Lições de Arquitetura- Hermam Hertzberger

March 19, 2018 | Author: Ruben | Category: Language Interpretation, Liberty, Museum, Books, Outer Space


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Lições de ArquiteturaHERTZBERGER, Herman INTRODUÇÃO Neste trabalho vamos apresentar uma leitura crítica e aprofundada do livro em questão. Analisamos este estudo com a finalidade de nos auxiliar na disciplina de projeto. O autor, Herman Hertzberger, trata sobre forma que nos são deixadas e como elas atingem seus usuários. Com isso, é direcionado aos diferentes usos que se pode ter em uma única forma. em alguns pontos fonte de energia. templos.com/2009/09/12-coisaspra-fazer-na-sala-de-aula. poderia ter uma maior variedade de uso..sampa.html Figura 3. aquedutos. que com o tempo acabaram tendo outra utilização ou mais de uma. hoje ele é utilizado como rede de esgoto. que em época de eleições sedem sua estrutura para um novo uso temporário.br/201 0/04/eleicao-parlamento-jovem-08-de-abrilde. Figura 1.art.) com mesma forma concreta que foram feitos para ser utilizados de uma forma especifica. como meio de transporte de pessoas e de cargas. O Rio Tietê poderia ser um exemplo.. mas permanecendo a mesma estrutura”. Em um trecho do texto Hertzberger diz que “a forma e capaz de adaptar-se e assumir novas aparências.blogspot.jonathantutim. e cita vários exemplos de cidades com “objetos” (canais. FONTE: http://www. A forma muitas vezes não é empregada com a intenção de abranger várias funções. Figura 2.html . FONTE: http://www.br/historia/tiete Outro exemplo são as escolas.com. FONTE: http://silviomatutino2010. a forma deveria ter esta competência para que pudesse desempenhar varias funções.ESTRUTURA E INTERPRETAÇÃO No texto o autor cita dois tipos de estrutura. a estrutura como forma a que tem possibilidade de mudança e a estrutura concreta a que é permanente. O Rio tem 1010 km de comprimento. Esta biblioteca é um bom exemplo de competência. portanto pode ser influenciada”. Estados Unidos Figura 4.Missouri. FONTE: http://obviousmag. sua aparência terá que mudar. FORMA E INTERPRETAÇÃO O arquiteto deve ser capaz de construir uma estrutura concreta. O objetivo era chamar a atenção e promover o uso da biblioteca. . Foi pedido à população que escolhesse alguns livros conhecidos e que a representassem. É nítido que essa forma só atende esse tipo de uso. o que Hertzberger chama de “competência” e “desempenho”. Esses títulos serviram de design para a entrada da garagem exterior. A forma pode ser alterada. ”mas é igualmente determinada pelos dois na medida em que é interpretável. Reciproca da forma e do uso – mudança na forma e do uso.org/archives/2010/12 Este edifício no coração de Kansas City está incluído num dos projetos pioneiros para a modernização da baixa da cidade. por interpretações diferentes. o uso pode ser modificado. a forma não determina o uso. na qual atende totalmente o que o autor quer nos mostrar. pois qualquer interpretação é desnecessária. pois se futuramente abrigar outra situação. que a forma diz tudo."Kansas City Public Library" ("Biblioteca Pública de Kansas") . uma forma que possibilite mudanças e que permitam mais de utilidade. blogspot.html Figura 6. mas quando o inverno chega e as temperaturas caem e rio congela ele é utilizado para patinação.com. a questão do tempo afeta muito nas condições de uso. é algo coletivo. FONTE: http://meetyoutherecanada.br/2011_02_01_archive. então algo com a mesma forma possuem varias interpretações. Figura 5. .br/blog/index.com. cada pessoa tem sua maneira de interpretar a mesma coisa.php/2012/03/um-rapido-city-tour-em-lake-louise Quando algo é projetado pra todos.trilhaseaventuras. FONTE: http://www. no verão é utilizado para passeios de barco.O Rio Louise no Canadá. sendo assim a analogia feita pelo autor consiste na estrutura (urdidura) e na intervenção e imaginação exercida no espaço pelo usuário (trama). e as quadras ao longo do eixo Leste-Oeste poderiam ser comparadas com a trama do qual da mais liberdade de mudança ao usuário.html Segundo Hertzberger a megaestrutura possui maiores opções de diversificação. O projeto de Lucio Costa para Brasília possui um elemento estruturante muito forte que são os eixos rodoviários Norte-Sul e o monumental Leste-Oeste que poderia ser comparado com que o autor chama de urdidura. é trabalho do arquiteto buscar conceder as pessoas liberdade para escolherem como querem habitar. . ou seja.arq. PLANO PILOTO BRASÍLIA Figura 7. Sendo assim o complexo se torna mais rico do que poderia ter ficado ao ser feito somente por um arquiteto.A ESTRUTURA COMO ESPINHA DORSAL GERATIVA: URDIDURA E TRAMA A urdidura possui o intuito de ser forte e tencionar corretamente enquanto a trama padroniza e define a textura do tecido. FONTE: http://www. portanto ela quem determina os limites espaciais que tem como objetivo criar condições para o usuário “desfrutar de uma liberdade excepcional”. O autor em meio dessa analise conclui que hoje em dia as pessoas não sabem como atribuir expressão ao seu estilo de vida.br/modern_brasil_por.arkitekturbo. A organização da grelha possibilita a formação de praças e espaços de lazer. cortando a monotonia da grelha quadriculada e formando outras funções. pois o profissional teria utilizado o espaço de uma forma mais coerente. a demasiada liberdade concedida ao usuário não proporcionou bons resultados. cujo proporciona variantes urbanísticas mais coerentes. sendo o contrario da intervenção de um arquiteto. com o objetivo de prover ao usuário vontade de intervenção. Com isso. GRELHA A grelha consiste em “um principio mínimo de ordenamento da cidade”. BARCELONA .IMPLANTAÇÃO Figura 8. FONTE: Google Maps . O resultado desses projetos foi desapontador por conta do uso exercido pelos moradores. o projetista forneceu as edificações liberdade de expressão devido a ausência de forma e aparência oficial. o arquiteto deve criar condições de exploração para o usuário fazer com que o projeto fique mais rico. Uma grelha pode determinar espaços como diferentes usos. De acordo com o Projeto de Casas Flutuantes (pg111-2oparagrafo) em que o projeto foi executado sobre a água e atracadas no cais. Porém podem ter diferentes grelhas em uma mesma área.Com isso. FONTE: Google Maps Figura 9. já no segundo caso o arquiteto não utiliza a forma da grelha. assim dando mais liberdade de criação para o arquiteto e liberdade de escolha para o morador. BARRETOS . a uma variação na grelha. porém esse aspecto negativo fica inferior comparado ao potencial de expansão. No exemplo dos edifícios abaixo. de possibilidades de variação e de ordenamento que a grelha pode proporcionar. Figura 11.1/ . FONTE: http://www.ianmoorearchitects. O autor relata “O que os indivíduos conseguem em seus domínios privados não é necessariamente conseguido por um grupo num espaço comunitário”.Segundo o autor a grelha corre perigo de se tornar monótona por conta do traçado retilíneo uniforme. O funcionamento do projeto depende principalmente de alcançar o equilíbrio entre as regulamentações e a liberdade de escolha. mas com uma simetria que se repete contendo um ordenamento. praças. contudo é flexível quanto ao detalhamento do espaço e reduz assim o efeito caótico. é possível analisar para analisar que o primeiro utiliza da grelha. FONTE: Google Maps Em Barretos há uma outras forma de grelha. Hertzberger relata que o formato de grade estabelece regras.com/v1. onde as algumas quadras são para outros usos: de lazer. Uma vez que essa grelha também pode mudar. institucional.IMPLANTAÇÃO Figura 10. HOLANDA Figura 13. “Desempenho” e “Competência” são definições já citadas no começo do texto. resulta de uma compreensão mais aprofundada dos usos e funções do agora e do futuro. "Cubic Houses" ("Casas Cúbicas") .google. esse ordenamento antecipa o “desempenho” que se pode esperar dele. de tal forma que o projeto sempre resulte em uma estratégia coerente.Figura 12. e em seguinte a capacidade da forma de ser interpretada. o quanto ela é capaz de transmitir interpretações distintas a partir de uma forma.Roterdão. FONTE: http://www.com.org/archives/2010/12 Figura 14. Como exemplo a unidade resultante do projeto que emprega consistentemente essa reciprocidade em que as partes determinam o todo e assim são determinadas por ele é vista assim como uma estrutura.br/maps?hl=ptBR&q=cubic+houses&ie=UTF-8 .html ORDENAMENTO DA CONSTRUÇÃO Este é um capítulo. que como o próprio autor diz em seu título. FONTE: https://maps. e sua “competência” que a partir de então é construída ou reconstruída por meio de um processo que instiga. ou seja. na qual nos faz remeter a princípio o modo pelo qual a forma é interpretada em uma situação específica. FONTE: http://obviousmag.de/en/projects/nav/1/category/residential-buildings/project/home4-hamburg-1.brt. Para Hertzberger. uol. mas com simetrias diferentes. FONTE: http://obviousmag. As pessoas não devem estar relaxadas em casa.org/archives/2010/12 Figura 16. mas sim ativas. que foram erguidas em Helmond. recuos.net/aj/poze-weblog/mitaka-reversibledestiny-lofts-01. iluminação. JAPÃO Figura 15. e ele decidiu aplicar as casas cúbicas. o incentivo (citado no capítulo seguinte) para que os usuários o influenciem sempre que possível. na qual esse todo é formado por todas essas unidades. “Reversible Destiny Lofts" ("Lofts reversiveis do Destino") . FONTE: http://educacao.Mitaka. não apenas para reforçar sua identidade.com. FONTE: http://muza-chan. ou seja. o que nos explica o autor. conforme diz o autor. No entanto. cada unidade representa uma diversidade que envolve o todo.“Museu da Arte de São Paulo” – São Paulo. Piet Blom desenvolveu um par delas.br/album/2012/04/20 Figura 18.com . “MASP” . Este exemplo nos remete somente à um uso. FONTE: http://teoriacritica13ufu. materiais e cores. “uma estrutura que foi programada para acomodar todas as inserções possíveis chega-se objetivamente a uma unidade de espaço. Roterdão quis que Piet desenhasse algumas no topo da ponte Pedonal. de tal forma que possa acomodar um máximo de usos variados”.wordpress. Por detrás deste mais que colorido e criativo conjunto de apartamentos está uma filosofia. Que não as faça estar sentadas todo o dia. mas sim envoltas num ambiente que estimule os seus sentidos e revigore as suas vidas. O conceito é tentar criar uma floresta. mas especialmente para realçar e afirmar a identidade de seus usuários.A ideia original para a construção destas casas já remonta aos anos 70. em que cada cubo representa uma árvore abstrata.jpg&imgrefurl Criados por Shusaku Arakawa e Madeline Gins. Tal volumetria permite para cada casa uma diversidade em níveis. componentes. Com um outro enfoque. BRASIL Figura 17. htm&docid= PR3jHpCp0yychM&imgurl Estádios de futebol exemplificam espaços polivalentes.No caso do Museu da Arte de São Paulo. tais como protestos. Hertzberger. Como flexibilidade. trata de começo com os três itens os quais o julga essencial para arquitetura. na qual mantém seu Figura 20. mas não que toda arquitetura funcionalista fosse totalmente eficaz. FONTE: http://aliterasom. funcionalidade que se caracteriza uma lição como o princípio que foi especificado até o fim.com. com uma estrutura já fixa. é possível indentificarmos edifícios que tem poder de mudança em seu uso.br/city/morumbi/estadio. apresentações.pinheiros.com/%3Fp%3D2857&docid=Uan9UQrQCQiuIM&img url . Tratando de funcionalidade. FUNCIONALIDADE. acomodando assim diversas funções para tal. flexibilidade que é a negação absoluta de um ponto de vista fixo definido e por fim polivalência que dá qualidade a quantidade necessária de usos de um determinado projeto. conservando sempre sua identidade. FONTE: http://www. São Paulo . Hertzberger retrata que um projeto de arquitetura deve atender da melhor forma o que lhe foi proposto. Um edifício flexível tem capacidade de adaptar-se a mudança e sua diversidade. ESTÁDIO do Morumbi.BRASIL Figura 19. feira da antiguidade. FLEXIBILIDADE E POLIVALÊNCIA De acordo com o autor. é possível termos diversos usos e funções. ou até mesmo absorver influências das épocas. mas sim aproximar-se da eficiência. uma vez que uma forma pode ser permanente mas o significado não. ajustando-se à pessoas diferentes.blogspot.com. ou seja. FORMA CAPACIDADE DE ACOMODAÇÃO SIGNIFICADO PARA O USUÁRIO INTERPRETAÇÃO Assim a forma pode influenciar o usuário. e o que uma forma pode significar para o usuário. DEIXANDO ESPAÇO Além de tudo isso.com/2010/1 0/seminario-hertzberger. através de sua capacidade de “absorver e comunicar” significados. FONTE: http://juliarquitetura. como o usuário pode influenciar na forma.sites. fazer uma oferta para não ser apenas neutro e flexível. E para isso é necessário acomodar a forma. em situações diferentes e épocas diferentes. o projetista. como diz o texto. sua interpretação.br/fotos. para assim ter a possibilidade de sua interpretação. Hetzberger abre espaço para discutir a relação entre forma e usuário. fazer projetos com a capacidade de provocar. e o usuário.caráter e em situações como shows sofrem alterações para acomodar o diferente. FORMA E USUÁRIOS: O ESPAÇO DA FORMA A partir do capitulo 7. levantando questões sobre o criador. CRIANDO ESPAÇO.htm&docid . ESCADARIA GAZETA – AVENIDA PAULISTA Figura 21. FONTE: http://mpelliciari. Ao projetar o material deve ser organizado para que a forma possa ser totalmente explorada. obtendo vários propósitos. mas ter uma eficácia. chamada polivalência. ou seja. que desempenha varias funções.html Figura 22.uol. se apropriando do mesmo. oferece layouts mais livres. maior será a capacidade da casa para corresponder aos mais ricos e variados desejos de seus moradores. “Quanto mais rico for a variedade oferecida. inspiram um sentimento de importância. funciona de um modo diferente. e seu elemento construtivo. interpretações e consequentemente funções. comer.” INCENTIVOS A capacidade de projetar com várias possibilidades. FONTE: http://www. como mostra as imagens acima. A liberdade que o arquiteto pode oferecer ao usuário com espaços livres. Uma planta sem espaços definidos. Figura 23. deixar algo que desperte a necessidade de mudar. no Itaim Bibi em São Paulo. da a liberdade ao usuário de modificar o espaço. é preciso que seja remetido ao usuário algum incentivo para isso. influenciando a sua maneira O condomínio Residencial Maxhaus.lopes.De acordo com Herman. lances de escadaria. delimitando apenas paredes hidráulicas.br/ficha-imovellancamento/lps/maxcasa/sp/sao-paulo/sul/vilaolimpia/apartamento/maxhaus-itaim/2012 Figura 24. com poucos espaços definidos. deixando espaços e assim criando espaços para outras funções como: sentar.com.br/ficha-imovellancamento/lps/maxcasa/sp/sao-paulo/sul/vilaolimpia/apartamento/maxhaus-itaim/2012 Com um espaço de 70m².com. . o apartamento disponibiliza um uma área livre de “divisórias”. possibilita uma diversidade de usos ao morador. conversar. Para isso o arquiteto deve usar muito de sua imaginação para ser capaz de se identificar com o usuário e o que esperam do espaço a ser projetado. dando mais liberdade para o morador. FONTE: http://www. além de ser usado com seu objetivo principal. etc. provocando-o a dar diferentes usos.lopes. FONTE: http://culturanosanos50.blogspot.html . pois liberam espaços livres.com. induzindo os usuários a varias outras funções.lo.br/2008/11/oscar-niemeyerarquitetura-urbana-e.blogspot. ADAPTAR PRODUTO SEMI-ACABADO AO USUÁRIO INDUZ ADICIONAR RETIRAR Esse incentivo acontece muito em espaços definidos por pilares ou pilotis. MINISTÉRIO DA SAUDE E EDUCAÇÃO – OSCAR NIEMEYER Figura 25.html Figura 26. FONTE: http://bethccruz. br/2009/06/arquitetura-dadecada. retangulares ou cilíndricos.INCENTIVO IMAGINAÇÃO DO ARQUITETO IDENTIFICAÇÃO DO USUÁRIO INCENTIVO / INDUZ A ALGO ASSOCIAÇÕES DO USUÁRIO O arquiteto ao deixar algo “inacabado” espera que o usuário seja capaz de completa.com. funcionando como passagem de uma grande demanda de pessoas. tomando a forma como instrumento. FONTE: http://arqbrasil10. que são incentivadas a dar outros usos a esse espaço livre. foi um dos marcos da arquitetura moderna. . O mesmo acontece no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM). se apropriando dele criando afeições do lugar.wordpress. completando-os e preenchendo-os. mas envolvidos serão ao lugar. como citado no texto. fazendo com que o dono o deixasse da maneira que o mais agradasse.Localizado no Rio de Janeiro o Ministério da saúde e da educação. Os incentivos oferecidos pelos arquitetos dão um espaço para que os moradores. projetada pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy. o edifício. deem um “colorido” aos seus lares. assim existindo interação mútua entre usuário e a forma. pois a forma permitir que o lugar se adaptasse ao gosto de cada usuário.com/arquitetura-moderna/ A FORMA COMO INSTRUMENTO Quanto mais os usuários se identificarem com a forma. Os grandes pilotis cilíndricos liberam e delimita um grande espaço livre debaixo do edifício. localiza conjuntos de dois pilares em uma única sapata liberando espaços livres favorecendo a permeabilidade dos pedestres. Figura 27. mas também pelo incentivo real ao uso diferenciado.CONCLUSÃO A parte B aborda o objeto projetado mais como um instrumento do que como um elemento de ostentação defendendo uma maior eficiência. Discutimos exemplos da capacidade da forma para desempenhar diversos papéis sob condições necessárias. Assim podemos concluir que o arquiteto tem o papel essencial em fazer com que a forma possa desempenhar diversos papéis sob diversas condições. Pesquisamos exemplos que pudessem nos ajudar a compreender as várias maneiras de interpretação. . fazendo com que a forma incentivem usuários à possíveis alterações. desempenho e flexibilidade da forma.
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