAMÍLIA: Urticaceae. GEOGRAFIA: Nativa do Brasil, desenvolvendo-se bem nos estados da Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de janeiro e São Paulo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Alcalóide, flavonóides (velutina, genkwanina), glicósidos, óleo essencial e sais minerais. PARTES EMPREGADAS: As folhas. PROPRIEDADES: Casos de gripe, bronquite, asma brônquica e cálculos renais. Externamente é indicado em hemorróidas. E tem acção diurética. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 35 NOME COMUM: Alga laminária, laminária. NOME BOTÂNICO: Laminaria saccharina Lam. FAMÍLIA: Laminariáceas. GEOGRAFIA: Cria-se nas rochas submarinas das costa atlântica da Europa e da América do Norte. PARTES EMPREGADAS: O talo (corpo da alga). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém alginatos (gelatina vegetal que se obtém das algas), glícidos (hidratos de carbono), minerais (especialmente iodo, cálcio e sódio), e vitaminas A e B. PROPRIEDADES: Os alginatos possuem a capacidade de aumentar até seis vezes o seu volume quando absorvem água. Por isso, no estômago, produzem uma sensação de saciedade, que se torna muito útil para acalmar o apetite nos tratamentos contra a obesidade. Também se usam em ginecologia para dilatar o colo do útero, colocando no seu interior um fragmento de alga devidamento esterilizado. São tonificantes e estimulantes do metabolismo, pelo seu conteúdo em iodo. Por isso se recomenda aos obesos e àqueles que sofrem de hipotiroidismo. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: como acompanhamento de saladas e diversos pratos cozinhados. Decocção com 30 g de algas em 200 ml (um copo) de água, que se põe a ferver durante uns 5 minutos, e se toma antes de cada refeição. Pode-se ingerir só o líquido, só as algas, ou ambas as coisas ao mesmo tempo. Existem diversos preparados farmacêuticos à base de algas, cujo emprego e dosificação vêm indicados nos respectivos folhetos informativos. NOME COMUM: Alga vesiculosa, Bodelha. NOME BOTÂNICO: Fucus vesiculosus L. FAMÍLIA: Fucáceas. GEOGRAFIA: Rochas e praias da costa atlântica europeia, desde a Noruega até à Península Ibérica, onde abunda especialmente nas rias galegas e na foz do rio Tejo. Frequente nas praias de toda a costa portuguesa. PARTES EMPREGADAS: O talo (corpo da alga). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: a alga seca contém cerca de 65% de glícidos, entre os quais se destaca o ácido algínico (12 a 18%) e a fucoidina (polissacárido mucilaginoso); 15% de sais minerais, especialmente iodo, assim como potássio e bromo; 5% de proteínas e 1 a 2% de lípidos. Também contém carotenos e vitaminas A, B, C e E. é possívelq que contenha ainda pequenas quantidades de vitamina B12. Iodo e iodetos orgânicos: 150 mg por quilograma de alga (para obter esta mesma quantidade de iodo da água do mar, seriam precisos uns 3000 litros). PROPRIEDADES: A alga tem propriedades antiescorbúticas, nutritivas, remineralizantes, depurativas e laxantes suaves; mas actua sobretudo ajudando o emagrecimento, reduzindo a celulite, e tonificando a glândula tiróide. Absorvente e anorexgénia(tira a fome): têm a faculdade de absorver a água numa quantidade de de até seis vezes o seu próprio peso. Graças a esta propriedade, incham o estômago e produzem sensação de saciedade. Deste modo torna-se um remédio de grande utilidade no tratamento da obesidade causada por bulimia (excesso de apetite). Digestiva: Absorve o suco gástrico, diminuindo a acidez. Convém em caso de gastrite e refluxo esofágico, hérnia do hiato, e outras causas de pirose ou hiperacidez. Nutritiva, remineralizante e antiescorbútica: fornece sais minerais, vitaminas, proteínas e outros elementos nutritivos, os quais evitam que, durante as curas de emagrecimento prolongadas, se produzam estados carenciais ou de desnutrição. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 36 Laxante suave: a acção desta alga contra a obesidade é forçada pelo seu efeito ligeiramente laxante e emoliente, devido à sua grande riqueza em mucilagem. Tonificante da tiróide: esta alga possui uma elevada concentração de iodo e de iodetos orgânicos. O iodo torna-se imprescindível para que a glândula tiróide produza a tiroxina, hormona que facilita a combustão dos nutrientes que ingerimos e activa assim o metabolismo. Pelo seu conteúdo em iodo orgânico, utiliza-se como tratamento complementar di hipotiroidismo, associado ou não ao bócio. Nestes casos, recomenda-se o conselho de um especialista. A alga pode tomar-se por via oral em qualquer das suas formas de preparação. Além disso podem-se aplicar sobre o pescoço compressas empapadas com a sua decocção. Emoliente: em aplicação externa sobre a pele, sob a forma de compressas ou de cataplasmas, a alga é suavizante e anti-inflamatória, favorece a eliminação de cloretos e ajuda a reduzir o volume do tecido adiposo. Tudo isto a torna muito útil em caso de celulite, rugas, estrias e flacidez da pele. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: alga fresca: come-se à maneira de verdura, embora o seu sabor não agrade a toda a gente. Decocção ou infusão de extracto seco da alga, à razão de 15-20 g por litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia. Pó: administra-se em cápsulas. A dose habitual é o 0,5-2 g de uma a três vezes ao dia. Nas curas de emagrecimento, deve tornar-se de qualquer das formas indicadas, quinze minutos antes das refeições. Assim consegue-se que exerça uma maior acção anorexigénia (que tira o apetite). Nos restantes casos, pode-se tomar com a refeição ou depois da mesma. Uso externo: compressas empapadas no liquido da decocção, aplicadas quentes sobre as zonas afectadas, 2 ou 3 vezes ao dia, durante 10 a 15 minutos. Cataplasmas preparadas com a alga fresca, previamente aquecida numa caçarola com água. Aplicam-se quentes sobre a pele afectada durante 10 a 15 minutos, 3 ou 4 vezes por dia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 37 NOME COMUM: Aristolóquia, Cipó mil homens. NOME BOTÂNICO: Aristolochia clematitis L. FAMÍLIA: Aristoloquiáceas. GEOGRAFIA: Frequente nos vinhedos e terrenos cálcarios da Europa Central e Meridional. Ocasionalmente também se encontra em algumas zonas temperadas da América. PARTES EMPREGADAS: As folhas com as flores e a raiz seca. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A planta contém ácido aristolóquio e aristoloquina, im alcalóide tóxico semelhante à colquicina; além de óleo essencial, tanino, resina e um princípio amargo. PROPRIEDADES: Aplicada internamente possui propriedades emenagogas (estimula a menstruação) e ocitócicas (estimula a contracções uterinas durante o parto). Também tem sido usada em casos de artrite e reumatismo. Actualmente apenas se recomenda em aplicação externa, pelas suas propriedades vulnerárias (cura feridas e contusões) e cicatrizantes. Está indicada nas úlceras varicosas, bolhas dos pé e unhas encravadas. Tem se tem utilizado contra mordeduras de serpentes, ainda que com resultados duvidosos. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 30 g de folhas com flores e/ou raiz seca (a raiz fresca é muito tóxica). A dose diária é de 1 ou 2 chávenas (xícaras). Uso externo: compressas: a mesma decocção do uso interno também se aplica sobre a zona afectada por meio de compressas de algodão. PRECAUÇÕES: Não se deve usar a raiz fresca, já que assim é muito tóxica. Não deve ser usada internamente senão sobre estricta vigilância de um especialista. Em doses altas torna-se abortiva. HISTÓRIA: Hipócrates já utilizava esta planta nos partos difíceis, há quase 2500 anos. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 38 NOME COMUM: Algodoeiro. NOME BOTÂNICO: Gossypium herbaceum L. FAMÍLIA: Malváceas. GEOGRAFIA: Planta originária da Ásia, embora se encontre cultivada nas zonas quentes de quase todo o mundo. PARTES EMPREGADAS: As folhas, as flores, assementes e a casca da raíz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os filamentos das sementes do algodoeiro, o algodão, são praticamente celulose pura, com uma finíssima camada de substâncias gordas e de ácidos orgânicos. As sementes contêm 20% de óleo rico em ácidos gordos poliinsaturados. As folhas das flores do algodoeiro são ricas em mucilagens. PROPRIEDADES: As folhas e as flores têm propriedades emolientes (calmantes da pele e mucosas inflamadas) e peitorais. Utilizam-se em infusão nos casos de catarro brônquico, para amolecer as secreções e desinflamar as vias respiratórias. Também são úteis no caso de disenteria ou de colite, pelo seu efeito emoliente e anti-inflamatório sobre a mucosa intestinal. A casca da raiz estimulam as contracções uterinas. Antigamente administrava-se nos partos difíceis, e também para fazer parar as hemorragias uterinas, pois contraindo o útero impedem-no de continuar a sangrar. Possui também efeito emenagogo, isto é, provoca e ajuda a menstruação. As sementes sáo recomendáveis para quem sofra de excesso de colesterol no sangue. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: óleo das sementes: usa-se em diversos preparados farmacêuticos e alimentares. Infusão com as flores e as folhas, na proporção de 10 g por litro de água. É costume acrescentar-se também um punhado de sementes. Tomam-se 3 a 4 chávenas (xícaras) diárias. NOTA: O algodão é a fibra têxtil mais saudável e de maior utilidade.é ideal para peças de roupa interior, que estão em contacto directo com a pele. É com esta fibra que se fabrica o algodão hidrófilo, indispensável no tratamento de feridas e para aplicação dos mais diversos produtos cosméticos ou medicinais sobre a pele. As tradicionais ligaduras de algodão continuam a ser as mais higiénicas e de mais fácil utilização. NOME COMUM: Açucena, Lírio branco. NOME BOTÂNICO: Lilium candidum L. FAMÍLIA: Liliáceas. GEOGRAFIA: Planta ornamental procedente da Ásia, embora se ache aclimatada à Europa e à América. PARTES EMPREGADAS: As flores e o bolbo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O bolbo e as flores contêm diversas substâncias aromáticas. Óleo essencial. PROPRIEDADES: Aplicada localmente, possuí uma acção emoliente importante (calmante da pele e das mucosas inflamadas), cicatrizante e anti-séptica. O óleo de açucena é um bom remédio para queimaduras, gretas dos mamilos e eczemas. Também dá bons resultados em casos de otite ou dores nos ouvidos, aplicando umas gotas no canal auditivo. Com os bolbos cozidos em água e esmagados, prepara-se um cataplasma muito eficiente para amadurecer abcessos e furúnculos. MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: óleo de açucena: obtém-se macerando as pétalas de 10-12 flores num litro de azeite (de oliveira), durante 9 dias. De três em três dias, filtra-se o azeite e acrescentam-se novas pétalas. Cataplasmas: cozem-se 100-200 g de bolbos durante 10-15 minutos. Depois de esmagados, colocam-se sobre um pano de agodão e aplicam-se quentes, sobre a zona afectada, durante 15-30 minutos. Esta cataplasma pode aplicar 2 ou 3 vezes por dia, até se conseguir o amadurecimento do abcesso ou furúnculo. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 39 NOME COMUM: Amor perfeito bravo. NOME BOTÂNICO: Viola tricolor L. FAMÍLIA: Violáceas. GEOGRAFIA: Comum em terrenos baldios de montanha, prados e searas de toda a Europa. Em Portugal,abunda desde Trás-os-Montes até ao Baixo Alentejo. Naturalizado na América. PARTES EMPREGADAS: A planta florida, de preferência seca. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém mucilagens, taninos, flavonóides, saponinas, ácido salicílico e vitamina C. PROPRIEDADES: Diuréticas e depurativas. Laxantes, febrífugas (baixam a febre), sudorífico, ligeiramente antitússico e fluidificante do sangue. A aplicação mais importante do amor perfeito bravo são as afecções cutâneas. Actua tanto no interior do organismo, depurando o sangue dos resíduos tóxicos que intoxicam a pele, como no exterior, pela sua acção cicatrizante e antiinflamatória. Emprega-se com éxito em todos os tipos de eczemas, inclusive no dos lactentes (crostas de leite); nas erupções alérgicas, acne, impetigo, infecções diversas, dermatose senil (atrofia da pele dos idosos), psoríase e herpes. Usa-se em loções e lavagens como cosmético, contra a secura, as estrias e as rugas da pele. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 40 ou 50 g de planta seca por litro de água, durante 10 minutos. Tomam-se 3 chávenas (xícaras) diárias. Às crianças dá-se a beber 10 a 20 ml por quilo de peso por dia, dessa mesma infusão. Não tem perigo de toxicidade. Uso externo: loções e lavagens com a mesma infusão de uso interno. NOME COMUM: Açafroa, açafrão bastardo. NOME BOTÂNICO: Carthamus tinctorius L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Planta originária da região mediterrânea, embora se tenha cultivado em toda a Europa e na América. Hoje é uma planta silvestre nas regiões onde se cultivava. PARTES EMPREGADAS: As flores e os frutos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores contêm diversos pigmentos de tipo glicosídico, entre os quais a cartamina é o mais importante. Os frutos são muito ricos em óleo, compostos dos ácidos linoleico, oleico, e em menores quantidades, palmítico e esteárico. Ácidos gordos insaturados. PROPRIEDADES: As flores são sudoríficas e diuréticas. Usam-se nos casos de gripe ou constipação (resfriados). O óleo tem um forte efeito purgativo e baixam o níve de colesterol no sangue. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão de 60 g de flores por litro de água. Tomam-se 1 ou 2 chávenas (xícaras) por dia. Óleo: uma colher de sobremesa em jejum, tem efeito purgativo. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 40 NOME COMUM: Bardana ou Pegamassa. NOME BOTÂNICO: Arctium lappa L.; Lappa major e lappa menor L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Existe mais ou menos em todas as regiões de Portugal, particularmente no Norte, fazendo parte das diferentes floras da Europa, Oriente. PARTES EMPREGADAS: A raiz e as folhas verdes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: a raiz da Bardana contém: inulina (princípio hidrocarbonado, nada tendo a ver com a insulina), pequenas quantidades de essência, ácido pálmico, fitosterina, um hidrocarbono de 26 átomos de carbono, diversos sais, matéria cero-oleaginosa esverdeada, um glucósido: a arctione, com propriedades anti-infecciosas, comportamento fitoterápico com semelhança aos antibióticos de acção electiva sobre estafilococos e estreptococos, na opinião de alguns Naturopatas e especialistas. PROPRIEDADES: Tem acção sobre a vesícula, possuí propriedades depurativas, sudoríficas, diuréticas, etc. Está indicada na insuficiência hepato-vesicular, na furunculose, reumatismo, doenças da pele (incluindo o eczema e a psoríase), adjuvante nas preparações anti-sifiliticas. MANEIRA DE PREPARAR: A planta quando fresca, reúne os seus melhores valores terapêuticos; quando seca, perde muita das suas propriedades. Quando estabilizada sob a acção dos vapores de álcool quente, e outras formas, a planta não perde as suas propriedades curativas. Cozimento: 50 a 60 gramas da raiz para 1 litro de água. Para tomar às chávenas (xícaras), duas, três ou quatro por dia, fora das refeições. NOME COMUM: Barosma. NOME BOTÂNICO: Barosma betulina Thumb. FAMÍLIA: Rutáceas. GEOGRAFIA: Planta oriundada África do sul, que também se desenvolve na América do Sul. É conhecida na Europa. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm um óleo essencial (diosfenol), que é o seu princípio activo mais importante. PROPRIEDADES: Diurética, anti-séptica urinária e como anti-inflamatória dos órgãos genitais e urinários, especialmente da bexiga e da próstata. É uma das plantas mais eficientes para tratar as doenças inflamatórias dos órgãos urinários. Indicada em: Pielonefrite (inflamação da cavidade do rim). Cistite: alivia rapidamente a comichão (coceira) e a dor que se sente ao urinar. Uretrite (inflamação da uretra ou canal da urina), seja ou não de origem venérea (blenorragia). Regenera a mucosa urinária e faz desaparecer os incómodos. Dá resultado, tanto tomada em infusão como aplicada em lavagens à uretra. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 50 g de folhas por litro de água. Ingerem-se 3 chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: lavagens à uretra: com a mesma infusão que se aplica no uso interno podem fazer-se lavagens à uretra, no caso de uretrite. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 41 NOME COMUM: Baunilha. NOME BOTÂNICO: Vanilla planifolia Andrews FAMÍLIA: Orquídeas. GEOGRAFIA: Originária do México, a sua cultura desenvolveu-se por outras regiões tropicais da América (Colómbia, Venezuela, Antilhas), África (Madagáscar) e Ásia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O princípio activo é o vanilosido, glicósido, que durante o processo de dissecação dá lugar à vanilina. PARTES EMPREGADAS: O fruto (vagem) antes de amadurecer. PROPRIEDADES: Estomacais e digestivas, coleréticas (aumenta secreção da bílis), é um estimulante suave, e, segundo alguns, um afrodisíaco. HISTÓRIA: Os Astecas do México usavam a baunilha desde tempos muito remotos, como aromatizante para a sua bebida favorita, feita à base de grãos de cacau com farinha de milho. Os espanhóis introduziram-na na Europa nos fins do século XVI, mas não conseguiram que se reproduzisse. Em 1836, um botânico belga descobriu que a planta só podia ser polinizada por um insecto que habita no México, e que fora dali era preciso polinizá-la artificiamente. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: usa-se em forma de açúcar baunilhado, xarope ou tintura. No entanto a maneira mais vulgar de se obter o seu autêntico aroma é fervendo as vagens juntamente com o produto a aromatizar: chocolate, sobremesas, infusões ou preparados de outras plantas. NOME COMUM: Bellis perenis, Bonina. NOME BOTÂNICO: Bellis perennis L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Originário do Centro da Europa, acha-se aclimatada por todo o continente. Também se encontra no continente americano, sobretudo no Norte. Cresce nos prados e lugares onde haja erva. PARTES EMPREGADAS: As flores e as folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Nas folhas, e especialmente nas flores, concentra-se a maior parte dos seus princípios activos terapêuticos: saponinas, tanino, ácidos orgânicos (málico, tartárico, acético, oxálico, etc.), sais minerais, inulina, e um óleo essencial. PROPRIEDADES: sudorífica, febrífuga e expectorante. Tonificante e aperitiva. Vulnerária (cicatriza as feridas e cura as contusões), quando aplicada externamente. O uso desta planta é indicado nos seguintes casos: doenças febris e infecciosas (gripe, bronquite, catarros, sarampo, escarlatina, parotidite, etc.). facilita a eliminação das toxinas e resíduos produzidos pela infecção (como o suor e a urina), e tonifica o organismo, encurtando o período de convalescença. Além disso faz baixar a febre e ajuda a expectorar. Em casos de febre alta, recomenda-se colocar sobre a testa compressas com a decocção de flores e/ou folhas, além de ingeri-las por via oral. Traumatismos, contusões, entorses, furúnculos, chagas e, em geral, qualquer lesão da pele ou dos tecidos moles em que tem uma acção anti-inflamatória e cicatrizante. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: como verdura, especialmente crua, em saladas e outros pratos. Infusão com uma colher de sopa de flores e/ou folhas por cada chávena (xícara), de que se ingerem 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: compressas com uma decocção de 50-60 g de flores e/ou folhas por litro de água. Ferver durante 2 minutos, e deixá-la repousar durante um quarto de hora antes de a coar. Aplicam-se sobre a zona da pele afectada, mudando-as de hora a hora. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 42 NOME COMUM: Berbéris. NOME BOTÂNICO: Berberis vulgaris L. FAMÍLIA: Berberidáceas. GEOGRAFIA: Espontânea do território português e outras floras da Europa. PARTES EMPREGADAS: As bagas e a casca da raiz; menos vezes as folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanto as folhas como a casca do lenho contém, além de outros elementos químicos, os alcalóides beberberina e oxiacantina. O fruto contém glucose, ácido málico e outros ácidos livres. Os alcalóides da Berbéris tomados isoladamente são tóxicos; porém toda a planta usada não apresenta tal inconveniente. PROPRIEDADES: A raiz (casca) é tónica do estômago e vesícula, muito útil nas dispepsias crónicas, deficiência vesicular e do baço. As folhas são aconselhadas, por alguns autores, contra o escorbuto, diarreias, etc. Os frutos são indicados como refrigerantes nas febres. De um modo geral a planta é usada como tónica, diurética, colagoga, estimulante do apetite, eliminadora do ácido úrico, cálculos, catarros das vias urinárias. MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento da casca: 10 gramas por litro de água. Dose: duas a três chávenas (xícaras) por dia. Tintura: 10 a 40 gotas por dia. NOME COMUM: Beringela. NOME BOTÂNICO: Solanum melongena. PROPRIEDADES: É rica em vitaminas. Usa-se como alimento e as folhas são empregadas em cataplasmas e emolientes nas queimaduras. O sumo (suco) do fruto actua como diurético, dai ser utilizado na obesidade. MANEIRA DE PREPARAR: para emagrecer eliminando toxinas: Sumo de beringela no liquidificador antes de tomar o pequeno almoço (café da manhã). Se juntar a uma beringela suco de um limão auda a baixar o colesterol. NOME COMUM: Baptisia tinctória (Índigo). NOME BOTÂNICO: Baptisia tinctoria. Podalíria tinctoria. FAMÍLIA: Leguminosas. GEOGRAFIA: América do Norte, México, Canadá. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Citisina (baptimosina), ulexina, suforina, glucósidos flavónicos. PROPRIEDADES: Febrífugas, com oportunidade na febre tifóide, para-tifóide, na colibacilose (óptimo remédio), na febre dos tuberculosos, nas febres malignas, incluindo a peste. Também é usada como tónico nas úlceras e em gargarejos. As suas propriedades antiinfecciosas são de alto valor, particularmente em conjunto com a Echinácea e outros meios de cura natural (hidroterapia, dietética). Os doentes com sensibilidade alérgica aos antibióticos podem usar esta planta como recurso valioso. MANEIRA DE PREPARAR: Tintura: 10 a 40 gotas por dia. A tintura é muito usada em Homeopatia. Também pode ser usada alternadamente com a Echinácea, de três em três horas: 10 gotas de cada vez, num total de 60 gotas (ao todo) por dia. As tinturas são diluídas em água: 1 colher de sopa em meio copo de água, a tomar fora das refeições. Nas doenças infecciosas, os Naturopatas aplicam clisteres de Eucalipto (Eucalyptus globulus) e sumo (suco) de limão (um), enriquecidos com algumas gotas de Baptisia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 43 NOME COMUM: Beladona NOME BOTÂNICO: Atropa Belladonna L. FAMÍLIA: Solanáceas. GEOGRAFIA: Cria-se espontaneamente em bosques montanhosos e sombrios da Europa Central e Meridional, e da América do Sul. PARTES EMPREGADAS: As folhas e a raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta, particularmente as folhas, contêm potentes alcalóides (atropina e hiosciamina). A atropina é um parassimpático, isto é, uma substância que bloqueia a transmissão do impulso nervoso nos terminais do sistema parassimpático. PROPRIEDADES: Midriática: provoca a dilatação das pupilas. Antiespasmódica: faz relaxar os músculos do tubo digestivo e dos canais urinários, aliviando os espasmos e as cólicas. Anti-secretora: reduz a secreção de todas as glândulas digestivas, incluindo as salivares (produz secura da boca). Antiarrítmica: utiliza-se no caso de bradicardia (pulso lento) e para normalizar o ritmo cardíaco. Antiasmática: relaxa os músculos dos brônquios, aumentando-lhe o diâmetro (acção broncodilatadora). MANEIRA DE PREPARAR: Usado somente em Homeopatia e em farmacologia. ATENÇÃO: Não se recomenda o seu emprego em forma de infusão, nem de decocção. É muito usada em Homeopatia em diferentes situações sem perigo (a partir da 5ª dinamização). NOME COMUM: Beldroega. NOME BOTÂNICO: Portulaca Oleracea L. FAMÍLIA: Portulacáceas. GEOGRAFIA: Terrenos arenosos próximos de rios ou terrenos de cultura abandonados, de toda a Europa. Muito comum no continente americano. PARTES EMPREGADAS: As folhas e os caules frescos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém mucilagem em abundância. Possui também vitamina C. PROPRIEDADES: Emolientes, anti-inflamatórias e laxantes. Diuréticas e depurativas. Aplica-se no caso de prisão de ventre crónica. Como diurética e depurativa torna-se muito recomendável em caso de obesidade ou de alimentação sobrecarregada. Pela sua acção suavizante e anti-inflamatória, também se torna de grande utilidade nas cistites e nos cálculos urinários. Externamente emprega-se em cataplasmas nos casos de blefarite (inflamação das pálpebras) e de conjuntivite. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: como verdura de salada, temperada com sal, azeite (azeite de oliva) e limão. Decocção: 100 g por litro de água. Tomam-se até 5 chávenas diárias. Uso externo: cataplasmas da planta fresca esmagada. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 44 NOME COMUM: Betónica. NOME BOTÂNICO: Stacchys officinalis (L.) Trevisan FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Europa central. PARTES EMPREGADAS: toda a planta. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém matérias tânicas, uma substância amarga, estoquidrina, colina, betaína. Também possui uma pequena quantidade essência. PROPRIEDADES: Vulneraria: ajuda a sarar feridas, chagas e úlceras. Dá bons resultados quando se aplica localmente sobre as úlceras varicosas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo – compressas: uma decocção de 100 gramas da planta para 1 litro de água. Aplicar localmente várias vezes ao dia, uma compressa sobre a pele afectada, mantendo-a cerca de 15 minutos. NOTA: Não se recomenda o seu uso interno, uma vez que pode provocar distúrbios digestivos. NOME COMUM: Bétula (vidoeiro). NOME BOTÂNICO: Bétula pubescens, Bétula verrucosa L. FAMÍLIA: Betuláceas. GEOGRAFIA: Existe em Portugal e nas regiões temperadas e frias do hemisfério boreal. Marrocos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes contêm óleo, mais ou menos abundante. As folhas, e, sobretudo, a casca, possuem matérias tânicas e, poucos glucósidos. Nas folhas da Bétula verrucosa encontram-se: metil-pentosanos, resina, matérias tânicas, princípios amargos, essências, substâncias sapónicas, etc. Na casca: batulina ou cânfora de Abdul, um heterósido chamado betulósido, um dos raros monoglucósidos encontrados no reino vegetal. A casca contém ainda matérias tânicas, glucose e outros elementos químicos, conforme a época do ano (mais na Primavera do que no Outono). Nas gemas (ou renovos), encontram-se maiores quantidades da essência, ácido acético e fórmico. Também um corante amarelo-flavona, que produz ácido anísico. PROPRIEDADES: A Bétula verrugosa – a mais medicinal, como se disse, tem as seguintes propriedades: As folhas são diuréticas, com acção muito pronunciada na insuficiência renal, mesmo de origem cardíaca, particularmente, nestes casos, enriquecida com Crataegus e Cactus grandiflorus (Pilriteiro). A Bétula tem efeito irritativo sobre o parênquima renal (Dr Huchard). Deve-se ao ácido betulorreico a apreciável acção diurética do Abdul. Alguns autores recomendam juntar um pouco de bicarbonato de sódio à infusão de Bétula, dizendo que o referido ácido betulorreico se dissolve melhor em água ligeiramente alcalina. O alcatrão obtido pela destilação da casca é empregado em dermatologia (doenças da pele), com indicação na psoríase, certos tipos de eczema. Fundamentalmente, a Bétula é diurética, eliminando o ácido úrico e a uréia em excesso, anti-reumático e anti-gotoso, muito útil nas afecções cutâneas, com origem na sobrecarga tóxica do sangue. MANEIRA DE PREPARAR: As gemas do renovo e folhas: 10 a 20 gramas por litro de água, em regime de duas a três chávenas (xícaras) por dia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 45 NOME COMUM: Bico de cegonha, maria-fia. NOME BOTÂNICO: Erodium cicutarium (L.) L’Hérit.; Geranium cicutarium L. FAMÍLIA: Geraniáceas. GEOGRAFIA: Originária da região mediterrânea, mas amplamente distribuida por todo o continente americano. Prefer os solos secos e arenosos. PARTES EMPREGADAS: O sumo da planta fresca e as folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contêm matérias tânicas, fenol, flavonóides e sais de potássio. PROPRIEDADES: Hemostática: esta é asua propriedades mais importante. Actua especialmente sobre o útero. Por isso é eficaz para parar hemorragias uterinas (metrorragias), e para reduzir o fluxo menstrual excessivo. Ligeiramente diurética e anti-inflamatória: usa-se nos casos de nefrite e como antiespasmódica nas cólicas urinárias. Adstringente e vulnerária: aplica-se externamente para ajudar a curar feridas, úlceras e chagas da pele. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: suco da planta fresca: este pode obterse usando uma liquidificadora ou esmagando num almofariz 30 a 60 g de planta. Toma-se duas ou três vezes por dia. O suco tem de ser tomado acabado de extrair. Pode adoçar-se com açúcar escuro, melaço ou mel. Uso externo: compressas: aplicam-se sobre a região afectada cerca de 50 g de folhas esmagadas de cada vez. NOME COMUM: Bisnaga (paliteiro) NOME BOTÂNICO: Ammi visnaga L. FAMÍLIA: Umbelíferas. GEOGRAFIA: Egipto, Algéria, Marrocos, e todas as zonas do mediterrâneo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui entre outros elementos: a quelina, o quelol e a visnagina. A quelina é considerado o mais importante princípio activo desta planta, que possui ainda outros elementos químicos. PROPRIEDADES: Usada como diurética e contra cálculos, exercendo acção relaxante sobre os músculos da uretra e outros condutos orgânicos. A quelina dilata os vasos sanguíneos, incluindo as coronárias. Também serve para activar os rins e dilatar as suas artérias, sendo muito útil na esclerose renal. Combate os cálculos renais e é muito eficaz pela sua acção antiespasmódica, na asma e cólicas intestinais. Tem valiosa oportunidade na fitoterapia da angina de peito e no enfarto do miocárdio. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão dos frutos: 25 a 30 gramas para um litro de água. Ligeira fervura. Retirar do lume e deixar estar até arrefecer. Para tomar: três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 46 NOME COMUM: Bistorta. NOME BOTÂNICO: Poligonum bistorta L. FAMÍLIA: Poligonáceas. GEOGRAFIA: Habita em todas as províncias de Portugal e faz parte de várias floras da Europa, do Médio Oriente, etc. Em Portugal, esta planta apresenta-se com abundância nas províncias do Norte. PARTES EMPREGADAS: Os rizomas, vulgarmente raízes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Cotem ácidos gálico, oxálico e málico; glucose, parabina, matéria corante, oxalato de cálcio. O tanino da bistorta encontra-se especialmente no rizoma, sendo a sua quantidade variável, condicionada pela existência de uma oxidosa (fermento ou diástase). PROPRIEDADES: tem grande importância terapêutica na diarreia, isto, em virtude da sua riqueza em tanino (0,5%). Tem elevada acção sobre as mucosas, sendo, por isso, indicada nas estomatites e na faringite. Também usada no corrimento vaginal, na uretrite, no hemorroidal. MANEIRA DE PREPARAR: Para uso interno: 20 a 25 gramas por litro de água. Maceração: 2 a 4 horas. Duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Para uso externo: (feridas, chagas, gargarejos, irrigações, lavagens, etc): decocção: 50 gramas do rizoma para 1 litro de água. NOME COMUM: Bodelha, Algas marinhas. NOME BOTÂNICO: Fucus vesiculosus L. FAMÍLIA: Fucáceas. GEOGRAFIA: Esta alga encontra-se com facilidade nas costas marítimas portuguesas e ainda em outros mares. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Esta alga vesiculosa e, aliás, outras da mesma classe, têm a propriedade de fixar o iodo em certas células (iodocus). Em vinte quilos de sargaço fresco encontramos dois a quatro gramas de iodo. A água do mar não tem mais do que um miligrama de iodo por litro. PROPRIEDADES: Emprega-se na escrofulose, raquitismo, papeira, obesidade, arteriosclerose, sífilis terciária, enfartos ganglionares, diabetes, etc. Os banhos de algas de algas são muito úteis pelas qualidades. Tem indicação no reumatismo crónico. Escrofulose, raquitismo, afecção cancerosa, incluindo o linfosarcoma (cancro que afecta os gânglios), paralisia dos membros, debilidade geral, astenia nervosa, falta de crescimento e peso nas crianças, obesidade (as algas actuam como reguladoras do metabolismo). Pode ser, para o efeito, empregado o pó de Fucus vesiculus, na quantidade de uma ou duas colheres (das de sopa) por banho geral – morno ou quente – com duração de 10 a 20 minutos. Os tuberculosos e os cardíacos devem fazer estes tratamentos acompanhados de um Naturopata e de um médico. Atenção: Os doentes da próstata, os tuberculosos congestivos, os efeitos à irritação dos órgãos genitais e urinários (cistite, uretrite), os hemorroidários, os doentes da mucosa gástrica, etc. Não toleram, por vezes, o emprego das algas marinhas, pelo que seu uso, nestes doentes, deverá ser em dose muito moderada. Os efeitos secundários devem estar ligados ao iodo, iodetos. MANEIRA DE PREPARAR: Convém lavar a alga antes do cozimento. 50 a 70 gramas da planta por litro de água. Cozer durante 5 minutos. Uma ou mais horas de infusão, conforme a quantidade de mucilagem ou substância gelatinosa que se pretenda obter. Para tomar duas, três ou quatro chávenas (xícaras) por dia fora das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 47 NOME COMUM: Bolsa de pastor. NOME BOTÂNICO: Capsella bursa pastoris L. FAMÍLIA: Crucíferas. GEOGRAFIA: Flora europeia e outras floras do mundo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui amino-álcool, colina, aceticolina, amino-fenol, tiromina, flavonas, sais de potássio, alcalóides. PROPRIEDADES: Possui propriedades hemostáticas. Usa-se especialmente nas hemorragias uterinas, mesmo nos casos de tumor maligno ou benigno; nas dismenorreias, na idade crítica das senhoras, nos corrimentos sanguíneos do aparelho digestivo. Também é usada na cistite e nas areias e pedras nos órgãos urinários, em combinação com outras ervas medicinais. A planta perde o valor depois de uma no. MANEIRA DE PREPARAR: A tintura tomada às gotas (20, 30 ou mais por dia). Também o extracto fluido. É uma planta muito usada em Fito-Homeopatia. Infusão: 15, 20 ou 25 gramas por ½ litro de água, fervendo 1 a 2 minutos e estando 1 hora em infusão. Para tomar às chávenas (xícaras) durante o dia. NOME COMUM: Borragem. NOME BOTÂNICO: Borrago officinalis L. FAMÍLIA: Borragíneas. GEOGRAFIA: Existe em todas as floras Europeias e em África. É espontânea em todo o território português. PARTES EMPREGADAS: Flores e folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém mucilagem, albumina, sais minerais combinados de potássio e cal; quantidade de azoto de potassa. PROPRIEDADES: Sudorífica, diurética, emoliente, expectorante, béquica (para a tosse). A sua acção sobre a pele (fazendo suar) e sobre os rins (diurese) resulta numa eliminação do excesso de toxinas no organismo. Esta planta ajuda na constipação (resfriado), gripe, reumatismo, doenças da pele, bronquite, deficiência urinária, hidropisia, etc. MANEIRA DE PREPARAR: 15 a 20 gramas da planta por litro de água, em forma de infusão, depois de ligeira fervura. Para tomar durante o dia, no intervalo das refeições. Em casos de constipação (resfriado), gripe e catarro agudo dos brônquios, deve-se tomar esta planta quente e adoçada com mel. Quando se pretender na constipação (resfriado) provocar forte sudação, convém tapar na cama bem o paciente e aplicar um saco de água quente nos pés e, até, se necessário, dos lados direito e esquerdo do corpo. Há vantagem de, antes deste cuidado (tomar a infusão), aplicar um banho quente nos pés, com ou sem mostarda (contra-indicada no caso de haver varizes nos pés e pernas na parte inferior), ou com sal marinho. NOME COMUM: Bruco. NOME BOTÂNICO: Combrentum micronthum. GEOGRAFIA: Arbusto originário da África Austral. PROPRIEDADES: Diurética, estimulante, balsâmica, etc. Útil na bronquite crónica, inflamação da bexiga e próstata. MANEIRA DE PREPARAR: 10 gramas por litro de água, em forma de infusão (30 minutos). Para tomar duas chávenas (xícaras) por dia. Esta planta também é usada como diaforética. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 48 NOME COMUM: Bruco do Alentejo, Bruco de Salvaterra. NOME BOTÂNICO: Laserpitium pencedanóides. FAMÍLIA: Umbelíferas. GEOGRAFIA: Esta planta existe em todo o território português, mas é no sul do país onde se apresenta em maior quantidade e com melhores propriedades. PARTES EMPREGADAS: As folhas, flores e raiz. PROPRIEDADES: Diurética, litontrífica (por desfazer e expulsar as areias e cálculos dos rins e da bexiga), etc. MANEIRA DE PREPARAR: Folhas ou flores: 20 a 30 gramas em forma de infusão (1 hora), para tomar no intervalo das refeições. Raiz: cozimento, 15 gramas por litro. Para tomar da mesma forma. Em caso de cálculos nos rins de ácido úrico, é útil juntar algum sumo (suco) de limão na infusão e cozimento. NOME COMUM: Buglossa, Língua de vaca. NOME BOTÂNICO: Anchusa officinalis. FAMÍLIA: Borragíneas. GEOGRAFIA: Existe em todo o território português e em outras floras da Europa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Iguais às da borragem (Borago officinalis). PROPRIEDADES: Iguais às da borragem. MANEIRA DE PREPARAR: Iguais às da borragem. NOME COMUM: Buxo. NOME BOTÂNICO: Buxus sempervirens L. FAMÍLIA: Euforbeáceas. PARTES EMPREGADAS: Casca da raiz e folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanto as cascas dos talos como as das raízes, assim como as folhas, contêm um alcalóide chamado buxina, pouco solúvel na água, parabuxina e outras três substâncias, cujos componentes ainda não são bem conhecidos, tendo os seguintes nomes: buxidina, parabuxidina e buxinanaína. PROPRIEDADES: Laxante, febrífugo (podendo substituir a Quina – Chinchona officinalis – na falta desta), anti-sifilitico, anti-reumático, sudorífero, colagogo. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de 20 a 30 gramas por litro de água, com ligeira decocção, e 30 a 60 minutos de infusão. O Buxo apresenta certa toxicidade, pelo que seu emprego em Medicina Caseira somente se deve usar em dose moderada. Também é utilizado em forma de vinho (como digestivo), em pó e em tintura. Uso externo: loções: fazem-se com uma decocção concentrada de folhas (80100 g por litro de água). Usado em homeopatia com muito sucesso em algumas infecções urinárias. ATENÇÃO: Não exceder a dose indicada. Em doses elevadas, pode provocar vómitos e transtornos nervosos. Recomenda-se evitar o seu emprego em caso de hipotensão, debilidade, gravidez ou lactação. Não administrar a crianças. NOME COMUM: Bacuri. NOME BOTÂNICO: Platonia insignis. FAMÍLIA: Gutiferaceae. GEOGRAFIA: Nativo da Amazónia em solos de campos húmidos, encontra-se também no Pará, Piauí, Goiás e Mato Grosso. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Resinas, glucose, sais minerais, “óleo de bacury”, vitaminas, 9% de glicose e 5% de óleo nos caroços. PARTES EMPREGADAS: Os frutos, casca e resina. PROPRIEDADES: Digestiva, diurética, antiescorbútica, cicatrizante. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 49 NOME COMUM: Banana (da madeira e do Brasil). NOME BOTÂNICO: Musa paradisiaca. FAMÍLIA: Musaceae. GEOGRAFIA: Brasil, Índia, Malásia e Filipinas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Taninos, óleo, glucose, pectina, potássio, sais minerais, vitaminas, A, B, C, B2, B1, E e H. PARTES EMPREGADAS: Frutos. PROPRIEDADES: Pode dissolver o ácido úrico da urina devido à sua acção alcalina. Antianémica, antidiarreica, contra o escorbuto e linfatismo. NOTA: É um dos frutos mais benéficos para o grupo sanguíneo “O”. NOME COMUM: Boldo do Chile. NOME BOTÂNICO: Veromia condensata. FAMÍLIA: Monimiaceae. GEOGRAFIA: Nativo do Chile, foi introduzido no Brasil pelos escravos africanos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Alcalóides: boldina, boldoglucina, óleo, ácido cítrico, materiais resinosos. PARTES EMPREGADAS: As folhas e o caule. PROPRIEDADES: Analgésico, mais calmante que a aspirina, é eficaz na icterícia e dores hepáticas, diurético e bom para o estômago. NOTA: Não é igual ao Peumus boldus L, mas as propriedades são idênticas. NOME COMUM: Boldo da Terra (Brasil e ilha da madeira) NOME BOTÂNICO: Coleus barbatus ou Plectranthus barbatus PARTES EMPREGADAS: As folhas, a flor roxa e o caule. PROPRIEDADES: Colerético: aumenta a produção de bílis no fígado, e Colagogo: facilita o esvaziamento da vesícula biliar: por isso as folhas do Boldo são indicadas no caso de congestão hepática e disquinésia biliar (vesícula preguiçosa) e cólicas biliares. O chá é um tónico amargo que facilita o trabalho da vesícula biliar, estimulando a secreção da bílis e favorecendo a digestão de gorduras. É indicado no combate às dores estomacais, males do fígado, diarreia e desconforto causado por gases intestinais. NOME COMUM: Boldo NOME BOTÂNICO: Peumus boldus L. PARTES EMPREGADAS: As folhas e o caule. PROPRIEDADES: Colerético: aumenta a produção de bílis no fígado, e Colagogo: facilita o esvaziamento da vesícula biliar: por isso as folhas do Boldo são indicadas no caso de congestão hepática e disquinésia biliar (vesícula preguiçosa) e cólicas biliares. O chá é um tónico amargo que facilita o trabalho da vesícula biliar, estimulando a secreção da bílis e favorecendo a digestão de gorduras. É indicado no combate às dores estomacais, males do fígado, diarreia e desconforto causado por gases intestinais. Nota: O alcalóide “boldina” em excesso é tóxico. Não beber mais do que 4 chávenas (xícaras) por dia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 50 NOME COMUM: Barbatimão, barba de timão. NOME BOTÂNICO: Stryphodendron barbatiman. FAMÍLIA: Leguminosae-mimosaceae. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácidos (elágico, gálico), flavonóides, taninos, alacalóides, açúcares e mucilagens. PARTES EMPREGADAS: A casca. PROPRIEDADES: Indicada nos quadros diarreicos, diabetes mellitus, escorbuto e flatulência. É aplicada externamente em ferimentos, em hemorróidas (acção hemostática) e irritações vaginais. NOTA: Além da sua aplicação medicinal, a casca do Barbatimão também é usada no curtimento de couros. NOME COMUM: Benjoeiro, benjoim. NOME BOTÂNICO: Styrax officinalis. FAMÍLIA: Styracaceae. GEOGRAFIA: Nativa de ilhas da Oceânia e da parte continental do Sudeste Asiático. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ésteres benzóicos, álcoois (siarresitanol e benzoirresinol), ácido benzóico e vanilina. PARTES EMPREGADAS: Utiliza-se a resina. PROPRIEDADES: Infecções das vias aéreas superiores, asma brônquica, bronquite crónica e regulação das funções intestinais (na flatulência e prisão de ventre). Como uso externo é anti-séptico. NOTA: A tintura de benjoim é utilizada com bastante sucesso nas escaras dos idosos acamados. A tintura tem que ser diluída em água. NOME COMUM: Brionia. NOME BOTÂNICO: Bryonia alba L. FAMÍLIA: Curcubitaceae. GEOGRAFIA: O seu habitat é a Europa Central. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Curcubitacinas, ácidos graxos insaturados, alcalóides, glicósidos (brionina, briogenina, brionidina), amido, mucilagens e resinas (brioresina – resina roxa). PARTES EMPREGADAS: As raízes. PROPRIEDADES: Prisão de ventre, dores de origem reumática, bronquite crónica, coqueluche, estados febris, parasitoses intestinais e como auxiliar no tratamento da gota. Apresenta actividade diurética. NOME COMUM: Buchinha do Norte. NOME BOTÂNICO: Luffa operculata L. FAMÍLIA: Curcubitaceae. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Buchinina e curcubitacunas. PARTES EMPREGADAS: O caule, as folhas, a polpa e o fruto. PROPRIEDADES: Usada em casos de afecções hepáticas e biliares; em quadros de sinusite (lavagens nasais), prisão de ventre, asma brônquica e bronquite crónica. Tem também um efeito hipotensor. ATENÇÃO: Pode provocar distúrbios gastrointestinais intensos e aborto. NOTA: Usada em D4 e D6 em Homeopatia para rinites alérgicas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 51 NOME COMUM: Cacau. NOME BOTÂNICO: Theobroma cacao L. FAMÍLIA: Esterculiáceas. GEOGRAFIA: Originário do México e da América Central. O seu cultivo estendeu-se às regiões tropicais de África e da Ásia. PARTES EMPREGADAS: As sementes e a casca do fruto. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes contêm 40 a 50% de lípidos (gordura), 12 a 14% de proteínas, teobromina (1%), sais minerais e pequenas quantidades das vitaminas A, B1 e B2. A manteiga de cacau é rica em ácidos gordos saturados, semelhantes aos de origem animal (pelo que se torna de difícil digestão e, além disso, favorece a produção do colesterol). PROPRIEDADES: Diurético e anti-inflamatório (usada nos casos de nefrite e nefrose). Tonificante e ligeiramente estimulante, embora em grandes doses, ou em pessoas sensíveis, pode produzir insónia e taquicardia. A manteiga é utilizada em: gretas nos lábios produzidas pela secura ou pelo frio. Gretas no mamilo das mães lactantes. Queimaduras, erupções e irritações da pele. Para ajudar a nascer o cabelo. Hemorróidas e vaginite (ardor, irritação ou prurido na vagina). A casca é utilizada para a tosse, em forma de decocção. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção da semente: prepara-se com 10 ou 12 sementes por litro de água. Tomar 3 chávenas (xícaras) diárias. Decocção da casca do fruto: prepara-se com 50 g por litro de água. Tomam-se 3 chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: manteiga de cacau: aplicar directamente como se fosse uma pomada, sobre a zona da pele afectada, até 6 ou 8 vezes por dia. Supositórios e óvulos de manteiga de cacau: preparados farmaceuticamente, usam-se em caso de hemorróidas ou de vaginite. Nota: O cacau em pó é obtêm-se por trituração das sementes de cacau secas. A manteiga de cacau extrai-se por pressão das sementes torradas. NOME COMUM: Cacto grandifloro. NOME BOTÂNICO: Cactus grandiforus L, Cereus grandiflorus Miller. FAMÍLIA: Cactáceas. GEOGRAFIA: Originário das Antilhas e espalhado por toda a América Central. Não se dá na Europa. PARTES EMPREGADAS: As flores e os frutos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contêm glicósidos cardíacos, flavonóides e captina, um alclóide muito activo sobre o coração. A polpa cont~em mucilagem PROPRIEDADES: Cardiotónicas, antiarrítmicas (regularizam a pulsação) e vasodilatadoras das artérias coronárias – pode complementar ou até substituir a dedaleira (Digitalis dedaleira). São indicadas no caso de insuficiência cardíaca, valvulopatias, transtornos do ritmo (palpitações e angina de peito (fazem desaparecer a sensação de opressão no peito). MANEIRA DE PREPARAR: Flores: o mais seguro é tomá-las em forma de preparados farmacêuticas. Polpa dos frutos: podem ingerir-se de 2 a 10 por dia. Óleo das sementes: de meia a uma colherada é suficiente para se obter o efeito purgante. NOTA: Usado em Homeopatia com muito sucesso nas afecções cardíacas. HISTÓRIA: As belas flores deste cacto da América Central têm uma vida muito curta: numa mesma noite nascem, exalam o seu aroma e murcham. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 52 NOME COMUM: Café. NOME BOTÂNICO: Coffea arabica L. FAMÍLIA: Rubiáceas. GEOGRAFIA: Originário da Etiópia e do Sudão, onde ainda cresce espontaneamente. Muito cultivado nas regiões subtropicais da América e de África, onde se criam muitas espécies do género Coffea. PARTES EMPREGADAS: As sementes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O componente activo mais importante do café é o alcalóide trimetilxantina, ou cafeína, que constitui 1 a 2% do grão. Contém também um óleo essencial; ácidos cafeico e clorogénico; substâncias gordas e nitrogenadas que se oxidam e perdem as suas qualidades naturais durante o processo de fermentação e torrefacção do grão de café. A cafeína é um alcalóide do grupo das xantinas, muito semelhante quimicamente à purina e ao ácido úrico. PROPRIEDADES: sobre o aparelho circulatório, o café produz um aumento da força contráctil do coração e um ligeiro aumento da pressão arterial. Há que ter em conta que dose repetidas produzem irritabilidade no músculo cardíaco, que se manifesta por taquicardia e arritmias (alterações do ritmo). A cafeína ao aumentar o nível de adrenalina no sangue, é um factor predisponente dos ataques cardíacos. Sobre o aparelho digestivo, o café produz um aumento da secreção dos sucos gástricos, o que pode facilitar a digestão num dado momento; mas o seu uso continuado provoca acidez excessiva, gastrite e favorece o aparecimento de úlcera gastroduodenal, assim como colite, devido também à acção irritante do óleo essencial contido no café. O fígado sobre do mesmo modo uma sobrecarga quando se ingere habitualmente café. O emprego do café como medicamento pode justificar-se excepcionalmente, nos seguintes casos, desde que não disponhamos de outros tratamentos com menos efeitos secundários: Intoxicação alcoólica aguda, o café pode neutralizar ainda que de modo incompleto, os efeitos depressivos do álcool sobre o sistema nervoso. Pode usar-se como remédio caseiro para “despertar” parcialmente alguém que se tenha intoxicado com bebidas alcoólicas. Um tratamento adequado da intoxicação etílica requer, entre outras coisas, grandes doses de vitaminas do complexo B, coisa que não existe no café. Lipotimia (desmaio) desfalecimento por esgotamento físico e fadiga; o café pode proporcionar um estímulo provisório, embora em nenhum caso seja curativo. O que se deve fazer é aplicar o tratamento adequado para estes casos. Cefaleia, enxaqueca, congestão cerebral por gripe ou afecções catarrais, febre. ATENÇÃO: O café não se deve usar de forma continuada, nem sequer como medicamento, pois, pelo seu conteúdo em cafeína, cria dependência (necessidade de continuar a Tomá-lo) e tolerância (necessidade de aumentar a dose), como acontece com qualquer outra droga. O uso do café está contra-indicado nos seguintes casos: úlcera gastroduodenal, gastrite, pirose, colite, nervosismo, hipertensão, cardiopatias, arritmias, gota, gravidez (diminui o crescimento do feto) e lactação (a cafeína passa para o leite materno). O grupo sanguíneo tipo “O” não deve beber café, pois é nocivo para este grupo. O uso habitual do café está muitas vezes relacionado com o cancro (câncer) da bexiga, do pâncreas e do cólon, assim como o aumento do colesterol no sangue. HISTÓRIA: No século XVI, os árabes difundiram a infusão do café. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 53 NOME COMUM: Cainito. NOME BOTÂNICO: Chrysophyllum caimito L. FAMÍLIA: Sapotáceas. GEOGRAFIA: Oriundo das Antilhas. Encontra-se nas zonas tropicais do México e da América Central. PARTES EMPREGADAS: Os frutos, as folhas e a casca. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A polpa dos frutos contém 15 g de glícidos (hidratos de carbono) por cada 100 g de parte comestível, 2 g de lípidos (gordura), e 1 g de prótidos; além de sais minerais e pequenas quantidades de vitamina A, B e C. PROPRIEDADES: As folhas aplicadas pela sua face inferior sobre as chagas, fazem-nas supurar e depois cicatrizar; aplicadas pela parte superior sobre as feridas, detêm a hemorragia. A casca da árvore, as folhas e também os frutos, têm efeito balsâmico (suavizam as mucosas respiratórias) e febrífugo, pelo que se utilizam nos casos de bronquite e constipações (resfriados). MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: frutos: podem comer-se á vontade. Decocção da casca e folhas, á razão de 30 a 50 g por litro de água. Tomam-se 3 a 5 chávenas (xícaras) quentes por dia. NOME COMUM: Cálamo aromático. NOME BOTÂNICO: Acorus calamus. FAMÍLIA: Aroídeas. GEOGRAFIA: Europa, Ásia e América Boreal. Também existe no Oriente. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O cálamo (rizoma) contém alguma quantidade de tanino, óleo volátil, resina, goma, uma essência, com um princípio activo (a ascrone), um glicósido, acorina e o alcalóide calamina. PROPRIEDADES: Esta planta é empregada desde a antiguidade como estimulante digestivo e diurético, anticatarral, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Pó: 1 a 2 gramas por dia. Infusão ou cozimento: 20 gramas por litro de água. Extracto: 1 a 2 gramas por dia. NOME COMUM: Calêndula, maravilhas. NOME BOTÂNICO: Calendula officinalis. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Existe em todas as floras da Europa, especialmente na Europa central. Floresce em todos os meses. PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Pigmentos caratenóides e flavónicos, sais, um princípio amargo, saponinas, traços de essência, etc. Parece possuir, pelo conjunto químico que reúne, acção algo semelhante à foliculina (hormona feminina). PROPRIEDADES: Emenagoga, estimulante, sudorífica, vulneraria (favorecendo a cicatrização das feridas e úlceras). Esta planta é muito utilizada em Medicina Homeopática. Também existe um creme de Calêndula, para as borbulhas do rosto (acne) e como agente da conservação da pele. MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 40 gramas; água, 1 litro, em forma de infusão. Para tomar às chávenas (xícaras), duas, três vezes por dia, fora das refeições. Também é usada em forma de tintura, extracto, etc. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 54 NOME COMUM: Cálamo aromático. NOME BOTÂNICO: Acorus calamus L. FAMÍLIA: Aráceas. GEOGRAFIA: Encontra-se em quase todo o Brasil, na Argentina, na Europa e na América do Norte. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma do cálamo contém um óleo essencial amargo, o Oleum calami. PARTES EMPREGADAS: O rizoma (caule subterrâneo). PROPRIEDADES: Aperitivo: aumenta o apetite. Eupéptico (facilita a digestão): útil nos casos de digestão pesada, escassez de suco gástrico e gastrite crónioca. Carminativa: elimina os gases do tubo digestivo. Relaxante muscular e sedativo suave do sistema nervoso quando se acrescenta a decocção à água de um banho quente, em aplicação externa. Alivia as dores reumáticas e ajuda a conciliar o sono. Calmante do prurido da pele no caso de erupções e urticária. NOME COMUM: Calumba. NOME BOTÂNICO: Cocculus palmatus Miers FAMÍLIA: Menispermáceas. GEOGRAFIA: Originária das regiões tropicais de África Oriental. Cultivada na América do Sul, inclusive no Brasil. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém diversos alcalóides quimicamente semelhantes à berberina e à morfina; princípios amargos (colombina); e diversas substâncias inertes (pectina, amido e oxalato). PARTES EMPREGADAS: A raiz cortada em rodelas e seca. PROPRIEDADES: Tónico amargo, aperitivo e eupéptico (facilita a digestão). Emprega-se na convalescença de doenças infecciosas ou debilitantes e nas más digestões. Antidiarreica e anti-séptico intestinal. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 10 a 15 g de raiz triturada (uma colherada) por chávena (xícara) de água. Ferver durante 10 minutos e adoçar. Tomam-se de 6 a 8 colheradas diárias do líquido resultante. NOME COMUM: Camomila romana ou Macela. NOME BOTÂNICO: Anthemis nobilis, Anthemis aurea. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Faz parte de todas as floras da Europa. PARTES EMPREGADAS: Os capitulos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém entre outros elementos químicos, cânfora, princípio gomo-resinoso, tanino, ácido antémico, óleo volátil, pigmentos flavónicos, essência, etc. PROPRIEDADES: Antiespasmódicos, calmantes, tónicas, nervinas, febrífugas, vermífugas, emenagogas e digestivas e para mal estar do estômago com ânsia de vómito. MANEIRA DE PREPARAR: Para uso interno: 10 gramas por litro de água, em infusão de 10 a 15 minutos; ou uma colher de chá por chávena (xícara): 10 minutos de infusão. Para tomar fora das refeições ou sobre estas. Para ficar com um sabor mais agradável juntar à Macela umas folhas de hortelã pimenta. A infusão concentrada deve ser: 15 a 20 gramas por litro de água. Também se usa em forma de pó, tintura, extracto, água destilada, esta às colheres (das de sopa), duas, três ou quatro vezes ao dia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 55 NOME COMUM: Camomila alemã. NOME BOTÂNICO: Matricaria chamomilla L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Flora Europeia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As suas essências, camazuleno e bissabolol. Flavonóides e cumarinas, assim como um princípio activo amargo tonificante. PROPRIEDADES: Dores menstruais, antiinflamatória, sedativa e antiespasmódica, tónica intestinal e carminativa, emenagoga, febrífuga e sudorífera. Analgésica, antialérgica. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 5 a 10 gramas de capítulos florais por litro de água. Tomam-se três a seis chávenas (xícaras) por dia. NOME COMUM: Cana vulgar. NOME BOTÂNICO: Arundo donax L. FAMÍLIA: Gramíneas. GEOGRAFIA: Comum à beira dos rios e canais do Sul da Europa. Espalhada por todo o continente americano. PARTES EMPREGADAS: O rizoma (caule subterrâneo) e a raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma e a raiz contêm um açúcar (sacarose) e abundantes compostos de sílica. PROPRIEDADES: Diurética: produz um aumento moderado da produção de urina, favorecendo a eliminação de ureia, do ácido úrico e de outras substâncias residuais. Recomendada para os que sofrem de cólicas renais e também que queiram fazer uma cura depurativa. Galactófuga: tomada durante alguns dias, detém a produção de leite nas mães que amamentam. É útil para aquelas que, por alguma razão, desejem desmamar os seus bebés. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com o rizoma ou a raiz da cana cortada em fragmentos ou triturada. À razão de 50 g por litro de água. Ferver durante 15 minutos e tomar 2 a 4 chávenas (xícaras) por dia. HISTÓRIA: Dióscorides, o grande médico e botânico grego do primeiro século da nossa era, já recomendava o uso da cana para aumentar a produção de urina. Possivelmente, na antiguidade clássica, começou a usar-se com este fim pelo facto de crescer junto a correntes de água. Detém a lactação. NOME COMUM: Cana de açúcar. NOME BOTÂNICO: Saccharum officinalis L. FAMÍLIA: Gramíneas. GEOGRAFIA: Encontra-se nas regiões tropicais do Sul da Europa e na zona tropical das Américas Central e do Sul, especialmente em Cuba. PARTES EMPREGADAS: Os caules. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O suco da cana de açúcar contém 16 a 20% de sacarose, glícido do tipo dos dissacarídeos. Contém, além disso, uma boa percentagem de sais minerais e vitaminas, a maior parte das quais fica no melaço. PROPRIEDADES: O suco da cana de açúcar e a decocção da polpa têm propriedades peitorais, além de tonificantes e refrescantes. Beneficia quem sofre de catarros bronquiais, bronquite crónica e asma. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: suco fresco: extrai-se triturando ou esmagando os caules em máquina especial (pode ser artesanal). Decocção: fervem-se 250 g de cana de açúcar descascada num litro de água. Beber à vontade. HISTÓRIA: A cana de açúcar é originária do Sudeste asiático. Os árabes estenderam a sua cultura pelo mediterrâneo, e os portugueses e os espanhóis levaram-na para a América no século XVI. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 56 NOME COMUM: Canabis. NOME BOTÂNICO: Cannabis sativa L. FAMÍLIA: Moráceas. GEOGRAFIA: Originário da Ásia Central, estendeu-se a sua cultura pelas regiões temperadas e húmidas de todo o mundo. PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas e os frutos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: um alcalóide “canabinol”. PROPRIEDADES: As folhas: acalmam as dores nevrálgicas e reumáticas. As sementes em infusão usam-se para baixar o colesterol no sangue. MANEIRA DE PREPARAR: uso externo: utilizada a tintura; uso interno: uma colher de café dos frutos, que se deixam em infusão durante 10 minutos. Bebem-se 3 a 3 chávenas (xícaras) por dia. ATENÇÃO: Esta planta deve ser usada com cautela. Usada em Homeopatia tem-se mais sucesso na diátese reumática e gotosa. HISTÓRIA: O cânhamo cultiva-se desde tempos primordiais, por proporcionar uma fibra têxtil com a qual fabricavam cordas e tecidos. São bem conhecidas as bebedeiras (porres) e os transtornos mentais que sofriam os operários que trabalhavam com fibras de cânhamo. No século XIX descobriram-se os princípios responsáveis pelo seu efeito estupefaciente, os quais se apresentam em maior percentagem na Cannabis indica. NOME COMUM: Cânfora, canforeira. NOME BOTÂNICO: Cinnamomum camphora L, Laurus camphora L. FAMÍLIA: Laureáceas. GEOGRAFIA: Originária da Costa Oriental da Ásia (Japão, China), onde é muito cultivada, assim como nos Estados Unidos. PARTES EMPREGADAS: A essência da sua madeira. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A cânfora é uma substância branca cristalina, que se obtém por condensação do óleo essencial que destila da madeira da canforeira. Do ponto de vista químico, trata-se de uma cetona do hidrocarboneto aromático borneol. PROPRIEDADES: Estimulante cardio-respiratória – estimula os centros nervosos da respiração e da actividade cardíaca, aumentando a frequência e a profundidade da respiração, e tonificando o coração (acção analéptica). Usa-se em casos de congestão pulmonar (bronquite, pneumonia, asma), desmaios, lipotimias, hipotensão e arritmias. Anti-séptica e febrífuga – útil em gripes e constipações (resfriados). Anafrodisíaca – diminuí a excitação sexual. Antireumática e análgesica – o óleo ou álcool de cânfora usam-se em aplicação externa. MANEIRA DE PREPARAR: Em uso interno deve ser usada como remédio homeopático por ser uma planta perigosa. Uso externo: loções e fricções com óleo ou álcool canforados, que se preparam dissolvendo a cânfora a 10%, em azeite ou então em álcool. HISTÓRIA: A Canforeira é uma árvore milenária, que começa a produzir cânfora a partir dos 30 anos. Na China conhecem-se exemplares com cerca de 2000 anos de idade. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 57 NOME COMUM: Cardo santo. NOME BOTÂNICO: Centaurea benedicta L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: É espontânea em todo o território nacional, e em outras floras europeias, crescendo em terrenos calcários. PARTES EMPREGADAS: A planta florida. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Matéria gorda, verde; óleo volátil, goma, enicina, enxofre, nitrato de potássio e outros sais. PROPRIEDADES: Tónico, febrífugo, diurético, sudorífico, vermífugo e colagogo. MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 40 gramas por litro de água, em forma de infusão, para tomar antes das refeições (30 ou mais minutos). NOME COMUM: Cardo penteador. NOME BOTÂNICO: Dipsacus sativus (L.) Scholler. FAMÍIA: Dipsacáceas. GEOGRAFIA: Encontra-se vulgarmente no solos frescos e argilosos da Europa Central e Meridional. Cresce também em grande parte do continente americano. PARTES EMPREGADAS: A raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta, e especialmente a raiz, contém um glicósido chamado escabiósido, ácido salicílico e sais de potássio. PROPRIEDADES: Diuréticas e sudoríficas (aumenta o suor). A raiz é um bom depurativo do sangue. Toma-se para: excesso de líquidos nos tecidos: edemas ou hidropisia de quaquer causa. Excesso de ácido úrico (artritismo): favorece a eliminação do ácido úrico e de outras substâncias residuais que circulam pelo sangue. Acne, eczemas e erupções: aumenta a produção de suor, e com ele a eliminação de substâncias que irritam a pele. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 40-50 g de raiz triturada em dois litros de água. Ferver até que o líquido fique reduzido a metade. Filtrar e adoçar com mel. O tratamento deve durar vários meses. NOME COMUM: Cardo corredor, Gravatá do campo. NOME BOTÂNICO: Eryngium campestre L. FAMÍIA: Umbelíferas. GEOGRAFIA: Frequente em prados secos, encostas expostas ao sol e pousios de toda a Europa. Também se pode encontar no continente americano. PARTES EMPREGADAS: A raiz (colhe-se na Primavera ou no Outono), os brotos tenros e as folhas (colhem-se no Verão). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A sua raiz contém saponinas, além de taninos, açúcares e um óleo essencial. PROPRIEDADES: Diurético: em caso de edemas, especialmente os que se produzem nas pernas e tornozelos. Em caso de excesso de ácido úrico (artrismo) e de areias na urina, casos em que interessa “limpar” os rins. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Salada: os seus brotos e folhas tenras são muito apreciados por aqueles que gostam de verduras silvesres. Infusão: com um punhado de raiz triturada (30-40 g) por litro de água. Deixar repousar até que esteja bem fria, e tomar duas ou três chávenas (xícaras) diárias. Não guardar a infusão de um dia para outro, pois perde as suas propriedades. O cardo só deve ser utiizado três e depois de uma semana de descanso, voltar a tomar mais três dias. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 58 NOME COMUM: Carlina. NOME BOTÂNICO: Carlina acaulis L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Vegeta nos prados abertos de zonas montanhosas. Frequente nos Pirinéus e na Europa Central. PARTES EMPREGADAS: A raiz (muito profunda: 1 a 2 m) e o capitulo floral (alcachofra). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém inulina (glícido), resina, tanino e um óleo essencial, entre cujos componentes encontra-se o carlinóxido. PROPRIEDADES: Sudorífica e algo diurética: isto torna-a útil nos casos de gripe, constipações (resfriados) e catarros. Vermífuga: tomada em jejum durante quatro ou cinco dias seguidos, é eficaz contra parasitas intestinais (ténias e lombrigas). Tonificante do estômago e colagoga (facilita o esvaziamento da vesícula biliar). É portanto indicada sempre que se trate de estimular os processos digestivos: inapetência, digestões pesadas, gastrites. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com a raiz triturada (20-30 g por litro de água). Tomam-se 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia, mas sem exceder a dose, já que pode provocar náuseas. Como hortaliça: o interior da carlina (o receptáculo floral carnudo) pode-se comer cozido com batatas ou assado. O seu sabor lembra o da Alcachofra, e é muito apreciado em algumas regiões de França, onde a planta é conhecida como Alcachofra silvestre. Contém o mesmos princípios activos que a raiz, embora em menor proporção. NOME COMUM: Caroba. NOME BOTÂNICO: Jacarandá procerea. FAMÍLIA: Bignoneáceas. GEOGRAFIA: Brasil, muito usada nas regiões do sertão brasileiro. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas e a casca da raiz têm um princípio activo cristalizado: a carobina. Também possui além de outros elementos químicos, resina balsâmica: a carobona. PROPRIEDADES: Sífilis, reumatismo, doenças da pele. As folhas são usadas em forma de cozimento, para lavar feridas ulcerosas, e são muito diuréticas. A casca da raiz, além de outras propriedades, é sudorífera. Emprega-se também a casca da raiz no tratamento da blenorragia. Em Homeopatia, emprega-se este vegetal, não somente como anti-sifilitico e anti-reumático, como nas dores dos ossos, de qualquer origem, e nas diferentes manifestações do artritismo. A caroba é uma das plantas que os pagés (curandeiros do sertão brasileiro) revelaram ao mundo médico. A caroba faz parte de numerosas composições vegetais europeias, sendo Portugal o país da Europa que mais a emprega (desde o tempo das descobertas). Alguns estrangeiros, de visita a Portugal, procuram ervanários, para que lhes vendam plantas exóticas (África, Brasil e Índia), dizendo que se destinam a herbários e valer a pena vir ao nosso país somente para adquirir vegetais simples de terras distantes, o que, afirmam, não é fácil obter em seus países. MANEIRA DE PREPARAR: Casca da raiz e folhas: 25 a 30 gramas por litro de água, em forma de cozimento; dois a três copos por dia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 59 NOME COMUM: Cardo de Santa Maria, Cardo mariano. NOME BOTÂNICO: Silybum marianum (L.) Gaerth, Carduus marianus L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Espécie tipicamente mediterrânea, mas que se aclimatou em Inglaterra e na América do Norte. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Flavonolignanos, estes compostos resultam da união de um flavonóide (a taxifolina) com uma molécula de tipo fenilpropanóide (o álcool coniferílico). A mistura dos diversos tipos (isómeros) de flavonolignanos recebe o nome de silimarina. PARTES EMPREGADAS: Os frutos (sementes), as folhas e a raiz. PROPRIEDADES: Degenerescência gorda do fígado, quer seja causada por álcool quer por outros tóxicos. Inflamação do fígado. Intoxicação por substâncias hepatotóxicas, como o tetracloreto de carbono, os insecticidas organofosforados e os cogumelos venenosos. Hepatite vírica aguda, hepatite crónica, hepatite alcoólica. Insuficiência e congestão hepáticas com ou sem icterícia. Cirrose hepática. Enxaquecas e nevralgias. Esgotamento e astenia. Cinetose (enjoos e vómitos nas viagens), tomar uma chávena (xícara) ou xarope antes de sair. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: salada: as folhas tenras sem espinhos, assim como o interior das alcachofras, podem comer-se em salada crua. Infusão ou decocção com 30 – 50 g de frutos esmagados ou triturados, a que podem acrescentar –se folhas ou raízes. Tomam-se de 3 a 5 chávenas (xícaras) por dia. Esta dose pode ultrapassar-se sem nenhum perigo, já que a planta não apresenta nenhum tipo de efeito tóxico. NOTA: A similarina (alcalóide principal) é capaz de estimular a regeneração das células hepáticas danificadas por tóxicos como o álcool etílico ou o tetracloreto de carbono, assim como a faloidina, substância contida no amanita falóides (Amanita phalloides), o mais tóxico de todos os cogumelos. A similarina estimula a síntese de proteínas nas células hepáticas, e tem além disso uma acção antiinflamatória importante sobre o mesênquima (tecido fibroso de suporte) do fígado. NOME COMUM: Carvalho. NOME BOTÂNICO: Quercus robur. FAMÍLIA: Copulíferas. GEOGRAFIA: Existe em todo o continente português, fazendo parte de outras floras da Europa. PARTES EMPREGADAS: A casca e as bolotas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Casca: contém ácido gálico e tânico, açúcar, pectina, tanatos de cal, de magnésio, de potassa, e quercina, substância semelhante à salicina, solúvel na água, no álcool e no éter. As bolotas contêm: fécula, óleo graxo, resina, goma, tanino, legumina, princípio extractivo amargo, sais de potassa, de cal, de alumina, etc. A quercina é uma substância muito amarga, inalterável ao ar, solúvel na água e no álcool. PROPRIEDADES: Adstringente muito poderoso para o uso interno, em dose moderada.Estomatite e faringite, efeito anti-inflamatório e analgésico. Uso externo: Afecções do anus ou do recto (banhos de assento ou clisteres), Gengivite, parodontose, piorréia (gargarejos), Hemostático (epistaxes – tampões com algodão embebido), Conjuntivite e blefarite (Banhos oculares). MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: 10 a 15 gramas por litro nas diarreias. Externamente: 50 gramas para 1 litro de água, em forma de cozimento. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 60 NOME COMUM: Cáscara sagrada. NOME BOTÂNICO: Rhamnus purshiana. FAMÍLIA: Ramnáceas. GEOGRAFIA: Estados Unidos da América e Canadá. PARTES EMPREGADAS: A casca seca do tronco e dos ramos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A casca da árvore contém: glicósidos antraquinónicos (emodina, crisofina) semelhantes aos do Amieiro negro, assim como outros glicósidos (aloína, crisaloína). O seu intenso efeito purgativo, mais drástico do que o do Amieiro negro, deve-se à combinação de todos estes princípios activos. PROPRIEDADES: Ideal para casos de prisão de ventre crónica ou atonia intestinal (pode-se usar durante longos períodos de tempo, coisa que não acontece com outros laxantes químicos). Purgante energético que não provoca contracções fortes e nem colite. MANEIRA DE PREPARAR: Duas cápsulas ao almoço e duas cápsulas ao jantar. Infusão: 3 gramas de casca por chávena (xícara). Tomar até três chávenas (xícaras) por dia, com o estômago vazio. ATENÇÃO: Usar com prudência na gravidez, lactação, menstruação, e durante a crise hemorroidal (produz congestão da pelvis). NOME COMUM: Castanheiro. NOME BOTÂNICO: Castanea sativa. FAMÍLIA: Fagáceas. GEOGRAFIA: Encontra-se vulgarmente, tanto no centro e no Sul da Europa como na América. PARTES EMPREGADAS: A casca, as folhas e as sementes (castanhas). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A casca da árvore e, em menor proporção, as folhas, são muito ricas em tanino, além de conterem açúcares, pectina, óleo essencial e outros princípios activos. As castanhas são ricas em glícidos (mais de 40%), e contêm pequenas quantidades, vitaminas A, B e C, e sais minerais. PROPRIEDADES: Adstringente, (secam e desinflamam as mucosas, por isso são úteis na diarreia. E para bochechar e fazer gargarejos nos casos de inflamação da boca e da garganta. Antitússica, em forma de tisana, acalmam a tosse rebelde devido à irritação das vias respiratórias (acção béquica). A casca e as folhas do castanheiro também se usam com êxito no caso da tosse convulsa. As castanhas fornecem substâncias alcalinizantes, que neutralizam o excesso de ácidos no sangue e facilitam a sua eliminação na urina, o que se torna especialmente útil a quem sofra de reumatismo por excesso de ácido úrico (artritismo) e aos que consomem carne em abundância. Um conteúdo muito baixo de sódio (1 mg por 100 gramas de parte comestível) e elevada proporção de potássio (710 mg por 100 gramas). Por isso são muito úteis na dieta dos hipertensos e dos cardíacos. A farinha de castanha torna-se muito apropriada para a preparação de papinhas para bebes, especialmente me caso de diarreia. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Decocção: com 50 gramas de casca triturada e outros 50 gramas de folhas, por cada litro de água. Também se pode fazer só com folhas, caso em que se põem 100 gramas por litro de água. Ferver durante 15 minutos. Filtrar e adoçar, de preferência com mel. Tomar três ou quatro chávenas (xícaras) por dia, até que desapareça a diarreia ou a tosse. As castanhas podem-se comer cruas, assadas ou cozidas. Para as crianças pequenas prepara-se uma papa muito nutritiva com castanhas bem cozidas e esmagadas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 61 NOME COMUM: Castanheiro da Índia. NOME BOTÂNICO: Aesculus hipocastanum. FAMÍLIA: Hipocastanáceas. GEOGRAFIA: Esta árvore é originada da Ásia Menor, mas cultivada como ornamento, em Portugal e outros países. É muito empregada em marcenaria. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui amido em grande quantidade, assim como óleo. Tem como princípios activos: pigmentos flavónicos e saponinas. A casca contém tanino, um heterósido. PROPRIEDADES: Emprega-se nas hemorróidas, hipertrofia da próstata, varizes e outras doenças venosas (estase venosa). Na hipertrofia da próstata, é associada à Virga aurea ou vara-de-ouro (em tisana), tintura ou extracto fluído: 20 a 30 gotas por dia. MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento dos ramos novos: 15 a 20 gramas por litro de água; duas chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Também se usa a tintura e o extracto. NOME COMUM: Camará. NOME BOTÂNICO: Lantana camara. FAMÍLIA: Verbenáceas. PARTES EMPREGADAS: Toda a planta. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém alcalóides (lantanina), terpenos e mucilagens. PROPRIEDADES: Emprega-se em quadros febris, tosse, asma brônquica e bronquite crónica, tendo também propriedades anti-diarreicas e antiespasmódicas. Uso externo: escabiose (sarna) e auxiliar no tratamento de dores de origem reumática. ATENÇÃO: Poderá provocar reacções de fotossensibilidade. A ingestão excessiva poderá causar vómitos, diarreia, midríase e, em casos extremos, coma. NOME COMUM: Cana do Brejo. NOME BOTÂNICO: Costus spicatus. FAMÍLIA: Zingiberáceas. PARTES EMPREGADAS: Toda a planta. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Sitosterol, ácido oxálico, potássio, magnésio, saponinas, tanino, mucilagens e pectina. PROPRIEDADES: É indicada como coadjuvante no tratamento de afecções renais e das vias urinárias (nefrites, cólicas renais), por seu efeito diurético importante. Como uso externo é utilizada no tratamento de úlceras de pele. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 62 NOME COMUM: Carqueja. NOME BOTÂNICO: Baccharis trimera L. FAMÍLIA: Asteráceas. GEOGRAFIA: Cresce da Bahia ao Rio Grande do Sul (Brasil). PARTES EMPREGADAS: Toda a planta. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém flavonóides, lactonas, polifenóis, taninos, esteróides, saponinas, terpenos (carquejol, acetato de carquejila), nopineno, resinas e pectinas. PROPRIEDADES: Indicada na dispepsia, afecções hepáticas, gripe, como coadjuvante no tratamento do diabetes mellitus, nas dores de origem reumática, como auxiliar no tratamento da gota, na anemia carencial, parasitoses intestinais, quadros diarreicos, obstipação, quadros de astenia, anorexia, náuseas e, sob a forma de gargarejo, nas inflamações bucofaríngeas. O uso tópico restringe-se à acção cicatrizante. Apresenta propriedade diurética e reguladora das funções intestinais. Foi observada acção hipoglicemiante, moluscicida (contra Biomphalaria glabatra, hospedeiro intermediário do verme Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose) e anti-Trypanosoma cruzi (causador da moléstia de chagas). NOME COMUM: Catuaba. NOME BOTÂNICO: Anemopaegma mirandum. FAMÍLIA: Bignoniaceas. PARTES EMPREGADAS: A casca e o rizoma. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Substâncias aromáticas, lípidos, resinas e taninos. PROPRIEDADES: Útil nos quadros de astenia, ansiedade, bronquite crónica e asma brônquica. ATENÇÃO: Doses excessivas poderão causar midríase, taquicardia ou arritmias. Contra-indicada em crianças e gestantes. NOME COMUM: Cirtopódio. NOME BOTÂNICO: Cyrtopodium Punctatum. FAMÍLIA: Orquidáceas. PARTES EMPREGADAS: Toda a planta. PROPRIEDADES: É utilizada em casos de infecções das vias respiratórias superiores e bronquite crónica. Como agente externo, é aplicado sobre abcessos e furúnculos. Apresenta uma acção cicatrizante. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 63 NOME COMUM: Cavalinha do campo, Cola de cavalo, Pinheirinha. NOME BOTÂNICO: Equisetum arvensis. FAMÍLIA: Equisetáceas. GEOGRAFIA: Esta planta existe em várias regiões de Portugal, quase em todo o país. Faz parte da flora da Europa, bem assim como do Oriente (China, Japão) e Brasil. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém silício em grande quantidade, porém não tanto como a erva pulmonária (Pulmonária officinalis). São numerosos os sais que se encontram neste vegetal, como o ácido aconítico, o mesmo que ácido equisético. Também um saponósido chamado equisetonósido. De um modo geral, os equisitáceos contêm sais de potássio, ácido gálico, uma resina cílica, etc. PROPRIEDADES: Remineralizantes do organismo depauperado, especialmente dos tuberculosos, cujos parênquimas pulmonares estão afectados lesionalmente; hemostático, diurético, digestivo, depurativo, etc. Indicações: tuberculose e doentes dos ossos, úlcera gástrica e intestinal, perdas de sangue (recto, nariz, boca), nos casos de urina com sangue, nas pessoas que urinam com dificuldade. MANEIRA DE PREPARAR: Planta fresca, infusão: 20 a 50 gramas por litro de água, depois de ferver 2 ou mais minutos. Para tomar três ou mais chávenas (xícaras) por dia. Também se usa o extracto fluído. Nota: Muito usado em curas de toxicodependência por causa das suas propriedades diuréticas. NOME COMUM: Cebola. NOME BOTÂNICO: Allium cepa L. FAMÍLIA: Liliáceas. GEOGRAFIA: Planta originária da Pérsia e do Médio Oriente, que se encontra cultivada em todo o mundo. PARTES EMPREGADAS: O bolbo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém uma essência volátil rica em glicósidos sulfurados, dos quais o mais importante é o bissulfureto de alilopropilo. Contém igualmente enzimas abundantes (fermentos), de acção dinamizadora sobre a digestão e o metabolismo; oligoelementos (enxofre, potássio, magnésio, flúor, cálcio, manganésio e fósforo); vitaminas (A, complexo B, C, E); flavonóides de acção anti-diarreica, a glicoquinina. PROPRIEDADES: antibióticas: o sumo (suco) da cebola crua comporta-se como um autêntico antibiótico – usa-se para curar feridas e furúnculos, abcessos, queimaduras (evita que se infectem e acelera a sua cicatrização), gretas da pele e acne. Em todos estes casos aplica-se esmagada em forma de cataplasma, ou então o sumo (suco) fresco em loção ou em compressas. Para fazer amadurecer os abcessos, pode-se aplicar também uma cataplasma quente de cebola cozida ou assada. Expectorante e peitoral: pela sua acção antibiótica e mucolítica (facilita a expulsão da mucosidade, tornando-a mais fluída), antiinflamatória, ideal no caso de afecções respiratórias: catarros das vias respiratórias, sinusite, laringite, bronquite, tosse, asma brônquica, enfisema pulmonar (usar o xarope). Hipotensora, diurética e depurativa: muito recomendável para os hipertensos, os obesos, os reumáticos, os artríticos, os gotosos, assim como para os doentes renais. Apropriada também nos casos de nefrose e albuminúria, retenção de líquidos, areias e cálculos urinários. Alcaliniza notavelmente o pH (reduz a acidez) da urina, com o que favorece a eliminação do ácido úrico e de outros resíduos tóxicos do organismo. Fluidificante do sangue: para os que sofrem de trombose (tendência para a formação de coágulos ou trombos no sangue), fazendo com que o sangue seja mais fluído e que circule melhor – isto deve-se a que a cebola contém substâncias fibrinolíticas, que desfazem os coágulos sanguíneos e impedem que Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 64 se formem em excesso. Também está demonstrado que a cebola actua como um antiagregante plaquetário, impedindo a tendência excessiva das plaquetas sanguíneas se agruparem formando trombos ou coágulos (muito útil ao sangue tipo “A” e tipo “O”. Vermífuga: eficaz contra os ascarídeos (lombrigas) e os oxiúros (pequenos vermes brancos que causam ardor no anus das crianças), neste caso tem que ser comida crua. Hipoglicemiante: pela acção da glicoquinina, faz descer o nível da glicose no sangue. Tonificante: digestiva e geral do organismo: aumenta todas as secreções digestivas (gástrica, intestinal, pancreática), com o que melhora a digestão dos alimentos. Por isso mesmo não convém aos que sofram de hiperacidez e de úlcera gastroduodenal em fase de actividade. Estimula a função metabólica e desintoxicadora do fígado, pelo que se torna altamente recomendável aos que sofram de alguma doença de fígado: hepatite crónica, doença gorda do fígado, cirrose e insuficiência hepática. Pela sua acção antibiótica e anti-séptica, regula a flora intestinal travando os processos de putrefacção em que se libertam substâncias tóxicas muito irritantes, como o indol e o escatol. Estas substâncias relacionam-se com o aparecimento de cancros (câncer) do cólon e recto. Dai o efeito preventivo da cebola contra o cancro (câncer) intestinal. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: crua: sempre que se possa, e que o estômago a tolere (convém acostumá-la com doses progressivas), deve-se comer a cebola crua, pois é como produz maior efeito. Geralmente come-se cortada ou ralada em salada (com azeite de oliveira e limão). A dose terapêutica mínima recomendável é de uma cebola média diária, e, a máxima, segundo a tolerância. Sumo (suco) fresco: obtida com uma trituradora, misturada com limão, com mel ou com sumo (suco) de cenoura ou tomate, e tomado ás colheradas. Toma-se meio copo, duas ou três vezes por dia. Cebola cozida ou assada: perde completamente a acidez e o ardor, pelo que é muito bem tolerada por todos os estômagos, ainda que à custa da perda de uma percentagem dos princípios activos, e, sobretudo de uma redução do seu efeito antibiótico. No entanto, assim tem a vantagem de poder ser consumida em maior quantidade sem rejeição. Se as cebolas forem cozidas em água, deve-se beber o caldo, que é muito rico em princípios activos. A dose mínima recomendada, no caso das cebolas cozidas ou assadas, é de duas ou três cebolas por dia, juntamente com o seu caldo. XAROPE DE CEBOLA: prepara-se cozendo várias cebolas cortadas às rodelas com um pouco de água e bastante mel ou açúcar (de preferência mascavo), quando formar uma pasta homogénea tomar algumas colheres durante o dia (útil contra as afecções respiratórias). CEBOLA E GRIPE: Cortar 3 a 4 cebolas e deixar no quarto durante a noite, o ácido libertado pela cebola ajuda no combate à gripe. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 65 NOME COMUM: Celidónia, celidónia maior. NOME BOTÂNICO: Chelidonium majus L. FAMÍLIA: Papaveráceas. PARTES EMPREGADAS: Toda a planta. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém um heterósido amargo, a erythrocentaurina, matéria ceróide. A matéria amarga é o seu principal agente activo. Também contém goma, alguns sais, ácido livre, etc. PROPRIEDADES: Tónica, febrífuga, estomáquica, colagoga e estimulante do pâncreas, etc. Das suas propriedades podemos concluir que esta planta tem oportunidade nos dispépticos, diabéticos, doentes da vesícula (disquinésia biliar), na febre, etc. Também é vermífuga. Usa-se ainda no reumatismo. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão de 20 a 30 gramas por litro de água, para tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. NOME COMUM: Cersefi-bastardo. NOME BOTÂNICO: Tragopogon pratensis L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Prados húmidos e bermas de caminhos de toda a Europa. PARTES EMPREGADAS: A raiz e as folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz tem um sabor adocicado e algo mucilaginoso. Contém diversos glícidos (hidratos de carbono), como o inositol e o manitol, e também pequenas quantidades de prótidos e lípidos (gordura). PROPRIEDADES: É um bom aperitivo, e também um diurético, sudorífico (aumenta a sudorese) e depurativo. É benéfico, especialmente aos que sofram de arteriosclerose, reumatismo, gota e hipertensão arterial. Favorece a eliminação de resíduos tóxicos do metabolismo. Os diabéticos podem tomá-lo sem restrição, devido a que os hidratos de carbono desta planta não elevam o nível de glicose no sangue. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: raiz: a melhor maneira de aproveitar as suas qualidades e comer a raiz crua, cortada ás rodelas em salada. Também se pode cozinhar. Folhas tenras: comem-se também em salada; o seu gosto lembra o da escarola e da chicória. NOME COMUM: Cenoura. NOME BOTÂNICO: Daucus carota L. FAMÍLIA: Umbelíferas. GEOGRAFIA: é cultivada em todos os continentes. PARTES EMPREGADAS: As raízes e as sementes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém abundante pectina, substância glicídica de acção absorvente e antidiarreica; sais minerais diversos, especialmente de potássio e fósforo, assim como oligoelementos que a tornam remineralizante e diurética. Óleo essencial, que lhe confere o seu aroma peculiar e os seus efeitos vermífugos; e vitaminas do grupo B, um pouco da C e, sobretudo caroteno (4500 ug por cada 100 g). rica em provitamina A (o caroteno ou provitamina A, é o princípio activo mais valioso da cenoura. No fígado transforma-se em vitamina A ou retinol). PROPRIEDADES: utilizada nos transtornos da visão (perda da acuidade visual, hemeralopia – dificuldade para ver durante a noite ou com pouca luz; secura do pólo anterior do olho, blefarite – inflamação das pálpebras; queratite – inflamação da córnea. Alterações da pele (secura, rugas, atrofia, acne); fortalece também as unhas e o cabelo, ao qual dá mais brilho. Alterações das mucosas (útil na prevenção da litíase urinária e biliar, pois está provado que uma mucosa sã impede a formação de cálculos no interior dos canais urinários ou biliares). A vitamina A tem valor também como preventivo Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 66 de catarros nasais, sinusais, faríngeos e bronquiais, pois além de fortalecer as mucosas, aumenta as defesas. Também melhor a função da mucosa gástrica, normalizando a produção de sucos (útil nas gastrites) e colabora na cicatrização das úlceras. Acalma as dores do estômago e o excesso de acidez. Transtornos metabólicos e endócrinos (anemia, atraso do crecimento, hipertiroidismo – regula a função da tiróide; dismenorreia, depressão nervosa, etc. diarreia e colite (especialmente nas crianças, devido à acção da pectina – administra-se ralada ou fervida). Parasitas intestinais (o óleo essencial que a cenoura contém é especialmente activo contra os oxiúros – comer em jejum duas cenouras todas as manhãs). Curas depurativas (a cenoura é alcalinizante do sangue, com o que compensa e elimina os resíduos ácidos do metabolismo – ácido úrico e outros). Curas de desintoxicação (torna-se muito apropriada para quem deseje deixar de fumar, pois acelera a eliminação da nicotina e, pelo seu conteúdo em vitamina A, regenera as mucosas do aparelho respiratório). As sementes de cenoura contêm um óleo essencial de acção carminativa – evita os gases intestinais; emenagoga – favorece as regras; e um tanto diurética. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: crua: a cenoura, em rodelas ou cortada em tiras; sumo que se toma acabado de fazer para evitar a oxidação se for feito de um dia para o outro. Infusão de sementes – 20-30 gramas por litro de água. Ingerem-se diariamente 3 ou 4 chávenas (xícaras). Uso externo: HISTÓRIA: No papiro de Ebers, escrito no ano de 1500 a.C. no Egipto, já se recomendava a cenoura como cosmético, aplicadas em rodelas sobre o rosto. NOME COMUM: Chá da China, Chá preto. NOME BOTÂNICO: Thea sinensis L. FAMÍLIA: As folhas. GEOGRAFIA: Originário do Sudeste Asiático, China e Índia. Onde ainda aparece espontaneamente. É cultivado amplamente nestes dois países e também no Brasil e na África Tropical. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm de 1 a 4% de cafeína (chamada teína para diferenciar a sua origem); taninos (15 a 20%) e uma essência. PROPRIEDADES: Os seus efeitos são muito semelhantes aos do café, ainda que menos intensos. O chá provoca excitação do sistema nervoso, do coração e do sistema circulatório. Aumenta a secreção de sucos ácidos no estômago. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 30-50 gramas por litro de água, de que se podem tomar, como máximo, até 5 chávenas (xícaras) diárias. HISTÓRIA: Os chineses já usavam o chá há 4000 anos, embora a sua difusão na Europa se tenha verificado só a partir do século XVII. ATENÇÃO: O chá não se deve usar de forma continuada, nem sequer como medicamento. Desaconselha-se o uso do chá no caso de úlcera gastroduodenal, gastrite, acidez no estômago, nervosismo, hipertensão arterial ou afecções do coração. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 67 NOME COMUM: Chagas. NOME BOTÂNICO: Tropaeolum majus L. FAMÍLIA: Tropeoláceas. GEOGRAFIA: Vulgar nas regiões temperadas da maior parte da América e da Europa. Cultiva-se como planta ornamental em vasos e jardins. PARTE EMPREGADA: As folhas, as flores e os frutos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Todas as partes da planta contêm um glicósido sulfurado, a glicotropeolina, que, pela acção da mirosina, uma enzima contida na mesma planta, e que se liberta quando esta é partida ou triturada, produz, entre outras substâncias, um óleo essencial sulfuroso de acção antibiótica muito potente. PROPRIEDADES: Infecções das vias respiratórias: sinusite, rinite, faringite, e especialmente bronquite, tanto agudas como crónicas. Também se torna útil em gripes e constipações (resfriados), devido a que o seu princípio activo de acção antibiótica impregna todo o aparelho respiratório, descongestionando os brônquios e acalmando a tosse. Infecções das vias urinárias: pielonefrite (da pelve renal e do rim), e cistite (da bexiga). Favorece as funções da pele, devido ao seu elevado conteúdo de enxofre. Aplicada localmente, tem um efeito cicatrizante sobre as feridas e úlceras. Regenera e devolve o aspecto saudável à pele seca; mas sobretudo estimula o bulbo piloso (a raiz do pêlo), revitalizando o cabelo e inclusivamente fazê-lo crescer. Por isso é uma das plantas que mais se usam nos tratamentos contra a calvície. Tonificante e revigorante: talvez pelo seu elevado conteúdo em vitamina C (285 mg por cada 100 g de folhas frescas, enquanto, por exemplo, o limão tem 50 mg por 100 g de polpa). Reguladora menstrual: os banhos de assento com flores ou frutos regulam e normalizam as regras. Afrodisíaca: além do mais, atribuem-lhe efeitos afrodisíacos. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: salada (como tonificante e aperitivo): usam-se as flores e as folhas bem tenras. Combina muito bem com a alface. Infusão ou decocção: prepara-se com 30 g de flores, folhas e frutos por cada litro de água. Bebe-se uma chávena (xícara) de quatro em quatro horas. Uso externo: banho de assento: um punhado de flores ou de frutos por cada litro de água. O banho tem que ser quentes. Loções: triturar dois punhados (cerca de 100 g) de folhas, flores e sementes frescas. Deixam-se macerar em meio litro de álcool de 96 graus, durante duas semanas. Pode-se acrescentar à maceração 10 folhas de urtiga, 5 folhas de Buxo e uma colher de sopa de alecrim. Filtra-se e, com o liquído obtido, esfregase energeticamente o couro cabeludo. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 68 NOME COMUM: Choupo negro. NOME BOTÂNICO: Populis nigra L. FAMÍLIA: Salicáceas. GEOGRAFIA: Comum em bosques húmidos de toda a Europa. Cultivado na Europa e na América. PARTES EMPREGADAS: As gemas primaveris, a casca e madeira. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As gemas foliares (brotos tenros) e, em menor proporção, a casca dos ramos, contêm um óleo essencial, glicósidos flavonóides e fenólicos (salicina e populina) e tanino. PROPRIEDADES: Sudoríficas, febrífugas e diuréticas. Anti-inflamatórias e anti-reumáticas: no uso interno recomendam-se contra os ataques de reumatismo, as poliartrites (inflamação de várias articulações) e as dores reumáticas em geral. Balsâmicas e expectorantes: administram-se nos casos de bronquite aguda e crónica, assim como em todo o tipo de catarros brônquicos. Desinflamam a mucosa bronquial e facilitam a produção de uma mucosidade mais fluida, que assim se elimina com facilidade. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção durante 10 minutos com 3040 g de brotos tenros (gemas) de choupo por litro de água. Também se podem acrescentar uns fragmentos de casca. Coar, adoçar a gosto, e tomar 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: unguento: prepara-se com 50 g de brotos tenros de Choupo, que se esmagam num almofariz e se misturam com 150 g de gordura (manteiga sem sal ou vaselina). Coloca-se em banho-maria durante 2-3 horas, ao fim das quais se deve coar com uma gaze ou um lenço fino. Aplicá-lo como loção, 3 ou 4 vezes ao dia, sobre a região afectada. NOME COMUM: Cocleária. NOME BOTÂNICO: Cochlearia officinalis. FAMÍLIA: Crucíferas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Resina amarga, clorofila, iodo. Os seus princípios activos são: a coclearina, princípio amargo e um óleo essencial sulfurado (enxofre). PARTES EMPREGADAS: As folhas. PROPRIEDADES: Antiescorbútica muito valiosa, estimulante geral. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 30 a 40 gramas das folhas por litro de água. Duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Também se usa o xarope e a alcoolatura. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 69 NOME COMUM: Cerejeira. NOME BOTÂNICO: Prunus avium L. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: Comum nas zonas temperadas de ambos os hemisférios. PARTES EMPREGADAS: Os frutos e os seus pedúnculos (pés). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Glícidos: açúcares facilmente assimiláveis (inclusive pelos diabéticos) em forma de levulose ou frutose, cuja quantidade oscila entre 3% e 15%. Vitaminas: carotenos (provitamina A) em quantidade apreciável, assim como pequenas quantidades de vitaminas do grupo B e de vitamina C. Minerais: ferro, cálcio, fósforo, enxofre, sódio e, sobretudo, potássio, assim como uma ampla gama de oligoelementos (zinco, cobre, manganésio, cobalto, etc.). Ácidos naturais: málico, succínico e cítrico. Fibra vegetal solúvel: pectina em pequena quantidade (acção laxante). Flavonóides (acção diurética). Ácido salicílico em pequena proporção (cerca de 2 mg por quilo de cerejas (acção anti-inflamatória e antidiarreica). Os pedúnculos dos frutos contêm sais minerais (sobretudo potássio) e flavonóides. PROPRIEDADES: A cura de cerejas (à base de frutos e de tisanas de pedúnculos) é recomendada a sãos e doentes. Graças à sua acção depurativa, contitui uma das melhores formas de libertar o organismo das impurezas acumuladas durante os meses do Inverno, e tonificá-lo para os meses estivais. Usado para: obesos e pletóricos, a quem fará emagrecer sem risco de desnutrição ou de desequilíbrio mineral. Além disso, as cerejas têm a propriedade de atenuar a sensação da fome. Artríticos e gotosos, a quem fará descer os níveis de ácido úrico no sangue e aliviará as dores nas articulações. Os que sofram de inflamação das vias urinárias (pielonefrite ou cistite) devido a infecção crónica ou litíase. Os que sofram de prisão de ventre crónica, devido à preguiça ou atonia intestinal. MANEIRA DE PREPARAR: Cura de cerejas: faz-se comendo como único alimento meio quilo de frutos maduros, 4 a 5 vezes por dia, durante um ou dois dias. Se as cerejas forem bravas, recomenda-se tomar uma quantidade menor, pois contêm uma maior proporção de princípios activos. Os que sofram de debilidade gástrica ou de digestões lentas deverão comer as cerejas cozidas. Recomenda-se intercalar entre as refeições de frutos várias chávenas (xícaras) de tisana de pedúnculos (pés de cereja). Decocção de pedúnculos: fervem-se 50 g de pés de cereja (frescos ou secos) durante 5 minutos. Bebem-se várias chávenas (xícaras) por dia, quer isoladamente quer em combinação com uma cura de cerejas. NOTA: A Ginjeira (Prunus cereasus L.), igualmente conhecida como Ginjeira galega, dão frutos muito apreciados na confecção de sobremesas e da aguardente de Ginga (bebida muito vendida em Portugal). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 70 NOME COMUM: Cerejeira da Virgínia. NOME BOTÂNICO: Prunus serotina Poir. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: Cresce em zonas de bosques da América do Norte. PARTES EMPREGADAS: A casca. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A casca desta árvore contém um glicósido cianogenético (prunasina), ácido cumárico, tanino, escopoletina e óleo essencial. PROPRIEDADES: Expectorante e antitússica. Facilita a eliminação da mucosidade das vias respiratórias e acalma a tosse. Torna-se especialmente útil nos catarros e bronquites. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: prepara-se deitando uma colher de sobremesa de casca triturada numa chávena (xícara) de água quente. ATENÇÃO: As folhas são venenosas, pois contêm ácido cianídrico. NOME COMUM: Chicória. NOME BOTÂNICO: Chichorium intybus L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Muito comum nas margens dos caminhos, ribanceiras e terrenos secos. Própria das zonas temperadas da Europa e da América. PARTES EMPREGADAS: As folhas tenras e a raiz. PROPRIEDADES: Aumenta a secreção dos sucos gástricos; favorece a secreção da bílis, necessária para a digestão de gorduras. Além disso, activa a circulação portal e descongestiona o fígado. No intestino, activa os seus movimentos (acção laxante). uma chávena (xícara) de manhã ao levantar, em jejum, ajuda a vencer a preguiça intestinal e a prisão de ventre. Indicada também em: inapetência, ptose gástrica, digestões difíceis, dispepsia biliar por funcionamento deficiente da vesícula biliar, congestão hepática, hipertensão portal e parasitas intestinais. É diurética e depurativa, pelo que se torna útil na gota e artritismo. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: salada: as folhas cruas, cortadas antes da floração, têm um sabor amargo agradável. Podem-se preparar com elas belas saladas silvestres altamente aperitivas, nas quais de podem incluir dente de leão e alho, temperado-as com azeite e limão. Suco fresco: obtém-se espremendo com um liquidificador. Tomar meio copo antes de cada refeição, para abrir o apetite. Infusão: com folhas e raiz frescas à razão de 30 g por litro de água. Tomam-se 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia: como aperitivo, antes das refeições, como digestivo, depois. Não deve ser adoçada. NOTA: A raiz de chicória, que se arranca no Outono, seca, torrada e moída serve para preparar o “café de Chicória”. Pode-se misturar com malte, o que lhe dá um sabor ainda mais agradável. HISTÓRIA: Conhecida desde o tempo dos egípcios e utilizada pelos faraós, esta planta foi qualificada por Galeno, médico grego do século II, como “amiga do fígado”. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 71 NOME COMUM: Cola, Noz cola. NOME BOTÂNICO: Cola acuminata L. FAMÍLIA: Esterculiáceas. GEOGRAFIA: África tropical ocidental. Na África portuguesa. É espontânea na Guiné e na Coreia, tendo sido introduzida na Indonésia e na Jamaica. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: São ricas em amido. As nozes contêm, como princípios activos, os tanóides, vermelho de cola e bases púricas, representadas em especial na cafeína (1,5 a 2 g %). Oxalato de cal e outros valiosos elementos químicos. PROPRIEDADES: Em África, a Noz cola é empregada como estimulante do sistema neuro-muscular, permitindo aos indígenas longas caminhadas, sem necessidade, por largo tempo, de outros alimentos, pelo que é considerada, cientificamente, alimento de poupança. Em virtudes dessas propriedades, a Noz cola é empregada para estimular as forças nervosas, mentais, musculares e sexuais. CONTRA-INDICAÇÕES: No erectismo cardíaco, palpitações, em certas formas de doença cardíaca, nos nervosos excitáveis, nas pessoas com tensão arterial elevada e naquelas que sofrem de insónia, de aortrite, etc. MANEIRA DE PREPARAR: O pó de Noz cola é usado em dose de 1 a 5 gramas; o extracto fluído, de 1 a 4 gramas. NOME COMUM: Cólquico. NOME BOTÂNICO: Colchicum autumnale L. FAMÍLIA: Liliáceas. GEOGRAFIA: Planta pouco frequente, que prefere as regiões húmidas e montanhosas de toda a Europa. Cultivada para a indústria farmacêutica nos Estados Unidos e no Canadá. PARTES EMPREGADAS: O bolbo e as sementes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém colquicina, um alcalóide muito activo. A colquicina actua sobre o núcleo das células, detendo e impedindo o processo de divisão celular, conhecido em biologia como mitose. Por esta razão se tem tentado empregá-la no tratamento do cancro (câncer), se bem que os seus efeitos tóxicos sobre o organismo são demasiado intenso para permitir o seu uso terapêutico. PROPRIEDADES: Em doses terapêuticas, tem um acentuado efeito antiinflamatório e analgésico. É também diurética. A sua aplicação mais importante, em que é praticamente insubstituível, dado o seu efeito rápido e energético, é o tratamento do ataque agudo da gota. Acalma de forma espectacular as dores violentas da artrite gotosa, que com frequência se localiza no dedo grande do pé. MANEIRA DE PREPARAR: Preparados farmacêuticos: constituem a maneira mais recomendável de usar o princípio activo do Cólquico. Apresentam-se em forma de comprimidos de colquicina, cuja dose é de 0,5 a 2 mg diários. Homotoxicologia: usado em doses balançeadas na potenciação de D6, D12, D30, D200. ATENÇÃO: Trata-se de uma planta muito venenosa. Duas flores, apenas já podem provocar a morte de uma criança. NOTA: usada em Homeopatia para a dor dos gotosos, sem contra-indicações. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 72 NOME COMUM: Colútea, Sene bastardo, Cilantus. NOME BOTÂNICO: Colutea arborescens L. FAMÍLIA: Leguminosas. GEOGRAFIA: Cresce nos terrenos cálcarios e montanhosos da Europa e da Ásia Ocidental. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm um óleo essencial, ácido coluteico, sais minerais e vitamina C. PROPRIEDADES: Diuréticas e laxantes. O seu efeito laxante é suave, menos intenso do que outras plantas laxantes; tem também um efeito diurético e depurativo, o qual se torna recomendável para quem tem prisão de ventre e ao mesmo tempo de obesidade ou excesso de ácido úrico. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 100 g de folhas por litro de água. Adoça-se com mel e tomam-se 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia, de preferência antes das refeições. ATENÇÃO: As sementes desta planta,l que se encontram dentro das vagens, de aspecto semelhante às lentilhas, são ligeiramente tóxicas, e a sua ingestão pode provocar vómitos. NOME COMUM: Cicuta. NOME BOTÂNICO: Conium maculatum L. FAMÍLIA: Umbelíferas. GEOGRAFIA: Cresce espontaneamente em toda a Europa e América. Abundante em lugares frescos e húmidos, nas margens dos rios e beiras dos caminhos. PARTES EMPREGADAS: Os frutos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Todas as partes da planta, e em especial os frutos, contêm vários alcalóides (coniina, coniceína, conidrina e pseudo-conidrina), além de um óleo essencial e glicósidos flavonóides e cumarínicos. A conitina é o princípio activo mais importante da cicuta que se encontra presente numa proporção de 2% nos frutos, e de 0,5% nas folhas. PROPRIEDADES: dores persistentes como nevralgias. MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: prepara-se com 1 grama de frutos triturados por cada 9 gramas de dissolvente gordo. Usa-se como anestésico local em caso de nevralgias e dores intensas. Tenha-se sempre presente que a colina se absorve pela pele. ATENÇÃO: Planta muito tóxica. Deve só ser usado como remédio homeopático. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 73 NOME COMUM: Cinco em Rama. NOME BOTÂNICO: Potentilla reptans L. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: Comum em prados húmidos e beias dos caminhos, tanto na Europa (Potentilla reptans) como na América do Norte (Potentilla canadensis). PARTES EMPREGADAS: O rizoma (caule subterrêneo) e a raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma e a raiz contêm diversos glícidos, e especialmente taninos do grupo das catequinas. PROPRIEDADES: anti-sépticas, hemostáticas, adstringentes e cicatrizantes. Faz diminuir a secreção das mucosas, especialmente as digestivas e as genitais, ao mesmo tempo que as desinflama e cicatriza. Torns-se muito benéfica nos seguintes casos: Gastrenterites e diarreias infecciosas, especialmente quando acompanahadas de disbacteriose (alteração da flora microbiana intestinal). Planta ideal para combater as diarreias estivais devido a contaminações de água ou dos alimentos. Vómitos devido a gastrite ou indigestão. Leucorreia (fluxo vaginal anormal) devido a inflamação da vagina ou do cólo do útero. Aplica-se em irrigações vaginais, com um cânula especial. Hematúria (sangue na urina) ou hemoptise (sangue na expectoração). Nestes casos o melhor é procurar o seu médico. Inflamações na boca e faringe: faringite, amigdalite, aftas, piorreia e, em geral, todo o tipo de inflamações da mucosa da boca e da garganta. Nestes casos aplica-se em forma de bochechos ou gargarejos. Furúnculos e espinhas: a decocção da raiz aplica-se em forma de cataplasma quente sobre a região afectada, que se renova a cada duas ou três horas. Facilita o seu amadurecimento e a eliminação das substâncias residuais que possam conter. També se pode conter em forma de loção, molhando a pele frequentemente com o líquido da decocção. Frieiras: as compressas com decocção da raiz de cinco em rama ou os manilúvios (banhos de mãos) são eficazes contra as feridas e outros transtornos circulatórios dos tecidos dérmicos. MANEIRA DE PREPARAR: Uos interno: decocção com 50 g de rizoma e de raiz fresca ou seca, por litro de água. Ferver durante 15 minutos e filtar. Tomam-se 4 a 6 chávenas (xícaras) diárias até que a diarreia desapareça. Uso externo: irrigações vaginais com a mesma decocção que para o uso interno, muito bem filtrada. Bochechos ou gargarejos com esta mesma decocção. Compressas, loções, lavagens e banhos com o líquido da decocção, que se aplicam sobre a zona da pele afectada. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 74 NOME COMUM: Cinoglossa. NOME BOTÂNICO: Cynoglossum officinalis L. FAMÍLIA: Boragináceas. GEOGRAFIA: Difundida por toda a Europa e naturalizada nas regiões temperadas do continente americano, embora pouco. Prefere as beiras dos caminhos, os escombros e os terrenos incultos. PARTES EMPREGADAS: A raiz seca e as folhas frescas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz da planta contém alcalóides (cinoglossina), um glicósido tóxico (consolidina), mucina, alantoína e tanino em abundância. PROPRIEDADES: Adstringentes e sedativas. Em aplicação externa é emoliente (acalma a pele e as mucosas inflamadas) e cicatrizante. Utiiza-se em infusão como anti-diarreica e como peitoral, mas a sua aplicação principal é externa, como cicatrizante nos casos de gretas cutâneas, queimaduras, úlceras persistentes e feridas de difícil cicatrização. Os manilúvios com a decocção de Cinoglossa suavizam e hidratam a pele das mãos. São de grande utilidade no caso destas ficarem demasiado secas por acção do frio ou pelo contacto com produtos químicos. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com uma colher de sobremesa da raiz triturada, por chávena (xícara). Uso externo: cataplasmas com folhas esmagadas, que se aplicam sobre a pele afectada durante meia hora. Compressas: aplicam-se com o suco fresco da planta ou com a decocção da sua raiz. Manilúvios (banhos de mãos): com uma decocção, que se prepara com 50 g de folhas e de raiz por litro de água, postas a ferver durante 5 minutos. NOME COMUM: Cipreste. NOME BOTÂNICO: Cupressus sempervirens L. FAMÍLIA: Coníferas. GEOGRAFIA: O Cipreste é plantado junto dos cemitérios. PARTES EMPREGADAS: As folhas e as bagas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Além de outros elementos químicos, contém tanino. PROPRIEDADES: Antidiarreico e vaso-constrictor, tendo oportunidade nas diarreias, varizes, hemorróidas, flebites; também metrorragias (perda de sangue pelo canal vaginal). MANEIRA DE PREPARAR: 25 a 30 gramas por litro de água, em forma de cozimento leve, seguido de infusão. Para tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia, nas referidas doenças. Externamente: para lavagens às hemorróidas externas, em forma de irrigações (corrimentos vaginais – 40 gramas pr litro de água); Extracto fluído e a tintura, na dose de 20 gotas antes das refeições em meio copo de água, antes das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 75 NOME COMUM: Coca. NOME BOTÂNICO: Erythroxylon coca Lam. FAMÍLIA: Lináceas. GEOGRAFIA: Cresce espontaneamente nas montanhas dos andes do Peru e da Bolívia, entre os 500 e os 1800 m de altitude. Cultivada na América do Sul e no sudeste asiático. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Na folha de coca encontram-se diversos alcalóides, entre os quais predomina a cocaína; uma essência aromática; taninos, heterósidos e diversas substâncias inactivas, como o oxalato de cálcio. PROPRIEDADES: A cocaína actua sobre: o sistema nervoso: produz uma acentuada excitação, com aumento da actividade intelectual, facilidade de palavra, euforia e aumento da força muscular. Se a dose for aumentada, produzem-se tremuras, nervosismo e até convulsões. Apôs a fase de excitação, quando desaparece o efeito, sobrevem outra fase de depressão com esgotamento e abatimento, que induz a ingerir nova dose. Está provado que, a seguir ao consumo de cocaína, aumenta a eliminação de ureia, devido ao consumo e à degradação das próprias proteínas do organismo. O estímulo que produz é obtido à custa de um empobrecimento e esgotamento físico, não recebendo o corpo os nutrientes necessários para compensar o esforço realizado. Sobre o aparelho circulatório: produzem-se, com doses médias, taquicardia e hipertensão; com doses elevadas, arritmias, síncope, podendo-se inclusive chegar até à paragem cardíaca. Sobre a parte sexual: produz alterações na líbido e impotência (acção anaffrodisíaca). MANEIRA DE PREPARAR: Não se deve utilizar em fitoterapia em uso interno. Muito usado em Homeopatia. HHISTÓRIA: Segundo uma antiga lenda inca, Foi manco Capac, o filho do sol e fundador do império dos Incas, quem deu as folhas de coca aos humanos como um remédio divino para consolar os aflitos, dar forças ao cansado e saciar os famintos. Quando Francisco Pizarro chegou ao que é hoje o Peru, no começo do século XVI, encontrou estabelecido entre os Incas o costume de mascar folhas de coca. NOME COMUM: Cominhos. NOME BOTÂNICO: Cominum cyminum. FAMÍLIA: Umbelíferas. GEOGRAFIA: Existe, cultivada e espontânea, em Portugal e outros países da Europa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes dos cominhos contêm uma essência amarela, fluida, acre, composta de um hidrocarboneto, a cimena e o cominol, isomérico da essência do anis. PROPRIEDADES: Digestivo, estomáquico, carminativo, estimulante e emenagogo. Esta planta – as sementes – é empregada como condimento (em pó) e em licores. MANEIRA DE PREPARAR: 5 a 10 gramas de semente por litro de água, em forma de infusão. Também se usa o pó, a essência, 10 a 20 gotas em poção, a tintura etérea, etc. Esta planta tem a propriedade de estimular a secreção Láctea das senhoras e combater as cólicas devido a gases. A infusão – 20 ou mais minutos, por litro de água – usa-se sobre as refeições ou fora destas, como digestiva e para fazer expulsar os gases e combater as dores devido a estes. Colher (das de café ou chá) por chávena (xícara) com água a ferver. 10 a 15 minutos de infusão. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 76 ATENÇAÕ: A essência não deve ser dada a crianças pequenas, já que pode provocar-lhes convulsões. NOME COMUM: Canafístula. Cássia purgante. NOME BOTÂNICO: Cassia fistula L. FAMÍLIA: Leguminosas. GEOGRAFIA: Própria das regiões tropicais: Índia, Sudeste Asiático, Antilhas, América Central. Não se dá na Europa. PARTES EMPREGADAS: A polpa dos frutos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A polpa negra, espessa e doce dos seus frutos contém, além de diversos açúcares e mucilagens, uma pequena quantidade de derivados antraquinónicos, entre os quais predomina a reína. PROPRIEDADES: Laxante suave, isenta de efeito purgante ou irritante sobre o intestino. É portanto muito útil em todo o tipo de prisão de ventre e, especialmente, pela benignidade da sua acção, no caso de crianças ou de pessoas idosas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: polpa diluída: à razão de 30 a 60 g por litro de água a ferver. Coar e tomar uma ou duas chávenas (xícaras) pela manhã. Polpa ingerida directamente: bastam 5 g para que se produza um efeito laxante. NOME COMUM: Cassia ocidental, Fedegoso. NOME BOTÂNICO: Cassia occidentalis L. FAMÍLIA: Leguminosas. GEOGRAFIA: América Central e do Sul. Cresce nas bermas dos caminhos de zonas temperadas. Também se cultiva em hortas e quintais. PARTES EMPREGADAS: A raiz, as folhas e as sementes. PROPRIEDADES: As raízes são utilizadas como anti-espasmódicas. Utilizadas na dismenorreia (menstruação dolorosa), que costuma ser provocada por espasmos do útero. As mulheres que sofrem de regras dolorosas devem tomar infusão uns dias antes da menstruação. As sementes toma-se em infusão como sucedâneo do café e, nas regiões do continente americano usam-se contra transtornos da próstata. As folhas fazem desaparecer inflamações e inchaços (efeito resolutivo); utilizamse em cataplasmas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Decocção da raiz esmiuçada à razão de 30-50 g por litro de água. Ferver até que fique reduzida a uma terça parte. Coar e adoçar com mel ou açúcar mascavo. Administram-se duas colheres de sopa a cada refeição (3 vezes ao dia). Infusão de sementes torradas e moídas como o café ou a cevada (uma colher de sobremesea por cada chávena (xícara) de água. Uso externo: cataplasma das folhas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 77 NOME COMUM: Condurango. NOME BOTÂNICO: Gnobulus condurango. FAMÍLIA: Asclepidáceas. GEOGRAFIA: América central (Equador, Cordilheira dos Andes, Venezuela e Colômbia). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Esta planta contém tanino, resina, vários glucósidos (conduranginas), etc. PROPRIEDADES: Tónico estomáquico, estimulante da célula hepática e pancreática, estimulante do apetite (anti-aneróxica), etc. Alguns Naturopatas e Fitoterapeutas empregam Condurango em casos de cancro (câncer) e úlcera gástrica, em conjunto com Ipê roxo (Tecoma violacea), Glycirriza glabra, cataplasmas de argila e dietética apropriada, magnésio, etc, com óptimos resultados. MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento: 15 gramas para 360 gramas de água. Deixar cozer até ficar reduzido a 250 gramas. Para tomar por três vezes ao dia, perto das refeições. Vinho de Condurango: 10 gramas de casca para 100 gramas de vinho da Madeira, em maceração. Duas a três colheres por dia. Pó: 1 a 3 gramas por dia. Também se usa a tintura ou o extracto fluido. O Condurango pode ser substituído, na sua falta, por casca de laranja amarga, Fel da terra, Camomila, Angélica, etc. NOME COMUM: Congossa ou Pervinca. NOME BOTÂNICO: Vinca Major L. FAMÍLIA: Apocináceas. GEOGRAFIA: Difundida por toda a Europa Central e do Sul. Cultivada na América do Norte com fins medicinais. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém tanino, flavonas e uma pequena quantidade de alcalóides e curtos elementos a aproveitar em terapêutica. PROPRIEDADES: Usa-se como tónico amargo; para secar o leite das mães que têm de deixar de amamentar; na diarreia, nas perdas de sangue pela boca, anus, útero; em gargarejos nas anginas, no corrimento vaginal. O alcalóide vicamina tem, além de outras propriedades, efeitos fisiológicos vasodilatadores e hipotensos, sendo empregada a planta nos casos de angina de peito, tensão elevada. Como faz reduzir os glóbulos brancos, quando em excesso, usa-se também na leucemia e no linfosarcoma (doença maligna dos gânglios). Nas doenças cancerosas, a Pervinca poderá ser associada ao Pau d’arco (Tecoma violacea). MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 40 gramas para um litro de água. Três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Extracto fluído: 2 a 5 gramas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 78 NOME COMUM: Consolda maior. NOME BOTÂNICO: Symphytum officinalis L. FAMÍLIA: Borragíneas. GEOGRAFIA: Indígena das Américas e de numerosas outras floras da Europa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém: tanino, princípio extractivo, um alcalóide, mucilagem, malatos, etc. PROPRIEDADES: Adstringente, peitoral, etc. Tem acção na úlcera gástrica, melena (sangue saído pelo recto junto com as fezes que se apresentam de cor negra), na hemoptise (sangue pela boca, proveniente dos pulmões) e na hematemese (sangue provindo do estômago). Externamente, emprega-se em forma de cataplasma, lavagens, assim como em compressas nas borbulhas, acne, abcessos, etc. Empregue internamente para ajudar a cicatrizar as fracturas dos ossos. MANEIRA DE PREPARAR: Decocção: 40 gramas de raiz para 1 litro de água. 2 horas de infusão. Também pode ser feita somente em forma de infusão: 50 a 60 gramas por litro de água; 2 ou mais horas de infusão. Tomar fora das refeições. NOME COMUM: Convalária, Lírio dos vales. NOME BOTÂNICO: Convalaria maialis. FAMÍLIA: Liliáceas. GEOGRAFIA: É espontânea da Europa. Nasce especialmente nos bosques e lugares sombrios. PARTES EMPREGADAS: Folhas e flores. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém uma essência, um princípio corante amarelo, mucilagem e dois glucósidos: a convalarina (nas flores e nos rizomas) e a convalamarina (localizada nas flores), glucósido muito amargo. PROPRIEDADES: Usado desde a antiguidade nas doenças do coração e hidropisia, originada de doenças cardio-renais. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão, extracto aquoso de toda a planta e os princípios activos isolados (a convalarina e a convalamarina). A infusão das flores seria da forma de 2 ou 3 gramas para 200 gramas de água fervente, com 10 minutos de infusão. NOME COMUM: Copaiba. NOME BOTÂNICO: Copalifera officinalis L. FAMÍLIA: Leguminosas. GEOGRAFIA: Regiões tropicais da América do Sul, especialmente o Brasil, a Colómbia, a Venezuela e as Antilhas. PARTES EMPREGADAS: A resina extraida do seu tronco. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O bálsamo da copaíba contém um óleo essencial e uma resina, em cuja composição predomina o ácido copaíbico, que se elimina pelos rins e actua como anti-séptico e anti-séptico sobre as mucosas genitais e urinárias. PROPRIEDADES: É eficaz contra a blenorragia masculina e feminina, doença venérea que se manifesta com inflamação e irritação da uretra (conduto pelo qual se elimina a urina para o exterior). Também é usado como balsâmico para a bronquite. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: bálsamo de copaiba: toma-se uma colher de sobremesa (5 g), uma ou duas vezes por dia. ATENÇÃO: Não ultrapassar a dose indicada. Não tomar durante mais de 10 dias seguidos, pois pode provocar erupções cutâneas, nefrites e transtornos digestivos. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 79 NOME COMUM: Couve Bersa (no Norte de Portugal). NOME BOTÂNICO: Brassica oleracea. FAMÍLIA: Crucíferas. GEOGRAFIA: Natural da Europa, onde se encontra em estado silvestre nas costas do canal da Mancha, do Atlântico e do Mediterrâneo Ocidental. Cultiva-se em todo o mundo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui numerosos sais medicinais, vitaminas A, B, C, D, E e K3, água fisiológica, muita celulose, clorofila, etc. PROPRIEDADES: A couve pela sua riqueza em minerais alcalinos desempenha grande papel em dietética, sempre que há necessidade em remineralizar o sangue e tecidos, isto é, de fornecer ao organismo elementos químicos minerais, reconstituintes e neutralizantes dos ácidos provenientes do metabolismo dos alimentos protéicos, que em excesso conduzem à acidose, com expressão nas doenças artríticas: reumatismo, doenças da pele, etc. Antiulcerosa (por via interna o seu sumo é recomendado contra a úlcera gastroduodenal, cicatrizando-a). MANEIRA DE PREPARAR: Uso Interno: Sumo (suco) da planta fresca: de meio a um copo (100-200 ml), três ou quatro vezes por dia, antes das refeições, ou seja, com o estômago vazio – tomar durante três semanas; apôs 4 ou 5 dias desaparecerá a dor de estômago. Esta cicatrização deve-se à acção antiulcerosa da vitamina U. Uso externo: Aquecem-se as folhas de couve crua com um ferro de passar e aplicam-se sobre a pele em forma de emplastro ou cataplasma. NOME COMUM: Crataegus, Pinheiro-alvar, pilriteiro NOME BOTÂNICO: Crataegus oxyacantha L. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: Existe em várias regiões de Portugal e em outras floras da Europa. PARTES EMPREGADAS: As flores e as folhas e os frutos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores do Crataegus contêm uma essência (aldeído anísisco), pigmentos flavónicos e outros elementos condicionadores das suas propriedades terapêuticas. PROPRIEDADES: Calmante, antiespasmódica, cardiotónica, nas nevroses do coração e debilidade deste órgão, na tensão arterial elevada, angústia, vertigens de origem nervosa, insónia, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Folhas e flores (em especial flores): 15 a 25 gramas por litro de água, em forma de infusão, para tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Também se usa a tintura ou extracto fluído: 20 gotas antes do almoço e do jantar. A usar vinte dias cada mês. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 80 NOME COMUM: Cravinho, Cravo da Índia. NOME BOTÂNICO: Syzygium aromaticum L. FAMÍLIA: Mirtáceas. GEOGRAFIA: Originário das ilhas Molucas (Proximidades da China) e Filipinas, embora actualmente se cultive noutras zonas tropicais da Ásia e da América. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores do cravinho contêm 15 a 20% de essência, constituída na sua maior parte por eugenol, juntamente com pequenas quantidades de acetileugenol, cariofileno e metilamilcetona. A esta essência se deve o seu aroma, assim como as suas propriedades. PROPRIEDADES: Estimulante, digestivo, aperitivo, anti-séptico, etc. A essência deste vegetal é usada em odontologia, como analgésica e caústica. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Infusão: 2 ou 3 cravinhos por chávena (xícara) de água, para tomar a cada refeição. Essência: de 1 a 3 gotas antes de cada refeição. Uso externo: Elixir bucal: fazer bochechos com um copo de água a que se tenham acrescentado umas gotas da essência de cravinho. Refresca e desinfecta a cavidade bucal. Dor de dentes: para acalmá-la, aplicar uma gota da essência no dente dorido. ATENÇÃO: Quem sofra de úlcera gastroduodenal e gastrite deverá abster-se do cravinho, como planta medicinal e como condimento. Em doses elevadas tem efeitos irritantes sobre o aparelho digestivo, que se manifestam por náuseas, vómitos e dores de estômago. NOTA – a sua aplicação no nervo dentário pode lesionar o mesmo. NOME COMUM: Cravo. NOME BOTÂNICO: Dianthus caryophyllus. FAMÍLIA: Cariofiláceas PARTES EMPREGADAS: As pétalas. PROPRIEDADES: Tónica, peitoral (na tosse, etc.), ligeiramente excitante e um pouco diaforética. NOME COMUM: Cuscuta, linho de cuco, cipó chumbo. NOME BOTÂNICO: Cuscuta epithymum Mur. FAMÍLIA: Cuscutáceas. GEOGRAFIA: Comum nos montes de toda a Europa. Também se encontra em regiões montanhosas e temperadas ou frias do continente americano. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um glicósido amorfo (cuscutina), resina, tanino e goma. PARTES EMPREGADAS: Toda a planta. PROPRIEDADES: Por via interna, é laxante e diurética. Ao mesmo tempo favorece o esvaziamento da vesícula biliar (acção colagoga) e estimula os processos digestivos. É recomendada aos que sofrem de cálculos biliares ou de transtornos no esvaziamento da vesícula biliar. Aplicada externamente em forma de cataplasma, é cicatrizante e anti-séptico. Dá bons resultados no caso de úlceras varicosas e de feridas infectadas ou de cicatrização lenta. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 30 g de planta por litro de água. Tomar duas chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: cataplasmas: fervem-se durante meia hora, de 60 a 100 g de planta por litro de água. Triturar até conseguir uma massa pastosa, que se aplica sobre a região da pele afectada. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal NOME COMUM: Cabeluda. NOME BOTÂNICO: Eugenia tomentosa. FAMÍLIA: Myrtaceae. GEOGRAFIA: Nativa do Rio de Janeiro e Minas Gerais. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, sais minerais e glucose. PARTES EMPREGADAS: Polpa da fruta e a casca. PROPRIEDADES: Antidiarreica, fadiga, stress. 81 NOME COMUM: Caimito. NOME BOTÂNICO: Chrysophyllum caimito. FAMÍLIA: Sapotaceae. GEOGRAFIA: Originário das Antilhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Gelatina, glucose, proteína, potássio, ácido fosfórico, cloro, ácido sulfúrico, ferro, tanino. PARTES EMPREGADAS: Fruto e casca. PROPRIEDADES: A casca é tónica, antifebril, o fruto é diurético e emoliente. NOME COMUM: Cajá manga. NOME BOTÂNICO: Spondias dulcis. FAMÍLIA: Anacardiceae COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Vitaminas, resinas e glucose. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: Tratamento das inflamações da garganta, calmante e antidiarreica. NOME COMUM: Cajú. NOME BOTÂNICO: Anacardium occidentalis L. FAMÍLIA: Anacardiaceae. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Glucose, taninos, sais minerais e concentração de vitamina C, ácido cardol e anacárdico. PARTES EMPREGADAS: Fruto e casca. PROPRIEDADES: Preparado em sucos, licores, vinhos, doces e pastas. A casca é usada para gargarejos e cicatrizações. O suco é diurético, antifebril, antidiabético, anti-sifilítico, antiescorbútico e calmante. NOME COMUM: Cambucá. NOME BOTÂNICO: Eugenia eudulis. FAMÍLIA: Myrtaceae. GEOGRAFIA: Nativo do Brasil no Estado do Rio de Janeiro. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Pectina, Sais minerais, vitaminas, potássio e tanino. PARTES EMPREGADAS: A baga (fruto). PROPRIEDADES: Diurético, antidiarreico e antifebril. NOME COMUM: Cana de macaco, Cana do brejo. NOME BOTÂNICO: Costus spicatus. FAMÍLIA: Zingiberaceae. GEOGRAFIA: Encontrada no Amazonas, Pernambuco, Rio de janeior. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A seiva contém ácido oxálico, tanino, etc. PARTES EMPREGADAS: A seiva, as raizes e as flores. PROPRIEDADES: Diurético, tónico, depurativo, abortivo, nos cálculos renais e nefrites, etc. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 82 NOME COMUM: Canela. NOME BOTÂNICO: Cinnamomum ceylanicum. FAMÍLIA: Lauraceae. GEOGRAFIA: Árvore nativa do Sirilanka (antigo Ceilão) e Índia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Sacarose, tanino, amido, manita, óleo, resinas, eugenol, felandreno, cimol, linabol, aldeído cumínico, , aldeído cinâmico. PARTES EMPREGADAS: A casca da árvore. PROPRIEDADES: Estimulantes, aromáticas, tónicas, digestivas, cardiotónicas, diuréticas. É indicado como linimento, anti-reumático, antiespasmódico, escorbuto. NOME COMUM: Capim limão, chá príncipe. NOME BOTÂNICO: Andropogon schoenanthus L. FAMÍLIA: Graminae. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo essencial aromático, essências aromáticas. PARTES EMPREGADAS: As folhas. PROPRIEDADES: Calmante, antiescorbútica, útil no tratamento da diabetes. NOTA: As folhas reduzidas a pó e queimadas são insecticidas. NOME COMUM: Carambola. NOME BOTÂNICO: Averrhoa carambola. FAMÍLIA: Oxalidaceae. GEOGRAFIA: Presume-se ser nativa da Índia, encontrada na América Tropical. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácido oxálico, sais e vitaminas. PARTES EMPREGADAS: Os frutos. PROPRIEDADES: Antiescorbútica, antifebril, nas erupções cutâneas, manchas, etc. NOTA: A sua concentração de ácido oxálico permite branquear tecidos e suprimir manchas de ferrugem. NOME COMUM: Carqueja amarga (carqueja grossa de folhas amareladas). NOME BOTÂNICO: Baccharis gemistelloides. FAMÍLIA: Compositae. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácido criptogâmico, absintina, santonina, matérias resinosas pépticas. PARTES EMPREGADAS: A seiva, as folhas. PROPRIEDADES: A sua seiva é tónica, estomacal, hepática, anti-reumática, antidiarreica, combate a diabetes, úlceras, lepra, verminose, febre, constipações (resfriados). É indicada no ombate à esterilidade e impotência. NOME COMUM: Castanha do Pará, castanha do Brasil. NOME BOTÂNICO: Bertholletia excelsa. FAMÍLIA: Lecythidaceae. GEOGRAFIA: Nativa da Amazónia COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo, oleína, estearina, fécula, açúcar, celulose, nitrogénio, sais minerais, fósforo, etc. PARTES EMPREGADAS: As amêndoas. PROPRIEDADES: Emoliente, antianémico, nutritivo. NOME COMUM: Chuchu. NOME BOTÂNICO: Sechium edule. FAMÍLIA: Cucurbitaceae. PARTES EMPREGADAS: o fruto e os brotos jovens. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Cálcio, potássio, fibras e sais minerais. PROPRIEDADES: Os brotos novos são indicados para o tratamento da hipertensão. É considerado diurético e digestivo. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 83 NOME COMUM: Coco Açai. NOME BOTÂNICO: Euterpe oleracea. FAMÍLIA: Palmaceae. GEOGRAFIA: Encontrado da Amazónia à Bahia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo, tanino, ferro, fósforo, vitaminas, proteínas. PARTES EMPREGADAS: o coco, as raízes. PROPRIEDADES: As raízes são depurativas. A bebida é considerada antianémica e digestiva. NOME COMUM: Confrei. NOME BOTÂNICO: Symphytum asperum. FAMÍLIA: Boraginaceae. GEOGRAFIA: É nativa na Rússia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Alto teor de proteína, cálcio, ferro, simpetina, sais minerais, vitaminas, , colina, consolidina, fósforo e outros alcalóides. PARTES EMPREGADAS: As folhas e as raízes. PROPRIEDADES: Pode ser consumida, crua em saladas ou cozida (as folhas). Aumenta a lactação, analgésico, antiasmático, anticanceroso, hepático, diurético, controla o açúcar dos diabéticos, acalmas as tosses, bronquites. É indicado em cosméticos como cicatrizante. Indicada nas hemorragias e pancadas no globo ocular. Nota: Em Homeopatia usada na dose 200CH ou 1M é usado nas dores ósseas profundas – câncer. NOME COMUM: Coco da Bahia. NOME BOTÂNICO: Cocus nucifera. FAMÍLIA: Palmaceae. GEOGRAFIA: Originário dos arquipélagos do Oceano pacífico. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo, sais minerais, açúcar, proteínas, potassa, fósforo, vitaminas, etc. PARTES EMPREGADAS: O coco. PROPRIEDADES: Diurético, antiescorbútico, antigripal, antifebril, etc. NOME COMUM: Coco dendê. NOME BOTÂNICO: Elaeis guincensis. FAMÍLIA: Palmaceae. GEOGRAFIA: Nativo de África. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleos, ácidos diversos, ácido fosfórico, potássio, celulose, azoto, sais minerais, açúcar. PARTES EMPREGADAS: O coco. PROPRIEDADES: Actua nas erisipelas, panarícios, tónico capilar, calmante, digestivo. NOME COMUM: Coco pupunha. NOME BOTÂNICO: Guilielma speciosa. FAMÍLIA: Palmaceae. GEOGRAFIA: Nativo da Amazónia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteínas, sais e vitaminas. PARTES EMPREGADAS: O coco. PROPRIEDADES: Usado em pessoas anémicas e desnutridas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal NOME COMUM: Cupuaçu. NOME BOTÂNICO: Theobroma bicolor. FAMÍLIA: Esterculiaceae. GEOGRAFIA: Nativa da Amazónia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteínas, ferro, fósforo, ácidos e vitaminas. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: Diurética e antiescorbútica. 84 NOME COMUM: Damiana. NOME BOTÂNICO: Tumera diffusa Willd. FAMÍLIA: Tumeáceas. GEOGRAFIA: Sul dos Estados Unidos, México e Países da América Centrall. Não se dá na Europa. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm um óleo essencial (rico em cineol, cimol e pineno), o glicósido arbutina, um princípio amargo, tanino e resina. PROPRIEDADES: Tonificante nervoso: o seu uso dá bons resultados em caso de astenia, debilidade, esgotamento físico ou intelectual e stress. Ao contrário do que acontece com outros estimulantes, tem uma acção suave e não gera dependência. Estimulante dos órgãos genitais: comprovou-se que produz um aumento no número e na vitalidade dos espermatozóides. Na mulher regulariza o ciclo menstrual e estimula as funções dos ovários. Em ambos os sexos têm um efeito revitalizante e afrodisíaco que, ao contrário de outros estimulantes sexuais, não tem efeitos secundáriosn conhecidos. É indicado em caso de impotência masculina, ejaculação precoce e espermatorreia (derramamento involuntário de sémen). Diurético suave. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: 60-90 g de folhas por litro de água. Tomar 2 ou 3 chávenas (xícaras) diárias. Extractos: sob a forma de diversos preparados farmacêuticos. NOME COMUM: Dedaleira. NOME BOTÂNICO: Digitalis dedaleira L. FAMÍLIA: Escrofuláceas. GEOGRAFIA: Comum em montanhas de terrenos siliciosos da Europa Ocidental. Naturalizada no Continente Americano. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: É complexa a composição química deste vegetal. Possuí vários heterósidos cardiotónicos: digitalina cristalizada ou digitoxina, digoxina, etc. PROPRIEDADES: Cardiotónica e cardiotónico-renal (diurética), com oportunidade em vários tipos de afecção cardíaca e renal (com relação à patologia cardíaca). HISTÓRIA: Esta planta foi revelada à ciência clínica e farmacológica por uma camponesa curandeira, cujas curas surpreendiam os médicos da época, o que não significa que não tivesse sido perseguida, claro, por motivo de interesse da classe! Levou tempo que os homens da ciência aceitassem os “milagres” deste vegetal. MANEIRA DE PREPARAR: Em infusão das folhas; em vinho, maceração, pó, tintura, etc. As folhas devem ser bem trituradas. Infusão: Faz-se com 1 g de pó obtido por trituração das folhas secas, em 100 ml de água quente, sem que chegue a ferver. Deixar repousar durante 15 minutos, tomar ao longo do dia três chávenas (xícaras). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 85 O remédio Homeopático Digitalis é o mais indicado, pois não tem efeitos colaterais como a tintura ou a infusão têm, isto quando tomado por muito tempo. NOME COMUM: Dente de leão. NOME BOTÂNICO: Taraxacum officinalis L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Muito comum nos prados, campos e bermas dos caminhos de toda a Europa e América. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas e a raiz contêm taraxacina, um princípio amargo semelhante ao da chicória. As folhas contêm ainda flavonóides, cumarinas e vitaminas B e C. PARTES EMPREGADAS: As folhas e a raiz. PROPRIEDADES: Aperitivo, digestivo e tónico estomacal: aumenta as secreções de todas as glândulas digestivas, facilitando deste modo a digestão e aumentando a capacidade digestiva. Aumenta a produção da saliva, de sucos gástricos, intestinal e pancreático, assim como da bílis. Ao mesmo tempo, estimula a musculatura de todo o tubo digestivo. Por tudo isto, acelera e estimula todos os processos da digestão, tanto físicos como químicos. Colerético (aumenta a produção de bílis no fígado) e colagogo (facilita o esvaziamento da vesícula biliar): a sua acção sobre o fígado e a vesícula biliar é a mesma que sobre os restantes órgãos digestivos, ainda que mais intensa. Trata-se por isso de uma das plantas mais activas sobre a função filiar, pelo que convém especialmente aos que sofram de: insuficiência hepática, hepatite e cirrose: pode chegar a triplicar a produção de bílis, descongestionando assim o fígado e facilitando a sua função de desintoxicação; disquinésias biliares (vesícula preguiçosa e outros transtornos do seu funcionamento); colelitíase (cálculos na vesícula biliar): embora o dente de leão não seja capaz de dissolver os cálculos, permite um melhor funcionamento da vesícula. Diurético e depurativo: aumenta o volume da urina e favorece a eliminação de substâncias ácidas residuais, que sobrecarregam o metabolismo. Tem utilidade para os pletóricos, os gotosos e os artríticos. Laxante suave, não irritante, especialmente útil nos casos de preguiça ou atonia intestinal. O seu efeito laxante, unido ao depurativo, tornam esta planta um bom remédio para casos de eczema, erupções, furúnculos e celulite, que muitas vezes são consequência de uma auto-intoxicação produzida pela prisão de ventre. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: o seu agradável sabor, ligeiramente amargo, torna as suas folhas um ingrediente muito apropriado para saladas primaveris, em que se procura sobretudo o efeito aperitivo e depurativo. Pode temperar-se com azeite (de oliveira) e limão. Suco fresco: obtém-se por pressão ou trituração das folhas e raízes. Tomam-se 2 ou 3 colheres de sopa antes de cada refeição. Para conseguir um efeito depurativo importante, deve-se tomar diariamente durante um mês e meio, na Primavera. Infusão: prepara-se com 60 g de folhas e raízes por litro de água. Toma-se cada chávena (xícara) antes da refeição. NOTA: Sucedâneo do café: com as raízes torradas prepara-se uma infusão que pode substituir o café, com a vantagem de não ter nenhum dos seus efeitos nocivos. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 86 NOME COMUM: Diabelha. NOME BOTÂNICO: Plantago coronopus. FAMÍLIA: Plantagíneas. GEOGRAFIA: Planta existente em todas as floras da Europa, do Médio Oriente. PARTES EMPREGADAS: A planta florida. PROPRIEDADES: Emoliente e algo adstringente (as folhas), a empregar, em forma de gargarejos, com mel. Tem grande oportunidade em todas as formas de inflamação da garganta e da boca. Este vegetal pode ser associado a outras plantas, não somente para uso externo, como para uso interno, nos catarros dos brônquios. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: ou cozimento: 25 a 30 gramas por litro de água. Três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Para gargarejos e bochechos: a mesma percentagem. Convém adoçar com mel. NOME COMUM: Dictamno, fraxinela. NOME BOTÂNICO: Dictamnus albus L. FAMÍLIA: Rutáceas. GEOGRAFIA: Planta espontânea no Sul e no centro da Europa, embora pouco frequente. Introduzida no continente americano. Cultiva-se como planta ornamental em parques e jardins, e como planta medicinal. PARTES EMPREGADAS: As folhas e a casca da raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém um óleo essencial rico em anetol e estragol, saponinas, princípios amargos e colina, assim como dictamnina, um alcalóide que actua sobre o útero. PROPRIEDADES: Emenagogas, digestivas, antiespasmódicas, vermífugas e diuréticas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com uma colher de sobremesa de folhas frescas (5 g) ou uma colher de sopa de folhas secas por chávena (xícara) de água. Podem-se acrescentar uns gramas de casca triturada. Tomar até duas chávenas (xícaras), ao longo do dia. ATENÇÃO: Em doses elevada, pode provocar hemorragias uterinas e abortos. É contra-indicado na gravidez. NOME COMUM: Doce amarga, Dulcamara. NOME BOTÂNICO: Solanum dulcamara L. FAMÍLIA: Solanáceas. GEOGRAFIA: Planta subarbustiva, vivaz, espontânea em Portugal, fazendo parte de outras floras do mundo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém: solanina e dulcamarina, princípio extractivo doce-amargo; picroglício, extracto gomoso, glúten, cera verde, resina contendo ácido benzóico, sais, etc. Os frutos, como outras part5es da planta, apresentam certa toxicidade. PARTES EMPREGADAS: Os caules desfolhados, vulgarmente talos (para uso interno). Para uso externo, usam-se as folhas em cozimento, ou as folhas frescas esmagadas, como emolientes nas hemorróidas, queimaduras, herpes, etc. PROPRIEDADES: Narcóticas, depurativas nas doenças da pele, reumatismo, sífilis, nas doenças ligadas a uma constituição humoral viciosa, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Para uso interno: 15 a 20 gramas para 1 litro de água. Para tomar uma só chávena (xícara) por dia, em jejum. É preparada em forma de infusão. ATENÇÃO: Como a maioria das solanáceas, esta planta apresenta toxicidade; quando usada em alta dose, origina transtornos sérios, podendo até causar a morte. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 87 NOME COMUM: Douradinha. NOME BOTÂNICO: Ceterach officinarum Lam. FAMÍLIA: Polipodiáceas. GEOGRAFIA: Cria-se em muros e penhascos da Europa Ocidental. Aclimatada na América. PARTES EMPREGADAS: As frondes (folhas do feto). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: contêm tanino e ácidos orgânicos. PROPRIEDADES: Peitorais, antitússicas, diurética e sudorífica. Proporciona uma certa acção anti-inflamatória sobre as vias urinárias, pelo que se torna útil nos casos de cistite e cólica renal. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 30g de frondes por litro de água. Deixa-se fermentar durante 15 minutos e tomam-se 5 chávenas (xícaras) por dia. No caso de afecções bronco-pulmonares, toma-se bem quente e adoçada com mel. HISTÓRIA: Dióscorides já mencionou esta planta no século I d.C., com o nome de scolopendrio, devido à semelhança das folhas com a escolopendra, pequeno réptil que abunda nos muros velhos e no meio das rochas. Galeno chamou-lhe splenio, porque acreditava que ela podia reduzir o volume do baço (splen grego). NOME COMUM: Dormideira (papoila com as pétalas rosáceas). NOME BOTÂNICO: Papayer somniferum. FAMÍLIA: Papaveráceas. GEOGRAFIA: Originária do Oriente, porém, muito cultivada na Europa, e, consequentemente, em Portugal. PARTES EMPREGADAS: As cápsulas, vulgarmente chamadas Cabeças-deDormideira, as folhas e as flores. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém um látex viscoso que, depois de solidificado, fornece o ópio, produto narcótico com vários alcalóides, entre os quais a morfina, a codeína, a papaverina, a morceína, etc. PROPRIEDADES: Calmantes, hipnóticas, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Para uso externo: lavagens, bochechos, etc. Como calmantes, podem ser usadas as cabeças da dormideira, na percentagem de 10 gramas por litro de água. Também se usam as folhas e flores, igualmente como calmantes. Para uso interno: como planta narcótica e de efeitos tóxicos, o seu uso deve ser feito somente por receita de Naturopata ou Especialistas que entendam da área natural. NOME COMUM: Drosera, Morela-orvalhinha, Orvalho do sol. NOME BOTÂNICO: Drosera rotundifolia. FAMÍLIA: Droseráceas. GEOGRAFIA: Faz parte das floras da Europa, Ásia setentrional e América boreal. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Parece não terem sido encontrados alcalóides nem glucósidos; porém, possui pigmentos flavónicos, algum tanino, sendo considerados seus elementos mais activos: a naftoquinona ou plumbagona, considerada como antibiótica sobre o estafilococo e o pneumococo. PROPRIEDADES: Antiespasmódica, estando indicada nas tosses irritativas ou espasmódicas, assim bem como em certo tipo de bronquites. Também na tosse convulsa, na asma, vómitos espasmódicos, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Tintura de Drosera, entre 30 a 60 gotas ou mais gotas por dia (para adultos); para crianças o melhor é a Drosera homeopática na dose 9 CH (3 vezes ao dia) ou 30 CH (1 vez ao dia) até cessarem os sintomas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 88 NOME COMUM: Equinácea. NOME BOTÂNICO: Echinacea angustifólia. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: América do Norte, México, etc. Está espalhada pelo resto do mundo nos jardins. PARTES EMPREGADAS: raiz e folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contêm óleo etéreo, resina, óleo oelico, pálmico, cerótico, um glucósido (echinósido), echinacina, fermentos, flavonas, etc. Esta planta é de grande complexidade química e foi estudada, farmacológica e medicinalmente, por vários autores idóneos. PROPRIEDADES: Efeitos bacteriostáticos. Anti-infeccioso, com oportunidade em várias doenças, como na furunculose, antraz, infecções gonocócicas (blenorragia), infecção do sangue, febres, granulomas, fístulas, etc. Além da sua acção anti-microbiana, estimula as defesas naturais do organismo e, consequentemente, os seus processos reactivos, face à infecção microbiana. No reumatismo infeccioso tem grande oportunidade. Também pode ser associada a outros meios terapêuticos, nos casos de cancros (câncer), como desintoxicante do sangue (alterante). Pode ser associada ao pau d’arco (Tecoma violacea). MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 60 gotas por dia. Também é usado o extracto fluido. Emprego local: pomada, com a seguinte fórmula: Tintura de Echinácea ........................... 5 gramas. Lanolina ............................................ 45 gramas. 50 gramas Esta pomada está indicada nas feridas infectadas e nas úlceras varicosas de mau carácter e de difícil cicatrização. No cancro (câncer), a Echinácea pode ser aplicada, como remédio adjuvante, em combinação com o Pau d’ arco (Tecoma violacea), Erva de São Roberto (Geranium robertianum), etc. No cancro (câncer) do útero e na cervicite ulcerosa, emprega-se em conjunto com Hidrastis (Hidrastis canadensis), Echinácea (Echinácea angustifólia) e Clorofila (óvulos), em emprego local. NOME COMUM: Efedra. NOME BOTÂNICO: Ephedra distachya. FAMÍLIA: Anetáceas. GEOGRAFIA: Faz parte da flora Europeia (Europa Central) e da Ásia, porém, pouco vulgar. PARTES EMPREGADAS: A parte externa da planta. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Princípio activo: a efedrina, e ainda outros alcalóides. A efedrina faz parte de vários medicamentos para o tratamento específico da asma brônquica, da rinite alérgica, etc. CONTRA-INDICAÇÃO: Quando há hipertensão arterial, na gravidez e diabetes. PROPRIEDADES: É especialmente indicada na asma brônquica e nasal, e em certas doenças cutâneas de origem alérgica, na tosse com expectoração. Acção fisiológica: Estimula o sistema nervoso simpático e contrai os vasos. Tem fortes propriedades antialérgicas, aumenta a tensão arterial, etc. PREPARADOS FARMACÊUTICOS: Gotas, comprimidos, supositórios. HISTÓRIA: A planta Efedra já era conhecida pelos chineses há mais de 5000 anos, no tempo da dinastia Ma Huang. Em 1924, um químico chinês fez o estudo científico da Efedra, sendo depois sintetizada pelo laboratório Merk (1924). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 89 NOME COMUM: Embude, Prego do Diabo. NOME BOTÂNICO: Oenanthe crocata. FAMÍLIA: Umbelíferas. Trata-se de uma planta venenosa, florescendo no Verão, confundindo-se com a Angélica (Angelica archangelica). Em Medicina Homeopática, esta planta é empregada em alta diluição, em que já não existem os elementos químicos tóxicos da planta, mas aquilo a que nós homeopatas chamamos princípios dinâmicos, cuja existência é posta em dúvida por muitos médicos alopatas. Usa-se esta planta na epilepsia. NOME COMUM: Endro, Funcho bastardo. NOME BOTÂNICO: Anethum graveolens. FAMÍLIA: Umbelíferas. GEOGRAFIA: Esta planta existe em toda a Europa. PARTES EMPREGADAS: As sementes (ou mericarpos, o mesmo que aquênios). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Todas as partes da planta, em especial as sementes, contêm um óleo essencial amarelo-pálido, com cheiro penetrante, sabor doce e quente. PROPRIEDADES: Estimulante digestivo e carminativo (expulsando gases). Serve também nos vómitos nervosos das crianças e dos adultos. MANEIRA DE PREPARAR: Colher (das de chá) por chávena (xícara): 20 minutos de infusão. Coar e adoçar. Para tomar apôs as refeições ou fora destas, se necessário. Também se usa o pó: 1 a 4 gramas, e o óleo essencial: 2, 4 ou 6 gotas em água simples; ou em infusão de Hortelã pimenta (Mentha piperita) ou de Melissa (Melissa officinalis), adoçados. NOME COMUM: Engos, Ébulo, Sabugueirinho. NOME BOTÂNICO: Sambucus ebulus (não confundir com o Sabugueiro – Sambucus nigra). FAMÍLIA: Caprioláceas. GEOGRAFIA: Existe espontânea em Portugal e noutras floras da Europa, da África do Norte e da Ásia. PARTES EMPREGADAS: Parte lenhosa da raiz ou casca desta, as folhas e as bagas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém sambunigrina, o mesmo glucósido cianogenético do Sabugueiro. Contém ainda sacarose, açúcar reduzido e um pouco de essência. A sambunigrina também se encontra nos nós das raízes. Os frutos contêm matérias tânicas e princípios amargos, açúcares, ácidos málico, tartárico e valeriânico. PROPRIEDADES: Purgativa e diurética. Deve ser usada em dose fraca, pois, além de certos limites, actua como purgante violento, o que pode causar transtornos. Como os frutos causam, por vezes, intoxicação, é preferível não os usar, pois os remédios destinam-se a fazer bem e a não causar prejuízos à saúde e à vida. Alguns autores dizem que o cozimento da planta é preferível à infusão, pois o elemento activo que origina a acção drástica fica atenuado. MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento: 20 gramas por litro de água. Tomar 3 chávenas (xícaras) três vezes ao dia antes das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 90 NOME COMUM: Énula campana. NOME BOTÂNICO: Enula helenium. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Planta vivaz da Europa setentrional. PARTE EMPREGADA: A raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém resina, óleo volátil, cera, extractivo amargo, goma, tanino, sais de potássio, de magnésio, de cal, inulina (não confundir com insulina: hormona segregada pelo pâncreas), belenina ou cânfora da ínula (empregada nas afecções pulmonares). PROPRIEDADES: Tónicas e estimulantes, diuréticas, excitantes, sudoríferas, expectorantes, depurativas, com oportunidade nas doenças da pele (eczema, psoríase), tosse, anemia, vermífugo, febrífugo (foi empregado no passado para combater a febre, na falta da Quina). Tem oportunidade, este valioso vegetal, no tratamento das feridas e nas doenças da pele, em aplicações externas. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão da raiz: 20 a 40 gramas por litro de água, para ser tomada duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Tintura: 2 a 3 gramas por dia. Pó: 5 a 8 gramas por dia. Vinho: 70 gramas da raiz em bom vinho tinto, com maceração de oito dias. Externamente (para loções, banhos, etc): 50 gramas por litro (cozimento). Esta planta também é empregada no tratamento local da sarna (escabiose). Para o efeito recomenda-se: pó de Ênula: 50 gramas em banha sem sal: 50 gramas (tudo bem misturado). NOME COMUM: Espinheira santa. NOME BOTÂNICO: Maytenus ilicifolia. FAMÍLIA: Celastráceas. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém cafeína, macrólideos, terpenos (maitenina, pristimerina B-amirina, maitensina, maitomprina, maitambutina e maitolidina), flavonóides (chalconas, auronas, antocianinas), taninos, resinas, mucilagens e açúcares. PROPRIEDADES: Anorexia, úlceras pépticas, dispepsia, obstipação, astenia e asma brônquica. Contraceptiva, diurética, analgésica, anti-séptica, cicatrizante e reguladora das funções hepáticas. Foi constatada actividade antibiótica e antineoplásica, não havendo comprovação das propriedades contraceptiva e abortiva. ATENÇÃO: É contra-indicada para lactantes, pois poderá reduzir a produção do leite. NOME COMUM: Epilóbio. NOME BOTÂNICO: Epilobium angustifolium L. FAMÍLIA: Enoteráceas. GEOGRAFIA: Difundido por toda a Europa e Ásia Setentrional. Encontra-se nas serras do norte e centro da Península Ibérica e na serra Nevada. Cria-se nos bosques frios da montanha. PARTES EMPREGADAS: As flores, as folhas e a raiz secas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém tanino, pectina e mucilagem. PROPRIEDADES: Adstringentes e emolientes (desinflama a pele e as mucosas). Usado em diarreias, gastroenterites e, em geral, todas as inflamações da mucosa digestiva. Anti-inflamatório. Corta a diarreia e faz desaparecer o mal estar abdominal. Estomatite (inflamação da mucosa bucal), gengivite, faringite. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 50 g de flores e raiz secas num litro de água, de que se tomam 4 ou 5 chávenas por dia. Devem evitar-se as flores frescas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 91 Uso externo: bochechos e gargarejos: fazem-se com a mesma infusão que se usa internamente. NOME COMUM: Eríssimo, Rinchão. NOME BOTÂNICO: Erisimum officinalis L. FAMÍLIA: Crucíferas. GEOGRAFIA: Existe em Portugal, na Madeira e nos Açores. E também existe nas floras da Europa. PARTES EMPREGADAS: As folhas e as sumidades. PROPRIEDADES: Expectorante, estimulante, léxica (contra a tosse), antiescorbútica; útil nos catarros pulmonares, na rouquidão (uso interno e em gargarejos, enriquecida a planta com Eucalipto e adoçada com mel). MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 40 gramas por litro de água. Suco: 15 a 30 gramas, em água com mel. Deve ser usada fora das refeições, duas, três ou quatro vezes ao dia, levando mel ou xarope de agrião. Para gargarejos, a mesma infusão, adoçada com mel. Havendo pontos brancos no fundo da boca (amígdalas, etc), também é útil gargarejos com mel e limão. NOME COMUM: Erva coalheira, galião. NOME BOTÂNICO: Galium verum L. FAMÍLIA: Rubiáceas. GEOGRAFIA: Comum nos prados e bosques de toda a Europa. Naturalizada em regiões temperadas do continente americano. PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém asperulósido, glicósidos flavonóides e cumarínicos, assim como pequenas quantidades de um fermento lácteo, cujo efeito é reforçado pelo conteúdo da planta em ácidos cítrico e tânico. PROPRIEDADES: Antiespasmódica: recomenda-se para dispepsias funcionais (má digestão devido a nervosismo), pelo seu efeito relaxante e sedativo sobre a musculatura dos órgãos digestivos. Diurética: o seu uso é indicado nas afecções das vias urinárias (litíase renal, cistite), hidropisia ou edemas e obesidade. Vulnerária: aplicada externamente contribui para a cicatrização de feridas e a cura de golpes e contusões. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: com 10 a 20 g de plantas por litro de água, de que se tomam 3 chávenas (xícaras) por dia. HISTÓRIA: As atraentes flores da erva coalheira cheiram dedicadamente a mel. Segundo a recomendação de Galeno, têm sido utilizadas desde à mais de vinte séculos para coalhar o leite. Continuam a fabricar-se queijos com esta planta – o queijo Chester. NOTA: A erva coalheira é muito semelhante a outra planta da mesma família, o amor de hortelão (Galium aparine L.), embora este não tenha a capacidade de coalhar o leite. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 92 NOME COMUM: Erva Moura, Solano. NOME BOTÂNICO: Solanum nigrum L. FAMÍLIA: Solanáceas. GEOGRAFIA: Existe em Portugal, nos Açores, na Madeira, em Cabo verde, etc. Faz parte de outras floras da Europa, Médio Oriente, etc. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém saponinas e gluco-alcaloides, do grupo das solaninas. As bagas possuem maior dose de solanina e ácido málico. PROPRIEDADES: Narcóticas, com acção no bolbo, medula, etc. Originando a paralisia dos nervos sensitivos e motores. A Solanina é o principal agente activo da planta (e tóxico). MANEIRA DE PREPARAR: Devido à toxicidade desta planta não se deve usar internamente. Para uso externo: 40 a 50 gramas. Para lavagens, no prurido vulgar, aplicações sobre feridas, queimaduras, hemorróidas, etc. Para aclamar as dores. Também se empregam, para o efeito, folhas pisadas e aplicadas sobre o lugar afectado. NOME COMUM: Erva prata. NOME BOTÂNICO: Criophytum cristalino, Paronychia argêntea. FAMÍLIA: Carofiláceas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Não é conhecida. PROPRIEDADES: Diuréticas, adstringentes e vulnerarias, muito empregada nas doenças dos rins, incluindo na albuminúria. MANEIRA DE PREPARAR: 30 gramas por litro de água, em infusão, para tomar três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. NOME COMUM: Erva de São Roberto. NOME BOTÂNICO: Geranium robertianum L. FAMÍLIA: Geraniáceas GEOGRAFIA: Portugal e outros países da Europa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Taninos, contendo ainda outros valores químicos. PARTE EMPREGADA: Toda a planta. PROPRIEDADES: Adstringentes, vulnerárias, antidiarreicas (na diabetes moderada). Tem oportunidade na inflamação, com ou sem úlcera, do estômago, do duodeno, do colo do útero, da garganta, etc. Há poucos anos, foi uma planta muito conceituada no tratamento do cancro (câncer), havendo casos em que mostrou possuir valor terapêutico. Pode ser empregada interna e externamente. Mostrou ser útil ainda na úlcera do colo do útero (cervicite ulcerosa) e do estômago, etc. Doentes com inflamação dos intestinos obtiveram melhoras com esta planta. MANEIRA DE PREPARAR: Externamente: 20 a 25 gramas por litro de água, em forma de infusão. Internamente: 10 a 20 gramas por litro de água, também em forma de infusão (folhas e caules). Para tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 93 NOME COMUM: Escabiosa mordida. NOME BOTÂNICO: Succisa pratensis Moench; Scabiosa succisa L. FAMÍLIA: Dipsacáceas. GEOGRAFIA: Encontra-se frequentemente nos prados e encostas expostas ao sol, em toda a Europa. Aparece em Portugal nos relvados e solos húmidos do Minho, Beiras e Estremadura. Na América do Sul pode encontrar-se em regiões montanhosas de clima temperado. PARTES EMPREGADAS: A raiz, as folhas e as flores. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um glicósido (escabiósido), saponinas e sais minerais, especialmente potássicos. A raiz é particularmente rica em tanino. Saponinas. PROPRIEDADES: Expectorantes e depurativas. Lesões da pele: especialmente aquelas que provocam comichão (coceira), como no caso da sarna. Também no herpes, na tinha e nos eczemas. Para se obter maior efeito, recomenda-se combinar o uso interno (infusão) com o externo (compressas sobre a pele). Bronquite e asma, dado que fluidifica as secreções dos brônquios e facilita a expectoração. Neste caso também se recomenda tomar a infusão, além de aplicar compressas quentes sobre o peito. Curas depurativas, pelo suave efeito diurético, tonificante e também sudorífico desta planta. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 50-60 g de flores, folhas e raizes secas, num litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: compressas da mesma infusão que para o uso interno. Aplicam-se quentes sobre a região afectada, combinando-as com o uso interno, com a finalidade de reforçar o seu efeito. NOME COMUM: Escolopêndrio, Língua cervina. NOME BOTÂNICO: Escolpendrium. FAMÍLIA: Polipodiáceas. GEOGRAFIA: Existe em Portugal e em todas as floras da Europa. PARTES EMPREGADAS: As folhas (frondes). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém tanino, mucilagem, matéria corante e outros elementos químicos ainda não bem conhecidos. PROPRIEDADES: Este vegetal faz parte das espécies béquicas (para a tosse, etc). Tem propriedades peitorais, adstringentes, diuréticas, e é útil na expectoração com sangue. Também é usado nas doenças do fígado, reumatismo, baço,m rins, etc. MANEIRA DE PREPARAR: 15 a 20 gramas por litro de água, em infusão. Três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 94 NOME COMUM: Erva de Santa Maria. NOME BOTÂNICO: Chenopodium ambrosioides L. FAMÍLIA: Quenopodiáceas. GEOGRAFIA: Originária do México e da América Central. A sua cultura estendeu-se aos Estados Unidos, América do Sul (abundante no Brasil) e em alguns países do mediterrâneo, especialmente em França. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A essência da Erva de Santa Maria é constituída por hidrocarbonetos terpénicos (cimeno, limoneno, terpineno, etc) e ascaridol. PARTES EMPREGADAS: As folhas e as flores. PROPRIEDADES: Tónico estomacal e carminativa (evita os gases intestinais): o seu uso dá bons resultados nas indigestões, dores de estômago, flatulência e falta de apetite. Anti-helmíntica e vermífuga: é altamente eficaz contra os Ascarídeos e os anquilostomas, mas não tanto contra as ténias e os oxiúros – é a sua aplicação mais importante. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Infusão, com 15 a 20 g de folhas e flores por cada litro de água. Como tónico estomacal, toma-se uma chávena (xícara) de manhã em jejum, durante 3 dias. Para favorecer a expulsão de parasitas administrar um laxante natural (Rícino, Aloé vera ou Cáscara sagrada), depois de cada toma de Erva de Santa Maria. ATENÇÃO: Não exceder as doses indicadas, já que pode provocar intolerância digestiva. NOME COMUM: Estragão. NOME BOTÂNICO: Artemisia dracunculus L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Originário da Ásia Central, embora se cultive e algumas vezes se encontre em estado silvestre em alguns países do continente americano e em toda a Europa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um óleo essencial rico em estragol, felandreno e ocimeno, assim como em hidroxicumarinas. PARTES EMPREGADAS: As folhas e os capítulos florais. PROPRIEDADES: Aperitivas, digestivas e carminativas. Anti-sépticas contra os germes patogénicos do tubo digestivo. Vermífugas e emenagogas. Torna-se assim indicado nos casos de inapetência, digestão lenta ou difícil, flatulência, fermentação intestinal e parasitas intestinais. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: condimento: em saladas e todo o tipo de pratos. Infusão: 30 g de planta por litro de água. Tomar uma chávena (xícara) antes de cada refeição, como aperitivo, e/ou depois das refeições, como digestivo. Essência: a dose recomendável é de 3 a 5 gotas, 3 vezes por dia. NOME COMUM: Escórdio, Camédrios da água. NOME BOTÂNICO: Tenerium scordium L. FAMÍLIA: Labiadas. PARTES EMPREGADAS: A planta florida. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Princípio activo: a escordina, substância aromática amarela, muito amarga, insolúvel no álcool e solúvel na água fria. PROPRIEDADES: Tónica, estimulante, carminativa, vermífuga, anti-séptica interna, etc. Estando indicada na flatulência, dispepsia, catarros crónicos, doenças da vesícula e do fígado, etc. E também na gripe. Quando a planta já não tem o cheiro que lhe é característico (liliáceo), tem as suas propriedades perdidas ou reduzidas. MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 40 gramas por litro de água. Três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 95 NOME COMUM: Escrofulária. NOME BOTÂNICO: Scrophularia nodosa L. FAMÍLIA: Escrofuláceas. GEOGRAFIA: Portugal e noutras floras da Europa. PARTES EMPREGADAS: Toda a planta. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os talos e as folhas contêm ácido cafetânico, cinâmico e butírico; lecitina, hesperidina, dulcita e manita. À excepção do rizoma, todos os órgãos da planta contêm, pequenas quantidades de saponina. PROPRIEDADES: Desde a antiguidade que este vegetal é empregado na escrofulose, nas doenças da pele, neste caso devido à sua saponina, com óptima acção no eczema da face, no hemorroidal, sob a forma de ungüento (suco ou raspas da raiz, em parte igual com manteiga fresca, sem sal). Este ungüento também tem oportunidade nos engurgitamentos ganglionares, no herpes, etc. Os homeopatas empregam esta planta em uso interno (tintura obtida da planta fresca), no linfosarcoma (mal de Odgking) e também, externamente nos mesmos casos. A doença em questão é de natureza cancerosa. A Escrofulária também é usada como depurativa do sangue. Nas doenças malignas, afectando os gânglios. MANEIRA DE PREPARAR: Para uso interno: 15 gramas por litro de água. Para lavagens e irrigações, a quantidade da planta pode ir até 40 gramas. NOME COMUM: Espinheiro cerval. Espinha de veado. NOME BOTÂNICO: Rhamnus cathartica L. FAMÍLIA: Ramnáceas. GEOGRAFIA: Originário da Ásia Setentrional. Encontra-se difundido pelos bosques e regiões montanhosas da Europa e da América. PARTES EMPREGADAS: Os frutos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os frutos são ricos em glicósidos antraquinónicos. PROPRIEDADES: Acção purgativa enérgica (leva rapidamente à evacuação feca). Também proporciona um certo efeito diurético. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: sumo (suco): espreme-se um punhado de frutos maduros e, do sumo (suco) obtido, que se pode adoçar com mel ou açúcar, tomam-se de manhã 2 ou 3 colheres de sopa. Xarope: obtém-se acrescentando ao sumo (suco) fresco o seu mesmo peso em açúcar e fervendo-o em lume brando até que fique espesso. Tomar 3 a 6 colheres diárias. NOTA: Desde o século XI que se encontram documentados os efeitos exercidos sobre o intestino por esta planta, que também se utiliza em veterinária para purgar os animais. ATENÇÃO: Deve usar-se com prudência, isto é, em doses baixas, porque em grandes quantidades pode provocar fortes contorções nos intestinos, vómitos e, inclusivamente, hemorragias intestinais. NOME COMUM: Estrela do Egipto. NOME BOTÂNICO: Coreopsis tinctoria L. PROPRIEDADES: É utilizado nos diabetes. MANEIRA DE PREPARAR: Em forma de infusão: 4 a 5 gramas por chávena (xícara), com água a ferver, estando 20 minutos de infusão. Tomam-se 4 chávenas (xícaras) por dia antes das refeições. NOTA: a Vagem do feijão encarnado possuí um princípio químico algo semelhante à insulina. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 96 NOME COMUM: Estrofantos. NOME BOTÂNICO: Strophantus. FAMÍLIA: Apocíneas. PARTES EMPREGADAS: Os grãos (ou sementes). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém três heterósidos cardiotónicos: oubaína, estrofantina e uabaína, todos muito tóxicos, evitar tomar esta planta sem um aconselhamento de um especialista da área natural. PROPRIEDADES: Tem acção no coração, artérias e rins; porém, apresenta contra-indicações (doenças dos rins, coronárias e outras artérias), habitualmente é utilizado sobre forma de tintura ou extracto. NOME COMUM: Espargo, aspargo. NOME BOTÂNICO: Asparagus officinalis L. FAMÍLIA: Liliáceas. GEOGRAFIA: Planta difundida por terrenos arenosos e leitos de rios da Europa Central e Meridional, assim como de grande parte do continente americano. Cultiva-se em muitos países da Europa e da América. PARTES EMPREGADAS: Os caules tenros (espargos) e a raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os espargos contêm asparagina (substância que comunica um cheiro particular à urina), glicósidos (coniferina e vanilina), metilmercaptan, um óleo essencial, rutina e tanino. A raiz contém ainda saponina e certos açúcares. PROPRIEDADES: Diurética: os componentes citados actuam sobre o rim, estimulando a sua função eliminadora, o que provoca um notável aumento na produção de urina. O consumo de espargos é útil sempre que se queira estimular a função renal, e especialmente nos casos de edemas (retenção de líquidos) e obesidade (contém poucas calorias). Depurativa: as curas de espargos têm dado bons resultados em casos de eczemas crónicos, devido à sua acção estimulante sobre as funções eliminadoras da pele. Laxante: a sua fibra faz aumentar o bolo fecal, o que é útil no caso de prisão de ventre crónica. A raiz tem o mesmo efeito diurético. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: os espargos silvestres ou cultivados utilizam-se em diferentes preparações culinárias. A raiz seca usa-se em infusão, à razão de 50 g por litro de água. Tomam-se 3 chávenas (xícaras) por dia. ATENÇÃO: Em grandes doses, os espargos irritam o tecido renal, pelo que são contra-indicados em casos de nefrite, glomerunefrite e outros estados inflamatórios do rim. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 97 NOME COMUM: Evónio. NOME BOTÂNICO: Evonymus europaeus L. FAMÍLIA: Quelastráceas. GEOGRAFIA: Comum em terrenos húmidos e bosques claros de toda a Europa. Em Portugal é espontâneo no alto trás-os-Montes. Naturalizado nas regiões de bosques da América do Norte. PARTES EMPREGADAS: Os frutos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Em toda a planta, e especialmente nos frutos, encontra-se o glicósido evonimina, que é o seu princípio activo mais importante, além de tanino, ácidos orgânicos, pigmentos e vitamina C. PROPRIEDADES: Não se recomenda o uso interno devido à sua toxicidade. Aplicados externamente, os frutos utilizam-se como insecticida e contra diversos parasitas do corpo humano, como a sarna e os piolhos. MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: lavagens com uma decocção de 30 g de frutos por litro de água, aplicadas sobre a zona da pele afectada pelos parasitas, inclusive na cabeça. Também se pode esfregar directamente a pele com os frutos (nas fricções também). ATENÇÃO: Por via interna, torna-se tóxico em doses superiores a 10 g de frutos, provocando violentas diarreias e transtornos cardíacos. NOME COMUM: Eucalipto. NOME BOTÂNICO: Eucalyptus globulus. FAMÍLIA: Mirtáceas. GEOGRAFIA: Árvore originária do Oriente e cultivada em quase toda a Europa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A folha contém: óleo essencial, matéria resinosa, princípio amargo neutro, ácido gálico e tânico, clorofila, celulose, sais calcários, carbonatos alcalinos, etc. A essência do Eucalipto oxida-se, originando, por esse motivo, o eucaliptol. PROPRIEDADES: Tónico-febrífugo, antibronquítico, desinfectante das vias respiratórias e urinárias. Emprega-se no tratamento da bronquite e da asma. O Eucalipto é útil, ainda, na diabetes. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 25 a 35 gramas por litro de água. Para tomar duas ou mais chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Inalações com o cozimento: 40 gramas por litro de água. Óleo essencial: administram-se de 4 a 10 gotas várias vezes ao dia NOTA: O Dr. Pereira da Graça, numa tese médica apresentada há muitos anos na Faculdade de Medicina do Porto, defendia a plantação do Eucalipto, para saneamento e drenagem dos lugares pantanosos e insalubres. NOME COMUM: Eufrásia. NOME BOTÂNICO: Euphrasia officinalis L. FAMÍLIA: Escrofulariáceas. GEOGRAFIA: Pradarias e bosques montanhosos de toda a Europa e América. PARTES EMPREGADAS: A planta inteira. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém o glicósido aucubina, taninos, ácidos fenólicos, flavonóides, vitaminas A e C e vestígios de essência. PROPRIEDADES: Anti-sépticas, anti-inflamatórias e adstringentes, especialmente eficazes sobre a mucosa conjuntival. Usada em caso de conjuntivite, blefarite, queratite superficial e lacrimação ocular. Aplicada também em gargarejos e bochechos em caso de estomatite e de faringite; usado em irrigações nasais em caso de rinite – inflamação do interior do nariz. MANEIRA DE PREPARAR: uso externo: infusão com 40 g da planta por litro de água. Para lavagens oculares: deixar cair o líquido de fora para dentro, ou seja da fonte para o nariz. As lavagens oculares fazem-se sobretudo de manhã. Em colírio: 5 a 10 gotas em cada olho, quatro vezes por dia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 98 NOME COMUM: Estramónio. NOME BOTÂNICO: Datura stramonium L. FAMÍLIA: Solanaceas. GEOGRAFIA: Originaria das Américas Central e do Sul, embora se encontre espalhada por quase todo o mundo. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contem alcalóides activos sobre o sistema nervoso vegetativo (hiosciamina, atropina e escopolamina), alem dos ácidos cítrico e malico, taninos e óleo essencial. PROPRIEDADES: antiespasmodica: relaxa a musculatura do tubo digestivo, dos brônquios, dos canais biliares e urinários. Analgésica, sedativa e antitússica. Tem-se usado em todo o tipo de cólicas: intestinais, biliares e renais; anti-asmático. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: por se tratar de uma planta tóxica, não se deve usar internamente como tisana, mas pode ser usada como remédio homeopático. Po de folhas: a dose máxima e de 0,2 g de pó, três vezes ao dia. Uso externo: cataplasma de folhas esmagadas: aplica-se sobre a articulação afectada. HISTÓRIA: O Estramónio era desconhecido na Europa durante a antiguidade e a Idade Media, ate que, pelos fins do século XVI, foi trazido do México para a Península. Distribuiu-se por toda a Europa, devido as suas propriedades singulares sobre o sistema nervoso. ATENÇÃO: Planta estupefaciente tóxica; produz alucinações e transtornos mentais. NOME COMUM: Estaque. NOME BOTÂNICO: Stachys silvatica L. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Disseminada pelos bosques húmidos de toda a Europa, especialmente na proximidade de faias e carvalhos. PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um óleo essencial muito complexo. PROPRIEDADES: Acção antiespasmódica (relaxa os músculos de contracção involuntária), sedativas e emenagogas (regula e normaliza a menstruação). A sua aplicação principal sãos as regras irregulares ou dolorosas (dismenorreia) e os transtornos da menopausa. Alivia as contracções espasmódicas do músculo uterino e acalma as dores provocadas pelos ditos espasmos. MANEIRA DE PREPARAR: uso interno: infusão com 20-30 g de sumidades floridas num litro de água, de que se tomam 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia, especialmente durante a semana anterior à data em que é esperada a menstruação. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 99 NOME COMUM: Erigerão. NOME BOTÂNICO: Erigeron canadensis L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Originário da América do Norte. No século XVII foi trazido para a Europa, onde se expandiu rapidamente. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém tanino, resinas, flavonóides, ácido gálico e colina, além de um óleo essencial (óleo de pulicária) composto por limoneno, dipenteno e terpinol. PROPRIEDADES: hemostático. Utiliza-se sobretudo para deter as menstruações demasiado abundantes ou prolongadas. Também é eficaz em alguns casos de hematúria. Antidiarreico: detém as diarreias simples, mas também é eficaz nas disenterias ( diarreia acompanhada de muco e sangue) e febre tifóide. Diurético e ati-reumático: facilita a eliminação de ácido úrico com a urina. Indicado nos casos de gota, hiperuricemia e de litíase renal. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão ou decocção com uma colher de sopa de folhas secas, por chávena (xícara) de água. 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia. Extracto seco: a dose habitual é de 1-2 g por dia, repartidos em 2 ou 3 tomas. Uso externo: enemas (clisteres) com a mesma infusão ou decocção que se toma na bebida. NOME COMUM: Erva de São Roberto. NOME BOTÂNICO: Geranium robertianum L. FAMÍLIA: Geraniáceas. GEOGRAFIA: Encontra-se vulgarmente em lugares sombrios como muros, sebes e barrancos de toda a Europa e América do Norte. PARTES EMPREGADAS: A planta inteira. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: toda a planta contém uma substância amarga (geranina), um óleo essencial que lhe comunica o seu cheiro típico, e importantes quantidades de taninos, que determinam a sua acção adstringente. PROPRIEDADES: Em uso interno: apresenta propriedades adstringentes, diuréticas, fluidificantes do sangue e ligeiramente hipoglicimiantes. Utiliza-se em casos de diarreia, edemas (retenção de líquidos), e como complemento no regime dos diabéticos. Utiliza-se externamente: afecções dos olhos – irritação ocular, remelas, conjuntivite; afecções bucais – estomatite, faringite, gengivite; erupções cutâneas – herpes, eczemas e infecções da pele. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Decocção de 20 g da planta por litro de água, de que se tomam 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia. A essência: a dose habitual é de 2 a 4 gotas, três vezes ao dia. Uso externo: lavagens oculares e bochechos bucais, com uma decocção de 40 g da planta por litro de água. Compressas, com a mesma medida da decocção. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 100 NOME COMUM: Erva cidreira. NOME BOTÂNICO: Melissa officinalis L. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Originária dos países mediterrâneos, mas cultivada em toda a Europa e regiões temperadas da América. PARTES EMPREGADAS: As folhas e as flores. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores e as folhas contêm cerca de 0,25% de óleo essencial, rico nos aldeídos citral e citronelal. PROPRIEDADES: Problemas nervosos: excitação, ansiedade, cefaleia devido a tensão (dores de cabeça de origem nervosa); stress e depressão: é muito indicada nos casos de stress e depressão nervosa, graças ao seu efeito sedativo suave e equilibrador do sistema nervoso; insónia: tomada à noite ajuda a vencê-la; dores menstruais: desde há séculos, é recomendada para aliviar estas dores. Também pode ser utilizada em caso de palpitações, espasmos e cólicas abdominais, flatulência, enjoos e vómitos. Externamente, é anti-séptica, anti-fúngica (contra os fungos da pele), e antivírica, de acção demonstrada contra os vírus do herpes e os mixovírus do grupo 2. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: 20 a 30 gramas de planta por litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia. Extracto seco: costuma administrar-se 0,5 gramas, 3 vezes por dia. Uso externo: compressas: aplicam-se com uma infusão preparada à razão de 30 a 50 gramas de planta por litro de água; Banhos: esta mesma infusão adicionada à água do banho (2 ou 3 litros por banheira); fricções: aplicam-se com a essência diluída em álcool (álcool de melissa). HISTÓRIA: Já dizia Avicena, o grande médico árabe do século XI, que a melissa “tem a admirável propriedade de alegrar e confortar o coração” desde os começos do século XVII, os monges carmelitas descalços preparam com esta planta a famosa “água dos carmelitas”, que foi um remédio muito popular contra os desmaios, síncopes e crises de nervos (no Brasil chama-se água de melissa). NOME COMUM: Erva cidreira bastarda NOME BOTÂNICO: Melittis melissophyllum L. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Bosques de Carvalhos ou de Faias e terrenos ermos da Europa Central e Meridional. Em Portugal é frequente na região montanhosa do Norte e Centro do país. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém uma cumarina. PARTES EMPREGADAS: A planta inteira, excepto a raiz. PROPRIEDADES: Diuréticas e depurativas, ligeiramente sedantes, emenagogas, e, aplicada externamente, vulnerarias (cicatriza as feridas e cura as contusões). Além disso, facilita a menstruação e acalma as dores que a acompanham em caso de dismenorreia, embora não tão eficaz com a Erva cidreira (Melissa officinalis L.). Como vulneraria, usa-se em aplicação externa para curar feridas, que ajuda a cicatrizar, e para aliviar a dor e a inflamação causadas por contusões e entorses. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 20-30 g por litro de água, de que se tomam 3 chávenas (xícaras) por dia. Pode-se adoçar com mel. Uso externo: lavagem das feridas com uma infusão mais concentrada do que preparada para uso interno (até 60 g por litro). Compressas empapadas na infusão concentrada (até 60 g por litro). Aplicam-se sobre a região afectada. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 101 NOME COMUM: Espinafre. NOME BOTÂNICO: Spinacea oleracea. FAMÍLIA: Chenopodiaceae. GEOGRAFIA: Presume-se que tenha sido introduzida em Espanha pelos árabes. Originário da Pérsia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Clorofila, vitaminas A, B1, B2, C, D, ferro, cálcio, magnésio, potássio. PARTES EMPREGADAS: As folhas e o caule. PROPRIEDADES: Anemias, laxante suave. Como emplastro alivia inflamações. NOME COMUM: Fel da terra. NOME BOTÂNICO: Centaurium umbellatum Gilib, Centaurea maior L. FAMÍLIA: Gencianáceas. GEOGRAFIA: Existe nos prados e pastagens de toda a Europa, embora não seja muito frequente. Encontra-se naturalizada em algumas zonas temperadas da América, inclusive no Brasil. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém diversos princípios amargos do tipo glicosídico. PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas. PROPRIEDADES: Tónico estomacal: tonifica os processos digestivos e abre o apetite. Provoca o aumento da produção do suco gástrico e estimula os movimentos de esvaziamento do estômago. Recomenda-se nos casos de gastrite crónica por escassez de sucos gástricos, inapetência, digestões difíceis, fermentações intestinais e vómitos. É colerética, e por isso usada em hepatopatias crónicas. Hipoglicemiante: por reduzir o nível de glicose no sangue, é muito útil nos diabéticos. Ligeiramente laxante e febrífuga. Cicatrizante: limpa e cura feridas, chagas, úlceras e eczemas da pele. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 30 g de sumidades floridas por litro de água. Toma-se uma chávena (xícara) antes de cada refeição, se possível sem adoçar. Uso externo: compressas com uma decocção de 50 g de sumidades floridas por litro de água. Aplicam-se sobre a pele afectada. NOME COMUM: Faia. NOME BOTÂNICO: Fagus silvatica L. FAMÍLIA: Fagáceas. GEOGRAFIA: Forma extensos bosques em toda a Europa, excepto no litoral meditterânico. Naturalizado no continentes americano. PARTES EMPREGADAS: A madeira e a casca dos ramos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Da madeira extrai-se o creosote e o gaiacol. A casca contém taninos. PROPRIEDADES: Combate as fermentações e gases intestinais, as colites e as diarreias, pelo seu poderoso efeito absorvente e desinfectante. Anti-séptico e expectorante das vias respiratórias. É adstringente (recomendada nas diarreias e desinterias), vermífuga e tonificante. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: carvão: tomam-se 10 a 20 g do carvão, até 5 vezes ao dia, dissolvido em água ou mastigado tal como se encontra. Em casos graves, podem tomar-se até 100 g de uma só vez. Decocção da casca: 60 g de casca dos ramos por litro de água. É preciso deixar ferver até que o líquido fique reduzido a metade, e tomam-se, durante 5 dias, 2 chávenas (xícaras) por dia, em jejum. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 102 NOME COMUM: Favária. NOME BOTÂNICO: Sedum telephium L. FAMÍLIA: Crassuláceas. GEOGRAFIA: Europa Central e Norte. Em Portugal surge nos locais áridos e pedregosos da Beira Alta e da Estremadura. É habitual encontrar-se nas vinhas, crescendo entre as videiras. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém tanino, açúcares, mucilagens e um glicósido (telefiósido). PROPRIEDADES: Vulnerárias e emolientes. Aplicada em feridas, úlceras da pele (chagas) e queimaduras. As compressas e lavagens com o suco fresco da planta favorecem a cura das chagas, úlceras e queimaduras, especialmente se estiverem infectadas ou sujas. Calos e durezas da pele: amolece-os e desinflama-os, permitindo a sua fácil extirpação. MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: compressas e lavagens com o suco fresco da planta. Aplicam-se directamente sobre a zona afectada da pele, 2 ou 3 vezes ao dia. As folhas podem-se conservar em azeite (de oliveira), como se fazia antigamente. Aplicam-se sobre a zona afectada, depois de se lhes retirar a fina película que as recobre pela face superior. NOME COMUM: Feto macho. NOME BOTÂNICO: Dryopteris filix-mas L. FAMÍLIA: Polipodeáceas. PARTES EMPREGADAS: Os rizomas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma do Feto macho contém felicina, óleo volátil, matéria gorda, ácidos gálico, tânico e acético, açúcar, matéria gelatinosa e albuminóide, amido, sais, etc. É à felicina (ou ácido felícico), matéria graxa e óleo volátil, que o Feto macho deve a sua actividade tenífuga (para expulsar a ténia). PROPRIEDADES: Tenífuga e vermífuga, de grande eficácia. MANEIRA DE PREPARAR: Pó: 20 a 30 gramas por litro de água. Tomar 3 chávenas (xícaras) por dia antes das refeições, adicionar mel. NOME COMUM: Feto real. NOME BOTÂNICO: Osmunda regalis L. FAMÍLIA: Polipodeáceas. PROPRIEDADES: Contra as doenças do fígado e bexiga, nas areias e cálculos dos rins. MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento (rizoma): 30 a 50 gramas por litro de água. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 103 NOME COMUM: Feijoeiro. NOME BOTÂNICO: Phaseolus vulgaris L. FAMÍLIA: Leguminosas. GEOGRAFIA: Originária do México e América Central, espalhado por todos os países do mundo. PARTES EMPREGADAS: As vagens que envolvem as sementes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As vagens contêm diversos aminoácidos, especialmente arginina; vitaminas A, B e C; sais minerais e oligoelementos; fibra vegetal e amido. PROPRIEDADES: Diurética: devido aos sais minerais e à arginina. Útil em caso de edema por insuficiência cardíaca ou renal, e na retenção de líquidos prémenstrual. Também se usa em casos de gota e cálculos renais, pois favorecem a eliminação do ácido úrico. Cardiotónica: aumenta a força das contracções e o rendimento do coração. Hipoglicemiante: a decocção das vagens usam-se para reduzir os níveis de glicose no sangue. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: como verdura: as vagens verdes cozidas podem.se comer temperadas com azeite (de oliveira) e limão. Desta forma também possuem efeito hipoglicemiente, embora menos intenso que o da decocção. Decocção de 100 g de vagens de feijoeiro secas, num litro de água, até que esta fique reduzida a metade. O líquido resultante vai-se tomando ao longo do dia. ATENÇÃO: As sementes do feijoeiro, chamadas simplesmente feijões, cruas, tornam-se tóxicas, por conterem fasina, uma toxoalbumina que desaparece com a cozedura. Contra a diabetes: A arginina é um aminoácido que abunda nas vagens do feijão. Tem uma acção semelhante à da glicoquina (insulina vegetal), que faz descer os níveis de açúcar no sangue. NOME COMUM: Figueira. NOME BOTÂNICO: Fícus carica. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: Planta da flora portuguesa, habitando também nos Açores, na Madeira e em cabo verde. Faz parte ainda de outras floras. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém muito açúcar, vitaminas A, B e outras do complexo B, C, etc. Possui grande valor alimentar. PROPRIEDADES: Os frutos, quando comidos frescos ou secos, são muito laxantes. O cozimento da casca também é usado como adstringente externo (anginas) e interno (diarreias). O suco látex dos ramos e folhas é empregado como tópico nas verrugas para as destruir. Os figos secos são muito peitorais, podendo também ser usados em forma de xarope ou cozimento, em água ou leite (nas tosses, etc). Externamente, o cataplasma de figos é usado como calmante e resolutivo (abcessos, tumores, etc). Usado também no esgotamento físico ou mental (acção tonificante). MANEIRA DE PREPARAR: Figos secos: para combater a prisão de ventre, comem-se de manhã, em jejum, uns 200 gramas de figos secos postos de molho, de véspera. Decocção: Uso interno: prepara-se com 10 a 12 figos secos num litro de água ou leite. Deixa-se ferver até que o líquido se reduza a metade. Para combater as afecções digestivas ou respiratórias i9ngerem-se 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia deste líquido, quente. Os figos também se podem comer. Uso externo: cataplasma: tritura-se um punhado de figos frescos, ou de figos secos postos de molho, e com a pasta resultante prepara-se um cataplasma, que se aplica envolvido num pano fino de algodão sobre a zona afectada. Deixa-se ficar durante o dia e retira-se à noite, lavando bem a pele. Também se pode aplicar directamente um figo aberto ao meio. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 104 Látex: aplicar umas gotas sobre as verrugas, todos os dias, durante várias semanas. NOME COMUM: Figueira da Índia, Nopal, Tabaibos. NOME BOTÂNICO: Opuntia ficus-Indica (L.) Miller.; Cactus ficus-Indica L. FAMÍLIA: Cactáceas. GEOGRAFIA: Originária do México e da América Central, mas amplamente difundida por todo o litoral mediterrâneo. Cria-se em terrenos secos e pedregosos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As pás contêm mucilagem e celulose. PARTES EMPREGADAS: Os frutos (figos de piteira), as flores e as pás. PROPRIEDADES: Os frutos são adstringentes, e dão bom resultado para cortar diarreias estivais. O seu suco usa-se em xarope, no México como almante da tosse. As flores são diuréticas e antiespasmódicas, e usam-se em caso de oligúria (escassa produção de urina) e de cistite (inflamação da bexiga). As pás são emolientes. Usam-se em cataplasmas para sarar feridas, contusões e irritações da pele. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: os frutos devem-se descascar com precaução para não lhes tocar com os dedos, pois os seus numerosíssimos espinhos cravam-se na pele com muita facilidade e tornam-se muito difíceis de tirar. Podem-se comer frescos ou em xarope. Xarope: prepara-se cortando os frutos às rodelas e cobrindo-as com açúcar escuro. Umas dez horas depois extrai-se o xarope (o líquido resultante), passando-o por um coador para separar as sementes. Toma-se quente, às colheradas. Infusão de flores: 20-30 g de flores por litro de água. Ingerem-se 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: cataplasmas: as pás cortam-se pelo meio, aquecem-se um pouco no forno e aplicam-se directamente sobre a zona da pele afectada. HISTÓRIA: Os antigos indígenas mexicanos já usavam as pás da Figueira da Índia, ou nopal, como cataplasmas para curar feridas e contusões. Os colonizadores espanhois trouxeram-na para Espanha, de onde se estendeu rapidamente por toda a costa mediterrânica. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 105 NOME COMUM: Fisale. NOME BOTÂNICO: Physalis viscosa L. FAMÍLIA: Solanáceas. GEOGRAFIA: Própria do continente americano, especialmente das Américas Central e do Sul. No México é bastante frequente. Não se encontra na Europa. PARTES EMPREGADAS: Os frutos, os caules e as folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os caules e as folhas da planta contêm saponinas e enzimas (peroxidades). PROPRIEDADES: Os frutos são diuréticos e suavemente laxantes. A sua decocção utiliza-se externamente contra as erupções da pele, pelo seu efeito cicatrizante e anti-inflamatório. Tem-se utilizado com êxito em casos de psoríase, aplicando-se a sua decocção em loções. Esta mesma decocção de caules e folhas, tomada por via oral, é expectorante e antitússica. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 30 g de caules e folhas por litro de água. Ferver durante 15 minutos. Tomam-se 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia. Pode adoçar-se com mel. Uso externo: compressas empapadas no líquido da decocção que se usa internamente. Loções sobre a parte doente da pele, com este mesmo líquido. NOME COMUM: Fitolaca, Erva dos cachos, Tintureira vulgar. NOME BOTÂNICO: Phytolacca americana L. FAMÍLIA: Fitolacáceas. GEOGRAFIA: Originária da América do Norte, acha-se naturalizada na Europa desde há três séculos. Cresce em terrenos frescos perto das costas. PARTES EMPREGADAS: A raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raizz contêm saponinas, fitolaquina, ácido fórmico, tanino, resina e diversos glícidos. PROPRIEDADES: É um purgante energético, com acção emética (provoca o vómito). Possuí propriedades anti-inflamatórias, pelo que se tem usado com êxito em casos de reumatismo. No entanto, devido aos seus efeitos indesejáveis sobre o aparelho digestivo, recomenda-se o seu uso unicamente por via externa. Aplicada em compressas sobre a pele, a sua raiz é indicada em diversas erupções, especialmente as causadas por fungos (micoses) e parasitas (como a sarna e os piolhos). Também se tem utilizado contra a acne. MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: Compressas: prepara-se uma decocção com 50 g de raiz cortada às rodelas num litro de água. Empapar nela compressas de algodão e aplicá-la sobre a região afectada. ATENÇÃO: Em doses elevadas é tóxica. Não ingerir as bagas que têm efeitos tóxicos leves (vómitos e diarreias). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 106 NOME COMUM: Framboesa. NOME BOTÂNICO: Rubus idoeus L. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: Cresce em toda a Europa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm bastante albumina e tanino. Os frutos, além de vitaminas, possuem pigmentos antociânicos, açúcares, ácidos orgânicos, etc. PROPRIEDADES: Adstringentes (as folhas), refrigerantes, remineralizantes, vitamínicas, diuréticas, etc. Favorece a sudação e promove a eliminação tóxica pela urina. A sua infusão é usada durante os estados febris. No teor vitamínico da framboesa dominam as vitaminas A, B e C. As flores deste vegetal são diuréticas. MANEIRA DE PREPARAR: As folhas em forma de cozimento (30 gramas por litro de água), empregam-se nas estomatites, anginas, vaginites, corrimento, nas úlceras, etc. Em forma de lavagens e irrigações. Também é usada a infusão das flores (20 gramas por litro de água), no sarampo e outras doenças em que há necessidade de promover a sudação, para eliminação de toxinas. NOME COMUM: Freixo, Freixo comum. NOME BOTÂNICO: Fraxinus excelsior. FAMÍLIA: Oleáceas. GEOGRAFIA: existe em todo o continente português. PARTES EMPREGADAS: As cascas e as folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém: as cascas, tanino; as folhas, algum tanino e pigmentos flavónicos, e ácido salicílico. As cascas, além de tanino, possuem derivados cumarínicos: fraxóside e esculóside. As folhas apenas possuem alguns traços destes elementos activos. PROPRIEDADES: Têm propriedades anti-reumáticas, laxantes, diuréticas, refrescantes, febrífugas e tónicas (a casca). As folhas são muito empregadas como anti-reumáticas. As flores também têm aplicação medicinal, nas doenças reumáticas e gotosas. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão das folhas: 25 a 30 gramas por litro de água (três chávenas por dia). Cascas: 15 a 20 gramas por litro de água, com cozimento (tónico e febrífugo). NOME COMUM: Fumária. NOME BOTÂNICO: Fumaria officinalis L. FAMÍLIA: Fumariáceas. GEOGRAFIA: Muito vulgar em Portugal, nos Açores, na Madeira. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém ácido fumárico, princípios extractivos, tanino, resina, pequenas quantidades de alcalóides, etc. Extractivos alcalóides, etc. PROPRIEDADES: Depurativas: também é usada na arteriosclerose, nas doenças cutâneas, na escrofulose, na icterícia, nos rins (para promover a diurese), na atonia gástrica. Também é usada, em lavagens da pele. MANEIRA DE PREPARAR: Planta seca: 30 gramas por litro de água, em infusão. Planta fresca: 30 a 40 gramas por litro de água. Duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Também o extracto: 2 a 4 gramas por dia; suco depurado: 40 a 60 gramas por dia. Igualmente é usado o xarope: 60 gramas de Fumária, em cozimento num litro de água. Coar e juntar 800 gramas de açúcar. Filtrar. Para tomar várias colheres durante o dia. Para lavagens (eczema em adultos e em crianças), o cozimento é de 50 a 60 gramas por litro de água. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 107 NOME COMUM: Funcho. NOME BOTÂNICO: Foeniculum vulgaris. FAMÍLIA: Umbelíferas. GEOGRAFIA: Existe em muitas floras. PARTES EMPREGADAS: A raiz e, especialmente as sementes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Essência (metol e fenol), etc. As sementes são as que contêm a essência mais acentuadamente: 2 a 3%. PROPRIEDADES: A raiz é diurética. As folhas são vulnerárias. As sementes são carminativas, digestivas, vermífugas e galactogénicas (para estimular a secreção láctica nas mulheres que amamentam). MANEIRA DE PREPARAR: Raiz: 30 a 40 gramas por litro de água, em forma de cozimento. Sementes: 10 gramas por litro de água, em forma de infusão. Também pode ser uma colher de café por chávena (xícara), 15 a 20 minutos de infusão. Tomar a seguir às refeições (nos casos de gases e dores devido a gases, digestões demoradas). NOME COMUM: Feijoa, Goiaba serrana, Araçá do rio. NOME BOTÂNICO: Feijoa sellowiana. FAMÍLIA: Myrtaceae. GEOGRAFIA: Nativa do Rio Grande do Sul (Brasil), Uruguai e Paraguai. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo, Glucose, pectina, tanino, ferro, vitaminas A e C. PARTES EMPREGADAS: As pétalas, as folhas e o fruto. PROPRIEDADES: Antidiarreico e cicatrizante de feridas. NOME COMUM: Fruta pão. NOME BOTÂNICO: Artocarpus incisa. FAMÍLIA: Moraceae. GEOGRAFIA: Nativa e cultivada no arquipélago Asiático até ao Equador. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Proteína, açúcar, graxa, celulose, dextrina, ácido málico. PARTES EMPREGADAS: Polpa cozida, assada ou ensopada. PROPRIEDADES: Alimento para convalescentes e anémicos, digestivo e proteico. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 108 NOME COMUM: Galega, Falso anil. NOME BOTÂNICO: Galega officinalis L. FAMÍLIA: Leguminosas. GEOGRAFIA: Prados húmidos e margens de regatos da Europa Oriental e Meridional. Frequente nos campos de arroz e locais húmidos do Centro e Sul de Portugal. Cultivada na Europa e na América do Norte. PARTES EMPREGADAS: A planta florida seca. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém taninos, saponinas, um princípio amargo, glicósidos flavónicos, um alcalóide (galegina) e glicoquina (insulina vegetal). PROPRIEDADES: Galactagoga: pode aumentar a produção leiteira das vacas entre 35 a 50%. Nas mulheres que amamentam obtêm-se também bons resultados, embora não tão espectaculares. É isenta de efeitos secundários sobre a criança lactente. Diurética: efeito suave e bem tolerado. Hipoglicemiante: segundo investigações recentes, a galega faz baixar o nível de glicose no sangue dos diabéticos, ainda que os seus resultados sejam bastante variáveis. Convém administrá-la sobre a vigilância de um terapeuta. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: por cada litro de água, 20-30 g de folhas e flores secas, que têm de ser colhidas enquanto a planta se encontra ainda em floração. Tomar duas chávenas (xícaras) por dia, que se podem aromatizar acrescentando uma colher de sobremesa de frutos de anis à infusão. NOME COMUM: Galeopse. NOME BOTÂNICO: Galeopsis dubia Leers FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Terrenos siliciosos e perto das plantações de cereais da Europa Central e Meridional. Naturalizada no Continente Americano. PARTES EMPREGADAS: A planta inteira seca. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta é muito rica em silício (como a cavalinha – Equisetum arvensis L.), e contém também saponinas e taninos. PROPRIEDADES: Mucolítica e expectorante: facilita a dissolução e a expulsão do muco bronquial. O seu uso é indicado nos catarros brônquicos para aliviar a congestão dos brônquios e a tosse. Antianémica: Utilizou-se com êxito para aumentar a produção de glóbulos vermelhos, possivelmente devido a fazer aumentar a absorção de ferro. Antidegenerativa: devido ao seu conteúdo em silício, é indicado nas rugas e estrias da pele, e nos casos de artrose, osteoporose e arteriosclerose; todos eles processos em que existe degenerescência das fibras do tecido conjuntivo. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão de 20 a 30 g de planta seca por litro de água. Tomar 1 ou 2 chávenas (xícaras) por dia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 109 NOME COMUM: Gatunha. NOME BOTÂNICO: Ononis spinosa L. FAMÍLIA: Leguminosas. GEOGRAFIA: Bastante comum em campos cultivados e prados secos de toda a Europa. Naturalizada na América. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As raízes contêm ononina (glicósido flavonóide), tanino, resina, amido e saponinas. PARTES EMPREGADAS: A raiz, as fllores e as folhas. PROPRIEDADES: Diuréticas e anti-inflamatórias sobre os órgãos urinários. É indicada na cistite, nas infecções urinárias, cálculos renais (pode dissolvê-los) e afecções da próstata. As folhas e as flores, aplicadas localmente, têm propriedades anti-sépticas e adstringentes. Utilizam-se em bochechos e gargarejos contra a amigdalite (anginas), e em compressas como cicatrizante no caso de feridas de difícil cicatrização e úlceras de pele. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção: 50-60 g de raiz coratada às rodelas por litro de água, de que se tomam 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: gargarejos com uma infusão de 60-80 g de folhas e flores por litro de água. Compressas com esta mesma infusão. NOME COMUM: Genciana. NOME BOTÂNICO: Gentiana lutea L. FAMÍLIA: Gencianeáceas. GEOGRAFIA: Portugal (Serra da Estrela) e Europa. PARTE EMPREGADA: A raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém: pectina, heterósidos amargos, especialmente genciopicróside, matérias corantes, glúten, princípio odorífero, sais, goma, ácidos orgânicos indeterminados. A genciopicrina é o princípio amargo; o gencisino é o princípio corante. PROPRIEDADES: Tónicas, febrífugas, estomáquicas, estimulante geral, aperitivo, etc. Tem oportunidade na debilidade geral, na astenia nervosa, na falta de apetite, na febre, na deficiência da célula hepática, nas idéias fixas (neuroses) MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 5 gramas da raiz, bem cortada para 1 litro de água, em forma de infusão ou de maceração, durante algumas horas. Tomar duas ou três chávenas (xícaras) ao dia, antes das refeições. NOME COMUM: Gengibre. NOME BOTÂNICO: Zingiber officinalis Roscoe FAMÍLIA: Zingiberáceas. GEOGRAFIA: Oriundo da Índia e dos países tropicais do Extremo Oriente. Muito abundante no México e nas Antilhas, especialmente na Jamaica. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma contém um óleo essencial com diversos derivados terpénicos. PARTES EMPREGADAS: O rizoma (caules subterrâneos). PROPRIEDADES: Acção digestiva e carminativa (impede a formação de gases no aparelho digestivo), sudorífico. Recomenda-se em caso de esgotamento, inapetência e de digestões pesadas e flatulentas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: condimento: em pequena quantidade, para pratos crus e cozinhados. Infusão: 2 g de rizoma triturado em meio litro de água. Desta bebe-se uma chávena depois de cada refeição. Não se deve ultrapassar a dose prescrita. ATENÇÃO: Como acontece em quase todas as especiarias, em doses altas produz gastrite. Não é conveniente para os ulcerosos. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 110 Desaconselha-se o uso da tintura alcoólica de gengibre, por ser irritante para o estômago. NOME COMUM: Gergelim, Sésamo. NOME BOTÂNICO: Sesamum indicum L.; Sesamum orientale L. FAMÍLIA: Pedaliáceas. GEOGRAFIA: Amplamente cutivado nos países do Médio Oriente e na Índia, de onde é originário. Actualmente, a sua cultura estende-se a outras regiões tropicais e subtropicais da América, de África e dos países mediterrâneos. PARTES EMPREGADAS: As sementes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Lípidos ou gorduras (52%), praticamente todos eles constituídos por ácidos gordos insaturados (baixam o colesterol no sangue). Lecitina, que é um fosfolípido (gordura fosforada). A lecitina facilita a dissolução das gorduras em meio aquoso. Uma das suas funções no sangue consiste em manter dissolvidos os lípidos em geral, e especialmente o colesterol, evitandon assim que se deposite na parede das artérias (arteriosclerose). Proteínas (20%) de alto valor biológico, formadas por 15 aminoácidos diferentes com uma elevada proporção de metionina (aminoácido essencial). Vitaminas, especialmente a E (tocoferol), a B1 ou tiamina (0,1 mg por 100 g) e a B2 ou riboflavina (0,24 mg por 100 g). Minerais e oligoelementos, especialmente cálcio, fósforo, ferro e magnésio, cobre e cromo. Mucilagens. PROPRIEDADES: Problemas nervosos: esgotamento nervoso ou mental; stress; perda de memória; melancolia, depressão nervosa; irritabilidade ou desequilíbrio nervoso; insónia. É um excelente complemento nutritivopara quem esteja já submetido a uma grande actividade mental ou intelectual e deseje manter um bom rendimento. Sobrecarga física: prática desportiva, gravidez, lactação (aumenta e dá-lhe qualidade), convalescença após intervenções cirúrgicas ou doenças. Fata de rendimento ou de capacidade sexual, tanto no homem como na mulher. Excesso de colesterol no sangue; arteriosclerose; prevenção do infarto do miocárdio e da trombose arterial. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: as sementes podem comer-se cruas ou ligeiramente torradas. Para isso, primeiro deitam-se de molho em água e, depois de se terem deixado repousar durante uns 15 minutos, passam-se por um coador, procedendo de maneira a não despejar o que tiver assentado no fundo. Deste modo eliminam-se as pedras e a terra que possam conter. Seguidamente torram-se numa caçarola, revolvendo-as constantemente com uma colher de pau para evitar que se queimem. Guardam-se num frasco de vidro, e tomam-se 2 a 3 colheres de café depois do pequeno almoço e do almoço. NOTA: maneiras tradicionais de preparar o Gergelim: Óleo de gergelim: pode usar-se como qualquer outro óleo vegetal. É muito estável e pouco sujeito a criar ranço. Tahin: é uma pasta muito saborosa que se obtém moendo as sementes de gergelim. Substitui com vantagem a manteiga ou a margarina. Gomásio: pasta formada por 14 ou 15 partes de gergelim torrado triturado e uma de sal marinho. Também se lhe dá o nome de sal de gergelim. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 111 NOME COMUM: Giesta comum. NOME BOTÂNICO: Spartima scoparium e Cytisus scoparius. FAMÍLIA: Leguminosas. GEOGRAFIA: Existe na flora da Europa ocidental. Em Portugal, nos Açores e na Madeira. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém um principio amargo particular, a escoparina, a que se deve a sua propriedade. O principal alcalóide desta planta tem o nome de cistina. Os alcalóides são de natureza tóxica. PROPRIEDADES: As sementes são diuréticas, aconselhadas na albuminúria. A infusão das flores em leite era empregada, no passado, contra as doenças da pele. De um modo geral, a planta é diurética em pequenas doses e purgativa ou vomitiva em doses altas. MANEIRA DE PREPARAR: Planta tóxica que deve ser utilizada por um especialista na medicina natural. Utilizada em Homeopatia sem ser tóxica. NOME COMUM: Gilbardeira ou Gilbarbeira. NOME BOTÂNICO: Ruscus aculeatus. FAMÍLIA: Aspargíneas. GEOGRAFIA: Existe em Portugal, especialmente na região do Douro. PARTE EMPREGADA: O rizoma. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma contém sais de potássio, uma resina, saponósidos esteródicos (ruscogenina), etc. PROPRIEDADES: Diuréticas, muito úteis nas afecções das vias urinárias. Alguns autores consideram esta planta (rizoma) anti-escrofulosa. MANEIRA DE PREPARAR: 30 gramas do rizoma para 1 litro de água, em forma de cozimento, para tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. As folhas são febrífugas, feitas na mesma percentagem. NOME COMUM: Ginkgo. NOME BOTÂNICO: Ginkgo biloba L. FAMÍLIA: Ginkgoáceas. GEOGRAFIA: Oriundo da China, do Japão e Coreia, espalhou-se como árvore ornamental pelos parques públicos de algumas regiões temperadas da Europa e da América. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: as folhas contêm glicósidos flavonóides, quercitina, luteolina, catequinas, resina, óleo essencial, lípidos e certas substâncias do grupo dos terpenos, específicas do ginkgo: bilobálido e ginkgólidos A, B e C. PROPRIEDADES: Acção vasodilatadora: aumenta a perfusão (irrigação sanguínea) diminuindo as resistências periféricas nas pequenas artérias. Compensa em parte os transtornos produzidos pela arteriosclerose. Acção protectora capilar: diminui a permeabilidade dos capilares, reduzindo o edema (acumulação de líquidos nos tecidos). Acção tónica venosa: tonifica as paredes das veias, diminuindo a acumulação de sangue nelas e facilitando o retorno sanguíneo. Insuficiência circulatória cerebral (falta de irrigação sanguínea no cérebro), que se manifesta por vertigens, cefaleia, acufenos (zumbidos nos ouvidos), perda de equilíbrio, transtornos da memória e sonolência, entre outros sintomas. Sequelas de acidentes vasculares cerebrais (tromboses, embolias, etc): acelera a recuperação e melhora a motilidade destes pacientes. Arteriopatias dos membros inferiores (falta de irrigação nas pernas). Angiopatias (doenças dos vasos sanguíneos) e transtornos motores: doença de Reynaud, fragilidade vascular, acroparestesias (pés ou mãos dormentes), frieiras. Varizes, flebites, pernas cansadas, edemas maleolares (tornozelos inchados). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 112 MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: 40 a 60 g de folhas por litro de água. Tomam-se 3 chávenas (xícaras) por dia. Cápsulas de extracto seco de 300 mg, duas cápsulas antes do almoço. NOME COMUM: Ginseng. NOME BOTÂNICO: Panax ginseng L. FAMÍLIA: Arabiáceas. GEOGRAFIA: Planta originária da Coreia e Manchúria. PARTES EMPREGADAS: As raízes, cujo aspecto parece a forma humana. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Substância química, a que foi dado o nome de panaquilona (glucósido). Saponósido (o panaxósido), óleo essencial, certas resinas, mucilagem, ácidos gordos, vitaminas do complexo B, fitosteróis e hormonas, com efeitos estrogénicos e androgénicos. Minerais e oligoelementos, entre os quais se assinalam o enxofre, germânio, manganésio, magnésio, cálcio e zinco; vitaminas B1, B2, B6, biotina e ácido pantoténico; enzimas, etc. PROPRIEDADES: Tonificante: aumenta o rendimento físico e a resistência à fadiga (isto não se deve a um efeito excitante, como acontece com a cocaína, café, o chá preto e outras drogas, mas sim uma melhora nos processos metabólicos). Diminui a concentração de ácido láctico no músculo, causador das dores musculares, graças ao melhor aproveitamento da glicose; aumenta a produção de ATP (Adenosina trifosfato), substância de grande capacidade energética para as células; melhora a utilização do oxigénio pelas células; aumenta a síntese das proteínas (efeito anabolizante); estimula a hematopoiese (produção de sangue) na medula óssea, especialmente apôs as hemorragias. Sistema nervoso: possui efeitos antidepressivos e ansiolíticos. Favorece a actividade mental, aumentando a capacidade de concentração e de memória. Sistema endócrino: tem uma acção anti-stress. Sistema reprodutor: favorece a espermatogênese (aumenta a produção de espermatozóides); estimula as glândulas sexuais (tanto masculinas como femininas), aumentando a produção de hormonas. Esterilidade masculina e feminina. MANEIRA DE PREPARAR: O Ginseng apresenta-se em cápsulas, em extractos ou em ampolas bebíveis. Em cápsulas tomar 2 ao almoço e 2 ao jantar durante 2 meses (descansar mais dois meses e voltar a toma). Em ampolas tomar 1 antes do pequeno almoço (café da manhã). ATENÇÃO: Doses excessivas podem produzir nervosismo. Não convém associar com o café ou chá preto ou erva mate (Ilex paraguarensis), uma vez que isso pode provocar excitação nervosa. Contra-indicado em pessoas que tiveram AVC e problemas cardíacos. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 113 NOME COMUM: Girassol. NOME BOTÂNICO: Hellanthus annuus L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Oriundo das regiões subtropicais da América, mas distribuído e cultivado por todo o mundo. PARTES EMPREGADAS: As flores, os caules tenros e as sementes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores contêm um glicósido flavonóide (quercimetrina), além de histidina e outras substãncias em menor quantidade. Das sementes extrai-se um óleo de grande valor nutritivo, rico em ácidos gordos insaturados (especialmente o linoleico), assim como vitaminas E, A e B. PROPRIEDADES: As flores e os caules usam-se como balsâmicos e expectorantes, para catarros bronquiais e afecções respiratórias. O uso do óleo de girassol é particularmente indicado na arteriosclerose, para fazer descer o nível do colesterol no sangue, assim como na diabetes, nas doenças do fígado e em certas afecções da pele (eczemas e furunculoses). MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: 100 g de flores e caules tenros por litro de água. Tomar 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia. Óleo das sementes usado como complemento dietético. NOME COMUM: Globulária. NOME BOTÂNICO: Globularia vulgaris L. FAMÍLIA: Globulariáceas. GEOGRAFIA: Europa Central e Meridional, distribuída por terrenos calcários, secos e soalheiros. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um glicósido, a globulinarina, como heterósidos, taninos, resina e vitamina C. PROPRIEDADES: Emprega-se em casos de prisão de ventre crónica (quando os laxantes mais suaves deixam de fazer efeito). Além do seu efeito purgante, bastante energético, é colagoga (facilita o esvaziamento da vesícula biliar), sudorífica e ligeiramente estimulante. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de 40 a 50 g de folhas por litro de água, que se põe a ferver durante 15 minutos. Toma-se uma chávena (xícara) à noite, antes de deitar, e outra de manhã, em jejum. ATENÇÃO: Não ultrapassar as doses indicadas, pois pode produzir vómitos e diarreias fortes. NOTA: Dentro do género botânico Globularia, existe uma outra espécie muito semelhante à Globulária vulgar, ou seja a Globularia alypum, a que também se chama Globulária, mas que é igualmente conhecida como Coronilha de frade. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 114 NOME COMUM: Goiaba, Goiabeira. NOME BOTÂNICO: Psidium guajaba L. FAMÍLIA: Mirtáceas. GEOGRAFIA: Originária da zona tropical do continente americano, desde o México até ao Brasil. PARTES EMPREGADAS: As folhas, a casca das raízes e os frutos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: É uma das árvores mais rica em vitamina C, já que algumas variedades têm cinco vezes mais desta vitamina do que a laranja. A casca da raiz e as folhas da Goiabeira contêm abundantes substâncias tânicas. Os frutos contêm mucilagens, pectinas, pequenas quantidades de prótidos e lípidos, minerais (potássio, cálcio, ferro e, sobretudo fósforo) e vitaminas A, B e especialmente C. PROPRIEDADES: Combate as diarreias e a disenteria. Aplicada localmente, sob a forma de bochechos e gargarejos, a sua decocção também se torna útil nos casos de estomatite (inflamação da mucosa bucal) e de faringite. Os frutos têm propriedades antiescorbúticas, remineralizantes e tonificantes. O seu uso é especialmente indicado nos casos de esgotamento físico, desnutrição ou debilidade. Proporcionam um ligeiro efeito laxante. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 50 gramas de folhas e casca de raiz por litro de água. Ingere-se uma chávena (xícara) a cada 4 horas, até que a diarreia tenha passado. Os frutos comem-se frescos, em geleia ou em doce. Uso externo: bochechos e gargarejos, que se fazem com a mesma decocção descrita para uso interno. Nota: Se a diarreia não passar procurar um médico. NOME COMUM: Goiveiro ou Goivos amarelos. NOME BOTÂNICO: Cheirantus cheiri. FAMÍLIA: Coníferas. GEOGRAFIA: Faz parte da flora portuguesa e de outras floras do mundo. PARTES EMPREGADAS: As flores e algumas vezes as folhas. PROPRIEDADES: Adstringentes, emenagogas e antiespasmódicas. MANEIRA DE PREPARAR: 5 gramas da planta para 30 gramas de água, em infusão. ATENÇÃO: O Goiveiro não deve ser tomado por mulheres grávidas. NOME COMUM: Golfão branco, nenúfar. NOME BOTÂNICO: Nynphea Alba. FAMÍLIA: Ninfeáceas. PARTES EMPREGADAS: Raiz (rizoma), folhas e flores. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém, além de outros elementos químicos, um alcalóide (nufarina), com acção sobre o sistema nervoso. PROPRIEDADES: O nenúfar é considerado sedativo do sistema nervoso e moderador da excitação sexual. Também é empregado na insónia. O rizoma foi usado na diarreia. MANEIRA DE PREPARAR: Flores: 20 gramas por litro de água, como calmante dos nervos e sedativo na tosse irritativa e no psiquismo sexual. Rizoma: dose de 40 gramas por litro. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 115 NOME COMUM: Granza. NOME BOTÂNICO: Rubia tinctorum L. FAMILIA: Rubiáceas. GEOGRAFIA: Solos cálcarios da Europa Meridional, onde antigamente foi cultivada. Na Península Ibérica abunda a leste e a sul. Conhecida na América do Sul. PARTES EMPREGADAS: A raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém glicósidos antraquinónicos, citratos alcalinos, ácido málico e tartárico. PROPRIEDADES: Diurética: recomenda-se em todo o tipo de afecções renais (cálculos, cólicas, infecções), assim como nas cistites. É sedativa da dor e anti-séptica das vias urinárias, o que a torna muito útil nas cólicas. Verificou-se que é capaz de dissolver certos tipos de cálculos renais. Aperitiva: abre o apetite. Colerética: indicada nos transtornos da vesícula biliar. Emenagoga: facilita as regras e acama as dores. Laxante: favorece a evacuação intestinal. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 30-40 g de raiz esmiuçada num litro de água. Ferver durante 10 minutos. Bebem-se por dia, de 4 a 6 chávenas (xícaras). Pó de raiz: ingerem-se 2 a 4 g diários, repartidos em 3 tomas. ATENÇÃO: Quando se usa a Granza como remédio, tingem-se de cor de rosa a urina, as mucosidades e até o suor, o que não representa nenhum problema para a saúde. NOME COMUM: Grama, Grama portuguesa, Grama das boticas. NOME BOTÂNICO: Triticum repens e Cynodon dactilon. FAMÍLIA: Gramíneas. GEOGRAFIA: Habita em todo o território português e em Cabo verde. PARTES EMPREGADAS: Rizomas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanto a grama vulgar como a grama francesa contêm, no rizoma, açúcar cristalizável, açúcar invertido, goma, substâncias azotadas, tricina, etc. PROPRIEDADES: Emolientes, diuréticas e refrigerantes. Esta planta é muito empregada nas vias urinárias (inflamação dos rins e bexiga, etc.). Alguns Naturopatas empregam esta planta na psoríase, em conjunto com Bardana, Labaça e Salsaparrilha, alternada com espécies medicinais hepáticas. MANEIRA DE PREPARAR: Decocção: 40 gramas para 1 litro de água. Tempo de fervura: 3 a 5 minutos. Infusão: 1 hora. Para tomar três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. A grama, associada à Uva ursina e ao Tomilho (Thymus vulgaris) (45, 35 e 20 gramas de cada), é um bom remédio adjuvante no tratamento das afecções colibacilares, do aparelho urinário. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 116 NOME COMUM: Grama francesa. NOME BOTÂNICO: Agropyrum repens (L.) Beauv. FAMÍLIA: Gramíneas. GEOGRAFIA: Difundida pelos terrenos cultivados ou baldios de todo o mundo. PARTES EMPREGADAS: O rizoma. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma contém uma substância mucilaginosa, a triticina, assim como uma substância antibiótica, potássio, sílica e diversos glícidos. PROPRIEDADES: Anti-séptico e anti-inflamatório nos casos de cistite, uretrite e infecções urinárias em geral. Diurético e depurativo, nos cálculos urinários, gota, artrismo e celulite. Sudorífico em caso de doenças infecciosas que se manifestam com febre (gripe, constipações – resfriados – sarampo, escarlatina). MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de 30-50 g de rizoma seco por litro de água. Ferver durante 10 minutos. Tomam-se de 2 a 4 chávenas (xícaras) diárias. NOME COMUM: Gratiola ou Graciosa. NOME BOTÂNICO: Gratiola officinalis L. FAMÍLIA: Escrofuláceas. PARTE EMPREGADA: A planta florida, em pó das folhas, sob a forma de infusão ou decocção. PROPRIEDADES: Purgante enérgico. A infusão da planta fresca também é empregada. A raiz é vomitiva. ATENÇÃO: Trata-se de uma planta de acção violenta, contra-indicada em numerosos casos. Não utilizar sem aconselhamento num especialista. NOME COMUM: Grindélia. NOME BOTÂNICO: Grindelia robusta L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Esta planta é originária da Califórnia e encontra-se, especialmente, nos lagos salgados da América do Norte. Também no México, etc. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém resina activa, uma essência de sabor acre, saponinas, etc. PARTES EMPREGADAS: Especialmente as sumidades floridas. PROPRIEDADES: Balsâmicas, anticatarrais (catarros dos brônquios, etc), estimulante das vias respiratórias e urinárias, tendo oportunidade na tosse convulsa, tosse irritativa, asma, transtornos nervosos das vias respiratórias, afecções da bexiga, etc. MANEIRA DE PREPARAR: A tintura: 20 a 60 gotas por dia. Também é usado o extracto fluido. A Grindélia é usada, com bons proveitos, em Homeopatia e em Naturopatia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 117 NOME COMUM: Groselheira espim. NOME BOTÂNICO: Ribes uva-crispa L. FAMÍLIA: Saxifragáceas. GEOGRAFIA: Difundida por bosques e sebes de toda a Europa, sobretudo nos países do Centro e nos escandinavos. PARTES EMPREGADAS: Os frutos (bagas). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os frutos contêm ácidos orgânicos, açúcares, vitaminas A, B e C, e sais minerais. PROPRIEDADES: Aperitivas, digestivas, remineralizantes, diuréticas e laxantes. Tonificante nos casos de inapetência e de esgotamento, assim como na convalescença de deonças debilitantes como as infecciosas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: frutos frescos. Suco dos frutos: meio copo de 12 em 12 horas. Geleia ou doce dos frutos. ATENÇÃO: Evitar as bagas verdes, já que podem provocar intolerância digestiva. NOME COMUM: Guaiaco, Guaco. NOME BOTÂNICO: Guaiacum officinalis L. FAMÍLIA: Zigofiláceas. GEOGRAFIA: Oriundo da América Central, encontra-se especialmente no Sul do México, Antilhas, Colômbia e Venezuela. PARTES EMPREGADAS: A madeira triturada e a resina. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A madeira do Guaiaco ressuma uma resina cujo princípio activo mais importante é o guaiacol ou gaiacol. Contém além disso, saponinas, goma e um óleo essencial. PROPRIEDADES: Balsâmica e expectorante, indicado em todo o tipo de afecções respiratórias. Diurética, sudorífica e depurativa: usa-se em caso de reumatismo, artritismo e gota, pois actua eliminando do sangue o ácido e outras substâncias residuais. Também convém aos hipertensos e arteriosclerosos, pelo seu efeito depurativo. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Decocção com 50 g de madeira triturada por litro de água. Deixar ferver durante 10 minutos, e tomar de 3 a 5 chávenas (xícaras) diárias. Preparados farmacêuticos, elaborados à base da sua resina e do seu princípio activo, o gaiacol. NOME COMUM: Graviola. NOME BOTÂNICO: Anona muricata. FAMÍLIA: Anonaceae. GEOGRAFIA: É encontrada nas Antilhas, América Central, Venezuela e Amazónia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo, resina, açúcar, fécula, sais, tanino, vitaminas. PARTES EMPREGADAS: A polpa, evitando a entrecasca que tem um gosto desagradável. PROPRIEDADES: Flores e brotos: antiespasmódicos, antidisentéricos, antireumáticos, antidiabéticos, antinevrálgicos, diuréticos, peitorais, antiinflamatórios. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 118 NOME COMUM: Guabiroba. NOME BOTÂNICO: Campomanesia xanthocarpa. FAMÍLIA: Myrtaceae. GEOGRAFIA: Nativa do Brasil. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, ferro, glucose, sais minerais, vitaminas A e C. PARTES EMPREGADAS: Fruto e folhas. PROPRIEDADES: Infusão para combater a diarreia, o escorbuto e a febre. NOME COMUM: Grumixama. NOME BOTÂNICO: Eugenia brasiliensis. FAMÍLIA: Myrtaceae. GEOGRAFIA: Encontrada nativa no Brasil. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ferro, potassa, tanino, glicose e vitaminas. PARTES EMPREGADAS: O fruto, cascas e folhas. PROPRIEDADES: Casca e folhas: adstringentes. Indicado como anti-reumático, diurético, antidiarreico e antifebril. NOME COMUM: Hamamélia. NOME BOTÂNICO: Hamamelis virginica L. FAMÍLIA: Saxifragáceas. GEOGRAFIA: Originária da América do Norte, frequente nas florestas húmidas, tendo sido introduzida na Europa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo essencial, pigmentos flavónicos, tanino, potassa, ferro, um glucósido, etc. PROPRIEDADES: Tem acção no aparelho circulatório, descongestiva e sedativa do sistema venoso. Actua nas hemorróidas, incluindo as sangrentas, na hemoptise, hemorragias internas, varizes, flebites, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento das folhas: 30 gramas por litro de água. Duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Também se usa a tintura ou o extracto (20 gotas por dia). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 119 NOME COMUM: Harpago, harpagófito. NOME BOTÂNICO: Harpagophytum procumbens L. GEOGRAFIA: Planta originária dos desertos da África do Sul e da Namíbia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Descobriram-se mais de 40 componentes activos, entre os quais os glicósidos monoterpénicos do grupo dos iridóides (glucoiridóides), harpagina, harpagido e procumbido. PARTES EMPREGADAS: As raízes secundárias ou bolbos. PROPRIEDADES: Dores reumáticas, problemas digestivos e febres. Anti-inflamatórias e antireumáticas: especialmente eficaz nas dores reumáticas e crónicas produzidas pela artrose. Obtêm-se resultados muito bons, confirmados pela investigação clínica, nos casos de artrose cervical ou lombar, das ancas e dos joelhos. Passados dois ou três meses de tratamento, melhora significativamente a motilidade articular, e desaparece a dor. Verificou-se que é útil em todos os tipos de reumatismo articular. Ao contrário da maior parte dos fármacos antiinflamatórios, a raiz do harpago não provoca nenhum efeito irritante sobre o aparelho digestivo. É completamente isenta de efeitos secundários nas doses terapêuticas. Os maiores efeitos conseguem-se combinando simultaneamente ambas as formas de aplicação. Depurativo: facilita a eliminação, pela urina, dos resíduos ácidosdo metabolismo, como o ácido úrico, responsáveis pela gota e por muitos casos de artrite. Antiespasmódico: tem um efeito relaxante sobre espasmos ou cólicas intestinais, cólon irritável, cólicas biliares e renais. Hipolipemiante: faz descer o colesterol no sangue, e regenera as fibras elásticas que formam a parede arterial, pelo que se torna recomendável em caso de arteriosclerose. Cicatrizante: aplicado externamente, é um excelente cicatrizante de toda a espécie de feridas e úlceras cutâneas. MANEIRA DE PREPARAR: Tomar 3 ou 4 cápsulas por dia antes das refeições. Uso interno: infusão: a dose habitual é de uns 15 g diários (uma colher de sopa) de pó da raiz, infundidos em meio litro de água. Deixe repousar entre meia e uma hora. Toma-se 3 ou 4 vezes por dia. Compressas empapadas com a mesma infusão já descrita para o uso interno, embora convenha trazê-la um pouco mais concentrada. Aplicam-se sobre as zonas afectadas da pele, várias vezes por dia. ATENÇÃO: Por precaução deve ser evitado durante a gravidez. NOTA: É actualmente um dos remédios mais eficazes de que a fitoterapia dispõe para o tratamento das doenças reumáticas. NOME COMUM: Hera terrestre. NOME BOTÂNICO: Glechoma hederaceum. FAMÍLIA: Labiadas. PARTES EMPREGADAS: As folhas e as sumidades floridas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo essencial, um princípio resinoso amargo, goma, amido, clorofila, tanino, traços de essência, etc. PROPRIEDADES: É tónica peitoral, expectorante, com grande proveito na tuberculose (remédio auxiliar), nos catarros pulmonares crónicos, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Só a planta: 15 gramas por litro de água, em infusão. Para tomar, em qualquer dos casos, duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Adoçar com mel ou açúcar mascavo. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 120 NOME COMUM: Hera, hera dos muros, hera trepadeira. NOME BOTÂNICO: Hedera helix L. FAMÍLIA: Araliáceas. GEOGRAFIA: Cria-se em lugares pedregosos de toda a Europa. Naturaçizada na América. PARTES EMPREGADAS: As folhas jovens frescas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém saponinas triterpénicas, entre as quais se destaca a hederina. PROPRIEDADES: Aplicadas externamente, as folhas da hera são cicatrizantes e analgésicas, são indicadas em: feridas de cicatrização difícil, úlceras e gretas da pele. Aplicam-se em compressas e em cataplasmas. Nevralgias e dores reumáticas: as folhas produzem um efeito relaxante sobre os músculos e aticulações. Acalmam a dor e diminuem a inflamação, quer aplicadas em compressas, quer em banhos com a sua decocção, quer ainda em cataplasmas. Celulite: os banhos com decocção ajudam a desinflamar os tecidos subcutâneos. Também se recomendam as compressas e as cataplasmas. Em uso interno, as folhas já foram utilizadas como antitússico e como emenagogo (desencadeiam a menstruação). No entanto não se recomendam a tomar devido à sua toxicidade. MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: Compressas: empapam-se no líquido de uma decocção de 30 g de folhas por litro de água. Aplicam-se sobre a zona afectada. Banhos: acrescenta-se esta mesma decocção à água do banho para obter um efeito relaxante e analgésico. Cataplasmas: também se podem usar directamente as folhas, que se fixam sobre a zona a tratar, por meio de uma ligadura de gaze. ATENÇÃO: Os frutos ou bagas são especialmente tóxicos; bastam dois ou três para provocar uma intoxicação grave numa criança. As folhas podem desencadear reacções alérgicas. NOME COMUM: Hibisco de flor amarela. NOME BOTÂNICO: Hibiscus sabdarrifa L. FAMÍLIA: Málvaceas. GEOGRAFIA: Oriundo do Sudão, cultivado no Egipto, no Ceilão e em zonas tropicais do México. PARTES EMPREGADAS: As flores com o seu cálice. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sépalas das flores contêm ácido hibíscico, assim como uma mistura de ácidos orgânicos (málico, cítrico e tartárico) e um corante vermelho. PROPRIEDADES: Digestivas e tonificantes: tem efeito estimulante das funções digestivas e tonificantes do organismo no seu conjunto. Laxantes e suaves: acção emoliente (suavizante) sobre as mucosas do tubo digestivo, pelo que facilita a evacuação intestinal. Diuréticas: efeito suave diurético com utilidade para os obesos e para os que sofrem do coração. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com um punhado de flores, com o seu cálice, por cada litro de água. Adoçar com mel e beber a gosto, como refresco. IMPORTANTE: O género Hibiscus, abrange umas 200 espécies, a maior parte das quais se utiliza, pelas suas belas flores, como plantas ornamentais em parques e jardins de todo o mundo. As mais utilizadas do ponto de vista medicinal, juntamente com este, são o Hibiscus abelmoschus L.), a rosa do Japão (Hibiscus rosa sinensis L.) e a Milola (Hibiscus tiliaceus L.). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 121 NOME COMUM: Hidrastis. NOME BOTÂNICO: Hydrastis canadensis L. FAMÍLIA: Ranunculáceas. GEOGRAFIA: América, Canadá, etc. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As raízes (rizomas) e folhas, nas quais foram encontrados os seguintes princípios activos (alcalóides): hidrastina, berberina e canadina. Também mais alguns elementos químicos, como resina amarga, açúcar, albumina, essência, etc. PROPRIEDADES: Acção vaso-constrictora, com indicação nas hemorróidas, varizes, flebites e hemorragias dos órgãos digestivos e do útero. Propriedades anti-catarrais, acção sobre as vias biliares, etc. É muito empregada nas hemorragias da idade crítica e, também, nas hemorragias tendo por causa tumores benignos ou malignos do útero (como remédio sintomático). Em Homeopatia usa-se a tintura na sinusite, em algumas formas de cancro (câncer) e noutras doenças. MANEIRA DE PREPARAR: Raiz, em forma de cozimento: 30 gramas por litro de água, três a quatro chávenas (xícaras) antes das refeições. Tintura: 20, 40 ou 50 gotas por dia, antes das refeições. ATENÇÃO: Deve-se evitar o emprego do Hidrastis (planta vaso-constrictora) na arteriosclerose, em que há tendência à constrição dos vasos. NOME COMUM: Hipericão do Gerês. NOME BOTÂNICO: Hypericum androsemum L. FAMÍLIA: Labiadas (Gutíferas). GEOGRAFIA: Esta planta é frequente do Gerês, mas existe em outras regiões de Portugal. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Não contém alcalóides nem saponinas. Nos talos e folhas encontram-se matéria graxa, com álcool cerílico, dois hidrocarburos cristalizados e óleo vermelho. As sumidades floridas contêm pouca essência de Hipericão. As flores possuem uma flavona (matéria corante). Os frutos contêm ácido oléico e linoleico. PROPRIEDADES: Propriedades vulnerárias (para feridas com cortes profundos; tira a dor quando há um dedo entalado numa porta ou portão, adormecendo os dedos ou a região afectada.). diuréticas, colagogas, estimulante da célula hepática. Combate os cálculos, a acidez gástrica, etc. A tintura é anti-tetânica. MANEIRA DE PREPARAR: Como foi indicado para o Hipericão, o seu óleo ou tintura, é utilizado em feridas (cicatriza e acalma as dores), é feito com sumidades floridas, em maceração prolongada (duas ou mais semanas) em azeite puro. No final da maceração coar. Para aplicar sobre as feridas. Usar a tintura diluída em água nas feridas também. A infusão das folhas e mais partes da planta é tomada no intervalo das refeições. Uma pitada da planta por chávena (xícara), 20 minutos de infusão, ou 25 gramas para 1 litro de água. Nas doenças hepáticas e vesiculares, três chávenas (xícaras) por dia, em jejum e nos intervalos das refeições. Nos cálculos, três a quatro chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 122 NOME COMUM: Hipericão vulgar, Erva de S.João, Hipericão Kneipp. NOME BOTÂNICO: Hypericum perforatum L. FAMÍLIA: Hipericineáceas. GEOGRAFIA: Faz parte da flora portuguesa, existindo em todo o continente, nos Açores e na madeira, bem assim como em toda a Europa e outras partes do mundo. PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas, as folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém óleo essencial, tanino, um pigmento vermelho, hipericina, pigmentos flavónicos, etc. PROPRIEDADES: Digestivas, diuréticas, colagogas, vermífugas; útil nos catarros dos brônquios. MANEIRA DE PREPARAR: 20 a 30 gramas por litro de água, em forma de infusão. Duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. NOTA: O Hipericão e a Hamamelis são usados em Homeopatia a partir da 5ª dinamização, para tirar as dores (dores cancerosas e pós-cirúrgicas) – tem um efeito superior à Morfina. NOME COMUM: Hipofaé. NOME BOTÂNICO: Hippophae rhamnoides L. FAMÍLIA: Eleagnáceas. GEOGRAFIA: Espalhado pelas margens de rios e terrenos arenosos de toda a Europa, mas difícil de encontrar-se em Portugal. Naturalizado no Continente americano. PARTES EMPREGADAS: Os frutos (bagas). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As bagas contêm ácidos orgânicos, glicósidos flavónicos, caroteno (provitamina A), vitaminas do grupo B, e sobretudo vitamina C (cerca de 600 mg por 100 g; dez vezes mais que o limão). PROPRIEDADES: Anti-escorbútico e imuno-estimulante, devido aos seu contéudo em vitaminas (especialmente a C). é indicado em casos de infecções repetidas (diminuição das defesas), gripe, esgotamento físico, alimentação deficiente e, em geral, sempre que se deseje aumentar o tónus vital do organismo. Cardiotónico suave e activador do aparelho circulatório, devido ao seu conteúdo em glicósidos flavónicos – ligeiramente diurético e aperitivo. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: bagas: os frutos podem comer-se bem maduros (três punhados por dia), embora tenham um sabor um tanto ácido. Xarope: ferve-se o suco das bagas maduras durante 15 minutos, acrescentando-se depois metade do seu peso em açúcar. Conserva-se bem tapado num recipiente de vidro. Toma-se 3 colheradas diárias. NOME COMUM: Hissopo. NOME BOTÂNICO: Hissopus officinalis L. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Existe em toda a Europa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém: óleo essencial. Enxofre, hissopina, etc. PROPRIEDADES: Vulneraria, emenagoga, estimulante, estomáquica, peitoral (combate a tosse, etc). MANEIRA DE PREPARAR: A planta, quando seca, perde algo do seu cheiro; todavia, as suas propriedades curativas subsistem. Infusão: 20 a 30 gramas por litro de água, estando 20 minutos de infusão. Ou: colher das de chá bem cheia, por chávena (xícara). Como digestivo, sobre as refeições, e também fora destas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 123 NOME COMUM: Hortelã vulgar, Hortelã dos temperos. NOME BOTÂNICO: Mentha viridis L. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Existe em todas as floras da Europa, servindo para condimento e remédio (excitante e vermífugo). PARTES EMPREGADAS: As folhas e sumidades. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém além de outros elementos, grande quantidade de óleo essencial, mistura de uma essência oxigenada e de um carbonato de hidrogénio. PROPRIEDADES: Excitante, digestiva, vermífuga, febres intestinais, etc. MANEIRA DE PREPARAR: em infusão ou cozimento: 20 gramas por litro de água. Beber 4 chávenas (xícaras) por dia depois das refeições. NOME COMUM: Hortelã aquática. NOME BOTÂNICO: Mentha aquática L. FAMÍLIA: Labiadas. PROPRIEDADES: As mesmas que a Hortelã vulgar. NOME COMUM: Hortelã pimenta, dos rebuçados. NOME BOTÂNICO: Mentha piperita L. FAMÍLIA: Labiadas. PARTES EMPREGADAS: As folhas e as sumidades floridas. A dessecação da planta é feita à sombra ou ao sol, neste caso protegida da acção directa deste. Assim, não fica alterado o valor terapêutico da planta. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém princípio amargo, matéria resinosa, tanino e óleo essencial. A essência da Hortelã pimenta é uma mistura de dois corpos isoméricos. PROPRIEDADES: Colagogas, tónicas, digestivas, antiespasmódicas, febres intestinais. MANEIRA DE PREPARAR: 10 a 15 gramas por litro de água, por chávena (xícara) com água quente. 10 minuto9s de infusão. Coar e adoçar. Pode ser tomada nas refeições ou fora delas. Nas afecções da vesícula (disquinésia vesicular), a Hortelã pimenta, associada ao boldo e à Camomila, constitui uma boa tisana para o caso. NOME COMUM: Ingá. NOME BOTÂNICO: Inga vera. FAMÍLIA: Leguminosae-Mimosaceae. GEOGRAFIA: Nativo na Amazónia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ferro, tanino, glucose. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: Diurética, hepática. NOTA: Em excesso é purgativa. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 124 NOME COMUM: Ipecacuanha. NOME BOTÂNICO: Cephaelis ipecacuanha A. Rich. FAMÍLIA: Rubiáceas. GEOGRAFIA: Originária das florestas húmidas e quentes do Brasil, Colómbia, Peru e México. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém emetina e outros alcalóides, além de ácido ipecacuânico e saponinas. PARTES EMPREGADAS: A raiz triturada em pó. PROPRIEDADES: emética: provoca facilmente o vómito. Emprega-se para esvaziar o estômago em caso de intoxicação, quando não é possível realizar uma lavagem gástrica. Expectorante: em doses baixas, a emetina e as saponinas conferem-lhe uma intensa acção expectorante, e por isso, entra na composição de diversos xaropes para os brônquios. Amebicida: a emetina destrói as amebas que causam disenteria amebiana e abcessos amebianos no fígado. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: pó de raiz: 4 a 6 g dissolvidos em água. Para as crianças, 0,1 g por ano de idade, usa-se como emético e expectorante. Xarope: com uma ou duas colheres de sobremesa produz-se um vómito fácil. Infusão: 8 g de raiz triturada em 250 ml de água. Tomam-se 4 a 5 colheres de sobremesa de hora a hora com expectorante para evitar que se produzam vómitos. ATENÇÃO: Com tantos expectorantes que existem evitar administrar esta raiz em crianças. Em Homeopatia esta planta é usada com sucesso em tosse com vómitos e cefaleia com vómitos. NOME COMUM: Ipê Roxo, Pau D’arco. NOME BOTÂNICO: Tecoma violacea L., Tecoma curialis. FAMÍLIA: Bignoniáceas. PARTES EMPREGADAS: São utilizadas as folhas e a casca. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Lapachol, carobina, carobinase e taninos. PROPRIEDADES: Úlceras pépticas, estomatite, sífilis e diabetes mellitus. Antitumoral e anti-inflamatória. Tem propriedades analgésicas. Usada com sucesso em leucemia, aumenta as plaquetas e em fibromiomas. ATENÇÃO: Não deve ser usado por mulheres grávidas, pois pode produzir aborto e mal formação do feto. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 125 NOME COMUM: Jaborandi. NOME BOTÂNICO: Pillocarpus jaborandi. FAMÍLIA: Cusparídeas. GEOGRAFIA: Esta planta é originária da América do Sul, sendo muito usada pelos indígenas. Em Portugal é pouco usada, pois há substitutas. Existem três espécies de Jaborandi, o Pillocarpus jaborandi, o Pillocarpus pennatifolius e o Pillocarpus microphyllus. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas do Pillocarpus jaborandi contêm: óleo essencial, tanino, vários alcalóides, entre os quais os mais importantes são a pilocarpina, a pilocarpidina e a isopilocarpina. PROPRIEDADES: A sua acção mais específica é provocar forte sudação e ensalivação, tendo por esse motivo actuação, na gripe, bronquite, uremia, diabetes, reumatismo, etc. Externamente, a pilocarpina é empregada em oftalmia, para diminuir a tensão ocular (glaucoma, etc). Também é usada esta planta em fricção (infusão, tintura, etc.), no tratamento externo da calvície. Este vegetal tem a propriedade de estimular o bolbo capilar (raiz do cabelo). MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 10 a 15 gramas das folhas para 1 litro de água. Duas a três chávenas (xícaras) por dia, conforme indicação do Naturopata. Como loção capilar, pode ser a Infusão com maior dose da planta (25 ou 30 gramas), adicionando-lhe, depois de cada, 1 ou 2 decilitros de álcool, para não se alterar (uma fricção diária). Esta loção ficará mais eficiente se for feita com água do cozimento da casca da Quina: 30 gramas para 1 litro de água. ATENÇÃO: Os diabéticos não devem usar esta planta, pois em tais doentes origina, por vezes, transtornos desagradáveis. O Jaborandi apresenta certa toxicidade e origina hipotensão arterial. NOME COMUM: Jalapa. NOME BOTÂNICO: Exogonium purga. FAMÍLIA: Convovuláceas. PARTES EMPREGADAS: A raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Um glicósido resinoso (convolvulina ou jalapina) e saponinas. PROPRIEDADES: Obstipação e afecções pulmonares. Age como regulador das funções intestinais. ATENÇÃO: Poderá causar irritação da mucosa intestinal, dores abdominais e vómitos. Cerca de 5 gramas da resina poderão levar à morte. NOME COMUM: Jambeiro, Jambo, Jamboeiro e Jambosa. NOME BOTÂNICO: Eugenia jambolanum. FAMÍLIA: Mirtáceas. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: Tratamento do diabetes mellitus. obstipação, tosse e cefaleia. Também usado na Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 126 NOME COMUM: Jamelão, Jalão, Jambolano, Jambolão e Jamboleiro. NOME BOTÂNICO: Syzygium jambolanum. FAMÍLIA: Mirtáceas. PARTES EMPREGADAS: A semente, a casca e o fruto. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Taninos, resinas (jambulol), terpenos (Alfa-pireno, Beta-pireno, limoneno), ácidos (gálico, palmítico, esteárico, oleico), esteróides (fitosterol), glicósidos saponínicos (antimelina) e flavonóides. PROPRIEDADES: Usado no tratamento do diabetes mellitus, quadros diarreicos e infecções das vias aéreas superiores. Propriedades anti-microbianas que já foram evidenciadas. NOME COMUM: Jujubeira. NOME BOTÂNICO: Ziziphus vulgaris. GEOGRAFIA: Planta originária da Síria, muito cultivada em Portugal, especialmente no Algarve. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: os frutos contêm açúcar, ácido vegetal (ácido málico), sais, algumas vitaminas, princípio mucilaginoso, etc. PROPRIEDADES: Peitorais, béquicas, emolientes, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Decocção: 50 gramas para 1 litro de água. Também se usa em forma de xarope usando os frutos. NOME COMUM: Jabuticaba. NOME BOTÂNICO: Myrtus cauliflora. FAMÍLIA: Myrtaceae. GEOGRAFIA: Planta nativa em climas temperados do Brasil, Paraguai e Argentina. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, ferro, açúcar, sais minerais e vitaminas. PARTES EMPREGADAS: Os frutos. PROPRIEDADES: Diurética, antidiarreica, nos tratamentos da erisipela e úlceras. NOME COMUM: Jaca. NOME BOTÂNICO: Polyphena jaca. FAMÍLIA: Moraceae. GEOGRAFIA: Aclimatada no Brasil (Rio de janeiro). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Açúcar, pectina, vitaminas, fosfato, sais minerais. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: Fruta consumida in natura ou em compotas, vinhos. Diurética, digestiva e antifebril. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 127 NOME COMUM: Jalapa. NOME BOTÂNICO: Ipomoea jalapa, Convolvulus jalapa L. FAMÍLIA: Convolvulaceae, COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A goma da batata ou resina encerra: jalapina convolvulina, oxalato de cálcio, amido, óleo. PARTES EMPREGADAS: Batata (raiz), folhas e flores. PROPRIEDADES: Laxante drástico. Tem também efeito vermífugo e emenagogo (estimula a menstruação). MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: pó de raiz: 1 a 3 g dissolvidos em meio copo de água quente adoçada com uma ou duas colheres de mel ou açúcar mascavo. A dose infantil é de 50 mg (0,05 g) por quilo de peso corporal. ATENÇÃO: Contra-indicado nos estados inflamatórios do aparelho digestivo. Depurativo a ser usado com cautela. Não se deve administrar no caso de colite nem durante a gravidez. HISTÓRIA: Os nativos mexicanos utilizavam esta planta como purgante, e os conquistadores espanhóis levaram-na para a sua pátria, a partir de onde se difundiu o seu uso por toda a Europa. NOME COMUM: Jambo rosa. NOME BOTÂNICO: Eugenia jambos. FAMÍLIA: Myrtaceae. GEOGRAFIA: Nativa da Índia e Malásia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, açúcares, vitaminas e ferro. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: Diurético, digestivo e antifebril. NOME COMUM: Jatobá. NOME BOTÂNICO: Hymenaea courbaril. FAMÍLIA: Leguminosae. GEOGRAFIA: Originária do México, medra em todo o Brasil. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, ferro, proteínas. PARTES EMPREGADAS: Flores e frutos. PROPRIEDADES: Fazem-se unguentos contra inflamações, estomacal, indicado nas tosses convulsas, bronquites, antianémico. vermífugo, NOME COMUM: Jenipapo. NOME BOTÂNICO: Genipa americana. FAMÍLIA: Rubiaceae. GEOGRAFIA: Nativa das Guianas, Brasil, Antilhas, Venezuela, Equador e Peru. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Glicose-manita, celulose, óleo, ácido tartárico, tanino, pentaglicose, féculas e potassa. PARTES EMPREGADAS: frutos e pétalas. PROPRIEDADES: Indicado como afrodisíaco, nas icterícias, hidropisia, diurético, antianémico, nas afecções do baço e fígado. NOME COMUM: Kiwi. NOME BOTÂNICO: Actinidea chinensis. FAMÍLIA: Actinidiaceae. GEOGRAFIA: nativo na China. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: em cada 100 g de fruta encerram 300 mg de vitamina C. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: Antianémica e digestiva. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 128 NOME COMUM: Labaça. NOME BOTÂNICO: Rumex patientia L, Rumex crispus L. FAMÍLIA: Poligonáceas. GEOGRAFIA: Existe na Europa Central e em Portugal. PARTES EMPREGADAS: A raiz e as flores. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Raiz: contém enxofre, ferro, tanino e pequenas quantidades de derivado de antrocénicos. PROPRIEDADES: A raiz é utilizada como tónica, amarga, depurativa, etc., tendo actuação também nas doenças da pele (eczema, psoríase, etc.), reumatismo, sífilis, escrófulas e doenças de alteração do sangue, doenças do fígado, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Raiz: 20 a 25 gramas para 1 litro de água, em forma de cozimento. Flores: em forma de infusão (20 a 25 gramas por litro de água). NOME COMUM: Laranjeira doce. NOME BOTÂNICO: Citrus aurantium L. FAMÍLIA: Rutáceas. PARTES EMPREGADAS: As folhas, as flores e os frutos. GEOGRAFIA: Originária do Médio Oriente e da Ásia. Existe em quase todo o mundo. Poucos anos depois dos descobrimentos, os Espanhóis levaram a Laranjeira para a América, em particular para o México, a Flórida e a Califórnia, onde actualmente se encontram os maiores laranjais do mundo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas, e, sobretudo as flores da laranjeira, contêm uma essência composta por limoneno e linalol, entre outras substâncias aromáticas. Das flores extrai-se a essência da flor de laranjeira ou néroli, e das folhas, a essência chamada petit-grain. A casca dos frutos, especialmente das laranjas amargas, é rica em glicósidos flavonóides (naringina, hesperidina e rutina), de acção semelhante à vitamina P. PROPRIEDADES: Acção antiespasmódica, sedativa e ligeiramente sonorífera. É indicada na insónia (provoca uma sedação suave que facilita a chegada do sono), nervosismo e irritabilidade, enxaquecas, dores de cabeça.Transtornos digestivos (espasmos do estômago e dores gástricas de origem nervosa, assim como aerofagia e arrotos). Palpitações cardíacas, desmaios e desfalecimentos. Dores das regras, provocadas por espasmos uterinos. Devido à vitamina P, é usada nos casos de fragilidade capilar e vascular (edemas, varizes, transtornos de coagulação). É um bom tónico digestivo, que tem efeito aperitivo e ajuda a digestão. Possui também um suave efeito sedativo. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão de folhas e/ou flores: 10 a 20 gramas por litro de água (3 folhas ou 6 flores são suficientes para preparar uma infusão sedativa). Ingerir 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia, especialmente antes de deitar. Decocção: ferver 30 gramas de casca de laranja, seca, cortada em pedaços, em meio litro de água, durante 15 minutos. Pode-se adoçar com mel. Toma-se uma chávena (xícara) pequena depois de cada refeição. ATENÇÃO: As pessoas que sofram da vesícula biliar devem evitar comer laranjas de manhã em jejum. Pela sua acção colagoga, provoca um esvaziamento brusco da vesícula biliar, que pode causar ligeiros incómodos abdominais, como peso no estômago ou sensação de distensão. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 129 NOME COMUM: Levístico. NOME BOTÂNICO: Levisticum officinalis Koch. FAMÍIA: Umbelíferas. GEOGRAFIA: Originário dos países do litoral mediterrêneo ocidental, foi amplamente cultivado em toda a Europa e em algumas regiões da América. PARTES EMPREGADAS: A raiz na Primavera, as folhas e as sementes nos começos do Outono. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém um óleo essencial, cumarina, amido, tanino e vitamina C. PROPRIEDADES: É um bom diurético e tónico estomacal; facilita a digestão quando há escassez de suco gástrico, como acontece na gastrite crónica e na atonia digestiva. As folhas têm as mesmas propriedades, ainda que com menos intensidade. As sementes são carminativas (eliminam os gases intestinais) e emenagogas (aumentam o fluxo menstrual). MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: condimento: as folhas e/ou a raiz em pó. Infusão da raiz: 20 g por litro de água. Ingere-se uma chávena (xícara) depois de cada refeição. Infusão de folhas: 30 g por litro de água. Igualmente uma chávena (xícara) depois de cada refeição. Infusão de sementes: 30 g por litro de água. Tomar 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia. NOME COMUM: Líquen da Islândia. NOME BOTÂNICO: Cetraria islandica. FAMÍLIA: Cetrariáceas. GEOGRAFIA: Norte da Europa e América. Em Portugal é raro, mas pode encontrar-se na Serra da Estrela. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém: algum (pouco) açúcar, goma, fosfato de cal, um ácido graxo (ácido liquestérico), um princípio amargo, ácido cetrárico (ou cetrarina), ácido protocetrárico e mais de 70% de uma substaência de natureza amilácea (liquenina), a qual dá à planta características gelatinosas. PROPRIEDADES: Esta planta foi empregada para combater a tísica (tuberculose). Actualmente é empregada nas afecções catarrais dos brônquios e pulmões. Também se emprega nas diarreias crónicas, especialmente das crianças, na dispepsia atônica, nas doenças crónicas e debilitantes. MANEIRA DE PREPARAR: 15 a 20 gramas por litro de água, em cozimento. Para evitar o amargo da planta, convém ferver esta durante 2 a 3 minutos; retirar a água, voltando a ferver o líquen noutra. Adoçar com açúcar ou mel e tomar quente, três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 130 NOME COMUM: Limoeiro (limoeiro de fruto amarelo). NOME BOTÂNICO: Citrus limon. FAMÍLIA: Rutáceas. GEOGRAFIA: Oriundo da Ásia Central, Sul da China e regiões próximas do Himalaia. Actualmente encontra-se em quase todo o mundo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas: são ricas numa essência aromática composta por D-limoneno, L-inanol e outros hidrocarbonetos terpénicos em menor produção. A casca contem: óleo essencial, cujo componente principal é o D-limoneno, além de cumarinas e flavonóides. PROPRIEDADES: Sedativas, antiespasmódicas. O seu uso é recomendado às pessoas que sofram de nervosismo, insónia, palpitações, enxaquecas ou asma. São úteis nos doentes febris (provocam a sudorese) e têm um efeito vermífugo. A casca contém 0,5% de óleo essencial, que lhe dá as propriedades tonificantes sobre o aparelho digestivo, e é recomendada aos que sofrem de inapetência, digestões pesadas e mau funcionamento do estômago. É sudorífera e vermífuga. Antiescorbútica.Dissolvente de cálculos renais: os citratos (sais de ácido cítrico) contidos no sumo (suco), especialmente o citrato potássico, impedem a formação de cálculos renais e facilitam a sua dissolução. Isto foi comprovado em experiências científicas, tanto com cálculos de urato como de oxalato (os tipos mais frequentes). MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Infusão de folhas: 30 gramas por litro de água. Tomam-se 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia, adoçadas com mel. Infusão da casca: esmaga-se a casca de um limão por cada copo de água e deita-se água quente. Espera-se 3 minutos. Coar. Tomar 3 chávenas (xícaras) diárias, adoçadas com mel. Essência: 3 a 10 gotas, 3 vezes ao dia. Sumo (suco) de limão: meio limão num copo de água morna, adoçado com mel antes do pequeno almoço (café da manhã) e antes do almoço. NOTA: É útil aos que sofrem de dispepsia, e, por mais paradoxal que pareça, aos que sofrem de acidez dom estômago. Apesar do seu sabor ácido, o limão comporta-se quimicamente como um anfólito, e é capaz de neutralizar tanto o excesso de álcalis como o de cálcio. Outros limões: A Cidra (Citrus medica), também chamada de limão doce. A Lima (Citrus aurantifolia), também chamada de lima doce. A toranja (Citrus máxima), também chamada por toranja e toríngia. NOME COMUM: Lima da Pérsia, Bergamota. FAMÍLIA: Rutaceae. GEOGRAFIA: Originária da Índia e Sul da Ásia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Vitamina C, açúcar, sais minerais, glucose, óleo, limoneno. PARTES EMPREGADAS: A fruta. PROPRIEDADES: Sedativa, antiescorbútica, antifebril, estomacal e antihistérica. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 131 NOME COMUM: Linho. NOME BOTÂNICO: Linium usitatissimum L. FAMÍLIA: Lináceas. GEOGRAFIA: Planta anual da Europa. PARTES EMPREGADAS: As sementes, vulgarmente linhaça. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes do linho contêm: matéria extractiva, misturada com alguns sais, açúcar, cera, resina mole, albumina vegetal, matéria corante amarela, óleo graxo, alguns sais, ácido acético, vitaminas A, B, C, D, E e K. PROPRIEDADES: Emolientes. Usa-se na inflamação do aparelho digestivo, dos brônquios, vias urinárias, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento prolongado das sementes: 25 ou mais gramas das sementes por litro de água, com duas ou mais horas de infusão. Para tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia. Também pode ser a maceração em água fria, com seis ou mais horas de maceração. O óleo de linhaça com mel, em partes iguais, serve como laxante: uma colher (das de sobremesa), uma a duas vezes ao dia. Para maior efeito, pode-se comer, na ocasião e mastigando bem, três a quatro ameixas secas. As sementes também podem ser tomadas simples: colher (de sopa) com um pouco de água (de manhã e à noite, ao deitar). Externamente, emprega-se a farinha de linhaça sob a forma de cataplasma (em quente), nos abcessos, furúnculos, no peito e nas costas (nos catarros dos brônquios, etc), no ventre (colite), sobre a bexiga (cistite). O óleo de sementes de linhaça ajuda a baixar o colesterol. NOME COMUM: Loendro. NOME BOTÂNICO: Nerium oleander L. FAMÍLIA: Apocináceas. GEOGRAFIA: Vulgar nos países mediterrâneos, onde prefere as margens das correntes de água. Cultivada como planta ornamental em toda a Europa e América. PARTES EMPREGADAS: As flores. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores, e sobretudo as folhas do loendro, contêm glicósidos, flavonóides, rutina, tanino e resinas. O seu princípio activo mais importante é a folinerina, glicósido que, por hidrólise, se transforma em oleandrigenina. PROPRIEDADES: Potente cardiotónico, mais activa que a Dedaleira. Externamente é aplicada extrnamente para combater as sarna, quer em pomada, quer em cataplasmas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: pomada contra a sarna: prepara-se uma pomada com 250 g de manteiga sem sal, ou outro veículo gordo, e 150 g de flores de Loendro, que se devem deixar a macerar durante 6 horas. Cataplasmas de flores sobre a zona da pele afectada. NOTA: Em uso interno deve-se usar só em Homeopatia. ATENÇÃO: o Loendro é muito tóxico. A ingestão de apenas duas folhas pode ser suficiente para matar um adulto. Em caso de intoxicação deve recorrer-se imediatamente ao hospital. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 132 NOME COMUM: Losna, absinto NOME BOTÂNICO: Artemisia absinthium L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Próprio dos lugares montanhosos do Sul da Europa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém óleo essencial rico em tuinona, sais minerais (nitrato potássico) e taninos PARTES EMPREGADAS: As folhas e os pequenos capítulos florais. PROPRIEDADES: Tónico gástrico: como todas as plantas amargas, desempenha um efeito tónico sobre o estômago, aumentando o apetite e estimulando a secreção de sucos gástricos. Por isso é útil aos que sofrem de inapetência ou de dispepsia. Colerético: pelo facto de aumentar a secreção biliar, exerce sobre o fígado uma acção favorável, descongestionante e estimulante das suas funções – insuficiência hepática e na fase de convalescença das hepatites virosas. Vermífugo potente: os adultos conseguem tomá-lo, as crianças não conseguem. Emenagogo potente: actua sobre o útero provocando a menstruação; além disso, normaliza os ciclos. É portanto recomendável para as jovens pálidas e debilitadas, que geralmente sofrem de regras irregulares e dolorosas. Externamente, usa-se a infusão de losna como insecticida. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 10 a 20 g de planta por litro de água. Tomam-se 2 chávenas (xícaras) diárias. Maceração: põem-se aproximadamente 100 g de flores secas num litro de óleo. Deixar repousar durante um mês. Contra as afecções da vesícula biliar recomenda-se tomar uma colher de sobremesa deste óleo em jejum e outra antes do almoço. Uso externo: insecticida: a infusão de losna é um insecticida eficaz. Podem borrifar-se com ela os animais domésticos e as plantas. Como loção aplicada sobre a pele, afugenta os mosquitos. E colocando em saquinhos de pano entre a roupa, evita-se eficazmente a traça. ATENÇÃO: Devem abster-se da losna as mulheres grávidas, devido ao seu efeito abortivo, e as que amamentam, pois é eliminado juntamente com o leite e resulta nocivo para a criança. Também não é recomendado a quem sofra de úlcera gastroduodenal ou gastrite. NOME COMUM: Líquen das Islândia. NOME BOTÂNICO: Cetraria islandica L. FAMÍLIA: Cetrariáceas. GEOGRAFIA: Bosques de coníferas e terrenos montanhosos de solos ácidos do Norte da Europa e América. Em Portugal é raro, mas pode encontrar-se na Serra da Estrela. PARTES EMPREGADAS: o talo (corpo do líquen) seco. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém ácido cetrárico, de forte sabor amargo, que o tornam aperitivo e tonificante; grande quantidade de mucilagem. E o ácido úsnico (antibiótico natural), que se mostrou activo in vitro perante as microbactérias responsáveis pela tuberculose. PROPRIEDADES: Peitoral, expectorante e antitússico: na bronquite, catarros, asma, traqueíte e laringite, dá excelentes resultados. Antituberculoso: recomenda-se como complemento no tratamento da tuberculose pulmonar. Antiemético: ajuda a deter os vómitos na gravidez. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 10 a 20 g por litro de água durante dois minutos. Para eliminar o seu sabor amargo, mudar a água e voltar a ferver em 1,5 l de água, até que fique reduzida a um litro. Tomar 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia, quentes e adoçadas com mel. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 133 HISTÓRIA: Os líquenes, que não dispõem de folhas nem de raízes, são um perfeito exemplo de sobrevivência. Adaptam-se ao frio rigoroso e à extrema secura, e podem passar mais de um ano em estado de vida latente. Os lapões do Norte da Escandinávia utilizam este líquen desde tempos antiquíssimos. O grande botânico sueco Lineu recomendava-o como medicinal XVIII. NOME COMUM: Lírio. NOME BOTÂNICO: Iris germanica L. FAMÍLIA: Iridáceas. GEOGRAFIA: Originário da Europa Meridional, mas naturalizado em todo o continente europeu. Cultivado em toda a Europa. PARTES EMPREGADAS: O rizoma (caule subterrâneo) seco. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Na raiz há 50% de amido, além de mucilagem e um óleo essencial muito aromático, que lhe outorga o seu cheiro a violeta. Em estado fresco, o rizoma é um purgante violento, mas não tão intenso quando está seco. PROPRIEDADES: Acção expectorante e antitússica. Diurética. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção: 5 a 20 g de pó de rizoma seco, num litro de água, que se põe a ferver durante 10 minutos, e da qual se bebem 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia. HISTÓRIA: Dióscorides dedica um longo parágrafo a esta planta, no primeiro capítulo da sua Matéria Médica. Andrés de Laguna (século XVI), seu tradutor e comentarista, insiste nas suas múltiplas propriedades, como a de “purgar maravilhosamente o cérebro, sorvido o seu sumo pelas narinas”. NOME COMUM: Lúpulo. NOME BOTÂNICO: Humulus lupulus L. FAMÍLIA: Canabináceas. GEOGRAFIA: Comum em bosques húmidos e sebes da Europa e Europa do Norte. Cultivado em muitas regiões de Portugal. PARTES EMPREGADAS: Os cones (inflorescências da planta do lúpulo) e o lupulino (pó que os cobre). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O pó que se desprende quando se sacodem os cones, contém uma essência rica em hidrocarbonetos terpénicos; resina com princípios amargos. Também existem flavonóides. O alcalóide principal é a lupulina. PROPRIEDADES: Acção sedativa e soporífera (indutora do sono); acção tónica e digestiva. Empregada no nervosismo, insónia e enxaquecas. Hiperexcitação sexual nos jovens do sexo masculino (acção afrodisíaca). Digestões difíceis e inapetência; dores de estômago e dores do tipo nevrágico, aplicado externamente em compressas ou cataplasma. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 10 a 20 g de cones por litro de água, da qual se tomam 3 ou 4 chávenas (xícaras) diárias. Esta mesma infusão aplica-se quente, em compressas, sobre a região que sofre de nevralgia. Extracto seco: ingerem-se até 2 g diários, repartidos por 2 a 3 tomas. Uso externo: compressas quentes com a mesma infusão de cones de lúpulo que se descreve para uso interno. Aplicam-se sobre a zona dorida. Cataplasmas: preparam-se colocando um punhado (um mão quase cheia) de cones de lúpulo num pano de algodão, de forma que fiquem envolvidos. Molhar com água quente o pano contendo os cones, e aplicá-lo sobre a zona dorida (em geral sobre o ventre). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 134 HISTÓRIA: O Naturalista Plínio baptizou esta planta com o nome de lúpulo, porque se apodera das hortas onde cresce, como se fosse um lobo (lupus em latim). Desde a Idade Média, a lupulina é utilizada para aromatizar e conservar a cerveja, e têm-se vindo a descobrir as suas numerosas propriedades. NOME COMUM: Lichia. NOME BOTÂNICO: Nephelium litchi. FAMÍLIA: Sapindaceae. GEOGRAFIA: Nativa na Ásia, introduzida e aclimatada no Brasil. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, glicose, celulose, vitaminas, ferro e resinas. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: O fruto é diurético, antifebril e antiescorbútico. NOME COMUM: Macela. NOME BOTÂNICO: Anacyclus aureus. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Existe em Portugal, na madeira e outras floras da Europa. PROPRIEDADES: Tónica, digestiva, muito empregada para combater a falta de apetite, antianoréxica, vermífuga, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Para abrir o apetite: dose de 5 a 10 gramas por litro de água, em infusão de 20 minutos, ou três cabeças de macela para cada chávena (xícara): 10 minutos de infusão. Para tomar: meia hora antes de comer. NOME COMUM: Maçã. NOME BOTÂNICO: Pirus malus L. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: Oriunda da Ásia Ocidental e amplamente distribuída por todo o mundo, tanto cultivada como silvestre (Malus silvestris Miller). Prefer os climas frios e as regiões continentais e nortenhas. PARTES EMPREGADAS: Os frutos, as flores e a casca. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: 12 a 15% de glícidos (dextrose, levulose sacarose), menos de 0,5% de lípidos e prótidos. Minerais (potássio, cálcio, fósforo, magnésio, ferro e pouco sódio). Vitaminas A, B1, B2, C e niacina. Ácidos málico, cítrico e salicílico. Taninos, pectina e enzimas. PROPRIEDADES: Anti-diarreica: tem a virtude de absorver as toxinas bacterianas que se produzem nos intestinos, além de desinflamar a sua mucosa. São úteis em todo o tipo de diarreias, quer sejam leves ou complicadas com colites, ou disenteria (emissão de fezes com muco e sangue). Dão bons resultados nas enterecolites produzidas por alimentos em mau estado (toxiinfecções alimentares), produzidas frequentemente pelo microorganismo Salmonella. Laxante: curiosamente a maçã tem um efeito regulador sobre a flora e o peristaltismo intestinal, que lhe confere propriedades aparentemente contraditórias (anti-diarreica e laxante): tomada pela manhã em jejum, dá bons resultados na prisão de ventre crónica ou habitual. Diurética e depurativa: pela sua capacidade de absorver as toxinas intestinais, dá também bons resultados nos eczemas crónicos de pele, que em certas ocasiões se devem a uma auto-intoxicação do organismo. A maçã também facilita a eliminação do ácido úrico, da ureia e de outros resíduos do metabolismo, pelo que é boa para os artríticos, reumáticos, gotosos e quem sofra de cálculos urinários. Pelo seu baixo conteúdo em sódio (sal), as maçãs recomendam-se na dieta dos hipertensos, juntamente com o arroz (dieta de Kempner), com o que se obtem muito bons resultadosna descida da pressão arterial e na redução dos edemas por retenção de líquidos. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 135 Hipolipemiante: a pectina da maçã absorve os sais biliares no intestino, com o que diminui uma das matérias primas a partir das quais o organismo produz o colesterol. Para se obterem resultados é necessário comer durante longos períodos (mais de três meses), duas ou três maçãs por dia, além de seguir outras medidas dietéticas contra o excesso de colesterol. Tonificante e equilibradora do sistema nervoso: talvez devido ao seu conteúdo em fósforo. É muito recomendável em caso de excitação, nervosismo, stress e fadiga mental. O efeito é suave e lento, mas seguro. A maçã é um alimento-remédio ideal em todas as doenças crónicas como: afecções digestivas e respiratórias, arteriosclerose, artritismo, hepatopatias, afecções renais, obesidade, cardiopatias, hipertensão. Muito recomendável para atrasar o processo de envelhecimento. A casca da Macieira é tonificante, febrífuga e adstringente. Já foi usada em substituição da quinina. Actualmente emprega-se em doenças infecciosas como febrífugo e tonificante, assim como na fase da convalescença. As folhas e as flores da macieira são muito diuréticas e recomendam-se no caso de cálculos renais ou de areias, de nefrite (Inflamação dos rins) e de hipertensão arterial. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: maçãs cruas (raladas), assadas ou cozidas: de meio a um quilo por dia. Convém sempre descascá-las, a não ser que procedam de cultura biológica, e portanto não tenham sido tratadas com insecticidas ou outros produtos químicos. Sumo (suco): um copo diário de sumo (suco) de maçã, ao pequeno almoço, assegura uma forma física. Pode-se misturar com sumo de limão ou de cenoura para obter melhores resultados revitalizantes. Decocção: duas maçãs cortadas em pedaços e postas a ferver num litro de água, durante meia hora. O líquido resultante, açucarado caso se queira, recomenda-se especialmente aos doentes muito debilitados, antes de iniciar uma dieta sólida. Decocção de casca de macieira: prepara-se com 50 a 100 g de casca da árvore por litro de água. Tomam-se de 3 a 5 chávenas (xícaras) por dia, como tonificante, febrífugo e adstringente. Decocção de folhas e flores: faz-se com 50 g por litro de água. Tomam-se 4 ou 5 chávenas (xícaras) como diurético. CURA DE MAÇÃS: Para reforçar o seu efeito em todas indicações que mencionamos, recomenda-se tomar durante 3 a 5 dias, um a dois quilos de maçãs como único alimento. Podem-se comer raladas, cozidas ou assadas, sem adoçar. Esta cura repete-se de duas a quatro vezes por ano. DIETA DE KEMPNER: Durante um mês come-se exclusivamente maçãs e arroz, de preferência integral. Os resultados são excelentes em caso de hipertensão, excesso de colesterol, obesidade e afecções renais. NOME COMUM: Madressilva. NOME BOTÂNICO: Lonicera caprifolium. FAMÍLIA: Caprifoliáceas. GEOGRAFIA: Floresce em Portugal. PARTES EMPREGADAS: As flores. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Entre outros elementos químicos, contém, como agentes activos: uma substância amarga, a cilasteína, pectina e açúcares. PROPRIEDADES: Diaforéticas, diuréticas e eméticas (para fazer vomitar), em elevada dose. Antiespasmódica, na asma e como béquica, para combater a tosse. A casca é usada nas doenças da vesícula, cálculos, gota, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Dose: 20 gramas por litro de água, em infusão. Para tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. ATENÇÃO: Em dose elevada tem efeitos tóxicos. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 136 NOME COMUM: Malmequer dos Brejos. NOME BOTÂNICO: Caltha palustris L. FAMÍLIA: Ranunculáceas. GEOGRAFIA: Zonas pantanosas e bosques húmidos da Europa e costa da América do Norte. Em Portugal, encontra-se em Trás-os-Montes e no Minho, nos regatos e pauis. PARTES EMPREGADAS: As folhas secas e os capítulos florais. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém protoanemonina, uma substância irritante, saponinas e flavonas. PROPRIEDADES: Revulsivas: em aplicação externa, provoca uma congestão e enrubescimento da pele que desinflama os tecidos situados interiormente. Por isso é usada em cataplasmas para a aliviar a inflamação das articulações afectadas pelo reumatismo. MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: cataplamas com várias folhas frescas esmagadas, envolvidas num pano fino de algodão. Aplicá-la três vezes ao dia, durante 10-15 minutos, sobre a articulação inflamada, até que a pele adquira uma cor avermelhada. Depois é necessário lavar a pele com água. ATENÇÃO: É desaconselhável o uso interno das suas folhas e flores, por causa do seu efeito irritante sobre o aparelho digestivo. NOME COMUM: Malva. NOME BOTÂNICO: Malva silvestris e malva rotundifolia. FAMÍLIA: Malváceas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Especialmente abundante em mucilagem, que se decompõe em malvadina e glucose, sais, etc PROPRIEDADES: tem virtudes emolientes, empregando-se sobre a forma de lavagens, cataplasmas e irrigações. Interiormente é usada nos casos em que é necessário exercer acção desinfectante (gastrite, colite, cistite, catarro brônquico, tosse, etc). Exteriormente pode ser empregada sempre que a pele se encontre inflamada ou congestionada, actuando nas feridas e úlceras, seja qual for a sua origem. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno, a tisana de malvas: 30 a 40 gramas de flores por litro de água, fervendo alguns minutos, ficando depois uma ou duas horas de infusão, para que se apresente a mucilagem. Esta tisana actua na úlcera gástrica e duodenal. HISTÓRIA: a Malva é empregada há mais de 2000 anos, pois era usada, como alimento e medicinalmente, antes de Cristo. Dioscórides faz referências, nas suas obras sobre Matéria Médica, a este vegetal, dando-lhe grande importância medicinal. Esta planta é usada nas úlceras malignas em lavagens, como emoliente. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 137 NOME COMUM: Manjericão grande. NOME BOTÂNICO: Ocimum basilicum L. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Originária da Índia e da Indonésia, onde cresce espontaneamente. Desde tempos muitos antigos que se encontra aclimatado na Europa. Difundido pelas regiões tropicais e subtropicais da América e de todo o mundo. PARTES EMPREGADAS: As folhas e as flores. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um óleo essencial rico em estragol (como tem o Estragão) e eugenol (como tem o cravinho), assim como linalol e terpenos. PROPRIEDADES: Antiespasmódico: acalma os transtornos digestivos de origem nervosa, como sejam os espasmos gástricos (nervos do estõmago),a aerofagia (excesso de gases e arrotos) e a dispepsia (digestões lentas devido à tensão nervosa). Acalma também as enxaquecas devido ou associadas à má digestão. Tonificante do sistema nervoso e cardiovascular: recomenda-se nos casos de astenia, esgotamento nervoso, fadiga e hipotensão arterial. Galactagogo: aumenta a produção de leite nas mães lactantes. Emenagogo: facilita a menstruação e diminui as dores devido a espasmos ou congestão uterina. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 20 a 30 g por litro de água, de que se toma, depois de cada refeição, uma chávena (xicara) quente, adoçada com o mel para maior efeito. Essência: de 2 a 5 gotas, três vezes ao dia. Uso externo: fricções tonificantes com a essência. Banhos: junta-se à água do banho, para aproveitar os seus efeitos tonificantes. ATENÇÃO: Em doses elevadas, a essência, no uso interno, pode provocar efeitos narcóticos; e aplicada externamente, pode irritar as mucosas. NOME COMUM: Manjerona. NOME BOTÂNICO: Majorana hortensis. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Da Palestina. Existe em Portugal e em outras partes da Europa. PARTES EMPREGADAS: Folhas e sumidades floridas. PROPRIEDADES: Tónicas, excitantes e antiespasmódicas. MANEIRA DE PREPARAR: Colher de chá por chávena (xícara). 20 minutos de infusão. Coar e adoçar. Duas a três chávenas (xícaras) por dia, a qualquer hora. NOME COMUM: Marmeleiro. NOME BOTÂNICO: Cydonia vulgaris e Cydonia oblonga. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: É originário da ilha de Creta, existindo também no Oriente, sendo muito cultivado em todos os países da Europa. PARTES EMPREGADAS: Os frutos e as sementes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém (a polpa dos frutos): Açúcar, tanino, ácido málico, matéria azotada, pectina, água, etc. As sementes do marmelo contêm: amigdalina, emulsina, óleo graxo, cidonina, etc. PROPRIEDADES: Os frutos são adstringentes, aproveitados para combater a diarreia (frutos e xarope). Por regra, os marmelos são comidos cozidos ou assados (é feito doce e marmelada). As sementes empregam-se como emulsivas, usadas nas tosses, em gargarejos, etc. As folhas são empregadas, por vezes com sucesso, nos casos de uremia (excesso de uréia no sangue). Para o efeito, as folhas do marmeleiro podem ser associadas à alfavaca de cobra (Parietaria officinalis). Na esclerose renal: Marmeleiro, Parietária e Crataegus. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 138 NOME COMUM: Mamoeiro, Papaia. NOME BOTÂNICO: Carica papaya L. FAMÍLIA: Caricáceas. GEOGRAFIA: Originário do México e disseminada pelas regiões tropicais da América, África e Ásia. Muito popular no Brasil. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O fruto, é rico em vitaminas A e C, embora contenha pouca papaína. PARTES EMPREGADAS: O látex, as folhas e o fruto. PROPRIEDADES: O fruto é altamente recomendável no caso de colite (incluindo a ulcerosa), cólon irritável e prisão de ventre crónica. Tanto o látex como as folhas são para quem sofre de insuficiência de sucos digestivos, geralmente em função da gastrite ou pancreatite crónica. Pelo seu efeito vermífugo, são também muito úteis contra os parasitas intestinais, especialmente as ténias. MANEIRA DE PREPARAR: Látex: obtém-se por incisões sobre os frutos verdes e sobre o tronco. Tomam-se de 10 a 20 g misturados com mel e água quente, depois de cada refeição. Em seguida, caso se pretenda um efeito vermífugo, toma-se um laxante potente. Infusão: prepara-se com 30 g de folhas por litro, e tomam-se 3 chávenas (xícaras) diárias. Infusão das sementes: 15 a 20 gramas por litro de água, em forma de cozimento. Folhas: 20 a 30 gramas por litro de água, em infusão, depois de ligeira fervura. Para tomar às chávenas (xícaras): duas, três ou quatro por dia, fora das refeições. NOTA: A papaína faz parte de diversos preparados farmacêuticos. Usa-se em cirurgia ortopédica para dissolver o núcleo do disco intervertebral, no caso de hérnia de disco. NOME COMUM: Marroio branco. NOME BOTÂNICO: Marrubium vulgaris L. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Existe em todo o continente português. PARTES EMPREGADAS: As folhas e as sumidades floridas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém, como principais elementos activos: marrubina, óleo essencial, tanino, saponinas. PROPRIEDADES: Tónicas, expectorantes e emenagogas, estomáquicas, para falta de apetite, diuréticas, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 20 gramas por litro de água, para tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Vinho de Marroio branco: 50 gramas da planta em maceração num litro de vinho branco (10 a 12 dias de maceração). Filtrar. Dose a tomar: 50 a 100 gramas por dia. As sumidades floridas: 20 a 25 gramas. NOME COMUM: Marroio preto. NOME BOTÂNICO: Balota nigra. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Existe em todo o continente português. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Elementos de natureza alcaloideica, estaquinona, pectina, etc. PROPRIEDADES: Estimulantes, antiespasmódicas e vermífugas. MANEIRA DE PREPARAR: 20 gramas para 1 litro de água, em forma de infusão. Para tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Na tosse convulsa, o Marroio negro é empregado especialmente sob a forma de alcoolatura. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 139 NOME COMUM: Maracujá, Passiflora. NOME BOTÂNICO: Passiflora incarnata. FAMÍLIA: Passifloráceas. GEOGRAFIA: Arbusto originário da América, incluindo o Brasil. Esta planta é cultivada na Europa. (existem 5 espécies de maracujá). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os frutos são ricos em: provitamina A, vitamina C e ácidos orgânicos. PROPRIEDADES: Sedativas do sistema nervoso, contra a excitação nervosa, insónias e outras formas de instabilidade do sistema neurovegetativo. Muito empregado na depressão nervosa, como tranqüilizante, não tóxico. É usado em forma de tisana, extracto fluido e tintura. Dores e espasmos diversos: o Maracujá descontrai os órgãos abdominais ocos, cuja contracção causa dor de tipo espasmódico, ou cólica: estômago, intestino (cólica intestinal), vesícula e vias biliares (cólica biliar), vias urinárias (cólica renal) e útero (dismenorreia). Na prática, o seu uso é indicado em qualquer tipo de dor, incluindo nevralgias. Epilepsia: como tratamento complementar, o Maracujá permite diminuir a frequência e a intensidade das crises epilépticas. Alcoolismo e dependência de drogas: esta planta permite que o síndrome de abstinência seja mais bem tolerado, e com menor repercussão física sobre o organismo. A sua acção sedativa faz com que o alccólico ou o toxicodependente suporte melhor o desejo de consumir a droga, e possa vencer a ansiedade causada pela falta da mesma. MANEIRA DE PREPARAR: Preferível a tintura e o extracto fluído: 30 a 40 gotas por dia. Uso interno: a forma mais conveniente de tomar a passiflora é a infusão de flores e folhas. Prepara-se com 20 a 30 gramas por litro de água, e deixa-se em infusão durante 2 ou 3 minutos. Convém tomar duas a três chávenas (xícaras) diárias, podendo ser adoçadas com mel, e mais uma antes de deitar, no caso de insónia. Nas curas de desabituação do álcool ou das drogas: administram-se infusões mais concentradas (até 100 gramas por litro), adoçadas com mel. A dose é regulada segundo as necessidades do doentes. NOTA: Existem quatro espécies de Maracujá: O maracujá amarelo, o Maracujá roxo, o Maracujá laranja e o Maracujá do mato. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 140 NOME COMUM: Mate, erva mate. NOME BOTÂNICO: Ilex paraguayensis. FAMÍLIA: Ilicíneas. GEOGRAFIA: É originária do Brasil. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A planta contém: óleo, clorofila, resina, tanino, matéria corante, celulose, minerais e vitaminas. Sob o ponto de vista vitamínico, o Mate contém, além de outros elementos do grupo de factores da vitamina B, ácido ontotónico, de grande importância na nutrição. A mateína é o seu principal alcalóide (estimulante). PROPRIEDADES: Estimulante geral (músculos, nervos e cérebro). O seu uso permite grandes esforços físicos e mentais, porém é menos estimulante do que o café e a Cola; o que de certo modo é vantajoso. Activa a circulação e a digestão, tendo igualmente acção diurética e estimulante sobre o pâncreas, o que permite considerar útil aos diabéticos a sua infusão bebida. Os asténicos (débeis, nervosos, etc.) obtêm bom proveito com o Mate, pois activa as funções gerais do organismo, facilitando a assimilação dos alimentos e, consequentemente, a recuperação das forças. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 20-40 gramas de folhas para um litro de água. Não se devem ingerir mais de 3 chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: compressas: na medicina popular usam-se embebidas na infusão para lavar feridas infectadas e no tratamento de queimaduras. ATENÇÃO: O mate não se deve usar de forma continuada, nem sequer como medicamento, pois o seu conteúdo em cafeína cria dependência e tolerância, como acontece com qualquer outra droga que vicie. O uso do mate é contra-indicado nos seguintes casos: úlcera gastro-duodenal, gastrite, pirose, nervosismo, hipertensão, cardiopatias, arritmias, gota, gravidez e lactação (reduz o crescimento do feto). Grupo sanguíneo “0”. NOME COMUM: Medronheiro, árvore de morangos. NOME BOTÂNICO: Arbutus unedo L. FAMÍLIA: Ericáceas. GEOGRAFIA: Bosques de azinheiras e montanhas baixas da Europa mediterrânica. Conhecido em algumas regiões da América Central e do Sul. Encontra-se em quase todo o continente português. PARTES EMPREGADAS: Os frutos, as folhas e a casca. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os frutos contêm açúcares, ácidos orgânicos, pectina e tanino. As folhas e a casca do arbusto possuem até 36% de tanino, e arbutina um glicósido. PROPRIEDADES: Os frutos: adstringentes. As folhas e a casca: anti-sépticas e anti-inflamatórias sobre o aparelho urinário. Usam-se para combater as infecções urinárias, as cistites, os cálculos e cólicas renais, assim como em caso de diarreias e desinterias. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: os frutos (medronhos) comem-se frescos, ou em doce. Decocção com as folhas e a casca do arbusto secas, que se prepara com 30 g por litro de água. Bebem-se 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia o caso de infecções urinárias, e 4 ou 5 em caso de diarreia. ATENÇÃO: Os frutos maduros do medronheiro podem atingir um certo grau alcóolico, dado que o processo de fermentação se pode iniciar na própria árvore. Por isso, e pelo seu notável efeito adstringente, não convém comer mais de um punhado de medronhos por dia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 141 NOME COMUM: Melaleuca. NOME BOTÂNICO: Melaleuca alternifolia. GEOGRAFIA: Árvore originária da Austrália. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: PARTES EMPREGADAS: As folhas para infusão e o óleo para uso externo. PROPRIEDADES: De utilização maioritariamente externa, o seu espectro de utilização é bastante alargado devido às suas características, pelo que, ao longo do tempo, tem vindo a ser utilizado com êxito nas mais variadas afecções. O óleo de Melaleuca possui um enorme poder germicida, capaz de eliminar vários micro-organismos, nomeadamente alguns vírus (herpes), bactérias e fungos, sem causar irritação nem inibir o crescimento e rejuvenescimento normal das células. Aliás e, devido ao facto de possuir um grande poder solvente e penetrante, o óleo de Melaleuca pode ser utilizado no combate ao acne e borbulhas. Este óleo penetra profundamente na pele, ajudando a eliminar o acne aquando da sua formação e evitando o agravamento e evolução da situação. Este óleo pode ser também aplicado com resultados positivos no combate aos fungos, nomeadamente em casos de candidíase e pé-de-atleta, entre outros. No caso da candidíase, que ataca principalmente as mucosas da boca e da vagina. MANEIRA DE PREPARAR: o óleo deverá ser diluído em água (cerca de 1 colher de café para 2,5dl de água), sendo então utilizado para lavagens e irrigações das zonas afectadas. Quanto ao pé-de-atleta e micoses das unhas, pelo facto de serem lesões externas, o óleo de Melaleuca pode ser utilizado no estado puro. Tradicionalmente este produto tem ainda sido empregue em casos de picadas de insectos, verrugas, certas inflamações da pele, higiene dentária e ainda para cuidar o couro cabeludo, nomeadamente em casos de existência de piolhos e lêndeas. No entanto, estas aplicações deverão sempre evitar o contacto com os olhos. Para além de existir no estado puro (óleo), é possível encontrar também loções, cremes, champôs e sabonetes à base de Melaleuca, isto é, adequar o produto à finalidade a que se destina. Contudo, lembre-se que, no caso de lesões ou infecções persistentes, não deverá descurar o conselho médico. HISTÓRIA: Devido às suas qualidades curativas, o óleo de Melaleuca foi usado pelas tribos aborígenes da Oceania durante milhares de anos. As folhas desta planta eram esmagadas juntamente com lama, sendo a pasta assim obtida aplicada no tratamento de cortes e infecções da pele. Chegavam mesmo a ser contadas histórias sobre uma lagoa mágica com poderes curativos, onde as tribos se banhavam para tratarem feridas, queimaduras e outras afecções. Na verdade, tratava-se apenas de um pântano onde caíam as folhas de Melaleuca, dando origem a um banho de propriedades anti-sépticas. Em inglês esta planta tem a designação de "tea tree" - "árvore do chá", devido ao famoso explorador britânico James Cook que, ao chegar à Austrália em 1770, deu a beber aos seus tripulantes chá de folhas de Melaleuca, a fim de evitar o escorbuto. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 142 NOME COMUM: Meimendro negro. NOME BOTÂNICO: Hyoscyamus niger L. FAMÍLIA: Solanáceas. GEOGRAFIA: Encontra-se à beira de alguns caminhos e em terrenos baldios da região mediterrânea e da Europa Central. Estendeu-se também ao continente americano. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém alcalóides muito activos sobre o sistema nervoso (atropina, hiosciamina e escopolamina). PROPRIEDADES: É um potente antiespasmódico e analgésico e narcótico. Em doses elevadas é estupefaciente e alucinogénio. Os seus fumos já foram utilizados na crise da asma (acção broncodilatadora) e na dor de dentes. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão 10 a 15 g das folhas para um litro de água. Tomar duas chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: cataplasma com folhas esmagadas que se aplica sobre a região dorida durante uns minutos. Unguento: preparado oficialmente em laboratório farmacêutico. NOTA: Utiliza-se em Homeopatia para o delírio erótico. Deve-se tomar com muitas precauções em chá. NOME COMUM: Meliloto. NOME BOTÂNICO: Melilotus officinalis L. FAMÍLIA: Leguminosas. GEOGRAFIA: Encontra-se em terrenos calcários e beiras dos caminhos de toda a Europa. Naturalizado em algumas regiões temperadas do continente americano, como o sul dos Estados Unidos e a Argentina. PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém um glicósido, o melilotósido, que com a secagem se transforma em cumarina, além de flavonóides, vitamina C, mucilagens e colina. PROPRIEDADES: Tónico venoso e protector capilar – muito útil em caso de varizes, edemas (retenção de líquidos), pernas cansadas e hemorróidas. Pela sua acção anticoagulante, fluidificante do sangue e activadora da circulação, o meliloto está indicado no caso de flebite (inflamação das veias), assim como para a prevenção da trombose arterial e venosa. Antiespasmódico: útil nas cólicas digestivas e nos espasmos gástricos ou intestinais. Ajuda a vencer a insónia. Emoliente: aplica-se externamente para lavagens oculares em caso de conjuntivite, com muito bons resultados. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 50 g de planta por litro de água, da qual se tomam 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: lavagens oculares: usa-se uma infusão, mas mais concentrada do que para uso interno, à razão de uns 200 g por litro de água. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 143 NOME COMUM: Mercurial, Urtiga morta. NOME BOTÂNICO: Mercurialis annua. FAMÍLIA: Euforbeáceas. GEOGRAFIA: Existe em Portugal. PARTES EMPREGADAS: Toda a planta. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém: saponina, óleo essencial, um princípio amargo e aminas: metilamina e trimetilamina. PROPRIEDADES: Laxantes. Em Homeopatia, emprega-se a tintura no reumatismo. MANEIRA DE PREPARAR: Decocção (cozimento): 25 gramas para 1 litro de água. Duas chávenas (xícaras) por dia, de manhã e à noite (como laxante). Este vegetal também tem acção como vermífugo: duas a três chávenas (xícaras) por dia. A planta recente é mais activa. NOME COMUM: Milfólio, Mil em rama, Milfolhada. NOME BOTÂNICO: Achilea millefolium L. FAMÍLIA: Compostas. PARTES EMPREGADAS: As folhas e as sumidades. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Flavonas, esência, minerais, etc. PROPRIEDADES: Tónicas, excitantes e antiespasmódicas, estimulante das funções gerais do organismo, incluindo os órgãos sexuais femininos (facilitando a menstruação). Externamente é empregada como vulneraria: feridas e úlceras. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão da planta (toda a planta, incluindo a raiz): 30 gramas por litro de água. Duas a três chávenas (xícaras) por dia. NOME COMUM: Milho. NOME BOTÂNICO: Zea mays L. FAMÍLIA: Gramíneas. GEOGRAFIA: Oriundo do México e da América Central, mas cultivado em todo o mundo como alimento e forragem. Já não existe como planta silvestre. PARTES EMPREGADAS: Os frutos, e os estiletes, por vezes incorrectamente chaamdos estigmas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O grão de milho contém glícidos ou hidratos de carbono (70 a 77%), proteínas (7 a 10%) e gorduras (3 a 5%), além de minerais e oligoelementos (sobretudo flúor). Os estiletes são ricos em potássio e em flavonóides e alantoína. PROPRIEDADES: O grão de milho: emoliente e protector da mucisa intestinal. Reduz a actividade da glândula tiróideia, e portanto trava o metabolismo. Recomenda-se aos que sofrem de hipertiroidismo e aos convalescentes, anémicos e desnutridos, como reconstituintes. Redução do colesterol. Os estiletes são usados para: diuréticos, sedativos e têm uma acção antiinflamatória. Afecções circulatórias: edemas (retenção de líquidos); pernas inchadas (inclusivamente na gravidez), afecções cardíacas, hipertensão arterial, excesso de sal na dieta. Litíase renal, quer devido a cálculos úricos quer de fosfato ou de oxalato; cólicas renais. Inflamações do rim (nefrite), da bexiga; albumina na urina (nefrose). Gota (excesso de ácido úrico), artrismo, edemas suboculares (inchaço por baixo dos olhos), e sempre que se queira eliminar o excesso de toxinas acumuladas no sangue (por exemplo, depois de ter tido uma gripe). MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: culinária: o milho e a sua farinha tomam-se de muitas maneiras e em diferentes pratos como mais um alimento. Infusão de estiletes: 30 g por litro de água. Toma-se quente ou fria, de manhã ou de tarde, mas não à noite, à razão de 3 a 5 chávenas (xícaras) diárias. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 144 Óleo: obtém-se do gérmen do grão de milho. Usa-se como qualquer outro óleo de cozinha, de preferência cru. Uso externo: cataplasmas de farinha de milho: aplicam-se quentes sobre os rins ou a bexiga. Tornam-se muito úteis em caso de cólica renal, se forem combinadas com a ingestão de infusões de estiletes. ATENÇÃO: Os estiletes do milho, pelo seu efeito diurético, são desaconselhados para quem sofra de hipertrofia da próstata. O milho e o chá de barbas (estiletes) de milho são contra-indicados ao grupo sanguíneo “0”. NOME COMUM: Mineiro (chá), Chapéu de couro. NOME BOTÂNICO: Echinodorus macrophylus. GEOGRAFIA: Originária do Brasil. PROPRIEDADES: Possuí propriedades diuréticas, activadoras do fígado e da vesícula, sendo de grande utilidade para os reumáticos, pois promove a eliminação das toxinas do sangue, purificando-o. Usado nas doenças dos rins e da pele (vitiligo). MANEIRA DE PREPARAR: 20 a 30 gramas por litro de água a ferver (infusão). Várias chávenas (xícaras) ao dia, fora das refeições. NOME COMUM: Monarda. Chá da Pensilvânia. NOME BOTÂNICO: Monarma didyma L. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Originária da América do Norte, onde se cultiva como planta ornamental. Também se cultiva para este uso na Europa Central. PARTES EMPREGADAS: As flores. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores contêm diversos óleos essenciais, princípios amargos e uma antocianina (a monardeína). PROPRIEDADES: Acalma as dores das regras e ajuda a normalizar o ciclo menstrual. São carminativas (eliminam os gases e flatulências). As flores facilitam a digestão e acalmam as náuseas e os vómitos. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com uma colher de sobremesa de flores (cerca de 20 g) por chávena (xícara) de água, de que se bebem 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia. NOME COMUM: Morangueiro. NOME BOTÂNICO: Fragaria vesca. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: Existe em Portugal, também nos Açores, na madeira e em Cabo verde. Faz parte ainda de outras floras. PARTES EMPREGADAS: Os rizomas, folhas e frutos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém água, ácido málico, açúcar, matérias graxas e albuminóides, tanino, um glucósido (a fragarianina). PROPRIEDADES: Adstringentes, diuréticas, antidiarreicas, etc. Os frutos, além de certo valor alimentar, são refrigerantes, muito úteis nas areias, no reumatismo gotoso, etc. As folhas e os rizomas são as partes da planta de maior efeito diurético. Este vegetal possui riqueza vitamínica, sendo os frutos os de maior percentagem em valor bioquímico-vitamínico, pois possuem vitaminas A, B e K. Os sais minerais são também, um dos valores químicos dos frutos que impõem este vegetal, não somente como alimento de certo tipo com importância dietoterapêutico. Os nefríticos, reumáticos e gotosos devem usar, sem receio, este fruto, também muito útil aos que sofrem de excesso de colesterol e de tensão arterial elevada. MANEIRA DE PREPARAR: lavar bem os morangos em água fria. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 145 25 a 40 gramas de folhas e rizomas por litro de água. Tomar 4 a 5 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. NOME COMUM: Mostarda negra. NOME BOTÂNICO: Brassica nigra (L.) Koch. FAMÍLIA: Crucíferas. GEOGRAFIA: Cresce em estado silvestre nos terrenos baldios e incultos de toda a Europa. Naturalizada na América. PARTES EMPREGADAS: As sementes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um glicósido (sinigrina) que, por acção da enzima mironase, se transforma num óleo essencial sulfurado de forte acção revulsiva. As sementes contêm ainda mucilagens que compensam a acção revulsiva. PROPRIEDADES: A farinha da mostarda usa-se sobretudo por via externa. Como revulsivo, actua atraindo o sangue para a pele, descongestionando assim os tecidos e órgãos internos. Aplicada em cataplasmas, torna-se muito eficaz em caso de reumatismo, ciática, nevralgia, congestão pulmonar e bronquite aguda. Os banhos de pés com farinha de mostarda são um remédio usado desde tempos muito antigos para: dores de cabeça: aliviam a dor de cabeça, pois atraindo o sangue para os pés descongestionam a cabeça. Recomendam-se especialmente em caso de cefaleia causada por infecção vírica das vias respiratórias superiores (catarro nasal, sinusite, gripe) ou por hipertensão arterial. Hipertensão arterial: a mostarda provoca uma vasodilatação periférica (dilatação das pequenas artérias dos membros), o que faz descer a pressão arterial. MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: cataplasmas: a farinha de mostarda aplica-se em cataplasmas quentes, misturando-a com a de linhaça para se tornar menos irritante. Estas cataplasmas aplicam-se uma ou duas vezes por dia, durante 10-15 minutos (mais tempo pode provocar empolas). As cataplasmas de mostarda chamam-se sinapismos. Banhos de pés: dissolvem-se 1 ou 2 colheradas de farinha de mostarda em 2 ou 3 litros de água quente. Tomam-se até dois banhos por dia, de 5 a 10 minutos de duração cada um. ATENÇÃO: Por via digestiva, a mostarda é um condimento irritante, do qual é melhor prescindir. Devem abster-se completamente dela as pessoas que sofrem de dispepsia ou úlcera gastroduodenal. OUTRAS ESPÉCIES: Mostarda branca (Sinapis alba L.), que dá umas sementes grandes de cor creme, usadas para produzir a mostarda de mesa. Mostarda dos campos (Brassica kaber Wheeler = Brassica arvensis (L.) Rabenh. = Sinapis arvensis L.), que tem umas sementes muito pequenas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 146 NOME COMUM: Muirapuama ou Murapuama. NOME BOTÂNICO: Lyriosma odorata, Miers acanthea, Virilis simplocos. FAMÍLIA: Estiracáceas. GEOGRAFIA: Esta planta indígena, originária do Amazonas (Brasil), existe também no território das Cordilheiras do Chile. PARTES EMPREGADAS: O lenho dos talos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A composição química dos lenhos desta planta consiste numa essência, tanino, flobáfeno, muiraquanina, resina, etc. PROPRIEDADES: Tem acção no sistema nervoso, comportando-se como um estimulante da esfera sexual (afrodisíaco) de certa importância. Actua também como estimulante do apetite. MANEIRA DE PREPARAR: 40 a 50 gramas do lenho, dos talos e raízes, para 1 litro de água, em forma de cozimento, para tomar uma chávena (xícara) antes de cada refeição, duas a três vezes ao dia. Também é usada em forma de tintura (Homeopatia): 10 a 15 gotas, duas a três vezes ao dia, ou em forma de extracto fluído. ATENÇÃO: Este vegetal é considerado um bom tónico, estando isento de efeitos secundários; todavia, as pessoas que sofrem de pressão arterial elevada e palpitações no coração deverão utilizar a planta em dose moderada, suspendendo-a caso vejam os seus sintomas agravados. NOME COMUM: Murta. NOME BOTÂNICO: Myrtus communis L. FAMÍLIA: Mirtáceas. GEOGRAFIA: Originária da Europa, embora também se crie no contunente americano. PARTES EMPREGADAS: As folhas e os frutos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas e as bagas contêm tanino, resinas, substâncias amargas, e sobretudo mirtol, essência rica em cineol, de acção antiséptica e antibiótica na presença de germes gram-positivos. PROPRIEDADES: Afecções respiratórias: rinites, sinusites, bronquites, por acção da sua essência. Diarreias, gastrenterites, dispepsias e infecções urinárias, pelo seu conteúdo em taninos, tomada em forma de infusão. Estomatites e faringites, aplicada em forma de gargarejos. Leucorreia (fluxo vaginal anormal), aplicada mediante uma cânula especial, sob a forma de lavagens ou irrigações vaginais. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: prepara-se com 15 a 20 g de folhas de bagas, num litro de água. Coar e tomar de 3 a 5 chávenas por dia. Essência: de 1 a 3 gotas, 3 vezes ao dia, antes das refeições. Uso externo: gargarejos com a infusão que se emprega internamente. Inalações da essência. HISTÓRIA: A Alhambra de Granada, um dos monumentos mais visitados de Espanha e talvez de toda a Europa, tem um lindo pátio dedicado às murtas. Nele se conjuga o refinamento da arte árabe com a verdura e a fragrância do arbusto. Tanto Dióscorides, o grande médico e botânico grego do século I a.C., como Avicena o “Galeno” árabe do século XI, já recomendavam a murta pelas suas propriedades adstringentes e anti-sépticas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 147 NOME COMUM: Manga. NOME BOTÂNICO: Mangifera indica. FAMÍLIA: Anacardiaceae. GEOGRAFIA: Natural da Ásia tropical, muito popular na Índia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Terebintina, tanino, óleo, ferro, vitamina A, C, glucose e sais minerais. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: Laxativa, antigripal, contra a tosse, escorbuto, anemia e diurética. NOME COMUM: Mangaba. NOME BOTÂNICO: Harcornia speciosa. FAMÍLIA: Apocinaceae. GEOGRAFIA: Existe na Amazónia e no Centro-sul do Brasil. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ferro, fósforo, pectina, sais e vitaminas. PARTES EMPREGADAS: Os frutos. PROPRIEDADES: Antiescorbútico e antifebril. NOME COMUM: Maracujá do mato, melão de São caetano. NOME BOTÂNICO: Mormodica charantia. FAMÍLIA: Curcubitaceae. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo, alcalóide que contém o “mormódico”. PARTES EMPREGADAS: Os frutos. PROPRIEDADES: Purgativo, febrífugo, anticatarral, anticarbunculoso, antireumático, cicatrizante. NOME COMUM: Marmelo. NOME BOTÂNICO: Cydonia oblonga. FAMÍLIA: Rosaceae. GEOGRAFIA: Natural da Pérsia, mas existente em quase todo o mundo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Sacarose, pectinas, óleos, sais e vitaminas. PARTES EMPREGADAS: Os frutos e as folhas. PROPRIEDADES: Calmante nas diarreias, enterites, nas irritações gastrintestinais. As folhas são usadas para baixar o colesterol. NOME COMUM: Melancia. NOME BOTÂNICO: Citrullus vulgaris. FAMÍLIA: Curcubitaceae. GEOGRAFIA: Natural de África. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Glucose, sais minerais, potassa, vitamina A. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: Diurética, vermífuga e antifebril. NOME COMUM: Melão. NOME BOTÂNICO: Cucumis melo. FAMÍLIA: Cucurbitaceae. GEOGRAFIA: Introduzida no litoral do mediterrâneo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Glicose, potassa, sais minerais, vitamina A. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: Diurético, elimina o ácido úrico. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 148 NOME COMUM: Mulungu, Árvore de coral, Bico de papagaio, Murungu. NOME BOTÂNICO: Erythrina mulungu. FAMÍLIA: Leguminosas. PARTES EMPREGADAS: Somente a casca. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Alacalóides (erisopina, erisodina, eritramina, eritracina), glicósidos e esteróides. PROPRIEDADES: Indicado nos quadros de ansiedade, insónia, agitação psicomotora, como coadjuvante no tratamento de dores de origem reumática, bronquite crónica, asma bronquica e inflamações hepáticas e esplénicas. Como uso externo, auxilia no tratamento de gengivites (bochechos). ATENÇÃO: As sementes são tóxicas. NOME COMUM: Nabo. NOME BOTÂNICO: Brassica napus e Brassica rapa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possuindo minerais diversos, traços de enxofre, açúcar, vitaminas A, B e C. Como alimento é muito pobre. PROPRIEDADES: Usado nos catarros dos brônquios, tosses (incluindo tosse convulsa). MANEIRA DE PREPARAR: Xarope obtido do Nabo: Cozimento do nabo com açúcar, até este ficar no ponto, isto é, com uma densidade xaroposa. Obtido por frio, o xarope é feito da seguinte forma: deitar num recipiente (tigela, por exemplo) camadas de rodelas de nabos e camadas de rodelas de açúcar, alternadamente (várias camadas destes dois produtos). Ficará assim algumas horas ou dias (um a dois dias). Para tomar às colheres, das de sopa (para adultos) ou das de chá (para crianças). Pode-se juntar, na ocasião de fazer, rodelas de cenoura. Depois de pronto, juntar-lhe algum mel. NOME COMUM: Nêveda, Nêveda menor. NOME BOTÂNICO: Calamintha nepeta e Thymus nepeta. FAMÍLIA:Labiadas. PARTES EMPREGADAS: A planta toda. PROPRIEDADES: Antiespasmódicas e estimulantes. MANEIRA DE PREPARAR: 20 a 30 gramas por litro de água, em forma de infusão. Para tomar duas, três ou quatro chávenas (xícaras) por dia. Adoçar com mel ou açúcar mascavado. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 149 NOME COMUM: Nogueira. NOME BOTÂNICO: Juglans regia. FAMÍLIA: Juglandáceas. GEOGRAFIA: É uma árvore originária da Pérsia, encontrando-se em todo o mundo, sendo bastante cultivada em Portugal. PARTES EMPREGADAS: As folhas, as cascas, os frutos e o pericarpo. As nozes contêm as sementes, vulgarmente chamada de “Miolo de noz”. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O pericarpo contém, especialmente, amido, clorofila, matéria acre e amarga, ácidos málico, tânico e cítrico, sais, etc. A noz – sementes – apresenta: óleo (40 a 70%), sacarose, etc. Também foi encontrada vitamina C. A Noz é rica em azote (proteína). PROPRIEDADES: As folhas e a parte exterior do fruto (casca verde) são tónicas, depurativas e adstringentes, tendo actuação na escrofulose, sífilis, raquitismo, doenças da pele, etc. Externamente, emprega-se em irrigações na leucorreia (corrimento vaginal), nas fístulas, na ozena (doença de fundo escrofuloso ou sifilítico da mucosa do nariz, com péssimo cheiro), etc. O óleo das nozes extraído a quente é purgativo. As folhas, em forma de infusão – 30% - empregam-se no raquitismo, na debilidade dos tecidos. A tintura da casca verde da noz (25%) emprega-se para tingir o cabelo. NOTA: A noz é um alimento de valor, pela sua gordura, proteínas, etc. A noz é um alimento afrodisíaco (para estimular a potência sexual). ATENÇÃO: As nozes têm contra-indicações em certas doenças dos intestinos, estômago, fígado, bexiga, etc. As nozes comidas além de certos limites, podem aumentar a tensão arterial. NOME COMUM: Norça preta. NOME BOTÂNICO: Tamus communis L. FAMÍLIA: Dioscoreáceas (em honra a Dioscórides). GEOGRAFIA: Cria-se nos bosques e barrancos sombrios do Centro e do Sul da Europa. PARTES EMPREGADAS: A raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém um alcalóide, a diosgenina. PROPRIEDADES: Aplicada localmente possuí notáveis propriedades vulnerárias: cura as contusões e faz desaparecer os hematomas que se formam debaixo da pele. MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: cataplasmas com a raiz triturada e cozida, que se aplicam até 3 vezes por dia, sobre a zona contusa ou sobre os hematomas. ATENÇÃO: Toda a planta é venenosa em uso interno, assim como os seus frutos. No caso de intoxicação, provocar o vómito e administrar carvão vegetal em cápsulas ou comprimidos. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 150 NOME COMUM: Noz moscada. NOME BOTÂNICO: Myristica fragans, Nux moschata. FAMÍLIA: Miristicáceas. PARTES EMPREGADAS: A semente. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo essencial (Alfa-pineno, nopineno, canfeno, dipenteno, P-cimeno, eugenol, linalol, terpineol, borneol) e ésteres fenólicos (miristicina – tóxico – safrol, eugenol e isoeugenol). PROPRIEDADES: Usada em casos de flatulência,l nos quadros de astenia e dispepsia. Age como regularizadora das funções intestinais. ATENÇÃO: Em doses altas poderá causar narcose e convulsão, além de provocar o aborto. NOME COMUM: Noz vómica. NOME BOTÂNICO: Strychnos nux vomica. FAMÍLIA: Loganiácea. PARTES EMPREGADAS: As sementes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Alcalóides (estricnina, brucina), ácido clorogénico, loganina, meliatina (glicósido) e ácido igasúrico. NOTA: Só deve ser usado em Homeopatia. ATENÇÃO: A planta é muito tóxica, por isso nã se deve usar em fitoterapia. NOME COMUM: Noveleiro, Viburno. NOME BOTÂNICO: Viburnum opolus L. FAMÍLIA: Capriofoliáceas. GEOGRAFIA: Comum nas regiões de bosques, frias e húmidas, de toda a Europa. Também se encontra na América do Norte. PARTES EMPREGADAS: A casca do caule seca. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A casca contém flavonóides e cumarinas. Contém tanino, salicina, resinas e uma pequena quantidade de viburnina, princípio amargo pelos seus efeitos tóxicos e irritantes sobre o tubo digestivo. Os frutos são muito mais ricos em viburnina, a isso se deve o facto de serem venenosos. PROPRIEDADES: A casca deste arbusto destingue-se pelo seu efeito espasmódico e sedativo sobre o aparelho genital feminino. Relaxa a musculatura do útero e acalma as dores que se produzem quando este órgão se contrai de forma espasmódica. É um dos remédios vegetais que mais intensamente actuam sobre o útero. Usada em: Dores menstruais (dismenorreia): acalma os espasmos dolorosos do útero, que se produzem durante as regras. Ameaça de aborto: relaxa o útero quando se apresenta uma ameaça de aborto espontâneo, e pode evitar que ele se produza.. não se verificou que a sua casca tenha efeitos negativos sobre o feto, pelo que não existe inconveniente na sua utilização por mulheres grávidas. Varizes e hemorróidas: tem um ligeiro efeito activador sobre a circulação venosa (tónico venoso). Ajuda a descongestionar as varizes e as hemorróidas, especialmente se for associada a outras plantas venotónicas. OUTRAS ESPÉCIES: Viburno americano (Viburnum prunifolium L.): de aspecto muito semelhante, mas cria-se nos bosques dos Estados Unidos e Canadá. Viburno (Viburnum lantana L.): disperso pela Europa. Diferencia-se do Noveleiro por ter folhas diferentes e pela cor azul escura dos frutos quando amadurecem, podem encontrar-se frutos vermelhos, azuis e de todas as cores intermédias na fase de maturação. Folhado (Viburnum Tinus L.): comum na Europa. Destingue-se dos anteriores por ter os frutos azuis. Não se deve confundir com o Arando. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 151 MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 30 g de casca seca e triturada, por cada litro de água, de que tomam 3 chávenas (chícaras) por dia. PRECAUÇÕES: Todas as espécies do género Viburnum produzem frutos venenosos em bagas. São irritantes para o tubo digestivo e provocam gastrenterites. Em caso de intoxicação, provocar o vómito e administrar carvão vegetal. NOME COMUM: Néspera. NOME BOTÂNICO: Eriobotrya japonica. FAMÍLIA: Rosaceae. GEOGRAFIA: Originária da Ásia. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: Diurética e digestiva. NOME COMUM: Oliveira. NOME BOTÂNICO: Olea europaea. FAMÍLIA: Oleácea-oleína arbórea. GEOGRAFIA: Planta originária do Oriente, quase espontânea do continente português e na Madeira. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém quatro espécies de óleo, obtidos do epicarpo, do sarcocarpo, do endocarpo e da amêndoa. O sarcocarpo possui, especialmente, 20 a 30% de oleína (triglicerina de ácido oléico). Os frutos contêm um heteróxido amargo, que diminui no decorrer da maturação. Também é presente nas folhas, as quais possuem saponinas, vitaminas e sais diversos. O óleo da azeitona (azeite) é um bom elemento a empregar na culinária. Obtido a frio, este óleo é de reduzida percentagem em colesterol (óleo insaturado). A fervura torna-o hidrogenado, pelo que aumenta extraordinariamente a sua taxa de colesterol, o que, aliás, acontece em quase todos os outros vegetais, quando fervidos. PROPRIEDADES: O óleo (azeite) é alimentar e medicinal, e emprega-se como colagogo (estimulante da vesícula), laxante ligeiro, etc. Exteriormente, emprega-se, com cânfora, em fricções anti-reumáticas. As folhas, em cozimento, empregam-se para dilatar as artérias e fazer baixar a tensão arterial. Também tem propriedades anti-diabéticas. MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento: 30 gramas por litro de água. Infusão: 1 hora. Coar. Duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. NOME COMUM: Olmo, Ulmeiro. NOME BOTÂNICO: Ulmus campestris L. FAMÍLIA: Ulmáceas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, mucilagem, compostos amargos, sais, etc. PROPRIEDADES: Casca: tónica, sudorífica, diurética, etc. Entrecasco: usa-se como depurativo, nas doenças da pele (uso interno e em pomada). Folhas e sementes: na gota e no reumatismo artrítico crónico. MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento: 20 a 30 gramas por litro de água. Dois a três copos por dia, fora das refeições. Para aplicações externas, a planta será em maior percentagem. A pomada é feita com a tintura, extracto, etc. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 152 NOME COMUM: Onagra. NOME BOTÂNICO: Oenothera biennis L. FAMÍLIA: Enoteráceas. GEOGRAFIA: Originária da América do Norte, naturalizada na Europa. PARTES EMPREGADAS: As sementes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O óleo extraído das sementes de onagra é muito rico em ácidos gordos essenciais poliinsaturados, entre os quais se destacam o ácido linoleico (71,5%) e o linolénico (7-10%). O ácido linolénico e o seu derivado imediato, a prostaglandina E1, são indispensáveis para a estabilidade das membranas das células de todo o organismo, para o desenvolvimento do sistema nervoso, para o equilíbrio do sistema hormonal e para a regulação dos processos da coagulação sanguínea, entre outras funções. PROPRIEDADES: O óleo de onagra é usado em: Aumento de colesterol no sangue e, em geral, todas as hiperlipemias (aumento do conteúdo gordo do sangue); transtornos circulatórios: hipertensão arterial e tendência para trombose por aumento da agregação plaquetária. Pode actuar como preventivo dos acidentes vasculares cerebrais (trombose e hemorragia cerebral) e do infarto do miocárdio, pois dilata as artérias e impede a agregação plaquetária e a formação de coágulos. Transtornos genitais: dismenorreia, ciclos irregulares, síndrome prê menstrual, esterilidade por insuficiência ovárica. Afecções do sistema nervos: doença de Parkinson, esclerose em placas, e, em geral, todas as afecções causadas por degenerescência neuronal. Reumatismo: artrite reumatóide e processos reumáticos em geral. Transtornos de resposta imunitária: alergia, asma, eczema, dermatite atópica. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: cápsulas ou comprimidos, óleo de pressão a frio. 2 cápsulas por dia. NOME COMUM: Orégão. NOME BOTÂNICO: Origanum vulgaris. FAMÍLIA: labiadas. GEOGRAFIA: Existe em todo o continente português, na Madeira e nos Açores. É planta comum em toda a Europa. PARTES EMPREGADAS: A planta florida. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo essencial, contendo 16% de timol, cânfora, tanino, sais, essência aromática, etc. PROPRIEDADES: Expectorantes, antiespasmódicas, digestivas (atonia do estômago), carminativas, galactogénicas, etc. Também é usada como condimento. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 153 NOME COMUM: Ortossifão, Chá de Java. NOME BOTÂNICO: Orthosiphon stamineus Benth.; Orthosiphon grandiflorus Bold. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Originário da ilha de Java (Indonésia), e espalhado pela Birmânia, Tailândia, Filipinas e Nordeste das Austrália. PARTES EMPREGADAS: As folhas e as flores. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Encontram-se sais potássicos em abundância e derivados terpénicos (ortossifonol), saponinas, colina e um óleo essencial. PROPRIEDADES: Diurético energético, que favorece a eliminação de resíduos orgânicos nitrogenados (especialmente a ureia). Recomenda-se na insuficiência renal, na retenção de líquidos (edemas, ascites), e na litíase renal. A sua principal aplicação é, porém, como complemento nas dietas de emagrecimento, devido à sua acção diurética, depurativa e redutora do colesterol. Colagogo: usa-se nos transtornos da motilidade da vesícula biliar (coledisquinesias), geralmente devido a atonia (preguiça) da vesícula. Pelo seu efeito colagogo estimula o esvaziamento da bílis. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 20-30 g por litro de água, de que se toma uma chávena (xícara) antes de cada refeição. NOME COMUM: Papoila com as pétalas vermelhas. NOME BOTÂNICO: Papayer rhoeas. FAMÍLIA: Papaveráceas. GEOGRAFIA: Existe em todo o continente português, na Madeira e nos Açores. Também em toda a Europa. PARTES EMPREGADAS: As pétalas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possui vários alcalóides: rhoeadina, rhoeagina, rhoeabina e rhoerobina; mucilagem, sais, goma, albumina, etc. PROPRIEDADES: Calmantes, emolientes, etc. As cápsulas são as mais activas e podem, em certos casos, substituir as Dormideiras. Empregam-se para combater a tosse, tosse nervosa, para acalmar a excitação nervosa, a insónia, asma, tosse convulsa, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Pétalas: 5 gramas por litro de água, em infusão ou uma colher de chá por chávena (xícara) de água. Infusão: 10 minutos. Adoçar com mel. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 154 NOME COMUM: Papoila com as pétalas rosáceas. NOME BOTÂNICO: Papayer somniferum. FAMÍLIA: Papaveráceas. GEOGRAFIA: Originária dos países do Médio Oriente. Existe em todo o continente português. PARTES EMPREGADAS: As cápsulas, o seu látex e as sementes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tem um látex na cápsula quando se faz um corte fino. Deixando-se secar ao ar, transforma-se numa massa gomosa de cor escura: o ópio. Cerca de 25% do peso do ópio é formado por alcalóides (24 diferentes), que se dividem em dois tipos segundo a sua estrutura química: Derivados do fenantreno (morfina, o mais abundante), a codeína, a tebaína. Derivados de isoquinoleína (papaverina e noscapina) PROPRIEDADES: Acção analgésica (morfina), antitússica (codeína) e de acção relaxante (tebaína). Acção antiespasmódica (papaverina e noscapina). MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 2 a 4 cápsulas maduras de dormideira por litro de água, durante 5 minutos. Administram-se 3 chávenas (xícaras) diárias, uma antes de deitar. Óleo de sementes: usam-se 1 a 2 colheres de café (15 a 30 ml) em cru, 1 a 2 vezes por dia, para temperar a salada ou outro prato de verdura. Uso externo: para bochechos, podem-se adicionar até 6 ou 8 cápsulas por litro, na mesma decocção que usa para uso interno. ATENÇÃO: Não ultrapassar as doses indicadas, não ingerir nenhum tipo de bebida alcoólica juntamente, pois isto faz aumentar os seus efeitos tóxicos. NOME COMUM: Parietária, alfavaca de cobra. NOME BOTÂNICO: Parietaria officinalis L. FAMÍLIA: Urticáceas. GEOGRAFIA: Cresce entre as gretas das rochas e muros. Difundida por toda a Europa e regiões secas da América do Sul. PARTES EMPREGADAS: Os caules e as folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os seus princípios activos são o nitrato potássico e os flavonóides. Mucilagens. PROPRIEDADES: no uso interno, a sua aplicação mais importante são as afecões das vias urinárias: cólicas renais (ajuda a eliminar os cálculos), cistites e oligúria (urina escassa). Ao mesmo tempo que provoca um aumento na produção da urina, descontrai,l suaviza e desinflama os órgãos urinários. Externamente, usa-se para curar feridas, queimaduras, gretas dos lábios, da pele, do mamilo, e fissuras anais. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão de 40-60 g da planta (melhor se for fresca) por cada litro de água, de que se tomam 4 ou 5 chávenas (xícaras) por dia. Suco fresco: toma-se meio copo, 3 vezes por dia. Pode-se aromatizar com casca ou suco de limão. Uso externo: cataplasmas da planta fresca esmagada, que se aplicam sobre a região afectada. NOME COMUM: Pedra-ume-caá NOME BOTÂNICO: Myrcia sphaerocarpa; M. multiflora. FAMÍLIA: Mirtáceas. PARTES EMPREGADAS: As folhas e a raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Taninos e glicoproteínas. PROPRIEDADES: É indicada como coadjuvante no tratamento do diabetes mellitus (folhas) e hipertensão arterial. Antisiarreica. Usada em gastroenterites e aftas. Tem acção diurética e hipotensora. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 155 NOME COMUM: Pepino cultivado. NOME BOTÂNICO: Cucumis sativus. FAMÍLIA: Curcubitáceas. GEOGRAFIA: Planta originária da Tartária e da Judéia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: É rica em vitamina C e possui traços de outras vitaminas, minerais, mucilagem, etc. Entre outros minerais, possui cálcio, fósforo e magnésio. PROPRIEDADES: O suco é empregado na preparação de cosméticos, sendo muito conhecido a pomada e o creme de pepino, no tratamento das doenças ligeiras da pele, especialmente na irritação, acne, assaduras, etc. NOME COMUM: Pepino de São Gregório. NOME BOTÂNICO: Esbolium elaterium. É uma planta cujo fruto é pequeno e verde, as flores são amarelas. O fruto quando se desprende, deita pelo orifício as sementes pretas e um líquido caustico. Não deve ser empregue internamente, pois tem uma acção purgativa e vomitiva. A raiz fresca e pisada emprega-se, exteriormente, nos tumores escrofulosos e outras doenças. Também cozida (a raiz) com banha de porco (sem sal), é um óptimo remédio para a sarna, a aplicar em dias alternados: cinco a seis fricções são suficientes para a cura da sarna.. NOME COMUM: Perpétuas roxas. NOME BOTÂNICO: Gomphrena globosa, Xeranthemum annum. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Existe em quase todo o continente português. PARTES EMPREGADAS: Os capitulos, vulgarmente flores. PROPRIEDADES: Expectorantes, contra a tosse e inflamação da garganta, com ou sem afonia, rouquidão. MANEIRA DE PREPARAR: 20 a 25 gramas por litro de água, em forma de infusão. Coar e adoçar com mel. Três chávenas (xícaras) por dia, a última ao deitar, bem quente. Adoçar com mel. Para gargarejos: a mesma dose e mel. NOME COMUM: Pessegueiro. NOME BOTÂNICO: Prunea pérsica. GEOGRAFIA: Árvore que existe em todas as províncias de Portugal. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os frutos contêm minerais, vitaminas A, B e C, açúcar, etc. PROPRIEDADES: Diuréticas e laxativas. MANEIRA DE PREPARAR: As folhas do Pessegueiro são empregadas medicinalmente como purgativas: 30 gramas para 1 litro de água, em forma de cozimento rápido, seguido de infusão: ½ a 1 hora. Duas chávenas (xícaras) por dia (de manhã e à noite). Infusão de flores: 30 gramas por litro de água. São laxantes brandos para as crianças e idosos. NOME COMUM: Phelandrio. NOME BOTÂNICO: Phelandrinna aquaticum. FAMÍLIA: Umbelíferas. PARTES EMPREGADAS: Os mericarpos ou aquénios. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém nos frutos um óleo essencial, em que se encontra, entre outros elementos químicos, uma substância oleosa, de natureza tóxica, com o nome de felandrina. Também possui iodo. PROPRIEDADES: Para a tosse. MANEIRA DE PREPARAR: 10 gramas por litro de água. Usar este remédio depois de consultar um Naturopata ou um Homeopata. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 156 NOME COMUM: Petasite. NOME BOTÂNICO: Petasites hybridus (L.) Gaerth FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Lugares húmidos e margens de correntes de água, em regiões frias e temperadas de toda a Europa. PARTES EMPREGADAS: O rizoma e as folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma e as folhas contêm inulina, pectina e mucilagens, que a tornam expectorante e emoliente. Glicósidos e um óleo essencial. PROPRIEDADES: Afecções respiratórias: pelo seu efeito antiespasmódico, dá bons resultados no caso de asma bronquial, evitando que se apresentem crises agudas. Também se usa como antitússico e expectorante nas bronquites e broncopneumonias. Afecções da garganta: indicada nas laringites, afonia e traqueíte. Sudorífica: indicada nos catarros brônquicos e na gripe. Antiinflamatória: externamente, as folhas frescas, aplicadas directamente ou esmagadas, em cataplasmas, em caso de flebite, furúnculos e adenopatias (gânglios inflamados). MANEIRA DE PREPARAR: Uso externo: cataplasmas com as folhas verdes esmagadas. ATENÇÃO: A petasite contém quantidades variáveis de alcalóides que podem ser tóxicos para o fígado. Pode ser usado como remédio homeopatico. NOME COMUM: Pimenta NOME BOTÂNICO: Capsicum annum, Capsicum frutescens. FAMÍLIA: Solanáceas. GEOGRAFIA: É cultivado em quase todos os países do mundo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Todas as variedades de pimentões contêm o alcalóide capsicina (os picantes em maior proporção), além de carotenos e vitaminas (especialmente a C). PROPRIEDADES: Estimula a produção de sucos gástricos e intestinais, activando todos os órgãos digestivos. É bom para quem sofra de digestões lentas ou pesadas, para quem sofra de ptose gástrica e para os que tenham falta de apetite (as digestões lentas podem ser significado de úlcera ou outra afecção perigosa, se essa digestão lenta permanecer por muito tempo com ardor e dor deve urgentemente contactar um médico). NOME COMUM: Pimenta d’ água. NOME BOTÂNICO: Polygonum hydropiper L. FAMÍLIA: Poligonáceas. GEOGRAFIA: Regiões temperadas e húmidas da Europa e da América do Norte. PARTES EMPREGADAS: Todas as partes aéreas da planta fresca. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um óleo essencial rico em terpenos, flavonóides (rutina) e tanino. PROPRIEDADES: Hemostática – internamente usa-se com êxito para estancar as hemorragias das vias respiratórias (hemoptises) e urinárias (hematúria). Externamente pode aplicar-se sem riscos para curar feridas que sangrem ou estejam infectadas. Além de deter a hemorragia, é um excelente diurético. MANEIRA DE PREPARAR: HISTÓRIA: As folhas secas e trituradas desta planta utilizam-se como sucedâneo da pimenta, sobretudo nas épocas em que esta espécie escasseia. Dióscorides, já a recomendava como revulsiva, aplicada externamente. PRECAUÇÕES: Não exceder as doses no uso interno, já que se torna irritante para o aparelho digestivo. Aplicado externamente, o pimento picante é rubefaciente (irrita a pele e as mucosas) e revulsivo, pelo que atrai o sangue para a pele e assim Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 157 descongestiona os órgãos e tecidos internos. Por isso se utiliza no reumatismo, lumbago, torcicolos e dores musculares. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: utilizado em preparações culinárias. Seco em pó. Uso externo: cataplasmas: com pimentões picantes, que se aplicam sobre a zona dorida, cobrindo-a depois com um pano de lã. ATENÇÃO: Devem abster-se de usar pimentão picante aqueles que sofram de gastrite, de úlcera gastroduodenal, de colite e de hemorróidas (A capsicina que contém pode provocar gastrite e enterite, por isso usar em pequenas doses). NOTA: Usado pelos homeopatas para tratar as amigdalites com ardor e com sensação de calor e queimação na garganta (na dose de 6 ou 30 CH). NOME COMUM: Pimenta preta, pimenteira. NOME BOTÂNICO: Piper nigrum. L. FAMÍLIA: Piperáceas. GEOGRAFIA: Originária da Índia e dos países tropicais do Sudeste Asiático. O seu cultivo estende-se actualmente a todas as regiões tropicais de ambos os hemisférios. PARTES EMPREGADAS: Os frutos secos com casca (pimenta negra), ou sem ela (pimenta branca). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os grãos da pimenta contêm 2% de essência formada por diversos hidrocarbonetos, de 2 a 4% de resina, e o alcalóide de sabor picante piperidina, que se encontra sobretudo na casca (razão pela qual a pimenta negra é mais forte do que a branca). PROPRIEDADES: Tónico estomacal e digestivo: em pequenas doses, aumenta a produção de sucos digestivos (saliva, suco gástrico, pancreático, etc). é carminativa (reduz a formação de gases). MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: como condimento, a pimenta misturada com os alimentos. Usada em homeopatia internamente para vários problemas (ver Matéria Médica Homeopática). ATENÇÃO: Em grandes doses é irritativa das mucosas gástrica e urinária (inclusive sangue na urina), assim como um aumento da pressão arterial. O seu uso é desaconselhado em caso de gastrite, úlcera gastroduodenal, pancreatite, hemorróidas e hipertensão. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 158 NOME COMUM: Pimpinela Menor. NOME BOTÂNICO: Sanguisorba minor Scop.; Poterium sanguisorba L. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: cresce em ribanceiras, bosques e lugares incultos de toda a Europa Central e Meridional, mas falta no Norte do continente europeu. Também se encontra na América do Norte. PARTES EMPREGADAS: Toda a planta, incluindo a raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém quantidades importantes de tanino, um óleo essencial e vitamina C. PROPRIEDADES: Adstringente e hemostática. Seca e coagula as mucosas da pele. Obtiveram-se bons resultados no tratamento das gastrites e gastrenterites agudas, inclusive acompanhadas de evacuações sanguinolentas (disenteria), e no tratamento das enterocolites mucomembranosas (uma forma grave de diarreia) dos lactentes. Carminativa e digestiva: pelo efeito do seu óleo essencial, reduz o conteúdo gasoso do intestino, e facilita a digestão. Diurética: efeito suave e bem tolerado. Cicatrizante: usa-se externamente para curar feridas e úlceras da pele. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: brotos crus em saladas e outros pratos. Decocção com 50-100 g de raiz por litro de água, durante 15 minutos. Podemse juntar também as partes aéreas da planta. Ingerem-se 4 ou mais chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: loções com a mesma decocção que se usa internamente. Compressas empapadas com o líquido da dcocção. NOME COMUM: Pipinela oficinal. NOME BOTÂNICO: Sanguisorba officinalis L. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: Prados húmidos da Europa e da América do Norte. Encontra-se na metade norte da Península Ibérica. PARTES EMPREGADAS: A planta inteira, incluindo a raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta é muito rica em tanino. Contém igualmente saponinas, flavonas e vitamina C. PROPRIEDADES: Adstringentes. Anti-hemorrágicas e anti-inflamatórias. Pela sua acção adstringente seca as células superficiais da pele e as mucosas, e coagula os pequenos vasos sanguíneos. Internamente, o seu uso torna-se apropriado em diarreias agudas e crónicas, disenterias e gastrites (inclusivamente as hemorrágicas). Externamente, tanto a decocção como o sumo (suco) fresco aplicam-se em compressas, para curar feridas e úlceras da pele; em gargarejos nos casos de estomatite e faringite. Em lavagens anais, contra as hemorróidas (desinflama-as e trava a hemorragia); e em irrigações vaginais em caso de leucorreia e vaginite. MANEIRA DE PREPARAR: HISTÓRIA: Esta planta foi descoberta e utilizada a partir do renascimento. Devido ao facto que os seus ramalhetes florais terem o aspecto de coágulos de sangue, acreditou-se que a planta poderia ser útil para o tratamento das hemorragias. Foi utilizada com este fim vários séculos e, recentemente, pôde verificar-se o acerto daquela intuição. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 159 NOME COMUM: Pilriteiro. NOME BOTÂNICO: Cactus grandiflorus L. FAMÍLIA: Cactáceas. GEOGRAFIA: existe em quase todo o território português. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores: contêm glicósidos cardíacos, flavonóides e captina, um alcalóide muito activo sobre o coração. PROPRIEDADES: É empregada na insuficiência cardíaca e aórtica, na hipotensão arterial, palpitações de origem nervosa. Arritmia, taquicardia. Tónico do coração. MANEIRA DE PREPARAR: Extracto fluído: 1 a 5 gramas; tintura: 15 ou mais gotas, duas vezes por dia. Também se usa a infusão: colher de café ou de chá por chávena (xícara), duas vezes por dia. NOME COMUM: Pinheiro, pinheiro bravo. NOME BOTÂNICO: Pinus pinaster. FAMÍLIA: Pináceas. GEOGRAFIA: O pinheiro existe em quase todo o mundo. PARTES EMPREGADAS: As gemas (brotos antes de se formarem as pinhas) e a resina. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Terebintina (é uma oleorresina contida nas gemas e nas camadas exteriores da casca do pinheiro, de onde exsuda naturalmente ou por sangria. É formada por uma essência (20 a 30%), também chamada aguarrás, rica em hidrocarboneto pineno, que se obtém por destilação; e uma resina (70 a 80%), que também se chama colofónia ou resina de violino. A resina é o resíduo sólido que fica depois de se ter volatilizado a essência. PROPRIEDADES: Esta resina (colofónia) emprega-se em emplastros, linimentos e ungüentos de acção rubefaciente e anti-reumática. A terebintina e a sua essência possuem propriedades balsâmicas, anti-reumáticas, anti-sépticas, diuréticas, depurativas, e previnem a formação de cálculos nas vias urinárias. Nas afecções respiratórias: inalada, em fricções, ou ingerida por via oral, é de grande utilidade em todo o tipo de afecções do aparelho respiratório (bronquite, asma, etc), assim como em casos de constipações (resfriados), rinite e sinusite. Os banhos quentes com gemas de pinheiro, ou com essência de terebintina, proporcionam um grande alívio para os asmáticos. Acção anti-inflamatória: aplicada externamente em banhos e fricções, a terebintina ou a sua resina (colofónia) faz ruborescer a pele, desinflamando os tecidos profundos (acção revulsiva). Obtêm-se excelentes resultados em todo o tipo de dores reumáticas, quer sejam articulares quer musculares (lumbago, torcicolo, dores cervicais, etc.) quer ainda provocadas por pancadas ou contracções. Acção tonificante: Provou-se recentemente que a terebintina do pinheiro tem a propriedade de estimular as glândulas supra-renais, o que se traduz num efeito tonificante e revitalizador de todo o organismo. As fricções com terebintina, ou com a sua essência, melhoram a evolução dos catarros brônquicos, assim como das bronquites, tanto das crianças como dos adultos. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: prepara-se com 20 a 40 gramas de pinheiro por litro de água. Tomar 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia. Essência de terebintina: ingerir de 2 a 5 gotas, 3 a 4 vezes ao dia. Uso externo: banhos: prepara-se uma decocção com 500 gramas de gemas de pinheiro em 4 litros de água. Ferver durante meia hora. Filtrar e acrescentar à água do banho (quente). Também se pode preparar um banho medicinal acrescentando 40 a 50 gotas de essência de terebintina à água da banheira. Fricções: friccionar, com um pano de algodão molhado em terebintina (ou a sua essência), o peito dos bronquíticos, até que a pele adquira uma cor vermelha saudável. O mesmo se aplica igualmente sobre as articulações ou os músculos inflamados e doridos. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 160 Inalações de vapor: Numa caçarola com um ou dois litro de água, acrescentar um punhado de gemas (30 a 50 gramas) ou umas gotas de essência de terebintina. Aquecer num fogão, inalar profundamente o vapor. ATENÇÃO: A inalação ou ingestão em doses excessivas de terebintina ou da sua essência podem provocar uma irritação do sistema nervoso central, sobretudo nas crianças. NOME COMUM: Pilosela, Orelha de rato, morugem. NOME BOTÂNICO: Hieracium pilosella L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Prados e clareiras de bosques de toda a Europa, excepto da costa mediterrânica. Difundida pela costa atlântica da América do Norte. PARTES EMPREGADAS: A planta inteira, fresca. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém uma grande quantidade de tanino, flavonóides. Um óleo essencial, mucilagem e uma substância cumarínica derivada da umbeliferona. PROPRIEDADES: usada em: diarreias e disenterias: detém as defecações sanguinolentas. Edemas e nefroses (albuminúria), insuficiência renal: além de aumentar o volume da urina, favorece a eliminação da ureia e desinflama os rins. Hemorragias: a sua acção forte adstringente faz que, aplicada localmente, detenha as hemorragias nasais (epistaxe). Tomado internamente, em infusão, também se usa contra as menstruações excessivas. Brucelose: os seus princípios antibióticos actuam selectivamente contra a Brucella mellitensis, bactéria causadora da brucelose ou febre de Malta. Comprovou-se que o gado que pasta nos prados onde abunda a pilosela não sofre de brucelose. Reduz a febre e faz cessar a sudação característica desta doença. Deve ser tomada durante vários meses. MANEIRA DE PREPARAR: uso interno: infusão com 50 a 60 g de planta fresca por litro de água, de que se tomam 3 a 5 chávenas (xícaras) diárias adoçadas com mel. Uso externo: tampões nasais: fazem-se com uma gaze ou algodão embebido na infusão descrita para uso interno, mas mais concentrada (100-150 g por litro). NOTA: O uso desta planta, apesar de remontar à Idade Média, não se encontra muito divulgado, talvez devido a que, uma vez seca, a planta perde as suas virtudes medicinais. NOME COMUM: Piteira. NOME BOTÂNICO: Agave americana L. FAMÍLIA: Amarilidáceas. GEOGRAFIA: Planta originária da América Central, própria dos terrenos altos e semiáridos. Extensamente cultivada no vale de Osaxaca (México). Encontra-se naturalizada nos países mediterrâneos, especialmentes em parques e jardins. PARTES EMPREGADAS: A raiz, as folhas e a seiva. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Todas as plantas do género Agave contêm glicósidos esteróides, entre os quais se destaca a hecogenina, assim como saponinas. PROPRIEDADES: O efeito diurético e depurativo deve-se à raiz e às folhas. Limpeza do sangue e em caso de edemas e retanção de líquidos. Usa-se tradicionalmente em doenças infecciosas, em transtornos digestivos e em casos de icterícia ou de hepatite. Exteriormente, o uco ou seiva que emana do caule é vulnerário e cicatrizante. Aplica-se em compressas sobre contusões e feridas da pele. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 30 g de raiz ou de folhas secas trituradas num litro de água, de que se bebem 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia, adoçadas com mel. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 161 Uso externo: compressas com o suco ou a seiva das folhas, que se aplicam sobre a região da pele afectada. NOME COMUM: Podofilo, Mandrâgora americana. NOME BOTÂNICO: Podophyllum peltatum L. FAMÍLIA: Berberidáceas. GEOGRAFIA: Prados e bosques húmidos da região atlântica da América do Norte. Não aparece na Europa. PARTES EMPREGADAS: A resina da raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Podofilina – Resina da raiz. PROPRIEDADES: Em doses baixas actua como purgante energético, mas muito bem tolerado. Tem além disso efeito colagogo (esvazia a vesícula biliar). Descobriu-se recentemente que tem uma acção antimitótica (impede a divisão das células), pelo que se começou a usar com êxito no tratamento de condilomas acuminados, verrugas, papilomas e outras tumorizações víricas da pele. Está a investigar-se a sua aplicação no tratamento do cancro. MANEIRA DE PREPARAR: ATENÇÃO: Em doses elevadas, o podofilo pode provocar diarreias violentas e inclusive a morte. NOME COMUM: Primavera. NOME BOTÂNICO: Prímula veris L. FAMÍLIA: Primuláceas. GEOGRAFIA: Esta planta existe em todo o continente português, onde floresce na Primavera. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores contêm pigmentos flavónicos; as raízes, saponinas e heterósidos geradores de essência. PROPRIEDADES: Diuréticas e depurativas. Útil também na tosse, doenças com tosse. O óleo de Prímula tem as seguintes indicações: combate a artrite, protege contra doenças cardiovasculares, doenças de pele, utilizada com sucesso na TPM, fazendo com que a mulher não sofra depressão, ansiedade, irritabilidade, desânimo e agressividade, efeitos estes comprovados em períodos que antecedem a menstruação, e estimulante imunológico. MANEIRA DE PREPARAR: Para uso interno: raiz: 20 a 30 gramas por litro de água, em forma de cozimento. Duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Esta planta também é usada exteriormente, em forma de cataplasma, em regiões com dor (reumatismo, etc). Os Naturopatas e Homeopatas utilizam o óleo de Prímula em Cápsulas (2 ao pequeno almoço, 2 ao almoço e 2 ao jantar). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 162 NOME COMUM: Poejo. NOME BOTÂNICO: Menta pulegium L.; Menta tomentella. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Habita em todo o continente português e em outros países da Europa. PARTES EMPREGADAS: A planta florida. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém óleo essencial (0,5 a 1%) à base de pulegona, uma cetona não saturada. Contém também mentona, limoneno e outras cetonas. PROPRIEDADES: Digestivo e tónico estomacal: facilita os processos digestivos, aumentando a secreção de sucos (gástrico, intestinal e pancreático) e estimulando a motilidade do estômago e do intestino delgado. É carminativo (elimina o excesso de gases) e combate as fermentações intestinais, acalmando as dores de cabeça de origem digestiva. Aumenta também a secreção da bílis (efeito colagogo). Deste modo deve ser usada sempre que se trate de facilitar os processos digestivos; na hipocloridria (falta de sucos no estômago); nas digestões pesadas; nos casos de meteorismo (excesso de gases) e de transtornos da vesícula biliar (disquinésias biliares – vesícula preguiçosa). Expectorante e antitússico: de utilidade nos catarros e na tosse convulsa. Emenagogo e antiespasmódico: facilita a menstruação e acalma as dores que podem acompanhá-la. Vermífugo: para expulsar os parasitas intestinais toma-se uma chávena (xícara) bem cheia em jejum, durante 5 dias seguidos. Anti-séptico: muito útil para bochechar em caso de mau hálito ou piorréia, e para lavar as feridas da pele. Inseticida: colocado em saquinhos entre a roupa, afugenta as traças. Esfregando o pêlo dos animais domésticos com uma infusão concentrada, mata os parasitas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: uma vez tirada a água do lume, e fervida, acrescentam-se 10 a 20 gramas de Poejo por litro de água e deixa-se ficar durante alguns minutos em repouso. Pode-se adoçar com mel. Como tónico digestivo, toma-se uma chávena (xícara) depois de cada refeição. Nos casos de afecções brônquicas ou de transtornos da menstruação, ingere-se uma chávena (xícara) bem quente de duas em duas horas. Uso externo: bochechos com uma infusão mais concentrada do que para uso interno (30 gramas por litro de água). Lavagens com a infusão concentrada. ATENÇÃO: Embora não seja contra-indicado no caso de úlcera gastroduodenal, deve-se usar com prudência e fora das épocas de crise. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 163 NOME COMUM: Polígala da Virgínia. NOME BOTÂNICO: Polygaia senega L. FAMÍLIA: Poligaláceas. GEOGRAFIA: Terrenos pedregosos do Leste da América do Norte. Cultivadas em outras partes do mundo como planta medicinal. PARTES EMPREGADAS: A planta inteira, especialmente a raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta, e especialmente a raiz, é muito rica em saponinas, substâncias vegetais que, como o sabão fazem com que a água se torne espumosa, por diminuir a sua tensão superficial. As saponinas mais importantes são o ácido poligálico e a senegina, substâncias que aumentam as secreções bronquiais. PROPRIEDADES: O efeito desta planta é fazer com que o muco bronquial patológico se torne menos viscoso, mais espumoso e abundante. Desta forma facilita-se a sua expulsão e, com isto, a regeneração das mucosas respiratórias – mucolítica e expectorante. Devido ao seu conteúdo em saponinas tem uma acção laxante, e em doses altas, provoca o vómito (emética). MANEIRA DE PREPARAR: 15-20 g da planta para meio litro de água. Ferver. Coar e tomar 5 chávenas (xícaras) por dia. Adoçar com mel. HISTÓRIA: Os antigos gregos deram o nome de polígala às espécies europeias desta planta (de poly, muito, e gala, leite), pois empregavam-na para aumentar a secreção láctea dos animais domésticos – vacas e cabras. OUTRAS ESPÉCIES: Polygala amara L. – que se cria no Norte da Europa e na Ásia Ocidental. Polygala rupestris L. – que se encontra repartida pelo Sul da Europa. NOME COMUM: Polipódio. NOME BOTÂNICO: Polypodium vulgaris L. FAMÍLIA: Polipodiáceas. GEOGRAFIA: Comum em todas as regiões temperadas do hemisfério norte. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém um princípio amargo glicosídico, saponina, mucilagem e açúcares. PARTES EMPREGADAS: O rizoma. PROPRIEDADES: Laxante suave e colagogo: indicado na prisão de ventre crónica e de insuficiência ou congestão hepática, assim como em transtornos da vesícula biliar. Expectorante e antitússico. Útil em casos de catarros bronquiais e de tosse seca. Vermífugo: faz expulsar os parasitas intestinais. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 30 g de raiz num litro de água, fazendo-se ferver até que fique reduzida a metade. Deixa-se repousar durante umas horas e bebem-se todos os dias 3 ou 4 chávenas (xícaras). Uso externo: pó de raiz: a dose habitual é de um grama, de uma a três vezes ao dia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 164 NOME COMUM: Polipódio, Calaguala. NOME BOTÂNICO: Polypodium calaguala Ruiz FAMÍLIA: Polipodiáceas. GEOGRAFIA: Comum nas Américas Central e do Sul. Não aparece na Europa. Cresce nos lugares húmidos e sombrios, especialmente como parasita sobre o tronco de algumas árvores. PARTES EMPREGADAS: O rizoma e a raiz. PROPRIEDADES: Aumenta a produção de suor (sudorífica). Favorece a eliminação do ácido úrico (diurético e uricosúrico). Depurativo. Estimulante e regulador da imunidade celular (defesas). A sua aplicação mais importante são aserupções da pele e as doenças auto-imunes (artrite reumatóide, colagenose, psoríase, dermatose, etc.). MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção à base de 30 a 40 g de rizoma e raiz triturados por litro de água. Ferver durante 10 minutos e tomar 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia. NOME COMUM: Psílio, Zaragatoa Erva das pulgas. NOME BOTÂNICO: Plantago psillium. FAMÍLIA: Plantagíneas. PROPRIEDADES: É o mais rico em mucilagena e, por isso, o mais utilizado em medicina natural, como emoliente e laxante, mas especialmente como laxante. Também se emprega, em virtude da sua mucilagem, como protector da mucosa gástrica e duodenal. Os Naturopatas e Homeopatas empregam este Plantago psillium na úlcera gástrica e duodenal, em conjunto com o Alcaçuz (Glycirriza glabra), com magnífico proveito terapêutico. MANEIRA DE PREPARAR: Colher (das de sobremesa ou de sopa), em jejum, e, se necessário, antes de jantar ou ao deitar, juntamente com água, adoçada com mel. Constitui um bom laxante, não originando dores. NOME COMUM: Pulmonária. NOME BOTÂNICO: Pulmonaria officinalis L.; Pulmunaria angustifólia FAMÍLIA: Borragíneas. GEOGRAFIA: Existe em todo o continente português e em outras floras da Europa. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém mucilagem, uma saponina, tanino, muitos minerais (sílicia, etc). PROPRIEDADES: Emoliente, expectorante, adstringente e reconstituinte do parênquima pulmonar lesado. MANEIRA DE PREPARAR: 20 a 30 gramas da planta por litro de água, em forma de cozimento rápido, e infusão de 30 a 60 minutos. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 165 NOME COMUM: Pulsatila. NOME BOTÂNICO: Anemone pulsatilla L.; Pulsatilla vulgaris Miller. FAMÍLIA: Ranunculáceas. GEOGRAFIA: Pouco habitual, mas pode encontrar-se em bosques ou prados secos de terras calcárias da Europa Central e Meridional. Cultivada em Portugal. PARTES EMPREGADAS: As folhas, as flores e a raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta fresca contém anemonina, substância irritante para a pele e para as mucosas. Contém além disso quantidades moderadas de saponinas e de taninos. PROPRIEDADES: Sedante: os seus extractos usaram-se na antiguidade como sedativos, nos casos de tosses espasmódicas (tosse convulsa) e de cólicas digestivas, e para combater a insónia. Dismenorreia (regras dolorosas): esta é a sua aplicação mais importante, e também em caso de regras escassas. Faz desaparecer as dores e regula o ciclo menstrual. Insuficiência ovárica: verificou-se, embora não se saiba bem qual o mecanismo, que a Pulsatilla estimula a actividade ovárica, especialmente a que se refere à secreção da hormona foliculina. Indicada nos casos de insuficiência funcional dos ovários e esterilidade. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: A Pulsatilla deve ser usada unicamente de uma das seguintes formas: Extracto: 0,05-0,3 g diários. Pó de raiz: 1-3 g diários. ATENÇÃO: A planta fresca é muito tóxica, mas seca ou em extracto é insenta de toxicidade. NOME COMUM: Perrexil do mar. NOME BOTÂNICO: Crithmum maritimum ou canariense L PROPRIEDADES: Os caules, folhas e sementes de vagens pode ser a quente decapados, salgados, ou em vinagre, ou as folhas frescas utilizadas em saladas. Diurético, aperitivo digestivo. NOME COMUM: Quaresmas. NOME BOTÂNICO: Saxifraga granulata L. FAMÍLIA: Saxifragáceas. GEOGRAFIA: Cria.se em terrenos húmidos e montanhosos de toda a Europa. Abunda nos Alpes e nos Pirinéus. PARTES EMPREGADAS: A raiz, as flores e as folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta, e sobretudo a raiz, contém taninos, resinas, glicósidos e vitamina C. PROPRIEDADES: Tem um notável efeito diurético e, possivelmente devido à faculdade de alcalinizar a urina, ajuda a dissolver e expulsar os cálculos urinários. Recomenda-se o seu uso para facilitar a eliminação de urina, especialmente em caso de litíase urinária, de areias na urina e de cólicas renais. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão ou decocção com 40-60 g de planta por litro de água, de que se tomam 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia. NOTA: As Quaresmas são uma das plantas mais eficazes para dissolver os cálculos urinários. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 166 NOME COMUM: Quássia. NOME BOTÂNICO: Quassia amara L. FAMÍLIA: Rutáceas. GEOGRAFIA: É originária da Venezuela, Brasil e Panamá. PARTES EMPREGADAS: A madeira das raízes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Um glucósido: a quassina. Possui, também, outro princípio activo: quassina cristalizada e quassina amorfa. Esta planta contém, ainda, outros elementos químicos, mas os indicados são os mais activos. PROPRIEDADES: Promovem a salivação, aperitivas, tónicas, digestivas, febrífugas, estimulantes, etc. Usado na debilidade geral, febres, falta de apetite, dispepsia, estimulante da célula hepática, anemia, clorose, catarro crónico do estômago, estimulante biliar, na diarreia crónica. MANEIRA DE PREPARAR: Pó: 1 a 3 gramas por dia. Tisana: infusão ou maceração, 5 gramas por 1 litro de água. Também é usada a tintura: 2 a 5 gotas por dia. A água de Quássia é obtida deixando o liquido algumas horas num copo feito de madeira de Quássia ou de vidro. ATENÇÃO: Não deve ser usada na estenose da uretra. NOME COMUM: Pariparoba. NOME BOTÂNICO: Heckeria umbellata, pipper hilarinum, patomorphe umbellada. FAMÍLIA: Piperaceae. PARTES EMPREGADAS: As folhas. PROPRIEDADES: Actua no fígado, baço, prejudicado pelo impaludismo; é calmante, antiepiléptica, antiescorbútica. NOME COMUM: Pêra. NOME BOTÂNICO: Pirus communis. FAMÍLIA: Rosaceae. GEOGRAFIA: Nativa na Europa e Ásia Central. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Pectina, glucose, potassa, tanino, sais minerais, vitamina A, B1, B2 e C. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: Indicada como calmante de vómitos, anticólera, diurética e digestiva. NOME COMUM: Pinhão do Pará. NOME BOTÂNICO: Araucaria angustifolia. FAMÍLIA: Araucariaceae. GEOGRAFIA: Nativo no Brasil, da Serra da Bocaina ao Rio Grande do Sul e Paraguai. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, potassa, óleo, fécula, açúcar, proteínas e ferro. PARTES EMPREGADAS: O pinhão. PROPRIEDADES: Revigorante, antidiarreico, indicado nas doenças pulomonares. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 167 NOME COMUM: Pitanga. NOME BOTÂNICO: Eugenia pitanga. FAMÍLIA: Myrtaceae. GEOGRAFIA: Nativa dos solos de São paulo ao Rio Grande do Sul. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino, potassa, pitanguina, glucose, vitaminas, sais minerais. PARTES EMPREGADAS: Os frutos e as folhas. PROPRIEDADES: Indicada no tratamento da gota, rins, reumatismo, antifebril e antidiarreico. NOME COMUM: Pitomba. NOME BOTÂNICO: Talisia esculenta. FAMÍLIA: Sapindaceae. GEOGRAFIA: Nativa do Brasil, encontrada do Maranhão a São Paulo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Potassa, tanino, vitaminas e ferro. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: Diurética, antidiarreica, febrífuga e anti-reumática. NOME COMUM: Pata de vaca, unha de vaca, unha de boi. NOME BOTÂNICO: Bauhinia fortificata, Bauhinia candicans. FAMÍLIA: Leguminosae. GEOGRAFIA: Árvore ou arbusto Sul americano PARTES EMPREGADAS: Folhas, as raízes e flores, caule e casca. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém taninos, esteróides, pinitol, colina, trigonelina, glicósidos, ramnosídeos, astragolina, flavonóides (Kaempferol, rutina e quercitina) e mucilagens. PROPRIEDADES: As raízes são vermífugas, as flores purgativas. As folhas são procuradas para o tratamento da diabetes; são diuréticas, calmantes, digestivas. A casca e o caule são expectorantes. Usado na hipercolesterolemia, parasitoses intestinais, elefantíase e na prisão de ventre. NOME COMUM: Picão. NOME BOTÂNICO: Bidens filosa. FAMÍLIA: Compositae. GEOGRAFIA: Nativo na Europa. Ásia, América do Sul. PARTES EMPREGADAS: Folhas, fruto e caule. PROPRIEDADES: As folhas são utilizadas em emplastros inflamações, abcessos, furúnculos. É recomendado como hepático, diurético, antifebril, antigripal. para aliviar NOME COMUM: Quebra pedra. NOME BOTÂNICO: Phylanthus niruri. FAMÍLIA: Euforbeáceas.. GEOGRAFIA: Planta brasileira que também existe em Portugal. PARTES EMPREGADAS: As folhas, a raiz e o caule. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Filantina, tanino, matérias pépticas. PROPRIEDADES: Emprega-se nas areias e pedras dos rins e da bexiga, na cistite e no prostatismo. Também há quem use a planta nos diabetes. MANEIRA DE PREPARAR: 10 a 15 gramas por litro de água. Duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. NOTA: Em Homeopatia eu uso o Phylanthus niruri a 4 CH juntamente com o Equinodorus grandiflorus a 4 CH (Chapéu de couro) é usado para a litiase renal e vesicular com óptimo sucesso. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 168 NOME COMUM: Queiró. NOME BOTÂNICO: Erica cinérea e Erica umbellata. GEOGRAFIA: Flora Portuguesa e outras. PARTES EMPREGADAS: sumidades floridas. PROPRIEDADES: Propriedades diuréticas, litontríticas e anti-sépticas das vias urinárias (doenças inflamatórias e na calculose dos rins e bexiga). MANEIRA DE PREPARAR: Sumidades floridas: 20 a 30 gramas para 1 litro de água, estando uma hora de infusão, depois de ter fervido alguns minutos. Tomar três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Também se usa o extracto fluido desta planta nas doenças referidas, na dose de colher de café, diluída em água, e tomar duas vezes por dia. NOTA: O Queiro faz parte das espécies diuréticas e litontríticas, podendo substituir, em caso de necessidade, a Arenária rubra, o Quebra pedras e outras plantas empregadas nos cálculos e areias dos órgãos urinários. NOME COMUM: Quenopódio-bom-henrique. NOME BOTÂNICO: Chenopodium bonus-Henricus L. FAMÍLIA: Quenopodiáceas. GEOGRAFIA: Frequente nas bermas de caminhos e proximidade de lugares habitados em zonas montanhosas de toda a Europa. O Chenopodium album L. é frequente em Portugal. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta é rica em saponinas; sais minerais, especialmente de ferro; e vitamina C. PROPRIEDADES: É depurativa, suavemente laxante e anti-anémica. Tem também um efeito vermífugo. A sua propriedade mais importante é a vulnerária e emoliente em uso externo. As folhas aplicam-se esmagadas em cataplasmas, ou mesmo directamente sobre abcessos (acelera a sua maturação), furúnculos, e sobre úlceras ou chagas de difícil cicatrização. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: verdura: pode comer-se cru ou cozinhado. Uso externo: cataplasmas: as folhas podem-se aplicar directamente sobre a pele afectada, ou então esmagadas em cataplasmas, fixando-as com uma ligadura e renovando-as em duas ou de três em três horas. NOME COMUM: Quina. NOME BOTÂNICO: Cinchona officinalis. FAMÍLIA: Rubiáceas. GEOGRAFIA: América do Sul, Equador, Bolívia, Peru, etc. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: matéria graxa, minerais, amido, goma, quinovina, ácido químico quinotónico, quinidina, quinocidina, etc. O alcalóide mais importante é a quinina. PROPRIEDADES: tónicas, digestivas, febrífugas, etc. Paludismo (malária): é provavelmente a doença que afecta o maior número de pessoas do mundo. Caracteriza-se por acessos de febre alta e sudação, acompanhados de sonolência, cefaleia, náuseas e anemia. É causada por diversos protozoários do género plasmodium, que parasitam os glóbulos vermelhos do sangue, depois de terem sido inoculados pela picada do mosquito anófele. Os alcalóides da Quina são muito úteis para tratar a fase aguda do ataque palúdico: baixam a febre, aliviam a dor de cabeça e as náuseas, e fazem desaparecer o mal estar geral produzido pela doença. A casca é utilizada para este fim desde o tempo dos Incas. Estados febris: a quina faz baixar a febre causada por muitas outras doenças infecciosas, além do paludismo. O seu efeito benéfico torna-se mais eficiente Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 169 devido ao facto de favorecer a eliminação de toxinass anguíneas, tanto pela pele como pela urina (acção depurativa). O seu uso é indicado em gripe, nas infeções víricas e em todo o tipo de infecções crónicas. Inapetência: tem um efeito aperitivo e tonificante acentuado. Além disso são muito digestivas e combatem as fermentações intestinais. Cicatrizante: externamente é um bom anti-séptico e favorece a cicatrização. Usa-se em bochechos e gargarejos em caso de estomatite, aftas, piorreia e faringite. Tónico capilar: dá bons resultados em certos tipos de alopecia (queda do cabelo). MANEIRA DE PREPARAR: Internamente é empregado o pó, o extracto fluído, o vinho, a tintura, o xarope, etc. Como cozimento ou maceração: Quina: 20 gramas; água: 1 litro. Pode ferver 2 a 4 minutos, estando de infusão 1 hora. Duas a três chávenas (xícaras) por dia, às refeições ou no intervalo destas. Uso externo: compressas com uma decocção com 30-40 g de casca por litro de água. Ferver durante 10 minutos. Com o líquido resultante, empapam-se compressas que se colocam sobre a pele ou o couro cabeludo, durante 10 minutos, três vezes ao dia. Gargarejos e bochechos com esta mesma decocção. NOME COMUM: Quitoco. NOME BOTÂNICO: Pluchea quitoc. FAMÍLIA: Asteráceas. PARTES EMPREGADAS: As folhas e os caules. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Terpenos voláteis. PROPRIEDADES: Casos de bronquite crónica. Dispepsia, flatulência, ansiedade, insónia e nas dores de origem reumática. NOME COMUM: Rábano rústico. NOME BOTÂNICO: Cochlearia armoracea. FAMÍLIA: Crucíferas. PARTE EMPREGADA: A raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo volátil acre, resina, princípio extractivo, açúcar, goma, amido, sais minerais, albumina, ácido cítrico, acetato e sulfato de cal, enxofre, vitaminas, etc. PROPRIEDADES: antiescorbútico, diurético, anticatarral (brônquios), etc. Está indicado na doença dos rins. É estimulante do estômago e excitante.Deve ser empregado quando estiver fresca, pois a secagem faz-lhe perder propriedades. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 30 gramas por litro de água. Duas a três chávenas (xícaras) por dia. Em salada: fatias finas, associadas à cenoura ralada, alface, etc. Também se emprega o suco: 15 a 20 gramas por dia, diluído num pouco de água. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 170 NOME COMUM: Rabanete e rábano. NOME BOTÂNICO: Raphanus sativus L. FAMÍLIA: Crucíferas. GEOGRAFIA: Originário da Ásia Central. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém um glicósido sulfurado (gluco-rafenina) que, por hidrólise enzimática, se transforma em rafanol. Contém sais minerais e vitaminas B e C. PARTES EMPREGADAS: A raiz fresca. PROPRIEDADES: Afecções hepatobiliares: aumenta a produção de bílis pelo fígado (efeito colagogo), o que o descongestiona e desintoxica. Ao mesmo tempo melhora o funcionamento da vesícula biliar, ao favorecer a evacuação correcta da bílis para o duodeno. O rabanete é pois muito indicado nos casos de hepatite aguda e crónica, doença gorda do fígado, cirrose, intoxicação hepática por fármacos, produtos químicos ou cogumelos, assim como nas dispepsias biliares (vesícula preguiçosa). Pode contribuir para regenerar o fígado na hepatite alcoólica e no caso de degenerescência gorda produzida pelo álcool ou por outros tóxicos. Afecções respiratórias: é mucolítico (amolece a mucosidade), expectorante e antibiótico. Muito indicado em catarros brônquicos, bronquites e laringites, e de modo especial nas sinusites. Trata-se de um remédio auxiliar nas curas de desintoxicação do tabaco. Aperitivo e diurético. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: cru em saladas, é um condimento saudável e curativo. Sumo (suco) fresco da raiz, à razão de 50 a 125 ml, três vezes por dia, antes das refeições e adoçado com mel ou açúcar escuro. Xarope de rabanete ou rábano: cortar às rodelas, depois acrescentar açúcar mascavo, cortar mais rodelas e acrescentar açúcar, e continuar até fazer 5 camadas com as rodelas e o açúcar. Deixar fermentar por 5 horas. Depois de fermentar vai criar um liquido. Tomar várias vezes ao dia. OUTRAS ESPÉCIES: O saramago, rábano silvestre (Raphanus raphanistrum L.). as suas propriedades não são as mesmas que as do rabanete vulgar (Raphanus sativus L.); as sementes contêm um alcalóide, a sinalbina, que, pela acção da enzima que o acompanha, se transforma em essência de mostarda. O rábão-rústico (Armoracia rusticana Gaerth = Cochlearia armoracia L.), é também chamado rábão maior. Obtêm-se dele um extracto conhecido como PDG (peróxido de difenilglioxal). Administrado a doentes de esclerose múltipla. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 171 NOME COMUM: Rauvólfia. NOME BOTÂNICO: Rauwolfia serpentina Benth FAMÍLIA: Apocináceas. GEOGRAFIA: Originária das regiões tropicais da Ásia, especialmente da Índia, onde se cultiva para fins medicinais. Actualmente também se cultiva na América Central. PARTES EMPREGADAS: A raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz desta planta contém cerca de vinte tipos diferentes de alcalóides, dos quais o mais importante é a reserpina. PROPRIEDADES: hipotensoras (produz uma descida da pressão arterial) e sedativas do sistema nervoso, tudo isto como resultado da sua acção depressora sobre os centros subtropicais e talâmicos do cérebro. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: pó da raiz: a dose média é de 100-200 mg, duas vezes ao dia. Ingere-se dissolvida num pouco de água. A dose máxima é de 1000 mg (1 g por dia). HISTÓRIA: A Medicina Tradicional da Índia utiliza a raiz desta planta desde tempos remotos, como antídoto contra picada de serpentes e aranhas, e para acalmar os nervos. NOME COMUM: Ratânia. NOME BOTÂNICO: Krameria trianda. FAMÍLIA: Poligáleas. GEOGRAFIA: América do Sul. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz da Ratânia possui: cera, goma, açúcar, princípio volátil (a ratanina), um glucósido, um princípio amorfo, o ácido rataniatânico, etc. PROPRIEDADES: Propriedades adstringentes (apertando os tecidos e vasos sanguíneos) têm oportunidades nas hemorragias uterinas, diarreias, fissura do anus. MANEIRA DE PREPARAR: Em pó, tisana, em cozimento, extracto, xarope, tintura, etc. As doses serão conforme a idade. Extracto da Ratânia: 1 a 5 gramas em poção. Tintura: 3 a 5 gotaspor dia, segundo prescrição de um Naturopata ou Homeopata. Xarope: 10 a 60 gramas. Tisana: 20 gramas para 1 litro de água, em forma de cozimento. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 172 NOME COMUM: Ricínio. NOME BOTÂNICO: Ricinus comunis. FAMÍLIA: Euforbiáceas. GEOGRAFIA: Originário da África tropical e difundido pelas regiões temperadas de todo o mundo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes contêm: cerca de 50% de óleo, ricinina (um alcalóide) e ricina, uma glucoproteína muito tóxica (aglutina os glóbulos vermelhos do sangue) que fica na polpa da semente depois de se extrair o óleo. PROPRIEDADES: Nas doses recomendadas, o óleo de ricínio produz, algumas horas depois de ingerido, um efeito purgante suave, não irritante, sem cólicas nem contracções. Resolve eficazmente os casos de prisão de ventre, inclusive nas crianças. No entanto, quando se trate de prisão de ventre crónica, é preferível adoptar medidas dietéticas e outros laxantes mais suaves. É também útil para expulsar parasitas intestinais. Externamente, tanto o óleo como as folhas da planta são emolientes e cicatrizantes. Aplicam-se em eczemas, herpes, erupções, feridas, queimaduras, e contra a calvície, tanto em loções como em cataplasmas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: como purgante, de 5 a 10 gramas de óleo nas crianças, e de 15 a 30 gramas nos adultos, tomado de manhã em jejum. Uso externo: loções com o óleo sobre a região da pele afectada. Cataplasmas com as folhas frescas esmagadas. ATENÇÃO: a ingestão de 3 sementes pode ser mortal para uma criança, e de 10 ou 15, para um adulto. HISTÓRIA: Dioscórides, no século I d.c, já conhecia as propriedades purgativas do óleo de ricínio, todavia, este só começou a ser usado na Europa a partir do século XVIII. NOME COMUM: Romãzeira, Romeira. NOME BOTÂNICO: Punica granatum. FAMÍLIA: Punicáceas. GEOGRAFIA: Originária da Mauritânia, existindo em todo o continente português. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: PROPRIEDADES: A casca dos frutos e as membranas que os dividem internamente também proporcionam uma certa acção vermífuga, ainda que menor do que a casca da árvore. As flores e a casca do fruto (romã) são adstringentes e levemente diuréticas. São indicadas nos seguintes casos: diarreias, gastrenterite e colite, tomadas em infusão. Gengivite (inflamação das gengivas) e peridontite ou parodontose (inflamação do tecido que segura os dentes aos maxilares). Faringite e amigdalite, em gargarejos. Leucorreia (corrimento branco), aplica-se em irrigações vaginais. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: maceração em meio litro de água, durante 24 horas, de 60 a 90 gramas de casca da raiz, seca. No dia seguinte põe-se a ferver em lume brando até que o líquido fique reduzido a metade. Toma-se repartido em 2 ou 3 dias, de manhã em jejum. Pode-se adoçar com mel ou aromatizar com essência de hortelã-pimenta. Para as crianças em idade escolar, basta utilizar 20 a 30 gramas de casca da raiz. Convém beber uma tisana laxante duas horas depois de cada toma. Infusão de flores: 20 a 30 gramas por litro de água. Pode-se acrescentar a casca de uma romã por cada litro. Vai-se tomando à razão de uma colher de sopa de hora a hora, enquanto durar a diarreia. Uso externo: Bochechos e gargarejos com a mesma infusão de flores e casca de romã que foi feita para uso interno. Lavagens e irrigações vaginais com esta infusão bem filtrada. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 173 HISTÓRIA: Nos túmulos egípcios de há mais de quatro milênios, têm-se encontrado restos de romãs. Também eram apreciadas pelo povo israelita. Os gregos consideravam-nas como o símbolo do amor e da fecundidade. Não admira que a árvore das romãs tenha sido consagrada à deusa Afrodite, pelas pretensas virtudes afrodisíacas dos seus frutos. Dioscórides, no primeiro século da nossa era, já recomendava a raiz da romãzeira “para expulsar os vermes largos do ventre”, referindo-se sem dúvida às ténias. A romãzeira é uma árvore muito bela e viajada. Os Fenícios trouxeram-na da Ásia Ocidental para o Mediterrâneo, e os Romanos, e posteriormente os Árabes, espalharam-na por todos os países do Sul da Europa. Os Espanhóis levaram-na para a América, onde se estendeu por todo o continente. ATENÇÃO: A casca da raiz da romãzeira não se deve administrar a pessoas débeis ou nervosas, a crianças lactentes ou a mulheres grávidas. Não exceder as doses indicadas. NOME COMUM: Rosa canina. NOME BOTÂNICO: Rosa canina L. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: Planta comum em todo o continente português e na ilha da madeira. PARTES EMPREGADAS: Os frutos (ou síncones), vulgarmente cinobastos e , privados dos aquénios. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém vitaminas (C e outras), minerais, açúcar, substâncias adstringentes, etc. PROPRIEDADES: Toda a planta é medicinal. As folhas e as flores são adstringentes, empregadas externamente nas anginas, estomatites, etc. Os frutos (cinórrodos) empregam-se nas diarreias; tonificantes e anti-escorbúticos: úteis em caso de esgotamento físico, astenia, fadiga Primaveril e convalescenças. Imunoestimulantes: os frutos usam-se como estimulantes para prevenir gripes e constipações (resfriados). Muito recomendáveis em todas as doenças infecciosas, especialmente nas infantis. Diuréticos e depurativos: recomendam-se na hidropisia (retenção de líquidos); alimentação sobrecarregada, rica em carnes e produtos de origem animal; gota e artritismo; e sempre que seja precisa a acção de um diurético suave com propriedades depurativas. MANEIRA DE PREPARAR: As folhas e as flores empregam-se, na percentagem de 30 gramas por litro de água, em infusão, para lavagens, irrigações, etc. NOME COMUM: Rosa Pálida. NOME BOTÂNICO: Rosa centifolia. FAMÍLIA: Rosáceas. Emprega-se em medicina caseira, em forma de xarope, como laxante para crianças e idosos. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 174 NOME COMUM: Rosa rubra, Roseira. NOME BOTÂNICO: Rosa gálica L. FAMÍLIA: Rosáceas. PARTES EMPREGADAS: Os botões (flores abertas), vulgarmente Rosas rubras. Alguns autores recomendam antes as pétalas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo essencial, ácido gálico, ácido tânico, matérias corantes, matéria graxa, etc. PROPRIEDADES: Adstringentes, amargas, tónicas. As pétalas das roseiras têm as seguintes aplicações: Afecções ginecológicas: a iinfusão das pétalas usa-se em irrigações vaginais em caso de leucorreia, vaginite, cervicite (inflamação do cólo do útero). Torna-se muito apropriado para a higiene dos órgãos genitais externos femininos, aplicada em lavagens e irrigações. Afecções digestivas: úteis para travar as diarreias de diversas origens. A sua acção adstringente é suave, mas é completada pelo seu poder anti-séptico. Afecções respiratórias superiores: tanto bebida como aplicada em gargarejos, bochechos e lavagens nasais, a infusão de pétalas ou a água de rosas são eficazes em caso de catarro nasal, sinusite, faringite e rouquidão. Afecções oculares: a infusão de pétalas é excelente em lavagens oculares nos casos de irritação e conjuntivite, especialmente para as crianças. Alivia a comichão (coceira), desinflama as delicadas mucosas da conjuntiva ocular e exerce uma acção anti-séptica interessante. Doenças psicossomáticas: a infusão de pétalas acalma o stress, a insónia e outros transtornos nervosos relacionados com a génese da úlcera gastroduodenal, a angina de peito, a asma brônquica e o cólon irritável. Cuidados da pele: a água de rosas tonifica a pele, limpa a cútis e combate as rugas e a acne. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 20-30 g de pétalas por litro de água, de que se tomam 4-6 chávenas (xícaras) adoçadas com mel. Uso externo: a mesma infusão que se emprega externamente, usa-se em: gargarejos, bochechos e lavagens nasais, lavagens oculares, lavagens e irrigações vaginais, loções e compressas sobre a pele. Água de rosas: prepara-se nos laboratórios por destilação ou por dissolução da essência. Mel rosado: 5 gramas de Rosas rubras em 50 gramas de água a ferver, estando 12 horas de infusão. Coar e juntar-lhe 50 gramas de mel. Evaporar em lume brando, até ficar reduzido a consistência xaroposa. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 175 NOME COMUM: Ruibarbo. NOME BOTÂNICO: Rheum officinale Baillon. FAMÍLIA: Poligonáceas. GEOGRAFIA: Originário da Ásia Central e Oriental, especialmente da China. A sua cultura estendeu-se ao mundo inteiro. PARTES EMPREGADAS: A raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A raiz contém derivados antracénicos (antraquinonas livres e glicósidos). Taninos. PROPRIEDADES: Laxante e purgante. Adstringente e tonificante do aparelho digestivo. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: pó da raiz: apresenta-se habitualmente sob a forma de comprimidos. Recomenda-se sempre iniciar o tratamento com doses baixas. Dose máxima para adultos: 3 g diários; para as crianças pequenas, não exceder os 0,05 g por ano de idade. ATENÇÃO: O uso continuado de Ruibarbo pode produzir colite. Desaconselha-se nos seguintes casos: Gravidez, menstruação e hemorróidas, pois provoca uma congestão sanguínea nos órgãos pélvicos, inconveniente nestes casos; litíase renal, pelo seu abundante conteúdo em oxalatos, que entram na composição dos cálculos renais. NOME COMUM: Serenoa, Sabal. NOME BOTÂNICO: Serenoa repens Bartram; Sabal serrulata Schult. FAMÍLIA: Palmáceas. GEOGRAFIA: Dunas arenosas e regióes costeiras do Sudeste dos Estados Unidos, principalmente na Flórida. Também se encontra em algumas regiões da América Central. PARTES EMPREGADAS: Os frutos maduros. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O extracto lipídico que se obtém dos frutos, após dissolução num meio gordo, contém diversos fitosteróis, especialmente o betasitosterol; um álcool treterpénico (ciclartenol); e álcoois gordos alifáticos de alto peso molecular. PROPRIEDADES: Acção anti-infamatória sobre a próstata (o seu mecanismo de acção de tipo hormonal, impede a acção proliferativa dos androgénios sobre o tecido prostático). Próstata: o uso da serenoa ou sabal, torna-se muito útil em caso de hipertrofia ou de adenoma da próstata. Detém o crescimento da glândula e reduz notavelmente as doenças urinárias próprias do síndrome prostático: disúria (dificuldade de urinar), polaquiúria (necessidade de urinar muitas vezes) e tensemo vesical (sensação permanente de vontade de urinar). Também é indicado no caso de prostatites, tanto agudas como crónicas. Diuréticas MANEIRA DE PREPARAR: Frutos frescos maduros: podem-se comer 50-100 g por dia. Frutos cozidos: 50-100 g diários. Extractos que fazem parte da composição de diversos preparados farmacêuticos. NOME COMUM: Sabina. NOME BOTÂNICO: Juniperus Sabina. FAMÍLIA: Coníferas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém: resina, óleo volátil, ácido gálico, princípio extractivo, sais, clorofila, etc. ATENÇÃO: Esta planta só deve ser empregada por aconselhamento de um Naturopata ou Homeopata, pois a sua ingestão (infusão, cozimento, tintura, pó, extracto, etc) pode causar o aborto e outros fenómenos patológicos mais ou menos graves. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 176 NOME COMUM: Sabugueiro. NOME BOTÂNICO: Sambucus nigra L. FAMÍLIA: Caprifoliáceas. GEOGRAFIA: Muito vulgar em todo o continente português, fazendo parte de outras floras da Europa. PARTES EMPREGADAS: Bagas, flores (cimeiras), casca da raiz e do caule. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As flores do Sabugueiro contêm: óleo volátil. As bagas encerram: ácido málico, ácido cítrico, açúcar, goma e matéria corante rubra. A casca contém ácido valeriânico, ácido tânico, goma, açúcar, sais, matéria extractiva, etc. As bagas contêm ácidos orgânicos, açúcares, vitamina C e um glicósido cianogenético (sambunigrina), de toxicidade discutida, embora em quantidades moderadas são inofensivas. PROPRIEDADES: Sudoríficas e diuréticas, estando por isso, indicada nas doenças em que é necessário provocar a sudação e a diurese, como, por exemplo, constipações (resfriados), gripe, reumatismo, gota, sarampo, varíola, etc. As flores são indicadas em: catarros, constipações (resfriados) e gripes: provocam uma sudação abundante e uma acção depurativa e descongestionante. Também acalmam a tosse. Doenças eruptivas infantis: no sarampo, rubéola e escarlatina, com sudação provocada pelo sabugueiro eliminam-se substâncias residuais (toxinas), e desce a febre. Afecções da garganta: em bochechos e gargarejos, a infusão de flores é muuto recomendável nos casos de faringite, estomatite e amigdalite. Afecções cutâneas: em caso de furúnculos, eczemas, acne e outras dermatoses, dão muito bons resultados as compressas e as lavagens com a infusão de flores. Conjuntivites: aplicam-se compressas sobre os olhos e/ou lavagens oculares com a infusão de flores. MANEIRA DE PREPARAR: Flores: infusão de 10 a 15 gramas por litro de água. Casca (segunda casca) e como purgativo: um litro de água em forma de cozimento. Também se empregam, externamente, as folhas, em forma de cataplasma, nas inflamações, como resolutivo, etc. Para promover a sudação, a infusão das flores deve ser tomada quente, havendo o cuidado em tapar bem o doente, para facilitar a acção sudorífica da planta, a qual promove, pela sudação a eliminação de toxinas. O Sabugueiro pode ser substituído, em caso de necessidade, quando se pretende provocar a sudação, pela Borragem (Borrago officinalis). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 177 NOME COMUM: Sabugueiro bravo, Ébulo. NOME BOTÂNICO: Sambucus ebulus L. FAMÍLIA: Caprifoliáceas. GEOGRAFIA: Difundido pelas orlas de bosques e terrenos frescos de toda a Europa. Naturalizado no continente humano. PARTES EMPREGADAS: A raiz e as folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém um glicósido, óleo essencial, tanino e saponina. PROPRIEDADES: Diurético: em casos de edemas (retenção de líquidos nos tecidos) ou de insuficiência renal. Sudorífico: nas afecções febris (constipações, gripe, paludismo, etc.). Anti-reumático: A decocção ou o extracto alcóolico empregam-se externamente em compresas ou fricções para acalmar as dores reumáticas. Insecticida: as folhas frescas ou o líquido da decocção, aspergido, afuggentam os insectos. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de 30 g de folhas e/ou raiz por litro de água. Ferver durante 5 ou 10 minutos. Tomam.se até 3 chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: compressas numa decocção como a usada internamente. Também se podem aplicar com o extracto alcóolico. Fricções com a decocção ou o extracto alcóolico. ATENÇÃO: Não exceder as doses prescritas de raiz e folhas. As bagas são muito tóxicas. NOME COMUM: Saião curto. NOME BOTÂNICO: Sempervivum tectorum L. FAMÍLIA: Crassuláceas. GEOGRAFIA: Regiões de penhascos, muros velhos e ruínas na Europa Central e Meridional. Cultivada como planta ornamental em pátios e jardins. PARTES EMPREGADAS: As folhas frescas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém taninos, ácido málico e fórmico. mucilagens PROPRIEDADES: Adstringente, anti-séptica, emoliente e vulnerária. Afecções da pele e das mucosas: as irritações da pele, assim como os calos, frieiras, queimaduras, feridas infectadas e hemorróidas, melhoram quando se aplica o Saião curto, quer em cataplasmas quer em compressas, banhos ou lavagens – isto deve.se à sua acção emoliente (anti-inflamatória) e vulnerária (cicatriza feridas e cura contusões). Queimaduras leves: as compressas aliviam o ardor e a irritação próprios da pele queimada. Aplicam-se alternando o seu uso com o de óleo de amêndoas amargas. MANEIRA DE PREPARAR: O seu uso é exclusivamente externo. Uso externo: cataplasmas com as folhas esmagadas. Mantém-se durante 20-30 minutos, e aplica-se de 2 a 4 vezes por dia. Compressas empapadas no suco fresco. Aolicam-se durante o mesmo tempo e com a mesma frequência que as cataplasmas. Banhos e lavagens: fazem-se com o suco fresco das folhas diluído em água, na proporção de 50 ml de suco por cada litro de água. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 178 NOME COMUM: Salgueirinha. NOME BOTÂNICO: Lythrium salicaria L. FAMÍLIA: Salicíneas. GEOGRAFIA: Toda a Europa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm um glucósido: vitexina. As flores e a raiz contêm tanino polifenólico e pectina, óleo essencial, etc. PROPRIEDADES: Antidiarreicas, hemostáticas, adstringentes e outras. Tem actuação nas perdas de sangue por qualquer via, nas úlceras varicosas (emprego interno e externo), em certas doenças da pele, no prurido vulvar (vagina), etc. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão das sumidades floridas: 30 gramas por litro de água. Três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Também é usado o extracto mole e o extracto fluido: 3 a 5 gramas nos adultos, e metade, ou menos, nas crianças. Os Naturopatas recomendam o xarope às crianças para os tratamentos de enterites. NOME COMUM: Salgueiro branco. NOME BOTÂNICO: Salix Alba L. FAMÍLIA: Salicáceas. GEOGRAFIA: Comum em bosques húmidos e terrenos pantanosos de toda a Europa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas e as flores contêm: taninos que lhe conferem acção adstringente e tónica. Assim como sais minerais e matérias corantes. Porém o seu princípio activo mais importante é o glicósido salicina, contido também nas flores, que por acção da enzima glucosidase pode transformar-se em glicose e saligenina. E esta , por oxidação, converte-se em aldeído salicílico, e depois em ácido salicílico. A partir deste ácido obtém-se facilmente o ácido acetilsalicílico ou aspirina. PROPRIEDADES: Devido ao seu conteúdo em salicina, o salgueiro possuí propriedades febrífugas, analgésicas, antiinflamatórias, anti-reumáticas e ligeiramente antiespasmódicas e sedantes. Indicado em dores (dores do tipo reumático, assim como dores nas mulheres – dismenorreia (regras dolorosas), espasmos uterinos). Febrífugo (em todas as doenças febris), excitação nervosa (nervosismo, ansiedade e insónia). Externamente o Salgueiro usa-se para lavar úlceras da pele (chagas), assim como para irrigações vaginais em caso de leucorreia. O uso das folhas e flores do Salgueiro tem a vantagem de não ser contraindicado em pacientes que tenham problemas gástricos, como a aspirina o é. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de 30 gramas de casca e/ou folhas por litro de água, durante 15 a 20 minutos. Deixa-se repousar mais um bocado, e tomam-se 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia, que se podem adoçar com mel. Pó: pode obter-se triturando a casca num moinho de café. Administra-se dissolvido em água com mel, antes de cada refeição, à razão de 3 a 5 gramas (uma colher de café) em cada toma. Infusão: com uma colherada de flores secas por chávena (xícaras) de água. Podem ingerir-se de 2 a 4 chávenas (xícaras) por dia, especialmente antes de deitar. Esta infusão tem um acentuado efeito sedativo. Uso externo: compressas com uma decocção mais concentrada do que para uso interno: 70 a 100 gramas por litro de água. Lavagens da pele com esta mesma decocção. Irrigações vaginais com liquido da decocção concentrado, bem filtrado. HISTÓRIA: O Salgueiro foi um dos remédios vegetais mais usados na Assíria e na Babilônia. Desde o tempo de Dioscórides, no século I d.c., os partidários da teoria dos sinais continuavam a acreditar que, dado que o salgueiro era capaz de resistir bem ao “maus ares” das terras húmidas e pantanosas onde cresce, Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 179 teria de conter alguma substância eficaz para curar as febres da malária (do italiano mala ária, “mau ar”) e as dores reumáticas, que frequentemente afligem os habitantes de tais lugares. E, com efeito, o salgueiro usou-se com êxito como antipirético contra a malária ou paludismo, e contra outras febres, ao ponto de se lhe chamar a “Quina Europeia”. NOTA: A decocção de casca de Salgueiro constitui um excelente anti-reumático, devido ao seu conteúdo em salicilina, um percurso químico da aspirina. Para se obter um efeito mais acentuado, toma-se por via oral ao mesmo tempo que se aplica em compressas sobre as articulações afectadas. OUTROS SALGUEIROS: O Salgueiro da Babilônia (Salix babylonica L.) ou Salgueiro chorão, que se usa como árvore ornamental dos jardins. O Salgueiro frágil (Salix fragillis L.), que se cultiva tanto na Europa como na América, disseminado em Portugal desde a região do Minho à região do Algarve. O Salgueiro de casca roxa (Salis purpúrea L.), arbusto que aparece nas margens do rio Douro, cujas aplicações medicinais são idênticas às do Salgueiro branco. As propriedades e usos fitoterápicos das diversas espécies costumam ser muito semelhantes, embora algumas delas só se aproveitam para o fabrico de cestos com os seus ramos, ou com fins ornamentais em parques e jardins. NOME COMUM: Salsa, Salsa hortense. NOME BOTÂNICO: Apium petroselium L. FAMÍLIA: Umbelíferas. PARTES EMPREGADAS: A raiz, as folhas e os mericarpos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Sementes: óleo essencial, cânfora de salsa (apiol), matéria graxa, pectina, clorofila, tanino, matéria corante amarela, princípio extractivo, etc. As folhas contêm: além de alguns elementos já citados, algumas vitaminas do complexo B, vitaminas A e C, minerais, ferro, cobre, etc. A planta reúne ainda um glucósido flavónico. PROPRIEDADES: Diuréticas, carminativas e sudoríferas (as raízes). Os frutos são muito carminativos, podendo substituir o Anis e o Funcho. As folhas são, além de um óptimo condimento, anti-sépticas e digestivas, podendo ser empregadas (o suco) nas picadas dos insectos, na blenorragia, etc. NOTA: Em Homeopatia, é empregada a tintura das sementes, na retenção de urina. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão das sementes: 5 a 8 gramas por litro de água. Raiz: 20 a 30 gramas por dia. As folhas, em condimento, a gosto de cada pessoa. ATENÇÃO: O Apiol contido na Salsa torna esta planta emenagoga, as grávidas não podem tomar o cozimento da raiz desta planta nem das sementes. O Apiol é estimulante das contracções uterinas. Portanto, a sua utilização é absolutamente contra-indicada em caos de gravidez. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 180 NOME COMUM: Salsaparrilha. NOME BOTÂNICO: Smilax ornata L., Smilax áspera L. FAMÍLIA: Asparagíneas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: contém resina, óleo essencial, saponinas: parrilhina, sarsoparina e esmalasoparina, etc. PROPRIEDADES: Em pequenas doses, a Salsaparrilha excita o apetite e activa a digestão. Em alta dose, torna-se repugnante e nauseosa. São-lhe atribuidas propiredades sudoríferas, diuréticas, hipotensoras. Desde épocas remotas que a Salsaparrilha é empregada como anti-reumática e anti-sifilitica, pelas populações indígenas. MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento: 40 a 50 gramas da raiz (cortada) para 1 litro de água. Coar e tomar dois a três copos por dia, fora das refeições. Também se usa o extracto fluido, xarope, etc. Alguns autores (poucos) recomendam que a primeira cozedura seja rejeitada, a fim de lhe eliminar o princípio químico que lhe dá gosto enjoativo. NOME COMUM: Salsaparrilha-bastarda. NOME BOTÂNICO: Smilax áspera. FAMÍLIA: Liliáceas. GEOGRAFIA: Bosques secos da América Central e do Sul, e também do Sul da Europa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém: glicósidos saponínicos, resina e óleo essencial, que lhe conferem propriedades diuréticas, sudoríficas, depurativas, aperitivas e tonificantes. PROPRIEDADES: Favorece a eliminação da ureia, de ácido úrico e de outros resíduos orgânicos, e faz descer o nível do colesterol no sangue. É usado no reumatismo, artrismo e gota. Doenças dos rins: Cálculos renais, nefrites, insuficiência renal. Afecções febris: gripe, febres tropicais, etc. Inapetência, digestões pesadas. Afecções dermatológicas: acne e eczemas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: com 30 a 40 gramas de rizoma ou raiz triturados, num litro de água, de que se ingerem de 3 a 5 chávenas (xícaras) diárias, antes das refeições. ATENÇÃO: Em doses elevadas produz náuseas e vómitos. Não se recomenda o consumo das bagas da Salsaparrilha. Embora as bagas da Salsaparrilha não sejam tão tóxicas como as da Norça preta ou da Hera, não se recomenda o seu consumo. Podem produzir náuseas e vómitos. As partes utilizadas da planta são a raiz e o rizoma (os caules subterrâneos). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 181 NOME COMUM: Sálvia. NOME BOTÂNICO: Salvia officinalis. FAMÍLIA: Labiadas. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Substâncias tânicas, amargas, resina, fécula, albuminóides, ácidos fosfórico, oxálico, nítrico e outros, em forma de sais. Contém, também essência. Possui mais de dez por cento de pentosanas; também ospargina, particularmente na raiz. O Dr. Bolosnard encontrou nesta planta uma saponina e um glucósido. A essência contém um princípio canforado e outros elementos considerados medicinalmente activos: álcoois livres (bornial, acetato de bornilo, etc). PROPRIEDADES: É tónica, digestiva, algo diurética; combate a astenia nervosa e mental, sendo útil na neurose, caracterizada por melancolia, falta de vontade, impotência. É útil como estimulante do pâncreas (diabetes). Sempre que houver decadência vital, incluindo a debilidade sexual, cardíaca, da memória, etc. Associada ao Boldo (Peumus boldus) ou ao Alecrim (Rosmarinus officinalis), é não somente estimulante da vesícula, como da célula hepática. Na deficiência circulatória, seja qual for a origem, esta planta presta igualmente bons serviços. Tomada após as refeições, com um pouco de Hortelã pimenta (Mentha piperita), é um bom digestivo. Combate os vómitos espasmódicos. Nos casos de tendência para suicídio, a Salvia, em conjunto com a Cidreira (Melissa officinalis) e Scutelária (Scutelaria lateriflora), é igualmente útil. Também nas dores de cabeça de origem nervosa e nos espasmos, a Sálvia é de boa utilidade. Esta planta é, igualmente importante nos suores dos tuberculosos; porém, tomada quente, quando se pretende provocar a sudação, é, igualmente útil. Actua também na falta de menstruação (amenorréia), estimulando a função ovárica. Tomada com a Erva tasneirinha (Senecio vulgaris), acalma as dores no período da menstruação. A Sálvia apesar de ser estimulante, não origina insónia como o café (Coffea arábica) e o chá preto (Thea sinensis). Ainda sobre a influência desta planta na esfera sexual feminina, ela possui um princípio químico estrogénico, algo semelhante à foliculina. Externamente é uma planta vulneraria. A sua acção sobre o organismo deve-se ao seu poder simpático-tónico. Elucidaremos que a Sálvia tem acção reguladora sobre a tensão arterial, particularmente quando associada a outras plantas sinergéticas. PLANTAS QUE COMPLETAM E REFORÇAM A ACÇÃO MEDICINAL DA SÁLVIA: Crataegus, Cactus grandiflorus, Valeriana Officinalis, Humulus lupulus, Centaurea menor e Angélica archangelica (raízes e sementes). Estas plantas são tónicas e sedativas dos nervos: misturadas com Sálvia, permitem uma boa composição, para tratamento do sistema nervoso, nas neuroses do coração, insónia e debilidade deste órgão. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 15 a 30 gramas de folhas e sumidades floridas por litro de água. Tomam-se 4 chávenas (xícaras) para os transtornos menstruais, a Sálvia administra-se durante a semana anterior às regras. Nos restantes casos usar 30 gramas das folhas para um litro de água e beber 5 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. Essência: administramse 2 a 4 gotas, 3 vezes ao dia. Uso externo: Compressas e loções com uma decocção de 80 a 100 gramas de folhas por litro de água. Bochechos e gargarejos: com a mesma decocção. Irrigações vaginais: com a mesma decocção, bem filtrada. Banhos: esta decocção acrescenta-se à água do banho para se obter um efeito cosmético e embelezador sobre a pele. ATENÇÃO: Em doses elevadas, a essência de Sálvia é convulsivante e tóxica. Por isso se recomenda não tomar de forma continua mais que um mês. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 182 O Uso interno é desaconselhado, em qualquer caso nos seguintes casos: Lactação (suprime-a); gravidez, excepto no último mês (contrai o útero); e estados de irritabilidade ou de grande excitação nervosa. NOME COMUM: Salva esclareia, Sálvia romana. NOME BOTÂNICO: Salvia sclarea L. FAMÍLIA: Labiadas. PARTE EMPREGADA: As folhas, as flores e as sementes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas e as flores contêm esclariol e outros alcalóides aromáticos, assim como tanino, saponina, colina e glicósidos. PROPRIEDADES: São iguais às da Sávia (Salvia officinalis L.), embora se evidencie especialmente como tónico, emenagogo e antiespasmódico. Aplica-se no esgotamento, fadiga, debilidade, convalescença de doenças infecciosas. Regras pouco abundantes; espasmos ou cólicas intestinais devido a fermentações ou a digestões pesadas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 15-20 g de plantas por litro de água. Tomam-se até 5 chávenas (xícaras) por dia. NOME COMUM: Sanamunda, Erva benta. NOME BOTÂNICO: Geum urbanum. FAMÍLIA: Rosáceas. PARTE EMPREGADA: A raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Um óleo mais denso do que água, resina, sias, tanino, adragantina, matéria gomosa, etc. PROPRIEDADES: Tónico-adstringente, febrífuga (na febre intermitente), antidiarreica e útil na atonia gástrica, etc. Também está indicada nas hemorragias uterinas e como antiespasmódica. MANEIRA DE PREPARAR: Pó da raiz: 1 a 4 gramas por dia, misturado com mel. Tintura: 20 gotas, antes das refeições. Vinho obtido pela maceração da planta: duas a três colheres de sopa por dia, fora das refeições. Cozimento das folhas ou da raiz: 10 a 15 gramas, ou mais, num litro de água. Também se usa a infusão. Externamente: 40 a 60 gramas por litro de água, em forma de cozimento. NOME COMUM: Sanicula. NOME BOTÂNICO: Sanicula europaea. FAMÍLIA: Umbelíferas. PARTES EMPREGADAS: Toda a planta. PROPRIEDADES: A Sanicula faz parte das espécies vulnerárias, tendo uso interno e externo, empregada como tópico igual à Arnica. Actua nos entorses, contusões, equimoses, etc. Em forma de lavagens, envolvimentos, etc., em frio ou quente, segundo os casos. Também são empregadas as folhas frescas e pisadas, em cataplasmas, nos casos indicados. Nas quedas, pode ser feito envolvimento aos membros ou tronco, neste caso em quente ou frio, no caso do trauma ter originado perda de sangue pela boca, partindo de qualquer órgão interno (consultar rapidamente o médico). O emprego interno desta planta acompanhará o tratamento externo. MANEIRA DE PREPARAR: Internamente: cozimento das folhas, 30 a 40 gramas por litro de água; ou o suco da planta fresca: 30 a 40 gramas por dia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 183 NOME COMUM: Santónico, artemísia marítima. NOME BOTÂNICO: Artemisia maritima L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Regiões costeiras de toda a Europa. Aclimatada no Brasil. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sumidades floridas contêm diversos sais minerais e uma essência aromática, a santonina, que é o princípio activo da planta, derivado da dimetilnaftalina. PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas. PROPRIEDADES: Actua contra os Ascaris lumbricoides, vermes conhecidos como lombrigas, de cor branca e de 10 a 25 cm de comprimento, que costumam parasitar o intestino das crianças. MANEIRA DE PREPARAR: Pó das sumidades floridas secas e trituradas. Administra-se em infusão ou com mel, por vários dias da manhã, em doses de 2 a 5 g às crianças, e de 4 a 10 g aos adultos. Toma-se um laxante, uma hora depois. É necessário observar as fezes para comprovar a expulsão dos parasitas. ATENÇÃO: Não exceder as doses prescritas, pois pode produzir excitação nervosa. Não administrar a crianças com menos de dois anos. NOME COMUM: Saponária. NOME BOTÂNICO: Saponaria officinalis. FAMÍLIA: Corofiláceas. GEOGRAFIA: Existe no continente português e em outras floras do mundo, sendo frequente nas províncias da Estremadura e do Douro. PARTES EMPREGADAS: A raiz e, raras vezes, as folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém saponina (toda a planta). A raiz possui resina, princípios extractivos e gomosos, albumina, matéria cristalina, sais diversos, etc. A saponina encontra-se, igualmente, em outros vegetais, e tem, de certo modo, as propriedades do sabão: tira as nódoas. PROPRIEDADES: Tónicas, diaforéticas, depurativas, sendo muito empregada no reumatismo, doenças da pele, na sífilis (como adjuvante e componente de preparações vegetais anti-sifilíticas), ingurgitamento do fígado, etc. MANEIRA DE PREPARAR: 20 a 25 gramas por litro de água, em forma de cozimento (a raiz). Dois copos ou duas chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. NOME COMUM: Sargacinha, Erva de sete sangrias. NOME BOTÂNICO: Lithospermum difusum. FAMÍLIA: Borragíneas. PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas. PROPRIEDADES: Sudoríficas. O povo também atribui a esta planta propriedades depurativas e com acção sobre os vasos sanguíneos. Igualmente é usada nas doenças das vias urinárias. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão dos frutos: 30 gramas por litro de água. Para tomar durante o dia ou ao deitar, bem quente (na constipação – resfriado – e gripe simples). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 184 NOME COMUM: Sassafraz, Sassafrás. NOME BOTÂNICO: Lauros sassafras. FAMÍLIA: Lauríneas. GEOGRAFIA: Árvore originária da América. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Este vegetal contém essência, safrena e safrol. PROPRIEDADES: Tem o mesmo emprego da Salsaparrilha (como planta depurativa), fazendo parte das composições depurativas anti-sifilíticas, antireumáticas, etc. MANEIRA DE PREPARAR: 15 gramas para 1 litro de água, em forma de cozimento. Pode ser associada às preparações anti-sifiliticas. ATENÇÃO: Não exceder as doses recomendadas. A essência é convulsivante em doses elevadas. NOME COMUM: Satirão macho. NOME BOTÂNICO: Orchis mascula L. FAMÍLIA: Orquidáceas. GEOGRAFIA: Bosques de árvores frondosas e prados de lugares montanhosos de toda a Europa. É originário da Ásia Menor. PARTES EMPREGADAS: Os tubérculos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Dos tubérculos extrai-se uma farinha conhecida como salepo. O salepo contém cerca de 50% de mucilagem, 25% de fécula, 5% de proteínas e 1% de açúcar. PROPRIEDADES: Emoliente intestinal, anti-diarreico e tonificante. Recomendase nas gastroenterites, colites e dispepsias. É um alimento excelente nas diarreias infantis. MANEIRA DE PREPARAR: O salepo prepara-se em forma de tisana, papa ou caldo. Actualmente é importado dos países orientais, pois as orquídeas estão protegidas em quase todos os países da Europa. NOME COMUM: Saudades, Fidalguinhos. NOME BOTÂNICO: Centaurea cyanus. FAMÍLIA: Compostas. PARTES EMPREGADAS: As flores. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Princípio amargo: centaurina. As flores contêm glucósidos (cicorina e cionidina) PROPRIEDADES: Esta planta, vulgar nos matos e nos campos, usa-se contra a gota, litíase renal, retenção de urinas, reumatismo, dispepsia, etc. MANEIRA DE PREPARAR: 10 a 15 gramas por litro de água. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 185 NOME COMUM: Selo de Salomão. NOME BOTÂNICO: Polygonatum odoratum Druce, Polygonatum officinalis Desf. FAMÍLIA: Liliáceas. GEOGRAFIA: Bosques pouco densos, sobretudo de Carvalhos (Quercus robur) ou Azinheiras, e terrenos secos e calcários da Europa. PARTES EMPREGADAS: O rizoma. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma contém amido, mucilagens, taninos, saponinas e glicoquinina (substância que tem acção hipoglicemiante). PROPRIEDADES: Diurético e hipoglicemiante: internamente tem-se usado como diurético e como complemento no tratamento da diabetes. Nas afecções da pele e como cosmético: aplicado externamente, em compressas ou cataplasmas, dá muito bons resultados no tratamento de hematomas, de contusões e de infecções diversas da pele (abcessos, panarícios, etc). é um valioso cosmético que se emprega para suavizar e embelezar a cútis. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de 15-20 g de rizoma por litro de água, de que se tomam 3 chávenas (xícaras) diárias. Uso externo: compressas de uma decocção mais concentrada (80-100 g) do que a elaborada para uso interno. Cataplasmas do rizoma esmagado. ATENÇÃO: Não exceder as doses de rizoma no uso interno. As bagas e as folhas são muito tóxicas. NOME COMUM: Scila, Cebola albarrã. NOME BOTÂNICO: Scila marítima L. FAMÍLIA: Liliáceas. PARTES EMPREGADAS: Os bolbos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Matéria corante, mucilagem, açúcar, tanino, matéria graxa, iodo, sais, scilitina, scilipicrina, scilitoxina, etc. PROPRIEDADES: Propriedades diuréticas, expectorantes. Utilizada nas doenças cardio-renais. MANEIRA DE PREPARAR: em remédio homeopático. ATENÇÃO: Em alta dose, esta planta é tóxica, pelo que só deve ser prescrita por um Naturopata ou Homeopata. A sua acção tóxica traduz-se por: efeitos narcóticos, náuseas, urina abundante, lentidão do pulso, convulsões e, até, a morte! Sendo tóxica não deve ser usada em Medicina caseira. Esta planta usada em Homeopatia não é tóxica. NOME COMUM: Saxífraga. NOME BOTÂNICO: Pimpinella saxifraga L. FAMÍLIA: Umbelíferas. GEOGRAFIA: Prados secos, encostas pedregosas e terrenos calcários de toda a Europa. PARTES EMPREGADAS: A raiz colhida na Primavera (fresca) ou no Outono (seca) e as sumidades floridas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta, e especialmente a raiz, contém tanino, óleo essencial, saponinas, pimpinelina e resinas. PROPRIEDADES: Mucolítica, expectorante e antitússica: aumenta e torna mais fluídas as secreções brônquicas, com que se eliminam com mais facilidade. E desaparece a tosse. Indicada nos catarros brônquicos e no caso de rouquidão. Diurética e sudorífica: indicada sempre que seja necessário depurar o sangue de toxinas e resíduos metabólicos, especialmente em casos de artritismo, gota e afecções renais. Calmante da excitação nervosa. MANEIRA DE PREPARAR: 20-25 g da planta num litro de água. Ferver. Coar. Tomar 5 chávenas (xícarss) por dia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 186 NOTA: Ao contrário do anis (Pimpinela anisum L.), esta pimpinela não tem penugem no caule e nos frutos. NOME COMUM: Segurelha. NOME BOTÂNICO: Satureja montana L. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Embora seja uma planta originária das regiões mediterrâneas, tem-se estendido por todas as regiões temperadas da Europa e da América. Adapta-se melhor em climas secos e com bastante sol. PARTES EMPREGADAS: Folhas, flores e caules finos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém até 1% de óleo essencial rico em carvacrol e cimol. PROPRIEDADES: Sobre o aparelho digestivo actua como aperitivo, abrindo p apetite e facilitando a digestão. Mas, além disso, tem uma acção carminativa. Relaxa os músculos do intestino (efeito antiespasmódico), pelo que se torna útil nos casos de dores intestinais e de diarreia. É recomendável para quem sofre de gastrite. Também apresenta uma certa acção vermífuga. Sobre o sistema nervoso, exerce uma suave acção tonificante, pelo que é indicado nos casos de fadiga crónica, debilidade, hipotensão e astenia. É ligeiramente diurética e depurativa, pelo que também é benéfica aos obesos, artríticos e gotosos. Proporciona uma acção balsâmica e expectorante, devidos aos óleos esenciais que contém. É útil em bronquites agudas e crónicas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 20 g da planta por litro de água, de que se podem ingerir até 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia. Essência: de 3 a 5 gotas, depois de cada refeição. NOME COMUM: Scutelária. NOME BOTÂNICO: Scutelaria lateriflora L. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Estados Unidos da América. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Scutelarina, uma tetratflavona e ácido glucurónico. PROPRIEDADES: Tónico-nervina, em desordens nervosas, neurastenia sob a forma psíquica (medo, dúvida, excitação, preocupações subjectivas), convulsões, incluindo as da hidrofobia (como sedativo), Doença de S. Vito (Coreia). MANEIRA DE PREPARAR: Em infusão, extracto fluido, extracto sólido, etc. Infusão da planta de 20 a 30 gramas por litro de água. Duas a três chávenas (xícaras) por dia. Também é usada a tintura: 10 ou mais gotas, três a quatro vezes ao dia. NOTA: Os Homeopatas têm este vegetal em grande conta, indicando-o em qualquer forma de medo patológico. Também é usado nas neuroses das grávidas, etc. Esta planta pode ser substituída por duas espécies da mesma família e que fazem parte da flora europeia: Scutelaria integrifólia e Scutelaria galericulata (com as mesmas propriedades terapêuticas). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 187 NOME COMUM: Sempre noiva. NOME BOTÂNICO: Polygonum avicular L. FAMÍLIA: Poligonáceas. GEOGRAFIA: Europa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém sílica, tanino, mucilagem, derivados flavónicos: aviclorósido com quercetol, etc. PARTES EMPREGADAS: Toda a planta. PROPRIEDADES: Adstringentes, diuréticas, hemostáticas e vulneráveis. É indicada contra enterites, úlcera gástrica e intestinal, diarreia; útil na bronquite e tuberculose pulmonar, perda de sangue, etc. Na colite e enterocolite é de muito bom proveito. MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 40 ou 50 gramas, segundo os casos, para 1 litro de água, em forma de cozimento. Duas a quatro chávenas (xícaras) por dia, tomar fora das refeições. NOME COMUM: Sene. NOME BOTÂNICO: Cássia acutifólia, Cássia angustifólia, Cássia obovata. FAMÍLIA: Leguminosas. GEOGRAFIA: Egipto, mas existe em todo o mundo. PARTES EMPREGADAS: Os folíolos (folhas compostas, com o limbo constituído por várias unidades, cada uma das quais parecida com uma folha, a que é dado o nome de folíolo). Os folículos (bainhas com fruto, membranosas, verde pardacentes, mais ou menos escuras, com valvas divididas, contendo os frutos). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O Sene pertence à categoria dos compostos antroquinónicos. Dele têm sido obtidos vários princípios activos, como os glucósidos: emodina, ramnetina, glucosenina, senenigrina e outros elementos. Parece que os frutos (folículos) contêm maior quantidade de princípios activos, em relação às folhas. Os compostos antroquinónicos encontram-se em combinação com glucósidos. Quando está no intestino, a planta desdobra-se, com libertação de oximetilo antroquinónico. PROPRIEDADES: Laxantes, purgantes, segundo a dose de 2 a 4 gramas da planta originam efeito purgativo. Doses superiores originam cólicas, náuseas e vómitos. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão das folhas (folíolos): 2 gramas da planta para 200 gramas de água (para efeito laxante). Para tomar metade de manhã e a restante metade à noite. No momento de preparar a tisana (infusão), juntar uma colher de café de erva doce, cujo efeito é tornar o chá mais saboroso, ao mesmo tempo que pela acção carminativa é anticólica. Querendo usar os folículos, a infusão poderá ser realizada com 8 ou 10 folículos, para 250 gramas de água. Tem efeitos purgativos; para obter acção laxante, menor dose. Os folículos contêm mucilagem em maior quantidade do que os folíolos. CONTRA-INDICAÇÕES: Nas doenças do útero, nos espasmos dos intestinos, na afecção da bexiga, na gravidez, em senhoras que amamentam, etc. Os cardíacos não devem usar purgante sem uma consulta prévia do médico. Atenção: o sene não deve ser usado por muito tempo porque destrói a flora intestinal. Contra-indicado em diverticulite, pólipos, deverticulose e colite. Ao usar o sene como laxante deve-se compensar a flora intestinal com lactobacilos em cápsulas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 188 NOME COMUM: Sete sangrias, aspérula odorífera. NOME BOTÂNICO: Asperula odorata L. FAMÍLIA: Rubiáceas. GEOGRAFIA: Vive nos bosques frescos e faiais da zona temperada da Europa. Cultivada nos Estados Unidos e em outros países da América. PARTES EMPREGADAS: Toda a planta, menos a raiz. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O seu princípio activo é o asperulósido, um glicósido que se transforma em cumarina quando a planta se seca. PROPRIEDADES: Antiespasmódica: facilita a digestão das pessoas nervosas. Combate os espasmos do estômago e do intestino – este e o seu efeito mais importante. Sedativa e soporífera (indutora do sono) em doses altas. Anticoagulante e fluidificante do sangue – útil nos tipos sanguíneos “A” e “O”. Diurética e anti-séptica urinária, pelo que seu uso é também indicado no caso de infecção urinária (pielonefrite e cistite), assim como de litíase renal. Antiinflamatório ocular: aplica-se em caso de blefarite (inflamação das pálpebras) e conjuntivite. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão 40 a 50 g de planta seca por litro de água, de que se ingerem 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: lavagens oculares: fazem-se com uma decocção de 50 g de planta por litro de água. Deve ferver durante pelo menos 5 minutos, para que fique esterilizada antes de se aplicar nos olhos. NOME COMUM: Silva. NOME BOTÂNICO: Rubus fruticosus L. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: Muito abundante na flora europeia. PARTES EMPREGADAS: As folhas, os frutos (amoras da Silva), os caules tenros. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm bastante tanino, inosite e ácidos orgânicos (Cítrico, láctico, succínico, oxálico, salicílico). Os frutos contêm, além de tanino, glícidos (glicose e levulose), provitamina A, vitamina C. PROPRIEDADES: Principalmente adstringentes, tendo oportunidade nas perdas de sangue, particularmente do estômago e intestinos; nas diarreias é usada sob a forma de infusão. Também são empregadas (as folhas) sob a forma de gargarejos, os quais podem ser enriquecidos com mel e limão (quando bem tolerado pela mucosa da boca e da garganta). O xarope dos frutos da Silva é empregado nas diarreias das crianças. Usada nas Hemorróidas: a decocção das folhas e brotos da Silva aplicam-se localmente em banhos de assento ou compressas, para desinflamar e evitar que sangrem.Diarreias, gastrenterites e colites, pelo seu notável efeito adstringente, as folhas e brotos são mais do que os frutos, mas costumam tomar-se juntos para reforçar os efeitos dos primeiros e aproveitar o sabor destes últimos. Para as crianças pequenas com diarreia, administra-se o sumo (suco) das amoras em pequenas colheradas, ou o xarope que se prepara com ele. Doenças febris: O sumo (suco) dos frutos (as amoras) é refrescante e tonificante, pelo que se torna muito apropriado para os doentes febris ou debilitados. Feridas, úlceras da pele e furúnculos: aplicam-se lavagens ou compressas com a decocção ou cataplasmas com as folhas esmagadas num almofariz ajudam a curar e a cicatrizar. Os gargarejos têm oportunidade nas anginas, faringite e, também, nas aftas e gengivite, estomatite (inflamação da mucosa bucal). MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Decocção: 30 a 50 gramas de brotos tenros e/ou folhas num litro de água, durante 5 a 10 minutos. Tomam-se até três chávenas (xícaras) diariamente. Brotos tenros da Primavera: podem comer- Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 189 se directamente, e também exercem acção curativa ao contacto com a mucosa bucal. Xarope: prepara-se juntando ao sumo (suco) o dobro do seu peso em açúcar, se possível escuro, aquecendo no lume até que se dissolva por completo. O sumo (suco) das amoras ou o xarope costuma misturar-se com a decocção para reforçar o seu efeito e melhorar o seu sabor. Uso externo: Decocção mais concentrada (50 a 80 gramas por litro), que para uso interno. Aplica-se em compressas, banhos de assento, e em bochechos e gargarejos. Cataplasmas com folhas esmagadas num almofariz. Aplicam-se sobre a pele afectada. NOME COMUM: Sorveira. NOME BOTÂNICO: Sorbus domestica. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: Cultivada em Portugal. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os frutos contêm ácido málico, açúcar (sarbose), ácido sarbitânico, pectina, uma caratenóide, vitamina C, sais, etc. Os sorvos recentes são os mais ricos em propilamina. PROPRIEDADES: Diuréticos, ligeiramente emenagogas, anti-diarreicas, antibacilosas (intestinos e vias urinárias). MANEIRA DE PREPARAR: Xarope dos frutos, extracto fluído (1 a 2 colheres de sobremesa por dia) e em limonada. NOTA: O açúcar do fruto (sorveira) é bem tolerado pelos diabéticos. NOME COMUM: Spirulina (alga). NOME BOTÂNICO: Spirulina maxima (Set-Gard) Geitler. FAMÍLIA: Cianofíceas. GEOGRAFIA: Cresce espontaneamente em lagos de águas alcalinas no México, no Japão, na Tailândia e no Chade (África). É cultivada nos Estados Unidos da América. PARTES EMPREGADAS: A alga inteira. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A composição deste vegetal aquático tem sido objecto de investigações surpreendentes nos últimos anos, devido á sua riqueza nutritiva. Além de clorofila, como todas as algas, a spirulina contêm: prótidos: é uma das fontes naturais mais ricas em proteínas (até 70% do seu peso; a soja tem 35%; a carne tem 20%). As proteínas da spirulina são completas e de grande valor biológico, pois contêm oito aminoácidos essenciais (aqueles que o organismo não pode sintetizar) numa proporção óptima, além dos restante aminoácidos não essenciais. Lípidos: (8% do seu peso), na sua maior parte constituídos por ácidos gordos insaturados, como o ácido linoleico, o linolénico, e, especialmente, o gamalinolénico. Glícidos ou hidratos de carbono (18%), entre os quais se evidencia um açúcar natural raro, a ramnose, que favorece o metabolismo da glicose e tem um efeito favorável sobre a diabetes. Vitaminas A, grupo B, E e H (biotina). É notável o seu conteúdo em vitamina B12, superior mesmo à do fígado. Se bem que, na realidade a vitamina B12 não se encontra na alga propriamente dita, mas num tipo de bactérias que habitualmente a acompanham. Minerais e oligoelementos: rica em ferro (53 mg por 100 g de parte comestível (a carne contém entre 2 a 3 mg por 100 g, e o fígado, 11 mg). PROPRIEDADES: Usada em: dietas de emagrecimento – o seu emprego ajuda a manter o equilíbrio nutritivo nas dietas hipocalóricas, sem provocar debilidade ou esgotamento devido a carências. Além disso, a sua riqueza em fenilalanina, aminoácido essencial presente em quantidades relativamente elevadas, contribui, segundo alguns investigadores, para reduzir a sensação de fome. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 190 Doenças em que se requeira uma dieta estrita, como por exemplo a diabetes, a hepatite, ou a pancreatite, em que existe o risco de se produzirem carências. Anemia: pelo seu grande conteúdo em ferro e em aminoácidos essenciais, favorece a síntese de hemoglobina, constituinte essencial dos glóbulos vermelhos. Muito recomendável durante a gravidez. Estados de desnutrição, convalescença e esgotamento físico: actua como revitalizante geral do organismo. Arteriosclerose e as suas complicações: Angina de peito, infarto do miorcárdio e isquemia cerebral (falta de irrigação sanguínea), que afecta sobretudo as pernas. A acção favorável da spirulina deve-se à sua riqueza em ácidos gordos insaturados, como os ácidos linoleico e gama-linolénico MANEIRA DE PREPARAR: Cápsulas de 400 mg a 1 g de pó de spirulina, é a forma habitual da sua apresentação. Tomam-se de 3 a 12 cápsulas diárias, repartidas em 3 tomas. Nas dietas de emagrecimento recomenda-se ingeri-las meia hora antes das refeições. NOME COMUM: Sapoti. NOME BOTÂNICO: Achras sapota. FAMÍLIA: sapotaceae. GEOGRAFIA: Nativo das Antilhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Látex para fabrico de pastilhas (chiclete). Possui glicose, tanino, ferro e vitaminas. PARTES EMPREGADAS: O fruto e as sementes. PROPRIEDADES: As sementes trituradas são indicadas como solvente de cálculos biliares e renais. NOME COMUM: Sabiá. NOME BOTÂNICO: Mimosa caesalpiniaefolia. FAMÍLIA: Leguminosae. GEOGRAFIA: Nativa do Nordeste do Brasil. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As análises indicam uma boa percentagem de proteína. PARTES EMPREGADAS: folhas, sementes. PROPRIEDADES: A casca é indicada como calmante, tónica, nas tosses e bronquites. NOME COMUM: Santa Luzia, Erva de Santa Luzia. NOME BOTÂNICO: Pistia stratiotes. FAMÍLIA: Araceae. GEOGRAFIA: Planta tropical que vegeta nas águas doces dos rios, brejos e lagoas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Potassa e ácido oxálico. PARTES EMPREGADAS: folhas, flores e raízes. PROPRIEDADES: Utilizada nas inflamações de olhos e conjuntivites purulentas. É diurética, anti-sifilítica; em emplastros alivia inflamações e cura furúnculos. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 191 NOME COMUM: Solidago, Arnica do campo, vara de ouro. NOME BOTÂNICO: Solidago virgoaurea L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Nativa dos trópicos. Cresce em bosques e matagais de terrenos não calcários de toda a Europa. Naturalizada no continente americano. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Tanino e sais minerais. Cumarinas. PARTES EMPREGADAS: Folhas e flores (as sumidades floridas). PROPRIEDADES: É indicado para os diabéticos; é diurético, depurativo, adstringente, anti-inflamatório; em compressas é usado nas contusões. Afecções renais: é um bom diurético que, além de aumentar a quantidade de urina, favorece o bom funcionamento dos rins. É conveniente nos edemas (acumulação de líquidos nos tecidos), nefrite (inflamação dos rins), nefrose (albuminúria, perda da albumina na urina) e cálculos renais (favorece a sua dissolução). Cistite e afecções prostáticas: proporciona uma acção anti-inflamatória sobre os órgãos urinários. Acalma os incómodos da micção. Curas depurativas: favorece a eliminação de resíduos no metabolismo, como o ácido úrico. Utilizada nos casos de artritismo, gota, eczemas, e sempre que se precise de limpar o sangue das substâncias tóxicas. Obesidade: pela sua acção diurética e depurativa, torna-se um bom complemento no tratamento da obesidade. Diarreias e colite: pela sua acção adstringente, em muitos lugares se usa para as diarreias infantis – no perído da dentição. Adstringente e vulneraria: em aplicação externa, usa-se para cicatrizar feridas e curar úlceras (chagas) difíceis de sarar, quer aplicada em compressas, quer em loções ou cataplasmas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção: 30-40 g de sumidades floridas por litro de água durante 5 a 10 minutos. Ingerem-se até 5 chávenas (xícaras) por dia. Xarope : para o tratamento das diarreias infantis, recomenda-se prolongar a decocção até que o líquido se reduza para metade, e juntar açúcar integral (escuro) ou mel, para que se forme um xarope, que se administra em 6 colheres de sopa por dia. Uso externo: compressas empapadas numa decocção mais concentrada que para uso interno (50-100 g por litro). Loções com a decocção concentrada. Cataplasmas da planta esmagada aplicadas directamente sobre a pele durante 15 minutos, duas ou três vezes ao dia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 192 NOME COMUM: Tabaco. NOME BOTÂNICO: Nicotiana tabacum L. FAMÍLIA: Solanáceas. GEOGRAFIA: Originário da América Central, onde ainda cresce espontaneamente. Muito cultivado em todo o Mundo. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A composição das folhas do tabaco é muito complexa: lípidos, hidrocarbonetos, gomas, açúcares, dois heterósidos (tabacina e tabaciclina), quercitina, ácidos nicotínicos e clorogénicos, uma essência e vários alcalóides, entre os quais se destaca a nicotina (1 a 3%). HISTÓRIA: Por encargo do rei Filipe II de Espanha (Filipe I de Portugal), foi o espanhol Gonzalo Hernández de Toledo que ao regressar da América em 1559, trouxe consigo as primeiras plantas de tabaco. Logo se estabeleceram na Península Ibérica as primeiras plantações de tabaco na Europa. O tabaco tem poder medicinal no uso homeopático; utiliza-se para criar enjoo a quem quer deixar de tomar e utilizado em alguns tipos de problemas respiratórios. Em agricultura biológica os agricultores aplicam o extracto fluido de tabaco contra certas pragas em algumas colheitas. NOME COMUM: Tanaceto, Catinga de mulata, Atanásia. NOME BOTÂNICO: Tanacetum vulgaris. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Flora europeia, existindo também no Brasil. PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém óleo volátil, cera ou estearina, clorofila, goma, princípio corante amarelo, princípio extractivo amargo, ácido gálico, tânico e tanacético, etc. PROPRIEDADES: Tónicas, excitantes, vermífugas, antifebris e emenagogas; útil nos espasmos e acidentes nervosos. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Infusão: com 5 gramas de sementes por chávena (xícara) de água, que se ingere de manhã em jejum. Capitulos florais secos: podem tomar-se directamente 2 a 5 gramas de capítulos triturados e dissolvidos num pouco de água. Passado uma hora, administrar um purgante. Repetir até três dias consecutivos. Uso externo: Clisteres da mesma infusão que se usa internamente, para reforçar a acção vermífuga da infusão. Os aquénios, reduzidos a pó, usam-se também como vermífugo (2 a 3 gramas). ATENÇÃO: Respeitar as doses recomendadas em doses elevadas pode produzir vómitos e convulsões. Não se deve administrar às grávidas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 193 NOME COMUM: Tanchagem, Tanchagem maior. NOME BOTÂNICO: Plantago major L. FAMÍLIA: Plantagíneas. GEOGRAFIA: Existe em quase todo o mundo. PARTES EMPREGADAS: A planta inteira (folhas, espiga floral e raiz). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A planta inteira reúne mucilagem e um heterósido cromogénico. Parece conter princípio anti-infeccioso, comportando-se como ligeiro antibiótico (fitocida). Tanino, pectina, alguns glicósidos cromogénicos, a aucubina e o catalpol. Ácidos fenólicos, flavonóides, colina e o alcalóide noscapina. PROPRIEDADES: As folhas (parte mais importante) como as raízes e sementes possuem propriedades curativas comprovadas.Emolientes, expectorantes, antitússicas e béquicas. Adstringentes, hemostáticas e cicatrizantes. Antiinflamatória e anti-séptica. Afecções respiratórias: bronquites agudas e crónicas, catarros brônquicos, asma. Fluidificam as secreções, facilitam a sua eliminação, desinflamam a mucosa bronquial e acalmam a tosse. A Tanchagem tem sido utilizada contra a tuberculose pulmonar e as pneumonias como complemento do tratamento específico. Afecções da boca e garganta: em bochechos e gargarejos, recomendam-se em caso de estomatite, gengivite, faringite, amigdalite e laringite. Desinflamam a boca, tiram o ardor e a irritação da garganta, e aliviam o excesso de tosse convulsa (acção béquica). Afecções digestivas: colite, aerocolia (gases no cólon), distensão do abdómen por excesso de gases ou má digestão, putrefacções intestinais, diarreias, disenterias, prisão de ventre crónica com inflamação do intestino grosso. Úlceras varicosas, feridas que não cicatrizam, queimaduras: podem aplicar-se compressas da decocção de Tanchagem, ou directamente as folhas escaldadas em água a ferver. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Decocção: 20 a 30 gramas de folhas e/ou raiz por litro de água, que se deixa ferver durante 3 a 5 minutos, e da qual se bebem 3 a 5 chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: a mesma decocção que se prepara para uso interno, mas mais concentrada (50 a 100 gramas por litro). Usam-se em gargarejos, compressas sobre a pele, banhos de assento ou clisteres. Pensos de folhas: lavam-se previamente e escaldam-se em água a ferver durante um minuto, para desinfectá-las. Para as aplicar sobre as úlceras e feridas não se devem manipular com os dedos, mas com pinças esterilizadas. Fixam-se por meio de ligadura, e é necessário substituí-las duas ou três vezes por dia. Cataplasmas de folhas cozidas e esmagadas. Na hemoptise (sangue pela boca vindo dos pulmões) ou na hematemese (sangue provindo do estômago), fazer uma mistura de Tanchagem com Urtiga (Urtica urens) e Bolsa de pastor (Capsela bursa pastoris) ou Cavalinha (Equisetum arvensis): 40 a 50 gramas da mistura por litro de água. Tomar três a quatro chávenas (xícaras) por dia. OUTRAS ESPÉCIES DE TANCHAGENS: Tanchagem menor (Plantago lanceolata) e Tanchagem média (Plantago media). NOTA: O uso da tisana de Tanchagem origina repugnância ao desejo de fumar, como diz a experiência dos antigos. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 194 NOME COMUM: Taraxaco, Dente de leão. NOME BOTÂNICO: Taraxacum officinalis L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Existe em Portugal e na ilha da Madeira. PARTES EMPREGADAS: Folhas e raízes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas e a raiz contêm taraxacina, um princípio amargo semelhante ao da chicória (Endivia chicória), inulina. As folhas contêm ainda flavonóides, cumarinas e vitaminas B e C. PROPRIEDADES: Tónico amargo, muito útil nas doenças do fígado e das vias biliares. É depurativo, estomáquico e febrífugo. Também é valioso no reumatismo artrítico e na gota. Aperitivo, digestivo e tónico estomacal: aumenta as secreções de todas as glândulas digestivas, facilitando deste modo a digestão e aumentando a capacidade digestiva. Aumenta a produção de saliva, de sucos gástricos, intestinal e pancreático, assim como de bílis. Ao mesmo tempo, estimula a musculatura de todo o tubo digestivo. Por tudo isto, acelera e estimula todos os processos da digestão, tanto físicos como químicos. Colérico (aumenta a produção de bílis no fígado) e colagogo (facilita o esvaziamento da vesícula biliar): a sua acção sobre o fígado e a vesícula biliar é a mesma que os outros órgãos digestivos, ainda que mais intensa. Usado na insuficiência hepática, hepatite e cirrose: pode chegar a triplicar a produção de bílis, descongestionando assim o fígado e facilitando a sua função de desintoxicação. Disquinésias biliares (vesícula preguiçosa e outros transtornos do seu funcionamento). Diurético e depurativo: é um dos seus efeitos mais notáveis. Aumenta o volume da urina e favorece a eliminação de substâncias ácidas residuais, que sobrecarregam o metabolismo. Tem utilidade para os pletóricos, os gotosos e os artríticos (“limpa o filtro renal e seca a esponja hepática”). Laxante suave, não irritante, especialmente útil nos casos de preguiça ou atonia intestinal. O seu efeito laxante, unido ao depurativo, tornam esta planta um bom remédio para casos de eczema, erupções, furúnculos e celulite, que muitas vezes são consequência de uma auto-intoxicação produzida pela prisão de ventre. MANEIRA DE PREPARAR: 40 a 50 gramas das folhas recentes ou bem conservadas por litro de água, em forma de cozimento, para tomar dois a três copos por dia, fora das refeições. Suco da planta: 50 a 80 gramas por dia. O extracto de Taraxaco faz parte de várias preparações farmacêuticas e o extracto simples é vendido em cápsulas. NOTA: Com as raízes torradas do Dente de leão, prepara-se uma infusão que pode substituir o café, com a vantagem de não ter nenhum dos seus efeitos nocivos. Tem um sabor agradável, e conserva quase todas as propriedades medicinais da planta. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 195 NOME COMUM: Tasneirinha. NOME BOTÂNICO: Senecio vulgaris L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Planta vulgar em todo o continente português. PARTES EMPREGADAS: A planta florida. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A planta, especialmente a raiz, contém um alcalóide: a senecionina, e mais dois alcalóides (traços): Seneciopilina e Jacobina. PROPRIEDADES: Emoliente, com acção nos órgãos respiratórios e intestinos; emenagogo, parecendo actuar como um produto hormonal. Com ação sobre os órgãos sexuais femininos. Tem indicação na dismenorreia. MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento da planta: 15 a 20 gramas para um litro de água, ou uma colher de sopa com a planta por chávena (xícara) de água a ferver; 1 a 2 horas de infusão. Coar e adoçar (usar no intervalo das refeições, duas a três vezes ao dia, ou mais em caso de crise). Também pode ser usado em extracto fluido da planta: 1 a 3 gotas por dia. NOME COMUM: Teixo. NOME BOTÂNICO: Taxus baccata L. FAMÍLIA: Taxáceas. GEOGRAFIA: Zonas sombrias de bosque e barrancos de toda a Europa, América do Norte e metade meridional da América do Sul. É mais frequente nos bosques de carvalhos ou azinheiras, e em terrenos calcários. Em alguns países tem protecção especial, para evitar a sua extinção. PARTES EMPREGADAS: Os arilos (cúpulas carnudas que envolvem as sementes). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A cúpula carnuda que envolve as sementes contém mucilagem, e com elas prepara-se um xarope peitoral para facilitar a expectoração. Contém também proteínas. O restante da planta, incluindo a semente propriamente dita, contém taxina, um alcalóide muito tóxico que causa convulsões, paralisia nervosa, cólicas e transtornos do ritmo cardíaco, até á paragem cardíaca e morte. PROPRIEDADES: Expectorantes e emolientes (facilita a expectoração, suavizante e antiinflamatório). MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: xarope: esmagam-se as cúpulas (sem as sementes) e adiciona-se igual peso de açúcar e a água necessária, até total dissolução. Tomar de 6 a 18 colheradas diárias. ATENÇÃO: Planta muito tóxica, excepto a cúpula de cor vermelha das sementes (arilos). A ingestão de algumas folhas pode causar a morte a uma criança. Usada em Homeopatia para convulsões, transtornos do ritmo cardíaco, e antitumoral (usado na 5ª dinamização - CH). Existem muitas plantas com esta acção terapêutica, por isso é sempre melhor usar plantas não tóxicas. IMPORTANTE: O teixo contra o cancro: O interesse pelo Teixo começou nos Estados Unidos da América. Um grupo de cientistas descobriu que o extracto da casca de uma espécie de Teixo, chamado Teixo do pacífico (Taxus brevifolia), mostrava uma notável actividade antitumoral sobre as células cancerosas. Em 1971, encontrou-se o princípio activo do extracto de teixo e deu-se-lhe o nome de taxol. A sua extracção é muito dispendiosa, pois para se obterem 100 mg de taxol é preciso um quilo da árvore. Felizmente conseguiu-se sintetizar quimicamente o taxol, sem necessidade de dispor da casca da árvore. Nas numerosas investigações já realizadas, o taxol tem-se mostrado eficiente contra o cancro (câncer) do ovário avançado, resistente a outros tratamentos, e contra o cancro (câncer) da mama com metástases. A aplicação clínica do taxol tem sido adiada, à espera de que os investigadores consigam reduzir os seus efeitos tóxicos (diminuição dos glóbulos brancos), alergia, náuseas e queda de cabelo. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 196 NOME COMUM: Tília. NOME BOTÂNICO: Tilia europaea L. FAMÍLIA: Tiliáceas. GEOGRAFIA: PARTES EMPREGADAS: As folhas e as flores. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O córtex (a casca) contém poliferóis e cumarinas. As flores da Tília contêm uma essência aromática rica em magnésio; mucilagens e pequenas quantidades de tanino e glicósidos flavonóides. PROPRIEDADES: Afecções do sistema nervoso: pela essência que contém, a flor de Tília é muito útil nos casos de excitação nervosa, angústia e ansiedade. Insónia: torna-se muito eficaz nos casos de insónia, pois provoca um sono natural. Ao contrário da maior parte dos hipnóticos e sedativos sintéticos, a infusão de Tília não produz sonolência ou entorpecimento na manhã seguinte, e, não gera dependência. Os banhos com água quente a que se junta a infusão de flores de Tília, têm um notável efeito tranqüilizante e relaxante, e reforçam a acção da planta por via oral em tisanas. Dão óptimos resultados em caso de insónia crónica. Crianças nervosas ou que têm dificuldade a dormir: recomenda-se também o uso da Tília em pediatria, por não ter efeitos secundários ou indesejáveis. Convém às crianças hiperactivas ou irritáveis. Deve administrar-se durante vários dias ou semanas para que a sua acção se desenvolva. Afecções cardíacas e circulatórias: tanto as flores como a casca da Tília tem um efeito vasodilatador e suavemente hipotensor. Actuam especialmente sobre as artérias coronárias. Estão muito indicadas no caso de angina de peito e de arritmias, que costumam afectar as pessoas com temperamento nervoso ou submetidas a stress. Ultimamente descobriu-se que a Tília (flor e casca da árvore) diminui a viscosidade do sangue, com o que este circula com maior fluidez. Deste modo, actua favoravelmente na prevenção do infarto do miocárdio e da trombose. Os pletóricos, os cardíacos, os que sofrem de hipertensão arterial, os que têm pré-disposição para arteriosclerose, para o infarto e, em geral, para as afecções circulatórias, beneficiam especialmente do consumo da flor e da casca de Tília. Enxaquecas: a Tília (especialmente a casca) tem-se revelado muito útil ao tratamento da enxaqueca (dor de cabeça lancinante devido a espasmos arteriais), tão difícil de tratar por meios químicos. A sua acção é mais preventiva, pelo que se deve tomar de forma sistemática, e não apenas quando se apresenta o ataque. Afecções digestivas: Pela sua acção colerética e antiespasmódica sobre a vesícula biliar, a Tília, especialmente a flor, convém aos que sofrem de cálculos biliares ou de transtornos no funcionamento da vesícula biliar (disquinésias). Facilita a expulsão dos pequenos cálculos da vesícula biliar (areias da bílis). Ajuda a uma melhor digestão em caso de dispepsia biliar, intolerância às gorduras, flatulência ou distensão abdominal após as refeições. Afecções da pele: Aplicada externamente, a Tília apresenta uma notável acção emoliente (antiinflamatória e suavizante) sobre a pele. É indicada em casos de queimaduras, eczemas, furúnculos e irritações de origem diversa. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão de flores: 20 a 40 gramas por litro de água. Ingerem-se cada dia 3 a 4 chávenas (xícaras) bem quentes; uma delas sempre ao deitar. A tília pode adoçar-se com mel. Decocção da casca: 30 gramas por litro de água durante 10 ou 15 minutos. Pode-se misturar com a infusão de flores, para obter um efeito mais completo. Extracto fluído: a dose costuma ser de umas 20 a 40 gotas, três vezes ao dia, com uma quarta toma à noite antes de deitar. Uso externo: banho de flores de Tília: prepara-se com 300 a 500 gramas de flores postas em infusão com 1 a 2 litros de água, que se acrescentam à água do banho quente, imediatamente antes de o tomar. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 197 OUTRAS TÍLIAS: Tília vulgar (Tilia platyphyllos), Tília de folha pequena (Tilia cordata), Tília híbrida (Tilia europaea), Tília americana (Tilia americana), Tília prateada (Tilia tomentosa). NOME COMUM: Tomilho. NOME BOTÂNICO: Thymus vulgaris L. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Europeia, existindo em todo o continente português. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: toda a planta contém princípio amargo e adstringente, formado de uma matéria extractiva, tanino e óleo essencial, composto por várias substâncias: uma líquida (timena) e outra sólida (timol); carvacrol, cimol, linolol, etc. PROPRIEDADES: Aromáticas, amargas, tónicas, expectorantes, antiespasmódicas, desinfectantes das vias digestivas. O Tomilho possui um princípio antibiótico. Anti-séptico (desinfectante): a essência de tomilho tem um poder anti-séptico superior ao do fenol e da água oxigenada. Actualmente está bem comproada a acção bactericida da essência de tomilho sobre os bacilos tífico, diftérico, tuberculoso (bacilo de Koch), e sobre os meningococos (causadores da meningite), os pneumococos e os estafilococos. A sua acção anti-sépticalocaliza-se sobre os aparelhos digestivo, respiratório e genito-urinário, e especialmente sobre as mucosas da boca e garganta, assim como as dos órgãos genitais. A sua acção antimicrobiana é reforçada pela capacidade que apresenta de estimular o fenómeno da leucocitose (aumento dos glóbulos brancos no sangue), tal como foi possível demonstrar experimentalmente. Ao contrário dos antibióticos, que deprimem o sistema imunitário, o Tomilho estimula-o, favorecendo a actividade dos leucócitos. Assim o seu uso é indicado em todas as doenças infecciosas, em especial as de origem bacteriana que afectam os órgãos digestivos, respiratórios e genito-urinários. Sistema nervoso: tonificante geral do organismo; estimula as dificuldades intelectuais e a agilidade mental, mas sem os efeitos secundários do café ou do chá, os quais substitui com vantagem.usado nos casos de esgotamento f´´isico (astenia, debilidade, hipotensão) como psíquico (perda de memória, ansiedade, insónia, depressão, irritabilidade nervosa). Aparelho digestivo: antiespasmódico, eupéptico (tonificante da digestão) e carminativo (impede as flatulências e a formação de gases). Aumenta o apetite, favorece a digestão e combate as putrefacções intestinais por desequilíbrio na flora do cólon. Indicado em gastrenterites e colites provocadas por bactérias do género Salmonella, responsáveis de numerosas infecções por alimentos em mau estado, especialmente durante o Verão. Vermífugo: particularmente activo sobre as ténias. Também é insecticida de pulgas e piolhos. Afecções bucais e faríngeas: utilizado em bochechos combate as aftas, a piorreia e a estomatite. Em gargarejos torna-se muito eficaz no tratamento das faringites e amigdalites. Aparelho respiratório: expectorante, antitússico e balsâmico, o que o torna muito útil em sinusites, laringites, catarros brônquicos e bronquites, asma, tosse espasmódica e tosse convulsa. Nestes casos, recomenda-se tomar a sua infusão ou essência, além de se fazerem banhos de vapor e inalações também. Aparelho genito-urinário: pelas suas propriedades diuréticas e anti-sépticas, torna-se indicado nas infecções (cistites e glomerulonefrites). Aplicado externamente em lavagens, oferece uma acção favorável em caso de infecções nos órgãos genitais externos devido à higiene deficiente, diabetes ou outras causas, tanto femininas (vaginite e vulvite com ou sem leucorreia) como masculinas (balanite e postite, infecção da glande e do prepúcio). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 198 Aplicado em cataplasmas quentes, alivia as cólicas renais e as da cistite. Anti-reumático: aplicado externamente em fricções, banhos e cataplasmas, acalma as dores reumáticas provocadas pelo artritismo e pela gota. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno:Infusão: 20-30 g de sumidades floridas por litro de água. Tomam-se até 5 chávenas (xícaras) diárias. Concentrada (5060 g por litro), adquire um efeito estimulante semelhante ao do café ou do chá, mas sem os seus inconvenientes. Uso externo: bochechos e gargarejos com uma decocção de 100-120 g de sumidades por litro de água, ques e deixa ferver até que fique reduzida a metade. Banhos de vapor e inalações com a essência. Lavagens e compressas com a decocção indicada. Loções e fricções com a decocção indicada ou com a essência. Banhos: infusão com 300-500 g de tomilho em 2-3 litros de água, que se acrescenta à água do banho. Cataplasmas: envolver folhas e flores de tomilho sem os ramos, num pano de algodão. Aquecer o pano com o tomilho com um ferro de engomar ou sobre um aquecedor, e aplicá-lo sobre a região dorida. NOME COMUM: Tomilho limão, Serpão. NOME BOTÂNICO: Thymus serphyllum L. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Terrenos secos, áridos ou pedregosos em terras baixas oiu encostas montanhosas de toda a Europa, até 2500 m de altitude. Existe em Portugal na região de Vilar de Perdizes – Trás-os-Montes. PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas e as flores contêm uma essência de composição variável segundo as subespécies, mas que sempre possui cimol, timol e carvacrol. Também contém pequenas quantidades de ácidos fenólicos, flavonóides e taninos. PROPRIEDADES: Anti-sépticas, digestivas, antiespasmódicas, expectorantes. Afecções respiratórias: calmante da tosse, especialmente da tosse seca convulsiva em crianças. Catarros bronquiais. Afecções digestivas: contra a atonia do estômago, as digestões pesadas, as flatulências e as dispepsias em geral. Afecções bucais e anais: lavagens e bochechos em feridas ou inflamações das mucosas do aparelho digestivo, quer seja na boca (chagas e aftas) quer no anus (fissura anal). Em gargarejos, é muito benéfico no caso de amigdalite (anginas) ou de faringite. Depressão, astenia, esgotamento: banhos quentes: são tonificantes e revitalizantes. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 20 a 40 g por litro de água de que se tomam de 3 a 5 chávenas (xícaras) cada dia. Pode-se adoçar com mel. Como antitússico administra-se com uma ou duas colheres de sopa de hora em hora, até que a tosse se acalme. Essência: Administram-se 3 a 5 gotas, 3 vezes ao dia. Uso externo: Uso externo: banhos: acrescenta-se à água de uma banheira média de 2 a 3 litros de uma decocção feita com 50 a 100 g, que se tenha deixado ferver durante 5 minutos. Lavagens, bochechos e gargarejos: fazem-se com a mesma infusão que para uso interno, mas mais concentrada. Compressas e fricções com a essência. NOTA: O tomilho Limão, é diferente do tomilho vulgar, tem um cheiro e um sabor a limão, ao contrário do outro que tem um sabor e um cheiro mau (ruim). Para uso interno: duas a três chávenas (xícaras) por dia. Também se emprega esta planta para loções, nas feridas e úlceras rebeldes. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 199 NOME COMUM: Tormentila, Sete em rama NOME BOTÂNICO: Potentila erecta e Potentila tormentilla. FAMÍLIA: Rosáceas. PARTE EMPREGADA: O rizoma.. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: O rizoma é rico em tanino, um princípio corante, um glucósido (a tormentilina), etc. PROPRIEDADES: Uso interno: como adstringente, tónico, etc. Externamente, emprega-se em irrigações e lavagens, na leucorreia (corrimento vaginal). MANEIRA DE PREPARAR: Rizoma: 20 gramas para 1 litro de água, em cozimento. Também o pó: 2 a 4 gramas por dia, associado ao mel. Para uso externo: 50 a 60 gramas por litro de água, em forma de cozimento. NOME COMUM: Tornassol, Erva das verrugas. NOME BOTÂNICO: Heliotropium europaeum L. FAMÍLIA: Boragináceas. GEOGRAFIA: Campos abandonados e bermas de caminhos de toda a Europa; em alguns jardins, como planta ornamental. PARTES EMPREGADAS: As folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém o alcalóide heliotropina. PROPRIEDADES: Anti-sépticas e cicatrizantes, febrífugas, colagogas (estimulam o funcionamento da vesícula biliar), e emenagogas (activam a menstruação). A sua aplicação mais importante são as lesões de pele: feridas, abcessos, úlceras varicosas, erupções e verrugas, embora leve muitos dias a eliminá-las. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão ou decocção com 20-40 g de folhas por litro de água, de que se tomam até 3 chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: loções sobre a zona da pele afectada, com a mesma infusão ou decocção de uso interno. Compressas empapadas na infusão ou decocção. NOME COMUM: trevo cervino. NOME BOTÂNICO: Eupatorium cannabinum L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Terrenos e bosques húmidos da Europa e da América. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém resina, uma substância amarga, tanino e indícios de essência. PARTES EMPREGADAS: As folhas, e a raiz acabada de arrancar. PROPRIEDADES: Possui propriedades coleréticas (aumenta a secreção da bílis no fígado, descongestionando-o), depurativas, anti-reumáticas, laxantes e expectorantes. Utiliza-se em caso de afecções hepáticas (hepatites, cirroses), dores reumáticas, bronquites e catarros, e também como purgante suave. Aplicado externamente é vulnerário: cura feridas infectadas, úlceras e lesões da pele. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de 50 g de raiz fresca cortada às rodelas, ou com a mesma quantidade de folhas num litro de água. Tomam-se 2 a 3 chávenas (xícaras) diárias. Uso externo: compressas empapadas na mesma decocção que para o uso interno. Colocam-se sobre a região da pele afectada. PRECAUÇÕES: Em doses elevadas, pode provocar vómitos. OUTRAS ESPÉCIES: Eupatórios americanos: Eupatorium collinum D.C, cultiva-se como sucedâneo do lúpulo. Eupatorium perfoliatum L. usa-se como laxante, sudorífico e febrífugo, em constipações (resfriados) e gripes. Eupatorium purpureum L.: empregado pelos índios Norte americanos como diurético e tonificante. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Eupatorium staechadosmum Hance; Eupatorium triplinerve Vahl Eupatorium ayapana Vent. 200 = NOME COMUM: Tramazeira. NOME BOTÂNICO: Sorbus aucuparia L. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: Disperso em todas as regiões montanhosas de clima temperado de toda a Europa. Em Portugal encontra-se em trás-os-Montes e nas Beiras interiores. PARTES EMPREGADAS: Os frutos (sorvas) cozidos ou secos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Os frutos (sorvas) contêm diversos ácidos orgânicos (sórbico, cítrico, succínico), açúcares, pectina, tanino e grandes quantidades de vitamina C (até 80 mg por 100 g). PROPRIEDADES: Adstringente: dá bons resultados no tratamento das diarreias e colites, tanto das agudas e das crónicas. Antiescorbútico e tonificante: pelo seu conteúdo em vitamina C e ácidos orgânicos respectivamente. Diurético suave e emenagogo: facilita a menstruação. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: as sorvas são comestíveis apenas quando estão maduras, no Outono, o que se reconhece porque se tornam mais escuras e moles. Se forem comidas antes de amadurecerem completamente, deixam um forte sabor áspero na boca e tornam-se irritantes. Um punhado de sorvas por dia já exerce acção terapêutica. Podem deixar-se secar, ou então pode-se preparar co elas um puré ou uma compota, depois de cozidas. A dose normal de sorvas é de 3 a 5 colheres, 3 vezes ao dia. NOME COMUM: Trevo de água. NOME BOTÂNICO: Menyantes trifoliata L. FAMÍLIA: Gencianáceas. PARTES EMPREGADAS: As folhas e os caules. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém: fécula, princípio extractivo amargo, goma, albumina, etc. PROPRIEDADES: Tónicas, aconselhadas nas digestões difíceis, na expectoração abundante, nas doenças cutâneas, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 20 gramas por litro de água. Para tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. NOME COMUM: Trevo dos prados, Trevo violeta. NOME BOTÂNICO: Trifolium pratense L. FAMÍLIA: Leguminosas. GEOGRAFIA: Prados e pastos húmidos, especialmente de solo calcário, da Europa e da América do Norte. PARTES EMPREGADAS: As flores e as folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém taninos, glicósidos, ácidos orgânicos e pigmentos. PROPRIEDADES: Afecções respiratórias (bronquites, tosse e rouquidão) e nas digestivas (diarreia, gastrite, falta de apetite). Externamente, usa-se em banhos e compressas contra as irritaçoes e inflamações da pele. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção durante 10 minutos de 20 a 30 g de folhas e/ou flores por litro de água, da qual se tomam até 5 chávenas (xícaras) por dia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 201 NOME COMUM: Tuia. NOME BOTÂNICO: Thuya occidentalis e Thuya orientalis L. FAMÍLIA: Coníferas. GEOGRAFIA: Originária da América do Norte, existindo no Médio Oriente e na Europa. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo essencial, ácido acético e isovaleriânico, canfeno, um éster não identificado, sais, vitamina C, etc. Parece que ambas as Tuias possuem mais ou menos o teor químico semelhante. PROPRIEDADES: Expectorante, emenagogo, anti-reumático, alterante, etc. Externamente emprega-se a tintura nos condilomas e nas verrugas, papilomas, etc. Recomenda-se deitar umas gotas sobre a região afectada, uma ou duas vezes ao dia, até que a verruga se desprenda. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: Seis gramas da planta para 1 litro de água, em forma de infusão. Duas chávenas (xícaras) por dia. A tintura ou o extracto fluído: 10 a 20 gotas por dia, diluídas num cálice de água. NOTA: Os Homeopatas e os Naturopatas empregam a Tuia como planta anticancerosa. Parece que tal propriedade se deve à tuína. Os Homeopatas afirmam ainda ser de bom proveito no cancro (Câncer) da pele. NOME COMUM: Tussilagem. NOME BOTÂNICO: Tussilago farvara L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Existe em todo o continente português. PARTES EMPREGADAS: Folhas e flores. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm mucilagem e um pouco de inulina; as flores contêm, igualmente, mucilagem que, por hidrólise, transformam-se em pentose e galotose. PROPRIEDADES: Bronquite, tosse vulgar, resfriamento do peito, traqueíte, etc. A Tussilagem faz partde das espécies peitorais. MANEIRA DE PREPARAR: 40 gramas por litro de água, em infusão. Adoçar, de preferência com mel ou açúcar mascavado. NOME COMUM: Tâmara. NOME BOTÂNICO: Phoenix dactylifera. FAMÍLIA: Palmaceae. GEOGRAFIA: Nativa na Ásia e Norte de África. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Sacarose, glucose, materiais albuminóides, pécticas, proteína e óleo. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: É indicada como reconstituinte, diurética, age favorável na bílis, expectorante, emoliente, descongestionantes dos brônquios. NOME COMUM: Tamarindo. NOME BOTÂNICO: Tamarindus indica L. FAMÍLIA: Leguminosae. GEOGRAFIA: Originário de África, muito vulgar na Ásia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácido cítrico, málico, açúcar, vitaminas, goma, ferro, sais minerais. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: É útil nas diarreias, febres biliares, laxativo, depurativo. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 202 NOME COMUM: Tangerina. NOME BOTÂNICO: Citrus nobilis L. FAMÍLIA: Rutaceae. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo, essências cítricas, ferro, vitaminas A, B e C. PARTES EMPREGADAS: As flores e os frutos. PROPRIEDADES: Diurética, calmante e antiparasítica. NOME COMUM: Tomate. NOME BOTÂNICO: Lycopersicum esculentum L. FAMÍLIA: Solanaceae. GEOGRAFIA: Originário da América do Sul. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém óleo nas folhas e vitaminas A, B, C e potassa nos frutos. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: Diurético, laxativo, elimina o ácido úrico, insuficiência hepática. NOME COMUM: Tomate Francês. NOME BOTÂNICO: Solanum muricatum L. FAMÍLIA: Solanaceae. GEOGRAFIA: Nativo do Peru e introduzido na França. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ferro,potassa, glucose, sais minerais, vitaminas. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: Diurético, laxante e depurativo. NOME COMUM: Toranja. NOME BOTÂNICO: Citrus máxima L. FAMÍLIA: Rutaceae. GEOGRAFIA: Originária da Índia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácido cítrico, óleo, limoneno, felandreno, sais minerais, vitaminas A e C. PARTES EMPREGADAS: Os frutos. PROPRIEDADES: Laxante e diurético. NOME COMUM: Trevo azedo. NOME BOTÂNICO: Oxalis acetosella L. FAMÍLIA: Oxalidaceae. GEOGRAFIA: Nativo da Ásia, América do Norte. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Rio em ácido oxálico. PARTES EMPREGADAS: o caule, as flores e as folhas. PROPRIEDADES: Antitérmicas, tónicas estomacais, anti-raquitismo, indicadas no tratamento do escorbuto. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 203 NOME COMUM: Ulmeira, Rainha dos prados. NOME BOTÂNICO: Filipendula ulmária, Spiroea ulmária. FAMÍLIA: Rosáceas. GEOGRAFIA: Pertence à flora europeia. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A planta contém um glucósido: a monotropitosóide, dando origem ao silicilato de metil. Também tem um açúcar (primoverose), bem assim como pigmentos flavónicos. PROPRIEDADES: É um magnífico diurético, com propriedades diaforéticas (sudoríficas), com grande oportunidade no reumatismo articular e muscular, artrítico, nas doenças dos rins, edema dos membros, etc. A Ulmeira é considerada como um salicilato vegetal. MANEIRA DE PREPARAR: 30 a 40 gramas das folhas para um litro de água, em forma de infusão. Três chávenas (xícaras) por dia. A planta não deve ferver, para não perder o ácido salicílico, elemento activo muito importante na planta. Também é usada a tintura: uma a duas colheres de café por dia, fora das refeições. NOME COMUM: Urtiga vulgar dos matos. NOME BOTÂNICO: Urtica urens, Urtica lusitana e Urtica dióica. FAMÍLIA: Urticáceas. GEOGRAFIA: Existe em todas as partes do continente português. PARTES EMPREGADAS: Toda a planta. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm uma substância histamínica, cuja picada origina muita comichão; ácido fórmico, sílicia, potássio, ferro, tanino, glucósidos, clorofila, vitaminas A, C e K, etc. PROPRIEDADES: Antianémicas, hemostáticas,, antidiabéticas, depurativas, galactogénicas, etc. Estando indicada na anemia, clorose, metrorragia, doenças da pele, perdas de sangue, diabetes, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Cozimento e infusão: 25 a 30 gramas por litro de água (tempo de fervura: 2 minutos; infusão: 1 hora). Duas ou três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Para irrigações, no corrimento vaginal: 50 gramas por litro de água. Suco da planta: três colheres de sopa por dia, diluídas em água, ou numa tisana. Também em forma de xarope: três a quatro colheres de sopa por dia. O extracto fluido é muito usado: colher de café, duas a três vezes ao dia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 204 NOME COMUM: Urtiga branca. Lamium. NOME BOTÂNICO: Lamium album L. FAMÍLIA: Labiadas. GEOGRAFIA: Bermas dos caminhos e cercanias de lugares habitados de toda a Europa, incluindo o Norte e Centro de Portugal. Difundida pelo continente americano. PARTES EMPREGADAS: As folhas e as sumidades floridas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A planta contém taninos catéquicos, flavonóides e mucilagens. PROPRIEDADES: Adstringentes, tonificantes e hemostáticas (detêm as hemorragias). Vulnerária e anti-inflamatória. Problemas ginecológicos: metrorragia (hemorragia uterina), dismenorreia (regras dolorosas), e , em geral, os transtornos do ciclo menstrual. Detém as perdas excessivas do útero. Dá bons resultados em casos de leucorreia (corrimento vaginal) aplicada em irrigações pela vagina. Diarreia e colite infecciosa, produzidas geralmente por alimentos ou água contaminada. Em uso externo, cura as feridas e as contusões. Relaxante: em banhos de pés, aivia o cansaço dos membros inferiores produzido por longas caminhadas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 15-20 g por litro, da qual se tomam 3 ou 4 chávenas (xícaras) diárias. Uso externo: compressas empapadas no líquido de uma decocção com 50-100 g por litro, que se deixa ferver durante 10 minutos. Lavagens, banhos ou loções com esta mesma decocção. Irrigações vaginais com o líquido, bem filtrado desta decocção. NOME COMUM: Uva ursina, Búxulo. NOME BOTÂNICO: Arbustus uva ursi L. FAMÍLIA: Ericáceas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácido gálico, resina, clorofila, pectina, um sal solúvel, um glucósido: a arbustina, seu principal princípio activo; porém, ainda tem mais dois glucósidos, etc PROPRIEDADES: É empregada nas afecções dos rins e vias urinárias, especialmente em certos tipos de afecções dos rins, como a pilonefrite, cistite, afecções colibacilares, prostatite, fermentações da urina (com mau cheiro), blenorragia (crónica), inflamação da uretra, etc. O emprego deste valioso vegetal acalma as dores das vias urinárias e diminui as micções, tão frequentes nas inflamações. MANEIRA DE PREPARAR: 10 a 20 gramas da planta (folhas) para um litro de água. Depois de uma ligeira fervura, retirar do lume e deixar estar de infusão 30 minutos a uma hora. Coar. No início das doenças, em que houver forte inflamação, somente 5 a 10 gramas da planta. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 205 NOME COMUM: Urze. NOME BOTÂNICO: Calluna vulgaris L. FAMÍLIA: Eriáceas. GEOGRAFIA: Costuma formar extensos brejos em terras estéreis siliciosas da Europa e também de parte da América do Norte. PARTES EMPREGADAS: As sumidades floridas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém uma substância conhecida como arbutina, que ao ser hidrolisada pelas bactérias intestinais se transforma em hidroquinona, um potente anti-séptico urinário. PROPRIEDADES: Doenças urinárias: infecção, urina turva ou mal cheirosa, ardor ao urinar, cistite, pielonefrite. A sua acção anti-séptica sobre a urina permite que esta recupere o seu aspecto normal em poucos dias. Diarreias, em virtude do seu efeito adstringente. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção com 50 g de raminhos ou sumidades floridas, por cada litro de água. Ferver durante 10 minutos. Adoçar com mel e tomar 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia, depois das refeições. NOTA: Além da Urze comum (chamada também brecina) que se descreve, existe outro tipo de urze que também se conhece por Torga ou Queir (Erica cinerea L.). NOME COMUM: Umbu. NOME BOTÂNICO: Spondia tuberosa. FAMÍLIA: Anacardiaceae. GEOGRAFIA: Nativa do Nordeste do Brasil. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo, cinzas, potassa, glucose, ferro, tec. PARTES EMPREGADAS: Frutos, folhas e casca. PROPRIEDADES: Antifebril; a casca é usada nos olhos para tratamento da córnea. NOME COMUM: Uvaia. NOME BOTÂNICO: Eugenia uvalha. FAMÍLIA: Myrtaceae. GEOGRAFIA: Encontrada nativa no Brasil, de São Paulo ao Rio Grande do Sul. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Ácido tartárico, málico, pectina, óleo, glucose, vitaminas. PARTES EMPREGADAS: O fruto. PROPRIEDADES: O fruto é utilizado em refrigerantes para doentes de tifo, calmante e antifebril. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 206 NOME COMUM: Urucum, Urucu. NOME BOTÂNICO: Bixa orellana L. FAMÍLIA: Bixáceas. GEOGRAFIA: México, Antilhas e regiões quentes da América do Sul, cultivado pelo corante de tom vermelho-alaranjado que se obtém das suas sementes. Nativa da Amazónia. PARTES EMPREGADAS: As sementes dos frutos e as folhas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas contêm taninos. As sementes contêm bixina (corante) e uma resina. PROPRIEDADES: Expectorante, tónico cardíaco, calmante estomacal, febrífugo, digestivo e afrodisíaco. Co a infusão das folhas fazem-se gargarejos que melhoram as aftas da boca, faringites e amigdalites. Em aplicação externa (lavagens e compressas), a infusão de folhas de urucum apresentam um efeito cicatrizante, emoliente e anti-inflamatório. Recomenda-se o seu emprego nos casos de infecções cutâneas, erupções, queimaduras leves e celulite. A infusão das sementes usa-se como expectorante em caso de bronquite ou asma. O pó que se obtém delas, dissolvido em óleo, tem propriedades emolientes e, em aplicação externa, é um excelente remédio contra queimaduras leves. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com uma colher de sobremesa de sementes por chávena (xícara) de água. Tomar 2-3 chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: gargarejos com a infusão feita com 40-50 g de folhas por litro de água. Lavagens e compressas, com esta mesma infusão, sobre a zona as pele afectada. Cataplasmas com o pó das sementes. O pó das sementes obtêm-se deixando as sementes em maceração durante quatro horas, espremendo-as depois, e deixando-as em repouso ao sol até que a água se evapore. Misturar um colher de azeite (de oliveira) e aplicar sobre a zona queimada. NOTA: As sementes trituradas são indicadas como antídoto do ácido prússico e envenenamento com mandioca. HISTÓRIA: Os Maias e os Astecas, que tinham notáveis conhecimentos de fitoterapia, já empregavam o urucum contra a lepra. A tintura é usada em panarício com muito sucesso. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 207 NOME COMUM: Valeriana. NOME BOTÂNICO: Valeriana officinalis L. FAMÍLIA: Valerianáceas. GEOGRAFIA: Na Europa. Na América do Norte. PARTES EMPREGADAS: As raízes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A cepa e as raízes da valeriana contêm cerca de 1% de um óleo essencial com numerosos componentes (terpenos, ésteres de bornilo, etc). E de 1 a 5% de valepotriatos que são triestéres do ácido valeriânico. Contêm ácido málico, resina, açúcar, amido e albumina, matéria extractiva (valerianina), valerianato de potássio, oxalato de potássio e de cal. A essência compõe-se de canfeno, pineno, terpino e borneol. PROPRIEDADES: Efeitos tranqüilizantes, sedativos, soporíferos (favorece o sono), analgésicos, antiespasmódicos e anticonvulsivos. Produz uma sedação de todo o sistema nervoso central e vegetativo, diminuindo a ansiedade. Também diminui a pressão arterial. A sua acção é semelhante à dos fármacos tranqüilizantes maiores ou neurolépticos (fenotiazinas e derivados), mas não tem nenhum dos efeitos tóxicos destes. Distonias neuro-vegetativas: ansiedade, neurose de angústia, neurastenia ou irritabilidade, dores de cabeça, palpitações, arritmias, hipertensão arterial essencial (que não tem causa orgânica), tremores, neurose gástrica (nervos no estômago), cólon irritável e outras doenças psicossomáticas. Depressão nervosa e esgotamento. Insónia: Pela sua acção soporífera, dá muitos bons resultados se a infusão se combinar com um banho da mesma planta antes de deitar. Epilepsia: tomada regularmente, previne o aparecimento dos ataques epilépticos (não substitui a medicação anti-epiléptica, se bem que pode ajudar a reduzir a dose da mesma). Asma: Do mesmo modo que no caso da epilepsia, é mais eficaz na prevenção do que no tratamento do ataque agudo. A sua acção antiespasmódica e sedativa evita o espasmo dos brônquios que, juntamente com o edema da mucos, é um dos factores causadores da asma. Dores: pelo seu efeito analgésico torna-se útil para aliviar as dores ciáticas e reumáticas. Além disso, também actua externamente. Dai que se aplique localmente para aliviar a dor em caso de contusões, lombalgias, ciáticas, distensões musculares e dores reumáticas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão: 15 a 20 gramas de raiz triturada por litro de água, de que se tomam cinco chávenas (xícaras) diárias, adoçadas com mel. No caso de insónia tomar uma chávena (xícara), entre meia e uma hora antes de dormir. Maceração: 100 gramas de raiz num litro de água quente. Deixar repousar durante 12 horas. Ingerem-se três a quatro chávenas (xícaras) por dia. Pó da raiz: administra-se um grama, três a quatro vezes ao dia. Uso externo: compressas de uma decocção de 50 a 100 gramas de raiz seca, fervida num litro de água durante 10 minutos. Aplicam-se quentes sobre a zona dorida. Banhos de água quente, de acção sedativa, juntando um ou dois litros de uma decocção de valeriana igual àquela que se prepara para as compressas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 208 NOME COMUM: Vara de ouro. NOME BOTÂNICO: Solidago virga áurea L. FAMÍLIA: Compostas. GEOGRAFIA: Existe na Europa e em todas as partes do mundo. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Possuí inulina (substância de reserva, para alimento da planta), matérias tânicas, princípios amargos, saponinas (substâncias que aumentam à medida que o vegetal se desenvolve), aliás, não contidas na raiz, mas de que as folhas são ricas; essência, um corpo de natureza flavónica, uma base semelhante aos alcalóides, saponina neutra, etc. PROPRIEDADES: Diuréticas e adstringentes, com ação sobre a bexiga e uretra. Também se tem mostrado com influência curativa sobre a próstata. Tem indicação nos casos de cistite, incluindo transtornos do colo da bexiga, prostatite, dificuldades em urinar, não somente com origem na bexiga, como na inflamação da próstata. Cicatrizante e emoliente. MANEIRA DE PREPARAR: As sumidades floridas: 25 a 30 gramas por litro de água, em cozimento leve e ½ hora de infusão. Para tomar três chávenas (xícaras) por dia, no intervalo das refeições. NOME COMUM: Verbasco. NOME BOTÂNICO: Verbascum thapsus L. FAMÍLIA: Escrofuláceas. GEOGRAFIA: Faz parte de toda a flora portuguesa, existindo em toda a Europa meridional e em África. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A planta contém muita mucilagem e saponinas, princípios corantes, goma, açúcar, sais, etc. As flores são a parte da planta que mais contêm princípios corantes. PROPRIEDADES: Peitorais (expectorantes, contra a tosse e adocicantes). Empregada na bronquite e em toda a forma de afecções da garganta, adoçandoa com mel. Também se emprega na inflamação dos intestinos, internamente e em forma de clister. Este vegetal – folhas e raízes – tem propriedades diuréticas. Algumas pessoas obtêm proveito com esta planta no tratamento da prostatite. Também serve para tratamento da acne, em forma de lavagem, depois de alguns dias ter sido aplicado sobre apele afectada pela acne, espuma de sabonete de enxofre (aplicar à noite, ficando a espuma até de manhã) MANEIRA DE PREPARAR: Infusão das folhas: 20 a 25 ou 30 gramas por litro de água. Tomar três vezes ao dia, fora das refeições. Flores: 15 gramas por litro de água, feito da mesma forma. Raiz: 40 a 50 gramas em cozimento num litro de água. Duas chávenas (xícaras) ao dia. Na acne convém completar o tratamento com creme de pepino. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 209 NOME COMUM: Verbena. NOME BOTÂNICO: Verbena officinalis L. FAMÍLIA: Verbenáceas. GEOGRAFIA: Europa e Continente Americano. PARTES EMPREGADAS: A planta florida, quanto mais fresca melhor. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém verbenalina, um glicósido que actua sobre o sistema nervoso vegetativo. Mucilagem. PROPRIEDADES: Sedativas, antiespasmódicas, analgésica, digestiva e antiinflamatória. Usada em: enxaquecas, dores reumáticas, nevrálgicas, ciática. Transtornos digestivos (a sua acção eupéptica favorece a digestão. Pode-se usar contra diarreias e cólicas intestinais devido ás suas propriedades adstringentes). Descongestiona o fígado (favorece a secreção da bílis – acção colerética. É útil em cálculos biliares). Diurética (administra-se em cólica renal para acalmar a dor e ajudar a eliminar as pedras). Afecções da garganta (amigdalite, faringite e laringite). Sinusite. MANEIRA DE PREPARAR: Usar a planta fresca sempre que seja possível, pois o seu princípio activo vai-se degradando com a secagem. Uso interno: infusão: 15-20 g por litro de água. Ingerem-se 2 a 4 chávenas (xícaras) por dia. Decocção: 20 g por litro durante 10 minutos. Dose igual á da infusão. Uso externo: gargarejos: a mesma da infusão ou da decocção, mas mais concentrada – 40-50 g por litro. Inalações: executam-se respirando directamente os vapores de uma decocção de verbena quente. Compressas quentes: fazem-se com a infusão ou decocção concentrada e aplicam-se sobre as zonas doloridas correspondentes. HISTÓRIA: O templo de Júpiter no Olimpo, era purificado com água de verbena, pois esta planta era considerada uma panaceia, capaz de livrar de todos os males. Durante a Idade Média foi usada pelos encantadores e adivinhos como erva mágica. Antigamente era considerada como afrodisíaca (“acende os amores apagados”). NOME COMUM: Verónica. NOME BOTÂNICO: Veronica officinalis L. FAMÍLIA: Escrofulariáceas. PARTES EMPREGADAS: Folhas e sumidades floridas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Princípio amargo, tanino, matéria extractiva, etc. PROPRIEDADES: Planta empregada, desde a antiguidade, nas doenças pulmonares, bronquite, etc. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão: 30 gramas por litro de água. Três chávenas (xícaras) por dia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 210 NOME COMUM: Viburno. NOME BOTÂNICO: Viburno pronifolium L. FAMÍLIA: Caprifoleáceas. GEOGRAFIA: Bosques húmidos da América. PARTE EMPREGADA: A casca. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas e os frutos contêm um principio amargo: a viburnina. A casca possui ácido isovaleriânico e salicósido. PROPRIEDADES: Adstringente, diurético, tónico geral do sistema nervoso, sedativo uterino e anti-dismenorreico, sendo igualmente usado para evitar o aborto, acidentes nervosos da gravidez, etc. Como preventivo, faz-se acompanhar de vitamina E. MANEIRA DE PREPARAR: Tintura: 10 gotas, três ou quatro vezes ao dia. Extracto fluido: 20 a 30 gotas, três ao dia. O Naturopata ou o Homeopata ordenará o número de gotas mais próprio para cada caso. Em medicina homeopática, o Viburno é muito empregado nas doenças uterinas. NOME COMUM: Videira. NOME BOTÂNICO: Vitis vinifera L. FAMÍLIA: Vitáceas. GEOGRAFIA: Originária da Ásia menor e amplamente difundida em todos os países mediterrânicos. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As folhas, especialmente da Videira preta, contêm taninos, abundantes flavonóides e pigmentos antociânicos. As uvas contêm cerca de 16% de açúcares (glicose, levulose e sacarose); até 1% de proteínas (10 gramas por quilo); o.5% de lípidos; vitaminas A, complexo B, C e P; sais minerais, especialmente de potássio e de ferro; ácidos orgânicos e pigmentos antociânicos na pele. PROPRIEDADES: Afecções circulatórias venosas: hemorróidas, frieiras, varizes, pernas cansadas ou inchadas por transtornos da permeabilidade capilar. É um dos remédios mais activos contra estas afecções. Nestes casos, para reforçar o efeito, recomenda-se combinar as aplicações interna e externa; isto é, que além de tomar a decocção de folhas, podem-se fazer banhos com esta mesma decocção. Gastrenterites: diarreias crónicas e especialmente disenterias com fezes sanguinolentas, pelo efeito adstringente e anti-hemorrágico que possuem. Hemorragias: particularmente útil nos transtornos da menopausa, para evitar as perdas frequentes de sangue; também no caso de hipermenorreia (regras demasiado abundantes); assim como para normalizar o ciclo menstrual na dismenorreia (regras dolorosas). Detém as epistaxes (hemorragias nasais) se for aplicada directamente, aspirando o pó das folhas secas trituradas, além de tomar a sua infusão. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: decocção de folhas: 40 a 50 gramas de folhas por litro de água. Tomar três ou quatro chávenas (xícaras) diárias, antes das refeições. Óleo das sementes de uva (grainhas): consome-se como qualquer outro óleo comestível, à razão de duas a cinco colheres de sobremesa por dia. Pedilúvios (banhos de pés): contra as frieiras, e para melhorar a circulação sanguínea, com a mesma decocção que para os banhos de assento. Uso externo: Banhos de assento e pedilúvios. Pó: para estancar as hemorragias nasais, inala-se o pó das folhas secas à maneira de rapé. BANHO DE ASSENTO CONTRA AS HEMORRÓIDAS: com 1-2 litros da mesma decocção, que se recomenda tomar em uso interno, prepara-se um banho de assento. Verte-se o liquido da decocção numa banheira adequada (uma bacia de plástico grande onde dê para se sentar e pôr os pés de fora) e acrescenta-se a água necessária para cobrir o baixo ventre. A temperatura da água do banho deve ser fria, tal como sai da torneira. Recomenda-se tomar até três banhos diários, de cerca de cinco minutos de duração cada um. Consegue-se com isto Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 211 desinflamar as hemorróidas e até evitar que aumentem de tamanho, devido à acção venotónica das folhas da Videira. Na medida em que a tonicidade das paredes das veias aumenta, as hemorróidas, que mais não são do que veias anormalmente dilatadas, contraem-se, e melhora a circulação do sangue que corre por elas. Neste caso pode existir uma congestão portal (orientar remédios para o fígado). Em caso da crise hemorroidal , os melhores resultados conseguem-se combinando, durante dois ou três dias, as acções curativas da Videira em todas as suas formas: Tisanas com decocção das suas folhas; banhos de assento com a mesma decocção, embora mais concentrada; cura de uvas. CURA DE UVAS: Consegue um efeito depurativo muito notável, o que em termos populares se conhece como “limpeza do sangue”, e que outra coisa não é senão a eliminação das toxinas e resíduos metabólicos que impedem o normal funcionamento dos órgãos e tecidos. A cura de uvas exerce uma acção anticongestiva sobre todos os órgãos da digestão, e sobre o fígado de forma especial. Os glícidos que a uva contém são de fácil assimilação, e as proteínas e gorduras são de grande valor biológico. Indicada nos seguintes casos: Dieta sobrecarregada (rica em produtos animais gordos); artrismo e gota; hipertensão; excesso de colesterol no sangue; doenças renais (litíase renal, nefrite e nefrose, insuficiência renal); obesidade (apesar da sua riqueza em glícidos, o conteúdo calórico da uva é inferior a 80 calorias por 100 gramas); hemorróidas; afecções hepáticas crónicas (hepatite, cirrose, hipertensão portal); anemia, esgotamento físico; falta de rendimento, astenia e stress). A cura de uvas faz-se comendo de um a três quilos de uva madura como único alimento, durante três dias, ou mesmo até uma semana. Também se pode beber o sumo (suco) de uva. ATENÇÃO: Esta cura deve ser feita num Hospital Homeopático ou Naturopático com seguimento de um especialista, nunca fazer sozinho em casa. NOME COMUM: Viola tricolor. NOME BOTÂNICO: Viola odorata L. GEOGRAFIA: Europeia, assim como da Ásia e da América do Norte. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: A planta inteira, especialmente o rizoma, contém saponinas; a parte subterrânea possui um alcalóide: a odorantina. As flores possuem essência, composta de um corante azul e de um composto com odor: o irone. PROPRIEDADES: As flores e os rizomas são expectorantes, béquicas e vomitivas (quando em alta dose). MANEIRA DE PREPARAR: Toda a planta em infusão, entre 6 a 10 gramas, para um litro de água. Adoçar com mel. Para tomar fora das refeições. Além da quantidade indicada (6 a 10 gramas), a infusão torna-se vomitiva, em virtude da raiz possuir um princípio químico: a violina, com ação vomitiva. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 212 NOME COMUM: Violeta, violeta de cheiro, violeta roxa. NOME BOTÂNICO: Viola odorata L. FAMÍLIA: Violáceas. GEOGRAFIA: Prados e bosques húmidos de toda a Europa. Cultivada e difundida no continente americano. PARTES EMPREGADAS: As flores, as folhas e as raízes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém saponinas (principalmente a raiz), mucilagens, ácido salicílico, pigmentos (antiocianinas) e glicósidos, essência das flores. PROPRIEDADES: As flores têm as seguintes aplicações: afecções respiratórias: fluidificam as secreções bronquiais e acalmam a tosse. Acção suavizante e antiinflamatória sobre todas as mucosas. É útil para o tratamento dos catarros brônquicos, bronquites, traqueite e broncopneumonia. Usada também quando a afecção respiratória é acompanhada com febre (gripe). Cistite: devido à sua acção antiinflamatória. Enxaquecas e cefaleias: em compressas sobre a fonte. Afecções bucais e da garganta: externamente a infusão usa-se para fazer bochechos ou gargarejos em caso de estomatite (inflamação da mucosa bucal), gengivite, amigdalite, laringite e afonia. As folhas das violetas têm propriedades semelhantes ás flores, mas com maior efeito sudorífico, diurético e laxante. Costuma usar-se misturada com as flores. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 30 a 40 g de folhas e/ou flores por litro de água, de que se toma 3 ou 4 chávenas (xícaras) por dia. Tem um sabor muito agradável. Xarope de violeta: pode substituir a infusão, especialmente para as crianças. Prepara-se com 50 g de flores, que se deixam em maceração em meio litro de água durante 12 horas. Depois de filtrada, acrescentam-se-lhe 200 g de mel e ferve-se durante 5 minutos. Administram-se de 1 a 3 colheres de sopa cada duas horas. Uso externo: a mesma infusão descrita para uso interno aplica-se em bochechos, em gargarejos, em lavagens às pálpebras, ou em compressas sobre a fonte. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 213 NOME COMUM: Visco branco. NOME BOTÂNICO: Viscum album L. FAMÍLIA: Laurentáceas. GEOGRAFIA: Existe em Portugal e em outras regiões da Europa, assim como na Ásia setentrional. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Contém matéria viscosa, cera, sais de potassa, magnésio, cálcio e óxido de ferro. O Dr. Reinsh foi o primeiro a extrair desta planta, um alcalóide: viscina. Em 1907, o Dr. Leprice e outros fitoquímicos descobrem diversos princípios activos e um alcalóide volátil, além de duas saponinas. PROPRIEDADES: Hipotensoras. É bastante útil na arteriosclerose e tem acção sobre o coração, com efeitos tónico-sedativos, etc. O seu emprego em Naturopatia é especialmente como hipotensor, razão porque é indicado na arteriosclerose, em que há, com frequência tensão elevada e transtornos nervosos (distonias neuro-vegetativas). MANEIRA DE PREPARAR: Casca e folhas: 50 gramas para um litro de água, em forma de cozimento. Duas chávenas (xícaras) ao dia, fora das refeições. Pode-se fazer uma boa tisana, com a seguinte mistura (em partes iguais): Viscum album, Fucus vesiculosos, Crataegus e Equisetum arvensis (Cavalinha), duas colheres de sopa para ½ litro de água. Depois de três a quatro minutos de fervura, ficará uma hora de infusão. Coar. Para tomar duas a três chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Esta tisana combate a arteriosclerose e a tensão arterial elevada. NOME COMUM: Vulnerária. NOME BOTÂNICO: Anthyllis vulneraria L. FAMÍLIA: Leguminosas. GEOGRAFIA: Difundida por toda a Europa em prados e terrenos cálcarios. PARTES EMPREGADAS: A planta inteira. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Toda a planta contém saponinas, taninos e flavonóides. PROPRIEDADES: A sua infusão usa-se para lavra as feridas, quer limpas quer infectadas, as chagas, as úlceras de difícil cicatrização, as escoriações e as zonas contusas. Favorece o aparecimento de uma crosta e a rápida epitelização (cobertura com a pele) das zonas lesionadas. Também se toma a infusão como depurativa do sangue. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: infusão com 10-20 g por litro de água, de que se tomam 2 ou 3 chávenas (xícaras) por dia. Uso externo: Lavagens das feridas com uma decocção de 20-30 g de planta por litro de água, que deverá ferver pelo menos durante três munutos. Aplicam-se 3 ou 4 lavagens por dia. NOME COMUM: Zambujeiro, Oliveira brava. DESCRIÇÃO: É um arbusto da família da Oliveira (Olea europaea), cujas propriedades são semelhantes a ela, mas que por ser mais rica em princípios activos, deve ser empregada em menor quantidade. NOTA: Ver as propriedades da Oliveira Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 214 NOME COMUM: Zaragatoa, erva pulgueira. NOME BOTÂNICO: Plantago psyllium L. FAMÍLIA: Plantagináceas. GEOGRAFIA: Cresce em terrenos arenosos ou pedregosos de toda a área mediterrânea. Cultiva-se com fins medicinais. PARTES EMPREGADAS: As sementes. COMPOSIÇÃO QUÍMICA: As sementes contêm mucilagem abundante (até 15%). É uma das plantas que tem um maior conteúdo em mucilagem. Contém também lípidos com esteróis vegetais (sitosteróis), sais de potássio e oligoelementos. PROPRIEDADES: Afecções digestivas: a mucilagem actua como um colóide hidrófilo; isto é, as suas moléculas rodeiam-se de grande quantidade de moléculas de água, que as fazem aumentar de volume e transformar-se numa massa suave e de aspecto gelatinoso. Desta forma a mucilagem consegue dois efeitos: 1º Cria uma capa viscosa e protectora que cobre todo o interior do tubo digestivo, desde o estômago até ao intestino grosso. Oferece com isto uma acção suavizante e anti-inflamatória sobre as mucosas digestivas, que resulta altamente benéfica em caso de gastrite, úlcera gástrica ou duodenal, e colite. Acalma a pirose (acidez) e a dor de estômago, e faz parar as cólicas e a diarreia em caso de colite. 2º Aumenta o volume das fezes e torna-as mais brandas, com o que estas se deslocam com maior facilidade pelo tubo digestivo, exigindo menos esforço peristáltico ao cólon. Tudo isto se traduz num suave efeito laxante, sem contracções, nem irritação, sem criar habituação e sem provocar a perda de potássio ou sais minerais; ou seja, sem nenhum efeito secundário indesejável. A mucilagem da zaragatoa pode usar-se continuadamente durante meses, ou mesmo anos. Tora-se muito útil no tratamento da prisão de ventre crónica e das suas consequências, tais como as hemorróidas ou a diverticulose do cólon, que também ajuda a prevenir. Os divertículos produzem-se como consequência do excesso de pressão que o cólon tem de exercer para fazer avançar as fezes duras ou ressequidas. A alimentação rica em carnes e produtos refinados, mas escassa em fruta, verduras e cereais integrais, produz fezes escassas e duras que submetem o intestino grosso a um grande esforço. O resultado de tudo isto é a prisão de ventre e as suas complicações, a mais graves das quais é o cancro (câncer) do cólon. Desinflama as hemoróidas e minora os incómodos das fissuras anais; recomendável em caso de proctite (inflamação do recto) e de colite, inclusive a ulcerosa. Usada no tratamento da obesidade: a administração de sementes com água em abundância, entre as refeições, produz sensação de plenitude e saciedade no estômago, fazendo diminuir o apetite. Esta acção deve-se à capacidade hidrófila da mucilagem, que incha e aumenta de volume com a água. Usada e comprovada na diminuição do colesterol e triglicéridos no sangue, possivelmente devido ao facto de interferir com a absorção das gorduras no intestino delgado. Afecções urinárias: a mucilagem da zaragatoa actua também como antiinflamatório sobre as mucosas urinárias. Ajuda a acalmar os incómodos da cistite e favorece a regeneração da mucosa irritada. Afecções cutâneas: aplicada localmente em forma de emplastro, protege e desinflama a pele irritada em caso de eczema e erupções ou dermatose. É cicatrizante quando se aplica sobre queimaduras, feridas ou úlceras varicosas. MANEIRA DE PREPARAR: Uso interno: maceração de sementes: trituram-se, ou simplesmente esmagam-se, e deixam-se macerar durante uma ou duas horas (uma colher de sopa de sementes por copo de água). Tomar depois a Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 215 mucilagem, filtrando o líquido resultante. Pode acresecentar-se uma colher de grãos de anis para melhorar o sabor. Ingere-se de manhã, em jejum, e à noite antes de deitar. Uso externo: cataplasma de sementes: depois de postas em maceração, aquecem-se e prepara-se com elas uma cataplasma, que se mantém pelo menos 15 minutos sobre a zona afectada, duas ou três vezes por dia. Enemas (clisteres): fazem-se com o líquido resultante da maceração de sementes. É suficiente 100-250 m para cada aplicação. Administrar até três enemas diários. NOME COMUM: Zimbro comum. NOME BOTÂNICO: Juniperus comunis L. FAMÍLIA: Coníferas. GEOGRAFIA: É uma planta arbustiva da Europa setentrional, espontânea em várias regiões de Portugal. Encontrando-se com facilidade no Gerês e na Serra da Estrela. PARTES EMPREGADAS: Os estrabilos (bagas). COMPOSIÇÃO QUÍMICA: Óleo volátil, cera, resina, açúcar e ácidos (acetatos e malato de potassa e de cal). O seu princípio considerado mais activo é um óleo essencial, verde pálido, de reacção ácida, de cheiro algo rançoso. PROPRIEDADES: A essência do Zimbro é estupefaciente, cujo efeito se traduz por sonolência. As bagas são consideradas tónicas, excitantes, diuréticas, digestivas, béquicas, vermífugas e anti-sépticas. É indicada na debilidade geral, dificuldade em urinar, insuficiência renal crónica, cálculos renais, bronquite, especialmente crónica e fétida, reumatismo, doenças da pele, particularmente psoríase e eczema crónico (em forma de gel ou pomada), nas dores reumáticas (em forma de fricção, o óleo), etc. MANEIRA DE PREPARAR: Infusão das bagas esmagadas: 20 gramas para um litro de água. Para tomar no intervalo das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Formulário de composições vegetais 216 FITOLÓGICO Nº 1 (Composto digestivo e antiflatulento) Angélica (Archangelica officinalis) 25 g Boldo (Peumus boldus) 20 g Anis estrelado (Illicium anisatum) 20 g Melissa (Melissa officinalis) 20 g Laranjeira (flor) (Citrus aurantium) 20 g Maneira de fazer: fazer infusão com a mistura (esperar 10 minutos), uma colher de chá da mistura por cada chávena (xícara). Tomar 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia, após as refeições. FITOLÓGICO Nº 2 (Composto para úlcera gástrica) Alteia (Althaea officinalis) 30 g Pau d’arco (Tecoma violácea) 35 g Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra) 35 g Condurango (Gnobulus condurango) 30 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Não tomar se for hipertenso. FITOLÓGICO Nº 3 (Composto laxativo) Boldo (Peumus boldus) 25 g Malvas (Malva Silvestris) 30 g Amieiro negro (Rhamnus frangula) 25 g Folículos de sene (Cassia angustifólia) 25 g Maneira de fazer: uma colher de chá da mistura por cada chávena (xícara). Tomar uma xícara em jejum e outra ao deitar. Inicialmente, começar por dose mais suave, para melhor adaptação à sensibilidade particular de cada pessoa. FITOLÓGICO Nº 4 (Composto para colite e nevroses intestinais) Sempre noiva (Poligunium aviculare) 40 g Alteia (Althaea officinalis) 30 g Camomila (Matricaria chamomilla) 25 g Valeriana (Valeriana officinalis) 15 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal FITOLÓGICO Nº 5 (Composto anti-helmíntico – contra os parasitas intestinais) Erva de santa Maria (Chenopodium) 30 g Menta (hortelã brava) (Menta rotundifolia) 30 g Artemísia (Artemísia vulgaris) 40 g 217 Maneira de fazer: 1 colher de sopa para 5 dl a 6 dl de água. Ferver um minuto. Uma hora de infusão. Tomar 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia. FITOLÓGICO Nº 6 (Composto tenífugo) Pevides de abóbora (Curcubita máxima) 60 g Açúcar 60 g Maneira de fazer: pisar bem no almofariz de pedra ou de madeira até fazer uma pasta homogênea. Ingerir esta mistura de manhã em jejum. Duas horas depois tomar 30 g de óleo de ricínio. Sentar-se sobre uma bacia com água quente, de forma a apanhar o calor dirigido à região anal. A ténia já perturbada pela acção do calor é mais facilmente atraída e expulsa pelo calor. Por outro lado é possível desta maneira observar em maior pormenor se a cabeça da ténia foi expulsa. FITOLÓGICO Nº 7 (Estimulante da célula hepática com oportunidade na hepatite, insuficiência hepática e cirrose). Boldo (Peumus boldus) 30 g Agrimónia (Agrimonia eupatoria) 20 g Ipê roxo (Tecoma violacea) 25 g Uva ursina (Uva ursi) 20 g Cavalinha (Equisetum arvensis) 20 g Condurango (Gnobulus condurango) 20 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa para um litro de água. Ferver um minuto. Uma hora de infusão. Tomar 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia. FITOLÓGICO Nº 8 (Estimulante vesicular com oportunidade hepáticas e cálculos vesiculares). nas disquinésias, insuficiências Boldo (Peumus boldus) 30 g Cavalinha (Equisetum arvensis) 20 g Amieiro negro (Rhamnus frangula) 25 g Uva ursina (Uva ursi) 20 g Gransa (tinctória) (Rubia tinctorum) 20 g Hipericão do Gerês (Hypericum androsaemum) 20 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal FITOLÓGICO Nº 9 (Composto antidiabético e hipoglicemiante) Pedra hume cáa (Geranium maculatum) 35 g Vagem de feijão encarnado (Phaseolus vulgaris) 50 g Boldo (Peumus boldus) 25 g Cajueiro (Anacardium occidentalis) 50 g 218 Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições FITOLÓGICO Nº 10 (Composto para a bronquite e outras afecções do aparelho respiratório) Musgo branco (Chondrus crispus) 20 g Eucalipto (Eucalyptus globulus) 20 g Alteia (Althaea officinallis) 20 g Tomilho (Thymus vulgaris) 20 g Tussilagem (Tussilago farfara) 20 g Pinheiro, renovos (Pinus pinaster L.) 20 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições – juntar mel. FITOLÓGICO Nº 11 (Composto antiasmático) Tomilho (Thymus vulgaris) 35 g Eucalipto (Eucalyptus globulus) 30 g Alecrim (Rosmarinus officinalis) 20 g Tussilagem (Tussilago farfara) 20 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições – juntar mel. Na asma cardíaca convém usar um tónico cardíaco vegetal, podendo ser Crataegus, 2 cápsulas ao almoço e 2 cápsulas ao jantar, alternando com Cactus grandiflorus (uma colher de chá às refeições). FITOLÓGICO Nº 12 (Composto indicado nas doenças do coração – debilidade cardíaca) Espinheiro alvar (Crataegus oxyacantha) 60 g Melissa (Melissa officinalis) 20 g Salvia (Salvia officinalis) 20 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 2 chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições – juntar 2 gotas de tintura de Cactus grandiflorus. Havendo pés inchados (edema) convém tomar plantas diuréticas (barbas de milho, cavalinha e pés de cereja). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal FITOLÓGICO Nº 13 (Composto para a angina de peito – angina pectoris) Bisnaga (Amni visnaga) 50 g Folha de Oliveira (Olea europaea) 40 g Crataegus (Crataegus oxycantha) 35 g 219 Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Tomar também em paralelo cápsulas de Óleo de Gérmen de trigo. FITOLÓGICO Nº 14 (Composto para a angina de peito – angina pectoris) Congossa (Vinca pervinca) 40 g Bisnaga (Ammi visnaga) 40 g Cavalinha (Equisetum arvensis) 30 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Tomar também cápsulas de Crataegus e cloreto de magnésio em simultâneo. FITOLÓGICO Nº 15 (Composto para as varizes) Bardana (Arctium lappa) 20 g Cavalinha (Equisetum arvensis) 20 g Bagas verdes de cipreste (Cupressus sempervirens) 20 g Hamamelis (Hamamelis virginiana) 20 g Crataegus (Crataegus oxyacantha) 30 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. Tomar em paralelo, cápsulas de Castanha da índia e de óleo de gérmen de trigo. FITOLÓGICO Nº 16 (Composto anti-neoplásico – formações tumorais malignas) Pau d’ arco (Tecoma violacea) 50 g Cavalinha (Equisetum arvensis) 30 g Tuia (Thuya occidentalis) 20 g Condurango (Gnobulus condurango) 15 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 4 a 5 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal FITOLÓGICO Nº 17 (Composto anti-neoplásico – formações tumorais malignas) Pau d’ arco (Tecoma violacea) 40 g Cavalinha (Equisetum arvensis) 30 g Boldo (Peumus boldus) 30 g Erva de São Roberto (Geranium robertianum) 30 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 4 a 5 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. FITOLÓGICO Nº 18 (Composto anti-neoplásico, a empregar nos processos tumorais dos ossos). Pau d’ arco (Tecoma violacea) 40 g Granza (Ruiva tinctoria) 30 g Consolda (Symphintum officinalis) 30 g Cavalinha (Equisetum arvensis) 30 g Algas marinhas (Fucus vesiculosus) 30 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 4 a 5 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. FITOLÓGICO Nº 19 (Composto anti-sifilitico) Salsaparrilha (Smilax medica) 50 g Guaico (Guaiacum officinalis) 20 g Sassafrás (Laurus sassafras) 20 g Caroba (Jacarandá procera) 40 g Grama (Cynodon dactylon) 25 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 4 a 5 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. FITOLÓGICO Nº 20 (Composto para doenças da próstata) Uva-ursina (Uva ursi) 25 g Grama (Cynodon daction) 25 g Vara de ouro (Solidago virgaurea) 35 g Ipê roxo (Tecoma violacea) 30 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 4 a 5 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. 220 Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal FITOLÓGICO Nº 21 (Composto antianémico em todas as formas de anemia) Pau d’arco (Tecoma violacea) 30 g Labaça (Rumex patientia) 25 g Absinto/losna (Artemísia absinthium) 20 g Ulmária (Phipendula ulmaria) 15 g Salsaparrilha (Smilax medica) 15 g Angélica (Angelica archangelica) 15 g Boldo (Peumus boldus) 10 g Zimbro (Juniperus communis) 10 g Alcaçuz (Glycirriza glabra) 15 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 4 a 5 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. 221 FITOLÓGICO Nº 22 (Composto anti-reumático, indicado no reumatismo articular muscular e na gota) Freixo (Fraxinus) 30 g Cavalinha (Equisetum arvensis) 30 g Boldo (Peumus boldus) 30 g Fel da terra (Centaurea menor) 20 g Borragem (Borrago officinalis) 30 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. FITOLÓGICO Nº 23 (Composto para o catarro/tosse) Pinheiro (renovos) (Pinus silvestris) 35 g Tussilagem (Tussilago Farfara) 25 g Eucalipto (Eucalyptus globulus) 25 g Pulmonária (Pulmonaria officinalis) 25 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 4 a 5 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições – adicionar mel. FITOLÓGICO Nº 24 (Composto para nervos em geral) Poejo (Menta pulegium) 30 g Melissa (Melissa officinalis) 20 g Crataegus (Crataegus oxyacantha) 20 g Passiflora (Passiflora incarnata) 20 g Sálvia (Salvia officinalis) 20 g Tília (Tília europaea) 20 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal FITOLÓGICO Nº 25 (Depressão nervosa – tranqüilizante nos casos de insónia) Passiflora (passiflora incarnata) 30 g Crataegus (Crataegus oxyacantha) 25 g Camomila (Matricaria chamomila) 20 g Salvia (Salvia officinalis) 20 g Lúpulo (Humulus lupulus) 20 g Valeriana (Valeriana officinalis) 20 g 222 Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições e uma ao deitar. FITOLÓGICO Nº 26 (Composto Tónico cardíaco – tranqüilizante dos nervos e sonífero) Salgueiro branco (folhas e cascas) Salix Alba 30 g Crataegus (Crataegus oxyacantha) 20 g Passiflora (Passiflora incarnata) 15 g Salvia (Salvia officinalis) 15 g Camomila (Matricaria chamomila) 15 g Valeriana (Valeriana officinalis) 15 g Lúpulo (Humulus lupulus) 15 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições e uma ao deitar. FITOLÓGICO Nº 27 (Composto para a arteriosclerose) Zimbro (Juniperus communis) 20 g Crataegus (Crataegus oxyacantha) 20 g Viscum (Viscum album) 20 g Cavalinha (Equisetum arvensis) 20 g Oliveira (Olea europaea) 20 g Algas marinhas (Fucus vesiculosus) 20 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. FITOLÓGICO Nº 28 (Composto para o coração e artérias - arteriosclerose) Bisnaga, o fruto (Ammi visnaga L.) 45 g Crataegus (Crataegus oxyacantha) 30 g Oliveira, folhas (Olea europaea L.) 25 g Fucus (Fucus vesiculosus L.) 30 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal FITOLÓGICO Nº 29 (Esclerose renal) Cavalinha (Equisetum arvensis L.) 30 g Bisnaga (Ammi visnaga L) 40 g Crataegus (Crataegus oxyacantha) 30 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. FITOLÓGICO Nº 30 (Dores nos órgãos genitais femininos) Bolsa de pastor (Capsella bursa pastoris L.) 30 g Urtiga (Urtica urens L.) 30 g Erva-de-São Roberto ( Geranium robertianum L.) 30 g Viburno (Viburnum lantana L.) 30 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. FITOLÓGICO Nº 31 (para empregar na tuberculose) Cavalinha (Equisetum arvensis L.) 40 g Genciana (Genciana Lutea L.) 15 g Pulmonária (Pulmonaria officinalis L.) 40 g Líquen da Islândia (Cetraria islandica L.) 25 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. FITOLÓGICO Nº 32 (Depurativo do sangue) Pau d’arco (Tecoma violacea L.) 50 g Salsaparrilha (Smilax áspera L.) 40 g. Fucus (Fucus vesiculosus L.) 30 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. FITOLÓGICO Nº 33 (Insuficiência da célula hepática – cirrose, congestão portal) Genciana (Genciana lutea L.) 10 g Condurango (Globulus condurango L.) 30 g Boldo (Peumus boldus L.) 40 g Zimbro, as bagas (Juniperus communis L.) 20 g Alcachofra (Cynara scolymus L.) 25 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. 223 Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal FITOLÓGICO Nº 34 (Mistura anti-asmática) Tintura de Lobelia (Lobelia inflata L.) 10 gotas Tintura de Grindélia (Grindelia robusta L.) 10 gotas Tintura de Drósera (Drosera rotundifolia L.) 10 gotas 224 Maneira de fazer: Diluir em meio copo de água antes do pequeno almoço (café da manhã), almoço e jantar. FITOLÓGICO Nº 35 (Tisana anti-sifilítica) Labaça (Rumex patientia L.) 30 g Sarsaparrilha (Smilax áspera L.) 30 g Bardana (Arctium lappa L.) 30 g Fucus (Fucus vesiculosus L.) 30 g Guaco (Mikania guaco L.) 30 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. FITOLÓGICO Nº 36 (Para o catarro dos brônquios, tosse) Malva, folhas (Malva silvestris L.) 30 g Tussilagem, folhas (Tussilago farfara L.) 25 g Verbasco, folhas (Verbascum officinalis L.) 25 g Eucalipto, folhas (Eucalyptus globulus L.) 20 g Papoila, flores (Papayer rhoeas L.) 5 g Hera terrestre (Hedera helix L.) 20 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. FITOLÓGICO Nº 37 (Dilatação das artérias – arteriosclerose, baixa a tensão propriedades anti-diabéticas) Oliveira, folhas (Olea europaea L.) 40 g Visco branco (Viscum album L.) 30 g Fucus (Fucus vesiculosus L.) 30 g Crataegus (Crataegus oxyacantha) 30 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. arterial. Tem Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal FITOLÓGICO Nº 38 (Para doenças da bexiga e da próstata) Vara de ouro (Solidago virga-aurea) 60 g Uva ursi (Arctostaphylos uva-ursi) 40 g Grama (Agropyrum repens L.) 40 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 3 a 4 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. FITOLÓGICO Nº 39 (Mistura digestiva) Cálamo (Acorus calamus L.) 15 g Anis estrelado (Illicium verum L.) 10 g Boldo (Peumus boldus L.) 15 g Hortelã pimenta (Mentha piperita L.) 25 g 225 Maneira de fazer: 1 colher de chá por chávena (xícara). 20 minutos de infusão. Tomar sobre as refeições e ao deitar. FITOLÓGICO Nº 40 (Para a angina de peito) Bisnaga, frutos ou sementes (Ammi visnaga L) 35 g Crataegus (Crataegus oxycantha L.) 25 g Salva (Salvia officinalis L.) 25 g Visco branco (Viscum album L.) 20 g Maneira de fazer: 1 colher de chá por chávena (xícara). 20 minutos de infusão. Tomar sobre as refeições e ao deitar. FITOLÓGICO Nº 41 (Para o adenoma da próstata – combate o tumor benigno da próstata). Pau d’ arco (Tecoma violacea L.) 40 g Cipreste (Cupressus sempervirens L.) 20 g Virga (Solidago virga aurea L.) 15 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal FITOLÓGICO Nº 42 (Para a anemia) Fel da terra (Centaurea maior) 25 g Boldo (Peumus boldus L.) 25 g Alecrim (Rosmarinus officinalis L.) 25 g Quina (Chinchona officinalis L.) 25 g Agrimónia (Agrimonia eupatoria L.) 25 g Sálvia (Salvia officinalis L.) 25 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. 226 Beber sumo (suco) de beterraba com cenoura antes do pequeno almoço (café da manhã) durante 15 dias. FITOLÓGICO Nº 43 (Para diminuir a secreção láctica) Pervinca (Vinca minor) 30 gramas por litro. Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições. FITOLÓGICO Nº 44 (Composto para aumentar a secreção Láctea ) Galega (Galega officinalis) 30 g Anis estrelado (Illicium verum) 30 g Alforva (Trigonella foenum-graecum) 30 g Alfalfa (Medicago sativa) 30 g Anis estrelado (Illicium verum) 30 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições FITOLÓGICO Nº 45 (Composto para aumentar a secreção Láctea) Manjericão grande (Ocimum basilicum L.) 10 g Maneira de fazer: 1 colher de sopa da mistura para 1 litro de água. Tomar 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia, antes das refeições Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 227 FÓRMULA Nº 46 (Tintura Hidro-álcoolica para as hemorróidas, flebites, tromboflebites, estase venosa). Bagas de cipreste (Cupressus sempervirens) 10 g Castanheiro da Índia, castanhas e folhas (Aesculus hipocastanum) 30 g Pimenta de água (Polygonum hydropiper) 15 g Hamamelis, folhas (Hamamelis virginiana ) 20 g Berberis, bagas (Berberis vulgaris) 15 g Mirtilo, bagas e folhas (Vacinum Myrtullus) 15 g Álcool etílico a 96º 500 ml Macerar durante 10 dias. Coar. 5 gotas antes das três refeições principais. FÓRMULA Nº 47 (Fórmula fitoterápica diurética Dr. João Novaes – Gota, eliminando o ácido úrico, reumatismo, hidropisia). Tília (Tilia cordata25 g) + Sálvia (Salvia officinalis20 g) + Sabugueiro (Sambucus nigra 25 g) + Barbas de milho (Zea mays 30 g) + Erva cidreira (Melissa officinalis 25 g) + Cavalinha (Equisetum arvensis 15 g). Misturar cada planta e depois pôr dessa mistura 25 gramas para um litro de água. Cozimento até ferver a água. Repousar durante meia hora. Coar. Tomar 5 chávenas (xícaras) por dia antes das refeições. FÓRMULA Nº 48 (Xarope para catarros dos brônquios, tosse – incluindo tosse convulsa). MANEIRA DE PREPARAR: Xarope obtido do Nabo com cenoura: Cozimento do nabo com açúcar, até este ficar no ponto, isto é, com uma densidade xaroposa. Obtido por frio, o xarope é feito da seguinte forma: deitar num recipiente (tigela, por exemplo) camadas de rodelas de nabos, camadas de rodelas de açúcar e camadas de cenoura em rodelas, alternadamente (várias camadas destes dois produtos). Ficará assim algumas horas ou dias (um a dois dias). Para tomar às colheres, das de sopa (para adultos) ou das de chá (para crianças). Pode-se juntar, na ocasião de fazer, rodelas de cenoura. Depois de pronto, juntar-lhe algum mel. FÓRMULA Nº 49 (Composto contra as cólicas e dores nos intestinos) Pepino casca (Cucumis sativus L.) 30 g Camomila (Matricaria chamomila.) 30 g Anis ou erva doce (Pimpinela anisum L.) 30 g MANEIRA DE PREPARAR: Colher de chá bem cheia por chávena (xícara), em forma de infusão: 20 minutos. Para tomar nas colites, gases, etc. A qualquer hora. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal FÓRMULA Nº 50 (Xarope expectorante e peitoral – facilita a saida do muco) 228 MANEIRA DE PREPARAR: prepara-se cozendo várias cebolas cortadas às rodelas (Allium cepa L.) com um pouco de água e bastante mel ou açúcar (de preferência mascavo), quando formar uma pasta homogénea tomar algumas colheres durante o dia (útil contra as afecções respiratórias). FÓRMULA Nº 51 (Xarope para combater as diarreias e abrir o apetite) Frutos de abrunheiro bravo (Prunus spinosa L.) MANEIRA DE PREPARAR: Prepara-se com meio quilo de frutos, meio quilo de açúcar e um copo de água. Ferve-se esta mistura durante 15 minutos. O xarope resultante, de cor vermelha, e sabor agradável, filtra-se com um filtro de café (de papel) e tomam-se várias colheres de sopa por dia. FÓRMULA Nº 52 (Mistura digestiva) Cálamo (Acorus calamo) 20 g Anis estrelado (Illicium verum) 30 g Boldo (Peumus boldus) 30 g Hortelã pimenta (mentha piperita) 30 g MANEIRA DE PREPARAR: Colher de chá da mistura por chávena (xícara). 20 minutos de infusão. Tomar Às refeições e ao deitar. FÓRMULA Nº 53 (Mistura hepática – estimula a função hepato-vesicular) Boldo (Peumus boldus) 25 g Agrimónia (Agrimonia eupatoria) 25 g Amieiro negro (Rhamnus frangula) 25 g Cavalinha (Equisetum arvensis) 25 g No caso de cirrose e de cancro (câncer), juntar também: Pau d’arco (Tecoma violacea) 25 g Condurango (Globulus condurango) 25 g Genciana (gentiana lutea) 25 g MANEIRA DE PREPARAR: Colher de chá da mistura por chávena (xícara). 20 minutos de infusão. Tomar Às refeições e ao deitar. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 229 FÓRMULA Nº 54 (Composto para a diabetes – estimula a função pancreática, aumentando a quantidade de insulina) Estrela do Epipto 20 g Caá (folhas) 20 g Boldo (Peumus blodus) 20 g Vagem de feijão encarnado 20 g Fel da terra (Centaurea maior) 20 g MANEIRA DE PREPARAR: duas colheres de sopa para ½ litro de água. Ferver 2 minutos. Deixar descansar por 1 hora. Coar. Para tomar perto das refeições. FÓRMULA Nº 55 (Composto depurativo – dexintoxicante do organismo) Boldo (Peumus blodus) 20 g Bardana (Arctiu lappa) 20 g Labaça (Rumex crispus) 20 g Cavalinha (Equisetum arvensis) 20 g Sanguinária (Sanguinaria off.) 20 g Borragem (Borago officinalis) 20 g Amieiro negro (Rhamnus frangula) 20 g Salsaparrilha (Smilax ornata) 20 g MANEIRA DE PREPARAR: duas colheres de sopa para ½ litro de água. Ferver 2 minutos. Deixar descansar por 1 hora. Coar.Para tomar em jejum e no intervalo das refeições. FÓRMULA Nº 56 (Composto anti-sifilítico) Bardana (Arctium lappa) 20 g Salsaparrilha (Smilax ornata) 20 g Caroba 20 g Sene – folículos (Cassia angustifolia) 20 g Borragem (Borago officinalis) 20 g Labaça (Rumex crispus) 20 g MANEIRA DE PREPARAR: duas a três colheres de sopa e 6 decilitros de água. Tempo de fervura: 3 a 5 minutos. Infusão: 1 a 2 horas. Coar.para tomar no intervalo das refeições e em jejum. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal FÓRMULA Nº 57 (Composto anti-reumático) Boldo (Peumus blodus) 20 g Freixo – folhas (Fraxinus excelsior) 20 g Buxo – folhas (Buxus sempervirens) 20 g Sasafraz 20 g Guaiacum rosado 20 g Cavalinha (Equisetum arvensis) 20 g Sene – folículos (Cassia angustifolia) 20 g 230 MANEIRA DE PREPARAR: duas a três colheres de sopa e 6 decilitros de água. Tempo de fervura: 3 a 5 minutos. Infusão: 1 a 2 horas. Coar.para tomar no intervalo das refeições e em jejum. ATENÇÃO: As mulheres grávidas não devem tomar Sassafraz. FÓRMULA Nº 57 (Composto diurético – para desinflamar a bexiga, os rins e promover a secreção e eliminação da urina) Barbas de milho (Zea mays) 20 g Cavalinha (Equisetum arvensis) 20 g Boldo (Peumus boldus) 20 g Pinheiro – renovos (Pinus silvestris) 20 g Bétula (Betula alba) 20 g Erva prata 20 g MANEIRA DE PREPARAR: duas colheres de sopa para ½ litro de água. Ferver 2 minutos. Deixar descansar por 1 hora. Coar.Para tomar em jejum e no intervalo das refeições. FÓRMULA Nº 58 (Composto para o coração – melhora o coração. Acalma os nervos e favorese a diurese) Crataegus (Crataegus ox.) 20 g Sálvia (Salvia officinalis) 20 g Pilriteiro (Cactus grandiflorus) 20 g Valeriana (Valeriana officinalis) 20 g Barbas de milho (Zea mays) 20 g MANEIRA DE PREPARAR: Colher de chá por chávena (xícara). 20 minutos de infusãoi. Tomar sobre as refeições e ao deitar. FÓRMULA Nº 59 (Composto para a tensão arterial) Crataegus (Crataegus ox.) 20 g Cavalinha (Equisetum arvensis) 20 g Oliveira – folhas (Olea europaea) 20 g Alga (Fucus vesiculosus) 20 g Visco branco (Viscum album) 20 g MANEIRA DE PREPARAR: duas colheres de sopa para ½ litro de água. Ferver 2 minutos. Deixar descansar por 1 hora. Coar. Para tomar perto das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal FÓRMULA Nº 60 (Composto para o catarro dos brônquios) Eucalipto (Eucaliptus globulus) 20 g Tussilagem (Tussilago far.) 20 g Pulmonária - (Pulmonaria officinalis) 20 g Musgo branco 20 g Pinheiro – renovos (Pinus silvestris) 20 g 231 MANEIRA DE PREPARAR: duas colheres de sopa para ½ litro de água. Ferver 2 minutos. Deixar descansar por 1 hora. Coar. Para tomar perto das refeições. FÓRMULA Nº 61 (Composto para a angina de peito) Bisnaga – frutos ou sementes – 35 g Crataegus (Crataegus ox.) 25 g Sálvia (Salvia officinalis) 25 g Visco branco (Viscum album) 20 g Pilriteiro (Cactus grandiflorus) 25 g MANEIRA DE PREPARAR: duas colheres de sopa cheias, para ½ litro ou 6 decilitros de água. Fervura: ½ minuto. Infusão: 1 hora. 2 a 3 chávenas (xícaras) por dia, fora das refeições. FÓRMULA Nº 62 (Composto para os cálculos – pedras) Arenária (Arenaria rubra) 20 g Boldo (Peumus boldus) 20 g Hipericão do Gerês (Hypericum and.) 20 g Quebra pedra (Phylanthus niruri) 20 g Cavalinha (Equisetum arvensis) 20 g MANEIRA DE PREPARAR: duas colheres de sopa para ½ litro de água. Ferver 2 minutos. Deixar descansar por 1 hora. Coar. Para tomar perto das refeições. FÓRMULA Nº 63 (Composto para a colite) Verbasco (Verbascum officinalis) 25 g Sempre noiva 30 g Camomila (Matricaria chamomilla) 25 g Linhaça – sementes 25 g MANEIRA DE PREPARAR: duas colheres de sopa para ½ litro de água. Ferver 2 minutos. Deixar descansar por 1 hora. Coar. Para tomar perto das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal FÓRMULA Nº 64 (Composto para a diarreia) Arando – bagas (Vacinum Myrtilus) 20 g Agrimónia (Agrimonia eupatoria) 30 g Silva – folhas 30 g Tomilho (Thymus vulgaris) 20 g Coentros 20 g 232 MANEIRA DE PREPARAR: duas colheres de sopa para ½ litro de água. Ferver 2 minutos. Deixar descansar por 1 hora. Coar. Para tomar em jejum e no intervalo das refeições. FÓRMULA Nº 65 (Composto para favorecer a menstruação – não havendo sinal de gravidez claro!) Goivos 30 g Calêndula – flores (Calendula officinalis) 30 g Sálvia (Salvia officinalis) 30 g Alecrim (Rosmarinus officinalis) 30 g Marroi branco 30 g MANEIRA DE PREPARAR: colher de chá por chávena (xícara). 20 minutos de infusão. Tomar às refeições e ao deitar. FÓRMULA Nº 66 (Composto para gargarejos – na inflamação da garganta e rouquidão) Eucalipto (Eucaliptus globulus) 25 g Hortelã pimenta (Mentha piperita) 25 g Perpétuas roxas 25 g MANEIRA DE PREPARAR: Duas colheres de sopa. ½ litro de água. Ferver 1 a 2 minutos. Coar. Adoçar com mel. Banhos quentes aos pés. Mel e limão. FÓRMULA Nº 67 (Composto para a próstata) Virga aurea (Solidago virga aurea) 45 g Grama 25 g Uva ursi 20 g Bétula (Betula aba) 20 g MANEIRA DE PREPARAR: duas colheres de sopa para ½ litro de água. Ferver 2 minutos. Deixar descansar por 1 hora. Coar. Para tomar em jejum e no intervalo das refeições. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal FÓRMULA Nº 68 (Composto para a anemia) Fel da terra (Centaurea maior) 25 g Boldo (Peumus boldus) 25 g Alecrim (Rosmarinus officinalis) 25 g Quina (Chinchona officinalis) 25 g Agrimónia (Agrimonia officinalis) 25 g Sálvia (Salvia officinalis) 25 g 233 MANEIRA DE PREPARAR: duas colheres de sopa para ½ litro de água. Ferver 2 minutos. Deixar descansar por 1 hora. Coar. Para tomar em jejum e no intervalo das refeições. FÓRMULA Nº 69 (Composto para a impotência sexual) Quina (Chinchona officinalis) 25 g Pinheiro – renovos (Pinus silvestris) 25 g Murapuama 25 g Damiana 25 g MANEIRA DE PREPARAR: duas colheres de sopa para ½ litro de água. Ferver 2 minutos. Deixar descansar por 1 hora. Coar. Para tomar em jejum e no intervalo das refeições. Utilizar também geleia real e ginseng em cápsulas ou ampolas. FÓRMULA Nº 70 (Composto para fazer crescer o cabelo) Jaborandi 10 g Alecrim (Rosmarinus officinalis) 10 g Esteva 10 g Urtiga (Urtica dioica) 10 g Quina (Chinchona officinalis) 10 g MANEIRA DE PREPARAR: água: 1 litro. Ferver durante 3 minutos. Infusão: 1 hora. Coar. Juntar cerca de 2 decilitros de álcool . para fazer as fricções sobre o couro cabeludo (3 a 4 vezes por semana). Lavagens à cabeça com sabonete de enxofre. Todas as semanas (1 a 2 vezes): fricções com limão. Fricção ligeira no couro cabeludo com: gema de ovo, limão e tintura de jaborandi: duas vezes, ou mais, por semana. FÓRMULA Nº 71 (Composto para as cataratas) Cinerária (Cinerária marítima) 10 g Hamamélis (Hamamelis virginica) 5 g Raposinhos 5 g MANEIRA DE PREPARAR: Água: 8 decilitros. Ferver durante 5 minutos. Infusão: 20 minutos. Lavagens: duas vezes ao dia. Para usar só em uso externo. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 234 FÓRMULA Nº 72 (Composto para a menstruação excessiva e outras perdas de sangue vaginal) São várias as causas que podem originar tais sintomas (transtornos hormonaisováricos, pólipos, cervicite ulcerosa, metrites, tumores benignos e malignos, etc.) Mil em rama (Achillea millefolium) 20 g Hamamélis (Hamamelis virginica) 20 g Bolsa de pastor (Capsella bursa pastoris) 20 g Viburno (Viburnum off.) 20 g Havendo tumores: Pau d’arco, Ipê roxo (Tecoma violácea) 20 g MANEIRA DE PREPARAR: Uma colher de sopa por chávena (xícara). 5 minutos de infusão, depois de 1 minuto de fervura. Coar. Três chávenas (xícaras) por dia. Esta tisana constitui um bom auxiliar no tratamento fundamental da doença. FÓRMULA Nº 73 (Champô para a dermatite seborreica – couro cabeludo – modo externo) 1 colher de sopa de mel; 2 colheres de sopa de suco de Aloe vera; 1 gema do ovo. Juntar todos os componentes num misturador. Untar a cabeça com o preprado antes de lavar a cabeça. Esperar 10 minutos e depois enxaguar. Lava-se a cabeça de seguida com água quase fria. Fazer este processo 3 vezes por semana. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Plantas para os olhos: 235 Centaurea cyanus L.; Daucus carota L. ; Euphrasia officinalis L. ; Geranium robertianum L. ; Plantas para o Sistema Nervoso: Aconitum napellus L.; Avena sativa L.; Cannabis sativa L.; Citrus aurantium L.; Conium maculatum L.; Datura stramonium L.; Humulus lupulus L.; Hyoscyamus niger L.; Lactuca virosa L.; Lavandula angustifolia L.; Melissa officinalis L.; Papayer somniferum L.; Passiflora incarnata L.; Tilia europaea L.; Valeriana officinalis L.; Verbena officinalis L.; Plantas excitantes: Coffea arabica L.; Erythroxylon coca Lam.; Ilex paraguayensis St. Hill.; Nicotiana tabacum L.; Thea sinensis L.; Plantas para a boca: Althaea officinalis L.; Ceanothus americanus L.; Eugenia caryophyllata Thunb.; Geum urbanum L.; Krameria trianda Ruiz-Pav.; Pistacia lentiscus L.; Polygonum bistortum L.; Viburnum lantana L.; Plantas para a garganta, nariz e ouvidos: Agrimonia eupatoria L.; Hydrastis canadensis L.; Quercus robur L.; Ssymbrium officinalis Scopoli.; Plantas para o coração: Adonis vernalis L.; Cereus grandiflorus Miller.; Cinnamomum camphora (L.) Steb. ; Convallaria majalis L.; Crataegus monogyna Jacq.; Digitalis purpurea L.; Gratiola officinalis L.; Leonorus cardiaca L.; Sarothamnus scoparius (L.) Wimmer; Plantas para as artérias: Allium sativum L.; Ginkgo biloba L.; Helianthus annuus L.; Oenothera biennis L.; Olea europaea L.; Rauwolfia serpentina Benth.; Tragopogon pratensis L.; Vinca minor L.; Viscum album L.; Plantas para as veias: Aesculus hippocastanum L.; Corylus avellana L.; Cupressus sempervirens L.; Hamamelis virginiana L.; Melilotus officinalis L.; Ruscus aculeatus L.; Vaccinium myrtillus L.; Plantas para o sangue: Citrus limon L.; Erigeron canadensis L.; Medicago sativa L.; Nasturtium officinalis L.; Polygonum aviculare L.; Polygonum hydropiper L.; Rumex acetosa L.; Spirulina maxima Geitler; Urtica dioica L.; Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Plantas para o aparelho respiratório: 236 Abies alba Miller; Adiantum capillus veneris L.; Allium cepa L.; Antennaria dioica Gaerth; Asclepias tuberosa L.; Ceterach officinalis Lam; Cetraria isllandica L.; Chondrus crispus Lynngb.; Chrysophyllum caimito L.; Ephedra distachya L.; Eucalyptus globulus Labill.; Galeopsis dubia Leers; Glechoma hederacea L.; Glycymhiza glabra L.; Grindelia robusta Nutt.; Guaicum officinallis L.; Hyssopus officinalis L.; Inula helenium L.; Iris germanica L.; Marrubium vulgaris L.; Myrtus communis L.; Papaver rhoeas L.; Petasites hybridus L.; Phyllitis scolopendrium Newm.; Pimpinella saxifraga L.; Pinus pinaster Soland; Plantago major L.; Polygala senega L.; Primula veris L.; Prunus serotina poir.; Pulmonaria officinalis L.; Saccharum officinalis L.; Saponaria officinalis L.; Stellaria media Villars; Taxus baccata L.; Thymus serphyllum L.; Trifolium pratense L.; Tussilago farfara L.; Verbascum thapsus L.; Viola odorata L.; Plantas para o aparelho digestivo: Anethum graveolens L.; Anthemis nobilis L.; Asperula odorata L.; Atropa belladonna L.; Capsicum frutescens L.; Carum carvi L.; Cochlearia officinalis L.; Dictamnus albus L.; Ferula assafoetida L.; Foeniculum vulgaris L.; Galium verum L.; Hibiscus abelmoschus L.; Hibiscus sabdariffa L.; Matricaria chamomilla L.; Mentha piperita L.; Nepeta cataria L.; Ocimum basilicum L.; Origanum majorana L.; Piper nigrum L.; Potentilla anserina L.; Prunus spinosa L.; Satureja montana L.; Vanilla planifolia Andrews; Zingiber officinalis Roscoe.; Plantas para a vesícula biliar: Anemone hepatica L.; Berberis vulgaris L.; Cuscuta epithymum Mur.; Cynara scolymus L.; Eupatorium cannabinum L.; Fumaria officinalis L.; Peumus boldus Molina.; Polypodium vulgaris L.; Raphanus sativus L.;Syilybum marianum (L.) Gaerth; Taraxacum officinalis L.; Plantas para o aparelho urinário: Agave americana L.; Agropyrum repens L.; Aliaria officinalis Andrz.; Ammi visnaga (L.) Lam.;Apium graveolens L.; Arbutus unedo L.; Arctostaphylos uvaursi (L.) Spren.; rundo donax L.; Barosma betulina Thumb.;Bétula alba L.; Calluna vulgaris L.; Copaifera officinalis L.; Dipsacus sativus (L.) Scholler.; Eryngium campestre L.; Fragaria vesca L.; Juniperus communis L.; Levitiscum officinalis Koch.; Lithospermum officinalis L.; Melittis melissophyllum L.; Ononis spinosa L.; Parietaria officinalis L.; Petroselinum sativum Hoffm.; Phaseolus vulgaris L.; Physalis alkekengi L.; Prunus avium L.; Ribes uva-crispa L.; Rubia tinctorum L.; Sambucus ebulus L.; Saxifraga granulata L.; Smilax áspera L.; Solidago virga-aurea L.; Spergularia rubra Dietrich; Theobroma cacao L.;Zea mays L. Plantas para o aparelho genital masculino: Curcubita pepo L.; Nymphaea alba L.; Panax ginseng C.A. Meyer; Serenoa repens Bartram.; Sesamum indicum L.; Tumera difusa Willd. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Plantas para o aparelho genital feminino: 237 Alchemilla vulgaris L.; Anemone pulsatilla L.; Artemisia vulgaris L.; Calendula officinalis L.; Capsella bursa-pastoris L.; Cassia occidentalis L.; Erodium cicutarium (L.) L’Hérit.; Galega officinalis L.; Lamium album L.; Monarda didyma L.; Rosa galica L.; Ruta graveolens L.; Salvia officinalis L.; Senecio vulgaris L.; Stachys silvatica L.; Viburnum opulus L. Plantas para o metabolismo: Asparagus officinalis L.; Fucus vesiculosus L.; Laminaria saccharia Lam.; Orthosiphon stamineus Benth. Plantas para o aparelho locomotor: Anthyllis vulneraria L.; Arnica montana L.; Brassica nigra (L.) Koch.; Caltha palustris L.; Colchicum autumnale L.; Filipendula ulmaria (L.) Maxim.; Fraxinus excelsior L.; Harpagophytum procumbens Dec.; Ilex aquifolium L.; Rosmarinus officinalis L.; Salix alba L.; Sassafras officinalis Nees.; Tamus communis L.; Plantas para a pele: Achillea millefolium L.; Aloe vera (L.) Webb.; Anchusa azurea Miler; Arctium lappa L.; Aristolochia clematis L.; Bixa orellana L.; Chelidonum majus L.; Chenopodium bonus-Henricus L.; Cynoglossum officinalis L.; Equisetum arvensis L.; Evonymus europaeus L.; Ficus carica L.; Gossypium herbaceum L.; Hedera helix L.; Heliotropium europaeum L.; Hypericum perforatum L.; Lilium candidum L.; Nerium oleander L.; Opuntia ficus-indica (L.) Miller.; Persea americana Miller.; Physalis viscosa L.; Phytolacca americana L.; Polygonatum odoratum Druce; Polypodium calaguala Ruiz; Sanicula europaea L.; Sedum telephium L.; Sempervivum tectorum L.; Solanum dulcamara L.; Solanum nigrum L.; Stachys officinalis (L.) Trevisan; Succisa pratensis Moench.; Symphytum officinalis L.; Ulmus campestris L.; Viola tricolor L. Plantas para as infecções: Bellis perenis L.; Borago officinalis L.; Buxus sempervirens L.; Carlina acaulis L.; Carthamus tinctorius L.; Cinchona officinalis L.; Drosera rotundifolia L.; Echinacea angustifolia L.; Hippophae rhamnoides L.; Pilocarpus pennatifolius Lam.; Populus nigra L.; Rosa canina L.; Rubus idaeus L.; Salvia sclarea L.; Sambucus nigra L.; Thymus vulgaris L.; Tropaeolum majus L.; Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 238 No ano de 1873, o médico alemão Dr. Schussler publica no artigo da revista de Homeopatia Geral com o seguinte titulo “Uma Terapêutica Homeopática Abreviada” em que manifestava que “tinha chegado a poder prescindir dos fármacos de uso corrente em Medicina” e que unicamente trabalhava com doze substâncias inorgânicas, quer dizer, “com agentes funcionais fisiológicos do organismo”. Schussler estava convencido que com eles podia chegar à meta por via mais rápida. Um ano mais tarde, em 1874, Schussler decidiu dar a conhecer os princípios da sua terapêutica homeopática reduzida a um círculo mais amplo. Nas livrarias apareceu um folheto com o título “Uma terapêutica abreviada fundamentada na histologia e na patologia celular”. Esta formação já era completamente diferente. Neste folheto já não se mencionava a Homeopatia, Schussler escrevia mais tarde: “O meu método terapêutico não é homeopático, pois não está baseado no princípio da Similitude, mas sim nos processos químico-fisiológicos que se desenvolvem no organismo”. É o método que nos anos seguintes se denominaria bioquímica de Schussler. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 12 agentes bioquímicos funcionais 1. Calcium Fluoratum D6 239 Encontra-se no esmalte dos dentes, nos ossos e nas células da epiderme, sobretudo onde exista tecido elástico. Favorece o sistema circulatório fortalecendo os pequenos vasos sanguíneos. Além disso estimula a reabsorção dos endurecimentos vasculares. Indicações: Perda de elasticidade dos vasos sanguíneos (hemorróidas, varizes, arteriosclerose). Doenças ósseas e dentais (propensão às cáries, etc.), lesões discais, moléstias articulares, raquitismo infantil, endurecimento nos tecidos e glândulas, debilidade postural, envelhecimento prematuro da pele. Também é um agente de apoio nas doenças tumorais. Actua lentamente e deve-se tomar durante longos períodos de tempo. Os sintomas melhoram com o calor e pioram com o frio e com a humidade. 2. Calcium phosphoricum D6 É o sal mais abundante no organismo humano. É o agente bioquímico responsável da construção e fortalecimento de todas as estruturas do organismo; fundamentalmente configura a massa óssea dura, ainda que esteja presente em todas as células. Actua sobre as membranas celulares limitantes e intervém na síntese proteica. Indicações: Está indicado em todas as doenças ósseas e dentárias, fracturas complicadas, que tardam em soldar, anemia, processos pulmonares, alterações do tipo nervoso, astenia, transtornos do sono (especialmente em lactantes, durante a infância e em épocas de desenvolvimento e crescimento). Também se utiliza nos transtornos menstruais, durante a gravidez e na convalescência. Calcium Phosphoricum é um agente bioquímico de efeito lento que se recomenda tomar durante períodos de tempo prolongados. É ideal para pessoas anémicas, pálidas de aspecto doente; os seus sintomas acentuam-se pela noite e podem piorar em condições de repouso. Deve-se administrar juntamente com o Calcium fluoratum D6. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 3. Calcium sulphuricum 240 Encontra-se, entre outros órgãos, no fígado e vesícula biliar. Tal como Silicea, tem grande utilidade em todos os processos purulentos. Aumenta a coagulação sanguínea e estimula o metabolismo. Indicações: Abcessos, furúnculos, antraz, inflamações do tecido conectivo, amigdalites purulentas, catarro brônquico purulento, cistite e nefrite, constipação (resfriado) crónico com afectação dos seios maxilares com secreções purulentas sanguinolentas fétidas; fístulas anais, reumatismo crónico e, finalmente, também em pacientes com insónia, perda de memória e vertigo. 4. Ferrum phosphoricum D6 A importância do ferro no organismo é essencial e ninguém dúvida do papel vital que desempenha no nosso organismo. O ferro não somente é um componente imprescindível à hemoglobina que se encontra em todas as células, intervém em múltiplos processos enzimáticos e exerce funções importantes nos mecanismos da defesa perante infecções. Na infância é necessário para um crescimento normal. Pela mesma razão é imprescindível também durante a menstruação, na gestação e no período de amamentação. Indicações: É o agente bioquímico para todas as doenças súbitas e para todos os processos inflamatórios e febris na fase inicial. Está indicado em doenças infantis, estados anémicos, dores, feridas, hemorragias, contusões, distorções articulares, sobrecargas físicas, alterações da perfusão sanguínea com sintomas reumatóides, gastrite catarral aguda com dor e vómitos e diarreias estivais acompanhadas de febre. Todos os sintomas enumerados pioram pela noite, assim como com o calor e o movimento. O repouso e um ambiente mais fresco contribuem a aliviar as moléstias. 5. Kalium chloratum D6 O potássio forma parte de todas as células, sobretudo os eritrócitos e leucócitos. Como o sódio, possui efeitos fisiológicos específicos sobre a excitabilidade nervosa e muscular. Além disso intervém na síntese proteica e na utilização dos hidratos de carbono (efeito activador do metabolismo). Em conjunto pode-se afirmar que o potássio é um componente imprescindível do organismo. O déficit de potássio causa alterações patológicas em diversos tecidos (músculo cardíaco e músculos esqueléticos, entre outros). Indicações: Está considerado em bioquímica como o agente principal no tratamento anti-catarral de diversos órgãos e mucosas e nos catarros acompanhados de secreções fibrinosas e espessas (segundo estado inflamatório) que formam uma massa branca, brancaviscosa. Orienta-se kalium chloratum para o tratamento de afecções otorrino-laringológicas e oculares e caracterizadas por inflamação fibrinosa, também em processos pulmonares e pleurite fibrinosa, bronquite, reumatismo, tendo-vaginite, verrugas, reacções de vacinas, queimaduras, etc. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 241 O calor alivia os sintomas; o movimento e uma alimentação rica em gorduras e muito condimentada fazem piorar. 6. Kalium phosphoricum É o sal inorgânico mais significativo para a célula e é particularmente importante para o soro, os leucócitos, os tecidos distintos do organismo e as células cerebrais, nervosas e musculares. O déficit de potássio produz esgotamento destes órgãos, em ocasiões acompanhadas de transtornos psíquicos, ânimo depressivo, ansiedade, esgotamento e perda de memória. Indicações: Kalium phosphoricum é o agente funcional bioquímico de mais utilidade no tratamento das doenças agudas e crónicas e estados de esgotamento. Está indicado em estados nervosos, depressões, esgotamentos, melancolia, histeria, insónia de origem nervosa, apatia intelectual, perda de memória, debilidade muscular, lombalgias, alterações cardíacas de tipo nervoso, sensação de ansiedade com palpitações, etc., assim como medida de apoio no tratamento das cardiopatias orgânicas, em hemorragias, paresias, perda da força em processos infecciosos, estados infecciosos e inflamatórios com secreções fétidas (“anti-séptico interno”). Os sintomas melhoram com uma actividade moderada e acentuam-se notavelmente com o esforço. 7. Kalium sulphuricum D6 Encontra-se nas células da epiderme e células epiteliais da pele e mucosas, normalmente junto ao ferro, que o apoia na sua função de transporte de oxigénio na célula e de que se serve para activar o metabolismo celular. Kalium sulphuricum é para o terceiro estágio inflamatório com secreções viscosas amareladas (o Ferrum phosphoricum é para o primeiro estágio inflamatório – inflamação seca sem secreção; e Kalium chloratum para o segundo estágio inflamatório – secreções viscosas. Indicações: Em inflamações crónicas de todo o tipo, afecções cutâneas, descamativas, catarros de mucosa purulenta crónicos (nariz, ouvidos, faringe, brônquios, conjuntiva, etc.); também em catarros gastro-intestinais, hepatite, nefrite, dor articular reumática e, em geral, para a estimulação de todos os processos de eliminação e desintoxicação. O paciente apresenta um estado anímico dominado pela melancolia e pela ansiedade; os sintomas acentuam até ao entardecer e habitações muito tempo fechadas; aivia e melhora em espaços abertos com ar puro e fresco. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 8. Magnesium phosphoricum D6 242 É o analgésico e anti-espasmódico bioquímico por excelência. O magnésio ocupa o segundo lugar em importância depois do potássio entre os sais minerais do organismo humano. Aproximadamente a metade encontra-se no esqueleto, um terço no sistema muscular e o resto reparte-se entre nervos, cérebro, medula espinal, eritrócitos, fígado e glândulas tiróides. O magnésio intervém em múltiplos processos enzimáticos. Possui propriedades anti-trombóticas e anti-alérgicas e influi sobre a excitabilidade neuromuscular e a função cardíaca (prevenção do infarto do miocárdio, entre outros). O magnésio diminui o metabolismo basal e reduz os níveis de colesterolemia. Indicações: Quadros espasmódicos de todo o tipo, cólicas e algias, neuralgias em todo o corpo, sensação de opressão na região cardíaca e tendência a enxaqueca. O seu efeito é destacável no tratamento de quadros clínicos do tipo cólica, flatulência, meteorismo, problemas da dentição e tosse convulsa em crianças e diarreias aquosas acompanhadas de dor abdominal. Todos os sintomas melhoram aplicando calor exercendo uma pressão e pioram com o frio. 9. Natrum chloratum D6 Dos sais sódicos do organismo, o Natrum chloratum é o que tem a maior importância biológica. É absolutamente vital (essencial). Enquanto que o potássio está localizado na sua maior parte nas células, aproximadamente a metade do sódio se encontra no líquido extracelular e outro terço nos ossos e tecidos cartilaginosos. No estômago e no rim também existem concentrações intracelulares de sódio relativamente altas. Indicações: Anemia, clorose, anorexia, perda de peso, catarro das mucosas com secreção serosa, catarro gastrointestinal acompanhado de diarreia aquosa, hipoacidez, hipogalactose no puerpério, obstipação por atonia intestinal, hemorróidas, sensação de formigamento e entumescimento das extremidades, erupções cutâneas e exsudativas, dor reumática, cefaleias, enxaquecas, lacrimação, ptialismo, neurastenia, histeria e falta de iniciativa. Piora os sintomas pela manhã, por esforço psíquico e clima húmido-frio. Muita sede, apetência por comidas salgadas; melhora com ar quente e seco ou também com ar puro mais fresco. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 10. Natrum phosphoricum 243 Está muito estendido por todo o organismo: em células nervosas, nos músculos, nos eritrócitos e no tecido conjuntivo. Mantém o ácido úrico em solução para a eliminação através do rim. Natrum phosphoricum é importante para a eliminação dos produtos metabólicos. Também desempenha uma função essencial na troca de ácido carbónico (efeito tampão) e no metabolismo do ácido láctico que o organismo produz a partir do glucógeno com o trabalho muscular. Indicações: Natrum phosphoricum é um agente neutralizador de eficácia provada nas hiperacidoses de todo o tipo. Tem aplicação no tratamento de doenças agudas e crónicas (sobretudo em crianças) por transtornos metabólicos, excesso de ácido clorídrico, pirose, vómitos ácidos, diarreias de fermentação, no reumatismo, ciática e gota. Também está indicado em adenites, inflamações oculares, amigdalites, faringites com eructos azedos, cistites, cálculos renais e biliares e erupções cutâneas com secreções amarelas de consistência cremosa O movimento, as dietas ricas em gorduras e o clima húmido e frio causam uma piora dos sintomas. 11. Natrum sulfuricum Não se encontra nas células como nos líquidos tecidulares. Tem por missão descongestionar o organismo, eliminar toxinas do metabolismo, desintoxicar o organismo e activar o fluxo biliar. Indicações: Em todas as doenças dos órgãos de excreção (fígado, vesícula biliar, rim, bexiga); também em erupções cutâneas, feridas antigas, úlceras esxudativas das pernas, edemas, infecções gripais e moléstias reumáticas. Natrum sulphuricum está indicado em pacientes com sensação permanente de frio que não aquecem mesmo tapados. São irritáveis, indiferentes e depressivos. Os sintomas, que em muitos casos apresentam-se periodicamente, são mais acentuados pela manhã, em dias húmidos e em ambientes húmidos (em casa). As secreções são aquosas e de cor verde-amarela. 12. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Silicea 244 É imprescindível ao organismo (essencial) como componente do tecido conjuntivo. Silicea é importante para a constituição da pele e mucosas e para o crescimento de unhas, cabelo e ossos. Aumenta a capacidade de resistência e a resistência mecânica dos tecidos (“cosmético bioquímico”). Os pulmões, os gânglios linfáticos e as glândulas supra-renais contêm quantidades importantes de silicea. O silício, como componente principal da silicea, é depois do oxigénio o segundo elemento mais frequente na superfície terrestre. Silicea está relacionado de forma especial com o metabolismo do cálcio. O ácido silícico intervém junto a outras substâncias na assimilação do cálcio contido nos alimentos. Activa a formação do colagéno e estimula a actividade dos fagócitos (“células devoradoras”), tão importantes para a defesa do organismo frente às infecções. Indicações: Silicea, juntamente com Calcium sulphuricum, o meio principal contra as inflamações agudas e crónicas supurativas de todo o tipo. Também está indicada nos casos de paredes vasculares distendidas (varizes, hemorróidas, etc), doenças das unhas e cabelo, adenite e endurecimentos ganglionares, processos de cicatrização, fístulas ósseas, cáries, raquitismo, treçolhos e suores nocturnos. Activa a reabsorção de hematomas e derrames e reduz níveis sanguíneos de ácido úrico (ver também Natrum phosphoricum). Piora pelo frio (“tudo está gelado”), ao entardecer, pela noite e em movimento. Os sintomas melhoram com calor e cobrindo o paciente com roupa quente. Doses e formas de administração Nos casos agudos 1 ou 2 comprimidos cada 5 minutos, nos casos crónicos 1 a 2 comprimidos 3 a 6 vezes ao dia. Recomenda-se ingerir os comprimidos meia hora antes das refeições ou uma hora depois. Deixam-se dissolver lentamente na boca, sem nenhum líquido adicional, para que a substância activa possa ser assimilada pela mucosa da cavidade bucal e chegue o mais directamente possível ao sangue, evitando o trânsito pelo tracto gastrointestinal. Durante o tratamento com agentes bioquímicos recomenda-se evitar a ingestão de estimulantes fortes como nicotina, álcool, alimentos muito condimentados ou picantes, etc. A única excepção deste modo de posologia corresponde a Magnesium phosphoricum que normalmente dissolve-se em água quente e toma-se aos golos. Em cólicas fortes, ataques de dor agudos e espasmos dolorosos, pode-se aumentar a dose recomendada. Dissolvem-se 10 comprimidos num copo de água quente (não usar colher metálica) e ingerir esta solução em pequenos goles cada 2 a 5 minutos. Habitualmente não se recomenda administrar simultaneamente vários agentes bioquímicos. Se for preciso fazer um tratamento com outro agente adicional, recomenda-se fazê-lo em dias alternados. Em determinados casos podem alternar-se dois agentes bioquímicos distintos em intervalos de hora a hora. Raramente é indicado o tratamento simultâneo com mais de dois agentes. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal OLIGOELEMENTOS 245 “Oligo” é uma palavra que provém do Grego Oligos, que significa pequeno, pouco numeroso, pequena quantidade, elemento significa em química, um corpo simples, quer dizer, uma substância que não pode ser decomposta noutros corpos. Os oligoelementos portanto, são corpos químicos simples em pequenas quantidades. A Oligoterapia Biocatalítica (inicialmente estudada pelos franceses Menetrier e Bertrand no final do século passado e início deste) consiste numa linha terapêutica com diagnóstico diferenciado e tratamento, através de minerais (Manganês, Cobre, Zinco, Magnésio etc.) em doses muito pequenas, da ordem de microgramas, por absorção sublingual, que actuarão não por acção ponderal ou por reposição de carências, mas sim, por uma acção de retorno a homeostase (equilíbrio) dos sistemas catalíticos ou enzimáticos nos quais esses minerais estão envolvidos. Esta terapêutica abre um novo campo de possibilidades no tratamento de nossos pacientes, que é o tratamento efectivo das DOENÇAS FUNCIONAIS. “Oligoelementos são complementos alimentares imprescindíveis em pequenas quantidades, à integridade funcional dos vegetais, animais e do ser humano” CAUSAS DAS CARÊNCIAS EM OLIGOELEMENTOS Os hábitos alimentares ocidentalizados são pouco ricos em legumes, frutos e cereais variados. Para além disso os cereais são quase sempre refinados, os frutos frequentemente fora de época e submetidos a frigorífico e longas viagens, muitas vezes amadurecidos artificialmente. Comemos quase todos os alimentos ricos em vitaminas e oligoelementos cozidos, desperdiçando a riqueza do alimento fresco, cru, que mantém a integralidade das vitaminas e oligoelementos. A industrialização dos alimentos apresenta—nos produtos alimentares já preparados contendo os aditivos (conservantes, corantes, reguladores de acidez, aromatizantes) que reagem com os elementos vitais, transformando a sua estrutura química. Também para conservação os alimentos sofrem muitas vezes processos de aquecimento, ou congelamento sendo assim desvitalizados. Muitos frutos e legumes sofrem ainda processos de irradiação por raios gama o que permite uma conservação mais longa. As técnicas da agricultura, que utiliza meios artificiais e químicos para fazer crescer e amadurecer mais rapidamente os alimentos. Também a utilização de pesticidas e herbicidas químicos mata as bactérias dos solos que sintetizam as vitaminas e os oligoelementos e asseguram a nutrição das plantas, empobrecendo os solos. O consumo exagerado de frutos e legumes exóticos fornecem nutrientes apropriados ás nossas condições de vida, pois não são adaptados á nossa fisiologia e não correspondem ao equilíbrio do nosso solo. Há uma relação entre o ser humano, os solos e as condições climatéricas do seu ecossistema. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 246 Certos tipos de comportamento também conduzem a uma falta de oligoelementos: o trabalho em excesso, o stress, o hábito de fumar e de beber bebidas alcoólicas, um ritmo de vida desfasado dos ritmos biológicos (que são regulados pelo nascer e pôr do sol), uma má assimilação dos alimentos devido ás refeições irregulares e demasiado numerosas. O café, o álcool, o tabaco, as drogas e os medicamentos dão uma sensação de bem estar apenas passageira, podendo ser substituídos por oligoelementos. Pelo açúcar consumido que aumenta provisoriamente a taxa de glucose no sangue, poderá ser substituído por Cobre, Manganês e Crómio que irão favorecer o controle de glicemia pelo fígado e pelo pâncreas. Há etapas da vida, como nos anos de rápido crescimento, durante a gravidez, aleitamento e terceira idade em que o organismo requer vitaminas e oligoelementos particulares e em maior quantidade. Também os períodos menstruais, a prática de desportos e uma actividade física ou intelectual intensa carecem de um aporte adicional destes elementos. Orientação terapêutica de oligoelementos Depois de muitos trabalhos experimentais sobre a Orientação Terapêutica de oligoelementos, determinou-se que para que tenham a sua máxima eficácia, devem responder a vários parâmetros: a sua forma deve ser iónica e em meio aquoso. Neste estado de alta energia os iões metálicos serão rápida e perfeitamente assimiláveis pelo aparelho digestivo. A administração de oligoelementos deve ser efectuado em baixas concentrações e repetindo certas proporções entre elas. Quanto mais diluído está o elemento, mais se aumenta a superfície de contacto. Qual o objectivo da Oligoterapia? A Oligoterapia procura normalizar as defesas naturais, isto não quer dizer que se possa suprimir automaticamente o seu processo de tipo hormonal a antibiótico, pois em numerosos síndromas crónicos ou que tenham cronicidade, o organismo graças aos oligoelementos, poderá retocar só e sem ajuda substancial o controle da sua saúde e da sua defesa. Assim os oligoelementos estão especialmente indicados para estes estados chamados diáteses. Entende-se por diátese a disposição de participar de um indivíduo a sofrer certas manifestações de enfermidades, é um nível intermédio entre as alterações funcionais e as lesões orgânicas. Em oligoterapia além das diáteses foi criado um questionário que nos permite fazer a escolha do remédio em falta no organismo, assim é composto por: 1º Diátese. 2º Anamnese ou sintomas. Diátese, é a predisposição de uma pessoa, a contrair determinado grupo de doenças. Em oligoterapia não se tratam doenças, mas sim doentes. Segundo este princípio há que ter em sempre conta o “terreno” ou diátese do sujeito e só depois, então dirigir o tratamento ao sintoma. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Diátese I – Alérgico ou Artrítico 247 É uma diátese “jovem” em que os fenômenos patológicos são agudos mas raramente graves. O alérgico reage violentamente contra todas as agressões infecciosas, tóxicas e mesmo patológicas. Acorda cansado e, com o decorrer do dia vai “aquecendo” para à noite estar em forma, optimista e só tarde decide ir deitar-se. É um sujeito dinâmico, empreendedor, irritável, agressivo, emotivo, nervoso e tímido. O seu oligoelemento é o Manganês (Mn), anti-alérgico polivalente, que por vezes tem interesse ser complementado com o Enxofre (dessensibilizante universal) e, em caso de necessidade, pelo Iodo (regulador da tiróide). É de notar que o Enxofre e o Iodo são frequentemente chamados a complementar em qualquer das diáteses, consoante a necessidade. Diátese II – Hiposténico ou Artro-tuberculoso Trata-se geralmente de um adulto que, à medida que decorre o dia, apresenta uma astenia progressiva que vai destruindo a sua própria confiança, e se torna angustiado e pessimista. Precisa de muito repouso para recuperar e retomar a sua capacidade de trabalho, é por natureza, calmo, ponderado, ordenado e equilibrado. Geralmente indiferente, parecendo não se interessar por nada. Intelectualmente, tem dificuldade em se concentrar e prestar atenção nas aulas; é distraido e desatento. Contrariamente à diátese anterior, poupa-se a esforços, fala pouco e só do que lhe interessa. O seu oligoelemento é o composto Manganês-Cobre. Diátese III – Distónico ou Neuro-Artrítico O Distónico é uma variante e uma evolução do alérgico (diátese I) no sentido de uma baixa de vitalidade e da senescência. É uma diátese de adultos dos cinquenta anos. Geralmente significa o aparecimento de distúrbios neuro-vegetativos, circulatórios e eliminatórios. Psicologicamente nervoso, emotivo, depressivo ou melancólico, mas é principalmente, e sobretudo, ansioso: a distonia é a diátese da ansiedade. Tem espírito criativo. Esta diátese caracteriza-se por um envelhecimento geral das diversas manifestações psíquicas e físicas. A memória e a concentração estão nitidamente diminuídas. O sono torna-se medíocre. A fadiga é progressiva no decorrer do dia, particularmente ao fim da tarde. Ela é nítida dos membros inferiores. Um sentimento de envelhecimento contrasta com um passado tónico e optimista. O seu oligoelemento é o composto Manganês-cobalto, completa-se com Enxofre e Iodo, se necessário, mas principalmente com Cobalto (espasmos arteriais, enxaquecas). E Magnésio (anti-senescente). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Diátese IV – Anérgico 248 Esta diátese é o oposto do alérgico (diátese I). É caracterizada pela falta de autodefesa do organismo perante as agressões, sejam elas físicas, infecciosas, tóxicas ou psicológicas. A sua astenia, primeiramente intermitente, tem tendência a tornar-se contínua e global. Estas pessoas estão sempre cansadas e apresentam uma grande lassidão por vezes com traços de euforia ou de agressividade, que são uma espécie de reacções periódicas, mas muito curtas. Têm frequentemente perturbações de memória e concentração importantes. Encontram-se especialmente entre os intelectuais e os técnicos. Estes doentes sofrem de sono muito irregular com pesadelos e muitas vezes de insónia. O seu oligoelemento é Cobre-Ouro-Prata, reforçado com o Magnésio, o Fósforo e o Lítio. Diátese V – Síndrome de Desadaptação ou Síndrome Endócrino Este síndrome não deve ser considerado propriamente uma diátese, pois pode intervir em qualquer dos estados de diátese 2, 3 e 4, acrescentando sintomas funcionais, geralmente do tipo endócrino e particularmente hipofisário; caracteriza-se por astenias cíclicas, fome violenta, frigidez ou impotência. O seu oligoelemento é Zinco-cobre, a reforçar muitas vezes com o complexo Zinco-Niquel-Cobalto, ou só este último quando se trata de desregulação hipofisopancreática, muito frequente, e das manifestações digestivas que o acompanham. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Oligoelementos simples 249 Alumínio catalítico (Al) O alumínio catalítico actua sobre o sistema nervoso central (encéfalo, tronco e medula espinal). A sua acção melhora o estado das cartilagens de ossificação do feto e da criança, e as cartilagens das superfícies atrito articulares. Constatou-se o seu interesse em certas dificuldades intelectuais da criança, lentidão e idiotice, atonia cerebral e atrasos do desenvolvimento intelectual. Outra indicação mais frequente, é a da sua acção nos centros reguladores do sono, sem efeito hipnótico ou depressivo. Pode também constituir um auxiliar eficaz na terapêutica dos mongolóides. Indicações terapêuticas: • • • • • • • • • • • • • Atraso no desenvolvimento intelectual da criança. Mongolismo. Sequelas de encefalites de vacinação. Atonia cerebral. Deficiências intelectuais das crianças atrasadas. Perturbações da memória das crianças e idosos. Enfraquecimento da memória, associado a Manganês (Mn) ou ManganêsCobalto (Mn-Co), se houver perturbações circulatórias cerebrais (depois dos 60 anos). Atrasos escolares associado a Manganês-Cobre (Mn-Cu) e Cobre-Ouro-Prata (Cu-Au-Ag). Crianças atrasadas também fisicamente, associado a Zinco. Atrasos intelectuais associado a Magnésio. Insónias associadas a perturbações psíquicas, com Lítio. Para aumentar a vitalidade cerebral e nervosa. Facilita o estado de idiotice e de compreensão. Bismuto catalítico (Bi) As doses inferiores a um miligrama, duas ou três vezes por semana, não podem, ocasionar acidentes tóxicos. As aplicações clínicas provaram as propriedades farmacodinâmicas deste oligoelemento no tratamento das anginas e nas afecções do estômago. Indicações terapêuticas: • • • • • • • • • Amigdalites. Anginas vermelhas ou pultáceas alternado com Cobre (Cu). Laringite aguda. Faringite. Constipações (resfriados). Gastralgias, alternado com Manganês-Cobalto (Mn-Co). Gastrite. Estados dolorosos abdominais, peritonais. Enterocolites. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Cobalto catalítico (Co) 250 Dado o baixo teor de Cobalto no organismo humano, a sua concepção deve ser utilizada terapeuticamente sob forma iónica. Em oligoterapia a sua acção é bastante vasta, podendo ser utilizado isolado ou em associação com outros oligoelementos. Acção: • • • • • Vasodilatadora - Hipotensora. Antiespasmódica. Hipoglicemiante. Reguladora do simpático e do parassimpático. Tranqüilizante. Indicações terapêuticas: • • • • • • • • • • • • • Hipertensão. Perturbações do simpático e do parassimpático. Manifestações distónicas. Artrites, em particular dos membros inferiores. Espasmos vasculares – Espasmos dos vasos oculares. Síndrome de Reynaud. Regulação do sistema neurovegetativo. Bloqueios digestivos – Aerofagias – Soluços. Enxaquecas (uma tomada hora a hora até desaparecimento da dor, muito eficaz). Palpitações – Angústias. Anemias (como hipoglicemiante). Perturbações hepato-pancreáticas. Cobre catalítico (Cu) O Cobre entra nos processos das defesas naturais. A fim de lhe manter a actividade, é judicioso fornecer Cobre catalítico ao organismo, para que este exerça a nível celular e provoque uma aceleração catalítica favorecendo a cura. O Cobre administrado sob forma iónica restitui por reacção, a actividade biocatalítica ao Cobre usado ou polarizado e ainda não eliminado, e assim de novo pode actuar ao nível dos tecidos e das células. É bom orientar Cobre catalítico nas infecções a vírus ou bacterianas, seja qual for a sua natureza, pois permite evitar, diminuir ou mesmo substituir a prescrição de antibióticos, com a vantagem de saber que não oferece efeitos secundários. Acção: • • • • • • • Antiinfecciosa. Antiinflamatória. Anti-anémica. Regularizadora da hipófise. Reguladora das glândulas genitais. Protectora contra todas as toxinas microbianas. Potencializadora de numerosos antibióticos. “Pensa-se mesmo que teria acção favorável na célula cancerosa”. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Indicações terapêuticas: • • • • • • • • • • • • • • • • • Afecções reumáticas. Artroses. Artrites. Anemias. Gripe e suas complicações. Doenças infecciosas crónicas em crise evolutiva. Espondilartrite anquilozante. Nefrose lipoídica. Tuberculose óssea. Vitiligo. Tuberculose evolutiva. Insuficiência esplênica. Psoríase. Tumores benignos. Estados pré-cancerosos. Diminuição do colesterol sanguíneo. Raquitismo. 251 Contra-Indicações: - Doença de Wilson - Esta doença muito rara no Homem, tem origem numa perturbação do metabolismo do Cobre, e mais precisamente, uma deficiência de transporte, o que conduz a intoxicações por acumulação de Cobre no organismo. Enxofre catalítico (S) O Enxofre catalítico em numerosos casos constitui uma ajuda valiosa nos tratamentos anti-artrítico. Este metalóide é o complemento indispensável do Manganês nos casos ditos artríticos, e do Cobre em todos os estados infecciosos. Associa-se com frequência ao Manganês-Cobre e ao manganês-Cobalto em situações de disfunções hepáticas e em geral é indicado nas manifestações alérgicas. Deve ser associado sistematicamente a todos os tratamentos das afecções da pele. Acção: • • Anti-alérgica. Regularizadora do metabolismo do enxofre. Indicações terapêuticas: • • • • • • • • • • • Insuficiência hepato-biliar. Enxaquecas. Nevralgias. Ciática. Artroses. Artralgias. Certas asmas. Bronquites crónicas. Laringites crónicas. Rinite espasmódica. Doenças da pele (eczema, acne, líquen, unhas, dentes). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Flúor catalítico (F) 252 Em patologia osteo-articular o Flúor catalítico revela-se um remédio extremamente precioso e de um campo de acção que se estende a todo o sistema osteo-ligamentar e cartilaginoso. Preside ao metabolismo cálcico e influencia a constituição dos tecidos do conjunto do esqueleto. Indicações terapêuticas: • • • • • • • • • • • • • • • Insuficiência osteo-ligamentar, da infância e da adolescência. Hiperlaxidez ligamentar. Raquitismo. Epífisite. Escoliose. Entorses repetitivas. Raquialgias. Osteoporose. Artroses. Doença de Paget. Atrasos na consolidação de fracturas. Distrofias ósseas. Tuberculose óssea. Varizes ou predisposição a varizes. Prevenção da cárie dentária. Fósforo catalítico O Fósforo sob forma iónica, utilizado em oligoterapia não apresenta nenhum perigo e demonstra uma eficácia notável num certo número de síndromes. Acção: • • Antiespasmódica como o Magnésio. Diurética como o potássio. Indicações terapêuticas: • • • • • • • • • • • Espasmofilia, nervosa e vascular. Distrofias ósseas. Tetânia. Espasmos musculares. Asma. Miastenia. Cãibras. Regulação do tónus cardio-circulatório (associado com o Mg e Ca). Astenias cerebrais. Coqueluche. Osteoporose onde o metabolismo paratiróideu pareça em causa). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Iodo catalítico (I) 253 Chattin demonstrou em 1850 que o bócio era a consequência de uma carência em iodo. Hoje sabemos que a carência de iodo pode não ser de origem quantitativa, por se tratar de carência de utilização que pode ser provocada por substâncias anti-tiroideias que existem em certos legumes. Trata-se de um fenómeno de inibição catalítica (como a absorção do Cálcio em comprimidos). O Iodo catalítico é geralmente o complemento dos remédios diatésicos principalmente do Manganês, do Manganês-Cobre e do Manganês-Cobalto, consoante se trate de terreno alérgico, hiposténico ou distónico. Acção: • • • • • • • Regulariza o funcionamento da glândula tiróide sem risco de iodismo. Aumenta a taxa da tiroxina. Actua na hipertensão arterial e obesidade. Anti-séptico. Antimicótico. Profilaxia das escleroses orgânicas. Anti-senescente (com o magnésio). As hormonas tiroideias, ligadas à acção catalítica do Iodo, influenciam o crescimento do indivíduo e o seu nível mental, a carência induz a uma idiotia típica. Exercem também influência no conjunto das glândulas endócrinas, actuam no funcionamento neuro-muscular, na dinâmica circulatória, no aspecto dos tegumentos, pele, unhas, cabelos que se tornam ásperos ou quebradiços. Indicações terapêuticas: • • • • • • • • • • Hipotiroidismo. Hipertiroidismo. Síndrome pré-Basedown (nervosismo, tremores, hiper-emotividade, variações de tensão). Hipertensão arterial. Obesidade tiróideias. Arteriosclerose. Reumatismo. Artritismo. Dismenorreia de tipo hiper e hipo. Em pediatria no linfatismo, nas perturbações do crescimento e em todas as doenças a vírus (com Cobre e Prata). Este metalóide utilizado sob forma iónica não tem os mesmos efeitos nem as mesmas indicações que os iodetos habituais, pode constituir uma terapêutica regular desprovida de toxicidade. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Lítio catalítico (Li) 254 O uso do Lítio catalítico que por definição utiliza doses fracas nada tem a ver com as doses alopáticas que reconhecidamente são tóxicas e possuem contra-indicações. Acção: • • • • Regulador do humor. Regularizador do sistema hidroelectrolítico. Regulador da circulação (a partir dos 50 anos). Bloqueia a libertação de hormona tiróideia. Indicações terapêuticas: • • • • • • • • • • • • • • Hiper-ansiedade e hiper-emotividade com perda de sentido crítico. Tendências depressivas recidivantes. Diminuição das faculdades mentais. Abulia. Insónia dos ansiosos. Síndromes musculares dolorosos por tensão. Agressividade. Inibição. Perturbações de carácter na criança, adulto e idoso. Perturbações da adaptação familiar e profissional. Psico-pruridos. Psico-dermatoses. Recomendado no tratamento da menopausa. Além das principais indicações em que o Lítio é usado (perturbações neuropsíquicas) tem também acção no hipertiroidismo e na eliminação de uratos. A eficácia do Lítio catalítico faz-se sentir em particular nos casos em que a doença é ainda reversível. Nestes casos as doses não tóxicas de lítio respeitam em absoluto a personalidade do paciente, pois não operam nivelamento. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Magnésio catalítico (Mg) 255 Ao utilizar o magnésio catalítico obtém-se um complemento na carga magnesiana fisiológica. A vantagem da utilização do magnésio catalítico reside no facto deste se encontrar em estado iónico que o torna imediatamente disponível para ligações de efeito regulador qualitativo. Acção: • • • • Regulador térmico. Participa no metabolismo dos glúcidos, lípidos e prótidos. Antialérgico. Anti-stress. Indicações terapêuticas: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Destinado à terapia do terreno. Espasmofilia. Insuficiência de auto-defesa geral. Astenia. Hiperexcitabilidade neuro-muscular. Neuroses. Tremores. Cefaleias. Arritmias. Espasmos coronários. Hipertensão arterial. Artroses. Artrites. Obstipação crónica. Colites. Insuficiências hepáticas funcionais. Estados de auto-intoxicação por insuficiência digestiva. Todas as perturbações provocadas por má regulação do metabolismo do cálcio e da ossificação: espasmofilia, senescência, desmineralização, perturbações do crescimento, gravidez, aleitação, raquitismo, verrugas. Disfunções tiroideias. Eczema. Psicopatias. Prostatismo. Atraso intelectual (com alumínio). Terrenos cancerígenos. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Manganês catalítico (Mn) 256 O Manganês dado o seu baixo teor nos organismos vivos é considerado um oligoelemento e, por consequência, para efeitos terapêuticos será ministrado sob forma iónica e assim teremos um biocatalizador. O Manganês catalítico constitui um verdadeiro remédio de terreno caracterizado pela sintomatologia de uma diátese particular chamada “alérgica” ou “artrítica”. O Manganês constitui um verdadeiro remédio preventivo e curativo deste terreno mórbido. Acção: • • • • • • Anti-alérgica (deve ser complementada com o enxofre, dessensibilizante universal). Dessensibilizante poderoso nos fenómenos anafiláticos. Intervém nas funções de reprodução e de lactação. Essencial ao metabolismo da glucose e dos lípidos. Oxi-redutora a nível do fígado. Reguladora na assimilação do ferro. Indicações terapêuticas: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Asma alérgica. Coriza espasmódica. Febre dos fenos. Enxaquecas acompanhadas de perturbações digestivas de origem hepato-biliar. Variações de tensão mal toleradas acompanhadas de cefaleias, perturbações visuais, vertigens, taquicardia, etc. Urticária, edema. Pruridos. Certos eczemas. Dores articulares de tipo artrítico, sem alterações anatómicas. Dismenorreia com menstruação abundante e frequente. Astenia matinal. Comportamento psíquico nervoso, colérico e impulsivo, mas com disposição optimista. Perturbações do crescimento. Puberdade. Impotência e frigidez. Menopausa. Obesidade. Celulite. Alergias alimentares. Falta de resistência à fadiga. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Zinco catalítico (Zn) 257 O Zinco na forma catalítica tem a particularidade, tal como os outros minerais sob forma coloidal, de agir directamente nas reacções bioquímicas que determinam as funções orgânicas, sem depender do metabolismo do próprio elemento. O Zinco possui um efeito regulador das perturbações da hipófise e em particular das funções das gônadas. Acção: • • • • • • • Preventivo das doenças vasculares. Regulador das funções hipófisárias. Intervém na armazenagem e utilização da insulina. Regulador do equilíbrio ácido/base. Regulador do sistema simpático. Activadora das funções genitais e das glândulas endócrinas. Estimuladora das mitoses celulares. Indicações terapêuticas: • • • • • • • • • • Astenias. Atraso de crescimento. Insuficiência hipofisária. Hipermenorreia. Menopausa. Impotência. Perturbações do equilíbrio nervoso. Doença de Basedow. Psoríase. Certas perturbações hepato-pancreáticas e dos sistema nervoso. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Oligoelementos compostos 258 Manganês-Cobalto (Mn-Co) Influencia a diátese distónica, dita também neuro-artrítica, na medida em que não tenham evoluído no sentido da arteriosclerose, da insuficiência renal ou do cancro (Câncer). O manganês é o remédio catalítico do artritismo, o cobalto é o remédio catalítico das disfunções neuro-vegetativas, associados, os dois, proporcionam o remédio catalítico desta vasta e complexa diátese que é a neuro-artrítica. É o regulador por excelência das perturbações circulatórias periféricas e coronárias. Além disso, acontece que estes estados circulatórios e neuro-vegetativos podem estar próximos de estados pré-cancerosos, partindo desta noção geral de terreno aconselhamos a prescrição sistemática do Manganês-Cobalto associado ou não ao Cobre-Ouro-Prata, nas neoplasias em princípio ou em terrenos paraneoplásicos. Acção terapêutica: • • • Reguladora das perturbações circulatórias. Reguladora do sistema neurovegetativo. Compensadora da diátese distónica. Indicações terapêuticas: • • • • • • • • • • • • • • • • Varizes – Cãibras – Síndrome de Reynaud. Disestesias – Artrites – Coronarites. Hipertensão crónica – Tendência a arteriosclerose. Cefaleias de origem circulatória. Úlceras duodenais e gástricas – Litiase. Disquinésias biliares – Colites espasmódicas. Rectocolites – Gazes-inchação – Uremia. Litiase renal, úrica e oxálica – Litiase vesical. Ansiedade – Perda de memória – Insónias. Alterações de carácter – perturbações do humor. Certos eczemas crónicos. Passagem da asma ao simples edema. Artrose e as suas conseqüências incluindo manifestações nevríticas. Gota – Doença de Paget – Astenia matinal. Perturbações digestivas, pré e pós prandiais. Perturbações pré e para-menopausicas. Contra-indicações: • Tuberculose e afecções pulmonares. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Manganés-Cobre (Mn-Cu) 259 A conjugação da acção do Manganês que trata o artritismo e do Cobre que estimula a auto-defesa contra estados infecciosos e inflamatórios proporciona um remédio de extrema importância e eficácia para cobrir uma patologia bem determinada que é a diátese hiposténica, chamada também artro-infecciosa ou artro-tuberculosa, que se caracteriza pelo enfraquecimento dos tecidos, ósseo e cartilaginoso. Acção terapêutica: • • • • • • Sensibilidade particular das vias respiratórias às afecções microbianas que engloba desde rinofaringites frequentes até à tuberculose nas suas formas pouco evolutivas. Sinusites, anginas repetitivas, bronquites crónicas e dilatações brônquicas (Bronquiectasias). Asmas ligadas a manifestações bronquíticas ou fenómenos infecciosos das vias aéreas superiores. Pessimismo, dificuldade em fixar a atenção. Fadiga sem causa evidente que aparece em todas as idades, mesmo em crianças. Estados infecciosos crónicos ou recidivantes. Acção terapêutica: • • • Profiláctica das gripes. Preventiva da tuberculose. Modificadora de terreno, particularmente benéfica em todos os aspectos nas crianças frágeis. Indicações terapêuticas: • • • • • • • • • Anemias – Descalcificação – asma. Reumatismo e manifestações artríticas recidivantes. Urticária – Eczema – Puberdade – Sinusites. Rino-faringites e otites de repetição – catarro. Coqueluche – Enterocolites esquerdas. Alternância de diarreia e obstipação. Cistites – Fadiga física e crónica. Fadiga intelectual, dificuldade de concentração da atenção, pessimismo crónico. Todos os sintomas patológicos que precedem ou acompanham manifestações sintomáticas deste terreno anérgico bem definido. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Níquel-Cobalto (Ni-Co) 260 A associação Níquel-Cobalto combate os desequilíbrios da secreção exócrina do pâncreas. Esta associação será incluída no tratamento das perturbações digestivas causadas por esteatorreia, dificuldade digestiva das gorduras, e de maneira geral em todos os casos em que as funções pancreáticas estejam perturbadas. Actua na diabetes permitindo diminuir as doses de insulina. Acção: • Combate a aerofagia. • Reguladora do metabolismo pancreático. Indicações terapêuticas: • • • Diabetes – obesidade – fezes gordas. Colibacilose (aguda alternando com Manganês-Cobre se houver hipostenia, ou Cobre-Ouro-Prata se houver anergia). Digestões lentas – Certas obstipações – certas fermentações. Zinco-Cobre (Zn-Cu) O Zinco-Cobre corrige as dificuldades de adaptação das glândulas aos estímulos de origem Hipófiso-genital. Possuí um poder regulador endócrino de grande valor. Acção terapêutica: • Reguladora do sistema endócrino. Indicações terapêuticas: • • • • • • • Disfunções endócrinas (sobretudo hipófisárias e hipo-suprarenais). Dismenorreias. Enurese nocturna. Menopausa – esterilidade. Atrasos no desenvolvimento por causa das glândulas endócrinas. Disfunções ováricas – perturbações menstruais. Acne juvenil. Contra-indicações: • • Tuberculose. Neoplasias. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Cobre-Ouro-Prata (Cu-Au-Ag) 261 É composto por elementos cujas características são comparáveis por afinidade química, bem como pelas suas propriedades espaciais. Pode ser usado a titulo curativo, mas também a titulo preventivo nas epidemias (gripais em particular). Como policatalizador potencializa de maneira notável a acção dos antibióticos, o que permite reduzir as doses. É considerado um verdadeiro antibiótico coloidal (um colóide é constituído por partículas carregadas electricamente em suspensão num líquido), cuja potente acção reforça também consideravelmente a autodefesa do organismo. Deve associar-se Manganês-Cobre. Acção terapêutica: • • • • Anti-infecciosa. Anti-viral. Cortico-estimulante. Modificadora do terreno. Indicações terapêuticas: • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • Fadiga geral. Psicastenia com estados depressivos e ideia da morte. Diminuição das faculdades intelectuais. Perda de entusiasmo, tendência à abulia. Diminuição da libido. Reumatismo articular agudo (RAA). Poliartrite crónica evolutiva (PCE). Cistites. Furunculose e abcessos. Estafilococos. Estreptococos. Acne. Psoríase. Febre inexplicada. Osteomielitis. Leucopenias (baixa de leucócitos). Tuberculoses evolutivas. Astenias físicas e psíquicas. Síndromes depressivos essenciais ou seqüência de doença. “Surmenage” com melancolia. Obsessões mórbidas. Idéias de suicídio. Perturbações cardiovasculares. Acroqueratoma ou acropulpite. Úlceras varicosas, varizes, hemorróidas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Zinco-Niquel-Cobalto (Zn-Ni-Co) 262 O Zinco desempenha um papel importante a propósito da insulina, estimula os ilhéus de Langherans que elaboram a hormona indispensável ao metabolismo dos glúcidos. O Níquel actua também no metabolismo glucídico. Por este facto a associação Zinco-Niquel-Cobalto é indicada nos casos em que a glicemia deva ser equilibrada por uma acção sobre a secreção da insulina. Esta intervenção na função hormonal dos ilhéus de Langherans do pâncreas não parece ser directa. A associação agiria no eixo hipotálamo-hipofisário que regula a actividade endócrina. A disfunção do hipotálamo causa perturbações endócrinas e, entre outras, a desregulação do controlo pela hipófise da função insulínica do pâncreas. Esta desregulação expõe aos diabetes. A hipoglicémia a certas horas do dia, nomeadamente antes e depois das refeições é devido a uma baixa taxa de açúcar no sangue que provoca fadiga, cuja acuidade é proporcional à diminuição desta taxa. Para a hipoglicémia matinal, antes de pensar em perturbações da função hipotálamo-hipofisário há que verificar e assegurar que o pequeno almoço é suficiente, o que na maioria dos casos não acontece. Quando há astenia pós-prandial acompanhada de bocejos e sonolência, esta pode ser ao contrário provocada por reacções excessivas, incompatíveis e mal equilibradas, dispepsia ou desequilíbrio hepato-biliar. Eliminadas estas causas, poderemos então logicamente imputar esta astenia à regulação da glicemia. Neste caso a Orientação de Zinco-Níquel-Cobalto pode regularizar a relação hipotálamo-hipófise-pancreática, o que permite baixar ou aumentar a glicemia consoante a necessidade, sob reserva que os ilhéus de Langherans não tenham sido atingidos por lesão irreversível. Pode também influenciar o tratamento da psoríase em alternância com Zinco-Cobre e Enxofre. Acção terapêutica: • • • • Reguladora da função hipofiso-pancreática. Reguladora do sistema endócrino. Diurética. Preventiva e curativa nas famílias com pré-disposição diabética. Indicações terapêuticas: • • • • • • • • Disfunções hipofiso-pancreática. Estados diabéticos e pré-diabéticos. Insuficiências hormonais das glândulas endócrinas. Perturbações de assimilação. Astenias cíclicas. Obesidade. Digestões lentas e difíceis. Desregulação glicémica. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal As vias que se utiliza para a administração dos oligoelementos são: • • Via oral (caso dos oligoelementos em soluções iónicas); Via perlingual (caso dos oligoelementos originários de gluconatos); 263 Posologia: o mais simples dá-se quando os oligoelementos estão sob a forma de soluções iónicas glicero-aquosas e manipuláveis, com concentrações pré determinadas. O terapeuta orienta no mínimo 3 e no máximo 5 oligoelementos para meio copo de água. 40 gotas antes do pequeno almoço (café da manhã) e antes do jantar (em jejum). Se forem ampolas, tomar uma ampola por dia. O tratamento fazse durante 25 dias e descansa-se 5 dias e depois reinicia-se o tratamento. O tratamento deve ser no mínimo de 3 meses ou consoante o conselho do seu terapeuta. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal MINERAIS – OLIGOELEMENTOS – VITAMINAS 264 Problemas causados pela falta de vitaminas: DOENÇA/AFECÇÃO A Aborto Acomodação visual demorada Alteração na cor natural dos cabelos Anemias Ardor e comichão na vista Arteriosclerose Artrite Atraso no crescimentos dos jovens Atrofia muscular B Broncopneumonia Bronquites C VITAMINAS E A Ácido Fólico B1, B6, B12, C, ácido fólico B2 B6, B12 D B2 E D A, C Cabelos brancos (em jovens) Ácido Pantoténico Cãibras B1 Caspa A Cegueira nocturna A Cólicas B12 Colites Conjuntiva ocular vermelha em volta da córnea B12 Convulsões D Córnea invadida por vasos que percorrem a esclerótica B2 Cravos D Crescimento defeituoso D Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal DOENÇA/AFECÇÃO VITAMINAS D Depósitos calcáreos nos dentes Descamação nos cantos da boca Descamação nos cantos dos olhos Descamação nos lóbulos das orelhas Diarreias Diarreias com muco e sanguinolentas Deficiência de ácido clorídrico no estômago Deficiência de cálcio e fósforo Deficiência do leite materno Deficiente coagulação do sangue Deficiente funcionamento do fígado/vesícula Dificuldade da vista suportar a luz (fotofobia) Dificuldade em andar Digestão difícil Diminuição de energia Diminuição dos glóbulos vermelhos (eritrócitos) Diminuição de lágrimas Dores abdominais Dores na menopausa Dormência Dormência nos pés E Eczemas Edema Enfermidades dos órgãos digestivos Epilepsia Escorbuto Espinhas (acne) F Fadiga Falta de apetite Ferida dos lábios e da língua Formigueiro (paresias) Furúnculos Fraca resistência às infecções Fracturas Fragilidade e queda do cabelo Fraqueza geral Fraqueza muscular B1 B12 B2 B1 A A D A B6 B1 B6 C B1, B6 B6 C A A B2 B2 B2 B12 A A, B12 D D K Colina-P A, B12 B6 B1 Biotina B6 A B6 E B1 B12 265 Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Fraqueza nas paredes dos capilares sanguíneos P Fraqueza das pernas B12 266 DOENÇA/AFECÇÃO G Gases Gastrite crónica Gripe H Hemorragias I Impressão de ardor na língua Inflamação das gengivas Inflamação na boca e na língua Insónia Irritações da pele L Lesões na pele M Má estrutura óssea Miopia N Nevralgias Nevrite O Olhos fatigados P Palidez Palidez nos lábios e da língua Paralisia dos nervos VITAMINAS B1 B2 C C, K B12 C B2, PP B1, B12 B6 Ácido pantoténico D D B12 B1 A B1, B2, B12 B2 B1 Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Parto difícil D Pele áspera, seca ou escamosa A Pequeno tumor na pálpebra A Perturbações cardíacas E, B1 Perturbações da visão B2 Perturbações na língua B2 Perturbações nos órgãos genitais E Pneumonia D Prisão de ventre B1 DOENÇA/AFECÇÃO R Rachaduras dos lábios e das comissuras Raquitismo Repouso deficiente Resfriados frequentes Reumatismo S Secura dos olhos Sensação de calor Sensação de queimaduras e de irritação dos olhos Sonolência T Tensão nervosa Tuberculose U Úlceras do estômago e dos intestinos V Visão deficiente Vómitos na gravidez A, B2, PP, C, Triptofano B6 D D B2 B12 B2 B1 B2 D D A, C B1 VITAMINAS 267 Ácido Pantoténico Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Problemas causados pela falta de minerais e oligoelementos: DOENÇA/AFECÇÃO A Acidez e gases no estômago Acumulação de excreções Adormecimento (paresias) Alterações na pele Albuminúria Anasarca Anemia Angústia e lamentos durante o sono Apetite incontrolável Arranques histéricos Arteriosclerose Atrofia muscular B Bócio C Cãibras Cãibras nas pernas Calculose Calvície Cárie dentária Células desvitalizadas Coagulação deficiente do sangue Completa secura da garganta Condições neuróticas e histéricas Contracções no estômago Coração nervoso D Debilidade dos músculos abdominais Debilidade da vista Dentes cariados Dentes frágeis Depressão mental, tristeza Desenvolvimento pobre dos ossos Desmaios Desnutrição Desordens hepáticas Magnésio Flúor Fósforo Flúor Sódio, Iodo Fósforo Magnésio, Manganésio Cálcio Potássio Potássio, cálcio Flúor Flúor Silício Cálcio Cálcio Cálcio Ferro Manganésio Manganésio Cálcio Iodo Sócio Cloro Fósforo Silício Fósforo Potássio Ferro Cloro Flúor Enxofre Magnésio Potássio MINERAIS/OLIGOELEMENTOS 268 Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Desordens no sangue e no sistema nervoso Silício Diminuição da actividade mental Iodo Diminuição de inteligência Iodo Doença das unhas Flúor Dores alternadas do baço e dos rins Ferro Dores de cabeça Potássio Dores Dores Dores Dores Dores Dores Dores Dores E Edema dos tornozelos Emagrecimento Endurecimento das artérias Enxaquecas Erisipela Esgotamento sexual Esterilidade F Fadiga Fadiga ao ler e conversar Fadiga cerebral Fadiga mental Falta de ânimo Falta de conexão entre os pensamentos Falta de resistência Fome constante Fragilidade nas paredes das artérias Frieiras Frieza sexual Fugas de memória Furunculose G Garganta queimante e mau hálito Gases intestinais Enxofre Magnésio Iodo, Ferro, Potássio Ferro Silício Fósforo Iodo Manganésio Ferro Cloro Cálcio Cálcio Fósforo Ferro Silício Fósforo Iodo Sódio Cálcio Flúor Silício Flúor no coração nas costas nos órgãos genitais e debilidades cardíacas nos ossos no pescoço e ombros na próstata nos membros Iodo Ferro Cálcio Potássio Cloro Magnésio Fósforo Cálcio 269 Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal H Hemorragias Hemorragias nasais I Impotência Inchaço no fígado, baço e útero Irritabilidade Insónia DOENÇA/AFECÇÃO L Leucorreia Língua escura e viscosa Língua seca M Mal da bexiga Mal dos rins Mau génio Mau funcionamento do coração e artérias Membros pesados como chumbo Memória fraca Menstruação tardia e escassa Mente lenta (lerda) Micção frequente e queimante N Nervosidade Neurastenia Nevralgias O Olhos fundos vermelhos e sem brilho Olhos vermelhos e inchados Opressão no peito Ossos frágeis P Potássio Manganésio Ferro Cálcio Cálcio, Iodo Fósforo, Potássio Magnésio Flúor Flúor Cálcio Iodo Cloro Magnésio Magnésio Iodo magnésio Ferro Flúor Sódio Fósforo Enxofre Sódio, Cálcio Potássio, Cálcio MINERAIS/OLIGOELEMENTOS Cálcio Potássio 270 Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Palidez Ferro Palidez dos olhos Magnésio Palpitações Ferro, Manganésio Palpitações ao subir escadas Cálcio Paragem de crescimento Ferro Pele seca Sódio Pele seca e escamosa Iodo Perturbações da menopausa Iodo Pés frios Sódio Pessimismo Cálcio Piorréia Fósforo Poluções nocturnas (ejaculações) Ferro Prostração nervosa Cloro Preguiça Ferro Prisão de ventre Magnésio, Potássio DOENÇA/AFECÇÃO R Raquitismo Resfriados frequentes Respiração curta e apressada Respiração difícil Retenção de água no corpo Retenção de impurezas Ruído nos ouvidos S Sede intensa à noite Sensação de ardor no abdómen Sensação de grande cansaço e debilidade Sensibilidade do couro cabeludo Sensibilidade nos seios Sono pesado Sonolência T Tensão exagerada nos músculos Tendência ao bócio Tendência para a surdez Tiques nervosos Transpiração excessiva Transtornos glandulares Tremores dos membros inferiores Cálcio Iodo Flúor Cálcio Silício Iodo Ferro Silício Enxofre Cálcio, Enxofre Silício Manganésio Manganésio Manganésio, sódio Cálcio Cálcio Iodo Manganésio Iodo Enxofre Enxofre MINERAIS/OLIGOELEMENTOS 271 Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Tuberculose Cálcio, Flúor Tumefacção dos gânglios inguinais Cálcio Tumores ósseos Flúor U Urina sanguinolenta (hematúria) V Veias varicosas Vertigens Vómitos Silício Sódio Sódio Cloro 272 Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal VITAMINAS 273 Definição: As vitaminas são substâncias orgânicas fundamentais, utilizadas em quantidades de miligramas ou ainda menores, mas que se faltarem na alimentação perturbam toda a nutrição e levam a doenças graves e à morte. As vitaminas são princípios activos indispensáveis como catalizadores e activadores do metabolismo, que o organismo não pode sintetizar, excepto a vitamina D, que é elaborada sob a acção dos raios ultravioletas a partir de esteróis contidos em algumas células da pele, e a vitamina K, produzida por síntese intestinal, pelo que, exceptuando estas duas, as vitaminas têm que ser fornecidas pelos alimentos que as contém. Classificação: As vitaminas classificam-se em duas grandes categorias em relação com a sua solubilidade: vitaminas lipossolúveis, que são solúveis nas gorduras, e vitaminas hidrossolúveis, que são solúveis na água. Fazem parte das vitaminas lipossolúveis: A, D, E, K. Vitaminas Hidrossolúveis: C, P, complexo B (B1, B2, B3, B5, B6, B9, B12 e B15) vitamina H, a M e a T. VITAMINA A – Axeroftol ou vitamina antixeroftálmica. Só existe nos alimentos de origem animal, como a gema de ovo, manteiga, leite, queijos gordos, óleos de peixe (óleo de fígado de bacalhau). Nos vegetais e nas frutas existe a provitamina A, ou “caroteno” substâncias de composição aproximada que o organismo transforma em vitamina. As suas fontes são a cenoura, tomate, folhas verdes. Com cerca de 100 g de cenouras consegue-se obter a dose suficiente de vitamina A nos adultos. A cozedura não destrói a vitamina A, pelo que os vegetais ricos em caroteno (provitamina A) podem ser comidos cozidos sem qualquer receio de perda da vitamina. Quando administrada em grande quantidade, como medicamento, é tóxica e pode produzir a morte. O que nunca acontece quando é fornecida por alimentos. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal VITAMINAS DO COMPLEXO B 274 Dentro das vitaminas do complexo B (foram identificadas até agora 17), o Homem tem necessidade de cerca de 10 (B1, B2, B6, B12, PP, ácidos para-aminobenzóico, Pantoténico e Fólico, Biotina e Colina), das quais as cinco primeiras têm acção evidente. Em grande parte, estas vitaminas, são isoladas da levedura. Pela sua acção biológica podem dividir-se em dois grupos: • As vitaminas que actuam predominantemente nos metabolismos dos princípios imediatos (hidratos de carbono, gorduras e proteínas), como é o caso das vitaminas B1, B2, B3 ou PP, B5 e B6. As vitaminas que intervêm na formação do sangue, como a vitamina B9, ou ácido fólico e a vitamina B12. • VITAMINA B1 – Aneurina, Tiamina ou vitamina antineurítica. Encontra-se em todos os alimentos, com excepção das gorduras e açúcar, predominando nos cereais, legumes secos e verdes, fígado e gema de ovo. É necessário para o crescimento e o metabolismo da energia. A sua carência provoca: Falta de apetite. Fadiga. Obstipação. Hipersensibilidade emocional. Fraqueza muscular e cardíaca. Polinevrite. A carência da vitamina B1 pode ser devido, também, a deficiência de absorção pelo estômago, por causa de doença deste órgão, ou pela junção de bicarbonato à cozedura das hortaliças para as tornar mais verdes, o que destrói a vitamina; ou ainda ao alcoolismo crónico. VITAMINA B12, PP – Riboflavina. Encontra-se no leite, fígado, ovos e vegetais verdes, sendo o leite a fonte principal e, depois, as folhas verdes. Levedura de cerveja, cereais e queijos. É necessária para o crescimento e todo o metabolismo. É uma vitamina que tem o seu valor, pois também evita as cataratas, e corrige a incapacidade de ver à noite. A sua carência provoca: Diminuição de vitalidade. Anemia. Inflamação da língua (glossite) e da conjuntiva (conjuntivite). Inflamação e ardor nos olhos (a córnea fica congestionada e opaca, originando o enfraquecimento do grau de visão). Fendas no canto da boca. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal VITAMINA B3 – Niacina ou Nicotinamida, antipelagrosa. 275 Encontra-se nas vísceras, carne, peixe, cereais, excepto milho, legumes secos e verdes, batatas e folhas verdes. Intervém em acções enzimáticas do metabolismo. A sua presença é necessária à realização das oxidações que se passam nas células. Na sua ausência as enzimas, que vão auxiliar a respiração dos tecidos, não se formam. A sua carência provoca: A doença chamada pelagra (língua vermelha e fendida, dermatite, diarreia, demência), antigamente era frequente nas regiões de grande consumo de milho. VITAMINA B5 – Ácido pantoténico. Tem um papel essencial nas oxidações celulares, na síntese da acetilcolina e do colesterol. O bicarbonato destrói esta vitamina. A sua carência provoca: Embraquecimento dos pêlos. Úlceras no estômago e nos intestinos. Lesões na pele. Fontes: Levedura de cerveja, Gérmen de trigo, soja, amendoim, fígado, ervilhas secas, gema de ovo, frutas, melaço, trigo integral, couves, mel, farelo de arroz. _________________________________________________________________ VITAMINA B6 – Piridoxina. Desempenha um papel importante no tratamento da arteriosclerose, pois intervém no metabolismo dos ácidos gordos insaturados, que têm uma poderosa acção na dissolução e mobilização das placas de colesterol, aderentes às paredes internas dos vasos sanguíneos. Participa na maior parte dos processos enzimáticos que presidem à assimilação dos lípidos e das proteínas pelas células. Intervém igualmente no metabolismo dos glúcidos e, também do ácido glutâmico ao nível das células nervosas. A piridoxina tonifica o estado geral, protege a pele e os órgãos digestivos, aliviando especialmente as pessoas nervosas, agitadas e sem sono A sua carência provoca: Crises de epilepsia. Anemia. Dificuldades em andar. Fraqueza geral. Dores abdominais. Eczemas. Vómitos na gravidez. Irritações na pele. Doenças digestivas. Fontes: Levedura de cerveja, melaço, embrião dos cereais, a cutícula do trigo, o milho, o leite, a soja, o mel, os cereais integrais e a geleia real das abelhas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal VITAMINA B9 – Vitamina M, ácido fólico ou ácido pteroiglutâmico. 276 É muito útil no tratamento das anemias, pois actua sobre a elaboração dos elementos do sangue, e favorece o crescimento e a gestação. A sua carência provoca: Anemia macrocitária (aumento mórbido dos glóbulos vermelhos). Deformações no feto. Fontes: Levedura de cerveja, fígado de vitela, suco de espargos, trigo, couves, amendoim, soja, espinafres, pepinos, folhas verdes e saladas. _________________________________________________________________ VITAMINA B12 – Ciancobalamina ou Cobalamina. Para ser absorvida, necessita de estar ligada a uma substância segregada pelas células do estômago chamado de factor intrínseco. Por isso as pessoas que fizeram cirurgia ao estômago, em que falta o “factor intrínseco”, existe uma carência de vitamina B12 que só começa a notar cerca de 2 anos depois da cirurgia. É essencial para a maturação dos glóbulos vermelhos e metabolismo dos ácidos nucléicos. A sua carência provoca: Anemia perniciosa. Fontes: carne, ovos, cereais, levedura de cerveja, farelo de trigo, farelo de arroz, e em quantidade maior no fígado e rins. VITAMINA H ou BIOTINA ou COENZIMA Q Esta vitamina é indispensável à vida, ao crescimento celular e à respiração celular. Não há falta desta vitamina nos diversos alimentos e a síntese intestinal pelas bactérias desempenha um papel importante na sua elaboração, excepto quando se ingere clara de ovo crua, porque uma das proteínas (a avidina), actuando como antivitamina, fixa a biotina impedindo a sua utilização pelo organismo. Esta vitamina ajuda a restituir a energia e a conservar a saúde cerebral. A sua carência provoca: Alterações no crescimento. Dermatoses semelhantes ao eczema. Cansaço. Palidez. Dores musculares. Alucinações nocturnas. Atrofia das papilas da língua. Fontes: Levedura de cerveja, iogurte, gema de ovo, tomate, fígado, cenouras, couves, feijão seco. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal VITAMINA B15 – Ácido pangâmico. 277 Substância que desempenha uma acção importante no metabolismo da célula hepática, da célula nervosa e do tecido muscular. Fontes: Caroços de damasco, no farelo de arroz e na levedura de cerveja. COLINA – Constituinte da Lecitina de soja. Um fosfolipídio abundante no organismo, a colina para alguns autores desempenha um papel de vitamina. Foi demonstrado o seu efeito antioxidante, estando presente a colina, a fixação do colesterol nas artérias não se fará com tanta facilidade. As gorduras são digeridas, também, com o seu auxilio. Ajuda tanto o fígado como a vesícula a terem um bom funcionamento. Combate a arteriosclerose. A sua carência provoca: Deposição rápida de gordura no fígado. Arteriosclerose. Fontes: Levedura de cerveja, gérmen de trigo, lecitinas naturais, gema de ovo, fígado. INOSITOL É uma vitamina anticolesterolémica, protectora do fígado e neutraliza a acção do colesterol. Fontes: Levedura de cerveja, melaço, iogurte, frutas, nozes, leite, as folhas dos vegetais. VITAMINA T –Tegotina. Tem acção no desenvolvimento e maturação sexual e estimula o apetite. Fontes: Existe nas leveduras. VITAMINA U Tem acção curativa na úlcera gástrica. Fontes: Existe nas couves e outras hortaliças de folha verde. Emprega-se sob a forma de suco de couve, no tratamento da úlcera gástrica ou duodenal. Modo de fazer o suco de couve para as úlceras: Tomando diariamente um copo antes de cada refeição (em jejum), após quatro ou cinco dias desaparece a dor de estômago. Ao fim de três semanas, obtém-se a cura da úlcera. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal VITAMINA D – Anti-raquítica. 278 Encontra-se somente apenas nos alimentos de origem animal. A pele do Homem, quando exposta à luz (raios ultravioletas do sol), produz e acumula quantidade suficientemente. A vitamina D é absolutamente necessária para que se dê a assimilação do cálcio e do fósforo e a sua fixação no organismo. A sua carência provoca: Atraso no crescimento. Falta de ossificação na criança (raquitismo). Descalcificação no adulto (Osteomalácia). Descalcificação nas pessoas idosas (Osteoporose). Fontes: Leite, ovos, fígado, óleo de fígado de bacalhau, banhos de sol. VITAMINA K – Anti-hemorrágica, Filoquinona. Esta vitamina é indispensável para que o fígado possa fabricar uma substância chamada protrombina, proteína plasmática que tem uma grande influência na coagulação sanguínea. É produzida por bactérias, sobretudo colibacilo, no intestino, sendo esta fonte suficiente para satisfazer as necessidades. É sintetizada no intestino e vai sendo utilizada à medida que vai sendo absorvida, portanto a armazenagem no fígado parece ser pouco importante. A sua carência provoca: Doenças de fígado. Diarreias prolongadas. Fontes: Castanha, couve verde, espinafre, luzerna, couve flor (folhas), tomate maduro, amora, ervilha, soja, feijão seco. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal VITAMINA E – Alfa-tocoferol. 279 A sua absorção intestinal efectua-se em presença dos sais biliares e a vitamina deposita-se principalmente no fígado e nos músculos. A sua acção é de grande importância na manutenção da elasticidade dos vasos sanguíneos, no equilíbrio fisiológico dos músculos esqueléticos, na miopia evolutiva das crianças, na prevenção do aborto espontâneo e evidenciou-se a sua importância no tratamento das alterações patológicas dos vasos sanguíneos e também dos edemas e hemorragias dos recém nascidos, do coração, pele; indispensável para uma menopausa indolor e para uma vida sexual normal. A sua carência provoca: Atrofia muscular. Perturbações cardíacas. Perturbações da função reprodutora do Homem e da mulher. Fontes: óleo de gérmen de trigo, hortaliças de folhas verdes, especialmente o agrião, a alface. Ovos, leite, óleos, cereais integrais, frutos oleaginosos, azeite, manteiga, soja. __________________________________________________________ VITAMINA C – Antiescorbútica. É essencial para a formação de uma substância chamada colágeno, a qual serve de suporte à estrutura dos ossos, dentes, cartilagens, pele e tecido que constitui as paredes dos vasos sanguíneos. Intervém em muitas reacções metabólicas e é fundamental para manter a resistência à infecção das células e tecidos. A sua carência provoca: Falta de apetite. Astenia. Hemorragias das mucosas, principalmente das gengivas. Podendo terminar na forma grave como escorbuto (lesões gengivais e dentárias, hemorragias cutâneas, perturbações ósseas, aparecimento de nódoas negras, mesmo fora de qualquer pancada). Fontes: Frutas, saladas cruas: laranjas, tangerinas, limões, morangos, pimentos, tomates, agriões, salsa, etc. É de todas as vitaminas a que o organismo humano necessita em maior quantidade – mais de 20 mg por dia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal VITAMINA P – Rutina. A sua carência provoca: 280 Aumento da permeabilidade e diminuição da resistência dos capilares, traduzindo-se por hemorragias ao nível da pele, das mucosas, hipertensão, ruptura de veias e vasos sanguíneos porosos. Fontes: Encontra-se acompanhada com a vitamina C, nos frutos cítricos (limão, laranja), abacaxi, morangos, pimentos e folhas verdes dos vegetais e também no fígado. Nos limões a maior concentração das vitaminas P e C é na casca. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal TERAPIA COM ALHO 281 Esta receita foi descoberta pela Unesco em 1971, nas ruínas de um mosteiro Tibetano. Acredita-se que esta receita foi escrita de 3 a 2 mil anos antes de Cristo. Indicações terapêuticas: Limpa o organismo do excesso de gordura e calcificação dos membros. Estimula a troca das substâncias do corpo – Deixa as artérias mais flexíveis. Elimina o colesterol – Previne o enfarto do miocárdio. Evita o ataque cardíaco – Evita esclerose, paralisia. Previne o aparecimento de tumores – Faz desaparecer o zumbido na cabeça. Restabelece a visão – Rejuvenesce o corpo. Como preparar: Usar 2 dentes de alho, e fazer, com uma faca um corte, em cada lado do dente do alho, sem partir o alho pelo meio. Colocar o alho num frasco de vidro deixando um espaço de dois dedos e cobrir com álcool de cereais, até à borda. Deixar ao sol, relento, por 33 dias. Lacrar bem o frasco e agitar diariamente. Coar e guardar num lugar fresco e escuro – adicionar a um frasco que contenha conta gotas. Modo de tomar: DOSE: Beber com água morna ou chá. DIA 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º MANHÃ 1 gota 4 gotas 7 gotas 10 gotas 13 gotas 15 gotas 12 gotas 9 gotas 6 gotas 3 gotas 25 gotas TARDE 2 gotas 5 gotas 8 gotas 11 gotas 14 gotas 14 gotas 11 gotas 8 gotas 5 gotas 2 gotas 25 gotas NOITE 3 gotas 6 gotas 9 gotas 12 gotas 15 gotas 13 gotas 10 gotas 7 gotas 4 gotas 1 gota 25 gotas Observações: Depois de fazer como está na tabela, fazer um intervalo de 1 semana e tomar 25 gotas 3 vezes por dia, por 2 meses consecutivos. Repetir a terapia apôs 6 anos. Contra-indicações: Não se deve utilizar em pessoas que tenham problemas digestivos, úlceras e gastrites. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Óleo de Onagra e a sua importância na mulher Definição: 282 O óleo de Onagra (EPO) é rico em ácido gordo Omega 6 ácido gamalinoleico (GLA), que é rapidamente convertido no organismo em prostaglandina E1. o óleo de Onagra pode ser utilizado em qualquer situação em que esta prostaglandina possa ser benéfica. Onde vai actuar: Tensão pré-menstrual; Doença benigna de mama; Colesterol. Agregação de plaquetas (como anticoagulante); Tensão arterial. Obesidade; Esclerose; Afecções de pele; Esclerose múltipla. Artrite; Reumatismo; Alcoolismo; Doenças da pele. Perturbações mentais e hiperactividade. Protege contra doenças cardiovasculares. TPM – faz com que a mulher não sofra depressão, irritabilidade, desânimo e agressividade. O verdadeiro valor do Onagra reside no ácido gama-linoleico (GLA) que existe no seu óleo. O GLA é um importante intermediário na conversão metabólica do ácido linoleico em prostaglandina E1. O processo é o seguinte: Ácido Linoleico (LA) Ácido gama linoleico (GLA) Intermediário importante na conversão Metabólica do (LA) em E1. Ácido di-homo-linoleico Prostaglandina E1 (Regula a agregação plaquetária, o tónus muscular, o Equilíbrio entre o sal e a água, a função gastrintestinal, a função neurotransmissora). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal São igualmente necessários vários nutrientes para a produção prostaglandina E1: LA (Ácido linoleico) Zinco, magnésio, biotina e vitamina B6 são necessárias. 283 de GLA (Ácido gama linoleico) Selénio, vitamina C, niacina e zinco são necessários. Prostaglandina E1 NOTA: Através do óleo extraído das sementes da planta Primavera (Prímula veris L.) obtemos os mesmos efeitos que o óleo de Onagra (Quanto mais óleo GLA ingerirmos mais prostaglandinas serão sintetizadas). Atenção: O óleo obtido da flor Primavera (Primula veris) tem o mesmo efeito do que o óleo de Onagra. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Casca de ovo fonte de cálcio 284 Nos últimos anos espalhou-se a notícia que o pó da casca de ovo era uma grande fonte de cálcio. Por observações e estudos feitos é possível dizer que este método não é tão milagroso como parece ser. “O cálcio precipita-se em meio alcalino e dissolve-se em meio ácido. Fora do organismo, o cálcio dissolve-se em presença de um ácido, mas precipita-se num meio alcalino, formando depósito. Resumindo: Só podemos tirar o cálcio da casca de ovo se a casca for submetida à presença de um ácido. Por isso a maneira correcta de tirar o cálcio da casca do ovo é colocar o ovo inteiro dento do suco de limão ou vinagre de maçã. O cálcio contido na casca de ovo será dissolvido pelo ácido representado pelo suco de limão ou vinagre de maçã. Ácido cítrico (do limão) + Cálcio (da casca do ovo) = Citrato de cálcio Problemas ao consumir a casca de ovo em pó: O organismo humano não consegue absorver o pó (areia) da casca de ovo. Sendo, por isso, difícil para o organismo aproveitar o cálcio do pó da casca do ovo. Podemos estar contribuindo para a formação de cálculos no organismo e deixar o organismo com deficiência de cálcio. Como fazer o Citrato de cálcio: Usar um ovo de galinha do campo colocá-lo dentro de um copo de vidro e cobri-lo com suco de limão ou vinagre de maçã. Deixar descansar por uma noite. Retirar o ovo (pode ser usado na cozinha) e agitar (misturar) bem o suco (o depósito que se formou) que está no copo e bebê-lo pela manhã. Uma colher de sopa da mistura para meio copo de água e beber ao levantar em jejum. Para quem possuí osteoporose, artrite, artrose e tendinites: Tomar todos os dias, pelo período de 21 dias. Fazer um intervalo de 7 dias e depois usar 2 a 3 vezes por semana. É sempre bom fazer a densiometria óssea para ver o estado da Osteoporose. (encher um frasco com conta gotas do citrato de cálcio – 5 gotas em meio copo de água). Para fazer prevenção (acima dos 40 anos): Usar 2 a 3 vezes por semana (encher um frasco com conta gotas do citrato de cálcio – 5 gotas em meio copo de água). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Quefir/Kéfir e a sua importância 285 O que é? Cogumelo, ou aglomerado de organismos vivos, derivado da fermentação de leite em certas condições, com propriedades digestivas e curativas de alto valor. Como se prepara? Introduzir o cogumelo no leite, mantendo-se em infusão durante 24 horas, como norma. Pode, no entanto, variar entre 12 e 24 horas. Alguns cuidados: O cogumelo deve sempre manter-se em líquido (normalmente no leite ou em água até 48 horas, o máximo até 3 dias à temperatura ambiente). Se quiser suspender por mais tempo guarde no frigorífico – por 15 dias. Devem ser evitadas alterações violentas, como mergulhar em leite frio, quando o cogumelo está em ambiente normal. No verão lavá-lo com água tépida de 8 em 8 dias. No Inverno basta de 15 em 15 dias. Quando envelhece, ou seja, se aparecem peles lisas, convém tirá-las, porque não fermentam e alimentam-se do leite. Pode secar-se à sombra e guardar durante 6 meses. O leite kéfirado pode ser tomado simples ou adoçado com mel, misturar com sucos de frutos ou flocos de cereais no café da manhã. Quais as suas propriedades terapêuticas Doenças das vias respiratórias – catarro, bronquite e asma. Prevenção e cura das doenças produzidas pelo vírus do herpes tipo I, que produz o herpes simplex; bem com o herpes tipo II, o vírus da varicela e o Zoster. Hipertrofia da próstata. Vesícula. Anemia e outras doenças do sangue. Icterícia e prisão de ventre. Tensão arterial alta. Doenças dos nervos. Doenças dos rins. Úlceras do estômago. Erupções da pele. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 286 Na Obesidade: aconselha-se a substituir a refeição da noite, pelo creme do Kéfir, na dose de 1 ou 2 copos, acompanhado de frutas de qualquer espécie e bolachas integrais, em pouco tempo emagrecem. Modo de tomar: Vesícula: 1 litro de kéfir por dia. Bronquite e asma: 1 litro por dia (o doente dorme tranquilamente sem ter que tomar medicamentos). Nota-se um grande alivio na dispnéia, porque facilita a respiração. A expectoração contida no peito solta-se e a tosse diminui com a saída da expectoração. O Kéfir, tem também propriedades antibióticas. Anemia e outras doenças do sangue: 1 litro por dia – adulto (em casos graves 2 litros). Tensão arterial alta: 1 litro por dia. Em dois meses baixa. Icterícia e prisão de ventre: meio litro por dia. Deixar o cogumelo apenas 12 horas no leite. Toma-lo antes de deitar, durante 3 a 4 meses. Quando os intestinos começam a funcionar bem, continuar a beber meio litro, mas deixando o cogumelo 24 horas como é normal (o Kéfir em 12 horas é laxante; de 24 horas ou mais é adstringente, de efeito contrário para algumas pessoas), O Quefir promove o amolecimento das matérias dos intestinos, facilitando uma evacuação normal sem necessidade de laxante, expelindo para o exterior as matérias residuais endurecidas. Regenere a flora intestinal. Doenças dos nervos: 1 litro por dia. As insónias são combatidas sem comprimidos. O apetite volta e as depressões tornam-se raras (se necessário seguir o regime durante um ano). Doenças dos rins: 1 litro por dia até sarar a doença (excepto as pessoas com cálculos renais de tipo cálcico). Úlceras do estômago: podem curar-se com a ingestão quotidiana de meio litro, 3 vezes ao dia durante dois meses. Comprovada a cura. Erupções da pele: meio litro por dia, massajar as partes afectadas da pele e deixar secar. Lavar frequentemente e voltar ao princípio. Tem sido também eficaz na prevenção e cura das doenças produzidas por vírus de herpes tipo I, que produz herpes simplex. Bem como herpes tipo II, e o vírus da varicela e o Zoster. O Kéfir sai do estômago e passa directamente ao sangue, ao contrário de todos os outros alimentos, que são digeridos primeiro. Contra-indicações do Kéfir Cálculos renais de origem cálcica; contra-indicada ao grupo sanguíneo “O”. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal O mel e as suas propriedades terapêuticas 287 Dada a sua riqueza em glúcidos, o mel fornece energia, e não uma energia qualquer. A glucose circula imediatamente no sangue e é fonte de energia muscular para o coração; a levulose constitui-se em reserva no fígado e, pouco a pouco, é cedida ao sangue convertida em glucose ( PAIXÃO, 1996 ). O cálcio, o fósforo e o ferro têm apreciáveis qualidades reconstituintes, pelo que o mel é aconselhável na alimentação de crianças, intelectuais e indivíduos anémicos (CRANE, 1975). As vitaminas são indispensáveis à saúde e ao bom funcionamento de todos os organismos: o mel constitui, por isso, um óptimo alimento natural. As enzimas mais importantes que o mel possui auxiliam a absorção dos açúcares e farináceos, bastante fermentescíveis no intestino, desempenhando, por consequência, uma função estimulante e higiénica na digestão (PAIXÃO, 1996). O primeiro vencedor do monte Evereste, Edmund Hillary consumiu vários quilos de mel durante a ascensão (DARRIGOL, 1981). Aplicações terapêuticas Os numerosos constituintes do mel permitem lutar contra a astenia, alguns desarranjos digestivos, em particular úlceras gástricas, deficiências cardíacas, respiratórias, neuro-psíquicas, etc. CAMUS ( 1762 ;in JEAN-PROST, 1995 ), referia a acção terapêutica do mel num caso de hidropisia do pericárdio; hoje é bem fácil interpretar o facto pela propriedade diurética do açúcar e o seu resultado e utilidade no regime dos insuficientes renais. O mel tem um poder laxativo suave. Todas as pessoas que sofrem de prisão de ventre devem fazer uso frequente de mel. Devido à sua acção sobre a flora intestinal, combate as fermentações. Por vezes há quem aconselhe o mel aos diabéticos. Convém que se apresentem algumas restrições. O mel é rico em frutose, cuja assimilação não requer a acção da insulina. Todavia o mel também contém outros açúcares, para além da frutose, nomeadamente glucose que é contra-indicada para o regime de um diabético e sacarose, embora esta última com uma baixa percentagem. Apesar de tudo o mel é muito menos nocivo para um diabético que o açúcar comum. Para os insuficientes renais, o mel pode ser benéfico uma vez que é isento praticamente de cloreto de sódio e albuminóides. É igualmente inócuo na arteriosclerose, por ter uma baixa percentagem de cálcio. Deve preferir-se também nas afecções gastrointestinais pelo esforço quase nulo da sua digestão, sendo aconselhado na úlcera gástrica e duodenal. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 288 Na Antiguidade e na Idade Média o mel era utilizado para fazer emplastros (NORRIS, 1970) Herold ( 1982; in DARRIGOL, 1981 ), activíssimo eclesiástico alemão refere a sua experiência pessoal: « Eu cortara o polegar até à metade da unha. Em vez da tintura de iodo apliquei-lhe mel e coloquei uma ligadura a proteger, nenhuma dor, nenhuma inflamação, nada de pus, cura perfeita ». O mel estimula a produção de sangue e linfa, permitindo assim uma feliz sinergia entre as defesas imunitárias estimuladas e as substâncias antibacterianas do mel. O açúcar invertido contido no mel favorece a osmose celular, que elimina rapidamente as toxinas das células ( BARBOSA, 1996 ). PAIXÃO ( 1996 ) intitula o mel de benção para os que sofrem do coração, devido às suas qualidades eupépticas e pela acção sobre o miocárdio. O pólen e as suas propriedades O pólen pode ser considerado como um constituinte natural do mel uma vez que mesmo no mel filtrado não é difícil encontrarem-se grânulos de pólen através de um exame microscópico. No entanto o pólen também pode ser obtido directamente das abelhas através de um capta-pólen que se coloca na entrada da colmeia. Muitas são as obras escritas ao longo do tempo ainda não contrariadas que fazem referência ao pólen como um produto com inúmeras vantagens em termos de dieta alimentar. Uma das referências mais importantes, relaciona-se com a alimentação da abelha rainha, cuja alimentação se baseia numa dieta à base de geleia real desde a eclosão até ao final do desenvolvimento larvar proporcionando assim à abelha rainha um tempo de vida (4-5 anos) bastante prolongado, quando comparado com o das abelhas obreiras. Assim, as abelhas obreiras, ao contrário da abelha rainha, apenas recebem uma dieta deste alimento nos primeiros dois a três dias após a eclosão e em seguida com uma mistura de pólen e mel, resultando num escasso tempo de vida que se resume a algumas semanas durante a Primavera-Verão e alguns meses durante o Inverno. Este produto não pode ser sintetizado em laboratório, dificilmente será falsificado e há milhares de anos que é utilizado no consumo humano sem qualquer manipulação ou contra-indicação (Campos, 1996). Morfologia do pólen O diâmetro dos grânulos de pólen é bastante variável. O grânulos mais pequenos medem menos de 2,5 m de diâmetro (Miosotis) e os maiores são visíveis a olho nu, como por exemplo os pólens de malvas que têm um diâmetro de aproximadamente 100 m ( CAMPOS, 1988 ). Ainda segundo o mesmo autor, os grânulos de pólen são revestidos por duas membranas, a interna ou íntina, de natureza celulosopéctica e a externa ou exina, formada essencialmente por esporopolenina. Segundo PAIXÃO ( 1974 ) caracteres como a cor, o tamanho, a forma, a estratificação e a ornamentação da membrana, podem ser utilizados na classificação de pólens. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Propriedades terapêuticas 289 O pólen para além de ser um produto biológico, possui imensas potencialidades no campo da terapia. Tem também uma actividade anti-arterosclerótica e anticancerígena. Alguns estudos revelaram que o extracto de pólen tinha propriedades benéficas, diminuindo os níveis lipídicos no soro, reduzindo a intensidade da placa aterosclerótica ( Wójcicki et al., 1986 ), e a diminuição da agregação plaquetária in vitro ( WÓJCICKI & SAMOCHOWIEC, 1984 ) e in vivo ( KOSMIDER et al., 1983 ). O pólen permite às pessoas anoréxicas reencontrarem o apetite e recuperarem o peso. É recomendado em todos os estados carenciais, descalcificação, raquitismo, atraso de crescimento, aleitamento, etc.. Trata-se de um excelente remédio contra a anemia. Combate a fadiga intelectual a neurastenia e a astenia. Melhora a actividade cerebral, o trabalho intelectual e a memória. É um notável regulador intestinal. Restabelece as funções intestinais perturbadas como a prisão de ventre crónica e diarreias. Combate as colites e as fermentações. Impede as putrefacções. Auxilia o tratamento das colibaciloses, sendo actuante sobre as bactérias intestinais patogénicas. O pólen é o alimento do intestino por excelência ( DARRIGOL, 1981). ). O pólen é um excelente remédio contra a astenia sexual e a impotência. Ajuda a lutar contra o envelhecimento prematuro e a senescência. Para os homens tem, além disto, uma acção fortemente eficaz contra a hipertrofia da próstata. Certos autores falam de uma acção “miraculosa” do pólen em caso de adenoma (Tumor, de modo geral benigno, formado por tecidos glandulares) prostático. Em muitos casos, graças às suas propriedades descongestionadoras e antiflogísticas (Que combate a inflamação ou a febre), o pólen permite evitar a operação da próstata, evitado intoleráveis sofrimentos provocados pela sua hipertrofia que comprime a uretra prostática, impedindo a bexiga de se esvaziar (DARRIGOL, 1981). Composição química O pólen possui um elevado teor proteico (valores médios de 35%), sendo cerca de metade, sob a forma de aminoácidos livres, que podem ser assimilados imediatamente pelo organismo (CAMPOS, 1996). Segundo PERIS (1984; in CAMPOS, 1996) o pólen cobre as necessidades mínimas do organismo humano, nos aminoácidos essenciais, através de uma dose média diária de 15g (mais ou menos uma colher de sopa). HUIDOBRO et al. ( 1987 ) obtiveram um valor para os glúcidos de 61%, incluindo nesta fracção, frutose, glucose, maltose, sacarose e polissacáridos, agrupando maioritariamente o amido e outros polissacáridos não assimiláveis, englobados com fibra bruta: celulose, hemicelulose, lignina, esporopolenina, etc. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 290 A matéria lipídica e minerais ( transmissores como o Cálcio, Ferro, Fósforo, Magnésio, Cobre, Manganésio, etc.) representam 5 e 3% respectivamente (CAMPOS, 1996). De acordo com diversos autores, quanto ao seu teor vitamínico, destacam-se as vitaminas do complexo B e ácido ascórbico. Vitaminas como a A, D e E também podem ser encontradas. Segundo DARRIGOL (1981) o pólen contém substâncias antibióticas, bacteriostáticas, a rutina que actua sobre a resistência capilar e uma substância estrogénica. Os valores apresentados variam de espécie para espécie, de acordo com a origem floral e época do ano. Posologia: usar uma colher de sobremesa duas vezes ao dia. Pode-se misturar em chás, batidos ou mesmo deixar derreter na boca. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Bálsamo de Silicea Composição do bálsamo Gel de ácido silícico com 2, 8 gramas de anidrido de ácido silícico em 100 ml. Acção terapêutica 291 Inflamações da garganta e mucosas (gargarejar – 1 colher de sopa em meio copo de água – em caso de muco inalar). Feridas e cieiro nos lábios – passar o bálsamo puro (em pequenas inflamações bucais, gengivas sangrentas, zonas dolorosas ocasionadas por próteses dentárias, deve-se bochechar depois das refeições – 1 colher de sopa em meio copo de água. Carência de ácido silícico – debilidade do tecido conjuntivo (1 colher de sopa em meio copo de água). Queda de cabelo e flacidez cutânea (unhas quebradiças, inflamações, debilidade dos tendões, lesões dos discos intervertebrais, hérnias inguinais e sintomas de envelhecimento precoce – tomar por um período de 3 a 4 meses uma a duas colheres de sopa por dia) Resistência contra infecções e agressões do meio ambiente (o ácido silícico favorece a formação de fagócitos – células que se alimentam de corpos estranhos e micróbios – e linfócitos. Estas duas classes de células assumem um papel importante no sistema imunitário. Recomenda-se tomar durante alguns meses, tomar uma colher de sopa em meio copo de água). Formação de dentes e ossos (uma a duas colheres de sopa do bálsamo para meio copo de água, durante 3 a 4 meses). Perturbações gastro-intestinais (acidez no estômago, flatulência, irritações intestinais e diarreia – uma colher de sopa do bálsamo para meio copo de água). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Cartilagem de tubarão e os seus benefícios 292 Breve história Tendo sobrevivido praticamente durante quatro milhões de anos, o tubarão é uma das criaturas mais notáveis à face do planeta; parece ser o único animal com uma imunidade natural em relação ao cancro (câncer) e praticamente a todas as doenças que afligem o Homem. Quando ferido sara rapidamente. Os cientistas hoje acreditam, que o esqueleto cartilaginoso do tubarão é o responsável por esta super imunidade. A cartilagem de tubarão tem uma capacidade incrível de prevenir a multiplicação de vasos sanguíneos – angiogénesis. Estudos científicos demonstram existir uma ligação entre esta nova formação de vasos e a formação de muitas doenças degenerativas e inflamatórias como: • • • • Arrtrite; Psoríase; Cancro (câncer); Artrose; A cartilagem de tubarão contém uma macro-proteína específica, uma substância que inibe o desenvolvimento da angiogénesis, mas o que torna esta cartilagem tão especial, é exactamente a concentração desta macro-proteína numa percentagem mil vezes maior do que a de qualquer outra cartilagem. Um tumor ou uma metástase nunca crescerão para além de dois milímetros se não for alimentado por uma nova rede de vasos sanguíneos; a probabilidade de desenvolvimento de metástases do cancro (câncer) de mama em diferentes zonas do corpo se relaciona com o potencial de desenvolvimento de novos vasos sanguíneos. Foi descoberta também uma substância no liquido sinovial das articulações de doentes com osteoartrite, responsável pela angiogénesis e pela degeneração das articulações. Em doentes com psoríase avançada, uma investigação mostrou que a angiogénesis ocorre sobre a pele descamada. O Dr. Langer do Instituto de Tecnologia de Massachusets, e os seus colegas identificaram uma molécula específica chamada proteína inibidora da angiogénesis – Thrombospondim – na cartilagem de tubarão. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal A cartilagem é aconselhada para: Doentes de artrite – anti-inflamatório natural. Psoríase. Gastroenterites. Redução de tumores em geral. Desgaste das articulações. Previne o desgaste do disco intervertebral. Modo de tomar 293 Duas cápsulas ao almoço e duas cápsulas ao jantar – nas primeiras duas caixas, nas restantes, uma ao almoço e uma ao jantar. Atenção Se estiver grávida ou em fase de aleitamento não deve tomar cartilagem. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Quatro plantas de emergência para ter em casa – tintura ou gel 294 Gel ou pomada de Calêndula (Calêndula officinalis L.) A Calêndula é desde à muito tempo conhecida como planta curativa, exercendo uma acção externa e interna sobre feridas traumáticas e regeneradora da pele. Os princípios activos são a Calendulina, óleos etéricos, ácido salicílico, etc. Propriedades: Anti-inflamatória, anti-séptica e cicatrizante. Indicações terapêuticas: Queimaduras solares. Queimaduras produzidas por objectos quentes ou por fricção. Abcessos. Picadas de mosquito e abelha. Escoriações. Acalma a dor. Hematomas com ferida. Gel ou pomada de Arnica (Arnica Montana L.) A Arnica originária das Montanhas Europeias é rica em ácido málico, Arnicina sílicia. Propriedades: Recuperação de lesões com hematomas e inflamações ds tecidos Indicações terapêuticas: Todos os traumatismos. Contusões. Hematomas sem ferida. Entorses. Rupturas musculares. Esforços desportivos. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Gel ou pomada de Babosa (Aloe Vera L.) 295 A Babosa é uma planta originária da África do Sul (Cabo) e de cujas folhas se extrai um suco rico em aloína. Propriedades: Cicatrizantes, anti.Inflamatórias, hidratante e calmante. Indicações terapêuticas: Queimaduras ligeiras e solares. Queimaduras provocadas por radiações prolongadas. Estrias do corpo. Verrugas. Acne. Feridas. Hemorróidas. Abcessos (pêlo encravado). Tintura de Hipericão (Hypericum perforatum L.) O Hipericão é uma planta originária de Portugal e muito utilizada em certas afecções. Propriedades: Cicatrizantes, anti-inflamatórias, anestésicas, analgésicas. Indicações terapêuticas: Cortes profundos por faca ou objectos cortantes. Fendas nos dedos que não fecham. Corte com prego ou material com ferrugem, acção antitetânica. Alivia a dor quando se entala um dedo numa porta (mergulhar em meio copo de água com 100 gotas da tintura). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal O cloreto de magnésio 296 “… os desenganados dos bicos de papagaio, nervo ciático, coluna e calcificação, têm agora a cura perfeita, indolor, fácil e barata; e ao mesmo tempo a cura para todas as doenças causadas pela carência de magnésio no passado, até a artrose….” Solução de cloreto de magnésio Dissolver numa jarra 100 gramas de pó de cloreto de magnésio (vende-se em saquinhos nas farmácias) para 3 litros de água desmineralizada ou mineral (33 gramas por litro). Depois de bem misturado, colocar em frascos de vidro e não de plástico. A dose é meio cálice (uma colher de sopa), conforme a idade e a enfermidade. cloreto de magnésio - importância O magnésio “arranca” o cálcio dos lugares indevidos e fixa-o solidamente nos ossos. O magnésio produz o equilíbrio mineral, anima os órgãos nas suas funções catalisadoras, como os rins para eliminar o ácido úrico nas artroses, descalcifica até as membranas finas nas articulações e as escleroses calcificadas para evitar enfartes, purificando o sangue. Vitaliza o cérebro, devolve ou conserva a juventude, até alta idade. O magnésio é de todos o menos indispensável, como o professor na aula. Depois dos 40 anos o organismo absorve sempre menos magnésio, produzindo velhice e doenças. Por isso deve ser tomado conforme a idade Doses das tomas do cloreto de magnésio • • • Dos 40 aos 55 anos, ½ dose. Dos 55 aos 70 anos, uma dose de manhã. Dos 70 aos 100 anos, uma dose de manhã e outra à noite. Formações orgânicas Bicos de papagaio (osteofitos), nervo ciático, coluna, calcificação, surdez por calcificação: • 1 dose de manhã, 1 dose à tarde e 1 dose à noite. Quando curado devese tomar o cloreto de magnésio como preventivo, isto é, conforme a idade. Artoses • • O ácido úrico deposita-se nas articulações do corpo, visivelmente nos dedos, que até incham. É porque os rins estão falhando por falta de magnésio. Tenha cautela, pois um rim já pode estar deteriorado. 1 dose de manhã. Se em 20 dias não sentir melhoras e não reparar em nenhuma anormalidade, tomar 1 dose pela manhã e 1 dose à noite. Depois de curado, continuar com as doses como preventivo. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Próstata • 297 • Um idoso já não conseguia urinar. Na véspera da cirurgia deram-lhe três doses como preparação. Ai começou a melhoria…e depois de uma semana estava curado, sem cirurgia. Há casos em que a próstata regride, às vezes, ao normal. 2 doses de manhã, 2 doses à tarde e 2 doses à noite. Ao melhorar tomar como preventivo. Doenças da velhice • • Rigidez muscular, cãibras, tremuras, artérias duras, falta de actividade cerebral. 1 dose de manhã, 1 dose à tarde e 1 dose à noite. Osteoporose • 1 dose de manhã, 1 dose à tarde e 1 dose à noite. Osteopenia • 1 dose de manhã, 1 dose à tarde e 1 dose à noite. Tendinites e epicondilites • 1 dose de manhã, 1 dose à tarde e 1 dose à noite. Resultados obtidos com o cloreto de magnésio Aos 30 dias já se começa a notar uma melhoria, dependendo da enfermidade; Aos 3 meses a melhoria é quase total; a partir dos 10 meses de tratamento a melhoria é total, mas tudo depende da enfermidade que o indivíduo tenha. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 298 "BEBE A ÁGUA DA TUA CISTERNA, A ÁGUA QUE JORRA DO TEU POÇO. NÃO DERRAMES PELAS RUAS TEU MANANCIAL, NEM SEUS RIBEIRINHOS PELAS PRAÇAS. SEJA PARA TI SOMENTE, SEM REPARTI-LO COM ESTRANGEIROS. BENDITA SEJA A TUA FONTE..." ( PROVÉRBIOS 5, 15-19) Através dos tempos a urinoterapia tem sido conhecida e referenciada por uma dezena de sinónimos alguns dos quais cito: “Árvore da Vida, Manna, Soma, Sangue de Cristo, Sangue de Cordeiro, Águas que Fazem Viver, Elixir, Água da Vida, Vinho, Primavera, Nascente, Córrego, Fonte da Vida, Fonte da Juventude e outros.”. Beber a água do seu corpo não é uma coisa nova. A verdade nunca morre ela apenas tem sido escondida. Na Bíblia podemos encontrar muitas referências à Água da vida. A sua interpretação é que tem deixado a desejar. Embora seja este o livro mais vendido no mundo, grande parte das pessoas compram a bíblia apenas para servir como decoração, outras guardam e nunca lêem, mas estão lá as mais diversas referências à urinoterapia. A maior parte das civilizações antigas conhecia a urina como um medicamento notável e utilizado para inumeráveis usos. Plínio e Gálio citavam-na nos seus livros de medicina. Gandhi bebia sua própria urina todos os dias pela manhã. Os povos do Alaska massageiam o corpo com urina e depois se lavam com água, somente água. Na Sibéria ela é usada para limpar utensílios de cozinha. Os lamas do Himalaia jamais deixaram de usá-la como remédio para diversos males além de acreditarem preservar a saúde através de sua ingestão. Os povos nómadas de toda a história, Tuaregues do Sahara, os aborígenes da Austrália, os Mongóis de deserto de Góbi, os Polinésios e outros mais, dizem só conseguirem atravessar desertos sem problemas devido à urinoterapia. Se ela serve para curá-los e fortalecê-los porque não a nós ? CURANDO O CANCRO (CÂNCER): “… Um estudo das substâncias da urina como agentes anti-cancro (câncer) foi iniciado pelo Dr. S. R. Burzynski, em 1973, no Texas, EUA. Esses estudos foram feitos utilizando pacientes terminais de cancro (câncer). Os resultados clínicos foram inteiramente encorajadores. Pesquisas incessantes foram feitas pelo Dr. M.C. Liau do Instituto Burzynski de Pesquisas, que esteve empenhado em elucidar os mecanismos básicos dessa terapia. Ele descobriu que uma substância da urina chamada phenilacetate é muito eficaz no tratamento de tumores cerebrais. Essa foi uma grande descoberta e foi rapidamente aprovado pelo FDA, e está agora numa segunda fase de testes conduzidas pelo NCI o qual confirma que a phenilacetate além de atóxica é realmente muito eficaz no tratamento de tumores cerebrais…” Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Apresentação 299 A Urinoterapia é uma técnica terapêutica que consiste na ingestão de urina ou na sua aplicação na pele por meio de compressas, fricção ou banhos de imersão. Embora a maioria dos ocidentais habituados à medicina moderna resista a ela, é uma técnica muito antiga, de eficiência comprovada por diferentes povos através dos tempos. Era utilizada na Índia, Tibete, Egipto, Grécia Antiga e nas civilizações Inca, Maia e Asteca. Há registro da sua utilização até mesmo na medicina ortodoxa do Ocidente e não faz tanto tempo assim: em 1841, o Dr. Dioscórides publicou em Inglaterra o livro "O Tesouro Inglês", em que prescrevia urina para lavar feridas. No século XVIII, os dentistas de Paris usavam urina para limpar os dentes. Durante a Idade Média era comum, na Europa, beber a própria urina como protecção contra a peste. Ainda hoje, os povos como os da Nicarágua, os da Arábia e os do Alasca utilizam urina para sanar males físicos. Até no Nordeste do Brasil e em muitas outras regiões, em áreas onde há falta de recursos médicos, a tradição popular recomenda a aplicação da urina de crianças para doenças de pele, urticárias e queimaduras por veneno de animais, como taturanas e águas-vivas. Embora milenar e mundialmente difundida, a Urinoterapia foi desaparecendo à medida que a ciência e a tecnologia se desenvolviam. Isso talvez se explique pela grande pressão da indústria farmacêutica sobre a clínica médica e pesquisas científicas. Tratamentos naturais, na maioria das vezes considerados superstições, raramente são incluídos nos currículos das faculdades de medicina. Não se deveria manter na sombra uma forma terapêutica que pode ser tão preciosa. Talvez seja uma terapia para casos extremos, mas já há pessoas - e haverá cada vez mais - que se encontram em situações agudas de sofrimento físico e psíquico, sem acesso a tratamentos tradicionais, quase sempre por falta de recursos. Em tais casos, a própria necessidade indicaria esse método terapêutico. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Reencontro com a urinoterapia 300 A situação crítica da saúde humana, a escassez de recursos materiais e as dificuldades da medicina moderna para solucionar os problemas que lhe são apresentados, pressionam hoje a população a encontrar formas simples, baratas e efectivas de tratamento. Sabe-se que existem actualmente cerca de doze mil espécies de medicamentos alopáticos no mundo, e eles nem sempre resolvem o problema da saúde, cada vez mais agudo. O uso abusivo de medicamentos artificiais enfraquece o organismo em geral e pode acabar levando-o à deficiência imunológica, o que, por sua vez, gera dependência a medicamentos cada vez mais fortes. Cresce o número de enfermidades incontroláveis e daquelas que a ciência não consegue explicar. Além disso, a vida urbana intoxica o organismo humano, muitas vezes com produtos de difícil eliminação. Dentro desse contexto, voltamos a perceber que o corpo funciona como grande produtor farmacêutico, um laboratório de analgésicos, antibióticos, substâncias que reorganizam o sistema imunológico e até mesmo de certas hormonas que podem curar ou mesmo até prevenir enfermidades. A urina é um medicamento natural que nosso laboratório biológico inteligentemente produz, capaz de reequilibrar o organismo, estimulando as suas funções de eliminação e defesa e devolvendo-lhe a vitalidade perdida. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal O que é a urina 301 A urina é formada nos rins, por meio de uma filtragem laboriosa do sangue. Antes de ser filtrado pelos rins, o sangue passa pelo fígado, que lhe extrai as toxinas e as descarta por meio da bile, jogada no intestino. A função dos rins é a de manter o equilíbrio das substâncias no sangue e controlar a quantidade de água no corpo, e não, como usualmente se acredita, a de eliminar toxinas trabalho executado pelo fígado. A urina, portanto, é um produto puro do sangue e não um amontoado de elementos tóxicos; ela não é um dejecto como as fezes. Nos tubos urinários, 99% do líquido filtrado pelos rins é reabsorvido e volta a circular no sangue; só 1% desse líquido, mais ou menos um litro e meio, é diariamente excretado pelos rins, armazenado na bexiga e expelido como urina. Apesar de sua composição química depender dos alimentos ingeridos, pode-se dizer que a urina é constituída de 96% de água e 4% de elementos orgânicos e inorgânicos. São eles: 1. Compostos inorgânicos: cloreto de sódio e outros sais de cloro, sais de enxofre; fósforo, sódio, potássio, cálcio, magnésio, cobre, flúor, iodo, ferro, zinco, ácido fosfórico e ácido sulfúrico. 2. Alguns dos compostos orgânicos: ureia, creatinina, amónia, ácido úrico, albumina e outras proteínas, além de 21 espécies de aminoácidos, aminas e ácidos orgânicos. 3. Hidratos de carbono: cetoácidos, ácido lático e ácido úrico. 4. Vitaminas: A, B, C, E, entre outras, e ácido pantoténico. 5. Hormonas: hipofisárias, antidiurética), entre outras. sexuais, prostaglandinas, ADH (hormona Muitas substâncias empregadas em tratamentos são extraídas da urina: a alantoína, que ajuda na cicatrização de feridas e é óptimo anti-rugas; as globulinas, em especial as imunoglobulinas, que são anticorpos; a ureia, responsável pela capacidade bactericida da urina e pela acção inibidora do bacilo da tuberculose; a uroquinase, enzima vasodilatadora, que ajuda a evitar tromboses; o 3-metilglioxal, que destroi células cancerosas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 302 Quando o corpo está intoxicado, os rins não conseguem trabalhar com eficácia e deixam ir embora muitas substâncias necessárias. Ao praticar-se a Urinoterapia, esses elementos vitais são repostos. Beber a própria urina, portanto, não é arriscado como muitos acreditam. Na verdade, a Urinoterapia não tem contra-indicações, nem mesmo se a pessoa está com infecção urinaria. A urina não é veneno essa ideia é um equívoco de sociedades industrializadas que perderam contacto com a sabedoria da natureza. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal URINOTERAPIA - TÉCNICA 303 Consiste na ingestão de sua própria urina ou na sua aplicação na pele por meio de compressas, fricção ou banhos de imersão. Parece algo REPUGNANTE , para nós acostumados a nos tratar pela indústria farmacêutica; pois nos lembramos do cheiro horrível das casas de banho públicas (banheiros); porém temos que nos lembrar que isso se dá devido a putrefação, oxidação, libertando amónia etc. Mas aquele delicioso “ bife”, carne de peixe, de frango, marisco, camarão, dobradinha, feijão, leite etc. se não estiver devidamente conservado exalará um cheiro também terrível O CHEIRO , muitas vezes provem de secreções dos seus órgãos genitais, e não da urina.. A medida que nos aprofundamos vamos verificando a sua base científica, lógica, natural. Pode-se beber a urina pura ou com sumo de laranja, chás, própolis etc de preferência a primeira da manhã por conter um maior número de sais, hormonas etc. Porem como ela sofre influência da nossa alimentação e como o organismo não esta saudável e livre de toxinas ela possuirá um odor e gosto muito forte, sendo aconselhável no início então beber a segunda. À medida que o organismo vai se desintoxicando com essa terapia, a urina vai ficando mais clara e praticamente sem odor ou gosto. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal COMO PRATICAR A URINOTERAPIA: 304 Existem 6 modalidades básicas que podem ser combinadas conforme o caso – modo interno e modo externo: No modo interno: 1) Beber a sua própria urina uma vez ao dia ao acordar. 2) Beber a urina várias vezes ao dia seguindo a sua intuição. 3) Fazer um jejum completo, tomando apenas água e toda a urina vertida. No modo externo: 4) Friccionar o corpo com urina, principalmente o rosto, cabeça, pescoço e pés. 5) Aplicar compressas embebidas em urina nos tumores, bolhas, feridas, inchaços , queimaduras, cortes. . . 6) Tomar banho de imersão em água misturada a urina das últimas 8 ou 9 horas. A modalidade mais branda no modo interno é a 1ª , estimula a regeneração e a purificação do organismo, previne doenças. Recomenda-se tomar um copo de 100 ml da 1ª da manhã, fresca pois nela se encontra a hormona ADH, que é antibiótica, analgésica, activadora da circulação e estimulante da secreção de outras hormonas. A segunda modalidade, se está sofrendo de alguma doença, então beba-a várias vezes ao dia, incluindo a primeira urina do dia. Não é prejudicial beber toda a urina produzida, você encontrará a quantidade apropriada para você, porque a quantidade depende de cada constituição pessoal e dos sintomas. O importante é que continue praticando. A urina deve ser bebida sempre meia hora antes ou depois de cada refeição ou quando se come. A terceira modalidade, mais drástica, é indicada em casos graves, pois promove intensa e rápida reacção. O efeito de 10 dias de jejum corresponde a 3 meses da 1ª (atenção: esta modalidade só deve ser feita com acompanhamento de um profissional de saúde natural ou num hospital naturista). A Quarta modalidade é indicada em erupções cutâneas, psoríases, eczemas, dermatites seborréicas, micoses e outras doenças de pele. A urina armazenada tem mais propriedades terapêuticas que a fresca, quando se trata da pele. A uréia, dissociada por enzimas, transforma-se em amónia, poderoso germicida; pode-se guarda-la em recipiente de vidro por 7 dias , mas seu cheiro é ruim. Começa-se com 50 ml durante 90 dias e depois vai-se aumentando gradativamente para 100 ml e 200 ml, e depois pode tomar-se toda a da manhã. Quando recuperar a saúde deve sempre manter a mesma dose, porque o que interessa não é a quantidade mas sim a continuidade. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Agravação ou “Crise de Cura” 305 As reacções de agravamento correspondentes aos órgãos afectados, estão relacionados com doenças que a pessoa tinha no passado ou que estavam escondidos. Estes sintomas variam de pessoa para pessoa e consoante os males, assim temos: • • • • • • • • • • • • • • • Cabeça: dores de cabeça ou torpor, dor de cabeça intermitente, sensação pesada, perda de cabelo temporária, eczema, comichão, caspa. Rosto: eczemas, retenção de fluido, dor, inchaço. Olhos: comichão, inchaço ou febre, dor de ouvido, eczema, excesso de gordura, zumbido. Nariz: muco, pus, sujidade, decréscimo temporário do olfacto, inchaço. Boca: mau hálito, estomatite, lábios secos, eczemas. Dentes: dor de dentes, inchaço na gengiva. Língua: inchaço, eczema, dores, decréscimo no paladar. Garganta: feridas, rouquidão. tosses, dores, comichão, inchaço, sede, febre, Peito: pressão, dores, sintomas de gripe. Esófago: náuseas, vómitos, sensação de sufoco, opressão, anorexia. Estômago: dores, sensação de peso, náuseas. Intestino: dores, gases, obstipação, diarreia, fezes pegajosas. Anus: hemorróidas, dores, sangramento. Pele: comichão, eczema, retenção de líquidos, inchaço, transpiração, mau cheiro, erupções, feridas. Todo o corpo: fadiga, desconforto generalizado, insónia, melancolia, irritabilidade, espasmos, dores musculares, inchaço nos gânglios linfáticos, sangramento, palpitação temporária, queda de pressão, frequente micção, mau cheiro da urina, distúrbios menstruais, dores no peito. Estas reacções diferem de pessoa para pessoa. Algumas pessoas têm reacções por um dia e outras por vários meses. Não se deve pensar que a nossa saúde está a piorar, devemos entender que o corpo está a ficar purificado e saudável através da lavagem de toxinas. Há pessoas que não têm nenhuma reacção o que também não é preocupante. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 306 Se houver reacções fortes dos sintomas não fique assustado, pois inicia-se assim a “Crise de Cura” do organismo que está intoxicado; quanto maior os sintomas mais o corpo está intoxicado. Se houver um aumento das agravações deve-se parar por 3 dias e depois recomeçar novamente com 50 ml e ir outra vez aumentando gradativamente. O Ph da urina Das 3h00 da manhã até às 15h00 o Ph da urina é ácido; das 15h00 às 3h00 da manhã o Ph é alcalino. Resultados obtidos com a urinoterapia Apôs um mês: o corpo limpa-se por dentro. Apôs dois meses: surge uma grande energia e as atitudes mentais e espirituais reanimam-se muito. Apôs três meses: a maioria das doenças desaparecem e a pessoa livra-se de males piores. Apôs quatro meses: a vista fortalece-se. Apôs cinco meses: a pessoa sente-se muito tranquila. Apôs seis meses: aumenta a capacidade intelectual. Apôs sete meses: a pessoa se sente segura. Apôs oito meses: sobrevém uma grande tranquilidade. Apôs nove meses: supera-se a autoridade moral. Apôs dez meses: a pessoa sente-se fortalecida. Apôs onze meses: a pessoa está muito tranquila com tudo. Apôs doze meses: torna-se forte em todos os sentidos. Num ano: sente-se capaz de tudo. Apôs dois anos: o corpo sente-se muito bem. Apôs três anos: supera-se a morte. Apôs quatro anos: a pessoa sente-se com mais energia. Apôs cinco anos: adquire-se grande confiança em si mesmo. Apôs seis anos: adquire-se grande confiança em tudo. Apôs sete anos: supera-se o egoísmo. Apôs oito anos: experimenta-se um grande sossego. Apôs nove anos: supera-se tudo. Apôs dez anos: o corpo voa. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Alimentação e dieta: 307 Antes de iniciarmos a toma de urina devemos seguir a dieta do grupo sangüíneo. Esta dieta além de equilibrar o nosso organismo com os alimentos que nos são benéficos fortifica o tratamento com urinoterapia. Devemos cortar do nosso dia-a-dia a Coca-cola e todos os refrigerantes, a cerveja, o vinho, e todas as bebidas destiladas; o fiambre (presunto), o chocolate. Não exagerar nos doces e diminuir o uso de sal nos alimentos. Assim teremos uma terapêutica mais eficaz e mais benéfica. Fazer também hidroterapia, o chamado banho de assento, durante 21 dias 15 minutos cada sessão. Parar 10 dias e fazer mais 21 dias. Tomar tisanas depurativas, como pau d’arco, cavalinha, folhas de marmeleiro, etc. Adoçar com mel se for quente. Se quiser beber a tisana fria beba sem adocicar; deve-se beber meio litro desta mistura a seguir à toma da urina, em jejum (para os chás serem benéficos deve ver-se a dieta do grupo sanguíneo). “...A urina tem uma importante função de limpeza do organismo. Aumenta a imunidade do organismo. Está comprovado pela universidade de Harvard que durante o sono o nosso organismo produz uma substância que aumenta a nossa imunidade e que é eliminada pela urina”. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 308 Para conseguir-se uma cura ou equilíbrio de todo organismo é preciso fazer: 1. Alimentação vegetariana ou dieta do grupo sanguíneo, mas cortar todas as carnes vermelhas; sem açúcar, baseada em verduras e frutas cruas, em quantidade mínima, com as refeições bem estabelecidas. 2. Tomar a sua própria urina, 1 a 6 litros diários, como um hábito. 3. Exercícios suaves, caminhadas, dança, etc. 1 a 4 horas diárias. 4. Tomar tisanas próprias para drenar, assim como folhas de marmeleiro, cavalinha, barbas de milho, com ou sem mel e limão, como um hábito. 5. banhos de assento, pedilúvios, etc. 6. Manter a fé e a esperança para a recuperação final e integral. Tudo isto não são tratamentos mas sim processos de transformação da vida mais sã e natural, um processo de harmonia com a natureza, o universo e, sobretudo com ele mesmo. Tomar a sua própria urina e outras formas de aplicação têm um papel muito importante porque a urina é um dos frutos mais belos da nossa natureza e uma mestra da nossa vida para viver melhor e com harmonia. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Reabilitação – Urinoterapia e escaras 309 A Urinoterapia é uma das técnicas terapêuticas mais antigas e populares usada por várias culturas através dos tempos. Era amplamente usada na Índia, Tibete, Egipto e Grécia Antiga, e nas civilizações asteca, inca e maia. Ainda hoje é usada como procedimento terapêutico respeitável na Nicarágua, Arábia e Alasca, para combater males físicos. No Brasil, particularmente em áreas carentes de recursos, como no Nordeste e em várias outras regiões do país, a tradição popular recomenda a aplicação de urina de crianças nos casos de doenças de pele, urticárias e queimaduras por venenos de animais, como taturanas e águas-vivas. Na medicina ortodoxa, por exemplo, em 1841, foi publicado na Inglaterra um livro intitulado "O Tesouro Inglês", do Dr. Dioscorides, no qual ele prescrevia urina para lavar feridas. Por outro lado, na Europa da Idade Média, era comum beber a própria urina como medida de prevenção contra a peste. Não obstante a técnica terapêutica da Urinoterapia seja milenar e mundialmente difundida, foi perdendo espaço frente o desenvolvimento da pesquisa científica e tecnológica, além de não ter resistido à grande pressão exercida pela indústria farmacêutica influenciando as tendências da prática em clínica médica. Por outro lado, a emergência do método científico fez com que todas as formas de tratamentos naturais da sabedoria popular passassem a ser consideradas superstições e, consequentemente, excluídas dos currículos das escolas de medicina, até porque atentavam contra os interesses especuladores da economicamente poderosa indústria farmacêutica. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal TRATANDO AS ESCARAS COM URINA 310 Embora possa parecer meio bizarro, o procedimento técnico de troca dos curativos de escaras usando urina é bastante eficaz. 1) Recomenda-se colher a urina fresca do próprio cliente, despejando-a num recipiente limpo após as micções (no caso de micção voluntária) e/ou abrir o colector de urina deixando fluir (em caso do cliente depender da utilização de cateter vesical para drenagem da bexiga). 2) Limpar bem a área da escara com solução isotónica (soro fisiológico) ou água fervida, removendo secreções acumuladas e restos de tecido morto. 3) Embeber esponja macia em urina e passar suavemente sobre a superfície da ferida. IMPORTANTE: Caso não esteja disponível esponja suficiente para se descartar após o uso, deve-se optar pelo uso de compressa de algodão, desde que atentando para que não deixar seus pequenos fragmentos sobre o ferimento. Posto que ao ser removidos noutros curativos posteriores, corre-se o risco de comprometer tecidos em granulação e de áreas subjacentes. 4) Aplicar compressas de tecido (algodão) embebidas em urina nas áreas lesionadas, trocando de seis em seis horas. Procure manter o cliente confortável, evitando posições favoráveis a compressão das áreas lesionadas. Observe os resultados obtidos através de avaliação do estado da ferida de 10 em 10 dias. Vale a pena experimentar para constatar o poder de cicatrização da alantoína e demais componentes da urina. alantoína e demais componentes da urina. OBS: Embora não haja contra-indicação, nos casos de infecção urinária, recomenda-se o uso de urina de criança para os clientes nessa situação, até que o quadro infeccioso seja eliminado. Urina e otites Utilizar 25 ml de urina da primeira da manhã e diluir com 10 ml de água. Colocar duas gotas em cada ouvido. Poderá utilizar até passar a inflamação ou durante 15 dias. Atenção Caso esteja a tomar antibióticos e tomar outros medicamentos não deve fazer urinoterapia. Contacte alguém que faça esta terapia à mais tempo para que lhe possa explicar. Nota muito importante: Ao dar a conhecer a urinoterapia neste meu livro não quero incentivar ninguém a fazer esta técnica, simplesmente o meu interesse é de informar de que ela existe. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal HOMEOPATIA E URINOTERAPIA 311 A urina homeopatizada é uma boa terapêutica para patologias de pele (psoríase, eczema, urticária, seborreia, cancro (câncer), verrugas, sinais aumentados, etc;), infecções urinárias, e fortalece o sistema imunitário. A urina tem que ser do próprio e não de outra pessoa. 1º Homeopatia – tintura e dinamização Modo de fazer a tintura com a urina: 20% da urina (20 ml) 80% de álcool etílico a 96% (80 ml) Deixar esta tintura a macerar por 5 dias. O frasco tem que ser verde ou castanho ou estar tapado com plástico ou pano preto. Passado estes 5 dias coase com filtro de café e depois está preparada para ser dinamizada. 2º Homeopatia – diluição sem tintura Modo de fazer a dinamização sem tintura: Da primeira urina da manhã tirar 1 ml e depois diluir para 9 ml. Fazer a dinamização homeopática. No mesmo frasco: D30. Posologia/protocolo terapêutico Fazer a toma (gotas) 2 vezes ao dia, antes das refeições. O tratamento é de 6 a 12 meses, ou consoante a melhora. Em caso de cancro (câncer) deve manter-se para sempre a toma. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Diagnóstico pela Língua 312 Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Diagnóstico pela língua – patologias/afecções 313 1. Cólon sensível. 2. Afecção renal. 3. Coração sensível. 4. Pulmões sensíveis (depressões na língua). 5. Bronquite (espuma na língua). 6. Pneumonia (língua castanha). 7. Alimentos não absorvidos (impressão dos dentes). 8. Cólon toxínico (mancha branca). 9. Toxinas no tubo digestivo (mancha branca). Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 314 10. Perturbações crónicas do cólon (fendas na língua). 11. Medo profundo ou ansiedade (tremuras). 12. Emotividade retida ao longo da coluna (língua mediana da língua). 13. Dores lombares (linha mediana curva). 14. Dores dorsais (linha mediana curva). 15. Dores cervicais (linha mediana curva). A língua e as suas cores Se a língua se apresenta cor de rosa e apresenta-se lisa é sinal de boa saúde. Se apresentar uma cor branca e áspera pode ser sinal de febre, de acumulação de resíduos nas papilas, diminuição da secreção salivar, excesso de antidepressivos, jejum prolongado ou resultado de bebedeira no dia anterior. Se apresenta cor preta, os causadores são os cigarros, o álcool ou o flúor. Se tem uma cor cinzenta, com riscos revela um aumento fora do normal das papilas gustativas. Caso esteja manchada, pastosa amarelada e com placas brancas, ai temos sapinhos, que é um fungo. Se apresenta lesões ulceradas, normalmente, é fruto de herpes, aftas ou de tumores. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 315 1 2 3 1- Língua com margens vermelhas e língua esbranquiçada Indicação de distúrbios crónicos do fígado-vesícula-pâncreas. 2- Língua violeta Qualquer coloração violeta é interpretada como distúrbio hepático. 3- Língua envernizada ou esmaltada Indicação de doença hepática grave. 4 5 6 7 4- Língua parasitária Encontra-se principalmente em crianças pálidas e cansadas. Uma língua que contenha na sua superfície pequenos riscos brancos, dá-nos a informação de parasitas intestinais. 5- Língua com sulcos oblíquos na lateral Significa, além de distúrbios de fígado-pâncreas-duodeno, paredes gástricas atrofiadas e fracas. Encontra-se muito em pessoas que fizeram gastrectomia. 6- Língua com as margens vermelhas Problemas hepáticas. Pessoas muito coléricas. Às vezes apresentam sintomas de asma e dispneia por causa da energia bloqueada. 7- Língua com riscos Quase sempre aponta para casos de distúrbios digestivos por falta de enzimas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 316 8 9 10 11 8- Língua com sulco mediano profundo Indica sinal antigo de úlcera. 9- Língua com saburra cinza-esbranquiçada Aparece em casos de gastrite aguda. Uma úlcera normalmente não tem saburra. 10- Língua preta A superfície encontra-se mudada pela hiperplasia das papilas filiformes e comprometida com o fungo Aspergillus níger ou Cândida albicans. Muitas vezes aparece com esta cor por causa de terapia com antibióticos. Poderá também ser língua de fumador. 11- Língua Biliar Na região da vesícula, o epitélio da língua está nitidamente descamado. Tendência a cólicas biliares. 12 12- Língua com impressão nos dentes Significa má absorção dos alimentos. Fígado debilitado assim como o baçopâncreas. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal Diagnóstico Oriental visual – os Lábios 317 Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal O que a testa nos revela 318 Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal As sobrancelhas e o seu diagnóstico 319 Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal A escolha do sexo do seu filho 320 Rapaz (moço, guri) ou rapariga (moça, guria) é uma questão de preferência. Se quiser um rapaz, deixe que o esperma seja lançado junto ao colo do útero. O sexo do homem tem que se alongar o máximo e depositar os espermatozóides nesse momento. Caso deseje uma rapariga deixe o espermatozóide sair na boca da vagina. Utilizar antes da gravidez a vitamina E, o Gérmen de Trigo, o óleo de Onagra e o chá de Hortelã pimenta "Quando um bebé nasce na lua nova ou na lua cheia na gravidez seguinte nascerá um bebé do mesmo sexo. Pelo contrário, se nasce no quarto crescente ou minguante, na gravidez seguinte nascerá um bebé do sexo oposto. Mesmo em caso de aborto esta lógica é sempre em função da última situação (parto ou aborto). No caso de sucessivas gravidezes é sempre em função do último filho nascido. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal GLOSSÁRIO DE TERMOS QUÍMICOS 321 Ácidos orgânicos: ácidos alifáticos, com cadeias abertas ou acílicas longas, que estão presentes em gorduras e óleos. Alcalóides: Substâncias naturais nitrogenadas que podem possuir características que lhes conferem basicidade. São muito diversificados e complexos do ponto de vista químico. Aminoácidos: Substâncias que apresentam um grupamento amina (alcalino) e outro carboxila (ácido); são a base estrutural das proteínas, que por sua vez são cadeias químicas que contêm vários aminoácidos (normalmente centenas deles). Cumarinas: Substâncias derivadas da lactona do ácido o-hidroxicinâmico. Podem ter acção sobre o sistema de coagulação, retardando o seu tempo. Edulcorantes: Substâncias adoçicadas. Esteróides: Substâncias ciclopentanoperidrofenantreno; diversos efeitos orgânicos. Fitosteróis: ver esteróides. Flavonóides: Substâncias fenólicas de biossíntese mista, que podem ou não estar ligadas a açúcares. Glícidos: O mesmo que açúcares ou hidratos de carbono. Glicósidos: Qualquer substência natural ou sintética que fornece, por hidrólise, um açúcar e uma aglicona (também chamada genina). Heterósidos: ver glicósidos. Ligninas: Resultante de uma modificação de celulose; substância depositada na parede das células vegetais. Lípidos: Substâncias insolúveis em água que possuem características gordurosas ou oleosas. Mucilagens: Polissacáridos (macromoléculas compostas de açúcares). Óleo essencial: Óleo volátil retirado das plantas; a sua composição química e as suas acções fármaco-biológicas são complexas devido ao grande número de substâncias que podem estar presentes. Proteínas: ver aminoácidos. Resinas: São produzidas pelo vegetal quando este sofre algum tipo de agressão ou lesão. Saponinas: Assim chamadas pelas suas propriedades de produzir espuma (sapo=sabão); elas são heterósidos vegetais. Taninos: São macromoléculas compostas de derivados de fenóis unidos à glicose. lipídicas cujo núcleo básico é o são activas farmacológicamente, produzindo Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal 322 Terpenos: Qualquer hidrocarboneto com fórmula geral C10H16, isopreno ou hemiterpenos (C20H32), triterpenos (C30H48). Xantonas: Substâncias derivadas da dibenzopirona. Guia Prático de Naturologia aplicada – Dr. João Novaes - Portugal BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 323 Nunes, João Ribeiro, “Nutrição-Dietética e Tratamentos Naturais”, Ed Litexa livros, Lisboa 1999 – Portugal. Nunes, João Ribeiro, “Medicina Popular”, Ed Litexa livros, Lisboa 2000 – Portugal. 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